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São Paulo
2023
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO:....................................................................................................................3
1.1. O Histórico de vida:..................................................................................................... 4
1.2. Contexto familiar E social :..........................................................................................5
1.3. Relação com Deus :.................................................................................................... 5
1.4. Adesão e Relação com o tratamento :........................................................................ 5
1.5. Hipótese Diagnóstica :................................................................................................ 6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:...................................................................................... 9
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1. INTRODUÇÃO:
Sua vida se desenrola literalmente entre os restos da sociedade, uma metáfora impactante da
maneira como a sociedade muitas vezes trata aqueles que não se encaixam em suas normas.
A história de Estamira é um testemunho da luta contra a dominação masculina, a
psiquiatrização e a exclusão social. Ela representa uma voz resistente em meio às forças
opressoras da família, da religião e da sociedade em geral, revelando as complexas dinâmicas
de poder que moldam sua vida e a vida de tantos outros estigmatizados.
agressões e choques, chegando até a implorar para que sua filha a tirasse de lá. Essa situação
deixou Estamira com um grande sentimento de culpa que a acompanhou ao longo dos anos.
Fora as tentativas de internação compulsória, Estamira chegou a procurar tratamento
em um CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) com uma psiquiátrica e com retorno a cada
40 dias e a partir disso relatou que a médica ignorava suas reclamações e só prescrevia
remédios que ela sabia que não precisava, fazendo parte do que ela chama de “quadrilha dos
dopantes” para cegar os homens. O que ela acaba por denunciar é essa visão reducionista,
onde o médico reduz o paciente a apenas a doença e o desumaniza (Basoli; Banelli, 2019).
Ademais, outros fatores que podem ter influenciado sua baixa adesão foi a crença de
que, diferentemente de sua mãe, ela consegue distinguir suas “perturbações”. Também cita
que a lucidez na realidade não te deixa ver e que prefere viver por menos tempo, mas em
liberdade, do que viver “bem” por mais tempo, só que dentro de uma clínica.
Diante disso, é de suma importância a elaboração de práticas na saúde mental que
foquem mais nas peculiaridades e complexidades de cada paciente, se atentando ao respeito
aos limites e oferecendo o suporte emocional necessário e outro aspecto a ser priorizado é a
promoção da autonomia, desconstruindo a relação de tutela e o lugar do objeto que captura a
possibilidade de ser sujeito (Torres, 2001).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BASOLI, Laura Pampana e BENELLI, Silvio José. Medicalização como Sintoma Social
Dominante: estratégias a partir do Paradigma Psicossocial. Rev. Psicol. UNESP [online].
2019, vol.18, n.spe, pp. 217-242. ISSN 1984-9044.
RODRIGUES, Evaldo Teles. Loucura e estigma à luz da obra Dom Quixote de La Mancha.
2018. 24f. Artigo (Bacharelado em Medicina) - Centro de Formação de Professores,
Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras, Paraíba, Brasil, 2018.
SADOCK, Benjamin J.; SADOCK, Virginia A.; RUIZ, Pedro. Compêndio de Psiquiatria-:
Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Artmed Editora, 2016.
SOUZA, Flavia Bello Costa De; DREZETT, Jefferson; MEIRELLES, Alcina De Cássia;
RAMOS, Denise Gimenez. Aspectos psicológicos de mulheres que sofrem violência sexual.
Reprodução & Climatério, [S. l.], v. 27, n. 3, p. 98–103, 2012. DOI:
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