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Cognição é o ato de processar informações, é a percepção que

uma pessoa tem do meio em que vive, processando esse


estímulo, decodificando, interagindo e respondendo ao meio que
vive.
5% daquilo que ouve; 10% do que lê, 20% do que vê, 30% do que
demonstra, 50% do que discute em grupo, 75% do que prática e
90% do que ensina aos outros.
Simplificadamente, existem cinco fatores que contribuem para um
encéfalo saudável: 
(1) a prática regular de exercícios físicos que sejam prazerosos a
quem os realiza, estes exercícios podem ser caminhadas, dança,
natação, musculação, etc....; 
(2) alimentação balanceada, incluindo proteínas, carboidratos,
gorduras, sais minerais e vitaminas; 
(3) sono tranquilo, regular e satisfatório; 
(4) bom humor e otimismo ao se viver; 
(5) manter a mente em funcionamento, aprendendo algo novo a
cada dia.
Leitura e escrita
O que já foi mapeado com mais segurança são alguns circuitos
cerebrais especializados no processamento da leitura e da escrita.
Várias áreas estão envolvidas, entre elas centros de linguagem no
hemisfério esquerdo, como a área de Broca (expressão) e a de
Wernicke (compreensão), e áreas que processam a música, no
lado direito. 
Uma criança adquire a língua nativa de maneira natural, pela mera
exposição ao ambiente, mas o mesmo não ocorre com a leitura e
a escrita. Elas precisam ser ensinadas.
A neurociência acredita no método fônico, que se baseia na
relação entre a letra e o som correspondente. É por esse caminho
que vai Stanislas Dehaene. Ele explica que no português, por
exemplo, a criança absorve primeiro a combinação de consoantes
e vogais. Em seguida, entende a combinação entre duas
consoantes e uma vogal, como o “bro” de cérebro. 
Essa composição do menor para o maior é realizada no
hemisfério esquerdo do órgão. Quando a formação por meio do
aprendizado se baseia primeiro na identificação da palavra inteira,
como propõe a teoria construtivista, ativa-se o lado direito do
cérebro, mas a decodificação dos símbolos tem de migrar para o
lado esquerdo para que seja concluída. Haveria certo atraso,
enquanto o fônico permitiria uma relação mais imediata entre
letras e sons.
Consenso é que a criança precisa praticar tanto a leitura quanto a
escrita para reservar a vaga que ambas conquistaram no cérebro.
Como meio plástico e pragmático, ele logo coloca outra função no
lugar se perceber que a vaga está ociosa. Por isso, a neurociência
propõe estimular a criança com leituras diárias, para automatizar o
processo e facilitar a interpretação de texto, e escritas cotidianas,
para robustecer a memória da criança, ajudá-la a dialogar consigo
mesma e com outras pessoas e estimulá-la a tomar decisões
constantemente. 
Afinal, na escrita ela precisa escolher as palavras e alinhavá-las
bem para que faça sentido o que deseja transmitir. Copiar e colar
subestima toda a capacidade do cérebro de estruturar o
pensamento dentro de uma convenção (a escrita) e ainda criar
textos claros e criativos.
Lições da neurociência para a sala de aula
Veja o que as pesquisas apontam sobre como funciona o cérebro
que aprende
1) A emoção reforça os caminhos neurais
O cérebro evoluiu para preservar conteúdos que tenham acervo
emocional. Quanto mais vezes a amígdala (porção cerebral
associada às emoções) for ativada em uma experiência, maiores
serão as chances de um evento ser guardado. A proposta,
portanto, é balancear o aprendizado “racional” com aspectos da
vida cotidiana e sentimental do aluno.
2) Sono ajuda na aprendizagem
Diferentes regiões do cérebro são restauradas pelo sono e
dependem dele. Crianças bem descansadas mentalmente, que
tiveram um sono reparador, terão melhor desempenho na sala de
aula a curto e a longo prazo. Algumas pesquisas indicam que o
início mais tardio das aulas no período da manhã é uma opção
interessante para adolescentes em particular, com expressiva
melhora no aprendizado e na interação social.
3) O cérebro é plástico
Por si, sem cirurgias nem medicamentos, o cérebro tem a
capacidade de se transformar. Essa neuroplasticidade permite
que adquiramos novas habilidades se bem estimulados. Vários
casos de pessoas que, submetidas a técnicas baseadas na
neuroplasticidade, conseguiram avançar em áreas nas quais
“patinavam”.
4) Organização da sala influencia
Pesquisa mostrou que duas crianças interagem melhor face a
face. Se você mudar a posição delas e pedir que conversem
olhando para o restante da classe, o desempenho e a sincronia
cerebral são menores porque se perde a empatia que “amarrou”
os dois cérebros. Isso é interessante porque a posição das
crianças na sala é uma variável que precisa ser considerada na
Educação. Daqui a cinco a dez anos, completa ele, a neurociência
poderá dar sugestões sobre a geometria da sala de aula.
5) Cérebro do professor e do aluno sincronizam-se
O neurocientista Roberto Lent, no livro O Cérebro Aprendiz, trata
da plasticidade transpessoal, a sincronia entre um cérebro e outro.
Ele e sua equipe acompanharam o cérebro de quatro
universitários durante uma aula teórica expositiva. Dividiram os 40
minutos da aula em quatro blocos de 8 a 10 minutos e
descobriram que só houve sincronia na atividade cerebral dos
quatro estudantes durante o primeiro bloco. Nos demais, os
cérebros se ativaram de forma diferente. Uma das hipóteses:
depois dos 10 minutos, cada um pensou em algo diferente.
Sobre o cérebro plástico
Em termos práticos, isso nos traz duas constatações, uma boa e
outra nem tanto.
A boa é que podemos desenvolver a habilidade que quisermos,
dentro de nossas possibilidades, com a simples repetição. Em
outras palavras, você pode nunca ter tocado violão na vida, mas
se começa a estudar hoje e praticar diariamente, em algum tempo
seu cérebro terá dominado essa nova habilidade.
A má notícia é que tudo aquilo que já estamos condicionados a
fazer é bem mais difícil de ser interrompido.
Por exemplo, se você tem a “habilidade” de pensar de forma
negativa e de reclamar de tudo, seu cérebro está apto para isso.
Será preciso bastante força de vontade para interromper esse
hábito e substituí-lo por um novo. É difícil, embora não impossível.
É por isso que quebrar antigos hábitos e mudar radicalmente
nosso estilo de vida é tão difícil. Mesmo que você saiba os
caminhos, que tenha uma boa motivação, ainda assim vai ter que
vencer um poderoso inner game para ser bem-sucedido.
A dificuldade é que você terá que ativar áreas do cérebro que não
estão acostumadas a serem usadas, ou que são bem menos
usadas do que outras áreas que agora você quer usar menos.
A única maneira de fazer isso é através da repetição diária:
executar os hábitos novos, mesmo que não esteja sentindo
vontade, e deixar de executar os antigos, mesmo que esteja com
muita vontade de fazê-los.
 

Sincronia cerebral em sala de aula, o que isso significa?


Pesquisas recentes realizadas nos Estados Unidos, na New York
University, mostraram resultados com relação positiva entre as
avaliações das atividades e a sincronia das ondas cerebrais entre
os estudantes, enquanto grupo – em outras palavras, quanto mais
as ondas dos alunos sincronizavam, mais eles tendiam a avaliar
positivamente as atividades em sala de aula. Similarmente, quanto
maior a sincronização entre um indivíduo e seus colegas de
turma, mais ele tendia a dar notas positivas para o estilo de ensino
do professor.
Os pesquisadores também examinaram se a existência de
relação de sincronia entre cérebros refletia o quanto os alunos
gostavam de seus colegas. Para isto, os alunos relataram o
quanto eles eram próximos entre si. Com estes dados, verificou-se
que pares de estudantes que se sentiam mais próximos estavam
mais em sincronia durante as aulas, mas apenas se tivessem
interagido entre si face-a-face imediatamente antes da aula. Isso
sugere que interação face-a-face antes de compartilhar
experiências tem relevância para os resultados de aprendizagem,
mesmo que o aluno não interaja com o mesmo colega durante a
atividade – talvez pelo fato de proporcionar previamente um
ambiente mais seguro e acolhedor ao aluno. Finalmente, alunos
que consideravam as atividades em grupo importantes em suas
vidas, apresentaram maior sincronia com seus colegas de turma.
Tais pesquisas e resultados podem ser de grande valia a
educadores que, muitas vezes, contam apenas com avaliações
generalistas ou subjetivas para verificar o quanto os alunos estão
engajados em sala de aula. Com este tipo de medição, podemos
verificar, individualmente, com dados concretos do funcionamento
cerebral dos alunos, a relação de proximidade ou não com as
atividades em sala de aula e seu ambiente. Além das verificações
tradicionais, apresenta-se agora um interessante recurso para
auxiliar os professores a diagnosticar os resultados de seu
trabalho. Ainda mais que tais equipamentos de medição estão
cada vez mais acessíveis e portáteis.

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