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DESIGUALDADE DE GÊNERO II
A desigualdade de gênero está presente em todos os espaços, sendo reforçada pelo machismo e outras
heranças do patriarcado. Há quem diga que as diferenças evidenciadas entre homens, mulheres e pessoas não-binárias
vêm diminuindo ao longo do tempo, mas o que realmente impulsiona essa lacuna entre os gêneros?
Embora, pouco a pouco, as mulheres estejam conquistando direitos por muito tempo negados a elas, para uma
plena participação política e social ainda temos um longo caminho em busca de mais equidade. O Fórum Econômico
Mundial estima que demandará mais de 257 anos antes que a verdadeira igualdade de gênero se torne uma realidade
em nossa sociedade.
Não há uma perspectiva linear para a progressão das questões de gênero. Segundo o Relatório de
Desigualdade Mundial, a globalização acentua a desigualdade econômica e, consequentemente, essa dicotomia entre
homens e mulheres, ricos e pobres, brancos e negros.
Neste artigo, discutimos as principais causas da desigualdade de gêneros, quais as consequências dessas
diferenças e os desafios que devem ser transpostos para a promoção da equidade. Vamos lá?
A segregação é outro motivo evidente para essa dicotomia. Em muitas sociedades, existe uma crença limitante de que
os homens são mais bem preparados para lidar com funções que exigem habilidades tradicionalmente associadas ao
masculino. São exemplos aquelas que dependem de força física.
Às mulheres também são impostas as responsabilidades primárias de trabalhos não remunerados, como serviços
domésticos e de cuidados de terceiros (crianças e idosos da família). Todos esses fatores contribuem, portanto, para
uma menor participação das mulheres na força de trabalho remunerada.
Como forma de minimizar essa disparidade e até aumentar a sua atuação no mercado, muitas mulheres aceitam
oportunidades de emprego de tempo parcial. Isso também limita o seu poder de renda e de exigência de direitos
previdenciários.
Falta de proteções legais
De acordo com uma pesquisa do Banco Mundial, mais de um bilhão de mulheres não têm proteção legal contra a
violência física, sexual ou patrimonial em âmbito doméstico.
Isso impacta significativamente na capacidade feminina de conquistar espaços, seja para ter mais liberdade, seja para
obter vantagens há muito negadas em contextos profissionais.
Em muitos países, ainda faltam proteções legais contra o assédio (moral ou sexual) no local de trabalho, na escola e
em transportes públicos. Esses lugares tornam-se ambientes inseguros e, muitas vezes, as mulheres os desconsideram
para que não sejam subjugadas. Entretanto, isso prejudica a sua liberdade de escolha ou o seu direito de ir e vir.
Falta de autonomia sobre os próprios corpos
Muitas mulheres em todo o mundo não têm autoridade sobre seus próprios corpos, acesso aos métodos
contraceptivos, atendimento médico e orientação sexual adequados, principalmente depois de se tornarem mães.
O acesso às políticas de controle de natalidade são restritas, seja por falta de interesse político e adesão em
função de questões culturais, ou pela falta de concordância devido às crenças religiosas.
Segundo relatório anual do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), quase metade das
mulheres residentes nos 57 países em desenvolvimento não tem autonomia para decidir sobre seus direitos
sexuais ou reprodutivos.
O relatório, criado com base nos dois indicadores da ONU sobre autonomia corporal das mulheres a partir do
cumprimento da meta 5.6 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), mostra que apenas 55% das mulheres
usufruem desses direitos.
O relatório também aponta que 71% dos países oferecem infraestrutura para cuidados na maternidade. 75%
asseguram legalmente acesso igualitário e completo à contracepção, 80% têm leis que apoiam a saúde sexual
feminina e 56% têm leis e políticas públicas específicas para educação sexual.
A desigualdade de gênero é apontada como a principal dentre as várias razões listadas para essa situação de
atendimento precário. O estudo evidencia que, quando as mulheres obtiverem o poder de decidir sobre os seus corpos
e os seus futuros, a sociedade passará por muitas transformações.
Assim, será possível transpor barreiras em âmbitos sociais, econômicos e acelerar o progresso rumo à justiça e
ao bem-estar social.
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Racismo
A desigualdade de gênero e o racismo estão intimamente conectados. Mulheres negras ocupam
subempregos, sofrem duas vezes a discriminação, são ignoradas, têm menor poder de decisão, ganham salários
menores e precisam negligenciar a atenção aos seus próprios filhos.
Essas mulheres são marcadas pela ingerência política, ocupam espaços periféricos, têm poucos ou nenhum
direito previdenciário, sofrem pela violência das cidades e têm o corpo marcado por lutas sem fim.
O combate ao racismo também favorece a igualdade entre os gêneros, por isso é preciso criar ferramentas para
a conscientização de toda a sociedade.
Mentalidade social
A percepção social impacta significativamente na igualdade de gênero. O modo como as pessoas interpretam as
diferenças entre homens e mulheres determinam as relações no trabalho, no sistema jurídico e até na política.
Crenças sobre a inferioridade do gênero feminino são profundas. Embora muitas conquistas ao longo dos anos
tenham desconstruído essa mentalidade patriarcal, discussões relevantes que poderiam agilizar a conquista de outros
direitos essenciais ainda são ignoradas.
Quais desafios devem ser transpostos para a promoção da equidade entre os gêneros?
Veja a seguir, quais mudanças podem ser operadas e os motivos pelos quais a equidade de direitos é tão
importante para a nossa evolução como sociedade.
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A violência psicológica precede o abuso físico, e esse ciclo precisa ser interrompido antes que as consequências se
tornem ainda mais sérias. Por isso, tenha tolerância zero ao assédio!
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os casos de violência contra a mulher cresceram 5,2%
no Brasil em 2020. Em contrapartida, houve redução significativa de 10,9% de denúncias de lesão corporal dolosa no
mesmo período.
Esses números demonstram a importância de combater os casos de abuso doméstico, principalmente no contexto
da pandemia. O isolamento social impôs uma situação ainda mais crítica, uma vez que as mulheres passaram mais
tempo junto aos seus agressores.
extracurriculares. Estes conteúdos são essenciais para prestar suporte a um desenvolvimento vocacional e
profissional.
Quando alguém apontar problemas em seu discurso, ouça, peça desculpas e reflita sobre isso para começar a operar em você essa
mudança tão importante.
FONTE: https://www.oxfam.org.br/blog/a-desigualdade-de-genero-suas-injusticas-e-desafios/?
utm_campaign=mulheres_contra_as_desigualdades_-_e-mail1&utm_medium=email&utm_source=RD+Station