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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

CURSO DE PSICOLOGIA

JOYCE LUCIA DE OLIVEIRA – 600835653, GUILHERME IGOR ALVES


COUTINHO- 600804568, MARIZAURA MERELLES AMORIM – 600835157,
PATRICIA MARA GONZANA DE CASTRO SILVA – 600833303, LUIZA MARTINS
TORRES - 600829896

RELATÓRIO DOCUMENTÁRIO ESTAMIRA

Relatório documentário Estamira para a


disciplina Psicopatoligia I ao curso de
Psicologia da Universidade Salgado de
Oliveira como requisito para aprovação.

Professora: Gislaine Alves de Souza

Belo Horizonte
Novembro de 2021
SUMÁRIO
1 HISTORIA DE VIDA DE ESTAMIRA ......................................................................... 3
1.2 Identificação..................................................................................................................... 4
1.3 Queixa Principal/ Motivo do Atendimento ...................................................................... 4
1.4 História da Doença Atual ................................................................................................. 5
1.5 História Patológica Pregressa/ História Fisiológica......................................................... 5
1.5.1 História Pessoal ......................................................................................................... 5
1.5.2 História familiar ........................................................................................................ 6
1.6 Reflexão Crítica de Aspectos Socioculturais e Históricos............................................... 6
2 SÍNDROMES PSICÓTICAS E PSICOPATOLOGIA ..................................................... 6
3 FÓRUM MINEIRO DE SAÚDE MENTAL LIVE EM DEFESA DA REDE DE
SAÚDE MENTAL DE BELO HORIZONTE ....................................................................... 7
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 7
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1 HISTORIA DE VIDA DE ESTAMIRA

O presente texto é sobre o documentário homônimo lançado em 2005, com repercussão


internacional dirigido por Marcos Prado e produzido por José Padilha sobre a história de vida
de uma Senhora chamada Estamira Gomes de Souza, que vivia no aterro sanitário de Jardim
Gamacho, na cidade do Rio de Janeiro com seus amigos.
Estamira era famosa pelo seu discurso filosófico, que muitas vezes parecia uma
linguagem inteligente, lúcida e insana; com temas diversos como: Deus, astros, vida, seres
humanos, alimentos em decomposição, missão, sociedade e ela mesma.
O filme relata a história de vida da protagonista, onde ela mesma medita, analisa e fala
sobre o meio em que vive, o mundo em que ela pensa em existir, sobre ela mesma, sobre a
sociedade. Acreditava ter a missão de “trazer os princípios éticos básicos para as pessoas que
viviam fora do lixo” (lugar em que viveu por 22 anos). Em suas reflexões a sociedade era o
verdadeiro lixo, com valores falidos.
Estamira tinha diabetes e apresentava distúrbios mentais. No próprio filme há o relato
do atestado de que ela era portadora de quadro psicótico D, evolução crônica, alucinações
auditivas, ideias de influências de discurso mítico e deveria permanecer em tratamento médico
continuado.
Sua vida não foi fácil, falava que sua depressão era imensa e que não tinha cura.
Declarava que era visível e invisível, que tinha vários sobrenomes e que vinha de todo lugar;
que o seu avô era da família de ribeiros (com cargos de polícia, general) mas estuprou sua mãe
e fez coisas com ela. Aos 9 anos de idade pediu uma sandália para ele, disse que daria se ela
deitasse com ele, aos 12 anos a levou para um bordel, onde teve que se prostituir. Foi morar
com um homem que a tirou do prostíbulo, teve o filho Ernani, não aguentou as traições e foi
embora com filho. Depois morou com o italiano por 12 anos, pai de sua filha Carolina, fala de
um filho/invisível, relata que é o que mais a ajuda (também não aguentou as traições). A filha
mais nova, Maria Rita foi criada por outra família, pois na época era considerada incapaz de
criá-la, mencionou que ficou confusa pois poderia ter sido criada pela própria mãe, tinham
contato e dizia que a mãe merecia tudo de bom na vida. Seus netos a questionam sobre Deus,
pois demonstrava grande revolta contra religião. Menciona várias vezes sobre o Trocadilho,
parecia ser o contrário de Deus ou algo descartável. Dizia sentir falta da mãe e que os astros
negativos a atentavam, mas que ela era dos astros positivos e útil. Pelo relato, parece que sua
mãe também tinha problemas mentais e ficou internada por um tempo, após separada, a buscou
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no hospício e morou com Estamira até morrer. Sua filha mais velha conta que seu pai maltratou
sua mãe e que não a internava para não acontecer o mesmo que sua avó. Analisava a melhora
da mãe em relação aos estudos depois que foi para o lixão de Caxias e parecia verdade as coisas
que falava, tinha amigos os quais se relacionava bem; seu irmão tinha outra percepção, pois
falava que a mãe parecia estar possuída, mas tinha recebido o perdão, o relacionamento ficou
difícil pois ela falava mal de Deus.
Estamira gostava do trabalho no lixão, de seus amigos, da vida simples. Declarou que
amava o italiano, mas ao mesmo tempo xingava-o de indigno por causa do sofrimento da
traição, considerava que: “tudo que é imaginário, existe, é e tem”. Sua subjetividade mistura
em meio ao quadro psicótico crônico e alucinações auditivas, dentro de um o contexto social
marcado pela violência, violação, abusos vividos e condições hereditária da mãe com quadros
psicóticos. Era carismática e respeitada dentro do lixão, lugar onde se encontrou. O tratamento
psiquiátrico era feito na rede pública, tomava medicamentos diariamente gerando alguns efeitos
colaterais como mudança de comportamento e no discurso da personalidade.

1.1 Funções Psíquicas Articulada a Hipótese Diagnóstico

Quadro de Anamnese Transtorno da Personalidade Esquizotípica


1.2 Identificação

 Nome: Estamira Gomes de Souza


 Data de Nascimento: 1941
 Sexo: Feminino
 Estado civil: Casada
 Naturalidade: Brasileira
 Nível de instrução?
 Profissão: Catadora de lixo
 Religião: Filosofa?
 Residência: Aterro sanitário de Jardim Gamacho, na cidade do Rio de Janeiro
 Procedência: Prado Verde
 Filiação: Pai desaparecido e a mãe interna no hospital psiquiátrico

1.3 Queixa Principal/ Motivo do Atendimento

Segundo a queixa de Estamira a mãe dela era perturbada e o seu marido Leopoldo
obrigou-a a internar no Engenho de Dentro. Numa quinta-feira a Estamira foi visita-la e foi
quando viu os braços todo roxo, então perguntou-se para ela o que houve e a mãe de Estamira
relatou que os funcionários bateram nela, e deram choque. Quando a filha vai embora a mãe
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pedindo para ir embora junto com a sua filha, na tentativa de encerrar um período do isolamento.
Estamira e Leopoldo se separam e a primeira ação da Estamira é tirar a sua mãe do hospício e
viver com ela até a sua morte. Estamira relata que sente saudade de sua mãe e que relembra os
momentos que tiveram juntas. A mãe de Estamira foi violentada pelo pai e seu avô, aliciando-
a em um bordel com apenas 12 anos de idade. E foi nesse bordel que conheceu o Miguel
Antônio, pai de Hernani que a ajudou a ter uma nova perspectiva de vida, embora tivesse essa
exceptiva sua vida continuou com percussivos, pois seu marido sofria de satiríase, assim havia
diversos episódios de fidelidade conjugal. Depois de vários episódios Estamira decidiu morar
em Brasília, onde encontra o pai de Carolina e escolhem morar juntos a partir desse encontro.
E depois de 12 anos morando juntos a Carolina relata que a mãe embora tive uma vida
financeiramente tranquila, passava por conflitos, por causa das escolhas do companheiro. O pai
de Carolina envolvia relações extraconjugais, levando para a sua casa tais mulheres. Certo dia.
Estamina não aguentando mais tais episódios, teve um impulso de agressividade e violência.
Trazendo uma nova realidade social em sua vida.
Queixa principal: a paciente não gosta dos efeitos dos remédios, mostra-se indignada
pelos médicos doparem ela.

1.4 História da Doença Atual

Estamira tinha diabetes e apresentava distúrbios mentais. No próprio filme há o relato


do atestado de que ela era portadora de quadro psicótico D, evolução crônica, alucinações
auditivas, ideias de influências de discurso mítico e deveria permanecer em tratamento médico
continuado.
Paciente vítima de estupro na infância, posteriormente vendida a um bordel, onde se
prostituiu por um tempo e conheceu o 1º marido. Já na maturidade foi estuprada 2 vezes,
entretanto, na segunda vez é que aconteceu um rompimento com a realidade (surto psicótico).

1.5 História Patológica Pregressa/ História Fisiológica

1.5.1 História Pessoal

Estamira é mãe de três filhos e foi casada duas vezes, embora que os relacionamentos
foram terminados por motivo de traição (por parte dos maridos). Estamira viveu longe da filha
mais nova, pois não tinha uma condição de vida social e financeira para cuidar dela, então
decide colocar a filha no sistema de adoção. Hoje em dia a filha mais nova vista a sua mãe
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(Estamira) constantemente e demostrando afeição por ela, aonde que é a irmã velha fica
responsável pelas consultas médicas da sua irmã mais nova. A relação com o seu filho mais
velho é dificultosa, por causa da religião dele e da sua mãe.

1.5.2 História familiar

A mãe de Estamira demostrava distúrbios e ficou internada por em uma instituição psiquiátrica.

1.6 Reflexão Crítica de Aspectos Socioculturais e Históricos

De modo apresentado no documentário podemos perceber que o impacto da vida social,


física e mental de uma pessoa como Estamira influência do contexto na vida de uma pessoa na
sociedade atual de forma não sendo vista pela sociedade. É impossível ter contato com a história
de Estamira e não sofrer algum tipo de mudança em relação ao que pensamos sobre a sociedade,
e mais ainda, em relação ao lugar que acreditamos ocupar nessa sociedade.

2 SÍNDROMES PSICÓTICAS E PSICOPATOLOGIA

Síndromes são conjuntos de sintomas recorrentes observados na prática clínica que trata
a psique humana. Sendo persistentes, crônicos e até episódicos, esses conjuntos de sinais têm
sido estudados ao longo da história da Psicopatologia, desde a forma como podem se manifestar
até que tipo de tratamento pode ser aplicado para melhorar a qualidade de vida do paciente, de
acordo com o diagnóstico dado.
Durante o desenvolvimento do estudo das síndromes, o método de identificação e
diagnóstico foi definido, e os sintomas eram entre nuclear e periférico, e a forma como cada
categoria de sintomas se comporta na formação psíquica do paciente, de modo a observar como
a sua vida muda ou se transforma, de modo que a abordagem é o tratamento correto.
Dividido entre ansiedade, depressivo, maníaco, neurótico, psicótico, agitação, estuque
ou lentificação de capacidades psicomotoras, relacionadas ao consumo de substâncias
psicoativas, alimentos, relacionados à sexualidade, sono ou cultura, além de demências e
síndromes mentais orgânicas, estes viajam ao longo do tempo, e mudam de acordo com a
metamorfose da sociedade e dos indivíduos que a habitam.
As síndromes chamadas de maníaco incluem todas aquelas em que o paciente apresenta
a aceleração das suas funções psíquicas, como falar em excesso ou a uma velocidade muito
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rápida, às vezes até mesmo incapaz de fazer sentido, irritabilidade ou excesso de alegria,
característica conhecida como ischipsichismo curto.

3 FÓRUM MINEIRO DE SAÚDE MENTAL LIVE EM DEFESA DA REDE DE


SAÚDE MENTAL DE BELO HORIZONTE

A live ocorreu dia 02 de setembro de 2021, via Facebook na página do Fórum Mineiro
de Saúde Mental. A mesa era composta por cinco palestrantes, Ana Marta Lobosque, Edmar
Oliveira, Fernando Siqueira, Luíza Morena e Laura Fusaro Camey. Ana Marta iniciou a live
frisando a rede de saúde de Belo Horizonte, sua importância e o alcance que a rede possui e o
ataque grosseiro encabeçado pelo conselho regional de medicina referente a reforma
psiquiátrica e a luta antimanicomial. Ameaçando interditar o trabalho médico no Cersan por
causa de supostas irregularidades, apontando como problema o atendimento noturno. Pontuou
que defender esta rede neste momento é defender que a reforma antimanicomial junto com o
SUS é uma das coisas mais civilizadas que o Brasil já produziu.
Em análise com o documentário, se não fosse a rede pública de acolhimento de pessoas
menos favorecidas como a sra. Estamira, não teria um diagnóstico, tratamento, medicação e a
respeitabilidade humana e suas condições psíquicas.

REFERÊNCIAS

DALGALARRONDA, P. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais. Segunda


edição.2008.

História de vida de Estamira https://www.youtube.com/watch?v=IcUKQNj3HEg

https://houaiss.uol.com.br/pub/apps/www/v3-3/html/index.php#0

https://www.scielo.br/j/agora/a/DrckM86phk3SGnG5YPBvxjL/?lang=pt

https://www.scielo.br/j/agora/a/Nsq79hc7Wh5VP3jhygtvsrD/?lang=pt

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