Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
1
proteção à mulher vítima de violência, traduzindo os objetivos específicos nas três
seções do trabalho.
A primeira seção teve por objetivo apresentar o perfil das mães solos no
Brasil e, selecionamos como fonte de pesquisa o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Na segunda seção desenvolvemos o tema relacionado aos mecanismos de
proteção a mulher vítima de violência, com ênfase a política pública de assistência
social.
Na sequência na terceira seção abordamos o tema acerca das ações
desenvolvidas pela sociedade civil, que atendem as mulheres vítimas de violência e
a atuação profissional do/a assistente social no atendimento a mãe solo.
Por último apresentamos as considerações finais, com recorte temporal do
tema.
2
nascimento, e não temos total controle dos acontecimentos nos diferentes contextos
onde estamos inseridos.
A maternidade solo é uma realidade antiga, são mães autônomas, estão
nesta condição seja por uma gravides não esperada, ou por decisão própria, como
mulheres que usam doadores para engravidar e pretendem manter a gravidez
sozinhas, ou mulheres que desfizeram de seu relacionamento conjugal e vão viver
sozinhas com seus filhos.
A significação mãe solteira muito usada tem um sentido negativo e não deve
ser mais utilizada, ser mãe fora do casamento era visto como transgressão e as
mulheres padeciam, e ainda padecem preconceitos pois para muitas culturas ser
mãe só é legitimo dentro do casamento.
4
mulheres é apontada como um dos principais obstaculos ao desenvolvimento de
países do mundo inteiro.
De acordo com os dados difundidos pela Organização Mundial de Saúde
(2009) a violência pode ser apontada como um dos fatores que mais causam
depressão nas mulheres, afetando diretamente na saúde mental, sobretudo,
contribuindo para incapacidade social destas (BRASIL, 2009). O impacto da
violência doméstica como agravo a saúde pública só foi reconhecido recentemente
por organizações internacionais como a OMS, como abaixo nos aponta Gómez:
“... não há um fator único que explique por que algumas pessoas se
comportam de forma violenta em relação a outras, ou porque a violência
ocorre mais em algumas comunidades do que em outras. A violência é o
resultado da complexa interação de fatores individuais, de relacionamento,
sociais, culturais e ambientais. Entender como esses fatores estão
relacionados à violência é um dos passos importantes na abordagem de
5
saúde pública para evitar a violência”. (Relatório mundial sobre violência e
saúde. Genebra, OMS, 2002
6
SEÇÃO 2 - MECANISMO DE PROTEÇÃO A MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA
7
fortalecimento ou resgate da convivência familiar e comunitária ou construção de
novas referencias, quando for o caso, adotando para tanto, metodologias de
atendimento e comportamento condizente com esta finalidade.
O serviço de acolhimento é um serviço de alta complexidade do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS) onde atendem mulheres vítimas de violência
entre outros casos, e famílias/indivíduos em situação de abandono, ameaça ou
violação de direitos rompidos ou fragilizados. Os principais objetivos dos serviços de
acolhimento são: acolher e garantir proteção integral; prevenir o agravamento de
situações de negligência, violência e ruptura de vínculos; restabelecer vínculos
familiares; possibilitar a convivência comunitária; promover acesso à rede
socioassistencial, aos demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos e às
demais políticas públicas setoriais; fortalecer a autonomia; promover o acesso a
programações culturais, de lazer e esporte.
Já o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) é uma unidade de
atendimento a população onde são oferecidos serviços de Assistência Social, lá a
pessoa pode fazer o seu Cadastro Único e obter informações tendo acesso sobre os
benefícios sociais, projetos de Assistência Social e outros serviços públicos, recendo
apoio para suas dificuldades, um serviço de extrema importância para as mulheres
em mães solo em situação de vulnerabilidade social.
No âmbito do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, cabe,
sobretudo, à Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SNPM) a
formulação, coordenação e articulação de políticas públicas para as mulheres,
incluídas atividades antidiscriminatórias em suas relações sociais e o combate a
todas as formas de violência contra a mulher.
Instituído pelo Decreto no 8.086, de 30 de agosto de 2013, e alterado pelo
Decreto no 10.112, de 12 de novembro de 2019, o Programa Mulher Segura e
Protegida tem como objetivo integrar e ampliar os serviços públicos existentes
destinados às mulheres em situação de violência, por meio da articulação dos
atendimentos especializados no âmbito da saúde, da justiça, da rede
socioassistencial e da promoção da autonomia financeira.
A Casa da Mulher Brasileira é um centro de atendimento humanizado e
especializado à mulher em situação de violência doméstica, na qual são ofertados
serviços pelo Juizado Especial voltado para o atendimento à mulher no município;
8
Núcleo Especializado da Promotoria e/ou Núcleo Especializado da Defensoria
Pública; e pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher do local. Na casa,
há alojamento de passagem para a mulher e sua família, brinquedoteca para seus
filhos, oferta de apoio psicossocial, e capacitação para a autonomia econômica da
mulher, tudo em um único lugar.
A participação social na construção das políticas públicas de Direitos
Humanos do Governo Federal é assegurada por meio da atuação de conselhos,
comissões e comitês. A função destes colegiados - relacionados às diversas
temáticas de atuação do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
(MMFDH),) - é aprimorar, implementar e fortalecer os Direitos Humanos no Brasil,
por meio da busca permanente de ações conjuntas entre Estado e sociedade Civil.
Para especialistas, a Casa da Mulher Brasileira, concebida para atendimento
humanizado às mulheres vítimas de violência doméstica, é um dos melhores
modelos de enfrentamento à violência de gênero e proteção à mulher porque
concentra todos os serviços primordiais às vítimas em situação de vulnerabilidade se
for bem implementada e executada.
Atualmente, no Brasil, existem 30 casas da Mulher Brasileira em
implementação, sendo nove já em fase de construção e sete em funcionamento.
Entre os órgãos públicos que fazem parte da estrutura estão Polícia Civil, Defensoria
Pública, Ministério Público, Polícia Civil e Tribunal de Justiça.
A oferta desses serviços em um só local evita que a mulher tenha que percorrer
vários equipamentos de assistência e que sofra a revitalização durante o processo de
pedido de ajuda.
Disposta na lei Maria da Penha, a rede de enfrentamento baseia-se em quatro
eixos: combate, prevenção, assistência e garantia de direitos das mulheres. A
articulação entre instituições governamentais, não-governamentais e a comunidade
é fundamental para o bom funcionamento da rede.
A criação das Delegacias Especializadas é um avanço e contribui no
atendimento as vítimas de violência, diferentes programas e serviços existentes
ainda não conseguem atender de forma integral. O Assistente social pode realizar
projetos de apoio em grupos facilitando a troca de experiencias e encorajando a
denúncia e ajuda mútua, a intervenção de uma psicóloga também é de suma
importância.
9
À medida que trabalhamos a educação a consciência da pessoa toma um
novo norte, como o reconhecimento de ser um sujeito com direitos, um cidadão que
tem um lugar na sociedade, resgatando a autoestima e emancipação.
11
2014) “os profissionais assistentes sociais têm todo um aporte teórico metodológico,
ético político e técnico operativo que lhes dão respaldo no seu exercício
profissional”, e Junto a instituições que atendem mulheres que sofrem violência, o
Assistente Social pode propor formar um grupo para socialização, um momento de
compartilhar experiencias, resgatar autoestima, se encorajarem mutualmente a
fazerem denúncias e saírem da situação de violência, o Assistente pode incluir estas
mulheres em programas sociais.
Desenvolver atividades que abracem trabalhadores e empresários, empresas
e sindicatos em comunidades urbanas e rurais, gerando políticas inclusivas e
inserção da mulher no mercado de trabalho, pois a dependência econômica é uma
das principais causas que impedem as mulheres que sofrem violência de sair da
relação. Promover debates sobre violência na educação é fundamental, atividades
de conscientização e esclarecimentos em relação a violência contra a mulher,
envolvendo pais alunos, professores e funcionários.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pela importância do tema, a vulnerabilidade social da mãe solo no Brasil,
entendemos ser necessário avançar na reflexão e estudos sobre assunto tão
relevante a sociedade.
Por se tratar de um trabalho acadêmico/científico, centrado em um semestre,
conseguimos traduzir aqui os dados pesquisados, ciente de que poderiam ser
melhor analisados.
No entanto, foram apontados importantes dados que se caracterizam por
questões culturais, patriarcal, de vulnerabilidade social, que em muito afetam
negativamente a condição da mãe solo em situação de vulnerabilidade social.
Identificamos que famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social,
acabam por tornar-se mães solo.
É evidente que a ausência da paternidade é cruel vida da mulher, pois implica
uma sobrecarga que lhe impõe a criação, educação, cuidados diários, todas as
preocupações de cada fase da criança e adolescente sobre a sua total
responsabilidade, e a culpa pelo abandono paterno também a afeta, e por mais que
a mãe dedique tempo e amor o vínculo materno não supre a falta da figura paterna
na vida da criança.
12
A mãe negra solo, a maior parte vive nas grandes periferias do Brasil e em
situação de vulnerabilidade social e econômica, deixa seus filhos, sua casa, para
cuidar dos filhos e das casas de outras pessoas. Friso aqui a mãe negra que luta
diariamente contra o racismo, o machismo e o sexismo e evidentemente é uma
realidade muito cruel.
Ciente de que o estudo contribuiu para a minha formação acadêmica, como
momento síntese de todos os anos dedicados a formação e, desejando avançar nos
estudos para na vida profissional, passamos contribuir com valorizar formas de viver
em sociedade onde todos/as possam viver com dignidade social e sem violência.
1. Referências
13
POR VITORIA REGIA DA SILVA. Um retrato das mães solo na pandemia – de
23/03/2021 Gênero e Número (generonumero.media) Acesso em : 10/08/2022
ONU MULHERES – Sociedade Civil - Sobre a ONU Mulheres – ONU Mulheres. Acesso
em: 13/10/2022
14