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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DA VIDA - CURSO DE PSICOLOGIA


DISCIPLINA: PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
PROFA. DRA. ROBERTA FIN MOTTA
2020/01

ESTUDO DE CASO – ATIVIDADE ORIENTADA (Valor:1,0)

Nomes:_______________________________________________________________________
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1) Para realizar a prática em Psicologia Social Comunitária, a (o) psicóloga (o) deverá
estar munida (o) de referenciais teóricos para sustentar suas intervenções. Dito isso, em
grupo, vocês devem destacar os principais pontos relativos ao conjunto teórico
disponibilizado (textos: 6, 7 e 8). Vocês podem listar em itens e/ou descrever os pontos e
conceitos abordados nos textos, de acordo com cada referencial teórico elencado abaixo
(exemplo abaixo). Além disso, por meio do estudo de caso, vocês devem integrar os
referenciais teóricos e o caso (exemplo no texto abaixo):

Referencias teóricos que devem ser abordados: - Psicologia da Libertação (TEXTO 6); -
Paradigma da Psicologia Social Latino-Americana (TEXTO 6); - Fenomenologia (TEXTO 7); -
Influência Marxiana (TEXTO 7); - Tendência Sistêmica (TEXTO 7); - Saúde Comunitária (TEXTO
8).

Residem na mesma casa: Luísa (29 anos), Pedro (34 anos), Bia (8 anos), Júlio (6 anos),
Tiago (2 anos e 10 meses) e a avô de Pedro (75 anos). É uma família de etnia negra e, no
momento, pode ser considerada como uma família em situação de pobreza. O casal se conheceu
em um baile funk, na própria comunidade e está a sete anos juntos. Moram em um barraco de
20m² com três cômodos – cozinha, banheiro e quarto, e um pequeno pátio. Há um pequeno pátio
(10m2) sem calçamento. A casa não tem portas internas e o banheiro fica ao lado da cozinha.
Dormem todos juntos no quarto. Há poucos móveis e uma televisão pequena, geladeira e fogão.
Não há brinquedos. Há uma cerca alta em torno da casa, pois há muita violência na comunidade,
mesmo assim, as crianças pulam e fogem, principalmente Julio, que leva o irmão de 2 anos. As
condições físicas do ambiente são precárias. Bia estuda praticamente no escuro. Há poeira e
barro no pátio. Luisa fala que a "casa é pequena, de pobre, mas ajeitadinha". A família de Luíza
reside a cerca de 20 anos na comunidade, contudo nos últimos anos com a chegada das
“facções”, além de conflitos entre policiais e traficantes e traficantes rivais um governo paralelo
vem sendo administrado e o sentimento ora de segurança ora de insegurança vem pairando na
mesma. Assim como as brigas e o silenciamento entre moradores tem feito parte da comunidade.
Os meninos vão até um armazém pedir balas. Lá, há muitos homens que se encontram
para beber. Não há praças ou lugares de recreação perto da residência. Embora as casas sejam
muito próximas uma das outras, os vizinhos quase não se falam, situação que foi se configurando
ao longo dos últimos anos. Tem uma creche comunitária perto, mas eles cobram R$ 60,00 por
criança até 6 seis, nem sempre, a família de Luísa pode arcar com essa despesa mensal.
Pedro estudou até a sexta série e está desempregado e enfrenta dificuldades para
encontrar trabalho, vem realizando “bicos”, quando consegue, como pedreiro. Ambos sem
qualificação, Luísa estudou até a quarta série do Ensino fundamental e trabalha como doméstica,
assim como sua mãe trabalhava. Pedro ainda fornece uma cesta básica e paga a conta de água
para sua ex-mulher, como forma de pensão para os filhos. Atualmente, a família recebe o
benefício de transferência de renda, o Bolsa Família (BF), de R$ 212,00 mensais.
Luísa sabe que é portadora do vírus HIV, a aproximadamente, 9 anos. Luisa "acha" que
Pedro não pegou. Júlio e Tiago não tem o vírus porque Luisa tomou a medicação na gestação.
Bia teve problemas de saúde durante seus cinco primeiros anos de vida que a obrigava a uma
dieta especial. Luisa conseguia doações na comunidade e em um programa de rádio da cidade.
Está na primeira série e a professora chamou a mãe três vezes, pois a menina não a obedece,
conversa, caminha na sala perturbando os colegas. Bia não frequentou a educação infantil, como
esperado, pois estava a maior parte do tempo as voltas do tratamento de saúde.
Luisa percebe os serviços de saúde, como os Postos de Saúde que freqüentou: 1) posto
mais próximo a sua casa, ficava a uma hora de caminhada, havia muitas pessoas e ela não queria
que as pessoas soubessem de sua doença. 2) outro posto, o atendimento era bagunçado e
demorado, sendo que muitas vezes passava fome esperando o dia inteiro na fila, pois não tinha
dinheiro para o lanche. E por fim, no final do ano passado, em um movimento da Associação de
bairro, juntamente com o poder público, foi aberto um posto de saúde na comunidade onde ela
reside. Atualmente, Luiza está em atendimento no posto de saúde, “to indo no dotor e na dotora,
aquela que cuida dos meus nervos, sabe, também, eles são muito legais”.
Quando se refere aos filhos, Luiza diz: o Julio é “...o terror da casa. Ele não pára um
minuto, mexe e sobe em tudo. Ele pega uma caixa de fósforos e quer botar fogo. Ele pega uma
faca, ele corta as coisas. Ele mexe em tomada. Tem que tá sempre de olho nele. Ele vai pra rua,
ele foge da gente”. Ela bate sempre no menino para ele parar de aprontar.
Já, Bia é calma e “não incomoda, não é agressiva”, mas é "meio louquinha", pois fala
sozinha, tem pesadelos. Luiza não tem tempo para cuidar de Tiago, então, quem acaba cuidando
dele é a irmã mais velha, Bia e Julio, “o terror da casa”. Ainda, Luísa reforça: “quero que Bia já vá
aprendendo a criar o irmão para trabalhar depois lá na casa da Dona Silvana, como minha mãe e
eu”. E quando tem o dinheiro, paga-se a creche.
Luísa fala que está “perdendo o controle”. Não sabe mais o que fazer para educar os filhos e
dar condições melhores. Sente-se sozinha e sobrecarregada. Parece desesperada com toda esta
situação. Diz: “acho que pode ser mesmo esse tal de destino, talvez já estivesse escrito, Deus
quis assim!”. Ainda, para agravar mais a situação, Luísa está sendo ameaçada constantemente
pelo seu último companheiro. O mesmo a está acusando de negligência durante a gestação que,
acarretaram nos problemas de saúde de sua filha Bia...

Exemplo:
Principais itens e/ou descrever os pontos e conceitos abordados nos textos:
Psicologia da Libertação (TEXTO 6):
Fatalismo: o conceito de fatalismo, considerado o responsável pela resignação e desmobilização das
maiorias populares....

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