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OPORTUNIDADE  
DE SER FELIZ
INTRODUÇÃO
Bem-vindos ao nosso encontro

“oportunidade de ser feliz”.
Va m o s c o m e ç a r f a z e n d o
algumas reflexões para preparar
o terreno para a própria ideia ou
o conceito de felicidade.
É claro que, se eu estou falando
de felicidade, como em tudo,
existe o seu negativo, o seu
oposto, a sua sombra.
Escreve-se muito mais sobre
infelicidade, sobre tristeza,
sobre depressão, sobre

melancolia, sobre falta de
felicidade do que sobre
felicidade em si.
E faz algum sucesso na
literatura e na arte falar muito de
infelicidade. Há uma citação
famosa do livro Macbeth, de
Shakespeare, num trecho em
que o personagem tomou o
trono à força e sua esposa
acaba de se suicidar. Na trama
final da peça, com a morte de
Macbeth, ele vai dizer que “a
vida é uma história contada por
um idiota cheia de som e de
fúria, sem sentido algum”.

Essa visão pessimista é quase

uma defesa e ela faz muito
sucesso. Funciona – se a gente
consulta a psicanálise – como
aquele adolescente que vai para
uma festa e vai totalmente
indiferente, com uma cara de
nojo, e diz: “não quero mesmo,
esta festa não é nada, não é
uma coisa de que eu goste”.
Por que ele faz isso? Já está se
defendendo de um fracasso na
festa. Talvez seja rejeitado pelas
pessoas que ele tem interesse
em conquistar, talvez seja
considerado chato e já vai com
indiferença. Caso tudo ocorra de
errado, se a festa for um
fracasso, vai dizer: “eu nem

queria ir mesmo”.
Isso é uma defesa. Na verdade,
ele gostaria muito. Quando
Macbeth disse que a vida era
uma história contada por um
idiota, nós precisamos lembrar
que ele tentou dar sentido à
vida, ele tentou de tudo para
atingir a posição de rei da
Escócia. Ele foi atrás dos seus
objetivos e, quando ele
fracassou, quando se tornou
evidente que ele não
conseguiria, quando sua
companheira e cúmplice, Lady
Macbeth, também fracassa e se
mata, o que ele diz? Ele disse
que a vida não tem sentido e

não tem clareza de propósito.
Mas será que Macbeth de fato
pensava isso ou só pensou isso
depois que não conseguiu?
Estaria fazendo como naquela
velha parábola da raposa que
tenta pegar as uvas e, por não
conseguir, diz que estão verdes
e que não queria mesmo.
É filosofia da tristeza ou defesa
contra o fracasso diante da
felicidade?
Em todo caso, existem muitos
autores – por exemplo, o sentido
da vida – que vão dizer coisas
interessantes, a exemplo de
Gilberto de Mello, que diz que a
vida é errática, inconsistente e

cheia de contradições, não tem
nexo e é dominada pelo
absurdo.
Podemos perfeitamente
reconhecer que a vida não seja
marcada pela potência total da
felicidade. Podemos reconhecer,
como alguns pessimistas como
Lord Macbeth, que a vida de
fato não tem trama clara e
sentido prévio, destino que o
conduza à felicidade, mas isto
não deve ser defesa para você
invocar em um momento de dor
e de fracasso. Isso não deve ser
para você dizer após o fracasso
de um casamento ou namoro
que “os homens são todos
assim” ou “as mulheres são
todas assim” – ou para, diante
de um fracasso financeiro, dizer
que “a vida tem seus altos e
baixos”.
Nesse caso, não se trata de um

projeto de reflexão filosófica
sobre a infelicidade ou sobre a
felicidade. Você está apenas
elaborando um discurso de
defesa contra a dor que vai
funcionar como uma pomada
anestésica. Você não gostaria
de estar sentindo aquela dor,
mas está doendo, é uma ferida,
e aí você passa uma pomada

anestésica chamada “é, a vida
não tem sentido”, “ninguém é
feliz de fato” e “é nula a
pretensão de felicidade nesta
vida”.
Sim, reconhecer a dificuldade,

como diz o autor do livro O
sentido da vida, reconhecer a
dificuldade de comunicação, a
dificuldade de um projeto de
felicidade é muito importante,
mas nunca deve ser um paliativo
ou anestésico para a
infelicidade, caso contrário, o
que você terá é um autoengano

e não uma busca real de

felicidade.
Então, a primeira questão a ser

colocada é que há oportunidade
na vida para a felicidade. Existe
oportunidade na vida para você
encontrar um patamar que você
decida pela felicidade. Para
isso, você tem que se colocar
como protagonista. Você não
pode ficar dizendo que as
coisas são assim, não têm jeito
e assim por diante. Para isso,
você deve reconhecer que há
dificuldades.

O oposto a essa posição de

total pessimismo é uma posição
que talvez domine os livros de
autoajuda e que costuma dizer
que “a felicidade vai ocorrer se
você pensar nela”, “basta
desejá-la”, “se você pensar, a
felicidade acontece”.
Esse total otimismo com a
possibilidade de felicidade – que
é o oposto de Lord Macbeth –
que a gente vai chamar, até com
alguma injustiça, de “felicidade
de autoajuda”, ele também é
enganoso porque, enquanto no
primeiro caso vimos a negativa

da felicidade, neste caso é dito

que ela é totalmente possível.
Na verdade, como tudo na

existência de alguém, eu tenho
que colaborar para construir as
condições como se fossem
andaimes para esse prédio ser
erguido. Felicidade é possível,
mas não é fácil, não é um
destino. Não é algo que esteja
escrito na sua história. Não foi
pensado por alguém antes de
você nascer. Felicidade é uma
possibilidade. Ela não é total,
ela não é permanente, ela não é
uma vida de felicidade, mas a
consciência de que você pode
ter dominantemente a sensação

de que sua vida tem um sentido,
de que o que você faz é
significativo e de que, ao final
do dia, o total de coisas boas
supera o total de coisas ruins.
Porém, para isso, não basta

pensar. É sempre um choque
invocar a velha tradição grega
entre o cosmos e o caos. O caos
é falta de ordem, aquilo que o
grande poeta Hesíodo disse na
teogonia: “no começo era o
caos”.

O caos é inexistência de forças

claras e definidas, com sentido
e com vetor. E o cosmos é o
universo ordenado entre o caos
– ponto inicial – e o cosmos –
ponto final; entre a desordem e
a ordem; entre a inexistência de
sentido e o total sentido. Existe
um processo intermediário que
vai invocar você como individuo,
arquiteto, construtor da sua
existência para jogar entre o
cosmos e o caos, entre o nada e
o tudo, entre ordem e desordem
o caminho que você vai
estabelecer.

Ele não é automático e não é

necessário. E mais importante a
d i z e r, d e s d e o i n í c i o , a
infelicidade e a tristeza – desde
que não se tratem de uma
doença, como no caso da
depressão – são uma escolha. E
essa escolha é confortável. É
preciso que você tome
consciência de que permanecer
na tristeza no período normal,
isto é, que não seja doença, é
uma zona de conforto. Ressalto
que depressão é doença que
tem que ser tratada com
profissional e não é sua culpa.

A tristeza, a melancolia e a ideia

de que nada vai dar certo, de
que a vida não faz sentido e de
que as pessoas não têm nada a
dizer umas para outras, que o
amor é impossível ou que o
sucesso é passageiro, que o
êxito financeiro é oscilante: esta
zona de fracasso é talvez uma
das coisas mais confortáveis
que a espécie humana já
conseguiu inventar.
Algumas pessoas têm um
talento enorme para a tristeza e
p a r a fi c a r n a i d e i a m u i t o
melancólica de que nada tem
sentido, de que não adianta e de
que estou aqui por puro

acidente. Elas se defendem
dizendo que isso não vai levar a
lugar nenhum, e ficam na zona
fechada, na casca de noz
absolutamente triste.
Se sou triste, sou um fracasso e

nada dá certo para mim, ótimo!
Eu não preciso fazer nada
porque nasci sem chance do
amor ou signo da felicidade,
nasci sem a estrela da boa sorte
financeira. Então não preciso
fazer nada, sou triste e sempre
serei triste. E aí se entra numa
zona de conforto chamada
tristeza.
O que eu quero dizer até aqui

começando a nossa jornada
filosófica e histórica em busca
da nossa ideia de felicidade é o
seguinte: primeiramente, a ideia
de tristeza quase sempre é uma
pomada anestésica (dizer que a
vida não tem sentido para
enfrentar a infelicidade); em
segundo lugar, a infelicidade é
zona de conforto, é buscada por
algumas pessoas que veem o
negativo e o destacam; em
terceiro lugar, a ideia de que
você é agente não é tão fácil
como fazem crer alguns tipos de
autoajuda, mas é o primeiro
passo para você sair da zona de

infelicidade para uma zona de
felicidade.
E se você está disposto a

examinar racionalmente essa
possibilidade, de que você pode
e quer e é possível que atinja a
felicidade, então, bem-vindo a
este curso porque iremos tratar
destas questões com você.

AFINAL, O QUE É SER

FELIZ?
Afinal, o que é ser feliz e o que

determina esta felicidade?
Vamos começar com um dos

textos mais antigos do Antigo
Testamento e um dos mais
bonitos. É um livro sapiencial,
ou seja, é um livro de sabedoria
e poético. Não é um livro
histórico, é o livro de Jó.
Lá é feita a seguinte pergunta:

por que acontecem coisas ruins
para pessoas boas?
O livro de Jó é um antiquíssimo
estudo sobre a tragédia e seu
significado na nossa vida.
Sintetizando, Jó é um homem
muito feliz, é rico, tem dez filhos,
sendo sete homens, o que lhe
dava uma felicidade específica
dentro da cultura do Oriente
Médio da época, uma sociedade
patriarcal. Ele tinha muitos bens,
cabras, camelos, ovelhas. E, um
dia, o inimigo, o testador –
Satanás – vai perguntar a Deus
se não pode testar Jó.

E Deus autoriza. E Satanás vai

testar Jó e, em seu teste, retira
sistematicamente todos os
pontos da segurança que o
mundo dava a ele: retirou seus
bens, seus filhos e, por fim,
retirou sua saúde. E Jó é
acometido de doença
gravíssima. E Jó está sem
nenhum bem, sem nenhum filho.
Para piorar, sua esposa e seus
amigos ficam dizendo que tudo
aquilo aconteceu e não tem
muito sentido.

A pergunta de Jó vai ser

respondida por um quarto
amigo e pelo próprio Deus que
aparece a Jó: quem é você, Jó,
para saber qual é o sentido das
coisas? Quem é você para saber
o que eu espero que aconteça
às pessoas, para saber lá na
frente qual é o “destino final” de
uma existência? Porque você,
humano, julga aqui e agora esta
doença que o aflige, esse
dinheiro que você perdeu... Mas
eu, Deus, vejo adiante, a partir
da espécie da eternidade. E
Deus diz a ele que tem que
permanecer fiel porque ele não

tem essa noção, ele só olha o

momento imediato.
E Jó permanece fiel – em
apertada síntese – e é
recompensado com novos bens,
novos filhos, e é confirmado na
fé de Deus. A ideia religiosa que
aparece no livro de Jó é que
Deus escreve certo por linhas
tortas e Deus tem um plano.
Aquilo que acontece a você é
aprendizado. É aquilo que
outras vertentes religiosas vão
enfatizar. Por exemplo, para os
espíritas Kardecistas, em cada
vida em que eu assumo a
condição humana, eu vim para
um aprendizado que vai fazer o

meu espírito crescer, que vai ser
muito importante para que eu
cresça. Se eu vim com doença,
pobreza ou problema familiar, se
alguém me aflige ou eu mesmo
tenho algum defeito grave,
algum vício, isto faz parte desse
aprendizado.
Para o religioso, a felicidade é

exatamente aceita. Aquilo que
Jó disse tantas vezes: Deus dá,
Deus tira. Bendito seja o nome
do Senhor. Assim, eu vou
aprendendo que não estou
buscando Deus pela consolação
de Deus, mas estou buscando a
consolação de ter um Deus.

Essa resposta religiosa é muito
antiga e muito tradicional e
m u i t o e fi c a z . Tu d o p o s s o
naquele que me fortalece, diz o
a p ó s t o l o P a u l o . Tu d o q u e
acontece é para o bem daquele
que crê.
Por mais terríveis que sejam o

momento e a desgraça, existe
uma lição maior que Deus indica
a J ó n o fi n a l : s e v o c ê
permanecer fiel à sua fé, sua
felicidade será confirmada, e
sua felicidade não pode ser
momentânea e passageira, deve
ser felicidade similar ao próprio
plano de Deus: sua vitória estará

garantida se sua fé for mantida,
porque o máximo que o mundo
pode retirar de você diz respeito
a bens e saúde física, mas eu
lhe garanto eternidade ao meu
lado.
Essa é uma resposta muito clara

e antiga, sólida e que anima
ainda a maioria das pessoas,
pelo menos das pessoas que
têm fé. Existe um plano e a
felicidade está garantida.
Mas nossa reflexão vai um
pouco além dessa resposta.
Não que ela seja ruim, mas

vamos pensar de outra forma

igualmente antiga.
A tradição do hinduísmo fala de

um guerreiro muito poderoso e
muito importante, o Arjuna, que
está indo para a batalha e não
sabe. Mas o homem que conduz
o seu carro com cavalos, sua
biga, é o próprio Deus Krishna.
E Arjuna está olhando o campo
de batalha e fica desolado
porque tem, de um lado, amigos
e, do lado oposto da guerra,
também amigos, e, se ele
vencer, ele vai matar amigos. E
se ele perder, também vai perder
amigos. Ele não sabe como
reagir a qualquer dos

resultados: a vitória e a derrota
o levariam à tristeza da perda.
É quando Krishna dá a Arjuna

um dos diálogos mais densos
para a tradição Hindu, uma
posição muito clara: Arjuna você
não pode controlar tudo, cada
um tem uma vida a viver e uma
missão a ser desenvolvida.
Fazer o máximo possível dentro
da sua missão é encontrar o
sentido da sua existência. A
existência não está em matar ou
morrer, mas em ser capaz de
cumprir sua função, que pode
ser a de um intelectual brâmane
ou a de um humilde fora de
sistemas de castas, um
intocável. Você pode ser um
intocável ou ser um guerreiro,
cabe a você fazer o máximo
possível e não ficar perguntando
o que vai acontecer. Cabe a
você o esforço. A felicidade é
conseguir o desempenho
máximo dentro daquilo em que
você está inserido, no caso,
uma sociedade de castas da
Índia, em que você pode crescer
cumprindo seu papel.
Essa questão é muito parecida

com questões de várias outras
posturas. Não tenha imensas
expectativas com o sentido das

coisas. Cumpra a sua função.
Essa é uma resposta que está
no Bhagavad Gita, algo mais
profundo, em que vamos
encontrar a defesa de um
esforço máximo. E se cada um
cumprir esse papel, for atrás do
seu objetivo, vai acabar
encontrando seu sentido, o
sentido maior que não é de
transformar o universo, mas de
cumprir sua função neste
universo para se libertar dessa
roda de nascimentos
incessantes, aquilo que vai ser
comum depois entre o diálogo

do hinduísmo e do futuro
budismo.
Existem muitas posturas e,

como vamos perceber, quase
todas tocam na questão do mal,
na questão da doença, da
traição, daquilo que impede que
eu seja feliz. Por isso muitas
posturas, filosofias e religiões
tratam bastante dessa questão
do mal, como vimos no diálogo
de Jó e de Arjuna.
Veja, por exemplo, no

e s t o i c i s m o a fi l o s o fi a t ã o
expressa em Grécia e em Roma.
Se o problema está no desejo,
na infelicidade ou naquilo que

acontece no mundo, eu vou ter
que adquirir uma
“imperturbabilidade”, ou seja,
parar de ser uma pessoa
oscilante que acordou bem
porque tem sol lá fora, ou
porque a pessoa que amo
mandou mensagem no
WhatsApp dizendo que me ama,
ou porque estou empregado e
outros não estão. Então, eu
tenho motivos para estar feliz.
Mas assim que eu saio à rua,
alguém me destrata, há um
acidente de trânsito, eu recebo
uma notícia de que perdi o
emprego e entro no ciclo de
tristeza, e pioro quando perco o

grande amor.
No entanto, mais um dia depois,

consigo um emprego ainda
melhor, um novo amor, e aí eu
ascendo novamente para a
felicidade. Essas oscilações,
esse caráter ciclotímico, ou seja,
lá em cima e lá embaixo, é para
os estoicos a pior coisa. Para
chegar ao estado da felicidade
eu tenho que abrir mão dessas
oscilações, tenho que ser
imperturbável para chegar a
certa apatheia, uma indiferença
diante desse ciclo do mundo.

A apatheia é fundamental para

que eu me torne uma pessoa
sábia. O sábio não é alguém que
está rindo ou chorando, não é
alguém que encontra no mundo
um motivo para ficar com
euforia ou depressão. Como
sábio, eu tenho que entender
que as coisas são assim. E que,
se eu conseguir não ficar
oscilando com qualquer
acontecimento, estarei mais
perto da sabedoria que é uma
forma filosófica de felicidade.
Os estoicos pensam muito

nessa indiferença. Epicteto, um
filósofo famoso que começou
em Roma e terminou exilado, vai

dizer que, se eu entender que há
coisas que não posso mudar e
sobre as quais não devo ter
preocupação – como a morte ou
passar do tempo – e entender
que há coisas que eu posso
mudar, sobre as quais posso ter
grande ação, como meu
conhecimento, vou entender
que tenho que aplicar energia
exclusivamente sobre aquilo
que eu posso mudar.
Se eu posso mudar algo, então

vou me empenhar naquilo, sem
vaidade de que tenho poder
total para me impor sobre todas
as coisas. Ele prega a ideia de

pessoa tranquila que distingue
entre o que ela pode mudar e o
que não pode mudar. Se tiver
essa clareza, não vou ficar me
empenhando sobre aquilo que
não tem possibilidade de ser
mudado e vou guardar minha
energia sobre aquilo que pode
de fato ser mudado.
Como vimos até aqui, tanto

religiosos quanto filósofos têm
postura oscilante. Mas no fundo
estão dizendo para não imaginar
que você pode tudo ou tem
poder de controlar tudo. Para Jó
existe um Deus acima dos
planos. Para Arjuna existe um

carma e sistema de castas
acima de você. E para Epicteto
existe uma realidade que não é
de um Deus ou carma, mas a
re a l i d a d e d a s c o i s a s q u e
impede que você tenha esse
poder total.
O ponto em comum dessas

posturas é que você não pode
tudo, pode menos do que
imagina. Mas pode, para Jó,
aceitando o plano de Deus; para
Arjuna, aceitando a mensagem
do Krishna para fazer o melhor
possível; e pode, para Epicteto,
distinguindo entre o que você
pode e não pode mudar acima

da impotência e abaixo da
onipotência, acima da pedra e
abaixo de Deus, acima das
coisas materiais que não têm
vontade e abaixo de uma mente
o n i p o t e n t e , o n i p re s e n t e e
onisciente que na nossa cultura
associamos à imagem de Deus.
Então, a partir daqui iremos

pensar, dentro de um campo
acima da impotência e abaixo
da onipotência: afinal, o que eu
posso fazer para ser feliz?


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O oposto a essa posição de

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da felicidade, neste caso é dito

Na verdade, como tudo na

ter dominantemente a sensação

Porém, para isso, não basta

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O caos é inexistência de forças

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Ele não é automático e não é

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A tristeza, a melancolia e a ideia

que estou aqui por puro

Se sou triste, sou um fracasso e

O que eu quero dizer até aqui

passo para você sair da zona de

E se você está disposto a

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Afinal, o que é ser feliz e o que

Vamos começar com um dos

Lá é feita a seguinte pergunta:

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E Deus autoriza. E Satanás vai

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A pergunta de Jó vai ser

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tem essa noção, ele só olha o

um aprendizado que vai fazer o

Para o religioso, a felicidade é

consolação de ter um Deus.

Por mais terríveis que sejam o

plano de Deus: sua vitória estará

Essa é uma resposta muito clara

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vamos pensar de outra forma

A tradição do hinduísmo fala de

reagir a qualquer dos

É quando Krishna dá a Arjuna

Essa questão é muito parecida

expectativas com o sentido das

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Existem muitas posturas e,

Veja, por exemplo, no

na infelicidade ou naquilo que

tristeza, e pioro quando perco o

No entanto, mais um dia depois,