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Arcoverde - PE
2020
ADRIANA VIEIRA MACENA OLIVEIRA
Arcoverde - PE
2020
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DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
EPÍGRAFE
(BENEDETTO CROCE)
ARCOVERDE. Adriana Vieira Macena Oliveira. A violência doméstica contra a
mulher sob a ótica da lei 11-340 de 2006. 2020. p. 40. Monografia. Graduação em
Serviço Social e Sociologia.
Sistema de Ensino Presencial Conectado - Universidade Norte do Paraná. 2020.
RESUMO
Quatorze anos após a publicação da Lei 11.340/2016, a Lei Maria da Penha, ainda
nos deparamos diariamente com graves notícias de mulheres sendo agredidas
diariamente por seus companheiros e, lamentavelmente na maioria das vezes
chegando, muitas delas, à morte. O presente trabalho visa, portanto, abordar sobre a
violência doméstica contra a mulher, no seu contexto histórico-social e jurídico. Para
tanto, elenca-se primeiramente sua diretriz principal na qual se insere dentro do abuso
físico, sexual ou psicológico de um componente da estrutura familiar em detrimento
da mulher, e em seguida uma análise das normas legais de proteção as mulheres
GREEN ARCH. Adriana Vieira Macena Oliveira. Domestic violence against women
from the perspective of law 11-340 of 2006. 2020. p. 40. Monograph. Graduation in
Social Work and Sociology.
Connected Face-to-face Education System - Northern University of Paraná. 2020
ABSTRACT
Fourteen years after the publication of Law 11.340 / 2016, the Maria da Penha Law,
we are still faced daily with serious news of women being beaten daily by their
companions and, regrettably most of the time, many of them reaching death. The
present work, therefore, aims to address domestic violence against women, in their
historical, social and legal context. To do so, it first lists its main guideline in which it
falls within the physical, sexual or psychological abuse of a component of the family
structure to the detriment of women, and then an analysis of the legal rules for
protecting women.
Sumário
.................................................................................................................................... 7
1- INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10
2- OBJETIVOS........................................................................................................ 12
5- JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13
6- METODOLOGIA ................................................................................................. 15
7- MÉTODO ............................................................................................................ 15
12- ............................................................................................................................. 17
ALAMBERT, Zuleika. Feminismo: o ponto de vista marxista. São Paulo: Nobel, 1986.
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1- INTRODUÇÃO
A violência contra a mulher é um problema que a cada dia ganha maiores proporções,
partindo da discriminação de gênero, e relacionada principalmente aos papéis que
foram aprendidos e assimilados por homens e mulheres na sociedade.
Contudo, o efeito é social, econômico e político, constituindo uma das principais
formas de violação dos seus direitos humanos, atingindo-as em seus direitos à vida,
à saúde, e à integridade física. Ela é estruturante da desigualdade de gênero.
Além disso, a violência doméstica envolve mulheres, independente de condição
social, opção sexual, religião, cor, etnia e idade. Onde deveria existir uma relação de
afeto e respeito, existe uma relação de violência, que muitas vezes é mascarada por
estar atrelada a estes papéis que foram impostos pela sociedade patriarcal. Tal
situação torna difícil a denúncia, pois torna a mulher agredida ainda mais vulnerável à
violência.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está entre os dez
países com maior número de homicídios femininos, esse número é ainda mais
alarmante quando se verifica que, em mais de 90% dos casos, esses são cometidos
com quem a vítima matinha relação afetiva e em suas próprias casas.
Sobretudo, nesse momento de pandemia que o mundo tem enfrentado, com as
medidas de isolamento social, governos em todo mundo relatam o aumento das
denúncias de violência doméstica. Segundo a ONU Mulheres, é uma das
preocupações durante a quarentena, já que não somente as mulheres estão afastadas
de suas redes de apoio (familiares e amigos) mas estão tendo que conviver o tempo
todo com o possível agressor. No Brasil, houve aumento de mais de 50% de
denúncias desde que a quarentena começou em março.
Os dados obtidos da pesquisa são oriundos de instituições públicas, os quais não
penetram o estrato social dos mais abastados. Além disso, vale ressaltar que a
presente pesquisa foi prejudicada no intuito de demonstrar a execução da Lei
11.340/06 pela ausência de dados estatísticos das instituições que tratam da violência
doméstica, pois não possuem registros consistentes e efetivos desses delitos, que
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2- OBJETIVOS
3. JUSTIFICATIVA
como sua capacidade de trabalho, sua relação na família com os filhos e demais
familiares e em quaisquer lugares, pois a violência age em loco e atinge globalmente.
4. METODOLOGIA
5 MÉTODO
O método do trabalho foi realizado em etapas. Na primeira etapa foi realizada a coleta
de dados para aperfeiçoamento da temática em estudo. A segunda etapa discorre da
leitura individual feita em livros, revistas a artigos publicados e apreciadores da
literatura brasileira com relevância ao tema. A terceira etapa foi a concretização do
texto escrito com fundamentação teórica e revisão bibliográfica. O objetivo geral foi
alcançado com sucesso.
6 PERSPECTIVA DE ESTUDO
Nesse trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica com o intuito de abordar o
tema A violência doméstica contra a mulher sob a ótica da lei 11-340 de 2006.
Na visão geral o trabalho visa esclarecer as diversas formas de violência contra a
mulher, que atualmente é considerado um problema de saúde pública.
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7 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
agressões.” FILHO, Euro Bento Maciel todos os direitos inerentes ao ser humano.
“A lei visa coibir a violência doméstica tendo em
vista àqueles que sofrem os diversos tipos de agressão”. FILHO, Euro Bento Maciel.
Lei Maria da Penha: ainda estamos longe da solução.
a. DELIMITAÇÃO DO TEMA
Como coibir a violência doméstica contra a mulher, tratar com mais rigor
punitivo o agressor e confirmar a ratificação da Convenção sobre a eliminação de
todas as formas de discriminação contra a mulher e da convenção para erradicá-la
cumprindo as recomendações dos órgãos competentes?
b. DESENVOLVIMENTO
O lar, casa e família são termos que apresentam a ideia de segurança, afetividade e
carinho, no entanto, a todo o momento sabe-se, por meio de pessoas próximas e
conhecidas, e pelos meios de comunicações, de mulheres que são violadas e
agredidas no local que deveria ser sinônimo de paz e felicidade. Da mesma forma, o
mito da família idealizada leva-nos a pensá-la como o lugar dos afetos e da harmonia,
idealização está associada a outros mitos, mormente, que a violência doméstica
constitui um comportamento relativamente raro, além disso, que ocorre entre as
famílias consideradas anormais ou de classes baixas com poucos recursos
econômicos e que é praticada por indivíduos com perturbações psíquicas e de que se
trata de um problema eminentemente privado, dentre outros. Assim são as ideias
propagadas por grande parcela da sociedade; pode-se afirmar que o senso comum
domina o pensar da população.
Em suma, durante décadas as mulheres se encontraram em uma posição
completamente subalterna ao homem, inclusive, frente ao Direito. Várias foram as
modificações sofridas na estrutura familiar, tomando por base a família do século
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7.2 DA VIOLÊNCIA
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O vocábulo violência é composto pelo prefixo vis, força em latim. Sugere, em primeiro
lugar, as ideias de vigor, potência ou impulso. A etimologia da palavra violência,
porém, também traz ainda as ideias de excesso e de desmedida. Neste sentido, mais
do que uma simples força, a violência pode ser compreendida como o próprio abuso
da força. Violência vem do latim violentia, que significa caráter violento ou bravio. O
verbo violare significa tratar com violência, profanar, transgredir. Tais termos devem
ser referidos a vis, que mais profundamente significa a força em ação, o recurso de
um corpo para exercer a sua força e, portanto, a potência, o valor, a força vital.
Entender-se-á que violência contra a mulher inclui violência física, sexual e
psicológica: que tenha ocorrido dentro da família ou unidade doméstica ou em
qualquer outra relação interpessoal, em que o agressor conviva ou haja convivido no
mesmo domicílio que a mulher e que compreende, entre outros, estupro, violação,
maus-tratos e abuso sexual [...]
Ademais, a Violência Doméstica é reconhecida pela Constituição Federal que afirma,
no parágrafo 8.º do artigo 226: O Estado assegurará a assistência à família na pessoa
de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito
de suas relações.
Para a recente Lei de proteção à mulher, denominada como Lei Maria da Penha, nos
termos do artigo 5.º, tem-se o seguinte:
Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I – No âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte,
lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial .
Além disso, o artigo 7.º, da Lei 11.340/06, prevê: São formas de violência doméstica
e familiar contra a mulher:
I – A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade
ou saúde corporal;
II – a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos,
crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem,
ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que
lhe cause prejuízo à saúde psicológica e a autodeterminação;
III – a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que induza a comercializar ou a utilizar,
de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição,
mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o
exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV- a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,
subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os
destinados a satisfazer suas necessidades. Ainda mais, é provocada pela dilapidação
de bens materiais ou não de uma pessoa e causa danos, perdas destruição e outros.
V – a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia,
difamação ou injúria.
Violência Física compreende atos que agridem o físico, mediante o uso da força física
ou utilizando instrumentos com o escopo de ofender a mulher em sua integridade ou
a saúde corporal; podem ou não apresentar marcas aparentes. A violência verbal
precede a violência física, mas normalmente dar-se-á concomitantemente, é a forma
mais evidente e de fácil visualização de violência que existe. Caracteriza-se pela
agressão à integridade física, à vida ou à saúde da vítima. Em geral, resultam em
hematomas, equimoses, queimaduras, fraturas e, entre outros, danos ao sistema
nervoso. Afirma CUNHA (2007, p. 37):
Violência física é o uso da força, mediante socos, tapas, pontapés, arremesso de
objetos, empurrões, queimaduras e etc. visando, desse modo, ofender a integridade.
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8- FEMINICÍDIO
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Apesar desses enormes avanços, a lei Maria da Penha não trouxe em seu texto
previsão legal do feminicídio. Assim como foi dito anteriormente, a lei Maria da Penha
trouxe somente alterações na legislação processual no tocante a violência contra a
mulher, sem tipificar novos crimes, salvo a alteração no art. 129 do CP. O feminicídio
só foi incluído na ordem jurídica brasileira pela lei n° 13.104/2015, publicada em março
de 2015, com o intuito de responder à altura dos delitos de feminicídio que,
infelizmente, ainda hoje são muito altos. A referida lei prevê o novo tipo penal,
feminicídio, como qualificadora do crime de homicídio, por meio da adição do inciso
IV ao § 2º do art. 121 do CP, bem como o lançamento deste crime ao rol dos crimes
hediondos. Tal crime, pode ser conceito, de acordo com CAVALCANTE (2015), da
seguinte maneira "Feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher por
'razões da condição de sexo feminino', ou seja, desprezando, menosprezando,
desconsiderando a dignidade da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do
sexo feminino tivessem menos direitos do que as do sexo masculino". Nesse
diapasão, é auto evidente que para a adequação de uma conduta à esse tipo penal é
imprescindível que o sujeito passivo seja um indivíduo do sexo feminino, que sofra o
atentado contra sua vida no contexto das seguintes hipóteses: quando houver
violência doméstica e familiar; e quando houver menosprezo ou discriminação à
condição de mulher, de acordo com a § 2º-A do art. 121. Dessa forma, aquele que
cometer o crime de feminicídio, mesmo que seja em sua modalidade tentada,
guardadas as devidas proporções nos casos de crimes tentados, estará incurso a uma
pena em abstrato maior do que a do homicídio simples, e também poderá ter sua
conduta enquadrada em causas de aumento de pena específicas do tipo penal em
questão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 REFERÊNCIAS
ALVES, FABRÍCIO DA MOTA ALVES. LEI MARIA DA PENHA: DAS DISCUSSÕES À APROVAÇÃO
DE UMA PROPOSTA CONCRETA DE COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
02/10/2020.
LAKATOS, EVA MARIA. SOCIOLOGIA GERAL. 6ª ED. SÃO PAULO: ATLAS, 1996.
LAFER, CELSO. HANNAH ARENDT - PENSAMENTO, PERSUASÃO E PODER. 2ª ED., REVISTA E
ATUALIZADA. SÃO PAULO: PAZ E TERRA, 2003.
LEI VEM PARA SOMAR ESFORÇOS. JACIRA MELO EM ENTREVISTA AO CLAM – CENTRO LATINO-
AMERICANO EM SEXUALIDADE E DIREITOS HUMANOS. DISPONÍVEL EM:
HTTP://COPODELEITE.RITS.ORG.BR/APC-AAPATRICIAGALVAO/HOME/NOTICIAS.SHTML?X=433.
SILVA, CAMILA VIRÍSSIMO RODRIGUES DA, E PINTO, TATIANA COUTINHO PITTA. ASSÉDIO
MORAL NO ÂMBITO FAMILIAR: LACUNA LEGISLATIVA E PROPOSTA DE CRIMINALIZAÇÃO. 2011.
DISPONÍVEL EM:
MAIO DE 2020.