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UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE NITERÓI - UNIAN

PSICOLOGIA

ANA CAROLINA GOMES

BEATRIZ OLIVEIRA

ISABELA GALVÃO

KELLY VITÓRIA MORAIS

LARISSA HENRY

RENATA CUNHA

PROJETO DE INTERVENÇÃO SOBRE GÊNERO

NITERÓI

2022.1
ANA CAROLINA GOMES – RA:382891211111

BEATRIZ OLIVEIRA – RA: 383900211111

ISABELA GALVÃO - RA: 380231811111

KELLY VITÓRIA MORAIS – RA: 373790411111

LARISSA HENRY– RA: 385295011111

RENATA CUNHA – RA: 371815811111

PROJETO DE INTERVENÇÃO SOBRE GÊNERO

Pesquisa apresentada ao curso de


Psicologia da Faculdade Anhanguera
de Niterói a ser utilizado como objeto
de estudo sobre o tema abordado.

Orientador(a): Adriana Cordeiro

NITERÓI

2022.1
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No grupo terapêutico, Bion procurava convencer "grupos de doentes a aceitar


como tarefa o estudo de suas tensões". Como, aparentemente, o grupo não tinha
nada a fazer, tinha tempo para observar um fenômeno análogo ao da associação
livre. Os participantes se voltavam a ele esperando que ele fizesse alguma coisa.
Baseado na psicanálise, Bion enfrentava esta espera com uma interpretação.
Transformado no centro do grupo, ele comunicava aos outros participantes o que
sentia na situação. (Bléandonu, 1993, p. 75)

Ele se expressava em uma linguagem clara e direta, fazendo-se


compreender por todos os membros do grupo. Eric Trist (citado por Bléandonu,
1993) afirma que suas intervenções eram raras e concisas e poder-se-ia guardá-las
na memória, porque ele esperava um volume de evidências razoável antes de
fazê-las. Se um membro do grupo as fizesse, ele se abstinha de fazê-la. Destes
grupos Bion retirou o material empírico para constituir a sua teoria de funcionamento
dos grupos.

JUSTIFICATIVA RELACIONADA AO TEMA

As questões de gênero influenciam na sexualidade dos adolescentes de


forma a determinar suas ações. Diante da abordagem de gênero, é necessário
compreender os padrões da sociedade atual aos quais esse grupo é exposto desde
criança. O fato de existir essa padronização de comportamento desde a infância faz
com que os adolescentes cresçam de forma alienada, seguindo-os, sem perceber
que os seres humanos têm vontades e desejos diferentes e que cada um tem o
direito de escolher sobre sua identidade e orientação sexual.

No que tange à influência das questões de gênero na sexualidade dos e das


adolescentes, observa-se que o termo “sexualidade” ainda é um tabu para muitas
famílias e até para profissionais, impedindo-os de transmitir informações verídicas
acerca do tema para o adolescente. Durante séculos, discute-se o que é imposto
pela sociedade como o “certo” para os meninos que é ser heterossexual, machista,
provedor e chefe de família e isso faz com que muitos se inibam quanto a sua real
aspiração com relação a sua própria orientação sexual, identidade sexual, sua
sexualidade, fantasias, opiniões, atitudes, valores, comportamentos, práticas e
relacionamentos. No que se refere às meninas, isso se torna ainda mais complexo,
pois o olhar sobre elas é sempre idealizado no romantismo, passando a ideia de
que precisam ser carinhosas, frágeis e protetoras do lar. Essa “obrigação” que é
referida desde a infância impede diretamente a manifestação dos reais interesses e
comportamentos perante a sociedade machista e patriarcalista.

Dessa forma, é pertinente afirmar que essas questões devem ser discutidas
de forma transversal nas escolas, desde o início da vida escolar para que os futuros
adolescentes estejam despidos de preconceitos. O Estado, que deveria sensibilizar
a sociedade diante dessas questões, muitas vezes assume uma posição sexista na
educação, com a criação de políticas públicas que consideram o binômio homem e
mulher e compreendem a sexualidade como algo complexo.

Nessa fase da vida, os adolescentes estão em processo de descoberta e, por


isso, é fundamental a discussão sobre liberdade sexual, gênero, machismo e
feminismo, no intuito de construir sua sexualidade sem preconceitos e os
empoderando. Discutir gênero na adolescência é imprescindível para entender as
relações estabelecidas e como isso se reflete na vivência da sexualidade,
contracepção e construção de suas identidades.

OBJETIVO GERAL

Gênero é um tema atual que necessita, de fato, de uma ampla discussão nas
escolas. Um exemplo de desrespeito a essa diversidade é a homofobia contra um
aluno, que pode acarretar várias consequências como comprometer a inclusão
educacional e a qualidade do ensino, refletir na relação docente/estudante, produzir
desinteresse pela escola, dificultar a aprendizagem e conduzir à evasão e ao
abandono escolar, causando transtornos psicológicos. Muitas vezes um garoto pode
ser objeto de “chacota” por parte de colegas e, até mesmo professores por ter um
jeito fora dos padrões determinados pela sociedade sexista.

O ambiente escolar é considerado um dos principais lugares de construção


dos saberes da criança, incluindo de identidade e, consequentemente, é um dos
primeiros lugares em que a criança se depara com as diferenças, principalmente as
de gênero. É muito importante que haja o desenvolvimento de uma consciência
crítica e de práticas pautadas pelo respeito à diversidade e aos direitos humanos.

É importante que este tema esteja na escola desde a Educação Infantil até o
ensino superior, passando pela formação essencial dos docentes e até pelos
materiais educativos. Falar sobre gênero e sexualidade é parte da construção do
respeito à diferença, uma criança que chega em casa e só conhece uma única
forma de convívio com o outro, tem na escola a oportunidade de conhecer outros
modos, que não necessariamente o preconceito e a violência com o que lhe é
diferente.

A identidade de gênero faz referência à forma como alguém se sente, se


identifica, se apresenta, para si próprio e aos que o rodeia, bem como se perceber
como ser “masculino” ou “feminino”, ou ambos, independente do sexo biológico ou
de sua orientação sexual. Assim, não são apenas as características biológicas que
determinam a construção da identidade de gênero.

OBJETIVO ESPECÍFICO

As orientações devem ser iniciadas desde cedo. Temos acessos aos


relatórios, conhecemos os números, assistimos aos jornais, falamos nas mortes,
mas ainda são poucos os trabalhos no que se refere ao combate a essa violência
homofóbica no país, que é cada vez mais devastadora.

Sabemos que o preconceito antecede as habilidades sociais e que,


infelizmente, a realidade do adolescente de escola municipal não condiz com a
almejada no âmbito educacional. Além das características emocionais próprias da
idade, que devem ser levadas em consideração, esses indivíduos são submetidos
ao abandono físico e emocional, à precoce iniciação sexual, à gravidez indesejada,
ao bullying nas escolas, ao ambiente das drogas e da exclusão social. Reproduzem
os pré-conceitos do meio e, com isso, têm suas habilidades sociais absolutamente
comprometidas, inclusive na questão da discriminação social, sendo necessárias
intervenções para a mudança do quadro.

PARTICIPANTES

Para esta intervenção sobre gênero, adolescentes que enfrentam dificuldades


em relação ao tema e inseridos no contexto escolar serão os participantes em foco.

INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

Iremos utilizar como instrumento e procedimento as seguintes ferramentas:

A. Roda de conversa entre o grupo de adolescentes abordando o tema em


questão;
B. Dinâmicas em grupo para maior interação entre os adolescentes, abarcando
situações relacionadas à gênero;
C. Oficina para que seja possível desenvolver os sentimentos relacionados à
problemática levantada.

ENCONTROS

ENCONTRO 1: Será realizada uma roda de conversa onde os jovens serão


conduzidos por um terapeuta a falarem sobre suas expectativas e angústias
relacionadas ao tema abordado (gênero).

ENCONTRO 2: Poderemos trabalhar com dinâmicas:

a) MUNDO DO HOMEM/MUNDO DA MULHER

Objetivo: Discutir as relações de gênero.


Materiais necessários: Papel pardo, cola, tesoura, revistas velhas, pilots.

Atividade: A coordenação divide o grupo em dois ou quatro, conforme o número de


participantes e solicita que um ou dois construam um painel representando o mundo
do homem e os outros construam um painel representando o mundo da mulher.
Depois do tempo estipulado os grupos apresentam suas produções. A coordenação
encaminha a discussão para as diferenças biológicas, culturais e sociais e o
estabelecimento da hierarquia de gênero.

b) JOGO DAS FRASES

Objetivo: Estimular reflexão, sobre relações de gênero na nossa sociedade.

Materiais necessários: Papel, tesoura, pilots, barbante.

Atividade: Cada participante escreverá frases que tenha escutado no decorrer da


sua vida relativas ao fato de serem homem ou mulher. Após esta etapa as frases
serão embaralhadas pelo coordenador que traçará uma linha no chão escrevendo
de um lado concordo e de outro discordo, as frases sorteadas serão lidas e os
participantes deverão se posicionar e debater.

ENCONTRO 3: Será desenvolvido uma oficina de artes utilizando materiais trazidos


pelos envolvidos e trabalhando tudo que foi abordado nos encontros anteriores,
relacionando as conclusões dos participantes com autoconhecimento e como
gostariam de ser vistos pela sociedade, concluindo ao final como se sentem em
relação ao resultado final.

BIBLIOGRAFIA

CARNEIRO, F. e Agostini, C. Oficinas de Reflexão Espaços de Liberdade e Saúde.


In: Trabalho feminino e Saúde. Panorama ENSP (M.Agostini e V. Dacri, org. ) Rio de
Janeiro. ENSP/Fiocruz, 1994

BRASIL, Ministério da Educação. Diversidade Sexual na Educação:


problematizações sobre a homofobia nas escolas. Rogério Diniz Junqueira (Org).
Brasília: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade,
UNESCO, 2009.
NOGUEIRA, Pedro Ribeiro. Por que a educação deve discutir gênero e
sexualidade? Listamos 7 razões. Disponível em:
<http://portal.aprendiz.uol.com.br/2015/06/25/por-que-a-educacao-deve-discutir-gen
ero-e-sexualidade-listamos-7-razoes/>. Acesso em: 14 de maio de 2022.
SAMPAIO, Jader dos Reis. A "Dinâmica de Grupos" de Bion e as Organizações de
Trabalho. SciELO, [S. l.], p. 277-291, 19 jun. 2002. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pusp/a/gTCXvtbP7WD7MmQVpv6DxRP/?lang=pt. Acesso
em: 14 de maio de 2022.

VIEIRA, Jessica. Violência contra LGBTs: a intervenção de habilidades sociais no


combate aos números que sangram. UFS Ciência, [s. l.], 18 set. 2018. Disponível
em:
https://ciencia.ufs.br/conteudo/62374-violencia-contra-lgbts-a-intervencao-de-habilid
ades-sociais-no-combate-aos-numeros-que-sangram. Acesso em: 14 maio 2022.

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