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FACULDADE CESUMAR DE PONTA GROSSA

ATIVIDADE DE ESTUDO PROGRAMADA

DIREITO 5º SEMESTRE
AEP - ATIVIDADE DE ESTUDO PROGRAMADA
2º BIMESTRE

DANIEL AUGUSTO DE OLIVEIRA


21177646-2

GIOVANNA DE OLIVEIRA ALBACH


21116242-2

MICHAEL BRUNO GALVÃO DE PAULA


21187155-2

THIAGO DE AQUINO DOS PASSOS


21179997-2

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NO BRASIL

PONTA GROSSA
2023
FACULDADE CESUMAR DE PONTA GROSSA

ATIVIDADE DE ESTUDO PROGRAMADA

RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo analisar pesquisas, dados e relatos de
experiência de violência doméstica no Brasil. Assunto este, que afeta a sociedade em
geral e ainda não possui soluções determinantes, mesmo com várias leis e
campanhas para conscientizar a população. As vítimas podem ser homens, mulheres
ou crianças e pode ser perpetrada por um cônjuge, parceiro ou parente próximo. As
consequências são profundas desde lesões físicas e psicológicas chegando até
mesmo à morte. As pesquisas abrangeram notícias, dados, relatos e reforçam ser um
grave problema social, que lesiona a vítima e se estende à toda a família dela. Desta
forma conclui-se que este problema necessita imediatamente de uma intervenção pois
vem agravando gradativamente. Sugere-se instruir as crianças desde à idade escolar
para que a violência deixe de ser cultural e, também, a criação de projetos de apoio e
ação juntamente com o poder público para proteger quem já sofre atualmente com
esta situação.

Palavras-chave: Violência doméstica; violência contra mulher; sociedade; solução.

ABSTRACT
The present work aims to analyze research, data and experience reports of
domestic violence in Brazil. This issue, which affects society in general and doesn’t
have decisive solutions, even with several laws and campaigns to raise awareness of
the population. Victims can be men, women or children and can be perpetrated by a
spouse, partner or close relative. The consequences are profound, from physical and
psychological injuries to even death. The surveys covered news, data, reports and
reinforce that it is a serious social problem, which injures the victim and extends to her
entire family. In this way, it’s concluded that this problem needs immediate intervention,
as it has been gradually aggravating. It’s suggested to instruct children from school
age so that violence ceases to be cultural and the creation of support and action
projects together with the public power to protect those who already suffer from this
situation.

Keywords: Domestic violence; violence against women; society; solution.


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ATIVIDADE DE ESTUDO PROGRAMADA

INTRODUÇÃO

A violência doméstica e familiar é um grave problema que assola o Brasil,


afetando milhões de pessoas em todo o país. Trata-se de um fenômeno complexo,
que engloba diferentes formas de violência tanto física, psicológica, sexual como
patrimonial, ocorrendo principalmente no âmbito familiar e íntimo.
O Brasil apresenta altos índices de violência doméstica, sendo mulheres,
crianças e idosos os grupos mais vulneráveis, sujeitos a abusos e agressões dentro
de seus próprios lares e apesar dos avanços legais e das políticas públicas voltadas
para a prevenção e o combate à violência doméstica, ainda há um longo caminho a
percorrer. O enfrentamento desse problema requer uma abordagem multidisciplinar,
envolvendo ações de conscientização, educação, proteção às vítimas e
responsabilização dos agressores.
A violência doméstica e familiar não afeta apenas as vítimas diretas, mas
também tem um impacto significativo na sociedade como um todo. Além das
consequências físicas e psicológicas para as vítimas, ela gera custos para o sistema
de saúde, afeta o desenvolvimento social e econômico e perpetua ciclos de violência.
Logo, é preciso que a sociedade como um todo se mobilize para combater esse
tipo de violência, denunciando os casos de agressão e apoiando as vítimas. Além
disso, é fundamental que o Estado adote medidas mais eficazes para proteger as
vítimas e punir os agressores.

DESENVOLVIMENTO

Enquanto você lê isso existe uma possibilidade muito grande de uma mulher
estar sofrendo agressão por seu parceiro nesse exato momento, isso tornou-se um
problema seríssimo em nosso país. Possivelmente você conhece alguma mulher que
sofre ou já sofreu desse mal, você já parou para prestar a atenção nos sinais? Um dos
problemas da sociedade talvez esteja sendo aquela velha máxima “em briga de
marido e mulher não se mete a colher”, e pode ter se tornado um vício social.
Geralmente após um dia longo e cansativo de trabalho ou de afazeres, tudo
que queremos é o aconchego de nossa casa, nosso lar, chegar em casa e tirar os
sapatos dos pés para se jogar no sofá e relaxar, afinal lá é o nosso lugar de descanso,
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o refúgio para a maioria das pessoas, é o lugar em que nos sentimos mais seguros.
Mas imagina viver com medo de voltar para a casa ou viver debaixo do mesmo teto
sofrendo agressões físicas e psicológicas ou dormir com medo de não acordar no dia
seguinte, isso é agonizante. Infelizmente muitas mulheres vivem desse jeito, dão
graças quando estão longe de casa. Imagina então uma moça que foi criada com todo
carinho e amor pelo cuidado e proteção da família, tendo o maior respeito, o maior
conforto, tratada como uma princesa, a “filhinha do papai”, estudando nas melhores
escolas e tendo do bom e do melhor. Então essa moça cresce, atinge a maior idade,
torna-se livre e independente, conhece um rapaz e apaixona-se por ele e este
apresenta-se como um cavalheiro, honesto e respeitador, conquista a moça e também
a família dela, fazem planos, têm sonhos, namoram, noivam e se casam e até têm
filhos. Os pais entregam a sua princesa aos cuidados do rapaz, pois confiam que ele
será um ótimo marido, afinal ele sempre se apresentou como tal e mostrou o melhor
tratamento. Porém, ao se casarem começam os primeiros indícios do que seria um
relacionamento complicado, as brigas, os xingamentos, as agressões psicológicas,
mas ela pensa que logo tudo vai passar e que é apenas uma crise, uma fase e então
vem a primeira agressão física.
Mas essa mulher não abandona o lar pelos filhos ou, até mesmo, pelo que a
sociedade irá pensar, com receio do que os supostos amigos vão dizer, não conta
para família e para ninguém guarda pra si, sofre sozinha e não vê saída alguma,
apenas o sentimento de impotência e vergonha pelo que aconteceu, a melhor parte
do seu dia é quando está longe de casa e não tem vontade de voltar para lá, mas ela
volta, coloca na cabeça que vai enfrentar isso que vai conversar e vai resolver a
situação, eles conversam, ele se explica, diz que perdeu a cabeça, que foi coisa do
momento e que aquilo nunca mais irá acontecer, essa mulher acredita, aceita as
desculpas, ele muda e a esperança volta. Tudo está bem, mais com o passar do tempo
ele começa a chegar estressado, sem paciência, tratando-a mal, brigando com os
filhos e reclamando de tudo e, novamente, começam as agressões psicológicas, os
xingamentos e, em mais uma briga, aquele homem que disse que aquilo que fez nunca
mais iria se repetir, acaba cometendo de novo mais uma agressão física mas, dessa
vez, ele deixa marcas.
Vem à tona o mesmo sentimento de impotência, de medo, de insegurança.
Seus braços estão com as marcas das mãos de seu esposo, que a apertou com força,
no dia seguinte ela precisa ir trabalhar e lá uma colega pergunta o que são aquelas
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marcas e ela, com um sentimento horrível e receosa sobre o que irão pensar, mente
dizendo que foi qualquer outra coisa, como fazem muitas mulheres que são agredidas
dentro de suas próprias casas, e as desculpas são: “eu cai, eu bati, eu escorreguei no
banho” ou qualquer outra coisa.
O exemplo acima é muito superficial do que realmente acontece com muitas
mulheres desse Brasil. Elas são agredidas dentro de suas casas de diferentes formas.
Outro exemplo triste a citar é que existem muitas mulheres que sofreram agressão
física e psicológica desde a mais tenra idade, cresceram sofrendo esse tipo de
agressão pelo seu próprio pai, homens, maridos que chegam tarde da noite bêbado e
batem na esposa e nas filhas. As filhas crescem com aquele trauma, sem saber como
ajudar a mãe e, tudo que ela quer fazer é sumir daquela casa, algumas crescem com
um trauma enorme e que nunca querem casar, com medo de serem agredidas
também por seus maridos, outras querem tanto sair dali que não veem a hora de
atingir a idade para se casar e sumir daquele lugar, isso quando não têm a infelicidade
de casar com alguém que também lhe agride.
A violência doméstica tem se tornado um câncer na sociedade brasileira e
infelizmente a gente sabe que o auge do câncer é a morte e, assim como no câncer,
o auge da violência também é a morte. Nesse contexto, a Lei 13.104 /15 inseriu
o feminicídio no ordenamento jurídico.
O Art. 121, § 2º-A, inciso I, do CP (Código Penal), trata dos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher. Assim como o câncer é, talvez, uma das doenças
mais tristes de toda a história da humanidade, a violência doméstica contra a mulher
é um dos problemas mais sérios que estamos enfrentando em nossa sociedade ao
longo dos anos e assim como existem histórias horripilantes de câncer de vários tipos,
também existem casos de violência doméstica contra a mulher de embrulhar o
estômago. É somente ligar a TV nos noticiários ou lermos notícias na internet que
vemos os mais diversos casos de mulheres que sofrem com isso e o que nos deixa
mais assustado é que isso se dá pelo simples fato de serem mulheres. E se sairmos
entrevistar as mulheres que sofrem esse tipo de violência e sobreviveram para contar
a história lhes perguntando se elas sabem o motivo pelo qual elas eram agredidas
muitas lágrimas correriam no rosto e elas simplesmente diriam: “eu não sei”.
Ainda assim, muitas mulheres insistem nesse tipo de relacionamento, as vezes
simplesmente por não terem para onde ir, outras são induzidas psicologicamente pelo
próprio agressor a não sair daquele relacionamento dizendo coisas como: “ninguém
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vai acreditar em você” ou “acha que eles irão acreditar em você ou em mim”. Ou
rebaixando-as: “você não tem aonde cair morta” e “você depende de mim”. Essas
frases típicas são consideradas uma espécie de violência psicológica, esse agressor
consegue colocar na cabeça daquela mulher que ela é completamente dependente
dele e, infelizmente, muitas mulheres começam a acreditar nessa mentira, tornando-
se dependente daquele relacionamento abusivo. A pior parte dessa história é que
muitos desses casais tem filhos e, os mesmos, crescem vendo o pai agredir a mãe e,
de certa maneira, aquilo influencia no seu crescimento. Então, quando uma mulher
aceita ficar nesse tipo de relacionamento ela está aceitando ser agredida, quando uma
mulher permite que seu filho veja ela sofrendo esses tipos de agressões ela está
sujeitando essa criança a crescer influenciado por essa situação.
Ao pararmos para analisar, uma coisa está atrelada à outra. Muitas crianças
começam a demonstrar vários transtornos que podem estar relacionadas à gatilhos
psicológicos que foram destravados na mente vulnerável daquela criança ao
presenciar sua mãe sofrendo agressões, começam a demonstrar transtornos
alimentares, dificuldade de aprendizado, medo e até agressividade e, o nexo disso
tudo, é a agressão presenciada dentro de casa. Sem um domínio geral de psicologia,
não podemos falar com precisão, mas nesta linha de raciocínio isso faz muito sentido.
E não se faz necessário um profissional para compreender que isso pode estar
inteiramente ligado à aquilo que uma inocente criança presencia dentro de sua casa,
aquela que o deu à luz, o amamentou, o carregou no colo, sendo agredida por seu
próprio pai, sentindo-se impotente, chorando e temendo pela vida da mãe.
Uma triste história aconteceu no Paraná, no qual pudemos ver nos noticiários
a terrível imagem de um homem sacando uma arma apontando para uma mulher e,
no meio deles, o filho pequeno empurrando as pernas daquele homem tentando
defender a sua mãe, essa mulher foi baleada, mas teve a sorte de sobreviver, já
aquela imagem irá acompanhar o crescimento daquela pequena criança. Esse caso é
apenas um dos mais tristes que vemos nos noticiários. No pior das hipóteses, como
seria a vida de uma criança como essa se tivesse acontecido o pior, se o pai assassina
a mãe na sua frente, o pai é preso e essa criança cresce aos cuidados de parentes
ou em abrigos, teve sua infância e sua adolescência destruída, roubada pela violência.
Comove qualquer pessoa considerar os traumas psicológicos que isso causa, sem
contar na dor ao lembrar daquela cena ao longo de sua vida.
Supondo que você está em uma festa de aniversário, com todos seus amigos,
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já faz algum tempo que você terminou seu relacionamento e, nesse momento, resolve
sair com eles para se distrair e comemorar mais um ano de vida de um amigo próximo.
De repente, você se depara com seu ex-namorado entrando na festa, totalmente
embriagado mas, até dado momento, ignorando totalmente a sua existência no local.
Ele estava bêbado e, com isso, dois dos seus amigos, que também eram um casal,
resolvem o levar para casa e quando a amiga chega ao lado dele leva um tapa, por
pensar que é você. Isso acaba gerando uma revolta no namorado da moça, que parte
para cima do agressor. Você, em seu desespero, tenta separar os dois que eram
amigos de longa data e o agressor larga do amigo e parte para cima de você, pega
em seus cabelos, te derruba no chão, desfere vários golpes para te machucar. Nessa
hora já tem muita gente em volta tentando te salvar das garras do agressor e, quando
conseguem, ele vai embora te ameaçando e xingando também as suas amigas. Agora
você está rodeada de pessoas, sentada em uma cadeira e só consegue chorar e tentar
entender o que aconteceu, sente-se envergonhada de ter sofrido uma violência na
frente de todos os seus amigos e isso lhe dói, não somente os machucados causados,
mas a alma, afinal “o que vai ser de agora em diante?” Com a insistência de suas
amigas, você relata ao seus pais e, juntos, vão até a delegacia da cidade e fazem um
boletim de ocorrência contra o agressor. Qual a solução? Medida protetiva! Agora seu
agressor não pode mais chegar perto de você e nem vai, não enquanto estiver sóbrio.
Passados alguns meses, o agressor volta na porta da sua casa, totalmente bêbado,
ameaça você e sua família e promete não parar por aí. Tudo o que aconteceu na noite
daquela festa volta na sua cabeça e o desespero toma conta de você e da sua família.
“O que será que pode acontecer?” Se questionam. Nesse período, você já faz
atendimento psicológico, está vivendo à base de remédios para depressão e
ansiedade e já não sente vontade de mais nada, nem sair de casa, tem vergonha,
medo, sentimento de culpa e demora anos para sua vida voltar ao normal. E o
agressor? Seguiu a sua vida, não foi preso, não pagou nenhum tipo de indenização.
Já pensou se esse caso acontecesse com você? Pois bem, esse caso
aconteceu em Palmeira-PR, no final do mês de outubro do ano de 2019. A vítima,
F.K.S.L, na época tinha 18 anos, e seu agressor, 21. A amiga que levou o primeiro
tapa quando o agressor acreditava ser a vítima é quem lhes redige esse texto. Já se
passaram 4 anos desde o ocorrido, mas as marcas que ficam na alma, são algo que
remédios não curam.
A violência doméstica é mais comum do que pensamos, o agressor não tem
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cara quando está no meio de outras pessoas, é visto como um grande homem, uma
pessoa do bem, um homem que zela pela sua família, mas em casa pode ser um
monstro. Podemos ver o exemplo disso quando se trata do caso do cantor Fernando
Cellarius, da dupla Giba & Nando, acusado de agredir sua filha Kauane Cellarius, de
22 anos, moradora de Ponta Grossa-PR. A vítima, fez publicações nas redes sociais,
no dia 8 de março de 2023, Dia Internacional da Mulher, Kauane disse que sofre
agressões do pai desde criança: "Eu, Kauane, preciso compartilhar algo que guardei
em segredo por muitos anos. Fui vítima de violência doméstica durante 21 anos pela
pessoa que eu mais amava e admirava no mundo: meu próprio pai". No relato nas
redes sociais, Kauane mostra imagens que registrou das agressões sofridas pelo pai,
e faz um apelo: “Precisamos nos unir e apoiar umas às outras, denunciando os
agressores e exigindo justiça. Chega de sofrimento, chega de silêncio, é hora de agir.
Não podemos mais permitir que o medo e a dor nos paralisem e nos impeçam de
denunciar e buscar ajuda”. Além disso, se dispôs a ajudar outras mulheres que sofrem
agressão “Podem vir falar comigo (se sentirem confortáveis) e eu irei ajudar até o fim.
Denunciem. Não deixem que a violência doméstica continue acontecendo”.
No dia 17 de março de 2023, Fernando convocou a imprensa para comentar
sobre o caso e negou qualquer tipo de violência contra a filha, contou sua versão, mas
não respondeu nenhuma pergunta. O caso segue em andamento.
Durante e pandemia da Covid-19, a cada minuto, oito mulheres apanhavam no
Brasil. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022 foram
230.861 vítimas de lesão corporal culposa (Art. 129, § 6º Se a lesão é culposa: Pena
- detenção, de dois meses a um ano), em 2021. Com isso, aumentou o número de
medidas protetivas, comparado com o ano anterior, uma alta de 14,4%. Um
levantamento do Datafolha encomendado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública
indicou que aumentaram as agressões dentro de casa, uma a cada quatro mulheres
acima de 16 anos afirmam ter sofrido violência doméstica no período de pandemia do
Covid-19.
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Fonte: G1, 2021.

Fonte: G1, 2021.


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O gráfico mostra o quanto a violência doméstica aumentou no período de


pandemia, onde muitas pessoas mudaram totalmente as suas vidas e passavam mais
tempo em casa, o que resultou na alta desses números.
Mas e agora? Com a pandemia controlada, como estão essas vítimas? Seus
casos foram solucionados? A medida protetiva serviu para algo? Temos outros meios
e soluções?
Segundo o site Care (2023): Nos Estados Unidos, Together For Her (Juntos por
Ela) arrecada fundos e a apoia programas que protegem mulheres e meninas e
previnem a violência de gênero nos 100 países onde a organização trabalha.
O poder judiciário vêm adotando medidas relevantes a respeito do assunto, foi
aprovado o acréscimo do § 5º no Art. 19 da LMP (Lei Maria da Penha) e, falta apenas
a sanção presidencial, nada mais é que “as medidas protetivas serão concedidas
independentemente da tipificação penal da violência, do ajuizamento de ação penal
ou cível, da existência de inquérito policial ou do registro de boletim de ocorrência”.
Outra medida na mesma proporção foi o PL (Projeto de Lei) 1604/22 aprovado
na Câmara dos Deputados que altera a Lei 11.340/2006, acrescentando o Art. 40º.
que trata sobre a aplicação da LMP independentemente da causa ou motivação dos
atos de violência do ofensor ou da ofendida, o PL já havia sido aprovado no Senado
e vai agora para a sanção presidencial.
A criadora do PL Simone Tebet argumenta que, muitas vezes, a concessão de
medidas protetivas de urgência tem se baseado em "imposições descabidas", desta
forma:

Exige-se a correspondência criminal dos atos de violência doméstica e


familiar; exige-se prova cabal de crime, em vez de se respaldar a narrativa da
mulher, valendo lembrar que tratamos, aqui, de medidas de proteção, e não
de sanções penais

Acreditamos que já seja um avanço por parte do poder público, medidas vêm
sendo tomadas para tentar evitar mais situações catastróficas à despeito da violência
doméstica e, vale ressaltar, que não cabe só a mulher.
Sobretudo, a Lei 11.340/2006 ainda pode ser aprimorada. Podemos, por
exemplo, fazer com que o poder público crie casas de apoio para as mulheres que se
sentirem com risco à vida, podendo ficar ali sendo monitorada por agentes do poder
público 24 horas por dia, esse ambiente poderia ser no modelo pousada para abrigar
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quantas necessitassem desse apoio. Outra sugestão seria a criação de um aplicativo


no aparelho celular que, ao acionar determinado botão por certo tempo,
automaticamente a polícia receberia um chamado de emergência sem que a vítima
precisasse efetivamente falar ao telefone.
São algumas das atitudes que poderíamos tomar para tentar evitar a
recorrência deste crime, há possibilidade de chegar muito à fundo com a ajuda do
poder público, talvez não cesse totalmente, mas diminua significativamente essa
questão que, cada vez, torna-se mais preocupante.
Devemos tratar isso com a máxima urgência pois no ano de 2022 o Brasil bateu
seu recorde em número de feminicídios. Segundo o site do G1 (2023): “O Brasil teve
um aumento de 5% nos casos de feminicídios em 2022 em comparação com 2021”.
Logo mais abaixo ainda vamos ver um gráfico sobre o avanço assustador da violência
doméstica dos últimos anos em alguns estados do país:

Fonte: G1, 2023.


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Fonte: G1, 2023.

Ainda em sua reportagem, o site do G1 (2023), trás a seguinte notícia:

Francielle foi torturada pelo marido durante um mês na frente do filho de 1 ano antes
de morrer. Camila já tinha registrado queixa por violência doméstica na delegacia
contra seu assassino. Darlene foi morta na frente dos filhos pelo marido, que já tinha
sido preso três vezes por agredi-la. Valdirene foi assassinada com 19 facadas pelo
pai do seu filho de 7 anos, que não aceitava o fim do relacionamento.

É visivel o tamanho do desastre que a violência doméstica trás e, para evitar


mais gráficos assustadores como estes acima, podemos educar nossos filhos desde
pequenos para que não tenham determinadas atitudes pois, conforme vimos, as
crianças são afetadas, não só fisico, mas psicologicamente também. Poderíamos ter
também a participação da escola com palestras sobre o tema, os professores
orientando quais seriam as causas e consequências. A classe dos professores já está
sobrecarregada, mas sabemos que devemos partir sempre da raíz, educar desde
pequeno para que saibam que seus atos podem ser bem prejudiciais e, muitas das
vezes, pais e mães não conseguem estar sempre presentes no dia a dia das crianças.
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CONCLUSÃO

Com base nos dados apresentados e no que foi relatado é visível que mesmo
com políticas públicas e leis criadas a violência doméstica existe e é muito grande no
Brasil.
A principal causa disso é a forma como a sociedade foi estruturada, na qual
mesmo com vários direitos sendo conquistados pelas mulheres e por outras
comunidades, prevalece o machismo estrutural. E soluções que poderiam se resolver
de forma pacífica acabam tomando a proporção de violência resultando em marcas
físicas e mentais para aqueles que sofrem.
A forma com que o Estado pode trabalhar para prevenir é aumentar as
campanhas de conscientização, levar às escolas TV aberta e internet para que, assim,
haja conscientização da população e, com isso, também ensinar a geração mais nova
sobre como isso é errado e que não deve acontecer. É evidente, portanto, que
assistência médica, psicológica e jurídica às vítimas de violência doméstica são
fundamentais para conter o aumento dos casos, principalmente dentro das casas,
bem como para evitar que a mulher se arrependa e por ventura volte a se relacionar
com seu agressor, colocando não somente sua própria vida em risco mas a dos seus
filhos também. É inaceitável que, por medo ou por ser economicamente dependente
do agressor, ela se sujeite a tal fato.
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REFERÊNCIAS

APOIANDO Mulheres e Meninas. Care, 2023. Disponível em:


https://www.care.org/pt/togetherforher/ Acesso em: 01 de abril de 2023.

CLAVETY, Elisa. Lei Maria da Penha: Câmara aprova projeto que garante medidas
protetivas a partir da denúncia da mulher. G1, 2023. Disponível em:
https://g1.globo.com/politica/noticia/2023/03/21/lei-maria-da-penha-camara-aprova-
projeto-que-garante-medidas-protetivas-a-partir-da-denuncia-da-mulher.ghtml
Acesso em: 01 de abril de 2023.

MAIA, Maria Eduarda. Cantor sertanejo se pronuncia após a própria filha acusá-lo de
agressão. Correiobraziliense, 2023. Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2023/03/5080451-cantor-sertanejo-se-
pronuncia-apos-a-propria-filha-acusa-lo-de-agressao.html Acesso em: 01 de abril de
2023.

PAULO, Paula Paiva. Uma em cada quatro mulheres foi vítima de algum tipo de
violência na pandemia no Brasil, aponta pesquisa. G1, 2023. Disponível em:
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2021/06/07/1-em-cada-4-mulheres-foi-
vitima-de-algum-tipo-de-violencia-na-pandemia-no-brasil-diz-datafolha.ghtml Acesso
em: 01 de abril de 2023.

VELASCO, Clara et al. Brasil bate recorde de feminicídios em 2022, com uma
mulher morta a cada 6 horas. G1, 2023. Disponível em:
https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2023/03/08/brasil-bate-recorde-de-
feminicidios-em-2022-com-uma-mulher-morta-a-cada-6-horas.ghtml Acesso em: 01
de abril de 2023.

VIOLÊNCIA doméstica no Brasil: o que é, tipos e como denunciar. Uol, 2022.


Disponível em: https://www.uol.com.br/universa/faq/violencia-domestica-o-que-e-
principais-tipos-e-dados-do-brasil.htm Acesso em: 01 de abril de 2023.
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LINK DE ACESSO VÍDEO

https://www.youtube.com/watch?v=hXKYgDUqLBM

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