Você está na página 1de 450

Título do original:

Sri Caitanya-caritámrta, Madhya-lilâ, Volumes One, Two and Three. índice


"The Ecstatic Manifestations of Lord Caitanya M a h ã p r a b h u "
" T h e Narrations Concerning Màdhavendra Puri,
Sãksi Gopãla and Sãrvabhauma Bhattãcãrya" Prefácio Vil

" T h e Lord's T o u r o f South índia" Introdução xi

Este livro foi traduzido para o português do original em inglês por: CAPÍTULO UM
O s p a s s a t e m p o s p o s t e r i o r e s d o S e n h o r Sri C a i t a n y a M a h ã p r a b h u 1
Paravyoma dãsa (Pedro Paulo Gomes Marin)
Mahãkãla dãsa (Mareio Lima Pereira Pombo)
Indrasarana dãsa (Antônio Irapuam Ribeiro Tupinambá) CAPÍTULO DOIS
Ãngira Muni dãsa (Aloisio Biesek) A s m a n i f e s t a ç õ e s extáticas d o S e n h o r Sri C a i t a n y a M a h ã p r a b h u 129

Composição feita por: Sri Krsna Mitra dãsa (Sérgio Casado)


CAPÍTULO TRÊS
1985 THE BHAKTIVEDANTA BOOK TRUST O S e n h o r Sri C a i t a n y a M a h ã p r a b h u na casa de Advaita Ãcãrya 187

Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total deste livro.


CAPÍTULO QUATRO
O serviço d e v o c i o n a l de Sri M à d h a v e n d r a P u r i 273
C.G.C. - 47.096.698/0001-54

CAPÍTULO CINCO
Editado e impresso no Brasil As atividades de Sãksi-gopãla 363
CIP-Brasil. Catalogação. na*Publicaçào
c
Câmara Brasileira d o Llvrj, S
CAPÍTULO SEIS
A l i b e r a ç ã o de S ã r v a b h a u m a B h a t t ã c ã r y a 429
Bhaktivedanta, Swami,_Abhay Charan, 1896-1977.
B469s Sti Caitanya Caritamrta : ocm o texto bengali
original, sua transcrição latina, os equivalentes eml CAPÍTULO SETE
português, tradução e significados elaborados / por
A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhuoâda ; .'traduzido por A v i a g e m d o S e n h o r p e l o sul d a í n d i a 571
1
Paravyoma dãsa, Mahakala dãsa, flngira Muni dasa . —
São Paulo : Bhaktivedanta Book Trust, 1984.
"Madhya-lila Volume Um" CAPÍTULO OITO
Bibliografia. C o n v e r s a s e n t r e Sri C a i t a n y a M a h ã p r a b h u e R â m ã n a n d a Rãya 635
ISBN 85-7015 - 03u-X (obra c o m p l e t a )
APÊNDICES
1. Caitanya, 1486-1534 I. Titulo.
O Autor 817
Referências 819
83-2114 i CDD-294.563 Glossário 823
Indicas para catalogo alstemáilco: Guia do alfabeto e da pronúncia em bengali 833
1. testres espirituais : Hinduismo 294.563 Índice alfabético 835

v
Prefácio

Não há diferença entre os ensinamentos do Senhor Caitanya apresentados aqui


e os ensinamentos do Senhor Krsna no Bhagavad-gitã. Os ensinamentos do Senhor
Caitanya são demonstrações práticas dos ensinamentos do Senhor Krsna. A ins-
trução fundamental do Senhor Krsna no Bhagavad-gTtã é que todos devem render-
se a Ele, o Senhor Krsna. Krsna promete encarregar-Se prontamente da alma que
se render a Ele. O Senhor, a Suprema Personalidade de Deus, já Se encarrega
da manutenção desta criação por meio de Ksirodakasãyi Visnu, Sua expansão
plenária, só que esta manutenção não é direta. Entretanto, quando o Senhor diz
que Se encarrega de Seu devoto puro, Ele Se encarrega dele diretamente. O de-
voto puro é uma alma eternamente rendida ao Senhor, assim como uma criança
é rendida a seus pais ou um animal a seu dono. No processo de rendição, deve-se:
(1) aceitar o que é conveniente para a execução de serviço devocional, (2) rejeitar
o que é inconveniente, (3) crer firmemente na proteção do Senhor, (4) sentir de-
pendência exclusiva da misericórdia do Senhor, (5) não ter interesse à parte do
interesse do Senhor e (6) sentir-se sempre manso e humilde.
O Senhor pede que nos rendamos a Ele, seguindo essas seis diretrizes, mas
os ininteligentes pseudo-acadêmicos do m u n d o interpretam mal essas exigências
e impelem o público em geral a rejeitá-las. Na conclusão do Nono Capítulo do
Bhagavad-gTtã, o Senhor Krsjia diz diretamente: " S e m p r e ocupa tua mente em
pensar em Mim, presta-Me reverências e Me adora. Absorvendo-te inteiramente
em Mim, com certeza virás a M i m . " (Bg. 9.34) Contudo, os demônios eruditos
desorientam as pessoas, fazendo-as voltar-se para a verdade impessoal, imani-
festa, eterna e não-nascida, em vez de para a Suprema Personalidade de Deus.
Os filósofos impersonalistas Mãyãvãdis não aceitam que o aspecto fundamental
da Verdade Absoluta seja a Suprema Personalidade de Deus. Quem quiser com-
preender o sol como ele é deverá primeiramente encarar o brilho do soj, depois
o globo solar e, após entrar nesse globo, encontrar-se pessoalmente com a deida-
de predominante do sol. Devido a seu pobre fundo de conhecimento, os filóso-
fos Mãyãvãdis não p o d e m transpor a refulgência Brahman, que pode sercompa-
rada ao brilho do sol. Os Upaniçads confirmam que é preciso penetrar a ofüscante
•refulgência do Brahman antes que se possa ver o verdadeiro rosto da Personali-
dade de Deus.
Portanto, o Senhor Caitanya ensina a adoração direta ao Senhor Krsna, que
apareceu como o filho adotivo do rei de Vraja. Ele também sugere que o lugar
conhecido como Vrndãvana é tão bom quanto o Senhor Krsna, porque não há
diferença entre o nome, as qualidades, a forma, os passatempos, o séquito e a
parafernália do Senhor Krsna e o próprio Senhor Krsna. Esta é a natureza abso-
luta da Verdade Absoluta.

mi
mu Sri Caitanya-caritãmrta Prefácio ix

O Senhor Caitanya também recomendou que o modo de adoração mais eleva- magnificamente decorada, ouvindo Suas glórias transcendentais, saboreando a
do na fase máxima de perfeição é o método praticado pelas donzelas de Vraja. comida oferecida a Ele, associando-se com Seus devotos, cheirando as flores e
Essas donzelas (gopis, ou vaqueirinhas) simplesmente amavam Krsna, sem moti- folhas de tulasí oferecidas a Ele, ocupando-se em atividades de Seu interesse, etc.
vações de ganho material ou espiritual. Caitanya também recomendou o Srimad- Não é possível parar com as atividades da mente e dos sentidos, mas pode-se
Bhágavatam como a narração imaculada de conhecimento transcendental, e também purificá-las através de uma mudança de consciência. Esta mudança está indicada
ressaltou que o objetivo supremo da vida humana é desenvolver amor puro por no Bhagavad-gitã quando Krsna fala a Arjuna sobre o conhecimento da yoga me-
Krsna, a Suprema Personalidade de Deus. diante o qual pode-se trabalhar sem resultados fruitivos. "Ó filho de Prthã, quando
Os ensinamentos do Senhor Caitanya e os dados pelo Senhor Kapila, o exposi- agires com tal inteligência, poderás livrar-te do cativeiro dos trabalhos." (Bg. 2.39)
tor original da sãnkhya-yoga, o sistema sdnkhya de filosofia, são idênticos. Este sis- Às vezes, o ser humano abstém-se do gozo dos sentidos devido a determinadas
tema de yoga autorizado recomenda a meditação na forma transcendental do circunstâncias tais como doenças, e t c , mas esta não é a prescrição. Sem conhecer
Senhor. Meditar em algo vazio ou impessoal está fora de cogitação. Podemos me- o verdadeiro processo pelo qual pode-se controlar a mente e os sentidos, homens
ditar na forma transcendental do Senhor Visnu, mesmo sem praticar complicadas menos inteligentes, ou tentam conter a mente e os sentidos à força, ou cedem
posturas sentadas. Tal meditação chama-se samãdhi perfeito. Este samâdhi perfeito a eles e são arrastados pelas ondas do gozo dos sentidos.
é comprovado no final do Sexto Capítulo do Bhagavad-gitã, onde o Senhor Krsna Os princípios regulativos e as regras de yoga, as diversas posturas sentadas e
diz: "E de todos os yogTs, aquele que sempre se absorve em Mim com grande exercícios respiratórios executados numa tentativa de afastar os sentidos de seus
fé, adorando-Me com transcendental serviço amoroso, está mui intimamente li- objetos são métodos destinados àqueles que estão demasiadamente absortos no
gado a Mim em yoga e é o mais elevado de t o d o s . " (Bg. 6.47) conceito corpóreo de vida. O homem inteligente, situado em consciência de Krsna,
O Senhor Caitanya deu instruções à massa popular sobre a filosofia sãnkhya não procura, à força, impedir seus sentidos de agir. Em vez disso, ele ocupa seus
de acirüya-bhedãbheda-tattva, a qual defende que o Senhor Supremo é simultanea- sentidos a serviço de Krsna. Ninguém pode impedir que uma criança brinque,
mente igual à Sua criação e diferente dela. O Senhor Caitanya ensinou esta filo- deixando-a inativa. Pode-se impedir uma criança de cometer tolices ocupando-a
sofia através do cantar do santo nome do Senhor. Ele ensinou que o santo nome em atividades superiores. A restrição em que, através dos oito princípios da yoga
do Senhor é Sua encarnação sonora e que, como o Senhor é o todo absoluto, se contém forçosamente as atividades sensoriais, é recomendada para homens
não há diferença entre Seu santo nome e Sua forma transcendental. Assim, can- inferiores. Homens superiores, ocupando-se nas atividades superiores da cons-
tando o santo nome do Senhor, podemos associar-nos diretamente com o Senhor ciência de Krsna, afastam-se naturalmente das atividades inferiores relacionadas
Supremo através da vibração sonora. Ao praticarmos essa vibração sonora, pas- com a existência material.
samos por três fases de desenvolvimento: a fase ofensiva, a fase purificatória e O Senhor Caitanya ensina a ciência da consciência de Krsna dessa maneira.
a fase transcendental. Na fase ofensiva, podemos desejar toda espécie de felici- Esta ciência é absoluta. Especuladores mentais secos tentam abster-se do apego
dade material, mas, na segunda fase, purificamo-nos de toda a contaminação ma- material, mas verificamos geralmente que a mente é forte demais para ser contro-
terial. Quando nos situamos na fase transcendental, alcançamos a posição mais lada e os arrasta de volta para atividades sensuais. A pessoa em consciência de
cobiçada — a fase em que amamos a Deus. O Senhor Caitanya ensinou que esta Krsna não corre esse risco. É preciso ocupar mente e sentidos em atividades cons-
é a mais elevada fase de perfeição para os seres h u m a n o s . cientes de Krçna, e o Senhor Caitanya ensina como fazer isso na prática. Antes
A prática de yoga destina-se essencialmente ao controle dos sentidos. A mente de aceitar sannyãsa (a ordem renunciada), o Senhor Caitanya era conhecido como
é o fator central de controle de todos os sentidos; portanto, antes de mais nada, Viávambhara. A palavra viévambhara refere-se àquele que mantém todo o universo
é preciso praticar o controle da mente, ocupando-a em consciência de Krsna. As e que lidera todas as entidades vivas. Este mantenedor e líder apareceu como
atividades grosseiras da mente expressam-se através dos sentidos externos, quer o Senhor Sri Krsna Caitanya para transmitir esses ensinamentos sublimes à huma-
para a aquisição de conhecimento, quer para o funcionamento dos sentidos de nidade. O Senhor Caitanya é o preceptor ideal das necessidades fundamentais
acordo com a vontade. As atividades sutis da mente são pensar, sentir e querer. da vida. Ele é o mais magnânimo outorgador do amor a Krsna. Ele é o reservatório
Segundo seu estado de consciência, o indivíduo é poluído ou puro. Se nossa mente completo de todas as misericórdias e boa fortuna. Como se confirma no èrimad-
está fixa em Krsna (Seu nome, qualidade, forma, passatempos, séquito e para- Bhãgavatam, no Bhagavad-gitã no Mahãbhãrata e nos Upani$ads, Ele é a Suprema
fernália), todas as nossas atividades — tanto sutis quanto grosseiras — tornam-se Personalidade de Deus, o próprio Krsna, sendo digno de adoração de todos nesta
favoráveis. No Bhagavad-gitã, o processo de purificar a consciência consiste em era de desavenças. Todos podem juntar-se a Seu movimento de sankirtana. Não
fixar a mente em Krsna, falando de Suas atividades transcendentais, limpando- se exige nenhuma qualificação prévia. Pelo simples fatos de seguir Seus ensinamentos,
Lhe o templo, indo a Seu templo, vendo a bela forma transcendental do Senhor
X Sri Caitanya-caritãmrta
Introdução
qualquer pessoa pode tornar-se um ser humano perfeito. Quem tiver a boa for-
tuna de ser atraído por Suas características, decerto que terá êxito na missão de
sua vida. Em outras palavras, aqueles que estiverem interessados em alcançar O Sri Caitanya-caritãmrta é a principal obra sobre a vida e os ensinamentos de
a existência espiritual poderão ser facilmente liberados das garras de mãyã pela Sri Krsna Caitanya. Sri Caitanya é o pioneiro de um grande movimento religioso
graça do Senhor Caitanya. Os ensinamentos apresentados neste livro não são e social que começou na índia há pouco menos de quinhentos anos e que, direta
diferentes do Senhor. e indiretamente, influenciou o curso subseqüente do pensamento religioso e filo-
Absorvendo-se no corpo material, a alma espiritual aumenta as páginas da his- sófico, não somente na índia, mas também no Ocidente de hoje em dia.
tória mediante toda espécie de atividades materiais. Os ensinamentos do Senhor Considera-se Caitanya Mahãprabhu como u m a figura de grande importância
Caitanya podem ajudar a sociedade h u m a n a a parar com tais atividades desne- histórica. No entanto, nosso método convencional de análise histórica — o de
cessárias e temporárias. Através desses ensinamentos, a sociedade humana poderá encarar o homem como um produto de sua época — não se aplica aqui. Sri Caitanya
elevar-se à plataforma mais elevada de atividade espiritual. Essas atividades é uma personalidade que transcende o alcance limitado dos contextos históricos.
espirituais começam realmente após o libertar-se do cativeiro material. Tais ativi- Numa época em que, no Ocidente, o homem voltava seu espírito explorador
dades liberadas em consciência de Krsna constituem a meta da perfeição huma- para o estudo da estrutura do universo físico e para a circunavegação do m u n d o
na. O falso prestígio que adquirimos tentando dominar a natureza material é ilu- em busca de novos oceanos e continentes, Sri Krsna Caitanya, no Oriente, inau-
sório. Os ensinamentos do Senhor Caitanya podem conferir-nos conhecimento gurava e liderava uma revolução voltada para o m u n d o interior, para uma com-
iluminante, e, mediante tal conhecimento, podemos avançar na existência preensão científica do conhecimento mais elevado da natureza espiritual do
espiritual. homem.
Todos são obrigados a sofrer ou gozar os frutos de suas atividades: ninguém As principais fontes históricas da vida de Sri Caitanya são os kadacãs (diários)
pode conter as leis da natureza material que governam tais coisas. Enquanto esti- mantidos por Murãri Gupta e Svarüpa Dãmodara Gosvãmi. Murãri Gupta, um
vermos ocupados em atividades fruitivas, decerto que seremos frustrados em médico e associado íntimo de Sri Caitanya, registrou extensas anotações sobre
qualquer tentativa de alcançar a meta última da vida. Minha esperança sincera os primeiros vinte e quatro anos da vida de Sri Caitanya, culminando em Sua
é que, entendendo os ensinamentos do Senhor Caitanya, a sociedade humana iniciação na ordem renunciada, sannyãsa. Os eventos da outra metade dos qua-
sinta uma nova luz de vida espiritual que abrirá o campo de atividade para a alma renta e oito anos dos passatempos de Caitanya Mahãprabhu foram registrados
pura. no diário de Svarüpa Dãmodara Gosvãmi, outro dos associados íntimos de
Caitanya Mahãprabhu.
om tat sat O Sri Caitanya-caritãmrta divide-se em três partes, chamadas lilãs, que literal-
mente significa "passatempos"—Ãdi-lilã (o período inicial), Madhya-lilã (o perío-
do intermediário) e Antya-lilã (o período final). As anotações de Murãri Gupta
A. C. Bhaktivedanta Swami formam a base do Ãdi-lilã, e o diário de Svarüpa Dãmodara fornece os pormeno-
res para o Madhya-lilã e para o Antya-lilã.
14 de março de 1968 Os primeiros doze dos dezessete capítulos do Ãdi-lilã constituem o prefácio para
Aniversário do Senhor Caitanya toda a obra. Recorrendo a evidências de escrituras védicas, este prefácio estabe-
Templo Sri-Sri-Rãdhá-Krsna lece Sri Caitanya como o avatãra (encarnação) de Krsna (Deus) para a era de Kali
Nova Iorque — E.U.A. — a época atual, que começou há cinco mil anos e que se caracteriza pelo materia-
lismo, pela hipocrisia e pela desavença. Nestas descrições, Caitanya Mahãprabhu,
que é idêntico ao Senhor Krsna, aparece para conceder liberalmente amor puro a
Deus às almas caídas desta era degradada, propagando o sankirtana — literalmente,
"glorificação congregacional a D e u s " — especialmente organizando o cantar públi-
co do mahã-mantra (Grande Canto para a Liberação). Revela-se o propósito esotéri-
co do aparecimento do Senhor Caitanya no mundo, descrevem-se Seus co-avatãras
e devotos principais e resumem-se Seus ensinamentos. A porção restante do Adi-
lilã, dos Capítulos Treze a Dezessete, recapitula sucintamente Seu nascimento
divino e Sua vida até Ele aceitar a ordem renunciada. Isto inclui Seus milagres

xi
Éri Caitanya-caritãmrta Introdução
xii

evitou descrever elaboradamente. muitos dos eventos da vida de Sri Caitanya,


infantis, Seu tempo de escola. Seu casamento e Seus primeiros confrontos filosó- em particular os últimos. Ansiosos por ouvir esses últimos passatempos, os de-
ficos, bem como Sua organização de um amplo movimento de sankirtana e Sua votos de Vrndãvana solicitaram que Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi, a quem res-
desobediência civil contra a repressão do governo maometano. peitavam como um grande santo, compusesse um livro narrando esses episó-
O Madhya-lilã, a mais extensa das três divisões, fornece uma narração minucio- dios pormenorizadamente. Após este pedido, e com a permissão e as bênçãos
sa das memoráveis e longas viagens do Senhor Caitanya pela índia como um men- da Deidade de Madana-mohana, de Vrndãvana, ele começou a compilar o Sri
dicante renunciado, mestre, filósofo, preceptor espiritual e místico. Durante este Caitanya-caritãmrta, o qual,devido a seu primor biográfico e completa exposição
período de seis anos, Sri Caitanya transmite Seus ensinamentos a Seus discípu- da profunda filosofia e dos ensinamentos do Senhor Caitanya, é considerado como
los principais. Ele empreende debates e converte muitos dos mais famosos filó- a mais importante obra biográfica sobre Sri Caitanya.
sofos e teólogos de Sua época, incluindo sahkaristas, budistas e muçulmanos, Ele começou a trabalhar no texto q u a n d o já tinha mais de noventa anos e esta-
acompanhados de seus muitos milhares de seguidores e discípulos. Inclui-se va com a saúde vacilante, como vividamente descreve no próprio texto: "Agora
também nesta seção uma dramática narrativa das atividades miraculosas de estou velho demais e perturbado pela invalidez. Enquanto escrevo, minhas mãos
Caitanya Mahãprabhu no grande festival do Ratha de Jagannãtha em Orissa. tremem. Não posso lembrar-me de nada, nem posso ver ou ouvir bem. Mesmo
O Antya-lilã relaciona-se com os últimos dezoito anos da presença manifesta assim, escrevo, e isso é maravilhoso." Decerto é uma das maravilhas da história
de Sri Caitanya, passados em semi-reclusão perto do famoso templo de Jagannãtha literária que, não obstante suas condições tão debilitadas, ele completasse a maior
em Jagannãtha Puri, Orissa. Durante estes derradeiros anos, Sri Caitanya mer- jóia literária da índia medieval.
gulhou cada vez mais profundamente em transes de êxtase espiritual inigualá- Esta tradução e comentário é obra de Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta
veis em toda a história religiosa e literária,' tanto do Oriente quanto do Ocidente. Swami Prabhupãda, o mais distinto mestre do pensamento religioso e filosófico
A perpétua e sempre crescente beatitude religiosa de Sri Caitanya, descrita grafi- indiano. Seu comentário baseia-se em dois comentários bengalis: um de seu
camente nas narrativas baseadas no testemunho ocular de Svarüpa Dãmodara mestre, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvatl Gosvãmi — o eminente acadêmico védi-
Gosvãmi, Seu inseparável companheiro durante este período, claramente desa- co que predisse: " T e m p o virá em que as pessoas do m u n d o estudarão bengali
fia as habilidades investigadoras e descritivas dos modernos psicólogos e feno- para ler o éri Caitanya-caritãmrta" — e outro do pai de Srila Bhaktisiddhãnta,
menologistas de experiência religiosa. Bhaktivinoda Thãkura.
O autor deste grande clássico, Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi, nascido no ano Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupãda é descendente dis-
de 1507, foi discípulo de Raghunãtha dása Gosvãmi, um íntimo seguidor de cipular de Sri Caitanya Mahãprabhu, e é o primeiro erudito a traduzir sitematica-
Caitanya Mahãprabhu. Raghunãtha dãsa, um renomado santo e asceta, ouviu mente as obras principais dos seguidores de Sri Caitanya. Sua perfeita erudição
e memorizou todas as atividades de Caitanya Mahãprabhu, conforme as contou em bengali e em sânscrito e íntima familiaridade com os preceitos de Sri Krsna
Svarüpa Dãmodara. Após o desaparecimento de Sri Caitanya e de Svarüpa Caitanya são uma combinação adequada que eminentemente qualificam-no a apre-
Dãmodara, Raghunãtha dãsa, incapaz de suportar a dor da saudade destes obje- sentar este importante clássico ao m u n d o de língua ocidental. A facilidade e cla-
tos de sua plena devoção, viajou para Vrndãvana, tencionando cometer suicídio, reza com as quais ele expõe difíceis conceitos filosóficos produzem compreensão
pulando da Colina de Govardhana. No entanto, em Vrndãvana encontrou-se com e apreciação genuínas desta profunda e monumental obra, mesmo num leitor
Rüpa Gosvãmi e Sanãtana Gosvãmi, os mais íntimos discípulos de Caitanya Mahã- totalmente alheio da tradição religiosa indiana.
prabhu. Eles convenceram-no a desistir de seu plano de suicídio e induziram-no O texto completo, com comentários, apresentado pela Bhaktivedanta Book Trust
a revelar-lhes os eventos espiritualmente inspiradores da vida posterior do Senhor em sete volumes belamente ilustrados, representa uma contribuição da maior im-
Caitanya. Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi também residia em Vrndãvana nesta épo- portância à vida intelectual, cultural e espiritual do homem contemporâneo.
ca, e Raghunãtha dása Gosvãmi transmitiu-lhe plena compreensão da vida trans-
cendental de Sri Caitanya.
—Os Editores
A essa altura, acadêmicos e devotos contemporâneos e quase contemporâneos
de Sri Caitanya já haviam escrito diversas obras biográficas sobre Sua vida. Dentre
estas, estão incluídos o Sri Caitanya-carita de Murãri Gupta; o Caitanya-mahgala,
de Locana dãsa Thãkura e o Caitanya-bhãgavata. Este último texto, uma obra de
Vrndãvana dãsa Thãkura, que então era considerada a principal autoridade sobre
a vida de Sri Caitanya, foi altamente venerado. Enquanto compunha seu impor-
tante trabalho, Vrndãvana dása, temendo que este se tornasse volumoso demais,
CAPÍTULO UM

Os passatempos posteriores
do Senhor ári Caitanya Mahãprabhu

Este capítulo apresenta uma descrição resumida de todos os passatempos rea-


lizados por Sri Caitanya Mahãprabhu durante o período intermediário de Suas
atividades bem como durante os seis anos finais de Suas atividades. Descreve-
se-as todas brevemente. Descreve-se, também, o êxtase de Sri Caitanya
Mahãprabhu ocorrido q u a n d o Ele recitou o verso que começa com yah kaumãra-
harah. Além disso, apresenta-se uma explicação daquele êxtase no verso priyah
so 'yarh krsnah de Srila Rüpa Gosvãmi. O Senhor abençoou a Srila Rüpa Gosvãmi
em particular por ele ter escrito tal verso. Descrevem-se, também, os muitos li-
vros escritos por Srila Rüpa Gosvãmi, Srila Sanãtana Gosvãmi e Srila Jlva
Gosvãmi. Narra-se, também, o encontro entre Sri Caitanya Mahãprabhu, Srila
Rüpa Gosvãmi e Srila Sanãtana Gosvãmi na aldeia conhecida como Rãmakeli.

VERSO 1

yasya prasãdãd ajno 'pi


sadyah sarva-jnatâm vrajet
sa éri-caitanya-devo me
bhagavãn samprasidatu
yasya—de quem; prasãdât—pela misericórdia; ajnah api—mesmo u m a pessoa que
não tem conhecimento; sadyah—imediatamente; sarva-jmtãm—todo o conhecimen-
to; vrajet—pode adquirir; sah—isto; éri-caitanya-devah—o Senhor Sri Caitanya
Mahãprabhu; me—para comigo; bhagavãn—a Suprema Personalidade de Deus;
samprasidatu—que Ele conceda Sua misericórdia imotivada.

T R A D U Ç Ã O — M e s m o uma pessoa sem conhecimento pode imediatamente adqui-


rir todo o conhecimento simplesmente pela bênção de Sri Caitanya Mahãprabhu.
Portanto, oro ao Senhor por Sua misericórdia imotivada para comigo.

VERSO 2

C^tíCS tól "ÍWt «Wr5Pf\ 1151,1

1
2 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 .
"^erso 6 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 3

vande árl-krsna-caitanya-
dlvyad-vrndãranya-kalpa-drumãdhah-
nityãnandau sahoditau
érimad-ratnãgãra-simhãsana-sthau
gaudodaye puspavantau
é rímad- rãdhã-éftla-govinda-deva u
citrau éandau tamo-nudau
presthãlibhih sevyamãnau smarãmi
vande—ofereço respeitosas reverências; éri-krsna-caitanya—ao Senhor Sri Krsna
divyat—brilhando; vrndã-aranya—na floresta de Vrndãvana; kalpa-druma—árvore
Caitanya; nityánandau—e ao Senhor Nityãnanda; saha-uditau—nascidos simultanea-
dos desejos; adhah—debaixo; érimat—belíssimo; ratna-ãgãra—num templo de jóias;
mente; gauda-udaye—no horizonte oriental de Gauda; puspavantau—o sol e a lua
simha-ãsana-sthau—sentados n u m trono; érimat—lindos; rãdhã— Srimati Rãdhãrãni;
juntos; citrau—maravilhosos; éam-dau—abençoando; tamah-nudau—dissipando a
érila-govinda-devau—e Sri Govindadeva; prestha-ãlfbhih—por associados muito ín-
escuridão.
timos; sevyamãnau—sendo servidos; smarãmi—lembro-me.

T R A D U Ç Ã O — O f e r e ç o m i n h a s respeitosas reverências a Sri Krsna Caitanya e ao


Senhor Nityãnanda, que são como o sol e a lua. Eles nasceram simultaneamen- T R A D U Ç Ã O — N u m t e m p l o de jóias em Vrndãvana, debaixo d u m a árvore dos
te no horizonte de G a u d a para dissipar a escuridão da ignorância e assim mara- desejos, ári Sri Rãdhà-Govinda, servidos por Seus associados muito íntimos,
vilhosamente abençoar a todos. estão sentados n u m trono refulgente. Ofereço-Lhes minhas humildes reverências.

VERSO 5
VERSO 3
sraren =g*c^ •ttfttâi «wrcsifil i 5 í
^ < ^ « l ^ t * f T % ' f t f t i r f « f s f a l e s * * si: <t»
u

jayatãm suratau pangor érimdn rãsa-rasãrambhi


mama manda-mater gatt vamélvata-tata-sthitah
mat-sarvasva-padãmbhojau karsan venu-svanair goptr
rãdhã-madana-mohanau gopi-núthah ériye 'stu nah
jayatãm—todas as glórias a; su-ratau—muito misericordiosos, ou apegados em érimãn—a belíssima forma; rasa—da dança da rasa; rasa-ãrambhi—o iniciador da
amor conjugai; pangoh—daquele que é aleijado; mama—de mim; manda-mateh— doçura; vaméi-vata—o célebre local chamado Varháivafa; tata—às margens do
tolo; gati— refúgio; mat—meu; sarva-sva—tudo; pada-ambhojau—cujos pés de lótus; Yamunã; sthitah—encontrando-Se; karsan—atraindo; venu-svanaih—pelos sons da
rãdhã-madana-mohanau—Rãdhãrãni e Madana-mohana. flauta; gopíh—todas as gopis; gopi-nãthah—o senhor de todas as gopls; ériye—a opu-
lência de amor e afeição; asfu—que haja; nah—paia nós.
T R A D U Ç Ã O — G l ó r i a s aos todo misericordiosos Rãdhã e Madana-Mohana! Sou
aleijado e imprudente, todavia, Eles me orientam, e Seus pés de lótus são tudo
para mim. T R A D U Ç Ã O - — Q u e Gopínãthaji, o qual atrai todas as gopis com a canção de Sua
flauta e o qual iniciou a tão melodiosa dança da rasa às margens do Yamunã
em Vamáivata, tenha misericórdia de nós.

VERSO 6
VERSO 4

m m « i f t ^ s srg f t * T ^ 11 «s»«

jaya jaya gauracandra jaya krpã-sindhu


jaya jaya éaci-suta jaya dlna-bandhu

C«tfct^1f%. CWUTilsh ".Rifa II 8 II


Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Verso 12 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 5

jaya jaya—todas as glórias; gauracandra—a Sri Caitanya Mahãprabhu; jaya—todas ataeva tara ãmi sütra-mãtra kailun
as glórias; krpã-sindhu—ao oceano de misericórdia; jaya jaya—todas as glórias a ye kichu viáesa, sütra-madhyei kahilun
Ti; éaci-suta—o filho de Saci; /'ai/a—todas as glórias a Ti; dina-bandhu—o amigo dos ataeva—portanto; tara—de tal; ãmi—eu; sütra-mãtra—apenas a sinopse; kailun—
caídos. fiz; ye kichu—tudo o que; viáesa—elementos específicos; sütra-madhyei kahilun—)á
relatei dentro da sinopse.
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Sri Gaurahari, que é um oceano de misericór-
dia! Todas as glórias a Ti, ó filho de Sacideví, pois és o único amigo de todas T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , dei apenas u m a sinopse de tais incidentes, e aquela si-
as almas caídas! nopse já especificou tudo o que era para ser relatado.

VERSO 7
VERSO 10

«TC* ^9fí iT| II i° II


jaya jaya nityãnanda jayãdvaita-candra
jaya srivãsãdi jaya gaura-bhakta-vrnda ebe kahi sesa-lilãra mukhya sütra-gana
jaya jaya—todas as glórias; nityãnanda—ao Senhor Nityãnanda; jaya-advaita- prabhura aéesa lilã nã yãya varnana
candra—todas as glórias a Advaita Prabhu; jaya—todas as glórias; srivãsa-ãdi—a ebe— agora; kahi—descrevo; sesa-lilãra—dos passatempos finais; mukhya—
todos os devotos, encabeçados por Srivãsa Thãkura; jaya gaura-bhakta-vrnda—todas principais; sütra-gana—sinopse; prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu;
as glórias aos devotos do Senhor Gaurasundara. aéesa—ilimitados; lilã— passatempos; nã yãya varnana—não é possível descrever.

T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias ao Senhor Nityãnanda e a Advaita Prabhu, e todas


as glórias a todos os devotos do Senhor Caitanya, encabeçados por Srivãsa T R A D U Ç Ã O — N ã o é possível descrever os passatempos ilimitados de Sri Caitanya
Thãkura! Mahãprabhu, contudo, desejo relatar agora os incidentes principais e dar uma
sinopse daqueles passatempos ocorridos no final.
VERSO 8

%<'«rff^rfíl I VERSOS 11—12


qfèl f^srfortcssi wtJ»-f««jfis? II v ii ^ía i s w c*fe w t ( f m - i ^ T ^ i i
vürve kahilun ãdi-lilãra sütra-gana '^wm?? f^sff?' ^ f o r i ^«fa ii ^ II
yãhã vistâriyãchena dãsa-vrndãvana
pürue—anteriormente; kahilun—descrevi; ãdi-lilãra—do ãdi-lilã; sütra-gana—a si- «tc-st* ^tl márcia faftrc I
nopse; yãhã—que; vistâriyãchena—explicou elaboradamente; dãsa-vrndãvana— «ttl f%g, ^ $ 1 f ^ t M r e II H II
Vrndãvana dãsa Thãkura.
tara madhye yei bhãga dãsa-vrndãvana
TRADUÇÃO—Acabo de descrever resumidamente o ãdi-lilã [passatempos iniciais], 'caitanya-mangale' vistãri' karilã varnana
que Vrndãvana dãsa Thãkura já havia descrito plenamente.
sei bhãgera ihãn sütra-mãtra líkhiba
VERSO 9 tãhãn ye viáesa kichu, ihãn vistãriba
tara madhye—dentre eles; yei—que; bhãga—parte; dãsa-vrndãvana—Srila
•«rakíf =5ÍS «Ufa ajgirtej I Vrndãvana dãsa Thãkura; caitanya-mangale—em seu livro Caitanya-mangala;
vistãri'—elaborando; karilã varnana—descreveu; sei bhãgera—áe tal parte; i/iari—
fa% ^ 3 R O T ^ f f ç ^ II S> II
6 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 7
Verso 17

aqui neste livro; sütra-mãtra—apenas a sinopse; likhiba—escreverei; tãhãn—ali; ye— cabbiéa vatsara--por vinte e quatro anos; prabhura—do Senhor; grhe—no lar;
tudo o que; viáesa—detalhes especiais; kich u—algo; iTiíri vistãriba—descreverei avasthãna-Tesidindo; tãhãn-ali; y e - t u d o o que; karilã-E\e realizou;if/a-
elaboradamente. passatempos; ãdi-lilã nãma—são chamados ãdi-lilã.

T R A D U Ç Ã O — V o u apenas sumariar a parte que Vrndãvana dása Thãkura apre-


sentou bem elaboradamente em seu livro Caitanya-mangala. No entanto, darei
mais tarde todos os pormenores dos incidentes que sejam excepcionais. T R A D U Ç Ã O — P o r vinte-e-quatro anos, o Senhor ári Caitanya Mahãprabhu per-
maneceu no lar, e todos os passatempos que Ele realizou durante este período
VERSO 13 são chamados ãdi-lilã.

VERSO 16

s f a w ^«,1* <?tw c& i f i i f i i


caitanya-lilãra vyãsa—dása vrndãvana sra ^ S S P I W ^ f « 9 i i *rarti ii II
tãhra ãjnãya karon tãnra ucchista carvana
caitanya-lilãra vyãsa—o Vyãsadeva, ou compilador dos passatempos do Senhor cabbiéa vatsara éese yei mãgha-mãsa
Caitanya Mahãprabhu; dãsa vrndãvana—Vrndãvana dãsa Thãkura; tãnra—dele; tara éukla pakse prabhu karilã sannyãsa
ãjnãya—por ordem; karon—faço; tãnra—seu; ucchista—dos restos de alimento; cabbiéa vatsara—daqueles vinte e quatro anos; éese—ao final; yei—que; mãgha-
ca rvana—mastigando. mãsa—o mês de Mãgha (janeiro-fevereiro); tora—daquele mês; éukla pakse— durante
o quarto crescente; prabhu—o Senhor; karilã— aceitou; sannyãsa—a ordem de vida
T R A D U Ç Ã O — N a verdade, o compilador autorizado dos passatempos de Sri renunciada.
Caitanya Mahãprabhu é Srila dãsa Vrndãvana, a encarnação de Vyãsadeva. É
apenas por ordem dele que tento mastigar os restos de alimento que ele deixou.
T R A D U Ç Ã O — A o final de Seus vinte e quatro anos no mês de Mãgha, durante
VERSO 14 o quarto crescente, o Senhor aceitou sannyãsa, a o r d e m de vida renunciada.
«fé* ftç* «fã tft*T* i
VERSO 17
bhakti kari' éire dhari tãnhãra carana 19TÍi ^fàíl çfa*f ia,*!* W í M I
sesa-lilãra sütra-gana kariye varnana
bhakti kari'—com grande devoção; sire—sobre minha cabeça; dhari—sustento; «rêi c & í t i n , * n srra II II
tãnhãra—seus; carana—pés de lótus; sesa-lilãra—dos passatempos finais; sufra- sannyãsa kariyã cabbiéa vatsara avasthãna
gar»—a sinopse; kariye—faço; varnana—descrevo. tãhãn yei lilã, tara 'éesa-lilã' nãma
sannyãsa kariyã—após aceitar a ordem de sannyãsa; cabbiéa-vatsara—os vinte e qua-
T R A D U Ç Ã O — C o l o c a n d o seus pés de lótus sobre minha cabeça, com grande de- tro anos; avasthãna—permanecendo neste m u n d o material; tãhãn—naquela parte;
voção, passo agora a descrever, em resumo, os passatempos finais do Senhor. yei lilã— todos os passatempos (que foram realizados); tara—daqueles passatem-
pos; éesa-lilã—os passatempos finais; nãma—chamados.
VERSO 15
çfaw ajça «i^iti i •

T R A D U Ç Ã O — A p ó s aceitar sannyãsa, o Senhor Caitanya permaneceu neste mundo


<sttl cs ^ f r o í - ' « r r f M t a f TTI II 11 material por mais vinte e quatro anos. Todos os passatempos que Ele efetuou
aibbiéa vatsara prabhura grhe avasthãna no transcurso deste período chamam-se sesa-lilã, ou passatempos ocorridos no
final.
tãhãn ye karilã lilã—'ãdi-lilã' nãma
8 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Verso 23 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 9

VERSO 18 T R A D U Ç Ã O — T o d o s os passatempos realizados pelo Senhor nesses lugares são


conhecidos como madhya-lilã, e todos os passatempos realizados depois disto
chamam-se antya-lilã.

VERSO 21
sesa-lilãra 'madhya' 'antya',—dui nãma haya
lilã-bhede vai$nava saba nãma-bheda kaya ' « u f r o W , 'swntín', « e r s F i W «ira i
éesa-lilãra—do éesa-lilã, ou passatempos finais; madhya—os intermediários;
antya—os finais; dui—dois; mima—nomes; haya—são; lilã-bhede—pela diferença de *Rpf)«rHf f > g qfàm ft^ta 11 H
passatempos; vaisnava—os devotos do Senhor Supremo; saba—todos; nãma-
bheda—diferentes nomes; kaya—dizem. 'ãdi-lilã', 'madhya-lilã', 'antya-lilã' ãra
ebe 'madhya-lüãra' kichu kariye vistãra
ãdi-lilã madhya-lilã antya-lüã ãra—portanto, há três períodos, a saber, ãdi-lilã,
T R A D U Ç Ã O — O s passatempos finais do Senhor, ocorridos em Seus últimos vin- madhya-lilã e antya-lilã; ebe—agora; madhya-lilãra—do madhya-lilã; kichu—algo;
te e quatro anos, chamam-se m a d h y a [intermediários] e antya [finais]. Todos kariye—farei; vistãra—pormenorização.
os devotos do Senhor referem-se a Seus passatempos segundo tais divisões.
T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , os passatempos do Senhor dividem-se em três períodos
VERSO 19 — ãdi-lilã, madhya-lilã e antya-lilã. Vou descrever agora mui pormenorizada-
<5fa i r a 53 wra^*|apfNt«ffl i mente o madhya-lilã.
^ t s r í s w i - c s í l s - c i ^ ^ H f T ^ ti iS. II
VERSO 22

tara madhye chaya vatsara—gamanãgamana


nilãcala-gauda-setubandha-vrndãvana
tara madhye—dentro de tal período; chaya vatsara—durante seis anos;
gamana-ãgamana—indo e vindo; nilãcala—áe Jagannãtha Puri; gauda—a Bengala; astãdaéa-varsa kevala nilãcale sthiti
setubandha—e do .Cabo Comorin; vrndãvana—a Vrndãvana-dhãma. ãpani ãcari' jive éikhãilã bhakti
astãdaéa-varsa—por dezoito anos; kevala—apenas; nilãcale—em Jagannãtha Puri;
T R A D U Ç Ã O — D u r a n t e seis anos dos últimos vinte e quatro, Sri Caitanya sthiti—permanecendo; ãpani—pessoalmente; ãcari'—comportando-Se; jive—as -en-
Mahãprabhu viajou por toda a índia, de Jagannãtha Puri à Bengala e do Cabo tidades vivas; éikhãilã— instruiu; bhakti—serviço devocional.
Comorin a Vrndãvana.

VERSO 20 T R A D U Ç Ã O — P o r dezoito anos consecutivos, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu


permaneceu em Jagannãtha Puri e, mediante Seu comportamento pessoal, ins-
truiu todas as entidades vivas no espírito do serviço devocional.
«H *ffre #t*Tl ^ * * W B # W f «ifVrtü II V II
VERSO 23
tãhãn yei lilã, tara 'madhya-lilã' nãma
tara pãche lilã—'antya-lilã' abhidhãna <3ta m «^*t«i-*iw i
tãhãn—nesses lugares; yei lilã—todos os passatempos; tara—desses; madhya-lilã—
os passatempos intermediários; nãma—chamados; tara pãche lilã— todos os passa- c«fsi«t> «wé-forl «j«srôl<wCT II »
tempos após este período; antya-lilã— últimos passatempos; abhidhãna—a
tara madhye chaya vatsara bhakta-gana-sange
nomenclatura.
prema-bhakti pravartãilã nrtya-gTta-range
10 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Verso 29 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 11
tira madhye— dentro de tal período; chaya vatsara—por seis anos; bhakta-gana- tãnhãra carane mora kofi namaskãra
sahge—com todos os devotos; prema-bhakti—o serviço amoroso ao Senhor; caitanyera bhakti yenho laoyãila samsãra
pravartaila— introduziu; nrtya-gíta-range—quanto a cantar e dançar. tãnhãra carane—a Seus pés de lótus; mora—minhas; tori—ilimitadas; namaskãra—
reverências; caitanyera—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakti—o serviço
T R A D U Ç Ã O — D e s s e s dezoito anos em Jagannãtha Puri, ári Caitanya Mahãprabhu devocional; yenho— aquele que; laoyãila—íez com que adotasse; samsãra—o mun-
passou seis anos com Seus diversos devotos. Cantando e dançando, Ele intro- do inteiro.
duziu o serviço amoroso ao Senhor.
T R A D U Ç Ã O — P r e s t o inúmeras reverências aos pés de lótus de Sri Nityãnanda
VERSO 24 Prabhu, o qual é tão generoso que difundiu o serviço a Sri Caitanya Mahãprabhu
por todo o m u n d o .
VERSO 27
dr&\ cstr?çw"i «mfoi cetitt u *81
nityãnanda-gosãnire pãthãila gauda-deée
tenho gauda-deéa bhdsdila prema-rase
nityãnanda-gosãnire—Nityãnanda Gosvãmi; pãthãila—enviou; gauda-deée—à Ben-
gala; tenho—Ele; gauda-deéa—o trecho de terra conhecido como Gauda-deáa, ou caitanya-gosãni yãnre bale 'bada bhãi'
Bengala; bhasãila—inundou; prema-rase—com amor extático a Krsna. tenho kahe, mora prabhu—caitanya gosãiii
caitanya-gosãni—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; yãnre—a quem; bale—diz;
T R A D U Ç Ã O — O Senhor á r i Caitanya Mahãprabhu enviou Nityãnanda Prabhu de boda bhãi—irmão mais velho; tenho—Ele; kahe—diz; mora prabhu—Meu Senhor;
Jagannãtha Puri » Bengala, que era conhecida como Gauda-deáa, e o Senhor caitanya-gosãni—o mestre supremo, Senhor Caitanya Mahãprabhu.
Nityãnanda Prabhu i n u n d o u este país com o transcendental serviço amoroso ao
Senhor. T R A D U Ç Ã O — C a i t a n y a M a h ã p r a b h u costumava tratar Nityãnanda Prabhu como
VERSO 25 Seu irmão mais velho, ao passo que Nityãnanda Prabhu tratava Sri Caitanya
Mahãprabhu como Seu Senhor.
miw$ fosjmi-ywetrjfímin \
«fÇ-^tB5t? S l t l vSttl QSIWIW II II VERSO 28

sahajet nityãnanda—krsna premoddãma *raf»t « r m f à s a i «f^^rart i


prabhu-ãjnãya kaila yãhãn tãhãn prema-dãna <5«!Tf*í Wft-^lfeTfl II II
sahajei—por natureza; nityãnanda—o Senhor Nityãnanda Prabhu; krsna-prema-
uddãma—bastante inspirado em transcendental serviço amoroso ao Senhor Krsna; yadyapi ãpani haye prabhu balarãma
prabhu-ãjnãya—por ordem do Senhor; kaila—fez; yãhãn tãhãn—em todos os luga- tathãvi caitanyera kare dãsa-abhimãna
res; prema-dãna—distribuição de tal amor. yadyapi—embora; ãpani—pessoalmente; haye—seja; prabhu—Senhor; balarãma—
Balarãma; tathãpi—não obstante; caitanyera—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
kare—aceita; dãsa-abhimãna—conceito de servo eterno.
T R A D U Ç Ã O — S r i Nityãnanda Prabhu é por natureza bastante inspirado em prestar
transcendental serviço amoroso ao Senhor Krsna. Logo, tendo recebido ordem
T R A D U Ç Ã O — E m b o r a Nityãnanda Prabhu não seja outro senão o próprio
de Sri Caitanya Mahãprabhu, Ele distribuiu este serviço amoroso em todos os
Balarãma, não obstante, Ele sempre Se considera o servo eterno do Senhor Sri
lugares.
Caitanya M a h ã p r a b h u .
VERSO 26
VERSO 29
«fçta cana c<T>rfc «sr^t? i

fo<SW CH « f è 5R31, c f t
5
« T M II *,S> II
Sri Caitanya-caritimiU Madhya-Iili, 1 Verso 33 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 13

'caitanya' seva, 'caitanya' gão, lao 'caitanya'-nãma T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu enviou os dois irmãos
'caitanye' ye bhakti kare, sei mora prãna Srila Rüpa Gosvãmi e Srila Sanãtana Gosvãmi a Vraja. Por ordem Sua, eles
caitanya seva—serve a Sri Caitanya Mahãprabhu; caitanya gdo—canta sobre Sri dirigiram-se a Sri Vrndãvana-dhãma.
Caitanya Mahãprabhu; lao— leva sempre; caitanya-nãma—o nome do Senhor
Caitanya Mahãprabhu; caitanye—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ye—quem VERSO 32
quer que; bhakti—serviço devocional; kare— preste; sei—tal pessoa; mora—Minha;
prãna—vida e alma.
g r i f a m H5f€t«í a ^ r f t e i i
^^tHís-KMtfaiwi tstetMm II II
bhakti pracãriyã sarva-tlrtha prakãéila
T R A D U Ç Ã O — N i t y ã n a n d a Prabhu pedia a todos que servissem Sri Caitanya
madana-gopála-govindera sevã pracãrila
Mahãprabhu, cantassem Suas glórias e pronunciassem Seu nome. Nityãnanda
bhakti pracãriyã— difundindo o serviço devocional; surtw-ffrt/w—todos os locais
Prabhu proclamava que todos q u e prestassem serviço devocional a Sri Caitanya
de peregrinação; prakãéila—descobriram; madana-gopãla—de Sri Rãdhã-Madana-
Mahãprabhu eram Sua vida e alma.
mohana; govindera—de Sri Rãdhá-Govindaji; sevã—o serviço; pracãrila—
introduziram.
VERSO 30
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s de irem a Vrndãvana, os irmãos pregaram o serviço devo-
ffaflí*, fswpF, *HtC? frotfíl*! II «• II cional e descobriram muitos locais de peregrinação. Especificamente iniciaram
ei mata lóke caitanya-bhakti laoyãila o serviço a Madana-mohana e a Govindaji.
dlna-hína, nindaka, sabãre nistãrila
ei mata—dessa maneira; loke—as pessoas em geral; caitanya—do Senhor Caitanya VERSO 33
Mahãprabhu; bhakti—o serviço devocional; laoyãila—Ele fez com que aceitassem; « t m «ufã' te»Jl ^r%*<st* i r a i
dfna-hlna—pobres almas caídas; nindaka—blasfemadores; suhíre—todos; nistãrila—
Ele libertou. ajp - e n r a ^ o i dzni ^ f ^ n f*rora h * « h
nãnã éãstra ãni' kaila bhakti-grantha sara
X.
müdha adhama-janere tenho karilã nistãra
nãnã éãstra—diferentes espécies de escrituras; ãni'—coligindo; kailã—compilaram;
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, sem fazer discriminação, Srila Nityãnanda Prabhu
bhakti-grantha—de livros sobre o serviço devocional; sara—a essência; müdha—
apresentou o culto de Sri Caitanya Mahãprabhu a todos. Muito embora todos
patifes; adhama-janere—e almas caídas; tenho— eles; karilã nistãra—libertaram.
fossem almas caídas e blasfemadores, este processo os libertava.
T R A D U Ç Ã O — T a n t o R a p a Gosvãmi quanto Sanãtana Gosvãmi trouxeram diver-
sas escrituras para Vrndãvana e coligaram a essência delas, compilando muitas
VERSO 31
escrituras sobre o serviço devocional. Dessa maneira, libertaram todos os pati-
fes e almas caídas.
^ - « r t w f a sfè
« f é *f&Wl fVMpl 11 ^ 11
tabe prabhu vraje pãthãila rüpa-sanãtana
prabhu-ãjnãya dui bhãi ãilã vrndãvana S I G N I F I C A D O — S r i l a Srinivãsa Acãrya canta:
tabe—depois disso; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; vraje—a
Vrndãvana-dhãma; pãthãila—enviou; rüpa-sanãtana—os dois irmãos Rüpa Gosvãmi nãnã-éástra-vicãranaika-nipunau sad-dharma-samsthãpakau
e Sanãtana Gosvãmi; prabhu-ãjnãya—por ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu; dui lokãnãm hita-kãrinau tri-bhuvane mãnyau éaranyãkarau
bhãi—os dois irmãos; ãilã—vieram; vrndãvana—para Vrndãvana-dhãma. rãdhã-krsna-padãravinda-bhajanãnandena mattãlikau
vande rüpa-sanãtanau raghu-yugau éri-jtva gopãlakau
14 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Verso 35 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 15

Os seis gosvãmls, sob a direção de Srila Rüpa Gosvãmi e Srila Sanãtana Gosvãmi, sahajiyãs mais favoráveis do que os impersonalistas, que são irremediavelmente
estudaram diversos textos védicos e coligiram a essência deles, o serviço devo- ateístas. Os impersonalistas não fazem idéia da Suprema Personalidade de Deus.
cional ao Senhor. Isto quer dizer que todos os gosvãmls escreveram muitas escri- A posição dos sahajiyãs é muito melhor do que a dos sannyãsls Mãyãvãdis. Embo-
turas sobre o serviço devocional com o apoio da literatura védica. O serviço ra os sahajiyãs não dêem muita importância ao conhecimento védico, não obstante,
devocional não é uma atividade sentimental. A essência do conhecimento védico eles aceitam o Senhor Krsna como o Senhor Supremo. Infelizmente, eles des-
é o serviço devocional, como confirma o Bhagavad-gitã: vedaié ca sarvair aham eva viam os outros do serviço devocional autêntico.
vedyah (Bg. 15.15). Toda a literatura védica visa levar à compreensão de Krçpa,
e Srila Rüpa e Sanãtana Gosvãmls explicaram como compreender Krspa através VERSO 35
do serviço devocional, com evidências de todos os textos védicos. Eles explica-
ram tudo tão bem que mesmo um patife ou tolo de primeira classe pode libertar- Çfàefesfasitl, "«TRI «t*FF3Tf3 I
se, praticando serviço devocional sob a orientação dos gosvãmls.

VERSO 34
hari-bhakti-vilãsa, ãra bhãgavatãmrta
*i^<erW3 te*i 1 3 «tttare f w f a i dasama-tippanl, ãra daéama-carita
1
ar, ** fsrçf? ^f^m H M>8 II hari-bhakti-vilãsa—a escritura chamada Hari-bhakti-vilãsa; ãra—e; bhãgavata-amrta—
prabhu ãjnãya kaila saba éãstrera vicãra a escritura chamada Bhãgavatãmrta; daéama-tippanl—comentários sobre o Décimo
vrajera nigüdha bhakti karilã pracãra Canto do èrímad-Bhãgavatam; ãra—e; daéama-carita—poesia sobre o Décimo Canto
prabhu ãjnãya—por ordem do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; kaila—eles fi- do èrímad-Bhãgavatam.
zeram; saba éãstrera—de todas as escrituras; vicãra—estudo analítico; vrajera—de
Sri Vrndãvana-dhãma; nigüdha—tão íntimo; bhakti— serviço devocional; karilã— TRADUÇÃO—Alguns dos livros escritos por Srila Sanãtana Gosvãmi foram o Hari-
fizeram; pracãra—pregação. bhakti-vilãsa, o Bhãgavatãmrta, o Daáama-tippani e o Dasama-carita.

T R A D U Ç Ã O — O s gosvãmls realizaram o trabalho de pregação do serviço devo- SIGNIFICADO—Na Primeira Onda d o livro conhecido como Bhakti-ratnãkara, diz-
cional com base em um estudo analítico de todos os textos védicos confiden- se que Sanãtana Gosvãmi compreendeu o èrímad-Bhãgavatam, estudando-o mi-
ciais. Isto estava de acordo com a ordem de ári Caitanya M a h ã p r a b h u . Assim, nuciosamente e explicando-o em seu comentário conhecido como Vaisnava-tosanl.
pode-se compreendendo tão íntimo serviço devocional de Vrndãvana. Todo o conhecimento que Sri Sanãtana Gosvãmi e Rüpa Gosvãmi adquiriram
diretamente de Sri Caitanya Mahãprabhu foi propagado por todo o m u n d o graças
S I G N I F I C A D O — I s t o prova que o serviço devocional fidedigno baseia-se nas con- ao perito serviço deles. Sanãtana Gosvãmi d e u o seu comentário Vaisnava-tosanl
clusões da literatura védica. Não se baseia em certo sentimento exibido pelos a Srila Jiva Gosvãmi para que este o editasse, e Srila Jiva Gosvãmi editou-o sob
prãkrta-sahajiyãs. Os prãkrta-sahajiyãs não consultam os textos védicos, e são li- o nome de Laghu-tosanl. Tudo o que ele registrava de imediato por escrito foi ter-
bertinos, caçadores de mulheres e fumantes de gaiija. Às vezes, eles dão shows minado no ano de 1476 Saka. Srila Jiva Gosvãmi completou o Laghu-tosanl no
teatrais e choram pelo Senhor, com lágrimas nos olhos. Naturalmente, todas as ano de 1504 Sakãbda.
conclusões das escrituras são borradas por essas lágrimas. Os prãkrta-sahajiyãs O assunto do Hari-bhakti-vilãsa, de Sri Sanãtana Gosvãmi, foi coligido por Srila
não percebem que estão violando as ordens de Sri Caitanya Mahãprabhu, o qual Gopãla Bhatta Gosvãmi e é conhecido como um vaisnava-smrti. Este vaisnava-smrti-
disse, particularmente, que, para compreender Vrndãvana e os passatempos de grantha foi terminado em vinte capítulos, conhecidos como vilãsas. O primeiro
Vrndãvana, é preciso ter conhecimento suficiente dos éãstras (textos védicos). vilãsa decreve como se estabelece uma relação entre o mestre espiritual e o discí-
Como se confirma no èrímad-Bhãgavatam: bhaktyãéruta-grhitayã. Isto significa que o pulo, e explica, também, os mantras. No segundo vilãsa, descreve-se o processo
serviço devocional adquire-se do conhecimento védico. Tac chraddadhãnãh muna- de iniciação. No terceiro vilãsa, dá-se as normas de comportamento Vaisnava, en-
yah. Devotos que são realmente sérios obtêm bhakti, serviço devocional científico, fatizando a limpeza, a lembrança constante da Suprema Personalidade de Deus
ouvindo os textos védicos (bhaktyã éruta-grhitayã). Não se trata de criar algo por e o canto dos mantras d a d o s pelo mestre espiritual iniciador. No quarto vilãsa,
sentimentalismo, tornar-se um sahajiyãe advogar tal serviço devocional imaginá- há descrições de samskãra, o método reformatorio; tilaka, a aplicação de doze tüakas
rio. Entretanto, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura considerava semelhantes em doze partes do corpo; mudrã, marcas no corpo; mãlã, cantar em contas; e guru-
püjã, adoração ao mestre espiritual. No quinto vilãsa, aprendemos a como preparar
16 Sri Caitanya-caritàmrta Madhya-lilã, 1 Verso 37 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 17

um lugar e sentar-nos para meditação, e há descrições de exercidos respirató- Portanto, é muito difícil depreender orientações Vaiçnavas no livro de Gopãla
rios, meditação e adoração à representação de áãlagrãma-áilã do Senhor Visou. Bhatta Gosvãmi. É melhor consultar o comentário feito pelo próprio Sanãtana
O sexto vilãsa apresenta as práticas necessárias para convidar a forma transcen- Gosvãmi para o Hari-bhakti-vilãsa sob o n o m e de Dig-daréini-tikã. Alguns dizem
dental do Senhor e banhá-lO. O sétimo vilãsa ensina-nos como colher flores que o mesmo comentário foi compilado por Goplnãtha-püjã Adhikãri, que se ocu-
para usá-las na adoração ao Senhor Viçnu. No oitavo vilãsa, há u m a descrição pava a serviço de Sri Rãdhã-ramanajl e que foi um dos discípulos de Gopãla Bhatta
da Deidade e instruções sobre como fazer incenso, acender lamparinas, fazer ofe- Gosvãmi.
rendas, dançar, tocar musica, bater tambores, enguirlandar a Deidade, oferecer A respeito do Brhaà-bhãgavatãmrta, d u a s partes dele tratam do desempenho de
orações e reverências e neutralizar ofensas. O n o n o vilãsa explica como colher serviço devocional. A primeira parte é um estudo analítico do serviço devocio-
folhas de tulasl, oferecer oblações aos antepassados segundo rituais Vaisnavas nal, havendo nela, também, u m a descrição de diferentes planetas, incluindo a
e oferecer alimentos. O décimo vilãsa descreve os devotos do Senhor (Vaisnavas Terra, os planetas celestiais, Brahma-loka e Vaikunfha-loka. Há, também, descri-
ou pessoas santas). No décimo-primeiro vilãsa, há descrições elaboradas da ado- ções dos devotos, incluindo devotos íntimos, devotos muito íntimos e devotos
ração à Deidade e das glórias do santo n o m e do Senhor. Aprendemos a como perfeitos. A segunda parte, conhecida como Goloka-mãhãtmya-nirüvana, descreve
cantar o santo nome da Deidade, e há descrições das ofensas que podem ser co- as glórias do m u n d o espiritual, b e m como o processo de renúncia ao m u n d o ma-
metidas enquanto se canta o santo nome, juntamente com métodos de como livrar- terial. Descreve, também, o conhecimento verdadeiro, o serviço devocional, o
se de tais ofensas. Também existem descrições das glórias do serviço devocional m u n d o espiritual, 0 amor a Deus, a consecução do destino da vida e a bem-
e do processo de rendição. No décimo-segundo vilãsa, descreve-se Ekãdaáí. O
aventurança do m u n d o . Dessa maneira, cada parte tem sete capítulos, ou seja,
décimo-terceiro vilãsa trata do jejum, bem como da observância da cerimônia do
ao todo há quatorze capítulos.
Mahã-dvãdaái. No décimo-quarto vilãsa, dá-se um esboço de diferentes deveres
Daáama-tippani é um comentário sobre o Décimo Canto do èrímad-Bhãgavatam.
para diferentes meses. No décimo-quinto vilãsa, há instruções sobre como obser-
var o jejum de Ekãdaái sem mesmo beber água. Descreve-se, também, como Outro nome para este comentário é Brhad-vaisnava-tosanl-tlkã. No Bhakti-ratnãkara,
marcar o corpo com os símbolos de Viçnu, e fala-se sobre observâncias de diz-se que o Dasama-tippanl foi concluído em 1476, Sakâbda.
Cãturmãsya durante a estação das chuvas e sobre Janmãstamí, Pãrávaikãdaál,
Sravanãdvãdaál, Rãma-navaml e Vijayã-daáaml. O décimo sexto vilãsa trata dos VERSO 36
deveres a serem observados no mês de Kãrtrika (outubro-novembro), ou o mês de
Dãmodara, ou Orja, q u a n d o se oferece lamparinas no aposento da Deidade ou ali Cftitfa» l ü f s » i
acima do templo. Há, também, descrições do Govardhana-püjã e do Ratha-yãtrã.
O décimo-sétimo vilãsa lida com os preparativos para a adoração à Deiâade, o
cantar do mahã-mantra e o processo de japa. O décimo-oitavo vilãsa descreve as ei saba grantha kaila gosãni sanãtana
diferentes formas de Sri Viçnu. O décimo-nono vilãsa dispõe sobre a instalação rüpa-gosãni kaila yata, ke karu ganana
da Deidade e os rituais observados ao se banhar a Deidade antes da instalação. ei saba—todas essas; grantha—escrituras; kaila—escreveu; gosãni sanãtana—
O vigésimo vilãsa explica como construir templos, referindo-se àqueles construídos Sanãtana Gosvãmi; rüpa-gosãni—Rüpa Gosvãmi; kaila—fez; yata—todas; ke—quem;
por grandes devotos. Os pormenores do Hari-bhakti-vilãsa-grantha são apresenta- karu ganana—pode enumerar.
dos por Sri Kavirãja Gosvãmi no Madhya-lilã (24.329-345). O que Krsnadãsa
Kavirãja Gosvãmi descreve nesses versos é, na verdade, u m a descrição das T R A D U Ç Ã O — J á demos os nomes de quatro livros escritos por Sanãtana Gosvãmi.
porções compiladas por Gopãla Bhatta Gosvãmi. Segundo Srila Bhaktisiddhãnta De forma semelhante, Srila Rüpa Gosvãmi também escreveu muitos livros, que
Sarasvati Thãkura, os princípios regulativos do serviço devocional compilados ninguém pode sequer enumerar.
por Gopãla Bhatta Gosvãmi não seguem estritamente nossos princípios Vaisnavas.
Na verdade, Gopãla Bhatta Gosvãmi fez apenas um resumo das elaboradas des- VERSO 37
crições dos princípios regulativos Vaisnavas do Hari-bhakti-vilãsa. No entanto,
segundo opinião de Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Gosvãmi, seguir o Hari-bhakti-
vilãsa estritamente é, de fato, seguir os rituais Vaisnavas em perfeita ordem. Ele
«Hrtfl «t*rft fog 3 s M o t f * i
afirma que o smãrta-samãja,o qual é estritamente seguido p o r brãhmanas de casta, »w a i d fc*»i a w P w í i 3«fa ii n
influenciou partes que Gopãla Bhafta Gosvãmi coligiu do Hari-bhakti-vilãsa original.
pradhãna pradhãna kichu kariye ganana
laksa granthe kaila vraja-vilãsa varnana
18 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Verso 41 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 19

pradhãna pradhãna—os mais importantes; kichu—alguns; kariye—faço; ganana— VERSO 41


enumeração; lak$a—centenas de milhares; granthe—em versos; kaila—fez; vraja-
vilãsa—dos passatempos do Senhor em Vrndãvana; varnana—descrição.
jtás ^Mwi awf5j»it*i rá» II 8> II
T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , vou enumerar os principais livros escritos por Srila Rüpa
Gosvãmi, o qual descreve os passatempos de Vrndãvana em milhares de versos. lagh u-bhãgavatámrtádi ke karu ganana
sarvatra karilã vraja-vilãsa varnana
VERSO 38 laghu-bhágavatámrta-adi—outra lista, contendo o Laghu-bhágavatámrta; te—quem;
karu ganana—pode enumerar; sartwfra—em toda a parte; karilã—fez; vraja-vilãsa—
dos passatempos de Vrndãvana; varnana—descrição.
i8^W^1»lfil, w f a Pfi%CTf(1 II II
rasãmrta-sindhu, ãra vidagdha-mádhava T R A D U Ç Ã O — Q u e m pode enumerar os livros restantes (encabeçados pelo Laghu-
ujjvala-nüamani, ãra lalita-mãdhava bhãgavatãmrta) escritos por Srila Rüpa Gosvãmi? Ele descreve os passatempos
rasãmrta-sindhu—chamado Bhakti-rasãmrta-sindhu; ãra—e; vidagdha-mádhava— de Vrndãvana em todos eles.
chamado Vidagdha-Mãdhava; ujjvala-níla-mani—chamado Ujjvala-nüamani; ãra—e;
lalita-mãdhava—chamado Lalita-mãdhava.

T R A D U Ç Ã O — E n t r e os livros escritos por Sri Rüpa Gosvãmi, estão o Bhakti-


SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati faz uma descrição destes livros. O
rasãmrta-sindhu, o Vidagdha-mádhava, o Ujjvala-rulamani e o Lalita-mãdhava.
Bhakti-rasãmrta-sindhu é um grande livro de instrução sobre como desenvolver
serviço devocional ao Senhor Krsna e seguir o processo transcendental. Foi con-
VERSOS 3 9 - 4 0
cluído no ano de 1463, Sakãbda. Este livro divide-se em quatro partes: pürva-
vibhága (divisão oriental), dakfina-vibhãga (divisão meridional), paécima-vibhãga (divi-
são ocidental) e uttara-wbhága (divisão setentrional). O pürva-vibhãga descreve o de-
^ è t w M <*W«ç»*, 'Bit* fwrc^t II « * II senvolvimento permanente do serviço devocional. Descreve-se os princípios gerais
do serviço devocional, a prática de serviço devocional, o êxtase em serviço devo-
íitTfwf^vT3#t, %vm *w«i i cional e, enfim, a consecução do amor a Deus. Dessa maneira, há quatro laharis
i^ji-insiin» 0Í6m#i/fa 1 1 8 » H ^ (ondas) nesta divisão do oceano do néctar da devoção.
Na daksina-vibhdga (divisão meridional), há uma descrição geral da doçura (re-
dãna-keli-kaumadl, ãra bahu stavãvali
lação) chamada bhakti-rasa, que se origina do serviço devocional. Há, também,
asfádaSa lüã-cchanda, ãra padyãvall
descrições das fases conhecidas como vibhãva, anubhdva, sãttvika, vyabhicãri e sthãyi-
bhãva, todas nesta elevada plataforma de serviço devocional. Assim, existem cinco
govinda-virudãvall, táhãra laksana ondas na divisão daksina-vibhãga. Na divisão ocidental (paécima-vibhãga), há uma
mathurã-máhátmya, ãra náfaka-varnana descrição dos principais humores transcendentais derivados do serviço devocio-
dãna-keli-kaumudf—chamado Dãna-keli-kaumudi; ãra—e; bahu stavãvali— muitas ora- nal. Estes são conhecidos como mukhya-bhakti-rasa-nirOpana, ou seja, consecução
ções; oftadasa—dezoito; lüá-cchanda—passatempos cronológicos; ãra—e; padyávall— dos principais humores ou sentimentos no desempenho de serviço devocional.
chamado Padyãvall; govinda-virudãvall—chamado Govinda-virudãvall; tãhãra- Naquela parte, há uma descrição do serviço devocional em neutralidade, desen-
laksana—as características do livro; mathurã-máhãtmya—as glórias de Mathurã; ãra volvimento posterior em amor e afeição (chamado servidão), desenvolvimento
nãtaka-varnana—e descrições dramáticas (Nãtaka-candrikã). posterior em fraternidade, desenvolvimento posterior em paternidade, ou amor
de pai e mãe, e, enfim, amor conjugai entre Krsna e Seus devotos. Logo, há cin-
co ondas na divisão ocidental.
T R A D U Ç Ã O — A l é m destes, Srila Rüpa Gosvãmi escreveu o Dãna-keli-kaumudi,
A divisão setentrional (uttara-vibhãga) descreve as doçuras indiretas do serviço
o Stavãvali, o Lilã cchanda,o Padyãvall, o Govinda-virudãvall, o Mathurã-
devocional — a saber, serviço devocional em risos, serviço devocional em espan-
mãhãtmya e o Nãtaka-varnana.
to e serviço devocional em cavalheirismo, piedade, ira, m e d o e horror. Há,
20 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 42 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 21

também, misturas de doçuras e a transgressão de diferentes humores. Assim, Hayagriva, Harhsa, Pránigarbha, Rçabha, Prthu, Nrsirhha, Kürma, Dhanvantari,
existem nove ondas nesta parte. Este é apenas um breve esboço do Bhakti-rasãmrta- Mohini, Varnana, Paraáurâma, Dãáarathi, Krçoa-dvaipãyana, Balarãma, Vãsudeva,
sindhu. Buddha e Kalki. Existem, também, quatorze encamações de Manu: Yajna, Vibhu,
O Vidagdha-mádhava é um drama dos passatempos do Senhor Krsna em Satyasena, Hari, Vaikuotha, Ajita, Vãmana, Sãrvabhauma, Rçabha, Viçvaksena,
Vrndãvana. Srila Rüpa Gosvãmi concluiu esta obra no ano de 1454, Sakâbda. A Dharmasetu, Sudhãmã, Yogeávara e Brhadbhãnu. Também existem quatro en-
primeira parte deste drama chama-se venu-nãda-vilãsa, a segunda parte, manmatha- camações para as quatro yugas, e suas cores são descritas como branca, vermelha,
lekha.a terceira, nídhã-sanga, a quarta, vertu-harana, a quinta, rddhâ-prasãdana, a sexta, escura e negra (às vezes amarela, como no caso do Senhor Caitanya Mahãprabhu).
éarad-vihãra e a sétima e última parte, gaurt-vihãra. Há diferentes espécies de milênios e encamações para tais milênios. As categorias
Há, também, um livro chamado Ujjvala-nüamani, um relato transcendental de chamadas ãveéa, prãbhava, vaibhava e vara constituem diferentes situações para as
casos amorosos que inclui metáforas, analogias e sentimentos superiores de bhakti. diferentes encamações. Segundo passatempos específicos, os nomes são espiri-
Ao passo que o Bhakti-rasãmrta-sindhu descreve sucintamente o serviço devocio- tualmente dotados de poder. Descreve-se, também, a diferença entre o poderoso
nal em amor conjugai, o Ujjvala-nüamani trata dele mui elaboradamente. Este livro e o poder, e as inconcebíveis atividades do Senhor Supremo.
descreve diferentes classes de amantes, seus auxiliares e aqueles que são muito Sri Krçoa é a Suprema Personalidade de Deus original, e ninguém é superior
queridos por Krçoa. Há, também, uma descrição de Srimati Rãdhãrãni e outras a Ele. Ele é a fonte de todas as encamações. No Laghu-bhãgavatãmrta, há descrições
amantes, bem como de diversas líderes de grupos. Mensageiros e companheiros de Suas encamações parciais, uma descrição da refulgência Brahman impessoal
constantes, bem como outros que são muito queridos por Krsna, descreve-se-os (na verdade, a refulgência do corpo de Sri Krçoa), a superexcelência dos passatem-
a todos. A obra também relata como o amor a Krçoa é desperto e descreve a si- pos de Sri Krsna como um ser humano comum com duas mãos, e assim por diante.
tuação extátíca, a situação devocional, o êxtase permanente, o êxtase perturbado, Não há nada comparável à forma de dois braços do Senhor. No m u n d o espiri-
o êxtase firme, diferentes posições de diferentes vestes, sentimentos de saudade, tual (vaikuntha-jagat), não há distinção entre o proprietário do corpo e o próprio
atração antecipada, ira com atração, variedades de casos amorosos, saudades do corpo. No m u n d o material, o proprietário do corpo chama-se a alma, e o corpo
amado, encontro com o amado, e tanto o desfrute direto quanto o indireto entre é chamado de manifestação material. Entretanto, no mundo Vaikuotha semelhante
o amante e a amada. Descreve-se t u d o isto mui elaboradamente. distinção não existe. O Senhor Sri Krçoa é não-nascido, e Seu aparecimento como
De modo semelhante, o Lalita-mãdhava é uma descrição dos passatempos de uma encarnação é perpetuo. Os passatempos de Krçoa dividem-se em duas cate-
Krsna em Dvãraká. Estes passatempos foram transformados n u m drama, obra gorias — manifestos e imanifestos. Por exemplo, quando Krçoa nasce neste mundo
esta concluída no ano de 1459, Sakâbda. A primeira parte trata de festividades material, considera-se Seus passatempos como manifestos. No entanto, quando
vespertinas, a segunda, da morte de Sahkhacüda, a terceira, de Srimati Rãdhãrãni Ele desaparece, não se deve pensar que Ele Se acabou, pois Seus passatempos
enlouquecida, a quarta, do jeito como Rãdhãrãni Se comporta com Krsna, a quinta, continuam em forma imanifesta. Contudo, os devotos e o Senhor Krçoa desfru-
da conquista de Candrãvali, a sexta, da conquista de Lalitã, a sétima, do encon- tam de variedades de humores durante Seus passatempos manifestos. Afinal de
tro em Nava-vmdãvana, a oitava, do desfrute em Nava-vmdãvana, a nona, do contas, Seus passatempos em Mathurã, Vrndãvana e Dvãrakã são eternos e per-
exame de quadros, e a décima, da plena satisfação da mente. Assim, o drama petuamente prosseguem em algum lugar e em alguma parte do universo.
completo divide-se em dez partes.
O Laghu-bhãgavatãmrta divide-se em duas partes. A primeira chama-se "O Néctar
de Krçoa" e a segunda, "O Néctar do Serviço Devocional". Enfatiza-se na pri- VERSO 42
meira parte a importância da evidência védica, após o que descreve-se a forma
original da Suprema Personalidade de Deus como Sri Krsna e Seus passatempos
e expansões em svãméa (formas pessoais) e vibhinnãméa. Segundo diferentes ab- 33 « % < s * « 1 3 «na II 85 II
sorções, as encamações chamam-se aveia e tad-ekãtma. A primeira encarnação tãnra bhrãtusputra nãma—éri-jlva-gosãni
divide-se em três purusãvatãras — a saber, Mahã-Visnu, Garbhodakaáãyl Viçou yata bhakti-grantha kaila, tara anta nãi
e Kslrodakaáàyl Visou. Então, há as três encamações dos modos da natureza — tãnra—seu; bhratuh-putra—sobrinho; nãma—chamado; éri-jlva-gosãni—Srila Jiva
a saber, Brahmã, Viçou e Manes vara (Siva). Toda a parafernália usada a serviço Gosvãmi Prabhupãda; yata—todos; bhakti-grantha—livros sobre serviço devocio-
do Senhor é transcendental, além das três qualidades deste m u n d o material. Há, nal; kaila—escreveu; Mm—que; anfa—fim; nãi—não há.
também, uma descrição dos vinte-e-cinco lüã-avatãras, a saber, Catuhsana (os
Kumáras), Nãrada, Varãha, Matsya, Yajna, Nara-nãrãyana Rçi, Kapila, Dattãtreya, TRADUÇÃO—O sobrinho de Sri Rüpa Gosvãmi, Srila Jiva Gosvãmi, escreveu
tos livros sobre serviço devocional q u e não há como enumerá-los.
22 Sri Caitanya-caritimrta Madhya-lilã, 1
Verso 43 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 23

VERSO 43
e da Superalma, e a verdade sobre este m u n d o material. A este respeito, dá-se
as opiniões de Sridhara Svâmí. Afirma-se que a Suprema Personalidade de Deus,
•ef^f*Hrtr.TOÍ « t C « ( # 1 1 ^ ^ *Tt3 II 8 « II embora destituída de qualidades materiais, superintende todas as atividades
materiais. Discorre-se, também, sobre como as encamações lílã-avatãra correspon-
éri-bhãgavata-sandarbha-nãma grantha-vistãra dem aos desejos dos devotos e como a Suprema Personalidade de Deus Se carac-
bhakti-siddhãntera tãte dekhaiyachena pára teriza por seis opulências.
éri-bhãgavata-sandharbha-nãma—chamado Bhagavata-sandarbha; grantha—o livro;
O quarto sandarbha chama-se Krsna-sandarbha, e nesta obra prova-se que Krsna
vistãra—muito elaborado; bhakti-siddhãntera—das conclusões do serviço devocio-
é a Suprema Personalidade de Deus. Este livro trata dos passatempos e qualida-
nal; Me— naquele livro; dekhaiyachena—ele mostra; vara—o limite.
des de Krsna, Sua superintendência sobre os purusa-avatãras e assim por diante.
Nele são corroboradas as opiniões de Sridhara Svãmi. Em cada escritura, enfatiza-
TRADUÇÃO—No ári Bhagavata-sandarbha, árila Jiva Gosvãmi escreve conclusi- se a supremacia de Krsna. Baladeva, Sahkarsana e outras expansões de Krsna
vamente sobre o fim último do serviço devocional. são emanações de Mahã-Sahkarçana. Todas as encamações e expansões existem
simultaneamente no corpo de Krsna, que é descrito como tendo duas mãos. Há,
SIGNIFICADO—O Bhagavata-sandarbha é também conhecido como Sat-sandarbha. Na também, descrições do planeta Goloka, Vrndãvana (o local eterno de Krsna), a
primeira parte, chamada Tattva-sandarbha, prova-se q u e o èrímad-Bhãgavatam é a identidade de Goloka e Vrndãvana, os Yãdavas e os vaqueirinhos (ambos com-
evidência mais autorizada, destacando diretamente a Verdade Absoluta. O se- panheiros eternos de Krsna), o ajuste e a igualdade dos passatempos manifestos
gundo sandarbha, chamado Bhãgavat-sandarbha, delineia a distinção entre o e dos imanifestos, a manifestação de Sri Krsna em Gokula, as rainhas de Dvãrakã
Brahman impessoal e o Paramãtmã localizado e descreve o m u n d o espiritual e como expansões da potência interna, e, superiores a elas, as superexcelentes gopis.
o domínio do modo da bondade livre da contaminação dos outros dois modos Também há uma lista de nomes das gopis e uma dissertação sobre a elevadíssima
materiais. Em outras palavras, há u m a descrição vivida da posição transcenden- posição de Srimati Rãdhãrãni.
tal conhecida como éuddha-sattva. A bondade material está sujeita a contaminar-
se pelas outras duas qualidades materiais — a ignorância e a paixão — mas, O quinto sandarbha chama-se Bhakti-sandarbha, e nesta obra há u m a dissertação
quando alguém está situado na posição de éuddha-sattva, não há possibilidade sobre como se pode praticar diretamente o serviço devocional e como se pode
de tal contaminação. É a plataforma espiritual de bondade pura. Descreve-se, tam- regular tal serviço, quer direta, quer indiretamente. Trata-se do conhecimento
bém, a potência do Senhor Supremo e da entidade viva, e há u m a descrição das de todas as espécies de escrituras, do estabelecimento da instituição védica de
energias inconcebíveis e das variedades de energias do Senhor. Dividem-se as varnãémma, de bhakti como superior à atividade fruinva e assim por diante. Afirma-
potências em categorias — interna, externa, pessoal, marginal e assim por diante. se, também, que, sem serviço devocional, condena-se até um brãhmana. Fala-se
Há, também, dissertações sobre a eternidade da adoração à Deidade, a onipotên- do processo de karma-tyãga (ou seja, dar os resultados do karma à Suprema Perso-
cia da Deidade, Sua onipenetrânáa, Sua condição de refúgio para todos, Suas nalidade de Deus) e das práticas de yoga mística e especulação filosófica, que são
potências sutis e grosseiras, Suas manifestações pessoais, Suas expressões de for- depreciadas como mero trabalho penoso. Desencoraja-se a adoração a semideu-
ma, qualidade e passatempos, Sua posição transcendental e Sua forma plena. ses e considera-se ação sublime adorar um Vaiçnava. Não se presta reverência
Afirma-se, também, que tudo pertencente ao Absoluto tem a mesma potência alguma aos não-devotos. Explica-se como alguém pode liberar-se mesmo nesta
e que o m u n d o espiritual, os associados no m u n d o espiritual e as energias trípli- vida (jivan-mukta), a posição do Senhor Siva como devoto e como o bhakta e seu
ces do Senhor no m u n d o espiritual são todos transcendentais. Há dissertações serviço devocional existem eternamente. Afirma-se que, através de bhakti, pode-
posteriores a respeito da diferença entre o Brahman impessoal e a Personalidade se obter todo o êxito, pois bhakti é transcendental às qualidades materiais. Fala-se
de Deus, a plenitude da Personalidade de Deus, o objetivo de todo o conheci- de como o eu se manifesta através de bhakti. Trata-se, também, da bem-
mento védico, as potências pessoais do Senhor e a Personalidade de Deus como aventurança do eu e de como bhakti, mesmo executada imperfeitamente, nos ca-
o autor original do conhecimento védico. pacita a alcançar os pés de lótus da Suprema Personalidade de Deus. Louva-se
grandemente o serviço devocional imotivado, e explica-se como cada devoto pode
O terceiro sandarbha chama-se Paramãtma-sandarbha, obra em que se descreve alcançar a plataforma de serviço imotivado pela associação com outros devotos.
o Paramãtmã (a Superalma) e se explica como a Superalma existe em milhões Explica-se as diferenças entre o mahã-bhãgavata e o devoto comum, os sintomas
e milhões de entidades vivas. Trata-se das diferenças entre as encamações quali- da especulação filosófica, os sintomas da auto-adoração, ou seja, ahahgrahopãsanã,
tativas, e há dissertações a respeito das entidades vivas, mãyã, o m u n d o mate- as características do serviço devocional, as características da perfeição imaginá-
rial, a teoria da transformação, a energia ilusória, a uniformidade deste m u n d o ria, a aceitação de princípios regulativos, o serviço ao mestre espiritual, o mahã-
24 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Verso 44 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 25

bhdgavata (devoto liberado) e o serviço a ele, o serviço aos Vaisnavas em geral, dividido em sete partes. Finalmente, há u m a dissertação sobre a sobreposição
os princípios de ouvir, cantar, lembrar e servir os pés de lótus do Senhor, as ofen- de diferentes rasas, e há dissertações sobre Santa (neutralidade), servidão, o ato
sas durante a adoração, os efeitos ofensivos, as orações, o ocupar-se como servo de refugiar-se, amor de pai e m ã e , amor conjugai, deleite transcendental direto
eterno do Senhor, o fazer amizade com o Senhor e o entregar tudo para o prazer e deleite com saudades, atração prévia e as glórias de Srimati Rãdhãrãni.
dEle. Há, também, um ensaio sobre rãgãnugã-bhakti (amor espontâneo a Deus),
sobre o propósito específico de tornar-se um devoto do Senhor Krsna e um estu- VERSO 44
do comparativo de outras fases de perfeição.
O sexto sandarbha chama-se Prfti-sandarbha, e traz u m a tese sobre o amor a Deus,
a qual afirma que, por meio do amor a Deus, tornamo-nos perfeitamente libera- filNBjíNi I f f i T t r e II 88 II
dos e alcançamos a meta máxima da vida. A mesma tese faz u m a distinção entre
a condição liberada do personalista e a do impersonalista, e trata, também, da gopâla-campü-nãme grantha-mahãsüra
liberação no transcurso da vida de alguém, como distinta da liberação do cativei- nitya-lilã sthãpana yãhe vraja-rasa-püra
ro material. De todas as espécies de liberação, descreve-se a liberação em serviço gopãla-campü—Gopãla-campü; nume—chamada; grantha—a literatura transcenden-
amoroso ao Senhor como a mais sublime, e mostra-se o encontro com a Suprema tal; mahã-êüra—mais impressionante; nitya-lilã—de passatempos eternos;
Personalidade de Deus face a face como a perfeição máxima da vida. Mostra-se sthãpana—estabelecimento; yãhe—em que; vraja-rasa—as doçuras transcendentais
o contraste entre a liberação imediata e a liberação mediante um processo gradual. desfrutadas em Vrndãvana; pura—completas.
Tanto a percepção de Brahman quanto o encontro com a Suprema Personalidade
de Deus são descritos como liberação no transcurso da vida de alguém. Porém, TRADUÇÃO—A literatura transcendental mais famosa e impressionante é o livro
mostra-se como é superexcelente o encontro com a Suprema Personalidade de chamado Gopãla-campü. Nesta obra, são estabelecidos os passatempos eternos
Deus, tanto interna quanto externamente, sendo superior à percepção transcen- do Senhor e descreve-se completamente as doçuras transcendentais desfrutadas
dental da refulgência de Brahman. Há um estudo comparativo da liberação como em Vrndãvana.
sãlokya, sãmipya e sãrüpya. Sãmipya é melhor do que sãlokya. Considera-se que o
serviço devocional é liberação com maiores recursos, e há u m a dissertação sobre SIGNIFICADO—Em seu Anubhãsya, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura dá a
como obtê-lo. Há, também, dissertações sobre o estado transcendental que al- seguinte informação sobre o Gopãla-campü. O Gopãla-campü divide-se em duas
guém alcança após atingir a plataforma devocional, que é exatamente a posição partes. A primeira parte chama-se a o n d a oriental e a segunda parte, a onda se-
do amor a Deus; sobre os sintomas marginais do amor transcendental e sobre tentrional. Na primeira parte, há trinta e três súplicas e, na segunda parte, trinta
como ele desperta; sobre a distinção entre amor falso e amor transcendental na
e sete súplicas. Na primeira parte, concluída em 1510, Sakâbda, trata-se dos se-
plataforma do amor a Deus; e sobre diferentes espécies de humores e doçuras
guintes assuntos: (1) Vrndãvana e Goloka; (2) a matança da demônia Pütanã, as
desfrutados ao se saborear os romances luxuriosos das gopis, que são diferentes
gopis voltando ao lar segundo as instruções de mãe Yaáodã, o banho do Senhor
dos romances m u n d a n o s , os quais, por sua vez, são representações simbólicas
do amor puro por Krsna. Há, também, dissertações sobre bhakti misturada com Krsna e Balarãma, snigdha-kantha e madhu-kantha; (3) o sonho de mãe Yaáodã; (4)
especulação filosófica, sobre a superexcelência do amor das gopis, sobre a dife- a cerimônia de Janmãstami; (5) o encontro entre Nanda Mahãrãja e Vasudeva
rença entre serviço devocional opulento e serviço devocional amoroso, sobre a e a matança da demônia Pütanã; (6) os passatempos do despertar da cama, a li-
posição elevada dos residentes de Gokula, sobre a posição progressivamente ele- beração do demônio Sakata e a cerimônia de dar o nome; (7) a matança do demô-
vada dos amigos de Krçna, dos gopas e das gopis que têm amor paternal por Krsna, nio Tmãvarta, o Senhor Krsna comendo terra, as peraltices infantis do Senhor
e, enfim, sobre a superexcelência do amor das gopis e do amor de Srimati Krsna e o Senhor Krsna como ladrão; (8) batendo o iogurte, Krsna m a m a n d o no
Rãdhãrãni. Há, também, um ensaio sobre como os sentimentos espirituais podem seio de mãe Yaáodã, quebrando o pote de iogurte, Krsna atado com cordas, a
apresentar-se q u a n d o alguém simplesmente os imita e sobre como tais doçuras liberação dos dois irmãos (Yamalãrjuna) e a lamentação de mãe Yaáodã; (9) en-
são muito superiores às doçuras ordinárias do amor m u n d a n o ; e descreve-se di- trando em Sri Vrndãvana; (10) a matança de Vatsãsura, Bakãsura e Vyomãsura;
ferentes êxtases, o despertar do êxtase, qualidades transcendentais, a distinção (11) a matança de Aghãsura e a perplexidade do Senhor Brahmã; (12) a ordenha
de dhirodãtta, a atratividade máxima do amor conjugai, as características extáti- das vacas na floresta; (13) Krsna tomando conta das vacas e castigando a serpen-
cas, as características extáticas permanentes, as doçuras divididas em cinco as- te Kãliya; (14) a matança do Garddabhãsura e o louvor a Krsna; (15) a atração
pectos transcendentais de serviço amoroso direto, e o serviço amoroso indireto, prévia das gopis; (16) a matança do Pralambãsura e Krsna comendo o incêndio
florestal; (17) as gopis tentando aproximar-se de Krsna; (18) o soerguimento da
26 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 27
Verso 48

Colina de Govardhana; (19) b a n h a n d o Krsna com leite; (20) o retorno de Nanda T R A D U Ç Ã O — A s s i m , Srila Rüpa Gosvãmi, Sanãtana Gosvãmi e seu sobrinho Srila
Mahãrãja da custódia de Varuna e a visão das gopis de Goloka Vrndãvana; (21) fiva Gosvãmi, b e m como praticamente todos os membros da família deles, vi-
a realização dos rituais em Kãtyãyanl-vrata e a adoração à deusa Durgã; veram em Vrndãvana e publicaram importantes livros sobre o serviço devocional.
(22) pedindo comida às esposas dos brãhmanas que executavam sacrifí-
cios; (23) o encontro das gopis; (24) desfrutando da companhia das gopis, Rãdhã VERSO 46
e Krsna desaparecem de cena e as gopis saem à procura dEles; (25) o reapareci-
mento de Krsna; (26) a determinação das gopis; (27) passatempos nas águas do
Yamunã; (28) Nanda Mahãrãja é salvo das garras da serpente; (29) diversos pas- «fçca C«ff*ltf5 ftatfàf f*W II 8 ^ II
satempos em locais solitários; (30) a matança de Sahkhãsura e do Hori; (31) a prathama vatsare advaitãdi bhakta-gana
matança de Aristãsura; (32) a matança do demônio Keái; (33) o aparecimento de prabhure dekhite kaila, nilãdri gamana
Sri Nãrada Muni e u m a descrição do anq em que o livro foi concluído. prathama—o primeiro; vatsare—no ano; advaita-ãdi—encabeçados por Advaita
Na segunda parte, conhecida como Uttara-campü, discute-se os seguintes as- Âcãrya; bhakta-gana—todos os devotos; prabhure—o Senhor; dekhite—paia visitar;
suntos: (1) atração por Vrajabhümi, (2) as cruéis atividades de Akrüra, (3) a parti- kaila—fizeram; nüadri—a Jagannãtha Puri; gamana—indo.
da de Krsna para Mathurã, (4) descrição da cidade de Mathurã, (5) a matança T R A D U Ç Ã O — N o primeiro ano depois que Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou a
de Kamsa, (6) Nanda Mahãrãja sente saudade de Krsna e Balarãma, (7) Nanda ordem de vida renunciada, todos os devotos, encabeçados por Sri Advaita
Mahãrãja entra em Vrndãvana sem Krsna e Balarãma, (8) os estudos de Krsna Prabhu, foram visitar o Senhor em Jagannãtha Puri.
e Balarãma, (9) como o filho do mestre de Krsna e Balarãma foi devolvido, (10)
Uddhava visita Vrndãvana, (11) conversando com o abelhão mensageiro, (12) VERSO 47
Uddhava regressa de Vrndãvana, (13) a prisão de Jarãsandha, (14) a matança do ««wtifl cnfk' « i t l s f s i l stMrcti i
yavana Jarãsandha, (15) o casamento de Balarãma, (16) o casamento de Rukminí,
(17) sete casamentos, (18) a matança de Narakãsura, o rapto da flor de pãrijãta
do céu e o casamento das 16.000 rainhas, (19) vitória sobre Bãnásura, (20) u m a ratha-yãtrã dekhi' tãhãn rahilã cãri-mãsa
descrição do regresso de Balarãma a Vraja, (21) a matança de Paundraka (o Viçnu prabhu-sange nrtya-gita parama ullãsa
de imitação), (22) a matança de Dvivida e pensamentos em Hastinãpura, (23) par- ratha-yãtrã—o festival do carro; dekhi'—vendo; tãhãn—lá; rahilã— permaneceram;
tida para Kuruksetra, (24) como os residentes de Vrndãvana encontram-se em cãri-mãsa—quatro meses; prabhu-sange—com o Senhor; nrtya-gita—cantando e dan-
Kuruksetia, (25) consulta com Uddhava, (26) a liberação do rei, (27) a realização çando; parama—o maior; ullãsa—prazer.
do sacrifício Rãjasüya, (28) a matança de Salva, (29) pensando em voltar a T R A D U Ç Ã O — A p ó s participarem da cerimônia de Ratha-yãtrã em Jagannãtha Puri,
Vrndãvana, (30) Krsna novamente visita Vrndãvana, (31) Srimati Rãdhãrãni e todos os devotos permaneceram lá por quatro meses, desfrutando imensamente
outras enfrentam obstáculos, (32) tudo concluído, (33) a residência de Rãdhã e
da companhia de Sri Caitanya Mahãprabhu através da execução de kirtana (canto
Mãdhava, (34) decorando Srimati Rãdhãrãni e Krsna, (35) a cerimônia de casa-
e dança].
mento de Srimati Rãdhãrãni e Krsna, (36) o encontro de Srimati Rãdhãrãni com
Krsna e (37) entrando em Goloka. VERSO 48

VERSO 45 smv «rifara *TC3 G*f»WCT H 8b- II

vidãya samaya prabhu kahilã sabãre


pratyabda ãsibe sabe gundicã dekhibãre
Ctlto iftW 3»f'MCT 3 t 1 H 9<t II vidãya—partindo; samaya—na hora; prabhu—o Senhor; kahilã— disse; sabãre—
ei mata nãnã grantha kariyã prakdéa a todos; pratyabda—todo o ano; ãsibe—deveis vir; sabe—todos; gundicã—chamado
gosthi sahite kaila vrndavane vasa Gundicã; dekhibãre—para ver.
ei mata—dessa maneira; mina"—diversos; grantha—livros; kariyã— fazendo; T R A D U Ç Ã O — N a hora da partida, o Senhor pediu a todos os devotos: "Por favor,
prakaéa—publicação; gosthi— membros da família; sahite—com; kaila— fizeram; vinde aqui todo ano ver o festival de Ratha-yãtrã, o passeio do Senhor
vrndavane—era Vrndãvana; fusa—residência. Jagannãtha ao templo de G u n d i c ã . "
28 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã,
Verso 53
Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 29

S I G N I F I C A D O — H á u m templo chamado Gundicã em Sundaràcala. O Senhor íesa-ao final; í r a - o restante; y e i - r u d o o que; rahe-permanece; dvãdaéa
Jagannãtha, Baladeva e Subhadrã são empurrados em Seus três carros do templo vatsara-doze anos; krsnera-do Senhor Krspa; viraha-lüã-os passatempos de sau-
em Puri ao templo de Gundicã em Sundaràcala. Em Orissa, este festival de Ratha- dade; prabhura—do Senhor; a n t a r a - d e n t r o .
yãtrã é conhecido como o passeio de Jagannãtha a Gundicã. Ao passo que outros
falam nele como o festival de Ratha-yãtrã, os residentes de Orissa referem-se a T R A D U Ç Ã O — O s últimos doze anos foram simplesmente dedicados a saborear os
ele como Gundicã-yãtrã. passatempos de Krsna com saudades, dentro do coração do Senhor.
VERSO 49
S I G N I F I C A D O — S r i Krsna Caitanya Mahãprabhu desfrutava da posição das gopis,
«rfWBWti ^ f l l « J « r * «rtf>9l i
sentindo saudades de Krsna. Após Krsna deixar as gopis e ir-Se embora para
«fiiçl cwfaul « f ç c * ftfasl«8s> II Mathurã, as gopis choraram por Ele o resto de suas vidas, sentindo intensa sau-
prabhu-ãjnãya bhakta-gana pratyabda ãsiyã dade dEle. O Senhor Caitanya Mahãprabhu advogou de modo especial este ex-
gundicã dekhiyã yã'na prabhure miliyã tático sentimento de separação, d a n d o demonstrações reais disso.
prabhu-ãjnãya—por ordem do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakta-gana—
todos os devotos; pratyabda—todos os anos; ãsiyã— vindo ali; gundicã—o festival VERSO 52
de Gundicã-yãtrã; dekhiyã—vendo; yãna—retorno; prabhure—o Senhor;
miliyã—encontrando.
* f d » ^ T c % írícMTa *Rw farrcw II n n
T R A D U Ç Ã O — S e g u i n d o a ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu, todos os devotos
costumavam visitar o Senhor Caitanya Mahãprabhu todos os anos. Eles viam nirantara rãtri-dina viraha unmãde
o festival de Gundicã em Jagannãtha Puri e então voltavam para casa quatro hãse, kãnde, nãce, gãya parama visãde
meses depois. nirantara—sem cessar; rãtri-dina—noite e dia; viraha—de saudade; unmãde—em
loucura; hãse—ri; kãnde—chora; nãce— dança; gãya—canta; parama—grande; visãde—
VERSO 50 com melancolia.

ft^rrs w r a ^ itsNfo i T R A D U Ç Ã O — N a atitude de saudade, o Senhor Caitanya Mahãprabhu parecia


louco tanto de dia quanto de noite. Ora Ele ria, ora chorava; ora Ele dançava,
itsrriííírj sfçfir sfçi fasrl sctft P I % II * • II
ora cantava com grande melancolia.
viméati vatsara aiche kailã gatãgati
anyonye dunhãra dunhâ vinã nãhi sthiti VERSO 53
viméati—vinte; vatsara—anos; aiche—assim; kailã— fizeram; gata-ãgati—indo e
vindo; anyonye—coletivamente; dunhãra—do Senhor Caitanya e dos devotos;
dunhã—os dois; vinã— sem; nãhi—não há; sthiti—paz.

T R A D U Ç Ã O — E s s e encontro aconteceu por vinte anos consecutivos, e a situação ye kãle karena jagannãtha daraéana
tornou-se tão intensa que o Senhor e os devotos não conseguiam ser felizes sem mane bhãve, kuruksetre pãnâchi milana
se encontrarem coletivamente. ye kãle—em tais momentos; karena—faz; jagannãtha—Senhor Jagannãtha;
VERSO 51 daraéana—visitando; mane—dentro da mente; bhãve—pensa; kuru-ksetre—no campo
de Kuruksetra; pãhãchi—obtive; milana—encontro.
« r n c& <m*\ <«.i?f i
T R A D U Ç Ã O — E m tais momentos, Sri Caitanya Mahãprabhu visitava o Senhor
%sjft9Ti « r ç * - « I ^ Í II «ii Jagannãtha. Então, Seus sentimentos correspondiam exatamente aqueles das
Sesa ãra yei rahe dvãdaéa vatsara gopis ao verem Krsna em Kuruksetra após longa separação. Krsna viera visitar
Kuruksetra com Seu irmão e Sua irmã.
krsnera viraha-lilã prabhura antara
30 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, \ Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 31
Verso 57

SIGNIFICADO—Ao realizar yajna (sacrifício) em Kuruksetra, Krçna convidou todos Porém este desejo luxurioso é diferente daquele do m u n d o material. Embora seja
os habitantes de Vrndãvana para vir vê-lO. O coração do Senhor Caitanya vivia aleo parecido com a luxúria m u n d a n a , na realidade é a forma máxima de atração
cheio de saudades de Krçoa, mas, logo que tinha oportunidade de visitar o templo por Krçoa. Caitanya Mahãprabhu era um sannyãsl; Ele deixou o lar e tudo o mais.
de Jagannãtha, Ele Se absorvia plenamente nos pensamentos das gopis que vie- Sem dúvida, n e n h u m desejo luxurioso m u n d a n o poderia dominá-lO. Assim, ao
ram visitar Krçoa em Kuruksetra. usar a expressão madana-dahane ( " n o fogo do desejo luxurioso"), He quer dizer
que, por amor puro por Krçoa, Ele estava queimando no fogo da saudade de
VERSO 54 KrçÓa. Sempre que encontrava Jagannãtha, quer no templo, quer durante o Ratha-
yâtrà, Caitanya Mahãprabhu costumava pensar: "Acabo de conquistar o Senhor
**rararíi «itr.it iw « o r a «tá* i de Minha vida e a l m a . "
s í t i jfe *t» i r a T-sroí *»tnw n <ts ii VERSO 56
ratha-yãtrãya ãge yabe karena nartana «Dl çjvsrrc^ i t a w fafrç <sm i
tãhãn ei pada mãtra karaye gãyana
ratha-yãtrãya—no festival do carro; ãge—em frente; yabe—quando; karena—faz;
3*9 fi<ípi a c s ^ « f * *>m II II
nartana—dançando; tãhãn—ali; ei—esta; pada—estrofe; mãtra—apenas; karaye—faz; ei dhuyã-gãne nãcena dvitlya prahara
gãyana—cantando. krsna lanã vraje yãi—e-bhãva antara
ei dhuyã-gãne-na repetição desta canção; nãcena—Ele dança; dvitlya prahara—o
T R A D U Ç Ã O — D a n ç a n d o perante o carro durante o festival, Caitanya Mahãprabhu s e g u n d o período do dia; krsna lanã— apoderando-Me de Krçoa; vraje yãi-vou
sempre cantava as seguintes duas linhas. voltar a Vrndãvana; e-bhãva—este êxtase; antara—dentro.

VERSO 55 TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu costumava cantar esta canção [seita
parãna-nãtha] especialmente d u r a n t e a última parte do dia, e pensava: " V o u
apoderar-Me de Krçoa e voltar para V r n d ã v a n a . " Seu coração vivia imerso neste
ir*l srtfa' s ^ i w ç w ^ f ã c-st* II «4 II êxtase.
seita parãna-nãtha pãinu
yãhã lãgi' madana-dahane jhuri genu S I G N I F I C A D O — E s t a n d o sempre absorto no êxtase de Srimati Rãdhãrãrü, Sri
seita—aquele; parãna-nãtha— Senhor de Minha vida; pãinu—conquistei; yãhã— Caitanya Mahãprabhu sentia a mesma saudade de Krçoa que Srimati Rãdhãrãoi
quem; lãgi'—por; madana-dahane—no fogo do desejo luxurioso; jhuri—queimando; sentia q u a n d o Krçoa partiu de Vrndãvana e foi para Mathurã. Este sentimento
genu—fiquei. de êxtase ajuda miüto em conseguir amor a Deus com saudade. Sri Caitanya
Mahãprabhu ensina a todos que não se deve ansiar excessivamente por ver o
Senhor, mas deve-se, antes, sentir saudades dEle em êxtase. Na verdade.é melhor
T R A D U Ç Ã O — " C o n q u i s t e i o Senhor de Minha vida, por q u e m Eu queimava no sentir saudades dEle do que desejar vê-lO face a face. Q u a n d o as gopis de
fogo de desejos luxuriosos."
Vrndãvana, residentes de Gokula, encontraram-se com Krçoa em Kuruksetra,
d u r a n t e o eclipse solar, quiseram levar Krçoa de volta a Vrndãvana. Sri Krçoa
SIGNIFICADO—No Srtmad-Bhãgavatam (10.29.15) afirma-se: Caitanya Mahãprabhu também sentia o mesmo êxtase assim que via Jagannãtha
no templo ou no carro de Ratha-yãtrã. As gopis de Vrndãvana não gostavam da
kãmam krodham bhayam sneham opulência de Dvãrakã. Elas queriam levar Krçoa para a aldeia de Vrndãvana e
aikyam sauhfdam eva ca gozar de Sua companhia nos bosques. Sri Caitanya Mahãprabhu também sentia
nityam harau vidadhato este desejo e dançava em êxtase perante o carro do festival de Ratha-yãtrã, quando
yãnti tanmayatãm hi te o Senhor Jagannãtha ia para Gundicã.

A palavra kãma significa desejo luxurioso, bhaya significa m e d o e krodha significa


VERSO 57
ira. Se alguém, de alguma forma, aproxima-se de Krçoa, sua vida torna-se exito-
sa. As gopis aproximaram-se de Krsna com desejos luxuriosos. S e n d o Krçoa um «ift « r e i f s i r o u »ft<? c*t» i
rapaz belíssimo, elas queriam encontrar-se com Ele e gozar de Sua companhia.
cfo careca wf c*? srtfç ^ c*rf* 11 <n 11
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 33
Verso 61

ei bhãve nrtya-madhye pode eka éloka VERSO 59


sei élokera artha keha nãhi bujhne loka
ei bhãve—em tal êxtase; nrtya-madhye—durante a dança; pode—recita; eka—um;
éloka—verso; sei élokera—deste verso; artha—o significado; keha—qualquer pessoa; cwr.i d ^«.1? ti faírfre» vi II II
nãhi—não; bujhe—entende; loka—pessoa.
ei élokera artha jãne ekale svarüpa
T R A D U Ç Ã O — E m tal êxtase, ári Caitanya Mahãprabhu recitava um verso q u a n d o daive se vatsara tãhãn giyãchena rüpa
dançava em frente ao Senhor Jagannãtha. Quase ninguém podia entender o signi- ei—este; élokera—do verso; artha—o significado; jãne—conhece; ekale—apenas;
ficado deste verso. svarüpa—Svarüpa Dãmodara; daive—por casualidade; se vatsara—naquele ano;
td7ufn-lá; giyãchena-foi; rüpa—Srila Rüpa Gosvãmi.
VERSO 58
T R A D U Ç Ã O — E s t e verso parece ser o enleio entre um jovem e uma moca comuns,
mas seu profundo e verdadeiro significado era conhecido apenas p o r Svarüpa
Dãmodara. Por casualidade, certo ano, Rüpa Gosvãmi também estava presente l i .

VERSO 60
CS^TmTfft C ^ í f c * ^ » ! I «Ir I

yah kaumãra-harah sa eva hi varas tã eva caitra-ksapãs


te conmüita-mãlatl-surabhayah praudhãh kadambãnilãh
sã caivãsmi tathãpi tatra surata-vyãpãra-lüã-vidhau prabhu-mukhe éloka êuni' érí-rüpa-gosãni
revã-rodhasi vetasl-taru-tale cetah samutkanfhate sei élokera artha-éloka karilã tathãi
yah—a mesma pessoa que; kaumãra-harah—o ladrão de meu coração durante a ju-
prabhu-mukhe—na boca do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; éloka—o verso;
ventude; sah—ele; eva hi—decerto; varah—amante; tãh—estas; eco—com certeza;
éuni'—ouvindo; ért-rüpa-gosãni—Srila Rüpa Gosvãmi; sei—aquele; élokera—do pri-
caitra-ksapãh—noites enluaradas do mês de Caitra; te—aquelas; ca—e; unmüita—
frutificaram; mãlatl—de flores mãlatí; surabhayah—fragrâncias; praudhãh—cheias; meiro verso; artha—dando o significado; éloka—outro verso; karilã—compôs;
kadamba—com a fragrância da flor kadamba; anilãh—as brisas; si—aquela; ca— tathãi—imediatamente.
também; et«—decerto; asmi—sou; tathãpi—ainda; tatra—ali; surata-vyãpãra—em
transações íntimas; lüã—àe passatempos; vidhau—ã maneira; revã—do rio chamado T R A D U Ç Ã O — E m b o r a somente Svarüpa Dãmodara conhecesse o significado do
Revà; rodhasi—as margens; vetasl—chamada Vetasl; taru-tale—debaixo da árvore; verso, após ouvir Sri Caitanya Mahãprabhu recitá-lo, Rüpa Gosvãmi imediata-
cetah—minha mente; samutkanthate— muito anseia ir. mente compôs outro verso, descrevendo o significado do verso original.

VERSO 61
T R A D U Ç Ã O — " E s t a mesmíssima personalidade que roubou meu coração duran-
te minha juventude agora é novamente meu amo. Estas são as mesmas noites Wfr itlRí 5tr.il ufaei « f i w l II ^ n
enluaradas do mês de Caitra. Emana a mesma fragrância de flores mãlati, e da éloka kari' eka tãla-patrete likhiyã
floresta de kadamba sopram as mesmas doces brisas. Em nossa relação íntima, ãpana vãsãra cale rãkhila gunjiyã
sou também a mesma amante, todavia, minha mente ainda não está feliz a q u i .
éloka kari'—compondo o verso; eka—um; tãla-patrete—numa folha de palmeira;
Anseio voltar àquele local, às margens do Revà, debaixo da árvore Vetasl. Este
likhiyã—escrevendo; ãpana—sua própria; vãsãra—da residência; cale—no telhado;
é o meu desejo."
rãkhila—guardou; gunjiyã—empurrando.

T R A D U Ç Ã O — A p ó s compor este verso, Rüpa Gosvãmi escreveu-o n u m a folha de


S I G N I F I C A D O — E s t e verso aparece no Padyãvall (382) de Srila Rüpa Gosvãmi. P»lmeira e colocou-o sobre o telhado da casa de sapê em q u e estava m o r a n d o .
Sri Caitãnya-cãrítamrU Madhya-lilã, 1 Verso 65 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 35
34

VERSO 62 e não há necessidade de ficar triste por não poder entrar em determinado templo.
O Senhor Caitanya Mahãprabhu desaprovava tais proibições dogmáticas. Caitanya
a t r * * t r V c * w ii^rarí* ^ f w s i Mahãprabhu visitava diariamente aqueles que eram considerados inaptos para
ç m ^ t w « t t ^ í l 3 ^ « t ç r a i fsifsrre I I f c * . I I entrar no templo de Jagannãtha, o que indica que Caitanya Mahãprabhu não apro-
vava as proibições. Entretanto, para evitar tumultos desnecessários, estas grandes
éloka rãkhi' gela samudra-snãna karite
personalidades não entravam no templo de Jagannãtha.
hena-kale aila prabhu tãnhãre milite
éloka rãkh i '—guardando o verso daquela maneira; gela—foi; samudra-snana—um
banho no mar; karite—tomar; hena-kale—neste ínterim; aila— veio; prabhu—Senhor
Sri Caitanya Mahãprabhu; tahhãre—com ele; milite—paia encontrar-Se. VERSO 64

T R A D U Ç Ã O — A p ó s compor este verso e colocá-lo no telhado de sua casa, Srila


Rüpa Gosvãmi foi banhar-se no mar. Neste ínterim, o Senhor Caitanya fírcwfcç *it'* <ífè r*ciw ftfÉrat II *8 II
Mahãprabhu foi à sua cabana para encontrar-Se com ele.
mahãprabhu jagannãthera upala-bhoga dekhhjã
VERSO 63 nija-grhe yã'na ei tinere miliyã
mahã-prabhu—èri Caitanya Mahãprabhu; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha;
513*1*1 fcff 3 Wrf «"t-SlStSS! I upala-bhoga—oferenda de alimentos sobre a pedra; dekhiyã— após ver; nija-grhe—
« r ô t w - f f a w * 1 « t f » fòm i w II II para a Sua residência pessoal; yã'na—vai; «—estas; tinere— três; miliyã—
haridOsa thãkura ãra rüpa-sanãtana encontrando.
jagannatha-mandire nã yã'na tina jana
hari-dãsa thãkura—Srila Haridãsa Thãkura; ãra—e; rüpa-sanãtana—Srila Rüpa T R A D U Ç Ã O — T o d o s os dias, Sri Caitanya M a h ã p r a b h u costumava ver a cerimô-
Gosvãmi e Srila Sanãtana Gosvãmi; jagannatha-mandire—no templo do Senhor nia de upala-bhoga no t e m p l o de Jagannãtha, após o q u e costumava ir visitar
Jagannãtha; «tf— não; yã'na—vão; tina jana—três pessoas. estas três grandes personalidades a caminho de Sua residência pessoal.

T R A D U Ç Ã O — P a r a evitar tumulto, três grandes personalidades — Haridãsa SIGNIFICADO— Upala-bhoga é u m a espécie particular d e oferenda realizada b e m
Thãkura, Srila Rüpa Gosvãmi e Srila Sanãtana Gosvãmi — não entravam no atrás da Garuda-stamba sobre u m a laje de pedra. Essa laje de pedra chama-se upala.
templo de Jagannãtha. Todo o alimento é oferecido dentro da sala do templo, b e m debaixo do altar de
Jagannãtha. No entanto, esta bhoga era oferecida sobre a laje de pedra, à vista
S I G N I F I C A D O — É ainda costume n o templo d e Jagannãtha não ser permitido en- do público; daí chamar-se upala-bhoga.
trarem aqueles que não seguem estritamente a cultura védica conhecida como
hinduísmo. Srila Haridãsa Thãkura, Srila Rüpa Gosvãmi e Srila Sanãtana Gosvãmi VERSO 65
haviam tido anteriormente ligações íntimas com maometanos. Haridãsa Thãkura
nascera em família maometana e Srila Rüpa Gosvãmi e Srila Sanãtana Gosvãmi
tendo abandonado seu status social na sociedade hindu, haviam sido designa- sfte» «rifa' «rt*lt» fiiOTj-iSrça fasi II II
dos ministros no governo maometano. Eles tinham inclusive m u d a d o seus nomes
para Sãkara Mallika e Dabira Khãsa. Assim, é de se supor que eles haviam sido ex- ei tina madhye yabe thãke yei jana
pulsos da sociedade de brahmanas. Conseqüentemente, por humildade, não en- tãnre ãsi' ãpane mile, —prabhura niyama
travam no templo de Jagannãtha, embora a Personalidade de Deus, Jagannãtha, ei tina madhye—desses três; yabe—quando; thãke—permanece; yei jana—a esta
sob Sua forma de Caitanya Mahãprabhu, pessoalmente viesse vê-los todos os pessoa que; tãnre—a ele; òsi'—vindo; ãpane mile—pessoalmente encontrando-Se;
dias. De forma semelhante, às vezes, nega-se a entrada a membros desta socie- prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; niyama—prática regular.
dade de consciência de Krsna em alguns dos templos da índia. N ã o devemos
sentir-nos tristes por isso enquanto nos dedicamos a cantar o mantra Hare Krsna. TRADUÇÃO—Se u m desses três não estivesse presente, Ele encontrava-Se com
O próprio Krsna associa-Se com os devotos que estão cantando Seu santo nome, os outros. Essa era Sua prática regular.
36 Sri CaiUnya-caritàmrt» Madhya-Iilà, 1 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 37
Verso 71

VERSO 66 T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Rüpa Gosvãmi caiu como u m a vara, Sri Caitanya


Mahãprabhu levantou-Se e deu-lhe um tapa. Então, pegando-o em Seu colo,
começou a falar-lhe.
VERSO 69
G i r a t&Kf* * i f « a j r a » 1 w I C T G " * *
5
I
daive dsi' prabhu yabe ürdhvete cãhilã
cale gonjã tala-patre sei éloka püila G«!t*
1 Í " ? ^«tl WffàG*! G^ICT ? « M » II
daive—casualmente; asi'—chegando ali; prabhu—o Senhor; yabe—quando; mora élokera abhiprãya nã jãne kona jane
ürdhvete—sobre o telhado; cOhila— Ele olhou; cale—no telhado; gonjã—empurrada; mora manera kathã tumi jãnile kemane?
tala-patre—a folha de palmeira; sei—aquele; éloka—verso; püilã— pegou. mora—Meu; élokera—do verso; abhiprãya—significado; nd—não; jãne—conhece;
kona—nenhuma; jane—pessoa; mora—Minha; manera—da mente; kathã—a inten-
T R A D U Ç Ã O — A o chegar à residência de Srila Rüpa Gosvãmi, Sri Caitanya ção; tumi—tu; jãnile—entendeste; kemane—como.
Mahãprabhu casualmente viu a folha de palmeira sobre o telhado, e assim leu
o verso composto por ele. T R A D U Ç Ã O — " N i n g u é m conhece o significado de M e u v e r s o " , disse Caitanya
VERSO 67 Mahãprabhu. " C o m o pudeste compreender Minha intenção?"
cfttf *tfV *rtr,Bi <sfç_«rífaè 1 VERSO 70
«*r,ft*rtfaj» wíf>' •fós n w « ç<i*»l II &s II
éloka padi' ache prabhu avista ha-iyã
rüpa-gosãni ãsi' pade dandavat haha W t - G ^ W f a P G S GStt* G»1T^P1 í W P I II V II
éloka padi'—lendo o verso; ache—permaneceu; prabhu—o Senhor; avista—em êx- eta bali' tãnre bahu prosada kariyã
tase; ha-iyã— sendo; rüpa-gosãni—Srila Rüpa Gosvãmi; <tsi'—chegando; pode—caiu; svarüpa-gosãnire éloka dekhãila lanã
dandavat—como u m a vara; hanã— ficando. eta bali'—dizendo isto; tãnre— a Rüpa Gosvãmi; bahu—muita; prasãda—
misericórdia; kariyã— mostrando; svarüpa-gosãnire—a Svarüpa Gosvãmi; éloka—o
T R A D U Ç Ã O — A p ó s ler o verso, Sri Caitanya M a h ã p r a b h u entrou em êxtase. En- verso; dekhãila—mostrou; ía«a"—levando.
quanto Ele estava naquele estado, Srila Rüpa Gosvãmi chegou e logo caiu ao
solo como u m a vara. T R A D U Ç Ã O — D i z e n d o isto, o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u concedeu diversas
bênçãos a Rüpa Gosvãmi, e, levando o verso consigo, mostrou-o mais tarde a
S I G N I F I C A D O — A palavra danda significa bastão ou vara. U m bastão ou vara cal Svarüpa Gosvãmi.
duro; analogamente, quando alguém presta reverências a seu superior com todas VERSO 71.
as oito angas (partes) do corpo, ele executa o que é chamado dandavat. As vezes,
só falamos de dandavats, mas realmente n ã o nos prostramos. De qualquer modo, ^3G*t »|S55I «fÇ[ f>falG9 I
dandavat significa prostrar-se como u m a vara perante um superior. C l t * aiçsra «*í Wtf«9l G*1tf5 II Si II

VERSO 68 svarüpe puchena prabhu ha-iyã vismite


mora manera kathã rüpa jãnila kemate
w w j to * t * K ? iffiwi I
svarüpe—a Svarüpa Gosvãmi; puchena—perguntou; prabhu—o Senhor; ha-iyã—
^ f e « n t f a m f a s G^ÍCWS ^ f i r a i « * * * I I cando; irómife—admirado; mora—Minha; manera—da mente; kathã— intenção;
uthi' mahãprabhu tãnre capada máriyá rupa—Rüpa Gosvãmi; jãnila—entender; kemate—como.
kahite lãgilã kichu Mete kariyã
ufhi'—levantando-Se; mahãprabhu-Sri Caitanya Mahãprabhu; tãnre—a Rüpa T R A D U Ç Ã O — M o s t r a n d o o verso a Svarüpa Dãmodara com g r a n d e admiração
a h r a b h
Gosvãmi; capada mãriyã— esbofeteando; kahite—a dizer; lãgilã—começou; kichu— •ntJ - * ™ * P « perguntou-lhe como Rüpa Gosvãmi podia entender a s
intenções de Sua mente.
algo; kolete—no colo; kariyã— pegando.
38 Sri Caitanya-caritàmrta Madhya-lilã, \ 39
Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya
Verso 76
SIGNIFICADO—Tivemos oportunidade de receber uma bênção semelhante de SrUa T R A D U Ç Ã O — " A c e i t o Srila Rüpa Gosvãmi como alguém capaz de compreender
Bhaktisiddhãnta Sarasvati Gosvãmi ao apresentar-lhe um ensaio em sua cerimô- as doçuras confidenciais do serviço devocional, e recomendo que tu lhe expli-
nia de aniversário. Ele ficou tão satisfeito com esse ensaio que costumava chamar
ques mais sobre o serviço d e v o c i o n a l . "
alguns de seus devotos confidenciais e mostrá-lo a eles. Como poderíamos en-
tender as intenções de Srila Prabhupãda? VERSO 75

VERSO 72 jrire ?pf53 « r r t f f r o t a ^ R M M I


i R C f P l 9C*r»t C l * « f e r t l » t f W l II W II
5

W f l-W,—ItCli S f t f i s t 69t1t5 151 !


e-salw kahiba ãge vistãra karinã
9TC<S s r f f i , — 5 5 <?sfit5 ? * f í 5 ^ p s n II II sahksepe uddeéa kaila prastãva pãinã
svarüpa kahe,—yãte jãnila tomara mana e-saba—todos esses; kahiba—narrarei; age—mais tarde; pisfaYa-elaboração;
tãte jãni,—haya tomara krpãra bhãjana karinã—fazendo; sahksepe—brevemente; uddeéa—referência; kaila—fiz; prastãva—
svarüpa kahe—Svarüpa Dãmodara replicou; yãte—)à que; jãnila—ele conhe oportunidade; pãinã— obtendo.
tomara—Tua; mana—intenção; tãte—portanto; jãni—posso entender; haya—ele
tomara—lua; krpãra—da misericórdia; bhãjana—recipiente. TRADUÇÃO Descreverei todos esses incidentes, elaboradamente, mais tarde. O
que acabei de fazer foi apenas u m a breve referência.
T R A D U Ç Ã O — S r i l a Svarüpa Dãmodara Gosvãmi respondeu ao Senhor Caitan
Mahãprabhu: " S e Rüpa Gosvãmi pode entender Tua mente e intenções, ele d:* VERSO 76
ter a bênção especial de Vossa O n i p o t ê n c i a . "
fhn: CIFW içpíi f «*SÍIF»P5-
VERSO 73
aj^ - <stw « n f i srctè i
^ t f í r w f c ^ s r ò & i f e wfirai ii i« II irai CI ^ÍII^TFTIFIFAIR "^nfo ii I*» ii
prabhu kahe,—tare ãmi santusta hanã priyah so 'yam krsriah sahacari kuru-ksetra-militas
ãlingana kailu sarva-éakti sahcãriyã tathãham sã rãdhã tad idam ubhayoh sangama-sukham
prabhu kahe—o Senhor disse; tare—com ele; ãmi—Eu; santusta hanã— ficando tathãpy antah-khelan-madhura-murali-pancama-juse
tisfeitíssimo; ãlingana kailu—abracei; sarva-éakti—todas as potências; sancã~ mano me kãlindi-pulina-vipinãya sprhayati
concedendo. priyah—muito querido; sah—Ele; ayam—este; krsnah—Senhor Krsna; saha-cari—ó
Minha querida amiga; kuru-ksetra-militah—o qual encontrei no campo de
T R A D U Ç Ã O — O Senhor disse: "Fiquei tão satisfeito com Rüpa Gosvãmi que 0, Kuruksetra; tathã— também; aham—Eu; sa—aquela; rãdhã—Rãdhãrãni; tad—aquele;
abracei e concedi-lhe todas as potências necessárias para pregar o culto de bhak- idam—este; ubhayoh—de Nós dois; sangama-sukham—a felicidade do encontro;
ti." tathãpi— ainda assim; antah—dentro; khelan—tocando; madhura—doce; murall—
da flauta; pancama—a quinta nota; /use—que se deleita em; manah—a mente; me—
VERSO 74 Minha; kãlindt—do rio Yamunã; pulina—às margens; vipinãya—as árvores;
sprhayati—desejos.
ÇW3 * t l a 55 ^W-ftCTSOT I
«giro <5ic5 t^niwtca II w II TRADUÇÃO—[É Srimati Rãdhãrãni q u e m recita este verso.] " M i n h a querida ami-
yogya pãtra haya güãha-rasa-vivecane ga, acabo de Me encontrar com M e u muito antigo e querido amigo Krsna neste
tumio kahio tare güdha-rasãkhyãne campo de Kuruksetra. Sou a mesma Rãdhãrãni, e agora Nos encontramos de
yogya—adequado; pãtra—recipiente; haya—é; güdha—confidenciais; rasa—as novo. E muito agradável, mas, ainda assim, Eu gostaria de ir até às margens
curas; vivecane—ao analisar; tumio—tu também; kahio—instrui; fare—a ele; gü4 do Yamunã, debaixo d a s árvores da floresta de lá. Desejo ouvir a vibração de
confidenciais; rasa—as doçuras; ãkhyãne— ao descrever. !>ua doce flauta tocando a quinta nota dentro daquela floresta de V r n d ã v a n a . "
40 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Verso 81 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 41

T R A D U Ç Ã O — E l a pensava nEle na atmosfera calma e sossegada de Vrndãvana,


S I G N I F I C A D O — E s t e verso também aparece no Padyãvall (383) de Srila Rüpa
vestido como um vaqueirinho. Porém, em Kuruksetra, Ele vestia trajes reais e
Gosvãmi.
vinha acompanhado por elefantes, cavalos e uma multidão de homens. Assim,
a atmosfera não era apropriada para o encontro dEles.
VERSO 77

4 5 OJtrcm > K C * * * f t « f W H I I VERSO 8 0


£ 1 5 0 5 I
a^tlt«t t f r f a ' C 1 C S « t u li W li
1CJ t f o « E * 551 Ttfips • g r t II W° II
ei álokera satiksepãrtha éuna, bhakta-gana sei bhãva, sei krsna, sei vrndãvana
jagannãtha dekhi' yaiche prabhura bhãvana yabe pãi, tabe haya vãiichita pürana
ei—este; élokera—do verso; sahksepa-artha—uma breve explicação; éuna—ouvi;
sei bhãva—aquela circunstância; sei krsna—aquele Krsna; sei vrndãvana—aquela
bhakta-gana—ó devotos; jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; dekhi'—após ver;
yaiche— assim como; prabhura—do Senhor Caitanya; bhãvana—o pensamento. Vrndãvana; yabe pãi—se Eu conseguir; tabe—então; haya—será; vãhchita—objeto
desejado; pürana—satisfeito.
T R A D U Ç Ã O — A g o r a , ó devotos, por favor, ouvi uma breve explicação deste verso.
O Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u pensava dessa maneira após ter visto a Deida- T R A D U Ç Ã O — A s s i m , encontrando-Se com Krsna e pensando na atmosfera de
de de Jagannãtha. Vrndãvana, Rãdhãrãni desejou que Krsna A levasse para Vrndãvana novamen-
te e satisfizesse Seu desejo naquele ambiente calmo.
VERSO 78

VERSO 81
iwifa »Nçw> «sjstcii» dM II II
éri-rãdhikã kuruksetre krsnera daraéana
yadyapi pãyena, tabu bhãvena aichana 1t1fflf*l*lfi9CV5|Wtt1»Tt*
éri-rãdhikã—Èrímatí Rãdhãrãni; kuru-ksetre—no campo de Kuruksetra; krsnera—do
Senhor Krsna; daraéana—Se encontrando; yadyapi—embora; pãyena—Ela obtém; c»rç?çsrrrfSr i n ^ T f w i * . »wi i: iirs i
íabu—ainda assim; bhãvena—pensa; aichana—dessa maneira. ãhué ca te nalina-nãbha padãravindam
yogeévarair hrdi mcintyam agãdha-bodhaih
TRADUÇÃO—O tema de Seus pensamentos era Srimati Rãdhãrãni, que Se en- samsãra-küpa-patitottaranãvalambam
contrara com Krsna no campo de Kuruksetra. Embora tivesse Se encontrado com geham jusãm api manasy udiyãt sadã nah
Krsna lá, não obstante, Ela pensava nEle da seguinte maneira. ãhuh—as gopis disseram; ca—e; te—Teus; nalina-nãbha—ó Senhor, cujo umbigo
é igual a u m a flor de lótus; pada-aravindam—pés de lótus; yoga-lévaraih—pelos
VERSO 79 grandes yogís místicos; hrdi—dentro do coração; vicintyam—objeto de meditação;
agãdha-bodhaih—os quais eram filósofos altamente eruditos; samsãra-küpa—o poço
escuro da existência material; patita—dos caídos; uttarana—dos salvadores;
*ttl dtM-CVff f*^*» " II avalambam—o único refúgio; geham—afazeres domésticos; jusãm—dos ocupados;
apt—embora; manasi—nas mentes; udiyãt—que despertem; soda—sempre;
rãja-veéa, hãti, ghodã, manusya gahana —nossas.
kãhãh gopa-veéa, kãhãh nirjana vrndãvana T R A D U Ç Ã O — A s gopis falaram assim: " Q u e r i d o Senhor, cujo umbigo é igual a
u m a
rãja-veéa—trajes reais; hãti— elefantes; ghodã— cavalos; manusya—homens; flor de lótus. Teus pés de lótus são o único refugio para aqueles que caíram
gahana—multidão; kãhãh—onde; gopa-veéa—a roupa de um vaqueirinho; kãhãh— no poço fundo da existência material. Grandes yogis místicos e filósofos alta-
onde; nirjana—solitária; vrndãvana—chamada Vrndãvana. mente eruditos adoram e meditam em Teus pés. Desejamos que estes pés de
42 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lila, 1 Verso 84 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 43

lótus possam também despertar dentro de nossos corações, embora sejamos ape- Lhe serviço, para o prazer dEle. Não há um resquício sequer de gozo pessoal
nas pessoas comuns ocupadas em afazeres domésticos." dos sentidos na atitude delas.

SIGNIFICADO—Este verso é do èrímad-Bhãgavatam (10.82.49). VERSO 83

VERSO 82 5
**K*rt»rtf2&cílí^ c ^ CTt* l ^ f W l II v® II
c«t*rta ç ? l c r f * a«?*t?ica i
bhãgavatera éloka-güdhãrtha visada karinã
tom i f a , « c i i t * 1 ^ e * II II
rüpa-gosãni éloka kaila loka bujhãihã
tomara carana mora vraja-pura-ghare bhãgavatera—do Srimad-Bhãgavatam; éloka—o verso; güdha-artha—significado con-
udaya karaye yadi, tabe vãnchã püre fidencial; visada—descrição elaborada; karinã— fazendo; rüpa-gosãni—Srila Rüpa
tomara—Teus; carana—pés de lótus; mora—minha; vraja-pura-ghare—ao lar em Gosvãmi; éloka—o verso; kaila—escreveu; loka—as pessoas em geral; bujhãihã—
Vrndãvana; udaya—despertam; karaye—faço; yadi—se; tabe—então; vãnchã— fazendo compreender.
desejos; püre—serão satisfeitos.
T R A D U Ç Ã O — S r i l a Rüpa Gosvãmi explica n u m verso o significado confidencial
T R A D U Ç Ã O — A s gopis pensaram: " Q u e r i d o Senhor, se Teus pés de lótus nova- do verso do Srimad-Bhãgavatam para a compreensão das pessoas em geral.
mente vierem ao nosso lar em Vrndãvana, teremos nossos desejos satisfeitos."
VERSO 84
SIGNIFICADO—Em seu Anubhãsya, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura comen-
ta: "As gopis ocupam-se puramente no serviço ao Senhor, sem qualquer motiva-
ção. A opulência de Krsna não as cativa, n e m a compreensão de que Ele é a
Suprema Personalidade de D e u s . " Naturalmente, asgopfs sentiam-se inclinadas
a amar Krçna, pois Ele era um jovem atrativo da aldeia de Vrndãvana. Sendo
TÍtaw I T M l l T t f a - C ^ f ^ f ^ « b-8 I
aldeãs, elas não sentiam muita atração pelo campo de Kuruksetra, onde Krsna
esteve presente com elefantes, cavalos e trajes reais. Na verdade, elas não apre-
ciavam muito Krsna numa atmosfera assim. Krçna não Se sentia atraído pela opu- yâ te lilã-rasa-parimalodgãri-vanyãparitã
lência ou beleza pessoal das gopis, mas sim pelo serviço devocional puro delas. dhanyã ksauni vilasati vrtã mãthuri mãdhuribhih
De modo semelhante, as gopis sentiam-se atraídas por Krsna como vaqueirinho, tatrãsmãbhié catula-paáupi-bhãva-mugdhãntarãbhih
sem aparências sofisticadas. O Senhor Krçna é inconcebivelmente poderoso. Para samvitas toam kalaya vadanollãsi-venur vihãram
compreendê-lO, grandes yogis e pessoas santas abandonam todas as ocupações yã— aquele; te—Teus; lilã-rasa—das doçuras saboreadas nos passatempos;
materiais e meditam nEle. Da mesma forma, aqueles que sentem excessiva atra- parimala—o aroma; udgãri—espalhando; vanya-ãparitã—cheia de florestas; dhanyã—
ção pelo gozo material, pelo incremento de opulência material, pela manutenção gloriosa; ksauni—a terra; vilasati—desfruta; vrtã—circundada; mãthuri—o distrito
familiar ou pela liberação dos enredamentos deste m u n d o material refugiam-se de Mathurã; mãdhuribhih—pelas belezas; tatra—lá; asmãbhih—por nós; cafula—
na Suprema Personalidade de Deus. Mas, as gopis desconhecem semelhantes ati- tênue; paéupl-bhãva—com prazer extático como gopis; mugdha-antarábhih—por aque-
vidades e motivações: elas não são absolutamente peritas em executar tais las cujos corações vivem encantados; samvitah—rodeado; tvam—Tu; kalaya—por
atividades auspiciosas. Já transcendentalmente iluminadas, tudo o que elas fazem favor, executa; vadana—na boca; ullãsi—tocando; venuh—com a flauta; vihãram—
é ocupar seus sentidos purificados a serviço do Senhor na remota aldeia de passatempos divertidos.
Vmdãvana. As gopis não se interessam por especulação árida, por artes, por mú-
sica, ou por outras condições de vida material. Estão despojadas de toda a T R A D U Ç Ã O — A s gopis continuaram: " Q u e r i d o Krçna, o aroma das doçuras de
compreensão de gozo material e renúncia. O único desejo delas é ver Krçna vol- Teus passatempos espalha-se por todas as florestas da gloriosa terra de
tar para gozar de transcendentais passatempos espirituais com elas. As gopis Vrndãvana, que é circundada pela doçura do distrito de Mathurã. Na atmosfera
querem que Ele simplesmente fique em Vrndãvana de modo que possam prestar- propicia daquela terra maravilhosa, podes gozar de Teus passatempos, com Tua
44 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 88 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 45

flauta dançando em Teus lábios, e rodeado por nós, as gopis, cujos corações rídhxkã-unmãda—a loucura de Srimati Rãdhãrãni; yaiche— assim como; uddhava-
vivem encantados por emoções extáticas imprevisíveis." faréane—-ao ver Uddhava; udghürnã-pralãpa—conversando incoerentemente com
loucura; taiche—de forma semelhante; prabhura—do Senhor Caitanya; rãtri-dine—
siGNinCADO—Este verso é do Lalita-rnõdhava (10.38) de Srila Rüpa Gosvãmi. dia e noite.

VERSO 85
TRADUÇÃO—Assim como Srimati Rãdhãrãni conversou incoerentemente com um
abelhão na presença de Uddhava, Sri Caitanya Mahãprabhu, em Seu êxtase, con-
versava louca e incoerentemente dia e noite.
^ « a r t - i f a s cwr.«t, i*^ * f f t f t c s n w 11
ei-mata mahãprabhu dekhi' jagannãthe
subhadrã-sahita àekhe, vaméi nãhi hãte
ei-mata—dessa maneira; mahã-prabhu—èfi Caitanya Mahãprabhu; dekhi'—após SIGNIFICADO—Esta unmãda (loucura) não é uma loucura comum. Ao conversar
ver; jagannãthe—o Senhor Jagannãtha; su-bhadrã— Subhadrã; sahita—com; dekhe— incoerentemente, quase como um sujeito louco, Sri Caitanya Mahãprabhu esta-
Ele vê; vaméi—a flauta; nãhi—não; hãte—na mão. va no êxtase transcendental do amor. No êxtase transcendental máximo, há um
sentimento de encantar-se na presença do encantador. Q u a n d o o encantador e
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, ao ver Jagannãtha, Sri Caitanya Mahãprabhu viu o encantado se separam, ocorre mohana, ou desnorteamento. Ao desnortear-se
que o Senhor estava com Sua irmã Subhadrã e não segurava uma flauta em Sua assim devido à saudade, fica-se aturdido, e, nessa altura, manifestam-se todos
mão. os sintomas corpóreos de êxtase transcendental. Ao manifestarem-se estes sinto-
mas, a pessoa parece inconcebivelmente louca. Chama-se a isto loucura trans-
VERSO 86 cendental. Neste estado, há conversas imaginárias e experimentam-se emoções
como aquelas de um louco. Ao explicar para Krçna a loucura de Srimati Rãdhãrãni,
Uddhava disse: " M e u querido Krçna, devido a extremo sentimento de saudade
*tti TRI» * T F L itew I W ii II de Ti, SrimaH Rãdhãrãni, às vezes, faz Sua cama nos arbustos da floresta, às vezes,
repreende uma nuvem azulada, e, às vezes, erra pela densa escuridão da flores-
tri-bhahga-sundara vraje vrajendra-nandana
ta. Assim, Ela fica parecendo uma mulher louca."
kãhãh pãba, ei vãnchã bãde anuksana
tri-bhahga—curvado em três pontos; sundara—belo; vraje—em Vrndãvana;
vrajendra-nandana—o filho de Nanda Mahãrãja; kãhãh—onde; pãba—obterei; ei—
este; vãnchã— desejo; bãde— aumenta; anuksana—incessantemente. VERSO 88

T R A D U Ç Ã O — A b s o r t o no êxtase das gopis, o Senhor Caitanya Mahãprabhu de-


sejava ver o Senhor Jagannãtha sob Sua forma original como Krsna, o filho de <ífè fãrfSHTTCT C1*T II trV II
Nanda Mahãrãja, habitante de Vrndãvana e de aparência muito bela, com Seu
corpo curvado em três pontos. Seu desejo de ver tal forma aumentava sem cessar. dvãdaéa vatsara éesa aiche gohãila
ei mata éesa-lilã tri-vidhãne kaila
vãdaéa—doze; vatsara—anos; éesa—finais; aiche— daquele modo; gohãila—
passaram-se; ei mata—assim; éesa-lilã—os últimos passatempos; tri-vidhãne—de três
VERSO 87 maneiras; fcoi/a-realizou.

& « l & < i - a w » t bscw « r ç * ^taf-fwc*» 11 n 11 ne*/ V5 C Ã 0 0 s


~ últimos doze anos d e Sri Caitanya M a h ã p r a b h u passaram-se
s a loucura transcendental. Assim, Ele realizou Seus últimos passatempos de
rãdhikã-unmãda yaiche uddhava-daréane *"*» maneiras.
udghürnã-pralãpa taiche prabhura rãtri-dine
46 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Verso 93 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 47

VERSO 89 Mãvãvãdls. Após aceitar sannyãsa, o objetivo de Caitanya Mahãprabhu era alcan-
çar Vrndãvana. Ele era diferente dos"sannyãsis Mãyãvãdis, que desejam fundir-se
i w j m i f ô ' 5f%»t m i a c f f l c i c i atf i na existência do Absoluto. Para o Vaiçnava, aceitar sannyãsa significa aliviar-se
wrç, «wi—sts wtfici i*í II ws. II de todas as atividades materiais e devotar-se inteiramente ao transcendental ser-
sannyãsa kari' cabbiéa vatsara kailã ye ye karma viço amoroso ao Senhor. Srila Rüpa Gosvãmi confirma isto (B.r.s. 1.2.255):
ananta, apara—tara ke jãnibe marma anãsaktasya visayãn yathãrham upayuhjatahl nirbandhah krsna-sambandhe yuktam
sannyãsa kari'—após aceitar a ordem renunciada; cabbiéa vatsara—vinte e quatro vairãgyam ucyate. Para o Vaiçnava, ordem renunciada significa abandonar com-
pletamente o apego a coisas materiais e ocupar-se sem cessar no transcendental
anos; kaila— fez; ye ye—quaisquer; karma—atividades; ananta—ilimitadas; apara—
serviço amoroso ao Senhor. No entanto, os sannyãsis Mãyãvãdis não sabem como
insondáveis; tara—disto; ke—quem; jãnibe—conhecerá; marma—o significado.
ocupar tudo a serviço do Senhor. Por não terem n e n h u m treinamento devocio-
nal, acham que os objetos materiais são intocáveis. Brahma-satyam jagan-mithyã.
T R A D U Ç Ã O — D u r a n t e os vinte e quatro anos que sucederam à Sua iniciação de
Os Mãyãvãdis p e n s a m que o m u n d o é falso, mas, os sannyãsis Vaisnavas não
sannyãsa [ordem renunciada], todos os passatempos que Sri Caitanya pensam assim. Os Vaisnavas dizem: " P o r que o m u n d o haveria de ser falso? Ele
Mahãprabhu realizou foram ilimitados e insondáveis. Q u e m pode entender o é uma realidade, tendo sido feito para o serviço à Suprema Personalidade de
significado de tais passatempos? D e u s . " Para o sannyãsl Vaiçnava, renúncia significa não aceitar nada para o gozo
VERSO 90 pessoal dos sentidos. Serviço devocional significa utilizar tudo para a satisfação
da Suprema Personalidade de Deus.
jj«rj in*i aterra ^rs *t«ti n »• 11
uddeéa karite kari dig-daraéana VERSO 92
5
mukhya mukhya Ittãra kari sütra ganana esteies f à ^ w i t ç srrfçi T E M i
uddeéa—indicação; karite—para fazer; kari—faço; dig-daraéana—um levantamen-
to geral; mukhya mukhya—os principais; /flíra—dos passatempos; kari—faço; surra— 5tpWC»t foü faü isfiwl I51«t II 5* II
sinopse; ganana—enumeração. premete vihvala bãhya nãhika smarana
rãdha-deée tina dina karilã bhramana
T R A D U Ç Ã O — S ó para indicar tais passatempos, apresento um levantamento geral premete—em amor extático por Krçna; vihvala—absorto; bãhya—externa; nãhika—
dos principais, sob a forma de uma sinopse. não há; smarana—memória; rãdha-deée—nos países Rãdha; fina dina—três dias;
karilã—fez; bhramana—viagem.
VERSO 91
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o seguia em direção a V r n d ã v a n a , Sri C a i t a n y a
« W i ^a «Tf a i a m ' * * * ! i Mahãprabhu encheu-Se de amor extático por Krçna, e perdeu toda a memória
I s O t l f f ? ' Sfasil « r ç 91)IfRü || S»i || do m u n d o externo. Viajou desta maneira, continuamente, durante três dias por
Rãdha-desa, o país o n d e o rio Ganges não flui.
prathama sütra prabhura sannyãsa-karana
sannyãsa kari' calila prabhu ért-vrndãvana
VERSO 93
prathama—primeira; sütra—sinopse; prabhura—do Senhor; sannyãsa-karana—
aceitando a ordem de sannyãsa; sannyãsa kari'—após aceitar a ordem renunciada;
calila—foi; prabhu—o Senhor; ért-vrndãvana—em direção a Vrndãvana.
•JTWTSTAR « w i -wfèprl ' i ç r f «jürsi«j»^ n
T R A D U Ç Ã O — E s t a é a primeira sinopse: Após aceitar a ordem de sannyãsa,
nityãnanda prabhu mahãprabhu bhulãiyã
Caitanya Mahãprabhu seguiu em direção a Vrndãvana.
gahgã-tlre lanã ãilã 'yamunã' baliyã
nityãnanda prabhu—SenhoT Nityãnanda Prabhu; maha-prabhu—èrl Caitanya
SIGNIFICADO—Fica claro que essas afirmações são uma narrativa real de como Sri
Mahãprabhu; bhulãhjã—cortfundindo; gahgã-tíre—às margens do Ganges; lanã—
Caitanya Mahãprabhu aceitou a ordem de vida renunciada. Sua aceitação desta
levando; ãilã— trouxe; yamunã—o rio Yamunã; baliyã— informando.
ordem renunciada não é em absoluto comparável à aceitação de sannyãsa dos
8 a 8 8 a t e m o s
48 Sri Cãitanya-caritâmrU Madhya-nii, V rso 9 7 ° P P posteriores d o Senhor Caitanya 49

T R A D U Ç Ã O — A n t e s de mais nada, o Senhor Nityãnanda confundiu ári Caitanya _ S r i Caitanya Mahãprabhu sabia muito bem que o fato de Ele acei-
n c A D O
S
Mahãprabhu, trazendo-O ao longo das margens do Ganges e dizendo-Lhe que ' ordem de sannyãsa foi algo terrível para Sua mãe. Portanto, m a n d o u chamar
aquele era o rio Yamunã. Sua mãe e os devotos de Mãyãpura, e, por arranjo de Sri Advaita Âcãrya,
encontrou-os pela última vez, após aceitar sannyãsa. Sua mãe encheu-se de pesar
VERSO 94 vê-lO de cabeça raspada. Não havia mais os belos cabelos em Sua cabeça. Todos
os devotos apaziguaram mãe Saca, e o Senhor Caitanya Mahãprabhu pediu-lhe
aue cozinhasse para Ele, pois estava muito faminto, já que não comera nada p o r
<sKti v t t t , jrfca i * # t 9 i II » 8 ii três dias. Sua mãe imediatamente concordou, e, esquecendo-se de t u d o o mais,
cozinhou para Sri Caitanya Mahãprabhu durante todos os dias que esteve na casa
éãntipure ãcãryera grhe ãgamana de Sri Advaita Prabhu. Então, após alguns dias, Sri Caitanya Mahãprabhu pediu
prathama bhiksã kaila tãhãn, rãtre sankirtana permissão a Sua mãe para ir a Jagannãtha Puri. A pedido de Sua mãe, Ele fez
áãntipure—na cidade de Santipura; Ocãryera—de Advaita Âcârya; grhe—ã casa; Sua sede em Jagannãtha Puri após aceitar sannyãsa. Assim, tudo foi providen-
ãgamana—chegando; prathama—primeiro; bhiksã— aceitando esmola; kaila—fez; ciado, e, com a permissão de Sua mãe, Sri Caitanya Mahãprabhu seguiu rumo
tãhãn—ali; rãtre—à noite; sankirtana—realização do canto congregacional. a Jagannãtha Puri.

T R A D U Ç Ã O — A p ó s três dias, o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u chegou à casa de VERSO 96


Advaita Ãcârya em Santipura, e lá aceitou esmola. Esta foi a primeira vez que •fttj itn éfi?mri, fifwn I
aceitou esmola. À noite, realizou canto congregacional ali.
i W j f t a ^«tl, c f l t ^ - W t i li a*» II
S I G N I F I C A D O — P a r e c e q u e , em Seu êxtase transcendental, Sri Caitanya pathe nãnã lüã-rasa, deva-daraéana
Mahãprabhu Se esqueceu de comer por três dias seguidos. Foi então desorienta- mãdhava-purira kathã, gopãla-sthãpana
do por Nityãnanda Prabhu, o qual Lhe disse que o rio Ganges era o Yamunã. Por pathe—a caminho; nãnã—vários; Ittã-rasa—passatempos transcendentais; deva-
estar no êxtase de ir a Vrndãvana, o Senhor alegrou-Se de ver o Yamunã, embo- daraéana—visitando os templos; mãdhava-purira—de Màdhavendra Puri; kathã—
ra na verdade aquele fosse o rio Ganges. Dessa maneira, o Senhor foi trazido incidentes; gopãla—de Gopãla; sthãpana—a instalação.
à casa da Advaita Prabhu em Santipura, após três dias, e lá aceitou alimentos.
Durante o tempo que permaneceu ali, o Senhor viu Sua mãe, Sacldevi, e todas TRADUÇÃO—A caminho de Jagannãtha Puri, Caitanya Mahãprabhu realizou
as noites realizava canto congregacional com todos os devotos. muitos outros passatempos. Visitou diversos templos e ouviu a história de
Màdhavendra Puri e da instalação de Gopãla.

VERSO 95 SIGNIFICADO—Este Mãdhava Puri é Màdhavendra Puri. O outro Mâdhava Puri


é Mãdhavãcãrya, que foi o mestre espiritual de um devoto na linha de Gadãdhara
i t s l « É N c H i « t t l i * f w f*m* i Pandita, e que escreveu um livro conhecido como ári Mahgala-bhãsya. No entanto,
I < I I Í I Í I i s f V fcw ^fitfàrt>w II II
Mãdhavãcãrya é diferente de Màdhavendra Puri, o qual é mencionado neste verso.

mãtã bhakta-ganera tãhãn karilã milana VERSO 97


sarva samãdhãna kari' kaila nílãdri-gamana
mãtã—a mãe; bhakta-ganera—dos devotos; tãhãn—naquele local; karilã—fez; #ta-$ífà-i5«ri, i i f ^ c M t » r t » i - f i i s t « i i
milana—encontro; sarou—todos; samãdhãna—providências; kari'—executando; fl9JHHf *i a j f a « T 9 - 9 » 1 II & « * II
kaila—fez; nüãdri-gamana—indo para Jagannãtha Puri.
kslra-curi-kathã, sãksi-gopãla-vivarana
. nityãnanda kaila prabhura danda-bhanjana
T R A D U Ç Ã O — N a casa de Advaita Prabhu, encontrou-Se com Sua mãe, bem como tfira-curi-kathã—a narração do roubo do leite condensado; soksi-gopãla-vwarana—a
com todos os devotos de Mãyãpura. Tomou todas as providências e então foi 0
prabh^ ° d t e s t e m u n h o d
« Gopãla; nityãnanda—Nityãnanda Prabhu; kaila—fez;
para Jagannãtha Puri. ara—do Senhor; danda-bhanjana—quebrando o bastão de sannyãsa.
50 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, j Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 51
Verso 102

TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu ouviu d e Nityãnanda Prabhu a hi». D U C Ã C — Depois q u e o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u viu o Senhor
tória de Ksira-curi Gopinãtha e do Gopãla testemunha. Então, Nityãnanda i ^ a n n ã t h a no templo e caiu inconsciente, Sãrvabhauma Bhattãcãrya levou-O
Prabhu quebrou o bastão de sannyãsa pertencente ao Senhor Caitanya '*° g u a casa. O Senhor permaneceu inconsciente até a tarde, q u a n d o finalmente
Mahãprabhu. o p e r o u Sua consciência.

SIGNIFICADO—Este Ksira-curi Gopinãtha encontra-Se aproximadamente a dez qui. VERSO 100


lômetros da estação de Bãleávara, na Estrada de Ferro Nordeste, anteriormente
conhecida como a Via Férrea Bengala-Mãyãpura. Essa estação encontra-se a pou- fsrejW, * * W Í W I , WICTTW, i
cos quilômetros de distância da famosa estação do entroncamento de Kargapura.
Às vezes, Syãmasundara Adhikãri de Goplvallabhapura era encarregado do
•Nti « R R T » I ' FAFÈF »iw N F A R « R F I W LI > » » N
templo de Gopinãtha. Goplvallabhapura fica situada nos limites do distrito de nityãnanda, jagadananda, dãmodara, mukunda
Medinlpura. Syãmasundara Adhikãri era descendente de Rasikãnanda Murãri, pãche ãsi' mili' sabe vãila ttnanda
o principal discípulo de Syãmãnanda Gosvãmi. nityãnanda—chamado Nityãnanda; jagadananda—chamado Jagadananda;
Poucos quilômetros antes da estação de Jagannãtha Puri, há uma pequena esta- dãmodara—chamado Dãmodara; mukunda—chamado Mukunda; pãche ãsi'—
ção chamada Sãkçi-gopãla. Perto dessa estação, há uma aldeia chamada SatyavãdL chegando; mili'—encontro; sabe—todos; pãila—obtiveram; ãnanda—prazer.
onde fica situado o templo de Sãksi-gopãla.
TRADUÇÃO—O Senhor havia deixado a companhia d e Nityãnanda e fora sozinho
VERSO 98 para o templo de Jagannãtha, porém, mais tarde, Nityãnanda, Jagadananda,
Dãmodara e M u k u n d a vieram vê-lO, após o que ficaram muito satisfeitos.
3hi ç^i <jF$j Giuri ^ítat«i ívfati i
VERSO 101

kruddha hanã ekã gela jagannãtha dekhite


dekhiyã mürcchita hanã padilã bhümite
kruddha—zangado; «and"—ficando; ekã— sozinho; gelã—íoi; jagannãtha—£
^a-Naqfs c r f o i í >•-> II
Jagannãtha; dekhite—para ver; dekhiyã— após ver Jagannãtha; mürcchih tabe sãrvabhaume prabhu prosada karilã
inconsciente; hanã—ficando; padilã—caiu; bhümite—ao solo. ãpana-Uvara-mürti tãnre dekhãila
tabe—naquela ocasião; sãrvabhaume—a Sãrvabhauma Bhattãcãrya; prabhu—o
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s que Nityãnanda Prabhu quebrou-Lhe o bastão de sannyãsa, Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; prosada karilã—concedeu misericórdia; ãpana—
Caitanya Mahãprabhu ficou aparentemente muito zangado e deixou Sua com- Sua própria; lévara-mürti—forma original como o Senhor; tãnre—a ele;
panhia para viajar sozinho ao templo de Jagannãtha. Ao entrar no templo < dekhãila—mostrou.
Jagannãtha e ver o Senhor Jagannãtha, Caitanya Mahãprabhu imediat
caiu ao solo, inconsciente. T R A D U Ç Ã O — A p ó s este incidente, o Senhor Caitanya Mahãprabhu concedeu Sua
VERSO 99 misericórdia a Sãrvabhauma Bhattãcãrya, mostrando-lhe Sua forma original como
o Senhor.

« ' f r s -sférta « i ç a 55*1 cs%n II a* ii VERSO 102

sãrvabhauma latia gela ãpana-bhavana «Cl « ' ISFAÍRJ « F F ^ F A M L 'SFLÍL I


trtlya prahare prabhura ha-ila cetana
sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; laiiã— levando; gelã—íoi; ãpana'
1[<WGS fcíf a t W I fíICTfÇít II W "
bhãvana—para sua própria casa; trtlya vrahare—ã tarde; prabhura—do Senhor tabe to' kariht prabhu daksirui gamana
Caitanya Mahãprabhu; ha-ila—houve; cetana—consciência. kürma-ksetre kaila vOsudeva vimocana
52 Sri Cãitanya-carítimrta Madhya-lilã, Verso 107 °* P * 8 M t e m 8
P ° posteriores d o Senhor Caitanya 53

tabe ta'—depois disso; karilã—fez; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu. trimalla-tripadt-sthãna kaila daraéana
aaksina—ao sul da índia; gamana—viajando; kürma-ksetre—no lugar de peregrinar* saroatra karilã krsna-nãma pracãrana
conhecido como Kürma-ksetra; kaila—fez; vasudeva—chamada Vãsudev- tnmalla-wn local chamado Trimalla; rnpadf-ou Tirupati; sthãna-o local; kaila-
vimocana—liberação. fez daraéana—visita; sarvatra—em toda a parte; karilã—fez; krsna-nãma—o santo
nome do Senhor Krçna; praalrarw-pregando.
T R A D U Ç Ã O — A p ó s conceder misericórdia a Sãrvabhauma Bhattãcãrya, o
partiu para o sul da índia. Ao chegar a Kürma-ksetra, liberou uma pessoa T R A D U Ç Ã O — V i s i t o u o local conhecido como Trimalla, ou Tirupati, onde pre-
mada Vasudeva. gou largamente o cantar do santo n o m e do Senhor.

VERSO 103 S I G N I F I C A D O — E s t e local sagrado encontra-se no distrito de Tãnjor, sul da índia.


O templo de Tripadi encontra-se no vale de Vyehkatãcala e abriga uma Deidade
do Senhor Rãmacandra. Em cima de Vyefikatâcala está o famoso templo de Bãlãji.
*rc«t-*rw atrci-atrci « i i s f a ^ i « : > < > • « 11 VERSO 106
jiyada-nrsimhe kaila nrsimha-stavana
pathe-pathe grãme-grãme nãma-pmvartana w& « ' n t i f ò i t w *Pfl91 WcH I
jiyada-nrsimhe—o lugar de peregrinação conhecido como Jiyada-nrsimha; ,
wc5ti»i-^f'RÇffff "tem II i » 4 II
fez; nrsimha—a Nrsimha; stavana—orando; pathe-pathe—a caminho; grame-~
todas as aldeias; nãma-pravartana—introdução do santo nome do Senhor. tabe ta' pãsandi-gane karilã dalana
ahovala-nrsimhãdi kaila daraéana
T R A D U Ç Ã O — A p ó s visitar Kürma-ksetra, o Senhor visitou o templo sul-ind tabe ta'—depois disso; pãsandi-gane—aos ateístas; karilã—tez; dalana—subjugando;
de Jiyada-nrsimha e ofereceu Suas orações ao Senhor Nrsirhhadeva. Em Seu ahovala-nrsimha-ãdi—Nrsirhhadeva, chamado Ahovala, ou em Ahovala; kaila—fez;
caminho, introduziu o cantar do mahà-mantra Hare Krsna em todas as aldeias. daraéana—visita.

T R A D U Ç Ã O — A p ó s visitar o templo de Trimalla, ou Tripadi, Sri Caitanya


VERSO 104 Mahãprabhu teve q u e subjugar alguns ateus. Visitou então o templo de
Ahovala-nrsimha.
cwtifT*T*-ici ^ t n - a w i
a í T P W ? t ? 1 1 5 «TÇffai f l * H || i » 8 II SIGNIFICADO—Este templo de Ahovala encontra-se em Daksinãtya, no distrito de
Karpula dentro da subdivisão de Sãrbela. Por todo o distrito, o povo aprecia bas-
godãvari-tíra-vane vrndãvana-bhrama tante este famosíssimo templo. Há, também, nove outros templos, e todos eles
rãmãnanda rãya saha tâhãni milana juntos são chamados de templos Nava-nrsirhha. Há muita arquitetura maravi-
godãvari-tira—as margens do rio Godãvarl; ame—na floresta; vrndãvana-bhr lhosa e trabalhos de entalhe e gravação artísticos nesses templos. Contudo, como
confundiu com Vrndãvana; rãmãnanda rãya—chamado Rãmãnanda Rãya; sarm se afirma na gazeta local, o Karnula Manual, a obra não foi concluída.
com; tãhãhi—lá; milana—encontrando-Se.

TRADUÇÃO—Certa vez, o Senhor confundiu a floresta às margens do rio Godãvarl VERSO 107
com Vrndãvana. Naquele local, deu-se Seu encontro com Rãmãnanda Rãya.
â í w w a «rrç?n ^ t t i f t i ^ ? i
VERSO 105 Sftrw cif5w c « I C T 55»ri «ifinr I H I

éri-rahga-ksetra ãilã kãverTra tira


ràm-fà»tfí- íf5i ,
waii i éri-rahga dekhiyã preme ha-ila asthira
iias isfà»r ? u i f i «tFti«i II w II
54 S R I Caitanya-caritãmrta Madhya-lúa; Verso 112 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 55

ári-ranga-ksetm—ao local onde se encontra o templo de Rariganátha; ãilã—chegou- cãturmãsya tãhhã prabhu ért-vaisnavera sane
kavertra—do rio Kãveri; tira—a margem; ért-rahga dekhiyã— após ver este templ ! 0 gohãila nrtya-gfta-krsna-sahktrtane
preme—em amor a Deus; ha-ilã—ficou; asthira—agitado. ^ m m s w B - o b s e r v â n c i a dos quatro meses da estação das chuvas; tãnhã-ah;
^ u - o Senhor; ért-vaisnavera sane-com o s Sri Vaisnavas; gontfiía-passou;
TRADUÇÃO—Ao chegar a terra d e Sri Rahga-ksetra, às margens d o rio Kãveri,
Sri Caitanya Mahãprabhu visitou o templo de ári Rahganátha, onde ficou do. n^rrya—dançando; gtta—cantando; krsna-sahktrtane—a cantar o santo nome do
minado pelo êxtase de amor a Deus. Senhor Krsna.

VERSO 108 TRADUÇAO-O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu passou os meses de Cãturmãsya
com os Sri Vaisnavas, dançando, cantando e recitando o santo nome do Senhor.
fârcn «c§a íca c ^ i ^ a PI i
•stçtfip afçsrl « f ç a^i stfa T P n i 11 VERSO 111

trimalla bhaHera ghare kaila prabhu vasa &i^frei-*tt« «J?: » f * * i *tf*ra i


tãhãhi rahilã prabhu varsã cãri mãsa
trimalla bhattera—de Trimalla Bhatta; ghare—na casa; kaila—fez; prabhu—o
* R R T 5 R » t f t m «rêífa» ü n w II II
vasa—residência; tãhãhi—lá; rahilã—morou; prabhu—o Senhor; varsã—a estação cãturmãsya-ante punah daksina gamana
chuvas; cãri—quatro; mãsa—meses. paramãnanda-purt saha tãhãhi milana
cãturmãsya-ante—ao final do Cãturmãsya; punah—de novo; daksina gamana—
T R A D U Ç Ã O — á r i Caitanya Mahãprabhu morou na casa de Trimalla Bhatta á viajando pelo sul da Índia; paramãnanda-purt—chamado Paramãnanda Puri; saha—
rante os quatro meses da estação das chuvas. com; tãhãhi—lá; milana—encontrando-Se.

VERSO 109
T R A D U Ç Ã O — A p ó s o término do Cãturmãsya, o Senhor Caitanya Mahãprabhu
Sicaua fàrairò - -•fira * r R w i continuou a viajar por todo o sul da fndia. Nessa época, Ele encontrou-Se com
CtPTTfàsa fTfQ«I-C«fCT Ç^sr) fàf%5 II i • & Paramãnanda Puri.

sVf-wiisrurai trimalla-bhatta—parama pandita VERSO 112


gosãhira pãnditya-preme ha-ilã vismita
êrl-vaisnava tnmalla-bhatta—Trimalla Bhatta era um Sri Vaisnava; parama— « c a « | « i r r a eses ^ « r r c i a S i t a 1
a l t a m e n t e ; pandita—acadêmico e r u d i t o ; gosãhira—do S e n h o r Caitanya
Mahãprabhu; pãnditya—erudição; preme—bem como no amor a Deus; ha-ilã— ficou;
araw^t fa-srçci a>iwra ^Pia 11 11
vismita—admirado. tabe bhattathãri haite krsna-dasera uddhãra
rãma-japi vipra-mukhe krsna-nãma pracãra
T R A D U Ç Ã O — S r i Trimalla Bhatta era tanto um membro da comunidade á taiw-depois disto; bhatta-thãri-um Bhattathãri; haite—de; krsna-dãsera—de
Vaisnava quanto um acadêmico erudito; portanto, ao ver Caitanya Mahãprabh Krsnadãsa; uddhãra-a salvação; ríma-rapí-cantores do n o m e do Senhor Rama;
q u e era tanto um grande erudito quanto um grande devoto do Senhor, ele fie vipra-mukhe-a brãhmanas; kr$rta-nãma-o nome do Senhor Krsna-
muito admirado. pracãra—pregando. '

VERSO 110
l ^ ^ d ^ ^ f 8 8 0
' Í F * ^ ' 0 8 e r v d o 0
° S ^ ' Caitanya Mahãprabhu,
B ^ f s \5tçi âcancaa ici i ^ Caitanya Mahãprabhu pregou que
can-
C T Í S t ^ l ^ S J - Ü t e - Ç I W R ^ f é C T II II
56 Sri Caitanya-caritàmrta Madhya-lilã, \ Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 57
Verso 11*

S I G N I F I C A D O — N o distrito de Mâlábâra, há certo grupo dentre os brdhmanas DUÇÃO—Caitanya M a h ã p r a b h u também teve um debate com a comunida-
conhecidos como mm-budri-brahmanas, cujos sacerdotes são os Bhattathãris. Os de Tattvavãdí, e os Tattvavãdis sentiram-se Vaisnavas inferiores.
Bhattathãris conhecem muitas magias negras tântricas, tais como a arte de matar
u m a pessoa, de trazê-la sob seu jugo e de destruí-la ou devastá-la. Eles são muito SIGNIFICADO—A seita Tattvavãdí p e r t e n c e à c o m u n i d a d e Vaiçnava d e
peritos nestas magias negras, e um de tais Bhattathãris confundiu o servo pessoal Madhvãcãrya, mas seu comportamento difere dos estritos princípios Vaisnavas
de Sri Caitanya Mahãprabhu, enquanto o servo acompanhava o Senhor em Suas de Madhvãcãrya. Existe um monastério chamado Uttararãdi, cujo comandante
viagens pelo sul da índia. De alguma forma, Sri Caitanya Mahãprabhu libertou chama-se Raghuvarya-tirtha-madhvãcãrya.
este Krsnadãsa das garras do Bhattathãri. Sri Caitanya Mahãprabhu é bem
conhecido como Patíta-pávana, o salvador de todas as almas caídas, e provou VERSO 115
isto em Seu comportamento para com Seu servo pessoal, Krsnadãsa, a quem Ele
salvou. Às vezes, na Bengala escreve-se erradamente a palavra Bhattathãri, e re-
WTO, •RjPOTNOT, SftPTtfíl I
sulta Bhattamãri. *rtHt«,a f s w a fam «RPft II II

ananta, purusottama, érí-janãrdana


VERSO 113 padmanãbha, vasudeva kaila daraéana
ananta—Anantadeva; purusottama—chamado Purusottama; érí-janãrdana—
chamado Sri Janãrdana; padma-nãbha—chamado Padmanãbha; vasudeva—chamado
Vasudeva; kaila—fez; daraéana—visita.
ÍRROWT*! t % « » cm s r t f r o r t w II ii* II
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya M a h ã p r a b h u visitou os templos de Viçnu de
érí-rahga-purí saha tãhãhi milana
rãma-dãsa viprera kaila duhkha-vimocana Anantadeva, Puruçottama, Sri Janãrdana, Padmanãbha e Vasudeva.
ért-rahga-purt—chamado Sri Rariga-puri; saha—com; tãhãhi—lá; milana-
SIGNIFICADO—Há u m templo d e Ananta Padmanãbha Viçnu no distrito de
encontrando-Se; rãma-dãsa—chamado Rãmadãsa; viprera—do brãhmana; kaila—fez;
Trivãndrama. Este templo é muito famoso naquela região. A aproximadamente
duhkha-vimocana—mitigação de todos os sofrimentos.
cinqüenta quilômetros ao norte do distrito de Trivãndrama, perto de u m a esta-
ção férrea chamada Varkãlã, encontra-se outro templo de Viçnu, chamado Sri
Janãrdana.
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya M a h ã p r a b h u encontrou-Se com Sri Rangapuri
VERSO 116
e mitigou todos os sofrimentos de um brãhmana chamado Rãmadãsa.
«ca <sí^ c^zi jf^sfpf racrfç»! I
" s n aicuta *»3«R II II
VERSO 114
tabe prabhu kaila saptatãla vimocana
« f a t f t iç te*! « c * a fàsta i setu-bandhe snãna, rãmeévara daraéana
tabe— depois disso; prabhu—o Senhor; kaila—fez; sapta-tãla-vimocana—liberação
•err^Wr.^ flsrçfi # M W t i I I Ü S I I da árvore Saptatãla; setu-bandhe—no cabo Comorin; snãna—banhando-Se;
rãmeávara—templo de Rãmeávara; daraéana—visita.
tattva-vãdf saha kaila tattvera vicãra
ãpanãke htna-buddhi haila tãh-sabãra
tattva-vãdl— u m a seção da Madhvãcãrya-sampradãya; saha—com; kaila-réeti
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s disso, o Senhor Caitanya Mahãprabhu liberou a famosa ár-
tattvera—da Verdade Absoluta; vicãra—debate; ãpanãke—eles próprios; Mrti-
vore Saptatãla, tomou Seu b a n h o em Setubandha Rãmeávara e visitou o templo
buddhi—consideração como inferiores em qualidade; haila—foi; tãh-sabãra—de todos6 b e n h
° o r Siva conhecido como Rãmeávara.
os grupos opostos.
58 Sri Caitanya-caritàmrta Madhya-lilã, \ Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 59
Verso 121

S I G N I F I C A D O — D i z - s e que a árvore Saptatãla é uma palmeira muito antiga e im- sei purãtana patra ãgraha kari' nila
ponente. Certa vez, houve uma luta entre Bali e seu irmão Sugriva, e o Senhor rãmaàãse dekhãiyã duhkha khandãila
Rãmacandra ficou do lado de Sugriva e matou Bali, mantendo-Se atrás desta cé- —aquela; purãtana—velha; patra—página; ãgraha—com grande entusiasmo;
lebre árvore. Ao viajar pelo sul da índia, o Senhor Caitanya Mahãprabhu abra- kari'—fazendo; nila—levou; rãma-dãse—ao brãhmana Rãmadãsa; dekhãiyã—
çou esta árvore, que foi liberada e diretamente promovida a Vaikuntha. mostrando; duhkha—infelicidade; khandãila—mitigada.

VERSO 117 TRADUÇÃO—Na verdade, o Senhor Caitanya Mahãprabhu animadamente des-


tacou esta página do Kürma Purãna, embora o livro estivesse muito velho, e
« t f tfa» i s f i r o ^ a t * ] « t i « t i mais tarde mostrou-a a Rãmadãsa Vipra, cuja infelicidade foi mitigada.
i t i t i t o l Í S R F P * a t u , « t f r r s fali n m 11
tãhãhi karilã kürma-purãna éravana VERSO 120
mãyã-sltã nileka rãvana, táhãte likhana
tãhãhi—lá; karilã—fez; kürma-purãna—do Kürma-Purãna; éravana—ouvindo; mãyã-
ã- f f « 1 , i t f r ç * , sft < f a * t t « * 1 1
sltã— uma Sítã falsa; nileka—raptada; rãvana—por Rãvana; tãhãte— naquele livro; S f »£sis if4*1 « r ò f l t o s * wtfiM»1 I I u ° I I
likha na—afirma-se.
brahma-sarhhitã, karnãmrta, dui puhthi pãhã
T R A D U Ç À O — E m Rãmeávara, Sri Caitanya Mahãprabhu teve oportunidade de ler dui pustaka lanã ãilã uttama jãnihã
o Kürma Purãna, no qual descobriu que a forma de Sitã raptada por Rãvana brahma-sarhhitã—o livro chamado Brahma-sarhhitã; karnãmrta—o livro chamado
não era a da verdadeira Sitã mas u m a mera representação irreal. Krsna-karnãmrta; dui—dois; puhthi—escrituras; pãhã— obtendo; dui—dois; pustaka—
livros; lanã—carregando; ãilã—voltou; uttama—ótimas; jãnihã— sabendo.
SIGNIFICADO—O Kürma Purãna afirma que esta Sitã imaginária foi colocada numa
fogueira como uma prova de castidade. Foi Mãyá-sitã quem entrou na fogueira TRADUÇÃO—Sri Caitanya M a h ã p r a b h u também encontrou dois outros livros —
e a verdadeira Sítã q u e m saiu dela. a saber, o Brahma-samhitá e o Krsna-karnãmrta. Sabendo que estes livros eram
excelentes, levou-os para apresentá-los a Seus devotos.
VERSO 118
SIGNIFICADO—Nos tempos antigos, não havia imprensa, e todas as escrituras im-
portantes eram manuscritas e guardadas em grandes templos. Caitanya
atiwn f i & s f o ^ 1 1 f f » ! TRf«i II ü b - II Mahãprabhu descobriu o Brahma-sarhhitã e o Krsna-karnãmrta em textos manuscritos
éuniyã prabhura ãnandita haila mana e, sabendo que eram muito autorizados, levou-os consigo para apresentá-los a
rãma-dãsa viprera kathã ha-ila smarana Seus devotos. Naturalmente, Ele obteve a permissão do comandante do templo.
éuniyã—ouvindo isto; prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; ãnandita— Agora, tanto o Brahma-samhitã quanto o Krsria-karnãmrta estão disponíveis impres-
muito feliz; haila—ficou; mana—a mente; rãma-dãsa—chamado Rãmadãsa; viprera— sos, com comentários de Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura.
com o brãhmana; kathã—da conversa; ha-ila—foi; smarana—lembrança.
VERSO 121
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu ficou muito contente em ler sobre a fal-
sa Sitã, e lembrou-Se de Seu encontro com Rãmadãsa Vipra, que estava muito *ti*f*i f t a t i R ? ! "stii i ^ i
desolado por Sitã ter sido raptada por Rãvana. « v t w cifãnri « f i t a i o*?*m II II

VERSO 119 punarapi nilãcale gamana karilã


bhakta-gane meliyã snãna-yãtrã dekhila
nflra
, P " P ' — d e novo; nilãcale—a Jagannãtha Puri; gamana—voltando; karilã—fez;
c i f : *frt3« *ta «itaif i s f V fiwi i a
kta-gane—todos os devotos; meliyã—encontrando-Se com; snãna-yãtrã—a ceri-
* 1 H t C 1 d i f e r i g j l «KStfíT || i i s II monia de banho do Senhor Jagannãtha; deAMa-assistiu.
60 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lila, Verso 126 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 61

T R A D U Ç Ã O — A p ó s obter esses livros, ári Caitanya Mahãprabhu regressou ucAO— ári Caitanya M a h ã p r a b h u permaneceu por alguns dias em
Jagannãtha Puri. Naquela ocasião, acontecia a cerimônia de banho de J: iTílanàtha. Neste ínterim, Caitanya M a h ã p r a b h u recebeu notícia de que todos
ã qual Ele assistiu. os devotos da Bengala estavam vindo para Jagannãtha Puri.

VERSO 122 VERSO 124

f t s r f ç w «rrçsrt f f t a t ç r e ffc&i li li
anovosare jagannãthera nã pãhã daraéana nityãnanda-sãrvabhauma ãgraha karinã
virahe ãlãlanãtha karilã gamana nilãcale ãilã mahãprabhuke la-ihã
anavasare— durante a ausência; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; rui—não; nityãnanda—Senhor Nityãnanda Prabhu; sãrvabhauma—Sãrvabhauma
pãhã—obtendo; daraéana—visita; virahe—com saudade; ãlãlanãtha—do lugar Bhattãcãrya; ãgraha karinã— mostrando grande avidez; nilãcale—a Jagannãtha Puri;
mado Ãlãlanãtha; karilã—fez; gamana—indo. ãilã—retornou; mahãprabhuke—Sri Caitanya Mahãprabhu; la-ihã— levando.

T R A D U Ç A O — E n q u a n t o J a g a n n ã t h a esteve a u s e n t e do t e m p l o . Cai" TRADUÇAO—Quando os devotos da Bengala chegaram a Jagannãtha Puri, tanto


Mahãprabhu, não podendo vê-lO, sentiu saudades e deixou Jagannãtha Puri Nityãnanda Prabhu quanto Sãrvabhauma Bhattãcãrya fizeram todos os esfor-
ir a um lugar conhecido como Ãlãlanãtha. ços para levar ári Caitanya M a h ã p r a b h u de volta a Jagannãtha Puri.

SIGNIFICADO—Ãlãlanãtha é também conhecido como Brahmagiri. Este local VERSO 125


encontra-se a aproximadamente vinte e seis quilômetros de Jagannãtha Puri e
também fica na praia. Ali existe um templo de Jagannãtha. Atualmente, há ali ftatç f r o n «r^sti <srrr.si arfaj-fww i
u m a estação policial e u m a agência de correios, pois muitas pessoas vêm visitar c f s w í w «rfè*Tl coitos* « « « ^ « l II II
o templo.
Usa-se a palavra anavasara q u a n d o não se p o d e ver Sri Jagannãthaji no templo. virahe vihvala prabhu nã jãne rãtri-dine
Após a cerimônia de banho (snãna-yãtrã), supõe-se que o Senhor Jagannãtha fica hena-kãle ãilã gaudera bhakta-gane
doente. Portanto, remove-se-O para Seu apartamento privado, onde ninguém virahe—com saudades; vihvala—acabrunhado; prabhu—Senhor Sri Caitanya
pode vê-lO. Na realidade, durante este período, fazem restaurações no corpo da Mahãprabhu; ni—não; jãne—conhece; rãtri-dine—dia e noite; hena-kale—nessa épo-
Deidade de Jagannãtha. Isto chama-se nava-yav.va.na. Durante a cerimônia de Ratha- ca; ífiltf—chegaram; gaudera—da Bengala; bhakta-gane—todos os devotos.
yãtrã, o Senhor Jagannãtha u m a vez mais comparece em público. Assim, por
quinze dias após a cerimônia de banho, n e n h u m visitante pode ver o Senhor TRADUÇAO—Quando finalmente deixou Ãlãlanãtha para retornar a Jagannãtha
Jagannãtha. Puri, o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u estava acabrunhado tanto de dia quanto
de noite devido à saudade de Jagannãtha. Sua lamentação não conhecia limites.
VERSO 123 Durante essa época, todos os devotos de diferentes partes da Bengala, e espe-
cialmente de Navadvipa, vieram a Jagannãtha Puri.
i s o l e i fsrsi ws « I f t f é p a f f s r t i
cfa&i «55» ^ f e i , l a r f e t a * t 1 * * T l II II VERSO 126

bhakta-sane dina kata tãhãhi rahilã í c a firfí!' 3% asfà' ^tén « l í a f à T i


gaudera bhakta ãise, samãcãra pãilã
bhakta-sane—com os devotos; dina kata—alguns dias; tãhãhi—ali em Ãlãlanãtha;
rahilã— permaneceu; gaudera—da Bengala; bhakta—devotos; ãise—vêm; samãcãra— sabe mili' yukti kari' klrtana ãrambhila
notícia; pãilã— Ele recebeu. klrtana-ãveée prabhura mana sthira haila
62 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Verso 131 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 63

sabe mili'—reunindo-se todos; yukti kari'—após devida consideração; kirtana— T R A D U Ç Ã O — P o r ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu, Sri Rãmãnanda Rãya
canto congregacional do santo nome; ãrambhila—começaram; klrtana-dveée—no êx- despediu-se do rei e regressou a Jagannãtha Puri. Após sua chegada, Sri Caitanya
tase do kirtana; prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; mana—a mente; Mahãprabhu comprazia-Se muito em conversar com ele, tanto de dia q u a n t o
sthira—apaziguada; haila—ficou. de noite, sobre o Senhor Krsna e Seus passatempos.

T R A D U Ç Ã O — A p ó s devida consideração, todos os devotos puseram-se a cantar VERSO 129


o santo nome congregacional mente. Assim, o êxtase do canto tranqüilizou a
mente do Senhor Caitanya. aíp%f%«T FFL» stçpg faartfi-fíwsi 1
^aiti^^-c^fãHr-^1%fl?rí*sí5H I I H & 1 1
SIGNIFICADO—Por serem absolutos, a pessoa, a forma, a imagem, o kirtana e todas
as outras circunstâncias do Senhor Jagannãtha são idênticas. Portanto, ao ouvir kãái-miáre krpã, pradyumna miérãdi-milana
o cantar do santo n o m e do Senhor, Caitanya Mahãprabhu apaziguou-Se. Ante- paramãmnda-puri-govinda-kãéiévarãgamana
riormente, vinha Se sentindo muito desolado devido à saudade de Jagannãtha. kãéi-miére krpã—Sua misericórdia a Kãál Miára; pradyumna miéra-ãdi-milana—
Em conclusão, sempre que devotos puros fazem kirtana, o Senhor imediatamen- encontro com Pradyumna Miára; paramãnanda pu ri—chamado Paramãnanda Puri;
te aparece. Cantando os santos nomes do Senhor, associamo-nos com o Senhor govinda—chamado G o vinda; kãélévara—chamado Kãáiávara; ãgamana—vindo.
em pessoa.
VERSO 127 T R A D U Ç Ã O — A p ó s a chegada de Rãmãnanda Rãya, Sri Caitanya M a h ã p r a b h u
concedeu Sua misericórdia a Kãái Miára e encontrou-Se com Pradyumna Miára.
%1 *rca « t ^ * W B I T O fafàorl i Nesse tempo, três personalidades chaves — Paramãnanda Puri, Govinda e
Kãáiávara — vieram ver o Senhor Caitanya em Jagannãtha Puri.

pürve yabe prabhu rãmãnandere mililã VERSO 130


nilãcale ãsibãre tãnre âjhã dilã
pürve—antes disto; yabe—enquanto; prabhu—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
rãmãnandere—Sri Rãmãnanda Rãya; mililã— encontrou-Se com; nilãcale—paia Rfasrrfçf%-fàm ata «ys° n
Jagannãtha Puri; ãsibãre—viesse; tãnre—que ele; ãjhã dilã— mandou.
dãmodara-svarüpa-milane parama ãnanda
T R A D U Ç Ã O — A n t e r i o r m e n t e , ao viajar pelo sul da í n d i a , Sri Caitanya áikhi-mãhiti-milana, rãya bhavãnanda
Mahãprabhu encontrara-Se com Rãmãnanda Rãya às margens do Godãvarl. Na- dãmodara-svarüpa—Svarüpa Dãmodara; milane—encontrando-Se; parama—
quela ocasião, fora decidido que Rãmãnanda Rãya se demitiria de seu cargo como grande; ãnanda—prazer; éikhi-mãhiti—chamado Sikhi Mãhiti; milana—encontro;
governador e regressaria a Jagannãtha Puri para viver com Sri Caitanya rãya bhavãnanda—Bhavãnanda, o pai de Rãmãnanda Rãya.
Mahãprabhu.
VERSO 128 T R A D U Ç Ã O — E m seguida, o Senhor encontrou-Se com Svarüpa Dãmodara
Gosvãmi, o q u e O deixou satisfeitíssimo. Houve, também, um encontro com
3rt3F-«rrsH ^ 1 çsr#\ «rfèpii ws % ü 1 Sikhi Mãhiti e com Bhavãnanda Rãya, o pai de Rãmãnanda Rãya.
a i f à s - f ^ ?uas«il axsrtiwiw 11 11
VERSO 131
rãja-ãjhã lanã tenho ãilã kata dine
rãtri-dine kr$na-kathã rãmãnanda-sane d^S f * £ 5 I^CIUCI* "«Tf • t f I
rãja-ãjhã—a permissão do rei, Pratãparudra; latia— obtendo; tenho— Rãmãnanda
Rãya; ãilã— regressou; kata dine—em certos dias; rãtri-dine—dia e noite; krsna- ^ ^ a r r c a t f a - i O T « W i ftf 11 11
kathã—conversas sobre o Senhor Krsna e Seus passatempos; rãmãnanda-sane—na gauda ha-ite sarva vai$navera ãgamana
companhia de Rãmãnanda Rãya. kullna-grama-vãsi-sahge prathama milana
64 Sri Caitanya-caritimrta Madhya-Iilâ, 1 Verso 136 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 65

gauda ha-ite—da Bengala; sarva—todos; vaisnavera—dos Vaisnavas; ãgamana— saba-sahge ratha-yãtrã kaila daraéana
aparecimento; kullna-grdma-vãsi—os residentes de Kuiína-grãma; sange—com eles; ratha-agre nrtya kari' udyãne gamana
prathama—primeiro; milana—encontro. sabã-sahge—com todos eles; ratha-yãtrã—o festival de carros; kaila—fez; daraéana—
vendo; ratha-agre—em frente aos carros; nrtya—dançando; kari'—fazendo;
TRADUÇAO—Aos poucos, todos os devotos da Bengala foram chegando a udyãne—no jardim; gamana—indo.
Jagannãtha Puri. Nessa época, os residentes de Kuiína-gràma também vieram
ver ári Caitanya M a h ã p r a b h u pela primeira vez.
TRADUÇAO—Depois disso, o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u e todos os devotos
VERSO 132 viram o Ratha-yãtrã, a cerimônia do festival de carros. O próprio Caitanya
Mahãprabhu dançou em frente aos carros, e, após dançar, entrou n u m jardim.
IFFLIFL TRTI «RRFW TO 9iit4l i

VERSO 135
narahari dãsa adi yata khanda-vasl 5

éivãnanda-sena-sahge mililã sabe ãsi' £l<5t*lt»*WIM ?*T1 C ^Cl*."ÍTWI


narahari dosa—chamado Narahari dãsa; adi—encabeçando a lista; yata—todos; c-íftftatew ^\mi fwi f w í c w íwim II «
khanda-vasl— devotos do lugar conhecido como Khanda; éivãnanda-sena—chamado
Sivãnanda Sena; sahge—com; milila—Ele recebeu; sobe—todos; ãsi'—chegando ali. pratãparudrere krpã kaila sei sthãne
gauâiyã-bhakte ãjhã dila vidãyera dine
pratãparudrere—ao rei Pratãparudra; Jrrprf—misericórdia; kaila—fez; sei sthãne—
TRADUÇAO—Enfim, Narahari dãsa e outros habitantes de Khanda, juntamente naquele jardim; gaudlyã-bhakte—a todos os devotos da Bengala; ãjhã—a ordem;
com Sivãnanda Sena, vieram todos, e Sri Caitanya M a h ã p r a b h u os recebeu. duo—deu; vidãyera—da partida; dine—no dia.

VERSO 133
TRADUÇAO—Naquele jardim, o Senhor Caitanya Mahãprabhu concedeu Sua mi-
sericórdia ao rei Pratãparudra. Em seguida, q u a n d o os devotos bengalis estavam
J R I 9fdpi «RÇS ^ F B Ç I ytân H II a ponto de retornar ãs suas casas, o Senhor d e u ordens específicas a quase todos
eles.
snãna-yãtrã dekhi' prabhu sahge bhakta-gana
sabã lanã kaila prabhu gundicã mãrjana
snãna-yãtrã—a cerimônia de banho; dekhi'—vendo; prabhu—Senhor Caitanya VERSO 136
Mahãprabhu; sange—com Ele; bhakta-gana—os devotos; sabá—todos; Zana"—levando;
kailã— fez; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; gundicã mãrjana—lavando e lim-
p a n d o o templo de Gundicã. (jfc gr.?! g i r e ^ ^ « l ? f à w C ü I I i * i » I I
pratyabda ãsibe ratha-yãtrã-daraéane
TRADUÇAO—Após ver a cerimônia de b a n h o do Senhor Jagannãtha, Sri Caitany ei-chale cãhe bhakta-ganera milane
Mahãprabhu lavou e limpou o templo de Sri Gundicã com o auxílio de prati-abda—cada ano; ãsibe— deveis todos vir; ratha-yãtrã—o festival de carros;
muitos devotos. daraéane—para assistir a; ei chalé—sob este pretexto; cãhe— deseja; bhakta-ganera—
de todos os devotos; milane—o encontro.
VERSO 134
TRADUÇAO—Sri Caitanya Mahãprabhu desejava encontrar-Se cada ano com todos
os devotos da Bengala. Portanto, mandou-os vir assistir ao festival de Ratha-
yãtri todos os anos.
í W - ^ a i ^ ç j ^ F À ' fcvtw tfsw ii y»8 ti
66 Sri CãiUnya-caritámrt* Madhya-I]]*, Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 67
Verso 142

VERSO 137 A o — A o e g a r e m t o d o s o s d e v o t o s d a Bengala, á r i Caitanya


c n

Ii^iâorabhu providenciou alojamento para eles, e Sivãnanda Sena ficou


ItlC^to-ICI CBÍÇ1 tWl-*ffà*ft^I I encarregado da manutenção deles.
nfcto i t e l *uí, i f ô s fltSt i t à n i « s II VERSO 1 4 0
sãrvabhauma-ghare prabhura bhiksã-paripãtl
Sãfhlra mãtã kahe, ydte rãndl hauk sãthí
t»flHW? 1 O T «TlJltX 1
5
sdrvabhauma-ghare—na casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; prabhura—do Senhor; tfrÇI 5 3 « l C l f l ' Cl »! ^ T ^ f í l II >8° II
bhiksã—comendo; paripãtt— suntuosamente; sífhíra mãtã—a mãe de Sãthí, que era
a filha de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kahe—diz; ydte— mediante o que; rdndr— viúva; éivãnandera sahge ãilã kukkura bhãgyavãn
hauk—que ela se torne; sãthí— Sãthí, a filha. prabhura carana dekhi' kaila antardhãna
éivdnandera-sahge—com Sivãnanda Sena; ãilã— vinha; kukkura—um cão;
TRADUÇÃO—Sn Caitanya M a h ã p r a b h u foi convidado a jantar na casa de bhãgyavãn—afortunado; prabhura—do Senhor; carana—os p é s de lótus; dekhi'—
Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Enquanto Ele comia suntuosamente, o genro de vendo; kaila—fez; antardhãna—desaparecendo.
Sãrvabhauma Bhattãcãrya (esposo de sua filha SãÜiil criticou-O. Por causa disto,
a mãe de Sãthí amaldiçoou-o, orando para que Sátíii se tomasse viúva. Em outras T R A D U Ç Ã O — U m cão acompanhava Sivãnanda Sena e os devotos, e esse cão foi
palavras, ela amaldiçoou seu genro à morte. tão afortunado que, após ver os pés de lótus do Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u ,
alcançou a liberação e voltou ao lar, voltou ao Supremo.
VERSO 1 3 8
VERSO 141

«FÇCI cifira 1 C 3 IsfàTl 1 1 1 II >®V II


*IC1 I t l C l f t l 1 * 1 3 1 1 fieji |
varsãntare advaitãdi bhaktera ãgamana lHC«1l « ê t F f r á l irflte* 1*W II i8a II
prabhure dekhite sabe karilã gamana
varsa-antare—no fim do ano; advaita-ãdi—encabeçados por Advaita Acãrya; pathe sãrvabhauma saha sabãra milana
bhaktera—de todos os devotos; ãgamana—vindo a Jagannãtha Puri; prabhure—o sãrvabhauma bhatfãcãryera kãélte gamana
Senhor; dekhite—vara ver; sabe—todos eles; karilã— fizeram; gamana—indo para pathe—a caminho; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; saha—com; sabãra—
Jagannãtha Puri. de todos; milana—encontro; sãrvabhauma bha\\ãcãryera—do devoto chamado
Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kãélte—a Vãrãnasl; gamana—indo.
T R A D U Ç Ã O — N o fim do ano, todos os devotos da Bengala, encabeçados por
Advaita Ãcãrya, novamente vieram ver o Senhor. Na verdade, houve uma grande T R A D U Ç Ã O — T o d o s quantos iam a caminho de Vãrãnasl encontravam-se com
corrida de devotos para Jagannãtha Puri. Sãrvabhauma Bhattãcãrya.

VERSO 1 3 9 VERSO 142

1
«rnc * m c i f l U C 1 1 1 T 1 * Í Í 1 I «ÍÇCÍ fifi»n i < c m i «nfaii i
f t i f w e u i*ci m i *rt»ii i ! y©* I I werc^yi £ 1 * 1 « r ç n t c i sfart ii II
ãnande sabãre niyã dena vãsa-sthãna prabhure mililã sarva vaisnava ãsiyã
éivãnanáa sena kare sabãra pãlana. jala-krtdã kaila prabhu sabãre la-iyã
ãnande—com grande prazer; sabãre—todos os devotos; niyã— levando; dena" prabhure—Senhor Caitanya Mahãprabhu; mililã—encontraram-se; sarai—todos;
dá; vãsa-sthana—alojamentos; éivãnanda sena—chamado Sivãnanda Sena; kare" água^ãfldeV°t0S; ' y 8
d s f f — c h e a n d o a
Jagannãtha Puri; jala-kridã— divertindo-Se na
e x e c u t o u

faz; sabãra—de todos; púlana—manutenção. ' ~ ; prabhu—o Senhor; sahínr—todos os devotos; la-iyd— levando.
68 Sri Caitanya-cãritÀmrU Madhya-lüj. l 4 g O s passatempos posteriores d o Senhor Caitanya 69
Verso

T R A D U Ç Ã O — A p ó s chegar a Jagannãtha Puri, todos os Vaisnavas encontraram, ndicãte—nas vizinhanças do templo de Gundicã; nrtya-ante— após dançar;
se com ári Caitanya Mahãprabhu. Mais tarde, ári Caitanya Mahãprabhu divertiu. C—realizou; jala-keli—divertimentos n a água; hera-pahcamtte—no dia d e Herã-
Se na água, levando consigo todos os devotos. P^ncaml; dekhila—-viram; laksml-devtra—da deusa da fortuna; kelt— atividades.

VERSO 143 nucÃO— Após dançar no t e m p l o de Gundicã, o Senhor divertiu-Se na água


~ . devotos, e, no dia de Herà-pancami, todos eles viram as atividades
com 5 e u * . .
de Laksmldevi, a deusa da fortuna.
iWaHnrtw « t « a srífl II ti
VERSO 146
subi lanã kaila gundica-grha-sammãrjana S ^ w w - i t a r r c s «fçs c*tt*tca»t c f i l i
ratha-yãtrã-daraéane prabhura nartana
saba lanã— levando todos eles; kaila—realizou; gundica-grha-sammãrjana—a " v f t v f t afo' « c a f w f ^ » r t 115.8* 11
peza do templo de Gundicã; ratha-yatrd—o festival de carros; daraéane—vendo; krsna-janma-yãtrãte prabhu gopa-veéa haila
prabhura—do Senhor; nartana—dança. dadhi-bhdra vahi' tabe laguda phirãild
krsna-janma-yãtrãte—na cerimônia de aniversário do Senhor Krsna; prabhu—
T R A D U Ç Ã O — P r i m e i r o o Senhor lavou o templo de Gundicã mui esmeradamen- Senhor Caitanya Mahãprabhu; gopa-veéa—vestido como um vaqueirinho; haila—
te. Então todos assistiram ao festival de Ratha-yãtrã e à dança do Senhor estava; dadhi-bhãra—uma balança para potes de iogurte; vahi'—carregando; tabe—
perante o carro. naquela ocasião; laguda—um tronco; phirãila—circundou.

VERSO 144 TRADUÇÃO—Em Janmâstamí, o aniversário do Senhor Krsna, o próprio á r i


Caitanya Mahãprabhu vestiu-Se como um vaqueirinho e, carregando u m a ba-
f e * r a c i ca»r e f ç f à f ã * f ã ^ m i lança com potes de iogurte, circundou um tronco.
s f ç a « i f e t i a i c a * i í a s i ? w t i n >88 I I
VERSO 147
upavane kaila prabhu vividha vilãsa
prabhura abhiseka kaila vipra krsnaddsa c f t c s a « ^ i c i « c a asfâei t a i t a i
upavane—na floresta, ao longo da estrada; kaila—realizou; prabhu—Senhor i c * a w « t ^ l a*ca f t € i w r s II i8s II
Caitanya Mahãprabhu; vividha—variedades de; vilOsa—passatempos; prabhura—
do Senhor Caitanya Mahãprabhu; abhi$eka—banho; kaila—fez; vipra—o brãhmana; gaudera bhakta-gane tabe karilã vidãya
ktsna-dasa—chamado Krsnadãsa. sahgera bhakta lanã kare kirtana sadãya
gaudera-de Gauda-deáa (Bengala); bhakta-gane—aos devotos; tabe—então; karilã—
T R A D U Ç Ã O — N a floresta, ao longo da estrada que vai do templo de Jagannãtha deu; vidãya—adeus; sahgera—de companhia constante; bhakta—devotos; íaria"—
a Gundicã, o Senhor Caitanya Mahãprabhu realizou diversos passatempos. Certo evando; kare—realiza; kirtana—canto congregacional; sadãya—sempre.
brãhmana chamado Krsnadãsa realizou a cerimônia de b a n h o do Senhor Sri
Caitanya Mahãprabhu. TRADUÇÃO—Depois disso, ári Caitanya M a h ã p r a b h u despediu-Se de todos os
^evotos de Gauda-deáa [Bengala] e continuou cantando com Seus devotos ínti-
" que constantemente permaneciam com Ele.
VERSO 145
VERSO 148
5
^ f e F r c s ^ S Ü - ^ Í Ç ^ ca »! ^ica>f»i i
C * a > * * f t C « fljfllil É W Ü C H ^ a II i 8 * II W a ü a r * c « ca**! csftcsca i m i
gundicãte nrtya-ante kaila jala-keli « I W M W H ca*i t c i fàfàa c i a * II Í S V II
herã-pahcamlte dekhila lakstni-devtra kell
70 Sri Caitanyã-caritâmrtã Madhya-lilã, 1 Verso 153 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 71

vrndãvana yãite kaila gaudere gamana VERSO 151


pratãparudra kaila pathe vividha sevana
vrndãvana ydite—a fim de ir a Vrndãvana; kaila—fez; gaudere—à Bengala; *t*fiR Í W C J I P * m f t * fàarri i
gamana— indo; pratdparudra—rei Pratáparudra; kaila—realizou; pathe— na estrac cnwvm a t o s « r f e í f l a ^ f a i i - a m IIÍ« JII
vividha—vários; serwnú—serviços.
pahca-dina dekhe loka nãhika viérãma
loka-bhaye rãtre prabhu aila kuliyã-grãma
TRADUÇAO—"A fim d e visitar Vrndãvana, o Senhor foi para Gauda-desa pahca-dina—por cinco dias consecutivos; dekhe—vêem; loka—pessoas; nãhika—
Bengala . No caminho, o rei Pratãparudra prestou vários serviços para J não há; viérãma—descanso; loka-bhaye—por temor à multidão de gente; nffre—à
satisfazer o S e n h o r . " noite; prabhu—o Senhor; ãilã— foi; kuliyã-grãma—ao lugar conhecido como Kuliyã.

VERSO 149
T R A D U Ç A O — P o r cinco dias consecutivos, todas as pessoas reuniram-se para ver
^ f f t l t i t f é p - i c » i a anni-«}nr i o Senhor, e ainda assim não havia descanso. T e m e n d o a multidão, o Senhor
Caitanya M a h ã p r a b h u partiu ã noite em direção à aldeia de Kuliyã [atual
Navadvipa].
purt-gosãhi-sahge vastra-praddna-prasahga
rãmãnanda rãya aila bhadraka paryanta SIGNIFICADO—Se levarmos e m conta as afirmações d o Caitanya-bhãgavata junta-
purí-gosãhi-sahge—com Puri Gosvãmi; vastra-pradãna-prasariga—incidente de troca mente com a descrição de Locana dãsa Thãkura, fica evidente que a atual Nava-
de roupas; rãmãnanda rãya—chamado Rãmãnanda Rãya; ãilã— veio; bhadraka—um dvipa era outrora conhecida como Kuliyã-grãma. Enquanto esteve em Kuliyã-
lugar chamado Bhadraka; paryanta—até. grãma, Sri Caitanya Mahãprabhu favoreceu Devãnanda Pandita e liberou Gopãla
Cãpala e muitos outros que antes haviam cometido ofensas a Seus pés de lótus.
Naquela época, para ir de Vidyãnagara para Kuliyã-grãma, tinha-se que atravessar
T R A D U Ç A O — N o c a m i n h o para Vrndãvana via Bengala, houve um incidente i um braço do rio Ganges. Todos aqueles velhos lugares ainda existem. Cinâdãhgã
que algumas roupas foram trocadas com Puri Gosãni. Sri Rãmãnanda Rày situava-se outrora em Kuliyã-grãma, que agora é conhecida como Kolera Ganja.
acompanhou o Senhor até a cidade de Bhadraka.
VERSO 152

VERSO 150
f ü n H i m c i * ç a «ftal i
cifrfc c^fu» C 9 1 1 1 5 «rffi' \m (f*»ti II ^ II
«rtfi' fàwtwnfiw íjrar,*" aftiii i kultya-grãmete prabhura éuniyã ãgamana
<SiÇHI CWfac® CHUWlfc 5 * 1 1 H i4° II kofi kofi loka ãsi' kaila daraéana
kuliyã-grãmete— naquele local conhecido como Kuliyã-grãma; prabhura—do
osi' viàyã-vãcaspatira gfhete rahilã Senhor; éuniyã— ouvindo; ãgamana—sobre a chegada; kofi kofi—centenas de mi-
prabhure dekhite loka-sahghatfa ha-ila lhares; loka—de pessoas; osi'—vindo; kaila—tiveram; daraéana—audiência.
osi '—chegando à Bengala; vidyã-vacaspatira—âe Vidyã-vãcaspati; gfhete—na <
sa; rahilã— permaneceu; prabhure—ao Senhor Caitanya Mahãprabhu; dekhite—f T R A D U Ç Ã O — A o ficarem s a b e n d o da chegada do Senhor a Kuliyã-grãma, muitas
ver; loka-sarighatta—multidão de gente; ha-ila— havia. centenas de milhares de pessoas vieram vê-lO.

T R A D U Ç Ã O — A o chegar a Vidyãnagara, Bengala, a caminho de Vrndãvana, VERSO 153


Caitanya M a h ã p r a b h u parou na casa de Vidyã-vãcaspati, q u e era irmão
Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Tendo o Senhor Caitanya Mahãprabhu chegado á ca»*J ^fèrai-srci cm cífitiwi «nt* i
dele de repente, u m a multidão de gente reuniu-se ali.
G l u t m - f i C f i f c l "<f1u*9[ Sl3í1r*t3í«< II i ô ® II
72 Sri Caitanyã-caritámrta Verso 158 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 73
Madhya-lilã, \

VERSO 156
kuliyã-grãme kaila devãnandere prosada
gopãla-viprere ksamaila értvãsãparãdha ^fm\ m fez® *f*| gr^f at«Rt%«1 I
kuliya-grame—naquela aldeia conhecida como Kuliyã-grãma; kaila—mostrou;
devanandere prosada—misericórdia a Devananda Pandita; gopãla-viprere—e ao f*Ç9 *£»WUl «»tCíT t t f e » ! II }«<!> II
brãhmana conhecido como Gopãla Capala; ksamaila—perdoou; érívãsa-aparádha—%
ofensa aos pés de lótus de Srivãsa Thãkura. kuliyã nagara haite patha ratne bãndhãila
nivpita puspa-éayyã upare pãtila
kuliyã nagara—a cidade de Kuliyã; haite—de; patha—caminho; ratne—com jóias;
T R A D U Ç Ã O — A s ações específicas realizadas por Sri Caitanya Mahãprabhu nesta
época foram a misericórdia concedida a Devananda Pandita e o perdão ao bãndhãila—construiu; nivpita—sem hastes; puspa-éayyã—canteiro de flores; upare—
brãhmana conhecido como Gopãla Cãpala pela ofensa que este cometera aos em cima; pãtila—derramou.
pés de lótus de Srivãsa T h ã k u r a .
TRADUÇÃO—Primeiramente, Nrsimhãnanda Brahmacãri contemplou u m a ampla
estrada a partir da cidade de Kuliyã. Cravejou a estrada com jóias, sobre as quais
VERSO 154
derramou então um canteiro de flores s e m hastes.
*tt*r€t f i w * n t f à ' *tf|»rl &nc*t i
VERSO 157
« i W t wtík mm fwi S W Í I C T II > í 8 II

pOsandl nindaka ãsi' padilã carane


aparãdha ksami' tare dila kr$na-preme TOU TOT fàtt&t fiw •tjfifll II i«S II
pOsandl— ateus; nindaka—blasfemadores; osi'—ali chegando; padila—caíram;;
carane—aos pés de lótus do Senhor; aparãdha ksami'—perdoando-os de suas ofen- pathe dui dike puspa-bakulera érenl
sas; tare—a eles; dila—deu; ktsrui-preme—amor por Krsna. madhye madhye dui-pãée divya puskariril
pathe—na estrada; dui dike—em ambos os lados; puspa bakulera—árvores de flores
bakula; érenl— fileiras; madhye madhye—no meio; bui-pãée—em ambos os lados;
T R A D U Ç Ã O — M u i t o s ateus e blasfemadores vieram e caíram aos pés de lótus do divya—transcendentais; puskaritti— lagos.
Senhor, o qual, em troca, perdoou-os e deu-lhes amor por Krsna.
T R A D U Ç Ã O — M e n t a l m e n t e enfeitou a m b o s os lados da estrada com árvores de
flores bakula e instalou em a m b o s os lados, a intervalos, lagos de aspecto
VERSO 155 transcendental.
VERSO 158

•W M W I ^ I arc* *TTFm I R T I P » « i « * II ^sfw «rlf, $ft3t «ilB l


irtirl i t f í p C r W W T , I f l N K f «r«1 II iÔV II
vrndãvana yãbena prabhu éuni' nrsimhãnanda
patha sãjãila mane pãiyã ãnanda ratna-bãhdhã ghãfa, tãhe praphulla kamala
vrndãvana—a Vrndãvana; yãbena—irá; prabhu—o Senhor; éuni'—ouvindo fa nãnã paksi-kolãhala, sudhã-sama jala
nrsirhhãnanda—chamado Nrsimhãnanda; patha—o caminho; sãjãila—enfeitou; ratna-bandha—construídos com jóias; g/uífa—balneários; tãhe—lá; praphulla—
mane—mentalmente; pãiyã— sentindo; ãnanda—prazer. plenamente desabrochadas; tamala-flores de lótus; rwntf-diversos; paksi-de
pássaros; kolãhala—vibrações; sudhã— néctar; sama—como; jala—água.

T R A D U Ç Ã O — A o ouvir falar que o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u iria T R A D U Ç Ã O — E s s e s lagos tinham balneários construídos com jóias e estavam
Vrndãvana, Sri N r s i m h ã n a n d a Brahmacãri ficou muito satisfeito e mentalmen- cheios de flores de lótus desabrochadas. Diversos pássaros gorjeavam e a água
e r a
te começou a enfeitar o caminho até l i . exatamente como néctar.
74 Sri Caitsmys-caritimrta Madhya-lilã, 1 Verso 162 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 75

VERSO 159 niécaya—convicção; kariyã— fazendo; kahi—eu digo; éuna—por favor, ouvi;
bhakta-gana—meus queridos devotos; ebãra—desta vez; nã— não; yãbena—irá;
prabhu o Senhor Caitanya Mahãprabhu; ért-vrndãvana—paia Vrndãvana.
'i>tit*i I t f r t W * t f o i t f » a » 1 II ias II
TRADUÇAO—Então, com grande convicção, disse aos devotos que o Senhor
alfaia samTra vahe nãnã gandha lanã Caitanya não iria a Vrndãvana daquela vez.
'kãnãira nãtaéãlã' paryanta la-ila bãndhihã
éitala—muito frescas; samTra—brisas; vahe—soprando; nãnã— diversos; gandha— SIGNIFICADO—Srila Nrsimhãnanda Brahmacãri era um grande devoto do Senhor
aromas; lanã— carregando; kãnãira nãta-éãlã—o local chamado Kãnãi Nãtaáãlã; Caitanya Mahãprabhu; portanto, ao ouvir falar que Sri Caitanya Mahãprabhu iria
paryanta—até; la-ila—estendeu; bãndhihã—construção. de Kuliyã para Vrndãvana, embora n ã o tivesse riqueza material, pôs-se a construir
mentalmente um caminho ou estrada muito atrativa para Caitanya Mahãprabhu
T R A D U Ç Ã O — T o d a a estrada era ventilada com muitas brisas frescas, que carre- percorrer. Um pouco da descrição deste caminho foi relatado acima. Porém, nem
gavam os aromas de várias flores. Ele estendeu a construção desta estrada até mesmo mentalmente pôde ele construir a estrada além de Kãnãi Nãtaáãlã. Por
Kánai Náfasala. isso, concluiu que Caitanya M a h ã p r a b h u não iria a Vrndãvana daquela vez.
Para um devoto puro, não há diferença entre construir um caminho com
SIGNIFICADO—Kãnãi Nãtaáãlã fica a aproximadamente 350 quilômetros de Calcutá,) elementos grosseiros ou construí-lo mentalmente. Isto porque a Suprema Perso-
na linha Loop da Estrada de Ferro Oriental. A estação ferroviária chama-se 1
nalidade de Deus, Janãrdana, é bhãva-grãhT, ou seja, Ele dá valor ao sentimento.
Tãlajhãdi, e, após desembarcar nesta estação, tem-se que andar cerca de quatro} Para Ele, um caminho feito com jóias de verdade e um caminho feito de jóias
quilômetros para chegar a Kãnãi Nãtaáãlã. mentais são a mesma coisa. Embora sutil, a mente também é matéria, de m o d o
que qualquer caminho — de fato, qualquer coisa a serviço do Senhor q u e r em
VERSO 160 matéria grosseira, quer em matéria sutil — a Suprema Personalidade de Deus acei-
ta igualmente. O Senhor aceita a atitude de Seu devoto e vê o q u a n t o ele está
« r f t l qn »TRF% H *lfW 1tfo?5 I disposto a servi-lO. O devoto tem a liberdade de servir ao Senhor, quer na matéria
grosseira, quer na matéria sutil. O importante é que o serviço esteja relacionado
» t « R T « 1 1 1 1 H > ^ f l ° 5 Cf*!l t í f W S II II com a Suprema Personalidade de Deus. Confirma-se isto no Bhagavad-gitã (9.26):
dge mana nãhi cale, nã pare bãndhite
patrarh pusparh phalam toyath
patha-bãndha nã yãya, nrsimha haila vismite
yo me bhaktyã prayacchati
age—além deste; mana—a mente; nãhi—não; cale—vai; nã— n ã o é; pare—capaz;
tad aharh bhakty-upahrtam
bãndhite—de construir a estrada; patha-bãndhã—construção da estrada; nã yãya—
aénãmi prayatãtmanah
n ã o é possível; nrsimha—Nrsimhãnanda Brahmacãri; haila— ficou; vismite—\
surpreso. "Se alguém Me oferecer, com amor e devoção, u m a folha, u m a flor, u m a fruta
ou água, Eu as aceitarei." O verdadeiro ingrediente é bhakti (devoção). A devo-
TRADUÇAO—Na mente de Nrsirhhãnanda Brahmacãri, não pôde ser construída ção pura não é contaminada pelos modos da natureza material. Ahaituky apratihatã:
a estrada além de Kãnãi Nãtaáãlã. Ele não conseguia entender por que a cons- nenhuma condição material pode impedir o serviço devocional incondicional. Isto
trução da estrada não podia concluir-se, e isto o deixou surpreso. quer dizer que n ã o é preciso ser muito rico para servir à Suprema Personalidade
de Deus. Mesmo o h o m e m mais pobre pode igualmente servir à Suprema Perso-
VERSO 161. nalidade de Deus caso tenha devoção p u r a . Não h a v e n d o motivos secretos,
nenhuma condição material p o d e impedir o serviço devocional.
f l " W isfàil i s f e « 1 , I
iam» ii i t r . i i fiftj^m H ^ 11 VERSO 162

niécaya kariyã kahi, éuna, bhakta-gana 'istitfas* ii5"rT»Tf fcws « r t f t i fflwu i


ebãra na yãbena prabhu ért-vrndãvana
s M f l C I *l«6f«,, i s f ç g f l * 5 1 IsfliíPl I I J * * I I
s
76 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lllâ, ] Verso 167 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 77

'kãnãnira nãtaéãlã' haite ãsiba phirihã VERSO 165


jãnibe paécãt, kahilu niécaya kariha
kãnãnira nãta-éãlã—o local chamado Kãnãi Nãtaáãlã; haite—de; ãsiba—viià; I t t l I t t l « f Ç f # 1 *r?GH fftlÉi I
phirihã—retornando; jãnibe—vós sabereis; paécãt—mais tarde; kahilu—eu digo;
niécaya—convicção; karinã—fazendo.
d j f w l *Tfl C ^ t i s , 55 || ||
yãhãn yãhãn prabhura carana padaye calite
TRADUÇÃO—Nrsimhãnanda Brahmacãri disse: "O Senhor irá para Kãnãi se mrttikã laya loka, garta haya pathe
Nãtaáãlã e, então, retornará. Todos vós vireis a saber disto mais tarde, mas eu yãhãn yãhãn—onde quer que; prabhura—do Senhor; carona—pés de lótus;
digo isto agora com grande convicção." pgãaye— toquem; calite—enquanto caminha; se—aquela; mrttikã—terra; laya—
tomam; loka—as pessoas; garta—um buraco; haya—ali fica; pathe—na estrada.

VERSO 163 T R A D U Ç Ã O — O n d e quer que o Senhor tocasse o solo com Seus pés de lótus, as
pessoas imediatamente vinham e recolhiam a terra. Na verdade, elas recolhiam
c f l w f â n ^f*rai ter»" 9fm\ y * r m i tanta terra que se criavam muitos buracos na estrada.

VERSO 166
gosãni kuliyã haite calila vrndãvana
sahge sahastreka loka yata bhakta-gana êm tf*!, «rfeerl ' a f r ^ f è r <m i
• gosãni—Senhor Caitanya Mahãprabhu; kuliyã haite—de Kuliyã; calilã—procedeu;
vrndãvana—em direção a Vrndãvana; sahge—com Ele; sahastreka—milhares; loka—de
pessoas; yata—todos; bhakta-gana—os devotos. aiche cali, ãilã prabhu 'rOmakeli' grama
gaudera nikafa grama ati anupãma
aiche—dessa maneira; cali—caminhando; tf/ío"—chegou; prabhu—Senhor Sri
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o Senhor Caitanya Mahãprabhu pôs-Se a caminhar de Caitanya Mahãprabhu; rãma-keli grama—k aldeia chamada Rãmakeli; gaudera—
Kuliyã em direção a Vrndãvana, milhares de homens acompanhavam-nO, e todos Bengala; nikafa—perto de; grama—a aldeia; ati—muito; anupãma—requintada.
eles eram devotos.
TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu chegou enfim a uma aldeia
chamada Rãmakeli. Esta aldeia fica na fronteira da Bengala e é muito requintada.

SIGNIFICADO—Rãmakeli-grãma fica às margens do Ganges na fronteira da


VERSO 164 Bengala. Srila Rüpa e Sanãtana Gosvãmls tinham suas residências nesta aldeia.
Utl fffl «rf, <5t$1 C * i f c * R 1 J QW* I
GWfttCI lltCT, C f t l ' KE9 pfcÇtrl II a«ti II VERSO 167
yãhãn yãya prabhu, tãhãn koti-sahkhya loka « t t l «fsj ^ c a <2}^c«lr.i incisa i
dekhite ãise, dekhi' khande duhkha-éoka
yãhãn—onde quer que; yãya—vá; prabhu—o Senhor; fa~hdn—em toda a parte; c ^ f c £et# CTft Qtfàm w\ n ^ n
koti-sahkhya loka—um n ú m e r o ilimitado de pessoas; dekhite ãise—vêm vê-lO;
dekhi'—após ver; kharide—remove; duhkha—infelicidade; éoka—lamentação. tãhãn nrtya kare prabhu preme acetana
kofi kofi loka ãise dekhite carana
tãhãn—lá; nrtya—dançando; kare—realizou; prabhu—Senhor Caitanya
T R A D U Ç Ã O — O n d e quer que o Senhor passasse de visita, multidões inumeráveis
de pessoas vinham vê-lO. Ao vê-lO, toda a infelicidade e lamentação dela» Mahãprabhu; preme—em amor a Deus; acetana—inconsciente; kofi kofi—inúmeras;
desapareciam. k*"—pessoas; ãise—vieram; dekhite—ver; carana—Seus pés de lótus.
Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 79
78 $ri Caitanya-caritãmrU Madhya-Iili, 1 Verso 172

tofíT— magistrado; yanana—maometano; ihãra—dEle; mf—não; kariha—faças;


TRADUÇAO—Enquanto fazia sankirtana em Ramakeli-grãma, o Senhor dançava
e as vezes perdia a consciência devido ao amor a Deus. Enquanto Ele esteve em uhhsana—inveja; ãpana-icchãya—à mercê de Sua própria vontade; buluna—deixa-O
Ramakeli-grama, inúmeras pessoas vieram ver Seus pés de lótus. ü" yãhãn—onde quer que; uri/ia"ra—dEle; mana—mente.

VERSO 168 TRADUÇAO—O rei maometano ordenou ao magistrado: "Não perturbes este pro-
feta hindu por motivo de inveja. Deixa-O fazer o que Sua própria vontade ditar
C l t o Ç t a 111-31571 5 j « t 1 « f l í P l I onde quer que Ele queira."
"sfftfS «Tffl?! f^far*" Ç^jsl || 1| S I G N I F I C A D O — A t é um rei maometano pôde entender a posição transcendental
gaudeévara yavana-rãjã prabhãva éunihã de Sri Caitanya Mahãprabhu, reconhecendo-O como profeta; portanto, ordenou
kahite lãgilã kichu vismita hanã ao magistrado local que não O perturbasse, mas que O deixasse fazer t u d o o que
gauda-lévara—rei da Bengala; yavana-rãjã— rei maometano; prabhãva—influência; quisesse.
éunihã—ouvindo; kahite—a dizer; lãgilã—começou; kichu—algo; vismita—aclmirado;
na ml—ficando. VERSO 171

TRADUÇAO—Ao ouvir falar da influência de Caitanya Mahãprabhu em atrair inu- f W i - í i t a i a m i iréi •tf^i 1
meráveis pessoas, o rei maometano da Bengala ficou muito admirado e começou « ^ 1 i f f l l Ç f t $ Ç t * S l fà*T II >1i II
a falar o seguinte.
keéava-chatrtre rãjã vãrtã puchila
S I G N I F I C A D O — N a q u e l a época, o rei maometano da Bengala era N a w a b Husen prabhura mahimã chatrf udãiyã dila
Sáhà Bàdasaha. keéava-chatrtre—-à pessoa chamada Kesava Chatri; rãjã—rei; vãrtã—notícias;
puchila—indagou; prabhura—do Senhor; mahimã— glórias; chatri— Kesava Chatri;
VERSO 169 udãiyã—não atribuindo importância; dila—deu.

f l l l »tÇ» 4<5 CWT* tffir *tVX s i I TRADUÇAO—Tendo o rei maometano pedido notícias a seu assistente, que se cha-
mava Kesava Chatri, sobre a influência de Sri Caitanya Mahãprabhu, Kesava
c i l t f c i n t a i , | « n w i f i * fi*&i h h Chatri, embora sabendo de tudo sobre Caitanya Mahãprabhu, tentou evitar a
vinã dane eta loka yãhra pãche haya conversa, não dando nenhuma importância ãs atividades de Caitanya
sei ta' gosãhã, ihã jãnihã niécaya Mahãprabhu.
vinã— sem; dane—caridade; era—tantas; lota—pessoas; yãnra—a quem; pãche—
após; mn/a—ficam; sei ta'—Ele com certeza; gosãhã— um profeta; iM—isto; jãnihã— SIGNIFICADO—Ao ser indagado sobre Sri Caitanya Mahãprabhu, Keáava Chatri
sei; niécaya—sem dúvida. agiu com diplomacia. Apesar de saber de t u d o sobre Ele, temia que o rei maome-
tano acabasse se tornando Seu inimigo. Não atribuiu importância às atividades
T R A D U Ç A O — " U m a pessoa assim, que é seguida por tantas outras sem dar-lhes do Senhor para que o rei maometano O considerasse como um h o m e m c o m u m
caridade, deve ser um profeta. Disto tenho plena certeza." e não O incomodasse.

VERSO 172
VERSO 170
fenft i s m i t i*ci <sH »tó&at I
^517,1 G » f l 1 f l : i « l t l r . 1 $ 1 5lfã 9 1 I I V I * . II
« r p t i - l ^ t * 1^31, irêl SVfl H li II bhikhãrt sannyãsl kare tirtha paryafana
ka/í, yaivna ihãra nã kariha himsana tãnre dekhibãre ãise dui cãri jana
ãpana-icchãya buluna, yãhãn unhara mana
Sri CaiUnya-caritimrt» Madhya-Iili, 1 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 81

bhikhãrt— pedinte; sonnyãsl— mendicaxtte; kare—faz; tTrtha—por locais sagrados; dabira khãsere rãjã puchila nibhrte
varya\ana—viagem; tãnre—a Ele; dekhibãre—paia ver; dise—vêm; dui cãri jana— gosãhira mahimã tenho lãgilã kahite
apenas poucas pessoas. jabira khãsere—chamado Dabira Khãsa (o nome de Srila Rüpa Gosvãmi na época);
njjã—o rei; puchila—indagou; nibhrte—a sós; gosãhira—do Senhor Caitanya
Mahãprabhu; mahimã— glórias; tenho—ele; lãgilã—começou; kahite—a falar.
T R A D U Ç A O — Kesava Chatri informou ao rei maometano que Caitanya
Mahãprabhu era um mendicante a viajar por diversos locais de peregrinação TRADUÇAO—A sós, o rei indagou de Dabira Khãsa lSrila Rüpa Gosvãmi], o qual
e que, sendo assim, apenas poucas pessoas vinham vê-lO. começou a falar sobre as glórias do Senhor.

VERSO 173 VERSO 176

i i c i csrtiti fctfep qrçrci «rwift i ci fifWOI itsrc F I M , ci tfstiti citW<**11


tftl feita f l t P i t f ç , « «rta s t f i « i i ® II <?5titi c i e i <?5titi <«yfci3 VÍIPll «rtfiiPl 11
yavane tomara thãhi karaye lãgãni ye tomãre rãjya dila, ye tomara gosãhã
tãnra himsãya lãbha nãhi, haya ãra hãni tomara deée tomara bhãgye janmilã ãsihã
yavane—teu servo maometano; tomara—teu; (hãni—local; karaye—faz; lãgãni— ye—aquele que; tomãre—a ti; rãjya—reino; dila—deu; ye—aquele que; tomara—
instigação; TÍFHRA—dEle; himsãya—em ficar com inveja; Ztfbha na7ii—não há vanta- teu; gosãhã— profeta; tomara deée—em teu pais; tomara bhãgye—devido à tua boa
gem; haya—há; ara—pelo contrário; RUFAI—perda. fortuna; janmilã— nasceu; ãsihã— vindo.

TRADUÇAO—Kesava Chatri disse: "Por inveja, teu servo maometano conspira TRADUÇAO—Srila Rüpa Gosvãmi disse: "A Suprema Personalidade de Deus,
contra Ele. Acho que não deves interessar-te muito nEle, pois não há vantagem que deu a ti este reino e a quem tomaste por um profeta, nasceu em teu país
alguma nisto. Pelo contrário, só sairás perdendo." devido à tua boa fortuna."

VERSO 174

a t w t c i *fcatfà' c í h a t n « i nfh^i i VERSO 177

s f a a t a « r a « i ç c i • f f k t l e i i*f$<íPl«>1811 <?stiti i i i ftet» i t á f i f i m i


ra/dre prabodhi' keéava brãhmana pãthãhã Içfa «rpMw c s t i t i n j f è m II yw II
calibãra tare prabhure pãthãila kahihã
tomara mahgala vãhche, kãrya-siddhi haya
rãjãre—ao rei; prabodhi'—apaziguando; Jcesane—chamado Keáava Chatri;
ihãra ãélrvãde tomara sarvatra-i jaya
brãhmana—certo brãhmana; pãthãhã—enviando lá; calibãra tare—que partisse; tomara—tua; mahgala—boa fortuna; vãhche— Ele deseja; kãrya—dos negócios;
prabhura—ao Senhor; pãthãila—enviou; kahihã— dizendo. südhi—a perfeição; hoya—é; ihãra—dEle; ãélrvãde—pelas bênçãos; tomara—rua;
sarwfm-1—em toda parte; /aya—vitória.
TRADUÇAO—Após apaziguar o rei dessa maneira, Kesava Chatri enviou um men-
sageiro brãhmana ao Senhor Caitanya Mahãprabhu, solicitando-Lhe que partisse
T R A D U Ç Ã O — " E s t e profeta sempre deseja tua boa fortuna. Pela graça dEle, to-
sem demora. dos os teus negócios são exitosos. Por Suas bênçãos, serás vitorioso em toda par-

VERSO 175 VERSO 178


* f ã * i t c i c i atsrt *$jsm faças i citei c^i <çfi ^ « t t l l - 1 1 1
c H i t f a p i i f m cár,çl n t f a n * f t c « II >1<r « <gfi n t f à * t ç« f i ç - « K l n n y i v II
82 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, x Verso 183 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 83

more kem pucha, tumi pucha ãpana-mana efa kahi' rãjã gela nija abhyantare
tumi narãdhipa hao visnu-améa soma tabe dabira khãsa ãilã ãpanãra ghare
more—a mim; kem—por que; pucha—perguntas; tumi—tu; pucha—indaga; ãpana- kahi'—dizendo isso; rãjã—o rei; gelã—íoi; nija—própria; abhyantare—á casa
mana—tua própria mente; tumi—tu; nara-odhipa—rei do povo; hao— tu és; wsnu, particular; tabe— naquela época; dabira khãsa—Srila Rüpa Gosvãmi; aila"—regressou;
améa soma—representante da Suprema Personalidade de Deus. apanãra—sua própria; ghare—à residência.

TRADUÇÃO—"Por q u e me questionas? Melhor questionarei tua própria mente. TRADUÇAO—Após ter essa conversa com Rüpa Gosvãmi, o rei entrou em sua casa
Por seres o rei do povo, és o representante da Suprema Personalidade de Deus. particular. Rüpa Gosvãmi, conhecido então como Dabira Khãsa, t a m b é m
Portanto, podes entender isto melhor do q u e e u . " regressou à sua residência.

VERSO 179 SIGNIFICADO—Sem dúvida, o monarca é representante da Suprema Personalidade


de Deus. Como se afirma no Bhagavad-gitã, sarva-loka-maheévaram: a S u p r e m a
C " 5 W ? fÇT.<5 CV3Z.WC* caro * a W Í 1 I Personalidade de Deus é o proprietário de todos os sistemas planetários. Em todos
ffstita fkrç c& i a , tf « n w n Í I S » n e em cada um dos planetas, deve haver algum rei, líder governamental ou execu-
tomara citte caitanyere kaiche haya jhãna tivo. Supõe-se que tal pessoa seja representante do Senhor Vignu. Em n o m e da
Suprema Personalidade de Deus, o rei deve cuidar dos interesses de todas as
tomara citte yei laya, sei ta' pramãna
pessoas. Logo, o Senhor Viçou, como Paramãtmã, dá ao rei toda a inteligência
tomara citte—em tua mente; caitanyere—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; kaiche—
para conduzir os afazeres governamentais. Por isso, Srila Rüpa Gosvãmi pergun-
como; haya—há; jhãna—conhecimento; tomara—tua; citte—mente; yei—tudo o que;
tou ao rei o que ele tinha em mente com relação a Sri Caitanya Mahãprabhu e
laya—aceita; sei ta' pramãna—isso é evidência. indicou que t u d o o que o rei pensava sobre Ele estava correto.
TRADUÇAO—Assim, Srila Rüpa Gosvámi informou ao rei que a mente dele po-
deria ser um veículo para ele tomar conhecimento de Sri Caitanya Mahãprabhu.
Assegurou ao rei que t u d o o q u e ocorresse em sua mente poder-se-ia considerar VERSO 182
uma evidência.
i t a «rrfi' $1 <et! y*v% a s f w l i
« 1 ^ cwfiaTr.a c a i ^ t ^ l 1 1 Í V * n
VERSO 180
ghare ãsi' dui bhãi yukati karinã
atu a s e i , c i t i ici c i l i a i prabhu dekhibãre cale veia lukãhã
i w r l i a H iTfças * R » H n v>» II ghare ãsi'—após regressar à casa; dui bhãi—dois irmãos; yukati—argumentos;
kariha— fazendo; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; dekhibãre—para ver; cale—
rãjã kahe, éuna, mora mane yei laya
vão; pesa—vestem-se; lukãhã— escondendo-se.
sãksãt lavara ihah nãhika saméaya
rãjã kahe—o rei replicou; éuna—ouve; mora—minha; mane—mente; yei—o que,
laya—aceita; sãksãt—pessoalmente; fstwre—a Personalidade Suprema; ihah—Ele;
TRADUçAo—Após regressar à sua residência, Dabira Khãsa e seu irmão decidi-
nãhika— não há; saméaya—dúvida. r
*m, após deliberarem bastante, ir ver o Senhor secretamente.
TRADUÇAO—O rei replicou: "Considero q u e Sri Caitanya Mahãprabhu é a
Suprema Personalidade de Deus. Não tenho dúvida q u a n t o a i s s o . "
VERSO 183
VERSO 181
W a t c a sfè « t l « r ò n «lç-««tr,i i
<a« asfi' atsri c m fiw « N w m a I
« f i e i f l % T l f l 5 T t * 1 r - l f à i r i 1 C 1 I I 11
<sr,a ifàa l í i « r r l n «rí*iita í c a II Í V Í II
84 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 85
Verso 188

ardha-rãtre dui bhãi ãilã prabhu-sthãne VERSO 186


prathame mililã nityãmnda-haridãsa sane
ardha-rãtre—na calada da noite; dui bhãi—os dois irmãos; ãilã— vieram; prabhu btw (Srtwi ^ R T , Brt*RCHF
<
FÀRAI i
sthãne—ao local do Senhor Caitanya; prathame—primeiro; mililã—encontraram-se; «rfrab—tt, si* II II
nityãnanda-haridãsa—Senhor Nityãnanda e Haridãsa Thãkura; sane—com.
dainya rodam kare, ãnande vihvala
T R A D U Ç Ã O — A s s i m , na calada da noite, os dois irmãos, Dabira Khãsa e : prabhu kahe,—ufha, ufha, ha-ila mahgala
Mallika, foram ver âri Caitanya Mahãprabhu secretamente. Primeit ^ y _ h u m i l d a d e ; rodam—chorando; kare—executam; ãnande—em êxtase;
i n f l

encontraram-se com Nityãnanda Prabhu e Haridãsa Thãkura. vihvala—tomados; prabhu kahe—o Senhor disse; ufha ufha—levantai-vos, levantai-
vos; ha-ila mahgala—toda a auspiciosidade a vós.
VERSO 184

T R A D U Ç Ã O — A o verem o Senhor Caitanya Mahãprabhu, os dois irmãos


VÍ, WPtrWÊP* «rfèífl C«W CrfíWHT IÜV8II encheram-se de alegria, e humildemente começaram a chorar. O Senhor Caitanya
M«m dui-jana jânãilã prabhura gocare Mahãprabhu pediu-lhes que se levantassem e assegurou-lhes toda a boa fortuna.
rüpa, sãkara-mallika ãilã tomã' dekhibãre
lãhrã— eles; dui-jana—duas pessoas; jãnãilã— informaram; prabhura—do Senho
Caitanya Mahãprabhu; gocare—na presença; rüpa—Rüpa Gosvãmi; sãkara-mallika— VERSO 187
Sanãtana Gosvãmi; diZa—tinham vindo; tomã'—a Ti; dekhibãre—ver.
fcfS' s& « t l sei mm f4 «Sr i
T R A D U Ç Ã O — S r i Nityãnanda Prabhu e Haridãsa Thãkura disseram ao Senhor bnrj *flr « a f o ^ r a I R T C W ? « A II v > i II
Caitanya Mahãprabhu que duas personalidades — Sri Rüpa e Sanãtana — tinham
vindo vê-lO. utiii' dui bhãi tabe dante trm dhari'
dainya kari' stuti kare karayoda kari
SIGNIFICADO—Sâkara Mallika era o nome de Sanãtana Gosvãmi e Dabira Khãsa, ufhi'—levantando-se; dui—dois; bhãi—irmãos; tabe—então; dante—nos dentes;
o de Rüpa Gosvãmi. Eles eram reconhecidos p o r estes nomes em seus cargos trna—palha; dhari'—segurando; dainya kari'—com toda a humildade; sfufi kare—
a serviço do rei maometano; logo, estes nomes são maometanos. C o m o funcio- oferecem orações; kara-yoda—mãos postas; fcari'—fazendo.
nários, os irmãos adotavam toda a espécie de costumes m u ç u l m a n o s .

VERSO 185 T R A D U Ç Ã O — O s dois irmãos levantaram-se, e, outra vez colocando a palha entre
seus dentes, humildemente ofereceram suas orações com as mãos postas.
& ~<m <f«I s*r,s wfà* «rfiwi i
lÈcw aa a t f V *ics w w $<Í»I II Í W n
VERSO 188
dui guccha trna duhhe daéane dharihã
gale vastra bãndhi' pode dandavat hanã m m § i f mà&m f i t i ? i
dui—dois; guccha—feixes; trna—de palha; duhhe—ambos; daéane—nos dentes; Ifwtfasi 3 f 1 I^M? II i l r V II
dharihã— pegando; gale—no pescoço; oosfro—pano; bãndhi '—amarrando; pode—
caem; dandavat—como varas; hanã— tornando-se. jaya jaya ért-krsm-caitanya dayã-maya
patita-pãvam jaya, jaya mahãéaya
T R A D U Ç Ã O — C o m grande humildade, ambos os irmãos levaram feixes de palha im jaya—todas as glórias; ért-krsna-caitanya-ao Senhor Sri Caitanya
entre seus dentes, e, cada qual com um pano amarrado em volta do pescoço, ahãprabhu; dayã-maya—o mais misericordioso; patita-pãvam—o salvador das
prostraram-se como varas perante o Senhor. a u n
a s caídas; jaya—glórias; jaya—glórias; mahãéaya—a grande personalidade.
86 Sri CãiUnya-caritimrU Madhya-ftj^ M Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 87
Verso 192

T R A D U Ç A O — " T o d a s as glórias a Sri Krsna Caitanya M a h ã p r a b h u , o mais mis,, VERSO 190


ricordioso salvador das almas caídas! Todas as glórias à Personalidade Suprem,].,

VERSO 189 •ffirçtmf*! 'T*f1 C l fifl :?C1 t ^ C T P S I


ífte-srtfè, ^ t e - i f t , f f à % i
mat-tulyo nãsti pãpãtmã
nãparãdhí ca kascana
nTca-jãti, nlca-sangí, kari nica kãja parihãre 'pi lajjã me
tomara agrete prabhu kahite vãsi laja kirh bruve purusottama
nlca-jati—classificados entre os caídos; nlca-sahgl— associados com almas caídas; _ - tulyah—como; na asti—não há; pãpa-ãtmã— h o m e m pecaminoso; na
m a t e u

kari—realizamos; nica—abominável; kãja—trabalho; tomara—de Vós; agrete—em aparddhl-nem ofensor; ca—também; kaécana—alguém; parihãre—ao pedir perdão;
frente; prabhu—6 Senhor; kahite—para d i z e r ; ÜÕSI—sentimo-nos; <wi lajjã-envergonhado; me—de mim; kim—o que; bruve—direi; purusottama—6
laja—envergonhados. Suprema Personalidade de Deus.

T R A D U Ç A O — " S e n h o r , pertencemos à classe mais baixa de homens, e nossos


associados e emprego são t a m b é m da espécie mais baixa. Portanto, não pode- T R A D U Ç A O — " Q u e r i d o Senhor, permiti q u e Vos informemos que n i n g u é m é
mos n o s apresentar a Vós. Sentimo-nos bastante envergonhados, estando aqui mais pecaminoso do que nós; tampouco há alguém tão ofensivo q u a n t o n ó s .
perante V ó s . " Se quiséssemos mencionar nossas atividades pecaminosas, logo ficaríamos en-
vergonhados. E o que dizer, então, de a b a n d o n á - l a s ? "
S I G N I F I C A D O — E m b o r a os dois irmãos, Rüpa e Sanãtana (naquela época Dabira
Khãsa e Sãkara Mallika), se apresentassem como nascidos em família baixa, não
obstante pertenciam a u m a muito respeitável família de brãhmanas, a qual era ori- SIGNIFICADO—Este verso é do Bhakti-rasdmrta-sindhu (1.2.154) de Srila Rüpa
ginalmente de Karnãta. Assim, na verdade, eles pertenciam à casta de brãhmanas. Gosvãmi.
Infelizmente, por estarem associados com o serviço governamental maometano,
seus costumes e comportamento assemelhavam-se aos dos maometanos. Portanto, VERSO 191
eles apresentaram-se como nlca-jãti. A palavra jãti significa nascimento. Segundo
o éãstra, há três espécies de nascimentos. O primeiro é o nascimento do ventre
da mãe, o segundo é a aceitação do método reformatório e o terceiro nascimento "BTÍTl-ll WfffS, * f % 3 1ff% T f * II *5>i II
é a aceitação pelo mestre espiritual (iniciação). Alguém se torna arx>minável ao
adotar u m a profissão abominável ou ao associar-se com pessoas que sejam natu- patita-pãvana-hetu tomara avatãra
ralmente abomináveis. Rüpa e Sanãtana, como Dabira Khãsa e Sãkara Mallika, ãmmã-va-i jagate, patita nãhi ãra
associavam-se com maometanos, que naturalmente se o p u n h a m À cultura bramf- paMa-pãvana—salvação dos caídos; hetu—com o propósito de; tomara—Vossa;
nica e à proteção às vacas. No èrímad-Bhãgavatam (Sétimo Canto), afirma-se que avatãra—encarnação; ãmã-va-i— do que nós; jagate—neste m u n d o ; patita—caído;
cada pessoa se enquadra numa determinada classificação. Identifica-se uma pessoa " * i - n ã o há; d m - m a i s .
pelas características específicas mencionadas nos éãstras. Pelo seu caráter, sabe-
se que alguém pertence a determinada casta. Tanto Dabira Khãsa quanto Sãkara J Ç À C A m b o 8 08
8^ar |~ irmãos alegaram: "Querido Senhor, Vós encamastes para
Mallika pertenciam à casta de brãhmanas, mas, por terem aceitado emprego dos r
M u n
* * s caídas. Deveis considerar q u e neste m u n d o não há n i n g u é m tão
,,-j„
maometanos, seus hábitos originais degeneraram para os da comunidade mao- "•"w quanto nós."
metana. Desde que os sintomas de cultura bramínica neles eram quase nulos»
identificaram-se com a casta mais baixa. Afirma-se claramente no Bhakti-ratni"'
que, por terem se associado com homens de classe inferior, Sãkara Mallika e Dabff 3 VERSO 192
Khãsa apresentaram-se como pertencentes às classes inferiores. Na realidade, cot*
tudo, eles nasceram de respeitáveis famílias de brãhmanas. w f t - i t i t l & a>fk*i §üta i
* t t l § « í f % r e « t i ifè»i c s f l r f i i li ia*
88 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, \ Verso 196 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 89

jagãi-mãdhãi dui karile uddhãra Caitanya Mahãprabhu. Ao compararem-se com Jagãi e Mãdhãi, Rüpa e Sanãtana
tãhãn uddhãrite érama nahila tomara acharam-se inferiores, pois o Senhor não teve dificuldade em salvar os dois irmãos
jagãi-mãdhãi—os dois irmãos Jagãi e Mãdhãi; dui—dois; karile—fizestes; uddhãra— beberrões. Isto porque, a despeito do fato de serem viciados em atividades pecami-
salvação; tãhãn—lá; uddhãrite—paia salvar; aroma—esforço; nahila—não houve- nosas, a vida deles era, sob outros aspectos, brilhante. Pertenciam à casta bramí-
tomara—de Vós. nica de Navadvipa, cujos brãhmanas eram piedosos por natureza. Embora se hou-
vessem viciado em certas atividades pecaminosas devido à má associação, foi pos-
TRADUÇÃO—"Salvastes os dois irmãos Jagãi e Mãdhãi, mas, para salvá-los, não sível eliminar tais coisas indesejáveis simplesmente em virtude do cantar do santo
tivestes que empenhar-Vos muito." nome do Senhor. O u t r o p o n t o a favor de Jagãi e Mãdhãi era que, como membros
de uma família de brãhmanas, não aceitaram serviço sob ordens de ninguém. Os
VERSO 193 éãstras proíbem estritamente a um brãhmana aceitar serviço sob ordens de alguém.
A idéia é que, ao aceitar um patrão, aceita-se a ocupação de um cão. Em outras
artwtmfè mWn n f f t * t m i palavras, um cão não p o d e prosperar sem ter um dono, e, só para agradá-lo, o
sftS-GlH 1tf% f R f , i c s ftc&ir ^ * f á II II cão ofende muitas pessoas. O cão ladra contra pessoas inocentes só para agradar
ao dono. De forma semelhante, quem é servo é obrigado a realizar atividades
brãhmana-jãti tãrã, nava-dvfpe ghara abomináveis segundo as ordens do patrão. Portanto, ao comparar sua posição
nlca-sevã nãhi kare, nahe nlcera kürvara com a de Jagãi e Mãdhãi, Dabira Khãsa e Sãkara Mallika acharam a posição de
brãhmana-jãti—nascidos em família de brãhmanas; tãrã—eles; nava-dvfpe—o lugar Jagãi e Mãdhãi muito melhor que a deles. Jagãi e Mãdhãi nunca aceitaram servir
sagrado de NavadvTpa-dhãma; ghara—a casa deles; mca-seuõ—serviço a pessoas pessoa alguma de baixa classe; n e m foram forçados a realizar atividades abominá-
degradadas; nãhi—não; fcare—fazem; nahe—não; ntcera—de pessoas baixas; veis sob ordens de um patrão de baixa classe. Jagãi e Mãdhãi cantaram o nome
kürpara—um instrumento. de Sri Caitanya Mahãprabhu em tom de blasfêmia, mas, simplesmente porque
cantaram Seu nome, livraram-se de imediato das reações de atividades pecami-
T R A D U Ç Ã O — " O s irmãos Jagãi e Mãdhãi pertenciam à classe de brãhmanas e mo- nosas. Assim, mais tarde eles se salvaram.
ravam no lugar sagrado de Navadvipa. Eles jamais serviram a pessoas de classe
baixa, nem serviram de instrumentos para atividades abomináveis/' VERSO 195

VERSO 194 (Tstit? i t i I<ÍPI tfsmti i s f s w fmm i


151 4 i s Gtrft ^5 »ft*tlFt1 I C& I t l <5t1 « j f ^ 1*11*1 II >&<r II
* r t * í i t f * t s m m s t c i l cstm w i » g H
tomara nãma lanã tomara karilã nindana
sabe eka dosa tara, haya pãpãcãra sei nãma ha-ila tara muktira kãrana
pãpa-rãéi dahe nãmãbhãsei tomara tomara—Vosso; mima—santo nome; lanã—aceitando; tomara—de Vós; karilã—
sabe—ao todo» eka—apenas uma; dosa—falha; fará—deles; haya—eles estão; fizeram; nindana—blasfemando; sei—tal; nãmá—santo nome; ha-ila—tornou-se;
pãpa-acãra—apegados a atividades pecaminosas; pãpa-rãéi—um montão de ativi- tara—deles; muktira—da salvação; kãrana—a causa.
dades pecaminosas; dahe—queimam-se; nãma-ãbhãsei— simplesmente por um tênue
eco do cantar do santo nome; tomara—de Vossa Onipotência. TRADUÇÃO—"Jagãi e Mãdhãi pronunciaram Vosso santo nome em tom de blas-
fêmia a Vós. Felizmente, tal santo nome tornou-se-lhes a causa da salvação."
TRADUÇÃO—"Jagãi e Mãdhãi tiveram apenas uma falha — eram viciados em ati-
vidades pecaminosas. Contudo, pode-se reduzir a cinzas um montão de ativi- VERSO 196
dades pecaminosas simplesmente por um tênue eco do cantar de Vosso santo
nome." s r l l l - i t i t l C 5 F 5 c i s t t l cftfà ^ « 1 1
« w i » Í % 5 *trôl <«itfi sfè II I!
SIGNIFICADO—Srila Rüpa Gosvãmi e Sanãtana Gosvãmi apresentaram-se como
jagãi-mãdhãi haite koft koft guna
sendo inferiores aos dois irmãos Jagãi e Mãdhãi, os quais foram salvos por Srf
adhama patita pãpT ãmi dui jana
90 Sri Caitanya-carítàmrU Madhya-Iili, 1 Verso 198 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 91

jagái-mddhdi—chamados Jagãi e Mãdhãi; haite—do que; kofi kofi— milhões e este planeta inteiro, incluindo todos os mares e terras), Mahãrãja Yudhisfhira
milhões; guna—de vezes; adhama—degradados; patita—caídos; pãpí— pecaminosos; pediu consentimento a autoridades como Bhlçmadeva e o Senhor Krsna. Assim,
ãmi— nós; dui—duas; jana—pessoas. governou o m u n d o inteiro de acordo com os princípios religiosos. Entretanto,
no momento atual, os líderes de estado não se importam com princípios religio-
T R A D U Ç A O — " N ó s dois somos milhões e milhões de vezes inferiores a Jagãi e sos. Se pessoas irreligiosas votarem n u m a resolução governamental, mesmo que
Mãdhãi. Somos mais degradados, mais caídos e mais pecaminosos do que eles." seja contra os princípios dos sastras, os projetos de lei serão aprovados. O presi-
dente e os líderes de estado tornam-se pecaminosos, concordando com tais ativi-
VERSO 197 dades abomináveis. Sanãtana e Rüpa Gosvãmls declararam-se culpados de tais
atividades; portanto, classificaram-se entre os mlecchas, embora nascidos em família
de brãhmanas.

VERSO 198
mleccha-jâti, mleccha-sezrl, kari mleccha-karma
go-brãhmana-drohi-sahge amara sahgama cm cita çrss-Msrta ^tfaai 1
mleccha-jati— pertencentes à casta de comedores de carne; mleccha-sevl— servos f-fâaa-fãéi-iré fairre e x i l a i 11 11
dos comedores de carne; kari—realizamos; mleccha-karma—o trabalho de comedo-
res de carne; go—vacas; brãhmana—brãhmanas; drohi—os hostis a; sahge—com; mora karma, mora hãte-galaya bãndhiyã
ãmãra -nossa; sahgama—associação. ku-visaya-visfhã-garte àiyãche phelãiyã
mora—nossas; karma—atividades; mora—nossa; hãte— na mão; galãya—no pes-
T R A D U Ç A O — " N a verdade, pertencemos à casta de comedores de carne, pois coço; bãndhiyã— atando; ku-visaya—de abomináveis objetos de gozo dos sentidos;
somos servos de comedores de carne. De fato, nossas atividades são exatamente visthã—do excremento; garte— no fosso; àiyãche phelãiyã— tinham sido atirados.
como as dos comedores de carne. Por sempre nos associarmos com tais pessoas,
somos hostis ãs vacas e aos brãhmanas." TRADUÇAO—Os dois irmãos, Sãkara Mallika e Dabira Khãsa, mui humildemente
confessaram que, devido ãs suas atividades abomináveis, estavam agora atados
SIGNIFICADO—Existem duas classes de comedores de carne — aqueles que nascem pelo pescoço e pelas mãos e tinham sido atirados num fosso repleto de objetos
em família de comedores de carne e aqueles que aprenderam a associar-se com de gozo material dos sentidos, abomináveis e semelhantes a excremento.
comedores de carne. Podemos aprender de Srila Rüpa e Sanãtana Gosvãmls
(anteriormente Dabira Khãsa e Sãkara Mallika) como se adquire o caráter de co- SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura explica ku-visaya garta do
medor de carne simplesmente associando-se com comedores de carne. Atualmen- seguinte modo: "Devido às atividades dos sentidos, sujeitamo-nos a muitos pro-
te, na índia, muitos ditos brãhmanas ocupam cargos governamentais, mas, o estado cessos de gozo dos sentidos e, assim, as leis da natureza material e n r e d a m - n o s . "
mantém matadouros para matar vacas e faz propaganda contra a civilização vé- Este enredamento chama-se visaya. Ao serem realizados por meio de atividades
dica. O primeiro princípio de civilização védica é evitar comer carne e intoxicar-se. piedosas, os processos de gozo dos sentidos são chamados de su-visaya. A pala-
Hoje em dia, na índia, encoraja-se a intoxicação e o consumo de carne, e os ditos vra su significa " b o n s " e visaya, "objetos dos sentidos". Ao realizarem-se em
brãhmanas letrados que presidem este estado de coisas têm certamente se degra- condições pecaminosas, as atividades de gozo dos sentidos são chamadas de
dado segundo os padrões estabelecidos aqui por Srila Rüpa Gosvãmi e Sanãtana ku-visaya, ou m a u gozo dos sentidos. Em ambos os casos, quer ku-visaya, quer
Gosvãmi. Estes ditos brãhmanas sancionam matadouros em nome de um gordo su-visaya, estas atividades são materiais. Sendo assim, são comparadas ao excre-
salário, sem protestarem contra essas atividades abomináveis. Depreciando os mento. Em outras palavras, deve-se evitar semelhantes coisas. É preciso ocupar-se
princípios de civilização védica e apoiando a matança de vacas, degradam-se ime- no transcendental serviço amoroso a Krçna, a Suprema Personalidade de Deus,
diatamente à plataforma de mlecchas e yavanas. Mleccha é todo comedor de carne, Para livrar-se de su-visaya e ku-visaya. As atividades de serviço devocional são livres
e yavana é todo aquele que tenha se desviado da cultura védica. Infelizmente, da contaminação de qualidades materiais. Portanto, a fim de livrar-se das reações
tais mlecchas e yavanas ocupam o poder executivo. Como, então, pode haver paz de su-visaya e ku-visaya, é preciso adotar a consciência de Krçna. Dessa maneira,
e prosperidade no estado? O rei ou o presidente devem ser representantes da salvar-nos-emos da contaminação. A este respeito, Srila Narottama dãsa Thãkura
Suprema Personalidade de Deus. Ao aceitar o governo de Bhãrata-varsa (outrora canta:
92 Sri Cãitanya-caritimrU Madhya-lilã, 1 Verso 201 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 93

karma-kãnda, jnãna-kdnda, kevala visem bhãnda VERSO 199


amrta baliyã yeba khãya
nãnã yoni sadã phire, kadarya bhaksana kare *fW1 friríros a«ft irfc ftfçaw i
tara janma adhah-pãte yãya *tr%s*ttisi f j w - ^ K H c r w i fãr.» II II

Tanto su-visaya quanto ku-visaya enquadram-se na categoria de karma-kãnda. Há ãmã uddhãrite bali nãhi tri-bhuvane
outra kAnda (plataforma de atividades) chamada jhãna-kãnda, ou seja, especulação patita-pãvana tumi—sabe tomã vine
filosófica sobre os efeitos de ku-visaya e su-visaya com a intenção de descobrir o ãmã—a nós; uddhãrite—paia libertar; bali— poderoso; nãhi—não há; tri-bhuvane—
método de libertar-se do enredamento material. Na plataforma de jhãna-kanda, dentro dos três m u n d o s ; patita-pãvana—salvador dos caídos; tumi—Vós; sabe—
pode-se abandonar os objetos de ku-visaya e su-visaya. Porém, esta não é a perfei- somente; tomã— Vós; vine—exceto.
ção da vida. A perfeição é transcendental tanto à jhãna-kãnda quanto à karma-kãnda;
a perfeição está na plataforma de serviço devocional. Caso não adotemos o serviço T R A D U Ç A O — " N i n g u é m , dentro dos três mundos, é suficientemente poderoso
devocional em consciência de Krsna, seremos obrigados a permanecer neste para libertar-nos. Sois o único salvador das almas caídas; portanto, não conta-
m u n d o material e a suportar a repetição de nascimentos e mortes, devido aos mos com ninguém exceto V ó s . "
efeitos de jhãna-kãnda e karma-kãnda. Portanto, Narottama dãsa Thãkura diz:
VERSO 200
nãnã yoni sadã phire, kadarya bhaksana kare
tara janma adhah-pãte yãya
"Viaja-se por todas as diversas espécies de vida, comendo toda a espécie de
4
*f%5» *i,ir> jrft ^ çn j ^ 9 f II
n II
neiras. Dessa maneira, desperdiça-se a existência." O h o m e m na existência
material, apegado a ku-visaya ou a su-visaya, está na mesma posição que um verme ãmã uddhãriyã yadi dekhão nija-bala
no excremento. Afinal de contas, quer esteja molhado, quer seco, o excremento 'patita-pãvana' nãma tabe se saphala
é excremento. Analogamente, as atividades materiais podem ser piedosas ou ãmã—a nós; uddhãriyã— salvando; yadi—se; dekhão—Vós mostrardes; nija-bala—
ímpias, porém, por serem todas materiais, elas se comparam ao excremento. Os Vossa própria força; patita-pãvana—salvador dos caídos; nãma—este nome; tabe—
vermes não p o d e m sair do excremento por seu próprio esforço; analogamente, então; se—isto; sa-phala—exitoso.
aqueles que estão excessivamente apegados à existência material não podem sair
do materialismo e de repente tornarem-se conscientes de Krsna. O apego existe T R A D U Ç A O — " S e simplesmente nos salvardes mediante Vossa força transcenden-
neles. Como explica Prahlãda Mahãrãja no èrímad-Bhãgavatam (7.5.30): tal, então, com certeza, conhecer-se-á Vosso nome como o salvador das almas
caídas."
VERSO 201
matir na kr$ne paratah svato vã
mitho 'bhipadyeta grha-vratãnãm
adãnta-gobhir viéatãm tamisram
afè ^zâi, w , wírfra i
<üi5
punah punaê carvita-carvanãnãm cil-f*rç «rata *tt<n WMFS *1 «3 11 n

satya eka bata kahoh, éuna, dayã-maya


mo-vinu dayãra pãtra jagate nã haya
"Aqueles que se decidiram a permanecer neste m u n d o material e a entregar-se satya—veraz; eka—uma; bata—palavra; kahoh—dizemos; éuna—por favor, ouvi;
ao gozo dos sentidos não p o d e m tornar-se conscientes de Krçna. Devido a seu dayã-maya—6 Senhor todo-misericordioso; mo-vinu—exceto nós; dayãra—de mi-
apego a atividades materiais, não podem alcançar a liberação, nem por instrução
sericórdia; pãtra—objetos; jagate—no m u n d o ; nã— não; haya—há.
de pessoas superiores, nem por seu próprio esforço, nem por resoluções toma-
das em grandes conferências. Como seus sentidos são descontrolados, gradual-
TRADUÇÃO—' 'Deixai-nos dizer-Vos algo que é a pura verdade. Simplesmente
mente tombam nas regiões mais escuras da existência material para repetir
""vi-nos, ó misericordioso. Não há outro objeto de misericórdia dentro dos três
mesmo processo de nascimento e morte em espécies de vida desejáveis ou inde-
«undos além de n ó s . "
sejáveis."
94 Sri Caitanya-caríUmrU Madhya-Iili, erso206 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 95

VERSO 202 ãpane ayogya dekhi' mane pãh ksobha


tathãpi tomara gune upajaya lobha
c i t e i m i f à ' w s mv\ i m i gpane—nós; ayogya—mais ineptos; dekhi'—vendo; mane—dentro da mente; pãh—
obtemos; ksobha—lamentação; tathãpi—todavia; tomara—Vossas; gune—em quali-
a n t a c«rç* c s t i t s w i H i II w II dades transcendentais; upajaya—há; lobha—atração.
more dayã kari' karu sva-dayd saphala
akhila brahmãnda dekhuka tomara dayã-bala
more—a nós; dayã— misericórdia; kari'—mostrando; kara—fazei; sva-doyã— Vossa T R A D U Ç A O — " E s t a m o s muito deprimidos por sermos candidatos ineptos para ter
própria misericórdia; sa-phala—exitosa; akhila—por todo; brahmãnda—o universo; a Vossa misericórdia. Todavia, desde q u e ouvimos falar de Vossas qualidades
dekhuka—que seja visto; tomara—Vosso; dayã-bala—poder de misericórdia. transcendentais, ficamos bastante atraídos por V ó s . "

T R A D U Ç A O — " S o m o s os mais caídos; portanto, ao mostrar-nos Vossa misericór- VERSO 205


dia, esta será coroada de êxito. Que o poder de Vossa misericórdia se manifeste
por todo o universo!" i t n c i e s ê f i ifir.<s vwí isçi i
çv5r,ç ( « I i t * i c i f a fcfcc* « r o * II *°<r II
VERSO 203
vãmana yaiche conda dharite cãhe kare
? f1\ i n r á t n cr, «ft ftaríiiit^-sTS^: i taiche ei vãnchã mora ufhaye antare
vãmana—um anão; yaiche—como; cãhda—a lua; dharite—capturar; cãhe—quer;
i f t Cl * f f t f P I ^Tl, TW^Híl IN Ç*f«: K»*í
kare—faz; taiche— analogamente; ei—este; vãnchã— desejo; moro—nosso; ufhaye—
na mrsd paramãrtham eva me, desperta; antare—dentro da mente.
érnu vijhãpanam ekam agratah
yadi me na dayisyase tadã, T R A D U Ç A O — " N a verdade, somos como um anão que quer capturar a lua. Ape-
dayantyas tava nãtha duriabhah sar de sermos inteiramente incapazes, dentro de nossas mentes está despertando
na—não; mrsã— mentira; parama-artham—repleta de significado; eva—decerto; um desejo de receber Vossa misericórdia."
me--minha; érnu—por favor, ouvi; vijhãpanam—submissão; efaim—um; agratah—
primeiro; yadi—se; me—a mim; na dayisyase— não mostiardes misericórdia; tadã—
então; dayanlyah—candidato para misericórdia; tava—Vossa; nãtha—6 Senhor; VERSO 206
duriabhah—difícil de encontrar.
51ít1lT?6lfM1i:
TRADUÇAO—" 'Deixai-nos apresentar-Vos uma pequena informação, querido *T1Tlf*:ciiiriTi«tTifl: i
Senhor. Não é em absoluto falsa, senão q u e repleta de significado. É a seguinte:
Se não tiverdes misericórdia de nós, então será dificílimo encontrar candidatos
mais adequados para Vossa misericórdia.' "

S I G N I F I C A D O — E s t e verso é do Stotra-ratna (47) de Sri Yàmunãcãrya. bhavantam evãnucaran nirantarah


praéãnta-nihéesa-mano-rathãntarah
kadãham aikãntika-nitya-kihkarah
VERSO 204 praharsayisyámi sanãtha-jlvitam
hawníam—a Vós; eva—decerto; anucaran—servindo; nirantarah—sempre;
PnáSnfa—apaziguados; nihéesa—todos; manah-ratha—desejos; antarah—outro;
«Tttr.1 «JT.1WJ cwfV 1CT *tt« C * ^ I u
~°» ando; aham—eu; aikãntika—exclusivo; nitya—eterno; kihkarah—servo;
Slff*t ^ * t ^ 1 C 1 f 5 II V8 n rsayisyami—regozijar-me-ei; sa-nãtha—com um amo digno; jtvitam—vivendo.
96 Sri Cãilanya-caritimrta Madhya-Iili, \ Verso 210 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 97

TRADUÇÃO—" 'Por servir-Vos constantemente, livramo-nos d e todos os desejos S I G N I F I C A D O — N a realidade, esta é a iniciação d e Dabira Khãsa e Sãkara Mallika
materiais e apaziguamo-nos completamente. Q u a n d o me ocuparei como Vosso por Sri Caitanya Mahãprabhu. Eles aproximaram-se do Senhor com toda a h u -
servo eterno e permanente e sempre me regozijarei de ter um amo tão digno?' " mildade, e o Senhor aceitou-os como velhos servos, como servos eternos, e mudou
seus nomes. Deve-se entender daí q u e é essencial que o discípulo m u d e o seu
SIGNIFICADO—Em Seus ensinamentos a Sanãtana Gosvãmi, Sri Caitanya nome após a iniciação.
Mahãprabhu declara que toda entidade viva é serva eterna da Suprema Persona-
lidade de Deus. Esta é a posição constitucional de todas as entidades vivas. Assim áahkha<akrãdy-ürdhva-pundra-
como um cão ou servo fica muito satisfeito em conseguir um amo competente dhãranãdy-ãtma-laksanam
e perfeito, ou como u m a criança se satisfaz plenamente em possuir um pai tan nãma-karanam ativa
competente, da mesma forma, a entidade viva satisfaz-se ao ocupar-se plenamente vaisnavatvam ihocyate
a serviço do Senhor Supremo. Desse modo, ela sabe que tem um amo competen-
te para salvá-la de toda a classe de perigos. A m e n o s que a entidade viva venha "Após a iniciação, deve-se m u d a r o n o m e do discípulo para indicar que ele é
à proteção garantida do Senhor Supremo, ela vive cheia de ansiedade. Esta vida um servo do Senhor Visnu. O discípulo deve também começar imediatamente
de ansiedade chama-se existência material. Para satisfazer-se plenamente ej a marcar seu corpo com tilaka (ürdhva-pundra), especialmente sua testa. Estas
despojar-se de ansiedades, é preciso chegar à posição de eternamente prestar ser- marcas espirituais são sintomas de um Vaisnava perfeito." Este verso é do Padma
viço ao Senhor Supremo. Este verso é também do Stotra-ratna (43) de Sil Purãna, Uttara-khanda. Um membro da sahajiyã-sampradãya não m u d a seu nome;
Yãmunãcãrya. portanto, não se p o d e aceitá-lo como um GauçÜya Vaiçnava. Caso u m a pessoa
não mude o seu n o m e após a iniciação, subentende-se que ela continuará sob
VERSO 207 seu conceito corpóreo de vida.

4
^ sfè «fé—cm *tfF5i n v » ii VERSO 209
éuni' mahãprabhu kahe,—éuna, dabira-khãsa
tumi dui bhãi—mora purãtana dãsa
c w f í ftrtV Gttm *iúK9f m m i
éuni'—ouvindo isto; mfl/itf-praWiu--Senhor Caitanya Mahãprabhu; kahe—diz; »nftaT*i m í i estm I J I Ç f a II V ! » II
éuna—por favor, ouve; dabira khãsa—Dabira Khãsa; tumi—vós; dui bhãi—dois
irmãos; mora—Meus; purãtana—velhos; dása—servos. dainya-patrX likhi' more pãfhãle bãra bãra
sei patrí-dvãrã jãni tomara vyavahãra
dainya-patrí—cartas humildes; likhi'—escrevendo; more—a Mim; pãthãle—
T R A D U Ç Ã O — A p ó s ouvir a oração de Dabira Khãsa e Sãkara Mallika, Sri Caitanya
enviastes; bãra bãra—repetidamente; sri—aquelas; patrí-dvãrã—pelas cartas; jãni—
M a h ã p r a b h u disse: " M e u q u e r i d o Dabira Khãsa, tu e teu irmão sois Meus
posso entender; tomara—vosso; vyavahãra—comportamento.
velhos servos."
VERSO 208
T R A D U Ç Ã O — " T e n d e s escrito várias cartas mostrando vossa h u m i l d a d e . Posso
«rífèr tere f i t f i m *i*r" ' I Ü Í S I ' I entender vosso comportamento por tais c a r t a s . "
cw» wrs, çstsrft frfra wtô cm *w 11 «
VERSO 210
á/i haife dunhãra nãma 'rüpa' 'sanãtana'
dainya chãda, tomara dainye phãte mora mana
ãji haite—deste dia em diante; dunhãra—de vós dois; nãma—estes nomes; rüpa—
os\m wm «rfíi mfü •tifpitw i
Sri Rüpa; sanãtana—Sri Sanãtana; dainya chãda—abandonai vossa humildade; ffstrt faffère GRT^ t t f c t ^ estrita 11 «
tomara—vossa; dainye—humildade; phãte—parte; mora—Meu; mana—coração.
tomara hrdaya ãmi jãni patrí-dvãre
. tomã éikhãite éloka pãthãila tomãre
T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Sãkara Mallika, deste dia em diante vossos nomes B
' ~ v o s s o s ; hrdaya—corações; ãmi—Eu; jãni—entendo; patrí-dvãre—por tais
serão Srila Rüpa e Srila Sanãtana. Agora, por favor, abandonai vossa humilda- C a r t
t o m ã a

de, pois Meu coração está se partindo por ver-vos tão h u m i l d e s . " tomar' ~ vós; éikhãite—para instruir; éloka—um verso; pãthãila—enviei;
<wre—a vós.
98 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 216 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 99

T R A D U Ç Ã O — " P o r vossas cartas, pude entender vossos corações. Portanto, a I T R A D U Ç Ã O — " T o d o s perguntam por que vim a esta aldeia de Rãmakeli.
de ensinar-vos, enviei-vos um verso, cujo teor é o seguinte." Ninguém conhece M i n h a s i n t e n ç õ e s . "

VERSO 211 VERSO 214

i w i f t i n i r ô wttfr 'W** 1
«ti cm, sfè «ti «rfè*rt cita t\m i
iioratitrrsTi^iiaitti*« 1 1
íca ati, «a fà^ n i>ra* «rei«*>8 ii
para-vyasanini nãrí bhãla haila, dui bhãi ãilã mora sthãne
vyagrãpi gfha-karmasu ghare yãha, bhaya kichu nã kariha mane
tad evãsvãdayaty antar bhãla haila—foi muito bom; dui bhãi—vós, os dois irmãos; ãilã— viestes; mora—
nava-sahga-rasãyanam Meu; sthãne—ao local; ghare—casa; yãha—ide; bhaya—temor; kichu—nenhum; nã—
para-vyasanini—apegada a outro homem; nãrí— uma mulher; irj/agra" api—emf não; kariha—tenhais; mane—dentro da mente.
zelosa; gfha-karmasu—em afazeres domésticos; fat eiw—isto apenas; atvâdayati-l
saboreia; antah—dentro de si mesma; nava-sahga—da. nova associaçig T R A D U Ç Ã O — " É muito b o m que vós dois tenhais vindo ver-Me. Agora podeis
rasa-ayanam—doçura. ir para casa. Não temais n a d a . "

TRADUÇAO—" 'Se uma mulher se apegar a outro homem e não a seu esposo, i VERSO 215
parecerá muito zelosa em levar a cabo seus afazeres domésticos, mas, dentro i
seu coração, sempre estará saboreando as emoções do contato com seu amante. scw sreu <$fi ai -tas»a •wnra i
VERSO 212
wfèanrs ?u cWtl a^fàca §*ta II *i<t II
janme janme tumi dui—kihkara ãmãra
mfaus i t f e erra « i c a t » « i
cifts-fslisfe acirãte krsna tomãya karibe uddhãra
r/sw-sVl G*fkç$ c i t a l i i - « u m n * H II janme janme—nascimento após nascimento; tumi—vós; dui—dois; kihkara—servos;
gauda-nikata ãsite nãhi mora prayojana ãmãra—Meus; acirãte—muito em breve; krsna—Senhor Krsna; tomãya—de vós dois;
tomã-duhhã dekhite mora ihãn ãgamana karibe—fará; uddhãra—libertação.
gauda-nikata—à Bengala; ãsite—para vir; nãhi—não havia nenhuma; mora—Mir
prayojana—necessidade; toma—vós; duhhã— dois; dekhite—para ver; mora—M""
ihãh—aqui; ãgamana—vinda. T R A D U Ç Ã O — " T e n d e s sido Meus servos eternos nascimento após nascimento.
Estou certo de que Krsna vos libertará muito em breve."
T R A D U Ç Ã O — " E u realmente não tinha necessidade alguma de vir à Bengala, i
vim só para ver-vos, os dois irmãos."
VERSO 216
VERSO 213
5 jfs afa afçra faca ufa $1 i
<ül c i t a i c i a asil c a * i t f > «rtci i
g l <stl «ng-»iw fiíj fsrap irei n II
í c a açei, c ^ c i «if^erl atic^fèi-dtfci n *.ys II
ei mora manera kathã keha nãhi jãne eta íw/i dunhãra éire dharila dui hãte
sabe bale, kene ãilã rãma-keli-grãme dui bhãi prabhu-pada nila nija mãthe
a d i z e n d o i s t o
ri—esta; mora—Minha; manera—da mente; kathã—intenção; keha—ninguij dui— ^ ' ' ~ ' dunhãra sire—sobre as cabeças dos dois; dharila—colocou;
nãhi— não; jãne—conhece; sabe—todos; bale— dizem; kene— por que; ãilã— vie o ~~ d u a s
; háíe—mãos; dui bhãi—os dois irmãos; prabhu-pada—os pés de lótus do
rãma-keli-grãme—a esta aldeia chamada Rámakeli. nhor; nila—puseram; nija mãthe—sobre suas cabeças.
100 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya lilã, l Verso 220 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 101

T R A D U Ç Ã O — E n t ã o o Senhor colocou Suas duas mãos sobre as cabeças dos dois, com certeza não é um Vaiçnava, mas sim um homem comum e m u n d a n o . Pessoas
ao passo que eles imediatamente puseram os pés de lótus do Senhor sobre mundanas manifestam inveja e ciúmes, e não os Vaiçnavas. Por que deveria um
suas cabeças. Vaiçpava invejar outro Vaiçnava que é exitoso em propagar o santo nome do
Senhor? O verdadeiro Vaiçnava fica muito satisfeito em aceitar outro Vaiçnava
VERSO 217 que esteja outorgando a misericórdia do Senhor. N ã o se deve respeitar, mas sim
rejeitar, u m a pessoa m u n d a n a disfarçada de Vaiçnava. Isto é prescrito nos éãstras
(upeksã). A palavra upeksã significa menosprezo. Deve-se rejeitar u m a pessoa
i c i ?*ti ^ f à ' si «rei II II invejosa. O dever do pregador é amar a Suprema Personalidade de Deus, fazer
dotihã ãlihgiyã prabhu balila bhakta-gane amizade com Vaiçnavas, mostrar misericórdia para com os inocentes e rejeitar
ou menosprezar aqueles que são invejosos ou ciumentos. Existem muitas pessoas
sabe krpã kari' uddhãraha dui jane
invejosas disfarçadas de Vaiçnavas neste movimento para a consciência de Krçna,
dohhã— ambos; ãlihgiyã— abraçando; prabhu—o Senhor; balila—disse; bha
e deve-se rejeitá-las completamente. N ã o há necessidade de servir a u m a pessoa
gane—aos devotos; sabe—todos vós; krpã— misericórdia; kari'—mostrand
invejosa disfarçada de Vaiçnava. Ao dizer chãdiyã vaisnava sevã nistãra peche kebã,
uddhãraha—libertai; dui—as duas; jane—pessoas. Narottama dãsa Thãkura está indicando um Vaiçpava de verdade, e não u m a
pessoa invejosa ou ciumenta vestida de Vaiçnava.
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s disso, o Senhor abraçou a m b o s e pediu a todos os devotos
presentes que fossem misericordiosos com eles e os libertassem.
VERSO 219
VERSO 218
tsrartuf, s f i l t i , S i i t i , I H m i
I j Ç * , «wtwfwf, sjatfã, ícaiMa II *>a> II
'çfi' 'm' IOT í c a « í N ^ P ^ i C T II »
nityãnanda, haridãsa, srivãsa, gadãdhara
dui ;'ane prabhura krpã dekhi' bhakta-gane mukunda, jagadananda, murãri, vakresvara
'hari' 'hari' bale sabe ãnandita-mane nityãnanda—Senhor Nityãnanda; hari-dãsa—Haridãsa Thãkura; érivãsa—Srivãsa
dui jane—para com as duas pessoas; prabhura—do Senhor; krpã—a misericórdia; Thãkura; gadãdhara—Gadãdhara Pandita; mukunda—Mukunda; jagadananda—
dekhi'—vendo; bhakta-gane—todos os devotos; hari hari—o santo n o m e do Senhor; Jagadananda; murãri—Murãri; vakresvara—Vakreávara.
bale—cantam; sobe—todos; ãnandita—alegres; mane—na mente.
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os associados Vaiçnavas do Senhor estavam presentes, in-
T R A D U Ç Ã O — A o verem a misericórdia do Senhor para com os dois irmãos, tod cluindo Nityãnanda, Haridãsa Thãkura, Srivãsa Thãkura, Gadãdhara Pandita,
os devotos ficaram muito contentes e puseram-se a cantar o santo nome d Mukunda, Jagadananda, Murãri e Vakresvara.
Senhor: " H a r i ! H a r i ! "

S I G N I F I C A D O — S r i l a Narottama dãsa Thãkura diz que chãdiyã vaisnava sevã nistãra. VERSO 220
peche kebã: a menos q u e alguém sirva a um Vaiçnava, não pode libertar-se. O
mestre espiritual inicia o discípulo para libertá-lo. Se o discípulo cumpre a ordem n t a 5tn:«i m, te? ai « t i i
do mestre espiritual e não ofende outros Vaiçnavas, seu caminho está aberto.
1 C 1 1 O T » — 1 9 ^ f l , f r l c i T c*mtfd# II Mt» II
Conseqüentemente, Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a todos os Vaiçnavas pre-
sentes que mostrassem misericórdia aos dois irmãos, Rüpa e Sanãtana, por Ele sabãra carane dhari, pode dui bhãi
recém-iniciados. Ao ver que outro Vaiçnava está recebendo a misericórdia do sabe bale, —dhanyã tumi, pãile gosãni
Senhor, o Vaiçnava fica muito feliz. Os Vaiçnavas não são invejosos. Se, por Sua sabãra—de todos eles; carane—os pés de lótus; dhari—tocando; pode—caem; dui
misericórdia, o Senhor dota um Vaiçnava de poder para distribuir o santo nome hãi—o dois irmãos; sabe bale— todos os Vaiçpavas dizem; dhanyã tumi—sois muito
S

dEle em todo o m u n d o , os outros Vaiçnavas ficam muito jubilosos — isto é, caso atortunados; pãile gosãni—obtívestes o abrigo dos pés de lótus do Senhor Caitanya
sejam Vaiçnavas de verdade. Aquele que t e m inveja do sucesso de um Vaiçnava. Mahãprabhu.
102 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 224 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 103

T R A D U Ç A O — D e acordo com as instruções de Sri Caitanya Mahãprabhu, os dois ihãn haite cala, prabhu, ihãh nãhi kãya
irmãos, Rüpa e Sanãtana, tocaram imediatamente os pés de lótus daqueles yadyapi tomãre bhakti kare gauaa-rãja
Vaisnavas, que ficaram todos muito felizes e congratularam-se com os dois ihãh haite—deste local; cala—por favor, parti; prabhu—querido Senhor; ihãh—
irmãos por terem estes recebido a misericórdia do Senhor. neste local; nãhi kãya—não há outra ocupação; yadyapi—embora; tomãre—a Vós;
bhakti—respeito; kare— mostre; gauda-rãja—o rei da Bengala.
S I G N I F I C A D O — E s t e comportamento demonstra os verdadeiros Vaisnavas.
verem que Rüpa e Sanãtana tiveram a fortuna de receber a misericórdia do Senh TRADUÇÃO—Eles disseram: " Q u e r i d o Senhor, embora o rei da Bengala, Nawab
todos eles ficaram tão satisfeitos que se congratularam com os dois irmãos. U H use na Sãhã, seja muito respeitoso para convosco, nada mais tendes a fazer aqui.
pessoa invejosa vestida de Vaisnava não fica absolutamente feliz com o êxito de Por favor, parti deste l o c a l . "
outro Vaisnava ao vê-lo receber a misericórdia do Senhor. Infelizmente, nesta
era de Kali, existem muitos mundanos vestidos de Vaiçnavas, e Srila Bhaktivinoda VERSO 223
Thãkura descreve-os como discípulos de Kali. Ele diz: kali-celâ. Indica que exis*
outro Vaiçnava, um pseudo-Vaiçnava com tilaka em seu nariz e contas de ku 3 l f f * f 1*1 m t % , «115f> « r f t f ò I
em volta do pescoço. Esse pseudo-Vaiçnava associa-se com dinheiro e mulheres
e tem inveja de Vaiçnavas exitosos. Embora se faça passar por Vaiçnava, sua uni
«iWitati <£fs «cç ftfs 11 II

ocupação é ganhar dinheiro disfarçado de Vaiçnava. Portanto, Bhaktivino tathãpi yavana jãti, nã kari pratiti
Thãkura diz que esse pseudo-Vaiçnava não é um Vaiçnava em absoluto, mas sim tirtha-yãtrãya eta sahghatta bhãla nahe riti
um discípulo de Kali-yuga. Um discípulo de Kali não pode tornar-se um ãcãr tathãpi—ainda assim; yavana jãti—um maometano por casta; nã— hão; kari—faz;
pela decisão de algum supremo tribunal. Votos m u n d a n o s não têm poder p pratiti—confiança; tirtha-yãtrãya—em ir para uma peregrinação; eta—tão grande;
eleger um acãrya Vaisnava. O acãrya Vaiçnava é auto-refulgente, e não necessi sahghatta—multidão; bhãla—bom; nahe— não; riti—etiqueta.
de n e n h u m julgamento de tribunal. Um ücãrya falso pode, por decisão do supr
mo tribunal, tentar ignorar um Vaiçnava, mas Bhaktivinoda Thãkura diz que t T R A D U Ç Ã O — " E m b o r a o rei seja respeitoso para convosco, ainda assim, ele per-
acãrya falso não é nada senão um discípulo de Kali-yuga. tence à classe dos yavanas e não se deve confiar nele. Achamos que não há
necessidade de q u e tão grande m u l t i d ã o Vos acompanhe em Vossa peregrina-
VERSO 221 ção para V r n d ã v a n a . "

5Rl-*H«t «Tf»l I f f t ' Çílíl-Tsia I


VERSO 224

sabã-pãéa ãjhã mãgi' calana-samaya 1 t ? 1 5 * 65«1 i á | | Q9fpf eWÇíPtií» I


prabhu-pade kahe kichu kariyã vinaya i / i n i - i t a H 4 i « *ffi*n$i H II
subi—todos eles; pãsa—áe; ãjhã— ordem; mãgi'—recebendo; calana-samaya—",
hora da partida; prabhu-pade—aos pés de lótus do Senhor; kahe— dizem; kichu yãra sahge cale ei loka laksa-kofi
algo; kariyã— fazendo; vinaya—submissão. vrndãvana-yãtrãra e nahe paripãti
yãra—de quem; sahge—na companhia; cale— seguem; ei—estas; loka—pessoas;
T R A D U Ç A O — A p ó s pedir permissão a todos os Vaisnavas presentes, os do taksa-koti—centenas de milhares; vrndãvana-yãtrãra—de ir para Vrndãvana; e—este;
irmãos, na hora de sua partida, humildemente imploraram algo aos pés de 1 «ane-não; paripãti— método.
do Senhor.
^ A D U Ç A O - " Q u e r i d o Senhor, estais indo para Vrndãvana com centenas de
a r e s de
VERSO 222 , Pessoas seguindo-Vos. Essa não é a maneira adequada para fazer
Peregrinação."
Itl Çfl, \%\ I t f t ^ t l I
SIGNIFICADO—Às vezes, para propósitos comerciais, grandes multidões de
ens são atraídas a diferentes locais de peregrinação, onde se coleta dinheiro
104 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-Iili, I Verso 229 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 105

deles. Este é um negócio muito lucrativo, mas Rüpa e Sanãtana Gosvãmls, ex- práfe cali' ãilã prabhu 'kãnãira nãtaéãlã'
pressando a opinião deles na presença do Senhor Caitanya Mahãprabhu, desa- dekhila sakala tãhãn kr$w<aritra-lüã
provaram tais peregrinações apinhadas de gente. Na realidade, ao visitar prãte—de manhã; cali'—partindo; ãilã— veio; prabhu—o Senhor; kãnãira nãtaáãlã—
Vrndãvana, o Senhor Caitanya visitou-a sozinho e só aceitou um servo a pedido ao lugar chamado Kãnãi Nãtaáãlã; dekhila—viu; sakala—todos; tãhãh—lá; krsna-
de Seus devotos. Ele jamais visitou Vrndãvana com u m a multidão de gente com caritra-lua—os passatempos de Krsna.
propósitos comerciais.
T R A D U Ç Ã O — D e manhã, o Senhor partiu r u m o a um lugar conhecido como Kãnãi
VERSO 225 Nãtaáãlã. Estando lá, Ele viu muitos passatempos do Senhor Krsna.

5
a w f i 1 P I S « f ^ a fà ^ "tf* «a i SIGNIFICADO—Naqueles dias, na Bengala, havia muitos locais conhecidos como
Kãnãi Nãtaáãlã, onde se guardavam gravuras dos passatempos do Senhor Krsna.
s«ttf*t c^tfàías^fil, c*rta5-cçèt»ra«^«n As pessoas costumavam ir lá vê-los. Isto chama-se kr$na-caritra-lllã. Na Bengala,
yadyapi vastutah prabhura kichu nãhi bhaya ainda existem muitos locais chamados hari-sabhã, expressão indicativa de um lugar
tathãpi laukikalilâ, loka-cestã-maya onde o povo local se r e ú n e para cantar o mahâ-mantra Hare Krsna e discutir os
yadyapi—embora; vastutah—de fato; prabhura—ào Senhor; kichu—qualquer; passatempos do Senhor Krsna. A palavra kãnãi significa " d o Senhor Krsna", e
nãtaáãlã indica um lugar o n d e se demonstram passatempos. Assim, aqueles locais
nãhi—não haja; bhaya—temor; tathãpi—ainda assim; laukika-illã— passatempos
que hoje em dia se c h a m a m hari-sabhã talvez fossem conhecidos, outrora como
gerais; loka-cestã-maya—consistindo em comportamento popular.
Kãnãi Nãtaáãlã.
T R A D U Ç Ã O — E m b o r a Sri Caitanya M a h ã p r a b h u fosse o próprio Sri Krsna, o VERSO 228
Senhor Supremo, e, portanto, não estivesse em absoluto temeroso, ainda assim,
agiu como um ser h u m a n o para ensinar a neófitos como devem agir. c*r! ateu « f ^ sttl fçr^s i c i T I I
VERSO 226
I C * m § « l ^ ic5, "cm * w s i I I II
sei rãtre prabhu tãhãn cinte mane mana
4<s a f % ' $a«i a f n » ' c^*ri s f è s i 1 sahge sahghatta bhãla nahe, kaila sanãtana
sei rãtre—naquela noite; prabhu—o Senhor; tãhãh—lá; cinte—pondera; mane—
a t ç a c i ! c a t i C3C<3 5fèn?5 cm src II II dentro de Sua mente; mana—a mente; sahge—com Ele; sahghatta—multidão de
eta bali' carana vandi' gelã dui-jana gente; bhãla nahe—não é bom; kaila sanãtana—assim falou Sanãtana.
prabhura sei grama haite calite haila mana
eta bali'—dizendo isto; carana vandi'—oferecendo orações aos pés de lótus d T R A D U Ç Ã O — N a q u e l a noite, o Senhor p o n d e r o u sobre a sugestão de Sanãtana
Senhor Caitanya; gelã—voltaram; dui-jana—os dois irmãos; prabhura—de Sri Gosvãmi, de que Ele não deveria ir a Vrndãvana acompanhado por tantas
Caitanya Mahãprabhu; sei—aquela; grama—aldeia; haite—de; calite—para ir; haila— pessoas.
houve; mana—a mente.
VERSO 229
T R A D U Ç Ã O — T e n d o falado assim, os dois irmãos ofereceram orações aos pés de
lótus do Senhor e retornaram a suas casas. Então, o Senhor Caitanya Mahãprabhu »rç£ai a t l a ^ i f à c^ta* i c * i
resolveu deixar aquela aldeia. f à * g =ga D « t r l a , s c a a a « c * n * A S > II

VERSO 227 mathurã yãiba ãmi eta loka sahge


kichu sukha nã pâiba, habe rasa-bhahge
k^matfzurd—o lugar sagrado chamado Mathurã; yãiba—irei; ãmi—Eu; eta—tantas;
f > S 0 a S ; s a n e c o m
obt~ ^ ^ ^ ~ ' kichu—qualquer; sukha—felicidade; mi—não; pãiba—
orfm *tm ^ttl n
r e i ;

?i»6fà3í-#9rl II ^ ""te—haverá; rasa-bhahge—uma perturbação no ambiente.


106 Sri CãiUnya-caritàmrt» Madhya-lilã, Verso 235 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 107

TRADUÇÃO—O Senhor pensou: " S e Eu fosse a Mathurã com tal multidão atrás TRADUÇÃO—Sempre caminhando, ári Caitanya Mahãprabhu chegou a Santipura,
de Mim, não seria uma situação muito feliz, pois o ambiente ficaria perturbado/' onde permaneceu na casa de Advaita Acãrya de cinco a sete dias.

SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu confirma que visitar u m lugar sagrado VERSO 233
como Vrndãvana com tanta gente não passa de mera perturbação. Ele não
encontraria a felicidade que desejava visitando, daquela maneira, tais lugares «fftcfft «itfi' 3 t c i hm i » w t i i
sagrados. 1
1 t 3 f í f l 3 * t 1 olfèp f%"«Fl-1T1Çf1 II V ® ® H
VERSO 230 éaci-devi ãni' tãnre kaila namaskãra
sãta dina tãnra fhãhi bhiksã-vyavahãra
41?f#t i r i a , f o f l 1 C 1 4 & » 1 I éaci-devi—mãe Sacidevi; ãni'—chamando-a; tãnre—ao Senhor Caitanya
s e i ci c t t e c i i^rficici ln 11 v®° 11 Mahãprabhu; kaila—fez; namaskãra—reverências; sota dina—sete dias; tãnra (hãni—
ekãki yãiba, kimvã sarige eka jana de Sacidevi; bhiksã-vyavahãra—aceitando refeições.
tabe se éobhaye vrndãvanere gamana
ekakr— sozinho; yãiba—irei; kimvã—ou; sarige—com; eka—uma; jana—pes TRADUÇÃO—Aproveitando-Se desta o p o r t u n i d a d e , á r i Advaita Acãrya Prabhu
tabe—somente então; se—isto; éobhaye— torna-se belo; vrndãvanere—a Vrndãvana;' mandou chamar mãe Sacidevi, a qual permaneceu em Sua casa durante sete dias
gamana—indo. a fim de preparar as refeições para Sri Caitanya M a h ã p r a b h u .

TRADUÇÃO—O Senhor concluiu q u e iria sozinho para Vrndãvana ou, no máximo, VERSO 234
levaria apenas uma pessoa como Seu acompanhante. Dessa maneira, seria mu
agradável ir a Vrndãvana.
VERSO 231 f i n isfàii f à i t i fw»i « ^ i c « i II v®8 II
43 fèf% t2jt$si5tc*i u r s t i i s f à ' i tãnra ãjhã lanã punah karilã gamane
'ifar&c*! i t i ' afa' sfcwi c t o n f t a II vinaya kariyã vidãya dila bhakta-gane
eta cinti prãtah-kãle gahgã-snãna kari' tãnra ãjhã lanã— p e d i n d o permissão a mãe Sacidevi; punah—outra vez; karilã—
'nilãcale yãba' bali' calilã gaurahari fez; gamane— partindo; vinaya kariyã— proferindo palavras agradáveis; vidãya—
eta cinti—pensando assim; prãtah-kãle—de manhã; gahgã-snãna—banho no adeus; dila—deu; bhakta-gane—a todos os devotos.
Ganges; kari'—tomando; nilãcale yãba—irei para Nilãcala (Jagannãtha Puri); bali'
dizendo; calilã—partiu; gaurahari—Sri Caitanya Mahãprabhu. T R A D U Ç Ã O — P e d i n d o permissão a Sua mãe, o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u
partiu para Jagannãtha Puri. Q u a n d o os devotos quiseram segui-lO, Ele pediu-
T R A D U Ç Ã O — P e n s a n d o assim, o Senhor tomou Seu b a n h o matinal no Gan lhes humildemente que ficassem e despediu-Se de todos.
e partiu para Nilãcala, dizendo " H e i de ir l á . "
VERSO 235
VERSO 232
4* 1 3 çfer çft? «rfèeil 1 i f e * t ç « i »n a! ici itfi iti ftatron i

fwi * t t 5 - i t 3 a f ? H «ttstcia í c a II ^ II
« m t c i fitem « i t f i ' siitarl-i5tc5! II v®* n
ei mata cali' cali' ãilã éãntipure jana dui sahge ãmi yãba nilãcale
dina pãhca-sãta rahilã ãcãryera ghare ãmãre milibã ãsi' ratha-yãtrã-kãle
ei mata—dessa maneira; cali' cali'—caminhando; ãilã— chegou; éãntipure—Ú jana—pessoas; dui—duas; sarige—com; ãmi—Eu; ydtw—irei; nilãcale—paia
Santipura; dina pãhca-sãta—cinco ou sete dias; rahilã— permaneceu; ãcãryera ghare— Jagannãtha Puri; ãmãre—comigo; milibã—encontrar-se-ão; dsi'—vindo lá; rufna-
na casa de Advaita Acãrya. yttra-kale—durante a época do festival de carros.
108 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya lilã. Verso 240 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 109

T R A D U Ç Ã O — E m b o r a pedisse a todos os devotos q u e voltassem, Sri Caitanya bala-bhadra bhattãcãrya—chamado Balabhadra Bhattãcãrya; rahe— permanece;
Mahãprabhu permitiu que duas pessoas O acompanhassem. Pediu a todos os ^ __somente; sarige—com Ele; jhãri-kanda-pathe—no caminho que atravessa
írfl

devotos que fossem a Jagannãtha Puri e se encontrassem com Ele durante o fes- rhãrikhanda (Madhya Pradesh); kãél—a Benares; ãilã— chegou; mahã-rahge—com
tival de carros. grande deleite.

T R A D U Ç Ã O — S o m e n t e Balabhadra Bhattãcãrya acompanhava Sri Caitanya


VERSO 236 Mahãprabhu q u a n d o Este deixou Jagannãtha Puri r u m o a Vrndãvana. Assim,
Ele viajou pelo caminho q u e atravessa Jhãrikhanda e chegou a Benares com gran-
m m «&TFP4 * f t l »tí%5 íftCIfaa I de deleite.
sfèwi-icw a t f «rrí^n ^m\m \\ R VERSO 239
t i » 5ta a s t % 3 a f ç ' c**t*r1 f i t a i i
balabhadra bhattãcãrya, ãra pandita dãmodara
dui-jana-sahge prabhu ãilã nilãcala i $ a l cfffial c i e i a t i l a ^ t n it v©s>»
bala-bhadra bhattãcãrya—chamada Balabhadra Bhattãcãrya; ãra—e; pandita dina cara kãélte rahi' gelã vrndãvana
dãmodara—Dãmodara Pandita; dui-jana—duas pessoas; sahge—com; prabhu- mathurã dekhiyã dekhe dvãdaéa kãnana
Senhor; ãilã— voltou; nilãcala—para Jagannãtha Puri. dina cara—somente quatro dias; kãélte—em Benares; rahi'—ficando; gelã— partiu
para; vrndãvana—Vrndãvana, o local sagrado; mathurã— Mathurã, o local sagra-
TRADUÇÃO—Duas pessoas, chamadas Balabhadra Bhattãcãrya e Dãmodara do; dekhiyã— após ver; dekhe—visita; dvãdaéa—doze; kãnana—florestas.
Pandita, acompanharam ári Caitanya Mahãprabhu até Jagannãtha Puri [Nilãcala],
TRADUÇÃO—Sri Caitanya M a h ã p r a b h u ficou somente quatro dias em Benares
e, então, partiu para Vrndãvana. Após ver a cidade de Mathurã, visitou as doze
VERSO 237 florestas.

fai ws s t t l a f ç ' çfsflTi i SIGNIFICADO—Hoje em dia, aqueles que visitam a área de Vrndãvana visitam,
^t<nri pf?n?r| ateai, sn i t c i cwft m II v®*» II
também, de um m o d o geral doze locais, conhecidos como as doze florestas, as
quais começam em Mathurã, onde está a Kãmya-vana. Dali, vai-se para Tãla-vana,
dina kata tãhãn rahi' calilã vrndãvana Tamãla-vana, Madhu-vana, Kusuma-vana, Bhãndira-vana, Bilva-vana, Bhadra-
lukãhã calilã rãtre, nã jãne kona jana vana, Khadira-vana, Loha-vana, Kumuda-vana e Gokula-mahãvana.
dina kata—alguns dias; tãhãn—em Jagannãtha Puri; rahi'—permanecendo; calílã-
partiu; vrndãvana—para Vrndãvana; lukãhã— m a n t e n d o segredo; calilã— partiu VERSO 240
rãtre—à noite; nã jãne—não sabia; kona—alguma; jana—pessoa. t f t a r u c i f i ' esfea I3W « p R i i
TRADUÇÃO—Após permanecer em Jagannãtha Puri por alguns dias, secretamente, asrsaj ca^i s t e a i « j a t a a t f i a II \%° n
o Senhor partiu à noite, para Vrndãvana. Ele fez isto sem ninguém saber. lilã-sthala dekhi' preme ha-ilã asthira
balabhadra kaila tãnre mathurãra bãhira
luã-sthala—todos os locais sagrados dos passatempos do Senhor Krçna; dekhi'—
VERSO 238 f i t a n d o ; preme—em grande êxtase; ha-ilã— ficou; asthira—comovido; bala-bhadra—
chamado Balabhadra; kaila—ajudou; tãnre— Senhor Caitanya Mahãprabhu;
a*r«w «|n>rá a e * i t a i c « n >nathurãra-da cidade de Mathurã; bãhira-para fora.

a t f f à i - s - i c l wt% vrm\ i s t a c w II II T R A D U Ç Ã O — A o visitar todos os doze locais d o s passatempos de Sri Krçna, Sri
balabhadra bhattãcãrya rahe matra sahge anya M a h ã p r a b h u ficou muito comovido devido ao êxtase. De alguma for-
a B a J
jhãrikhanda-pathe kãél ãilã mahã-rahge ' a b h a d r a Bhattãcãrya fê-lO sair d e Mathurã.
110 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 246 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 111

VERSO 241 VERSO 244

•5tWFffà-»tW «*ÍP1 <2f8tCl «llIsTl I afçr,as -erífi' ftfwl mfím l


®«*t «ttfl' « r f W í 3«tt! fâjfiml H * 8 i II sfè *tV <s*tca ^Rrrl*ii f»w II *88 II
kãéite prabhuke ãsi' mililã sanãtana
gahgã-tira-pathe lanã prayãge ãilã
dui mãsa rahi' tãnre karãilã éiksana
éri-rüpa ãsi' prabhuke tathãi mililã
gahgã-tira-pathe—o caminho às margens do Ganges; lanã— tomando; prayãge-* Vãrãnasí; prabhuke—o Senhor; às;'—chegando; mililã— encontrou-se
fáéfte—a

em Allahabad; ãilã— chegou; éri-rüpa—chamado Sri Rüpa; ãsi'—vindo ali; com; sanãtana—chamado Sanãtana Gosvãmi; dui—dois; mãsa—meses; rahi'—

prabhuke—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; tathãi—lá; mililã— encontrou-se corn.


permanecendo; tãnre— a ele; karãilã—fez; éiksana—instrução.

T R A D U Ç Ã O — A p ó s deixar Mathurã, o Senhor pôs-Se a caminhar ao longo das T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u chegou a Vãrãnasi,
margens do Ganges, chegando, enfim, ao local sagrado chamado Prayãga Sanãtana Gosvãmi encontrou-se com Ele lá. O Senhor permaneceu por lá dois
[Allahabad]. Foi lá que Srila Rüpa Gosvãmi veio ao encontro do Senhor, 1 meses e instruiu Sanãtana Gosvãmi perfeitamente.

VERSO 242

VERSO 245

•fira «rtüw «tf^tfaw» fw»ri II w. n


dandavat kari' rüpa bhümite padilã
i9Tf%* f 11 * H r cnsn *>rt6*i II * 8 * »
parama ãnande prabhu ãlingana dilã mathurã pãthãila tãnre diyã bhakti-bala
dandavat kari'—prestando reverências; rüpa—Srila Rüpa Gosvãmi; bhümite—as sannyãsire krpã kari' gelã nilãcala
solo; padilã—caiu; parama—grande; ãnande—em deleite; prabhu—o Senhor,* mathurã—a Mathurã; pãthãila— enviou; tãnre—a ele; diyã— dando; bhakti-bala—a
ãlingana—abraçando; dilã— d e u . força da devoção; sannyãsire—aos sannyãsis Mãyãvãdis; krpã— misericórdia; kari'—
dando; gelã—voltou; nilãcala—para Jagannãtha Puri.
T R A D U Ç Ã O — E m Prayãga, Rüpa Gosvãmi caiu ao solo para prestar reverências
ao Senhor, e o Senhor abraçou-o com grande deleite. T R A D U Ç Ã O — A p ó s instruir plenamente a Sanãtana Gosvãmi, Sri Caitanya
Mahãprabhu enviou-o a Mathurã, dotando-o com a força da devoção para pres-
VERSO 243 tar seu serviço. Em Benares, t a m b é m concedeu Sua misericórdia aos sannyãsis
Mãyãvãdis. Então, regressou a Nilãcala [Jagannãtha Puri].
9mv\ f*wi ^ail' *rrfci*»rl i
«rMd ^fàert afnt«t#t <wtm II $.8* II
VERSO 246
éri-rüpe éiksã karãi' pãthãila vrndãvana
ãpane karilã vãrãnasl ãgamana H fã*ftl I
& i « f ç isfàsTl
éri-rüpe éiksã karãi'—ensinando Srila Rüpa Gosvãmi; pãthãila— enviou!
vrndãvana—em direção a Vrndãvana; ãpane—Ele próprio; karilã—fez; vãrãnasi—*
^Ifò-sfs, fJ^pM* II * 8 * II
Benares; ãgamana—vindo. chaya vatsara aiche prabhu karilã vilãsa
kabhu iti-uti, kabhu ksetra-vâsa
T R A D U Ç Ã O — A p ó s instruir Srila Rüpa Gosvãmi em Prayãga, no Dasãsvamedha- .. a
votsara—seis anos; aiche—dessa maneira; prabhu—o Senhor; karilã—fazia;
y a

ghãta, Caitanya M a h ã p r a b h u mandou-o ir a Vrndãvana. Então, o Senhor "-passatempos; kabhu—às vezes; iti-uti— aqui e acolá; kabhu—as vezes; ksetra-
regressou a Vãrãnasl. s
«—residindo em Jagannãtha Puri.
112 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya- Verso 251 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 113

TRADUÇÃO—O Senhor viajou por toda a índia por seis anos. Ora estava aquj mdãvana haite—âe Vrndãvana; yadi—embora; nilãcale—para Jagannãtha Puri;
e ora acolá, realizando Seus passatempos transcendentais, ora permanecia em 7á—voltou; ãthãra—dezoito; iwrsa—anos; tãhãn—em Jagannãtha Puri; vasa—
Jagannãtha Puií. residência; kãhãh—a n e n h u m lugar; nãhi—não; gelã— foi.

VERSO 247
TRADUÇÃO—Ao regressar a Jagannãtha Puri vindo d e Vrndãvana, o Senhor per-
maneceu lá e não foi a n e n h u m outro lugar por dezoito anos.

ãnande bhakta-satige sadã kírtana-vilãsa VERSO 250


jagannãtha-daraéana, premera vilãsa
ãnande—com grande deleite; bhakta-sahge—com devotos; sadã— sempre; kirtana—
de cantar; vilãsa—prazer; jagannãtha—Senhor Jagannãtha; daraéana—visitando;
5 f f à « i t i a c * « f ç i i 5 w i f a r i H ii i
premera—de êxtase; vilãsa—passatempos.
prativarsa ãisena tãhãn gaudera bhakta-gana
cãri mãsa rahe prabhura sahge sanmilana
prativarsa—cada ano; ãisena—visita; tãhãh—lá; gaudera—da Bengala; bhakta-gana-
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o em Jagannãtha Puri, o Senhor passava Seu tempo em gran-
todos os devotos; cãri—quatro; mãsa—meses; rahe—permanecem; prabhura-
de júbilo, fazendo sankirtana e visitando o templo de Jagannãtha em grande
Senhor Caitanya Mahãprabhu; sahge—com; sanmilana—encontro.
êxtase.

VERSO 248
T R A D U Ç Ã O — D u r a n t e esses dezoito anos, todos os devotos da Bengala costuma-
vam cada ano visitá-lO em Jagannãtha Puri. Permaneciam lá por quatro meses
contínuos e gozavam da companhia do Senhor.
«reJ^tTf? <s53 W M I I *8V-

madhya-lúãra kailun ei sütra-vivarana


VERSO 251
antya-lllãra sütra ebe éuna, bhakta-gana
madhya-lilãra—do
madhya-lilã, a porção intermediária d e Seus passatempos; f i r o ? ^«jflte f t í i - f ã i t i I
kailun—ta; ei—esta; sütra—sinopse; vivarana—descrição; antya-IÜara—dos passa-
tempos finais, conhecidos como antya-lilã; sütra—sinopse; ebe—agora; éuna—ouvi; «rtWtCT tfJWWf* i f à í T l *2H*t*t || *<ri II
bhakta-gana—todos os devotos.
nirantara nrtya-gita klrtana-vilãsa
T R A D U Ç Ã O — A s s i m , acabo de fazer u m a sinopse do madhya-lilã, os passatem- ãcandãle prema-bhakti karilã prakãéa

p o s intermediários do Senhor. Agora, ó devotos, por favor, ouvi a sinopse dos nirantara—sem parar; nrtya-gita—cantando e dançando; kirtana—de sankirtana;

passatempos finais do Senhor, conhecidos como antya-lilã. vüãsa—prazer; ãcandãle—a todos, m e s m o à pessoa mais baixa; prema-bhakti— amor
a Deus; karilã—fez; prakãéa-maniíestação.

VERSO 249
D U ( A o
^
S e ' — E m Jagannãtha Puri, á r i Caitanya M a h ã p r a b h u cantava e dançava
13
JBtfctf l i " 3 l t l I f a , **tÉ I t f t ClTl II Í.8& II a tç^** ?' Assim, desfrutava dos passatempos de sankirtana. Ele manifestou
o s , n c
vrndãvana haite yadi nilãcale ãilã u ' l u i n d o aos h o m e n s mais baixos, Sua misericórdia imotivada, a sa-
3 0 1 0 1
ãthãra varsa tãhãn vasa, kãhãh nãhi gelã ' Puro por Deus.
114 Sri Cãitonya-Cãrítãmrta Madhya-lilà, j Verso 256 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 115

VERSO 252
VERSOS 255—256
ifàs-cimtfép cm ífars^ ati i Slltl I
<wfc*B, f l S T f H f , «0»W,
ass^a, wtcitia, »wr, çfàiti n w i i fãwtfifi, at=gwa, ^atfà,—13 i t i ti w 11
pandita-gosãhi kaila nilãcale vasa «tfòirá «rrlci iw ac* stfàifi 1
vrakreêvara, dãmodara, éankara, haridãsa <íi-m * M H «fça fitia fà«iti 11 11
Pandita;
pandita-gosãhi—Gadãdhara kaila—tez; nilãcale—emJagannãtha
advaita, nityãnanda, mukunda, érívãsa
vasa—vivendo; vakresvara—chamado Vakresvara; dãmodara—Dãmodara Pandita;
vidyãnidhi, vasudeva, murãri,—yata dãsa
éankara—chamado Sarikara; hari-dãsa—Haridãsa Thãkura.
prativarse ãise sahge rahe cãri-mãsa
tãh-sabã lanã prabhura vividha vilãsa
TRADUÇÃO—Pandita Gosãni e outros devotos, tais como Vrakresvara, Dãmodara, advaita—chamado Advaita; nityãnanda—chamado Nityãnanda; mukunda—
Sahkara e Haridãsa Thãkura, residiam com o Senhor em Jagannãtha Puri. I chamado Mukunda; érivãsa—chamado Srivãsa; vidyãnidhi—chamado Vidyãnidhi;
vãsu-deva—chamado Vasudeva; murãri—chamado Murãri; yata doso—todos os ser-
vos do Senhor; prativarse—cada ano; ãise—vão lá; sarige—na companhia; rahe—
1
VERSO 253 permanecem; cãri-mãsa—quatro meses; tãh-sabã— todos eles; /arai —levando;
«ww, cttfã% *i Na i a
prabhura—do Senhor; vividha—vários; vilãsa—passatempos.

•taaTWlft, «ria iar*Hrtrjrtia n II T R A D U Ç Ã O — O u t r o s devotos do Senhor — liderados por Advaita Acãrya,


jagadananda, bhagavãn, govinda, kâsiévara Nityãnanda Prabhu, M u k u n d a , Srivãsa, Vidyãnidhi, Vasudeva e Murãri —
paramãnanda-puri, ãra svarüpa-dãmodara costumavam visitar Jagannãtha Puri e permanecer com o Senhor cada ano por
Jagadananda;
jagadananda—chamado bhagavãn—chamado Bhagavãn; govinda^ quatro meses contínuos. O Senhor desfrutava de vários passatempos na compa-
chamado Govinda; kâslévara—chamado Kãsísvara; paramanãnda-purl— chamado nhia deles.
Paramãnanda Puri; dra svarüpa-dãmodara—e Svarüpa Dãmodara, Seu secretário., VERSO 257

T R A D U Ç Ã O — J a g a d a n a n d a , Bhagãvan, Govinda, Kãáiávara, Paramãnanda Puri e sfàitcia f i f t s i t f à , — 3 d n 1


Svarüpa Dãmodara eram outros devotos q u e também viviam com o Senhor.
• e r f i f i içtsj^íta cm i«t«.ia 11 w\ 11

VERSO 254 haridãsera siddhi-prãpti,—adbhuta se saba


ãpani mahãprabhu yãhra kaila mahotsava
c^aratit atitm ata «iffà i hari-dãsera—de Thãkura Haridãsa; siddhi-prãpti—desaparecimento; adbhuta—

«rfiç* <fll i a cm fisjpifs u \<ts n maravilhosos; se—aqueles; saba—todos os incidentes; ãpani—pessoalmente; mahã-
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; yãhra—cujo; kaila—realizou; mahã-utsava—
ksetra-vãsl rãmãnanda rãya prabhrti festival.
prabhu-sange ei saba kaila nitya-sthiti
residentes
ksetra-vãsl— de Jagannãtha Puri; rãmãnanda rãya—chamado T R A D U Ç Ã O — H a r i d ã s a T h ã k u r a a b a n d o n o u o corpo em Jagannãtha Puri. O in-
Rãmãnanda Rãya; prabhrti—e outros; prabhu-sange—com o Senhor; ei saba—todos cidente foi muito maravilhoso, pois o próprio Senhor realizou o festival da par-
eles; kaila—fizeram; nitya-sthiti—vivendo em caráter permanente. ada de Haridãsa Thãkura.
V E R S O 258
TRADUÇÃO—Srila Rãmãnanda Rãya e outros devotos residentes de JagannãtW
Puri t a m b é m permaneciam constantemente com o Senhor.
$ca ail-G^tiiTfcpa »|iatlii 1
3*1* ta çwca cm s j ^ i t V i ^ t a » ! « 1 1
116 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilâ f 263 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 117

tabe rüpa-gosãhira punar-âgamana TRADUÇÃO—A seguir, Sanãtana Gosvãmi encontrou-se com o Senhor novamente,
tãnhãra hrdaye kaila prabhu éakti-sahcãrana e o Senhor pô-lo à prova no calor abrasante do mês de Jyaistha.
tabe— depois disso; rüpa-gosãhira—de Srila Rüpa Gosvãmi; punah-ãgamana-
novamente chegando lá; tãnhãra—dele; hrdaye—no coração; kaila—fez; prabhu- VERSO 261
Senhor; éakti-sahcãrana—invocando poder transcendental.
$ è *ÍPI « r ç %tc9 »t tfrtísri r t f t q i
a f o r a s JK« « f ç ? mmm cet«ra 11 11
T R A D U Ç Ã O — E m Jagannãtha Puri, Srila Rüpa Gosvãmi encontrou-se nova
te com o Senhor, e o Senhor dotou seu coração com todo o poder transcendem; fusffl hanã prabhu tãnre pãthãila vrndãvana
advaitera haste prabhura adbhuta bhojana
VERSO 259 íHstó hanã—comprazendo-Se muito; prabhu—o Senhor; tãnre—a ele; pãthãila—
enviou de volta; vrndãvana—a Vrndãvana; advaitera—de Advaita Acãrya; haste—
nas mãos; prabhura—do Senhor; adbhuta—maravilhoso; bhojana—banquete.
« r t c r m - l í ^ s cm «r§r?p af^i-w^s n II
TRADUÇÃO—Comprazendo-Se com Sanãtana Gosvãmi, o Senhor enviou-o de
tabe chota haridãse prabhu kaila danda volta a Vrndãvana, após o que foi alimentado maravilhosamente pelas mãos de
dãmodara-paridita kaila prabhuke vãkya-danda Sri Advaita Acãrya.
tabe—depois disso; chota hari-dãse—a Haridãsa Júnior; prabhu—o Senhor; i VERSO 262
fez; danda—punição; dãmodara- pandita—chamado Dãmodara Pandita; kaila-
prabhuke—ao Senhor; vãkya-danda—castigo sob a forma de advertência.

T R A D U Ç Ã O — D e p o i s disso, o Senhor p u n i u Haridãsa Júnior, e Dãmodara Pa


deu alguns conselhos ao Senhor. nityãnanda-sahge yukti kariyã nibhrte
tãnre pãthãila gaude prema pracãrite
Nityãnanda
nityãnanda-sahge—com Prabhu; yukti—conversa; kariyã—fazendo;
SIGNIFICADO—Na realidade, Dãmodara Pandita era o servo eterno do Senhd particular; tãnre—a Ele; pãthãila— enviou; gaude—à Bengala; prema—
nibhrte—em
Ele não poderia jamais punir o Senhor, nem tinha desejo algum de fazê-lo, porén amor a Deus; pracãrite—para pregar.
deu alguns conselhos ao Senhor, de m o d o que outros não O blasfemassem. Na-
turalmente, ele deveria saber que o Senhor é a Suprema Personalidade de Deus TRADUÇÃO—Após enviar Sanãtana Gosvãmi de volta a Vrndãvana, o Senhor con-
e está livre para agir da maneira que quiser. Não é necessário adverti-lO, e devo- sultou Sri Nityãnanda Prabhu em particular. Então, enviou Este à Bengala para
tos avançados não apreciam tal ação. pregar o amor a Deus.
VERSO 263
VERSO 260

sei imsi-ciwrfèpa ^ « t i W i i
cwj&rrcf « r f tffgfe cm * r f ? * « l II ^ Í » » II
f w t C T * W « t ç . tfnmr *rfm\ II w II
tabe ta' vallabha bhatta prabhure mililã
tabe sanãtana-gosãhira punar-ãgamana
r krsna-nãmera artha prabhu tãhhãre kahilã
jyaistha-mãse prabhu tãnre kaila parík?ana
tabe—a seguir; sanãtana-gosãhira—de Sanãtana Gosvãmi; punah-ãgamana—vixS
Sri"cJ" ~ 8 a s e u i r ;
vollabha bhafta—chamado Vallabha Bhatta; prabhure—Senhor
novamente; jyaistha-mãse—no mês de Jyaistha (maio-junho); prabhu—o Senho
m e í? yt a n a
Mahãprabhu; mililã— encontrou-se com; krsna-nãmera—do santo n o -
r 5 n a
kohi- e
^ ; artha—importância; prabhu—o Senhor; tãhhãre—a ele;
tãnre—com ele; kaila—fez; pariksana—exame.
"'"'-explicou.
Verso 268 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 119
118 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã,

VERSO 2 6 6
T R A D U Ç Ã O — L o g o após isso, Vallabha Bhatta encontrou-se com o Senhor
Jagannãtha Puri, onde o Senhor explicou-lhe a importância do santo nome
Krsna.
crucra s s i OTPV «rcifa a t f w i n u
S I G N I F I C A D O — E s t e Vallabha Bhatta é o líder da sampradãya Vaisnava conhecida
como Vallabhãcãrya-sampradãya, da índia ocidental. Há uma longa história sobre rãmacandra-puri-bhaye bhiksã ghãtãilã
Vallabha Acãrya narrada no Caitanya-caritãmrta, especificamente no Sét! vaisnavera duhkha dekhi' ardheka rãkhila
Capítulo do Antya-lilã e no Décimo nono Capítulo do Madhya-lilã. O Ser rãmacandra-puri-bhaye—por temor a Rãmacandra Puri; bhiksã—a proporção do
Caitanya Mahãprabhu visitou a casa de Vallabha Acãrya, do outro lado de Pray comer; ghãtãilã— diminuiu; vaisnavera—de todos os Vaiçnavas; duhkha—
n u m local conhecido como Adãila-grãma. Mais tarde, Vallabha Bhaffa encontrou- infelicidade; dekhi'—entendendo; ardheka—metade da porção; rãkhila— manteve.
se com Caitanya Mahãprabhu em Jagannãtha Puri para mostrar-Lhe seu comen-
tário sobre o Srimad-Bhãgavatam. Ele estava muito orgulhoso de seus escritos, mas. TRADUÇÃO—Rãmacandra Puri criticou os hábitos alimentares do Senhor Caitanya
Sri Caitanya Mahãprabhu o corrigiu, dizendo-lhe que um Vaiçnava deve ser hu- Mahãprabhu; por isso, o Senhor reduziu Seu comer ao mínimo. Porém, como
milde e seguir os passos de seus predecessores. O Senhor disse-lhe que seu todos os Vaiçnavas mostrassem seu desagrado com isso, o Senhor aumentou Sua
orgulho ao sentir-se superior a Sridhara Svãmi não era em absoluto adequado porção passando a comer a metade do q u e costumava fazê-lo antes.
a um Vaiçnava.
VERSO 2 6 4 VERSO 2 6 7

«Para farosflar # e ^ * t W W M t í p i awpü-t^sç* ça cçt*r «jrpí t


f w n Wffkn * t * w i 1 1 I I t t t a ç a w for »re nwn
pradyumna miérere prabhu rãmãnanda-sthãne brahmãnda-bhitare haya caudda bhuvana
krsna-kathã éunãila kahi' tãnra gune caudda-bhuvane baise yata jiva-gana
pradyumna miérere—chamado Pradyumna Miára; prabhu—Senhor Cait brahmãnda-bhitare—dentro do universo; haya—existem; caudda bhuvana—quatorze
Mahãprabhu; rãmãnanda-sthãne—na residência de Rãmãnanda Rãya; krsna-kathã- sistemas planetários; caudda-bhuvane— naqueles quatorze sistemas planetários;
tópicos sobre o Senhor Sri Krçna; éunãila—tez com que ouvisse; kahi —explicando; 1 baise—residem; yata—tantas quantas existem; jiva-gana—entidades vivas.
tãnra—de Rãmãnanda Rãya; gune—as qualidades transcendentais.
T R A D U Ç Ã O — A p ó s explicar as qualidades transcendentais de Rãmãnanda Rãya, TRADUÇÃO—Existem quatorze sistemas planetários dentro do universo, nos quais
residem todas as entidades vivas.
o Senhor enviou Pradyumna Miára à residência de Rãmãnanda Rãya, com que
Pradyumna Miára aprendeu krsna-kathã.
VERSO 2 6 8
VERSO 2 6 5 « w a r a c&i i f V i i f à s c ^ çç»! i
CtflNN *u|íTrW - «JtTf « W - S í t S l I 4Jça ^ç* «rff*r I f a t ç ç » ! « n
v i v i * t f % c $ f f v ! » « t ^ c ç i 3 r f 3 i II \wt II
gopinãtha pattanãyaka—râmãnanda-bhrãtã manusyera veéa dhari' yãtrikera chalé
rãjã mãritechila, prabhu haila trãtã prabhura daréana kare ãsi' nilãcale
gopinãtha patta-nãyaka—chamado Gopinãtha Pattanãyaka; rãmãnanda bhrãtã nanusyera—de seres humanos; veéa dhari'—vestindo-se; yãtrikera chalé—como
irmão de Sri Rãmãnanda Rãya; rãjã—o rei; mãritechila—condenou à morte/ ossem peregrinos; prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; daréana kare—
prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; haila—tornou-Se; trãtã—o salvador. 1 m; " « ' - v i n d o ; nilãcale-a Jagannãtha Puri.

T R A D U Ç Ã O — D e p o i s disso, o Senhor Caitanya Mahãprabhu salvou GopínáÜi 1 ^RADUÇÃO—Vestindo-se como seres h u m a n o s em peregrinação, todas elas cos-
vam vir a Jagannãtha Puri visitar Sri Caitanya Mahãprabhu.
Pattanãyaka, o irmão mais novo de Rãmãnanda Rãya, de ser condenado à m
pelo rei.
120 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 121
Verso 273

VERSO 269 T R A D U Ç Ã O — A s s i m , Sri Caitanya M a h ã p r a b h u repreendeu a todos os devotos,


dizendo-lhes que não fossem i m p u d e n t e s e não arruinassem o m u n d o inteiro
4*$* ® 1 Í 1 í f W 1 1 V&W I tornando-se independentes.
i * t - s f f i «*1 tt«íp1 T O i à ^ t à i « l i
SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu aconselhou a todos os Seus seguidores
eka-dina érivdsãdi yata bhakta-gana a não se tornarem independentes ou impudentes. Infelizmente, após o desapa-
tnahãprabhura guna gãhã karena kirtana recimento do Senhor Caitanya Mahãprabhu, muitos apa-sampradãyas (ditos segui-
eka-dina—certo dia; érivãsa-ãdi—Srivãsa Thãkura e outros; yafa—todos; bhakt dores) inventaram muitos métodos desaprovados pelos ãcãryas. Bhaktivinoda
gana—devotos; mahâprabhura—do S e n h o r Caitanya Mahãprabhu; guna-*. Thãkura descreve-os como: aula, bãula, karttãbhajã, nedã, daraveéa, sãni sahajiyã,
qualidades; gãhã— descrevendo; karena—realizam; kirtana—canto. sakhibheki, stnãrta, jãta-gosãhi, ativãdi, cüdãdhãri e gaurãhga-nãgari.
A ãula-sampradãya, a bãula-sampradãya e outras inventaram seus próprios méto-
T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, todos os devotos, liderados por Srivãsa Thãkura, canta- dos de compreensão da filosofia do Senhor Caitanya, deixando de seguir os passos
vam as qualidades transcendentais de ári Caitanya Mahãprabhu. dos ãcãryas. O próprio Sri Caitanya Mahãprabhu indica nesta passagem que todas
as tentativas como estas só fariam arruinar o espírito de Seu culto.
VERSO 270

« t V w t w T O i c v w isci i VERSO 272

n f w p f m% CUt* C*1 * t C T I
suni' bhakta-gane kahe sa-krodha vacane (
Wi f H ^ F S » ' l f » T TO CISWIOT II V* H
krsna-nãma-guna chãdi, ki kara kirtane
éuni'—ao ouvir isso; bhakta-gane—a todos os devotos; kahe—o Senhor diz; sa- daéa-dike kofi kofi loka hena kãle
krodha vacane—falando de maneira irada; krsna-nãma-guna chãdi—deixando de lado 'jaya krsna-caitanya' bali' kare kolãhale
as qualidades e o nome transcendentais do Senhor; ki kara kirtane—que espéde daéa-dike—nas dez direções; kofi kofi— muitos milhares de homens; loka—pessoas;
de canto estais realizando. hena kãle— nessa altura; jaya krsna-caitanya—todas as glórias ao Senhor Caitanya
Mahãprabhu; bali'—gritando em voz alta; kare—fazem; kolãhale—um som
tumultuoso.
T R A D U Ç Ã O — D e s a p r o v a n d o o canto de Suas qualidades transcendentais, Sri
Caitanya M a h ã p r a b h u repreendeu-os como se estivesse zangado. " Q u e espécie TRADUÇÃO—Quando Sri Caitanya Mahãprabhu mostrou-Se aparentemente zan-
de canto é e s t e ? " perguntou Ele. "Acaso estais deixando de lado o cantar do gado e repreendeu Seus devotos, muitos milhares de pessoas de fora gritaram
santo nome do S e n h o r ? " alto em voz tumultuosa: " T o d a s as glórias a Sri Caitanya M a h ã p r a b h u ! "

VERSO 273
VERSO 271
^i sri içistç_ - a f , w « 4 » i t i i
«èfu « f i w foff » H t f f l 1 1 I Wü% «tficv « f f , ciiiíi * n 3 t ? ii «*w ii
TO1*111C11HTC1 fll II Vtt II
jaya jaya mahãprabhu—vrajendra-kumãra
auddhatya karite haila sabãkãra mana jagat tãrite prabhu, tomara avatãra
a
svatantra ha-iyã sabe nãéã 'be bhuvana l ya jaya mahãprabhu—todas as glórias ao Senhor Caitanya Mahãprabhu,
auddhatya—impudência; karite—fazer; haila—íoi; sabãkãra—âe todos vós; mar"!-' /aa f! /
" d r a < :
~ m f l r f l
° o r i g i n a l m e n t e
KTSha, o filho de Mahãrãja Nanda,S e n h o r

mente; svatantra—independente; ha-iyã— tornando-vos; sabe—todos vós; nãéã 'bc .°_ 0 m u


n d o inteiro; tãrite—para salvar; prabhu—o Senhor; tomara—Vossa,
m r a
arruinareis; bhuvana—o m u n d o inteiro. -encamação.
122 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lUà, Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 123
Verso 279

T R A D U Ç Ã O — T o d a s as pessoas começaram a clamar bem alto: " T o d a s as glórias hãhu tuli'— W ^


et aen LO
' o
bale—diz;
s D r
prabhu—o a
Senhor;
c o
bala'—falai;
s -
hari
a Sri Caitanya Mahãprabhu, que é o filho de Mahãrãja Nanda! Aparecestes ago ra •_o santo nome do Senhor, Hari; uthila—surgiu; éri-hari-dhvani—vibração do
para salvar o m u n d o inteiro!" som Hari; catuh-dik—as quatro direções; bhari'—enchendo.

VERSO 274 TRADUÇÃO—Erguendo Seus braços, o Senhor p e d i u a todos que cantassem em


voz alta a vibração do santo n o m e do Senhor Hari. Logo formou-se um grande
1*3? cies « r r * * *M i<? wvé i alvoroço, e a vibração " H a r i ! " reboou aos quatro ventos.
»i»íi fwí s i ç i ^ ç ?3t«f n ^8 n
VERSO 277
bahu-düra haite ãinu hanã bada ãrta
5
daraéana diyã prabhu karaha krtãrtha « f Ç C l f l ' C«fc1 CTÍ * «rPtítrl H I
bahu-düra—uma longa distância; haite—de; ãinu—viemos; hanã— ficando; bada-
«tçcn IN* iHf i*ci II w II
muito; arffl—infelizes; daraéana—audiência; diyã— dando; prabhu—o Senhor;
karaha—por favor, mostrai; krta-artha—favor. prabhu dekhi' preme loka ãnandita mana
prabhuke levara bali' karaye stavana
prabhu dekhi'—ao ver o Senhor; preme—em êxtase; loka—todas as pessoas;
TRADUÇÃO—"Ó Senhor, estamos muito infelizes. Viemos de uma longa distân- ãnandita—jubilantes; mana—a mente; prabhuke—o Senhor; levara—como o Senhor
cia para ver-Vos. Por favor, sede misericordioso e mostrai-nos Vosso favor." Supremo; {«//'—aceitando; karaye—fizeram; stavana—oração.

TRADUÇÃO—Ao verem o Senhor, todos se jubilaram movidos pelo amor. Todos


VERSO 275 aceitaram o Senhor como o Supremo, e assim ofereceram-Lhe suas orações.

« f i n citei** fora» a?fã*rl « 5 H i VERSO 278

i t t i c i •rrf»r i 3*ti fw»n «ratii II II W *W «rÇCIí 1*CS1 Ü H T L I


éuniyã lokera dainya dravilã hrdaya 1 C 1 « 3 1 « , C1>C1 ItflC? « U M I I V»V I I
bãhire ãsi' daraéana dilã dayã-maya
s/flua éuni' prabhuke kahena érínivãsa
éuniyã—ouvindo; Mera—do povo; dainya—humildade; dravilã— comoveu-se;
ghare gupta hao, kene bãhire prakãéa
hrdaya—o coração; bãhire—para fora; ãsi'—vindo; daraéana—audiência; dilã— deu;
stava—orações; éuni'—ao ouvir; prabhuke— ao Senhor; kahena—diz; érínivãsa—
dayã-maya—o misericordioso. Sriruvãsa Acãrya; ghare—em casa; gupta—escondido; hao—ficas; fcene—por que;
bãhire—cá fora; prakãéa—manifesto.
T R A D U Ç Ã O — A o ouvir o h u m i l d e apelo feito pelo povo, o coração do Senhor
comoveu-se. Sendo muito misericordioso, Ele imediatamente saiu e deu audiên-
TRADUÇÃO—Enquanto o povo oferecia suas orações ao Senhor, Srinivãsa Acãrya
cia a todos eles.
«rcastícamente disse ao Senhor: " E m casa, querias ficar escondido. Por q u e ,
então, Te manifestaste cá fora?"
VERSO 279
VERSO 276

i r * mjff i ç n i ci* f*fit»T corteis i*ci c i ^ i t i i


FEFLI-§iif?«wfi B F Í È Ç « t V II W ^Sl-11t131 S T * f a l i fl* 1t3 II v» II
bahu tuli' bale prabhu bala' 'hari' 'hari'
ke éikhãla ei loke, kahe kon vãta
uthila—éri-hari-dhvani catur-dik bhari'
ihã-sabãra mukha dhãka diyã nija hãta
124 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lila, \ Verso 284 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 125

ke—quem; éikhsla—ensinou; ei—a estas; Me—pessoas; kahe—elas dizem; kon— eta bali'—falando assim; loke—ao povo; kari'—fazendo; éubha-drsti—olhar auspi-
que; vãta—tópicos; iM—delas; sabãra—de todas; mukha—as bocas; àhãka—tapa- ioso; dana—caridade; abhyantare—para dentro dos aposentos; gelã—íoi; lokera—
diyà— com; nija—Tua própria; bata—mão. de todo o povo; pürna—satisfeito; haila—foi; kãma—o desejo.

TRADUÇÃO—Falando assim, o Senhor retirou-Se para Seus aposentos, depois de


T R A D U Ç Ã O — S r i n i v ã s a Acãrya prosseguiu: " Q u e m ensinou isto a estas pessoas?
O que elas estão dizendo? Podes agora mesmo tapar suas bocas com Tua pró- caridosamente lançar Seu olhar auspicioso para as pessoas. Dessa maneira, os
pria m ã o . " desejos do povo foram inteiramente satisfeitos.

VERSO 283
VERSO 280
i ^ i t i - i M f « 3 T m - * r t c i cfln i
^ cies i f i r *m ^ t ^ F 5 I
%1-ifà-icçfe-ii « t t t í t f f í i f l ii n
Ifitçs n *rtf% b w i c s t i t i e t a n Kv «
swrya yaiche udaya kari' cãhe lukãite raghunãtha-dãsa nityãnanda-pãée gelã
bujhite nã pari taiche tomara carite cidã-dadhi-mahotsava tãhãhi karilã
sürya—o sol; yaiche—assim como; udaya—aparecimento; kari — fazendo; cãhe— raghunãtha-dãsa—chamado Raghunãtha dãsa; nityãnanda—Senhor Nityãnanda;
quer; lukãite— esconder-se; bujhite—áe compreender; nã— não; pari—capazes; pose—próximo; gelã—íoi; cidã— arroz frito; dadhi—coalhada; mahotsava—festival;
taiche—de forma semelhante; tomara—Teu; carite—no caráter. tãhãhi—lá; karilã—realizou.

TRADUÇÃO—"É como se o sol, após nascer, quisesse esconder-se. Não somos TRADUÇÃO—Nessa altura, Raghunãtha dãsa aproximou-se de Sri Nityãnanda
capazes de compreender tais características de Teu comportamento." Prabhu e, de acordo com a ordem dEle, preparou um banquete e distribuiu
prasãda composta de arroz frito e coalhada.
VERSO 281
SIGNIFICADO—Na Bengala, há u m prato especial que é uma mistura de arroz frito
« f Ç T O » > — ® f i i t i , i t f f^rçm i com coalhada e, às vezes, com sandeéa e manga. É um alimento muito saboroso
oferecido à Deidade e então distribuído ao público. Raghunãtha dãsa Gosvãmi,
i c i cnfif 1*1 c i t i isffsi* « r r t p i i « n que era um chefe de família naquela época, encontrou-se com Nityãnanda Prabhu,
prabhu kahena,—érínivãsa, chãda vidambanã segundo cujo conselho realizou este festival de dadhi-cidã-prasãda.
sabe meli' kara mora kateka lãhcanã
prabhu—o Senhor; kahena—diz; érínivãsa—Meu caro Srinivãsa; chãda—deixa de VERSO 284
lado; viaambanã— todas essas zombarias; sabe—todos vós; meli'—juntos; kara— <fcti « m u 1<#1 cisri « f ç a & i w i
fazeis; mora—de Mim; kateka—tanta; lãhcanã— humilhação. « T C tf tci n f * í » r i w j p n "«tCH«nys u
TRADUÇÃO—O Senhor replicou: " M e u caro Srinivãsa, por favor, pára de zom- tãnra ãjhã lana gelã prabhura carane
bar. Todos vós vos reunistes para humilhar-Me dessa m a n e i r a . " prabhu tãnre samarpilã svarüpera sthãne
tãnra—Sua; ãjhã— ordem; lanã— aceitando; gelã— aproximou-se; prabhura—de
VERSO 282 Caitanya Mahãprabhu; campe—os pés de lótus; prabhu—o Senhor; tãnre—a ele;
samarp/Zã—entregou; svarüpera—de Svarüpa Dãmodara; sthãne—à casa.
<n<51%' c*!tr,i> *f%* w e ç t t i t i i
TRADUÇÃO—Mais tarde, Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi deixou o lar e refugiou-
« T S T S C I eiKrt, ÉHtFHr *Jjf <ft*f i*ti n II se em Sri Caitanya M a h ã p r a b h u em Jagannãtha Puri. Naquela ocasião, o Se-
°r recebeu-o e deixou-o aos cuidados de Svarüpa Dãmodara para iluminação
efa bali' loke kari' éubha-drst' dana espiritual.
abhyantare gelã, lokera puma haila kãma
126 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilâ, i" s
287 ° passatempos posteriores d o Senhor Caitanya 127
Verso
SIGNIFICADO—A este respeito, Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi escreve no Vi/op,.
TRADUÇÃO—Acabo de relatar, assim, os códigos do madhya-lilã. Agora, por
kusumãhjali (5):
favor, ouvi os passatempos do Senhor realizados durante os últimos doze anos.

CADO
SlGNin — A s s i m , Srila Kavirãja Gosvãmi, seguindo estritamente os passos
yo mãrii dustara-geha-nirjala-mahã-küpãd apãra-klamãt
de Sri Vyãsadeva, dá uma sinopse dos lilãs do Caitanya-caritãmrta. Ele dá esta des-
sadyah sãndra-dayãmbudhih prakrtitah svairi-krpâraj-jubhih
crição ao final de cada canto. No Ãdi-lilã, delineou os passatempos do Senhor
uddhrty-ãtma-saroja-nindi-carana-prãntam prapãdya svayath
nas cinco fases da meninice, deixando os pormenores da descrição para Srila
éri-dãmodara-sàc cakãra tam ahath caitanya-candram bhaje
Vrndãvana dãsa Thãkura. Agora, neste capítulo, acaba de resumir os passatem-
pos que ocorreram no fim da vida do Senhor, os quais são descritos no Madhya-
"Deixai-me oferecer minhas respeitosas reverências aos pés de lótus de lilã e no Antya-lilã. O restante dos passatempos vai descrito em códigos no Se-'
Caitanya Mahãprabhu, por cuja misericórdia sem reservas fui generosamente salvo gundo Capítulo do Madhya-lilã. Dessa maneira, o autor, aos poucos, expõe tanto
da vida familiar, que é exatamente como um poço camuflado e sem água. Ele- o Madhya-lilã quanto o Antya-lilã.
trouxe-me ao oceano de júbilo transcendental sob os cuidados de Svarüpa
Dãmodara G o s v ã m i . "
VERSO 287
VERSO 285
S ) * t H r ç i t « i - » t w ata « r w i
Miwm* v i u f t i i ^ f o i e r f m i r^59»çfà<5ly5 TO *a«ri*! ii II
<*% «ra ^ t m cm a * i a « *y<t n éri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa
caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
brahmãnanda-bhdratira ghucãila carmãmbara
éri-rüpa—Srila Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi;
ei mata lilã kaila chaya vatsara pode—aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro cha-
brahmãnanda-bhãratira—de Brahmánanda Bhãratí; ghucãila—eliminou; carma- mado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krsriadãsa Kavirãja
ambara—roupa de couro; a mata—dessa maneira; lilã— passatempos; kaila—realizoul Gosvãmi.
chaya vatsara—seis anos.
T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri-Caitanya-caritãmrta,
T R A D U Ç Ã O — M a i s tarde, Sri Caitanya Mahãprabhu reprovou o hábito de
seguindo seus passos.
Brahmánanda Bhãrati de usar pele de veado. Assim, o Senhor gozou de Seus
passatempos por seis anos consecutivos, experimentando variedades de bem-
Neste ponto encerram-se os significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
aventurança transcendental.
Madhya-lilã, Primeiro Capitulo, resumindo os passatempos posteriores do Senhor Sri
Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 286

&n "5tw*i aoiçaa Faaa«i 11 11


ei ta' kahilã madhya-lilãra sütra-gana
éesa dvãdaéa vatsarera éuna vivarana
ei to'—assim; kahilã—expliquei; madhya-lilãra—dos passatempos intermediários?
sütra-gana—os códigos; sesa—últimos; dvãdaéa—doze; vatsarera—dos anos; éuna-"
ouvi; vivarana—a descrição.
CAPÍTULO DOIS

As manifestações extáticas
do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu

No Segundo Capítulo do Madhya-lilã, o autor descreve os passatempos que o


Senhor realizou durante os últimos doze anos de Sua vida. Assim, ele também
descreve alguns passatempos do Antya-iüã. É muito difícil para uma pessoa comum
compreender por que ele fez isso. O autor espera que a leitura dos passatempos
do Senhor ajude o leitor a despertar gradualmente seu amor por Krsna, amor
este que está adormecido. Na verdade, o autor escreveu este Caitanya-caritãmrta
quando já era muito idoso. Portanto, o Segundo Capítulo descreve, também, os
códigos do Antya-lilã. Srila Kavirãja Gosvãmi confirma que a opinião de Svarüpa
Dãmodara no tocante ao serviço devocional é autorizada. Além e acima disso,
estão as anotações de Svarüpa Dãmodara, registradas por Raghunãtha dãsa
Gosvãmi, que também ajudou na compilação do Caitanya-caritãmrta. Após o de-
saparecimento de Svarüpa Dãmodara Gosvãmi, Raghunãtha dãsa Gosvãmi foi
visitar Vrndãvana. Naquela época, o autor, Srila Kavirãja Gosvãmi, encontrou-
se com Raghunãtha dãsa Gosvãmi, p o r cuja misericórdia pôde registrar todas as
anotações. Dessa maneira, o autor p ô d e concluir esta literatura transcendental,
o Sri Caitanya-caritãmrta.
VERSO 1

vicchede 'smin prabhor antya-


lilã-sütrãnuvamane
gaurasya krsna-viccheda-
pralãpãdy anuvarnyate
^xncchede—no capítulo; asmin—este; prabhoh—do Senhor; antya-lilã—da última par-
e
e Seus passatempos; sütra—dos códigos; anuvarnane—quanto à descrição;
g a u r a s y a - d o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; krsna-viccheda—com saudades de
n
•» a; pra/ípa—ioucura; ãdi— outros temas; anuvarnyate—está sendo descrita.

D l J ( A o
p^' '
~ A o mesmo tempo q u e relato de forma abreviada a última parte dos
m
p o s do Senhor Caitanya Mahãprabhu, neste capítulo, descreverei o êx-
S C e n ( e n t a a o
,j [ f j ^
e *9 ' Senhor que parece loucura devido à saudade que Ele sente

•no
130 Sn Caitanya-caritãmrta As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 131
Madhya-iiià, Verso 6

SIGNIFICADO—Este Segundo Capítulo descreve globalmente as atividades d Q


VERSO 4
Senhor Caitanya ocorridas após Ele aceitar sannyãsa. Este verso menciona esrjecj.
ricamente que Sri Caitanya Mahãprabhu é gaura, ou de tez clara. Geralmente
Krsna é conhecido como tendo u m a tonalidade escura, mas, ao absorver-Se e^ afom w*\ sjspi ç? «tfãr-ffCT 11811
pensar nas gopis, que são todas de tez clara, o próprio Krsna também Se toma
érí-rãdhikãra cesta yena uddhava-daréane
claro. Sri Caitanya Mahãprabhu sentia saudade especial e muito profunda de
ei-mata daéã prabhura haya rãtri-dine
Krsna, exatamente como a amante que se sente oprimida pela saudade do amado
Tais sentimentos, manifestos por Sri Caitanya Mahãprabhu por cerca de doze Srimati Rãdhãrãni; cesta— as atividades; yena—tais quais;
éri-rãdhikãra—de

anos, no final de Seus passatempos, são descritos brevemente neste Segundo uddhava-daréane—ao ver Uddhava em Vrndãvana; ei-mata—dessa maneira; daéã—a
Capítulo do Madhya-lilã.
condição; prabhura—do Senhor; haya—é; rãtri-dine—dia e noite.

TRADUÇÃO—O estado de espírito de Sri Caitanya Mahãprabhu, dia e noite, era


VERSO 2 praticamente idêntico ao estado de espírito de Rãdhãrãni na ocasião em que
Uddhava veio a Vrndãvana ver as gopis.
wa ^a Slfois) «ra fautsw i
VERSO 5

jaya jaya éri-caitanya jaya nityãnanda


jayãdvaitacandra jaya gaura-bhakta-vrnda arara cõk\ J P I , ajirNfti a t i 11«11
jaya jaya as glórias a Sri Caitanya Mahãprabhu; jaya
éri-caitanya—todas
nityãnanda—todas as glórias ao Senhor Nityãnanda; jaya advaita-candra— todas as nirantara haya prabhura viraha-unmãda

glórias a Advaita Prabhu; jaya gaura-bhakta-vrnda—todas as glórias aos devotos bhrama-maya cesta sadã, pralãpa-maya vãda

do Senhor. nirantara—constantemente; haya—está; Senhor;


prabhura—do viraha—da sauda-
de; unmãda—a loucura; bhrama-maya—esquecimento; cesta—atividades; sadã—
sempre; pralãpa-maya—plena de delírios; vãda—filosofia.
TRADUÇÃO—Todas as glórias a Sri Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias ao
Senhor Nityãnanda! Todas as glórias a Advaitacandra! Todas as glórias a todos
os devotos do Senhor! TRADUÇÃO—O Senhor constantemente manifestava o estado de espírito que re-
flete a loucura da s a u d a d e . Todas as Suas atividades baseavam-se no esqueci-
mento, e Suas conversas sempre baseavam-se na loucura.
VERSO 3

G*fa c a a f i » i a ^ a a f l f t ae.*rci 1 VERSO 6


,
ftCTW- ff^ ?a farar 11«11 catiçr.»f a w t w t i j T O 1 1 i r e i 1
Sesa ye rahilã prabhura dvãdaéa vatsara nv #1*1 s a , *É i p i n * 11
krsnera viyoga-sphürti haya nirantara
éesa—ao final; ye—aqueles; rahilã—permaneceram; prabhura—do Senhor roma-küpe rakloàgama, danta saba hãle
Caitanya Mahãprabhu; dvãdaéa vatsara—doze anos; krsnera—do Senhor Krsna' ksane ahga ksina haya, ksane ahga phule.
r

viyoga—de saudades; sphürti—manifestação; haya—é; nirantara—sempre. sa


r a
P° °s
ü
£™ ~^ P ~ e
do corpo;
os
rakta-udgama—derramando sangue; danta—dentes;
—todos; hãle—afrouxados; ksane—em dado momento; ahga—todo o corpo;
TRADUÇÃO—Durante os últimos doze anos, Sri Caitanya Mahãprabhu 1
seta? *
'ÍM—delgado; riaya—torna-se; ksane—noutro momento; ahga—o corpo;
p/iH/e-engorda.
manifestou todos os sintomas de êxtase de saudades de Krsna.
132 Sn Caitanya-caritãmrta Madhya-ülg j
( Verso 11 ^* ''"rúfestações extáticas do Senhor Caitanya 133

TRADUÇÃO—O sangue vertia d e todos os poros d e Seu corpo, e todos os Sen,, cafafai parvata dekhi' 'govardhana' bhrame
dentes se afrouxavam. Em d a d o momento, todo o Seu corpo emagrecia, e,: dhãhã cale ãrta-nãda kariyã krandane
tro momento, engordava. cafaka parvata—as d u n a s de areia; dekhi'—vendo; govardhana—a Colina de
Govardhana em Vrndãvana; bhrame—confunde com; dhãhã— correndo; cale—vai;
VERSO 7 ãrtanãda—gemido; kariyã— fazendo; krandane—chora.

i ^ T a l - f w s e a ates i t f i f à a r W i TRADUÇÃO—Sri Caitanya M a h ã p r a b h u também corria b e m rápido pelas dunas


fmçQ if-f»ta i e i , ^ i a i a « < u i de areia, confundindo-as com Govardhana. Enquanto corria, gemia e chorava
alto.
gambhlrã-bhitare rãtre nãhi nidrã-lava
bhitte mukha-éira ghase, ksata haya saba SIGNIFICADO—Devido aos ventos marinhos, às vezes as areias formavam dunas.
gambhlrã-bhitare— dentro do aposento ao fim do corredor; rãtre— à noite; nãhi- Tais dunas de areia são chamadas cafaka parvata. Ao invés de ver essas dunas
não há; nidrã-lava—uma fração de sono; bhitte—contra o solo; mukha—boca; áira- de areia simplesmente como colinas de areia, o Senhor as tomava como sendo
cabeça; ghase—rangidos; ksata—ferimentos; haya—há; saba—todos. a Colina de Govardhana. As vezes, Ele corria em direção a estas d u n a s em alta
velocidade, gritando b e m alto, expressando o estado de espírito manifesto por
TRADUÇÃO—O p e q u e n o aposento, além d o corredor, é chamado Gambhirã. Sri Rãdhãrãni. Assim, Caitanya Mahãprabhu absorvia-Se nos pensamentos de Krçna
Caitanya M a h ã p r a b h u costumava ficar nesse aposento, mas não dormia por um e Seus passatempos. Seu estado de espírito trazia-Lhe a atmosfera de Vrndãvana
instante sequer. Toda a noite costumava ranger Seus dentes e batia a cabeça e da Colina de Govardhana, e, assim, Ele gozava da bem-aventurança transcen-
contra o solo, apresentando ferimentos por todo o Seu rosto. dental da saudade e do encontro.

VERSO 8 VERSO 10

fòi atca « r ç ateai atfic* i


fc»tititiyri cwfi' a,itai-wíi i
a^ fi^sitea a^ f i ç ^ t e a II v w
witi i i f c ires, n a , * w it'i i>« i
upavanodyãna dekhi' vpidãvana-jhãna
tina dvãre kapãfa, prabhu yãyena bãhire tãhãn yãi' nãce, gãya, ksane mücchã yã'na
kabhu sirhha-dvãre paàe, kabhu sindhu-nlre upavana-udyãna—pequenos parques; dekhi'—ao ver; vrndãvana-jhãna—confundia-
tina dvãre—as três portas; kapãfa—completamente fechadas; prabhu—o Senho os com as florestas de Vrndãvana; tãhãh—lá; yãi'—indo; nãce—dança; gãya—canta;
yãyena—vai; bãhire—para fora; kabhu—às vezes; simha-dvãre—no portão do i ksane—em dado momento; mürcchã— inconsciência; yã'na—vai.
pio de Jagannãtha, conhecido como Simha-dvãra; pode—cai desmaiado; kobh
às vezes; sindhu-nire—na água do mar. TRADUÇÃO—Ãs vezes, Caitanya M a h ã p r a b h u confundia os pequenos parques
da cidade com Vrndãvana. Às vezes, ia lá, dançava e cantava, e, às vezes, caía
inconsciente em êxtase espiritual.
T R A D U Ç Ã O — E m b o r a as três portas da casa estivessem sempre fechadas, nao
obstante, o Senhor saía e, às vezes, era encontrado no templo de Jagannãtha VERSO 11
perante o portão conhecido como Simha-dvãra. Outras vezes, o Senhor caía des- asfti itfè ca^ « t e i a f a m a i
maiado dentro do mar.
crò « t a ia « t ç a i f t e a « Ü É u >i 11
VERSO 9 kãhãh nãhi éuni yei bhãvera vikãra
. sei bhãva haya prabhura éaríre pracãra
ròa* » M % e i f i ' ' c l f n f i ' a c i i tase- > ~ 6 m n e n n u m a
parte; nãhi—não; éuni—ouvimos; yei—esta; bhãvera—de êx-
«rte>»1 st»! « r r ê i t i a*fãal apuei n & n
ra trans rrna
éarirg ~ f° ção; sei—este; bhãva—êxtase; haya—é; prabhura—do Senhor;
e
no corpo; pracãra—manifesta.
134 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-liiã (
As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 135
Verso 16

T R A D U Ç Ã O — A s extraordinárias transformações d o corpo devido a sentimertti VERSO 1 4


transcendentais jamais seriam possíveis a n i n g u é m , exceto ao Senhor, em cujo
corpo manifestavam-se todas estas transformações. <ífc m vtHjs-vfc «tffti « n s f í i
SIGNIFICADO—As transformações extáticas d o corpo, conforme são descritas i
1CH73 ^9^1, irciq I t H - Ç S t l II i8 II
textos sublimes como o Bhakti-rasãmrta-sindhu, praticamente não são vistas nesti ei mata adbhuta-bhãva éaríre prakãéa
m u n d o material. No entanto, estes sintomas apresentavam-se perfeitamente i manete éünyatã, vãkye hã-hã-hutãéa
corpo de Sri Caitanya Mahãprabhu. Estes sintomas são indicativos de mahãbhãr» - fl nata—dessa maneira; adbhuta—maravilhoso; bhãva—êxtase; éaríre—no corpo;
ou seja, o êxtase máximo. Às vezes, os sahajiyãs imitam artificialmente esses sinh prakãéa—manifestação; manete—na mente; éünyatã—vazio; vãkye—ao falar; hã-hã—
mas, mas, os devotos experientes rejeitam-nos de imediato. O autor admite neste desalento; hutãéa—desapontamento.
verso que n ã o se encontram esses sintomas em n e n h u m a parte, exceto no cor,
de Sri Caitanya Mahãprabhu. TRADUÇÃO—Dessa maneira, Sri Caitanya M a h ã p r a b h u costumava manifestar
sintomas extáticos maravilhosos. Sua mente parecia vazia, e havia apenas desa-
VERSO 1 2 lento e desapontamento em Suas palavras.
1^3*fÇH *ff% H fr3r%-«l1tr,«l I
VERSO 1 5
*rt% ç t f ? ' Tm « * , i « « í t c i II h «
Cltt « t t l l t l q i ^ h n |
hasta-padera sandhi saba vitasti-pramãne
sandhi chãdi' bhinna haye, carma rahe sthãne f l t l i r á t i*ttl * Í Í $ a r c a i m u *<? II
hasta-vadera—das mãos e pernas; sandhi—articulações; saba—todas; vitasti—cerca kãhãh mora prãna-nãtha muralT-vadana
d e vinte centímetros; pramãne—de comprimento; sandhi—articulações; chãdi'—
kãhãh karon kãhãh pãh vrajendra-nandana
deslocadas; bhinna—separadas; haye—ficam; carma—pele; rahe—fica; sthãne—no kãhãh—onde; prãna-nãtha—Senhor da vida;
mora—Meu; muralí-vadana—tocando
lugar. a flauta; kãhãh—o que; karon—devo fazer; kãhãh—onde; pari—vou encontrar;
vrajendra-nandana—o filho de Mahãrãja N a n d a .
T R A D U Ç Ã O — A s articulações d e Suas mãos e pernas às vezes separavam-se por
vinte centímetros, permanecendo ligadas somente pela pele. TRADUÇÃO—Sri Caitanya M a h ã p r a b h u costumava revelar Sua mente desta ma-
neira: " O n d e está o Senhor de M i n h a vida, que toca a Sua flauta? Que vou fazer
agora? Aonde devo ir para encontrar o filho de Mahãrãja N a n d a ? "
VERSO 1 3
VERSO 1 6
1 % * t 1 , f*f?, 1 1 * t f t l - f « < 5 C 1 I
«ffãè ç s - i ^ i » * t c i f i c i « f | p « i « I I i W o r i*f%i, £ 1 * 1 1 wtci cita ssl i
a w w w Pfí *tÜ> c m 1 * » a * I I
hasta, pada, éira, saba éaríra-bhitare
pravisfa haya—kürma-rüpa dekhiye prabhure kãhãre kahiba, kebã jãne mora duhkha
hasta—as mãos; pada—as pernas; s'ira—cabeça; saba—todas; saríra—o corpo* vrajendra-nandana vinu phãfe mora buka
bhitare— dentro; pravisfa—entravam; haya—é; kürma-rüpa—como uma tartaruga d ^ S r e
~ c o m
quem; kahiba—vou falar; kebã— quem; jãne—conhece; mora—Meu;
dekhiye—vê-se; prabhure—o Senhor. vin
a
P o n t a m e n t
°; vrajendra-nandana—Krsna, o filho de Nanda Mahãrãja;
0
"—sem; phãte— fica partido; mora—Meu; buka—coração.
T R A D U Ç Ã O — À s vezes, as mãos, pernas e cabeça de Sri Caitanya Mahãprabh
encolhiam-se todas para d e n t r o de Seu corpo, exatamente como os membros e" U o m u c m
to^s ^*°—"*- q devo falar? Q u e m pode entender M e u desapontamen-
colhidos de u m a tartaruga. e n
» o filho de Nanda Mahãrãja, fico com M e u coração p a r t i d o . "
136 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-íil aj Verso 20 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 137

VERSO 17 nossa condição tão fraca. O q u e devo contar aos outros? N i n g u é m pode en-
d e r as dificuldades alheias. Na verdade, nossa vida não está sob nosso con-
e n

< í ^ T 5 fã»rt*f i ç a f à ^ » i ««roa i je pois a juventude permanecerá dois ou três dias mais e logo terminará. Nesta
condição, ó Criador, qual será o nosso destino?' "
f t m I t f c ^ - C S f t * *u79 f l T O I I I H II
ei-mata vilãpa kare vihvala antara
rayera nãtaka-éloka pade nirantara SIGNIFICADO—Este verso é do ]agannãtha-vallabha-nãtaka (3.9) de Rãmãnanda Rãya.
ei-mata—dessa maneira; vilãpa—lamentação; kare—faz; vihvala—desnorteado'
antara—dentro; rayera—de Sri Rãmãnanda Rãya; nãfaka—drama; éloka—versos; VERSO 19
pade—lê; nirantara—constantemente.
frtfen c«ntfa, « T f * * £ 1 V9X**gr>
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu exprimia sempre desnor- « W ütfic T O * t t 1 I
teamento e lamentava-Se com saudades de Krsna. Em tais ocasiões, costumava ler
os álokas do drama de Rãmãnanda Rãya conhecido como lagannãtha-vallabha- a t i r o *Wnrfw, fero i d a a*t«r,
nãtaka. • i m i t i aw i t a i t i n >s> n
VERSO 18 upajila premãhkura, bhãhgila ye duhkha-püra,

c«tit«çmitwnçfo 1 5 C«T1 11
i H T i í i n h f o i t f n u r i i t i r f o cai ^ i t : i
í krsna tãhã nãhi kare pana
bãhire nãgara-rãja, bhitare éathera kãja,
para-nãn vadhe sãvadhãna
upajila—cresceu; prema-ahkura—frutificação do amor a Deus; bhãhgila—foi rom-
i c n ca? a ç T O p a i f i i t cn l í N l * ataa* pida; ye—esta; duhkha-püra—cheia de misérias; krsna—Senhor Krçna; tãhã— aquele;
nãhi—não; kare—faz; pana—bebendo; bãhire—externamente; nãgara-rãja—a pessoa
f a i í c m f u r t a c a t u f ã n *rçi f à w n t fo: i>b mais atrativa; bhitare—no fundo; éathera—de um enganador; kãja—atividades; para-
prema-ccheda-rujo 'vagacchati harir nãyam na ca prema vã nãri— esposas alheias; vadhe—mata; sãvadhãna—muito meticuloso.
sthãnãsthãnam avaiti nãpi madano jãnãti no durbalâh
anyo veda na cãnya-duhkham akhilam no jlvanath vãéravam
dvi-trãny eva dinãni yauvanam idam hú-hã vidhe kâ gatih TRADUÇÃO—[Srimati Rãdhãrãni falou assim, abatida, devido à saudade de
prema-cheda-rujah—os sofrimentos de um relacionamento amoroso rompido; Krsna:] " O h ! o que direi de Meu sofrimento? Depois que encontrei Krsna,
avagacchati—conhece; harih—o Senhor Supremo, na—não; ayam—este; na ca—nem; Minhas propensões amorosas brotaram, mas, o separar-Me dEle foi para Mim
um
prema—amor; vã—nem; sthãna—o local adequado; asthãnarn—um local impróprio; grande choque, que agora perdura como o s padecimentos d e u m a doença.
avaiti—conhece; na—não; api—também; madanah—Cupido; jãnãti—sabe; nah—i Embora o único médico para esta doença seja o próprio Krsna, Ele não está cui-
nós; durbalâh—muito fraca; anyah—outrem; veda—conhece; na—não; ca—também; dando do rebento desta planta de serviço devocional. Que posso dizer sobre o
anya-duhkham—as dificuldades alheias; akhilam—toda; nah—nossa; jivanam—viàx comportamento de Krsna? Externamente, Ele é um jovem amante muito atrati-
vã—ou; ãéravam—simplesmente repleta de misérias; dui—dois; trãni—três; eva— vo, mas, no fundo, Ele é um grande enganador, muito perito em matar as espo-
decerto; dinãni—dias; yauvanam—juventude; idam—isto; hã-hã—eá de Mim; vidhe—ó sas alheias."
Criador; faf— qual; gatih—nosso destino.
VERSO 20

T R A D U Ç Ã O — [ S r i m a t i Rãdhãrãni costumava lamentar-Se:] " 'Nosso Krsna não i f i a*, sfl ajàtta fàfira f à i n i
compreende o q u a n t o temos sofrido pelos ferimentos impostos no transcurso 9i m f i ' <§te> fcci ?si fã*tâ>5,
0
de nossos casos amorosos. Na realidade, somos maltratadas pelo amor, pois
amor desconhece onde golpear e onde não golpear. Nem mesmo Cupido saP* 4 C i ata, il ac* *tat*t n v 11 m 11
138 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilà, j Verso 23 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 139

sakhi he, nã bujhiye vidhira vidhãna


mmto * t f t c i , flrtV FCFFI U M
sukha lãgi' kailun príta, haila duhkha vivaríta,
ebe yãya, nã rahe parãna » i cw?, i i m # t n ii * A II
he—(Minha querida) amiga; nã bujhiye—não compreendo; vidhira—do (
sakhi
ye madana tanu-hina, para-drohe paravína,
dor; vidhãna—a regulação; sukha lãgi'—em busca d e felicidade; kailun—fiz; prífa- pãhca bãna sandhe anuksana
amor; haila—tornou-se; duhkha—infelicidade; vivaríta—o oposto; ebe—agora; yãya- abalara éaríre, vindhi' kaila jarajare,
indo; «a—não; rahe— permanece; parãna—vida. duhkha deya, nã laya jlvana
ye madana—esse Cupido; tanu-hina—sem u m corpo; para-drohe—em colocar ou-
T R A D U Ç Ã O — [ S r i m a t i Rãdhãrãni continuou lamentando-Se das conseqüências de tros em dificuldades; paravína—muito perito; pãhca—cinco; bãna—flechas; sandhe—
amar Krsna.] " M i n h a querida amiga, n ã o compreendo os princípios regulati. fixa; anuksana—constantemente; a b a l a r a — d e uma mulher inocente; éaríre—no cor-
vos prescritos pelo Criador. Amei a Krsna em busca de felicidade, mas o resul- po; vindhi'—trespassando; kaila—fez; jarajare—quase inválido; duhkha deya—causa
tado q u e obtive foi exatamente o oposto. Agora estou n u m oceano de angústia. aflição; nã— não; laya—tira; jivana—a vida.
Deve ser p o r q u e agora vou morrer, pois M i n h a força vital está minguando. Este
é o Meu estado de e s p í r i t o . " T R A D U Ç Ã O — " E m M e u s romances amorosos, há uma pessoa chamada Madana.
Suas qualidades são as seguintes: pessoalmente, Ele n ã o possui corpo grossei-
VERSO 21 ro, todavia, é muito perito em causar dores aos outros. Ele tem cinco flechas,
e, fixando-as em Seu arco, atira-as nos corpos de mulheres inocentes. Assim,
osm «icnt», srtfc w t w i n t T t i , essas mulheres ficam quase inválidas. Seria melhor se Ele tirasse Minha vida
«p-«Pi írtç| f à s t f i p s i sem hesitar, mas Ele n ã o faz isso. Simplesmente causa-Me d o r . "

ap^a * f r i a «1Í<5TÍI, itff5-*tt»! itrV citei, VERSO 23


itfiitc*, itfi' fe^rfacs n i
Cl«Si1C1, H E » i t f ç srtci,
kutila prema ageyãna, nãhi jãne sthãnãsthãna,
bhãla-manda nãre vicãrite
TU «manr f % | Ç 1 I
krúra éathera guna-dore, hãte-gale bãndhi' more, «I» m VTTI f s r f i , N wtwm « R W T Ò »
rãkhiyãche, nãri' ukãéite
kufila—tortuoso; prema—amor a Krçna; ageyãna—ignorante; nãhi—não; jãne—
i f t » T O cii" a f à i t c i I I II
conhece; sthãna-asthãna—lugar adequado ou não; bhãla-manda—o que é bom ou anyera ye duhkha mane, anye tãhã nãhi jãne,
o que é mau; nãre—incapaz; vicãrite—àe considerar; krüra—muito cruel; éathera—• satya ei éãstrera vicãre
enganador; guna-dore—com as cordas das boas qualidades; hãte—nas mãos; gale- anya jana kãhãh likhi, nã jãnaye prãna-sakhi,
n o pescoço; bãndhi'—atando; m o r e — a Mim; rãkhiyãche—tem mantido; nãri'—não yãte kahe dhairya dharibãre
conseguindo; ukãéite—soltar-Me. anyera—àe outros; ye—aquela; duhkha—infelicidade; mane—nas mentes; anye—
outros; tãhã— isto; nãhi—não; jãne—conhecem; satya—verdade; ei—esta; éãstrera—da
T R A D U Ç Ã O — " P o r natureza, os romances amorosos são muito tortuosos. Não são escritura; vicãre—na opinião; anya jana—outras pessoas; kãhãh—o que; likhi—
dotados de conhecimento suficiente, n e m consideram se os lugares são adequa- escreverei; nã jãnaye—não conhecem; prãna-sakhi— Minhas queridas amigas; yãte—
dos ou não, nem prevêem os resultados. Krsna, que é tão cruel, atou Meu pescoço Mediante o que; kahe—falam; dhairya dharibãre—para ter paciência.
e Minhas mãos com as cordas de Suas boas qualidades, e não consigo soltar-Me.
T
R A D U Ç Ã O — " A s escrituras dizem que u m a pessoa jamais poderá saber da
VERSO 22 eucidade da mente de outra. Portanto, q u e posso dizer de Minhas queridas
a m i

ci Ün fcsSto * H r w r t i * «MM» g a s , Lalitã e as demais? Tampouco p o d e m elas entender a infelicidade que


existe dentro de M i m . Elas só fazem tentar consolar-Me repetidamente, dizen-
«Tts i r « i i n wítf»*i i 0:
Querida amiga, sê paciente.' "
140 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 2 Verso 27 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 141

VERSO 24 TRADUÇÃO—" ' O ser h u m a n o não vive mais que cem anos. Deveis também con-
siderar que a juventude da mulher, que é a única atração para Krsna, dura ape-
nas alguns dias.' "
i f l , CWM <4 1r*f 1 6 1 1 VERSO 26
« t e u # t n çi»T, cii tvtcaii
« f a cicç fiw-iti, cni^n *t%ni,
fim àptci c t f i . ^ i n *8 II
'krsna—krpã-pãrãvãra, kabhu karibena ahglkãra', *t<5#lt1 Wff f l U I f C I I
sakhi, tora e vyartha vacana 911 JrXÇ flW-'9«l> C f r ò l l WC9 1 « ,
jivera jlvana cahcala, yena padma-patrera jala,
*TÍCS SP1-1ÇiK<8 V t C I II V*» II
tata dina jive kon jana
krsna—Senhor Krsna; krpã-pãrãvãra—um oceano de misericórdia; kabhu—às agni yaiche nija-dhãma, dekhãiyã abhirãma,
vezes; karibena—fará; ahgíkãra—aceitação; sakhi—Minha querida amiga; tora—tuas; patahgtre ãkarsiyã mãre
e—essas; vyartha—falsas; vacana—palavras lisonjeiras; jivera—da entidade viva; kr$na aiche nija-guna, dekhãiyã hare mana,
jlvana—vida; cahcala—efêmera; yena—como; padma-patrera—da folha da flor de pãche duhkha-samudrete àãre
lótus; jala—a água; foto—tantos; diria—dias; /fw—vive; fon—que; /ana—pessoa. agni—íogo; yaiche—como; nija-dhãma—seu próprio local; dekhãiyã— mostrando;
abhirãma—arrativo; patahgtre—as moscas; ãkarsiyã— atraindo; mãre— mata; krsna—
Senhor Krsna; aiche—dessa maneira; nija-guna—Suas qualidades transcendentais;
T R A D U Ç Ã O — " E u digo: 'Minhas queridas amigas, estais pedindo que Eu seja pa- dekhãiyã— mostrando; hare mana—atrai nossa mente; pãche—no fim; duhkha-
ciente, ao dizerdes que Krsna é um oceano de misericórdia e que em algum mo- samudrete—num oceano de infelicidade; dare—afoga.
mento no futuro, Ele Me aceitará. Contudo, devo dizer que isto não Me conso-
lará. A vida da entidade viva é m u i t o efêmera. É como água na folha de uma TRADUÇÃO—" 'Se dizeis que Krsna é um oceano d e qualidades transcendentais
flor de lótus. Q u e m viverá o bastante para aguardar a misericórdia de Krsna?'" e, portanto, algum dia será misericordioso, só posso dizer que Ele é como o fogo,
que atrai moscas com seu brilho reluzente e as mata. Tais são as qualidades de
Krsna. Ao mostrar-nos Suas qualidades transcendentais, Ele atrai nossas mentes,
VERSO 25 e então, mais tarde, ao separar-Se de nós, afoga-nos n u m oceano de infelici-
dade.' "
VERSO 27
JÍl I T O *1 H fiBFtfif I
iflow f i r f t *fir, f i n w SteiNufi,
«T?tfl G i ^ a i - n » arei ? i « TO i",
Cl c i W - f i i si"-&lfl li v n $ 1 t % 1 WCl? I^fí* I
ti TJV •- ü -'JB *tcn«HMC(> nifar.*t n sei,
safa vatsara paryanta, jivera jlvana anta,
ei vãkya kaha nã vicãri'
nãríra yauvana-dhana, yãre kr$na kare mana,
se yauvana—dina dui-cãri eteka vilãpa kari', visãde ért-gaura-hari,
éata vatsara paryanta—até cem anos; jivera—da entidade viva; jlvana—da ughãdiyã duhkhera kapãta
anta—o fim; ei vãkya—esta palavra; kaha—vós falais; na"—sem; vicãri'—levar em con- bhãvera tarahga-bale, nãnã-rüpe mana cale,
r
sideração; nãrira—duma mulher; yauvana-dhana—a riqueza da juventude; y ^ f ãra eka éloka kaila pãfha
em que; krsna—o Senhor Krsna; fcare—faz; mana—intenção; se yauvana—essa \v érf ^ e s s a
maneira; vilãpa—lamentação; kari'—fazendo; visãde—com tristeza;
ventude; dina—dias; dui-cãri—dois ou quatro. aur
^ "-hari— Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ughãdiyã— abrindo; duhkhera—
d

1 elicidade; kapãta—portas; bhãvera—do êxtase; tarahga-bale—pela força das


Sn Caitanya-caritãmrta As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 143
142 Madhya-lila, Verso 30

vaméi-gãnãmrta-dhãma, lãvanyãmrta-janma-sthãna,
ondas; nãnã-rüpe—de diversas maneiras; mana—Sua mente; cale—perde-se; an,
ye nã dekhe se cãhàa vadana
eka—outro; éloka—verso; kaila—fez; vãtha—lia.
se nayane kibã kãja, paduka tara munde vãja,
se nayana rahe ki kãrana
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, o Senhor á r i Caitanya Mahãprabhu lamentava-Se
morada do néctar oriundo das canções da flauta;
pathéi-gdna-amrta-dhãma—a
n u m grande oceano de tristeza, a b r i n d o , assim, as portas de Sua infelicidade. terra natal do néctar da beleza; ye—qualquer pessoa
lâvanya-amrta-janma-sthãna—a
Forçada pelas ondas do êxtase, Sua m e n t e perdia-se em doçuras transcenden- „. ^í—não; dekhe—veja; se—este; cãhda—como a lua; vadana—rosto; se—esses;
tais, e, dessa maneira, Ele lia outro verso la seguir]. nayane— olhos; kibã kãja—de que servem; paduka—que haja; fara—sua; munde—na
cabeça; vãja—-raio; se—esses; nayana—olhos; rahe—mantém; ki—qual; kãrana—razão.

VERSO 28
T R A D U Ç Ã O — " D e que servem os olhos de alguém que não vê o rosto de Krsna,
que se assemelha à lua e é a terra natal de toda a beleza e o reservatório das
canções nectáreas de Sua flauta? O h ! que um raio parta a sua cabeça! Por que
ele mantém semelhantes o l h o s ? "

SIGNIFICADO—O rosto de lua de Krsna é o reservatório de canções nectáreas e


a morada de Sua flauta. É também a fonte de toda a beleza corpórea. Caso os
olhos das gopis não se ocupem em apreciar o belo rosto de Krsna, é melhor que
elas sejam abatidas por um raio. Para as gopfs, ver algo além de Krçna não é inte-
éri-dr$na-rüpãdi-nisevanam vinã ressante e, na verdade, é detestável. As gopis nunca se satisfazem em ver nada
vyarthãni me 'hâny akhilendriyãny alam senão Krçna. O único alívio para seus olhos é o belo rosto de lua de Krçna, o
pãsãna-éuskendhana-bhãrakãny ano objeto de adoração de todos os sentidos. Não p o d e n d o ver o belo rosto de Krçna,
vibharmi vã tãni katharh hata-trapah elas realmente vêem tudo vazio, e desejam ser abatidas por um raio. Não encon-
forma e aos passatempos transcendentais do Senhor Sri
ért-krsna-rüpa-ãdi—à tram nenhuma razão para manter seus olhos q u a n d o estes são destituídos da be-
Krsna; nisevanam—o serviço; vinã—sem; vyarthãni—inexpressivos; me—Meus; leza de Krçna.
ahãni—dias; akhila—todos; indriyãni— sentidos; alam—inteiramente; pãsãna—pedras VERSO 30
mortas; éuska—seca; indhana—madeira; bhãrakãni—fardos; ano—ai de Mim;
vibharmi—suporto; vã— ou; feni—todos eles; katham—como; hata-trapah-sem
envergonhar-Me. PtPí m V » cita i i f a f w i i
cita a*fc-fF5-n, ia** fônnH
TRADUÇÃO—" ' M i n h a s queridas amigas, se Eu n ã o servir à forma, às qualida-
des e aos passatempos transcendentais de á r i Krsna, todos os M e u s dias e todos asn fà«í f à w II «* n p n
os Meus sentidos tornar-se-ão inteiramente inúteis. Agora, estou inutilmente sakhi he, éuna, mora hata vidhi-bala
suportando o fardo de M e u s sentidos, q u e são como fragmentos de pedra e ma- mora vapu-citta-mana, sakala indriya-gana,
deira seca. Não sei por q u a n t o t e m p o serei capaz de continuar sem envergonhar- krsna vinu sakala viphala
Me.' " sakhi he—ó Minha querida amiga; éuna—por favor, ouve; mora—Minha; hata—
perdida; vidhi-bala—a força da Providência; mora—Meu; vapu—corpo; riffa—
VERSO 29 consciência; mana—mente; sakala—todos; indriya-gana—sentidos; krsna—Senhor
^sna; wnu-sem; sakala-tado; viphala-fútü.
a^Wsrtfs-aíi, rçWJtfS-lllK
ci ti c«fr.«r çf\ ifw wm i U A
^ ^ Ç ° — " M i n h a s queridas amigas, por favor, ouvi-Me. Perdi toda a força
v , a e n c
no . ™ i a . Sem Krsna, M e u corpo, consciência e mente, bem como todos
Cl sTHCü fon *t*, nw^f «ti 3 P « 1t*f» / 8 M e u s
sentidos, são i n ú t e i s . "
ci «flw acs t> 1 1 * 1 II II
144 Sn Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 145
Verso 31

VERSO 31 bhãrah param pafta-kitifa-justam

?ca»a i | a at«&, «rçcsa « f H % apy uttamãhgam na namen mukundam


éãvau karau no kurute saparyãm
« t a « I w r srfft ca ajac«l i harer lasat-kãncana-kahkanau vã

barhãyite te nayane narãnãm


« t a sp» C5f « w t r o l II «i « lihgãni visnor na niiíksato ye
krsnera madhura vãnl, amrtera tarahginl, pãdau nrnãm tau druma-janma-bhãjau
tara praveéa nãhi ye éravane ksetrãni nãnuvrajato harer yau
kãnãkadi-chidra sama, jãnihã se éravana,
tara janma haila akãrane jlvah-chavo bhãgavatãhghri-renum
krsnera—âo Senhor Krsna; madhura—doces; vãni— palavras; amrtera—de n na jãtu martyo 'bhilabheta yas tu
tarahginl—ondas; tara—daquelas; vraveéa—entrada; nãhi—não há; ye—oj érl-visnu-padyã manu-jas tulasyãh
éravane—no ouvido; kãnãkadi—de u m búzio danificado; chiara—o orifício; sa évasah-chavo yas tu na veda gandham
como; jãnihã—por favor, ficai sabendo; se—este; éravana—ouvido; tara tad aéma-sãram hrdayarh batedam
janma—nascimento; haila—foi; akãrane—sem propósito. yad grhyamãnair hari-nãma-dheyaih
na vikriyetãtha yadã vikãro
T R A D U Ç Ã O — " T ó p i c o s sobre Krsna são como ondas de néctar. Se tal néctar não netre jalam gâtra-ruhesu harsah
entra no ouvido de alguém, o ouvido não é melhor do que o orifício de um búzio
danificado. Semelhante ouvido foi criado sem n e n h u m p r o p ó s i t o . " "Tanto ao nascer quanto ao se pôr, o sol diminui a duração de vida de todos,
exceto daquele que utiliza o tempo para discutir tópicos sobre a todo-benevolente
SIGNIFICADO—A este respeito, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura cita osi Personalidade de Deus. Acaso as árvores não vivem? Acaso o fole do ferreiro não
guintes versos do Srímad-Bhãgavatam (2.3.17-24): respira? Será que, à nossa volta, as bestas não comem e ejaculam sêmen?
Homens que são como cães, porcos, camelos e asnos louvam aqueles homens
ãyur harati vai puthsãm
que nunca ouvem os passatempos transcendentais do Senhor Sri Krsna, aquele
udyann astarh ca yann asau
que nos liberta de todos os males. Q u e m não ouviu as mensagens sobre os intré-
pidos e maravilhosos atos da Personalidade de Deus e não entoou ou cantou alto
tasyarte yat-ksano nlta
as valiosas canções sobre o Senhor, deve-se considerar que possui ouvidos como
uttama-éloka-vãrtayã
os orifícios das cobras e a língua como a de u m a rã. A parte superior do corpo,
mesmo que coroada com um turbante de seda, é apenas um fardo pesado, caso
taravah kim na jlvanti
nao se curve perante a Personalidade d e Deus, que pode conceder mukti [libera-
bhastrãh kim na évasanty uta
ção]. E as mãos, mesmo que decoradas com cintilantes braceletes, são como as
na khãdanti na mehanti e
^ defunto se não estão ocupadas a serviço da Personalidade de Deus, Hari.
Q

kim grame paéavo 'pare s olhos que não contemplam as representações simbólicas da Personalidade de
eus, Visnu [Suas formas, nome, qualidades, e t c ] são como aqueles estampados
éva-vid-varãhosfra-kharaih ^ ^ penas do pavão, e as pernas que não vão aos lugares sagrados [onde o Senhor
samstutah purusah paéuh a ^""ado] são parecidas a troncos de árvores. A pessoa que jamais recebeu sobre
3 C a e ç a a o e i r a
na yat-karna-pathopeto cad" ^ P d o s pés d e u m devoto puro d o Senhor é certamente u m
er 3 e s s o a u e
jâtu nãma gadãgrajah de loh ^ P 1 jamais experimentou o sabor das folhas de futef dos. pés
^ do Senhor é também um cadáver, ainda que respire. Sem dúvida, tem
3< ã0 6 a Ç a u e e c u e a
bile batorukrama-vikramãn ye cenrr°H ' ^ ° 1 ' l ' despeito d e cantar o santo nome do Senhor con-
3 a m e n t e n ã o se
na érnvatah karna-pute narasya láen ' altera a o acontecer-lhe o êxtase, o s olhos encherem-se d e
6 r n n a s
jihvãsatl dãrdurikeva süta e o s cabelos arrepiarem-se."
na copagãyaty urugãya-gãthãh
146 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-Iyj As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 147
0
Ver» 35

VERSO 32 A D U Ç Ã O — " A s narinas daquele que não cheirou a fragrância do corpo de


u e
K na, q ^ como o aroma do almíscar combinado com o da flor de lótus azula-
• ã são melhores q u e os foles de um ferreiro. De fato, o aroma do corpo
n 0

•gatm-m-fà^w i de'Krsna realmente supera semelhantes combinações."


« t i m c a T I irrti, «ffàwi n e i * C T O , VERSO 34
5
c i n n csi f t w l 1 1 I I II
ÇH-lsi-lfSSl, C1ftií>ÇSMS%5»l,
krsnera adharãmrta, krsna-guna-carita,
sudhã-sãra-svãda-vinindana
« t i **i«f C 1 1 "»t"flf«l I
tara svãda ye nã jãne, janmiyã nã tnaila kene, « t i **f«f i t f t m , ciifèf; çtiiti,
se rasanã bheka jihvã soma
krsnera—do Senhor Krsna; aàhara-amrta—o néctar dos lábios; krsna—do Senhor C 1 ^ 1 ^ C * í t e - 1 1 I t t l I I >©8 I I
Krsna; guna—as qualidades; carita—as atividades; sudhã-sãra—da essência de todo
krsna-kara-pada-tala, koti-candra-suéitala,
o néctar; s v ã d a — o sabor; vinindana—superando; faro—deste; s v ã d a — o sabor; ye—
tara sparéa yena sparéa-mani
qualquer pessoa que; nã jãne—não conheça; janmiyã—nascendo; nã tnaila—não mor-
tara sparéa nãhi yãra, se yãuk chãrakhãra,
reu; kene—por que; se—esta; rasanã— língua; bheka—da rã; jihvã—a língua;
sei vapu lauha-sama jãni
sama—como.
krsna—do Senhor Krsna; kara—as palmas; pada-tala—as solas de Seus pés; koti-
candra—como a luz de milhões de luas; su-éitala—frescas e agradáveis; fira—deles;
sparéa—o toque; yena—como; sparéa-mani—pedra filosofal; fara—seu; sparéa—tato;
T R A D U Ç Ã O — " O néctar d o s lábios d o Senhor Krçna e Suas qualidades e carac- nãhi—não; yãra—de quem; se—tal pessoa; yãuk—que vá; chãrakhãra—à ruína; sei
terísticas transcendentais superam o sabor da essência de todo o néctar, e não vapu—tal corpo; lauha-sama—como o ferro; jãni—sei.
há mal algum em saborear tal néctar. Caso alguém não o prove, seria preferível
que morresse imediatamente após o nascimento, e não se deveria considerar sua T R A D U Ç Ã O — " A s palmas d a s mãos e as solas d o s pés de Krsna são tão frescas
língua melhor q u e a língua de u m a r ã . " e agradáveis que só se pode compará-las com a luz de milhões de luas. Alguém
que tenha tocado tais mãos e pés na verdade experimentou os efeitos da pedra
VERSO 33 filosofal. Se alguém não os tocou, sua vida está arruinada e seu corpo é como
o ferro."
í i n ffcwM*, fvm c i i f à i n ,
C1^1«l«t11<-1t1 i VERSO 35
C 1 1 9U-«W-'it«, i t i itfe c i I f f ,
isfV <ÜS f w n , * í $ ifl«ww»
c f è i t i l «arti n u I I n
®1tf®11 C*ftis |
mrga-mada nilotpala, milane ye parimala,
C19-flC<ff-fãltW, W C W «PWtWj
yei hare tara garva-mãna
hena krsna-ahga-gandha, yãra nãhi se sambandha, ^ 1 l f * t ?tC<? 4 1 * csffi* II II
sei nãsã bhastrãra samãna
mrga-mada—a fragrância d e almíscar; nila-utpala—e a flor de lótus azulada! kari' eta vilapana, prabhu éaci-nandana,
3,
milane—ao misturar-se; ye—esta; parimala—fragrância; yei—que; hare—elimúi ughãdiyã hrdayera éoka
tara—delas; garoa—orgulho; mãna—e prestígio; hena—tal; krsna—do Senhor Krsna. dainya-nirveda-visãde, hrdayera avasãde,
ahga—do corpo; gandha—o aroma; yãra—cujo; nãhi—não; se—esta; sambandhn' ., punarapi pade eka éloka
relação; sei—semelhante; nãsã— narina; bhastrãra—aos foles; samãna—igual. filh n
r* a z e n d o ;
ria—tal; vilapana—lamentação; prabhu—o Senhor; éaci-nandana—o
e
mãe Saci; ughãdiyã— abrindo; hrdayera—do coração; éoka—a lamentação;
148 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lüj As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 149
Verso 37

dainya—humildade; nirveda—desapontamento; visãde—com tristeza; hrdayera—a jg-


uando; yãtah—penetrou; daivãt—por acaso; madhu-ripuh—o inimigo do
coração; avasãde— melancólico; punarapi—repetidas vezes; pode—lê; eka— . U(n
y" „
- fviadhu; asau—Ele; locana-patham—o alcance dos olhos; fada"—nesse mo-
0

éloka—verso. ^ e
° m
usmãkam—nossa; cetah—consciência; madana-hatakena— pelo malvado Cu-
"do' 'ghrtam—raptado; abhüt—torna-se; punah—novamente; yasmin—quando;
T R A D U Ç Ã O — L a m e n t a n d o - S e dessa maneira, á r i Caitanya Mahãprabhu abria as u—Krsna; ksanam api—mesmo que por u m momento; dréoh—dos dois olhos;
portas do pesar dentro de Seu coração. Taciturno, h u m i l d e e desapontado, ü, T—vai P P
a r a ;
~ ° caminho; a ã a v m l
vidhãsyãmah—íaremos; tasmin—então; akhila—
um verso repetidas vezes, com o coração melancólico. -
t das ghatikãh—indicações do tempo; ratna-khacitãh—cravejadas de jóias.

SIGNIFICADO—No Bhakti-rasãmrta-sindhu, explica-se a palavra dainya (humildade)


do seguinte modo: " A o combinarem-se a infelicidade, o temor e a sensação de TRADUÇÃO—" 'Se, por acaso, a forma transcendental de Krsna aparecer ao al-
ter ofendido alguém, a pessoa sente-se condenada. Este sentimento de condena- cance de Minha visão, M e u coração, ferido de tanto ser maltratado, será raptado
ção é descrito como dlnatã, humildade. Q u e m se sujeita a tal humildade sente-se por Cupido, a felicidade personificada. Como n ã o p u d e ver a bela forma de Krsna
fisicamente inativo, desculpa-se e fica com a consciência perturbada. Sua mente tanto quanto Eu desejava, ao ver Sua forma novamente, vou decorar as fases
fica também inquieta e muitos outros sintomas manifestam-se " O Bhakti-rasãmrta- do tempo com muitas jóias.' "
sindhu também explica a palavra nirveda. " A l g u é m pode sentir tristeza e sauda-
de, b e m como ciúmes e lamentação, devido a não cumprir seus deveres. A me-
lancolia resultante chama-se nirveda. Q u a n d o tal melancolia se apodera dele, o SIGNIFICADO—Este verso foi proferido por Srimati Rãdhãrãni n o Jagannãtha-
resultado são pensamentos, lágrimas, perda do brilho corpóreo, humildade e res- vallabha-nãtaka (3.11) d e Rãmãnanda Rãya.
piração ofegante." O Bhakti-rasãmrta-sindhu também explica o termo visada:
" Q u a n d o alguém fracassa em alcançar a meta desejada da vida e se arrepende
VERSO 37
d e todas as suas ofensas, dá-se u m estado d e pesar chamado visada." Explicam-
s e também os sintomas d e visada. "A pessoa anseia por reviver sua condição
original e indaga como fazer isso. Ocorrem, também, pensamento profundo, res-
piração ofegante, choro e lamentação, bem como certa mudança da cor física e
língua seca."
' « r f í W «ita i f f i ' , ifã' fm ciri n,
O Bhakti-rasãmrta-sindhu menciona trinta e três de tais sintomas destrutivos. Eles c f w s i i « r ô s cwa « f à ' II <&\ ii
são expressos em palavras, nas sobrancelhas e nos olhos. Esses sintomas chamam-
se vyabhicãrí bhãva, êxtase destrutivo. Caso continuem, às vezes são chamados ye kãle vã svapane, dekhinu vamét-vadane,
sahcãrí, ou êxtase contínuo. sei kãle ãilã dui vairi
'ãnanda' ãra 'madana', hari' nila mora mana,
dekhite nã pãinu netra bhari'
VERSO 36 ye kãle—no momento; vã svapane—ou em sonhos; dekhinu—Eu via; vaméi-vadane—
o rosto do Senhor Krsoa com Sua flauta; sei kãle—naquele momento; ãilã—
apareciam; dui—dois; vairi—inimigos; ãnanda—prazer; ãra—e; madana—Cupido;
"ãn —roubando; nila—levavam; mora—Minha; mana—mente; dekhite—de ver; nã—
n a o ;
Pãinu—Eu era capaz; netra—olhos; bhari'—satisfazendo.

T R A D U Ç Ã O — " S e m p r e q u e Eu tinha a oportunidade de ver o rosto do Senhor


03 e
yadã yãto daivãn madhu-ripur asau locana-patham 2 e r Sua flauta, mesmo e m sonho, dois inimigos apareciam ante Mim: o pra-
r e
tadãsmãkam ceto madana-hatakenãhrtam abhüt Cupido. E, como raptavam Minha mente, Eu não podia satisfazer plena-
e
punar yasminn esa ksanam api dréor eti padavim n t e Meus olhos através da visão do rosto de K r s n a . "
vidhãsyãmas tasminn akhila-ghatikã ratna-khacitãh
As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 151
150 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lüj,. Verso 41

C A D O — A o falar assim em êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu viu duas


N I F I
VERSO 38 S
' o a s perante Ele. Uma era Seu secretário, Svarüpa Dãmodara, e a outra, Rãya
ss

Rãmãnanda. Voltando à Sua consciência externa, viu presentes os dois, e, apesar


*|i: if* ca>ti w«i, asaia nrti» He ainda estar falando no êxtase de Srimati Rãdhãrãni, logo pôs-Se a perguntar
«ca crò i$l-i>«!-»t»T i ge ra o mesmo Sri Caitanya Mahãprabhu.
e

fàai itsríçiw, *M n - n m i ,
VERSO 40
W I J I asfài^iawi II n
W cita «itcia atua i
punah yadi kona ksana, kayãya krsna daraéana,
tabe sei ghati-ksana-pala
i t f t ?a»-c*m«w, »taa? caia #taa,
diyã mãlya-candana, nãnã ratna-ãbharana, c i c i f s a f ai cata ia n 8° ii
alahkrta karimu sakala
éuna mora prãnera bãndhava
punah—outra vez; yadi—se; kona—algum; ksana—momento; kayãya—ajudar;
nãhi krsna-prema-dhana, daridra mora jivana,
krsna—o Senhor Krsna; daraéana—a ver; fabe—então; sei—isto; ghati-ksana-pala-
dehendriya vrthã mora saba
segundos, minutos e horas; diyã—oferecendo; mãlya-candana—guirlandas e polpa
éuna—por favor, ouvi; mora—Minha; prãnera—da vida; bãndhava—amigos; nà"hi—
de sândalo; nãnã— diversas; ratna—jóias; ãbharana—ornamentos; alahkrta-
não há nenhuma; krsna-prema-dhana—riqueza de amor a Krsna; daridra—miserável;
decorados; karimu—farei; sakala—todos.
mora—Minha; jivana—vida; deha-indriya—todos os membros e sentidos de Meu
corpo; vrthã— improdutivos; mora—Meus; saba—todos.
T R A D U Ç Ã O — " S e por acaso chegar o momento em que Eu possa ver Krsna uma
vez mais, então hei de adorar tais segundos, minutos e horas com guirlandas
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: " M e u s queridos amigos, vós
de flores e polpa de sândalo, e decorá-los com toda a espécie de jóias e or-
sois Minha vida e alma; portanto, digo-vos que não possuo riqueza alguma de
namentos."
amor por Krsna; conseqüentemente, Minha vida é miserável; Meus membros
VERSO 39 e sentidos são i n ú t e i s . "

are C1T n, "•ittt ÔRH s& **> VERSO 41


tftca vrft ii bw» ?
mata fa* cwfi*, foal^tfi «wtf^ay *t?s T O , - i r a sta, « Ü , ia»t-anata,
cstaal fof ^fsratw ci» ? II cata çwa-f5f*5a i
« f i , asai fà&ia, ia, i a — a ^ ita,
ksane bãhya haila mana, ãge dekhe dui jana,
tãnre puche,—ãmi nã caitanya?
mi i ü T catas fcsçtn ii 8i II
svapna-prãya ki dekhinu, kibã ãmi pralãpinu,
punah kahe,—hãya hãya, éuna, svarüpa-rãmarãya,
tomara kichu éuniyãcha dainya?
ei mora hrdaya-niécaya
ksane—n u m instante; bãhya—para fora; haila—tornou-se; mana—a mente; õg ^ 1

éuni, karaha vicãra, haya, naya—kaha sara,


em frente; dekhe—vê; dui jana—duas pessoas; tãnre—delas; puche-indaga;
eta bali' éloka uccãraya
Eu; na—não; caitanya—consciente; svapna-prãya—quase sonhando; ki—o ^
8 p "ah—novamente; kahe—diz; hãya hãya—ai de Mim; éuna—por favor, ouvi;
dekhinu—tenho visto; kibã—o que; ami—Eu; pralãpinu—falei em loucura; tomí" pa rama rã a
esta- ' ' y —Meus queridos Svarüpa Dãmodara e Rãmãnanda Rãya; ei—
vós; kichu—algo; éuniyãcha—ouvistes; dainya—humildade. ra _ VlÍnna;
tora/ '^ ~ ' Ia Tdaya-niécaya—a certeza n
em Meu coração; éuni—ouvindo;
s l r n l e s r n e n t

c0
stfra— . . P e fazei; vicãra—julgamento; haya, naya—correto ou não; kaha
T R A D U Ç Ã O — N u m instante, ári Caitanya Mahãprabhu recuperou Sua ^f^t uccdm, "'^ , z e i
essência; e
efa a
bali'—dizendo isso; éloka—outro verso;
cia externa e viu duas pessoas perante Ele. Questionando-os, perguntou: ^ ra
-V ~recita. a

consciente? Que espécie de sonhos tenho tido? Que loucuras falei? Acaso
vistes algumas expressões de h u m i l d a d e ? "
152 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-liià 2 Verso 45 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 153
(

T R A D U Ç Ã O — D i r i g i u - S e de novo a Svarüpa Dãmodara e a Rãmãnanda Rãya, f . a haya—é; tabe—então; viyoga—separação; viyoga—separação; haile—se houver; fa?/ia—
lando melancolicamente: " A i de Mim! M e u s amigos, agora podeis ver a certeu alguém; nã jryaya-não pode viver.
em Meu coração e, sabendo disso, deveis julgar se estou correto ou não. Espeto
que faleis sobre isto a p r o p r i a d a m e n t e . " Então ári Caitanya Mahãprabhu come. T R A D U Ç Ã O — " N ã o existe na sociedade h u m a n a amor puro por Krsna, o qual é
çou a recitar outro verso. como o ouro do rio J ã m b ü . Se existisse, não poderia haver separação. Havendo
separação, não se poderia viver."
VERSO 42
VERSO 44
f^Mftl* C 1 T «I ft CTt* I t l J I C1t«4 I
i^ crfè ni fim cififi eu «Pli^ 18* i
kai-ava-rahi-am pemmam na hi hoi mãnuse loe « C l 9*£5 1415-111431 I
ja-i hoi kassa virahe hontammi ko jia-i nf»H vil *%s itfici itw,
kai-ava-rahi-am—sem n e n h u m a propensão e n g a n a d o r a , sem qualquer motivo
relacionado aos quatro princípios de existência material (a saber, religiosidade, <si^*?fç ifMVt <rt#1 n 88 n
desenvolvimento econômico, gozo dos sentidos e liberação); pemmam—amor a ria fca/n' éací-suta, éloka pade adbhuta,
Deus; na—jamais; hi—decerto; hoi—toma-se; mãnuse— na sociedade humana; loe- éune duhhe eka-mana hanã
neste mundo; ja-i—se; hoi—houver; kassa—cujo; virahe—em separação; hontammi- ãpana-hrdaya-kãja, kahite vãsiye laja,
é; ko—quem; jía-i—vive. tabu kahi lãja-bija khãhã
eta kahi'—falando assim; éacl-suta—o filho de Srimati Sacimãtã; éloka—verso;
impossível, dentro deste m u n d o material, o amor a Deus des-
T R A D U Ç Ã O — " "t pade-recita; adbhuta—maravilhoso; éune—ouvem; duhhe—ambos; eka-mana hanã—
tituído de propensões enganadoras. Se existisse tal amor, não poderia haver se- com profunda atenção; ãpana-hrdaya-kãja—as atividades do próprio coração;
paração, pois, como poderia alguém viver separado deste amor?' " kahite—de falar; vãsiye— sinto-Me; laja—envergonhado; tabu—ainda assim; kahi—
falo; lãja-bija—a semente da timidez; khãhã— acabando com.
S I G N I F I C A D O — E s t e é um verso em linguajar comum, chamado prãkrta, cuja trans- TRADUÇÃO—Falando assim, o filho de Srimati áacimãtá recitou outro verso ma-
formação sânscrita exata é kaitava-rahitam prema na hi bhavati mãnuse loke/yadi bha- ravilhoso, que Rãmãnanda Rãya e Svarüpa Dãmodara ouviram com profunda
vati kasya viraho virahe saty api ko jivati. atenção, ári Caitanya M a h ã p r a b h u disse: "Sinto-Me envergonhado de revelar
as atividades de Meu coração. Não obstante, vou acabar com todas as formali-
VERSO 43 dades e falar de coração. Por favor, o u v i . "

VERSO 45
?Ut«i, âHWIV*-!W i csfiitii*fo FITPR ci lôfi
*itfà ciYtMJW «wF-rç^ i
i^fiitirtiicipvi^ fin
tofst Í I W GV* m #rw ii 81 II lisfí ^ «MWHTfrH ?n' 8« II
na prema-gandho 'sti darãpi me harau
akaitava krsna-prema, yena jãmbü-nada-hema,
sei prema nrloke nã haya kranàãmi saubhãgya-bharam prakãéitum
yadi haya tara yoga, nã haya tabe viyoga, vaméi-vilãsy-ãnana-lokanarh vinã
—our° ^ vibharmi yat prãna-patahgakãn vrthã
viyoga haile keha nã jiyaya nunca
akaitava krsna-prema—amor p u r o por Krsna; yena—como; jãmbü-nada-hema- q ~~ ;
Uer
6 1 , 1 ro
r
P ema-gandhah—uma gota d e amor por Deus; osti—hà; darãapi—se-
do rio Jãmbü; sei prema— este amor a Deus; nrloke—no m u n d o material; nã w!r~ P p o r ç ã o mínima; me—Meu; harau—na Suprema Personalidade de Deus;
não é possível; yadi—se; haya—houver; tara—com ele; yoga—ligação; raf-n**

Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 2 Verso 48 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 155

krandãmi—choro; saubhãgya-bharam—o tamanho de Minha fortuna; prakãéitum— nija-dehe kari príti, kevala kãmera riti,
para demonstrar; vaméi-vilãsi—do grande flautista; ãnana—para o rosto; lokanam— prãna-klfera kariye dhãrana
olhar; vinã— sem; vibharmi—levo; yaí—porque; prãna-patahgakãn—Minha vida de vste—em que; felicidade de ouvir o tocar da flauta;
vamél-dhvani-sukha—a nã de-

inseto; vrthã— sem propósito algum. Idii'—não vendo; se—aquele; cãhda mukha—rosto d e lua; yadyapi—embora; nãhika—
não haja; 'ãlambana'—o encontro da amante com o amado; nija—próprio; dehe—

TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: " M e u s queridos amigos, não no corpo; kari—faço; priti—afeição; kevala—apenas; kãmera—da luxúria; riti—O jei-
-

tenho n e n h u m a gota de amor por Deus dentro de M e u coração. Quando vós Me to prãna—àe vida; kítera—da mosca; kariye—faço; dhãrana—continuando.
vedes chorar de saudade, só estou exibindo falsamente uma demonstração de
Minha grande fortuna. Na verdade, mesmo sem ver o belo rosto de Krsna to- T R A D U Ç Ã O — " E m b o r a Eu não veja o rosto de lua de Krsna a tocar Sua flauta
cando Sua Tlauta, continuo a viver Minha vida como um inseto, sem propósito e embora não Me seja possível encontrar-Me com Ele, ainda assim, cuido de
algum." Meu próprio corpo. Isso é que é luxúria. Dessa maneira, mantenho Minha vida
VERSO 46 de mosca."

SIGNIFICADO—A este respeito, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura diz que


ca« m m * **t& c*fc*ra o adorável Senhor Supremo é o abrigo supremo. O Senhor é o sujeito supremo,
cm. cit* mfk s * - » t t i i e os devotos são o objeto. A reunião de um objeto com o sujeito chama-se ãlambana.
O objeto ouve, e o sujeito toca a flauta. O sinal de estar sem ãlambana é que o
T O C l S É ajwiw, «WWti objeto nem pode ver o rosto de lua de Krsna, n e m anseia vê-lO. Quem imagina
* f t , fcn «rrf%ç t*WJl II 8* II tal coisa externamente, só faz satisfazer seus desejos luxuriosos e, assim, vive
sem propósito.
dure éuddha-prema-gandha, kapãfa premera bandha,
seha mora nãhi krsna-pãya VERSO 48
tabe ye kari krandana,
kari, ihã jãnihã
sva-saubhãgya
niécaya
prakhyãpana,
?nr.«firi ^ f M n , eu w t t t m
dure—muito longe; é u d d h a - p r e m a - g a n d h a — u m a gota d e amor devocional puro; cfèc*H1-«rçC«1 ftf I
kapãta—falso; premera—de amor a Deus; bandha—atando; seha—isto; mora—Meu;
nãhi—não há; krsna-pãya—aos pés de lótus de Krsna; tabe—mas; ye—isto; kari— fM*l ci «rçsrtít, sfl ^ P t i *w wtct,
faço; krandana—chorando; sva-saubhãgya—Minha própria fortuna; prakhyãpana—
demonstração; kari—faço; iM—isto; jãnihã—ficai sabendo; niécaya—com certeza. W1OT C105 lltfl*^ II 81»- II
krsna-prema sunirmala, yena éuddha-gahgã-jala,
T R A D U Ç Ã O — " N a realidade, Meu amor por Krsna está muito, muito longe. Tudo sei prema—amrtera sindhu

o que faço é falso. Q u a n d o vós Me vedes chorar, estou apenas demonstrando nirmala se anurãge, nã lukãya anya dãge,
éukla-vastre yaiche masí-bindu
Minha grande fortuna. Por favor, tentai entender isto sem qualquer dúvida."
krsna-premã— amor por Krsna; su-nirmala—sem contaminação material; yena—
VERSO 47 exatamente como; éuddha-gahgã-jala—a água pura do Ganges; sei prema— este amor;
omrtera sindhu—o oceano de néctar; nirmala—puro; se—esta; anurãge—atração; nã
lukãya—não esconde; anya—outra; dãge—mancha; éukla-vastre—em pano branco;
ires i # « f i ^ «ri cwf*r 4 * Ü f < f $ yaiche—como; masi-bindu—uma mancha de tinta.
m f » » *tfti* ' « r i m ' i
fl*r-CTO lf% <3lf«, d * * * 1*tC11 f t f è , ^ADUÇÃo— "O amor pelo Senhor Krsna é muito puro, assim como as águas
0 a n
G g e s . Este amor é um oceano de néctar. Este apego puro a Krsna não es-
a l t l - f t ò i asfàci «rr?«i 118i 11 conde nenhuma mancha, q u e apareceria exatamente como uma mancha de tinta
n u

ytffe vamél-dhvani-sukha, nã dekhi' se cahda mukha,


m pano b r a n c o . "
yadyapi nãhika 'ãlambana'
156 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-Iili, i Verso 52 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 157

SIGNIFICADO—O amor puro por Krsna é exatamente como u m grande lençol de venenosos; bhitare—dentro; ãnanda-maya—êxtase transcendental; krsna-premãra—de
pano branco. Compara-se a ausência de apego a Krçna a uma mancha negra nesse amor a Krsna; adbhuta—maravilhosa; carita—característica.
pano branco. Assim como a mancha negra sobressai, da mesma forma, a ausên-
cia de amor a Deus sobressai na plataforma de amor puro por Deus. TRADUÇÃO—Dessa maneira, o Senhor Caitanya costumava deleitar-Se em êxta-
se, dia após dia, e manifestar tais êxtases perante Svarüpa e Rãmãnanda Rãya.
VERSO 49 Externamente, Ele manifestava severas tributações, como se estivesse padecen-
do de efeitos venenosos, mas, internamente, experimentava bem-aventurança.
WBaJWtPrf, *rft «f* <«* fà^j Isto é característico do transcendental amor a Krsna.

VERSO 51

itfotrç ai c^al *ftf%ati II 8& II


«ji wn, «ri im «nra i
suddha-prema-sukha-sindhu, pãi tara eka hindu,
sei hindu jagat dubãya cfc caw a*t* lia, «tu Hn vfca,
kahibãra yogya naya, tathãpi hãule kaya, fàiffrc i i r a s f à p R II Í Í II
kahile vã kebã pãtiyãya
êuddha-prema—amor puro; sukha-sindhu—o oceano de felicidade; pãi—se obtav ei premã-ãsvãdana, tapta-iksu-carvana,
nho; Mm—deste; eka—uma; bindu—gota; sei bindu—tal gota; jagat—o mundo in- mukha jvale, nã yãya tyajana
teiro; dubãya—afoga-se; kahibãra—falar; yogya naya—não é adequado; tathãpi—ainda sei prema yãhra mane, tara vikrama sei jãne,
assim; bãule—um louco; farya-fala; kahile—se falado; wf-ou; fcetó pãf/'yãya-quem visãmrte ekatra milana
acredita. ei—este; prema"—amor a Krsna; ãsvããana—saboreando; tapta—quente; iksu-
carvana—chupando cana-de-açúcar; mukha jvale—a boca arde; nã yãya tyajana—
T R A D U Ç Ã O — " O amor puro por Krsna é como o oceano de felicidade. Se alguém mesmo assim, impossível desfazer-se de; sei—este; prema—amor a Deus; yãhra
obtém uma gota dele, o m u n d o inteiro pode afogar-se nessa gota. Embora não mane—na mente de alguém; fãra—daquele; vikrama—o poder; sei jãne—ele sabe;
seja conveniente exprimir tal amor a Deus, um louco não consegue deixar de visa-amrte— veneno e néctar; ekatra—em unidade; milana—encontro.
falar. Contudo, ainda que fale, n i n g u é m acredita n e l e . "
TRADUÇÃO—Saborear alguém tal amor a Deus pode ser comparado à cana-de-
VERSO 50 açúcar quente. Q u e m chupa cana-de-açúcar quente fica com a boca ardendo,
todavia, não consegue deixar de chupá-la. Analogamente, se alguém tem nem
que seja um pouco de amor a Deus, pode perceber seus efeitos poderosos. Só
fswneta TOI fàfro i se pode comparar isso a uma mistura de veneno e néctar.
aícw fàaww fwsn wiswrs,
VERSO 52
s w s i m n u çfira n <t° n
ei maio dine dine, svarüpa-rãmananda-sane, ^ F l f i r ô a * & - * $ V S M 4 * ft4liwi
nija-bhãva karena vidita
bãhye visa-jvãlã haya, bhitare ãnanda-maya,
krsna-premãra adbhuta carita

ei mata—dessa maneira; dine dine—dia após dia; svarüpa—Svarüpa Dãmodara,


rãmãnanda—Rãmãnanda Rãya; sane—com; nija—próprio; bhãva—êxtase; karena— ptdãbhir nava-kãla-küta-katutã-garvasya nirvãsano
faz; vidita—conhecido; bãhye—externamente; visa-jvãlã haya—padece de efeito» nisyandena mudam sudhã-madhurimãhahkãra-sahkocanah
158 Sif Cãitanyã-cãrítàmrU Madhya-lilã, 2 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya
Verso 55 159

prema sundari nanda-nandarta-paro jâgarti yasyântare


tradução—Ao ver Jagannãtha juntamente com Balarãma e Subhadrã, Sri
jhãyante sphutam asya vakra-madhurãs tenaiva vikrãntayah
Caitanya Mahãprabhu imediatamente pensava que chegara a Kuruksetra, aonde
pldãbhih—pelos sofrimentos; nava—fresco; kãla-küta—de veneno; katutã—da ri-
todos Eles haviam ido. Ele julgava ter logrado o sucesso em Sua vida por ter
gorosidade; garvasya—do orgulho; nirvãsanah—eliminação; nisyandena—fluindo em
visto aquele que tem olhos de lótus, o qual, se visto, apazigua o corpo, a mente
abundância; mudam—felicidade; sudhã— de néctar; madhutimã— da doçura-
os olhos.
ahahkãra—o orgulho; sankocanah—dirninuindo; prema—amor; sundari—bela ami- e

ga; nanda-nandana-parah—fixo n o filho de Mahãrãja N a n d a ; jdgarti—desenvolve- VERSO 54


se; yasya—de quem; antare—no coração; jhãyante—são percebidas; sphutam—
m p c ü ifwrc*, aft' T O «raro,
explicitamente; asya—daquilo; vakra—amargas; madhurãh—e doces; tena—por ele;
eco—apenas; vikrãntayah—as influências. ci «rfic^a fàt a»fta a*c*i i
•n^Fs-^c** « e i . i r c f <na> t%* «ttw,
TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u falou: " ' M i n h a querida e bela ci «ff*i «fà»i « a p w c t n <?811
amiga, se alguém desenvolver amor por Deus, amor por Krsna, o filho de Nanda garudera sannidhãne, rahi' kare daraéane,
Mahãrãja, manifestar-se-ão em seu coração todas as influências amargas e do- se ãnandera ki kahiba ba'le
ces deste amor. Tal amor a Deus age de duas maneiras. Os efeitos venenosos garuda-stambhera tale, ache eka nimna khãle,
do amor a Deus superam o veneno forte e fresco da serpente. Todavia, simulta- se khãla bhartta aéru-jale
neamente, ocorre bem-aventurança transcendental, q u e flui em abundância e garudera—Garuda; sannidhãne— próximo; rahi'—mantendo-Se; kare—faz;
supera o orgulho do néctar, diminuindo-lhe o valor. Em outras palavras, o amor vendo; se ãnandera—daquela bem-aventurança; ki—o que; kahiba—direi;
daraéane—
a Krsna é tão poderoso que simultaneamente supera os efeitos venenosos de bale—sobre a força; garuda—da estátua de Garuda; s t a m b h e r a — d a coluna; tale—
u m a serpente, b e m como a felicidade derivada de derramar-se néctar na cabeça debaixo; ache—há; e b - u m a ; nimna—funda; khãle—valeta; se khãla—essa valeta;
de alguém. Percebe-se-o como duplamente efetivo, simultaneamente venenoso bharila—enchia-se; aéru-jale—com a água das lágrimas.
e nectáreo.' "
TRADUÇÃO—Mantendo-Se próximo ao Garuda-stambha, o Senhor contempla-
SIGNIFICADO—Este verso foi falado por Paurnamãsi a Nãndimukhi no Vidagdha- va o Senhor Jagannãtha. Q u e se pode dizer sobre a força daquele amor? No solo,
mádhava (2.18) de Srila Rüpa Gosvãmi. debaixo da coluna do Garuda-stambha, havia uma valeta funda. Essa valeta
enchia-se com a água de Suas lágrimas.
VERSO 53
Cl asfCI GtíA rtfW- ftll<HWIr*lWi SIGNIFICADO—Em frente ao templo de Jagannãtha, há uma coluna sobre a qual
se assenta a estátua de Garuda. Ela chama-se Garuda-stambha. Atrás dessa co-
T O wtw—«flerta $ # w a 1 luna, há uma valeta; essa valeta é que ficava cheia de lágrimas do Senhor.
w #rai, c*flfl( •tWNWi
VERSO 55
f « f à » l «9.-H-C&S 11 11
ye kãle dekhe jagannãtha- árírãma-subhadrã-sãtha, « t t l c*c« TO «rtHP attra « T O aftN
tabe jãne—ãilãma kuruksetra
saphala haila jlvana, dekhiluh padma-locana,
TO TO *|fift fa«R 1
judãila tanu-mana-netra fr-fi asfti ^tm, a>rti cttc*fw*ww,
ye kãle—no momento em que; dekhe— Ele vê; jagannãtha—Senhor Jagannãtha;
érí-rãma—Balarãma; subhadrã—Subhadrã; sãtha—com; tabe— neste momento; jãne— asttl c f t atftawi u <a 11
sabe; ãilãma—acabo de chegar; kuru-ksetra—ao local d e peregrinação conhecido tãhãn haite ghare ãsi', mãllra upare vasi',
como Kuruksetra; sa-phala—exitosa; haila—tornou-se; jlvana—vida; dekhilun-
nakhe kare prthivt likhana
de ver; padma-locana—os olhos de lótus; judãila—apaziguados; tanu—corpo; mana—
hã-hã kãhãh vrndãvana, kãhãh gopendra-nandana,
mente; netra—olhos.
kãhãh sei vamél-vadana
160 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 2 Verso 59 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 161

tãhãn Imite—dali; ghare ãsi'—vindo de volta à casa; mãflra—o chão; upare—sobre- ufhila nãnã bhãvãvega, mane haila udvega,
vasi'—sentando-Se; nakhe—com as unhas; kare—faz; prthivi— na superfície da terra- ksana-mãtra nãre gohãite
likhana—marcando; hã-hã— ai de Mim; kãhãh—onde está; vrndãvana—Vrndãvana- prabala virahãnale, dhairya haila talamale,
kãhãh—onde; gopa-indra-nandana—o filho do rei dos vaqueiros; kãhãh—onde; sei— nãnã éloka lãgilã paàite
aquela; vamét-vadana—pessoa com a flauta. f la—surgiam; nãnã— diversas; bhãva-ãvega—forças da emoção; mane—na men-
u m

te- haila—havia; udvega—ansiedade; ksana-mãtra—sequer por um momento; nãre—


T R A D U Ç Ã O — D e i x a n d o o templo de Jagannãtha para retornar à Sua casa, S
n
incapaz; gohãite—de passar; prabala—poderoso; viraha-anale—no fogo da sauda-
-
Caitanya Mahãprabhu costumava sentar-Se no chão e marcá-lo com Suas unhas. de âliairya—paciência; haila—ficava; talamale—vacilando; nãnã—vários; éloka—
Em tais momentos, ficava imensamente triste e chorava: " A i de Mim! onde está versos; lãgilã— passava; padite—a recitar.
Vrndãvana? O n d e está Krsna, o filho do rei dos vaqueiros? Onde está aquela
pessoa que toca flauta?" TRADUÇÃO—Dessa maneira, desenvolviam-se diversas emoções extáticas, e a
mente do Senhor enchia-se de ansiedade. Não podia escapar sequer por um mo-
VERSO 56 mento a isso. Deste modo, devido a ardentes sentimentos de saudade, Sua pa-
ciência começava a vacilar, ao que Ele passava a recitar vários versos.
asTtl Cl f à w à í a , *ttl C & C^tt*»,
asTtl c f t I Ç l l - ^ W I VERSO 58

c i amfàma, * r t i f5jfli<5-*Fi, «rç»i*ífà ftatanrtfi a r * frtc^fRWcai i


an#i « i ^ wTcrrtp* 11 « « ii
kãhãh se tri-bhahga-thãma, kãhãh sei venu-gãna,
kãhãh sei yamunã-pulina
kãhãh se rãsa-vilãsa, kãhãh nrtya-gita-hãsa, amüny adhanyãni dinãntarãni
kãhãh prabhu madana-mohana hare tvad-ãlokanam antarena
kãhãh—onde; se—esse; tri-bhahga-thãma—talhe curvado em três lugares; kãhãh— anãtha-bandho karunaika-sindho
onde; sei—aquela; venu-gãna—doce melodia da flauta; kãhãh—onde; sei—aquela; hã hanta hã hanta katham nayãmi
yamunã-pulina—margem do rio Yamunã; kãhãh—onde; se—aquela; rãsa-vilãsa— amüni—todos aqueles; adhanyãni—inauspicioso; dina-antarãni—outros dias;
dança da rasa; kãhãh—onde; nrtya-gita-hãsa—dança, música e risos; kãhãh—onde; haie—6 Meu Senhor; tvat—de Ti; ãlokanam—vendo; antarena—sem; anãtha-bandho—
prabhu—Meu Senhor; madana-mohana—o encantador de Madana (Cupido). 6 amigo dos desamparados; karunã-eka-sindho—ó único oceano de misericórdia;
hã hanta—ai de Mim; katham—como; nayãmi—passarei.
T R A D U Ç Ã O — á r i Caitanya Mahãprabhu costumava lamentar-Se, dizendo: "On-
de está ári Krsna, cujo talhe curva-se em três lugares? Onde está a doce melodia TRADUÇÃO—" 'Ó Meu Senhor, ó Suprema Personalidade de Deus, ó amigo dos
de Sua flauta e onde está a margem do Yamunã? O n d e está a dança da rasa? desamparados! És o único oceano de misericórdia! Por não Te ter encontrado,
O n d e está essa dança, canto e risos? O n d e está Meu Senhor, Madana-mohana, Meus inauspiciosos dias e noites têm sido insuportáveis. Não sei como farei para
o encantador de C u p i d o ? " passar o tempo.' "

VERSO 57 SIGNIFICADO—Este verso é do Krsna-karnãmrta (41) de Bilvamahgala Thãkura.

« f o i srt*H «TaTcaM, ad lm &Wt, VERSO 59


**Ma « T O ctt*r>c<5 1
« a i fàastrof, 1
caa cm B * i t o , estar* f f r - f r o » i a » <a atfis-fro»
stHi arras nrí^ri • r f r o « < w H d& asfi sn ata a*rli i
162 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ly^ Verso 62 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 163

VERSO 61
« f i «mau if, «?»mi <HPtt>ft%
?*I1 f í ã ' W W * II ff& II
tomara daréana-vine, adhanya e rãtri-dine, H S Í f l ? « 1 1 1 Tf TífflUH i
ei kãla nã yãya kãtana
tumi anãthera bandhu, apara karunã-sindhu, « * f > * i r c í f à f à i i t siitfiiifi
krpã kari' deha daraéana li* ilti^r^fo^^iTsjt^ i i
tomara—Tua; daréana—audiência; vine—sem; adhanya—inauspicioso; e—isto; ráirj.
tvac-chaiéavam tri-bhuvanãdbhutam ity avehi
dine— noite e dia; ei kãla—esse tempo; nã yãya—não vai; kãtana—passando; tumi—
mac-cãpalam ca tava vã mama vãdhigamyam
Tu; anãthera bandhu—amigo dos desamparados; apara—ilimitado; karunã-sindhu—
tat kim karomi viralath murall-vilãsi
oceano de misericórdia; krpã kari'—mostrando misericórdia; deha—por favor, dá;
mugdham mukhãmbujam udlksitum Iksanãbhyãm
da raéana—audiência.
tvat—Tua; éaiéavam—tenra idade; tri-bhuvana—dentro dos três mundos;
adbhutam—maravilhosa; iti—assim; avehi—conheces; mat-cãpalam—Minha instabi-
T R A D U Ç Ã O — " T o d o s esses inauspiciosos dias e noites não passam, pois não Te
lidade; ca—e; tava—Tua; vã—ou; momo—Minha; vã— ou; adhigamyam—ser com-
tenho encontrado. É difícil saber como passar todo esse tempo. Porém, és o amigo
preendido; tat—isto; kim—o que; karomi—faço; viralam—na solidão; murali-vilãsi—ó
dos desamparados e um oceano de misericórdia. Por favor, dá-Me audiência,
flautista; mugdham—atrativo; mukha-ambujam—rosto de lótus; udlksitum—ver su-
pois estou em situação precária." ficientemente; Iksanãbhyãm—pelos olhos.
VERSO 60 '
TRADUÇÃO—" ' O Krsna, ó flautista, a doçura de Tua t e m a idade é maravilhosa
«f&n « t i - ç m dentro destes três m u n d o s . Tu conheces a Minha instabilidade e Eu conheço
5
1» a Tua. Ninguém mais sabe disto. Quero ver Teu rosto belo e atrativo em algum
« t e u i f « 14*1 n ata I lugar solitário, mas, como conseguirei isto?' "
« w 4 c i cHtc? n » Í W •Hi TO**»
SIGNIFICADO— Esta é outra citação d o Krsna-karnãmrta (32) de Bilvamahgala
$?*-fctfas »{Ç5St Sfffl II * ° II Thãkura.
uf/n/u bhãva-cãpala, mana ha-ila cahcala,
bhãvera gati bujhana nã yãya VERSO 62
adaréane pode mana, kemane pãba daraéana, CStltl Itçft-ai, « f C « C l t l 5t*t1,
krsna-thãhi puchena upãya m^ « f a « t f l srrfi i
uthüa—surgia; bhãva-cãpala—inquietude de emoções extáticas; mana—mente; ha-
ila—hca\a; cahcala—agitada; bhãvera—da emoção extática; gati—o rumo; bujhana- 1*1*1 i r á i m t i i i * , 1*1*1 c i e i e « n i *tt«,
compreender; nã yãya—impossível; adaréane— sem ver; pode— arde; mana—a men- « t u citei 1 * 1 « ' «rt»tfi n ** II
te; kemane—como; ptfiw—conseguirei; daraéana—audiência; krsna-thãhi—a Krsna;
tomara mãdhurí-bala, tãte mora cavala,
puchena—pergunta; upãya—a maneira.
ei dui, tumi ãmi jãni
kãhãh karon kãhãh yãh, kãhãh gele tomã pãh,
tãhã more kaha ta' ãpani
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, os sentimentos extáticos despertavam inquietude
mara—Tua; mãdhurí-bala—força tãte—nisto;
de doçura;
mora—Minha; cãpala—
no Senhor, cuja mente ficava agitada. Ninguém podia entender que rumo to-
pó encia; ei—estes; dui—dois;
tumi—Tu; ãmi—Eu; jãni—conhecemos; kãhãh—
maria aquele êxtase. Incapaz de encontrar a Suprema Personalidade de Deus. " e
- karon—faço; kãhãh—onde; yãh—vou; kãhãh—onde; gele—indo; tomã—Tu;
Krsna, a mente do Senhor Caitanya ardia. Ele punha-Se a perguntar a Krs. " Posso obter; tãhã— isto; more—a Mim; kaha—por favor, fala; ta.' ãpani—Tu.
sobre a maneira pela qual Ele poderia alcançá-lO.
164 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilâ, Verso 65 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 165

T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Krsna, somente Tu e Eu conhecemos a força de Tuas irrita demais com outrem, fala de maneira ofensiva e abominável; esta ira chama-
belas feições e, em virtude delas, Minha instabilidade. Bem, esta é Minha posi- se rosa- Chama-se amarsa o estado de espírito resultante d e quando alguém se
ção: não sei o que fazer nem para onde ir. O n d e posso encontrar-Te? Peço-" impacienta devido a ser repreendido ou insultado. Nesse estado de espírito, a
que M e o r i e n t e s . " nessoa transpira, contrai dor de cabeça, vê a cor de seu corpo empalidecer e ex-
VERSO 63 perimenta ansiedade e ímpeto de procurar o remédio. O guardar rancor, a aver-
são e a punição são todos sintomas visíveis.
s r H I - w t ç n <3tPm, \m nff-»rR»n,
« t c r o t c i cm a ç f a « i i
VERSO 64

C ^ C T t W t W — i r f i M II «ro II •sfSr-TO TO* 5f9R I


nãnã-bhdvera prãbalya, haila sandhi-éãbalya,
bhâve-bhãve haila mahã-rana
autsukya, cãpalya, dainya, rosãmarsa ãdi sainya, "BÍ1fCaC»t TO TOTtW II *8 II
premonmâda—sabãra kãrana matta-gaja bhãva-garia, prabhura deha—iksu-vana,
nãnã— diversas; bhãvera—àe êxtases; vrãbalya—a força; haila—havia; sandhi— gaja-yuddhe vanera dalana
encontro; éãbalya—contradição; bhãve-bhãve—entre êxtases; haila—havia; mafcf- prabhura haila divyonmãda, tanu-manera avasãda,
rana—uma grande luta; autsukya—ansiedade; cãvalya—impotência; dainya— bhãvãveée kare sambodhana
humildade; r o s a - a m a r s a — i r a e impaciência; adi—todos esses; sainya—soldados; matta-gaja—elefante louco; bhãva-gana—sintomas
de êxtase; prabhura—do Senhor;
prema-unmãda—loucura do amor; sabãra—de todos; kãrana—a causa. deha—corpo; iksu-vana—canavial; luta dos elefantes;
gaja-yuddhe—na vanera—da
floresta; dalana—pisoteando; prabhura—do Senhor; haila—era; divya-unmãda—
T R A D U Ç Ã O — D e v i d o às diversas classes de êxtase, ocorriam nEle estados loucura transcendental; tanu-manera—da mente e do corpo; avasãda—abatimento;
contraditórios, o que resultava n u m a grande luta entre diferentes espécies de bhãva-ãveée—devido à absorção em êxtase; kare—faz; sambodhana—falando.
êxtase. Ansiedade, impotência, h u m i l d a d e , ira e impaciência eram todas como
soldados a lutar, e a loucura do amor a D e u s era a causa. TRADUÇÃO—O corpo do Senhor era exatamente como u m canavial atacado pelos
elefantes loucos do êxtase. Havia uma luta entre os elefantes, e, no processo,
SIGNIFICADO—O Bhakti-rasãmrta-sindhu afirma que o encontro de êxtases seme- todo o canavial era destruído. Assim, irrompia um surto de loucura trans-
lhantes oriundos d e causas distintas chama-se svarüpa-sandhi. Q u a n d o elemen- cendental no corpo do Senhor, ao que Ele experimentava abatimento mental e
tos opostos se encontram, quer oriundos de u m a causa comum, quer de causas corpóreo. Nesta condição extática, Ele punha-Se a falar o seguinte.
distintas, a conjunção deles chama-se bhinna-rüpa-sandhi, o encontro de êxtases
contraditórios. A reunião simultânea de diferentes êxtases — temor e felicidade, VERSO 65
pesar e felicidade — chama-se encontro (sandhi). A palavra éãbalya refere-se a di-
ferentes classes de sintomas extáticos misturados, tais como: orgulho, melanco- cç ore cç ? f w C\ S j J t & W È W
lia, humildade, lembrança, dúvida, impaciência causada por insulto, temor, « [ ?*P O ? 5 * 1 1 c ç n f o i f à c i f l i
desapontamento, paciência e avidez. A fricção ocorrida com a combinação desses
c ç 5 T K C Ç H « I cs* 4«4lfelli
sintomas chama-se éãbalya. De forma semelhante, ao destacar-se muito o desejo
de ver o objeto, ou ao ser alguém incapaz de tolerar qualquer demora em ver
o objeto desejado, a incapacidade chama-se autsukya, ou avidez. Caso alguéni
he deva he dayita he bhuvanaika-bandho
apresente tal avidez, sua boca seca e ele fica inquieto. Além disso, enche-se a
he krsna he capala he karunaika-sindho
ansiedade, observando-se nele respiração difícil e paciência. Do mesmo mod°'
0 he nãtha he ramana he nayanãbhirãma
chama-se de impotência (cãvalya) a leveza de coração causada por forte apeg
5 ^ hã hã kadã nu bhavitãsi podam dréor me
forte agitação da mente. Observa-se julgamento deficiente, mau uso de palavra
e atividades obstinadas, sem ansiedade. Da mesma maneira, quando alguém °* eva—6 Senhor; he dayita—ó mais querido; he bhuvana-eka-bandho—ó único
go do universo; he krsna—ó Senhor Krsna; he capala—ó inquieto; he karuna-
166 ári Caitanya-carítãmrta Madhya-Iila f
Verso 68 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 167

oceano d e misericórdia; he natha—ó Meu Senhor; he ramana—ó Meu


eka-sindho—ó VERSO 67
desfrutador; he nayana-abhirãma—ó mais belo para Meus olhos; hã hã— ai de Mim ;

kadã— quando; nu—com certeza; bhavitãsi— serás; padam—a morada; drioh me—^ « f i c*i—aftçHra, jp@HI i t f t
Minha visão. s t c i m "«r€tè apT«i i
TRADUÇÃO—" ' Ó M e u Senhor! Ó mais querido! Ó único amigo do universo!
c i t i sfirs, cites c i e i c s t i t i Um,
Ó Krsna, d inquieto, ó oceano de misericórdia! Ó Meu Senhor, ó Meu desfruta- c i t i « t e m teci " e r t m II w II
dor, ó bem amado de Meus olhos! Ai de Mim! Q u a n d o poderei ver-Te nova-
mente?" fumi deva—kridã-rata, bhuvanera nãri yata,
tãhe kara abhista kridana
tumi mora dayita, mote vaise tomara cita,
SIGNIFICADO—Este é o verso 40 d o Krsna-karnãmrta.
mora bhãgye kaile ãgamana

VERSO 66 tumi—Tu; deva—o Senhor Supremo; kridã-rata—entretido com Teus passatem-


pos; bhuvanera—de todos os universos; nãri— mulheres; yata—todas; tãhe—nesses
$ * t c i i 9fw\, W-tfh, passatempos; kara—fazes; abhfsffl—desejado; kridana—agindo; fumi—Tu; mora—
«titcic*f §ú <ssm i t i i Meu; dayita—misericordioso; mofe—comigo; vaise—descansa; tomara—Tua; cita—
mente; mora—Minha; bhãgye—por sorte; kaile—fizeste; ãgamana—aparecimento.
citf^-i&i-fTfe, i t » , *r< uiw-«f%,
f<§f fswl, i*ç, li l u t a II ** n T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Senhor, vives entretido com Teus passatempos, e
unmãdera laksana, karãya krsna-sphurana, utilizas todas as mulheres do universo segundo Teu desejo. Es tão bondoso co-
bhãvãveée uthe pranaya mana migo. Por favor, volta Tua atenção para Mim, pois por sorte apareces te ante
solluntha-vacana-rtti, mana, garoa, vyãja-stuti, Mim."
kabhu nindã, kabhu vã sammãna VERSO 68
unmãdera laksana—os sintomas d e loucura; karãya—provoca; krsna—o Senhor « i c n irfVsw, aprf «»ti*ii,
Krçna; sphurana—impulso; bhãva-ãvese—em condição extática; uthe—desperta;
pranaya—amor; mana—desprezo; solluntha-vacana—àe desrespeito com palavras «ttl 1 * 1 1 1 1 1 M 1 1
doces; riti—a maneira; mana—honra; garoa—orgulho; vyãja-stuti—oração indire- ?n—fèw, ci*ti * f t n ,
ta; kabhu—ora; nindã— blasfêmia; kabhu—ora; wf— ou; sammãna—honra.
cstitei n ci*n i*ei i t i n *v 11
TRADUÇÃO—Os sintomas d e loucura serviam como impulso para relembrar bhuvanera nãri-gana, sabã' kara ãkarsana,
Krsna. A condição de êxtase despertava amor, desprezo, difamação por pala- tãhãn kara saba samãdhãna
vras, orgulho, honra e prece indireta. Assim, ora Sri Kr?na era blasfemado, ora, tumi krsna—citta-hara, aiche kona pãmara,

honrado. tomãre vã kebã kare mana


uvanera—de todo o universo; nãri-gana—mulheres; sabã'—todas; kara—fazes;
r a fl

SIGNIFICADO—A palavra unmãda é explicada no Bhakti-rasãmrta-sindhu como jú- " tu f " —atração; tãhãn—ali; kara—fizeste; subo—todos; samãdhãna—arranjos;
bilo extremo, infortúnio e desnorteamento do coração devido à saudade. Rir como ""ii—1u; krsna— Senhor Krsna; citta-hara—o encantador da mente; aiche—dessa
um louco, dançar, cantar, realizar atividades improfícuas, falar disparates, aneira; kona—certo; pãmara—libertino; tomãre—Tu; vã— ou; kebã— quem; kare—
correr, gritar e às vezes, trabalhar de maneiras contraditórias — estes são sinto- 'az; mán«-honra.
mas de unmãda. Explica-se a palavra pranaya assim: quando há possibilidade
receber honra direta, mas se a evita, este amor chama-se pranaya. Srila Rüp* T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Senhor, atrais todas as mulheres do universo, e,
Gosvãmi, em seu Ujjvala-nüamani, explica a palavra mana assim: sentindo o aman canter ° 6 l 3 S a p a r e c e m
' satisfazes a todas elas. És o Senhor Krsna, e podes en-
doçura inusitada ao trocar palavras amáveis e sinceras, mas desejando escon „
r a r ?
a t o a o s
, mas, e m geral, não passas d e u m libertino. Quem poderá T e hon-
seus sentimentos por meios desonestos, ele experimenta mana.
168 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ülã j
f
Verso 72 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 169

VERSO 69 r a de lazer. Na realidade, és Meu desfrutador. Apareceste só para dar-


s n o

jyje felicidade, e esta é u m a de Tuas habilidosas atividades."


c « n t a s»t»j-if«, ifflS "1 ia fofo,
5 l C A D O — A palavra vaidagdhya indica alguém que é muito hábil, erudito, bem
« f p s c«tita itfi fã ! c t a I
s l G N f f

humorado, sagaz, belo e perito em ridicularizar.


« f a « ' «irttPri, iPrti * i t w - * i »
VERSO 71
c«tita i t f t cita a^ cata li *& «
tomara capala-mati, ekatra nã haya sthiti, cata atarç fiwl atfa, a>u eti%' ct*H i t f a ,
tã'te tomara nãhi kichu dosa -®i, cata 4 « f s - a & i i
tumi ta' karunã-sindhu, ãmãra parãna-bandhu,
tomãya nãhi mora kabhu rosa i a c i * «rrâarm, « f a cila ai-eiti,
tomara—Tua; cavala-mati—mente inquieta; e f a í r a - n u m lugar só; nã— nunca; itn cai a i * n n q* n
haya—está; sthiti—estabelecida; tã'te—nisto; tomara—Tua; nãhi—não há; kichu—
qualquer; dosa—falta; fumi—és; te'—decerto; karunã-sindhu—o oceano de miseri- mora üâfcya nindã mãni, krsna chãdi' gelã jãni,
córdia; ãmãra—Meu; parãna-bandhu—amigo do coração; tomãya—contra Ti; nãhi— éuna, mora e stuti-vacana
não há; mora—Minha; kabhu—em tempo algum; roso—ira. nayanera abhirãma, tumi mora dhana-prãna,
hã-hã punah deha daraéana
TRADUÇÃO—"Meu querido Krsna, Tua mente vive inquieta. Não consegues per- mora—Minhas; vãkya—palavras; nindã— blasfêmia; mãni—aceitando; krsna—o
manecer n u m lugar só, mas isto não é culpa Tua. Na verdade, és o oceano de Senhor Krsna; chãdi'—deixando-Me; gelã— foi-Se embora; jãni—sei; éuna—ouve;
misericórdia, o amigo de Meu coração. Por isso, não tenho razão para ficar zanr mora—Meu; e—isto; stuti-vacana—palavras de louvor; nayanera—dos olhos;
abhirãma—a satisfação; tumi—és; mora—Minha; dhana-prãna—riqueza e vida; hã-
gado contigo."
hã—ai de Mim; punah—de novo; deha—dá-Me; daraéana—audiência.
VERSO 70
TRADUÇÃO—"Tomando Minhas palavras como difamação, o Senhor Krsna acaba
« f i iti—awafH acwa a*a *tfàat«t, de deixar-Me. Sei que foste embora, mas, por favor, ouve Minhas orações de
louvor. És a satisfação de Meus olhos, Minha riqueza e Minha vida. Ai de Mim!
a * as-fca' i t f t « r a ^ M i por favor, dá-Me Tua audiência uma vez m a i s . "
« f a <eitita a a f , 3 1 fwr»« v N f P » ,
VERSO 72
4 c « i i t a caa«j-fa9m i v i
<ü, «leia, caaãl, «ia», i a c « i ,
fumi nãtha—vraja-prãna, vrajera kara paritrãna,
bahu kãrye nãhi avakâéa cai ci*i *tfica* ajtf*ts i
tumi ãmãra romana, sukha dite ãgamana,
e tomara vaidagdhya-vilãsa
l i e i , as-fc^j itcç, t t a , « f $ ' ^ f « « f « ata,
tumi—Tu; nãtha—o Senhor; vraja-prãna—a vida de Vrajabhümi (Vrndãvana); "*c«t «ca •t%1 « r f ^ « II II
vrajera—de Vraja; kara—faze; paritrãna—salvação; bahu—muitas; kãrye—em ativi-
dades; nãhi—não há; avakãéa—descanso; fumi—Tu; ãmãra—Meu; ramana— stambha, kampa, prasveda, vaivarnya, aéru, svara-bheda,
desfrutador; sukha—felicidade; dite—para dar; ãgamana—aparecendo; e—esta; deha haila pulake vyãpita
tomara—Tuas; vaidagdhya-vilãsa—atividades realizadas habilmente. hãse, kãnde, nãce, gãya, ufhi' Hi uti dhãya,
ksane bhüme padiyã mürcchita
stam
bha—aturdimento; kampa—tremor; prasveda—transpiração; vaivarnya—
TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, és o Senhor e a vida e alma de Vrndãvana- err a ru
a >palidecimento; ^ ~ l á g r i m a s ; svara bheda—voz abafada; deha—corpo; haila—
Por favor, cuida da salvação de Vrndãvana. Afora nossas muitas atividades, n °
170 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 74 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 171
Madhya-lilã, 2

ficava; pulake—em júbilo; vyãpxta—permeado; hãse—ri; kãnde—chora; nãce—dança-


gãya—canta; uthi'—levantando-Se; ifi u/i—aqui e ali; dhãya—corrv; ksane—às vezes'
TO»* a r ç f t - T O » i r a i asa i a TO,
bhüme—ao solo; padiyã—caindo; mürcchita—inconsciente. altas »tfV a r o fà«&a 11 11
mürcchâya haila sãksãtkãra, uthi' kare huhuhkãra,
T R A D U Ç Ã O — O c o r r i a m diferentes transformações no corpo do Senhor Caitanya kahe—ei ãilã mahãéaya
Mahãprabhu: aturdimento, tremor, transpiração, empalidecimento, choro e su- krsnera mãdhurf-gune, nãnã bhrama haya mane,
focaçâo. Dessa maneira, o júbilo transcendental permeava todo o Seu corpo. Con- éloka padi' karaye niécaya
seqüentemente, ora, Caitanya Mahãprabhu ria, ora, chorava, ora, dançava, ora, tnürcchãya—no desmaio; haila—havia; sãksãtkãra—encontro direto; uthi'—
cantava. Às vezes, levantava-Se e corria daqui para ali, e, às vezes, caía ao solo levantando-Se; kare—produz; hu-huhkãra—som estrondoso; kahe—diz; ei—assim;
e perdia x consciência. ãilã— Ele veio; mahã-ãéaya—a grande personalidade; krsnera—do Senhor Krsna;
mãdhuri— doçura; gune—pelas qualidades; nãnã— diversos; bhrama—erros; haya—
S I G N I F I C A D O — O Bhakti-rasãmrta-sindhu descreve oito classes de transformação estão; mane—na m e n t e ; éloka—o v e r s o ; padi'—lendo; karaye—faz;
transcendental que ocorrem no corpo. Stambha, aturdimento, refere-se à absor- niécaya—determinação.
ção transcendental da mente. Nesse estado, a mente pacífica mantém-se situada
no ar vital, e diferentes manifestações corpóreas apresentam-se Esses sintomas TRADUÇÃO—Ao ficar assim inconsciente, acontecia de Sri Caitanya Mahãprabhu
são visíveis no corpo de um devoto avançado. A vida que se torna quase inativa encontrar a Suprema Personalidade de Deus. Em conseqüência disto, levantava-
chama-se " a t u r d i d a " . As emoções resultantes desta condição são júbilo, temor, Se e imediatamente produzia um som estrondoso, declarando bem alto: "Ago-
espanto, melancolia e ira. Nesta condição, perde-se a capacidade de falar, e as ra Krsna, a grande personalidade, está presente." Dessa maneira, devido às doces
mãos e pernas ficam sem movimento. De outro modo, ficar aturdido é uma con- qualidades de Krsna, Caitanya Mahãprabhu cometia diferentes classes de erros
dição mental. No princípio, muitos outros sintomas são visíveis em todo o corpo. em Sua mente. Assim, lendo o verso seguinte, Ele determinava a presença do
Apesar de serem muito sutis, aos poucos, tornam-se muito aparentes. Quando Senhor Krsna.
alguém não consegue falar, é natural que os sentidos ativos fiquem presos, eos VERSO 74
sentidos de aquisição de conhecimento tornam-se inoperantes. No Bhakti-rasãmruv
sindhu, menciona-se que kampa, tremor do corpo, é resultado de uma classe es- u l : aa*v ? i « p i T f o i i « » r s ç
pecial de temor, ira e júbilo. Isto chama-se vepathu, ou kampa. Quando o corpo aíjícaa ç a n T s r a a t a ^ ç i
começa a transpirar devido à combinação de júbilo, temor e ira, isto chama-se
sveda. Descreve-se vaivarnya como mudança na cor do corpo, sendo provocada c a ^ h j t n ç aa i l f a ^ m i r e i 5
por uma combinação de melancolia, ira e temor. A experiência destas emoçõeí TOtwi, prars ^ c i r s i t a 1 1 * >
ernpalidece a tez e deixa o corpo magro e franzino. O Bhakti-rasãmrta-sindhu ex-
mãrah svayam nu madhura-dyuti-mandalam nu
plica que asru é uma combinação de júbilo, ira e melancolia, a qual faz fluir água
dos olhos sem ser preciso esforçar-se. Quando há júbilo e lágrimas nos olhos, mãdhuryam eva nu mano-nayanãmrtam nu
a temperatura das lágrimas é fria, mas, havendo ira, as lágrimas são quentes. veni-mrjo nu mama jivita-vallabho nu
Em ambos os casos, os olhos ficam inquietos, os globos oculares ficam verme- krsno 'yam abhyudayate mama locanãya
lhos e sentem-se coceiras .Todos esses sintomas são de aéru. Ao haver uma combi- marah—Cupido; svayam—pessoalmente; nu—se; madhura—doce; dyuti—de re-
nação de melancolia, espanto, ira, júbilo e temor, há um abafamento da voz. Este •ulgencia; mandalam—círculo; nu—se; mãdhuryam—doçura; eva—mesmo; nu—
abafamento chama-se gadgada. Sri Caitanya Mahãprabhu refere-Se a gadgedf ecerto; manah-nayana-amrtam—néctar para a mente e os olhos; nu—se; vení-
m

ruàdhayãgirã, ou " u m balbuciar de v o z " . No Bhakti-rasãmrta-sindhu, descreve-se r]ah—cabelo solto; nu—se; mama—Meu; jivita-vallabhah—o prazer da vida e alma;
pulaka como júbilo, encorajamento e temor. Quando estes se combinam, os pelo* "u—se; krsnah—Senhor Krsna; ayam—este; abhyudayate—manifesta-Se; mama—
M e

do corpo arrepiam-se, e tal estado físico chama-se pulaka. u s ; /ocantfya—para os olhos.

TRADUÇÃO—Na atitude de Rãdhãrãni, Sri Caitanya Mahãprabhu dirigia-Se às


VERSO 73 jj^pis: " 'Minhas queridas amigas, onde está esse Krsna, o Cupido personifica-
< u e , e m a
n * refulgência de uma flor kadamba, o qual é a própria doçura, o
^ r a bm iw*arr*, TO ççana, de Meus olhos e mente, Aquele que solta os cabelos das gopis, que é a
172 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lUa, 2 Verso 78 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 173

fonte suprema de bem-aventurança transcendental e Minha vida e alma? Acaso gjras, satata—sempre; nãcãya—faz dançar; nirveda—desânimo; visada—tristeza;
Ele apresentou-Se perante Meus olhos outra vez?' " %inya—humildade; cãpalya—inquietude; harsa—júbilo; dhairya—tolerância;
3
jnanyu—ti '- ei—isto; nrtye—a dançar; prabhura—do Senhor; fafla—tempo;
S I G N I F I C A D O — E s t e é outro verso do Krsna-karnãmrta (68). y<fyfl-P - assa

VERSO 75 TRADUÇÃO—Assim como o mestre espiritual castiga o discípulo e ensina-lhe a


arte do serviço devocional, da mesma forma, todos os sintomas extáticos do
fà>a 1 <& i w « , a>ro, ssrfefài ^fiVt*i, Senhor Caitanya Mahãprabhu — incluindo desânimo, tristeza, humildade, in-
quietude, júbilo, tolerância e ira — agiam como instrutores de Seu corpo e men-
fa* ai«$ aj%a« 1 te. Dessa maneira, ári Caitanya Mahãprabhu passava Seu tempo.
fàsai aci-car-steia, fã>ai «tt«fap«,
VERSO 77
mi «rfarl caarra»a 11 w n
catara, fãwt*rr«, atcaa at^-flffe,
fate ei Sflírsflí kãma, dyuti-bimba mürtimãn,
ki mãdhurya svayam mürtimanta asãTfs, Sl%5csttfa»a i
kibã mano-netrotsava, kibã prãna-vallabha, **p.-*tata»a-ar,a, açrsfç atfai-fãw,
satya krsna ãilã netrãnanda
kibã—se; ei—este; safcsaf—diretamente, kãma—Cupido; dyuti-bimba—reflexo da re- •tta, « t a - * t a a «ita«a 11 <n n
fulgência; mürtimãn—personificado; ki—se; mãdhurya—doçura; svayam— candídãsa, vidyãpati, rayera nãtaka-giti,
pessoalmente; mürtimanta—personificada; kibã— se; manah-netra-utsava—festival karnãmrta, éri-gita-govinda
para a mente e os olhos; kibã—se; prãna-vallabha—Minha vida e alma; satya—real- svarüpa-rãmãnanda-sane, mahãprabhu rãtri-dine,
mente; krsna—Senhor Krsna; ãilã— apareceu; netra-ãnanda—o prazer de Meus olhos. gãya, éune—parama ãnanda
candt-dãsa—o poeta Candídãsa; vidyã-pati—o poeta Vidyãpati; rayera—do poeta
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu começava a falar desta maneira: Rãya Rãmãnanda; nãtaka—o Jagannãtha-vallabha-nãtaka; gíti—canções; karnãmrta—o
"Acaso o Cupido personificado está presente com a refulgência e o reflexo da Krsna-karnãmrta de Bilvamahgala Thãkura; érí-gíta-govinda—o Gita-govinda de
árvore kadamba? Acaso Ele é a mesma pessoa, a doçura personificada, que é Jayadeva Gosvãmi; svarüpa—Svarüpa Dãmodara; rãmãnanda-sane—com Rãya
o prazer de Meus olhos e mente, que é Minha vida e alma? Foi realmente Krsna Rãmãnanda; mahãprabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; rãtri-dine—dia e noite;
quem apareceu ante Meus o l h o s ? " gãya—canta; éune—ouve; parama ãnanda—com grande prazer.

VERSO 76 TRADUÇÃO—Ele também passava Seu tempo lendo livros e cantando canções de
Candídãsa e Vidyãpati e ouvindo citações do Jagannãtha-vallabha-nãtaka, do
- TR1 «TUM, f"HJ-«rÇ* «s-a», ^ n a - k a r n á m r t a e do Gita-govinda. Assim, na companhia de Svarüpa Dãmodara
atai f t e « W&S aT&"ta 1 e
Rãya Rãmãnanda, Sri Caitanya Mahãprabhu passava Seus dias e noites,
cantando e ouvindo com grande prazer.
faca?, fàaía, ca», çf tsrj, wi, caa\ w, VERSO 78
iffe. TOtf « f ç ? f t i ata 11 q * 11
guru—nãnã bhâva-gana, iisya—prabhura tanu-mana,
nãnã ríte satata nãcãya
*rfra 5ne.JiêTi 151, «nmacra «amai.
nirveda, visada, dainya, cãpalya, harsa, dhairya, manyu,
ei nrtye prabhura kãla yãya •5l«T«f?. J f W * » . ISitTíI arai s r a t í w .
guru—o mestre; nãnã— diversos; bhãva-gana—êxtases; s'isyii--discípul°*
prabhura—do Senhor Caitanya; tanu-mana—corpo e mente; nãnã— diversas; rite-4* jfè Ptfã «íca siç 5j«t ii 11
Sn Caitanya-caritãmrta Madhya-lUà; As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 175
Verso 80

purira vãtsalya mukhya, rãmãnandera éuddha-sakhya, ^^.—Bilvamangala Thãkura; martya-jana—uma pessoa deste mundo; tãnra—
govindãdyera éuddha-dãsya-rasa ' haya—há; bhãva-udgama—manifestação d e diferentes êxtases; iévare—no
010
gadãdhara, jagadananda, svarüpera mukhya rasãnanda, hor S u p r e ; se—isto; ki—o que; ihã—aqui; vismaya—espantoso; tãhe—nisto;
ei cãri bhãve prabhu vasa fc/íi/ principais;
fl
rasa-ãsraya—doçuras; ha-iyãchena—tornou-se; mahã-ãéaya—a
purira—de Paramãnanda Puri; vãtsalya—afeição paterna; mukhya- "'ande personalidade Sri Caitanya Mahãprabhu; fafe—portanto; haya—há; sarva-
principalmente; rãmãnandera—de Rãya Rãmãnanda; éuddha-sakhya—fraternidade Ws^va-udaya—uma manifestação de todos os êxtases.
pura; govivda-ãdyera—de Govinda e outros; éuddha-dãsya-rasa—a pura e imacul . a

da doçura de serviço; gadã-dhara—Gadãdhara Pandita; jagadananda—Jagadananda TRADUÇÃO—Lílãsuka [Bilvamangala Thãkura] era um ser h u m a n o comum, to-
Pandita; sva-rüpera—de Svarüpa Dãmodara; mukhya—principalmente; davia, desenvolveu muitos sintomas extáticos em seu corpo. O que, então, há
rasa-ãnanda—saboreando o prazer do amor conjugai; ei—estas; cãri—em quatro; de tão espantoso no fato de esses sintomas manifestarem-se no corpo da Supre-
bhãve—condições extáticas; prabhu—o Senhor; vaéa—ficava obrigado. ma Personalidade de Deus? No sentimento extático de amor conjugai, Sri
Caitanya Mahãprabhu estava na plataforma mais elevada; portanto, todos os
êxtases exuberantes naturalmente eram visíveis em Seu corpo.
TRADUÇÃO—Dentre os Seus associados, o Senhor Caitanya Mahãprabhu desfru-
tava de afeição amorosa paterna com Paramãnanda Puri, de afeição fraterna com
Rãmãnanda Rãya, de serviço imaculado com Govinda e outros, e de sentimen-
tos de amor conjugai com Gadãdhara, Jagadananda e Svarüpa Dãmodara. Sri SIGNIFICADO—Lílãsuka é Bilvamangala Thãkura Gosvãmi. Ele era um indiano do
Caitanya M a h ã p r a b h u desfrutava de todas estas quatro doçuras, e, assim, per- sul, um brãhmana, e seu nome anterior fora Silhana Misra. Q u a n d o era chefe de
família, deixou-se atrair por uma prostituta chamada Cintãmani, mas, afinal, acei-
manecia obrigado para com Seus devotos.
tou o conselho dela e tornou-se u m renunciado. Escreveu u m livro, Sãnti-sataka,
e, mais tarde, por misericórdia do Senhor Krsna e dos Vaiçnavas, tornou-se um
S I G N I F I C A D O — D i z - s e que Paramãnanda Puri era Uddhava em Vrndãvana. Sua
grande devoto, ficando famoso como Bilvamangala Thãkura Gosvãmi. Nesta ele-
afeição para com Sri Caitanya Mahãprabhu estava na plataforma de amor pater-
vada plataforma, escreveu outro livro chamado Krsna-karnãmrta, que é muito fa-
n o . Isto porque Paramãnanda Puri coincidia de ser irmão espiritual do mestre
moso entre os Vaisnavas. Como manifestasse muitos sintomas extáticos, as
espiritual de Sri Caitanya Mahãprabhu. Do mesmo modo, Rãmãnanda Rãya, que
pessoas costumavam chamá-lo de Lílãsuka.
é considerado por alguns u m a encarnação de Arjuna e, por outros, uma
encarnação de Viáãkhãdevi, desfrutava de amor fraternal imaculado com o Senhor.
Govinda e outros desfrutavam de serviço pessoal imaculado. Na presença de Seus
devotos mais mrimos, como Gadãdhara Pandita, Jagadananda e Svarüpa VERSO 80
Dãmodara, Caitanya Mahãprabhu desfrutava das condições extáticas de Srimati
Rãdhãrãni em Seu intercâmbio conjugai com Krsna. Absorto nestas quatro doçu- ^.mÊmtc** cifc fo» « f e i t t i ,
ras transcendentais, Sri Caitanya Mahãprabhu residiu em Jagannãtha Puri, « I T I W «1 lm I
sentindo-Se muitíssimo agradecido a Seus devotos.
âl3T«iT? « f s j l t l . ' « I t l C I i f à ' *«l«rT1>t1,
C f èf « 1 I f l l f a l 11 V» II
VERSO 79
ffiqfcN « t i SPH « t c i t i t i , pürve vraja-vilãse,
yatneha ãsvãda
yei

tina
haila
abhilãse,

feita çk—fá fim i éri-rãdhãra bhãva-sãra, ãpane kari' ahgikãra,


sei tina vastu ãsvãdila
«rei jjrwitsfo» *fcrt«i u m pürve—outrora; passatempos de Vrndãvana; yei fina—aqueles
vraja-vilãse—nos
« T C « H 14«rC1t11 II 1S> II ? S ;
"bhüãse—em desejos;
grande esforço; ãsvãda—sabor; nã haila—
yatneha—por
n

lilãéuka martya-jana, tãnra haya bhãvodgama, a o houve; éri-rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãni; bhãva-sãra—a essência do êxtase;
tévare se—ki ihã vismaya pane—pessoalmente; kari'—fazendo; ahgikãra—aceitação; sei—aqueles; fina vastu—
tãhe mukhya-rasãéraya, ha-iyãchena mahãéaya, assuntos; osuâYWa-saboreou.
tãte haya sarva-bhãvodaya
176 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lHã, As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 177
Verso 83

TRADUÇÃO—Durante os Seus passatempos, outrora, em Vrndãvana, o Senh 0f


VERSO 82
Krsna desejou gozar de três diferentes classes de êxtases; porém, a despeito d e
4$ «LA-FÀÇ, AROL * 1 «TIA «IA* FAAJ,
grande esforço, não pôde saboreá-los. Tais êxtases constituem o monopólio d e

Srimati Rãdhãrãni. Portanto, a fim de saboreá-los, Sri Krsna assumiu a posiçj 0 çg* N« FASRFÈER ABARCA I
de Srimati Rãdhãrãni sob a forma de Sri Caitanya Mahãprabhu.
fa Í A T ^ A M I S , fa A R E I ARFÈ «RTA,

VERSO 81 U«T caag «RCA 5jf*KRCA II II

ei gupta bhãva-sindhu, brahmã nã pãya eka bindu,


hena dhana vilãila samsãre
csfafroiafaa «iç_a§t i aiche dayãlu avatãra, aiche dãtã nãhi ãra,

atfàf s?1ca •a-fsrfffí», alca 3TCa tel « f R guria keha nãre vamibãre
ei—este; gupta—intimo; bhãva-sindhu—oceano de êxtases; brahmã—o Senhor
s i ç t - A F -AT«i-F*RCATAF«i II vi II Brahmã; «íf—não; pãya—obtém; eka—uma; bindu—gota; hena—tal; dhana—riqueza;
ápar/e fcari' ãsvõdane, éikhãilã bhakta-gane,
vilãila—distribuída; samsãre— em todo o mundo; aiche—tal; dayãlu—misericordiosa;
avatãra—encarnação; aiche—tal; flafa—doador caridoso; nãhi—não há; ãra—ninguém
prema-cintãmanira prabhu dhani
mais; guna—esta qualidade; keha—alguém; nãre—incapaz; vamibãre—àe descrever.
nãhi jãne sthãhãsthãna, yãre tare kaila dana,
mahãprabhu—dãtã-éiromani
ãpane—pessoalmente; kari '—fazendo; ãsvãdane—provando; éikhãilã—ensinou; TRADUÇÃO—Ninguém, n e m sequer o Senhor Brahmã, pode avaliar ou mesmo
bhakta-gane—a Seus discípulos diretos; prema-cintãmanira—da pedra filosofal do provar uma gota deste íntimo oceano de êxtase, mas, Sri Caitanya Mahãprabhu,
amor a Deus; prabhu—o Senhor; dhanl— capitalista; nãhi—não; jãne—conhece; por Sua misericórdia imotivada, tem distribuído este amor a Deus em todo o
mundo. Por isso, não pode haver nenhuma encarnação mais magnânima do que
sthãna-asthãna—o lugar adequado ou o inadequado; yãre—a quem quer que; fa"re-a
Sri Caitanya Mahãprabhu. Não há maior doador. Quem pode descrever Suas
ele; kaila—feita; dana—caridade; mahã-prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; dãtS-
qualidades transcendentais?
é i r o m a n i — a personalidade mais magnânima.

TRADUÇÃO—Ao provar pessoalmente as doçuras do amor a Deus, Caitanya VERSO 83


Mahãprabhu ensinou o processo a Seus discípulos diretos. Sri Caitanya
Mahãprabhu é a encarnação mais magnânima da pedra filosofal do amor a Deus. V I Ç A R A AWFL » C S > A S F Ç W C A ^ AI IAÍCA,

Ele não leva em conta se alguém é um recipiente adequado ou inadequado, senão ' f a FÈA C&ROIA A * I
que dá Seu tesouro a toda e qualquer pessoa. Logo, é o mais magnânimo.
C A ^ C A AJÀIRE • F I C A , C E ^ C S A i » t 1 ARCA,

SIGNIFICADO—O patrimônio de Sri Caitanya Mahãprabhu é a pedra filosofal do ia «RA « L A Í S A R A - A * " II


amor a Deus, e, por isso, Ele é o grande proprietário deste tesouro transcenden-
tal. Após produzir quantidades ilimitadas de ouro, a pedra filosofal permanece kahibãra kathã nahe, kahile keha nã bujhaye,
a mesma. Analogamente, embora distribuísse amor a Deus ilimitadamente, ainda aiche citra caitanyera rahga
assim, Sri Caitanya Mahãprabhu permanecia o proprietário supremo desta opu- sei se bujhite pare, caitanyera krpã yãnre,
lência transcendental. Seus devotos, que aprenderam com Ele o processo de amar haya tãnra dãsãnudãsa-sahga
a Deus, também tiveram que distribuí-lo magnanimamente por todo o munao- é u m assunto para ser descrito abertamente; kahile—se
hibãra kathã nahe—não
a

Este movimento para a consciência de Krsna, seguindo os passos de Sri Caitany^ o, keha—alguém; nã bujhaye—não entende; aiche—dessa maneira; citra—
Mahãprabhu e de Seus devotos íntimos, também está tentando distribuir amo ^aravilhosos; caitanyera—àe Sri Caitanya Mahãprabhu; rahga—passatempos; sei
uer CjUe;
a Deus por todo o m u n d o , através do cantar dos santos nomes do .'"^ S e n n o r
Senh e 3Ue,
bujhite—àe compreender; pare—seja capaz; caitanyera—âo
r

Hare Krçna, Hare Krçna, Krsna Krçna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Ran» forna° Caitanya Mahãprabhu; krpã—a misericórdia; yãnre—a quem; haya—
s e

Rama, Hare Hare. , tãnra—Seu; dãsa-anudãsa-sahga—associação com o servo do servo.


178 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lil^ j As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 179
Verso 86

TRADUÇÃO—Esses tópicos não são para serem discutidos abertamente, p o i ^ S/ mvarã, de Sri Caitanya Mahãprabhu a Svarüpa Dãmodara, a Raghunãtha
assim o forem, ninguém os entenderá. Quão maravilhosos são os passatempo j- a Gosvãmi, a Kavirãja Gosvãmi. Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi distribuiu esta
de ári Caitanya Mahãprabhu! Para aquele que é capaz de compreendê-los, § rt nformação em seu livro, o Caitanya-caritãmrta. Em outras palavras, o Caitanya-
Caitanya Mahãprabhu concede misericórdia, dando-lhe a associação do serv 0 ' ritãmrta é a essência da instrução dada por meio do sistema paramparã da suces-
de Seu próprio servo. são discipular proveniente de Sri Caitanya Mahãprabhu.

SIGNIFICADO—Uma pessoa comum não pode entender os êxtases transcenden- VERSO 85


tais na atitude de Srimati Rãdhãrãni. Pessoas incapazes que se utilizam deles,
pervetem-se, aderindo às sampradãyas sahajiyã, bãula e outras. Logo, os ensina- i f w c** cm âs% lm cm*m,
mentos também são pervertidos. Mesmo intelectuais no campo da erudição não ^ 5 * TO S T T f T O i J I g w i
podem entender a bem-aventurança transcendental e o êxtase manifestos por Sri
Caitanya Mahãprabhu e Seus devotos puros. É preciso capacitar-se para com- <2fç? cfe wm*% crfc *f%
preender o significado das atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu. i ^ f p s s»tf% ^sTfftfro II w II

VERSO 84 yadi keha hena kaya, grantha kaila éloka-maya,


itara jane nãribe bujhite
prabhura yei ãcarana, sei kari varnana,
sarva-àtta nãri ãrãdhite
yadi—caso; keha—alguém; hena—assim; kaya—diga; grantha—este livro; kaila—
foi feito; vários versos em sânscrito; ifara—comuns; jane— pessoas;
éloka-maya—com
nãribe bujhite—não serão capazes de entender; prabhura—do Senhor Sri Caitanya
"CSWfW fã*£ <sfe G T O II V 8 II Mahãprabhu; yei—quaisquer; ãcarana—atividades; sei—isto; kari—faço; varnana—

caitanya-lilã-ratna-sãra, svarüpera bhãndãra,


descrição; sarca-citta—todos os corações; nãri—sou incapaz; ãrãdhite—de agradar.
tenho thuilã raghunãthera kanthe
tãhâh kichu ye éuniluh, tãhã ihãh vistãriluh, TRADUÇÃO—Caso alguém diga que o Sri Caitanya-caritãmrta é cheio de versos
bhakta-gane diluh ei bhete em sânscrito e, portanto, não é compreensível para o homem comum, replico '
caitanya-lilã—os passatempos do Senhor Caitanya; ratna-sãra—a maior de b que o que descrevi são os passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu e que não
as jóias; sva-rüpera—de Svarüpa Dãmodara; bhãndãra—do depósito; tenho—eh me é possível satisfazer a todos.
thuilã— guardou; raghu-nãthera kanthe—na garganta de Raghunãtha dãsá Gosvãmi
tãhãn—ali; kichu ye—o pouco que; suniluh—tenho ouvido; tãhã— isto apenas; ihãn- SIGNIFICADO—Srila Kavirãja Gosvãmi e aquele que segue seus passos não preci-
neste livro; vistãriluh—tenho descrito; bhakta-gane—aos devotos puros; diluh—det sam adular o público. A obrigação deles é simplesmente de satisfazer os ãcãryas
ei—este; bhete—presente. predecessores e descrever os passatempos do Senhor. Quem é capaz de enten-
er isso pode saborear esta excelente literatura transcendental, que realmente não
TRADUÇÃO—Os passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu são a maior de todas eita para pessoas ordinárias como os eruditos e os literatos. De um modo geral,
as jóias. Eles foram guardados no depósito de Svarüpa Dãmodara Gosvãmi, oyf °s passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu registrados no Caitanya-caritãmrta
os explicou a Raghunãtha dãsa Gosvãmi, e este os repetiu para mim. sao estudados em universidades e círculos acadêmicos do ponto de vista literário
t o r i c o m a

pouquinho que ouvi de Raghunãtha dãsa Gosvãmi, descrevo-o neste livro, q u e 0 u ' s , na verdade, o Caitanya-caritãmrta não é tema para pesquisadores
ofereço a todos os devotos. u eruditos literários. Simplesmente destina-se àqueles devotos que têm dedica-
0
suas vidas a serviço de Sri Caitanya Mahãprabhu.
anota(
SIGNIFICADO—Todas as atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu foram ?ff
por Seu secretário pessoal, Svarüpa Dãmodara, e repetidas a Raghunãtha o VERSO 86
oU
Gosvãmi, que as memorizou. Tudo o que Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi
encontra-se registrado no Sri Caitanya-caritãmrta. A isto chama-se siste

afã m itprtmpfc ^r**! TO s t o * ,


TV&t 1*1 «1 a 15 feroí II v* II
180 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilà, 2 Verso 88 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya

nãhi kãhãh savirodha, nãhi kãhãh anurodha, yebã nãhi bujhe keha, éunite éunite seha,
sahaja vastu kari vivarana ki adbhuta caitanya-carita
yadi haya rãgoddeéa, tãhãn haye ãveéa, krsne upajibe priti, jãnibe rasera riti,
sahaja vastu nã yãya likhana éunilei bada haya hita
uem
nãhi—não há; kãhãh—em parte alguma; sa-virodha—elemento oposto; nãhi— nã 0
efw—q v °i 1 nãhi—não; bujhe—entenda; keha—alguém; éunite éunite—
u e r u e ;

há; kãhãh—em parte alguma; anurodha—aceitação da opinião de alguém; sahaja— ouvir e ouvir; seha—ele; ki—o que; adbhuta—maravilhosos; caitanya-carita—
simples; vastu—substância; kari—faço; vivarana—descrição; yadi—caso; haya—haja- passatempos do Senhor S r i Caitanya Mahãprabhu; krsne—por Krçna; upajibe—
rãga-uddeéa—atração o u repulsão de alguém; tãhãn—ali; haye—ficando; ãvesa— desenvolverá; prffi—amor; jãnibe—compreenderá; rasera—das doçuras transcen-
envolvido; sahaja—simples; vastu—substância; nã yãya—não é possível; likhana— dentais; riti—os caminhos; éunilei— simplesmente por ouvir; bada—imenso; haya—
o escrever. há; ft/fa-benefício.

TRADUÇÃO—Neste Caitanya-caritãmrta, não há conclusões contraditórias, nem TRADUÇÃO—Se alguém não entender no começo, mas continuar a ouvir repeti-
se aceita a opinião de mais ninguém. Escrevi este livro para descrever a simples das vezes, os efeitos maravilhosos dos passatempos do Senhor Caitanya trar-
substância conforme a ouvi de m e u s superiores. Caso eu me envolva com as lhe-ão amor por Krçna. Aos poucos, virá a compreender os romances amorosos
preferências e antipatias de alguém, não me será possível escrever a pura verdade. entre Krsna e as gopis e outros associados de Vrndãvana. Aconselha-se que todos
continuem a ouvir repetidas vezes a fim de beneficiarem-se imensamente.
SIGNIFICADO—A coisa mais simples para os seres humanos é seguir seus precur-
sores. O julgamento apoiado na autoridade de sentidos mundanos não é um pro- VERSO 88
cesso muito fácil. O método de serviço devocional, conforme indica Sri Caitanya
Mahãprabhu, é tudo aquilo que se obtém por apegar-se aos predecessores. No
entanto, o autor diz que não pode considerar as opiniões daqueles que aceitaram « I ^ T O TO tJrfaü 1
ou rejeitaram tais coisas, pois não se p o d e escrever imparcialmente dessa manei-
ra. Em outras palavras, o autor está afirmando que não impingiu sua opinião 1*1 catai çf%, fçft itjHj\ « t u «fir,
pessoal no Caitanya-caritãmrta. Ele simplesmente transcreveu o que compreen-
deu espontaneamente de seus superiores. Caso atendesse às preferências ou an- CTO ül fÍTO *Pfár*l II IrV II
tipatias de outrem, não poderia ter escrito sobre temas tão sublimes de maneira bhãgavata—éloka-maya, tikã tara sarhskrta haya,
tão singela. Os fatos reais são compreensíveis para os verdadeiros devotos. Ao tabu kaiche bujhe tri-bhuvana
serem registrados, estes fatos soam muito familiares aos devotos, mas, aquele ihãh éloka dui cãri, tara vyãkhyã bhãsã kari,
que não é devoto não pode entendê-los. Isto é assunto que depende de compreen- kene nã bujhibe sarva-jana
são prática. A erudição m u n d a n a e seus apegos ou aversões concomitantes não bhãgavata—o Srimad-Bhãgavatam; éloka-maya—repleto de versos em sânscrito;
podem despertar amor espontâneo por Deus. Um acadêmico mundano não pode fita—comentários; tara—daquele; sarhskrta—idioma sânscrito; haya—há; tabu—ainda
descrever tal amor. assim; kaiche—como; bujhe—compreende; tri-bhuvana—o m u n d o inteiro; ihãh—
neste; éloka—versos; dui cãri—alguns; tara—deles; vyãkhyã—explicação; bhãsã—

VERSO 87 em linguagem simples; kari—faço; kene—por que; na—não; bujhibe—compreenderia;


sarva-jana-todo o povo.

^JDJJÇÃO-Retrucando àqueles críticos que dizem que o ári Caitanya-caritãmrta


0 d C V e r s o s e m
estí*' sânscrito, pode-se dizer que o Srimad-Bhãgavatam também
caai a t f s TO ^facs ff»fôi cw» o § . P' r e e t o ae v e r
s o s em sânscrito, assim como o estão os comentários sobre
fà> "em « c s ^ u s f à ^ I
r i m a a B r
B l ) à" « ã g a v a t a m . Não obstante, todos podem compreender o Srimad-
avata m
em 1 . ' t a o b quanto os devotos avançados que estudam os comentários
e m

T O » « * t f r o «ilfo, wrfro TO* ftrs, m S a n s c r


i t o . Por que, então, o povo não compreenderia o Caitanya-caritãmrta?
> nas

« f r o ^ a? ça t%s 11 n 11 Q * i ' ? alguns versos em sânscrito, e explicam-se-os no vernáculo bengali,


Ua
e 3
dificuldade em compreendê-los?
182 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-füj, j Verso 92 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 183

VERSO 89 VERSO 91

cia-^W* ^xs*ít«l, ca^ r * l fàaai, <ífè 'ww^l-aia, a^sacaj frota,


asfr fàsf ^raa£ a<í i
«rtca> nfw <«if«4-c*ta, fwífàa #terl-c"ta, SfctercaJ afà aca, afac« ai <ttfà «ca,
ata a«t«t«a a * t l ça 11 vs> 11 t«# wt«l-aa ii s>> u
éesa-ltlãra sütra-gana, kailun kichu vivarana, ei antya-lllã-sãra, sütra-maàhye vistãra,
ihãh vistãrite citta haya kari' kichu kariluh varnana
thãke yadi ãyuh-éesa, vistãriba lílã-éesa, ihã-madhye mari yabe, varnite nã pari tabe,
yadi mahãprabhura krpã haya ei lilã bhakta-gana-àhana
éesa lilãra—dos passatempos finais; sütra-gana—os códigos; kailun—fiz; kichu- ei antya-lilã-sãra—a essência do antya-lilã (os passatempos finais do Senhor
alguma; vivarana—descrição; ihãh—aqui; vistãrite—de expandir cada vez mais; citta Caitanya); sütra-maàhye—nos códigos; vistãra—expansão; kari'—fazendo; kichu—
haya—há um desejo; thãke—permaneça; yadi—caso; ãyuh-éesa—o fim da vida; algo; kariluh varnana—descrevi; ihã-madhye—neste ínterim; mari—eu morrer; yabe—
vistãriba—descreverei; lilã— passatempos; sesa—no final; yadi—caso; mahã-prabhu- quando; varnite—de descrever; nã pari—incapaz; tabe—então; ei lilã— estes passa-
ra — de Sri Caitanya Mahãprabhu; krpã— misericórdia; riaya—haja. tempos; bhakta-gana-àhana—o tesouro dos devotos.

T R A D U Ç Ã O — J á apresentei de forma abreviada todos os fatos e imagens dos úl- TRADUÇÃO—Neste capítulo, descrevi até certo ponto a essência dos passatempos
timos passatempos do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, mas desejo descrevê-los finais do Senhor Caitanya. Caso eu morra neste ínterim e não possa descrevê-los
elaboradamente. Caso eu possa viver por mais tempo e tenha a fortuna de receber em detalhes, pelo menos os devotos terão este tesouro transcendental.
a misericórdia do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, tentarei descrevê-los de
novo, com mais detalhes. VERSO 92
VERSO 90 açc*FC*t a& frw, cal fcf| ai fàif5w,
«arffa aai aratça, fafàro #f*fc*. a*a, •crtc-st «tfi a*íla fwfa i
aca fà*g Tia«l ai m i afà m fàa fãrca, açt-sifa a*tl «a,
ai cafãca aaca, ai ^sfàca «faca, Isçf «fà' asfãa fàsra II S Í . II
«\faifV—m a ? faro II »* II
1
sahksepe ei sütra kaila, yei ihah nã likhila,
ãmi vrdàha jarãtura, likhite kãhpaye kara, ãge tãhã kariha vistãra
mane kichu smarana nã haya yaái tata àina jiye, mahãprabhura krpã haye,
nã dekhiye nayane, nã éuniye éravane, icchã bhari' kariba vicãra
tabu likhi'—e bada vismaya Mhksepe—abreviadamente; ei sütra—estes códigos; kaila—fiz; yei—tudo o que;
ãmi—eu; vrdàha—velho; jarã-ãtura—perturbado pela invalidez; likhite--para es- —neste; nã likhila—não p u d e escrever; age—no futuro; tãhã— isto; kariba—farei;
, ex a

crever; kãhpaye—treme; tora—a mão; mane—na mente; kichu—nenhuma; s m a r a


^. J ™ " ~ P n s ã o ; yaài—caso; fafa—tantos; àina—dias; jiye—eu viva; mahã-prabhu-
rfl
a t a n v a

lembrança; nã haya—não há; nã áekhiye—não posso ver; nayane-com os oW^ faze H ^ * Mahãprabhu; krpã—a misericórdia; haye—há; icchã bhari—satis-
0 0

nã éuniye—não posso ouvir; éravane—com os ouvidos; fabu—de qualquer m desejo; kariba—farei; vicãra—consideração.
likhi'—escrevendo; e—isto; bada vismaya—surpreendente.
u
n^ ^ Ç Ã o — N e s t e capítulo, descrevi os códigos abreviadamente. O que ainda
e s c r e v
TRADUÇÃO—Agora sinto-me velho demais e perturbado pela invalidez. 4 ^ E n u a
Çjj t i , descreverei extensivamente no futuro. Se, pela misericórdia de Sri
a
escrevo, minhas mãos tremem. Não posso lembrar-me de nada, nem posso jo . ^ Mahãprabhu, eu viver por tantos dias que possa satisfazer meus dese-
ei
ou ouvir bem. De qualquer modo, escrevo, e isto é surpreendente. plena atenção a esses passatempos.
Sri Caitanya-caritãmrta Verso 95 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 185
Madhya-lilã 2

VERSO 93 éri-caitanya, nityãnanda, advaitãdi bhakta-vrnda,


éire dhari sabãra carana
Geíti» 1 ? « « * * M , TOfl §|51«I, svarüpa, rüpa, sanãtana, raghunãthera érí-carana,
5
TO c i t e * i ** i c « t i 1 dhüli karoh mastake bhüsana
éri-caitanya—Sri Caitanya Mahãprabhu; nityãnanda—Senhor Nityãnanda Prabhu;
wK^tfSw i « , i r t - í r ç i t i artci 1 5 , advaita-ãdi bhakta-vrnda—bem como personalidades como Advaita Acãrya e todos
« f è fafi' i t f t c i t i c i t i 11 s>® 11 os devotos; éire—sobre minha cabeça; dhari—tomando; sabãra—àe todos; carana—os
chota bada bhakta-gana, vandoh sabãra érí-carana, pés de lótus; sva-rüpa—Srila Svarüpa Dãmodara Gosvãmi; rüpa—Srila Rüpa
Gosvãmi; sanãtana—Srila Sanãtana Gosvãmi; raghu-nãthera—áe Srila Raghunãtha
sabe more karaha santosa
Gosvãmi; érí-carana—os pés de lótus; dhüli—poeira; karoh—faço; mastake—sobre
svarüpa-gosãhira mata, rüpa-raghunãtha jãne yata,
minha cabeça; bhüsana—decoração.
tãi likhi' nãhi mora dosa
chofa—pequenos; toda—grandes; bhakta-gana—devotos; vandoh—adoro; s a b â r a -
todos eles; érí-carana—os pés de lótus; sabe—todos vós; more—a mim; karaha—po r
TRADUÇÃO—De acordo com o sistema paramparã, aspiro a tomar sobre mim a
favor, fazei; san rosa—satisfação; sva-rüpa-gosãhira mata—o ponto de vista de Svarüpa poeira dos pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu, Nityãnanda Prabhu,
Dãmodara Gosvãmi; rüpa-raghu-nãtha—Rüpa e Raghunãtha; /ane—ficai sabendo; Advaita Prabhu e de todos os associados de Sri Caitanya Mahãprabhu, como
yafa—tudo; tãi—isto; likhi'—escrevendo; nãhi—não há; mora—minha; dosa—falta. Svarüpa Dãmodara, Rüpa Gosvãmi, Sanãtana Gosvãmi e Raghunãtha dãsa
Gosvãmi. Aspiro a tomar a poeira de seus pés de lótus sobre minha cabeça. Dessa
maneira, aspiro a ser abençoado pela misericórdia deles.
T R A D U Ç Ã O — A p r o v e i t o aqui para adorar os pés de lótus de toda a classe de devo-
tos, tanto avançados quanto neófitos. Peço a todos eles que fiquem satisfeitos co-
migo. Não tenho falhas, pois escrevi aqui tudo o que aprendi com Svarüpa VERSO 95
Dãmodara Gosvãmi e Rüpa e Raghunãtha dãsa Gosvãmis. Não subtraí nada da •ff*P! i t i « r t w H n , ®zm f c i w W ,
versão deles, e a ela nada acrescentei.
i t i f t « t * f«0 i f i w T l I
5
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura, existem três es- CTOsfafti-fiç- ^ t u t í ^ v * ia ? fa*ç,
pécies de devotos, conhecidos como bhajana-vijha (peritos em serviço devocional),
« t i 1>«fi TO 1>1Mft1 II 11
bhajana-éüa (devotos ocupados em serviço devocional) e krsna-nãme diksita krstfa-
nãmakãrf (devotos iniciados ocupados em cantar). O autor do Caitanya-caritâmrUi pana yãhra ãjhã-dhana, vrajera vaisnava-gana,
implora a misericórdia de todos esses devotos e pede-lhes que fiquem satisfeitos vandoh tãnra mukhya haridãsa
caitanya-vilãsa-sindhu- kailolera eka bindu,
com ele. Diz ele: " Q u e os devotos neófitos — os devotos que são muito peritos em
tara kanã kahe krsnadãsa
argumentar, embora não tenham noção de serviço devocional avançado, que se
pãhã—obtendo; yãhra—cuja; ãjhã-dhana—ordem; vrajera—de Vrndãvana; vaisnava-
julgam muito avançados por imitarem algum smãrta-bráhmana — que tais devotos
gana—todos os Vaiçnavas; vandoh—adoro; tãnra—deles; mukhya—o principal; hari-
não fiquem insatisfeitos comigo, achando que cometi erros a este respeito. Com sa
"~ ~Haridãsa; caitanya-vilãsa-sindhu—do oceano dos passatempos do Senhor
muita humildade, suplico o perdão deles, mas confesso que pessoalmente não de- ^-aitanya; kailolera eka bindu—uma gota de u m a onda; tara—dela; kanã— uma par-
sejo acrescentar n e m retirar n a d a . Só escrevi o que ouvi em sucessão discipular, tícula apenas; kahe—descreve; krsna-dãsa—Krçnadãsa Kavirãja Gosvãmi.
pois dedico minha vida aos pés de lótus de ãcãryas anteriores como Svarüpa
e
Dãmodara, Raghunãtha dãsa Gosvãmi e Rüpa Gosvãmi. Escrevi apenas o q"
aprendi com eles." TRADUÇÃO—Recebendo ordens das autoridades acima mencionadas e dos
a v a s e
eu ^ ^ Vrndãvana, especialmente d e Haridãsa, o sacerdote d e Govindají,
VERSO 94 8°ta d í < a d à 8 a a v r a a
^ * ' Gosvãmi, tento descrever uma pequena partícula de uma
§lfo«s, f s r a j t n f , TO*rfi ws*!» e uma onda do oceano dos passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu.

f l C I f f l l l t l 51*1 I j ^ s f e ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya<aritãmrta,


iv\, « t , u r s a , s r ç i t w i ®ÊI«I, Mahãpraoh^' ^ ^ U m Í 0( a ít
~ P 'dO' descrevendo as manifestações extáticas do Senhor Caitanya
5
ifa wzi\ use ? « i i II &8 11
CAPÍTULO TRÊS

O Senhor ári Caitanya Mahãprabhu


hospeda-Se na casa de Advaita Acãrya

Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thãkura dá o seguinte estu-


do resumido do Terceiro Capítulo. Após aceitar a ordem sannyãsa em Katwa, Sri
Caitanya Mahãprabhu viajou durante três dias consecutivos por Rãdha-deáa e,
por truque de Nityãnanda Prabhu, acabou chegando à parte ocidental de
Santipura. Sri Caitanya Mahãprabhu foi induzido a acreditar que o rio Ganges
era o Yamunã. Enquanto Ele adorava o rio sagrado, Advaita Prabhu apareceu
com um barco. Advaita Prabhu pediu-Lhe que tomasse Seu banho no Ganges
e levou-O para Sua casa. Lá, na casa de Advaita Prabhu, todos os devotos de
Navadvipa, juntamente com mãe Sacidevi, vieram visitar Sri Caitanya
Mahãprabhu. Esta casa ficava localizada em Santipura. Mãe Sacidevi cozinhou
para Sri Caitanya Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu, e, naquela ocasião, Advaita
Prabhu e Nityãnanda Prabhu trocaram muitos gracejos entre Si. Ao entardecer,
havia sankirtana em massa na casa de Advaita Prabhu. Mãe Sacidevi permitiu que
Sri Caitanya Mahãprabhu partisse, mas pediu-Lhe que estabelecesse Sua sede
em Jagannãtha Puri, Nilãcala. Sri Caitanya Mahãprabhu consentiu com o pedido
de Sua mãe e, acompanhado por Nityãnanda, Mukunda, Jagadananda e
Dãmodara, deixou Santipura. Despedindo-se de mãe Sacidevi, todos eles proce-
deram rumo a Jagannãtha Puri, trilhando o caminho de Chatrabhoga.

VERSO 1

ire? w^mf^^ftafirçi
S W t l «fcwflrS «° *TF5T*f*S II a II

nyãsarit vidhãyotpranayo 'tha gauro


vmdãvanarh gantu-manã bhramãd yah,
rãdhe bhraman éãnti-purim ayitvã
lalãsa bhaktair iha tarh nato 'smi
yisam—as cerimônias ritualísticas regulares da ordem sannyãsa; iridhãya—após
ut rana a
Sri c •' P y b—surgimento de intenso amor por Krsna; atha—assim; gaurah—
tan a
y Mahãprabhu; vrndãvanam—paia Vrndãvana; gantu-manãh—pensando
tt
' bhramãt—aparentemente por engano; yah—que; rãane—xxa extensão de
188 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy - i O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 189
a U â 3
Verso 6

tenra conhecida como Râdha; bhraman—perambulando; éiinti-purim—a Sãntipu, . a sannyãsa kari' premãveée calila vrndãvana
ayitvã— indo; Uúãsa—divertiu-Se; bhaktaih—com os devotos; iha—aqui; íam~ a rãdha-deée tina dina karilã bhramana
nafa/i asmi—ofereço minhas respeitosas reverências. sannyãsa kari'—após aceitar a ordem de sannyãsa; prema-ãveée—em intenso amor
Krsna; calilã— procedeu; vrndãvana—rumo a Vrndãvana-dhãma; rãdha-deée—
T R A D U Ç Ã O — A p ó s aceitar a ordem de vida renunciada (sannyãsal, Senh
0 0r L, extensão de terra conhecida como Rãdha; tina dina—durante três dias segui-
Caitanya Mahãprabhu, devido ao intenso amor por Krsna, quis ir p a r j dos; karilã-fez; bhramana—divagação.
Vrndãvana, mas, aparentemente por engano, perambulou por Rãdha-deáa. Majj
tarde, chegou a Santipura, onde divertiu-Se com Seus devotos. Ofereço mirüi as TRADUÇÃO—Após aceitar a ordem de sannyãsa, Caitanya Mahãprabhu, devido
respeitosas reverências a Sri Caitanya Mahãprabhu. ao intenso amor por Krsna/ partiu para Vrndãvana. Contudo, por engano, diva-
gou em transe durante três dias seguidos na extensão de terra conhecida como
VERSO 2 Rãdha-deáa.

SIGNIFICADO—A palavra Rãdha-desa vem da palavra rãslra, ou " e s t a d o " . De


níftra, deriva-se a corruptela rãdha. A parte da Bengala que fica na margem
jaya jaya érí-caitanya jaya nityãnanda oridental do Ganges é conhecida como Rãdha-deáa. Outro nome dela é Paundra-
jayãdvaitacandra jaya gaura-bhakta-vrnda desa. A palavra paundra é uma forma pervertida da palavra pendo. Parece que a
jaya jaya—todas as glórias; ért-caitanya—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; capital de Rãstra-deáa ficava situada naquela parte da Bengala.
jaya—todas as glórias; nityãnanda—ao Senhor Nityãnanda Prabhu; jaya—todas as
glórias; advaita-candra—a Sri Advaita Gosãni; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta- VERSO 5
vrnda— aos devotos do Senhor Caitanya. ^ 1 f l t t f •ítV * H « t e u «rrcici i
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Sri Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias a « f i r a *tf?!3í fam n l í Ç - C I Ç l II 0 II
Nityãnanda! Todas as glórias a Advaita Prabhu! E todas as glórias aos devotos ei éloka padi' prabhu bhãvera ãveée
do Senhor Caitanya, encabeçados por Srivãsa! bhramite pavitra kaila saba rãdha-deée
ei éloka—este verso; padi'—recitando; prabhu—o Senhor; bhãvera—de êxtase;
VERSO 3 ãveée—em condição; bhramite—perambulando; pavitra—purificou; kaila—fez; saba
ÇfWt IWWfl Itl-ltl I rãdha-deée-toàa a extensão de terra conhecida como Rãdha-deáa.

« t i ^ 3 P * t c * « f ç i fiwt i a m i * i TRADUÇÃO—Passando pela extensão de terra conhecida como Rãdha-deáa, Sri


cabbiéa vatsara-éesa yei mãgha-mãsa v-aitanya Mahãprabhu recitou o seguinte verso em êxtase.
tara éukla-pakse prabhu karilã sannyãsa
cabbiéa—vigésimo quarto; vatsara—do ano; éesa—ao final; yei—aquele; míg «' VERSO 6
mdsfl-o mês de Mãgha (janeiro e fevereiro); Mra-daquele; sukla-pakse-nop&v wt i it%n n?n£rBTwíf»rett »f*5ti<çf%: i
do crescente da lua; prabhu—o Senhor; karilã— aceitou; sannyâsa-a ordem de
renunciada (sannyãsa).
efflm sa ãsthãya parãtma-nisthãm
TRADUÇÃO—Ao final de Seu vigésimo quarto ano, no mês de Magha, adhyãsitãm pürvatamair mahadbhih
Caitanya Mahãprabhu aceitou a ordem de sannyãsa durante o período cre afiam tarisyãmi duranta-pdram
t a m o mu
te da lua. etam__- kunMhghú-nisevayaiva
VERSO 4 dev
oção' i ^~St< ; S f l t a i ; astna a
y —estando inteiramente fixo em; para-ãtma-nisthãm—
> e S S O a S u r e m a
Priores ? * P ' ^Tsna; adhyãsitãm—adorado; pürvatamaih—por an-
19JT1 i f V C«í1tClW çffWt &m I t r a n s
Po'n i m a bhi,J
~ãcáryas; aham—eu; tarisyãmi—cruzarei; duranta-pãram—o in-
*1J-CWC"t f%1 f l l ^sfl»ri i5S1«11| 8 II de
Muk H ' u
V t a m a h
~ ° oceano de ignorância; mukunda-ahghri—aos pés de lótus
a a
; n/seuflytf—peia adoração; etw—com certeza.
190 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lii^ ^ T J T 0 7 O Senhor Caitanya na casa d e Advaita Acãrya 191

resentação simbólica da ordem de sannyãsa. Ao citar este verso do Srímad-


TRADUÇÃO—IConforme disse um brãhmana de Avanti-deáa:] "Cruzarei o m. 'ahâtavatam, Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou a ordem de sannyãsa recomenda-
transponível oceano de ignorância, fíxando-me firmemente no serviço aos p^s ^ Çrxmad-Bhãgavatam. Os sannyãsis Mãyãvãdis, estando enamorados da energia
0
de lótus de Krsna. Isto foi aprovado pelos ãcãryas anteriores, que estavam fixos
riema do Senhor, não podem entender a mente de Sri Caitanya Mahãprabhu.
em firme devoção pelo Senhor, Paramãtmã, a Suprema Personalidade de Deus." 6
Até a presente data, todos os devotos de Sri Caitanya Mahãprabhu, seguindo
Seus passos, aceitam a ordem de sannyãsa e mantêm o cordão sagrado e o rufo
S I G N I F I C A D O — E m relação a este verso, citado do èrímad-Bhãgavatam (11.23.58), de cabelo não raspado. Os ekadandi-sannyãsis da escola Mãyãvãdi abandonam o
Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura diz que, dos sessenta e quatro itens ne^ cordão sagrado e não mantêm n e n h u m tufo de cabelo. Portanto, são incapazes
cessários para prestar serviço devocional, a aceitação das marcas simbólicas de de compreender o significado de tridanda-sannyãsa, de maneira que não se sen-
sannyãsa é um princípio regulativo. Se alguém aceita a ordem de sannyãsa, sua tem mclinados a dedicar suas vidas ao serviço de Mukunda. Só fazem pensar
obrigação principal é dedicar sua vida inteiramente a serviço de Mukunda, Krsna. em fundir-se na existência de Brahman por estarem desgostosos com a existência
Q u e m não ocupa mente e corpo integralmente no serviço ao Senhor não se torna material. Os ãcãryas defensores do daiva-varnãérama (a ordem social de cãtur-
um sannyãsl de verdade. Não se trata apenas de trocar de vestimenta. O Bhagavad- atrnyam mencionada no Bhagavad-gitã) não aceitam a proposta de ãsura-varnãérama,
gitã ( 6 . 1 ) afirma, também, que anãéritah karma-phalam kãryarh karma karoti yah/sa a qual sustenta que a ordem social de varna é determinada pelo nascimento.
sannyãsi ca yogi ca: sannyãsl é aquele que trabalha devotadamente para a satisfa-
ção de Krsna. A vestimenta não é sannyãsa, mas sim a atitude de serviço a Krçna. O devoto mais mtimo de Sri Caitanya Mahãprabhu, a saber, Gadãdhara Pandita,
aceitou tridanda-sannyãsa e também aceitou Mãdhava Upãdhyãya como seu discí-
A expressão parãtma-nisthã significa "ser devoto do Senhor Krçna." Parãtmâ, pulo tridandi-sannyãsl. Diz-se que deste Mãdhavãcãrya originou-se a sampradãya
a Pessoa Suprema, é Krçna. Isvarah paramah krsnah sac-cid-ãnanda-vigrahah. Ver- conhecida na índia ocidental como Vallabhãcãrya-sampradãya. Srila Gopãla Bhatta
dadeiros sannyãsis são aquelas pessoas que se dedicam inteiramente aos pés de Bose, conhecido como um smrty-ãcãrya na Gaudiya-Vaiçnava-çampradãya, mais
lótus de Krsna em serviço. Por questão de formalidade, o devoto aceita a vesti- tarde aceitou de Tridandipãda Prabodhãnanda Sarasvati a ordem de tridanda-
menta de sannyãsa, como o fizeram os ãcãryas anteriores. Ele também aceita as sannyãsa. Embora não se mencione distintamente na literatura Gaudiya Vaiçnava
três dandas. Posteriormente, Viçousvãml considerou ser parãtma-nisthã o ato de a aceitação de tridanda-sannyãsa, o primeiro verso do Upadeéãmrta de Srila Rüpa
aceitar a vestimenta de tri-daridi. Portanto, os devotos sinceros acrescentam outra Gosvãmi advoga que se deve aceitar a ordem de tridanda-sannyãsa através do con-
danda, a jiva-danda, às três dandas existentes. O sannyãsi Vaisnava é conhecido como trole dos seis impulsos:
tridandi-sannyãsl. O sannyãsl Mãyãvãdi aceita apenas uma danda, não compreen-
dendo o propósito da tri-danda. Mais tarde, muitas pessoas da comunidade de vaco vegam manasah krodha-vegam
Siva Svãmi abandonaram o ãtma-nisthã (serviço devocional) ao Senhor e segui- jihvã-vegam udaropastha-vegam
ram o caminho de Sahkarãcãrya. Em lugar de aceitarem 1 0 8 nomes, os membros etãn vegãn yo visaheta dhirah
da Siva Svãmi-sampradãya seguiram o caminho de Sahkarãcãrya e aceitaram os sarvãm apimãth prthivim sa sisyãt
dez nomes de sannyãsa. Embora Sri Caitanya Mahãprabhu aceitasse a então exis-
tente ordem de sannyãsa (a saber, eka-danda), Ele mesmo assim recitou um verso Aquele que pode controlar os impulsos da fala, da mente, da ira, do estômago, da
do èrímad-Bhãgavatam sobre a tridanda-sannyãsa aceita pelo brãhmaria de Avantipura. língua e dos órgãos genitais é conhecido como gosvãmi, sendo competente para
Indiretamente, Ele declarou que, dentro daquela eka-danda, uma danda, existiam aceitar discípulos em todo o m u n d o . " Os seguidores de Sri Caitanya Mahãprabhu
quatro dandas como uma. Para Sri Caitanya Mahãprabhu, aceitar ekadanda-sannySst jamais aceitaram a ordem de sannyãsa Mãyãvãda, e por isso não se pode censurá-
sem parãtma-nisthã (serviço devocional ao Senhor Krçna), não é admissível. Além °s. Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou Sridhara Svãmi, que era um tridandi-san-
n
do mais, segundo os princípios regulativos exatos, deve-se acrescentar a jiva-danft yàsi, mas os sannyãsis Mãyãvãdis, não compreendendo Sridhara Svãmi, às vezes
à tri-danda. Essas quatro dandas, atadas juntas como se fossem uma, simbolizam Pensam que ele pertencia à comunidade Mãyãvãda de ekaàanda-sannyãsa. Na rea-
ü d a
o serviço devocional puro ao Senhor. Como os ekadandi-sannyãsis da escol d e , não é esse o caso.
Mãyãvãda não se dedicam ao serviço a Krçna, procuram fundir-se na refulgência VERSO 7
de Brahman, que é uma posição marginal, entre a existência material e a espintuai-
Eles aceitam esta posição impessoal como liberação. Os sannyãsis Mãyãvãdis, ign*/ *H¥W»—ft^<dfc p w p i a s a i
rando que Sri Caitanya Mahãprabhu era um tri-dandi, consideram-nO um ekadaW Ç Ç * cT5W-a« casíi fãwfàw u <\ n
sannyãsi. Isto deve"-se à vivarta, ou confusão. No Srimad-Bhãgavatam, não há taj
prabhu kahe,—sãdhu ei bhiksura vacana
coisa como um ekadandi-sannyãsi; de fato, aceita-se o tridandi-sannyãsi como
mukunda sevana-vrata kaila nirdhãraria
192 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 193
Verso 12

prabhu kahe—o Senhor disse; sãdhu—bastante purificado; ei—isto; bhiksu VERSO 10


mendicante; vacana—palavras; mukunda—Senhor Krsna; sevana-vrata—decisão de
servir; kaila—fez; nirdhãrana—indicação. <í<3 1Üf SCI SfÇ, GSfCTfWÇWJT fè«« I
fw^tafaaj-wia «rrfe foai arra-fã* n >•«
TRADUÇAO—ári Caitanya Mahãprabhu aprovou o significado deste verso devido
á decisão determinada do devoto mendicante de ocupar-se a serviço do Senhor efa bali' cale prabhu, premonmãdera cihna
Mukunda. Ele deu Sua aprovação a este verso, indicando ser ele muito bom. dik-vidik-jhãna nãhi, kibã rãtri-dina
^ bali'—dizendo isto; cale prabhu—o Senhor pôs-Se a caminho; prema-unmãdera
VERSO 8 j —os sintomas de amor extático; dik-vidik-jhãna—conhecimento da direção certa
c tJU

ou da errada; nãhi—não há; kibã—se; rãtri-dina—dia ou noite.


•firo fàto-ata cro-arai i
« ^ • « W f i l *a i ^ f i i - ^ f j * ! II tr || TRADUÇÃO—Enquanto á r i Caitanya M a h ã p r a b h u estava a c a m i n h o de
parãtma-nisthã-mãtra vesa-dhãrana Vm^ávana, todos os sintomas extáticos manifestaram-se nEle, e Ele não sabia
mukunda-sevãya haya samsãra-tãrana para que direção estava indo, n e m se era dia ou noite.
para-ãtma-nisthã-mãtra—apenas em nome da determinação de servir a Krsna; tesa-
dhãrana—trocando de vestimenta; mukunda-sevãya—servindo a Mukunda; haya— VERSO 11
há; samsãra-tãrana—o libertar-se deste cativeiro material.
f r o i f w , wrçròsf, fa* ara i
T R A D U Ç Ã O — O verdadeiro objetivo d e aceitar sannyãsa é dedicar-se ao serviço iBf;»HBl fot* ' C * a faa n ii. n
a M u k u n d a . Servindo a M u k u n d a , podemos realmente libertar-nos do cativeiro
da existência material. nityãnanda, ãcãryaratna, mukunda,—fina jana
prabhu-pãche-pãche tine karena gamana
S I G N I F I C A D O — A este respeito, Srila Bhaktivinoda Thãkura diz que Sri Caitanya nityãnanda— Nityãnanda Prabhu; acãrya-ratna—Candrasekhara; mukunda—e
Mahãprabhu aceitou a ordem de sannyãsa e recomendou a determinação do bhiksu Mukunda; fina jana—três pessoas; prabhu-pãche-pãche—seguindo o Senhor; fine—
de Avantipura de ocupar-se no serviço a Mukunda: Ele aceitou a versão do bnmmam todos os três; karena gamana—vão.
devido à sua determinação de servir a Mukunda. Na verdade, a vestimenta de
sannyãsi atrai formalidades materiais, Sri Caitanya Mahãprabhu não gostava de tais TRADUÇAO—Tendo Sri Caitanya Mahãprabhu Se encaminhado para Vrndãvana,
formalidades, mas queria a essência, que é o serviço a Mukunda. Tal determinação, Nityãnanda Prabhu, Candrasekhara e Prabhu M u k u n d a seguiram-nO.
sob qualquer condição, é parãtma-nisthã. Isto é necessário. Fm conclusão, a ordem
de sannyãsa depende, não do traje, mas da determinação de servir a Mukunda. VERSO 12
VERSO 9 Çffc C*fe 2fÇ CW£1, £tí% tffTfiP I
ctfotCTW 'afà' m a r a ísa-cata* II
5
«
?aif»taa«l asfà faces afànl n a> II
yei yei prabhu dekhe, sei sei loka
sei vesa kaila, ebe vrndãvana giyã
premãveée 'hari' bale, khande duhkha-Soka
krsna-nisevana kari nibhrte vasiyã
a
y° yei—quem quer que; prabhu—o Senhor; dekhe— veja; sei sei loka—aquelas
sei—aquela; vesa—vestimenta; kaila—aceitou; ebe—agora; vrndãvana-V *
P*°as; prema-ãiH-se—no êxtase do amor; hari bale—exclamam "Hari"; khande— não
Vrndãvana-dhãma; giyã— indo; krsna-nisevana—serviço ao Senhor; kari— hei de
caso de; duhkha-Soka—toda espécie de infelicidade e lamentação materiais.
cutar; nibhrte— n u m local solitário; vasiyã— sentado.
T R A D U Ç Ã O — A p ó s aceitar a ordem de sannyãsa, ári Caitanya Mahãprabhu ^D çA __Q
U 0 u a n £ i £
0 r i Caitanya M a h ã p r a b h u passou por Rãdha-desa, q u e m
cidiu que iria para Vrndãvana e ocupar-Se-ia única e exclusivamente no se S , ^ ^ ' ® visse e m êxtase exclamava: " H a r i ! H a r i ! " Ao cantarem isto com o
0

a M u k u n d a n u m local solitário. ' °da a infelicidade da existência material diminuía.


194 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-üij O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 195
Ve r s o 19

VERSO 13 VERSO 16
5
C'tt»í-1t1 1 H «fÇCI* Clflll i $ c * « l - n t e i *rtfi' « t f * f%5Tt*w i
5
' i f l ' ' i f í ' l f » T «TC ? i r f ã H II ye II faltou i i f i p t c i isfwl « f i « II w II
gopa-bâlaka saba prabhuke dekhiyã gupte tã-sabãke ãni' thãkura nityãnanda
'hari' 'hari' bali' dãke ucca kariyã éikhãilã sabãkãre kariyã prabandha
gopa-bãlaka saba—todos os vaqueirinhos; prabhuke dekhiyã—vendo o Senhor; hari auvte—confidencialmente; tã-sabãke—a todos os vaqueirinhos; ãni'—levando-os;
hari bali'—vibrando os sons " H a r i , H a r i " ; iãke—gritam; ucca kariyã—alto. thãkura nityãnanda—Nityãnanda Thãkura; éikhãilã— instruiu; sabãkãre—todos
eles; kariyã prabandha—inventando uma história aceitável.
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os vaqueirinhos q u e viram Sri Caitanya Mahãprabhu passar
juntaram-se a Ele e puseram-se a gritar alto: " H a r i ! H a r i ! " TRADUÇÃO—Chamando todos os meninos confidencialmente e inventando para
eles uma história aceitável, Nityãnanda Prabhu instruiu-os do seguinte modo.
VERSO 14
VERSO 17
« r - H t l fà^i» c w c * f t n f i I
'iff i c * n t i f i e i 4 « itl* i i 8 I I Í H W N « ^ « a c ç i estilei i
* t i t « T i - * w « e i c i i f é i «*tei II
éuni' tã-sábãra nikafa gelã gaurahari
'bala' 'bala' bale sabãra éire hasta dhari' vrndãvana-patha prabhu puchena tomãre
éuni'—ouvindo; ta-sabãra—de todos eles; nikafa—perto de; geia—foi; gaura-hari- gahgã-ttra-patha tabe dekhãiha tãnre
Sri Caitanya Mahãprabhu; ba/a bo/a—continuai falando, continuai falando; bale- vrndãvana-patha—o caminho para Vrndãvana; prabhu—o Senhor; puchena—
disse Ele; sabãra—de todos eles; éire hasta dhari'—mantendo Suas mãos sobre suas indagar; tomãre—de vós; gahgã-tira-patha—o caminho que margeia o Ganges; tabe—
cabeças. nesse momento; dekhãiha—por favor, mostrai; tãnre—a Ele.

T R A D U Ç Ã O — A o ouvir q u e todos os vaqueirinhos também cantavam "Hari! TRADUÇÃO—"Se Sri Caitanya Mahãprabhu vos perguntar sobre o caminho para
Hari!", Sri Caitanya Mahãprabhu ficou muito satisfeito. Aproximou-Se deles, Vrndãvana, por favor, ao invés disso, mostrai-Lhe o caminho que margeia o Gan-
pôs Suas mãos sobre suas cabeças e disse: "Continuai cantando desta maneira." ges."
VERSOS 18—19
VERSO 15
« e i « f ç • t f f e » n » — ' « i , f«to*w i
« f - n t i i f « «ca>—^tm «tinfi i
e i f i , c i * H » f c i i t i a i r t n ' II y> n
i f ò t f l C i t e i <3Ht<ÍPl i f l l t l I I i í U
f«WS 1 1 1 W T « T 1 » W C l l f é l l
tã'-sabãra stuti kare,—tomara bhãgyavãn <?É »rci «neie*f « J ^ - s t n II ÍS> II
krtãrtha karile more éunãhã hari-nãma
uf-sabãra—de todos eles; sfufi kare—o Senhor Caitanya Mahãprabhu louvouo fabe prabhu puchilena, — 'éuna, éiéu-gana
comportamento; tomara— vós; bhãgyavãn—afortunados; krta-artha—exitoso; kaha dekhi, kon pathe yãha vrndãvana'
fizestes; more—a Mim; éunãhã—cantando; hari-nãma—o santo nome do Senn
Hari. éiéu saba gahgã-tTra-patha dekhãila
sei pathe ãveée prabhu gamana karilã
T R A D U Ç Ã O — A s s i m , Sri Caitanya M a h ã p r a b h u abençoou a todos, dizendo-lh^ g „ ""depois disso; prabhu—o Senhor; puchilena—indagou; éuna—ouvi; éiéu-
w

que eram afortunados. Dessa maneira, Ele louvou-os e sentiu-Se muito exi yãba—- meTunos
'> kaha dekhi—por favor, dizei-Me; kon pathe—em que caminho;
pois eles cantavam o santo n o m e do Senhor Hari. ^ « e i ; vrndãvana—para Vrndãvana; éiéu—os meninos; saba—todos; ganga-
1% Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ul^ Verso 25 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 197

tíra-patha—o canünho que margeia o Ganges; dekhãila— mostraram; sei—aqmj, i*_-depois disso; nava-dvfpe—a Navadvipa; fumi—tu; kariha—deves fazer;
pathe—no caminho; <ft*se—em êxtase; prabhu—o Senhor; gamana karilã— !zLa--indo; éacl-saha—mãe Saci; lahã— trazendo contigo; ãisa—regressa; saba
g j - g a n a - t o d o s os devotos.
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u perguntou aos vaqueirj
nhos qual era o caminho para Vrndãvana, os meninos mostraram-Lhe o caminh 0
nUÇÃO— "Depois d i s s o " , prosseguiu Nityãnanda Prabhu, "irei à casa de
que margeia o Ganges, e o Senhor tomou aquele rumo em êxtase. Advaita Acãrya, e tu deves ir a Navadvipa, regressando com mãe Saci e todos
Moutros devotos."
VERSO 2 0 VERSO 2 3

htf mfk « f C V S - ^ & t r f a kffuqi II v II w w ç * «rtr/f « t t f l f •rtrai n II


ãcãryaratnere kahe nityãnanda-gosãhi tãhre pãthãiyá nityãnanda mahasaya
éighra yãha tumi advaita-ãcâryera (hãni mahãprabhura ãge ãsi' dila paricaya
ãcãrya-ratnere—a Candrasekhara Acãrya; kahe—disse; nityãnanda-gosãhi—Senhot Ufire—a ele; pãthãiyã—enviando; nityãnanda—Senhor Nityãnanda; mahã-ãsaya—a
Nityãnanda Prabhu; éighra—imediatamente; yãha—vai; fumi—tu; advaita-ãcdryen grande personalidade; mahã-prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; age—em
thãhi—á casa de Advaita Acãrya. frente; ãsi'—vindo; dila—tez; paricaya—apresentação.

T R A D U Ç A O — E n q u a n t o o Senhor prosseguia ao longo da margem do Ganges, Sri TRADUÇÃO—Após enviar Ãcâryaratna à casa de Advaita Acãrya, Sri Nityãnanda
Nityãnanda Prabhu pediu a Ãcâryaratna [Candrasekhara Acãrya] que fosse ime- Prabhu veio ter com o Senhor Caitanya Mahãprabhu, notificando-O de Sua
diatamente à casa de Advaita Acãrya. vinda.
VERSO 2 4
VERSO 2 1 «fÇ WJh '9'llfi tfstvta t#NlW tfa i
«Tf f i r a ata «rríà tftef* iPrar i IWtW
«TOE» Q&KH TOT II * 8 II
prabhu kahe, —érípãda, tomara kothãke gamana
itaftw *c*n ca» edw iwi <Star n n éripãda kahe, tomara sahge yãba vrndãvana
prabhu laye yãba ãmi tãnhãra mandire prabhu kahe—o Senhor perguntou; éri-pãda—Senhor; tomara—de Ti; kothãke—
sãvadhãne rahena yena naukã lanã tire para onde; gamana—indo; érf-pãda kahe—Nityãnanda Prabhu replicou; tomara—
prabhu laye—levando o Senhor; yãba—irei; omi— Eu; tãnhãra—dEle; mandire-l Tu; sarige—com; yãba—irei; vrndãvana—a caminho de Vrndãvana.
.asa; sãvadhãne—mui cautelosamente; rahena—que Ele fique; yena—lá; naukí-
barco; uma—levando; ffre—às margens. TRADUÇÃO—Estando em êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou para onde
™ Nityãnanda Prabhu. Nityãnanda replicou que O estava acompanhando a
T R A D U Ç Ã O — S r i Nityãnanda Gosvãmi disse-lhe: " V o u levar Sri Caitany» «"ninho de Vrndãvana.
Mahãprabhu até às margens do G a n g e s em Santipura, e Advaita Acãrya devf
ficar li na praia, à disposição dEle, com um b a r c o . " VERSO 2 5
* f Ç WCX,—Wm Ç£? I f O í f f H * I
VERSO 2 2
ctart ¥ • <«fc *nj?l II «
prabhu kahe,—fcafa dure ache vrndãvana
tenho kahena,—kara ei yamunã daraéana
«fft-1* «ifo W&W II n ne
VrnH " ^ ~° Senhor replicou; farta dure—quão distante; ache—está; vrndãvana—
â v a n

fabe navadvtpe tumi kariha gamana Y , arv a - d h ã m a ; ferino kahena—Ele replicou; kara—faze; ei—este; yamund—rio
T a m

áaci-saha lahã ãisa saba bhakta-garia « n â ; darasana-vendo.


Sri CaiUnya-cãritámrta Madhya-] O Senhor Caitanya na casa de Advaita Ãciryi 199
198 Verso 30

TRADUÇÃO—Quando o S«nhor perguntou a Nityãnanda Prabhu quão distanfc outorgadora do amor mais elevado; drava-brahma-gdtr!—composta da água
a

estava Vrndãvana, Nityãnanda replicou: " V ê só! Aqui está o rio Yanuina.» H mundo espiritual; aghãnãm—de todos os pecados e ofensas; lavitri—a destrui-
°. jagat-ksema-dhatrf—a realizadora de todas as coisas auspiciosas para o mundo;
VERSO 26 01
^trt-krh/dt—p favor, purifica; nob—nossa; vapuh—existência; mitra-putrT—6 filha
jfs i f » f -wtfSwr s f a * mri-ifwici i J u d e u s do Sol.

«itcact tifl cm i t v t n r i ^ n - v t d H II TRADUÇÃO—"Ó Yamunã, és a bem-aventurada água espiritual que outorga amor
eta bali' ãnila tãnre gahgã-sannidhãne jo filho de Nanda Mahãrãja. És idêntica à água do mundo espiritual, pois podes
ãveée prabhura haila gahgãre yamunã-jhãne destruir todas as nossa ofensas e as reações pecaminosas contraídas durante nossa
eta bali'—ao dizer isto; ãnila—Ele trouxe; tãhre—a Ele; gahgã-sannidhãne—peno vida. És a criadora de todas as coisas auspiciosas para o mundo. Ó filha do deus
do Ganges; ãvese—em êxtase; prabhura—do Senhor; haila—houve; gahgãre—do rio do Sol, por favor, purifica-nos mediante tuas atividades p i e d o s a s . "
Ganges; yamunã-jhãne—aceitação como o rio Yamunã.
SIGNIFICADO—Este verso está registrado no Caitanya-candrodaya-nã(aka (5.13) de
TRADUÇÃO—Ao dizer isto, Nityãnanda Prabhu levou Caitanya Mahãprabhu para Kavikannapura.
perto do Ganges, e o Senhor, em Seu êxtase, aceitou o rio Ganges como o rio VERSO 29
Yamunã.
VERSO 27 <a« i f * r m*f*> cm H w t w W i
# v c^Vto, ü t f i f f f l i i f à f f i II II

^3 afsf a a i H w II *i II efa bali' namaskari' kaila gahga-snãna


aho bhãgya, yamunãre pãiluh daraéana eka kauptna, nãhi dvitfya paridhãna
eta bali' yamunãra karena stavana eta bali'—dizendo isto; namaskari'—prestando reverências; kaila—fez; gahgã-
aho bhãgya—oh! Minha grande fortuna; yamunãre—do rio Yamunã; pãilun- snãna—banhando-Se no Ganges; eka kaupína—apenas u m a peça de roupa inte-
obtive; da rasa na—visão; eta bali'—após dizer isto; yamunãra—do rio Yamunã; rior; rufhi—não havia; dvitlya—segunda; paridhãna—roupa.
karena—faz; stavana—louvando.
TRADUÇAO—Após recitar este mantra, Sri Caitanya Mahãprabhu prestou reve-
TRADUÇÃO—O Senhor disse: " O h ! que boa fortuna! Agora posso ver o rio rências e tomou Seu b a n h o no Ganges. Naquela ocasião, Ele tinha apenas uma
Yamunã. Assim, achando que o Ganges era o rio Yamunã, Caitanya Mahãprabhu peca de roupa interior, pois não havia uma segunda roupa.
começou a oferecer-lhe orações.
VERSO 30
VERSO 28
cm wm «rtFtátftarfin cAw\us $f<É*l i
f f e f t w s l w l ! 1*1 ^ * m t !
'Vtm if(5ü cirvJ||n-lfçff»l q<fl»1 I I « • I I
•HWJllKflWHIÍIl
hena kãle ãcãrya-gosãhi naukãte cadihã
. ãila nütana kauplna-bahirvãsa lahã
frViflfaFstmi v f i N ^ Í I i ' n e s s a
bord^d ~ ^ ^ a ; ãcãrya-gosãhi—Advaita Acãrya Prabhu; naukãte cadihã—a
cid-ãnanda-bhânoh sadã nanda-sünoh hihih ^ Um a r c o ;
""'fl—chegou ali; nütana—novas; kauplna—roupas interiores;
para-prema-pãtrí drava-brahma-gãtri ^-Wsa—trajes i f j_trazendo.
e x t e r n o s ; a u

aghãnãm lavitri jagat-kscma-dhãtrl


U Enc
pavitrf-kriyãn no vapur mitra-putrí • r ^ p ^ P ~ ° n t r a n d o - S e Sri Caitanya M a h ã p r a b h u ali sem nenhuma outra
0 4

àt-ãnanda-bhãnoh—da manifestação direta de energia e bem-aventurança «"ri teri ' ° advaita Acãrya chegou de barco, trazendo consigo novas roupas in-
0
e
rituais; sadã— sempre; nanda-sünoh—do filho de Mahãrãja Manda; para-p trajes externos.
200 Sri Cãitanya-cãrítãmrta Madhya-l O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 201
1U 3 Verso 36

prabhu kahe,—nityãnanda ãmãre vahcilã


VERSO 31
gahgãke ãniyã more yamunã kahilã
«tr/st « i t e r í « r r t V *%rl n « i i i f à ' i kahe—o Senhor replicou;
hhu nityãnanda—Senhor Nityãnanda; ãmãre—a Mim;
• r t f r t íftV I O T « r ç i c i i f f l i f à ' H ^ H f. . ^ e n g a n o u ; gahgãke—até às margens do Ganges; ãniyã— trazendo; more—a
^•rn' yamunã—o rio Yamunã; kahilã— informou.
dge acãrya ãsi' rahilã namaskãra kari'
acãrya dekhi' bale prabhu mane saméaya kari'
- _ - E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Nityãnanda enganou-Me.
u( AO
age—em frente; acãrya—Advaita Acárya; ãsi'—vindo; rahilã— ficou de pf
Ele Me trouxe até às margens do Ganges, dizendo-Me q u e este era o Y a m u n ã . "
namaskãra kari'—prestando reverências; acãrya dekhi'—ao ver Advaita Acãrya'
bale—cot.; prabhu—o Senhor; mane—mentalmente; saméaya kari'—duvidando.
VERSO 35
TRADUÇAO—Ao chegar, Advaita Acárya ficou d e pé perante o Senhor e prestou. w t ç r t « o * fVtn i r * ® f t i - i 5 * i
Lhe Suas reverências. Após vê-lO, o Senhor começou a conjecturar sobre toda
11fíÇ<5 ' 5 1 1 < ç f l 1sfÍ»Tl < f l H II -©* II
a situação.
VERSO 32 ãoín/fl kahe, mithyã nahe érlpãda-vacana
<çfi « ' « t & l í - c t f i t f a » , C P Í S «rrim1 yamunãte snãna tumi karilã ekhana
acãrya kahe— Advaita Acãrya replicou; mithyã nahe— isso não é falso; érí-páda-
«rrfà jiFxfi, <çfi ci*«ir,« w t f w r l « I I
mana—as palavras de Sri Nityãnanda Prabhu; yamunãte—no rio Yamunã; snãna—
tumi ta' ãcãrya-gosãhi, ethã kene ãilã
banho; fumi—Tu; karilã—fizeste; ekhana—agorinha mesmo.
ãmi vrndavane, tumi ke-mate jãnila
tumi—estas; ta'—com certeza; ãcãrya-gosãhi—Advaita Acãrya; ethã—aqui; kene—
TRADUÇÃO—Tendo Sri Caitanya Mahãprabhu acusado Nityãnanda de enganá-
por que; ãilã—vieste; ãmi—Eu; vrndavane—em Vrndãvana; fumi—Tu; ke-male-
10, Srila Advaita Acãrya disse: " N a d a do q u e Nityãnanda Prabhu Te disse é
como; jãnila—sabias.
falso. Deveras, acabas de tomar Teu banho no rio Yamunã."
T R A D U Ç Ã O — A i n d a em Seu êxtase, o Senhor pôs-Se a perguntar a Advaita
Acárya: " P o r que motivo vieste aqui? Como sabias que Eu estava em VERSO 36
Vrndãvana?"
VERSO 33
u r i i i i i a c i 14»1 4 I * « J Í I i
w t F r ô m - < ç f i nttij cfe ^ t a s i » t f « « i i i i l i c i , %4 n t i t i II II
c m wtr,*fj K w l d c i t f s t i f a « r N n n ^ n gahgãya yamunã vahe hanã eka-dhãra
paécime yamunã vahe, pürve gahgã-dhãra
flcífryfl kahe,—fumi yãhãn, sei vrndãvana
mora bhãgye gahgã-tlre tomara ãgamana gangãya—com o rio Ganges; yamunã—o rio Yamunã; vahe—flui; hanã—tornando-
se; eka-dhãra—um curso; paécime—no lado ocidental; yamunã—o rio Yamunã;
acãrya kahe—o Acãrya replicou; tumi yãhãn—onde quer que estejas; sei—**
Wne-flui; pürve—no lado oriental; gahgã-dhãra—o fluir do Ganges.
vrndãvana—Vrndãvana; mora bhãgye—por Minha grande fortuna; gahgã-tlre-
margens do Ganges; tomara ãgamana—Teu aparecimento.
tradução—Advaita Acãrya explicou, então, que, naquele local, o Ganges e o
amunà fluem juntos. No lado ocidental estava o Yamunã e no lado oriental,
T R A D U Ç A O — A d v a i t a Acãrya revelou toda a situação, comunicando a Sri Caitany' 0
Ganges.
nl,<
M a h ã p r a b h u : " O n d e q u e r q u e estejas, ali é Vrndàvana. É, pois, Minha gr*
fortuna que tenhas vindo até ãs margens do G a n g e s . "
^•NiFiCADo— O Ganges e o Yamunã misturam-se na confluência de Allahabad
yaga). o Yamunã flui do lado ocidental e o Ganges do lado oriental, e então
VERSO 34
em-se. Como Sri Caitanya Mahãprabhu banhara-Se do lado ocidental, real-
« f ç «et,—fSrsTfsw •rruTc? i f i w n i n t e
tomou Seu banho no rio Yamunã.
twtt-* *nf*nrl c i t e i i i i l ^fm\ II -®s n
202 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ly^ O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 203
Verso 41

VERSO 37 VERSO 40
« t f o n t a aajn a « , « i t i c ^ c ^ wti i ian afa' caWía fa fisr-aa i
"Bltá C«T%I 5tí®' ^1 • t t l W II "©1 II
*ror«M*n cm m\¥m mm H 8» H d

paécima-dhãre yamunã vahe, tãhãn kaile snãna


ãrdra kauplna chãdi' éuska kara paridhãna eta bfl/i' naukãya caâãhã nila nija-ghara
paécima-dhãre—no curso ocidental; yamunã—o rio Yamunã; vahe—flui; tâhsn^ pãda-praksãlana kaila ãnanda-antara
a0
ali; tai/e—fizeste; snãna—banho; d"rdra—úmidas; kauplna—roupas interiores; eta bali'— dizer isto; naukãya cadãhã—íazendo-O subir no pequeno barco; mia—
crtddi'—abandonando; susta—secas; kara—taxe; paridhãna—vestindo. levou; nija-ghara—para Sua própria residência; pãda-praksãlana—lavando os pés;
Vgfc—tez; ãnanda-antara—muito feliz interiormente.
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Advaita Acãrya sugeriu q u e , como Caitanya Mahãprabhu
tomara Seu b a n h o no rio Yamunã e agora Suas roupas interiores estavam úmi- T R A D U Ç Ã O — A o dizer isto, Sri Advaita Acãrya levou o Senhor para dentro do
das, o Senhor devia trocá-las por roupas secas. barco e trouxe-O à Sua residência. Lá, Advaita Acãrya lavou os pés do Senhor,
em conseqüência do que ficou muito feliz interiormente.
VERSO 38
VERSO 41
c«tafcar?«i fiN *»íç « * W i i
«ufa cata ws fmwti m cata a r a « i «WCT *m asfàifcça «rtFtfffll i
fàç-aa<a cm «rtWÉ wt*tfã ( 8 i n
premãveée tina dina acha upavãsa
ãji mora ghare bhiksã, cala mora vasa prathame pãka kariyãchena ãcãryãnl
prema-ãveée—no êxtase do amor; tina dina—três dias; acha—estás; upavãsa- visnu-samarpana kaila acãrya ãpani
jejuando; ãji—hoje; mora—Minha; ghare—h casa; bhiksã— caridade; cala—por favor, prathame—primeiro; pãka—cozinhando; kariyãchena—realizou; ãcãryãnl—a espo-
vem; mora vasa—à Minha residência. sa de Advaita Acãrya; visnu-samarpana—oferecendo ao Senhor Visnu; kaila—tez;
acãrya—Advaita Acãrya; ãpani—Ele próprio.
T R A D U Ç Ã O — A d v a i t a Acãrya disse: "Tens jejuado pelos últimos três dias em Teu
êxtase de amor por Krsna. Portanto, convido-Te à Minha casa, onde poderás bon- T R A D U Ç Ã O — T o d o s os alimentos foram primeiro cozinhados pela esposa de
dosamente aceitar Tua caridade. Vem comigo à Minha residência." Advaita Acãrya. Então, Srila Advaita Acãrya pessoalmente ofereceu tudo ao
Senhor Visnu.
VERSO 39
S I G N I F I C A D O — A s s i m é a vida familiar ideal. Esposo e esposa vivem juntos, e o
<sa*ajt «ia ^fàm vUntG?1 "tf* i «poso trabalha arduamente a fim de adquirir parafernália para adorar o Senhor
TRUNRTI u * R ca**£, T*t T I TTF II * » II •snu. A esposa, em casa, cozinha variados alimentos para o Senhor Visnu, e
080 o f e r e c e o s à
buid* " Deidade. Depois disso, realiza-se drafi, e a prosada é distri-
eka-musti anna muni kariyãchoh pãka a entre os familiares e convidados. Segundo os princípios védicos, deve
re l l a v e r u m
éukhãrukhã vyahjana kailun, süpa ãra sãka t e v?* convidado numa casa d e família. E m minha infância, realmen-
r e c e 3 e r n ã o
punhado;
eka-musti—um anna—arroz; muni— Eu; kariyãchoh—acabo d^ ^ a re ' menos do que quatro visitas cada dia, e naquela época
pata—cozinhando; éukhãrukhã— não muito requintados; vyahjana—-le" er„ f
e m e u
pai não era muito grande. Não obstante, não havia dificuldade
JcaiÍMri—fiz; süpa—legumes líquidos; tfrn—e; safaj—espinafre. v
édic ^ Cr , T a s á a a e
^ P ' ° menos quatro visitas por dia. Segundo os princípios
de a l m o c a r c n e f e de I a r n f l i a
Para ver ' ° deve i r até à rua e gritar bem alto
T R A D U Ç Ã O — A d v a i t a Prabhu prosseguiu: " E m Minha casa, acabo de ° } ^ , c z r s na
ren, * ^ ^ g u é m sem comer. Dessa maneira, ele convida as pessoas a toma-
a u m
um punhado de arroz. Os legumes são sempre muito simples. Não cozinn sobraoTft' ^ ^ ^ aparece, o chefe de família oferece-lhe prosada, e, se não
Un
requintado — apenas um pouco de legume líquido e espinafre." r i e n t e , ele deve oferecer sua própria porção ao convidado. Se ninguém
204 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-hU O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 205
Versou
responde a seu chamado, o chefe de família pode, então, aceitar sua própria VERSO 44
porção. Assim, a vida familiar também é uma espécie de austeridade. Por causj
disto, a vida familiar chama-se grhostha-ãérama. Mesmo que uma pessoa viva com
sua esposa e filhos alegremente em consciência de Krsna, ela também observa 5tf%fwc* u » * c w n r i , • r t i ç t f f l ç t 118811
os princípios regulativos seguidos em qualquer templo. Se não há consciência madhye pita-ghrta-sikta éãlyannera stüpa
de Krsna, a casa de família chama-se casa de grhamedhl. Os casados em consciên.
cãri-dike vyanjana-dohgã, ãra mudga-süpa
cia de Krçna são realmente grhastha — isto é, eles vivem no ãérama com suas
madhye--no meio; pita—amarela; ghrta-sikta—untado com manteiga clarificada;
famílias e filhos. Sri Advaita Prabhu era um grhastha ideal, sendo Sua casa o
idlvannera—àearroz cozido muito fino; stüpa—um p u n h a d o ; cãri-dike— rodeando
grhastha-dérama ideal.
0 punhado de arroz; vyahjana-dohgã—potes de legumes; ãra—e; mudga-süpa—dahl
VERSO 42 feito de ervilha mung.
fm frftn o u * mçimn 1 1 *fif 1 TRADUÇÃO—O arroz cozido era um p u n h a d o de grãos muito finos e bem cozi-
dos, no meio do qual havia manteiga amarela clarificada, extraída do leite de
fina thãhi bhoga bãdãila sama kari' vaca. Ao redor do p u n h a d o de arroz, havia potes feitos de casca de bananeira,
krsnera bhoga bãdãila dhdtu-pãtropari
nos quais havia variados legumes e m u n g dahl.
tina fhãhi—em três partes; bhoga—alimentos cozinhados; bãdãila—distribuídos;
sama—iguais; kari'—fazendo; krsnera bhoga—o alimento oferecido a Krsna; bãdãila- VERSO 45
era colocado; dhãtu-pãtra upari—num prato de metal. itífa, i r a ^ - i n s fitai rtçtf 1
"tcfcm, f w a - i f ç , " r f l w j « r t i 118<? 11
TRADUÇÃO—Todos os alimentos preparados eram divididos em três partes
iguais. Uma parte era colocada n u m prato de metal para ser oferecida ao Senhor sãrdraka, vãstuka-sãka vividha prakãra

Krsna. patola, kusmãnda-badi, mãnakacu ãra


com preparações de gengibre;
sãrdraka—potes vãstuka-sãka—espinafre; vividha—

SIGNIFICADO—A palavra bãdãila, significando " a u m e n t a d o " , é muito significati- diversas; prakãra—espécies; patola—uma espécie de fruta; kusmãnda—abóbora;
va neste verso. É uma palavra sofisticada usada pelos grhasthas da Bengala. Sempre badi—com dahl partido; mãnakacu—a raiz duma hortaliça chamada kacu; ãra—e.
que preparamos algum alimento e retiramos uma porção, o alimento realmente
diminui. Mas, neste caso, é costume dizer bãdãila, ou " a u m e n t a d o " . Se o alimento tradução—Entre os legumes cozidos havia patolas, abóbora, mãnakacu e uma
é preparado para Krsna e oferecido a Ele e aos Vaisnavas, o suprimento aumen- salada feita com pedaços de gengibre e diversas espécies de espinafre.
ta, e nunca diminui.
VERSO 43 VERSO 46
« f ã i i 1 1 *«HÇPI 1
kífa» CWW ItffàPI «1*! « 8* II « r ç p s f s w i s *t<*>fl1 fe^-^fOT II 8* II
battiéã-ãthiyã-kalãra ãhgafiyã pãte ca-i-marica-sukhta diyã saba phala-müle
dui (hãni bhoga bãdãila bhãla mate amrta-nindaka pahca-vidha tikta-jhãle
produza trinta e dois cachos; kalãra—àe bananeiras;
battiéa-ãthiyã—que ãhgehy ~ 1 ''-Maricá—com pimenta-do-reino e ca-i (uma espécie de tempero); sukhta—
6 S a b o r a r n a r
não cortadas ao meio; pãte—sobre folhas; dui thãiii—cm dois locais; bhoga—° s cies ^ f r i ^ g ° ; diyã— dando; saíw—todas; phala-müle—diversas espé-
a s e
mentos; bãdãila—dispostos; bhãla mate—muito bem. pécie ' - amrta-nindaka—desafiando o néctar; pahca-vidha—cinco es-
r a a e s

e s
de; tikta—amargos; jhãle—e picantes.
TRADUÇÃO—Das três partes, uma era colocada n u m prato de metal, e as outra*
D ÇA
duas eram dispostas sobre folhas de bananeira. Essas folhas não eram corta ^ n , j ° 7 ~ H a v i a sukhta, melão amargo misturado com toda espécie de legu-
e s

c a c n
ao meio, sendo extraídas de bananeiras com pelo menos trinta e dois °j . e S
e
Picante ° ^ s a b o r
- Havia cinco espécies d e sukhtas amargos do n c l a r

bananas. Os dois pratos eram bem servidos com as espécies de alimentos


critos abaixo.
206 Sri Caitanya-caritãmrta M a
dhya-ly ,„ O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya
J
207
â 3
Verso SI '

VERSO 47 ^ O ^ - H a v i a p e q u e n o s bolos em caldas doces e ácidas e cinco ou seis es-


s de preparações ácidas. Todos os legumes eram feitos de tal maneira que
c i s f n f à i i a n « í w i it#r#t i dos os presentes poderiam tomar prasãda.
•fc^-^wwfaasTwi, ^ r ^ i t i ç t T * II si II VERSO 50
komala nimba-patra saha bhãjã vârtãki
patola-phula-badi-bhãjã, kusmãnda-mãnacãki
çwn?i m t i ç t , i t u f t » fiè i
5

komala—tenras; nimba-patra—folhas de nimba; saha—com; bhãjã—frita; vãrtãki^ #ti*t«ft, i f % ^ 9 i , i« f*tfci II tf «• II


berinjelas; patola—com fruta patola; phula-badi—uma preparação de dahl; ohá/õ-
mudga-badã, kalã-badã, mãsa-badã, mista
frita; kusmãnda—abóbora; mãnacãki—o alimento chamado mãnacãki.
ksira-pulx, nãrikela, isfa yata pithã

TRADUÇÃO—Entre os diversos legumes, havia folhas temas de árvores nimba mudga-badã— bolo macio feito com mung; kalã-badã— bolo macio feito com banana
com berinjelas. A fruta conhecida como patola era frita com phulabadi, uma frita; mãsa-badã— bolo macio feito com urd dahl; mista—diversas espécies de doces;
espécie de preparação de dahl previamente amassada e então seca ao sol. Havia, kslra-puli— leite condensado misturado com bolos de arroz; nãrikela—uma prepara-
também, u m a preparação conhecida como kusmãnda-mãnacãki. ção de coco; yata—toda classe de; pithã— bolos; isfa—desejáveis.

TRADUÇÃO—Havia bolos macios feitos de m u n g dahl, bolos macios feitos com


SIGNIFICADO—Pedimos a nossos editores de livros de culinária para acrescentarem
banana frita e bolos macios feitos com urd dahl. Havia várias espécies de doces,
todas essas ótimas preparações descritas pelo experiente autor Srila Kavirãja
e leite condensado misturado com bolos de arroz, uma preparação de coco e toda
Gosvãmi.
classe de bolos desejáveis.
VERSO 48
l T f ? C W " T O , ÇfH, «11%l íJÇS 1 VERSO 51
c i t e t i ^ , $ « f » r « , 1 * 1 « J J I H 8w- II
if%»n-«rtfoii iwrti GS\W\ i? i<? i
nãrikela-éasya, chãnã, éarkarã madhura
mochã-ghanta, dugdha-kusmãnda, sakala pracura S C I ç t c i itfo—csftft n f è 1 ? W? \\'<fi II
polpa
nãrikela-éasya—a d o coco; chãnã—coalhada; éarkarã— açúcar de fruta;
battiéã-ãfhiyã kalãra dohgã bada bada
madhura—muito doce; mochã-ghanta—uma preparação semi-sólida feita com flores
cale hãle nãhi,—dohgã ati bada dada
d e banana; dugdha-kusmãnda— abóboras frescas cortadas em pedaços e fervidas
battisã-ãthiyã— que produzissem trinta e dois cachos de banana; kalãra—da bana-
no leite; sakala—tudo; pracura—abundante.
neira; dohgã— potes feitos de folhas; bada bada—grandes; cale hãle nãhi—nem oscila-
vam nem empenavam; dohgã—potes; afi—muito; bada—grandes; dada—resistentes.
TRADUÇÃO—A preparação feita com polpa de coco misturada com coalhada e
açúcar cristal era muito doce. Havia um caril feito de flores de banana e abóbora
TRADUÇÃO—Todos os legumes eram servidos em potes de folhas de banana, tira-
fervida no leite, tudo isso em grande quantidade.
as de árvores que produzissem pelo menos trinta e dois cachos de bananas.
8 e s
P°*es eram muito resistentes e grandes e não oscilavam nem empenavam.
VERSO 49
i ç i t i n ç f , w r f i •frs-çi i VERSO 52
5
I * 9 Í ajt"i ci*i cortei 1« i i II 8 » n i w « w w c<5tn u s e i « a f í w i i
madhurãmla-badã, amlãdi pãhca-chaya
sakala vyahjana kaila loke yata haya
foi cetcla «rfpt *itci i í f i » i ifí<íul 1 1 « . 11
01
madhura-amla-badã—holos doces e ácidos; amla-ãài— preparações ácidas; pá""
pahcãéa pahcãéa dohgã vyanjane pürihã
chaya—cinco ou seis; sakala vyahjana—iodos os legumes; kaila—feitos; loke—?^
tina bhogera ãée pãée rãkhila dharihã
as pessoas; yata haya—tantas quantas havia.
Sri Caitanya-cãrítamrU Madhya-ly^ Verso 58 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 209

em C S c a n t o s
pahcãéa pahcãéa—cinqüenta e cinqüenta; dohgã—potes; vyahjane— com legurr, ' wíse— * ° ' ' dharila—guardados; saba—todos; mrt-kundikã— potes
pürihã—enchendo; r/nu—três; bhogera—de refeitórios; ase pise— toda a voltj barro; bhari'—enchendo; cãhpãkalã—espécie de banana conhecida como
rãkhila—mantidos; dharihã—fixando. túkalã; dadhi-sandeéa—misturado com iogurte e sandeéa; kahite—de dizer; nã—
souc ap3Z
n?o7prf"-- -
TRADUÇÃO—Por toda a volta dos três refeitórios, havia cem potes com diversa,
espécies de legumes. -TRADUCÃO—Em dois locais, havia potes de barro cheios de outra preparação feita
com iogurte, sandesa [doce feito com coalhada] e banana. Sou incapaz de descre-
VERSO 53 ver tudo isso.
VERSO 56
n « - » r t i i ü*-j|e.f fà*i
v «fi<íPi i m < W M 1'IÍB fài $ S T i t i « , t T i
foi 1 t C 3 l 1 1 t 1 S - ? ( « a f C I S «ífl<fl»1 II 09 II f « i wsiitca ^ i t f i « «fã' II H
saghrta-pãyasa nava-mrt-kun4ikã bharihã anna-vyahjana-uvari dila tulasi-mahjart
tina pãtre ghanãvarta-dugdha rdkheta dharihã tina jala-pãtre suvãsita jala bhari'
sa-ghrta-pãyasa—arroz doce misturado com ghí; nava-mrt-kundikã— potes de barro anna-vyahjana-upari—sobre o arroz cozido e os legumes; dila—colocadas; tulasl-
novos; bharihã—enchendo; fina pãtre— em três potes; ghanãvarta-dugdha—leite alta- jari—flores de tulast; tina—três; jala-pãtre—potes dágua; su-üdsira—perfumada;
mn

mente condensado; rãkheta—estavam contidos; dharihã— fixando. jala-igua; bhari'—enchendo.

TRADUÇÃO—Além d o s diversos legumes, havia arroz doce misturado com ghi. TRADUÇÃO—Sobre o p u n h a d o de arroz cozido e todos os legumes, havia flores
T u d o estava contido em potes de barro novos. Potes de barro cheios de leite das árvores de tulasí. Havia, também, potes cheios de fragrante água de rosas.
altamente condensado foram colocados em três locais.
VERSO 57
VERSO 54 f«i «ti fclfi an I
5«-f6«i-is»rl - e r a $ « ^ i » r 4 T i ^ ^ K t l I W e . ? C H W9tm e«t«f1 II Q<\ D
1t«is 4flpf « t l 1 * % « «1 "tf* II $8 II tina subhra-pí(ha, tara upari vasana
dugdha<idã-kalã ãra dugdha-laklakl ei-rüpe sãksãt kr$ne karãilã bhojana
fina—três; subhra-pitha—assentos brancos; fdra—deles; upari—em cima; vasana—
yateka karilã' tãhã kahite nã éaki
pano macio; ei-rüpe— dessa maneira; sãksãt—diretamente; fc.rsne— a Krsna; karãilã—
dugdha-cidã— arroz partido preparado com leite; kalá— misturado com bananK fizeram com que fizesse; bhojana—comendo.
ãra—e; dugdha-laklaki— u m a espécie de abóbora conhecida como lãu, fervida no
leite; yateka—tudo isso; karilã'—era preparado; tãhã— isto; kahite—de desi TRADUÇÃO—Havia três assentos forrados de panos macios. Assim, todo o ali-
na"—não; saki—sou capaz. mento foi oferecido ao Senhor Krsna, e o Senhor comeu-o com muito prazer.
TRADUÇÃO—Além d a s outras preparações, havia arroz partido, feito com k*
e misturado com bananas, e abóbora branca fervida no leite. Na verdade, •** VERSO 58
é possível descrever todas as preparações que foram feitas. « m f « i *tei n% « r f citifai i
VERSO 55
« f f - i w i c i ntHP mfifk flfÍPW n «
ãratira kãle dui prabhu bolãila
s & i r e i nftüi * n ^ f b * i « f i r i . prabhu-sahge sabe ãsi'ãrati dekhila
í r a t

6f*iT*wi-aft-ie»w * f % H n i t f à I I Ô Í I I M e
7 " ~ d u r a n t e o ãrati; dui prabhu—o Senhor Nityãnanda e Sri Caitanya
A N Â
ra

dui pose dharila saba mrt-kundikã bhari' asderr, bolãila— Ele chamou; prabhu-sahge—com os Senhores; sabe—todas
cãhpãkalã-dadhi-sandeéa kahite nã pari Pessoas; ãsi'—vindo ali; ãrati—a cerimônia de ãrati; dekhila—observaram.
210 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lyj O Senhor Caitanya na casa de Advaita Aciryi 211
Ver»" ^3
a n d o

T R A D U Ç Ã O — A p ó s oferecer o alimento, é costume realizar bhoga-ârati. Adv i püÇÃO—Qu ° Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu
a t

Prabhu pediu aos dois irmãos, o Senhor Caitanya Mahãprabhu e Nityânan/ tto. tornar prasãda, ambos chamaram Mukunda e Haridãsa para virem com
Prabhu, que viessem ver o ãrati. Os dois Senhores e todos os demais presente* No entanto, Mukunda e Haridãsa, ambos com as mãos postas, falaram o
foram ver a cerimônia de ãrati. i ú a
*^ VERSO 6 2
VERSO 59
j j j p i asçi - c m fàsf i t f i rua \
«rrafs 9f%*l f C V irçrfai *m i
t t c ç í p P «rata «trç, f f à m í c a n n
vfíftt «rifa* aiçça « d faca»» os. II
mukunda kahe—moro kichu krtya nãhi sare
íírfl/i tariyd" krsne karãla sayana pãche muni prasãda pamu, tumi yãha ghare
acãrya ãsi' prabhure tabe kailã nivedana mukunda kahe—Mukunda disse; mora—Meu; kichu—algo; krtya—a fazer; nãhi
após terminado o ãrati; fcrsne—o Senhor Krsna; tara 7a—fizeram com
ãrati kariyã— Mn*-ainda não terminado; pãche—mais tarde; muni—eu; prasãda—prasãda; pãmu—
que; Sayana—deitasse para descansar; acãrya—Advaita Acãrya; ãsi'—vindo; aceitarei; fumi yãha ghare—por favor, entrai ambos no aposento.
prabhure—ao Senhor Caitanya Mahãprabhu; tabe—então; kailã— fez; nivedana-
sugestão. TRADUÇÃO—Ao ser chamado, M u k u n d a alegou: " M e u querido senhor, tenho
algo a fazer que ainda não terminei. Mais tarde, tomarei prasãda, de modo que
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s de realizado o ãrati para as Deidades no templo, colocou- Vós dois, Prabhus, deveis fazer o obséquio de entrar no a p o s e n t o . "
se o Senhor Krsna deitado para descansar. Então, Advaita Acárya saiu para su-
gerir algo ao Senhor Caitanya M a h à p r a b h u . VERSO 63
VERSO 60 afiara * c i - i f è p tíf*rè «1111
ifcia Tv&vt « í ^ a » * i Maa 1 arfea i j i i r e i asfài^csraw 11 m 11
?fè a r ò *rò»ri s e i « f à p s c « f s n 11 11 haridãsa kahe—muni pãpistha adhama
musfi pãche karimu bhojana bãhire eka
gr/iera bhitare prabhu karuna gamana
hari-dãsa kahe—Haridãsa disse; muni—eu; pãpistha—pecaminoso; adhama—o mais
dui bhãi ãilã tabe karite bhojana
baixo dos homens; bãhire—do lado de fora; eta—um; musfi—punhado; pãche—
grhera bhitare— dentro d o aposento; prabhu—Caitanya Mahãprabhu; karu- mais tarde; karimu—farei; bhojana—comendo.
na—por favor, fazei; gamana—entrando; dui bhãi—os dois irmãos, Caitanya
Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu; áilã-vieram; fabe-então; tarife bho/ana-com-
TRADUÇÃO—Haridãsa Thãkura disse: " S o u o mais pecaminoso e mais baixo
partilhar da prasãda. entre os homens. Mais tarde, comerei um p u n h a d o de prasãda enquanto espero
do lado de fora."
T R A D U Ç Ã O — á r i Advaita Prabhu disse: " M e u s queridos Senhores, por favor,
entrai neste a p o s e n t o . " Os dois irmãos, Caitanya Mahãprabhu e Nityãnan '
SIGNIFICADO—Embora os hindus e muçulmanos vivessem juntos de maneira
Prabhu, adiantaram-Se, então, para tomar prasãda.
muito amigável, mesmo assim havia distinções entre eles. Os muçulmanos eram
considerados yavanas, ou seja, de nascimento baixo, e sempre que se convidava
VERSO 61 "m muçulmano, servia-se-lhe do lado de fora da casa. Apesar de ter sido chama-
lfãin,-sfè «rçcaiaifol i °^ s o a l m e

M a c
n t e por Sri Caitanya Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu para tomar
o m
.,^ Eles, ainda assim, por grande humildade, Haridãsa Thãkura alegou:
car«iíc<5 a s f e s i r f a i 11 ^ «
marei prasãda do lado d e fora da casa." Embora Haridãsa Thãkura fosse u m
mukunda, haridãsa,—dui prabhu bolãila Mahà , a V a
' 6 l e v a d o a c e i t o o r
P Advaita Acãrya, Nityãnanda Prabhu e Sri Caitanya
yoda-hãte dui-jana kahite lãgilã r e S ;
no, f f J 3
' n a o O D S t a n t e
/ manteve-se humildemente n a posição d e muçulma-
0

mukunda—Mukunda; hari-dãsa—Haridãsa; dui prabhu—os dois Sertn


SS03*
a
da jurisdição da comunidade hindu, a fim de não perturbar o convívio
?E
1
bolãila—mandaram chamar; yoda-hãte—com mãos postas; dui-jana—duas p estivesse a n t
° ' ' P P° °i C e r o s
i a prasãda do lado de fora da casa. Emborau e t o m a r

tabife lãgilã—começaram a falar. «n posição gloriosa e igual à de outros grandes Vaispavas, considerava-se
212 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-Uij 3
O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acárya 213
Verso
1
um pãpistha, homem muito pecaminoso, e um adhama, o mais baixo entre VERSO 66
homens. Mesmo q u e seja muito avançado espiritualmente, o Vaiçnava manté^ M wfCI fè» c « N Cicaw I
se externamente humilde e submisso.
Wt&tCaa 1 i * S * 1 1 1 C ? filÇ? C O T || « « ||
VERSO 64 prabhu jãne tina bhoga—krsnera naivedya
ãcãryera manah-kathã nahe prabhura vedya
sfè s r ç i i » i «itsrô cm\ fmm í c a i prabhu jãne—o Senhor sabe; tina bhoga—três lotes de bhoga; krsnera naivedya—
amt» c i f i n « r e i « i t i a t «rsca n *s n oferendas ao Senhor Krsna; ãcãryera—de Advaita Acãrya; manah-kathã— as inten-
ções nahe—não; prabhura—para o Senhor; vedya—compreensíveis.
dui prabhu lahã acãrya gelã bhitara ghare
prasãda dekhiyã prabhura ãnanda antare JUAOUÇAO—Ao entrar no aposento, Sri Caitanya Mahãprabhu viu três lotes de
dui prabhu—os dois prabhus (Caitanya Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu); lanã-. comida, e sabia que todos eles destinavam-se a Krsna. Entretanto, não enten-
com; acãrya—Advaita Acárya; gelã— foram; bhitara—para dentro; ghare—do apo- deu as intenções de Advaita Acãrya.
sento; prasãda—a prosada; dekhiyã—vendo; prabhura—de Caitanya Mahãprabhu
ãnanda antare—ficou muito satisfeito interiormente. SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura afirma que um desses lotes
de comida foi oferecido num prato de metal e destinava-se a Krsna, ao passo que
TRADUÇÃO—Advaita Acárya levou o Senhor Nityãnanda Prabhu e o Senhor os outros dois foram colocados em grandes folhas de bananeira. Advaita Acãrya
Caitanya Mahãprabhu para dentro do aposento, onde os dois Senhores viram ofereceu pessoalmente a Krsna a oferenda do prato de metal. Os outros dois lotes,
a arrumação da prasãda. Sri Caitanya Mahãprabhu especialmente ficou muito sobre folhas de bananeira, destinavam-se a Sri Caitanya Mahãprabhu e ao Senhor
satisfeito. Nityãnanda. Esta era a intenção de Advaita Acãrya, mas Ele não a revelou a Sri
Caitanya Mahãprabhu. Assim, ao ver o alimento oferecido em três locais, Sri
SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu ficou satisfeito por ver o esmero com Caitanya Mahãprabhu pensou q u e t u d o aquilo destinava-se a Krsna.
que tantas variedades de alimento haviam sido preparadas para Krsna. Na reali-
dade, cozinha-se toda espécie de prasãda paia Krsna, e não para as pessoas, mas VERSO 67
os devotos compartilham da prasãda com grande prazer. ac^i c a i foca a f à c a c e t w a i
VERSO 65 w t ç r t a » c i - « i r f i asfãa i f à c a m H M H
prabhu bale—vaisa tine kariye bhojana
i h s «ra c i ? n c * * a r a c e w s i acãrya kahe—ãmi kariba pariveéana
srt* are» faca açaí tftita &a«i II *<? n pnbhu bale—o Senhor Caitanya Mahãprabhu disse; vaisa—sentemo-Nos; fine—
"os três lugares; ka riye— façamos; bhojana—comendo; acãrya kahe—Advaita Acãrya
aiche anna ye krsnake karãya bhojana replicou; ãmi kariba pariveéana—Eu vou distribuir.
janme janme éire dharoh tãnhãra carana
T R A D U Ç
aiche—dessa maneira; anna—os alimentos; ye—qualquer pessoa que; krsnake-* A ° — S r i Caitanya Mahãprabhu disse: "Sentemo-Nos nesses três luga-
Krsna; karãya—fez com que; bhojana—comendo; janme janme— nascimento apósn**' res e tomemos prasãda." Contudo, Advaita Acãrya disse: " E u vou distribuir
• Prosada."
cimento; éire— sobre Minha cabeça; dharoh—mantenho; tãnhãra—seus; canV
pés d e lótus.
VERSO 68
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu aprovou todos os métodos empf<-8*^j c a p i t e i a f i a , '«ita "Bita sfè *ffs i
na preparação e oferenda do alimento a Krsna. De fato, Ele ficou tão saW ^
que disse: "Francamente, Eu mesmo pegarei os pés de lótus daquele * » « asfà' « r f f i ' « t c i caç a j » a « r s I I * v I I
oferecer a Krsna uma comida tão boa e colocarei tais pés de lótus sobre M kon sthãne vasiba, ãra ãna dui pata
cabeça nascimento após nascimento." alpa kari' ãni' tãhe deha vyahjana bhãta
Mad
214 ári Caitanya-caritãmrta hya-lHj O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 215

kon sthãne vasiba—onde sentar-Nos-emos; ãra—outras; ãna—traze, dui pata—A aceita comer nada que não tenha sido primeiro oferecido a Krsna. Todas as
5
folhas; alpa kari'—fazendo uma pequena quantidade; ãni'—trazendo- m l " 1 , 3 0
das ricas oferecidas a Krsna são dadas aos grhasthas, chefes de família. Muitas
naquela; deha—dá; vyahjana—legumes; bhãta—e arroz cozido. c o D U
1 ^ 3 5 são oferecidas a Krsna — guirlandas, camas, belos ornamentos, boa
c 0 i s a
^ inclusive nozes de bétel bem preparadas — porém, o Vaisnava humilde,
a e

TRADUÇAO—Sri Caitanya M a h ã p r a b h u pensou que todas as três porções d« 00


iderando seu corpo material e asqueroso, não aceita tais preparações para si.
mida destinavam-se à distribuição; portanto, pediu mais duas folhas 1T O acha que, aceitando tais coisas, ofenderá os pés de lótus do Senhor. Os sahajiyãs
bananeira, dizendo: " V a m o s comer um p o u q u i n h o de legumes e arroz." ' - podem compreender o que Sri Caitanya Mahãprabhu quis dizer ao pedir a
Advaita Acãrya que trouxesse duas folhas separadas e Lhe desse uma pequena
VERSO 69 ouantidade de prasãda.
*T5rô a r * - c a i flÜCl f»n%l $*fca i VERSO 71
>sf3 afãp i t c s afã' a a r ^ i sf *ica n *>s> n «rterá a r e - s t ? $fã « r t * M i gf% i
acãrya kahe—vaisa dohhe vihdira upare «rifa aa wtfà cstata aarrcaa « r f ã f fa nu
eta bali' hãte dhari' vasãila duhhãre acãrya kahe—chãda tumi ãpanãra curi
acãrya kahe—Advaita Acãrya disse; vaisa—sentai-Vos; dohhe—Vós dois; pináira ãmi saba jãni tomara sannyãsera bhãri-bhuri
upare—nas tábuas de madeira; eta bali'—dizendo isto; hãte dhari'—pegando ambos acãrya kahe— Advaita Acãrya replicou; chãda—abandona; fumi—Tu; ãpanãra—
pelas mãos; vasãila duhhãre—fez os dois Senhores sentarem-Se. Tua; cun—dissimulação; ãmi—Eu; saiu—tudo; jãni—sei; tomara—lua; sannyãsera—
da aceitação da ordem renunciada; bhãri-bhuri—o propósito secreto.
TRADUÇÃO—Advaita Acãrya disse: "Simplesmente sentai-Vos nestes dois assen-
t o s . " Pegando a m b o s pelas mãos, Ele fê-lOs sentarem-Se. TRADUÇÃO—Como Sri Caitanya Mahãprabhu não aceitasse a comida q u e já Lhe
fora servida, Advaita Acãrya disse: "Vamos, abandona Tua dissimulação. Sei
VERSO 70 quem és, e conheço o propósito secreto de teres aceitado a ordem de sannyãsa."
si^ a^--aairaTa wwi are 9*\*H i
VERSO 72
« f i t a i ca^ç ça ^ f « a arai II v II
prabhu kahe—sannyãsíra bhaksya nahe upakarana cetara * ? ç , sr? açi-stsjft i
ihã khãile kaiche haya indriya vdrana a|^<VÇK—41 '«ia ar^cs ai i t f à II <u n
prabhu kahe—o Senhor disse; sannyãstra—por um sannyãsl; bhaksya—paia ser co- bhojana karaha, chãda vacana-cãturt
mido; nahe—isto não é; upakarana—variedades de alimento; ihã— isto; khãüe—se prabhu kahe—efa anna khãite nã pari
comer; kaiche—como; haya—há; indriya—sentidos; vdrana—controlando. bhojana karaha—por favor, aceita esta prasãda; chãda—abandona; vacana-cãturt—
J°go de palavras; prabhu kahe—o Senhor disse; efa—tantos; anna—alimentos;
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " N ã o convém a um sannyãsi con*f tttfre-de comer; nã pari—não sou capaz.
tal variedade de alimentos. Se ele o fizer, como poderá controlar seus sentidos.
TRADUÇÃO—Assim, Advaita Acãrya pediu a Sri Caitanya Mahãprabhu que co-
SIGNIFICADO—A palavra upakarana indica variedades de aumento, tais como dahl "***** ' deixasse de jogar com palavras. O Senhor replicou: "Decerto que não
P M o
legumes e outras variedades de pratos q u e se p o d e comer muito bem com ar** ° «omer tanta comida."
No entanto, não convém a um sannyãsl comer pratos tão saborosos. Se ele ^
isso, será incapaz de controlar seus sentidos. Sri Caitanya Mahãprabhu não VERSO 73
corajava os sannyãsis a comerem pratos muito saborosos, pois todo o culto V^jj-.
é vairãgya-vidyã, tão renunciado quanto possível. Caitanya Mahãprabhu TL TAFF '•it&ia' a c i - i a ^ r . ! » a^aç «uçta i
aconselhou a Raghunãtha dãsa Gosvãmi que não comesse pratos muito sa
mun
afã afàcs ai *tfa *rtts afoaas «ria n II
sos, não usasse roupas muito finas n e m conversasse sobre assuntos T*I|i>
acãrya bale—akapate karaha dhãra
Todas essas coisas são proibidas para os membros da ordem renunciada. O de*"
yadi khãite nã para pãte rahibeka ãra
216 ári CiiUnya-caritimrU 7g O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acárya 2 1 7
Verso

acárya bale— Advaita Acárya diz; akapafe—sem fingimento; karaha—por favor f . Mahãprabhu comia cinqüenta e quatro vezes, e comia centenas de potes
C r i B
Ohara—comendo; yadi—se; khãite—de comer; na para—não fores capaz; pate***' Su ÀE cada vez.
folha; rahibeka dra—deixa ficar o resto. <* c o B U
VERSO 7 6
fsa f « t l WWf*l«-CflWtl #* atti i
TRADUÇÃO—Então, Advaita Acãrya pediu ao Senhor que simplesmente acerta»,
a prasãda, sem fingimento. Se não pudesse come-la toda, poderia deixar oreZí i r a d i t a <i& m i r e *ta»<sri 11 n
no prato. fina janãra bhaksya-pinda—tomara eka grdsa
V E R S O 74 tdra lekhãya ei anna nahe pahca-grãsa
tina janãra—de três pessoas; bhaksya-pinda—a porção de alimentos; tomara—Teu;
«feirei—«aro «ra i t f i a i f è c s i grdsa—um bocado; rara—disso; lekhãya—em proporção; ei anna—este alimen-
umi^a «rt a r e «físè I T P I F S II t s « to nane-não é; pahca-grasa—cinco bocados.
prabhu bale—eta anna rutriba khãite
sannydslra dharma nahe ucchista rdkhite TRADUÇAO—Sri Advaita Acãrya disse: "A quantidade de comida que três
prabhu bale—o Senhor disse; ria—tanto; anna—alimento; NARIBA—não serei capaz pessoas podem comer não constitui sequer um bocado para Ti. Em proporção
khãite—de comer; sannydsfra—de um sannyãsi; dharma nahe—não é dever; ucchista- a isso, esses alimentos não são sequer cinco bocados de comida para Ti."
restos de comida; rakhite—deixar.
VERSO 77
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Não serei capaz de comer tanta cita «leu* cara íca, cstira MNM i
comida, e é dever de um sannyãsl não deixar restos."
ç f ? * çfsft, « r ç , a*ai c«t«ri n 1111
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o o SRIMAD-Bhãgavatam ( 1 1 . 1 8 . 1 9 ) : mora bhãgye, mora ghare, tomara ãgamana
chãdaha cãturl, prabhu, karaha bhojana
bahir jalãsayam gatvd mora bhãgye—para a Minha fortuna; mora ghare—em Meu lar; tomara—Teu;
tatropaspréya vdg-yatah igamana—aparecimento; chãdaha—por favor, abandona; cúria ri— todo este jogo;
vibhajya pOvitam sesarh prabhu—Meu Senhor; karaha—simplesmente faze; bhojana—comendo.
bhuhjltãsesam ãhrtam
" T o d o alimento que um sannyãsl obtenha de u m a casa de família, ele deve levai TRADUÇAO—Advaita Acãrya prosseguiu: "Para Minha grande fortuna, acabas
para fora, próximo a algum lago ou rio, e, após oferecê-lo a Visnu, a Brahmã« de chegar à Minha casa. Por favor, não jogues com as palavras. Começa a comer
e não fales."
ao sol (três divisões), deve comer toda a oferenda, não devendo deixar nada para
os outros comerem." Este é um preceito dado aos sannyãsis no SRÍMAD-Bhdgaott**- VERSO 78

VERSO 7 5
4<& af>' fôn sfè caritfêpi i r e » 1
WflFtl" 1 O T — t i U T O » ! <tt§ CStflTiRTfl I i t f i a i n t f i w sfre c e t n i*fàrc« 11 1* n
dnsirre nh I t a «ís «is i r a II °IV n efa ha/i' /ala dila dui gosãhira hãte
acãrya bale—nilãcale khão cauyãnna-bãra g^.., hdsiyd lãgilã duhhe bhojana karite
A O

eka-bdre anna khão ÉATA sata bhãra ^ JJ . ~ dizer isto; /a/a dila—serviu água; dui gosãhira—do Senhor Caitanya
dCãrya bale—Advaita Acãrya replica; nüãcale—em Jagannãtha Puri; khio- ahâprabhu e do Senhor Nityãnanda; fofíe-nas mãos; hãsiyã—a sorrir; lãgilã-
comes; cauydnna-bdra— cinqüenta e quatro vezes; eka-bãre—áe uma vez só; am; duhhe— ambos; bhojana karite—a comer.
alimentos; khão— Tu comes; safa safa bhãra—centenas de potes.
^ D U Ç A o — A o dizer isto, Advaita Acãrya serviu água aos dois Senhores de
u d e 8 8 m

TRADUÇÃO—Com relação a isso, Advaita Acárya referiu-Se às refeições a '< * sorri* P * lavar as mãos. Então, os dois Senhores sentaram-Se
rr

Caitanya Mahãprabhu em Jagannãtha Puri. O Senhor Jagannãtha e Sri C*"*^ •° >*. Passaram a comer a prasãda.
Mahãprabhu são idênticos. Advaita Acárya frisou que, em Jagannãtha
218 Sri CAIUNYA-CARITÃMRTA Madhya-ruj 3 Verso 84 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 219

VERSO 79 nUCÃO— Advaita Acãrya replicou: "Senhor, és um mendicante viajando em


T R
* - ç ã o . As vezes, comes frutas e raízes, e, outras vezes, simplesmente
n a

FSRSTFSWF wn—fc*^ fim & * T A R I I ^^fljejuando."


«RTÍ% T Í Í E N I * F I C « A » « F » T I I IS> I I , s W 9
P " VERSO 82
nityãnanda kahe—kailun tina upavãsa «rflií-afira-ici Cl «fflUI *H$T*P < « • I
ãji pãranã karite chila bada asa $lTt» 1 « £ 1 t « C9!T«-11 II IRA II
nityãnanda kahe—o Senhor Nityãnanda disse; kailun—submeti-Me; tina—a trév daridra-brãhmana-ghare ye pãilã musty-eka anna
upavãsa—dias de jejum; ãji—hoje; pãranã—quebrando o jejum; tarife—de fazer' ihãte santusta hao, chãda lobha-mana
chila—havia; boda—grande; dia—esperança. faridn-brãhmana—de um brãhmana pobre; ghare— no lar; ye—tudo o que; pãilã—
recebeste; musfi-eta—um p u n h a d o ; anna—comida; ihãte—com isto; santusta hao—
TRADUÇÃO— Nityãnanda Prabhu disse: "Faz três dias que estou de jejum. É hoje por favor, contenta-Te; chãda—abandona; lobha-mana—Tua mentalidade cobiçosa.
que espero quebrar Meu jejum."
TRADUÇÃO—"Sou um brãhmana pobre, e Tu vieste ao Meu lar. Por favor,
VERSO 80 contenta-Te com a pouca comida que recebeste e abandona Tua mentalidade
cobiçosa."
VERSO 83
vfCft n «fiei cafcus ^ca II w II fsraTraaf a ç « i - i t i çirei f i n « I I
d/i upavãsa haila ãcãrya-nimantrane « « f i c « Ffl, i» ffàci C«twi II v® II
ardha-peta nã bharibe ei graseka anne nityãnanda bale—yabe kaile nimantrana
ãji—hoje também; upavãsa—jejuando; haila—houve; ãcãrya-nimantrane—a con- tata dite cãha, yata kariye bhojana
vite de Advaita Acãrya; ardha-peta—metade de Meu estômago; nã—não; bharibe- nityãnanda bale—o Senhor Nityãnanda disse; yabe—quando; kaile— fizeste;
encherá; ei—este; graseka anne—único bocado de comida. nimantrana—convite; fafa—tanto; dite cãha—deves fornecer; yata—tanto quanto;
kariye bhojana—Eu possa comer.
TRADUÇÃO—Embora Sri Caitanya Mahãprabhu considerasse que a quantidade
de comida era enorme, por outro lado, Nityãnanda Prabhu não a considerava TRADUÇÃO—O Senhor Nityãnanda Prabhu replicou: "Não importa quem seja
sequer um bocado. Ele jejuara por três dias e desejara imensamente quebrar o Eu, foste Tu que Me convidaste. Portanto, deves fornecer-Me tudo quanto Eu
jejum naquele dia. Na verdade, disse Ele: "Embora Advaita Acárya tenha Me queira comer."
convidado para comer, hoje também estou jejuando. Quantidade tão pequena VERSO 84
de alimentos não encherá sequer metade de Meu estômago." •aÜP fasjflÇiRl 1 5 1 1 o T f l qfcfl I
VERSO 81 i r e i « t o t a l f>g *ffèii F»R#T« II ws II
éuni' nityãnandera kathã thãkura advaita
ntvtf ire «Jl 1 * C»fl1> lIltlT I , kahena tãhhãre kichu pãiyã pirfta
. ""''—ouvindo; nityãnandera—do Senhor Nityãnanda Prabhu; kathã— palavras;
«PÇ^Rl-^fl 11«, 1*«, §*taíl1 II TR-5. II m
^ —Sua Divina Graça; advaita—Advaita Acãrya; kahena—falou; tãhhãre—a
acãrya kahe—tumi hao tairthika sannyãsl "yananda Prabhu; kichu—algo; pãiyã— aproveitando-Se da oportunidade; pirfta—
P^avras agradáveis.
kabhu phala-müla khão, kabhu upavãsl
acãrya kahe—Advaita Acãrya replicou a Nityãnanda Prabhu; fumi—Tu; hao-^
tairthika sannyãsi - u m mendicante perambulando em peregrinação; tai*" . ^à\tíuT~ * ° Ap6
** u v i r a i r m a c a o de
Nityãnanda Prabhu, Sua Divina Graça
vezes; phala-müla—frutas e raízes; khão—comes; kabhu upavãsl—outras vez*» to,», Acãrya aproveitou-Se da oportunidade apresentada pelas palavras chis-
jejuando. « f«lou-Lhe o seguinte.
220 Sri CaiUnya-caritimrta Madhya-Iy^ j Verso 89 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya

VERSO 85 tumi khete para daéa-viéa manera anna


ãmi tãhã kãhhd pãba daridra brãhmana
"asè « R f » « f a , fora «f%r.« i • -r khete—de comer; para—capaz; daéa-viéa—dez ou vinte; manera—da me-
u;

i 9 T t i RÒIRTÇ, ^% ARTW«I WFAC» 11 ir* 11 de uma mana; anna—arroz; ãmi—Eu; tãhã—isto; kãhhã— onde; pãba—
6

bhrosfa avadhüta tumi, udara bharite consegu"" '' daridra— pobretão; brãhmana—brãhmana.
sannyãsa la-iyãcha, bujhi, brãhmana dandite
-TRADUÇÃO—Advaita Acárya acusou Nityãnanda Prabhu, dizendo: "Podes comer
bhrosfa avadhüta—paramaharhsa renegado; rum»'—Tu; udara bharite—paia encher
Teu estômago; sannyísa la-iydcha—aceitaste a ordem de vida renunciada; bujhi— de dez a vinte manas de arroz. Sou um brãhmana pobre. Como conseguirei tanto
entendo; brãhmana dandite—incomodar um brãhmana. arroz?"

TRADUÇÃO—Advaita Acárya disse: " É s um paramahamsa renegado, e aceitaste SIGNIFICADO—Mana é uma medida equivalente a cerca de quatro quilos.
a ordem de vida renunciada só para encherei Teu estômago. Posso bem enten-
der q u e Teu negócio é incomodar os b r ã h m a n a s . " VERSO 87
a •lt«PH * c è 7 * « « , « t u «rt<íi»i i
SIGNIFICADO—Sempre há diferenças de opinião entre srnãrta-brdhmanas e gosvãmls ^ t » T t f t m « f l w , «ti ç ? f à « ^ Í I I M I
Vaisnavas. Até para cálculos astrológicos e astronômicos, são disponíveis opiniões
ye pãhãcha musty-eka anna, tãhã khãhã ufha
de smãrtas e de gosvãmls Vaiçnavas. Ao chamar Nityãnanda Prabhu de bhrosfa ava-
pãgalãmi nã kariha, nã chadãio jhufha
dhüta (um paramahamsa renegado), n u m sentido Advaita Acãrya Prabhu aceitou
ye pãhãcha—tudo o que tens; musfi-eka—apenas um punhado; anna—arroz; tãhã—
Nityãnanda Prabhu como um paramahamsa. Em outras palavras, Nityãnanda
isto; khãhã—comendo; ufha—por favor, levanta-Te; pãgalãmi—loucura; «d—não;
Prabhu nada tinha a ver com as regras q u e governam os smãrta-brãhmanas. Assim, hirwii—faças; nã— não; chadãio—espalhes; jhufha—restos de comida.
a pretexto de condená-lO, Advaita Acãrya realmente O louvava. Na fase de ava-
dhüta. a fase de paramahamsa, que é a fase mais elevada, alguém pode aparentar ser
T R A D U Ç Ã O — " T u d o o que conseguiste, embora seja apenas um p u n h a d o de
ptsoyí, ou seja, alguém na plataforma de gozo dos sentidos. Porém, na verdade, de
arroz, por favor, come-o e levanta Te. Não exibas Tua loucura espalhando restos
nada tem a ver com o gozo dos sentidos. Nesta fase, às vezes, a pessoa acerta os
de comida por a í . "
sintomas e as vestes de um sannyãsl, e às vezes não. Outras vezes, veste-se como
VERSO 88
um chefe de família. Entretanto, é bom saber que tudo isso são palavras chistosas
entre Advaita Acãrya e Nityãnanda Prabhu. Não se deve tomá-las como insultos. ^ i« ç f m i
3
rarsi atum i
Em Khadadaha, às vezes, as pessoas confundiam Nityãnanda Prabhu com WHRFQFTTTFPL (TCF* THW II trV II
alguém pertencente à éãkm-sarrrvradãya, cuja filosofia é antah éãktah bahih éawah st-
ei mata hãsya-rase karena bhojana
bhãyãrh vaisnavo matah. Segundo a éãkta-sampradãya, uma pessoa chamada kíuU- ardha-ardha khãhã prabhu chãdena vyahjana
vadhüta pensa materialmente enquanto externamente aparenta ser um grande de- ei mata—dessa maneira; hãsya-rase—jocosamente; karena—faz; bhojana—comendo;
voto do Senhor Siva. Q u a n d o tal pessoa encontra-se numa assembléia de Vaisna- «aha-ard/ia—meio a meio; khãhã—após comer; prabhu—o Senhor; chãdena—deixa
vas, assemelha-se a um Vaisnava. Na verdade, Nityãnanda Prabhu não pertenaa 'aáo; tyafi/ana-todos os legumes.
a tal comunidade. Nityãnanda Prabhu sempre foi brahmacãri de um sannyãsl
ordem vaidika. De fato, Ele era um paramaharhsa. Às vezes, é aceito como disapv^ ; C À O D e 8 S a m a n e i r a
PMbh ~ ' Nityãnanda Prabhu e o Senhor Caitanya Maha-
de Laksmipati Tlitha. Caso isso fosse aceito, Nityãnanda Prabhu pertenceria C o m e r a m e
met ri" conversaram com Advaita Acárya jocosamente. Após comer a
Madhva-sampradãya. Ele não pertenceu à tãntrika-sampradãya da Bengala- d ' e de c a d a
preparação de legume dada a Ele, Sri Caitanya Mahãprabhu a
ei
va
de lado e partia para a próxima.
VERSO 86
VERSO 89
«fa *m W*t-fà"t ITFW I
c*fc. u»* «tfçrê »t?s "kim *ja«i i
•«rifa « W # W *RN w f w ARTIW II vi> II
«(fe W9 *|J8 «go *ífàcac»t 1T»5| I! i»-s> ti
222 ári Caitanya-caritãmrta Madhya- 5 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 223
Verw'

sei vyahjana acãrya punah karena pürana nãnã yatna-dainye prabhure karãilã bhojana
ãcãryera icchã prabhu karilã pürana
ei mata punah punah pariveée vyahjana
rfnã yatna-dainye—dessa maneira, com vários esforços e com humildade;
sei vyahjana—aquele legume semi-acabado; acãrya—Advaita Acãrya; punah
-Hiure—Senhor Caitanya Mahãprabhu; karãilã—fez com que; bhojana—comesse;
novamente; karena—faz; pürana—enchendo; ei mata—dessa maneira; pun^
icchã—o desejo de Advaita Acãrya; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu;
punah—repetidas vezes; parivese—distribui; vyahjana—legumes. ^ [ a _ f e z ; pürana—satisfação.
TRADUÇÃO—Assim que a metade do legume do pote terminava, Advaita Ãcãry,
TRADUÇAO—Dessa maneira, usando insistentes e h u m i l d e s pedidos, Advaita
enchia-o novamente. Dessa maneira, à medida que o Senhor terminava metade
Acãrya fez Sri Caitanya Mahãprabhu e o Senhor Nityãnanda comerem. Assim,
de u m a preparação, Advaita Acárya a completava repetidas vezes.
Caitanya Mahãprabhu satisfez todos os desejos de Advaita Acãrya.
VERSO 90
VERSO 93
citai I J W C T «fã' area * r » f a i
fa<sji«w a r e -«rtar* c*ri» ai «fà«a i
« r ^ a r j r a - c r t a a*« asfàa c«t«ra II »° II
•Mti iflli çsfíi fà*S ai « f i t a II s>a |
dona vyahjane bhari' karena prdrthana
prabhu balena—ãra kata kariba bhojana nityãnanda kahe—ãmãra peta nã bharila
lahã yãha, tora anna kichu nã khãila
dona—o pote; vyahjane—com legumes; b/wn'—enchendo; karena—faz; prárthana-
nityãnanda kahe—Nityãnanda Prabhu disse; ãmãra—Meu; peta—estômago; nã—
solicitaçào; prabhu balena—o Senhor Caitanya Mahãprabhu diz; ãra—mais; kata- não; bharila—cheio; lahã— tirando; yãha—vai; tora—Tua; anna—comida; kichu nã
quanto; kariba—posso fazer; bhojana—comendo. khãila—não comi nada.
TRADUÇÃO—Após encher um pote com legumes, Advaita Acãrya solicitava-Lhes
q u e comessem m a i s , ao q u e Sri Caitanya M a h ã p r a b h u dizia: " C o m o posso con- TRADUÇAO—Novamente Nityãnanda Prabhu disse em tom de troça: " M e u es-
tômago ainda não está cheio. Por favor, tira Tua comida daqui. N e m sequer
tinuar a comer m a i s ? " toquei nela."
VERSO 91
VERSO 94
«m>r>í are—ci fwiífit, itfi m ftftn i 4 » afsf « r s ire» I
^ a a ca faca, « r a wfo atacai n s-> II W i f c f f o T «rfcH caa aj\* 9411 n s>8 u
acãrya kahe—ye diyãchi, tãhã nã chãdibã
ekhana ye diye, tara ardheka khãibã eta ha/i' eka-grãsa bhãta hãte lahã
acãrya kahe— Advaita Acãrya dizia; ye diyãchi—algo que Eu tenha dado; tãhãfi ujhãli' phelila áge yena kruddha hanã
chãdibã—por favor, não deixes de lado; ekhana—agora; ye—tudo o que; diye—es tou fa bali'—dizendo isto; eka-grãsa—um p u n h a d o ; bhãta—arroz; hãte—na mão;
—pegando; ujhãli'—derramando; phelila—atirou; áge—em frente; yena—como
dando; tara ardheka—metade disso; khãibã— comerás.
*; kruddha hahã-ficando zangado.
e E
TRADUÇÃO—Advaita Acãrya dizia: " P o r favor, não deixes de lado algo q" "
ji t e n h a Te d a d o . A partir de agora, de tudo o q u e estou servindo podes co ^ D u ç A o — Após dizer isto, Nityãnanda Prabhu pegou um p u n h a d o de arroz
u

a metade e deixar a outra m e t a d e . " " ° *° *°lo à Sua frente, como se estivesse zangado.

VERSO 92 VERSO 95

Hfül a > C a C 9 « f t S WftW C e T S H 1 « r s sfc.çtfa «TícH «tmcfe a*cw i


« t s « r e • w l «usta' ares açacw Í M I
224 Sri CaiUnya-cAritimrta Madhya-hj^ 98
O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 225
Ver»"

bhãta dui-cãri lãge ãcãryera arige VERSO 97


bhãta ahge lahã acãrya nãce bahu-rahge
bhãta dui-cãri—dois ou quatro pedaços do arroz atirado; lãge— tocaram; acãrytr- e s t e a f à a a « t asfà' »TRFO « t a m I
ahge—o corpo de Advaita Acãrya; bhãta—o arroz; ahge—em Seu corpo; lahã--c -. Qx e s t a s r r f e - ^ * a.rf%, * i « w «RTITIR I I » i
acãrya nãce—o Acãrya começou a dançar; bahu-rahge—de diversas maneiras
tore nimantrana kari' pãinu tara phala
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o dois ou quatro pedaços do arroz atirado tocaram no corpo tora játi-kula nãhi, sanaie pãgala
de Advaita Acãrya, Este começou a dançar de diversas maneiras com o arroz ainda toft—a Ti; nimantrana—convite; kon'—fazendo; pãinu—obtive em troca; tara—
grudado em Seu corpo. jjjso- phala—o resultado; tom—Tua; jãti-kula nãhi—não há indicação de Tua casta
ou farnflia; sahaje—por natureza; pãgala—és louco.
VERSO 96
XHADUCAO—Advaita Acãrya disse em tom de troça: "Meu querido Nityãnanda,
ifcl eifFsm cata « E F I Eu Te convidei, e deveras recebi os resultados. Não t ens casta ou dinastia fixa.
És louco por natureza."
»raa *rfàa catca cm 4$ se* n M n
avadhütera jhufha lãgilã mora ahge
parama pavitra more kaila ei rlhahge SIGNIFICADO—As palavras surra/e pãgala ("louco por natureza") indicam que
avadhütera jhufha—os restos da comida do avadhüta; lãgilã—tocaram; mora—Meu; Nityãnanda Prabhu estava transcendentalmente situado na fase de paramahamsa.
ahge—no corpo; parama pavitra—perfeitamente purificado; more—a Mim; kaila— Por sempre lembrar-Se de Rãdhã-Krsna e do serviço a Eles, Sua loucura era trans-
fez; ri—este; dhahge—comportamento. cendental. Sri Advaita Acãrya estava frisando este fato.

TRADUÇÃO—Advaita Acárya considerou-Se purificado quando os restos de arroz VERSO 98


atirados pelo paramahamsa Nityãnanda Prabhu tocaram em Seu corpo. Portan-
to, começou a dançar.
afiara *ra cafca asfàata «ca i
ftw, ta-a afii' «a ai asfàci ii II
SIGNIFICADO—A palavra avadhüta refere-se aquele que está acima de todas as re-
gras e regulações. Às vezes, não observando todas as regras e regulações de um ãpanãra santa more karibãra tare
sannyãsl, Nityãnanda Prabhu manifestava o comportamento de um avadhüta louco. jhufha dile, vipra bali' bhaya nã karile
Ele atirou os restos de comida ao solo, e um pouco desses restos tocou no corpo ãpanãra soma—como Tu; more—de Mim; karibãra tare—para fazer; jhufha—restos
de Advaita Acãrya. Advaita Acãrya aceitou isso alegremente, pois apresentava- de comida; dile— deste; wpra bali'—considerando como um brãhmana; bhaya—temor;
Se como membro da comunidade de smãrta-brãhmanas. Ao ser tocado pelos restos nl fam/e-não fizeste.
de comida atirados por Nityãnanda Prabhu, Advaita Acãrya sentiu-Se imediata-
mente purificado de toda a contaminação smãrta. Os restos de comida deixados riUDuçAo—"Para fazer de Mim um louco como Tu, atiraste os restos de Tua
C O r m d i em
por um Vaisnava p u r o chamam-se mahã-mahã-prasãda. Esta é inteiramente espiri- Mim. Nem sequer temeste o fato de que sou um brãhmana."
tual, sendo idêntica ao Senhor Vi$nu. Tais restos não são ordinários. Considera-
se que o mestre espiritual está na fase de paramahamsa e além da jurisdição ^•NBlCADo— As palavras ãpanãra sama indicam que Advaita Acãrya considerava-
instituição de varnãérama. Os restos de comida deixados pelo mestre espui ^Pertencente aos smãrta-brãhmanas, e considerava que Nityãnanda Prabhu es-
n a m e s m a f a s e

e por paramahamsas ou Vaisnavas puros semelhantes são purificantes. Ao toe* deu , transcendental que os Vaisnavas puros. O Senhor Nityãnanda
8 A d v a

tal prasãda, a mente de uma pessoa comum purifica-se, elevando-se à P "**^, 08


d£i i t a Acárya os Seus restos para situá-lO na mesma plataforma e fazer
e

mente de um brãhmana puro. O comportamento e as afirmações de Advaita r ^ A <


l * Vaiçnava ou paramahamsa puro e imaculado. A afirmação de Advaita
i C â
u n

destinam-se à compreensão de pessoas comuns, as quais não têm a noção d a ^ çT^y^mdica que o Vaisnava paramahamsa encontra-se situado na transcendên-
de valores espirituais, ignorando a potência d o s alimentos deixados pelo Estg puro não está sujeito às regras e regulações dos smãrta-brãhmanas.
f o i
â i S M v a

espiritual fidedigno e por Vaisnavas puros. i v o que levou Advaita Acárya a afirmar ãpanãra sama more karibãra tare:
0m o t
226 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ru, O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya
Ver»" 1 0 3 227

"Para elevar-Me a Teu próprio p a d r ã o . " O Vaisnava puro. ou uma pessoa n» ia sannyãsi—cem sannyãsis; yadi—se; karaha—fizeres; bhojana—o comer; fabe—
fase de paramahamsa, aceita os restos de comida (mahã-prasãda) como espiritual
então, " -i__esta; aparãdha—ofensa; ha-ibe—haverá; khandana—anulação,
.
Ele não os considera como materiais nem como objetos de gozo dos sentidos
Aceita a mahã-prasãda, não como um dahl ou arroz ordinários, mas como subj! DITÇÃO—Srila Nityãnanda Prabhu prosseguiu: "Se convidares pelo menos
tância espiritual. Para não falar dos restos de comida deixados por um Vaisnava ^ jjnnyàsis à Tua casa e os alimentares suntuosamente, terás Tua ofensa anu-
puro, a prasãda nunca se polui, mesmo se tocada pela boca de um candãla. D e
lada."
fato, ela retém seu valor espiritual. Portanto, um brãhmana não se degrada ao comer VERSO 101
ou tocar tal mahã-prasãda. Não acontece n e n h u m a contaminação se alguém tocar
os restos dessa comida. Na verdade, as pessoas livram-se de todas as contamina- u t ç r t «ti—«1 « f i i iirtfà-fwraw i
ções da condição material ao comerem dessa mahã-prasãda. Este é o vereditodos 1 9 7 f j f t I t f l l C 1 Í 1 1 1 •STP5-«rf II » II
sVfsfras.
acãrya kahe—nã kariba sannyási-nimantrana
VERSO 99 sannyãsi nãéila mora saba smrti-dharma
fsrsjf^ i d , -ua^ ? c m « W f i i acãrya kahe—Advaita Acãrya disse; na" kariba—nunca mais farei; sannyãsl-
diteis 'ifri' « f t w , ç f t çvzn ^ » m n i i nimantrana—convite aos sannyãsis; sannyãsi—um sannyãsi; nãéila—arruinou; mora—
Meus; saba—todos; smrti-dharma—princípios regulativos do smrti-éãstra.
nityãnanda bale,—ei krsnera prasãda
ihãke 'jhufha' kahile, tumi kaile aparãdha TRADUÇAO—Advaita Acãrya replicou: "Nunca mais convidarei outro sannyãsi,
nityãnanda bale—o Senhor Nityãnanda disse; ei—esta; krsnera prasãda—mahã- pois foi um sannyãsi que arruinou todas as Minhas regulações smrti bramínicas.
prasãda do Senhor Krsna; ihãke—a ela; jhufha—restos de comida; kahile—caso digas;
tumi—Tu; kaile—cometes; aparãdha—ofensa. VERSO 102

TRADUÇÃO—Nityãnanda prabhu replicou: "Esses restos são da comida deixada ifl« ifftP & WT.M 1 ? f à » l «lf5H I
pelo Senhor Krsna. Caso os consideres como restos ordinários, cometes uma ofen-
sa."
« « i 1 1 1 * 7 5 »farl « f f o l I n I I II
efa bali' dui jane karãilã ãcamana -
SIGNIFICADO—No Brhad-visnu Purãna, afirma-se que quem considera mahã-prasm uffama éayyãte la-iyã karãilã sayana
igual a arroz e dahl comuns certamente comete uma grande ofensa. De um modo eta bali'—dizendo isto; dui jane—às duas personalidades; karãilã ãcamana—lavou-
geral, os alimentos são, ou tocáveis, ou intocáveis, mas não se fazem considera- Lhes as mãos e bocas; uffama—muito boa; éayyãte—numa cama; la-iyã—levando;
ções dualísticas no que se refere à prasãda. A prasãda é transcendental, não estando kantila-fez q e Eles; éayana—Se deitassem.
U
sujeita a transformações ou contaminações, assim como não ocorrem contamina-
ções nem transformações no corpo do próprio Senhor Visnu. Assim, mesmo
TRADUÇÃO—De pois disso, Advaita Acárya fez os Senhores lavarem Suas mãos
alguém seja um brãhmana, n ã o resta dúvida de que a lepra o atacará e ele sen
privado de todos os seus familiares se fizer tais considerações dualísticas. Tal ofen- ' òocas. Levou-Os, então, a uma boa cama, fazendo que Se deitassem para
descansar.
sor vai para o inferno, para nunca mais voltar. Este é o preceito do Brhad-
VERSO 103
Purãna-
VERSO 1 0 0 mi i«OTTft-?ti - ®ii um i
Hus^f mi»?! ifw «PIÍI i « • T l V l W I T 11 fl»l » J 1 1 t 1 II } • • « II
« T . 1 <ifè W W » I ^ C I K » 1 I I II
lavahga elãcl-bija—uttama rasa-vãsa
éateka sannyãsl yadi karaha bhojana utva nga tulasl-mahjari saha dila mukha-vãsa
C r a v o s ; dacf
tabe ei aparãdha ha-ibe khandana o>ndi ~ m e r — c a r d a m o m o ; bf/a—sementes; uffama—ótimos; rasa-vãsa—
S A X ) R O S O S
'nukha J*J ^ ' ; tulasi-mahjari—as flores de fufasf; saha—com; dila—deram;
^ - p e r f u m e d a boca.
O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acárya
228 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ljij , Verso 109

GNffICADO—Neste verso, Sri Caitanya Mahãprabhu comunica a Advaita Acãrya


TRADUÇAO—ári Advaita Acãrya deu aos dois Senhores cravos e ca rd a m o r n o 0 % não convém a um sannyãsl aceitar boa cama para deitar-se ou mastigar cravos
e

turados com flores de tulasi para q u e ficassem com b o m hálito em Suas boca, ^ a r d a m o m o e ter seu corpo u n t a d o com polpa de sândalo. Tampouco lhe fica
K e m aceitar guirlandas aromáticas e ter um Vaisnava puro massageando suas
VERSO 104 m a s . "Já Me fizeste dançar segundo Teu v o t o " , disse-Lhe Caitanya
f l « Ç*9[ W T O I
f H ( % 5«1C1 Mahãprabhu. "Agora, por favor, pára com isso. Vai almoçar com Mukunda e
"5lf« •tTíaWI M0F f » 1 W f - « » t 1 H > ° 8 II Haridãsa."
VERSO 107
sugandhi candane lipta kaila kalevara
sugandhi puspa-mãlã ãni' dila hrdaya-upara «ca «' «nrró icw I<#1 jfc «ca i
su-gandhi—aromiüco; candane—com sândalo; lipta—untou; kaila—fez; ta/etwrs-os «f%«i ijçt? c « t « i > ci «rtfí*i í c a 11 J«I l
corpos; su-gandhi—muito aromáticas; puspa-mãlã—guirlandas de flores; ãni'- fabe fa' acãrya sahge lahã dui jane
trazendo; dito—deu; hrdaya-upara—no peito. karilã icchãya bhojam, ye ãchila mane
tabe ta'—depois disso; acãrya—Advaita Acãrya; sarige—com; /ária"— levando; dui
T R A D U Ç A O — á r i Advaita Acãrya untou ainda os corpos dos Senhores com polpj jane—as duas pessoas, a saber, M u k u n d a e Haridãsa; karilã—fizeram; icchãya—
de sândalo e, então, colocou guirlandas de flores muito aromáticas em Seu peito. segundo o desejo; bhojam—comendo; ye ãchila mane— tudo o que tinham em
mente.
VERSO 105
« f i c « stc* * t m - n t i a i TRADUÇAO—Depois disso, Advaita Acãrya tomou prasãda com M u k u n d a e
Haridãsa, e todos comeram entusiasticamente tanto quanto desejavam.
i f f ç « M»1 « J ^ i c w i i w I I w n
acãrya karite cãhe pãda-samvãham VERSO 108
sahkucita hahã prabhu balena vacam
4rf%<t«Rr c i r * « f ã ' «Mg? « t r o m i
acãrya—Advaita Acãrya; tarife—fazer; cãhe—quer; pãda-samvãhana—massageando
os pés; sahkucita—hesitante; hahã— ficando; prabhu—o Senhor; balena-àa: c i f l c « «rtinl c 9 T t « « f ç i J R M ii II
vacam—as palavras. éãntipurera loka éuni' prabhura ãgamam
dekhite ãilã loka prabhura carana
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o Senhor deitou-Se na cama, Advaita Acãrya quis nus- éãnti-purera loka—iodas as pessoas de Santipura; éuni'—ao ouvirem; prabhura
sagear-Lhe as pernas, mas o Senhor ficou muito hesitante e falou o seguinte i ãgamana—a chegada de Sri Caitanya Mahãprabhu; dekhite ãilã—vieram ver; loka—
Advaita Acãrya. todas as pessoas; prabhura carana—os pés de lótus do Senhor.

VERSO 106 yRADuçÀo—Ao ouvirem falar que o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu estava
i * « *t»rfcc»i « f a , çi« atFta i ospedado e m Santipura, todas a s pessoas d a cidade imediatamente vieram ver
5 6 1 1 8
Pés de lótus.
I j p é W M *i^n « i ç c « f « a « i ^ i » n VERSO 109
bahuta nãcãile tumi, chãda nãcãm
mukunda-haridãsa la-iyã karaha bhojam I f l ' ' i f i ' ac«T curtis « r t i p T 0 1 * 1 1
bahuta—de diversas maneiras; nãcãile— fizeste que Eu dançasse; \ ^. t u m
i 51«.«t1 *tt«H « f « i C1P1Í" C f r W l II W
chãda—deixa de lado; nãcãm—dançando; mukunda—Mukunda; han-«** 'hari' 'hari' bale loka ãnandita hahã
Haridãsa; la-iyã—com; karaha—faze; bhojam—comendo. FARJ , . camatkãra pãila prabhura saundarya dekhihã
in an 0 s a n t o n o m

r e s t
<>ndit ~~ a e d o Senhor; bale—dizem; loka—todas a s pessoas;
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya M a h ã p r a b h u disse: "Advaita Acãrya, ^ * ^tf* prabhur ^ ' S a t e t a s
; hahã— ficando; camatkãra—maravilha; pãila—obtiveram;
dançasse de diversas maneiras. Deixa, portanto, desta prática. Vai almov o Senhor; saundarya—a beleza; dekhihã— ao verem.
Mukunda e Haridãsa."
230 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-m Verso l i 5
O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 231
4>

TRADUÇAO—Ficando muito satisfeitos, todos começaram a gritar bem alto o santo VERSO 113
nome do Senhor: " H a r i ! Hari!" Na verdade, eles ficaram maravilhados ao veren, fosTfiw cirarfa» Tçn ^r&ra' a f w i i
a beleza do Senhor.
*f%*t»l t t w «TftÇ çafã<5 * * | II i i » II
VERSO 110
nityãnanda gosãni bule acãrya dharihã
cifra-ca*-a»tr« Mini i haridãsa pãche nãce harasita hahã
nityãnanda gosãni—Senhor Nityãnanda Prabhu; bule—começava a mover-Se, dan-
u m Mififti « t « « « « w i i n çando; icãrya dharihã— seguindo Advaita Acãrya; hari-dãsa—Haridãsa Thãkura;
gaura-deha-kãnti sürya jiniyã ujjvala piche—após; nãce—dança; harasita hahã— sentindo-se satisfeito.
aruna-vastra-kãnti tãhe kare jhala-mala
gaura—de tez clara; deha—do corpo; kãnti—o brilho; surya—o sol; jiniyt- TRADUÇÃO—Quando Advaita Acárya começava a dançar, Nityãnanda Prabhu co-
superando; ujjvala—reluzente; aruna—avermelhadas; vastra-kãnti—a beleza das meçava a dançar em seguida a Ele. Haridãsa Thãkura, sentindo-se muito satis-
feito, também punha-se a dançar após Ele.
vestes; tãhe—naquele; kare—faz; jhala-mala—resplandecente.

TRADUÇÃO—Eles viram o corpo muito claro de Sri Caitanya Mahãprabhu e Seu VERSO 114
brilho reluzente, q u e superava o brilho do sol. Além disso, havia a beleza das
vestes açafroadas que resplandeciam sobre Seu corpo. fa afra ca afa i t ^ f i t o r «a l
íFafaR T P Í ? xfaca cata • i* n
VERSO 111
Á'i kahiba re sakhi ãjuka ãnanda ora
« r f t c i ara erras wzà, aí fã aarara i cira-dine mãdhava mandire mora
cmcara a*aci fâa fcm 1 1 ^ 1 II II fa—que; kahiixi—direi; re—o; sakhi—Meus queridos amigos; ãjuka—hoje; ãnanda—
ãise yãya loka harse, nãhi samãdhãna prazer; ora—o limite; cira-dine—após muitos dias; mãdhava—o Senhor Krsna;
mandire— no templo; mora—Meu.
lokera sahghatfe dina haila avasãna
ãise—vêm; yãya—vão; loka—todas as pessoas; harse—com grande prazer; nâhi-
não há; samãdhãna—cálculo; lokera—das pessoas; sahghatte—em multidões; dina-o TRADUÇAO—Advaita Acãrya dizia: " 'Meus queridos amigos, que direi Eu? Hoje
dia; haila—havia; avasãna—o fim. recebi o mais elevado prazer transcendental. Após muitos e muitos dias, o Senhor
Krsna está em Minha casa.' "
TRADUÇÃO—As pessoas iam e v i n h a m com grande prazer. É incontável o nu-
mero de pessoas que se reuniam ali antes do fim do dia. SIGNIFICADO—Esta é uma canção composta por Vidyãpati. Às vezes, faz-se con-
™são, atribuindo a palavra mãdhava a Màdhavendra Puri. Advaita Acárya foi dis-
VERSO 112 fípulo de Màdhavendra Puri, em conseqüência do que certas pessoas crêem que
Se referia a Màdhavendra Puri, usando a palavra mãdhava. Mas, isto não é
T*TÍTS wmi « i r a f a i a f f í a i j^ráade. Esta canção foi composta para comemorar a separação de Krsna e
«rt&ra' ar«>a, « í ^ área a"fa II II j^dhãrãni durante a ausência de Krsna. Supõe-se que Srimati Rãdhãrãoi cantou
canção quando Krsna regressou de Mathurã. Ela é conhecida tecnicamente
sandhyãte acãrya árambhila sankirtana
«""o Mathurã-inraha.'
acãrya nãcena, prabhu karena daréana
sandhyãte—ao anoitecer; acãrya—Advaita Acárya; ãrambhila—cotn»
sankirtana—canto congregacional; acãrya—Advaita Acãrya; nãcena—dança; p " n t t VERSO 115
o Senhor; karena—faz; daréana—visão. «fe *ta *ít«at^ai *ca" ar.aa a$a i
,

TRADUÇÃO—Assim q u e anoitecia, Advaita Acárya começava o canto cong*^ caw-a>"i-*ifiastia»-wfa- si#íi II H


cional. Ele próprio punha-Se a dançar, e o Senhor assistia à dança.
232 Sri Cãitãnyã-carítimrta Madhya-lilã, 0 121 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 233
Ver*

ei poda gãoyãiyã harse karena nartana efa bali' acãrya ãnande karena nartana
sveda-kampa-pulakãáru-hunkãra-garjana prahareka-rdtri acãrya kaila sankirtana
ei pada—este verso; gàoyãiyd— fazendo com que cantasse; harse—com prazer- ^li— dizendo isto; acãrya—Advaita Acãrya; ãnande—com prazer; karena—
karena—faz; nartana—dança; sveda—transpiração; kampa—tremor; pulaka—arrepio nartana—dança; prahar-eka—cerca de três horas; rãtri—à noite; acãrya—Sri
de cabelos; aéru—lágrimas de prazer; huhkãra—estrondos; garjana—rugidos. advaita Acãrya; kaila sankirtana—realizou sankirtana, ou o canto congregacional.

TRADUÇÃO—Advaita Acãrya liderava o grupo de sankirtana, e, com grande ADUÇAO— Falando assim, naquela noite, Advaita Acãrya realizou três horas
prazer, recitava este verso. Havia manifestações extáticas de transpiração, tremor de canto congregacional com g r a n d e prazer e dançou o tempo todo.
arrepio de cabelos, lágrimas nos olhos, e, às vezes, estrondos e rugidos.
VERSO 119
VERSO 116
rjtfcn torôb—alfa alfa ? i s - i w i
fafV ftf%' i ^ s i f ? «cora em i fà?ci i r r V i c«n«iror? w « «
uirw ifirai «fçr,i ic»w i s a II II
premera utkanfhã,—prabhura nãhi krsna-sahga
phiri' phiri' kabhu prabhura dharena carana virahe bãdila prema-jvãlára tarahga
carane dhanyã prabhure balena vacana premera utkanthã—o êxtase do amor; prabhura—do Senhor; nãhi—não há; Icrsna-
phiri' phiri'—rodopiando e volteando; kabhu—às vezes; prabhura—áo Senhor; sariga—encontro com o Senhor Krsna; virahe—com saudade; bãdila—aumentaram;
dharena—agarra; carana—os pés de lótus; carane dhanyã—agarrando os pés de lótus; prema-jvãlãra—de chamas de amor; tarahga—ondas.
prabhure—ao Senhor; balena—diz; vacana—palavras.
TRADUÇAO—Vendo Advaita Acãrya dançar daquela maneira, o Senhor Caitanya
TRADUÇÃO—Enquanto dançava, Advaita Acãrya às vezes rodopiava e volteava sentiu amor extático por Krsna, e a s a u d a d e dEle fez as ondas e chamas do amor
aumentarem.
e agarrava os pés de lótus de ári Caitanya Mahãprabhu. Então, Ele começava
a falar-Lhe o seguinte.
VERSO 120
VERSO 117
U t f » ! 1 * 1 i2f£çf%ro *tí>Tl I
«íca?* f«>a fft cite? C K B I ^ Í » . < « T R H I I c i t i t f * c t f h d «rrsrò i « j i i f i s i l n n « n
I C « « »tt«*tfe *aci i t f l N n r i H n jy» II vyãkula hahã prabhu bhümite padilã
anefca dina fumi more bedãile bhãndiyã gosãni dekhiyã acãrya nrtya sambarilã
gharete pãhãchi, ebe rãkhiba bãndhiyã vyãkula hahã— ficando agitado demais; prabhu—o Senhor; bhümite—no chão;
Vadila—caiu; gosãni—o Senhor; dekhiyã—vendo; acãrya—Advaita Acãrya; nrtya—a
aneka dina—muitos dias; fumi—Tu; more—a Mim; bedãile—escapaste; bhãndiyã'
"•"ca; sambarilã—suspendeu.
enganando ou iludindo; gharete—em Minha casa; pãhãchi—tenho; ebe—agora,
rãkhiba—manterei; bãndhiyã— prendendo.
^ Ç À O - P e r t u r b a d o pelo êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu caiu de repente
c
TRADUÇAO—ári Advaita Acãrya dizia: " M u i t o s dias escapaste-Me, enganando- "ão. Vendo isso, Advaita Acãrya parou de dançar.
Me. Agora tenho-Te em Minha casa e manter-Te-ei p r e s o . "
VERSO 121
VERSO 118
*fê a f i ' «ríFrô « t t i p i i*t?i a$a i «fç? ma « J J I srfca « t w i c i i
« M R H H r t U i «mç-tf n # r í a n i> II « r e i ? i ç i i i »rrfi»ii 1 1 ^ 5 1 1 n > 11
234 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-bi^ Versou O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 235

prabhura antara mukunda jãne bhãla-mate hã ha prãna-priya-sakhi, ki nã haila more


bhãvera sadréa pada lãgilã gaite kãnu-prema-vise mora tanu-mana jare
prabhura—dq Senhor; antara—o coração; mukunda—Mukunda; jãne—conhece hã-à; prãna-priya-sakhi—minha querida amiga; ki nã haila more—olha só o
w

bhala-mate—muito bem; bhãvera—para o amor extático; sadréa—adequados; paoa^ - u e aconteceu comigo; kãnu-prema-vise—o veneno do amor por Krsna; mora—meu;
versos; lãgilã gaite—pôs-se a recitar. J ^ - c o r p o ; m a n a - m e n t e ; ;are-aflige.

0
TRADUÇAO—Ao ver o êxtase de ári Caitanya Mahãprabhu, Mukunda compreen- XRADUÇÃ —Mukunda cantou: " 'Minha querida e íntima amiga! Olha só o que
deu os sentimentos do Senhor e pôs-se a recitar muitos versos, aumentando» aconteceu comigo! Devido aos efeitos do veneno do amor por Krsna, meu corpo
torça do êxtase do Senhor. t minha mente foram severamente afligidos.' "

VERSO 122 SIGNIFICADO—Ao ver q u e Caitanya Mahãprabhu sentia dor extática e manifes-
tava sintomas físicos extáticos, tudo devido ao sentimento de saudade de Krsna,
fcfctfcat *HBÍ ^ 1
Mukunda cantou canções sobre o encontro com Krsna. Advaita Acãrya também
*rw « f ã ' «i*a «w »d m * t i w i w & « parou de dançar.

acãrya uthaila prabhuke karite nartana VERSO 125


pada éuni' prabhura ahga nã yãya dhãrana
acárya—Advaita Acãrya; uthãila—ergueu; prabhuke—o Senhor; tarife—para fazer, atfàr-fàc* c*trc<? aa d t i t t % ai *rt* i
nartana—dançar; pada éuni'—ouvindo os versos; prabhura—do Senhor; ahga-o
corpo; na—não; yaya-possível; dhãrana—segurar.
atti çnçij « r s *rt«, « t t i « f V ata n j v u

TRADUÇAO—Advaita Acãrya ergueu o corpo de ári Caitanya Mahãprabhu para rãtri-dine pode mana soyãsti nã pãh
ajudá-lO a dançar. Porém, devido aos sintomas manifestos no corpo do Senhor yãhãh gele kãnu pãh, tãhãn udi' yãh
após Ele ouvir os versos recitados por M u k u n d a , não foi possível segurá-10. nttri-dine— noite e dia; pode—arde; mana—mente; soyãsti—descanso; nã— não;
pari—obtenho; yãhãh—onde; gele—se indo; kãnu pãh—posso conseguir Krsna;
VERSO 123 tãhãn—lá; udi'—voando; yãh—vou.
m&, f " » u "JJÍFI C«W» 'twMa M I
TRADUÇÃO—" ' M e u sentimento é assim: Minha mente arde noite e dia, e não
«fM « A « W I f S S , 1PM II >V© H
consigo descansar. Se houvesse algum local onde eu pudesse encontrar-me com
aéru, kampa, pulaka, sveda, gadgada vacana Kwna, eu voaria para lá imediatamente!' "
ksane uthe, ksane pade, ksaneka rodaria
VERSO 126
aéru—lágrimas; tampo—tremor; pulaka—arrepio dos cabelos em êxtase; sveda-
transpiração; gadgada—balbuciando; vacana—palavras; ksane—às vezes; *flfc 1*T f t f «JJH» a»/a 'gir.a
i
levanta-Se; ksane—às vezes; pade—cai; ksaneka—às vezes; rodana—chorando. « f ã a l ofça fs^g «rcrca fànca n II
TRADUÇÃO—Lágrimas caíam de Seus olhos e todo o Seu corpo tremia. Seu ca-
belo arrepiava-se, Ele transpirava m u i t o e Suas palavras eram balbuciadas- ei pada gãya mukunda madhura susvare
vezes, levantava-Se e, outras vezes, caía. Outras vezes ainda, chorava. fl- ^ éuniyã prabhura citta antare vidare
S t e v e r s o ;
vo " ? * gtya—canta; mukunda—Mukunda; madhura—doce; su-svare—
VERSO 124 tidarr ? un, ã
y ~ouvindo; prabhura—do Senhor; cifra—mente; antare—dentro;
^«-despedaçada.
ai ai artifàrwfà, t> ai caa carca i
fijMiaràn cita «*-aa wca i » • i* i Caita ^^7 N
M U K U N D A

cantou este verso com voz muito doce, mas, assim que
Mahãprabhu o ouviu, Sua mente despedaçou-se.
236 Sri Caitanya-caritãmrta MadJiya-tui, Verso 1 3 2 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 237

VERSO 127 dekhiyã cintita haila yata bhakta-gana


ãcambite uthe prabhu kariyã garjana
fàciw, fãafw wi, 5Í»WJ, CTO I vendo,
Ajrhui— cintita—ansiosos; ficaram;
haila— yafa—todos; bhakta-gana—
«t«? l f f « 31 «C* «tl-CI» II II tos- ãcambite—de repente; ufhe—levanta-Se; prabhu—o Senhor; kariyã—
nirveda, visada, harsa, cãvalya, garoa, dainya findo; garrana-trovejar.
prabhura sahita yuddha kare bhãva-sainya
nirveda—desapontamento; visada—melancolia; har$a--prazer; cãpalya— DUCÃO—Vendo a condição do Senhor, todos os devotos ficaram muito an-
T
inquietude; garoa—orgulho; dainya—humildade; prabhura—o Senhor; sahita— 'osos Então, de repente, o Senhor levantou-Se e começou a emitir sons
yuddha—luta; kare—fazem; bhãva—de sentimentos extáticos; sainya—soldados.
VERSO 130
TRADUÇÃO—Os sintomas transcendentais de êxtase (desapontamento, melanco-
lia, prazer, inquietude, orgulho e humildade) começaram todos a lutar como
•nf *p( aci, i t w , «rr*c»*i fttw 1
soldados dentro do Senhor. ffH H it? «t?-«?íf « l i 11 ye* 11
SIGNIFICADO—Descreve-se harsa no Bhakti-rasãmrta-sindhu. Experimenta harsa 'bal' 'bal' bale, nãce, ãnande vihvala
quem finalmente alcança a meta desejada da vida e, conseqüentemente, fica muito bujhana nã yãya bhâva-tarahga prabala
satisfeito. A presença de harsa faz o corpo estremecer e os cabelos arrepiarem-se. ta/—fala, fala; bale—o Senhor diz; nãce—dança;
bal ãnande—de prazer; vihvala—

Transpiração, lágrimas e u m a explosão de paixão e loucura também ocorrem. A arrebatado; bujhana—compreender; nã yãya—impossível; bhãva-tarahga—as ondas
boca incha-se e experimenta-se inércia e ilusão. Quando alguém alcança seu objeto de êxtase; prabala-poderosas.
desejado e sente-se muito afortunado, o brilho de seu corpo aumenta. Devido
a suas próprias qualidades e sentimentos de grandeza, ele não se importa com TRADUÇÃO—Ao levantar-Se, o Senhor disse: "Continua falando! Continua fa-
ninguém mais, e isto chama-se garoa, ou orgulho. Nesta condição, ele recita ora- lando!" Assim, começou a dançar, arrebatado de prazer. Ninguém podia enten-
ções e não responde às perguntas dos outros. Olhar para o próprio corpo, escon- der as fortes ondas deste êxtase.
der os desejos e n ã o prestar atenção às palavras alheias são sintomas visíveis do
êxtase de garoa. VERSO 131
VERSO 128 (*(^>JH»¥ 1CW 3CH 3J«C1S «íf?<ÍPl I
» ? - « ? COT «fç « l e u ««rc? 1
£ jfc mttti, i f w f i ^çn *ftcç « , •rife*! 11 y»> 11
« W S 1P5ST, i t l 111*?* «t?IC? II J í > II
jara-jara haila prabhu bhãvera vrahare nityãnanda sahge bule prabhuke dharihã
bhümite padila, évãsa nãhika éaríre acãrya, haridãsa bule pãche ta, nãcihã
jara-jara—cambalear; haila—houve; prabhu—o Senhor; bhãvera—dos sentimen- nityãnanda—Nityãnanda Prabhu; sarige—com; bule—caminha; prabhuke—o
0r;

tos extáticos; prahãre—nas investidas; bhümite— ao solo; padila—caiu; évSst- j?*7 dhannd—segurando; acãrya—Advaita Acãrya; hari-dãsa—Thãkura
"andãsa; bule—caminham; pãche— atrás; ta—com certeza; nãcihã— dançando.
respiração; nãhika—não havia; éaríre— no corpo.
0 - -
T R A D U Ç Ã O — T o d o o corpo do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu começou a cam- C a t t a n ^ ^ Senhor Nityãnanda começou a caminhar ao lado do Senhor
3 a n à r a D a r a

balear devido às investidas de diversos sintomas extáticos. Como resultado dis»< Thãk"^ k * P h u P impedir que Ele caísse, e Advaita Acãrya e Haridãsa
Ele imediatamente caiu ao solo e Sua respiração quase parou. ' seguiram-nOs, d a n ç a n d o .

VERSO 129 VERSO 132


c i f i ? i f è f « « C f H T 5 ««MM I 4| »rs a n t i « sitci acw 1
«ffsfira «f%íti mtm 11 b*.* 11 ^ w4> « • ç f à i n . «rei? «?cw 112"©* 11
238 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-] O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 239
Verso 137

ei mata prahar-eka nãce prabhu range ãcãrya-gosãhi tabe rãkhila kirtana


kabhu harsa, kabhu visada, bhãvera tarahge nãnã sevã kari' prabhuke karãilã Sayana
ei mata—dessa maneira; prahar-eka—por cerca de três horas; "õce—d. an fárya-gosáhi— Advaita Acãrya; fabe—então; rãkhila—suspendeu; kirtana—o canto;
prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; range—em grande êxtase; kabhu—às^H ^ - - d i v e r s o s ; sevã— serviços; kari'—executando; prabhuke—ao Senhor; karãilã—fez
harsa—prazer; kabhu—às vezes; visada—melancolia; bhãvera- de êxtase; taraftg ^ e com que; sayana-Se deitasse.
nas ondas.
TRADUÇÃO—Embora o Senhor estivesse cansado, Nityãnanda Prabhu mantinha-
TRADUÇÃO—Dessa maneira, o Senhor dançou pelo menos três horas. Às vezes 0 firme/ sustentando-O. Nessa altura, Advaita Acãrya suspendeu o canto e, pres-
eram visíveis os sintomas de êxtase, incluindo prazer, melancolia e muitas oudaj tando diversos serviços ao Senhor, fê-lO deitar-Se para descansar.
ondas de extático amor emotivo.

VERSO 133 VERSO 136

foü fàa fc*tatci asfãal <&\W* I (afore a*rfàa c«t*a-a?t«a i


« a F f j - s p s i c ^ *fça C O T *tfà<23a 11 11 iijasaict « f à ' a>ca « f ç a craa II y e * H
tina dina upavãse kariyã bhojana ei-mata daéa-dina bhojana-kirtana
uddanda-nrtyete prabhura haila parisrama eka-rüpe kari' kare prabhura sevana
tina dina—três dias; upavãse—em jejum; kariyã—fazendo; bhojana—cot.„ . ei-mata—dessa maneira; daéa-dina—por dez dias contínuos; bhojana-kirtana—
uddanda—pulando alto; nrtyete— ao dançar; prabhura—do Senhor; haila—houve comendo e cantando; eka-rüpe— sem mudar; kari'—fazendo; kare—faz; prabhura—do
parisrama—cansaço. Senhor; seiwna—serviço.

TRADUÇÃO—O Senhor jejuara três dias, e, após tal período, alimentou-Se sur,
tuosamente. Assim, ao dançar e pular alto, Ele ficou um tanto cansado. TRADUÇÃO—Por dez dias contínuos, Advaita Acãrya promoveu banquetes e canto
à noite. Ele serviu ao Senhor dessa maneira, sem n e n h u m a mudança.
VERSO 134

« 3 » ' a i arrca « t f c«iaffàè 5 * 1 1 VERSO 137


f>S7ta»q aTÇl«fÇC« aífOT f f % * 1 II i » 8 II •PftCft "eitvflfn c a n t a ppfoVI i
tabu ta' nã jãne érama premãvisfa hahã wwm*m « i t O T i « a f r a r s i » w i D MM i
nityãnanda mahãprabhuke rãkhila dharihã
tabu—ainda assim; fa'—decerto; nã jãne—não conhece; érama—cansaço; r"W" prabhãte ãcâryaratna dolãya cadãhã
avista—absorto em amor; hahã—estando; nityãnanda—Senhor Nityãnanda; riw* bhakta-gana-sahge ãilã éacimãtã lahã
prabhuke— Senhor Caitanya Mahãprabhu; rãkhila—parou; dharihã— seguran cadanã— e
~ d e m a n h ã ;
ãcârya-ratna—Candrasekhara; dolãya—num palanquim;
bnakta a
íana--f, S e n t a d a ;
-g na-sahge—com devotos; ãilã—vinha; éaci-mãtá— mãe Saci;
TRADUÇÃO—Estando plenamente absorto em amor a Deus, Ele não comp *^ 1 rrazendo.
dia Seu cansaço. Mas, Nityãnanda Prabhu, segurando-O, parou Sua dan

VERSO 135 d e
voto s
: Ã >
f ~ D e m a n n a
' Candrasekhara trazia Sacimãtà d e sua casa com muitos
a z e n d
' ° - a sentar-se n u m p a l a n q u i m .
^ i & r ^ i w f * «ca arfOT à^téa i
•Tal ciai asfà' <sfçca> « a f O T l a a II y©* ti
240 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 143 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 241
Madhya-mj

VERSO 138 VERSO 141

afrai-si-siCTi c»rr«F—ItartfPSHj % i C * T * T * "«fw sfcs S O T I f^m i


m crr^ «rtOTl, C O T i s i j ? I ^ Ü «i*v n cp*r •ri.crftwi «rft sfèsTt ft^sj H Í 8 Í II
nadíyã-nagarera loka—stri-bãlaka-vrddha dohhãra daréane duhhe ha-ilã vihvala
saba loka ãilã, haila sahghatta samrddha keéa nã dekhiyã éaci ha-ilã vikala
nadiyã—conhecida como Nadia; nagarera—âa cidade; loka—o povo; siri- dohhãra darsane—vendo-se mutuamente; duhhe—ambos; ha-ilã— ficaram; vihva-
mulheres; bãlaka—meninos; vrddha—velhos; saba loka—todo o povo; aiíã—vinh - a
la—arrebatados; keéa—cabelo; nã— não; dekhiyã— vendo; éaci— mãe Saci; ha-ila—
haila—estava; sahghatta—multidão; samrddha—aumentada. ficou; vikala—comovida.

TRADUÇÃO—Dessa maneira, todo o povo da cidade de Nadia — incluindo mu- TRADUÇÃO—Ao verem-se mutuamente, ambos ficaram arrebatados. Ao ver a ca-
lheres, meninos e velhos — vinha ter ali. Assim, a multidão aumentava. beça raspada do Senhor, mãe Saci ficou muito comovida.

VERSO 139 VERSO 142

«fftTfsl 91*1 «TOT1 «ibs-"»^ II i-s>s> n Orfàre *T| ftfi,—«fap -ejfàsr flíW II i 8 \ II
prãtah-krtya kari' kare nâma-sahkTrtana ahga muche, mukha cumbe, kare niriksana
éacimãtã lahã ãilã advaita-bhavana dekhite nã pãya, —asVu bharila nayana
prãtah-krtya—os deveres matinais; kari'—concluindo; tare—faz; nãma-sahkirtam- ahga—o corpo; muche—unge; mukha—rosto; cumbe—beijos; kare—íaz; niriksana—
cantando o mantra Hare Krsna; éaci-mãtã— mãe Saci; lahã— com; mia—vinha; advaita- observando; dekhite—de ver; na pãya—incapaz; as'r«—lágrimas; bharila—cheios;
bhãvana—à casa de Advaita Acãrya. nayana—os olhos.

TRADUÇÃO—De manhã, depois de concluídos os deveres regulares e após o TRADUÇÃO—Ela começou a ungir o corpo do Senhor com beijos. Às vezes, bei-
Senhor ter cantado o mahã-mantra Hare Krsna, o povo acompanhou Sacirnãü java Seu rosto e tentava observá-lO atentamente, mas, como tinha os olhos cheios
até a casa de Advaita Acãrya. de lágrimas, nada podia ver.

VERSO 140 VERSO 143


*Ptf»«nrl iscça »rff, T í s i c a fswtfaj i
«rlWrc^ *tr®9Ti a i ç í w s*i i fà**i*t-*w ai afirç fã&afé II i 8 « II
«tf»w5 mfàsri «rft c^tw fcfrrWi II >8° II kãndiyã kahena éaci, bãchãre nimãhi
éaci-ãge padilã prabhu dandavat hahã viévarüpa-sama nã kariha nithurãi
£ Í C 0 r a n d o ;
kãndite lãgilã saci kole uthãihã Nim-'^ ~ ^ kahena—diz; éaci—mãe Saci; bãchãre—meu amado; nimãhi—ó
Z S W r p f l V i v a r u a ; sam
saci-ãge—perante mãe Saci; padilã—caiu; prabhu—o Senhor; danda-vat—como un» crueld' " " "
d ~ ^ P a—como; na kariha—não faças; nithurãi—
vara; hahã— tomando-Se; kãndite—a chorar; lãgilã— começou; saci—mãe Saci; ko
no colo; uthãihã— p o n d o .

TRADUÇÃO—Assim que mãe Saci apareceu em cena, Caitanya Mahãprabhu ^ ^nunr .°~?P °» o m r e e n d e n
Senhor Caitanya aceitara a ordem de vida d o ue 0

a S a c i n ,
perante ela como uma vara. Mãe Saci começou a chorar, pondo o Senhor ^e] '
c ã t ã , chorando, disse a o Senhor: " M e u amado Nimãi, não sejas
seu colo. °mo Viávarüpa, Teu irmão mais v e l h o . "
242 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-U]^ 3 Verso 149 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 243

VERSO 144 VERSO 147

*raxrfi *^ai »t?: ai f à * w i m f à ' ai «1 wffaV c*»t »iwf*t »rtTra i


«5J1 c«cç catei erra a f e a UBM 111>88 11 w r f * t <?sraTca ãf afàa fcwra n >8°- n
sannyâsi-ha-iyá punah nã dila daraéana jãni' vã nã jãni' kaila yadyapi sannyãsa
tumi taiche kaile mora ha-ibe marana tathãpi tomãre kabhu nahiba udãsa
sannyãsi—um membro da ordem renunciada; ha-iyã—após tornar-Se; puna/i_ iãni'—sabendo; vã—ou; nã— não; jãni'—sabendo; kaila—aceitei; yadyapi—embora;
de novo; nã— não; dila—fez; daraéana—visita; tumi—Tu; taiche—assim; kaile—se fj. Jinnyãsa—a ordem renunciada; tathãpi—mesmo assim; tomãre—para contigo;
zeres; mora—minha; ha-ibe—haverá; marana—morte. fobhu—em tempo algum; nahiba—não serei; udãsa—indiferente.

T R A D U Ç Ã O — M ã e Saci prosseguiu: " D e p o i s de aceitar a ordem renunciada TRADUÇÃO—"Consciente ou inconscientemente, Eu aceitei esta ordem renun-
Visvarüpa nunca mais me visitou. Se fizeres como Ele, com certeza isso será ciada. Não obstante, jamais serei indiferente para contigo."
a morte para m i m . "
VERSO 148
VERSO 145
<Çfà attl * a , «rifa «tttfc afàa i
*tf»aai a c * r a « a , cata •mk i <çfã cal «nwi ^ a , a\ <s' ^ f ã a o >sv- n
errata «tara urt, cara fog « r a i >8«
tumi yãhãh kaha, ãmi tãhãhi rahiba
kãndiyã balena prabhu—surta, mora a*i tumi yei ãjhã kara, sei ta' kariba
tomara éarira ei, mora kichu nãi tumi—tu; yãhãh—onde quer que; kaha—peças; ãmi—Eu; tãhãhi—lá; rahiba—ficarei;
kãndiyã—chorando; balena—diz; prabhu—o Senhor; éuna—ouve; mora—Minha; hrmi—tu; yei—qualquer; ãjhã—ordem; kara—deres; sei—esta; ta'—com certeza;
ãi—mãe; tomara—teu; sanra—corpo; ei—este; mora—Meu; kichu—nada; nãi—nãoé. kariba—cumprirei.

TRADUÇÃO—O Senhor replicou: " M i n h a querida mãe, ouve, por favor. Este TRADUÇÃO—"Minha querida m ã e , ficarei o n d e q u e r q u e Me peças para ficar,
corpo te pertence. Eu n ã o p o s s u o n a d a . " e cumprirei tudo o que Me o r d e n a r e s . "

VERSO 146 VERSO 149

catara *fff»T3 caa, mm c^tal cars i 4<s a ü f »fa: *ra: * t a surarta t


çatt « r i estará «w *n ttta citfãcs i a M * s n «rra; cercai f c a ata ara n Í S S i
tomara palita deha, janma tomã haite eta bali' punah punah kare namaskãra
kofi janme tomara rna nã pari éodhite rt v tusta hahã ãi kole kare bãra bãra
c u z e n c l s t
tomara—teu; palita—criado; deha—corpo; janma—nascimento; tomã— tu; rev a ~ ' o ° ; punah punah—repetidas vezes; fajre—presta; namaskãra—
de; kofi—milhões; janme—em nascimentos; tomara—tua; ma—dívida; nã— «rendas; tusta hahã—estando satisfeita; tfi—mãe Saci; kole—no colo; kare— põe;
n

pari—sou capaz; éodhite—de retribuir. Mra-repetidas vezes.

T R A D U Ç Ã O — " T u criaste este corpo, e ele originou-se d e ti. Não posso retri v j ^ ^ ^ D i z e n d o isto, o Senhor prestou reverências à Sua mãe repetidas
e m a e
esta dívida nem em milhões de n a s c i m e n t o s . " ' Saci, satisfeita, O pôs repetidas vezes no colo.
244 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-1 156 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 245

VERSO 150 VERSOS 153—155


se* » w i «nsrt c^tm « T « T * ? I BntTi itrffc, fàwrfãfit, wira i
W M fafrcs « Ç I & T I T H n i«° II flWTWTT, ?caWí, >?jrtf%, « j r m II |
tabe ãi lanã acãrya gelã abhyantara afipw •Tf**, * w , 9tm, fãwa i
bhakta-gana milite prabhu ha-ilã satvara =rtW", fíCTlff. »j?>% n iffs II
tabe—depois disso; ãi—a mãe; lahã—levando; acãrya—Advaita Ãcàrya; g ls e
wm •rro »fo TO «tftiaTtl i
entrou; abhyantara—dentro de casa; bhakta-gana—todos os devotos; mi7ire-_p aia

encontrar-Se com; prabhu—o Senhor; ha-ilã— ficou; satvara—imediatamente. T*TC* fTTTTI * f ç frpjcfc *TtT' li ><hr II

TRADUÇÃO—Então, Advaita Acãrya levou mãe Saci para dentro de casa. Ime- érivãsa, rãmãi, vidyãnidhi, gadãdhara
diatamente, o Senhor estava preparado para encontrar-Se com todos os devotos gahgãdãsa, vakreévara, murãri, éuklãmbara

VERSO 151 buddhimanta khãh, nandana, érídhara, vijaya


vasudeva, dãmodara, mukunda, sahjaya
< a c « <ÜFP f à t â i * ! s p g T I wwHA i
*rcr* « j l cwfV «i3i «rtf»rari> H I kata nãma la-iba yata navadvipa-vãst
sabãre mililã prabhu krpã-drstyc hãsi'
eke eke milila prabhu saba bhakta-gana ért-vása—Srivãsa; rãmãi—Rãmãi; vidyã-nidhi—Vidyãnidhi; gadã-dhara—Gadi-
sabãra mukha dekhi' kare drdha ãlingana dhara; gahgã-dãsa—Gahgãdãsa; vakreévara—Vakreávara; murãri—Murãri; éuklãm-
eke eke—um a um; milila—encontrou-Se; prabhu—o Senhor; saba—todos; bhakta- bem—Suklãmbara; buddhimanta khãh—Buddhimanta Khãh; nandana—Nandana; srf-
gana—os devotos; sabãra—de todos; mukha—rosto; dekhi'—vendo; kare—iu; dhara—Sridhara; vijaya—Vijaya; vãsu-deva—Vasudeva; dãmodara—Dãmodara;
drdha—bem apertado; ãlingana—dando um abraço. mukunda—Mukunda; sahjaya—Sahjaya; fcafa nãma—quantos nomes; la-iba—
mencionarei; yafa—todos; nava-dvipa-vãst— os habitantes de Navadvipa; sabãre—
todos eles; mililã— recebeu; prabhu—o Senhor; krpâ-drstye—com olhares misericor-
TRADUÇÃO—O Senhor encontrou-Se com todos os devotos, um a um, e, olhan- diosos; hãsi'—sorrindo.
do para o rosto de todos individualmente, deu-lhes um abraço bem apertado.
TRADUÇAO—Srivãsa, Rãmãi, Vidyãnidhi, Gadãdhara, Gahgãdãsa, Vakreávara,
VERSO 152 Murar!, Suklãmbara, Buddhimanta Khãh, Nandana, Sridhara, Vijaya, Vasudeva,
Dãmodara, Mukunda, Sahjaya e todos os demais, tantos quantos eu possa men-
çwf nl cwfarl « • » awf*t ira i cionar — de fato, todos os habitantes de Navadvipa — ali chegaram, e o Senhor
C^M CfflCB «g«fll lirai II II ""oeu-os com sorrisos e olhares de misericórdia.

kesa nã dekhiyã bhakta yadyapi pãya duhkha VERSO 156


saundarya dekhite tabu pãya mahã-sukha
etv
«t*TC^ TC* lf»V 'Çf?' 'ff%' |
keéa—cabelo; nã dekhiyã—não vendo; bhakta—os devotos; yadyapi— ^**'
pãya—sintam; duhkha—infelicidade; saundarya—belo porte; dekhite—por ver; W* wtsTí-Tr»w c*r §ta?>4*lft II n
de qualquer modo; pãya—sentem; mahã-sukha—grande felicidade. ãnande nãcaye sabe bali' 'hari' 'hari'
ãnande ãcãrya-mandira haila érT-vaikun(ha-purt
C o m r a z e
sant ~
0 n P r ; nãcaye— dançam; sabe—todos; bali'—dizendo; hari hari—o
TRADUÇÃO—Apesar de ficarem infelizes por não verem o cabelo dc Senhor, se; írf.rJ^f ^ do e r m o r
; ãcãrya-mandira—a casa de Advaita Acãrya; haila—tomou-
qualquer modo, os devotos sentiram grande felicidade em ver Sua bele**- ,ku
ntha-purt-um planeta espiritual Vaikuntha.
246 Sri Caitanya-caritãmrta M a
dhya-l O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 247
U i Verso 162

TRADUÇAO—Todos dançavam e cantavam os santos nomes de Hari. Dessa .pUÇÃO—Os suprimentos de Advaita Acãrya eram inexauríveis e indestrutí-
neira, o lar de Advaita Acãrya converteu-se em á r i Vaikuotha Puri. ^ A medida que Ele usava bens e mercadorias, aparecia exatamente a mesma
porção de novo.
VERSO 157

VERSO 160
»Tt*TMrr«i twus, «rnt n a f l t iwcs n M I n cxk f ã a twus i f i ^ c a n a * a i
yata loka dila mahãprabhuke dekhite W 5 t * l »l<fl*t SfÇ^TOW II VS» II
nãnã-grãma haite, ãra navadvipa haite
yata loka—todas as pessoas; ãila—chegavam; mahã-prabhuke—Sri Caitanva sei dina haite saci karena randhana
Mahãprabhu; dekhite—para ver; nãnã-grãma haite—de diversas aldeias; ãra—e; nar*. bhakta-gana lahã prabhu karena bhojana
sei dina haite—a partir daquela data; saci—mãe Saci; karena—faz; randhana—
dvipa haite—àe Navadvipa.
cozinha; bhakta-gana—todos os devotos; lahã— acompanhados por; prabhu—o
Senhor Caitanya Mahãprabhu; karena—faz; bhomna—jantando.
T R A D U Ç Ã O — C h e g a v a m pessoas de diversas outras aldeias da redondeza, bea
como de Navadvipa, para verem á r i Caitanya M a h ã p r a b h u .

VERSO 158 TRADUÇÃO—A partir d o dia e m q u e áacimãta chegou à casa d e Advaita Acãrya,
ela encarregou-se da cozinha, e ári Caitanya Mahãprabhu jantava em companhia
de todos os devotos.

sabãkãre vãsã dila—bhaksya, anna-pãna VERSO 161


bahu-dina ãcãrya-gosãhi kaila samãdhãna
sabãkãre—a todos eles; vãsã dila—dava hospedagem; bhaksya—comestíveis; mu» ÍWCT "WtFTCH J & f e - S r f a a«fa I
pana—comida e bebida; bahu-dina—por muitos dias; ãcãrya-gosãhi—Advaita Acerva. a t e i of\* c a t a « i ç a w R
kaila—tomava; samãdhãna—providências.
dine ãcãryera priti—prabhura daréana
TRADUÇÃO—Advaita Acãrya dava hospedagem a todos que vinham ver o Sento» rãtre loka dekhe prabhura nartana-kirtana
de aldeias próximas, especialmente de Navadvipa, e também dava-lhes toda es- ame—durante o dia; ãcãryera priti—o tratamento amável de Advaita Acãrya;
pécie de comestíveis, por muitos dias. Na verdade, Ele providenciava tudo prabhura daréana—a audiência do Senhor Caitanya Mahãprabhu; rãtre—à noite;
adequadamente. —todas as pessoas; dekhe—vêem; prabhura—do Senhor; nartana-kirtana—dança
e canto.
VERSO 159

^ D U Ç Ã O — T o d a s as pessoas que chegavam ali durante o dia viam o Senhor


ya Mahãprabhu e o comportamento amistoso de Advaita Acãrya. À noite,
TO arai aia a ^ a ws aja» a? n j$& n a
oportunidade de ver o Senhor dançando e ouvi-lO cantando.
ãcãrya-gosãhira bhãndãra—aksaya, avyaya
yata dravya vyaya kare lata dravya haya r|Vl
VERSO 162
inexaU
ãcãrya-gosãhira—de Advaita Acãrya; bhãndãra—depósito; aksaya— __|j2
avyaya— indestrutível; yata—todas; dravya—mercadorias; injaya—gastos; ktt** ^ t ó * asfàcs aa»ítaraa i
tata—tanta; dravya—mercadoria; haya—se renova. TO. a"*t, *|fpat3*, w w , CU»PS n n
248 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya.hj- t 167 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 249
Verso
mati
kirtana karite prabhura sarva-bhãvodaya traDUÇAO—á« Sacimãtã pensava que o corpo de Nimãi era esmagado
T
stambha, kampa, pulakâéru, gadgada, pralaya a n d o Ele caía assim. Ela lamentava-se: " A i de m i m ! " E suplicava ao Senhor
u

kirtana karite—enquanto realizava O canto; prabhura—do Senhor; S í ) r y _ a t o d Visnu


bhâva-udaya—manifestações de sintomas extáticos; stambha—ficando aturdid • VERSO 165
kampa—tremendo; pulaka—o cabelo arrepiando-se; aéru—lágrimas; gadgada—^
atnjastr C * Í S e n l a t a ca hf^C c a a » i
buciar da voz; pralaya—devastação.
<sta <ÍTÇ. w catca c** a t a t a i n m II

T R A D U Ç Ã O — A o realizar kirtana, o Senhor manifestava toda classe de sinto, bãlya-kala haite tomara ye kailun sevana
mas transcendentais. Parecia aturdido e tremia, Seu cabelo arrepiava-se e Sm tara ei phala more deha nãrãyana
voz ficava balbuciante. Havia lágrimas e devastação. bílya-kãla haite—desde minha infância; tomara—Vosso; ye—algum; kailun—que
eu tenha feito; sevana—serviço; Mm—disto; ei phaia— este resultado; more—a mim;
SIGNIFICADO—O Bhakti-rasãmrta-sindhu descreve a devastação como uma combi- ieha—por favor, concedei; nãrãyana—6 Senhor Supremo.
nação de felicidade e aflição, e esta combinação se faz notar pela ausência de
qualquer percepção destes dois sentimentos. Nesta condição, o devoto cai ao solo TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, por favor, concedei esta bênção como re-
e decorrem sintomas subseqüentes no corpo. Ao sobressaírem no corpo tais sinto- sultado de algum serviço que eu Vos tenha prestado desde minha infância."
mas, os quais foram mencionados acima, manifesta-se um estado chamado pralayn
(devastação).
VERSO 166
VERSO 163
ca a>tc»i fàatfap *rc<9 « ^ 1 - $ * ^ 1
ws\ *tc<? « f ç «nçc? it4>l i aiai ca» »tra «rtci f»»tfa»-»r?rca 15** 1
caía' "ffrarsi a>ca cata» ^fàai 11 i*© 11
ye kãle nimãhi pade dharani-upare
ksane ksane pade prabhu ãchãda khãhã vyathã yena nãhi lãge nimãhi-éarire
dekhi' éacimãtã kahe rodana kariyã ye kãle— sempre que; nimãhi—meu filho Nimãi; pade—cair; dharani-upare—sobre
ksane ksane— mui freqüentemente; pade—cai; prabhu—o Senhor; ãchãda khânl- a superfície da terra; vyathã—dor; yena—como se; nãhi—não; úf^e—tocasse; nimãhi-
tombando; dekhi'—vendo; éaci-mãtã— mãe Saci; kahe—diz; rodana kariyã—chorando éarire—o corpo de meu filho Nimãi.

T R A D U Ç Ã O — F r e q ü e n t e m e n t e o Senhor tombava ao chão. Vendo isso, mãe Sa"


chorava. TRADUÇÃO—"Sempre que Nimãi cair ao chão, por favor, não O deixeis sentir
nenhuma dor."

VERSO 164 VERSO 167

g«f c a a , ca» atcâ"l t»atfaj-a^*raa i 'sfem «tfkafl at«,ac«TJ fà*a»i 1


atai arra' fãajj-itcf a t c t «I a a n 5*8 n aa"-«a-cawetta wm fàa»i 11 11

cürna haila, hena vãsoh nimãhi-kalevara ei-mata sacidevi vãtsalye vihvala


hã-hã kari' visnu-pãée mãge ei vara ri-rnata d harsa-bhaya-dainya-bhãve ha-ila
'"*<9"-unuyu-uainya-onave na-ua vikala
vtmia
cürna—esmagado; haila—tornou-se; hena—assim; vãsoh—penso eu; | vihvala-Z> ! e S a m a n e i r a
; éaci-devi— mãe Saci; vãtsalye—de afeição materna;
kalevara—o corpo de Nimãi; hã-hã kari'—lamentando-se em voz alta; W ha-ih, T 3
""W—felicidade; bhaya—temor; dainya-bhãve—e com humilda-
w
Senhor Viçnu; mãge—suplica; ei—esta; vara—bênção. - h c o u ; wteZa-transformada.
250 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-iyj O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 251
Verso 171
T R A D U Ç A O — F i c a n d o assim tomada de amor materno pelo Senhor Cait . po—É dever de todos os grhasthas convidar um sannyãsl a seus lares
s
Mahãprabhu, mãe Saci transformou-se, enchendo-se de felicidade, temor inteça de ele estar nas vizinhanças ou na aldeia. Este mesmíssimo costu-
1S
mildade, bem como de sintomas corpòreos de êxtase. inda é observado na índia. Se um sannyãsi aparece nos arrabaldes de uma
m
' * todos os chefes de família, um após outro, convidam-no a seus lares. En-
SIGNIFICADO—Estes versos indicam que mãe Saci, nascida na família de Nilàrnb to o sannyãsi permanece na aldeia, ele ilumina os habitantes com compreensão
1,113,1

Cakravarti, costumava adorar o Senhor Visou antes mesmo de casar-se. Corno tual. Em outras palavras, um sannyãsl não tem problemas quanto a aloja-
se afirma no Bhagavad-gitã (6.41): e alimentação, mesmo ao viajar prolongadamente. Embora Advaita
a

Irtirva estivesse fornecendo prasãda a Caitanya Mahãprabhu, os outros devotos


prâvya punya-krtãm lokãn JjNavadvipa e Santipura também desejaram oferecer-Lhe prasãda.
usitvã éãévatlh samãh
éuclnãm értmatãm gehe VERSO 169
yoga-bhrasfo 'bhijãyate
« f à ' »tft jrar*Tc* f f í » ! ftsifo i
fswífin? wa»fsi «rra ifa» l i a n i** n
"O yogtmal sucedido, após muitos e muitos anos de gozo nos planetas dos seres
vivos piedosos, nasce em família de pessoas virtuosas ou em família de rica aris- s'uni" éaci sabãkãre karilã minati
tocracia." Mãe Saci, uma entidade viva nitya-siddha, é uma encarnação de mãe nimãhira daraéana ãra muni pãba kati
Yaáodã. Ha apareceu na casa de Nilãmbara Cakravarti e incessantemente ocupava- fymi'—ao ouvir isto; saci—mãe Saci; sabãkãre—a todos eles; karilã—fez; minati—
se a serviço do Senhor Visnu. Mais tarde, ela teve diretamente como seu filho pergunta; nimãhira—de Nimãi, Sri Caitanya Mahãprabhu; daraéana—visita; ãra—
o Senhor Visnu, Sri Caitanya Mahãprabhu, e serviu-O desde o dia de Seu apare- l.im.ns; muni— eu; pãba—obterei; kati—onde ou quantas vezes.
cimento. Esta é a posição dos associados nitya-siddhas. Portanto, Sri Narottama
dãsa Thãkura canta: gaurãhgera sahgi-gane nitya-siddha kari mane. Iodos os devo- TRADUÇÃO—Ao ouvir aquelas propostas feitas pelos outros devotos do Senhor,
tos devem saber que todos os associados de Sri Caitanya Mahãprabhu — Seus mãe Saci disse aos devotos: " Q u a n t a s vezes terei oportunidade de ver Nimãi
familiares, amigos e outros companheiros — eram todos nitya-suidhas. O rufja> novamente?"
siddha nunca se esquece do serviço ao Senhor. Ele sempre se ocupa, desde a VERSO 170
própria infância, na adoração à Suprema Personalidade de Deus. CSlalORlotr.» « 9 3 fifSH I
«jfe» « w t f a â T * a t a <Í*. « n w i ti i i » II
VERSO 168
tomâ-sabã-sane habe anyatra milana
muni abhãginlra mãlra ei daraéana
a j ç r , * f w i twcs e t i a r a r a * w II 5*tr- II lomã-sabã-sane—com todos vós; habe—haverá; anyatra—em outro local; milana—
e on
/ * f r o ; muni—eu; abliãginíra—de quem é infeliz; mãtra— apenas; ei—este;
értvãsãdi yata prabhura vipra bhakta-gana •Mmsana-encontro.
prabhuke bhiksã dite haila sabãkãra mana
árl-vãsa-ãdi—os devotos, liderados por Srivãsa Thãkura; yata—todos; prabhurt- TRADUÇÃO—Sacimãtã argumentou: " Q u a n t o a vós, podeis encontrar Nimãi, Sri
3 a n a r a
do Senhor; vipra—especialmente os brãhmanas; bhakta-gana—devotos; prabhuk - t e n h o " * ' ^ P ^ h u , muitas vezes e m outros lugares, mas q u e possibilidade
ao Senhor; bhiksã— almoço; dife—para dar; haila—houve; sabãkãra—de todos el < o eu de encontrá-lO novamente? Terei que permanecer em casa. Um sannyãsi
| i m i

mana—a mente. " regressa a seu lar."

ao VERSO 171
c o e á &
T R A D U Ç Ã O — U m a vez que Advaita Ãcàrya estava dando doações e *\ afae. «rfçtíjíjcç fsWfèpa W í t » I
1
Senhor Caitanya Mahãprabhu, os outros devotos, liderados por Srivãsa Th**" sfjffl t w i fãs, garanta atctfi m II 515 II
também desejaram dar-Lhe doações e convidá-lO para almoçar.
252 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-i Ui
— O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 253
Verso y"

ytfuaf ãcãrya-grhe nimãhira avasthãna tomã-sabãra ãjhã vinã calilãma vrndãvana


muni bhiksã dimu, sabãkãre mãgoh dana yãite nãrila, vighna kaila nivartana
yãvat—enquanto; icãrya-grhe—na casa de Advaita Acãrya; nimãnira—de 4 tnmã-sabára—de todos vós; ãjhã— ordem; vinã— sem; calilãma—Eu parti;
Caitanya Mahãprabhu; avasthãna—a estada; muni—eu; bhiksã dimu—fornecer ra
Záãvana—P^ Vrndãvana; yaífe nãrila—incapaz de ir; vighna—algum obstácu-
comida; sabãkãre—a todos; mãgoh—eu imploro; dana—esta caridade. ^kaila—fez; nivartana—com que Eu regressasse.

TRADUÇAO—Mãe Saci implorou a todos os devotos que lhe dessem a segui ADUÇÀO— ári Caitanya Mahãprabhu informou a todos eles: " S e m vossa
caridade: enquanto ári Caitanya Mahãprabhu permanecesse na casa de AdvaiJ ordem, tentei ir para Vrndãvana. Porém, houve algum obstáculo e tive que re-
Acãrya, apenas ela Lhe forneceria comida. gressar."

VERSO 172 VERSO 175

a»fã' «s»ít«i «pr.* ^ f à ' »JWRI i i®f*t Jiaai <eiifã «pfàstfe " t u t u I
a r e i * ci |s*i c r ò i i r a aara n « Wtft C^WI-ial «fta $Wt» B D
áuni' bhakta-gana kahe kari' namaskãra yadyapi sahasã ãmi kariyãchi sannyãsa
mãtãra ye icchã sei sammata sabãra tathãpi tomã-sabã haite nahiba udãsa
éuni'—ao ouvir isto; bhakta-gana—todos os devotos; kahe—dizem; kari'- yadyapi—embora; sahasã— de repente; ãmi—Eu; kariyãchi sannyãsa—aceitasse
prestando; namaskãra—reverências; mãtãra—de mãe Sacidevi; ye icchã—qualquer sannyãsa; tathãpi—de qualquer modo; tomã-sabã— todos vós; haite—de; nahiba—
que seja o desejo; sei—isto; sammata—satisfatório; saberá—para todos os devota. jamais serei; udãsa— indiferente.

TRADUÇÃO—Ao ouvirem este apelo d e mãe Saci, todos os devotos prestaram- TRADUÇÃO—"Meus queridos amigos, apesar de Eu ter aceitado esta ordem re-
lhe reverências e disseram: " T o d o s concordamos com tudo o que mãe Saci de- nunciada de repente, de qualquer modo, sei que jamais serei indiferente a v ó s . "
sejar."
VERSO 176
VERSO 173
C^ral-a* sri (fffa, att«. «Ufa #ta' i
arreta ajarei cwfV •aça ?i<u na i arerca «ta* «rtf» çífàts «tfaa 11at* 11
•e«»ft«i <Í^3Í f fâ' afppnl atra li II
tomã-saba nã chãdibã, yãvat ãmi jtba'
mãtãra vyagratã dekhi' prabhura vyagra mana mãtãre tãvat ãmi chãdite nãriba
bhakta-gana ekatra kari' balilã vacana tomã-saba—todos vós; nã— não; chãdibã—abandonarei; yãvat—enquanto; <fmi—
mãtãra—da mãe; vyagratã— ansiedade; dekhi'—ao ver; prabhura—de Sri Caitanya Eu; jtba—viver ou permanecer manifesto; mãtãre— mãe; ftfiMf—neste ínterim; ími—
Mahãprabhu; vyagra—perturbada; mana—mente; bhakta-gana—todos os devotos •B; cfcdrfife—de abandonar; nãriba—serei incapaz.
ekatra kari'—reunindo; balilã— disse; uaca na—palavras.
I^ADUÇÃO— " M e u s queridos amigos, e n q u a n t o Eu permanecer manifesto,
TRADUÇÃO—Ao ver a grande ansiedade de Sua mãe, Sri Caitanya jamais vos abandonarei. Tampouco serei capaz de abandonar Minha m ã e . "
bhl
Mahip» |
ficou um pouco perturbado. Portanto, reuniu todos os devotos presente*
VERSO 177
falou-lhes.
VERSO 174 airjtara aí a ç a - a a r í a ^f%-íp| i
cstai-aata «trwi fa»i s f i m i s^ata» i f*W a n r a r c » a t a a>$* 9I<ÍPI II m II
atlrre »tfã»r, fca te* f à a ^ » 11 >i8 11
254 Sri Caitanya-caritàmrU Madhya-lyj 1 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 255
Verso 18

sannydsira dharma nahe—sannyãsa karinã prabhura nivedana tãnre sakala kahilã


nija janma-sthãne rahe kufumba lahã éuni' éaci jagan-mãtã kahite lãgilã
sannyãsira—àe um sannyãsi; dharma—dever; nahe— não é; sannyãsa—sannyãsa tnabhura—ào Senhor; nivedana—apresentação; tãhre—a ela; sakala—todos;
kariha—aceitando; nija—própria; janma-sthãne—na terra natal; rahe—permanece disseram; éuni'—ouvindo isso; saci—mãe Saci; jagat-mãtâ—a mãe do uni-
ku(umba—parentes; lahã—com. verso; kahite-a dizer, lãgila-começou.
T R A D U Ç Ã O — " A p ó s aceitar sannyãsa, não é dever de um sannyãsi permanecer TRADUÇÃO— A O submeterem a declaração do Senhor Caitanya a mãe Saci, que
em sua terra natal, rodeado por p a r e n t e s . " t a mãe do universo, esta começou a falar.

VERSO 178 VERSO 181

caa c a » d f t i f í f «i *fr,a r H . B |
S ffíwi afã a t i a t a . <sr.a cata ga i
cat a% a* , a t e s aca «rf n iib- II tffa rum a a afw, c a a cata s : a i >tri i

te/w yena ei bali' nã kare nindana ferino yadi ihãh rahe, tabe mora sukha
sei yukti kaha, yãte rahe dui dharma tãh'ra nindã haya yadi, seha mora duhkha
keha—qualquer pessoa; yena—de modo que; ei—isto; bali'—dizendo; nãkare- tenho— Senhor Caitanya; yadi—caso; ihãh—aqui; rahe—fique; fabe—então; mora—
não faça; nindana—blasfêmia; sei—esta; yukti—consideração; kaha—dizei-Me; ydte- minha; sukha—felicidade; táh'ra nindã— blasfêmia contra Ele; haya—houver; yadi—
mediante o que; rahe—permaneçam; dui—dois; dharma—deveres. se; seha—esta também; mora—minha; duhkha—infelicidade.

T R A D U Ç Ã O — " F a z e i algum arranjo de modo que Eu não vos deixe e, ao mesmo TRADUÇÃO— Sacimãtã disse: " C a s o Nimãi, Sri Caitanya Mahãprabhu, fique
tempo, o povo não Me censure por permanecer com parentes após ter tomado aqui, isto será para mim uma grande felicidade. Mas, ao mesmo tempo, se al-
sannyãsa." guém O censurar, esta será minha grande infelicidade."

VERSO 179 SIGNIFICADO— É grande a felicidade da m ã e cujo filho permanece com ela, em
vez de sair de casa à procura de Krçna. Ao mesmo tempo, se o filho não sair
a»faai « ç a A ««rã a ç * i à procura de Krsna, mas simplesmente permanecer em casa, é certo que pessoas
•liVrpt w f F r t r t w asfã»t n a » II Í I S II
santas experientes censurá-lo-ão. Tais censuras com certeza trarão grande infeli-
cidade para a mãe. Se uma verdadeira mãe quiser que seu filho avance espiri-
éuniyã prabhura ei madhura vacana tualmente, é melhor que ela o permita sair à procura de Krsna. A mãe
éaci-pãéa ãcãryãdi karilã gamana naturalmente deseja o bem-estar do filho. Se a mãe não permite que seu filho
éuniyã—ouvindo isso; prabhura—do Senhor; ei—esta; madhura—doce; vacttr ""sque Krsna, ela é chamada mã, um termo que significa mãyá. Permitindo que
declaração; éaci-pãéa—perante mãe Saci; ãcãrya-ãdi—Advaita Acãrya e outros de- seu filho vá como sannyãsi à procura de Krsna, Sacimãtã instrui a todas as mães
mur

votos; karilã—fizeram; gamana—indo. j° < d o . Ela indica que todos os filhos devem tornar-se verdadeiros devotos
Krsna, não devendo ficar em casa aos cuidados de uma mãe afetuosa. O Srimad-
T R A D U Ç Ã O — A p ó s ouvirem a declaração do Senhor Caitanya Mahãprabhu, 'o^" 5 Wgavatam apoia isto (5.5.18):
os devotos, encabeçados por Advaita Acãrya, aproximaram-se de mãe W
gurur na sa syãt sva-jano na sa syãt
pitã na sa syãj jananl na sã syãt
daivarh na tat syãn na patié ca sa syãn
VERSO 180
na mocayed yah samupeta-mrtyum
«íça faca»» s*tca ffçsí i adora^f" ^ 1 t V e t o r n a r s e
" mestre espiritual — nem parente, pai, mãe, Deidade
a » f » ' «rft w s m t s i a f ã s s ntfrfi II >v <• n °u esposo — caso não possa ajudar seu dependente a escapar do
256 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-Hia\ 3 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 257
Verso 185

iminente caminho da m o r t e . " Todos os seres vivos estão vagando dentro do uni VERSO 183
verso, sujeitos à lei do karma e transmigrando de um corpo a outro e de um i p a â V r f a t i a a f r c f ca» sfè aa i
neta a outro. Portanto, todo o processo védico destina-se a salvar as entidades
vivas errantes das garras de mãyã — nascimento, morte, doença e velhice. I t s 0
c * r c - ^ - n f ò - a t á l t t a fsraafli ii ^ n
significa parar o ciclo de nascimentos e mortes. Só pode suspender este ciclo q U e r n
nilãcale navadvlpe yena dui ghara
adora a Krspa. Como o Senhor diz no Bhagavad-gitã (4.9): loka-gatãgati-vàrtã pãba nirantara
nü&cale—em Jagannãtha Puri; nava-dvlpe—bem como em Navadvipa; yena—como
janma karma ca me divyam dois; ghara—aposentos; loka—pessoas; gatãgati—vêm e vão; vãrtã— notícias;
evam yo vetti tattvatah ^-obterei; nirantam-sempre.
tyaktvã deham punar janma
naiti mãm eti so 'rjuna TRADUÇÃO—"Já que Jagannãtha Puri e Navadvipa estão intimamente ligadas
_ como se fossem dois aposentos na mesma casa —, as pessoas de Navadvipa
" Q u e m conhece a natureza transcendental de Meu aparecimento e atividades geralmente visitam Jagannãtha Puri e as de Jagannãtha Puri visitam Navadvipa.
não nasce outra vez neste m u n d o material após deixar o corpo, alcançando, isto Este ir e vir ajudará a espalhar notícias do Senhor Caitanya. Dessa maneira, serei
sim, Minha morada eterna, ó Arjuna." capaz de receber notícias d E l e . "
Para suspender o ciclo de nascimentos e mortes, é preciso compreender Krçna
como Ele é. Pelo simples fato de conhecer Krsna, pode-se suspender o processo VERSO 184
de renascimento neste m u n d o material. Agindo em consciência de Krsna, pode- <jfà aa asfàre »rta l a a t ^ a » i
mos voltar ao Supremo. A perfeição máxima da vida é que um pai, mãe, mestre
espiritual, esposo ou qualquer membro familiar ajude os demais a voltar ao lar, t a r f W w a*ç çca tfta « r w a a 11 n
voltar ao Supremo. Esta é a melhor atividade beneficente que se pode realizar tumi saba karite para gamanãgamana
em prol dos parentes. Portanto, Sacimátã, embora fosse mãe de Nimãi Pandita, gahga-snãne kabhu habe tãnra ãgamana
Sri Caitanya Mahãprabhu, considerou todos os fatos e decidiu permitir que seu tumi—vós; saba—todos; karite—de fazer; para—sois capazes; gamana-ãgamana—
filho saísse à procura de Krsna. Ao mesmo tempo, fez alguns arranjos a fim de indo e vindo; gahgã-snãne—para banhar-Se no Ganges; kabhu—às vezes; habe—
que pudesse ficar informada de todas as atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu. será possível; tãnra—Sua; ãgamana—vinda aqui.

TRADUÇÃO—"Todos vós, devotos, sereis capazes de ir e vir, e, às vezes, talvez


VERSO 182 Ele também venha tomar Seu banho no G a n g e s . "

vtcv «I afà« « w » cata »c« ia i VERSO 185


^rteci aca afã, sa. atá aa i « r m t a çsa-ga <st*i atfç Mft i
tãte ei yukti bhãla, mora mane laya ^ t a caa> ^ a , $t?l faar-^a a t f à 11 >w 11
nilãcale rahe yadi, dui kãrya haya
tãte—portanto; ei—esta; yukti—consideração; bhãla—como sendo boa; tnora-^ ãpanãra duhkha-sukha tãhãn nãhi gani
minha; mane—mente; laya—aceita; nilãcale—em Jagannãtha Puri; rahe—Ele perma t tãnra yei sukha, tãhã nija-sukha mãni
áe m i n n a
necer; yadi—se; dui— dois; kãrya—propósitos; haya—serão cumpridos. nihu^~ Própria; duhkha-sukha—felicidade e infelicidade; tãhãn—lá;
fl
S í»—considero; tãnra—Sua; yei—qualquer que seja; sukha—felicidade;
a, nija—minha própria; sukha—felicidade; m<fni—eu aceito.
1
TRADUÇÃO—Mãe Saci disse: "Considero esta uma boa idéia. Em minha opi" ^' T R
ADUÇAO-_"\J-
me i m
se Nimãi permanecer em Jagannãtha Puri, Ele não deixará nenhum de n ' mas a p e n p o r t o com minha felicidade o u infelicidade pessoais,
as C O m a
ao mesmo tempo, poderá permanecer à parte como um sannyãsi. Assim, * nh ." a felicidade dEle. Na realidade, aceito Sua felicidadele como mi-
os propósitos serão c u m p r i d o s . "
258 Sri Caitanya-caritãmrta O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 259
Madhya-lilã, 3 V e r»o 1 9 0

VERSO 186 VERSO 189


çfã-a? G*rt*-cJfT? *T?q a t * a 1
tfjif W f l « t t ? aí?»! W I iflfc atr^fi, caie? <?ra ç f à a? h ív-s. ii
csw-^iissi cace, arsi, t f s t a t ? i a » l ^ « tumi-saba loka—mora parama bãndhava

sum" bhakta-gana tãnre karilã stavana ei bhiksã mãgoh,—more deha tumi saba
veda-ãjhã yaiche, mãtã, tomara vacana tumi-saba vós; mora—Meus; loka—todos
parama bãndhava—amigos íntimos; ei
éuni'—ouvindo isto; bhakta-gana—todos os devotos; tãhre— a ela; karilã—fizerao, bhiksi mãgoh—peço u m obséquio; more—a Mim; deha—por favor, concedei; tumi—
sfawjna—orando; veda-ãjhã— um preceito d o s Vedas; yaiche—como; rnato—rninhj vós; sate-todos.
querida mãe; tomara vacana—tua palavra.
TRADUÇÃO—"Meus queridos amigos, todos vós sois Meus amigos íntimos. Ago-
t r a d u ç ã o — A p ó s ouvirem Sacimãtã, todos os devotos ofereceram-lhe orações ra vou pedir-vos um obséquio. Por favor, concedei-Mo."
garantindo-lhe que sua ordem, como um preceito védico, não poderia ser violada
VERSO 190
VERSO 187 at? aM»i as? aal asajasà^í» i
«asata, fa*anrt, » a i «iMiaa n » • n
ghare yãhã kara sadã krsna-sahkírtana
^fsnri a í ç ? ar.» « r t s w a a * i i > n i krsna-nãma, krsna-kathã, krsna ãrãdhana

bhakta-gana prabhu-ãge ãsiyã kahilã


ghare voltando para casa; tora—por favor, fazei; sadã— sempre; krsna-
yãhã—
sahkirtana—cantar do santo nome d o Senhor; krsna-nãma—o santo nome do Senhor;
éuniyã prabhura mane ãnanda ha-ila
frsrw-fazi/ifl"—conversa sobre os passatempos de Krsna; krsna—ao Senhor Krsna;
bhakta-gana—os devotos; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; a^e—perante;
iridhana—adoração.
ãsiyã—vindo; kahilã—comunicaram; éuniyã—ouvindo; prabhura—do Senhor
Caitanya; mane— na mente; ãnanda—prazer; ha-ila—houve.
TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u pediu a todos eles q u e voltassem
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os devotos comunicaram a decisão de Sacimãtã ao Senhor para casa e começassem a cantar o santo nome congregacionalmente. Ele também
pediu-lhes que adorassem Krsna, cantassem Seu santo nome e falassem de Seus
Caitanya. Ao ouvi-la, o Senhor ficou m u i t o satisfeito.
santos passatempos.

VERSO 188 SIGNIFICADO—O culto de Sri Caitanya Mahãprabhu, o movimento Hare Krsna,
* explicado muito bem e de forma autorizada pelo próprio Senhor Caitanya
Mahãprabhu. Não é que todos tenham que tomar sannyãsa como Sri Caitanya
a a t M - a t ^ «rffw T O « V I M 1 • ahaprabhu. Eles podem praticar o culto da consciência de Krsna em casa, con-
aarca a u r a * f à ' ?f»i»Tl ? ç » 11 11 e a ordem do Senhor. Todos podem cantar congregacionalmente o santo
6 5 n a
d 'fil ^ ^ ' 0 mãhã-mantra Hare Krsna. Podem, também, discutir o assunto
nawidtrtpa-wísf <fdi yata bhakta-gana
° °nagavad-gitã e do èrímad-Bhãgavatam e instalar Deidades de Rãdhã-Krsna ou
c

sabãre sammãna kari' balilã vacana 13 t â Í U a m : ) a s e a o r


Não ^ ' ' ° ' ' d á T a s com bastante carinho e m sua própria casa.
todos os habitantes de Navadvipa;
nava-dvípa-vãsl— ãdi—primeiramente; y"*^ que P r e c i s e m o s
abrir diferentes centros em todo o m u n d o . Todo aquele
todos; bhakta-gana—devotos; sabãre—a todos eles; sammãna—respeito; Djj j e ( a(
lnteress
a r pelo movimento para a consciência de Krsna poderá instalar
mostrando; balilã— disse; wjcana—estas palavras. cantanj ^ S
' °' ° " C 3 S a e S 5 e n t a c a o
superior, adorar a s Deidades regularmente,
0
o mahã-mantra e discutindo o Bhagavad-gitã e o èrímad-Bhãgavatam. Real-

TRADUÇÃO-O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu prestou f«peitosj1 w J J


o- não e n s i r ,
a m o s em nossas aulas como fazer essas coisas. Aqueles que ainda
S e

^rvtem preparados para viverem n u m templo ou submeterem-se aos


devotos presentes de Navadvipa e outras aldeias, falando-lhes o se»
260 Sri Caitanya-caritãmrta M a
dhy . i ^ c
i 0 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 261
a u j Verso J»'

estritos princípios regulativos do templo — especialmente chefes de famíha saba" wdífya dii/a" prabhu ca/ife fcai/a mana
haridãsa kãndi' kahe karuna vacana
vivem com esposa e filhos — podem inaugurar um centro em casa, instal ,d ar

a Deidade, adorando o Senhor de manhã e à noite, cantando Hare Krsria ri° HMÍ vidãya diyã— pedindo a todos que voltassem para casa; prabhu—o Senhor;
e

cutindo o Bhagavad-gitã e o Srimad-Bhãgavatam. Qualquer pessoa pode fazer j , ^ fl-ir; kaila—decidiu; mana—a mente; hari-dãsa kãndi'—Haridãsa Thãkura co-
em casa sem dificuldade, e Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a todos os devotos meçou a chorar; kahe—diz; karuna—comovedoras; vacana—palavras.
ali presentes que assim o fizessem.
TRADUÇÃO—Após pedir a todos os devotos que voltassem para casa, o Senhor
VERSO 191 decidiu ir para Jagannãtha Puri. Nessa altura, Haridãsa Thãkura começou a chorar
31
e a fal algumas palavras comovedoras.
«rfosi c»a ftntsw ^raca t s s 1
VERSO 194
jtot uc»n «rtf5r cstara fôa « N i h «
ãWfrcsi jjrca ijfii, csjt? g?1%iiti i
õ)'na deha nilãcale kariye gamana
madhye madhye ãsi' tomãya diba daraéana afarac*! afère cara atrais «t^fe n Í S S n
ãjiiã deha—daipermissão; nilãcale—a Jagannãtha Puri; kariye— faço; gamana-indo;
nilãcale yãbe tumi, mora kon gati
madhye madhye—às vezes; «si '—vindo aqui; tomãya—a todos vós; diba—darei;
nilãcale yãite mora nãhika éakati
da raéana—audiência.
nilãcale yãbe tumi—irás para Jagannãtha Puri; mora—meu; kon—qual; gati—
destino; nilãcale—a Jagannãtha Puri; yãite—de ir; mora—minha; nãhika—não há;
éakati—força.
TRADUÇÃO—Após dar esta instrução aos devotos, o Senhor pediu-lhes perrnissào
para ir a Jagannãtha Puri. Garantiu-lhes que viria ali de tempos em tempos e
encontrar-Se-ia com eles repetidas vezes. TRADUÇÃO—Haridãsa T h ã k u r a disse: "Está b e m que estejas indo para
Jagannãtha Puri. Mas, qual será o meu destino? Não sou qualificado para ir a
Jagannãtha P u r i . "
VERSO 192
SIGNIFICADO—Apesar de ter nascido em família muçulmana, Srila Haridãsa
<jp afir ilWCü *?a«. itfàwil i Thãkura era aceito como u m brãhmana devidamente iniciado. Sendo assim, tinha
todo o direito de entrar no templo de Jagannãtha Puri, mas, como certas regras
fàwra itTm aait» afàíPl ii Í S Í . II e regulações estipulavam que apenas brãhmanas, ksatriyas, vaiéyas e suaVas
(membros do sistema varnãérama-dharma) podiam entrar n o templo, Haridãsa
efa bali' sabãkãre isat hãsinã
Ihakura, por sua grande humildade, não queria violar as regras existentes. Portan-
vidãya karilã prabhu sammãna karinã
to, disse que não tinha qualificação para entrar no templo e frisou que, se o Senhor
eta isto; sabãkãre—a todos os
bali'—dizendo devotos; isat hãsinã—sorrindo »fl Caitanya Mahâprabh u vivesse dentro do templo, n ã o lhe seria possível vê-lO
gamente; vidãya /cari/a-despediu-Se deles; prabhu-o Senhor; sammãna kann -
orrna alguma. Mais tarde, quando foi para Jagannãtha Puri, Haridãsa Thãkura
mostrando todo o respeito. v
'veu fora do templo, à beira-mar. Há pouco tempo, naquele local, foi erigido
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, prestando Seus devidos respeitos a todos os monastério, conhecido como Siddha-bakula Matha. O povo vai lá visitar o
tos e sorrindo meigamente, Sri Caitanya Mahãprabhu despediu-Se deles- « o d e Haridãsa Thãkura.

VERSO 193 VERSO 195

aal forra fàsl « f f sfèiFs ca**i i afcp nas catara ai tra <fa*t» i
a f à a t » ^ t f a » ' a c ç TO"I 35» II iS>* II c^are urâa * ü f * r è # t a » 11 >s><? II
262 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 263
Verso 201

muni adhama tomara nã pãba daraéana tabe ta' acãrya kahe vinaya karinã
kemate dhariba ei pãpistha jivana dina dui-cãri raha krpã ta' karinã
muni—eu; adhama—o mais baixo dos homens; tomara—Tua; nã—não; pgfa j - _ d e p o i s disso; to'—decerto; acãrya kahe— Advaita Acãrya diz; vinaya karinã—
(

obterei; daraéana—visão; kemate—como; dhariba—manterei; ei—esta; pãpisf},^ t a n d o todo o respeito; diria dui-cãri—dois ou quatro dias mais; raha—por favor,
pecaminosa; jlvana—vida. ^ r n a n e c e ; Arpa—misericórdia; to'—decerto; karinã— mostrando.

T R A D U Ç Ã O — " P o r ser o mais baixo entre os homens, não serei capaz de ver-T t nuÇÀO— Depois disso, Advaita Acãrya respeitosamente solicitou ao Senhor
Como manterei minha vida pecaminosa?" Caitanya Mahãprabhu que Lhe mostrasse Sua misericórdia, permanecendo em
Soa casa dois ou quatro dias mais.
VERSO 196
VERSO 199
- a ç TO ajíà caa> aaa«i i
cstata escarra cata artf»i n aa i i «tretcaa atan *^»1 aca l
afàil «cas-ífca, «1 c a a t a » n i a » II
prabhu kahe,—kara tumi dainya samvarana
tomara dainyete mora vyãkula haya mana ãcãryera vãkya prabhu nã kare lahghana
prabhu kahe—o Senhor replicou; kara—faze; tumi—tu; dainya— humildade; rahilã advaita-grhe, nã kaila gamana
samvarana—contendo; tomara—tua; dainyete—por humildade; mora—Minha; ãcãryera vãkya—as palavras de Sri Advaita Acãrya; prabhu—o Senhor; nã kare
vyãkula—perturbada; haya—fica; mana—a mente. lahghana—não nega; rahilã— permaneceu; advaita-grhe—na casa de Advaita Acãrya;
nã kaila gamana—não foi imediatamente.
TRADUÇÃO—O Senhor replicou a Haridãsa Thãkura: "Por favor, contém tua hu-
mildade. Minha mente se perturba só de ver tua h u m i l d a d e . " TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u nunca contrariava os pedidos de
Advaita Acãrya; portanto, permaneceu em Sua casa, não partindo imediatamente
para Jagannãtha Puri.
VERSO 197 VERSO 200
estai »rtfà' »itatca * f a a fará»» i
w r p à s c a i «irerê, «tft, « a f , i a i
c<m*ri-«r4»i ata «rtfà Sl*ta«carea i >si i
« í f ò f à » a t a «treía" aal-acaiewa II n
tomã lãgi' jagannãthe kariba nivedana ãnandita haila acãrya, éaci, bhakta, saba
tomã-lahã yãba ãmi érí-purusottama prati-dina kare acãrya mahã-mahotsava
tomã lãgi'—em teu nome; jagannãthe—ao Senhor Jagannãtha; kariba-í^ ãnandita haila—ficaram satisfeitos; acãrya—Advaita Acãrya; sacf—mãe Sacidevi;
nivedana—pedido; tomã-lahã—\ev ando-te; yãba—irei; ãmi—Eu; érí-purusowrnar-Ç** j"*™~os devotos; saba—todos; prati-dina—cada dia; kare—faz; acãrya—Advaita
Ac4r

Jagannãtha Puri. y a ; rabí-ma/M-uísapa-grande festival.

TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu garantiu a Haridãsa Thãkurai q«| ^^ U ( A o :


' ~ ' o « com muita alegria q u e Advaita Acãrya, mãe Saci e todos os d e -
faria um pedido ante o Senhor Jagannãtha e que, com certeza, levá-lo-'» receberam a decisão do Senhor Caitanya. Advaita Acãrya celebrava cada
c

para Jagannãtha Puri. °m um grande festival.

VERSO 198 VERSO 201

'sca w «irerê a t a fasa vfMM i faca aro-TOi-aa <5a**M-acw I


fàa sfè-atfà a a a-fl asfiMW«II arca aai-acateaa a ^ a t í a - a c * n vi II
Sri CãiUnyi-cãritimrta Madhya-lu, O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 265
264 Ver*» 206

dine krsna-kathã-rosa bhakta-gana-sahge estão ocupados em pregar em todo o m u n d o , e promover um festival em


U
rãtre mahã-mahotsava sahkírtana-rahge 4 * distribuindo prasãda e conversando sobre Krsna durante o dia e realizando
<

dine—durante o dia; krsru-kathl-msa—conversas sobre Krsna; bhakta-gana-sano c* gregacional por pelo menos três horas à noite. Em todos os centros do
5 3 ,
con
C â n t

com os devotos; rãtre—à noite; mahã-maha-utsava—um grande festival; sarifcrJ, ~~ ° ento para a consciência de Krsna, deve-se adotar este procedimento. Assim,
t n o V

range—quanto ao canto congregacional. ^ y a r ã o sahkírtana-yajha diariamente. No Srimad-Bhãgavatam (11.5.32), a rea-


a z
e l C S
"o diária de sahklrtana-yajha é recomendada para esta era (yajhaih sahklrtana-
T R A D U Ç A O — D u r a n t e o dia, os devotos discutiam assuntos relacionados a Krsna ^Lfár yajanti hi sumedhasah). Deve-se adorar o Senhor Caitanya Mahãprabhu e
Lfluatro associados, o Panca-tattva, distribuindo prasãda e cantando congre-
e, à noite, havia u m grande festival d e canto congregacional na casa de Advaita
onalmente. De fato, tal yajna, ou sacrifício, é o mais recomendado para esta
Acãrya. ^ ° A \ Kali- Nesta era, não é possível realizar outros yajhas, porém, pode-se exe-
e

cutar este yajha em qualquer lugar sem dificuldade.


VERSO 202

«rtafas «4>1 «tft aor» *i» i VERSO 204


' T C * c e m » *r.a « l * * ! 11 I «tfla « * t c v efrV *fss»*i i
ãnandita hanã éaci karena randhana cmw* TOÍ<ÍPI ^ « f CTO» fàsrgt n v s II
sukhe bhojana kare prabhu lahã bhakta-gana
ãnandita hahã—estando satisfeita; sacf—mãe Saci; karena—faz; r a n d h a m - éacíra ãnanda bãde dekhi' putra-mukha
cozinhando; sukhe—com alegria; bhojana—comendo; kare— faz; prabhu—Senhor bhojana karãhã pürna kaila nija-sukha
Caitanya Mahãprabhu; Zaruf—acompanhado por; bhakta-gana—todos os devotos. éacíra—de Sacimãtã; ãnanda bãde—o prazer aumenta; dekhi'—vendo; pufra-
mukha—o rosto de seu filho; bhojana karãhã— alimentando; pürna—plena; kaila—
T R A D U Ç Ã O — M ã e Saci cozinhava com grande prazer, e ári Caitanya Mahãprabhu, fazia; nija-sukha—sua própria felicidade.
juntamente com os devotos, aceitava a prasãda com muita satisfação.
TRADUÇÃO—A medida que mãe Saci via o rosto d e seu filho e O alimentava,
VERSO 203 sua própria felicidade aumentava e deveras alcançava a plenitude.

VERSO 205
ITOI w i «m« w n r f i r c » n » lífore «èvs-^ca w t « i fãci i
ãcãryera éraddhã-bhakti-grha-sampada-dhane afàwrt areafà» sçf-^ççc*i II K°o II
sakala saphala haila prabhura ãrãdhane ei-mata advaita-grhe bhakta-gana mile
ãcãryera—de Advaita Acãrya; éraddhã—té; bhakti—devoção; grha—lar; sampaat- vahcilã kataka-dina mahã-kutühale
opulência; dhane—a riqueza; sakala—tudo; saphala—exitoso; haila—tomou-se a-mate—dessa maneira; advaita-grhe—na casa de Advaita Acãrya; bhakta-gana—
prabhura—ao Senhor Caitanya Mahãprabhu; ãrãdhane—na adoração. °dos os devotos; mile—reunem-se; vahcilã— passaram; kataka-dina—alguns dias;
"ubá-kutühale—em clima imensamente festivo.
T R A D U Ç A O — D e s s a maneira, todas as opulências de Advaita Acãrya — Sua ft>
devoção, lar, riquezas e tudo o mais — foram exitosamente utilizadas na ad l ^ t t o - D e s s a maneira, todos os devotos encontraram-se na casa de Advaita
ção ao Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u . ^ y a e passaram alguns dias juntos, em clima imensamente festivo.

SIGNIFICADO—Por ter acolhido o Senhor Caitanya Mahãprabhu e Seus devo»* VERSO 206
e ter realizado um festival diário em Seu lar, Advaita Acãrya estabeleceu «ira fã» «^«fre »H v&nw i
pio ideal para todos os devotos casados. Se alguém tem os devidos recursos
riqueza, deve, de quando em quando, convidar os devotos do Senhor Cai' f»Sr-f»W-<t« jrr.3 5 ^ itjrç» n II
Sri Caitanya-caritãmrta O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 267
266 Madhya-ul, (
Verso 212

ira dina prabhu kahe saba bhakta-gane u«*. stfàwa «ttsrt fwn «j^aca i
nija-nija-grhe sabe karaha gamane watt «caiu ana' af"t»t saca n i
ãra dina—no dia seguinte; prabhu—o Senhor; kahe—diz; suba—todos; bhaktg
gane—aos devotos; nija-nija-grhe—a vossos respectivos lares; sabe—todos; karaha- nityãnanda-gosãhi, pandita jagadananda
fazei; gamane—retomo. dãmodara pandita, ãra datta mukunda
TRADUÇÃO—No dia seguinte, o Senhor Caitanya Mahãprabhu pediu a todos 05 ei cãri-jana acãrya dila prabhu sane
devotos que voltassem para seus respectivos lares. jananl prabodha kari' vandila carane
nityãnartda gosãni—Senhor Nityãnanda Prabhu; pandita jagadananda—Jagada-
VERSO 207 nanda Pandita; dãmodara pandita—Dãmodara Pandita; ãra datta mukunda—e Mukun-
da Datta; ei cãri-jana—essas quatro pessoas; acãrya—Advaita Acãrya; dila—deu;
ac* fitai aa aca a»a»svàTía i prabhu sane—com Sri Caitanya Mahãprabhu; jananl— mãe Saci; prabodha kari'—
*t?raf*t «nal-tcw afea ta»ia 11 vi a apaziguando; vandila carane—ofereceu orações a seus pés de lótus.

ghare giyã kara sabe krsna-sahktrtana TRADUÇÃO—Sri Advaita Acãrya enviou quatro pessoas — Nityãnanda Gosãni,
punaravi ãmã-sahge ha-ibe milana Jagadananda Pandita, Dãmodara Pandita e M u k u n d a Datta — como acompa-
ghare giyã— voltando ao lar; kara—fazei; sabe—todos; krsna-sahkírtana—canto con- nhantes do Senhor. Após apaziguar Sua mãe, Sacimãtã, Sri Caitanya Mahã-
gregacional do mahã-mantra; punarapi— novamente; ãmã-sahge—comigo; na-ile- prabhu ofereceu orações a seus pés de lótus.
h a verá; müana—encontro.
VERSO 211
TRADUÇAO—Sri Caitanya Mahãprahbu também pediu-lhes que cantassem con-
gregacionalmente o santo nome do Senhor em seus lares, garantindo-lhes que tftca <*afàn ana' afàn asa i
eles seriam capazes de encontrá-lO novamente.
*ai ifçtcaa aca jpw I *.Í> n
VERSO 208 tãnre pradaksina kari' karilã gamana
ethã ãcãryera ghare ufhila krandana
aaj, ai eataai asfãca ftatra t a » i tãnre—mãe Saci; pradaksina kari'—circum-ambulando; karilã—fez; gamana—indo;
a^i ai «ttfaa «itfâ afâca Marota«*.«w- II ethã—lá; ãcãryera—de Advaita Acãrya; ghare—na casa; uthila—surgiu;
krandana—clamor.
kabhu vã tomara karibe nllãdri gamana
kabhu vã ãsiba ãmi karite gahgã-snãna TRADUÇÃO—Tendo providenciado tudo, o Senhor Caitanya Mahãprabhu circum-
kabhu—às vezes; vã— ou; tomara—vós; karibe—fareis; nllãdri—a Jagannãtha Purt 'rnbulou Sua mãe, partindo, então, para Jagannãtha P u n . Na casa de Advaita
1
gamana—indo; kabhu—outras vezes; vã—ou; ãsiba—virei; ãmi—Eu; karite—tv** carya, surgiu um clamor tumultuoso.
gahgã-snãna—banho no Ganges.
VERSO 212
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse-lhes: "Às vezes, vireis a Jagaruüth*
fàact»* a<n»i %s tfàwi i
Puri, e, outras vezes, Eu virei banhar-Me no G a n g e s . "
a»tpàrc<5 asfiar/5 «rirró *part«. rf»ml n u
nirapeksa hahã prabhu éighra calilã
VERSOS 209—210 nintnrir kãndite kãndite acãrya paécãt calilã
Í l l d Í f e r e n t e ; mf>a nc

Iwta-fKMtatfip, * T R R » ? a « i caii^7 ~ ando; prabhu—o Senhor; éighra—bem rapidamen-


PBSctff . , Sandhe kãndite—chorando sem parar; acãrya—Advaita Acãrya;
O I ;

atcatua t f o s , «na as gajai II » '-atras; ca/,7á-f i. 0


268 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya \-\ O Senhor Caitanya n a casa de Advaita Acãrya 269
Ve r » o 21*
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu ficou inabalável. Partiu r a p i d arn •o—ári Caitanya M a h ã p r a b h u disse: " P o r favor, apazigua Minha mãe
Advaita Acãrya O seguiu a chorar. TRA" devotos. Se ficares perturbado, ninguém será capaz de continuar a
e todOS108
e»s tir
VERSO 2 1 5
SIGNIFICADO—Como Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura explica, a D I
nirapeksa significa não se deixar abalar por nada material e permanecer fixo i
j r s afài' « ç < s T c a a t a ' artfJaw» i
s
serviço ao Senhor. Sri Caitanya Mahãprabhu não ligou muito para o grand ^
multo e clamor na casa de Advaita Acãrya, ouvido quando de Sua partida * ^ tâsjfài a f à a l c a * w » 11 n
3
Jagannãtha Puri. Talvez moralistas mundanos critiquem Sri Caitanya Mahãpr'íl'
de ser muito cruel, mas, o Senhor não ligava para tais críticas. Como o precent " eta bali' prabhu tãnre kari' ãlingana
mundial deste movimento para a consciência de Krsna, Ele mostrou qu " nivrtti kariyã kaila svaechanda gamana
e U m

pessoa seriamente ocupada em consciência de Krsna não deve se deixar abai ^ jali"—dizendo isto; prabhu—o Senhor; tãnre—a Ele; kari'—fazendo; ãlingana—
pela afeição mundana. É melhor dedicar-se a prestar serviço ao Senhor e tomar se abraçando; nivrtti—impedimento; kariyã— fazendo; kaila—fez; svaechanda—sem an-
indiferente a objetivos materiais. Externamente, todos são apegados às coisas ma siedade; gamana—indo em direção a Jagannãtha Puri.
feriais, mas, quem se deixa envolver por tais coisas não pode avançar em conscién-
cia de Krsna. Portanto, os devotos ocupados em consciência de Krsna não devem TRADUÇÃO—Dizendo isto, Sri Caitanya Mahãprabhu abraçou Advaita Acãrya
ligar para a dita moralidade do m u n d o material se tal moralidade for contrária e impediu-O de continuar a segui-lO. Então, sem ansiedade, prosseguiu para
ao serviço ao Senhor. Como o Senhor Caitanya Mahãprabhu mostrou pessoalmen- jagannãtha Puri.
te, quem não é neutro não pode praticar a consciência de Krsna adequadamente
VERSO 2 1 6
VERSO 213
Msrftca-sta aç i
a « 3* ftfíTi « t ^ a f â ' C«lf? I frJftfà çfàprt « f f ç a s c e N - t c a n o * II
«rtstrê «KatfV TO íag fàè ate II II gahga-tlre-tlre prabhu cãri-jana-sãthe
kata dura giyã prabhu kari' yoda hãta
nllãdri calilã prabhu chatrabhoga-pathe
ãcãrye prabodhi' kahe kichu mista vãta
gangã-tlre-tlre—ãs margens do Ganges; prabhu—o Senhor; cãri-jana-sãthe—com
depois de ir por alguma distância; prabhu—o Senhor; toin'-fa-
kata dura giyã—
as outras quatro pessoas; nllãdri—para Jagannãtha Puri; calilã— prosseguiu;
prabhu—o Senhor; chatra-bhoga-pathe—no caminho de Chatrabhoga.
zendo; yoda hãta—mãos postas; ãcãrye— Advaita Acárya; prabodhi'—apaziguando;
kahe—diz; kichu—algo; mista vãta—doces palavras.
TRADUÇÃO—O Senhor, com as outras quatro pessoas, seguiu ao longo das
TRADUÇÃO—Depois de acompanhar Sri Caitanya Mahãprabhu por alguma dis- margens do Ganges, através do caminho de Chatrabhoga, em direção a Nilãdri,
Jagannãtha Puri.
tância, Advaita Acãrya ouviu um pedido de Sri Caitanya Mahãprabhu, que, com
mãos postas, falou-Lhe as seguintes doces palavras.
SIGNIFICADO—A estação chamada Magrãhãta encontra-se n o setor sul da linha
e a

VERSO 214 " oriental, no distrito de vinte e quatro parganãs. Se alguém toma o rumo
sudeste daquela estação por cerca de vinte e três quilômetros, chega a um local
s r a f t cüfcaifã' aja « a ? a a t a í » i g a m a d o Jayanagara. A aldeia chamada Chatrabhoga fica a cerca de dez quilô-
<jfà a * a cacsf ateai m a f a ç a « T M II « •r os ao sul desta estação de Jayanagara. Às vezes, esta aldeia é chamada de
v • Nesta aldeia, há u m a Deidade do Senhor Siva conhecida como
jananl prabodhi' kara bhakta samãdhãna
fç^A^^^afha. Anualmente, durante os meses de março e abril, celebra-se ali um
tumi vyagra haile kãro nã rahibe prãna c o n
m
l j J ' h e c i d o como Nandã-melã. Atualmente, o Ganges não flui por aque-
e A
jananl prabodhi'—apaziguando a mãe; kara—faze; sainãdM "
bhakta—devotos;
d °" Na mesma linha férrea, há outra estação, conhecida como Bãruipura, perto
a
providências; fumi—Tu; vyagra haile—se ficares perturbado; torro—de ninguém
HUal encontra-se outro local, chamado Àtisãrã. Outrora, esta aldeia também
nã rahibe—não permanecerá; prãna—a vida.
270 Sri Caitanya-caritàmrta O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 271
219
Ver*»
encontrava-se às margens do Ganges. Pode-se ir desta aldeia par
para Varãha-nagara, ao norte de Calcutá. Naqueles dias, o Gan ^'^«dn VERSO 219
sul de Calcutá através do Kãü-ghãta, que ainda é conhecido corncf ^"^Par»,,
partir de Báruipura, o Ganges ramificava-se e fluía através doportou*'' S s ^ - ^ t f - f C » at? «M I
>lan ,
perto da estação policial de Mathurãpura. Note-se que Sri Caitanv M ^ * <
atlã r FCSIRPÍLRSIYS TO F W T J I 11 n
passou por todos esses locais a caminho de Jagannãtha Puri ' P abh t
iri-rüpa-raghunãlha-pade yãra ãéa
caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
VERSO 217
-Srila Rüpa Gosvãmi; raghu-nãtha—SrUa Raghunãtha dãsa Gosvãmi;
4
_!?**Z*oés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro cha-
C5«9»WW 4 r f 3 «tílffà-im» I
^^Uanya-caritamrta; kahe-descreve; kr$na-dãsa—Sríla Krsnadãsa Kavirãja
fàwtfà i f % n : í » « r n - ^ i T a » 11 H Cosvaml.
'caitanya-mangale' prabhura nilãdri-gamana
TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
vistãri varniyãchena dãsa-vrndãvana
tetnpre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
caitanya-mangale—no livro chamado Caitanya-mangala; prabhura—do Senhor
guindo seus passos.
nilãdri-gamana—ida para Jagannãtha Puri; vistãri—elaborando; mrniuichom-
descreve; dãsa-vrndãvana—Vrndãvana dãsa Thãkura. Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
Madhya-Dlá, Terceiro Capítulo, descrevendo a estada do Senhor Caitanya Mahãprabhu
TRADUÇÃO—Em seu livro conhecido como Caitanya-mangala ICaitami mana de Advaita Acãrya, Sua aceitação da ordem de sannyãsa e participação em festi-
bhãgavata], Vrndãvana dãsa Thãkura descreve os detalhes da viagem do Senhor vã diários na casa de Advaita Acãrya, cantando congregacionalmente o santo nome do
para Jagannãtha Puri. Senhor e banqueteando com todos os devotos.

SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura afirma que, ao através»


a Bengala, Sri Caitanya Mahãprabhu passou por Ãtisàrã-grãma, Varãha-grínw
e Chatrabhoga. Alcançou, então, a província de Orissa, passando dai por Prayte
ghãfa, Suvarnarekhã, Remunã, Yãjapura, Vaitarani, Dasãsvamedha-ghiu
Kataka, Mahãnadi, Bhuvanesvara (onde há um grande lago conhecido com
Bindu-sarovara), Kamalapura e Ãthãranãlâ. Dessa maneira, passando por todo»
estes e outros locais, Ele chegou a Jagannãtha Puri.

VERSO 218
a
«rcas-ítc»; « j ç a fàstt*. a » w » i
«tfèc? f i m o t Í T C ? TOrçaPHC II O V - «

advaita-grhe prabhura vilãsa éune yei jana


<t
acire milaye tãhre krsna-prema-dhana v tVs*~
advaita-grhe-na casa de Advaita Acãrya; prabhura-do Sentt^ ^ ^
passatempos; éune—ouve; yei—aquela que; jana—pessoa; acire ^
milaye—encontra; tãhre—ela; krsna-prema-dhana—as riquezas do am
J,!
de Ad> '
TRADUÇÃO—Quem ouvir falar das atividades do Senhor na casa^ ^ ^
Acãrya com certeza alcançará dentro em breve as riquezas do a
CAPÍTULO QUATRO

O serviço devocional de Sn Màdhavendra Puri

seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thãkura dá o seguinte resumo


^Quarto Capítulo. Ao passar pelo caminho de Chatrabhoga e vir a
^Hhainantresvara, Sri Caitanya Mahãprabhu alcançou a fronteira de Orissa.
F
p 5 u caminho, Ele gozou de bem-aventurança transcendental, cantando e
e

dindo doações em diversas aldeias. Dessa maneira, chegou à célebre aldeia de


Remunã, onde há u m a Deidade de Gopinãtha. Ali, narrou a história de
Màdhavendra Puri, conforme ouvira de Seu mestre espiritual, lavara Puri. A nar-
ração é a seguinte.
Certa noite, estando em Govardhana, Màdhavendra Puri sonhou que a Deida-
de de Gopãla encontrava-Se na floresta. Na manhã seguinte, convidou seus
amigos da vizinhança para acompanhá-lo na escavação na floresta à procura da
Deidade. Então, estabeleceu a Deidade de Sri Gopâlaji no topo da Colina de Go-
vardhana com grande pompa. Adorou-se Gopãla, e observou-se o festival de
Annaküfa. Em toda parte soube-se deste festival e muitas pessoas das aldeias
vizinhas vieram participar dele.
Noutra noite, a Deidade de Gopãla novamente apareceu a Mãdhavendra Puri
num sonho, pedindo-lhe que fosse a Jagannãtha Puri em busca de alguma polpa
de sândalo e untasse com ela o corpo da Deidade. Tendo recebido esta ordem,
Màdhavendra Puri partiu imediatamente para Orissa. Viajando através da Ben-
gala, chegou à aldeia de Remunã, onde recebeu um pote de leite condensado
(ksíra) oferecido à Deidade d e Gopinãthaji. Gopinãtha roubara este pote de leite
condensado e o dera a Mãdhavendra Puri. Desde então, a Deidade de Gopinãtha
ficou conhecida como Ksira-corã-gopinãtha, a Deidade que roubou o pote de leite
condensado. Após chegar a Jagannãtha Puri, Mãdhavendra Puri recebeu perrnis-
0
j * do rei para levar u m a mana d e sândalo e 225 gramas d e cânfora. Com o auxí-
e dois homens, ele trouxe estas coisas para Remunã. Uma vez mais viu em
0
k que Gopãla, na Colina de Govardhana, desejava que se transformasse aque-
^ mesmo sândalo em pasta, se misturasse esta pasta com cânfora e se untasse
^ TXi de Gopinãthaji. Compreendendo que isto satisfaria a Deidade de Gopãla
0Var
py^ d h a n a , Mãdhavendra Puri cumpriu a ordem e regressou a Jagannãtha

tan a
e a o u > ' ^ ' Mahãprabhu narrou esta história ao Senhor Nityãnanda Prabhu
S C e v o t o s e u v
Ao recit° * l ° o u o serviço devocional p u r o de Mãdhavendra Puri.
M a u n s v e r
Porém ^^ s o s compostos por Mãdhavendra Puri, entrou em êxtase.
1 m u t a s
*k Prasí^ ^° * pessoas reunidas à Sua volta, conteve-Se e comeu um pouco
6 0 2
Parti rm u a ^ doce. Assim Ele passou aquela noite, e, na manhã seguinte,
0v
a m e n t e para Jagannãtha Puri.
274 Sri Caitanya-caritãmrta M a d
hya-m O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 275
í >

VERSO 1 nUÇÃO—Todas as glórias ao Senhor Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias


Tl
^fvãnanda Prabhu! Todas as g l ó r i a 9 a Advaita Prabhu! E todas as glór
glórias a
Kiiiyâna""» • o
j m t n c fio S e n h o r C a i t a n v a t
A 1
' AMOS devotos do Senhor Caitanya!
todos •
c*tt%uas #tac&T*tf«wt*ç«. i VERSOS 3 - 4
8fc#i*íws <33igattlws i a .
ae.csja.fi *° a i a t a » ociNtfãi H > n
a f a c e t a « § f 5 i í - í i ç 3 fãt«a*» n -o w
yasmai dãtum corayan kslra-bhãndam
goplnãthah k$Ira<ortbhidho 'bhüt 4 aa êTtàl aiç«j « i a ^ima |
ért-gopãlah prãdurãsld vaéah san f a a r t a ' a f ã a i c ç » S s a ^«fa H « II
yat-premnã tarh mãdhavendram nato 'smi
yasmai—a quem; dãtum—para entegrar; corayan—roubando; kslra-bhãndam—o po- nilãdri-gamana, jagannãtha-daraéana
te de arroz doce; goplnãthah—Gopinãtha; ksira-corã— ladrão de um pote de arroz sãrvabhauma bhaUãcãrya-prabhura milana
doce; abhidhah—célebre; abhüt—tornou-Se; ért-gopãlah—Deidade de Sri Gopãla;
prãdur-ãsll—apareceu; pasaJi—cativado; san—estando; yat-premnã—por seu amor; e saba lilã prabhura dasa vrndãvana
fam—a ele; mãdhavendram—Mãdhavendra Puri, que pertencia à Madhva- vistãri' kariyãchena uttama varnana
sampradãya; nafafi asmi—ofereço minhas respeitosas reverências. nilãdri-gamana—indo a Jagannãtha Puri; jagannãtha-daraéana—visitando o templo
do Senhor Jagannãtha; sãrvabhauma bhattãcãrya—com Sãrvabhauma Bhattãcãrya;
TRADUÇÃO—Ofereço minhas respeitosas reverências a Mãdhavendra Puri, o qual prabhura—do Senhor; milana—encontro; e saba—todos estes; lilã— passatempos;
ganhou um pote de arroz doce roubado por Sri Gopinãtha, que Se tornou céle- prabhura-do Senhor; dãsa vrndãvana—-Vrndãvana dãsa Thãkura; vistãri'—
bre depois disso como ksira-corã. Tendo-Se comprazido com o amor de elaborando; kariyãchena—faz; uttama—ótima; varnana—descrição.
Mãdhavendra Puri, Sri Gopãla, a Deidade em Govardhana, apareceu à vista do
público.
TRADUÇÃO—O Senhor foi a Jagannãtha Puri e visitou o templo d o Senhor
SIGNIFICADO—Bhaktivinoda Thãkura comenta que esta Deidade de Gopãla fora Jagannãtha. Além disto, encontrou-Se com Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Vrndãvana
instalada originalmente por Vajra, o neto de Krsna. Mãdhavendra Puri redesco- dãsa Thãkura narra mui pormenorizadamente todos estes passatempos em seu
briu Gopãla e estabeleceu-O em rima da Colina de Govardhana. Esta Deidade livro Caitanya-bhãgavata.
de Gopãla encontra-Se ainda em Nãthadvãra, estando sob a administração de
descendentes de Vallabhãcãrya. A adoração à Deidade é muito luxuosa, e quem VERSO 5
vai lá pode adquirir variedades de prasãda, pagando um preço módico.
aacsr fsjfça a«fa c s s a - l ã a i ? i
VERSO 2 ^ l a s r e i a - s j c a « a c ^ a i r a II Q n

sahaje vicitra madhura caitanya-vihãra


, . vrndãvana-dãsa-mukhe amrtera dhãra
e n a t
S j^ ' ~ u r a l m e n t e ;
en vicitra—maravilhosas; madhura—doces; caitanya—do
1

jaya jaya gauracandra jaya nityãnanda Vrnjj? Caitanya Mahãprabhu; vihãra—as atividades; vrndãvana-dãsa—de
v

jayãdvaitacandra jaya gaura-bhakta-vrnda ^ ana dãsa Thãkura; mukhe— da boca; amrtera—de néctar; dhãra—chuva.
jaya jaya gauracandra—todas as glórias a Sri Caitanya Mahãprabhu, F T
RADuçÀn__T A *
nityãnanda—todas as glórias ao Senhor Nityãnanda; jaya advaita-canàra—V> 1
te ~"~ °uas as atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu são naturalmen-
glórias a Advaita Prabhu; jaya gaura-bhakta-vrnda—todas as glórias aos es e
Tliãku, maravilhosas, e, ao serem descritas por Vrndãvana dãsa
do Senhor.
' ^ a m uma chuva de néctar.
276 Sri Caitanya-caritãmrta Madh
-ya-r,i a
O serviço devocional de á r i Mãdhavendra Puri 277

VERSO 6 VERSO 9

«I&JH x$ta »ff ^sfa asma i


W

B« a f ã ' af«l iftT » t f $ " t f e ll S li «ra *trs W R W «i 3?S^ «iiafa n s II


flfaefo faria varnile haya punarukti . ataeva tãnra pãye kari namaskãra
datnbha kari' vami yadi taiche nãhi sakti tãnra pãya aparãdha nã ha-uk ãmãra
ataeva—portanto; tãhã—tais atividades; varnile—se descrevo; haya-^ ataeva-portanto; tãnra pãye—a seus pés de lótus; kari—faço; namaskãra—
punarukti— repetição; dambha kari'—ficando orgulhoso; vami—descrevo; yadi-^. gerências: tan n; pãya—aos pés de lótus de Vrndãvana dãsa Thãkura; aparãdha—
taiche—tal; nãhi—não há; safcfi—poder. ofensa; nã— não; ha-uk—aconteça; ãmãra—minha.

T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , mui humildemente declaro que, como Vrndãvana dia TRADUÇÃO—Sendo assim, presto minhas respeitosas reverências aos pés de lótus
Thãkura já descreveu muito bem estes incidentes, seria muita ostentação de de Vrndãvana dãsa Thãkura. Espero não ofender seus pés de lótus com esta
minha parte repetir a mesma coisa, e isto não seria muito bom. Não estou auto- atitude.
rizado para isso. VERSO 10

VERSO 7
5 f f ã w& IOT f>a«ãl*ii-f^5csi H io H

ífflR*t cm. ^ t i i a raça a_5« II i II ei-mata mahãprabhu calilã nilãcale


cãri bhakta sahge krsna-kirtana-kutühale
caitanya-mangale yãhã karilã varnana ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; calilã—
sütra-rúpe sei lilã kariye sücana prosseguiu; nilãcale—em direção a Jagannãtha Puri; cãri bhakta—quatro devotos;
caitanya-mangale—no livro chamado Caitanya-mangala; yãhã— tudo o que; karik sarige—com; krsna-kirtana—por cantar o santo nome de Krsna; kutühale—com gran-
varnana—tem descrito; sütra-rüve—sob a forma de códigos curtos; sei lilã—os pas- de avidez.
satempos; kariye sücana—apresentarei.
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu prosseguiu em direção a Jagannãtha Puri
T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , apresento em códigos curtos todos os eventos qm com quatro de Seus devotos, e cantou o santo nome do Senhor, o mantra Hare
Vrndãvana dãsa Thãkura já descreveu no Caitanya-mangala [agora conheddo Krsna, com grande avidez.
como Caitanya-bhágavatal.
VERSO 8 VERSO 11
f w i Ufa' víiasfãi' iiia <sm frtai i
^ta ara ifre, cte «l ca*i a«T*> i
«rr*fc». a ç s aia mfa sifRial II Ü II
atfaifspe. afia' «ftãrl aat» II * n
bhiksã lãgi' eka-dina eka grama giyã
fãrira stifre ache, tenha nã kaila varnana ãpane bahuta anna ãnila mãgiyã
a r a a
yathã-kathahcit kari' se lilã kathana . todo| ~P prasãda; eka-dina—em um dia; eka grama—a uma aldeia; giyã—
tãnra—seus; süfre—nos códigos; ache—há; tenha—ele; nã kaila varnana- ° na f
alim ' ' " ' ' ~ P a
J l t e s s o a m e n t e
; bahuta—grande quantidade; anna—de arroz e outros
-
creveu; yathã-kathahcit—algo deles; fcari'—fazendo;se-estes; /f/a"—de passate r nt
o s ; ãnila—trazia; mãgiyã— esmolando.
kathana—narração.
D

orP ^* UÇÃo—Cada dia, Sri Caitanya Mahãprabhu ia pessoalmente a uma aldeia


Va r a n < e
T R A D U Ç Ã O — A l g u n s dos incidentes, porém, ele não descreveu em portou' prasãd ^ * quantidade de arroz e outros cereais para a preparação da
em seus códigos, de modo que tentarei descrevê-los neste livro.
O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 279
278 Sri Cãitanya-cãrítãmrtã Madhya. yerso 1 7
vt>
tãnra pãda-padma nikafa pranãma karite
VERSO 12
tãhra puspa-cüdã padila prabhura mãthãte
*rr,a as as atai faa afia ata i púãa-padma—os pés de lótus de Gopinãtha; nikafa—perto de; pranãma—
'trêndas; ten/c—enquanto prestava; tãhra—Suas; puspa<üdã— turbante de flores;
«1' a^ta ?*ti a>fà' «traari caaatta n n j^^Lcaiu; prabhura—áo Senhor; mãthãte—sobre a cabeça.
pat/ie fwdflbada dânX vighna nãhi kare
oiKÃO—Ouando Sri Caitanya Mahãprabhu prestou Suas reverências aos pés
tã' sabãre krpã kari' ãilã remunãre
Ilótus da Deidade de Gopinãtha, o turbante d e flores sobre a cabeça de
pathe—no caminho; bada bada—grande, grande; ddni—pedágio ou cobrador de
Gopinãma caiu e pousou sobre a cabeça de Caitanya Mahãprabhu.
impostos; vighna—obstáculos; nãhi—não; kare—fazem; fíf' sabãre—a todos eles; krm
tari-mostrando misericórdia; aitá-chegou; remunãrc-à aldeia conhecida como
VERSO 15
Remunã.
£S1 »rf^?i aatstça 'etiafa-s aa i
TRADUÇÃO—Havia muitos rios no caminho, e em cada rio havia um cobrador a«i asi*ls fcwi e\s&\ n i<? II
de impostos. No entanto, eles não impediam o Senhor, e Este mostrava-lhes mi-
cüdã pãhã mahãprabhura ãnandita mana
sericórdia. Finalmente, Ele chegou à aldeia de Remunã.
bahu nrtya-gita kaila lahã bhakta-gana
cüdã pãhã—obtendo o turbante; mahãprabhura—do Senhor Sri Caitanya
SIGNIFICADO—Há uma estação férrea chamada Balesvara, e a aldeia chamada
Mahãprabhu; ãnandita—satisfeita; mana—a mente; bahu—diversas espécies; nrtya-
Remunã fica uns oito quilômetros a oeste desta estação. O templo de
gtta—dançando e cantando; kaila—realizou; lahã— com; bhakta-gana—os devotos.
Ksíra-corã-gopinãtha ainda existe nesta aldeia, e ainda pode-se encontrar dentro
do templo o túmulo samãdhi de Rasikânanda Prabhu, o principal discípulo de
tradução—Ao cair sobre Sua cabeça o turbante da Deidade, Sri Caitanya
Syãmãnanda Gosvãmi. Mahãprabhu ficou muito satisfeito e, assim, cantou e dançou de diversas ma-
neiras com Seus devotos.
VERSO 13

r . a y l i c ^ citrâtaiH *ta»i-r.3iiaa i VERSO 16


« f à p a*fã' fca»i a? s'ia » a * t a n II
« $ a ««ta csfa' ^«sj-ai*!-^*! i
remunãte gopinãtha parama-mohana Tapas a^atl car%rçaa a wt«i 11 IJS 11
bhakti kari' kaila prabhu tãnra daraéana
remuriflfe-naquela aldeia de Remunã; gopinãtha-a Deidade de Gopinãtha; prabhura prabhãva dekhi' prema-rüpa-guna
parama-mohana—muito atrativa; bhakti kari'—com grande devoção; kaüa-t&, vismita ha-ilã gopinãthera dãsa-gana
^Pnbhura—do Senhor; prabhãva—a influência; dekhi'—vendo; prema-rüpa—Sua be-
prabhu—o Senhor; tãhra—dEle; daraéana—visita. , guna— Suas qualidades; vismita ha-ilã— ficaram admirados; gopinãthera—da
e

idade de Gopinãtha; dãsa-gana—os servos.


TRADUÇÃO—A Deidade de Gopinãtha no templo em Remunã era muito atrat^
va. O Senhor Caitanya visitou o templo e prestou-Lhe Suas reverências
^WDUÇÃO—Todos os servos da Deidade encheram-se de admiração diante do
grande devoção. 10 3 , 1 1 0 1 d e á r i C a i t a
Sua!" n y a M a h ã p r a b h u , d e Sua beleza extraordinária e d e
i d a d e s transcendentais.
VERSO 14
VERSO 17

sta *n»*tn faa-S ««lia afar/s i a t a w i i k s i cm 3fça caaa i


sra ^t-^si *tfs<?i «ca aiaics II >8 n cm atra siâi atç asPaPii aa»a ii n
280 Sri Caitanya-caritãmrta O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 281
Madhy - a llU < 22
Ver**

nãnã-rüpe pritye kaila prabhura sevana VERSO 20


sei rãtri tãhãn prabhu karilã vahcana
nãnã-rüpe—de diversas maneiras; pritye— por causa do amor; kaila—feç siw*tfta «rifa' à?t? te* jjfã i
prabhura—do Senhor; sevana—serviço; sei rãtri—naquela noite; fífíiífrj—ali; p bh ra
w^iia «tü tei 'vlscstiJi afã' n v n
Senhor Caitanya Mahãprabhu; karilã—fez; vahcana—passando.
pürve mãdhava-purira lãgi' kslra kaila curi
TRADUÇÃO—Tomados de amor por Sri Caitanya Mahãprabhu, eles serviram-no ataeva nãma haila 'ksira-corã hari'
de muitas maneiras, e, naquela noite, o Senhor hospedou-Se no templo d e
-^—outrora; mãdhava-purira lãgi'—para Mãdhavendra Puri; kslra—arroz do-
7
Gopinãtha. • kaila-te ' curi— roubo; ataeva— por isso; mima—o nome; riaiía—tornou-se; fcsfra-
(
0tihati—o Senhor que roubou um pote de arroz doce.
VERSO 18
TRADUÇÃO—Outrora, a D e i d a d e roubara um pote de arroz doce para
Mãdhavendra Puri; por isso, ficou muito famosa como o Senhor que roubou
Saa^ft %iw areies* aai n >v II o arroz doce.
VERSO 21
mahãprasãda-kslra-lobhe rahilã prabhu tathã
pürve iévara-puri tãhre kahiyãchena kathã
mahã-prasãda—pelos restos de comida; Arsíra—arroz doce; lobhe—em ansiedade;
rahilã— permaneceu; prabhu—o Senhor; tathã— lá; pünv—antes disso; íévam-
puri—levara Puri, Seu mestre espiritual; tãhre—a Ele; kahiyãchena—contara; kathã—a pürve éri-mãdhava-puri ãilã vrndãvana
história. bhramite, bhramite gelã giri govardhana
pOrve—outrora; éri-mãdhava-puri—Srila Mãdhavendra Puri; a"i/<J—veio; vrndã-
vana—a Vrndãvana; bhramite bhramite—enquanto viajava; gelã—íoi; giri
TRADUÇÃO—O Senhor permaneceu lá porque estava muito ansioso de receber govardhana—a colina conhecida como Govardhana.
os restos do arroz doce oferecido à Deidade de Gopinãtha, pois ouvira lavara
Puri, Seu mestre espiritual, narrar o que uma vez acontecera ali. TRADUÇÃO—Certa vez, Sri Mãdhavendra Puri viajou para Vrndãvana, onde deu
com a colina conhecida como Govardhana.

VERSO 19 VERSO 22

••lraa>f<ii ^ u ^ t i ' -sfà* $ f* «ia i caca s)^,—ütfà <sia arfãífàíi-wtií i


• S ^ C * ! a « £FÇ_ C*fe. W « i T O T a ll ií» *rc«i tcs, »tfe iHtvR 11 n 11
'ksira-corã gopinãtha' prasiddha tãhra nãma preme matta,—nãhi tãhra rãtri-dina-jhãna
bhakta-gane kahe prabhu sei ta' ãkhyãna ksane uthe, ksane pade, nãhi sthãnãsthãna
ksira-corã gopinãtha—o Gopinãtha que roubou o pote de arroz doce; prasidd itj,^. """'a—enlouquecido no êxtase de amor por Krsna; nãhi— não havia;
muito famoso; farira nãma—Seu nome; bhakta-gane--a todos os devotos; KfkJT mri
' -dina-jhãna—conhecimento do dia e da noite; ksane—às vezes;
conta; prabhu—o Senhor; sei ta'ãkhyãna—aquela história. "m t y ! " a n t a s e ; k $ a n e
pade—as vezes cai; wfrii— não havia senso; sthdna-asthãna—
31 a
d e q u a d o o u não.

a n
TRADUÇÃO—Aquela Deidade era amplamente conhecida como ^ ^ ^ ° o 0 , D ^ Ç A o - _ M ã d h a v e n d r a Puri andava quase louco em seu êxtase de amor a
gopinãtha, e Caitanya Mahãprabhu contou a Seus devotos a história que t podia' d " ' 0
' 8 a b i a
- ° s e e r a d a o u n o i t e
levantava-se, ora caía a o solo. Não r a

que a Deidade ficasse tão famosa. Sc


r i m i n a r se estava em local a d e q u a d o ou não.
282 Sri Cãitãnya-carítâmrta Madhy O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 283

VERSO 23 VERSO 26

*tf%3jíJii a f ã ' c M t f ã * * f p » « t f f à ' i atitaa caVaca" %fta aa*i ac«ia i


•ata a f ã , f f f « E i i aaiita a f ã ' « v ® n «Hta a^a-atca*] cm csía-ctia n u
sai/a parikramã kari' govinda-kunde ãsi' bãlakera saundarye purira ha-ila santosa
snãna kari, vfksa-tale ache sandhyãya vasi' tãhãra madhura-vãkye gela bhoka-sosa
éaila—a colina; parikramã— circum-ambulação; kari'—terminando; govinda-kunit^. bãlakera—do menino; saundarye— na beleza; purira—de Mãdhavendra Puri; ha-
à margem do Govinda-kunda; íísi'—chegando ali; snãna kari—tomando banho; Ü,_houve; santosa—muita satisfação; tãhãra—dEle; madhura-vãkye— pelas doces pa-
vrksa-tale—à sombra de u m a árvore; ache—está; sandhyãya—à noit ' e ;
lavras; gelo—esqueceu-se; bhoka-éosa—de toda a fome e sede.
oosi '—descansando.

T R A D U Ç Ã O — A p ó s circum-ambular a colina, Mãdhavendra Puri foi ao Govinda- TRADUÇÃO—Ao ver a beleza daquele m e n i n o , Mãdhavendra Puri ficou muito
kunda e tomou seu b a n h o . Então, sentou-se debaixo de uma árvore para faz« satisfeito. Ouvindo Suas doces palavras, esqueceu-se de toda a fome e sede.
seu descanso noturno.

VERSO 27
CMWW-atsia lia Kt-Vtci « W l i *ta1 a c * , - c a "çfa, a i â i c s w a a i a i
<wífã' -wfr/st n f ã ' f a g nfm a t f i a l 11 *8 II c a a c « w t f a w , w t f ã a f ã s t a í a 11 *s n

gopãla-bãlaka eka dugdha-bhãnda lahã puri kahe,—ke tumi, kãhãh tomara vasa
ãsi' ãge dhari' kichu balila hãsiyã ke-mate jãnile, ãmi kari upavãsa
gopãla-bãlaka—vaqueirinho; eka—um; dugdha-bhãnda lahã— trazendo um pote de purlkahe— Mãdhavendra Puri perguntou ao menino; ke tumi—quem és Tu; kãhãh
leite; asi'—vindo; ãge dhari'—mantendo-o em frente; kichu—algo; ba/i/fl-disse; tomara vasa—onde resides; ke-mate— como; jãnile—sabes; ãmi kari upavãsa—estou
hãsiyã—sorrindo. jejuando.

T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o se encontrava sentado debaixo da árvore, um vaqueiri- TRADuçÃo-Mãdhavendra Puri disse: " Q u e m és Tu? O n d e resides? E como
nho desconhecido apareceu ali com um pote de leite, colocou-o perante sabias que estou j e j u a n d o ? "
Mãdhavendra Puri e, sorrindo, falou-lhe o seguinte.
VERSO 28
VERSO 25
atsra a t a , — c l l t « i t f a , ^ a artça a f a i
ijft, aa <çfà *tta i
«itata < S 1 W 5 c a a «1 aca « t a í f t II II
a t f a ' car.» « t f * . 1 T « , f à a i a a « m » I I II
bãlaka kahe, —gopa ãmi, ei grame vasi
puri, ei dugdha lahã kara tumi pana
ífmrfra grãmete keha nã rahe upavãsi
mãgi' kene nãhi khão, kibã kara dhyãna m e n 1
"esta ~° " ° disse; gopa ami—sou um vaqueirinho; ei grame vasi—resido
puri-ó Mãdhavendra Puri; ei dugdha /aruí-pegando este leite; kara qllf. unmvt -
<f
"w>a grãmete—em Minha aldeia; teha—alguém; nã—não; rahe—fica;
bebe-o; mãgi'—mendigando; kene—por que; nãhi—não; khão—comes; ki w l s
* ' - s e m comida.
kara—fazes; dhyãna—meditação.
0 - - 0 m e n i

T R A D U Ç Ã O — " P o r favor, bebe o leite que Eu trouxe. Por que não mendig* 9 aJde^g^ n o replicou: " S e n h o r , sou u m vaqueirinho e resido nesta
• «n Minha aldeia, ninguém j e j u a . "
alimento para comer? Que espécie de meditação estás praticando?
284 Sri Caitanya-cãritàmrta Madhya-ly, , O serviço devocional de Sri Màdhavendra Puri 285
Versou

VERSO 29 VERSO 32

c^s. a l f a ' a t a , c a a gartsta i <&& a f a ' cm\ a t i * a i c»fata «ira i


« l a t ç a s - w w w t f ã faca «' « i t a t a n *s> a a t a a - * | f t a fèc<s ç a i sacara 11 u

keha anna mãgi' khãya, keha dugdhãhãra eta bali' gelã bãlaka nã dekhiye ãra
ayãcaka-jane ãmi diye ta' ãhãra mãdhava-purira citte ha-ila camatkãra
keha—alguém; anna—alimento; mãgi-'—mendigando; khãya—come; keha—alguén,. ^ fc/i'—dizendo isto; gelã— foi; bãlaka—o menino; nã— não; dekhiye—pôde ser
dugdha-ãhãra—bebe leite; ayãcaka-jane—aquele que não mendiga; ãmi—Eu; diy - (
^yo; rfra-mais; mãdhava-purira—de Mãdhavendra Puri; ciffe— na mente; ha-ila—
forneço; fa'—com certeza; ãhãra—alimentos. houve; cama/tóra-espanto.

TRADUÇÃO—"Nesta aldeia, uma pessoa pode mendigar alimentos dos outros e TRADUÇÃO—Dizendo isto, o m e n i n o deixou o local. Na verdade, de repente Ele
assim comer. Algumas pessoas bebem apenas leite, mas, se alguém não pede desapareceu da vista de Mãdhavendra Puri, cujo coração encheu-se de espanto.
comida a ninguém, Eu lhe forneço todos os a l i m e n t o s . "
VERSO 33
VERSO 30
*tta a>fà' « r a Ç J J J I a r f à i i
sr*i r«c« s N « i r.«tsirca c * f a ' cm i ar& c a c a , c a atai* I a : a i «iiaat n a® n
#taa a« fiai « n a f t a t i & i a i ' li ®«n
dugdha pana kari' bhãnda dhuhã rãkhila
/'a/a niíe strí-gana tomãre dekhi' gela bafa dekhe, se bãlaka punah nã ãila
stri-saba dugdha diyã ãmãre pãthãila dugdha-leite; pana kari'—bebendo; bhãnda—o pote; dhuhã— lavando; rãkhila—
jala nite—para trazer água; strí-gana—as mulheres; tomãre— a ti; defchi' ge/u—viram- deixou de lado; bata dekhe—olha para o caminho; se bãlaka—o menino; punah—
te e foram; stri-saba—todas as mulheres; dugdha—leite; dá/fl—dando; ãmâ"re— a Mim; novamente; nã ãila—não voltou.
pa" f hãila—enviaram.
TRADUÇÃO—Após beber o leite, Mãdhavendra Puri lavou o pote e colocou-o de
TRADUÇÃO—"As mulheres que vêm aqui pegar água viram-te. Foram elas que lado. Olhou para o caminho, porém, o menino não voltou mais.
Me forneceram este leite e mandaram que Eu viesse ter contigo."
VERSO 34

VERSO 31 afa' a t a m * | f t , T a * a t f ã aa i
ctaaf&a <san fc^.-aíarffis-ia 11 ®811
ttttaiaa a>fat<5 ufa, «rtfã ara i
«rraata «ufa «ufa <áa <«ia i l a n ®i i vasi' nãma laya puri, nidrã nãhi haya
j^., éesa-rãtre tandrã haila, —bãhya-vrtti-laya
go-dohana karite cãhi, éighra ãmi yãba X^ji ~ s e n t a
d o ali; nãma laya—canta o mahã-mantra Hare Krsna; puri—
ãra-bãra ãsi ãmi ei bhãnda la-iba V e n d r a P u r i ;
ttndri "ura— sono; nãhi haya—não houve; éesa-rãtre—ao final da noite;
go-dohana karite cãhi—quero ordenhar as vacas; áfgh ra—logo; ami yãba—v'^ ^ "~cochüando; haila—houve; bãhya-vrtti—de atividades externas; laya—parada.
ir-Me; ãra-bãra—novamente; ási—regressando; ami— Eu; ei—este; bhãnda—p° '
iba—pegarei de volta.
^ Ç Ã O - M ã d h a v e n d r a Puri não conseguiu dormir. Sentou-se e cantou o
TRADUÇÃO—O menino prosseguiu: "Preciso ir-Me logo para ordenhar as vaca* des e*." 311113 H a
-r e K í 9 n a A o f i n a l d a n o i t e
' cochüou u m pouco, e suas ativida-
, e r n
mas regressarei para pegar este pote de leite." « pararam.
286 Sri Caitãnya-Cãrítâmrta Madhya-
40 O serviço devocional de ári Mãdhavendra Puri 287

VERSO 35
VERSO 38
mi cfW» cm awa a-çça «ufà^i i ai ara' s t t i aaa t t i a i
i«ia
d)a f C» 1 * 1 Cm atCSCS «ífa«ÍJ«1 II «t II aç srr.1 aa §l«tw aW* 11 «v-1
svapne dekhe, sei bãlaka sammukhe ãsihã efca ma(ha kari' tahãh karaha sthãpana
eka kunje lahã gela hãtete dharihã bahu éltala jale kara érf-ahga mãrjana
svapne—num sonho; dekhe—ele viu; sei bãlaka—o mesmíssimo menino fa-üm; matha—templo; ka ri '—construindo; tãhãh—\i; karaha—faze; sthãpana—
sammukhe—em frente; ãsihã—vindo; efaj kunje—em uma das muitas; '"'w—levando! s-gtalação; bahu—bastante; éltala—fria; jale—na água; kara—faze; árl-ahga—Meu
o; gela—foi; ttífefe dharihã— segurando-o pela mão. corpo transcendental; mãrjana—lavando.

TRADUÇÃO—Num sonho, Mãdhavendra Puri viu o mesmíssimo menino. 0 me- TRADUÇAO—"Por favor, constrói um templo em cima daquela colina", prosse-
nino apareceu ante ele e, segurando-lhe a mão, levou-o a uma moita na floresta gníu o menino, "e instala-Me neste templo. Depois disto, lava-Me com bastan-
te água fria para limpar Meu c o r p o . "
VERSO 36
VERSO 39
f» oMM ar.a,- «rffã ^* çcw a* i
%• |É ai«lfil» a*i-?;a *li^ ii «• II aafwa cs tara »ta afa faftvi i
kuhja dekhãhã kahe, —ãmi ei kunje ra-i ata «ufa' atna «rtai afâca caaa n «>s> n
élta-vrsti-vãtãgnite mahã-duhkha pãi bahu-dina tomara patha kari niriksana
kuhja dekhãhã—enquanto mostra-lhe a moita; kahe—Ele diz; ãmi—Eu; ei—esta; kabe ãsi' mãdhava ãmã karibe sevana
kunje—na moita; ro-i—resido; élta-vrsti—sob frio cortante e sob chuva torrenáal; bahu-dina—muitos dias; tomara—de ti; patha—o carninho; kari—faço; niriksana—
ptfía—sob rajadas de vento; agnite—e sob calor abrasador; mahã-duhkha pfi- observando; kabe—quando; ãsi'—vindo; mãdhava—Mãdhavendra Puri; ímã—a
experimento grande dor. Mim; karibe—fará; sevana—serviço.

TRADUÇÃO—O menino mostrou a moita a Mãdhavendra Puri e disse: "Resido


TRADUÇAO—"Faz muitos dias que venho te observando, e tenho Me pergunta-
nesta moita, e por causa disto sofro muito sob o frio intenso, as torrentes de do: 'Quando é q u e Mãdhavendra Puri virá aqui para servir-Me?' "
chuva, os ventos e o calor a b r a s a d o r . "
VERSO 40
VERSO 37

atícaa cita «rifa» «(tal ^t?' ^ « ^ i w cistata c^iaaci afã' caai «ifrata i
•taVSifã i w i ata «miírs n M D »«fsi f»ui fãajffãa aa*i a?ata ii 8» II
tomara prema-vaée kari' sevã ahglkãra
grãmera loka ãni' ãmã kãdha' kuhja haite
i o n a daréana diyã nistãriba sakala samsãra
parvata-upari lahã rãkha bhãla-mate eu; rema va
^ servi-~' P ' ée—estando dominado pelo amor; kari'—fazendo; sevã—
grãmera—da aldeia; loka—o povo; «mi'—trazendo; tfrmf— a Mim; káaha'—ur*i^ a n á r a a c e i t a c
sakala °' ^ ~ ã o ; daréana diyã—dando audiência; nistãriba—libertarei;
haite—desta moita; parvata-upari—em cima da colina; iaria"—levando-Me," to
•~ do; samsdra-o m u n d o material.
mantém-Me; bhãla-mate—mui confortavelmente.
T A D
* UÇAO-"A .
• itide*"
i a t
TRADUÇÃO—"Por favor, traze o povo da aldeia e faze com que Me \ < ^ . ' *ssijr, Aceitei
y teu serviço devido a teu amor extático por Mim. Sendo
iud â a r e c e r e to<

moita. Então, faze com que Me acomodem confortavelmente em cima da c 'ència „ ' ' ' f a s as almas caídas libertar-se-ão por meio de Minha
288 Sri Cãitanya-cãritãmrU M a d l
O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 289
»ya-ini i 4
4
Ver»» *

VERSO 41 VERSO 44

' S c M r t t l ' «1*1 c a f * , - C * n a i í * W I # t I i*ra afi' ca-atia «wfta £ai i


acsra "arfl"», «ufa aai «ifaaral II 8> n •tfaal atia*3ft fàçta afãi n 88 ii
'árí-gopúla' nãma mora,—govardhana-dhãrí eta bali' se-bãlaka antardhãna kaila
vajrtra sthãpita, ãmi ihãh adhikãri jãgiyã mãdhava-puri vicãra karilã
ári-gopãla nãma—o nome Sri Gopãla; mora—Meu; govardhana-dhdri— aquefe^, ^ bali'—dizendo isto; se-bãlaka—aquele mesmo menino; antardhãna kaila—
ergueu a Colina de Govardhana; vajrera—por Vajra, o neto de Krsna; sthtpij^ desapareceu; jãgiyã— despertando; mãdhava-puri— Mãdhavendra Puri; vicãra—
instalado; ãmi—Eu; ihãh—aqui; adhikãri—a autoridade. Kderação; kanla-íez.

TRADUÇÃO—"Meu nome é Gopãla. Fui Eu q u e ergui a Colina de Govardhanj TRADUÇÃO—Após dizer isto, o m e n i n o desapareceu. Então, Mãdhavendra Puri
Fui instalado por Vajra, e a autoridade aqui sou E u . " despertou e começou a meditar sobre seu sonho.

VERSO 42 VERSO 45

fr«fi-s*tfà cara itai fcw <gatii»l I Slaasca cafãs l í * atfà« fcfãra i


casç-^ca caaa cata cti t i w i II 8* II IÍ« afi* csiatcacl lr?n «Jãra II m n
áaila-upari haite ãmã kuhje lukãhã éri-krsnake dekhinu muni nárinu cinite
mleccha-bhaye sevaka mora gela palãhã eta bali' premãveie padilã bhümite
éaila-upari—o topo da colina; haite—de; ãmã—a Mim; kuhje—na moita; luktíá- ért-krfnake dekhinu—vi o Senhor Krsna pessoalmente; muni—eu; nãrinu—fui in-
escondendo; mleccha-bhaye—por temor aos maometanos; sevaka—servo; mon- capaz; cinite—de identificar; eta bali'—dizendo isto; prema-âvese—rxo êxtase do amor;
padilã—caiu; bhümite—ao solo.
Meu; gela—foi; palãhã— fugindo.

TRADUÇÃO—Màdhavendra Puri começou a lamentar-se: " V i o Senhor Krsna di-


TRADUÇÃO—"Quando os maometanos atacaram, o sacerdote que Me serro retamente sem poder reconhecé-lO!" Deste modo, ele caiu ao solo, absorto em
escondeu-Me nesta moita da floresta. Então, ele fugiu por temor ao ataque. amor extático.
VERSO 46

VERSO 43 TO«ta cataa afà, aa cai fia i


«iiwl-ii9ia srffV ç^9T( gfaa n 8«»
cm cara afà «ufa ^a a^-irc» i
«ti cai «ita.il «itai ata ira«ttca n 8« n ksaneka rodana kari, mana kaila dhira
sei haite rahi ãmi ei kuhja-sthãne , ãjhã-pãlana lãgi' ha-ilã susthira
a u m
bhãla haila ãilã ãmã kãdha sãvadhãne dhira" ° '8
r t e m
P ° ; rodana kari—chorando; mana—mente; kaila—fez;
sei haite—desde aquela época; rahi—resido; ãmi—Eu; ei—esta; kuhja-sthi~&^ ""apaziguada; tuna—a ordem; pdlana—a cumprir; lãgi'—quanto; ha-ilã— ficou;
moita; bhãla haila—foi muito bom; ãilã— vieste; ama"—a Mim; kãdhf pwim-silencioso.
sãvadhãne—com cuidado.

TRADUÇÃO—"Desde que o sacerdote foi embora, tenho permanecido ^ ^ M ã d h a v e n d r a Puri chorou por algum tempo, mas, então, fixou sua
em

moita. Que bom que vieste aqui! Agora, tira-Me daqui com cuidado. cumprir a ordem de Gopãla. Dessa maneira, pôde tranqüilizar-se.
Sri Caitanya-caritãmrta Madhy .i O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri
290 a lU 4
Ver*»"

VERSO 47 VERSO 50

«trarsta afã' »|ft airaawi can i ajfà' cita tfta aca efiii afàca i
ia cita uaaa afà' afara itftn 118i n j r t atfè' ata afã' afàn oftaci n *• II
prãtoh-snãna kari' puri grüma-madhye gelã éuni' loka tãhra sahge calilã harise
saba loka ekatra kari' kahite lãgilã kuhja kãfi' dvãra kari' karilã praveée
prãtah-snãna—banho matinal; kari'—tenninando; puri—Màdhavendra p -.•—ouvindo; loka—o povo; tãhra—a ele; sarige—com; calilã—foi; harise—com
grãma-madhye—na aldeia; gelã— entrou; saba loka—todo o p o v o ; ekatra kari' de prazer; kuhja kãti'—cortando arbustos; dvãra—um caminho; kari'—fazendo;
reunindo; kahite lãgilã—começou a falar. gjj^ese-entraram.

TRADUÇAO—Após tomar seu banho matinal, Màdhavendra Puri entrou na aj. TRADUÇÃO— Após ouvir isto, todo o povo acompanhou Mãdhavendra Puri com
deia e reuniu todo o povo. Falou, então, o seguinte. ande prazer. Seguindo sua orientação, cortaram arbustos, abriram um cami-
nho e entraram na floresta.
VERSO 48
VERSO 51
«tcaa Na ratara-c^^aatft i
f r.9 «itts. si, tftca atfãa ca afã II sv iffa cafai ai§)-<5t«i <ertíçifà<s i
c«fa' aa cita cai «tt*c«* fãfàre u »
grãmera levara tomara—govardhana-dhãri
kuhje ache, cala, tãhre bãhira ye kari thãkura dekhila mãtl-trne ãcchãdita
grãmera—da aldeia; lavara—o proprietário; tomara—vossa; govardhana-dnlrt- dekhi' saba loka haila ãnande vismita
aquele que ergueu a colina de Govardhana; kuhje ache—nos arbustos da floresta thãkura—a Deidade; dekhila—viram; mãfl— com sujeira; frne—e grama; ãcchãdita—
cala—vamos lá; tãhre—a Ele; bãhira ye kari—resgatar. coberta; dekhi'—vendo; saba loka—todas as pessoas; haila—ficaram; ãnande—com
prazer; vismita—espantadas.
TRADUÇÃO—"O proprietário desta aldeia, Govardhana-dhàri, encontra-Se na flo-
resta. Vamos todos lá resgatã-lO daquele lugar."
TRADUÇÃO-AO verem a Deidade coberta com sujeira e grama, todos ficaram
tomados de espanto e prazer.
VERSO 49
VERSO 52
*F5T« fàfa? f »,-atfã atcafira i «ftaa«i ça afã' a"fãi fãf»ra i
a^rfã caiaífi ia ata afãra II 8» u aat-«ift fcr$a- caa *tta çritara II »
atyanta nivida kuhja,—nãri praveéite
kuthãri kodãli laha dvãra karite ãvarana dura kari' karilã vidite
atyanta—bastante; nivida—denso; kuhja—matagal; nãri—não somos ^ P * ^ j. mahã-bhãri thãkura—keha nãre cãlãite
3 c o e r t u r a

praveéite—àe entrar; kuthãri— machado; kodãü—pá; laha—trazei; dvãra karite-? 9 bhtn— ~ ^ ; dura kari'—removendo; karilã vidite—declararam; mahã-
m U Í t e s a d a

abrir o caminho. de f a 7 ° P ; thãkura—a Deidade; keha—alguém; nãre—incapaz; cãlãite—


* ° mover-Se.
ntf
de < " d«de é ^ ^ P 0 6
limpar o corpo da Deidade, alguns deles disseram: "A Dei-
TRADUÇÃO—"Como o matagal é m u i t o denso, não seremos capazes " «nuito pesada. N i n g u é m pode movê-lA."
na floresta. Portanto, trazei machados e pás para abrir o caminho.
292 Sri Caitanya-caritãmrta Madl
>ya-m Verso 58 O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 293
4 4

VERSO 53 VERSO 56

aal-aal-afi& cita inaa afa<íPl i aa isai» wi c a i stífrs 1


l a V s t f a cm fcrça 1 * 1 n <r® 11 «tal atw-c«ft attw, á N a -ata $<s n a* n
mahã-mahã-balistha loka ekatra karinã natw éata-ghafa jala kaila upantta
parvata-upari gela puri thãkura lanã nãnã vãdya-bheri bãje, strí-gana gãya gita
maM-rnahã-bali$fha—que são muito fortes; loka—pessoas; ekatra karinã—reurunov ^ - n o v e ; éata-ghafa—centenas de potes dágua; jala—água; kaila—fizeram;
se; parvata-upari—até o topo da colina; gela—foram; puri— Mãdhavendra Puri _trazida; ruína"—diversos; vãdya—sons musicais; bheri—clarins; bãje—
nfl

thãkura lahã— levando a Deidade. vibram; strí-gana—todas as mulheres; gãya—cantam; gita—várias canções.

T R A D U Ç A O — C o m o a Deidade era muito pesada, alguns dos homens mais for- TUADUÇAO—Quando a Deidade estava sendo instalada, novecentos potes dágua
tes reuniram-se para carregá-lA até o topo da colina. Mãdhavendra Puri também foram trazidos do Govinda-kunda- Ouviam-se sons musicais de clarins e tam-
bores e o canto de mulheres.
foi até lá.
VERSO 54 VERSO 57

itacaa fanática fctfa aatai 1 caa n a , caa arca, acareia cai 1


as <aa itaa *Jcé «ran fã#i 11 «811 afà, fC as « 1 1 * 1 atca as fsi 11 « 1 1 1
pãtharera sirhhãsane thãkura vasãila keha gãya, keha nãce, mahotsava haila
bada eka pãthara prsfhe avalamba dila dadhi, dugdha, ghrta ãila grame yata chila
pãtharera—de pedra; simha-ãsane—num trono; thãkura—a Deidade; vasiik- keha gãya—alguns cantam; keha nãce—alguns dançam; mahotsava haila—houve
instalada; bada—grande; elca—uma; pãthara—pedra; prsthe—às costas; avalambt- um festival; dadhi— iogurte; dugdha—leite; ghrta—manteiga clarificada; ãila—foi tra-
apoio; dila—deu. ada; grame—na aldeia; yata—tanto; chila—quanto havia.

T R A D U Ç Ã O — U m a grande pedra foi convertida em trono, sobre o qual instalou TJADUÇÀO— Durante o festival, na cerimônia de instalação, algumas pessoas can-
se a Deidade. Colocaram outra pedra grande atrás da Deidade como apoio taram e outras dançaram. Todo o leite, iogurte e a manteiga clarificada da aldeia
í o n m
trazidos para o festival.
VERSO 55
VERSO 58
efltcaa ataw ia aa ai} i«iw i
CKtftFrçjRM wn «ttfai stfa«3l 11 <?« 11 c«tt-itacfft « i t a i i w t t f a as 1
atai s i a t a , «tal afàcs ttfa a<s n <tv- n
grãmera brãhmana saba nava ghata lahã
govinda-kundera jala ãnila chãnihã bhoga-sãmagri ãila sandeéãdi yata
grãmera—da aldeia; brãhmana—sacerdotes brãhmanas; saba—todos; ~ ^ n a v a
Ijí^ nãnã upahãra, tãhã kahite pari kata
ghafa—potes dágua; lahã— trazendo; govinda-kundera—do lago conhecido (^Jjy^wgri—ingredientes para alimentos a serem oferecidos; ãila—trazidos;
Govinda-kunda; jala—a água; ãnila—trazida; chãnihã— filtrando. íaTy . '""doces; yata—toda espécie de; naná—diversos; upahãra—presentes;
so; kahite—de dizer; pari—sou capaz; kata—quanto.

e r s j s
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os sacerdotes brãhmanas da aldeia reuniram-se & •*«, forarn preparações e doces, bem como outras espécies de presen-
potes dágua, e a água do lago Govinda-kunda foi trazida ali e B hazidos ali. Sou incapaz de descrever tudo isto.
O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 295
294 Sri Caitanya-caritãmrta Madhyj.j^ Ver»*» 62

pahca-gavya, pahcãmrie snãna karãhã


VERSO 59 mahã-snãna karãilã éata ghafa diria
em c m c o
- .qavya— tipos de produtos da vaca; pahca-amrie—numa prepara-
Çfrf,«ffw, «jjH, aa «râl «JC*T» | P"" 01
c o r cinco alimentos saborosos; snãna—banho; karãhã— terminando; mahã-
n

«iWc* art«w«^l c a i «ifewas II os n cã° grande banho com ghie água; karãilã—realizou-se; safa—cem; ghafa—
u f n

tulost ddi, vuspa, vastra ãila aneka pE~digu»; «<**- c o m


-
aparte mãdhava-puri kaila abhiseka niicAO Após o primeiro banho, foram dados banhos adicionais com panca-
tulasi— folhas d e tulast; ãdi—e outras; puspa—flores; vastra—vestimentas; fíla , t ã o , com pancàmrta. Realizou-se, enfim, o mahã-snãna com ghi e
e e n

chegaram; aneka—em grande quantidade; ãpane—pessoalmente; mãdhava-puriZ |gua qúe haviam sido trazidos em cem potes.
Sri Mãdhavendra Puri; kaila—realizou; abhiseka—o banho da Deidade no inicio
da cerimônia de instalação. SIGNIFICADO—Os ingredientes do pahca-gavya são leite, iogurte, ghi (manteiga cla-
rificada),urina de vaca e estrume d e vaca. Todos estes itens vêm da vaca; logo,
TRADUÇÃO—Os aldeões trouxeram grande quantidade de folhas de tulasi, flores mal podemos imaginar o quanto a vaca é importante, já que sua urina e seu es-
e diversas espécies de vestimentas. Então, Sri Màdhavendra Puri pessoalmente trume são necessários para o banho da Deidade. O pahcãmria consiste em cinco
começou o abhiseka [cerimônia do b a n h o ) . classes de néctar — iogurte, leite, ghi, mel e açúcar. A maior parte deste preparado
também vem da vaca. Para fazê-lo mais saboroso, acrescenta-se açúcar e mel.
SIGNIFICADO— No Hari-bhakti-vilãsa (6? Vilãsa, verso 30), afirma-se que se deve
banhar a Deidade e m água misturada com iogurte e leite, e que esta cerimônia VERSO 62
deve ser acompanhada pelo som de búzios, sinos e outros instrumentos e pelo
canto do mantra: orh bhagavate vãsudeváya namah, bem como pelo canto dos versos •jjB c m f a a l c a i ü , « n r f w « i i
do Brahma-sarhhitã, a partir de cintdmani-prakara-sadmasu kalpa-vrksa-hksavjttsii K - i t w f w c a c a i a r » i w W a 11 11
surabhtr abhipãlayantam.
punah taila diyã kaila éri-ahga cikkana
VERSO 60 éahkha-gandhodake kaila snãna samãdhãna
punah—novamente; taila diyã—com óleo; kaila—fizeram; éri-ahga—o corpo da Dei-
«r»iwfri 5* afã' aaíli w I dade; cikkana—brilhante; éahkha-gandha-udake—em água perfumada com flores e

a* cm fNl c a i ®«w ftw«*• polpa de sândalo e mantida dentro de um búzio; kaila—fizeram; snãna—banho;
samãdhãna—real ização.
amahgalã dura kari' karãilã snãna
bahu taila diyã kaila éri-ahga cikkana TRADUÇÃO—Terminado o mahã-snãna, novamente massagearam a Deidade com
amahgalã—toda a inauspiciosidade; dura kari'—afastando-se; karãilã—causaram. w
^ perfunnado e lustraram Seu corpo. Então, realizaram a última cerimônia
snãna—banho; bahu—grande quantidade; taila—óleo; diyã— aplicando; kaua- e D a n n
o com água perfumada, mantida dentro de um búzio.
fizeram; éri-ahga—o corpo; cikkana—lustioso.

TRADUÇÃO—Após, pelo canto do mantra, afastarem-se todas as coisas inau»F* ^GNIFÍCADO— Em seu comentário sobre esta ocasião, Srila Bhaktisiddhãnta
ciosas, a cerimônia do b a n h o da Deidade começou. Primeiro massageou-* ^ ^ a t i Thãkura faz u m a citação do Hari-bhakti-vilãsa. Cevada em pó, farinha
Deidade com grande quantidade de óleo, de modo que Seu corpo ficou *Wftf í ° ' ^
d e k u n k u m a
' farinha de urad dahl e outra preparação em p ó chamada
U e se f a z
lustro so. d ^0 s a misrurando-se farinha d e banana com arroz moído) são aplica-
Q T
tjç- . ° P° da Deidade com uma escova feita do pelo da ponta do rabo duma
r o d u z
VERSO 61 ser perf? P u m
belo brilho. O óleo untado sobre o corpo da Deidade deve
m a
e cjr, d o . Para realizar o mahã-snãna, são necessários pelo menos noventa
l » i a i , i « í ? c 5 « t u aat-íP11 Ço

os de água a serem derramados sobre o corpo da Deidade.


i ç r a r a a a r ç i » f « l ê fiNM n |
2% Sri Caitanya-caritâmrU O serviço devocional de Sri Màdhavendra Puri 297
Verso 68

VERSO 63 VERSO 66

« i f a t f a a a f ã ' cm Í B F 5 i
<T*H«. afã' cm * N r * w 4 l II II

éri-ahga mãrjana kari' vastra parãila ãrãtrika kari' kaila bahuta stavana
candana, tulasi, puspa-mãlã ahge dila dandavat kari' kaila ãtma-samarpana
éri-ahga—o corpo transcendental da Deidade; mãrjana tan—limpando; vasto* trika—* realização de ãrãtrika; kari'—terminando; kaila—recitaram; bahuta—
trajes; parãila—foram vestidos; candana—polpa de sândalo; tulasi— folhas de riij»~ . igg. stavana—de orações; dandavat—reverências; kari'—oferenda; kaila—
puspa-mãlã—guirlandas de flores; arige—sobre o corpo; dila—foram colocadas fiaram; tf/rnfl-Sflmarpflrw-auto-rendição.

T R A D U Ç A O — D e p o i s de limpo o corpo da Deidade, Ela foi bem vestida com novos


trajes. Então, colocaram polpa de sândalo, guirlandas de tulasi e outras guirlan- TRADUÇÃO—Após a última oferenda de tãmbüla e pãn, realizou-se bhoga-
das de flores perfumadas sobre o corpo da Deidade. àritrika. Finalmente, todos ofereceram diversas orações e, então, reverências,
prostrando-se, em plena rendição, como varas perante a Deidade.
VERSO 64
VERSO 67
cate»!* a r a a v & f l i "tf*t, c n « p i - 5 « f i
Wr^í«r1t«ir»rtfã »F5 fof Vim II 48 D JI*»I «ttfwBi fã»i ).m 1«f n n
dhüpa, dipa, kari' nãnã bhoga lãgãila
dadhi-dugdha-sandeéãdi yata kichu ãila grãmera yateka tandula, dali godhüma-cürna
dhüpa—incensos; dipa—lamparinas; kari'—acendendo; nãnã—diversos; bhogt- sakala ãniyã dila parvata haila pürna
alimentos; lãgãila—foram oferecidos; dadhi—iogurte; dugdha—leite; sandeéa—doces, gritnera-áa aldeia; yaíefca-todos; tandula-o arroz; dtf/í-dahl; godhüma-cürna-
ãdi—e outros; yata—tantos quantos; kichu—alguns; <fila—recebidos. farinha de trigo; sakala-xuào; ãniyã-txazevxào; diTa-ofereceram; parvata-o topo
da colina; haila-Ücou; pflma-lotado.
T R A D U Ç Ã O — A p ó s o fim da cerimônia de b a n h o , acenderam incensos e lampa-
rinas e ofereceram toda espécie de alimentos à Deidade. Entre estes alimento*
estavam incluídos iogurte, leite e tantos doces quantos foram recebidos. f i c a r e m 8 a b e n d o
alde q«e * Deidade i a ser instalada, a s pessoas d a
U e r a i n t o d o 0

VERSO 65 xeram * suprimento de arroz, dahl e farinha de trigo. Trou-


quantidades tão grandes que lotaram toda a superfície do topo da colina.
ç a t f r r e m wpttGà i r f * f » i i
« i t s w froí ca 'svm facifài II n
VERSO 68
suvãsita jala nava-vãtre samarpila
ãcamana diyã se tãmbüla nivedila a ^ a t a a c * fm c,n fftm 1
suvãsita jala—água perfumada; nava-vãtre—em potes novos; samarpila— 0 e
^ « r t r â n «ttt»i s f s i ? f si ii 4 v II
se; ãcamana diyã—ao oferecer ãcamana (água para lavar os pés e a boca);
kumbhakãra ghare chila ye mrd-bhãjana
tãmbüla—pãn e condimentos; nivedila—ofereceu. s a b a a n a m
kurnhhnv priite, cadüa randhana
m d o s
*Td-bhg ~ oleiros da aldeia; ghare—nas casas; chila—havia; ye—quaisquer;
TRADUÇÃO—Primeiro ofereceram-se à Deidade muitas variedades ^^0» v
a u c*4ü ^f" '~P°tes de barro; safw—todos; ãnãila—trouxeram; prãte—de manhã;
depois, água potável e perfumada em potes novos e, então, S f . £ , o í - e n
a

Pecaram; randhana—a cozinhar.


boca. Finalmente, ofereceu-se p ã n misturado com diversos condi
298 Sri Caitanya-carítàmrU Madhyj,^ O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 299
Versou

TRADUÇÃO—Enquanto os aldeões traziam seus suprimentos de arroz, dahl ,JÇAO—De cinco a sete homens prepararam uma grande quantidade de
T R A
rinha, os oleiros da aldeia traziam toda classe de panelas de cozinha. As- ^ q foram suficientemente cobertos com ghi (manteiga clarificada], assim
U C
c a f a
de manhã, começaram a cozinhar. ' n foram todos os legumes, arroz e dahl.
conio u »
VERSO 69 VERSO 72

wfikA <«a a i f a ' a r a . s a « j t i a a a a *ttf«' «tr.a t s r r w a t t « i


» a 1 - ^ t i > attai a i t r « t f ã m « l a_»t n 11 a t f a ' atfãi' « t a « t a atf«t £ a i « t « I I n
daéa-vipra anna rdndhi' kare eka stüpa nava-vastra pãti' tãhe palãéera pata
janã-pãhca rãndhe vyahjanãdi nãnã süpa rãndhi' rãndhi' tara upara râéi kaila bhãta
daéa-vipra—dez brãhmanas; anna—grãos alimentícios; rãndhi'—cozinhando; kan~. nava-vastra—panos novos; pãti'—estendendo; tãhe—sobre isto; palãéera pata—as
fazem; eka stüpa—num grupo; janã-pãhca—cinco brãhmanas; rãndhe—cozinham; folhas de pfl/dsa; rãndhi' rãndhi'—cozinhando e cozinhando; tara upara—sobre isto;
vyahjana-ãdi—legumes; nãnã— diversos; süpa—líquidos. ntíi-amontoado; taik—fizeram; bhãta—arroz.

TRADUÇÃO—Dez brãhmanas cozinharam os cereais e cinco brãhmanas cozinha- TRADUÇÃO—Todo o arroz cozido foi amontoado sobre folhas de palãáa, e estas
ram tanto os legumes secos quanto os líquidos. ficaram sobre panos novos estendidos no chão.

VERSO 70 VERSO 73

a « «iTa-ai-ajr^i fãfãq a w a i « t a f t t « t arô-atfaa * t a « a ^ t i


c a a a s H f ^ - a f s a t a fãca-w II v II ^ - « u f a - a j » » - ^ (ròfàça a f ã i n q« n

zxmya éãka-phala-müle vividha vyahjana ftfra pise ruti-rãéira parvata ha-ila


keha badã-badi-kadi kare vipra-gana süpa-ãdi-vyahjana-bhãnda caudike dharila
vanya éãka—espinafre da floresta; phala—frutas; müle—com raízes; irirâftí- tara pose—em volta do monte de arroz; rufi—de capãtls; rãéira—de pilhas;
variedades; vyahjana—legumes; keha—alguém; badã-badi—badã e badi; kadi—da polpa parvata—outra pequena colina; ha-ila—tornou-se; süpa-ãdi—de todos os legumes
do dahl; kare—fizeram; vipra-gana—todos os brãhmanas. líquidos; vyahjana—e de todos os demais legumes; bhãnda—potes; caudike—por
toda a volta; dnari/a-foram colocados.
TRADUÇÃO—As preparações de legumes foram feitas de diversas espécies de es-
pinafres, raízes e frutas colhidas na floresta, e alguém fizera badã e badi, * TRADUÇAO—Em volta do monte de arroz cozido, havia pilhas de capãtis, e, em
cando o dahl. Dessa maneira, os brãhmanas prepararam toda classe de alúnen volta destes, puseram todos os legumes e preparações de legumes líquidas, den-
tro de diversos potes.
VERSO 71
VERSO 74
wstl «Tt5-at« a*fi> a c a atf»t-atf«t i
« t a t t c * t afà, 9% a i i í i paafità i
«ta-ajwa aa ata a t « « t f à ' i ai l
t f a a , aitft, aa n t c t i f a « t i a ' n n
janã pãhca-sãta ruti kare rãéi-rãéi
anna-vyahjana saba rahe ghrte bhãsi' riéi-^' tara pãée dadhi, dugdha, mãthã, éikharinl
& asa

janã pãhca-sãta—de cinco a sete homens; ruti—capãtls; kare—fazem; rdsi- ^ üra niA, P y > mathani, sara pãée dhari ãni'
é a0 a d d S 8
grande quantidade; anna-vyahjana—cereais e legumes; saba—todo / <knanni-~ ' ° ° k S " ™ ' ' dadhi—iogurte; dugdha—leite; mãthã— leitelho;
permaneceram; ghrte—em ghi; bhãsi '—transbordando. • —urna preparação doce feita com iogurte; pãyasa—arroz doce; mathani—
300 ári Caitanya-caritimrta Madhy . a lili | O serviço devocional de Sri Màdhavendra Puri 301
77
Ver»»

nata; sara—creme sólido extraído do iogurte; pãée—ao lado; dhari—mant endo


yadyapi gopãla saba anna-vyahjana khãila
ãni '-^trazendo. tãhra hasta-sparée punah temani ha-ila
, «pi embora; gopãla—o Senhor Gopãla; sana—tudo; anna-vyahjana—dahl,
T R A D U Ç Ã O — P o t e s de iogurte, leite, leitelho, áikharini, arroz doce, nata e crem, e legumes; khãila—comesse; tãhra—Suas; hasta—das mãos; sparée—pelo
foram colocados ao lado d o s legumes. " ^ e - punah—àe novo; temani—exatamente como antes; ha-ila—ficou.

S I G N I F I C A D O — N e s t a espécie de cerimônia, que se chama annaküta, e m p i l h . a seo


nuçÃO—Apesar de Sri Gopãla ter comido todas as oferendas, ainda assim,
arroz cozido como u m a pequena montanha para a distribuição de prosada. ^ l o toque de Sua mão transcendental, tudo permaneceu como antes.

VERSO 75
SIGNIFICADO—Os ateus não podem entender como a Suprema Personalidade de
casses « 9 ? j > afai iwa i Deus, que aparece sob a forma da Deidade, possa comer todo o alimento que
'jfWstíiifap c t m i w o i ei wfa n <« II Lhe é oferecido por Seus devotos. No Bhagavad-gitã (9.26), Krsna diz:

hena-mate anna-küta karilã sãjana patram pusparh phalarh toyam


purí-gosãni gopãlere kaila samarpana yo me bhaktyã prayacchati
hena-mate—dessa maneira; anna-küta—da cerimônia de Annaküta; tariia-fez; tad aharh bhakty-upahrtam
sãjana—realização; purí-gosãni—Mãdhavendra Puri; gopãlere—k Deidade de Gopãla; aénãmi prayatãtmanah
kaila—fez; samarpana—oferenda.
"Se alguém Me oferecer, com amor e devoção, u m a folha, uma flor, frutas ou
água, Eu as aceitarei." O Senhor é pürna, completo, e por isso come tudo o que
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, realizou-se a cerimônia de Annaküta, e Mãdha- é oferecido por Seus devotos. No entanto, pelo toque de Sua mão transcendental,
vendra Puri Gosvãmi pessoalmente ofereceu tudo a Gopãla. todo o alimento permanece exatamente como antes. O que muda é a qualidade.
Antes de ser oferecido, o alimento era comum, mas, após ser oferecido, ele adquire
VERSO 76 uma qualidade transcendental. Por ser pürna, o Senhor mantém-Se inalterado
mesmo após comer. Pürnasya pürnam ãdãya pürnam evãvaéisyate. O alimento
oferecido a Krsna é qualitativamente igual a Krsna; assim como Krsna é avyaya,
«íca^ aê «fã' fãi gaifa« m i indestrutível, o alimento comido por Krçna, sendo idêntico a Ele, permanece como
açfac** c m i i ffèi »ia«i II ii antes.
anefa griafa b«ari' dila suvãsita jala Além disso, Krsna pode comer o alimento com qualquer um de Seus sentidos
bahu-dinera ksudhãya gopãla khãila sakala transcendentais. Pode comer, olhando para o alimento ou tocando-o. Tampouco
ne

aneka g h a í a - m u i t o s potes dágua; b h a n ' - e n c h e r a m - s e ; diía-ofereceu^ alguém pensar que Krsna tem necessidade de comer. Ele não fica faminto
suvãsita—perfumada; jala—água; bahu-dinera—de muitos dias; k$udhãya-pe\a to como um ser humano comum; não obstante, Ele Se faz passar por faminto, e,
tal, pode comer toda e qualquer coisa, independentemente da quantidade.
gopãla—Gopãla; khãila—comeu; sakala—tudo. m o s
? compreender a filosofia que há por trás dos hábitos alimentares de Krsna
a n t e
b e b r ^/ nossos sentidos transcendentais. Q u a n d o nossos sentidos se purificam
T R A D U Ç Ã O — E n c h e r a m - s e muitos potes com água perfumada para * ^ r

ent ^ u p a d o s constantemente no serviço devocional ao Senhor, podemos


Senhor Sri Gopãla, que estivera faminto por muitos dias, comeu tudo o q a n v
o sgqy^ ^ i d a d e s , os nomes, as formas, as qualidades, os passatempos e
Lhe ofereceu. e Krsna.
VERSO 77 atah árf-krsna-nãmãdi
na bhaved grãhyam indriyaih
sevonmukhe hi jihvãdau
svayam eva sphuraty adah
302 ári Caitanya-caritãmrta MacUv O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 303

u e
" N i n g u é m pode compreender Krsna por meio dos grosseiros sentidos m bhu q coisas tão maravilhosas acontecem. Somos meros instrumen-
Porém, Ele Se revela aos devotos quando estes O satisfazem, prestando-Lh i ^lahâp . j o Guerra de Kuruksetra, Arjuna saiu vitorioso dentro de dezoito
e r l t a
v
cendental serviço amoroso." (Bh.r.s. 1.2.234) Os devotos compreendem * " 6 405
tos- N» _ t e porque tinha a graça de Krsna do seu lado.
lc e n
n4 jjas simp
pela revelação. Não é possível que um erudito m u n d a n o entenda Krsna <[?
passatempos por meio de pesquisas na plataforma não-devocional. yatra yogeévarah kr$no
yatra pãrtho dhanur-dharah
VERSO 78 tatra srir vijayo bhütir
dhruvã nttir matir mama
i «ps»* C«PI ?m fítrarfi» i
"Onde estiver Krsna, ° mestre de todos os místicos, e onde estiver Arjuna, o
—nieiro supremo, certamente também haverá opulência, vitória, moralidade e
ihã anubhava kaila mãdhava gosãhi fjder extraordinário. Esta é minha opinião." (Bg. 18.78)
tãhra (hãni gopãlera lukãna kichu nãi Se os pregadores de nosso movimento para a consciência de Krsna forem de-
ihã—isto; anubhava kaila—percebeu; mãdhava gosãni—Mãdhavendra Puri votos sinceros de Krsna, Krsna estará sempre com eles, pois Ele é muito bondo-
Gosvãmi; tãhra (hãni—perante ele; gopãlera—do S e n h o r Gopãla; lukãna—secreto so e favorável para com Seus devotos. Assim como Arjuna e Krsna foram vito-
kichu—nada; mfi—não há. riosos na Guerra de Kuruksetra, este movimento para a consciência de Krsna com
certeza sairá vitorioso caso tão-somente permaneçamos devotos sinceros do
TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri Gosvãmi percebeu transcendentalmente como Senhor e sirvamo-lO segundo o conselho dos predecessores (os seis Gosvãmls
Gopãla comeu tudo apesar de o alimento ter permanecido o mesmo; não hi nada eoutros devotos do Senhor). Como afirma Narottama dãsa Thãkura, táhdera carana
secreto para os devotos do Senhor. seá bhakta-sane vasa, janame janame haya ei abhilása. Os devotos da consciência de
Krsna devem sempre desejar permanecer na sociedade dos devotos. Bhakta-sane
VERSO 79 visa: eles não podem afastar-se da sociedade ou do movimento para a consciên-
cia de Krsna. Precisamos tentar servir os predecessores dentro da sociedade, pre-
gando o culto de Caitanya Mahãprabhu e difundindo Seu nome e fama por todo
o mundo. Se, dentro da sociedade, tentamos seriamente alcançar isto, ela terá
êxito. Ê inútil querer calcular como isto acontecerá no sentido m u n d a n o . Mas,
sem dúvida, isto acontecerá pela graça de Krsna.
eka-dinera udyoge aiche mahotsava kaila
gopãla-prabhãve haya, anye nã jãnila
eka-dinera udyoge— pelo esforço de um dia; aiche—tal; mahotsava—festival; kaila-
realizado; gopãla—de Gopãla; prabhãve— pela potência; haya—é possível; atnje- VERSO 80
outros; nã—não; jãnila—conhecem.
<*m* f ã m f ã i fàsa-Jv»*«i i
TRADUÇÃO—Em um dia organizou-se o maravilhoso festival e a instalação d< •eir*f« a f ã * , c p u t a , a*ra aa m II w II
Sri Gopalaji. Decerto que t u d o isso foi consumado pela potência de Gop
Ninguém senão o devoto p o d e compreender isto. ãcamana diyã dila vidaka-sahcaya
ãrati karilã loke, kare jaya jaya
S I G N I F I C A D O — O movimento para a consciência de Krsna espalhou-se por tjj^j. ""-água para lavar; diyã—oferecendo; dila—deu; vidaka-sahcaya—nozes de
Mri fl
o m u n d o dentro de bem curto t e m p o (dentro de cinco anos), e as pessoas ^ palavr * ' —realizou-se ãrati; loke—todo o povo; kare—canta; jaya jaya—as
danas estão muito espantadas com isso. No entanto, com a graça do Se' ^ n
^/"ya jaya, "todas as glórias".
Caitanya Mahãprabhu, compreendemos que tudo é possível pela graça de "TV^
Por que Krçna precisaria demorar cinco anos? Em cinco dias Ele pode diru [ ^ ^ ^ - M ã d h a v e n d r a Puri ofereceu água para Gopãla lavar Sua boca, e deu-
e e
Seu nome e fama por todo o m u n d o como um rastilho de pólvora. A q " 0
Povo ^ e l para Ele mastigar. Então, enquanto realizava o ãrati, todo
têm fé e devoção em Krsna p o d e m compreender q u e é pela graça de Sri C c n
* tava: "jaya jaya!" ["Todas as glórias a Gopãla!"!
ári Caitanyã-caritàmrta Madhya. liu 4
O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 305
86
Verso
VERSO 81 •h«a- "Agora, alimentai a todos suntuosamente, desde as crianças até

•raji i^rãi, *m ati mm*9\ I * i d 0 9 O S


VERSO 84
• P I as atfflí «ti Stca itfoai II v-i II íca afã' 3?ca 3«a c«f»*» afaej i
áayyd karãilã, nütana khãta ãnãnã aíai«t-am«Hc«i ntW arsaiai n ir811
nova vastra ãni' tara upare pãtiyá
Sayyã— um lençol; karãilã—fez; nütana—novo; khãta—lençol; ãnãnã—trazendo- sabe pflsi' krame krame bhojana karilã
va vastra—roupa nova; ãni'—trazendo; faro—do catre; upare—em brãhmana-brãhmant-gane ãge khãoyãila
pãtiyã—estendendo. todos; WJSI'—sentando-se; krame krame—pouco a pouco; bhojana karilã—
honraram a prasãda e comeram-na; brãhmana-brãhmant-gane—os brãhmanas e suas
TRADUÇÃO—Fazendo arranjos para o Senhor descansar, Sri Mãdhavendra Pun esposas; age—primeiro; khãoyãila—foram alimentados.
trouxe um catre novo, sobre o qual estendeu um lençol novo e, assim, deixou
a cama pronta. TRADUÇÃO—Todas as pessoas ali reunidas sentaram-se para honrar a prasãda,
VERSO 82 e, pouco a pouco, foram servidas. Os brãhmanas e suas esposas foram alimen-
tados primeiro.
<5«i-r?tli> fàai çífãfwa> «tfafãi I
SIGNIFICADO—Segundo o sistema de varnãérama, sempre honram-se primeiro os
é*t«c« <ía frifií Tm\ «itstrfsi 11 vk II btthmanas. Assim, no festival, primeiramente ofereceram-se os restos do alimento
trna-tãfi diyã cãri-dik ãvarila aos brãhmanas e a suas esposas, e então aos demais (ksatriyas, vaiêyas e éüdras).
uparete eka tãti diyã ãcchãdita Este tem sido o costume, sempre, e ele ainda prevalece na índia, muito embora
trna-fãti—acolchoado de palha; diyã—com; cãri-dik—por toda a volta; ívarik- os brãhmanas de casta não sejam qualificados. Este costume ainda está em voga
cobriu-se; uparete—em cima; eka—um; frffi—acolchoado de palha parecido; dfjrf— devido às regras e prescrições da instituição varnãérama.

com; ãcchãdita—coberta.
VERSO 85
TRADUÇÃO—Construiu-se um templo temporário, cobrindo-se a cama de todos
os lados com um acolchoado de palha. Assim, havia uma cama e um acolchoado WSJ cutcaa cita as c^fães it^i i
de palha para cobri-la. ciffti cfaai "ca •WW iiaai n vq II
anya grãmera loka yata dekhite ãila
gopãla dekhiyã saba prasãda khãila
VERSO 83 anya—outras; grãmera—das aldeias; loka—as pessoas; yafa—todas; dekhite—ver;
«-vieram; gopãla—o Senhor Gopãla; dekhiyã— vendo; saba—todas; prasãda—
•tSt-cfiitfJn fãi a* i atuca i '«'os de alimento; /criííi/a-partüharam.
•wi-aíi-ai «tcas cita aata Gwtmx* II w-* n
< O r , J a 0 3S 6 8 8 0 8

purí-gosãni ãjhã dila sakala brãhmane umbé' ^ ~ ^ P * aldeia d e Govardhana tomaram prasãda, mas
Q m as
procedentes de outras aldeias. Elas também viram a Deidade de
ã-bãla-vrddha grãmera loka karãhã bhojane ^* t a e
partilharam d a prasãda.
purí-gosãni—Mãdhavendra Puri; ãjhã—ordem; dila—deu; sakala ímJnmarie-a^^
os brãhmanas; ã-bãla-vrddha—começando pelas crianças até às pessoas '
grãmera—da aldeia; /ofca—as pessoas; karãhã—fazei; bhojane—tomar prasmw- VERSO 86
cwfàai <jfta «asta citea r>a«.ara i
TRADUÇÃO—Após fazer o S e n h o r deitar-Se na cama para " ' ^ ' ^ J 1<«iaa>T? caa cai iia«|e.ata n v-* II
Màdhavendra Puri reuniu todos os brãhmanas que haviam preparado a p
306 Sri Caitanya-caritãmrta ' Madhya-iy^ O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 307
87
Verso

dekhiyã purira prabhãva loke camatkãra reparações lácteas, tais como arroz doce, bolas doces, sandeéa, rasagullã e
pürva annaküta yena haila sãksãtkãra
dekhiyã—vendo; purira—de Mãdhavendra Puri; prabhãva—a influência; l ^ 0
rtanto, a Suprema Personalidade de Deus, Krsna, aconselhou os vaquei-
todas as pessoas; camatkãra—maravilhadas; püroa—outrora; anna-küta—a cerimA '
s penderem o Indra-yajna e começarem o Govardhana-püjã para castigar
US

nia de Annaküta na época de Krçna; yena—como se; haila—ficasse; sãksãtkãra^ que estava muito orgulhoso de ser o controlador supremo dos planetas
diretamente manifesta. uSais. Os vaqueiros honestos e simples, liderados por Nanda Mahãrãja, acei-
*' proposta de Krçna e executaram em pormenores tudo. o que Este aconse-
a

T R A D U Ç Ã O — V e n d o a influência de Mãdhavendra Puri, todas as pessoas ali reu. írtr Eles realizaram a adoração de Govardhana e a circum-ambulação da colina,
nidas ficaram maravilhadas. Perceberam que a cerimônia de Annaküta, q ^ Ue
acordo com a instrução do Senhor Krsna, N a n d a Mahãrãja e os vaqueiros
realizara antes, na época de Krçna/ agora acontecia novamente pela misericór- m brãhmanas eruditos e começaram a adorar a Colina de Govardhana,
v o c a r a

dia de Sri Mãdhavendra Puri. cantando hinos védicos e oferecendo prasãda. O s habitantes de Vrndãvana
reuniram-se, decoraram suas vacas e deram-lhes grama. Mantendo as vacas na
frente, eles começaram a circum-ambular a Colina de G o v a r d h a n a . "
SIGNIFICADO—Outrora, no final da Dvãpara-yuga, todos os vaqueiros de Vrndã-
vana preparavam-se para adorar o rei Indra, mas, desistiram desta adoração, se-
guindo o conselho de Krçna. Ao invés disto, realizaram uma cerimônia de VERSO 87
adoração às vacas, aos brãhmanas e à Colina de Govardhana. Naquela época, Krsna
expandiu-Se e declarou: " E u sou a Colina de Govardhana." Dessa maneira, Ele
aceitou toda a parafernália e os alimentos oferecidos à Colina de Govardhana.
Afirma-se no Srimad-Bhãgavatam (10.24.26, 31-33):
ffi*É cm. cmi-vm m facmfem u w w
sakala brãhmane puri vaisnava karilã
pacyantãm vividhãh pâkãh sei sei sevã-madhye sabã niyojila
süpãntãh pãya-sãdayah sakala brãhmane—todos os brãhmanas ali presentes; puri— Mãdhavendra Puri G o -
samyãvã-püpaéaskulyah svãmi; vaisnava karilã—elevados à posição d e Vaisnavas; sei sei—sob diferentes divi-
sarva-dohaé ca grhyatãm sões; sevã-madhye—em prestar serviços; sabã— todos eles; niyojüa—íoram ocupados.
kãlãtmanã bhãgavata TRADUÇÃO—Naquela ocasião, Mãdhavendra Puri iniciou todos os brãhmanas
éakra-darparh jighãmsatã presentes no culto Vaiçnava e ocupou-os em diferentes classes de serviço.
proktam niéamya nandãdyãh
sãdhv agrhnanta tad vacah SIGNIFICADO—As escrituras afirmam que sat-karma-nipuno vipro mantra-tantra-
radah avaisnavah. Mesmo que u m brãhmana de casta ou u m brãhmana qualificado
tathã ca vyadadhuh sarvath ^ja perito nos deveres ocupacionais de um brãhmana, ele não é necessariamente
U m ?nava
yathãha madhusüdanah . f' - Mencionam-se seis ocupações como deveres d o brãhmana. Pathana
(

vãcayitvã svasty ayanarh ^"•nca que o brãhmana deve ser versado nas escrituras védicas. Ele também deve
532 e n s i r i a r a o u t r o s a
tad dravyena giri-dvijãn tambe' ^ estudarem os textos védicos. Isto é pãthana. Ele
d e V e S 6 r e t o e m a d o r a r
dico í P " m
diferentes deidades e em realizar os rituais vé-
am 0

upahrtya balin sarvan todos ^' Devici a este yajana, o brãhmana, sendo o líder da sociedade, realiza
08 n t u a s

ãdrtâ yavasam gavãm ou to- . * védicos para os ksatriyas, os vaisyas e os éüdras. Isto chama-se yãjana,
a u c a r o u t

godhanãni puras-krtya
e
Prati ' * r o s a realizarem cerimônias. O s dois itens restantes são dana
girim cakruh pradaksinam segujj re ° brãhmana aceita toda espécie d e contribuições (pratigraha) de seus
guar{ja°"' (Principalmente, os ksatriyas, os vaiéyas e os éüdras). Porém, ele não
" 'Preparai toda espécie de bons alimentos com os cereais e o gbícoletiàos^P sald0 ° ^ a
< i n n e Í T O
P a si. Ele só guarda o tanto que for necessário e dá o
s u t r
1 3

° o s em caridade (dana).
o yajna. Preparai arroz, dahl; e, então, halavã, pãkorã, puri e toda e
308 Sn Caitanya-caritãmrta Madhy -i O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 309
a ila
Verso 9i

Para que tal brãhmana qualificado adore a Deidade, ele precisa ser um Vaisruy VERSO 89
Assim, a posição do Vaisnava é superior à do brãhmana. Este exemplo dado *'
Mãdhavendra Puri confirma que, mesmo que um brãhmana seja muito perito C M t l l l «ai» C S 1 , r.Ht«f " p u i
não pode tomar-se um sacerdote, ou servo da mürfi de Visnu, a menos que se
iniciado no vaisnava-mantra. Após instalar a Deidade de Gopãla, Mãdhavendr eflfíl? C i t a r.«ffir.:5«il*>t ll vs> ll
Puri iniciou todos os brãhmanas no Vaisnavismo. A seguir, encarregou os brãhmanas
gopãla prakafa haila,—deée éabaa haila
de diferentes classes de serviço à Deidade. Desde as quatro da manhã até às dez ãéa-pãéa grãmera loka dekhite dila
da noite (do mahgala-ãrãtrika ao éayana-ãrãtrika), deve haver pelo menos cinco ou gopãla—Senhor Gopãla; prakata haila—apareceu; deée—por toda a região; éabda
seis brãhmanas a serviço da Deidade. Realizam-se seis ârãtrikas no templo e freqüen- jjflí—a notícia espalhou-se; ãéa-pãéa—vizinhas; grãmera—das aldeias; loka—as
temente oferecem-se alimentos à Deidade e prasãda é distribuída. Este é o método pessoas; dekhite dila—vieram ver.
de adorar a Deidade segundo as regras e regulações estabelecidas pelos predeces-
sores. Nossa sampradãya pertence à sucessão discipular de M ã d h a v e n d r a Puri, a
qual pertencia à Madhva-sampradãya. Estamos na sucessão d i s c i p u l a r de Sri
Caitanya Mahãprabhu, que foi iniciado por Sri Isvara Puri, d i s c í p u l o de
Mãdhavendra Puri. Portanto, nossa sampradãya chama-se Madhva-Gaudrya- TRADUÇÃO—Ao espalhar-se por toda a região a notícia de que o Senhor Gopãla
sampradãya. Sendo assim, devemos cuidadosamente seguir os p a s s o s de Sri aparecera em cima da Colina de Govardhana, todas as pessoas das aldeias vizi-
nhas vieram ver a Deidade.
Mãdhavendra Puri e observar como ele instalou a Deidade de Gopãla em cima da
Colina de Govardhana, como organizou e realizou a cerimônia de Annaküta em
apenas um dia, e assim por diante. A instalação de nossas Deidades n o s Estados
Unidos e nos países abastados da Europa deve ser realizada a exemplo d a s ativida-
des de Sri Mãdhavendra Puri. Todos os servos da Deidade devem ser estritamente VERSO 90
qualificados como brãhmanas e, especificamente, devem ocupar-se no costume
Vaisnava de oferecer tanta prasãda quanto possível e distribuí-la a o s devotos que i « C a a f i w 4 C a a dJICI 1 Í . 1 atfMiPI I
visitam o templo para ver o Senhor. l a ^ T » a r a ira Vlftrl S<iPl II & ° II
ekeka dina ekeka grame la-ila mãgihã
anna-küta kare sabe harasita hahã
áeka dina—um dia após outro; ekeka grame—uma aldeia após outra; la-ila—obtinha
VERSO 88 permissão; mãgihã— rogando; anna-küta kare—realizam a cerimônia de Annaküta;
S"*—todas; harasita—satisfeitas; hahã—ficando.
f g R f w i K l r a . S r ? * aafèei 5«ft1 I
f à g <?3IM I f t t f è l f S l í . 1 5 * 1 * 1 1 * 1 I I \ r \ r I I

punah dina-éese prabhura karãilã utthãna W


kichu bhoga lãgãila karãilã jala-pãna
v,
«draPun

a„Ti l h
h
P
' Y Í n h
P ™ " " ' e i r a s rogar a Mãdha-a m

*<- « reservasse um dia para a realização da cerimônia de Anna-


punah—de novo; dina-Sese—ao final do dia; prabhura—do Senhor; ^ ^ r
~ ~ - i r P r a l 8 u m t e m d i a
*onak ' ° P°' * P * dia, realizou-se a cerimônia d e
com que; utthãna—Se levante; kichu—um pouco; bhoga—comida; lãgãila—
karãilã—fazer com que; jala—água; pana—beba.

TRADUÇÃO—Após descansar, deve-se despertar a Deidade ao final do dia, e*"* VERSO 91


diatamente deve-se oferecer-Lhe um pouco de comida e água.

SIGNIFICADO—Esta oferenda chama-se vaikãli-bhoga, ou seja, alimento ofe"* a t f a i a t í i fcí$ rara a a r ç j i i


ao final do dia. ^ - c * t t i f c a i fog -siaj cstsrsi i &i H
310 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy -ijj ^
a à
O serviço devocional de ári Mãdhavendra Puri 311

rãtri-kãle thãkurere karãiyã sayana rmentos, que nem convém mencionarmos. Devemos entender que, a fim
purí-gosãni kaila kichu gavya bhojana à e
r alimento nutritivo, precisamos apenas d e cereais, ghi, iogurte e leite,
o a r a

rãtri-kãle—a noite; thâkurere—a Deidade; karõiyã—fazendo com que; sayana c. ^-''nodemos oferecer nada mais à Deidade. O Vaisnava, o ser humano perfeito,
3
deitasse para descansar; purí-gosãni—Mãdhavendra Puri; /cfli/a—fazia; kich ^- ° ceifa nada que não tenha sido oferecido à Deidade. O povo vive frustrado
n ã
alguma; gavya—preparação láctea; bhojana—comendo. ° as políticas nacionais de nutrição, porém, aprendemos das escrituras védi-
C O m
ue havendo vacas e cereais suficientes, todo o problema alimentício é resol-
q

T R A D U Ç Ã O — á r i Mãdhavendra Puri não comia nada durante todo o dia, mas p t a n t o , no Bhagavad-gitã, recomenda-se aos vaiéyas (pessoas dedicadas à
or

noite, após fazer a Deidade deitar-Se para descansar, tomava uma preparação ^ cultura e ao comércio) que produzam cereais e protejam as vacas. A vaca é
a
*animal mais importante, pois produz o alimento milagroso, o leite, com o qual
láctea.
!odemos preparar o g h i e o iogurte.
VERSO 92 A perfeição da civilização h u m a n a d e p e n d e da consciência de Krsna, que reco-
menda a adoração à Deidade. Preparações feitas com legumes, cereais, leite, g h i
«tfssaír.i *jfG tere ^fãi caa*t i e iogurte são oferecidas à Deidade e então distribuídas. Nesta passagem, podemos
«>g I Í P I diasátcaa «rfei c i t a ^ M n II
vera diferença entre o Oriente e o Ocidente. As pessoas que vieram ver a Deidade
de Gopãla trouxeram toda espécie de alimentos para oferecerem à Deidade. Elas
prãtah-kãle punah taiche karilã sevana
trouxeram toda a comida que tinham na despensa, e apresentaram-se ante a
anna lahã eka-grãmera ãila loka-gana
Deidade, não apenas para aceitar prasãda para si mesmas, como também para
prãtah-kãle—àe manhã; punah—novamente; taiche—exatamente como antes; distribuí-la aos outros. O movimento para a consciência de Krsna aprova vigoro-
karilã—prestavam; sevana—serviço; anna lahã—cora alimentos; eka-grãmera—de al- samente esta prática de preparar alimentos, oferecê-los à Deidade e distribuí-los
à população em geral. Deve-se estender esta atividade universalmente a fim de
guma aldeia; ãila—chegava; loka-gana—o povo.
suspender hábitos alimentares pecaminosos, bem como outros comportamentos
próprios de demônios. Uma civilização demoníaca jamais trará paz ao m u n d o .
T R A D U Ç Ã O — N a manhã seguinte, começava-se novamente a prestar serviço à Dei-
Já que comer é a primeira necessidade da sociedade h u m a n a , as pessoas ocupa-
dade, e o povo de alguma aldeia chegava com toda espécie de alimentos.
das em resolver os problemas de preparar e distribuir alimentos devem tomar
lições de Mãdhavendra Puri e realizar a cerimônia de Annaküfa. Q u a n d o o povo
VERSO 93 adotar o costume de comer somente prasãda oferecida à Deidade, todos os demô-
nios converter-se-ão em Vaisnavas. Q u a n d o o povo for consciente de Krsna, na-
'«ia, ^r*, afà, $«,—atca a« fei i turalmente o governo também o será. Um h o m e m consciente de Krsna é sempre
ctrticia «rrct cita <Biffãai afãi II *•* i ™ benquerente de todos e muito liberal. Q u a n d o homens assim liderarem o go-
verno, certamente as pessoas deixarão de ser demônios perturbadores, passando
anna, ghrta, dadhi, dugdha,—grame yata chila a
ser impecáveis. Será então e somente então que poderá prevalecer uma condição
gopãlera ãge loka ãniyã dharila Pacífica na sociedade.
anna—cereais; ghfta—ght, ou manteiga clarificada; dadhi—iogurte; dugdha-leite.
grame—na aldeia; yafa—tanto; chila—quanto havia; gopãlera ãge—perante a Deida
de Gopãla; loka—todo o povo; ãniyã— trazendo; dharila—colocava. VERSO 94

T R A D U Ç Ã O — O s habitantes da aldeia traziam para a Deidade de Gopãla tant* ^aíàa-sira fàst afài a«» i
cereais, ghi, iogurte e leite quantos tinham em sua aldeia. fcsce «raan? ctflta atai c«tw» n * 8 «
te- lI
S I G N I F I C A D O — A n n a , ghrta, são: cereais, ghi, iogurte e •f' i ^ ^
dadhi e dugdha e t pürva-dina-prãya vipra karilã randhana
lidade, estes são os alimentos básicos. Legumes e frutas são subsidiários. purog^. taiche anna-küta gopãla karilã bhojana
fazer centenas de milhares de receitas com cereais, legumes, g h i , leite e ' " " ^ W p n f l <
fizeram- " " ^ ~ i u a s e como n o dia anterior; vipra—todos os brãhmanas; karilã—
O alimento oferecido a Gopãla na cerimônia de Annaküta continha ape m M w
"tida ó ' ^ ' ' — c o z i n h a n d o ; taiche—da mesma forma; anna-küta—pilhas de co-
cinco ingredientes. Somente pessoas demoníacas sentem atração por outra g0 sla
' P ~a Deidade do Senhor Gopãla; karilã—fez; bhojana—comendo.
312 Sri Caitanya-caritãmrta nB O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 313
Madh _, ya iU 4
Ve rso 9»

T R A D U Ç Ã O — N o dia seguinte, quase como antes, houve uma cerimônia VERSO 96


Annaküta. Todos os brãhmanas prepararam alimentos e Gopãla os aceito^' mm*
a j ç t a p l l t f « J t S l w t f i r a l l i Gsifsp i
VERSO 95
(-.•stltll G*f3Bll H t ü a ç o s ; * K » t r a ll 5.* n
mahã-prasãda khãila ãsiyã saba loka
C S t W t l * IÇW-Jitfe aSf?tfà-5|rT5 II &<t II gopãla dekhiyã sabãra khande duhkha-éoka
vraja-vãsi lokera krsne sahaja pirtti ht-prasãda—alimentos espiritualizados oferecidos a Krçna; khãila—comeram;
m

gopülera sahaja-príti vraja-vãsi-prati .}--vindo; saba—todas; loka—pessoas; gopãla—a. Deidade de Sri Gopãla;
vraja-vãsi—os habitantes de Vrndãvana (Vrajabhümi); lokera—das pessoas fetitiyí—ao verem; sabãra—de todas elas; khande—desaparece; duhkha-Soka—toda
krsne—ao Senhor Krçna; sahaja—natural; pirtti—amor; gopãlera—do Senhor Gopãla a lamentação e infelicidade.
sahaja—natural; prífi—amor; vraja-vãsi-prati— para com os habitantes de
Vrajabhümi. TRADUÇÃO—De diferentes aldeias vieram multidões de pessoas para verem a
• Deidade de Gopãla, e tomaram suntuosa mahã-prasãda. Ao verem a forma supe-
TRADUÇÃO—O local ideal para praticar a consciência de Krsna é Vrajabhümi, per excelente do Senhor Gopãla,toda a lamentação e infelicidade delas desapare-
ou Vrndãvana, onde as pessoas sentem-se naturalmente inclinadas a amar a Krsna ceram.
e Krsna sente-Se naturalmente inclinado a amá-las.
VERSO 97
SIGNIFICADO—No Bhagavad-gitã se diz: ye yathã mãth prapadyante tãms talhaiva
b m - i w aspirei ali ia i
bhajãmy aham. Há uma cooperação recíproca entre o Supremo Senhor Krçna e
Seus devotos. Quanto mais um devoto ama a Krçna sinceramente, mais Krsna - â f ifl* f ã * i ç a *f-ca i r , * 1 e . i a n &<í n
retribui, tanto que um devoto altamente avançado pode conversar com Krçna face
a face. Krçna confirma isto no Bhagavad-gitã ( 1 0 . 1 0 ) : ãéa-pãéa vraja-bhümera yata grama saba
eka eka dina sabe kare mahotsava
lesam satata-yuktãnãrh ãéa-pãéa—vizinhas; vraja-bhümera—àe Vrajabhümi; yata—todas; grama—aldeias;
bhajatãm priti-pürvakam sai»—todas; eka eka—um após o outro; dina—dias; sabe—todos; kare— realizam;
dadãmi buddhi-yogarh Iam mahotsava—festivais.
yena mãm upayãnti te
TRADUÇÃO—Todas as aldeias da vizinhança de Vrajabhümi [Vrndãvana] fica-
r m

"Àqueles que se dedicam constantemente a Mim e Me adoram com amor, Ei ^ sabendo do aparecimento de Gopãla, e todas as pessoas destas aldeias vieram
dou a compreensão pela qual eles podem vir a Mim.'' A verdadeira missão vè-10. Dia após dia, todas elas realizaram a cerimônia de Annaküta.
vida humana é compreender Krsna e voltar ao lar, voltar ao Supremo. Portanto,
c o n v
quem se ocupa sinceramente no serviço ao Senhor, com amor e fé, pode "
sar com Krçna e receber instruções através das quais podefé rapidamente vo ^ VERSO 98
ao lar, voltar ao Supremo. Hoje em dia, muitos eruditos defendem a ' c
^n e n c l

o r
religião e têm certa concepção da Suprema Personalidade de Deus, P ^ j . j m r
a 0
c t T * t w - a i i s f e mf& « R i c w t <&r,"31
gião sem experiência prática da Suprema Personalidade de Deus não é re ig^
tta
»iíti mi 1*1 ciia rufa « r i f a r a n sir- n
em absoluto. O Srimad-Bhãgavatam descreve isto como uma forma de ^^ . eüi

ligião significa viver sob as ordens de Krçna, a Suprema Personalidade e gopãla-prakata éuni' nãnã deéa haite
1 e
Se alguém não está qualificado para conversar com Ele e tomar lições d* ' „ 0 „ . nãnã dravya lahã loka lãgilã ãsite
1
pode compreender os princípios da religião? Assim, conversas sobre re ig ^ diversas"' ^ ' e i r a a e
de Gopãla; vrakata—aparecimento; éuni'—ouvindo; nãnã—
experiência religiosa sem consciência de Krçna não passam de mera pe £ a
k>ka—' k^ ~~regiões; haite—de; nãnã—diversas; dravya—coisas; lahã— trazendo;
tempo. f^ssoas; lãgilã—começaram; ãsite—a vir.
314 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-iji O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 315
Verso 103

t r a d u ç ã o — D e s s a maneira, não só as aldeias vizinhas, mas também tod , O—Um riquíssimo ksatriya da ordem real construiu um templo, outrem
08
outras províncias, ficaram sabendo do aparecimento de Gopãla. Assim * ** S
ri^tensfl' de cozinha e outrem construiu muros de proteção.
pessoas de toda parte, trazendo grande variedade de presentes.
VERSO 102
VERSO 99
i s a , a a a s i i í t - « a a i * a •stfeft f»»i i
i ^ r n i c*rta 1 1 1 ? a ? «ttt 1 a s a 1 5 a -stí^t c f W c e r a c?i I I > Í I I
«f%« a**' awi c«i» ca « t f * ' 11 :>» 11
e*w eka vraja-vãsi eka eka gãbhi dila
muthurãra loka saba bada bada dhaní sahasra sahasra gãbhi gopãlera haila
bhakti kari' nãnã dravya bheta deya ãni' da eka—cada; vraja-vãsi—residente de Vrndãvana; eka eka—uma; gãbhi—vaca;
mathurãra—da cidade de Mathurã; loka—as pessoas; saba—todas; ooaa bada- dito-contribuiu; sahasra sahasra—milhares e milhares; gãbhi—vacas; gopãlera—de
muito grandes; dhani—capitalistas; bhakti kari'—por devoção; nãnã dravya—diversas Gopãla; haila-havia.
espécies de coisas; bheta—presentes; deya—deram; ãni'—trazendo.
TRADUÇÃO—Cada família residente na terra de Vrajabhümi contribuiu com u m a
t r a d u ç ã o — A s pessoas de Mathurã, que são grandes capitalistas, também trou- vaca- Dessa maneira, milhares de vacas tornaram-se propriedade de Gopãla.
xeram vários presentes e ofereceram-nos perante a Deidade em serviço
devocional.
VERSO 100 SIGNIFICADO—Esta é a maneira de instalar a Deidade, construir o templo e au-
mentar a propriedade do templo. Todos devem entusiasticamente contribuir para
a construção do templo para a Deidade, e todos devem, também, contribuir com
o alimento para a distribuição de prasãda. Os devotos devem pregar o evangelho
w i ç i n « i f e i , fãs? Tt%i «NM 115>»° 11
do serviço devocional e, assim, ocupar as pessoas em serviço prático à Deidade.
snorna, raupya, vastra, gandha, bhaksya-upahãra Pode-se, também, atrair pessoas ricas para participarem nestas atividades. Dessa
asahkhya ãise, nitya bãdila bhãndãra maneira, todos tomar-se-ão espiritualmente inclinados e toda a sociedade
svarna—ouro; raupya—prata; vastra—vestimentas; gandha—perfumes; bhaksya- converter-se-á à consciência de Krsna. O desejo de satisfazer os sentidos mate-
upahãra—oferendas para comer; asahkhya—incontáveis; ãise—chegaram; nitya- riais diminuirá de forma automática, e os sentidos tornar-se-ão tão puros que po-
diariamente; bãdila—aumentava; bhãndãra—o tesouro. derão ocupar-se em bhakti (serviço devocional ao Senhor). Hrsikena hr$Ike$a-sevanam
ohaktir ucyate. Servindo ao Senhor, nossos sentidos purificam-se gradualmente.
TRADUÇÃO—Assim, chegaram incontáveis presentes de ouro, prata, vestimen- Aocupação dos sentidos purificados a serviço de Senhor Hrslkeáa chama-se bhakti.
vuando a propensão adormecida para bhakti desperta, pode-se entender a Su-
tas, artigos perfumados e comestíveis. O tesouro de Gopãla aumentava
Pjenra Personalidade de Deus como Ele é. Bhaktyã mãm abhijãnãti yãvãn yaé cãsmi
diariamente. 8 8 1
y" * * - (Bg- 18.55) Este é o processo de dar à humanidade a oportunidade de
•espertar a consciência de Krsna. Assim, todos podem aperfeiçoar suas vidas sob
VERSO 101 ««os os aspectos.
i f ó astHsrt *fàri a a í ç i a f % 1
C a ? * t t a - « T Q t a Cm, c a * cgffta I I I O I I VERSO 103

eka mahã-dhani ksatriya karãilã mandira csrYs s > c s «rraarl s & f c w t * a i * i


keha pãka-bhãndãra kaila, keha ta' prãcira ^ - c f t T f f a p vrfàai «tci atàfl n i»*»
eka—um; mahã-dhanl— homem riquíssimo; ksatriya—da ordem real;
construiu; mandira—um templo; keha—outrem; pãka-bhãndãra—panelas de gauda ha-ite ãilã dui vairãgi brãhmana
para cozinhar; kaila—fez; keha—outrem; fa'—decerto; prãcira—muros de pr° puri-gosãhi rãkhila tare kariyã yatana
316 ári Caitanya-caritãmrta Madhya.j-, 7
O serviço devocional de á r i Mãdhavendra Puri 317
Verso 1 °

gauda ha-ite—da Bengala; dilã— vieram; dui—dois; vairãgi— da ordem renun w_ d e s s a maneira; vatsara—anos; dui—dois; karilã—realizada; sevana—
brãhmana—pessoas nascidas em famílias de brãhmanas; purí-gosãni— Mãdriav^^' *' ão- eka-dina—certo dia; purí-gosãhi—Mãdhavendra Puri; dekhila—viu;
Puri; rãkhila—acolheu; tare—a eles; kariyã— fazendo; yatana—todos os e«(
,0r
Ços.
TRADUÇÃO—Finalmente, chegaram da Bengala dois brãhmanas pertencem ç __Dessa maneira, realizou-se a adoração à Deidade no templo mui
AO

ordem renunciada, e Mãdhavendra Puri, gostando muito deles, acolheu-os' * 8


^lendidamente por dois anos. Então, certo dia, Mãdhavendra Puri teve um
Vrndãvana e deu-lhes toda classe de confortos. jonho

VERSO 104 VERSO 106

c i a «a f i a afV ciai mftfH i c m i r a ara, •Jjh «rmta s t t atfc an i


at»-cm aa, *j.fta •«(*•»» a t f s i 11 i»8 n jn?ni»-w c i i \ «ca ca II «

sei dui áisyfl kari' sevã samarpila gopãla kahe, puri ãmãra tapa nãhi yãya
rája-sevã haya,—purira ãnanda bãdila malayaja-candana lepa', tabe se judãya
sei dui—aquelas duas pessoas; éisya kari'—iniciando; seitf—do serviço; samarpm- gopãla—a Deidade de Gopãla; kahe—disse; puri— Meu querido Mãdhavendra
encarregou; rãja-sevã— realização esplêndida de serviço; haya—é; purira-áe Puri; ãmãra—Minha; tapa—temperatura do corpo; nãhi—não; yãya—vai embora;
Mãdhavendra Puri; ãnanda—prazer; bãdila—aumentou. nalayaja-candana—sândalo produzido nas colinas Malayas; lepa'—unta o corpo;
tabe—então; se—isso; judãya—refresca.
TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri iniciou, então, aqueles dois brãhmanas
encarregando-os do serviço diário ao Senhor. Este serviço era executado conti- BADuçÀO—Em seu sonho, Mãdhavendra Puri viu Gopãla, q u e dizia: "A tem-
nuamente, e a adoração à Deidade tornou-se esplêndida. Assim, Mãdhavendra peratura de Meu corpo ainda não baixou. Por favor, traze sândalo da província
Puri ficou muito satisfeito. de Malaya e unta com a polpa o Meu corpo para refrescar-Me."

SIGNIFICADO—Os Gosvãmis inauguraram muitos templos, a saber, os templos


de Govinda, Gopinãtha, Madana-mohana, Rãdhã-Dãmodara, Syãmasundara SIGNIFICADO—A Deidade d e Gopãla estivera escondida dentro da floresta por
Râdhãramana e Gokulãnanda. Os discípulos dos Gosvãmis foram encarregados muitos anos, e, embora A tivessem instalado e Lhe tivessem oferecido milhares
da sevã-püjã (adoração à Deidade) destes templos. Não é que os discípulos fossem de potes dágua, Ela ainda Se sentia muito quente. Portanto, pediu a Mãdhavendra
membros familiares dos Gosvãmis originais. A maioria dos Gosvãmis estava na que Lhe trouxesse sândalo da província de Malaya. O sândalo produzido
ordem de vida renunciada, sendo que Jiva Gosvãmi, em particular, era brahmaotit em Malaya é muito popular. Tal província encontra-se no ghãta ocidental, e a co-
Atualmente, os sevãitas assumem o título de gosvãmis baseados no fato de*** "a de Nilagiri às vezes é conhecida como Colina de Malaya. A palavra malaya-ja
rem ocupados como sewfifas da Deidade. Hoje em dia, os sevãitas herdeiros des^ "^ada para indicar o sândalo produzido na província de Malaya. Às vezes, a
nc USIV
posições assumem a propriedade dos templos, e alguns deles estão ' ' 5 n t r e . 3
P " ^ Malaya refere-se ao moderno país da Malásia. Outrora, este país também
dendo a propriedade das Deidades, como se fosse propriedade particular, uzia sândalo, mas, hoje em dia, eles acham mais lucrativo produzir serin-
$ m o r a a 1 u l u r a
tanto, os templos não pertenciam originalmente a esses sewíifas. todos ^ ^ ' védica outrora prevalecesse na Malásia, hoje em dia
8 6 1 1 5 a t a n t e s s a o
"a MaU ^ k' maometanos. A cultura védica perdeu-se, portanto,
VERSO 105 "«•ásia, em Java e na Indonésia.

lí&ire a«.ia afc asfàsi cia» i VERSO 107


^afira ^ft-cMtiff* c»fà»i "íla II w II
Heras? «rrst, mm s r t a t e i cara i
ei-mata vatsara dui karilã sevana
eka-dina purí-gosãni dekhila svapana íca) cara *ca, ajiía 5*ra afãra i >%i
O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 319
318 Sri Caitanya-can^ãmrta Madhya-n,^ 111
f
Ver»»

malayaja ãna, yãhã nilãcala haite éãntipura ãilã advaitãcãryera ghare


anye haite nahe, tumi calaha tvarite purira prema dekhi' acãrya ãnanda antare
malaya-ja—sândalo; ãna—traze; yãhã— oriundo; nilãcala haite—de Jagannãtha p, .pura—a° l°cal conhecido como Santipura; ãilã— veio; advaita-ãcãryera—de
anye—outros; haite—de; nahe—não; tumi—tu; calaha—vai; tvarite—depressa Advaita Acãrya; ghare—ao lar; purira prema—o amor extático de Mãdhavendra
venc,o; acãr a
puri' <tóW»""~" y ~Advaita Acãrya; «"nanda—satisfeito; antare—
TRADUÇÃO—"Traze polpa de sândalo de Jagannãtha Puri. Por favor, vai d e p ^ interiormente.
sa. Já que ninguém mais pode fazer isso, tu deves fazê-lo."
UÇ^O—Chegando Mãdhavendra Puri à casa de Advaita Acãrya em Sãnti-
VERSO 108 o Acãrya ficou muito satisfeito de ver o amor extático a Deus que transpare-
cem Mãdhavendra Puri.

VERSO 111

S I ? &ffÜQ» 1 3 C*W TSfl ^ f ? * ! I


svapna dekhi' puri-gosãhira haila premãveéa
prabhu-ãjhâ pãlibáre gelã pürva-deéa tfvpti *f#t s i r a â l w fãiípi ii ii
svapna dekhi'—anos ver o sonho; puri-gosãhira—de Mãdhavendra Puri; haila-
houve; prema-ãveéa—êxtase devido ao amor a Deus; prabhu-ãjhã—a ordem do fanra f/iam' mantra laila yataria karinã
calilã daksine puri tãhre diksã dihã
Senhor; pãlibãre—para cumprir; gelã— partiu; pürva-deéa—para as terras orientais
tãnra (hãni—dele; mantra—iniciação; laila—aceitou; yatana—esforços; kariha—
(Bengala).
fazendo; calilã— partiu; daksine—rumo ao Sul; puri— Mãdhavendra Puri; tãhre—a
TRADUÇÃO—Após ter este sonho, Mãdhavendra Puri Gosvãmi ficou muito con- He (Advaita Acãrya); diksã— iniciação; dihã— dando.
tente devido ao êxtase de amor a Deus, e, a fim de cumprir a ordem do Senhor,
partiu para o leste rumo à Bengala. TRADUÇÃO—Advaita Acãrya pediu para ser iniciado por Mãdhavendra Puri.
Após iniciá-lO, Mãdhavendra Puri partiu para o sul da índia.
VERSO 109
SIGNIFICADO—A este respeito, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura comen-
citra ftaV cita afài *t*fo i ta que Advaita Acãrya aceitou iniciação de Mãdhavendra Puri, que era um sannyãsi
da sucessão discipular da Madhva-sampradãya. Segundo Sri Caitanya
« T M ifft' dVs-wt afài M U II V<S> n

sewfra nirbandha—loka karilã sthãpana kibã vipra kioã nyãsi éüdra kene naya,
ãjhã mãgi' gauda-deée karilã gamana yei krsna-tattva-vettã, sei 'guru' haya
d e a d o
sevãra nirbandha—as providências para executar a rotina diária ^^ e n .
Senhor; loka—as pessoas; karilã—fez; sthãpana—estabelecer; ãjhãrnãgi'-cioea
e a u m s e a
do à ordem; gauda-deée—rumo à Bengala; karilã—fez; gamana—indo. 'êr« J ^ ^ ^ J brãhmana, sannyãsi, éüdra ou qualquer outra coisa, se for bem
d o
v ^ "a ciência de Krsna, poderá tomar-se um g u r u . " (Cc. Madhya 8.128) Sri
e n d r a P u r i a i a e
TRADUÇÃO—Antes de partir, Mãdhavendra Puri tomou todas as providênc»^ ^'
teU r n P ° s t a afirmação. Segundo o preceito d o pahcarãtra, somen-
é m a m c a s a

para manter regular a adoração à Deidade, e atribuiu diversos deveres a ' irúc H d o pode dar iniciações. Outros não podem. Q u a n d o alguém
p r e s u m e s e ue s e

tes pessoas. Então, obedecendo à ordem de Gopãla, partiu para a Beng *fequad ' ~ °i tornou brãhmana; sem ser iniciado por um brãhmana
q o °' " ^ g u é m pode converter-se em brãhmana. Em outras palavras, a menos
Ue
1 s e a um
ÔluoJL .P ' brãhmana, não pode converter outra pessoa e m brãhmana.
VERSO 110
drv ^ ^'brãhmana, participante da instituição de vamãérama-dharma, pode obter
ersa

«itfs^ w f t f i f c & t a i H t i a i r a i honeJ SeS


^ p a r a f e r n a l i a

*jfla esto cffà' wrsrô «rRãi «rara n Ü ° « para adorar o Senhor Visou por meio de seu tra-
n
e s t o . Na realidade, as pessoas imploram para ser iniciadas por estes
320 Sri Caitanya-caritãmrta O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 321
M a d h
*Hilà, 4
Ver** 16

brãhmanas casados só para lograrem êxito na instituição de varnãérama __jsJo corredor do templo, do qual as pessoas geralmente avistavam
IO
0

livrarem-se de desejos materiais. Portanto, é necessário que o mestre es • ^ TRAp A, Mãdhavendra Puri cantou e dançou. Então, sentou-se ali e pergun-
e

pertencente ao grhastha-ãérama seja um Vaisnava estrito. Um mestre esív • a peida ^ s j u n a n a que espécie de alimentos ofereciam à Deidade.
da ordem de sannyãsa tem pouquíssima oportunidade de realizar arcana ado - tou*
r

à Deidade, mas, se alguém aceita como mestre espiritual um sannyãsi tran ^ VERSO 114
dental, não deve negligenciar o princípio de adoração à Deidade em absol ciara citàa cafa' «ftafa® ac* 1
Para complementar esta conclusão, Sri Caitanya Mahãprabhu deu-nos Sua orjin&!
no verso kibã vipra kibã nyãsí, etc. Isto indica que o Senhor compreendeu a fraqu° §131 osm ciicsi -<íiai aja «rçarr,* 11 m«
da sociedade ao advogar que somente um grhastha-brãhmana deva ser mestre es
piritual. Sri Caitanya Mahãprabhu afirma que não tem importância o fato de sevãra sausfhava dekhi' ãnandita mane
mestre espiritual ser grhastha (chefe de família), sannyãsi ou mesmo éüdra. O mestre uttama bhoga lãge—ethã bujhi anumãne
espiritual simplesmente precisa ser versado na essência do éãstra: ele precisa setãra—àa adoração; sausthava—excelência; dekhi'—ao ver; ãnandita—satisfeito;
compreender a Suprema Personalidade de Deus. Somente então pode alguém mane—na mente; uttama bhoga—os melhores comestíveis; lãge— oferecem; ethã—
tornar-se mestre espiritual. Diksã na realidade significa iniciar um discípulo no assim; bujhi—percebo; anumãne—por dedução.
conhecimento transcendental através do qual ele possa livrar-se de toda a conta-
minação material. TRADUÇÃO—Pela excelência das preparações, Mãdhavendra Puri percebeu, por
dedução, que se ofereciam apenas os melhores comestíveis.
VERSO 112
VERSO 115
C ^ t r e c a i CM1%H1 I cacs j$fl csfst sTfcst, i a i ^ *jTça 1
<afra arô c« r a d i c a i f i s a i - a « II II cscs f%ftp cera G I Í I Í C I ipafèa 11 ü<t 11
remunãte kaila gopinãtha daraéana yaícfie ihã bhoga lãge, sakala-i puchiba
tãhra rüpa dekhihã haila vihvala-mana taiche bhiyãne bhoga gopãle lãgãiba
remunãte—na aldeia de Remunã; kaila—fez; gopinãtha—a Deidade de Gopinãtha; yaiche—assim como; ihã— aqui; bhoga—alimentos; lãge—oferecem; sakala-i—tudo;
daraéana—vendo; tãhra—Sua; rüpa—beleza; dekhihã—ao ver; haila—ficou; vihvala- puchiba—vou perguntar; taiche—de modo semelhante; bhiyãne—na cozinha;
confusa; mana—mente. bhoga—alimentos; gopãle—a Sri Gopãla; lãgãiba—providenciarei.

TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri pensou: " V o u perguntar ao sacerdote que ali-


TRADUÇÃO—Chegando ao sul da índia, Sri Mãdhavendra Puri visitou Remunã,
mentos se oferecem a Gopinãtha, de m o d o q u e , fazendo arranjos em nossa co-
onde Se encontra Gopinãtha. Ao ver a beleza da Deidade, Mãdhavendra Puri ^mha, possamos oferecer alimentos semelhantes a Sri G o p ã l a . "
ficou comovido.

VERSO 113 VERSO 116


1

'*j3i%5 afã' sfitcataca afiH i <ífè itfa *jflcia aNcaa °atca i


' a i i fjl G ® Í M i r c t ?' at««CT'^fèn n ^ ® mtm afài ai c«ta-fàasr,«i 11 11

nrtya-gita kari' jaga-mohane vasilã ei lãgi' puchilena brãhmanera sthãne


'kyã kyã bhoga lãge?' brãhmane puchila | .
n brãhmana kahilã saba bhoga-vivarane
o;
S 0 D r

nrtya-gita kari'—após dançar e cantar; jaga-mohane—no corredor do e btfhfjj' ~ e este assunto; puchilena—ele perguntou; brãhmanera sthãne—ao
0
I?W; brã

vasilã— sentou-se; kyã kyã—que; bhoga—alimentos; lãge—oferecem; brantn . »nv,J hmana—o sacerdote; kahilã—informou; saba—tudo; bhoga—alimentos;
sacerdote brãhmana; puchila—perguntou. ""•W-em descrição.
322 Sri Caitanya-caritãmrta M
O serviço devocional de á r i Mãdhavendra Puri 323
*»hyaH!H j4
Ver»» 122

TRADUÇÃO—Ao ser indagado sobre este assunto, o sacerdote bràhrnana - „ enquanto Mãdhavendra Puri conversava com o sacerdote brãhmana,
T R A t J
cou em pormenores que espécie de alimentos eram oferecidos à Deidad* *''" 1
" doce f„i trazido perante a Deidade para ser-Lhe oferecido. Ao ouvir isso,
Gopinãtha. « e d
^ S S v e n d r a Puri pensou o seguinte.

VERSO 117 VERSO 120

aaiTta c e t M i Kt ««HWrfir-m I «wrfFs « f a l a « j a f » *tta. i


w * f M i u a « f ã ' « a s - a a t a II » i II a r * wtfà' racs # t a c M t * t t w irWIÜ i »

sandhyãya bhoga lãge kslra—'amrta-keli'-nãma ayãcita kslra prasãda alpa yadi pãi
dvãdaéa mrt-pãtre bhari' amrta-samãna svãda jãni' taiche k$lra gopãle lãgãi
sandhyãya—à noite; bhoga—alimentos; lãge—oferecem; kslra—arroz doce; amrla- gyacita—sem pedir; kslra—arroz doce; prasãda—restos do alimento; alpa—um
keli-nãma—chamado amrta-keli; dvãdaéa—doze; mrt-pãtre—potes de barro; bhari'- pouco; yadi—se; pãi—eu conseguisse; svãda—o gosto; /'aní'—conhecendo; taiche—
enchendo; amrta-samãna—tal qual o néctar. semelhante; kslra—arroz doce; gopãle—ao meu Gopãla; %d"i—posso oferecer.

TRADUÇÃO—O sacerdote brãhmana disse: "À noite, oferecem arroz doce à Dei- TRADUÇÃO—"Se me dessem u m pouco d e arroz doce sem eu pedir, então eu po-
dade em doze potes de barro. Como este arroz doce sabe a néctar [amrta], ele deria prová-lo e fazer u m a preparação semelhante para oferecer ao meu Senhor
chama-se amrta-keli." Gopãla."

VERSO 118 VERSO 121

'fft&tom* # W i f i r «rtãw ata ata i \ffc l a t i a « w i ftt<m fàajMRM cm i


«JfàaTca» ^ ç ç G « t t a r ô l atfà « t a n Ü V - I I c a a a n o a c w t t a f à ' « t a f % a f f à n i aAâ I
'gopinãthera kslra' bali' prasiddha nãma yãra ei icchãya lajjã pãhã vi$nu-smarana kaila
prthivtte aiche bhoga kãhãh nãhi ãra hena-kãle bhoga sari' ãrati bãjila
gopinãthera k$tra—o arroz doce oferecido a Gopinãtha; bali'—como; prasiddha- ei icchãya—pot este desejo; to;;»"—vergonha; ptfrTíf—sentindo; visnu-smarana—
famoso; nãma—o nome; yãra—do qual; prthivtte—em todo o mundo; aiche—tal; lembrança do Senhor Visnu; kaila—tez; hena-kale—nessa altura; bhoga—o alimen-
bhoga—alimento; kãhãh—em parte alguma; nãhi— não; ãra—outra. to; sari'—sendo concluída; ãrati—a cerimônia de ãrati; bãjila—fez-se ouvir.

TRADUÇÃO—"Este arroz doce é famoso em todo o m u n d o como gopinátha-ksírJ TRADUÇÃO-Mãdhavendra Puri ficou muito envergonhado de ter desejado
p r o v a r0a m
Ele não é oferecido em n e n h u m a outra p a r t e . " > * doce, e imediatamente pôs-se a pensar no Senhor Visnu. Enquanto
Pesava assim no Senhor Visnu, a oferenda foi concluída, após o que começou
VERSO 119 «nmônia de ãrati.

O F w t w cm c m fcta^ca i r f a i i
« f à ' < j f k i t t a t f a 3 tâsf a t a f à s t f à i II Ü S - n VERSO 122

hena-kale sei bhoga fhãkure lãgilã «taras cafaai * t f r cm a a v t a i


éuni' puri-gosãhi kichu mane vicãrila oeran^ atraca « t a a r l , a t c a fàsg a i a f à a i « t a «
wre
hena-kale—nessa altura; sei bhoga—aquele alimento maravilhoso; ^'"* "j*7pun
a Deidade; lãgilã—foi colocado; éuni'—ao ouvir; puri-gosãhi—Mãdhaven ãrati dekhiyã puri kaila namaskãra
bc/iu—algo; mane—dentro da mente; vicãrila—considerou. bãhire ãilã, kãre kichu nã kahilã ãra
324 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya- O serviço devocional de Sri Màdhavendra Puri 325

ãrati dekhiyã—após assistir ao drafi; puri— Màdhavendra Puri; kaila— Dl Ft - desejo; haila—ficou; tãhe—por aquela razão; mane—ele considera;
namaskãra—reverências; bãhire ãilã—saiu; kãre—a ninguém; kichu—nada; nã— ° U;
Jjj^-ofensa.
kahilã—disse; ãra—mais.
_ - U m paramahamsa como Mãdhavendra Puri fica sempre satisfeito
u c A O

T R A D U Ç A O — A p ó s o fim do ãrati, Mãdhavendra Puri prestou suas reverènci ^ " j y i e o amoroso ao Senhor. A fome e a sede materiais não podem impedir
à Deidade e, então, deixou o templo. Ele não disse mais nada a ninguém ** jtjyidades. Ele desejou provar um pouco do arroz doce oferecido à Deida-
**considerou, portanto, ter cometido u m a ofensa ao desejar comer o que esta-
VERSO 123 vl «ndo oferecido à Deidade.

n o — E aconselhável que o alimento a ser oferecido à Deidade seja co-


n C A

«ratftre « f r í t i a f a , « c * S f i t a II II hjrto quando levado da cozinha para o aposento da Deidade. Dessa maneira,
ayãcita-vrtti puri—virakta, udãsa outros não podem vê-lo. Aqueles que não estão acostumados a seguir os
ayãcita pãile khã'na, nahe upavãsa ivançados princípios devocionais regulativos talvez desejem comer o alimento,
ayãcita-vrtti—acostumado a evitar de mendigar; puri—Mãdhavendra Puri; e isto é uma ofensa. Portanto, não se deve dar a ninguém a oportunidade de sequer
virakta—desapegado; udãsa—indiferente; ayãcita—sem esmolar; pãile—se obtém; vê-lo. No entanto, ao ser introduzido perante a Deidade, deve-se descobri-lo. Ao
khã'na—come; nahe—caso contrário; upavãsa—jejuando. ver o alimento descoberto perante a Deidade, Mãdhavendra Puri desejou provar
um pouco dele, de modo que pudesse fazer uma preparação semelhante de arroz
T R A D U Ç A O — M ã d h a v e n d r a Puri evitava de mendigar. Era inteiramente desape- doce para o Gopãla que era seu. No entanto, Mãdhavendra Puri era tão estrito
gado e indiferente às coisas materiais. Ele não esmolava. Se alguém lhe oferecia qne considerou isso uma ofensa. Conseqüentemente, deixou o templo sem dizer
algum alimento, ele comia; caso contrário, jejuava. nada a ninguém. Por isso, o paramaharhsa é chamado vijita-sad-guna. Ele deve
vencer as seis qualidades materiais — kãma, krodha, lobha, moha, matsara e ksudhã-
SIGNIFICADO—Esta é a fase d e paramahamsa, a fase mais elevada para um sannyis. trsnã (luxúria, ira, cobiça, ilusão, inveja, fome e sede).
Um sannyãsl pode mendigar de porta em porta para conseguir comida, mas, o
paramahamsa que adota ayãcita-vrtti, ou ajagara-vrtti, não pede comida a ninguém. VERSO 125
Se alguém lhe oferece comida voluntariamente, ele come. Ayãcita-vrtti significa
estar acostumado a abster-se da mendicância, e ajagara-vrtti indica alguém que cil(ca? •fJKtcft afã' acaa 4*Téa i
pode ser comparado a um píton, a grande cobra que, em vez de fazer esforço v*i«n *t«t#t aatai fcfasr,* "ia* • H « II
para conseguir comida, espera que o alimento venha naturalmente à sua boca. grãmera éünya-hãte vasi' karena kirtana
Em outras palavras, o paramahamsa ocupa-se única e exclusivamente a serviço do ethã püjãrí karãilã fhãkure sayana
Senhor, sem sequer ligar para comer ou dormir. Afirmou-se sobre os seis grãmera—da aldeia; éünya-hãte—no mercado vazio; vasi'—sentando-se; karena—
Gosvàrms: nidrãhãm-vihãrakãdi-vijitau. Na fase de paramahamsa, é dominado o dese- Ie
*jéa; kirtana—canto; ethã—no templo; püjãrí—o sacerdote; karãilã—fez; fhãkure—
jo de dormir, de comer e de desfrutar com os sentidos. O paramahamsa mantém-se * Deidades; sayana-deitarem-Se.
como mendicante manso e humilde, ocupado a serviço do Senhor dia e nua*
Mãdhavendra Puri havia alcançado esta fase de paramahamsa.
j A o U t f o - M à d h a v e n d r a Puri deixou o templo e foi sentar-se no mercado da
e s t a v a v a z i o
dote!) - Sentado ali, começou a cantar. Neste ínterim, o sacer-
VERSO 124 0
'emplo fez a Deidade deitar-Se para dormir.
c«atsre'<5«. f « H f # l «tfç atw i C A D o
ieJ^ ~ E m b o r a Mãdhavendra Puri não se interessasse em comer e dormir,
"#t?-^6ÇI cai, «íca ate* «*f?fC1 il II tr
*nsc "! SSe em c a
n t a r o mahã-mantra era tão agudo que ele mais parecia ser um
premãmrte trpta, k$udhã-trsnã nãhi bãdhe •AFJGÇ ^ " ' a l i s t a aspirante do que um paramahamsa. Isto significa que, mesmo
r:
kslra-icchã haila, tãhe mane aparãdhe Senh° Gojvjjj^ Wamahamsa, não se pode deixar de cantar. Haridãsa Thãkura e os
prema-amrte trpta—ficando satisfeito somente com o serviço amoroso ao ^ * muj . a t a v a m todos um número fixo de voltas; portanto, cantar nas contas
t0

ksudhã-trshã—fome e sede; nãhi—não; bãdhe— impedem; kslra—por arroz ""Portante para todos, mesmo para quem chegue a tornar-se um
326 Sri Caitanya-caritãmrta O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 327
Madhya-,u a 4
Verso 13"
paramahamsa. Pode-se realizar este canto em qualquer lugar, quer dentro - "Por favor, levanta-te e abre a porta do templo. Guardei um pote
0
U e r
fora do templo. Màdhavendra Puri sentou-se, pois, n u m mercado vazio paj ^ a
T
^arroz doce para o sannyãsi Màdhavendra P u r i . "
zar seu canto. Como afirma Srinivãsa Acãrya em suas orações aos Gosvãrnis- n * ^
gãna-natibhih. O devoto paramaharhsa está sempre ocupado em cantar e r,^""' VERSO 128
serviço amoroso ao Senhor. Os processos de cantar os santos nomes do Se
e ocupar-se em Seu serviço são idênticos. Como se afirma no Srímad-Bhão ' aval
0
a?ra w t i c i 6 1 * 1 ^ a ifra a a i
(7.5.23), há nove espécies de serviço devocional: ouvir (éravanam), cantar (kinantam c s t i a i «1 «Mfswii s f * i "BrtJifa a í a t a n n
lembrar-se (visnoh smaranam), servir (pãda-sevanam), adorar a Deidade (arcada
orar (vandanam), cumprir ordens (dãsyam), servi-lO como amigo (sakhyam) e j ' s a c r
dhadãra ahcale dhãkã eka kslra haya
ficar tudo pelo Senhor (dtma-nivedanam). Apesar de cada processo parecer distinto tomará nã jãnila tãhã ãmãra mãyãya
ao situarmo-nos na plataforma absoluta, podemos ver que eles são idênticos Po r
flgãám—àa cortina de pano; ahcale—pela- bainha; dhãkã— coberto; eka—um;
exemplo, ouvir é tão bom quanto cantar, e lembrar-se é tão bom quanto cantai tíra—pote de arroz doce; haya—há; tomara—xu; nã— não; jãnila— soubeste; tãhã—
ou ouvir. De modo semelhante, ocupar-se na adoração à Deidade é tão bom quanto igso; tfrmfra-Meu; mdyãya-pelo truque.
cantar, ouvir ou lembrar-se. Espera-se que o devoto aceite todos os nove processos
de serviço devocional, mas, m e s m o que ele se aperfeiçoe apenas num processo
TRADUÇÃO—"Este pote de arroz doce está logo atrás da Minha cortina de pano.
ainda assim pode alcançar a posição mais elevada (paramahamsa) e voltar ao lar,
Tu não o viste por causa de Meus t r u q u e s . "
voltar ao Supremo.
VERSO 129
VERSO 126
Y f t V * t f t I S l t l T « T C 5 ÇtC&CS afi<«»i I
fãw 5«i <pfV «jsfrât afài "lai i srçrcas \5' d f e %s c«?a n H& H
&tf <i wffip afãn iç« ii ii
mãdhava-puri sannyãsl ache hãfete vasihã
nija krtya kari' püjdri karilã sayana tãhãke ta' ei k$lra éighra deha lahã
svapane thãkura ãsi' balilã vacana maanava-purí—chamado Mãdhavendra Puri; sannyãsl— um mendicante; ache—há;
nija krfya—seu próprio dever; kari'—terminando; püjãrí—o sacerdote brãhmaw háfete— no mercado; vasihã— sentado; tãhãke—a ele; ta'—decerto; ei—este; kslra—
no templo; karilã—foi; Sayana—descansar; svapane—num sonho; thãkura—a Dei- pote de arroz doce; éighra—bem depressa; deha—entrega; lahã—levando.
dade; ãsi'—vindo ali; balilã—disse; vacana—as palavras.
TRADUÇÃO—"Um sannyãsi chamado Màdhavendra Puri está sentado no mercado
vazio. Por favor, leva este pote de arroz doce que está atrás de Mim e entrega-o a
ele."
TRADUÇÃO—Ao terminar seus deveres diários, o sacerdote foi descansar. Num
sonho, ele viu a Deidade de Gopinãtha vir conversar com ele, e Ela falava o
seguinte. VERSO 130
VERSO 127
a* cfpr •fcrtfi W aflwl fãsta i
fcfcç, •jsriitj ara ara fãcitw i «ti afã' astrfe u f a 13* cm ara n «
#ta ^a atfaatfs laníV^ra*! 11 11
svapna dekhi' püjãrí uthi' karilã vicãra
uthaha, püjãrí, kara dvãra vimocana snãna kari' kapãta khuli, muleta kaila dvãra
k$lra eka rãkhiyãchi sannyãsi-kãrana ^ karug^f dekhi'--ap OS sonho; püjãrí—o sacerdote; uthi'—ao levantar-se;
v e r 0

uthaha—por favor, levanta-te; püjãrí—ó sacerdote; kara—faze; dvãra—a no _ a


e z ; Wcarfl
- r c o n s i d e r a ç õ e s ; sndna kari'—tomando seu banho antes de entrar
vimocana—abrindo; fcsfra—arroz doce; eka—um pote; rãkhiyãchi—guardei; sa" Ir fez- %T ° m da De
> d a d e ; kapãta—a porta; khuii— abrindo; mukta-abriu; kaila-
do mendicante, Mãdhavendra Puri; kãrana—pelo motivo. ' "Wm-as portas.
328 Sri Caitanya-caritãmrta O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 329
Madhya-iHã, 4
Verso 13 J

TRADUÇÃO—Ao despertar do sonho, o sacerdote imediatamente levantou U( - j_-Segurando o pote de arroz doce, o sacerdote gritava: " Q u e m tem
A(

cama e resolveu tomar um banho antes de entrar no aposento da Deidade me Mãdhavendra Puri, por favor, vem e pega este pote! Gopinãtha roubou
abriu a porta do templo.

VERSO 131 lCADO—Explica-se nesta passagem a diferença entre a Verdade Absoluta


rN1F
51
verdade relativa. O Senhor Gopinãtha declara abertamente aqui que é um
a?ra « H ç » r w i *fr*ai cm ^ra i f drâo. Ele roubara o pote de arroz doce, e isto não foi mantido em segredo, pois,
(L ato de roubar é uma fonte de grande bem-aventurança transcendental. No
u

«ífa mflf « W l a*ai Tfftí " II mundo material, roubar é crime, mas,no m u n d o espiritual,o ato de o Senhor roubar
dhadãra ãhcala-tale pãila sei k$lra é fonte de bem-aventurança transcendental. Patifes mundanos, que não podem
sthãna lepi' kslra lanã ha-ila bãhira compreender a natureza absoluta da Personalidade de Deus, às vezes tacham o
dhadãra—da cortina; dhcala-tale—na bainha; pãila—pegou; sei—aquele; ksmj-pot Senhor Sri Krsna de imoral, mas não sabem que Suas atividades aparentemente
e

de arroz doce; sthãna lepi'—limpando com um pano aquele local; ícsíru—o pote imorais, as quais não são mantidas em segredo, proporcionam prazer aos devotos.
Não compreendendo o comportamento transcendental da Suprema Personalidade
de arroz doce; /flfuf—levando; ha-ila—(oi; bãhira—para fora do templo.
de Deus, estes patifes denigrem Seu caráter, enquadrando-se imediatamente na
categoria de canalhas (os patifes, os mais baixos entre os homens, os demônios
TRADUÇÃO—Seguindo as orientações da Deidade, o sacerdote encontrou o pote e aqueles cujo conhecimento é roubado pela energia ilusória). Krsna explica no
de arroz doce atrás da cortina de pano. Retirou o pote e limpou com um pano Bhagavad-gitã (7.15):
o local onde havia sido guardado. Então, saiu do templo.

VERSO 132 na mãm duskrtino müdhãh


prapadyante narãdhamãh
ara fàai s t w cm\ cm #ra • w l i mãyayãpahrta-jhãnã
Cfl&Ctcfe iWa^tflca Ptíã^M II i-©*. ll ãsurarii bhãvam ãéritãh

dvãra diyã grame gelã sei kslra lahã "Os c a n a l h a s grosseiramente tolos, os mais baixos entre os seres humanos, cujo
hãte hãfe bule mãdhava-purike cãhihã conhecimento é roubado pela ilusão e que partilham da natureza ateísta dos de-
dvãra diyã— fechando a porta; grame—& aldeia; gelã— dirigiu-se; sei—aquele; kstm- mônios, não se rendem a M i m . "
pote de arroz doce; lana—levando; hãte hãte—em cada tenda; bule—caminha; Os patifes mundanos não podem entender que tudo o que Krsna faz, sendo
mãdhava-purike—a Mãdhavendra Puri; cãhihã— chamando. absoluto por natureza, é inteiramente bom. Esta qualidade do Senhor é explica-
da no Srimad-Bhãgavatam (Décimo Canto). Pode ser que alguém, valendo-se de
c

TRADUÇÃO—Fechando a porta do templo, dirigiu-se à aldeia com o pote de arroz culos mundanos, considere certos atos de alguém supremamente poderoso
doce. Ele gritava em cada tenda do mercado à procura de Mãdhavendra un como imorais, mas realmente não se trata disso. Por exemplo: o sol absorve a
gua da superfície da Terra, mas ele não absorve água somente do mar. Ele
VERSO 133 oém absorve água de esgotos e valas imundos que contêm urina e outras subs-
Q " A p u r a s . O sol não se polui por absorver semelhante água. Pelo contrário,
s

#ta m c& ata ata 'at«ra*|?r i Pe


rsonaTd PUr0
° i m u n d
°- M e s m o

tratai u f a ' cftflara a?ra cm gf% H i —-


n
que um devoto
v-v/iii iiuciiv.uc.-' iiindcu se aproxime
mi^iup, daa ^Suprema
i.n, a u t u a u i i , <-
alidade
^punhca e o de Deusnão
Senhor comSeintenções
contamina. imorais ou impróprias, (10.29.15)
O Srimad-Bhãgavatam ainda assim, afirmaele
kslra laha ei, yãra nãma 'mãdhava-puri' iktrna , ^ U e m se
aproxima do Senhor Supremo mesmo com luxúria, ira eu temor
tomã lãgi' gopinãtha kslra kaila curi árfftf*' na am u
de Krsna ^ ^ ^ ^' P rifica-se. As gopis, sendo mocinhas, aproximaram-se
kslra laha—pega o pote de arroz doce; ei—este; yãra—cujo; nãma—nome, ^ U e S 6 r Um e r a a Z -
^ elas* ^ '° P D ° ponto d e vista externo, foi por luxúria
puri— Mãdhavendra Puri; forno lãgi'—somente para ti; gopinãtha—a Dei S e a r o x i m a a
Ponto j . P t r m do Senhor, o qual dançou com elas à meia-noite. Do
e
Senhor Gopinãtha; kslra—o pote de arroz doce; kaila—fez; curi—roubo.
vista m u n d a n o , estas atividades podem parecer imorais, pois moça
330 Sri Caitanya-caritãmrta Madh _ ^ ,, K O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 331
y a i i U
Verso 1»

casada ou solteira não pode sair de casa para fazer companhia a um jovem ran ral ou imoral? Como Krsna é a Verdade Absoluta, não existem para Ele
0

e dançar com ele. Embora isto seja imoral do ponto de vista mundano, aceitam Ele é & mundanas, tais como moral e imoral. Tudo o que Ele faz é bom. Este
stl

as atividades das gopis como a forma mais elevada de adoração, pois, foi do Senh** o^ ". j deiro significado de " D e u s é b o m " . Ele é b o m em todas as circunstân-
( a
é v

Krsna que elas se aproximaram com desejos luxuriosos na calada da noite ° transcendental e estar fora da jurisdição deste m u n d o material. Por-
s e r

Os não-devotos, porém, não podem entender estas coisas. É preciso entend ^ i o somente aqueles que já estão vivendo no m u n d o espiritual é que podem
Krsna em tattva (verdade). Devemos usar o bom senso e considerar q u , ""tender Krsna. Isto é corroborado no Bhagavad-gitã (14.26):
e se U n ) j

pessoa se purifica pelo simples fato de cantar o santo nome de Krsna, como, então mãrh ca yo 'vyabhicãrena
pode a pessoa de Krsna ser imoral? Infelizmente, tolos mundanos são aceitos como bhakti-yogena sevate
líderes educacionais e oferecem-se-lhes altos postos para ensinarem princípios sa gunãn samatltyaitãn
irreligiosos ao povo. Explica-se isto no Srimad-Bhãgavatam (7.5.31): andhãyathtn. brahma-bhüyãya kalpate
dhair upanlyamãnãh. Homens cegos estão tentando liderar outros homens cegos
Devido à compreensão imatura de tais patifes, os homens comuns não devem •Aquele que se ocupa em serviço devocional pleno, não caindo em nenhuma
falar sobre os passatempos de Krsna com as gopis. Um não-devoto nem sequer circunstância, transcende de imediato os modos da natureza material e atinge,
deve discutir o Seu roubo de arroz doce para Seus devotos. Aconselha-se que assim, o nível de B r a h m a n . "
não se deve sequer pensar sobre estas coisas. Embora Krsna seja o mais puro Quem se ocupa em serviço devocional imaculado ao Senhor já se encontra no
dos puros, as pessoas mundanas, pensando sobre passatempos aparentemente mundo espiritual (brahma-bhüyãya kalpate). Em todas as circunstâncias, suas ativi-
imorais de Krsna, contaminam-se elas mesmas. Portanto, Sri Caitanya Mahã- dades e relacionamentos com Krsna são transcendentais e, portanto, incompreen-
prabhu nunca falou publicamente dos relacionamentos de Krsna com as gopis. síveis para moralistas mundanos. Logo, é melhor não discutir tais atividades na
Ele só conversava sobre estes relacionamentos com três amigos íntimos. Ele jamais presença de pessoas m u n d a n a s . É melhor dar-lhes o mahã-mantra Hare Krsna de
discutiu a rãsa-liut em público, como o fazem os recitadores profissionais, embora modo que gradualmente se purifiquem e então cheguem a compreender as ativi-
não compreendam Krsna nem a natureza da audiência. No entanto, Sri Caitanya dades transcendentais de Krsna.
Mahãprabhu encorajou o cantar público do santo nome em larga escala por tantas
horas quantas possível. VERSO 135

VERSO 134
mm iMrt ffil a r e <e*r.«t i eta éuni' puri-gosãhi pancaya dila
<?5T*rl-Ji5[ «ft7aia.itfà f ã f Ç I C T II II kslra diyã püjãrí tãhre dandavat haila
eta éuni'—ao ouvir isto; puri-gosãhi—Mãdhavendra Puri; paricaya—apresentação;
kslra lahã sukhe tumi karaha bhaksane
tomã-sama bhãgyavãn nãhi tribhuvane —deu; kslra diyã—entregando o pote de arroz doce; püjãri—o sacerdote; tãhre—a
k$lra lahã— pegando o pote de arroz doce; sukhe—com felicidade; tumi-to ele; dandavat haila—prestou reverências.
karaha—faze; bhaksane—comendo; tomã-sáma—igual a ti; bhãgyavãn—afortunado,
nãhi—não há ninguém; tri-bhuvane—dentro dos três m u n d o s . ^ ^ U Ç Ã O — A o ouvir este convite, Mãdhavendra Puri apareceu e identificou-se.
0
' "cerdote entregou-lhe o pote de arroz doce e prestou-lhe reverências,
c

TRADUÇÃO—O sacerdote prosseguiu: "Ó sannyãsi chamado Mãdhavendra PuA rnMfrando-se » m o uma vara perante ele.
por favor, vem pegar este pote de arroz doce e desfruta da prasãda com ff
0 0 - 1 0 6 8 6 u e u m
felicidade! És a pessoa mais afortunada dentro destes três mundos! umav^' " '' ^ " ^ brãhmana não preste reverências, caindo como
e e r a n t e
kvada \ f alguém, pois o brãhmana é considerado membro da casta mais
e n

SIGNIFICADO— Eis aqui um exemplo de bênção pessoal recebida m e d i a n


^ ^ . g 0
uaf g j s ' a n t o , q u a n d o um brãhmana vê um devoto, ele oferece seus danda-
s
S a c e r d o t e

atividade imoral de Krsna. Com o roubo feito por Gopinãtha para Seu ^ brehmana brãhmana não perguntou a Mãdhavendra Puri se ele era um
m 3 S 30 v e r u e

o devoto torna-se a pessoa mais afortunada dos três mundos. Assim, m , }


Krsna c h ' ^ Mãdhavendra Puri era u m devoto tão autêntico que
%>Bt U 3 r o u a r 3 1 3 e e

atividades criminosas do Senhor fazem de Seu devoto a pessoa mais ato ^ o- Co ^ P ' ' ° brãhmana imediatamente entendeu a posição do
m

Como pode um patife m u n d a n o entender os passatempos de Krsn ' a e


° afirma Sri Caitanya Mahãprabhu, kM vipra, kibã nyãsl, éüdra kene naya
332 á r i Caitanya-caritãmrta Madhya-i,, ^ O serviço devocional de Sn Mãdhavendra Puri 333
0
Ver»

/yei krsna-tattva-vettã, sei 'guru'haya. (Cc. Madhya 8.128) Se o sacerdote brah . t u r a védica. Embora toda a literatura védica seja feita para ajudar-nos
r a

fosse um brãhmana comum, Gopinãtha não teria conversado com ele em s n " * <** n d e r Krsna, quem não é amante de Krsna não pode compreender Krsna.
p r e e

Já que a Deidade falou tanto com Mãdhavendra Puri quanto com o sace H l****nto, paralelamente à leitura da literatura védica (svãdhyãya), é preciso ocupar-
e
brãhmana em sonho, isto eqüivale dizer na prática que ambos estavam na m °' '"IPVADORAÇÃO devocional à Deidade (arcana-vidhi). Estas duas coisas, svãdhyãya
plataforma. Contudo, como Mãdhavendra Puri era um sannyãsi Vaiçnava * rcana-vidhi, aumentarão a compreensão transcendental d o devoto sobre o ser-
velho, um paramahamsa, o sacerdote imediatamente prostrou-se perante e l e c " ^ lío DEVOCIONAL. Sravanãdi éuddha<itte karaye udaya (Cc. Madhya 22.107). O amor
uma vara e prestou-lhe reverências. ^ U S está adormecido no coração de todos, e, para ele despertar, basta seguir
1
processo padrão de serviço devocional. Mas, as pessoas m u n d a n a s e tolas, que
VERSO 136 lêem sobre Krsna mas não O servem, erroneamente consideram-nO imoral ou
criminoso.

^ f V camffàè c?^ â w w a ^ a t n n VERSO 138

Icsirem vrttãnta tãhre kahilã püjãrí m s a f a ' soroíã' *f%*!l ÍT*H 1

éuni' premãvista haila érí-mãdhava-purí «<tcar,»t ^ fãen *(fi ci "fia 11 11


kslrera vrttãnta—todos os incidentes ocorridos com relação ao pote de arroz doce;
tãhre—& Màdhavendra Puri; kahilã—explicou; püjãrí—o sacerdote; éuni'—ao ouvir; efa bali' namaskari' karilã gamana
prema-ãvisfa—absorto em amor a Deus; haila—ficou; éri-mãdhava-puri-Srili ãveée karilã purí se kslra bhaksana
Mãdhavendra Puri. eta bali'—dizendo isto; namaskari'—prestando reverências; karilã gamana—
regressou; ãveée—em êxtase; karilã—fez; purí—Puri Gosãni; se—aquele; kslra—arroz
TRADUÇÃO—Assim que o sacerdote relatou os pormenores da história do pote doce; bhaksana—comendo.
de arroz doce, ári Mãdhavendra Puri absorveu-se em amor extático por Krsna.
TRADUÇÃO O sacerdote prestou reverências a Mãdhavendra Puri e regressou
VERSO 137 ao templo. Então, em êxtase, Mãdhavendra Puri comeu o arroz doce que Krsna
lhe oferecera.
om c a f à ' caaa> sfcç sÇíTl fofara i VERSO 139
d ^ * S T a a*t, Ç5 *rc«llf5<5 11 i-M II
*rta « w m wfâ »i 3 cm 1
prema dekhi' sevaka kahe ha-iyã vismita
krsna ye ihhâra vaéa,—haya yathocita a f à a l c a a l f a ' < t â fèvr-rfà aífaci n i a s . «
prema dekhi'—vendo a posição extática de Mãdhavendra Puri; sevaka—o sacer- pãtra praksãlana kari' khanda khanda kaila
dote; kahe—disse; ha-iyã— ficando; vismita—maravilhado; krsna—Senhor Krsna.
bahir-vãse bãndhi' sei (hikãri rãkhila
ye—isto; ihhãra—a ele; wjsa—agradecido; haya—é; yathocita—condizente.
foutT~°£°te' D r a k 9 a l a m
kari'—lavando; khanda khanda—quebrando em pedaços;
M a < , n a V
- EZ; bahir-vãse—em seu manto; bãndhi'—embrulhando; sei—aqueles; thikãri—
TRADUÇÃO—Ao ver os sintomas de amor extático manifestos em . ^ u •^"«Ços DO pote, ra-Mii/a-guardou.
1
Puri, o sacerdote ficou maravilhado. Pôde entender o motivo pelo q»*
ficara tão agradecido a ele, e viu que a ação de Krsna era condizente. ^^CÃO—Depois disso, Mãdhavendra Puri lavou o pote e quebrou-o em peda-
so
nun °'
to cuidado, guardou todos o s pedaços embrulhados e m SEU
C O m t o d o

SIGNIFICADO—Um devoto pode trazer Krsna perfeitamente ^^^ytf!*


Explica-se isto no èrímad-Bhãgavatam (10.14.3): ajita-jito 'py asi tais ' r ^ ^ ) fC
t r i l o k

VERSO 140
nunca Se deixa conquistar por ninguém, mas o devoto pode c o n q u i s ^ ^ ^ c
meio do serviço devocional. Como se afirma no Brahma-sarhhitã (5.33), jgjn*»
labham adurlabham ãtma-bhaktau. Não se pode entender Krsna com uma m l l ^ c e j c^faj|c^«t 53, « i a . s *f-HM \\ 5,8» II
334 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-i^ t O serviço devocional de Sri Màdhavendra Puri 335
145
Ven^»

prati-dina eka-khãni karena bhaksana cali' cali' ãilã purf éri-ntlãcala


khdile premãveéa haya,—adbhuta kathana jagannãtha dekhi' haila premete vihvala
prati-dina—cada dia; eka-khãni—um pedaço; karena—faz; bhaksana—cornend 0
,., grfj'—caminhando muito; ãilã— alcançou; puri— Jagannãtha Puri; éri-
khãile—ao comer; prema-ãveéa—êxtase; haya—há; adbhuta—maravilhosa. • rj^conhecida como Nilãcala; jagannãtha dekhi'—ao ver o Senhor Jagannãtha;
kathana—narrações. j*y_Tficou; premete—em amor; vihvala—arrebatado.

TRADUÇAO—Cada dia, Màdhavendra Puri comia um pedaço daquele pote d« jpyçÃO—Após caminhar muito, Mãdhavendra Puri chegou finalmente a
barro e, após comê-lo, ficava imediatamente arrebatado em êxtase. Estas histó- annítha Puri, que também é conhecida como Nilãcala. Ali, viu o Senhor
rias são maravilhosas! jagannãtha e ficou arrebatado em êxtase amoroso.

VERSO 141 VERSO 144

c«t*rnrac"t »ir^, atei, «ire, ira i


ftw c^rpa-fa? çti cara «ffsfri wftW II • r n w - w f w n f r l t u I I ^88 I I
'thãkura more kslra dila—/ofca saba éuni' premãveée uthe, pade, hâce, nãce, gãya
dine loka-bhida habe mora pratistha jãni' jaganndtha-daraéane mahã-sukha pãya
thãkura—o Senhor; more—a mim; ksfra—arroz doce; dila—deu; loka—as pessoas; prtma-ãveée—em êxtase amoroso; uthe—às vezes, põe-se de pé; pade—às vezes,
suba—todas; éuni'—após ouvirem; dine—durante o dia; loka—de pessoas; bhida- cai; /wfse—ri; nãce—dança; gãya—canta; jagannãtha daraéane—ao ver o Senhor
multidão; habe—haverá; mora—minha; pratistha—fama; jdni'—conhecendo. Jagannãtha no templo; mahã-sukha—felicidade transcendental; pãya—sentiu.

T R A D U Ç Ã O — T e n d o quebrado o pote e embrulhado os pedaços em sua roupa,


Mãdhavendra Puri começou a pensar: " A m a n h ã de manhã, quando as pessoas TRADUÇAO—Quando se absorvia no êxtase de amor a Deus, às vezes,
souberem que o Senhor me d e u um pote de arroz doce, grandes multidões acor- Mãdhavendra Puri punha-se de pé e outras vezes caía ao solo. Às vezes, ria,
rerão." dançava e cantava. Dessa maneira, ele gozou de bem-aventurança transcenden-
VERSO 142 tal ao ver a Deidade de Jagannãtha

cm scs jiíflhFtcs s f w i S ^ l f t i
VERSO 145

sei bhaye rãtri-éese calilã éri-purl ' J i w j f t Shttw mmWr-GK* tm «Otf% r


sei-khãne goplnãthe dandavat kari' m cerras <erffV 4ta *rcra m « f » n H
sei bhaye—temendo isto; rãtri-éese—ao final da noite; calila—partiu; éri-purl-*
Mãdhavendra Puri; sei-khãne— naquele local; goplnãthe—ao Senhor Gopmât i 'mãdhava-puri értpáda ãila',—loke haila khyãti
dandavat—reverências; kari'—fazendo. saba loka ãsi' tãhre kare bahu bhakti
_mãdhava-pun—Sri Mãdhavendra Puri; éripãda—sannyãsl; fluo—chegou; Wce—entre
T R A D U Ç Ã O — P e n s a n d o assim, Sri Mãdhavendra Purí prestou suas reverência ^Pessoas; haüa—havia; khyãti— reputação; sol» loka—todas as pessoas; ãsi'—vindo;
a Gopinãtha naquele local e deixou Remunã antes do amanhecer. ~a ele; kare—fazem; bahu—muita; bhakti—devoção.

VERSO 143
0
j j * ^ ^ — Q u a n d o Màdhavendra Puri chegou a Jagannãtha Puri, as pessoas
p ^ ^ a m sabendo de sua reputação transcendental. Por isso, multidões de
vieram e prestaram-lhe toda ciasse de respeitos com devoção
•nUTN CRPC C5*rl cheire fmm II w n
336 Sri Cãitãnya-Cãritàmrta O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 337
^«•hya-tm t 50
Verso*

VERSO 146 apresenta-se como quem está livre de desejar boa reputação (pratistha)
^ ' d e tornar-se famoso como h o m e m humilde. Tais pessoas n ã o podem alcan-
> & S l

«ffà&ra a«ri «ati wlss fàfa« i plataforma de -Vaisnavas célebres,


3
çar P
ca «1 afca?, «ta aa fw^l-fstflta n -.s*ii VERSO 148
pratisthãru svabhãva ei jagate vidita
ye nã vãhche, tara haya vidhãtã-nirmita a©f*t S w i ca^i ferrões aa i
prati$thãra—da reputação; svabhãva—a natureza; «—esta; jagate—no mundo- fcrfcaa 6«a*-aw< km «rei 11 >8*-11
vidita—conhecida; ye—a pessoa que; nã vãhche—não a deseja; tara—dela; haya-À.
vidhãtã-nirmita—criada pela providência. yadyapi udvega haila palãite mana
fhãkurera candana-sãdhana ha-ila bandhana
T R A D U Ç A O — M e s m o que alguém não goste dela, a reputação lhe advém, predes- yadyapi--embora; udvega—ansiedade; haila—houvesse; palãite—de partir; mana—a
tinada pela providência. De fato, sua reputação transcendental fica sendo co- mente; thãkurera—do Senhor; candana—do sândalo; sãdhana—a coleta; ha-ila—
nhecida no m u n d o inteiro houve; bandhana—estorvo.

VERSO 147 tradução—Mãdhavendra Puri q u i s partir de Jagannãtha Puri, pois o povo o


estava honrando como um grande devoto; contudo, isto ameaçou estorvar sua
«feita '«ca ^ft ci«T! « w ^ l i coleta de sândalo para a Deidade de Gopãla.
a»aK2tca «ifaèi cot íca m?t<í*»1 í ísi ii
VERSO 149
vratisthãra bhaye purí gelã palãhã
krsna-preme pratistha cale sahge gadãhã sraarcaa caaa* as, aesa* aars i
pratisthãra bhaye—por temor à reputação; purí—Mãdhavendra Puri; gelã—foi em- aatca* íjsfàsT *tfl r.Mt*tw-a«5taj 11 >8& 11
bora; palãhã—fugindo; krsna-preme—por amor a Krsna; pratistha—reputação; cale—
vai; sarige—simultaneamente; gadãhã— movendo-se furtivamente. jagannãthera sevaka yata, yateka mahãnta
sabãke kahilã puri gopãla-vrttãnta
T R A D U Ç Ã O — T e m e n d o de sua reputação [pratistha], Mãdhavendra Puri fugiu de jagannãthera sevaka—os servos do Senhor Jagannãtha; yafa—todos; yafefca
Remunã. Mas, a reputação trazida pelo amor a D e u s é tão sublime que acompa- mahãnta—todos os devotos respeitáveis; sabãke— a todos; kahilã—contou; puri—
n h a o devoto, como se o perseguisse. Mãdhavendra Puri; gopãla-vrttãnta—a narração de Gopãla.

SIGNIFICADO—Quase todas as almas condicionadas no m u n d o material sao TRADUÇÃO—Sri Mãdhavendra Puri contou a todos os servos do Senhor
invejosas. De um m o d o geral, as pessoas invejosas voltam-se contra quem con- Jaíarmãtha e a todos os grandes devotos dali a história do aparecimento de Sri
segue boa reputação sem procurá-la. Isto é natural às pessoas invejosas. Conse- Víopãla.
r
qüentemente, um devoto digno de receber reputação mundana é invejado p°
muitas pessoas. Isto é bastante natural. Q u a n d o alguém, por humildade, não de- VERSO 150
seja fama, geralmente as pessoas julgam-no bastante humilde,
em conseqüência c l t t m w atei, wt«l i
do que lhe fazem toda espécie de elogios. Na verdade, o Vaisnava não *jf anS
wfacai 5««a srtfi' a^fàer a«a n ví» ii
por fama ou grande reputação. Mãdhavendra Puri, o rei dos Vaisnavas, oru^
boa reputação, mas queria manter-se fora da visão da população em geral- gopãla candana mãge,—éuni' bhakta-gana
queria ocultar sua verdadeira identidade de grande devoto do Senhor, ' ãnande candana lãgi' karilã yatana
quando as pessoas o viam arrebatado em êxtase de amor por Deus, naturaui_ ~~° Senhor Gopãla em Vrndãvana; candana—sândalo; mãge—deseja;
) vindo
te prestavam-lhe respeito. Na realidade, Mãdhavendra Puri merecia repu ^ <fe "J " ; bhakta-gana —todos os devotos; ãnande—com muito prazer; can-
Ba
1
de primeira classe porque era um devoto muito íntimo do Senhor. Às vezes, 6 —pelo sândalo; karilã—fizeram; yatana—esforço.
338 Sri Caitanya-caritámrta Madhya {
O serviço devocional de Sn Màdhavendra Puri 339
159
Verso
T R A D U Ç Ã O — A o ouvirem que a Deidade de Gopãla queria sândalo, iodos ou ghãtl-ddnl chadaite raja-pãtra dvãre
votos em Jagannãtha Puri esforçaram-se para coletá-lo com muito prazer rãja-lekhã kari' dila puri-gosãhira kare
uiH-dãnl—dos coletores de pedágio; chãdâite— para obter exoneração; rãja-
VERSO 151 Lyapéis mostrando a sanção governamental; dvãre—nos portões; rãja-lekhã—
Permissão governamental; kari'—mostrando; dila—entregaram; puri-gosãhira—de
a t w f f a i - a ç a a t a a t a *ffàçn i p^Gosãfii, Mãdhavendra Puri; kare—na mão.
<stta a t r a ' a*J%-ç»aí> a a i M I aa»a n Í * Í II
niiçÃO—Para que M ã d h a v e n d r a Puri conseguisse passar pelos coletores de
raja-pãtra-sane yãra yãra paricaya lüdáeio ao longo do caminho, os funcionários do governo forneceram-lhe os
tare mãgi' karpura-candana karilã sancaya Jjecessarios papéis de exoneração, os quais foram entregues em sua mão.
rãja-pãtra—funcionários do governo; sane—com; yãra yãra—quem quer n . Ue

paricaya—tivesse bom relacionamento; tare mãgi '—pedindo-lhes; karvum-candana- VERSO 154


cânfora e sândalo; karilã— fizeram; sancaya—coleta.
Bfpnji ataa^ft 5*w ^11
T R A D U Ç Ã O — A q u e l e s que eram amigos de funcionários do governo encontraram- a w f à p caajjttrvs S<5f%ei f i a i 11 i<ra11
se com eles e pediram-lhes cânfora e sândalo, no que foram atendidos.
calila mãdhava-puri candana lahã
SIGNIFICADO—Parece que usavam rnalayaja-candana (sândalo) e cânfora para a Dei- kata-dine remunãte uttarila giyã
dade de Jagannãtha. A cânfora era usada em Seu ãrãtrika, e o sândalo, para untar calila—prosseguiu; mãdhava-puri— Mãdhavendra Puri; candana lahã— levando o
Seu corpo. Ambos estes produtos estavam sob o controle do governo; portanto, sândalo; kata-dine—após alguns dias; remunãte—ao mesmo templo de Remunã;
os devotos precisaram encontrar-se com os oficiais do governo. Informando-os uttarila—chegou; giyã—indo.
de todos os pormenores, obtiveram permissão de levar o sândalo e a cânfora para
fora de Jagannãtha Puri.
TRADUÇÃO—Dessa maneira, Mãdhavendra Puri partiu para Vrndãvana com a
VERSO 152 carga de sândalo e, após alguns dias, novamente chegou à aldeia de Remunã
e ao templo local de Gopinãtha.
isias fàat, isa* caaa*, afes i
^ f k l t a r f é p a aca f à i aasT-afes H >n II
VERSO 155
eka vipra, eka sevaka, candana vahite
purf-gosaiiira sarige dila sambala-sahite c i t % r w - 5 a w c m a « aaaWa i
oaatcac^í a « j - % s asfàrt ^tia«^<t<t n
1
eka vipra—um brãhmana; eka sevaka—um servo; candana—o sândalo; vahite—p^
carregarem; puri-gosãhira—Mãdhavendra Puri; sahge—com; dito—deram; sambam-
sahite—com os gastos necessários. gopinãtha-carane kaila bahu namaskãra
premãveée nrtya-gita karilã apara
T R A D U Ç Ã O — D e s i g n a r a m um b r ã h m a n a e um servo para carregarem o s * " ^ IJj°l*nãtha<arane—aos pés de lótus do Senhor Gopinãtha; kaila—tez; bahu—
para Mãdhavendra Puri. Deram-lhe, também, o dinheiro necessário para as > namaskãra—reverências; prema-ãvese—no êxtase do amor; nrtya-gita—dan-
0 e
pesas de viagem. cantando; karilã—realizou; apara—ilimitadamente.

VERSO 153
^ ^ I Ç Ã O — A O chegar ao templo d e Gopinãtha, Mãdhavendra Puri prestou suas
a t f c - a t f t s j f s f è r e a t s r i t a atca i amoj rev
erências, muitas vezes, aos pés de lótus do Senhor. No êxtase do
a t w o n a i asfà' fròi ' ^ - c i t a t f a j a asr.a n><f«ii ' ^ e ç o u a dançar e a cantar sem parar.
340 Sri Caitanya-carítãmrU Madi
>ya-hi^ O serviço devocional de ári Mãdhavendra Purí 341
Ve rso 161

VERSO 156 VERSO 159

*(ft çnfkf c*^ *ra aarra a f ã * i a>*fá-afà<5 *lfã' ií5R i


í r W m W fw^l ^ T W fwfl i s a i ^ t II J<N» II
<^*5ff^tsTTc;«f?r wr.w f à s ? isss c»i»t« H H

puri dekhi' sevaka saba sammãna karilã karpüra-sahita ghasi' e-saba candana
ksira-prasãda diyã tãnre bhiksã karãilã gopinãthera ahge nitya karaha lepana
puri dekhi'—ao ver Mãdhavendra Puri; sevaka—o sacerdote ou servo; sjj, ^rvüra-sahita—com a cânfora; ghasi'—moendo; e-safw—todo este; candana—
sammãna—todos os respeitos; karilã—prestou; ksira-prasãda—prasãda de arroz doce jândalo; gopinãthera—de Sri Gopinãtha; ahge—no corpo; nitya—diariamente;
dryvr—oferecendo; nírire—a ele; bhiksã karãilã—tez comer. S t o - f a z e ; /eparw-untando.

TRADUÇÃO—Ao ver Mãdhavendra Puri novamente, o sacerdote de Gopinathj TRADUÇÃO—''Agora, simplesmente deves moer todo o sândalo juntamente com
prestou-lhe todos os respeitos e, dando-lhe a prasãda de arroz doce, fê-lo comer. a cânfora e então untar com a polpa o corpo de Gopinãtha diariamente, até
quando toda a polpa for c o n s u m i d a . "
VERSO 157
VERSO 160
a
cm 5Tca csatsrca a f ã » ! " t a i
C5tl%Tf«l « H a t a CA <*V9% «SW a a I
c f a a t f a c « * i * j f t c a f a i a i » I I ><n n
^'ÇICP f«fOT a t a cata <5t*t-*FH II II
sei rííre devãlaye karilã sayana
éesa-rãtri haile puri dekhila svapana gopinãtha ãmãra se eka-i ahga haya
sei rãtre—naquela noite; deva-ãlaye—no templo; karilã—fez; Sayana—dorrnindo; ihhãke candana dile habe mora tãpa-ksaya
sesa-rdrri—no final da noite; haile—quando estava; puri—Mãdhavendra Puii gopinãtha—Senhor Gopinãtha; ãmãra—Meu; se—este; eka-i—um só; ahga—corpo;
dekhila—viu; svapana—um sonho. haya—é; ihhãke—a Ele; candana dile—oferecendo este candana; habe—haverá; mora—
Minha; tãpa-ksaya—queda de temperatura.

TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri descansou aquela noite no templo, mas, antes TRADUÇÃO—"Não há diferença entre Meu corpo e o corpo de Gopinãtha. Eles
do final da noite, teve outro sonho. »ao a mesma coisa. Portanto, se untares com a polpa de sândalo o corpo de
Gopinãtha, naturalmente também untarás M e u corpo. Assim, a temperatura de
VERSO 158 Meu corpo baixará."

c i t * t w «rtfàai a * a , a»a ca ataa I • ^ Í B C A D O — G o p ã l a encontrava-Se em Vrndãvana, que ficava longe de Remu-


f*íá-5»«w « t r f ã t i a a t t a m n ><?v- II • Naqueles dias, tinha-se que atravessar províncias governadas por muçulma-
- que às vezes impediam os viajantes. Considerando os incômodos que Seu
gopãla ãsiyã kahe,—éuna he mãdhava oo enfrentaria, o Senhor Gopãla, o maior benquerente de Seus devotos,
UI v 1 a d r i a v e r i c i r

karpura-candana ãmi pãilãma saba que ° a Puri untar com a polpa de sândalo o corpo de Gopinãtha,
30 d e r e n t e
áM w ouV Mãdí) '^ °-° corpo de Gopãla. Dessa maneira, o Senhor aliviou
gopãla—a Deidade de Gopãla; ãsiyã— aparecendo; kahe—diz; / '"" fj __Eu: |i av
e n d r a Puri de aborrecimentos e inconveniências.
mãdhava—Mãdhavendra Puri; karpura-candana—a cânfora e o sândalo; a
pãilãma—recebi; saba—todo.
VERSO 161

TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri sonhou que Gopãla aparecia perante ele e foíl «I « l f à ç , SI ?pf%5 fag Jrçsi |
"Ó Màdhavendra Puri, já recebi todo o sândalo e a cânfora." falta asfa' çm cm « r t a i a asca 11 H
342 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ijig O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 343
1 6 7
V e f so

dvidhã nã bhãviha, nã kariha kichu mane ihhãke candana dile, gopãla ha-ibe éltala
viévãsa kari' candana deha ãmãre vacane svatantra levara—tãhra ãjhã se prabala
a
dvidhã nã bhãviha—não hesites; nã kariha—não faças; kichu—nada; mane- •hãke— Gopinãtha; candana dile—quando o sândalo for dado; gopãla—o Senhor
mente; viévãsa kari'—crendo em Mim; candana—sândalo; deha—oferece; ím&g jfoetn Vrndãvana; ha-ibe—tornar-Se-á; éltala—refrescado; svatantra levara—a
vacane—segundo Minha ordem. independente Suprema Personalidade de Deus; ftfrira—Sua; ãjhã—ordem;
JJÜista; pmfwk-poderosa.
TRADUÇÃO—"Não deves hesitar em agir segundo Minha ordem. Crê em Mi m

e faze o que for necessário." TSADUÇAO—"Se untardes o corpo de Gopinãtha com a polpa de sândalo, então
nála refrescar- Se-á. Afinal, a Suprema Personalidade de Deus é plenamente
VERSO 162 ^dependente; Sua ordem é todo-poderosa."

^5 af*f C í t T l P a CM*1» cMtlífa» sríftsil I VERSO 165


c*rt%<tta3 c a a a ^ c « i «rfarai « í f à e n n n
djtaanci ctt%n«t ffaca i
eta bali' gopãla gela, gosãni jãgilã t&fâ «tfaf»*» cm caacara aa ii M ii
gopinãthera sevaka-gane dãkiyã ãnilã
eta bali'—dizendo isto; gopãla—a Deidade de Gopãla; gela—desapareceu; gosãni grísma-kãle gopinãtha paribe candana
jãgilã— Mãdhavendra Puri despertou; gopinãthera—do Senhor Gopinãtha; sevaka- éuni' ãnandita haila sevakera mana
gane—aos servos; dãkiyã—chamando; ãnilã— trouxe-os. grísma-kãle—no verão; gopinãtha—Senhor Gopinãtha; paribe—usarão; candana—
polpa de sândalo; éuni'—ouvindo; ãnandita—satisfeitas; haila—ficaram; sevakera—
TRADUÇÃO—Após dar estas instruções, Gopãla desapareceu e Mãdhavendra Puri dos servos; mana—as mentes.
despertou. Imediatamente m a n d o u chamar todos os servos de Gopinãtha, que
vieram ter com ele. TRADUÇÃO—Os servos de Gopinãtha ficaram muito satisfeitos ao ouvir q u e no
verão toda a polpa de sândalo seria usada para untar o corpo de Gopinãtha.
VERSO 163
VERSO 166
&rça «nas! cm - a^jiww i •(at a « « , - < í f c sa. afaça w i
r.tt^tcaa i w f w s i aaa. c i t a ii > ^ ii *rta oün, fàa ca casa 11 i** n
prabhura ãjhã haila,—ei karpura-candana puri kahe,—ei dui ghastbe candana
gopinãthera ahge nitya karaha lepana ãra janã-dui deha, diba ye vetana
prabhura ãjhã haila—houve uma ordem do Senhor; e i - e s t a ; fcarpúra-cânfora, P"rf kahe—Mãdhavendra Puri disse; ei dui—estes dois ajudantes; ghastbe—
1 ra
candana—e sândalo; gopinãthera ahge—no corpo de Gopinãtha; nitya—diariamen ° ^ °; candana—o sândalo; ãra—outros; janã-dui—dois homens; deha—ocupai;
karaha—íazei; lepana—untando. ««-pagarei; ye—este; vetana—salário.

com
TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri disse: "Untai o corpo de Gopinãtha Jj^ TRADUÇÃO-Mãdhavendra P u n disse: "Estes dois ajudantes regularmente
0
cânfora e sândalo que eu trouxe para Gopãla em Vrndãvana. Fazei isto regi" los*?° sândalo, e vós também deveis conseguir mais duas pessoas para ajudá-
E

mente, todos os d i a s . " • « Pagar-lhes-ei um s a l á r i o . "

VERSO 164 VERSO 167

a*atcas vmm f à w , ctfMfrl mzx %sn i -sa 5««ra caa atsja afaal i

• i s i i ? a a - < í t a *rfwl CA « a i II II l a t a caaas aa am asfàai n 11


344 ári Caitanya-caritãmrta Madhy O serviço devocional de Sri Màdhavendra Puri 345
171

ei mata candana deya pratyaha ghasiyã jjygses é conhecido como Cãturmãsya. Alguns Vaisnavas preferem observá-
parãya sevaka saba ãnanda kariyã _d o dia da lua cheia de Ãsãdha até o dia da lua cheia de Kãrtika. Este é
e
10
ei mata—dessa maneira; candana—sândalo; deya—dá; pratyaha—diariarne pém um período de quatro meses, calculado através dos meses lunares e
ghasiyã— moendo; parãya—tez colocarem; sevaka—servos; saba—tudo isto; ãnanck °*JÍ\íin conhecido como Cãturmãsya. Há outros, ainda, que observam Cãtur-
t a m

prazer; kariyã— sentindo. g u i n d o o período solar desde Srãvana até Kãrtika. O período integral,
a se

" ^ l u n a r , quer solar, acontece durante a estação das chuvas. Todas as camadas
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Gopinãthaji foi suprido com polpa de sândaj população devem observar Cãturmãsya. Não faz diferença se alguém é grhastha
moído diariamente. Os servos de Gopinãtha ficaram muito satisfeitos com i t ° sannyãsi. A observância é obrigatória para todos os ãéramas. O verdadeiro propó-
s 0
na o r t r s v o t 0 0 D s e r v a c 0
°jto quê P ' ' ^° ' durante estes quatro meses é diminuir a
VERSO 168 -uantidade de gozo dos sentidos. Isto não é muito difícil. No mês de Srãvana, não
sedeve comer espinafre. No mês d e Bhãdra, não se deve tomar iogurte, e no
Dmm tara, IR«. Im i mês de Âsvina, não se deve beber leite. Não se deve comer peixe ou outros alimen-
tos não vegetarianos durante o mês de Kãrtika. Dieta não vegetariana significa
peixe e carne. Do mesmo modo, também consideram-se masura dahl e urad dahl
como não vegetarianos. Estes dois dahls contêm uma grande quantidade de pro-
pratyaha candana parãya, yãvat haila anta
teína, e alimentos ricos em proteína são considerados não vegetarianos. Em suma,
tathãya rahilã puri tãvat paryanta
durante os quatro meses do período de Cãturmãsya, deve-se praticar a abstinência
pratyaha—diariamente; candana—polpa de sândalo; parãya—unta o corpo; yãvat-
de todo alimento destinado ao gozo dos sentidos.
até; haila—houve; anta—um fim; tathãya—ali; rahilã—permaneceu; puri-
Mãdhavendra Puri; tãvat—aquele momento; paryanta—até.
VERSO 170
TRADUÇÃO—A polpa de sândalo foi aplicada, assim, sobre o corpo de Gopinãtha
até que todo o estoque terminou. Mãdhavendra Puri permaneceu ali até aquele
momento. wtr,«t w*M4 *H a*ta «narfw<5 II w° II

VERSO 169 éri-mukhe mãdhava-purira amrta-carita


bhakta-gane éunãhã prabhu kare ãsvãdita
éri-mukhe—da boca de Sri Caitanya Mahãprabhu; mãdhava-purira—de Mãdha-
aVnçci er^frs «rtww sforl n s^s> it vendra Puri; amrta-carita—características nectáreas; bhakta-gane—os devotos; éunã-
ní-fazendo ouvir; prabhu—o Senhor; kare—faz; ãsvãdita—saboreava.
grisma-kãla-ante punah nilãcale gelã
nilãcale cãturmãsya ãnande rahilã TRADUÇÃO—Assim, Sri Caitanya Mahãprabhu louvou pessoalmente as caracte-
grisma-kãla—da estação de verão; ante—no final; punah— outra vez; ntiãcale-? * 31
"shças nectáreas de Mãdhavendra Puri, saboreando todo aquele néctar enquanto
0 rel

Jagannãtha Puri; gelã—íoi; nilãcale—em Jagannãtha Puri; cãturmãsya—os quatro »kva aos devotos.
meses quando se observam votos; ãnande—com grande prazer; ran
permaneceu. VERSO 171

TRADUÇÃO—No final do verão, Màdhavendra Puri regressou a JagarmathaP"" acç,-fà«Trii«p, ara* fã&r* i
onde permaneceu com grande prazer durante todo o período de Càturm*' *tft-JW «fUjat^wíTCS •TTfãí «IT? l ><U l
urtho
SIGNIFICADO—O período de Cãturmãsya começa no mês de Asádha tí 'J^te prabhu kahe,—nityãnanda, karaha vicãra
a partir do dia de Ekãdaái chamado Sayanã-ekãdaái na quinzena da lua cre: ^ prabh ka u puri-sama bhãgyavãn jagate nãhi ãra
O período termina no mês de Kãrtika (outubro-novembro) no dia de Eka ^ ^ vè SQ. he—o Senhor disse; nityãnanda—Nityãnanda Prabhu; karaha vicãra—
xn PUrí ama COmo
nhecido como Utthãna-ekãdaái, na quinzena da lua crescente. Este pe ^ndQ '^ ~ Mãdhavendra Puri; bhãgyavãn—afortunado; jagate—no
' " ' " " - n ã o há; ãra—ninguém mais.
346 Sri Caitanya-caritàmrta Madhy .| i O serviço devocional de á r i Mãdhavendra Puri 347
a
Verso 177

TRADUÇÃO—O Senhor ári Caitanya Mahãprabhu disse a Nityãnanda p, M. _quem; lãgi'—por causa de; gopinãtha—o Senhor Gopinãtha; ksira—arroz
" V ê so quão afortunado é Mãdhavendra Purí! Acaso encontrarias no m kaila—feZ/
curi—roubo; ataeva—portanto; nãma—o nome; haila—ficou; kslra-
alguém tão afortunado quanto e l e ? " ladrão de arroz doce; kari'—fazendo.
0
0Jfã~
VERSO 172 nCÃO— "Por causa de Mãdhavendra Puri, o Senhor Gopinãtha roubou o
* °A* arroz doce. Assim, ficou famoso como Ksira-corã [o ladrão que roubou
r A

ísaa 3ic3 r.B9IL fti i pote


0 arroz doce]."
feüTtr.3 'üca iffã' 3ic3 wrast n ^ H
VERSO 175
dugdha-ddna-chale krsna yãnre dekhã dila
tina-bãre svapne ãsi' yãnre ãjhã kaila 5f*J3-5*«TS 313 «IW WBfm I
dugdha-dãna<hale—sob o pretexto de entregar-lhe leite; krsna—o Senhor Krsna. ^tt-cMTiifipa c.sm II >Stf II
yãnre—a quem; dekhã dila—tez Seu aparecimento; tina-bãre—três vezes; svavne-
em sonhos; ãsi'—vindo; yãnre—a quem; í/rw—ordem; kaila—deu. karpura-candana yãhra ahge cadãila
ãnande puri-gosãhira prema uthalila
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "Mãdhavendra Puri era tão karpura-candana—cânfora e sândalo; yãhra ahge—sobre cujo corpo; cadãila—colo-
afortunado que Krsna pessoalmente lhe apareceu sob o pretexto de entregar-lhe jon; ãnande—com grande prazer; puri-gosãhira—de Mãdhavendra Puri; prema—
leite. Por três vezes, o Senhor deu ordens a Mãdhavendra Puri em sonhos." amor a Deus; uthalila—jorrou.

VERSO 173 TRADUÇÃO—"Mãdhavendra Puri u n t o u com polpa de sândalo o corpo de


Gopinãtha, e dessa maneira ficou saturado de amor a D e u s . "
*II3 GOKfl 3*1 5 * 1 ^«fl |
CHii V # N f t f-f?' 5^13 « r % l 1 II i i ® il VERSO 176

yárira preme vasa hahã prakata ha-ilã


sevã ahgikãra kari' jagata tãrilã *jft asa fica *5l SHf*3i ífltlll II ii* 11
yãhra—de quem; preme—pelo amor a Deus; iwsa—grato; nana—estando; prakata-
manifesto; ha-ilã— tornou-Se; sevã— serviço; arigifcíra—aceitação; kari'—fazendo; mleccha-dese karpura-candana ãnite jahjãla
jagata—o m u n d o inteiro; tãrilã— liberado. puri duhkha pãbe ihã jãniyã gopãla
mleccha-dese—através dos países onde os muçulmanos governavam; karpura-
candana—cânfora e sândalo; ãnite— paia trazer; jahjãla—inconveniência; puri—
TRADUÇÃO—"Sentindo-Se grato devido aos sentimentos amorosos de Mãdha Màdhavendra Puri; duhkha—infelicidade; pãbe—obterá; ihã— isto; jãniyã— sabendo;
vendra Puri, o próprio Senhor Krsna apareceu como a Deidade de Gopãla, e, acei- ^-Gopãla.
tando o serviço dele, libertou o m u n d o i n t e i r o . "
TRADUÇÃO—"Nas províncias da índia governadas pelos muçulmanos, havia bas-
j t o inconveniência em viajar com sândalo e cânfora. Por causa disso,
VERSO 174 dhavendra Puri acabaria metendo-se em apuros. A Deidade de Gopãla levou
1 8 , 0
em conta."
313 STífV £íí[%l[9| »13 ca*i jsfà I
<W5Ü3 «(SI C51 "#tar,Çt3l' ffã' II li VERSO 177

yárira /agi' gopinãtha ksira kaila curi a5l-B5lT3 «^ «a^ae,*!?! I


ataeva nãma haila 'ksira-corã' kari'
"ffa' "s^ata a>f3i aa®r n i<n n
348 Sri Caitanya-caritãmrta M a d
O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 349
hya-m , 182
i |
Ver*
mahã-dayã-maya prabhu—bhakata-vatsala virakta—totalmente renunciado ou desapegado; mauni— silencioso;
candana pari' bhakta-érama karilã saphala '"'"""ü-em toda parte; udãsina—desinteressado; grãmya-vãrtã—àe tópicos mun-
rvl T
mahã— muito; dayã-maya—misericordioso; prabhu—o Senhor; bhakata-vat s" ' ye—p° medo; dvitiya—segundo; sahga—associado; hlna—sem.
Dna

muito apegado a Seus devotos; candana pari'—colocando o sândalo; bhakta-éranu, *"


esforço do devoto; karilã—fez; saphala—exitoso. ÇÃO—Caitanya Mahãprabhu continuou: " S r i Mãdhavendra Puri costu-
0

^^'oermanecer cozinho. Ele era inteiramente renunciado e sempre muito si-


T R A D U Ç Ã O — " O Senhor é muito misericordioso e apegado a Seus devot 0s
^ n s o . Desinteressava-se por todas as coisas materiais, e, temendo falar sobre
<nC1
De tal modo, ao untarem Gopinãtha com polpa de sândalo, o esforço de ' mundanas, andava sempre sem companhia."
coisas
Mãdhavendra Puri foi coroado de êxito."
VERSO 180
VERSO 178
SUa-ffl C T F F T Í S I A «itSítf* TT<ÍPL I
*tfra c«A-*T?T^"t4i A-AS FÃÇTA 1 a a a c^Pf wtfà' A^ci iTíPstePl ii II»-» ii
W Í L F T A » C « A F&CS ÊTTTT ÇA«.ASTA 11 I^V- II
hena-jana gopãlera ãjhãmrta pãhã
purira prema-parãkãsthã karaha vicãra sahasra kroéa ãsi' bule candana mãgihã
alaukika prema citte lãge camatkãra hena-jana—tal personalidade; gopãlera—da Deidade de Gopãla; ãjhã-amrta—a
purira—de Mãdhavendra Puri; prema-parã-kãsthã—o grau de intenso amor por ordem nectárea; pãhã— recebendo; sahasra—mil; kroéa—uma distância de três quilô-
Deus; karaha—faze; vicãra—julgamento; alaukika—incomum; prema—amor a Deus; metros; dsi'—vindo; bule—caminha; candana—sândalo; mãgihã— mendigando.
citte—na mente; lãge—provoca; camatkãra—espanto.
TRADUÇÃO—"Após receber as ordens transcendentais de Gopãla, esta grande
T R A D U Ç Ã O — C a i t a n y a Mahãprabhu colocou o grau do intenso amor de Mãdha- personalidade viajou por milhares de quilômetros, mendigando para poder co-
vendra Puri ante o julgamento de Nityãnanda Prabhu. "Todas as suas atividades letar o sândalo."
amorosas são incomuns", disse Caitanya Mahãprabhu. " N a verdade, fica-se to-
mado de espanto ao ouvir sobre suas atividades." VERSO 181

SIGNIFICADO—Ao sentir saudade espiritual de Krçna (krsna-viraha), a entidade viva cerca* aca, ^ « i g artrswpi si ata i
alcança o êxito primordial da vida. Quem perde interesse pelas coisas materiais cas-srs ç^s-^ta afã' «$#1 ata n M R I II
está simplesmente experimentando o outro lado da atração pelas coisas mate
riais. No entanto, sentir saudade de Krsna e ocupar-se a serviço do Senhor a rim bhoke rahe, tabu anna mãgihã nã khãya
de cumprir Sua missão constituem o melhor exemplo de amor a Krsna. hena-jana candana-bhãra vahi' lahã yãya
Caitanya Mahãprabhu quis frisar este intenso amor por Krsna manifesto por bhoke—faminto; rahe—permanece; tabu—ainda assim; anna—alimento; mãgihã—
Mãdhavendra Puri. Mais tarde, todos os devotos de Caitanya Mahãprabhu segui- mendigando; nã— não; khãya—come; hena-jana—tal pessoa; candana-bhãra—a carga
ram os passos de Mãdhavendra Puri, servindo ao Senhor sem consideraç sândalo; vahi'—carregando; ia fia"—tomando; yãya—vai.
pessoais.
^AOÜÇÃO—"Embora Mãdhavendra Puri sentisse fome, não mendigava alimen-
VERSO 179 Para comer. Esta era a pessoa renunciada que levava uma carga de sândalo
de Sri G o p ã l a . "
•taa fàass G * U % aaas ®Bl^f» i
attajal6l-<sca fâHa-aw-fl» r. n VERSO 182

parama virakta, mauni, sarvatra udãsina sjfêHas &*«fs, <^i5Ti-fàr,*tai <f i


grãmya-vãrtã-bhaye dvitiya-sahga-hina citarei *tafèa'-iífè «rtaai «ga n I V - Í , II
350 Sn Caitanya-caritãmrta < f l , O serviço devocional de á r i Mãdhavendra Puri 351
186
Verso

'maneka candana, tolã-viéeka karpüra VERSO 1 8 5


gopãle parãiba'—ei ãnanda pracura
maneka candana—um carregamento de sândalo; tola—uma unidade de r w , ire* ca?? 3§ i?tf% a r r e t a fwOT i
0
viéeka—vinte; karpüra—cânfora; gopãle—em Gopãla; parãiba—untarei; «'-.Ir ' «*ftt*t $ « . 1 t 5 3 ® ÇHfü 1 * 1 «jfètS II jb-e 11
ãnanda—prazer; pracura—suficiente.
sarige eka vafa nãhi ghã\i-dãna dite
T R A D U Ç Ã O — " S e m considerar seus confortos pessoais, Mãdhavendra Puri can*. tathãpi utsãha bada candana lahã yãite
gou cerca de quarenta quilos de sândalo e vinte tolas [cerca de 2 3 0 gramas] d e
sunge-com ele; eka—um; vafa—centavo; nãhi—não havia; ghãti-dãna—como pa-
cânfora para u n t a r o corpo de Gopãla. Este prazer transcendental era suficiente t o de imposto; dite—para dar; tathãpi—ainda assim; utsãha—entusiasmo;
m e n

para e l e . " j^—bastante; candana—sândalo; lahã— levando; yãite—para ir.

VERSO 1 8 3 TRADUÇÃO—"Embora Mãdhavendra Puri não tivesse um centavo consigo, não


temia passar pelos fiscais de impostos. Seu único prazer era levar a carga de
S e n t i a trfft SfíCSI <?f 1*1*1 I jândalo a Vrndãvana, para G o p ã l a . "
s t t l 'Sisxm a t ^ i a G«f*ií*l II Í V * II
VERSO 1 8 6
utkalera ddni râkhe candana dekhihã
tãhãn edãila rãja-patra dekhãhã 3Nt?-Gfifc*1í! asfíHWfÇ-Rl I
utkalera—áe Orissa; dãnl— fiscal de impostos; rãkhe—toma; candana—sândalo; f S w - a s a - f à v f f à a «1 ^ c ? fàeta n Í V - Í H
dekhinã— vendo; tãhãn—ela; edãila—escapou; rãja-patra—exoneração governamen-
tal; dekhãnã— mostrando. pragãdha-premera ei svabhãva-ãcãra
nija-duhkha-vighnãdira nã kare vicãra
jmgãdha—intenso; premera—de amor a Deus; ei—este; svabhãva—natural; ãcãra—
T R A D U Ç Ã O — " J á q u e havia restrições contra a exportação de sândalo da provín- comportamento; nija—pessoais; duhkha—inconveniências; vighna—impedimentos;
cia de Orissa, o fiscal de impostos confiscou o estoque, mas Mãdhavendra Puri Idira—e assim por diante; nã— não; kare—faz; oícara—consideração.
mostrou-lhe os papéis de exoneração dados pelo governo e conseqüentemente
escapou das dificuldades." TRADUÇÃO—"Este é o resultado natural do intenso amor por Deus. O devoto
não leva em conta inconveniências ou impedimentos pessoais. Em todas as cir-
VERSO 1 8 4 cunstâncias quer servir à Suprema Personalidade de D e u s . "

CPÇTJH *ta, srsitís « i f t a i SIGNIFICADO—É natural, para aqueles que tenham desenvolvido intenso amor por
^Tsna, não se importarem com inconveniências e impedimentos pessoais. Tais
Cpsrcs R f p f s a - a f i à <a façH II ii
«votos estão simplesmente determinados a cumprir a ordem da Suprema Per-
mleccha-deéa dura patha, jagãti apara sonalidade de Deus ou de Seu representante, o mestre espiritual. Em todas as
ke-mate candana niba—nãhi e vicãra ^unstâncias, mesmo em meio aos maiores perigos, eles perseveram, sem
a r S € / c o m a

mleccha-deéa—as terras governadas pelos muçulmanos; dura patha—longs do ^ " maior determinação. Isto prova definitivamente o intenso amor
nada; jagãti—sentinelas; apara—ilimitadas; ke-mate—como; candana—o san servo. Como afirma o Srimad-Bhãgavatam, tat te 'nukampãm susamUcsyamãnah:
c e s e a m

nüw—levarei; nãhi—não havia; e—esta; vicãra—consideração. Sn d^ * ' seriamente livrar-se das garras da existência material, que
1^ ^ v o l v i d o intenso amor por Krçna, são candidatos dignos de voltar ao
e s e n

e v o
n ^ ' t a r ao Supremo. Um fervoroso amante de Krsna não se importa com
e
3

T R A D U Ç Ã O — " M ã d h a v e n d r a Puri não estava em absoluto ansioso durante ^


3 riajj " í ? quantidade de desconfortos, escassez, obstáculos ou infelicidade mate-
SC U e 3
ràoé ~ ^ iráeÜcidade ou aflição aparente, vista n u m Vaiçnava perfeito,
jornada até Vrndãvana atravessando as províncias governadas pelos taW^ e t naD
s o l u t o infelicidade para ele; pelo contrário, é bem-aventurança trans-
nos e repletas de um número incontável de sentinelas."
Sri Caitanya-cariUanrU Madhy, ^ O serviço devocional de ári Mãdhavendra Puri 353
1 9 2
Ver*"

cendental. No Siksãstaka, Sri Caitanya Mahãprabhu também ensinou- tgi- ^ ^ " P a r a pôr à prova o intenso amor de Mãdhavendra Puri, Gopãla,
n
pãda-ratãm. O fervoroso amante de Krçna nunca se desvia de seu serviço " T*A p sonalidade de Deus, mandou-o trazer sândalo de Nilãcala, e, tendo
er

peito de todas as dificuldades e impedimentos que se lhe apresentem * * " < es


, supj* _ ^ passado por esta prova, o Senhor tornou-Se muito miseri-
a
M
S para com e l e . "
VERSO 187 «X* ^ 10 Y
VERSO 190

4$ 3ts caiai ciíca* cwar^cs i <5f%F, « ^ f a R H f a s - a i a a i a i


a j a i c s s <«trai-aai<i a f f ã «iftasia n ii
ét tira gddhfl premo" iofce dekhdite ei bhakti, bhakta-priya-krsna-vyavahãra
gopãla tãnre ãjhã dila candana ãnite bujhiteo ãmã-sabãra nãhi adhikãra
ei—este; fira—de Mãdhavendra Puri; gãdha—intenso; prema—amor a Deus á bhakti—esta classe de devoção; bhakta—do devoto; priya—e o mais amado
loke—às pessoas; dekhãite—paia mostrar; gopãla—o Senhor Gopãla; tãnre—a i e e
-
objeto krsna—Senhor Krçna; vyavahãra—o comportamento; bujhiteo—de compreen-
ãjhã—ordem; dila—deu; candana—sândalo; ãnite— de trazer. der Smã-sabãra—de todos nós; nãhi—não há; adhikãra—a capacidade.

TRADUÇÃO—"Sri Gopãla quis mostrar quão intensamente Mãdhavendra Puri TRADUÇÃO—"Semelhante comportamento exibido em serviço amoroso entre o
amava Krsna; portanto, pediu-lhe que fosse a Nilãcala buscar sândalo e cânfora.'' devoto e Sri Krçna, o objeto de amor do devoto, é transcendental. Não é possí-
vel que um homem comum o compreenda. Homens comuns n e m sequer têm
VERSO 188 tal capacidade."
VERSO 191
aç ifàatca caa^tl «ufai i
«tis»* affèei srcs, ssa srí itRi« sw H
bahu pariérame candana remunã ãnila
>sm sp
ij *tc? <£ta esta* i
ãnanda bãdila mane, duhkha nã ganila caa: catas-sces ®f«. «ç?rjtr.5 « t r c u a * n i»> II
bahu—muito; pariérame—com esforço; candana—sândalo; remunã— a Remunã (a efa bali' pade prabhu tãhra krta éloka
aldeia de Gopinãtha); ãnila—trouxe; ãnanda—prazer; bãdila—aumentou; mane- yei éloka-candre jagat karyãche ãloka
na mente; duhkha—dificuldades; nã— não; ganila—levou em conta. ela bali'—dizendo isto; pade—lê; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; tãhra—
por Màdhavendra Puri; Ârrfa—composto; éloka—verso; yei—aquele; éloka-candre—
TRADUÇÃO—"Com grandes aborrecimentos e após muito esforço, Mãdhavendra pelo verso que imita a lua; jagat—em todo o m u n d o ; karyãche—produzida; ãloka—
Puri trouxe a carga de sândalo a Remunã. Mas, por estar muito contente, nao hiz.
fez caso de toda a dificuldade." TRADUÇÃO—Após dizer isto, o Senhor Caitanya Mahãprabhu leu o famoso verso
de Mãdhavendra Purí. Aquele verso é tal qual a lua — ilumina todo o m u n d o .
VERSO 189

*t#1*r1 a-facs caflti "tem «itssl «ia i


VERSO 192
a f à c s a f a p s £acs « i i w - a t a i
*tft«rl aaasl c*lca lm (relata, ii i*s> II
pariksã karite gopãla kaila ãjnã dana
pariksã kariyã éese haila dayãvãn *taf ate®, c « c § Jl csTfcfa fàsta n J S * II
pariksã—teste; karite—para fazer; gopãla—o Senhor Gopãla; kaila—fez; <*/
ordem; dons—dando; pariksã—o teste; kariyã— fazendo; sese—no final; ghasite ghasite yaiche malayaja-sãra
tornou-Se; dayã-vün—misericordioso. • . gandha bãde, taiche ei élokera vicãra
5! e i ? ! f e e s i r
san, ° - ^ ' " ~ e g a n d o - s e repetidamente; yaiche—assim como; malaya-ja-
s a n d a l
áj j^
0 ° ; gandha—o aroma; fwde—aumenta; taiche—analogamente; ei—este;
n
ra
—do verso; vicãra—a consideração.
354 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya.iyj O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 355
Verso 197

T R A D U Ç Ã O — A o esfregar-se continuamente o sândalo da Malaya, seu aroma iCÃO—Apenas Sri Caitanya Mahãprabhu tem saboreado a poesia deste
U
T * juenhuma quarta pessoa é capaz d e entendê-lo.
a D

menta. Analogamente, meditando sobre este verso, sua importância amn,J " e
50
ver '

VERSO 193 nrfiCADO—Isto quer dizer que somente Srimati Rãdhãrãni, Mãdhavendra Puri
Caitanya Mahãprabhu são capazes de entender o significado deste verso.
s s p f o - m i J caos ^ " a e i f i i
VERSO 1 %
a ^ f a r - a c H i çsvs cstf* fia II II
<?W*tOT <a$ G$fà 1
ratna-gana-modhye yaiche kaustubha-mani
ftfiaíTfo fcw» *tffo GSttcapa i f è r e ll ii
rasa-kavya-madhye taiche ei éloka gani
éesa-kãle ei éloka pathite pafhite
ratna-gana—as jóias preciosas; madhye—entre; yaiche—assim como; kausthuba-
siddhi-prãpti haila purira élokera sahite
mani—a jóia conhecida como Kausthuba-mani; rasa-kãvya—doce poesia; madhys-
sfsorkãle—no final; ei éloka—este verso; pafhite pathite—recitando repetidas vezes;
entre; taiche—de forma semelhante; ei—este; éloka—verso; gani—considero.
siddhi-pnfpti—alcance da perfeição; haila—houve; purira—de Mãdhavendra Puri;
T R A D U Ç Ã O — A s s i m como se considera a kausthuba-mani a mais valiosa das sTokera—este verso; sahite—com.
pedras preciosas, de forma semelhante, considera-se este verso o melhor dos
doces poemas. TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri recitou este verso repetidas vezes até o fim de
soa existência material. Proferindo, pois, este verso, alcançou a meta última da
VERSO 194 vida.
VERSO 197

d l fSttfS f HflíS J i W S - a . ^ l ll > S 8 II

ei síote kahiyachena rãàhã-ihãkurãni "VtmPf^sii tflra álfrfà f%s ax?foai >11 s1

tãhra krpãya sphuriyáche mãdhavendra-vãrii


ei—este; éloka—verso; kahiyachena—recitou; rãdhã-thãkurãní—Srimati Rãdhãrãni;
tónrn—dEla; krvãya—pela misericórdia; sphuriyáche—manifestou-se; mãdhavendra- ayi dina-dayãrdra nãtha he
de Mãdhavendra Puri; vãnl— as palavras. mathurã-nãtha kadãvalokyase
hrdayarh tvad-aloka-kãtaram
TRADUÇÃO—Na verdade, foi a própria Srimati Rãdhãrãni quem recitou este dayita bhrãmyati kim karomy aham
verso, que se manifestou nas palavras de Mãdhavendra Puri unicamente pe > ayi—ó Meu Senhor; dfna—com os pobres; dayã-ardra—compassivo; nãtha—ó amo;
; mat
, 7 ° hurã-nãtha—o senhor de Mathurã; kadã—quando; avalokyase—ver-Te-ei;
misericórdia dEla.
myam—Meu coração; tvat—a Ti; oloka—sem ver; kãtaram—muito aflito; dayita—
amadfssimo; bhrãmyati-fica arrebatado; kim—o que; karomi—farei; aham—Eu.
VERSO 195

^ A D U Ç Ã O — " ó Meu Senhor! Ó tão misericordioso a m o ! Ó senhor d e Mathurã!


Te
„ . verei novamente? Por Eu estar sem Te ver, M e u agitado coração t e m
|f| «i1<! « i f à C5T.fc«s» li i»<? II n b d o
inseguro. Ó amadfssimo Senhor, o q u e farei agora?"
kibã gauracandra ihã kare ãsvãdana
00 ( >S t e v o t o s m c o n t

ihã ãsvãdite ãra nãhi caufha-jana hâ-is®' 1 füosofiav ~ * a m i n a d o s , o s quais d e p e n d e m estritamente d a


â n t a

kibã—quão excelente; gaura-candra—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; < tais. n ' dividem-se entre quatro sampradãyas, ou grupos transcenden-
q U a t r o Mm

kare—faz; ãsvãdana—saboreando; ihã—este verso; ãsvãdite—de saborear; ara saijiprad p™dOyas, Mãdhavendra Puri aceitou a Sri Madhvãcãrya-
nãhi—não há; cautha-jana—uma quarta pessoa. ya. Assim, ele tomou sannyãsa de acordo com o paramparã, a sucessão
M a
356 Sri Caitanya-caritãmrta dhy -i,
a u ^ „ n 1 O serviço devocional de Sri Màdhavendra Puri 357
Verso 201
discipular. Desde Madhvãcãrya até o mestre espiritual de Mãdhavendra Pu- VERSO 199
acãrya chamado Laksmipati, não havia realização de serviço devocional em ari' °
conjugai. Sri Mãdhavendra Puri foi o primeiro a introduzir o conceito de sJ* « r i c s - a r c s enteei asf%' fã?f fsrsjis»» i
conjugai na Madhvãcãrya-sampradãya, e esta conclusão da Madhvãcãrv^
sampradãya foi revelada por Sri Caitanya Mahãprabhu em Sua viagem pelc^I^ ãste-vyaste kole kari' nila nityãnanda
da índia e em Seu encontro com os Tattvavãdis, que supostamente pertenciam krandana kariyã tabe uthe gauracandra
à Madhvãcãrya-sampradãya. fsle-vyaste—com grande destreza; kole—ao colo; kari'—fazendo; nila—tomou;
Q u a n d o Sri Krspa deixou Vrndãvana para assumir o reinado de Mathu ra Hiãnanda—Senhor Nityãnanda Prabhu; krandana—chorando; kariyã— fazendo;
Srimati Rãdhãrãni, tomada por extáticos sentimentos de saudade, expressou como «ie-nessa altura; uthe—levantou-Se; gaura-candra—Senhor Sri Caitanya
Krçna pode ser amado em separação. Assim, serviço devocional em separação Mahãprabhu.
é o tema básico deste verso. A adoração em separação é considerada pela Gaudjya.
Madhva-sampradãya como sendo o mais alto nível de serviço devocional. Segundo TRADUÇÃO—Quando o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu caiu ao solo tomado
este conceito, o devoto acha-se muito pobre e abandonado pelo Senhor. Por isso de amor extático, o Senhor Nityãnanda O tomou ao colo. Chorando, Sri Caitanya
ele chama o Senhor de dina-dayãrdra nãtha, como o fez Mãdhavendra Puri. Este Mahãprabhu, então, levantou-Se novamente.
sentimento extático é a forma mais elevada de serviço devocional. Como Krsna
havia ido para Mathurã, Srimati Rãdhãrãni ficou muito sentida, e expressou-Se
VERSO 200
assim: " M e u querido Senhor, por Eu estar separada de Ti, Minha mente tem
estado agitada demais. Agora, dize-Me, o que posso fazer? Estou muito desolada
e Tu és muito misericordioso; portanto, por favor, tem compaixão de Mim e deixa-
Me saber q u a n d o Te verei." Sri Caitanya Mahãprabhu vivia expressando as Ç?tü ç t c i , astC% ütCP, Mt=9 II K II 00

emoções extáticas manifestas por Srimati Rãdhãrãni quando Ela encontrou-Se com
premonmãda haila, uthi' iti-uti dhãya
Uddhava em Vrndãvana. Sentimentos semelhantes, experimentados por Mãdha-
huhkãra karaye, hãse, kãnde, nãce, gãya
vendra Puri, são expressos neste verso. Portanto, Vaiçnavas da Gaudiya-Madhva-
sampradãya dizem que os sentimentos extáticos experimentados por Sri Caitanya loucura do amor;
prema-unmãda—a haila—houve; uthi'—levantando-Se; ifi-ufi
Mahãprabhu durante Seu aparecimento originaram-se de Sri Mãdhavendra Puri, dhãya—corre daqui para ali; huhkãra—ressonantes; karaye—faz; hãse—ri; kãnde—

através de Sri lavara Puri. Todos os devotos na linha da Gaudiya-Madhva- chora; nãce—dança; gãya—e canta.
sampradãya aceitam estes princípios de serviço devocional.
TRADUÇÃO—Manifestando emoções extáticas, o Senhor começou a correr daqui
para ali, fazendo ruídos ressonantes. Às vezes, Ele ria, às vezes, chorava, e, às
VERSO 198 vezes, dançava e cantava.
VERSO 201

' I P S f t a ' , ' i f 5 f i a ' ac*! aT*ret?i i


oacure fãa«t 5 * 1 *tfÈ?i ^ f a r e II ÍS>V II
Tf-zÁ a i lassica ií% caca II Í ° Í II
ei éloka padite prabhu ha-ilã mürcchite
premete vivaéa hahã padila bhümite 'ayi dina', 'ayi dina' bale büra-bãra
ei éloka—esteverso; padite—ao recitar; prabhu—Senhor Sri Caitanya Mahãpra • . kanthe nã niíxsare vãni, netre aéru-dhãra
ha-ilã— ficou; mürcchite—inconsciente; amor extático; e u
premete—em viva Pobr ' m
~ ^ ^ Senhor, amo d o s pobres; ayi dina—6 Meu Senhor, amo dos
descontrolado; hahã—ficando; padila—caiu; bhümite—ao solo. n
<hsare' b a
. l e
~ d i z ;
bãra-bãra—repetidamente; kanthe—na garganta; nã— não;
—sai; vãni—a voz; netre—nos olhos; aéru-dhãra—torrentes de lágrimas.

C> a tanva
P'esmê^ ~^' * Mahãprabhu não conseguia recitar o verso inteiro. Ele sim-
TRADUÇÃO—Ao recitar este verso, Sri Caitanya Mahãprabhu e p t i a
rent V f "
t o r
e
n t
' A v
d i n a " . Desse m o d o , sem poder falar, somentei d i n a a v i

imediatamente 8 de
lágrimas corriam d e Seus olhos.
ao solo, inconsciente. Ficou arrebatado e perdeu controle sobre Si me
M O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 359
358 á r i CaitanyM-ciritamrU »ohyHu,

VERSO 202 —de pessoas; sahghatta—multidão; dekhi'—vendo; prabhura—de Sri


jyjahãprabhu; bãhya—consciência externa; haila—apareceu; fhãkurera—
a>"a, c a » , 'JfPMíp, caatfi i Catfpeidade; -^oga—oferenda; san'—terminando; ãrati—execução de drari;
^-ressoou.
faca*. fã^P», M< C«9I II W 11

kampa, sveda, pulakãéru, stambha, vaivarnya ouçAO—Vendo muitas pessoas se aglomerarem à Sua volta, ári Caitanya
nirveda, visada, jãdya, garoa, harsa, dainya ^ h J p r a b h u voltou à Sua consciência externa. Neste ínterim, terminara a ofe-
kampa—tremor; sveda—transpiração; pulaka-aéru—júbilo e lágrimas; stambha * ü i Deidade, seguida d e animada execução d e ãrati.
re no*
choque; vaivarnya—perda de cor; nirveda—desapontamento; visada—melancol~
jãdya—perda da memória; garoa—orgulho; harsa—alegria; dainya—humildade VERSO 205

TRADUÇAO—Tremor, transpiração, lágrimas de alegria, choque, empalidecünen- oTçta " i a « * a t * i «Jsrrft b m a t f t * l


to, desapontamento, melancolia, perda da memória, orgulho, júbilo e humildade « e a « r r c t w t f » ' f » » i srore a r a * f t a ii * °« ii
— tudo isto era visível no corpo de á r i Caitanya Mahãprabhu.
fhãkure sayana karãhã püjãrí haila bãhira
SIGNIFICADO—No Bhakti-rasãmrta-sindhu, explica-se jãdya como perda de memória prabhura ãge ãni' dila prasãda bãra ksira
provocada por severo choque devido à saudade do amado. Neste estado de espíri- thSkure—a Deidade; sayana—Se deitasse; karãhã— fazendo com que; püjãrí—o sa-
to, perde-se toda a preocupação com perdas e ganhos, com ouvir e ver, bem como cerdote; haila—estava; bãhira—fora do templo; prabhura—do Senhor Sri Caitanya
com todas as outras considerações. Isto assinala o aparecimento preliminar da Mahãprabhu; ãge—em frente; ãni'—trazendo; dila—ofereceu; prasãda—restos do
alimento; bãra—doze; fcsfro—potes de arroz doce.
ilusão.

VERSO 203 TIADUÇAO—Depois de pôr as Deidades para descansar, o sacerdote saiu do


templo e ofereceu todos os doze potes de arroz doce ao Senhor Caitanya
• ^ c a t e * S a t f a a i onm * » n 5 " i Mahãprabhu.

cw^ftara-caaas c»r.t « i ç * c«iaaT&" II II VERSO 206

ei éloke ughãdilá premera kapãta <k?rS c?fà' J t M í f l «U*W a í f e * 1


gopínãtha-sevaka dekhe prabhura prema-nãta w n i t i a r s a r a r . ^ *ta> *Pta \*m \\ H
ei éloke—este verso; ughãdilã— desvendou; premera—do amor conjugai; kaptT*—
a porta; gopinãtha-sevaka—os servos da Deidade de Gopinãtha; dekhe—vêem, ksira dekhi' mahãprabhura ãnanda bãdila
prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; prema-nãta—a dança em amor bhakta-gane khãoyãile pança kslra laila
extático. IfÜk ~ ° doce; dekhi'—vendo; mahãprabhura—do Senhor Sri Caitanya
3 1 7 0 2

, ãprabhu; ãnanda—o prazer; bãdila—aumentou; bhakta-gane—os devotos;


TRADUÇÃO—Este verso desvendou a porta do amor extático, e, quando esta ^ "«oytftfe— para alimentá-los; pafka—cinco potes; fcsmi—arroz doce; laila—aceitou.
exibida, todos os servos de Gopinãtha viram Caitanya Mahãprabhu dançar ADf
^ J Ç À O — A o ver todos os potes de arroz doce, restos deixados por Gopinãtha,
êxtase.
VERSO 204 ^ocados à Sua frente, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou muito satisfeito. A firr
u n e n , a r
o s devotos, aceitou cinco daqueles potes.
erreasa * K i t ca f ã ' « « a a c*i i
VERSO 207
fctfcaa flWH a f ã ' vrtifil a t r i m n *»8 n
lokera sahghatta dekhi' prabhura bãhya haila
ara iPta «jwtftcas insisti Tm i
(hãkurera bhoga sari' ãrati bãjila ia»#ta iaws*t a"ifíhii rò* n vi N
Sri Caitanya-caritãmrta Madru/a-i,, , O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 361
0 2 1
Ve"
sãta kslra püjãríke bãhudiyã dila gopãla-goplnãtha-purí-gosãhira gurta
parlca-kslra pahca-jane vãhtiyã khãila bhakta-sahge érí-mukhe prabhu kailã ãsvãdana
sãta kslra—sete potes de arroz doce; püjãrike— ao püjãrí; bãhudiyã—sep^a . Deidade de Gopãla; gopinãtha—da Deidade de Gopinãtha; puri-
•la^.da
dila—deu; pahca-kslra—cinco potes de arroz doce; pahca-jane—a cinco hom ^>o—de Mãdhavendra Puri; guna—as qualidades; bhakta-sahge—com os devo-
vãh\iyã— distribuindo; khãila—comeram. khe—em Sua própria boca; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; fcaiid—
mu

^^na-saboreando.
TRADUÇÃO—Os sete potes restantes foram separados dos outros e entregu e8

sacerdote. Em seguida, os cinco potes de arroz doce que o Senhor aceitara for,^ ç o — D e s s a maneira, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu pessoalmente
plJ A

distribuídos entre os cinco devotos, que comeram, então, a prasãda. T


boreou com Sua própria boca as qualidades transcendentais de Gopãlaji,
Gopinãtha e Sri Màdhavendra Puri.
VERSO 208
VERSO 211

jfe«' asfeeii r,*iç ia «FJÍSRL i


WÍ«mç»
•mfw c**itçra c m Sflf» W l II ll
a ç a e^at^en, «ra «^ca»-ítni II II
gopinãtha-rüpe yadi kariyãchena bhojana
bhakti dekhãite kaila prasãda bhaksana ei ta' ãkhyãne kahilã dohhãra mahimã
Sua encarnação
goptnãtha-rüpe—sob arca como Gopinãtha; yadi—embora; prabhura bhakta-vãtsalya, ãra bhakta-prema-stmã
kariyãchena—tenha feito; bhojana—comendo; bhakti—serviço devocional; dekhiite- eiia'—assim; ãkhyãne—na narração; kahilã— descrevi; dohhãra—dos dois; mahimã—
para manifestar; kaila—fez; prasãda bhaksana—comendo. as glórias; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakta-vãtsalya—apego
a Seus devotos; ã r a — e ; bhakta-prema-simã—o limite máximo de amor extático por
TRADUÇÃO—Por ser idêntico à Deidade de Gopinãtha, Sri Caitanya Mahãprabhu parte do devoto.
já provara e comera dos potes de arroz doce. Todavia, só para manifestar serviço
devocional, novamente comeu dos potes de arroz doce como um devoto. TRADUÇÃO—Assim, acabo de descrever, tanto as glórias transcendentais do afeto
do Senhor Caitanya Mahãprabhu por Seus devotos, quanto o limite máximo de
VERSO 209 amor extático por Deus.
VERSO 212
A - R S I - N ^ Í C Í I cmaifa C M \ $ \ m \ I
swrç* 5 * 1 5.51 caí 1 5

N S R E F B I I Í F S cwF*r stejcs n\*\?w n u


ãla^-sac»! cm *tra C ^ Í W 11 sus* u
nãma-sahkírtane sei rãtri gohãila éraddhã-yukta hahã ihã éune yei jana
mahgala-ãrati dekhi' prabhãte calilã /. ,i érí-krsna-carane sei pãya prema-dhana
nãma-sahkirtane—em canto congregacional; sei—aquela; rãtri—noite; S ' o n i
~ '^hã-yukta—possuída de fé; hahã—estando; ihã—isto; éune—ouve; yei—aquela;
passou; mahgala-ãrati—o ãrati da madrugada; dekhi'—após ver, prabhãte—de ma ^ - p e s s o a ; érí-krsna-carane—aos pés de lótus do Senhor Sri Krsna; sei—esta
calilã— partiu. soa; pãya—obtém; prema-dhana—o tesouro d o amor a Deus.

0 C U r
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu passou aquela noite no templo, *£ i
do*arn C A A ,
°~ ' U e l e
** ue o u v e e 9 t a n a x l í t c i o
devoção alcança o tesouro c o m r é e

em canto congregacional. De manhã, após assistir ao mahgala-ãrati, Ele p °* a D e u


s , aos pés de lótus de Sri Krsna.

VERSO 210 VERSO 213

cMi^ra-cMi^w-^FLCMTMFAM ««i I
w&-*zm a l i e i -2fçc**ii «rpitwn C F Í A S F Ã S T ? ® A>C5 F«T|J| II Í I « II
362 Sri CaiUnyã-caritãmrta Madhyj.^

érí-rüpa-raghunãtha-pode yãra ãéa CAPÍTULO CINCO


caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
éri-rüpa—Srila Rüpa Gosvàmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa GOSVJ
pade—aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o lrvro A? As atividades de Sãksi-gopãla
mado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsna-dãsa—Srila Krsnadãsa Kav'j*^
Gosvãmi.

T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de ári Rüpa e ári Raghunãtha, desejand


0 seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thãkura dá o seguinte resumo
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritânut, Quinto Capítulo: depois de passar por Yãjapura, Sri Caitanya Mahãprabhu
seguindo seus passos. alcançou a cidade de Kataka (Cuttak), onde foi visitar o templo de Sãksi-gopãla.
Enquanto esteve ali, ouviu da boca de Sri Nityãnanda Prabhu a história de Sãkgi-

Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta ^Certa vez, havia dois brãhmanas, um idoso e outro jovem. Ambos eram habi-
Madhya-lilã, Quarto Capítulo, descrevendo o serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri tantes de um local conhecido como Vidyãnagara. Após visitar muitos locais de
peregrinação, os dois brãhmanas finalmente chegaram a Vrndãvana. O brãhmana
idoso ficou muito satisfeito com o serviço do brãhmana jovem, e por isso quis
oferecer-lhe sua filha caçula em casamento. O jovem brãhmana recebeu a promes-
sa do brãhmana idoso perante a Deidade de Gopãla em Vrndãvana. Assim, a Dei-
dade de Gopãla agiu como testemunha. Ao regressarem os dois brãhmanas a
Vidyãnagara, o brãhmana jovem levantou a questão deste casamento, mas o
Mhmana idoso, devido às obrigações para com seus amigos e esposa, respondeu
que não conseguia lembrar-se de sua promessa. Por causa disto, o brãhmana jovem
voltou a Vrndãvana e narrou toda a história para Gopãlaji. Desta maneira, Gopãlaji,
sentindo-Se grato ao serviço devocional do jovem brãhmana, acompanhou-
o até o sul da índia. Gopãlaji seguiu o jovem brãhmana, que podia ouvir o tilintar
dos sinos de tornozelo de Gopãlaji. Ao reunirem-se todos os cavalheiros respei-
táveis de Vidyãnagara, Gopãlaji confirmou a promessa feita pelo brãhmana idoso
ao jovem brãhmana. Desta forma, realizou-se o casamento. Mais tarde, o rei da-
quela terra construiu um lindo templo para Gopãla.
Em outra ocasião, o rei de Kataka insultou o rei Purusottama de Orissa,
jecusando-se a dar-lhe sua filha em casamento e chamando-o de gari do Senhor
Jagannãtha. Com o auxílio do Senhor Jagannãtha, o rei Purusottama lutou com
r e i
° de Kafaka e derrotou-o. Deste modo, apoderou-se tanto da filha do rei quanto
0
Estado de Kataka. Naquela época, Gopãlaji, estando muito agradecido pelo
serv
Ko devocional do rei Purusottama, deixou-Se trazer para a cidade de Kafaka.
U V Í r e S t a n a r r a c a o
em ° ' Sn Caitanya Mahãprabhu visitou o templo de Gopãla
S t ! t t l á e ê x t a
to u s e de amor a Deus. De Kafaka, Ele foi a Bhuvaneávara, onde visi-
t e m p do
Pura° ' ° Senhor Siva. Dessa maneira, passo a passo, chegou a Kamala-
m a r
fJQ çf" g e a n d o o rio Bhãrgí, veio visitar o templo do Senhor Siva, onde con-
U
11 D a s t a o
luebro de sannyãsa a Nityãnanda Prabhu. No entanto, Nityãnanda Prabhu
Cc a s a o em
"no °X ° k * ^ ê s pedaços e atirou-o no rio Bhãrgi, n u m local conhecido
rhãranãlã. Irritando-Se por não conseguir Seu bastão de volta, Sri

363
364 Sri Caitanya-caritãmrta v, As atividades de Sãksi-gopãla 365
5
Ver*"

Caitanya Mahãprabhu deixou a companhia de Nityãnanda Prabhu e f" VERSO 3


0

visitar o templo de Jagannãtha.


«tfèsTl af^^J-dlfJ) I

VERSO 1 aar5-fcraja c a f ã ' afàaii « M f i » « n

f u i " wrç. a s « a r a r l - ^ a i c t i calite calite ãilã yãjapura-grãma


varãha-thãkura dekhi' karilã pranãma
aai'tTC*cai fã -t*TÇ'5rjn«i i calite—caminhando sem parar; ãilã—alcançaram; yãjapura-grãma—a aldeia
QtmX ac*h f a s j s c * ^ css? °^ . e
- g r ã m a ; varãha-thãkura—o templo de Varãhadeva; dekhi'—vendo;
ura

< K a t f a c M r » ! 1*1*15.? a c s f e f a II > n JNM-ofereceu; pranãma—reverências.

padbhyãm calan yah pratimã-svarüpo


nuCÃO—Caminhando sem parar, Sri Caitanya Mahãprabhu e Seu grupo fi-
r

brahmanya-devo hi éatãha-gamyam
ente chegaram a Yãjapura no rio Vaitarani. Ali, Ele viu o templo de
deêarh yayau vipra-krte 'dbhuteharh Varãhadeva e ofereceu-Lhe Suas reverências.
tarh sãksi-gopãlam aham nato 'smi
padbhyãm—com as duaspernas; calan—caminhando; yah—aquele QUE; pratímã- VERSO 4
da Deidade; svarüpah—sob a forma; brahmanya-devah—o Supremo SENHOR DA CUL-
tura. Ibramínica; hi—decerto; sata-ãha—em cem dias; gamyam—a ser PERCORRIDO 3 « r % 5 &f"l csfca a « 3 w a i
deiam—o país; yayau—foi; vipra-krte—em benefício de um brãhmana; adbhuta-fo> a t s r ^ c a ca a t f à ^ f à s n a r i a 11 8 11
maravilhosa; tham—atividade; Iam—a este; sãksi-gopãlam—o Gopãla CONHECIDO CO-
m o Gopãla-testemunha; aham—eu; natah asmi—ofereço respeitosas REVERÊNCIAS. nrtya-gita kaila preme bahuta stavana
yãjapure se rãtri karilã yãpana

TRADUÇÃO—Ofereço minhas respeitosas reverências à Suprema Personalidade nrtya-gita—dançando e cantando; kaila—executou; preme—em amor a Deus;
de Deus [brahmanya-deva], que apareceu como Sãksi-gopãla para favorecer um bahuta—diversas; stavana—orações; yãjapure—na aldeia de Yãjapura; s e rãtri—aquela
NOITE; karilã—fez; yãpana—passando.
brãhmana. Ele viajou por cem dias através do país, caminhando com Suas
próprias pernas. Quão maravilhosas são Suas atividades!
TRADUÇÃO—No templo de Varãhadeva, Sri Caitanya Mahãprabhu cantou, dan-
VERSO 2 çou e ofereceu orações. Ele passou aquela noite no templo.

wa ®a ® b * 5 9 m fà<sjta«a i VERSO 5
w a t c a s s a a n i c^irTOpja) n 5. n
aníca* « r f o r l Jiífocufitsi c«fac<5 i
jaya jaya éri-caitanya jaya nityãnanda c t t i m - c a W í c a t a ' C5*i1 « r r a f a r / s 111 n
jayãdvaitacandra jaya gaura-bhakta-vrnda
jaya—todas as glórias; jaya—todas as glórias; sri<aitanya—ao Senhor Sri ^ • a i l
^ kafake ãilã sãksi-gopãla dekhite
Mahãprabhu; jaya—todas as glórias; sri nityãnanda—ao Senhor Sri Nityãnanda * . gopãla-saundarya dekhi' hailã ãnandite
bhu; jaya—todas as glórias; advaita-candra—a Advaita Acãrya; jaya—todas as gl IATE—à cidade deKafaka (Curtak); ãilã—chegou; sãksi-gopãla—o Gopãla-
v e r

gaura-bhakta-vrnda—aos devotos do Senhor Caitanya Mahãprabhu. *a AVTFC ^ ' 1 13 d e k n i t e


~P - ' gopãla—da Deidade de Gopãla; saundarya—a bele-
3 1 3

vendo; hailã— ficou; ãnandite—muito satisfeito.

0- 111 1 3
TRADUÇÃO—Todas as glórias ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu! ° T d
b h u !
' e r ^ o b ^ " ^ ^ S " ' * ' Sr' Caitanya Mahãprabhu foi à cidade de Kataka para
m p do G o

glórias ao Senhor Nityãnanda Prabhu! Todas as glórias a Sri Advaita Pra satisf • ' ° P â l a - t e s t e m u n h a . Ao ver a Deidade de Gopãla, Ele ficou muito
, e , ,

E todas as glórias aos devotos de Sri Caitanya Mahãprabhu! ° com Sua beleza.
366 Sri Caitanya-caritãmrta Madh As atividades de Sãksi-gopãla
Va
-lilã, ; ye** 10

VERSO 6 VERSO 9

G«l»i1cac*r f § l Ü 5 cm ^%v*\ i
c*\ a*rt «peça, « f f « c a açtçca II s ii
wtfàè Ç<ÍPI cm c<tHt»i 'saa n * 11
sãksi-gopãlera kathã éuni, loka-mukhe
premãveáe nrtya-gita kaila kata-ksana sei kathã kahena, prabhu éune mahã-sukhe
avista hanã kaila gopãla stavana • cmãlera—do Gopãla-testemunha; kathã—a narração; éuni—ouvindo; Zofaj-
-
prema-ãveée—no êxtase de amor a Deus; nrtya-gita—dançando e cantando kaji, ^ —das pessoas; sei kathã—esta narração; kahena—Nityãnanda Prabhu narra;
realizou; kata-ksana—por algum tempo; ãwsfa hahã— ficando extasiado-' kgik i* Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; éune—ouve; mahã-sukhe—com grande
ofereceu; gopãla stavana—orações a Gopãla.
prazer.
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o esteve ali, Sri Caitanya Mahãprabhu cantou e dançou Naquela ocasião, Nityãnanda Prabhu ouvira a história de Sãksi-
U C A O

algum tempo e, n o êxtase de amor a Deus, ofereceu muitas orações a Gopüa' ála contada pela gente da cidade. Agora Ele recitava-a de novo, e o Senhor
Caitanya Mahãprabhu ouvia a narração com grande prazer.
VERSO 7
SIGNIFICADO—O templo de Sãksi-gopãla fica entre a estação ferroviária d o en-
cn% ? i f à <5iti af*' "B<swt«i-*r.w i troncamento da estrada de Khurdã e a estação de Jagannãtha Puri. Atualmente,
c^rc^ra ^a%ai « c a ae <tc* II i« a Deidade não Se encontra em Kafaka, mas, quando Nityãnanda Prabhu viajou
até lá, a Deidade estava presente. Kataka é uma cidade em Orissa, às margens
sei rafri fãMn ra/ri' bhakta-gana-sahge dorioMahãnadi. Ao ser trazido de Vidyãnagara, no sul da Índia, Sãksi-gopãla
gopãlera pürva-kathã éune bahu range permaneceu por algum tempo em Kataka. A seguir, foi, por algum tempo, esta-
sei rãtri— naquela noite; tãhãn—ali; rahi'—hospedando-Se; bhakta-gana-sange- belecido no templo da Jagannãtha. Ao que tudo indica, no templo de Jagannãtha,
com os outros devotos; gopãlera—ào Senhor Gopãla; pürva-kathã—narração ante- houve certo desentendimento entre Jagannãtha e Sãkçi-gopãla, uma briga de amor
rior; éune—ouve; bahu—muito; range—com prazer. chamada prema-kalaha. A fim de desfazer essa briga de amor, o rei de Orissa cons-
truiu uma aldeia a aproximadamente dez quilômetros de Jagannãtha Puri. Foi
T R A D U Ç Ã O — N a q u e l a noite, Sri Caitanya Mahãprabhu hospedou-Se no templo nesta aldeia, chamada Satyavãdl, que Gopãla passou a morar. Pouco tempo
de Gopãla e, juntamente com todos os devotos, ouviu com grande prazer a nar- depois, construiu-se um novo templo. Hoje em dia, existe uma estação chamada
ração sobre o Gopãla-testemunha. Sãksi-gopãla, e o povo vai lá visitar o Gopãla-testemunha.

VERSO 8 VERSO 10

fà^tWKMtatfép *ir,3 ÉNf asfàprl i rãwTaMca* <s' afiaw i


atf*rc5tt*rrsf cwfãatca an»^ «fcfàwl n v- H f r j f a * f à a t c a sfc* a?fà»rl M»ra II a° u
nityãnanda-gosãhi yabe tirtha bhramilã pürve vidyã-nagarera dui ta' brãhmana
sãksi-gopãla dekhibãre kataka ãilã tirtha karibãre duhhe karilã gamana
nityãnanda-gosãhi—Senhor Nityãnanda Prabhu; yabe—quando; tirtha "™ b Pürve- 7 " °
dois- U r r o r a ;
™dyã-nagarera—da cidade conhecida como Vidyãnagara; dui—
viajara aos locais de peregrinação; sãksi-gopãla—o Gopãla-testemunha; dt feeríT d e c e r t
° ; brãhmana—brãhmanas; tirtha karibãre—em visita a locais de pe-
ac

ver; kataka—a cidade de Kataka; ãilã— viera. ã o ; duhhe—ambos; karilã— empreenderam; gamana—jornada.

T R A D U Ç Ã O — A n t e r i o r m e n t e , ao viajar por toda a índia em visita a " " ^ , eB


^ « O - O u t r o r a , e m Vidyãnagara, n o sul d a índia, havia dois brãhmanas
n p r e e n a e r
locais de peregrinação, Nityãnanda Prabhu também viera ver Sãk$»-g°P pe ~J
r e a m uma longa jornada para visitar diferentes locais de
Kataka. Snnação.
As atividades de Sãksi-gopãla 369
368 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy 1 6
ver*
vrndavane govinda-sthãne mahã-devãlaya
V E R S O 11
se mandire gopãlera mahã-sevã haya

*rsi, « t t M n «W->P*»I atirai i —dentro de Pancakrosi Vrndãvana; govinda-sthãne—no local onde o


nf^ " 0
io de Govinda está situado; mahã-deva-ãlaya—um grande templo; se
«PÍÍTC^ «lfí»n «rfH%5 *í»1 II || jtual temp \ o ; gopãlera—a Deidade de Gopãla; mahã-sevã— magnífica ado-
í e m v

n
-gjndin?
gayd, vãrãnasi, prayãga—sakala kariyã %o; W - - h a

mathurãte ãilã duhhe ãnandita hahã


gayã—o local de peregrinação chamado Gayã; vãrãnasi— Benares, ou K l o - N a aldeia d e Pancakrosi Vrndãvana, n o local o n d e agora está si-
TRA

prayãga—Allahabad; sakala—todos; kariyã— viajando; mathurãte—Mathurã- Í V ' " ipmplo de G o v i n d a , havia um grande t e m p l o o n d e se realizava magní-
alcançaram; duhhe—ambos; ãnandita—satisfeitos; hahã— ficando. • " ^ i r a c ã o a Gopãla.
„ adoração
fi V E R S O 14
TRADUÇÃO—Em primeiro lugar, eles visitaram Gayã, d e p o i s Kâái de cas-ttft^, ^r^-sfrfífcis fax i
Prayãga. Enfim, c o m grande prazer, chegaram a Mathurã.
fk-stitto r.wrV «ttl ^Tm\ fãatin n ÍS n
keéi-tirtha, kãliya-hradãdike kaila snãna
V E R S O 12
éri-gopãla dekhi' tãhãn karilã viérãma

aswtarfu a » pi&f r.wci c*\n*fa i balneário às margens do Yamunã conhecido como Keáí-ghãta;
Iteéi-tírtha—o
UUua-hrada—o balneário às margens do Yamunã conhecido como Kãliya-ghãta;
l t W » H * I cwfij' C«tca CMvft ? « « f a « II || Idike—nesses diferentes balneários; kaila—tomaram; snãna—banho; éri-gopãla de-
tói"-visitanto o templo de Gopãla; tãhãn—ali; karilã— tiveram; viérãma—descanso
vana-yãtráya vana dekhi' dekhe govardhana
dvãdaéa-vana dekhi' Se$e gelã vrndãvana
vana-yãtrãya—passando pelas diversas florestas; vana dekhi'—enquanto visitam
TRADUÇÃO—Após tomar s e u s b a n h o s em diferentes balneários ao l o n g o do rio
as florestas; dekhe—vêem; govardhana—Colina de Govardhana; dvãdaéa-vana Yamunã, tais como o Kesí-ghãfa e o Kãliya-ghãta, os peregrinos visitaram o tem-
dekhi'—visitando as doze florestas d e Vrndãvana; éese—por fim; gelã— alcançaram; plo de Gopãla. Em s e g u i d a , descansaram n a q u e l e t e m p l o .
vrndãvana—Vrndãvana.
V E R S O 15
TRADUÇÃO—Após chegarem a Mathurã, puseram-se a visitar as diversas flores- Gflwm-cifaré tftta i a fàpi « f ã ' i
tas de Vrndãvana e foram à Colina de Govardhana. Visitaram todas as doze flo- ^ «tMH a « <stt1 fwü s * - 5 t f ã 11 > « «
restas [vanas] e, por fim, chegaram à cidade de Vrndãvana.
gopãla-saundarya dunhãra mana nila hari'
sukha pãhã rahe tãhãn dina dui-cãri
SIGNIFICADO—As cinco florestas situadas no lado oriental do rio Yamunã são
Bhadra, Bilva, Loha, Bhándlra e Mahãvana. As sete florestas situadas no lado gopãla-saundarya—a beleza da Deidade de Gopãla; dunhãra—de ambos; mana—
ocidental do Yamunã são Madhu, Tala, Kumuda, Bahulâ, Kãmya, Khadira e * mentes; nila—cativou; hari'—levando; sukha pãhã— sentindo esta felicidade trans-
c

Vrndãvana. Após visitarem todas estas florestas, estes peregrinos dirigiram-se endental; rahe— permaneceram; tãhãh—naquele templo; dina—dias; dui-cãri—dois
ao local conhecido com Pancakrosi Vrndãvana. Destas doze florestas, a floresta °" quatro.
de Vrndãvana estende-se desde a cidade de Vrndãvana até Nanda-grãma e T

Varçãna, uma distância que cobre cinqüenta e um quilômetros, dentro da qual RADUÇÃO—A beleza da D e i d a d e de G o p ã l a cativou s u a s m e n t e s , e, s e n t i n d o
encontra-se a cidade de Pancakrosi Vrndãvana. Pande felicidade, permaneceram ali por d o i s ou quatro d i a s .

V E R S O 13 V E R S O 16

f S H c ü citff5w-"»tcsi isrcwirtrc i
«rra fàa -aai, 3r* TOW aara i •*»
CA a i f a w c i t w c a r a «içrcHi n y® II
370 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy j As atividades de Sãksi-gopãla 371
.22

dui-vipra-modhye eka vipra—vrddha-prãya , é meu próprio filho; pitara—do pai; aiche—desta maneira; nã— não;
a
,tre
ãra vipra—yuvã, tãnra karena sahãya P °~~ - sevana—serviço; tomara—tua; prasãde—pela misericórdia; ami—eu;
ta

dui-vipra-madhye—entre os dois brãhmanas; eka vipra—um brãhmana- f^^oãilãma—senty, érama—cansaço.


prãya—idoso; ãra vipra—o segundo brãhmana; yuvã— jovem; tãhra—do brahnt^^'
^_náO/ f"
so; karena—faz; sahãya—auxílio. _ _ " N e m meu próprio filho me presta tal serviço. Por tua misericór-
AO
p
í»* - fjouei cansado no decurso desta j o r n a d a . "
TRADUÇÃO—Um dos dois brãhmanas era idoso e o outro, jovem. O jovem dia, i * 0 1 4

liava o idoso.
VERSO 20
VERSO 17
3*5*31 C=SW? «TI G^CT »WW I
c s t S f à s asr,* >wi tfw* c*w i wwra G«r»rra «ufa f à i asgrwTa
H v n

<ítçr* C R t t ftww f j . II ai n krta-ghnatã haya tomãya nã kaile sammãna


ataeva tomãya ãmi diba kanyã-dãna
chota-vipra kare sadã tãnhãra sevana krta-ghnatã— ingratidão; haya—é; tomãya—a ti; «tf—não; kaile—caso faça;
tãnhãra sevãya viprera tusta haila mana j^Hmana—respeito; ataeva—portanto; tomãya—a ti; ami—eu; dito—darei; kanyã-
chota-vipra—o brãhmana mais jovem; kare— faz; sadá— sempre; tãnhãra—seu (do flM-irúnha filha como caridade.
brãhmana idoso); sevana—serviço; tãnhãra—seu; sevãya—pelo serviço; wprera-do
brãhmana idoso; tusta—apaziguada; haila—ficou; mana—a mente. TRADUÇÃO—"Caso eu não te prestasse algum respeito, seria um ingrato. Por-
tanto, prometo dar-te minha filha em caridade."
TRADUÇÃO—Na verdade, como o brãhmana jovem sempre prestava serviço ao
idoso, este ficou-lhe muito grato, estando satisfeito com seu serviço. VERSO 21

VERSO 18 GTêt&fàal 5jsr.ç, "«H, fòti^MS I


«r»T«* SP? C ^ C * . G*nÊ ütfç. 53 II II
f ã a j <ií5l,—<ffi| c u t * a « d a l f c e f l i
T 5 t s 5 ^ 1 c i t c a i t « f a ^ r ^ m H yv w chofa-vipra kahe, — "éuna, vipra-mahãéaya
asambhava kaha kene, yei nãhi haya
vipra bale,—tumi mora bahu sevã kailã àwta-vipra—o brãhmana jovem; kahe—replica; éuna—ouve; vipra-mahãéaya—meu
sahãya hahã more tirtha karãilã querido brãhmana; asambhava—improvável; kaha—dizes; kene— por que; yei— que;
vipra bale—o brãhmana idoso disse; tumi—tu; mora—meu; bahu— variado; seot- "tfii-nâo; haya—acontece.
1
serviço; kailã— tem-se prestado; sahãya—assistente; hahã— sendo; more—para mm
tirtha—peregrinação; karãilã— ajudaste a fazer. TRADUÇÃO—O brãhmana jovem replicou: " M e u querido cavalheiro, por favor,
°uve-me. O que estás dizendo é muito incomum. Semelhante coisa jamais acon-
TRADUÇÃO—O homem idoso disse ao jovem: "Tens rne prestado diversas classe teceu."
de serviço. Tens me ajudado a viajar por todos estes locais de peregnnaça
VERSO 22
VERSO 19
%VQ frtefii ^ c s «1 a r o c r c a i
tt^*rt5f «atfsi n >s> u
C5T»rf? a m t w wifài sn. wfà mfjfa «rra «(fl-fà»Ti-ftif II n n

putreo pitara aiche nã kare sevana mahã-kullna tumi—vidyã-dhanãdi-pravlna


tomara prasãde ãmi nã pãilãma érama ãmi akullna, ãra dhana-vidyã-hlna
372 Sri Caitanya-caritãmrta «. As atividades de Sãksi-gopãla 373
hv
»-liU. 5

mahã-kulina—altamente aristocrático; fumi—tu; vidyã— educação- <«. sirvamos a um Vaiçnava liberado, não podemos alcançar a libera-
ue

riquezas; proviria—enriquecido; ami—eu; akullna—não aristocrático; ira """"^ A


n s
r n e ° ^ diretamente a Krsna. Devemos servir ao servo de Krçna.
vidyã-hina—sem riqueza nem educação. c joS erV
" 1

TRADUÇÃO—"És um chefe de família muito aristocrático, bem educad VERSO 24


tante rico. Eu não sou nada aristocrático. Além disso, não tenho e d u ° ' ^ c

cente nem r i q u e z a . " a W I - C H T S f P W <âf% *FS i


ftara i c ^ i t i # É N i p * » n ^ t f ! II" *8 n
SIGNIFICADO—A realização de atividades piedosas pode enriquecer-nos brãhmana-sevãya krsnera priti bada haya
0
quatro opulências: podemos obter nascimento em família aristocrática, torna/ " tãnhãra santose bhakti-sampad bãdaya"
altamente educados, tornar-nos muito belos ou conseguir uma quantidade T hmana-sevãya—prestando serviço a um brãhmana;krsnera—do Senhor Krçna;
ciente de riquezas. Estes são os sintomas de atividades piedosas realizadas a satisfação; bada—imensa; haya—é; tãnhãrasantose—satisfazendo o Senhor;
nossa vida passada. Na índia, ainda é comum que urna família aristocrática nunc y^ i_do serviço
f devocional; sampad—a opulência; bãdaya—aumenta.
se una em casamentos com uma família pobre. Mesmo que a casta seja a mesma
rejeitam-se tais casamentos para manter-se a aristocracia. Nenhum homem pob re TRADUÇÃO—"O Senhor Krsna fica muito satisfeito com o serviço prestado aos
ousará casar-se com a filha de um homem rico. Por este motivo, quando o bráhmam brãhmanas, e, estando o Senhor satisfeito, a opulência de nosso serviço devo-
idoso ofereceu sua filha ao brãhmana jovem, este não acreditou que lhe seria pos- donal aumenta."
sível casar-se com ela. Portanto, perguntou ao brãhmana idoso porque propunha
algo tão sem precedentes (asambhava). Nunca se ouvira falar de uma pessoa aristo-
crática que tivesse oferecido sua filha a uma pessoa inculta e pobre. SIGNIFICADO—A este respeito, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura comenta
que o brãhmana jovem prestou serviço ao idoso com a intenção de agradar a Krçna.
VERSO 23 Não se tratava de relacionamento m u n d a n o e ordinário. Krçna fica satisfeito
f«HTtii-*»fa «tfjt ai Ç.Ç. esfria i quando se presta serviço a um Vaiçnava. Como o brãhmana jovem serviu ao idoso,
o Senhor Gopãla concordou em tomar-Se testemunha da negociação do casamento
?pf% £5T»Tt?J C H l - ? 7 ? * T í II II a fim de manter o prestígio de ambos os devotos. Decerto que Sri Caitanya Mahã-
kanyã-dãna-pãtra ãmi nã ha-i tomara prabhu não teria gostado de ouvir sobre negociações matrimoniais a menos que
krsna-prítye kari tomara sevã-vyavahãra tais negociações fossem feitas entre dois Vaisnavas. Arranjos e cerimônias de ca-
kanyã-dãna-vãtra—um noivo adequado para a filha de alguém; ãmi—eu; samento pertencem ao ordinário e material setor karma-kãnda das escrituras. N o
não; ha-i—sou; tomara—de ti; krsna-pritye—apenas para a satisfação de Krsna; kari- entanto, os Vaiçnavas não se interessam por nenhuma espécie de negociações
faço; tomara—a ti; sevã— do serviço; vyavahãra—atividades. ^rma-kãnda. Srila Narottama dãsa Thãkura diz: karma-kãnda jhãna-kãnda kevala visera
™Wi- Para o Vaisnava, os setores karma-kãnda e jhãna-kãnda dos Vedas são desne-
TRADUÇÃO—"Senhor, não sou um noivo adequado para tua filha. É apenas pan ^sanos. Na verdade, o verdadeiro Vaiçnava considera estes setores um pote
a satisfação de Krsna que te presto serviço." ^ veneno (visera-bhãnda). Às vezes, participamos de cerimônias de casamento
nossos discípulos, mas isto não quer dizer que estejamos interessados em ativi-
S

SIGNIFICADO—Ambos os brãhmanas eram Vaisnavas puros. O jovem tinhaICUI critic """'^hda. Às vezes, desconhecendo a filosofia Vaiçnava, algum estranho
- 3 a t i v i d a d e

dados especiais com o idoso simplesmente para agradar a Krsna. No S ^ cerim ' ' , afirmando que u m sannyãsi não deve tomar parte em uma
nos 0n d C c a s a m e n t o

Bhãgavatam (11.21.19), Krsna diz que mad bhakta-püjãbhyadhikã: "É melhor que > so |y - - Contudo, esta não é uma atividade karma-kãnda, pois
e t v

execute serviço a Meu d e v o t o . " Assim, segundo a filosofia G a u d l y a - » - ^ 31


d^ l ' o é difundir o movimento para a consciência de Krçna. Estamos
t 0 ( a a

de Caitanya Mahãprabhu, é melhor ser servo do servo de Deus. Não se Kjjp ° * oportunidade à população em geral a que adote a consciência de
3 e r a z e

tentar servir a Krsna diretamente. O Vaiçnava puro serve ao servo de ès vezç^ ^ r com que os devotos se concentrem no serviço ao Senhor,
r e r m i t m o s u e e e s s e c a s e m

identifica-se como servo do servo de Krsna. Isto agrada muito ao Senhor eaJme ,'' ' ^ 'n - Segundo nossa experiência, esses casais
r e s t a

Srila Narottama dãsa Thãkura confirma esta filosofia: chãdiyã vaisnava-sevt i


confm^^ P m serviços muito relevantes à missão. Portanto, não devemos
pdyeche kebã. -nos se vemos um sannyãsi coordenando uma cerimônia de casamento.
374 Sn Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 375
Madh
ya-r i _.
I i

Sri Caitanya Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu tiveram grande praze VERSO 28


sobre a cerimônia de matrimônio entre o jovem brãhmana e a filha do hrnU ^
""""W idoso
VERSO 25 »jr,aa falir,* ^arl «Tfà*i w f â r e H" * v 11
bhismakera icchã,—krsne kanyã samarpite
putrera virodhe kanyã nãrila arpite"
C^TatCa* ^91 fàa '«Itfà, afàsi f à " 6 H II" Í.C II
lera—do rei Bhismaka; icchã—o desejo; krsne—a Krsna; kanyã— filha; samar-
bada-vipra kahe,—"tumi nã kara saméaya •'*'dar putrera—àn seu filho; virodhe—pela objeção; kanyã— filha; nãrila—foi inca-
tomãke kanyã diba ãmi, karilã niécaya"
bada-vipra—o brãhmana idoso; kahe—replica; tumi—tu; mi—não; kara—f
f«í^- de 0 f C r e C e r
-
saméaya—dúvida; tomãke—a ti; kanyã—a filha; diba—darei; ãmi—eu; fam'/ « nuCÃO— "O rei Bhismaka desejou dar sua filha, Rukmini, em caridade a
niécaya—certeza. mas Rukmi, seu filho mais velho, se opôs. Portanto, o rei não pôde levar
a cabo sua decisão.
TRADUÇÃO—O brãhmana idoso replicou: "Meu caro rapaz, não duvides de mim
Dar-te-ei minha filha em caridade. Já decidi i s t o . " SIGNIFICADO—Como se afirma no Srimad-Bhãgavatam (10.52.21):

rãjãsid bhismako nãma


VERSO 26
vidarbhãdhipatir mahân
tasya pahcãbhavan putrãh
kanyaikã ca varãnanã
TO wrfe-catfcl <?staia a$<5 ? f « H II 5.* II
chota-vipra bale, — "tomara strí-putra saba
Orei Bhismaka de Vidarbha desejou oferecer sua filha, Rukmini, a Krsna, mas
bahu jhãti-gosthi tomara bahuta bãndhava
Rukmi, o mais velho de seus cinco filhos, se opôs. Por isso, o rei voltou atrás em
chota-vipra—o brãhmana jovem; bale—diz.; tomara—teus; strí-putra—esposa e filhos; sua decisão e resolveu oferecer Rukmini ao rei de Cedi, Sisupâla, que era primo de
saba—todas; bahu—muitas; jhãti—de relações familiares; gosthi— grupo; tomãra- Krsna. Entretanto, Rukmini arquitetou um truque: enviou uma carta a Krçna,
pedindo-Lhe que a raptasse. Assim, a fim de satisfazer Rukmini, que era Sua
teus; bahuta—muitos; bãndhava—amigos.
grande devota, Krsna raptou-a. Travou-se, então, uma grande luta entre Krçna
e o grupo oposto, encabeçado por Rukmi, o irmão de Rukmini. Rukmi foi derro-
TRADUÇÃO—O brãhmana jovem disse: "Tens esposa e filhos e um grande cir-
tado e, devido a suas palavras ásperas contra Krçna, estava prestes a ser morto,
culo de parentes e a m i g o s . "
sendo salvo, porém, a pedido de Rukmini. No entanto, Krsna raspou todo o ca-
VERSO 27 lo de Rukmi com Sua espada. Sri Balarãma não gostou disso e, assim, para
«f->Rra a«sf% fãai are ^srtata i "fcfazer Rukmini, Balarãma repreendeu Krsna.
^ « r l a f»fól <§\%^ <stçrcv5 *2faT«i u II

tã'-sabãra sammati vinã nahe kanyã-dãna VERSO 29


rukminira pitã bhismaka tãhãte pramãna açftat 1 5 ^ , — " w l cata tasf-aa i
tã'-sabãra—de todos eles; sammati—consentimento; vinã—sem; nahe—râo, *r
dana—dando a filha em caridade; rukminira—da rainha Rukmini; pitu-Y
fàw-«<a faus fàc^fàca c^ta.3ra H n
bhismaka—chamado Bhismaka; tãhãte— daquela; pramãna—evidência. bada-vipra kahe, — "kanyã mora nija-dhana
^ . nija-dhana dite nisedhibe kon jana
8
T R A D U Ç Ã O — " S e m o consentimento de todos os teus amigos e parentes, '^Pned''^ k a n e
~ ° brãhmana idoso diz; kanyã—a filha; mora—minha; nija-dhana—
r v a c a ;
será possível dar-me tua filha em caridade. Considera bem a história da tisedhibg P ' * nija-dhana—a propriedade privada de alguém; dite—a dar;
e
Rukmini e de seu pai, Bhismaka." ~objetara; kon—que; jana—pessoa.
376 Sri Caitanya-caritãmrta ». . As atividades de Sãksi-gopãla 377
33
Ver*
TRADUÇÃO—O brãhmana idoso disse: " M i n h a filha é minha pron • fv-Chegando perante Gopãla, o brãhmana idoso disse: " M e u querido
vada. Caso eu resolva dar minha propriedade a alguém, quem tem ^ T**" favor testemunhai que dei minha filha a este r a p a z . "
impedir-me?" P°<**r d,

VERSO 30 po—Na índia, ainda é costume que se! ofe ofereça a filha a alguém simples-
jlCNiflCA . [ chama-se vãg-datta, significando que o pai, irmão ou res-
a v r a s t o
cstutcJ wl firo, irtr, ? ^fà'
5 5
i D
' e n t e
^ d e uma moça dá sua palavra de que ela se casará com detenninado rapaz.
AVfíi «1 1TO T j f i í , <ja$ f t ^ r ? II" •«<• ll P° NS

pv" -" ntemente,


^ -
VE
esta tuna
temente, esta filha nao
não poae
pode casar-se
casar-se com
com ninguém
ninguém mais.
mais. Ela está com-
t i a esi
en

6***'Jr. virtude das palavras honestas do pai ou responsável. Há :muitos


e r n

tomãke kanyã diba, sabãke kari' tiraskãra em que os pais da moça fazem sua promessa verbal de que sua filha casar-
saméaya nã kara tumi, karaha svlkãra" CaS
°com o filho de alguém. Ambas as partes concordam em esperar até que o
tomãke—a ti; kanyã—a filha; diba—oferecerei; sabãke—todos os demais- feri' s e - a
ç a estejam crescidos e, então, realiza-se o matrimônio. Seguindo este
e a m o

fazendo; tiraskãra—negligenciando; saméaya—dúvida; nã— não; kara—faças- tumi' ^srume que é muito antigo na índia, o brãhmana idoso prometeu dar sua filha
tu; karaha—simplesmente faze; svikãra—aceitação. caridade ao brãhmana jovem, e prometeu isto perante a Deidade de Gopãla.
Na índia, é costume rumprir qualquer promessa feita perante a Deidade. Não
T R A D U Ç Ã O — M e u caro rapaz, dar-te-ei minha filha em caridade, sem conside- se pode quebrar tal promessa. Nas aldeias indianas, sempre que há uma desa-
rar a posição de todos os demais. Não duvides de mim a este respeito; simples- vença entre dois grupos, eles dirigem-se a um templo para resolver o assunto.
mente aceita minha proposta." Aceita-se como verdadeiro tudo o que se fale perante a Deidade, pois ninguém
ousaria mentir em frente à Deidade. Seguiu-se este mesmo princípio na Guerra
VERSO 31 de Kuruksetra. Portanto, n o início do Bhagavad-gitã, afirma-se: dharma-ksetre
kuni-ksetre.
eçt&roaj "qft sjsgi ftus i A sociedade humana está se deteriorando ao nível mais baixo de vida animal
c - m n ^ i ? « t c f l f 5 4 T 5 T . J 5 H n" II por não ser consciente de Deus. Este movimento para a consciência de Krsna é
muito essencial para reviver a consciência de Deus entre a população em geral.
chota-vipra kahe, — "yadi kanyã dite mana Se as pessoas realmente se tomarem conscientes de Deus, poderão conciliar, fora
gopãlera ãge kaha e satya-vacana" do tribunal, todas as suas querelas, como aconteceu no caso dos dois brãhmanas,
chofa-vipra kahe—o brãhmana jovem replica; yadi—se; kanyã— filha; dite—dar em cuja discórdia foi resolvida pelo Gopãla-testemunha.
caridade; mana—a mente; gopãlera—da Deidade de Gopãla; ãge—diante; k&m-
dize; e— estas; satya-vacana—palavras de honra. VERSO 33

TRADUÇÃO—O brãhmana jovem replicou: "Se decidiste dar-me tua jovem fflhli c a t & r o * a o u , — « f c r f a , f f à cata a t ^ t i
então, dize isto diante da Deidade de G o p ã l a . " estai a t ^ t c a t e i t ^ i , afò ' « i s a i cafa it" «•© n

VERSO 32 chota-vipra bale, — "thãkura, tumi mora sãksi


. fomíf sãksi bolãimu, yadi anyathã dekhi"
Ctt*ttr.«Ta "WÍCt ro-a *pfkes Pltfaei i .a-wpru bale—o brãhmana jovem replicou; thãkura—meu querido Senhor
* f f « l » R fSfSMsgl *.*Tt* «rffà fã*l II' II 'estern / ' " " ' ~ V ó s ;
mora—minha; sãksi— testemunha; tomã—a Vós; sdfcsf—
*» veja ^ " " " — c h a m a r e i como; yadi—caso; anyathã—do contrário; dekhi—
gopãlera ãge vipra kahite lãgilã
'tumi jãna, nija-kanyã ihãre ãmi dila' kahite'
gopãlera ãge—em frente à Deidade de Gopãla; vipra—o brãhmana idoso; ,
0
falar; lãgilã—começou; tumi jãna—meu Senhor, por favor, tomai c " " " * " ^ ^ íuerido^~i^ ' ntao 0
brãhmana jovem dirigiu-se à Deidade, dizendo: "Meu
nija-kanyã—minha própria filha; este rapaz; ãmi—eu; dila-dei em c w
ihãre—a Por, , i sois minha testemunha. Vou chamar-Vos mais tarde para de-
C J S o

scia necessário."
378 Sri Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 379
Mi
3 9
vw»
VERSO 34 VERSO 37

ut|3 lf*í' Í^WCH &f»19|1 C»C*tCa I


«3»^an C6fi>-fa.a m ciai n 48 ii

ew ba/i' dui-jane calilã deéere eka-dina nija-loka ekatra karilã


guru-buddhye chota-vipra bahu sevã kare tã-sabãra ãge saba vrttãnta kahilã
eta bali'—falando isto; dui-jane—ambos os brãhmanas; calilã—foram; dese na—certo dia; nija-loka—todos os seus parentes; ekatra—num local; karilã—
direção à sua própria terra; guru-buddhye—aceitando o brãhmana idoso' c o m o * •m-se; tã-sabãra—de todos eles; ãge—em frente; suba—toda; vrttãnta—
chota-vipra—o brãhmana jovem; bahu—diversos; sevã— serviços; kare—pr^f""' ^ ã o ;t o M a - f a l o u .

TRADUÇÃO—Após esta conversa, os dois brãhmanas partiram para casa Co DUCÃO-Assim, certo dia, o brãhmana idoso convocou uma reunião de todos
de costume, o brãhmana jovem acompanhou o idoso como se este fosse um •> ° os seus parentes e amigos, perante os quais narrou o que acontecera em frente
(mestre espiritual] e prestou-lhe serviço de diversas maneiras. d» Gopãla.

VERSO 35 VERSO 38

« f a ' *W CttSl 313 «Cl ÇftFíf* I


cact ntrà' s * » c f l cm\ f ã w - a c a i

3*3 f » c « fofas •«rsc? II n


'Jfcs 5rts_ »jça wfk «i «fffòca «ta 11 •«*• h
éuni' saba gosthi tara kare hãhã-kãra
dese ãsi' dui-jane gelã nija-ghare 'aiche vãt mukhe tumi nã ãnibe ãra
kata dine bada-vipra cintita antare éuni'—ouvindo; saba—todos; gosthi— familiares e amigos; tara—do brãhmana ido-
deée ãsi'—após regressar à sua própria terra; dui-jane—ambos; gelã—fora ir so; kare—fazem; hã-hã-kãra—exclamação de desapontamento; aiche— tal; wtff—
ghare—para seus respectivos lares; kata dine—após algum tempo; bada-viprt-c proposta; mukhe— à boca; tumi—tu; na"—não; ãnibe—deves trazer; are—novamente.
brãhmana idoso; cintita—muito preocupado; antare— interiormente.
tradução—Quando aqueles que pertenciam ao círculo familiar ouviram a nar-
TRADUÇÃO—Após regressar a Vidyãnagara, cada brãhmana foi para seu respecb- ração do brãhmana ancião, desapontados, exclamaram: "Por favor, não faças
vo lar. Após algum tempo, o brãhmana idoso ficou muito preocupado. <al proposta novamente."

VERSO 36 VERSO 39

STCÍ faC-Sl CP1C3 137 *5 I HTC5 f sjTi % 9 | fW[ Tfèca^ *M I


St, ^ 5 , ailf3, t f s>ffàci f«»Ç? ii sí> ii «fãiPl 3!s*9l £9jf* spfar.? 3 » W l 11' « a II

tlrthe vipre vãkya diluh,—kemate satya haya nfce kanyã dile kula yãibeka nãéa
strí, putra, jhãti, bandhu jãnibe niécaya nice__ éunihã sakala loka karibe upahãsa'
R o r a >
peregrinação; vipre—a um brãhmana; vãkya—palavra de
tlrthe—em '^^ f í t , miii . - 7 ^ ^ar
a a a m f l
' a
plebéia; kanyã— f i l h a ; di/e—caso ofereças; kula—tradição f a -
ta, ra
eu dei; kemate—como; satya— verdadeiro; haya—é; siri—esposa; P u t r a
*°Ú£o<s t ~' à; íiãso—destruição; éunihã— ao ouvirem; sakala—todos; /ofca—
jhãti—parentes; bandhu—amigos; jãnibe— saberão; niécaya—com certe 6
* ""«-farão; MpafcâSo-pUhéria.

b r a h
^DUÇÃO-FI
TRADUÇÃO—Ele começou a pensar: " D e i minha palavra a um ^ ,íln
u i a pi há- u n a n i m e
m e n t e concordaram: " C a s o ofereças tua filha a uma
local sagrado, e o que prometi certamente terei de cumprir. Agora '"érias « • - l u a n o b r e z a
perder-se-á. Ao ouvir falar disso, o povo fará pi-
e
isto à minha esposa, filhos, outros parentes e a m i g o s . " nrá de t i . "
380 Sri Caitanya-caritãmrta M a d
As atividades de Sãksi-gopãla 381
«ya. U b : Ver»» 45

VERSO 40 Q brãhmana idoso disse: " S e eu não der minha filha ao jovem
T**" ele chamará Sri Gopãlaji para depor como testemunha. Assim, ele
fà-SJ - " i N H p l J cfaca aãâ «rta I t, íhma ' ^ ^ J J ^ f
r
r,a
nesse caso, ficarão desacreditados os meus princí-
a o r c a C i

le vsrá nuru (i

ca ç$aj, ca ^tfa w w w II" 8» n ios r e i * 0 9 0


' VERSO 43
p

vipra bale, — " tirtha-vãkya kemane kari ãna »(a acn> "*Jfoai *tf#ti ca? 93 cac»t i
ye hauk, se hauka, ãmi diba kanyã-dãna"
vipra bale—o brãhmana diz; tirtha-vãkya—A promessa feita na pere
ca* cstata at^t faca, I w l **a foca 1 1 8 * 11
kemane—como; kari—farei; ãna—de outra maneira; ye hauk—o que seja- s e T ^ " pufra bale,—"pratimã sãksi, seha dura dese

que aconteça; ami—eu; diba—darei; kanyã-dãna—minha filha em caridade " " ^ ke tomara sãksi dibe, cinta kara kise
fale—seu filho diz; pratimã—a Deidade; sáfcsí— testemunha; seria—Ela
hénv dura—distante; dese—em terra; ke—quem; tomara—de ti; sãksi—
TRADUÇÃO—O brãhmana idoso disse: "Como poderei eu invalidar a p r o
testemunho; dibe—dará; cinta—preocupação; fajra—tu fazes; fcise—por que.
que fiz n u m local sagrado enquanto peregrinava? Aconteça o que acontecer d "
dar-lhe minha filha em caridade." TRADUÇÃO Seu filho replicou: "Talvez a Deidade tenha servido de testemu-
nha, mas Ela está numa terra distante. Como poderá vir para prestar testemu-
nho contra ti? Por que estás tão preocupado com isto?"
VERSO 41
VERSO 44
wtf% c*ir*p asw,—'catai cstatca* ç r f ^ ' i jrffç spfè -irj Jjsfcs <í fàl<ÍTl-iI5« I
ãVjjH asca,-'fàa atlai afàa' II 8i n tca 3 à % a 'cata fàg «tf? ? TIM 11' 8811 5

jhãti loka kahe, — 'mora tomãke chãdibã' nãhi kahi—na kahio e mithyã-vacana
stri-putra kahe, — 'visa khãiyã mariba' sabe kahibe—'mora kichu nãhika smarana'
jhãti parentes; kahe—respondem; mora—
loka—os todos nós; tomãke—ati; nãhi kahi—eu não disse; nã kahio—não digas; e—esta; mithyã-vacana—afirmação
chãdibã—abandonaremos; stri— esposa; putra—filhos; kahe— dizem; pisa—veneno; falsa; sabe—somente; kahibe—dirás; mora—minha; kichu—nada; nãhika—não;
khãiyã—bebendo; mariba—morreremos. SIM rana—lembrança.

TRADUÇÃO—Os parentes unanimemente disseram: " S e deres tua filha àquele TRADUÇÃO—"Não precisas negar abertamente que falaste tal coisa. Não há ne-
rapaz, romperemos nossas relações contigo." Deveras, declararam sua esposa cessidade de fazer uma afirmação falsa. Simplesmente dize que não te lembras
d
e filhos: " S e tal coisa acontecer, tomaremos veneno e morreremos." o que disseste."
VERSO 45
%fa uft i j ç , '«itfà fãsflS: « 1 srrfà' 1
VERSO 42
sca «rtfãi ata asfà? a r i a n a fãrfà 11" 8<t 11
roaj tc5i,-"JinPt cawiui ' F r a c a s wta i fumi yadi kaha,—'ãmi kichui nã jãni'
fofo' a«sl erc?, cata ajsf «rt *a n" 8* II k . fabe ãmi nyãya kari' brühmanere jini"

vipra bale, — "saksi bolãhã karibeka nyãya


í n e s

iini
!
^ ~ h i ; yadi—se;
j C a S 0 ;

'""-derrotarei.
kaha—àizes;
eu;
ãmi
nyãya
kichui nã jãni—não
kari'—debatendo;
me lembro
brãhmanere—o
de
brãhmana
nada; fabe—
mais jovem;

jiti' kanyã labe, mora vyartha dharma haya' a r ;

vipra bale—o brãhmana diz;uma testemunha; bolãhã— mandando cha »«


sãksi— fcãDlJCÃr, :r>
karibeka—haverá; nyãya—justiça; /ifi—ganhando; kanyã—a filha; ' , L a o. f l t e — e l e
do r e s t . dizeres: 'Não me lembro de nada', que eu me encarregarei
0

mora—meus; vyartha—sem sentido; dharma—princípios religiosos; haya-' lC °. Hei de derrotar o jovem brãhmana com a r g u m e n t o s . "
382 Sri Caitanya-caritãmrta .„ As atividades de Sãksi-gopãla 383
50
Ver»"
SIGNIFICADO—O filho do brãhmana idoso era ateu e seguidor do R _ _ n brãhmana idoso orou: " M e u querido Senhor Gopãla, abriguei-
a
smrti. Era muito perito em lidar com dinheiro, mas era um tolo númer• 'ha- Tf^D °~~pés oCA
lótus, e por isso peço-Vos o obséquio de proteger meus prin-
Ul11
seqüentemente, não acreditava na posição espiritual da Deidade ' ^ Vossos p
$ a violação e , a o mesmo tempo, salvar meus parentes d a
c o n r r a
6 11 1 1
alguma na Suprema Personalidade de Deus. Portanto, como um tín' ' ''* ' *
atr
considerava que a forma do Senhor era feita de pedra ou madeira A ° ' ^ ' a . diorie-
3tAn
tiu a seu pai que a testemunha era apenas uma Deidade de pedra e '^ - VERSO 48
de falar. Além disso, assegurou a seu pai que a Deidade encontrava-Se 1 P m C a a i

e, em conseqüência disso, não poderia vir para prestar testemunho E ^ ^ J I ^ Í T S faai fora fofara ertfter
i
cia, ele dizia: " N ã o te preocupes. Não precisas mentir diretamente; bast f ü l ^ «rra fca surfas «ta tca **|tp| u sv 11
como um diplomata, como o rei Yudhisthira ao falar para Dronãcãrya — aé t h *
hata itigajah. Seguindo este princípio, simplesmente dize que não te lembr^^
ei-mata vipra citte cintite lãgilã
nada e desconheces completamente as afirmações feitas pelo jovem brãhmana * ãra dina laghu-vipra tãhra ghare ãila
criares uma situação como esta, saberei como defender-te com argumenta • mata—dessa maneira; idoso; cifre—dentro da mente; cintite—
vipra—o brãhmana
derrotá-lo com jogo de palavras. Assim, poupar-te-ei de teres que dar-lhe tua filha
oensar; /agi/a—começou; ora dina—no dia seguinte; laghu-vipra—o jovem
Dessa maneira, nossa aristocracia será salva. Não tens nada a temer a este KS-
ínJwwa; farira-sua; g/utre-à casa; a i / a - c h e g o u .
peito."
TRADUÇÃO—No dia seguinte, o brãhmana idoso meditava profundamente sobre
VERSO 46 este assunto quando o jovem brãhmana apareceu em sua casa.

4 3 « f ã ' f a c - s a f o % » cs*i t a i VERSO 49


,
oa?iifs- ett'J fora f à # c f W s i - s a a 1 1 8 * n
« u f j w i tíiJi-^rasi ÍTSTSIÍJ f f à ' i
eta éuni' viprera cintita haila mana ftíra f RMPI asre sfè ajV II 8* "
ekãnta-bhãve cinte vipra gopãla-carana
eta éuni'—ao ouvir isto; viprera—do brãhmana idoso; cintita—agitada; haila—ficou, asinã parama-bhaktye namaskãra kari'
mana—a mente; ekãnta-bhãve—com a atenção absorta; cinte—pensa; vipra-o vinaya karinã kahe kara dui yudi'
brãhmana; gopãla-carana—nos pés de lótus de Sri Gopãlaji. asinã— aproximando-se; parama-bhaktye—com grande devoção; namaskãra kari'—
prestando reverências; vinaya kariha—com muita humildade; kahe—diz; kara—
TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, a mente do brãhmana idoso ficou muito agitada. mãos; dui-duas; yudi'—juntando.
Sentindo-se desamparado, ele simplesmente voltou sua atenção para os pés de
lótus de Gopãla. T R A D U Ç Ã O — O jovem brãhmana aproximou-se e prestou-lhe respeitosas reverên-
a a s
- Então, com muita humildade e com as mãos postas, falou o seguinte.
VERSO 47
VERSO 50
' c a í * «tf t r a , «1 t c a fàsf-w* i
'ffà ciic? a*srt fãra asajflg *0fcfa I
sfè a v i a % csrmtei, ^ ^ " t a * ! « ' 8<* II
>áica fag atfà a«?, cstata fàçta n' a° íi
'mora dharma raksã pãya, nã mare nija-jana
dui raksã kara, gopãla, lainu éarana' -
n }0 'fumi more kanya dite karyãcha ahgikãra
mora—meus; dharma—princípios religiosos; raksã pãya—poupados; ^" ^ h, ; m ebe fcic/iM «ahi fca/ia, ki tomara vicãra'
r f a V 0
mare—morram; nija-jana—próprios parentes; dui—dois; raksã kara—p° ^ # s togikSm ' Ía m o r e
~ a m i m ;
kanyã— rua filha; dife—dar em caridade; karyãcha—fizeste;
Xraa
tegei; gopãla—meu Senhor Gopãla; lainu—tomei; sararia—abrigo a Vossos p= tomáraS^ P R O M E S S A
; ebe—agora; kichu—algo; nãhi—não; kar/a—dizes; ki—qual;
lótus. "-"«; vicãra—conclusão.
384 Sri Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 385
d
"ya-i,
TRADUÇÃO—"Prometeste dar-me tua filha em caridade. Agora nã Vendo a vara na mão do filho, o jovem brãhmana fugiu. No dia
Qual é tua última palavra?" 0 s
"*« n»^ ^ p u C * " " i reuniu todo o povo da aldeia.
0
m

P
tf»**' °
VERSO 51 VERSO 54

^5 «fã' cm Hat ar.* cift« «rfV i m CAVf asfã&a <5ifàs*al «rifa* i


s*ta ' j a atfàss «iraai çfre ciai «fã* n o> 11 «ca ca srçfàai ^fães *rtftw ii as ii

efa sum' sei vipra rahe mauna dhari' saba loka bada-vipre dãkiyã ãnila

tãhra putra mdrite ãila hãte thehgã kari' tabe sei laghu-vipra kahite lãgilã

eta éuni'—ao ouvir isto; sei vipra—o brãhmana idoso; rahe—permanece' / /oi—todos os habitantes da aldeia;
0 bada-vipre—o brãhmana idoso; dãkiyã—
dhari'—mantendo silêncio; tãhra—seu; putra—filho; monte—para bater- ãiía^""" ando; ãnila—trouxeram; fabe—então; sei laghu-vipra—o jovem brãhmana; ka-
hãte—na mão; thehgã—vara; kari'—trazendo. ^ , / a - c o m e ç o u a falar.

tradução— Então, as pessoas da aldeia foram chamar o brãhmana idoso,


TRADUÇÃO—Após o jovem brãhmana fazer esta pergunta, o brãhmana idoso per- trazendo-o ao local onde haviam se reunido. Aí, o jovem brãhmana começou a
maneceu calado. Aproveitando-se desta oportunidade, seu filho apareceu de re- filar o seguinte perante eles.
pente com uma vara para bater no rapaz.
VERSO 55
VERSO 52
'I** catca as»i fH« « f j t l i «riPtolf i
! C l t í W$i frft fô*Tu%3 I mea ca «n c*», »j? *>ta ajatfi«' <w a
ata» w#\ íta ca» sri * afàcs«' n i 'iriba more kanyã dite karyãche ahgikãra
ebe ye nã dena, pucha ihhãra vyavahãra'
'ãre adhama! mora bhagni cãha vivãhite
vãmana haha cãhda yena cãha ta' dharite'
mha—este cavalheiro; more—a mim; kanyã— sua filha; dife—dar em caridade;
ãre adhama—ó degradadíssimo; mora—minha; bhagni— irmã; cãha—queres; vivi- teryáche—fez; ahgikãra—promessa; ebe—agora; ye—na verdade; na—não; dena—
hite—casar-te; vãmana—um anão; hahã— sendo; cãhda—a lua; yena—como se; caíi*— dá; pucha—por favor, perguntai; ihhãra—dele; vyavahãra—o comportamento.
queres; to'—com certeza; dharite— agarrar.

TRADUÇÃO—O filho disse: " O h ! és muito degradado! Queres casar-te com minha TRADUÇÃO—"Este cavalheiro prometeu dar-me a mão de sua filha, porém, agora,
irmã, exatamente como um anão querendo agarrar a l u a ! " 'k não cumpre sua promessa. Por favor, perguntai-lhe por que ele se porta assim."

VERSO 53 VERSO 56

c W i cata' cr»; f ã * »t»rM»i ct»i i «ca cm fàc«tca *j$s*[ aa%» i


«nu fa» altera c*it' >Í'RS «fài n««11 f9\ ca>t» «1 <.m, afã fàaiç as» ii' «4» 11
l

f/iena" dekhi' sei vipra palãhã gela


fabe sei viprere puchila sarva-jana
ãra dina grãmera loka ekatra karilã
'faamya fcene na debo, yadi diyãcha vacana'
0

ffrerid"dekhi'—vendo a vara em sua mão; sei vipra—o jovem brãhmana: P" as p e T * " ^ ' ^—àquele; viprere—•brãhmana; puchila—perguntaram; sarva-jana—todas
fugiu daquele lugar; ãra dina—no dia seguinte; grãmera loka—os habitantes dtjric^ ' kanyã— filha; kene—por que; «o deha— não dás em caridade; yadi—se;
deia; etafra karilã—reuniu em um local. -deste; wcana-palavra de honra.
386 Sri Caitanya-caritãmrta M
As atividades de Sãksi-gopãla 387
adh
ya-li| , 4

T R A D U Ç Ã O — T o d a s as pessoas ali reunidas perguntaram ao brãhmana d «Enquanto viajava por diversos locais sagrados de peregrinação,
0

já prometeste dar-lhe tua filha em caridade, por que não cumpres t u a " 801 I** -:levava muito dinheiro consigo. Ao ver o dinheiro, este patife decidiu
sa? Tu deste tua palavra de honra!" P' »»*». a 0 0tO P*' „

VERSO 57 VERSO 60

f a * a * c * , - ' « a , c*tpp> caia facaaa i <wta casa acw a t f ã , 4*. a c a ^m 1


* c a fãs a f » r a t f í , cata srtfças " s a i « ' ««h çjai a t w t e w atei « f i m 1 *°«

uipra fcane,— 'áirna, Zofca, mora nivedana tfra ke/ia sahge nani, ei sahge efca/a
kabe ki baliyãchi, mora nãhika smarana' dhuturã khãoyãhã vãpe karilã pãgala
vipra kahe—o brãhmana idoso replicou; éuna—por favor, ouvi; loka—toda s
/rí-ninguém; keha—mais; sahge— na companhia; nãhi— não havia; ei—este
pessoas; mora—minha; nivedana—alegação; kabe—quando; ki—o que; ba/iyích,_ hnthmana; sahge—na companhia; efca/a—sozinho; d / i « / u r í - u m tóxico; khãoyãhã—
disse; mora—minha; nãhika—não há; smarana—lembrança. fazendo-o comer; wfpe—meu pai; karilã—fez; pãgala—louco.

TRADUÇÃO—O brãhmana idoso replicou: " M e u s caros amigos, por favor, ouvi TRADUÇÃO—"Não havia ninguém além deste homem com meu pai. Dando-lhe
o que tenho a dizer. Não me lembro exatamente de ter feito uma promessa como um tóxico chamado dhuturã para comer, este patife fez meu pai enlouquecer."
esta."
VERSO 58 VERSO 61

jfs « f ã ' 4v» i a a t * w i 1 1 * 1 1 ai na «wm a*c*—'c&lca aa f


*H?j« dn a>ca a ^ c a wrfà<a»1« a* n ' as»i fara s i f a r t a » ' - § i r * ? i a s a 11 n

efa éuni' tãhra putra vãkya-cchala pãhã saba dhana lahã kahe—'core la-ila dhana'
pragalbha ha-iyã kahe sammukhe ãsihã 'kanyã dite cãhiyãche'—ufhãila vacana
eta éuni'—ao ouvir isto; fárira putra—seu filho; i>ãkya-cchala—para malabarismo safw-todo; dhana—dinheiro; lahã— pegando; kahe—diz; core—um ladrão; la-ila—
de palavras; pana"—obtendo uma oportunidade; pragalbha—insolente; ha-iyí- roubou; dhana—todo o dinheiro; kanyã—a filha; dite—dar em caridade; cãhiyãche—
ficando; kahe—diz; sammukhe—em frente; ãsihã— vindo. prometeu; uthãila—criou; vacana—um lema.

TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, o filho do brãhmana idoso aproveitou-se da oportu- ^ADUÇÃO—"Pegando todo o dinheiro de meu pai, este patife declarou que um
nidade para fazer um pouco de malabarismo de palavras. De maneira muito in- ao levara todo este dinheiro. Agora, afirma que meu pai prometeu dar-lhe
solente, levantou-se perante a assembléia e falou o seguinte. MM füha em caridade."

VERSO 59 VERSO 62

' ^ « f a i a r a fom í c a fim aa i rataai s p w certa> a * ç fã&ica 1


aa cafa «I scèa tara c**i aa n « & « 'cata f » n s t * aswi f a r a c a t a j fãs a ç r c a n' 11

'tirtha-yãtrãya pitara sahge chila bahu dhana tomara sakala loka karaha vicãre
dhana dekhi ei austera laite haila mana . ^p- tonam , 'mora pitara kanyã dite yogya ki ihãre'
V o s ;
tirtha-yãtrãya—quando viajava pelos locais sagrados; pifara—meu p . ^ ^ r Wom_~ sokala—todas; loka—pessoas; karaha—fazei; vicãre—julgamento;
com; chila—havia; bahu—muito; dhana—dinheiro; d ha na—dinheiro; < ; tf
tfre-! j ~ U; tara do
P - kanyâ-a filha; dife-dar em caridade; yogya—justo; ki—
a e e
ãi

ei—este; dusfera—do patife; laite—levar; haila—foi; mana—a intenção-


388 Sri Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 389
6 8
ver*
TRADUÇÃO—'Todos vós reunidos aqui sois cavalheiros. Por favor • "Tendo ficado muito satisfeito com meu serviço, este brãhmana
justo oferecer a filha de meu pai a este pobre b r ã h m a n a . " 0
tA UCÃ ""~
T
o
\ivre e espontânea vontade: 'Prometo dar-te a mão de minha

VERSO 63 filha
VERSO 66
<&<s « f » ' cmcara ac» a**i i
'avca,-nacírtre c?m ç t w ii' ii «ca qfa» fâcafàs, « a , fãwaa i
<?stata a«rjta catfj aft ÍRP» aa n * v 11
eta éuni' lokera mane ha-ila saméaya
'sambhave,—dhana-lobhe loka chãde dharma-bhaya' fabe muíii nisedhinu,—suna, dvija-vara
eta éuni'—ouvindo tudo isto; lokera—de todas as pessoas; mane—nas m tomara kanyãra yogya nahi muni vara
ha-ila—houve; saméaya—dúvida; sambhave— possível; dhana-lobhe—devido à Lfc! ^—naquele momento; muni—eu; nisedhinu—proibi; áuna—ouve; dvija-vara—
por cünheiro; loka—algum homem; chãde— abandona; dharma-bhaya--prind lhor dos brãhmanas; tomara—tua; kanyãra—para a filha; yogya—adequado;
me

religiosos. «Ai-não; muhi-eu; vara-esposo.

TRADUÇÃO—Ouvindo todas estas afirmações, as pessoas reunidas ali ficaram um TRADUÇÃO—"Naquele momento, eu o proibi de fazer aquilo, dizendo: 'Õ
pouco em dúvida. Acharam ser b e m possível que, devido à atração pelas rique- melhor dos brãhmanas, não sou um esposo adequado para tua filha.' "
zas, alguém abandonasse seus princípios religiosos.
VERSO 67
VERSO 64
asttl <$fã »t%5, aâ\ taa a^ta i
<sca esteta* a>ca,- * w , attwa i astai ifa»» afãaf, ã^ç, aitft» 11 *i 11
•ta SrPWGl wrcsj-aw n *8 ii
fcanan fumi pandita, dhani, parama kultna
fabe chota-vipra kahe, — "éuna, mahãjana kãhãh muni daridra, mürkha, nica, kula-hína
nyãya jinibãre kahe asatya-vacana ídiãn—ao passo que; tumi—tu; pandita—acadêmico erudito; dhani— homem rico;
tabe—nessa altura; chota-vipra—o jovem brãhmana; kahe—diz; éuna—por favor, parama—primeira classe; kullna—aristocracia; kãhãh—por outro lado; muni—eu;
ouvi; mahã-jana—todos os cavalheiros; nyãya—o argumento; jinibãre—para vencer. daridra—pobre homem; mürkha—inculto; nica—caído; kula-hína—sem aristocracia.
kahe—ele diz; asafya-iwcaria—afirmações falsas.
TRADUÇÃO—" 'Tu és um acadêmico erudito, homem rico pertencente a família
TRADUÇÃO—Nessa altura, o jovem brãhmana disse: " M e u s caros cavalheiro» "nstocrática, ao passo que eu sou um pobre homem, inculto e sem nenhuma
por favor, ouvi. Só para sair vitorioso com seus argumentos, este homem esu Pretensão à aristocracia.' "
mentindo."
VERSO 65 VERSO 68

4* f a * cata ciara aca cail i « a ^ a f à « carca a*ca ata ata i


'cstca wtfã awjl fwa' «rMc* ^fãarl n *» I c«tca fsrrl f ã ^ , <gfa a^ç 'fra^ta ii -w*- ii
ei pipra mora sevãya tusta yabe hailã fabu ei uipra more kahe bãra bãra
'tore ãmi kanyã diba'ãpane kahilã ^n- tabu^ . 'ore fcanyá" di/wh, fumi karaha svikãra
ei vipra—este brãhmana; mora—meu; sevãya—com o serviço; ^• ~~ ~^MÍ a a{
repeyj as
s i m ; ei—este; vipra—brãhmana; more—a mim; kabe—diz; bãra bara-
feito; yabe—quando; hailã—ele estava; (ore—a ti; ãmi—eu; kanyã—filha; diba lha—( V e z e s ; for
e — a ti; kanyã— minha filha; diluh—dei em caridade; fumi—tu;
ãpane—por sua livre e espontânea vontade; kahilã— prometeu. -faze; suifaíra—aceitação.
390 Sri Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 391
74
Ver*
VERSO 72
T R A D U Ç Ã O — " A i n d a assim, este brãhmana insistiu. Repetidas ve
S d u
que aceitasse sua proposta, dizendo: 'Dei minha filha a ti. p f 0 r avo ^ ' -mf « c a « t i t ã asíã»it* a p f f ã ' i a i
r ac
' «ita-a.-
VERSO 69
c t f M t t m « t e u a » * «avraj <R I

«ca «afã fftsit* « a , içrofe i tabe ãmi kahilãh drdha kari' mana
gopãlera ãge kaha e-satya vacana
ratar* S t - ^ a s - w t f e * «i çca nmf% II «
le momento; ami—eu; kahilãh—disse; drdha kari' mana—fixando
"^""merite; gopãlera áge—perante a Deidade de Gopãla; kaha—fala; e-satya
fabe ami kahilãh—éuna, mahã-mati
! T L afirmação verdadeira.
D Ü N H

tomara strí-putra-jhãtira nã habe sammati


fabe—nessa altura; ami—eu; kahilãh—disse; éuna—por favor, ouve; mafcr
__"Naquele momento, concentrei minha mente e pedi ao brãhmana
ó brãhmana inteligente; fumara—teus; strí-putra—esposa e filhos; jnãtira—parente AO

J^rizesse a promessa perante a Deidade de G o p ã l a . "


na" babe sammati—não concordarão.
VERSO 73
T R A D U Ç Ã O — " E n t ã o , eu disse: 'Por favor, ouve. És um brãhmana erudito Tua
esposa, amigos e parentes jamais concordarão com esta proposta.' " « c a í f C f l c t t i t r a a « t e t r a asfàt i
VERSO 70
« J ã « r i a , <âa: f à c * assm « i t f à t ã i 1 1 i « n
asrji f f ç s « t f a c a , a c a « p r w - a w i fabe iribo gopãlera ãgete kahilã
* t » * f 1 a>c$ f ã * asfôtfl a « » n 1 •> II tumi jãna, ei vipre kanyã ãmi dila
tete-então; ihho—este cavalheiro; gopãlera—a Deidade de Gopãla; ãgete—em
kanyã dite nãribe, habe asatya-vacana frente; kahilã—ele disse; fumi ;ana—meu Senhor, por favor, ficai sabendo; ei vipre—a
punarapi kahe vipra kariyã yatana este jovem brãhmana; kanyã— minha filha; ãmi—eu; dila—ofereci.
kanyã—filha; dife—de dar; nãribe—não serás capa/.; habe—tornar-se-á,
iwcana—uma afirmação falsa; punarapi—novamente; kahe—ele diz; vivn-a TRADUÇÃO—"Então, este cavalheiro disse em frente à Deidade de Gopãla: 'Meu
brãhmana; kariyã yatana—com grande atenção. querido Senhor, por favor, sede a testemunha. Ofereci minha filha em caridade
a este brãhmana.' "
TRADUÇÃO—" 'Meu caro senhor, não serás capaz de cumprir tua promessa. Tui
promessa será quebrada.' Ainda assim, repetidamente o brãhmana confirmou
sua promessa." VERSO 74
VERSO 71
*m\ rates fà?£, f w i *»1 asfàs fera i « c a i r t f à c t t l t r a c a a n í t asfà<íui i
a s % r t * « t a í c a f ã » f « asfs<«ii 1 1
«itnassm Caa, casai i t e a f à c a f à r a n <*> n
tabe ãmi gopãlere sãksi karinã
fcanya fore diluh, dvidhã nã kariha cite kahilãh tãhra pade minati kariha
ãtma-kanyã diba, kebã pare nisedhite ^ ^We-
y - n e s s a altura; ami—eu; gopãlere—'a Deidade de Gopãla; sdfcsr—a testemu-
kanyã—a filha; fore—a ti; diluh—eu dei; dvidhã— hesitação; na—não; karwa-**£ •
huirüld ? ~ a f a z e n d o ;
kahilãh—disse; tãhra pade—a Seus pés de lótus; minati—
cite—dentro de tua mente; ãtma-kanyã— minha própria filha; diba—darei, kde; toriiuf—fazendo.
quem; pare—é capaz; nisedhite—de proibir.
0

lha e
^ F ^ — " A p ó s aceitar a Deidade de Gopãla como minha testemunha,
TRADUÇÃO—" 'Eu te ofereci minha filha. Não hesites. Ela é minha f' 0 w
g u i n t e a Seus pés de l ó t u s . "
dá-la-ei a ti. Quem poderá proibir-me?' "
392 Sri Caitanya-caritàmrta _ As atividades de Saksi-gopâla 393
Ver* 7*
VERSO 75 a sucessão discipular. Dessa maneira, estamos divulgando as pala-
05
çgus se"^ ' j o m u n d o . Muito embora não sejamos rico nem sejamos
afà <3* fàai cafc?i «1 faca assrmr» i e r n t o c 0

^pf de „ . muito erudito e muito embora não pertençamos a nenhuma aristo-


at#f cawaa^tfstata, ttaata n «w « um ac atle
ssim, este movimento está sendo bem recebido e está se propagan-
a
a a
* ^ ' • facilmente por todo o mundo. Apesar de sermos muito pobre e não termos
yadi ei ripTB more na" dibe kanyã-darm jomuita profissional, Krsna fornece dinheiro sempre que dele necessita-
K
sãksi bolãimu tomãya, ha-io sãvadhãna forite de ^ precisamos de alguns homens, Krsna os fornece. Assim, afirma-
e
am
yadi—se; ei—este; vipra—brãhmana; more—a mim; nã— não; dibe—der- ^ " " ^ Wui avad-gfíá (6-22Y- y labdhvã caparam lãbham manyate nãdhikarh tatah. Na
n
dana—sua filha em caridade; sãksi bolãimu—convocarei como testemunha- f ^ * ° d se pudermos obter a graça da Suprema Personalidade de Deus, Krsna,
8
Vós; ba-io sãvadhãna—por favor, ficai atento. recisarernos de mais nada. Decerto que não necessitamos daquelas coisas
5
o* p s o a mundana considera bens materiais.
es

TRADUÇÃO—" 'Se este brãhmana m a i s tarde hesitar em dar-me sua filha


querido Senhor, hei de chamar-Vos para que sejais minha testemunha. Por f VERSOS 77—78
atendei a isto c o m t o d o o carinho.' "
«ca affàá asca»-"aa a « j *>«n i
VERSO 76 cirraw afà arpafr am, «Troça itfà* <*fj ww

«ca i»ol t«a «nfà, wrfàç fà»ça i"


atcaq it#t cara «rtcç aarwf i «*t? *tjss a>ca,—'^a «T*I ars sa í sv i
ara ararç i « j asfà atca fàrça» n" n
fabe bada-vipra kahe, — "ei satya kathã
ei vãkye sãksi mora ache mahãjana gopãla yadi sãksi dena, ãpane ãsi' ethã
yãhra vãkya satya kari mane tribhuvana"
ei vãkye— nesta afirmação; sdftsf— testemunha; mora—minha; ache—há; mahã- tabe kanyã diba ãmi, jãnihã niécaya"
jana— uma g r a n d e personalidade; yãhra—cujas; vãkya—palavras; satya- tãhra putra kahe, — 'ei bhãla vãta haya'
verdadeiras; kari—tomando como; mane—aceita; tri-bhuvana—o mundo inteiro. tabe—nessa altura; bada-vipra—o brãhmana idoso; kahe—diz; ei satya kathã—isto
é verdade; gopãla—a Deidade de Gopãla; yadi—se; sãksi— testemunho; dena—der;
TRADUÇÃO—"Assim, nesta transação apelei para uma grande personalidade. ãpane—pessoalmente; ási'—vindo; ethã— aqui; tabe—então; kanyã— filha; diba—devo
P e d i q u e a Divindade Suprema fosse minha testemunha. O mundo inteiro acei- dar em caridade; ãmi—eu; jãnihã—ficai sabendo disto; niécaya—com certeza; tãhra—
ta as palavras da Suprema Personalidade de D e u s . " seu; pufra-filho; kahe—diz; ei—esta; bhãla—ótima; vãta—declaração; haya—é.

SIGNIFICADO—Embora o jovem brãhmana se definisse como alguém sem preten- TRADUÇÃO—Aproveitando-se desta oportunidade, o brãhmana idoso de imediato
sões à aristocracia e como um homem inculto e comum, ainda assim, tinha uma confirmou que aquilo realmente era verdade. Disse: " S e Gopãla vier pessoal-
boa "qualificação: acreditava que a Suprema Personalidade de Deus era a autori- aqui, para servir como testemunha, com certeza darei minha filha ao
dade máxima, aceitava as palavras do Senhor Krsna sem hesitar e tinha finne •""•«n brãhmana." O filho do brãhmana idoso prontamente confirmou aquilo,
fé na coerência do Senhor. Segundo Prahlãda Mahãrãja, outra autoridade no qu« """"do: 'Shn, este é um ótimo a c o r d o . "
diz respeito à Suprema Personalidade de Deus, deve-se entender que um devo»
com tamanha fé e segurança é o acadêmico mais erudito: tan manye 'dhltam uttama*
(Srimad-Bhãgavatam 7.5.24). Um devoto puro com firme fé nas palavras da Supre<^ ^ " T l C A D o - C o m o Superalma dentro do coração de todas as entidades vivas,
o t t l i
Personalidade de Deus deve ser considerado o acadêmico mais erudito, ' n
a conhece o desejo de todos, o pedido de todos e a oração de todos. Mesmo
aristocrata e o homem mais rico do m u n d o inteiro. Todas as qualidades di uma° - S s
' ° ' ^ueüações e orações sejam contraditórios, o Senhor tem que criar
naturalmente existem em tal devoto. No trabalho de pregação do niovimentor™ c i ^ h i a ç ã o em que todos fiquem satisfeitos. Neste caso, trata-se de uma nego-
a consciência de Krsna, nós, como servo do servo do servo do servo da Supre ^ ta sen! ^^ ' 1 111011 31 e n t T e um
brãhmaria idoso e u m jovem. O brãhmana idoso esta-
Personalidade de Deus, acreditamos plenamente nas palavras de Krsna dúvida desejoso de dar sua filha em caridade ao jovem brãhmana, mas
394 Sri Caitanya-caritãmrta «. ., As atividades de Sãksi-gopãla 395
M a d h
ya-i i u
Ver* 8 4

• fl_o jovem brãhmana; patra—papel; karaha—fazei; likhana—


bale—diz;
so meditou sobre como resolver esta situação e, ainda assim, oferecer" """ 1
^
jtota-wP^ u n ( J ^_ n o v a m e n t e ; yena—de modo que; nãhi—não; ca/e—mudeis; e-
v e

ao jovem brãhmana. Seu filho, u m ateu e sujeito muito astuto, pensava ^ escre " ' s e s t a s ; vacana—declarações.
10

impedir o casamento. O pai e o filho pensavam de maneira contradito ° 6111 C O n ,


sab>"
via, Krsna criou uma situação na qual ambos concordaram. Ambos con ' - _ _ Q jovem brãhmana aproveitou-se desta oportunidade para falar:
0
TRADI < A
que, se a Deidade de Gopãla viesse e servisse de testemunha, a filha s
C O r d a r a m
( ^ r anotai isto no papel, pondo o preto no branco, de modo que não
P r 3

ao jovem brãhmana. " ° novamente mudar vossa palavra de h o n r a . "


possais nu
VERSO 79 VERSO 82

a«fãc«ia aica,—'?a» a<5 WílTat», I « c a a a ceTía* cafàr i a « ' fsrfnei i


c a t * afa*} CS*C$1 asfàca « t » t « l ll' 1í> ll s f c t * i m f « ?(IÍPI W J atfaBi 1 1 w . u

bada-viprera mane, — 'krsna bada dayãvãn tabe saba loka meli' patra ta' likhila
avaéya mora vãkya tenho karibe pramãna' dunhãra sammati lahã madhyastha rãkhila
mune—dentro da mente do brãhmana idoso; krsna—Senhor Krsna
bada-viprera tabe—então; saba loka—todas as pessoas; meii'—reunidas; patra—papel; fa'—na
bada—muito; dayãvãn—misericordioso; avasya—certamente; mora—minhas; vãkya- verdade; likhila—escreveram; dunhãra—de ambos; sammati—o acordo; lahã—
palavras; tenho— Ele; karibe—fará; pramãna—evidência. tomando; madhya-stha—como mediadores; rãkhila—permaneceram.

TRADUÇÃO—O brãhmana idoso pensou: "Como o Senhor Krsna é muito mise- TRADUÇÃO—Todas as pessoas ali reunidas anotaram esta declaração, p o n d o o
ricordioso, certamente Ele virá para confirmar minha declaração." preto no branco, e, t o m a n d o as assinaturas das partes do acordo, serviram como
mediadores.
VERSO 80
VERSO 83
%m «1 i t f à c a i t ^ t f à c « ' i
<áfè <[Can S^sra * ^ S T 1 TOJ || V » || « c a c5íiífà«i a s e * , — w » aa%a i
putrera mane, — 'pratimã nã ãsibe sãksi dite' í j É f à « t — i « j - a r a n , aáiata«i 1 1 «
ei buddhye dui-jana ha-ilã sammate
putrera mane—na mente dofilho; pratimã—a Deidade; no—não; ãsibe—virá; sãksi tabe chota-vipra kahe,—éuna, sarva-jana
dite—para prestar testemunho; ei—isto; buddhye—ao entenderem; dui-jana—torto ei vipra—satya-vãkya, dharma-parãyarxa
o pai quanto o filho; «fl-i/a sammate—concordaram. tabe—nessa altura; chota-vipra—o jovem brãhmana; kahe—diz; éuna—por favor,
°uvi; sarva-jana—ó todos os cavalheiros aqui presentes; ei vipra—este brãhmana
idoso; satya-vãkya—sempre veraz; dharma-parãyana—religioso.
TRADUÇÃO—O filho ateu pensou: " N ã o é possível que Gopãla venha e preste
t e s t e m u n h o . " Pensando assim, tanto o pai quanto o filho concordaram. TRADUÇÃO—Então, o jovem brãhmana disse: " T o d o s os cavalheiros presentes,
Por favor, ouvi-me! Este brãhmana idoso certamente é veraz e está seguindo os
VERSO 81 Princípios religiosos."

cetiírast ac$i, ' " r a asa* tfffi i VERSO 84


*jas caa a t f * S C P I « « a a a s a n' w-> II.
«satãs? s t f % c « * * * í a atfç a^ aja i
chota-vipra bale, — 'patra karaha likhana
punah yena nãhi cale e-saba vacana'
^ a - a r « j - « c a a>c* « a « i - a 5 a 11 v-8 11
396 Sri Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 397

sva-vãkya chãdite ihhãra nãhi kabhu mana tabe sei chota-vipra gelã vrndãvana
svajana-mrtyu-bhaye kahe asatya-vacana dandavat kari' kahe saba vivarana
sva-vãkya—sua própria promessa; chãdite— abandonar; ihhãra—dest disso; sei—aquele; chota-vipra—jovem brãhmana; gelã—íoi;
HepoiS o»»", -v. --1 , , -~ — —— ••—» Ô-~ -—'
nãhi—não; kabhu—em tempo algum; mana—a mente; sva-jana—de seus r

parentes; mrtyu-bhaye— temendo o suicídio; kahe—diz; asatya-vacana ^ P ^ 0 5 -loara Vrndãvana; dandavat kari'—após prestar reverências; kahe—conta;
a d e s c r i c ã o
^ w w « í » - -
falsas.
AO—Após a reunião, o jovem brãhmana partiu para Vrndãvana. Che-
dUC

TRADUÇÃO—''Ele não tinha desejo de quebrar sua promessa, mas, t e m e n d T*A ' ^meiro prestou suas respeitosas reverências à Deidade e, em segui-
S nd0

seus parentes cometessem suicídio, desviou-se da verdade." * rróu tudo com todos os pormenores.
da. r>*"

VERSO 85 VERSO 88

*>r? %*n « r t v ir#t dwfài i "awíicf i «Jã i? mim i


« c a -DÇ fàcaftr T « j - « l f % a i 1 a l f a ? 11 w n í* fàc«fo «tf *t«t **l iro n v-v n
ihhãra punye kr$rie ãni' sãksi botãiba "brahmanya-deva tumi bada dayã-maya
tabe ei viprera satya-pratijhã rãkhiba dui viprera dharma rãkha hahã sadaya
ihhãra punye—por sua piedade; krsne— Senhor Krsna; ãni'—trazendo; sittsf- brahmanya-deva—ó Senhor da cultura bramínica; tumi—Vós; bada—muito; dayã-
testemunho; bolãiba—convocarei; tabe—então; ei viprera—deste brãhmana; satya- maya—rnisericordioso; dui—dois; viprera—dos brãhmanas; dharma—os princípios re-
veraz; pratijhã—a promessa; rãkhiba—manterei. ligiosos; rãkha—protegei; hahã— sendo; sa-daya—misericordioso.

TRADUÇÃO—"Devido à piedade do brãhmana idoso, convocarei o testemunho TRADUÇÃO—Ele disse: " M e u Senhor, sois o protetor da cultura bramínica e sois,
da Suprema Personalidade de Deus. Assim, manterei intacta a veracidade de também, muito misericordioso. Portanto, por favor, mostrai Vossa grande miseri-
sua promessa." córdia, protegendo os princípios religiosos meus e do outro b r ã h m a n a . "
VERSO 86
VERSO 89
« i i « f ã ' f t t % ¥ qirpf fc*fcfi ^ c a i
c * * i c n , i N f ^ - v i t V j « i t f à c ^ f *ttr,a II II *wl »rt?»-c'rt* m Ifl srtfç gi i
a f W R ! « f s o r l TI? >Á TO 8Sl II IrS. II
eta éuni' nãstika loka upahãsa kare
keha bale, levara—dayãlu, ãsiteha pare kanyã pãba, —mora mane ihã nãhi sukha
eta éuni'—ao ouvir isto; nãstika—ateístas; loka—classe de homens; upahãsa- brãhmanera pratijhã yãya—ei bada duhkha
gracejando; kare— fazem; keha bale—alguém diz; levara—Deus; dayãlu- JunyãpSba—obterei a filha; mora—minha; mane—na mente; ihã— isto; nãhi—não
misericordioso; ãsiteha pare—Ele é capaz de vir. •sukha—felicidade; brãhmanera—de um brãhmana puro; pratijhã—a promessa;
JV-perde-se; e i - i s t o ; teda-muita; duM/ia-tristeza.
TRADUÇÃO—Ao ouvir a afirmação enfática do jovem brãhmana, alguns ateus ali
1
presentes começaram a fazer gracejos. No entanto, outra pessoa disse: 'A
o Senhor é misericordioso e, se Ele quiser, poderá v i r . " •end ^ ^ " " " ^ e u querido Senhor, não estou pensando em me tornar feliz, ob-
u r a n m a
lueb * ^° n a como noiva. Estou simplesmente pensando que ele
f O U S u a

VERSO 87 promessa, e isto m e causa grande d o r . "

«r,? cm cçtiífàa i dobnh~ ~^ A D O a o e r a < em


absoluto, intenção d o jovem brãhmana obter a filha
«rone =$f%' i*c* JTC PTOH n v\ n "una idoso em casamento e, assim, desfrutar de felicidade material e gozo
398 Sri Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 399
Madhy .,-
a |U
9 4
Ver*
dos sentidos. Não foi por este motivo que o jovem brãhmana foi para VrnH tone—o Senhor Krçna diz; vipra—Meu querido brãhmana; tumi—tu; yãha—
1
pedir à Suprema Personalidade de Deus que agisse como testemunha Su a t l í
kri^ jjhavane—para tua própria casa; sabhã kari'—convocando um encontro
preocupação era que o brãhmana idoso prometera algo, e, se Gopãla não " ' 3 n Ca
^ t a ; sW ; more—de Mim; fumi—tu; kariha—faze; smarane—lembrando-
n o m e n S
s0
se testemunho daquela transação, então o brãhmana idoso cairia em d e s ^ ' ^ 6 5 3
detod°
piritual. Desse modo, o jovem brãhmana queria a proteção e o auxílio da D *A te-
O jovem brãhmana era, assim, um Vaisnava puro, e não tinha desejo ale •ckO—O Senhor Krsna replicou: " M e u querido brãhmana, volta para tua
m
gozo dos sentidos. Queria apenas servir à Suprema Personalidade de Deu ^ s T**^ v o c a outro encontro. Neste encontro, simplesmente procura lembrar-
con

brãhmana idoso, que também era Vaisnava e muito devotado ao Senhor


Ttert*" VERSO 92
VERSO 90
wífã^ta *IPI «ufa «tt1 T p f t fàa i
ura wífà' «fa »rp#t cwç, ísttw i «ca ?fc fãc*a a«j *f«Bsl atfàa 11 11
grifa' íit^t aif* c»a, «ta »tt*t aa II »° n
ãvirbhãva hahã ãmi tãhãn sãksi diba
eta jãni' tumi sãksi deha, dayã-maya tabe dui viprera satya pratijhã rãkhiba
jãni' sãksi nãhi deya, tara papa haya gviéhãva—aparecimento; hahã— fazendo; ãmi—Eu; tãhãn—lá; sãksi— testemunho;
eta jãni'—sabendo disto; fumi—Vós; sãksi— testemunho; deha—por favor, dai diba—darei; fabe—nessa ocasião; dui—dois; viprera—dos brãhmanas; satya—veraz;
dayã-maya—ó misericordiosíssimo; jãni'—sabendo; sãksi— testemunho; nãhideya- pratijhã-promessa; rãkhiba—manterei.
não presta; fora—para ele; papa—pecado; haya—há.
TRADUÇÃO—"Decerto que aparecerei lá e, nessa ocasião, protegerei a honra tua
e do outro brãhmana, prestando testemunho da p r o m e s s a . "
TRADUÇÃO—O jovem brãhmana prosseguiu: " M e u querido Senhor, sois muito
misericordioso e sabeis tudo. Portanto, por favor, sede minha testemunha neste
caso. Quem tem verdadeiro conhecimento dos fatos, mas ainda assim não presta VERSO 93
testemunho, envolve-se em atividades pecaminosas."
fã* ara,—"afã p^Vafé i
«a^cstata atcasi *-ta* ai s?ca «fif« n a-a II
SIGNIFICADO—Os colóquios entre um devoto e o Senhor são muito simples. 0
jovem brãhmana disse ao Senhor: "Sabeis tudo, mas, se não prestardes testemu- vipra bale, — "yadi hao caturbhuja-mürti
nho, ficareis envolvido em atividades pecaminosas." No entanto, não há possi- tabu tomara vãkye kãru nã habe pratiti
bilidade de o Senhor ficar envolvido em atividades pecaminosas. O devoto puro. vipra bale—o jovem brãhmana diz; yadi—se; hao—Vos tornardes; catuh-bhuja—de
apesar de saber tudo sobre o Senhor Supremo, pode falar com o Senhor exata quatro braços; mürti—Deidade; tabu—ainda assim; tomara—Vossa; vãkye—na pa-
mente como se Ele fosse um homem comum. Embora os colóquios entre o Senti Wa; kãru—de alguém; nã— não; habe—haverá; pratiti—crença.
e Seu devoto sejam sempre muito simples e abertos, existe formalidade. 1
essas coisas acontecem por causa da ligação entre o Senhor e o devoto. TKADUÇÃO—O jovem brãhmana replicou: " M e u querido Senhor, mesmo que
P*reçais lá como uma Deidade de Visnu de quatro braços, ainda assim, ne-
a t n a
daquelas pessoas acreditará em Vossas palavras."
VERSO 91
VERSO 94
asa» «K**—fànfi «Jà iis? "«-«íca i
•ÜÍ »jf« fitgi afã ttfc
Slawca i
a«l asfã' citca «fa ifiw «sac*! 11 si 11
aHmJt cm afã - «ca aatvrta! «ta 11 as n
krsna kahe,—vipra, tumi yãha sva-bhavane
sabhã kari' more tumi kariha smarane ei mürti giyã yadi ei éri-vadane
sãksi deha yadi—fabe sarva-loka éune
400 Sri Caitanya-caritãmrta »• . As atividades de Sãksi-gopãla 401
97
adh
y*-iiiâ, i Verso

ei—esta; mürti—sob a forma; giyã— indo; yadi—se; ei—este; éri-vadane VERSO 97


belo rosto; sáfcsf—testemunho; deha—derdes; yadi—se; tabe—então- ~~ ^ ° V e s

srtfà<íPi c ^ t l t i a s r . 5 , — " « a ç , aiai«i i


todo o povo; sune—ouvirá.
e s t a r * *rtv* i t c s «rifa ^ f à a u*'< n as II

hãsinã gopãla kahe, — "éunaha, brãhmana


TRADUÇÃO—"Vosso testemunho só será ouvido por todo o povo se ford tomara pãche pãche ãmi kariba gamana
esta forma de Gopãla e, com Vosso belo rosto, falardes estas palavras*'' ** Vü—sorrindo; gopãla—o Senhor Gopãla; kahe—diz; éunaha—simplesmente
^\brãhmana—ó Meu querido brãhmana; tomara—de ti; pãche pãche—atrás; ãmi—
^kariba-íàrei; gamana—caminhando.
VERSO 95

a » W , - " « t Í O T i 5r.«T, ca^ai*. a i « f ã i "


fàoj a w , " s j f e i l Ç<ÍP1 arç rata at^l II »<? n rgADUÇÃO— Então, ári Gopãlaji sorriu e disse: " M e u querido brãhmana, sim-
plesmente ouve-Me. Caminharei atrás de ti e, desta maneira, irei contigo."
fcrsrw fca/ie,— "pratimã cale, kothãha nã éuni"
vipra bale, — "pratimã hanã kaha kene vãni
krsna kahe—o Senhor Krsna diz; pratimã cale—uma Deidade caminha; kothihtt-
em parte alguma; nãéuni—jamais ouvi falar; vipra bale—o jovem brãhmana replica; SIGNIFICADO—A conversa entre o Senhor Sri Krsna e o brãhmana é a prova de
pratimã hahã—sob Vossa forma de Deidade; kaha kene vãni—como é que falais que o Senhor, em Sua ãrcã-mürti, ou forma feita de elementos materiais, não é
palavras. material, pois tais elementos, embora distintos do Senhor, também fazem parte
da energia do Senhor, como se afirma no Bhagavad-gitã. Como os elementos cons-
tituem a própria energia do Senhor e como não há diferença entre a energia e
u energético, o Senhor pode aparecer através de qualquer elemento. Assim como
TRADUÇÃO—O Senhor Krsna disse: "Jamais ouvi falar de uma Deidade que ca-
o sol pode agir através do brilho do sol, distribuindo seu calor e luz, do mesmo
minhasse de um lugar para o u t r o . " O brãhmana replicou: "Isto é verdade, mas
modo, Krsna, mediante Seu poder inconcebível, pode aparecer sob Sua forma
como é que estais falando comigo, apesar de serdes uma Deidade?"
espiritual original em qualquer elemento material, incluindo pedra, madeira, pin-
tura, ouro, prata e jóias, pois os elementos materiais são todos Sua energia. Os
Ostras advertem que arcye visnau éilã-dhih: não devemos jamais pensar que a areã-
VERSO 96 "ürti, Deidade dentro do templo, é pedra, madeira ou qualquer outro elemen-
a

to material. Devido à sua posição devocional avançada, o jovem brãhmana sabia


«ifoai aç f f à , - araá* ac5raa«*a i ue
H , embora a Deidade de Gopãla parecesse pedra, não era pedra. Ele era o filho
f à a « r i f a ' a^s « J à «tasrt-asa*! if II e
ç^
M a n á r a
J . o próprio Vrajendra-nandana.
a n d a a

pratimã naha tumi,—sãksãt vrajendra-nandana f^ndo assim, a Deidade pode agir exatamente como o Senhor fez sob Sua forma
vipra lãgi' kara tumi akãrya-karana" °"gmal de Krçna. O Senhor Krsna estava conversando com o jovem brãhmana
3

pratimã—uma estátua; naha—não sois; fumi—Vós; sãksãt—diretamente; í m P " testar seu conhecimento sobre a areã-vigraha. Em outras palavras, aqueles
nandana—o filho de Nanda Mahãrãja; vipra lãgi'—em benefício do brãhmana; 1 j j e compreendem a ciência de Krsna — o nome de Krsna, Sua forma, Suas qua-
s e a s s

fumi—podeis fazer; akãrya-karana—uma ação que jamais fizestes antes. t a r i t o ' m por diante — podem também conversar com a Deidade. Entre-
m aos
a d e ' - °'h°s de uma pessoa comum, a Deidade parecerá ser feita de pedra,
a 0u
q "j Ue ( algum outro elemento material. N o sentido mais profundo, uma vez
S S e e m e n t o s
i r e t i u n e dad °- ° '
e materiais, em última análise, emanam da suprema enti-
TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, não sois uma estátua; sois d "^er n
c* Q^Piritual, a d a é realmente material. Sendo onipotente, onipresente e
liS
filho de Mahãrãja Nanda. Agora, em benefício do brãhmana idoso, podeis
< Krsna pode lidar com Seus devotos sob qualquer torma, sem dificuldade.
algo que jamais fizestes a n t e s . "
402 Sn Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 403
5 Verso 1 *
Pela rrdsericórdia do Senhor, o devoto sabe perfeitamente bem como a "Cozinha um quilo de arroz diariamente e oferece-o a Mim. Co-
Na verdade, ele pode conversar face a face com o Senhor. fl^g^arroz e seguirei atrás de t i . "
Biere' "
VERSO 98 VERSO 101

«rru fwa «itssl T t r V StSwi a t a i a i


« r w r a c a f à c i , «rifa. a f t a c f è Ttca n s v - » « p s TNS «RREI c t w t s i ^ f à m i r w H n
ulafiyã ãmã tumi nã kariha daraéane ara dina a;'nâ" mãgi' calilã brãhmana
ãmâke dekhile, ãmi rahiba sei sthãne tara pãche pãche gopãla karilã gamana
ulatiyã— voltando tua face; ãmã—a Mim; tumi—tu; na—não; kariha—f dina—no dia seguinte; ãjhã— permissão; mãgi'—pedindo; calilã— partiu;
daraéane—vendo; ãmãke—a Mim; dekhile—se vires; ãmi—Eu; rahiba—perrnan , _tó 0 jovem brãhmana; tara—dele; pãche— atrás; pãche—atrás; gopãla—Senhor
sei sthãne—naquele mesmo lugar. Gopãla; torítô-começou; gamana-a seguir.

TRADUÇÃO—O Senhor prosseguiu: " N ã o tentes olhar para Mim, voltando tua
TRADUÇÃO—No dia seguinte, o brãhmana pediu permissão a Gopãla e partiu
face. Assim que olhares para Mim, permanecerei estacionado naquele mesmo
para sua terra. Gopãla seguia-o, passo a passo.
lugar."
VERSO 102
VERSO 99

í j ( | f » « a f à m s « r m t a $FJWJ i a * t t * a « a f à « f ã ' «rwfàra a a i

cfè «te* «rm-ra •sta* «rfifs isf%5ji II n agarra f i a * ^ f ã ' a a t a c ^ t o a n i » ^ n


nüpurera dhvani éuni' ãnandita mana
nüpurera dhvani-mãtra ãmãra éunibã
uttamãnna pãka kari' karãya bhojana
sei éabde ãmãra gamana pratiti kariba
nüpurera—dos sinos de tornozelo; dhvani—o tilintar; s'nni'—ouvindo; ãnandita—
nüvurera—áossinos de tornozelo; dhvani-mãtra—somente o som; ãmãra—Meus,
satisfeitíssima; mana—a mente; uttama-anna—arroz de primeira classe; pãAra—
éunibã— ou virás; sei éabde—ouvindo este som; amara—Minha; gamana—vinda;
cozinhando; kari'—fazendo; karãya—faz com que; bhojana—coma.
pratiti—compreendendo; kariba—taras.

TRADUÇÃO—Enquanto Gopãla seguia o jovem brãhmana, podia-se ouvir o ti-


TRADUÇÃO—"Saberás que estou caminhando atrás de ti pelo som de Meus sinos lintar de Seus sinos de tornozelo. Sentindo-se muito contente, o brãhmana co-
de tornozelo." zinhou arroz de primeira classe para Gopãla comer.

VERSO 100 VERSO 103

iflspcv? *» strV asfàa i <4asrc« çfs,' f a s i fà«>cac"t « l í ^ r l i


« t s i a t ^ i m&m IW a*fàa *taa n i » 0 o a i t t a a f à ^ è mtfàf i t a c s f ç f e r i n J<"® 11
eka-sera anna rãndhi' kariha samarpana ei-mate cali' vipra nija-deée ãilã
tãhã khãhã tomara sahge kariba gamana _faze; e, grãmera nika(a ãsi' manete cintilã
fl
eíra-sera—um quilo; anna—de arroz; rãndhi'—cozinhando; k ° ^ dek__> ~"°-essa maneira; cali'—caminhando; vipra—o brãhmana; nija—sua própria;
na
samarpana—oferecendo; fahã—isto; khãhã— comendo; tomara—de ti; sarige— "•"lete t e i T a ; a
'' ~ 8 a r e T e s s
o u ; grãmera—à aldeia; nikafa—perto; ãsi'—chegando;
panhia; kariba—tarei; gamana—caminhada. -'nteriormente; cintilã—pensou.
404 Sri Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 405
Mad
«ya-i- ,,
IJá 109
Ver."
TRADUÇÃO—O jovem brãhmana caminhou e caminhou dessa maneir pensando assim, o brãhmana virou-se e olhou para trás, e viu que
finalmente chegou à sua terra de origem. Ao aproximar-se de sua a h / ^ ^ f/jpV&°~^ prema Personalidade de Deus, encontrava-Se ali, sorrindo.
a

começou a pensar o seguinte.


VERSO 107
VERSO 104
arraicac* ase*, -"^fã at*. fàs-aa i
mca ijfe» «tca «rfc& arSaj®'''' i mft afssa «rífà, ai ata <ere:«ta 11" a-i n
CltCast* asfsa Ptal *t1#T? «H^sia II i«8 II
brãhmanere kahe, —"fumi yãha nija-ghara
ebe muni grame ãinu, yãimu bhãvana ethãya rahiba ãmi, nã yãba atahpara"
lokere kahiba giyã sãksira ãgamana üihmanere kahe—Ele pediu ao brãhmana; tumi—tu; yãha—vai; nija-ghara—para
muni—eu; grame—à aldeia;
ebe—agora; ãinu—cheguei; yãimu—irei; bhãvana-^ própria casa; ethãya—aqui neste lugar; rahiba—ficarei; ãmi—Eu; no"—não; yãba—
minha casa; lokere—às pessoas; kahiba—contarei; giyã— indo lá; sãksira—da teste fa#am-doravante.
a

munha; ãgamana—sobre a chegada.


TRADUÇÃO—O Senhor disse ao brãhmana: "Agora podes ir para casa.
TRADUÇÃO—"Agora que cheguei à minha aldeia, irei até minha casa e contarei Permanecerei aqui e não sairei."
a todas as pessoas que a testemunha v e i o . " VERSO 108

VERSO 105 «ca cm íàaj ati; a-ste* asfèei i


«fa^pl na»! cartas çarcasia cm 11 11
TWçs ai cwfàc»i íca *i€lf$ ai s>a i
m\ *rf> «C**, « 3 * t f * f*i «a II' w II fabe sei pípra yãi nagare kahilã
éunihã sakala loka camatkãra haila
sãksãte nã dekhile mane pratiti nã haya seguir; sei—aquele;
tabe—a vipra—brãhmana; yãi—indo; nagare—para a aldeia;
ihãn yadi rahena, tabu nãhi kichu bhaya' tflAúa—disse; éunihã— ouvindo; sakala—todas; loka—as pessoas; camatkãra—
sãksãte—diretamente; nã"—não; dekhile—se vendo; mane—na mente; pralili- maravilhadas; bai/a—ficaram.
certeza; nã—não; haya—há; ihãh—aqui; yadi—se; rahena—o Senhor permanece,
tabu—ainda assim; mini—não há; kichu—nenhum; bhaya—temor. TRADUÇÃO O jovem brãhmana foi então para a aldeia e informou a todas as
Pessoas da chegada de Gopãla. O u v i n d o isto, todos ficaram maravilhados.
TRADUÇÃO—Então, o brãhmana começou a pensar que, se as pessoas não vissem
a Deidade de Gopãla diretamente, não acreditariam que Ela havia chega VERSO 109
" M a s , mesmo que Gopãla permaneça a q u i " , pensou ele, "ainda assim, nao
nada a t e m e r . " s r f a A m citas jmft c^raatca i
VERSO 106 cWW cwfWl crias tf^ae. asca n i°» 11
«a<5 «trV cm ftfl fafaal RtÜPI i ãi/a safeaZa loka sãksi dekhibãre
. gopãla dekhihã loka dandavat kare
Ver;
gopãla ' 301 s a
pessoas;
^ a
~ i o d a s
' ' loka—as sãksi—a testemunha; dekhibãre—
efa bhãvi' sei vipra phiriyã cãhila ^erecen^ ~ ^ Gopãla; dekhihã— vendo; e r m o r
loka—todas as pessoas; dandavat—
hãsinã gopãla-deva tathãya rahilã . afa# m o
Gerências; f e a r e - f a z e m .
eta bhãvi'—pensando assim; sei—aquele; vipra—brãhmana; phiriyã—W ^
D

cãhila—viu;hãsinã—sorrindo; gopãla-deva—o Senhor Gopãladeva, a Supre ?* U«0-T A


o d o s

sonalidade de Deus; tathãya—ali; rahilã—encontrava-Se. *"hoT rp °s aldeões foram ver o Gopãla-testemunha, e, ao verem o
"•mente ali, ofereceram-Lhe suas respeitosas reverências.
As atividades de Sàksi-gopãla 407
406 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy

VERSO 110 VERSO 113

5 «ca ca* & fàcsj ^fm i


cMt^w-caWa' crfã' cite * «itaftre i
"^fà-s* »tat-»cai «trata fã>*a 11 ü - s 11
« j f % T l Çf»l«ll»1 «rfe»Tli-«f5MPI f à f a « || ii» ,|
gopãla-saundarya dekhi' loke ãnandita
fabe sei dui vipre kahilã lavara
"tumi-dui—janme-janme ãmãra kihkara
pratimã calinã ãilã,—éunihã vismita
gopãla—do Senhor Gopãla; saundarya—a beleza; dekhi'—vendo; /ofe—ton
_dePOÍs disso; sei—aqueles; dui—dois; vipre—aos brãhmanas; kahilã—falou;
ãnandita—satisfeitos; pratimã—a Deidade; calinã—caminhando; ãilã—veio; SMnjfl? Senhor; tumi-dui—ambos vós; janme-janme— nascimento após nascimento;
-o
ouvindo isto; vismita—surpresos. ,_Meus; kihkara—servos.
ímira
TUADUÇÂO—Após realizar-se a cerimônia de casamento, o Senhor informou a
T R A D U Ç Ã O — A o chegarem, as pessoas ficaram muito satisfeitas de ver j be-
leza de Gopãla, e, ao ficarem sabendo que Ele realmente caminhara até ali, todo, ,mbos os brãhmanas: " V ó s , os dois brãhmanas, sois Meus servos eternos, nas-
ficaram surpresos. cimento após nascimento."

VERSO 111 SIGNIFICADO—C orno estes dois brãhmanas de Vidyãnagara, existem muitos de-
votos que são servos eternos do Senhor. Eles são conhecidos especificamente como
« c a cÀk. i « f à a «rrafars 5*11 nitya-siddhas, eternamente perfeitos. Embora apareçam no m u n d o material e pa-
reçam ser habitantes comuns do mundo, os nitya-siddhas jamais se esquecem da
C t W c i a « i t t t * t t « «rsae. ç ^ l n a i , I I
Suprema Personalidade de Deus, em nenhuma condição. Este é o sintoma de
um nitya-siddha
fabe sei bada-vipra ãnandita hanã
gopãlera ãge pade dandavat hahã
Existem duas classes d e entidades vivas — nitya-siddha e nitya-baddha. O nitya-
siddha jamais se esquece de sua relação com a Personalidade Suprema, ao passo
tabe—em seguida; sei—aquele; bada-vipra—brãhmana idoso; ãnandita—satisfeito,
hahã— ficando; gopãlera—ao Senhor Gopãla; ãge- em frente; pade—prostra-se. que o nitya-baddha é sempre condicionado, antes mesmo da criação. Ele vive es-
dandavat—como u m a vara; hahã— ficando.
quecido de sua relação com a Suprema Personalidade de Deus. Nesta passagem,
o Senhor informa aos dois brãhmanas que eles são Seus servos, nascimento após
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , o brãhmana idoso, estando muito satisfeito, adiantou-se e nascimento. A expressão "nascimento após nascimento" refere-se ao mundo ma-
terial, pois, no mundo espiritual, não há nascimento, morte, velhice ou doença.
imediatamente prostrou-se como uma vara em frente a Gopãla.
Por ordem da Suprema Personalidade de Deus, o nitya-siddha permanece neste
mundo material como se fosse um homem comum, mas, o único interesse do
VERSO 112
mtya-siddha é difundir as glórias do Senhor. Este incidente parece ser a história
Am crttasa. « r r c i c a m t s i a t # t m i comum de uma negociação matrimonial envolvendo duas pessoas comuns. Con-
do, Krsna aceitou os dois brãhmanas como Seus servos eternos. Ambos os
f f l H l c s r t t f ã c a asgta ta c ^ i u II """"nanas enfrentaram muitas dificuldades nestas negociações, exatamente co-
Pessoas mundanas, todavia, agiam como servos eternos do Senhor. Todos
sa/ca/a /o/cera ãge gopãla sãksi dila
"Hya-siddhas que se encontram neste m u n d o material talvez pareçam labutar
bada-vipra chota-vipre kanyã-dãna kaila .(a g ^ J ^ e n s comuns, porém, jamais se esquecem de sua posição de servos do
sakala—todas; lokera—das pessoas; ãge—na presença; gopãla—o Senhor \!
sãksi— testemunho; dila—deu; bada-vipra—o brãhmana idoso; chota-vipre—*°\
10 n t 0 a a n a
brãhmana; kanyã-dãna—dando a filha em caridade; kaila—tez. ca^cp ^ ° h s a r é: o brãhmana idoso pertencia a u m a família aristocráti-
' "do culto e abastado. O jovem brãhmana pertencia a uma família ordinária
5 nCU t l l m e s s a s

T R A D U Ç Ã O — A s s i m , na presença de todos os aldeões, o Senhor Gopãla P r e 0 , *Wna ^ ° ^ " ' ' qualificações mundanas não dizem respeito a um nitya-
C J ac 1

testemunho de que o brãhmana idoso oferecera sua filha em caridade sidilhas ! P ' ' serviço d o Senhor. Precisamos aceitar o fato de que os nitya-
Sa

brãhmana. com Uns ? ""'eiramente distintos dos nitya-baddhas, que são seres humanos
• Srila Narottama dãsa Thãkura confirma esta declaração:
408 Sn Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 409
M a d h
ya, l l a :

gaurãhgera sahgi-gane, nitya-siddha kari' mane VERSO 116


se yãya vrajendra-suta pãéa
ért-gauda-mandala-bhümi, yebã jãne cintãmarti c f f t t * ! a f t m , sfcç asca* I
tara haya vraja-bhüme vasa c « r f à t « «rfesTl na c<rc"ía c t t a * - » " i>si% I
Quem aceitar os associados do Senhor Caitanya Mahãprabhu como nit gopãla rahilã, duhhe karena sevana
145
com certeza elevar-se-á ao reino espiritual para tornar-se um associado d"c'*" dekhite ãilã saba desera loka-jana
Supremo. Além disso, deve-se entender que Gauda-mandala-bhümi — ° * " r í
i __o Senhor Gopãla; rahilã—ficou; duhhe—ambos; karena—fazem; sevana—
na Bengala onde esteve Sri Caitanya Mahãprabhu — são iguais a Vra^hi!^ ' 3 5
viço- dekhite—para ver; ã;7ã—vieram; saba—todas; desera—das terras; loka-jana—as
ou Vrndãvana. Não há diferença entre os habitantes de Vrndãvana e os deV pessoas.
mandala-bhümi, ou Srídhãma Mãyãpura. ç _ 0 Senhor Gopãla ficou, e os dois brãhmanas ocuparam-se em Seu
0 | j A C >

serviço. Após ouvirem falar do incidente, muitas pessoas de diversas terras co-
VERSO 114 axaram a vir visitar Gopãla.

s**t* i c « i « è s & * i t « , s*c* at-st' a a i" VERSO 117


8 * f à « aa aTtCt « U Í W H V W II M8 II
dunhãra satye tusta ha-ilãh, duhhe maga' vara" c i < w t a atsri «Tf!*! «IT«6Í « f s w u i i
dui-vipra vara mãge ãnanda-antara *ía*i ATMFÍ *tím c t r t t c i cffa<fl»l II 11
dunhãra veracidade de ambos vós;
satye—na tusta ha-ilãh—íiquei satisfeito;
duhhe—ambos vós; maga'—pedi; vara—alguma bênção; dui-vipra—ambos os brâhna- se desera rã/ã ãi/a ãécarya éunihã
nas; vara—uma bênção; mãge—pedem; ãnandfl—satisfeitos; antara—interiormente parama santosa pãila gopãle dekhihã
se desera—daquela região; rãjã—o rei; ãila—veio; ãécarya—sobre a maravilha;
siiwVifl—ouvindo; parama—grande; santosa—satisfação; pãila—alcançou; gopãle—
TRADUÇÃO—O Senhor prosseguiu: "Fiquei muito satisfeito com a veracidade Gopãla; dekhihã— vendo.
de ambos vós. Agora, podeis pedir-Me uma bênção." Assim, com grande prazer,
os dois brãhmanas pediram-Lhe uma bênção. TRADUÇÃO—Finalmente, o rei daquela região, ouvindo falar desta história ma-
ravilhosa, também veio visitar Gopãla e, assim, ficou muito satisfeito.
VERSO 115
VERSO 118
w
af> aa firp» « c a as? <sfe "8tc« i
fãsfcaca *fl «a *Pft«Tfta5 wtca ll" i,<? II a f % a # s 1 c i a i vm\m i
'Jitfwc-st afSi' « ' t a itm a r t f « cm I I Ü W I
"yadi vara dibe, tabe raha ei sthãne
kihkarere dayã tava sarva-loke jãne" mandira kariyã rãjã sevã cãlãila
yadi—se; dibe—oferecerdes;
vara—bênção; tabe—então; raha—permanecei; ei s 'sãksi-gopãla' bali' tãhra nãma khyãti haila
ne—neste local; kihkarere—para com Vossos servos; dayã—misericórdia; tava" mandira—um templo; kariyã— construindo; rãjã—o rei; sevã— serviço; cãlãila—
Vossa; sarva-loke—todas as pessoas; jãne—saibam. ado a cabo regularmente; sãksi-gopãla—pelo nome Sãksi-gopãla; bali'—conhecido
m
°; fãiira—Seu; nãma—nome; khyãti—famoso; haila—ficou.

TRADUÇÃO—Os brãhmanas disseram: "Por favor, permanecei aqui de nu ^DUÇÃO— O rei construiu ali u m belo templo, onde passaram a prestar servi-
as pessoas do m u n d o inteiro saibam quão misericordioso sois para com ln ~ 8 1 1 1 3 1 3
Deidade. Gopãla ficou muito famoso sob o nome de Sãksi-gopãla
servos." ,0G
°Pala-testemunhal.
410 Sri Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 411
Madh
ya-r,l â> s
124

VERSO 119 sei rãjã jini' nila tãhra simhãsana


'mãnikya-simhãsana' nãma aneka ratana
<m fà^ra-stca i t f ^ - s t w t i i este rei (Mahãrãja Purusottama); jini'—conquistando; nila—tomou;
<;JR1 «ifrasia asfà' « i t c ç s fçaasisi II || sihiha-ãsana—o trono; mãnikya-simhãsana—o trono conhecido como
ínr" seU
'- hãsana; nãma—chamado; aneka—diversas; ratana—cravejado de jóias.
rrl

ei mata vidyãnagare sãksi-gopãla


sevã ahgikãra kari' ãchena cira-kãla çy—Este rei venceu o rei de Vidyãnagara, apossando-se de seu trono,
eimata—dessa maneira; vidyãnagare—na aldeia de Vidyãnagara; sãksi-tonai ^Júkya-simhãsana, que estava cravejado de jóias.
Gopãla-testemunha; sevã— serviço; ahgikãra—aceitação; kari'—fazendo- õ")
permanece; cira-kãla—tempo prolongado. VERSO 122

TRADUÇÃO—Assim, Sãksi-gopãla permaneceu em Vidyãnagara e aceitou serv' <2?«caTg*K<"i cm a® «irá i


ço por tempo bem prolongado. c-stí^ra-MM irc-n, -m cm twj n' Í*A «

SIGNIFICADO—Esta cidade de Vidyãnagara encontra-se em Trailanga-desa, ao sul purusottama-deva sei bada bhakta ãrya
da índia, às margens do rio Godãvari. O local onde o Godãvarl deságua na Baía gopãla-carane mãge, — 'cala mora rãjya
da Bengala chama-se Kotadesa. O reino de Orissa era muito poderoso, e Kotadesa purusottama-deva—o rei; sei—aquele; bada—grandioso; bhakta—devoto; ãrya—
era a capital de Orissa, sendo conhecida, então, como Vidyãnagara. Outrora, esta ariano; gopãla-carane— aos pés de lótus de Gopãla; mãge—suplica; cala—por favor,
cidade ficava no lado sul do rio Godãvari. Naquela época, o rei Purusottama con- vinde; mora—meu; rãjya—ao reino.
seguiu dominar Orissa e dar-lhe um governo. A atual cidade de Vidyãnagara
encontra-se no lado sudeste do rio, a apenas trinta ou quarenta quilômetros de TRADUÇÃO—Este rei tornou-se conhecido como Purusottama-deva. Era um gran-
distância de Rãjamehendri. Durante a época de Mahãrãja Pratãparudra, Sri de devoto e era avançado na civilização dos arianos. Ele suplicou aos pés de
Rãmãnanda Rãya era o governador de lá. Vijaya-nagara não é a mesma que lótus de Gopãla: "Por favor, vinde ao meu r e i n o . "
Vidyãnagara.
VERSO 123
VERSO 120
« t a «f%»ar.»i eitHIfl « i r , ? «rtafl m \
§e,a>r.sia S r H 3jK4tWKIM srfsj i çywm m~$\ cm as&cai «rrçsi i ,v® n
cm cm fsrfà' fm a#s1 - - R a t a n SA« II
fãrira bhakti-vase gopãla tãhre ãjhã dila
utkalera rãjã purusottama-deva nãma gopãla la-iyã sei katake ãila
sei desa jini' nila kariyã sahgrãma ISnra—seu; bhakti-vase—sob o endividamento do serviço devocional; gopãla—
utkalera—de Orissa; rãjã—o rei; purusottama-deva—Purusottama; nãma—chamado, Senhor Gopãla; tãnre—a Ele; ãjhã dila—deu a ordem; gopãla—a Deidade de Gopãla;
sei desa—esta região; jini'—conquistando; nila—tomou; kariyã— executando, •'yí-pegando; sei—aquele rei; katake—à cidade de Kataka; ãila—retornou.
sahgrãma—luta.
^ D U Ç Ã O — Q u a n d o o rei suplicou-Lhe que viesse a seu reino, Gopãla, que já
Va
TRADUÇÃO—Mais tarde, houve uma luta, e esta região foi conquistada pelo agradecido por seu serviço devocional, aceitou sua súplica. Assim, o rei
Purusottama de Orissa. P^c-u a Deidade de Gopãla e retornou a Kataka.

VERSO 121 VERSO 124

cm at»1 fofa' fm « i a fJKsrusi. i


'VTft^J-frRÇt*!»' STfH «ICüas 3f5W II II a^ca* cMt*ff9Kiai ^ f à * ! T W II n
412 Sri Caitanya-caritãmrta .. . As atividades de Sãksi-gopãla 413
Verso 13"

jagannãthe ãni' dila mãnikya-simhãsana thãkurera nãsãte yadi chidra thãkita


katake gopãla-sevã karilã sthãpana tabe ei dãsi muktã nãsãya parãita
jagannãthe—a Jagannãtha; ãni'—trazendo; dila—presenteou; mãnikya-si ha nãsãte—no nariz da Deidade; yadi—se; chidra—um furo; thãkita—
kurera
trono chamado Mãnikya-simhãsana; katake—em Kataka; gopãla-sevã— ^^"""^ lM _ ão; ei—esta; dãsl— criada; muktã— pérola; nãsãya—no nariz;
tahe ent

Deidade de Gopãla; karilã sthãpana—estabeleceu. ^ p o d e r i a colocar.

TRADUÇÃO—Após conquistar o trono Mánikya, o rei Purusottama lev , / - c houvesse um furo no nariz da Deidade, eu poderia transferir-
e

P i
Jagannãtha Puri e deu-o de presente ao Senhor Jagannãtha. Neste ""° " |heape r0,a
-
,erÍIn
também estabeleceu adoração regular à Deidade de Gopãla em Kataka
VERSO 128
VERSO 125
« • fpfipF sowra' c^W a«ac5i i
,

«"isra afçãt *tf*>ti C5tt»tra-*«fca i atfàctca c t M W «*tc* asc*« a t c a 1 a


«r%« a f à ' aç w r a t a C*P«I ai«fc«t 11 H « 11
efa cinfi' namaskari' gelã sva-bhavane
tãnhãra mahisí ãilã gopãla-darsane rãtri-éese gopãla tãhre kahena svapane
bhakti kari' bahu alahkãra kaila samarpane eta cinti'—pensando assim; namaskari'—prestando reverências; gelã—foi; sva-
tãnhãra mahisí— sua rainha; ãilã— veio; gopãla-darsane—ver a Deidade de Gopãla Hhtvane—ao palácio do rei; rãtri-éese—ao final da noite; gopãla—a Deidade de

bhakti kari'—com grande devoção; bahu—diversos; alahkãra—de ornamentos Gopãla; tãnre—a ela; kahena—diz; svapane—em sonho.
kaila—fez; samarpane—presente.
TRADUÇÃO— Meditando sobre isto, a rainha prestou suas reverências a Gopãla
TRADUÇÃO—Quando a Deidade de Gopãla foi instalada em Kataka, a rainha de e regressou a seu palácio. Naquela noite, ela sonhou que Gopãla aparecia e co-
Purusottama-deva foi vê-lO e, com grande devoção, presenteou-O com vários meçava a falar-lhe o seguinte.
ornamentos.
VERSO 129
VERSO 126
" a w j f r o a i t « i cata atai tm a # i
«fim « w i t s a t j J O fJPt * a I »rs«i "tat^Jtfç»! aç a? afà' 11 n
« t * l fwc« *}çi c**t. ac*c« fè^a II II "bãlya-kãle mãtã mora nãsã chidra kari'
tãnhãra nãsãte bahu-mülya muktã haya muktã parãhãchila bahu yatna kari'
tãhã dite icchã haila, manete cintaya J*s*-kãle—em Minha infância; mofa"—mãe; mora—Meu; nãsã—nariz; chidra kari'—
z

tãnhãra nãsãte—no nariz da rainha; bahu-mülya—muito valiosa; muktã—pe ° endo um furo; muktã— uma pérola; parãhãchila—foi colocada nele; bahu—muito;
haya—havia; tãhã—esta; dife—de dar; icchã—o desejo; haila—havia; manete--w J ^ - e s f o r ç o ; kari'—levando.
mente; cintaya—pensa. DUCA
t ° — " D u r a n t e Minha infância, Minha mãe fez um furo em Meu nariz
C m
TRADUÇÃO—A rainha possuía uma pérola muito valiosa, que usava em seu naru ' ° e^ande esforço, colocou uma pérola n e l e . "
Como desejava dá-la a Gopãla, começou a pensar o seguinte.
VERSO 130
VERSO 127
fcrçcaa « m t c « afa feu atrais l c a * fej « w t r a * «risca atntc« i
« c a 4 * wtfr «jjrl «rata * t * t * « n « c a * »j?s»i t a t * , atai etfçatç íãc« n" y » » i
414 Sri Caitanya-caritãmrta x. As atividades de Sãksi-gopãla 415
ma
dJiy .| a j|a
Ver* 136

sei chidra adyãpiha ãchaye nãsãte •,-__desde aquela época; gopãlera—de Gopãla; katakete—na cidade de Kataka;
sei muktã parãha, yãhã cãhiyãcha dite" ^ ' " ' e s t a b e l e c i m e n t o ; ei lãgi—por esta razão; sãksi-gopãla—o Gopãla-
sei chidra—este furo; adyãpiha—ainda, até agora; ãchaye—está; nãsãte— . nãma—chamado; haila—ficou; khyãti—famoso,
sei—esta; mukt ã— pérola; parãha—coloca; yãhã—que; cãhiyãcha— ^ nar
testemunr. ,
aes
dife-dar-Me. eja | : S e
- Desde aquela época, Gopãla tem permanecido na cidade de Kataka
«endo conhecido desde então como Sãksi-gopãla.
T R A D U Ç Ã O — " E s t e mesmo furo ainda existe, e podes usá-lo para colocar — jttaKi,
a
la que desejaste d a r - M e . " Péro. V E R S O 134
VERSO 131
fãWTíW-apa « f ã ' cWtTH-sfàvS I
w i CWPV c m J W W ^fai i
«è Cm\ TOÍ^TO^-afJFS II ||
nityãnanda-mukhe éuni' gopãla-carita
svapne dekhi' sei rãnx rãjãke kahilã tusta hailã mahãprabhu svabhakta-sahita
rãjã-saha muktã lahã mandire ãila nitydnanda-inuklif—dá boca do Senhor Nityãnanda Prabhu; éuni'—ouvindo;
svapne dekhi'—vendo o sonho; sei rãní—a rainha; rãjãke—ao rei; fca/íi/a falou qooãla-carita—A narração de Gopãla; fusffl hailã— ficou muito satisfeito;
rãjã-saha—com o rei; muktã—a pérola; lahã— levando; mandire—ao templo mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; sva-bhakta-sahita—com Seus devotos.
tf/Vá—foram.
TRADUÇÃO—Foi assim que Sri Caitanya Mahãprabhu ouviu a narração das ati-
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s de sonhar isto, a rainha explicou tudo a seu esposo, o rei. vidades de Gopãla. Tanto Ele quanto Seus devotos pessoais ficaram muito
Então, tanto o rei quanto a rainha foram ao templo com a pérola. satisfeitos.

VERSO 132 VERSO 135

w t M ouvi—cm « i i n
parãila muktã nãsãya chidra dekhihã gopãlera ãge yabe prabhura haya sthiti
mahã-mahotsava kaila ãnandita hahã bhakta-gane dekhe—yena duhhe eka-mürti
parãila—fixaram; muktã—a pérola; nãsãya—no nariz; chidra—o furo; dekhinã- gopãlera ãge—em frente a Gopãla; yabe—quando; prabhura—do Senhor Caitanya
vendo; mahã-mahotsava—um grande festival; kaila—realizaram; ãnandita- Mahãprabhu; haya—é; sthiti—situação; bhakta-gane—todos os devotos; dekhe—
satisfeitos; hahã— estando. «em; yena—como se; duhhe— ambos; eka-mürti— uma única forma.

T R A D U Ç Ã O — V e n d o o furo no nariz da Deidade, fixaram a pérola nele e, TRADUÇÃO—Quando Sri Caitanya Mahãprabhu estava sentado perante a Dei-
sentindo-se muito satisfeitos, promoveram um grande festival. dade de Gopãla, todos os devotos viram que Ele e a Deidade tinham a mesma
'onna.
VERSO 133 VERSO 136

cm c*r,<3 c i t t i c f s ifiicfus faf% i


< á m r n ^ r f o c - w t * , ' i m cm *mfo II>**H 5*w - r a i a s , s *t* °*«ta -•sifta ii II

sei haite gopãlera katakete sthiti duhhe—eka varna, duhhe—prakãnda-éarira


ei lãgi 'sãksi-gopãla' nãma haila khyãti duhhe—raktãmbara, dunhãra svabhãva—gambhlra
416 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy | As atividades de Sãksi-gopãla 417
****
a

duhhe—ambos; eka varria—umsó aspecto; duhhe—ambos; prakánda-sarira ! ei-mata mahã-rahge se rãtri vahciyã
Q T i
gigantescos; duhhe—ambos; rakta-ambara—roupas vermelhas; dunhãra—^ °^ prabhãte calilã mahgala-ãrati dekhihã
svabhãva—a natureza; gambhlra—grave. B... -Hessa maneira; mahã-rahge—com grande prazer; se—aquela; nífri—noite;
1 1
tr " ' s a n d o ; prabhãte—de manhã; calilã— partiu; mahgala-ãrati—a cerimônia
oaS

TRADUÇÃO—Ambos tinham o mesmo aspecto e ambos tinham os mesmos ^Zala-irati> dekhihã-vendo.


0 r p c s
gigantescos. Ambos usavam roupa acafroada e eram muito graves. de
CÃO— Assim, com grande prazer, o Senhor ári Caitanya Mahãprabhu
VERSO 137 *** q e l a noite no templo. Após assistir à cerimônia de mahgala-ãrati de
u a U

j j ^ j Ele prosseguiu Sua jornada.

5>t* e M c s " t . tfw-santfa 11 11 VERSO 140

mahã-tejo-maya duhhe kamala-nayana « a c s e w - t w cac* c**i » a " W i


dunhãra bhãvãveéa, duhhe—candra-vadana f i l t r a ' affatcç* « r t t - ^ f w n Í S - II
mahã-tejah-maya—brilhantemente refulgentes; duhhe— ambos; kamala-nayana-
de olhos de lótus; dunhãra—de ambos; bhãva aveia—absortos em ê x t a s e ; duhhe- bhuvaneévara-pathe yaiche kaila daraéana
ambos; candra-vadana—de rostos d e lua. vistãri' varniyãchena dãsa-vrndãvana
Diuvaneévara-pathe—a caminho de Bhuvaneávara; yaiche—enquanto; kaila—Ele
TRADUÇÃO-Os devotos vu-am que tanto o Senhor Caitanya Mahãprabhu quanto lazia; daraéana—visita; vistãri'—vividamente; varniyãchena—descreve; dãsa-

Gopãla eram bnlhantemente refulgentes e tinham olhos de lótus Ambos esta •.•mdãvana—Vrndãvana dãsa Thãkura.
vam absortos em êxtase e Seus rostos assemelhavam-se à lua cheia
TRADUÇÃO—[Em seu livro Caitanya-bhãgavata) Srila Vrndãvana dãsa Thãkura
VERSO 138 descreve mui vividamente os locais visitados pelo Senhor a caminho de
Bhuvaneávara.

KNIFICADO— Em seu livro Caitanya-bhãgavata, Antya-khanda, Srila Vrndãvana


irafiifà *rV «tci wi«i->icw n ->*>v i dãsa Thãkura descreve muito bem a jornada do Senhor a caminho de Kataka
duhhã dekhi' nityãnanda-prabhu mahã-rahge
(Cuttak). Nessa jornada, o Senhor visitou um local conhecido como Bãlihastã,
thãrãthãri kari' hãse bhakta-gana-sahge
ouBãlakãticati. Então, visitou a cidade de Bhuvaneávara, onde fica o templo do
duhhã dekhi'—vendo ambos; nityãnanda-prabhu—o Senhor Nityãnanda Prabhu; Senhor Siva. O templo de Bhuvaneávara fica a aproximadamente dez quilômetros
mahã-rahge—em grande júbilo; thãrãthãri—indicação; kari'—fazendo; hãse—tÜ de Bãlakãticati. O Skanda Purãna menciona o templo do Senhor Siva na narração
bhakta-gana-sahge—juntamente com os outros devotos. sobre o jardim e a única mangueira do Senhor. Um rei chamado Kãáirãja desejou
•utar contra o Senhor Krçna, em conseqüência do que refugiou-se no Senhor Siva
3
P ^ adquirir o poder de enfrentar o Senhor. Ficando satisfeito com sua adoração,
0
TRADUÇÃO-Ao ver a Deidade de Gopãla e Sri Caitanya Mahãprabhu daquela Senhor Siva ajudou-o a lutar contra Krsna. Um dos nomes do Senhor Siva é
ut
maneira, Nityãnanda começou a tecer comentários com os devotos, todos os quais °sa, indicando que ele se satisfaz mui facilmente quando alguém o adora,
U G S e a 0 r o s i t 0
sorriam. to d* ** ^ ' P P Ó ' e dá a seu devoto a bênção que este deseje. Portan-
1

e
^ u m modo geral, a s pessoas gostam muito d e adorar o Senhor Siva. Desse
e n n o r i v a
VERSO 139 Est H ° ^ ^ ajudou Kãáirãja; contudo, na luta contra o Senhor Krsna,
e r T o t o u e
'oi H " ° matou-o. Dessa maneira, a arma conhecida como Pãáupata-as.tra
s a t i v a
^
C 0 n s d a e Krsna ateou fogo à cidade de Kãáí. Mais tarde, o Senhor Siva
«retos efppni qpHffirfg G W ^ M P I i^s> n H e n t 2 0 u s e e s e u e r r o e m a u t a r
Krsn * " ^ ) ^ Kãáirãja, e pediu desculpas a o Senhor
a

• Ele recebeu, como bênção do Senhor Krsna, um local conhecido como


418 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya.,-^

Ekâmra-kànana. Mais tarde, os reis da dinastia Kesari estabeleceram lá sua


e, por muitos séculos, reinaram sobre o estado de Orissa.

VERSO 141

Wfàjgl *lff*l «r^faft-WFi Cm l


fasjfa»»»-*.^ «fJ[TO «ifãiT 11 , 8 , II

kamalapure ãsi bhãrginadt-snãna kaila


nityânanda-hâte prabhu danda dharila
kamala-pure—ao local conhecido como Kamalapura; osi—vindo; bhãrgi-nadt-JÊ
pequeno rio chamado Bhárginadi; snãna kaila—tomou banho; nituãnanda-hta^i
nas mãos do Senhor Nityãnanda Prabhu; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Maha-
rabhu; danda—o bastão de sannyãsa; dharila—deixou.

TRADUÇÃO—Chegando a Kamalapura, á r i Caitanya Mahãprabhu tomou Seu


banho no rio Bhárginadi, deixando Seu bastão de sannyãsa nas mãos do Senhor
Nityãnanda.

SIGNIFICADO—No Caitanya-bhãgavata (Anlya-khanda, Capítulo Dois), diz-se que,


chegando a Sri Bhuvaneávara, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu visitou o templo
do Senhor Siva conhecido como Gupta-kãsi (a Vãrãnasi oculta). O Senhorâhfll
transformou aquele local em lugar de peregrinação, trazendo água de todos os
lugares sagrados e criando o lago conhecido como Bindu-sarovara. Sri Caitarfya
Mahãprabhu tomou banho neste lago, sentindo um grande respeito pelo Senhor
Siva. Do ponto de vista espiritual, o banho neste lago ainda hoje é popular. Mesmo
do ponto de vista material, quem toma banho lá fica muito saudável. Na verda-,
de, tomando banho neste lago e bebendo a sua água, podemos curar qualquer
doença do estômago. O banho regular certamente cura a indigestão. O rio B h M
ou Bhárginadi é conhecido hoje em dia como Danda-bhãrigã-nadi. Fica a dez qui-
lômetros ao norte de Jagannãtha Puri. Dá-se a seguir a razão para a mudanÇ"
dos nomes.

VERSOS 142—143

utM fà«Jt*W-2fÇ Cm «r^-«OT II II


«ro afà' «r«j f l n «w-ani I

kapoteévara dekhite gelã bhakta-gana sahge Sua Divina Graça


ethã nityãnanda-prabhu kaila danda-bhahge A. C. BHAKTIVEDANTA SWAMI PRABHUPÃDA
FHmffldor-Acãrya da
Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna
d 0
Por sete dias contínuos, Sri Caitanya Mahãprabhu ouviu a filosofia V dânta «J» ^ f" , °r Senhor jagannãtha, Sri Caitanya Mahãprabhu também pediu Sua permissão
•^bhauma Bhattãcãrya. Contudo, Ele não fez nenhum comentário. (P& *f WT' Vara o sul da índia. Então, o sacerdote, imediatamente, deu prasãda < ?i
t** « Senhor Caitanya. (Pág. 591)
As atividades de Sãksi-gopãla 419
1 4 4
Vir*
tina khanda kari' danda dila bhãsãhã
bhakta-sahge ãilã prabhu maheéa dekhihã
irtttesvara—o templo
de Siva chamado Kapoteávara; dekhite—visitar; gelã—íoi;
3
W ^ sahge—com os devotos; ethã— ali; nityãnanda-prabhu—o Senhor
^ ' - a n d a Prabhu; kaila—fez; danda—do bastão de sannyãsa; bhahge—quebrando;
^khanda—três partes; kari'—fazendo; danda—o bastão; dila—atirou-o em;
jj"! «levado embora pelas ondas; bhakta-sahge—com os devotos; ãilã— retomou;
fA

tu —o Senhor Caitanya Mahãprabhu; maheéa dekhihã—tendo visto o templo

JJ senhor Siva.

—^üCÁO--Quando o Senhor Caitanya Mahãprabhu visitou o templo do Senhor


éjva conhecido como Kapoteávara, Nityãnanda Prabhu, que mantinha sob custó-
dia Seu bastão de sannyãsa, quebrou-o em três partes e atirou-o no rio
Bhárginadi. Mais tarde, este rio ficou conhecido como Danda-bhãrigà-nadl.

SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura explica o mistério da


(bastão) de Sri Caitanya Mahãprabhu. Sri Caitanya Mahãprabhu
smrnyãsa-danda
aceitou a ordem de sannyãsa de um sannyãsi Mãyãvãdi. O s sannyãsis Mãyãvãdis
geralmente usam um bastão, ou danda. Aproveitando-se da ausência de Sri
Caitanya Mahãprabhu, Srila Nityãnanda Prabhu quebrou o bastão em três pedaços
e atirou-o no rio, agora conhecido como Danda-bhãrigã-nadí. A ordem de sannyãsa
divide-se em quatro categorias — kuticaka, bahüdaka, hamsa e paramahamsa. Só usa
um bastão o sannyãsi que permanece nas categorias de kuticaka e bahüdaka. No
entanto, quando alguém se eleva ao status de hamsa ou paramahamsa, após viajar
e pregar o culto de bhakti, deve abandonar o bastão de sannyãsa.
Sri Caitanya Mahãprabhu é Sri Krsna, a Suprema Personalidade de Deus. Por
isso se diz que éri-krsna-caitanya, rãdhã-krsna nahe anya: " D u a s personalidades —
Srimati Rãdhãrãni e Sri Krsna — combinam-Se na encarnação de Sri Caitanya
Mahãprabhu." Portanto, considerando que Sri Caitanya Mahãprabhu era uma
Pessoa extraordinária, o Senhor Nityãnanda Prabhu não esperou pela fase de
Paramaharhsa. Ele concluiu que a Suprema Personalidade de Deus está necessaria-
mente na fase de paramahamsa; portanto, Ele não precisa usar a sannyãsa-danda.
a a
^ razão pela qual Sri Nityãnanda Prabhu quebrou o bastão em três pedaços
e atirou-o na água.

VERSO 144

«M8tc«t? c*S»f c * f V «ttfàè tem i


ff^* =Pf? G«tCT *Tfk<5 PTtPWTl II 2>88 í.

O Senhor Krsna é o reservatório de todo o prazer. «• Siimati Rãdhãrãni é a r jagannãthera deula dekhi' avista hailã

do amor extático por Deus. Sendo assim, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu re»** 5 1 dandavat kari preme nãcite lãgilã

verdadára forma a Rãmãnanda Rãya. (Pág. 797)


420 Sri Caitanya-caritãmrta .. As atividades de Sãksi-gopãla 421
M a d
"ya-in ,. a
Ver* 148

jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; deula—o templo; dekhi'— ve


gri Caitanya Mahãprabhu ria, chorava, dançava, ressoava e vibra-
extático; hailã— ficou; dandavat kari—prestando reverências; preme—no*! oU
f ^ ^ x t á t i c o s . Embora o templo estivesse a apenas dez quilômetros de dis-
amor a Deus; nãcite—a dançar; lãgilã—começou. ase 0 ext
<j e
1*10,15
a Ele, a distância parecia milhares d e quilômetros.
1

TRADUÇÃO—Após ver o templo de Jagannãtha de um local distante S - r p __Quando entrava em êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu considera-
0
Mahãprabhu imediatamente ficou em êxtase. Após prestar reverências" '"y* m momento durava tanto quanto doze anos. Após ver o templo de
u
30 , e m
começou a dançar no êxtase de amor a Deus. P'o, «i ^ , u e
distância, o Senhor ficou em tal êxtase que considerou o caminho
m a a

''^""quilômetros como se medisse muitos milhares de quilômetros de distância.


SIGNIFICADO—A palavra deula refere-se ao templo onde permanece a S
1 13
Personalidade de Deus. O atual templo de Jagannãtha Puri foi construído *" VERSO 147
rei Ananga-bhlma. Historiadores dizem que este templo deve ter sido co°
do há pelo menos dois mil anos. Durante a época de Sri Caitanya Mahãprahh 5f»ic« çf*rc« etc «rânt '«titaatnr i
não haviam sido construídos os pequenos prédios ao redor do templo ori ' 'J' « 1 ^ 1 «rffã' «TÇ ftsf a t * 3)*Ptf»W1 11 W H
Tampouco existia a elevada plataforma defronte do templo na época d e | -
Caitanya Mahãprabhu. calite calite prabhu ãilã 'ãfhãranãlã'
tãhãh ãsi' prabhu kichu bãhya prakãéila
VERSO 145 aúite calite—caminhando dessa maneira; prabhu—o Senhor; ãilã—chegou;
ffrSranãlã—a um local conhecido como Ãfhãranãlã; tãhãh—lá; ãsi'—vindo; prabhu—
w i i «rffaè çápi, t c a *iTC5 t t a i
o Senhor; kichu—alguma; bãhya—consciência externa; prakãéila— manifestou.
c-Satcac-t « f - T O r a m f c f a r a n >8<t i
TRADUÇÃO—Caminhando sem parar, o Senhor chegou, enfim, ao local conhe-
bhakta-gana avista hahã, sabe nãce gãya
cido como Ãjhãranãlã. Ao chegar lá, manifestou Sua consciência externa, falan-
premãveée prabhu-sahge rãja-mãrge yãya
do com Sri Nityãnanda Prabhu.
devotos;
bhakta-gana—os avista—em êxtase; hahã—ficando; sabe—todos; nãce—
dançam; gãya—cantam; prema-ãveée—absortos em amor a Deus; prabhu-sahge-
com o Senhor Caitanya; rãja-mãrge—no caminho; yãya— indo.
SIGNIFICADO—Na entrada de Jagannãtha Puri, há uma ponte chamada
Athâranãlã, a qual tem dezoito arcos. Ãthãra significa dezoito.

TRADUÇÃO—Todos os devotos ficaram em êxtase na companhia do Senhor VERSO 148


Caitanya, e, assim absortos em amor a Deus, dançavam e cantavam enquanto
4
prosseguiam ao longo da estrada principal. fositar, * a*W «rfy—<m cata «rtl i
f w s j t a * ac*v caar fea ati i >8tr *

VERSO 146 nityãnande kahe prabhu,—deha mora danda


nityãnanda bale,—danda haila tina khanda
arca, anca, «tcs 4$ m i a asfa i ntyinande-ao Senhor Nityãnanda; kahe—pede; prabhu—o Senhor Caitanya;
fosrçappa *ta "im - a ? a catwa h 11 ^ — d á ; mora—Meu; danda—bastão de sannyãsa; nityãnanda bale—Sri Nityãnanda
^Püca; danda—Teu bastão d e sannyãsa; haila—ficou; tina khanda—partido em três
hãse, kãnde, nãce prabhu huhkãra garjana Pedaços.
tina-kroéa patha haila—sahasra yojana .
hãse—ri;kãnde—chora; nãce— dança; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabh ^^UçAo—Tendo recobrado assim Sua consciência externa, o Senhor Caitanya
huhkãra—vibrações extáticas; garjana—ressonâncias; tina-kroéa—dez quilômetro D*su ' P a b h u
pediu ao Senhor Nityãnanda Prabhu: " P o r favor, devolve Meu
patha—o caminho; haila—tornou-se; sahasra yojana—milhares de quilômetros. a
° " Nityãnanda Prabhu, então, replicou: "Ele quebrou-se em três pedaços."
422 Sri Caitanya-caritãmrta Madh
As atividades de Sãksi-gopãla 423
ya-ui , â Ver* 1 5 3

VERSO 149 VERSO 152

c«i*iicac»t irsffri «fa, cênica i f â ^ i « f ã ' fag i ç t s f ç s:a «^tf^tíTl 1


c«w-iç cm (f^-««tC3 *tf?9«iss II fe»ie, caffta asfà' fag afàcs mVm\ 11 I

premãveée padilã tumi, tomãre dharinu suni' kichu mahãprabhu duhkha prakãéila
tomã-saha sei danda-upare paàinu isat krodha kari' kichu kahite lãgilã
prema-ãveée—em condição extática; padilã— caíste; tumi—Tu; tomãre— ^ _ o u v i n d o isto; kichu—alguma; mahãprabhu—o Senhor Caitanya
dharinu—segarei; tomã-saha—contigo; sei—isto; danda-upare—sobre aquele bast"' hâprabhu; duhkha—tristeza; prakãéila— expressou; Isat—um pouco; krodha—ira;
paàinu—caí. kJjf—mostrando; kichu—algo; kahite—a falar; lãgilã— começou.

TRADUÇÃO—Nityãnanda Prabhu disse: " A o caíres em êxtase, Eu Te segurei nus TRADUÇÃO—Após ouvir a história sobre como Sua danda fora quebrada, o
Senhor expressou certa tristeza e, demonstrando um pouco de ira, começou a
nós dois caímos juntos sobre o b a s t ã o . " filar o seguinte.

VERSO 150 SIGNIFICADO—Sri Nityãnanda Prabhu achava inútil a aceitação de sannyãsa por
parte do Senhor Caitanya Mahãprabhu. Portanto, resolveu livrar o Senhor do
s n N s t t a « c a « r » «tfj» c m i aborrecimento de carregar o bastão, Sri Caitanya Mahãprabhu expressou ira, pois
desejava ensinar a todos os demais sannyãsis que estes não deveriam abandonar
cm #t*i ife?r. f%g «1 mfswr n ii» n obastão antes de alcançar a plataforma de paramahamsa. Vendo que os princípios
dui-janãra bhare danda khanda khanda haila regulativos poderiam ser menosprezados devido a tal ação, Caitanya Mahãprabhu
sei khanda kãhhã padila, kichu nã jãnila desejava carregar o bastão pessoalmente. No entanto, Nityãnanda Prabhu o
dui-janãra—àe Nós dois; bhare—pelo peso; danda—o bastão; khanda khanàa- quebrou. Por esta razão, Caitanya Mahãprabhu demonstrou um pouco de ira.
quebrado em pedaços; haila—ficou; sei—tais; khanda—pedaços; kãhhã padila—onde 0 Bhagavad-gitã diz que yad yad ãcarati éresthas tat tad evetaro janah: tudo o que
caíram; kichu—nada; nã jãnila—não é sabido. uma pessoa importante faz, os outros imitam. Sri Caitanya Mahãprabhu desejava
seguir os princípios védicos estritamente a fim de salvar os neófitos inexperien-
tes, que tentam imitar os paramahamsas.
t r a d u ç ã o — " A s s i m , o bastão quebrou-se devido ao nosso peso. Não posso dizer
onde foram parar os p e d a ç o s . "
VERSO 153
VERSO 151 ,
*h?i[scêí «ífà' c i l a í c a fç« cm\ i
1
cata «ftatci c^tira 5**1i ?» i í c a w a w ím, "si?! *\aíFasif n i « « n
ca § f F 3 ça, cita a»t «ta «r^» n ><?J II
nilãcale ãni' mora sabe hita kailã
mora aparãdhe tomara danda ha-ila khanda sabe danda-dhana chila, tãhã nã rãkhila
a

ye ucita haya, mora kara tara danda ^ kj" cale—a Jagannãtha Purí; ãni'—trazendo; mora—Meu; sabe—todos vós; hifa—
v
lc

mora—Minha; aparãdhe—pela ofensa; tomara—Teu; danda—bastão de ^ ^ - s a n ^ ' o ; kailã— fizestes; sabe—apenas; danda-dhana—único bastão; chila—havia;
i

ha-ila—ficou; khanda—quebrado; ye—tudo o que; ucita—adequado; ay -isto também; nã— não; rãkhila— guardastes.
mora—a Mim; kara—faze; tara—por isto; danda—castigo.
n
t^* uçÀo—Caitanya Mahãprabhu disse: " T o d o s vós Me favorecestes ao Me
f 3 â c a

TRADUÇÃO—"Com certeza, foi devido à Minha ofensa que Teu bastão q o e D f 0 Q bi , ^ l a . Entretanto, Minha única posse era aquele bastão, e vós não
^dastes."
se. Agora podes castigar-Me por isto como achares adequado.
424 S i i Caitanya-caritãmrta Madh As atividades de Sãksi-gopãla 425

VERSO 154 VERSO 157


«fa-ia mt&t ar? ihfii cafãci i l*cai case» w«j « t c » , c i c ç i c ^ c » « r « t a i
r^i *<tfa «irct 11$, sn ara j r f a c « « n
« t w M u l captea e s t a i $**lcas cwiara ii Sm ii
tumi-saba ãge yãha iévara dekhite ihho kene danda bhãhge, tenho kene bhãhgãya
kibã ãmi ãge yãi, nã yãba sahite bhãhgãhã krodhe tenho ihhãke dosãya
tumi-saba—todos vós; ãge—a frente; yãha—ide; isWa dekhite—ver Jae a íã^o—Nityãnanda; kene—por que; danda—o bastão; bhãhge—quebra; ferino—Sri
fâtf—ou; ami—Eu; age—à frente; yâ"i—vou; na—não; yãba—irei; sahite—convosc m
Mahãprabhu; kene—por que; bhãhgãya—permite quebrá-lo; bhãhgãhã—
va

~*! pennitir quebrá-lo; krodhe— irado; tenho— Sri Caitanya Mahãprabhu; ihhãke—o
T R A D U Ç Ã O — " D e tal maneira, todos vós deveis ir ver o Senhor Jagannãtha penhor Nityãnanda; dosdya-acusa.
ou depois de Mim. Não irei convosco."
TRADUÇÃO—Os devotos não podiam entender por que Nityãnanda Prabhu que-
VERSO 155 t^ara o bastão, por que ári Caitanya Mahãprabhu permitira-Lhe fazer isto, nem
por que, após permitir-Lhe, Caitanya Mahãprabhu ficara irado.
«f-g Srf, «fa ar* «irct i
«rrfa-ia ires ar?, «i ara cs rara ac* ii i<?c n VERSO 158

mukunda datta kahe,—prabhu, tumi yãha ãge «f®«*-^tPil <áfè - *taa ^^ta i
ãmi-saba pãche yãba, nã yãba tomara sahge
caa aj,ar, ? l i a *fea ata « f a fta 11 vtb-11
mukunda datta kahe—um devoto chamado Mukunda Datta disse; prabhu—meu
Senhor; fumi—Tu; yãha—vai; ãge—na frente; ãmi-saba—todos nós; pãche—atrás; danda-bhahga-lM ei—parama gambhlra
yãba—iremos; na—não; yãba—iremos; tomara sarige—contigo. sei bujhe, dunhãra pade yãhra bhakti dhlra
danda-bhahga-lllã—o passatempo em que Nityãnanda quebra o bastão; ei—este;
T R A D U Ç Ã O — M u k u n d a Datta disse a Sri Caitanya Mahãprabhu: "Meu Senhor, parama— muito; gambhlra—grave; sei' bujhe—alguém pode compreender; duhMra—de
deves ir na frente e permitir que todos os outros vão depois. Não iremos contigo." ambos; pode—nos pés de lótus; yãhra—cujo; bhakti—serviço devocional; dhlra—fixo.

VERSO 156 TRADUÇÃO—O passatempo em que Nityãnanda quebra o bastão é muito pro-
fundo. Só pode compreendê-lo aquele cuja devoção está fixa nos pés de lótus
dos dois Senhores.
afaic« «1 trea c^s g$ « s a l i e u n
SIGNIFICADO—Quem compreende Sri Caitanya Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu
efa Aon" prabhu ãge calilã élghra-gati «verdade pode compreender a identidade dEles, bem como a quebra do bastão,
bujhite nã pare keha dui prabhura mati odos os ãcãryas anteriores, motivados a dedicarem-se plenamente ao serviço do
eta éuni'—ouvindo isto; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ãge-à ffen- h o r
' abandonaram o apego à vida material e, assim, aceitaram o bastão, que
n l
te dos outros devotos; calilã—começou a ir; élghra-gati—mui rapidamente; buj ' ^~ 1'gnifica ocupação integral da mente, das palavras e do corpo no serviço ao Senhor.
de entender; nã— não; pare— capaz; Arena—ninguém, dui—dois; prabhura—dos 11 C a i t
a n y a Mahãprabhu aceitou os princípios regulativos da ordem de vida re-
nhores; mati—intenções. n c a d a ls
' - t o ficou bem ciaro. No entanto, na fase de paramahamsa, não há ne-
e de
ta Va aceitar a danda (bastão), e com certeza Sri Caitanya Mahãprabhu es-
ir,xs
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , á r i Caitanya Mahãprabhu começou a caminhar com . na fase de paramahamsa. Não obstante, para indicar que todos devem tomar
rapidez à frente de todos os outros devotos. Ninguém podia entender o v e r ^ ysa ao final da vida, a fim de dedicar-se plenamente ao serviço do Senhor,
deiro propósito de ambos os Senhores, Caitanya Mahãprabhu e Nirvana ^ Varamaharhsas como Sri Caitanya Mahãprabhu e Seus devotos íntimos seguem
Prabhu. Princípios regulativos impecavelmente. Na verdade, esta foi a Sua
426 Sri CaiUnya-carítãmrta , As atividades de Sãksi-gopãla 427
Madhy -l, a u 5 161

intenção. Nityãnanda Prabhu, que era Seu servo eterno, acreditava q ç Ue


in—Aquele que ouvir esta narração do Senhor Gopãla, com fé e amor,
Mahãprabhu não precisava carregar o bastão, e, para declarar ao mundo T»* 0
á dentro em breve os pés de lótus do Senhor Gopãla.
Caitanya Mahãprabhu estava acima de todas as regulações, Ele quebrou tyh* ^
em três pedaços. Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura explica, assim *° AS>
VERSO 161
0 38
satempo conhecido como danda-bhahga-lilã. ' P -
INi-a^ta-ic» ara «ii«t i
VERSO 159 csrasjçfãsiçs a*r,5 çawri 11 11
awrjcBa-c-wrr.sia ifçart i» i éri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa
fãrejíB"» 1 ^ 1 ara, catssi Sifosg n J C S n caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
brahmanya-deva-gopãlera mahimã ei dhanyã Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi;
{rt-rüpa—S ~d r a

nityãnanda—vaktã yãra, érotã—éri-caitanya aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro
tuàe—
brahmanya-deva—a Suprema Personalidade de Deus, que é misericordiosa para gamado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; fcrsna-dflsa—Srila Krsnadãsa Kavirãja
com os brãhmanas; gopãlera—de Gopãla; mahimã— glórias; ri—estas; dhanyã—gloriosas- Gosvãmi.
nityãnanda—o Senhor Nityãnanda Prabhu; vaktã—o orador; yãm—da narração; érotã-ó
ouvinte; é r i - c a i t a n y a — S r i Caitanya Mahãprabhu. TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
TRADUÇÃO—São imensas as glórias do Senhor Gopãla, que é misericordioso para guindo seus passos.
com os brãhmanas. Nityãnanda Prabhu fez a narração de Sãksi-gopãla e ári Caitanya
Mahãprabhu a ouviu.
Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
SIGNIFICADO—Na história de Sãksi-gopãla, há quatro aspectos instrutivos a serem Madhya-lilã, Quinto Capítulo, descrevendo as atividades de Sãksi-gopãla.
considerados. Primeiro: a Deidade (arcã-vigraha) de Sri Gopãla é eternamente sac-
cid-ãnanda-vigraha, a forma transcendental do Senhor. Segundo: a Deidade ultra-
passa os princípios regulativos materiais e amplia a realidade dos princípios trans-
cendentais. Terceiro: alguém pode elevar-se à posição transcendental após tomar-se
um brãhmana, mas, como brãhmana, deve seguir mui estritamente os princípios
regulativos. Finalmente: brahmanya-deva indica o próprio Senhor Sri Krsna, que
é adorado assim: namo brahmanya-devãya go-brãhmana-hitãya cal jagad-dhitãya kr$naya
govindãya namo namah. Isto quer dizer que um devoto abrigado sob a proteção
de Krsna está naturalmente situado como brãhmana, e semelhante brãhmana nao
se ilude. Quanto a isto, não há dúvida.

VERSO 160

«r.» cm srs i
5^1
«ifèc? faííWI «Tta CSltliq-sai II II
érüddhã-yukta hanã ihã éune yei jana
acire milaye tare gopãla-carana v g . y ^ ,
éraddhã-yukta—com fé e
amor; hahã— sendo; ihã— esta narração; ^ une
~~° Ü
mL ^ose

que; jana—pessoa; acire—dentro em breve; milaye—obtém; tare—ela; gopãui


pés de lótus do Senhor Gopãla.
CAPÍTULO SEIS

A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya

u Antrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thãkura faz o seguinte estu-


s e
Em
úmido do Sexto Capítulo: Ao entrar no templo de Jagannãtha, Sri Caitanya
h" prabhu desmaiou imediatamente. Então, Sãrvabhauma Bhattãcãrya levou-
ara sua casa. Neste ínterim, Gopinãtha Acãrya, o cunhado de Sãrvabhauma
Mi ttácãrya, encontrou-se com Mukunda Datta e conversou com ele sobre a acei-
ã o de sannyãsa por parte de Caitanya Mahãprabhu e sobre Sua viagem a
w

i eannãtha Puri. Após ficar sabendo que Sri Caitanya Mahãprabhu desmaiara
éfora carregado para a casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, o povo aglomerou-se
li para ver o Senhor. Enquanto isso, Srila Nityãnanda Prabhu e os outros devo-
tos visitavam o templo de Jagannãtha. Quando eles voltaram à casa de
Sãrvabhauma Bhattãcãrya, Sri Caitanya Mahãprabhu recobrou Sua consciência
externa. Sãrvabhauma Bhattãcãrya acolheu a todos e distribuiu mahã-prasãda com
muito carinho. Sãrvabhauma Bhattãcãrya foi então apresentado a Sri Caitanya
Mahãprabhu e arrumou acomodações para Ele na casa de sua tia. Gopinãtha
Acárya, seu cunhado, reconhecia o Senhor Caitanya Mahãprabhu como o próprio
Krsna, porém, Sãrvabhauma e seus muitos discípulos não podiafn aceitar tal fato.
Contudo, Gopinãtha Acárya convenceu Sãrvabhauma de que ninguém pode en-
tender a Suprema Personalidade de Deus sem que Ele o favoreça. Provou atra-
vés dos sãstras, citando as escrituras reveladas, que Sri Caitanya Mahãprabhu é
o próprio Krsna, em pessoa. Ainda assim, Sãrvabhauma não levou muito a sério
estas afirmações. Ao ouvir todos aqueles argumentos, Caitanya Mahãprabhu disse
a Seus devotos que Sãrvabhauma era Seu mestre espiritual e que tudo o que ele
dizia por afeição era para o benefício de todos.
Ao encontrar-se com Sri Caitanya Mahãprabhu, Sãrvabhauma pediu-Lhe que
o ouvisse explanar a filosofia Vedãnta. Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou esta pro-
posta, ouvindo por sete dias consecutivos a explicação de Sãrvabhauma Bhattã-
j*ya sobre o Vedãnta-sütra. Entretanto, o Senhor manteve-Se calado. Devido ao.
silêncio, o Bhattãcãrya perguntou-Lhe se estava compreendendo a filosofia
ânta
, * ~ ' ao que o Senhor replicou: "Cavalheiro, embora Eu possa entender muito
7* a filosofia Vedãnta, não posso entender tuas explicações." Então, houve um
j ^ a t e entre o Bhattãcãrya e Sri Caitanya Mahãprabhu a respeito da autoridade
e S C r i t u r a s
Bh . védicas, especificamente dos Upanisads e do Vedãnta-sütra. O
ac
a y " ã r y a era um impersonalista, mas Sri Caitanya Mahãprabhu provou que
^ J u a d e Absoluta é a Suprema Personalidade de Deus. Mostrou serem incor-
°s conceitos dos filósofos Mãyãvãdis a respeito da Verdade Absoluta im-
^ • A Verdade Absoluta não é impessoal nem destituída de poder. O maior
^e os filósofos Mãyãvãdis cometem é conceber a Verdade Absoluta como

429
430 Sri Caitanya-caritãmrta M.JI. A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 431
4
Ver»»

impessoal e sem energia. Em todos os Vedas são aceitas as energias ilim" sarva-bhümã—o Senhor de tudo; bhakti-bhümãnam—em grande per-
âca

Verdade Absoluta. Aceita-se, também, que a Verdade Absoluta t e m ' ^ ' ' ' * 3 144 1 Bhatl ^ V devoção; ãcarat—converteu,
transcendental, bem-aventurada e eterna. Segundo os Vedas, tanto ^ f o r n > í ^ali^
quanto a entidade viva são iguais em qualidade, porém, quantitativ _ ofereço m i n h a s respeitosas reverências ao Senhor Gauracandra, a
0
d U a
10 0
Senho, T » A ^ personalidade de Deus, que converteu em grande devoto o empeder-
r e
diferentes. A verdadeira filosofia da Verdade Absoluta afirma que o Senh"'*' ^ SuP ^ h a Bhattãcãrya, reservatório de toda a má lógica.
v a b a u m

criação são inconcebível e simultaneamente iguais e diferentes. Conclus-* ^


a
verdade, os filósofos Mãyãvãdis são ateístas. Sãrvabhauma e Caitanv M ° VERSO 2
á
prabhu discutiram muito sobre este assunto, porém, a despeito de todos
esforços, o Bhattãcãrya foi afinal derrotado. ars m citava ara f « « J t * w i
A pedido de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, Sri Caitanya Mahãprabhu ex li B r ç r r c v s ç e s ara c ^ Í T i r e ^ ^ it * 11
C U
então, o verso ãtmãrãma do Srimad-Bhãgavatam de dezoito maneiras difer °
Quando o Bhattãcãrya ficou convencido, Sri Caitanya Mahãprabhu revelou |h' jaya jaya gauracandra jaya nityãnanda
Sua verdadeira identidade. Então, o Bhattãcãrya recitou cem versos em lo * jayãdvaitacandra jaya gaura-bhakta-vrnda
ao Senhor Caitanya Mahãprabhu e prestou-Lhe suas reverências. Depois disto' jtva jaya gaura-candra—todas as glórias ao Senhor Gaurahari; jaya nityãnanda—
Gopinãtha Acárya e todos os demais, tendo visto as potências maravilhosas do iodas as glórias a Nityãnanda Prabhu; jaya advaita-candra—todas as glórias a
Senhor Caitanya Mahãprabhu, encheram-se de júbilo. Advaita Acãrya; jaya gaura-bhakta-vrnda—todas as glórias aos devotos do Senhor
Certa manhã, após este incidente, Sri Caitanya Mahãprabhu recebeu um pouco Sri Caitanya Mahãprabhu.
de prasãda de Jagannãtha e ofereceu-a a Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Sem ligar para
formalidades, imediatamente o Bhattãcãrya partilhou da mahã-prasãda. Num outro
TRADUÇÃO—Todas as glórias ao Senhor Caitanya Mahãprabhu! Todas as gló-
dia, quando o Bhattãcãrya perguntou a Sri Caitanya Mahãprabhu qual era a melhor
rias ao Senhor Nityãnanda Prabhu! Todas as glórias a Advaita Acãrya! E todas
maneira de adorar e meditar, o Senhor aconselhou-o a cantar o mahã-mantra Hare
as glórias aos devotos do Senhor Caitanya!
Krsna. Mais tarde, o Bhattãcãrya quis mudar a leitura do verso faf fe 'nukampím,
pois não gostava da palavra mukti-pada. Ele a quis substituir pela palavra bhakti-
pada. Sri Caitanya Mahãprabhu aconselhou Sãrvabhauma a não mudar a leitura VERSO 3
do Srimad-Bhãgavatam, pois mukti-pada indicava os pés de lótus da Suprema Per-
sonalidade de Deus, o Senhor Krsna. Visto que se tornara um devoto puro, o
«rtcac-i çf»i»n ^ w M s r f « i - i f » * K ? i
Bhaffãcãrya disse: "Porque o significado é obscuro, ainda prefiro bhakti-pada." •ítwW d P V í f c f l « i f a c * II * II
Com isto, Sri Caitanya Mahãprabhu e os outros habitantes de Jagannãtha Puri
ficaram muito satisfeitos. Assim, Sãrvabhauma Bhattãcãrya tornou-se um Vaisnava d»ese calilã prabhu jagannatha-mandire
puro, e os outros acadêmicos eruditos de lá o seguiram. jagannãtha dekhi' preme ha-ilã asthire
toeée—em êxtase; calilã— foi; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
VERSO 1 fliannãtha-mandire— ao templo de Jagannãtha; jagannãtha-dekhi'—vendo a Deida-
de de Jagannãtha; preme—em êxtase; ha-ilã—ficou; asthire—inquieto.

itaceW ia%Tl »fvf*il*i*ilni* 11 i 11 TRADUÇAO—Em êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu foi de Ãfhãranãlã para o tem-
d
P|° e Jagannãtha. Após ver o Senhor Jagannãtha, Ele ficou muito inquieto de-
naumi tam gaura-candram yah ^do ao amor a D e u s .
kutarka-karkaéãéayam
sãrvabhaumam sarva-bhümã VERSO 4
bhakti-bhümãnam ãcarat
0
naumi—ofereço minhas respeitosas reverências; tam—a Ele; gaura-candram- ,
11
é conhecido como Senhor Gauracandra; yah-que; ku-tarka-pox maus arg*" *
tos; karkaéa-ãéayam—cu)o coração era duro; sflrraWiaumflm-Sãrvabhau ipàrt* iffTi C*ICT «rtfafe * < * P 1 1 » l
432 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 433

jagannãtha ãlingite calila dhana bahu-ksane caitanya nahe, bhogera kãla haila
mandire padila preme avista hahá sãrvabhauma mane tabe upãya cintilã
jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; ãlingite—abraçar; calila—foi- dhâ~ ucne—por longo tempo; caitanya—consciência; nahe—não havia; bhogera—de
pidamente; mandire-no templo; padilã-caiu; preme-em êxtase- avista mu
~" ' r . a
^ayãiiàa; kãla—a hora; fiaiia—ficou; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattã-
«ami—ficando. ' • ^batado s t í " " —na mente; tabe— nessa altura; upãya—remédio; cintilã—pensou.

TRADUÇÃO—O Senhor ári Caitanya Mahãprabhu foi rapidamente ab E—jn—ári Caitanya Mahãprabhu permaneceu inconsciente por longo
i u P V

Senhor Jagannãtha, mas, ao entrar no templo, estava tão arrebatado de ' I


Neste ínterim, chegou a hora de oferecer prasãda ao Senhor Jagannãtha,
por Deus que desmaiou e caiu ao chão. **5fciKácãrya tentou pensar n u m remédio.

VERSO 5 VERSO 8

cwca i t a ç e i a «T*tc^ a*ca i f » r » <tr?çi-atai «fçi rswi a * t o » i i


•ff?çi i t f ã c « csTc*i c o t fsrara»i 11 <t n a ca «wttV • r f ã a t r c a a r f O T fftiffaH 11»- n

daive sãrvabhauma tãnhãke kare daraéana éisya padichã-dvãrã prabhu nila vahãhã
padichã mârite tenho kaila nivãrana ghare ãni' pavitra sthãne rãkhila éoyãhã
daive—por acaso; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; tahhãke—a Ele; kart- £5^—discípulos; padichã—e guardas; dwíní— por meio de; prabhu—Senhor Sri
faz; daraéana—vendo; padichã—o guarda do templo; mãrite— de bater; tenho—de, Caitanya Mahãprabhu; nila—trouxe; vahãhã—carregando; ghare—em casa; ãni'—
kaila—fez; nivãrana—proibição. trazendo; pavitra—purificado; sthãne—num local; rãkhila—manteve; éoyãhã—

TRADUÇÃO—Quando ári Caitanya Mahãprabhu caiu, coincidiu de Sãrvabhaunu


Bhattãcãrya O ver. Ao perceber o guarda ameaçando bater no Senhor, nUDUÇÃO— Enquanto o Senhor Caitanya Mahãprabhu estava inconsciente,
Sãrvabhauma Bhattãcãrya imediatamente proibiu-o de fazê-lo. Sãrvabhauma Bhattãcãrya, com o auxílio d o s guardas e de alguns discípulos
carregou-O para sua casa e deitou-O n u m aposento muito santificado.
VERSO 6
aCNincADO—Naquela época, Sãrvabhauma Bhattãcãrya morava na ala sul do
stça c * i W í « i r a c r ? fãasra i •emplo de Jagannãtha. Sua casa ficava praticamente na praia e era conhecida como
c w f t ' T r ó ^ t a coti f à f a s « r f ni ii ii Markandeya-sarastata. Hoje em dia, ela é usada como o monastério de Gahgá-
prabhura saundarya ãra premera vikãra mata.
dekhi' sãrvabhauma hailã vismita apara VERSO 9
prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; saundarya—a beleza; ãra—e; pre-
mera vikãra—transformações extáticas; dekhi'—vendo; sãrvabhauma—Sãrvabhauma *f»l-<SMr»l Jrff*. «Wa-T*** I
Bhattãcãrya; hailã— ficou; vismita—surpreso; apara—muito. cwfàal t ê f à « cot « § n > r c a a m » i
évãsa-praévãsa nãhi udara-spandana
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya ficou muito surpreso de ver a beleza dekhiyã cintita haila bhattâcãryera mana
pessoal do Senhor Caitanya Mahãprabhu, bem como as transformações trans- **^P^wiSfl—respiração; nãhi—não havia; udara—do abdômen; spandana—
cendentais produzidas em Seu corpo devido ao amor a Deus. ^ O í e n t o ; dekhiyã— vendo; cintita—cheia de ansiedade; haila—ficou; bhattã-
de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; mana—a mente.
VERSO 7
c r

a«WC«1 «C5, CBÍCtfl « í l COT I V(r^ * > — E x a m i n a n d o o corpo de ári Caitanya Mahãprabhu, Sãrvabhauma
« s » , ^ flue Seu abdômen não se mexia e que Ele não respirava. Ao ver Sua
a t a c e r * i c » « c a S i t a fçfa*i ii i n °» o Bhattãcãrya ficou muito preocupado.
434 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 435
Ma
<Jhy .
a

VERSO 10 no—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura explica o termo südàipta-


i C
' * g u i n t e maneira: " O Bhakti-rasãmrta-sindhu menciona oito espécies
íjw) «eri «rf fã' •mi-^cacs afãst i lW
se

^ f t f a ç õ e s transcendentais nos corpos de devotos avançados. Às vezes,


orrn

OTca 'çeri c*fã' caa" COT II « || S


* a i t i S
as reprime- havendo duas fases de tal repressão, tecnicamente conheci-
,c
O devo , ãyitã e jvalitã. A fase dhümãyilã (fumegante) manifesta-se quando
nüm

süksmu tulã ãni' nãsã-agrete dharila ifi00


duas transformações se apresentam levemente, sendo possível
u i I i a o u
13
isat calaye tulã dekhi' dhairya haila âpe' ^. | Quando se manifestam mais de duas ou três transformações trans-
a s

süksma—fino; fu/<í—algodão; ãni'—trazendo; nãsã— da narina; agrete—


<sC<
" 1
is mas ainda é possível escondê-las, embora com grande dificuldade,
nnle n<le
dharila—segurou; ijaf—levemente; calaye—move-se; tulã—o algodão; dekhi— c* t fase de jvalitã (acesa). A fase alcançada ao manifestarem-se quatro
s e a e s a
1 3
dhairya—paciência; haila—houve. cha " ^ t o r n a s chama-se dipta (abrasante). Ao manifestarem-se simultanea-
U
° cinco, seis ou todos os oito sintomas, chama-se a esta posição de uddipta
t r a d u ç ã o — E n t ã o , o Bhattãcãrya pegou um fino floco de algodão e coloc "^n mada). E, ao multiplicarem-se todos os oito sintomas por mil e todos
perante as narinas do Senhor. Ao ver o algodão mover-se mui levemente° ^ U
' ffjrem-se visíveis de uma só vez, o devoto está na fase süddipta (intensamen-
ficou esperançoso. jnflamada). Nitya-siddha-bhakta indica os associados do Senhor eternamente li-
VERSO 11 berados. Tais devotos gozam da companhia do Senhor em quatro relações — como
(dvos, amigos, pais ou amantes conjugais."
afà' «Itçfa' aca ascaa fã^ta i
<ífè a^ai-açfcsrcaa atraa* fàasta ii Ü II VERSO 13
'•ifaaip « t a ' a t a , « t a 4 faaita 1
vasi' bhattãcãrya mane karena vicãra
ei krsna-mahãpremera sãttvika vikãra •açcara c a t * c a f ã , - a « Baie^ra 11 i« 11
vasi'—sentado; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; mane—em sua mente: 'adhirüdha bhãva' yãhra, tãhra e vikãra
karena—faz; vicãra—consideração; ei—esta; krsna-mahã-premera—àe amor extático manusyera dehe dekhi,—bada camatkãra
por Krsna; sãttvika—transcendental; vikãra—transformação. adhirüdha bhãva—um êxtase tecnicamente conhecido como adhirüdha; yãhra—
de quem; tãhra—dEle; e—esta; vikãra—transformação; manusyera—de u m ser hu-
t r a d u ç ã o — S e n t a d o ao lado de Sri Caitanya Mahãprabhu, ele pensou: 'Esta mano; dehe—no corpo; dekhi—vejo; bada camatkãra—muito maravilhoso.
é u m a transformação de êxtase transcendental provocada pelo amor a Krsna."
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya considerou: " O s incomuns sintomas ex-
VERSO 12 títicos de adhirüdha-bhãva estão aparecendo no corpo de Sri Caitanya Mahã-
prabhu. Isto é muito maravilhoso! Como é possível que se manifestem no corpo
'a€te atraa-' <sft ata ca ' « H W i de um ser h u m a n o ? "
fãsifà* «cs* ca 'a#tà « t a ' ça II H II
SG^CADO—Srila Rüpa Gosvãmi explica adhirüdha-bhãva, ou adhirüdha-mahãbhãva,
'süddipta sãttvika' ei nãma ye 'pralaya' "° UíPala-nilamani. Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura cita Rüpa Gosvãmi
nitya-siddha bhakte se 'süddipta bhãva' haya "seguinte modo: " A propensão amorosa do ãéraya (devoto) para com o visaya
sãttvika—chamada süddlpta-sãttvika; ei—esta; nãma—chamada;
su-uddipta ' l^enhor) torna-se tão extática que, mesmo após gozar da companhia do amado,
pralaya—devastação; nitya-siddha—eternamente perfeito; bhakte—no devoto, - evoto sente que seú prazer é insuficiente. Em tal momento, o amante vê o
este; su-uddipta bhãva—êxtase conhecido como süddipta; haya—manifesta-s • a
^ do de diferentes maneiras. Semelhante desenvolvimento de êxtase chama-
^nurâga. Ao alcançar seu limite máximo e tornar-se perceptível no corpo, anurãga
TRADUÇÃO—Ao ver o sinal de süddipto-sãttvika, Sãrvabhauma Bhattãcãrya k* f
tinto " ^ 3 S e ã v a
- ^° entanto, quando os sintomas corpóreos não são muito dis-
pôde entender a transcendental transformação extática no corpo do . e r
se 0 ^ ° 8 S t a d o e m
o c i o n a l ainda é chamado anurãga, e não bhãva. Ao intensificar-
Caitanya Mahãprabhu. Tal sinal manifesta-se apenas nos corpos de dev ^en t a S e
chama-se mahãbhãva. O s sintomas de mahãbhâva são visíveis
b h ã m

namente liberados. e
nos corpos d e associados eternos como as gopis."
436 Sri Caitanya-caritãmrta M A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 437
madh 19
ya-li| :

V E R S O 14 VERSO 1 7

<Êto fofa' «lista" «itcça afiai i ^ f à ' í c a wtferl <sl a * t s « a atá i


fa«Jta»«ltf«T f*K5.atCa Mm «Wtfial II i 8 II cabras f ei «rtasrl « t t l ctrôírtama' n 11
eta cinti' bhattãcãrya ãchena vasiyã SMHÍ" sabe ;'an/7a" ei mahãprabhura kãrya
nityãnandãdi simha-dvãre milila ãsiyã hena-kãle ãilã tãhãh goplnãthãcãrya
eta cinti'—pensando assim; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya- ach •'—ouvindo isto; sabe—todos os devotos; jãnila— puderam entender; ei—isto;
estava; vasiyã—sentado; nityãnanda-ãdi—todos os devotos, liderados ^ksmvbhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; kãrya—as atividades; hena-kãle—
Nityãnanda Prabhu; simha-dvãre—na porta de entrada do templo de Jagan - k" • altura; áitó—veio; tãhãh—ali; goplnãtha-ãcârya—chamado Gopinãtha Acãrya.
milila—encontraram-se; ãsiyã— vindo. nessa '
çÃO Ouvindo isto, os devotos puderam entender que estavam falando
Dli

TRADUÇÃO—Enquanto o Bhattãcãrya pensava dessa maneira em sua casa tnd do Senhor Caitanya Mahãprabhu. Nessa altura, chegou Sri Gopinãtha Acãrya.
os devotos d e Caitanya Mahãprabhu, liderados por Nityãnanda Prabhu
aproximaram-se da Simha-dvãra (a porta de entrada do templo]. VERSO 18

VERSO 15 siâTal-fàatà\ fà»ftacaa srtat«1 1


a H « r f a *v c^cai n i f « i w l * l 11 JV 11
«tal c^tca* a*re "cancsi a t « i N

4 * asrrãt «rítJf cata' W i w II ><r« nadlyã-nivãsl, viéãradera jãmãtã


mahãprabhura bhakta tenho prabhu-tattva-jhãtã
fífrina sune /ofce fcahe anyonye vãt nadiyã-nivãsi— habitante de Nadiyã; viéãradera—de Viáãrada; jãmãtã—o genro;
eka sannyãsl ãsi' dekhi' jagannãtha mahãprabhura bhakta—devoto do Senhor Caitanya Mahãprabhu; ferino—ele; prabhu-
tãhhã— naquele local; éune—ouvem; loke—as pessoas em geral; kahe—conversam, tattva-jhãtã— conhecedor da verdadeira identidade de Sri Caitanya Mahãprabhu.
anyonye— entre si; vãt—tópicos; eka—certo; sannyãsi— mendicante; ãsi'—vindo ali;
dekhi'—vendo; jagannãtha—a Deidade do Senhor Jagannãtha. TRADUÇÃO—Gopinãtha Acãrya era habitante de Nadiyã, g e m o de Viáãrada e de-
voto de Caitanya Mahãprabhu. Ele conhecia a verdadeira identidade de Sua
TRADUÇÃO—Lá, os devotos ouviram o povo conversando sobre um mendicante Onipotência.
que chegara a Jagannãtha Purí e visitara a Deidade de Jagannãtha.
SIGNIFICADO—Mahesvara Viáãrada fora colega de escola de Nilãmbara Cakravarti.
VERSO 16 Ele viveu no distrito de Nadiyã, numa aldeia chamada Vidyãnagara, e teve dois
Cm C 5 W ai «itlW I (jlhos, chamados Vladhusüdana Vãcaspati e Vasudeva Sãrvabhauma. Gopinãtha
Acãrya era seu genro.
ataWta SI<*PI cm\ «nt*WRi aca II >«•«
mürcchita haila, cetana nã haya éaríre VERSO 19
sãrvabhauma lahã gelã ãpanãra ghare
mürcchita—inconsciente; haila—ficou; cetana—consciência; nã—não; haya— •
ija^t-ifas «rrn *rfã&TJ I
éaríre— em Seu corpo; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; lahã— levando-u- Çpa c f a a l «ta fàiia n ÍS> II
gelã— foi; ãpanãra—sua própria; ghare—para a casa. mukunda-sahita pürve ache paricaya
mukunda dekhiyã tãhra ha-ila vismaya
e í
TRADUÇÃO—O povo dizia que o sannyãsl caíra inconsciente ao ver a ^ ' ' ^ ^ i ^"kunda-sahita—com Mukunda Datta; pürve—anteriormente; ache—houve;
do Senhor Jagannãtha. Como Sua consciência não retornasse, Sãrvabhau a
jQ~^ —familiaridade; mukunda—Mukunda Datta; dekhiyã— vendo; tãhra—dele
Bhattãcãrya levou-O para sua casa. Puiãtha Acãrya); ha-ila—houve; vismaya—admiração.
438 Sri Caitanya-caritãmrta w , . , A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 439
25
M a d
hya-l, u 6
Verso
TRADUÇÃO—Gopinãtha Acãrya já conhecia M u k u n d a Datta, e, ao ç^o—Assim que Gopinãtha Acãrya viu Nityãnanda Prabhu, prestou-Lhe
Jagannãtha Puri, ficou muito admirado. reverências. Dessa maneira, encontrando todos os devotos, pediu repeti-
aS
5" notícias do Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u .
f
en

VERSO 20 i>tn
VERSO 23
3?«a « w c a cata' C O T i
ctfcst «ttfsrfiral *jc5 « f ç * m t m 11 v j j $ » a ases, - ' w t e a ^ mm asfàal i
n

a>rrsc*t « r t O T l ac«r «rtal-aal 1 ^ 1 1 1 11


mukunda tãhhãre dekhi' kaila namaskãra
tenho ãlihgiyã puche prabhura samãcãra mukunda kahe, — 'mahãprabhu sannyãsa kariyã
mukunda—Mukunda Datta; tãhhãre—a ele; dekhi'—vendo; kaila—presto nilãcale ãilã sahge ãmã-sabã lahã
namaskãra—reverências; tenho—ele; ãlihgiyã— abraçando; puche— pede; prabhura—d mukunda kahe—Mukunda Datta replica; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
Senhor Caitanya Mahãprabhu; samãcãra—notícias. /asa kariyã— após aceitar a ordem d e vida renunciada; nilãcale—a Jagannãtha
Puri- ãilã—veio; sahge—com Ele; ãmã-sabã— todos nós; lahã— levando.
TRADUÇÃO—Ao encontrar-se com Gopinãtha Acãrya, Mukunda Datta prestou-
lhe reverências. Após abraçar M u k u n d a Datta, Gopinãtha Acãrya pediu-lhe no- t r a d u ç ã o — M u k u n d a Datta continuou: " A p ó s aceitar a ordem de sannyãsa, o
tícias de Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . Senhor Caitanya Mahãprabhu veio a Jagannãtha Purí e trouxe consigo todos
nós."
VERSO 21 VERSO 24

»331a*cç,-<2r«* l í l C O T «ríflsrca i «Tfn-aal çrf?' «rrct C O T I a*»rca 1


«rtfà-aa «rtfaatfi »7Çt«r«a nw II Ü.J> II « r t f ã - a a *ttcç I T O T T « tft* « í c a a c a n * 8 1 1

mukunda kahe,—prabhura ihãh haila ãgamane ãmã-sabã chãdi' ãge gelã daraéane
ãmi-saba ãsiyãchi mahãprabhura sane ãmi-saba pãche ãilãh tãhra anvesane
mukunda kahe—Mukunda replica; prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; ãmã-sabã—todos nós; chãdi'—deixando; ãge—à frente; gelã—foi; daraéane—para
ihãh—aqui; haila—houve; ãgamane—vinda; ãmi-saba—todos nós; ãsiyãchi—viemos; ver o Senhor Jagannãtha; ãmi-saba—todos nós; pãche— atrás; ãilãh—viemos; íífrira—
mahãprabhura—Caitanya Mahãprabhu; sane—com. dEle; anvesane—a procura.

TRADUÇÃO—Mukunda Datta replicou: "O Senhor já chegou aqui. Viemos com t r a d u ç ã o — " O Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u deixou nossa companhia e ca-
Ele." minhou à frente para ver o Senhor Jagannãtha. Acabamos de chegar e agora
estamos à procura d E l e . "
VERSO 22
VERSO 25
fsraTfSTO-C^Tmfescas "«tFrô C O T iT*P*í* 1
aca catar' %9 cüff* arei ar* ar* i u * ii a c i r r e » cwrcas* »jca ca a*rt *fim 1
arateia-*[ca. <Óf»—awrM C O T 11 u 11
nityãnanda-gosãhike acãrya kaila namaskãra
sabe meli' puche prabhura vãrtã bãra bãra _ anyonye lokera mukhe ye kathã éunila
ao Senhor Nityãnanda Prabhu; acãrya—Gopinãtha A
nityãnanda-gosãhike— . sãrvabhauma-grhe prabhu,—anumãna kaila
/ífliZa namaskãra—prestou reverências; sabe meli'—encontrando todos eles; p" kathT^ ~ e entle S i ; l o k
povo e m geral; mukhe—nas bocas; ye—aquela que;
e
r a - d o
pede; prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; vãrtã— notícias, Bh ^
a t t
C O n v e r s a
' éunila—foi ouvida; sãrvabhauma-grhe—na casa de Sãrvabhauma
bãra—repetidamente. ««acãrya; prabhu —o Senhor; anumãna—uma suposição; kaila—fizemos.
440 Sri Caitanya-caritãmrta .. , A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 441
31
Madh
y*-r. , Ver»»
u 6

T R A D U Ç Ã O — ' ' P e l o que diz o povo em geral, concluímos que o Senh -'Primeiro vamos todos à casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya para
T A U ar, a
encontra na casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya." * " Cai« y Mahãprabhu. Mais tarde, viremos ver o Senhor Jagannãtha."

VERSO 2 6 VERSO 2 9

C«tCa «JCF3» I
feta-íHW S | Ç T»f*T c«t%íía aatca » w l 1
aracasta *iM CM «rflsi-«aa n II itac^a-ac* cOTl aafà« 5 * 1 H «
lévara-daréane prabhu preme acetana eta éuni' gopinãtha sabãre lahã
sãrvabhauma lahã gelã ãpana-bhavana sãrvabhauma-ghare gelã harasita hahã
ver o Senhor Jagannãtha; prabhu—o Senhor Sr! Caitan
lévara-daréane—ao ç '—ouvindo isto; gopinãtha—Gopinãtha
um Acãrya; sabãre—todos eles; lahã—
Mahãprabhu; preme—no êxtase de amor a Deus; acetana—inconscieT* uyando consigo; sãrvabhauma-ghare—à casa d e Sãrvabhauma Bhattãcãrya; gelã—
sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; lahã gelã— levou; ãpana-bhavana—para •s' y . parasita nana—ficando muito satisfeito.
[Dl,
própria casa.
TKADÜÇÃO—Ouvindo isto e sentindo-se muito satisfeito, Gopinãtha Acãryalime-
ii
T R A D U Ç Ã O — " A o ver o Senhor Jagannãtha, Caitanya Mahãprabhu ficou em êx- jiatamente levou todos os devotos com ele e aproximou-se da casa de Sãr
Sãrva-
tase e caiu inconsciente, e Sãrvabhauma Bhattãcãrya levou-O para sua casa nestas bhauma Bhattãcãrya.
hh.nnu Bhattãcãrva.
condições."
VERSO 2 7 VERSO 30

estala fã*ica aca «itat* cai aa i aíacafta-Ttca fitai et«cai cwfài i


caca ca*. *rc«i t t l < c«tat* « ? a » t a » u «rçi cata' «uetca* sia-aa" £OT n -»»11
tomara milane yabe ãmãra haila mana sãrvabhauma-sthãne giyã prabhuke dekhila
daive sei ksane pãiluh tomara daraéana prabhu dekhi' ãcãryera duhkha-harsa haila
tomara—de ti; milane—no encontro; yabe—quando; ãmãra—de mim; haila—houve; casa
sirvabhauma-sthãne—a de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; giyí—indo lá;
mana—a mente; daive— por acaso; sei' ksane— nesse mesmo momento; pãiluh—obtive; prabhuke—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; dekhila—todos eles viram; prabhu
tomara—teu; daraéana—encontro. dekhi'—vendo o Senhor; ãcãryera—de Gopinãtha Acãrya; duhkha—tristeza; harsa—
felicidade; haila—houve.
T R A D U Ç Ã O — " J u s t a m e n t e agora eu estava pensando em encontrar-te, e por aca-
so realmente nos e n c o n t r a m o s . " TRADUÇÃO—Ao chegarem à casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, todos viram o
Senhor deitado inconsciente. Vendo-O naquela condição, Gopinãtha Acãrya
VERSO 2 8 "cou muito triste, mas, ao mesmo tempo, feliz de poder ver o Senhor.

&*i, aca aia; itatstca* « a a i VERSO 31


«ffCwfV ttce asfaa i N a w4a n' »- ii
atacatoa «rMt^Pl uai fsw «wT«ca i
cala, sabe yãi sãrvabhaumera bhãvana fà«TrJw-c^raTfa»ca ctf «1 C O T aavtc* n*»n
prabhu dekhi' pãche kariba levara daréana' . g

caZa—vamos; sabe—todos; yãi—iremos; sãrvabhaumera bhãvana—à casa sãrvabhaume jãnãhã sabã nila abhyantare
C a i , a
Sãrvabhauma Bhattãcãrya; prabhu dekhi'-vendo o Senhor Sri "^. nityãnanda-gosãhire tenho kaila namaskãre
Mahãprabhu; pãche-mais tarde; fcariba-faremos; levara daréana-visita ao Sen sSo
n
**'w«me— Sãrvabhauma Bhattãcãrya; jãnãhã— informando e pedindo permis-
Jagannãtha. ' ^ — t o d o s os devotos; nila—levou; abhyantare—para dentro de casa;
442 Sri Caitanya-caritãmrta ; A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 443
adhya
-'-u. 6
ser** 37
Nityãnanda
nityãnanda-gosãhire—a Prabhu; tenho— Sãrvabhauma Rh Stha dekhi'—vendo o Senhor Jagannãtha; sabãra—de todos; ha-ila—houve;
âc
kaila—prestou; namaskãre—reverências. ^ âry a jtg"" _ er; bhãvete—em
raz êxtase; avista—arrebatado; hailã— ficou; prabhu
V^^Za-o Senhor Nityãnanda.
t r a d u ç ã o — S ã r v a b h a u m a Bhattãcãrya permitiu que todos os devot
em sua casa, e, ao ver Nityãnanda prabhu, prestou-Lhe suas reverên^* **''' 8
j ^ X o d o s ficaram muito satisfeitos de ver a Deidade do Senhor
-tha O Senhor Nityãnanda em particular ficou arrebatado em êxtase.
VERSO 32 J*g a n n

VERSO 35
i * 1 ifs>s a a t c a i ^ ^ f à i Tw* i
«fç^ cafã' l a t * C O T safas n u í c a crfif af* «tc* ^f%* asfasi i
ihf*-Ci**5 itoHflita «rtfsT Hq n «4 ii
sabã sahita yathã-yogya karilã milana
prabhu dekhi' sabãra haila harasita mana sabe me/i' d/ian farire susthira karilã
sabã sahita—com todos eles; yathã-yogya—como era adequado; karilã—f e lévara-sevaka mãlã-prasãda ãni' dila
milana—encontro; prabhu dekhi'—vendo o Senhor; sabãra—de todos; hfli/a—ficaram meli'—juntando-se
sabe todos; dhari—pegaram; tãhre—a Ele; su-sthira—firme;
harasita—contentes; mana—as mentes. birito—fizeram; iévara-sevaka—o sacerdote da Deidade; mãlã— guirlanda; prasãda—
oferecendo; ãni'—trazendo; dila—deu.

T R A D U Ç Ã O — S ã r v a b h a u m a acolheu todos os devotos, recepcionando-os adequa- tradução—Quando o Senhor Nityãnanda Prabhu estava quase desmaiando,
damente. Todos estavam contentes de ver o Senhor Caitanya Mahãprabhu. todos os devotos seguraram-nO e equilibraram-nO. Nessa altura, o sacerdote
do Senhor Jagannãtha trouxe uma guirlanda que fora oferecida à Deidade e deu-a
VERSO 33 a Nityãnanda Prabhu.

i t a t w t a *rtfrr?.i i a i ««fa *sf*tfs i VERSO 36


' p f c i * * ' f s w j a fasi n t * itc*t II «o-s II
«jata fWPl íca <N*Tl «fafira aca i
sãrvabhauma pãthãila sabã daréana karite
3iaf»t «ifOTl í c a içtsfÇ* "ítca II «
'candaneévara' nija-putra dila sabãra sãthe
sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; pãthãila—mandou-os; sabã— todos; dc- prasãda pãhã sabe hailã ãnandita mane
éana karite—para verem o Senhor Jagannãtha; candana-isvara—chamado Canda- punarapi ãilã sabe mahãprabhura sthãne
nesvara; nija-putra—seu filho; dila—deu; sabãra sãthe—com todos eles. prasãda obtendo a honra daquela guirlanda; sabe—todos eles; «afia-
pãhã—
nçaram; ãnandita mane— contentes mentalmente; punarapi—de novo; ãilã—
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , o Bhattãcãrya mandou todos voltarem para verem o Senhor regressaram; sabe—todos; mahãprabhura sthãne—ao local onde Se encontrava Sri
Jagannãtha, pedindo a seu próprio filho, Candaneávara, para acompanhá-los ^ t a n y a Mahãprabhu.
como guia.
INDUÇÃO—Todos ficaram contentes d e receber aquela guirlanda usada pelo
VERSO 34 nnor Jagannãtha. Em seguida, todos regressaram ao local onde Se encontrava
0
Senhor ári Caitanya M a h ã p r a b h u .
w-sfirta cata' aaía sm «ria** i
« í c a r o «rtfàè C O T I « i f í>3Triw n -«8 II VERSO 37

jagannãtha dekhi' sabãra ha-ila ãnanda


«w asfa' asca íca ita-i\á?f€a i
bhãvete avista hailã prabhu nityãnanda ««Ta «teca c**i «fç* c^si II «1 II
444 Sri Caitanya-carítàmrta M
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 445
iy,aah
ya-i-,i Vf r»o 43
í 6

ucca kari' kare sabe nâma-sahkírtana samudra-snãna kari' mahãprabhu éighra ãilã
trtlya vrahare haila prabhura cetana carana pãkhãli' prabhu ãsane vasilã
ucca—bem alto; kari'—fazendo; kare—começaram; sabe—todos; nãma-sai-- . , ãna— um banho no mar; kari'—tomando; mahãprabhu— Sri Caitanya
a sn
1
cantar do mahã-mantra Hare Krsna; trtlya prahare— antes do meio-dia- haila s"* . slghra—sem demora; ãilã— regressou; carana—pés; pãkhãli'—lavando;
n U ;
,4r
prabhura—do Senhor Caitanya; cetana—consciência. l * ' _ ^ n h o r Caitanya Mahãprabhu; 4 s w f - n u m assento; vasilã— sentou-Se.
0

TRADUÇÃO—Então, todos os devotos começaram a cantar o mantra Har k CÃO—Após banharem-se no mar, Sri Caitanya Mahãprabhu e Seus de-
em voz alta. Pouco antes do meio-dia, o Senhor recuperou Sua conscièn^" 1
regressaram sem demora. Então, o Senhor lavou Seus pés e sentou-Se numa
C a p a r a almoçar.
VERSO 38
VERSO 41
B H afinal «cfc ' * f V ' ç f ã ' a f a ' i
« r f a c i » i t a c e t a tf fa c * w *ffgf*i II II *PF5 isfJTTw n K c e t a « r t a w l i
huhkãra kariyã uthe 'hari' 'hari' bali' « c a « w t s t ç ÇC«J C«Í«W asfà»! II 85 II
ãnande sãrvabhauma tãhra laila pada-dhüli
huhkãra kariyã— produzindo um som alto; uthe—levantou-Se; hari hari bali- bahuta prasãda sãrvabhauma ãnãila
cantando Hari, Hari; ãnande—com prazer; sãrvabhauma— Sãrvabhaumj tabe mahãprabhu sukhe bhojana karilã
Bhattãcãrya; tãhra—Seus; laila—pegou; pada-dhüli—a poeira dos pés. bahuta prasãda—variedades de alimentos oferecidos ao Senhor Jagannãtha;
simíbhauma— Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãnãila—providenciou que os trouxes-
TRADUÇÃO—Caitanya Mahãprabhu levantou-Se e cantou bem alto: "Hari! Hari!' sem; tabe—nessa altura; mahãprabhu— Sri Caitanya Mahãprabhu; sukhe—com ale-
Sãrvabhauma Bhattãcãrya ficou muito satisfeito ao ver o Senhor recuperar a cons- gria; bhojana—almoço; karilã—aceitou.
ciência, e pegou a poeira dos pés de lótus do Senhor.
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya providenciou para que trouxessem diver-
VERSO 39 sas espécies de mahã-prasãda do templo de Jagannãtha. Sri Caitanya Mahã-
prabhu almoçou, então, com grande alegria.
i i a c s t a a s c ç , - % s ^ Í T Ç JT«rrR9 i
ajfitl T W 1 fwiJVtfw »T5l-«!irW"ra II II VERSO 42
sãrvabhauma kahe,—éighra karaha madhyãhna
muni bhiksã dimu ãji mahã-prasãdãnna
sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kahe—diz; éighra—muito em breve; w H - a c w cefç ascaa cefara 18*. li
karaha—fazei; madhya-ahna—deveres do meio-dia; muni—eu; bhiksã— doações; suvarna-thãllra anna uttama vyahjana
dimu—oferecerei; ãji—hoje; mahã-prasãda-anna—restos do alimento oferecido ao bhakta-gana-sahge prabhu karena bhojana
Senhor Jagannãtha. suvarna-thãlira—em pratos de ouro; anna—arroz; uttama—de primeira classe;
" ^ - l e g u m e s ; bhakta-gana—os devotos; sarige—com; prabhu—o Senhor
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya informou a todos eles: "Por favor, tomai vosso banho knya Mahãprabhu; karena—aceita; bhojana—almoço.
do meio-dia imediatamente. Hoje hei de oferecer-vos mahã-prasãda, os restos
do alimento oferecido ao Senhor Jagannãtha." ^OUÇÃO—Caitanya M a h ã p r a b h u foi servido de arroz especial e legumes de
C a S S e em r a t o s
devotos* * P d e ouro. Assim, Ele almoçou n a companhia d e Seus
VERSO 40
VERSO 43
T r a c e t a *rf*ca"|si ascaa « r f t c a i
5*«t n w t W «Tf mm* a f ô p i » s » n « r f f a^c*,- e r r e * cwa » r r a « a l - a j » w n 8« 11
v
446 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 447
M
A D H Y A
-''U, |
sãrvabhauma pariveéana karena ãpane VERSO 46
prabhu kahe,—more deha lâphrã-vyahjane
Sãrvabhauma— Sãrvabhauma Bhattãcãrya; pariveéana—distribuição- ka
«pane—pessoalmente; prabhu kahe—o Senhor Caitanya Mahãprabhu dj "^'""^z; f w l ^rt<fl*l ttfom f ? i | p r l II 8* II
Mim; deha—por favor, dá; lãphrã-vyahjane— legumes cozidos.
efa bali' pithã-pãnã saba khãoyãila
bhiksã karãhã ãcamana karãilã

T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o Sãrvabhauma Bhattãcãrya distribuía pessoal bali'—dizendo isto; pithã-pãnã—muitas espécies de bolos e preparações de
prasãda, o Senhor Caitanya Mahãprabhu pediu-lhe: "Por favor, dá-Me ' ^ ndensado; saba—todos; khãoyãila—fez comer; bhiksã karãhã—após oferecer
a
legumes c o z i d o s . " Pena s k j ^ i - ãcamana karãilã— fê-los lavar as mãos, os pés e a boca.

SIGNIFICADO—Lãphrã-vyahjanaé uma preparação na qual muitos legumes i


zidos juntos, sendo condimentados com chehkã, mistura de semente de m ° C
^jjjUÇÃo Após dizer isto, fez todos comerem os diversos bolos e preparações
da, cominho e pimenta-do-reino. de leite condensado. Após alimentá-los, ofereceu-lhes água para lavarem as mãos,
PS pés e a boca.
VERSO 44
VERSO 47

«TUIJ ü t f à ' C*t*Tl CStl^rM «ITFíacas PSfl I


<5C* «fctçtá ffi f C ? 11 88 II

pithã-pãnã deha tumi ihhã-sabãkãre


<2f«* PF*I w É q i C5iwü *Mm II 81 II
tabe bhattãcãrya kahe yudi' dui kare ãjhã mãgi' gelã gopinãtha ãcãryake lahã
pithã-pãnã— bolos e leite condensado; deha—dá; tumi—tu; ihhã-sabãkãre--a todos prabhura nikata ãilã bhojana karinã
esses devotos; fabe—nessa altura; bhattãcãrya— Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kahe>- ãjha~ mãgi'—pedindo permissão; gelã— foi; gopinãtha ãcãryake lahã—levando
disse; yudi'—juntando; d u i kare—as duas mãos. Gopinãtha Acãrya; prabhura—o Senhor Caitanya Mahãprabhu; nikata—perto de;
Silã— foram; bhojana karinã—após almoçarem.
T R A D U Ç Ã O — " P o d e s oferecer os bolos e outras preparações feitas com leite con-
densado a todos os devotos."Ao ouvir isto, o Bhattãcãrya juntou suas mãos e
falou o seguinte. TRADUÇÃO—Pedindo permissão ao Senhor Caitanya Mahãprabhu e a Seus de-
votos, Sãrvabhauma Bhattãcãrya foi, então, almoçar com Gopinãtha Acãrya. Ter-
VERSO 45 minado seu almoço, eles regressaram ao Senhor Caitanya Mahãprabhu.

VERSO 48
«ertfw i? »rçt«fitw ^a <BrNtwi II gu li

jagannãtha kaiche kariyãchena bhojana «rf%3ra' a f a ' c i í W f è p S l i P I li 8v n


ãji saba mahãprasãda kara ãsvãdana
jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; kaiche— como; kariyãchena—aceitou; bhojiin 'namo nãrâyanãya' bali' namaskãra kaila
almoço; ãji—hoje; saba—todos vós; mahã-prasãda—os restos do alimento ofereci 'krsne matir astu' bali' gosãni kahilã
ao Senhor; kara—fazei; ãsvãdana—saboreando. kaiig "àrtyanãya—presto meus respeitos a Nãrãyana; bali'—dizendo; namaskãra
l^~prestou respeitos ao Senhor Caitanya Mahãprabhu; krsne— pelo Senhor
1 3,
T R A D U Ç Ã O — " H o j e , por favor, todos vós, tratai de saborear o almoço exatame" Maú m t i
astu—que haja
h
atração; bali'—dizendo; gosãni— Sri Caitanya
como o Senhor Jagannãtha o aceitou." ""«Prabhu; kahilã —falou.
448 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 449
M a d h
ya-i„ . a ye^ 5 3

TRADUÇÃO—Prestando suas reverências a Caitanya Mahãprabhu Sà pO—A palavra pürvãérama refere-se à situação ou posição que alguém
ll,flCf

Bhattãcãrya disse: "Namo nãrãyanãya" lOfereço minhas reverências 'isj^' * "' * 1 1 1


& r i o r m e n t e . Ãs vezes, uma pessoa aceitará a ordem renunciada a partir
e
1
Por Sua vez, Caitanya Mahãprabhu disse: "Krsne matir astu" [ o U| ü
, y 4 ,
Bjihaar ^ outras vezes, a partir inclusive da vida de estudante
a f m l i a r C/

se fixe em Krsna]. en a a t
c i o
da r) Sãrvabhauma Bhattãcãrya quis obter informação sobre a situação an-
ir

Sri Caitanya Mahãprabhu como chefe de família.


SIGNIFICADO—É etiqueta entre os sannyãsis, os membros da quarta plataf terior de
0 r m a d f
vida espiritual, prestar respeitos, dizendo: oiii namo nãrãyanãya ("Ofere
respeitosas reverências a Nãrãyana"). Esta saudação é especialmente u "l - lnlu VERSO 51
Ç/7 H rí I//Jç
sannyãsis Mãyãvãdis. Segundo
K \4ã\'ã\íã/HlC Qor>t\r\Ar\
as escrituras
3C o c r smrli,
r i t u r í c o cttirft
sannyãsi não
r\ í h h h ideve
^ ; „- . PO"

nada de ninguém, nem deve considerar-se idêntico à Suprema PersonalicTrtr*


Deus. Os sannyãsis Vaisnavas nunca se consideram iguais ao Senhor: eles ^
se consideram servos eternos de Krsna.
Krsna, e onerem
querem ver loHus todos no „ _ j . . tornar
nn mundo
m P'csem

se conscientes de Krsna. Por esta razão, um sannyãsi Vaiçnava sempre ofeT"' gopinãthãcãrya kahe,—navadvipe ghara
suas bênçãos a todos, dizendo: krsne matir astu ( " Q u e te tornes consciente 'jagannãtha'—nãma, padavi—'miéra purandara'
Krsna"). tootnãtha-ãcãrya kahe— Gopinãtha Acãrya replicou; navadvipe— em Navadvipa;
f/wm-residência; jagannãtha—chamado Jagannãtha; nãma—chamado; padavi—o
VERSO 49 sobrenome; miéra purandara—Miéra Purandara.

«fã' iffésta wa fãm afim i


TRADUÇÃO—Gopinãtha Acãrya replicou: "Certo homem chamado Jagannãtha
ca*j*i-*raTlái a&T.íi srtfãsr II 8a> 11
residia em Navadvipa, e seu sobrenome era Miára Purandara."
éuni' sãrvabhauma mane vicãra karilã
vaisnava-sannyãsi ihho, vacane jãnila
éuni'—ao ouvir isto; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; mane—interior- VERSO 52
mente; vicãra karilã—considerou; vaisnava-sannyãsi— um sannyãsi Vaisnava; ihho-
esta pessoa; vacane—pelas palavras; jãnila—entendeu.

TRADUÇÃO—Ao ouvir estas palavras, Sãrvabhauma entendeu que o Senhor


Caitanya era um sannyãsi Vaisnava. 'viévambhara'—nãma ihhãra, tãhra ihho putra
nilãmbara cakravartira hayena dauhitra
VERSO 50 viávambhara—chamado Viávambhara; nãma—o nome; ihhãra—Seu; tãhra—de
frgannãtha Misra; iri/io—Ele; putra—filho; nilãmbara cakravartira—àe Nilãmbara
C^avarti; hayena—è; dauhitra—neto (filho da filha).
cMtirfêp* wifàt<5 çrfã ^rèl <£fter*i II <f°
TRADUÇAO—"O Senhor Caitanya Mahãprabhu é filho desse Jagannãtha Miára,
gopinãtha ãcãryere kahe sãrvabhauma
'Seu nome anterior era Viávambhara Miára. Além disso, Ele é neto de Nilãmbara
gosãhira jãnite cãhi kãhãh pürvãérama
^avarti."
gopinãtha ãcãryere—A Gopinãtha Acãrya; kahe— disse; sãrvabhauma—Sãrvabhau w
Bhattãcãrya; g o s ã h i r a — d o Senhor Caitanya Mahãprabhu; jãnite—saber, & *' VERSO 53
quero; kãhãh—qual; pürva-ãérama—situação anterior.
iTaccta ft;*,—ttuw? s a j ^ i
e01
TRADUÇÃO—Então, Sãrvabhauma disse a Gopinãtha Acãrya: "Quero s a b e ' PnntflOT* iat«mfT,—<& « r * «utfò H o» n
que posição Caitanya Mahãprabhu estava antes de tomar sannyãsa.
450 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 451
adh
™ ya-lila, k
Ver»" »

sãrvabhauma kahe,—nilãmbara cakravarti VERSO 56


viéãradera samãdhyãyi,—ei tãhra khyãti
sãrvabhauma Sãrvabhauma disse; nilãmbara cakravarti— o cavalh
kahe—
-
'aacwl ffà, «itc* *! aura i
mado Nilãmbara Cakravarti; viéãradera—de Mahesvara Viáãrada (p j de"s- ' " a
C 1a

arva
« w a * estar* « t f * fãw-wra H' <r*> 11
bhauma); samãdhyãyi— colega de escola; ei—isto; tãhra—ç\ \ . y ' e e

conhecimento. 'sahajei püjya tumi, ãre ta' sannyãsa


ataeva hah tomara ãmi nija-dãsa'

TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya disse: "Nilãmbara Cakravarti foi colega de e ^gjei-naturalmente; püjya—respeitável; fumi—Tu; ãre—além disso; ia'—
de meu pai, Mahesvara Viáãrada. Foi assim que ele o conheceu." if\~to; sannyãsa—a ordem de vida renunciada; ataeva—portanto; hah—sou;
j^rí—Teu; <fmi—eu; nija-dãsa—servo pessoal.
VERSO 54
TRADUÇÃO—"És naturalmente respeitável. Além disso, és u m sannyãsi; logo,
'fà«a *t*»ir*' tf ia irVi caa «rtfã i desejo tornar-me Teu servo pessoal."
f*Wa citais **fV iffã 11 as 11
SIGNIFICADO—Os grhasthas (chefes de família) sempre devem oferecer toda a clas-

'miéra purandara' tãhra mãnya, hena jãni se de respeitos e adorações a um sannyãsi. Embora Sãrvabhauma Bhattãcãrya fosse
pitara sambandhe dohhãke püjya kari' mãni mis velho que Sri Caitanya Mahãprabhu, Sãrvabhauma O respeitava como
miéra purandara—Jagannãtha Misra Purandara; tãhra—seu; mãnya—respeitável; sannyãsl e como alguém que alcançara a plataforma máxima de êxtase espiritual.
hena—assim; jãni—eu sei; pitara sambandhe—em relação com meu pai; dohhãke— Assim, o Bhattãcãrya certamente O aceitou como seu mestre.
ambos (Nilãmbara Cakravarti e Jagannãtha Misra); püjya—respeitáveis; k a n -
considerando; mãni—aceito. VERSO 57

«faV ntsfçcawi ® Í M j w i
TRADUÇÃO—"Jagannãtha Miára Purandara era respeitado por meu pai. Assim, «tfsrca' fàsf fã»* *sa n <n u
devido à relação deles com meu pai, eu respeito tanto Jagannãtha Misra quanto
éuni' mahãprabhu kaila éri-visnu smarana
Nilãmbara Cakravarti."
bhattãcãrye kahe kichu vinaya vacana
éuni'—ouvindo isto; mahãprabhu—o Senhor Caitanya Mahãprabhu; kaila—fez;
VERSO 55 fo-visnu smarana—lembrança d o Senhor Visnu; bhattãcãrye—a Sãrvabhauma
Bhattãcãrya; kahe—fala; kichu—algumas; vinaya vacana—afirmações muito
aHTai-i^w ii*cei*i *fè csfl i "umildes.

# s Ç^PI r.-stwfipr.íi f f e s mfam II <t<t II


nadiyã-sambandhe sãrvabhauma hrsfa hailã
J^DUÇÀO—Logo que ouviu isto do Bhattãcãrya, Caitanya Mahãprabhu
prita hahã gosãhire kahite lãgilã rou-Se do Senhor Visnu e começou a falar-lhe humildemente como segue.
nadiyã-sambandhe—em relação com Nadiyã; sãrvabhauma—Sãrvabhauma
cãrya; hrst"—satisfeito; hailã—ficou; prita hahã— estando assim VERSO 58
satisfeito; gosãiure-
ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; kahite lãgilã— começou a falar. *ffà *aa^a«-a^»rrai-fãs*s^i i
cawr*j aixrfr* $ * r * í i « a v 11
d,stT
TRADUÇÃO—Ouvindo que á r i Caitanya Mahãprabhu pertencia ao J^0,
Nadiyã, Sãrvabhauma Bhattãcãrya ficou muito satisfeito e dirigiu-se ao 'fumi jagad-guru—sarvaloka-hita-kartã
da seguinte maneira. vedãnta padão, sannyãsira upakartâ
452 Sri Caitanya-caritãmrta M
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 453
63
Ver*

o mestre de todas as pessoas; sarva-loka—de todas as


tumi jagat-guru—és VERSO 61
P e s s â s
benquerente; vedãnta vadão—ensinas a filosofia Vedãnta- sa
hita-kartã—o ° -
dos mendicantes da ordem d e vida renunciada; upakartã—o benfeitor «rrfw et COT «itarra as^ fàtfe i
« w faz® c*m « J ã «itarra smrjfaj% ir *j H
T R A D U Ç Ã O — " P o r seres professor de filosofia Vedãnta, és o mestre de
pessoas do mundo, bem como seu benquerente. És, também, o benfeitor d ãji ye haila ãmãra bada-i vipatti
a classe de s a n n y ã s i s . " tãhã haite kaile tumi ãmãra avyãhati"
tó-hoje; ye—aquilo que; haila—aconteceu; amara—Meu; bada-i—imenso;
SIGNIFICADO—Como os sannyãsis Mãyãvãdis ensinam a filosofia Vedãnta Jtfi-obstáculo; tãhã— aquele perigo; haite—áe; kaile—fizeste; fumi—tu; ãmãra—
5
estudantes ou discípulos, é costume chamerem-nos de jagad-guru. Isto indica^ J U ; avyãhati-alívio.
eles são os benfeitores de todas as pessoas. Embora Sãrvabhauma Bhattãcã >
não fosse um sannyãsl, mas sim um chefe de família, costumava convidar todos nUDuçÃO—"O incidente ocorrido hoje foi um grande obstáculo para Mim, mas
os sannyãsis a sua casa e oferecer-lhes prasãda. Assim, ele era aceito como o m i a or
bondosamente aliviaste-Me d e l e . "
benquerente e amigo de todos os sannyãsis.
VERSO 62
VERSO 59

5
«rrara icw ^tr.a, fãs«*Tl «traraceit^-aw n ^ n
cstarra «rtaSi f * \ , « a ^f%' srtfà 11 <t s n
bhattãcãrya kahe,—ekale tumi nã yãiha darsane
ãmi bãlaka-sannyãsl—bhãnda-manda nãhi jãni ãmãra sahge yãbe, kimvã ãmãra loka-sane
tomara ãéraya niluh, guru kari' mãni bhattãcãrya kahe—o Bhattãcãrya disse; ekale—sozinho; fumi—Tu; nã— não; yãiha—
ãmi—Eu; bãlaka-sannyãsl— u m jovem sannyãsi; bhãnda-manda—bem e mal; nãhi- vás; darsane—ver a Deidade; ãmãra sahge—comigo; yãbe— deves ir; kimvã— ou; ãmãra
não; jãni— conheço; tomara—teu; ãsraya—abrigo; niluh—tomo; guru—mestre espi- loka-sane—com meus homens.
ritual; kari '—considerando como; mãni—Eu aceito.

T R A D U Ç Ã O — " S o u um jovem sannyãsi e, na verdade, não tenho conhecimento TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya replicou: " N ã o deves ir ver a Deidade no templo de
do que é bom e do que é m a u . Portanto, refugio-Me em ti e te aceito como Meu Jagannãtha sozinho. É melhor que procures ir comigo ou com meus h o m e n s . "
mestre espiritual."

VERSO 60 VERSO 63

rorarra *w PrtfH' ©ufa itl mfám i «t^ 'aifara festa ifl afèa i
i a « f r r « ^fàta «narra •fisw ii *° n *íaró?3i *itt* ?íV »*fá a*f%a ir II
tomara sahga lãgi' mora ihãh ãgamana prabhu kahe, — 'mandira bhitare nã yãiba
sarva-prakãre karibe ãmãya pãlana jhin- , garudera pãée rahi' daréana kariba'
tomara—tua; sahga—associação; lãgi'—com a intenção de; mora—Minha,' _^ j j
a t n a s
u
tohe—Sri Caitanya replicou; mandira—o templo; bhitare—dentro; nã—
aqui; ãgamana—chegada; sarva-prakãre—sob todos os aspectos; karibe—tu lado- a T e ;
' ? ' ' ? ~ ' ' garudera—da coluna conhecida como Garuda-stambha; pãée—ao
ãmãya—a Mim; pãlana—mantendo. 1
"-permanecendo; daréana—vendo; kariba—farei.

T R A D U Ç Ã O — " V i m aqui só para associar-Me contigo, e agora refugio-Mf^,. 0 -


da Gan rf " ^ Senhor disse: " J a m a i s entrarei no templo, mas ficarei ao lado
Poderias, por favor, manter-Me, quaisquer que fossem as circunstan 9a-8tambha sempre q u e Eu for ver o S e n h o r . "
454 Sri Caitanya-caritãmrta M
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya
m a d h
ya-r.ià, 6 0 6 9
Ver»
VERSO 64
VERSO 6 7

'«Jà CtíltfáPW ejiíPl «Wt^Ç »*»l» II 4 8 II • t c a r N f » « r * » t » *s*fà»i irfpi II * i II


goplnãthãcãryake kahe sãrvabhauma
ara dina gopinãtha prabhu sthãne giyã
'tumi gosãhire lahã karãiha daraéana
éayyotthãna daraéana karãilã lahã
goplnãtha-ãcãryake—a Gopinãtha Acãrya; kahe—diz; sãrvabhauma—Sãrvabhau
fona—no dia seguinte; gopinãtha—Gopinãtha Acãrya; prabhu—do Senhor
Bhattãcãrya; fumi—tu; gosãhire—Senhor Caitanya Mahãprabhu; l a h ã - ] ^ ^
Mahãprabhu; sthãne—ao local; giyã—indo; éayyã-utthãna—o despertar do
y a
karãiha—faze-O; daraéana—ver o Senhor Jagannãtha.
5enhor Jagannãtha; daraéana—ver; karãilã—fez; lahã—levando-O.

TRADUÇÃO—Então, Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse a Gopinãtha Acãrya: "Leva


TRADUÇÃO—No dia seguinte, Gopinãtha Acãrya levou o Senhor Caitanya Mahã-
o Gosvãmiji e mostra-Lhe o Senhor Jagannãtha."
prabhu para ver o despertar do Senhor Jagannãtha de manhã cedo.
VERSO 65
VERSO 6 8
« r m t * * r r $ w i - ^ ç fasfa "st» i
IJIPIW «num itaWw f t w i
s t t l a t r i cws, a * * i < J W W » ir «
iMfeítt f%g tfítl afèvm * T C » II 4ir ll
ímora mãtr-svasã-grha—nirjana sthãna
mukundd-datta lahã ãilã sãrvabhauma sthãne
tãhãh vãsã deha, kara sarva samãdhãna'
sãrvabhauma kichu tãhre balilã vacane
ãmãra—minha; mãtr-svasã— da tia; grha—o lar; nirjana sthãna—local muito solitá-
Mukunda
mukunda-datta—chamado Datta; lahã—levando; ãilã—foi; sãrva-
rio; tãhãh—lá; vãsã—um aposento; deha—dá; kara—faze; sarva—todos; samãdhãna—
bhauma—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; sthãne—ao local; sãrvabhauma—Sãrva-
arranjos. bhauma Bhattãcãrya; kichu—algo; tãhre—a Mukunda Datta; balilã— disse; vacane—
em palavras.
TRADUÇÃO—"Além disso, o aposento pertencente à minha tia materna encontra-
se n u m local muito solitário. Faze todos os arranjos para que Ele permaneça lá.
TRADUÇÃO—Então, Gopinãtha Acãrya fez-se acompanhar de Mukunda Datta até
»casa de Sãrvabhauma. Ao chegarem lá, Sãrvabhauma disse o seguinte a Mu-
kunda Datta.
VERSO 66
VERSO 6 9
cstt^srw « r ç « t t i I Í T I fãü i
• a t ç f s - f à f t e , i s r r r f t cwfaffi ^ * w a i
• W , a m t a t f w a s i < i t * i T T f » c**l i i H
« r m t * açcSlfe a i c ç * > r * S t * I I « a I I
gopinãtha prabhu lahã tãhãh vãsã dila
'prakrti-vinlta, sannyãsl dekhite sundara
jala, jala-pãtrãdika sarva samãdhãna kaila
M a h à r a _ ãmãra bahu-ptíti bãde ihhãra upara
gopinãtha—Gopinãtha Acãrya; prabnu—Senhor Caitanya P .^lj os a r r

levando; tãhãh-lá; itósí—aposento; dila-deu; /u/a-água; jala-pãtra- ^ ~ act ^ natureza muito humilde e manso; sannyãsl— renunciante;
rh-vinlta—poT
f
e

dágua e outros recipientes; sarva—todos; samãdhãna—arranjos; kaila "~°- ^ ver; sundara—muito belo; ãmãra—minha; bahu-príti— grande afeição;
-aumenta; inhãra-Ele; upara-para com.
I v l a
TRADUÇÃO—Assim, Gopinãtha Acãrya levou o Senhor Caitanya ^ o Stí a- -

até aquela residência e mostrou-Lhe onde encontrar água, banheiras e) 4 rnuij^^ ^ sannyãsi é muito manso e humilde por natureza, e Sua pessoa
gua. Na verdade, ele providenciou tudo. El, „ de se ver. Conseqüentemente, sinto aumentar minha afeição por
456 Sri Caitanya-caritãmrta .. A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 457
7 3
M a d h
ya-i-, U r 6
V í rso

SIGNIFICADO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya considerou Sri Caitanya M u- hhautna kahe—Sãrvabhauma Bhattãcãrya replicou; ihhãra—Seu; nãma—
uma pessoa muito humilde e mansa pois, embora Caitanya Mahãp u*'* '''"' 3
^""^garva-uttama—de primeira classe; bhãratl-sampradãya—a comunidade dos
um sannyãsl, ainda assim, guardou Seu nome de brahmacãri. O Senh '° * Ss
' ' re Bhãratí; ihho—Ele; hayena—toma-Se; madhyama—de segunda classe.
n 0 0 e

, 0 m u
fgpryas
sannyãsa de Kesava Bhãrati na Bhãratí sampradãya, na qual os brahmaca°- °
sistentes dos sannyãsis) são chamados "Caitanya". Mesmo após aceitar **" . ^ S ã r v a b h a u m a Bhattãcãrya disse: " 'Sri Krsna' é um ótimo nome,
Caitanya Mahãprabhu conservou o nome "Caitanya", que significa servoT^' ' 58
1*\ g j pertence à comunidade Bhãrati. Logo, é um sannyãsi de segunda
e

de de um sannyãsl. Sãrvabhauma Bhattãcãrya apreciou muito este gesto ""^


dasse-

VERSO 70 VERSO 73

cata, •Wfftl asma asartcs» «ma i curôtata ases, -a*ata «tft afitte*WI i
fà»ai ala *."aTa, «fãcs ça »w tf v 11 ws<Aa a ? iwtcaa «ifças «tc*W 11 s « n

kon sampradãye sannyãsa karyãchena grahana gopinãtha kahe,—ihhãra nãhi bãhyãpeksã


kibã nãma ihhãra, éunite haya mana' ataeva bada sampradãyera nãhika apeksã
kon sampradãye—em que comunidade; sannyãsa—a ordem de vida renunciada gopinãtha kahe— Gopinãtha Acãrya replicou; ihhãra—do Senhor; nãhi—não há;
karyãchena—fez; grahana—aceitação; kibã—qual; nãma—nome; ihhãra—Seu; sumff- Uhya-apeksã— dependência de qualquer formalidade externa; ataeva—portanto;
ouvir; haya—é; mana—minha mente. ioda—grande; sampradãyera—de u m a comunidade; nãhika—não há; apeksã—
necessidade.
T R A D U Ç Ã O — " D e que sampradãya Ele aceitou a ordem de sannyãsa e qual é o
Seu n o m e ? " tradução—Gopinãtha Acãrya replicou: "Sri Krsna Caitanya Mahãprabhu não
depende de nenhuma formalidade externa. Ele não precisa aceitar a ordem de
VERSO 71 sannyãsa de uma sampradãya s u p e r i o r . "

cfr%rfa a*«,- ara Sçasbsai l SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou sannyãsa da Bhãrati sampradãya
(comunidade), a qual pertence à sucessão discipular de Sahkarãcãrya. Sahkarã-
«a» ^*çf* ca^a-erait vwiiw I 1*1 cãrya introduziu dez nomes para seus discípulos sannyãsis, dentre os quais os so-
gopinãtha kahe,—nãma éii-krsna-caitanya brenomes Tirtha, Ãárama e Sarasvati são considerados os mais elevados. No mo-
guru ihhãra keéava-bhâratl mahã-dhanya nastério em Srhgeri, o sobrenome Sarasvati é considerado de primeira classe, o
gopinãtha kahe— Gopinãtha Acãrya replicou; nãma—Seu nome; éri-krsna- sobrenome Bhãrati de segunda classe e Puri de terceira classe. Um sannyãsl que
caitanya—chamado Sri Krsna Caitanya; guru—sannyãsa-guru; ihhãra—Seu; kesava- tenha entendido bem o slogan faf tvam asi e que toma seu banho na confluência
bhãrati— chamado Kesava Bhãrati; mahã-dhanya—a afortunadíssima personalidade. ** rios Ganges, Yamunã e Sarasvati é chamado Tirtha. Uma pessoa muito ani-
mada para aceitar sannyãsa, desapegada de atividades mundanas, sem desejo de
TRADUÇÃO—Gopinãtha Acãrya replicou: "O nome do Senhor é Sri Krsna nenhuma classe de recursos materiais e, portanto, livre de repetidos nascimentos
e

Caitanya, e Seu preceptor de sannyãsa é o afortunadíssimo Kesava Bhãrati. mortes é conhecida como Ãárama. O sannyãsl que vive n u m belo local solitário
"a floresta e está livre de todos os desejos materiais chama-se Vana. O sannyãsl
sempre vive na floresta e renuncia a toda ligação com o m u n d o a fim de se
VERSO 72 v
ar aos planetas celestiais, onde poderá viver no nandana-kãnana, é chamado
A c u e l e u e
BhT^' l 1 prefere viver nas montanhas dedicando-se a o estudo d o
aratela TO -'*>ra *ta Jicaís» i ^gavad-gua e cuja inteligência está fixa chama-se Giri. Aquele que prefere viver
«ta^-a^ra I f a l -scas aara tf i* n S ^ d e s montanhas, mesmo entre animais ferozes, a fim de alcançar o ápice
esrJe
c^ culação filosófica (entendendo que a essência deste m u n d o material é inútil)
sãrvabhauma kahe, — 'ihhãra nama sarvottama colh" 13 SC P a r v a t a
- O sannyãsl que mergulhou no oceano da Verdade Absoluta e
bhãratl-sampradãya ihho—hayena madhyama' eu
algumas pedras preciosas de conhecimento deste oceano, que jamais cai
458 Sri Cajtanya-carttimrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 459
M

Madh
y»-iiu ,
dos princípios regulativos de um sannyãsi, é chamado Sâgara. O q u e a
t/Y-O Bhattãcãrya perguntou: "Sri Caitanya Mahãprabhu está em plena
6 1
arte clássica da música, que se dedica a cultivá-la e que se torna músico' "' * ' • " " d e - Como pode Ele manter Seus princípios de sannyãsa?"
inteiramente alheio dos apegos materiais, é chamado Sarasvati. Sarasvati é
da música e da sabedoria, e em sua mão ela segura um instrumento musicjüdu! VERSO 75
mado vinã. O sannyãsi que vive absorto em musica visando à elevação e s " in"
é chamado Sarasvati. Alguém que se tornou plenamente educado, livre de " fcm* ITttc* ca»m w f c i 1
a espécie de ignorância, e que nunca é infeliz, mesmo em condições miseráwfa c a i w à f s - J T c t f sfca«t * i T t > » i < t »
chama-se Bhãratí. Aquele que se tornou muito perito em conhecimento absolut
que está fixo na Verdade Absoluta e que sempre discorre sobre a Verdade Abs. nirantara ihhãke vedãnta éunãiba
é chamado Puri. vairãgya-advaita-mãrge pravesa karãiba
Todos esses sannyãsis são assistidos por brahmacârts, os quais são descritos como JGÚTRN—continuamente; ihhãke—para Ele; vedãnta—a filosofia Vedãnta;
segue: o brahmacãri conhecedor de sua verdadeira identidade e fixo em seu dever jmti — v a i r ã g y a — d a renúncia; advaita—do monismo; mãrge— no cami-
ocupacional específico, sempre feliz em compreensão espiritual, é chamado éo; fnbveéa—entrada; karãiba—farei com que Ele faça.
Svarüpa-brahmacãri. Aquele que conhece plenamente a refulgência Brãhmane
vive praticando yoga é chamado Prakãsa-brahmacãri. O que adquiriu conhecimento ruDUÇÀO— "Recitarei a filosofia Vedãnta continuamente perante Caitanya
absoluto e que sempre medita na Verdade Absoluta, no conhecimento, no ilimi- Mafciprabhu para que Ele possa permanecer fixo em Sua renúncia, assumindo,
tado e na refulgência Brahman, mantendo-se, assim, em bem-aventurança trans- o caminho do m o n i s m o . "
cendental, é chamado Ánanda-brahmacãri. Alguém que é capaz de distinguir i
matéria e espírito, que nunca se deixa perturbar por transformações materil acmncADO—Segundo Sãrvabhauma Bhattãcãrya, entre os sannyãsis, o cultivo
que medita na refulgência ilimitada, inexaurivel e auspiciosa do Brahman é um «filosofia Vedãnta ajuda a desapegá-los do gozo d o s sentidos. Assim, um
brahmacãri erudito de primeira classe e é c h a m a d o Caitanya. •ayfcf pode proteger o prestígio angariado pelo uso de uma tanga (kauplna).
Ao conversar com Gopinãtha Acãrya sobre .1 comunidade de sannyãsa de Sri í preciso praticar o controle d o s sentidos, bem como da mente, e subjugar os
Caitanya Mahãprabhu, Sãrvabhauma Bhattãcãrya apreciou o primeiro nome,' 5n •ea impulsos: da fala, da mente, da ira, da língua, do estômago e dos órgãos
Krsna", mas não gostou do sobrenome "Caitanya", que é um nome para ui fritais. A partir daí, é possível tornar-se perito na compreensão do serviço de-
brahmacãri pertencente à comunidade Bhãrati. Portanto, ele sugeriu queoSenhor •Kional ao Senhor e tornar-se, deste modo, um sannyãsl perfeito. Para este fim,
fosse promovido à comunidade Sarasvati. Contudo, Gopinãtha Acárya frisou qw PHóso cultivar regularmente conhecimento e renúncia. Q u e m é apegado ao
0
o Senhor n ã o depende de quaisquer formalidades externas. Gopinãtha cary J?* 0material dos sentidos não pode proteger sua ordem de sannyãsa. Sãrva-
estava firmemente convencido de que Sri Caitanya Mahãprabhu era o p P™" Sfj 3 Bhattãcãrya sugeriu q u e , mediante o estudo d e vairãgya (renúncia), Sri
Krsna e, portanto, independente de qualquer ritual ou formalidade e x t c r
."'^ j . ( a
r™jya Mahãprabhu poderia salvar-Se das garras dos desejos da flor da
alguém quer ocupar-se em serviço devocional puro, não precisa de s u p c » **entude.
de de título, como Bhãratí ou Sarasvati. VERSO 76

w « afã, *tf?f»t c?fst-i| ff«l 1


VERSO 74
1
•|pytf w , "VÍT? c«nf c ^ w kahena yadi, punarapi yoga-pa((a diyã
C&AV9 i§mi-»rê jfèc* **H I118 11 iMtü, samskãra kariye uttama-sampradãye ãniyã'
2
h a r j i " ^ ; yadi—se; punarapi—novamente; yoga-patta diyã—oferecendo-Lhe rou-
bhattãcãrya kahe, — 'ihhãra praudha yauvana sa
flaajç. >hskãra—processo reformatório; kariye—realizo; uttama—de primeira
kemate sannyãsa-dharma ha-ibe raksana ntauàh*" F* P *dãye—à comunidade; ãniyã— trazendo.
m T

bhattãcãrya kahe— Sãrvabhauma Bhattãcãrya replicou; ihhãra— '/g j um Sua


t í

plena; yauvana—juventude; kemate—como; sannyãsa-dharma—princ P N t | ^ ° — E n t ã o , Sãrvabhauma Bhattãcãrya sugeriu: " S e Sri Caitanya
sannyãsi; ha-ibe—haverá; raksana—proteção. nu
quisesse, e u poderia introduzi-lO n u m a sampradãya d e primeira
Sri Caitanya-caritãmrta . A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 461
dhya-liij |
e
classe, oferecendo-Lhe roupa açafroada e realizando o processo ref de q " Caitanya Mahãprabhu era a Suprema Personalidade de Deus.
retOrm
vãmente." atóri 0
10
(ifof a d o r e s da Verdade Absoluta conhecem-na em três fases, como explica
nc-
^.Bhdgavatam (1.2.11):
SIGNIFICADO—O Bhattãcãrya queria transferir Caitanya MahãD hk
P 8 r a a
Sarasvati sampradãya, pois não gostava que o Senhor pertences i vadanti tat tattva-vidas
n â r a ,
sampradãya ou à Purí sampradãya.Na realidade, ele não conhecia a po • - " i tattvam yaj jhãnam advayam
d
nhor Caitanya Mahãprabhu. Sendo a Suprema Personalidade de D e u ^ r ° brahmeti paramãtmeti
Mahãprabhu não dependia de uma sampradãya inferior ou superior A bhagavãn iti éabdyate
0 0
da Suprema Personalidade de Deus é suprema, não importa quais s ^ ^
circunstâncias. e
ueles q u conhecem a não-dual Verdade Absoluta sabem mui claramente o
VERSO 77 ^Brahman, o que é Paramãtmã e o que é a Suprema Personalidade de D e u s . "
Personalidade d e Deus é sad-aiévarya-pürrui, perfeita em seis opulen-
«fã' C-tft^Tf-aj^ ?f5* Cm\ I tas plenas. Gopinãtha Acãrya enfatizou que todas essas seis opulências existiam
C5tt*faW&râ fãsg ^ fe« êTfl^tl I111 II §rí Caitanya Mahãprabhu na sua plenitude.

swm" goplnãtha-mukunda duhhe duhkha hailã VERSO 79


goplnãthãcãrya kichu kahite lãgilã
éuni'—ouvindo; gopmãtha-mukunda—Gopinãtha Acãrya e Mukunda Datta
ambos;
duhhe— duhkha— tristes; hailã— ficaram; gopinãtha-ãcãrya—chamado TO-TtC» t>f «TCÇ fãcSR CStfSP» II' 1» ll
Gopinãtha Acãrya; kichu—algo; kahite—a falar; lãgilã— começou.
tãhãte vikhyãta ihho parama-lévara
T R A D U Ç Ã O — G o p i n ã t h a Acãrya e M u k u n d a Datta ficaram muito tristes ao ou- ajha-sthãne kichu nahe vijhera gocara'
virem isto. Portanto, Gopinãtha Acãrya dirigiu-se a Sãrvabhauma Bhattãcãrya tãhãte—portanto; vikhyãta—famoso; ihho—Senhor Caitanya Mahãprabhu;
jmma-lévara—a Suprema Personalidade de Deus; ajha-sthãne— perante uma pessoa
da seguinte maneira. ignorante; kichu—nenhuma; nahe— não; vijhera—da pessoa que sabe;
gocam—informação.
VERSO 78
nUDUÇÃo—Gopinãtha Acãrya prosseguiu: "O Senhor Caitanya Mahãprabhu
'«itsrt' ^fã l*çf<i ÍTI it^ii i «famoso como a Suprema Personalidade de Deus. Aqueles que são ignorantes
«tl^Sl-íW*!* tfjfft^ ^t»Tl II 1b- II 'este respeito acham muito difícil entender a conclusão dos homens de conhe-
cimento."
'bhattãcãrya' tumi ihhãra nã jãna mahimã
bhagavattã-laksanera ihhãtei slmã
bhattãcãrya—meu caro Bhattãcãrya; tumi—tu; ihhãra—do Senhor Caitama VERSO 80
Mahãprabhu; nã— não; jãna—conheces; mahimã—a grandeza; bhagavattã-àj ser
a Suprema Personalidade de Deus; laksanera—de sintomas; ihhãtei—nEle; si
o grau máximo. «rís-rt a^,—'fãws ^ft-eww' li w
T R A D U Ç Ã O — " M e u caro Bhattãcãrya, não conheces a grandeza do Senhw éisya-gana kahe, — 'levara kaha kon pramãne'
e
Caitanya Mahãprabhu. Todos os sintomas da Suprema Personalidade de g ãcârya kahe,—'vijha-mata lévara-laksane'
encontram-se nEle no grau m á x i m o . " a fl
j ^' "S na kahe—os discípulos de Sãrvabhauma Bhattãcãrya disseram; levara
J

^ ^-dizes " Suprema Personalidade de D e u s " ; kon pramãne—com que eviden-


a

SIGNIFICADO—Visto que o Bhattãcãrya era impersonalista, não tinha idéia da ^ a a M le


cio "^ * ' ~ G o p i n ã t h a Acãrya repUcou; vijha-mata—afirmações de pessoas
dade Absoluta além da refulgência impessoal. Entretanto, Gopinãtha ^adas; lévara-laksane—na compreensão da Suprema Personalidade de Deus.
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 463
462 Sri Caitanya-caritãmrta

que tudo é criado. Se procurarmos a origem de algo, encontraremos


oS

T R A D U Ç Ã O — O s discípulos de Sãrvabhauma Bhattãcãrya retrucar ^ Aot Portanto, deve haver um criador desta imensa manifestação cósmi-
C m
evidência concluis que Sri Caitanya Mahãprabhu é o S e n h o r ° Io» CRI3
ji _ 4 a n d o assim, eles chegam à conclusão de que um poder superior criou
P

Gopinãtha Acãrya replicou: " D ã o prova disto as afirmações de à ~ Uf>rern


o?' a- R aC1
f tação cósmica. Os Mãyãvãdis n ã o aceitam que este grande poder seja
es
C 3 r y a s a
zados que compreendem a Suprema Personalidade de D e u s . " "torj. - B i a n » " -Seus
esta * , r o s nao
cérebros n ã o podem
r > n H * » m conciliar
r r n r t r i i i n r or\ fato
A h fatr» de m i o uma
Ao que u m a pessoa
n f c c n a possa
nossa
13
ufl f* únensa manifestação cósmica. Isto porque, assim que pensam n u m a
S I G N I F I C A D O — D e s d e o aparecimento de Sri Caitanya Mahãprabhu cri ar e
numa pessoa dentro do m u n d o material com potência limitada.
n s a m
a v d
muitaspseudo-encarnações na índia que não apresentam e v i d ê n c i a s a ^ ' " 03,
pess " fj]ósofos Mãyãvãdis aceitam o Senhor Krsna ou o Senhor Rama como
oS
a<1 s
Há quinhentos anos os discípulos de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, sendo " ° í * - an mas pensam no Senhor como uma pessoa que tem um corpo mate-
muito eruditos, certamente estavam corretos em pedirem uma evidênc n 3
" Os Mãyãvãdis não entendem que a Suprema Personalidade de Deus, Krsna,
<
nãtha Acãrya. Caso alguém proponha que ele próprio é Deus ou que aleu * ^°^" ^ corpo espiritual. Eles pensam em Krsna como uma grande personalidade,
UlT(
é uma encarnação de Deus ou o próprio Deus, deve citar evidências dos ste(m ° ' s
i a n
hmnano, dentro do qual há o supremo poder impessoal, Brahman. Portan-
s e r

provar sua alegação. Assim, a reivindicação dos discípulos do Bhattãcãrya^ b"' ""ftnalmente concluem que o Brahman impessoal é o Supremo, e não a pessoa
tante genuína. Infelizmente, tornou-se moda hoje em dia apresentar uma * v a Esta é a base da filosofia Mãyãvãdi. No entanto, os sãstras dão-nos a enten-
nação de Deus sem referir-se aos sãstras. No entanto, antes de aceitar alguém^*" der que a refulgência do Brahman são os raios do corpo de Krsna:
encarnação de Deus, uma pessoa inteligente deve solicitar a prova das evidên*
cias. Q u a n d o os discípulos de Sãrvabhauma Bhattãcãrya desafiaram Gopinãth»
Acãrya, este replicou imediatamente e de maneira correta: "Devemos ouvir as yasya prabhã prabhavato jagad-anda-koti-
afirmações de grandes personalidades a fim de entendermos a Suprema Peno- kotisv aéesa-vasudhãdi vibhüti-bhinnam
nalidade de D e u s . " As afirmações de pessoas autorizadas como Brahmã, Nãrada, tad brahmã niskalam anantam aéesa-bhütam
Vyãsadeva, Asita, Arjuna e muitos outros estabelecem o Senhor Krsrra como a govindam ãdi-purusam tam aham bhajãmi
Suprema Personalidade de Deus. Semelhantemente, o testemunho destas mesmas
personalidades estabelece Sri Caitanya Mahãprabhu como a Suprema Personali-
dade de Deus. Mais tarde isto será explicado. "Eu sirvo à Suprema Personalidade de Deus, Govinda, o Senhor primordial, cujo
corpo transcendental é revestido da refulgência conhecida como brahmajyoti. Este
bmhmajyoti, que é Uirrútado, insondável e onipenetrante, é a causa da criação de
VERSO 81 número ilimitado de planetas com variedades de climas e condições de vida especí-
ficas." (Brahma-samhítã 5.40)
Os filósofos Mãyãvãdis estudam a literatura védica, mas não entendem que
a Verdade Absoluta, na última fase de percepção, é a Suprema Personalidade
de Deus, Krsna. Eles aceitam o fato de que há um criador desta manifestação
sisya kahe, — 'iévara-tattva sãdhi anumãne' cósmica, mas isto é anumãna (hipótese). A lógica do filósofo Mãyãvãdi é como
a
acãrya kahe, —'anumãne nahe isvara-jhãne experiência de quem vê fumaça n u m a colina. Ao haver um incêndio florestal
sisya discípulos disseram; iévara-tattva—a verdade do Absoluto; siàhi-
kahe—os numa colina alta, a primeira coisa que se vê é a fumaça. Assim como se pode
obtemos; hipóteses;
anumãne—por acãrya kahe—Gopinãtha Acãrya replicou- *duzir a existência de incêndio pela fumaça, os filósofos Mãyãvãdis concluem
anumãne—por hipóteses; nahe—não há; isvara-jhãne— verdadeiro conhecimento da lue deve haver um criador da manifestação cósmica.
Suprema Personalidade de Deus. Os discípulos de Sãrvabhauma Bhattãcãrya queriam evidências provando que
Caitanya Mahãprabhu era realmente o criador da manifestação cósmica.
TRADUÇÃO—Os discípulos do Bhattãcãrya disseram: "Nós obtemos conhecimen- Q . m e n t e
então O aceitariam como a Suprema Personalidade de Deus, a causa
to da Verdade Absoluta através de hipóteses lógicas." Gopinãtha Acãrya rep "guiai da criação. Gopinãtha Acãrya replicou que ninguém poderia jamais en-
cou: " N ã o se pode alcançar verdadeiro conhecimento da Suprema Personal"» der a Suprema Personalidade de Deus por adivinhações. Como Krsna diz no
de Deus por meio de tais hipóteses lógicas ou argumentos." ^avad-gns (7.25):

S I G N I F I C A D O — O s filósofos Mãyãvãdis em particular estabelecem certas hip<í*j nanam prakãsah sarvasya


ses sobre a Verdade Absoluta. Segundo raciocinam eles, no mundo mate yoga-mãyã-samãvrtah
464 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 465
84
yerso
müoho 'yam nãbhijãnãti t preciso aprender de pessoas genuínas ou da própria Suprema Persona-
15,

loko mãm ajam avyayam ^pe» pgus, como aconteceu a Arjuna, pela misericórdia de Krsna. O próprio
e
Ü<|»de d ^ ^ muitos indícios sobre Suas potências como a Suprema Persona-
"Eu nunca Me manifesto aos tolos e não inteligentes, os quais esbarr ftsP* ^ D e u s . Deve-se compreender a Suprema Personalidade de Deus somente
Minha potência criadora eterna [yogamãyã]; e deste modo o mundo ilucrd" ^ Ijdade . j g j apresentadas pelos éãstras e pelos mahãjanas. De qualquer modo,
n C a s
e V 1

conhece a Mim, que Sou não-nascido e infalível." A Suprema Personalri ° n à pelas misericórdia do Senhor a fim de compreender a Suprema Perso-
o h t e r a
eC

Deus reserva-Se o direito de não Se expor aos não-devotos. Somente devdt de


é * T J Deus mediante o serviço devocional.
r c

1
nilidade "
dignos podem comprendê-lO. Em outro trecho do Bhagavad-gitã (18.55) o Se'" *
Krsna diz que bhaktyãmãm abhijãnãti: " S ó posso ser compreendido pelo p r
r
VERSO 83
0
devocional." No Quarto Capítulo do Bhagavad-gitã, o Senhor Krsna diz^iT*
'si me sakhâceti rahasyam hyetad uttamam. Aqui, o Senhor Krsna informa a A
que lhe está revelando os segredos do Bhagavad-gitã porque ele é Seu d cm tf H s - ^ ânrsratc* •ítm i v* i
Arjuna não era sannyãsi, nem Vedãntista, nem brãhmana. Contudo, ele era d ^ lévarera krpã-leéa haya ta' yãhãre
de Krsna. Conclusão: temos que compreender a Suprema Personalidade de 0°'° sei ta' Iévara-tattva jãnibãre pare
consultando os devotos. O próprio Sri Caitanya Mahãprabhu diz: guru-kr^ jfyurera—da Personalidade de Deus; krpã-leéa—um pouco de misericórdia; haya—
prasãde pãya bhakti-latã-blja (Cc. Madhya 19.151). ^'—decerto; yãhãre—a quem; sei to'—ele com certeza; Iévara-tattva—a Verda-
Pode-se citar mais evidências para mostrar que, sem a misericórdia de um devo- de Absoluta; jãnibãre—de conhecer; pãre—é capaz.
to ou sem a misericórdia de Krsna, não se pode compreender quem é Krsna e
quem é a Suprema Personalidade de Deus. Confirma-se isto no verso seguinte TRADUÇÃO—O Acãrya continuou: "Caso alguém receba sequer uma porção, por
nunima que seja, do favor do Senhor em virtude do serviço devocional, pode
VERSO 82 entender a natureza da Suprema Personalidade de D e u s . "

«rçntü «WH íHasissrcíi i VERSO 84


?*f1 faífl fcUCTOI Cm BffÜE * Í M II trí. II *Ktfa cs ora nwrtjm-
anumãna pramãna nahe lévara-tattva-jhãne «iPr-cmtsí^ft^ -ira fç i
krpã vinã lévarere keha nãhi jãne «rfírtfe v | t «Wtfejtirt
anumãna pramãna—evidência por hipótese; nahe—não há; isvara-tattva-jnâne-
em compreender a Verdade Absoluta, a Suprema Personalidade de Deus; knjd a tf» «nc^tefn feTv fafèr^ I I
vinã— sem Sua misericórdia; lévarere— a Suprema Personalidade de Deus; keht-
qualquer pessoa; nãhi— não; jãne—conhece. athãpi te deva padãmbuja-dvaya-
prasãda-leéãnugrhlta eva hi
jãnãti tattvam bhagavan-mahimno
TRADUÇÃO—Gopinãtha Acãrya prosseguiu: "Só se pode compreender a Suprema na cãnya eko 'pi ciram vicinvan
Personalidade de Deus através de Sua misericórdia, e nao por adivinhações ou «"w-poitanto; api—deveras; fe—Teus; deva—meu Senhor; pada-ambuja-dvaya—
d
hipóteses." °s dois pés de lótus; prasãda—da misericórdia; leéa—apenas por um indício;
«"«grJiífafi-favorecido; eva—decerto; hi—de fato; jãnãti—alguém conhece;
SIGNIFICADO—Não se pode compreender a Suprema Personalidade de Deus sim- * n * m - verdade; bhagavat—da Suprema Personalidade de Deus; mahimnah—
a

plesmente valendo-se de alguma mágica mundana. Pessoas tolas ficam fascinada* pandeza; na—nunca; ca—e; anyah—outro; ekah—um; api—embora; ciram—por
com demonstrações mágicas, e, ao verem algumas coisas maravihosas feitas atra °ngo período; vicinvan—especulando.
vés de poder místico, aceitam o mágico como sendo a Personalidade de Dei
uén1 de n
ou uma encarnação. Não é este o caminho da realização. Tampouco a l g . j , 1 ^ U Ç Ã o _ " 'Meu Senhor, se alguém é favorecido por indício ligeiro que seja
conjeturar ou especular sobre uma encarnação de Deus ou sobre a Personaliza """sericórdia de Teus pés de lótus, pode compreender a grandeza de Tua
466 Sri Caitanya-caritimrta .. ,
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 467
VER*
personalidade. Mas aqueles que especulam a fim de compreender
S u p r m lévarera krpã-leéa nãhika tomate
Personalidade de Deus são incapazes de conhecer-Te, muito embora ' ' í
a estudar os Vedas por muitos anos.' " C O n , i n
Uem ataeva iévara-tattva nã para jãnite
M—embora; jagat-guru—mestre de muitos discípulos; fumi—tu; éãstra-
J^M—oexn versado em conhecimento védico; prthivtte—nesta Terra; nãhi—
SIGNIFICADO—O verso supramencionado é do Snnuul-fíhãgavatam (10 14 j * " " ' . pandita—um acadêmico erudito; tomara—teu; samãna—igual; lévarera—da
Brahma-samhitã(5.33) afirma: vedesu durlabham adurlabham ãtma-bhaktau ® 8
F ^ . , Personalidade de Deus; krpã—de misericórdia; leéa—um pouco; nãhika—
AU
a Suprema Personalidade de Deus, Krsna, seja a meta última do conhertm - EMBORA
^^^tornãte—em ti; ataeva—portanto; iévara-tattva—a Verdade Absoluta (a Su-
(fedais' ca sarvair aham eva vedyah), quem não é devoto puro e não está oj
**' personalidade de Deus); nã para—não és capaz; jãnite—de conhecer,
em serviço ao Senhor não pode çompreendê-lO Portanto, o Senhor Brahmã prema 1 1

firma isto. Vedesu durlabham: "E muito difícil compreender o Senhor Supm^Ü!
UCÃO—Então, Gopinãtha Acãrya dirigiu-se a Sãrvabhauma Bhattãcãrya:
simplesmente por meio de estudos." Adurlabham ãtma-bhaktau: "Entretanto
os devotos, é muito fácil cativar o Senhor." O Senhor é conhecido corno a*^ m grande erudito e mestre de muitos discípulos. Na verdade, não há na
(inconquistável). Ninguém pode conquistar a Suprema Personalidade de Deu "nenhum outro acadêmico igual a ti. Não obstante, por não teres sequer
mas o Senhor consente que Seus devotos O conquistem. Esta é Sua natureza JjnTgota da misericórdia do Senhor, não podes compreendê-lO, muito embora
Como se afirma no Padma Purãna: üTesteja presente em tua casa."

atah éri-krsna-nãmãdi VERSO 87


na bhaved grahyam indriyaih
sevonmukhe hi jihvãdau (Tsffla srtfipp cf ia, "item iife a»c* 1
svayam eva sphuraty adah •ftfosrrcw ^ n r 5 ^ - « R a^> m 11' v-i i

Estando satisfeito com as atividades devocionais, o Senhor revela-Se a Seus de- tomara nãhika dosa, éãstre ei kahe
votos. Esta é a maneira de compreendê-lO. pãndilyâdye iévara-tattva-jhãna kabhu nahe'
O verso do Írimad-Bhãgavatam, citado por Gopinãtha Acãrya, foi falado origi- tomara—tua; nãhika—não há; dosa—culpa; éãstre—as escrituras; ei—isto; kahe—
nalmente pelo Senhor Brahmã quando o Senhor Krsna o derrotou. O Senhor mencionam; pãnditya-ãdye—simplesmente por erudição, e t c ; iévara-tattva-jhãna—
Brahmã roubara todos os bezerros e vaqueirinhos a fim de por à prova o poder conhecimento dos princípios da Suprema Personalidade de Deus; kabhu—jamais;
de Krsna. O Senhor Brahmã admitiu que seus próprios poderes extraoni «fl/ie-não há.
dentro do universo não podiam sequer ser comparados aos ilimitados poderes
do Senhor Krsna. Se o Senhor Brahmã pode cometer erros ao querer compreen- TRADUÇAO—"Não é por tua culpa, mas pelo veredito das escrituras. Não podes
der Krsna, o que dizer, então, de pessoas comuns, que ou ficam sem entender entender a Suprema Personalidade de Deus simplesmente por erudição."
Krsna ou falsamente apresentam u m a suposta encarnação de Krsna para a sati>-
fação de seus próprios sentidos? SICNIFICADO—Este verso é muito importante. Nem mesmo grandes eruditos
P°dem entender Krsna, todavia, ousam fazer comentários sobre o Bhagavad-gitã.
mbora ler o Bhagavad-gitã signifique compreender Krsna, sabemos do caso de
VERSOS 85—86
["uitos eruditos que fazem asneiras ao tentarem compreender Krsna. Muitos
•"'chos da literatura védica confirmam a afirmação de Gopinãtha Acãrya. No Ka(ha
U
PO"isad (1.2.23), afirma-se:
• ( f t t t e t «rifa *tR»3 c«T»Tt* *roí* 11 t-c«
fr«CW ?*fl-CW « t f r * £5ÍHtC<5 I nãyam ãtmã pravacanena labhyo
na medhayã na bahunã érutena
«rauia H r s * «n "tu wtfàcs n wí» H yam evaisa vrnute tena labhyas
tasyaisa ãtmã vivrnute tanüm svãm
yadyapi jagad-guru tumi—éãstra-jhânavãn
prthivtte nãhi pandita tomara samãna 0 m
e s m Kafha Upanisad (1.2.9) também afirma:
0
Sri Caitanya-caritãmrta »• A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 469
M a d h
*H.U. , Ver* 90

naisã tarkena matir ãpaneyã Gopinãtha Acãrya replicou: "O conhecimento do summum bonum,
0
proktõnyenaiva sujhãnãya prestha T * * , J . Absoluta, é a evidência da misericórdia do Senhor S u p r e m o . "
ac
ySrh tvam ãpah satya-dhrtir vatãsi , Verd»
tvãdrh no bhüyãnn aciketah prastã o—Sãrvabhauma Bhattãcãrya informou a seu cunhado, Gopinãtha
AD

. "pode ser que a Suprema Personalidade de Deus não me tenha mostra-


O fato é que não se pode alcançar a Suprema Personalidade de Deus, a S misericórdia, mas que prova tens de que Ele a mostrou a ti? Faze-me o
613 13
simplesmente por explanações, lógica e erudição acadêmica. N i n e i r ' ' " ' àe esclarecer isto." Em resposta, Gopinãtha Acãrya disse que o summum
entendê-lO valendo-se apenas de sua massa cinzenta. Nem mesmo e s h l i ^ ^ & v 0 f a v e r d a d e Absoluta, e Suas diferentes potências são idênticos. Portanto,
0
toda a literatura védica pode alguém entender o Senhor Supremo. C o n t u d ^ ^Agse compreender a substância da Verdade Absoluta pela manifestação de
somos levemente favorecidos pela misericórdia do Senhor e se o Senhor fi ca diferentes potências. O summum bonum inclui todas as potências em uma
U3
tisfeito conosco, podemos compreendê-lO. Mas quem são os candidatos 1 üt ^ fjade. A Verdade Absoluta combinada com diferentes características é a subs-
veis para receber a misericórdia do Senhor? Somente os devotos. Eles * ^ istia original (vastu): parãsya éaktir vividhaiva êrüyate.
S
únicos que podem entender o que é a Suprema Personalidade de Deus. O Senh° Assim, os Vedas afirmam que a Verdade Absoluta tem diferentes potências.
revela-Se ao devoto sincero ao comprazer-Se com o serviço dele: svayam eva svl °' Quem entende as características das potências da Verdade Absoluta toma conhe-
raty adah. Não se deve tentar entender o Senhor simplesmente apoiando-se nas cimento da Verdade Absoluta. Também na plataforma material, pode-se com-
afirmações dos Vedas, nem tampouco tentar inutilmente depreciar estas afirmações preender a substância pela manifestação de seus sintomas. Por exemplo: quando
através de razão e da lógica. há calor, subentende-se que há fogo. Percebe-se o calor do fogo diretamente. O
fogo pode não estar visível, mas pode-se saber que há fogo sentindo o calor. Do
VERSO 88 mesmo modo, caso alguém possa perceber as características da Verdade Absolu-
ta, podemos ter certeza de que ele entendeu a substância da Verdade Absoluta
pela misericórdia do Senhor.
cTSWCS íhRHFll ÍPÍ fãs ajaTíM H b-V 11 0 Bhagavad-gitã (7.25) diz: nãham prakãéah sarvàsya. A Suprema Personalidade
de Deus reserva-Se o direito de não Se expor a todos. Sevon-mukhe hi jihvãdau
sãrvabhauma kahe,—acãrya, kaha sãvadhãne svayam eva sphuraty adah: " O Senhor revela-Se a u m devoto ao comprazer-Se
tomate lévara-krpã ithe ki pramãne plenamente com o serviço do devoto." Assim, não se pode compreender o Senhor
sãrvabhauma kahe— Sãrvabhauma Bhattãcãrya diz; ãcãn/a—meu caro Gopinãtha Supremo sem Sua misericórdia. Não se pode entender a Verdade Absoluta por
Acãrya; kaha—por favor, fala; sãvadhãne—com muito cuidado; tomate—a ti; fswmi- meio da especulação, e esta é a conclusão d o Bhagavad-gitã.
krpã— misericórdia do Senhor; ithe—quanto a isto; ki pramãne—com que evidência.

VERSO 90
T R A D U Ç Ã O — S ã r v a b h a u m a Bhattãcãrya replicou: " M e u caro Gopinãtha Acãrya,
por favor, fala com muito cuidado. Que prova tens de teres recebido a miseri- " t à t a ia «hRWUMi 1
córdia do S e n h o r ? "
»T^C«Wc7!»t $f»l *tt-íPt5 «F»f*l II S>" H

ihhãra éaríre saba tévara-laksana


VERSO 89 mahã-premãvesa tumi pãhãcha daréana
inhara—Seu; corpo; saba—todas;
éaríre—no lévara-laksana—características da Su-
Prenia Personalidade de Deus; mahâ-prema-ãveéa—absorção em êxtase transcen-
TOSf-wtiçs «lTt«l li w ll ai; tumi—tu; pãhãcha—obtiveste; daréana—vendo.
acãrya kahe, — "vastu-visaye haya vastu-jhãna
vastu-tattva-jhãna haya krpãte pramãna
acãrya Gopinãtha Acãrya replicou; vastu-visaye—quanto ao summum í
kahe— ^oiJÇÃo—Gopinãtha Acãrya prosseguiu: "Viste os sintomas da Suprema Per-
haya—há; vastu-jhãna—conhecimento do Supremo; vastu-tattva—da Verdade Abso- Jbtn ' d a d e de D e u
s n o corpo d e Sri Caitanya Mahãprabhu enquanto Ele esteve
luta; jhãna—conhecimento; haya—é; krpãte— da misericórdia; pramãna—a evidend • "^rto em êxtase."
Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 471
0 94
M a d
*ya-i, ,
u 6
Ver»

VERSO 91 yesím tv anta-gatam papam


janãnãni punya-karmanãm
<5^«' ihra-Biti si sa c s n r r a i te dvandva-moha-nirmuktã
bhajante mãm drdha-vratãh
& * c a a atai ^ -afèr aTaçfa 11 n
tabu ta' iévara-jhãna nã haya tomara e | que agiram piedosamente em vidas anteriores e nesta vida, cujas ações
e s

lévarera mãyã ei—bali vyavahãra "^minosas foram totalmente erradicadas e que se livraram da dualidade da ilusão
tabu ta'—ainda assim, porém; íévara-jhãna—conhecimento da Suprema P fJjJ^JLjp.se em Meu serviço com determinação."
CC

nalidade de Deus; nã— não; haya—há; tomara— teu; lévarera— do Senhor- - fa ndo alguém está realmente ocupado em serviço devocional puro,
ilusão; ei—isto; bali—dizendo; vyavahãra—o termo geral. hentende-se que já se libertou de todas as reações de atividades pecaminosas.
F outras palavras, deve-se entender que os devotos já são livres do pecado.
Uma pessoa pecaminosa, um canalha (duskrti), não pode ocupar-se em serviço
T R A D U Ç Ã O — " A despeito de teres percebido diretamente os sintomas do Senh
devocional. Tampouco p o d e alguém ocupar-se em serviço devocional baseado
Supremo no corpo de Sri Caitanya Mahãprabhu, não podes compreendê-lo Co"
gmplesmente em especulação acadêmica. É preciso esperar pela misericórdia do
muménte chama-se a isto de i l u s ã o . "
Senhor a fim de prestar serviço devocional puro.
SIGNIFICADO—Gopinãtha Acãrya chama atenção para o fato de que Sãrvabhauma
Bhattãcãrya já percebera os incomuns sintomas de êxtase no corpo de Sri Caitanva VERSO 93
Mahãprabhu. Esses incomuns sintomas de amor extático indicavam a Pessoa Su-
prema, mas, a despeito de ter visto todos esses sintomas, o Bhattãcãrya não pôde Ifotttl fà&ra asfã, wt asfà* cara i
entender a natureza transcendental do Senhor. Ele lonsiderava que os passatem- "ftjrçcfc asfe fàsf sri e f o cwta 11 H
pos do Senhor eram mundanos. Com certeza isto devia-se à ilusão.
ista-gosthi vicãra kari, nã kariha rosa
éãstra-drstye kahi, kichu nã la-iha dosa
ista-gosthi—discussão entre amigos; vicãra—consideração; kari—fazemos; nã—
VERSO 92
não; kariha—faças; rosa—ira; éãstra-drstye—segundo a conclusão das escrituras;
Bptó-falamos; kichu—nenhuma; nã— não; la-iha—consideres; dosa—falta.
cwfaw «i wa «fca afè^a i"
« f ã ' s í f a ' i t a c s l a afèjsf a s * ii s*. II
dekhile nã dekhe tare bahirmukha jana" tradução—O Bhattãcãrya disse: "Estamos apenas discutindo entre amigos e
éuni' hãsi' sãrvabhauma balila vacana considerando os pontos mencionados nas escrituras. Não fiques zangado. Sim-
dekhile— mesmo após ver; nã— não; dekhe—vê; tare—a Pessoa Suprema; bahih- plesmente falo com base nos sãstras. Por favor, não fiques ofendido."
mukha jana— uma pessoa influenciada pela energia externa; éuni'—ao ouvir isto;
hãsi'—sorrindo; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; balila—disse; vacana-
as palavras. VERSO 94

TRADUÇÃO—"Uma pessoa influenciada pela energia externa chama-se bahinnu


kha jana, ou pessoa mundana, pois, a despeito de sua percepção, não pode en <s%_ asfàrasfcei f à ^ a w r s t a •rfè it s>8 11
tender a verdadeira substância." Ao ouvir Gopinãtha Acãrya dizer isto,
bhauma Bhattãcãrya sorriu e começou a falar o seguinte. mahã-bhãgavata haya caitanya-gosãni
ei kali-kãle visnura avatãra nãi
ç^u-bhãgavata—um devoto grandioso; haya—é; caitanya-gosãni—Senhor Sri
nya

SIGNIFICADO—Quem não tem o coração limpo nao pode despertar a na Vj5 nu Mahãprabhu; ei—esta; kali-kãle—na era de Kali; visnura—do Senhor
ava

transcendental do serviço devocional. Como se confirma no Bhagavad-gM * • ' tãra—encarnação; nãi— não há.
472 Sri Caitanya-caritãmrta ». A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya
M a í , n 473
ya-i-, u 6

T R A D U Ç Ã O — " D e c e r t o que ári Caitanya Mahãprabhu é um devoto er VERSO 96


incomum, mas não podemos aceitá-lO como uma encarnação do Senho° ?*°*
r Sn
pois, segundo os sãstras, não há encarnação nesta era de Kali." ° ^' ". « f o i « T f F t í *R3E ? j ^ t I

VERSO 95
•ffljai a>fàuqii <$fii ara wrwtc* II II
éuniyã acãrya kahe duhkhl hahã mane
«rautia 'fàrç^' asfà' asfè fà?j-íit»i i éãstra-jha karinã tumi kara abhimãne
. . _ _ ouvir isto; acãrya—Gopinãtha Acãrya; kahe—diz; duhkhl— triste;
a o

JjáJficando; mane—na. mente; éãstra-jha—bem versado nas escrituras védicas;


ataeva 'tri-yuga' kari' kahi visnu-nãma •-Ã-tornando como; fumi—tu; kara—fazes; abhimãne—orgulho.
\grxrw
kali-yuge avatãra nãhi,—éãstra-jhãna
ataeva—portanto; tri-yuga—o Senhor, que aparece apenas em três yugas- kari' jtpuçAO—Ao ouvir isto, Gopinãtha Acãrya ficou muito triste. Ele disse ao
fazendo; kahi—dizemos; visnu-nãma—o santo nome do Senhor Visnu; kali-yuge-^ Bhattãcãrya: "Consideras-te a ti mesmo como o conhecedor de todas as escrituras
era de Kali; avatãra—encarnação; nãhi—não há; éãstra-jhãna—o veredito das védicas."
escrituras.
VERSO 97
T R A D U Ç Ã O — " O u t r o nome do Senhor Visnu é Triyuga, pois não há encarnação
do Senhor Visnu em Kali-yuga. Na verdade, este é o veredito das escrituras re- vfH3-«Tas sfè "tirara ajirt« 1
veladas." çifX sfcan-aícarç srfft «raam | II

S I G N I F I C A D O — A Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Visnu, é conhecido bhãgavata-bhãrata dui éãstrera pradhãna
como Triyuga, que significa que Ele Se manifesta em três yugas. Contudo, isto sei dui-grantha-vãkye nãhi avadhàna
significa que na era de Kali o Senhor não aparece diretamente, mas sim disfarça- bhlgavata—Srimad-Bhãgavatam; bhãrata—Mahãbhãrata; dui—duas; éãstrera—de to-
do. Confirma-se isto no èrímad-Bhãgavatam (7.9.38): das as escrituras védicas; pradhãna—as mais importantes; sei—estas; dui-grantha—
ittham nr-tiryag-rsi-deva-jhasãvatãrair das duas escrituras; vãkye— nas afirmações; nãhi—não há; avadhàna—atenção.
lokãn vibhãvayasi hathsi jagat-pratlpãn
dharmarh mahã-purusa pãsi yugãnuvrttam TRADUÇÃO—"O Srimad-Bhãgavatam e o Mahàbhárata são as duas escrituras vé-
channah kalau yad abhavas tri-yugo 'tha sa tvam dicas mais importantes, mas não prestaste atenção ás suas afirmações."

"Meu Senhor, matais todos os inimigos do mundo ao assumirdes Vossas múltiplas VERSO 98
encamações em famílias de homens, animais, semideuses, rs/s, seres aquát»)'
e assim por diante. Deste modo, iluminais os mundos com conhecimento h
e n c a r n a
as« asfircs mwfc-WMl I
cendental. Na era de Kali, ó Mahãpurusa, às vezes apareceis numa ^
^faj « f c — v f i m « t f * ftfpi «t^ra ii sv- ii
disfarçada. Portanto, sois conhecido como Triyuga [aquele que só aparece em
yugas]." j f
sei dui kahe kalite sãksãt-avatára
Srila Sridhara Svãmi também confirma que o Senhor Visnu aparece na e ^ tumi kaha,—kalite nãhi visnura pracãra
Kali mas não age como o faz em outras eras. O Senhor Visnu encarna com ^ -estas, dui—duas; kahe—dizem; kalite— nesta era de Kali; sãksãt—direta;
objetivos: paritrãnãya sãdhünãrii vinãéãya ca duskrtãm. Isto é, Ele vem para I "'—encarnação; tumi—tu; kaha—dizes; kalite—nesta era de Kali; nãhi— não há;
em passatempos com Seus devotos e para aniquilar os demônios. Estes ^J^^,. ra
—do Senhor Visnu; pracãra—manifestação.
0
são visíveis na Satya, na Tretã e na Dvãpara yugas, mas. na Kali-yuga,
aparece disfarçado. Ele protege os fiéis sem matar demônios diretamen AD
|J UÇÃo—''o Srimad-Bhãgavatam e o Mahàbhárata afirmam que o Senhor
o Senhor não é percebido de forma direta em Kali-yuga mas é conheci •n diretamente, mas tu dizes que nesta era não há qualquer manifestação
to
mente nas outras três yugas, Seu nome é Triyuga. c
arnação do Senhor V i s n u . "
474 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy M A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 475
1 0 1
Ver^

VERSO 99 prthu, Nrsimha, Kürma, Dhanvantari, Mohiní, Vãmana, Paraáurãma,


' ndra, Vyãsa, Balarãma, Krsna, Buddha e Kalki.
aV e

etthave , menciona Sri Caitanya Mahãprabhu como u m lilã-avatãra porque Ele


m$m 'fàrçtf f f à ' f f ç sra II II iSão se me"»- --- /- 1 - r — -i
t v ü ® , ncarnação disfarçada
encarnação (channa-avatãra).
d o Senhor Nestanoeracorpo
manifesta de Kali,
de Sri não há lilã-avatãras,
Caitanya Mahã-
kali-yuge lilãvatãra nã kare bhagavãn o*5
Fxplica-se isto no Srimad-Bhãgavatam.
prabhu- Y
ataeva 'tri-yuga' kari' kahi tara nãma
era de Kali; Iilã-avatãra—uma encarnação para realizar n
kali-yuge—nesta VERSO 100
tempos; no—não; kdre—íaz; bhagavãn—a Suprema Personalidade de Deus- ataeva'
logo; tri-yuga—chamado Triyuga (manifesto em três yugas); kari'—aceitando- kah~ «tfêrçr,*t ^ « r a ara» 9*f-*w§fil i
5
digo; fora nãma—Seu santo nome. «stfsé wm csvtf* s t f ^ fàçta«>«• n
T R A D U Ç Ã O — " N e s t a era de Kali, não há lilã-avatãra da Suprema Personalidade pratiyuge karena krsna yuga-avatãra

de Deus; logo, Ele é conhecido como Triyuga. Este é um de Seus santos nomes " tarka-nisfha hrdaya tomara nãhika vicãra
mti-yuge—em era ou milênio; karena—faz; krsna—o Senhor Krsna; yuga-
cada

SIGNIFICADO—Lilã-avatãra é uma encarnação do Senhor que realiza variadas ati- taitãra—encarnação para a era; tarka-nistha—endurecido por argumentos; hrdaya—
vidades sem fazer qualquer esforço especial. Realiza sempre passatempos, um coração; tomara—teu; nãhika—-não há; vicãra—consideração.
após outro, todos plenos de prazer transcendental, e tais passatempos são intei-
ramente controlados pela Pessoa Suprema. Nestes passatempos, a Pessoa Su- TRADUÇÃO—Gopinãtha Acãrya prosseguiu: "Decerto que há uma encarnação em
prema é totalmente independente de todos os outros. Enquanto ensinava a cada era, e tal encarnação chama-se yuga-avatãra. Porém, teu coração ficou tão
Sanãtana Gosvãmi (Cc. Madhya 20.296-298), Sri Caitanya Mahãprabhu frisou que endurecido por lógica e argumentos que não podes considerar todos estes fatos."
não se pode contar o número de lilã-avatãras:
VERSO 101
lilãvatãra krsnera nã yãya ganana
pradhãna kariyã kahi dig-daraéana

"Contudo", disse o Senhor a Sanãtana, "vou enumerar os principais lilã-avatãras:"


ãsan varnãs trayo hy asya

matsya, kürma, raghunãtha, nrsimha, vãmana grhnato 'nuyugam tanüh

varãhãdi—lekhã yãhra nã yãya ganana éuklo raktas tathã pita


idãnim krsnatãm gatah

Assim, Ele enumerou as encamações do Senhor, incluindo Matsya, a encarna- Ssan—houve; varnãh—cores; trayah—três; hi—deveras; asya—dEle; grhnatah—

ção de peixe; Kürma, a tartaruga; o Senhor Rãmacandra; Nrsirhhadeva, aceitando; anuyugam—àe acordo com a era; tanüh—corpos; éuklah—branca;
Vãmanadeva; e Varãha, a encarnação de javali. Portanto, são inúmeros os 1' l***"^—vermelha; tathã—também; pitáh—amarela; idãnim—no momento atual;
avatãras, e todos eles manifestam passatempos maravilhosos. O Senhor Varãha, hsnafám—morena; gatah—aceitou.
a encarnação de javali, soergueu todo o planeta Terra das profundezas do oceano
Garbhodaka. A encarnação de tartaruga, o Senhor Kürma, tornou-Se um p'| ^DUÇÃO— " 'No passado, teu filho teve corpos de três diferentes cores, de
r
para a emulsificação de todo o mar, e o Senhor Nrsirhhadeva apareceu como n 'uy^ ° 0 C m a e r a - E s l a s c o r e 9 r o r
a m branca, vermelha e amarela. Nesta era
de homem, metade leão. Estes são alguns dos aspectos maravilhosos e incom a
Para-vuga] Ele aceitou um corpo moreno.' "
dos lilã-avatãras.

Em seu livro Laghu-bhãgavatãmrta, Srila Rüpa Gosvãmi enumera os ^S®, j^tolCADo—Gargamuni falou este verso do Srimad-Bhãgavatam (10.8.13) ao rea-
vinte e cinco lilã-avatãras: Catuh-sana, Nãrada, Varãha, Matsya, Yajna, Na °s rituais da cerimônia de dar o nome ao Senhor Krgna. Ele afirma que as
Nãrãyana, Kapila, Dattãtreya, Hayasirsa (Hayagriva), Hamsa, Prsrugar i n a ç õ e s do Senhor em outras eras foram branca, vermelha e amarela. Esta
476 Sri Caitanya-caritãmrta M
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 477
adh
y»-m 1> 6 Ver* 1 0 5

cor amarela refere-se a Sri Caitanya Mahãprabhu, cuja tez era am in—" 'Nesta era de Kali, aqueles que são inteligentes realizam o canto
1
confirma que, nas Kali-yugas passadas, o Senhor também encarnar 'sto a d a
I t A " j a l do mahã-mantra Hare Krsna, adorando a Suprema Personalida-
a C o n
COr
que era de tez amarela. Compreende-se que o Senhor encarna sob àií Po u e
' ' ' ^ ' n e u s q aparece nesta era sempre descrevendo as glorias de Krsna. Esta
K n t ç s
para as diferentes yugas (Satya, Tretã, Dvãpara e Kali). Aceitando ^ ied e
j é de tez amarela e vive na companhia de Suas expansões plenárias
0
3 1 3
(pita), bem como outras características, o Senhor encarnou como S°° p " ^
1
ttt* ^ g j | Nityãnanda Prabhu], e de Suas expansões pessoais (tais como
Mahãprabhu. Este é o veredito de todas as autoridades védicas " í C a i l a n v
pai* i i bem como de Seus devotos e associados {tais como Svarüpa
Ga dãdnarai, ##

pimodaral-
VERSO 102
FiCADO-Sri Jiva Gosvãmi explica este verso do Srimad-Bhãgavatam (11.5.32)
t f o a t t * ^ t * r *^f% ^ í l - f i n i i S C
fCrama-sandarbha, conforme citação de Srila Bhaktivinoda Thãkura com
N U
U

f^çáo à explicação do Ãdi-lilã, Terceiro Capítulo, verso 51.


ifi dvãpara urvtáa VERSO 104
stuvanti jagad-iávaram
nãnã-tantra-vidhãnena ^a<*r<i cçiTcai a a l w b t M i w f l i
kalãv api tathã érnu j B P t U f ^ p «tttvl f H M T f % - « n r m : i >»8 i
iti— assim; dvãpare—em Dvãpara-yuga; uru-iéa—ó rei; stuvanti—oferecem ora-
ções; jagat-Iévaram—à Suprema Personalidade de Deus; nãnã— diversos; tantra- suvarna-varno hemãhgo
dos textos védicos suplementares; vidhãnena—mediante princípios regulativos varãhgaé candanãhgadi
Mau—na era de Kali; api—com certeza; tathã— assim também; érnu—ouve. sannyãsa-krc chamah santo
nisthã-éãnti-parãyanah
T R A D U Ç Ã O — " 'Na era de Kali, bem como em Dvãpara-yuga, as pessoas ofere- suvarna-varnah—c\i)a tez é como o ouro; hema-ahgah—tendo um corpo como o
cem orações à Suprema Personalidade de Deus com diversos mantras e obser- ouro derretido; vara-ahgah—cujo corpo é mui belamente constituído; candana-
vam os princípios regulativos dos textos védicos suplementares. Agora, por favor, «igíidi-untado com polpa de sândalo; sannyãsa-krt—aceitando a ordem de vida
ouve-me sobre isto.' " renunciada; éamah—auto controlado ; éãntah—pacífico; nisthã— firmemente fixo;
íínfi-trazendo paz ao propagar o mahã-mantra Hare Krsna; parãyanah—sempre
SIGNIFICADO—Esta citação é do èrimad-Bhâgavatam (11.5.31) no êxtase do serviço devocional.

VERSO 103
TÍADUÇÃO—" ' O Senhor [na encarnação de Gaurasundara) tem uma tez dou-
rada. Na verdade, todo o Seu corpo, que é muito b e m constituído, é como o
To derretido. Ele tem todo o corpo untado com polpa de sândalo. Ele aceitará
»quarta ordem de vida espiritual (sannyãsa) e será muito autocontrolado. Ele
krsna-varnath tvisãkrsnam ^ n g u i r - S e - á dos sannyãsis Mãyãvãdis por estar fixo em serviço devocional
sãhgopãhgãstra-pãrsadam ' Propagar o movimento de sankirtana.' "
yajhaih sahklrtana-prãyair
aGNlF
yajanti hi sumedhasah i C A D o — G o p i n ã t h a Acãrya citou este verso d o Mahãbhãrata.
a k r í l
as duas sílabas "krs" e "na"; tvisã— pela tez;
krsna-varnam—cantando \*~.
não morena; sa-ahga—acompanhado por expansões pessoais; upa-ahga—devo • VERSO 105
astra—a arma do cantar do mantra Hare Krsna; pãrsadam—e associados como u a ^
dhara, Svarüpa Dãmodara, e t c ; yajhaih—mediante sacrifício; sankirtana-^ ^ 3

congregacional do mantra Hare Krsna; prãyaih—consistindo principalmente c u r a r a "sffit f « t r * « f t f t «ícaisra i


yajanti—adoram; hi—deveras; su-medhasah—aqueles que são inteligentes.
478 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy, | A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 479
l t w
v < r»o
tomara age eta kathãra nãhi prayojana yac-chaktayo vadatãm vãdinãm vai
üsara-bhümite yena bljera ropana vivãda-samvãda-bhuvo bhavanti
tomara age—perante ti; efa—tantas; kathãra—áe palavras; nãhi— - kurvanti caisãm muhur ãtma-moham
prayojana—necessidade; üsara-bhümite—em terra estéril; yena-como; bijera^L ^ tasmai namo 'nanta-gunãya bhümne
mente; ropana—semeando. __ j saktayah—potências; vadatãm—disputando; vãdinãm—dos adversários
c U a s ;

• «teveras; vivada—de oposição; samvãda—de acordo; bhuvah—objetos


TRADUÇÃO—Então, Gopinãtha Acãrya disse: " N ã o adianta citar tanta e a- deveras
íf „f|—tornam-se; kurvanti—fazem; ca—também; esãm—deles; muhuh—sempre.
cia dos sãstras, pois és um especulador muito seco. Não há necessidade de*"
mear em terra estéril." ^jU—
lfj que
^mohatn—ilusão do eu; tasmai—a Ele; namah—reverências; ananta—ilimitadas
tem qualidades; bhümne—o Supremo.

VERSO 106 ABDUÇÃO—" 'Ofereço minhas respeitosas reverências à Suprema Personalidade


ac Deus, que é plena de qualidades ilimitadas e cujas diferentes potências pro-
csfírf? ®*íta <§ta aca çta i yocam acordo e desacordo entre disputadores. Assim, a energia ilusória conti-
ií)*H r>WP3 <5Ca f f t ç f f e a II i » * 11 nuamente encobre a auto-realização de ambos os contendores.' "

tomara upare tãhra krpã yabe habe gOttFlCADO—Esta citação é do èrímad-Bhãgavatam (6.4.31).
e-saba siddhãnta tabe tumiha kahibe
tomara upare—a ti; fonra—do Senhor; krpã— misericórdia; yabe—quando; habe- VERSO 109
houver; e-saba—todas estas; siddhãnta—conclusões; tabe— neste momento; tumiha-
tu também; kahibe—citarás. f v t af% a í a « t « « artvri i«n i

T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o o Senhor ficar satisfeito contigo, também compreende-


yuktam ca santi sarvatra
rás estas conclusões e citarás os sãstras."
bhãsante brãhmana yathã
mãyãth madlyãm udgrhya
VERSO 107
vadatãm kim nu durghafam
yuktam—bastante adequados; cã— também; sanfi—são; sarvatra—em toda parte;
C$T*V9 CA f»ftJ ^ 5 ^ , srfílWf I
ÜUsante—falam; brãhmanãh—os eruditos; yathã— tanta; mãyãm—ilusão; madiydm—
^sra fà* oftn itata «jata ii i ° i ii de Mim; udgrhya -aceitando; vadatãm—dos especuladores; kim—o que; na—com
tomara ye sisya kahe kutarka, nãnã-vãda certeza; durghatam—impossível.
ihãra ki dosa—ei mãyãra prasãda
tomara—teus; ye—que; êisya—discípulos; kahe—dizem; ku-iarka—falsos argumen- JRADUÇAO—" 'Em quase todos os casos, tudo o q u e os brãhmanas eruditos
a U u
tos; nãnã-vãda—malabarismo de filosofia; ihãra—deles; fci—que; dosa—falta; ~ m é aceito; nada é impossível para q u e m se refugia em Minha energia ilusó-
111
esta; mãyãra—de ilusão; prasãda—bênção. « fala sob a influência dela.' "
a , a v r a s
T R A D U Ç Ã O — " O s falsos argumentos e filosóficos malabarismos de P ^ *-NtFiCADo—Neste verso do Srimad-Bhãgavatam (11.22.4), a Suprema Personali-
teus discípulos não são culpa deles. Eles simplesmente receberam a bênção ^e de Deus explica que Sua energia ilusória pode fazer o impossível; tal é o
filosofia M ã y ã v ã d a . " j n 0 3 er
>ergia ilusória. Em muitos casos, os especuladores filosóficos encobrem
VERSO 108 dl^^ade real e ousadamente estabelecem teorias falsas. Nos tempos antigos,
SC O m o
'era ° Kapila, Gautama, Jaimini, Kanãda e brãhmanas semelhantes propu-
TO^cai VFft\ a t i r a i * ca, fàat*-a*aftr-ftai s q f a ' ««Ak!. filosóficas inúteis, e, n o s dias modernos, os ditos cientistas estão
t e 0 r i a s

n
t^r~**do muitas teorias falsas sobre a criação, apoiados em argumentos apa-
r t e lógicos. Tudo isto deve-se à influência da energia ilusória do Senhor
480 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy i , A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 481
a 1
Vtf*°
Supremo. Portanto, às vezes a energia ilusória parece correta, pois emana do I^Gopínát h a
Acãrya; bhaginf-pati—esposo da irmã; sytf/flfaj-irmão da es-
reto Supremo. A fim de evitar a tão desnorteante influência ilusória d e v ^ ' 0 ^^ftóüfryfl-Sãrvabhauma Bhattãcãrya; nindã—às vezes blasfemando; sfwfi—
aceitar as palavras da Suprema Personalidade de Deus como elas são S>6 P** ezes elogiando; hãsye—às vezes rindo; s'ifcsd—instrução; karã'na—provoca;
v

poderemos escapar da influência da energia ilusória. « * * Gopinãtha Acãrya.

VERSO 110 nuÇÃO—Gopinãtha Acãrya era cunhado de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; por-


o relacionamento deles era muito doce e íntimo. Em tais circunstâncias,
«ca « t í Ç t a " Í R , atÇ tWtfàlW 1 W I """inâtha Acãrya ensinava-o às vezes blasíemando-o, outras vezes elogiando-
< outras rindo dele. Isto sucedia desde algum tempo.
«trata tW-^lftjS a>a PWiPl II
fabe bhattãcãrya kahe, yãha gosãhira sthãne VERSO 113
ãmãra nãme gana-sahita kara nimantrane •srtFtcaa A t f c « « u w r \m i
tabe—depois disso; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kahe—diz; yaha—px
favor, vai; gosãhira sthãne— ao local de Sri Caitanya Mahãprabhu; ãmãra nãme—
« I m c a * ate* i ac« cm ssa-cata n >ve n
em meu nome; gana-sahita—com Seus associados; kara—faze; nimantrane—convite ãcãryera siddhânte mukundera haila santosa
bhattãcãryera vãkya mane haila duhkha-rosa
TRADUÇÃO—Após ouvir isto de Gopinãtha Acãrya, Sãrvabhauma Bhattãcàryi Ictryera—de Gopinãtha Acãrya; siddhânte—com as conclusões; mukundera—de
disse: "Primeiro vai ao local onde está hospedado Sri Caitanya Mahãprabhu Mukunda Datta; íia/ta—houve; santosa—satisfação; bhattãcãryera—de Sãrvabhauma
e convida-O aqui com Seus associados. Convida-O em meu nome." Bhattãcãrya; vãkye— pelas palavras; mane—na mente; haila—houve; duhkha—
tristeza; rosa—e aborrecimento.
VERSO 111
TÍADUÇÃO—Srila Mukunda Datta sentiu-se muito satisfeito ao ouvir as afirma-
«mtw «ufa' trca arai* «itC* fitofl l ções conclusivas de Gopinãtha Acãrya, mas ficou muito triste e aborrecido ao
* w t « . PrtfSr «rtwtor * t l l i Pwrt« II ouvir as afirmações apresentadas por Sãrvabhauma Bhattãcãrya.
prasãda ãni' tãhre karãhã ãge bhiksã
pascãt ãsi' ãmãre karãiha éiksã VERSO 114
prasãda ãni'—levando jagannãtha-prasãda; tãhre—a Ele; karãhã—faze; ãge—primeiro, c^ftatfapa TÍCT «nstí foi «rrfírc i
bhiksã— aceitação; pascãt—depois disso; ãsi'—vindo aqui; ãmãre—a mim; kariiht-
provoca; éiksã— ensinamento.
«trstráa tftc* cm r*waw n J>8 R
gosãhira sthãne acãrya kaila ãgamana
TRADUÇÃO—"Leva jagannãtha-prasãda e primeiro podes dá-la a Caitanya Mahã- bhattãcãryera nãme tãhre kaila nimantrana
prabhu e a Seus associados. Depois disso, volta aqui e dá-me boas lições. mnirasthãne-ao local onde Se hospedava Sri Caitanya Mahãprabhu; ãcãrya-
r^PJJãtha Acãrya; kaila—fez; ãgamana—vindo; bhattãcãryera nãme—em nome de
ohaiuna Bhattãcãrya; tãhre—a Ele; kaila—tez; nimantrana—convite.
VERSO 112
^DuÇAo—De acordo com as instruções de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, Gopi-
^ Acãrya foi até Sri Caitanya Mahãprabhu e convidou-O em nome do Bhatta
fswi-rçrs-çtra PPfl a>at'« «nrrt II i
VERSO 115
acãrya—bhagini-pati, éyãlaka—bhattãcãrya
nindã-stuti-hãsye éiksã karã'na acãrya
«liçtcaa fm\ *ca, ac*i *tt<a»1 awm n
482 Sri Caitanya-caritãmrta «. n A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 483
0 1 2 0
Madh
ya-i,u. Ver»

mukunda-sahita kahe bhattãcãryera kathã ãra dina mahãprabhu bhattãcãrya-sane


bhattãcãryera nindã kare, mane pãhã vyathã ãnande karilã jagannãtha daraéane
n0 3 11 116
mukunda-sahita—juntamente com Mukunda; kahe—descreve- bh iina— d* s e g " ' ' mahãprabhu— Sri Caitanya Mahãprabhu; bhattãcãrya-
, r a
kathã— todas as palavras de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; bhattãcãryera—à-''" t a m e n t e com Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãnande—com muito prazer;
un

bhauma Bhattãcãrya; nindã— difamação; kare—íaz; mane—na mente* ^ ^ i f i z e r a m ; jagannãtha—ao Senhor Jagannãtha; daraéane—visita.
obtendo; vyathã— alguma aflição.
nuçÃO— Na manhã seguinte, Sri Caitanya Mahãprabhu e Sãrvabhauma
TRADUÇÃO—As afirmações do Bhattãcãrya foram discutidas perante Sri C gkattãcãrya visitaram juntos o templo do Senhor Jagannãtha. Ambos estavam
Mahãprabhu. Gopinãtha Acãrya e M u k u n d a Datta desaprovavam as a f i rm
bem humorados.
do Bhattãcãrya, pois estas causavam-lhes aflição mental.
VERSO 119
VERSO 116
'©fil TOÍSi^fíÇ ires 1«, f* I
«ilsTl aifè «tt¥ícaa $9 «rçatç li i i * II cflçr,* °srfJis< Tâai «rptw afaert« Ü S > II
éuni mahãprabhu kahe aiche mat kaha bhattãcãrya-sahge tãhra mandire ãilã
ãmã prati bhattãcãryera haya anugraha prabhure ãsana diyã ãpane vasilã
éuni—ao ouvi-los; mahãprabhu—Caitanya Mahãprabhu; kahe—diz; aiche—tal; mal bhattãcãrya-sahge—\untamente com Sãrvabhauma Bhattãcãrya; tãhra—Seu (do
kaha—não faleis; ãmã prati—para comigo; bhattãcãryera—àe Sãrvabhauma Senhor Jagannãtha); mandire—ao templo; mia—vieram; prabhure—ao Senhor Sri
Bhattãcãrya; haya—há; anugraha—misericórdia. Caitanya Mahãprabhu; ãsana—assento; diytf—dando; ãpane—pessoalmente;
nasiíí—sentou-se.
TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Não faleis desta
maneira. Sãrvabhauma Bhattãcãrya tem mostrado grande afeição e misericór- TRADUÇÃO—A o entrarem n o templo, Sãrvabhauma Bhattãcãrya ofereceu um as-
dia para comigo." sento a Caitanya Mahãprabhu, ao passo que ele próprio sentou-se no chão, pres-
VERSO 117 tando o devido respeito que merece um sannyãsi.

«ItTra I W C H t f f fftlCS I VERSO 120


afe,1OTJ f ff*fj f R R , fã C«fta ^ÇfôS II l i l II
5

cwte «fst^cs «ca «rlro a>fà«Tl I


ãmãra sannyãsa-dharma cãhena rãkhite csç-^fàr' asfã' f>f «tçca asfçeri» «
vãtsalye karuna karena, ki dosa ihãte
ãmãra—Meus; sannyãsa-dharma—princípios regulativos de sannyãsa; câhena-* vedãnta padãite tabe ãrambha karilã
quer; rãkhite— manter; vãtsalye—por afeição paterna; karuna— misericórdia; kare—- sneha-bhakti kari' kichu prabhure kahilã
íaz; ki—que; dosa—falta; ihãte—a este respeito. vedãnta—filosofia Vedãnta; padãite—a instruir; tabe—então; ãrambha—começando;
™*-fez; sneha—afeição; bhakti—e devoção; kari'—mostrando; kichu—algo;
TRADUÇÃO—"Por afeição paterna para comigo, ele quer proteger-Me e certifica 1
PniWiure-ao Senhor; tenitó-disse.
se de que Eu siga os princípios regulativos de um sannyãsi. Que mal ha ru
A D u
2 « o _ E n t ã o , começou a instruir o Senhor Caitanya Mahãprabhu sobre a
VERSO 118 na Vedãnta, e, com afeição e devoção, falou o seguinte ao Senhor.

I^WlCADo—O Vedãnta-sütra, ou Brahma-sütra, escrito por Srila Vyãsadeva, é u m


•erra fim spçt«íç « 1 ^ - ^ i estudado por todos os estudantes espirituais avançados, especialmente pelos
•wfiTCHi ffà«H sr-stsrfi II Ü V II yasis de todas as comunidades religiosas (sampradãyas). Os sannyãsis devem
484 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 485
M a d h
ya., l l a
Ver* 12

ler o Vedãnta-sütm para estabelecer suas conclusões finais a respeito d safa dina paryanta aiche karena éravane
C n
mento védico. Aqui, naturalmente, o Vedãnta mencionado é o ° heci- e 0
c bhãla-manda nãhi kahe, vasi' mãtra éune
Sankarãcãrya, conhecido como Sãriraka-bhãsya. Sãrvabhauma ' B h a tct oãm erus,
c* ' '^ B
1 6 1 0 d e
iina— sete c u a s ; ar anta
P y ~ é'' aiche—dessa maneira; karena—faz; éravane— ai

' hattãcãrv ^°^ P ar e t e 4


dia converter Caitanya Mahãprabhu, que era um sannyãsi V a i s n a v A n- C a r y a
s* ,' bhãla—certa; manda—errada; nãhi—não; kahe—diz; vasi'—sentado;
Mãyãvãdi. Portanto, fez aquele arranjo para instruí-lO sobre o Vedãnta- - ^ " " ^ A E N A S ; E O U V E
2 Í P ^ " - -
do o comentário Sãriraka de Sahkarãcãrya. Todos os sannyãsis d a " ?
a k a r a -
sampradãya absorvem-se seriamente no estudo do Vcdãnta-sütra com o c " ^ ^ O ^ A s s i m , por sete dias consecutivos, Sri Caitanya Mahãprabhu ouviu
m e n t a r i o
Sãriraka-bhãsya. Diz-se que vedãnta-vãkyesu sada ramantah: "Deve-se semn T^wifia Vedãnta exposta por Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Entretanto, Caitanya
lhar nos estudos do Vedânta-sütra." ' UÍ rabhu não dizia nada n e m comentava se a filosofia apresentada estava
JjjU ou errada. Ele simplesmente ficava ali sentado e ouvia o Bhattãcãrya.
VERSO 121
VERSO 124

fàarça ara «jfir cawtg «ta«i II Í Í . Í II -etèn-fwacsi «*trra »nawli i


AVS fiw asa « f * i c a * f s ara«f 11 **8 n
vedãnta-éravana,—ei sannyãsira dharma
nirantara kara tumi vedãnta éravana astama-divase tãhre puche sãrvabhauma
a filosofia Vedãnta; ei—estas; sannyãsira—de uma pessoa
vedãnta-éravana—ouvir sãta dina kara tumi vedãnta éravana
na ordem renunciada; dharma—ocupação real; niran tara—incessantemente; kara- astama-divase—no oitavo dia; tãhre—a Ele; puche—pergunta; sãrvabhauma—
faze; fumi—Tu; vedãnta—da filosofia Vedãnta; éravana—ouvindo. Sãrvabhauma Bhattãcãrya; safa dina—sete dias; kara—fazes; fumi—Tu; vedãnta—a
filosofia Vedãnta; éravana—ouvindo.
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya disse: " A principal função de um sannyãsi é ouvir
a filosofia Vedãnta. Portanto, sem hesitar, deves estudar a filosofia Vedãnta, TRADUÇÃO—No oitavo dia, Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse a Caitanya Mahã-
ouvindo-a incessantemente de u m a pessoa superior." prabhu: "Faz sete dias que ouves minha apresentação da filosofia V e d ã n t a . "

VERSO 122 VERSO 125


« t r a r * srfft asç, m e f a afã' i
«rç -'csTtrra «fã? ara wim i
3$ fa* Ü1 ^ í , - ^ ç l 3fà*,« 11 f f f a n > v 11
< r ò e i ^ $ a i , « f a cm cures a ^ I I ' Í U II bhãla-manda nãhi kaha, raha mauna dhari'
prabhu kahe, — 'more tumi kara anugraha bujha, ki nã bujha,—ihã bujhite nã pari
sei se kartavya, tumi yei more kaha' bhãla-manda—correto ou errado; nãhi kaha—não falas; raha—manténs; mauna—
prabhu kahe—o Senhor replicou; more—a Mim; tumi—tu; tora—mostras; ^êncio; dhari —contendo; bujha—entendes; ki—ou; na—não; bujha—entendes;
anugraha—misericórdia; sei se—este; kartavya—dever; tumi—tu; yei—tudo o que; "tf—isto; bujhite—de compreender; nã"—não; pari—sou capaz.
more—a Mim; kaha—dizes.
^DUCÃo—"Tens simplesmente ouvido em constante silêncio. Já que não dizes
TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya replicou: "És muito misericordioso comigo, e °<ue pensas, se está correto ou errado, não posso saber se realmente entendes
por isso acho que é Meu dever obedecer à tua o r d e m . " Uosofia Vedãnta ou n ã o . "

VERSO 123 VERSO 126


ã * | a ^ - «»r«f «rffii, A\fk m m i
«T9i-si»a « t f ç a*re, a f * f sita n i^>a u c « t i r f a « i t s j t p s a t a asfàcra n H<s>"
486 Sri Caitanya-caritãmrta :
«^H l 3 0 A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 487
Madh

prabhu kahe—"mürkha ãmi, nãhi adhyayana


^, I': o Vedãnta-sütra é o Srimad-Bhãgavatam. Artho 'yam brahma-sütrãnãm: O Srimad-
tomara ãjhãte mãtra kariye éravana é o comentário original sobre o Vedãnta-sütra escrito pelo próprio autor,
^pxitam
prabhu kahe—o Senhor replicou; mürkha ãmi—sou um tolo; nãhi Kvyãsadeva.
adhyayana—estudo; tomara—tua; ãjhãte—pela ordem; mãtra— . so ^"~ ° n a
há. VERSO 128
éravana—ouvindo.
« I t s r t a s c * , - * l Aptf, czn w t * ata i
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya M a h ã p r a b h u replicou: " S o u um tolo, e con adiara srffa' c*\* » ç ç ^ a t a 11 11
e n l e
mente não estudo o Vedãnta-sütra. Só estou tentando ouvi-lo de ti P O r "
Me o r d e n a s t e . " bhattãcãrya kahe,—nã bujhi', hena jhãna yãra
bujhibãra lãgi' seha puche punarbãra

VERSO 127 bhattãcãrya kahe—Sãrvabhauma Bhattãcãryareplicou; nã bujhi'—não entenden-


do; hena—isto; jhãna—o conhecimento; yãra—de alguém; bujhibãra lãgi'—apenas
^asrjtfra H-sf sTifa' «ta«i a t a a>fã i pjra entender; sena—ele também; puche—indaga; punah-bãra—novamente.
<5fà c r ò ^ e f ^ a , a J V r e «1 <ttfã n" :>vi II
sannyãslra dharma lãgi' éravana mãtra kari TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya replicou: "Concordo que não entendas,
tumi yei artha kara, bujhite nã pari" mas mesmo quem não entende indaga sobre o a s s u n t o . "
membro da ordem de vida renunciada; dharma—a ocupação-
sannyãslra—do
uma questão de; éravana—ouvindo;
lãgi'—por mãtra—apenas; kari—faço; tumi- VERSO 129
tu; yei—tudo o que; artha—significado; kara—apresentas; bujhite—de compreen-
der; nã— não; pdri—sou capaz. f f a ttfSP ^ f À ' as &M i t a afã' 1
«5<»ca fãs «itr.5 <73tata, a ^ s i r i *rtfã n n
T R A D U Ç Ã O — " S ó escuto em nome do cumprimento dos deveres da ordem de vida
renunciada. Infelizmente, não posso entender nada do significado que apresen- tumi éuni' éuni' raha mauna mãtra dhari'
tas." hrdaye ki ache tomara, bujhite nã pari
tumi—Tu; éuni'—ouvindo; éuni'—ouvindo; raha—guardas; mauna—silêncio;
SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu apresentou-Se como se fosse um san mãtra—apenas; dhari'—contendo; hrdaye—no coração; ki—o que; ache—há;

só de nome, ou, em outras palavras, um tolo número u m . Os sannyãsis Mãyãvãdis tomara—Teu; bujhite—de entender; na—não; pari—sou capaz.
na índia estão muito acostumados a declararem-se jagad-gurus, mestres do mundo,
embora não tenham informação alguma do m u n d o externo e suas experto
limitem-se apenas a uma pequena cidade ou aldeia, ou talvez ao país da a T R A D U Ç Ã O — " E s t á s ouvindo sem parar, todavia, guardas silêncio. Não posso en-
Tampouco tais sannyãsis têm educação suficiente. Infelizmente, hoje em dia, exis- nder o que na realidade se passa dentro de Tua m e n t e . "
tem muitos sannyãsis tolos, tanto na índia quanto em outros lugares, que só fazem
ler e estudar a literatura védica sem entender os significados. Em Seu debate com
o Chand Kazi, o magistrado muçulmano de Navadvipa, Caitanya Mahãpra VERSO 130
M v
recitou um verso da literatura védica indicativo de que a ordem de ""-'fL
proibida nesta era de Kali. Só devem aceitar sannyãsa aqueles que são muito -2*$ aro,—"yzm wf a j ^ a fofa 1
e que seguem os princípios regulativos e estudam a literatura védica. Sri í-ai cstrfa aitijl -©fa' «w sa «' fàasj n y ® 1 0
Mahãprabhu aprovava que um sannyãsi lesse o Vedãnta-sütra, ou o B ' ' ^ r a n r m
i

mas não aprovava o comentário Sãriraka de Sahkarãcãrya. Na verdade, prabhu kahe, — "sütrera artha bujhiye nirmala
ocasião, Ele disse que mãyãvãdi-bhãsya éunile haya sarva-nãsa: "Quem prabh t tomara vyãkhyã éuni' mana haya ta' vikala
Sãriraka-bhãsya de Sahkarãcãrya está c o n d e n a d o . " Logo, um sannyãsi, ?. . u
r f m l í
POSSQ tone—O Senhor replicou; sütrera artha—o significado do sütra; bujhiye—
cendentalista, deve ler o Vedãnta-sütra regularmente, mas não deve ler o ^ nf^Qy n
.' e n
^ e r
' nirmala—bem claramente; tomara—tua; vyãkhyã—explicação; éu-
bhãsya. Esta é a conclusão de Sri Caitanya Mahãprabhu. O verdadeiro come do; mana—mente; haya—fica; fa'—na verdade; vikala—perturbada.
488 Sri Caitanya-caritãmrta x , A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 489

T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , ári Caitanya Mahãprabhu revelou Seu pensam de tais tolos é impingir a conclusão impersonalista em toda a literatura
1

d o : "Posso entender bem claramente o significado de cada sütra e n t


°' d i ? e n
- jnter"-^ ^ teus Mãyãvãdis também interpretam o Bhagavad-gitã. Cada verso do
a

plicações simplesmente confundiram Minha m e n t e . " stfà*'g gavad-gttã afirma claramente que Krsna é a Suprema Personalidade de
na

Em cada verso, Vyãsadeva diz que sri bhagavãn uvãca: "A Suprema Perso-
E S
SIGNIFICADO—O verdadeiro significado dos versos do Vedãnta-sütra ' ^ ° A de Deus disse", ou "o bem-aventurado Senhor disse". Afirma-se clara-
3
quanto a luz do sol. O s filósofos Mãyãvãdis simplesmente tentam ene 8
h° ' ° C ar oue o bem-aventurado Senhor é a Pessoa Suprema, mas, ainda assim, os
do sol com as nuvens de interpretações imaginadas por Sahkarãcãrv a
"^^lãyãvãdis tentam provar que a Verdade Absoluta é impessoal. A fim de
1 115
seguidores. a* i seus sentidos falsos e imaginários, eles são forçados a fazer tanto
t a r e n

'r^a p | vras e tanta interpretação gramatical que acabam se tomando ridículos,


jogo de F. a a

VERSO 131 Sri Caitanya Mahãprabhu observou que ninguém deve ouvir os comen-
tos ou explicações Mãyãvãdis de n e n h u m texto védico.
«jesa «i«f «taj a*tç swftai i
«Jà, «ta ^z-Azm «rá it^tftai II Í - S Í II VERSO 133

sütrera artha bhãsya kahe prakãéiyã


^*{f*ra«f.-«t^ cwi v*B «isf sa i
tumi, bhãsya kaha—sütrera artha ãcchãdiyã <?fè. «isf SJ5J,—ajti^ta i a a*a 11 11
sütreraartha—significados dos safras; bhãsya—o significado; kahe—alguém fala
prakãéiyã—manifestando com clareza; fumi—tu; bhãsya kaha—fazes um comentá- upanisad-éabde yei mukhya artha haya
rio; sütrera—dos versos; artha—os sentidos; ãcchãdiyã— encobrindo. sei artha mukhya,—vyãsa-sütre saba kaya
upanisad—dos éabde—pelas palavras; yei—tudo
Vedas; o que; mukhya—direto;
T R A D U Ç Ã O — " O s versos do Vedãnta-sütra contêm significados claros em si artha—sentido; haya—está; sei—este; artha—sentido; mukhya—principal; vyãsa-
mesmos, porém, os outros significados que apresentaste simplesmente encobri- sflfre—no Vedãnta-sütra; saba—tudo; kaya—descreve.
ram o sentido do sütra como u m a n u v e m . "

SIGNIFICADO—Consultem, por favor, o Ádi-lilâ, Sétimo Capítulo, versos 106 a 146, TRADUÇÃO—Caitanya M a h ã p r a b h u prosseguiu: "O Vedãnta-sütra é o resumo
para uma explicação deste verso. de todos os Upanisads; portanto, todo o sentido direto existente nos Upanisads
também está registrado no Vedãnta-sütra, ou Vyãsa-sütra."
VERSO 132
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati explica o termo "upanisad" em seu
«isf «n a^as aitarí* i Anubhãsya. Consultem, por favor, o Ãdi-lilã, Segundo Capítulo, Quinto Verso,
fsirrcsf «^fà «T51 ara «ttBÇíífit II i ** II 1 eo Adi-lilã, Sétimo Capítulo, versos 106 e 108, para a sua explicação.

sütrera mukhya artha nã karaha vyãkhyãna VERSO 134


kalpanãrthe tumi tãhã kara ãcchãdana
sütrera—dos versos; mukhya—diretos; artha—de sentidos; nã— não; karaha— az *$Ti< çifçíTi ira cnVtttf * P « * T Í i
Vyãkhyãna—explicação; kalpanã-arthe—devido ao significado imaginativo, '«ifèafrafè w\W ira "fi^a ^«fl ii Í « 8
tu; tãhã—disto; kara—fazes; ãcchãdana—cobertura.
mukhyãrtha chãdiyã kara gaunãrtha kalpanã
T R A D U Ç Ã O — " N ã o explicas o sentido direto dos Brahma-sütras. Na verdade, p a
'abhidhã'-vrtti chãdi' kara éabdera laksana
f l r í ! s e n n c : 0
rece que teu interesse é encobrir o sentido verdadeiro." sentid ^ " ' " ~ ' direto; chãdiyã— abandonando; kara—fazes; gauna-artha—
dj(j .° "direto; kalpanã— imaginando; abhidhã-vrtti—o sentido que é compreen-
0
m t e
SIGNIFICADO—Isto é típico de todos os Mãyãvãdis ou ateístas, que ^ j e i r a Itltto "P^atamente; chãdi'—abandonando; kara—fazes; éabdera—das palavras;
o significado da literatura védica à sua própria maneira imaginária. A ve ^"^interpretação.
ári Caitanya-caritãmrta «. ., A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 491
Ma
<lhya-i- lU 6 Ver* 1 3 7

TRADUÇÃO—"Deve-se aceitar, sem interpretações, o sentido direto de . afirmações do Bhagavad-gitã provam que há um lugar de peregrina-
so. No entanto, simplesmente abandonas o sentido direto e prossegues ffi P ^ C s a chamado Kuruksetra, onde os Pãndavas e os Kurus se encontraram
,rell 0 S

interpretação imaginativa." COn


>tu 1
í* *ar A P encontrarem-se lá, o que fizeram eles? Esta foi a pergunta feita
para " c a s t r a a Sanjaya. Embora estas afirmações sejam muito claras, os ateís-
VERSO 135 f* t m interpretá-las, dando diferentes sentidos para as expressões dharma-
e
tas ' foru.ksetm. Portanto, Srila Jiva Gosvãmi aconselha-nos a não dependermos
« f o r e * ! * «TO a * f e a W M «urra i ' ^ n h u m a espécie de interpretação. É melhor aceitar os versos como eles são,
^interpretação.
a#p« d i5Tt«T f c s , c i * c i «rat«i ii y«Cf II

pramãnera madhye éruti pramãna—pradhãna VERSO 136


éruti ye mukhyãrtha kahe, sei se pramãna
pramãnera—das evidências; madhye—no meio; éruti—a. versão védica; pramifria áftr,aa « r f a - f a & i «w-c^nra I
evidência; pradhãna—principal; éruti—a versão védica; ye—tudo o que; muWiu i*fo-*rrwj cm i*i-*tfàa s a 11 11
artha—sentido principal; kahe—diz; sei se—esta deveras; pramãna—evidência
jivera asthi-visthã dui—éahkha-gomaya
éruti-vãkye sei dui mahã-pavitra haya
TRADUÇÃO—"Embora haja outra evidência, deve-se aceitar a evidência dada na
versão védica como a principal. As versões védicas compreendidas diretamente entidade viva; asthi—o osso; visthã— excremento; dui—dois; éahkha—
jivera—da
são evidências de primeira classe." búzio; go-maya—estrume de vaca; éruti-vãkye—nas palavras da versão védica; sei—
isto; dui—dois; mahã—muito; pavitra—puros; haya—são.
SIGNIFICADO—Deve-se consultar as seguintes obras: Tattva-sandarbha (10-11) de
Srila Jiva Gosvãmi, o comentário de Srila Baladeva Vidyãbhüsana sobre esta obra TRADUÇÃO—Caitanya Mahãprabhu continuou: " B ú z i o e estrume de vaca nada
e os seguintes versos do Brahma-sütra: éãstra-yonitvãt (Vs. 1.1.3), tarkãpratisthãnãi mais são do que os ossos e o excremento de algumas entidades vivas, mas, se-
(Vs. 2.1.11) e érutes tu éabda-mülatvãt (Vs. 2.1.27), segundo comentários de Sri gundo a versão védica, consideram-se ambos muito puros."
Rãmãnujãcãrya, Sri Madhvãcãrya, Sri Nimbãrkãcãrya e Srila Baladeva Vidyã-
bhüsana. Em seu livro Sarva-sarhvãdinl, Srila Jiva Gosvãmi observa que, embora
haja dez espécies de evidências — a percepção direta, a versão védica, a referência SIGNIFICADO—De acordo com os princípios védicos, ossos e estrume geralmen-
histórica, a hipótese e assim por diante — e embora geralmente todas elas sejam te são considerados muito impuros. Se alguém toca um osso ou excremento, deve
aceitas como evidências, é certo que a pessoa que apresenta uma hipótese, lê a banhar-se imediatamente. Este é o preceito védico. Não obstante, os Vedas também
versão védica, percebe ou interpreta por sua experiência é imperfeita de quatro estabelecem que o búzio, embora seja o osso de um animal, e o estrume de vaca,
maneiras. Isto é, ela está sujeita a cometer erros, a iludir-se, a enganar e a ter embora seja o excremento de um animal, são muito santificados. Embora tais afir-
sentidos imperfeitos. Mesmo que a evidência seja correta, a própria pessoa corre mações pareçam contraditórias, ainda assim, aceitamos o fato de que o búzio e
0
o perigo de desorientar-se devido a seus defeitos materiais. Afora a apresentação estrume de vaca são puros e santificados, respaldados pela versão védica.
o n c u
direta, há a possibilidade de que u m a interpretação não seja perfeita. ^ ' j ^
portanto, que apenas a apresentação direta pode ser considerada evidência. ^ VERSO 137
se pode aceitar como evidência uma interpretação, mas pode-se considerá-la com'
confirmação da evidência. TOsim-M cm T 3 J <?ft ira I
Afirma-se logo no começo d o Bhagavad-gitã:
' i W afôOT TOs«jrat«fj-*Tra m 11 w n
svatah-pramãna veda satya yei kaya
dhrtarãstra uvãca
'laksana' karile svatah-prãmãnya-hãni haya
dharma-ksetre kuru-ksetre ia

samavetã yuyutsavah
^ h-pramãna—evidência em si mesma; veda—literatura védica; satya—verdade;
mãmakãh pãndavãé caiva
hido o que; kaya—diz; laksana— interpretação; karile—fazendo; svatah-
lya—prova evidente por si mesma; hãni—perdida; haya—fica.
kim akurvata sahjaya
492 Sri Caitanya-caritãmrta M n A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 493
1 4 U
Ver*
T R A D U Ç Ã O — " A s afirmações védicas são evidentes por si mesmas. D e v
iQ^Sri Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "O Brahma-sütra, escrito por
t A D a t l e v a é r a d i a n t e c o m o 0
tar todo o que nelas se afirma. Caso as interpretemos de acordo com n 6 0 1 0 8
' '-Cí
* Vvãs ' sol. Quem tenta interpretar seu significado
imaginação, a autoridade dos Vedas perde-se de imediato." '"'faz encobrir esse brilho do sol com uma n u v e m . "

SIGNIFICADO—Das quatro principais classes de evidências — a percenc" VERSO 139


a hipótese, a referência histórica e a evidência védica — aceita-se a evid"
dica como a principal. Caso queiramos interpretar a versão védica, devem °^ caw-*tatr,«t *FCT i s m - f i n s t i i
guiar u m a interpretação de acordo com o que desejamos fazer. Antes cie '"^ cm a r o - ^ w s , S ^ i - i v i ii n
nada, apresentamos tal interpretação como uma sugestão ou hipótese S P Ü ^
0
assim, ela na realidade não é verdadeira, e a prova evidente por si mesma se Der!? veda-purãne kahe brahma-nirüpana
Srila Madhvãcãrya, ao comentar o aforismo drsyate tu (Vedãnta-sütra 2 1 6) * sei brahmã—brhad-vastu, lévara-laksana
o Bhavisya Purãna como segue: ^Bk-purãne—nos Vedas e nos Purãnas; kahe—afirma-se; brahma-nirüpana—
estabelecendo o Supremo; sei' brahmã—este Supremo; brhat-vastu—o maior; lévara-
rg-yajuh-sãmãtharvãé ca tfsena—significa a Personalidade Suprema.
bhãratarh pahca-rãtrakam
müla-rãmãyanarh caiva TRADUÇÃO—"Toda a literatura védica e outros textos que seguem estritamente
veda ity eva sabditãh os princípios védicos afirmam que o Brahman Supremo é a Verdade Absoluta,
o maior de todos e um aspecto do Senhor S u p r e m o . "
purãnãni ca yãniha
vai$navãni indo viduh SIGNIFICADO—Maior que tudo é Sri Krsna. O Senhor Krsna afirma no Bhagavad-
svatah-prãmãnyam etesãm gfW (15.15) que vedais ca sarvair aham eva vedyah: "Mediante todos os Vedas, Eu
nãtra kificid vicãryate sou o que há de ser conhecido." O Srimad-Bhãgavatam diz que a Verdade Absolu-
ta é percebida em três fases — a saber, Brahman, Paramãtmã e Bhagavãn, a Su-
O Rg Veda, o Yajur Veda, o Sãma Veda, o Atharva Veda, o Mahãbhãrata, o Pancarátm prema Personalidade de Deus (brahmeti paramãtmeti bhagavãn iti sabdyate). Assim,
e o Rãmãyana original são todos considerados literatura védica. Os Purãnas (tais a Suprema Personalidade de Deus é a última palavra na compreensão da Verda-
como o Brahma-vaivarta Purãna, o Nãradlya Purãna, o Visnu Purãna e o Bhãgtmati de Absoluta, Brahman.
Purãna) destinam-se especialmente aos Vaisnavas, sendo, também, literatura vé-
dica. De tal modo, tudo o que se afirma nos Purãnas, no Mahãbhãrata e no Rãmãym VERSO 140
é por si mesmo evidente. Não há necessidade de interpretá-los. O Bhagavad-giM
também está incluído no Mahãbhãrata; logo, todas as afirmações do Bhagavad-gM
são evidentes por si mesmas. Não há necessidade de interpretação, e, se inter- tftr,* fsrafpt?! f f ã ' a r a * a T W r a II >8° n
pretamos, toda a autoridade da literatura védica se perde. sarvaisvarya-paripürna svayam bhagavãn
tãhre nirãkãra kari' karaha vyãkhyãna
VERSO 1 3 8 toroa-aisvurya-paripürna—plena de todas as opulências; svayam—pessoalmente;
^gavãn—a Suprema Personalidade de Deus; farire—a Ele; nirãkãra—impessoal;
n
~fazendo; karaha—(azes; vyãkhyãna—explicação.

^ D U Ç Ã O — " N a realidade, a Suprema Verdade Absoluta é uma pessoa, a Su-


3
coJ"
Pers
vyãsa-sütrera artha—yaiche süryera kirana o n a l i d a d e de Deus, plena de todas as opulências. Tentas explicá-lO
0
sva-kalpita bhãsya-meghe kare ãcchãdana . ^, sendo impessoal e sem forma."
vyãsa-sütrera—do Vedãnta-sütra de Vyãsadeva; artha—os significados; y
assim como; süryera—do sol; kirana—raios brilhantes; sva-kalpita—imagu 1
é's^ C A D c
- B r a h m a n significa brhattva, o maior de todos. O maior de todos
bhãsya—do comentário; meghe—pela nuvem; kare— faz; ãcchãdana—cobertu ^fsria, a Suprema Personalidade de Deus. Ele possui todas as potências
494 Sri Caitanya-caritãmrta . t _ A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 495
M a d
"ya-n , u 6

e opulência em plenitude; portanto, a Verdade Absoluta, o maior de ia coração de cada entidade viva. Assim, as descrições impessoais dos Vedas
0 8
Suprema Personalidade de Deus. Quer alguém diga "Brahman" ou " ' ç ^ ' * * Hem negar a existência de características mundanas no Senhor Supremo.
P r e m
Personalidade de D e u s " , é a mesma verdade, pois ambos são idên * f**"-n oretendem estabelecer que o Senhor Supremo seja impessoal.
C S
Bhagavad-gitã, Arjuna aceitou Krsna como param brahmã param dhãma F ' °
entidades vivas ou a natureza material sejam descritas, às vezes, como B VERSO 142
anm
o Param Brahmã — o Supremo, o maior de todos os Brahmans — j ^ «n. a n a
r s n a
a Suprema Personalidade de Deus. Ele é pleno de todas as opulências^ ^ - ai ai ftfNMfiPh fãfiWv
010 10
que possui toda a riqueza, toda a força, toda a fama, todo o conhecimento *
a beleza e toda a renúncia. Ele é eternamente uma pessoa e eternamente su° ^ ai aífsfrs afàctacaa i
Se alguém tenta explicar o Supremo impessoalmente, distorce o verdadeiro - "í ' 0
fistacatct afo ?T3 ^tai*
cado de Brahman. «Ttai aals: afacnacn i m n
VERSO 141
yã yâ érutir jalpati nirvisesam
'fãtac-ra' $rca caí a*fàfl«i i sã sãbhidhatte savisesam eva
í
«rf?<5' fsrcafà asrra ^ « r r ç ^ ' "it^ra n >8> n vicãra-yoge sati hanta tãsãm
prãyo ballyah savisesam eva
'nirvisesa' tãhre kahe yei sruti-gana yt yã—todos que; srutih—os hinos védicos; jalpati—descrevem; nirviéesam—
'prãkrta' nisedhi kare 'aprãkrta' sthãpana verdade impessoal; sã— isto; SÍÍ—isto; abhidhatte—diretamente descreve (como um
nirvisesa—impessoal; tãhre—a Ele; kahe— dizem; yei— tudo o que; éruti-gana-os verbete de dicionário); sa-visesam—personalidade; eva—decerto; vicãra-yoge— ao ser
Vedas; prãkrta—mundanas; nisedhi—proibindo; kare— faz; aprãkrta—transcendental. aceito pela inteligência; sofi—sendo; hanta—oh!; tãsãm—de todos os mantras védi-
sthãpana—confirmação. cos; priyah—a maioria; ballyah—mais poderosa; sa-viéesam—variedade pessoal;
eva—com certeza.
TRADUÇÃO—"Onde q u e r que apareça uma descrição impessoal nos Vedas, os
Vedas pretendem estabelecer que todas as coisas pertencentes à Suprema Per- T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu continuou: " 'Todos os mantras védicos
sonalidade de Deus são transcendentais e destituídas de características munda- que descrevem a Verdade Absoluta impessoalmente apenas provam no final que
nas." a Verdade Absoluta é uma pessoa. Compreende-se o Senhor Supremo sob dois
aspectos — o impessoal e o pessoal. Caso alguém considere a Suprema Persona-
SIGNIFICADO—Existem muitas afirmações impessoais sobre a Suprema Persona- lidade de Deus sob ambos os aspectos, pode realmente compreender a Verdade
lidade de Deus. Como se declara no Svetãévatara Upanisad (3.19): Absoluta. Ele sabe que a compreensão pessoal é mais poderosa, pois verificamos
que todas as coisas são plenas de variedade. Ninguém pode ver algo que não
apãni-pãdo javano grahltã seja pleno de variedade.' "
pasyaty acaksuh sa érnoty akarnah
sa vetti vedyam na ca tasyãsti vettã
tam ãhur agryam purusam mahãntam "JGNiFiCADo— Esta é uma citação do Srt Caitanya-candrodaya-nãlaka (6.67) de
"vi-Karnapura.
Embora se declare que o Senhor Supremo não tem mãos nem pernas, não obs^
tante, Ele aceita todas as oferendas de sacrifícios. Ele não tem olhos, todavia, VERSO 143
tudo. Não tem ouvidos, todavia, ouve tudo. Ao afirmar-se que o Senhor Sup ^
não tem mãos n e m pernas, não se deve pensar que Ele seja impessoal. Ao m^
e n a
aai Cies srcw Pi% aciíü» ^laa i
disso, Ele não tem mãos nem pernas mundanas como as nossas. ' E' ' .
olhos, todavia, v ê . " Isto quer dizer que Ele não tem olhos limitados e ^ t n a t
0 i 0
ca* atai ^saf»i çca ata ia 11 Í S « n
a s
como os nossos. Ao invés disso, Ele tem tais olhos que pode ver o p brahmã haite janme visva, brahmete jlvaya
presente e o futuro, em toda parte, em cada canto do universo e e sei brahme punarapi haye yãya laya
496 Sri Caitanya-caritãmrta ^ A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 497

0, a s e c t o s
brahmã Brahman
haite—do Supremo; janme—emana; viéva—tod a cio—" P pessoais da Suprema Personalidade de Deus são
ção cósmica; brahmete—na Verdade Absoluta; jivaya—existe; se!-_j . , sto
manife
sta. Tt^fi^dos em três casos — a saber, ablativo, instrumental e locativo."
Verdade Absoluta; punarapi—novamente; haye—ficando; yàya— • v "~n»
1 111 s e u
aniquilação. FICADO— ^ -Wavãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thãkura afirma Am a

^ e u n d o o preceito dos Upanisads ("a Suprema Verdade Absoluta é Aquele


5 l C N

, d o emana"), compreende-se que toda a manifestação cósmica emanou


e n w

T R A D U Ç Ã O — " T u d o na manifestação cósmica emana da Verdade Absolut, Hrahman, a Suprema Verdade Absoluta. A criação subsiste mediante a energia
manece na Verdade Absoluta e, após a aniquilação, entra novamente n v Brahman Supremo, e, após a aniquilação, funde-se n o Brahman Supremo.
de A b s o l u t a . " *\ podemos entender que à Verdade Absoluta pode ser classificada em três
\\SZablativo, instrumental e locativo. Segundo estes três casos, a Verdade
ateoluta é positivamente personificada. A este respeito, Srila Bhaktisiddhãnta
SIGNIFICADO—O Taittiriya Upanisad diz que yaio vã imãni bhütãni jãyante- "Toda ^asvatí cita o Aitareya Upanisad (1.1.1):
a manifestação cósmica material nasce do Brahman Supremo." O Brahma-sutri
também, começa com o verso janmãdy asya yatah: "A Verdade Absoluta é aquela arma vã idam eka evãgra ãsin
de quem tudo e m a n a . " (Bs. 1.1.2) Esta Verdade Absoluta é Krsna. No Bhagavad- nãnyat kihcanam isat
gitã (10.8), Krsna diz que aham sarvasya prabhavo mattah sarvam pravartate: "Eu sou sa iksata lokãn nu srjã iti.
a fonte de todos os mundos espirituais e materiais. Tudo emana de Mim." Portan-
to, Krsna é a Verdade Absoluta original, a Suprema Personalidade de Deus. No- De forma semelhante, no Svetãévatara Upanisad (4.9) afirma-se:
vamente, Krsna afirma no Bhagavad-gitã (9.4) que mayã tatam idam sorvam
avyakta-mürtinã: "Sob Minha forma imanifesta, permeio este universo intei chandãmsi yajhãh kratavo vratãni
E o Brahma-sarhhitã (5.37) confirma que goloka eva nivasaty akhilãtma-bhütah: "Em- bhütãni bhavyam yac ca veda vadanti
bora o Senhor sempre permaneça em Sua morada, Goloka Vrndãvana, ainda yasmãn mãyi srjate visvam etat
assim, Ele é onipenetrante." Seu aspecto onipenetrante é tido como impessoal tasminié cãnyo mãyayã sanniruddhah
porque não se encontra a forma do Senhor nesta onipenetrància. Na verdade
tudo repousa nos raios de Sua refulgência corpórea. O Brahma-samhitã (5.40) Eno Taittiríya Upanisad (3.1.1):
afirma, ainda:
yafo vã imãni bhütãni jãyante,
yasya prabhã prabhavato jagad-anda-kofi- yena jãtãni jivanti, yat prayanty abhisamviéanti,
kotisv aéesa-vasudhãdi-vibhüti-bhinnam tad vijijhãsasva, tad brahmã.

"Devido aos raios da refulgência corpórea do Senhor, são criados milhões de uni- foi a resposta dada por pai Varuna ao ser indagado p o r seu filho Vãruni Bhrgu
versos, assim como o sol cria os p l a n e t a s . " f^peito da Verdade Absoluta. Neste mantra, a palavra yatah, a Verdade Abso-
e m a n a a m a n u <
vés d e s t a ç ã o cósmica, está no caso ablativo; o Brahman atra-
C U 3 C S t a c r i a c à o u n v e r s

VERSO 144 oB K ' ' i a l é mantida está no caso instrumental (yena); e


u r i a n n i )
, ^ qual toda a manifestação cósmica submerge está no caso locativo
'«jítfwra', ' « i R r a r a f - ^ t ? ^ fa« i ^'ouyasmm). Afirma-se no Srimad-Bhãgavatam (1.5.20):
«1WC*«I i f à c l c a ifl* PW f è ^ II Í88 11
idam hi visvam bhagavãn ivetaro
'apãdãna,' 'kãrana', 'adhikarana'-kãraka tina yato jagat-sthãna-nirodha-sambhavãh
bhagavãnera savisese ei tina cihna i^cas**'
a C r a a o
apãdãna—ablativo; kãrana—instrumental; adhikarana—locativo; kãra ^ '** ded ' ' ' universal está contida na gigantesca forma da Suprema Persona-
e
tina—três; bhagavãnera—da Suprema Personalidade de Deus; saviéesa-n* P " quj. Deus. Tudo emana dEle, tudo repousa em Sua energia, e, após a ani-
a o

nalidade; ei—estes; fina—três; cihna—sintomas. ^ - nado imerge e m Sua p e s s o a . "


Sri Caitanya-caritãmrta „ A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 499
1 4 7
M a d
Ven*
"ya-i, , u

^de—pela palavra "Brahman"; kahe—diz-se; pürna—completa;


VERSOS 145—146
—pessoalmente; bhagavãn—a Suprema Personalidade de Deus; svayam—
í^^rjiente; bhagavãn—a Suprema Personalidade de Deus; krsna—Senhor Krsna;
w f a rç. aç tecs aca cm »ra i ^^pramãna—o veredito de toda a literatura védica.
«rr?«-«tf»c« scà cm fÀtmm u ÍSG n
ci ^íci srtfs wcai '«rt^s' «cflt*ríw i (- U C Ã O — " A palavra 'Brahman' indica a completa Suprema Personalidade
^ .« aue é Sn Krsna. Este é o veredito de toda a literatura védica."
«usina '«MJPJS' acaa c^a-i» n ÍS* n De"»' 4
.pjCADO—Também confirma-se isto no Bhagavad-gttã (15.15), onde o Senhor
bhagavãn bahu haite yabe kaila mana
*\ O objeto último de toda a literatura védica
^faleça sarvair aham eva vedyah.
prãkrta-éaktite tabe kaila vilokana
^rsna Todos O procuram. Isto também é confirmado em outro trecho do
se kãle nãhi janme 'prãkrta' mano-nayana
gHgevad-gitâ (7.19):
ataeva 'aprãkrta' brahmera netra-mana
bahünãm janmanãm ante
Suprema Personalidade d e Deus; bahu—muitos; haite—tomar-Se
bhagavãn—a
jhãnavãn mãm prapadyate
yabe—quando; kaila—íez; mana—Sua mente; prãkrta—material; éaktite—sobre a
vãsudevah sarvam iti
gia; fof»e—nessa altura; kaila—íez; vilokana—lançando Seu olhar; se kãle— nessa al
sa mahãtmã sudurlabhah
tura; nãhi—não; janme—na criação; prãkrta—mundanos; manah-nayana—mente e
olhos; ataeva—portanto; aprãkrta—transcendentais; brahmera—da Verdade Abso-
luta; netra-mana—olhos e mente. "Após muitos nascimentos e mortes, aquele que realmente tem conhecimento
rende-se a Mim, sabendo que Eu sou a causa de todas as causas e de tudo o que
existe. Uma grande alma assim é muito rara."
t r a d u ç ã o — á r i Caitanya M a h ã p r a b h u prosseguiu: " A o d e s e j a r tornar-Se Ao tomar-se realmente sábia por meio do estudo da literatura védica, a pessoa
muitos, a Suprema Personalidade de Deus lançou Seu olhar sobre a energia ma- tende-se a Vasudeva, Bhagavãn Sri Krsna. Isto também está confirmado no érímad-
terial. Antes da criação, não havia nem olhos nem mente mundanos. Port. Bhigavatam (1.2.7-8):
isto confirma a natureza transcendental da mente e dos olhos da Verdade Abso-
luta." vãsudeve bhagavati
bhakti-yogah prayojitah
SIGNIFICADO—No Chãndogya (6.2.3), diz-se: tad aiksata bai:
Upanisad janayaty ãéu vairãgyarh
prajãyeya. Este verso confirma o fato de que, q u a n d o a Suprema Personalidade jhãnarh ca yad ahaitukam
de Deus deseja tornar-Se muitos, a manifestação cósmica surge simplesmente
por Ele lançar Seu olhar sobre a energia material. Note-se que o Senhor Supre- dharmah svanusthitah purhsãm
mo lançou Seu olhar sobre a natureza material antes da criação desta m visvaksena-kathãsu yah
ção cósmica. Antes da criação, n ã o havia mente nem olhos materiais; por" notpãdayed yadi ratim
D ansc
a mente com a qual a Suprema Personalidade de Deus desejou criar é * T | érama eva hi kevalam
dental, e os olhos com os quais Ele lançou Seu olhar sobre a natureza ma
também são transcendentais. Assim, a mente, os olhos e os outros senti" jjntender Vasudeva é conhecimento verdadeiro. Quem se ocupa em serviço
a

Senhor são todos transcendentais. ^ a c i o n a i Vasudeva, Krsna, adquire conhecimento perfeito e compreensão vé-
na ü ' ' ^ P g - do m u n d o material. Esta é a perfeição da vida huma-
m e s a e a s e

na e s r n o
que alguém siga perfeitamente os rituais e cerimônias religiosas, se
1
VERSO 147 et» fc-'T^ e s t a
Perfeição, estará simplesmente desperdiçando seu tempo (érama
s w H t c ^ ar« 3«f«aa? wtarç. i
m
kevalam).
es
da criação da manifestação cósmica, a Suprema Personalidade de Deus
w wtat^. ^--"fitara «rota n ass 11 de
Deu ? I e n t e e o l n o s
totalmente transcendentais. Esta Suprema Personalidade
brahma-éabde kahe pürna svayam bhagavãn Us
é Krsna. Alguém poderá pensar que não há afirmação direta sobre Krsna
svayam bhagavãn krsna,—éãstrera pramãna
500 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 501
151

nos Upanisads, mas, na verdade, pessoas com sentidos mundanos aho bhãgyam aho bhãgyam

compreender os mantras védicos. Como se afirma no Padma Purãna . ° * P d ( nanda-gopa-vrajaukasãm

nãmãdi na bhaved grâhyam indriyaih: uma pessoa com sentidos mundano yan-mitram paramãnandarh

entender plenamente o nome, as qualidades, a forma e os passate ^ ^e S pürnam brahmã sanãtanam

Krsna- Portanto, os Purãnas destinam-se a explicar e suplementar o co L ° . S d e grande;


j^^axie bhãgyam—fortuna; aho—que grande; bhãgyam—fortuna; nanda—

védico. O s grande sábios apresentam os Purãnas a fim de tornarem e c i m e n , í ! =:„ Nanda;


jhãrãja Manda: gopa—de
cova—de outros
outros vaaueiros: vraja-okasãm—dos habitantes
vaqueiros; vraia-nkasãm—dos habitantes de
védicos compreensíveis aos homens comuns (strf-südra-dvija-bandhünãm) I»!'"' 05
* • hhumi; j/flí—de quem; mitram—amigo; parama-ãnandam—a bem-aventurai -aventurança
em consideração que mulheres, éüdras e dvija-bandhus (filhos indignos 'do Vraj ma 3
pürnam—completa; -
brahmã—a Verdade Absoluta; sanãtanam—eterna.
:
vezes nascidos) não podem entender os hinos védicos diretamente í"* S 5
sup
Vyãsadeva escreveu o Mahãbhãrata. Na realidade, a Suprema Personalidad ^
Deus é vedesu durlabham (imperscrutável nos Vedas), porém, quando os Veda* " 'Quão grandemente afortunados são Nanda Mahãrãja, os vaquei-
u C A O

devidamente compreendidos ou q u a n d o o conhecimento védico é recebido tf" I


^ todos os habitantes de Vrajabhümi! A fortuna deles é ilimitada, pois a
devotos, pode-se compreender que todo o conhecimento védico leva a Sri Kr ru Verdade Absoluta, a fonte de bem-aventurança transcendental, o eterno Brahman
O Brahma-sütra (1.1.3) confirma, também, este fato: éãstra-yonitvãt. Ao comentar Supremo, tomou-Se amigo deles.' "
sobre este código do Brahma-sütra (éãstra-yonitvãt), Sri Madhvãcãrya diz- " o R
Veda, o Yajur Veda, o Sãma Veda, o Atharva Veda, o Mahãbhãrata, o Pancarãtra^ SIGNIFICADO—Esta é uma citação do Srimad-Bhãgavatam (10.14.32) proferida pelo
Rãmãyana original de Vãlmiki são todos textos védicos. Deve-se considerar Senhor Brahmã.
qualquer literatura que siga as afirmações conclusivas desta literatura védica
também como literatura védica. A literatura que não se coaduna com a literatura VERSO 150
védica é simplesmente desencaminhadora." Portanto, ao ler a literatura védica.
devemos trilhar o caminho percorrido pelos grandes ãcãryas: mahâjano yena gatah '«(•rfPl-W-iapps <raT'«ttp5' *rtf«i-i»ir«t i
sa panthãh. Se não trilharmos o caminho percorrido pelos grandes ãcãryas, não
poderemos compreender o verdadeiro significado dos Vedas.
fjjEfi %s <sm, ^zà tá ágft II )><}° II
' apâni-pãda'-éruti varje 'prãkrta' pãni-carana
VERSO 148 punah kahe, éighra cale, kare sarva grahana
apãni-pãda-sruti—o éruti-mantra começando com apãni-pãdah; varje—rejeita;
c a w ? m t ? « t f $fa "fris ,i prãkrta—materiais; pãni-carana—mãos e pernas; punah—novamente; kahe—diz;
tyhra cale—caminha bem depressa; kare—iaz; sarva—de tudo; grahana—aceitando.
• l í M - a t r e j «wf araa ra«55 n J.8V- ii
vedera nigüdha artha bujhana nã haya
purãna-vãkye sei artha karãya niécaya TRADUÇÃO—"O mantra védico 'apãni-pãda' rejeita mãos e pernas materiais, to-
hteratura védica;
vedera—da nigüdha—confidencial; artha—significado; bujhana-- kvia, afirma que o Senhor anda muito rápido e aceita tudo o que se Lhe ofereça."
compreensão; nã— não; haya—é; purãna-vãkye— pelas palavras dos Purãnas; ss-
este; artha—-significado; karãya—faz; niécaya—certo. VERSO 151

T R A D U Ç Ã O — " O s homens comuns n ã o podem compreender facilmente o sigw


ficado confidencial dos Vedas; portanto, as palavras dos Purãnas suplemen 'ijfj' 5if«' *pp(f©> surra fafarraa ii Í Í Í ii
este significado."
ataeva éruti kahe, brahmã—saviéesa

VERSO 149 „ 'mukhya' chãdi' 'laksana'te mane nirviéesa


a rtant0;
^bso?' ~~^° éruti—mantras védicos; kahe—-dizem; brahmã—a Verdade
u
jjj^ 'a; sa-viéesa—pessoal; mukhya—sentido direto; chãdi'—abandonando;
8 íe
—por interpretação; mane—aceitam; nirviéesa—impessoal.
Sri Caitanya-caritãmrta «. . A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 503
4
dhya
-'iâ, 6
Urso 15
T R A D U Ç Ã O — " T o d o s estes mantras confirmam que a Verdade Absoluta sad-aiévarya-pürnãnanda-vigraha yãhhãra
épes&
mas, os Mãyãvãdis, desfazendo-se do sentido direto, interpretam °al, hena-bhagavãne tumi kaha nirãkãra?
a Ver
Absoluta como sendo i m p e s s o a l . " dadj iímrya-pW~ <:om s e i s
opulências em plenitude; ãnanda—bem-aventurada;
^íf —forma; yãhhãra—cuja; hena-bhagavãne—a esta Suprema Personalidade de
SIGNIFICADO—Segundo o Svetãévatara Upanisad (3.19): ÓP* a
„, ii—tu; kaha—disseste; nirãkãra—sem nenhuma forma,
n
peus;
apãni-pãdo javano grahitã
DLIC AO—"Acaso descreves como sem forma esta Suprema Personalidade de
paéyaty acak$uh sa érnoty akarnah
T** j a forma transcendental tem a plenitude das seis opulências transcen-
5 cu
sa vetti vedyarh na ca tasyãsti vettã
tam ãhur agryam purusam mahãntam Sais?"
I O O — S e a Suprema Personalidade de Deus é sem forma, como se pode
I C N I F C A

Este mantra védico afirma claramente: purusam mahãntam. A palavra punisa $ jizer que Ele caminha bem depressa e aceita tudo o que se Lhe ofereça? Rejeitan-
fica " p e s s o a " . N o Bhagavad-gitã, Arjuna confirma a existência de tal pessoa"' do o sentido direto dos mantras védicos, os filósofos Mãyãvãdis os interpretam
dirigir-se a Krsna, dizendo purusam éãévatam; "És a pessoa original." (Bg in ^ etentam estabelecer que a Verdade Absoluta é sem forma. Na realidade, o Senhor
Este purusam mahãntam é Sri Krsna. Suas mãos e pernas não são mundanas mas Supremo tem uma forma pessoal eterna, plena de todas as opulências. Os filóso-
sim inteiramente transcendentais. Contudo, quando Ele aparece, os tolos confun fos Mãyãvãdis tentam interpretar que a Verdade Absoluta carece de potência.
dem-nO com u m a pessoa comum (avajãnanti mãm müdhã mãnusim tanum ãêritam) No entanto, o Svetãévatara Upanisad (6.8) diz claramente que parãsya éaktir vividhaiva
Alguém que não tenha conhecimento védico, que não tenha estudado os Vedas irúyate: "A Verdade Absoluta tem múltiplas potências."
com um mestre espiritual fidedigno, não conhece Krsna. Portanto, esse alguém
é müdha. Semelhantes tolos confundem Krsna com uma pessoa comum (param
VERSO 153
bhãvam ajãnantah). Na realidade, eles não sabem o que é Krsna. Manusyãnãm saha-
sre$u kaécid yatati siddhaye. Não é possível compreender Krsna pelo mero estudo
minucioso dos Vedas. É preciso ter a misericórdia de um devoto (yaf pãdam). Sem 'fÀS«íf%»a>' WÊP # R a fSftFR" ? 5><r* 11
ser favorecido por um devoto, ninguém pode compreender a Suprema Persona-
svãbhãvika tina éakti yei brahme haya
lidade de Deus. Arjuna também confirma isto no Bhagavad-gitã: "Meu Senhor,
'nihsaktika' kari' tãhre karaha niécaya?
é dificílimo compreender Tua personalidade." A classe de homens menos inteli-
svãbhãvika—por natureza; fina—três; éakti—potências; yei—que; brahme—na Ver-
gentes não pode compreender a Suprema Personalidade de Deus sem ser favo-
recida por Seu devoto. Portanto, o Bhagavad-gitã (4.34) contém outro preceito: dade Absoluta; haya—existem; nihéaktika—sem potência; kari'—fazendo; tãhre—a
Ele; karaha—fazes; niécaya—determinação.

TRADUÇÃO—"A Suprema Personalidade d e Deus tem três potências primárias.


tad viddhi pranipãtena Acaso estás tentando estabelecer que Ele não tem potências?"
paripraénena sevayã
upadeksyanti te jhãnath SGNIFICADO— Sri Caitanya Mahãprabhu agora cita quatro versos do Visnu Purãna
jhãninas tattva-daréinah (6-7.61-63 e 1.12.69) para explicar as diferentes potências do Senhor.

É preciso aproximar-se de um mestre espiritual fidedigno e render-se a ele. VERSO 154


então éé que se poderá entender a Suprema Personalidade de Deus como ur
pessoa.
q|âtlf<fa**la'l Hfafimvs i v * i »
VERSO 152 visnu-éaktih para proktã
ksetra-jnãkhyã tathã para
avidyã-ka rma-saníjhãnyã
trtiyã éaktir isyate
504 Sri Caitanya-caritàmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 505
57
Vi***
visnu-áaktih—a potência interna do Senhor Visnu, a Suprema P e re
VERSO 156
n a l i d a d
Deus; para—espiritual; proktã— dita; ksetra-jha—as entidades ° edi. v
38
conhecida como; tathã— também; para— espiritual; avidyã— ignorâncl '
1 U
dade; karma—e atividades fruitivas; samjhã— conhecida como; anya—Q ° T t f C ^ ^ f t » ! ^Stí^CHÍSl ^$t<5 I >«* 11
terceira; éaktih—potência; isyate—é aceita como.
tayã tirohitatvãc ca
TRADUÇÃO—" ' C o m o provam os sãstras, a potência interna do Serüi éaktih ksetra-jha-samjhitã
mo, Visnu, é espiritual. Há outra potência espiritual, conhecida como ' S u p r e
sarva-bhütesu bhü-pãla
jna, ou a entidade viva. A terceira potência, que é conhecida como ""^ tãratamyena vartate
torna a entidade viva ímpia e a satura de atividades fruitivas.' " cia. ran
-__p ela; tirah-hitatvãt—de estar livre da influência; ca—também; éaktih—a
or

tência; ksetra-jha—ksetra-jha; sathjhitã— conhecida pelo nome; sarva-bhütesu—em


SIGNIFICADO—No Bhagavad-gitã, ao discorrer sobre o ksetra e o ksetra-jna Sn K gerentes classes de corpos; bhü-pãla—ó rei; tãratamyena—em diferentes graus;
afirma claramente que o ksetra-jha é a entidade viva que conhece o seu" artífe-existe.
0
de atividades. As entidades vivas no m u n d o material estão esquecidas de"'*
relação eterna com a Suprema Personalidade de Deus. Este esquecimento chama 3
tradução—" 'Esta entidade viva, coberta pela influência da ignorância, existe
se avidyã ou ignorância. A avidyã-éakti, a potência avidyã do mundo material, provo- sob diferentes formas no ambiente material. Ó rei, assim, ela é proporcional-
ca atividades fruitivas. Embora esta avidiyã-éakti (energia material, ou ignorânciai mente livre da influência da energia material, em graus maiores ou menores.' "
também seja uma energia da Suprema Personalidade de Deus, destina-se especial-
mente a manter as entidades vivas em estado de esquecimento. Isto deve-se S l G N r n C A D O — A energia material atua sobre a entidade viva em diferentes graus,
à rebeldia delas contra o Senhor. Assim, embora sejam constitucionalmente espiri- de acordo com a associação que ela adquire com os três modos da natureza
tuais, as entidades vivas ficam sob a influência da potência de ignorância. O verso material. Existem 8.400.000 espécies de vida, umas inferiores, outras superiores
seguinte descreve como isto acontece. e outras ainda medianas. Calculam-se as gradações dos corpos de acordo com
acobertura de energia material. Nas categorias inferiores — incluindo seres aquá-
VERSO 155 ticos, árvores, plantas, insetos, pássaros e assim por diante — a consciência espi-
ritual é quase inexistente. Na categoria mediana — a forma humana de vida —
atl cvwtfe: ai c a f o i f ! f 5Hti i a consciência espiritual é comparativamente desperta. Nas formas de vida supe-
riores, a consciência espiritual é plenamente desperta. Então, a entidade viva com-
a í a í a ^ w t a f à a f t a t w r a r a a s ^ t a . » > « « II preende sua verdadeira posição e tenta escapar da influência da energia mate-
yayã ksetra-jha-éaktih sã rial, desenvolvendo a consciência de Krsna.
ves\itã nrpa sarva-gã
sarhsãra-tãpãn ákhilãn VERSO 157
avãpnoty atra santatãn 1
çitftá ! afãrct afã*. " t c W I a*a<etn i
yayã—ve\a qual; ksetra-jha-éaktih—as entidades vivas, conhecidas como a potênaa
^TPrsíiffl "afã cai « « H f ã f c A 5 ii >,ti i
ksetra-jha; sa—esta potência; vesfitã— coberta; nrpa—ó rei; sarva-gã—capazes de
n
a qualquer parte, quer no m u n d o material, quer no espiritual; sathsãra-tSp& hlãdini sandhini samvit
e s
misérias devido ao ciclo de repetidos nascimentos e mortes; akhilãn—toda P ^ tvayy ekã sarva-saméraye
de; avãpnoti—obtém; flíra—neste m u n d o material; santatãn—que surge do so hlãda-tãpa-kari miérã
mento ou gozo de diversas classes de reações a atividades fruitivas. hfaj- tvayi no guna-varjite
a o t n c a
tènci 'j'~" P ^ i de prazer; sandhini—a potência de eternidade; samvit—a po-
a
6 C O n n e c u T , e n
TRADUÇÃO—" ' O rei, a ksetra-jna-sakti é a entidade viva. Embora tenha ap<* *»s> t o ; tvayi—em Vós; ekã— uma só potência espiritual (cit); sarva-
6 0 a 3 r i 0
sibilidade de viver, quer no m u n d o material, quer no espiritual, ela so "liérs"^ ^ ' 8 de tudo; hlãda—prazer; tãpa-kari— provocando o desprazer;
n u s t a ;
três espécies de misérias da existência material, pois se deixa influenciar dâd„ tvayi—em Vós; no—não; guna-varjite—destituído de todas as quali-
u e s
potência avidyã [ignorância], q u e encobre sua posição constitucional- rnateriais.
506 Sri Caitanya-caritãmrta Madh ^ l 6 0 A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 507

T R A D U Ç Ã O — " 'A Suprema Personalidade de Deus é sac-cid-ãnanda-vier L ãnandãmée 'hlãdini,' sad-amée 'sandhini'
significa que Ele originalmente tem três potências — a potência de prazer " ^ cid-amêe 'samvit', yãre jhãna kari mãni
tência de eternidade e a potência de conhecimento. Juntas, elas são ch °" , p
da-arháe—r\o aspecto de bem-aventurança; hlãdinT—a potência de prazer; saf-
IMtn

de potência cit, estando presentes plenamente no Senhor Supremo. P a r a


m a d l s
J^L-no aspecto de eternidade; sandhini—a potência sandhini; cit-amée—no as-
tidades vivas, q u e são partes integrantes do Senhor, a potência de n ^ " rt
S ín
J*?L, de conhecimento; samvit—a potência samvit; yãre—que; jhãna—como conhe-
r
m u n d o material é às vezes desagradável e às vezes mista. Isto não se a i' ° n
*%nto; kari mãni—aceitamos.
C í á
Suprema Personalidade de Deus, pois Ele não está sob a influência da e
material ou de seus modos.' " Ç Ã O — " O s três aspectos da potência espiritual chamam-se hlãdini [o as-
D U

\\ bem-aventurança], sandhini [o aspecto de eternidade] e samvit (o as-


j"\jo de conhecimento]. Aceitamos o conhecimento destes três aspectos como
S I G N I F I C A D O — E s t a citação é d o Visnu Purãna (1.12.69). [onhecimento pleno da Suprema Personalidade de D e u s . "

VERSO 158 BBNIFICADO—Para adquirir conhecimento da Suprema Personalidade de Deus,


é preciso abrigar-se na potência samvit do Senhor Supremo.
JtfWíftiWRI NsT-^*t I
VERSO 160

sac-cid-ãnanda-maya haya iévara-svarüpa '«ffnrVj f í ^ r f , « f o i ~ « f a " n % I


tina amée cic-chakti haya tina rüpa nfirWl—*W>—f%CT ^13 csuwfc' 11 i4>° II
sat-cit-ãnanda-maya—plena de eternidade, conhecimento e bem-aventurança
haya—é; íévara—do Senhor Supremo; svarüpa—a forma transcendental; tina amse- antarahgã—ác<hakti, tatasthã—jiva-sdkti
em três partes; àt-éakti—a potência espiritual; haya—torna-se; fina—três; bahirahgã—mãyã,—fine kare prema-bhakti
rüpa—formas. antarahgã—a potência interna; cit-sakti—a potência espiritual; tatasthã—a potên-
cia marginal; jlva-éakti—as entidades vivas; bahirahgã—a potência externa; mãyã—a
T R A D U Ç Ã O — " A Suprema Personalidade de Deus sob Sua forma original é plena energia ilusória; tine—todas as três; kare— fazem; prema-bhakti—serviço devocio-
de eternidade, conhecimento e bem-aventurança. A potência espiritual sob estes nal amoroso.
três aspectos (sat, cit e ánanda] assume três formas diferentes."

S I G N I F I C A D O — S e g u n d o o veredito de toda a literatura védica, a Suprema Perso- TRADUÇÃO—"Além disso, a potência espiritual da Suprema Personalidade de
nalidade de Deus, a entidade viva,e a energia ilusória (este mundo material) cons- Deus aparece em três fases — interna, marginal e externa —, as quais são todas
tituem o tema do conhecimento. Todos devem tentar entender a relação entre °cupadas em Seu serviço devocional a m o r o s o . "
eles. Antes de mais nada, deve-se tentar entender a natureza da Suprema Persona-
lidade de Deus. Aprendemos com os sãstras que a natureza da Suprema Perso
dade de Deus é o somatório de eternidade, bem-aventurança e conhecime ^WICADO—A potência espiritual do Senhor manifesta-se em três fases — a po-
Como se afirmou no verso 1 5 4 (visnu-saktih para proktã), a Suprema Personau ^ n Q a
interna ou espiritual, a potência marginal, que consiste nas entidades vivas,
de Deus é o reservatório de todas as potências, e Suas potências sao ^^Potencia externa, conhecida como mãyã-éakti. Devemos compreender que em
espirituais. ec K " ^ i r e s
fases as potências espirituais originais de prazer, eternidade
13 E S T A S

e c i n i e n t o
ede permanecem intactas. Q u a n d o as potências de prazer espiritual
VERSO 159 pjj ^"hecimento são concedidas às almas condicionadas, estas conseguem esca-
o b j , ^ Barras da potência externa, mãyã, a qual age como uma cobertura que
a
des^^ce identidade espiritual da entidade viva. Ao libertar-se, a entidade viva
3 c o n s c i n c i a
e afeiç3 ^ ^ 0 de Krsna e ocupa-se em serviço devocional com amor
a r a

fôwwi 'ifa*', « T f » wra * P Í * Itfà II a í » ii


508 Sri Caitanya-caritãmrta », A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrva
0 1 6 3
Ve*
VERSO 161 samãne vrkse puruso nimagno
'nlsayã éocati muhyamãnah
justam yadã paéyaty anyam Xéam
cm «tfe» «irfa? ü H - * í 3 i T f Ç f ll v&s ll asya mahimãnam eti vtta-éokah

sod-vidha aiévarya—prabhuracic-chakti-vilãsa liunàaka Upanisad faz perfeitamente a distinção entre o Senhor e as entidades
hena éakti nãhi mana,—parama sãhasa . A entidade viva está sujeita às reações de suas atividades fruitivas, ao passo
sat-vidha—seis classes; aiévarya—de opulências; prabhura—do Senhor- c'f v v a S
' ' ggnhor simplesmente testemunha essas atividades e concede os resultados,
vilãsa—desfrute na potência espiritual; hena éakti— tais potências sublimes- -i, pe acordo com seus desejos, a entidade viva vagueia de um corpo a outro e de
não; mana—aceitas; paramasãhasa—grande atrevimento. olaneta a outro, sob a orientação da Suprema Personalidade de Deus, Param-
Contudo, quando a entidade viva, pela misericórdia do Senhor, volta a
T R A D U Ç Ã O — " E m Sua potência espiritual, o Senhor Supremo goza de seis d . ^ ompensada com serviço devocional. Assim, ela se salva das garras de mãyã.
rec

de opulências. Tu n ã o aceitas esta potência espiritual, e isto é devido ao j * * Pode ver, então, seu amigo eterno, a Suprema Personalidade de Deus, e livrar-se
grande a t r e v i m e n t o . " de toda lamentação e ansiedade. Confirma-se isto no Bhagavad-gitã (18.54), onde
o Senhor diz que brahma-bhütah prasannãtmã na éocati na kãhksati: "Aquele que
SIGNIFICADO—A Suprema Personalidade de Deus é plena de seis opulências se situa assim transcendentalmente, percebe de imediato o Brahman Supremo.
Todas estas potências encontram-se na plataforma transcendental. Entender a Su- Nunca se lamenta nem deseja ter n a d a . " Deste modo, está definitivamente prova-
prema Personalidade de Deus como impessoal e destituída de potências é contra- do que a Suprema Personalidade de Deus é o amo de todas as potências e que
riar completamente a informação védica. as entidades vivas estão sempre sujeitas a estas potências. Esta é a diferença entre
myâdhíéa e mãyã-vaéa.
VERSO 162
' í r r a t f W ' » T t ? r W - ^ i t « - # t r , a cm i VERSO 163
cçsi-wlca ^ ç «' "Brcw II II
'mãyãdhiéa' 'mãyã-vaéa'—lévare-jlve bheda
CS* W m 11 J<4>« II
hena-jive iévara-saha kaha ta' abheda
Senhor da energia; mãyã-vaéa—sujeitas à influência de máj/tf;
mãyã-adhiéa—o gitã-éãstre jíva-rüpa 'éakti' kari' mane
iévare—naSuprema Personalidade de Deus; jive— nas entidades vivas; bheda-i hena jive 'bheda' kara lévarera sane
diferença; hena-jlve—tais entidades vivas; lévara-saha—com a Suprema Personalida- gitã-sãstre—rxo Bhagavad-gitã; jiva-rüpa—a identidade da entidade viva; éakti—
d e de Deus; kaha—dizes; ta'—na verdade; abheda—a mesma coisa. Potência; kari'—fazendo; mane—aceita; hena—tal; jive— entidade viva; bheda—
diferente; kara—fazes; lévarera—a Suprema Personalidade de Deus; sane—com.
TRADUÇÃO—"O Senhor é o amo das potências, e a entidade viva é serva delas.
Esta é a diferença entre o Senhor e a entidade viva. No entanto, tu declaras que
o Senhor e as entidades vivas são a mesma coisa." ^DUÇÃO— " O Bhagavad-gitã estabelece que a entidade viva é a potência mar-
Sfal da Suprema Personalidade de Deus. Todavia, tu dizes que a entidade viva
SIGNIFICADO—A Suprema Personalidade de Deus é por natureza o amo de todas wteiramente diferente do S e n h o r . "
as potências. Por natureza, as entidade vivas, sendo infinitesimais, estão sei
f FICADO
sob a influência das potências do Senhor. Segundo o Mundaka Upanisad Q- • <tW? !f' ~° hma-sütra afirma que, segundo o princípio de éakti-éaktimator
Bra

a
rjç •' entidade viva é simultaneamente igual à Suprema Personalidade de
dvã suparnã sayujã sakhãyã ^ e diferente dEle. A entidade viva e o Senhor Supremo são qualitativamen-
3 8 m a S S ã o d i í e r e n e s
samãnam vrksam parisa-svajãte Mah- " ' t quantitativamente. Segundo a filosofia d e Sri Caitanya
a r a D
tayor anyah pippalam svãdv atty S u P h u {acintya-bhedãbheda-tattva), aceita-se que a entidade viva e o Senhor
m
anaénann anyo 'bhicãkaélti o são iguais e distintos ao mesmo tempo.
510 Sri Caitanya-caritãmrta „,,, A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrva 511
1 6 7
M a d h
ya-i, . u 6
Vers*

VERSO 1 6 4 „j—da Suprema Personalidade de Deus; éri-vigraha—a forma; saf-


^-l^-ãkãra—plena de eternidade, conhecimento e bem-aventurança; s e -
«.fãatc^rftacai ai\: «ft *icai afacaa s i ^ h e - s ° D T e e s t a f o r m a d
Senhor; kaha—dizes; sattva-gunera—da qualidade da o

'«rçara ^áVa* ca fãs! «tífcafcn I I Ac material; vikãra—transformação,


bondai
A
bhümir õpo 'mio vãyuh nüÇÃO— " forma transcendental da Suprema Personalidade de Deus é
kharh mano buddhir eva ca de eternidade, conhecimento e bem-aventurança. No entanto, tu dizes que
ahahkãra itiyarh me ^"forma transcendental é um produto da b o n d a d e material."
esta
bhinna prakrtir astadhâ
bhümih—terra; ãpah—água; analah—fogo; vãyuh—ar, kham—éter; manah—rn
VERSO 167
buàdhih—inteligência; ew—certamente; ca—e; ahankãrah—falso ego; ifj_ a
ãlfãaR? ca sri A\CA, CAÍ. «' f f a € t i
iyam—esta; me—Minha; bhinna— separada; prakrtih—energia; asta-dhã—aHn^'
«iç«D 'Wjs, CA\ ça asra^fl 11 11
T R A D U Ç Ã O — " 'Terra, água, fogo, ar, éter, mente, inteligência e falso ego são
Minhas oito energias separadas.' " éri-vigraha ye nã mane, sei ta' pãsandi
adjéya aspréya, sei haya yama-dandi

VERSO 1 6 5 sri-mgraha—a forma do Senhor; ye—quem quer que; nã— não; mane—aceite; sei—
ele; to'—na verdade; pãsandi—agnóstico; adréya—não ser visto; aspréya—intocável;
'atcasfã^sn «tffã» rafa ca lata. i sri—ele; haya—é; yama-dandi— sujeito à punição de Yamarãja.
*ra^<5n açtatcçi acw «rrfos <sfl\ i i*« i
TRADUÇÃO—"Aquele que não aceita a forma transcendental do Senhor é certa-
apareyam itas tv anyãm mente um agnóstico. Não se deve olhar nem tocar tal indivíduo. Na verdade,
prakrtim viddhi me param ele está sujeito à punição de Yamarãja."
jiva-bhütãm mahã-bãho
yayedam dhãryate jagat SIGNIFICADO—Segundo as instruções védicas, a Suprema Personalidade de Deus
apara— inferior; iyam—esta; itah—desta; tu—mas; anyãm—outra; prakrtitn- tem Sua eterna forma transcendental, a qual é sempre bem-aventurada e plena
natureza; viddhi—fica sabendo; me—Minha; param—transcendental; jiva-bhütãm- de conhecimento. Os impersonalistas pensam que "material" refere-se às formas
existindo como as entidades vivas; mahã-bãho—ó poderoso guerreiro; yayâ— pela dentro de nossa experiência e que "espiritual" refere-se a uma ausência de forma.
qual; idam—este; dhãryate—é sustentado; jagat— m u n d o material. No entanto, deve-se saber que, além desta natureza material, existe outra natu-
reza, que é espiritual. Assim como há formas materiais neste m u n d o material,
T R A D U Ç Ã O — " 'Além destas energias inferiores, que são materiais, ó poderoso há formas espirituais no m u n d o espiritual. Toda a literatura védica confirma isto.
guerreiro, há outra energia, a energia espiritual, que é o ser vivo. As entidades As formas espirituais no m u n d o transcendental nada têm a ver com a negativa
concepção de amorfia. Em conclusão, agnóstico é aquele que não concorda em
vivas sustentam o m u n d o material inteiro.' "
adorar a forma transcendental do Senhor.
Na verdade, hoje em dia, todos os sistemas de religião negam a adoração à
S I G N I F I C A D O — O s versos 1 6 4 e 1 6 5 são citações do Bhagavad-gitã (7.4-5).
"fia do Senhor por ignorarem Sua forma transcendental. Os materialistas de
Poeira classe (os Mãyãvãdis) imaginam cinco formas específicas do Senhor, mas,
VERSO 1 6 6 ° 'erttarem equiparar a adoração a tais formas imaginárias com bhakti, imediata-
onde 6
* S e
- O Senhor Sri Krsna confirma isto no Bhagavad-gitã ( 7 . 1 5 ) ,
C O n c e n a m

^•acaa Slfãcsç n f B w i i w a s i a i ni Q
e
d" - 2 m
mãm duskrtino müdhãh prapadyante narãdhamãh. O s devotos do Senhor
CA-TAÜCS a*ç *ra$r.*ta íaasta 11 11
V e m s e
conh q n e r ver ou tocar os filósofos Mãyãvãdis, que são destituídos de
U n e n t o v e r
Punid d a d e i r o devido ao agnosticismo, pois tais filósofos merecem ser
fávarera éri-vigraha sac-cid-ãnandãkãra 0s
por Yamarãja, o semideus superintendente que julga as atividades de
se-vigrahe kaha sattva-gunera vikãra
512 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 513

homens pecaminosos. Os agnósticos Mãyãvãdis vagam dentro dest ye 'nye 'ravindãksa vimukta-mãninas
6 80
diferentes espécies de vida devido a suas atividades não-devocionai^T^ * ** tvayy asta-bhãvãd aviéuddha-buddhayah
en
des vivas estão sujeitas às punições de Yamarãja. Somente os devot hd . a ãruhya krcchrena param podam tatah
se ocupam a serviço do Senhor, estão isentos da jurisdição de Y Pn? q U e s e m
patanty adho 'nãdrta-yusmad-ahghrayah

VERSO 168 - i a dos Mãyãvãdis não se purifica; pwrtanto, apesar de praticarem auste-
nc
n!e
^ ' . ni busca da auto-realização, não conseguem permanecer dentro do
e

f?w »n ajrfsrai «' « t i s * i 65


t&d . j jjnpessoal. Conseqüentemente, caem outra vez neste mundo material,
ot

cwt-sa « t í ^ i - a i s catar/ç «iftw II >4i»- II


cepçâo dos Mãyãvãdis de existência espiritual é quase idêntica à negação
téncia material. Segundo crêem os Mãyãvãdis, não há nada positivo na
eX

veda nã mãniyã bauddha. haya ta' nãstika *k niritual. Resultado: eles não conseguem compreender o serviço devocional
vedãéraya nãstikya-vãda bauddhake adhika adoração à Pessoa Suprema, sac-cid-ãnanda-vigraha. Os filósofos'Mãyãvãdis
U

veda—a literatura védica; mí—não; mãniyã— aceitando; bauddha—os bud ° sideram que a adoração à Deidade em serviço devocional é pratibimba-vãda,
haya—são; fa'—na verdade; nãstika—agnósticos; veda-ãéraya—refugiando-seT*^* ^"seja adoração ,i uma forma que é o reflexo de uma forma material falsa. Assim,
00

vilização védica; nãstikya-vãda—agnosticismo; bauddhake—mesmo os budist" filósofos Mãyãvãdis desconhecem a forma transcendental do Senhor, que é
adhika—ultrapassando. eternamente bem-aventurada e plena de conhecimento. Embora no Srimad-
ghigavalam se descreva explicitamente o termo Bhagavãn, eles não conseguem
entendê-lo. Brahmeti paramãtmeti bhagavãn iti éabdyate: "A Verdade Absoluta é cha-
T R A D U Ç Ã O — " O s budistas não reconhecem a autoridade dos Vedas; portanto
mada Brahman, Paramãtmã e Bhagavãn." (Bhãg. 1.2.11) Os Mãyãvãdis só tentam
são considerados agnósticos. No entanto, aqueles que se refugiaram nas escrituras
entender o Brahman, ou, no máximo, o Paramãtmã. Contudo, não conseguem
védicas e ao mesmo tempo pregam o agnosticismo de acordo com a filosofia
compreender Bhagavãn. Portanto, a Suprema Personalidade de Deus, Krsna, diz:
Mãyãvãda certamente são mais perigosos que os b u d i s t a s . "
wtwyâpahrta-jhãnãh. Devido ao temperamento dos filósofos Mãyãvãdis, eles são
privados de conhecimento verdadeiro. Como não podem receber a misericórdia
SIGNIFICADO—Embora os budistas se oponham diretamente à filosofia Vaisnava do Senhor, Sua forma transcendental sempre os confundirá. A filosofia impessoal
pode-se compreender facilmente que os sankaristas são mais perigosos, pois acei- desfrói as três fases de conhecimento — jhãna, jheya e jhãtã. Quando se fala de
tam a autoridade dos Vedas ao mesmo tempo que agem contrariando a instrução conhecimento, deve haver uma pessoa conhecedora, o conhecimento em si e o
védica. Vedãéraya nãstikya-vãda significa "agnosticismo sob o abrigo da cultura védi- objeto do conhecimento. A filosofia Mãyãvãda mistura estas três categorias; logo,
c a " e refere-se à filosofia monista dos Mãyãvãdis. O Senhor Buddha abandonou os Mãyãvãdis não conseguem entender como agem as potências espirituais da
a autoridade da literatura védica e por isso rejeitou as cerimônias ritualísticas e Suprema Personalidade de Deus. Devido a seu pobre fundo de conhecimento,
sacrifícios recomendados nos Vedas. Sua filosofia de nirvana recomenda que se eles não podem entender a distinção, no mundo espiritual, entre o conhecimento,
pare com todas as atividades materiais. O Senhor Buddha não reconhecia a presen- o conhecedor e o objeto do conhecimento. Por causa disso, Sri Caitanya
ça de formas transcendentais e atividades espirituais além do mundo material. Mahãprabhu considera os filósofos Mãyãvãdis mais perigosos que os budistas.
Ele simplesmente descreveu o niilismo além desta existência
material. Os filósofa
Mãyãvãdis adulam a autoridade védica mas tentam escapar das cerimônias ritualís- VERSO 169
ticas védicas. Eles criam uma idéia falsa de posição transcendental e chamam a
si mesmos de Nãrãyana, ou Deus. Contudo, a posição de Deus é inteiramente • T c a a fflfsTa ertfÃ' Cm AfíA I
diferente da imaginação deles. Tais filósofos Mãyãvãdis consideram-se acima
influência de karma-kãnda (atividades fruitivas e suas reações). Para eles, o mun o mataríà-^ra « u a i i^w i * * M
espiritual equipara-se ao niilismo dos budistas. Há bem pouca diferença entre jivera nistãra lãgi' sütra kaila vyãsa
o impersonalismo e o niilismo. Pode-se entender diretamente o niilismo, mas • mãyãvãdi-bhãsya éunile haya sarva-nãéa
c o m
o impersonalismo defendido pelos filósofos Mãyãvãdis não é nada fácil de ^ tr daS e n t i d d d e s
Vedd ''~ vivas; "istãra—libertação; lãgi'—com o fim de; súfra—
ender. Naturalmente, os filósofos Mãyãvãdis aceitam uma existência espff*
jj^ ' itra; kaila—tez; vyãsa—Srila Vyãsadeva; mãyãvãdi—dos impersonalistas;
nta si

mas não têm conhecimento do m u n d o espiritual e dos seres espirituais. Seg"


o Srimad-Bhãgavatam (10.2.32):
d Z ? a ~ C O m e r > t á r i o ; éunile—caso ouça; haya—torna-se; sarva-nãéa—toda a
estr
uição.
514 Sri Caitanya-caritãmrta — A liberação de Sãrvabhauma bhattãcãrya 515
M a d
«ya- h U s Ver* 0 17

T R A D U Ç Ã O — " S r i l a Vyãsadeva apresentou a filosofia Vedãnta para i- mani yaiche avikrle prasabe hema-bhâra
das almas condicionadas, mas, caso alguém ouça o comentário de S L ' ^ * * ^ a
1
jagad-rüpa haya levara, tabu avikãra
n i c
perde tudo i s t o . " ^ *ry . í •__a pedra filosofal; yaiche— assim como; avikrte—sem se transformar;
*'j _-produz; hema-bhãra—muito ouro; jagat-rüpa—a manifestação cósmica;
f

SIGNIFICADO—De fato, o serviço devocional ao Senhor é descrito no Veda f*" a - s e ; levara—a Suprema Personalidade de Deus; tabu—mesmo assim;
torn

porém, os filósofos Mãyãvãdis, os áankaristas, editaram um comentário gt-lmufável.


como Sãriraka-bhãsya, no qual nega-se a forma transcendental do Senhor Osf *
fos Mãyãvãdis acham que a entidade viva é idêntica à Alma Suprema Brah ****
Seus comentários sobre o Vedãnta-sütra opõem-se por completo ao princí
serviço devocional. Portanto, Caitanya Mahãprabhu aconselha-nos a evitai" 0
DL;Ç "A pedra filosofal, após tocar no ferro, produz grande quantida-
AO

comentários. Quem se entregar a ouvir o Sãriraka-bhãsya sarikarista, certam»!»! de ouro sem se transformar. Analogamente, a Suprema Personalidade de Deus
ficará destituído de todo o conhecimento verdadeiro. nanifesta-Se como a manifestação cósmica mediante Sua potência inconcebí-
vel todavia, permanece imutável em Sua eterna forma transcendental."
Os ambiciosos filósofos Mãyãvãdis desejam fundir-se na existência do Senhor
o que pode ser aceito como sãyujya-mukti. Entretanto, esta forma de mukti implica
a negação de nossa existência individual. Em outras palavras, é uma espécie de
suicídio espiritual. Isto opõe-se absolutamente à filosofia da bhakti-yoga. A bhakti- SIGNIFICADO—Segundo o comentário de Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura,
yoga oferece imortalidade à alma condicionada individual. Quem segue a filosofia o propósito do verso janmãdy asya no Vedãnta-sütra é estabelecer que a manifesta-
Mãyãvãdi perde sua oportunidade de tornar-se imortal após abandonar o corpo ção cósmica é o resultado da transformação das potências da Suprema Personali-
material. A imortalidade do indivíduo é a fase de perfeição máxima que uma enti- dade de Deus. O Senhor Supremo é o amo de inúmeras energias eternas, que
dade viva pode atingir. s» ilimitadas. Às vezes, estas energias manifestam-se, e às vezes não. De qualquer
modo, todas as energias estão sob o controle dEle; logo, Ele é o energético origi-
VERSO 170 nal, a morada de todas as energias. Um cérebro comum, no estado condicionado,
não pode conceber como estas energias inconcebíveis coexistem na Suprema Per-
••tivfm-at»'—aTra-^ara mn 1 sonalidade de Deus, como Ele existe sob Suas inúmeras formas como o amo das
* f ô * P l t % Sf°W «fWHCt ift«f« II n energias tanto espirituais quanto materiais, como Ele é o senhor tanto dos pode-
'parinãma-vãda'—vyãsa-sütrera sammata res manifestos quanto dos poderes virtuais e como potências contraditórias podem
acintya-éakti levara jagad-rüpe parinata coexistir nEle. Enquanto a entidade viva estiver neste mundo material, na condição
parinãma-vãda—a teoria da transformação; vyãsa-sütrera—do Vedãnta-sütra; samms- de ilusão, não poderá entender as atividades das energias inconcebíveis do Senhor.
ta—objetivo; acintya-éakti—poder inconcebível; levara—a Suprema Personalidade Assim, as energias do Senhor, embora reais, estão simplesmente além do poder
de Deus; jagat-rüpe—sob a forma da manifestação cósmica; parinata—transformada de compreensão do cérebro comum.
• w i a n d o os filósofos ateus, ou seja, os Mãyãvãdis, sendo incapazes de com-
W&nder as energias inconcebíveis da Suprema Personalidade de Deus, imaginam
TRADUÇÃO—"O Vedãnta-sütra almeja estabelecer que a manifestação cósm>« •"n vazio impessoal, a imaginação deles é apenas uma reprodução do pensamento
passa a existir graças à transformação da potência inconcebível da Suprema rerialista. Dentro do m u n d o material, não há nada inconcebível. Filósofos e
sonalidade d e D e u s . " *ntistas meditativos podem manipular a energia material, mas, sendo incapazes
entender a energia espiritual, podem apenas imaginar um estado inativo, tal
0
S I G N I F I C A D O — P a r a uma explicação mais elaborada sobre parinãma-vãda, cônsul' o Brahman impessoal. Este é simplesmente o lado negativo da vida material,
S 6 t a c o r | e c m e n t o

o Adi-lllã, Sétimo Capítulo, versos 121-133. am ° ^ ' h ' imperfeito, os filósofos Mãyãvãdis concluem que
e S t a ç ã o c o s m
•"ente i c a é uma transformação do Supremo. Assim, necessaria-
6 t a m m

VERSO 171 •anto ^ devem aceitar a teoria da ilusão do Supremo (vivarta-vãda). Entre-
C a s o
djj ' aceitemos as potências inconcebíveis do Senhor, poderemos compreen-
0a
sen, Suprema Personalidade de Deus pode aparecer neste m u n d o material
V A M ÇH « ^ « r f ã f tl II a1> B afetada ou contaminada pelos três modos da natureza material.
516 Sri Caitanya-caritãmrta , t A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 517

Aprendemos com os áõstras que existe uma pedra ou jóia, chamada Sua energia inconcebível. Isto também é exposto claramente no
fal, a qual pode transformar ferro em ouro. Embora a pedra filosofal U^^.ffíW (10 8), onde Krsna diz que mattah sarvarh pravartate: " T u d o emana
o ferro em ouro quantas vezes se quiser, ela permanece em sua condi ^ ic- a n s Í 0 r r r
$>fP „ também confirma-se isto no Taittiríya Upanisad. Yato vã imãni bhütãni
Se semelhante pedra material pode manter sua energia inconcebível anc; Sinal 0 0ri
^^"A Suprema Verdade Absoluta é aquilo do que tudo nasce." (Tait. Up.
o r r n a
grandes quantidades de ouro, decerto que a Suprema Personalidade de r j ^ r 0 d u a i
Def semelhante no Mundaka Upanisad (1.1.7), afirma-se que yathoma-
permanecer sob Sua forma sac-àd-ãnanda original após criar o mundo ^ 3-J;). : te grhnate ca: "[O Senhor cria e destrói a manifestação cósmica] como
sr a

Como se confirma no Bhagavad-gitã (9.10), Ele só age através de Suas j ^ ° S m i c


nha cria uma teia e a recolhe de novo para dentro de si mesma." Todos esses
energias. Mayãdhyaksena prakrtih: Krsna orienta a energia material, e esta ' - D n
e n , e s
'Ti indicam a transformação da energia do Senhor. Mas isto não quer dizer
por sua vez, funciona neste m u n d o material. Isto também é cormrm g h o r Se submeta à transformação direta, que se chama parinãma-vãda.
en

Brahma-sarhhitã (5.44): t o , muito ansioso em proteger Srila Vyãsadeva de críticas, Sahkarãcãrya


n t a n

^° mi-se um pseudo-çavalheiro e apresentou sua teoria da ilusão (vivarta-vãda).


srst'-sthiti-pralaya-sddhana-áaktir ekã ^nkarãcârya inventou este sentido de parinãma-vãda, e, jogando com as pala-
chãyeva yasya bhuvanãni vibharti durgã esforçou-se mui obstinadamente por estabelecer parinãma-vãda como
icchãnurüpam api yasya ca cesfate sã rmarta-váda.
govindam ãdi-purusam tam aham bhajãmi
VERSO 173
A durgã-éakti (energia material) age sob a orientação da Suprema Personalidade
de Deus, sendo que a criação, manutenção e destruição universais são realizadas
pela durgã-éakti. Por trás de tudo, Krsna está orientando. Em conclusão, a Suprema W^t*. CA ft«fjl íTSRWfa Wr'1 Mé 11
Personalidade de Deus permanece como Ela é, muito embora oriente Sua energia,
a qual faz a variada manifestação cósmica funcionar tão maravilhosamente. jivera dehe ãtma-buddhi—sei mithyã haya
jagat ye mithyã nahe, naévara-mãtra haya
VERSO 172 jivera—das entidades vivas; dehe—no corpo; ãtma-buddhi—considerando como
o eu; sei—isto; mithyã— inverdade; haya—é; jagat—a manifestação cósmica; ye—
ã n i — a r f a a f S f çife ajjs cffq fw?l i isto; mithyã— falsa; nahe—não; naévara-mãtra—apenas temporária; haya—é.
' f * w $ > t * ' T f f * m t r e w r t isf%5l ll J < R ll
TRADUÇÃO—"Pode-se aplicar a teoria da ilusão apenas quando a entidade viva
vyãsa—bhrãnta bali' sei sütre dosa diyã se identifica com o corpo. Quanto à manifestação cósmica, não se pode considerá-
'vivarta-vãda' sthãpiyãche kalpanã kariyã la falsa, embora certamente seja temporária."
vyãsa—Srila Vyãsadeva; bhrãnta—equivocado; bali'—dizendo; sei—isto; s
no Vedãnta-sütra; dosa—defeitos; diyã— acusando; vivarta-vãda—a teoria da ilusão significado—A entidade viva é serva eterna de Krsna.
0
Sendo parte integrante
sthãpiyãche—tem estabelecido; kalpanã—imaginação; kariyã— fazendo. Senhor, ela é constitucionalmente pura, mas, devido a seu contato com a ener-
3
I" material, identifica-se, quer com o corpo material grosseiro, quer com o sutil.
TRADUÇÃO—"A teoria de Sahkarãcãrya afirma que a Verdade Absoluta Se trans melhante identificação é com certeza falsa e constitui a plataforma genuína da
forma. Ao aceitarem esta teoria, os filósofos Mãyãvãdis denigrem Srila VyãsJ ^ ha da ilusão. A entidade viva é eterna: não pode jamais sujeitar-se aos limites
0

deva, acusando-o de erro. Assim, encontram defeitos no Vedãnta-sütra e m erp 'empo, como podem seus corpos grosseiro e sutil. A manifestação cósmica
ca

tam-no para tentar estabelecer a teoria da i l u s ã o . " é falsa, mas está sujeita a transformações pela influência do fator tempo,
dl v a
ota * r á ' é ilusório uma entidade viva aceitar esta manifestação cósmica como
SIGNIFICADO—O primeiro verso do Brahma-sütra é athãto brahmã jijhãsã: A
^
Ijç. P° Próprio para o gozo de seus sentidos. Este m u n d o material é a manifes-
0

devemos indagar acerca da Verdade Absoluta." O segundo verso respon e ^ «a energia material do Senhor. Krsna explica isto no Bhagavad-gitã (7.4):
O I Í
chatamente que janmãdy asya yatah: "A Verdade Absoluta é a fonte ^ O { 0 S -
t u d o . " Janmãdy asya yatah não sugere que a pessoa original tenha Se tran bhümir ãpo 'nalo vãyuh
do. Ao invés disso, indica claramente que Ele produz esta manifestação c khath mano buddhir eva ca
Sri Caitanya-caritãmrta
a d h y a
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 519
-»u, 6

ahahkãra itlyarh me
'faf tvam asi'—jlva-hetu prâdeéika vãkya
bhinna prakrtir astadhã
pranava nã mãni' tare kahe mahã-vãkya
si-és o mesmo; jlva-hetu—para a iluminação da alma condicionada;
O m u n d o material é a energia inferior da Suprema Personalidade de De m a

NII ,_subsidiária; vãkya—vibração; pranava—a encarnação omkâra; ruf—não;


não é verdade que o Senhor Supremo Se tenha transformado neste m A ^ ' ' í|fa

rial. Os filósofos Mãyãvãdis, destituídos de compreensão verdadeira co fi° 0 1 3 1 6 rf aceitando; tare— isto; kahe—diz; mahã-vãkya—vibração transcendental.
através de malabarismos de palavras, a teoria da ilusão com a teoria da m A

ção cósmica. Pode-se aplicar a teoria da ilusão a uma pessoa que se identifi uÇÃO—" vibração subsidiária tat tvam asi ["és o mesmo"] destina-se à
D

o corpo. A entidade viva é energia superior do Senhor Supremo, e o mundo* ^ reensão da entidade viva, mas, a vibração principal é omkâra. Não se im-
rial é energia inferior. No entanto, ambos são prakrti (energia).Embora as en^ ' 1 '"rt^ndo com o oriikãra, Sahkarãcãrya enfatiza a vibração tat tvam a s i . "
sejam simultaneamente iguais ao Senhor e diferentes dEle, o Senhor j a m a k n ^
Sua forma pessoal não obstante à transformação de Suas diferentes energia/ CNIFICADO— Quem não aceita o pranava, a encarnação sonora transcendental
do santo nome do Senhor, como o princípio mais importante na literatura védi-
3 aceita tat tvam asi como a vibração primária. Jogando com as palavras,
VERSO 174
Jankarãcãrya tentou criar u m a apresentação ilusória da Suprema Personalidade
de Deus em Sua relação com as entidades vivas e com a manifestação cósmica.
' « M a ' ca a ç t a t a r ç - ^ f c a a i
Tjf tvam asi é uma advertência à entidade viva para que não confunda o corpo
« M a t e r . s l a t a w , 5rste,-§e*tí%« n com o eu. Portanto, faf tvam asi destina-se especialmente à alma condicionada.
0 cantar de omkâra ou do mantra Hare Krsna destina-se à alma liberada. Srila Rüpa
'pranava' ye mahâ-vãkya—lévarera mürti
Gosvãmi diz: ayi mukia-kulair upãsyamãnam (Nãmãstaka 1). Assim, as almas liberadas
pranava haite sarva-veda, jagat-utpatti cantam o santo nome do Senhor. Do mesmo modo, Mahãrãja Pariksit diz: nivrtta-
pranava—omkâra; ye—aquilo que; mahã-vãkya—vibração transcendental; ísvarem- basmrupaglyamãnãt (Bhãg. 10.1.4). Podem cantar o santo nome d o Senhor aqueles
da Suprema Personalidade de Deus; mürti—a forma; pranava—omkâra; haite-i que satisfizeram plenamente seus desejos materiais ou que estão plenamente si-
partir de; sarva-veda—toda a literatura védica; jagat—do mundo material. tuados na plataforma transcendental e destituídos de desejo material. Só uma
utpatti—produção. pessoa inteiramente livre da contaminação material pode cantar o nome do Senhor
(tnyâbhilã$itã-éünyam jhâna-karmãdy-anãvrtam). Sahkarãcãrya indiretamente reduz
o valor do mantra védico principal (omkâra) aceitando uma vibração subordinada
T R A D U Ç Ã O — " A vibração transcendental orhkãra é a forma sonora da Suprema (tal tvam asi) como o mantra védico mais importante.
Personalidade de Deus. Esta representação sonora do Senhor Supremo produz
todo o conhecimento védico e esta manifestação cósmica."
VERSO 176

l í f è a r e asfws "5-fcaj « t e cala fast i


é a representação sonora da Suprema Personalidade de
S I G N I F I C A D O — Omkâra
Deus. Aceita-se esta forma de Seu santo nome como a vibração transcen enw « i t e í a " ^gÉu *«r*ita asfàcj H ^ w
(mahâ-vâkya) e m virtude da qual a manifestação material temporária passa a ^
ei-mate kalpita bhãsye éata dosa dila
tir. Caso alguém se refugie na representação sonora da Suprema Person ^
bhattãcãrya pürva-paksa apara karilã
de Deus (omkâra), poderá perceber sua identidade constitucional e ocupar
mafe—dessa maneira; kalpita—imaginado; bhãsye—no comentário; safa—
serviço devocional, ainda que dentro da vida condicionada.
^ " a s ; dosa—de falhas; dila—deu; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; pürva-
-elementos opostos; apara—ilimitadamente; karilã—manifestou.
VERSO 175
-

« s s w f i f - # t a - « ^ « f t w f t a í atarç i Çai^ÇÀ-O—Assim, ^ " C a , t a n v a


Mahãprabhu criticou o Sãriraka-bhãsya d e
Ca

« M a «ri srffsi' s t s a a ^ ç srefatarç 11 v w " def j fya como imaginário, e apontou nele centenas de falhas. Contudo, para
en{ e

Sahkarãcãrya, Sãrvabhauma Bhattãcãrya apresentou ilimitada oposição.


520 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 521
179
M a d h
ya-hi ,.a

VERSO 177 flãbhava


mad-bhakto mad-yãjimãm namaskuru (Bg. 9.34). Portanto, após es-
deve-se então rali2ar serviço devocional, pensando sempre no
y ãas,
e

05
nida! m o (tnan-manã), tornando-se Seu devoto, adorando-O e sempre
o r e

^do-Lhe e r ê n c i a s . Isto chama-se visnu-ãrãdhana, e é o Supremo dever


rev
ia a r a ' « f ç f i w - » T 5 ca «Btr»t9i 11 JI<» n stan
p r e . ] de todos os seres h u m a n o s . Este dever é cumprido adequadamente
ona

(*UPAC1 ãérama-dharma, que divide a sociedade em brahmacarya, grhastha,


varn
vitandâ, chala, nigrahãdi aneka uthãila slS
n" sannyãsa e brãhmana, ksatriya, vaiéya e éüdra. Nisto consiste todo o
saba khandi' prabhu nija-mata se sthãpiía
a da civilização védica. Entretanto , nesta era, é muito difícil estabelecer
vitandâ—contra-argumentos; chala—interpretações imaginárias- nio
' ^ ' s t í t u i ç ã o ; por isso, Sri Caitanya Mahãprabhu aconselha que não nos preo-
repulsas ao grupo oposto; aneka—diversas; uthãila—levantou; saba la
t0d0S; e> o sistema védico de varnãérama-dharma. Ao invés disso, devemos
khandi'—rebatendo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nija-mata—Su ~ c o m

convicção; se—esta; sfhãpila—estabeleceu.


a
ílff diretamente o cantar do mantra Hare Krsna e simplesmente ouvir dos de-
nuros sobre a Suprema Personalidade de Deus. Este é o processo recomen-
dado por Sri Caitanya Mahãprabhu, e este é o propósito de estudar os Vedas.
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya apresentou várias espécies de argumentos falsos
pseudo-lógica e tentou derrotar seu adversário de muitas maneiras. No entanto"
VERSO 179
ári Caitanya Mahãprabhu rebateu todos esses argumentos e estabeleceu Sua p
pria convicção. •erra ca d-fàl ^ 5 * , i a « f è ' w l i
TOS-SaM c ^ - a í t a s j asara iflêtl 11 ÍIS «
S I G N I F I C A D O — A palavra vitandâ indica que o polemista, sem tocar no ponto prin-
cipal nem estabelecer sua própria opinião, simplesmente tenta refutar o argumento ãra ye ye-kichu kahe, sakala-i kalpanã
do adversário. Não tocar no sentido direto mas tentar desviar a atenção com mas svatah-pramâna veda-vãkye kalpena laksana
interpretações chama-se chala. A palavra nigraha também significa sempre tentar
ira—exceto isto; ye ye—tudo o que; kichu—algo; kahe—diz; sakala-i—tudo;
rebater os argumentos do adversário.
kalpanã— imaginação; svatah-pramâna—evidente por si mesma; veda-vãkye—na ver-
são védica; kalpena—ele imagina; laksana— uma interpretação.
VERSO 178
TRADUÇÃO—"Se alguém tenta explicar a literatura védica de maneira diferente,
« t a f i - ' 5 W f ' , ' « r V - ^ r s w i ' ça i
está dando asas à imaginação. Qualquer interpretação da versão védica, versão
C « W — « a í C T t W , car,«r fòstao asa n iiv- II esta que é evidente por si mesma, é mera imaginação."
bhagavãn—'sambandha', bhakti—'abhidheya' haya
SIGNIFICADO—Ao purificar-se, a alma condicionada chama-se devoto. O devoto
prema— 'prayojana,' vede tina-vastu kaya
tem sua relação apenas com a Suprema Personalidade de Deus, e seu único dever
bhagavãn—a. Suprema Personalidade de Deus; sambandha—relação; bhakh-
ocuparional é executar serviço devocional para satisfazer o Senhor. Presta-se este
serviço devocional; abhidheya—atividades transcendentais; haya—é; prema—amor
serviço por intermédio do representante do Senhor, o mestre espiritual: yasya
a Deus; prayojana—a meta última da vida; vede—os Vedas; tina-vastu—três ternas
***** para bhaktir yathã deve tathã gurau. Ao executar serviço devocional adequada-
kaya—descrevem. m
ente, o devoto alcança a perfeição máxima da vida — o amor a Deus: sa v a i
Wrhsãrh paro dharmo yato bhaktir adhoksaje. O objetivo último de se entenderem os
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "A Suprema Personaliza^ s
e elevar-se à plataforma de prestação de serviço amoroso ao Senhor. No
de Deus é o p o n t o central de todas as relações; atuar em serviço devoci^^_^ Br h"' ' ° 0 S n l ó s o f o s
Mãyãvãdis consideram que o ponto central da relação é o
Ele é a nossa verdadeira ocupação; e alcançar o amor a Deus é a meta g fa
m a n
impessoal, que a função da entidade viva é adquirir conhecimento de
da vida. A literatura védica descreve estes três t e m a s . " ma d" ' ^ 1311 P a r a u e r e s u l t e
desapego de atividades materiais, e que a meta últi-
- Vedai? tom . ' ' ^ 1'beração, ou o fundir-se na existência do Supremo. Tudo isto,
a V c a a

SIGNIFICADO—O (15.15) também confirma esta afirmação.


Bhagavad-gitã a °' deve-se simplesmente à imaginação da alma condicionada. Isto apenas
e

sarvairaham eva vedyah: o verdadeiro propósito ao se lerem os Vedas é de ap P ° as atividades materiais. É preciso lembrar sempre que todos os textos
a como tornar-se devoto do Senhor Supremo. O próprio Senhor aco -
522 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 523
183
Ver*»
védicos são evidentes por si mesmos. Ninguém tem permissão de im VERSO 182
versos védicos. Se alguém o fizer, estará dando asas à imaginação e • ^ " ^ r ^
I S f 0 n af«r«.Taaa*iTan « r o í caHasrro i
valor algum. ' ão t e m

VERSO 180 a f t a fàf*<5< cafa smiafaai n i

cara v\% í h r m w cm 1 mãyâvãdam asac-chãstram


pracchannam bauddham ucyate
W$>115J T1ÍT1 ^ f ? ' iTtl%15-»rt« Cm II ilr o || mayaiva vihitam devi
ãcãryera dosa nãhi, Isvara-ãjhã haila kalau brâhmana-mürtinã
ataeva kalpanã kari' nãstika-éástra kaila ^Hãridam—a filosofia Mãyãvãda; asat-éãstram—escrituras falsas; pracchannam—
ãcãryera—de Sahkarãcãrya; dosa—falha; nãhi— não há; isvara-ãjhã—a rd 0
farto- bauddham—budismo; ucyate—diz-se; mayã— por mim; eva—apenas;
Suprema Personalidade de Deus; haila—houve; ataeva—portanto- kal*™ JÜLI—realizada; devi—6 deusa do m u n d o material; kalau—na era de Kali;
imaginação; kari'—fazendo; nãstika—ateístas; sãstra—escrituras; tai'a—preparou" rfanana-miirtinã— tendo o corpo de um brãhmana-

TRADUÇÃO—"Na realidade, não há falha da parte de Sahkarãcãrya. Ele simpl A B D U Ç Ã O — " O Senhor Siva informou à deusa Durgã, a superintendente d o
mente cumpriu a ordem da Suprema Personalidade de Deus. Ele tinha que i m a
mundo material: 'Na era de Kali, assumo a forma de um brãhmana e explico
ginar alguma espécie de interpretação, e por isso apresentou uma espécie de os Vedas por meio de escrituras falsas de maneira ateísta, análoga à filosofia
literatura védica que é cheia de a t e í s m o . " budista.' "

VERSO 181
SIGNIFICADO—A palavra brãhmana-mürtinâ neste verso refere-se ao fundador da
nlosofia Mãyãvãda, Sahkarãcãrya, que nasceu no distrito de Mãlabara ao sul da
índia. A filosofia Mãyãvãda afirma que o Senhor Supremo, as entidades vivas
a i * cir»r? caa T I * . *&tt i\'d'i\<«M i
r
II
e a manifestação cósmica são todos transformações da energia ilusória. Para apoiar
esta teoria ateísta, os Mãyãvãdis citam escrituras falsas, que tornam as pessoaü
svãgamaih kalpitais tvam ca
destituídas de conhecimento transcendental e viciadas em atividades fruitivas e
janãn mad-vimukhãn kuru
especulação mental.
mãm ca gopaya yena syãt
Este verso é uma citação do Padma Purãna, Uttara-khanda (25.7).
srstir esottarottarã
sva-ãgamaih—com tuas próprias teses; kalpitaih—imaginadas; tvam—tu; ca-
também; janãn—as pessoas em geral; mat-vimukhãn—adversas a Mim e viciadas
em atividades fruitivas e conhecimento especulativo; kuru—faze; mãm—a Mim, VERSO 183
a Suprema Personalidade de Deus; ca—e; gopaya—encobre; yena—através do que;
syãt—possa haver; srsri/í—avanço material; esã— isto; uttarottarã— cada vez mais.
« t V «líFrf cm t a a rafara i
f« «1 fa:ir.a atífe, ç^rl « f % « 11 Í V S n

TRADUÇÃO—"Dirigindo-Se ao Senhor Siva, a Suprema Personalidade de Deus swrri' bhattãcãrya haila parama vismita
disse: 'Por favor, faze a população em geral opor-se a Mim, imaginando tua pró- mukhe nã nihsare vãni, ha-ilã stambhita
-ouvindo; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; haila—ficou; parama—
pria interpretação dos Vedas. Além disso, encobre-Me de tal maneira que vism ta
Pala°' ' ~espantado; mukhe—na boca; na—não; nihsare—vibra; vãni—
pessoas fiquem mais interessadas em avançar na civilização material apenas p rvavt
^s; ha-ilã—ficou; stambhita—atordoado.
propagarem uma população destituída de conhecimento espiritual.
JJ^UÇÀO— Sãrvabhauma Bhattãcãrya ficou muito espantado ao ouvir isto. Ele
«tordoado e não disse nada.
SIGNIFICADO—Esta citação é do Padma Purãna, Utlara-khanda (62.31).
524 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 525
1 8 8
Ver^
VERSO 184 ~.sem interesse por qualquer desejo material; api—decerto; urukrame—à
sn

«tf p o n a l i d a d e de Deus, Krsna, cujas atividades são maravilhosas;


n
ers

« f Ç f cs,—«Stsrô, *rt TO fa*** i SuP re


fazem; ahaituklm—imotivado, ou sem desejos materiais; bhaktim—serviço
V f o t F * « f % « — *Hro-»fcWt«f I I i V 8 I I ""Tronai; jttham-bhüta—tão maravilhoso de modo a atrair a atenção daqueles
M ' ísfeitos consigo mesmos; gunah—que tem qualidades transcendentais;
v0C
sat

prabhu kahe,—bhattãcãrya, nã kara vismaya q esa _


U Personalidade d e Deus. r e m a
a S U F

bhagavãne bhakti—parama-purusãrtha haya Wr*'


prabhu kahe—o Senhor disse; bhattãcãrya—Meu caro Bhattãcãrya; na"—não- ka " 'Aqueles que são satisfeitos consigo mesmos e não se deixam
U C I Q
faças; vismaya—espanto; bhagavãne—à Suprema Personalidade de Deus- hh •
r desejos materiais externos também se sentem atraídos pelo serviço
n 0

serviço devocional; parama—o supremo; purusa-artha—interesse humano-'h,^, '? , t r a I f


Sn Krsna, cujas qualidades são transcendentais e cujas atividades
a

maravilhosas. Hari, a Personalidade de Deus, é chamado de Krsna por ser


T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu disse-lhe: " N ã o te espantes dotado de tais aspectos transcendental mente atrativos.' "
realidade, o serviço devocional à Suprema Personalidade de Deus é a perfeição
máxima da ativivade h u m a n a . " SIGNIFICADO—Este é o famoso verso ãtmãrãma (Bhãg. 1.7.10).

VERSO 185 VERSO 187

'«rotaí*»' «ws» i
^as mftim «flaíwa t J V * II dfe CHtCTO «»f ífàGê attp! 5 5 II'
'ãtmãrãma' paryanta kare levara bhãjana éuni' bhattãcãrya kahe, — 'éuna, mahãéaya
aiche acintya bhagavãnera guna-gana ei élokera artha éunite vãnchã haya'
ãtmã-rãma—satisfeitos consigo mesmos; paryanta—até; kare—fazem; fswra éuni'—ouvindo isto; bhattãcãrya kahe— Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse; éuna—
bhãjana—serviço devocional ao Senhor; aiche—tamanhas; acintya—inconcebíveis, por favor, ouve; mahã-ãéaya—meu caro senhor; ei élokera—deste verso; artha—o
bhagavãnera—da Suprema Personalidade de Deus; guna-gana—qualidades significado; éunite—de ouvir; vãnchã— um desejo; haya—há.
transcendentais.
TRADUÇÃO—Após ouvir o verso ãtmãrãma, Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse o se-
T R A D U Ç Ã O — " M e s m o os sábios satisfeitos consigo mesmos prestam serviço de guinte a Sri Caitanya Mahãprabhu: " M e u caro senhor, por favor, explica este
vocional ao Senhor Supremo. As qualidades transcendentais do Senhor são ta- verso, Desejo muito ouvir Tua explicação sobre e l e . "
manhas q u e são plenas de potência espiritual inconcebível."
VERSO 188
VERSO 186
a t £ ^m, - * j p i f % w f <pa, ggfcj « n r , f ^ f a ' i
'HTirratirç spçn fãs TI «fgjpisi i
i t s g «rtfà c^ri f à s f i r r ü II'IW n
prabhu kahe, — 'fumi ki artha kara, tãhã ãge éuni'
ãtmãrãmãé ca munayo pãche ãmi kariba artha, yebã kichu jãni'
nirgranthã apy urukrame PraWiu kahe—o Senhor disse; fumi—tu; ki—que; artha—significado; kara—fazes;
St ; <3 s ( em
kurvanty ahaituklm bhaktim Eu- ^ r ' ° < ' '~ primeiro lugar; éuni'—ouvindo; pãche— depois disso; ãmi—
U
ittham-bhüta-guno harih - situ3 ' toriba—farei; artha—significado; yebã—tudo o que; kichu—algo; /«ni—sei.
atmã-rãmãh—pessoas que sentem prazer em estar transcendentalmen
e i
das no serviço ao Senhor; ca—também; munayah—grandes santos que r e ) ^ e ^ s
D u c
à ° — O Senhor replicou: "Primeiro, deixa-Me ouvir tua explicação. De-
por completo as aspirações materiais, as atividades fruitivas e assim por 15 d s t
' ° , tentarei explicar o pouco que s e i . "
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 527
526 Sri Caitanya-caritãmrta ». . so l 9 3
Veí
M a d h
*HiU, j
~, __Meu caro Bhattãcãrya; jãni—Eu sei; fumi—tu; sãksãt—diretamente;
fl
VERSO 189
^"r—o erudito sacerdote dos semideuses, chamado Brhaspati; s'flsfra-
5 1

0% «ItSrt C 9 H *PFWL AIFSJTA I bP ? '"explicação das escrituras; karite—àe fazer; aiche—tal; kãro—áe ninguém
J ^ Ç i i - n â o há; M f i - p o d e r .
«^«rra-jrs fcfrra fàfài FKM II J M » n
suni' bhattãcãrya éloka karilã vyãkhyãna __Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " M e u caro Bhattãcãrya, és exata-
AO
tarka-éãstra-mata ufhâya vividha vidhãna T R A D
como Brhaspati, o sacerdote do reino celestial. Deveras, ninguém neste
éuni'—ouvindo isto; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; éloka—d "^ndo o poder de explicar as escrituras dessa maneira."
t e m
karilã—fez; vyãkhyãna—explicação; íarte-áãsfra-escriruras que lidam com ^T*.
3 gi
ca; mata—de acordo com; uthãya—levanta; vividha—diversas; vidhãna—^ '
VERSO 192
premissas
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sãrvabhauma Bhattãcãrya começou a explicar o verso tm-
ràma, e, de acordo com os princípios da lógica, levantou diversas premissa*
^51 csrrtro «itcs -cmal « i f è s f f i i II 2>S*11
VERSO 190 fcinfu tumi artha kaile pãnditya-pratibhãya
«rafa»! «wfc^ei *TIWM s\<IP\ i ihã va-i élokera ache ãro abhiprãya
<«fs(' >2rÇ?RS fog S t f l f l II >S>° II tíniu—porém; fumi—tu; artha—significado; kaile—mostraste; pãnditya—erudita;
nava-vidha artha kaila éãstra-mata lahã pmtibhâya—com mestria; ihã va-i—além deste; élokera—do verso; ache—há; ãro—
éuni' prabhu kahe kichu isat hãsiyã outro; abhiprãya—significado.
nava-vidha—nove classes; artha—significados; kaila—fez; éãstra-mata—o princí-
pio de escrituras autorizadas; lahã— adotando; éuni'—após ouvir isso; prabhu-
TRADUÇÃO—"Meu caro Bhattãcãrya, decerto que explicaste este verso com a
Senhor Caitanya; kahe—começou a falar; kichu—algo; fsaf—levemente; hãsiyã-
mestria de tua vasta erudição, porém, deves saber que, além desta explicação
sorrindo.
erudita, há outro significado para este v e r s o . "

TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya explicou o verso ãtmãrãma de nove maneiras dife-


rentes, com base nas escrituras. Após ouvir sua explicação, Sri Caitanya Mahã- VERSO 193
prabhu, sorrindo levemente, começou a falar.

SIGNIFICADO—Discutiu-se o verso ãtmãrãma em Naimisãranya, num encontro de


grandes sábios, liderados por Saunaka Rsi. Eles perguntaram a Srila Súta m «wf-ir,«rj üi %m 11 ss>« 11
Gosvãmi, que presidia ao encontro, por que Srila Sukadeva Gosvãmi, um bhattãcãryera prãrthanãte prabhu vyãkhyã kaila
paramaharhsa já situado transcendentalmente, ficara atraído por uma discussão tãhra nava artha-madhye eka nã chuhila
das qualidades de Krçna. Em outras palavras, eles queriam saber por que Sri Su- bhattãcãryera—àe Sãrvabhauma Bhattãcãrya; prãrthanãte—a pedido; prabhu—
kadeva Gosvãmi dedicou-se ao estudo do Srimad-Bhãgavatam. Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; vyãkhyã— explicação; kaila—fez; tãhra—suas;
ima artha-áas nove diferentes classes de explicações; madhye—no meio; efcfl—
VERSO 191 Uma
; nã— não; chuhila—tocou.

«tmaiNjl asfks u k ç *etari irffè «tfc 11 s&aii ^DUÇÃO—A pedido de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, o Senhor Caitanya Mahã-
Ptabhu começou a explicar o verso, sem tocar nas nove explicações dadas pelo
'bhattãcãrya', jãni—tumi sãksãt brhaspati Bh
attãcãrya.
éãstra-vyãkhyã karite aiche kãro nãhi éakti
528 Sri Caitanya-caritãmrta M A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 529

VERSO 1 9 4 so—ári Caitanya Mahãprabhu disse: "A Suprema Personalidade de


o l J
t » A ^ diferentes potências e Suas qualidades transcendentais têm todas
a S

^tiitataT*fKattas ' » a a W *tw ça i uS


pe '. e b í v e l . Não é possível explicá-las p l e n a m e n t e . "
nconC

<J«rç cm *ft?a *«i«í f*i»6a H >S»8 II


VERSO 197
ãtmãrãmãé ca-áloke 'ekãdaéa' pada haya
prthak prthak kaila poderá artha niécaya « i s a « 5iraj-ir*i*i a*fà' «ff6§taa i
ãttnãrãmãé ca—conhecido como tal; éloke—no verso; ekãdaéa—onze- t%t?i ç c a foai-itacasa sfà n II
palavras; haya—existem; prthak prthak—separadamente, uma após outra- t^""
fez; poderá—das palavras; artha—o significado; niécaya—certeza. anya yata sãdhya-sãdhana kari' ãcchãdana
ei tine hare siddha-sãdhakera mana
TRADUÇÃO—Existem onze palavras no verso ãtmãrãma, e Sri Caitanya M h —outros; yata—todos; sãdhya-sãdhana—objetivos e práticas transcendentais;
prabhu explicou cada palavra, u m a após outra. "—fazendo; ãcchãdana—cobrindo; ei tine—estes três; hare—arrebatam; siddha—
exitoso; sãdhakera—âa estudante ocupado em atividades espirituais; mana—a
SIGNIFICADO—As palavras no verso ãtmãrãma são: ãtmãrãmãh, ca, munayah, nirna mente.
thãh, api, urukrame, kurvanti, ahaituktm, bhaktim, ittham-bhüta-gunah e íiarih
TRADUÇÃO—"Estes três itens atraem a mente de um estudante perfeito, ocupa-
VERSO 1 9 5 do em atividades espirituais, e superam todos os demais processos de atividade
espiritual."
W l f - « t W C ¥ J **>rw*tn' fm\sn\ l
« è f H « l a f f r w i « l f % 2 f t a »W» II II
SIGNIFICADO—As outras atividades espirituais diferentes da bhakti-yoga dividem-se
tat-tat-pada-prãdhãnye 'ãtmãrãma' milãhã em três categorias: atividades especulativas conduzidas pela jhãna-sampradãya (aca-
astãddéa artha kaila abhiprãya lahã dêmicos eruditos), atividades fruitivas conduzidas pela população em geral de
tat-tat-pada—todos aqueles itens; prãdhãnye—principalmente; ãtmãrãma—a pa- acordo com os regulamentos védicos e atividades de transcendentalistas não ocu-
lavra ãtmãrãma; milãhã— fazendo combinar-se; a$(ãdaéa—dezoito; artha—significa- pados em serviço devocional. Nestas categorias existem muitos ramos diferentes,
dos; kaila—íez; abhiprãya—propósito; tona—aceitando. porém, a Suprema Personalidade de Deus, mediante Suas potências inconcebíveis
e qualidades transcendentais, atrai a mente do estudante ocupado em atividades
de karma, jhãna, yoga e assim por diante. O Senhor Supremo é pleno de potên-
TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu tomou cada palavra especificamen- cias inconcebíveis, que são relacionadas à Sua pessoa, às Suas energias e às Suas
te e combinou-a com a palavra " ã t m ã r ã m a " . Assim, Ele explicou a palavra qualidades transcendentais. Tudo isto é muito atrativo para o estudante sério.
" ã t m ã r ã m a " de dezoito maneiras diferentes. Conseqüentemente, o Senhor é conhecido como Krsna, o todo-atrativo.

VERSO 1 9 6 VERSO 1 9 8

«lat*»,, tfta »n%, « t a i ispftfà-^asOTa msfós *t*rf*l i


«rfç^j « M a foçsia sri ara assw II n <*i!a3 sitífl W asta* arwta li isv-«

bhagavãn, tãhra éakti, tãhra guna-gana sanakãdi-éukadeva tãhãte pramãna


acintya prabhãva tinera nã yãya kathana .-^ ei-mata nãnã artha karena vyãkhyãna
bhagavãn—a Suprema Personalidade de Deus; tãhra éakti—Suas potências,^ ^ ^"aka-ãdi—os quatro sanas; éukadeva—e Sukadeva Gosvãmi; tãhãte—nisto;
a?w
guna-gana—Suas qualidades transcendentais; acintya—inconcebível; prabhãvo- jj — a evidência; ei-mata—dessa maneira; nãnã—variedades; artha—
influência; tinera—das três; rui—não; yãya—possível; kathana—falar. 'cado; karena—faz; vyãkhyãna—explicação.
530 Sri Caitanya-caritámrta ». A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrva 531
203
Ver*
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu explicou o significado do 'ihho ta' sãksãt krsna,—muni nã jãniyã
evidências relativas a Sukadeva Gosvãrru e aos quatro rsis Sanaka S V 6 r S 0
' ' ' d n < i r
mahã-aparãdha kainu garvita ha-iyã'
Sanãtana e Sanandana. Assim, o Senhor deu diversos significados ^ ' ^ u m a r , gri Caitanya Mahãprabhu; te'—de fato; sãksãt—diretamente; krsna—
«"Plicaçò^; ^^fospà, muni—eu; nã—não; jãniyã— sabendo; mahã-aparãdha—uma grande
S I G N I F I C A D O — A s atividades dos quatros rs/s e de Sukadeva Gosvãm- kainu—te' garvita—orgulhoso; ha-iyã— estando.
C m ) r o -
vam que Krsna é todo-atrativo. Todos eles eram pessoas liberadas' ° '
sentiram-se atraídos pelas qualidades e passatempos do Senhor É por ' ° ^ * . d
__" Com certeza Caitanya Mahãprabhu é o próprio Senhor Krçna. Por
|CAO

se diz: muktã api lílayã vigraham krtvã bhagavantam bhajante. (Cc. Madhya^ ^ ^* er podido compreendê-lO e por estar muito orgulhoso de minha própria
Mesmo pessoas liberadas se deixam atrair pelos passatempos do Senh ir ^diçao, cometi muitas ofensas."
e, assim, ocupam-se em serviço devocional. Desde o começo de suas "*
Sukadeva Gosvãmi e os quatro Kumãras, conhecidos como catuhsana eram \ ^ ' %
VERSO 201
dos e auto-realizados na plataforma de Brahman. Não obstante, as qu IH
de Krsna atraíram-nos, e eles ocuparam-se em Seu serviço. Os quatro Kunu^ «irfifswri asfà' c*v*i « ç a «ta«i i
ficaram atraídos pelo aroma das flores oferecidas aos pés de lótus de Krsna" ?*t1 asfàarca «ca « ç a cw* »w 11 $ . 0 11
dessa maneira, tornaram-se devotos. Sukadeva Gosvãmi ouviu o Srimad
Bhâgavatam pela misericórdia de seu pai, Vyãsadeva, em conseqüência do QU ãtma-nindã kari' laila prabhura éarana
sentiu atração por Krçna e tornou-se um grande devoto. Conclusão: a bem- krpã karibãre tabe prabhura haila mana
aventurança transcendental experimentada no serviço ao Senhor deve ser supe- Itma-nindã— auto-acusação; kari'—fazendo; laila—tomou; prabhura—do Senhor;
rior a brahmãnanda, a bem-aventurança derivada da percepção do Brahman junina—abrigo; krpã— misericórdia; karibãre—fazer; fabe—então; prabhura—do
impessoal. Senhor; haila—era; mana—a mente.

VERSO 199 TRADUÇÃO—Quando Sãrvabhauma Bhattãcãrya condenou-se a si mesmo como


um ofensor e refugiou-se no Senhor, Este desejou mostrar-lhe misericórdia.
frf|P «çfçjcft um C S T I
VERSO 202
«fC* arffíi* asca «rttil fàasta n ÍS>» n
f5i3Hs»i « r ç « r c a a s a r e i «f«fa 1
éuni' bhattãcãryera mane haila camatkãra
prabhuke krsna jãni' kare ãpanã dhikkãra P g g f e l f -Hç « a a 11 11
éuni'—ouvindo isto; bhattãcãryera—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; mane-ro
mente; haila—houve; camatkãra—admiração; prabhuke— Senhor Sri Caitanya Mahã- nija-rüpa prabhu tãhre karãilã daréana
prabhu; krsna—Senhor Krçna; jãni'—aceitando como; kare—taz; ãpanã-de si catur-bhuja-rüpa prabhu hãilã takhana
mesmo; dhikkãra—condenação. nija-rüpa—forma pessoal; prabhu—o Senhor; tãhre—a ele; karãilã—íez; daréana—
vendo; catuh-bhuja—de quatro braços; rüpa—forma; prabhu—o Senhor; ha-ilã—
t o m o u
" S e ; takhana—naquele momento.
T R A D U Ç Ã O — A o ouvir Caitanya Mahãprabhu explicar o verso ãtmãrãma, S.
o Senhor ^DUçÃo-Para mostrar-lhe misericórdia, Sri Caitanya Mahãprabhu permitiu
bhauma Bhattãcãrya encheu-se de admiração. Compreendeu, então, que e l e
^ s s e Sua forma de Viçnu. Assim, imediatamente assumiu a forma de
Sri Caitanya M a h ã p r a b h u era Krçna em pessoa, e deste modo condenou-
abraços.
si mesmo com as seguintes palavras.
VERSO 203
VERSO 200
cwafèai «tca «rtsH s ^ V a i t i
' ¥ w l «• ntft« f%—nf<m*\ wtfsrai i
ttcç »jrra-a?.%ia «aa^Ta wi 11 v*> «
wt-vtata c f i Hfw ç^ri t\o» II
A
532 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy hj
a
«as liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 533

dekhãila tãhre ãge catur-bhuja-rüpa VERSO 206


pãche éyãma-varhéi-mukha svakiya svarüpa
dekhãila—mostrou; tãhre—a ele; ãge—a princípio; catur-bhuja-rüpa—a f 0rm
"te Cíftas £555*1 H ir) q r ^ g ç 1
q

quatro braços; pãche—a seguir; éyãma—morena; vaméi-mukha—com uma fl >j*-»tte fcscç «trás «n «itca asfàt«11 *°*s> i
boca; svakiya—pessoal; svarüpa—forma.
éata éloka kaila eka danda nã yãite
TRADUÇÃO—Primeiro, ári Caitanya Mahãprabhu mostrou-lhe a forma de o brhaspati taiche éloka nã pare karite
braços e, então, apareceu perante ele sob Sua forma original de Krsna, corri cem; éloka—versos; kaila—compôs; eka—uma; danda—duração de vinte e
morena e u m a flauta nos lábios. tí0 minutos; nã— não; yãite—passando; brhaspati— Brhaspati, o sacerdote dos
planetas celestiais; taiche— tais; éloka—versos; nã— não; pare—capaz; karite—de
VERSO 204 compor

caía' *tat«Ya * f t ' *NV 1


TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya compôs cem versos em pouquíssimo
fcfò' »Ste V $ sfè TO *rffe' ll \ ° $ ll tempo- Na verdade, nem sequer Brhaspati, o sacerdote dos planetas celestiais,
poderia compor versos tão rapidamente.
defcAít' sãrvabhauma dandavat kari' padi'
punah uthi' stuti kare dui kara yudi' SBNIFICADO—O nome do livro de cem belos versos compostos por Sãrvabhauma
dekhi'—vendo aquilo; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; dãndapat- Bhattãcãrya é Susloka-éataka.
reverências; kari'—fazendo; padi'—prostrando-se no chão; punah—novamente
uthi'—levantando-se; sfufi—oração; kare—faz; dui— duas; tara—mãos; yuâi'- VERSO 207
juntando.
V t V ^r,«t a f ç t t c a c m wtfem*» 1
TRADUÇÃO—Ao ver a forma do Senhor Krsna manifesta em Caitanya Mahã- «ItçTa^cararcacâ cm « c t > * ^ 11 vi 11
p r a b h u , Sãrvabhauma Bhattãcãrya imediatamente prostrou-se no chão pari
prestar-Lhe reverências. Então, levantou-se e, com as mãos postas, pôs-se j s u n f swWie prabhu tãhre kaila ãlingana
oferecer-Lhe orações. bhattãcãrya premãveée haila acetana
éuni'—ouvindo; sukhe—com alegria; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu;
VERSO 205 tòire-Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kaila—fez; ãlingana—abraçando; bhattãcãrya—
Sãrvabhauma Bhattãcãrya; prema-ãveée—no êxtase de amor a Deus; haila—ficou;
«otana-inconsciente.
«fç? ?»rta «"ta ff%5i ta wi i

prabhura krvãya tãhra sphurila saba tattva TRADUÇÃO—Após ouvir os cem versos, ári Caitanya Mahãprabhu alegremente
j^raçou Sãrvabhauma Bhattãcãrya, que ficou logo tomado de amor extático por
nãma-prema-dãna-ãdi varnena mahattva
-"eus e caiu inconsciente.
prabhura—do Senhor; krpãya—pela misericórdia; tãnra—para ele; sp
manifestaram-se; sflfw—todas; tattva—verdades; nãma—o santo nome, -
dana—distribuição de amor a Deus; ãdi—e assim por diante; wjrrierM—< VERSO 208
mahattva—a importância.
« i a s » , , ca«f, ^"*t aaçta i
wfcs, -sita, astca, *fc<9 «fg-*tw afa' n vn
se j
TRADUÇÃO—Pela misericórdia do Senhor, todas as verdades revelar ^ «srw, stambha, pulaka, sveda, kampa tharahari
Sãrvabhauma Bhattãcãrya, que pôde entender, então, a importância nãce, gãya, kãnde, pade prabhu-pada dhari'
o santo nome e distribuir o amor a D e u s em toda parte.
534 ári Caitanya-caritãmrta
. A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 535

aéru—lágrimas; stambha—atordoamento; pulaka—arrepio do r h


transpiração; kampa—vibração; tharahari—com grande estremecirn °' - 6 S D e d a prabhu kahe, — 'tumi bhakta, tomara sahga haite
dança; gãya—canta; kãnde—chora; pade—cai; prabhu-pada—os p é 0 ° * ° ' s
jagannãtha ihhãre krpã kaila bhãla-mate'
Senhor; dhari'—agarrando. ' us ^ e ot hhu kahe—o Senhor disse; tumi bhakta—tu és um devoto; tomara sahga haite—
1
f^ tua associação; jagannãtha—Senhor Jagannãtha; ihhãre—a ele; krpã—
à

. dia; kaila—mostrou; bhãla-mate—muito bem.


TRADUÇÃO—Devido ao amor extático por Deus, o Bhattãcãrya verte oT

e seu corpo ficou cambaleante. Ele manifestou sintomas extáticos ^ *s 8 r i m

d o , vibrando e tremendo. Ora dançava, ora cantava, ora chorava, ó r a * * ^ ' " " 1 1 ç£0—Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: " T u és um devoto. Devido à
v

tocar nos pés de lótus do Senhor. ' P*"


c a u
sociação, o Senhor Jagannãtha mostrou-lhe misericórdia."
tua as ^

VERSO 209 VERSO 212

«Itetrát: cwfa' SLCA « f f ? t«i 11 n fnra ?<f»l « | t 5 t < i ç c*w n *H 11

dekhi' gopínãthãcãrya harasita-mana tabe bhattãcãrye prabhu susthira karilã


bhaftãcãryera nrtya dekhi' hãse prabhura gana sthira hahã bhattãcãrya bahu stuti kaila
dekhi'—vendo isto; gopinãtha-ãcãrya—Gopinãtha Acãrya; harasita-mana—mente tabe—então; bhattãcãrye—a Sãrvabhauma Bhattãcãrya; prabhu— Senhor Sri
satisfeita; bhattãcãryera—àe Sãrvabhauma Bhattãcãrya; nrtya—dança; dekhi- Caitanya Mahãprabhu; su-sthira—apaziguamento; karilã—fez; sthira hahã—
vendo; hãse—risos; prabhura gana—os associados do Senhor Caitanya Mahãprabhu acalmando-se; bhattãcârya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; bahu—muitas; stuti—
orações; kaila—ofereceu.
T R A D U Ç Ã O — E s t a n d o Sãrvabhauma Bhattãcãrya absorto neste êxtase, Gopinãtha
Acãrya ficou muito satisfeito. Todos os associados de Sri Caitanya Mahãprabhu t r a d u ç ã o — D e p o i s disso, Sri Caitanya Mahãprabhu apaziguou o Bhattãcãrya,
riram-se de ver o Bhattãcãrya dançar assim. que, ao acalmar-se, ofereceu muitas orações ao Senhor.

VERSO 210 VERSO 213

C - W ^ W t F p / f C Ç »TCTf«rÇa «if« I Wfo fàstfãtsi «ft, -as "«wwf 1


«_fa, - i â «físs* <BH*tpf 1 1 1 1
•erírl «wíf%r.5i
gopinãtriãcãrya kahe mahãprabhura prati 'jagat nistãrile tumi,—seha alpa-kãrya
'sei bhattãcãryera prabhu kaile ei gati' ãmã uddhãrile tumi,—e éakti ãécarya
gopinãtha-ãcãrya—chamado Gopinãtha Acãrya; kahe—disse; mahã-prabhura-sfi figat—o mundo inteiro; nistãrile—tens salvado; tumi—Tu; seha—esta; alpa-kãrya—
Caitanya Mahãprabhu; prati—a; sei bhattãcãryera—deste Bhattãcãrya; prabhu-m ea
atividade menor; ãmã —a mim; uddhãrile—salvaste; fumi—Tu; e—este; éakti—poder;
Senhor; kaile—fizeste; ei gati—semelhante situação. ^"/«-maravilhoso.

TRADUÇÃO—Gopinãtha Acãrya disse ao Senhor Caitanya Mahãprabhu: "Senhw. TRADUÇÃO-Sãrvabha u m a Bhattãcãrya disse: " M e u querido Senhor, tens sal-
00m

provocaste t u d o isto em Sãrvabhauma Bhattãcãrya." u n d o inteiro, mas esta não é uma tarefa muito grande. Contudo, também
1
""ü* me salvaste, o que por certo é obra de poderes mui maravilhosos."
VERSO 211
VERSO 214
«fÇ fGSF.,—'igfif * 5 & , ÇSWfJ *W CÇÍ« I

« r f f l MVTCA « J à , « r a t t < * i w 11 Í . Í 8 11
A
536 Sri Caitanya-caritãmrta M
20 liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 537
M a d h
ya-li] a 6

tarka-éãstre jada ãmi, yaiche lauha-pinda püjãrí ãniyã mãlã-prasãdãnna dilã


ãmã dravãile tumi, pratãpa pracanda' prasãdãnna-mãlã pãhã prabhu harsa hailã
0

tarka-sãstre—devido às escrituras sobre lógica; jada—obtuso; ãmi— . eu


iHr!— sacerdote; ãniyã— trazendo; mãíã— guirlandas; prasãàa-anna—restos do
assim como; lauha-pinda—uma barra de ferro; ãmã—a mim; dravãile—d' ^ - aicne '"'énto; di'fl—ofereceu; prasãda-anna—a prasãda; mãlã—e guirlandas; pãhã—
tumi—Tu; pratãpa—poder; pracanda—imenso. ferido; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; harsa—satisfeito; hailã— ficou.

T R A D U Ç Ã O — " E u me tornara obtuso por ler demais tantos livros sobre lrt _ _ 0 sacerdote de lá presenteou-O com guirlandas e prasãda que
ç A 0

Conseqüentemente, tornara-me como u m a barra de ferro. Não obstante Tu J^iam sido oferecidas ao Senhor Jagannãtha. Isto agradou muito a Caitanya
derreteste, e por isso Tua influência é i m e n s a . " iiaháprabriu.
VERSO 218
VERSO 215 cm «Wfffà-íTtêTi at%al i
<8Í% « f à ' Wf«tç fstsr aW «rfèsfl l 58§t5trtS aca «srfèíTl WiíJJS» II ||

«It^^iona^-arca fèfi asarei ii *s<r ii


sei prasãdãnna-mãlã ahcale bãndhiyã
sfwfi éuni' mahãprabhu nija vãsã ãilã bhattãcãryera ghare ãilã tvarãyukta hahã
bhattãcãrya ãcãrya-dvãre bhiksã karãilã sei prasãda-anna—aqueles restos de alimento; mãlã—e guirlandas; ahcale—na fím-
stuti éuni'—após ouvir as orações; mahãprabhu—Sr! Caitanya Mahãprabhu; nija— bria de Sua veste; bãndhiyã—atando; bhattãcãryera—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya;
p r ó p r i a ; vãsã—a residência; ãilã— regressou; bhattãcãrya—Sãrvabhauma ghare—à casa; ãilã—foi; tvarã-yukta—apressado; hahã—estando.
Bhattãcãrya; ãcãrya-dvãre—por intermédio de Gopinãtha Acãrya; bhiksã— almoço;
karãilã—convenceu a aceitar. TRADUÇÃO—Atando cuidadosamente a prasãda e as guirlandas na fímbria de
Sua veste, Caitanya Mahãprabhu dirigiu-Se às pressas à casa de Sãrvabhauma
T R A D U Ç Ã O — A p ó s ouvir as orações oferecidas por Sãrvabhauma Bhattãcãrya, Sri Bhattãcãrya.
Caitanya Mahãprabhu regressou à Sua residência, e o Bhattãcãrya, por intermé-
dio de Gopinãtha Acãrya, convenceu o Senhor a almoçar lá. VERSO 219

VERSO 216 •«RPCítnta-as tcer czm ^ttm i


wta f»» •siç cfwl s"t3t«t-ffa*fcíi i cm^ tc»T «!?f5tcaa cm wptfai 11 II
v4* ffàíTi ®-«aN-*n:*m*tTi?i II o* II arunodaya-kãle haila prabhura ãgamana
ãra dina prabhu gelã jagannãtha-daraéane sei-kãle bhattãcãryera haila jãgarana
daréana karilã jagannãiha-éayyotthãne anina-udaya—antes do alvorecer; kãle—no momento; haila—houve; prabhura—
io
01 Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ãgamana—a vinda; sei-kãle—naquele momen-
ãra dina—no dia seguinte; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; gelã—
'°; bhattãcãryera—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; haila—houve; jãgarana—o levantar-
jagannãtha-daraéane—visitar Jagannãtha no templo; daréana karilã—viu; jaganna se da cama.
éayya-utthãne—o Senhor levantar-Se da cama, de manhã cedo.

T R A D U Ç Ã O — D e manhã cedo, no dia seguinte, Sri Caitanya Mahãprabhu f o i vl


JKADUÇÃO—Ele chegou à casa do Bhattãcãrya um pouco antes do alvorecer, jus-
sitar o Senhor Jagannãtha no templo, e viu o Senhor levantar-Se da cama- a n t e quando o Bhattãcãrya levantava-se da cama.

VERSO 220
VERSO 217

B- $awita ^sfa' «ffa mui atfçsrl n


«JlWa-Tíífl t f ^ l «lç si cs*t\ II o i li
538 Sri Caitanya-caritãmrta M A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 539
Madh
y»-tiu, 6

'krsna' 'krsna' sphufa kahi' bhattãcãrya jãgilã prasãdãnna pãhã bhattãcãryera ãnanda haila
krsna-nãma éuni' prabhura ãnanda bãdila snãna, sandhyã, danta-dhãvana yadyapi nã kaila
r e s t o s d e
krsna krsna—cantando o nome de Krsna; sphuta—distintamente; kahi'—A- íàA- ~
tMS
anna os
alimento; pãhã— obtendo; bhattãcãryera—de
^abhaurna Bhattãcãrya; ãnanda—prazer; haila—houve; snãna—banho; sandhyã—
t IH,
bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; jãgilã— levantava-se da cama- k ^* °;
o santo nome do Senhor Krsna; éuni'—ouvindo; prabhura—do Senhor r*- wfâZLi rnahriais; danta-dhãvana—lavando os dentes; yadyapi—embora; nã— n
Mahãprabhu; ãnanda—prazer; bãdila— aumentou. Concluísse.
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o levantava-se da cama, Sãrvabhauma Bhattàcãrv ri- nçAO— Até aquele momento, o Bhattãcãrya não lavara sequer sua boca, nem
D

tamente cantou: "Krsna, Krsna". O Senhor Caitanya ficou muito satisf • ' S 2Si banho, nem concluíra seus deveres matinais. Não obstante, ficou muito
ouvi-io cantar o santo nome de Krsna. tisfeito de receber a prasãda do Senhor Jagannãtha.

VERSO 2 2 1 VERSO 2 2 4

atfçta «tça c««i •0^*1 mm i cFsu-satw vzm m wtei cm i


«ifra-arcs <«tfa' fcw saâ vm II n <£ caras •tr?' «ra wi asRrsi ii U8 n
bãhire prabhura tehhc pãila daraéana caitanya-prasãde manera saba jãdya gela
ãste-vyaste ãsi' kaila carana vandana ei éloka padi' anna bhaksana karilã
bãhire—do lado de fora da casa; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; caitanya-prasãde—pela misericórdia do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
ferino—ele; pãila—obteve; daraéana—visão; ãste-vyastc—com muita pressa; ãsi'—ao «mera—da mente; safo—toda; jãdya—estupidez; gela—desapareceu; ei éloka—estes
chegar lá; kaila—fez; carana vandana—adoração aos pés de lótus. versos; padi'—recitando; anna—restos de alimento; bhaksana—comendo; karilã—fez.

TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya percebeu que Sri Caitanya Mahãprabhu estava do TRADUÇÃO—Pela misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu, erradicou-se toda
lado de fora, e, apressado, foi até Ele e ofereceu orações a Seus pés de lótus. a estupidez da mente de Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Após recitar os seguintes
dois versos, ele comeu a prasãda oferecida a ele.
VERSO 2 2 2
VERSO 2 2 5

aprttfi ff>f *rf «ta ç t r o fati II II w mífmi atfn ars». ai ^ i T - r e : i


líflSife ãsana diyã duhheta vasilã « t f a a f c s i i e s t e o u ate ^ f a f a u t a n i ' «
prasãdãnna khuli' prabhu tãhra hãte dilã
vasite—para sentar-se; ãsana—tapete; diyã—oferecendo; duhheta—ambos; wsilí- êuskam paryusitam vãpi
sentaram-se; prasãda-anna—a prasãda; khuli'—abrindo; prabhu—Sri Caitanya nttam vã düra-deéatah
Mahãprabhu; tãhra—sua; hafe—na mão; díZa—ofereceu. prãpti-mãtrena bhoktavyam
nãtra kãla-vicãranã
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya ofereceu um tapete como assento ao Senhor, e ambos éuskam—seca; paryusitam—mofada; vã— ou; api—embora; nttam—trazida; vã—
sentaram-se nele. Então, Sri Caitanya Mahãprabhu abriu a prasãda e colocou-a ™jjtora-deéatah—de uma terra distante; prãpti-mãtrena—tão logo se receba;
nas mãos do Bhattãcãrya. ^Ktovyam—ser comida; na—não; afra—nisto; kãla-vicãranã—consideração de tempo
0,1
lugar.
VERSO 2 2 3 D
, U Ç Ã O — O Bhattãcãrya disse: " 'Deve-se comer a mahã-prasãda do Senhor
«TfWíl * f M «lllSfCáa « W l CÇI I ao recebê-la, mesmo que esteja seca, mofada ou tenha sido trazida de uma
1
•an »nrt fwfw awf»f *l ii U * II distante. Não se deve considerar nem tempo nem lugar.' "
540 Sri Caitanya-caritãmrta M A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 541
Vers° V"
VERSO 226 . —ambos; dha ri '—abraçando; duhhe—ambos; karena—fazem; nartana—
flfie

*"'ndo; prabhu-bhrtya—o amo e o servo; duhhã— ambos; sparse—tocando um


^outro; dohhãra—de ambos; phule—ficaram excitadas; mana—mentes.

ÇÃO—° Senhor e o servo abraçaram-se mutuamente e começaram a


BV

na deéa-niyamas tatra Jjnçar Pelo P' * °- s , m e s a t o


m - s e u m a o outro, ficaram extáticos.e t o c a r a

na kãla-niyamas tathã
prãptam annarh drutarh éisfair VERSO 229
bhoktavyath harir abravft
na—não; deéa—do país; niyamah—regulação; tatra—nisto; na—não; kãla
tempo; niyamah—regulação; tathã— assim também; prãptam—recebida; ANNÃM *
prasãda; drutam—apressadamente; éistaih—por cavalheiros; bhoktavyam—SER comT
da; harih—o Senhor; abravit—disse. sveda-kampa-asru duhhe ãnande bhâsilã
premãvista hahã prabhu kahite lãgilã
TRADUÇÃO—" ' U m cavalheiro deve comer a prasãda do Senhor Krsna tão logo sveda—transpiração; kampa—tremor; as'rM—lágrimas; duhhe—ambos; ãnande—em
a receba; não deve haver hesitação. Não existem princípios regulativos relacio- bem-aventurança transcendental; bhãsilã—flutuavam; prema-ãvisfa—absortos em
nados a tempo e lugar. Esta é a ordem da Suprema Personalidade de Deus.' " amor extático por Deus; hahã— estando; prabhu—o Senhor; kahite—a falar; lãgilã—
começou.
S I G N I F I C A D O — E s t e s versos são citações do Padma Purãna.
TRADUÇÃO—Enquanto dançavam e se abraçavam, sintomas espirituais
VERSO 227 manifestaram-se em seus corpos. Transpiravam, tremiam e vertiam lágrimas,
e, em Seu êxtase, o Senhor começou a falar.
CfpV Wttgfim Cm siÇíarfsT I
C « W f ã è 5<ÍP1 « f Ç cm\ « H f s H R II H VERSO 230

dekhi' ãnandita haila mahãprabhura mana


premãvista hahã prabhu kailã ãlingana «iTfâf ifap f i a * «rftaí3«i II II
dekhi'—ao ver isto; ãnandita—muito satisfeita; haila—ficou; mahãprabhura—de Sri
Caitanya Mahãprabhu; mana—a mente; prema-âvista—absorto no êxtase de amor "ãji muni anãyãse jininu tribhuvana
a Deus; hahã— ficando; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kailã—íez; ãlingana- ãji muni karinu vaikuntha ãrohana
á

abraçando. /i—hoje; muni—Eu; anãyãse—mui facilmente; jininu—conquistei; tri-bhuvana—


°stres mundos; ãji—hoje; muni—Eu; karinu—fiz; vaikuntha—ao mundo espiritual;
^""-ascendendo.
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu ficou muito satisfeito ao ver isto. Ele
entrou em êxtase de amor a Deus e abraçou Sãrvabhauma Bhattãcãrya.
^ADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " H o j e conquistei os três mundos
01

VERSO 228 facilmente. Hoje ascendi ao m u n d o espiritual!"

F I C A D
^^ ° — A p r e s e n t a - s e , aqui, um resumo da meta da perfeição humana. É
t r a n s o r
a cot» P todos os sistemas planetários do universo material, atravessar
r t u r a d
thgj o universo e alcançar o m u n d o espiritual, conhecido como Vaikun-
3 S a c u n n a l C a s s a o a n e t a

dui-jane dhari' duhhe karena nartana ^dos ^ ^ ^ ' '°' pl s espirituais plenos d e variedade, locali-
na

prabhu-bhrtya duhhã sparse, dohhãra phule mana refulgência corpórea impessoal do Senhor, conhecida como brahmajyoti.
542 Sri Caitanya-caritãmrta .. „ 23S
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 543
Madh
Ver*"
ya-iü 4i 6

á/7 se khandila tomara dehãdi-banãhana


Talvez alguém aspire a elevar-se a um planeta celestial dentro do m
>1a,e ãji tumi chinna kaile mãyãra bandhana
rial, tal como a Lua, o Sol ou Vênus, porém, uma pessoa que é esn' ' ' '
e n , e •_hoje; se—isto; khandila—desmantelado; tomara—teu; deha-ãdi-bandhana—
avançada em consciência de Krsna não deseja permanecer dentro do
niversci '''"iro material devido ao conceito corpóreo de vida; ãji—hoje; fumi—tu;
material, n e m mesmo n u m sistema planetário superior. Pelo contrário ' i
^ " ^ - d e s p e d a ç a d o s ; kaile—fizeste; mãyãra—da energia ilusória; bandhana—os
re penetrar a cobertura do universo e atingir o m u n d o espiritual, onde e r
0
estabelecer-se n u m dos planetas Vaikuntha. Contudo, os devotos sob a orf grilhões.
8 0
d e Sri Caitanya Mahãprabhu aspiram a alcançar o planeta espiritual mais f"' ^
conhecido como Goloka Vrndãvana, a residência do Senhor Sri Krsrta e d ^ ° ' V ç __"Meu querido Bhattãcãrya, hoje te libertaste do cativeiro material,
AO

companheiros eternos. tíveiro este devido ao conceito corpóreo de vida. Despedaçaste os grilhões da
ÜL-rzia ilusória."
VERSO 234
VERSO 231
wrfir ^•arfà-capstj c*m csfitü a* i
« n f * cata •(íf
«<«%ria i
cw-aí ^fla' c^cei «titw w«i n" * « 8 n
itá^lcaa cm W«WtW ftTta II n
á/7 krsna-prãpti-yogya haila tomara mana
O/i mora pürna nai/a sarca abhilãsa veda-dharma lahghi' kaile prasãda bhaksana"
sãrvabhaumera haila mahã-prasãde viévãsa iji—hoje; ktsna-prãpti—para alcançar os pés de lótus; yogya—apta; haila—tornou-
ãji—hoje; mora—Meus; pürna—satisfeitos; naíTa—ficaram; sara?—todos; abhüSsa- se; tomara—tua; mana—mente; veda—dos quatro Vedas; dharma—os princípios;
desejos; sãrvabhaumera—áe Sãrvabhauma Bhattãcãrya; haila—houve; mahi- toigW—superando; toife—fizeste; prasãda—os restos do alimento oferecido a Krçna;
prasãde—nos restos do alimento do Senhor; viévãsa—fé. bhaksana—comendo.

T R A D U Ç Ã O — C a i t a n y a Mahãprabhu prosseguiu: " A c h o que hoje todos os Meus


t r a d u ç ã o — " H o j e tua mente tornou-se apta para abrigar-se aos pés de lótus de
desejos foram realizados, pois vejo q u e Sãrvabhauma Bhattãcãrya adquiriu fé
Krsna, pois, superando os princípios regulativos védicos, comeste os restos do
na mahã-prasãda do Senhor J a g a n n ã t h a . "
alimento oferecido ao S e n h o r . "

VERSO 232
VERSO 235
HIHP «Jà frota» C Ç * T Í fajtaa i caat* a «tara. tatwíre!
?a» *ur% fsrctcfr estai tm Am II ^ n aaraiatfàtetm aft fttoíNi i
ãji tumi niskavate hailã krsnãéraya cs ^?tafe^af% 5 caaaTan
krsna ãji niskavate tomã haila sadaya fcaatt aaTçfàfoít: ipplíasr.fj" i
ãji—hoje; fumi—tu; niskapa\e—sem dúvida; hailã—te tornaste; krsna-ãéraya—so
o refúgio do Senhor Krsna; krsna—Senhor Krsna; ãji—hoje; niskavate—sem reser-
yesãni sa esa bhagavãn dayayed anantah
vas; tomã—para contigo; haila—tornou-Se; sa-daya—muito misericordioso.
sarvãtmanãérita-pado yadi nirvyaltkam
te dustarãm atitaranti ca deva-mãyãm
T R A D U Ç Ã O — " N a verdade, hoje te refugiaste indubitavelmente aos pés de létus naisãm mamüham iti dhth éva-érgãla-bhaksye
0
de Krsna, e Krsna, sem reservas, tornou-Se muito misericordioso para conbg - ^ycsffm—àqueles que são almas plenamente rendidas; sah—Ele; esah—isto;
^gavãn—a Suprema Personalidade de Deus; dayayet—pode mostrar misericór-
VERSO 233 • «nanfa/j—o ilimitado; sarva-ãtmanã— plenamente, sem reservas; ãérita-paàah—
es u e

«tffãr CA aRs^ csrata cíçtrl-a^ü i 1 se refugiam no Senhor; yadi—caso; nirvyaltkam—sem duplicidade; ffi—
Pessoas; dustarãm—intransponível; atitaranti—atravessam; ca—também;
«ufàr ffà fça c^c*i siiafa a«a n n
544 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 545
li
M a d h
y»-iii ,, â Vers"
deva-mãyãm—aenergia material ilusória; na—não; esãm—isto; marnaaha Os sannyãsis Mãyãvãdis não purificam sua inteligência, mente e ego, em
do c u e n a o
e " e u " ; /fí—tal; dhih—inteligência; éva-érgãla-bhaksye—no corpo, q u7~ eu' m
"""«iüência l P°dem ocupar-se n o serviço a o Senhor, nem contar
comido por cães e chacais. Para se, C" misericórdia imotivada do Senhor. Embora se elevem a uma posição muito
^ mediante a prática de rigorosas austeridades e penitências, ainda assim,
TRADUÇÃO—" ' Q u a n d o alguém se refugia sem reservas aos pés de alw •n no mundo material sem a bênção dos pés de lótus do Senhor. Às vezes,
prema Personalidade de Deus, o ilimitado e misericordioso Senhor co' * US d
m_se à refulgência do Brahman, mas, como suas mentes não se purificaram
Sua misericórdia imotivada. Assim, pode ele atravessar o intransponível e^ letamente, são obrigados a retornar à existência material,
da ignorância. Aqueles cuja inteligência fixa-se no conceito corpóreo —- ° ° C e i n
n karrnis estão sob total influência do conceito corpóreo de vida, e os jiiãnis,
d o : " E u sou este c o r p o " — são alimento adequado para cães e chacais"***"" hora teoricamente compreendam que não são o corpo, também não têm infor-
pessoas o Senhor Supremo não concede jamais Sua misericórdia.' " âo sobre os pés de lótus do Senhor, pois enfatizam excessivamente o imper-
rialismo. Logo, tanto os karrnis quanto os jiiãnis são inaptos para receberem a
SIGNIFICADO—O Senhor Supremo jamais concede Sua bênção àqueles misericórdia do Senhor e tornarem-se devotos. Portanto, Narottama dãsa Thãkura
fixam n o conceito corpóreo. Como afirma claramente o Bhagavad-gitã (18 66)* ^ q u e jhãna-kãnda karma-kãnda, kevala visera bhãnda: aqueles que adotaram os pro-
cessos de karma-kãnda (atividades fruitivas) e jhãna-kãnda (especulação sobre a ciên-
sarva-dharmãn parityajya da da transcendência) simplesmente comeram de panelas envenenadas. Estão
mãm ekani sarariam vraja
condenados a permanecer na existência material, vida após vida, até que se refu-
aham tvãrh sarva-pãpebhyo
giem aos pés de lótus de Krsna. Confirma-se isto n o Srimad Bhagavad-gitã (7.19):
moksayisyãmi mã éucah

bahünãrii janmanãm ante


"Abandona todas as variedades de religião e simplesmente rende-te a Mim. Hei jhãnavãn mãni prapadyate
de libertar-te de todas as reações pecaminosas. Não t e m a s . " vãsudevah sarvam iti
Neste verso, citado por Caitanya Mahãprabhu do Srimad-Bhãgavatam (2.7.42), sa mahãtmã sudurlabhah
explica-se o significado da declaração de Sri Krsna. Krsna concedeu Sua miseri-
córdia imotivada a Arjuna para que ele saísse imediatamente do conceito corpó-
reo. Isto ocorreu logo no começo do Segundo Capítulo do Bhagavad-gitã (2 "Após muitos nascimentos e mortes, aquele que realmente tem conhecimento
onde Krsna diz: dehino 'smin yathã dehe kaumãram yauvanam jarã. Neste corpo, existe rende-se a Mim, sabendo que Eu sou a causa de todas as causas e de tudo o que
um proprietário, e não se deve considerar que o corpo é o eu. Esta é a primeira existe. Semelhante grande alma é muito rara."
instrução a ser assimilada por um devoto. Quem está sob a influência do concei-
to corpóreo é incapaz de compreender sua verdadeira identidade e ocupar-se no VERSO 236
serviço devocional amoroso ao Senhor. A menos que atinjamos a posição trans-
cendental, não p o d e m o s esperar a misericórdia imotivada do Senhor Supr>
nem podemos atravessar o vasto oceano de ignorância material. Isto tamb
csus «greicía «ir«arCT i 11
confirmado no Bhagavad-gitã (7.14): mãm eva ye prapadyante mãyãm etâth tartttók-
Sem render-se aos pés de lótus de Krsna, ninguém pode esperar libertar-se eta kahi' mahãprabhu ãilã nija-sthãne
s a n n
garras de mãyã, a energia ilusória. Segundo o Srimad-Bhãgavatam, os ^. sei haite bhattãcãryera khandila abhimãne
Mãyãvãdis, que falsamente se julgam liberados das garras de mãyã, são chama eta dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; ãilã—
kahi'—falando
vimukta-mãninah. Na verdade, eles não são liberados, mas pensam que se hber
fossou; nija-sthãne—'a Sua própria residência; sei haite—daquele momento;
e tornaram-se o próprio Nãrãyana. Embora tenham aparentemente compreen ^ãttãcãryera—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; khandila—fora desmoronado;
que não são o corpo material, e sim almas espirituais, não obstante, menosp ^ """"""e-falso orgulho.
0
o dever da alma espiritual, que é prestar serviço à Alma Suprema. P .^j.
inteligência deles permanece profana. A menos que santifiquemos nossa i
gência, não podemos utilizá-la para compreender o serviço devocional. O se
1 ^DUÇÃO— Após falar a Sãrvabhauma Bhattãcãrya dessa maneira, ári Caitanya
devocional começa q u a n d o a mente, a inteligência e o ego se purificam i" r a n u
fico * ' ' . ' ' regressou à Sua residência. Daquele dia em diante, o Bhattãcãrya
u
üvre, pois seu falso orgulho havia sido desmoronado.
546 Sri Caitanya-caritãmrta «_ A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 547

VERSO 237 L oUC °^ ° ' A


8 N d a s e u i n l e
' ° Bhattãcãrya foi visitar o templo do Senhor
«ha
fcnHHHM ftw stffa «rfc» « f í i mas, antes de chegar ao templo, foi ver Caitanya Mahãprabhu.
ínn
J»S
VERSO 240
caitanya-carana vine nãhi jãne ãna wejie. * f t ' cf^t a e f à i « t e i
bhakti vinu éãstrera ãra nã kare vyãkhyãna
c«f5) asfà' * p « Pi* » g á * t e II Í.8- II
caitanya-carana—os pés de lótus do Senhor Caitanya; vine—exceto; nah
dandavat kari' kaila bahu-vidha stuti
jãne—conhece; ãna—outro; bhakti—serviço devocional; vinu—exceto; áísfr dainya kari' kahe nija pürva-durmati
3
escritura; ãra—nenhuma outra; nã— não; kare— faz; vyãkhyãna—explicação™^ ^jgjtjavat kari'—após prestar reverências estirando-se no chão; kaila—íez; bahu-
-^d—diversas espécies de; stuti—orações; dainya kari'—com grande humildade;
TRADUÇÃO—Daquele dia em diante, Sãrvabhauma Bhattãcãrya não queria jjdí-descreve; nija—sua própria; pürva-durmati—má disposição anterior.
de mais nada além dos pés de lótus do Senhor Caitanya Mahãprabhu, e da "
le dia em diante só conseguia explicar as escrituras reveladas de acordo com TRADUÇÃO—AO encontrar o Senhor Caitanya Mahãprabhu, o Bhattãcãrya
processo de serviço devocional. «fostrou-se estirado para prestar-Lhe respeitos. Após oferecer-Lhe diversas ora-
rfes, com grande humildade, passou a falar de sua má disposição anterior.
VERSO 238
VERSO 241

'*tV if*í' *<rre stcs <sm íàsTi H ^ v - n «fviWKarè ^fircs cm *ra I


$*tOT»t Cm AfA-HZ^fa II *.8> II
goptnãthãcãrya tãhra vaisnavatâ dekhiyã
'hari' 'hari' bali' nãce hãte tãli diyã bhakti-sãdhana-érestha éunite haila mana
gopinãtha-ãcãrya—Gopinãtha Acãrya, o cunhado de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; prabhu upadeéa kaila nãma-sahkirtana
tãhra—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; vaisnavatâ— firme fé no Vaisnavismo; bhakti-sãdhana—na execução de serviço devocional; érestha—o item mais impor-
dekhiyã—ao ver; hari hari—o santo nome do Senhor; bali '—dizendo; nãce—dança; tante; sunite— de ouvir; haila—era; mana—a mente; prabhu—Senhor Sri Caitanya
hãte tãli diyã— batendo palmas. Mahãprabhu; upadeéa—conselho; kaila—deu; nãma-sahkirtana—cantar o santo nome
do Senhor.
TRADUÇÃO—Ao ver que Sãrvabhauma Bhattãcãrya se fixara firmemente no culto
do Vaisnavismo, Gopinãtha Acãrya, seu cunhado, começou a dançar, batendo TWDUCÃO—Então, o Bhattãcãrya perguntou a Caitanya Mahãprabhu: " Q u a l é
palmas e cantando: " H a r i ! H a r i ! " "item mais importante na execução de serviço devocional?" O Senhor replicou
VK O item mais importante era cantar o santo nome do Senhor.
VERSO 239
UNIFICADO—Há nove itens a serem executados em serviço devocional. Eles são
«"imerados "o seguinte verso do Srimad-Bhãgavatam (7.5.32):

Y t i f f t sri çifpV «rfeul «file» n éravanam kirtanam visnoh


ara dina bhattãcãrya ãilã daréane smaranam pãda-sevanam
jagannãtha nã dekhi' ãilã prabhu-sthãne j v e 0 ;
arcanam vandanam dãsyath
ãra dina—no dia seguinte; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; d" ~~. tU
sakhyam ãtma-nivedanam
daréane—ver o Senhor Jagannãtha; jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; nã «
as
sem ver; a/7a—veio; prabhu-sthãne—ao local onde Se encontrava o Sen 8'ónas do Senhor, cantar, lembrar-se, servir aos pés de lótus do Senhor,
Caitanya Mahãprabhu. "Oração no templo, oferecer orações, tornar-se servo do Senhor, tornar-se
548 Sri Caitanya-caritãmrta M
2 4 4 A
liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 549
M a d
«y -i, a k

amigo do Senhor e sarvãtma-nivedana, entregar-se plenamente aos r>& sciéncia de Krsna. Abandonando atividades pecaminosas — sexo ilícito, con-
do Senhor — estes são os nove processos devocionais. O Néctar d ^ ' ' Ó ü s ,C
° y de carne, intoxicação e jogo de azar — e seguindo estritamente os preceitos
1 n ( i a
expande-os em sessenta e quatro itens. Quando Sãrvabhauma Bhattãcârv ^ ° Idos P ° el
Pm e s t T £ ? e s
' i r i t u a 1 e l e s s e
purificam de toda a contaminação. Portanto,
tou ao Senhor qual era o item mais importante, Sri Caitanya *íem ocupar-se plenamente e m serviço devocional ao Senhor,
1
imediatamente respondeu que o item mais importante é cantar os santos^^' " ^esta era de Kali, hari-kirtana é muitíssimo importante. Declara-se, nos seguintes
n 0 n , e s
do Senhor — Hare Krsna, Hare Krsna, Krsna Krsna, Hare Hare/ Hare Rãm -1* do Srimad-Bhãgavatam, a importância de cantar o santo nome do Senhor:
3
Rama, Rama Rama, Hare Hare. Então, Ele citou o seguinte verso do Br/ian" -
D Í! 0 kaler dosa-nidhe rãjann
Purãna (Trigésimo Oitavo Capítulo, verso 126) para corroborar Sua afirrn' '-'
asti hy eko mahãn gunah
kirtanãd eva krsnasya
VERSO 242
mukta-sahgah param vrajet

çra^ííi min ç r r á t f t a c*m\ i


krte yad dhyãyato visnum
Tfw\ JiTc^ja a í c ^ F i a t c w t f o w n II m II tretãyãrh yajato makhaih
dvãpare paricaryãyãrh
harer nãma harer nãma
kalau tad dhari-kirtanãt
harer nãmaiva kevalam
kalau nãsty eva nãsty eva "0 fator mais importante nesta era de Kali, que é um oceano de imperfeições,
nãsty eva gatir anyathã é que todos podem livrar-se de toda a contaminação e candidatar-se a ingressar
hareh santo nome do Senhor Hari; hareh nãma—o santo nome do Senhor
nãma—o no reino de Deus pelo simples fato de cantarem o mantra Hare Krsna. A auto-
Hari; hareh santo nome do Senhor; « « i - c o m certeza; kevalam—apenas;
nãma—o realização alcançada no milênio de Satya por meio da meditação, no milênio de
kalau—nesta era de Kali; na asti—não há; eva—com certeza; na asti—não há; em— Tretã por meio da realização de diferentes sacrifícios e no milênio de Dvãpara
com certeza; na asti—não há; eva—com certeza; gatih—meio; anyathã— outro. por meio da adoração ao Senhor Krsna — pode-se alcançá-la na era de Kali pelo
simples processo de cantar os santos nomes, Hare Krsna." (Bhãg. 12.3.51-52)
TRADUÇÃO—" 'Nesta era de desavenças e hipocrisia, o único meio de liberta-
ção é o cantar dos santos nomes do Senhor. Não há outra maneira. Não há outra VERSO 243
maneira. Não há outra maneira.' "
cateis *i*f *mxm afinai fanm i
SIGNIFICADO—Por serem tão caídas, as pessoas desta era podem simplesmente
« f a ' «8J}ÍFrô-1C« Cm WH&ffa. II 11
cantar o mahã-mantra Hare Krsna. Dessa maneira, poderão desvencilhar-se do con-
ceito corpóreo de vida e tornar-se elegíveis para ocupar-se em serviço devocional ei élokera artha éunãila kariyã vistãra
ao Senhor. Sem estar purificado de toda a contaminação, ninguém pode ocupar- éuni' bhattãcãrya-mane haila camatkãra
se em serviço devocional ao Senhor. Confirma-se isto no Bhagavad-gitã (7.28). ei élokera—deste verso; a r t h a — o significado; éunãila—fez ouvir; kariyã—fazendo;
^tóra—descrição elaborada; éuni'—ouvindo; bhattãcãrya—de Sãrvabhauma
yesãth tv anta-gatam papam attacãrya; mane—na mente; haila—houve; camatkãra—admiração.
janãnãrh punya-karmanãm
te dvandva-moha-nirmuktã J*AUUÇÃO— Sri Caitanya Mahãprabhu explicou m u i elaboradamente o verso
n m a do
bhajante mãm drdha-vratãh d e 'li ^ Brhan-nãradíya Purãna, e Sãrvabhauma Bhattãcãrya encheu-se
n u r
a ç ã o ao ouvir Sua explicação.
a S
"Pessoas que agiram piedosamente em vidas anteriores e nesta vida, j ^ p ^ c u
3

pecaminosas estão erradicadas por completo e que estão livres da duali VERSO 244
ilusão ocupam-se em Meu serviço com determinação." Às vezes, as pessoas
surpresas de ver rapazes e moças adotarem tão seriamente o movimen cit%r«itçf*f aw,—*«rit*i ci ^ím i
«», esfria c i l i i ' 5.88 I I
550 Sri Caitanya-caritãmrta M
wadh
ya-lilã, ^ 2 4 9 A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 551
6

gopinãthãcãrya bale, — 'ami pürve ye kahilã


fumi—mahãbhãgavata, ãmi—tarka-andhe
éuna, bhattãcãrya, tomara sei ta' ha-ila'
prabhu krpã kaila more tomara sambandhe
gopinãtha-ãcãrya—chamado Gopinãtha Acãrya; bale—diz; ãmi— . exi

anteriormente; ye—o que; kahilã—disse; éuna—ouve; bhattãcãrya—m ' p f i l , t


- • tu; mahã-bhãgavata—um devoto de primeira classe; ami—eu; tarka-andhe—
eu
da0 d o s a r u m e n t
C U e r i d o **escu" g o s lógicos; prabhu—o Senhor; krpã— misericórdia;
Bhattãcãrya; tomara—teu; sei—isto; fa'—na verdade; ha-ila—aconteceu '
J*a-mostrou; more—a mim; tomara—tua; sambandhe—pela relação.
TRADUÇÃO—Gopinãtha Acãrya lembrou a Sãrvabhauma Bhattãcãrya: "Meu
nuçÃO— "És um devoto de primeira classe, ao passo que eu estou na escuri-
rido Bhattãcãrya, o que eu te havia predito aconteceu agora."
- dos argumentos lógicos. Devido à tua relação com o Senhor, Este concedeu-
SIGNIFICADO—Anteriormente, Gopinãtha Acãrya informara a Sãrvabh
d
'°Sua bênção."
Bhattãcãrya que, quando o Senhor o abençoasse, ele entenderia plenament^ VERSO 247
processo transcendental de serviço devocional. Agora esta predição se cuirm* °
P W Ü f c è i «tf c m «rtfews. I
O Bhattãcãrya convertera-se cem por cento ao culto do Vaisnavismo, e estava
guindo os princípios espontaneamente, sem ser pressionado. Portanto, o Bhagavad as%T,—It-íPl a*aç 5r"!ta Wfc II 3.81 II
gitã (2.40) diz que svalpam apy asya dharmasya trãyate mahato bhayãt: simplesmente
vinaya éuni' tustye prabhu kaila ãlingana
prestando um pouco de serviço devocional, pode-se escapar do maior perigo
kahilã,—yãhã karaha levara daraéana
Sãrvabhauma Bhattãcãrya estivera correndo o maior perigo, pois aderira à filoso-
fia Mãyãvãda. De alguma forma, ele entrou em contato com o Senhor Sri Caitanya ouvir esta humilde declaração d e Sãrvabhauma Bhattãcãrya;
vinaya éuni'—ao

Mahãprabhu e tornou-se um devoto perfeito. Dessa maneira, salvou-se do grande tusfye—com satisfação; prabhu—o Senhor; kaila—fez; ãlingana—abraço; kahilã—
abismo do impersonalismo. disse; yãhã— indo; karaha—faze; iévara daraéana—visita ao templo do Senhor
Jagannãtha.
VERSO 245
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu ficou muito satisfeito com esta humilde
declaração. Após abraçar o Bhattãcãrya, Ele disse: "Agora, vai ver o Senhor
«èrstaasc* *tca ^tâ' «wattra i Jagannãtha, no t e m p l o . "
tfSftft TOS «tf f*f1 Cm fvMTCSt II *8<t II VERSO 248
bhattãcãrya kahe tãhre kari' namaskãre
tomara sambandhe prabhu krpã kaila more
bhattãcãryakahe—Sãrvabhauma Bhattãcãrya replicou; tãhre—a Gopinãtha Acãrya; a c a w f à n «líSN sr-nati cffaal 11 * 8 v «
kari'—fazendo; namaskãre—reverências; tomara sambandhe—devido à tua relação,
jagadananda dãmodara,—dui sahge lahã
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; krpã— misericórdia; kaila—mostrou; mor*-*
ghare ãila bhattãcãrya jagannãtha dekhiyã
mim.
jagadananda—chamado Jagadananda; dãmodara—chamado Dãmodara; dui—duas
f^soas; sahge—com ele; lahã— levando; ghare—para sua casa; á/7a—regressou;
™í(*ârya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; jagannãtha—o Senhor Jagannãtha;
TRADUÇÃO—Prestando suas reverências a Gopinãtha Acãrya, o Bhattãcãrya ^ « W - a o ver, no templo.
" C o m o estou relacionado contigo e como és um devoto, por tua misenc
o Senhor mostrou-me Sua misericórdia." ^ O U Ç Ã O — A p ó s visitar o templo do Senhor Jagannãtha, Sãrvabhauma Bhattã-
a
^ regressou a casa com Jagadananda e Dãmodara.
VERSO 246
VERSO 249
^fà-jrçfBfsias, «ttfa I
«ratvf AWS «rf fswrt i
«tf. 9?t1 cm catca errata mcn«%.8i> II
t>srfã«l-çic<3 sfe m\ JIOT twi 11
552 Sri Caitanya-caritãmrta ^ A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 553
dhy . a l i u
2 5 4
Verso
uttama uttama prasãda bahuta ãnilã • r a das mãos de Jagadananda antes que este pudesse entregá-la a Sri
nija-vipra-hãte dui janã sahge dilã i a h a r a b h u
S E * » * p -
uttamauttama—de primeiríssima classe; prasãda—restos do alimento
a Jagannãtha; bahuta—em grande quantidade; âniía—trouxe; nija-vinra A * 'o erec (
VERSO 252
_... _ i. „ i • t - - ' t"u—ae seu p - ' eu f
prio servo brãhmana; hãte—na mão; dui—duas; janã— pessoas- sane P ó-
diTa-deu. ' ^-«m | . e e
sfc catas arfet-ffccs fàrfaai atfàsr i
« c a «rtwtiwf táfT «fçca* p f ^ i fwr II n
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya trouxe grandes quantidades dos restos do ex
alimento abençoado pelo Senhor Jagannãtha. Ele deu toda essa prasãda ^ dui éloka bãhira-bhite likhiyã rãkhila
próprio servo brãhmana, b e m como a Jagadananda e a Dãmodara. * S U
tabe jagadananda patrí prabhuke lahã dila
áui—dois; éloka—versos; bãhira—externa; bhite—na parede; likhiyã—escrevendo;
VERSO 250 ^/H/IÍ—guardou; íafc—depois disso; jagadananda—Jagadananda Prabhu; patrí—a
folha de palmeira; prabhuke—ao Senhor; lahã— levando; dila—entregou.

'«ffcas ft>3' a f a ' fã?! WStifTíl^-ÇtCS II \<t" || TRADUÇÃO—Então, M u k u n d a Datta copiou os dois versos na parede externa do
quarto. Depois disso, Jagadananda pegou a folha de palmeira de Mukunda Datta
m/a fcrte d«i éloka likhiyã tãla-pãte e enfregou-a ao Senhor Caitanya Mahãprabhu.
'prabhuke diha' bali' dila jagadãnanda-hãte
ele; krta—compostos; dui—dois; éloka—versos; likhiyã—escrevendo; tala-
nija—por VERSO 253
pãte—na folha de uma palmeira; prabhuke diha—dá ao Senhor Sri Caitanva
Mahãprabhu; bali'—dizendo isto; dila—entregou-a; jagadãnanda-hãte—nas mãos de «H otp* *tf?' *fa ftRm cVftm i
Jagadananda. f s c s i crft' J T ? csffas a*c4 « * < M > II

T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sãrvabhauma Bhattãcãrya compôs dois versos na tolha de prabhu éloka padi' patra chindiyã phelila
u m a palmeira. Dando a folha de palmeira a Jagadananda Prabhu, solicitou-lhe bhittye dekhi' bhakta saba éloka kanthe kaila
que a entregasse a Sri Caitanya Mahãprabhu. prabhu—oSenhor; éloka—versos; padi'—lendo; p a t r a — a folha de palmeira;
chindiyã—rasgando em pedaços; phelila—atirou; bhittye—na parede externa;
VERSO 251 dekhi'—vendo; bhakta—os devotos; saba—todos; éloka—versos; kanthe—no pesco-
ço; kaila—guardaram.
caç-fícü «rfori sfc* csmtw-itt ^i i
TRADUÇÃO—Assim que o Senhor Caitanya Mahãprabhu leu os dois versos, ime-
f g * f« t i r fswi « t a çfrs *rt«qjl n *.<t > n diatamente rasgou a folha de palmeira. Contudo, todos os devotos leram estes
v

prabhu-sthãne ãilã duhhe prasãda-patri lahã


ersos na parede externa, guardando-os dentro de seus corações. Os versos diziam
0
seguinte.
mukunda datta patrí nila tara hãte pãhã
local onde residia Sri Caitanya Mahãprabhu; ãilã— voltaram.
prabhu-sthãne—ao
duhhe—tanto Jagadananda quanto Dãmodara; prasãda—os restos do ahmen VERSO 254
Bf-^f^caT-n-f-r^T^c-a^: Tt*a: tratts i
M
patrí—a folha de uma palmeira; lahã— tomando; mukunda datta—chamado " ^raT-sii-f^roí-
da Datta; patrí—a folha de palmeira; m/a—tomou; tara—de Jagadananda,
na mão; pãhã—recebendo.
vairãgya-vidyã-nija-bhakti-yoga-

T R A D U Ç Ã O — E m seguida, Jagadananda e Dãmodara regressaram a ári ^ - ^ | ait éiksãrtham ekah purusah purãnah
uJ

a l m e i r a érí-krsna-caitanya-éarira-dhãrí
Mahãprabhu, trazendo-Lhe tanto a prasãda quanto a folha de P ".'j,, de f
krpãmbudhir yas tam aham prapadye
haviam sido compostos os versos. Porém, M u k u n d a Datta tomou a to
Sri Caitanya-caritãmrta ^ g6 A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 555
0
d h
ya-lil â
Ver»
vairãgya—desapego de tudo que não ajude a desenvolver a consciénci t^^oo—Como afirma o Bhagavad-gitã (4.7):
vidyã—conhecimento; nija—próprio; bhakti-yoga—serviço devoc'
yadã yadã dharmasya
artham—só para ensinar; ekah—a pessoa única; purusah—a P o „ ~ ^Stf- P 0
u rerr glãnir bhavati bhãrata
purãnah—antiga, ou eterna; éri-krsna-caitanya—da Senhor Sri Krs P iíi
< aÍtanya
abhyutthãnam adharmasya
éarira-dhãri— aceitando o ocorpo;
Mahãprabhu; éarira-dhãri—aceitando corpo;krpã-ambudhih—o o c e a dn o ]' ^ " ^
oceano
krpã-ambudhih—o c
tadãtmãnarh srjãmy aham
ricórdia transcendental; yah—quem, tam—a Ele; aham—eu; prapadve— ' 6 m i s e

y rne•renH„rendo ore e onde quer que haja um declínio na prática religiosa, ó descendente
T R A D U Ç Ã O — " Q u e eu me refugie na Suprema Personalidade de Deus Sn K " Bharata, e uma ascenção predominante de irreligião — nesse momento, Eu
que desceu sob a forma do Senhor Caitanya Mahãprabhu para ensinar nróprio desço."
S
conhecimento verdadeiro, o Seu serviço devocional e o desapego de tudo ° ° 0 aparecimento de Caitanya Mahãprabhu foi nas mesmas circunstâncias. Sri
não promova a consciência de Krsna. Ele desceu porque é um oceano de I ^ Caitanya Mahãprabhu apareceu neste m u n d o como uma encarnação de Krsna
córdia transcendental. Que eu me renda a Seus pés de l ó t u s . " disfarçada, mas, no Srimad-Bhãgavatam, no Mahãbhãrata e em outras escrituras védi-
cas confirma-se o Seu aparecimento. Ele apareceu para ensinar as almas caídas
nes'te mundo material, pois, nesta era de Kali, quase todos estão apegados a ativi-
SIGNIFICADO—Este verso e o verso seguinte estão incluídos no Caitanya-candmdav dades fruitivas e ritualísticas e à especulação mental. Conseqüentemente, há uma
nãtaka (6.74) d e Sri Kavi-karnapura. grande necessidade de reviver o sistema de serviço devocional. O próprio Senhor
desceu pessoalmente disfarçado como devoto de modo que a população caída
VERSO 255 pudesse aproveitar-se de Seu exemplo.
Na conclusão do Bhagavad-gitã, o Senhor Krsna aconselha plena rendição a Ele,
prometendo toda a proteção a Seu devoto. Infelizmente, as pessoas são tão caídas
si I 5?F3FA »I f I I i que não podem aceitar as instruções do Senhor Krçna; portanto, Krsna retornou
coma mesma missão, mas executou-a de maneira diferente. Ao vir como o Senhor
Sii Krsna, a Suprema Personalidade de Deus, mandou que nos rendêssemos a
He, mas, ao vir como o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, ensinou-nos a como
nos rendermos a Krsna. Por isso, Ele é louvado pelos Gosvãmls: namo máhã-
kãlãn nastam bhakti-yogarh nijam yah vaáânyãya krsna-prema-pradãye te. O Senhor Sri Krsna é sem dúvida a Personalidade
prâduskarturh krsna-caitanya-nãmã. de Deus, mas Ele não é tão magnânimo quanto Sri Caitanya Mahãprabhu. O
ãvirbhütas tasya pâdãravinde Senhor Krsna simplesmente mandou que nos tornássemos Seus devotos ( m a n -
gãdham gãdham liyatârh ciita-bhrhgah manã bhava mad-bhaktah); Sri Caitanya Mahãprabhu, porém, realmente ensinou
kãlãt—por abuso das*propensões materiais e por apego às atividades fhiitwas o processo de consciência de Krsna. Se alguém quiser tornar-se devoto de Krsna,
e ao conhecimento especulativo no transcurso do tempo; nastam—destruída; bhakti- deverá em primeiro lugar refugiar-se aos pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu,
y o g a m — a ciência do serviço devocional; nijam—que é aplicável apenas a Ele; yah~ seguindo os passos de Sãrvabhauma Bhattãcãrya e outros grandes devotos.
aquele que; prãduskartum—para reviver; krsna-caitanya-nãmã— chamado Senhor n
Krsna Caitanya Mahãprabhu; ãvirbhütah—que apareceu; tasya—Seus; p"^ VERSO 256
aravinde—nos pés de lótus; gãdham gãdham—mui profundamente; liyatãm—q ue

mergulhe; citta-bhrhgah.—minha consciência, como uma abelha.

ei dui éloka—bhakta-kanthe ratna-hãra


T R A D U Ç Ã O — " Q u e minha consciência, a qual é como uma abelha, se ^P**^ sãrvabhaumera kirti ghose dhakkã-vãdyãkãra
pés de lótus da Suprema Personalidade de Deus, que acaba de aparecer Itira ^°' '~
M M e s t e s
dois versos; bhakta-kanthe—no pescoço dos devotos; ratna-
Sri Krsna Caitanya Mahãprabhu para ensinar o antigo sistema de serviço -~colares de pérola; sãrvabhaumera—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kirti—
cional prestado a Ele mesmo. Este sistema estivera quase perdido devido a a fo ° ^' a Ç ã ; ! ü ? í r o c
'~P ' a m a m
; dhakkâ—de u m tambor; vãdya—do som; ãkâra—sob
ência do t e m p o . "
556 Sri Caitanya-caritãmrta x, ^ 6i 2 * liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 557
* ya-r,ià
adh
; 6

T R A D U Ç Ã O — E s t e s dois versos compostos por Sãrvabhauma Bhattãcãrv din"— bauma—Sãrvabhauma


ceTt0 d i a ;
Bhattãcãrya; prabhu-ãge—em
sãrvai}

S e m p r e
proclamarão seu nome e fama tão alto quanto um tambor estrondoso ' te ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ãilã— veio; namaskãra kari'—após pres-
S l e s
tornaram-se colares de pérola em volta do pescoço de todos os devotos' ' ^ «veraneias; éloka—um verso; padife lãgilã— começou a recitar,
e v
lar r
VERSO 257 -BADUÇÃO— C e r t o
' Sãrvabhauma Bhattãcãrya veio ter com Caitanyad i a

f^j,áprabhu, e, prestando-Lhe reverências, começou a recitar um verso.

VERSO 260

sãrvabhauma hailã prabhura bhakta ekatãna « f s t a ü s a ' a t r a c a ' * ottas * t f ^ r l i


mahãprabhura sevã-vinã nãhi jãne ãna
sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; haila—tornou-se; prabhura—do Senh
bhakta—um devoto; ekatãna—sem desvios; mahã-prabhura—do Senhor SriCaitan bhãgavatera 'brahma-stave'ra éloka padilã
Mahãprabhu; sevã— serviço; vinã— exceto; nãhi—não; jãne—conhece; ano—nada éloka-éese dui aksara-pãfha phirãilã
mais. bhãgavatera—do Srimad-Bhãgavatam; brahma-stavera—das orações do Senhor
Brahmã; éloka—um verso; padilã— recitou; éloka-éese—ao final do verso; dui aksara—
T R A D U Ç Ã O — N a verdade, Sãrvabhauma Bhattãcãrya tornou-se um devoto de duas sílabas; pãtha—a leitura; phirãilã— mudou.
imaculado de Caitanya Mahãprabhu; ele não conhecia nada senão o serviço ao
Senhor.
VERSO 258 TRADUÇÃO—Ele começou a citar uma das orações oferecidas pelo Senhor Brahmã
no Srimad-Bhãgavatam, porém, m u d o u duas sílabas ao final do verso.
4
S?a»cF59 «ifi^r* ««tam' i
ajK « r i , Ta <ífè iro ii k** n VERSO 261

'éri-krsna-caitanya éaci-süta guna-dhãma' ^WrTr^^aáVatw^aTa^atwn fãtt^aj


ei dhyãna, ei japa, laya ei nãma ^rítart.fSfVfs^c? ^ c a a s cai «r%iw a Tf S « P ? •
éri-krsna-caitanya—Senhor Sri
Krsna Caitanya Mahãprabhu; saci-süta—o filho de
mãe Saci; guna-dhãma—o reservatório de todas as boas qualidades; «—esta; faf te 'nukampãrh susamiksamãno
dhyãna—meditação; ei—este; japa—cantar; laya—ele aceita; ei—este; nãma—santo bhuhjãna evãtma-krtam vipãkam
nome. hrd-vãg-vapurbhir vidadhan namas te
jiveta yo bhakti-pade sa dãya-bhãk
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya sempre cantava o santo nome de Sri Krsna Caitanya '"'—portanto; fe—Tua; anukampãm—compaixão; su-samiksamãnah—esperando
o filho de mãe Saci e o reservatório de todas as boas qualidades. Na verda . er; b/iuíi;flf!a/)_tolerando; eva—decerto; ãtma-krtam—feitos por si mesmo;
cantar os santos nomes passou a ser sua meditação. ^pofcam—resultados fruitivos; wrf—com o coração; vãk—palavras; vapurbhih—e
COr 0
P ' ^dadhan—prestando; namah—reverências; te—a Ti; jiveta—viva; yah—quem
JjUer t u e ;
bhakti-pade—em serviço devocional; sa«—ele; dãya-bhãk—um candidato
VERSO 259 genuíno.

^DUÇÃQ__[Q dizia:] " A q u e l e que busca Tua compaixão e assim tolera


v e r s o
e S c e de
^ *
0 n condições adversas devidas a o karma d e seus atos passados, que
a s e
se,,, " m p r e em Teu serviço devocional, com mente, palavras e corpo, e que
e e r
eka-dina sãrvabhauma prabhu-ãge ãilã T „ f ^ P esta reverências é com certeza um candidato genuíno a tornar-se
E

namaskãra kari' éloka padite lãgilã "evoto i m a c u l a d o . "


558 SRI Caitanya-caritãmrta „ ^ 265 ^ liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 559
Madhya. liU fc

- 0

SIGNIFICADO—Ao ler este verso do Srimad-Bhãgavatam ( 1 0 . 1 4 . 8 ) Sãrv jUflCADO " Brahmãnda Purãna diz:
Bhattãcãrya m u d o u a forma original de mukti-pade para bhakti-pad' M u ^ ^ e
V t n i

ca liberação e imersão na refulgência do Brahman impessoal. Bhakti '• '^ - S nifi

S , n f i c a siddha-lokas tu tamasah
prestar transcendental serviço à Suprema Personalidade de Deus. Por ter | ^ ' c
Senvo1 pare yatra vasanti hi
vido serviço devocional puro, o Bhattãcãrya não gostava da palavra m t "
siddhã brahma-sukhe magna
que se refere ao aspecto de Brahman impessoal do Senhor. No entanto
6 daityãé ca harinã hatãh
estava autorizado a mudar n e n h u m a palavra do Srimad-Bhãgavatam, como
3
cará Sri Caitanya Mahãprabhu. Embora em seu êxtase devocional o Bhattâc-' ''
3
tivesse m u d a d o uma palavra, Sri Caitanya Mahãprabhu não aprovou i s t o ^
Em Siddhaloka [Brahmaloka] vivem duas classes de entidades vivas — aquelas
foram mortas pela Suprema Personalidade de Deus por terem sido demônios
VERSO 2 6 2
suas vidas anteriores e aquelas que gostam muito de gozar da refulgência im-
uessoal do Senhor." A palavra tamasah significa " a s coberturas do universo".
Ornadas de elementos materiais cobrem o universo, e, do lado de lá destas co-
'«ÍWIOT' C^IA «fç, fãs çspsfà -erWa« ^ N berturas, está a refulgência do Brahman impessoal. Caso alguém esteja fadado
a permanecer na refulgência impessoal do Senhor, ele perde a oportunidade de
prabhu kahe, 'mukti-pade'—ihã pãtha haya
prestar serviço à Personalidade de Deus. Portanto, os devotos consideram que
'bhakti-pade' kene pada, ki tomara ãéaya
permanecer na refulgência do Brahman impessoal é uma espécie dé punição. As
prabhu kahe—o Senhor disse; mukti-pade—a palavra "mukti-pade"; ihã— esta- vezes, certos devotos pensam em fundir-se na refulgência do Brahman, em conse-
pãtha—a leitura; haya—é; bhakti-pade—"bhakti-pade"; kene—por que; poda—leste; qüência do que são promovidos a Siddhaloka. Devido à sua compreensão impes-
ki—qual; tomara—tua; ãéaya—intenção. soal, eles são realmente punidos. Sãrvabhauma Bhattãcãrya continua a explicar
a distinção entre mukti-pada e bhakti-pada nos versos seguintes.

TRADUÇÃO—Sri Caitanya M a h ã p r a b h u imediatamente chamou-lhe a atenção: VERSOS 2 6 4 — 2 6 5


" N e s t e verso, a palavra é ' m u k t i - p a d e ' , mas tu a mudaste para 'bhakti-pade'.
Qual é tua intenção?" ? c * * facas c& IMJ íríft arfCT i
VERSO 2 6 3 <& t^Hfjtfiras ase? tf ta *m«n
cfe. a^s ça—'a^iiiawj-^f*' i
«IrFff a » , - ' « t V - w «cs »]Rç-9»i i qf^ m c& aro «fa» ii H
Wra^farôrçpiRi m VQ c**m«tüé II
krsnera vigraha yei satya nãhi mane
bhattãcãrya kahe, — 'bhakti'-sama nahe mukti-phala
yei nindã-yuddhãdika kare tãhra sane
bhagavad-bhakti-vimukhera haya danda kevala
bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kahe—disse; bhakti—serviço devocional;
sei duira danda haya—'brahma-sãyujya-mukti'
sama—igual a; nahe—não; mukti—da liberação; phala—o resultado; bhagawt-bhakti-
tara mukti phala nahe, yei kare bhakti
ao serviço devocional à Suprema Personalidade de Deus; vimukhera—daquele que
Senhor Sri Krsna; vigraha—a forma transcendental; yei—quem quer
«Tsnera—do
é adverso a; haya—é; danda—a punição; kevala—apenas. lSat
ya—como verdade; nãhi—não; mane—aceite; yei—quem quer que; nindã—
sterr|
c o a n d o ; yuddha-ãdika—lutando e assim por diante; kare—faz; tãhra sane—
m
° Ele, Sri Krsna; sei—estes; duira—dos dois; danda haya—há punição; brahma-
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya replicou: "O despertar de amor P * " ^ ^ ^"ly-mukti—tusão na refulgência do Brahman; fora—dele; mukti—tal liberação;
Deus, que é o resultado do serviço devocional, supera de longe o libertar- "a—o resultado; nahe—não; uei—quem; kare—executa; bhakti—serviço
cativeiro material. Para aqueles que são adversos ao serviço devocional, Nacional.
se na refulgência do Brahman é uma espécie de p u n i ç ã o . "
560 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 561
M a d
nya-.. k 6
Vers" W
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya prosseguiu: " O s impersonalistas, q U e VERSO 268
a C e i , a ,
a forma transcendental do Senhor Sri Krsna, e os demônios n
blasfemando-O e lutando contra Ele, são punidos com a fusão ná ^ ' V V e n i
' i t f a r j ' ^fÀvs « r ^ g ^«tl-<e« i
re
do Brahman. Mas isto não acontece à pessoa ocupada em serviço A ^ 8 ê n c i j attfiai, « ^ i - p f s r j sri m n s^sv n
V a e v
Senhor." °cion | „ a a

VERSO 266 'sãyujya' éunite bhaktera haya ghrnã-bhaya


naraka vãhchaye, tabu sãyujya nã laya
u a—liberação por fundir-se na refulgência; éunite—nem mesmo ouvir;
H |a—do devoto; haya—há; ghrnã— repugnância; bhaya—temor; naraka—uma
dição de vida infernal; vãhchaye—deseja; tabu—ainda assim; sãyujya—fundir-
yadyapi se mukti haya pahca-parakãra * n a refulgência do Senhor; nã laya—não aceita jamais.
sãlokya-sãmipya-sãrüpya-sãrsti-sãyujya ãra
yadyapi—embora; se—esta: mukti—liberação; haya—seja; pahca-parakãra—d ri e TRADUÇÃO— " O devoto puro não gosta sequer de ouvir sobre sãyujya-mukti,
variedades diferentes; sãlokya—chamada sãlokya; sãmipya—chamada sánr « lhe inspira temor e repugnância. Na verdade, o devoto puro preferiria ir
sãrüpya—chamada sãrüpya; sarsti—chamada sãrsti; sãyujya—chamada sãyujya- an~ que
# inferno do que fundir-se na refulgência do S e n h o r . "
e.
SIGNIFICADO—Srila Prabodhãnanda Sarasvati canta: kaivalyam narakãyate. A con-
TRADUÇÃO—"Existem cinco espécies de liberação: sãlokya, sãmipya, sãrüpya cepção do impersonalista de tornar-se uno com a refulgência do Senhor é
sãrsti e sãyujya." exatamente como o inferno. Portanto, as primeiras quatro das cinco classes de
liberação (sãlokya, sãmipya, sãrüpya e sãrsti) não são tão indesejáveis, pois, podem
S I G N I F I C A D O — S ã l o k y a quer dizer que, após a liberação material, alguém é pro- ser avenidas abertas ao serviço do Senhor. Não obstante, o devoto puro do Senhor
movido ao planeta onde reside a Suprema Personalidade de Deus. Sãmipya sig- Krsna rejeita inclusive estas espécies de liberação; aspira apenas a servir a Krsna,
nifica permanecer como companheiro da Suprema Personalidade de Deus. Sãrüpya nascimento após nascimento. Ele não se interessa muito em parar a repetição de
significa obter uma forma de quatro braços exatamente como a do Senhor. Sãrsti nascimentos, pois, simplesmente, deseja servir ao Senhor, mesmo em circuns-
significa alcançar opulências semelhantes às do Senhor Supremo e sãyujya signi- tâncias infernais. Em conseqüência disso, o devoto puro odeia e teme sãyujya-
fica fundir-se na refulgência Brahman do Senhor. Estas são as cinco classes de mukti, o fundir-se na refulgência do Senhor. Este fundir-se deve-se a uma ofensa
liberação. cometida contra o transcendental serviço amoroso ao Senhor, e por isso não é
absolutamente desejável para um devoto puro.
VERSO 267
VERSO 269

a r a , f r s f c * irtspo $ 1 « ' « r * t t I
g m - T r ç j w i csz® ttàfittfgj f w n r 11 n
'sãlokyãdi' cãri yadi haya sevã-dvãra
tabu kadãcit bhakta kare ahgikãra brahme, iévare sãyujya dui ta' prakãra
cas0
sãlokya-ãdi—começando com sãlokya; cãri—quatro classes de liberação; yadi— ' brahma-sãyujya haite iévara-sãyujya dhikkãra
haya—sejam; sevã-dvãra—meios de prestar serviço ao Senhor; tabu—ainda assini' t>ra>! _ refulgência do Brahman; iévare—no corpo do Senhor; sãyujya—
me na

kadãcit—de vez em quando; bhakta—o devoto puro; kare—faz; ahgikãra—acei aç ""•"dir-se; dui—duas; fa'—na verdade; prakãra—variedades; brahma-sãyujya—fundir-
na refulgência do Brahman; haite—do que; iévara-sãyujya—fundir-se no corpo
0
Senhor; dhikkãra—mais abominável.
T R A D U Ç Ã O — " H a v e n d o oportunidade de servir à Suprema Personalidade
Deus, o devoto p u r o às vezes aceita as formas de liberação sãlokya, sa IÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya continuou: "Existem duas classes de
sãmipya ou sãrsti, mas sãyujya, n u n c a . " a-mukti: fundir-se na refulgência do Brahman e fundir-se no corpo pessoal
Sri Caitanya-caritãmrta . A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 563
M
«dhy . a i l | a

do Senhor. Fundir-se no corpo do Senhor é ainda mais abominável do [ ni Seu serviço a despeito de O conhecerem, e, assim, a posição deles
se e
s
se em Sua refulgência." ' t U e
^«di,. W^fa ma' abominável do que a daqueles que desejam fundir-se na refulgência
JM"? n Estes yogis meditam na forma do Senhor Visnu de quatro braços a
o r

SIGNIFICADO—Segundo a opinião dos Vedãntistas Mãyãvãdis, o êxito final * Ae fundir-se em Seu corpo. O sistema de Patanjali descreve a forma do Senhor
1
dade viva é fundir-se no Brahman impessoal. O Brahman impessoal ou '- d a e n t
fi" fl^karma-vipãkãáayair aparãmrstah purusa-viéesa isvarah: "A Suprema
cia corpórea do Senhor Supremo, é conhecido como Brahmaloka ou S ' n ! « ^ ^ ' n
J^nalidade de Deus é uma pessoa que não participa de uma vida material mi-
^Ey
Segundo o Brahma-sarhhitã (5.40), yasya prabhã prabhavato jagad-anda-kofi'
o s

sos materiais são gerados a partir dos raios do corpo da Suprema Perso ^VA*'
de Deus. Os yogls que seguem os princípios de Patanjali aceitam a Person VA^

*\ncsim " Os yogis aceitam a eternidade da Pessoa Suprema em seu mantra, sa
api guruh kãlânavac chedãt: "Semelhante pessoa é sempre suprema e o
nto tempo não a influencia." Portanto, os seguidores do sistema de Patan-
da Verdade Absoluta, mas querem fundir-se no corpo transcendental do s' Ijaceitam a eternidade da Suprema Personalidade de Deus, todavia, segundo
Supremo. Este é o desejo deles. Por ser a autoridade máxima, o Senhor Sun °' jjs- purusârtha-éünyãnãm pratiprasavah kaivalyam svarüpa-pratisthã vã citi-saktir iti.
pode facilmente permitir que muitos milhões de entidades vivas fundam-se" Egm que, na fase de perfeição, destrói-se a concepção de Segundo a purusa.
Seu corpo. A Suprema Personalidade de Deus, Bhagavãn, é a origem de tua™ descrição deles: citi-saktir iti. Acreditam que, ao aperfeiçoar-se, ninguém pode
e Sua refulgência corpórea é conhecida como hrahmajyoti, Brahmaloka ou Siddha
loka. Assim, Brahmaloka ou Siddhaloka é um local onde muitas entidades vivas
semelhantes a centelhas e partes integrantes do Senhor Supremo se reúnem Por
permanecer uma pessoa. Portanto, este sistema de yoga é abominável, pois sua
concepção final é impessoal. No começo, estes aceitam a Suprema Persona-
jáadede Deus. mas, finalmente, abandonam esta idéia a fim de se tornarem im-
yogis
não desejarem manter suas existências individuais, estas entidades vivas são com- pessoais. Eles são muito desventurados, pois, embora tenham um conceito pessoal
binadas e permite-se-lhes permanecer em Brahmaloka assim como as muitas partí- da Verdade Absoluta, negam-se a prestar serviço devocional ao Senhor e, assim,
culas atômicas de brilho solar que emanam do sol. caem de novo no m u n d o material. O Srimad-Bhãgavatam (10.2.32) apoia isto.
Jlnihya-krcchrena param padath tatah patanty adho 'nãdrta-yu$mad-ahghrayah: por
O termo siddha é muito significativo. Siddha refere-se a quem compreendeu a reful-
menosprezarem os pés de lótus do Senhor, estes yogis caem novamente na exis-
gência do Brahman e tem perfeito conhecimento de que a entidade viva não é um
tência material (patanty adhah). Conseqüentemente, este caminho de yoga é mais
átomo material, mas sim uma centelha espiritual. O Bhagavad-gitã descreve esta com-
abominável do que o caminho dos impersonalistas. O Senhor Kapiladeva também
preensão como brahma-bhüta. No estado condicionado, a entidade viva é conhecida
apoia esta conclusão no seguinte verso do Srimad-Bhãgavatam (3.29.13).
como jiva-bhüta, ou " a força viva dentro da matéria". Permite-se às entidades vivas
brahma-bhüta que permaneçam em Brahmaloka ou Siddhaloka, mas, infelizmente,
elas às vezes caem outra vez no mundo material por não estarem ocupadas em serviço VERSO 270
devocional. O Srimad-Bhãgavatam (10.2.32) confirma isto: ye nye 'ravindãksa. Estas
almas semi liberadas falsamente afirmam ser liberadas, mas, a menos que se ocupem
em serviço devocional ao Senhor, ainda estão contaminadas pela matéria. Portanto,
descrevem-se estas entidades vivas como vimukta-mãninah, significando que elas fal- sãlokya-sãrsti-sãmipya
samente se consideram liberadas embora sua inteligência ainda não esteja purificada. sãrüpyaikatvam apy ata
Apesar de tais entidades vivas praticarem rigorosas austeridades para elevarem* diyamãnarh na grhnanti
à plataforma de Siddhaloka, não podem permanecer lá perpetuamente, pois estão vinã mat-sevanam janãh
desprovidas de ãnanda (bem-aventurança). Muito embora estas entidades vivas alcan- liberação de viver no mesmo planeta que o Senhor; sãrsti—ter opulên-
sãlokya—a
cem a fase debrahma-bhüta e percebam a Suprema Personalidade de Deus atrav exatamente como aquelas do Senhor; sãmipya—associar-se sempre com o
de Sua refulgência corpórea, não obstante, caem por negligenciarem o serviço ao ^rüior; sãrüpya—obter um corpo como o do Senhor; ekatvam—fundir-se no corpo
Senhor. Elas não utilizam adequadamente o pequeno conhecimento que tenh Senhor; api—embora; uta—se diga; diyamãnam—sendo oferecidas; nu—não;
adquirido sobre a Suprema Personalidade de Deus. Não alcançando ãnanda, ou oem wnanti—aceitam; vinã— sem; mat—Meu; sevanam—serviço; janãh—os devotos
aventurança, descem ao mundo material para desfrutar. Por certo que isto é u Puros.
queda para quem é realmente liberado. Os bhaktas consideram tal queda eqüivale
a alcançar um lugar no inferno.
2*DUÇÃO— Sãrvabhauma Bhattácãrya concluiu: " 'Mesmo que se ofereçam ao
i u n d r s e
O s seguidores d o sistema de yoga de Patanjali realmente querem j ' a n 1 •* s t° * ' U r 0 t o d a s as
espécies de liberação, ele não as aceita. Ele está plenamen-
corpo da Suprema Personalidade de Deus. Isto mostra que eles nao dese) •eito ocupado a serviço do Senhor.' "
564 Sri Caitanya-caritãmrta , 7 6 A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 565
M a d
hya-| i u 6
V 'ers°
VERSO 271 dui-arthe 'krsna' kahi, kene pãtha phiri
sãrvabhauma kahe,—o-pãtha kahite nã pari
d u a s
J jjrthe-p '01
interpretações; krsna—Senhor Sri Krçna; kahi—Eu aceito;
e ã h
..-por qu ' P t "—leitura; phiri—mudando; sãrvabhauma kahe—Sãrvabhauma
^icou; o-pãtha-ta\ leitura; kahite-àe dizer; na—não; pari—sou capaz.
prabhu kahe, — 'mukti-pade'ra ãra artha haya
mukti-pada-éabde 'sãksãt iévara' kahaya TRADUCÃO— "Como posso compreender Krçna de acordo com estes dois signi-
1
prabhu k a h e — o Senhor disse; mukti-padera—do termo "mukti-pade"; ãra— dos"- disse Caitanya Mahãprabhu, " q u e necessidade há de mudar o verso?"
artha—significado; haya—há; mukti-pada-sabde—pela palavra "mukti-pada"- sáfc ^ ^rvabháuma Bhattãcãrya replicou: " E u não fui capaz de fazer esta leitura do
diretamente; levara—a Suprema Personalidade de Deus; kahaya—diz-sé ~~ verso."
VERSO 274
T R A D U Ç Ã O — O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: "A palavra 'mula
p a d e ' tem outro significado. Mukti-pada refere-se diretamente à Suprema P et
s
Wf»t (rstft? W <£Í « T F * f5B I
sonalidade d e D e u s . " <5«ttf*i ^fjrl-OT ÍW «1 Tfl II «
VERSO 272
yadyapi tomara artha ei éabde kaya
tathãpi 'ãélisya-dose' kahana nã yãya

fàs^i s m * m « f ' ^ f o a ' imam II w II yadyapi—embora; tomara—Teu; artha—significado; ei—este; éabde—pela palavra;
loyü-diz-se; tathãpi—ainda assim; ãéli$ya-dose—pelo defeito da ambigüidade;
mukti pade yãhra, sei 'mukti-pada' haya kahana—dizer, na—não; yãya—possível.
kimvã navama padãrtha 'muktira' samãéraya
mukti—liberação; pade—aos pés de lótus; yãhra—de quem; sei—semelhante pes- TRADUÇÃO—"Embora Tua explicação seja correta, não se deve usá-la, pois há
soa; mukti-pada haya—é conhecida como mukti-pada; kimvã— ou; navana—nono; pada- ambigüidade na palavra ' m u k t i - p a d a ' . "
arffta—assunto; muktira—da liberação; samãéraya—abrigo.
VERSO 275
T R A D U Ç Ã O — " T o d a s as classes de liberação existem sob os pés da Suprema Per-
sonalidade de Deus; portanto, Ele é conhecido como mukti-pada. Segundo outro
significado, mukti é o nono assunto, e a Suprema Personalidade de Deus é o «fpsosj aro «vrrçcsrt' « t ô r à 11 v w 11
abrigo da liberação."
yadyapi 'mukti'-éabdera haya pahca vrtti
rüdhi-vrttye kahe tabu 'sãyujye' pratiti
SIGNIFICADO—O Senhor Sri Krçna também é conhecido como Mukunda, ou yodyavi—embora; mukti—liberação; éabdera—da palavra; haya—haja; pahca vrtti—
Aquele que dá bem-aventurança transcendental por oferecer toda espécie de mukti- ^eo sentidos; ríidhi-vrttye—pelo sentido principal ou direto; kahe—diz; tabu—
e s c
O Srimad-Bhãgavatam divide-se em doze cantos, sendo que o Nono Canto d " ^ an
d a assim; sãyujye—de tornar-se uno com o Supremo; pratiti—a concepção.
diferentes classes de mukti. Porém, o Décimo Canto é o verdadeiro centro de to a-
as discussões de mukti, pois a Personalidade de Deus, Sri Krsna, que é o décima ^"ADUÇÃO— "Embora a palavra ' m u k t i ' se refira às cinco classes de liberação,
assunto discutido no Srimad-Bhãgavatam, é o assunto exclusivo do Décimo c. c i m e n t e seu sentido direto transmite a idéia de alguém tornar-se uno com
Já que todas as classes d e muktis residem aos pés de lótus de Sri Krçna, po 0
Senhor."
chamá-lO de mukti-pada.
VERSO 276
VERSO 273
S í l - « r r . « f * f % , ç^z* »ttfc f > f à i
TpíceTíi a ^ , — « - t i f c a s f ç r o «n *tt fà ii ^ - s n
566 Sri Caitanya-caritãmrta .
M a d h
ya-i, u (
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya

mukti-sabda kahite mane haya ghrnã-trãsa


lohdke yãvat sparéi' hema nãhi kare
bhakti-sabda kahite mane haya ta' ullãsa
tãvat sparéa-mani keha cinite nã pare
mukti-éabda—apalavra mukti; kahite— pronunciando; mane—na rnenta
mjjdke—ferro; yãvat—enquanto; sparéi'—tocando; hema—ouro; n ã h i — não; kare—
há; ghrnã— repulsa; trãsa—e temor; bhakti-sabda—a palavra bhakti; kahite 'H ' * - W 8

forma; tãvat—até então; sparéa-mani—a pedra filosofal; keha—alguém; cinite—


3
mane—na mente; haya—há; ta'—na verdade; ullãsa—júbilo transcendente' '*' .nhecer; n á - n ã o ; pãre-é capaz.
T R A D U Ç Ã O — " O próprio som da palavra mukti' de imediato induz r
I pjjçjio Ninguém pode reconhecer que uma pedra desconhecida seja a pedra
temor, mas, ao dizermos a palavra 'bhakti', naturalmente sentimos '
aventurança transcendental na m e n t e . " ^ósofal enquanto ela não transformar, pelo seu toque, o ferro em ouro.

VERSO 280
VERSO 277
«fiai fTcn <«iT*fare-*iw i
« l l F f r t cm afç» ç ? «rt f»m w « v » i 11 « f ç c * w T f a i - * i w « , a c w a s W li * > - •
éuniyã hãsena prabhu ãnandita-mane
bhattãcãryera vaisnavatâ dekhi' sarva-jana
bhattãcãrye kaila prabhu drdha ãlihgane
prabhuke jãnila—'éãksãt vrajendra-nandana'
éuniyã—ao ouvir esta explicação; hãsena—ri; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu
bhattãcãryera—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; vaisnavatâ—compreensão clara da
grande prazer em Sua mente; bhattãcãrye—em Sãrvabhauma
ãnandita-mane—com
flosofia Vaisnava; dekhi'—vendo; sarva-jana—todas as pessoas; prabhuke—Senhor
Bhattãcãrya; kaila—íez; prabhu—o Senhor; drdha—forte; ãlihgane—abraço.
Sri Caitanya Mahãprabhu; jãnila -souberam; sãksãt—diretamente; vrajendra-
nandana--Krsna, o filho de Mahãrãja Nanda.
T R A D U Ç Ã O — A o ouvir esta explicação, o Senhor começou a rir e, com grande
prazer, imediatamente deu um forte abraço em Sãrvabhauma Bhattãcãrya.
TEADuçÃo—Ao perceberem o Vaisnavismo transcendental manifesto em Sãrva-
bhauma Bhattãcãrya, todos puderam entender que o Senhor Caitanya não era
VERSO 278
nenhum outro senão Krsna, o filho de Nanda Mahãrãja.
CAÍ. í i f ç r ô »tc<? *f5Tíi irararcw i
tffa dtag AVfí l ? í ? CF5®-«}1TCa ll n VERSO 281
yei bhaftâcãri/a pade padãya mãi/ãvâde asfíitfãat-itfa as â t e r r e s T a í ^ i
tãhra aiche vãkya sphure caitanya-prasãde «Rr«l *tm íca <#ç-»rcw « r i f a ' « i i
yei—aquele; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrva; pade—lê; padãya—ensina.
kãéi-miéra-ãdi yata nilãcala-vãsi
mãyãvãde—a filosofia de impersonalismo Mãyãvãda; tãhra—sua; aiche-tal; vikya-
éarana la-ila sabe prabhu-pade ãsi'
explicação; sphure— manifesta; caitanya-prasãde—pela misericórdia do Senhor Sri
hamado Kãsi Miára; adi—encabeçando a lista; yata—todos;
tiêf-misra-i nilãcala-
Caitanya Mahãprabhu.
jfcf-os residentes de Jagannãtha Puri; éarana—abrigo; la-ila—tomaram; sabe—

e
««os; prabhu-pade—aos pés de lótus do Senhor; ãsi'—vindo.
T R A D U Ç Ã O — N a verdade, aquela mesma pessoa q u e estava acostumada a ler
a ensinar filosofia Mãyãvãda agora chegava a odiar a palavra "mukti". Isto se
TSADUÇÃO—Após este incidente, todos os habitantes de Jagannãtha Puri, lide-
foi possível pela misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu. 08
por Kãsi Misra, vieram refugiar-se aos pés de lótus do Senhor.

VERSO 279 VERSO 282

ciwcas atae, -»tfV cm U f a I c i l ia asai «itct asfàa atá i


<5ía«. mW*\ C*>W ftflüS 1t vftrs || $,<to II itac"BT»i ^ ca cits «ifa cia» II Í V Í , II
Sri Caitanya-caritãmrta . . A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 569
2 8 6
M a d h
ya-lila. (
er»°
V

sei saba kathã ãge kariba varnana ÃO—Se alguém ouvir com fé e amor estes passatempos relacionados ao
sãrvabhauma kare yaiche prabhura sevana do Senhor Caitanya Mahãprabhu com Sãrvabhauma Bhattãcãrya, muito
>tltí0

sei saba—todas essas; kathã— narrações; age—mais tarde; kariba—farei- ttf iivrar-se-á da rede de especulação e atividades fruitivas e alcançará
b r e

descrição; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kare— faz; vaiche^""*" ei" pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu.
o a 0 S

prabhura—do Senhor; sevana—serviço.


VERSO 286
TRADUÇÃO—Mais tarde, descreverei como Sãrvabhauma Bhattãcãrya se
ocupava a serviço do Senhor.
cra»5firàtç<s a-c* «aatfTa n i v á 11
VERSO 2 8 3
éri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa

cacs * t f a t i § l « c a f w i - f a a f a i i caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa


U-rüva—SrWa Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi;
fàwtfirai « t c t « f i r a s«f« II II
k—aos pés de lótus; yãra—cuja; asa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro cha-
yaiche paripãti kare bhiksã-nirvãhana {naclo Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krsnadãsa Kavirãja
vistáriyã ãge tãhã kariba varnana Gosvãmi.
yaiche—como; paripãti— perfeitamente, kare—iaz; bhiksã—de oferecer doações
nirvãhana—a execução; vistáriyã—com todos os pormenores; áge—mais tarde TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
tãhã—isto; kariba varnana—descreverei. sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
guindo seus passos.
TRADUÇÃO—Também descreverei, com todos os pormenores, como Sãrvabhauma
Bhattãcãrya prestou perfeito serviço a Sri Caitanya Mahãprabhu, oferecendo-
Lhe doações. Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
Madhya-lilã, Sexto Capítulo, descrevendo a liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya.

VERSOS 2 8 4 — 2 8 5

i s l «Rl«ff a fllm itãc«t»7-fài*ra i


fcjfl c a l em « f a ' « a c a aaa«i n *tr-8 II
« t i - « a > f m cçüs « a fãcares i
w f t c a faprca ^ r c a C6<3®&a«t ii $ , w n

e; mahãprabhura lilã—sãrvabhauma-milana
ihã yei éraddhã kari' karaye éravana

jhãna-karma-pãéa haite haya vimocana


acire milaye tãhre caitanya-carana
ei-este; mahãprabhura-do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; /ilrf-passatemp
ei
sãrvabhauma-milana—encontro com Sãrvabhauma Bhattãcãrva; ihã—este; y ~^^ e

quer que; éraddhã—íé; kari'— tendo; karaye—(az; éravana—ouvindo; jhãna-kartna


vxm0Ca
especulação e atividades fruitivas; pdsa—a rede; haite—de; haya—há; ^p
a
liberação; acire— muito em breve; milaye—encontra; farire—tal devoto; cm •
carana—os pés de lótus d o Senhor Caitanya.
CAPÍTULO SETE

A viagem do Senhor pelo sul da índia

cm seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thãkura resume o Sétimo Ca-


aulo como segue. Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou a ordem de vida renuncia-
jTno mês de Mãgha (janeiro-fevereiro) e foi a Jagannãtha Puri no mês de Phãlguna
/toereiro-março). Participou do festival de Dola-yãtrã durante o mês de Phãlguna,
no mês de Caitra, libertou Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Durante o mês de Vaiáã-
l^a passou a viajar pelo sul da índia. Ao sugerir que viajaria pelo sul da índia sozi-
nho, Sri Nityãnanda Prabhu deu-Lhe um brãhmana de ajudante, chamado
Krsnadãsa. Quando Sri Caitanya Mahãprabhu estava para começar Sua viagem,
Sãrvabhauma Bhattãcãrya deu-Lhe quatro jogos de roupa e pediu-Lhe que Se
encontrasse com Rãmãnanda Rãya, o qual na época residia às margens do rio
Godãvari. Juntamente com outros devotos, Nityãnanda Prabhu acompanhou o
Senhor até Ãlãlanãtha, mas ali o Senhor Caitanya deixou a todos para trás e seguiu
em frente com o brãhmana Krsnadãsa. O Senhor começou a cantar o mantra "krsna
krsna krsna krsna krsna krsna krsna he". Em todas as aldeias onde pernoitava, sempre
que alguém vinha vê-lO em Seu albergue, o Senhor implorava-lhe que pregasse
o movimento para a consciência de Krsna. Após ensinar o povo de u m a aldeia,
o Senhor prosseguia para outras aldeias para aumentar o número de devotos.
Dessa maneira, finalmente, Ele chegou a Kürma-sthãna. Enquanto esteve ali,
concedeu Sua misericórdia imotivada a um brãhmana chamado Kürma e curou
outro brãhmana, chamado Vasudeva, que sofria de lepra. Após curar este brãhmana
leproso, Sri Caitanya Mahãprabhu recebeu o título de Vãsudevãmrta-prada, que
significa "aquele que concedeu o néctar ao leproso Vasudeva".

VERSO 1

«*èfJK «*t*$° «fa«5& Pifo A% II i> II


dhanyani tam naumi caitanyarh
vãsudevam dayãrdràh-dhi
nasta-kustham rüpa-pustam
, bhakti-tustarh cakãra yah
wnyam—auspicioso; tam—a Ele; naumi—presto reverências; caitanyam—Sri
T f ^ y a Mahãprabhu; vãsudevam—ao brãhmana Vasudeva; dayã-ãrdrah-dhi— sendo
feitJ'assivo; nasta-kustham—curou a lepra; rüpa-vustam—-belo; bhakti-tustam—satis-
00111 0
Dç^ serviço devocional; cakãra—fez; yah—a Suprema Personalidade de

571
572 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy,.,^ A viagem do Senhor pelo sul da índia 573
0 8
Vir*

TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu, sendo muito compassivo ,Q_Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou a ordem renunciada durante a
C 0 , n
um brãhmana chamado Vasudeva, curou-o da lepra. Transformou-o f** D
lua crescente do mês de Mãgha. Durante o mês seguinte, Phãlguna,
aa
0
homem satisfeito com o serviço devocional. Presto minhas respeitosas """^ ' " ' ttÍ eI
í 'f 'rjara Jagannãtha Puri e residiu lá.
ao glorioso Senhor á r i Caitanya Mahãprabhu. Eli P
VERSO 5
VERSO 2
9T9 9T5 SlCVSg 3T5I fíT^TtsWI I
wtWfi* caca cawatül ca cwfà*i i
«ratbresa «rs ( j i h l W P l l ii n c«t»rtcac"t 'sflrl TO «f5}%5 cm 11 <t 11
jaya jaya éri-caitanya jaya nityãnanda phãlgunera éese dola-yãtrã se dekhila
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda premãveée tãhhã bahu nrtya-gita kaila
jaya jaya—todas as glórias; Senhor Caitanya Mahãprabhu w
éri-caitanya—ao f' jj/tgunera—do mês d e Phãlguna; final; dola-yãtra—o festival d e
éese—ao Dola-
todas as glórias; nityãnanda—ao Senhor Nityãnanda Prabhu; jaya advaita-candn s^—este; dekhila—viu; prema-ãveée—no êxtase de amor a Deus; tãhhã—lá;
todas as glórias a Advaita Acárya; jaya-gaura-bhakta-vrnda—todas as glói íeJiu—muito; nrtya-gita—canto e dança; kaila—realizou.
devotos do Senhor Caitanya.
TRADUÇÃO—Ao final do mês de Phãlguna, presenciou a cerimônia de Dola-yátrá,
TRADUÇÃO—Todas as glórias ao Senhor Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias t, nessa ocasião, em Seu costumeiro amor extático por Deus, cantou e dançou
ao Senhor Nityãnanda Prabhu! Todas as glórias a Advaita Acãrya! E todas as de diversas maneiras.
glórias aos devotos do Senhor Caitanya!
VERSO 6
VERSO 3
4Í*US fmt* «fim I esca arV cm irãceta-fãcarsa i
VftNHiNGM orça fcsçl 8 * t f w 9 i II « II carteia «wca f f i w ar^cs c*n a i n * 11
ei-mate sãrvabhaumera nistãra karilã cflifre ra/ii' fcaiTa sãrvabhauma-vimocana
daksina-gamane prabhura icchã upajila
vaiéãkhera prathame daksina yãite haila mana
ei-mate—dessamaneira; sãrvabhaumera—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; nisíitm-a caitre—no mês
Caitrade
(março-abril); rahi'—residindo ali; kaila—fez;
liberação; karilã—(oi efetuada; daksina-gamane—de ir para o sul da índia; prabhum- $rvabhauma-vimocana—liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; vaiéãkhera—do mês
do Senhor; icchã— um desejo; upajila—surgiu. « Vaisãkha, prathame—no começo; daksina— para o sul da índia; yãite—de ir;
*«&-era; mana—a mente.
TRADUÇÃO—Após libertar Sãrvabhauma Bhattãcãrya, o Senhor desejou ir pregar
no sul da índia.
TíADUÇÃO— Durante o mês d e Caitra, e n q u a n t o vivia em Jagannãtha Puri, o
Senhor libertou Sãrvabhauma Bhattãcãrya, e, no começo do mês seguinte
VERSO 4 tVaisàkha], decidiu ir para o sul da índia.
q p K H P t o f « P | «fã»» mm i
VERSOS 7—8
v t l C T i t f l H d cm ^l»nçc»T ara u 81
mâgha-éukla-pakse prabhu karilã sannyãsa
phãlgune ãsiyã kaila nilãcale vasa fãwiM «rifa' « w f ã i a « f à m i
quinzena da lua crescente do mês de Mãgha; prob'
mãgha-éukla-pakse—na
Senhor; karilã—aceitou; sannyãsa—a ordem de vida renunciada; phãlgune— L~ nc
«rfffit ü « t a ' nata S f t r c 11 ^ n
seguinte, Phãlguna; ãsiyã— vindo; kaila—fez; nilãcale—em jagannãtha ^stJTi-iai wtft <wtfà atiàTfa« « f i f i
vasa—residência.
i r a . cswi-iai çf f?c« »i *itfà
A viagem do Senhor pelo sul da índia 575
574 Sri Caitanya-caritãmrta 13
M a d yer»"
"ya-I„ , -
í

VERSO 11
nija-garm ãni' kahe vinaya kariyã
ãlingana kari' sabãya érí-haste dhariyã
fà'**»t-&carc»t wn «rtfi ata i
tomã-sabã jãni ãmi prãnãdhika kari' •íaipft at^a, «tcçl icw n »fta 11 v> 11
prãna chãdã yãya, tomã-sabã chãdite nã pari
viévarüpa-uddeée avasya ãmi yãba
nija-gana ãni'—convocando todos os devotos; kahe—disse; vinaya—h
kariyã— mostrando; ãlingana kari'—abraçando; sabãya—todos eles; érf-hast e ;
ekãkl yãiba, kãho sahge nã la-iba
Suas mãos; dhariyã— segurando-os; tomã-sabã— todos vós; jãni—sei; ami—Eu^ " 0 1 rfpa-uddese—para encontrar Visvarüpa; avaéya—decerto; ami—Eu; yãba—
adhika—mais do que Minha vida; kari'—aceitando; prãna chãdã— abandonar' ' " " ^ "f^jltf—sozinho; yãiba—irei; kãho—alguém; sarige—na companhia; mi—não;
yãya—é possível; tomã-sabã— todos vós; chãdite—de abandonar; nã pari— - n
^Jú-levarei
capaz.
DüCÃO—"hei em busca de Viévarupa. Por favor, perdoai-Me, mas quero
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu convocou uma reunião de todos os Se
Cozinho; não desejo levar ninguém c o m i g o . "
devotos e, segurando-os pelas mãos, informou-lhes humildemente: "Todos vós
VERSO 12
sois mais queridos para Mim do que Minha vida. Posso abandonar Minha vid
porém Me é muito difícil abandonar-vos."
c r ç a * &R?5 «ttfà H wffi ata*, i
VERSO 9 í l i l b d $fã ia afçca « t a t n i\ u
s j f l - i a a $ C i t * srç3*3J C « t 1 I setubandha haite ãmi nã ãsi yãvat
í*l «rfft' circa «mm cw«rféc*i 11 & n nilãcale tumi saba rahibe tãvat
setu-bandha—o extremo sul da índia; haite—de; ãmi—Eu; nã—não; ãsi—
tumi-saba bandhu mora bandhu-krtya kaile
regressando; yãvat—enquanto; nilãcale—em Jagannãtha Puri; fumi—vós; saba—
ihãh ãni' more jagannãtha dekhãile
todos; rahibe—deveis permanecer; tãvat—nesse ínterim.
tumi-saba—todos vós; bandhu—amigos; mora—Meus; bandhu-krtya—deveres de
u m amigo; kaile—cumpristes; ihãh—aqui; dni'—trazendo; more—a Mim;
jagannãtha—Senhor Jagannãtha; dekhãile—mostrastes.
TIADUçAo—"Queridos amigos, até que Eu regresse de Setubandha, todos vós
deveis permanecer em Jagannãtha P u r i . "
TRADUÇÃO—"Sois todos Meus amigos, e cumpristes adequadamente os deveres
de amigos ao trazer-Me aqui para Jagannãtha Puri e dar-Me a oportunidade de
VERSO 13
ver o Senhor Jagannãtha no t e m p l o . "
fànram-ftfi-*ltfa w\im mm i
VERSO 10
<aca l a i - ^ t c i jjfjíP atc^i i « « (ftr,i i
wRf a-c?»f fcwfàcs MÉ i »
í c a c a m ' «nsrt cm, afàa fflfoál-i *° i viávarüpa-siddhi-prãpti jãnena sakala
daksina-deéa uddhãrite karena ei chala
ebe sabã-sthãne muni mãgoh eka dane
^ - r ü p a - d e Visvarüpa; siddhi-àa perfeição; prdpfi-alcance; jânena-o Senhor
sabe meli' ãjhã deha, yãiba daksine
f*e; sakala-de tudo; daksina-deéa-sul da índia; uddhãrite—só para liberar; karena—
ebe—agora; sabã-sthãne—de todos vós; muni—Eu; mãgoh—imploro; eka d**""
«*; ei-esta; cnaía—simulação.
um presente; sabe meli'—todos reunidos; a/nd" deha—dai-Me permissão; yí'"*"—
irei; daksine—ao sul da índia.
j ^ D U ç Ã o - S e n d o onisciente, Sri Caitanya Mahãprabhu sabia que Viávarüpa
f
£ *lecera. Entretanto, necessitava fingir-Se de ignorante para poder ir ao sul
TRADUÇÃO—"Agora, imploro de todos vós uma pequena caridade. Por 04
índia e liberar o povo de lá.
dai-Me permissão de partir para uma viagem pelo sul da í n d i a . "
576 Sri Caitanya-caritimrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 577
20
Ver»»
VERSO 14 VERSO 17
*f*C«tS <ft«ft«l -erffii »ia Wtf* I
«firol l a t a ar.» c*»i a* t?:a i
f a : » r * nata « a r ò * »i81 «rtfà i w ar*, «tç, «rtwi c** <$fa n" >s n
daksinera tfrtha-patha ãmi saba jãni
éuniyã sabãra mane haila mahã-duhkha ãmi sahge yãi, prabhu, ãjhã deha tumi"
nihéabda ha-ilã, sabãra éukãila mukha Atksinera—ào sul da índia; tirtha-patha—os caminhos para diferentes lugares de
éuniyã—ouvindo isto; sabãra—de todos os devotos; mane—nas mentes- ha _ZZni\ação; ãmi—Eu; saba—todos; jãni—conheço; ãmi— Eu; sahge—contigo; yãi—
houve; mahã-duhkha—grande tristeza; nihéabda—calados; ha-ilã— ficaram; sahf*~" WLgjnabhu—ó Meu Senhor; ãjhã—ordem; deha—dá; fumi—Tu.
todos; éukãila—murchos; mukha—os rostos.
Na
nUÇð--~" verdade, conheço todos os caminhos para os diferentes lugares
A

TRADUÇÃO—Ao ouvirem esta mensagem de ári Caitanya Mahãprabhu, todos de peregrinação no sul da índia. Basta Me ordenares que irei contigo."
devotos ficaram muito tristes e permaneceram calados, com rostos taciturnos*
VERSO 18
VERSO 15
«tf "•wtfà—sréas, «çfà-çawr* i
fsrsTf»*arçç,--\íf-cç tal W i
u l * ! ^ aílca f f t , II aí B prabhu kahe, "ãmi—nartaka, tumi—sülra-dhãra
tumi yaiche nãcão, taiche nartana ãmãra
nityãnanda-prabhu kahe, — "aiche kaiche haya prabhu kahe—o Senhor replicou; <fmi—Eu; nartaka—um dançarino; fumi—Tu;
ekãkl yãibe tumi, ke ihã sahãya sútra-dhãra—titereiro; fumi—Tu; yaiche—conforme; nãcão— faças dançar; taiche—
nityãnanda-prabhu kahe—o Senhor Nityãnanda Prabhu replicou; aiche kaiche dessa maneira; nartana—dança; ãmãra—Minha.
haya—como isto é possível; ekãki— sozinho; yãibe—irás; tumi—Tu; A:e—quem; ihi-
isto; sahãya—pode tolerar. TRADUÇÃO—O Senhor replicou: "Sou u m mero dançarino, e Tu és o titereiro.
Conforme moveres os fios para fazer-Me dançar, assim dançarei."

TRADUÇÃO—Nityãnanda Prabhu disse então: "Como é possível ires sozinho? VERSO 19


Quem pode tolerar isto?"
f i r r a «fàai «rifa 5fmt« a/wTa* i
VERSO 16 <çfi «rrai #1*1 « f a * wcro-va» n a* n
sannyãsa kariyã ãmi calilãh vrndãvana
tumi ãmã lahã ãile advaita-bhavana
arca «ç e i * s* ç ^ ç c^irra a t » i a* i B
sannyãsa kariyã— após aceitar a ordem renunciada; ami—Eu; calilãh—fui;
nd
? <fwma—em direção a Vrndãvana; fumi—Tu; ãmã—a Mim; faria"—levando; tfi/e—
dui-eka sahge caluka, nã pada hafha-rahge fote; adwjiía-b/wpflmj—para a casa de Advaita Prabhu.
yãre kaha sei dui caluk tomara sahge
as
dui—duas; eka—ou uma; sarige—contigo; caluka—deixa ir; nã— não; pada—ca> TRADUÇAO—"Após aceitar a ordem de sannyãsa, decidi ir para Vrndãvana, mas,
ha/ha-range—nas garras de salteadores e patifes; yãre—quem quer que; kaha— e *° ">vés disso, levaste-Me para a casa de Advaita P r a b h u . "
sei—esses; dui—dois; caluk—deixa ir; tomara—contigo; sarige—junto.
VERSO 20
0 < , e
TRADUÇÃO—"Que um ou dois de nós Te acompanhem, caso contrário, P ^ n

cair nas garras de salteadores e patifes ao longo do caminho. Escolhe q imtsvi tnffius *tc«t « t Ü M erra i
desejares, mas duas pessoas devem ir contigo." cstal-aara irrp-csre «rtma asró-w n v n
578 ári Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 579
26
Ver^
nilãcala ãsite pathe bhãhgila mora danda
mukunda hayena duhkhl dekhi' sannyãsa-dharma
tomã-sabãra gãdha-snehe ãmãra kãrya-bhahga
tinabãre álte snãna, bhümite sayana
nilãcala —para Jagannãtha Puri; ãsite—indo para lá; pathe—na estrada* &
fcarwto—Mulcunda; hayena—fica; duhkhl—triste; dekhi'—ao ver; sannyãsa-
quebraste; mora—Meu; danda—bastão de sannyãsa; tomã-sabãra—de \ 8üã— fi
—fAeus princípios regulativos n a ordem renunciada; tina-bãre—três vezes;
gãdha-snehe— devido à profunda afeição; ãmãra—Minhas; kãni -bhn* „ ° ° d S v ó s a
- a n

para as atividades. «"^--distúrbio


^__no inverno; snãna—banho; bhümite—no chão; sayana—deitando.

s e r u m
m]CÃO—" PO1
sannyãsi, é M e u dever deitar-Me n o chão e tomar
TRADUÇÃO—"A caminho de Jagannãtha Puri, quebraste Meu basf fio três vezes ao dia, mesmo durante o inverno. Mas M u k u n d a fica muito
3 dc
sannyãsa. Sei que todos vós tendes muita afeição por Mim, mas tais cois °
[jlste ao ver Minhas rigorosas a u s t e r i d a d e s . "
bam Minhas atividades."
VERSO 24
VERSO 21
« O K I Çí^t -5$% l í f a « t 5 « g * I
Irltm* 5TC*. «t?l fim f t r f à c S I
l l í l 5S*f CTPV CTrH fWl SCS ?.SC«t II -5.8 II
G T O «T* <?fo VÇÇ StfçtfH « f à c i II B anfare duhkhl mukunda, nãhi kahe mukhe
ihãra duhkha dekhi' mora dvi-guna haye duhkhe
jagadananda cãhe ãmã visaya bhuhjãite
antare—interiormente; duhkhl— triste; mukunda—Mukunda; nãhi—não; kahe—diz;
yei kahe sei bhaye cãhiye karite
mukhe—na boca; ihãra—dele; duhkha—a tristeza; dekhi'—ao ver; mora—Minha; dvi-
jagadananda—Jagadananda; cãhe—quer; ama—que Eu; visaya—gozo dos sentidos; guna—duas vezes; haye—há; duhkhe—a infelicidade.
bhuhjãite—fazer com que desfrute; yei kahe— tudo o que ele diz; sei—isto; bhaye-
por temor; cãhiye—Eu quero; karite—fazer.
TRADUÇÃO—"Naturalmente, M u k u n d a n ã o diz nada, mas Eu sei que ele fica
muito triste interiormente, e, ao vê-lo triste, fico duplamente infeliz."
T R A D U Ç Ã O — " J a g a d a n a n d a quer que Eu desfrute de gozo dos sentidos, e, por
temor, faço tudo o que ele Me d i z . "
VERSO 25
VERSO 22 «gftii «Mngjtilg wtr^rtws—a-sRçtft i
«•çafif ar«j «fãra «i»«ti i »wl are «rt«rrci f"W-«ra ifà' 11 11
crncH fe» fffii dfca lífa «c-ç ««ti II -u n ãmi ta'—sannyãsl, dãmodara—brahmacãri
sadã rahe ãmãra upara siksã-danda dhari'
kabhu yadi ihhãra vãkya kariye anyathã
toni ta'—Eu na verdade; sannyãsl—na ordem de vida renunciada; dãmodara—
krodhe tina dina more nãhi kahe kathã
Gamado Dãmodara; brahmacãri— n u m a fase d e completo celibato; sadã— sempre;
kabhu—às vezes; yadi—se; ihhãra—de Jagadananda; vãkya—as palavras; kariye-
"te—permanece; ãmãra upara—sobre Mim; siksã-danda—uma vara para Minha edu-
faço; anyathã—contrárias a; krodhe—de raiva; fina (fina—por três dias; more—comigo;
GKão; dnan'--mantendo.
nãhi—não; kahe—fala; kathã—palavras.

TRADUÇÃO— "Apesar d e Eu estar n a ordem d e vida renunciada e Dãmodara ser


T R A D U Ç Ã O — " S e Eu, às vezes, faço algo contra seu desejo, de raiva, ele fica he*
brahmacãri, ele ainda assim mantém u m a vara em sua mão só para educar-
dias sem falar c o m i g o . " Me."

VERSO 23
VERSO 26

s:âr C W P V laiti-ií i
ÇCÍW
«f-cfa «rtr.it «rtft «1 mfo mstt i
f^Tte-s %•« -sti, «faro «t-Hi II II
^'artc-s «1 «tu •s-s» sf-aat «rtitn 11 -v*
580 Sri Caitanya-caritãmrta ^ A viagem do Senhor pelo sul da índia 581
30
Ver*»
ihhãra ãge ãmi nã jãni vyavahãra
VERSO 29
ihhãre
iruuire nã
nu bhãya
onuyu svatantra
svatantra caritra
caritra ãmãra
ihhãra ãge—em frente a ele; ãmi— Eu; nã— não; jãni—conheço; vyavahã t'*r*m AH d r f CA Cl W I
eti( Ue,
social; ihhãre—perra ele; na—não; bhãya—existe; sva-tantra—independe ?'~~ ' a
caráter; ãmãra—Meu. ^hlra- n e; <WWc*t»i-*K»i Am ««i «rftiwcq n *s> 11
ihhã-sabãra vasa prabhu haye ye ye gune
T R A D U Ç Ã O — " S e g u n d o Dãmodara, ainda sou um neófito quanto à dosãropa-cchale kare guna ãsvãdane
social; portanto, ele não gosta de Minha natureza independente " ^ l " * ' 1
yM-sabãra—de todos os devotos; vaéa—controlado; prabhu—o Senhor; haye—é;
fudo o que; gune—pelas qualidades; dosa-ãropa-chale—sob o pretexto de atri-
VERSO 2 7 jjuirfálhas; kare—faz; guna—qualidades elevadas; ãsvãdane—saboreando.
GifVÇftW A\fk ^ V t * - 5 * * * 1 1 I
riADUÇÃO—Na verdade, são as boas qualidades de todos os devotos do Senhor
q„eO controlam. Fingindo atribuir falhas, Ele saboreia todas estas qualidades.
lokãpeksã nãhi ihhãra krsna-krpã haite
ãmi lokãpeksã kabhu nã pari chãdite gGKinCADO—Todas as acusações feitas por Sri Caitanya Mahãprabhu contra Seus
preocupação com a sociedade; nãhi—não há nenhuma; ihhãra-àe
loka-apeksã— amados devotos mostram realmente o quanto Ele apreciava o seu intenso amor
Dãmodara; krs'ia-krpã—a misericórdia do Senhor; haite—de; ãmi—Eu; loka-apeksá- por Ele. Não obstante, Ele mencionou estas falhas, uma após outra, como se a
dependência da opinião pública; kabhu—em tempo algum; nã— não; pari—capaz, afeição intensa deles O ofendesse. As vezes, os companheiros pessoais de Sri
chãdite—de abandonar. Caitanya Mahãprabhu comportavam-se em desacordo com os princípios regula-
tivos devido ao amor intenso pelo Senhor, e, por causa do amor deles, o próprio
T R A D U Ç Ã O — " D ã m o d a r a Pandita e outros são mais avançados em receber a mise- Sri Caitanya Mahãprabhu às vezes violava os princípios regulativos de um
ricórdia do Senhor Krsna; portanto, são independentes da opinião pública. Sendo mnyãsi. Aos olhos do público, tais violações não são boas, mas o amor dos devo-
assim, eles querem que Eu desfrute de gozo dos sentidos, muito embora isto tos de Sri Caitanya Mahãprabhu O controlava tanto que Ele era obrigado a romper
seja contrário à ética. Porém, como sou um pobre sannyãsi, não posso abandonar algumas das regras. Apesar de acusá-los, Sri Caitanya Mahãprabhu indiretamente
os deveres da ordem renunciada, e por isso sigo-os estritamente." indicava estar muito satisfeito com sua atitude de amor puro por Deus. Portanto,
no verso vinte e sete, Ele menciona que Seus devotos e associados dão mais impor-
SIGNIFICADO—Supõe-se que um brahmacãri auxilie um sannyãsi; portanto, um tância ao amor a Krsna do que à etiqueta social. Há muitos exemplos de serviço
não deve tentar dar instruções a um sannyãsi. Esta é a etiqueta. Conse-
brahmacãri devocional prestado por ãcãryas anteriores que não se importavam com o com-
qüentemente, Dãmodara n ã o devia dar conselhos a Caitanya Mahãprabhu sobre portamento social q u a n d o ficavam absortos intensamente em amor a Krsna. In-
Seu dever. felizmente, enquanto estivermos neste m u n d o material, deveremos observar os
costumes sociais para evitar as críticas da população em geral. Este é o desejo
VERSO 2 8
de Sri Caitanya Mahãprabhu.
«TOM AA W «MtÇCT I
VERSO 30
fita «ufa <af«re i a m * n" *y II CF5C9-JT « ^ ^ t e . J T í T ! -<*r-?«iJ-*«Ji< I
ataeva tumi saba raha nilãcale
dina kata ãmi tirtha bhramiba ekale" . t n a

ataeva—portanto; tumi—vós; saba—todos; raha—ficai; nilãcale—em J a g


an
y
caitanyera bhakta-vãtsalya—akathya-kathana
Puri; dina—dias; kata—alguns; ãmi— Eu; tirtha—os lugares sagrados de peregr" ãpane vairãgya-duhkha karena sahana
çáo; bhramiba—viajarei; ekale—sozinho. to
g^" "i/era—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakta-vãtsalya—o amor por
devotos; akathya-kathana—não pode ser descrito com palavras; ãpane—
T R A D U Ç Ã O — " P o r t a n t o , todos vós deveis ficar aqui em Nilãcala por algu"- 5á
Lealmente; mf?va—da ordem renunciada; duhkha—infelicidade; karena—faz;
M

enquanto Eu viajo sozinho pelos lugares sagrados de peregrinação. ^-tolerância.


582 Sri Cãitanya-caritãmrtã A viagem do Senhor pelo sul da índia 583
Ver* 96
0

TRADUÇÃO—Ninguém pode descrever adequadamente a afeição do prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kabhu—em tempo algum; ní—não;
Caitanya Mahãprabhu por Seus devotos. Ele sempre tolerava tod ^ Sfl
infelicidade pessoal resultante de ter aceitado a ordem de vida rl « d e s p é c i ^aceitou
e
r e n
uncia . d a
PUÇÃO-Então, quatro devotos insistiram humildemente que iriam com o
VERSO 31 f** •BCporém, Caitanya Mahãprabhu, por ser a Suprema Personalidade de Deus
CA*X cwfà' CA* VIA i r a i ^ jpendente,
' j*nte. não
não aceitou
aceitou oo pedido
pedido deles.
ç n t c r * <§ra ASA A\ ara 11 « 5 u
VERSO 34
sei dultkha dekhi' yei bhakta duhkha pãya
sei duhkha tãhra éaktye sahana nã yãya
sei duhkha—aquela tristeza; dekhi'—vendo; yei— tudo o que; bhakta—os devot ssi =gt CA s & ç A>$AÍ «rrara 11 «811
duhkha—tristeza; pãya—obtêm; sei duhkha—aquela tristeza; tãhra—Seu- iaktv*
pelo poder; sahana—tolerância; na—não; yãya—possível. tabe nityãnanda kahe,—ye ãjhã tomara
duhkha sukha ye ha-uk kartavya ãmãra
TRADUÇÃO—Às vezes, os princípios regulativos observados por Caitanya Mana- ttbe—depois disso; nityãnanda—Senhor Nityãnanda Prabhu; kahe—diz; ye ãjhã—
prabhu eram intoleráveis, e isso afetava imensamente todos os devotos. Apesar qualquer que seja a ordem; tomara—Tua; duhkha sukha—sofrimento ou felicidade;
de observar estritamente os princípios regulativos, Caitanya Mahãprabhu não je-tudo o que; ha-uk—que haja; kartavya—o dever; ãmãra—Meu.
podia tolerar a tristeza sentida por Seus devotos.
TRADUÇÃO—Em seguida, o Senhor Nityãnanda disse: " Q u a l q u e r que seja Tua
VERSO 32 ordem, este é o Meu dever, n ã o importando que resulte em felicidade ou infeli-
CWtCTlWr*-*»?! AA\ fkr^fm i ddade."

VERSO 35
gune dosodgãra-cchale sabã nisedhiyã
ekakl bhramibena tirtha vairãgya kariyã fal ifl* fÃCAMA WCÍ\ « r i ? At* I
gune—nas boas qualidades; dosa-udgãra-chale—sob o pretexto de atribuir falhas; f a s t i a-firal v f f l « * « w t « r a I I ®<* I I
sabã— todos eles; nisedhiyã— proibindo; ekãkl— sozinho; bhramibena—viajará; tirtha—
fónfu efca nivedana karoh ãra bãra
aos lugares sagrados de peregrinação; vairãgya—princípios regulativos da ordem
vicãra kariyã tãhã kara ahgikãra
de vida renunciada; kariyã—observando.
kmtu—mas; eka—um; nivedana—pedido; fcarori—faço; ãra bãra—de novo; vicãra—
consideração; kariyã— dando; fona—isto; kara—faze; ahgikãra—aceitação.
TRADUÇÃO—Portanto, para impedi-los de acompanhá-lO e ficarem infelizes, ári
Caitanya Mahãprabhu declarou que as boas qualidades deles eram defeitos. 0 TRADUÇÃO—"Não obstante, ainda assim faço-Te um pedido. Por favor,
Senhor desejava viajar por todos os lugares de peregrinação sozinho e observar wnsidera-o e, caso o aches apropriado, por favor, aceita-o."
estritamente os deveres da ordem renunciada.
VERSO 36
VERSO 33
•«ca srrà-sR aç r ã a r s «fàsi i
TOS | p i «fç^ «^ ül »Tff»Pl 11 II «rra f à i srfft AKA, «SR i .** i

tabe cãri-jana bahu minati karilã kauplna, bahir-vãsa ãra jala-pãtra


svatantra levara prabhu kabhu nã mãnila Hdos; ^ a"ra AICHU ntf/ii ydfce, sate eí mtffra
tabe— depois disso; cãri-jana—quatro homens; bahu—muitos; minati—^ ^Hpina—tanga; bahir-vãsa—roupas externas; ãra—e; jala-pãtra—pote dágua; are
karilã—submeteram; sva-tantra—independente; levara—a Suprema Personau -"fiada mais; nãhi—não; yãbe—irá; sabe—tudo; ei—isto; mãtra—apenas.
584 Sri Caitãnyã-carítãrnrta .. „ t A viagem do Senhor pelo sul da índia 585
40
M a d h
ya-i U í - , Ven*

TRADUÇÃO—"Deves levar contigo u m a tanga, roupas externas e u m


•jade de imitar Haridãsa Thãkura n e m os outros Gosvãmls, mas cantar
Não deves levar nada mais além d i s t o . " 1 5 0 , 6
dágu, •tfC^nofiie um número fixo de vezes diariamente é essencial para todo devoto.
1
05*-
VERSO 37 VERSO 38
tfsw-a sfè ç« TO irm-l*tw i &2iafcar,«t *tr,a -ffsi SLA « i c s ^ s i i
w-si* íaí-afèal-a afèca C^ACA II || ifl-T? I t t i i T c-srata ca- a-ca a-W*t II «fc- ||
premãveée pathe tumi habe acetana
tomara dui hasta baddha nãma-ganane
jala-pãtra-bahirvãsa vahibe kemane e-saba sãmagri tomara ke kare raksana

tomara—Tuas; dui—duas; hasta—mãos; baddha—ocupadas; nãma—o santo amor extático por Deus; pathe—no caminho; tumi—Tu;
^ma-ãveée—em habe—

ganane—em contar; jala-pãtra—pote dágua; bahir-vãsa—roupas externas- whibe' sf ás- acetana—inconsciente; e-saba—toda esta; sãmagri— parafernália; tomara—

carregarás; kemane—como. £Ja. fe_quem; kare— faz; raksana—proteção.


fjyDUÇÃO—"Ao caíres inconsciente, em amor extático por Deus, ao longo do
TRADUÇÃO—"Como Tuas duas mãos estarão sempre ocupadas em cantar e contar
os santos nomes, como serás capaz de carregar o pote dágua e as roupas exter- cjininho, quem protegerá Teus pertences — o pote dágua, as roupas e assim por
nas?" diante?"
VERSO 39
SIGNIFICADO—A partir deste verso, torna-se claro que Caitanya Mahãprabhu can- * # P f W-Sffól <£*\ Am Í 3 W I I
tava os santos nomes um número fixo de vezes diariamente. Os Gosvãmis costu- IfÓCl 1CT «fà' «15, HA TAC^ÜA II -as» II
mavam seguir os passos de Sri Caitanya Mahãprabhu, e Haridãsa Thãkura 'krsnadãsa'-nãme ei sarala brãhmana
também seguia este princípio. A respeito dos Gosvãmis — Srila Rüpa Gosvãmi,
ihho sahge kari' laha, dhara nivedana
Srila Sanãtana Gosvãmi, Srila Raghunãtha Bhatta Gosvãmi, Srila Jiva Gosvãmi,
kjsna-dãsa-nãme—chamado Krsnadãsa; ei—este; sarala—simples; brãhmana—
Srila Gopãla Bhatta Gosvãmi e Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi — Srinivãsa Acã-
rya confirma: sahkhyâ-pürvaka-nãma-gãna-natibhih. (Sad-gosvãmy-astaka, 6). Além klhmana; inho—ele; sahge—contigo; kari'—aceitando; laha—leva; dhara—

de outros deveres, Sri Caitanya Mahãprabhu introduziu o sistema de cantar o simplesmente aceita; nivedana—o pedido.

santo nome do Senhor um número fixo de vezes diariamente, como se confirma


neste verso (tomara dui hasta baddha nãma-ganane). Caitanya Mahãprabhu costumava tradução—Sri Nityãnanda Prabhu prosseguiu: "Eis aqui um brãhmana simples
contar em Seus dedos. Enquanto u m a das mãos se ocupava em cantar, a outra chamado Krsnadãsa. Por favor, aceita-o e leva-o contigo. Este é Meu p e d i d o . "
mão marcava o número de voltas. O Caitanya-candrãmrta corrobora isto, como
também o Stava-mãlã de Srila Rüpa Gosvãmi: significado—Este Krsnadãsa, conhecido como Kãlã Krsnadãsa, não é o Kãlã
Krsnadãsa mencionado no Dédmo-primeiro Capítulo, verso 37, do Ãdi-lilã. O Kãlã
badhnan prema-bhara-prakampita-karo granthin katidorakaih .
•krsnadãsa mencionado no Décimo-primeiro Capítulo é um dos doze gopâlas (va-
sahkhyãtum nija-loka-mahgala-hare-krsneti nãmnãm japan
j^eirinhos) que apareceram para consolidar os passatempos do Senhor Caitanya
(Caitanya-candrãmrta, 9)
^hãprabhu. Ele é conhecido como um grande devoto do Senhor Nityãnanda
l
7 a D hu. No Madhya-lilã, Décimo Capítulo, versos 62-74, menciona-se o brãhmana
hare krsnety uccaih sphurita-rasano nãma-gananâ-
«•amado Kãlã Krsnadãsa que foi com Sri Caitanya ao sul da índia e mais tarde
en

krta-granthi-sreni-subhaga-kati-sütrojjvala-karah gala. Não se deve confundir estes dois como sendo a mesma pessoa.
(Caitanyãstaka, 5)
ce VERSO 40
Portanto, os devotos na linha de Sri Caitanya Mahãprabhu devem
menos dezesseis voltas diariamente, sendo este o número prescrito pela
^^Ae gf5?*tta-aa A$C c a t T l - i w a i c a i
c a n t a v a
Internacional para a Consciência de Krishna. Haridãsa Thãkura N â 0 há CA c « t a r a I s U , « a , f % f a1 afeita n s* II
mente 300.000 nomes. Dezesseis voltas são cerca de 28.000 nomes.
586 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 587
46

jala-pãtra-vastra vahi' tomã-sahge yãbe nãnã krsna-vãrta kahi' kahilã tãhhãre


ye tomara icchã, kara, kichu nã balibe 'tomara (hãni ãilãh ãjhã mãgibãre
jala-pãtra—pote dágua; vastra—e roupas; vahi'- carregando; tomã-san ^ - d i v e r s o s , krsna-vãrta— tópicos do Senhor Krsna; kahi'—discorrendo;
0
yãbe—iri; ye—tudo o que; tomara icchã—Teu desejo; kara—faze- kichu na^ *^*- j£__0e informou; tanhãre— Sãrvabhauma Bhattãcãrya; tomara thãhi—à tua resi-
não dirá nada. ^^Ube^ frL. íilãh—vim; ãjhã—ordem; mãgibãre—para pedir.
dtn°
TRADUÇÃO—"Ele carregará Teu pote dágua e Tuas roupas. Podes fazer rtADUÇÃO—Após discorrerem sobre diversos tópicos do Senhor Krsna, ári
que desejares; ele não dirá uma palavra." ^rtanya Mahãprabhu informou a Sãrvabhauma Bhattãcãrya: " V i m à tua resi-
jíncia só para receber tuas o r d e n s . "
VERSO 41
VERSO 44
•«ca 3n a i * i «rçi « f a ' -wíi^tc-s i
« W - i a l ?li»3| c-Jteil l r á « T » l - 1 « l II 8 i II imti «fa' fvisrt f-tatcs «farc^ i
fabe tãhra wJfcya prabhu kari' ahgikãre «rã-» «faa « t f a -JÍt-j «rcwct II 88 II
tãhã-sabã lahã gelã sãrvabhauma-ghare sannyãsa kari' viévarüpa giyãche daksine
tabe—em seguida; tãhra—do Senhor Nityãnanda Prabhu; vãkya—as palavras avaéya kariba ãmi tãhra anvesane
prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; kari'—fazendo; ahgikãre—aceitação; uiit. sannyãsa kari'—após aceitar a ordem de sannyãsa; viéva-rupa—Viávarüpa (o irmão
sabã— todos eles; lahã—levando; gelã—foi; sãrvabhauma-ghare—à casa de Mis velho de Sri Caitanya Mahãprabhu); giyãche—foi; daksine—para o sul da Índia;
Sãrvabhauma Bhattãcãrya. iwsya—com certeza; kariba—farei; ami—Eu; tãnra—dEle; anoesane—procurando.

TRADUÇÃO—Aceitando o pedido do Senhor Nityãnanda Prabhu, o Senhor


Caitanya levou todos os Seus devotos à casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya. TRADUÇÃO—"Meu irmão mais velho, Viávarüpa, tomou sannyãsa e foi para o
nd da índia. Agora, devo ir em busca d E l e . "
VERSO 42
VERSO 45
i f í b s t a « 1 1 1 * 1 fataíè* i
JRt*TW faf?!' SCI «IflCI a f a l II 8* II «rtWl CWi « w * " t f a ftwcH *f*R i
cstir* «rtaitcs "St" CT-Sfc' «ItfW l* 8* »
namaskari' sãrvabhauma ãsana nivedila
sabãkãre mili' tabe ãsane vasila a/iía" dena, avaéya ãmi daksine caliba
namaskari'—prestou reverências; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãsa- tomara ãjhãte sukhe leuti' ãsiba'
na—assentos; nivedila—ofereceu; sabãkãre—todos eles; mili'—acolhendo; tabe- s
l~nã deha—por favor, dá permissão; avaéya—com certeza; ami—Eu; daksine—no
depois disso; ãsane vasila—sentou-se. *» da índia; caliba—irei; tomara—rua; ãjhãte—pela ordem; sukhe—com alegria;
•"/''-voltando; dsifaa—virei.
TRADUÇÃO—Assim que eles entraram na casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, es"
prestou reverências ao Senhor e ofereceu-Lhe um lugar para sentar. Após aW J**DUÇÃO— "Por favor, permite-Me ir, pois devo peregrinar pelo sul da índia.
todos os demais sentarem-se, o Bhattãcãrya sentou-se também. 0 l n
tua permissão, logo retornarei muito satisfeito."

VERSO 43 VERSO 46

«fa' irásta « i i «r«T« «rs? i


' í í f f l u fctfa» «ifèir-s «rts5i i t f - j w w II 8-® n Rrc«i «ffiral « r e faitw--3-5-a n 8* II
588 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 589
Mad
hya-l,U, 7
Ver»" 5

éuni sãrvabhauma hailã atyanta kãtara 'vjgntrtt-iévara—a Suprema Personalidade de Deus independente; fumi—Tu;
carane dhariyã kahe visãda-uttara *^.farás; gamana—partida; dina—dias; katho— alguns; raha—por favor, fica;
éuni'—ao ouvir isto; sãwabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; haila JJ^Tpossa eu ver; tomara carana—Teus pés de lótus.
atyanta—imensamente; kãtara—perturbado; carane—os pés de lótus- dh
agarrando; kahe—diz; visada—de lamentação; uttara—uma resposta ' -"" ~ ar, , PUÇAO— " M e u querido Senhor, és a Suprema Personalidade de Deus inde-
T
**j . Com certeza partirás. Sei disso. Ainda assim, peço-Te que fiques aqui
enle

T R A D U Ç Ã O — A o ouvir isto, Sãrvabhauma Bhattãcãrya ficou muito perturba Panais alguns dias para eu poder ver Teus pés de l ó t u s . "
Agarrando os pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu, replicou pesarosament°
VERSO 50
VERSO 47
•Stftfl fàüCT «tf? fafal « 1 WI
*\m fwro * w i , ai cm *W I í« II
CÇÜ-JW fàfà * f ? O T « <6W 11 81 11 MfalHl vinaye prabhura éithila haila mana
'bahu-janmera punya-phale pãinu tomara sahga rahilã divasa katho, nã kaila gamana
hena-sahga vidhi mora karileka bhahga tjhira—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; vinaye—com o pedido; prabhura—do
bahu-janmera—de muitos nascimentos; punya-phale—como o fruto de atividades Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; éithila—amolecida; haila—ficou; mana—a mente;
piedosas; pãinu—obtive; tomara—Tua; sahga—associação; hena-sahga—tal associa- nhüa— permaneceu; divasa—dias; katho— alguns; ruf— não; kaila—fez; gamana—
ção; vidhi— providência; mora—meu; karileka—fez; bhahga—rompimento. partida.

T R A D U Ç Ã O — " A p ó s muitos nascimentos, devido a alguma atividade piedosa, ob- TRADUÇÃO—A pós ouvir Sãrvabhauma Bhattãcãrya, Caitanya Mahãprabhu cedeu
tive Tua associação. Agora a providência está rompendo com esta inestimável a seu pedido, permanecendo alguns dias mais antes de partir.
associação."
VERSO 51
VERSO 48 •efteró «tifll • f f f « « a f ã w i I
•$C* l i * « f % ' «f-çc* -wí'» C B W a n <ti n
•fttl i f e c-stit-s %sçw i p * .*! -41* 1 8V 11 bhattãcãrya ãgraha kari' karena nimantrana
s7re wa/rn pade yadi, putra mari' yãya grhe pãka kari' prabhuke karã'na bhojana
tãhã sahi, tomara viecheda sahana nã yãya bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãgraha—avidez; kari'—mostrando; kare-
éire— sobre a cabeça; vajra—um raio; pade—cai; yadi—se; putra—filho; man — na— fez; nimantrana—convite; grhe—era casa; pãka—cozinhando; kari'—fazendo;
morrendo; yãya—vai; tãhã—isso; sa/ii—posso tolerar; tomara—Tua; viechede— pnbhuke— Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; karã'na—íez; bhojana—comendo.
separação; sahana—agüentar; ná yãya—não se pode.
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya avidamente convidou o Senhor Caitanya Mahã-
T R A D U Ç Ã O — " S e um raio caísse sobre minha cabeça ou se meu filho morresse, prabhu a hospedar-Se em sua casa e alimentou-O muito bem.
eu poderia tolerar isso. Mas, não posso suportar a tristeza de separar-me de Ti.
VERSO 52
VERSO 49
úm* a r « f l , # n 5rro-'«.t$« i t * r i
^«i-^-ü-s -çfà « f à t a tm i
•fftf*' C*a ctfctf, w f r á ^ 1 ? «41 tinn
fiN -fWI «, G * f à Ç5l»rRf II 8» 11
svatantra-lévara tumi karibe gamana bMMM bríhmanf, Mnm nãma—'sãthxra mãtã'
dina katho raha, dekhi tomara carana' rãndhi' bhiksã dena tenho, ãécarya tãnra katna
590 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 591
58
yen"
tahhara brãhmaní—sua esposa; tãnra nãma—o nome dela; sãthlra mata ra ãgrahe—pela ansiedade de Sri Caitanya Mahãprabhu; bhattãcãrya—
u

S ã t h í ; rãndhi'—cozinhando; bhiksã dena—oferece alimento; feri/io—ela? 9 m â e d


e F ^ u - u m a Bhattãcãrya; sammata ha-ilã—concordou; prabhu—Senhor Sri
maravilhosa; tãhra—dela; kathã— narração. a Mahãprabhu; tãhre—a ele (Sãrvabhauma Bhattãcãrya); lahã— levando;
Ci^J^.mandire—ao templo do Senhor Jagannãtha; gelã—foi.
TRADUÇÃO—A esposa do Bhattãcárya, cujo nome era Sãthimãtã (a mãe de Si
cozinhou para eles. As narrações destes passatempos são muito rnara i h " " 1
0 — A p ó s receber a permissão do Bhattãcãrya, o Senhor Caitanya Mahà-
Jj^hu foi visitar o Senhor Jagannãtha no templo, levando o Bhattãcãrya consigo.
uçA

osas
VERSO 53
VERSO 56
•rrcit <s' a<fta *finl f r o t a i
*f%' fctfMttrl « r t W Ttfttwl l
vaca asf*. « ç a w f * * a t ^ i a t 5 T * 11 «
•J»ltl «rfw iwfcaiw «tlflf f»»il n «* n
tfge fa' kahiba tãhã kariyã vistãra
ebe kahi prabhura daksina-yãtrã-samãcãra daréana kari' thãkura-pãsa ãjhã mãgilã
ãge—mais tarde; fa'—na verdade; kahiba—falarei; tãhã— todos esses incidentes püjãrí prabhure mãlã-prasãda ãni' dilã
kariyã— fazendo; vistãra—elaboração; ebe—agora; kahi—deixai-me descrever iariana kari'—visitando o Senhor; thâkura-pãéa—do Senhor; ãjhã mãgilã—rogou
prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; daksina—no sul da índia; varri—da i permissão; püjãrí—o sacerdote; prabhure—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
viagem; samãcãra—a narração. r^a—guirlanda: prasãda—restos de alimento; ãni'—trazendo; dilã— deu.

TRADUÇÃO—Mais tarde, falarei sobre isto em pormenores, mas, por agora, desejo TIADUÇÃO—Ao ver o Senhor Jagannãtha, Sri Caitanya Mahãprabhu também
descrever a viagem de Sri Caitanya Mahãprabhu ao sul da índia. rogou Sua permissão. Então, imediatamente o sacerdote deu prasãda e uma guir-
landa ao Senhor Caitanya.
VERSO 54
RN ^fç aft' «rç> «fcfçKí-itta i VERSO 57

5f»iat« íitfit' « r t a u affittrl « r M c n n «8 n «rtwl-Jrmi »fte»1 WJA 5T»T*r* «jfif i


diria ptfnca ra/n' prabhu bhattãcãrya-sthãne *f*w-c*c"í sei è f t t a d l II «1 ii
calibãra lãgi' ãjhã mãgilâ ãpane
dina pãhca—cinco dias; rahi'— permanecendo; prabhu—Senhor Sri Caitanya âjhã-mãlã pãhã harse namaskãra kari'
Mahãprabhu; bhattãcãrya-sthãne—na casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; calibim ãnande daksina-deée cale gaurahari
lãgi'—de partir; ãjhã—ordem; mãgilã—pediu; ãpane—pessoalmente. Ijfomálã—a guirlanda da permissão; pãhã—conseguindo; harse—com grande jú-
°*>; namaskãra—reverências; kari'—prestando; ãnande—com muito prazer; daksina-
TRADUÇÃO—Após permanecer cinco dias na casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya. •*-rumo ao sul da índia; cale—vai; gaurahari— Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu.
Sri Caitanya Mahãprabhu pessoalmente pediu-lhe autorização para dingir-
ao sul da índia. JADUÇÃO-Assim, ao receber a permissão do Senhor Jagannãtha sob a forma
«una guirlanda, Sri Caitanya Mahãprabhu prestou-Lhe reverências e, com
VERSO 55 júbilo, preparou-Se para partir r u m o ao sul da índia.

VERSO 58
«rç> tftw «mu wirsw-iftrc* i «* i
«ilErré-atw «tta as fswnM i
prabhura ãgrahe bhattãcãrya sammata ha-ilã
prabhu tãhre lahã jagannatha-mandire gelã
« i r e r w s j w f t w asfa' « f à r i i r a 11 <tv«
592 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 593
Vers" *>
bhattãcãrya-sahge ãra yata nija-gana fabe sãrvabhauma kahe prabhura carane
jagannãtha pradaksina kari' karilã gamana avaéya pãlibe, prabhu, mora nivedane
bhattãcãrya-sahge—com Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãra—e; yata—todos; nii ^_depois disso; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kahe—disse; prabhu-
devotos pessoais; jagannãtha—Senhor Jagannãtha; pradaksina—circum-ambuf'^" m n e - a o spés de lótus do Senhor; avaéya—decerto; pãlibe—manterás; prabhu—
kari'—terminando; karilã—fez; gamana—partida. * senhor; mora—meu; nivedane—pedido.

T R A D U Ç Ã O — A c o m p a n h a d o por Seus associados pessoais e por Sàrvabh pyÇÃO—Enquanto o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu partia, Sãrvabhauma
13
Bhattãcãrya, ári Caitanya Mahãprabhu circum-ambulou o altar de Jagannâth Rhattácãrya submeteu o seguinte a Seus pés de lótus: " M e u Senhor, tenho um
Então, o Senhor partiu para Sua viagem pelo sul da índia. pjdido final o qual espero q u e bondosamente satisfaças."

VERSO 59 VERSO 62

ratit*w ara' «Etc« c^raft-<ftre i


i t a e e r a « f o i * ! <wT5rô-GMi%rtx«i II <?& ii «if*r«raT *rei G s r e i Pitiwtw II **. II
samudra-tire tire ãlãlanãtha-pathe 'rãmãnanda rãya' ache godãvari-tire
sãrvabhauma kahilena ãcãrya-gopinãthe adhikãrT hayena tenho vidyãnagare
samudra-tire—à beira-mar; tire—a margem; ãlãlanãtha-pathe—no caminho rumo rãmãnanda rãya—Rãmãnanda Rãya; ache—há; godãvarí-tfre—às margens do rio
ao templo de Ãlãlanãtha; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kahilena—disse, Godãvari; funcionário responsável; hayena—está; tenho—ele;
adhikãri—um vidyã-
ãcãrya-goplnãthe—a Gopinãtha Acãrya. nagare—rra cidade conhecida como Vidyãnagara.

T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o o Senhor trilhava o caminho rumo a Ãlãlanãtha, que se TRADUÇÃO—"Na cidade de Vidyãnagara, às margens do Godãvari, há um res-
localizava à beira-mar, Sãrvabhauma Bhattãcãrya deu as seguintes ordens a ponsável funcionário do governo, chamado Rãmãnanda R ã y a . "
Gopinãtha Acãrya.

VERSO 60 SIGNIFICADO—No Amrta-pravãha-bhãsya, Bhaktivinoda Thãkura afirma que


5tf% G « t % i - a f % a r i s r f t a r f è i r e i Vidyãnagara é conhecida hoje em dia como Poravandara. Há outra Poravandara
na índia ocidental, na pronvíncia de Gujarat.
s t ç l , <2lit«fts, i v f p i ^ r f é i f à s l a t r e II *° ii
cãri kopTna-bahirvâsa rãkhiyãchi ghare VERSO 63
tãhã, prasãdãnna, lahã ãisa vipra-dvâre
cãri kopina-bahirvãsa—quatro jogos de tangas e roupas externas; rãkhiyãchi- raira-sitre fcc*w n « r a r e i
•RS
guardei; ghare—em casa; tãhã—isto; prasãda-anna—restos de alimento do
Jagannãtha; lahã— levando; ãisa—vem aqui; vipra-dvãre— por meio de um
Senhor
brãhmana-
«mra acre stre fifire H ® « «
éüdra visayi-jhãne upeksã nã karibe
u a r l i
T R A D U Ç Ã O — " T r a z e os quatro jogos de tangas e roupas externas que 8 ° ^ j ãmãra vacane tãhre avaéya milibe
casa, e também alguma prasãda do Senhor Jagannãtha. Podes carregar estas c uctra— a quarta divisão social; visayi-jhãne—com a impressão de ser u m homem
com a ajuda de um b r ã h m a n a . " Perivi w e a
°' P ^ ~menosprezo; nã karibe—não deves fazer; ãmãra—meu; vacane—a
o; tãhre—a ele; avaéya—decerto; milibe— deves receber.
VERSO 61
^OUçAo—"Por favor, n ã o o menosprezes, considerando-o pertencente a uma
,a de
com südras ocupada em atividades materiais. Peço-Te q u e Te encontres
*»m f t f i r e , «fç, cit? firewre II *s ^ e I e
sem falta."
594 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 595
M a d
«ya-i l l a , Ver* 66

SIGNIFICADO—No varnãérama-dharma, o áüdra é a quarta divisão do tomara sahgera yogya tahho eka jana
Paricaryãtmakarh karma éüdrasyãpi svabhãva-jam (Bg. 18.44). Os éüdras^à^ ° 0 S cial
prthivtte rasika bhakta nãhi tãhra sama
e S t i n a n v
a ocupar-se a serviço das três classes superiores — brãhmanas, ksatri se Tua; sahgera—da associação; yogya—digna; tenho— ele (Rãmãnanda
W, í as
Sri Rãmãnanda Rãya pertencia à classe kãrana, que eqüivale à class ' !' V eka—uma; jana—-pessoa; prthivtte—no m u n d o ; rasika—perito nas doçuras
i l a s t > l Q
Bengala. Em toda a índia considera-se esta classe como de éüdras D' "a ^ endentais; bhakta—devoto; nãhi—não há nenhum; tãhra sama—como ele.
Ue 0 5
kãyasthas bengalis ocupavam-se originalmente em servir aos brãhmanas^^^-
V i e r a m
d o norte da índia para a Bengala. Mais tarde, a classe clerical fico ^ ,j __Sárvabhauma Bhattãcãrya prosseguiu: " R ã m ã n a n d a Rãya é uma
0
10 S
kãyasthas na Bengala. Hoje em dia, existem muitas classes mistas conhecida"* ° T R A D
digna de associar-se contigo; n e n h u m outro devoto pode comparar-se a
a
aS C m
kãyasthas. É comum dizer-se na Bengala que quem não pode afirmar ser d e l ° ° P ^ ° h e c i m e n t o das doçuras transcendentais."
o con

classe específica pertence à classe kãyastha. Embora se considerem estes k'


S a5
ou karanas, como éüdras, eles são muito inteligentes e altamente educados " " ' ' A VERSO 65
ria deles são profissionais, tais como advogados ou políticos. Assim, na R
às vezes consideram-se os kãyasthas como ksatriyas. Entretanto, em Orissa con/ri
ra-se da categoria s'iJdra a classe kãyastha, que inclui os karanas. Sri Rãínãna' <f i s r f i c i stifàre $ f i tftçra «rfên 11 «
Rãya pertencia a esta classe kãrana; logo, era considerado um éüdra. Ele também
foi o governador do sul da índia, sob o regime de Mahãrãja Pratãparudra de pãnditya ãra bhakti-rasa,—duhhera tenho slmã
Orissa. Em outras palavras, Sãrvabhauma Bhattãcãrya informou ao Senhor sambhãsüe jãnibe tumi tãnhãra mahimã
Caitanya Mahãprabhu que Rãmãnanda Rãya, embora pertencente à classe éüdra pinditya—erudição; ãra—e; bhakti-rasa—as doçuras do serviço devocional;
era um funcionário do governo de muita responsabilidade. De um modo geral durifiera-destas duas; tenho—ele; slmã—o limite; sambhãsüe—quando conversares
os materialistas, os políticos e os éüdras são desqualificados no tocante ao avanço com ele; jãnibe—conhecerás; fumi—Tu; farinara—suas; mahimã— glórias.
espiritual. Portanto, Sãrvabhauma Bhattãcãrya pediu ao Senhor Caitanya Mahã-
prabhu que não menosprezasse Rãmãnanda Rãya, o qual era muito avançado
TRADUÇÃO—"Ele é um acadêmico muito erudito, b e m como um entendido nas
espiritualmente, embora nascido como éüdra e materialista.
doçuras devocionais. Na verdade, ele é muito elevado e, se conversares com ele,
Visayl é aquele que é apegado à vida familiar e só mostra interesse por esposa, verás como ele é glorioso."
filhos e gozo mundano dos sentidos. Pode-se ocupar os sentidos, quer em desfrute
mundano, quer a serviço do Senhor. Aqueles que não se ocupam a serviço do VERSO 66
Senhor e só se interessam em gozo material dos sentidos chamam-se visayl. Sri
5
Rãmãnanda Rãya ocupava-se a serviço do governo e pertencia à classe kãrana. wàTm iti ! csèl s*ía il ipBfl i
Decerto que não era um sannyãsl com vestes açafroadas, todavia, estava na posição
transcendental de chefe de família paramahamsa. Antes de tornar-se discípulo de
*ff%*n «fsaífè ' r e v i ' ?f*wi H II
Caitanya Mahãprabhu, Sãrvabhauma Bhattãcãrya considerava Rãmãnanda Rãya alaukika vãkya cesta tãhra nã bujhiyã
um visayl ordinário por ele ser chefe de família ocupado em serviço governamental. parihãsa kariyãchi tãhre 'vaisnava' baliyã
Contudo, ao iluminar-se realmente na filosofia Vaiçnava, o Bhattãcãrya pôde alaukika—incomuns; vãkya—palavras; cesta— esforço; tãhra—dele; nã— sem;
entender a posição transcendental sublime de Sri Rãmãnanda Rãya; portanto, bujhiyã—compreender; parihãsa—caçoando; kariyãchi—fiz; tãhre—a ele; vaisnava—
referiu-se a este como adhikãri. Adhikãri é aquele que conhece a ciência transcen- "•n devoto do Senhor; baliyã—como.
dental de Krsna e se ocupa em Seu serviço; portanto, costuma-se chamar a todos
os devotos grhasthas de dãsa adhikãri. ^DUÇÀQ^A,, faiaj. i primeira vez com Rãmãnanda Rãya, não pude com-
p e a

P^ender q suas conversas e esforços eram todos transcendentalmente inco-


u e

VERSO 64 •nuns. Caçoei dele simplesmente porque era um Vaisnava."

csfrRf i w * citifj c $ * c * 1 4 * a n i ^ N I F I C A D O — Q u a l q u e r pessoa que não seja Vaisnava ou devoto imaculado do


^ o r Supremo é necessariamente um materialista. O Vaisnava que vive confor-
•jfaftoS S f l « ütft 1 1 I I *8 11 e 0s
preceitos de Sri Caitanya Mahãprabhu certamente não está na plataforma
596 Sri Caitanya-caritãmrta . A viagem do Senhor pelo sul da índia 597
M a d h
va-lilâ, 7

materialista. Caitanya significa "força espiritual". Todas as ativid H VERSO 67


S r i
Caitanya Mahãprabhu eram realizadas na plataforma da compreensã* ^ ^
Portanto, apenas aqueles que se encontram na plataforma espiritual - le S p i r i t u i l
CStaTRl iflre W T f à ç S*T?T I
0 C a p a z e s
de entender as atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu. Os materialisT TWtflOT WTfàca S t * CAVA srçg || w „
Ue nao
podem entender isto são geralmente conhecidos como karrnis ou jiiãnis o - .
S n s
são especuladores mentais que simplesmente procuram entender o q u é '"^ ' e tomara prasãde ebe jãninu tãhra tattva
S 5 r 1 0
e o que é matéria. O processo deles é neti neti: "isto não é espírito j ^ ' í 's t sambhãsüe jãnibe tãhra yemana mahattva
Brahman." Os jiiãnis são um pouco mais avançados do que os karrnis de "KT * tornara prasãde—por Tua misericórdia; ebe—agora; jãninu—compreendi; tãhra—
9
dura, cujo único interesse é o gozo dos sentidos. Antes de tornar-se Vai igle (Rãmãnanda Rãya); tattva—a verdade; sambhãsüe— ao conversardes os dois;
Sãrvabhauma Bhattãcãrya era um especulador mental (jnãni), de modo que se jinibe—conhecerás; fíírira—sua; yemana—tamanha; mahattva—grandeza.
11
caçoava dos Vaisnavas. O Vaiçnava não concorda jamais com o sistema es' '"*
lativo dos jnãnis. Tanto os jiiãnis quanto os karrnis dependem da percepção senso "
direta para obter seu conhecimento imperfeito. Os karrnis jamais concordam
aceitar nada não perceptível diretamente e os jnãnis só fazem apresentar hipóteses TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya disse: " P o r Tua misericórdia, posso agora entender
Contudo, os Vaisnavas, os devotos imaculados do Senhor, não adotam o processo a verdade sobre Rãmãnanda Rãya. Ao conversares com ele, também reconhecerás
de adquirir conhecimento pela percepção sensorial direta ou pela especulação ua grandeza."
8
mental. Por serem servos do Senhor Supremo, os devotos recebem conhecimento
diretamente da Suprema Personalidade de Deus, conforme Ele o transmite no •
Bhagavad-gitã ou, às vezes, conforme o transmite internamente como caitya-guru VERSO 68
Como se afirma no Bhagavad-gitã (10.10):
^ « t n « f ã ' « f ç s w ? asa i
tesãrh satata-yuktãnãm tftre fkm f w w ^ t r e re*i « r i f e m « m II
bhajatãm priti-pürvakam
dadãmi buddhi-yogarh tam ahgikãra kari' tãnhãra vacana
yena mãm upayãnti te tãhre vidãya dite tãhre kaila ãlingana
anglkãra kari'—aceitando esta proposta; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu;
"Àqueles que se dedicam constantemente a Mim e Me adoram com amor, Eu tãnhãra—dele (Sãrvabhauma Bhattãcãrya); vacana—o pedido; tãhre—a ele; vidãya
dou a compreensão pela qual eles podem vir a Mim." üte—para dar adeus; tãhre—a ele; kaila—fez; ãlingana—abraço.
Considera-se que o Senhor Supremo falou os Vedas. O primeiro a compreende-
los foi Brahmã, que é o primeiro ser criado dentro do universo (ferie brahmã hrdã
ya ãdi-kavaye). Nosso processo consiste em receber conhecimento através do siste-
ma de paramparã, de Krsna a Brahmã, a Nãrada, Vyãsa, Sri Caitanya Mahãprabhu TRADUÇÃO—O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou o pedido feito por
e aos seis Gosvãmis. Iniciando a sucessão discipular, o Senhor Brahmã foi ilumi- Sãrvabhauma Bhattãcãrya de que Se encontrasse com Rãmãnanda Rãya. Ao
nado internamente pela pessoa original, Krsna. Nosso conhecimento é plenamente despedir-Se dele, o Senhor abraçou-o.
perfeito por ser transmitido de mestre a discípulo. O Vaisnava sempre se ocupa
no transcendental serviço amoroso ao Senhor e, como tal, nem os karrnis nem
os jiiãnis podem entender as atividades de um Vaisnava. Diz-se que vaisnaver^ VERSO 69
kriyã-mudrã vijhe nã bujhaya: nem mesmo o homem mais culto, dependente
percepção direta para obter conhecimento, pode entender as atividades de u ^ «TO « * «fã»' c*Ttl3I « f ã * pflRfiw I
Vaisnava. Depois que Sri Caitanya Mahãprabhu o iniciou no Vaisnavismo,
Bhattãcãrya se conscientizou do erro que cometera ao tentar entender Rãmãna " ãWerei mí&r cm estírt? « w t r e « " * s > «
Rãya, que era muito erudito e cujos esforços estavam todos voltados para a p' "ghare krsna bhaji' more kariha ãélrvãde
tação de transcendental serviço amoroso ao Senhor. nilãcale ãsi' yena tomara prasãde"
598 Sri Caitanya-caritãmrta «, A viagem do Senhor pelo sul da índia 599
M a
<»hya.| l U f

ghare—em casa; krsna—Senhor Krsna; bhaji'—adorando; more—a Mim- i VERSO 70


T i h a
faze; ãélrvãde—bênção; nilãcale—em Jagannãtha Puri; ãsi'—regressando' -
modo que; tomara—tua; prasãde—pela misericórdia.

TRADUÇÃO—Sri Caitanya M a h ã p r a b h u pediu ao Bhattãcãrya q u O ab e


e n Ç 0 a 8 s
AJW9 S
<51*1 lfi?»rl * T H W W (11'
ao mesmo tempo em que o Bhattãcãrya se ocupava no serviço devo * eta bali' mahãprabhu karilã gamana
ao
Senhor Krsna em casa. O Senhor desejava regressar novamente, pela m i « • mürcchita hahã tãhãh padilã sãrvabhauma
dele, a Jagannãtha Puri. «ncórdia JH/Í'—ao dizer isto; mahâ-prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karilã—fez;
—fria—partida; mürcchita—desmaiou; hahã— ficando; tãhãh—ali; padilã—caiu;
fwbhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya.
SIGNIFICADO—A expressão kariha ãélrvãde significa "continua a conceder-Me tu
bênçãos." Por ser um sannyãsl, Caitanya Mahãprabhu estava na platafo ^
máxima de respeito e adoração, ao passo que Sãrvabhauma Bhattãcãrya como HADUÇÃO—Ao dizer i s t o , Sri Caitanya Mahãprabhu partiu em Sua jornada, e
chefe de família, estava na segunda plataforma. Portanto, é normal que um imediatamente Sãrvabhauma Bhattãcãrya desmaiou, caindo ao chão.
sannyãsl dê a sua bênção a um grhastha. Neste caso, porém, Sri Caitanya
Mahãprabhu, através de Seu comportamento prático, pediu as bênçãos de um
grhastha. Esta é a importância especial da pregação de Sri Caitanya Mahãprabhu VERSO 71
Ele atribuía status igual a todos, independentemente de considerações materiais
Seu movimento é inteiramente espiritual. Embora aparentemente um grhastha
(chefe de família), Sãrvabhauma Bhattãcãrya era diferente dos ditos karrnis interes-
sados em gozo dos sentidos. Depois que Sri Caitanya Mahãprabhu o iniciou, o ç& ^farr/s « t i r e » W t * r f l fas-w n «o n
Bhattãcãrya situou-se perfeitamente na ordem espiritual; portanto, era bem pos- fíírire upeksiyã kaila éighra gamana
sível que ele abençoasse inclusive um sannyãsl. Ele estava sempre ocupado a ser- ke bujhite pare mahãprabhura citta-mana
viço do Senhor, mesmo em casa. Em nossa linha discipular, temos o exemplo tinre—a Sãrvabhauma Bhattãcãrya; upeksiyã—não prestando séria atenção;
de um perfeito paramahamsa chefe de família — Srila Bhaktivinoda Thãkura. Em tala—fez; éighra—bem rápido; Romana—caminhando; ke—quem; bujhite—de enten-
seu livro Saranãgati ( 3 1 . 6 ) , Bhaktivinoda Thãkura afirma: ye dina grhe, bhãjana dekhi', der; pãre—é capaz; mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; citta-mana—a
grhete goloka bhãya. Sempre que um chefe de família glorifica o Senhor Supremo mente e a intenção.
em seu lar, imediatamente suas atividades transformam-se em atividades de Golo-
ka Vrndãvana, atividades espirituais tais como as que acontecem no planeta de
Krsna, Goloka Vrndãvana. As atividades manifestas pelo próprio Krsna em
Bhauma Vrndãvana, a Vrndãvana-dhãma existente neste planeta, não são diferen-
tes de Suas atividades no planeta Goloka Vrndãvana. Esta é a maneira correta TRADUÇÃO—Embora Sãrvabhauma Bhattãcãrya tivesse desmaiado, Sri Caitanya
de perceber Vrndãvana em toda parte. Em nosso movimento para a consciência M*haprabhu não reparou nele. Pelo contrário, partiu rapidamente. Q u e m pode
de Krsna, inauguramos as atividades de Nova Vrndãvana, onde os devotos entender a mente e a intenção de Sri Caitanya Mahãprabhu?
sempre se ocupam no transcendental serviço amoroso ao Senhor, o que nao e
diferente de Goloka Vrndãvana. Em conclusão, aquele que age estritamente na
linha de Sri Caitanya Mahãprabhu tem competência para abençoar sannyãsis,
mesmo que seja um chefe de família, grhastha. Embora esteja em posição eleva UNIFICADO—E ra de se esperar que, tendo Sãrvabhauma Bhattãcãrya desmaiado
o sannyãsl deve mesmo assim elevar-se à plataforma transcendental, P r e s t a
r. a í d o ao chão, Sri Caitanya Mahãprabhu naturalmente tomasse conta dele, espe-
í £

serviço ao Senhor. Através de Seu comportamento prático, Caitanya Mahãpra culo q recobrasse a consciência. Sri Caitanya Mahãprabhu, porém, não fez
u e

pediu as bênçãos de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, estabelecendo, assim, o e * * " ^ Pelo contrário, imediatamente partiu em Sua jornada. Portanto, é muito difícil
e
de como se deve esperar as bênçãos de um Vaiçnava, independentemente de ' "der as atividades de u m a pessoa transcendental. Às vezes, ela pode parecer
posição social. tanto excêntrica, mas, u m a personalidade transcendental permanece em sua
**» sem se deixar influenciar por considerações materiais.
Sri Caitanya-carítãinrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 601
600
dhya-iii Vf rso 77
ã, 7
VERSO 72 nityãnanda prabhu bhattãcãrye uthãila
tãhra loka-sahge tãhre ghare pãthãila
jtyinanda prabhu—Senhor Sri Nityãnanda Prabhu; bhattãcãrye— Sãrvabhauma
"jjjcãrya; uthãila—ergueu; tãhra—Seus; loka-sahge—juntamente com os asso-
• f H - i i casiarsi, « f e a aar»ra n 1* II
lados; tãhre—a ele (o Bhattãcãrya); ghare—para sua casa; pãthãila—enviou.
mahãnubhôvera cittera svabhãva ei haya
vuspa-sama komala, kathina vajra-maya
PUÇÃO—O Senhor Nityãnanda Prabhu ergueu Sãrvabhauma Bhattãcãrya, e,
mahã-anubhãvera—duma grande personalidade; cittera—da mente; svabhsva
^ a juda de Seus homens, levou-o até sua casa.
a

natureza; ei haya—esta é; puspa-sama—como uma flor; komala—suave; kathina*


dura; vajra-maya—como um raio. VERSO 75

a$-«raiíf « r e TÍ^II <;tt%ita u t<? 11


TRADUÇÃO—Esta é a natureza da mente duma personalidade incomum. Às vezes
bhakta-gana éighra ãsi' laila prabhura sãtha
é suave como uma flor, mas, outras vezes, dura como um raio.
vastra-prasãda lahã tabe ãilã gopinãtha
bhakta-gana—devotos; éighra—bem rapidamente; asi'—vindo; laila—aceitaram;
SIGNIFICADO—A suavidade de uma flor e a dureza de um raio conciliam-se no prabhura—do Senhor; sãtha—a companhia; vastra—as vestes; prasãda—e a prasãda
comportamento duma grande personalidade. A seguinte citação do Uttara-rãma- do Senhor Jagannãtha; lahã— com; tabe—em seguida; ãilã—veio; gopinãtha—
racita (2.7.) explica este comportamento. Pode-se, também, consultar o Madhya-
Gopinãtha Acãrya.
lilã, Terceiro Capítulo, verso 212.
TRADUÇÃO—Imediatamente todos os devotos vieram e compartilharam da com-
VERSO 73 panhia de Sri Caitanya Mahãprabhu. Em seguida, Gopinãtha Acãrya veio, trazen-
do as vestes e a prasãda.

catcTfàapm cs^nracFi ç f à w f ^ H * : IV»I


VERSO 76

vajrãd api kathorâni


mrdüni kusumãd api
*r»rarta asfà' « t r e a ç g f e re*rt 11
lokottarãnãm cetãmsi sabã-sahge prabhu tabe ãlãlanãtha ãilã
ko nu vijhãtum iévarah namaskãra kari' tare bahu-stuti kailã
que um raio; kathorâni—mais duros; mrdüni—mais suaves; kusumft
vajrãt api—do sabã-sahge—com todos eles; prabhu—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; tabe—
api—do que uma flor; loka-uttarânãm—pessoas acima da plataforma humana de então; ãlãlanãtha—o local chamado Ãlãlanãtha; ãilã— alcançaram; namaskãra kari'—
comportamento; cetãmsi—os corações; kah—quem; nu—mas; vijhãtum—de enten Pastando reverências; tare— Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; bahu-stuti—muitas
der; iévarah—capaz. orações; kailã— ofereceram.

T R A D U Ç Ã O — " O s corações daqueles que estão acima do comportamento f ^ c o


TRADUÇÃO—Todos os devotos acompanharam Sri Caitanya Mahãprabhu até um
às vezes são mais duros que um raio e às vezes, mais suaves que uma flor. o Jocal conhecido como Ãlãlanãtha. Lá, todos prestaram-Lhe respeitos e ofereceram-
L h e
podem tais contradições conciliar-se em grandes personalidades?" diversas orações.

VERSO 74 VERSO 77
c<«Tfrec."t « p s i l t e c m » w i i
« t a c i t a ^ r e 4tre a r e 18 refare> T f è i i «iti rere 11 n u
602 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 603
Mad
hya-lUà, 7

premãveée nrtya-gita kaila kata-ksana dekhiyã lokera mane haila camatkãra


dekhite ãilã tãhãn vaise yata jana yata loka ãise, keha nãhi yãya ghara
prema-ãveée—no grande êxtase de amor a Deus; nrtya-gita—dançando e c jMiyá— vendo tudo isso; lokera—das pessoas; mane— nas mentes; haila—houve;
0
kaila—realizou; kata-ksana—por algum tempo; dekhite—ver; ãilâ—vieiaTn^tT^ ' ^^—estupefação; yata—todas; loka—pessoas; aise—ali chegasse; keha—quem
ali; vaise— que vivem; yata jana—todos os homens. ''ygr que; nãhi—não; yãya—vai; ghara—para casa.

T R A D U Ç Ã O — E m grande êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu dançou e canto ADUÇÃO—Todos os presentes ficaram pasmos ao ver a dança e as transforma-
algum tempo. De fato, todos os vizinhos vieram vê-lO. - ,s corpóreas de Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . Quem quer que ali chegasse não
^ s desejava voltar para casa.
VERSO 78 •

(ròfwrerei ia citas a c i 'sfà' 'sfã' i VERSO 81

e«Htrec»t i w j i s i are Cuasfà II tv II re * i t r e , re * t r a , 'St^a»' ' c t t * t t i ' i


5 5

caudikete saba loka bale 'hari' 'hari' c«trere> « t f à i c i t a s , - f t - f a i - i l a t i \ ^ •


premãveée madhye nrtya kare gaurahari keha nãce, keha gãya, 'éri-krsna' 'gopãla'
caudikete—em torno de; saba loka—todas as pessoas; bale—bradam; hari hari—o premete bhãsila loka,—stri-vrddha-ãbãla
santo nome do Senhor; prema-ãveée—em amor extático; madhye—no meio; nrtya keha nãce—alguém dança; keha gãya—alguém canta; éri-krsna—nome do Senhor
kare— dança; gaura-hari—Sn Caitanya Mahãprabhu. Sri Krsna; gopãla—nome de Gopãla; premete—em amor a Deus; bhãsila—flutua-
ram; loka—todas as pessoas; sfri— mulheres; vrdàha—velhos; ã-bãla—desde as
T R A D U Ç Ã O — T o d o s puseram-se a bradar o santo nome do Senhor Hari em torno crianças.
de Sri Caitanya Mahãprabhu, que também é conhecido como Gaurahari. Imerso
em Seu costumeiro êxtase de amor, o Senhor Caitanya dançou entre eles. TRADUÇÃO—Todos — incluindo as crianças, os velhos e as mulheres — come-
çaram a dançar e a cantar os santos nomes de Sri Krsna e Gopãla. Dessa maneira,
VERSO 79 todos flutuaram no oceano de amor a D e u s .
asia>si-iç«f cm, «iawt a a i i
VERSO 82
^ l a n a ^ a ^ - c ^ a «rates ^ H ss> II
Cfffã' É Ü H W I «fçi a?re w < t r , « t i
kãhcana-sadréa deha, aruna vasana
pulakãéru-kampa-sveda tãhãte bhüsana d l í S B H f s j « r f c i ç r e cHtre-catre n ^ «
kãhcana-sadréa—como ouro derretido; deha—um corpo; aruna—açafroadas; dekhi' nityãnanda prabhu kahe bhakta-gane
vasana—vestes; pulaka-aéru—arrepio de cabelo e choro; kampa—tremor; sveda- ei-rüpe nrtya ãge habe grãme-grãme
transpiração; tãhãte—nisso; bhüsana—os ornamentos. dekhi'—vendo isso; nityãnanda—Senhor Nityãnanda Prabhu; prabhu—o Senhor;
kahe—diz; bhakta-gane—aos devotos; ei-rüpe— dessa maneira; nrtya—dança; ãge—
T R A D U Ç Ã O — O corpo de Sri Caitanya Mahãprabhu era naturalmente muito belo. •nais tarde; habe—haverá; grãme-grãme—em todas as aldeias.
Era como ouro derretido revestido de roupa açafroada. Na verdade, Ele ficava
belíssimo por ornamentar-Se com os sintomas do êxtase, que fazia Seu cabelo TRADUÇÃO—Vendo o canto e a dança do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, o
arrepiar-se, lágrimas jorrarem de Seus olhos e produzirem-se tremores e trans- Senhor Nityãnanda predisse que mais tarde haveria dança e canto em todas as
piração por todo o Seu corpo. •Idéias.

VERSO 80 siGNincADO—ApUca-se esta predição de Sri Nityãnanda Prabhu, não apenas à


5
CfpjRri cifre * i r e b?i e i e ^ t a i "Kha, como também a todo o m u n d o . Por Sua graça, agora, isto está acontecendo.
0s
membros da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna viajam
is citas <erfèr.i, c*ra atra. ata ia II w n a
8ora de aldeia em aldeia, nos países ocidentais, chegando inclusive a carregar
604 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia
Madhya-li U 7 yerso 88

a Deidade com eles. Estes devotos distribuem variada literatura por todo o mund fgADUÇÃO—Após terminar Seus banhos, Eles retornaram ao templo ao meio-dia.
Esperamos que estes devotos, pregadores da mensagem de Sri Caitanv permitido a entrada de Seus próprios homens, Sri Nityãnanda Prabhu fechou
Mahãprabhu, sigam Seus passos mui séria e estritamente. Se observarem as reer a porta que dava para a rua.
e regulações e cantarem as dezesseis voltas diariamente, seu esforço de p r e e

o culto de Sri Caitanya Mahãprabhu com certeza será coroado de êxito. VERSO 86

VERSO 83 «ca ctl^Nf s f è s i ç c a fè-spi « a r è i i


« i f o a s í i c ç i » c i t a * çtf%*i su ara i alça era « a r a r a í c a a"tf&' a t l i n w. n
« c a fsrs»Ta»«KiWfèp ifom\ « i r a II v~© II tabe gopinãtha dui-prabhure bhiksã karãilã
prabhura éesa prasãdãnna sabe bãhti' khãila
níikãla haila, loka chãdiyã nã yãya tabe—em seguida; gopinãtha—Gopinãtha Acãrya; dui-prabhure—aos dois Senhores
tabe nityãnanda-gosãhi srjilã upãya Caitanya Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu; bhiksã karãilã—deu prasãda para
atikãla—muito tarde; haila—fazia-se; loka—as pessoas em geral; chãdiyã— abando- comer; prabhura—do Senhor; éesa—os restos; prasãda-anna—alimento; sabe—todos
nando; nã yãya—não vão; fabe—nessa altura; nityãnanda—Srila Nityãnanda Prabhu; eles; bãhti'—compartilhando; khãila—comeram.
gosãni—o mestre espiritual; srjilã— inventou; upãya—um meio.
TRADUÇÃO—Então, Gopinãtha Acãrya trouxe prasãda para os dois Senhores co-
T R A D U Ç Ã O — A o ver que já estava ficando tarde, o Senhor Nityãnanda Prabhu, merem, e, após Estes comerem, os restos do alimento foram distribuídos entre
o mestre espiritual, inventou um meio de dispersar a multidão. todos os devotos.

VERSO 84 VERSO 87
l a j i ^ asfac« ç&tí arçc * 14*1 i
5 5
« f a ' # k f c*Tí«-*Pi « u f i ' a r a a í c a i
« i ç l cwfà' c i t ^ « n ^ c a c ^ f r c a * «jtjpi | vs II 'çfà' '*f*' afsf c i t * c a n i r a i « c a u n ii
SUMI' éuni' loka-saba ãsi' bahir-dvãre
madhyãhna karite gelã prabhuke lahã 'hari' 'hari' bali' loka kolãhala kare
tãhã dekhi' loka ãise caudike dhãhã éuni' éuni'—ao ouvirem falar disso; loka-saba—todas as pessoas; asi'—vindo ali;
madhyãhna karite—almoçar ao meio-dia; gelã—foram; prabhuke—Senhor Sri bahir-dvãre—h porta do templo; hari hari—o santo nome do Senhor; bali'—cantaram;
Caitanya Mahãprabhu; lahã—levando; tãhã dekhi'—vendo isso; loka—as pessoas loka—todas as pessoas; kolãhala—clamor estrondoso; kare—produziram.
em geral; tfise—vieram; caudike—ao redor; dhãhã— correndo.
T R A D U Ç Ã O — A o ouvirem falar disso, todas as pessoas aproximaram-se da porta
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o Senhor Nityãnanda Prabhu levou ári Caitanya Mahã- do templo e começaram a cantar o santo nome: " H a r i ! Hari!" Produziram, assim,
prabhu para almoçar ao meio-dia, todos vieram correndo, pondo-se ao redor »m clamor estrondoso.
dEles.
VERSO 85 VERSO 88
aaii^ «fa*1 « i t l n cisl-ifaca i « c a «ratara ara « a r a > r c a t e i i
acafa' a>*ti& fàiara<TTcan w n «iracn «itfial c i t « *trai a a n ii uv II
madhyãhna kariyã ãilã devatã-mandire fabe mahãprabhu dvãra karãilã mocana
nija-gana praveéi' kapãta dila bahir-dvâre ãnande ãsiyã loka pãila daraéana
madhyãhna kariyã—banhando-Se, etc; ãilã—voltaram; devatã-mandire—ao templ° tabe—em seguida; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; dvãra—a porta;
do Senhor; nija-gana pravesi'—permitindo a Seus próprios homens; kapãta dila— karãilã—fez; mocana—abrindo; ãnande—com grande prazer; ãsiyã—vindo; loka—
fechou; bahir-dvãre—a porta que dava para a rua. todas as pessoas; pãila—obtiveram; daraéana—visão.
606 Sri Caitanya-carítàmrta Madhya-m, V í ( j 0 95 A viagem do Senhor pelo sul da índia 607

TRADUÇÃO—Depois do almoço, ári Caitanya Mahãprabhu fê-los abrir a po VERSO 92


Dessa maneira, com g r a n d e prazer, todos tiveram audiência com Ele. «jfSes ire f f i c i tf%ii i
VERSO 89 iw-m •tire « ç w%» n etf%*n B «
mürcchita hahã sabe bhümite padila
«sfcra «roí »i<ta crias <«tr.i, *Tt11 tãhhã-sabã pane prabhu phiri' nã cãhila
l l ü Cita*. I C I 1 t C 5 , ^HI II 11 mürcchita hahã— ficando inconscientes; sabe—todos; bhümite—ao chão; padilã—
ei-mata sandhyã paryanta loka ãse, yãya caíram; tãhhã-sabã—todos eles; pane—em direção a; prabhu—Senhor Sri Caitanya
'vaisnava' ha-ila loka, sabe nãce, gãya Mahãprabhu; phiri'—voltando-Se; nã— não; cãhila—viu.
ei-mata—dessa maneira; sandhyã paryanta—até à noite; loka— pessoas; ase yãyz
vêm e vão; zwísruraa—devotos; ha-ila—tornaram-se; loka—todas as pessoas; saf*— TRADUÇÃO—Embora todos eles caíssem ao chão inconscientes, o Senhor não Se
todas elas; nãce—dançam; gãya—e cantam. voltou para vê-los, mas prosseguiu em frente.

TRADUÇÃO—As pessoas iam e vinham até à noite. Todas elas tornaram-se de- VERSO 93
votos Vaisnavas e começaram a cantar e a dançar. fireKw u t f i « I f s i m s:ar ÇIÍPI i
I t r e » W 1 1 ara « 1 * 1 1 3 1 J » 1 II S»8 ||
VERSO 90
vicchede vyãkula prabhu calilã duhkhl hahã
pãche krsnadãsa yãya jala-pãtra lahã
cifc atfà frKtfon f W f l - W i II »° II vicchede—pela saudade; vyãkula—perturbado; prabhu—Senhor Sri Caitanya
ei-rüpe sei (hãni bhakta-gana-sahge Mahãprabhu; calilã— prosseguia; duhkhl— infeliz; hahã— ficando; pãche—logo atrás;
sei rãtri gohãila krsria-kathã-rahge krsna-dãsa—Seu servo chamado Krsnadãsa; yãya—ia; jala-pãtra—o pote dágua;
ei-rüpe—dessa maneira; sei thãhi—naquele local; bhakta-gana-sahge—com os devo- lanã—levando.
tos; sei rãtri—aquela noite; gohãila—passou; krsria-kathã-range—conversando sobre
o Senhor Krçna com grande prazer. TRADUÇAO—Ficando muito perturbado pela saudade, o Senhor prosseguia infe-
liz. Seu servo, Krsnadãsa, que carregava Seu pote dágua, seguia atrás.
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu passou a noite naquele local e,
com grande prazer, conversou sobre os passatempos do Senhor Krsna. VERSO 94
õ p t » &*tari?t « t t r l s f t i l i
VERSO 91
«rra fàre s:at w w *fmtt* «rèn n »811
« t « : « r c i Vti * f f «fail -ÍUH i bhakta-gana upavãsl tãhãhi rahilã
« • U M fàwra fali asfV «rtfiwi II a» n ãra dine duhkhl hahã nilãcale ãilã
bhakta-gana—os devotos; wpawísf— jejuando; tãhãhi—ali; rahilã— permaneceram;
prãtah-kãle snãna kari' karilã gamana Orne—no dia seguinte; duhkhl— tristes; hahã— ficando; nilãcale—para Jagannãtha
bhakta-gane vidãya dilã kari' ãlingana nui; aiáí-voltaram.
anunl
prãtah-kãle—de manhã; snãna—banho; kari'—após tomar; karilã— partiu; 8 \~.
jornada; bhakta-gane—a todos os devotos; vidãya—adeus; dila"—deu; kari'—' 32,
£<ADUÇAO-Tod os os devotos permaneceram ali e jejuaram, mas, no dia seguin-
ãlingana—abraço. • todos voltaram tristes para Jagannãtha Puri.

TRADUÇÃO—Na manhã seguinte, após tomar Seu banho, Sri Caitanya Mj£* VERSO 95
prabhu partiu em Sua jornada rumo ao sul da índia. Despediu-Se dos dev irçfi«-«ra «fç asfãn w w i
abraçando-os.
caiifrere ara «fa' iti-if,áhíi n ÔÍ II
608 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 609

matta-simha-prãya prabhu karilã gamana ^ /-O Senhor Rama, descendente do rei Raghu, por favor, protege-Me. Ó
lit
premãveée yãya kari' nãma-sahkirtana °~l Ó
a
Kesava, matador do demônio Keái, por favor, m a n t é m - M e . "
matta-simha—um leão louco; prãya—quase como; prabhu—Senhor Sri r • |CrsP '
311 1 3
Mahãprabhu; karilã—fez; gamana—jornada; prema-ãveée—em amor extático - ^ VERSO 97
vai; kari'—realizando; nãma-sahkirtana—cantar do nome de Krsna. ' ^"V—
«A ati* »lfV »ft« sfin cftwrft i
TRADUÇÃO—Quase como um leão louco, o Senhor ári Caitanya Mahão citas OTPV *tca «cç> - ai 'çfã' 'çfà' ii »t h
seguia em Sua jornada saturado de amor extático e realizando sankirtana c
do os nomes de Krsna da seguinte forma. ei éloka padi' pathe calilã gaurahari
loka dekhi' pathe kahe,—bala 'hari' 'hari'
VERSO 96 d éloka padi"—recitando este verso krsna! krsna!; pathe—em Seu caminho; calilã—ia;
aaura-hari—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; loka dekhi'—vendo outras pessoas;
f f I f * I - 1 * 1 f * » J «P ! F P ! F P ! C? | pathe—no caminho; kahe—Ele diz; bala—dize; hari hari—o santo nome do Senhor
f í ! F P ! F P ! F P ! 3 * ! F P ! F P ! CS 1 Hari.
F P ! F P ! F P ! F P ! l F¥ i F P ! a*¥ ata. 1
TRADUÇÃO—Cantando este verso, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, conhecido
F P ! F P ! F P ! F P ! \ ?V ! FP ! *TTf% vt\» como Gaurahari, seguia Seu caminho. Assim que via alguém, pedia-lhe que can-
l í l ! a t a i ! t f * ! a í a i ! tW ! alaa ! *f a f a j tasse: "Hari! Hari!"
F P ! c*"fa i F P ! Ç*Hs! F P ! C?"ta ! f T f Ç T T ^ I VERSO 98
&fc citas («feiro t<$1 aci *fkf i
fcrsrw.' Jcrsnfl/ fcrstw/ fcrçna.' fcrsna; krsna! krsna! he
krsna! krsna! krsna! krsna! krsna! krsna! krsna! he stça ttcs icsr ata «ftfsi-asa» n s>v-«
krsna! krsna! krsna! krsna! krsna! krsna! raksa mãm sei loka prema-matta hahã bale 'hari' 'krsna'
krsna! krsna! krsna! krsna! krsna' krsna! pãhi mãm prabhura pãche sahge yãya daréana-satrsna
rama! râghava! rama! rãghava! rama! rãghava! raksa mãm sei loka—esta pessoa; prema-matta—enlouquecida de amor a Deus; hahã— ficando;
krsna! keéava! krsna! keéava! krsna! keéava! pãhi mãm Iwíe-diz; hari krsna—o santo nome do Senhor Hari e do Senhor Krsna; prabhura
krsna—Senhor Krçna; he—ó; raksa—por favor, protege; mãm—a mim; pãhi—por pãche-atrás do Senhor; sarige—com Ele; yãya—vai; daréana-satrsna—estando muito
favor, mantém; rama—Senhor Rama; rãghava—descendente do rei Raghu; keéava— ansiosa por vê-lO.
matador do demônio Kesi.
TRADUÇÃO—Quem quer que ouvisse o Senhor Caitanya Mahãprabhu cantar
TRADUÇÃO—O Senhor cantava: "Hari, Hari" também cantava o santo nome do Senhor Hari e Krçna. Dessa ma-
neira, todos seguiam o Senhor, muito ansiosos por vê-lO.
Krsna! Krsna! Krsna! Krçna! Krçna! Krsna! Krsna! he
Krçna! Krçna! Krsna! Krçna! Krçna! Krçna! Krsna! he VERSO 99
Krsna! Krçna! Krçna! Krçna! Krçna! Krçna! raksa mãm as<5i*c«l afè' «tç stca wtfifãral1
Krçna! Krçna! Krçna! Krsna! Krçna! Krçna! pãhi mãm
fãwia asfài «tca *rw i*tf*a1 ii s>s> n
Isto é: "Ó Senhor Krçna, por favor, protege-Me e m a n t é m - M e . " Ele também kata-ksane rahi' prabhu tare ãlihgiyã
cantava: vidãya karilã tare éakti sahcãriyã
kata-ksane rahi'—após permanecer por algum tempo; prabhu—Senhor Sri
Rama! Rãghava! Rama! Rãghava! Rama! Rãghava! raksa mãm ^ ' t a n y a Mahãprabhu; tare—a elas; ãlihgiyã— abraçando; vidãya karilã—despedia-
Krçna! Kesava! Krçna! Kesava! Krçna! Kesava! pãhi mãm Se; tare— elas; éakti—potência espiritual; sahcãriyã— dotando.
a
610 Sri Caitanya-caritãmrta ,. A viagem do Senhor pelo sul da índia 611
M
*»hya-l l U . Ver»" 1 0 4
T R A D U Ç Ã O — P a s s a d o algum tempo, o Senhor abraçava estas pessoas e ^flCAOO— Para que alguém se torne um pregador dotado de poder, é preciso
va de volta para casa, após dotá-las de potência espiritual. 5 G
' seja favorecido pelo Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu ou por Seu devoto,
u e
1 espiritual. Ele deve, também, pedir a todos que cantem o mahã-mantra.
ae

SIGNIFICADO—Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thâk m


° a maneira, tal pessoa poderá converter outros ao Vaisnavismo, mostrando-
e X p l i c a
que esta potência espiritual é a essência da potência de prazer e da r T r como podem tornar-se devotos puros da Suprema Personalidade de Deus.
6 3 d|
eternidade. São estas duas potências que nos legam o poder para n " " ' a

serviço devocional.
devocional. OODrÓDrio
próprio Senhor
SenhorKrsna
KrsnaououSeu
SeureDresentan^
representante, „o devotoca^ de VERSO 102
culado, podem misericordiosamente outorgar estas potências combinad"
qualquer h o m e m . Sendo assim dotada de tais potências, qualquer pessoa das a *st»it«a « c s e fães as m i
6
tornar-se um devoto puro dodo Senhor.
Senhor. Quem
Quem quer
quer que
que fosse
fosse favorecido
favoreadoDelnci*^
pelo Se
s t a «»f*Hr*ita 5a s i a ia II w II
Sri Caitanya Mahãprabhu era dotado deste poder, bhakti-éakti. Assim, os se»
res do Senhor foram capazes de pregar a consciência de Krçna, por efeito da ' °" grãmãntara haite dekhite ãila yata jana
divina. tãhra daréana-krpãya haya tãhra sama
gríma-antara haite—de diversas aldeias; dekhite—ver; ãila—vinham; yata jana—
VERSO 100 todas as pessoas; tãhra—dele; daréana-krpãya—pela misericórdia de vê-lo; haya—
c f a s n fpBMttSf «fã*1 MU | tomam-se; tãhra sama—Vaiçnavas semelhantes.
afl' 5 t d , « t C t , ItCÇ W l I I a - o | |
TRADUÇÃO—Pelo simples fato de verem tais indivíduos dotados de poder,
sei-jana nija-grãme kariyã gamana pessoas de diversas aldeias passavam a ser como eles pela misericórdia de seus
'krsna' bali' hãse, kãnde, nãce anuksana olhares.
sei-jana—esta pessoa; nija-grãme—para sua própria aldeia; kariyã gamana-
voltando lá; Árrsna bali'—falando o santo nome do Senhor Krçna; nãce—dá garga- VERSO 103
lhadas; kãnde—chora; nãce—dança; anuksana—sempre.
efa afa' cHfcaa citas c a u a « a * i
T R A D U Ç Ã O — S e n d o assim dotados de poder, eles retornavam às suas próprias
aldeias, sempre cantando o santo nome de Krçna e às vezes dando gargalhadas,
I t m i f l i t f i ' ^ t c a cwfà' caasa 5 a II II
chorando e dançando. sei yãi' grãmera loka vaisnava karãya
anya-grãml ãsi' tãhre dekhi' vaisnava haya
VERSO 101 sei—este Vaisnava; yãi'—indo à sua própria aldeia; grãmera loka—todas as pessoas
ate* e r w , stea *>*iti i da aldeia; vaisnava—devotos; karãya—faz; anya-grãml— habitantes de diversas al-
deias; asi'—vindo ali; tãhre dekhi'—vendo-os; vaisnava haya—tornam-se devotos.
m l i s 'fcwa' c< 1 n íNt-atli II :>•>> g
yãre dekhe, tare kahe,—kaha krsna-nãma TRADUÇÃO—Regressando às suas aldeias, estes indivíduos também convertiam
ei-mata 'vaisnava' kaila saba nija-grãma outros em devotos. Q u a n d o outros vinham ver estes devotos, também
yãre dekhe—quem quer que encontrasse; fdre—a ele; kahe—diz; kaha krsna-nâma- convertiam-se.
por favor, canta o mantra Hare Krçna; ei-mata—dessa maneira; vaisnava—devotos
da Suprema Personalidade de Deus; kaila—fazia; saba—todos; nija-grãma—em sua VERSO 104
própria aldeia.
efa a f a ' « t t a a t e i « c a S*tca»i i
uer
T R A D U Ç Ã O — E s s a s pessoas dotadas de poder costumavam pedir a q u a l q
vffaas 'caaia' C 5 i i a * f > a - r e » t I > 8 "
pessoa — a quem quer que avistassem — que cantassem o santo nome de ^
Dessa maneira, todos os aldeões também se tomavam devotos da Suprema Fer» sei yãi' ãra grame kare upadeéa
nalidade de Deus. ei-mata 'vaisnava' haila saba daksina-deéa
612 Sri Caitanya-caritãmrta
Madhy,.,-^ A viagem do Senhor pelo sul da índia 613
?

sei—aquele homem; yãi'—indo; ãra—diversas; grame—às aldeias- ka 0ÇÃO—Pela misericórdia do Senhor Supremo, Sri Caitanya Mahãprabhu,
D
re
upadeéa—instrução; ei-mata—dessa maneira; vaiçnava—devotos; haila—t ~~^; t rnaram-se devotos de primeira classe. Mais tarde, tornaram-se precep-
0

se; saba—todas; daksina-deéa—as pessoas do sul da índia. , nu mestres espirituais e libertaram o m u n d o inteiro,
tores ou
TRADUÇÃO—Dessa maneira, à medida que tais homens iam de aldeia em ald VERSO 108
todas as pessoas do sul da índia tornaram-se devotos.
<ÍÇIS re*i1 *ita«, e t n cisare i
VERSO 105 i^c»«t 'ca^a' «i «?a a i r e . II n
cfl^sra *tre at*re> "fs »ts w*t i
ei-mata kailã yãvat gelã setubandhe
' c a w asrei ^tca asfà' «Hf^Wíí II W II
sarva-deéa 'vaisnava' haila prabhura sambandhe
ei-mata pathe yãite safa éata jana li-mata—dessa maneira; fca/7a—realizou; yãvat—até; geia—foi; setubandhe—à parte
'vaisnava' karena tãhre kari' ãlingana
mais meridional da índia; sarva-deéa—todas as regiões; vaisnava—devotos; haila—
ei-mata—dessa maneira; pathe—no caminho; yãite—ao passarem; éata éata—cente
tornaram-se; prabhura—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; sambandhe—em relação
nas e centenas; /«na—pessoas; vaisnava—devotos; karena—faz; fà>ire—a Ele; *ari'-
com.
fazendo; ãlingana—abraço.
TRADUÇÃO—Dessa maneira, o Senhor foi até à parte mais meridional da índia,
TRADUÇÃO—Assim, ao passarem pelo Senhor em Sua jornada e serem abraçadas convertendo todas as províncias ao Vaisnavismo.
por Ele, muitas centenas de pessoas tornaram-se Vaisnavas.
VERSO 109
VERSO 106
C*fe atfCI afè' f«*| a*C*1 frS TO I *afVc»! efa «1% H c f H «lastre i
e f a catre* as citas <srfaci refaatre II>««SII ci if%s «fastpa* filtrai «refreei«>«& n
yei grame rahi' bhiksã karena yãhra ghare navadvipe yei éakti nã kailã prakãée
sei grãmera yata loka ãise dekhibãre se éakti prakãéi' nistãrila daksina-deée
yei grame—em todas as aldeias; rahi'—hospedando-Se; bhiksã— doações; karena- nava-dvipe—em Navadvipa; yei—aquela que; éakti—a potência; nã— não; kailã—
aceita; yãhra—cuja; ghare—em casa; sei—esta; grãmera— da aldeia; yafa /ofca—todas fez; prakãée—manifestação; se—esta; éakti—potência; prakãéi'—manifestando;
as pessoas; áise—vêm; dekhibãre—ver. nistãrila—libertou; d a k s i n a - d e é e — s u l da índia.

TRADUÇÃO—Em todas as aldeias o n d e Sri Caitanya Mahãprabhu hospedava-Se TRADUÇÃO—O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu não manifestou Suas potências
e aceitava doações, muitas pessoas vinham vê-lO. espirituais em Navadvipa, porém, manifestou-as no sul da índia e libertou todas
« pessoas de lá.
VERSO 107
SIGNIFICADO-Naquela época, havia muitos smârfas (seguidores não-devotos de
«fça ?*tta ç* istsfstas i rituais védicos) na terra santa de Navadvipa, a qual era também a terra natal do
d* ia «rtsia' ç<#i stfài wste, n n penhor Sri Caitanya Mahãprabhu. Chamam-se de smarfas os seguidores do smrfi-
í a s , r
" . A maioria deles não são devotos, e a principal função deles é seguir estrita-
prabhura krvãya haya mahãbhãgavata mente os princípios bramínicos. Contudo, eles não são iluminados com serviço
sei saba acãrya hahã tãrilã jagat ^vocional. Em Navadvipa, todos os acadêmicos eruditos são seguidores do smrti-
í r
krpãya—pela misericórdia
prabhura do Senhor; haya—tornam-se; mahãbhãgavaU- ^ « . e o Senhor Caitanya Mahãprabhu não tentou convertê-los. Portanto, o autor
0 s
devotos de primeira classe; sei saba—todas essas pessoas; acãrya—preceptores, erva que a potência espiritual não manifesta pelo Senhor Sri Caitanya Mahã-
«afia—tornando-se; farifa—libertaram; jagat—o m u n d o inteiro. Prabhu em Navadvipa manifestou-se, por Sua graça, no sul da índia. Assim, todos
614 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ruj Verão 113 A viagem do Senhor pelo sul da índia 615

ali tomaram-se Vaiçnavas. Com isto, deve-se entender que as pessoas na realn prathamei kahilã prabhura ye-rüpe gamana
interessam-se em pregar numa situação favorável. Se os candidatos à co 6 ei-mata jãnihã yãvat daksina-bhramana
perturbam demais, pode ser que o pregador não tente divulgar a consciê prathamei-no início; kahilã—expliquei; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahã-
Krsna entre eles. É melhor ir para onde a situação seja mais favorável. A n X ^ f ^ e
prabhu; ye-rüpe—como; gamana—a excursão; ei-mata—dessa maneira; jãnihã—
tentou-se introduzir este movimento para a consciência de Krsna na índia ' '°' >
leveis saber; yãvat—por tanto tempo quanto; da/csirw-bfcrfl/rwna-viajando pelo sul
o povo da índia, estando absorto em pensamentos políticos, não o adotou da íodia-
vam fascinados pelos líderes políticos. Por isso, preferimos vir ao Ocid ^ -

seguindo a ordem de nosso mestre espiritual, e, pela graça do Senhor Caitan' 6 T R A D U Ç Ã O D e v e - s e entender que tudo o que afirmei sobre o início do movi-
Mahãprabhu, este movimento tem sido bem sucedido. mento do Senhor refere-se também ao período em que o Senhor viajou pelo sul
da índia-
VERSO no
VERSO 113
« f ç c * C A « w , « t ç * 4t* 9*tl m i
c**l CA <$-AA # n mj Anle m n s > 11 l í f o s A\S.CS ròc<s cm\ ^TTCT I
prabhuke ye bhaje, tare tãnra krpã haya A$ c w f i ' foi t t r a rç^-amw ti 11* II
sei se e-saba lilã satya kari' laya
ei-mata yãite yãite gelã kürma-sthãne
prabhuke—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ye—quem quer que; bhaje—adore;
tare—a ele; tãhra—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; krpã—a misericórdia; haya— kürma dekhi' kaila tãhre stavana-pranãme
há; sei se—tal pessoa; e-saba—todos estes; lilã— passatempos; satya—verdade; ei-mata—dessa maneira; yaife yaife—enquanto passava; gelã—foi; kürma-sthãne—ao
kari'— aceitando como; laya—adota. lugar de peregrinação conhecido como Kürma-ksetra; kürma dekhi'—visitando o
Senhor Kürma; kaila—ofereceu; tãhre—a Ele; stavana—orações; pranãme—e
reverências.
TRADUÇÃO—Pode entender como o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu delega po-
deres a outros q u e m é realmente devoto do Senhor, tendo recebido Sua
TRADUÇÃO—Chegando ao lugar sagrado conhecido como Kürma-ksetra, o Senhor
misericórdia.
Sri Caitanya Mahãprabhu visitou a Deidade e ofereceu-Lhe orações e prestou-
Lhe reverências.
VERSO 111
SIGNIFICADO—Este Kürma-sthãna é um lugar de peregrinação bem conhecido.
<*Tjftf>aH?í»rttI A\A A\ SA \Ã*VA I
Lá existe um templo de Kürmadeva. No Prapannãmrta, diz-se que o Senhor Jagan-
fcrcifa, *ftC»IP? S t ? SA AVA II 111 11 nãtha tirou Sri Rãmãnujãcãrya de Jagannãtha Puri e, certa noite, enviou-o às
pressas a Kürma-ksetra. Este Kürma-ksetra encontra-se na linha da ferrovia meri-
alaukika-lilãya yãra nã haya viévãsa dional da índia. Deve-se ir à estação férrea conhecida como Estrada Cikã Kola.
iha-loka, para-loka tara haya nãéa Desta estação, percorrem-se treze quilômetros em direção ao Leste para chegar
alaukika—incomuns; lilãya—nos passatempos; yãra—de alguém; nã— não; haya— «> local sagrado conhecido como Kürmãcala. Aqueles que falam a língua Telugu
há; viévãsa—íé; iha-loka—neste m u n d o ; para-loka—no próximo mundo; fará—dele, Consideram este lugar sagrado muito importante. Esta afirmação está registrada
haya—há; nãéa— destruição. 113
gazeta oficial conhecida como Manual Gahjãma. Lá existe a Deidade de Kürma,
e
Srila Rãmãnujãcãrya foi enviado de Jagannãtha Puri para este local. Naquela
TRADUÇÃO—Quem não acredita nos incomuns passatempos transcendentais do é
Poca, ele pensou que a Deidade de Kürma fosse a deidade do Senhor Siva; por-
Senhor é derrotado tanto neste m u n d o quanto no próximo. ar t
j ' o , ficou ali, jejuando. Mais tarde, ao perceber que a kürma-mürtí era outra
^ n a do Senhor Visnu, instituiu adoração muito esplendorosa ao Senhor Kürma.
VERSO 112 ^contra-se esta afirmação no Prapannãmrta (Capítulo Trinta e Seis). Na realidade,
5rl
Pãda Rãmãnujãcãrya, sob a influência do Senhor Jagannãtha-deva em Jagan-
«Mc»& «ff* c n r c f vm i ^ ' h a Puri, restabeleceu este local sagrado de Kürma-ksetra, ou Kürma-sthãna.
«fa® «rrfsrç i m i f f t K - s w i II m II \
616 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 617
Verso H8
M a d h y a . m á .
Mais tarde, o templo ficou sob a jurisdição do rei de Vijaya-nagara. Os V ^ryfl—ocorrência maravilhosa; éuniyã— ouvindo; loka—as pessoas; ãila—
3 5 ç a v a
da Madhvãcãrya-sampradãya adoravam a Deidade. Diz-se que algurnas ' ! s ^nham; dekhibãre—ver; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; rüpa—be-
n S C n ( Ô e s
existentes no templo foram escritas por Sri Narahari Tirtha, q u era d a '
e ' j ^ , ; prema--e amor a Deus; dekhi'—vendo; hailã— havia; camatkãre— admiração.
S U C e s s à o
discipular de Madhvãcãrya. Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura e
6 5 8 3 5
inscrições da seguinte maneira: (1) Sri Purusottama Yati apareceu como o ' " A 0S
nADUÇÃO— P ouvir a respeito destas maravilhosas ocorrências, todos iam
m S t r u t 0 r
de muitos h o m e n s cultos. Ele era um devoto muito favorecido do Senh , 3 1 3
,té l á P "'°- v ê Ao v e r e m a
beleza d o Senhor e Seu êxtase, todos ficavam
$ D U
(2) No m u n d o inteiro, sua pregação foi aceita com grande respeito e admirados-
poder ele libertou muitos não-devotos através de fortes argumentos e de lrf ^ * VERSO 116
(3) Ele iniciou Ãnanda Tirtha e converteu muitos tolos, fazendo-os • 4

sannyãsa e castigando-os com seu bastão. (4) Todos os seus escritos e p ^ * * *


«r-íre « a » a ' « » i , *%0 'cfâ' i
são muito potentes. Ele concedeu às pessoas o-serviço devocional ao Senhor V ^ c«ratreef *ww erra fen^atç p f ü II i i * II
e a liberação para elevação ao m u n d o espiritual. (5) Suas instruções sobre serv™
devocional eram capazes de levar qualquer homem aos pés de lótus do Senhor daréane 'vaisnava' haila, bale 'krsna' 'hari'
(6) Ele também iniciou Narahari Tirtha, o qual tomou-se o governante da província premãveée nãce loka ürdhva bãhu kari'
d e Kalihga. (7) Narahari Tirtha lutou contra os Savaras, que eram candãlas ou darsane—vendo; vaisnava haila—tornavam-se devotos; bale—punham-se a dizer;
caçadores, e deste m o d o o templo de Kürma foi salvo por ele. (8) Narahari Tinha krsna—Senhor Krsna; hari—Senhor Hari; prema-ãveée—no grande êxtase de amor
foi um rei muito religioso e poderoso. (9) Ele morreu no ano 1203 da era Saka a Deus; nãce—dançam; loka—todas as pessoas; ürdhva bãhu kari'—erguendo os
no mês de Vaiáãkha, na quinzena do período da lua crescente, no dia de Ekãdasi braços.
após o templo ser construído e dedicado ao santo nome de Yogãnanda Nrsirh-
hadeva. Há uma placa datada de 29 de março de 1281 D.C., sábado. TRADUÇÃO—Todos tornavam-se devotos pelo simples fato de ver o Senhor
Caitanya Mahãprabhu. Punham-se a cantar Krsna e Hari e todos os santos nomes.
VERSO 114 Mergulhavam todos em grande êxtase de amor, e começavam a dançar, erguendo
os braços.
Calartrec»! C f f l ' t f p f if5J-%5 fo*i I
VERSO 117
e f a ' i< cwrtre* fçts • r o n rei ii iis ii ?a»ira e r r a d a « t v «ifaati i
premãveée hãsi' kãndi' nrtya-gita kaila efa eira 'reaja' foi «i® i a aita 1111111
dekhi' sarva lokera citte camatkãra haila krsna-nãma loka-mukhe éuni' avirãma
" prema-ãveée—no grande êxtase de amor a Deus; hãsi'—indo; kãndi'—chorando; sei loka 'vaisnava' kaila anya saba grama
nrtya-gita—dançando e cantando; kaila—realizava; dekhi'—vendo; sarva lokera—àe krsna-nãma—o santo nome do Senhor Krsna; loka-mukhe— da boca daquelas
todas as pessoas dali; ciffe— dentro dos corações; camatkãra—admiração; pessoas; éuni'—ouvindo; avirãma—sempre; sei loka—aquelas pessoas; vaisnava—
haila—havia. devotos; kaila—faziam; anya—outras; saba—todas; grama—aldeias.

T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o esteve neste local, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu TRADUÇÃO—Outros que sempre os ouviam cantar os santos n o m e s do Senhor
vivia em Seu costumeiro êxtase de amor a Deus e ria, e chorava, e dançava, e Krsna também tornavam-se Vaisnavas naquelas aldeias.
cantava. Todos que O viam ficavam pasmos.
VERSO 118
VERSO 115
«rr»(rtí«firai «itas i f a i «tiatre i •acis l a - i a t a e"t 'foaw' « 1 1
« t ^ s WH<m Qfôf « r i tararia II 11* II ^aasrfaísjts-agira e*t « r i f a i 11 nv 11
ãécarya éuniyã loka ãila dekhibãre ei-mata paramparãya deéa 'vaisnava' haila
prabhura rüpa-prema dekhi' hailã camatkãre krsna-nâmãmrta-vanyãya deéa bhãsãila
Sri Caitanya-caritãmrta 124 A viagem do Senhor pelo sul da índia 619
Madhy -i a Uà ,
yer*o

ei-mata—dessa maneira; paramparâya—por sucessão discipular; desa— r a


'kürma'-nãme sei grame vaidika brãhmaria
vaisnava haila—tornaram-se devotos; krsna-nãma-amrta—ào néctar do santo bahu éraddhã-bhaktye kaila prabhura nimantrana
de Krsna; vanyãya—na inundação; deéa—toda a região; bhãsãüa—inundou"^"* wffrna-nàme—chamado Kürma; sei—esta; grame—na aldeia; vaidika brãhmana—
brãhmana védico; bahu—muita; éraddhã-bhaktye—com fé e devoção; kaila—íez;
áe 5 r I
T R A D U Ç Ã O — P o r ouvir o santo nome de Krsna, a região inteira tornou-se VV ^bhura— Caitanya Mahãprabhu; nimantrana—convite.
va. Era como se o néctar do santo nome de Krsna inundasse toda a região^
TRADUÇÃO—Numa aldeia, havia um brãhmana védico chamado Kürma. Ele con-
VERSO 119 vidou o Senhor Caitanya Mahãprabhu à sua casa com grande respeito e devoção.

«ra^aíà ara « r a t f i i i i VERSO 122


$ c a a etaas as> i « H r a a s f ã H 11 ll
aca «ntfip «fça cm *ttw < s n r m i
kata-ksane prabhu yadi bãhya prakãéila efa m açi-ifís asfãi 11 II
kürmera sevaka bahu sammãna karilã
kata-ksarie—após algum tempo; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; yadi— ghare ãni' prabhura kaila vãda praksãlana
quando; bãhya—consciência externa; prakãéila— manifestou; kürmera—da Deidade sei jala vaméa-sahita karilã bhaksana
do Senhor Kürma; sevaka—um servo; bahu—muito; sammãna—respeito; ghare ãni'—após trazê-lO à sua casa; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahã-
karilã— mostrou. prabhu; kaila—fez; pada praksãlana—ablução dos pés de lótus; sei jala—aquela água;
vaméa-sahita—com todos os familiares; karilã bhaksaria—bebeu.
T R A D U Ç Ã O — P a s s a d o algum tempo, q u a n d o o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu
manifestou Sua consciência externa, um sacerdote da Deidade do Senhor Kürma TRADUÇÃO—Este brãhmana trouxe o Senhor Caitanya Mahãprabhu à sua casa,
deu-Lhe diversas oferendas. lavou-Lhe os pés de lótus e, com seus familiares, bebeu a água.

VERSO 120 VERSO 123

c a * artre ara s t t l <ífa aiaçta i «iera«iasra c ^ r e t w l abatei 1


<aas ísifê» a^tci, n atàia «ira ata 11 « ettTífas* erara *ta°et ^fai 11 H* H
yei grame yãya tãhãh ei vyavahãra aneka-prakãra snehe bhiksã karãilã
eka fhãhi kahilã, nã kahiba ãra bãra gosãhira éesãnna sa-varhée khãila
yei grame—a qualquer aldeia que; yãya—Ele vá; tãhãh—lá; ei—este; vyavahãra— aneka-prakãra—diversas espécies; snehe—com afeto; bhiksã— alimento; karãilã—íê-
comportamento; eka thãhi— um local; kahilã—descrevi; mi—não; kahiba—descre- K) comer; gosãhira—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; éesa-anna—restos do alimen-
verei} ãra—outra; bãra—vez. to; sa-vamse—com todos os membros da família; khãila—comeu.

TRADUÇÃO—Eu já expliquei como Sri Caitanya Mahãprabhu pregava, e não repe- TRADUÇÃO—Com grande afeto e respeito, este brãhmana Kürma fez Sri Caitanya
tirei a explicação. Em todas as aldeias que o Senhor entrava, Seu comportamento Mahãprabhu comer toda espécie de alimentos. Em seguida, os restos do alimento
era o mesmo. foram compartilhados entre todos os membros da família.

VERSO 121 VERSO 124

'ftf-itre efa catei cafaa* arai«i i 'efa *tra*ra csrata am «ora a r e i


a* «raHsrerç cm « f ç a f*wa«i II II efa *rra*ra t r a s t e , •errai erra í c a n n
620 Sri CaiUnya-caritâmrta Madhy j- A viagem do Senhor pelo sul da índia 621
Versou
'yei pãda-podma tomara brahmã dhyãna kare . u n d o material. É verdade que alguém pode ser muito feliz no que diz respei-
m

sei pãda-padma sãksãt ãila mora ghare a r i q u e z a e outro pode ser muito opulento sob todos os aspectos, todavia,
yei—estes; pãda-padma—pés de lótus; tomara—Teus; brahmã— Senhor R j ° j ã o obrigados a lidar com os visayas para satisfazer as exigências do corpo
o S s
m á
dhyãna kare—medita em; sei pãda-padma—estes pés de lótus; sãksãt—dú- et ; je tantos familiares e subordinados. É preciso submeter-se a muitos incômodos
ãila—vieram; mora—minha; ghare—à casa. e
' socorrer os outros. Portanto, Narottama dãsa Thãkura ora: visaya<hãdiyã kabe
bMha ha'be mana. Deste modo, é preciso desvencilhar-se do modo de vida materia-
TRADUÇÃO—Então, o brãhmana começou a orar: "O m e u Senhor, s 0 lista. É preciso mergulhar no oceano de bem-aventurança transcendental. Em
Brahmã medita em Teus pés de lótus e estes mesmos pés de lótus vieram à • °' urras palavras, não se pode saborear bem-aventurança transcendental sem se
casa." livrar do modo de vida materialista. Parece que o brãhmana chamado Kürma era
muito feliz materialmente, pois expressou sua tradição familiar como janma-kula-
VERSO 125 fl^na. Agora, ao tornar-se glorioso, ele queria deixar todas aquelas opulências
materiais. Queria viajar com Sri Caitanya Mahãprabhu. Segundo o costume da
citn «tetra t r u n i t s vw* i civilização védica, o h o m e m deve deixar sua família após atingir cinqüenta anos
«rn% cira t f o «i sm-fi-«w II i^ff II de idade e ir para a floresta de Vrndãvana a fim de dedicar o resto de sua vida
ao serviço do Senhor.
mora bhãgyera slmã nã yãya kahana
ãji mora élãghya haila janma-kula-dhana
mora—minha; bhãgyera—da fortuna; slmã—o limite; na"—não; yãya—possível; VERSO 127
kahana—descrever; ãji—hoje; mora—meus; élãghya—gloriosos; haila—tomaram-se;
tt
janma—nascimento; kula—família; dhana—e riquezas. «rç^ ase*, iàcs i t s , mt_ n ^fcn i
<JCÇ *fV Ç H - H l fl?TO?! cm 11 II
TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, não tem limite a minha grande fortuna. Não
se pode descrevê-la. Hoje, minha família, nascimento e riquezas tomaram-se prabhu kahe, — "aiche vãt kabhu nã kahiba
todos gloriosos." grhe rahi' krsna-nãma nirantara laibã
prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; aiche vãt—tais palavras; kabhu—
VERSO 126 em tempo algum; nã kahiba— não deves falar; grhe rahi'—permanecendo em casa;
krsna-nãma—o santo n o m e do Senhor; nirantara—sempre; laibã— deves, cantar.
?*ti «rç, cite?, i t « c$t«ii-ici i
i f t c s m «ftfã 5 : 1 fàis-sscw «' H * n
krpã kara, prabhu, more, yãh tomã-sahge "TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: " N ã o tornes a falar desta manei-
sahite nã pari duhkha visaya-tarahge' ra. É melhor permaneceres em casa e cantares o santo nome de Krsna s e m p r e . "
krpã kara—por favor, agracia; prabhu—Ó meu Senhor; more—a mim; yãh—eu vou,
tomã-sahge—contigo; sahite nã pãti—não posso tolerar; duhkha—as tributações,
visaya-tarahge—nas ondas da vida materialista. SIGNIFICADO—Não é aconselhável, nesta era de Kali, que alguém deixe sua família
de repente, pois as pessoas não recebem treinamento apropriado de brahmacãrís
TRADUÇÃO—O brãhmana suplicou ao Senhor Caitanya Mahãprabhu: "Meu que- egrhasthas. Portanto, Sri Caitanya Mahãprabhu aconselhou ao brãhmana que não
rido Senhor, por favor, agracia-me e deixa-me ir contigo. Não posso mais tolerar ficasse tão ansioso de abandonar a vida familiar. Era melhor para ele permanecer
as ondas de miséria provocadas pela vida materialista." com sua família e tentar purificar-se cantando o mahã-mantra Hare Krsna, regular-
mente, sob a orientação de um mestre espiritual. Esta é a instrução de Sri Caitanya
SIGNIFICADO— Esta afirmação é aplicável a todos, independentemente de q *° u
Mahãprabhu. Se todos seguissem este princípio, não haveria necessidade de acei-
ricos ou prósperos possam ser. Narottama dãsa Thãkura confirma esta declarai•* tar sannyãsa. No verso seguinte, Sri Caitanya Mahãprabhu aconselha a todos a
tQ
samsãra-visãnale, divã-niéi hiyã jvale. Ele afirma que o modo de vida maten ^ rnarem-se chefes de família ideais, cantando o mantra Hare Krçna sem cometer
provoca um ardor no coração. Não se pode assegurar o futuro da ofensas e ensinando o mesmo princípio a todos que encontrem.
h-ibulada vi"
Ma
622 Sn Caitanya-caritãmrta «%Mn,
Verso 13° A viagem do Senhor pelo sul da índia 623
VERSO 128 conselho ao brãhmana Kürma. Ou seja, deve-se permanecer em casa, cantar
atre cwi, stre ara W - f c i w t i ^mantra Hare Krsna e pregar as instruções dadas por Krçna no Bhagavad-gitã e
lo $rímad-Bhãgawtam.
«rara traíra «a» **i sta' cw»t« n

yare defc/ia, fare to/ja 'krsna'-upadeéa


VERSO 129
ãmãra ãjnãya guru hanã tara' ei deéa afç «1 atfãre estata raaa-saw i
yãre-quem quer que; defcna—encontres; tare—a ele; Aar/a-dize; fcrsna-
instrução do Bhagavad-gitã conforme o Senhor a falou ou do Srimad-Bhãg~
upodeáo
a •rasf*t ia* fctfas *rtre cara iw i* s » «
1
que nos aconselha a adorar Sri Krçna; ãmãra ãjnãya—sob Minha ordem; guruha'-" '
m kabhu nã vãdhibe tomara visaya-tarahga
tornando-te um mestre espiritual; tara'—libera; ei deéa—esta região. ~
punarapi ei fhãhi pãbe mora sahga"
kabhu—em tempo algum; nã— não; vãdhibe—impedirá; tomara—teu; visaya-
T R A D U Ç Ã O — " I n s t r u i a todos a seguirem as ordens dadas pelo Senhor Sri Krs toTunga—moáo de vida materialista; punarapi—novamente; ei thãhi—neste local;
no Bhagavad-gitã e no Srimad-Bhãgavatam. Dessa maneira, torna-te um mesT*
pjbe—obterás; mora—Minha; sahga—companhia.
espiritual e tenta liberar a todos nesta t e r r a . "
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu aconselhou ainda ao brãhmana Kürma:
SIGNIFICADO Esta é a missão sublime da Sociedade Internacional para a Consci- "Se seguires esta instrução, tua vida materialista no lar não impedirá teu avanço
ência de Krishna. Muitas pessoas vêm perguntar-nos se têm que abandonar a espiritual. Na verdade, se seguires estes princípios regulativos, encontrar-nos-
vida familiar para juntar-se à Sociedade, entretanto, esta não é nossa missão. Cada emos aqui novamente, ou melhor, jamais perderás Minha companhia."
um pode permanecer confortavelmente em sua residência. Simplesmente pedimos
a todos que cantem o mahã-mantra: Hare Krçna, Hare Krçna, Krçna Krçna, Hare
SIGNIFICADO—Esta oportunidade é para todos. Se alguém simplesmente seguir
Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare. Se alguém é educado
as instruções de Sri Caitanya Mahãprabhu, sob a orientação de Seu representante,
e p o d e ler o Bhagavad-gitã Como EleÉeo Srimad-Bhãgavatam, isso é muito melhor.
e cantar o mantra Hare Krçna, ensinando a todos, tanto quanto possível, o mesmo
Estas obras estão agora disponíveis em tradução para o português e editadas mui
princípio, a contaminação do modo de vida materialista nem sequer o tocará. Não
autorizadamente para satisfazerem a toda classe de homens. Ao invés de viver
importa que alguém viva em lugares sagrados, como Vrndãvana, Navadvipa ou
absorto em atividades materiais, o povo de todo o m u n d o deve aproveitar-se deste
Jagannãtha Puri, ou em cidades ocidentais, onde o modo de vida materialista é
movimento e cantar o mahã-mantra Hare Krçna em casa com suas famílias. Deve
muito proeminente. O devoto que seguir as instruções de Sri Caitanya Mahã-
também abster-se de atividades pecaminosas — do sexo ilícito, do consumo de
prabhu viverá na companhia do Senhor. Seja qual for o lugar em que viva, conver-
carne, do jogo de azar e da intoxicação. Destes quatro itens, o sexo ilícito é muito
terá aquele local em Vrndãvana e Navadvipa. Isto significa que o materialismo
pecaminoso. Todos devem casar-se. Especialmente, toda mulher deve casar-se.
não pode tocá-lo. Este é o segredo do êxito para quem quer avançar na consciência
Se o número de mulheres excede ao de homens, alguns homens podem aceitar
de Krçna.
mais de u m a esposa. Desta maneira, não haverá prostituição na sociedade. Se
os homens p u d e r e m casar-se com mais de uma esposa, a vida sexual ilícita será
sustada. Pode-se, também, preparar muitos pratos gostosos para oferecer a VERSO 130
Krçna — cereais, frutas, flores e leite. Por que entregar-se ao consumo desneces-
sário de carne e manter horríveis matadouros? De que adianta fumar e beber chá uai as ara aca are el^fàwl i
e café? As pessoas já estão intoxicadas com gozo material e, se ficarem mais into- cal ètM ^re, sire arara ft*H«>*•
xicadas, que oportunidade terão de alcançar a auto-realização? De forma seme-
lhante, não se deve participar de jogos de azar e desnecessariamente agitar a ei mata yãhra ghare kare prabhu bhiksã
mente. O verdadeiro objetivo da vida h u m a n a é alcançar a plataforma espiritual sei aiche kahe, tãhre karãya ei éiksã
e voltar ao Supremo. Este é o summum bonum da realização espiritual. O movi- ei mafa—dessa maneira; yãhra—de quem; ghare—na casa; kare—íaz; prabhu—
mento para a consciência de Krçna está tentando elevar a sociedade humana a Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; bhiksã— aceitando prasãda; sei—esse homem;
perfeição da vida, seguindo o método descrito por Sri Caitanya Mahãprabhu, em aiche—de modo semelhante; kahe— diz; farire—a ele; karãya—faz; ei—esta; éiksã—
"Urninação.
624 Sri Caitanya-caritãmrta l y l a d
hy .]j A viagem do Senhor pelo sul da índia 625
a l j

TRADUÇÃO—Na casa de todo aquele que ári Caitanya aceitasse caridade to pathe yãite devãlaye rahe yei grame
prasãda, Ele convertia seus habitantes ao Seu movimento de sank ° U n < l 0
yãhra ghare bhiksã kare, sei mahã-jane
aconselhava-os exatamente como aconselhou ao brãhmana chamado K*** '
kürme yaiche riti, taiche kaila sarva-thãhi
nilãcale punah yãvat nã ãilã gosãni
SIGNIFICADO—Explica-se aqui muito bem o culto de Sri Caitanya MahãD , yãite—ao passar pela estrada; devãlaye—num templo; rahe—Ele Se hospeda;
Aquele que se rende a Ele e está pronto a segui-lO de todo o coração não n i^' ^ Mie—em qualquer aldeia; yãhra ghare—em cujo local; bhiksã kare—aceita doa-
mudar de lugar. Tampouco é necessário que mude de status. Pode conti^* - ou come; sei mahã-jane—a tão grande personalidade; kürme—ao brãhmana
sendo chefe de família, médico praticante, engenheiro ou o que for. Não ünDo" ' 3
^ yaiche— assim como; riti—o procedimento; taiche—da mesma maneira;
A única coisa que precisa fazer é seguir as instruções de Sri Caitanya Mahãprabh. 3
•j-íez; sarva-thãhi—em todos os locais; nilãcale—a Jagannãtha Puri; punah—
cantar o mahã-mantra Hare Krsna e instruir parentes e amigos sobre os ensiname" novamente; yãvat—até; mi—não; ãilã— retornou; gosãni—o Senhor.
tos do Bhagavad-gitã e do Srimad-Bhãgavatam. No lar, deve-se aprender humildade
e mansidão, seguindo as instruções de Sri Caitanya Mahãprabhu, e dessa maneira TRADUÇÃO—Durante Sua jornada, Sri Caitanya Mahãprabhu passava a noite
a vida de todos será espiritualmente exitosa. Não se deve tentar artificialmente num templo ou à beira da estrada. Sempre que .-.ceitava comida de alguém, dava-
ser um devoto avançado, pensando: "Sou um devoto de primeira classe." Deve-se lhe o mesmo conselho que deu ao brãhmana chamado Kürma. Ele adotou este
evitar tal pensamento. É melhor não aceitar discípulo algum. É necessário purificar- método até retornar a Jagannãtha Puri de Sua viagem pelo sul da índia.
se em casa, cantando o mahã-mantra Hare Krsna e pregando os princípios enun-
ciados por Sri Caitanya Mahãprabhu. Assim, todos podem tornar-se mestres VERSO 133
espirituais e livrar-se da contaminação da vida material.
w s ^ a I t i asfç*rt« asfaal fausta i
Existem muitos sahajiyãs que depreciam as atividades dos seis Gosvãmis — Srila
Rüpa, Sanãtana, Raghunãtha dãsa, Bhatta Raghunãtha, Jiva e Gopãla Bhatta
<$|»r* «rtfaca «rça l a a aiacta ii >«•« n
Gosvãmis —, que são os associados pessoais de Sri Caitanya Mahãprabhu e que ataeva ihãh kahilãh kariyã vistãra
iluminaram a sociedade, escrevendo livros sobre o serviço devocional. De modo ei-mata jãnibe prabhura sarvatra vyavahãra
semelhante, Narottama dãsa Thãkura e outros grandes ãcãryas, como Madhv- ataeva—portanto; iTiiíri—aqui; kahilãh—descrevo; kariyã vistãra—elaboradamente;
ãcãrya, Rãmãnujãcãrya e outros, aceitaram muitos milhares de discípulos para n-mato—dessa maneira; jãnibe—vós conhecereis; prabhura—de Sri Caitanya Mahã-
induzi-los a prestar serviço devocional. Entretanto, certa classe de sahajiyãs acha prabhu; sarvatra—em toda parte; vyavahãra—o comportamento.
que tais atividades são contrarias aos princípios do serviço devocional. Na verdade,
eles consideram tais atividades simplesmente como outra fase do materialismo. TRADUÇÃO—Assim, acabo de descrever elaboradamente o comportamento do
Assim, opondo-se aos princípios de Sri Caitanya Mahãprabhu, cometem ofensas Senhor no caso de Kürma. Dessa maneira, podereis conhecer o comportamento
a Seus pés de lótus. Seria melhor que considerassem as instruções de Sri Caitanya de Sri Caitanya Mahãprabhu por todo o sul da índia.
Mahãprabhu e, ao invés de buscar fama de humildes e mansos, deveriam abster-
se de criticar os seguidores de Sri Caitanya Mahãprabhu, que se ocupam na pre- VERSO 134
gação. Para proteger Seus pregadores, Sri Caitanya Mahãprabhu dá conselhos
IÍIITS c i l ?tfà s r è r l afcm i
muito claros nestes versos do Caitanya-caritãmrta.
sjrssffcêi cia asfãal sfrwl II >*8 n
VERSOS 131—132 ei-mata sei rãtri tãhãhi rahilã
prãtah-kãle prabhu snãna kariyã calilã
ei-mata—dessa maneira; sei rãtri—naquela noite; tãhãhi—ali; rahilã— permanecia;
* t M i m e i c*?t»rca ac* c*il aitca i Wah-kãle— de manhã; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; snãna—banho; kariyã—
tomando; calilã—partia outra vez.
ata aca f w l a>ca, c r i açfwc» 11 . « s 11
fca" fcacç ftfs, bscs tom *pffrffip i TRADUÇÃO—Assim, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu pernoitava num lugar
f r i t e c r »t?s ata«. «ri «rrlii c t w f a j 11 s«*n *' «a manhã seguinte, após banhar-Se, partia outra vez.
626 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 627
Madhy _,-
a lU ?

VERSO 135 VERSO 138

«rça «içarw' aç 3a «rt^n atraca ^fwrl ctcçl ci Wfapa «ituw 1


«r^tftca a<s *f%' aca ft&tlii 1 1 « tfrfã^tca i r l n «tetro $cáa «ai n vá*11
prabhura anuvraji' kürma bahu dura ãilã rãtrite éunila tenho gosãhira ãgamana
prabhu tãhre yatrta kari' ghare pãthãila dekhibãre ãilã prabhãte kürmera bhãvana
prabhura—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; anuvraji'—acompanhando- lã jte—a noite; éunila— ouviu falar; tenho— ele; gosãhira—do Senhor Sri Caitanya
ritr

o brãhmana chamado Kürma; bahu—muita; dura—distância; ai/á—veio- vrabh~ Mahãprabhu; ãgamana—a chegada; dekhibãre—vê-lO; mtó—veio; prabhãte—áe
Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhre—a ele; yatna kari'—tomando muito ""~ manhã; kürmera—do brãhmana chamado Kürma; bhãvana—à casa.
do; ghare—paia a sua casa; pã\hãilã— enviou.
TRADUÇÃO—Então, certa noite, Vasudeva ouviu falar da chegada do Senhor
TRADUÇÃO—Quando Sri Caitanya Mahãprabhu partiu, o brãhmana Kürm Caitanya Mahãprabhu e, de manhã, foi ver o Senhor na casa de Kürma.
acompanhou-O por u m a grande distância, mas, oportunamente, o Senhor
Caitanya cuidou de reenviá-lo para sua casa. VERSO 139

VERSO 136
« f ç a Mas ^ - ^ c a r e ^fsMPi 1
'argcwa'-irfíi rw açwa 1 « f a C ^ »tr%»l1 $sc*f «ífw* $<#1 II II
i<tcw ffaras «tra à^t^staa 11 s-es» 11 prabhura gamana kürma-mukhete éunihã
'vasudeva'-nãma eka dvija mahãéaya bhümite padilã duhkhe mürcchita hahã
sarvãhge galita kusfha, tãte kidã-maya prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; gamana—a ida; kürma-mukhete—
vãsudeva-nãma—chamado Vasudeva; eka dvija—um brãhmana; mahãéaya—uma da boca do brãhmana Kürma; éunihã— ouvindo; bhümite—ao chão; padilã—caiu;
pessoa grandiosa; sarva-ahge—por todo o seu corpo; galita—aguda; kusfha—lepra, duhkhe—com grande aflição; mürcchita—inconsciência; hahã— tornando-se.
tãte—neste; kidã-maya—cheio de vermes vivos.
TRADUÇÃO—Ao chegar à casa de Kürma para ver Caitanya Mahãprabhu, o le-
TRADUÇÃO—Havia, também, um brãhmana chamado Vasudeva, que era pessoa proso Vasudeva foi informado de q u e o Senhor já partira. Então, o leproso caiu
grandiosa, mas sofria de lepra. Na verdade, seu corpo estava cheio de vermes ao chão inconsciente.
vivos.
VERSO 137 VERSO 140

•«w «cs cal #t?l afãal *t?a 1 •w&Tf «lasta f a i t f asfaes i t f à n 1


Sfct-íH dl a?t<?t atei cal frtín 11 yos 11 c * r ! » c « i i t f i ' « t ç ^ f c a « i t f i f à f i t 11 ÍS»

ahga haite yei kidã khasiyã padãya anefcfl prakãra vilãpa karite lãgilã
ufhãhã sei kidã rãkhe sei thãha sei-ksane ãsi' prabhu tãhre ãlihgilã
ahga haite—de seu corpo; yei—que; kidã—um verme; khasiyã—cai; padãya—caindo* aneka prakãra—diversas espécies; vilãpa—lamentação; karite—a fazer; lãgilã—
ufhãhã— pegando; sei—aquele; kidã— verme; rãkhe—coloca; sei (hãna—no mesmo começou; sei-ksane—imediatamente; ãsi'—regressando; prabhu—Sri Caitanya
lugar. Mahãprabhu; tãhre—a ele; ãlihgilã— abraçou.

TRADUÇÃO—Embora sofresse de lepra, o brãhmana Vasudeva era Uuminado- TRADuçÃo-Como Vasudeva, o brãhmana leproso, se lamentasse por não ter
Assim q u e um verme caía de seu corpo, ele pegava-o e recolocava-o no mes Podido ver Caitanya Mahãprabhu, imediatamente o Senhor regressou àquele
, 0 c
lugar. a l e abraçou-o.
628 á r i Caitanya-caritãmrta M
adhy . ,
a u à 7
A viagem do Senhor pelo sul da índia 629

VERSO 141 .pUÇÃO—Ele disse: " ' Q u e m sou eu? Pobre e pecaminoso amigo de um
jhmana- E quem é Krsna? A Suprema Personalidade de Deus plena de seis
«tft--»te«f s*:a-ire fre 0m I
opulências- Não obstante, Ele abraçou-me com Seus dois braços,' "
i f f ç t «ii ^ « * a * l i II i 8 i II
vrabhu-sparée duhkha-sange kusfha dure gela F i c A D O -Sudãmã Brãhmana falou este verso no Srimad-Bhãgavatam (10.81.16)
G N r

ãnanda sahite ahga sundara ha-ila em referência a seu encontro com o Senhor Krsna.
vrabhu-sparée—pelo toque de Sri Caitanya Mahãprabhu; duhkha-sange—junt
311 611
te com sua tristeza; kusfha—a infecção de lepra; dure—a um lugar distante- / VERSOS 144—145
foram-se; ãnanda sahite—com muito prazer; ahga—todo o corpo; sundara—h í~~
ha-ila—ficou. a$ «rjs afà' a r e , — « r a t i a i
wfta uni 9*1 irfè, c«titre> <sl m«*88 n
T R A D U Ç Ã O — A o ser tocado por Sri Caitanya Mahãprabhu, tanto a lepra q
retre caía' reta *\m t u a *ttaa i
u a

sua aflição foram-se embora. Deveras, o corpo de Vasudeva ficou muito be" °
para sua grande felicidade. rei-retre « w « T i , - i « a SN? n i8<t«
VERSO 142 banw sfMfí fcari' fca/ie,—suna, dayã-maya
apjjgH etV «ta fâ-sa fcpi ai i jive ei guna nãhi, tomate ei haya

orf« *tf%* t i r e afà, araca « a i n 18* n more dekhi' mora gandhe palãya pãmara
prabhura krpã dekhi' tãhra vismaya haila mana hena-more sparéa' tumi,—svatantra levara
éloka padi' pãye dhari, karaye stavana bahu—muitas; stuti—orações; kari'—apresentando; kahe—diz; éuna—por favor,
prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; krpã—a misericórdia; dekhi'- ouve; dayã-maya—ó misericordiosíssimo Senhor; jive—na entidade viva; ei—esta;
vendo; tãhra—do brãhmana Vasudeva; vismaya haila mana—houve admiração em guna—qualidade; nãhi—não há; tomate—em Ti; ei—esta; haya—é; more dekhi'—ao
sua mente; éloka padi'—recitando um verso; pãye dhari—tocando Seus pés de lótus; ver-me; mora gandhe—por sentir o cheiro de meu corpo; palãya—afasta-se correndo;
karaye stavana—oferece orações. pãmara—mesmo um homem pecaminoso; hena-more—uma pessoa como eu;
sparéa'—tocas; fumi—Tu; sva-tantra—plenamente independente; levara—a Suprema
TRADUÇÃO—Enchendo-se de admiração ao presenciar a maravilhosa misericórdia Personalidade de Deus.
de Sri Caitanya Mahãprabhu, o brãhmana Vasudeva começou a recitar um verso
do Srimad-Bhãgavatam, tocando nos pés de lótus do Senhor. TRADUÇÃO—O brãhmana Vasudeva prosseguiu: " Ó meu misericordioso Senhor,
esta misericórdia não é possível para entidades vivas comuns. Somente em Ti
VERSO 143 pode-se encontrar tal misericórdia. Ao ver-me, mesmo uma pessoa pecaminosa
vai embora devido ao mau odor de meu corpo. Ainda assim. Tu tocaste em mim.
wir- wfãrâs »rt%ra • §fãre«a: i Assim é o comportamento independente da Suprema Personalidade de D e u s . "
3ata^fàf% Tf?A atçsjT* *rra?f%«: i » B « B

kvãham daridrah pãpiyãn VERSO 146


kva krsnah éti-niketanah «ufèits « t i «ma 5 * 1 1
brahma-bandhur iti smãham
bãhubhyãm parirambhitah 4 r e «iç*ta reta wfãire «itfial 11 is* n
kva—quem; aham—eu; daridrah—pobre; pãpiyãn—pecaminoso; kva—quem; kintu üchilãh bhãla adhama hahã
krsmh—a Suprema Personalidade de Deus; éri-niketanah—a forma transcendental ebe ahahkãra mora janmibe ãsiyã
de toda a opulência; brahma-bandhuh—o amigo de um brãhmana, nem sequer dign° kintu—mas; ãchilãh—eu estava; bhãla—bem; adhama—o mais baixo da espécie
de ser chamado de brãhmana; iti—assim; sma—decerto; aham—eu; bãhubhyâm- humana; hahã— sendo; ebe—agora; ahahkãra—orgulho; mora—meu; janmibe—
pelos braços; parirambhitah—abraçado. aparecerá; ãsiyã—vindo.
630 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy -| a ilà
yerso 151 A viagem do Senhor pelo sul da índia 631

T R A D U Ç Ã O — P o r ser manso e humilde, o brãhmana Vasudeva temia fi c nselho de Sri Caitanya Mahãprabhu. Então, não resta dúvida de que muito
0 r 8 u
lhoso após ter sido curado pela graça de Sri Caitanya Mahãprabhu " ^ breve alcançará os pés de lótus de Sri Krsna Caitanya, o próprio Senhor Krsna.

VERSO 147 VERSO 149


5
utlCS * a*t%1 «f^Casi «WÍÍCT I
*|T*ÜG B
*^<^raraii*re«if«»rrai
Sfa fã«l i t l t l f l ^TC* «CT II .88- H
farara m ff% 'ara»' w ira n Í8«Í II
eteka kahiyã prabhu kaila antardhãne
prabhu kahe, — "kabhu tomara nã habe abhimãna dui vipra galãgali kãnde prabhura gune
nirantara kaha tumi 'krsna' 'krsna' nãma iteka—este tanto; kahiyã—falando; prabhu—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
prabhu kahe—o Senhor disse; kabhu—em tempo algum; tomara—teu; ná— g n 0 kaila—íez; antardhãne— desaparecimento; dui vipra—os dois brãhmanas, Kürma e
habe—haverá; abhimãna—orgulho; nirantara—sem parar; kaha—canta; («mi—ti • Vasudeva; galãgali—abraçando-se um ao outro; kãnde—choram; prabhura gune—
fcrsna Àrrsna nãma—o santo nome do Senhor Krsna. devido à misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu.

T R A D U Ç A O — P a r a proteger o brãhmana, Sri Caitanya Mahãprabhu aconselhou-o TRADUÇÃO—Desta forma, depois de instruir o brãhmana Vasudeva desta ma-
a cantar o mantra Hare Krsna sem parar. Se fizesse assim, ele jamais ficaria des- neira, Sri Caitanya Mahãprabhu desapareceu daquele lugar. Os dois brãhmanas,
necessariamente orgulhoso. Kürma e Vasudeva, abraçaram-se, então, um ao outro e começaram a chorar,
lembrando-se das qualidades transcendentais de Sri Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 148
VERSO 150
?a» Stcwfa' ara #rcra ftqrra i
'«iqwaram' <íft f fti «iraira i
«rfçatro 9* esrai t r a t a i "«wfara II" s8v- H
'Ttçwiras-a»' «i «rara ira 1 n
upadeéi' kara jivera nistãra
ÀTS/M 'vãsudevoddhãra' ei kahilã ãkhyãna
acirãte krsna tomã karibena ahgikãra" 'vãsudevãmrta-prada' haila prabhura nãma
krsna upadeéi—mstruindo sobre Krsna; tora—faze; jivera—àe todas as entidades vãsudeva-uddhãra—áanào liberação a Vasudeva; ei—esta; kahilã—é descrita;
vivas; nistãra—a liberação; acirãte—muito em breve; krsna—Senhor Krsna; fomfl-a ãkhyãna—narração; vãsudeva-amrta-prada—aquele que deu néctar a Vasudeva;
ti; karibena—fará; ahgikãra—aceitação. haila—tornou-se; prabhura nãma—o santo nome do Senhor Sri Caitanya
Mahãprabhu.
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu também aconselhou a Vasudeva que pre-
gasse sobre Krsna e, assim, libertasse as entidades vivas. Como resultado disso, TRADUÇÃO—Assim, acabo de descrever como Sri Caitanya Mahãprabhu curou
Krsna muito em breve aceitá-lo-ia como Seu devoto. o leproso Vasudeva, recebendo, portanto, o nome Vãsudevãmrta-prada.

S I G N I F I C A D O — E m b o r a o vipra Vasudeva fosse u m leproso e tivesse sofrido muito, VERSO 151


mesmo assim Sri Caitanya Mahãprabhu curou-o. A única retribuição que o Senhor
qüis de Vasudeva foi que ele pregasse os ensinamentos de Krsna e liberasse todos a i « ' arfti «rara « w i *rai i
os seres humanos. Este é o processo da Sociedade Internacional para a Consciência fíMrraT*, aíwra-fàcarai n Í«Í II
de Krishna. Todos os membros desta Sociedade foram resgatados de uma condição
muito abominável, mas, agora, dedicam-se a pregar o culto da consciência de ei ta' kahilã prabhura prathama gamana
Krsna. Não somente ficaram curados da doença chamada materialismo, mas kürma-daraéana, vãsudeva-vimocana
também levam u m a vida muito feliz. Todos aceitam-nos como grandes devotos * ta' kahilã—assim, acabo de descrever; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahã-
de Krçna e suas qualidades manifestam-se em seus próprios rostos. Se alguém Prabhu; prathama gamana—a primeira viagem; kürma-daraéana—visitando o templo
quiser que Krsna o reconheça como devoto, deverá adotar o trabalho de pregação, de
Kürma; vãsudeva-vimocana—e liberando o brãhmana leproso, chamado Vasudeva.
632 Sri Caitanya-caritãmrta ». ,, A viagem do Senhor pelo sul da índia 633
Verso 155
M a d h y a . j ya,
j 7

TRADUÇÃO—Encerro assim minha descrição da primeira viagem de Sri çv VERSO 154


a , t a n v a
Mahãprabhu, Sua visita ao templo de Kürma e a liberação do brahman ,
Vasudeva. «Pwso, Ire «vtata cita H i l « , «^«t i
rotil-iata ça«t—cita isfpg ia«l H vts II
VERSO 152
ithe aparãdha mora nã la-io, bhakta-gana
aw «ai *\*m\ re are atai i tomã-sabãra carana—mora ekãnta éarana
ifèarc^ fàica ifca rew-sw II n ithe -nisto; aparãdha—ofensas; mora—minhas; nã la-io—não considereis; bhakta-
ó devotos; tomã—vossos; sabãra—de todos; carana—os pés de lótus; mora—
gana-
éraddhã kari' ei lilã ye kare éravana meu; ekãnta—único; éarana—refúgio.
acirãte milaye tare caitanya-carana
éraddhã kari'—com grande fé; ei lilã—este passatempo; ye—quem quer que- kare-
faça; éravana—ouvindo; acirãte—muito em breve; milaye—encontra; tare—a e\ • TRADUÇÃO—Ó devotos, por favor, não considereis minhas ofensas a este respei-
caitanya-carana—os pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu. to. Vossos pés de lótus são m e u único refúgio.

T R A D U Ç Ã O — Q u e m ouvir estes passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu com VERSO 155


grande fé certamente alcançará muito em breve os pés de lótus do Senhor ári
Caitanya M a h ã p r a b h u . ilMNpMNtar «fa i « i
C F B W f r o t f s a r e $ w t i n i<tff n
VERSO 153
éri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa
c b ^ W l i t a «rtft-wi itft «rira i caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
<rô fifa, rei i c t c s * i r e ttft n a<w> n éri-rüpa—Srila Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi;
caitanya-lilãra ãdi-anta nãhi jãni pode—aos pés de lótus; yãra—cuja; asa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro cha-
sei likhi, yei mahãntera mukhe éuni mado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsna-dãsa—Srúa Krsnadãsa Kavirãja
caitanya-lilãra—dos passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu; adi—começo; Gosvãmi.
anta—e fim; nãhi—não; jãni—conheço; sei—aquilo; likhi—escrevo; yei—que; mahã-
antera—das grandes personalidades; mukhe—das bocas; éuni—ouço.
TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
T R A D U Ç Ã O — A d m i t o não conhecer o começo nem o fim dos passatempos de Sri sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta,
Caitanya M a h ã p r a b h u . Porém, tudo quanto escrevi foi o que ouvi da boca de seguindo seus passos.
grandes personalidades.

S I G N I F I C A D O — O nome Vãsudevãmrta-prada é mencionado nos versos compostos Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
por Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Quem realmente revive sua consciência com pensa- Madhya-lilã, Sétimo Capítulo, descrevendo a liberação do brãmana Vasudeva e a viagem
mentos de Krsna pela misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu reaviva sua vida *> Senhor pelo sul da índia.
espiritual e mergulha no serviço ao Senhor. Somente então pode agir como acãrya.^
Em outras palavras, todos devem dedicar-se a pregar, seguindo os passos de Sri
Caitanya Mahãprabhu. Dessa maneira, serão muito apreciados pelo Senhor Krsna,
que os reconhecerá rapidamente. Na verdade, um devoto de Sri Caitanya
Mahãprabhu deve dedicar-se a pregar, a fim de aumentar os seguidores do
Senhor. Por pregar assim o verdadeiro conhecimento védico em todo o mundo,
ele beneficiará toda a humanidade.
CAPÍTULO OITO

Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu


e Rãmãnanda Rãya

NO Arnrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thãkura dá o resumo do Oitavo


rapítulo.
Após visitar o templo de Jiyada-nrsiirtha, Sri Caitanya Mahãprabhu foi até às
margens do rio Godãvari, a um lugar conhecido como Vidyãnagara. Quando Srila
Rãmãnanda Rãya foi tomar seu banho lá, ambos encontraram-se. Após as apre-
sentações, Sri Rãmãnanda Rãya solicitou que Sri Caitanya Mahãprabhu perma-
necesse na aldeia por alguns dias. H o n r a n d o seü pedido, Caitanya Mahãprabhu
hospedou-Se lá, na casa de certos brãhmanas védicos. À noite, Srila Rãmãnanda
Rãya costumava vir visitar Sri Caitanya Mahãprabhu. Rãmãnanda Rãya, que tra-
java roupas comuns, prestava respeitosas reverências ao Senhor. Sri Caitanya
Mahãprabhu indagou-lhe acerca do objeto e do processo de adoração e também
pediu-lhe que recitasse versos da literatura védica.
Antes de mais nada, Srila Rãmãnanda Rãya enunciou o sistema da instituição
varnãérama. Recitou vários versos sobre karmãrpana, afirmando que dever-se-ia de-
dicar tudo ao Senhor. Então, falou de ação desapegada, de conhecimento
misturado com serviço devocional e, enfim, de serviço amoroso espontâneo ao
Senhor. Após ouvir Srila Rãmãnanda Rãya recitar alguns versos, Sri Caitanya
Mahãprabhu aceitou o princípio do serviço devocional puro, destituído de toda
espécie de especulação. Depois disso, Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a
Rãmãnanda Rãya que explicasse a plataforma superior de serviço devocional.
Então, Srila Rãmãnanda Rãya discorreu sobre serviço devocional imaculado, amor
a Deus, serviço ao Senhor em servidão pura, b e m como em fraternidade e em
amor de pai ou mãe. Por fim, falou de servir ao Senhor em amor conjugai. Falou,
então, de como o amor conjugai p o d e desenvolver-se de diversas maneiras. Este
^ o r conjugai atinge sua perfeição máxima no amor de Srimati Rãdhãrãni por
KfWa. Em seguida, descreveu a posição de Srimati Rãdhãrãni e as doçuras trans-
ce
ndentais do amor a Deus. Então, Srila Rãmãnanda Rãya recitou um verso dele
Próprio a respeito da plataforma de visão extática, tecnicamente chamada prema-
^âsa-vivarta. grila Rãmãnanda Rãya explicou, também, que todas as fases de amor
n
* jugal podem ser alcançadas através da misericórdia dos residentes de Vrndã-
ana, especialmente pela misericórdia das gopis. De m o d o que descreveu esses
1111 08 t o c o s
çàc. ' ^ vividamente. Aos poucos, Rãmãnanda Rãya pôde entender a posi-
6 a t a n v a
'°u Q ^ ^ ' Mahãprabhu e, q u a n d o Sri Caitanya Mahãprabhu manifes-
3 V e r a
Sfl r " d d e i r a forma, Rãmãnanda Rãya caiu inconsciente. Após alguns dias,
Em, t a n v a
Mahãprabhu pediu a Rãmãnanda Rãya que se retirasse do serviço
' "lamentai e viesse para Jagannãtha Puri. Estas descrições dos encontros entre

635
636 £Yí Caitanya-caritãmrta Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 637
4
Ver*>
Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu são extraídas do cad VERSO 3
e r
ções de Svarüpa Dãmodara Gosvãmi. n o d e anota.
«3<-#to5 «ç«itcM irai asfàii i
VERSO 1

pürva-ríte prabhu ãge gamana karilã


^«r^firefsçtiraãífii i 'jiyaaa-nrsirhha'-ksetre kata-dine gelã
mtrva-rfte—de acordo com Seu programa anterior; prabhu—Senhor Sri Caitanya
Uahàprabhu; <'\'<' em frente; gamana—indo; karilã—fez; jiyada-nrsimha—chamado
j. da-nrsuhha; ksetre—ao lugar de peregrinação; kata-dine—após alguns dias;
sancãrya râmãbhidha-bhakta-meghe K<hegou.
sva-bhakti-siddhãnta-cayâmrtãni
gaurdbdhir etair amunã vitimais rRADUÇÃO—De acordo com Seu programa anterior, o Senhor Sri Caitanya Mahã-
taj-jhatva-ratnâlayatãm prayâti prabhu seguiu em frente, em Sua jornada, e, após alguns dias, chegou ao lugar
sancãrya—dotando de poder; rãma-abhidha—chamado Rama; bhakta-meghe—no de peregrinação conhecido como Jiyada-nrsimha.
devoto Rãya, semelhante à nuvem; siw-bhakti—de Seu próprio serviço devocional
siddhdnta—de conclusões; caya—todas as coletâneas; amrtãni— néctar; gaura-
abdhih—o oceano conhecido como Sri Caitanya Mahãprabhu; etaih—por estes; SIGNIFICADO—O templo de )iyada-nrsirhha encontra-se no topo d e uma colina,
amunã— pela nuvem conhecida como Rãmãnanda Rãya; vitlrnaih— distribuídos; a aproximadamente oito quilômetros de distância de Visakhã-pattana. Na estrada
tat-jhatva—do conhecimento de serviço devocional; ratna-dlayatãm—a qualidade de ferro sul-indiana, há uma estação ferroviária conhecida como Simhãcala. O
de ser um oceano contendo jóias preciosas; praydti—obteve.
templo conhecido como Simhãcala é o melhor templo nas vizinhanças de Viáãkhã-
pattana. Este templo é muito afluente, s e n d o um exemplo típico da arquitetura,
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu, que é conhecido como Caurãhga, é o da região. Numa inscrição gravada em pedra, menciona-se que outrora uma rainha
reservatório de todo o conhecimento conclusivo sobre serviço devocional. Ele folheou a ouro a Deidade. Menciona-se isto no Diàonário Geográfico Viéãkhã-pattana.
dotou de poder a ári Rãmãnanda Rãya, o qual pode ser comparado a uma nuvem Quanto ao templo, há acomodações residenciais para os sacerdotes e devotos.
de serviço devocional. Encheu-se esta nuvem com todos os significados conclusi- Na verdade, hoje em dia há muitos aposentos residenciais para acomodar devo-
vos do serviço devocional e o oceano dotou-a de poder para espalhar esta agua tos visitantes A Deidade original encontra-Se na parte subterrânea do templo,
sobre ele mesmo. O próprio ári Caitanya Mahãprabhu era o oceano de conheci- n>as, há outra Deidade, uma duplicata, conhecida como vijaya-mürti. Pode-se re-
mento do serviço devocional puro. mover esta Deidade menor para fora do templo e levá-LA em procissões públicas.
VERSO 2 Os sacerdotes, que geralmente pertencem à Ràmãnuja-sampradãya, encarregam-
* de adorar a Deidade.
M M Q H M w a fsKsrfíw i
srarwí&a s a ijiíuvetm H * H VERSO 4
jaya jaya éri-caitanya jaya nityãnanda
jayâdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda
jaya jaya—Iodas as glórias; éri-caitanya—Senhor Sn Caitanya Mahãprabhu, '"""^ C«mtCaC»t Cm 1« ^357-^t^-«f« 11 8 II
todas as glórias; nityãnanda—ao Senhor Nityãnanda; jaya advaita-candra—to ^
glórias a Advaita Acárya; jaya gaura-bhakta-vrnda- todas as glórias aos deVOtaR" nrsimha dekhiyã kaila dandavat-pranati
ári Caitanya Mahãprabhu. premãveée kaila bahu nrtya-glta-stuti
m
J*J*' ba dekhiyã—vendo o Senhor Nrsirhha no templo; kaila—íez; dandavat-
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu! Todas ^ «"i—prestando reverências, caindo prostrado perante a Deidade; premãveée—
glórias ao Senhor Nityãnanda! Todas as glórias a Advaita Ãcàrya! E t sfW i
a m o r ex
*ático; kaila—íez; bahu—toda classe de; nrtya—dança; gita—canto;
glórias a todos os devotos do Senhor ári Caitanya Mahãprabhu! e
~~ oferecimento de orações.
638 Sri Caitanya-caritãmrta „ „ Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 639
0 7

Madhya.,,,,, (
Ver»

T R A D U Ç Ã O — A p ó s ver a Deidade do Senhor Nrsimha no templo g - r


M. -j.me prestar minhas reverências ao Senhor Nrsimhadeva, que vive ilumi-
Mahãprabhu prestou-Lhe Suas respeitosas reverências caindo prostrado * V' lt>n
•PjhYprahlãda Mahãrãja interiormente e que sempre extirpa a ignorância que
1
Então, em amor extático, realizou diversas danças, cantou e nfo»^„ ° ° ***<)• n
C devotos. Sua misericórdia irradia como o luar e Seu rosto é como o de
s

««receu oraçõ^j **** Deixai-me prestar-Lhe minhas reverências repetidas vezes."


ã0

VERSO 5
VERSO 6

ScamnTçíi « m u i s v r a n f e a w f l i

"éri-nrsimha, jaya nrsimha, jaya jaya nrsimha


prahlãdeéa jaya padmã-mukha-padma-bhrhga" ugro 'py anugra evãyarh
ért-nrsirhha—o Senhor Nrsirhha com Laksmi; jaya nrsimha—todas as glórias sva-bhaktãnãm nr-keéari
Senhor Nrsirhha; jaya jaya—glórias repetidas vezes; nrsimha—a Nrsirhhadeva- keéartva sva-potãnãm
prahlãda-léa—ao Senhor de Prahlãda Mahãrãja; jaya—todas as glórias; padma—d anyesãm ugra-vikramah
deusa da fortuna; mukha-padma—do rosto semelhante ao lótus; bhrhga—a abelha orah—feroz; api—embora; anugrah—não-feroz; eva—decerto; ayam—isto; SWJ-
u

bhaklinãm—com Seus devotos puros; nr-keéarí— tendo o corpo de um ser huma-


no e de um leão; keéarí iva—como uma leoa; sva-potãnãm—com seus filhotes;
T R A D U Ç Ã O — " T o d a s as glórias a Nrsirhhadeva! Todas as glórias a Nrsirhhadeva,
que é o Senhor de Prahlãda Mahãrãja e, como a abelha, vive a contemplar ó tnyesâm—com outros; ugra—feroz; vikramah—cuja força.
rosto semelhante ao lótus da deusa da fortuna."
TRADUÇÃO—"Embora muito feroz, a leoa é muito amável com seus filhotes. Ana-
logamente, embora muito feroz com os não-devotos, tais como Hiranyakasipu,
S I G N I F I C A D O — O Senhor Nrsirhhadeva vive abraçado com a deusa da fortuna. 0 o Senhor Nrsimhadeva é muitíssimo suave e bondoso para os devotos, tais como
grande comentador Srila Sridhara Svãmi menciona isto no Primeiro e no Décimo Prahlãda Mahãrãja."
Cantos do Srimad-Bhãgavatam. Em seu comentário sobre o Srimad-BhSgavatam
(10.87.1), Sridhara Svãmi compôs o seguinte verso: SIGNIFICADO—Sridhara Svãmi compôs este verso em seu comentário sobre o
Íttmad-Bhãgavatam (7.9.1).
vãg-iéã yasya vadane
laksmlr yasya ca vaksasi VERSO 7
yasyãste hrdaye samvit
tam nrsimham aham bhaje
«rft^-i^pr* siíírI-cEfJTtw «rrfsi' f w i « i u
"Sarasvati, a deusa da sabedoria, sempre auxilia o Senhor Nrsirhhadeva, o qual
sempre mantém a deusa da fortuna abraçada contra Seu peito. O Senhor é sempre ei-mata nãnã éloka padi' stuti kaila
completo em conhecimento interiormente. Ofereçamos nossas reverências a nrsimha-sevaka mãlã-prasãda ãni' dila
Nrsimhadeva." Q-mata—dessa maneira; nãnã—vários; éloka—versos; padi'—recitando; stuti—
Do mesmo modo, em seu comentário sobre o Primeiro Canto do árírnaá- "rações; kaila—ofereceu; nrsimha-sevaka—o sacerdote do Senhor Nrsirhhadeva no
tem

Bhagavatam (1.1.1), Sridhara Svãmi descreve o Senhor Nrsirhhadeva da segui"" .plo; má/a—guirlandas; prasãda—e restos do alimento do Senhor Nrsimhadeva;
maneira: •"'-trazendo; dila—ofereceu.

prah lãda-hrdayãh Iodam maneira, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu recitou dife-
bhaktãvidyã-vidãranam rentes versos dos sãstras. Então, o sacerdote d o Senhor Nrsimhadeva trouxe guir-
sarad-indu-rucim vande "idas os restos do alimento do Senhor e ofereceu-os a Sri Caitanya
e
Mih

vãríndra-vadanam harim âprabhu.


640 Sri Caitanya-caritãmrta M . r o n v e r s a s entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 641
14
*r»°
VERSO 8 VERSO 1 1
G f t a f a f t CWfa' rò»l 'lajilf-TRM I
•Wat reta íÃzsi cm fiwi«i i
C i l atra sfV atfiwrl fla* n v n f t r e a i c w f V «jfo rei ii 2>> ii
godãvari dekhi' ha-ila 'yamunã'-smarana
püruavat kona vipre kaila nimantrana tire vana dekhi' smrti haila vrndãvana
sei rãtri tãhãh rahi' karilã gamana rt—o rio Godãvari; dekhi'—vendo; ha-ila—houve; yamunã-smarana—
pürva-vat—como anteriormente; kona—algum; vipre—brãhmana; kaila—íez- nima* ca do rio Yamunã; tire—às margens; vana—as florestas; dekhi'—vendo;
trana—convite; sei rafri— aquela noite; tãhãh—lá; ra/ii'—hospedando-Se; fari/a ^ — l e m b r a n ç a ; haila—houve; vrndãvana—Sri Vrndãvana.
fez; gamana—jornada.
TRADUÇÃO—Ao ver o rio Godãvari, o Senhor lembrou-Se do rio Yamunã e, ao
TRADUÇÃO—Como de costume, um brãhmana fez um convite a Sri Caitan ver a floresta às margens do rio, lembrou-Se de Sri Vrndãvana-dhãma.
Mahãprabhu. O Senhor passou a noite no templo e, então, recomeçou Sua
jornada. VERSO 12
VERSO 9
ç*w. * r e a * 5 * w asfs' ^ 9 1 - i r m i
«tetre» tfal #| (FÜM rewrew i c - s t w i t t * t t * « 0 1 « t t i cm - S t » II II
fwnjàfoç mft wt» stra-fãare II & n sei vane kata-ksana kari' nrtya-gãna
godãvari para hahã tãhãh kaila snãna
prabhãte uthiyá prabhu calilã premãveée sei nane—naquela floresta; kata-ksaria—por algum tempo; kari'—realizando; nrtya-
dig-vidik nãhi jhãna rãtri-divase Jfcfl—dança e canto; godãvari—o rio; para hahã—atravessando; tãhãh—lá; kaila—
prabhãte—de manhã; uthiyã— levantando-Se; prabhu—Senhor Sri Caitanya tomou; sruma—banho,
Mahãprabhu; calilã—foi; prema-ãveée—em grande amor extático; dik-vidik—a dire-
ção certa ou errada; nãhi— não havia; jhãna--conhecimento; rãtri-divase— dia e noite. TRADUÇÃO—Depois de realizar Seu canto e dança costumeiros por algum tempo
nesta floresta, o Senhor atravessou o rio e tomou Seu banho na outra margem.
TRADUÇÃO—Na manhã seguinte, em grande êxtase de amor, o Senhor Sri
Caitanya Mahãprabhu partiu em Sua viagem, sem nenhum conhecimento áa VERSO 1 3
direção correta, e continuou durante todo o dia e toda a noite.
«lll *tfà' a^ffre wi-ifàitre I
VERSO 10 a f i ' s t Ç f r e í V l t l - l - í É T Í í i li ll
ghãfa chãdi' kata-düre jala-sannidhãne
vasi' prabhu kare krsna-nãma-sahkirtane
cflí»íaft-ftre «rç> a^fãre n i ihãta chãdi'—deixando o balneário; kata-düre—a u m a curta distância; jala-
Bnnidhãne—perto da água; vasi'—sentado; prabhu—o Senhor; kare— faz; krsna-nãma-
pürvavat 'vaisnava' kari' sarva loka-gane fhkirtane—cantar do santo nome do Senhor Krsna.
godãvari-tire prabhu ãilã kata-dine
pürva-vat—como anteriormente; vaisnava—devotos; kari'—fazendo; sarva—toa» l*ADUÇÃO-ApóS banhar-Se no rio, o Senhor caminhou a uma pequena distân-
loka-gane—as pessoas; godãvari-tire—as margens do rio C iodávari; prabhu—o Senhor; °* do balneário e ocupou-Se em cantar o santo nome de Krsna.
ãilã— chegou; kata-dine—após alguns dias.
VERSO 14
TRADUÇÃO—Como anteriormente, Sri Caitanya Mahãprabhu converteu ao Vaisna-
rei^trei retira sfV a r a r a * * a r a I
vismo muitas pessoas que encontrou na estrada. Após alguns dias, o Senhor
chegou às margens do rio Godãvari. STtl asfàaíre Wfcpfl, I t W f l I t W T a II i8 II
^ 19 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 643
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-i Ui 8

hena-kale dolãya cadi' rãmãnanda rãya tathãpi dhairya dhari' prabhu rahilã vasiyã
snãna karibãre ãilã, bãjanã bãjãya rãmãnanda ãilã apürva sannyãsl dekhiyã
hena-kãle—nessa altura; dolãya cadi'—montado n u m palanquim; rãmãnanda rs tfihtpi—mesmo assim; dhariyã dhari'—mantendo-Se paciente; prabhu—Senhor
Srila Rámánanda Rãya; snãna—banho; karibãre—para tomar; ãilã—chegou ali- fer""" jrl Caitanya Mahãprabhu; rahilã— permaneceu; vasiyã— sentado; rãmãnanda—Srila
bãjãya—acompanhado por uma banda musical. imnânanda Rãya; ãilã—chegou; apürva—maravilhoso; sannyãsl— renunciado;
jítíiryá-vendo
TRADUÇÃO—Nessa altura, acompanhado por sons de música, Rãmãnanda Ri
mADUÇÃO— Embora Sri Caitanya Mahãprabhu corresse atrás dele mentalmente,
chegou ali montado n u m p a l a n q u i m para tomar seu banho.
nermaneceu sentado pacientemente. Então, ao avistar o maravilhoso sannyãsi,
VERSO 15 Rãmãnanda Rãya veio ter com Ele.

4ti ire a« «itlll refwf afiil i


fàfôires re*i ctfrei Wiffà*^«><t« VERSO 18
tãhra sahge bahu ãilã vaidika brãhmana i a » r a - i i a>trâj, « R M aa» i
vidhi-mate kaila tenho snãnãdi-tarpana
tãhra sahge—com ele; bahu—muitos; ãilã— vieram; vaidika—seguindo os princípios
çaf»T5 afasto re?, arai-ciíei u i\» n
védicos; brãhmana—brãhmanas; vidhi-mate—segundo as cerimônias rirualísticas;
kaila—fez; tenho—ele, Srila Rãmãnanda Rãya; snãna-ãdi-tarpana—banhando-se e sürya-éata-sama kãnti, aruna vasana
oferecendo oblações, etc. subalita prakãnda deha, kamala-locana
Sürya-éata—centenas de sóis; soma—como; kãnti—brilho; aruna—açafroadas;
TRADUÇÃO—Muitos brãhmanas, seguindo os princípios védicos, acompanhavam arama—roupas; subalita—de compleição muito forte; prakãnda—grande; deha—
Rãmãnanda Rãya. Segundo os rituais védicos, Rãmãnanda Rãya tomou seu corpo; kamala-locana—olhos como pétalas de lótus.
banho e ofereceu oblações a seus antepassados.
TRADUÇÃO—Então, Srila Rãmãnanda Rãya viu que Sri Caitanya Mahãprabhu
VERSO 16
era tão brilhante como centenas de sóis. O Senhor estava vestido com roupa aça-
«ffttre rera' wtfii-iíil afiara i rroada. Seu corpo era grande e de compleição muito forte, e Seus olhos eram
tfratre fifics «rça 11 ^fS' ara 11 11 como pétalas de lótus.
prabhu tãhre dekhi' jãnila—ei rãma-rãya
tãhhãre milite prabhura mana uthi' dhãya V E R S O 19
prabhu—Sn Caitanya Mahãprabhu; fdwre—a ele; dekhi'—vendo; jãnila-pôde en-
tender; ei—este; rãma-rãya—Srila Rãmãnanda Rãya; tãhhãre—a ele; milite—p ara
refaal ^rara are rei 5i«.aita i
encontrar-Se; prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; mana—mente; «f wtfial a>f*i TOa*. iTíp*ra 11 i& 11
levantando-se; dhãya—corre atrás.
dekhiyã tãnhãra mane haila camatkãra
TRADUÇÃO—Sri Caitanya M a h ã p r a b h u pôde entender que a pessoa que viera ãsiyã karilã dandavat namaskãra
banhar-se no rio era Rãmãnanda Rãya. O Senhor desejava tanto encon ãekhiyã— vendo; tãnhãra—sua; mane—na mente; haila—houve; camatkãra—
m

com ele que Sua mente imediatamente começou a correr atrás dele. ' r a ç ã o ; ãsiyã—chegando ali; karilã—fez; danda-vat—como u m a vara;
"taskãra— reverências.
VERSO 17
TRADUÇÃO-Ao ver o maravilhoso sannyãsi, Rãmãnanda Rãya encheu-se de ad-
w t f a re*í trâ' « f ç arau afiai 1 ação. Foi até Ele e imediatamente prestou-Lhe suas respeitosas reverências,
srara«a « r i u lairti ^fàai 11 M 11 « a n d o - s e como u m a vara.
644 Sri Caitanya-caritãmrta M a d h
9= Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 645
ya-lUã, 8 Verso &

VERSO 20 VERSO 23

i r e t f à a s caia rêrçf* S a a a s f à n i
<stre wtfifwre! eiça *5«a i$a> u *° II
uthi' prabhu kahe,—ufha, kaha 'krsna' 'krsna'
?*l iffifiai a r e f j ^ R i * f f ? n n 5.-® 1

tare ãlingite prabhura hrdaya satrsna svãbhãvika prema dohhãra udaya karilã
u(hi'—erguendo-Se; prabhu—o Senhor; kahe—disse; utha—levanta-te- kah duhhã ãlihgiyã duhhe bhümite padilã
canta; krsna krsna—o santo nome do Senhor Krsna; tare—a ele; ãlingite—por abr "~ a0hãvika—natural; prema—amor; dohhãra—de ambos; udaya—despertar; karilã—
ar
prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; hrdaya—o coração; sa-írsna-_ '' ' rn l^yve- duhhã— ambos; ãlihgiyã— abraçando-se; duhhe— ambos; bhümite—no chão;
ansioso. jt_caíram.

TRADUÇAO—O Senhor levantou-Se e pediu a Rãmãnanda Rãya que se erguesse jjtADUÇÃO— Seu mútuo amor natural despertou, e ambos abraçaram-se e caíram
e cantasse o santo nome de Krsna. Na verdade, Sri Caitanya Mahãprabhu esta- to chão.
va muito ansioso por abraçá-lo.
significado—Srila Rãmãnanda Rãya era uma encarnação da gopí Viáãkhã. Como
VERSO 21 $ri Caitanya Mahãprabhu era o próprio Senhor Krsna, naturalmente houve um
despertar de amor entre Viáãkhã e Krsna. Sri Krsna Caitanya Mahãprabhu é a
<5«itf*r •tffci»- $i ata aratin ? combinação de Srimati Rãdhãrãni e Krsna. A gopi Viáãkhã ajuda Srimati
círel are,—cal ç« wti *aj II II Rãdhãrãni, sendo uma das gopis principais. Como o amor natural deles também
tathãpi puchila,—tumi rãya rãmãnanda? despertou, Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu abraçaram-se.
tenho kahe,—sei
naria dãsa éüdra manda
tathãpi—ainda assim; puchila—Ele perguntou; tumi—tu; raya rãmãnanda— VERSO 24
Rãmãnanda Rãya; tenho kahe—ele replicou; sei haha—sou este; aasa—servo; éüdra—
pertencente à comunidade de éüdras; manda—muito baixo. ws, rew, <etafc a«i, *t?ra> caatfj 1 5

•ÍH! «jcare» «f*V «WHf '$i»'a«f 11 *8


TRADUÇAO—Então, Sri Caitanya M a h ã p r a b h u perguntou se ele era Rãmãnanda
Rãya, ao que ele replicou: " S i m , sou Teu servo muito baixo e pertenço à comu- stambha, sveda, aéru, kampa, pulaka, vaivarnya
nidade de á ü d r a s . " dunhãra mukhete éuni' gadgada 'krsna' varna
stambha—paralisia; sveda—transpiração; aéru—lágrimas; kampa—tremor; pulaka—
VERSO 22 palpitações; vaivarnya—palidez; dunhãra—de ambos; mukhete— na boca; éuni'—
ouvindo; gadgada—balbuciante; Krsna varna—o nome d e Krsna.
«ca « f r e re*i d*|i ç? «rrfiwi i
cantrerer «I^-<Ç3T rêrre wsm H n II yíADuçÃo—Ao abraçarem-se um ao outro, manifestaram-se-lhes sintomas de
fctase — paralisia, transpiração, lágrimas, tremor, palpitações e palidez. A pa-
tabe tare kaila prabhu drdha ãlingana 'Wa "Krsna" brotava de suas bocas balbuciantes.
premãveée prabhu-bhrtya dohhe acetana
tabe—depois disso; tare—a ele; kaila—íez; prabhu—Senhor Sri Caitanya Mahã- VERSO 25
prabhu; drdha—forte; ãlingana—abraço; prema-ãveée—em amor extático; prabhu-
bhrtya—o servo e o amo; dohhe—ambos; acetana—inconscientes. refãai gf**«Nr*ts bsi saeasia 1
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu deu um forte abraço em Sn
refôas araw ia arei fast* 11 11
Rãmãnanda Rãya. Na verdade, tanto o amo quanto o servo quase perderam dekhiyã brãhmana-ganera haila camatkãra
consciência devido ao amor extático. vaidika brãhmana saba karena vicãra
646 $ri Caitanya-caritãmrta Madhya rjj 0 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 647

dekhiyã— vendo isto; brãhmana-ganera—dos brãhmanas ritualistas; haila—.K ei-mata vipra-gana bhãve mane mana
camatkãra—espanto; vaidika—seguidores de cerimônias ritualísticas véd"^' vijâttya loka dekhi, prabhu kaila samvarana
brãhmana—os brãhmanas; saba—todos; karena—fizeram; vicãra—considera li-mata—dessa maneira; vipra-gana—todos os brãhmanas; bhãve—pensam; mane
^ - m e n t a l m e n t e ; vijãtlya loka—pessoas estranhas; dekhi—vendo; prabhu—
T R A D U Ç Ã O — A o verem esta extática manifestação d e amor, os estereoti çgnhor Caitanya Mahãprabhu; kaila—íez; samvarana—contendo.
S
brãhmanas, seguidores ritualistas dos princípios védicos, ficaram espant d °
Estes brãhmanas começaram a refletir do seguinte modo. TRAnuçÃO—Enquanto os brãhmanas meditavam assim sobre as atividades de
Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya, Sri Caitanya Mahãprabhu os viu
VERSO 26 conteve Suas emoções transcendentais.
(

SIGNIFICADO—Rãmãnanda Rãya estava intimamente relacionado com Sri Caitanya


Has wtfíifirirl c&ú* f-cm Wm li Mahãprabhu; logo, pode-se aceitá-lo como um sajãtlya, uma pessoa dentro do
círculo íntimo do Senhor. No entanto, os brãhmanas eram seguidores dos rituais
ei ta' sannyãslra teja dekhi brahma-sama védicos e não eram capazes de ter um contato íntimo com Sri Caitanya Mahã-
éüdre ãlihgiyã kene karena krandana prabhu. Conseqüentemente, eles são chamados de injãttya-loka. Em outras pala-
ei ta'—este, de fato; sannyãslra—do sannyãsl, Sri Caitanya Mahãprabhu; teja- vras, eles não eram devotos puros. Alguém pode ser um brãhmana altamente erudi-
refulgência corpórea; dekhi—vemos; brahma-sama—exatamente como o Brahman; to, mas, caso não seja devoto puro, é vijãtlya, pária, estranho ao serviço devocional
éüdre—um éüdra, ou operário; ãlihgiyã— abraçando; kene— por que, karena—faz; - e m outras palavras, um não^levoto. Embora Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmã-
krandana—choro. nanda Rãya estivessem abraçados em êxtase, o Senhor conteve Suas emoções
transcendentais ao ver os brãhmanas estranhos.
T R A D U Ç Ã O — O s brãhmanas puseram-se a pensar: "Podemos ver que esse
sannyãsi tem um brilho como a refulgência do Brahman, mas, como é que está VERSO 29
chorando ao abraçar um áüdra, m e m b r o da quarta casta na ordem social?"
•yi Sfc* Cl»t ifwl I
VERSO 27 «re cff»v 1*1*1*1 asfitfs «mf^ri i i » n
sustha hahã duhhe sei sthãnete vasilã
tabe hãsi' mahãprabhu kahite lãgilã
i s T í ^ t a - » i c « f «rs •rfnni II v ti su-stha hahã—ficando estáveis; duhhe— ambos; sei—isto; sthãnete—no local;
vasilã— sentaram-se; tabe—então; hãsi'—sorrindo; mahãprabhu—Caitanya Mahã-
ei mahãrãja—mahã-pandita, gambhlra Prabhu; kahite—a falar; lãgilã—começou.
sannyãslra sparse matta ha-ilã asthira
ei mahãrãja—este Rãmãnanda Rãya, que é o governador; maha-vandita—u ^ D U Ç Ã o — A o recuperarem sua sanidade, ambos sentaram-se, e Sri Caitanya
pessoa muito erudita; gambhlra—grave; sannyãslra sparée— ao tocar um sanny M
»háprabhu começou a sorrir, falando o seguinte.
matta—louco; ha-ilã—tornou-se; asthira—inquieto.
VERSO 30
T R A D U Ç Ã O — E l e s pensaram: "Este Rãmãnanda Rãya é o governador de M * * ^ t i r i f c t a «tmri *fa cstm « c i i
uma pessoa grave e altamente erudita, um mahã-pandita, mas, ao tocar
sannyãsi, tornou-se inquieto como um l o u c o . " cstitc* M i m cite* ffàn «ret» II *• II
'sãrvabhauma bhattãcãrya kahilã tomara gune
VERSO 28 tomãre milite more karilã yatane
hauma bhattãcãrya—chamado Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kahilã—falou;
UIÍÍTS fàawi «tca 1C» 1» I
^«"""-nias; gune—boas qualidades; tomãre—a ti; milite—a encontrar; more—a
n
; karilã—fez; yatane—esforço.
6 4 8
Sn Caitanya-caritãmrta # Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 649
Madhya.

T R A D U Ç Ã O — " S ã r v a b h a u m a Bhattãcãrya falou-Me a respeito de tu TRADUÇÃO— "Pela misericórdia dele, recebi Tua audiência aqui. Conseqüente-
lidades, e fez um grande esforço para convencer-Me a encontrar-M 8
.l"»- mente, considero que hoje tornei-me um ser h u m a n o exitoso."
e c
" °ntigo.-
VERSO 31 VERSO 34
irac^trra curara v t l — « l i <A f è * i
« P M ^ -ifíci s*ra csmtfra n «8 D
fomd" milibãre mora ethã ãgamana sãrvabhaume tomara krpã,—tara ei cihna
bhãla haila, anãyãse pãiluh daraéana' aspréya sparéile hahã tãhra premãdhlna
tomã—contigo; milibãre— para encontrar-Me; mora—Minha; ethã—aqui; dgamona— sãrvabhaume—a Sãrvabhauma Bhattãcãrya; tomara—Tua; krpã— misericórdia;
vinda; Wni/a haila—foi muito bom; anãyãse—sem dificuldade; pãiluh—consegui- tira—de tal misericórdia; ei—este; cihna—o sintoma; aspréya—intocável; sparéile—
da roía na—audiência. tocaste; hahã— ficando; tãhra—dele; prema-adhlna—influenciado pelo amor.

T R A D U Ç Ã O — " N a verdade, vim aqui só para encontrar-Me contigo. É muito bom TRADUÇÃO—"Posso ver que concedeste misericórdia especial a Sãrvabhauma
que, mesmo sem Me esforçar, Eu tenha conseguido tua audiência aqui." Bhdttãcãrya. Por isso, tocaste em mim, apesar de eu ser intocável. Isto só ocorreu
devido ao amor dele por T i . "
VERSO 32
VERSO 35
sra * rra,-irac*ira fira ««iwra i
•rc*fcw»i <rara racs »ra iravra H n
« i t i ifen -*rar,ift r?ift iai«w I «
ríya kahe,—sãrvabhauma kare bhrtya-jhãna
parokseha mora hite haya sãvadhãna kãhãh tumi—stfKsar levara nãrãyana
rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kãhãh muni—rãja-sevt visayl éüdrãdhama
kare—ida.; bhrtya-jhãna—considera-me como seu servo; parokseha—na minha kãhãh—ao passo que; tumi—Tu; sãksãt—diretamente; levara nãrãyana—a Suprema
ausência; mora—de mim; hite—para o benefício; haya—é; sãvadhãna—sempre Personalidade de Deus; kãhãh—ao passo que; muni—eu; rãja-seol— servo do gover-
atencioso. ; rasayf—materialista; éüdra-adhama—pior do que um éüdra, ou homem de quarta
e.
T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya replicou: "Sãrvabhauma Bhattãcãrya considera-
me como seu servo. M e s m o na minha ausência ele é muito atencioso em DUÇÃo— "És a Suprema Personalidade de Deus, o próprio Nãrãyana, e eu
fazer o b e m . " apenas um servo do governo, interessado em atividades materialistas. Na
ade, sou o mais baixo entre os h o m e n s da quarta casta."

VERSO 33
VERSO 36
•ira ? t r a « t f o curara «nwi i c m " f w » i ararei f f t t i r o i
« t f » wi c « i <rara w » 5 w II •a-® n trara csrai c*c* ram n « • n
Wrira krpãya pãinu tomara daraéana mora sparée nã karile ghrnã, veda-bhaya
mora daréana tomã vede nisedhaya
ãji saphala haila mora manusya-janama cana—
tãhra krpãya—pela misericórdia dele; pãinu—obtive; tomara—Tua; ^ cya- —de mim; sparse—pelo toque; mí—não; karile—fizeste; ghrnã—desdém; veda-
anU

audiência; ãji—hoje; sa-phala—exitoso; haila—tornou-se; mora—meu; ya—temeroso dos preceitos dos Vedas; mora—de mim; daréana—vendo; tomã—
janama— nascimento como ser h u m a n o . vede—os preceitos védicos; nisedhaya—proíbem.
650 Sri Caitanya-caritãmrta 38 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 651
adh
ya-lUã, 8

T R A D U Ç Ã O — " N ã o temes os preceitos védicos, os quais afirmam que não d ão-devotos — a saber, homens ocupados a serviço do governo, ou em ati-
n
VES
associar-Te com áüdras. Não desdenhaste tocar-me, embora os Vedas Te D ^. C
°Hades materialistas em troca de gozo dos sentidos, ou a serviço dos outros. Tais
r
de Te associares com á ü d r a s . " P °íbam ^ e n s são considerados visayls, materialistas. O Sri Caitanya-candrodaya-nãtaka
(g°Z3) diz:
SIGNIFICADO—No Bhagavad-gitã (9.32), o Senhor diz:
niskihcanasya bhagavad-bhajanonmukhasya
mãm hi pãrtha vyapãéritya pãrarh pãrarh jigamisor bhava-sãgarasya
ye 'pi syuh pãpa-yonayah sandaréanarh visayinãm atha yositãrh ca
striyo vaiéyas tathã éüdras hã hanta hanta visa-bhaksanato 'py asãdhu
te 'pi yãnti param gatim
"Uma pessoa mui seriamente ocupada em cultivar o serviço devocional, com vistas
"Ó filho de Prthã, aqueles que se refugiam em. Mim, mesmo que sejam de nasci- a atravessar o oceano de ignorância, e que tenha abandonado por completo todas
mento inferior — mulheres, vaiéyas [comerciantes), bem como éüdras [trabalha- asatividades materiais nunca deve ver um éüdra, um vaiéya ou uma m u l h e r . "
dores] —, podem aproximar-se do destino s u p r e m o . "
A palavra pãpa-yonayah significa "nascidos de mulheres de casta inferior". Os VERSO 37
vaiéyas são comerciantes, e os éüdras, ou operários, são servos. Segundo as classi-
ficações védicas, eles pertencem a u m a ordem social inferior. Vida inferior signi- curara ?*ira c<»rara arara râ»*rras<í i
fica vida sem consciência de Krsna. Posições altas e baixas na sociedade eram
determinadas, considerando-se a consciência de Krsna de cada pessoa. Considera-
irarra feia « f a , srtc» c « r a r a » i * f n 11
se que um brãhmana esteja na mais alta plataforma, pois ele conhece Brahman, tomara krvãya tomãya karãya nindya-karma
a Verdade Absoluta. A segunda casta, a dos ksatriyas, também conhece Brahman, sãksãt levara tumi, ke jãne tomara marma
mas não tão bem quanto os brãhmanas. Os vaiéyas e éüdras não compreendem cla- tomara krpãya—-Tua misericórdia; tomãya—a Ti; karãya—induz; nindya-karma—
ramente a consciência de Deus, porém, se adotam a consciência de Krsna pela ações proibidas; sãksãt levara—diretamente á Suprema Personalidade de Deus;
misericórdia de Krsna e do mestre espiritual, não permanecem nas castas infe- tumi—Tu; ke jãne—quem pode conhecer; tomara—Teu; marma—propósito.
riores (pãpa-yonayah). Afirma-se claramente: fe 'pi yãnti param gatim.
A menos que alguém tenha alcançado o padrão máximo de vida, não poderá TRADUÇÃO—"És a própria Suprema Personalidade de Deus; portanto, ninguém
voltar ao lar, voltar ao Supremo. Pode ser que alguém seja um éüdra, um vaiéya pode entender Teu propósito. Por T u a misericórdia, tocaste em mim, embora
ou uma mulher, mas, ao situar-se no serviço ao Senhor em consciência de Krsna, isto seja proibido pelos V e d a s . "
não se deve considerá-lo sfrf, éüdra, vaiéya ou alguém inferior a um éüdra. Nunca
se deve considerar que alguém dedicado ao serviço do Senhor — embora nasci- SIGNIFICADO—Um sannyãsl é estritamente proibido de ver os visayls e pessoas ma-
do em família inferior — pertença a família inferior. O Padma Purãna proíbe: víksate terialistas. Contudo, Sri Caitanya Mahãprabhu, devido à Sua imotivada e ilimi-
jãti-sãmãnyãt/ sa yãti narakam dhruvam. Uma pessoa que considera um devoto do tada misericórdia, podia mostrar favor a qualquer pessoa, independentemente
Senhor em termos de nascimento vai rapidamente ao inferno. Embora suposta- e
^ nascimento e posição.
mente Sri Rãmãnanda Rãya tenha nascido em família- de éüdras, não se deve
considerá-lo um éüdra, pois ele era um devoto grandioso e avançado. Deveras,
VERSO 38
ele estava na plataforma transcendental. Portanto, Sri Caitanya Mahãprabhu
abraçou-o. Por humildade espiritual, Sri Rãmãnanda Rãya apresentou-se como «rrai râ^tfàre curara I t i «nara*. i
um éüdra (rãja-sevl visayléüdrãdhama). M e s m o que alguém esteja ocupado no ser- «•raa-aaraj^^ft «•rf^-nra»«11
viço governamental ou em qualquer outra atividade lucrativa — em suma, em
vida materialista — tudo o que ele precisa fazer é adotar a consciência de Krsna- ãmã nistãrite tomara ihãh ãgamana
A consciência de Krsna é um processo muito simples. O único requisito é cantar parama-dayãlu tumi patita-pãvana
in

os santos nomes do Senhor e seguir estritamente os princípios que proíbem ah u% nistãrite— para libertar-me; tomara—Teu; ihãh—aqui; ãgamana—aparecimento;
r

vidades pecaminosas. Dessa maneira, a pessoa já não pode ser considerada intoc ^ ^ «wa-oaya1«—misericorchosíssimo; fumi—Tu; patita-pãvana—o libertador de todas
35 al
vel, visayl ou éüdra. Q u e m é avançado em vida espiritual não deve associar-s mas caídas.
652 Sri Caitanya-caritãmrta ». 40 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 653
Madh . y a l 5 1 á 8

T R A D U Ç Ã O — " V i e s t e aqui especificamente para libertar-me. És tão miseri mahãnta~svabhãva—a natureza de pessoas santas; ei—esta; tãrite—libertar;
0rc
que sozinho podes libertar todas as almas caídas." <ioso «írnara— almas caídas; nija—pessoal; kãrya—assunto; nãhi—não há; tabu—ainda
assim; yàna—v&v, tara—sua; ghara—casa.
S I G N I F I C A D O — S r i l a Narottama dása Thãkura canta em seu Prârthana~ (4fj)
TRADUÇÃO— " É prática geral de todas as pessoas santas libertar os caídos. Por-
éri-krsna-caitunya-prabhu dayã kara more, tanto, vão de casa em casa, apesar de não terem assunto pessoal a tratar nessas
tomã vinã ke dayãlu jagat samsãre casas-"

patita-pãvana-hetu tava avatãra, SIGNIFICADO—Supõe-se que um sannyãsi esmole de porta em porta. Ele não es-
mo-sama patita prabhu nã pãibe ãra mola simplesmente por estar faminto. Seu verdadeiro objetivo é iluminar o
ocupante de cada casa, pregando a consciência de Krsna. O sannyãsi não abandona
" M e u querido Senhor, por favor, tem misericórdia de mim. Quem pode serenais sua posição superior para tornar-se um mendigo, só pelo propósito de mendi-
misericordioso que Vossa Onipotência dentro destes três mundos? Apareces como gar. De forma semelhante, talvez alguém na vida familiar seja muito importante,
u m a encarnação só para resgatar as caídas almas condicionadas, mas, asseguro mas também pode voluntariamente adotar o modo de vida de mendicância. Em-
Te que não encontrarás n e n h u m a alma mais caída do que e u . " bora fossem ministros, Rüpa Gosvãmi e Sanãtana Gosvãmi aceitaram volunta-
A missão específica de Sri Caitanya Mahãprabhu é libertar as almas caídas. Evi- riamente a vida de mendicantes a fim de humildemente pregar a mensagem de
dentemente, nesta era de Kali dificilmente se encontrará alguém que não seja caído Sri Caitanya Mahãprabhu. Sobre eles se diz: tyaktvã türnam asesa-mandala-pati-
segundo as estimativas do comportamento védico. Em Suas instruções a Rüpa érenini sadã tucchavat bhütvã dina-ganeéakau karunayã kaupina-kanthãsritau. Embora
Gosvãmi, Sri Caitanya Mahãprabhu descreveu os ditos seguidores da religião vé- fossem grandes aristocratas, os Gosvãmis tornaram-se mendicantes só para, se-
dica da seguinte maneira (Madhya 19.146): guindo a ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu, libertar as almas caídas. Deve-se
considerar, também, que aqueles que se dedicam a atividades missionárias na
veda-nistha-madhye ardheka veda 'mukhe' mane consciência de Krsna estão sob a orientação de Sri Caitanya Mahãprabhu. Na ver-
dade, eles não são mendigos; a verdadeira ocupação deles é libertar as almas
veda-nisidàha papa kare, dharma nãhi gane
caídas. Portanto, pode ser que eles vão de porta em porta só para apresentar um
livro sobre a consciência de Krçna, de m o d o que as pessoas possam iluminar-se
Os ditos seguidores dos princípios védicos aceitam os Vedas apenas formalmente,
ao lê-lo. Outrora, brahmacãris e sannyãsis costumavam pedir de porta em porta.
mas agem contra os princípios védicos. Este é o sintoma desta era de Kali. As
Hoje em dia, especialmente nos países ocidentais, quem mendigar de porta em
pessoas afirmam seguir determinada forma de religião, dizendo formalmente:
porta poderá ser inclusive entregue à policia. Nos países ocidentais, considera-se
" S o u hindu, sou muçulmano, sou cristão, sou isso ou aquilo", mas, na realidade,
criminoso mendigar. Os membros do movimento para a consciência de Krçna
ninguém segue os princípios enunciados nas escrituras religiosas. Esta é a doença
não têm por que mendigar. Pelo contrário, eles trabalham arduamente para apre-
desta era. No entanto, o misericordioso Sri Caitanya Mahãprabhu simplesmente
sentar alguns livros sobre a consciência de Krçna, de modo que as pessoas possam
nos aconselha a cantar o mahã-mantra Hare Krsna: harer nãma harer nãma harer
lê-los e beneficiar-se. No entanto, se alguém der alguma contribuição a um homem
nãma eva kevalam. O Senhor pode libertar qualquer pessoa, mesmo alguém que
consciente de Krsna, este jamais a recusará.
tenha caído, tendo deixado de observar os preceitos das escrituras reveladas. Esta
é a misericórdia especial de Sri Caitanya Mahãprabhu. Conseqüentemente, cie
é conhecido como patita-pãvana, o libertador de todas as almas caídas.
VERSO 40

VERSO 39

i5t«-wfa uni <3tf%rj3 »rt»Rr i


fasr f r â Mjfk %\Am « t u II II mahad-vicalanarh nrnãm
grhinãrh dina-cetasãm
mahãnta-svabhãva ei tãrite pãmara nihsreyasãya bhagavãn
nija kãrya nãhi tabu yàna tara ghara nãnyalhã kalpate kvacit
654 Sri CaiUnya-caritàmrU Madhya-lilj g 44 Conversas entre á r i Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 655

mahat-vicalatuim—as andanças de pessoas santas; nrnãm—de seres human ãkrtye-prakrtye tomara lévara-laksana
grhinúm—que são chefes de família; dlna<etasãm—medíocres; nihíreyasáya—r, ' jive nã sambhave ei aprãkrta guna
o benefício último; bhagavãn —ó meu Senhor; na anyathã—nenhum outro objetí. /gcrtye—em características corpóreas; prakrtye—em comportamento; tomara—de
vo; kalpate—se imagina; taicjí-em tempo algum. Tj- f^iwra—da Suprema Personalidade de Deus; laksana—os sintomas; jive—ruim
jer vivo comum; na"—não; sambhave— possíveis; ei—estas; aprãkrta—transcenden-
TRADUÇÃO—" 'Meu querido Senhor, às vezes grandes pessoas santas vão aos tais; guna—qualidades.
lares de chefes de família, apesar de estes serem geralmente medíocres. Quando
u m a pessoa santa visita tais lares, pode-se entender que não é com nenhum ou-
tro objetivo a não ser o de beneficiar os chefes de família.' " TRADUÇÃO—"Meu querido senhor, de acordo com as características de Teu corpo
eoTeu comportamento, és a Suprema Personalidade de Deus. Comportamento
S I G N I F I C A D O — E s t e verso é do èrímad-Bhãgavatam (10.8.4). e características desse gênero são impossíveis em seres vivos comuns, pois eles
não podem possuir tais qualidades transcendentais."
VERSO 41
« t i t ã icw atiiiífi i ^ a t a n i SIGNIFICADO—As características corpóreas d e Sri Caitanya Mahãprabhu eram in-
<?5tita M b t n t * a ^ l « « a i n 8i II comuns. Na verdade, as medidas de Seu corpo eram extraordinárias. Seu tórax,
ãmãra sahge brãhmanãdi sahasreka jana bem como Seus antebraços, tinham o mesmo comprimento. Este fenômeno
tomara daréane sabãra dravl-bhüta mana chama-se nyagrodha-tiarimandala. Quanto à Sua natureza, Ele era bondoso para
ãmãra sahge—comigo; brãhmana-ãdi—brãhmanas e outros; sahasreka—mais de mil; com todos. Ninguém senão a Suprema Personalidade de Deus pode ser bondoso
jana—pessoas; tomara—de Ti; darsane—vendo; sabãra—de todos eles, dravi-bhüta— para com todos. Portanto, o nome do Senhor é Krsna, o todo-atrativo. Como
ficaram derretidos; mana—os corações. afirma o Bhagavad-gitã (14.4), Krsna é bondoso para com todos. Em todas as es-
pécies de vida (sarva-yonisu), Ele é o pai original, o que dá a semente (blja-pradah
T R A D U Ç Ã O — " C e r c a de mil homens me acompanham — incluindo os brãhma- pila). Como, então, pode Ele ser cruel com alguma entidade viva? Não importa
nas — e parece que todos eles ficaram com os corações derretidos pelo simples <pie se trate de homem, animal ou árvore — o Senhor é bondoso para com todos.
fato de terem Te v i s t o . " Esta é a qualificação de Deus. Ele também diz no Bhagavad-gitã (9.29) que samo
rum sarva-bhütesu: o Senhor é igualmente bondoso para com todos. E Ele acon-
VERSO 42 selha: sarva-dharman parityajya mãm ekam éaranam vraja. Esta instrução não é apenas
P»ra Arjuna mas para todas as entidades vivas. Quem quer que tire proveito
' ? 0 ' ' 9 0 ' HW « f l « W l 0*C1 l desta oferta imediatamente fica imune a todas as atividades pecaminosas e volta
i a t * «w—•jfiO'», « 8 * - m r , i ii 8* ii ao lar, volta ao Supremo. Enquanto esteve presente neste planeta, Sri Caitanya
'krsna' 'krsna' nãma éuni sabãra vadane Mahâprabh u fez a mesma oferta.
sabãra ahga—pulakita, aéru—nayane
krsna krsna—Krsna, Krsna; nãma—o santo nome; éuni— ouço; sabãra—àe '^^^
vadane—nas bocas; sabãra—de todos; ahga—os corpos; pulakita—contentes, VERSO 44
lágrimas; nayane—nos olhos.
« í Ç are,—"çfà i f l - 0 t n e s l w i
T R A D U Ç Ã O — " O u ç o todos cantando o santo nome de Krsna. Seus corpos es c s t i t a w«fc» i a t a n a « i a i n 8 8 n
dominados pelo êxtase e há lágrimas em seus o l h o s . "
prabhu kahe,—tumi mahã-bhãgavatottama
VERSO 43 tomara daréane sabãra drava haila mana
Pnbhu kahe—a Senhor replicou; tumi—tu; nmhã-bhãgavata-uttama—o melhor entre
« m ^ J - s » * ? * ! cwtit* fc^a-nn i mais excelentes devotos; tomara darsane—ao ver-te; sabãra—de todos; drava—
w^ta «1 >rerca 43 « l a t t ^ s *4H " 8« 11 "^tido; haila—tornou-se; mana—o coração.
656 Sri Cütanya-caxitimrU Mad.hy -l.u
a
^ 49 Conversas entre á r i Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 657

TRADUÇÃO—O Senhor replicou a Rãmãnanda Rãya: "Senhor, és o melhor d ei jãni' kathina mora hfàaya éodhite
mais excelentes devotos; portanto, ao ver-te, os corações de todos derreteram-se^! sãrvabhauma kahilena tomãre milite
, ^ ' — s a b e n d o disto; kathina—muito duro; mora—Meu; hrdaya—coração;
SIGNIFICADO—A menos q u e alguém seja um devoto de primeira classe, não pod» ^ftifí—para enternecer; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kahilena—pediu;
ser um pregador. De um modo geral, o pregador é um devoto muito elevad qgfre—contigo; milite— para encontrar-Me.
mas, a fim de aproximar-se das pessoas em geral, ele é obrigado a distinguir entre
devotos e não-devotos. De outro modo, um devoto avançado não faz semelhan TRADUÇÃO—"Sabendo disto, a fim de enternecer Meu coração, que é muito
tes distinções. De fato, ele sempre vê todos ocupados no serviço ao Senhor. Quem lato, Sãrvabhauma Bhattãcãrya pediu-Me para vir ao teu encontro."
se dedica a pregar deve fazer distinções entre umas pessoas e outras e entender
que algumas não estão ocupadas em serviço devocional ao Senhor. Então, o pre- VERSO 47
gador deve mostrar compaixão para com as pessoas inocentes que não sabem
como adorar o Senhor. O Srimad-Bhãgavatam (11.2.45) descreve os sintomas do 1

devoto mais elevado da seguinte maneira: l u l a » s f t * « f o fiai ?*«TRt $«1 I


S*r* 5*Tf* «wrcw « i t l P W «r» II 8i n
sarva-bhütesu yah paéyed ei-mata duhhe stuti kare dunhãra guna
bhagavad-bhãvam ãtmanah duhhe dunhãra daraéane ãnandita mana
bhütãni bhagavaty ãtmany ei-mata—dessa maneira; duhhe—ambos; stuti—elogio; kare—oferecem; dunhãra—
esa bhãgavatottamah de ambos; guna—qualidades; duhhe— ambos; dunhãra—de ambos; daraéane—de ver;
tnandita—satisfeitas; mana—as mentes.
"O devoto avançado vê q u e todas as entidades vivas são partes integrantes da
Suprema Personalidade de Deus. Todos estão em Krsna, e Krsna também está TRADUÇÃO—Dessa maneira, um elogiou as qualidades do outro, e ambos fica-
dentro de todos. Esta visão só é possível a pessoas muito avançadas em serviço ram satisfeitos de ver um ao outro.
devocional."
VERSO 48
VERSO 45
c * w f t e * f c t > f ^flf c i w a i w « i i
•mm f «ti, « t f a - ' i r i T r w ? r i i j t f t ' i «Tíia«. f f ? ' Cm «Jfrra fíras«i || 8V- ll
« n f à f csmvs "•RrfwuUM « t t > n 8 í n
hena-kãle vaidika eka vaisnava brãhmana
anyera ki kathã, ãmi— 'mãyãvãdi sannyãsi' dandavat kari' kaila prabhure nimantrana
ãmiha tomara sparée krsna-preme bhãsi bena-kale— nessa altura; vaidika—um seguidor das cerimônias ritualísticas védi-
anyera—dos outros; ki kathã—o que dizer; ãmi—Eu; mãyãvãdi sannyãsi—um **; eka—um; i*ai$nai<a brãhmana—um brãhmana seguidor dos princípios Vaisnavas;
aa

sannyãsi da seita Mãyãvãdi; ãmiha—Eu; tomara—àe ti; sparée— pelo toque; krsna— ndavat—reverências prestadas, caindo prostrado; tari—oferecendo; kaila—íez;
de Krsna; preme—em amor; bhãsi— flutuo. ptbhure—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; nimantrana—convite.

TRADUÇÃO—"Se Eu, q u e sou um sannyãsi Mãyãvãdi, um nào-devoto, também TRADUÇÃO-Nessa altura, certo brãhmana Vaisnava, seguindo os princípios vé-
C o s
estou flutuando no oceano de amor a Krsna pelo simples fato de ter tocado em ' , apareceu e prestou reverências. Caiu prostrado perante Sri Caitanya
ti, o que dizer, então, dos o u t r o s ? " ^ ^ ã p r a b h u e convidou-O para almoçar.

VERSO 46 VERSO 49
<«l wtfà' ffS» cm w s c»rrftc31 fsnrs«i irtfJwi 4\& c f * a mfm\ i
l r á « i i j f f f W H reíHC? mfruTS 11 84> 11 aTíHic,*» f r e « r ç ç t f a a i 118s> i
658 Sri Caitanya-caritàmrta Madhya.fiij g
yerso 54 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 659

nimantrana mãnila tãhre vaisnava jãniyã


dina pãhca-sãta rahi' karaha mãrjana
rãmãnande kahe prabhu isat hãsiyã
tabe éuddha haya mora ei dusta mana
nimantrana—o convite; mãnila—aceitou; tãhre—a ele (o brãhmana); vaisnava—
rfya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; ãilã— tenhas vindo; yadi—embora;
devoto; jãniyã—entendendo; rãmãnande—a Rãmãnanda; kahe—disse; prabhu—5^
^finara—uma alma caída; éodhite— para corrigir; daréana-mãtre—simplesmente por
Caitanya Mahãprabhu; isat—um pouco; hãsiyã—sorrindo.
ver-Te; 'suddha nahe—não purificada; mora—minha; dusta—poluída; citte—
consciência; dina—dias; pãhca-sãta—cinco ou sete; rahi'—permanecendo; karaha—
TRADUÇAO—O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou o convite do brahman por favor, faze; mãrjana—purificação; tabe—então; éuddha—pura; haya—é; mora—
sabendo ser ele um devoto. Sorrindo levemente, falou o seguinte a Rãmãnanda minha; ei—esta; dusta—poluída; mana—mente.
Rãya.
TRADUÇÃO— Rãmãnanda Rãya replicou: " M e u Senhor, embora tenhas vindo
SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou o convite do brãhmana Vaisnava para corrigir-me, como alma caída que sou, minha mente ainda não está purifica-
Mesmo que alguém seja um brãhmana e estrito seguidor de todas as regras e regu- da simplesmente por ver-Te. Por favor, permanece aqui por cinco ou sete dias
lações da cultura bramínica, se não for um devoto, seguidor de Sri Caitanya Mahã- e bondosamente purifica minha mente poluída. Depois de tal período, com cer-
prabhu, não se deve aceitar seu convite. Hoje em dia, as pessoas têm se tomado teza minha mente purificar-se-á.''
tão degradadas que nem sequer seguem os princípios védicos, isto para não falar
dos princípios Vaiçnavas. Elas comem qualquer coisa — tudo de que gostem —
VERSO 53
motivo pelo qual os membros deste movimento para a consciência de Krçna devem
ser muito cautelosos em aceitar convites. iwf*f t i « r * rêtit* 1 « 1 1 1 1 1 3 I
<s«ttf*i w ff%' e f i H fltuts II $•* i
VERSO 50 yadyapi viccheda dohhãra sahana nã yãya
tathãpi dandavat kari' calilã rãma-rãya
C$W* « p i 5 1 1 9 1 1 « f « F 5 1« |
yadyapi—embora; viccheda—separação; dohhãra—de ambos; sahana—tolerância;
*t?*f*í * t f l C H C5TH3 W * 1 1 I I f f » D nã— não; yãya—possível; tathãpi—não obstante; dandavat—reverências; kari'—
prestando; calilã— partiu; rãma-rãya—Rãmãnanda Rãya.
tomara mukhe krsna-kathã éunite haya mana
punarapi pãi yena tomara daraéana TRADUÇÃO—Embora n e n h u m dos dois pudesse tolerar a separação do outro, não
tomara mukhe—em tua boca; krsna-kathã— palavras sobre Krçna; éunite—de ouvir; obstante, Rãmãnanda Rãya prestou suas reverências ao Senhor Sri Caitanya
haya—há; mana—Minha mente; punarapi—novamente; pãi—Eu obtenha; yens—se Mahãprabhu e partiu.
possível; tomara—tua; daraéana—audiência.
VERSO 54
T R A D U Ç Ã O — " D e s e j o ouvir-te falar sobre o Senhor Krçna. Na verdade, Minha
mente está inclinada a desejar isto; portanto, desejo ver-te novamente." « f ç *rrl' r e i f à c H i r e f w l r e ^ r i
a l « m u feèfriti n t f i ' i * n re* í « 8 1
VERSOS 51—52 prabhu yãi' sei vipra-ghare bhiksã kaila
dui janãra utkanfhãya ãsi' sandhyã haila
Jt» f t f . - i s t l n ifir *tti? cltfares i prabhu—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; yãi'—indo; sei—aquele; vipra-ghare—à
w*fa*tu$ « 3 1 r e cita f e r e li <t a li
H casa do brãhmana; bhiksã—almoço; kaila—aceitou; dui— duas; janãra—das pessoas;
"tkanthãya—na impaciência; ãsi'—vindo; sandhyã— anoitecer; haila—apareceu.
fai «to-irs * f V *m ittfí i
<sre « s i « reta <*l aè 1111 n 11 ^ Ã D U Ç Ã O — E n t ã o , o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu foi para a casa do
r
° àhmana que O convidara e almoçou lá. Ao anoitecer daquele dia, tanto
rãya kahe, —ãilã yadi pãmara éodhite " ^ ã n a n d a Rãya q u a n t o o Senhor estavam ansiosos por encontrarem-se
daréana-mãtre éuddha nahe mora dusta citte •«vãmente.
660 Sri Caitanya-caritàmrta 57 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 661
M a d l
«ya-ru 4 ( „

VERSO 55 enciais. Não são assuntos para palestras públicas, pois, aqueles que não
compreensão da natureza transcendental dos passatempos de Krsna sempre
« r f t r r a - * « j * rV « t i * » af>rai i m grandes ofensas, p e n s a n d o que Krçna é um ser h u m a n o comum e que
« i r a r ç ^ - i w a t a fiif»i»ri « t f i a l n n são mocinhas comuns. Seguindo o princípio do Senhor Sri Caitanya
aprabhu, que nunca falava em público dos relacionamentos entre Krsna e
prabhu snãna-krtya kari' ãchena vasiyã s, ordena-se aos devotos do movimento para a consciência de Krsna a n ã o
eka-bhrtya-sahge rãya mililã ãsiyã rem publicamente sobre os passatempos do Senhor Krçna em Vrndãvana.
prabhu—o Senhor; snãna-krtya—o dever diário de banhar-Se; kari'—terminando' 0 público em geral, sankirtana é o método mais eficaz para despertar a cons-
ãchena—estava; vasiyã—sentado; eka—um; bhrtya—servo; sahge—com; rãya—R av
•a de Krsna. Se possível, deve-se discutir os princípios enunciados no
Rãmãnanda; mililã—encontrou-se; ãsiyã— vindo. -gffa. Sri Caitanya Mahãprabhu seguiu este princípio mui estritamente
riu a filosofia do Bhagavad-gitã com acadêmicos eruditos como Sãrvabhauma
TRADUÇÃO—Após terminar Seu b a n h o vespertino, Sri Caitanya Mahãprabhu cárya e Prakãáãnanda Sarasvati. Entretanto, Ele ensinou os princípios do
sentou-Se e esperou pela chegada de Rãmãnanda Rãya. Então, Rãmãnanda Rayj de bhakti a estudantes como Sanãtana Gosvãmi e Rüpa Gosvãmi, e conver-
acompanhado por um servo, veio ao Seu encontro. com ári Rãmãnanda Rãya sobre os sublimes relacionamentos devocionais entre
1 e as gopis. Para o público em geral, Ele fazia sankirtana com todo o vigor,
-mos seguir também estes princípios ao pregarmos a consciência de Krsna
SIGNIFICADO—Um Vaisnava supostamente avançado em compreensão espiritual mundo inteiro.
— seja ele chefe de família ou sannyãsi — deve banhar-se três vezes ao dia: de VERSO 57
manhã, ao meio-dia e ao entardecer. Ao ocupar-se no serviço às Deidades, ele frra,—"»f9 c*ra itr,«rra fàtfa i"
deve especialmente seguir os princípios do Padma Purãna e tomar banhos regula-
res. Deve, também, após banhar-se, decorar o corpo com as doze tilakas. *tf "waírar,*! ffjrefa era n" I
prabhu kahe, — "pada éloka sãdhyera nirnaya"
VERSO 56 rãya kahe, — "sva-dharmãcarane visnu-bhakti haya"
prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu disse; pada—recita; éloka—um
* w r a t m *ra, « ^ c f i ^ f » w r e i 3 das escrituras reveladas; sãdhyera—da meta da vida; nirnaya—uma afirma-
râya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; sva-dharma-ãcarane—cumprindo o
sfè w c s 9 0 - f « n f? a n t í r e II ti
o dever ocupacional; visnu-bhakti—serviço devocional ao Senhor Viçnu;
namaskãra kaila rãya, prabhu kaila ãlihgane há.
dui jane krsna-kathã kaya rahah-sthãne
namaskãra—reverências; kaila—prestou; rãya—Rãmãnanda Rãya; prabhu—Senhor UÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu mandou Rãmãnanda Rãya recitar um ver-
Sri Caitanya Mahãprabhu; kaila—íez; ãlihgane—abraço; dui—duas; jane—as pessoas;- das escrituras reveladas a respeito da meta última da vida. Rãmãnanda repli-
krsna-kathã—conversas sobre Krsna; kaya—falaram; rahah-sthãne—num lugar que, se alguém cumpre os deveres prescritos de sua posição social, desperta
isolado. consciência de Krsna original.

NIFICADO—A este respeito, Sri Rãmãnujãcãrya afirmou no Vedãrtha-samgraha


TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya aproximou-se do Senhor Sri Caitanya, prestando- o serviço devocional é naturalmente muito querido à entidade viva. Na
Lhe respeitosas reverências, e o Senhor abraçou-o. Então, ambos, num lugar iso- dade, é a meta da vida. Este serviço devocional é conhecimento supremo, ou
lado, começaram a conversar sobre Krsna. ência de Krsna, e traz desapego de toda atividade material. Na posição trans-
dental, o ser vivo pode reconhecer perfeitamente a superioridade de servir
Senhor Supremo. Os devotos só alcançam o Senhor Supremo por intermédio
SIGNIFICADO A expressão rahah-sthãne, "num lugar isolado", é muito signifi- serviço devocional. Quem tem conhecimento disto dedica-se a seu dever ocupa-
cativa. Conversas sobre Krçna e Seus passatempos - especialmente Seus passa' J, e isto chama-se bhakti-yoga. Praticando bhakti-yoga, todos podem elevar-se
tempos em Vrndãvana e Seus relacionamentos com as gopis — são todos mui Plataforma de serviço devocional puro.
662 Sri CaiUnyi-caritámrta Madhya-hjj Verso 58 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 663
g

Parâáara Muni, grande santo e pai de Srila Vyãsadeva, menciona especifi varnãéramãcãravatã
mente m i e , mediante o cumprimento de deveres de acordo com o varruUra ' 01
purusena parah pumãn
pode-se afinal despertar, na sociedade humana, este serviço devocional ao'serdT"' visrtur ãrãdhyate panthã
A Suprema Personalidade de Deus instituiu o varnãérama-dharma para dar nãnyat tat-tosa-kãranam
seres h u m a n o s uma oportunidade de voltar ao lar, voltar ao Supremo. A Su * ° S
rna-à~érama-ãcãravatã—quem se comporta de acordo com o sistema de quatro
W

ma Personalidade de Deus, o Senhor Sri Krsna, que é conhecido no Bhagavad classes de ordem social e quatro ordens de vida espiritual; purusena—por um
gitã como Purusottama — a maior de todas as personalidades — veio pessoalmente homem; parah—a suprema; pumãn—pessoa; visnuh—o Senhor Visnu; ãrãdhyate—é
e declarou ter fundado a instituição de varnãérama-dharma. Como se afirma no adorado; panthã— maneira; na—não; anyat—outra; tat-tosa-kãranam—motivo de sa-
Bhagavad-gitã (4.13): tisfação para o Senhor.
cãturoamyam mayã srstam
guna-karma-vibhàgaéah TRADUÇÀO—"A Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Visnu, é adorado
tasya kartdram avi mãm mediante o cumprimento adequado dos deveres prescritos no sistema de varna
viddhy akartíram avyayam e ãsrama. Não há outra maneira de satisfazer a Suprema Personalidade de Deus.
t preciso situar-se na instituição dos quatro varnas e á s r a m a s . "
Em outro trecho do Bhagavad-gttã (18.45-46), o Senhor diz:
SIGNIFICADO— Esta citação é do Visnu Purãna (3.8.9). Como afirma Srila Bhakti-
sve sve karmany abhiratah vinoda Thãkura em seu Amrta-pravãha-bhãsya: "Isto significa que podemos alcançar
a perfeição da vida simplesmente satisfazendo a Suprema Personalidade de
samsiddhim labhate narah
Deus." Confirma-se isto, também, no Srimad-Bhãgavatam (1.2.13):
sva-karma-niratah siddhim
yathã vindati tac chrnu
afã/i pumbhir dvija-éresthã
yatah pravrttir bhütánãm va rnãérama-vibhãgaéah
yena sarvam idam tatam svanusthitasya dharmasya
sva-karmanã tam abhyarcya samsiddhir hari-tosanam
siddhim vindati mãnavah
"Ô melhor entre os duas vezes nascidos, conclui-se, portanto, que a perfeição
máxima que alguém pode alcançar, ao cumprir seus deveres prescritos [dharma]
Deve-se dividir a sociedade humana em quatro classes — brãhmana, ksatriya, vaiéya
segundo as divisões de castas e ordens de vida, é satisfazer o Senhor Hari."
e éüdra — e todos sempre devem dedicar-se a seu dever ocupacional. O Senhor
diz que aqueles que se dedicam a seus deveres ocupacionais podem alcançar a Todo homem deve cumprir seu dever ocupacional à luz de sua tendência em
perfeição pelo simples fato de prestarem serviço devocional amoroso ao Senhor particular. De acordo com suas aptidões, cada um deve aceitar uma posição na
enquanto c u m p r e m seu dever em particular. Na realidade, apenas por intermé- instituição de varnãérama. As classes de brãhmana, ksatriya, vaiéya e éüdra são divi-
dio da consciência de Krsna é que se pode introduzir o ideal moderno de uma sões naturais dentro da sociedade. Na verdade, todos têm um dever prescrito
sociedade sem classes. Q u e os homens cumpram seus deveres ocupacionais e de acordo com o varnãérama-dharma. Aqueles que cumprem de forma adequada
que dêem seus lucros ao serviço do Senhor. Em outras palavras, podemos alcan- °s seus deveres prescritos vivem pacificamente e as condições materiais não os
çar a perfeição da vida, cumprindo nosso dever ocupacional e empregando os r*rturbam. As ordens espirituais — brahmacarya, grhastha, vãnaprastha e sannyãsa —
resultados no serviço ao Senhor. Grandes personalidades como Bodhãyana, chamam-se ãéramas. Se alguém desempenha seu dever prescrito tanto na ordem
Tarika, Dramida, Guhadeva, Kapardi e Bhãruci confirmam este método. social quanto na espiritual, a Suprema Personalidade de Deus fica satisfeita. No
Vedãnta-sütra também o confirma. ^tanto, se alguém negligencia seus deveres, torna-se transgressor e candidato
' u m a condição infernal. Na realidade, vemos que diferentes pessoas ocupam-se
e
maneiras diferentes; portanto, é preciso haver divisões de acordo com o tra-
VERSO 58 alho. A h r n d e alcançar a perfeição, é preciso fazer do serviço devocional o centro
03
vida. Desta maneira, pode-se despertar os próprios instintos naturais mediante
otr
a b a l h o , a associação e a educação. Deve-se aceitar as divisões de varnãérama
664 Sri Caitanya-caritãmrta 60 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 665
Madhy .a 1 U à 8

considerando as qualificações, e não o nascimento. A menos que se üitr H j ^ D U Ç Ã O — Rãmãnanda Rãya prosseguiu: " ' Ó filho de Kuntl, tudo o que fi-
este sistema, não se pode executar sistematicamente atividades humana ^ zeres, tudo o que comeres, tudo o que ofereceres e presenteares, bem como todas
Os brãhmanas são os intelectuais que podem compreender a Suprema P e
S
aS austeridades que possas praticar — deves fazer tudo como uma oferenda a
lidade de Deus. Eles estão sempre dedicados ao cultivo de conheciment tia*-' "
importa que alguém tenha nascido na índia ou fora da índia. Aqueles q -° u

por natureza muito heróicos e que têm propensão de governar os outros são I F I C A D O — O Senhor disse que nesta era de Kali não se executa adequada-
S I G N

mados ksatriyas. Aqueles que têm propensão de produzir alimentos mediante n\~ mente o mrnãérama-dharma; portanto, mandou que Rãmãnanda Rãya fosse adiante
todos agrícolas, de proteger as vacas e os outros animais e de dedicar-se ao „o assunto. Rãmãnanda replicou com este verso do Bhagavad-gitã (9.27) que, per-
mércio são chamados vaiéyas, ou mercadores. Aqueles que não têm inteligê j~ nc
manecendo no sistema de varnãérama-dharma, cada um pode oferecer os resulta-
suficiente para ser brãhmanas, ksatriyas ou vaiéyas devem servir a um amo e são dos de suas atividades ao Senhor Sri Krsna em serviço amoroso. Naturalmente,
chamados éüdras. Assim, todos podem ocupar-se no serviço ao Senhor e na cons o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu indagava de Rãmãnanda Rãya acerca da exe-
ciência de Krsna. Se uma sociedade não funciona segundo essas divisões naturais cução de serviço devocional. Em primeiro lugar, Rãmãnanda Rãya enunciou o
as classes sociais degradam-se. Em conclusão, a sociedade deve adotar o método princípio de varnãérama-dharma em consideração às pessoas materialistas. Entre-
científico de varnãérama-dharma. tanto, esta concepção não é transcendental. Enquanto alguém estiver no mundo
material, deverá seguir os princípios de varnãérama-dharma, porém, o serviço de-
vocional é transcendental. O sistema de varnãérama-dharma refere-se aos três modos
VERSO 59
da natureza material, mas, o transcendental serviço devocional está na platafor-
afÇ 9cç, - " I Í C T I *nm, <wtr.it ara «rra 1" ma absoluta. Sri Caitanya Mahãprabhu pertencia ao mundo espiritual e Seus mé-
ara a r e , "sres f * r * f l — # É t f j « r r a li" <tò ii todos para propagar o movimento de sankirtana também eram importados do
mundo espiritual. Srila Narottama dãsa Thãkura canta: golokera prema-dhana, hari-
prabhu kahe, — "eho bãhya, ãge kaha ãra" nãma-sahkirtana, rati na janmilã kene tãya. Aqui está a afirmação de que o movi-
rãya kahe, "krsne karmãrpana—sarva-sãdhya-sãra" mento de sankirtana nada tem a ver com este m u n d o material. Ele é importado
prabhu kahe—o Senhor disse; eho—isto; bãhya—externo; age—adiante; kaha—dize; do mundo espiritual, Goloka Vrndãvana. Narottama dãsa Thãkura lamenta-se
ãra—mais; rãya kahe—Sri Rãmãnanda Rãya disse; krsne—a Krsna; karma-arpana- por as pessoas mundanas não levarem a sério este movimento de sankirtana. Consi-
oferecendo os resultados de atividades; sarva-sãdhya-sãra—a essência de todos os derando a posição do serviço devocional e do movimento de sankirtana, Sri
meios de perfeição. Caitanya Mahãprabhu julgava o sistema de varnãérama-dharma como sendo ma-
terial, apesar de visar à elevação à plataforma espiritual. Contudo, o movimento
TRADUÇÃO—O Senhor replicou: "Isto é externo. É melhor que Me fales de algum de sankirtana pode elevar-nos imediatamente à plataforma espiritual. Logo, Caitanya
outro m é t o d o . " Rãmãnanda replicou: "A essência de toda a perfeição é ofere- Mahãprabhu disse a Rãmãnanda Rãya que o mrnãérama-dharma é externo, e pediu-lhe
cer os resultados de nossas atividades a K r s n a . " que se aprofundasse mais no assunto e desvendasse a plataforma espiritual.

VERSO 60 Às vezes, os materialistas consideram o Senhor Visnu uma concepção material.


Os impersonalistas acham que o Brahman impessoal está acima do Senhor Visnu.
a*, arçatrà arítfà a^cçtfa « r i f a a*, i Os impersonalistas entendem mal a adoração ao Senhor Visnu. Eles adoram o
a s t i i f à cVtcss ^3*. ^s»a aipft^ II II Senhor Visnu com o propósito de fundirem-se em Seu corpo. A fim de que não
se compreenda mal este visnu-drãdhana, Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a Sri
Rãmãnanda Rãya que prosseguisse e esclarecesse o assunto. Rãmãnanda Rãya
yaf karosi yad aénãsi
citou o verso do Bhagavad-gitã, o qual afirma que cada pessoa pode oferecer ao
yaj juhosi dadãsi yat
Senhor Visnu ou Krsna os resultados de seu dever ocupacional. O Srimad-
yat tapasyasi kaunteya
Bhãgavatam (1.2.8) também diz:
tat kurusva mad-arpanam
yat—tudo o que; karosi—fizeres; yat—tudo o que; aénãsi—comeres; yat—h - 10 0 0
dharmah svanusthitah pumsãni
que; juhosi—ofereceres em sacrifício; dadãsi— deres em caridade; yat—tudo o q ; ue
visvaksena-kathãsu yah
yat—tudo o que; tapasyasi—praticares como austeridade; kaunteya—ó filho de Kun . notpãdayed yadi ratith
tat—isto; kurusva—faze; mat—a Mim; arpariam—oferenda. érama eva hi kevalam
666 Sri Caitanya-caritãmrta M
adhy -i
a l l à {
53 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 667

" S e alguém cumpre os deveres ocupacionais de mrnãérama-dharma mas não a faarmãn—deveres ocupacionais; samtyajya—abandonando; yah—qualquer pessoa
sua consciência de Krsna adormecida, suas atividades são vãs. Sua ocupação t mie;
que; sarvãn—tudo; mãm—a Mim; bhajet—pode prestar serviço; sah—ela; ca—e;
se mero esforço desnecessário." fjlttamah—uma pessoa de primeira classe.

VERSO 61
TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya prosseguiu: " 'Os deveres ocupacionais estão des-
n
orç. 9 c * , - aiw.^rfct ira i critos nas escrituras religiosas. Quem os analisar poderá compreender plenamente
suas qualidades e falhas e, então, abandoná-los por completo para prestar ser-
*ra a r e , " v r t - ^ r t - t , - « A i t T j - * r a i r n
yjço à Suprema Personalidade de Deus. Semelhante pessoa é considerada um
prabhu kahe, — "eho bãhya, ãge kaha ãra" homem de primeira classe.' "
rãya kahe, "svadharma-tyãga,—ei sãdhya-sãra"
prabhu kahe—o Senhor replicou; eho— isto; bãhya—externo; áge—em frente; kaha— VERSO 63
fala; ãra—mais; rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; sva-dharma-tyãga—
desvencilhar-se dos próprios deveres ocupacionais; ei—esta; sãdhya-sãra—a essên-
cia de toda a perfeição. «Hi» 'TFT JFFNWWBTI ORRAFSTTFA wi «: II «• I

T R A D U Ç Ã O — " I s t o também é exterioridade", disse Sri Caitanya Mahãprabhu. sarva-dharmãn parityajya


" P o r favor, vai em frente e fala mais sobre este a s s u n t o . " Rãmãnanda Rãya re- mãm ekarh éaranam vraja
plicou: "A essência da perfeição é desvencilhar-se dos deveres ocupacionais pres- aham tvãm sarva-pãpebhyo
critos no v a r n ã s r a m a . " moksayisyãmi mã éucah
sarva-dharmãn—toda espécie de deveres ocupacionais; parityajya—abandonando;
SIGNIFICADO—Um brãhmana pode renunciar à sua família e aceitar sannyãsa. mãm ekam—apenas a Mim; éaranam—como refúgio; vraja—vai; aham—Eu; tvãm—a ti;
Outros também — ksatriyas e vaiéyas — p o d e m abandonar suas famílias e adotar sarva-pãpebhyah—de todas as reações da vida pecaminosa; moksayisyãmi—darei libera-
a consciência de Krsna. Semelhante renúncia chama-se karma-tyãga. Mediante tal ção; má—não; éucah—temas.
renúncia, a Suprema Personalidade de Deus fica satisfeita. Contudo, quem
renuncia a essas atividades visando a aproximar-se de Krsna, age de maneira T R A D U Ç Ã O — " C o m o se afirma na escritura [Bg. 18.66): 'Após abandonares toda
contaminada, estando, portanto, na plataforma material. Considera-se que tais espécie de deveres religiosos e ocupacionais, se vieres a Mim, a Suprema Perso-
atividades restringem-se ao universo material, pois, segundo Sri Caitanya nalidade de Deus, e te refugiares em Mim, proteger-te-ei de todas as reações
Mahãprabhu, referem-se ao universo material, sendo, portanto, externas. Para pecaminosas da vida. Não t e m a s . ' "
corrigir isto, Rãmãnanda Rãya recomendou que se aceitasse a ordem de vida re-
nunciada a fim de transcender as atividades materiais. O Srimad-Bhãgavatam SIGNIFICADO—A este respeito, Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi ensina em seu
(11.11.32) apoia isto no seguinte verso. livro Manah-éiksã (2):

VERSO 62 na dharmam nãdharmarh éruti-gana-niruktam kila kuru


vraje rãdhã-krsna-pracura-paricaryãm iha tanu
i r a n c w atra. cHTíTsrsTfaírafa T F R . I
>rtR. i t v s j a j i : Ml\ aí< «re*. i 5 i w » i Ke prescreve, deste modo, que n ã o devemos realizar as atividades religiosas ou
ãjhãyaivarh gunãn dosãn •Religiosas prescritas nos Vedas. É melhor ocupar-nos sempre no serviço ao Senhor
mayãdistãn api svakãn Krsna e Rãdhãrãni- Esta é a perfeição de tudo nesta vida. De modo semelhante,
dharmãn samtyajya yah sarván Nârada Muni diz no èrímad-Bhãgavatam (4.29.46):
mãm bhajet sa ca sattamah
ãjnãya—conhecendo perfeitamente; evam—assim; gunãn—qualidades; dosí"" yadã yasyãnugrhnãti
falhas; mayã— por Mim; ãdisfãn—instruída; api— embora; s i w t ó n - p r ó p n ° s;
bhagavãn ãtma-bhâvitah
668 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ly 66 Conversas entre ári Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 669
â

sa jahâti matirh loke materiais é apenas outro aspecto da existência material. Do ponto de vista espiri-
vede ca varinisthitâm tual, tudo isto é externo. Quando Sri Caitanya Mahãprabhu rejeitou esta proposta,
pmãnanda Rãya sugeriu que o serviço devocional baseado em filosofia e lógica
" A o adotar realmente o serviço amoroso à Suprema Personalidade de De é ama posição mais progressiva. Portanto, citou o seguinte verso do Bhagavad-
3
pessoa abandona todos os deveres existentes no mundo material, bem como t^Á aitã (18.54).
os deveres prescritos pelos textos védicos. Dessa maneira, ela se fixa no ser^i s
VERSO 65
ao S e n h o r . "
4 1 ' ^ * : <2Pt8ríIi a C"tT5f% a 9t*s»f% i
VERSO 64 i a : i ^ f c f ^ a * f % * «recs f a t a j >>" I I

brahma-bhütah prasannãtmã
*T9 9CÇ, - " W R f i f a í l "Bf%t-JTf«rrJ!tíf ll" *8 II na éocati na kãhksati
samah sarvesu bhütesu
prabhu kahe, — "eho bãhya, ãge kaha ãra" mad-bhaktirh labhate param
rãya kahe, — "jhãna-miérã bhakti—sãdhya-sãra" brahma-bhütah—livre de concepções materiais de vida, mas apegado a uma si-
prabhu kahe—o Senhor disse; eho—isto; bãhya—externo; áge—em frente; kaha— tuação impessoal; prasanna-ãtmã—plenamente jubiloso; na éocati—não se lamenta;
dize; ãra—mais; rãya kahe—Rãya. replicou; jhãna-miérã bhakti—serviço devocional m kãhksati—não anseia; samah—igualmente disposto; sarvesu—todas; bhütesu—com
misturado com conhecimento empírico; sãdhya-sãra—é a essência da perfeição. as entidades vivas; mat-bhaktim—Meu serviço devocional; labhate—alcança;
param—transcendental.
T R A D U Ç Ã O — A p ó s ouvir Rãmãnanda Rãya falar dessa maneira, o Senhor Sri
Caitanya Mahãprabhu disse: " V a i em frente e dize algo m a i s . " Então, TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya prosseguiu: " D e acordo com o Bhagavad-gitã:
Rãmãnanda Rãya replicou: "A essência da perfeição é o serviço devocional mis- 'Aquele que está assim transcendental mente situado percebe de imediato o
turado com conhecimento e m p í r i c o . " Brahman Supremo e enche-se de júbilo. Jamais lamenta n e m deseja ter nada;
é igualmente disposto com todas as entidades vivas. Nesse estado, ele alcança
SIGNIFICADO—Decerto que o serviço devocional misturado com conhecimento es- serviço devocional puro a M i m . ' "
peculativo não-védico não é serviço devocional puro. Portanto, em seu Anubhãsya,
Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati pregou que a auto-realização que acompanha a SIGNIFICADO—O Bhagavad-gitã diz que quem aceita a teoria do monismo —
execução de cerimônias ritualísticas está na fase neutra, entre a liberação e a vida estando sempre dedicado a discussões filosóficas empíricas sobre a vida
condicionada. É o local além deste m u n d o material, no rio Virajã, onde os três espiritual — torna-se jubiloso e alivia-se de toda lamentação e anseio material.
modos da natureza material são subjugados ou neutralizados na fase imanifesta. Nesta fase, atinge-se a equanimidade, encarando todas as entidades vivas como
Contudo, no m u n d o espiritual há u m a manifestação de energia espiritual, co- seres espirituais. Após alcançar esta fase elevada, pode-se alcançar o serviço devo-
nhecida como Vaikunthaloka, onde inexiste ansiedade. O m u n d o material é co- cional puro. Concluindo, o serviço devocional misturado com atividades fruitivas
nhecido como brahmãnda. O universo material é criação da energia externa. Entre e
rimalísticas é inferior ao serviço espiritual baseado em discussões filosóficas
as duas criações — a criação material e a criação espiritual — existe um rio conhe- empíricas.
cido como Virajã, b e m como um local conhecido como Brahmaloka. Virajãnadi VERSO 66
e Brahmaloka são refúgios para entidades vivas desgostosas com a vida material
e inclinadas à existência impessoal pelo método de negar a variedade material. c2j^ a ^ "<ax?fl w i > "sfcfl 9 ç « r i a r
Como esses locais não se encontram nos Vaikunthalokas, ou no mundo espi"'
tual, Sri Caitanya Mahãprabhu afirma que eles são externos. No Brahmaloka e 3ia i s & ç , — " e i í s ^ i " e f ^ — l í T p r f a 11" n
em Virajãnadi, não se pode conceber os Vaikunthalokas. Além disso, alcança-se
Brahmaloka e Virajãnadi após difíceis austeridades, mas, nestes reinos, não ha prabhu kahe, "eho bãhya, ãge kaha ãra"
compreensão da Suprema Personalidade de Deus e de Seu transcendental serviço rãya kahe, — "jhãna-éünyã bhakti—sãdhya-sãra"
amoroso. Sem tal conhecimento espiritual, o simples desapego de condiç° e prabhu kahe—o Senhor disse; eho—isto; bãhya—externo; áge—em frente; kaha—
ta
la; ãra—mais; rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; jhãna-éünyã bhakti —serviço
M
670 Sri CaiUnya-caritimrta »dhya-l,i 4 h 68 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 671

devocional independente de lógica e filosofia empírica; sãdhya-sãra— a e 0ne—em obter conhecimento; prayãsam—esforço desnecessário; udapãsya—
da perfeição da vida. fixando bem de lado; namantab—rendendo-se plenamente; eva—decerto;
(j—vivem; sat-mukharitãm—declaradas por grandes devotos realizados;
n

T R A D U Ç A O — A p ó s ouvir isto, como de costume, o Senhor rejeitou-o ^vadlyã-vdrtdm—conversas sobre Ti, a Suprema Personalidade de Deus; sthãne
considerá-lo serviço devocional externo. Outra vez pediu a Rãmãnanda R'"" —situados em suas próprias posições; éruti-gatãm—recebidas auricularmen-
que continuasse falando, ao que Rãmãnanda Rãya replicou: "O serviço d ^* K ignu-vãk-manobhih—pelo corpo, palavras e mente; ye—aqueles que; prãyaéah—
cional puro sem nenhum vestígio de conhecimento especulativo é a e s s ê n c i a ^ miase sempre; ajita—ó meu inconquistável Senhor (além da percepção e ilimita-
perfeição." damente independente); jitah—conquistado; api—deveras; asi—és; taih—por tais
devotos puros; tri-lokyãm—nos três m u n d o s .
S I G N I F I C A D O — E m seu comentário Anubhãsya, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati
Thãkura diz que esta fase — serviço devocional misturado com conhecimento TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya continuou: "O Senhor Brahmã disse: 'Meu
especulativo — também é externa, não se inserindo na jurisdição do serviço de querido Senhor, os devotos que deixaram de lado a concepção impessoal da
vocional puro, praticado em Vaikunthaloka. Tão logo haja alguma concepção de Verdade Absoluta e que por isso pararam de discutir verdades filosóficas empí-
pensamento materialista — seja ela positiva ou negativa — o serviço deixa de ser ricas devem ouvir de devotos auto-realizados sobre Teu santo nome, forma, pas-
espiritual. Talvez seja livre de contaminação material, mas, por haver especula- satempos e qualidades. Devem seguir com perfeição os princípios de serviço
ção mental, o serviço devocional não é puro nem isento da contaminação da vida devocional e permanecer livres do sexo ilícito, do jogo de azar, da intoxicação
material. A entidade viva que deseja ser inteiramente pura precisa situar-se aci- e da matança de animais. Rendendo-se plenamente com o corpo, as palavras
ma desta concepção material. A negação da existência material não significa ne- e a mente, poderão viver em qualquer ãárama ou starus social. De fato, tais
cessariamente existência espiritual. Após negar-se a existência material, pode ser pessoas Te conquistam, apesar de seres sempre inconquistável.' "
que a existência espiritual — ou seja, sac-cid-ãnanda — ainda não se manifeste.
Até que alguém atinja a fase de realmente compreender sua relação eterna com
o Senhor Supremo, não pode adentrar-se na vida espiritual. Vida espiritual sig- VERSO 68
nifica desapegar-se da vida material e ocupar-se no serviço amoroso ao Senhor.
Portanto, Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a Rãmãnanda Rãya que expusesse algo
9 » , — " > a c « n « m «rrct a i i m r
-
transcendental ao serviço devocional misturado com conhecimento especulativo. a r * TO, - c i t i « f % « — i<ifo*TrH n" *v H
O devoto puro é inteiramente rendido aos pés de lótus do Senhor, e apenas através
de seu amor é que ele conquista Krsna, a quem ninguém pode conquistar. Krsna prabhu kahe, — "eho haya, ãge kaha ãra"
sai sempre vitorioso em tudo. Ninguém pode conquistá-lO. É apenas rendendo-se rãya kahe, —' 'prema-bhakti—sarva-sãdhya-sãra
plenamente que se pode atingir a fase de devoção pura. Isto é corroborado a seguir prabhu kahe—o Senhor disse; eho haya—isto está muito bem; ãge kaha ãra—fala
pelo Srfmad-Bhãgavatam (10.14.3), onde o Senhor Brahmã, derrotado pela potência algo mais, rãya kahe—Rãya replicou; prema-bhakti—amor extático em serviço de-
de Sri Krsna, rende-se plenamente ao Senhor. vocional ao Senhor; sarva-sãdhya-sãra—a essência de toda a perfeição.

TRADUÇÃO—Nessa altura, Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: "Isto está muito


VERSO 67 bem, mas ainda podes falar mais sobre o assunto." Então, Rãmãnanda Rãya
"plicou: "Amor extático pela Suprema Personalidade de Deus é a essência de
1
•"da a perfeição."
Wllf% W t f t V f t « v f í n í t f f n
frei f\*v- srfei^ft ^firtrcirf»- SGNincADO—A este respeito, Srila Bhaktivinoda Thãkura diz em seu Amrta-
V"toa~ha-bhãsya que, após ouvir Rãmãnanda Rãya, o Senhor Caitanya Mahãprabhu
^se: eho haya, ãge kaha ãra, o que significa que este é o processo aceito em servi-
jhãne prayãsam udapãsya namanta eva j* devocional, porém, há algo mais do que isso. Portanto, o Senhor Caitanya
jlvanti san-mukharitãm bhavadlya-vãrtãm ^ ã p r a b h u pediu-lhe que explicasse o que estava além. Simplesmente cumprir-
sthãne sthitãh éruti-gatãm tanu-váh-manobhir ™*°s os deveres de todos os varnas e ãéramas não é tão bom quanto oferecermos
ye prãyaéo 'jita jito 'py asi tais tri-lokyãm os resultados de nossas atividades ao Senhor.
672 Sri Caitanya-caritãmrta M
adhy -i,i
a a 8 yerso 70 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 673

Abandonando todas as atividades fruitivas e rendendo-nos plenamente ao


Senhor, alcançamos sva-dharma-tyãga, fase em que abandonamos a ordem social T P ^ fwfh «ric? wròi fnnrm
e adotamos a ordem renunciada. Isto com certeza é melhor. Contudo, melhor
do que a ordem renunciada é o cultivo de conhecimento misturado com serviço
^svti saessi aç «•vT-ctrs»
devocional. Todavia, todas estas atividades são exteriores às atividades do mundo nãnopacãra-krta-püjanam ãrta-bandhoh
espiritual. Não há nelas n e n h u m vestígio de serviço devocional puro. O serviço premnaiva bhakta-hrdayarh sukha-vidrutam syãt
devocional puro não pode ser alcançado através de filosofia empírica, nem se pode yãvat k$ud asti jathare jarathã pipâsã
alcançar a perfeição simplesmente através de boa associação. O serviço devocional tãvat sukhãya bhavato nanu bhaksya-peye
mediante a auto-realização é algo diferente, algo não influenciado pela atividade flãnã-upacãra—com variedades de ingredientes; krta—realizada; püjanam—
fruitiva, pois nesta fase entregam-se os resultados das atividades ao Senhor adoração; ãrta-bandhoh—à Suprema Personalidade de Deus, que é o amigo de todas
abandonam-se os deveres prescritos e aceita-se a ordem de vida renunciada. Seme- as pessoas aflitas; premnã— com amor extático; eva—na verdade; bhakta-hrdayam—o
lhante serviço devocional situa-se numa plataforma superior à da especulação filo- coração do devoto; sukha-vidrutam—derretido em bem-aventurança transcendental;
sófica empírica com mistura de bhakti. Srila Rüpa Gosvãmi comprova isto em seu syíf—torna-se; yãvat—enquanto; ksut—apetite; asfi—haja; jathare—no estômago;
Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.1.11): pralhã— forte; pipãsã—sede; tãvat—enquanto; sukhãya—em troca de felicidade;
hhavatah—são; nanu—na verdade; bhaksya—comidas; peye—e bebidas.
anyâbhilãsitã-éünyam
jhãna-ka rmãdy-a nãvrta m TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya prosseguiu: " 'Enquanto houver fome e sede,
ãnukülyena krsnãnu- uma pessoa sentir-se-á muito feliz ao comer e beber. Quando o Senhor é adorado
éttanarh bhaktir uttama com amor puro, no coração do devoto desperta bem-aventurança transcendental.' "

"Deve-se prestar transcendental serviço amoroso ao Supremo Senhor Krsna, fa- VERSO 70
voravelmente, e sem desejar lucros materiais ou desfrutar de atividades fruitivas
ou de especulação mental. Isto chama-se serviço devocional p u r o . "
Às vezes, contudo, as atividades devocionais parecem impuras na fase neófita,
embora na fase madura sejam completamente purificadas da atividade material.
Portanto, após ouvir a última afirmação de Sri Caitanya Mahãprabhu, Rãmãnanda
Rãya replicou: prema-bhakti—sarva-sãdhya-sãra. Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou
realmente este verso (jhãne prayãsam) como o princípio básico da perfeição. É preci-
so praticar este princípio a fim de progredir mais. Quando realmente se progride krsna-bhakti-rasa-bhãvitã matih
mais, chega-se à plataforma de serviço amoroso extático ao Senhor. Esta primeira kriyatãm yadi kuto 'pi labhyate
fase é tecnicamente chamada sãdhana-bhakti, ou seja, serviço devocional na prática. tatra laulyam api mülyam ekalam
O resultado de sãdhana-bhakti é necessariamente amor extático, apego à Suprema janma-koji-sukrtair na labhyate
Personalidade de Deus, o que também é chamado de prema-bhakti. Na fase neófita, krsna-bhakti-rasa-bhãvitã—absorta nas doçuras de prestar serviço devocional a
sãdhana-bhakti inclui fé, associação com devotos e prática de serviço devocional. ^sna; matih—inteligência; kriyatãm—que seja adquirido; yadi—caso; kutah api—
Assim, a pessoa livra-se de todas as coisas indesejáveis. Então, ela se fixa no servi- em
- alguma parte; labhyate—esteja disponível; tatra—lá; laulyam—avidez; api—na
ço devocional e aumenta seu desejo de agir em serviço devocional. Deste modo, Verdade; mülyam—preço; ekalam—único; janma-koti—de milhões de nascimentos;
apega-se ao Senhor e ao serviço devocional a Ele. su/c.rraiTj—mediante atividades piedosas; na—não; labhyate—é obtido.

VERSO 69 ^ D U Ç Ã O — " 'Nem sequer mediante atividades piedosas de centenas de milhares


de vidas pode-se obter serviço devocional puro em consciência de Krsna. Só se
P°de alcançá-lo pagando um preço — isto é, mostrando intensa avidez em obtê-lo.
ca^«fa « v s f í t H"(rttf»i, m i ^ s o esteja disponível em alguma parte, deve-se adquiri-lo sem demora.' "
674 Sri Caitanya-caritãmrta 73 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Ramànanaa Kaya 675
M a d h
>a-l,]ã.

SIGNIFICADO—Os dois versos anteriores estão incluídos no Padyãvall (13 i 4


VERSO 72
Srila Rüpa Gosvãmi. O verso sessenta e nove refere-se ao serviço devocional ^ !
nmaff 5HTc!s«i safo 1
fé, e o verso setenta refere-se ao serviço devocional prestado com intensa a
O primeiro é serviço devocional prestado de acordo com os princípios reeulaK
e o segundo refere-se ao espontâneo serviço amoroso ao Senhor, sem esfor o ° S
yan-nãma-éruti-mãtrena
trínseco. Doravante, o princípio básico predominante nas conversas entre Ç*~ pumãn bhavati nirmalah
Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya será o espontâneo serviço amoroso * tasya tlrtha-padah kim vã
Senhor. Os princípios regulativos, s e g u n d o os preceitos dos sãstras, são necessT dãsãnãm avaéisyate
rios enquanto não desperte espontaneamente a nossa adormecida consciência de yat—àe quem; nãma—a respeito do nome; éruti-mãtrena—pelo simples fato de
Krsna original. Um exemplo de ação espontânea é o fluir dos rios para o oceano ouvir; pumãn—uma pessoa; bhavati—torna-se; nirmalah—pura; tasya—dEle; tlrtha-
Nada pode conter esta corrente de água. Analogamente, quando desperta a nossa adah—àa Suprema Personalidade de Deus, em cujos p é s de lótus estão todos
consciência de Krsna adormecida, ela flui espontaneamente para os pés de lótus 0s lugares de peregrinação; kim—o que; vã— mais; dãsãnãm—dos servos;
de Krsna/ sem obstáculos. Com tudo o que Rãmãnanda Rãya falar, daqui por gráisyafe-resta.
diante, baseado no amor espontâneo, Sri Caitanya Mahãprabhu concordará e
o Senhor perguntar-lhe-á mais e mais sobre este assunto. TRADUÇÃO—" ' U m h o m e m purifica-se pelo simples fato de ouvir o santo nome
da Suprema Personalidade de Deus, cujos pés de lótus criam os lugares sagrados
de peregrinação. Portanto, o q u e resta a alcançar para aqueles que se tornaram
VERSO 71 Seus servos?' "

* w , — " u i w l «m, «rfct asti «srRr i" SIGNIFICADO—Esta citação é do Srimad-Bhãgavatam (9.5.16), sendo uma afirmação
do grande sábio Durvãsã Muni. Durvãsã Muni, um brãhmana de casta e grande
yogf, odiava Mahãrãja Ambarisa. Ao tentar castigar Mahãrãja Ambarísa através
prabhu kahe, — "eho haya, ãge kaha ãra" de seus poderes ióguicos, ele foi perseguido pela Sudarsana cakra da Suprema
rãya kahe, "dãsya-prema—sarva-sãdhya-sãra" Personalidade de Deus. Q u a n d o as coisas foram resolvidas, ele admitiu:
prabhu kahe—o Senhor disse; eho haya—tudo isto está muito bem; ãge kaha ãra— "Qualquer pessoa que ouça o santo n o m e da Suprema Personalidade de Deus
por favor, fala mais; rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; dãsya-prema—amor santifica-se de imediato. O Senhor Supremo é o amo dos devotos, e os devotos,
espontâneo com atitude de servidão; sarva-sãdhya-sãra—a essência da perfeição. ao Seu abrigo, naturalmente passam a possuir Suas opulências."

VERSO 73
T R A D U Ç Ã O — O u v i n d o até o ponto do amor espontâneo, o Senhor disse: "Tudo
isto está muito bem, mas, se souberes mais, por favor, d i z e - M e . " Em resposta
Rãmãnanda Rãya disse: "Serviço amoroso espontâneo em servidão — como o
intercâmbio entre amo e servo — é a perfeição m á x i m a . "

SIGNIFICADO—O espontâneo serviço amoroso ao Senhor chama-se serviço devo-


cional com apego íntimo entre o servidor e o servido. Esta intimidade chama-se bhavantam evãnucaran nirantarah
mamata. Entre o servidor e o servido, há um sentimento de unidade. Esta mamata praéãnta-nihsesa-mano-rathãntarah
começa com dãsya-prema, o serviço prestado ao amo pelo servo. A menos que haja kadãham aikãntika-nitya-kihkarah
tal relação, os relacionamentos amorosos entre o Senhor e Seu devoto não são praharsayisyãmi sa-nãtha-jlvitam
realmente fixos. A consciência de Krsna desperta quando o devoto sente: bhavantam—a Vós; eva—com certeza; anucaran—servindo; nirantarah—sempre;
Senhor é meu a m o " e presta-Lhe serviço. Esta consciência fixa está numa p l ' a t a Praéãnta—pacífico; nihéesa—todos; manah-ralha—desejos; antarah—outros; ka-
forma superior ao simples conhecimento do amor a Deus. ^-quando; aham—eu; aikãntika—exclusivo; nitya—eterno; kihkarah—servo;
676 Sri Caitanya-caritãmrta M a d
Verso 76 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 677
hya-l,iâ,

praharsayisyâmi— tornar-me-ei jubiloso; sa-nãtha— com um amo di» jttham—dessa maneira; satãm—de pessoas que preferem o aspecto impessoal
jivitam—vivendo. do Senhor; brahmã—da refulgência impessoal; sukha—pela felicidade; anubhütyã—
que é percebida; dãsyam—a atitude d e servidão; gatãnãm—daqueles que aceita-
TRADUÇÃO—" 'Aquele q u e Vos serve com constância livra-se de todos os d ram; para-daivatena—que é a Suprema Deidade adorável; mãyã-ãéritãnãm—para
jos materiais e fica inteiramente pacífico. Q u a n d o nos ocuparemos como Vos ÜM pessoas comuns sob as garras da energia externa; nara-dãrakena—com aquele que
servos constantes e eternos e sentir-nos-emos sempre jubilosos de ter um g parece com um menino deste m u n d o material; sãrdham—amistosamente;
e

tão perfeito?' " vijahruh—brincavam; krta-punya-puhjãh—aqueles que acumularam muitíssimas


atividades piedosas.
SIGNIFICADO—Esta afirmação é feita pelo grande e santo devoto Yãmunãcãrya
em seu Stotra-ratna (43). TRADUÇÃO—" 'Aqueles q u e se dedicam à auto-realização, apreciando a reful-
VERSO 74 gência de Brahman do Senhor, e aqueles que se ocupam em serviço devocional,
aceitando a Suprema Personalidade de Deus como amo, bem como aqueles que
« f Ç ire,—">írel 5U, s <enret « m a i"
estão sob as garras de mãyã, julgando o Senhor uma pessoa comum, não podem
* r * i r e , - " i t j - c s i i - i i a t i r i í ? n" «Í8 II entender que certas personalidades elevadas — após acumular muitíssimas ati-
prabhu kahe, — "eho haya, kichu ãge ãra"
vidades piedosas — brincam agora com o Senhor amistosamente como vaquei-
rãya kahe, —''sakhya-prema—sarva-sãdhya-sãra"
rinhos.' "
prabhu kahe—o Senhor disse; eho haya—isto também está bem; kichu—algo; ãge—
em frente; ãra—mais; rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; sakhya-prema— SIGNIFICADO—Esta afirmação é feita por Sukadeva Gosvãmi (Bhãg. 10.12.11), o
transcendental serviço amoroso em fraternidade; sarva-sãdhya-sãra—a fase de per- qual apreciava a boa fortuna dos vaqueirinhos que brincavam com Krsna e co-
feição máxima. miam com Ele às margens do Yamunã.

TRADUÇÃO—Ao ouvir isto de Rãmãnanda Rãya, o Senhor outra vez pediu-lhe VERSO 76
que fosse um passo à frente. Em resposta, Rãmãnanda Rãya disse: "O serviço
amoroso a Krsna, prestado em fraternidade, é a perfeição máxima." « t f ire,-"<iirel ^m, «BTÍCSÍ ii* « n u r
SIGNIFICADO—Enquanto se presta serviço amoroso ao Senhor na relação de amo * f * i r e , "lt«.191K>2t3í- l l ^ t i P l t l lSM> II
n

e servo, há algum temor, pois o servo sempre teme o amo, a despeito da intimi-
dade do interesse comum. Nesta fase, o servo sempre teme o amo, sendo respei- prabhu kahe, — "eho uttama, ãge kaha ãra"

toso com Ele. O devoto que é mais avançado nada tem a temer. Ele considera rãya kahe, "vãtsalya-prema—sarva-sãdhya-sãra"

o Senhor e a si mesmo em nível de igualdade. Nesta fase, o devoto tem plena prabhu kahe—o Senhor disse; eho uttama—isto é ótimo; ãge—ainda mais; kaha—

convicção de que o Senhor Krsna é não apenas amigo como também não pode fala; ãra—mais; rãya kahe—Rãya replicou; vãtsalya-prema—serviço amoroso ao
em absoluto ficar descontente caso o devoto viva com Ele em nível de igualdade. Senhor na fase d e amor de pai ou mãe; sarva-sãdhya-sãra—a fase máxima de
Esta compreensão chama-se visrambha, isto é, destituída de atitude respeitosa. perfeição.
Ao ser escolhida, esta atitude transforma-se em sakhya-prema, ou amor a Deus
com amizade. Nesta fase, desenvolve-se a consciência de igualdade entre o Senhor TRADUÇÃO—O Senhor disse: "Esta afirmação é ótima, mas, por favor, prossegue
e o devoto. ainda m a i s . " Então, Rãmãnanda Rãya replicou: "O serviço amoroso ao Senhor
VERSO 75 "a relação de pai ou mãe é a fase máxima de perfeição."

SIGNIFICADO—A fase de serviço amoroso ao Senhor em afeição de pai ou mãe


e
u m a fase avançada de amor em fraternidade. Na relação fraternal há um senti-
itthath satãth brahma-sukhãnubhütyã
do de igualdade, mas, q u a n d o este sentido de igualdade avança em afeição,
dãsyam gatãnãrh para-daivatena
alcança-se a plataforma de amor de pai ou mãe. A este respeito, cita-se o seguin-
mâyãsritãnãm nara-dãrakena
te verso do Srimad-Bhãgavatam (10.8.46), n o qual Sukadeva Gosvãmi exprime sua
a

sãrdharh vijahruh krta-punya-puhjãh


Preciação do intenso amor de Nanda Mahãrãja e mãe Yaáodã por Krsna.
678 Sri Caitanya-caritãmrta gO Conversas entre ári Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 679
Madhya-Uiã,

VERSO 77 uma corda. Esta é outra apreciação feita por Sukadeva Gosvãmi em sua nar-
o 0 1

ração dos passatempos de Krsna perante Mahãrãja Pariksit.

irrttn t i açrõTtl TC*ft *rar: rgíi' mu VERSO 79

nandah kim akarod brahman « f Ç a r e , - - "uacçl $ 5 * , « i t c t <crt* i"


éreya evarh mahodayam
yaéodã vã mahâ-bhãgã
papau yasyãh stanath harih prabhu kahe, — "eho uttama, ãge kaha ãra"

nandah—Nanda Mahãrãja; kim—que; akarot—terá realizado; brahman—' rãya kahe, "kãntã-prema sarva-sãdhya-sãra"

brãhmana; éreyah—atividades auspiciosas; evam—assim; ma/iá-udayam—elevando prabhu kahe—o Senhor replicou; eho uttama—isto é ótimo; áge—adiante; kaha—

se a tão excelsa posição como a de pai de Krsna; yaéodã—mãe Yaáodã; wi—ou- fala; ara—mais; rãya kahe—Rãmãnanda Rãyà replicou; kãntã-prema—serviço amo-
mahã-bhãgã— muito afortunada; papau—bebeu; yasyãh—de quem; stanam—pelos roso entre esposo e esposa; sarva-sãdhya-sãra—a fase máxima de perfeição.
seios; harih—a Suprema Personalidade de Deus.
TRADUÇÃO—O Senhor disse: " C o m certeza, tuas afirmações estão melhorando
TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya prosseguiu: " 'Ó brãhmana, que atividades pie- cada vez mais, u m a após outra. Porém, superando a todas elas, há outra doçura
dosas terá realizado Nanda Mahãrãja para receber a Suprema Personalidade de transcendental, podendo-se considerá-la como a mais s u b l i m e . " Então,
Deus, Krsna, como seu filho, e que atividades piedosas terá realizado mãe Yasodá Rãmãnanda Rãya replicou: " A p e g o conjugai a Krsna é a posição mais elevada
para fazer com que a Suprema e Absoluta Personalidade de Deus, Krsna, a chame de amor a D e u s . "
de mãe e mame em seus seios?' "
SIGNIFICADO—Em geral, o amor a Deus é destituído d a intimidade do sentido
VERSO 78 de propriedade. No caso do amor em servidão, há falta de confiança. Há falta
de maior afeição na relação fraternal, mas, ao incrementar-se esta afeição na rela-
cm ftfiir.*i a «cai a Umjiwstti i ção de pai ou mãe, há, não obstante, u m a carência de liberdade completa.
Contudo, q u a n d o alguém se torna amante conjugai de Krsna, manifesta-se ple-
« l l f " C*tf5C3 ctr^l m efíf f ^ f e f T * 1 -lo- i
namente tudo o que faltava nas outras relações. Na fase conjugai, o amor a Deus
nemani virihco na bhavo não carece de nada. O resumo deste verso é que o amor de pai ou mãe a Krsna
na érir apy ahga-sarhérayã é certamente superior ao amor fraternal, mas que o amor conjugai é ainda superior.
prasãdarh lebhire gopt Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a Rãmãnanda Rãya que fosse adiante, ao que
yat tat prãpa vimuktidãt este chegou ao tema da convivência conjugai, que é a fase máxima de perfeição
na—não; imam—este (amor a Deus); virihcah—o Senhor Brahmã; na—não; do amor transcendental,
bhavah—o Senhor Siva; na—tampouco; érih—a deusa da fortuna; api—sequer;
ahga—no peito de Visnu; sarhérayã—que se abriga; prasãdam—favor; lebhire— VERSO 80
obtiveram; gopf— mãe Yaáodã; yat—que; faf—este; prãpa—obteve; vimukti-dãt—dà lUi fale?!** $ fJraT^re: ss^ir.
pessoa que outorga a liberação.
'SttfFTStt J i f à i i W B n ^ 1 * 9 1 1 : i
TRADUÇÃO—" ' N e m o Senhor Brahmã n e m o Senhor Siva, nem tampouco a
deusa da fortuna, que sempre se abriga no peito da Suprema Personalidade de
Deus, Visnu, jamais obtiveram o favor q u e mãe Yaáodã obteve de Sri Krsna.
o outorgador da liberação.' " nãyath ériyo 'hga u nitãnta-rateh prasãdãh
svar-yositãm nalina-gandha-rucüm kuto 'nyãh

SIGNIFICADO—Esta afirmação é do Srimad-Bhãgavatam (10.9.20). Krsna deixou que rãsotsave 'sya bhuja-danda-grhita-kantha-

mãe Yaáodã O atasse q u a n d o ela já queria desistir do propósito de atar Krs labdhãéisãm ya udagãd-vraja-sundarinãm
680 Sri Caitanya-caritãmrta 83 Conversas entre án Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 681
Madhya-m^ 8

no—não; ayam—isto; ériyah—da deusa da fortuna; ahge— no peito; u— D POR


SIGNIFICADO—Este verso é do Srimad-Bhãgavatam (10.32.2). Durante a dança da
nitãnta-rateh—cuja relação é muito íntima; prasãdah—o favor; stw/i—dos p l ' a
6 U S
j
n Krsna desapareceu de repente, e as gopis ficaram tão atordoadas, devido à
S f l /

celestiais; yositãm—àe mulheres; nalina—áa flor de lótus; gandha—tendo o ar 6 3S


paração e a seu intenso amor por Ele, que Krsna foi obrigado a reaparecer.
se

ruaím—e o brilho corpóreo; kutah—muito menos; anyãh—outras; rãsa-utsave—*'


festival da dança da rasa; asya—do Senhor Sri Krsna; bhuja-danda—pelos bra ^ VERSO 82
Ç S
grhlta—abraçados; kanfha—seus pescoços; labdha-ãsisãm—que obtiveram tal bên ° '
yah—que; udagãt—manifestou-se; vraja-sundarinãm—das belas gopis, as mocinhas yqi-aitfaa ^ t l a a«fài i
transcendentais de Vrajabhümi. ç ^ ü t R a - ^ ^ í n Am wtsa n H
TRADUÇÃO—" 'Enquanto o Senhor Sri Krsna dançava com as gopis na rãsa-hlã krsna-prãptira upãya bahu-vidha haya
Seus braços abraçavam-nas. Jamais este favor transcendental foi concedido ' krsna-prãpti-tãratamya bahuta âchaya
deusa da fortuna ou às outras consortes no m u n d o espiritual. De fato, nem as krsna-prãptira—de alcançar os pés de lótus de Krsna; upãya—meios; bahu-vidha—
mais belas moças dos planetas celestiais, cujo brilho corpóreo e aroma diversos; haya—há; krsna-prãpti—de alcançar o favor do Senhor Krsna; tãratamya—
assemelham-se à flor de lótus, jamais chegaram a imaginar tal coisa. O que dizer comparações; bahuta—diversas; ãchaya—existem.
então, de mulheres m u n d a n a s que são belíssimas segundo a estimativa mate
rial?' " T R A D U Ç Ã O — " H á diversos meios e processos pelos quais se pode alcançar o favor
do Senhor Krsna. Todos estes processos transcendentais serão estudados do
S I G N I F I C A D O — U d d h a v a falou este verso (Bhãg. 10.47.60) quando de sua visita a ponto de vista da importância comparativa."
Sri Vrndãvana para entregar u m a mensagem de Krsna às gopis. Uddhava perma-
neceu em Vrndãvana para ali observar os movimentos das gopfs. Ao ver o amor VERSO 83
extático por Krsna em separação que as gopis manifestavam, ele apreciou o su-
premo amor delas, e por isso expressou seus sentimentos neste verso. Admitiu f«?1 #Ta CÀ*X AA, CAÍ. *táVGA I
que, se a fortuna da deusa da fortuna nem se comparava com a fortuna das gopis,
o que dizer, então, das belas moças dos planetas celestiais?
kintu yãhra yei rasa, sei sarvottama
VERSO 81 tafa-stha hahã vicãrile, ache tara-tama
kintu—não obstante; yãhra—de alguns devotos; yei rasa—qualquer que seja a do-
'STiTiífàs^ÇtfçtF?!: •waTírçf-piBF: i çura de trocas amorosas; sei—esta; sarva-uttama—a melhor; tata-stha—neutros;
hahã— sendo; vicãrile—se considerarmos; ache—há; tara-tama—níveis inferiores e
%5tT$rf3: zrô I W Í I W ^ I : » II
superiores.
tãsãm ãvirabhüc chaurih
smayamãna-mukhãmbujah
pltãmbara-dharah sragvl TRADUÇÃO—"É verdade que qualquer relação que u m devoto específico tenha
sãksãn manmatha-manmathah com o Senhor é a melhor para ele; de qualquer modo, ao estudarmos todos os
tãsãm—entre elas; ãvirabhüt—apareceu; Saurih—Senhor Krsna; smayamãna— diferentes métodos de u m a posição neutra, podemos entender que existem graus
sorrindo; mukha-ambujah—com u m rosto semelhante à flor de lótus; pita-ambara- mferiores e superiores de a m o r . "
dharah—trajando roupas amarelas; sragvl— enguirlandado com flores; sãksãt—
diretamente; manmatha—de Cupido; manmathah—o encantador.
SIGNIFICADO—A este respeito, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura explica
TRADUÇÃO—" ' D e repente, devido aos sentimentos de separação das gopis, o que este verso não aprova a invenção caprichosa de certos métodos de amor a
Senhor Krsna apareceu entre elas, trajando roupas amarelas e usando uma gu""- ^eus. Não se pode aceitar tais invenções como algo elevado. Na verdade, estes
landa de flores. Seu rosto de lótus sorria, e Ele diretamente atraía a mente de Ve
rsos não recomendam tais fantasias. No Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.2.101), Srila
Cupido.' " Kupa Gosvãmi diz:
682 Sri Caitanya-caritãmrta 84 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 683
Madhy -l-
a üa g

éruti-smrti-purãnãdi- assim, progridem na vida espiritual. Na realidade, ninguém pode refugiar-se


pahcarãtra-vidhirh vinã tais doçuras espirituais a não ser q u a n d o esteja completamente descontami-
aikãntikr harer bhaktir _ado do apego material. Ao livrar-se por completo do apego material, o devoto
utpãtdyaiva kalpate vê despertarem em seu coração os sentimentos das doçuras transcendentais. Isto
e cixirüpa-siddhi, a perfeição de nossa relação eterna com o Senhor Supremo.
Ele menciona claramente neste verso que devemos referir-nos aos textos vérT §varupa-siddhi, a relação eterna com o Senhor Supremo, pode situar-se em uma
e a outros textos suplementares e seguir as conclusões dos Vedas. Uma at jas doçuras transcendentais. Cada uma delas é tão perfeita quanto as demais.
devocional caprichosa simplesmente cria distúrbios no reino transcendental s 6
Entretanto, mediante estudo comparativo, qualquer pessoa imparcial pode com-
alguém excessivamente ligado à vida familiar adota o Srimad-Bhãgavatam ou a cem/ preender que a doçura de servidão é melhor do que a doçura de neutralidade.
ciência de Krsna para ganhar a vida, certamente sua atividade é ofensiva. Ninguém \ doçura de fraternidade é melhor do que a doçura de servidão. De modo seme-
deve tornar-se guru de casta e vender mantras para o benefício de fregueses mun lhante, a doçura de paternidade é melhor do que a de fraternidade. Acima de
danos, nem deve fazer discípulos como meio de subsistência. Todas essas ativi todas estas doçuras está a doçura de amor conjugai. No entanto, todas elas estão
dades são ofensivas. Não se deve ganhar a vida formando um grupo profissional situadas espiritualmente na mesma plataforma, pois todas essas relações de per-
para realizar o canto congregacional, nem se deve prestar serviço devocional feição no amor baseiam-se n u m ponto central — Krsna.
quando se está apegado à sociedade, à amizade e ao amor mundanos. Tampouco Não se pode comparar essas doçuras com os sentimentos que se sente ao se
deve-se depender da dita etiqueta social. Tudo isto é especulação mental. Nenhu- adorarem os semideuses. Krsna é um só, mas os semideuses são muitos. Eles
ma dessas coisas pode ser comparada ao serviço devocional imaculado. Ninguém são materiais. Não se pode comparar o amor a Krsna com o amor material por
pode comparar o serviço devocional imaculado, a consciência de Krçna, a ativi- qualquer um dos semideuses. Por estarem na plataforma material, os Mãyãvãdis
dades mundanas. Há muitos grupos desautorizados que fingem pertencer ao culto recomendam a adoração a Siva ou a Durgã, dizendo que adorar Kãlí e Krsna é
de Sri Caitanya, e alguns são conhecidos como: aula, bãula, karttãbhajã, nedã, dara- a mesma coisa. Contudo, na plataforma espiritual, não existe adoração a semi-
veéa, sãhi, sakhibheki, smãrta, jãta-gosãhi, ativãdi, cüdãdhãrl e gaurãhga-nãgari. deuses. O único objeto de adoração é Krsna. Portanto, embora não haja diferença
Além disso, existem aqueles que aceitam como genuína a opinião dos gosvãmis alguma entre um devoto em éãnta-rasa ou dãsya-rasa, vãtsalya-rasa ou mãdhurya-
de casta de tais grupos, comparando-a com as opiniões dos seis Gosvãmis lidera- rasa, de qualquer m o d o , pode-se fazer u m estudo comparativo da intensidade
dos por Sri Rüpa e Sri Sanãtana. Este é simplesmente outro processo enganoso. do amor nestas diferentes posições transcendentais. Por exemplo: pode-se dizer
Há, também, não-devotos que compõem canções desautorizadas, estabelecem di- que dãsya-rasa é melhor que éãnta-rasa, todavia, há amor transcendental por Deus
ferentes templos com fins lucrativos, adoram as Deidades como sacerdotes em em ambas. Do m e s m o modo, podemos julgar que amor a Deus em fraternidade
troca de salários, enaltecem o brahmanisno de casta e não reconhecem o valor é melhor do que amor a Deus em neutralidade e servidão. De forma semelhante,
de um Vaisnava puro. Na realidade, os brãhmanas de casta da comunidade smãrta amor a Deus em afeição de pai ou mãe é melhor do que amor em fraternidade.
opoêm-se aos princípios do Sãtvata-pahcarãtra. Além disso, existem muitos Mãyã- E, como se afirmou antes, amor a Deus na rasa conjugai é superior àquele da rasa
vãdis e outros excessivamente viciados em gozo material dos sentidos. Não se de pai ou mãe.
pode comparar n e n h u m deles com alguém puramente dedicado a pregar a cons- Ãcãryas peritos, profundos conhecedores do serviço devocional na plataforma
ciência de Krsna. Toda pessoa consciente de Krsna esforça-se constantemente para transcendental, fizeram a análise de diferentes classes de amor a Deus. Infeliz-
utilizar diferentes métodos transcendentais a serviço do Senhor. Semelhante de- mente, pessoas inexperientes e desautorizadas no m u n d o material, não enten-
voto renuncia a todo o gozo material e dedica-se integralmente ao serviço de seu dendo a posição transcendental do amor puro, tentam encontrar alguma falha
mestre espiritual e do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu. Ele pode ser um celiba-
material no processo transcendental. Isto é mera insolência da parte de pessoas
tário perfeito, um chefe de família estrito, um vãnaprastha regulado ou um tridandi-
espiritualmente inexperientes. Tal criticismo é característico de arengadores mun-
sannyãsl na ordem renunciada. Não faz diferença. Não se pode comparar os
danos desventurados.
pseudo-transcendentalistas com os devotos puros, n e m se pode argumentar que
alguém pode inventar seu próprio método de adoração.
Para entender o objetivo de apresentar este verso, faz-se necessária uma expli-
VERSO 84
cação das posições comparativas das doçuras transcendentais conhecidas como
Santa, dãsya, sakhya, vãtsalya e mãdhurya. Todas essas rasas, ou doçuras, encontram-
se na plataforma transcendental. Os devotos puros refugiam-se em alguma delas
i r M p w n Itil «tiro ^trt TOfes i \ri i
684 Sri Caitanya-caritãmrta 88 Conversas entre Sn Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 685
Madhya-iy à

yathottaram asau svãda- ^ p U Ç Ã O — " A s s i m como as qualidades aumentam, também o sabor aumenta
visesollãsa-mayy api e& cada uma das doçuras. Portanto, todas as qualidades encontradas em sãnta-
ratir vãsanayâ svãdvi rasa< dãsya-rasa, sakhya-rasa e vãtsalya-rasa s ã o manifestas no amor conjugai
bhãsate kãpi kasyacit [Diádhurya-rasal."
yathã «fiaram—um após outro; asau—aqueles; svãda-vise$a—de sabores
específi.
cos; ullãsa—agradável; mayi— dotado de; api—embora; ratih—amor; vãsanayâ— \ VERSO 87
desejo; svãdvi— doce; bhãsate—aparece; kã api—alguém; kasyacit—um deles
« r f a r W í f B H <9«1 CAU *fa-*fa fpS I
TRADUÇÃO—" 'Experimenta-se amor crescente de diversos sabores, u - m a
S
&-r*n apre Alus « í f a f t o s II v<\ n
outro. Porém, o amor q u e tem o sabor máximo na sucessão gradual de dese
manifesta-se sob a forma de amor conjugai.' " õkãéãdira guna yena vara-pãra bhüte
dui-tina krame bãde pahca prthivite
SIGNIFICADO—Este verso é do Bhakti-rasãmrta-sindhu (2.5.38) de Srila R u p a Skãéa-ãdira—do céu, ar e assim por diante; guna—as qualidades; yena—assim
Gosvãmi, e também aparece no Adi-lilã, Quarto Capítulo, verso quarenta e cinco como; para-para—uma após outra; bhüte— nos elementos materiais; dui-tina—dois
e depois três; krame— por gradações; bãde—aumentam; pahca—todas as cinco; prthi-
VERSO 8 5 xüle—na terra.

• t ^ f - a r e * « * r ™ * m wsi TRADUÇÃO—"As qualidades dos elementos materiais — céu, ar, fogo, água e
sfè-fw -stítca *m ? t ^ i II w II terra — a u m e n t a m u m a após outra mediante um processo gradual de um, dois
e três, e, na última fase, no elemento terra, todas as cinco qualidades são com-
pürva-pürva-rasera guna—pare vare haya pletamente visíveis."
dui-tina ganane pahca paryanta bãdaya
pürva-pürva—de cada uma anterior; rasera—da doçura; guna—as qualidades; pare VERSO 88
pare—em cada uma subseqüente; haya—existem; dui-tina—duas e depois três; gana-
ne— contando-se; pahca—cinco; paryanta—até; bãdaya—aumenta. »tfà«3«f-3K&2ftfa 'c«nrr* rere> i
TRADUÇÃO—"Há u m a o r d e m gradual de aprimoramento em doçuras transcen- iifè c e W i i»t - i r e «rtire> u b-vit
dentais, desde as iniciais até as últimas. Em cada doçura subseqüente, paripürna-krsna-prãpti ei 'prema' haite
manifestam-se as qualidades das doçuras anteriores, contando-se a partir de duas, ei premãra vasa krsna—kahe bhãgavate
depois três, até chegar a cinco qualidades completas." paripürna—perfeitamente pleno; krsna-prãpti—alcance dos pés de lótus do Senhor
Krsria; ei—este; prema— amor a Deus; haite—de; ei premãra—desta espécie de amor
VERSO 86 a Deus; vaéa—sob o controle; krsna—Senhor Krsna; kahe—se diz; bhãgavate—no
Srimad-Bhãgavatam.
© t í f t r e n w t f w itff?«ff3-?re i
«rra-ft^-itj-ateiiFna «rçrereirereiib-fcii TRADUÇÃO—' ' É possível alcançar perfeitamente os p é s de lótus de Krsna atra-
y
és do amor a Deus, especificamente através de mãdhurya-rasa, ou amor conju-
gunãdhikye svãdãdhikya bãde prati-rase 8*1. Na verdade, este padrão de amor cativa o Senhor Krsna. Afirma-se isto,
éãnta-dãsya-sakhya-vãtsalyera guna madhurete vaise teoíbém, no árimad-Bhãgavatam."
guna-ãdhikye—pe\o a u m e n t o de qualidades transcendentais; svãda-ãdhikya—
aumento do sabor; bãde— aumenta; prati-rase—em cada doçura; éãnta—àe SIGNIFICADO—Para explicar a qualidade suprema do amor conjugai, Srila Krsna-
neutralidade; dãsya—àe servidão; sakhya—de fraternidade; vãtsalyera—e de afei- dãsa Kavirãja Gosvãmi dá o exemplo d o s elementos materiais — céu, ar, fogo,
1
ção de pai ou mãe; guna—as qualidades; madhurete—na doçura conjuga - *gua e terra. No céu (espaço), há a qualidade do som. De forma semelhante, no
vaise—aparecem. * existem as qualidades do som e do tato. No fogo, existem três qualidades —
686 Sri Caitanya-caritãmrta .. ., 90 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 687
Madhya-i ila 8

som, tato e forma. Na água, existem quatro qualidades — som, tato forma VERSO 90
6S a 0 r
Finalmente, na terra, existem todas as cinco qualidades — som, tato f ^ -
S a T
e também aroma. Pode-se, pois, verificar que a qualidade do céu está ^°
t U d o
— ou seja, no ar, no fogo, na água e na terra. Na terra, podemos e n c o n t ^
as qualidades da natureza material. O mesmo se aplica à rasa c o n h e c i c T t 0 d a S
re rere « r e , 3*» « t r e « r e re>re n a » 11
0
mâdhurya-rasa, ou amor conjugai. N o amor conjugai, existem as q u a l i d a d ^
krsnera pratijhã drdha sarva-kãle ache
neutralidade, servidão, fraternidade e paternidade, bem como as do própri ^ ^
conjugai. Conclusão: através do amor conjugai, o Senhor fica n l p L ° a , n 0 r
ye yaiche bhaje, krsna tare bhaje taiche
satisfeito. finamente —do Senhor Krsna; pratijhã—a promessa; drdha—firme; sarva-kãle—em
iodos os tempos; ache—há; ye—qualquer pessoa que; yaiche—assim como; bhaje—
O amor conjugai (mãdhurya-rasa) também é conhecido como érhgãra-rasa Se presta serviço; krsna—Senhor Krsna; fore—ele; bhaje—reciproca com; taiche—assim
8
do conclusão do Srimad-Bhãgavatam, na combinação completa do serviço a m o " " para sempre.
S
ao Senhor — ou seja, no amor conjugai —, o Senhor Supremo concorda ple° °
mente em estar sob o controle do devoto. Srimati Rãdhãrãni representa a foiroa
3 TRADUÇÃO—"O Senhor Krsna fez uma firme promessa para sempre. Se alguém
mais elevada de amor conjugai; portanto, nos passatempos de Rãdhã e Krsna
podemos verificar que Krsna é sempre subjugado pela influência de Srimati Rãdhã Lhe presta serviço, Krsna lhe dá correspondentemente u m a quantidade igual
rãni. de êxito em serviço devocional a E l e . "

VERSO 89 SIGNIFICADO—É uma idéia completamente errada a de que se pode adorar Krsna

sob qualquer forma ou de qualquer maneira e ainda assim alcançar o resultado
final, recebendo o favor do Senhor. Esta é a conclusão a que chegam os materia-
listas grosseiros. De um m o d o geral, tais h o m e n s dizem ser possível que cada
um fabrique seu próprio método de adorar o Senhor Supremo e que qualquer
mayi bhaktir hi bhütãnãm espécie de adoração é suficiente para aproximar alguém da Suprema Personalidade
amrtatvãya kalpate de Deus. Com certeza, existem diferentes métodos para se alcançar diferentes
distyã yad ãsin mat-sneho resultados nos caminhos de atividade fruitiva, conhecimento especulativo, yoga
bhavatinãth mad-ãpanah mística e austeridade. Portanto, homens rudes dizem que, caso se adote qualquer
mayi—a Mim; bhaktih—serviço devocional; hi—decerto; bhütãnãm—àe todas as um desses métodos, alcança-se o favor da Suprema Personalidade de Deus. Ale-
entidades vivas; amrtatvãya—a tornarem-se eternas; kalpate—destina-se; di$tyã- gam que não importa a espécie de método adotado e dão um exemplo geral. Se
afortunadamente; yat—o que; ãsit—há; mat-snehah—afeição por Mim; bhavatinãm- alguém deseja chegar a determinado lugar, existem muitos caminhos que levam
áe todas vós; mat-ãpanah—o meio d e obter Meu favor. até lá, podendo ele ir àquele lugar por qualquer um desses caminhos. Analoga-
mente, esses materialistas grosseiros dizem que há diferentes métodos para se
T R A D U Ç Ã O — " O Senhor Krsna disse às gopis: 'O meio de obter Meu favor é alcançar o favor da Suprema Personalidade de Deus. Afirmam ser possível conce-
prestando-Me serviço amoroso e, afortunadamente, todas vós estais ocupadas ber a Suprema Personalidade de Deus como a deusa Durgã, a deusa Kali, o Senhor
assim. Os seres vivos q u e prestam serviço a M i m são candidatos a transferir- &va, o semideus Ganesa, o Senhor Rãmacandra, Krsna, o Brahman impessoal
se ao m u n d o espiritual e alcançar vida eterna com conhecimento e bem-aventu- ou o que quer que seja, podendo se cantar o nome do Senhor de qualquer maneira
rança.' " °u de qualquer forma e finalmente tornar-se uno com Ele. Tais materialistas afir-
•"am que o resultado é o mesmo. Dizem, também, que um h o m e m pode ter dife-
rentes nomes, mas que responderá se chamado por qualquer um deles. Portanto,
SIGNIFICADO—Este verso d o Srimad-Bhãgavatam (10.82.45) resume a plenitude da
declaram que não há necessidade de cantar o mantra Hare Krsna. Se alguém cantar
vida humana. Há duas palavras importantes neste verso: bhakti (serviço devocio- °nome de KãB, Durgã, Siva, Ganesa ou qualquer outro, o resultado será o mesmo.
nal) e amrtatva (vida eterna). O objetivo da vida humana é alcançar a posição na- Não há dúvida de que tais declarações feitas por especuladores mentais os agra-
tural de vida eterna. Só se pode alcançar esta vida eterna através do serviç dam muito, mas, aqueles que têm conhecimento verdadeiro não admitem tais
c

devocional. °riclusões, as quais são contrárias à autoridade dos sãsfras. Um acãrya fidedigno
688 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy i yerso 90 Conversas entre Sn Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 689

certamente não aceitará tais conclusões. Como Krsna afirma claramente n m. devocional amoroso serão admitidos ao m u n d o espiritual e voltarão ao supremo,
notih
gltã (9.25): "gavad. enão outros.

yá~nti deva-vratã devãn bhaktyã mãm abhijãnãti


pitrn yãnti pitr-vratãh yãvãn yaé cãsmi tattvatah
bhütãni yãnti bhütejyã tato mãm tattvato jhãtvã
yãnti mad-yãjino 'pi mãm viéate tad-anantaram

"Os adoradores de semideuses nascerão entre os semideuses; os adorador "t apenas prestando serviço devocional que se pode compreender a Personali-
fantasmas e espíritos nascerão entre tais seres; os adoradores de ancestraiV - dade Suprema como Ela é. E quem tem plena consciência do Senhor Supremo
ter com os ancestrais; e os que Me adorarem viverão comigo." através de tal devoção pode entrar no reino de D e u s . "
Poderão ser admitidos somente os devotos do Senhor ao Seu reino — e 3 Os impersonalistas não p o d e m entender a Suprema Personalidade de Deus;
30
os adoradores de semideuses, os karrnis, os yogis ou outros mais. Quem dese portanto, não lhes é possível entrar no reino espiritual de Deus e voltar ao lar,
elevação aos planetas celestiais adora diversos semideuses, e a natureza material voltar ao Supremo. Na realidade, obtêm-se diferentes resultados por diferentes
talvez se satisfaça em oferecer a tais devotos as posições desejadas. Conseqüen- meios. Não é que todas as conquistas sejam iguais. Não se pode comparar os
temente, a natureza material dá a cada um sua própria natureza, pela qual ele interessados nos quatro princípios de dharma, artha, kãma e moksa com as pessoas
nutre afeição por diferentes classes de semideuses. No entanto, o Bhagavad-gitã interessadas no imaculado serviço devocional ao Senhor. Portanto, o Srimad-
diz que a adoração a semideuses destina-se a homens que perderam toda a Bhãgavatam (1.1.2) diz:
inteligência.
dharmah projjhita-kaitavo 'tra paramo nirmatsãrãnãm satãm
kãmais tais tair hrta-jhãnãh vedyani vãstavam atra vastu éivadarh tãpa-trayonmülanam
prapadyante 'nya-devatãh érimad-bhãgavate mahã-muni-krte kim vã parair iévarah
tam tam niyamam ãsthãya sadyo hrdy avarudhyate 'tra krtibhih éuérüsubhis tat-ksanãt
prakrtyã niyatãh svayã
"Rejeitando por completo todas as atividades religiosas materialmente motivadas,
"Aqueles cujas mentes estão distorcidas por desejos materiais rendem-se a semi- este Bhãgavata Purãna propõe a verdade máxima, que é compreensível àqueles
deuses e observam as regras e regulações particulares de adoração segundo suas devotos que são puros de coração. A verdade mais elevada distingue-se da ilusão
próprias naturezas." (Bg. 7.20) por ser realidade para o bem-estar de todos. Tal verdade desarraiga as três espé-
Mesmo que alguém se eleve aos planetas celestiais, os resultados de tal bênção ties de misérias. Este belo Bhãgavatam, compilado pelo grande sábio Sri Vyãsadeva,
são limitados. por si só é suficiente para que se compreenda Deus. Tão logo alguém ouça atenta
e submissamente a mensagem do Bhãgavatam, apega-se ao Senhor S u p r e m o . "
antavat tu phalam tesdm Aqueles que aspiram à liberação tentam fundir-se no Brahman impessoal. Com
tad bhavaty aipa-medhasãm este objetivo, realizam cerimônias ritualísticas religiosas, porém, o Srimad-Bhãgavatam
devãn deva-yajo yãnti considera como enganador este processo. Na verdade, tais pessoas nunca podem
mad-bhaktã yãnti mãm api sonhar em voltar ao lar, em voltar ao Supremo. Há um abismo de diferença entre
a meta de dharma, artha, kãma e moksa e a meta do serviço devocional.
" H o m e n s de pouca inteligência adoram semideuses, e seus frutos são limitados A deusa Durgã é a deidade superintendente deste m u n d o material, feito de
e temporários. Aqueles que adoram semideuses vão aos planetas dos semideuses, elementos materiais. Os semideuses são apenas diferentes diretores encarregados
porém, Meus devotos alcançam Meu planeta s u p r e m o . " (Bg. 7.23) de operar os departamentos de atividades materiais, estando sob a influência da
Elevar-se aos planetas celestiais ou a outros planetas materiais não significa alcançar Própria energia material. As potências internas de Krsna, contudo, nada têm a
vida eterna de conhecimento e bem-aventurança. No final do mundo material, v
er com a criação deste m u n d o cósmico material. O mundo espiritual e todas as ati-
todas as consecuções de elevação material também terminarão. Ainda, segundo vidades espirituais estão sob a orientação da energia espiritual interna, ou yogamãyã,
Krsna no Bhagavad-gitã (18.55), apenas aqueles que se dedicarem a Seu serviço a
energia espiritual que realiza tais atividades. Yogamãyã é a energia espiritual ou
690 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 92 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 691
Madhya-nu

interna da Suprema Personalidade de Deus. Aqueles que estão interessados e QS devotos de Krçna em Vrndãvana chamam-nO de Rãdhãramana, Nandananda-
ser promovidos ao m u n d o espiritual e dedicar-se ao serviço do Senhor alcan Yasodânandana, mas não de Vasudeva-nandana e Devakl-nandana. Embora,
e
ar
>Çam Çam jggundo a concepção material, Nãrãyana, Rukmini-ramana e Krsna sejam a
a perfeição espiritual sob o controle de yogamãyã. Aqueles que se interessama m
em U, ma coisa, no m u n d o espiritual não se pode usar o nome de Rukmini-ramana
promoção material ocupam-se em cerimônias ritualísticas religiosas e em desenv es

vimento econômico para aprimorar o gozo dos sentidos. Eles finalmente tent 0u Nãrãyana em lugar de Krçna. Caso alguém faça isto devido a um pobre fundo
fundir-se na existência impessoal do Senhor. De um modo geral, tais pess de conhecimento, sua doçura de relacionamento com o Senhor toma-se espiri-
tornam-se impersonalistas, interessadas em adorar o Senhor Siva ou a deusa tualmente defeituosa, sendo chamada rasãbhãsa, uma sobreposição de doçuras
Durgã, mas a recompensa que conseguem é cem por cento materialista. transcendentais. O devoto avançado que tenha realmente compreendido os aspec-
tos transcendentais do Senhor não cometerá o erro de criar uma situação de rasã-
Seguindo o exemplo das gopis, os devotos às vezes adoram a deusa Kãtyãyan]
\jftísa, usando um nome em lugar de outro. Devido à influência de Kali-yuga,
mas, compreendem que Kãtyãyanl é u m a encarnação de yogamãyã. As gopis ado^
há muita rasãbhãsa em nome de extravagância e liberalidade. Os devotos puros
raram KãtyãyanI, yogamãyã, para conseguir Krçna como seu esposo. Por outro
não apreciam n a d a tais fanatismos.
lado, aiirma-se na escritura Sapta-éatl que certo rei ksatriya chamado Suratha e
um rico vaiéya chamado Samãdhi adoraram a natureza material sob a forma da
deusa Durgã para alcançar perfeição material. Se alguém tenta misturar a adoração
de yogamãyã com a de mahãmãyã, considerando-as a mesma coisa, na verdade não VERSO 91
mostra inteligência muito elevada. A idéia de que tudo é a mesma coisa é uma
espécie de tolice praticada p o r aqueles que têm reduzida massa cinzenta. Tolos ci w t u s m r e ssTvTsbre ewT^r^ i
e patifes dizem que a adoração de yogamãyã e a de mahãmãyã são a mesma coisa.
Esta conclusão trata-se apenas do resultado da especulação mental, não tendo
1^'T^IÍCS i?3Jt: nT«í i * t : « »> •
n e n h u m efeito prático. No m u n d o material, às vezes, alguém concede um nome ye yathã mãm prapadyante
a u m a coisa inteiramente indigna, o que na Bengala é conhecido como dar, a uma tãrhs tathaiva bhajãmy aham
criança cega, o nome de Padmalocana, que significa " d e olhos de lótus". Pode-se mama vartmãnuvartante
tolamente chamar uma criança cega de Padmalocana, mas tal designação não tem manusyãh pãrtha sarvaéah
n e n h u m sentido. ye—eles; yathã—à medida que; mãm—a Mim; prapadyante—rendem-se; tãn—a
No m u n d o espiritual, o Senhor Absoluto é sempre idêntico a Seu nome, fama, eles; tathã eva—na mesma proporção; bhajãmi—concedo Meu favor; aham—Eu;
forma, qualidades e passatempos. Tal identidade é impossível no mundo mate- mama—Meu; vartma—caminho; anuvartante—trilham; manusyãh—homens; pãrtha—
rial, onde o nome de u m a pessoa é diferente da própria pessoa. O Senhor Supre- Meu querido Arjuna; sarvaéah—sob todos os aspectos.
mo tem muitos santos nomes como Paramãtmã, Brahman e Criador, mas, aquele
que adora o Senhor como Criador não pode entender a relação entre um devoto
e o Senhor nas cinco classes de doçuras transcendentais, nem pode ter verdadeira T R A D U Ç Ã O — " S e g u n d o o Senhor Krçna no Bhagavad-gitã 14.11): 'A todos eles
concepção de Krsna. Não é simplesmente compreendendo a Suprema Personali- ~ à medida que se rendem a Mim — Eu os recompenso de acordo. Todos trilham
dade de Deus como o Brahman impessoal que se pode entender as seis opulências Meu caminho sob todos os aspectos, ó filho de Prthã.' "
transcendentais do Senhor.
A compreensão impessoal da Verdade Absoluta é certamente transcendental, VERSO 92
mas isto não significa que alguém possa entender a forma sac-cid-ãnanda do Senhor
desta maneira. De modo semelhante, a compreensão de Paramãtmã também <lft 'C«lCT'a «133*1 sri «ttti « f a c s I
u m a compreensão incompleta da Verdade Absoluta. A expansão plenária da Ver W 5 4 1 '«râl' W - 1 S W <Síf1C3 ll l
dade Absoluta dentro do coração de todos é o aspecto Paramãtmã do Senhor.
Um devoto da Personalidade de Deus, Nãrãyana, não pode realmente enten e ei 'preme'ra anurüpa nã pare bhajite
os aspectos atrativos transcendentais de Krsna. Por outro lado, o devoto de Krs ' ataeva 'ml' haya—kahe bhãgavate
que se apega ao sublime aspecto atrativo do Senhor não considera Nãrãyana mui_ ^ «—este; premera—do amor a Deus; anurüpa—exatamente na proporção; nã—
s
importante. Às vezes, ao verem Krsna sob a forma de Nãrãyana, as gop> na
°'> pãre—é capaz; bhajite—de reciprocar; ataeva—portanto; rrif—devedor; haya—
ficavam muito atraídas por Ele. As gopis nunca chamaram Krçna de Rirloruni-rarnai to
rna-Se; kahe— afirma-se; bhãgavate—no Srimad-Bhãgavatam.
692 Sri Caitanya-caritãmrta y rso 96 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 693
Madhya-|- aâ
e

TRADUÇÃO—"O Srimad-Bhãgavatam [10.32.22] diz que o Senhor Krsna não TRADUÇÃO— "Embora a beleza incomparável de Krçna seja a doçura máxima d o
POtle
reciprocar proporcionalmente o serviço devocional em mãdhurya-rasa; p o r t aflujr a Deus, Sua doçura aumenta ilimitadamente quando Ele está na companhia
Ele sempre permanece um devedor de tais d e v o t o s . " ' """to, s
das gop» - Logo, a troca de amor de Krçna com as gopis é a perfeição máxima
d0 amor a D e u s . "
VERSO 93
SIGNIFICADO—Krçna e Seus devotos alcançam perfeita intimidade no amor conju-
gai divino. Em outras doçuras, o Senhor e os devotos não gozam tão perfeita-
v i r ç j F 3i* f^ní.iTr?r i t e de bem-aventurança transcendental. O seguinte verso do Srimad-Bhãgavatam
m e n

(10.33-6) ilustrará este verso.

n f i f i ^ í t f l R t ^ T t ç n i i »* i VERSO 95

na pãraye 'ham niravadya-samyujãrh


sva-sãdhu-krtyam vibudhãyusãpi vah
yú mãbhajan durjaya-geha-érhkhalãh
samvrécya tad vah pratiyãtu sãdhunã tatrãtiéuéubhe tãbhir
na—não; pãraye—sou capaz; aham—Eu; niravadya—sem duplicidade; samyujãm— bhagavãn devaki-sutah
encontro; sva-sãdhu-krtyam—vossas próprias atividades honestas; vibudha-ãyusã madhye maninãm haimãnãm
api—mesmo com u m a duração de vida como a dos semideuses; vah—vós; yã—qu mahã-mãrakato yathã
mã—a Mim; obhajan—adorastes; ãu naya—difíceis de superar; geha—da vida familiar; tatra—ali; ati-éuéubhe—íosse muito belo; tãbhih—por elas; bhagavãn—a Suprema
érhkhalãh—os grilhões; samvrécya—rompendo; tat—isto; vah—vossas; pratiyãtu— Personalidade de Deus; devaki-sutah—filho de Devaki; madhye—entre; maninãm—de
q u e haja u m a retribuição; sãdhunã—por atividades piedosas. jóias preciosas; haimãnãm—engastadas em ouro; mahã-mãrakatah—a jóia do nome;
yathã—como.

TRADUÇÃO—"Quando as gopis encheram-se de descontentamento devido à au- TRADUÇÃO—" 'Embora o filho d e Devaki, a Suprema Personalidade de Deus,
sência do Senhor Krçna da rãsa-lilã, Krçna voltou a elas e disse-lhes: 'Minhas também seja o reservatório de toda espécie de beleza, não obstante, quando está
queridas gopis, por certo que nosso encontro está livre de toda a contaminação entre as gopis, Ele torna-Se mais belo, pois assemelha-Se a uma jóia mãrakata
material. Devo admitir que em muitas vidas ser-Me-ia impossível saldar a dívida rodeada por ouro e outras jóias.' "
que tenho convosco, pois vós rompestes os laços da vida familiar só para buscar-
M e . Em conseqüência disto, sou incapaz de retribuir-vos. Portanto, por favor, VERSO 96
contentai-vos com vossas atividades honestas a este respeito.' "
<& -'Itirtlfl' *&WS I
VERSO 94 f»tt 1 # **h « I t C t faj 1S II II
prabhu kahe, ei—'sãdhyãvadhi' suniécaya
krpã kari' kaha, yadi ãge kichu haya
ararOTffa ir,* <ít? Af*K9 itf^ H S>8 11 prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu replicou; ei—este; sãdhya-avadhi—o
tonite máximo da perfeição; su-niécaya—com certeza; krpã kari'—tendo misericór-
yadyapi krsna-saundarya—mãdhuryera dhurya dia de Mim; kaha—por favor, fala; yadi—caso; ãge—mais; kichu haya—haja algo.
vraja-devtra sahge tãhra bãdaye mãdhurya ^
yadyapi—embora; krsna-saundarya—a beleza do Senhor Krçna; müdhuryera- J^DUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu replicou: " C o m certeza este é o
doçura; dhurya—a máxima; vraja-devtra—as gopis; sahge—na companhia de; tan lur
u t e máximo da perfeição, mas, por favor, tem misericórdia de Mim e fala-Me
Sua; bãdaye— aumenta; mãdhurya—a doçura. " ^ s , s e houver m a i s . "
101 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 695
694 Sri Caitãnya-cãritimrta
Madhy -hl
a í(

TgADUÇÃO—" 'Assim como Srimati Rãdhãrãni é muito querida por Sri Krsna,
VERSO 97
g balneário, conhecido como Rãdhã-kunda, também Lhe é querido. Entre todas
e U

^ g o p í S ' Srimati Rãdhãrãni é suprema e muito querida pelo Senhor Krsna.' "
m «rftif *tW.
l*t* wre |
uvsfwi fttÜ «rifa, «mre* çiw ii si ii S1GNIFI CAD0—
Este verso é do Padma Purãna e está inserido no Laghu-bhãgavatãmrta
(2.45), de Srila Rüpa Gosvãmi. Aparece, também, no Adi-lllã, Quarto Capítuio,
nfyfl tane,—iTufra age puc/ie heno /<me çgjso 215, e novamente no Madhya-lilã, Capítulo Dezoito, verso 8.
eta-dina nãhi jãni, ãchaye bhuvane
rãya kahe— Rãmãnanda Rãya replicou; ihãra age—além deste ponto; puche—inda
VERSO 100
ga; hena—assim; jane—uma pessoa; eta-dina—até esta data; nãhi jãni—eu n ã o conhe-
cia; ãchaye—há; bhuvane—neste m u n d o material.
m i fVçrs ttifw. Htcsn ?III?ÍT?Ç: i :>•• i
TRADUÇAO—Rãya Rãmãnanda replicou: "Até esta data, eu não conhecia ninguém anayãrãdhito nünam
neste m u n d o material que p u d e s s e indagar além desta fase de perfeição do ser- bhagavãn harir Iévarah
viço devocional." yan no vihãya govindah
prito yãm anayad rahah
VERSO 98 anayã— por Ela; ãrãdhitah—adorado; nünam—na verdade; bhagavãn—a Suprema
Personalidade de Deus; harih—Krçna; Iévarah—o Senhor; yat—do que; nah—a nós;
^ > t t WXÍ atuí* £>sm -'»Tí.«fTfafr3tt«if«i* i vihãya—rejeitando; govindah—Senhor Sri Krsna; pritah—satisfeito; yãm—a quem;
tnayat—trouxe; rahah—um lugar solitário.
Síçtu « r f o l T ^ f t c í r e Itltfs* II !l
ihhãra madhye rãdhãra prema—'sãdhya-éiromani' TRADUÇÃO—"Ao começarem a conversar entre si, as gopis disseram: 'Queridas
yãhhãra mahimã sarva-éãstrete vãkhãni amigas, a gopí que Krçna levou embora para um lugar solitário deve ter adorado
ihhãra madhye—entre os romances amorosos das gopis; rãdhãra prema—o amor o Senhor mais do que qualquer outra.' "
a Deus de Srimati Rãdhãrãni; sãdhya-éiwmani—a perfeição mais elevada; yãhhãm—àz
qual; mahimã—a glorificação; sarva-éãstrete—em toda escritura: vãkhãni—descrição. SIGNIFICADO—O nome Rãdhã deriva-se deste verso (Bhãg. 10.30.28), da palavra
anayãrãdhitah, que significa: " p o r Ela o Senhor é a d o r a d o " . Às vezes, os críticos
TRADUÇÃO—"Entre os romances amorosos das g o p i s " , prosseguiu Rãmãnanda do Srimad-Bhãgavatam acham difícil encontrar o santo nome de Rãdhãrãni, mas
Rãya, "o amor de Srimati Rãdhãrãni por Sri Krsna é o mais elevado. Na verdade, o segredo é desvendado aqui pela palavra ãrãdhitah, da qual provém a palavra
as glórias de Srimati Rãdhãrãni são altamente estimadas em todas as escrituras Rãdhã. Naturalmente, outros Purãnas mencionam diretamente o nome de Rãdhã-
reveladas." rãni. A adoração a Krçna desta gopl é suprema, e por isso Seu nome é Rãdhã,
VERSO 99 ou seja, a adoradora suprema.

i t i Tffi fàísi ftw»f«3t: fàf?s. m) i VERSO 101

« Í Ç f r e . - l í C t *f, «filOT *tfè W t I


yathã rãdhã priyã visnos
tasyãh kundam priyam tathã ^(Ifs-wPl cwfrrrs ii >"> «
sarva-goplsu saivaikã prabhu kahe, —ãge kaha, éunite pãi sukhe
visnor atyanta-vallabhã
vtsnor atyanta-vallabhã apürvãmrta-nadl vahe tomara mukhe
yathã—assim como; rãdhã— Srimati Rãdhãrãni; priyã— muito querida; visnoh-veio Prabhu kahe—o Senhor disse; age—em frente; kaha—por favor, fala; éunite—de
Senhor Krsna; tasyãh—Seu; kundam—balneário; priyam—muito querido; tat < ~ °Uvir; pai—obtenho; sukhe—felicidade; apürva-amrta—de néctar sem precedentes;
e
assim também; sarva-goplsu—entre todas as gopis; sa—Ela; eva—decerto; ekã— a p ' '""''—um rio; vahe—flui; tomara mukhe—de tua boca.
nas; visnoh—do Senhor Krsna; atyanta-vallabhã— muito querida.
Sri Caitanya-caritimrtã 101 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 695
694
Madhya-m^
^ p U Ç Ã O — " 'Assim como Srimati Rãdhãrãni é muito querida por Sri Krsna,
VERSO 97
geu balneário, conhecido como Rãdhã-kunda, também Lhe é querido. Entre todas
g p í s , áriinati Rãdhãrãni é suprema e muito querida pelo Senhor Krsna.' "
í g 0
* t * * r e , - ^ t í mtç* »tre. r e * v r e i
u f S f a srfft wftíl, «tfÇCT Ç*re II S><) II SIGNIFICADO—Este verso é do Padma Purãna e está inserido no Laghu-bhãgavatãmrta
d 45), de Srila Rüpa Gosvãmi. Aparece, também, no Ãdi-lilã, Quarto Capítulo,
rãya kahe,—ihãra ãge puche hena jane
verso 215, e novamente no Madhya-lilã, Capítulo Dezoito, verso 8.
eta-dina nãhi jãni, ãchaye bhuvane
rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; ihãra ãge—além deste ponto; puche—inda
VERSO 100
ga; hena—assim; jane—uma pessoa; eta-dina—até esta data; nãhi jãni—eu não conh
cia; ãchaye—há; bhuvane—neste m u n d o material.
i w i fiçT? c f l t f w Strei i T i a r a f s ç : ' «
TRADUÇAO—Rãya Rãmãnanda replicou: "Até esta data, eu não conhecia ninguém anayãrãdhito nünam
neste m o n d o material que pudesse indagar além desta fase de perfeição do ser- bhagavãn harir iévarah
viço devocional." yan no vihãya govindah
prito yãm anayad rahah
VERSO 98 anayã— por Ela; ãrãdhitah—adorado; nünam—na verdade; bhagavãn—a Suprema
Personalidade de Deus; harih—Krçna; iévarah—o Senhor; yat—do que; nah—a nós;
l?*fir wm a t i r a osm - * » r i ! w t a m f i p i vihãya—rejeitando; govindah—Senhor Sri Krçna; pritah—satisfeito; yãm—a quem;
í r c r a »rfç>ii JT^rtcatc» i N t í * n &v- n tmayat—trouxe; rak/i-um lugar solitário.

ihhãra madhye rãdhãra prema—'sãdhya-éiromani' TRADUÇÃO—"Ao começarem a conversar entre si, as gopis disseram: 'Queridas
yãhhãra mahimã sarva-éãstrete vãkhãni amigas, a gopi que Krçna levou embora para um lugar solitário deve ter adorado
ihhãra madhye—entre os romances amorosos das gopis; rãdhãra prema—o amor o Senhor mais do que qualquer outra.' "
a Deus de Srimati Rãdhãrãni; sãdhya-éiromani—a perfeição mais elevada; yãhhãra—da
qual; mahimã—a glorificação; sarva-éãstrete—em toda escritura; vãkhãni— descrição. SIGNIFICADO—O nome Rãdhã deriva-se deste verso (Bhãg. 10.30.28), da palavra
anayãrãdhitah, que significa: " p o r Ela o Senhor é a d o r a d o " . Às vezes, os críticos
T R A D U Ç Ã O — " E n t r e os romances amorosos das g o p i s " , prosseguiu Rãmãnanda do Srimad-Bhãgavatam acham difícil encontrar o santo nome de Rãdhãrãni, mas
Rãya, "o amor de Srimati Rãdhãrãni por Sri Krsna é o mais elevado. Na verdade, o segredo é desvendado aqui pela palavra ãrãdhitah, da qual provém a palavra
as glórias de Srimati Rãdhãrãni são altamente estimadas em todas as escrituras Rãdhã. Naturalmente, outros Purãnas mencionam diretamente o nome de Rãdhã-
reveladas." rãni. A adoração a Krçna desta gopf é suprema, e por isso Seu nome é Rãdhã,
VERSO 99 ou seja, a adoradora suprema.

VERSO 101

yathã rãdhã priyã visnos


tasyãh kundam priyam tathã
wjgjífiMft i r e cswn « i r e n >• > n
sarva-goptsu saivaikã prabhu kahe,—ãge kaha, éunite pãi sukhe
vi$nor atyanta-vallabhã . apürvãmrta-nadi vahe tomara mukhe
0
yathã— assim como; rãdhã— Srimati Rãdhãrãni; priyã— muito querida; visnoh- prabhu kahe—o Senhor disse; age—em frente; kaha—por favor, fala; éunite—de
Senhor Krsna; tasyãh—Seu; kundam—balneário; priyam—muito querido; tathã- ouvir; pãi—obtenho; sukhe—felicidade; apürva-amrta—de néctar sem precedentes;
assim também; sarva-goptsu—entre todas as gopis; sã— Ela; eva—decerto; ekã— ape "*«"—um rio; vahe—flui; tomara mukhe—de tua boca.
nas; visnoh—do Senhor Krsna; atyanta-vallabhã—muito querida.
696 Sri Caitanya-caritãmrta y r s o 106 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Raya 697
e
Madhya-lUà, g

TRADUÇÃO—O Senhor á r i Caitanya Mahãprabhu disse: "Por favor, continua f rãya kahe,—tabe éuna premera mahimã
lando. Fico muito feliz de ouvir-te, pois de tua boca flui um rio de néctar tri-jagate râdhã-premera nãhika upamã
sem pre- rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; fabe—então; éuna—por favor, ouve; premera—
cedentes."
f deste amor; mahimã— as glórias; tri-jagate—nos três mundos; rãdhã-premera—dos
VERSO 102 romances amorosos de Srimati Rãdhãrãni; nãhika—não há; upamã—comparação.

gf% *W iwiCT fwi c*rfltapRr <sre i


_ TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya continuou: " P o r favor, portanto, ouve-me sobre
*r«tr,*w rerer Qsizm içre 11 J»\H
js glórias dos romances amorosos de árimati Rãdhãrãni. Eles nada têm de com-
curi kari' rãdhãke nila gopi-ganera dare parável dentro destes três m u n d o s . "
anyãpeksã haile premera gãdhatã nã sphure
curi kari'—raptando; rãdhãke— Srimati Rãdhãrãni; nila—levou embora; gopi-gaiiera—às
gopis; dare—por temor; anya-apeksã— dependência das outras; haile—caso haja; VERSO 105
premera—do amor; gãdhatã—a intensidade; mi—não; sphure—se manifesta.

TRADUÇÃO—"Durante a dança da rasa, Sri Krsna não trocou romances amorosos *pn F t f ç ' i r e ftre f i s r t i atirai 11 w
com Srimati Rãdhãrãni devido à presença das outras gopis. Por causa da depen-
dência d a s outras, a intensidade do amor entre Rãdhã e Krsna não se manifes- gopi-ganera rãsa-nrtya-rnandali chãdiyã
tou. Portanto, Ele r a p t o u - A . " rãdhã cãhi' vane phire vilãpa kariyã
gopi-ganera—das gopis; rãsa-nrtya—da dança da rasa; mandali—o círculo; chãdiyã—
SIGNIFICADO—Por temor às outras gopis, o Senhor Sri Krsna levou Srimati Rãdhã- rejeitando; rãdhã— Srimati Rãdhãrãni; cãhi ' - d e s e j a n d o ; vane-na floresta; phire—
rãni a um lugar solitário. A este respeito, será citado, do Gita-govinda de Jayadeva vaga; vilãpa—lamentação; kariyã—fazendo.
Gosvãmi, o verso karhsãrir api (o seguinte verso 106).

VERSO 103 TRADUÇÃO—"Vendo-Se tratada a nível de igualdade com todas as outras gopis,
Srimati Rãdhãrãni revelou Seu comportamento astuto, deixando o círculo da
* W *rtfa' cttr%ar \ % « r f * t * i r e i dança da rasa. Sentindo a ausência de Srimati Rãdhãrãni, Krçna ficou muito
triste e começou a lamentar-Se, vagando pela floresta buscando por Ela."
« r e mú%- w m •ntp-«iww n $ » « «
râaVjfl lagi' gopfre yadi sáfcsaf fcare fyãga
fabe ;í«i,—rãdhãya krsnera gãdha-anurãga VERSO 106
rãdhã lãgi'—por causa de Srimati Rãdhãrãni; gopire—as gopis; yadi—se; sãksãt—
diretamente; kare—íaz; tyãga—rejeição; fate—então; ;am—podemos entender; rãdhãya—
era Srimati Rãdhãrãni; krsnera—do Senhor Krçna; gãàha—intensa; anurãga—afeição.

TRADUÇÃO—"Se o Senhor Krçna rejeitou a companhia das outras gopis por causa karhsãrir api samsara-
de árimati Rãdhãrãni, p o d e m o s entender que o Senhor ári Krçna tem intensa vãsanã-baddha-érhkhalãm
afeição por E l a . " rãdhãm ãdhãya hrdaye
tatyãja vraja-sundarih
VERSO 104 kamsãrih-o inimigo de Karhsa; a p i - a l é m disso; samsôra-wisaria-desejoso da es-
sência do desfrute (rãsa-lilã); baddha-érhkhalãm-estando perfeitamente atraído por
a r a i r e , — « r e w c s t r e * «rfcrl i tais atividades; rãdhãm—Srimati Rãdhãrãni; ãdhãya—levando; rirdaj/e-dentro do
coração; tatyãja—deixou de lado; vraja-sundarih—as outras lindas gopis.
f ü w r r e » ?rt«rl-c>síre?i srffeis $*f,r| n a°8 n
698 Sri Caitanya-caritàmrta 111 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 699
Madhya-luã 8

TRADUÇÃO—" 'O Senhor Krsna, o inimigo de Karhsa, levou árimati Rãdhãra TRADUÇÃO—"Simplesmente por considerar estes dois versos, pode-se entender
dentro de Seu coração, pois desejava dançar com Ela. Assim, deixou a áre *^ „ue néctar há em tais relações. É exatamente como abrir as comportas de um
dança da rasa e a companhia de todas as outras lindas donzelas de Vraja Manancial de néctar."
VERSO 109
VERSO 107
•rarenT? cft*rVire s t i - f a m I
s t * A m aw*jj?áj are a t i i - i H « > s n
éata-koti gopi-sahge rãsa-vilãsa
tara madhye eka-mürtye rahe râdhã-vãéa
sata-koti—centenas de milhares; gopi-sahge—com as gopis; rãsa-vilãsa—dançando
na dança da rasa; tara madhye—entre elas; eka-mürtye—por uma de Suas formas
itas-tatas tãm anusrtya rãdhikãm transcendentais; rahe—permanece; rãdhã-vãéa—ao lado de Srimati Rãdhãrãni.
amhga-vãna-vrana-khinna-mãnasah
krtãnutãpah sa kalinda-nandiní T R A D U Ç Ã O — " E m b o r a Krçna estivesse em meio a centenas de milhares de gopis
tatãnta-kuhje visasãda mãdhavah durante a dança da rasa, ainda assim manteve-Se, em u m a de Suas formas trans-
itah-tatah—aaui e acolá; tãm—a Ela; anusrtya—procurando; rãdhikãm—Srimati cendentais, ao lado de Srimati R ã d h ã r ã n i . "
Rãdhãrãni; anahga—de Cupido; vãna-vrana—por uma ferida da flecha; khinna-mãna-
sah—cujo coração está ferido; krta-anutãpah—arrependido pelo mau comportamen- VERSO 110
to; sah—Ele (o Senhor Krsna); kalinda-nandini—do rio Yamunã; tata-anta—à beira
da margem; kuhje—nos bosques; visasãda—lamentou-Se; mãdhavah—Senhor Krçna.
iT»it*«K«fre C*TA 1 * 3 II«I' I
4

A1AT9 çfêeKcare ^ e j '^Japsl' II J J ° II

TRADUÇÃO—" 'Ferido pela flecha de Cupido e tristemente arrependendo-Se de sãdhãrana-preme dekhi sarvatra 'samatã'
ter maltratado Rãdhãrãni, Mãdhava, o Senhor Krçna, começou a procurar árimati rãdhãra kutila-preme ha-ila 'vãmatã'
Rãdhãrãni ao longo das margens do rio Yamunã. Como não conseguisse encontrá- sãdhãrana-preme—no amor a Deus em geral; dekhi—vemos; sarvatra—em toda
1A, refugiou-Se nos bosques de Vrndãvana e começou a lamentar-Se.' " parte; samatã— equanimidade; rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãni; kutila-preme—no con-
flitante amor a Deus; ha-ila—houve; vãmatã— contrariedade.

SIGNIFICADO—Estes dois versos são do Gita-govinda (3.1,2), escrito por Jayadeva T R A D U Ç Ã O — " O Senhor Krçna é equânime para com todos em Seus tratamentos
Gosvãmi. genéricos. Porém, devido ao conflitante amor extático de Srimati Rãdhãrãni, houve
contrariedade."
VERSO 111
VERSO 108
'AVljAA i f c : CÜ\V 15t^íf&»l1 VCA\ I
<aft s^-oltre* Wfastfliref «ftfa I AVf\ c S l ^ U z í V S f t AZA1AT*. ÜVtfo I "
f % í f à ü 5 fc» CAA tAffUSA AfÀ II j « V - ll aher iva gatih premnah
ei dui-élokera artha vicãrile jãni svabhãva-kutilã bhavet
vicãrite ufhe yena amrtera khani ato hetor ahetoé ca
ei—estes; dui—dois; élokera—dos versos; artha—os significados; vicãrile—se e yünor mana udahcati
considerar; jãni—posso entender; vicãrite—ao considerar; ufhe—surge; yena—cotoo. ãheh—da serpente; iva—como; gatih—o movimento; premnah—dos romances amo-
amrtera—de néctar; khani— um manancial. rosos; sva-bhãva—por natureza; kutilã— tortuoso; bhavet—é; atah—portanto; hetoh—
700 Sri Caitanya-caritàmrta Madhya-IiH; 8 Verso 117 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 701

de algum motivo; ahetoh—da ausência de um motivo; ca—e; yúnoh—do jovem tãhhã vinu rãsa-lilã nãhi bhãya citte
casal; mãnah—ira; udahcati—aparece. mandai! chãdiyã gelã rãdhã anvesite
tãhhã vinu—sem Ela; rãsa-tttã—a dança da rasa; mim—não; bhãya—ilumina; riffe—
T R A D U Ç A O — " ' O desenvolvimento de romances amorosos entre jovens casais dentro do coração; mandai! chãdiyã— deixando o círculo da dança da riísa; gelã— foi;
é como o movimento de uma serpente. Por causa disto, surgem duas classes de ridhã—Srimati Rãdhãrãni; anvesite—à procura de.
ira entre jovens casais — ira com motivo e ira sem motivo.' "
TRADUÇÃO—"A dança da rasa não brilha no coração de Krsna sem árimati Rádhà-
S I G N I F I C A D O — D u r a n t e a dança da rasa, havia uma forma de Krsna entre cada fáni. Portanto, Ele também abandonou o círculo da dança da rasa e saiu à procura
duas gopis. No entanto, ao lado de Srimati Rãdhãrãni havia somente um Krsna dEla."
Apesar disso, Srimati Rãdhãrãni ainda manifestou ciúmes de Krsna. Este verso
é do Ujjvala-nüamani (Srhgãra-bheda-kathana 102), escrito por Srila Rüpa Gosvãmi VERSO 115
^ S ^ 5 S ssfa' f f í l 5111 5T1 *tM»1 I
VERSO 112
ffcjtl f H « i a s t i a t r e faa M » I II H* II
captn asfã' a t i ç f f ? ' c n n aiti a*fã' i
itas-tatah bhrami' kãhãh rãdhã nã pãhã
tftre » 1 csfari ait^i cm ü i s f à H U visada karena kãma-vãne khinna hahã
krodha kari' rasa chãdi' gela mana kari' itah-tatah—de cá para lá; bhrami'—vagando; kãhãh—em qualquer parte; rãdhã—
tãhre nã dekhiyã vyãkula haila éri-hari Srimati Rãdhãrãni; nã— não; pãhã— encontrando; visada—lamentação; karena—faz;
krodha kari'—ficando irada; rasa chãdi'—deixando a dança da rasa; gelã— foi; mãm kãma-iãne—pela flecha de Cupido; Ar/urina—ferido; hahã— ficando.
kari'—estando irada; tãhre— Srimati Rãdhãrãni; ruJ dekhiyã— não vendo; vyãkula—
muito ansioso; haila—ficou; sri-hari—o Senhor Krsna. T R A D U Ç Ã O — " A o sair à procura de Srimati Rãdhãrãni, Krsna vagou de cá para
lá. Entretanto, não A encontrando, ficou ferido pela flecha de Cupido e começou
T R A D U Ç A O — " Q u a n d o , por ira e ressentimento, Rãdhãrãni deixou a dança da a lamentar-Se."
rasa, não A vendo mais, o Senhor Sri Krsna ficou muito a n s i o s o . "
VERSO 116
VERSO 113
•terertft-Ctt%75 ^tl-fã^ttl I
n j ^ i i a awi ? W Í an^tn i stçtrefc «Rprífi filatfapta &\ n ÍVS» n
a t i i t i H p w r e » atfiia»! *$m\ II ü-a II éata-kofi-gopíte nahe kãma-nirvãpana
tãhãtei anumãni éri-rãdhikãra guna
samyak-sãra vãsanã krsnera rãsa-lilã éata-koti—centenas de milhares; gopite—em meio às gopis; nahe—não há; kãma-nirvá-
rãsa-lilã-vãsanãte rãdhikã érhkhalã pana—satisfação de luxúria; tãhãtei—dessa maneira; anumãni—podemos imaginar; srf-
samyak-sãra—o completo e essencial; vãsanã— desejo; krsnera—do Senhor Krsna; rãdhikãra guna—a qualidade transcendental de Srimati Rãdhãrãni.
rãsa-lilã—a dança na rãsa-lilã; rãsa-lilã-vãsanãte—no desejo de dançar a dança da
rasa; rãdhikã— Srimati Rãdhãrãni; érhkhalã—o meio de união. T R A D U Ç Ã O — " U m a vez que os desejos luxuriosos de Krsna não se satisfizeram
sequer em meio a centenas de milhares de gopis e Ele assim andava à procura
T R A D U Ç Ã O — " O desejo do Senhor Krsna é perfeito e completo no círculo da rãsa- de árimati Rãdhãrãni, podemos facilmente imaginar q u ã o transcendentalmente
lilã, porém, Srimati Rãdhãrãni é o elo que ata este desejo." qualificada Ela é . "

VERSO 114 VERSO 117


€ t ç | fk% í t l í l N a t f t «ta fk<5 i «!<ç are—CA itftt' iflNiW <75fr1-"ítre i
msfti SÍÍ^BI cm\ atii^refàre» i II tpf\ ta <s*as rei reta wtre« J>I II
M
702 Sri Caitanya-caritãmrta adhya-i U a 8
123 Conversas entre siri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 703

prabhu kahe—ye lãgi' ãilãma tomã-sthãne


krpã kari' ei tattva kaha ta' ãmãre
sei saba tattva-vastu haila mora jhãne
prabhu kahe—o Senhor disse; ye lãgi'—o assunto para o qual; ãilãma—vim- tomã-vinã keha ihã nirüpite nãre
krpã kari'—mostrando tua misericórdia; ei tattva—todas essas verdades; kaha—
sthãne—à tua residência; sei saba—todos aqueles; tattva-vastu—objetos verd
explica; ta'—decerto; ãmãre—a Mim; tomã-vinã— além de ti; keha—alguém; ihã—
ros; haila—foram; mora—Meu; jhãne—em conhecimento.
jsto; nirüpite—de determinar; nãre—incapaz.
T R A D U Ç Ã O — A p ó s ouvir isto, o Senhor Caitanya Mahãprabhu disse a Rãmãnand T R A D U Ç Ã O — " P o r favor, explica-Me todas essas verdades. Além de ti, ninguém
Rãya: "O motivo pelo qual vim à tua residência alcançou agora seu verdadeir*
pode determiná-las."
objetivo em M e u c o n h e c i m e n t o . "
VERSO 121
VERSO 118
a t a - a r e , — « r i f a f a g l « n mfa 1
«rfr,f «ri* «itre fàsg, ^ f a r e |, „ « f a refc a s ç t e , re^ asfe «rifa at^l II
rãya fcahe,—iha ãmi kichui nã jãni
ebe se jãniluh sãdhya-sãdhana-nirnaya
tumi yei kahão, sei kahi ãmi vãni
ãge ãra ache kichu, éunite mana haya
rãya kahe—Rãmãnanda Rãya disse; ihã— isto; ãmi—eu; kichui—algo; na"—não;
ebe—agora; se—isto; jãniluh—entendi; sãdhya—da meta última; sãdhana—e do pro-
^ni—sei; fumi—Tu; yei—tudo o que; kahão—me fazes dizer; sei—essas; kahi—falo;
cesso; nirnaya—a verificação; age—adiante; ãra—mais; acne—há; kichu—algo;
tfmi—eu; otfnf— palavras.
éunite—âe ouvir; mana—a mente; haya—é.
TRADUÇÃO—Sri Rãmãnanda Rãya replicou: " N ã o sei nada sobre isto. Simples-
T R A D U Ç Ã O — " A g o r a passei a entender a meta sublime da vida e o processo de
mente vibro as palavras que me fazes proferir."
alcançá-la. Não obstante, acho q u e ainda há algo mais, e Minha mente deseja
conhecê-lo."
VERSO 122
VERSO 119
'areia w í ' arç 'afffa w p i c«r»Tía f«wta *if? re* «a**tt£ i
' a i ' ptâ|.nHi ' c « t » r — r e ^ ^ s w t n s>i& i it*Ff«. fchia « f a , c * arei c^tita srti» 11 Í U
'krsnera svarüpa' kaha 'rãdhãra svarüpa'
fomãra éiksãya padi yena éuka-pãfha
'rasa' kon tattva, 'prema'—kon tattva-rüpa
sãksãt Tévara tumi, ke bujhe tomara nata
krsnera—do Senhor Krsna; svarüpa—as características transcendentais; kaha—
tomara éiksãya—por Tua instrução; padi—leio; yena—como; éuka-pãtha—a leitura
fala; rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãni; svarüpa—as características transcendentais;
de um papagaio; sãksãt—diretamente; levara—a Suprema Personalidade de Deus;
rasa—doçuras; kon—que; tattva—esta verdade; prema—amor a Deus; kon—que;
fumi—Tu; ke—quem; bujhe—pode compreender; tomara—Tuas; nata—representações
tattva-rüpa—forma verdadeira.
dramáticas.
T R A D U Ç Ã O — " P o r favor, explica-Me as características transcendentais de Krsna TRADUÇÃO—"Só faço repetir, como um papagaio, todas as instruções que tens
e Srimati Rãdhãrãni. Explica-Me, t a m b é m , a verdade sobre a doçura transcen-
«ne dado. És a própria Suprema Personalidade de Deus. Quem pode compreen-
dental e sobre a forma transcendental do amor a D e u s . "
der Tuas representações dramáticas?"
VERSO 120 VERSO 123
9 1 1 asfã' « « isç <err*rtre i
w t a G*MW a>a, farota arçf« at^t i
re»fil-fàsr| re-s !pd fSmíftç». srtre II II
fa* asfea « 1 1 - 1 % fof^ *fl wtfa 11 ÍV» n
704 Sri Caitanya-caritãmrta
Madhya-H gjgo 127 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 705
Uj 8

hrdaye prerana kara, jihvdya kahão vãni tenho kahe—ãmi nãhi jãni krsna-kathã
ki kahiye bhãla-manda, kichui nã jãni sabe rãmãnanda jãne, tenho nãhi ethã
hrdaye— dentro do coração; prerana—orientação; kara—Tu dás; jihvãya—na hh lenho kahe—ele replicou; ãmi—eu; nãhi—não; jãni—conheço; krsna-kathã— tópicos
kahão— me fazes falar; wírif— palavras; ki—o que; kahiye—estou falando; bfaiu do Senhor Krsna; sabe—todos; rãmãnanda—Rãmãnanda Rãya; jãne—conhece;
manda—bom ou mau; kichui— algo; nã— não; jãni—sei. tenho—ele; nãhi—não; ethã—aqui.

T R A D U Ç A O — " T u me inspiras dentro do coração e me fazes falar com a l í n g ua TRADUÇÃO—"Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse-Me: 'Na realidade, nada conhe-
Não sei se estou falando bem ou m a l . " ço sobre os tópicos do Senhor Krsna. Somente Rãmãnanda Rãya conhece-os
iodos, mas ele não está presente a q u i . ' "
VERSO 124
VERSO 127
•st*l *re,--»rrs w f t mtfa « ' i w t í t i
re>tvt? tfsw* ifori tífsral i
«Ti reire <afe 'arartíi' w\Tmi II ÍÍ.I II
prabhu kahe,—mãyãvãdi ãmi ta' sannyãsl
bhakti-tattva nãhi jãni, mãyãvãde bhãsi tomara thãhi ãilãha tomara mahimã éuniyã
prabhu kahe—o Senhor disse; mãyãvãdi—um seguidor da filosofia Mãyãvãda; tumi more stuti kara 'sannyãsl' jãniyã
ãmi— Eu; fa'—com certeza; sannyãsl— alguém na ordem de vida renunciada; bhakti- tomãra-thãhi—à tua presença; ãilãha—vim; tomara—tuas; mahimã— glórias;
tattva—as verdades do transcendental serviço amoroso; riam'— não; jãni—sei; éuniyã— ouvindo; fumi—tu; more—a Mim; stuti—louvor; kara—fazes; sannyãsl— uma
mãyãvãde—na filosofia do impersonalismo; bhãsi— flutuo. pessoa na ordem de vida renunciada; jãniyã—reconhecendo como.

T R A D U Ç Ã O — O Senhor Caitanya Mahãprabhu disse: "Sou um Mãyãvãdi na


ordem de vida renunciada, e n e m ao menos sei o que é transcendental serviço TRADUÇÃO—O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "Após ouvir sobre
amoroso ao Senhor. Simplesmente flutuo no oceano da filosofia Mãyãvãda." tuas glórias, vim à tua morada. Contudo, tu me ofereces palavras de louvor por
respeito a um sannyãsi, aquele que está na ordem de vida renunciada."
VERSO 125
* i * r e > W * i r e ret* w Pudi tàn i SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura explica que uma pessoa
mundana, por ser rica em opulências mundanas, deve sempre saber que as opu-
' t W f l M t l **V, «*1*tre *ffç»l II » lências transcendentais dos devotos avançados são muito mais importantes do
sãrvabhauma-sahge mora mana nirmala ha-ila que suas opulências materiais. O materialista rico em opulências materiais não deve
'krsm-bhakti-tattva kaha,' tãhhãre puchila ser muito orgulhoso nem ensoberbecer-se perante um devoto transcendental. Se
sãrvabhauma-sahge—na companhia de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; mora—Minha; alguém se aproximar de um devoto transcendental, escudando-se em sua herança,
mana—mente; nirmala—esclarecida; ha-ila—ficou; krsna-bhakti-tattva—as verdades opulência, educação e beleza materiais, e não prestar respeito ao devoto avançado,
do transcendental serviço amoroso a Krsoa; kaha—por favor, explica; tãhhãre— do Senhor, o devoto Vaisnava poderá prestar respeitos formais a tal pessoa mate-
dele; puchila—indaguei. rialmente arrogante, mas não deverá transmitir-lhe conhecimento transcendental.
Na verdade, o devoto a encarará como um não-bra/imana ou um éüdra. Semelhante
T R A D U Ç Ã O — " D e v i d o à associação com Sãrvabhauma Bhattãcãrya, Minha mente pessoa enfatuada não pode compreender a ciência de Krsna. Pessoas orgulhosas
iluminou-se. Portanto, indaguei de Sãrvabhauma Bhattãcãrya acerca das verda- decepcionam-se na vida transcendental e, apesar de terei* alcançado a forma hu-
des do transcendental serviço amoroso a Krsna." mana, novamente embrenhar-se-ão em condições infernais. Através de Seu exem-
plo pessoal, Sri Caitanya Mahãprabhu explica como alguém deve ser submisso
e humilde perante um Vaisnava, mesmo que esteja situado em plataforma elevada.
VERSO 126
E isto que nos ensina Sri Caitanya Mahãprabhu como o acãrya do mundo, o supre-
re? W l ire—«rifa írír* « T f * f ^ W I i mo mestre espiritual e preceptor.
* r e « f i T s m t • r t r e , care.1 «rifa <Ü«ÍI n II
706 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-m y rso 128 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 707
e
â

VERSO 128 pradaréaka-guru,


diksã-guru ou éiksã-guru. Aquele que primeiro dá informação sobre
a vida espiritual chama-se vartma-pradaréaka-guru ou mestre espiritual. O mestre
fa^l facü, fali ç t í t , *$® «TC I espiritual que dá iniciação de acordo com as regulações dos sõsfras chama-se diksã-
<rò s w i t s r s l , c f è SA n ií.v- II niru, e o mestre espiritual que dá instruções para a elevação chama-se éiksã-guru.
De fato, as qualificações de um mestre espiritual dependem de seu conhecimen-
to da ciência de Krçna. Não importa que ele seja brãhmana, ksatriya, sannyãsl ou
kibã vipra, kibã nyãsi, éüdra kene naya Çúdra. Este preceito dado por Sri Caitanya Mahãprabhu não é em absoluto con-

yei krsna-tattva-vettã, sei 'guru' haya trário aos preceitos dos éãstras. N o Padma Purãna se diz:
kibã—quer; vipra—um brãhmana; kibã—quer; nyãsi—um sannyãsi; éüdra—um éiidra-
kene—por que; yei—qualquer pessoa
naya—não; que; krsna-tattva-vettã—um conhe- na éüdrãh bhagavad-bhaktãs
cedor da ciência de Krsna; sei—tal pessoa; guru—o mestre espiritual; haya—é te 'pi bhãgavatottamãh
sarva-varne$u te éüdrã
T R A D U Ç Ã O — " Q u e r alguém seja brãhmana, sannyãsi ou sudra — independente- ye na bhakta janãrdane
mente do q u e seja —, pode tornar-se mestre espiritual caso conheça a ciência
de Krsna." Aquele que realmente é avançado em conhecimento espiritual de Krsna não é
éüdra de forma alguma, mesmo que tenha nascido em família de éüdras. N o en-
SIGNIFICADO—Este verso é muito importante para o movimento para a consciência tanto, se u m vipra ou brãhmana é muito perito nas seis atividades bramínicas (pafha-
de Krsna. Como Srila Bhaktivinoda Thãkura explica em seu Amrta-pravãha-bhãsya, na, pãthana, yajana, yãjana, dana e pratigraha) e também é bem versado nos hinos
não se deve pensar que, por ter nascido brãhmana e encontrar-Se na ordem espi- védicos, não pode tornar-se mestre espiritual a menos que seja um Vaisnava. Porém,
ritual mais elevada, a ordem d e sannyãsa, era inapropriado para Sri Caitanya se alguém nasce em família de candãlas e todavia é bem versado na consciência
Mahãprabhu receber instruções de Srila Rãmãnanda Rãya, que pertencia à casta de Krçna, pode tornar-se guru. Estes preceitos são sástricos, e, seguindo-os estri-
éüdra. Para esclarecer este assunto, Sri Caitanya Mahãprabhu informou a tamente, Sri Caitanya Mahãprabhu, como u m grhastha chamado Sri Visvambhara,
Rãmãnanda Rãya que o conhecimento da consciência de Krsna é mais importan- foi iniciado por u m sannyãsi-guru chamado lavara Puri. De forma semelhante, Sri
te d o q u e a casta. O sistema d e varnãérama-dharma estabelece diversos deveres Nityãnanda Prabhu foi iniciado por Mãdhavendra Puri, u m sannyãsi. Entretanto,
para os brãhmanas, os ksatriyas e os éüdras. Na realidade, supõe-se que o brãhmana segundo outros, Ele foi iniciado por Lakçmípati Tirtha. Advaita Acãrya, embora
seja o mestre espiritual d e todos os outros varnas ou setores, mas, no que diz fosse grhastha, foi iniciado por Mãdhavendra Puri, e Sri Rasikãnanda, embora
respeito à consciência de Krsna, todos são capazes de tornarem-se mestres espi- nascido em família de brãhmanas, foi iniciado por Sri Syãmãnanda Prabhu, que
rituais, pois o conhecimento em consciência de Krsna está na plataforma da alma não nascera em família de brãhmanas de casta. Há muitos exemplos de brãhmanas
espiritual. Para difundir a consciência de Krsna, basta ter conhecimento da ciênaa de nascença que aceitaram iniciação de pessoas não nascidas em famílias de
da alma espiritual. Não importa q u e alguém seja brãhmana, ksatriya, vaiéya, éüdra, brãhmanas. Os sintomas bramínicos são expücados n o Srimad-Bhãgavatam (7.11.35),
sannyãsi, grhastha ou o que seja. Se alguém simplesmente compreende esta ciência, onde se afirma:
pode tornar-se mestre espiritual.
Como se afirma no Hari-bhakti-vilãsa, não se deve aceitar iniciação de alguém yasya yal-laksanam proktam
que não esteja na ordem brarnínica caso esteja presente um representante idôneo puniso varnãbhivyahjakam
da ordem bramínica. Esta instrução destina-se àqueles que dependem inteiramente yad anyatrãpi dréyeta
da ordem social mundana, sendo adequada para quem deseja permanecer na vida tat tenaiva vinirdiéet
mundana. Se alguém compreende a verdade da consciência de Krsna e seriamente
deseja obter conhecimento transcendental para aperfeiçoar sua vida, pode acei-
tar um mestre espiritual de qualquer status social, contanto que o mestre espio- ^e alguém nasce em família de éüdras mas tem todas as qualidades de um mestre
rual esteja plenamente versado na ciência de Krçna. Srila Bhaktisiddhãnta es
piritual, não apenas deve-se aceitá-lo como brãhmaria, mas também como mestre
Sarasvati Thãkura também afirma que, mesmo estando alguém na posição espiritual qualificado. Esta é também a instrução de Sri Caitanya Mahãprabhu.
brãhmana, ksatriya, vaiéya, éüdra, brahmacãri, vãnaprastha, grhastha ou sannyãsi, caso Portanto, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura introduziu a cerimônia do cordão
seja versado na ciência de Krçna, pode tornar-se mestre espiritual como vartma- sagrado para todos os Vaiçnavas, segundo as regras e regulações.
708 5ri Caitanya-caritãmrta rso 132 Conversas entre S r i Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 709
Madhy . a l y â
e

Às vezes, um Vaisnava bhajarufrmndl n ã o aceita sãvitra-samskãra (iniciação U C Ã C — Sri Caitanya Mahãprabhu continuou: " P o r favor, não tentes
cordão sagrado), mas isto não quer dizer que se deva utilizar este sistema no r ^ R 0
_ar-Me, julgando-Me um sannyãsi erudito. Por favor, satisfaze Minha men-
lho de pregação. Há duas classes de Vaisnava — o bhajanãnandl e o gosthyanand jjmplesmente expondo a verdade sobre Rãdhã e Krçna."
O bhajanãnandl não se interessa em pregar, mas o go$thyãnandl está interessa!?'
em difundir a consciência de Krsna para beneficiar as pessoas e aumentar o nú° VERSOS 130—131
mero de Vaisnavas. Subentende-se que um Vaiçnava esteja acima da posição de
um brãhmana. Como pregador, ele deve ser reconhecido como brãhmana; casocon iwf*i iti cstft, n w t i r e s I
erário, poderá haver mal-entendido quanto à sua posição como Vaisnava. Contu- # H i* f uirai * i w « r w f a r e » n ye» u
do, n ã o se classifica um brãhmana Vaisnava com base em seu nascimento, senão <s«rtf»t ijsçi- «m <m i
que segundo suas qualidades. Infelizmente, aqueles que não são inteligentes não
conhecem a diferença entre um brãhmana e um Vaiçnava. Eles acham que alguém grifares atem *W rei è n i n ye> n
só pode ser mestre espiritual caso Seja um brãhmana. É apenas por este motivo yadyapi rãya—premi, mahã-bhãgavate
que Sri Caitanya Mahãprabhu afirma neste verso: tãhra mana krsna-mãyá nãre ãcchãdite

kibã vipra, kibã nyãsi, éüdra kene naya tathãpi prabhura icchã—parama prabala
yei krsna-tattva-vettã, sei 'guru' haya jãnileha rayera mana haila talaniala
yadyapi—embora; rãya—Rãmãnanda Rãya; premi—um grande amante de Krçna;
Se alguém se torna guru, é automaticamente um brãhmana. Às vezes, os gurus " d-bhãgavate—um devoto muito elevado; tãhra—sua; mana—mente; krsna-máyã—
de casta dizem que ye krsna-tattva-vettã, sei guru haya significa que quem não é energia ilusória de Krçna; nãre— não capaz; ãcchãdite—de encobrir; tathãpi—
brãhmana talvez possa tomar-se éiksã-guru ou vartma-pradaréaka-guru, mas não guru smo assim; prabhura icchã—o desejo do Senhor; parama prabala—muito inten-
iniciador. Segundo tais gurus de casta, consideram-se mais importantes os laços ; jãnileha—embora conhecesse; rayera mana—a mente de Rãmãnanda Rãya;
de nascimento e família. Contudo, os Vaisnavas n ã o levam em consideração a (?—houve; falamala—agitação.
hereditariedade. A palavra guru aplica-se igualmente ao vartma-pradaréaka-guru,
ao éiksã-guru e ao dtksã-guru. A menos que aceitemos o princípio enunciado por DI CÃO—Sri Rãmãnanda Rãya era um grande devoto do Senhor e um amante
Sri Caitanya Mahãprabhu, este movimento para a consciência de Krsna não po- Deus. Embora a energia ilusória de Krçna não pudesse encobrir sua mente
derá difundir-se por todo o m u n d o . Segundo as intenções de Sri Caitanya embora ele pudesse entender a mente do Senhor, que era muito forte e inten-
Mahãprabhu: prthivlte ache yata nagarãdi-grãma sarvatra pracãra haibe mora nãma. , a mente de Rãmãnanda ficou um pouco perturbada.
Deve-se pregar o culto de Sri Caitanya Mahãprabhu em todo o mundo. Isto não
quer dizer q u e as pessoas devam adotar Seus ensinamentos e permanecer éüdras "NIF1CADO—O devoto perfeito sempre age de acordo com os desejos da Su-
ou candãlas. Tão logo alguém seja treinado como Vaisnava puro, deve-se aceita- ma Personalidade de Deus. O materialista, contudo, é tragado pelas ondas
lo como brãhmana genuíno. Esta é a essência das instruções de Sri Caitanya energia material. Srila Bhaktivinoda Thãkura diz: mãyãra vaée, yãccha bhese,
Mahãprabhu neste verso.
ha hãbudubu, bhãi.
Quem está sob as garras da energia material é tragado pelas ondas desta ener-
VERSO 129 ? ilusória. Em outras palavras, u m a pessoa no m u n d o material é serva de mãyã.
o entanto, quem se encontra na energia espiritual é servo da Suprema Perso-
'T*Tt»tV i f i s l refre «ri i * f « i * » i "idade de Deus. Embora Rãmãnanda Rãya soubesse que nada era desconheci-
f q n i N H n asfr »n ii i*a> ii para Sri Caitanya Mahãprabhu, mesmo assim, começou a falar mais sobre o
sunto porque o Senhor o desejava.
'sannyãsl' baliyã more nã kariha vahcana
krsna-rãdhã-tattva kahi' pürna kara mana VERSO 132
sannyãsl— uma pessoa na ordem de vida renunciada; baliyã— tomando como,
more—a Mim; nã kariha—não faças; vahcana—logro; krsna-rãdhã-tattva—a verda atu ire-"*<ifa-*rô, ffa-ia«ri?i i
sobre Rãdhã-Krsna; kahi'—expondo; pürna—plena; kara—faze; mana—Minha mente <rò «re itfftSi c«re sffa «tfoiii 11 ye* n
710 Sri Caitanya-caritãmrta yerso 137 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 711
Madhy -l
a i U >

rãya kahe—"ãmi—nata, tumi—sütra-dhãra ananta vaikuntha, ãra ananta avatãra


yei mata nãcão, taiche cãhi nãcibãra ananta brahmãnda ihãh,—sabãra ãdhâra
rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; ãmi— eu; nata—dançarino; fumi—Tu- ananta vaikuntha—inumeráveis planetas Vaikuntha; ãra—e; ananta avatãra—
dhãra—o puxador das cordas; yei—qualquer que; mata—maneira; nãcão— me fo"*" inumeráveis encamações; ananta brahmãnda—inumeráveis universos; ihãh—neste
dançar; taiche—dessa maneira; cãhi—quero; nãcibãra—dançar. mundo material; sabãra—de todos eles; ãdhãra—o repouso.

TRADUÇÃO—ári Rãmãnanda Rãya disse: " N ã o passo d e u m títere dançarino TRADUÇÃO—"Existem inumeráveis planetas Vaikuntha, bem como inumeráveis
q u e m puxa as cordas és Tu. Dançarei da maneira que me fizeres dançar." encamações. No m u n d o material também existem inumeráveis universos, e o re-
pouso supremo de todos eles é Krsna."
VERSO 133
VERSO 136
c*m f w a i — f t o i a i , « J i r - f t « i i - K t f t i i f s w t w s s , ar,»ai*ww i
ffSTTta MIM <5WÍ Swrfà II & é II i ^ í - i s f a f e - i a a i - ^ i i y©& 11
mora jihvã—vinã-yantra, tumi—vinã-dhãri sac-cid-ânanda-tanu, vrajendra-nandana
tomara mane yei uthe, tãhâi uccãri sarmiévarya-sarvaéakti-sarvarusa-púrna
mora jihvã—minha língua; vinã-yantra—um instrumento de cordas; tumi—Tu; sat-cit-ãnanda-tanu—o corpo de Krsna é transcendental, pleno de conhecimento,
vinã-dhãri—o tocador do instrumento de cordas; tomara mane—em Tua mente; yei bem-aventurança e eternidade; vrajendra-nandana—o filho de Mahãrãja Nanda; sarva-
uthe—tudo o que surge; tãhãi—isto; uccãri—eu vibro. aiévarya—todas as opulências; sonw-sflArfi—todas as potências; sarva-rasa-pürna—o re-
servatório de todas as doçuras transcendentais.
T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Senhor, minha língua é como um instrumento de
cordas, e q u e m o toca és Tu. Portanto, só faço vibrar tudo o que surge em Tua T R A D U Ç Ã O — " O corpo transcendental d e Sri Krsna é eterno e pleno de bem-
mente." aventurança e conhecimento. Ele é o filho de Nanda Mahãrãja e é pleno de todas
VERSO 134 as opulências e potências, b e m como de todas as doçuras espirituais."

*r« iHa f as *K wnm*\ i VERSO 137


* F £ « r a « r f t , iaasia«i-<2Wt« n j « 8 n I N * •fins FP*. aTwT-wfãirç: i
parama isvara krsna—svayam bhagavãn ^TfiraifMíPW a a ^ H W ^ V >^ l
sarva-avatãri, sarva-kãrana-pradhãna iévarah paramah krsnah
parama—supremo; isvara—controlador; krsna—Senhor Krsna; svayam— sac-cid-ãnanda-vigrahah
pessoalmente; bhagavãn—a Suprema Personalidade de Deus; sarva-avatãri—a fonte anãdir adir govindah
de todas as encamações; sarva-kãrana-pradhãna—a suprema causa de todas as sarva-kãrana-kãranam
causas. Iévarah—o controlador; paramah—supremo; krsnah—Senhor Krsna; suf—existência
eterna; cif—conhecimento absoluto; ãnanda—bem-aventurança absoluta;
TRADUÇÃO—Então, Rãmãnanda Rãya começou a falar sobre krsna-tattva. "Ele é vigrahah—cuja forma; anãdih—sem começo; ãdih—a origem de tudo; govindah—
a Suprema Personalidade de D e u s " , disse ele. "Ele é pessoalmente a Divin- um nome do Senhor Krsna; sarva—todas; kãrana—de causas; kãranam—Ele é a causa
dade original, a fonte de todas as encamações e a causa de todas as causas." original.

VERSO 135
T R A D U Ç Ã O — " 'Krsna, que é conhecido como Govinda, é o controlador supremo.
*ws caf 4, •rra «àvti i Seu corpo é eterno, bem-aventurado e espiritual. Ele é a origem de tudo. Ele
«isNS Hf,- laia «it»ua II i ^ c II "ão tem outra origem, pois é a causa primordial de todas as causas.' "
712 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-hTã Verso 138 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 713

SIGNIFICADO—Este verso é do Brahma-sarhhitã (5.1) e também aparece no Ãdi-lfia Vrndãvana. O próprio Senhor Brahmã disse: "Deixai-me adorar aquela terra
S e g u n d o Capítulo, verso 107. espiritual onde Se encontra Krçna." Aqueles que não são devotos ou almas auto-
jealizadas não apreciam esta Vrndãvana transcendental, pois esta Vrndãvana-
VERSO 138 dhãma é toda espiritual. Os passatempos do Senhor lá também são espirituais.
Nenhum deles é material. Segundo a oração de Srila Narottama dãsa Thãkura
4
**C2|f$<5 *?I»1 *TW' I iprãrthanã 1):
i W t ^ . ^ f a l f t C T #tl II a-SV- II
ãra kabe nitâi-cãhdera karuna haibe
vrndavane 'aprãkrta navina madana' samsãra-vãsanã mora kabe tuccha ha'be
kãma-gãyatri kãma-bije yãhra upãsana
vrndavane—em Vrndãvana; aprãkrta—espiritual; navTna—novo; madana—Cupido; "Quando o Senhor Nityãnanda terá misericórdia de mim para que eu possa com-
kãma-gãyatri— hinos de desejo; kãma-blje—pela semente espiritual de desejo cha- preender a inutilidade do prazer material?"
mada kltm; yãhra—de quem; upãsana—a adoração.
visaya-chãdiyã-kabe éuddha ha'be mana
TRADUÇÃO—"No reino espiritual de Vrndãvana, Krsna é o sempre viçoso kabe hãma heraba éri-vmdãvana
C u p i d o espiritual. Ele é adorado através do cantar do kãma-gãyatri-mantra com
a semente espiritual k l l m . " "Quando minha mente se purificará de toda a sujeira material de modo que eu
seja capaz de sentir a presença da Vrndãvana espiritual?"
SIGNIFICADO—O Brahma-sarhhitã (5.56) descreve Vrndãvana desta maneira:
rüpa-raghunãtha-pade haibe ãkuti
ériyah kãntãh kãntah parama-purusah kalpaAaravo kabe hãma bujhaba se yugala-piriti
drumã bhúmié cintãmani-gana-mayi toyam amrtam
kathã gãnani nãtyarh gamanam api vaméi priya-sakhi "Quando ficarei atraído pelas instruções dos Gosvãmis de modo que seja capaz
cid-ãnandarh jyotih param api tad ãsvãdyam api ca de compreender q u e m é Rãdhã e Krçna e o que é Vrndãvana?"
Estes versos indicam que em primeiro lugar devemos purificar-nos de todos
sa yatra ksirãbdhih sravati surabhibhyaé ca sumahãn os desejos materiais e de toda atração por atividades fruitivas e conhecimento
nimesãrdhãkhyo vã vrajati na hi.yatrãpi samayàh especulativo caso desejemos compreender Vrndãvana.
bhaje évela-âvipam tam aham iha golokam iti yam No que se refere às palavras aprãkrta navina madana, "aprãkrta" refere-se àquilo
vidantas te santah ksiti-virala-cãrãh katipaye que é exatamente o oposto da concepção material. Os Mãyãvãdis acham que o
oposto da concepção material é o nada, ou o impessoal, mas isto não é verdade.
O reino espiritual de Vrndãvana é sempre espiritual. A deusa da fortuna e as Tudo no m u n d o material é insípido, mas, no m u n d o espiritual, tudo é pleno de
gopis estão sempre presentes lá. Krsna as ama, e todas elas são igualmente espin- vida. O desejo de desfrutar está presente tanto em Krçna quanto em Suas partes
integrantes, as entidades vivas. No m u n d o espiritual, tais desejos também são
tuais como Krsna. Em Vrndãvana, Krsna é a Pessoa Suprema e o esposo de to-
espirituais. Ninguém deve erroneamente considerar que tais desejos são mate-
das as gopis e da deusa da fortuna. As árvores em Vrndãvana são árvores dos
riais. No m u n d o material, se alguém está sexualmente excitado e goza de vida
desejos. A terra é feita de pedra filosofal e a água é néctar. As palavras são vibra-
sexual, desfruta de algo temporário. Seu desfrute acaba após poucos minutos.
ções musicais e todos os movimentos são dança. A flauta é companheira cons- Contudo, no m u n d o espiritual, pode haver o mesmo prazer, mas ele nunca ter-
tante do Senhor. O planeta Goloka Vrndãvana é auto-iluminado como o Sol e mina. É desfrutado continuamente. No m u n d o espiritual, o desfrutador sente
é pleno de bem-aventurança espiritual. A perfeição da vida consiste em saborear que tal desejo sexual é cada vez mais saboreável à medida que manifesta novas
essa existência espiritual; portanto, todos devem cultivar conhecimento dela- características. No m u n d o material, contudo, o gozo sexual torna-se insípido após
Vrndãvana, sempre há vacas espirituais fornecendo leite espiritual. Lá não se ^guns minutos apenas, e nunca é permanente. Como Krçna parece ser muito
perdiça um único momento — em outras palavras, lá não há passado, prese ^_ ativo sexualmente, é chamado de Cupido viçoso no mundo espiritual. No entanto,
n e m futuro. Não se desperdiça sequer uma partícula de tempo. Dentro deste n
ã o há inebriamento material em tal desejo.
0
verso material, os devotos adoram esta morada transcendental como " J
714 Sri Caitanya-caritãmrta yerso 139 Conversas entre á r i Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 715
Madhya-r,i à

Gãyantarh trãyate yasmãt gâyatri tvam tatah smrtã: se alguém canta o gayatri-mantr samskrtaé cãdi-gurunã
liberta-se aos poucos d a s garras da matéria. Aquilo que liberta alguém do enred*' dvijatãm agamat tatah
3
mento material chama-se gâyatri. Pode-se encontrar no Madhya-lilã, Vigésimo p
meiro Capítulo, verso 125, uma explicação do gãyatri-mantra: trayyã prabuddho 'tha vidhir
vijhãta-tattva-sãgarah
kãma-gãyatri-mantra-rüpa, haya krsnera svarüpa, tustãva veda-sãrena
sãrdha-cabisa aksara tara haya stotrenãnena keéavam
se aksara 'candra' haya, krsne kari' udaya,
trijagat kailã kãma-maya "Então, Gâyatri, mãe dos Vedas, tendo sido manifestada pelo som divino da flauta
de Sri Krsna, entrou na boca de lótus de Brahmã, o autógeno, através d o s oito
Este mantra é tal qual um hino védico, porém, é a própria Suprema Personalida- orifícios de seus ouvidos. O Brahmã nascido do lótus recebeu o gãyatri-mantra,
de de Deus. Não há diferença entre o kãma-gãyatri e Krçna. Ambos compõem-se que brotara da melodia da flauta de Sri Krsna. Assim, alcançou o status de duas
de vinte e quatro e meia letras transcendentais. O mantra representado em letras vezes nascido, tendo sido iniciado pelo supremo e primordial preceptor, o próprio
também é Krçna/ e o mantra surge tal qual a lua. Devido a isso, há um reflexo Deus. Iluminado ao recordar-se daquele gâyatri, que incorpora os três Vedas,
pervertido de desejo na sociedade h u m a n a e entre toda classe de entidades vivas. Brahmã conscientizou-se da expansão do oceano da verdade. Então, adorou Sri
No mantra: kllm kãma-devãya vidmahe puspa-bãnãya dhimahi tan no 'nahgah pracodayât, Krçna, a essência de todos os Vedas, com um h i n o . "
Krçna é chamado Kãma-deva, ou Madana-mohana, a Deidade que estabelece A vibração da flauta de Krçna é a origem d o s hinos védicos. O Senhor Brahmã,
nossa relação com Krçna. Govinda, ou puspa-bãna, portador de uma flecha feita que se encontra sentado sobre uma flor de lótus, ouviu a vibração sonora da flauta
de flores, é a Personalidade de Deus que aceita nosso serviço devocional. Anahga, de Krsna, sendo assim iniciado pelo gãyatri-mantra.
ou Gopijana-vallabha, satisfaz todas as gopis e é a meta última da vida. Este kãma-
gãyatri (klith kãma-devãya vidmahe puspa-bãnãya dhimahi tan no 'nahgah pracodayât) VERSO 139
simplesmente não pertence a este m u n d o material. Quem é avançado em compre-
ensão espiritual p o d e adorar a Suprema Personalidade de Deus com seus senti-
C l f f t * . , f > 1 l Yfffl-wwq I
dos espiritualmente purificados e satisfazer os desejos do Senhor.

purusa, yosit, kibã sthãvara-jahgama


man-manã bhava mad-bhakto sarva-attãkarsaka, sãksãt manmatha-madana
mad-yãji mãm namaskuru purusa—um macho; yosit—uma fêmea; kibã— todas; sthãvara-jahgama—entidades
mãm evaisyasi satyarh te vivas que não p o d e m mover-se e entidades vivas que podem mover-se; sarva—
pratijãne priyo 'si me de todos; citta-ãkarsaka—aquele que atrai as mentes; sãksãt—diretamente; manmatha-
madana—cativador do próprio Cupido.
" P e n s a sempre em Mim e torna-te Meu devoto. Adora-Me e presta-Me tuas ho-
menagens. Assim, virás a Mim sem falta. Prometo-te isto porque és Meu amigo TRADUÇÃO—"O próprio n o m e Krsna significa q u e Ele atrai até Cupido. Portanto,
muito q u e r i d o . " (Bg. 18.65) Ele é atrativo para todos — homens e mulheres, entidades vivas móveis e inertes.
O Brahma-sarhhitã (5.27-28) afirma: Na verdade, Krçna é conhecido como o todo-atrativo."

atha venu-ninãdasya SIGNIFICADO—Assim como existem muitas esferas no m u n d o material chamadas


trayi-mürti-mayi gatih estrelas ou planetas, no m u n d o espiritual existem muitos planetas espirituais cha-
sphuranti praviveéãéu mados Vaikunthalokas. No entanto, o universo espiritual encontra-se muitíssimo
mukhãbjãni svayarhbhuvah distante do conglomerado de universos materiais. Os cientistas materiais não
Podem sequer avaliar o número de planetas e estrelas dentro deste universo. Eles
gàyatnrh gãyatas tasmãd também são incapazes de viajar a outras estrelas em espaçonaves. Segundo o
adhigatya saroja-jah ühagavad-gttâ (8.20), também existe um m u n d o espiritual:
716 S r i Caitanya-caritãmrta Madhya-lUa 8 y e r S o 139 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 717

paras tasmãt tu bhãvo 'nyo jgji, a ver com montes de matéria ou com a concepção material. No m u n d o mate-
a
'vyakto 'vyaktãt sanãtanah rial, entidade viva encontra-se enclausurada dentro de um corpo material, e„
yah sa sarvesu bhütesu devido a ignorância, julga ser o corpo. O desejo luxurioso, o gozo entre macho
naéyatsu na vinaéyati efêrnea, é totalmente material. Não se p o d e comparar os desejos luxuriosos de
yjn homem materialista com os desejos luxuriosos de Krçna. A menos que alguém
"Todavia, existe outra natureza, que é eterna e transcendental a esta matéria mani- jeja avançado na ciência espiritual, não poderá compreender os desejos luxuriosos
festa e imanifesta. Ela é suprema, não sendo jamais aniquilada. Quando tudo entre Krsna e as gopis. O Caitanya-caritãmrta compara os desejos luxuriosos das gopis
neste m u n d o é aniquilado, essa parte permanece tal como é . " ao ouro. Por outro lado, os desejos luxuriosos de um materialista comparam-se ao
Assim, existe outra natureza, a qual é superior à natureza material. A palavra (erro. Em n e n h u m a circunstância pode-se comparar o ferro ao ouro. As entidades
bhãva ou svabhãva refere-se à natureza. A natureza espiritual é eterna, e, mesmo
vivas — móveis e imóveis — são partes integrantes de Krsna; portanto, original-
q u a n d o todos os universos materiais são destruídos, os planetas no mundo espi- mente, têm a mesma espécie de desejo luxurioso. Entretanto, ao expressar-se por
ritual perduram. Continuam existindo exatamente como a alma espiritual conti- intermédio da matéria, este desejo luxurioso é abominável. Uma entidade viva
nua existindo mesmo após a aniquilação do corpo material. O mundo espiritual espiritualmente avançada e liberada do cativeiro material pode compreender Krçna
chama-se aprãkrta, ou o m u n d o antimaterial. Neste m u n d o transcendental ou uni- de verdade. Como se afirma no Bhagavad-gitã (4.9):
verso espiritual, o sistema planetário mais elevado é conhecido como Goloka
Vrndãvana. Essa é a morada do próprio Senhor Krsna, que também é todo- janma karma ca me divyam
espiritual. Krsna é conhecido lá como Aprãkrta-madana. O nome Madana refere-se evarh yo vetti tattvatah
a Cupido, mas Krsna é o Madana espiritual. Seu corpo não é material como o tyaktvã deharh punar janma
corpo do Cupido deste universo material. O corpo de Krsna é todo espiritual — naiti mãm eti so 'rjuna
sac-cid-ãnanda-vigraha. Portanto, Ele é chamado Aprãkrta-madana. Ele também é
conhecido como Manmatha-madana, significando que Ele é atrativo até para Cupi- "Quem conhece a natureza transcendental de Meu aparecimento e atividades,
do. Às vezes, as atividades e as características atrativas de Krsna são mal interpre- uma vez deixando o corpo, não nasce de novo neste m u n d o material, mas alcan-
tadas por materialistas grosseiros, que O acusam de ser imoral por Ele ter dançado ça Minha morada eterna, ó Arjuna."
com as gopis. Porém, tal acusação resulta de eles ignorarem que Krsna está além
Quando alguém pode compreender o corpo de Krsna, bem como os desejos
deste m u n d o material. Seu corpo é sac-cid-ãnanda-vigraha, inteiramente espiritual.
luxuriosos do Senhor, liberta-se imediatamente. Uma alma condicionada, encar-
Não há contaminação material alguma em Seu corpo, e não se deve considerar
cerada dentro do corpo material, não pode compreender Krçna. Como se afirma
que Seu corpo é um monte de carne e ossos. Os filósofos Mãyãvãdis concebem
o corpo de Krsna como material, e isto é u m a concepção materialista, abominá- no Bhagavad-gitã (7.3):
vel e grosseira. Assim como Krsna é plenamente espiritual, as gopis também são
manusyãnãm sahasresu
espirituais, como o .confirma o Brahma-sahthitã (5.37):
kascid yatati siddhaye
yatatãm api siddhãnãm
ãnanda-cin-maya-rasa-pratibhãvitãbhis kaicin mãm vetti tattvatah
tãbhir ya eva nija-rüpatayã kalãbhih
goloka eva nivasaty akhilãtma-bhüto
govindam ãdi-purusam tam aham bhajãmi
"Entre muitos milhares de homens, talvez um se esforce por atingir a perfeição,
"Adoro Govinda, o Senhor primordial. Ele reside em Seu próprio reino, Goloka, e
, daqueles que alcançaram a perfeição, é difícil encontrar um que Me conheça
com Rãdhã, que Se assemelha à.própria imagem espiritual dEle e que personifica de v e r d a d e . "
a potência extática [hlãdini]. As companheiras dEla são Suas confidentes, que incor- A palavra siddhaye indica liberação. Só podemos compreender Krsna após
poram expansões de Sua forma corpórea e que são embebidas e permeadas de
libertar-nos do condicionamento material. Alguém que possa compreender Krsna
rasa espiritual sempre bem-aventurada."
como Ele é (tattvatah) vive d e fato no m u n d o espiritual, apesar de aparentemente
As gopis também têm a mesma qualidade espiritual (nija-rüpatayí) por serem
viver dentro do corpo material. Pode entender esta ciência técnica quem é deveras
expansões da potência de prazer de Krsna. Nem Krsna nem as gopis nada av
a n ç a d o espiritualmente.
718 Sri Caitanyã-caritãmrtã yerso 140 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 719
Madhya-lilã,

Em seu Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.2.187), Srila Rüpa Gosvãmi diz: purusa, yosit, kibã sthãvara-jahgama
sarva-cittãkarsaka, sãksãt manmatha-madana
ihã yasya harer dãsye (Cc. Madhya 8.138-139)
karmanã manasã girã
nikhilãsv apy avasthãsu Quem está devidamente purificado e iniciado pelo mestre espiritual adora a
jivan-muktah sa ucyate Suprema Personalidade de Deus, Krsna, com este mantra. Ele canta o kãma-gãyatri
jom o kãma-blja. Como confirma o Bhagavad-gitã, todos devem dedicar-se à adora-
Quando alguém neste m u n d o material deseja apenas servir a Krsna com amor ção transcendental a fim de se qualificarem para sentir atração por Krsna, o
e devoção, está liberado, mesmo enquanto age dentro deste m u n d o material jodo-atrativo.
Como confirma o Bhagavad-gitã (14.26): man-manã bhava.mad-bhakto
mãm ca yo 'vyabhicãrena mad-yãjl mãm namaskuru
bhakti-yogena sevate mãm evaisyasi satyam te
sa gunãn samatityaitdn pratijãne priyo 'si me
brahma-bhüyãya kalpate
"Pensa sempre em Mim e torna-te Meu devoto. Adora-Me e presta-Me tuas ho-
"Aquele que se ocupa em serviço devocional pleno, q u e não cai em nenhuma menagens. Assim, virás a Mim sem falta. Prometo-te isto porque és Meu amigo
circunstância, transcende de imediato os modos da natureza material, atingindo, muito querido." (Bg. 18.65)
assim, o nível de Brahman." Como todas as entidades vivas são partes integrantes de Krsna, Krçna é natural-
Pelo simples fato de ocupar-se no serviço amoroso ao Senhor, uma pessoa pode mente muito atrativo. Nossa atração por Krçna fica oculta devido à cobertura ma-
alcançar a liberação. Como se afirma no Bhagavad-gitã (18.54): brahma-bhütah terial Normalmente, no m u n d o material ninguém sente atração por Krçna, mas,
prasannãtmã na éocati na kãhksati. Aquele que é altamente avançado em conheci- assim que alguém se liberta do condicionamento material, sua atração natural
mento espiritual e que alcançou a fase de brahma-bhüta nem se lamenta nem anseia se manifesta. Portanto, este verso diz: sarva-cittãkarsaka. Todos sentem-se natural-
por nada material. Esta é a fase de percepção espiritual. mente atraídos por Krsna. Esta atração encontra-se dentro do coração de todos,
Srila Bhaktivinoda Thãkura analisa a fase de brahma-bhüta em duas partes — e, quando o coração se purifica, a atração se manifesta (ceto-darpana-mãrjanam bhava-
svarüpa-gata e vastu-gata. Considera-se alguém que tenha compreendido Krsna mahâ-dãvãgni-nirvdpanam).
de verdade mas ainda mantenha alguma ligação com a matéria como estando si-
tuado em seu svarüpa, sua consciência original. Q u a n d o esta consciência original VERSO 140
é inteiramente espiritual, ela chama-se consciência de Krsna. Quem vive com tal
consciência na realidade está vivendo em Vrndãvana. Ele pode viver em qualquer
parte: a localização material não faz diferença. Ao avançar assim pela graça de •fam*?: 1 t ) 1t*rt*ri!«MHW I >8. b
Krsna, ele se livra por completo da contaminação do corpo e da mente materiais
e, nessai altura, vive realmente em Vrndãvana. Esta fase chama-se vastu-gata. tãsãm ãvirabhüc chaurih
Todos devem realizar suas atividades espirituais na fase svarüpa-gata de cons- smayamãna-mukhãmbujah
ciência. Devem, também, cantar os mantras espirituais (cinmayigâyatri): oth namo pltãmbara-dharah sragvl
bhãgavate vãsudevãya, ou klim krsnãya govindãya gopijana-vallabhãya svãhã. KHhi sãksãn manmatha-manmathah
kãmadevãya vidmahe puspa-bãnãya dhimahi tan no 'nahgah pracodayât. Estes são os tãsãm—entre elas; ãvirabhüt—apareceu; éaurih—o Senhor Krsna; smayamãna—
mantras kãma-gãyatri ou kãma-blja. Todos devem ser iniciados por um mestre espi- sorrindo; mukha-ambujah—rosto de lótus; plta-ambara-dharah—vestido com roupas
ritual fidedigno e adorar Krsna com estes mantras transcendentais, conhecidos amarelas; sragvl— decorado com uma guirlanda de flores; sãksãt—diretamente;
como kãma-gãyatri ou kãma-bíja. "Unmatha—do Cupido; manmathah—Cupido.
Como explica Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi:
vrndavane 'aprãkrta navlna madana' TRADUÇÃO " ' Q u a n d o Krsna deixou a dança da rãsa-lilã, as gopis ficaram
kãma-gãyatri kãma-bije yãhra upãsana «nuito melancólicas, e, como estivessem a lamentar-se, Krçna reapareceu vestido
7 2 u
Sri Caitanya-caritãmrta yerso 144 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 721
Madhya-lUà

com roupas amarelas. Usando uma guirlanda de flores e sorrindo, Ele esta JJGNIF i c a d o
— T o d o s têm uma doçura transcendental em particular, pela qual
atrativo até para Cupido. Foi assim que Krsna apareceu entre as gopis.' " V a
gnnam- e servem a Krçna. Krçna é o aspecto mais atrativo para toda espécie de
devotos. Portanto, Ele é chamado akhila-rasãmrta-mürti, a forma transcendental
S I G N I F I C A D O — E s t e verso é do Srimad-Bhãgavatam (10.32.2). de atração para toda classe de devotos, quer o devoto esteja em éãnta-rasa, dãsya-
sakhya-rasa, mãdhurya-rasa ou vãtsalya-rasa.
i a s 0 i
VERSO 141 Este é o verso de abertura do Bhakti-rasãmrta-sindhu de Srila Rüpa Gosvãmi.

Cf*t ia TOtJSVl 'fàin' '«ríagá' n Í 8 J II VERSO 143

nãnã-bhaktera rasãmria nãnã-vidha haya


sei saba rasãmrtera 'visaya' 'âéraya'
nãnã-bhaktera—de diversas classes de devotos; rasa-amrta—o néctar da devoção
ou doçuras transcendentais; nãnã-vidha—diferentes variedades; «avó—existem; sei'
saba—todas estas; rasa-amrtera—do néctar da devoção; visaya—sujeito; érhgãra-rasarãja-maya-mürti-dhara
ãsraya—objeto. ataeva ãtma-paryanta-sarvacitta-hara
érhgãra-rasa-rãja-maya—consistindo na doçura de amor conjugai, que é a rainha
T R A D U Ç Ã O — " C a d a devoto tem determinada classe de doçura transcendental em das doçuras; mürti-dhara—Kxsna, o reservatório personificado de todo o prazer;
sua relação com Krsna. Contudo, em todas as relações transcendentais, o devoto ataeva—portanto; ãtma-paryanta—inclusive para Si mesmo; sarva—todos; citta—
é o adorador [ãsraya] e Krsna, o objeto de adoração [visaya]." dos corações; hara—o que atrai.

VERSO 142 T R A D U Ç Ã O — " K r ç n a é todo-atrativo para todas as doçuras devocionais por ser
a personificação da doçura conjugai. Krçna é atrativo, não somente para todos
os devotos, mas também para Si m e s m o . "

VERSO 144

akh ila-rasãmrta-mü rtih


prasrmara-ruci-ruddha-tãrakã-pãlih Urt»lW«í MtaftMaj&ti Jé)(,tj |v|aii i
kalita-éyãmã-lalito
rãdhã-vreyãn vidhur jayati $fH! i R *#fc»ttí*ta icVl íçitl írfà: apV$f% IIÍ88I
akhila-rasa-amrta-mürtih—o reservatório de todo o prazer, no qual existem as do-
çuras, a saber, santa, dãsya, sakhya, vãtsalya e mãdhurya; praspnara—expandindo- viévesãm anurahjanena janayann ãnandam indivara-
se; ruci—pelo brilho de Seu corpo; ruddha—que subjugou; tãrakã—a gopi chamada érerii-éyãmala-komalair upanayann ahgair anahgotsavam
Tãrakã; pãlih—a gopi chamada Pãli; kalita—que absorveu; éyãmã—a gopi chamada svacchandam vraja-sundaribhir abhitah pratyahgam ãlihgitah
Syãmã; lalitah—e a gopi chamada Lalitã; râdhã-preyãn—queridíssimo de Srimati érhgãrah sakhi mürtimãn iva madhau mugdho harih kridati
Rãdhãrãni; vidhuh—Krçna, a Suprema Personalidade de Deus; jayati—todas as viévesãm—de todas as gopis; anurahjanena—pelo ato de agradar; janayan—
glórias a. Produzindo; ãnandam—a bem-aventurança; indivara-érení— como uma fileira de
l°his azuis; éyãmala—negro-azulados; komalaih—e macios; uvanayan—trazendo;
a

TRADUÇÃO—" ' Q u e Krçna, a Suprema Personalidade de Deus, seja glorificado! hgaih— com Seus membros; anahga-utsavam—um festival para Cupido;
Em virtude de Seus crescentes aspectos atrativos, Ele subjugou as gopis chama- svacchandam—sem restrição; vraja-sundaríbhih—pelas mocinhas de Vraja; abhitah—
das Tãrakã e Pãli e absorveu Syãmã e Lalitã. Ele é o atraentíssimo amante de ambos os lados; prati-ahgam—cada membro; ãlihgitah—abraçado; érhgãrah—
Srimati Rãdhãrãni e é o reservatório de prazer para todas as doçuras devocio- amor ardente; sakhi—ó amiga; mürtimãn—personificado; iva—como; madhau—na
nais.' " Primavera; mugdhah—perplexo; harih—Senhor Hari; kridati—diverte-Se.
Sri Caitanya-caritãmrta 147 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 723
Madhya-Ül , â

TRADUÇÃO—" 'Minhas queridas amigas, vede só como á r i Krsna está desfru- ^ n u ç À O — " D i r i g i n d o - S e a Krsna e Arjuna, o Senhor Mahã-Visnu [o Mahã-
tando da primavera! Com as gopis abraçando cada um de Seus membros, Elê ^jusal disse: 'Eu q u i s ver vós d o i s , e p o r isso trouxe os filhos do brãhmana até
é como o amor ardente personificado. Com Seus passatempos transcendentais ^ o i . Vós dois aparecestes no m u n d o material para restabelecer os princípios
Ele anima todas as gopis e toda a criação. Com Seus macios braços e pernas negn> jjligiosos e aparecestes aqui com todas as vossas potências. Após matar todos
azulados, que se assemelham a flores de lótus azuis, Ele cria um festival para „ demônios, por favor, regressai rapidamente ao m u n d o espiritual.' "
Cupido.' "
JIGNIFICADO— Esta é u m a citação d o Srimad-Bhãgavatam (10.89.58) e m referência
SIGNIFICADO— Este verso é do Gita-govinda (1.11). Consulte, também, o Caitanya- go esforço feito por Krsna ao levar Arjuna além do universo material, na ocasião
caritãmrta, Ãdi-lilã, Quarto Capítulo, verso 224. jm que Arjuna buscava os filhos de um brãhmana.
O Senhor Mahã-Visnu, que Se encontra além deste m u n d o material, também
goou atraído pelos aspectos corpóreos de Krsna. Na realidade, Mahã-Visnu rou-
VERSO 145 bara os filhos do brãhmana em Dvãraká e assim fez q u e Krsna e Arjuna viessem
visttá-lO. Cita-se este verso para mostrar que Krsna é tão atrativo que atrai inclusive
Mahã-Visnu.
•WÜ'1lffr1lftlll1l
VERSO 147
^1 «rtan$«| II i8í II
laksmí-kãntãdi avatárera hare mana
laksmt-ãdi nãri-ganera kare ãkarsana
laksml-kãnta-ãdi—do esposo da deusa da fortuna (Nãrãyana); avatárera—da en-
carnação; hare— Ele encanta; mana—a mente; laksmí—a deusa da fortuna; ãdi—
lideradas por; nãri-ganera—de todas as mulheres; kare—faz; ãkarsana—atração.
T R A D U Ç Ã O — " E l e também atrai Nãrãyana, a encarnação de Sankarsana e o esposo
da deusa da fortuna. Ele atrai, não só Nãrãyana, mas também todas as mulheres, kasyãnubhãvo 'sya na deva vidmahe
lideradas pela deusa da fortuna, a esposa de Nãrãyana." tavãhghri-renu-sparaéãdhikãrah
yad-vãhchayã érir lalanãcarat tapo
vihãya kãmãn suaram dhrta-vratã
kasya—de que; anubhãvah—um resultado; asya—da serpente (Kãliya); na—não;
VERSO 146 deva— meu Senhor; vidmahe—sabemos; tava-ahghri—de Vossos pés de lótus; renu—
da poeira; sparaéa—para tocar; adhikãrah— qualificação; yaf—qual; vãhchayã—
fwTa*1<PR^wr»^ni,TO!n^«lííã<t<88a i desejando; érih—a deusa da fortuna; lalanã—a mulher mais elevada; ãcarat—
praticou; tapah—austeridade; vihãya—abandonando; kãmãn—todos os desejos;
suaram—por muito tempo; dhfta—uma lei mantida; vratã— como um voto.
dvijãtmajã me yuvayor didrksurtã
mayopanitã bhuvi dharma-guptaye
kalãvatirnãv avaner bharãsurãn TRADUÇÃO—" ' Ó Senhor, não sabemos como a serpente Kãliya obteve seme-
hatveha bhüyas tvarayetam anti me lhante oportunidade de ser tocada pela poeira de Vossos pés de lótus. Para este
dvija-ãtma-jãh—os filhos do brãhmana; me—por Mim; yuvayoh—de vós dois; fim, a deusa da fortuna praticou austeridades por séculos, abandonando todos
didfksunã— desejando ver; mayã— por Mim; upanltãh—trazidos; bhuvi—no mundo; °8 outros desejos e fazendo votos austeros. Na verdade, não sabemos como essa
dharma-guptaye— para a proteção dos princípios religiosos; kalã—com todas as po-
serpente Kãliya obteve tal o p o r t u n i d a d e . ' "
tências; avatirnau—que desceram; avaneh—do mundo; bhará-asurãn—o pesado fardo
de demônios; hatvã— t e n d o matado; iha—aqui, no m u n d o espiritual; bhüyah—
novamente; tvarayã— muito em breve; itam—por favor, regressai; anti— perto; me- SIGNIFICADO—Este verso do Srimad-Bhãgavatam (10.16.36) foi falado pelas esposas
de Mim. do demônio Kãliya (a serpente).
724 $ri Caitanya-caritãmrta 153 Conveisas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 725
Madhya-i-, u

VERSO 148 ei ta' sahksepe kahilã krsnera svarüpa


«rw-it*^ çor «rw*ití *m i ebe sahksepe kahi éuna rãdhã-tativa-rüpa
d ta —assim; sahksepe—em resumo; kahilã—tenho dito; krsnera—do Senhor Krsna;
«rrfèrer»! 11 >8w H
«iifsrl « r m f s i 5 t r e ^fàiTS .fcarúpa—* forma original; ebe—agora; sahksepe—em resumo; kahi—falarei; éuna—
ãpana-mãdhurye hare ãpanãra mana por favor, ouve; rãdhã—de Srimati Rãdhãrãni; tattva-rüpa—a verdadeira posição.
ãpanã ãpani cãhe karite ãlingana
ãpana—própria; mãdhurye— pela doçura; «are—cativa; ãpanãra—Sua p r ' TRADUÇÃO—Sri Rãmãnanda Rãya então disse: "Assim, acabo de explicar sucin-
mana—mente; ãpanã—a. Si mesmo; ãpani—Ele; cone—deseja; karite—i***' tamente a forma original da Suprema Personalidade de Deus. Agora, deixa-me
ãlingana—abraço. descrever a posição de Srimati R ã d h ã r ã n i - "

T R A D U Ç Ã O — " A doçura d o Senhor Krsna é tão atrativa que cativa Sua prón ' VERSO 151
mente. Assim, Ele deseja inclusive abraçar-Se a Si m e s m o . "

VERSO 149 'fwsrV, ' S j W t f » ' , '*ftaltV-»Tt»T. II >«1 II


krsnera ananta-éakti, tãte tina—pradhãna
'cic-chakti', 'mãyã-éakti', 'jlva-éakti'-nãma
krsnera—do Senhor Krsna; ananta-éakti—potências ilimitadas; fare—nisto; fina—
três; pradhãna—principais; rít-éakti—potência espiritual; mãyã-éakti—potência ma-
4WMftt«ll^ ^Trc? S í f i w i i i ss i terial; jiva-éakti—potência marginal, ou entidades vivas; nãma--chamada.

aparikalita-pürvah kaé camatkãra-kãri T R A D U Ç Ã O — " K r s n a tem potências ilimitadas, as quais podem dividir-se em três
sphurati mama gariyãn esa mãdhurya-pürah partes principais. São elas a potência espiritual, a potência material e a potência
ayam aham api hanta preksya yam lubdha-cetãh marginal, que é conhecida como entidades v i v a s . "
sarabhasam upabhoktum kãmaye rãdhikeva
aparikalita-pürvah—não experimentada anteriormente; kah—quem; camatkãra- VERSO 152
kãri—provocando admiração; sphurati—manifesta; mama—Minha; gariyãn—maior;
esah—esta; mãdhurya-pürah—abundância de doçura; ayam—este; aham— Eu; opi-
inclusive; hanta—oh!; preksya—vendo; yam—que; lubdha-cetãh—Minha mente es- « r o w t ' W - l f V - i a T a fe*í« 11 11
tando confusa; sa-rabhasam—impetuosamente; upabhoktum—de desfrutar; kãmaye— 'antarahgã', 'bahirahgã', 'tatasthã' kahi yãre
desejo; rãdhikã iva—como Srimati Rãdhãrãni. antarahgã 'svarüpa-éakti'—satóra upare
antarahgã—interna; bahirahgã—externa; tatasthã— marginal; kahi—dizemos; yãre—
TRADUÇÃO—" 'Ao ver Seu próprio reflexo numa coluna cravejada de jóias de a quem; antarahgã—a potência interna; svarüpa-éakti—a energia pessoal; sabãra
Seu palácio de Dvãrakã, Krsna desejou abraçá-lo, dizendo: " O h ! nunca vi tal upare—acima de todas.
pessoa antes. Q u e m é Ele? Bastou que Eu O visse para ficar ansioso por abraçá-
ÍO, exatamente como a Srimati Rãdhãrãni-" ' " T R A D U Ç Ã O — " E m outras palavras, todas estas são potências de Deus — interna,
«eterna e marginal. C o n t u d o , a potência interna é a energia pessoal do Senhor
SIGNIFICADO—Este verso é do Lalita-mãdhava (8.34) de Srila Rüpa Gosvãmi. e sobressai entre as outras d u a s . "

VERSO 150 VERSO 153

4*X « ' mxtrt *fk* ?re»a i f^tfw: tn caran cfnwwi WPTÍ1 i


726 Sri Caitanya-caritámría Madhya-r,i yerso 157 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 727
a/

visnu-éaktih para proktã


VERSO 156
ksetrajnãkhyã tathã para
avidyã-karma-sathjhãnyã ÇTlfo?! i f a í f ift*. m i T i T*>i«ta i
trtlya éaktir isyate
visnu-éaktih—a potência do Senhor Visnu; paro—espiritual; proktã—se d"
ksetrajha-ãkhyã—a potência conhecida como ksetrajha; tathã—bem como; parati hlãdini sandhini samvit
espiritual; avidyã— ignorância; karma—atividades fruitivas; samyna—conhecida tvayy ekã sarva-saméraye
como; anyã— outra; trtlya— terceira; éaktih—potência; isyate—assim conhecida hlãda-tãpa-kart miérã
tvayi no gurut-varjite
TRADUÇÃO—" 'A potência original do Senhor Visnu é superior ou espiritual hlãdini— aquilo que gera prazer; sandhini—a potência de existência; samvit—a po-
A entidade viva realmente pertence a esta energia superior, mas, existe outra tência de conhecimento; tvayi—a Vós; ekã— potência interna principal; sorwi-
energia, chamada energia material, e esta terceira energia é cheia de ignorân- saméraye— sois o reservatório de todas as potências; hlãda—prazer; tüpa-kari—
cia.' " gerador de dores; miérU—misturado; tvayi—a Vós; no—nunca; guna-varjite—Vós,
a transcendência, a Suprema Personalidade de Deus.
SIGNIFICADO—Esta citação é do Visnu Purãna (6.7.61).
TRADUÇÃO—" 'Meu querido Senhor, sois o reservatório transcendental de todas
VERSO 154 as qualidades transcendentais. Vossas potências de prazer, de existência e de
conhecimento, na realidade, são todas potência espiritual interna única. Apesar
de na verdade ser espiritual, a alma condicionada experimenta ora prazer, ora
« r w n ***t-«tf%5 fèn «•( II ^8 II dor, ora u m a mistura de dor e prazer. Isto porque ela é afetada pela matéria.
No entanto, como Vós estais acima de todas as qualidades materiais, estas coisas
sac-cid-ãnanda-maya krsnera svarüpa não são encontradas em Vós. Vossa potência espiritual superior é inteiramente
ataeva svarüpa-éakti haya tina rüpa transcendental, e para Vós não há tal coisa como prazer relativo, prazer mistura-
sat-cit-ãnanda-maya—bem-aventurança e conhecimento eternos; krsnera—do do com dor ou a própria d o r . ' "
Senhor Krsna; svarüpa—a verdadeira forma transcendental; ataeva—portanto;
svarüpa-éakti— Sua potência espiritual pessoal; haya—é; tina rüpa—três formas.
SIGNIFICADO—Esta citação é do Visnu Purãna (1.12.69).
TRADUÇÃO—"Originalmente, o Senhor Krsna é sac-cid-ãnanda-vigraha, a forma
transcendental de eternidade, bem-aventurança e conhecimento; portanto, Sua VERSO 1 5 7
potência pessoal, a potência interna, tem três formas diferentes."

VERSO 155
<?ft » r % - * t c * ^ « t «frifltPr wt»tf»i H > < n «

fô*ra»f 'ir>«,', atre sjtü asfo' jrffa o H krsnake ãhlãde, tã'te nãma— 'hlãdini'
sei éakti-dvãre sukha ãsvãde ãpani
ãnandãritée 'hlãdini', sad-amée 'sandhini' krsnake—a Krsna; ãhlãde—dá prazer; fd"fe—portanto; nãma—o nome; hlãdini—
cià-amée 'samvit', yãre jhãna kari' mãni potência de dar prazer; sei éakti—esta potência; dvãre—por meio de; sukha—
ãnanda-amée—em bem-aventurança; hlãdini—a potência de dar prazer; sat-amée—
felicidade; ãsvãde— saboreia; ãpani—o Senhor Krsna pessoalmente.
em eternidade; sandhini—a potência criativa; cit-amée—em conhecimento; samvit—
samvit; yãre—que; jhãna—conhecimento; kari'— tomando como; mãni— eu aceito.
TRADUÇÃO—"A potência chamada hlãdini dá prazer transcendental a Krsna.
TRADUÇÃO— "Hlãdini é Seu aspecto de bem-aventurança; sandhini, de existência
Através desta potência de prazer, Krsna pessoalmente saboreia todo o prazer
eterna; e samvit, de conscientização, que também é aceita como conhecimento.
espiritual."
728 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, g yerso 163 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 729

VERSO 158 VERSO 161

WtiW Ç«t F*TI75 '»^LÍF*T»T>'— IST?«L II 1«V" || 1 < 5 L * L « W Í 3 * - « ^ « R T F ^ Í T í i ^ II 5» •

sukha-rüpa krsna kare sukha ãsvãdana tayor apy ubhayor madhye


bhakta-gane sukha dite 'hlãdini'—kãrana rãdhikã sarvathãdhikã
sukha-rüpa—personificação do prazer, krsna—Senhor Krsna; kare—{az; sukha— mahãbhãva-svarüveyam
felicidade; ãsvãdana—saboreando; bhakta-gane—ao devoto; sukha—felicidade; liife— gunair ativariyasi
para dar; hlãdini—a potência de prazer; kãrana—a causa. Igyoh—delas; api— mesmo; ubhayoh—de ambas (Candrãvali e Rãdhãrãni);
madhye—no meio; rãdhikã— Srimati Rãdhãrãni; sarvathã— de todas as maneiras;
T R A D U Ç Ã O — " O Senhor Krsna saboreia toda espécie de felicidade transcenden- adhika— superior; mahã-bhãva-svarüpa—a forma de mahãbhãva; iyam—esta; gunaih—
tal, embora Ele próprio seja a felicidade personificada. Sua potência de prazer com boas qualidades; ativariyasi—a melhor de todas.
também manifesta o prazer saboreado por Seu devoto p u r o . "
TRADUÇÃO—" 'Entre as gopis d e Vrndãvana, Srimati Rãdhãrãni e outra gopi são
VERSO 159 consideradas as principais. Contudo, ao compararmos as gopis, parece que
Srimati Rãdhãrãni é a mais importante, pois Sua característica verdadeira ex-
«wrfofta m* <$n 'osw um i pressa o êxtase máximo de amor. O êxtase de amor experimentado pelas outras
gopis não pode comparar-se ao de Srimati Rãdhãrãni-' "
"«iTürçfCTKBr*! c«c*Ta « i t a i t i 11 i c s 11
hlãdinira sara athsa, tara 'prema' nãma SIGNIFICADO—Esta citação é do Ujjvala-nilamani (4.3) de Srila Rüpa Gosvãmi.
ãnanda-cinmaya-rasa premera ãkhyãna
hlãdinira—desta potência de prazer; sara—a essencial; athsa—parte; tara—sua; VERSO 162
prema—amor a Deus; nãma—nome; ãnanda—plena de prazer; cit-maya-rasa—a pla-
taforma das doçuras espirituais; premera—do amor a Deus; ãkhyãna—a explicação.
izm (jkl&t&fà. «r*tc« ftfta II 1*4. II
TRADUÇÃO—"A parte mais essencial desta potência de prazer é o amor a Deus
[prema]. Conseqüentemente, a explicação do amor a Deus é também uma doçura premera 'svarüpa-deha'—prema-vibhãvita
transcendental plena de p r a z e r . " krsnera preyasi-éresfhã jagate vidita
premera—amor a Deus; svarüpa-deha—corpo verdadeiro; prema—pelo amor a
VERSO 160 Deus; vibhãvita—influência; krsnera—do Senhor Krsna; preyasi— das queridas
amigas; sresthã—a mais elevada; jagate—no m u n d o inteiro; vidita—sabido.

c«ft «TITWWI iw-fctfa-ríll II II TRADUÇÃO—"O corpo d e Srimati Rãdhãrãni é a transformação autêntica do amor
premera parama-sãra 'mahãbhãva' jãni a Deus; Ela é a mais querida amiga de Krsna, e sabe-se disto no m u n d o inteiro."
sei mahãbhãva-rüpã rãdhã-thãkurãtti
premera—do amor a Deus; parama-sãra—a parte essencial; nmhã-bhãva—o êxtase VERSO 163
transcendental chamado mahãbhãva; jãni—sabemos; sei—isto; mahã-bhãva-rüpã—*
personificação do êxtase transcendental mahãbhãva; râdhã-thãkurãní—SrnnaQ <OTF;rarf%ír«r I - a fosTfaslf®-
Rãdhãrãni. srtfM 41 f í i w t e s i *»rtf%: i
cffnpT Í44>i>wR*i'PHÜPAÍ
TRADUÇÃO—"A parte essencial d o amor a Deus chama-se mahãbhãva,
transcendental, e Srimati Rãdhãrãni representa este êxtase."
730 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy -i- Verso 166 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 731
a llà 8

ãnanda-cinmaya-rasa-pratibhãvitãbh is associadas de Srimati Rãdhãrãni; farira kãya-vyüha-rüpa—expansões de Seu corpo


tãbhir ya eva nija-rüpatayd kalãbhih espiritual.
goloka eva nivasty akhilãtma-bhüto
govindam ãdi-purusam tam aham bhajâmi T R A D U Ç Ã O — " S r i m a t i Rãdhãrãni é a jóia espiritual máxima, e as demais gopis
ãnanda—bem-aventurança; cit—conhecimento; maya—consistindo em; raso _ Lalitã, Visãkhã e assim por diante — são expansões de Seu corpo espiritual."
doçuras; prati—cada segundo; bhãvitãbhih—que estão absortas em; tãbhih—com
aquelas; yah— que; roa—decerto; nija-rüpatayã— com a própria forma dEle- VERSO 166
kalãbhih—que são partes de porções de Sua potência de prazer; goloke—em Goloka
Vrndãvana; eva—com certeza; nivasti—reside; akhila-ãtma—como a alma de tudo-
bhütah—que existe; govindam—Senhor Govinda; ãdi-purusam—a personalidade ori- 3t'r/s ^ i t f t i c r o - ^ i i - i a i II i** II
ginal; fam—a Ele; aham—eu; bhajãmi—adoro. rãdhã-prati krsna-sneha—sugandhi udvartana
tã'te ati sugandhi deha—ujjvala-varana
TRADUÇÃO—" 'Adoro Govinda, o Senhor primordial, que reside em Seu próprio rãdhã-prati—para com Srimati Rãdhãrãni; krsna-sneha—a afeição do Senhor Krçna;
reino, Goloka, com Rãdhã, a qual Se assemelha à própria figura espiritual dEle su-gandhi udvartana—massagem perfumada; fa'fe— nisto; afi—muito; sugandhi—
e personifica a potência extática (hlãdini). As companheiras dEla são Suas con- perfumado; deha—o corpo; ujjvala—brilhante; varana—brilho.
fidentes, e personificam expansões de Sua forma corpórea, sendo embebidas
e permeadas com rasa espiritual sempre bem-aventurada.' " T R A D U Ç Ã O — " O corpo transcendental de Srimati Rãdhãrãni é todo brilhante e
pleno de todos os aromas transcendentais. A afeição do Senhor Krçna por Ela
S I G N I F I C A D O — E s t a citação é d o Brahma-sarhhitã (5.37). é como uma massagem p e r f u m a d a . "

VERSO 164 SIGNIFICADO—Sugandhi udvartana refere-se a u m a pasta feita de diversos perfu-


mes e óleos aromáticos. Massageia-se esta pasta por todo o corpo e, dessa ma-
neira, a sujeira e o suor do corpo são removidos. O corpo de Srimati Rãdhãrãni
***>-1t«1 «J«f i r a Wti tf tf II 1*8 II é naturalmente perfumado, mas, ao ser massageado com a pasta aromática da
afeição do Senhor Krçna, fica duplamente perfumado e torna-se brilhante e lus-
sei mahãbhãva haya 'cintãmani-sãra' troso. Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi começa a descrever, assim, o corpo transcen-
krsna-vãhchã puma kare ei kãrya tãhra dental de Srimati Rãdhãrãni. Esta descrição baseia-se no livro conhecido como
sei—este; mahã-bhãva—êxtase supremo; haya—é; cintãmani-sãra—a essência da Premãmbhojamaranda, compilado por Sri Raghunãtha dãsa Gosvãmi. As descri-
vida espiritual; krsna-vãhchã— todos os desejos do Senhor Krsna; pürna kare— ções de Srila Kavirãja Gosvãmi dos versos 165 a 181 baseiam-se neste livro. Numa
satisfaz; ei—esta; fafrya—ocupação; tãhra—dEla. tradução do sânscrito original feita por Srila Bhaktivinoda Thãkura, lê-se o
seguinte:
T R A D U Ç Ã O — " E s t e êxtase supremo de Srimati Rãdhãrãni é a essência da vida O amor das gopfs por Krçna é pleno de êxtase transcendental. Parece ser uma
espiritual. A única ocupação dEla é satisfazer todos os desejos de Krsna." jóia brilhante, e, iluminado por semelhante jóia transcendental, o corpo de
Rãdhãrãni fica mais perfumado e decorado com kuhkuma. De manhã, o corpo dEla
VERSO 165 é banhado no néctar da compaixão; à tarde, no néctar da juventude, e, à noite,
no néctar do próprio brilho. Dessa maneira, realizado o banho, o corpo dEla fica
brilhante como a jóia cintãmani. Sua roupa compõe-se de diversas espécies de ves-
ifsYSífH »TÍt—tf 11 arfiqj*aí*t n 1*5 11 timentas de seda, que podem comparar-se à Sua natural timidez. Sua beleza au-
menta cada vez mais ao ser decorada com a kuhkuma, a qual é comparada à própria
'mahãbhãva-cintãmani' rãdhãra svarüpa beleza, e com o almíscar escuro, o qual é comparado ao amor conjugai. Assim,
lalitãdi sakhi—farira kãya-vyüha-rüpa diferentes cores decoram-Lhe o corpo. A kuhkuma é vermelha e o almíscar, negro.
mahã-bhãva—do êxtase espiritual máximo; cintã-mani—a pedra filosofal; rãdhãra Seus ornamentos personificam os sintomas naturais de êxtase — tremor, lágri-
svarüpa—a forma transcendental de Srimati Rãdhãrãni; lalitã-ãdi sakhi—as gop ís
mas, júbilo, atordoamento, transpiração, balbuciar da voz, vermelhidão corpórea,
yerso 169 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 733
732 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã g
r da idade paugãnda (dos cinco aos dez anos), Srimati Rãdhãrãni aparece
s s a
loucura e apatia. Dessa maneira, o corpo inteiro craveja-se destas nove diferentes
^meiro cmisericórdia. O segundo banho, tomado ao meio-dia, Ela o toma
o m o
jóias. Acima de tudo isto, a beleza do corpo dEla é realçada por Suas qualidades
Ja agua de tãrunyâmrta, ou seja, o néctar da juventude. Esta é a verdadeira ex-
transcendentais, que ficam penduradas como uma guirlanda de flores em Seu
corpo. O êxtase de amor por Krsna é conhecido como dhirã e adhirã, sóbrio e in- pressão de Sua pujante juventude.
quieto. Tal êxtase constitui o revestimento do corpo de érimat! Rãdhãrãni, sendo
adornado com cânfora. A ira transcendental que Ela manifesta em relação a Krsna VERSO 168
personifica-se como o arranjo de Seu cabelo, e a tilaka de Sua grande fortuna brilha
em Sua bela testa. Os brincos de Srimati Rãdhãrãni são os santos nomes de Kr?na
bem como o ouvir de Seu n o m e e fama. Seus lábios estão sempre avermelhados
devido à noz de bétel da afeição extática por Krsna. O cosmético negro ao redor
de Seus olhos é Seu comportamento astuto para com Krsna, produzido pelo amor lãvanyãmrta-dhãrãya tad-upari snãna
Seus gracejos com Krsna e Seu amável sorriso são a cânfora com a qual Ela Se nija-lajjã-éyãma-pattasãti-paridhãna
perfuma. Ela dorme em Seu quarto com o aroma do orgulho, e, ao deitar-Se em I lãvanya-amrta-dhãrãya—no chuveiro do néctar do brilho corpóreo; tat-upari—além
Sua cama, a variedade transcendental de Seus êxtases amorosos é como um broche disso; snãna—o b a n h o ; nija—própria; lajjã— timidez; éyãma— negra; patta—seda;
de jóias entremeado ao Seu colar de saudade. Seus seios transcendentais estão Stffi—vestimenta; paridhãna— usando.
cobertos por Seu sari sob a forma da afeição para com Krsna e da ira contra Ele.
Ela tem um instrumento de cordas conhecido como kacchapi-vínã, o qual é a fama T R A D U Ç Ã O — " A p ó s Seu b a n h o ao meio-dia, Rãdhãrãni toma outro banho no
e a fortuna que realmente fazem os rostos e seios das outras gopis murchar. Ela néctar do brilho corpóreo e veste a roupa da timidez, q u e é exatamente como
sempre mantém Suas mãos sobre o ombro de uma gopi amiga, a qual é comparada um sari de seda n e g r a . "
à beleza juvenil dEla; e, embora Ela seja altamente qualificada com tantos bens
espirituais, não obstante o Cupido conhecido como Krsna A afeta. Assim, Ela SIGNIFICADO—Além dos outros banhos, Ela toma o banho vespertino no néctar
é derrotada. Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi presta suas respeitosas reverências da beleza plena. Este néctar representa as qualidades pessoais de beleza e es-
a Srimati Rãdhãrãni, tomando u m a palha em sua boca. Na verdade, ele ora: 'Ó plendor. Assim, existem três banhos em diferentes espécies de água. Então,
Gãndharvikã, Srimati Rãdhãrãni, assim como o Senhor Krsna jamais rejeita uma Rãdhãrãni veste d u a s r o u p a s — u m a de baixo e u m a de cima. A roupa de cima
alma rendida, por favor, não me rejeiteis.' " Esta é uma tradução resumida do
é Seu apego a Krsna e a de baixo, Sua timidez. A parte de baixo compara-se a
Premãmbhojamaranda citado por Kavirãja Gosvãmi.
uma roupa de seda negra ou a um sari azulado, e Sua roupa de cima é rosada.
Esse traje rosado é Sua afeição e atração por Krsna.
VERSO 167
VERSO 169
VRFW^-ftatíi "sfü «ws? i
«Wjí^fs-Hiata a R i«rr»T 11 w 11
kãrunyãmrta-dhãrãya snãna prathama
tãrunyãmrta-dhãrãya snãna madhyama krsna-anurãga dvitiya aruna-vasana
kãrunya-amrta—áo néctar da misericórdia; dhdrãya—no chuveiro; snãna—banho; pranaya-mãna-kahculikãya vaksa ãcchãdana
prathama—primeiro; tãrunya-amrta—do néctar da juventude; dhãrãya—no chuvei- krsna-anurãga—atração p o r Krsna; dvitlya—segundo; aruna-vasana—traje rosado;
ro; snãna—banho; madhyama—no meio. I Pranaya—de amor; mãna—e ira; kahculikãya—por u m a blusa curta; vaksa—seios;
I fccnddanfl—cobrindo.
T R A D U Ç Ã O — " S r i m a t i Rãdhãrãni toma Seu primeiro banho no chuveiro do néctar
da compaixão e Seu segundo banho no néctar da j u v e n t u d e . "
TRADUÇÃO—"A afeição d e Srimati Rãdhãrãni p o r Krsna é o traje d e cima, q u e
SIGNIFICADO—Em primeiro lugar, Srimati Rãdhãrãni unta Seu corpo com o creme é de cor rosada. Então, Ela cobre Seus seios com outra veste, composta de afei-
da afeição por Krsna. Então, toma Seu banho na água da misericórdia. Após para com Krsna e de ira contra El»»"
734 §ri Caitanya-caritãmrta Madhya-m a g Verso 175 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 735

VERSO 170 I TRADUÇÃO—"Ira oculta e astúcia constituem o arranjo de Seu cabelo. A quali-
dade da ira provocada pelo ciúme é tal qual a seda que cobre Seu c o r p o . "
e r r a i - f f »T, iat-3|«fil 6W I
fasaítRí -as*£a, Í ^ C T - ^ a r fàw»!*! || l i » || VERSO 173

a N - ^ t ^ a t c t <wa i
saundarya—kuhkuma, sakhí-pranaya—candana
smita-kãnti—karpüra, tine—ahge vilepana CSiTCfV^STJ—(SPIfStglI a-3g*T ll Si-a n
saundarya—Sua beleza pessoal; kunkuma—um pó vermelho conhecido como
kuhkuma; sakhi-pranaya—Seu amor por Suas companheiras; candana—a polpa de rãga-tãmbüla-rãge adhara ujjvala
sândalo; smita-kãnti—a doçura d e Seu sorriso; karpüra—cânfora; tine—por estas prema-kauHlya—netra-yugale kajjala
três coisas; ahge—sobre o corpo; vilepana—untando. rãga—àe amor; tãmbüla—da noz de bétel; rãge— pela cor avermelhada; adhara—
estende-se; ujjvala—brilhante; prema-kautilya—a duplicidade em romances amoro-
T R A D U Ç Ã O — " A beleza pessoal de Srimati Rãdhãrãni compara-se ao pó averme- sos; netra-yugale—nos dois olhos; kajjala—o cosmético.
lhado conhecido como k u h k u m a . Sua afeição por Suas companheiras compara-
se à polpa de sândalo, e a doçura de Seu sorriso, à cânfora. Todos estes elementos TRADUÇÃO—"Seu apego a Krsna é a cor avermelhada de nozes de bétel sobre
combinados, são untados sobre Seu c o r p o . " Seus brilhantes lábios. Sua duplicidade em romances amorosos é tal qual o cos-
mético negro ao redor de Seus o l h o s . "

VERSO 171 VERSO 174

i a « t a - « a « i J i a - ^ w « f a ' i i *i8
cÀ*. 3pt*7c? fàfèfãra tyim II m n
'süddlpta-sãttvika' bhãva, harsãdi 'sahcãri'
krsnera ujjvala-rasa—mrgamada-bhara
ei saba bhãva-bhüsana saba-ahge bhari'
sei mrgamade vicitrita kalevara
su-uddlpta-sãttvika—abrasantes de bondade; bhãva—os êxtases; harsa-ãdi—como
krsnera—do Senhor Krsna; ujjvala-rasa—a doçura conjugai; mrga-mada—de almís-
o júbilo; sahcãri—êxtases d e existência contínua; ei saba—todos estes; bhãva—
car; bhara—abundância; sei—isto; mrga-made—íeito pelo aroma do almíscar;
êxtases; bhüsana—ornamentos; saba—todo; ahge—corpo; bhari'—enchendo.
vicitrita—decorado; kalevara—todo o corpo dEla.

T R A D U Ç Ã O — " O s ornamentos aplicados a Seu corpo são os abrasantes êxtases


T R A D U Ç Ã O — " O amor conjugai por Krsna é tal qual almíscar abundante. Esse
almíscar decora todo o corpo d E l a . " de bondade, e o júbilo lidera estes êxtases de existência constante. Todos estes
êxtases são como ornamentos por todo o corpo d E l a . "
VERSO 172
VERSO 175
casçg-aitü ijsrj- «fan-fàWtsi I
«fãaTtad *^'-^^*!^-^^ i 1

•fTatftam' ®«I- BIOT, ,


*fcm ii ii* ii
pracchanna-mãna vãmya—dhammilla-vinyãsa
'kila-kihütãdi'-bhâva-vimsati-bhüsita
'dhirãdhirãtmaka' guna—ahge pata-vãsa
guna-srení-puspamãlã sarvãhge pürita
pracchanna—oculta; mana—ira; vãmya—astúcia; dhammilla—dos cachos de cabe-
lo; vinyãsa—arranjo; dhirã-adhirã-ãtmàka—consistindo em ira, ora expressa, ora su- kila-kihcita-ãâi—Mdexados por êxtases;
kila-kihcita; bhãva—com os viméati—vinte;
primida, provocada pelo ciúme; guna—a qualidade; ahge—no corpo; pata-vãsa- bhüsita—decorado; guna-éreni—de Suas qualidades atrativas; puspamãlã— como uma
cobertura de seda. guirlanda de flores; sarva-ahge—por todo o corpo; pürita—cheio.
736 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 180 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 737
Madhya-lii à

T R A D U Ç Ã O — " E s t e s ornamentos corpóreos constituem vinte classes de si glGNiFiCADO— As oito companheiras de Rãdhãrãni (asta-sakhi) são diferentes va-
extáticos, começando com kila-kihcita. Suas qualidades transcendentais -* 135
riedades de prazer ligadas aos passatempos de Krsna. Com características
guirlanda de flores pendurada em plenitude sobre Seu corpo." semelhantes às de tais passatempos de Sri Krsna, há outras atividades, repre-
jgntadas pelas assistentes das gopis.
SIGNIFICADO— Descrevem-se as vinte diferentes atitudes, lideradas por kila-kihdh,
da seguinte maneira. Primeiro, em relação ao corpo, há bhãva (êxtase), hâva (eest VERSO 178
e helâ (negligência); em relação ao eu, há éobhã (beleza), kãnti (fulgor), dipti (brilho)
mãdhurya (doçura), pragalbhatã (insolência), audãrya (magnanimidade) e dhaini
fsrartw-dNa^fo i t a ^ * i
(paciência); e, em relação à natureza, há lilã (passatempos), vilãsa (desfrute) vic «t*Gl aft' «rfcç, JW1 fero sq»w n ^ n
chitti (rompimento) e vibhrama (confusão). Não existem equivalentes em portu-
guês para as palavras kila-kiiicita, mottãyita e kuttamita. nijãhga-saurabhãlaye garva-paryahka
A guirlanda de flores constitui as qualidades de Srimati Rãdhãrãni e divide-se tã'te vasi' ache, sadã cinte krsna-sahga
em partes mentais, verbais e corpóreas. Sua atitude de perdão e misericórdia é | mja-ahga—Seu próprio corpo; saurabha-ãlaye—na pousada do aroma; garva—
mental. Suas conversas, que são muito agradáveis aos ouvidos, são verbais. As I orgulho; paryahka—leito; tã'te—neste; vasi'—deitada; ache—há; sadã— sempre;
qualidades físicas — idade, beleza, brilho e graça — são corpóreas. cinte—pensa; krsna-sahga—a companhia de Krsna.

VERSO 176 T R A D U Ç Ã O — " O leito de Srimati Rãdhãrãni é o próprio orgulho, e situa-se na


morada do aroma de Seu corpo. Ela vive sentada ali, pensando na companhia
erW^i-f«9p? çtff-srorcfe i de Krsna."
c«mrafrai—as, wi-<5a»i II i°>* n
VERSO 179
saubhâgya-tilaka cãru-lalãte ujjvala
prema-vaicittya—ratna, hrdaya—tarala
çaí-srra-^i-a»!—«ia<5çi atei i
saubhãgya-tilaka—a tilaka da boa fortuna; cãru—bela; lalãte—na testa; ujjvala— a>a»-*Tt*I-««i-a»t-2iatÇ-aÇr,íl | J,1S> |
brilhante; prema—do amor a Deus; vaicittya—diversidade; ratna—a jóia; hrdaya—o
coração; tarala—o broche. krsna-nãma-guna-yaéa—avantarhsa kãne
krsna-nãma-guna-yaéa-pravãha-vacane
TRADUÇÃO—"A tilaka da fortuna decora Sua ampla e bela testa. Seus diversos krsna—do Senhor Krsna; nãma—o santo nome; guna—as qualidades; yaéa—a
romances amorosos são uma jóia, e Seu coração é o b r o c h e . " fama; avatamsa—ornamentos; kãne—no ouvido; krsna—do Senhor Krsna; nãma—
do santo nome; guna—das qualidades; yaéa—da fama; pravãha—ondas; vacane—
VERSO 177 em Suas conversas.
»w-aa»t, iaV*tai ^a-sm i T R A D U Ç Ã O — " O s brincos de Srimati Rãdhãrãni representam o nome, a fama e
9 « i ^ r - J r C T t a ^ 3 i f t * w n w II ><n II as qualidades do Senhor Krsna. As glórias do nome, da fama e das qualidades
madhya-vayasa, sakhi-skandhe kara-nyãsa do Senhor Krsna sempre inundam Suas conversas."
krsnalilã-manovrtti-sakhi ãéa-pãéa
madhya-vayasa—meia-idade; sakhi— de uma amiga; skandhe—sobre o ombro; VERSO 180
kara—mão; nyãsa—mantendo; krsna—do Senhor Krsna; lilã—os passatempos;
manah—da mente; vrtti—atividades; sakhi—gopis; ãéa-pãéa—aqui e ali. ?a»r^ assta «HWI-M^IW '
faasa «3«f ara ara»a *a*t«i 11 n
T R A D U Ç Ã O — " A s gopis amigas de Srimati Rãdhãrãni são Suas atividades mentais,
que se concentram nos passatempos de Sri Krsna. Ela mantém Sua mão sobre krsnake karãya éyãma-rasa-madhu pana
o ombro de uma amiga, a qual representa a j u v e n t u d e . " nirantara pürna kare krsnera sarva-kãma
èti Caitanya-caritãmrta Madhya-ui à 8
Verso 185 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 739

krsnake—a Krsna; karãya—Ela induz; éyãma-rasa—da doçura do amor L » A D U Ç Ã O — " 'Caso alguém pergunte sobre a origem d o amor a Krsna, a res-
madhu—o mel; pana—bebendo; nirantara—constantemente; p i m i a — p i ° ! ^ ' eno
n U a ;
é que a origem está apenas em árimati Rãdhãrãni- Quem é a mais querida
faz; krsnera—do Senhor Krsna; sarva-kãma—todas as espécies de desejos Iuxurk«o~~ ^ g a de Krsna? Novamente a resposta é apenas: árimati Rãdhãrãni- Ninguém
^ j . O cabelo de árimati Rãdhãrãni é muito cacheado. Seus dois olhos inquietos
S

HJO param de mover-se e Seus seios são rijos. Já que se manifestam todas as
T R A D U Ç Ã O — " S r i m a t i Rãdhãrãni induz Krsna a beber o mel da intimidade oualidades transcendentais em árimati Rãdhãrãni, só Ela é capaz de satisfazer
jugal. Portanto, Ela dedica-Se a satisfazer todos os desejos luxuriosos de Krsn^"' jj^os os desejos de Krsna. Ninguém mais.' "
VERSO 181 SIGNIFICADO—Esta citação é do éri Govinda-lilãmrta (11.122) de Krsnadãsa Kavirãja
Gosvãmi. É um verso sob a forma de perguntas e respostas, descrevendo as glórias
de Srimati Rãdhãrãni.
^ v r t " v i « w - ^ j f n iv-i I I VERSOS 183—184
krsnera viéuddha-prema-ratnera ãkara i f t (7h*fsn-^t Ttr.tr. T5T«Crl I
anupama-gunagana-pürna kalevara 3 t * fctfa» ^prífàrfi far,* awHrmi«iv» n
krsnera—ào Senhor Krsna; viéuddha-prema—àe puro amor transcendental-
ratnera—da jóia preciosa; ãkara—uma mina; anupãma—incomparável; guna-gana—de S t * í^Frátft-^t i t t * sT^-^tN^t i
grupos de qualidades; pürna—repleto; kalevara—corpo transcendental. ü n «tfoarsHrf artf « i w t t II iv-8 n

ydnra saubhãgya-guna vãhche satyabhãmã


T R A D U Ç Ã O — " S r i m a t i Rãdhãrãni é exatamente como uma mina repleta de jóias
yãhra fhãhi kalã-vilãsa éikhe vraja-rãmã
preciosas do amor a Krsna. Seu corpo transcendental está repleto de qualidades
espirituais incomparáveis."
yãhra saundaryãdi-guna vãhche laksmi-pãrvati
yãhra pativratã-dharma vãhche arundhati
VERSO 182
yãhra—cuja; saubhãgya—da fortuna; guna—qualidade; vãhche—deseja; satyabliãmã—
Satyabhãmã, uma das rainhas de Krsna; yãhra thãhi—de quem; kalã-vilãsa—as ses-
senta e quatro artes; éikhe—aprendem; vraja-rãmã— todas as gopis em Vrndãvana;
ara c a ^ f w i atfacTfi;? &tsi i ytfrira—cujas; saundarya-ãdi—tais como beleza; guna—qualidades; vãhche— deseja;
Wcsmf— a deusa da fortuna; pãrvatl—a esposa do Senhor Siva; yãhra—cuja; pafi-
Cfll fs^rr-, íce^TI
wafd-da castidade; dharma—princípio; vãhche— deseja; arundhati—a esposa de
Vasistha Muni.
kã krsnasya pranaya-janibhüh árimati rãdhikaikã
T R A D U Ç Ã O — " M e s m o Satyabhãmã, uma das rainhas de Sri Krsna, deseja a posi-
kãsya preyasy anupama-gunã rãdhikaikã na cãnyã
ção afortunada e as excelentes qualidades de Srimaü Rãdhãrãni. É de Srimati Rãdhã-
jaihmyarh keée dréi taralatã nisthuratvarh kuce 'syã
vãhchã-pürtyai prabhavati hare rãdhikaikã na cãnyã rãni que todas as gopis aprendem a arte de vestir-se, e mesmo a deusa da fortuna,
kã— quem; krsnasya—do Senhor Krsna; pranaya-janibhüh—a terra natal do amor Laksmi, e a esposa do Senhor Siva, Pãrvafi, desejam Sua beleza e qualidades.
a Krsna; árimati— toda bela; rãdhikã— Srimati Rãdhãrãni; ekã— apenas; kã— quem; Na verdade, Arundhati, a célebre e casta esposa de Vasistha, também deseja
asya—dEle; preyasi— mais querida amiga; anupama-gunã—tendo qualidades incom- imitar a castidade e os princípios religiosos de Srimati R ã d h ã r ã n i . "
paráveis; rãdhikã— Srimati Rãdhãrãni; ekã—apenas; na—não; ca—também; anyã— VERSO 185
ninguém mais; jaihmyam—desalinho; keée— no cabelo; dréi— nos olhos; taralatã—
inquietude; nisthuratvam—ri\eza; kuce—nos seios; asyãh—dEla; vãnchã— dos desejos;
pürtyai— para satisfazer; prabhavati—manifesta; hareh—do Senhor Krsna; râdhikã- ât* iwjçi-Wr.*' sri <tta I t a i
Srimati Rãdhãrãni; ekã— só; na—não; ca anya"—ninguém mais. tft* W •tfifca cmi* st* n i w n
740 S r i Caitanya-caritàmrta Madhya-Iii ga
189 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 741

yãhra sadguna-ganane krsna nã pãya piãra SIGNIFICADO—Devemos sempre lembrar que o gozo dos sentidos de Krsna não
tãhra guna ganibe kemane jiva châra figve jamais ser comparado ao gozo d o s sentidos d o mundo material. Como já
yãhra—cujas; sat-guna—boas qualidades; ganane—ao calcular; krsna—Senh eX plicamos, o gozo dos sentidos de Krsna é tal qual ouro. O reflexo pervertido
Krsoa; «tf—não; pãya—obtém; para—o limite; tãhra—dEla; guna—qualidades' deste gozo dos sentidos encontrado no m u n d o material é tal qual ferro. Isto sig-
ganibe— pode enumerar; kemane—como; /ízw—uma entidade viva; chàra—tâó nifica que Krsna não é impessoal. Ele tem todos os desejos que se manifestam
insignificante. o reflexo pervertido dentro deste m u n d o material. Contudo, as qualidades são
n

diferentes — uma é espiritual e a outra, material. Assim como há uma diferença


T R A D U Ç Ã O — " N e m o próprio Senhor Krsna pode calcular o limite das qualida- entre a vida e a morte, há uma diferença entre gozo dos sentidos espiritual e gozo
des transcendentais de Snmati Rãdhãrãni. Como, então, pode uma entidade viva dos sentidos material.
insignificante enumerá-las?"
VERSO 188
VERSO 186

«If ara.-wíf*Ta( f f H W h i « M l i
^mc<5 vfüni s > t a ftm**m n wH
vidagdho nava-tãrunyah
prabhu kahe,—jãniluh krsna-rãdhã-prema-tattva parihãsa-viéãradah
sunite cãhiye dunhãra vilãsa-mahattva niécinto dhlra-lalitah
prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya replicou; jãniluh—agora entendi; krsna—do syãt prãyah preyasl-vaéah
Senhor Krsna; rãdhã—âe Srimati Rãdhãrãni; prema—dos romances amorosos; vidagdhah—astuta; nava-tãrunyah—sempre viçosamente juvenil; parihãsa—em
tattva—a verdade; éunite—ouvir; cãhiye—Eu desejo; dunhãra—áe ambos; vilãsa- fazer gracejos; viéãradah—perita; niécintah—livre de ansiedade; dhlra-lalitah—um
mahattva—a grandeza do desfrute. herói em romances amorosos; sytff—é; prãyah—quase sempre; preyasl-vaéah—aquele
que mantém Suas namoradas sob Seu jugo.
TRADUÇÃO—O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: "Agora entendi a ver-
dade sobre os romances amorosos entre Rãdhã e Krsna. Não obstante, ainda de-
sejo ouvir como ambos desfrutam gloriosamente de tal a m o r . " T R A D U Ç Ã O — " U m a pessoa que é muito astuta e sempre juvenil, perita em fazer
gracejos e livre de ansiedade, e que pode manter suas namoradas sempre sob
VERSO 187 seu jugo, chama-se dhíra-lalita."
ara a r a , — ç a '«íT*-9if»T5' i SIGNIFICADO—Este verso é do Bhakti-rasãmrta-sindhu (2.1.230).
f*ra«a a«raa?t<5i-a"wfa çfos n *n n

I
rãya kahe,—krsna haya ' dhlra-lalila'
nirantara kãma-krídã—yãhhãra carita VERSO 189
rãya kahe—Rãya replicou; krsna—Senhor Krsna; haya—é; dhíra-lalita—uma pessoa affã-fà*i a^« a?l<?i ara aflrt-icw i
que pode manter sua namorada sempre sob o jugo de diferentes qualidades;
nirantara—constantemente; kãma-krídã— passatempos de prazer sexual; yãhhãra—de fcaratta aa* w fcwr afrçi-acw n ^s> n
quem; carita—o caráter. rãtri-dina kuhje krídã kare rãdhâ-sahge
kaiéora vayasa saphala kaila krídã-rahge
rãtri-dina—dia e noite; kuhje—nos jardins ou bosques de Vrndãvana; krldã—
TRADUÇÃO—Rãya Rãmãnanda replicou: "O Senhor Krsna é dhira-lalita, pois Ele
sempre pode manter Suas namoradas sob Seu jugo. Assim, Sua única ocupação Passatempos; kare—realiza; rãdhã-sahge—com Rãdhãrãni; kaiéora—a adolescência;
é desfrutar de gozo dos s e n t i d o s . " vayasa—idade; sa-phala—frutífera; kaila—feita; krídã-rahge—experimentando prazer
em diferentes passatempos.
742 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 193 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 743
Madhya-hi a(

TRADUÇÃO—"Dia e noite o Senhor Sri Krsna goza da companhia de S - ihã va-i—exceto isto; buddhi-gati—movimento de minha inteligência; nãhi—não há;
n a t
Rãdhãrãni nos bosques de Vrndãvana. Assim, Sua adolescência resultou ^ ' ' ^ — n e n h u m mais.
através de Seus romances com Srimati R ã d h ã r ã n i . " ^
TRADUÇÃO—Sri Caitanya M a h ã p r a b h u disse: " Isto está bom, mas, por favor,
VERSO 190 ^rvtinua." Nessa altura, Rãya Rãmãnanda replicou: " N ã o creio que m i n h a in-
teligência vá além d i s t o . "

VERSO 192
atui ^ f w n 1 s 7 9 f w n - a T ^ 5 n n a t f a a n
caal 'c«frffàffit*i-faa€' uia* sa i
< 5 W ^sfà' C S W Í ÇH, fãs sri ça n ia* I

yebã 'prema-vilãsa-vivarta' eka haya


c^ETTa*. a * » Í V * C * l f è t a ? t a t çfã: IIs»• n
tãhã éuni' tomara sukha haya, ki nã haya
vãcã sücita-éarvari-rati-kalã-prãgalbhyayã rãdhikãm yebã—tudo o que; prema-vilãsa-vivarta—a confusão ou revolução provocada pelo
vridã-kuhcita-locanãth viracayann agre sakhínãm asau êxtase dos romances amorosos; eka haya—há um tópico; tãhã— isto; éuni'—ouvindo;
tad-vaksoruha-citra-keli-makari-pãnditya-pãram gatah tomara—Tua; sukha—felicidade; haya—é; ki—ou; nã— não; haya—é.
kaiéorarh saphali-karoti kalayan kuhje vihãram harih
vãcã—com palavras; sücita—revelando; éarvari— da noite; rati— em passatempos TRADUÇÃO—Então, Rãya Rãmãnanda informou a Sri Caitanya Mahãprabhu que
amorosos? kalã— da porção; prãgalbhyayã—a importância; rãdhikãm—Srimati havia ainda outro tópico, conhecido como prema-vilãsa-vivarta. " P o s s o falar-
Rãdhãrãni; vridã—àe vergonha; kuhcita-locanãm-tendo Seus olhos fechados; Te sobre i s t o " , disse Rãmãnanda Rãya. " C o n t u d o , não sei se isto Te fará feliz
viracayan—fazendo; agre—perante; sakhínãm—as amigas dEla; asau—aquele; tat- ou n ã o . "
dEla; vaksah-ruha—sobre os seios; cif ra-keli—com passatempos variados; makarí—
em desenhar delfins; pãnditya—da astúcia; param—o limite; gatah—que alcançou; SIGNIFICADO—Segundo Srila Bhaktivinoda Thãkura em seu Amrta-pravãha-bhãsya,
kaiéoram—adolescência; sa-phalí-karoti—torna exitosa; kalayan—realizando; feufr/è— estas afirmações são feitas para podermos entender a situação. Em essência, Sri
nos bosques; vihãram—passatempos; harih—a Suprema Personalidade de Deus. Caitanya Mahãprabhu disse a Rãmãnanda Rãya: " M e u querido Rãmãnanda, a
TRADUÇÃO—" 'Assim, o Senhor Sri Krsna falou sobre as atividades sexuais da explicação que Me deste sobre a meta da vida e os passatempos de Srimati
noite anterior. Dessa maneira, Ele fez Srimati Rãdhãrãni fechar Seus olhos de Rãdhãrãni e Krçna é sem dúvida verdadeira. Embora isto seja um fato, podes
vergonha. Aproveitando-Se desta oportunidade, Sri Krsna pintou diversas es- continuar a falar-Me mais caso tenhas algo mais a dizer." Em resposta, Rãmãnanda
pécies de delfins sobre os seios dEla. Deste modo, Ele passou a ser um exímio Rãya disse: " A c h o que nada tenho a dizer além disto, porém, há um tópico co-
artista para todas as gopis. Durante tais passatempos, o Senhor gozava da satis- nhecido como prema-vilãsa-vivarta, que posso Te explicar. Não sei se ele Te fará
fação de Sua j u v e n t u d e . ' " feliz ou n ã o . "

SIGNIFICADO— Esta citação também se encontra no Bhakti-rasãmrta-sindhu (2.1.231). VERSO 193

VERSO 191 <m afèi' «i'Wsi-an5 fite <m "ttfer i


*st%ara,- IÍCÇI *a, «rfè*i a*ç «ta i c-sid st$ *?K« ^,ta gjí "Biisstfífsi ii is-'® ii
:

ata ara,- 1 * 1 a^ aj%--ítí% srrfç «ris n >a>> 11 eta bali' ãpana-krta gita eka gãhila
preme prabhu sva-haste tãhra mukha ãcchãdila
prabhu kahe,—eho haya, ãge kaha ãra eta bali'—dizendo isto; ãpana-krta—composta por ele; gita—canção; eka—uma;
rãya kahe,—ihã va-i buddhi-gati nãhi ãra gtfhzZa—cantou; preme—em amor a Deus; prabhu--Sri Caitanya Mahãprabhu; sva-
prabhu kahe—o Senhor Caitanya Mahãprabhu disse; eho haya—isto está bom; haste—com Sua própria mão; farira—dele (de Rãmãnanda Rãya); mukha—boca;
ãge kaha ãra—por favor, continua, dize mais; rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; Scchãdila—cobriu.
744 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 194 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 745
Madhya-lilã, 8

T R A D U Ç Ã O — D i z e n d o isto, Rãmãnanda Raya começou a cantar unta canção o primeiro deverá livrar-se de todas as designações materiais (sarvopãdhi-vinirmuktam
posta por ele, mas, ári Caitanya Mahãprabhu, no êxtase de amor a Deus i fat-paratvena nirmalam). Uma pessoa que se identifica com o corpo material não
diatamente cobriu a boca de Rãmãnanda com Sua própria mão. pode compreender estas conversas entre Sri Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya
Mahãprabhu.
Escrituras religiosas inventadas pelo homem e conversas filosóficas transcenden-
SIGNIFICADO—Os tópicos que passarão a ser abordados pelo Senhor Sri Caitanv tais são coisas bem diferentes. Na verdade, há um abismo de diferença entre as
Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya não podem ser entendidos por um poeta materia- duas. Sriman Madhvãcãrya fez uma descrição cuidadosa deste assunto. Por es-
lista, n e m tampouco pela inteligência ou pela percepção material. Srila Bhakti- tarem situados no prema material de vilãsa-vivarta, os filósofos materiais são inca-
siddhãnta Sarasvati Thãkura afirma que só podemos compreender a doçura espiri- pazes de perceber o prema-vilãsa-vivarta espiritual. Eles não conseguem colocar
tual ao situarmo-nos na plataforma transcendental, além da fase de bondade ma- um elefante sobre um prato. Da mesma forma, os especuladores mundanos não
terial. Chama-se esta plataforma de viáuddha-sattva (sattvam visuddham vasudeva- m encerrar o elefante espiritual dentro de sua concepção limitada. O esforço
éabditam). A compreensão de viáuddha-sattva está além do âmbito do mundo ma- deles é como o esforço da rã que tenta medir o Oceano Atlântico, imaginando-o
terial, não sendo percebida pelos sentidos físicos ou pela especulação mental. Nossa tantas vezes maior do que seu poço. Filósofos materialistas e sahajiyãs não podem
identificação com o corpo grosseiro e a mente sutil difere da compreensão espiritual. compreender as conversas entre Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu
Como a inteligência e a m e n t e são materiais, os romances amorosos de Sri Rãdhã a respeito dos passatempos de Sri Rãdhã e Krsna. A única tendência dos imperso-
e Krçna estão além da percepção delas. Sarvopãdhi-vinirmuktam tat-paratvena nir- nalistas ou dos prãkrta-sahajiyãs é voltar-se para a plataforma do impersonalismo.
malam: livrando-nos de todas as designações materiais e purificando nossos senti- Eles não podem compreender o espiritual. Conseqüentemente, quando Rãmãnanda
dos completamente mediante o processo de bhakti, poderemos compreender as Rãya tentou cantar seus próprios versos, Sri Caitanya Mahãprabhu interrompeu-o,
atividades sensoriais da Verdade Absoluta (hrslkena hrsikeáa-sevanam bhaktir ucyate). cobrindo-lhe a boca com Sua própria mão.

Os sentidos espirituais estão além dos sentidos materiais. O materialista pode


pensar apenas na negação da variedade material; não é possível que ele entenda
a variedade espiritual. Ele acha que a variedade espiritual simplesmente contra-
diz a variedade material, sendo negação ou vazio. Porém, tais concepções nem VERSO 194
sequer p o d e m alcançar o ambiente da percepção espiritual. As maravilhosas ati-
vidades do corpo grosseiro e da mente sutil são sempre imperfeitas. Elas estão fftOTfè a t t srçsngr.» cem \
abaixo do grau de compreensão espiritual e são efêmeras. A doçura espiritual «refira it?*, «rafa sri cm 11
é eternamente maravilhosa e é descrita como puma, éuddha, nitya-mukta — isto
é, purificada por completo e eternamente liberada de todas as concepções mate-
•11 cr! ã»W, sii st*r m*í i
riais. Quando não conseguimos satisfazer nossos desejos materiais, ficamos pesa- aVisr vzirr&A c^m w\f>v 11
rosos e confusos. Pode-se descrever isto como vivaria. Entretanto, na vida espiritual •n ir«f, CA-AA c<2ti?rtfçsrr i
não há pesar, inebriamento n e m imperfeição. Srila Rãmãnanda Rãya era perito
em perceber as atividades espirituais de Srimati Rãdhãrãni e Krsna, e ele apresen- '"•fS.ôTCT a*çfà 3TtfS!' II
tou sua experiência espiritual a Sri Caitanya Mahãprabhu, perguntando se o sri GA\V\ çft, sri c í t » ^ «rH. i
Senhor aprovava sua percepção da verdade espiritual.
sfei^fã imzn 3i»tj <5 •Tf5?f«i ii
Há três livros importantes sobre este assunto. Um deles foi escrito por Bhakta «ra crtfe fàapJt,
N esfèr çst i
dãsa Bãula e chama-se Vivarta-vilãsa. Outro foi escrito por Jagadananda e chama-
se Pretna-vivarta. O livro de Sri Rãmãnanda Rãya chama-se Prema-vilãsa-vivarta- ^ - ^ ' ' h J S i a j f ã s "if^sr f[fi ,i 1S8 II
O Vivarta-vilãsa de Bhakta dãsa Bãula é inteiramente diferente dos outros dois
livros. Às vezes, estudantes ou professores universitários tentam estudar estes pahilehi rãga nayana-bhahge bhela
textos transcendentais e tentam fazer análise crítica do ponto de vista mundano, anudina bãdhala, avadhi nã gela
com o fim de receber títulos, como o de Ph.D. Por certo que tal compreensão
é diferente da de Rãmãnanda Rãya. Se alguém realmente quiser receber um título nã so ramana, nã hãma ramani
de Ph.D. de Sri Caitanya Mahãprabhu e ser aprovado por Rãmãnanda Rãya- duhhu-mana manobhava pesala jãni'
746 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lu* e r s o 195 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 747

e sakhi, se-saba prema-kãhini NIFICADO—O próprio Rãmãnanda Rãya foi q u e m compôs e cantou original-
kãnu-thãme kahabi vichurala jãni' t e estes versos. Srila Bhaktivinoda Thãkura sugere que, durante o período
n

desfrute, poder-se-ia comparar o apego ao próprio Cupido. Entretanto, du-


te o período de separação, Cupido torna-se mensageiro do elevadíssimo amor.
Isto chama-se prema-vilãsa-vivarta. Ao dar-se a separação, o próprio desfrute age
nã khonjaluh düti, nã khonjaluh ãn mo mensageiro, e Srimati Rãdhãrãni chamou este mensageiro de amigo. A es-
duhhukeri milane madhya ta pãhca-bãna ncia desta relação é simples: os romances amorosos são tão saborosos durante
a separação q u a n t o d u r a n t e o desfrute. Estando plenamente absorta no amor a
•sna, Srimati Rãdhãrãni confundiu uma negra árvore tamãla com Krsna e
ab sohi virãga, tuhhu bheli düti raçou-a. Semelhante equívoco chama-se prema-vivarta-vilãsa.
su-purukha-premaki aichana riti
-
pahilehi—a princípio; rãga—atração; nayana-bhahge— por olhares; bhela—houve
-
anu-dina—aos poucos, dia após dia; bãdhala—aumentou; avadhi— limite; nã— não
gela—alcançou, nã—não; so—Ele; romana—o desfrutador; nã—não; hãma—Eu- VERSO 195
ramant—a desfrutada; duhhu -mana—ambas as mentes; manah-bhava—a situação
mental; pesfl/u—fundidas; jãni'—sabendo; e—disto; sakhi—Meu caro amigo; se-
saba—todos aqueles; prema-kãhini— romances de amor; kãnu-thãme— perante Krsna;
kahabi—dirás; vichurala—Ele esqueceu; jãni'—sabendo, nã— não; khonjaluh— í»íry- 3fa-í«W5
r
fj^í-cs»airji_ i
procurei; düti— um mensageiro; nã— não; khonjaluh—busquei; ãn—ninguém mais; trona ^ í ^ í n f f ç «T«srfitfnr
duhhukeri—de Nós dois; milane— pelo encontro; madhya—no meio; ta—na verdade;
pãhca-bãna—cinco flechas de Cupido; ab—agora; so/)i—aquela; virãga—separação;
tuhhu—tu; bheli—ficaste sendo; düti—o mensageiro; su-purukha—de pessoa tão
rãdhãya bhavatas ca citta-jatunl svedair vilãpya kramãd
bela; premaki—de romances amorosos; aichana—esta; rifi—a conseqüência.
yuhjann adri-nikuhja-kuhjara-pate nirdhüta-bheda-bhramam
citrãya svayam anvarahjayad iha brahmãnda-harmyodare
bhüyobhir nava-rãga-hihgula-bharaih érhgãra-kãruh krti
rãdhüyâh—de Srimati Rãdhãrãni; bhavatah ca—e de Ti; citta-jatuni— as duas mentes
TRADUÇÃO—" 'Oh! Antes de Nosso encontro, havia um apego inicial entre Nós mo goma-laca; svedaih—pela transpiração; vilãpya—derretendo-se; kramãt—aos
dois, provocado por u m a troca de olhares. Dessa maneira, desenvolveu-se o ape- cos; yuhjan—fazendo; adri—da Colina de Govardhana; nikuhja—num local so-
go. Este apego foi crescendo aos poucos, e já não há limite para ele. Agora, este "o propício ao desfrute; kuhjara-pate—ó rei dos elefantes; nirdhüta—eliminado
apego tornou-se algo natural entre Nós dois. Não é que seja devido a Krsna, r completo; bheda-bh ramam—mal-entendido da diferenciação; citrãya—
o desfrutador, n e m tampouco é devido a Mim, pois Eu sou a desfrutada. Não umentando a admiração; svayam—pessoalmente; anvarahjayat—colorido; iha—
é bem assim. Este apego tornou-se possível pelo Nosso encontro. Esta troca mútua "ste m u n d o ; brahmãnda—do universo; harmya-udare— dentro do palácio;
de atração é conhecida como manobhava, ou Cupido. A mente de Krsna e a üyobhih—pelas variedades de recursos; nava-rãga—da nova atração; hihgula-
Minha mente fundiram-se em uma só. Agora, durante este período de separação, raih—pelo vermelhão; érhgãra—de romances amorosos; kãruh—o artesão; krti—
é muito difícil explicar estes romances amorosos. Meu caro amigo, talvez Krsna uito perito.
tenha Se esquecido de todas essas coisas. No entanto, acho que podes entender
o que se passa e levar-Lhe esta mensagem. Se bem que durante Nosso primeiro
encontro não houve mensageiro algum entre Nós, n e m Eu pedi que alguém fosse D U Ç Ã O — " ' Ó meu Senhor, vives na floresta da Colina de Govardhana, e,
ter com Ele. Na verdade, Nosso intermediário foram cinco flechas de Cupido. «no o rei d o s elefantes, és perito na arte do amor conjugai. Ó mestre do univer-
Agora, durante este período de separação, aquela atração desenvolveu-se, i Teu coração e o de Srimati Rãdhãrãni são parecidos com a goma-laca e agora
transformando-se em outro estado de êxtase. Meu caro amigo, por favor, age erretem-se em contato com Tua transpiração espiritual. Portanto, não se pode
como mensageiro em M e u nome, pois, se alguém está apaixonado por pessoa is distinguir entre Ti e Srimati Rãdhãrãni. Agora, misturaste Tua afeição
tão bela, esta é a conseqüência.' " m-invocada, que é como o vermelhão, com Vossos corações derretidos, e,
748 Sri Caitanya-caritãmrta 200 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 749
Madhya-lilã 8

para o benefício do m u n d o inteiro, pintaste de vermelho Vossos dois corações fSya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; yei— tudo o que; kahão—me fizeste falar;
dentro deste grande palácio do universo.' " jgU-aquilo; kahi—eu falo; Mini—mensagem; ki—o que; kahiye—estou falando; bhãla-
0O\da—bom ou mau; kichui nã jãni—não sei de nada.
S I G N I F I C A D O — E s t e verso, citado por Rãmãnanda Rãya, está incluído no Ujjvala
nilamani (14.155) de Srila Rüpa Gosvãmi. TRADUÇÃO—ári Rãmãnanda Rãya replicou: " N ã o sei o que estou dizendo, mas
Tu me fizeste falar o que falei, seja isto bom ou mau. Faço apenas repetir esta
VERSO 196 mensagem."

«l^ara»—'ItapTOa <erafV <ifè ÇH I VERSO 199


csWa «rate* «ríf*R£ f^roa ii ia* ii façw-Tcn <£cw sa cast*t«?ra i
prabhu kahe, — 'sãdhya-vastura avadhi' ei haya ca tfsfrta «rtal-srtcfe *^caa« faa i is>» n
tomara prasãde ihã jãniluh niécaya tribhuvana-madhye aiche haya kon dhlra
prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu confirmou; sãdhya-vastura—do objetivo ye tomara mãyã-nãte ha-ibeka sthira
da vida; avadhi'—o limite; ei—este; haya—é; tomara—tua; prasãde—pela misericór- tri-bhuvana-madhye—dentro dos três mundos; aiche—tão; haya—há; kon—quem;
dia; ihã— isto; jãniluh—entendi; niécaya—conclusivamente. dhlra—paciente; ye—quem; tomara—Tua; mãyã-nãte—na manipulação de diferen-
tes energias; ha-ibeka—será; sthira—firme.
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu confirmou estes versos recitados por ári
Rãmãnanda Rãya, dizendo: "Este é o limite da meta da vida humana. Apenas T R A D U Ç Ã O — " Q u e m dentro destes três m u n d o s é tão imperturbável que possa
por tua misericórdia é que p u d e compreendê-lo conclusivamente." permanecer firme e n q u a n t o manipulas Tuas diferentes energias?"

VERSO 197 VERSO 200

'Terr^' 'um' t% ca* nrfç »rra i erra ^a as*l ç f t , f f t cattsl i


Sfl ata, trata fctta n n >s>i n «rsre ? w , rs*, ftawa a*n n n
'sãdhya-vastu' 'sãdhana' vinu keha nãhi pãya mora mukhe vaktã tumi, tumi hao érotâ
krpã kari' kaha, rãya, pãbãra upãya atyanta rahasya, éuna, sãdhanera kathã
sãdhya-vastu—a meta da vida; sãdhana vinu—sem praticar o processo; keha nãhi mora mukhe—em minha boca; vaktã— orador; tumi—Tu és; fumi—Tu; hao—és;
pãya—ninguém alcança; krpã kari'—com muita misericórdia; kaha—por favor, ex- érotâ—o ouvinte; atyanta rahasya—extremamente misterioso; éuna—agora, por
plica; rãya—Meu querido Rãmãnanda Rãya; pãbãra upãya—o meio de alcançar. favor, ouve; sãdhanera kathã—a discussão do processo.

T R A D U Ç Ã O — " S ó se pode alcançar a meta da vida praticando o processo. Agora, T R A D U Ç Ã O — " N a realidade, falas através de minha boca, e, ao mesmo tempo,
por favor, tem misericórdia de Mim e explica-Me o meio pelo qual se pode atingir estás o u v i n d o . Isto é muito misterioso. De qualquer forma, por favor, ouve a
esta m e t a . " explicação de como se pode alcançar a m e t a . "

VERSO 198 SIGNIFICADO—Srila Sanãtana Gosvãmi aconselha-nos a ouvir sobre Krsna de um


Vaisnava, proibindo-nos explicitamente de ouvir de um avaisnava.
ata ara,-<?& CA\ a^fis arôl i
avaisnava-mukhodglmam
t> asfea vfri-sR, f à ^ 5T| wtfsi 11 is-v- n pütani hari-kathãmrtam
rãya kahe,—yei kahão, sei kahi vãni éravanam naiva kartavyam
ki kahiye bhãla-manda, kichui nã jãni sarpocchistam yathã payah
Sri Caitanya-caritãmrta I y o 205 Conversas entre S"ri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 751
750 Madhya-lüã, 8
e r s

ntdhã-krsnera lilã—os passatempos de Rãdhã e Krsna; ei—isto é; afi—muitíssimo;


Citando este verso do Padma Purãna, Srila Sanãtana Gosvãmi adverte que nã
se deve ouvir nada sobre Krsna de um avaisnava, por maior que ele possa ser com° güdhatara—mais confidencial; dãsya—de servidão; vãtsalya-ãdi—e d e amor d e pai
erudito mundano. O leite tocado pelos lábios de uma serpente tem efeitos vene^ Qu mãe, etc; bhãve— nos humores; nã haya—não é; gocara—apreciado.
nosos; de modo semelhante, discursos feitos sobre Krsna por um avaisnava també
são venenosos. Contudo, como o Vaisnava é rendido à Suprema Personalidade ' T R A D U Ç Ã O — " O s passatempos de Rãdhã e Krsna são muito confidenciais. Não
de Deus, suas palavras são espiritualmente potentes. No Bhagavad-gita (10.10) je pode compreendê-los através das doçuras de servidão, de fraternidade ou da
o Senhor Supremo diz: afeição de pai ou m ã e . "
tesãni satata-yuktãnãm
VERSO 202
bhajatãm priti-pürvakam
dadãmi buddhi-yogam tam
yena mãm upayãnti te
i â i luvs m >Á 4 M l ft"tn ii II
sabe eka sakht-ganera ihãh adhikãra
"Àqueles que se dedicam constantemente a Mim e Me adoram com amor, Eu
sakhi haite haya ei lllãra vistãra
dou a compreensão com a qual eles podem vir a M i m . " Ao falar, o Vaisnava puro
o faz perfeitamente. Como é isto? Suas palavras são orientadas pelo próprio Krsna sabe—somente; eka—um; sakhl-ganera—das gopis; ihãh—nisto; adhikãra—

de dentro do coração. Srila Rãmãnanda Rãya aceita esta bênção de Sri Caitanya qualificação; sakhi— as gopis; haite—a partir de; haya—é; ei lllãra—destes passatem-
Mahãprabhu; portanto, admite que tudo o que falou não foi fruto de sua própria pos; vistãra—a expansão.
inteligência. Pelo contrário, tudo veio de Sri Caitanya Mahãprabhu. Segundo o
Bhagavad-gitã (15.15): T R A D U Ç Ã O — " N a verdade, somente as gopis têm o direito de apreciar estes pas-
satempos transcendentais, os quais só podem expandir-se a partir d e l a s . "
sarvasya cãharh hrdi sannivisto
VERSO 203
mattah smrtir jhãnam apohanam ca
vedaié ca sarvair aham eva vedyo
J l f t ftwl <ffr ^ t a l •Tfft W I
vedãnta-krd veda-vid eva cãham

"Encontro-Me sentado no coração de todos, e de Mim vêm a lembrança, o co-


sakhi vinã ei lilã pusta nãhi haya
nhecimento e o esquecimento. Através de todos os Vedas, Eu sou o que há de
sakhi lilã vistãriyã, sakhi ãsvãdaya
ser conhecido; na verdade, Eu sou o compilador d o Vedãnta e o conhecedor dos
Vedas."
sakhi vinã—sem as gopis; ei lilã— essespassatempos; pusta— fomentados; nãhi
Toda a inteligência emana da Suprema Personalidade de Deus, a Superalma haya—nunca são; sakhi—as gopis; lilã—os passatempos; vistãriyã—expandindo-se;
dentro do coração de todos. Os não-devotos preferem pedir gozo dos sentidos sakhi— as gopis; ãsvãdaya—saboreiam esta doçura.
ao Senhor Supremo; portanto, ficam sob a influência de mãyã, a energia ilusória.
O devoto, porém, é orientado pela Suprema Personalidade de Deus e fica sob TRADUÇÃO—"Sem as gopis, n ã o se p o d e fomentar esses passatempos entre
a influência de yogamãyã. Conseqüentemente, há um abismo de diferença entre Rãdha e Krsna. Tais passatempos difundem-se apenas com a cooperação delas.
as afirmações feitas por um devoto e aquelas feitas por um não-devoto. Saborear as doçuras é ocupação d e l a s . "

V E R S O S 204—205
VERSO 201
i ? l fan <ffc »rr»Tíii vim s r t f t f f o 1
iâT«Tca <STCI * W w w f t I V8 II

rãdhã-krsnera lilã ei ati güdhatara c & T t r j •nlw vm •Ttfta» fcnra 11 w D


dãsya-vãtsalyãdi-bhãve nã haya gocara
7 5 2
Sri Caitanya-caritãmrta y tso 205 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 753
e
Madhya-m a 8

sakhi vinã ei lilãya anyera nãhi gati chidra-samvrtir etasyãh


sakhi-bhãve ye tãhre kare anugati vaty-ãdeh parivahcanã

rãdhã-krsna-kuhjasevã-sãdhya sei pãya siksã sahgamanam kãle


sei sãdhya pãite ãra nãhika upãya sevanam vyajanãdibhih
sakhi vinã^sem as gopis; ei litãya—nesses passatempos; anyera—de outros- nãh — tayor dvayor upãlambhah
não há; gati—acesso; sakhi-bhãve—xxo humor das gopis; ye—todo aquele que-'to '~ sandesa-presanam tathã
Senhor Krsna; kare—faz; anugati— seguindo; rãdhã-kr$ria—de Rãdhã e Krsna- ku"
mja-
sevã—do serviço nos kuhjas, ou jardins, de Vrndãvana; sãdhya—a meta; seipoya— nãyikã-prãna-samraksã
obtém; sei—isto; sãdhya—conquista; pãite—àe receber; ãra—outro; nãhika—nãoi h'- prayatnãdyãh sakhi-kriyãh
upãya—meio.
Nos passatempos conjugais de Krsna, Krsna é o herói (nãyaka) e Rãdhikã, a
TRADUÇÃO—"Sem a ajuda das gopis, não se pode ter acesso a esses passatempos heroína (nãyikã). A primeira função d a s gopis é cantar as glórias tanto do herói
Somente aquele que adora o Senhor no êxtase das gopis, seguindo-lhes os passos quanto da heroína. A segunda função delas é criar aos poucos uma situação na
pode ocupar-se a serviço de Sri Sri Rãdhã-Krsna nos bosques de Vrndãvana. qual o herói Se sinta atraído pela heroína e vice-versa. Como terceira função, elas
Apenas então pode-se compreender o amor conjugai entre Rãdhã e Krsna. Não induzem ambos a aproximarem-Se um do outro. A quarta função delas é
há outro procedimento para compreendê-lo." renderem-se a Krsna; a quinta, criar uma atmosfera jovial; a sexta, garantir-Lhes
de que podem gozar de Seus passatempos; a sétima, vestir e decorar tanto o herói
SIGNIFICADO—O método para regressar ao lar, para voltar ao Supremo, é o ser- quanto a heroína; a oitava, saber expressar habilmente os desejos de ambos; a
viço devocional, mas, cada um sente um gosto diferente no serviço ao Senhor. nona, esconder as falhas da heroína; a décima, enganar seus respectivos esposos
Alguém pode ter inclinação para servir ao Senhor em servidão (dãsya-rasa), fra- e parentes; a décima primeira, educar; a décima segunda, capacitar tanto o herói
ternidade (sakhya-rasa) ou amor de pai ou mãe (vãtsalya-rasa), mas nada disto pode quanto a heroína a encontrarem-Se no momento oportuno; a décima terceira, aba-
capacitá-lo a praticar serviço ao Senhor em amor conjugai. Para alcançar tal ser- nar tanto o herói q u a n t o a heroína; a décima quarta, de vez em q u a n d o censurar
viço, é preciso seguir os passos das gopis no êxtase de sakhi-bhãva. Somente então o herói e a heroína; a décima quinta, promover conversas entre ambos; e a décima
pode-se compreender a doçura transcendental do amor conjugai. sexta, proteger a heroína de diversas maneiras.
No Ujjvala-nilamani, Srila Rüpa Gosvãmi observa: Certos sahajiyãs materialistas, que na realidade não podem entender os passa-
tempos de Rãdhã e Krsna, criam seu próprio estilo de vida, sem referir-se à autori-
prema-lilã-vihãrãnãm dade. Tais sahajiyãs chamam-se sakhi-bheki, e, às vezes, são chamados de gaura-
samyag vistãrikã sakhi nãgari. Eles crêem que Krsna gosta de desfrutar de corpos materiais, os quais
visrambha-ratna-peti ca servem de comida para chacais e cães. Em conseqüência disso, julgando-se sakhis,
eles artificialmente decoram seus corpos materiais para atrair Krsna. No entanto,
A pessoa que expande o amor conjugai de Krsna e Seu desfrute entre as gopis Krçna jamais Se sente atraído por penteados e maquiagens artificiais de corpos
chama-se sakhi. Tal pessoa é uma gopi íntima nos romances conjugais. Semelhantes materiais. Q u a n t o a Srimati Rãdhãrãni e Suas gopis, seus corpos, lares, roupas,
assistentes são como jóias que assumem a forma da confidencia de Krsna. 0
ornamentos, esforços e atividades são todos espirituais — todos eles destinam-se
Ujjvala-nilamani descreve a verdadeira ocupação das sakhis da seguinte maneira: a satisfazer os sentidos espirituais de Krsna. Na verdade, são muito agradáveis
e encantadores para Krçna, tanto que a influência de Srimati Rãdhãrãni e Suas
amigas O conquista. Elas nada têm a ver com n e n h u m a coisa m u n d a n a dentro
mithah prema-gunotkirtis
dos quatorze sistemas planetários do universo. Embora Krsna seja atrativo para
tayor ãsakti-kãritã
todos, não obstante, Ele fica atraído pelas gopis e por Srimati Rãdhãrãni.
àbhisãro dvayor eva
sakhyãh krsne samarpanam Ninguém deve deixar-se desencaminhar por invenções mentais, s u p o n d o que
seu corpo material é perfeito e julgando-se u m a sakhi. Fazer isto é algo parecido
c
narmãsvãsana-nepathyam o m ahahgrahopãsanã, isto é, a adoração que o Mãyãvãdi faz a seu próprio corpo
hrdayodghãta-pãtavam como se este fosse o Supremo. Srila Jiva Gosvãmi acautela as pessoas m u n d a n a s
754 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã g Verso 210 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 755

a absterem-se de tais concepções. Ele também adverte que julgar-se um do sakhlra svabhãva eka akathya-kathana
S
sociados do Supremo sem seguir os passos das gopis é tão ofensivo quanto jul ^ krsna-saha nija-lllãya nãhi sakhlra mana
o Supremo. Tal pensamento recebe a designação de aparãdha. Deve-se n sakhlra—das sva-bhãva—inclinação
gopis; natural; eka—uma; akathya—inexplicável;
o viver em Vrndãvana, ouvindo sobre as conversas das gopis com Krsna C kathana—narração; krsna-saha—com Krsna; nija-lllãya—em Seus passatempos pes-
do, ninguém deve considerar-se uma gopi, pois isto é ofensivo. soais; nãhi—não; sakhlra—das gopis; mana—a mente.

VERSO 206
TRADUÇÃO—"Há um fato inexplicável sobre as inclinações naturais das gopis:
elas nunca desejam divertir-se com Krçna pessoalmente."
W f t a f ç *tft*a»cTtfl « r o T f : I
VERSO 208
«nrçfo fBfVç^tftm:
«íífo a f j a T a n * : T Í t a t * a i » : i n
i*. atfãasta *ft*Tl ca a-ata i
f«w-^a cscs « r c 5 cante ^ a t r a 11 \-\y n
vibhur api sukha-rüpah sva-prakãso 'pi bhãvah
ksanam api na hi rãdhã-krsnayor yâ rte svãh krsna saha rãdhikãra lilã ye karãya
pravahati rasa-pustim cid-vibhütír ivesah nija-sukha haite tãte kofi sukha pãya
srayati na padam ãsãrh kah sakhínãm rasa-jhah krsna Krsna;
saha—com rãdhikãra—de Srimati Rãdhãrãni; lilã— os passatempos;
vibhuh—todo-poderosas; «pi—embora; sukha-rüpah—felicidade personificada; sva- ye—que; karãya—elas provocam; nija-sukha—felicidade pessoal; haite—do que;
prakãéah—auto-refulgentes; api—embora; bhãvah—as atividades inteiramente es- Mie— nisto; feofi—dez milhões de vezes; sukha—a felicidade; pãya—elas sentem.
pirituais; ksanam api—mesmo por um m o m e n t o ; nu—nunca; hi— decerto; rãdhã-
krsnayoh—de Sri Rãdhã e Krsna; yãh—quem; rte—sem; svãh—Seu próprio séquito TRADUÇÃO—"A felicidade das gopis aumenta dez milhões de vezes q u a n d o elas
(as gopis); pravahati—conduz a; rasa-pustim—plenitude do sentimento mais sublime; conseguem ocupar Sri Sri Rãdhã e Krsna em Seus passatempos transcendentais."
cit-vibhütlh—potências espirituais; iva—como; léah—a Suprema Personalidade de
Deus; srayati—refugia-se em; na—não; padam—a posição; asam—delas; kah—quem; VERSO 209
sakhínãm—das associadas pessoais; rasa jhah—aque\e que é versado na ciência das
doçuras. 5
atara * a « * t — w S a - a * * ^ 1
TRADUÇÃO—" 'Os passatempos de Sri Rãdhã e Krsna são auto-refulgentes. Além
ailNM *a « t a »wa-'£»*-*tt«1 II n
de serem a felicidade personificada, são ilimitados e todo-poderosos. Ainda rãdhãra svarüpa—krsna-prema-kalpalatã
assim, os sentimentos espirituais de tais passatempos jamais atingem sua ple- sakhl-gana haya tara pallava-puspa-pãtã
nitude sem as gopis, as amigas pessoais do Senhor. A Suprema Personalidade rãdhãra svarüpa—a natureza espiritual de Srimati Rãdhãrãni; krsna-prema—de
de Deus nunca é completa sem Suas potências espirituais; portanto, ã menos amor a Krsna; kalpa-latâ— u m a trepadeira; sakhl-gana—as gopis; haya—são; tara—
que alguém se refugie nas gopis, não poderá gozar da companhia de Rãdhã e desta trepadeira; paliava—os galhos; puspa—flores; pãtã—e folhas.
Krsria. Quem poderia interessar-se em Seus passatempos espirituais sem refugiar-
se nelas?' " TRADUÇÃO—"Por natureza, Srimati Rãdhãrãni é tal qual u m a trepadeira de amor
a Deus, e as gopis são os galhos, flores e folhas desta trepadeira."
SIGNIFICADO—Esta citação é do Govinda-lllamrta (10.17).
VERSO 210
VERSO 207
ajatífltíTrys aff erstca» faa»a i
l a t a ^ « t a JFÇ tj^^j-^m i f3wMr« *tuatr,wa castte-sa * a » 1 1
a>a»-i* f s w é f f a t a » t f ç i f t a • « 11 v i «
756 Sri Caitanya-caritãmrta yerso 213 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 757
Madhya-lii aj 8

krsna-lilãmrta yadi latâke sincaya T R A D U Ç Ã O — " 'Todas as gopis, as amigas pessoais de Srimati Rãdhãrãni, são
nija-sukha haite pallavãdyera koti-sukha haya iguais a Ela. Assim como a lua é agradável à flor de lótus, Krsna é agradável
krsna-lHãmrta—o néctar dos passatempos de Krsna; yadi—se; latãke—a trepade' aos habitantes de Vrajabhümi. Sua potência de dar prazer é conhecida como
sincaya—borrifa; nija-sukha haite—do que a feÜcidade pessoal; pallava-âdyera—à " Uãdiní, da qual Srimati Rãdhãrãni é o princípio ativo. Compara-se-A a uma
galhos, flores e folhas; kofi— dez milhões de vezes; sukha—a felicidade; haya—há trepadeira com temas flores e folhas. Quando o néctar dos passatempos de Krsna
é borrifado sobre Srimati Rãdhãrãni, todas as amigas dEla, as gopis, imediata-
T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o esta trepadeira é borrifada com o néctar dos passatem mente apreciam o prazer cem vezes mais do que se este néctar fosse borrifado
pos de Krsna, a felicidade sentida pelos galhos, flores e folhas é dez milhões sobre elas. Na realidade, isto não é tão maravilhoso assim.' "
de vezes maior do que a sentida pela própria trepadeira."
SIGNIFICADO—Este verso também é do Govinda-lilâmrta (10.16).

SIGNIFICADO—Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thãkura afirma- VERSO 212


"Srimati Rãdhãrãni é a trepadeira do amor a Deus, e as gopis são exatamente como
galhos, flores e folhas. Ao borrifar-se com água a trepadeira, os galhos, flores a w f » t *rara a/as-Jnrca Aifk T*i i
e folhas indiretamente recebem todos os benefícios da própria trepadeira. No en- <5«rtf»t a r f w t a c s asar*' AWA II II
tanto, a água borrifada diretamente sobre os galhos, folhas e flores não é tão eficaz
quanto a água borrifada na raiz da trepadeira. As gopis não ficam tão satisfeitas yadyapi sakhira krsna-sahgame nãhi mana
ao lidarem diretamente com Krsna como o ficam ao servirem de instrumentos tathãpi rãdhikã yatne karãna sahgama
para unir Srimati Rãdhãrãni com Krsna. O prazer transcendental delas consiste yadyapi—embora; sakhlra—das gopis; krsna-sahgame— diretamente divertindo-se
em uni-lOs." com Krsna; nãhi—não; mana—a mente; tathãpi—mesmo assim; rãdhikã—Srimati
Rãdhãrãni; yatne—com grande esforço; karãna—provoca; sahgama—associação com
VERSO 211 Krsna.

T R A D U Ç Ã O — " E m b o r a as gopis, as amigas de Srimati Rãdhãrãni, não desejem


divertir-se diretamente com Krsna, Srimati Rãdhãrãni faz um grande esforço
para induzir Krsna a divertír-Se com as g o p i s . "
fàvpaí* j W l s i í f S í i f a B f o ^ w r a j l ^ n í *
VERSO 213

sakhyah éri-râdhikãyã vraja-kumuda-vidhor hlãdini-nãma-saktéh irRHsoi a r a » (SfSÉi? «WS asara i


sãrãméa-prema-vallyãh kisalaya-dala-puspãdi-tulyãh sva-tulyãh
"err«aiaj-i«r b s r e casrte-^a *tta n 11
siktãydth krsna-lüãmrta-rasa-nicayair ullasantyãm amusyãm
jãtollãsãh sva-sekâc chata-gunam adhíkam santi yat tan na citram nãnã-cchale krsne preri' sahgama karãya
sakhyah—amigas como Lalitã e Viáãkhã; sri-rãdhikãyãh—áe Srimati Rãdhãrãni; ãtma-krsna-sahga haite koti-sukha pãya
vraja-kumuda—áos habitantes de Vrajabhümi, que são semelhantes ao lótus; nãnã chalé—sob diferentes pretextos; krsne—a Krsna; preri'—enviando; sahgama—
vidhoh—da lua (Krsna); hlãdini—de dar prazer; nãma—chamada; sakteh—da potên- contato direto; karãya—induz; ãtma-krsna-sahga—associação pessoal com Krsna;
cia; sãra-amsa—o princípio ativo; prema-vallyãh—da trepadeira de amor a Deus; haite— do que; koti-sukha—dez milhões de vezes mais felicidade; pãya—Ela sente.
kisalaya—tenras; dala—folhas; puspa—flores; ãdi—e assim por diante; tulyãh—iguais
a; sva-tulyãh—iguais a Ela; siktãyãm—ao borrifar-se; krsna-lilã—dos passatempos
de Krsna; amrta—do néctar; rasa-nicayaüi—por gotas do suco; ullasantyãm—
T R A D U Ç Ã O — " A p r e s e n t a n d o diversos pretextos às gopis, Srimati Rãdhãrãni às
brilhando; amusyãm—dEla (Srimati Rãdhãrãni); jãta-ullãsãh—tendo despertado y
ezes as envia a Krsna só para q u e elas possam associar-se com Ele diretamen-
prazer; sva-sekãt—do que borrifar a ela mesma; éata-gunam—cem vezes; adhikam—
mais; santi—são; yat—que; tat—isto; «a—não; cifram—maravilhoso. te. Em tais ocasiões, Ela goza de u m a felicidade dez milhões de vezes maior
do que a desfrutada pelo contato direto."
758 Sri Caitanya-caritãmrta yerso 217 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 759
Madhya-lUà. 8

VERSO 214 peus, pois as gopis nunca agem em troca de sua satisfação pessoal. Elas ficam
satisfeitas se podem ocupar outras gopis no serviço ao Senhor. As gopis sentem
«rcgrfc» f à ^ a i c a c a *pca aa i mais prazer transcendental ao indiretamente ocuparem outras gopis a serviço de
jQ-çna do que ao dedicarem-se elas mesmas a Seu serviço. Esta é a diferença entre
t f M i a t a c « r a e f a ' a * P s a <çè u * > 8 1 1
a luxúria material e o amor a Deus. A luxúria refere-se ao m u n d o material, e o
anyonye visuddha preme kare rasa pusta amor a Deus refere-se apenas a Krsna.
tãh-sabãra prema dekhi' krsna haya tusta
anyonye—mútuo; viáuddha—transcendental; preme—em amor a Deus; kare—( - az VERSO 216
rasa—a doçura; pusta—fomentada; tãh-sabãra—de todas elas; prema—o amor a Deus-
dekhi'—ao ver; krsna—Senhor Krsna; haya—fica; tusta—satisfeito. ctrcia cTTtataTtT' * i a $ W « K áWta. I
a v£ranThtt?t«'r!^ atff% ®ti«.f«nit'-
v

T R A D U Ç Ã O — " E s t e comportamento mútuo no transcendental amor a Deus fomen- premaiva gopa-rãmãnãm


ta a doçura transcendental. Ao ver como as gopis têm desenvolvido amor puro kãma ity agamat prathãm
por Ele, o Senhor Krsna fica muito satisfeito." ity uddhavãdayo 'py etarit
Dãhchanti bhagavat-priyãh
S I G N I F I C A D O — Srimati Rãdhãrãni e as gopis não se interessam pela felicidade que prema—amor a Deus; eva—decerto; gopa-rãmãnãm—de todas as gopis; kãmah—
elas próprias possam sentir em contato com Krçna. Ao invés disso, ficam felizes luxúria; ifi—assim; agamat—tornou-se comum; prathãm—o processo; ifi—assim;
ao verem outra gopi além delas mesmas associando-se com Krsna. Dessa maneira, uddhava-ãdayah—todos os devotos, liderados por Uddhava; api—decerto; etam—
o amor a Deus fomenta mais seus relacionamentos, e, ao ver isto, Krsna fica muito esta classe de comportamento; vãhchanti—desejam; bhagavat-priyãh—aqueles que
satisfeito. são queridíssimos da Suprema Personalidade de Deus.

VERSO 215 T R A D U Ç Ã O — " A p e s a r de às vezes serem considerados luxuriosos, os relaciona-


mentos das gopis com Krsna estão na plataforma de amor puro por Deus. Como
TÇW c t t % c 2 r a , - i r c ç catais arfn i tais relacionamentos são inteiramente espirituais, todos os devotos mais queridos
do Senhor, como Uddhava e outros, também desejam participar d e l e s . "
a^ajÃ<5i-»iterT <sta arf*. <^ta'-srra 11
sahaja gopira prema,—nahe prãkrta kãma SIGNIFICADO— Esta citação é do Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.2.285).
kãma-krídã-sãmye tara kahi 'kãma'-nãma
sahaja—natural; gopira—das gopis; prema—amor a Deus; nahe—não é; prãkrta— VERSO 217
material; kãma—luxúria; kãma-krídã— romances luxuriosos; sãmye—ao parecerem
iguais a; tara—de tais atividades; kahi—eu falo; kâma-nãma—o nome "luxúria". t^faagacç^astcaa 1
^ a » g a - * í « . * r t ctrôteta-aa" n «
T R A D U Ç Ã O — " N o t e - s e que a característica natural das gopis é amar o Senhor Su-
premo. O desejo luxurioso delas não deve ser comparado à luxúria material. Não nijendriya-sukha-hetu kãmera tãtparya
obstante, como às vezes este desejo parece semelhante à luxúria material, é krsna-sukha-tãtparya gopi-bhãva-varya
comum descrever-se o amor transcendental delas por Krsna como luxúria." nija-indriya—dos próprios sentidos; sukha—da felicidade; hetu—pelo motivo;
kãmera—de desejos luxuriosos; tãtparya—intenção; krsna—de Krsna; sukha—a feli-
SIGNIFICADO—Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura diz que não se deve jamais atri- cidade; tãtparya—intenção; gopi-bhãva-varya—a principal atitude das gopis.
buir luxúria material a Krsna, que é pleno de conhecimento transcendental. Não
se pode utilizar a luxúria material a serviço do Senhor, pois ela só é utilizável
para materialistas, e não para Krsna. Somente prema, ou amor a Deus, é utilizá- TRADUÇÃO—"Experimenta desejos luxuriosos q u e m está preocupado com o gozo
vel para a satisfação de Krsna. Prema é serviço pleno prestado ao Senhor. Os ro- de seus próprios sentidos. Esta não é a atitude das gopis. O único desejo delas
mances luxuriosos das gopis realmente constituem o mais elevado amor a
* satisfazer os sentidos de K r s n a . "
760 Sri Caitanya-caritãmrta y r s o 221 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 761
e
Madhya-l,iã g

VERSO 218 VERSO 220

fàr.wfsaagaat?r:1 srtft.ffslrPtasta i
c*\ cfltfltetarfOT ara c*fív 53 1
^ c a » *%q vws a r a srwa-fàçta II II caaa»ír,*rtas <3jf>' eu 3 ^ «sra 11 \\
sei gopl-bhãvãmrte yãhra lobha haya
nijendriya-sukha-vãhchã nãhi gopikãra veda-dharma-loka tyaji' se krsne bhayaja
krsne sukha dite kare sahgama-vihãra sei—este; gopi— das gopis; bhãva-amrte—r\o néctar do êxtase; yãhra—cujo; lobha—
nija-indriya-sukha—de gozo pessoal dos sentidos; vãnchã—o desejo; nãhi—não apego; haya—é; veda-dharma—princípios religiosos dos Vedas; loka—opinião pú-
há; gopikãra—das gopis; krsne—a Krsna; sukha—felicidade; dite—dar; kare—fazem- blica; tyaji'—abandonando; se—ele; krsne—a Krsna; bhajaya—presta serviço
sahgama-vihãra—convivendo e desfrutando com Krsna. amoroso.

T R A D U Ç Ã O — " E n t r e as gopis, não há um pingo de desejo de gozo dos sentidos 1 T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e que se deixa atrair por este amor extático das gopis não
O único desejo delas é dar prazer a Krsna, e, dessa maneira, elas convivem e liga para os princípios regulativos da vida védica n e m para a opinião pública.
desfrutam com E l e . " Ao invés disso, rende-se plenamente a Krsna e presta-Lhe serviço."

VERSO 219 VERSO 221


aTM W-arc*f <$tca «csr ca^ <srn 1
cròsm t r a a s * «awàftWH 11 «
rãgãnuga-mãrge tãhre bhaje yei jana
sei-jana pãya vraje vrajendra-nandana
^*frf>r®^itf% fNNf^pí a? i n rãga-anuga—do apego espontâneo; mãrge—no caminho; tãhre—Krsna; bhaje—
adora; yei—que; jana—uma pessoa; sei-jana—esta pessoa; pãya—obtém; vraje—em
yaf te sujãta-caranãmburuham stanesu Vrndãvana; vrajendra-nandana—o filho de Mahãrãja Nanda.
bhitãh sanaih priya dadhlmahi karkasesu
tenãtavlm atasi tad vyathate na kim svit T R A D U Ç Ã O — " S e alguém adora o Senhor n o caminho d o amor espontâneo e vai
kürpãdibhir bhramati dhlr bhavad-ãyusãm nah a Vrndãvana, recebe o abrigo de Vrajendra-nandana, o filho de Nanda Mahãrãja."
yat—porque; te—Teus; sujãta—delicados; carana-ambu-ruham—pés de lótus;
stanesu—sobre os seios; bhitãh—temendo; sanaih—mui cautelosamente; priya—ó SIGNIFICADO—Ao todo, há u m a lista d e sessenta e quatro itens para a prestação
querido; dadhTmahi—colocamos; karkasesu—muito rudes e rijos; tena—por tais pés de serviço a Krsna, sendo estes os princípios regulativos prescritos nos sãstras
de lótus; atavím—a floresta; afasi—perambulas; faf vyathate— isto nos faz sofrer; e dados pelo mestre espiritual. É preciso servir a Krçna de acordo com estes prin-
na—não; kim svit—se; kürpa-ãdibhih— pelos pequenos cascalhos; bhramati— cípios regulativos, m a s , se alguém desenvolve amor espontâneo por Krçna —
confunde; dhlh—inteligência; bhavat-ãyusãm—de pessoas que Te consideram como como aqueles que vivem em Vrajabhümi manifestam em suas atividades —, atinge
a duração de suas vidas; nah—de nós. a plataforma de rãgãnugã-bhakti. Aquele q u e desenvolveu este amor espontâneo
é candidato à elevação à plataforma de que desfrutam os habitantes de Vraja-
bhümi. Em Vrajabhümi, não há princípios regulativos estabelecidos para o serviço
T R A D U Ç Ã O — " A s gopis disseram: ' Q u e r i d o Krsna, cautelosamente apoiamos a Krçna. Ao invés disso, tudo lá é realizado com amor espontâneo e natural por
Teus delicados pés de lótus sobre nossos seios rijos. Q u a n d o caminhas pela flo- Krçna. Não se trata de seguir os princípios do sistema védico. Tais princípios são
resta, p e q u e n o s cascalhos machucam Teus macios pés de lótus. Tememos que seguidos dentro deste m u n d o material, e, enquanto alguém estiver na plataforma
isto seja doloroso para Ti. És nossa vida e alma, e nossas mentes ficam muito material, terá que executá-los. Contudo, o amor espontâneo por Krçna é trans-
perturbadas q u a n d o Teus pés de lótus ficam doloridos!' " cendental. Pode parecer que os princípios regulativos estão sendo violados, porém,
o devoto está na plataforma transcendental. Tal serviço chama-se gunãtlta, ou
S I G N I F I C A D O — E s t a citação é do Srimad-Bhãgavatam (10.31.19). nirguna, pois n ã o é contaminado pelos três modos da natureza material.
762 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-l.u, 8 Verso 225 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 763

VERSO 222 corpo apropriado para isto. O exemplo mais vivido a este respeito é o das perso-
nalidades santas, conhecidas como érutis, que apresentaram os Upanisads. Estes
awtnrcasa c&xn <era wmi cfe. wz* i érutis compreendem que, sem servir a Krsna e s5guir os passos das gopis, não
«tacatfj cwç tt-ini a*u *tta arc II II é possível entrar no reino de Deus. Portanto, ocupam-se no serviço amoroso e
espontâneo a Krsna e seguem os passos das gopis.
vraja-lokera kona bhãva latia yei bhaje
bhãva-yogya deha pãhã krsna pãya vraje VERSO 224
vraja-lokera—do planeta conhecido como Goloka Vrndãvana; kona—algum
bhãva—humor; lahã— aceitando; yei—todo aquele que; bhaje— presta serviço devo^
f s r ç 3 i w w T w p c ? r i \ c * i m a-
cional; bhãva-yogya—adequado àquela atração espiritual; deha—um corpo; pãnã— fcTtara ^ « r a n f t f a TSIT* I
obtendo; krsna—Senhor Krsna; pãya—obtém; vraje—em Vrndãvana. fãs fcacracsN?** afore-fircai
T R A D U Ç Ã O — " E m sua fase liberada, o devoto sente-se atraído por um dos cinco
aiaft c s nat: ^ c n r u l ^ a c s T i ^ T : j « n
humores no transcendental serviço amoroso ao Senhor. À medida que continua nibhrta-marun-mano 'ksa-drdha-yoga-yujo hrdi yan
servindo ao Senhor com esta atitude transcendental, ele obtém um corpo espiri- munaya upãsate tad arayo 'pi yayuh smaranãt
tual para servir a Krsna em Goloka V r n d ã v a n a . " striya uragendra-bhoga-bhuja-danda-visakta-dhiyo
vayam api te samãh samadrío 'hghri-saroja-sudhãh
VERSO 223 nibhrta—controlado; tnarut—o ar vital; manah—a mente; aksa—sentidos; drdha—
fortes; yoga—no processo de yoga mística; yujah—que se ocupam; hrdi—dentro
do coração; yaf—que; tnunayah—os grandes sábios; upãsate—adoram; faf—isto;
i W r f d f « f V *ft«*»t arcwaíWR n n arayah—os inimigos; api—também; yayuh—obtêm; smaranãt—por lembrarem-se;
striyah—as gopis; uragendra—de serpentes; bhoga—como os corpos; bhuja—os
tãhãte drstãnta—upanisad sruti-gana braços; danda—como bastões; visakta—agarradas a; dhiyah—cujas mentes; vayam
rãga-mãrge bhaji' pãila vrajendra-nandana api—nós também; te—Vossos; samãh—iguais a elas; samadrsah—tendo as mesmas
tãhãte—quanto a isto; drstãnta—o exemplo; upanisad éruti-gana—os grandes sábios emoções extáticas; ahghri-saroja—dos pés de lótus; sudhãh—o néctar.
conhecidos como os Upanisads ou érutis personificados; rãga-mãrge—no caminho
do amor espontâneo; bhaji'—adorando; pãila—obtiveram; vrajendra-nandana—os TRADUÇÃO—" 'Praticando o sistema de yoga mística e controlando a respiração,
pés de lótus do Senhor Krsna. os grandes sábios conquistaram a mente e os sentidos. Dedicando-se assim à
T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e s santos que apresentaram os Upanisads são exemplos vi- yoga mística, viram a Superalma dentro de seus corações e, por fim, imergiram
vidos disto. Adorando o Senhor no caminho do amor espontâneo, eles alcançaram no Brahman impessoal. Contudo, mesmo os inimigos da Suprema Personalidade
os pés de lótus de Vrajendra-nandana, o filho de Nanda Mahãrãja." de Deus alcançam tal posição pelo simples fato de pensarem no Senhor Supremo.
As donzelas de Vraja, as gopis, queriam apenas abraçar Krsna e segurar-Lhe
S I G N I F I C A D O — No planeta Goloka Vrndãvana, Raktaka e Patraka lideram os servos os braços, que são como serpentes. Sentindo-se atraídas pela beleza de Krsna,
de Krsna. Srídãmã, Subala e outros lideram os amigos de Krsna. Há, também, elas finalmente adquiriram um gosto pelo néctar dos pés de lótus do Senhor.
as gopis mais velhas e os vaqueiros liderados por Nanda Mahãrãja, mãe Yasodã Nós também podemos saborear o néctar dos pés de lótus de Krsna, seguindo
e outros. Todas essas personalidades ocupam-se eternamente no serviço amoroso os passos das gopis.' "
ao Senhor, de acordo com seus específicos apegos a Krsna. Quem deseja regres-
sar ao lar para servir ao Senhor diretamente fica atraído por Krsna como Seu servo, S I G N I F I C A D O — E s t a citação é do Srimad-Bhãgavatam (10.87.23): são palavras dos
amigo, pai ou mãe. Servindo a Krsna sem parar, durante esta vida, num êxtase em srufis, os Vedas personificados.
particular, o devoto abandona o corpo material e obtém um corpo espiritual ade- VERSO 225
quado para servir a Krsna em termos de determinado apego. É possível servi-10
como servo, amigo, pai ou mãe. Da mesma maneira, caso alguém deseje servir ' J W ^ . ' - » ^ a r a ' c f t « t c a «rçitfe' i
a Krsna com amor conjugai, também pode, sob a orientação das gopis, obter um <3Tai:'-«ra' a r a w f o a < ^ r % a * - a r t f a IIU<M
764 5ri Caitanya-caritãmrta Verso 229 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 765
Madhya-üiã, 8

'samadréah'-éabde kahe 'sei bhãve anugati' TRADUÇÃO—" 'A Suprema Personalidade de Deus, Krçna, filho de mãe Yaáodã,
'samãh '-éabde kahe érutira gopl-deha-prãpti £ acessível àqueles devotos ocupados em serviço amoroso e espontâneo, mas
sama-dréah—samadréah; éabde—por esta palavra; kahe—diz; sei—isto; bhãve— n não é tão facilmente acessível aos especuladores mentais, àqueles que se esforçam
emoção; anugati—seguindo; samãh—samãh; éabde—por esta palavra; kahe—diz- por alcançar a auto-realização mediante rigorosas austeridades e penitências ou
érutira—das pessoas conhecidas como érutis; gopi-deha—os corpos das gopis- àqueles que consideram o corpo e o eu como sendo a mesma coisa.' "
prãpti—obtenção.
SIGNIFICADO—Este verso do Srimad-Bhãgavatam ( 1 0 . 9 . 2 1 ) foi proferido por Srila
TRADUÇÃO—"A palavra 'samadrsah', mencionada na quarta linha do verso an- Sukadeva Gosvãmi, referindo-se à afirmação de que Krçna é subjugado pelas gopis
terior, quer dizer: 'ter a mesma atitude que as g o p i s ' . A palavra 'samãh' quer e, deste m o d o , glorifica-as.
dizer: 'obter um corpo semelhante àqueles das g o p i s ' . "
VERSO 228
VERSO 226

'«rft^irgafi 'fwrW i
fàfircrctf «ti *ròc* are* 9 * 5 » « w » i
ataeva gopi-bhãva kari ahgikãra
'ahghri-padma-sudhã'ya kahe 'krsna-sahgãnanda' rãtri-dina cinte rãdhã-krsnera vihãra
viàhi-mãrge nã pãiye vraje krsna-candra ataeva—portanto; gopi-bhãva—a atitude amorosa das gopis; kari—fazendo;
ahghri-padma-sudhãya—pelo néctar derivado dos pés de lótus de Krsna; kahe— ahgikãra—aceitação; rãtri-dina—dia e noite; cinte—alguém pensa; rãdhã-krsnera—
diz; krsna-sahgãnanda—bem-aventurança transcendental pelo contato com Krsna; de Rãdhã e Krsna; vihãra—os passatempos.
vidhi-mãrge—no caminho dos princípios regulativos; nã pãiye—ninguém obtém;
vraje—em Goloka Vrndãvana; krsna-candra—Senhor Krçna. TRADUÇÃO—"Portanto, deve-se aceitar o humor das gopis no serviço delas. Com
semelhante atitude transcendental, deve-se pensar sempre nos passatempos de
TRADUÇÃO—"A palavra 'anghri-padma-sudhã' significa: 'associar-se intimamen- Sri Rãdhã e K r s n a . "
te com Krçna'. Só pode alcançar tal perfeição q u e m tem amor espontâneo por
Deus. Não é possível obter Krçna em Goloka Vrndãvana pelo simples fato de VERSO 229
servi-lO de acordo com os princípios regulativos."
ftlWW fofa' a<C* VtfjTfdP t l ^ í l I
VERSO 227
1TT«TCa *fTfl f W t * « • * « Mí* II
mv. ^rrcn i «ÍWF\ et $0% cfíhwtvK i siddha-dehe cinti' kare tãhãhhi sevana
sakhi-bhãve pãya rãdhã-krsnera carana
siddha-dehe—r\a fase aperfeiçoada; cinti'—lembrando-se; kare—faz; tãhãhhi—no
nãyam sukhãpo bhagavãn m u n d o espiritual; sevana—serviço; sakhi-bhãve—com a atitude das gopis; pãya—
dehinãm gopikã-sutah obtém; rãdhã-krsnera—de Rãdhã e Krsna; carana—os pés de lótus.
jhãninãm cãtma-bhütãnãm
yathã bhaktimatãm iha TRADUÇÃO—"Após pensar em Rãdhã e Krsna e em Seus passatempos, por um
na—não; ayam—este Senhor Sri Krçna; sukha-ãpah—facilmente acessível; longo tempo, e após livrar-se por completo da contaminação material, o devoto
bhagavãn—a Suprema Personalidade de Deus; dehinãm—para materialistas que acei- é transferido ao mundo espiritual. Lá, ele obtém a oportunidade de servir a Rãdhã
tam o corpo como o eu; gopikã-sutah—o filho de mãe Yaáodã; jhãninãm—para e Krçna como uma das g o p i s . "
pessoas viciadas em especulação mental; ca—e; ãtma-bhütãnãm—para pessoas que
praticam rigorosas austeridades e penitências; yathã—como; bhakti-matãm—p aTa
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura comenta que a palavra
pessoas ocupadas em serviço devocional espontâneo; iha—neste mundo. siddha-deha, "corpo espiritual perfeito", refere-se a um corpo além do corpo
766 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 232 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 767
Madhya-lil a( 8

material grosseiro composto de cinco elementos e do corpo astral sutil corno gopl-ãnugatya—subserviência às gopis; vinã— sem; aiévarya-jhãne—no conhecimento
S
de mente, inteligência e falso ego. Em outras palavras, consegue-se u co *° m da opulência; bhajileha—caso sirva ao Senhor Supremo; nãhi—não; pãya—obtém;
P
inteiramente espiritual, apropriado para se prestar serviço a Rãdhã e Krçna" ° rajendra-nandane—o filho de Mahãrãja Nanda, Krsna.
v

casal transcendental: sarvopãdhi-vinirmuktam tat-paratvena nirmalam.


Ao situarem-se em seu corpo espiritual, que está além deste corpo material gro TRADUÇÃO—"Sem seguir os passos das gopis, não se pode lograr o serviço aos
seiro e sutil, as pessoas tornam-se aptas a servir Rãdhã e Krsna. Semelhante com" pés de lótus de Krçna, o filho de Nanda Mahãrãja. Caso alguém se deixe domi-
chama-se siddha-deha. A entidade viva obtém uma classe particular de corpo gros° nar pelo conhecimento da opulência do Senhor, não poderá alcançar os pés de
seiro de acordo com suas atividades e condição mental passadas. Nesta vida ã lótus do Senhor, mesmo que se ocupe em serviço devocional."
condição mental transforma-se de diferentes maneiras, e a mesma entidade viva
obtém outro corpo na próxima vida segundo seus desejos. A mente, a inteligên- SIGNIFICADO—Podemos adorar Lakçmi-Nãrãyana mediante o processo de vidhi-
cia e o falso ego vivem tentando dominar a natureza material. Este corpo astral mãrga, adorando o Senhor de acordo com os princípios regulativos estabelecidos
sutil, determina o corpo grosseiro da entidade viva, de modo que ela possa des- pelas instruções dos éãstras e do mestre espiritual. No entanto, não se pode adorar
frutar dos objetos de seus desejos. Segundo suas atividades no corpo atual, ela diretamente a Suprema Personalidade de Deus, Rãdhã-Krsna, através deste pro-
prepara outro corpo sutil. E, de acordo com o corpo sutü, obtém outro corpo gros- cesso. Os relacionamentos entre Rãdhã e Krçna e as gopis são desprovidos das
seiro. Este é o processo da existência material. No entanto, ao situar-se espiri- opulências de Laksmi-Nãrãyana. O processo de vidhi-mãrga, seguindo os princí-
tualmente, sem desejar corpos grosseiros ou sutis, a entidade viva atinge seu corpo pios regulativos, é utilizado na adoração a Laksmi-Nãrãyana, ao passo que o pro-
espiritual original. O Bhagavad-gitã (4.9) confirma este fato: tyaktvã deharh punar cesso de serviço espontâneo — seguindo os passos das gopis, que moram em
janma naiti mam eti so 'rjuna. Vrndãvana — é transcendentalmente mais avançado, sendo o processo pelo qual
O corpo espiritual eleva a entidade viva ao m u n d o espiritual, fazendo-a situar-se, se adora a Rãdhã e Krçna. Não poderemos alcançar esta elevada posição enquanto
quer em Goloka Vrndãvana, quer em outro planeta Vaikuntha. No corpo espiri- adorarmos o Senhor com Suas opulências. Aqueles que sentem atração pelo amor
tual, os desejos materiais deixam de existir, e o devoto satisfaz-se plenamente, conjugai entre Rãdhã e Krçna devem seguir os passos das gopis. Somente assim
prestando serviço à Suprema Personalidade de Deus, Rãdhã e Krçna. Esta é á ser-lhes-á possível passar a prestar serviço ao Senhor em Goloka Vrndãvana e
plataforma de bhakti (hrslkena hrslkeéa-sevanarh bhaktir ucyate). Q u a n d o o corpo, diretamente associar-se com Rãdhã e Krsna.
a mente e os sentidos espirituais se purificam por completo, pode-se prestar ser-
viço à Suprema Personalidade de Deus e à Sua consorte. Em Vaikuntha, a con- VERSO 231
sorte é Lakçmi, e, em Goloka Vrndãvana, a consorte é Srimati Rãdhãrãni. No
corpo espiritual, livre de contaminação material, pode-se servir a Rãdhã-Krsna
e a Laksmi-Nãrãyana. Q u e m está nesta condição espiritual não pensa mais em <5«rtf*t ÍTI are* a c w a w w n n
seu próprio gozo dos sentidos. Este corpo espiritual chama-se siddha-deha, o corpo
tãhãte drstãnta—laksml karilã bhãjana
com o qual pode-se prestar transcendental serviço a Rãdhã e Krçna. O processo
tathãpi nã pãila vraje vrajendra-nandana
consiste em ocupar os sentidos transcendentais em serviço devocional amoroso.
tãhãte—nisto; drstãnta—a evidência; laksml—a deusa da fortuna; karilã—fez;
Este verso menciona em especial que sakhi-bhãve pãya rãdhã-krsnera carana: apenas
pessoas transcendentalmente elevadas, absortas na atitude das gopis, podem bhãjana—adoração; tathãpi—mesmo assim; nã— não; pãila—conseguiu; vraje—em
ocupar-se a serviço dos pés de lótus de Rãdhã e Krçna. Vrndãvana; vrajendra-nandana—o filho de Mahãrãja Nanda, Krçna.

TRADUÇÃO—"O exemplo não mencionado a este respeito é a deusa da fortuna,


que adorou o Senhor Krçna a fim de participar de Seus passatempos em Vrndãvana.
VERSO 230 Contudo, devido a Seu estilo de vida opulento, ela não pôde lograr o serviço
a Krçna em V r n d ã v a n a . "

VERSO 232

gopl-ãnugatya vinã aiévarya-jhãne


bhajileha nãhi pãya vrajendra-nandane
768 ári Caitanya-caritãmrta yerso 236 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 769
Madhya-lilã, 8

VERSO 234

«rofàan a ^ r r ^ r ^ ^ í i T r ^ n i iflfcr* c*»*tcat»r atfa cftítfcfl i


rutyam ériyo 'hga u nitãnta-rateh prasãdah
«rr*:a«rc»T li*»4ip-*M <*$m cm\ n v®8 n
svar-yositãm nalina-gandha-rucãní kuto nydh
rãsotsave 'sya bhuja-danda-grhita-kantha- ei-mata premãveée rãtri gohãila
labdhãéisãm ya udagãd vraja-sundarinãm prãtah-kãle nija-nija-kãrye duhhe gelã
na—não; ayam—isto; ériyah—da deusa da fortuna; ahge— no peito; u—oh!; nitànta ei-mata—dessa maneira; prema-ãveée—em amor extático por Deus; noite;
rãtri—a
rateh—cuja relação é muito íntima; p r a s ã d a h — o favor; svah—dos planetas ceies gohãila— transcorreu; prãtah-kãle—de manhã; nija-nija-kãrye—em seus respectivos
riais; yositâm—de mulheres; nalina—da flor de lótus; gandha—tendo o aroma- deveres; duhhe—ambos; gelã— partiram.
rucãm—e esplendor corpóreo; kutah—muito menos; anyãh—outras; rãsa-utsave—
no festival da dança da rasa; asya—do Senhor Sri Krsna; bhuja-danda—peios braços- TRADUÇÃO—A noite inteira transcorreu dessa maneira, em amor extático por
grhita—abraçadas; kanfha—seus pescoços; l a b d h a - ã é i s d m — q u e obtiveram tal bênção; Deus. De manhã, ambos partiram para atender seus respectivos deveres.
ya/j—que; udagãt— manifestou-se; vraja-sundarinãm—das belas gopis, as mocinhas Ue
transcendentais de Vrajabhümi. VERSO 235

fà*ta-*nra «fça afãai i


TRADUÇÃO—" 'Enquanto o Senhor Sri Krsna dançava com as gopis na rãsa-lilã, *Vfím ata ara fàafo afàal«
Seus braços envolveram os pescoços das gopis n u m abraço. Nem a deusa da for-
tuna nem outras consortes no m u n d o espiritual jamais desfrutaram deste favor vidãya-samaye prabhura carane dhariyã
transcendental. Quanto às belíssimas mocas dos planetas celestiais, cujo esplen- rãmãnanda rãya kahe vinati kariyã
dor e aroma corpóreos assemelham-se exatamente aos de uma flor de lótus, elas vidãya-samaye—no momento da partida; prabhura carane—os pés de lótus do
nem chegaram a imaginar tal coisa. O q u e dizer, então, de mulheres mundanas, Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; dhariyã— agarrando; rãmãnanda rãya—
que são lindas segundo o consenso material?' " Rãmãnanda Rãya; kahe—diz; vinati kariyã— com grande humildade.

TRADUÇÃO—Antes de separar-se de Sri Caitanya Mahãprabhu, Rãmãnanda Rãya


SIGNIFICADO— Esta citação é do Srimad-Bhãgavatam (10.47.60). caiu ao chão e agarrou os pés de lótus do Senhor. Então, submissamente, falou
o seguinte.

VERSO 233 VERSO 236

<a<5 n^C « f ç tftar cm vmm i 'catta ?*tl asfàüs cst*m ^ $ 1 «rptfíH


sfc f í » iWtf»T a r a * JWIII VS«- II
fã* «rt afV erra cata aa n v » * 11
eta éuni' prabhu tãhre kaila ãlingana 'more krpã karite tomara ihãh ãgamana
• dui jane galãgali karena krandana dina daéa rahi' éodha mora dusta mana
eta éuni'—ouvindo este tanto; prabhu—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhre—a more-a mim; krprf-rnisericórdia; karite-para fazer; fomara-Tua; inãri-aqui;
Rãmãnanda Rãya; kaila—íez; ãlingana—abraço; dui jane—ambos; galãgali— ãgamana-vinda; dina daéa rahi'—permanecendo pelo menos dez dias; éodha—
abraçando-se ombro a ombro; karena—fizeram; krandana—choro. purifica; mora—minha; dusta mana—mente poluída.

T R A D U Ç Ã O — A p ó s ouvir isto, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu abraçou T R A D U Ç Ã O — S r i Rãmãnanda Rãya disse: "Vieste aqui só para me mostrar Tua
Rãmãnanda Rãya, e ambos, apoiando-se no ombro um do outro, começaram a misericórdia imotivada. Portanto, permanece aqui pelo menos dez dias e puri-
chorar. fica minha mente p o l u í d a . "
770 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 242 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 771
Madhya-lua, 8

VERSO 237 SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu comprovou que Rãmãnanda Rãya era
o r
am a ' autoridade em conhecimento transcendental dos romances amorosos entre
<?yf*t1 fãsrl w ««Tf* ^tfflrc^ i gãdhã e Krsna. Neste verso, o Senhor afirma deveras que Rãmãnanda Rãya gal-
C^Tnl f a w l * w « t f * fa»c«í*( firra II' II gara o apogeu deste conhecimento.

tomã vinã anya nãhi jiva uddhãrite VERSO 240


tomã vinã anya nãhi krsna-prema dite'
tomã vinã— sem Ti; anya—ninguém mais; nãhi—não há; jiva—a entidade viva- «fl f e r a ^rt-iwrl THe, «rtfii » V i
uddhãrite—para libertar; tormf vinã— sem Ti; anya—ninguém mais; nãhi—não há- WPW. CSPtíV 1W íTf?C5 «Itfía II * 8 °
krsna-prema dite—para conceder amor a Krsna.
dosa dinera kã-kathã yãvat ãmi jiba'
T R A D U Ç Ã O — " A l é m de ti, não há ninguém que possa libertar todas as entidades tãvat tomara sahga chãdite nãriba
vivas, pois apenas Tu podes conceder-nos amor a Krsna." daéa dinera—de dez dias; kã-kathã—o que dizer; yãvat—enquanto; ãmi— Eu; jiba—
viver; tãvat—esse tempo; tomara—tua; surigo—a companhia; chãdite—àe abando-
VERSO 238 nar; nãriba—não serei capaz.

« f ç *wt—wrlfit» «SP c * t « i T * « « I i T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "Para não falar de dez dias,
w w i «Pü araras «1* II * e v Ü enquanto Eu viver, ser-Me-á impossível abandonar tua c o m p a n h i a . "

prabhu kahe,—ãilãha éuni' tomara guna VERSO 241


krsna-kathã éuni, éuddha karãite mana
prabhu kahe—o Senhor disse; ãilãha—Eu vim; éuni'—ouvindo; tomara—tuas; èT»itçç»i ^ - « r t f * i « i r f à a IÍPP-ICW i
guna—qualidades; krsna-kathã— esses tópicos sobre Krsna; éuni— Eu ouço; éuddha
karãite—só para purificar; mana—a mente.
nilãcale tumi-ãmi thãkiba eka-sahge
TRADUÇÃO—O Senhor replicou: " T e n d o ouvido falar de tuas qualidades, vim sukhe gohãiba kãla krsna-kathã-rahge
aqui. Vim ouvir-te falar sobre Krsna e, assim, purificar Minha m e n t e . " nilãcale—em Jagannãtha Purí; tumi—tu; ãmi—Eu; thãkiba—permaneceremos; eka-
sahge-juntos; sukhe—alegremente; gohãiba—passaremos; kãla—tempo; krsna-kathã-
VERSO 239 rahge—na alegria de conversar sobre Krsna.

T R A D U Ç Ã O — " N ó s dois permaneceremos juntos em Jagannãtha Puri. Passaremos


nosso tempo juntos, alegremente, conversando sobre Krsna em Seus passatem-
pos."
yaiche éuniluh, taiche dekhiluh tomara mahimã
rãdhã-krsna-premarasa-jhãnera tumi simã VERSO 242
yaiche—o tanto; éuniluh—que ouvi; taiche— esse tanto; dekhiluh—presenciei; tomara <a<s af»T a w fsw-tsrar ^Trá cmi i
mahimã—tuas glórias; rãdhã-krsna-prema-rasa-jhãnera—áo conhecimento transcen-
dental sobre os romances amorosos de Rãdhã e Krsna; tumi—tu; simã—o apogeu. TOJWCI *ts «rtf*ral ftfart 11 m«
efa bali' duhhe nija-nija kãrye gelã
sandhyã-kãle rãya punah ãsiyã mililã
T R A D U Ç Ã O — " A s s i m como te ouvi, também realmente presenciei tuas glórias. eta bali ' - d i z e n d o isto; dim/ie-ambos; nija-nija-seus respectivos; faírye-nos de-
Quanto aos passatempos amorosos de Rãdhã e Krsna, és o apogeu do conheci- veres; ge/tf-partiram; sandhyã-kãle-á noite; râya-Rámãnanda Rãya; punari-outra
mento." vez; ãsiyã— vindo ali; mililã— encontrou-se com.
772 Sri Caitanya-caritãmrta e r s o 246 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 773
Madhya-lilã, 8

TRADUÇÃO—Dessa maneira, a m b o s partiram para cumprir seus respectivos d INDUÇÃO—Em certa ocasião, o Senhor perguntou: " D e todas as espécies de
veres. Então, à noite, Rãmãnanda Rãya voltou para ver o Senhor Caita * educação, qual é a mais importante?" Rãmãnanda Rãya replicou: " N ã o há outra
Mahãprabhu. -Jucação mais importante do que o transcendental serviço devocional a Krsna,"

VERSO 243 5IGN1FICADO—Os versos 245 a 257 são todos perguntas e respostas entre Sri
Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya. Nestes intercâmbios, há uma tentativa
«rcwrc» ffiif *f c* façr/s atarei i de mostrara diferença entre existência material e existência espiritual. A educa-
«citrsa-ctfl&l « t f s f ^ r s * » 1 g *.8« i ção em consciência de Krsna é sempre transcendental, sendo a melhor de todas
anyonye mili' duhhe nibhrte vasiyã as formas de educação. A educação material visa a fomentar as atividades de gozo
material dos sentidos. Além do gozo material dos sentidos, há outra forma nega-
praénottara-gosthf kahe ãnandita hahã
tiva de conhecimento chamada brahma-vidyã, ou conhecimento transcendental.
anyonye—um com o outro; mili'—encontrando-se; duhhe— ambos; nibhrte—num
Contudo, além de brahma-vidyã, ou seja, o conhecimento do Brahman impessoal,
local isolado; vasiyã— sentando-se; praéna-uttara—de perguntas e respostas;
está o conhecimento do serviço devocional ao Senhor Supremo, Visou. Este co-
gosthi— u m a conversa; kahe—falaram; ãnandita—alegres; hahã— ficando.
nhecimento é superior. E ainda mais elevado é o serviço devocional ao Senhor
Krsna, que é a forma máxima de educação. Segundo o Èrímad-Bhãgavatam (4.29.49):
TRADUÇÃO—Assim, eles se encontraram repetidas vezes, sentando-se ambos num
local isolado e conversando alegremente sobre os passatempos de Krsna através
tof karma hari-tosam yat
do método de perguntas e respostas.
sã vidyã tan-matir yayã
VERSO 244 "O trabalho destinado à satisfação do Senhor Supremo é o melhor, e a educação
que intensifica nossa consciência de Krsna é a melhor."
®Ç.^t?*> atafw ara* fr^a i Além disso, de acordo com o èrímad-Bhãgavatam (7.5.23-24):
«rò «rs c**. atoa *«ti «ra-na B H»S I éravanam klrtanam visnoh
prabhu puche, rãmãnanda karena uttara smaranani pãda-sevanam
ei mata sei rãtre kathã paraspara arcanam vandanam dãsyam
prabhu puche—o Senhor pergunta; rãmãnanda—Ràya Rãmãnanda; karena—dá, sakhyam ãtma-nivedanam
uttara—respostas; ei mato—dessa maneira; sei rãtre—aquela noite; kathã— conversa;
pa raspara—mútua. ifi pumsãrpitã visnau
bhaktié cen nava-laksanã
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu fazia as perguntas e Sri Rãmãnanda Rãya kriyeta bhagavaty addhã
as respondia. Dessa maneira, eles passavam a noite inteira conversando. tan manye 'dhltam uttamam

Prahlãda Mahãrãja afirmou isto em resposta a uma pergunta feita por seu pai.
VERSO 245
Prahlãda Mahãrãja disse: "Ouvir ou cantar sobre o Senhor Visnu, lembrar-se dEle,
servir a Seus pés de lótus, adorá-lO, oferecer-Lhe orações, tornar-se Seu servo
«Hfc*—"fifltwl tawl-aw fia f e Seu amigo, sacrificar tudo para Seu serviço — tudo isto são variedades de ser-
ata ara,-"*a»«fa» fa*i fàwl*tf* «na «"^SOII viço devocional. Subentende-se que dedicar-se a tais atividades é a perfeição má-
prabhu kahe, — "kon vidyã vidyã-madhye sara?" xima da educação."
rãya kahe, — "krsna-bhakti vinã vidyã nãhi ãn' VERSO 246
prabhu kahe—o Senhor perguntou; kon—que; vidyã— conhecimento; vidyã-
madhye—dentre os conhecimentos; sara—o mais importante; rãya kahe—Rãmãnanda ' í r f é i M - a c a j «?lçaa castra*? à?rf% f
Rãya respondeu; krsna-bhakti—serviço devocional a Krsna; vinã—exceto; vidyã— '1*999 af»rai a r c r a *a a r t f e í *8-& n
educação; nãhi—não há; ãra—nenhuma outra.
774 á r i Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8
Verso 246 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 775

'kirti-gaita-modhye jivera kon bada kirti?' "A posição mais sublime de liberação é concedida pelo conhecimento védico.
'krsna-bhakta baliyã yãhhãra haya khyãti' Todos seguem os passos do devoto."
kirti-gana-madhye—entre atividades gloriosas; jivera—da entidade viva; kon De forma semelhante, no Brhan-nãradiya Purãna, afirma-se ainda:
bada—maior; fcfrfi—glória; krsna-bhakta—devoto do Senhor Krsna; baliyã-^
yãhhãra—de quem; haya—há; khyãti—a reputação. adyãpi ca muni-sresthã
brahmãdyã api devatãh
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou a Rãmãnanda Rãv
" D e todas as atividades gloriosas, qual é a mais gloriosa?" Rãmãnanda Rãv "Até agora, nem grandes semideuses como Brahmã e o Senhor Siva conheciam
replicou: " G o z a da maior fama e glória aquele que tem reputação de ser devoto a influência de um d e v o t o . "
do Senhor K r s n a . " Do mesmo modo, o Garuda Purãna afirma:

S I G N I F I C A D O — A maior reputação que u m ser vivo p o d e ter é de ser devoto de


brãhmanãnãm sahasrebhyah satra-yãji viêisyate
Krçna e de agir em consciência de Krsna. No m u n d o material, todos tentam ser
famosos, acumulando um grande saldo bancário ou opulência material. Há uma satra-yãji-sahasrébhyãh sarva-vedãnta-pãragah
acirrada cqmpetição entre karrnis, na tentativa de sobressair numa sociedade abas- sarva-veddnta-vit-kotyã visnu-bhakto visisyate
tada. O m u n d o inteiro gira em torno deste espírito competitivo. No entanto, esta vaisnavãnãm sahasrebhya ekãnty eko visisyate
classe de nome e fama é temporária, pois dura somente enquanto existe o corpo
material temporário. Talvez alguém se torne famoso como um brahmã-jhãni, eru- "Diz-se que, de milhares de brãhmanas, um está qualificado para realizar sacrifí-
dito impersonalista, ou talvez alguém se torne materialmente opulento. Em cios, e, de muitos milhares de tais brãhmanas qualificados e peritos em oferecer
qualquer dos casos, tais reputações são inferiores à reputação do devoto de Krçna. sacrifícios, talvez urri brãhmana erudito tenha ultrapassado todo o conhecimento
No Garuda Purãna se diz: védico. Este é considerado o melhor entre todos os demais brãhmanas. E todavia,
de milhares de tais brãhmanas que ultrapassaram o conhecimento védico, talvez
kalau bhãgavatam nãma uma pessoa seja um visnu-bhakta, e ela é muito famosa. De muitos milhares de
durlabham naiva labhyate tais Vaisnavas, aquele que se fixou plenamente no serviço ao Senhor Krsna é o
brahma-rudra-vadotkrstarh mais famoso. Na verdade, uma pessoa dedicada por completo ao serviço do
gurunã kathitam mama Senhor com certeza voltará ao lar, voltará ao S u p r e m o . "
Além disso, afirma-se no Srimad-Bhãgavatam (3.13.4):
"Nesta era de Kali, a fama de quem é conhecido como um grande devoto é muito
rara. No entanto, tal posição é superior àquela de grandes semideuses como érutasya purhsãrh sucira-sramasya
Brahmã e Mahãdeva. Esta é a opinião de todos os mestres espirituais." nanv ahjasã süribhir idito 'rthah
No Itihãsa-samuccaya, Nãrada diz a Pundarika: tat-tad-gunãnusravanam mukunda-
pãdãravindam hrdayesu yesãm
janmãntara-sahasresu
yasya syãd buddhir idréi "Após muito trabalho árduo, uma pessoa altamente erudita em literatura védica
dãso 'harh vãsudevasya torna-se decerto muito famosa. No entanto, quem vive ouvindo e cantando as
sarvãl lokãn samuddharet glórias dos pés de lótus de Mukunda dentro de seu coração, com certeza é supe-
rior."
" A p ó s muitos e muitos nascimentos, ao compreender que é serva eterna de O Nãrãyana-vyüha-stava afirma:
Vasudeva, u m a pessoa p o d e libertar todos os m u n d o s . "
No Adi Purãna, n u m a conversa entre Krsna e Arjuna, afirma-se: nãham brahmãpi bhüyãsarh
tvad-bhakti-rahito hare
bhaktãnãm anugacchanti tvayi bhaktas tu ktto 'pi
muktayah srutibhih saha bhüyãsarh janma-janmasu
776 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 248 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 777
Madhya-lilà, 8

" N ã o aspiro a nascer como um Brahmã caso este Brahmã não seja devoto d às boas qualidades de outros. Tal é a perfeição de um devoto sempre ocupado
Senhor. Contentar-me-ei simplesmente com nascer como um inseto caso me ° a serviço de Sri Caitanya Mahãprabhu.
dada a oportunidade de permanecer na casa de um d e v o t o . "
Existem muitos versos semelhantes no èrimad-Bhãgavatam, especialment VERSO 247
versos 3.25.38, 4.24.29, 4.31.22, 7.9.24 e 10.14.30.
Foi o Senhor Siva q u e m disse: " N ã o conheço a verdade sobre Krçna, porém
um devoto do Senhor Krçna conhece toda a verdade. De todos os devotos do ' a w s c n c « J i a r * , c*fè m « i f t » ' *8i n
Senhor Krçna, Prahlãda é o m a i o r . "
'sampattira madhye jivera kon sampatti gani?'
Acima de Prahlãda, supõe-se que os Pãndavas sejam mais avançados. Acima
'rãdhã-krsne prema yãhra, sei bada dhani'
dos Pãndavas estão os membros da dinastia Yadu, que são ainda mais avança-
dos. Na dinastia Yadu, Uddhava é o mais avançado, e, acima de Uddhava, estão sampattira—riquezas; madhye—entre; jivera—das entidades vivas; kon—qual;
as donzelas de Vraja-dhãma, as próprias gopis. sampatti—a riqueza; gopi—aceitamos; rãdhã-krsne—a Srimati Rãdhãrãni e Krçna;
No Brhad-vamana Purãna, o Senhor Brahmã diz a Bhrgu: prema—serviço amoroso; yãhra—cujo; sei—ele; bada—muito grande; dhani—capitalista.

sasti-varsa-sahasrãni
mayã taptam tapah pura TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou: " D o s muitos capitalistas que
nanda-gopa-vraja-strinãrh possuem grandes riquezas, q u e m é o mais elevado?" Rãmãnanda Rãya repli-
pãda-renüpalabdhaye cou: "O maior capitalista é aquele que é mais rico em amor por Rãdhã e Krçna."
"Pratiquei meditação e austeridades por 60.000 anos só para entender a poeira
dos pés de lótus das gopis. Mesmo assim, não p u d e entendê-las. Para não falar SIGNIFICADO—Neste mundo material, todos estão tentando adquirir riquezas para
de mim, n e m o Senhor Siva, o Senhor Sesa e a deusa da fortuna, Lakçmi, pude- satisfazer os sentidos. Na verdade, ninguém se importa com nada senão adquirir
ram compreendê-las." posses materiais e mantê-las. De um modo geral, aceitam-se os abastados como
No Adi Purãna, a própria Suprema Personalidade de Deus diz: as personalidades mais importantes neste m u n d o material, mas, ao comparar-
mos um homem de fortuna material a alguém rico em serviço devocional a Rãdhã
na tathã me priyatamo e Krsna, verificamos que o último é o maior capitalista. Segundo o Srimad-
brahmã rudraé ca pãrthiva Bhãgavatam (10.39.2):
na ca laksmir na cãtmã ca
yathã gopi-jano mama kim alabhyam bhagavati
prasanne éri-niketane
tathãpi tat-varã rãjan
"O Senhor Brahmã, o Senhor Siva, a deusa da fortuna e até Meu próprio Eu
na hi vãhchanti kihcana
não Me são tão queridos quanto as gopis." De todas as gopis, Srimati Rãdhãrãni
é a mais elevada. Rüpa Gosvãmi e Sanãtana Gosvãmi são os mais elevados servos
"O que é difícil para os devotos do Senhor Krçna, que é o abrigo da deusa da
de Srimati Rãdhãrãni e do Senhor Caitanya Mahãprabhu. Aqueles que optam
por servi-los são conhecidos como devotos rüpãnuga. O Caitanya-candrãmrta (127) fortuna? Embora tais devotos possam obter qualquer coisa, ó rei, eles não dese-
faz a seguinte declaração sobre Srila Rüpa Gosvãmi: jam n a d a . "

àstdm vairãgya-kofir bhavatu éama-dama-ksãnti-maitry-ãdi-kotis VERSO 248


tattvãnudhyãna-kotir bhavatu vã vaisnavl bhakti-kotíh
koty-améo 'py asya na syãt tad api-guna-gano yah svatah-siddha ãste 'çsl-icfi t W . ssl sa ^s*5s ?'
érimac-caitanyacandra-priya-carana-nakha-jyotir amoda-bhãjãm 4
? a » w - i % ç Ãwi « a «rtft cwft • » ftl> i

Não se deve comparar as qualidades dos que se ocupam a serviço do Senhor Sri 'duhkha-madhye kona duhkha haya gurutara?'
Caitanya Mahãprabhu — tais como reputação, austeridades, penitências e conhedrnento 'krsna-bhakta-viraha vinã duhkha nãhi dekhi para'
778 Sn Caitanya-caritãmrta Verso 250 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 779
Madhya-lilã, 8

duhkha-madhye—entre as condições miseráveis de vida; kona—qual; duhkha— T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou: " D e todas as pessoas
miséria; haya—é; gurutara—mais dolorosa; krsna-bhakta-viraha—saudade do dev liberadas, qual devemos aceitar como a maior?" Rãmãnanda Rãya replicou:
do Senhor Krsna; vinã— afora; duhkha—infelicidade; nãhi—não há; dekhi— • ° v "Aquele que tem amor por Krsna alcançou a liberação máxima."
para—outra. '°'
SIGNIFICADO—O Srimad-Bhãgavatam (6.14.5) diz o seguinte:
TRADUÇÃO—Sri Caitanya M a h ã p r a b h u perguntou: " D e todas as classes de so-
frimento, qual é o mais doloroso?" Sri Rãmãnanda Rãya replicou: " N ã o conhe muktãnãm api siddhânãm
ço n e n h u m a infelicidade mais insuportável do que sentir saudade do devot nãrãyana-varâyanah
de Krsna." sudurlabhah praéãntãtmã
kotisv api mahãmune
SIGNIFICADO—A respeito disto, o Srimad-Bhãgavatam afirma:
"Ò grande sábio, de muitos milhões de pessoas liberadas e de milhões que al-
mãm anãrãdhya duhkhãrtah cançaram a perfeição, aquela que é devota do Senhor Nãrãyana é raríssima. Na
kutumbãsakta-mãnasah verdade, esta é a pessoa mais perfeita e pacífica."
sat-sahga-rahito martyo
vrddha-sevã-paricyutah VERSO 250

"Deve-se considerar como uma pessoa muito infeliz alguém que não Me adora, H t W w o cast* f f í i - a f t c r a fas TÍ ?'
que está indevidamente apegado à família e que não se aferra ao serviço devocio-
nal. De m o d o semelhante, aquele que não se associa com Vaisnavas, ou que não
presta serviço a seu superior, também é u m a pessoa muito infeliz." 'gãna-madhye kona gana—jivera nija dharma?'
Além disso, o Brhad-bhãgavatãmrta (1.5.44) afirma: 'rãdhã-krsnera prema-keW—yei gitera marma
gãna-madhye—dentre as canções; kona gana—que canção; jivera—da entidade viva;
sva-jivanãdhikam prãrthyam nija—sua própria; dharma—religião; rãdhã-krsnera prema-keli—os romances amorosos
éri-visnu-janá-sahgatah de Rãdhã e Krsna; yei—que; gitera—da canção; marma—significado.
vicchedena ksanam cãtra
na sukhãméam labhãmahe TRADUÇÃO—A seguir, Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou a Rãmãnanda Rãya:
"Dentre muitas canções, que canção devemos considerar como a verdadeira re-
" D e toda classe de coisas desejáveis experimentadas na vida de uma entidade ligião da entidade v i v a ? " Rãmãnanda Rãya replicou: "Aquela canção que des-
viva, a associação com os devotos do Senhor é a maior. Ao separar-nos de um creve os romances amorosos de Sri Rãdhã e Krsna é superior a todas as demais
devoto mesmo por um momento, não podemos gozar de felicidade." canções."

VERSO 249 S I G N I F I C A D O — C o m o se afirma no Srimad-Bhãgavatam (10.33.37):

' W w n c * r ç * V çs« * f l » urf* ? ' anugrahãya bhütãnãm


<RgSD| 3 t ? , C& a ^ f t C T t i | f i ( ll' *8& II mãnusam deham ãsthitah
bhajate tãdréih kridã
'mukta-madhye kon jiva mukta kari' mãni?' yãh érutvã tat-paro bhavet
'krsna-prema yãhra, sei mukta-éiromani'
mukta-madhye—entre as liberadas; kon—qual; jiva—entidade viva; mukta— "O Senhor Krsna desce aparentemente como um ser humano, e manifesta Seus
liberada; Aon'—considerando como; mãni—aceitamos; krsna-prema—aquele que ama passatempos transcendentais em Vrndãvana, de m o d o que a alma condicionada
a Kr?na; yãhra—de quem; sei— tal pessoa; mukta-éiromani—a maior de todas as sinta-se atraída a ouvir Suas atividades transcendentais." Proíbe-se estritamente
almas liberadas. aos não-devotos de participarem de canções em louvor aos romances amorosos
780 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 253 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 781
Madhya-lUã, 8

de Rãdhã e Krsna. A não ser da parte de um devoto, é muito perigoso ouvir as 'kãhhãra smarana jiva karibe anuksana?'
canções sobre os passatempos de Rãdhã e Krçna, as quais foram escritas no 'krsna-nãma-guna-lilã—pradhãna smarana'
Jayadeva Gosvãmi, Candídãsa e outros devotos elevados. O Senhor Siva bebeu kãhhãra—de quem; smarana—lembrança; jiva—a entidade viva; karibe—deve fazer;
um oceano de veneno, mas não se deve imitar isto. Antes de mais nada, é preciso anuksana—constantemente; krsna-nãma—o santo nome do Senhor Krsna; guna-
tomar-se devoto puro do Senhor Krsna. Somente então pode-se passar a ouvir lllã— Suas qualidades e passatempos; pradhãna smarana—lembrança mais
as canções de Jayadeva e saborear bem-aventurança transcendental. Se alguém importante.
só fizer imitar as atividades do Senhor Siva e beber veneno, com certeza acabará
morrendo. T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu perguntou: " D e que se devem lembrar
As conversas entre o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãy a constantemente todas as entidades vivas?" Rãmãnanda Rãya replicou: "O princi-
destinavam-se apenas a devotos avançados. Q u e m estiver na plataforma mun- pal objeto de lembrança sempre será o santo nome do Senhor, Suas qualidades
dana e estudar estas conversas a fim de apresentar alguma tese, como faz um e passatempos."
Ph.D., não será capaz de compreendê-las. Ao invés disso, estas conversas terão
um efeito venenoso. SIGNIFICADO—O Srimad-Bhãgavatam (2.2.36) afirma:
VERSO 251
'caScar-Tco c v r » , c a r a : ^ t e a a s a i r a ? ' tasmãt sarvãtmanã rãjan
harih sarvatra sarvadã
« i s ^ w R p o w f à r l casas srtft «rra n' n
érotavyah kirtitavyaé ca
'éreyo-madhye kona éreyah jivera haya sara?' smartavyo bhagavãn nrnãm
'krsna-bhakta-sahga vinã éreyah nãhi ãra'
éreyah-madhye—entre as atividades benéficas; tona—qual; éreyah—função bené- Sukadeva Gosvãmi conclui: "O dever da entidade viva é sempre lembrar-se da
fica; jivera—da entidade viva; haya—é; sara—a essência; krsm-bhakta-sahga— Suprema Personalidade de Deus, em todas as circunstâncias. Todos os seres hu-
associar-se com os devotos do Senhor Krsna; vinã— exceto; éreyah—atividade be- manos devem glorificar o Senhor, lembrar-se dEle e ouvir sobre Ele."
néfica; nãhi—não há; ãra—outra.
VERSO 253
T R A D U Ç Ã O — " D e todas as atividades benéficas e auspiciosas, qual é a melhor
para a entidade v i v a ? " Rãmãnanda Rãya respondeu: "A única atividade auspi- ' c o a - i O T J aftcaa astfaj c ^ a r í * ? '
ciosa é associar-se com os devotos de K r s n a . "
' a t a t ç a ^ t ^ - a r f i i — « w t * 11' 11
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o o Srimad-Bhãgavatam (11.2.30): 'dhyeya-madhye jivera kartavya kon dhyãna?'
'rãdhã-krsna-pãdãmbuja-dhyãna—pradhãna'
ata ãtyantikarh ksemath dhyeya-madhye—de todas as espécies de meditação; jivera—da entidade viva;
prcchãmo bhavato 'naghãh kartvya—o dever; kon—qual; dhyãna—meditação; rãdhã-krsna-pada-ambuja—nos pés
samsãre 'smin ksanãrdho 'pi de lótus de Rãdhã e Krsna; dhyãna—meditação; pradhãna—é o principal.
sat-sahgah éevadhir nrnãm
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou: "Dentre as muitas es-
" Q u e r e m o s perguntar-te qual é a mais perfeita atividade beneficente. Acho que, pécies de meditação, qual é a que deve ser feita por todas as entidades vivas?"
neste m u n d o material, a associação com devotos — mesmo que por um instante — Srila Rãmãnanda Rãya replicou: "O dever principal de toda entidade viva é me-
é o maior tesouro para a espécie h u m a n a . " ditar nos pés de lótus de Rãdhã e K r s n a . "

VERSO 252 SIGNIFICADO—O Srimad-Bhãgavatam (1.2.14) afirma:


' # t s t a TO»! € r a asfàca « w t f ?'
tasmãd ekena manasã
bhagavãn sãtvatãm patih
Sri Caitanya-caritãmrta Verso 256 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 783
Madhya-lilã, 8

érotavyah kirtitavayaé ca éravana-madhye—àe todos os assuntos para se ouvir; jivera—da entidade viva;
dhyeyah püjyaé ca nityadã kon—qual; érestha—mais importante; éravana—assunto para ouvir; rãdhã-krsna-
prema-keli—os romances amorosos entre Rãdhã e Krçna; karna-rasa-ayana—mais
Süta Gosvãmi respondeu aos sábios liderados por Saunaka: "Todos devem ou ) agradável ao ouvido.
mui atentamente os passatempos da Suprema Personalidade de Deus. Devem
também, glorificar Suas atividades e meditar nEle regularmente." T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu perguntou: " D e todos os assuntos que
as pessoas ouvem, qual é o melhor para todas as entidades vivas?" Rãmãnanda
VERSO 254 Rãya respondeu: " O u v i r sobre os romances amorosos entre Rãdhã e Krçna é
a coisa mais agradável ao o u v i d o . "
' j p f ^ t V «rtcaa anti ati f
sra^tà a*ata*i attl .errara 11' \os 11
SIGNIFICADO—De acordo com o èrímad-Bhãgavatam (10.33.40):
'sarva tyaji' jivera kartavya kãhãh vasa?'
vraja-bhümi vrndãvana yãhãh lilã-rãsa' vikriditam vraja-vadhübhir idam ca visnoh
sarai—tudo; tyaji'—abandonando; jivera—da entidade viva; kartavya—ser feita- éraddhânvito 'nuérnuyãd atha varnayed yah
kãhãh—onde; vasa—residência; vraja-bhümi—a terra conhecida como Vrajabhümi- bhaktim param bhagavati pratilabhya kãmam
vrndãvana—o lugar sagrado chamado Vrndãvana; yãhãn—onde; lilã-rãsa—o Senhor hrd-rogam ãév apahinoty acirena dhirah
Krçna realizou Sua dança da rasa.
"Aquele que ouve fielmente sobre os relacionamentos entre o Senhor Krçna e
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya M a h ã p r a b h u indagou: " O n d e deve viver a entidade as gopis na dança da rasa e que descreve estas atividades atinge a fase de perfei-
viva, a b a n d o n a n d o todos os outros locais?" Rãmãnanda Rãya replicou: "No ção do serviço devocional e, ao mesmo tempo, perde os desejos luxuriosos mate-
lugar sagrado conhecido como Vrndãvana, ou Vrajabhümi, onde o Senhor rea- riais."
lizou Sua dança da r a s a . " Uma pessoa liberada que ouça sobre os romances amorosos do Senhor Krsna
e de Rãdhã não terá inclinação aos desejos luxuriosos. Certo patife mundano disse
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o o Srimad-Bhãgavatam (10.47.61): uma vez que, q u a n d o os Vaiçnavas cantavam o nome "Rãdhã, Rãdhã", ele sim-
plesmente se lembrava da esposa de um barbeiro chamada Rãdhã. Este é um
asam aho carana-renu-jusãm aham exemplo prático. A m e n o s que alguém seja liberado, não deve tentar ouvir sobre
syãm vrndavane kim api gulma-latausadhinãm os romances amorosos entre Rãdhã e Krçna. Caso alguém não seja liberado e ouça
yã dustyajam svajanam ãrya-patham ca hitvã um relato da dança da rasa, poderá lembrar-se de suas atividades mundanas e
bhejur mukunda-padavim érutibhir vimrgyãm ligações ilícitas com alguma mulher cujo nome talvez também seja Rãdhã. Na
fase condicionada, não se deve sequer tentar lembrar-se de tais coisas. Praticando
" Q u e eu me torne u m a das ervas e plantas de Vrndãvana para ser pisado pelas os princípios regulativos, devemos elevar-nos à plataforma de atração espontâ-
gopis, abandonando todas as ligações com família e amigos e decidido a adorar nea por Krsna. Então, e somente então, deveremos ouvir sobre a rãdhã-krsna-lilã.
os pés de lótus de Mukunda. Todos os grandes santos, peritos estudiosos da litera- Embora estes romances sejam muito agradáveis tanto para as almas condiciona-
tura védica, buscam alcançar tais pés de l ó t u s . " das quanto para as almas liberadas, a alma condicionada não deve tentar ouvi-
los. As conversas entre Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu ocorrem
na plataforma da liberação.
VERSO 255

'•aaiawj wtçaa (^r*u«té ara«i f VERSO 256


'atat?aK<a*casfii W-aata* if II
'fc*rtc«sa TOTJ cani^ra <stofr ?'
'êravana-madhye jivera kon érestha éravana?'
'rãdhã-krsna-prema-keli karna-rasãyana' 'carè ^ t ^ - a ^ 'ataW *rta 11' a 11
784 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 258 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 785
Madhya-lilã, 8

'upãsyera madhye kon upãsya pradhãna?' também figuram na existência do Senhor, pois a energia material e a energia do
'érestha upãsya—yugala 'râdhã-krsna' nãma' Senhor são a mesma coisa. De forma semelhante, a refulgência do Brahman
upãsyera—objetos de adoração; madhye—entre; kon—qual; upãsya—objeto adora também é energia do Senhor Supremo. Quer alguém permaneça na refulgência
vel; pradhãna—o principal; érestha—o principal; upãsya—objeto adorável; yugala—õ do Brahman, quer na energia material, dá no mesmo, pois em ambos os casos
casal; rãdhã-krsria nãma—o santo n o m e de Rãdhã-Krsna, ou Hare Krçria. ° não há atividade espiritual. Aqueles que desejam gozo dos sentidos e promoção
aos planetas celestiais estão mais bem situados. Tais pessoas desejam divertir-se
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu perguntou: "Entre todos os objetos adorá- como habitantes do céu em jardins paradisíacos. Pelo menos eles retêm suas in-
veis, qual é o principal?" Rãmãnanda Rãya replicou: "O principal objeto adorá- dividualidades a fim de gozar da vida, porém, os impersonalistas, que tentam
vel é o santo nome de Rãdhã e Krsna, o mantra Hare K r s n a . " perder suas individualidades, também amam tanto o prazer material quanto o
espiritual. A pedra é imóvel, não tendo atividade material nem espiritual. Quanto
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o o Srimad-Bhãgavatam (6.3.22): aos karrnis, que trabalham arduamente, o Srimad-Bhãgavatam (11.10.23) afirma:

istveha devatã yajhaih


etãvãn em loke 'smin
svar-lokam yãti yãjhikah
pumsãrh dharmah parah smrtah
bhuhjita devavat tatra
bhakti-yogo bhagavati
bhogãn divyãn nijãrjitãn
tan-nãma-grahanãdibhih
"Após realizar diversos rituais sacrificatórios com o fim de elevar-se aos planetas
" N e s t e m u n d o material, a única função da entidade viva é aceitar o caminho de celestiais, os karrnis vão lá e divertem-se com os semideuses até se esgotarem os
bhakti-yoga e cantar o santo nome do S e n h o r . " resultados de suas atividades p i e d o s a s . "
Como se afirma no Bhagavad-gitã (9.20-21):
VERSO 257
trai-vidyã. mãm soma-pãh püta-pãpã
%fm ira* cn% anti a*5ta itfo ?' yajhair istvã svar-gatim prãrthayante
te púnyam ãsãdya surendra-lokam
aénanti divyãn divi deva-bhogãn
'mukti, bhukti vãhche yei, kãhãh dunhãra gati?'
'sthãvara-deha, deva-deha yaiche avasthiti' te tani bhuktvã svarga-lokam viéãlam
mukti—liberação; bhukti—gozo dos sentidos; vãhche— deseja; yei—aquele que; ksine punye martya-lokam viéanti
kãhãh—onde; dunhãra—de ambos; gati—o destino; sthãvara-deha—o corpo de uma evath trayi-dharmam anuprapannã
árvore; deva-deha—o corpo de um semideus; yaiche— assim como; avasthiti—situado. gatãgatani kãma-kãmã labhante
"Aqueles que estudam os Vedas e b e b e m o suco soma, buscando os planetas ce-
T R A D U Ç Ã O — " E qual é o destino daqueles que desejam liberação e daqueles que lestiais, adoram-Me indiretamente. Eles nascem no planeta de Indra, onde gozam
desejam gozo dos sentidos?" Perguntou Sri Caitanya Mahãprabhu. Rãmãnanda de deleites divinos. Após desfrutarem assim de prazer celestial dos sentidos,
Rãya replicou: " A q u e l e s que tentarem fundir-se na existência do Senhor Su- voltam outra vez a este planeta mortal. Assim, através dos princípios védicos,
p r e m o serão obrigados a aceitar um corpo como o de u m a árvore. E aqueles que
eles só conseguem felicidade fugaz."
estiverem excessivamente inclinados ao gozo dos sentidos obterão corpos de se-
Portanto, tenrunados os resultados de suas atividades piedosas, os karrnis voltam
mideuses."
a este planeta sob a forma de chuva, e começam suas vidas como grama e plantas
no processo evolutivo.
SIGNIFICADO—Aqueles que desejam liberação, fundindo-se na existência de Deus,
não desejam gozo dos sentidos dentro do m u n d o material. Por outro lado, não VERSO 258
têm informação alguma sobre o serviço aos pés de lótus do Senhor. Conseqüente-
mente, são condenados a ficar de pé como árvores por muitos milhares de anos. «RTJÍS5 a^ta* g C T OTR-fWfCSl I
Apesar de serem entidades vivas, as árvores são imóveis. A alma liberada que
tenta fundir-se na existência do Senhor não é melhor do que as árvores. As árvores aias tjfpw ata c3*rta-«j$t»i 11 \<tv n
,
786 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 263 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 787
Madhya-lilã, 8

arasa-jha kãka cüse jhãna-nimba-phale T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, tanto Caitanya Mahãprabhu quanto Rãmãnanda
rasa-jha kokila khãya premãmra-mukule Rãya passaram toda a noite saboreando a doçura de krsna-kathã, assuntos sobre
atasa-jha—sem doçuras; kãka—os corvos; cüse—sugam; jhãna—de conhecimento' Krsna. Enquanto cantavam, dançavam e choravam, a noite chegou ao fim.
nimba-phale—da amarga fruta nimba; rasa-jha—que são bem-humorados; kokila—
os cucos; khãya—comem; prema-ãmra-mukule—os brotos da manga do amor a Deus VERSO 261

T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya prosseguiu: " A q u e l e s que estão destituídos de


todas as doçuras são como os corvos que sugam o suco das frutas amargas da iqrjfas-rr.*! ata «rrfài' tâfèwl '«ira fàw IIVM II
árvore nimba de conhecimento, ao passo que os que desfrutam de doçuras são
como os cucos q u e comem os brotos da mangueira do amor a D e u s . " dohhe nija-nija-kãrye calilã vihãne
sandhyã-kãle rãya ãsi' mililã ãra dine
SIGNIFICADO—O processo especulativo da filosofia empírica é tão amargo quanto dohhe—ambos; nija-nija-kãrye—em seus respectivos deveres; calilã— partiram;
a fruta da árvore nimba. Os corvos se interessam pelo gosto desta fruta. Em outras vihãne—de manhã; sandhyã-kãle—à noite; rãya—Rãmãnanda Rãya; ãsi'—vindo outra
palavras, o processo filosófico de compreender a Verdade Absoluta é um proces- vez; mililã—encontrou-se com; ãra—seguinte; dine—no dia.
so adotado por homens que são como corvos. Os cucos têm vozes muito melo-
diosas, com as quais cantam o santo nome do Senhor, e saboreiam o doce fruto TRADUÇÃO—Na manhã seguinte, ambos partiram para cumprir seus respectivos
da mangueira. Tais devotos saboreiam doces relações com o Senhor. deveres, porém, à noite, Rãmãnanda Rãya veio outra vez ao encontro do Senhor.

VERSO 259 VERSO 262

«rstfaal sifft «íFifaçi mm i


?»JK«WtfB tf* ara "entrar*!, n u «fÇfW afã' ata ara fataw* n *M n
abhãgiyã jhãni âsvãàaye éuska jhãna ista-gosthi krsna-kathã kahi' kata-ksana
krsna-premãmrta pana kare bhãgyavãn prabhu-pada dhari' rãya kare nivedana
abhãgiyã—desventurados; jhãni—os especuladores filosóficos; âsvãàaye—provam; ista-gosthi—conversa espiritual; krsna-kathã—assuntos sobre Krsna; kahi'—
éuska—árido; jhãna—conhecimento empírico; krsna-prema-amrta—o néctar do amor falando; kata-ksana—por algum tempo; prabhu-pada—os pés de lótus do Senhor;
a Krsna; pana—bebendo; kare—fazem; bhãgyavãn—os afortunados. dhari'—agarrando; rãya—Rãmãnanda Rãya; kare—faz; nivedana—submissão.

T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya concluiu: " O s desventurados filósofos empíri- T R A D U Ç Ã O — N a q u e l a noite seguinte, após conversar sobre Krsna por algum
cos degustam o processo árido de conhecimento filosófico, ao passo que os tempo, Rãmãnanda Rãya agarrou os pés de lótus do Senhor e falou o seguinte.
devotos regularmente bebem o néctar do amor a Krsna. Logo, eles são os mais
afortunados de t o d o s . " VERSO 263

VERSO 260 «fa*6f', «awsi', 'c«fíT5f ata' i


sfè m aja»a»t1-aca | 'msf '#teiW fãfàa «ja*ta 11 11
^57-%s-(^rt(fCíi cm arf3K«fca II v° II 'krsna-tattva', 'rãdhã-tattva', 'prema-tattva-sãra'
ei-mata dui jana krsna-kathã-rase 'rasa-tattva' 'lilã-tattva' vividha prakãra
nrtya-gita-rodane haila rãtri-éese krsna-tattva—a verdade sobre Krsna; rãdhã-tattva—a verdade sobre Rãdhã; prema-
ei-mata—dessa maneira; dui-jana—ambos (o Senhor Caitanya e Rãmãnanda tattva-sãra—a essência de Seus romances amorosos; rasa-tattva—a verdade sobre
Rãya); krsna-kathã-rase—nas doçuras de conversar sobre Krsna; nrtya-gita— a doçura transcendental; lilã-tattva—a verdade sobre os passatempos do Senhor;
dançando e cantando; rodane—chorando; haila—houve; rafri -éese—o fim da noite. vividha prakãra—de diferentes variedades.
788 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 266 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 789
Madhya-lu a/ 8

T R A D U Ç Ã O — " H á variedade transcendental nas conversas sobre Krsna e Rãdhã T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya continuou: "A Superalma dentro do coração de
rãni e Seus transcendentais romances amorosos, emoções e passatempos " todos fala internamente, e não externamente.-Sob todos os aspectos, Ele instrui
os devotos, e este é Seu método de instruir."
VERSO 264
S I G N I F I C A D O — A q u i , Sri Rãmãnanda Rãya admite que Sri Caitanya Mahãprabhu
jfs CAVS fèrai for.»» «Wf* i é a Superalma. É a Superalma que inspira o devoto; logo, Ele é a fonte original
a«i1C4 caw CAA *f?r^9i *ratíi«i 11^811 do mantra gâyatri. No gãyatrl, afirma-se: om bhúr bhuvah svah tat savitur varenyam
bhargo devasya dhimahi dhiyo yo nah pracodayât. Savitr é a fonte original de toda
eta tattva mora citte kaile prakãsana a inteligência. Este savitr é o Senhor Caitanya Mahãprabhu. Confirma-se isto no
brahmãke veda yena.padãila nãrãyana Srimad-Bhãgavatam (2.4.22):
eta tattva—todas estas diferentes verdades; mora citte—em m e u coração; kaile—
pracoditã yena pura sarasvati
fizeste; prakãsana—manifestando; brahmãke—ao Senhor Brahmã; veda—o conheci-
mento védico; yena—como; padãila—ensinou; nãrãyana—o Senhor Supremo. vitanvatãjasya satlm smrtirh hrdi
sva-laksanã prãdurábhüt kilãsyatah
sa me rslnãm rsabhah prasldatãm
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Rãmãnanda Rãya admitiu: "Manifestaste muitas verdades
transcendentais em m e u coração. Esta foi exatamente a maneira pela qual " Q u e o Senhor, o qual no começo da criação expandiu o potente conhecimento
Nãrãyana educou o Senhor B r a h m ã . " de Brahmã de dentro de seu coração e inspirou-o com pleno conhecimento da
criação e de Seu próprio eu, e que aparentemente foi gerado da boca de Brahmã,
fique satisfeito c o m i g o . " Sukadeva Gosvãmi falou isto ao invocar a bênção da
SIGNIFICADO—A Suprema Personalidade de Deus iluminou o coração de Brahmã, Suprema Personalidade de Deus, antes de transmitir o Srimad-Bhãgavatam a
s e g u n d o informação védica dada no Svetãévatara Upanisad (6.18): Mahãrãja Parlksit.
VERSO 266
yo brahmãnam vidadhãti pürvam
yo vai vedãmé ca prahinoti tasmai
tam ha devam ãtma-buddhi-prakãéarh CSZA «wITI a ^rtffaira \if% A% ^S*: I
mumuksur vai éaranam aham prapadye

"Porque desejo liberação, deixai eu me render à Suprema Personalidade de Deus, «rfn çm Ifi Í Í S Í É P R w lífafçiR'*»*»!
que a princípio Uuminou o Senhor Brahmã com conhecimento védico em seu cora- janmãdy asya yato 'nvayãd itarataé cãrthesv abhijhah svarãt
ção. O Senhor é a fonte original de toda iluminação e avanço espiritual." A este tene brahmã hrdã ya ãdi-kavaye muhyanti yat sürayah
respeito, há outras referências dadas no Srimad-Bhãgavatam, versos 2.9.30-35, tejo-vãri-mrdãrh yathã vinimayo yatra tri-sargo 'mxsã
11.14.3, 12.4.40 e 12.13.19. dhãmnã svena sadã nirasta-kuhakam satyam param dhimahi
janma-ãdi—criação, manutenção e dissolução; asya—deste (o universo); yatah—
VERSO 265 de quem; anvayãt—diretamente da ligação com o espírito; itaratah—indiretamente
da falta de contato com a matéria; ca—também; arthesu—em todos os assuntos;
«retrair foc** is*X SrRi sra i abhijhah—plenamente conhecedor; sva-rãf—independente; tene—transmitiu;-
brahmã—a Verdade Absoluta; hrdã— através do coração; yah—quem; ãdi-kavaye—
AtíWC* Hi ira, m «t^tPf çffçs ü $M
ao Senhor Brahmã; muhyanti-são Uudidos; yat—em quem; sürayah—grandes per-
antaryãmi lévarera ei riti haye sonalidades como o Senhor Brahmã e outros semideuses ou grandes brãhmaims;
bãhire nã kahe, vastu prakãée hrdaye tejah-vãri-mrdãm—áe fogo, água e terra; yathã—como; vinimayah—a troca; yatra—
antaryãmi—a Superalma; lévarera—da Personalidade de Deus;' ei—este; rífi—° em quem; tri-sargãh—a criação material dos três modos; amrsã— real; dhãmnã—
sistema; haye—é; bãhire— externamente; nã kahe—não fala; vastu—os fatos; prakãée— com a morada; svena—dEle próprio; soda—sempre; nirasta-kuhakam--livre de toda
manifesta; hrdaye— dentro do coração. ilusão; satyam—a verdade; param—absoluta; dhimahi—meditemos em.
790 SW Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8 Verso 271 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 791

T R A D U Ç Ã O — " 'Presto
m i n h a s reverências ao Senhor Sri Krsna, filho d e VERSO 269
Vasudeva, que é a Suprema e onipenetrante Personalidade de Deus. Medito nEle
a realidade transcendental, a causa primordial de todas as causas, de quern tf5t*rta jrçca ç*f* inaw-aa«tt»rasl i
surgem todos os universos manifestos, em q u e m eles repousam e por quem são
destruídos. Medito neste Senhor eternamente refulgente, que é direta e indireta-
<i ta cMta^rcji custara t a " «w frfan««
mente consciente de todas as manifestações e todavia está além delas. Foi Ele tomara sammukhe dekhi kãhcana-pahcãlikã
apenas q u e m primeiramente transmitiu o conhecimento védico ao coração de tãhra gaura-kãntye tomara sarva ahga dhãkã
Brahmã, a primeira criatura. Através dEle, este m u n d o , tal qual uma miragem tomara—àe Ti; sammukhe—em frente; dekhi—vejo; kãhcana-pahcãlikã—um bone-
parece real inclusive para grandes sábios e semideuses. Por causa dEle, os univer- co feito de ouro; tãhra—dele; gaura-kãntye—com tez branca; tomara—Teu; sarva—
sos materiais, criados pelos três modos da natureza, parecem reais, embora sejam todo; ahga—corpo; dhãkã— cobrindo.
irreais. Portanto, medito nEle, a Verdade Absoluta, q u e existe eternamente em
Sua morada transcendental e que é sempre livre da ilusão.' " T R A D U Ç Ã O — " A g o r a vejo que pareces com um boneco dourado, e todo o Teu
corpo parece coberto por um brilho d o u r a d o . "
S I G N I F I C A D O — E s t a é a invocação de abertura do Srimad-Bhãgavatam (1.1.1).
SIGNIFICADO—Syãmasundara é negro, mas aqui Rãmãnanda Rãya diz ter visto Sri
VERSO 267 Caitanya Mahãprabhu com tez dourada. O corpo resplandecente de Sri Caitanya
Mahãprabhu estava coberto pela tez do corpo de Srimati Rãdhãrãni.
1 N » I 3 CTRT « T t K a WCA I

?»Í1 a* tV A* S W ? f*»6Ca « II VERSO 270

eka saméaya mora ãchaye hrdaye <5fçrc 5 s r ò QKA\ i - a ^ aa» I


<

krpã kari' kaha more tãhãra niécaye


eka saméaya—uma dúvida; mora—minha; ãchaye—há; hrdaye—no coração; krpã
• 1 1 * 1 «rca <stt5 ^m-Mw II II
kari'—sendo misericordioso; kaha—por favor, dize; more—a mim; tãhãra—disto; tãhãte prakata dekhoh sa-varhéi vadana
niécaye—a verificação. nãnã bhãve cahcala tãhe kamala-nayana
tãhãte—nisto; prakata—manifesto; dekhoh—vejo; sa-vamél—com a flauta; vadana—o
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , d i z e n d o q u e tinha apenas uma dúvida em seu coração, rosto; nãnã bhãve—de diversos modos; cahcala—inquietos; rahe— neste; kamala-
Rãmãnanda Rãya suplicou ao Senhor: " P o r favor, tem misericórdia de mim e nayana—os olhos de lótus.
elimina minha d ú v i d a . "

VERSO 268 T R A D U Ç Ã O — " V e j o que estás segurando uma flauta em Tua boca, e Teus olhos
*tfo»i c*fa£ cstm sraTtfji-wf i de lótus movem-se muito inquietos devido a diversos êxtases."

4Ca tfStal Cffã « j t > «OTKUfrt»! II ll VERSO 271


pahile dekhiluh tomara sannyãsi-svarüpa
ebe tomã dekhi muni éyãma-gopa-rüpa iífc*ra çsM caía' sa e a ^ í a i
pahile—a princípio; dekhiluh—vi; tomara—Tua; sannyãsi-svarüpa—forma de pessoa «lasfíi» a**, sfç, anal ^çta 11 v»>«
na ordem renunciada; ebe—agora; tomã—a Ti; dekhi—vejo; muni—eu; éyãma-gopa-
rupa—forma de Syãmasundara, o vaqueirinho. ei-mata tomã dekhi' haya camatkãra
akapate kaha, prabhu, kãrana ihãra
T R A D U Ç Ã O — A s s i m , Rãmãnanda Rãya disse ao Senhor Sri Caitanya Mahã- ei-mata—dessa maneira; foma—a Ti; dekhi'—vendo; haya—há; camatkãra—
prabhu: "A princípio, vi-Te aparecer como um sannyãsi, mas, agora, vejo-Te admiração; akapate—sem duplicidade; kaha— por favor, dize; prabhu—meu Senhor;
como Syãmasundara, o vaqueirinho. ' kãrana—o motivo; ihãra—disto.
792 Sn Caitanya-caritãmrta Verso 274 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 793
Madhya-lilã, 8

TRADUÇÃO—"Na verdade, é assim que Te vejo, e isto é muito maravilhoso. Meu TRADUÇÃO—"Por certo que o mahã-bhãgavata, o devoto avançado, vê todas as
Senhor, por favor, dize-me, sem duplicidade, qual é o motivo d i s t o . " coisas móveis e imóveis, se b e m que n ã o veja exatamente suas formas. Ao invés
disto, em toda parte, ele imediatamente vê manifesta a forma do Senhor Supre-
VERSO 272 mo.
SIGNIFICADO— Devido a seu profundo amor extático por Krsna, o mahã-bhãgavata
«rç> ara,—?ca» errata tffçcsfa ça i vê Krsna, e nada mais, em toda parte. O Brahma-sarhhitã (5.38) confirma isto:
premãhjana-cchurita-bhakti-vilocanena santah sadaiva hrdayesu vilokayanti.
Gafara w r a <ss*l <srff*a fÀ*m 11 n Assim que o devoto vê algo — seja móvel ou inerte —, imediatamente lembra-
prabhu kahe,—krsne tomara gãdha-prema haya se de Krsna. O devoto avançado é avançado em conhecimento. Este conhecimento
premãra svabhãva ei jãnihã niécaya é muito natural para o devoto, pois este já leu no Bhagavad-gitã como deve des-
prabhu kahe—o Senhor replicou; krsne— por Krsna; tomara—teu; gãdha-prema— pertar sua consciência d e Krsna. De acordo com o Bhagavad-gitã (7.8).
profundo amor; haya—há; premãra—de tal amor transcendental; svabhãva—a na-
tureza; ei—isto; jãnihã—por favor, fica sabendo; niécaya—com certeza. raso 'ham apsu kaunteya
prabhãsmi éaéi-süryayoh
pranavah sarva-vedesu
TRADUÇÃO—O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: " T e n s um profundo
amor por Krsna, e aquele q u e tem tão profundo a m o r extático pelo Senhor na- éabdah khe paurusarh nrsu
turalmente vê as coisas de tal maneira. Por favor, acredita no que te digo."
"Ó filho de Kunti [Arjuna], Eu sou o gosto da água, a luz do sol e da lua, a sílaba
VERSO 273 om nos mantras védicos; sou o som no éter e a habilidade no h o m e m . "
Assim, ao beber água ou qualquer outro líquido, o devoto logo se lembra de
i w W t a < B w ; i "staa-^íR i Krsna. O devoto não tem dificuldade em ficar desperto para a consciência de Krsna
<5tt1 <5T*t ça tfta ttfVijgM 11 um 11 vinte e quatro horas por dia. Portanto, este verso diz:

mahã-bhãgavata dekhe sthãvara-jahgama sthãvara jahgama dekhe nã dekhe tara mürti

tãhãh tãhãh haya tãhra éri-krsna-sphurana sarvatra haya nija ista-deva-sphürti


devoto avançado de primeira
mahã-bhãgavata—um classe; dekhe—vê; sthãvara-
jahgama—omóvel e o inerte; tãhãh tãhãh—aqui e ali; haya—é; tãhra—dele; éri-krsna- Uma pessoa santa, um devoto avançado, vê Krsna vinte e quatro horas por dia,
sphurana—manifestação do Senhor Krçna. e nada mais. Quanto às coisas móveis e imóveis, o devoto encara todas elas como
transformações da energia d e Krsna. Como se afirma no Bhagavad-gitã (7.4):
TRADUÇÃO—"Um devoto avançado na plataforma espiritual vê tudo, tanto o
móvel quanto o inerte, como se fosse o Senhor Supremo. Para ele, tudo o que bhümir ãpo 'nalo vãyuh

ele vê em toda parte é apenas manifestação do Senhor Krsna." khani mano buddhir eva ca
ahahkãra itiyarh me

VERSO 274 bhinna prakrtir astadhã

Tfaa-wva casa, ai caca <sta afê i "Terra, água, fogo, ar, éter, mente, inteligência e falso ego — estas oito energias
juntas compreendem Minhas energias materiais s e p a r a d a s . "
l a a ça f r o ^ è w a - * ^ n vis n Na verdade, nada é separado de Krçna. Ao ver u m a árvore, o devoto sabe que
sthãvara-jahgama dekhe, nã dekhe tara mürti
a árvore é uma combinação de duas energias — a material e a espiritual. A ener-
sarvatra haya nija ista-deva-sphürti
gia inferior, que é material, forma o corpo da árvore; contudo, dentro da árvore
sthãvara-jahgama—móveis e inertes; dekhe—ele vê; nã— não; dekhe—vê; tara—sua; está uma entidade viva, uma centelha espiritual, que é parte integrante de Krçna.
mürti—forma; sarvatra—em toda parte; haya—há; nija—sua própria; ista-deva—
Assim encontra-se a energia superior de Krsna dentro deste m u n d o . Qualquer
Senhor adorável; sphürti—manifestação. coisa viva que vejamos é apenas uma combinação destas duas energias. Ao meditar
794 Sri Caitanya-caritàmrta Verso 277 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 795
Madhya-lilã, 8

sobre tais energias, o devoto avançado compreende logo que elas são manifest vana-latãh—as ervas e plantas; taravah—as árvores; ãtmani—na Alma Suprema;
3
ções do Senhor Supremo. Assim que vemos o sol nascer de manhã, levantam a
visnum— Suprema Personalidade de Deus; vyahjayantyah—manifestando; iva—
nos e pomo-nos a fazer nossos deveres matinais. De modo semelhante as como; puspa-phala-ãàhyãh—repletas de frutas e flores abundantes; pranata-bhãra—
que um devoto vê a energia do Senhor, lembra-se imediatamente do Senhors"- inclinavam-se de tão carregadas; vitapãh—as árvores; madhu-dhãrãh— chuvas;
Krsna. Explica-se isto neste verso: prema-hrsta—inspiradas pelo amor a Deus; tanavah—cujos corpos; vavrsuh—faziam
chover constantemente; sma—decerto.
sarvatra haya nija ista-deva-sphürti
TRADUÇÃO—" 'As plantas, trepadeiras e árvores estavam repletas de frutas e
Um devoto que tenha purificado sua existência através do serviço devocional flores devido ao amor extático por Krsna. Na verdade, estavam tão carregadas
vê apenas Krsna a cada passo de sua vida. Explica-se isto também no próximo que se inclinavam. Tão profundo amor por Krsna as inspirava que elas despeja-
verso, que é u m a citação do Srimad-Bhãgavatam (11.2.45). vam constantes chuvas de mel. As gopis viram toda a floresta de Vrndãvana
desta maneira.' "
VERSO 275
SIGNIFICADO—Este verso (Bhãg. 10.35.9) é uma das canções que as gopfs canta-
ram durante a ausência de Krsna. Na ausência de Krsna, as gopfs viviam absortas
pensando nEle. De m o d o semelhante, o bhãgavata, o devoto avançado, vê todas
as coisas potencialmente servindo ao Senhor. Srila Rüpa Gosvãmi recomenda:
sarva-bhütesu yah vasyed
bhagavad-bhãvam ãtmanah prãpahcikatayã buddhyã
bhütãni bhagavaty ãtmany hari-sambandhi-vastunah
esa bhãgavatottamah mumuksubhih parityãgo
sarva-bhütesu—em todos os objetos (na matéria, no espírito e nas combinações vairãgyam phalgu kathyate
de ambos); yah—todo aquele que; pasyet—vê; bhagavat-bhãvam—a capacidade de (Bhakti-rasãmrta-sindhu, 1.2.126)
ocupar-se a serviço do Senhor; ãtmanah—da alma espiritual suprema ou da trans-
cendência além do conceito material de vida; bhütãni—todos os seres; bhagavati—na O devoto avançado não vê nada que n ã o esteja relacionado com Krsna. O de-
Suprema Personalidade de Deus; ãtmani—o princípio básico de toda a existência; voto, ao contrário dos filósofos Mãyãvãdis, não considera que o m u n d o material
esah—este; bhãgavata-uitamah—uma pessoa avançada em serviço devocional. seja falso. Ao invés disto, ele vê tudo, no m u n d o material, relacionado com Krsna.
O devoto sabe como utilizar tais coisas a serviço do Senhor: esta é a característica
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: " ' Q u e m é avançado em ser- do mahã-bhãgavata. As gopis viram as plantas, trepadeiras e árvores da floresta
viço devocional percebe dentro de t u d o a alma das almas, a Suprema Personali- carregadas com frutas e flores e prontas a servir Krsna. Dessa maneira, imediata-
dade de D e u s , Sri Krsna. Conseqüentemente, sempre vê a forma da Suprema mente lembraram-se de seu adorável Senhor Sri Krsna. Elas simplesmente não
Personalidade de Deus como a causa de todas as causas e compreende que todas viram as plantas, trepadeiras e árvores da maneira que as pessoas mundanas as
as coisas encontram-se nEle.' " vêem.
VERSO 277
VERSO 276

« H T * I W 'AHfà fà^*N jjtmi i^TíFTt: i


*rt*l a w ? cswzz II II
<2f«tx5«taf^»ri Trçjftirt: c « t a ^ ^ c n ^ f j : TI
rãdhã-krsne tomara mahã-prema haya
vana-latãs tarava ãtmani visnum yãhãh tãhãh rãdhã-krsna tomãre sphuraya
vyahjayantya iva puspa-phalãdhyãh rãdhã-krsne—por Rãdhã e Krsna; tomara—teu; mahã-prema—grande amor; haya—
pranata-bhãra-vitapã madhu-dhãrãh há; yãhãh tãhãh—em toda e qualquer parte; rãdhã-krsna—Senhor Krsna e Srimati
vrema-hrsta-tanavo vavrsuh sma Rãdhãrãni; tomãre—a ti; sphuraya—aparecem.
796 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 282 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 797
Madhya-lilã, 8

TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu continuou: " M e u querido R- nija-güdha-kãrya—próprios assuntos confidenciais; tomara—Teus; prema—amor
és um devoto avançado e estás sempre cheio de amor extático por Rãdhã e Krs transcendental; ãsvãdana—saboreando; ânusahge—simultaneamente; prema-maya—
Portanto, t u d o o que vês — em toda e qualquer parte — só faz despertar a tu transformado em amor a Deus; kaile—fizeste; tri-bhuvana—todo o mundo.
consciência de K r s n a . "
T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Senhor, desceste sob esta encarnação de Senhor
VERSO 278 Caitanya por Tuas próprias razões pessoais. Vieste saborear Tua própria bem-
aventurança espiritual e, ao mesmo tempo, estás transformando o mundo intei-
a r a a r a . — « f ç i <5fã çt<? « t f à e j à i ro ao propagares o êxtase do amor a D e u s . "
cala "«rrcst fèrararn ai asfàs $>f% n n
VERSO 281
rãya kahe,—prabhu tumi chãda bhãri-bhüri
mora ãge nija-rüpa nã kariha curi « r t f í a « r r l r a catca a^fara ^anra i
rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; prabhu—meu Senhor; tumi—Tu; chãda— tsca a ^ ara,—catara cana a j a s t a 11 n
abandona; bhãri-bhüri—essas graves conversas; mora—de mim; ãge— em frente-
nija-rüpa—Tua forma verdadeira; nã— não; kariha—faças; cun—roubo. ãpane ãile more karite uddhãra
ebe kapãta kara,—tomara kona vyavahãra
T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya replicou: " M e u querido Senhor, por favor, aban- ãpane—pessoalmente; ãile— vieste; more—a mim; karite—para fazer; uddhãra—
dona todas essas graves conversas. Por favor, não me ocultes Tua forma verda- liberação; ebe—agora; kapãta—duplicidade; kara—fazes; tomara—Teu; tona—qual;
deira." vyavahãra—comportamento.

VERSO 279 T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Senhor, por Tua misericórdia imotivada, apareceste-
me para conceder-me a liberação. Agora, estás representando com duplicidade.
a t f â a n a « r a a n f à a*fà' « w r a n a i Qual é o motivo deste comportamento?"
t s w a i « r p a í f ^ s asfaatç « l a ^ t a n II
VERSO 282
rãdhikãra bhãva-kãnti kari' ahgikãra <sca ç t f à ' <5tca «1$ c u r f o i i
nija-rasa ãsvãdite kariyãcha avatãra
rãdhikãra—de Srimati Rãdhãrãni; bhãva-kãnti— amor extático e brilho; kari'— ' a r a i * ' , 'açfsta'—sfc <flas m 11 ^ u
fazendo; ahgikãra—aceitação; nija-rasa—Tua própria doçura transcendental; fabe hãsi' tãhre prabhu dekhãila svarüpa
ãsvãdite— para saborear; kariyãcha—fizeste; avatãra—encarnação. 'rasa-rãja', 'mahãbhãva'—dui eka rüpa
fabe—portanto; hãsi'—sorrindo; tãhre—a ele (Rãmãnanda Rãya); prabhu—o
T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya prosseguiu: " M e u querido Senhor, posso com- Senhor; dekhãila—mostrou; svarüpa—Sua forma pessoal; rasa-rãja—o rei de todos
preender q u e assumiste o êxtase e a tez de Srimati Rãdhãrãni. Ao fazê-lo, sabo- os sentimentos transcendentais; mahã-bhãva—a condição de amor extático; dui—
reias Teus próprios sentimentos transcendentais, motivo pelo qual apareceste duas; eka—uma; rwpa—forma.
como Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . "
TRADUÇÃO—O Senhor Sri Krsna é o reservatório de todo o prazer, e Srimati
VERSO 280 Rãdhãrãni é a personificação do amor extático por Deus. Estas duas formas
combinaram-se em uma só como Sri Caitanya Mahãprabhu. Sendo assim, o
s
f*rarçfpa ta' catara—c«ra « r p ^ í a * i Senhor ári Caitanya Mahãprabhu revelou Sua forma verdadeira a Rãmãnanda
Rãya.
«rraacv c<2traa C^OT fàrça* n *y<> ti
nija-güdha-kãrya tomara—prema ãsvãdana SIGNIFICADO—Descreve-se isto como rãdhã-bhãva-dyuti-suvalitarh naumi kpna-
ânusahge prema-maya kaile tribhuvana svarüpam. O Senhor Sri Krsna ficava absorto nas características de Srimati
798 Sn Caitanya-caritãmrta Verso 286 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 799
Madhya-lilã, 8

Rãdhãrãni. Isto foi revelado a Rãmãnanda Rãya quando este viu o Senhor Srj TRADUÇÃO—Tendo Rãmãnanda Rãya caído ao solo inconsciente, Caitanya Mahã-
Caitanya Mahãprabhu. Um devoto avançado pode entender én-krsna-caitan prabhu tocou em sua mão, e ele imediatamente recuperou a consciência. Contu-
rãdhã-krsna nahe anya. Sri Caitanya Mahãprabhu, sendo uma combinação de Krsn do, ao ver o Senhor Caitanya trajado de sannyãsi, ele ficou assombrado.
e Rãdhã, não é diferente de Rãdhã-Krsna juntos. Svarüpa Dãmodara Gosvã *
explica isto (Cc. Adi 1.5): VERSO 285

rãdhã krsrm-pranaya-vikrtir hlãdini éaktir asmãd «rffaarc asfà' « r ^ c a s * •WWTS I


ekãtmãnãv api bhuvi pura deha-bhedam gatau tau estai fàal « f e s t T1 caca VWM«*w«
caitanyãkhyath prakatam adhunã tad-dvayam caikyam ãptath
rãdhã-bhãva-dyuti-suvalitarh naumi krsna-svarüpam ãlingana kari' prabhu kaila ãévãsana
tomã vinã ei-rüpa nã dekhe anya-jana
Rãdhã-Krsna é um só. Rãdhã-Krsna é Krsna e a potência de prazer de Krsna com- ãlingana kari'—abraçando-o; prabhu—o Senhor; kaila—íez; ãévãsana—
binados. Ao manifestar Sua potência de prazer, Krsna parece ser dois — Rãdhã apaziguamento; tomã vinã—a não ser tu; ei-rüpa—esta forma; nã—não; dekhe—vê;
e Krsna. Outrossim, tanto Rãdhã quanto Krçna são uma só pessoa. Pela graça anya-jana—ninguém mais.
de Sri Caitanya Mahãprabhu, devotos avançados podem perceber esta unidade.
Este foi o caso de Rãmãnanda Rãya, e tal percepção é possível para o devoto avan- TRADUÇÃO—Após abraçar Rãmãnanda Rãya, o Senhor apaziguou-o, informando-
çado. Pode-se aspirar a atingir tal posição, mas não se deve tentar imitar o o: "A não ser tu, ninguém jamais viu esta forma."
mahã-bhãgavata.
SIGNIFICADO—O Bhagavad-gitã (7.25) afirma:
VERSO 283
nãhath prakãéah sarvasya
yoga-mãyã-samãvrtah
a f à t « ati *rtça c*5» *tr?»rl <çfàr,<5 ( ^ w e j müdho 'yam nãbhijãnãti
loko mãm ajam avyayam
dekhi' rãmãnanda hailã ãnande mürcchite
dharite nã pare deha, padilã bhümite
dekhi'—vendo esta forma; rãmãnanda—Rãmãnanda Rãya; hailã— houve; ãnande— "Eu jamais Me manifesto para os tolos e não-inteligentes. Para eles, fico coberto
em êxtase; mürcchite—desmaiando; dharite—de sustentá-lo; na—não; pare—capaz; por Minha potência criativa eterna [yogamãyã]; e, assim, o mundo iludido não
deha—o corpo; padilã—caiu; bhümite— ao chão. Me conhece a Mim, que sou não-nascido e infalível."
O Senhor sempre reserva-Se o direito de não Se expor a todos. Os devotos,
TRADUÇÃO—Ao ver esta forma, Rãmãnanda Rãya quase perdeu a consciência contudo, vivem ocupados a serviço do Senhor, servindo-O com a língua ao can-
em bem-aventurança transcendental. Incapaz de permanecer de pé, caiu ao chão. tarem o mantra Hare Krsna e ao saborearem mahã-prasãda. Aos poucos, o devoto
sincero satisfaz a Suprema Personalidade de Deus, e então o Senhor Supremo
VERSO 284 revela-Se a ele. Não podemos ver o Senhor Supremo fazendo esforços pessoais.
Pelo contrário, ao ficar satisfeito com o serviço do devoto, o Senhor revela-Se a ele.
«fÇffCT f*fâ w r ^ r l CF3* i
f u t u r a caa cafà' fàpw5 c5*i a * n Jtv-8 n VERSO 286

prabhu tãhre hasta sparéi' karãilã cetana cata <5awt»fl-a5i catara citsca i
sannyãsira vesa dekhi' vismita haila mana «P3<íia <ífèai*i c r a t ^ ffstatca n «
prabhu—o Senhor; tãhre—a Rãmãnanda Rãya; hasta—a mão; sparéi'—tocando;
karãilã—íez; cetana—consciente; sannyãslra—do sannyãsl; vesa—o traje; dekhi'— mora-tattva-llla-rasa tomara gocare
vendo; vismita—assombrada; haila—ficou; mana—a mente. ataeva ei-rüpa dekhãiluh tomãre
800 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 290 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 801
Madhya-lilã, 8

mora—Meus; tattva-líla—verdade e passatempos; rasa—e doçuras; tomara—àe ti- não se pode saborear o prazer transcendental do amor conjugai de Krsna." A
gocare— dentro do conhecimento; ataeva—por isso; ei-rüpa—esta forma; dekhãilun— este respeito, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura comenta sobre a prãkrta-
mostrei; tomãre—a ti. sahajiyã-sampradãya, a qual considera que Krçna e o Senhor Caitanya possuem
corpos diferentes. Eles interpretam mal as palavras gaura ahga nahe mora mencio-
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya M a h ã p r a b h u confirmou: " T o d a s as verdades sobre nadas nesta passagem. Este verso dá-nos a entender que o Senhor Caitanya Mahã-
M e u s passatempos e doçuras são de teu conhecimento. Por isso, mostrei-te esta prabhu não é diferente de Krçna- Ambos são a mesma Suprema Personalidade
forma." de Deus. Sob a forma de Krsna, o Senhor goza de bem-aventurança espiritual
VERSO 287 e permanece o abrigo de todos os devotos, visaya-vigraha. Krsna sob Seu aspecto
de Gaurãhga experimenta a saudade de Krsna no êxtase de Srimati Rãdhãrãni.
cm «nr ÍTC* cm—aww-"»r«fa i Esta forma extática é Sri Krsna Caitanya. Sri Krçna é sempre o reservatório trans-
cendental de todo o prazer, sendo tecnicamente chamado dhíra-lalita. Rãdhãrãni
ciftc*rar^5 fãsfl cscçl «r"»TO< vwsjn n ^ n é a corporificação da energia espiritual, personificada como amor extático por
gawra fl«ga nane mora—rãdhãhga-sparéana Krçna; portanto, somente Krsna pode tocar em Srimati Rãdhãrãni- Não se vê o
gopendra-suta vinã tenho nã sparse anya-jana aspecto de dhíra-lalita em nenhuma outra forma do Senhor, nem mesmo em Viçnu
gaura—branco; ahga—corpo; nahe— não; mora—Meu; rãdhã-ahga—do corpo de ou Nãrãyana. Portanto, Srimati Rãdhãrãni é conhecida como Govinda-nandini
e Govinda-mohini, pois Ela é a única fonte de prazer transcendental para Sri
Srimati Rãdhãrãni; sparéana—o tocar; gopendra-suta—o filho de Nanda Mahãrãja;
Krçna. De fato, Ela é a única pessoa que pode encantar a mente dEle.
uma"—exceto; tenho— Srimati Rãdhãrãni; «if—não; sparse—toca; anya-jana—ninguém
mais.
VERSO 289
T R A D U Ç Ã O — " N a verdade, Meu corpo não tem matiz branco. Ele só parece tê-lo ffsfcrtl fcrfo «ítala fag «fll ntfis asa" i
porque tocou o corpo de Srimati Rãdhãrãni. Porém, Ela não toca em ninguém
mais senão o filho de Nanda Mahãrãja." g ^ t ^ C P i csfi-aw artsr laaa" 11 11
tomara thãhi ãmãra kichu gupta nãhi karma
VERSO 288 lukãile prema-bale jãna sarva-marma
<3?ta <etca vSffws asfã' <ertai-a* i tomara thãhi—perante ti; amara—Minha; kichu—nada; gupta—oculto; nãhi— não
é; karma—ação; lukãile—mesmo que Eu oculte; prema-bale—em virtude de teu amor;
«ca fiw-atf^ ana "BIWW n n jãna—ta conheces; sarva-marma—tudo minuciosamente.
farira b«ãi>e bhãvita kari' ãtma-mana
tabe nija-mãdhurya kari ãsvãdana T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u admitiu para Seu devoto
tãhra—de Srimati Rãdhãrãni; bhãve—no êxtase; bhãvita—iluminados; kari'— puro, Rãmãnanda Rãya: "Agora não resta nenhuma atividade confidencial que
fazendo; ãtma-mana—corpo e mente; tabe—por causa disto; nija-mãdhurya—Minha desconheças. Mesmo que Eu tente ocultar Minhas atividades, podes compreender
própria doçura transcendental; kari—faço; ãsvãdana—saboreando. tudo minuciosamente em virtude de teu avançado amor por M i m . "

T R A D U Ç Ã O — " A g o r a transformei Meu corpo e mente no êxtase de Srimati Rãdhã- VERSO 290
rãni; assim, estou saboreando Minha própria doçura sob esta forma."
atfa*, artjH ai a^fã-s aaaspf i
S I G N I F I C A D O — A q u i , Gaurasundara informa a Sri Rãmãnanda Rãya: "Meu queri- «itata ã f f i H B á citca» í i É É i » * s > ° »
do Rãmãnanda Rãya, na verdade, estavas vendo u m a pessoa distinta com um
corpo de tez branca. Na realidade, Eu não sou branco. Sou negro, pois sou Sri gupte rãkhiba, kãhãh nã kario prakãéa
Krsna, o filho de N a n d a Mahãrãja; mas, ao entrar em contato com Srimati ãmãra bãtula-cestã loke upahãsa
Rãdhãrãni, assumo compleição alva eternamente. Srimati Rãdhãrãni não toca no gupte—em segredo; rãkhiha—mantém; kãhãh—em parte alguma; nã— não; kario—
corpo de ninguém senão Krsna. Eu saboreio Minhas próprias características trans- faças; prakãéa—exposição; ãmãra—Minhas; bãtula-cestã— atividades como as de um
cendentais, assumindo a compleição de Srimati Rãdhãrãni. Sem Rãdhãrãni, louco; loke—entre as pessoas em geral; upahãsa—zombaria.
802 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8 Verso 294 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 803

TRADUÇÃO—Então, o Senhor pediu a Rãmãnanda Rãya: " M a n t é m todas estas VERSO 292
conversas em segredo. Por favor, n ã o as exponhas em parte alguma. Uma vez
que M i n h a s atividades se parecem com as de um louco, as pessoas poderão ififoft «paatfà a t a l a i a r . * i
encará-las de forma leviana e rir d e l a s . "
Ctt«t%9l1 <2rÇ_^a»awf1 SOT II II
VERSO 291 ei-rüpa daéa-rãtri rãmãnanda-sahge
sukhe gohãila prabhu krsna-kathã-rahge
«rífà-ia* *ÍNJ»I, «Jã-faita at«*t i ei-rüpa—dessamaneira; dasa-rãtri—dez noites; rãmãnanda sahge—com Sri
«F5<$a C5T*tT5 «rWfS 5 ^ a i « » l II 11 Rãmãnanda Rãya; sukhe—com grande felicidade; gohãila— passou; prabhu—Senhor
Sri Caitanya Mahãprabhu; krsna-kathã-rahge—em prazer transcendental conver-
ãmi—eka bãtula, tumi—dvitiya bãtula sando sobre Krsna.
ataeva tomãya ãmãya ha-i sama-tula
ãmi—Eu; eka—um; bãtula—louco; fumi—tu; dvitlya—segundo; bãtula—louco- TRADUÇÃO—Por dez noites o Senhor Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya
ataeva—portanto; tomãya—tu; ãmãya—Eu; ha-i— estamos; sama-tula—em nível de passaram horas felizes conversando sobre os passatempos de Krsna.
igualdade.
VERSO 293
TRADUÇÃO—Caitanya M a h ã p r a b h u disse então: " D e fato, sou um louco, e tu
também és um louco. Portanto, estamos ambos na mesma plataforma." f ã ^ a c s a a i - ^ r e r t a façta i
ir,aa> afà?r, « t a *1 « t f o i t f * ii *a>*> II
SIGNIFICADO—Para um h o m e m comum que não seja devoto, todas estas conver- nigüdha vrajera rasa-lllãra vicãra
sas entre Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu parecem ridículas. O aneka kahilã, tara nã pãila para
m u n d o inteiro está cheio de concepções materiais, e as pessoas são incapazes de nigüdha—muito confidenciais; vrajera—em Vrndãvana, ou Vrajabhümi; rasa-
entender estas conversas devido ao condicionamento da filosofia mundana. Aque- lllãra— passatempos de amor conjugai entre Krsna e as gopis;
dos vicãra—
les que se apegam em demasia a atividades m u n d a n a s não podem compreender consideração; aneka—variada; kahilã—falaram; tara—disto; mi—não; pãila—
as conversas extáticas entre Rãmãnanda Rãya e Caitanya Mahãprabhu. Logo, o atingiram; para—o limite.
Senhor pediu a Rãmãnanda Rãya que guardasse em segredo todas essas conversas
e n ã o as expusesse às pessoas em geral. Se alguém é realmente avançado em TRADUÇÃO—As conversas entre Rãmãnanda Rãya e ári Caitanya Mahãprabhu
consciência de Krsna, pode compreender estas conversas confidenciais; caso con- contêm os assuntos mais confidenciais, referentes ao amor conjugai entre Rãdhã
trário, elas parecerão loucuras. Por isso, Sri Caitanya Mahãprabhu informou a e Krsna em Vrndãvana [Vrajabhümil. Apesar de ambos terem conversado mui
Rãmãnanda Rãya que ambos pareciam loucos, estando, portanto, na mesma plata- extensivamente sobre esses passatempos, não puderam chegar ao fim da
forma. Confirma-se isto n o Bhagavad-gitã (2.69): conversa.

yã niéã sarva-bhütãnãm VERSO 294


tasyãm jãgarti samyaml
yasyãm jãgrati bhütãni
« m i , a>tai, « t i , c r t ü i , a s f è r e t a f t i
sã niéã paéyato muneh c a * a f à a n t i c * t * l i t a líasatfà 11 *»8 n

"O que é noite para todos os seres é hora de despertar para o autocontrolado; tãmã, kãhsã, rüpã, sonã, ratna-cintãmani
e o que é hora de despertar para todos os seres é noite para o sábio introspectivo." keha yadi kãhãh potã pãya eka-khãni
As vezes, a consciência de Krsna parece uma espécie de loucura para as pessoas tãmã— cobre; kãhsã— bronze; rüpa—prata; sonã—ouro; ratna-cintãmani—o melhor
m u n d a n a s , exatamente como, para pessoas conscientes de Krsna, as atividades de todos os metais, a pedra füosofal; Jce/ia-alguém; yadi-se; kãhãh-em alguma
de homens m u n d a n o s são consideradas u m a forma de loucura. parte; potã— soterradas; pãya—encontra; eka-khãni—num local.
804 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8 Verso 299 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 805

T R A D U Ç Ã O — N a realidade, essas conversas são como u m a grande mina da q iu a


ãra dina rãya-pãée vidãya mãgilã
pode extrair-se toda a classe de metais — cobre, bronze, prata, ouro, metais não vidãyera kãle tãhre ei ãjhã dilã
preciosos e todos os outros. Elas são como pedras filosofais soterradas num local ãra dina—no dia seguinte; rãya-pãée— perante Rãmãnanda Rãya; vidãya mãgilã—
pediu permissão para partir; vidãyera kãle—na hora da partida; tãhre—a ele; ei—
SIGNIFICADO—Srila Bhaktivinoda Thãkura faz o seguinte resumo das conversas esta; ãjhã— ordem; dilã— deu.
entre Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu. Rãmãnanda Rãya respondeu
às cinco perguntas de Sri Caitanya Mahãprabhu, feitas nos versos 57-67. A pri- T R A D U Ç Ã O — N o dia seguinte, Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a permissão de
meira resposta compara-se ao cobre, e a quinta resposta é a mais preciosa, pois Rãmãnanda Rãya para partir, e, na hora da despedida, o Senhor deu-lhe as se-
trata da devoção imaculada, a meta última da vida devocional, e üumina as quatro guintes ordens.
respostas subordinadas, que a precedem.
Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura acentua que, em Vrajabhümi, há o rio VERSO 297
Yamunã com suas margens arenosas. Existem árvores kadamba, vacas, varas com
as quais Krsna toca as vacas e há também a flauta de Krsna. Tudo isto pertence fãaa srtfàal <çf* atst t w t K » i i
à éãnta-rasa, a doçura de neutralidade em serviço devocional. Existem, também, «ttfa <ft«f asfã' « t * i VITAA «wastcei n *S>SII
os servos diretos de Krsna, chamados Citraka, Patraka e Raktaka, sendo eles as
personificações do serviço na doçura de servidão. Há, também, amigos como visaya chãdiyã tumi yãha nilãcale
Sridãmã, Sudãmã e outros, que personificam o serviço em fraternidade. Nanda ãmi tirtha kari' tãhhã ãsiba alpa-kãle
Mahãrãja e mãe Yaáodã são as personificações do amor paternal. Acima de todos visaya—ocupação material; chãdiyã— abandonando; fumi—tu; yãha—vai; nüãcale—
esses, estão Srimati Rãdhãrãni e Suas assistentes, as gopis Lalitã, Viáãkhã e outras. a Jagannãtha Puri; ãmi—Eu; tirtha kari'—terminando Minhas viagens e peregri-
Dessa maneira, todas as cinco doçuras — éãnta, dãsya, sakhya, vãtsalya e mãdhurya — nações; tãhhã—lá; ãsiba—voltarei; alpa-kãle—muito em breve.
existem eternamente. Também comparam-se-as a metais como: cobre, bronze,
prata, ouro e pedra filosofal. Portanto, Srila Kavirãja Gosvãmi refere-se a uma T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu disse-lhe: " A b a n d o n a todas as ocupa-
mina de metais eternamente existente em Vrndãvana, Vrajabhümi. ções materiais e vem para Jagannãtha Puri. Eu voltarei lá muito em breve, após
terminar Minhas viagens e peregrinações."
VERSO 295
apca §fcfes CAS a<a *TPÍI i VERSO 298

«t£*feSRl «ÍÇ-ataata II *2>(? II sfèwtH f t r f s O T a f t a («arcw i


krame uthãite seha uttama vastu pãya ^r,«t c«rt«t*ía astu ?aia*ri-aw 11 ti
aiche praénottara kaila prabhu-rãmarãya
krame—aos poucos; uthãite—para elevar; seria—tal pessoa; uttama—melhor; dui-jane nilãcale rahiba eka-sahge
vastu—metal; pãya—obtém; aiche—assim também; praéna-uttara—as perguntas e sukhe gohãiba kãla krsna-kathã-rahge
respostas; kaila—fizeram; prabhu—-Sri Caitanya Mahãprabhu; rãma-rãya—e dui-jane—nós dois; nilãcale—em Jagannãtha Puri; rahiba—permaneceremos; eka-
Rãmãnanda Rãya. sahge—juntos; sukhe—alegremente; gohãiba—passaremos; kãla—tempo; krsna-kathã-
rahge—no prazer de discutir temas sobre Krsna.
T R A D U Ç Ã O — T a n t o Sri Caitanya Mahãprabhu quanto Rãmãnanda Rãya trabalha-
ram como mineiros, escavando toda classe de metais preciosos, cada um melhor T R A D U Ç Ã O — " N ó s dois permaneceremos juntos em Jagannãtha Puri, onde pas-
que o outro. Suas perguntas e respostas são exatamente assim. saremos nossos momentos alegremente, conversando sobre K r s n a . "

VERSO 296 VERSO 299


«rta faa aTa-*iTt*t f%ta A\?m\ i is<5 afa' aiatiCT a>fà' «rifa** i
fàwtcaa ?PtOT <sita <ífè «lan fôsri n *2>* 11 trca aca trè-fon a-fài m* 11 11
806 Verso 304 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 807
ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8

eta bali' rãmãnande kari' ãlingana T R A D U Ç Ã O — O s residentes de Vidyãnagara tinham diferentes crenças, mas, após
tãnre ghare pãthãiyã karilã sayana verem Sri Caitanya Mahãprabhu, todos abandonaram suas crenças pessoais e
eta bali'—dizendo isto; rãmãnande—a Sri Rãmãnanda Rãya; kari'—fazendo- tornaram-se Vaiçnavas.
ãlingana—abraço; tãhre—a ele; ghare—a sua casa; pãthãiyã— enviando; karilã—tez- VERSO 302
sayana—deitando-Se.
artatsw cm\ « r ç a taac? f à ç w i
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu abraçou Sri Rãmãnanda Rãya, e e t « a «rrfc» a c s f a a a ç t f ç a l a a * i n n
após enviá-lo de volta à sua casa, o Senhor descansou.
rãmãnanda hailã prabhura virahe vihvala
VERSO 300 prabhura dhyãne rahe visaya chãdiyã sakala
rãmãnanda—Srua Rãmãnanda Rãya; hailã— ficou; prabhura—do Senhor Sri
arf<5sa*tc«n fcfS* « i ^ cafa' ç s a f i i Caitanya Mahãprabhu; virahe—com saudades; vihvala—aturdido; prabhura
4\u spwpg *fãrc«i «nrw 11 11 dhyãne—em meditação em Sri Caitanya Mahãprabhu; rahe—permanece; visaya—
prãtah-kãle uthi' prabhu dekhi' hanumãn ocupações mundanas; chãdiyã— abandonando; sakala—todas.
tãhre namaskari' prabhu daksine karilã prayãna
prãtah-kãle—de manhã; uthi'—levantando-Se; prabhu—Senhor Sri Caitanya TRADUÇÃO—Ao começar a sentir saudades d e Sri Caitanya Mahãprabhu,
Mahãprabhu; dekhi'—visitando; hanumãn—Hanumãn, a deidade da aldeia; tãhre—a Rãmãnanda Rãya ficou aturdido. Meditando no Senhor, ele abandonou todas
ele; namaskari'—prestando reverências; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; as suas ocupações materiais.
daksine—para o sul; karilã—íez; prayãna—partida.
VERSO 303
T R A D U Ç Ã O — N a manhã seguinte, após despertar, Sri Caitanya Mahãprabhu visi-
tou o templo local, onde havia u m a deidade de H a n u m ã n . Após prestar-lhe re- JRPKI a * ^ atatsic^a f a * ! * i
verências, o Senhor partiu para o sul da índia. f à ^ t f à ' a f i f o s srfca i ç a g - a w * .11«°«11

S I G N I F I C A D O — E m quase todas as cidades e povoados da índia, existem templos


sahksepe kahilun rãmãnandera milana
de Hanumãnji, o servo eterno do Senhor Rãmacandra. Inclusive, há um templo vistãri' varnite nãre sahasra-vadana
de H a n u m ã n próximo ao templo de Govindaji em Vrndãvana. Outrora, este sahksepe—resumidamente; kahilun—acabo de descrever; rãmãnandera milana—
templo ficava em frente do templo de Gopãlaji, porém, aquela Deidade de Gopãlaji encontro com Srila Rãmãnanda Rãya; vistãri'—expandindo; varnite—de descre-
acabou ficando como Sãksi-gopãla em Orissa. Sendo o servo eterno do Senhor ver; nãre—incapaz; sahasra-vadana—o Senhor Seça Nãga, que tem milhares de
Rãmacandra, Hanumãnji tem sido adorado por muitas centenas e milhares de capelos.
anos. Nesta passagem, até o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu dá o exemplo,
T R A D U Ç Ã O — A c a b o de descrever resumidamente o encontro entre Sri Caitanya
mostrando como se deve prestar respeitos a Hanumãnji.
Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya. Na realidade, ninguém é capaz de descrever
cabalmente este encontro. Isto é imposível até mesmo para o Senhor Seça Nãga,
VERSO 301
4
que tem milhares de capelos.
fàwt»tca' srfHl-irs çerpf caca a s i
«fÇ^aHc* 'caa»a' cm srrfV fswws««ao n VERSO 304
'vidyãpüre' nãnã-mata loka vaise yata 3T$c* c s s s r s t â a — a s i s a ^ 1
prabhu-daréane 'vaisnava' haila chãdi' nija-mata
vidyãpüre—na cidade de Vidyãnagara; nãnã-mata—diversas opiniões; loka— y t a t ^ - t f à a « t e * «r® « I g a 11 *>°811
pessoas; raise—residem; yata—todas; prabhu-daréane—vendo Sri Caitanya Mahã-
prabhu; vaisnava—devotos do Senhor Viçnu; kaila—tornaram-se; chãdi'— sahaje caitanya-caritra—ghana-dugdha-püra
abandonando; nija-mata—opiniões pessoais. rãmânanda-caritra tãhe khanda pracura
808 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 309 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 809
Madhya-lilà, 8

sohaje—de um modo geral; caitanya-caritra—as atividades de Sri Caitanya Mahã- 'rasa-tattva-jhãna' haya ihãra éravane
prabhu; ghana-dugdha-püra—como leite condensado; rãmãnanda-caritra—a história 'prema-bhakti' haya rãdhã-krsnera carane
de Rãmãnanda Rãya; tãhe— nesta; khanda—açúcar-cande; pracura—uma grande rasa-tattva-jhãna—conhecimento transcendental das doçuras de amor conjugai
quantidade. entre Rãdhã e Krgna; haya—é; ihãra—disto; éravane—ouvindo; prema-bhakti—amor
puro por Deus; haya—torna-se possível; rãdhã-krsnera carane—aos pés de lótus de
T R A D U Ç Ã O — A s atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu são como leite condensa- Rãdhã e Krsna.
do, e as atividades de Rãmãnanda Rãya são como grande quantidade de açúcar-
cande. T R A D U Ç Ã O — A q u e l e que ouve as conversas entre Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya
Mahãprabhu desperta para o conhecimento transcendental das doçuras dos pas-
satempos de Rãdhã e Krsna. Assim, pode desenvolver amor imaculado pelos
VERSO 305
pés de lótus de Rãdhã e Krsna.
aNI»Wl»tl—«tC« a ^ - t a q * I
VERSO 308
« f t M f % @ & c*& ^ca vfrrm n •©.* o
C5«c«a ^ « ^ «tíà ^51 csus i
rãdhã-krstia-lilã—rafe karpüra-milana
bhãgyavãn yei, sei kare ãsvãdana fà*t*t a*fa' « * s «# ai asfàç fros n 11
rãdhã-krsna-liíã—os passatempos de Sri Rãdhã e Krsna; tãfe—nesta composição;
karpüra—a cânfora; milana—mistura; bhãgyavãn—afortunado; yei—aquele que; sei— caitanyera güdha-tattva jãni ihã haite
tal pessoa; kare—faz; ãsvãdana—experimentando. viévãsa kari' éuna, tarka nã kariha citte
caitanyera—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; güdha-tattva—a verdade confi-
TRADUÇÃO—O encontro deles é exatamente como uma mistura d e leite condensa- dencial; jãni—podemos aprender; ihã haite—com estas conversas; viévãsa kari'—
do com açúcar-cande. Ao conversarem eles sobre os passatempos de Rãdhã e tendo firme fé; éuna—ouvi; tarka—argumentação; nã—não; kariha—fazei; ciífe—
Kn>na, foi como se juntasse cânfora à mistura. Caso alguém experimente esta dentro do coração.
preparação com todos os seus ingredientes, ele é m u i t o afortunado.
TRADUÇÃO—O autor solicita a todos os leitores que ouçam estas conversas com
fé e sem argumentação. Estudando-as desta maneira, todos serão capazes de com-
VERSO 306
preender a verdade confidencial sobre Sri Caitanya Mahãprabhu.
ca ^51 <fl*ata f*rca a*farca i
« t a a c e i t e s ^çi çtf«c« «n t(ca n n VERSO 309
ye ihã eka-bãra piye karna-dvâre «icitfà«* #ten <ífè f a a f*t? •
tara karna lobhe ihã chãdite nã pare
ye—qualquer pessoa; ihã—esta; eka-bãra—uma vez que; piye—beba; karna-dvãre—
ra-arca ffèca, «caí n ^°s> 11
através da recepção auricular; fará—seus; karna—ouvidos; lobhe—de cobiça; ihã—
alaukika lilã ei parama nigüdha
esta; chãdite—de abandonar; na—não; pare—são capazes.
viévãse pãiye, tarke haya bahu-düra
alaukika-incomuns; Zf/ã—passatempos; e i - e s t a ; parama—muito; nigüdha-
TRADUÇÃO—Esta preparação maravilhosa deve ser tomada auricularmente. Quem
confidencial; viévãse—com fé; pãiye—podemos obter; farke—com argumentação;
dela prova ambiciona saboreá-la ainda mais.
haya—fica; bahu-düra—muito distante.
VERSO 307
T R A D U Ç Ã O — E s t a parte dos passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu é muito
'aTst-ast*' sa ! s í < <3ac«l i confidencial. Para obtermos benefícios rapidamente, basta termos fé; caso con-
'c<2ra«fV ça a t a t ^ a » a saca 11 « ° i n trário, ao argumentarmos, ficaremos sempre muito distantes.
810 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8 Verso 3 1 2 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 8 1 1

VERSO 3 1 0 sevonmukhe hi jihvãdau


svayam eva sphuraty adah

ífçt? ia%, «tc? fàfw «á^ «w ii n Não se pode compreender o santo nome do Senhor, Seus passatempos, forma,
qualidades e séquito com os embotados sentidos materiais. Contudo, quando os
ért-caitanya-nityãnanda-advaita-carana sentidos se purificam pelo constante serviço prestado, a verdade espiritual dos
yãhhãra sarvasva, tãhre mile ei dhana passatempos de Rãdhã e Krsna revela-se. Como se confirma no Mundaka Upanisad:
éri-caitanya—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; nityãnanda—do Senhor Nityã- yam evaisa vrnute tena labhyas. Só alguém que é favorecido pela Suprema Personali-
nanda; advaita-carana—e os pés de lótus de Sri Advaita Prabhu; yãhhãra sarvasva— dade de Deus pode compreender as características transcendentais de Sri Caitanya
tudo de quem; tãhre—a ele; mile—encontra; ei—este; dhana—tesouro. Mahãprabhu.

TRADUÇÃO—Aquele que aceitou os pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu VERSO 3 1 1


de Nityãnanda Prabhu e de Advaita Prabhu como tudo pode conseguir este
tesouro transcendental. f N t s w atra <?rra *wm i
^Ht i p t fosi <SÍÇ *c>ra f ^ t a II *>> II
SIGNIFICADO—Sri Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura diz que Krsna está ao al-
cance dos fiéis, mas, para aqueles que estão acostumados a argumentar, Krsna rãmãnanda rãye mora kofí namaskãra
está bem distante. De forma semelhante, u m a pessoa de firme fé pode compre- yãhra mukhe kaila prabhu rasera vistãra
ender estas conversas entre Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu. Aqueles rãmãnanda rãye—a Sri Rãmãnanda Rãya; mora—minhas; koti— dez milhões;
que não pertencem à sucessão discipular, os asauta-panthis, não conseguem ter namaskãra—reverências; yãhra mukhe—em cuja boca; kaila—íez; prabhu—Sri
fé nestas conversas. Eles vivem duvidando, mergulhados em invenções mentais. Caitanya Mahãprabhu; rasera vistãra—a expansão de doçuras transcendentais.
Tais pessoas caprichosas não p o d e m entender estas conversas. Os assuntos trans-
cendentais permanecem bem distantes daqueles que se dedicam à argumentação
m u n d a n a . A este respeito, os mantras védicos no Kafha Upanisad (1.2.9) afirmam: TRADUÇÃO—Presto dez milhões de reverências aos pés de lótus de Sri Rãmã-
naisã tarkena matir ãpaneyã proktãnyenaiva sujhãnãya presfha. Segundo o Mundaka nanda Rãya, pois, de sua boca, Sri Caitanya Mahãprabhu expandiu muita infor-
Upanisad (3.2.3), nãyam ãtmãpravacanena lábhyo na medhayã na bahunãérutena Iyam mação espiritual.
evaisa vrnute tena labhyas tasyaisa ãtmã vivmute tanürh svãm. E, de acordo com o
Brahma-sütra (2.1.11), tarkãpratisfhãnãt.
Todos os textos védicos declaram que não se pode compreender assuntos trans- VERSO 312
cendentais simplesmente pela argumentação ou pela lógica. Os mestres espiri-
tuais estão muito acima do conhecimento experimental. Se alguém mostrar
interesse pelos transcendentais romances amorosos de Krsna, só poderá amtw-f3M*-#t=Ti *$fm « j s i c a II II ,
compreendê-los pela misericórdia de Krsna. Ao tentar entender estes assuntos
transcendentais valendo-se unicamente de sua massa cinzenta material, sua tenta- dõmodarasvarüpera kadacã-anusãre
tiva será fracassada. Não importa que alguém seja um prãkrtasahajiyã, um oportu- rãmãnanda-milana-lílã karilã pracãre
nista mundano ou um erudito; seu esforço em compreender estes assuntos através dãmodara-svarüpera—àe Svarüpa Dãmodara Gosvãmi; kadacã—com as anotações;
de métodos m u n d a n o s será finalmente frustrado. Portanto, é preciso deixar de anusãre—áe acordo; rãmãnanda-milana-lüã—os passatempos do encontro com Rãmã-
lado todas as tentativas m u n d a n a s e procurar tornar-se devoto puro do Senhor nanda; karilã—tenho feito; pracãre— distribuição.
Visnu. A verdade sobre estas conversas será revelada ao devoto se este seguir
os princípios regulativos. O Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.2.109) confirma isto:
TRADUÇÃO—Tenho procurado pregar sobre os passatempos do encontro do
atah éri-krsna-nãmãdi Senhor Sri Caitanya M a h ã p r a b h u com Rãmãnanda Rãya, segundo as anotações
na bhaved grãhyam indriyaih de Sri Svarüpa Dãmodara.

\
812 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8 Verso 313 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 813

SIGNIFICADO—Ao final de cada capítulo, o autor admite o valor da sucessão dis- TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
cipular. Ele jamais afirma ter escrito esta literatura transcendental por efeito de sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
trabalho de pesquisa. Ele só faz admitir sua dívida para com as anotações feitas guindo seus passos.
por Svarüpa Dãmodara, Raghunãtha dãsa Gosvãmi e outras pessoas autoriza-
das. Este é o método de descrever textos transcendentais, os quais não se desti-
n a m jamais aos ditos acadêmicos e pesquisadores. O processo é mahãjano yena Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
gatah sa panthãh: é preciso seguir estritamente as grandes personalidades e ãcãryas Madhya-lilã, Oitavo Capitulo, descrevendo as conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu
Ãcãryavãn puruso veda: quem obtém o favor do acãrya sabe de tudo. Esta afirmação e Rãmãnanda Rãya.
feita por Kavirãja Gosvãmi é muito valiosa para todos os devotos puros. Às vezes
os prãkrta-sahajiyãs afirmam ter ouvido a verdade de seus gurus. No entanto, não
se pode obter conhecimento transcendental'pelo simples fato de ouvir de um guru
que não seja fidedigno. O guru tem que ser fidedigno, e precisa ter ouvido de
seu guru fidedigno. Somente então aceitar-se-á sua mensagem como fidedigna.
O Bhagavad-gitã (4.1) confirma isto:

ári bhagavãn uvãca


imarh vivasvate yogarh
proktavãn aham avyayam
vivasvãn manave prãha
manur iksvãkave 'bravlt

"O bem-aventurado Senhor disse: Ensinei esta imperecível ciência da yoga ao


deus do Sol, Vivasvãn, e Vivasvãn a ensinou a Manu, o pai da humanidade, e
Manu, por sua vez, a ensinou a Iksvãku."
Dessa maneira, a mensagem é transmitida na sucessão discipular espiritual e
fidedigna, de mestre espiritual fidedigno a estudante fidedigno. Portanto, como
de costume, Srila Kavirãja Gosvãmi conclui este capítulo, reafirmando sua fé aos
pés de lótus dos seis Gosvãmis. Deste modo, ele é capaz de apresentar esta litera-
tura transcendental, o Caitanya-caritãmrta.

VERSO 313
âaff-aa^ata-*tw ata «rpt i
crosisfipsrfs a r a ?a»fta 11 11

éri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa


caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
éri-rüpa—Srila Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi;
pade—aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro cha-
mado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsna-ddsa—Srila Krsnadãsa Kavirãja
Gosvãmi.
APÊNDICE
O Autor
Sua Divina Graça
A. C. Bhaktivendanta Swami Prabhupãda

Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupãda apareceu neste


mundo no ano de 1896 em Calcutá, índia. Ele encontrou-se pela primeira vez
com seu mestre espiritual, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Gosvãmi, em Calcu-
tá, no ano de 1922. Bhaktisiddhãnta Sarasvati, um destacado erudito devocional
e fundador de sessenta e quatro Gaudiya Mathas (institutos védicos), gostou desse
jovem educado e convenceu-o a dedicar sua vida a ensinar o conhecimento védi-
co. Srila Prabhupãda tornou-se seu discípulo e, onze anos mais tarde, recebeu
iniciação em caráter formal.
Ao encontrarem-se pela primeira vez, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasva-
ti Thãkura pediu que Srila Prabhupãda difundisse o conhecimento védico em lín-
gua inglesa. Nos anos que seguiram, Srila Prabhupãda escreveu um comentário
sobre o Bhagavad-gitã, ajudou o trabalho da Gaudiya Matha e, em 1944, deu iní-
cio a uma revista quinzenal em inglês, chamada De Volta ao Supremo, que atual-
mente continua sendo publicada pelos seus discípulos no Ocidente em mais de
trinta idiomas.
Reconhecendo a erudição filosófica e a devoção de Srila Prabhupãda, a Socie-
dade Gaudiya Vaisnava honrou-o, em 1947, com o título "Bhaktivedanta". Em
1950, aos cinqüenta e quatro anos de idade, Srila Prabhupãda retirou-se da vida
de casado, adotando a ordem de vida retirada (vãnaprastha), a fim de dedicar mais
tempo a seus estudos e escritos. Srila Prabhupãda viajou para a cidade santa de
Vrndãvana, onde viveu de maneira muito humilde no histórico templo medieval
de Rãdhã-Dãmodara, dedicando-se aí, durante vários anos, a estudar profunda-
mente e a escrever. Aceitou a ordem de vida renunciada (sannyãsa) em 1959. Em
Rãdhã-Dãmodara, Srila Prabhupãda começou a preparar o principal trabalho de
sua vida: uma tradução em muitos volumes, com comentários, dos dezoito mil
versos do Srimad-Bhãgavatam (Bhãgavata-Purãrta). Escreveu, também, Fácil viagem
a outros planetas.
Após publicar três volumes do Bhãgavatam, Srila Prabhupãda foi para os Estados
Unidos em 1965, a fim de cumprir a missão de seu mestre espiritual. Subseqüente-
mente, escreveu mais de sessenta volumes de traduções, comentários e estudos
sumários autorizados sobre os clássicos filosófico-religiosos da índia.
Em 1965, ao chegar pela primeira vez à cidade de Nova Iorque n u m cargueiro,
Srila Prabhupãda não tinha praticamente um centavo. Foi só depois de quase um
ano de muita dificuldade que ele fundou a Sociedade Internacional para a Cons-
ciência de Krishna em julho de 1966. Antes de deixar este mundo mortal no dia 14 de
O Autor
Referências
818
Os significados do Sri Caitanya-caritãmrta são todos confirmados por autoridades védicas
novembro de 1977, orientou á Sociedade e viu-a desenvolver-se numa confede-
de peso. As seguintes escrituras autênticas são especificamente citadas neste volume:
ração mundial com mais de cem ãéramas, escolas, templos, institutos e comuni-
dades rurais.
Em 1968, Srila Prabhupãda criou a comunidade espiritual de Nova Vrndãvana A~di-Purãna, 776.
na Virgínia Ocidental e, em 1972, ele introduziu no Ocidente o sistema de educa- Aitareya Upanisad, 497
ção védico, gurukula.
Amrta-pravãha-bhãsya (Bhaktivinoda Thãkura), 273, 429, 497, 571, 593, 610, 635,
Srila Prabhupãda inspirou também a construção, na índia, de vários majestosos 663, 671, 756.
centros culturais internacionais. No centro de Sridhãma Mãyãpur na Bengala Oci- Anubhâsya (Bhaktisiddhãnta Sarasvati), 25-26, 42, 489, 668, 670.
dental, planeja-se a construção de uma cidade espiritual, um projeto ambicioso Bhagavad-gítd 14, 75, 83, 190, 250-1, 256, 301, 303, 310-311, 312, 315, 329, 331, 377,
cuja consecução vai se estender pela próxima década. Em Vrndãvana, índia, 492-493, 402, 423, 464, 469, 470, 489, 490, 491, 496, 499, 502, 504, 509, 510, 511,
encontra-se o magnífico templo de Krsna-Balarãma e a Casa Internacional de Hós- 516, 517, 520, 544, 548, 550, 555, 562, 593-594, 595-596, 622, 650, 655, 661, 662,
pedes. Há também um importante centro cultural e educacional em Bombaim. 665, 667, 669, 688, 689, 691, 714, 715-716, 717, 719, 750, 766, 785, 793, 799, 802, 812.
Há planos para se estabelecerem outros centros em uma dúzia de outros locais
importantes do subcontinente indiano.
No entanto, a contribuição mais significativa de Srila Prabhupãda são seus livros. Bhakti-rasãmrta-sindhu (Rüpa Gosvãmi), 47, 87, 134, 148, 164-165, 166, 170, 236,
Muito respeitados pela comunidade acadêmica, dada a sua autoridade, profundi- 248, 301, 358, 435, 672, 681-682, 684, 717-718, 720-721, 741, 742, 759, 795, 810-811.
dade e clareza, esses livros são utilizados regularmente em numerosos cursos uni-
versitários. Os escritos de Srila Prabhupãda foram traduzidos para mais de trinta
idiomas. Estabelecida em 1972 exclusivamente para publicar as obras de Sua Divina
Bhakti-ratnâkara (Narahari Cakravarti), 15, 86.
Graça, a Bhaktivedanta Book Trust tornou-se, assim, a maior editora mundial
de livros no campo da religião e da filosofia indianas.
Em apenas doze anos, apesar de sua idade avançada, Srila Prabhupãda viajou
Bhavisya Purãna, 558.
pelo m u n d o quatorze vezes, dando conferências sobre a consciência de Krsna
em seis continentes. Apesar de suas constantes viagens, Srila Prabhupãda sempre
escrevia prolificamente, e suas obras constituem verdadeira biblioteca de filosofia,
religião, literatura e cultura védicas. Brahmãnda Purãna, 558.

Brahma-sariihitã, 332, 463, 466, 496, 516, 562, 711-712, 714-715, 716, 730, 793.

Brahma-vaivarta Purãtia, 492.

Brhad-bhãgavatãmrta (Sanãtana Gosvãmi), 778.

Brhad-vãmana Purãna, 776.

Brhad-visnu Purãna, 226.

Brhan-nãradlya Purãna- 492, 562, 774.


819
820 Sri Caitanya-caritãmrta Referências

Caitanya-bhãgavata (Vrndãvana dãsa Thãkura), 275, 276, 417, 418. Kürma Purãna, 58.

Caitanya-candrãmrta (Prabodhãnanda Sarasvati), 584, 776. Laghu-bhãgavatãmrta (Rüpa Gosvãmi), 474, 694-695.

Caitanya-candrodaya-nãtaka (Kavi-karnapura), 495, 553-554. Lalita-mãdhava-nãtaka 43, 724.

Caitanya-candrodaya-nãtaka (Prabhodhãnanda Sarasvati), 198-199. Mahãbhãrata, 473-474, 477, 554.

Caitanya-caritãmrta (Krsnadãsa Kavirãja), 331-332, 474. Manah-siksã (Raghunãtha dãsa Gosvãmi), 667.

Caitanya-mangala (Vrndãvana dãsa Thãkura), 5, 6, 270. Mundaka Upanisad, 810.

Chãndogya Upanisad, 498. Nãmãstaka (Rüpa Gosvãmi), 519.

Garuda Purãna 774, 775. Nãrãyana-vyüha-stava, 775-776.

Gita-govinda (Jayadeva Gosvãmi), 173, 698, 721-722. Padma Purãna, 96-97, 465-466, 499, 522, 540, 650, 660, 694-695, 707, 749-750.

Govinda-lilãmrta (Krsnadãsa Kavirãja), 739, 754, 757. Padyãvall (Rüpa Gosvãmi), 32, 39-40.

Hari-bhakti-vilãsa (Sanãtana Gosvãmi), 294, 706. Prapannãmrta, 615.

Itihãsa-samuccaya, 774. Prãrthanã (Narottama dãsa Gosvãmi), 652.

Jagannãtha-vallabha-nãtaka (Rãmãnanda Rãya), 136-137, 149. Premãmbhoja-maranda (Raghunãtha dãsa Gosvãmi), 731-732.
-

Katha Upanisad, 467, 810. Purãnas 695.

Krsna-karnãmrta (Bilvamangala Thãkura), 161, 163, 166. Sapta-sati, 690.


Sri Caitanya-caritãmrta

Saranãgati (Bhaktivinoda Thãkura), 598.


Glossário

Sarva-saríivãdini (Jiva Gosvãmi), 490.


A

Siksãstaka (Caitanya Mahãprabhu), 351. Abhiseka—cerimônia de banho da Deidade.


Acãrya—mestre espiritual que ensina pelo exemplo.
Acintya-bhedábheda-tattva—doutrina da " u n i d a d e e diferença simultânea", do
Skanda Purãna, 417. Senhor Caitanya.
Acyuta—o infalível Senhor.
Adhama—o mais baixo entre os homens.
Srimad-Bhãgavatam, 14, 30, 41-42, 86, 92,144-145,189-190, 216, 255, 264, 306, 312
Adhikãri—alguém que conhece a ciência de Krsna e se ocupa em Seu serviço.
326, 329, 332, 351, 372, 375, 392, 429, 460, 465, 472, 475, 476, 479, 493, 497,' 501, Adhira—êxtase impaciente de amor por Krçna.
544, 547, 549, 555, 558, 562, 563, 564, 622, 628, 667, 675, 676-677, 678, 679, 680^ Ãdi-lilã—os primeiros vinte e quatro anos dos passatempos do Senhor Caitanya.
682, 686, 691-692, 693, 707, 719-720, 722-723, 760, 763, 764, 768, 773, 775, 7 7 7 , Advaita—sem diferenciação.
779, 780, 781, 784, 785, 789, 794. Ahahghrahopãsanã—a adoração que o Mãyãvãdi faz a seu próprio corpo como
sendo o Supremo.
Ajita—nome do Senhor Supremo, que significa aquele que é inconquistável.
Stava-mãlã, 584. Akhila-rasãmrta-murti—forma transcendental que atrai todas as espécies de
devotos.
Stotra-ratna (Yamunâcãrya), 94, 95-96, 675. Amrta—néctar.
Amrtatva—vida eterna.
Suéloka-éataka (Sãrvabhauma Bhattãcãrya), 533. Anna—grãos alimentícios.
Antya-lilã—os últimos dezoito anos dos passatempos do Senhor Caitanya.
Svetãévatara Upanisad, 494, 497, 502, 503, 788. Anubhava—sintomas corpóreos manifestados por um devoto em amor extático
por Krsna.
Taittiriya Upanisad, 496, 497, 517.
Aparãdha—ofensa.
Tattva-sandarbha (Jiva Gosvãmi), 490. Apavitra-anna—alimento inaceitável por Vaisnavas.
Aprãkrta—o m u n d o espiritual ou antimaterial.
Arcã-mürti—forma do Senhor feita de elementos materiais.
Ujjvala-nilamani (Rüpa Gosvãmi), 166, 699-700, 729, 747-748.
Arcana—adoração à Deidade.
Upadeéãmrta (Rüpa Gosvãmi), 190-191. Arcã-vigraha—Vide: Arcã-mürti.
Artha—desenvolvimento econômico.
Uttara-rdma-racita, 602. Ãsramas— as ordens espirituais de vida.
Ãsraya—adorador.
• Vedãnta-sütra, 496, 499-500, 515-516. Ãsutoça—nome do Senhor Siva que significa aquele que se satisfaz mui facilmente
q u a n d o alguém o adora.
Vedãrtha-sahgraha, 661.
Ãtma-nivedana—o processo de sacrificar tudo para o Senhor.
Ãtmãrãmas—aqueles que são auto-satisfeitos.
Vidagdha-mádhava (Rüpa Gosvãmi), 158.
Avadhüta—aquele que está acima de todas as regras e regulações.
Vilãpa-Kusumãhjali, 125-126. Avaiçnava—aquele que não é Vaiçnava.
Avatãra—encarnação do Senhor que desce do m u n d o espiritual.
Visnu Purãna,,503, 505-506, 663, 726, 727. Avidyã-áakti—energia material, ou ignorância.

823
824 ári Caitanya-caritãmrta Glossário 825

B Díksã-guru—mestre espiritual que inicia de acordo com as regulações dos ádstras.


Dipta—fase manifestada pelo devoto na qual se apresentam quatro ou cinco sin-
tomas de êxtase.
Bahirmukha jana—pessoa influenciada pela energia externa.
Dugdha—leite.
Bhagavãn—Krsna, que é pleno de seis opulências.
Bhakti—amor a Deus; serviço puro aos sentidos do Senhor através dos próprios Durgã-éakti—a energia material.
sentidos da pessoa. Duskrti—canalha.
Bhakti-rasa—doçura proveniente do serviço devocional. Dvija-bandhus—filhos indignos dos duas vezes nascidos.
Bhakti-sakti—a potência espiritual, essência da potência de prazer e da potência
de eternidade. G
Bhakti-yoga—serviço devocional ao Senhor.
Bhajanãnandl—Vaiçnava que não está interessado em trabalho de pregação. Gauda-mandala-bhümi—os lugares na Bengala onde o Senhor Caitanya esteve.
Bhãva—manifestação de sintomas extáticos no corpo do devoto. Gaura—de tez clara
Bhaya—temor. Gâyatri—o que nos libera dos envolvimentos materiais.
Bhinna-rüpa-sandhi—reunião de êxtases contraditórios. Ghrta—ghi.
Brahma-bhüta—o estado no qual a pessoa está livre das contaminações materiais. Gopis—donzelas transcendentais de Vrajabhümi.
Brahma-jnãni—impersonalista erudito. GoçÜiyãnandi—Vaisnava que está interessado em difundir a consciência de Krsna.
Brahmajyoti—brilho impessoal que emana do corpo de Krçna. Govardhana-dhãri—Krsna, o soerguedor da Colina de Govardhana.
Brahman—aspecto impessoal, onipenetrante, de Krsna Grhamedhi—chefe de família invejoso que vive apenas para o gozo dos sentidos.
Brahmánanda—bem-aventurança proveniente de se compreender o Brahman Grhastha—chefe de família consciente de Deus.
impessoal. Gunãtita—Vide: Nirguna.
Brãhmanas—classe de homens inteligentes. Guru—mestre espiritual.
Brahmanya-deva—o Supremo Senhor da cultura bramínica. Guru-püjã—adoração ao mestre espiritual

C H
Caitanya—força espiritual. Hari-kirtana—Vide: Sankirtana.
Caitya-guru—o mestre espiritual interno. Hlãdini—a potência de prazer de Krsna.
Candãlas—comedores de cachorro. Hlãdini éakti—a porção de bem-aventurança da potência espiritual do Senhor.
Channa-avatãra—encarnação disfarçada. Hrsikesa—nome de Krçna que significa, aquele que é o senhor de todos os
sentidos.
D
I
Dadhi—iogurte.
Dana—caridade. Indra—o rei dos planetas celestiais.
Danda-bhahga-lilã—o passatempo de o Senhor Nityãnanda quebrar o bastão do
Senhor Caitanya.
Dandavat—cair como uma vara perante o superior. J
Dãsya-rasa—relação de servo amoroso de Krçna.
Dharma—capacidade de prestar serviço, a qual é a capacidade essencial do ser Jãdya—sintoma extático de perda de memória.
vivo. Jlva-bhüta—a força viva dentro da matéria.
Dhlra—êxtase de amor sóbrio por Krçna. Jhãna—conhecimento.
Dhümãyitã—fase manifestada pelo devoto na qual se apresentam apenas uma Jhãna-kãnda—divisão dos Vedas que lida com especulação empírica em busca
ou duas transformações, sendo possível ocultá-las. " verdade.
Díkçá—iniciação espiritual. Jhãni—aquele que se ocupa em cultivo de conhecimento.
826 ári Caitanya-caritãmrta Glossário 827

Jvalitã—fase manifestada pelo devoto na qual se apresentam mais de duas Krsna Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare.
três transformações transcendentais, sendo possível ocultá-las a muito eus Mahã-mahã-prasáda—restos do alimento deixados por um Vaisnava puro.
Mahãmãyã—a superintendente do m u n d o material.
Mahã-pandita—pessoa muito erudita.
K Mahã-prasãda—restos do alimento oferecido no prato da Deidade.
Mahã-snãna—grande banheira com ghi e água usada para banhar a Deidade.
Kacchapi-vinã—o instrumento de cordas de Rãdhãrãni. Mahã-vãkya—vibração sonora transcendental.
Kali-yuga—era de desavença na qual estamos vivendo. Mãlá—canto com contas.
Kãma—luxúria. Mamata—sentimento de unidade entre o servidor e o servido em serviço
Karma—ação executada de acordo com as regulações das escrituras. devocional.
Karma-kãnda—divisão dos Vedas que lidam com as atividades fruitivas e suas Mantra—vibração sonora que libera a mente.
reações. Mãtsarya—inveja.
Karma-tyãga—renúncia à vida familiar para adotar a consciência de Krsna. Matsya—encarnação do Senhor sob a forma de peixe.
Karrnis—trabalhadores fruitivos cuja única meta é o gozo dos sentidos. Mleccha—comedor de carne.
Kirtana—o processo devocional de cantar. Mãyã—ilusão.
Krodha—ira. Mayãdhisa—o Senhor de todas as energias.
Krsna-kathã—conversas sobre Krsna. Mãyãvãdis—impersonalistas ou niilistas que crêem que, em última análise, Deus
Krsna-viraha—sentimento espiritual de saudade de Krsna. é sem forma e sem personalidade.
Krsne matir astu—saudação entre os sannyãsis Vaisnavas que significa: " Q u e sua Mãyã-vasa—sujeição à influência da energia ilusória.
atenção se concentre em Krsna." Moha—ilusão.
Ksatriyas—a classe de homens governantes e administradores. Moksa—liberação.
Ksira-corã—nome do Senhor Gopinãtha que significa aquele que roubou arroz Müdha—tolo ou patife.
doce. Mukti—liberação.
Ksudhã-trsna—fome e sede. Mukti-pada—nome do Senhor Supremo que significa aquele sob cujos pés exis-
Kürma—a encarnação-tartaruga do Senhor. tem todas as espécies de liberação
Ku-visaya—atividades para gozo dos sentidos executadas sob condições Mukunda—o Senhor que dá bem-aventurança transcendental, outorgando todas
pecaminosas. as espécies de mukti.

L N

Lilã—passatempos. Namo nãrãyanãya—saudação entie os sannyãsis Mãyãvãdis que significa: "Presto


Lilã-avatãra—encarnação do Senhor que realiza atividades variadas sem fazer minhas respeitosas reverências a N ã r ã y a n a . "
qualquer esforço especial. Neti neti—o processo dos jnãnis: "Isto não é espírito, isto não é Brahman."
Lobha—gula. Nirguna—não contaminado pelos três modos da natureza material.
Nirvana—cessação de todas as atividades materiais.
M Nitya-baddhas—seres vivos eternamente condicionados.
Nitya-siddha—aquele q u e é eternamente liberado.
Madana—Cupido. Nitya-siddha-bhaktas—os companheiros do Senhor eternamente liberados.
Madana-mohana—Krsna, o encantador de Cupido. Nrsimhadeva—a encarnação do Senhor sob a forma metade homem, metade leão.
Mádhurya-rasa—relação com Krsna em amor conjugai.
Madhya-lilã—passatempos do Senhor Caitanya realizados enquanto Ele viajava
por toda a índia.
Mahã-bhãgavata—devoto na fase máxima de vida devocional.
Omkâra—palavra transcendental que representa Krsna.
Mahãbhãva—a mais elevada fase de perfeição de amor a Deus.
Mahã-mantra—o grande cântico para a liberação: Hare Krsna, Hare Krsna, Krsna
828 ári Caitanya-caritãmrta Glossário 829

P Sakhi—aquela que expande o amor conjugai de Krsna e Seus divertimentos entre


Pãda-sevana—o processo devocional de servir. as gopis.
Panca-gavya—cinco espécies de produtos da vaca usados para banhar a Deidade Sakhya-prema—amor a Deus em amizade.
Pancãmrta—cinco espécies de néctares usados para banhar a Deidade. áãlagrãma-silã—Deidade de Nãrãyana sob a forma de uma pequena pedra.
Paramahamsa—a fase mais elevada da ordem de vida renunciada. Sãmipya—forma de liberação na qual a pessoa se toma um associado do Senhor.
Paramãtmã—a Superalma, o aspecto localizado do Senhor Supremo dentro do Sampradãya—sucessão discipular através da qual o conhecimento espiritual é
coração de todos os seres vivos. transmitido.
Paramparã—sucessão discipular através da qual o conhecimento espiritual é Samskãra—ritual védico reformatório.
transmitido. Samvit—o aspecto cognitivo do Senhor Supremo.
Parinãma-vãda—a teoria da transformação na criação do universo. Samvit-sakti—a porção de conhecimento da potência espiritual do Senhor.
Pãçandi—aquele que pensa que Nãrãyana está no mesmo nível dos semideuses. Sandhini—o aspecto de existência eterna do Senhor Supremo.
Pathana—dever dos brãhmanas de serem versados nas escrituras védicas. Sandhini sakti—a porção de eternidade da potência espiritual do Senhor.
Patita-pãvana—Senhor Caitanya, o salvador das almas caídas. Sankirtana—canto congregacional das glórias do Senhor.
Paugãnda—idade dos cinco aos dez anos. Sannyãsa—a quarta ordem da vida espiritual.
Prakrti—energia ou natureza. Sannyãsa-danda—o bastão carregado pelos sannyãsis.
Pranava—Vide: Omkâra. Sannyãsis—aqueles que estão na ordem de vida renunciada.
Prasãda—alimento espiritualizado oferecido a Krsna. Santa—fase neutra de amor a Deus.
Pratibimba-vãda—adoração de formas que são reflexos de formas materiais falsas. Sãnta-rasa—relação com Krsna na atitude de espanto e veneração.
Prema—imaculado amor por Deus. Sãrsti—forma de liberação na qual a pessoa obtém opulências semelhantes às do
Prema-bhakti—amoroso serviço a Krsna, sem desejos de salário ou recompensa. Senhor.
Purusa—pessoa ou desfrutador. Sãrüpya—forma de liberação na qual a pessoa obtém uma forma de quatro mãos.
Pratigraha—dever do brãhmana de aceitar contribuições de seus seguidores. Sarvãtma-nivedana—Vide: Ãtma-nivedana.
Pürna—completo. áástra—escritura revelada.
Purusãvatãras—encamações do Senhor que criam, mantêm e destroem os uni- Sãttvika—sintomas de amor extático procedente da plataforma transcendental.
versos materiais. Sãyujya-mukti—imersão na refulgência Brahman do Senhor,
áesa-lilã—os últimos vinte e quatro anos dos passatempos do Senhor Caitanya.
R Sevã-püjã—adoração à Deidade.
Rãdhã-kunda—balneário de Srimati Rãdhãrãni. Siddha—aquele que compreendeu a refulgência do Brahman.
Rãgãnugã-bhakti—serviço devocional em amor espontâneo a Krsna. Siddha-deha—corpo espiritual perfeito.
Rasa—relação entre o Senhor e as entidades vivas. áiksã-guru—mestre espiritual que dá instruções para elevação,
Rasãbhãsa—mistura de sabores transcendentais. áiva—semideus encarregado do m o d o da ignorância.
Rãsa-lilã—o grupo dançante formado por Krsna e Suas amigas vaqueiras em Seus Smãrtas—não-devotos seguidores de rituais védicos.
passatempos de Vrndãvana. áravana—processo devocional de ouvir.
Rüpãnugas—seguidores de Srila Rüpa Gosvãmi. Srngãra-rasa—Vide: Mãdhurya-rasa.
áruti-gana—autoridades em literatura védica.
Stri—mulher.
S
Sac-cid-ãnanda—existência eterna, conhecimento e bem-aventurança. áuddha-sattva—plataforma espiritual de bondade pura.
Sac-cid-ãnanda-vigraha—a forma transcendental do Senhor, a qual é eterna, plena Süddipta—manifestação de todos os oito sintomas extáticos em um devoto, mul-
de conhecimento e bem-aventurança. tiplicados por mil e todos visíveis simultaneamente,
Sad-aiávarya-pürna—o Senhor Supremo que tem seis opulências em plenitude. áüdras—a classe de homens operários.
Sãdhana-bhakti—serviço devocional na prática. Su-visaya—regulação de gozo dos sentidos de acordo com os Vedas.
Svãdhyãya—leitura de textos védicos.
Sahajiyãs—pseudo-devotos com concepções m u n d a n a s dos passatempos de
Krsna. Svãrháa—porções plenárias de Krsna.
Sajãtiya—pessoa dentro do círculo íntimo do Senhor Krsna. Svarüpa-gata-fase em que se compreende Krsna como verdade enquanto ainda
se mantém alguma conexão material.
Sri Caitanya-caritãmrta Glossário 831

Svarüpa-sandhi—reunião de êxtases similares originados de causas separadas. Vipra—brãhmana.


Svarüpa-siddhi—perfeição da eterna relação pessoal com o Senhor Supremo. Viçaya—objeto de adoração.
Viçayi—aquele que está interessado apenas em gozo material dos sentidos.
Visnoh smarana—o processo devocional de lembrar.
T Viárambha—serviço devocional destituído de atitude respeitosa para com o
Senhor.
Tamasah—coberturas do universo. Viáuddha-sattva—plataforma de bondade pura.
Tãrunyãmrta—néctar da juventude. Vivaria—melancolia e confusão devido à não consecução dos desejos materiais.
Tattva—verdade. Vrajendra-nandana—Krsna, o filho de Nanda Mahãrãja.
Tattvavãdis—seguidores de Madhvãcãrya. Vrndãvana—o local dos passatempos de Krsna manifestados quando Ele estava
Tilaka—marcas sagradas de barro no corpo do Vaiçnava. presente na Terra há 5.000 anos.
Tirtha—lugar santo onde grandes personalidades santas residem.
Triyuga—nome do Senhor Visnu, que significa aquele que aparece apenas em
três yugas. Y
U Yãjana—dever do brãhmana de assistir outros na execução de cerimônias.
Yajana—dever do brãhmana de executar rituais védicos.
Uddipta—manifestação simultânea de cinco, seis ou de todos os oito sintomas Yamarãja—semideus que p u n e seres vivos pecaminosos após a morte deles.
de êxtase no devoto. Yavana—aquele que se desviou da cultura védica.
Yoga—unir a consciência do ser vivo com o Supremo Senhor.
V Yoga-máyã—eterna potência criativa do Senhor.
Yuga-avatãras—encamações do Senhor em cada milênio que determinam o pro-
Vaikãli-bhoga—alimento oferecido à Deidade no fim do dia. cesso de auto-realização para cada era específica.
Vaikuntha-jagat—mundo espiritual.
Vaikunthalokas—variados planetas espirituais situados no brahmajyoti.
Vairãgya—renúncia.
Vaisnava—devoto do Supremo Senhor Visnu, ou Krsna.
Vaiáyas—pessoas ocupadas na agricultura e no comércio.
Vanas—florestas.
Vandana—processo devocional de orar.
Varãha—encarnação do Senhor sob a forma de javali.
Varnas—as quatro ordens de vida social: brãhmana, ksatriya, vaiéya, éüdra
Vartma-pradaráaka-guru—aquele que é o primeiro a dar informações sobre vida
espiritual.
Vastu-gata—a fase na qual se está completamente livre da contaminação do corpo
e da mente materiais.
Vãtsalya-rasa—relação amorosa em que o devoto é pai ou mãe de Krsna.
Vedãáraya nãstikya-vãda—agnosticismo escudado em cultura védica.
Vibhãva—causa ou fundamento para saborear doçura transcendental.
Vibhinnãrháa—as minúsculas entidades vivas que são partes integrantes do
Vidhi-mãrga—adoração ao Senhor mediante princípios regulativos.
Senhor Supremo.
Vijãtlya—aquele que está fora do serviço devocional.
Vijita-sad-guna—aquele que conquistou as seis qualidades materiais.
Guia do alfabeto e da pronúncia em bengali

Vogais

«la «Ita fcl fcu fe Q * r

9f <4e ^ ai <£o ^au

^ m (aniííoflra) • n (candra-bindu) J h (visarga)

Consoantes

Guturais: «( kha Igha 3 na


Palatais: 5 ca 5 cha W ja *Jha <4ȟa
Cerebrais: tf itha «da Çdha •1 na
Dentais: «ta «ftha Wda «1 dha 3f na
Labiais: *pha ?ba «bha «Trna
Semivogais: 1 va 3 ra «(Ia ™ va
Sibilantes láa * sa Isa f ha

As vogais depois de uma consoante são escritas como se segue:

ta li ^> *-ü <r <r C«

A letra "a" está subentendida quando aparece depois


de uma consoante sem símbolo vocálico.

O símbolo virama ( -v ) indica que não há uma vogai final:

833
834 Srt Caitanya-caritUmrta
índice Geral
Os exemplos seguintes mostram a maneira como se escrevem
as vogais quando acompanhadas de consoantes: Os numerais indicam referência aos capítulos e versos, respectivamente. Aqueles
que estão em negrito referem-se às traduções dos versos e aqueles que estão em
^tka foki ^kl ^ku ^kü letra normal, aos significados.

*k r f kr ke W kai ko I kau A Ahovala-nrsimha


templo de, visitado por Caitanya, 1.106
Abhiseka AWii/a-rasSmrífl-múrfi
Vogais descrição de, 4.59-67 Krsna conhecido como, 8.142
Ãcâryaratna Ãlãlanãtha
como nome de Candrasekhara, 3.20 os devotos seguiram Caitanya até, 7.76
Ãcãryas
a—fonema intermediário entre o o e fh—como o th no inglês light-heart. visitado por Caitanya, 1.122
analisaram as categorias de amor a Deus, Allahabad (Prayãga)
a. à—como o d no falar caipira em 8.83 Ganges e Yamunã misturam-se em, 3.36
a—como o a longo em lata. tarde. anteriores a Caitanya aceitaram uma danda, Almas condicionadas
i, I—como o i nas palavras adido ou 5.158 quase todas invejosas, 4.147
dh—como o dh no inglês red-hot.
as afirmativas dos, provam que Caitanya é Ambarisa Mahãrãja
abrigo. a—como o n no falar caipira em o Senhor Supremo, 6.80 recebeu proteção contra Durvãsã Muni, 8.72
u, Q—como o u em acudir. carneiro. às vezes não levam em consideração a etique-
r—como o r no falar caipira em carta. t—como o t em teto. ta social, 7.29 Amor a Deus
deve-se seguir o caminho dos, 6.147 age de duas maneiras, 2.52
f—como no inglês reed. th—como o th no inglês light-heart deve-se seguir os, 8.312 alcançado ao se ouvir a narração sobre
e—como o e em pena; r a r a m e n t e (linguo-dental). Adhikãrts Mãdhavendra Puri, 4.212
como o e em sete. d—como o d em devoto os grhasthas são conhecidos como, 7.63 análise das diferentes categorias de, 8.82-83
ai—como o ai em pai. Adi Purana Caitanya
dh—como o dh no inglês red-hot
citado quanto arrebatado pelo, 6.4-6
o—como o o em goma. (linguo-dental). carregado de, 7.%
à glória das gopis, 8.246
au—como o au em causa. n—como o n em nada. à glória do devoto, 8.246 dançou por, 7.5
m—(anusvdra) como o m em bem. p—como o p em puro. Advaita Acãrya perdeu a consciência devido ao, 1.167
a casa de, convertida em Vaikuotha, 3.156 saboreou as doçuras do, 2.81
h—(visarga) - (aspiração): ah, som de ph—como o ph no inglês up-hill. Caitanya características daqueles que desenvolveram,
arrá; ih, som de irri. b—como o b em boi. comeu na casa de, 1.94 4.186
h—(candra-bindu) como o n em encher. bh—como o bh no inglês rub-hard. levado à casa de, contra Sua própria von-
tade, 7.19 casos luxuriosos das gopis como a forma mais
k—como o ca em cativo. m—como o m em mãe. permaneceu na casa de, 1.232 elevada de, 8.215
kh—como o kh no inglês Eckhart. y—como o j no inglês jaw. satisfez todos os desejos de, 3.92 como a essência de toda a perfeição, 8.68
g—como o g em antigo. y—como o i em alfaiate. como grhastha ideal, 3.41 como a meta última da vida, 6.178-179
gh—como o gh no inglês dig-hard. dançou com Nityãnanda e Haridãsa, 3.113 como o oceano de felicidade, 2.49
r—como o r e m caro. iniciado por Mãdhavendra Puri, 4.111, 8.128 como parte essencial da potência de prazer,
n—como o n em ângulo. I—como o 1 em luz. levou os devotos a Jagannãtha Puri, 1.138 8.159
c—como titia no falar carioca. v—como o b em bola ou o u em o Senhor alimentado pelas mãos de, 1.261
palavras jocosas entre Nityãnanda e, 3.80-87 como um lençol de tecido branco, 2.48
ch—como o ch no inglês staunch- quando. todas as Suas opulências utilizadas para ado- comparado à cana-de-açúcar quente, 2.51
heart. s, s—como o x em xadrez. rar o Senhor, 3.203 despertado pelo serviço devocional, 4.137
j—como o dj em adjetivo. s—como o s em sol. visitou o Senhor em Puri, 1.255-256 distribuído gratuitamente por Caitanya, 2.82
Agnósticos Mãdhavendra Puri arrebatado pelo êxtase
jh—como o geh no inglês hedgehog. h—som aspirado semelhante ao falar
ii—como o nh em lenha. aqueles que não aceitam a forma do Senhor do, 4.144, 175
carioca em Rio, ou como no inglês Mãdhavendra Puri louco no êxtase do, 4.22
t - c o m o o t no falar caipira em carta. são, 6.167
home. budistas considerados, 6.168 mahãbhãva como parte essencial do, 8.160
Ahanghrahopásanã manifestado em Mãdhavendra Puri, 4.110
definição de, 8.205 nada lhe falta na etapa conjugai, 8.79

835
836 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 837

Amor a Deus Arianos Atividades Bhakti-rasãmrta-sindhu


não pode ser descrito por um erudito mun- rei Purusottama avançado na civüização dos piedosas, 4 opulências resultam das, 5.22 citado por Rãmãnanda Rãya, 8.84, 142, 188,
dano, 2.86 5.122 fruitivas 190, 216
o melhor exemplo de, 4.178 Arjuna as escrituras Mãyãvãdis afeiçoam a pessoa citado quanto
os devotos aceita Krsna às, 6.182 a Krsna revelar-Se aos devotos, 4.77
às vezes esquecem-se da etiqueta social como Deus, 6.80 bhakti como superior às, 1.43 à liberação mesmo enquanto ainda no
por causa do intenso, 7.29 como o Brahman Supremo, 6.140 o Senhor concede os resultados das, 6.162 mundo material, 8.139
comem os brotos da mangueira do, 8.258 a oferta de Krsna a, 8.43 ouvir Sãrvabhauma livra alguém das, a se entender Krsna por intermédio dos
Rãdhã como uma mina de jóias de, 8.181 aprendeu sobre Krsna por intermédio da mi- 6.286 sentidos purificados, 8.310
sericórdia dEste, 6.81-235 todos viciados em, na Kali-yuga, 6.255 ao serviço devocional puro, 8.68
Sãrvabhauma arrebatado pelo, 6.207-209
dirige-se a Krsna como a pessoa original, Austeridade à, visão do devoto, 8.276
Sãrvabhauma pôde entender a importância 6.151
de se distribuir o, 6.205 dos Mãyãvãdis não purifica a inteligência, a sunnyiíso Vaisnava, 1.91
sintomas causados pela loucura do, 2.63 Maha-Visrtu dirigiu-Se a Krsna e a, 8.146 6.168 como livro de Rüpa Gosvãmi, 1.38
suplanta a liberação, 6.263 os segredos do CtU revelados a, 6.81 Aviãyã-éakti descrição do, 1.41
Amor conjugai vitorioso pela graça de Krsna, 4.79 provoca atividade fruitiva, 6.154 oração citada do, 1.190
Arundhati perda de memória descrita no, 4.202
aqueles que se sentem atraídos pelo, devem
deseja imitar a castidade de Rãdhã, 8.183-184 sintomas de êxtase descritos no, 2.11, 35, 63,
seguir as gopis, 8.230
Árvore de Saptatãla 66, 72, 127, 162
as gopis compreendem o, entre Rãdhã e
Krsna, 8.204-205 liberada por Caitanya, 1.116
Bhaktisiddhãnta Sarasvati
como a mais elevada das rasas, 8.84-88 afirma que Krsna é acessível aos fiéis, 8.310
comparado ao almíscar em abundância, 8.171 a palavra süddipta-sãttvika explicada por, 6.12
Krsna Associação
autor abençoado por, 1.71
como a personificação do, 8.143 com os devotos B citado no que se refere aos impersonalistas
e os devotos têm plena familiaridade com como a única atividade auspiciosa, 8.251
Balabhadra Bhattãcãrya desesperadamente ateístas, 1.34
o, 8.94 importância da, 8.248
acompanhou Caitanya a Jagannãtha Puri, citado quanto
é perito na arte do, 8.195 Asutosa
1.236 à aceitação de sannyãsa como princípio re-
estimulado por Rãdhã a beber o mel do, Siva conhecido como, 5.140
Balarãma gulativo, 3.6
8.180 Ateísmo
Sahkarãcãrya apresentou a literatura védica como lilã-avatãra, 6.99 a Caitanya como Krsna, 8.288
sem Rãdhã não se pode saborear o, 8.288 Nityãnanda como, 1.28 à história dos dois brãhmanas e de Sãksi-
Amrta-praviha-bhãsya cheia de, 6.180-182
repreendeu Krsna por ter punido Rukmi, gopãla, 5.24
citado quanto a 5.28 à iniciação de Advaita, 4.111
Rãdhã como a trepadeira do amor a Deus, Asita Bali à jornada do Senhor a Puri, 3.217
8.210 aceita Krçpa como Deus, 6.80 a Krsna estar livre da luxúria material,
morto por Rãmacandra, 1.116
Rãmãnanda instruir Caitanya, 8.128 Aéramas 8.215
Benares
resumo do Oitavo Capítulo no, 8.introduziu denominados, 8.58 Caitanya à natureza da Verdade Absoluta, 6.144
Sétimo Capítulo sumariado no, 7.introdução observar Cãturmãsya é obrigatório para deu misericórdia aos Mãyãvãdis em, 1.245 a Nityãnanda partir o bastão de Caitanya,
Anahga-bhlma, rei todos os, 4.169 permaneceu em, 1.239 5.143
templo de Jagannãtha Puri construído por, ao corpo espiritual, 8.229
5.144 Bhagavãn ao gozo dos sentidos, 1.198
Anantadeva Ateístas como fase da Verdade Absoluta, 6.139 ao mestre espiritual fidedigno, 8.128
Caitanya visitou o templo de, 1.115 explicitamente descrito no Bhãgavatam, 6.168 ao Senhor como o abrigo supremo, 2.47
interpretam os Vedas imaginariamente, 6.132
Animais Krsna ou Rama às vezes aceito como, pelos ao serviço devocional misto, 8.64
não crêem na posição espiritual da Deidade,
sem consciência de Deus os seres humanos Mãyãvãdis, 6.81 a se inventarem métodos de amor a Deus,
5.45
são como, 5.32 residiu com o Senhor em Jagannãtha Puri, 8.83
não podem compreender como a Deidade Se
Anubhãsya 1.253 às doçuras de Vrndãvana, 8.294
alimenta, 4.77
a palavra upanisad explicada no, 6.133 os Mãyãvãdis são na verdade, ó.introdução às opulências dos devotos, 8.127
citado quanto ao serviço das gopis, 1.82 Athãranãlã Bhakti a se vivenciar a doçura espiritual, 8.193
citado quanto ao serviço devocional misto, como uma ponte à entrada de Jagannãtha como superior à atividade fruitiva, 1.43 à transformação de energia, 6.171
8.64; 2.66 todo o sucesso alcançado através de, 1.43 cita o Bhãgavatam no que se refere a ouvir
Puri, 5.147
Aprãkrta-madana Bhakta dãsa Bãula sobre Krsna, 2.31
Nityãnanda quebrou o bastão de Caitanya
Krsna conhecido como, 8.139 em, 5.introdução como o autor do Vivarta-vildsa, 8.193 cita Rúpa Gosvãmi quanto a mahdbhdva,6.13
Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 839
838

Bhagavad-gita Brãhmana Bhaktivinoda Thãkura


Bhaktisiddânta Sarasvati como o mestre espiritual de todas as castas, descreveu sampradãyas falsas, 1.271
citado quanto
danaa-bhanga-ltlã explicada por, 5.158 8.128
a se fazer oferecimento ao Senhor com faz uma conversa do diálogo entre Caitanya
descreve livros de Rüpa Gosvãmi, 1.41 de fora, não tem nenhum vínculo com
explicou as inscrições existentes em Kürma- amor, 1.161 e Rãmãnanda Rãya, 8.294
a se transcender os modos da natureza, Caitanya, 8.28
ksetra, 7.113 deveres de um, 8.58 tradução do Premãmbhoja-maranda por, 8.166
4.134
às qualificações para alguém se ocupar no deve-se reconhecer o pregador Vaisnava como Bhakti-yoga
Bengala serviço devocional, 6.242 um, 8.128 atividades espirituais que não sejam a, 6.197
Nityãnanda enviado a, 1.24, 262 à sucessão discipular, 8.312 não-devoto, não se deve aceitar o convite de oferece imortalidade à alma condicionada,
status social na, 7.63 a verdadeiro sannyãsi, 3.6 um, 8.49 6.169
Bhadraka citado quanto ao Senhor não pode ser mestre espiritual a menos que os Mãyãvãdis igualam a adoração às formas
como proprietário supremo, 1.181 seja um Vaisnava, 8.128 imaginárias com a, 6.167
como cidade visitada por Caitanya, 1.149
Bhagavad-gitã não Se expor a todos, 6.89 os áüdras servem ao, 7.63 serviço devocional puro alcançado por inter-
trabalhar por intermédio de Suas ener- pode renunciar a família, 8.61 médio da, 8.57
as ordens de Krsna dadas no, 7.128
brahma-bhüta descrito no, 6.269 gias, 6.171 pode tornar-se mestre espiritual, 8.128
citado por Rãmãnanda Rãya, 8.60, 63, 65, 91 conclusão do, 6.89 Brahmánanda Bhãrati Bhãruci
citado quanto deve ser discutido com o público em geral, deixou de usar pele de veado, 1.285 método dé trabalho confirmado por, 8.57
8.56 Brãhmanas Bhattathãri
a alguém se tornar devoto de Krsna, iniciação apropriada dos, 4.111
8.138-139 está dentro do Mahãbhãrata, 6.137 Krsnadãsa liberado das garras de, 1.112
interpretado pelos Mãyãvãdis, 6.132 iniciados no culto Vaisnava por Mãdhavendra Bhavãnanda Rãya
à essência do conhecimento védico, 1.33 Puri, 4.87
a Krsna ajudar Seu devoto, 5.76 Krsna declara ser Deus no, 6.132 Caitanya encontrou-Se com, 1.130
leitura do, significa entender Krçna, 6.87 Krsna providenciou a adoração da Colina de Bhismaka
a Krsna como o conhecedor dos Vedas,
o próprio Senhor fala sobre conhecimento no, Govardhana e dos, 4.86 como pai da rainha Rukmiiji, 5.27-28
8.200
7.66 Krsna satisfeito com o serviço aos, 5.24 Bilvamangala Thãkura
ao aparecimento do Senhor, 3.181 não necessariamente Vaisnavas, 4.87
ao destino do yogi fracassado, 3.167 Brahmajyoti Caitanya citado no livro de, 2.58, 61, 65
os devotos sob a proteção do Senhor são au- conhecido como Lílãsuka, 2.79
ao exemplo estabelecido pelos grandes como a causa da criação, 6.81
tomaticamente, 5.159 Bodhãyana
homens, 5.152 como a refulgência corpórea do Senhor, 6.269
prasãda oferecida primeiro aos, 4.84 método de trabalho confirmado por, 8.57
ao motivo por que o Senhor desce, 6.255 Vaikunthalokas situados no, 6.230 prestam reverências aos devotos, 4.135
ao mundo iludido não conhecer Krsna, Brahmaloka Brahmã
seis deveres dos, 4.87
6.81 está localizado entre duas criações, 8.64 aceita Krsna como Deus, 6.80
Brahma-samhitã
aos devotos serem loucos segundo a visão Brahman adora Vrndãvana, 8.138
a concepção de, não inclui as opulências do citado por Rãmãnanda Rãya, 8.138, 164 citado quanto à boa fortuna de Nanda
mundana, 8.291
Senhor, 8.90 citado quanto Mahãrãja, 6.149
aos elementos materiais como energia do
Senhor, 5.97 atingindo o nível de, 8.139 à geração dos universos materiais, 6.269 cometeu um-engano ao tentar compreender
aos demônios que não se rendem a Krsna, bem-aventurança derivada da realização de, ao mantra gâyatri, 8.138 Krsna, 6.84
6.198 a Rãdhã e as gopis, 8.139 como encarnação do modo da natureza, 1.41
4.133 à visão do devoto, 8.274
ao ser vivo como a potência marginal, Caitanya tinha uma refulgência igual ao, 8.26 Brahmã
como a refulgência corpórea de Krsna, 1.41 encontrado por Caitanya, 1.120 iluminado por Nãrãyaria, 8.264
6.163-164 Bhaktisiddhãnta Sarasvati
ao verdadeiro propósito dos Vedas, 6.178 como um santo nome do Senhor, 8.90 medita nos pés de Caitanya, 7.122
a patifes que adoram as formas imaginárias conhecido como Brahmaloka, 6.269 introduziu a cerimônia do cordão sagrado para não pode saborear o oceano de êxtase, 2.82
considerado o ponto central de relacionamen- todos os Vaisnavas, 8.128 orações de, citadas por Sãrvabhauma,
de Deus, 6.167
à presença auspiciosa de Krsna e Arjuna, to dos Mãyãvãdis, 6.179 seu comentário sobre o Brahma-samhitã, 1.120 6.259-260
fundindo-se no, como uma espécie de puni- três tipos de devotos descritos por, 2.93 recebeu o mantra gâyatri, 8.138
4.79
ção, 6.263 Bhaktivinoda Thãkura sua oração a Krsna, 8.67
àqueles que são aptos ao serviço devocio-
Mãyãvãdis tentam fundir-se no, 3.6 citado quanto Yaáodã mais afortunada do que, 8.78
nal, 6.92
nenhuma atividade espiritual no, 8.257 à aceitação de sannyãsa por Caitanya, 3.8 Brahmãcarls
à raridade de se conhecer Krsna, 6.147
à reàprocação entre Krsna e o devoto, 4.95 o brãhmana conhece o, 8.36 à influência de mãyã, 8.131 às vezes tomam sannyãsa, 6.50
à rendição da pessoa inteligente a Krsna, os impersonalistas consideram-no superior à natureza do Brahman Supremo, 6.144 diferentes üpos de, 6.73
6.235 a Visnu, 8.60 a pseudo-Vaisnavas, 1.220 é de se esperar que ajudem os sannyãsis, 7.27
a se aproximar de mestre espiritual, 6.151 os Mãyãvãdis consideram os seres vivos idên- como um chefe de família perfeito, 7.69 na era de Kali as pessoas não são treinadas
a se escapar do perigo por força do ser- ticos a, 6.169 considerou duas divisões dos estágios brahma- como, 7.127
viço devocional, 6.244 significa o maior de todos, 6.140 bhüta, 8.139 outrora mendigavam de porta em porta, 8.39
840 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 841

Brahma-sütra Caitanya Mahãprabhu Caitanya Mahãprabhu Chand Kazi


citado quanto à fé em Krsna, 8.310 como o filho de mãe Saci, 6.258 pessoalmente saboreou as qualidades de a discussão de Caitanya com, 6.127
Brhaspati como filho de Mahãrãja Nanda, 1.273 Gopãlaji, Gopinãtha e Mãdha- Chefes de família
Caitanya comparou Bhattãcãrya a, 6.291 como o tfdfryii do mundo, 8.128 vendra Puri, 4.210 Advaita estabeleceu o exemplo ideal para os,
Sãrvabhauma compõe versos mais rapida- como o oceano de conhecimento do serviço processo recomendado por, 6.178 3.203
mente que, 6.206 devocional, 8.1 saboreou as características de Mãdhavendra as pessoas santas visitam as casas dos, 8.40
Buddha como o próprio Krsna, 5.143; ó.introdução, Puri, 4.170, 177-189 exemplo de, conscientes.de Krsna, 7.128-130
como laã-avatãra, 6.99 73, 200, 254-255; 8.23, 43,122, 288 satisfeito por ouvir sobre arranjos matrimo- toda prasãda opulenta dada aos, 3.70
rejeitou as cerimônias ritualísticas dos Vedas, como uma encarnação encoberta, 6.95, 99 niais entre devotos, 5.24 vida ideal de, 3.41
6.168 comparado sempre expressou emoções extáticas de Cientistas
ao sol e à lua, 1.2 Rãdhãrãni, 4.197 apresentam teorias falsas, 6.109
a um leão louco, 7.95 sentimentos de êxtase de, vieram de Mãdha- não podem compreender a energia espiri-
c a um mineiro, 8.295 vendra Puri, 4.197 tual, 6.171
Caitanya-bhãgavata Seus aspectos físicos incomuns, 8.43 não são capazes de viajar para outras estre-
a viagem do Senhor para Bhuvaneávara des- conhecido como significa força espiritual, 7.66 las, 8.139
crita, 5.140 Gaurahari, 7.78, 97 sintomas de êxtase de, 5.145-146, 6.3,12-13 Cintãmani
descreve os passatempos de Caitanya, 4.3-8 Gaurãnga, 8.1 sintomas de êxtase manifestos por, 7.79,114 Bilvamangala Thãkura apegado a, 2.79
apenas poucos versos em sânscrito no, 2.88 patita-pãvana, 1.112, 8.38 Sua filosofia de acintya-bhedhãbhedatattva, Citraka
Caitanya Caritãmjia Vãsudevãmrta-prada, 7.150 6.163 como servo de Krsna, 8.294
Caitanya aconselha claramente Seus prega- conservou seu nome de brahmacãri, 6.69 tão refulgente quanto uma centena de sóis, Civilização védica
dores no, 7.130 controlado pelas boas qualidades de Seus de- 8.18 de acordo com a, deve-se se retirar para a
citado quanto a lilã-avatãras, 6.99 votos, 7.29 verso compreendido apenas por Rãdhãrãni floresta aos cinqüenta anos de ida-
como essência da instrução de Caitanya, 2.84 criticou Sãriraka-bhãsya , 6.176 e Mãdhavendra Puri e, 4.195-197 de, 7.126
destinado apenas aos devotos, 2.85 culto de, explicado, 3.190 Caitanya-mangala esquematização completa da, 6.178
não se aceita a opinião de nenhuma outra pes- dançou com Sãrvabhauma, 6.228 a viagem do Senhor até Puri descrita no, Colina de Govardhana
soa no, 2.86 de tez amarelada, 6.101, 103 3.217 Krsna deixa a floresta da, 8.195
sinopse das Mãs do, 1.286 de tez clara, 2.1 o Senhor tomou as dunas de areia como
os passatempos de Caitanya descritos no,
Caitanya Mahãprabhu dotou as pessoas de potência espiritual, 7.99 1.11-12 sendo a, 2.9
aceitou a ordem de vida renunciada, 7.4 implacável como o raio e suave como a ro- Comedores de carne
aceitou sannyãsa aos 24 anos de idade, 3.4 sa, 7.72 Candãla dois tipos de. 1.197
aconselhou a que se cantasse o mahã-mantra, e Seus devotos como paramahamsas, 5.158 pode se tornar guru, 8.128 Conhecimento
8.39 e Rãmãnanda Rãya como loucos, 8.291 Candanesvara adquirido ao nos refugiarmos na potência
agiu como um ser humano, 1.225 grupos desautorizados fazem-se passar como como filho de Sãrvabhauma Bhafthãcãrya, samvit, 6.159
aparecimento de, confirmado nas escrituras pertencentes ao culto de, 8.83 6.33 Caitanya desceu para ensinar verdadeiro,
védicas, 6.255 idêntico à Deidade de Gopinãtha, 4.208,5.135, Caitanya leu os livros de, 2.77 6.254
a perfeição do devoto ocupado a serviço de, 138 seguiu o Senhor em direção a Vrndãvana, deve-se cultivar, para se compreender o ser-
8.246 idêntico a Jagannãtha, 3.75 3.11 viço devocional, 6.75
as atividades de, são como o leite condensa- identifica-Se a Si mesmo como um Mãyãvãdi, trouxe Sacimãtã para ver Caitanya, 3.137 do bem supremo como evidência da miseri-
do, 8.304-305 8.124 Canto córdia do Senhor, 6.89
as coisas acontecem maravilhosamente pela julgou a Si mesmo o servo do servo de Deus, em público encorajado por Caitanya, 4.133 dos devotos é recebido diretamente do
graça de, 4.79 5.23 idêntico ao serviço devocional, 4.125 Senhor, 7.66
associados de, como nitya-siddhas, 5.113 manda que todos se tornem mestres espiri- Capitalista dos jnãnis e dos karrnis é imperfeito, 7.66
cantava diariamente os santos nomes um nú- tuais, 7.128 aquele que ama Rãdhã e Krsna é o maior, em consciência de Krsna está ao nível da
mero fixo de vezes, 7.37 não depende de formalidade evterna, 6.73 8.247 alma espiritual, 8.128
citado quanto não depende de sampradãya inferior ou su- Casamento entendendo Vasudeva como verdadeiro,
a Krsna ser entendido a partir dos devotos, perior, 6.76 preparações para assuntos karma-kãnda, 5.24 6.147
6.81 Navadvipa como terra natal de, 7.109 sistema de, na índia, 5.22 filosófico, processo árido de, 8.259
ao verdadeiro guru, 4.111 nunca discutiu rãsa-lilã em público, 4.133 Cãturmãsya Mãyãvãdis desprovidos de verdadeiro, 6.167
à qualificação do guru, 4.135 os devotos de, devem se dedicar à pregação, observação de, 4.169 níveis de, 8.245
coberto pelos aspectos de Rãdhã, 8.269 7.153 Cerimônia Annaküta o aspecto de, do Senhor Supremo, 8.155
como a combinação de Rãdhã e Krçria, 8.23 passatempos de, divididos em duas partes, descrição de, 4.67-77 ouvir Sãriraka-bhãsya deixa a pessoa despro-
como a encarnação mais munificente, 2.81 1.41 os líderes devem executar, 4.93 vida de, 6.169
842 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 843

Deidade Deidade
Conhecimento
védico D de Gopãla de Jagannãtha
Dabira Khãsa Caitanya possui a mesma forma que a, visitada por Caitanya e Sãrvabhauma,
a humanidade se beneficia por intermé-
5.135-138 6.118
dio da pregação do, 7.153 Rüpa Gosvãmi anteriormente conhecido Caitanya satisfeito com a beleza da, 5.5 Demônios
necessário para compreender Krçoa, como, 1.175 como sendo diretamente o filho de Mahã-
6.151 Dãmodara transformados em Vaiçnavas ao tomarem
rãja Nanda, 5.96
todo o, produzido do omkâra, 6.174 levou prãsada e versos para Caitanya, 6.249 conhecida como Saksi-gopãla, 5.introdução prasãda, 4.93
verdadeiro não é alcançado pela hipótese ló- Dãmodara Pandita estabelecida na Colina de Govardhana,
gica, 6.81 acompanhou Caitanya a Jagannãtha Puri, Devaki-nandana
Consciência de Krçria 4.introdução
1.236; 3.209-210 os devotos de Vrndãvana não se dirigem a
história da, 4.41-43
a perfeição da civilização humana depende encontrou-se com o Senhor na casa de Krçria como, 8.90
instalada originalmente pelo neto de Devananda Pandita
da, 4,93 Advaita, 3.153-155
as posições sociais eram baseadas no grau de, fez uma advertência ao Senhor, 1.259 Krsna, 4.1 Caitanya concedeu favor a, 1.151-153
da pessoa, 8.36 não gostava da natureza independente de levada à cidade de Kataka, 5.introdução
como processo simples, 8.36 não-diferente da Deidade de Gopinãtha,
Caitanya, 7.26-27
difundida pela graça de Krsna, 4.79 4.160
residiu com o Senhor em Jagannãtha Puri,
o ideal da sociedade sem classes é possível o mundo inteiro liberado pela, 4.173 Devotos
1.252 retornou a Kataka, 5.123
por intermédio da, 8.57 veio ver Caitanya, 1.100 admitidos no reino de Deus, 8.90
situada agora na cidade de Kataka, 5.133 adoram Goloka Vrndãvana, 8.138
para as pessoas mundanas parece uma lou- Darida testou o amor de Mãdhavendra Puri,
cura, 8.291 significado da, 5.158 almas condicionadas purificadas como, 6.179
4.189 aspiram a alcançar Goloka Vrndãvana, 6.230
religião sem, é uma perda de tempo, 4.95 Dasãsvamedha-ghãfa de Gopinãtha
Vrajabhümi como o local ideal para executar, avançados, sintomas de êxtase manifestados
Caitanya instruiu Rüpa Gosvãmi no, 1.243 declarou abertamente que era um ladrão, por, 6.12
4.95 Deidade 4.133 Brahmã recomenda que se ouça os, 8.67
adoração à
elmo da, caiu na cabeça de Caitanya, 4.15 cada um dos, tem determinada rasa com
descrita, 4.87
Corpo, espiritual famoso arroz doce oferecido à, 4.117-119 Krsna, 8.141
descrita no Hari-bhakti-mkSsa, 1.35 história da, sumariada, 4.introdução Caitanya não tinha forças para suportar a in-
alcançado pelo devoto, 8.222 Mãyãvãdis consideram falsa, 6.168
mais do que o corpo material grosseiro e Mãdhavendra Puri arrebatado pela beleza felicidade de Seus, 7.31
não negligenciada pelo discípulo de sanny- da, 4.112 como as pessoas mais perfeitas e mais pacífi-
sutil, 8.229 ãsis transcendentais, 4.111
Corpo, material sândalo oferecido à, destinado à Deidade cas, 8.249
necessária para compreender Krsria, 4.137
os Mãyãvãdis pensam que Krsna tem um, de Gopãla, 4.158,159,160-168 como o objeto e Krçria como o sujeito, 2.47
não autorizada, por salários, 8.83
6.81 de Jagannãtha comparados aos cucos, 8.258
a onipotência da, 1.43
Corvos ajudou o rei Purusottama, 5.introdução compreendem Krsna por meio da revelação,
aqueles que servem à, devem banhar-se re-
Caitanya desmaiou ao entrar no templo 4.77
gularmente, 8.55
desentendimentos resolvidos perante a, 5.32 da, 1.98 convertem todos os lugares em Vrndãvana,
os especuladores mentais são como os, 8.258 expande a realidade dos princípios transcen- Caitanya recebeu guirlandas e prasãda da, 7.129
dentais, 5.159 6.217 de Caitanya Lhe são muito queridos, 7.7-8
instalada na casa de alguém, 3.190 demonstrou misericórdia para com de Caitanya seguem os passos de Mãdha-
Criação levada de aldeia a aldeia pelos devotos oci- Sãrvabhauma, 6.211 vendra Puri, 4.178
dentais, 7.82 devotos de Caitanya vão ver a, 6.35 dedicam-se ao serviço ao mestre espiritual,
a orientação de Krsria por trás da, 6.171
pode agir exatamente como o Senhor em Sua Gopinãtha Acãrya levou Caitanya para 8.83
através do olhar do Senhor, 6.145-146
os cientistas apresentam falsas teorias sobre ver o madrugar da, 6.67 devem diariamente cantar o santo nome um
forma original, 5.97 Mãdhavendra Puri arrebatado de êxtase número fixo de vezes, 7.37
a, 6.109
os devotos devem ocupar todos no serviço devem seguir os passos de Caitanya, 7.82
o Senhor como igual e diferente de Sua, ao ver a, 4.147
à, 4.102 é de se esperar que aceitem todos os nove
6. introdução sândalo e cânfora usados para a, 4.151
subsiste através da energia do Brahman Su- só os Vaiçriavas podem adorar, 4.87 processos do serviço devocional,
Sãrvabhauma adquiriu fé na maM-prasãda
premo, 6.144 Vaisnavas não comem nada que não seja ofe- 4.125
recido à, 4.93 da, 6.231
Cupido tirou Rãmãnujãcãrya de Jagannãtha Puri elevados, seguindo os passos dos, 6.255
cinco flechas de, 8.194 de Gopãla estão sob a influência de yogamãyã, 8.200
e colocou-o em Kürma-ksetra,
Krsna a rainha de Purusottamadeva presenteia já estão livres do pecado, 6.92
7.113
atrai a mente de, 8.81, 139, 140 a, com uma pérola, 5.125-132 Krsna compreendido apenas através da mi-
trono de Marükya apresentado à, 5.124
criou um festival para, 8.144 briga de amor entre a Deidade de Jagan- sericórdia dos, 6.151
visitada por Caitanya, 7.55
ferido pela flecha de, 8.107, 115 nãtha e a, 5.9
é o, sempre jovem, 8.138
844 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 845

Devotos Desapego Encamações Forma do Senhor


Krsna das condições materiais por exibição, 8.64 enumeradas por Sanãtana Gosvãmi, 6.99 como completa em eternidade, conhecimento
controlado pelos, 4.137 inumeráveis, 8.135 e bem-aventurança, 6.166
endividado com os, em mãdhurya-rasa, Deusa da fortuna mágicos aceitos como, 6.82 desconhecida dos Mãyãvãdis, 6.168
8.92 as gopis são mais afortunadas do que a, 8.80 pseudo, não aludidas nos sãstras, 6.80 nunca Se perde devido à transformação de
é atraída pelo Senhor Krsna, 8.145 tipos de, explicados, 1.41 Suas energias. 6.173
pode lidar de qualquer forma com os, está sempre abraçada pelo Senhor Nrsimha- Energia omkâra como a representação sonora da,
5.97 deva, 8.5 categorias de, 1.43 6.174
reciproca com os, 4.95 Krsna como o esposo da, 8.138 do Senhor ora se manifesta, ora não, 6.171 os impersonalistas não aceitam a, 6.169,
mais elevados, os pregadores como os, 8.44 não pôde alcançar a plataforma do serviço do Senhor manifestada em três fases, 6.160 264-265
muitos são nitya-siddhas, 5.113 ilusória, poder da, 6.109
não-contaminados, quatro sampradãyas dos,
Dhanvantari
a Krsna em Vrndãvana, 8.231
inferior do Senhor descrita, 6.164 •
4.197 interna, três formas de, 8.154-155, 160
como lllã-avatdra, 6.99
não levam em consideração inconveniências Dhtra-lalita
material
pessoais, 4.186 Krsna como, 8.187, 288 o Supremo lançou o olhar sobre a,
Nrsimha destrói a ignorância que toma conta Dlksa 6.145-146
dos, 8.5 definida, 4.111 age diversamente sobre os seres vivos, G
obtêm conhecimento direto do Senhor, 7.66 Dlna-dayãrdra-nãtha 6.156
o Senhor Gadãdhara
Krsna conhecido como, 4.197 mundo material como manifestação da. Caitanya desfrutou humores de amor conju-
come tudo oferecido pelos, 4.77 Dinastia Yadu 6.173 gai com, 2.78
diretamente lhes dá conhecimento, 7.68 marginal, seres vivos como, 6.163, 165 como expansão pessoal de Caitanya, 1.219
é mais avançada que os Pãndavas, 8.246
permite ser capturado pelos, 6.84 o Senhor desfruta de seis opulências em Sua,
Dola-yátrã encontrou-se com Caitanya na casa de
os Mãyãvãdis não devem ser vistos pelos, 6.161 Advaita, 3.155
presenciado por Caitanya, 7.5
6.167 os três tipos de, do Senhor, 6.153-156 Gadãdhara Pandita
Dramida
podem servir ao Senhor na matéria grosseira Escrituras aceitou tridanda-sannyãsa, 3.6
método de trabalho confirmado por, 8.57
ou sutil. 1.161 as glórias de Rãdhãrãni são prolificamente Gadãdhara Pandita
Durgã
só comem alimento oferecido a Krsna, 3.70 decantadas nas, 8.98 como associado de Caitanya, 1.219
têm a maior reputação, 8.246 como a deidade que superintende o mundo
material, 8.90 Esmolar Ganges
todas as qualidades divinas existem nos, 5.76 atividade considerada criminosa nos países aceito por Caitanya como Yamunã, 1.94;
tomam prasãda com prazer, 3.64 os impersonalistas cantam o nome de, 8.90
Siva explica seu aparecimento como Sahkarã- ocidentais, 8.39 3.25-26
versos de Sãrvabhauma como colares nos Estados Unidos
cãrya a, 6.182 amor a Deus como as águas do, 2.48
pescoços dos, 6.256 instalação de Deidades nos, 4.87 Garbhodakasãyl Visnu
puros Durvãsã Muni
citado quanto ao poder do santo nome, 8.72 Europa como purusãvatãra, 1.41
agem conforme o desejo do Senhor, instalação de Deidades na, 4.87 Garuda Purãna
Dvãpara-yuga
8.130-131 Evidência citado quanto à fama do devoto, 8.246
classes de liberação aceitas pelos, 6.266 adoração à Colina de Govardhana iniciada
no final da, 4.86 dez espécies de, 6.135 Gauda-deéa
como os homens mais ricos do mundo, védica, aceita como a mais importante, 6.137 Bengala conhecida como, 1.24
5.76 Krsna aceitou um corpo de cor negra na,
6.101 Caitanya foi para, 1.147
Krsna é conquistado pelo amor dos, Gaurahari
8.66, 67 Dvârakã
as gopis não gostavam da opulência de, 1.56 Caitanya tratado como, 1.6
o prazer saboreado pelos, manifesta-se Gayã
pela potência de prazer do rainhas de, como expansões da potência in-
terna, 1.43 como local de peregrinação, 5.11
Senhor, 8.158 F Gâyatri
os pseudo-transcendentalistas não podem como a mãe dos Vedas. 8.138
se comparar aos, 8.83 Fé
ouvindo acerca do Senhor a partir dos, E é necessária para se obter Krsna, 8.310 Gita-govinda
6.178 sãdhana-bhakti inclui, 8.68 Caitanya ouviu citações do, 2.77
Ekâmra-kãnana citado por Rãmãnanda Rãya, 8.107, 144
podem conceder potência espiritual a como um local dado a Siva por Krsna, 5.140 Festival de Ratha-yãtrã
todos, 7.99 Elementos Caitanya e os devotos compareceram ao, Godãvarl
preferem ir ao inferno a terem que se 1.47-49, 134 Caitanya encontrou Rãmãnanda Rãya na
materiais, desenvolvimento dos, 8.87
fundir no Brahman, 6.268 materiais, o Senhor pode aparecer através Jagannãtha novamente apresenta-Se perante margem do, 1.104
vêem Rãdhã e Krsna como um, 8.282 de, 5.97 o público durante o, 1.123 Vidyãnagara situada a margem do, 5.119
846 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 847

Goloka Vrndãvana Gopfs Govindají


compreendem-se os passatempos de Rãdhã
H
como o planeta mais elevado do mundo espi- Krsna conhecido como, 8.137, 138
ritual, 8.139 e Krsna por intermédio das, 8.202, serviço a, introduzido, 1.32 Hanumãn
é auto-iluminado, 8.138 205 Govinda-kunda Caitanya ofereceu respeitos a, 8.300
não é só por se seguirem os princípios regu- de tez clara, 2.1 a Deidade de Gopãla banhada com a água Hari
lativos que se alcança, 8.226 Gopijana-vallabha satisfaz todas as, 8.138 do, 4.56 a perfeição da vida consiste em agradar, 8.58
os associados de Krsna em, 8.223 Krsna Caitanya pediu às pessoas que cantassem o
o Senhor sempre permanece em, 6.143 abraçado pelas, 8.144 Govinda-lilãmrta nome de, 7.97
Gopãla como o esposo de todas as, 8.138 citado por Rãmãnanda Rãya, 8.182, 206, 211 como nome do Senhor Supremo, 6186
Caitanya ouviu a história da instalação de julga-Se incapaz de retribuir Sua dívida Gozo dos sentidos Hari-bhakti-vilãsa
1.96 para com as, 8.93 a aquisição de, através da execução de ceri- como livro compilado por Sanãtana Gosvãmi,
Gopãla Bhatta Gosvãmi mais avançadas do que Uddhava, 8.246 mônias ritualísticas, 8.90 1.35
cantava diariamente os santos nomes um nú- não se sentem atraídas pela forma de a educação material incrementa as atividades tema do, 1.3-1
mero fixo de vezes, 7.37 Nãrãyana, 8.90 de, 8.245 Haridãsa Thãkura
coligiu o tema do Hari-bhakti-vilãsa, 1.35 o amor das, é descrito como luxúria, cantava diariamente os santos nomes um nú-
a observância da Cãturmãsya tem por objetivo
Gopãla Capala 8.215-216 mero fixo de vezes, 7.37
minimizar o, 4.169 cantava um número fixo de voltas, 4.125
libertado por Caitanya, 1.151 ,o desejo luxurioso das, é comparado ao ouro, as gopfs não têm nenhum desejo de, 8.218
Gopãla-campü 8.139 como associado de Caitanya, 1.219
como causa de enlaçamento, 1.198 declinou tomar prasãda com Caitanya, 3.63
conteúdo do, descrito, 1.44 os passatempos de Krsna com as, como Dãmodara desejava que Caitanya desfrutasse
muito confidenciais, 8.56 lamenta a partida do Senhor para Puri, 3.194
Gopinãtha Acãrya de, 7.27
qualidade espiritual das, 8.139 não entrou no templo de Jagannãtha, 1.63
como cunhado de Sãrvabhauma 6.112 Jagadananda desejava que Caitanya desfru- residiu com o Senhor em Jagannãtha Puri,
como cunhado de Viáãrada, 6,18 queriam levar Krsna de volta a Vrndãvana, tasse de, 7.21
1.56 1.252
convencido de que Caitanya é Krsna, 6.73 Krsna desfruta do, como se fosse ouro, 8.187
em êxtase ao ver Sãrvabhauma como devoto, Rãdhã faz tudo para que Krsna desfrute com não se pode proteger a ordem de sannyãsa Hiranyakaáipu
6.238 as, 8.212-213 quando se está apegado ao, 6.75 Nrsimha ficou feroz com, 8.6
encontrou aposentos residenciais para são como ramos, flores e folhas, 8.209, 211 nenhuma mácula de, nas gopfs, 1.82 Hlãdini
Caitanya, 6.65-66 seguindo os passos das, 8.205, 223-228, 230 o destino daqueles que desejam o, 8.257 como a potência de prazer do Senhor,
encontrou-se com Mukunda Datta, 6.19 sentem-se atraídas pela beleza de Krsna, o paramahamsa venceu o desejo por, 4.123-124 8.157-159
estabeleceu que Caitanya é Kpsna, 8.224 os não-devotos pedem que o Senhor lhes Hrsíteáa
6.introdução sintomas de mahãbhãva manifestados pelas, conceda, 8.200 servido pelos sentidos purificados, 4.102
satisfeito pelo êxtase de Sãrvabhauma, 6.13 os patifes apresentam uma pretensa encarna-
6.209-210 só desejam ver a face de Krsna, 2.29 ção para seu próprio, 6.84 I
trouxe vestimentas e prasãda para Caitanya, transcrição da canção das, 8.276 Ilusão, teoria da,
7.75 troca de amor entre Krsna e as, 8.94, 95 Grhasthas
a plataforma genuína da, 6.173
Gopinãthaji Gosvãmis, as pessoas não são treinadas como, na era
Mãyãvãdis tentam estabelecer a, 6.172
prece a, 1.5 cantavam diariamente os santos nomes um de Kali, 7.127
Imortalidade
Gopinãtha Pattanãyaka número fixo de vezes, 7.37 dever dos, alimentar os sannyásís, 3.168
da pessoa individual como a perfeição mais
salvo por Caitanya, 1.265 tornaram-se mendicantes para salvar as é de se esperar que os sannyãsis abençoem
elevada, 6.169
almas caídas, 8.39 os, 7.69 Impersonalismo
Gopis os seis, de Vrndãvana oferecem respeitos aos sannyãsis, 6.56 os/nanfs enfatizam excessivamente o, 6.235
abraçadas por Krsna na rãsa-lilã, 8.232 Caitanya louvado pelos, 6.255 podem ser mestres espirituais, 4.111 pouca diferença entre a vacuidade e o, 6.168
adoravam Kãtyãyani, 8.90 cantavam um número fixo de voltas, Grhastha-brãhmana Sãrvabhauma salvo da grande queda do,
aprendem com Rãdhã a arte de como se em- 4.125 adoração de Visnu pelo, 4.111 6.244
belezarem, 8.183-184 como paramahamsas, 4.123 Guhadeva Impersonalistas
aproximaram-se do Senhor por luxúria, 4.133 templos começados pelos, 4.104 método de trabalho confirmado por, 8.57 amam o prazer, 8.257
atraídas a Krsna como vaqueirinho, 1.82 Governo Gundicã-yãtrã caminho da yoga mais detestável que o ca-
atraídas pela flauta de Krsna, 1.5 festival de Ratha-yãtrã conhecido como, 1.48 minho dos, 6.269
consciente de Krsna, 4.93
Caitanya desfrutou a posição das, 1.51 Gupta-kãái julgam que Brahman é superior a Visnu, 8.60
Govinda
Caitanya dirigiu-Se às, 2.74 visitado por Caitanya, 5.141 não têm acesso ao reino de Deus, 8.90
como atividades mentais de Rãdhã, 8.177 Caitanya recebeu serviço imaculado de, 273
Guru pensam que "espiritual" refere-se a uma
como expansões da potência de prazer, 8.139 viveu com o Senhor em Jagannãtha Puri,
1.253 de casta, a pessoa não deve se tornar um, ausência de forma, 6.167
como expansões do corpo de Rãdhã, 8.165 sahajiyãs melhor que, 1.34
viu o Senhor em Jagannãtha Puri, 1.129 8.83
848 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 849

Índia Jagannãtha Misra Uva Gosvãmi Kapardi


Caitanya viajou por toda, 1.246 como pai de Caitanya, 6.51 como sobrinho de Rüpa Gosvãmi, 1.42 método de trabalho confirmado por, 8.57
costume de se conseguir casamento na, 5.32 Jagannãtha Puri como um brahmacãri, 4.104 Kapoteávara
mantém matadouros, 1.197 Caitanya seu Laghu-tosanl, 1.35 Caitanya visitou o templo de, 5.143
índia do Sul cantou Hare Krsna a caminho de, 4.10 Jiyada-nrsimha Karma
sob as garras de filosofias adulteradas, 9.3 desejava que Seus discípulos permane- Caitanya visitou o templo de, 1.103; 8.3-9 o Senhor atrai aqueles ocupados nas ativi-
Indonésia cessem em, 7.12 Ihãna dades de, 6.197
cultura védica perdida na, 4.106 desejava regressar a, 7.69 o Senhor atrai aqueles ocupados em ativida- Knrmrs
Indra foi a, 4.3-4 des de, 6.197 competição acirrada entre os, 8.246
adoração a, pelos pastores de vacas interrom- permaneceu em, durante dezoito anos Jnãnis completamente sob o conceito corpóreo de
pida por Krsna, 4.86 1.249 os Vaiçnavas nunca concordam com os, 7.66 vida, 6.235
Inferno realizou sankirtana em, 1.247 Júnior Haridãsa não têm acesso ao reino de Deus, 8.90
quem julga o devoto tomando como base o residiu em, 7.4 punido pelo Senhor, 1.259 podem se elevar aos planetas celestiais, 8.257
seu nascimento vai ao, 8.36 Haridãsa Thãkura se foi em, 1.257 só estão interessados no gozo dos sentidos,
Iniciação, espiritual intimamente relacionada com Navadvipa, 7.66
nome do discípulo mudado na, 1.208 3.183
pelo mestre espiritual genuíno, 8.139 Mãdhavendra Puri reuniu polpa de sândalo K Kaál
Inteligência em, 4.1 Kãlã Krsnadãsa como lugar de peregrinação, 5.11
dos Mãyãvãdis não purificada, 6.168, 235 os devotos regressaram a, quando Caitanya como o brãhmana que acompanhou Caitanya Kãál Miára
Intoxicação partiu em viagem, 7.94 até o sul da índia, 7.39 Caitanya concedeu Sua misericórdia a, 1.129
encorajada na índia, 1.197 o Senhor desejou ficar em, com Rãmãnanda seguiu Caitanya durante a Sua viagem, 7.93 habitantes de Puri conduzidos por, refugiam-
o perigo da, 7.128 Rãya, 8.241 Kãli se em Caitanya, 6.281
Isvara Puri os habitantes de, refugiaram-se em Caitanya, os materialistas cantam o nome de, 8.90 Kãáiávara
Caitanya ouviu a história de Mãdhavendra 6.281 Kãliya-ghãta viu o Senhor em Jagannãtha Puri, 1.129
Puri de, 4.introdução, 18 ponte na entrada de, 5.147 os peregrinos banham-se no, 5.14 viveu com o Senhor em Puri, 1.253
como discípulo de Mãdhavendra Puri, 4.87 Rãmãnanda Rãya retorna a, 1.127-128 Kali-yuga Kãáirãja
sintomas de êxtase de Caitanya vêm por in- rio Bhãrgi a nove quilômetros e meio ao norte cantar os santos nomes é importante na, luta entre Krsna e, 5.140
termédio de, 4.197 de, 5.141 6.242 Kataka
Viávambhara iniciado por, 8.128 seres de outros planetas visitaram o Senhor como um oceano de falhas, 6.242 o rei de, derrotado pelo rei Purusottama,
em, 1.268 durante a, não se deve deixar a família subi- 5.introdução
templo atual de, construído pelo rei Ananga- tamente, 7.127 Kãveri
J bhima, 5.144 durante a, não se executa apropriadamente Caitanya visitou a terra à margem do, 1.107
Jagadananda visitada por Mãdhavendra Puri, 4.143-145 o varnãérama-dharma, 8.60 Keáava
Caitanya desfrutou humores de amor conju- Jagãi e Mãdhãi é rara a fama do devoto na, 8.246 Krsna conhecido como, 7.96
gai com, 278 liberados por Caitanya, 1.192-196 mahã-mantra cantado congregacionalmente Keáava Bhãrati
como associado de Caitanya, 1.219 Jaimini na, 6.103 Caitanya tomou sannyãsa de, 6.69, 71
como o autor do Prema-vivarta, 8.193 apresentou teorias falsas, 6.109 não há lilã-avatãras na, 6.99 Keál-ghãta
levou prasãda e versos para Caitanya, Janãrdana ordem de sannyãsa proibida na, 6.127 os peregrinos banham-se no, 5.14
6.250-251 o Senhor conhecido como, 1.161 o Senhor aparece disfarçado na, 6.95 Khanda
queria que Caitanya desfrutasse de gozo dos Janmàstami pseudo-Vaisnavas como discípulos de, 1.220 habitantes de, encontraram-se com Caitanya,
sentidos, 7.21 observado por Caitanya, 1.146 rasãbhãsa devido à influência da, 8.90 1.132
veio ver Caitanya, 1.100 Java todos na, são caídos, 8.38 Kirtana
viveu com o Senhor em Jagannãtha Puri, cultura védica perdida em, 4.106 Kãma-deva o Senhor imediatamente fez-Se presente du-
1.254 Jhàrikhanda Krsna conhecido como, 8.138 rante o, 1.126
Caitanya viajou através de, 1.238 Kamalapura Krsna
Jiva Gosvãmi Caitanya visitou, 5.introdução, 141 almas liberadas atraídas pelas qualidades de,
Jagannãtha aconselhou que a pessoa não se julgasse um Karhsa 6.198
Caitanya assistiu à cerimônia de banho de, associado do Senhor, 8.205 Krsna como inimigo de, 8.106 amor a, em saudade expresso por Rãdhãrãm,
1.121 alerta contra se interpretarem as escrituras, 4.197
r Kanãda
Caitanya desmaiou ao ve f 1.98 6.135 Arjuna vitorioso pela graça de, 4.79
apresentou teorias falsas, 6.109
como visto por Caitanya, 1.85, 86 cantava diariamente os santos nomes um nú- Kãnãi Nãtaáãlã as ordens de, estão dadas no Gita e no
o êxtase do Senhor ao ver, 2.54 mero fixo de vezes, 7.37 Bhãgavatam, 7.128
visitada por Caitanya, 1.227
850 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 851

Krsna Krsna Laksmipati Tirtha Madhvãcãrya


Caitanya apareceu na forma original de, para todo o conhecimento védico leva a, 6.147 algumas pessoas afirmam que Nityãnanda aceitou milhares de discípulos, 7.130
Sãrvabhauma, 6.202-205 tudo o que Ele faz é bom, 4.133 foi iniciado por, 8.128 citado quanto aos especuladores mundanos,
Caitanya como, 8.23, 43, 122, 288 Krsnadãsa Nityãnanda aceito como discípulo de, 3.85 8.193
como aquele que é todo-atrativo, 8.139 executou a cerimônia de banho de Caitanya, Lalitã Narahari Tirtha está na sucessão discipular
como Cupido personificado, 2.74 1.144 como amiga de Rãdhãrãni, 2.23 de, 7.113
como filho de Nanda Mahãrãja, 6.280 Krsna-kathã Krsna absorveu, 8.142 Madhvãcãrya-sampradãya
como filho de Yaáodã, 8.227 como onda de néctar, 2.31 Liberação Màdhavendra Puri pertencia à, 4.87
como fonte de todas as encamações, 1.41 Krsnadãsa Kavirãja aqueles que estão em busca da, tentam Mahã-bhãgavata
como lilã-avatãra, 6.99 fundir-se no Brahman, 8.90 vê tudo como sendo Krsna, 8.274
como o único objeto de adoração, 8.83 não precisa bajular o público, 2.85
as conversas com Rãmãnanda Rãya estão na Mahãbhãrata
como um oceano de qualidades transcenden- Ksatriya plataforma da, 8.255 aparecimento de Caitanya confirmado no,
tais, 2.26 conhece alguma coisa sobre o Brahman, 8.36 destino daqueles que desejam a, 8.257 6.104, 255
comparado ao sol, 5.97 deveres do, 8.58 estágio neutro entre vida condicionada e, como literatura védica, 6.137, 147
conhecido como Madana-mohana, 2.56; o éüdra serve ao, 7.63 8.64 compilado para os homens comuns, 6.147
8.138 pode renunciar a família, 8.61 diferentes tipos de, 1.43 o aparecimento do Senhor descrito no, 6.98
conhecido como Vrajendra-nandana, 8.221 Kçlra-corã-goplnãtha Mãyãvãdis aceitam a posição impessoal
considerado imoral pelos patifes mundanos, Caitanya ouviu a história de, 1.97 como, 3.6 Mahãjanas
4.133 Ksirodakasãyi Visnu deve-se entender o Senhor por intermédio
mesmo enquanto ainda se está no mundo
criou o varnãérama-dharma, 8.57 como purusãvatãra, 1.41 dos, 6.82
material, 8.139
descrito por Rãmãnanda Rãya, 8.135-139 Kulína-grãma Mahã-mantra
o amante de Krsna alcança o grau mais ele-
é atraente inclusive para Ele mesmo, 8.143 residentes de, visitam Caitanya, 1.131 vado de, 8.249 a pessoa purifica-se no lar através do canto
é cativado pelo amor conjugai, 8.88 visitada por Caitanya, 1.152 do, 7.128
Kumãras Ulã-avatãras
é chamado de akhila-rasãmrta-mürti, 8.142 Caitanya aconselhou Sãrvabhauma Bhattã-
descritos, 1.41 cãrya a cantar o, 6.introdução
é conquistado pelo amor do devoto, 8.67 atraídos pelas flores oferecidas a Krsna, 6.198
Kürma Literatura védica cantado por Mãdhavendra Puri, 4,34
é de tonalidade escura, 2.1 Krsna não é compreendido apenas pela lei-
fragrância do corpo de, 2.33 seguiu Caitanya mas foi mandado para casa, cantado sob a orientação do mestre espiri-
tura da, 4.137 tual, 7.127
frialdade de Suas mãos e pés, 2.34 7.135
não há nenhuma diferença entre o kãma-gãyatri Kürma-ksetra Luxúria como o principal objeto adorável, 8.256
e, 8.138 ao ouvir acerca da dança da rasa a pessoa devemos adotar diretamente o canto do,
visitado por Caitanya, 1.103; 7.113
afasta a, 8.255 6.178
não pode atingir o limite das qualidades de Kürma-mürti
material compara-se ao ferro, 8.139
Rãdhã, 8.185 como forma de Visnu, 7.113 deve ser dado às pessoas mundanas, 4.134
néctar dos lábios de, 2.32 Kuruksetra introduzido em todas as aldeias por Caitanya,
o devoto de Nãrãyatia não pode compreen- asgopis encontraram-se com Krsna em, 1.53 M 1.103-105
der, 8.90 as gopis não atraídas por, 1.82 Mãdhavendra Puri tinha interesse agudo em
Madana-mohana
Rãdhãrãni encontrou-Se com Krsna em, 1.79 a Deidade que estabelece nosso relaciona- cantar o, 4.125
o processo de novo nascimento parado ao se
mento com Krsna, 8.138 para ser cantado na Kali-yuga, 6.242
conhecer, 3.181 Kuruksetra, Batalha de
serviço a, introduzido, 1.32 protege-nos do orgulho desnecessário, 7.147
pode aparecer em qualquer elemento mate- princípio seguido na, 5.32 visa às almas liberadas, 6.175
rial, 5.97 Mãdhava Mahãmãyã
Rãdhã não toca em ninguém além de, 8.288 Krsna conhecido como, 8.107
L diferença entre a adoração à yogamãyã e à,
razão de Seu advento, 3.199 Mãdhavãcãrya 8.90
satisfeito quando alguém é servo de Seu Laksml identificado, 1.96
Mahã-prasãda
servo, 1.206 como a consorte do Senhor em Vaikuntha, Mãdhavendra Puri dada ao Bhattãcãrya por Caitanya,
sente-Se atraído por Si mesmo, 8.148, 149 8.229 Caitanya ouviu a história de, 1.%
sentimentos de saudade de, 4.178 6.introdução.
deseja as qualidades de Rãdhã, 8.184 como o rei dos Vaisnavas, 4.147
Seus braços são como serpentes, 8.224 de Jagannãtha aceita por Caitanya, 6.39-46
famoso verso falado por, 4.192-197
Sua beleza como a doçura mais elevada de distribuída por Sãrvabhauma Bhattãcãrya,
introduziu a concepção do amor conjugai por
6.introdução,
amor a Deus, 8.94 não pode compreender as gopis, 8.246 Deus, 4.197 injunções para glorificar a, 6.225-226
tem características transcendentalmente atra- Laksmidevi Nityãnanda foi iniciado por, 8.128 saboreada pelos devotos, 8.285
tivas, 6.186 i devotos assistem aos passatempos de, 1.145 serviço devocional de, como assunto do capí- Mahãpurusa
todas as encamações existem no corpo de, Laksmi-Nãrãyana tulo quatro, 4.1-213
1.43 adoração a, 8.230 Sri Gopãla satisfeito com o amor de, 4.1 Caitanya conhecido como, 6.95
852 índice alfabético 853
Sri Caitanya-caritãmrta

Mukunda Datta Mundo, material


Mahâ-Visnu Mestre espiritual nitya-siddhas dentro do, parecem trabalhar
é atraído por Krsna, 8.146 acompanhou o Senhor a Puri, 3.209-210
além da jurisdição da instituição varnãérama, cantou canções para Caitanya, 3.121-126 como homens comuns, 5.113
Malásia 3.96 como associado de Caitanya, 1.219 o porquê da vinda de Krsna ao, 8.146-147
cultura védica perdida na, 4.106 as pessoas de nascimento baixo são promovi- declinou tomar prosada com Caitanya, 3.61-63 os abastados como as personalidades mais
mantra gâyatri das à posição elevada pela miseri-
a Superalma como a fonte do, 8.265 encontrou-se com o Senhor na casa de importantes no, 8.247
córdia do, 8.36
mantra Hare Krsna Advaita, 3.155 os desejos de Krçria são refletidos de forma
como se tomar, 7.130 seguiu o Senhor em direção a Vrndãvana, pervertida no, 8.187
cantado por Caitanya a caminho de Puri, 4.10 devoto determinado a executar a ordem do,
os devotos de Caitanya cantavam o, ó.37 3.11 os devotos devem observar os costumes so-
4.186 ciais do, 7.29
veio ver Caitanya, 1.100
inicia o discípulo para liberá-lo, 1.218 visitou o Senhor em Puri, 1.256 os princípios védicos são seguidos no, 8.221
pune o discípulo, 2.76 Mulheres os sannyãsis Mãyãvãdis pairam no, 6.235
Manu qualificações para se tomar, 8.128 os seres vivos do, estão esquecidos de seu
recebe-se do, o poder de pregação, 7.101 Krsna atrai todas as, 8.145
quatorze encamações de, 1.41 relacionamento com Deus, 6.154
serviço devocional prestado através do, 6.179 Mahãbhãrata compilado para as, 6.147
podem aproximar-se do destino supremo, potência de prazer existente no, 6.157
Materialistas tem que ajudar alguém a escapar da morte, quase todos no, são invejosos, 4.147
3.181 8.36
aqueles que não são Vaisnavas são, neces- todas as, devem casar-se, 7.128 sujeito a mudanças devido á influência do
sariamente, 7.66 três categorias de, 8.128 tempo, 6.101
Mundo, espiritual
arrastados pelas ondas de mãyã, 8.131 Misericórdia tudo no, é embotado, 8.138
a, especial de Caitanya, 8.38 a atividade de roubar, do Senhor, como fonte
geralmente não têm qualificação para avançar de bem-aventurança no, 4.133 Murãri
espiritualmente, 7.63 Caitanya desejou regressar a Puri pela, de como associado de Caitanya, 1.219
está sob a influência de yogamãyã, 8.90
manufaturam seu próprio processo de adora- Sãrvabhauma, 7.69
existem formas espirituais no, 6.167
ção, 8.90 Caitanya mostrava favor a alguém por inter- Krsna é compreendido apenas por aqueles
não podem entender a variedade espiritual, médio de Sua, 8.37-38
compreendem-se os casos amorosos de que já estão no, 4.134
8.193 não há diferença entre o corpo e a alma no, N
Krsna quando se recebe Sua, 8.310
de Caitanya liberou o mundo, 7.107 1.41
o Senhor é idêntico a Seu nome, forma, etc. Nadia
Mathurã de Caitanya para com Sãrvabhauma, 8.34 as pessoas vêm ver Caitanya, 3.138
doçura de, 1.84 no, 8.90
de Nrsirhha comparada ao luar, 8.5 Nanda Mahãrãja
Sanãtana Gosvãmi enviado à, 1.245 os Mãyãvãdis equiparam-no ao vazio budis-
o fato de o Senhor dotar alguém de poder a boa fortuna de, 8.77
ta, 6.168
visitada por Caitanya, 1.239 é entendido por intermédio de Caitanya como filho de, 1.273
Sua, 7.110 os Vaikunthalokas no, 8.139
Krsna como filho de, 3.221
poder da, de Caitanya, 1.202 tudo no, tem vida, 8.138
Nandanandana
Rãdhã aparece primeiramente como, 8.167 Mundo, material
Mãyã os devotos de Vrndãvana dirigem-se a Krsna
recebida quando um devoto olha para al- a atitude competitiva do, 8.246 como, 8.90
os materialistas como servos de, 8.131 a elevação termina com o fim do, 8.90
os não-devotos estão sob a influência de, guém, 7.102 Não-devotos
Modos da natureza a luxúria aplica-se ao, 8.215
8.200 a ferocidade de Nrsimha para com os, 8.6
encamações dos, 1.41 as pessoas do, como servas de mãyã, 8.131 nenhum respeito dado aos, 1.43
Mãyãvãdis Caitanya apareceu para ensinar as almas
adoram seu próprio corpo como sendo o Su- serviço devocional não manchado pelos, o pregador faz distinção entre os devotos e
caídas do, 6.255 os, 8.44
premo, 8.205 1.161
subjugados no rio Virajã, 8.64 desapego do, através do serviço devocional, os devotos não devem se associar com os,
consideram que o corpo de Krsna é material 6.147
8.139 8.36
deve-se seguir o varnãérama-dharma enquanto pedem que o Senhor lhes dê gozo dos senti-
consideram que o oposto à concepção ma- Monismo se está no, 8.60 dos, 8.200
terial é zero, 8.137 quem aceita, toma-se jubilante, 8.65 diferença entre o corpo e a alma no, 1.41 Nãrada Muni
desejam fundir-se no Absoluto, 1.91 Muçulmanos Durgã como superintendente do, 6.182
não podem ser comparados aos Vaisnavas, Brahmã transmitiu-lhe conhecimento, 7.66
considerados yavanas. 3.63 como energia inferior do Senhor, 6.173
8.83 impersonalistas caem novamente no, 6.168 citado quanto ao serviço devocional, 8.63
contrários à cultura bramínica, 1.189 Narahari dãsa
sanyasis aceitam uma danda, 3.6 Mukunda liberado pela Deidade de Gopãla, 4.173
vêem o mundo material como sendo falso mantido pelos seres vivos, 6.165 encontrou-se com Caitanya, 1.132
ficou triste ao ver as austeridades de Caitanya, Narahari Tirtha
8.276 7.24 nada é inconcebível dentro do, 6.171
Meditação não se pode fazer previsões para a vida com- inscrições de Kürma-ksetra assentadas por.
Mukunda 7.113
nos pés de lótus de Ri. ".hã e Krsna, 8.254 sannyãsis dedicados ao serviço a, 3.8 plicada do, 7.126
854 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 855

Nãrãyana Nityãnanda Paramahamsas Passatempos de Krsna


atraído por Krçoa, 8.145 quebrou o bastão de sannyãsa de Caitanya, descritos, 4.123-124 descritos por Rüpa Gosvãmi, 137
Caitanya como, 8.35 1.97-98; 7.20 devem abandonar o bastão de sannyãsa, 5.143 deve-se sempre pensar nos, 8.228
tem sessenta qualidades transcendentais, neófitos inexperientes tentam imitar os, 5.152 discutidos por Caitanya e Seus devotos, 7.90
9.144 seguiu o Senhor em direção a Vrndãvana não podem deixar de cantar, 4.125 não são compreendidos
Narottama dãsa Thãkura 3.11 Paramãnanda Puri através da pesquisa não-devocional, 4.77
aceitou milhares de discípulos, 7.130 Sua loucura transcendental, 3.97 Caitanya desfrutou afeição paternal de, 2.78 através dos sentidos mundanos, 6.147
citado quanto tentou trazer Caitanya de volta a Jagannãtha Caitanya encontrou-Se com, 1.111 pelos especuladores mundanos, 8.193
ao enredamento material, 1.198 Puri, 1.124 viu o Senhor em Jagannãtha Puri, 1.129 narrados por Sukadeva Gosvãmi, 8.78
aos associados de Caitanya, 3.167 tratado por Caitanya como Seu irmão mais viveu com o Senhor em Puri, 1.253 para atraírem as almas condicionadas, 8.250
ao serviço a um Vaisnava, 1.218 velho, 1.27 Paramãtmã Rãmãnanda Rãya como o limite do conheci-
à misericórdia do Senhor, 8.38 visitou o Senhor em Puri, 1.256 a transmigração está sob o comando do, mento dos, 8.239
a sankirtana, 8.160 Nitya-siddhas 6.162 são perfeitamente bons, 4.134
a se compreender Vrndãvana, 8.138 Nunca esquecem o serviço ao Senhor, 3.167 como aspecto da Verdade Absoluta, 6.78, são todos espirituais, 8.138
às misérias da vida material, 7.126 Nova Vrndãvana 139, 168 toda a criação ganha vida por intermédio
Navadvipa não é diferente de Goloka Vrndãvana, 7.69 como um santo nome do Senhor, 8.90 dos, 8.144
anteriormente conhecida como Kuliyã, 1.151 Nrsirhhadeva dá inteligência ao rei, 1.181 Pãsupata-astra
Caitanya não manifestou potências espiri- Caitanya adorava a Deidade de, 8.4-6 realização de, como uma maneira incompleta como uma arma derrotada por Krsna, 5.140
tuais em, 7.109 Caitanya ofereceu orações a, 1.103 de se compreender o Absoluto, Patanjali
devotos de, foram a Jagannãtha Puri, 1.125 Nrsirhhãnanda Brahmacãri 8.90 seguidores desejam fundir-se, 6.269
habitantes de, visitam Caitanya, 3.155 decorou uma estrada em sua mente para Paramparã Paternidade
Jagãi e Mãdhãi como residentes de, 1.193 Caitanya, 1.155-159 conhecimento recebido pelo, 7.66 serviço devocional em, 8.76-78
qualquer lugar é convertido em, pelos devo- Parãáara Muni
tos, 7.129 citado quanto a varnãérama-dharma, 8.57 Patraka
Nawab Husena Sãhã O Pãrvatl como servo de Krsna, 8.223, 294
ficou sabendo sobre Caitanya através de Omkâra deseja as qualidades de Rãdhã, 8.184 Patita-pãvana
Kesava Chatri, 1.168-174 como a forma sonora do Senhor, 6.174,175 Passatempos de Caitanya Caitanya conhecido como, 8.38
Niilismo Orações como uma torrente de néctar, 4.5 Paurnamãsi
descrito por Buddha, 6.168 de Brahmã a Krsna, 8.67 considerados mundanos por Sãrvabhauma verso falado por, 2.52
pouca diferença entre impersonalismo e, Ouvir Bhattãcãrya, 6.91
6.168 é recomendado por Brahmã, 8.67 quem não acredita nos, sai derrotado, 7.111
Niladri quem ouve os, alcança Seus pés de lótus, Pecado
sobre Rãdhã e Krsna é muito agradável, 8.255
como nome de Jagannãtha Puri, 3.216 7.152 a rendição a Krsna salva-nos da reação ao,
Nilãmbara Cakravarti 8.44
Saci nascida na família de, 3.167 P Passatempos de Krsna deve-se evitar de cometer, 7.128
Nityãnanda Padmanãbha a conversa acerca dos, é confidencial, 8.56 os devotos estão livres do, 6.92
acompanhou o Senhor a Puri, 3.210 Caitanya visitou o templo de, 1.115 a mente de Rãdhã está fixa nos, 8.177 Políticos
às vezes agia como um avadhüta louco, 3.% Pãli as almas liberadas atraem-se pelos, 6.198 geralmente não têm qualificação para o avanço
Caitanya aceita a solicitação de, 7.34-41 subjugada por Krçna, 8.142 a verdade sobre os, estão dentro do conheci- espiritual, 7.65
Caitanya enganado por, 1.93-94 Pahca-gavya mento de Rãmãnanda Rãya, 8.286 Poravandara
colocou Caitanya no colo, 4.199 ingredientes do, 4.61 Caitanya fez perguntas a Rãmãnanda Rãya atualmente Vidyãnagara é conhecida como,
como associado de Caitanya, 1.219 Pancakroái Vrndãvana acerca dos, 8.244 7.62
como o mestre espiritual, 7.83 templo de Gopãla outrora em, 5.12 com as gopis não devem ser discutidos por Potência cit
comparado ao sol e à lua, 1.2 Pancãmrta homens comuns, 4.133 descrita, 6.157
enviado à Bengala, 1.24, 262 ingredientes do, 4.65 como o principal objeto de que se lembrar, Potência espiritual
jogou o bastão de Caitanya no rio, 5.141-143 Pafica-tattva 8.252 Caitanya dotou as pessoas de, 7.99
lamentou por Caitanya ter que partir para o adoração ao, 3.203 Prabodhãnanda Sarasvati
sul da índia, 7.15-17 Pãndavas com Rãdhã como auto-refulgentes, 8.206 citado quanto a imersão no Brahman como
mandou preparar um banquete para o são mais avançados do que Prahlãda, 8.246 com Rãdhã comparam-se à cânfora, 8.305 infernal, 6.268
Senhor, 1.283 Pandita Gosãni (Gadãdhara) conseqüência do néctar dos, borrifados na Pradyumna Miára
predisse que as pessoas cantariam e dança- residiu com o Senhor em Jagannãtha Puri, trepadeira do amor por Deus, Caitanya deu Sua misericórdia a, 1.129
riam em todas as aldeias, 7.82 1.252 8.210-211 enviado à casa de Rãmãnanda Rãya. 1.264
856 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 857

Prahlãda Mahãrãja Princípios regulativos Rãdhãrãni Raktaka


citado quanto ao enredamento material, é necessário para fazer com que despertemos como a consorte do Senhor em Vrndãvana, como servo de Krsna, 8.223, 294
nosso amor por Deus, 8.70 8.229 Rãmacandra
1.198 os brãhmarias devem seguir estritamente,
citado quanto aos nove processos do serviço como a mais querida amiga de Krsna, 8.162 como descendente do rei Raghu, 7.96
5.159 como a personificação do amor a Deus, 8.282 deve-se cantar o nome de Krçna além do
devocional, 8.245
os devotos devem seguir estritamente os, como a principal entre as gopis, 8.246
Nrsimhadeva como o Senhor de, 8.5-6 nome de, 1.112
7.82 como uma trepadeira de amor por Deus.
Prakãáãnanda Sarasvati Hanumãn como servo eterno de, 8.300
Caitanya discutiu os princípios do Gffã com, nenhuns, para se tomar mahã-prasãda, 8.209-211 matou Bali por detrás de uma árvore, 1.116
8.56 6.225-226 conhecida como Govinda-nandinl e Govinda-
purifica-nos da contaminação, 6.242 mohini, 8.288
são dados pelo mestre espiritual, 8.221 Rãmacandra Puri
Prãkrta-sahajiyãs corporifica a potência de êxtase, 8.139 criticou a maneira como Caitanya Se alimenta-
imitam os sintomas de amor por Deus, 2.11 seguidos à risca por Caitanya, 5.152, 158 êxtases de, não entendidos por pessoa mun-
Purãnas va, 1.266
não consultam as escrituras, 1.34 dana, 2.83 Rãmadãsa
Prosada destinam-se especialmente aos Vaisnavas, êxtases que são monopólio de, 2.80
6.137 Caitanya mitigou os sofrimentos de, 1.113,
Caitanya coletou grãos para a preparação de, Krsna
118-119
4.11 o nome de Rãdhãrãni é diretamente como o amante de, 8.142
Caitanya instruía aqueles que Lhe ofereciam, mencionado nos, 8.100 desenhou golfinhos nos seios de, 8.190
7.130-132 visam a complementar o conhecimento vé- roubou, na dança da rasa, 8.102; 114 Rãmakeli-grãma
dada a Sãrvabhauma por Caitanya, 6.222-226 dico, 6.147 lamentação de, 2.18, 26 Caitanya visitou, 1.166-167
de Jagannãtha, Caitanya recebeu a, 6.217; Puri Gosãni loucura transcendental de, 1.87 Rãmãnanda Rãya
7.56 incidente envolvendo, 1.149 o amor de, por Krsna é o mais elevado, acompanhou o Senhor a Bhadraka, 1.149
importância da distribuição de, 4.93 Purusãvalãras 8.98-100 as atividades de, são como açúcar-cande,
oferecida aos sannyãsis por Sãrvabhauma, descritos, 1.41 ocupando-se a serviço de Krsna e, 8.63 8.304-305
6.58 Purusottama sentimentos de saudade de, 4.197 Bhavãnanda Rãya como pai de, ,1.130
o Senhor adorado através da distribuição de, Caitanya visitou o templo de, 1.115 verso composto por, 1.76 cantou e ouviu com, 2.77
3.203 Krsna conhecido como, 8.57 Rãdha-deáa desfrutou de afeição amigável com, 2.78
nunca contaminada, 3.98-99 Puruçouaina, lei Caitanya viajou em, 1.92; 3.4-5 leu um drama de, 2.17
tomada pelo Senhor na casa de Advaita, 3.60 a rainha do, deu uma pérola à Deidade de Rãdhã-Govinda canção composta por, 8.193-195
Pratãparudra Gopãla, 5.127, 132 reverências a, 1.4 como encarnação de Arjuna ou Viáãkhãdevi,
Caitanya concedeu Sua misericórdia a, 1.135 conhecido como Purusottama-deva, 5.122 Rãdhã-Madana-mohana 2.78
executou serviço para agradar o Senhor, • de alguma forma conseguiu controlar Orissa, reverências a, 1.3 como encarnação de Viáãkhã, 8.23
1.148 5.119 Rãdhãramana como governador de Madras, 8.27
Rãmãnanda Rãya como o governador do sul Purusottama Yati os devotos de Vrndãvana dirigem-se a Krsna como o autor de Prema-vilãsa-vivarta, 8.193
da índia sob o regime de, 5.119, iniciado por Ãnanda Tirtha, 7.113 como, 8.90 como o melhor entre os melhores devotos,
7.63 Raghunãtha Bhatta Gosvãmi 8.44
Prayãga
R comp residente de Vidyãnagara, 7.62
cantava o santo nome diariamente um número
como um local de peregrinação, 5.11 Rãdhãrãni fixo de vezes, 7.37 como uma nuvem de serviço devocional, 8.1
Rüpa Gosvãmi encontrou o Senhor em, Caitanya assumiu a tez de, 8.279; 282 Raghunãtha dãsa Gosvãmi comparado a um mineiro, 8.295
1.241-243 descrição das qualidades de, 8.166-186 aconselhou que não se comessem pratos sa- compara-se a si mesmo a um boneco dan-
Preces origem do nome de, 8.100 borosos, 3.70 çante, 8.132-133
de Sanãtana e Rüpa Gosvãmis, 1.187 representa a forma mais elevada de amor a dívida do autor para com, 8.312 compara-se a si mesmo a um papagaio, 8.122
Prema-bhakti conjugai, 8.88 ajudou na compilação do Caitanya-caritãmrta, era considerado um éüdra, 7.63
descrição de, 8.68 representa mahãbhãva, 8.160-164 2. introdução, suas qualidades explicadas por Caitanya,
Premãmbhoja-maranda tomou a árvore tamãla como sendo Krsna, cantava o santo nome diariamente um número 1.263
descrição do corpo de Rãdhã em, 8.166 8.194 fixo de vezes, 7.37 o encontro entre Caitanya e, 8.14-24
Princípios regulativos banhos tomados por, 8.167-168 citado quanto à perfeição da vida, 8.63 testemunhou o êxtase de Caitanya, 2.39, 44,
às vezes os associados de Caitanya contra- Caitanya absorto no estado de espírito de, colocado sob os cuidados de Svarüpa 50
riavam os, 7.29 1.56; 2.4, 9, 78, 80 Dãmodara, 1.284 viveu com o Senhor em Puri, 1.254
Brahmã recomenda que se sigam os, 8.67 Caitanya como Krsna e, 5.143 como o autor de P-remambhoja-maranda, 8.166 Rãmãnujãcãrya
Caitanya seguia estritamente os, 7.31 Caitanya sempre expressou emoções de êx- narrou os passatempos de Caitanya para aceitou milhares de discípulos, 7.130
eleva-nos à atração espontânea por Krsna tase de, quando Ela viu Uddhava, Kavirãja Gosvãmi, 2.84 citado quanto ao serviço devocional como a
8.225 4.197 preparou um banquete para o Senhor, 1.283 meta da vida, 8.57
858 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 859

Rio Vaitarani Rãmánuja-sampradàya Sacidevi Sankirtana


Yãjapura situada no, 5.3 os sacerdotes da, tomam conta do templo de visita Caitanya após Ele tomar sannyãsa, Caitanya
Rio Virajã Simhãcala, 8.3 3.137-150
Rãmeávara convertia todo mundo ao, 7.130
onde os modos da natureza são subjugados, Sãdhana-bhakti desfrutou do passatempo de, 1.251
8.64 Caitanya visitou o templo conhecido como, como o serviço devocional na prática, 8.68
1.116-117 executava, 7.95
Rio Yamunã Sahajiyãs executado em Jagannãtha Puri, 1.247
Krsna procurou por Rãdhã às margens do, Rahga-ksetra decoram o corpo material para atraírem
visitada por Caitanya, 1.107 executado por chefes de família, 3.203
8.107 Krsna, 8.205 espalhado por Caitanya, 6.104
os vaqueirinhos comeram com Krsna às Rangapuri falsamente apresentam-se como humildes,
Caitanya encontrou-Se com, 1.113 faz despertar a consciência de Krçna nas pessoas
margens do, 8.75 4.147 em geral, 8.56
Rukmi Rasa-íría" menosprezam as atividades dos seis Gosvãmis,
as gopis lamentaram a ausência de Krsna da, importado do mundo espiritual, 8.60
como irmão mais velho de Rukmini. 5-28 7.130
Rukmini-ramana 8.93 Sãkçi-gopãla
• as gopis nunca se dirigiam a Krsna como, 8.90 Krsna dançou com as gopis na, 8.80 atividades de, 5.introduçào; 161
Krsna reapareceu na, 8.140 quatro pontos instrutivos na história de, 5.159 áanfe-raSe
Rüpa Gosvãmi quem ouve sobre a, livra-se da luxúria, 8.255
abençoado por Caitanya, 1.73 permaneceu em Vidyãnagara durante um aqueles que pertencem à, 8.294
realizada em Vrndãvana, 8.254 Santipura
aceitou voluntariamente a vida de mendicante, sem a presença de Rãdhã a, não brilha no longo período, 5.119
8.39 as pessoas de, vêm ver Caitanya, 3.108-109
coração de Krçna, 8.114 Caitanya visitou, 1.232
Caitanya
descreveu para, os pretensos seguidores Rasikânanda Sanaka Màdhavedra Puri visitou a casa de Advaita
dos Vedas, 8.38 iniciado por Syãmãnanda, 8.128 Caitanya dá como evidência, 6.198 em, 4.111
dota de poder o coração de, 1.258 túmulo de, em Remunã, 4.12 Sanandana o Senhor desfrutou com Seus devotos em,
ensinou os princípios de bhakti a, 8.56 Rãvana Caitanya dá como evidência, 6.198 3.1
cantava diariamente o santo nome um número raptou uma forma da sombra de Sitã, 1.118 Sanãtana Gosvãmi
fixo de vezes, 7.37 Religião aceitou voluntariamente a vida de mendicante,
citado quanto a sannyãsa Vaiçnava, 1.91 atuais sistemas de, rejeitam a adoração da 8.39 Sahkarãcãrya
citado quanto à visão de um devoto, 8.276 forma do Senhor, 6.167 aconselha que procuremos um Vaiçnava para
como o autor do Ujjvala-nilamani, 8.111 forma enganosa de, 4.95 ouvirmos sobre Krsna, 8.200
como o mais elevado servo de Rãdhã, 8.246 o Bhãgavatam rejeita a, que tem motivação anteriormente conhecido como Sãkara Mallika, deu ênfase à vibração de tat tvam asi, 6.175
conta ao rei muçulmano acerca de Caitanya, material, 8.90 1.184 dispunha de dez nomes para seus discípu-
1.176-180 os pretensos seguidores da, 8.38 los sanyãsls, 6.73
denominado por Caitanya, 1.208 Caitanya nasceu no distrito de Mãlabara, 6.182
enviado a Vrndãvana, 1.31 Remunã seu comentário sobre o Vedãnta, 6.120
nascido numa casta de brãmanas, 1.189 Caitanya narrou a história de Mãdhavendra sua teoria da ilusão, 6.172-173
descreveu os lilã-avatãras para, 6.99
não entrou no templo de jagannãtha, 1.63 Puri em, 4.introdução, ensinou os princípios de bhakti a, 8.56
principais livros compilados por, 1.36-41 visitada por Caitanya, 4.12
cantava diariamente o santo nome um número
residiu em Rãmakeli-grãma, 1.166 visitada por Mãdhavendra Puri, 4.112
fixo de vezes, 7.37 Sannyãsa
verso composto por, 1.60, 62 Renúncia
como o mais elevado servo de Rãdhã, 8.246 aceitação de, como um princípio regulativo,
deve ser cultivada a fim de que se compreenda denominado por Caitanya, 1.208 3.6
o serviço devocional, 6.75 aceitação de, por Caitanya considerada inútil
s dos Vaiçnavas e dos Mãyãvãdis, 1.91
enviado a Vrndãvana, 1.31
instruído por Caitanya, 1.245 por Nityãnanda, 5.152
Sac-ád-ãnanda
o Senhor Supremo satisfaz-Se com a, 8.61 aceito por Caitanya, 1.16
Reputação livros compilados por, 1.35
Krsna é, 8.139; 154 não entrou no templo de Jagannãtha, 1.63 às vezes aceito a partir da vida de brahmacãri,
Sacidevi a maior, é ser um devoto, 8.246 nascido em uma casta de brãhmanas, 1.189 6.50
como encarnação de Yaáodã, 3.167 Rio Bhárginadi residiu em Rãmakeli-grãma, 1.166 Caitanya aceitou, de Keáava Bhãrati, 6.69
Sacidevi Nityãnanda jogou o bastão de Caitanya no, Sanat-kumãra não há por que aceitar, na Kali-yuga, 7.127
como mãe do universo, 3.180 5.introdução, 141-143 objetivo de, servir Mukunda, 3.7
Caitanya dá como evidência, 6.198
cozinhou para os devotos. 3.160 Rio Godãvarl Purusottama Yati converteu muitos tolos a
Sândalo
solicitou a Caitanya que ficasse em Jagannãtha fazia com que Caitanya Se lembrasse do produzido na Malásia é popular, 4.106 aceitarem, 7.113
Puri, 1.234 Yamunã, 8.11 Sahkara-sampradáya quatro divisões de, 5.143
tomada de pesar quando Caitanya aceitou Rio Jãmbü sannyísB na, estudam seriamente o Vedãnta, vestimenta de, como uma atração pela for-
sannyãsa, 1.95 amor a Deus comparado ao ouro do, 2.43 6.120 malidade material, 3.8
860 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 861

Sannyãsis Sarartãgati Sãstras Senhor Supremo


auxiliados pelos brahmacâris, 6.76 citado quanto à vida familiar consciente de a natureza do Senhor descrita nos, 6.158 alguns nomes do, 8.90
Caitanya estabeleceu bom exemplo para os, Krsna, 7.69 nos, Brahman descrito como os raios corpó- a ordem do, é todo-poderosa, 4.164
5.152 reos de Krsna, 6.81 Caitanya como, 7.33, 49
devem ser desapegados do gozo dos senti- comprovam que a potência interna do Senhor como o sujeito supremo, 2.47
dos, 6.175 é espiritual, 6.154 inescrutável nos Vedas, 6.147
dever dos grhasthas alimentar, 3.168 deve-se entender o Senhor através dos, 6.82 mestre de incontáveis energias, 6.171
etiqueta entre os, 6.48 Sarasvati mestre de todas as potências, 6.162
o mestre espiritual deve ser versado quanto
Mãyãvãdis como a deusa da música e da sabedoria, 6.73 o ponto central de todos os relacionamentos,
à essência dos, 4.111
Nrsrhhadeva está sempre assistido por, 8.5 6.178
Caitanya em contraposição aos, 6.104 recomendam que não se considere a Deida-
costumeiramente chamados de jagad- de como sendo material, 5.97 o proprietário de todos os sistemas planetá-
guru, 6.58 Sãthi rios, 1.181
declaram-se jagad-gurus, 6.127 como filha de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, protetor da cultura bramínica, 5.88
erroneamente julgam-se liberados, 6.255 Sãrvabhauma Bhattãcãrya comparado à pedra filosofal, 6.171
aceitou Caitanya como seu mestre, 6.56 1.137
gostam de estudar o Vedãnta, 6.120 * conhecido como Krsna, 6.186, 197
não comem pratos saborosos, 3.70 Caitanya criticado pelo genro de, 4.165 SâtWmâta conhecido como mukti-pada, 4.introdução,
Caitanya como esposa de Sãrvabhauma, 7.52 6.272-273
não devem deixar restos de prasãda, 3.74
desejou ir ao sul da índia após liberar, Satyabhãmã
o propósito do esmolar dos, 8.39-40 considera-se que os Vedas foram falados pelo,
7.3, 6 deseja a posição de Rãdhã, 8.184
os deveres dos, 7.23 7.66
discutiu os princípios do Gltã com, 8.56 Satyavãdi
podem-se fazer presentes em cerimônia de ca- descrições impessoais do, 6.171
samento para divulgarem a cons- a Deidade de Gopãla morou em, 5.9 é sac-cid-dnanda-vigraha, 6.157-158
ciência de Krsna, 5.24 encontrou-Se com, 4.3-4 é todo-penetrante, 6.143
sempre adorados pelos chefes de família, 6.56 mostrou Sua forma de Visnu a, 6.202 não é possível de ser explicado na totalida-
podem se tornar mestre espiritual, 8.128 mostrou Sua forma original a, 1.101 Saudade de, 6.1%
proibidos de se associarem com áüdras, 8.36 visitou, antes de partir para o sul da índia, sentimentos de, sentidos por Caitanya, 7.93 não Se expõe aos não-devotos, 6.81
Santo nome 7.41-58 Saudade de Krsna permanece na posição suprema em todas as
amor a Deus distribuído pelo canto do, 2.81 como o reservatório de toda a má lógica, 6.1 sentimentos de, como o sucesso primordial circunstâncias, 6.76
a pessoa purifica-se ao cantar o, 4.133 compôs versos para Caitanya na folha de da vida, 4.178 Suas qualidades são plenas de potência es-
a purificação através de se ouvir o, 8.72 uma palmeira, 6.250 piritual, 6.185
Caitanya pacificado pelo canto do, 1.126 costumava fazer pouco dos Vaisnavas, 7.66
Caitanya pediu a Rãmãnanda Rãya que defendeu Sahkarãcãrya, 6.176 Saunaka Rsi
cantasse o, 8.20 desmaiou por ocasião da partida de Caitanya os sábios de Naimisãranya eram encabeça- Sentidos
cantado por Caitanya, 7.96; 8.13 para o sul da índia, 7.70-71 dos por, 6.190 de Krsna, o único desejo das gopis é satisfa-
cantado por Sãrvabhauma ao levantar-se da deu boas referências de Rãmãnanda Rãya a Sãyujya-mukti zer os, 8.217
cama, 6.220 Caitanya, 8.125, 127 como suicídio espiritual, 6.169 do Senhor Supremo são todos transcenden-
canto do, encorajado por Caitanya, 4.133 discutiu o Vedãnta com Caitanya, ô.introdução. duas categorias de, 6.269 tais, 6.145-146
como a principal coisa de que se lembrar, Gopinãtha Acãrya como cunhado de, 6.112 duas espécies de ocupação para os, 7.63
8.252 levou Caitanya para sua casa, 1.99 espirituais estão além dos materiais, 8.193
liberação de, como tema do capítulo seis, Seis Gosvãmls mundanos, os mantras védicos não são com-
importância do, explicada a Vallabha Bhatta, preendidos através dos, 6.147
1.263 6. introduçâo-286 compilaram muitas escrituras, 1.33
Semideuses purificados
Jagãi e Mãdhãi liberados pelo, 1.195 mudou uma palavra do Bhãgavatam, 6.262
o néctar do, inundou o sul da índia, 7.118 pediu a Caitanya que Se encontrasse com adoração aos, desencorajada, 1.43 a fim de se ocuparem em bhakti, 4.102
os devotos dotados de poder sempre cantam Rãmãnanda Rãya, 7.63, 66 amor pelos, não é igual ao amor a Deus, 8.83 Krsna é compreendido por meio de, 4.77
o, 7.101 recomendou o encontro entre Caitanya e aqueles que adoram os, nascem entre os, por intermédio do serviço devocional,
Rãmãnanda Rãya, 8.30-33 8.90 -8.310
pecados destruídos pelo canto do, 1.194
Sãrvabhauma suas instruções a Gopinãtha Acãrya, 7.59 corpos de, obtidos por intermédio de ativi-
pôde entender a importância de cantar o, tentou trazer Caitanya de volta a Jagannãtha dades piedosas, 8.257
6.205 Puri, 1.124 estão sob a influência da energia material,
todos encontraram-se com, ao dirigir-se para 8.90 Separação
sempre cantava o, de Caitanya, 6.258 Vãrãnasl, 1.142 os devotos são superiores aos, 8.248 estar em, de um devoto é a maior das afli-
Vaisnavismo manifesto em, 6.280 os Mãyãvãdis recomendam a adoração aos, ções, 8.248
Sapta-éati 8.83
Vidyã-vãcaspati como irmão de, 1.150 sintomas extáticos de, 2.66
história de Suratha e Samãdhi no, 8.90
862 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 863

Seres humanos Serviço devocional Serviço devocional Siva


consciência espiritual comparativamente des- canto do santo nome como o item mais im- sistema de, perdera-se à época de Caitanya, Yaáodã é mais afortunada do que, 8.78
pertada nos, 6.156 portante do, 6.241 6.255 Sivãnanda Sena
quatro defeitos dos, 6.135 começa quando a mente é purificada, 6.235 transcende aos modos da natureza, 8.60 cão de, liberado por Caitanya, 1.140
dever ocupacional supremo para todos os, como a educação mais importante, 8.245 Sesa Nãga encontrou-se com Caitanya, 1.132
6.178 como a essência do conhecimento védico, incapaz de descrever o encontro entre Caitanya Siyãll-bhairavl (Durgã)
sem consciência de Deus são como os ani- 1.33 e Rãmãnanda Rãya, 8.303 o templo de, visitado por Caitanya, 9.74
mais, 5.32 como a meta da vida. 8.57 não pode entender as gopts, 8.246 Sociedade
Seres vivos como a perfeição mais elevada de atividade Setubandha (Rãmeávara) humana
a atividade mais auspiciosa para os, 8.251 humana, 6.184 Caitanya tomou Seu banho em, 1.116 as quatro divisões da, 8.57
a canção que é a verdadeira religião dos, como a verdadeira ocupação da pessoa, 6.178 Sexo divisão da, 6.178
8.250 como uma maneira de ocupar tudo para a difernça entre, material e espiritual, 8438 Sociedade Internacional para a Consciência de
a ocupação dos, no mundo material, 8.257 ilícito é muito pecaminoso, 7.128 Krishna
satisfação do Senhor, 1.91 a sublime missão da, 7.128
a potência de prazer nos, 6.157 comparado ao fluir de um rio, 8.70 Siddhaloka
como potência marginal, 8.151 Brahman conhecido como, 6.269 o canto de dezesseis voltas diárias precrito
compreendido através do controle dos senti-
como são vistos pelos devotos avançados, dos, 6.75 duas categorias de seres em, 6.263 pela, 7.37
8.44 Siddhavata o processo da, 7.148
conhecimento perfeito adquirido pelo, 6.147
duas classes de, 5.113 visitada por Caitanya, 9.17-22 os membros da, viajam de aldeia a aldeia,
descrito no Vedãnta, 6.169
e seu desejo luxurioso original, 8.139 Sikhi Mãhiti 7.82
em amor conjugai, 8.79
o melhor lugar de os, viverem, 8.254 Caitanya encontrou-Se com, 1.130 Sol
em amor conjugai introduzido por Mãdha-
o melhor processo de meditação para os, 8.253 Siksaftaka Krsna comparado ao, 5.97
vendra Puri, 4.197
o principal objeto de lembrança para os, 8.252 citado quanto à determinação do amante de Vedãnta comparado ao, 6.138
em fraternidade, 8.74-75
os melhores tópicos para os, ouvirem, 8.255 Krsna, 4.186 Sridhara
em paternidade, 8.76; 79
sofrem as três espécies de misérias, 6.155 encontrou-se com o Senhor na casa de Advaita,
em servidão, 8.71 Smãrtas
tat tvam asi visa a se compreender os, 6.175 não têm a iluminação do serviço devocional, 3.155
Krsna conquistado através do, 4.137 Sridãmã
Serpente Kãliya liberação no, 1.43 7.109
como amigo de Krsna, 8.223, 294
oração das esposas da, 8.147 liberação alcançada por intermédio do, 8.139 Simhãcala Sridhara Svãmi
manifestado por Caitanya, 4.208 descrição do templo de, 8.3 citado quanto ao advento de Viçnu na Kali-
misturado com o conhecimento empírico, Smrti-silsfm yuga, 6.95
Serviço devocional 8.64 os seguidores de, são chamados smdrtas, citado quanto ao Senhor Nrsimhadeva, 8-5, 6
alcança-se a vida eterna apenas por intermé- não interrompido por nenhuma condição 7.109
dio do, 8.89 como tridandi-sannyãsl, 3.6
material, 1.161 Sintomas de êxtase
Sri Gundicã
alguém é dotado de poder com o, através da não são necessários títulos elevados para se através do canto do santo nome, 8.42
potência espiritual do Senhor, 7.99 Caitanya limpou o templo de, 1.133
ocupar no, 6.73 manifestos por Caitanya, 7.79, 114 Sri Janãrdana
alguém que não se ocupa em, está material- ocupação no, abrigando-se no omkâra, 6.174 o corpo de Rãdhã está decorado com, 8.175 Caitanya visitou o templo de, 1.115
mente contaminado, 6.269 o Senhor compreendido apenas por intermé- os vinte, descritos, 8.175 Srimad-Bhãgavatam
alguém que se ocupa em, transcende os dio do, 6.81 Sistema de varnãérama aparecimento de Caitanya confirmado no,
modos da natureza, 4.134 o Senhor compreendido somente através do, as divisões no, 6.178 6.255
a opulência do, de alguém aumenta ao agra- 8.90 dignificam-se primeiro os brãhmanas no, 4.84 aponta diretamente para a Verdade Absoluta,
dar o Senhor, 5.24 os nove processos do, 8.245 Siva 1.43
a pessoa deve se purificar para se ocupar no, os seis Gosvãmls escreveram livros sobre o, ajudou Kãáirãja na luta com Krçria, 5.140 as ordens de Krçria dadas no, 7.128
6.242 7.130 apareceu como Sahkarãcãrya, 6.180, 182 citado
após estudarem-se os Vedas deve-se execu- os sessenta e quatro itens do, 8.221 Caitanya visitou em relação a como Brahmã se iluminou,
tar, 6.178 prestado por intermédio do mestre espiritual, o templo de, 1.116 8.265
aqueles aversos ao, punidos por mergirem 6.179 o templo de, em Bhuvaneávara, 5.introd. por Caitanya, 8.275-276
no Brahman, 6.263 puro, descrição do, 8.68 citado quanto à glória do devoto, 8.246 por Rãmãnanda Rãya, 8.63, 72, 76-78,
bem-aventurança do, superior a brahmãnanaa, Rãmãnanda Rãya como encarnação do modo da natureza, 1.41 80-81, 89, 92, 95, 140, 145-146,
6.198 é comparado a uma nuvem de, 8.1 como um devoto, 1.43 219, 224, 227, 232
cada pessoa sente um sabor diferente no, é muito entendido nas doçuras do, 7.65 estabeleceu Gupta-kãsl como um local de pe- citado quanto
8.204-205 salva alguém do perigo, 6.244 regrinação, 5.141 a agradarmos o Senhor Hari, 8.58
Caitanya desceu para ensinar, 6.254-255 sem nenhum vestígio de conhecimento es- Mallikârjuna-tlrtha como templo de, 9.15
Caitanya fixo no, 6.104 a alguém se elevar aos planetas celestiais,
peculativo, 8.66 não pode compreender as gopis, 8.246
8.257
864 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 865

Srimad-Bhãgavatam Srimad-Bhãgavatam Superalma Tattvavãdls


citado quanto o leproso Vasudeva recitou um verso do, conhece o desejo de todos, 5.77-78 Caitanya revelou a conclusão da Madvãcãrya-
à associação com devotos, 8.248, 251 7.143 a inteligência emana da, 8.200 sampradãya aos, 4.197
à conclusão védica, 1.34 oração de Brahmã citada no, 6.261 existe em milhões de seres vivos, 1.43 Tempo
à classificação das pessoas, 1.189 o termo Bhagavãn descrito no, 6.139 não é compreendida através da erudição aca- o mundo material é sujeito a mudanças de-
à forma enganosa de religião, 4.95 os recitadores profissionais do, 8.83 dêmica, 6.87 vido à influência do, 6.173
à glória do devoto, 8.246 ouvido por Sukadeva pela misericórdia de ilumina de dentro os devotos, 8.265 Tilafca
à importância de se cantar o santo nome, Vyãsadeva, 6.198 SusToka-éataka o Vaiçnava marca seu corpo com, 1.208; 8.55
6.242 pode ser entendido por todos, 2.88 como livro de versos compostos por Transmigração
à inteligência impura dos Mãyãvãdis, verso ãtmãrãma do, explicado por Caitanya, Sãrvabhauma, 6.206 sob a orientação do Paramãtmã, 6.162
6.168 6.introd. Süta Gosvãmi Tirupati
a lembrarmo-nos do Senhor, 8.252 Srinivãsa Acãrya os sábios de Naimisãranya fazem-lhe per- visitado por Caitanya, 1.105
citado quanto citado quanto guntas, 6.190 Três classes de misérias
à meditação em Rãdhã e Krçna, 8.253 ao canto regular dos Gosvãmis, 7.37 Svarüpa Dãmodara os seres humanos sofrem as, 6.155
à melhor educação, 8.245 aos seis Gosvãmis, 1.33 a dívida do autor para com, 8.312 Trimalla Bhatta
ao advento de Caitanya, 6.103-104 ao canto, 4.125 Caitanya Caitanya viveu na casa de, 1.108
ao amor conjugai pelo Senhor, 8.88 graceja com o Senhor, 1.279-280 cantou e ouviu com, 2.77 Tuíasf
ao cantar do santo nome, 8.256 desfrutou humores de amor conjugai guirlahdas de, oferecidas à Deidade de
ao dever do sannyãsi de não deixar restos com, 2.78 Gopãla, 4.63
de prasãda, 3.74 encontrou-Se com, 1.130 oferecida pelos aldeões à Deidade de Gopãla,
ao dever dos pais, 3.181 Sri Rahganãtha citado quanto à unidade de Rãdhã e Krsna, 4.59
ao enredamento material, 1.198 Caitanya visitou o templo de, 1.107 8.282
ao estado de espírito das gopis, 1.81 Srivãsa Thãkura como associado de Caitanya, 6.103
ao não-desejo do devoto, 8.247 como associado de Caitanya, 1.219 como o repositório dos passatempos de u
a sankirtana, 3.203 encontrou-se com Caitanya na casa de Advaita, Caitanya, 2.84 Uddhava
aos deveres ocupacionais, 8.60 3.155 descrição de, dos encontros entre Caitanya Caitanya expressou emoções de Rãdhãrãni
aos devotos serem as pessoas mais per- fez doações a Caitanya, 3.168 e Rãmãnanda Rãya, 8.introdução quando Ela viu, 4.197
feitas, 8.249 ofendido por Gopãla Capala, 1.153 sabia o significado do verso proferido por citado quanto à fortuna das gopis, 8.79
aos sintomas bramínicos, 8.128 visitou o Senhor em Puri, 1.256 Caitanya, 1.60 descreve a loucura de Rãdhãrãni, 1.87
aos passatempos de Krsna, 8.250 Stava-mãlã sua opinião é autorizada, 2.introd. deseja participar dos relacionamentos entre
aos yuga-avatãras, 6.101
a se ouvir acerca da dança da níse, 8.255 citado quanto ao cantar de Caitanya, 7.37 testemunhou o êxtase de Caitanya, 2.39, 44, Krçna e as gopis, 8.216
a se ouvir sobre Krçna, 2.31 Subala 50 o mais avançado dentre os Yadus, 8.246
a se viver em Vrndãvana, 8.254 como amigo de Krsna, 8.223 viveu com o Senhor em Puri, 1.253 Upadesamfta
à visita dos santos às casas dos chefes de Sudãmã Syãmã citado quanto ao controle das seis forças, 3.6
como amigo de Krçna, 8.294 Krsna absorve, 8.142 Upanisads
família, 8.40 Sudãmã Brãhmana Syãmânanda Gosvãmi aqueles que apresentaram os, alcançaram
aos sintomas do devoto mais elevado, citação do verso falado por, 7.143 Rasikãnanda Prabhu como o principal dis- amor por Deus, 8.223
8.44 Süára cípulo de, 4.12 discutidos por Caitanya e Sãrvabhauma
às maneiras de se aproximar de Krçria, destina-se a servir as classes superiores, 7.63 Syãmasundara Bhattãcãrya, 6.introd.
1.55 os deveres do, 8.58 Caitanya apareceu como, para Rãmãnanda
às nove categorias de serviço devocional, pode aproximar-se do destino supremo, 8.36 Rãya, 8.268-271 Vedãnta-sütra como o resumo de todos os,
4.125 pode ser mestre espiritual, 4.111, 8.128 6.133
comentário sobre o, por Sanãtana Gosvãmi, quem tem conhecimento de Krçi,ia nunca é,
1.35 8.128 T
como o verdadeiro comentário sobre o Rãmãnanda Rãya como, 8.26, 35, 36 Tahka
Veaanta, 6.127 Rãmãnanda Rãya identifica-se como, 8.21,36
dividido em doze cantos, 6.272 Sucessão descipular
método de trabalho confirmado por, 8.57
Tãrakã
V
em si mesmo é suficiente para que se com- o autor admite a importância da, 8.311 foi subjugada por Krçna, 8.142 Vaca
preenda Deus, 8.90 Sukadeva Gosvãmi Tattvavãdls como o animal mais importante, 4.93
feita citação de verso do, 3.6 Caitanya fornece evidência relativa a, 6.198 sentiam-se inferiores aos Vaiçnavas, 1.114 Deidade banhada com as fezes e a urina da,
invocação introdutória do, 8.266 tinha api ço pela boa fortuna dos vaqueiri- Tat tvam asi 4.61
o advento do Senhor descrito no, 6.98 nhos, 8.75 estéreo de, é puro, 6.135
enfocado por Sahkarãcãrya, 6.175
índice alfabético 867
866 Sri Caitanya-caritãmrta

Vedas Vidyãnagara
Vaikuotha Vajra afirmações dos, como evidentes em si história de dois branmanas de, 5introd.
a aparente angústia nos, é, na verdade, bem- Deidade de Gopãla instalada originalmente mesmas, 6.137 os residentes de, tomaram-se Vaisnavas,
aventurança, 4.186 por, 4.1, 41 afirmam que o Absoluto tem diferentes po- 8.301
há inumeráveis planetas em, 8.135 Vakreávara tências, 6.89 Sãksi-gopãla ficou em, por um longo perío-
não existe ansiedade em, 8.64 como associado de Caitanya, 1.219 compreensão apropriada dos, 6.147 do, 5.119
planetas de, situados no brahmajyoti, 6.230 Vallabhãcãrya devem ser estudados a partir de um mestre visitada por Caitanya, 1.150
Vaisnavas Deidade de Gopãla sob os cuidados dos des- espiritual, 6.151 Vidyãpati
a associação com os, 8.248 cendentes de, 4.1 deve-se seguir a conclusão dos, 8.83 Caitanya leu livros de, 2.77
a cerimônia do cordão sagrado introduzida Varháivata energias ilimitadas do Absoluto aceitas nos, canção de, citada, 3.114
para todos os, 8.128 como local da dança da risa, 1.5 ô.introd. Vidyã-vãcaspati
adoração aos, é sublime, 1.43 Vaqueirinhos Caitanya visitou a casa de, 1.150
as seções karma-kanda dos Vedas não são ne- Krsoa é quem deve ser conhecido pelos,
a boa fortuna dos, 8.75 6.139 Viáãkhã
cessárias para os, 5.24 como associados de Krsoa, 1.43 como expansão do corpo de Rãdhã, 8.165
como servos do servo de Deus, 5.23 Krsoa como o conhecedor dos, 8.200
Varãhadeva meta última de se compreenderem os, 6.179 Viáãrada
devem se banhar três vezes ao dia, 8.55 Caitanya visitou o templo de, 5.3-4
Vaisoavas o mantra gâyatri corporifica os três, 8.138
Vãrâoasl o Senhor não é compreendido simplesmente Gopinãtha Acãrya como genro de, 6.18
desejam que todos sejam conscientes de visitada por Caitanya, 1.243-244
Krsna, 6.48 a partir das afirmações dos, 6.87
Varnãérama-dharma proíbem a associação entre sannyãsis e éüdras,
duas classes de, 8.128 Visnu
éüdra como a quarta divisão social do, 7.63 8.36
é dos, que devemos ouvir sobre Krsoa, 8.200 Varuoa adorado por mãe Saci, 3.167
em todo o sul da índia só havia, 7.118 propósito das descrições impessoais dos, conhecido como Triyuga, 6.95, 99
citado quanto à natureza da Verdade Abso- 6.141
mantêm-se a si mesmos externamente hu- luta, 6.144 é adorado no varnãérama-dharma, 8.58
mildes, 3.63 Sahkarãcãrya explicou através de escrituras encarna com dois propósitos, 6.95
Vasudeva
não anseiam por fama, 4.147 falsas, 6.180 kürma-murti como forma de, 7.113
Caitanya visitou o templo de, 1.115 três temas descritos nos, 6.179
não devem dar o conhecimento aos materia- os restos do alimento deixados por um de-
o homem sábio rende-se a, 6.147 Verdade Absoluta
listas arrogantes. 8.127 voto puro identificados com, 3.%
Vasudeva
não invejosos, 1.218 a verdadeira filosofia da, ó.introd. os yogis desejam fundir-se no corpo de, 6.269
como leproso curado por Caitanya, 7.1, compreendendo as atividades sensoriais da, potências de, 6.153-157
observam Cãturmãsya, 4.169 136-148
os residentes de Vidyãnagara tomaram-se, 8.193 potência original de, 8.153
como uma pessoa liberada por Caitanya, conhecida em três fases, 6.78, 139, 168
8.301 1.102
potência dos alimentos deixados pelos, 3.96 conhecimento da, como evidência da miseri- Visnu Purãna
encontrou-se com o Senhor na casa de Advaita, córdia do Senhor, 6.89 citado por Rãmãnanda Rãya, 8.153, 156
Purânos destinados especialmente aos, 6.137 3.155 citado quanto às diferentes potências do
Sflnnyasfs aceitam quatro dandas, 3.6 conhecimento da, não provém de hipótese
visitou o Senhor em Puri, 1.256 lógica, 6.81 Senhor, 6.153-157
sintomas de perfeitos, 1.208 Vasudeva-nandana
Sãrvabhauma Bhattãcãrya iluminou-se na fi- é Krsna, 6.143 Viávambhara Miára
os devotos de Vrndãvana não se dirigem a como o antigo nome de Caitanya, 6.52
losofia dos, 7.63 Krsoa como, 8.90 é uma pessoa, 6.140
transcendentalmente situados, 3.98 Vedãnta-sütra
Mãyãvãdis tentam demonstrar a natureza
Vaisoavismo impessoal da, 6.132; 151
citado quanto à igualdade e diferença entre Mãyãvãdis tentam estabelecer, como sem Viávarüpa
Bhattãcãrya converteu-se totalmente ao culto os seres vivos e o Senhor, 6.163 Caitanya desejava encontrar, 7.11
do, 6.244 forma, 6.152
comentários da escola Mãyãvãda acerca do, já se houvera ido, 7.13
Caitanya converteu as províncias do sul da natureza transcendental da mente e dos
6.169 nunca viu sua mãe como um sannyãsi, 3,143
índia ao, 7.108 olhos da, 6.146
discutido por Caitanya e Sãrvabhauma tomou sannyãsa e foi para o sul da Índia, 7.44
Caitanya converteu muitas pessoas ao, 8.10 o brãhmana conhece a, 8.136
Bhattãcãrya, 6.introd. o Brahman Supremo é a, 6.139 Vivarta-vilãsa
manifestado em Sãrvabhauma, 6.280 estudado pelos sannyãsis Mãyãvãdis, 6.120 como livro de Bhakta dãsa Baula, 8.193
os devotos convertem os outros ao, 7.101 transcendental, realização impessoal da,
método de trabalho confirmado pelo, 8.57 Vrajabhümi
para os Mãyãvãdis há imperfeições no, 6.172 8.190
Vaiéyas Verso ítmãrâma a fortuna dos habitantes de, é louvada, 6.149
primeiro verso do, 6.143 não existem princípios regulativos em, 8.221
dever dos, 4.93; 8.58 teoria da transformação descrita no, 6.171 explicado por Caitanya de dezoito maneiras,
os éüdras servem aos, 7.63 os habitantes de, acham Krsna agradável,
versos do, tão claros quanto a luz solar, 6.130 ô.introd., 6.193-198
8.211
podem aproximar-se do destino supremo, Vedãntistas explicado por Sãrvabhauma Bhattãcãrya de
8.36 nove maneiras, 6.190 Vrajendra-nandana
consideram que fundir-se no Brahman é exi- onze palavras no, arroladas, 6.195 Krsna conhecido como, 5.97; 8.221
podem renunciar a famflia, 8.61
toso, 6.269
868 Sri Caitanya-caritãmrta

Vrndãvana Y
a floresta às margens do Godãvarl fez Caitanya
Yâdavas
recordar-Se de, 8.11 Os leitores interessados nó c o n t e ú d o deste livro estão
as cinco doçuras de, 8.294 como associados eternos de Krsoa, 1,43
Yãjapura convidados a corresponderem-se com os
as doze florestas de, 5.12
as glórias de, 1.84 Caitanya passou por, 5.introdução, 3 publicadores ou visitar um dos seguintes centros da
Caitanya Yamarãja Sociedade Internacional para a Consciência de
mandou que Rüpa Gosvãmi fosse a. 1.243 os agnósticos sujeitam-se a serem punidos
por, 6.167 Krishna no Brasil:
tomou o parque municipal como sendo,
2.10 Yamunã
vai a, após tomar sannyãsa, 1.91; 3.10 florestas às margens do, 5.12 B E L É M (PA): Av. Gentil Bittencourt, Passagem M a c Dowell, 96
visitou sozinho, 1.224-229 prece ao, por Caitanya, 3.28
Yãmunãcãrya (entre Dr. Morais e Benjamin C o n s t a m ) .
como o local ideal para se executar a cons-
ciência de Krsna, 4.95 citado, 1.203, 206 B E L O H O R I Z O N T E ( M G ) : Av. Getúlio Vargas, 167 -
como o lugar eterno de Krsoa, 1.43 citado quanto ao serviço devocional a Deus Funcionários, l e i . : 223-2776
como o melhor lugar para se viver, 8.254 em servidão, 8.73
Yasodã B R A S Í L I A (DF): MSPW, Q u a d r a 13, C o n j . 6, Casa 8.
compreendida através dos ádsfras, 1.34
descrição dé, 8.138 a boa fortuna de, 8.77-78 Tel.: 553-1173
Yasodãnandana C U R I T I B A (PR): Av. Sete de Setembro, 1594 -
devemos pôr em prática nossa vida em,
8.204-205 os devotos de Vrndãvana dirigem-se a Krsoa
como, 8.90 (Alto da Rua Quinze). Tel.: 264-6634
deve-se retirar para, aos cinqüenta anos de F L O R I A N Ó P O L I S (SC): Rua Ivo Reis Montenegro, 421 - Itaguaçu.
Yoga
idade, 7.126
floresta tomada como sendo, por Caitanya, o Senhor atrai aqueles que se ocupam em ati- F O R T A L E Z A (CE): Rua José Lourenço, 2114 - Aldeota.
1.104 vidades de,.6.197 G O I Â N I A (GO): Rua 104B, N? 14, Setor Sul.
Yoga-miyã
Gauda-mandala-bhümi é igual a, 5.113 M A N A U S (AM): Rua dos A n d r a d a s , 465 - Centro.
Krsoa e Rãdhã desfrutam nos bosques de, o Senhor Supremo está coberto pela, 6.81
8.189 Yogfs NOVA G O K U L A (SP): Caixa Postal 108, P i n d a m o n h a n g a b a .
os passatempos de Krsoa em, são muito desejam fundir-se no corpo de Senhor, 6.269 P I N D A M O N H A N G A B A (SP): Av. Cel. Fernandes Prestes, 405 -
não têm acesso ao reino de Deus, 8.90
confidenciais, 8.56 (Em frente à Rodoviária).
Yudhisfhira
Rãdhã como a consorte do Senhor em, 8.229 P O R T O A L E G R E (RS): Rua Tomás Flores, 327 - Bonfim.
realização apropriada de, onde quer que es- dirigiu-se a Drooâcãrya como um diploma-
tejamos, 7.69 ta, 5.45 R E C I F E (PE): Rua Maria Digna Carneiro, 6960 - Candeias.
visitada por Caitanya, 1.148 governou de acordo com princípios religio-
R I B E I R Ã O P R E T O (SP): Rua Cerqueira Ccsar, 480 - Centro.
Vrndãvana dãsa Thãkura sos, 1.197
Yuga-avatãras R I O DE J A N E I R O (RJ): Ladeira da Glória, 98 - Glória.
como encarnação de Vyãsadeva, 1.13
descreveu a viagem do Senhor para Kafaka, descritos no Bhãgavatam, 6.101 Tel.: 285-5643
5.140 SALVADOR (BA): Rua Álvaro A d o r n o , 17 - Brotas.
o autor presta reverências a, 4.9 Tel.: 244-1072
os passatempos de Caitanya descritos por,
1.8, 4.3-4, 7 SANTOS (SP): Rua A n t ô n i o Bento, 92 - (Trav. A n a Costa).
Vyãsadeva
SÃO PAULO (SP): Rua Bom Pastor, 798 - Ipiranga.
aceita Krsoa como Deus, 6.81
apresentou o Vedãnta para a salvação das Tel.: 63-1674
almas caídas, 6.169 T E R E S Ó P O L I S (RJ): Retiro Espiritual Vrajabhümi, Caixa Postal 68
Alto Teresópolis. Tel.: 742-3011
como lilã-avatãra, 6.99
compilou o Mahdbhdrata para o homem V I T Ó R I A (ES): Rua Chafic M u r a d , 218 - P r a i a do Soá.
comum, 6.147
Nãrada transmitiu o conhecimento a, 7.66
o Bhãgavatam foi compilado por, 8.90
Parásara Muni como pai de, 8.57
Srimad-Bhãgavatam escrito por, 6.127

Você também pode gostar