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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Faculdade de Direito
Optativa: Direito, Gênero e Igualdade
Professora : Silvia Pimentel
Professoras convidadas: Alice Bianchini, Beatriz Pereira, Adriana Gregorut, Luanda
Pires e Thayná Yaredy
Equipe: Amanda Cabral, Dione Almeida, Izabella Ribas, Larissa Ferraz, Maria Vitória
Figueiredo, Maria Mendes, Jenifer Ernesto, Núbia Tavares, Ana Carolina, Tais Nader e
Marina Gama
São Paulo, 5 de novembro de 2022
Sofia Sinigali Franzim – RA00311379

Estudo Dirigido 2º Bimestre – 2022.2

Responder, com base nos vídeos, nas aulas da optativa e na bibliografia indicada, a uma
das três perguntas a seguir:

1. Como os papéis de gênero perpetuam a violência contra as mulheres?

Uma das principais características que diferenciam e separam os seres humanos é o


sexo biológico. Os chás de revelação, além de provarem o quão naturalizado é essa
concepção dicotômica entre homem e mulher, são um bom exemplo de como as pessoas
acreditam ser importante e decisório descobrir se a criança – que ainda não nasceu –
será menino ou menina. Esse tipo de distinção baseia-se principalmente na ideia de que
aqueles dotados de uma genitália masculina são entendidos como homens, enquanto
aquelas com uma genitália feminina, mulheres. A partir de então, são esperados certos
comportamentos conforme a “caixinha” de gênero que a pessoa pertence. Isto é, ser
homem corresponde a certas condutas e ser mulher a outras: existem determinadas
normas e papéis sociais constantemente reproduzidos e reiterados no decorrer da criação
humana que fazem com que aqueles que não preenchem esses comportamentos deixem
de ser entendidos como homem ou como mulher pela sociedade.

Nessa lógica, as pessoas são ensinadas durante toda a sua vida que é preciso cumprir
com um padrão de comportamento e ocupar um papel social que, por sua vez, significa
assumir certas responsabilidades e adotar comportamentos com base no que é
determinado para “ser mulher”, como por exemplo, se casar com um homem, se tornar
mãe, cuidar da casa etc. Essa condutas sociais são normas criadas e dotadas de ideologia
que visam manter uma ordem e naturalizar certos comportamentos, de modo a
estabelecer uma hierarquia muito bem definida que provoca exclusões, dominações e
violências. E os mais afetados por essa normatização são exatamente aqueles que não
correspondem às normas de gênero e de sexualidade quando, a título de exemplificação,
pessoas trans não podem fazer uso do nome social. Além disso, esse tipo de ideologia
de papéis sociais – quando presente intrinsicamente nas estruturas da máquina estatal –
é a base da promoção de políticas públicas e de diretrizes curriculares para a sociedade,
o que acarreta um cenário de maior violência ainda.

Portanto, é claro que este tipo de discurso representa um plano de


desumanização e de extermínio de certos indivíduos e corpos, cujas vidas são
esvaziadas e perdem o próprio “status de vida”: nem todas as vidas são reconhecidas
como vidas.

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