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ESTATÍSTICAS DE

GÊNERO NO
BRASIL
Limites e desafios

Alunos: Igor Cabral, Jhonatan Alexandre, Myllena Werneck e Rafaella Oliveira


INTRODUÇÃO
As estatísticas de gênero devem refletir as questões relacionadas aos aspectos da vida de
mulheres e homens, incluindo as suas necessidades específicas, oportunidades ou
contribuições para a sociedade. Em todas as sociedades existem diferenças entre o que é
esperado, permitido e valorizado em uma mulher e o que é esperado, permitido e
valorizado em um homem. Estas diferenças têm um impacto específico sobre mulheres e
homens em todas as fases da vida, e podem determinar, por exemplo, diferenças na saúde,
educação, trabalho, vida familiar e no bem-estar geral de cada um. Produção de estatísticas
de gênero implica, portanto, na desagregação de dados individuais por sexo e outras
características, de forma a revelar essas diferenças e desigualdades, e na investigação de
questões específicas que afetam um sexo mais do que o outro.
PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES
ECONÔMICAS E DIFERENÇAS SALÁRIAIS

O indicador número médio de horas semanais dedicadas aos cuidados de pessoas e/ou
afazeres domésticos, por sexo, que, ao ser separado por idade e localização geográfica,
fornece informações que são de extrema importância para dar visibilidade ao trabalho não
remunerado, realizado, principalmente, pelas mulheres. Mesmo em meio a tantas
transformações sociais ocorridas ao longo do último século sob a perspectiva de gênero
(maior participação das mulheres no mercado de trabalho, crescente escolarização, redução
da fecundidade, disseminação de métodos contraceptivos, maior acesso à informação), as
mulheres seguem dedicando relativamente mais tempo aos afazeres domésticos e cuidados,
independentemente de qualquer grupo de idade observado.
Na desagregação espacial conclui-se mais uma vez que as
desigualdades regionais são marcantes, concentrando um maior
número de mulheres que trabalham em tempo parcial nas Regiões
Norte e Nordeste. Outro agravante da desigualdade de gênero fica
evidente com a desagregação do indicador por cor ou raça. Neste
recorte, os dados de 2016 evidenciam que são as mulheres pretas ou
pardas as que mais exerceram ocupação por tempo parcial, alcançando
31,3% do total, enquanto 25,0% das mulheres brancas se ocuparam
desta forma, em 2016. Para os homens, somente 11,9% dos brancos se
ocuparam por tempo parcial, ao passo que a proporção de pretos ou
pardos alcançou 16,0%.
A diferença salarial entre gêneros é de, em média, 20%. Mulheres
recebem menos do que homens na mesma função. Segundo o estudo do
Instituto Locomotiva, a igualdade salarial aumentaria em R$ 461 bilhões
a economia brasileira, porém, a herança machista ainda é muito forte.
Segundo a mesma pesquisa, 20% dos participantes acreditam que é
constrangedor uma mulher ganhar mais do que um homem. A
maternidade é apontada como um dos principais fatores para a diferença
salarial, pois muitas mulheres deixam o mercado de trabalho por terem
sido demitidas, por falta de vagas em creches ou por não terem renda
para contratar uma babá.
A desigualdade salarial entre
gêneros vai contra o artigo 7º da
Constituição Federal, o qual
proíbe a diferença de salários
por sexo, cor, idade ou estado
civil e, ainda, contra o artigo 5º
da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), que garante
salários iguais, sem distinção de
sexo, para trabalhos de igual
valor.
SAÚDE NO ÂMBITO FEMININO

A saúde da mulher ainda é precária em todo o Brasil mesmo com a implantação do


Programa de Assistência Integral à Saúde Mulher (PAISM) tenha representado um grande
avanço, ainda é um processo complexo. Considere a vasta extensão do Brasil. Para a
efetividade da política, é preciso que ela alcance todas as regiões do país, principalmente as
que apresentam uma dificuldade maior de acesso aos serviços de saúde, como por exemplo
a área do sertão brasileiro e as áreas indígenas que existem no nosso país. As desigualdades
de gênero são muitos visíveis no nosso país, mulheres morrem todos os dias vítimas de uma
má gestação, a maioria das vezes porque estão em locais insalubres, onde a saúde pública
não chega.
TABELA DE MORTE DE GESTANTE
Mais de 30% da gestante do nosso país são vítimas de óbitos por uma má gestação.

14% 6% 10%

15-19 ANOS 20-30 ANOS 40-60 ANOS


CANCÊR DO COLO DE ÚTERO
Aproximadamente uma mulher morre a cada 60 minutos de câncer de colo de útero no Brasil,
segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). São 16.370 mil novos casos e 8.079 mortes a
cada ano.

CANCÊR DE MAMA
Tipo de câncer é o que mais afeta as mulheres fazendo com que quase 20% da população
feminina do nosso país morra vítima desse câncer.
POLÍTICAS PÚBLICAS E
SUA REPRESENTAÇÃO
Os sistemas de representação política não podem fazer que os indivíduos estejam presentes em
suas individualidades: devem representar aspectos da experiência de vida, da identidade, das
crenças ou atividades mediante os quais uma pessoa tem afinidade com outras.” Iris Marion
Young, professora de Ciência Política da Universidade de Chicago e afiliada ao Gender Studies
Center e a seu Programa de Direitos Humanos, diz em seu trabalho Representação política,
identidade e minorias.
Art. 10, da lei 12034, de 29 de setembro de 2009
Do número de vagas resultante das regras
previstas neste artigo, cada partido ou coligação
preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e
o máximo de 70% (setenta por cento) para
candidaturas de cada sexo.
Os processos democráticos defendem medidas que proporcionem maior representação dos
grupos vistos como minorias, a efetividade não é vista em sua prática. Segundo Simonsen
(2000), a cultura dominante classifica e rotula valores e significados em torno de minorias
étnicas sempre considerados 'outros'. Ao aprisionar o 'outro' em seu corpo, os grupos
dominantes (tendo como referente o homem, branco, ocidental) estão aptos a tomar sua
posição como sujeitos desincorporados, sem marcas, porque se constituem na referência
positiva em que todos os demais são comparados. Essa abordagem tem evidenciado os
espaços de dominação e de possibilidades de apropriação espacial por meio de lutas e
movimentos para reconhecimento social.
Candidaturas de travestis mulheres transexuais homens trans e
demais pessoas trans nas eleições municipais de 2020 - ANTRA

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