Universidade Católica de Brasília - UCB

Professora: Ana Cristina

Disciplina: Psicologia Comunitária
Alunos: Erika Fontinele Carrasco Gutierrez - UC13100684
Noah Ladeira de Barros – UC20101794
Estudo de Caso
O instrumento utilizado para identificar as redes sociais de Júlia foi o Mapa de
Rousseau. Esse mapa de redes utiliza uma série de símbolos, por meio dos
quais são representadas as redes e caracterizadas os laços parentais. Quando
falamos de interação de rede, consideramos as redes sociais como forma de
relações sociais.
1- Estrutura da Rede Social da Júlia
a) Redes primárias (laços de família, parentesco, amizade, vizinhos,
trabalho):
Mãe Amigos do pai
02 irmãs Filhos do atual
Pai relacionamento da
mãe
Trabalho de jovem
Aprendiz
Escola
b) Redes secundárias (instituições, organizações, mercado, ONG):
ONG – Casa Rosa
c) Redes secundárias do Terceiro Setor (Voluntariado, organizado):
Psicóloga, pedagoga.

2- Construção de Redes
Julia é a mais velha de 03 irmãs. Ela tem uma história marcada por abusos,
abandonos e omissão dos pais. Ela passou a infância com sua avó na qual
ela relata bons momentos e menciona sua avó como um “porto seguro”. Após
a morte de sua avó Julia e suas irmãs foram morar com seu pai, um
alcoólatra, vivia bêbado e levava seus amigos para casa e foi em momentos
assim que os amigos dele começaram a abusar dela (Julia) e de suas irmãs.
Julia não tinha muito contato com sua mãe, pois a mesma foi embora de
casa quando ela e as irmãs eram pequenas. Sua mãe atualmente possui um
novo relacionamento e mais 02 filhos. As irmãs de Júlia assim como ela
sofreram muito após a perda da avó, acabaram sendo separadas, morando
uma em cada casa, além dos abusos sofridos pelos amigos de seu pai.
Recentemente sua irmã casou com um traficante foragido da Polícia e a outra
irmã mora na mesma casa com Júlia e sua tia.
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Após recorrentes abusos Júlia relata para o Pai e ele não acredita, afirmando
Página

ser invenção da cabeça de uma criança. Algum tempo depois ela procura a
 Tia e conta tudo que ocorrera, imediatamente a mesma (tia) aciona a Polícia
e conta sobre os abusos, assim como a omissão do Pai de Júlia em relação
aos ocorridos. Assim que ele soube que estava sendo procurado, fugiu da
Polícia e ela não tem mais contato com seu pai ou notícias do mesmo.
Após a denúncia, sua tia leva-a para sua casa e passa a cuidar, proteger,
sustentar e dar suporte necessário para ela. Começou a frequentar escola,
igreja, ficou sabendo por intermédio de sua tia, da ONG “Casa Rosa”, quanto
aos cursos, projetos e assim ela se inscreveu, sendo após um tempo
contemplada com uma vaga. Através da ONG Júlia conhece pessoas,
recebe ajudas pontuais de uma pedagoga e psicóloga, além de conseguir
vaga para trabalhar como Jovem Aprendiz.

3- Função da Rede Social de Júlia

Tia, função de cuidado, pois a mesma assumiu as necessidades de Julia e
acionou o acesso às redes secundárias.
Avó, função de educação do eu, uma vez que estabelece a experiência da
primeira socialização, permitindo que a pessoa desenvolva competências de
rede, como confiança, reciprocidade, espirito de colaboração.
ONG “Casa Rosa”, Pedagoga e Psicóloga, função de transação, de dentro
da família para as redes e vice-versa, uma vez que se abre a dimensão
comunitária e social, transmitindo e recebendo valores, recursos e
competências.

Observação: A família não se insere/inscreve na esfera de laços que

podemos escolher, mas constitui uma relação vinculada, sendo ponto de
referência que sempre reaparece para o bem e para o mal, reapresentando-
se como recurso ou obstáculo. Assim como no caso de Júlia a família em
especial Pai e Mãe foram fontes de sofrimento em diversas situações, mas
é verdade que a falta de uma estrutura familiar gera graves dificuldades para
a pessoa em todas as idades da vida e que a fragilidade do nó familiar,
enfraquece não apenas as redes, mas a sociedade como o todo.

Bibliografia
Fonte: SANICOLA, L. As dinâmicas de rede e o trabalho social. São
Paulo. Veras Editora, 2008 (capa 03,05 e 07).
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