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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ – UEM

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – DCC


DISCIPLINA: Ética Profissional Em Contabilidade
PROFESSORA: Salete Verginia Fontana Baiochi

ÉTICA E RELAÇÕES
DE GÊNERO
Turma: 32 - Noturno
Acadêmicos: Gislaine da Silva
Isabela Cristina Pereira Jacometo
Lucas da Silva Mello
Yasmin de Justi Gomes
ÉTICA E RELAÇÕES DE GÊNERO

• O que é Ética, Desigualdade, Gênero e Sexualidade;


• Mulheres e a Comunidade LGBTQI+;
• Desigualdade Salarial;
• A Cultura do Estupro e o Assédio;
• Dilemas Morais.
INTRODUÇÃO
Ética Desigualdade
Sexualidade Gênero

Não há como falar de Ética e Relações de Gênero sem tocar nessas palavras que
servem de base nesse assunto. Pensando nisso, nosso trabalho foi desenvolvido,
principalmente, com base nessas palavras e na relação que elas apresentam com a
situação das mulheres e LGBTQI+ no passado e nos dias atuais.
Podemos dizer que juntas essas palavra podem soar assombrosas, e que, se
caminhassem realmente juntas fariam a diferença na sociedade, porém a realidade
que temos é que elas são antônimas.
CONCEITOS
• ÉTICA: estudo dos princípios das ações, representado nos costumes, hábitos
sociais e no caráter individual e coletivo. Para o filósofo Mario Sérgio Cortella, a
ética se resume na seguinte questão “Quero, posso e devo?”, se a resposta for
positiva, ação esta sendo feita de maneira ética.

• DESIGUALDADE: antônimo de igualdade, é a qualidade daquilo que apresenta


diferença.

• GÊNERO: segundo Miguel Gomes Filho (2016), “não representa o mesmo que
sexo e não prescinde da anatomia do corpo, pois enquanto o sexo refere-se à
genitália do organismo de um indivíduo socialmente significada, o conceito de
gênero vincula-se às construções históricas e socioculturais dos atributos
masculinos e femininos”.

• SEXUALIDADE: de acordo com Maria Lucia Heilborn (2010) “é uma


construção, é uma escolha, sua vida, as experiências, as vivências, vão construindo
a forma de amar. Não é uma escolha consciente, mas íntima, psicológica,
misturada com a questão cultural”.
MULHERES: como eram vistas
• Desde a Idade Média, o sexo feminino foi visto como inferior ao masculino,
tendo como principal papel reproduzir, cuidar dos filhos, e da casa. Aquelas
que não “serviam” para esposa e mães, seguiam o caminho da prostituição,
para satisfazer os desejos dos homens. As mulheres não podiam trabalhar, as
únicas a exercer tal serviço eram as camponesas que, na verdade,
acompanhavam o marido no trabalho feudal.
• Na educação as mulheres não tinham espaço, aprendiam dentro de casa seus
afazeres, os ensinamentos a elas passados eram diferentes dos passados aos
homens.
• A liberdade da mulher, até mesmo no ir e vir das ruas, eram restringidas
pelos homens, situação na qual fica nítido como a rua sempre foi ambiente
masculino.
MULHERES: como são vistas
Atualmente a mulher tem mais direitos que no
passado, mas nem todos são respeitados. Suas lutas
fizeram com que ganhassem espaço nos ambientes de
trabalho.
Na educação básica brasileira, segundo o Censo
Escolar divulgado em 2018, a mulher ocupa cerca de
80% dos cargos de docência.
Porém ainda enfrentam diversos problemas com a
diferença salarial, a sobrecarga com os afazeres de
casa somados a profissão, aos direitos de decidir sobre
o próprio corpo, assédio moral e sexual, estupro, entre
outros.
https://www.youtube.com/watch?v=aClMc20YeVY&t=9s&ab
_channel=VOC%C3%8A%C3%89FEMINISTAEN%C3%83OSABE
LGBTQI+: como são vistos
L: lésbicas
G: gays
B: bissexuais
T: transexuais, travestis e transgêneros
Q: queer
I: intersexuais
+: assexuais e pansexuais

Os LGBTQI+ também sofrem tanto com sua inserção no mercado de trabalho,


como na sociedade.
Os preconceitos enfrentados por esses indivíduos vão além dos enfrentados pela
mulher, eles lutam pela aceitação, lutam contra a violência que enfrentam dia a dia,
lutam por um espaço no ambiente de trabalho, por sua segurança, eles lutam para
sobreviver.
O SEGUNDO SEXO – SIMONE DE BEAUVOIR

“Há condições biológicas, sexuais que diferenciam o homem da


mulher. Ninguém pode dizer o contrário. Mas, o que toda a
sociedade construiu sociologicamente, moralmente,
profissionalmente sobre esta base, é algo que não tem nada a ver
com a diferença fisiológica”

Ou seja, a desigualdade enfrentada por mulheres e LGBTQI+ foram


desencadeadas devido a imposições feitas pela sociedade desde épocas
passadas, estereótipos que a sociedade preza, culturas que ainda diminuem
essas pessoas quanto aos homens.
Uma das desigualdades que mais causam discussão é a desigualdade salarial
entre homens e mulheres.
DIFERENÇA SALARIAL

Um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE) mostra que as mulheres ganham menos
do que os homens em todas as ocupações selecionadas na
pesquisa.
Mesmo com uma queda na desigualdade salarial entre
2012 e 2018, as trabalhadoras ganham, em média, 20,5%
menos que os homens no país.
Muitas mulheres enfrentam no mercado de trabalho
barreiras invisíveis, o chamado “teto de vidro”, que
acarretam grande dificuldade em galgar postos destacados
e de maior responsabilidade.
GRANDES EMPRESAS CONSIDERADAS COM
“MELHOR REPUTAÇÃO”

• Natura – Funções operacionais 23% a menos, funções administrativas 20%


a menos, nos cargos de gerência 4% a menos e nos cargos de diretoria
recebiam 15% a menos.
• Magazine Luiza - Entre os membros da diretoria, 21 eram homens e apenas
6 mulheres (22%), e no conselho diretivo havia 5 homens e 2 mulheres
(29%).
• Banco do Brasil – em 2015 contava com participação feminina de 41,6%.
Contudo, os cargos de liderança permaneciam reservados para os homens
(35% dos gerentes e apenas 6% dos diretores e conselheiros eram
mulheres), e a remuneração média feminina correspondia a 83% da
remuneração masculina nesses cargos.
DIREITOS IGUAIS
Na Constituição Federal de 1988 estão assegurados direitos iguais para
homens e mulheres, com especial ênfase na esfera laboral. Desde então,
foram criadas políticas públicas para combater a discriminação e evitar
que a força de trabalho feminina fosse propositalmente segregada ou
desqualificada.
DIREITOS IGUAIS
Todavia, boa parte das mulheres permaneceu submetida a uma dupla jornada
de trabalho – em razão de serem vistas socialmente como responsáveis pelo
cuidado de crianças, idosos e pessoas com deficiência. E ainda assim, muitas
mulheres são discriminadas devido à dificuldade de conciliar a atividade
profissional com a vida familiar.
SER MULHER NO BRASIL É ESTUDAR MAIS,
TRABALHAR MAIS E GANHAR MENOS QUE ELES...
SER MULHER NO BRASIL É ESTUDAR MAIS, TRABALHAR
MAIS E GANHAR MENOS QUE ELES...

De acordo com a RAIS, as mulheres são maioria entre os empregados


registrados que possuem escolaridade mais elevada (nível de ensino
superior completo ou pós-graduação): 59,1% em 2015. Entre esses
empregados com escolaridade superior (que correspondem a 20% do
total), o salário médio das mulheres continua bem inferior ao dos
homens.

Se as mulheres são maioria entre aprovados em concursos públicos,


nos vestibulares mais concorridos do país e a maioria com nível
superior, por que são minoria nos cargos de gestão?
ASSÉDIO SEXUAL

O Assédio Sexual (art. 216-A) é “constranger alguém com o intuito de


obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da
sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao
exercício de emprego, cargo ou função”.

Esse tipo de crime acontece, geralmente, no ambiente de trabalho, onde


a funcionária(o) é assediada(o) por seu patrão ou outro funcionário em
grau de superioridade. No qual, é constrangida(o) com investidas por
estes no intuito de obter relações sexuais, gerando grande sofrimento
psicológico à vítima.
ESTUPRO

O crime de Estupro (art. 213) consiste em “Constranger alguém,


mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar
ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. É qualquer ato
sem consentimento, com emprego de violência ou grave ameaça.
ESTUPRO DE VULNERÁVEL

Quando acontece com menores de 14 anos, pessoas com deficiências físicas e


mentais, sob efeito de drogas, álcool ou quando a vítima não tiver condições
de reagir – estiver amarrada, por exemplo, é considerado “estupro de
vulnerável”.

IMPORTUNAÇÃO SEXUAL

A importunação sexual é qualquer ato libidinoso sem a anuência da outra


pessoa na tentativa de satisfazer o desejo sexual. Ela se difere do estupro
porque não apresenta violência física, e do assédio porque não há relação
hierárquica ou de subordinação.
ESTUPRO NO BRASIL

No Brasil, conforme estudo


realizado pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada -
IPEA – no ano de 2014, 527.000
pessoas são estupradas por ano no
país, sendo certo que 89% dessas
pessoas são mulheres e 70% são
crianças ou adolescentes.
CONSEQUÊNCIAS DO ESTUPRO

Em sua pesquisa, o IPEA constatou que as


consequências mais frequentes são o estresse pós-
traumático (23,3%), o transtorno de comportamento
(11,4%) e a gravidez (7,1%). (CERQUEIRA et al,
2014, p. 14).
Outra consequência do crime de estupro são as
Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). O IPEA
relatou que, segundo o Ministério da Saúde 16% a 58%
das vítimas possuem chances de adquirir tais doenças.
O MEDO IMPEDE QUE MUITAS VÍTIMAS DE ABUSO
SEXUAL DENUNCIEM SEUS AGRESSORES

No Brasil, a Lei 12.015/2009 integra o Código Penal e


protege as vítimas nos casos dos chamados “crimes contra
a dignidade sexual”. Apesar da existência da legislação e
dos órgãos protetores, parte das vítimas de abusos sexuais
apresenta resistência em denunciar os agressores. Entre os
motivos da omissão da violência, estão medo (de ser
julgada pela sociedade; de sofrer represália quando o
agressor é uma figura de poder ou considerada pessoa de
confiança), vergonha, burocracia das investigações e
sensação de impunidade no julgamento dos culpados.
A IMPORTÂNCIA DE DENUNCIAR

Somente uma parcela dos casos de abuso sexual, incluindo os assédios,


chega ao conhecimento dos órgãos responsáveis por investigar os
crimes sexuais. A conscientização sobre a necessidade de denunciar
esses casos é fundamental para que mais agressores sejam punidos.

É importante lembrar que a culpa não é da vítima, independentemente


do cenário em que ocorra a agressão sexual. Culpar a pessoa que foi
assediada em seu trabalho ou estuprada por alguém só aumenta o
sofrimento e não ajuda na diminuição dos crimes contra a dignidade.
O Disque 100 é um canal para denúncias de diferentes violações dos Direitos
Humanos, entre elas os casos de abuso e exploração sexual de crianças e
adolescentes. Os dados recolhidos são encaminhados aos órgãos competentes e
investigados. A ligação é gratuita, e a denúncia pode ser feita anonimamente.
DILEMAS MORAIS

• O termo Dilema Moral refere-se a uma circunstância particular


onde qualquer decisão tomada possa evitar um mal que pode
causar outros problemas.
• Os dilemas morais são ocasiões nas quais nenhuma solução é
realmente satisfatória. Trata-se de uma encruzilhada que desafia
a todos e quem tenta criar regras para decidir o que está certo ou
errado.
DILEMAS MORAIS

• Livro: A Escolha de Sofia - William Styron;

• Filme: Jogos Mortais.


“E agora vem
Você aceitaria posar de vítima.” “Você é muito
ganhar menos linda para ser
pelo fato de ser lésbica.”
mulher?
“Com esse
shortinho, está
pedindo para ser
estuprada!”
“Você é gay, não “Sai com esse
se enquadra no jeito afeminado
nosso quadro de de perto de mim,
funcionários!” “Mulher é um filho meu é
sexo frágil.” homem!”
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Referências
• GOMES FILHO, M. (Homo)sexualidades e Foucault: para o cuidado de si. Curitiba: Appris,
2016.
• HEILBORN, M. L. Feminismo, Liberdade Sexual e Luta das Mulheres Lésbicas (Palestra).
In: SEMINÁRIO FEMINISMO, LIBERDADE SEXUAL E LUTA DAS MULHERES
LÉSBICAS, 2010. Articulação de MulheresBrasileiras, 2010.
• https://prezi.com/eilt7we_ta4z/etica-e-relacoes-de-genero/
• https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2019-03/pesquisa-do-ibge-mostra-que-mulher-
ganha-menos-em-todas-ocupacoes
• https://www.scielo.br/pdf/ref/v26n1/1806-9584-ref-26-01-e41780.pdf
• https://www.uol/estilo/especiais/ser-mulher-no-brasil-machuca.htm#ser-mulher-no-brasil-e-
estudar-mais-trabalhar-mais-e-ganhar-menos-que-eles
• https://mundoeducacao.uol.com.br/sexualidade/abuso-sexual.htm
• https://juliojulio.jusbrasil.com.br/artigos
• https://www.metropoles.com/materias-especiais/estupro-no-brasil-99-dos-crimes-ficam-
impunes-no-pais
Obrigado!

Gislaine da Silva
Isabela Cristina Pereira Jacometo
Lucas da Silva Mello
Yasmin de Justi Gomes

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