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O QUE A NEUROCIÊNCIA DIZ

SOBRE O USO EXCESSIVO DE


CELULAR

@leila.pryjma

CONGRESSO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA E NEUROCIÊNCIAS


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Processo de Acompanhar

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• O Lobo Frontal, bem ali atrás da
testa, é a parte mais importante
do cérebro que controla
impulsos e nos ajuda a
racionalizar uma situação. Essa
área é muito nobre e foi a
última a ser desenvolvida nos
humanos. Na adolescência, ela
ainda não está madura, o que
resulta numa capacidade zero
de olhar radialmente uma
situação a fim de avaliar riscos.
Estando essa região ainda
imatura, o impulso para obter
prazer está muito ativo, e ela
exerce um comando para que
tomemos decisões em
segundos.
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• O cérebro só estará maduro,
com redes neurais
complexas, com o lobo
frontal desenvolvido para
tomada de decisões menos
impulsivas e habituais, e com
uma forma mais inteligente e
menos emocional de existir
para si e para o mundo aos
25 anos – sendo otimista
aqui.
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• O que era uma mera desconfiança, agora está cada
vez mais próximo de se tornar uma certeza: a internet
está limitando o potencial humano. No campo da
neurociência já existem estudos que o advento da
internet, o mundo virtual, havia mudado o cérebro
das novas gerações.
• Agora especialistas apontam que hoje as crianças e
jovens são de fato mais inteligentes devido a evolução
natural mas também muito mais inseguros e com
muito menos capacidade de lidar com frustrações.

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• Pesquisas desenvolvidas na Universidade da Califórnia
(EUA) afirmam que a tecnologia está mudando o nosso
cérebro. O mundo virtual passou a fazer parte da nossa vida e
está reestruturando nossa capacidade cerebral, como
memória, aprendizagem, atenção, concentração, criatividade e
relevância.

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• Pesquisa com famílias brasileiras apontou que o uso
de dispositivos eletrônicos diminuiu a capacidade de
comunicação, de resolução de problemas e de
sociabilidade de crianças até 5 anos. E o problema não
se limita à primeira infância — o contato excessivo
com telas mexe com o cérebro de jovens, que ainda
não está suficientemente amadurecido para controlar
impulsos, fazer julgamentos, manter a atenção e
tomar decisões.

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Pesquisa feita em 2019 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil dá
uma ideia da popularidade das plataformas online entre os jovens
do país.
O levantamento aponta que 89% da população de 9 a 17 anos está
conectada, o que representa 24,3 milhões de crianças e
adolescentes.
Desses, 95% (ou 23 milhões) usam o celular como o principal
dispositivo para acessar sites e aplicativos.

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•Cérebros são
moldados conforme a
passagem do tempo
e, ao serem alvo de
estímulos rápidos
provocados por
celulares e tablets,
não são treinados
para se concentrar
por período maior.

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• Isso porque smartphones e
outras telas são uma fonte
inesgotável de estímulos rápidos.
Em poucos segundos,
comentários, curtidas e a
atualização constante do feed de
redes sociais provocam a
liberação de dopamina no
cérebro, neurotransmissor que
dá sensação de prazer e
satisfação.

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• Só que a dopamina vicia e
é capaz de gerar um
looping altamente perigoso
para a saúde. Quanto
maior o contato com os
estímulos rápidos, maior é
a chance de repetir – e
aumentar – esse tipo de
comportamento.

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• 🧠 Isso tem a ver com a maturação cerebral: o cérebro é uma parte
do corpo humano que vai tomando forma com a passagem do tempo.
• 🧑‍Antes dos 25 anos, essa maturação não está completamente
desenvolvida. Ou seja: o cérebro ainda está sendo "moldado".
• 💣 A "bomba" de estímulos rápidos que sai das telas pode, nessa
etapa da vida, afetar o desenvolvimento do cérebro e a capacidade de
concentração, uma herança que será levada para a fase adulta – e
pode ser irreversível.

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Raciocínio prejudicado
• Segundo os especialistas, conforme o pensamento vai sendo
solicitado para estímulos rápidos, mais ele vai se tornando
prevalente e preponderante no funcionamento mental.

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O uso da tela pode afetar os ritmos
circadianos

• Dados do Instituto Nacional de Ciências Médicas Gerais


(Nigms, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, indicam
que a luz dos dispositivos durante a noite pode
confundir os relógios biológicos. Como resultado, ela
pode causar distúrbios do sono e levar a outras
condições médicas crônicas, tais como obesidade,
diabetes ou depressão.
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As telas afetam o sistema de recompensa
do cérebro

• Os jogos eletrônicos e redes sociais fazem com


que algumas crianças fiquem "viciadas" nos
dispositivos e liberam muita dopamina (um
neurotransmissor que gera uma sensação de bem-
estar).

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A exposição excessiva na tela afeta o
desenvolvimento cognitivo

• Passar muito tempo diante de uma tela afeta o


desenvolvimento cerebral e aumenta o risco de
distúrbios cognitivos, emocionais e comportamentais
em adolescentes e jovens adultos.

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A exposição precoce à tela aumenta o risco de
Alzheimer
• Um artigo publicado no Journal of Integrative Neuroscience vai pelo mesmo caminho e
também adverte: "Se os circuitos neurais subjacentes às habilidades cognitivo-
comportamentais essenciais para a inteligência geral e adaptabilidade durante toda a
vida são subdesenvolvidos ou anormalmente desenvolvidos antes da idade adulta”, diz o
documento.

• A investigação científica continua e diz que “é provável que essas mudanças persistam na
idade adulta precoce e média e sejam mais vulneráveis à neurodegeneração acelerada
na idade adulta tardia, o que aumentará o risco de leve comprometimento cognitivo e
doença de Alzheimer precoce e demências relacionadas".

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Impacto do uso dos
celulares no
comportamento e cognição
de crianças e
adolescentes

• Van den Bulck avaliou 1.656 adolescentes belgas durante


um ano. Mais de 55% deles fizeram ligações ou enviaram
mensagens de texto pelo celular no horário em que
deveriam estar dormindo e, consequentemente,
queixaram-se com maior frequência de sonolência
diurna.
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Impacto do uso dos celulares no
comportamento e cognição de crianças e
adolescentes

• Um estudo de coorte acompanhou 13.159 crianças


holandesas desde o pré-natal até os sete anos de idade.
As mães responderam a um questionário sobre uso do
celular e aspectos do comportamento dos filhos
(conduta, hiperatividade e interação social).
• A probabilidade de distúrbios de comportamento foi
maior nos escolares cujas mães usaram celular no
período pré e pós-natal.

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Impacto do uso dos celulares no
comportamento e cognição de crianças e
adolescentes

• O único estudo epidemiológico do uso de celulares e


cognição em crianças envolveu 317 escolares
australianos, dos quais 77% possuíam aparelho próprio.
• Crianças que usavam mais o celular para ligações e
mensagens foram mais ágeis nos testes de aprendizado,
mas tiveram pior memorização e eram mais impulsivas –
tendiam a responder aos testes antes de se certificarem
da resposta correta.

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Diminuição da capacidade de comunicação
e sociabilidade
• O excessivo uso dos celulares acaba afetando a percepção da criança
com o mundo real.
• Isto é, por passar tanto tempo no uso de telas, a criança pode
apresentar dificuldades para se comunicar, ou até mesmo não sentir
vontade de interagir com outras pessoas.

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Exposição a conteúdos inadequados para a idade

• A grande exposição a conteúdos inadequados, por exemplo, é um grande fator de


preocupação.

• Tendo em vista que nosso córtex pré-frontal se desenvolve por completo apenas entre
25 e 30 anos de idade, podemos afirmar que uma criança jamais terá a maturidade e
envolvimento cerebral suficiente para lidar com o tanto de estímulos em que é exposta
na infância.

• Conteúdos pornográficos, dietas malucas e comentários maldosos podem afetar de


forma drástica o emocional da criança ou até mesmo despertar atitudes de impulso
relacionada a estes fatos, já que nessa idade o cérebro ainda não sabe distinguir aquilo
que de fato é conveniente ou não.

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Predisposição para transtornos psicológicos

• Devido a grande exposição de estímulos de diversos tipos, ao se


deparar com comentários maldosos e discriminações na internet, as
crianças podem criar uma predisposição para desenvolver transtornos
psicológicos.

• Tal contato com essas ocorrências podem prejudicar a percepção que


o indivíduo tem de si mesmo.

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• Um time de pesquisadores das
Universidades de Sidney,
Harvard, Oxford e Manchester
descobriram que a internet pode
produzir alterações em algumas
áreas específicas da cognição - o
que pode refletir mudanças no
cérebro, afetando nossa
capacidade de atenção, memória
e interações sociais.

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Funções executivas

• As funções
executivas são
um conjunto de
habilidades
necessárias para
o controle de
nossa saúde
mental e vida
funcional.
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• atenção(sustentação, foco, fixação, seleção de
dados relevantes dos irrelevantes, evitamento
de distratores, etc.);
• percepção(intraneurossensorial,
Qual o papel interneurossensorial, meta-integrativa,
analítica e sintética, etc.);
das Funções • memória de trabalho (localização,
recuperação, rechamada, manipulação,
Executivas julgamento e utilização da informação
relevante, etc.);
na prática? • controle(iniciação, persistência, esforço,
inibição, regulação e autoavaliação de tarefas,
etc.);

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• ideação(improvisação, raciocínio
indutivo e dedutivo, precisão e
conclusão de tarefas, etc);
Qual o papel • planificação e a
das Funções antecipação(priorização, ordenação,
hierarquização e predição de tarefas
Executivas visando a atingir fins, objetivos e
resultados, etc);
na prática? • flexibilização (autocrítica, alteração de
condutas, mudança de estratégias,
detecção de erros e obstáculos, busca
intencional de soluções, etc);

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• metacognição(auto-organização,
sistematização, automonitorização,
revisão e supervisão, etc);
Qual o papel • decisão (aplicação de diferentes
das Funções resoluções de problemas, gestão do
tempo evitando atrasos e custos
Executivas desnecessários, etc);
na prática? • execução(finalização e
concomitante verificação,
retroação e reaferênciação, etc)
(FONSECA, 2014).

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• O prejuízo no raciocínio pode ser o maior impacto trazido pelo
uso constante e excessivo da tecnologia. As novas gerações já
nascem sem precisar fazer uma conta mentalmente ou gravar
algo. Afinal, as pessoas têm tudo nas mãos, desde muito novas,
ao usarem o celular.

• O problema é que ao receber tudo “pré-pronto”, podem acabar


não desenvolvendo a capacidade de raciocinar. Com isso, há
uma tendência a piorar o processo de dedução, mais até do
que a memória em si.

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• Outro ponto que gerou mudanças foi o de
excesso de informações o tempo todo. Como há
muita coisa a ser processada, a todo momento, o
cérebro acaba deletando as informações que ele
entende serem menos relevantes.
• Isso também interfere tanto na memória como
um todo, quanto no esquecimento de
informações variadas.

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Como solucionar isso?

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Os 07 Fundamentos da Visão Mental

• Daniel J. Siegel, M. D., é um autor, premiado educador e


psiquiatra infantil aclamado internacionalmente. Dr.
Siegel recebeu seu diploma de medicina da Universidade
de Harvard e completou sua formação médica pós-
graduação na UCLA com formação em pediatria e criança,
adolescente e psiquiatria adulta.

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Estimular o crescimento e a
ativação neuronal

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• Como, sabemos, apesar de suas desvantagens o uso do smartphone
na atualidade é essencial para o manejo da vida humana. Nele
conseguimos automatizar tarefas, nos conectar com os outros com
mais facilidade e também nos entretemos nas redes sociais.

• Por isso, o que se discute não é a erradicação do uso do celular pelas


crianças, mas sim a diminuição de seu tempo de tela para um uso
saudável, principalmente em idades pré escolares, no qual a criança
ainda não tem discernimento para muitas situações.

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SUCESSO (Bessie Anderson Stanley)
Rir muito e com frequência.
Ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das crianças.
Merecer a aprovação de críticos honestos e suportar a traição de falsos amigos.
Apreciar a beleza.
Encontrar o melhor nos outros e dar o melhor de si.
Deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma criança saudável, um canteiro de
jardim ou uma condição social redimida.
Ter brincado e dado risada com entusiasmo e cantado com exaltação.
Saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque você viveu – isso é ter
sucesso.

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