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Palestra

Tema: COMO AS TECNOLOGIAS DIGITAIS PODEM INFLUENCIAR OS PROCESSOS


COGNITIVOS

Palestrante: Profª Ms. Roberta Santana Barroso (UENF)


O ALUNO MUDOU !!!

✓ Mais exigente;
✓ Mais esclarecido;
✓ Novos hábitos;
✓ Quer atenção;
✓ Quer ser ouvido;
✓ Quer participar;
✓ Quer novidades.
A tecnologia é decisiva para
criar marcadores no tempo,
dividindo o que veio antes e
depois. Isso poderia explicar,
ao longo dos anos, a
diferença de gerações,
aproximadamente a cada 10
anos. Pessoas de diferentes
idades, hábitos e costumes
estão se relacionando cada
vez mais.
Para Tapscott (2010, p.28), a
fim de classificar as gerações
em geral, o sociólogo divide os
indivíduos em seis categorias:
veteranos, baby boomers,
Geração X, Geração Y, Geração
Z e Geração Alpha.
Diferentes estilos de atenção e aprendizagem

Em relação à capacidade de concentração da nova geração,


as tecnologias contribuem para entendermos que há
diferentes estilos cognitivos e diversos modos de aprender e
prestar atenção. A multimidialidade (transmissão da
comunicação através de vários meios – textual, gráfico,
sonoro e vídeo) desenvolve diversas habilidades de
navegação transmidiática (de um meio para outro), que são
diferentes das competências de argumentação e abstração
exigidas pela habilidade de leitura e escrita.
Pesquisas recentes mostram como as
tecnologias digitais têm afetado nosso cérebro

Nicolas Carr afirmou, em 2008, que o Google estava nos


deixando burros. Em reação a essa afirmação, a Pew
Internet Research conduziu um estudo em 2010 sobre o
futuro da inteligência, e a maior parte dos especialistas
entrevistados acredita justamente o contrário: que a
internet está nos tornando mais inteligentes.
Outro estudo mostra que a busca digital ativa mais o
cérebro do que a leitura – o cérebro da esquerda está
lendo um livro e o da direita, fazendo busca na internet.

Fonte:Disponívelem: <http://news.health.com/2008/10/16/googling-good-for-brain/ >.


O infográfico Google and memory baseia-se em diversos estudos que indicam
transformações causadas pelo Google no nosso cérebro. Uma delas é o fato de
não lembrarmos mais de informações, mas sim de onde encontrá-las .

Fonte Disponível em:


<http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-2091127/Google-boggling-brains-Study-says-humans-use-internet-main-memory.html >)
I N T EG R A DA

TENDÊNCIAS
DA EDUCAÇÃO
CO N T Í N UA NA ERA DIGITAL D I ST R I B U Í DA

AT I VA P E RS O N A L I Z A DA
PRAZER EM APRENDER.
Nas atividades prazerosas e desafiadores, o disparo das células nervosas é “facilitado”, o que
promove o fortalecimento ou facilitação sináptica em determinadas circuitarias neurais.
Processos
cognitivos

Aprendizagem Professor
ativa mediador

Estudante
autônomo
Para a neurocientista cognitivista
Maryanne Wolf (2019), há um processo de
mudança de paradigma em curso que pode
estar reorganizando o cérebro das novas
gerações a partir de novos parâmetros, o
que a leva a perguntar sobre perdas e
ganhos que o amanhã reserva às crianças e
aos jovens, mas que hoje ainda não é
possível saber.
CÉREBRO E APRENDIZADO
O DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO POR IDADE
Suzana Herculano-Houzel

0 AOS 6 ANOS
Ápice de sinapses

Cerca de 90% das conexões cerebrais são estabelecidas


nessa fase, quando se formam as bases das capacidades
físicas, intelectuais e emocionais. As crianças tomam
decisões, possuem certa autonomia, e podemos
aumentá-la propondo experiências lúdicas. Aos 6 anos,
áreas utilizadas para a leitura já estão prontas.
O DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO POR IDADE
Suzana Herculano-Houzel

7 AOS 11 ANOS
A evolução continua

Aos 7, algumas áreas usadas para a escrita estão no


ponto. Momento de investir no domínio linguístico
(sintaxe, léxico, prosódia, semântica, fonologia e
morfologia), no domínio gráfico (instrumentos e
convenções) e no domínio de conceitos (letra, sílaba,
palavra, frase e texto).
O DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO POR IDADE
Suzana Herculano-Houzel

12 AOS 21 ANOS
Menos dopamina

Os axônios recebem uma capa, a mielina, que ajuda a


consolidar as redes cerebrais. Já o núcleo acumbente,
ligado ao sistema de recompensa, perde um terço dos
seus receptores de dopamina, donde surgem os longos
períodos de tédio. Fase para novas experiências e
aprender noções de geometria espacial.
Como o cérebro aprende

A emoção reforça os caminhos neurais

O cérebro evoluiu para preservar conteúdos que


tenham acervo emocional. Quanto mais vezes a
amígdala (porção cerebral associada às emoções) for
ativada em uma experiência, maiores serão as
chances de um evento ser guardado. A proposta,
portanto, é balancear o aprendizado “racional” com
aspectos da vida cotidiana e sentimental do aluno.
Como o cérebro aprende

Sono ajuda na aprendizagem

Diferentes regiões do cérebro são restauradas pelo sono e


dependem dele. Crianças bem descansadas mentalmente, que
tiveram um sono reparador, terão melhor desempenho na sala de
aula a curto e a longo prazo.Algumas pesquisas indicam que o
início mais tardio das aulas no período da manhã é uma opção
interessante para adolescentes em particular, com expressiva
melhora no aprendizado e na interação social.
Como o cérebro aprende

O cérebro é plástico

Por si, sem cirurgias nem medicamentos, o cérebro tem a capacidade de


se transformar. Essa neuroplasticidade permite que adquiramos novas
habilidades se bem estimulados.
A plasticidade do cérebro, ou seja, sua maleabilidade, permite que ele
se rearranje de tal forma que uma parte só possa assumir a função de
uma que foi comprometida. Crianças com problemas de aprendizado
podem adquirir ou readquirir habilidades, desde que bem orientadas e
estimuladas.
Como o cérebro aprende

Organização da sala influencia

Pesquisa mostrou que duas crianças interagem melhor face a face.


Se você mudar a posição delas e pedir que conversem olhando para
o restante da classe, o desempenho e a sincronia cerebral são
menores porque se perde a empatia que “amarrou” os dois
cérebros. “Isso é interessante porque a posição das crianças na sala
é uma variável que precisa ser considerada na Educação”, afirma
Roberto Lent. Daqui a cinco a dez anos, completa ele, a
neurociência poderá dar sugestões sobre a geometria da sala de
aula.
Como o cérebro aprende
Cérebro do professor e do aluno sincronizam-se
O neurocientista Roberto Lent, no livro O Cérebro Aprendiz, trata da
plasticidade transpessoal, a sincronia entre um cérebro e outro. Ele e sua
equipe acompanharam o cérebro de quatro universitários durante uma aula
teórica expositiva.
Dividiram os 40 minutos da aula em quatro blocos de 8 a 10 minutos e
descobriram que só houve sincronia na atividade cerebral dos quatro
estudantes durante o primeiro bloco. Nos demais, os cérebros se ativaram de
forma diferente. Uma das hipóteses: depois dos 10 minutos, cada um pensou
em algo diferente.
OS 4 PILARES DO
APRENDIZADO
Segundo o neurocientista
Stanislas Dehaene (2022).
A TEN Ç Ã O
que amplifica a informação que focamos.

A atenção é um ingrediente fundamental


de um aprendizado bem-sucedido.

“Atenção” significa “todos os mecanismos


por meio dos quais o cérebro seleciona
informações, as amplifica, as canaliza e
aprofunda seu processamento”.

Para ensinar é preciso aprender a chamar a atenção! A atenção muda radicalmente


a atividade cerebral. Sem atenção não há aprendizagem!
ENSINAR É PRESTAR ATENÇÃO NO CONHECIMENTO DO OUTRO.
E N V O L V I M E N T O ATIVO
um algoritmo chamado “curiosidade”, que incentiva o
nosso cérebro a testar encessantemente novas hipóteses.

É necessário experimentar para aprender!


Um organismo passivo não aprende.
A curiosidade é um impulso fundamental do organismo
é, portanto, uma força que nos estimula a explorar.
A curiosidade é um ingrediente essencial de nosso do
aprendizado.
É crucial que os estudantes estejam motivados, ativos e
envolvidos
A motivação é essencial. O cérebro só aprende eficientemente se estiver atento, focado e
ativo.
Não tenho nenhum talento especial. Sou apenas apaixonadamente curioso.
Albert Einstein (1952)
FEEDBACK DE ERROS
Nenhum aprendizado é possível sem uma mensagem de erro.

Sem surpresa não há aprendizado!


O que interessa é receber um feedback específico,
que reduz a incerteza de quem aprende.

Oferecendo um feedback rápido e preciso acerca dos


erros, os professores podem enriquecer consideravelmente
as informações disponíveis para os alunos se autocorrigirem.

As notas, quando não acompanhadas por avaliações pormenorizadas e construtivas, são,


portanto, uma fonte ruim de feedback para erros
O único homem que nunca comete um erro é o homem que nunca faz nada.
Theodore Roosevelt (1900)
CONSOLIDAÇÃO
que automatiza por completo turo aquilo que aprendemos, usando
o sono como um componente-chave.
Nossos cérebros nunca param de aprender.
Para aprender a ler, contar ou qualquer outra coisa, o
cérebro deve repetir os mecanismos muitas vezes, até
dominiar. A prática leva a perfeição!

O sono e o aprendizado estão fortemente ligados.


E o sono é muito importante nesse processo. Todas as noites
nosso cérebro consolida tudo que aprendeu durante o dia.
A consolidação é essencial porque torna disponíveis para outros fins nossos preciosos
recursos cerebrais.
“Aprendamos a sonhar, senhores, e então, quem sabe, aprenderemos a verdade”.
Conclui August Kekule von Stradonitz (1829-1896).
Como notavaAristóteles,nós
humanos nascemos com uma
paixão por saber,e procuramos
constantemente o novo,
explorando ativamente nosso
ambiente para descobrir coisas
que possamos aprender.
Os bebês não são tábulas rasas;
O cérebro da criança não é uma esponja que absorve
obedientemente a estrutura de seu entorno;
O cérebro não é apenas uma rede de neurônios
maleáveis aguardando ser moldada pelos inputs
que recebe;

O aprendizado não acontece passivamente


pela simples exposição aos dados ou às aulas;

Os erros não apontam os maus estudantes

O sono não é só um período de descanso;


MENSAGENS QUE
OTIMIZAM O POTENCIAL
DAS CRIANÇAS
Não subestime as crianças

Tire proveito dos períodos sensíveis do cérebro

Enriqueça o ambiente.

Revogue a ideia de que todas as crianças são diferentes.


Preste atenção na atenção.

Mantenha as crianças ativas, curiosas, envolvidas e autônomas.

Torne aprazível cada dia de aula.

Apoie os esforços.
Ajude os estudantes a aprofundar seu modo de pensar.

Estabeleça objetivos de aprendizado claros. Pratique regularmente.

Aceite os erros e corrija-os.

Deixe os estudantes dormirem.


As mudanças do cérebro transformam o nosso mundo e, em consequência,
também o modo como aprendemos e nos desenvolvemos. Dessa forma,
como educadores, precisamos acompanhar constantemente essas
transformações e adaptar os processos educacionais de acordo. O
problema é que essas transformações estão ocorrendo de forma cada vez
mais rápida, apontando a necessidade de modelos educacionais mais
fluidos e dinâmicos que consigam se modificar tão rapidamente quanto as
transformações biológicas e comportamentais que estamos sofrendo
diariamente.
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DICAS DE
LEITURAS!!!!
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