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Este livro foi traduzido para o português do original em inglês por: CAPÍTULO UM
O s p a s s a t e m p o s p o s t e r i o r e s d o S e n h o r Sri C a i t a n y a M a h ã p r a b h u 1
Paravyoma dãsa (Pedro Paulo Gomes Marin)
Mahãkãla dãsa (Mareio Lima Pereira Pombo)
Indrasarana dãsa (Antônio Irapuam Ribeiro Tupinambá) CAPÍTULO DOIS
Ãngira Muni dãsa (Aloisio Biesek) A s m a n i f e s t a ç õ e s extáticas d o S e n h o r Sri C a i t a n y a M a h ã p r a b h u 129
CAPÍTULO CINCO
Editado e impresso no Brasil As atividades de Sãksi-gopãla 363
CIP-Brasil. Catalogação. na*Publicaçào
c
Câmara Brasileira d o Llvrj, S
CAPÍTULO SEIS
A l i b e r a ç ã o de S ã r v a b h a u m a B h a t t ã c ã r y a 429
Bhaktivedanta, Swami,_Abhay Charan, 1896-1977.
B469s Sti Caitanya Caritamrta : ocm o texto bengali
original, sua transcrição latina, os equivalentes eml CAPÍTULO SETE
português, tradução e significados elaborados / por
A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhuoâda ; .'traduzido por A v i a g e m d o S e n h o r p e l o sul d a í n d i a 571
1
Paravyoma dãsa, Mahakala dãsa, flngira Muni dasa . —
São Paulo : Bhaktivedanta Book Trust, 1984.
"Madhya-lila Volume Um" CAPÍTULO OITO
Bibliografia. C o n v e r s a s e n t r e Sri C a i t a n y a M a h ã p r a b h u e R â m ã n a n d a Rãya 635
ISBN 85-7015 - 03u-X (obra c o m p l e t a )
APÊNDICES
1. Caitanya, 1486-1534 I. Titulo.
O Autor 817
Referências 819
83-2114 i CDD-294.563 Glossário 823
Indicas para catalogo alstemáilco: Guia do alfabeto e da pronúncia em bengali 833
1. testres espirituais : Hinduismo 294.563 Índice alfabético 835
v
Prefácio
•
mi
mu Sri Caitanya-caritãmrta Prefácio ix
O Senhor Caitanya também recomendou que o modo de adoração mais eleva- magnificamente decorada, ouvindo Suas glórias transcendentais, saboreando a
do na fase máxima de perfeição é o método praticado pelas donzelas de Vraja. comida oferecida a Ele, associando-se com Seus devotos, cheirando as flores e
Essas donzelas (gopis, ou vaqueirinhas) simplesmente amavam Krsna, sem moti- folhas de tulasí oferecidas a Ele, ocupando-se em atividades de Seu interesse, etc.
vações de ganho material ou espiritual. Caitanya também recomendou o Srimad- Não é possível parar com as atividades da mente e dos sentidos, mas pode-se
Bhágavatam como a narração imaculada de conhecimento transcendental, e também purificá-las através de uma mudança de consciência. Esta mudança está indicada
ressaltou que o objetivo supremo da vida humana é desenvolver amor puro por no Bhagavad-gitã quando Krsna fala a Arjuna sobre o conhecimento da yoga me-
Krsna, a Suprema Personalidade de Deus. diante o qual pode-se trabalhar sem resultados fruitivos. "Ó filho de Prthã, quando
Os ensinamentos do Senhor Caitanya e os dados pelo Senhor Kapila, o exposi- agires com tal inteligência, poderás livrar-te do cativeiro dos trabalhos." (Bg. 2.39)
tor original da sãnkhya-yoga, o sistema sdnkhya de filosofia, são idênticos. Este sis- Às vezes, o ser humano abstém-se do gozo dos sentidos devido a determinadas
tema de yoga autorizado recomenda a meditação na forma transcendental do circunstâncias tais como doenças, e t c , mas esta não é a prescrição. Sem conhecer
Senhor. Meditar em algo vazio ou impessoal está fora de cogitação. Podemos me- o verdadeiro processo pelo qual pode-se controlar a mente e os sentidos, homens
ditar na forma transcendental do Senhor Visnu, mesmo sem praticar complicadas menos inteligentes, ou tentam conter a mente e os sentidos à força, ou cedem
posturas sentadas. Tal meditação chama-se samãdhi perfeito. Este samâdhi perfeito a eles e são arrastados pelas ondas do gozo dos sentidos.
é comprovado no final do Sexto Capítulo do Bhagavad-gitã, onde o Senhor Krsna Os princípios regulativos e as regras de yoga, as diversas posturas sentadas e
diz: "E de todos os yogTs, aquele que sempre se absorve em Mim com grande exercícios respiratórios executados numa tentativa de afastar os sentidos de seus
fé, adorando-Me com transcendental serviço amoroso, está mui intimamente li- objetos são métodos destinados àqueles que estão demasiadamente absortos no
gado a Mim em yoga e é o mais elevado de t o d o s . " (Bg. 6.47) conceito corpóreo de vida. O homem inteligente, situado em consciência de Krsna,
O Senhor Caitanya deu instruções à massa popular sobre a filosofia sãnkhya não procura, à força, impedir seus sentidos de agir. Em vez disso, ele ocupa seus
de acirüya-bhedãbheda-tattva, a qual defende que o Senhor Supremo é simultanea- sentidos a serviço de Krsna. Ninguém pode impedir que uma criança brinque,
mente igual à Sua criação e diferente dela. O Senhor Caitanya ensinou esta filo- deixando-a inativa. Pode-se impedir uma criança de cometer tolices ocupando-a
sofia através do cantar do santo nome do Senhor. Ele ensinou que o santo nome em atividades superiores. A restrição em que, através dos oito princípios da yoga
do Senhor é Sua encarnação sonora e que, como o Senhor é o todo absoluto, se contém forçosamente as atividades sensoriais, é recomendada para homens
não há diferença entre Seu santo nome e Sua forma transcendental. Assim, can- inferiores. Homens superiores, ocupando-se nas atividades superiores da cons-
tando o santo nome do Senhor, podemos associar-nos diretamente com o Senhor ciência de Krsna, afastam-se naturalmente das atividades inferiores relacionadas
Supremo através da vibração sonora. Ao praticarmos essa vibração sonora, pas- com a existência material.
samos por três fases de desenvolvimento: a fase ofensiva, a fase purificatória e O Senhor Caitanya ensina a ciência da consciência de Krsna dessa maneira.
a fase transcendental. Na fase ofensiva, podemos desejar toda espécie de felici- Esta ciência é absoluta. Especuladores mentais secos tentam abster-se do apego
dade material, mas, na segunda fase, purificamo-nos de toda a contaminação ma- material, mas verificamos geralmente que a mente é forte demais para ser contro-
terial. Quando nos situamos na fase transcendental, alcançamos a posição mais lada e os arrasta de volta para atividades sensuais. A pessoa em consciência de
cobiçada — a fase em que amamos a Deus. O Senhor Caitanya ensinou que esta Krsna não corre esse risco. É preciso ocupar mente e sentidos em atividades cons-
é a mais elevada fase de perfeição para os seres h u m a n o s . cientes de Krçna, e o Senhor Caitanya ensina como fazer isso na prática. Antes
A prática de yoga destina-se essencialmente ao controle dos sentidos. A mente de aceitar sannyãsa (a ordem renunciada), o Senhor Caitanya era conhecido como
é o fator central de controle de todos os sentidos; portanto, antes de mais nada, Viávambhara. A palavra viévambhara refere-se àquele que mantém todo o universo
é preciso praticar o controle da mente, ocupando-a em consciência de Krsna. As e que lidera todas as entidades vivas. Este mantenedor e líder apareceu como
atividades grosseiras da mente expressam-se através dos sentidos externos, quer o Senhor Sri Krsna Caitanya para transmitir esses ensinamentos sublimes à huma-
para a aquisição de conhecimento, quer para o funcionamento dos sentidos de nidade. O Senhor Caitanya é o preceptor ideal das necessidades fundamentais
acordo com a vontade. As atividades sutis da mente são pensar, sentir e querer. da vida. Ele é o mais magnânimo outorgador do amor a Krsna. Ele é o reservatório
Segundo seu estado de consciência, o indivíduo é poluído ou puro. Se nossa mente completo de todas as misericórdias e boa fortuna. Como se confirma no èrimad-
está fixa em Krsna (Seu nome, qualidade, forma, passatempos, séquito e para- Bhãgavatam, no Bhagavad-gitã no Mahãbhãrata e nos Upani$ads, Ele é a Suprema
fernália), todas as nossas atividades — tanto sutis quanto grosseiras — tornam-se Personalidade de Deus, o próprio Krsna, sendo digno de adoração de todos nesta
favoráveis. No Bhagavad-gitã, o processo de purificar a consciência consiste em era de desavenças. Todos podem juntar-se a Seu movimento de sankirtana. Não
fixar a mente em Krsna, falando de Suas atividades transcendentais, limpando- se exige nenhuma qualificação prévia. Pelo simples fatos de seguir Seus ensinamentos,
Lhe o templo, indo a Seu templo, vendo a bela forma transcendental do Senhor
X Sri Caitanya-caritãmrta
Introdução
qualquer pessoa pode tornar-se um ser humano perfeito. Quem tiver a boa for-
tuna de ser atraído por Suas características, decerto que terá êxito na missão de
sua vida. Em outras palavras, aqueles que estiverem interessados em alcançar O Sri Caitanya-caritãmrta é a principal obra sobre a vida e os ensinamentos de
a existência espiritual poderão ser facilmente liberados das garras de mãyã pela Sri Krsna Caitanya. Sri Caitanya é o pioneiro de um grande movimento religioso
graça do Senhor Caitanya. Os ensinamentos apresentados neste livro não são e social que começou na índia há pouco menos de quinhentos anos e que, direta
diferentes do Senhor. e indiretamente, influenciou o curso subseqüente do pensamento religioso e filo-
Absorvendo-se no corpo material, a alma espiritual aumenta as páginas da his- sófico, não somente na índia, mas também no Ocidente de hoje em dia.
tória mediante toda espécie de atividades materiais. Os ensinamentos do Senhor Considera-se Caitanya Mahãprabhu como u m a figura de grande importância
Caitanya podem ajudar a sociedade h u m a n a a parar com tais atividades desne- histórica. No entanto, nosso método convencional de análise histórica — o de
cessárias e temporárias. Através desses ensinamentos, a sociedade humana poderá encarar o homem como um produto de sua época — não se aplica aqui. Sri Caitanya
elevar-se à plataforma mais elevada de atividade espiritual. Essas atividades é uma personalidade que transcende o alcance limitado dos contextos históricos.
espirituais começam realmente após o libertar-se do cativeiro material. Tais ativi- Numa época em que, no Ocidente, o homem voltava seu espírito explorador
dades liberadas em consciência de Krsna constituem a meta da perfeição huma- para o estudo da estrutura do universo físico e para a circunavegação do m u n d o
na. O falso prestígio que adquirimos tentando dominar a natureza material é ilu- em busca de novos oceanos e continentes, Sri Krsna Caitanya, no Oriente, inau-
sório. Os ensinamentos do Senhor Caitanya podem conferir-nos conhecimento gurava e liderava uma revolução voltada para o m u n d o interior, para uma com-
iluminante, e, mediante tal conhecimento, podemos avançar na existência preensão científica do conhecimento mais elevado da natureza espiritual do
espiritual. homem.
Todos são obrigados a sofrer ou gozar os frutos de suas atividades: ninguém As principais fontes históricas da vida de Sri Caitanya são os kadacãs (diários)
pode conter as leis da natureza material que governam tais coisas. Enquanto esti- mantidos por Murãri Gupta e Svarüpa Dãmodara Gosvãmi. Murãri Gupta, um
vermos ocupados em atividades fruitivas, decerto que seremos frustrados em médico e associado íntimo de Sri Caitanya, registrou extensas anotações sobre
qualquer tentativa de alcançar a meta última da vida. Minha esperança sincera os primeiros vinte e quatro anos da vida de Sri Caitanya, culminando em Sua
é que, entendendo os ensinamentos do Senhor Caitanya, a sociedade humana iniciação na ordem renunciada, sannyãsa. Os eventos da outra metade dos qua-
sinta uma nova luz de vida espiritual que abrirá o campo de atividade para a alma renta e oito anos dos passatempos de Caitanya Mahãprabhu foram registrados
pura. no diário de Svarüpa Dãmodara Gosvãmi, outro dos associados íntimos de
Caitanya Mahãprabhu.
om tat sat O Sri Caitanya-caritãmrta divide-se em três partes, chamadas lilãs, que literal-
mente significa "passatempos"—Ãdi-lilã (o período inicial), Madhya-lilã (o perío-
do intermediário) e Antya-lilã (o período final). As anotações de Murãri Gupta
A. C. Bhaktivedanta Swami formam a base do Ãdi-lilã, e o diário de Svarüpa Dãmodara fornece os pormeno-
res para o Madhya-lilã e para o Antya-lilã.
14 de março de 1968 Os primeiros doze dos dezessete capítulos do Ãdi-lilã constituem o prefácio para
Aniversário do Senhor Caitanya toda a obra. Recorrendo a evidências de escrituras védicas, este prefácio estabe-
Templo Sri-Sri-Rãdhá-Krsna lece Sri Caitanya como o avatãra (encarnação) de Krsna (Deus) para a era de Kali
Nova Iorque — E.U.A. — a época atual, que começou há cinco mil anos e que se caracteriza pelo materia-
lismo, pela hipocrisia e pela desavença. Nestas descrições, Caitanya Mahãprabhu,
que é idêntico ao Senhor Krsna, aparece para conceder liberalmente amor puro a
Deus às almas caídas desta era degradada, propagando o sankirtana — literalmente,
"glorificação congregacional a D e u s " — especialmente organizando o cantar públi-
co do mahã-mantra (Grande Canto para a Liberação). Revela-se o propósito esotéri-
co do aparecimento do Senhor Caitanya no mundo, descrevem-se Seus co-avatãras
e devotos principais e resumem-se Seus ensinamentos. A porção restante do Adi-
lilã, dos Capítulos Treze a Dezessete, recapitula sucintamente Seu nascimento
divino e Sua vida até Ele aceitar a ordem renunciada. Isto inclui Seus milagres
xi
Éri Caitanya-caritãmrta Introdução
xii
Os passatempos posteriores
do Senhor ári Caitanya Mahãprabhu
VERSO 1
VERSO 2
1
2 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 .
"^erso 6 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 3
vande árl-krsna-caitanya-
dlvyad-vrndãranya-kalpa-drumãdhah-
nityãnandau sahoditau
érimad-ratnãgãra-simhãsana-sthau
gaudodaye puspavantau
é rímad- rãdhã-éftla-govinda-deva u
citrau éandau tamo-nudau
presthãlibhih sevyamãnau smarãmi
vande—ofereço respeitosas reverências; éri-krsna-caitanya—ao Senhor Sri Krsna
divyat—brilhando; vrndã-aranya—na floresta de Vrndãvana; kalpa-druma—árvore
Caitanya; nityánandau—e ao Senhor Nityãnanda; saha-uditau—nascidos simultanea-
dos desejos; adhah—debaixo; érimat—belíssimo; ratna-ãgãra—num templo de jóias;
mente; gauda-udaye—no horizonte oriental de Gauda; puspavantau—o sol e a lua
simha-ãsana-sthau—sentados n u m trono; érimat—lindos; rãdhã— Srimati Rãdhãrãni;
juntos; citrau—maravilhosos; éam-dau—abençoando; tamah-nudau—dissipando a
érila-govinda-devau—e Sri Govindadeva; prestha-ãlfbhih—por associados muito ín-
escuridão.
timos; sevyamãnau—sendo servidos; smarãmi—lembro-me.
VERSO 5
VERSO 3
sraren =g*c^ •ttfttâi «wrcsifil i 5 í
^ < ^ « l ^ t * f T % ' f t f t i r f « f s f a l e s * * si: <t»
u
VERSO 6
VERSO 4
m m « i f t ^ s srg f t * T ^ 11 «s»«
jaya jaya—todas as glórias; gauracandra—a Sri Caitanya Mahãprabhu; jaya—todas ataeva tara ãmi sütra-mãtra kailun
as glórias; krpã-sindhu—ao oceano de misericórdia; jaya jaya—todas as glórias a ye kichu viáesa, sütra-madhyei kahilun
Ti; éaci-suta—o filho de Saci; /'ai/a—todas as glórias a Ti; dina-bandhu—o amigo dos ataeva—portanto; tara—de tal; ãmi—eu; sütra-mãtra—apenas a sinopse; kailun—
caídos. fiz; ye kichu—tudo o que; viáesa—elementos específicos; sütra-madhyei kahilun—)á
relatei dentro da sinopse.
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Sri Gaurahari, que é um oceano de misericór-
dia! Todas as glórias a Ti, ó filho de Sacideví, pois és o único amigo de todas T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , dei apenas u m a sinopse de tais incidentes, e aquela si-
as almas caídas! nopse já especificou tudo o que era para ser relatado.
VERSO 7
VERSO 10
aqui neste livro; sütra-mãtra—apenas a sinopse; likhiba—escreverei; tãhãn—ali; ye— cabbiéa vatsara--por vinte e quatro anos; prabhura—do Senhor; grhe—no lar;
tudo o que; viáesa—detalhes especiais; kich u—algo; iTiíri vistãriba—descreverei avasthãna-Tesidindo; tãhãn-ali; y e - t u d o o que; karilã-E\e realizou;if/a-
elaboradamente. passatempos; ãdi-lilã nãma—são chamados ãdi-lilã.
VERSO 16
VERSO 21
sesa-lilãra 'madhya' 'antya',—dui nãma haya
lilã-bhede vai$nava saba nãma-bheda kaya ' « u f r o W , 'swntín', « e r s F i W «ira i
éesa-lilãra—do éesa-lilã, ou passatempos finais; madhya—os intermediários;
antya—os finais; dui—dois; mima—nomes; haya—são; lilã-bhede—pela diferença de *Rpf)«rHf f > g qfàm ft^ta 11 H
passatempos; vaisnava—os devotos do Senhor Supremo; saba—todos; nãma-
bheda—diferentes nomes; kaya—dizem. 'ãdi-lilã', 'madhya-lilã', 'antya-lilã' ãra
ebe 'madhya-lüãra' kichu kariye vistãra
ãdi-lilã madhya-lilã antya-lüã ãra—portanto, há três períodos, a saber, ãdi-lilã,
T R A D U Ç Ã O — O s passatempos finais do Senhor, ocorridos em Seus últimos vin- madhya-lilã e antya-lilã; ebe—agora; madhya-lilãra—do madhya-lilã; kichu—algo;
te e quatro anos, chamam-se m a d h y a [intermediários] e antya [finais]. Todos kariye—farei; vistãra—pormenorização.
os devotos do Senhor referem-se a Seus passatempos segundo tais divisões.
T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , os passatempos do Senhor dividem-se em três períodos
VERSO 19 — ãdi-lilã, madhya-lilã e antya-lilã. Vou descrever agora mui pormenorizada-
<5fa i r a 53 wra^*|apfNt«ffl i mente o madhya-lilã.
^ t s r í s w i - c s í l s - c i ^ ^ H f T ^ ti iS. II
VERSO 22
fo<SW CH « f è 5R31, c f t
5
« T M II *,S> II
Sri Caitanya-caritimiU Madhya-Iili, 1 Verso 33 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 13
'caitanya' seva, 'caitanya' gão, lao 'caitanya'-nãma T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu enviou os dois irmãos
'caitanye' ye bhakti kare, sei mora prãna Srila Rüpa Gosvãmi e Srila Sanãtana Gosvãmi a Vraja. Por ordem Sua, eles
caitanya seva—serve a Sri Caitanya Mahãprabhu; caitanya gdo—canta sobre Sri dirigiram-se a Sri Vrndãvana-dhãma.
Caitanya Mahãprabhu; lao— leva sempre; caitanya-nãma—o nome do Senhor
Caitanya Mahãprabhu; caitanye—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ye—quem VERSO 32
quer que; bhakti—serviço devocional; kare— preste; sei—tal pessoa; mora—Minha;
prãna—vida e alma.
g r i f a m H5f€t«í a ^ r f t e i i
^^tHís-KMtfaiwi tstetMm II II
bhakti pracãriyã sarva-tlrtha prakãéila
T R A D U Ç Ã O — N i t y ã n a n d a Prabhu pedia a todos que servissem Sri Caitanya
madana-gopála-govindera sevã pracãrila
Mahãprabhu, cantassem Suas glórias e pronunciassem Seu nome. Nityãnanda
bhakti pracãriyã— difundindo o serviço devocional; surtw-ffrt/w—todos os locais
Prabhu proclamava que todos q u e prestassem serviço devocional a Sri Caitanya
de peregrinação; prakãéila—descobriram; madana-gopãla—de Sri Rãdhã-Madana-
Mahãprabhu eram Sua vida e alma.
mohana; govindera—de Sri Rãdhá-Govindaji; sevã—o serviço; pracãrila—
introduziram.
VERSO 30
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s de irem a Vrndãvana, os irmãos pregaram o serviço devo-
ffaflí*, fswpF, *HtC? frotfíl*! II «• II cional e descobriram muitos locais de peregrinação. Especificamente iniciaram
ei mata lóke caitanya-bhakti laoyãila o serviço a Madana-mohana e a Govindaji.
dlna-hína, nindaka, sabãre nistãrila
ei mata—dessa maneira; loke—as pessoas em geral; caitanya—do Senhor Caitanya VERSO 33
Mahãprabhu; bhakti—o serviço devocional; laoyãila—Ele fez com que aceitassem; « t m «ufã' te»Jl ^r%*<st* i r a i
dfna-hlna—pobres almas caídas; nindaka—blasfemadores; suhíre—todos; nistãrila—
Ele libertou. ajp - e n r a ^ o i dzni ^ f ^ n f*rora h * « h
nãnã éãstra ãni' kaila bhakti-grantha sara
X.
müdha adhama-janere tenho karilã nistãra
nãnã éãstra—diferentes espécies de escrituras; ãni'—coligindo; kailã—compilaram;
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, sem fazer discriminação, Srila Nityãnanda Prabhu
bhakti-grantha—de livros sobre o serviço devocional; sara—a essência; müdha—
apresentou o culto de Sri Caitanya Mahãprabhu a todos. Muito embora todos
patifes; adhama-janere—e almas caídas; tenho— eles; karilã nistãra—libertaram.
fossem almas caídas e blasfemadores, este processo os libertava.
T R A D U Ç Ã O — T a n t o R a p a Gosvãmi quanto Sanãtana Gosvãmi trouxeram diver-
sas escrituras para Vrndãvana e coligaram a essência delas, compilando muitas
VERSO 31
escrituras sobre o serviço devocional. Dessa maneira, libertaram todos os pati-
fes e almas caídas.
^ - « r t w f a sfè
« f é *f&Wl fVMpl 11 ^ 11
tabe prabhu vraje pãthãila rüpa-sanãtana
prabhu-ãjnãya dui bhãi ãilã vrndãvana S I G N I F I C A D O — S r i l a Srinivãsa Acãrya canta:
tabe—depois disso; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; vraje—a
Vrndãvana-dhãma; pãthãila—enviou; rüpa-sanãtana—os dois irmãos Rüpa Gosvãmi nãnã-éástra-vicãranaika-nipunau sad-dharma-samsthãpakau
e Sanãtana Gosvãmi; prabhu-ãjnãya—por ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu; dui lokãnãm hita-kãrinau tri-bhuvane mãnyau éaranyãkarau
bhãi—os dois irmãos; ãilã—vieram; vrndãvana—para Vrndãvana-dhãma. rãdhã-krsna-padãravinda-bhajanãnandena mattãlikau
vande rüpa-sanãtanau raghu-yugau éri-jtva gopãlakau
14 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Verso 35 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 15
Os seis gosvãmls, sob a direção de Srila Rüpa Gosvãmi e Srila Sanãtana Gosvãmi, sahajiyãs mais favoráveis do que os impersonalistas, que são irremediavelmente
estudaram diversos textos védicos e coligiram a essência deles, o serviço devo- ateístas. Os impersonalistas não fazem idéia da Suprema Personalidade de Deus.
cional ao Senhor. Isto quer dizer que todos os gosvãmls escreveram muitas escri- A posição dos sahajiyãs é muito melhor do que a dos sannyãsls Mãyãvãdis. Embo-
turas sobre o serviço devocional com o apoio da literatura védica. O serviço ra os sahajiyãs não dêem muita importância ao conhecimento védico, não obstante,
devocional não é uma atividade sentimental. A essência do conhecimento védico eles aceitam o Senhor Krsna como o Senhor Supremo. Infelizmente, eles des-
é o serviço devocional, como confirma o Bhagavad-gitã: vedaié ca sarvair aham eva viam os outros do serviço devocional autêntico.
vedyah (Bg. 15.15). Toda a literatura védica visa levar à compreensão de Krçpa,
e Srila Rüpa e Sanãtana Gosvãmls explicaram como compreender Krspa através VERSO 35
do serviço devocional, com evidências de todos os textos védicos. Eles explica-
ram tudo tão bem que mesmo um patife ou tolo de primeira classe pode libertar- Çfàefesfasitl, "«TRI «t*FF3Tf3 I
se, praticando serviço devocional sob a orientação dos gosvãmls.
VERSO 34
hari-bhakti-vilãsa, ãra bhãgavatãmrta
*i^<erW3 te*i 1 3 «tttare f w f a i dasama-tippanl, ãra daéama-carita
1
ar, ** fsrçf? ^f^m H M>8 II hari-bhakti-vilãsa—a escritura chamada Hari-bhakti-vilãsa; ãra—e; bhãgavata-amrta—
prabhu ãjnãya kaila saba éãstrera vicãra a escritura chamada Bhãgavatãmrta; daéama-tippanl—comentários sobre o Décimo
vrajera nigüdha bhakti karilã pracãra Canto do èrímad-Bhãgavatam; ãra—e; daéama-carita—poesia sobre o Décimo Canto
prabhu ãjnãya—por ordem do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; kaila—eles fi- do èrímad-Bhãgavatam.
zeram; saba éãstrera—de todas as escrituras; vicãra—estudo analítico; vrajera—de
Sri Vrndãvana-dhãma; nigüdha—tão íntimo; bhakti— serviço devocional; karilã— TRADUÇÃO—Alguns dos livros escritos por Srila Sanãtana Gosvãmi foram o Hari-
fizeram; pracãra—pregação. bhakti-vilãsa, o Bhãgavatãmrta, o Daáama-tippani e o Dasama-carita.
T R A D U Ç Ã O — O s gosvãmls realizaram o trabalho de pregação do serviço devo- SIGNIFICADO—Na Primeira Onda d o livro conhecido como Bhakti-ratnãkara, diz-
cional com base em um estudo analítico de todos os textos védicos confiden- se que Sanãtana Gosvãmi compreendeu o èrímad-Bhãgavatam, estudando-o mi-
ciais. Isto estava de acordo com a ordem de ári Caitanya M a h ã p r a b h u . Assim, nuciosamente e explicando-o em seu comentário conhecido como Vaisnava-tosanl.
pode-se compreendendo tão íntimo serviço devocional de Vrndãvana. Todo o conhecimento que Sri Sanãtana Gosvãmi e Rüpa Gosvãmi adquiriram
diretamente de Sri Caitanya Mahãprabhu foi propagado por todo o m u n d o graças
S I G N I F I C A D O — I s t o prova que o serviço devocional fidedigno baseia-se nas con- ao perito serviço deles. Sanãtana Gosvãmi d e u o seu comentário Vaisnava-tosanl
clusões da literatura védica. Não se baseia em certo sentimento exibido pelos a Srila Jiva Gosvãmi para que este o editasse, e Srila Jiva Gosvãmi editou-o sob
prãkrta-sahajiyãs. Os prãkrta-sahajiyãs não consultam os textos védicos, e são li- o nome de Laghu-tosanl. Tudo o que ele registrava de imediato por escrito foi ter-
bertinos, caçadores de mulheres e fumantes de gaiija. Às vezes, eles dão shows minado no ano de 1476 Saka. Srila Jiva Gosvãmi completou o Laghu-tosanl no
teatrais e choram pelo Senhor, com lágrimas nos olhos. Naturalmente, todas as ano de 1504 Sakãbda.
conclusões das escrituras são borradas por essas lágrimas. Os prãkrta-sahajiyãs O assunto do Hari-bhakti-vilãsa, de Sri Sanãtana Gosvãmi, foi coligido por Srila
não percebem que estão violando as ordens de Sri Caitanya Mahãprabhu, o qual Gopãla Bhatta Gosvãmi e é conhecido como um vaisnava-smrti. Este vaisnava-smrti-
disse, particularmente, que, para compreender Vrndãvana e os passatempos de grantha foi terminado em vinte capítulos, conhecidos como vilãsas. O primeiro
Vrndãvana, é preciso ter conhecimento suficiente dos éãstras (textos védicos). vilãsa decreve como se estabelece uma relação entre o mestre espiritual e o discí-
Como se confirma no èrímad-Bhãgavatam: bhaktyãéruta-grhitayã. Isto significa que o pulo, e explica, também, os mantras. No segundo vilãsa, descreve-se o processo
serviço devocional adquire-se do conhecimento védico. Tac chraddadhãnãh muna- de iniciação. No terceiro vilãsa, dá-se as normas de comportamento Vaisnava, en-
yah. Devotos que são realmente sérios obtêm bhakti, serviço devocional científico, fatizando a limpeza, a lembrança constante da Suprema Personalidade de Deus
ouvindo os textos védicos (bhaktyã éruta-grhitayã). Não se trata de criar algo por e o canto dos mantras d a d o s pelo mestre espiritual iniciador. No quarto vilãsa,
sentimentalismo, tornar-se um sahajiyãe advogar tal serviço devocional imaginá- há descrições de samskãra, o método reformatorio; tilaka, a aplicação de doze tüakas
rio. Entretanto, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura considerava semelhantes em doze partes do corpo; mudrã, marcas no corpo; mãlã, cantar em contas; e guru-
püjã, adoração ao mestre espiritual. No quinto vilãsa, aprendemos a como preparar
16 Sri Caitanya-caritàmrta Madhya-lilã, 1 Verso 37 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 17
um lugar e sentar-nos para meditação, e há descrições de exercidos respirató- Portanto, é muito difícil depreender orientações Vaiçnavas no livro de Gopãla
rios, meditação e adoração à representação de áãlagrãma-áilã do Senhor Visou. Bhatta Gosvãmi. É melhor consultar o comentário feito pelo próprio Sanãtana
O sexto vilãsa apresenta as práticas necessárias para convidar a forma transcen- Gosvãmi para o Hari-bhakti-vilãsa sob o n o m e de Dig-daréini-tikã. Alguns dizem
dental do Senhor e banhá-lO. O sétimo vilãsa ensina-nos como colher flores que o mesmo comentário foi compilado por Goplnãtha-püjã Adhikãri, que se ocu-
para usá-las na adoração ao Senhor Viçnu. No oitavo vilãsa, há u m a descrição pava a serviço de Sri Rãdhã-ramanajl e que foi um dos discípulos de Gopãla Bhatta
da Deidade e instruções sobre como fazer incenso, acender lamparinas, fazer ofe- Gosvãmi.
rendas, dançar, tocar musica, bater tambores, enguirlandar a Deidade, oferecer A respeito do Brhaà-bhãgavatãmrta, d u a s partes dele tratam do desempenho de
orações e reverências e neutralizar ofensas. O n o n o vilãsa explica como colher serviço devocional. A primeira parte é um estudo analítico do serviço devocio-
folhas de tulasl, oferecer oblações aos antepassados segundo rituais Vaisnavas nal, havendo nela, também, u m a descrição de diferentes planetas, incluindo a
e oferecer alimentos. O décimo vilãsa descreve os devotos do Senhor (Vaisnavas Terra, os planetas celestiais, Brahma-loka e Vaikunfha-loka. Há, também, descri-
ou pessoas santas). No décimo-primeiro vilãsa, há descrições elaboradas da ado- ções dos devotos, incluindo devotos íntimos, devotos muito íntimos e devotos
ração à Deidade e das glórias do santo n o m e do Senhor. Aprendemos a como perfeitos. A segunda parte, conhecida como Goloka-mãhãtmya-nirüvana, descreve
cantar o santo nome da Deidade, e há descrições das ofensas que podem ser co- as glórias do m u n d o espiritual, b e m como o processo de renúncia ao m u n d o ma-
metidas enquanto se canta o santo nome, juntamente com métodos de como livrar- terial. Descreve, também, o conhecimento verdadeiro, o serviço devocional, o
se de tais ofensas. Também existem descrições das glórias do serviço devocional m u n d o espiritual, 0 amor a Deus, a consecução do destino da vida e a bem-
e do processo de rendição. No décimo-segundo vilãsa, descreve-se Ekãdaáí. O
aventurança do m u n d o . Dessa maneira, cada parte tem sete capítulos, ou seja,
décimo-terceiro vilãsa trata do jejum, bem como da observância da cerimônia do
ao todo há quatorze capítulos.
Mahã-dvãdaái. No décimo-quarto vilãsa, dá-se um esboço de diferentes deveres
Daáama-tippani é um comentário sobre o Décimo Canto do èrímad-Bhãgavatam.
para diferentes meses. No décimo-quinto vilãsa, há instruções sobre como obser-
var o jejum de Ekãdaái sem mesmo beber água. Descreve-se, também, como Outro nome para este comentário é Brhad-vaisnava-tosanl-tlkã. No Bhakti-ratnãkara,
marcar o corpo com os símbolos de Viçnu, e fala-se sobre observâncias de diz-se que o Dasama-tippanl foi concluído em 1476, Sakâbda.
Cãturmãsya durante a estação das chuvas e sobre Janmãstamí, Pãrávaikãdaál,
Sravanãdvãdaál, Rãma-navaml e Vijayã-daáaml. O décimo sexto vilãsa trata dos VERSO 36
deveres a serem observados no mês de Kãrtrika (outubro-novembro), ou o mês de
Dãmodara, ou Orja, q u a n d o se oferece lamparinas no aposento da Deidade ou ali Cftitfa» l ü f s » i
acima do templo. Há, também, descrições do Govardhana-püjã e do Ratha-yãtrã.
O décimo-sétimo vilãsa lida com os preparativos para a adoração à Deiâade, o
cantar do mahã-mantra e o processo de japa. O décimo-oitavo vilãsa descreve as ei saba grantha kaila gosãni sanãtana
diferentes formas de Sri Viçnu. O décimo-nono vilãsa dispõe sobre a instalação rüpa-gosãni kaila yata, ke karu ganana
da Deidade e os rituais observados ao se banhar a Deidade antes da instalação. ei saba—todas essas; grantha—escrituras; kaila—escreveu; gosãni sanãtana—
O vigésimo vilãsa explica como construir templos, referindo-se àqueles construídos Sanãtana Gosvãmi; rüpa-gosãni—Rüpa Gosvãmi; kaila—fez; yata—todas; ke—quem;
por grandes devotos. Os pormenores do Hari-bhakti-vilãsa-grantha são apresenta- karu ganana—pode enumerar.
dos por Sri Kavirãja Gosvãmi no Madhya-lilã (24.329-345). O que Krsnadãsa
Kavirãja Gosvãmi descreve nesses versos é, na verdade, u m a descrição das T R A D U Ç Ã O — J á demos os nomes de quatro livros escritos por Sanãtana Gosvãmi.
porções compiladas por Gopãla Bhatta Gosvãmi. Segundo Srila Bhaktisiddhãnta De forma semelhante, Srila Rüpa Gosvãmi também escreveu muitos livros, que
Sarasvati Thãkura, os princípios regulativos do serviço devocional compilados ninguém pode sequer enumerar.
por Gopãla Bhatta Gosvãmi não seguem estritamente nossos princípios Vaisnavas.
Na verdade, Gopãla Bhatta Gosvãmi fez apenas um resumo das elaboradas des- VERSO 37
crições dos princípios regulativos Vaisnavas do Hari-bhakti-vilãsa. No entanto,
segundo opinião de Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Gosvãmi, seguir o Hari-bhakti-
vilãsa estritamente é, de fato, seguir os rituais Vaisnavas em perfeita ordem. Ele
«Hrtfl «t*rft fog 3 s M o t f * i
afirma que o smãrta-samãja,o qual é estritamente seguido p o r brãhmanas de casta, »w a i d fc*»i a w P w í i 3«fa ii n
influenciou partes que Gopãla Bhafta Gosvãmi coligiu do Hari-bhakti-vilãsa original.
pradhãna pradhãna kichu kariye ganana
laksa granthe kaila vraja-vilãsa varnana
18 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Verso 41 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 19
também, misturas de doçuras e a transgressão de diferentes humores. Assim, Hayagriva, Harhsa, Pránigarbha, Rçabha, Prthu, Nrsirhha, Kürma, Dhanvantari,
existem nove ondas nesta parte. Este é apenas um breve esboço do Bhakti-rasãmrta- Mohini, Varnana, Paraáurâma, Dãáarathi, Krçoa-dvaipãyana, Balarãma, Vãsudeva,
sindhu. Buddha e Kalki. Existem, também, quatorze encamações de Manu: Yajna, Vibhu,
O Vidagdha-mádhava é um drama dos passatempos do Senhor Krsna em Satyasena, Hari, Vaikuotha, Ajita, Vãmana, Sãrvabhauma, Rçabha, Viçvaksena,
Vrndãvana. Srila Rüpa Gosvãmi concluiu esta obra no ano de 1454, Sakâbda. A Dharmasetu, Sudhãmã, Yogeávara e Brhadbhãnu. Também existem quatro en-
primeira parte deste drama chama-se venu-nãda-vilãsa, a segunda parte, manmatha- camações para as quatro yugas, e suas cores são descritas como branca, vermelha,
lekha.a terceira, nídhã-sanga, a quarta, vertu-harana, a quinta, rddhâ-prasãdana, a sexta, escura e negra (às vezes amarela, como no caso do Senhor Caitanya Mahãprabhu).
éarad-vihãra e a sétima e última parte, gaurt-vihãra. Há diferentes espécies de milênios e encamações para tais milênios. As categorias
Há, também, um livro chamado Ujjvala-nüamani, um relato transcendental de chamadas ãveéa, prãbhava, vaibhava e vara constituem diferentes situações para as
casos amorosos que inclui metáforas, analogias e sentimentos superiores de bhakti. diferentes encamações. Segundo passatempos específicos, os nomes são espiri-
Ao passo que o Bhakti-rasãmrta-sindhu descreve sucintamente o serviço devocio- tualmente dotados de poder. Descreve-se, também, a diferença entre o poderoso
nal em amor conjugai, o Ujjvala-nüamani trata dele mui elaboradamente. Este livro e o poder, e as inconcebíveis atividades do Senhor Supremo.
descreve diferentes classes de amantes, seus auxiliares e aqueles que são muito Sri Krçoa é a Suprema Personalidade de Deus original, e ninguém é superior
queridos por Krçoa. Há, também, uma descrição de Srimati Rãdhãrãni e outras a Ele. Ele é a fonte de todas as encamações. No Laghu-bhãgavatãmrta, há descrições
amantes, bem como de diversas líderes de grupos. Mensageiros e companheiros de Suas encamações parciais, uma descrição da refulgência Brahman impessoal
constantes, bem como outros que são muito queridos por Krsna, descreve-se-os (na verdade, a refulgência do corpo de Sri Krçoa), a superexcelência dos passatem-
a todos. A obra também relata como o amor a Krçoa é desperto e descreve a si- pos de Sri Krsna como um ser humano comum com duas mãos, e assim por diante.
tuação extátíca, a situação devocional, o êxtase permanente, o êxtase perturbado, Não há nada comparável à forma de dois braços do Senhor. No m u n d o espiri-
o êxtase firme, diferentes posições de diferentes vestes, sentimentos de saudade, tual (vaikuntha-jagat), não há distinção entre o proprietário do corpo e o próprio
atração antecipada, ira com atração, variedades de casos amorosos, saudades do corpo. No m u n d o material, o proprietário do corpo chama-se a alma, e o corpo
amado, encontro com o amado, e tanto o desfrute direto quanto o indireto entre é chamado de manifestação material. Entretanto, no mundo Vaikuotha semelhante
o amante e a amada. Descreve-se t u d o isto mui elaboradamente. distinção não existe. O Senhor Sri Krçoa é não-nascido, e Seu aparecimento como
De modo semelhante, o Lalita-mãdhava é uma descrição dos passatempos de uma encarnação é perpetuo. Os passatempos de Krçoa dividem-se em duas cate-
Krsna em Dvãraká. Estes passatempos foram transformados n u m drama, obra gorias — manifestos e imanifestos. Por exemplo, quando Krçoa nasce neste mundo
esta concluída no ano de 1459, Sakâbda. A primeira parte trata de festividades material, considera-se Seus passatempos como manifestos. No entanto, quando
vespertinas, a segunda, da morte de Sahkhacüda, a terceira, de Srimati Rãdhãrãni Ele desaparece, não se deve pensar que Ele Se acabou, pois Seus passatempos
enlouquecida, a quarta, do jeito como Rãdhãrãni Se comporta com Krsna, a quinta, continuam em forma imanifesta. Contudo, os devotos e o Senhor Krçoa desfru-
da conquista de Candrãvali, a sexta, da conquista de Lalitã, a sétima, do encon- tam de variedades de humores durante Seus passatempos manifestos. Afinal de
tro em Nava-vmdãvana, a oitava, do desfrute em Nava-vmdãvana, a nona, do contas, Seus passatempos em Mathurã, Vrndãvana e Dvãrakã são eternos e per-
exame de quadros, e a décima, da plena satisfação da mente. Assim, o drama petuamente prosseguem em algum lugar e em alguma parte do universo.
completo divide-se em dez partes.
O Laghu-bhãgavatãmrta divide-se em duas partes. A primeira chama-se "O Néctar
de Krçoa" e a segunda, "O Néctar do Serviço Devocional". Enfatiza-se na pri- VERSO 42
meira parte a importância da evidência védica, após o que descreve-se a forma
original da Suprema Personalidade de Deus como Sri Krsna e Seus passatempos
e expansões em svãméa (formas pessoais) e vibhinnãméa. Segundo diferentes ab- 33 « % < s * « 1 3 «na II 85 II
sorções, as encamações chamam-se aveia e tad-ekãtma. A primeira encarnação tãnra bhrãtusputra nãma—éri-jlva-gosãni
divide-se em três purusãvatãras — a saber, Mahã-Visnu, Garbhodakaáãyl Viçou yata bhakti-grantha kaila, tara anta nãi
e Kslrodakaáàyl Visou. Então, há as três encamações dos modos da natureza — tãnra—seu; bhratuh-putra—sobrinho; nãma—chamado; éri-jlva-gosãni—Srila Jiva
a saber, Brahmã, Viçou e Manes vara (Siva). Toda a parafernália usada a serviço Gosvãmi Prabhupãda; yata—todos; bhakti-grantha—livros sobre serviço devocio-
do Senhor é transcendental, além das três qualidades deste m u n d o material. Há, nal; kaila—escreveu; Mm—que; anfa—fim; nãi—não há.
também, uma descrição dos vinte-e-cinco lüã-avatãras, a saber, Catuhsana (os
Kumáras), Nãrada, Varãha, Matsya, Yajna, Nara-nãrãyana Rçi, Kapila, Dattãtreya, TRADUÇÃO—O sobrinho de Sri Rüpa Gosvãmi, Srila Jiva Gosvãmi, escreveu
tos livros sobre serviço devocional q u e não há como enumerá-los.
22 Sri Caitanya-caritimrta Madhya-lilã, 1
Verso 43 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 23
VERSO 43
e da Superalma, e a verdade sobre este m u n d o material. A este respeito, dá-se
as opiniões de Sridhara Svâmí. Afirma-se que a Suprema Personalidade de Deus,
•ef^f*Hrtr.TOÍ « t C « ( # 1 1 ^ ^ *Tt3 II 8 « II embora destituída de qualidades materiais, superintende todas as atividades
materiais. Discorre-se, também, sobre como as encamações lílã-avatãra correspon-
éri-bhãgavata-sandarbha-nãma grantha-vistãra dem aos desejos dos devotos e como a Suprema Personalidade de Deus Se carac-
bhakti-siddhãntera tãte dekhaiyachena pára teriza por seis opulências.
éri-bhãgavata-sandharbha-nãma—chamado Bhagavata-sandarbha; grantha—o livro;
O quarto sandarbha chama-se Krsna-sandarbha, e nesta obra prova-se que Krsna
vistãra—muito elaborado; bhakti-siddhãntera—das conclusões do serviço devocio-
é a Suprema Personalidade de Deus. Este livro trata dos passatempos e qualida-
nal; Me— naquele livro; dekhaiyachena—ele mostra; vara—o limite.
des de Krsna, Sua superintendência sobre os purusa-avatãras e assim por diante.
Nele são corroboradas as opiniões de Sridhara Svãmi. Em cada escritura, enfatiza-
TRADUÇÃO—No ári Bhagavata-sandarbha, árila Jiva Gosvãmi escreve conclusi- se a supremacia de Krsna. Baladeva, Sahkarsana e outras expansões de Krsna
vamente sobre o fim último do serviço devocional. são emanações de Mahã-Sahkarçana. Todas as encamações e expansões existem
simultaneamente no corpo de Krsna, que é descrito como tendo duas mãos. Há,
SIGNIFICADO—O Bhagavata-sandarbha é também conhecido como Sat-sandarbha. Na também, descrições do planeta Goloka, Vrndãvana (o local eterno de Krsna), a
primeira parte, chamada Tattva-sandarbha, prova-se q u e o èrímad-Bhãgavatam é a identidade de Goloka e Vrndãvana, os Yãdavas e os vaqueirinhos (ambos com-
evidência mais autorizada, destacando diretamente a Verdade Absoluta. O se- panheiros eternos de Krsna), o ajuste e a igualdade dos passatempos manifestos
gundo sandarbha, chamado Bhãgavat-sandarbha, delineia a distinção entre o e dos imanifestos, a manifestação de Sri Krsna em Gokula, as rainhas de Dvãrakã
Brahman impessoal e o Paramãtmã localizado e descreve o m u n d o espiritual e como expansões da potência interna, e, superiores a elas, as superexcelentes gopis.
o domínio do modo da bondade livre da contaminação dos outros dois modos Também há uma lista de nomes das gopis e uma dissertação sobre a elevadíssima
materiais. Em outras palavras, há u m a descrição vivida da posição transcenden- posição de Srimati Rãdhãrãni.
tal conhecida como éuddha-sattva. A bondade material está sujeita a contaminar-
se pelas outras duas qualidades materiais — a ignorância e a paixão — mas, O quinto sandarbha chama-se Bhakti-sandarbha, e nesta obra há u m a dissertação
quando alguém está situado na posição de éuddha-sattva, não há possibilidade sobre como se pode praticar diretamente o serviço devocional e como se pode
de tal contaminação. É a plataforma espiritual de bondade pura. Descreve-se, tam- regular tal serviço, quer direta, quer indiretamente. Trata-se do conhecimento
bém, a potência do Senhor Supremo e da entidade viva, e há u m a descrição das de todas as espécies de escrituras, do estabelecimento da instituição védica de
energias inconcebíveis e das variedades de energias do Senhor. Dividem-se as varnãémma, de bhakti como superior à atividade fruinva e assim por diante. Afirma-
potências em categorias — interna, externa, pessoal, marginal e assim por diante. se, também, que, sem serviço devocional, condena-se até um brãhmana. Fala-se
Há, também, dissertações sobre a eternidade da adoração à Deidade, a onipotên- do processo de karma-tyãga (ou seja, dar os resultados do karma à Suprema Perso-
cia da Deidade, Sua onipenetrânáa, Sua condição de refúgio para todos, Suas nalidade de Deus) e das práticas de yoga mística e especulação filosófica, que são
potências sutis e grosseiras, Suas manifestações pessoais, Suas expressões de for- depreciadas como mero trabalho penoso. Desencoraja-se a adoração a semideu-
ma, qualidade e passatempos, Sua posição transcendental e Sua forma plena. ses e considera-se ação sublime adorar um Vaiçnava. Não se presta reverência
Afirma-se, também, que tudo pertencente ao Absoluto tem a mesma potência alguma aos não-devotos. Explica-se como alguém pode liberar-se mesmo nesta
e que o m u n d o espiritual, os associados no m u n d o espiritual e as energias trípli- vida (jivan-mukta), a posição do Senhor Siva como devoto e como o bhakta e seu
ces do Senhor no m u n d o espiritual são todos transcendentais. Há dissertações serviço devocional existem eternamente. Afirma-se que, através de bhakti, pode-
posteriores a respeito da diferença entre o Brahman impessoal e a Personalidade se obter todo o êxito, pois bhakti é transcendental às qualidades materiais. Fala-se
de Deus, a plenitude da Personalidade de Deus, o objetivo de todo o conheci- de como o eu se manifesta através de bhakti. Trata-se, também, da bem-
mento védico, as potências pessoais do Senhor e a Personalidade de Deus como aventurança do eu e de como bhakti, mesmo executada imperfeitamente, nos ca-
o autor original do conhecimento védico. pacita a alcançar os pés de lótus da Suprema Personalidade de Deus. Louva-se
grandemente o serviço devocional imotivado, e explica-se como cada devoto pode
O terceiro sandarbha chama-se Paramãtma-sandarbha, obra em que se descreve alcançar a plataforma de serviço imotivado pela associação com outros devotos.
o Paramãtmã (a Superalma) e se explica como a Superalma existe em milhões Explica-se as diferenças entre o mahã-bhãgavata e o devoto comum, os sintomas
e milhões de entidades vivas. Trata-se das diferenças entre as encamações quali- da especulação filosófica, os sintomas da auto-adoração, ou seja, ahahgrahopãsanã,
tativas, e há dissertações a respeito das entidades vivas, mãyã, o m u n d o mate- as características do serviço devocional, as características da perfeição imaginá-
rial, a teoria da transformação, a energia ilusória, a uniformidade deste m u n d o ria, a aceitação de princípios regulativos, o serviço ao mestre espiritual, o mahã-
24 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Verso 44 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 25
bhdgavata (devoto liberado) e o serviço a ele, o serviço aos Vaisnavas em geral, dividido em sete partes. Finalmente, há u m a dissertação sobre a sobreposição
os princípios de ouvir, cantar, lembrar e servir os pés de lótus do Senhor, as ofen- de diferentes rasas, e há dissertações sobre Santa (neutralidade), servidão, o ato
sas durante a adoração, os efeitos ofensivos, as orações, o ocupar-se como servo de refugiar-se, amor de pai e m ã e , amor conjugai, deleite transcendental direto
eterno do Senhor, o fazer amizade com o Senhor e o entregar tudo para o prazer e deleite com saudades, atração prévia e as glórias de Srimati Rãdhãrãni.
dEle. Há, também, um ensaio sobre rãgãnugã-bhakti (amor espontâneo a Deus),
sobre o propósito específico de tornar-se um devoto do Senhor Krsna e um estu- VERSO 44
do comparativo de outras fases de perfeição.
O sexto sandarbha chama-se Prfti-sandarbha, e traz u m a tese sobre o amor a Deus,
a qual afirma que, por meio do amor a Deus, tornamo-nos perfeitamente libera- filNBjíNi I f f i T t r e II 88 II
dos e alcançamos a meta máxima da vida. A mesma tese faz u m a distinção entre
a condição liberada do personalista e a do impersonalista, e trata, também, da gopâla-campü-nãme grantha-mahãsüra
liberação no transcurso da vida de alguém, como distinta da liberação do cativei- nitya-lilã sthãpana yãhe vraja-rasa-püra
ro material. De todas as espécies de liberação, descreve-se a liberação em serviço gopãla-campü—Gopãla-campü; nume—chamada; grantha—a literatura transcenden-
amoroso ao Senhor como a mais sublime, e mostra-se o encontro com a Suprema tal; mahã-êüra—mais impressionante; nitya-lilã—de passatempos eternos;
Personalidade de Deus face a face como a perfeição máxima da vida. Mostra-se sthãpana—estabelecimento; yãhe—em que; vraja-rasa—as doçuras transcendentais
o contraste entre a liberação imediata e a liberação mediante um processo gradual. desfrutadas em Vrndãvana; pura—completas.
Tanto a percepção de Brahman quanto o encontro com a Suprema Personalidade
de Deus são descritos como liberação no transcurso da vida de alguém. Porém, TRADUÇÃO—A literatura transcendental mais famosa e impressionante é o livro
mostra-se como é superexcelente o encontro com a Suprema Personalidade de chamado Gopãla-campü. Nesta obra, são estabelecidos os passatempos eternos
Deus, tanto interna quanto externamente, sendo superior à percepção transcen- do Senhor e descreve-se completamente as doçuras transcendentais desfrutadas
dental da refulgência de Brahman. Há um estudo comparativo da liberação como em Vrndãvana.
sãlokya, sãmipya e sãrüpya. Sãmipya é melhor do que sãlokya. Considera-se que o
serviço devocional é liberação com maiores recursos, e há u m a dissertação sobre SIGNIFICADO—Em seu Anubhãsya, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura dá a
como obtê-lo. Há, também, dissertações sobre o estado transcendental que al- seguinte informação sobre o Gopãla-campü. O Gopãla-campü divide-se em duas
guém alcança após atingir a plataforma devocional, que é exatamente a posição partes. A primeira parte chama-se a o n d a oriental e a segunda parte, a onda se-
do amor a Deus; sobre os sintomas marginais do amor transcendental e sobre tentrional. Na primeira parte, há trinta e três súplicas e, na segunda parte, trinta
como ele desperta; sobre a distinção entre amor falso e amor transcendental na
e sete súplicas. Na primeira parte, concluída em 1510, Sakâbda, trata-se dos se-
plataforma do amor a Deus; e sobre diferentes espécies de humores e doçuras
guintes assuntos: (1) Vrndãvana e Goloka; (2) a matança da demônia Pütanã, as
desfrutados ao se saborear os romances luxuriosos das gopis, que são diferentes
gopis voltando ao lar segundo as instruções de mãe Yaáodã, o banho do Senhor
dos romances m u n d a n o s , os quais, por sua vez, são representações simbólicas
do amor puro por Krsna. Há, também, dissertações sobre bhakti misturada com Krsna e Balarãma, snigdha-kantha e madhu-kantha; (3) o sonho de mãe Yaáodã; (4)
especulação filosófica, sobre a superexcelência do amor das gopis, sobre a dife- a cerimônia de Janmãstami; (5) o encontro entre Nanda Mahãrãja e Vasudeva
rença entre serviço devocional opulento e serviço devocional amoroso, sobre a e a matança da demônia Pütanã; (6) os passatempos do despertar da cama, a li-
posição elevada dos residentes de Gokula, sobre a posição progressivamente ele- beração do demônio Sakata e a cerimônia de dar o nome; (7) a matança do demô-
vada dos amigos de Krçna, dos gopas e das gopis que têm amor paternal por Krsna, nio Tmãvarta, o Senhor Krsna comendo terra, as peraltices infantis do Senhor
e, enfim, sobre a superexcelência do amor das gopis e do amor de Srimati Krsna e o Senhor Krsna como ladrão; (8) batendo o iogurte, Krsna m a m a n d o no
Rãdhãrãni. Há, também, um ensaio sobre como os sentimentos espirituais podem seio de mãe Yaáodã, quebrando o pote de iogurte, Krsna atado com cordas, a
apresentar-se q u a n d o alguém simplesmente os imita e sobre como tais doçuras liberação dos dois irmãos (Yamalãrjuna) e a lamentação de mãe Yaáodã; (9) en-
são muito superiores às doçuras ordinárias do amor m u n d a n o ; e descreve-se di- trando em Sri Vrndãvana; (10) a matança de Vatsãsura, Bakãsura e Vyomãsura;
ferentes êxtases, o despertar do êxtase, qualidades transcendentais, a distinção (11) a matança de Aghãsura e a perplexidade do Senhor Brahmã; (12) a ordenha
de dhirodãtta, a atratividade máxima do amor conjugai, as características extáti- das vacas na floresta; (13) Krsna tomando conta das vacas e castigando a serpen-
cas, as características extáticas permanentes, as doçuras divididas em cinco as- te Kãliya; (14) a matança do Garddabhãsura e o louvor a Krsna; (15) a atração
pectos transcendentais de serviço amoroso direto, e o serviço amoroso indireto, prévia das gopis; (16) a matança do Pralambãsura e Krsna comendo o incêndio
florestal; (17) as gopis tentando aproximar-se de Krsna; (18) o soerguimento da
26 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 27
Verso 48
Colina de Govardhana; (19) b a n h a n d o Krsna com leite; (20) o retorno de Nanda T R A D U Ç Ã O — A s s i m , Srila Rüpa Gosvãmi, Sanãtana Gosvãmi e seu sobrinho Srila
Mahãrãja da custódia de Varuna e a visão das gopis de Goloka Vrndãvana; (21) fiva Gosvãmi, b e m como praticamente todos os membros da família deles, vi-
a realização dos rituais em Kãtyãyanl-vrata e a adoração à deusa Durgã; veram em Vrndãvana e publicaram importantes livros sobre o serviço devocional.
(22) pedindo comida às esposas dos brãhmanas que executavam sacrifí-
cios; (23) o encontro das gopis; (24) desfrutando da companhia das gopis, Rãdhã VERSO 46
e Krsna desaparecem de cena e as gopis saem à procura dEles; (25) o reapareci-
mento de Krsna; (26) a determinação das gopis; (27) passatempos nas águas do
Yamunã; (28) Nanda Mahãrãja é salvo das garras da serpente; (29) diversos pas- «fçca C«ff*ltf5 ftatfàf f*W II 8 ^ II
satempos em locais solitários; (30) a matança de Sahkhãsura e do Hori; (31) a prathama vatsare advaitãdi bhakta-gana
matança de Aristãsura; (32) a matança do demônio Keái; (33) o aparecimento de prabhure dekhite kaila, nilãdri gamana
Sri Nãrada Muni e u m a descrição do anq em que o livro foi concluído. prathama—o primeiro; vatsare—no ano; advaita-ãdi—encabeçados por Advaita
Na segunda parte, conhecida como Uttara-campü, discute-se os seguintes as- Âcãrya; bhakta-gana—todos os devotos; prabhure—o Senhor; dekhite—paia visitar;
suntos: (1) atração por Vrajabhümi, (2) as cruéis atividades de Akrüra, (3) a parti- kaila—fizeram; nüadri—a Jagannãtha Puri; gamana—indo.
da de Krsna para Mathurã, (4) descrição da cidade de Mathurã, (5) a matança T R A D U Ç Ã O — N o primeiro ano depois que Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou a
de Kamsa, (6) Nanda Mahãrãja sente saudade de Krsna e Balarãma, (7) Nanda ordem de vida renunciada, todos os devotos, encabeçados por Sri Advaita
Mahãrãja entra em Vrndãvana sem Krsna e Balarãma, (8) os estudos de Krsna Prabhu, foram visitar o Senhor em Jagannãtha Puri.
e Balarãma, (9) como o filho do mestre de Krsna e Balarãma foi devolvido, (10)
Uddhava visita Vrndãvana, (11) conversando com o abelhão mensageiro, (12) VERSO 47
Uddhava regressa de Vrndãvana, (13) a prisão de Jarãsandha, (14) a matança do ««wtifl cnfk' « i t l s f s i l stMrcti i
yavana Jarãsandha, (15) o casamento de Balarãma, (16) o casamento de Rukminí,
(17) sete casamentos, (18) a matança de Narakãsura, o rapto da flor de pãrijãta
do céu e o casamento das 16.000 rainhas, (19) vitória sobre Bãnásura, (20) u m a ratha-yãtrã dekhi' tãhãn rahilã cãri-mãsa
descrição do regresso de Balarãma a Vraja, (21) a matança de Paundraka (o Viçnu prabhu-sange nrtya-gita parama ullãsa
de imitação), (22) a matança de Dvivida e pensamentos em Hastinãpura, (23) par- ratha-yãtrã—o festival do carro; dekhi'—vendo; tãhãn—lá; rahilã— permaneceram;
tida para Kuruksetra, (24) como os residentes de Vrndãvana encontram-se em cãri-mãsa—quatro meses; prabhu-sange—com o Senhor; nrtya-gita—cantando e dan-
Kuruksetia, (25) consulta com Uddhava, (26) a liberação do rei, (27) a realização çando; parama—o maior; ullãsa—prazer.
do sacrifício Rãjasüya, (28) a matança de Salva, (29) pensando em voltar a T R A D U Ç Ã O — A p ó s participarem da cerimônia de Ratha-yãtrã em Jagannãtha Puri,
Vrndãvana, (30) Krsna novamente visita Vrndãvana, (31) Srimati Rãdhãrãni e todos os devotos permaneceram lá por quatro meses, desfrutando imensamente
outras enfrentam obstáculos, (32) tudo concluído, (33) a residência de Rãdhã e
da companhia de Sri Caitanya Mahãprabhu através da execução de kirtana (canto
Mãdhava, (34) decorando Srimati Rãdhãrãni e Krsna, (35) a cerimônia de casa-
e dança].
mento de Srimati Rãdhãrãni e Krsna, (36) o encontro de Srimati Rãdhãrãni com
Krsna e (37) entrando em Goloka. VERSO 48
S I G N I F I C A D O — H á u m templo chamado Gundicã em Sundaràcala. O Senhor íesa-ao final; í r a - o restante; y e i - r u d o o que; rahe-permanece; dvãdaéa
Jagannãtha, Baladeva e Subhadrã são empurrados em Seus três carros do templo vatsara-doze anos; krsnera-do Senhor Krspa; viraha-lüã-os passatempos de sau-
em Puri ao templo de Gundicã em Sundaràcala. Em Orissa, este festival de Ratha- dade; prabhura—do Senhor; a n t a r a - d e n t r o .
yãtrã é conhecido como o passeio de Jagannãtha a Gundicã. Ao passo que outros
falam nele como o festival de Ratha-yãtrã, os residentes de Orissa referem-se a T R A D U Ç Ã O — O s últimos doze anos foram simplesmente dedicados a saborear os
ele como Gundicã-yãtrã. passatempos de Krsna com saudades, dentro do coração do Senhor.
VERSO 49
S I G N I F I C A D O — S r i Krsna Caitanya Mahãprabhu desfrutava da posição das gopis,
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sentindo saudades de Krsna. Após Krsna deixar as gopis e ir-Se embora para
«fiiçl cwfaul « f ç c * ftfasl«8s> II Mathurã, as gopis choraram por Ele o resto de suas vidas, sentindo intensa sau-
prabhu-ãjnãya bhakta-gana pratyabda ãsiyã dade dEle. O Senhor Caitanya Mahãprabhu advogou de modo especial este ex-
gundicã dekhiyã yã'na prabhure miliyã tático sentimento de separação, d a n d o demonstrações reais disso.
prabhu-ãjnãya—por ordem do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakta-gana—
todos os devotos; pratyabda—todos os anos; ãsiyã— vindo ali; gundicã—o festival VERSO 52
de Gundicã-yãtrã; dekhiyã—vendo; yãna—retorno; prabhure—o Senhor;
miliyã—encontrando.
* f d » ^ T c % írícMTa *Rw farrcw II n n
T R A D U Ç Ã O — S e g u i n d o a ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu, todos os devotos
costumavam visitar o Senhor Caitanya Mahãprabhu todos os anos. Eles viam nirantara rãtri-dina viraha unmãde
o festival de Gundicã em Jagannãtha Puri e então voltavam para casa quatro hãse, kãnde, nãce, gãya parama visãde
meses depois. nirantara—sem cessar; rãtri-dina—noite e dia; viraha—de saudade; unmãde—em
loucura; hãse—ri; kãnde—chora; nãce— dança; gãya—canta; parama—grande; visãde—
VERSO 50 com melancolia.
T R A D U Ç Ã O — E s s e encontro aconteceu por vinte anos consecutivos, e a situação ye kãle karena jagannãtha daraéana
tornou-se tão intensa que o Senhor e os devotos não conseguiam ser felizes sem mane bhãve, kuruksetre pãnâchi milana
se encontrarem coletivamente. ye kãle—em tais momentos; karena—faz; jagannãtha—Senhor Jagannãtha;
VERSO 51 daraéana—visitando; mane—dentro da mente; bhãve—pensa; kuru-ksetre—no campo
de Kuruksetra; pãhãchi—obtive; milana—encontro.
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T R A D U Ç Ã O — E m tais momentos, Sri Caitanya Mahãprabhu visitava o Senhor
%sjft9Ti « r ç * - « I ^ Í II «ii Jagannãtha. Então, Seus sentimentos correspondiam exatamente aqueles das
Sesa ãra yei rahe dvãdaéa vatsara gopis ao verem Krsna em Kuruksetra após longa separação. Krsna viera visitar
Kuruksetra com Seu irmão e Sua irmã.
krsnera viraha-lilã prabhura antara
30 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, \ Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 31
Verso 57
SIGNIFICADO—Ao realizar yajna (sacrifício) em Kuruksetra, Krçna convidou todos Porém este desejo luxurioso é diferente daquele do m u n d o material. Embora seja
os habitantes de Vrndãvana para vir vê-lO. O coração do Senhor Caitanya vivia aleo parecido com a luxúria m u n d a n a , na realidade é a forma máxima de atração
cheio de saudades de Krçoa, mas, logo que tinha oportunidade de visitar o templo por Krçoa. Caitanya Mahãprabhu era um sannyãsl; Ele deixou o lar e tudo o mais.
de Jagannãtha, Ele Se absorvia plenamente nos pensamentos das gopis que vie- Sem dúvida, n e n h u m desejo luxurioso m u n d a n o poderia dominá-lO. Assim, ao
ram visitar Krçoa em Kuruksetra. usar a expressão madana-dahane ( " n o fogo do desejo luxurioso"), He quer dizer
que, por amor puro por Krçoa, Ele estava queimando no fogo da saudade de
VERSO 54 KrçÓa. Sempre que encontrava Jagannãtha, quer no templo, quer durante o Ratha-
yâtrà, Caitanya Mahãprabhu costumava pensar: "Acabo de conquistar o Senhor
**rararíi «itr.it iw « o r a «tá* i de Minha vida e a l m a . "
s í t i jfe *t» i r a T-sroí *»tnw n <ts ii VERSO 56
ratha-yãtrãya ãge yabe karena nartana «Dl çjvsrrc^ i t a w fafrç <sm i
tãhãn ei pada mãtra karaye gãyana
ratha-yãtrãya—no festival do carro; ãge—em frente; yabe—quando; karena—faz;
3*9 fi<ípi a c s ^ « f * *>m II II
nartana—dançando; tãhãn—ali; ei—esta; pada—estrofe; mãtra—apenas; karaye—faz; ei dhuyã-gãne nãcena dvitlya prahara
gãyana—cantando. krsna lanã vraje yãi—e-bhãva antara
ei dhuyã-gãne-na repetição desta canção; nãcena—Ele dança; dvitlya prahara—o
T R A D U Ç Ã O — D a n ç a n d o perante o carro durante o festival, Caitanya Mahãprabhu s e g u n d o período do dia; krsna lanã— apoderando-Me de Krçoa; vraje yãi-vou
sempre cantava as seguintes duas linhas. voltar a Vrndãvana; e-bhãva—este êxtase; antara—dentro.
VERSO 55 TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu costumava cantar esta canção [seita
parãna-nãtha] especialmente d u r a n t e a última parte do dia, e pensava: " V o u
apoderar-Me de Krçoa e voltar para V r n d ã v a n a . " Seu coração vivia imerso neste
ir*l srtfa' s ^ i w ç w ^ f ã c-st* II «4 II êxtase.
seita parãna-nãtha pãinu
yãhã lãgi' madana-dahane jhuri genu S I G N I F I C A D O — E s t a n d o sempre absorto no êxtase de Srimati Rãdhãrãrü, Sri
seita—aquele; parãna-nãtha— Senhor de Minha vida; pãinu—conquistei; yãhã— Caitanya Mahãprabhu sentia a mesma saudade de Krçoa que Srimati Rãdhãrãoi
quem; lãgi'—por; madana-dahane—no fogo do desejo luxurioso; jhuri—queimando; sentia q u a n d o Krçoa partiu de Vrndãvana e foi para Mathurã. Este sentimento
genu—fiquei. de êxtase ajuda miüto em conseguir amor a Deus com saudade. Sri Caitanya
Mahãprabhu ensina a todos que não se deve ansiar excessivamente por ver o
Senhor, mas deve-se, antes, sentir saudades dEle em êxtase. Na verdade.é melhor
T R A D U Ç Ã O — " C o n q u i s t e i o Senhor de Minha vida, por q u e m Eu queimava no sentir saudades dEle do que desejar vê-lO face a face. Q u a n d o as gopis de
fogo de desejos luxuriosos."
Vrndãvana, residentes de Gokula, encontraram-se com Krçoa em Kuruksetra,
d u r a n t e o eclipse solar, quiseram levar Krçoa de volta a Vrndãvana. Sri Krçoa
SIGNIFICADO—No Srtmad-Bhãgavatam (10.29.15) afirma-se: Caitanya Mahãprabhu também sentia o mesmo êxtase assim que via Jagannãtha
no templo ou no carro de Ratha-yãtrã. As gopis de Vrndãvana não gostavam da
kãmam krodham bhayam sneham opulência de Dvãrakã. Elas queriam levar Krçoa para a aldeia de Vrndãvana e
aikyam sauhfdam eva ca gozar de Sua companhia nos bosques. Sri Caitanya Mahãprabhu também sentia
nityam harau vidadhato este desejo e dançava em êxtase perante o carro do festival de Ratha-yãtrã, quando
yãnti tanmayatãm hi te o Senhor Jagannãtha ia para Gundicã.
VERSO 60
CS^TmTfft C ^ í f c * ^ » ! I «Ir I
VERSO 61
T R A D U Ç Ã O — " E s t a mesmíssima personalidade que roubou meu coração duran-
te minha juventude agora é novamente meu amo. Estas são as mesmas noites Wfr itlRí 5tr.il ufaei « f i w l II ^ n
enluaradas do mês de Caitra. Emana a mesma fragrância de flores mãlati, e da éloka kari' eka tãla-patrete likhiyã
floresta de kadamba sopram as mesmas doces brisas. Em nossa relação íntima, ãpana vãsãra cale rãkhila gunjiyã
sou também a mesma amante, todavia, minha mente ainda não está feliz a q u i .
éloka kari'—compondo o verso; eka—um; tãla-patrete—numa folha de palmeira;
Anseio voltar àquele local, às margens do Revà, debaixo da árvore Vetasl. Este
likhiyã—escrevendo; ãpana—sua própria; vãsãra—da residência; cale—no telhado;
é o meu desejo."
rãkhila—guardou; gunjiyã—empurrando.
VERSO 62 e não há necessidade de ficar triste por não poder entrar em determinado templo.
O Senhor Caitanya Mahãprabhu desaprovava tais proibições dogmáticas. Caitanya
a t r * * t r V c * w ii^rarí* ^ f w s i Mahãprabhu visitava diariamente aqueles que eram considerados inaptos para
ç m ^ t w « t t ^ í l 3 ^ « t ç r a i fsifsrre I I f c * . I I entrar no templo de Jagannãtha, o que indica que Caitanya Mahãprabhu não apro-
vava as proibições. Entretanto, para evitar tumultos desnecessários, estas grandes
éloka rãkhi' gela samudra-snãna karite
personalidades não entravam no templo de Jagannãtha.
hena-kale aila prabhu tãnhãre milite
éloka rãkh i '—guardando o verso daquela maneira; gela—foi; samudra-snana—um
banho no mar; karite—tomar; hena-kale—neste ínterim; aila— veio; prabhu—Senhor
Sri Caitanya Mahãprabhu; tahhãre—com ele; milite—paia encontrar-Se. VERSO 64
T R A D U Ç Ã O — P a r a evitar tumulto, três grandes personalidades — Haridãsa SIGNIFICADO— Upala-bhoga é u m a espécie particular d e oferenda realizada b e m
Thãkura, Srila Rüpa Gosvãmi e Srila Sanãtana Gosvãmi — não entravam no atrás da Garuda-stamba sobre u m a laje de pedra. Essa laje de pedra chama-se upala.
templo de Jagannãtha. Todo o alimento é oferecido dentro da sala do templo, b e m debaixo do altar de
Jagannãtha. No entanto, esta bhoga era oferecida sobre a laje de pedra, à vista
S I G N I F I C A D O — É ainda costume n o templo d e Jagannãtha não ser permitido en- do público; daí chamar-se upala-bhoga.
trarem aqueles que não seguem estritamente a cultura védica conhecida como
hinduísmo. Srila Haridãsa Thãkura, Srila Rüpa Gosvãmi e Srila Sanãtana Gosvãmi VERSO 65
haviam tido anteriormente ligações íntimas com maometanos. Haridãsa Thãkura
nascera em família maometana e Srila Rüpa Gosvãmi e Srila Sanãtana Gosvãmi
tendo abandonado seu status social na sociedade hindu, haviam sido designa- sfte» «rifa' «rt*lt» fiiOTj-iSrça fasi II II
dos ministros no governo maometano. Eles tinham inclusive m u d a d o seus nomes
para Sãkara Mallika e Dabira Khãsa. Assim, é de se supor que eles haviam sido ex- ei tina madhye yabe thãke yei jana
pulsos da sociedade de brahmanas. Conseqüentemente, por humildade, não en- tãnre ãsi' ãpane mile, —prabhura niyama
travam no templo de Jagannãtha, embora a Personalidade de Deus, Jagannãtha, ei tina madhye—desses três; yabe—quando; thãke—permanece; yei jana—a esta
sob Sua forma de Caitanya Mahãprabhu, pessoalmente viesse vê-los todos os pessoa que; tãnre—a ele; òsi'—vindo; ãpane mile—pessoalmente encontrando-Se;
dias. De forma semelhante, às vezes, nega-se a entrada a membros desta socie- prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; niyama—prática regular.
dade de consciência de Krsna em alguns dos templos da índia. N ã o devemos
sentir-nos tristes por isso enquanto nos dedicamos a cantar o mantra Hare Krsna. TRADUÇÃO—Se u m desses três não estivesse presente, Ele encontrava-Se com
O próprio Krsna associa-Se com os devotos que estão cantando Seu santo nome, os outros. Essa era Sua prática regular.
36 Sri CaiUnya-caritàmrt» Madhya-Iilà, 1 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 37
Verso 71
VERSO 81
iwifa »Nçw> «sjstcii» dM II II
éri-rãdhikã kuruksetre krsnera daraéana
yadyapi pãyena, tabu bhãvena aichana 1t1fflf*l*lfi9CV5|Wtt1»Tt*
éri-rãdhikã—Èrímatí Rãdhãrãni; kuru-ksetre—no campo de Kuruksetra; krsnera—do
Senhor Krsna; daraéana—Se encontrando; yadyapi—embora; pãyena—Ela obtém; c»rç?çsrrrfSr i n ^ T f w i * . »wi i: iirs i
íabu—ainda assim; bhãvena—pensa; aichana—dessa maneira. ãhué ca te nalina-nãbha padãravindam
yogeévarair hrdi mcintyam agãdha-bodhaih
TRADUÇÃO—O tema de Seus pensamentos era Srimati Rãdhãrãni, que Se en- samsãra-küpa-patitottaranãvalambam
contrara com Krsna no campo de Kuruksetra. Embora tivesse Se encontrado com geham jusãm api manasy udiyãt sadã nah
Krsna lá, não obstante, Ela pensava nEle da seguinte maneira. ãhuh—as gopis disseram; ca—e; te—Teus; nalina-nãbha—ó Senhor, cujo umbigo
é igual a u m a flor de lótus; pada-aravindam—pés de lótus; yoga-lévaraih—pelos
VERSO 79 grandes yogís místicos; hrdi—dentro do coração; vicintyam—objeto de meditação;
agãdha-bodhaih—os quais eram filósofos altamente eruditos; samsãra-küpa—o poço
escuro da existência material; patita—dos caídos; uttarana—dos salvadores;
*ttl dtM-CVff f*^*» " II avalambam—o único refúgio; geham—afazeres domésticos; jusãm—dos ocupados;
apt—embora; manasi—nas mentes; udiyãt—que despertem; soda—sempre;
rãja-veéa, hãti, ghodã, manusya gahana —nossas.
kãhãh gopa-veéa, kãhãh nirjana vrndãvana T R A D U Ç Ã O — A s gopis falaram assim: " Q u e r i d o Senhor, cujo umbigo é igual a
u m a
rãja-veéa—trajes reais; hãti— elefantes; ghodã— cavalos; manusya—homens; flor de lótus. Teus pés de lótus são o único refugio para aqueles que caíram
gahana—multidão; kãhãh—onde; gopa-veéa—a roupa de um vaqueirinho; kãhãh— no poço fundo da existência material. Grandes yogis místicos e filósofos alta-
onde; nirjana—solitária; vrndãvana—chamada Vrndãvana. mente eruditos adoram e meditam em Teus pés. Desejamos que estes pés de
42 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lila, 1 Verso 84 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 43
lótus possam também despertar dentro de nossos corações, embora sejamos ape- Lhe serviço, para o prazer dEle. Não há um resquício sequer de gozo pessoal
nas pessoas comuns ocupadas em afazeres domésticos." dos sentidos na atitude delas.
VERSO 82 5
**K*rt»rtf2&cílí^ c ^ CTt* l ^ f W l II v® II
c«t*rta ç ? l c r f * a«?*t?ica i
bhãgavatera éloka-güdhãrtha visada karinã
tom i f a , « c i i t * 1 ^ e * II II
rüpa-gosãni éloka kaila loka bujhãihã
tomara carana mora vraja-pura-ghare bhãgavatera—do Srimad-Bhãgavatam; éloka—o verso; güdha-artha—significado con-
udaya karaye yadi, tabe vãnchã püre fidencial; visada—descrição elaborada; karinã— fazendo; rüpa-gosãni—Srila Rüpa
tomara—Teus; carana—pés de lótus; mora—minha; vraja-pura-ghare—ao lar em Gosvãmi; éloka—o verso; kaila—escreveu; loka—as pessoas em geral; bujhãihã—
Vrndãvana; udaya—despertam; karaye—faço; yadi—se; tabe—então; vãnchã— fazendo compreender.
desejos; püre—serão satisfeitos.
T R A D U Ç Ã O — S r i l a Rüpa Gosvãmi explica n u m verso o significado confidencial
T R A D U Ç Ã O — A s gopis pensaram: " Q u e r i d o Senhor, se Teus pés de lótus nova- do verso do Srimad-Bhãgavatam para a compreensão das pessoas em geral.
mente vierem ao nosso lar em Vrndãvana, teremos nossos desejos satisfeitos."
VERSO 84
SIGNIFICADO—Em seu Anubhãsya, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura comen-
ta: "As gopis ocupam-se puramente no serviço ao Senhor, sem qualquer motiva-
ção. A opulência de Krsna não as cativa, n e m a compreensão de que Ele é a
Suprema Personalidade de D e u s . " Naturalmente, asgopfs sentiam-se inclinadas
a amar Krçna, pois Ele era um jovem atrativo da aldeia de Vrndãvana. Sendo
TÍtaw I T M l l T t f a - C ^ f ^ f ^ « b-8 I
aldeãs, elas não sentiam muita atração pelo campo de Kuruksetra, onde Krsna
esteve presente com elefantes, cavalos e trajes reais. Na verdade, elas não apre-
ciavam muito Krsna numa atmosfera assim. Krçna não Se sentia atraído pela opu- yâ te lilã-rasa-parimalodgãri-vanyãparitã
lência ou beleza pessoal das gopis, mas sim pelo serviço devocional puro delas. dhanyã ksauni vilasati vrtã mãthuri mãdhuribhih
De modo semelhante, as gopis sentiam-se atraídas por Krsna como vaqueirinho, tatrãsmãbhié catula-paáupi-bhãva-mugdhãntarãbhih
sem aparências sofisticadas. O Senhor Krçna é inconcebivelmente poderoso. Para samvitas toam kalaya vadanollãsi-venur vihãram
compreendê-lO, grandes yogis e pessoas santas abandonam todas as ocupações yã— aquele; te—Teus; lilã-rasa—das doçuras saboreadas nos passatempos;
materiais e meditam nEle. Da mesma forma, aqueles que sentem excessiva atra- parimala—o aroma; udgãri—espalhando; vanya-ãparitã—cheia de florestas; dhanyã—
ção pelo gozo material, pelo incremento de opulência material, pela manutenção gloriosa; ksauni—a terra; vilasati—desfruta; vrtã—circundada; mãthuri—o distrito
familiar ou pela liberação dos enredamentos deste m u n d o material refugiam-se de Mathurã; mãdhuribhih—pelas belezas; tatra—lá; asmãbhih—por nós; cafula—
na Suprema Personalidade de Deus. Mas, as gopis desconhecem semelhantes ati- tênue; paéupl-bhãva—com prazer extático como gopis; mugdha-antarábhih—por aque-
vidades e motivações: elas não são absolutamente peritas em executar tais las cujos corações vivem encantados; samvitah—rodeado; tvam—Tu; kalaya—por
atividades auspiciosas. Já transcendentalmente iluminadas, tudo o que elas fazem favor, executa; vadana—na boca; ullãsi—tocando; venuh—com a flauta; vihãram—
é ocupar seus sentidos purificados a serviço do Senhor na remota aldeia de passatempos divertidos.
Vmdãvana. As gopis não se interessam por especulação árida, por artes, por mú-
sica, ou por outras condições de vida material. Estão despojadas de toda a T R A D U Ç Ã O — A s gopis continuaram: " Q u e r i d o Krçna, o aroma das doçuras de
compreensão de gozo material e renúncia. O único desejo delas é ver Krçna vol- Teus passatempos espalha-se por todas as florestas da gloriosa terra de
tar para gozar de transcendentais passatempos espirituais com elas. As gopis Vrndãvana, que é circundada pela doçura do distrito de Mathurã. Na atmosfera
querem que Ele simplesmente fique em Vrndãvana de modo que possam prestar- propicia daquela terra maravilhosa, podes gozar de Teus passatempos, com Tua
44 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 88 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 45
flauta dançando em Teus lábios, e rodeado por nós, as gopis, cujos corações rídhxkã-unmãda—a loucura de Srimati Rãdhãrãni; yaiche— assim como; uddhava-
vivem encantados por emoções extáticas imprevisíveis." faréane—-ao ver Uddhava; udghürnã-pralãpa—conversando incoerentemente com
loucura; taiche—de forma semelhante; prabhura—do Senhor Caitanya; rãtri-dine—
siGNinCADO—Este verso é do Lalita-rnõdhava (10.38) de Srila Rüpa Gosvãmi. dia e noite.
VERSO 85
TRADUÇÃO—Assim como Srimati Rãdhãrãni conversou incoerentemente com um
abelhão na presença de Uddhava, Sri Caitanya Mahãprabhu, em Seu êxtase, con-
versava louca e incoerentemente dia e noite.
^ « a r t - i f a s cwr.«t, i*^ * f f t f t c s n w 11
ei-mata mahãprabhu dekhi' jagannãthe
subhadrã-sahita àekhe, vaméi nãhi hãte
ei-mata—dessa maneira; mahã-prabhu—èfi Caitanya Mahãprabhu; dekhi'—após SIGNIFICADO—Esta unmãda (loucura) não é uma loucura comum. Ao conversar
ver; jagannãthe—o Senhor Jagannãtha; su-bhadrã— Subhadrã; sahita—com; dekhe— incoerentemente, quase como um sujeito louco, Sri Caitanya Mahãprabhu esta-
Ele vê; vaméi—a flauta; nãhi—não; hãte—na mão. va no êxtase transcendental do amor. No êxtase transcendental máximo, há um
sentimento de encantar-se na presença do encantador. Q u a n d o o encantador e
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, ao ver Jagannãtha, Sri Caitanya Mahãprabhu viu o encantado se separam, ocorre mohana, ou desnorteamento. Ao desnortear-se
que o Senhor estava com Sua irmã Subhadrã e não segurava uma flauta em Sua assim devido à saudade, fica-se aturdido, e, nessa altura, manifestam-se todos
mão. os sintomas corpóreos de êxtase transcendental. Ao manifestarem-se estes sinto-
mas, a pessoa parece inconcebivelmente louca. Chama-se a isto loucura trans-
VERSO 86 cendental. Neste estado, há conversas imaginárias e experimentam-se emoções
como aquelas de um louco. Ao explicar para Krçna a loucura de Srimati Rãdhãrãni,
Uddhava disse: " M e u querido Krçna, devido a extremo sentimento de saudade
*tti TRI» * T F L itew I W ii II de Ti, SrimaH Rãdhãrãni, às vezes, faz Sua cama nos arbustos da floresta, às vezes,
repreende uma nuvem azulada, e, às vezes, erra pela densa escuridão da flores-
tri-bhahga-sundara vraje vrajendra-nandana
ta. Assim, Ela fica parecendo uma mulher louca."
kãhãh pãba, ei vãnchã bãde anuksana
tri-bhahga—curvado em três pontos; sundara—belo; vraje—em Vrndãvana;
vrajendra-nandana—o filho de Nanda Mahãrãja; kãhãh—onde; pãba—obterei; ei—
este; vãnchã— desejo; bãde— aumenta; anuksana—incessantemente. VERSO 88
VERSO 89 Mãvãvãdls. Após aceitar sannyãsa, o objetivo de Caitanya Mahãprabhu era alcan-
çar Vrndãvana. Ele era diferente dos"sannyãsis Mãyãvãdis, que desejam fundir-se
i w j m i f ô ' 5f%»t m i a c f f l c i c i atf i na existência do Absoluto. Para o Vaiçnava, aceitar sannyãsa significa aliviar-se
wrç, «wi—sts wtfici i*í II ws. II de todas as atividades materiais e devotar-se inteiramente ao transcendental ser-
sannyãsa kari' cabbiéa vatsara kailã ye ye karma viço amoroso ao Senhor. Srila Rüpa Gosvãmi confirma isto (B.r.s. 1.2.255):
ananta, apara—tara ke jãnibe marma anãsaktasya visayãn yathãrham upayuhjatahl nirbandhah krsna-sambandhe yuktam
sannyãsa kari'—após aceitar a ordem renunciada; cabbiéa vatsara—vinte e quatro vairãgyam ucyate. Para o Vaiçnava, ordem renunciada significa abandonar com-
pletamente o apego a coisas materiais e ocupar-se sem cessar no transcendental
anos; kaila— fez; ye ye—quaisquer; karma—atividades; ananta—ilimitadas; apara—
serviço amoroso ao Senhor. No entanto, os sannyãsis Mãyãvãdis não sabem como
insondáveis; tara—disto; ke—quem; jãnibe—conhecerá; marma—o significado.
ocupar tudo a serviço do Senhor. Por não terem n e n h u m treinamento devocio-
nal, acham que os objetos materiais são intocáveis. Brahma-satyam jagan-mithyã.
T R A D U Ç Ã O — D u r a n t e os vinte e quatro anos que sucederam à Sua iniciação de
Os Mãyãvãdis p e n s a m que o m u n d o é falso, mas, os sannyãsis Vaisnavas não
sannyãsa [ordem renunciada], todos os passatempos que Sri Caitanya pensam assim. Os Vaisnavas dizem: " P o r que o m u n d o haveria de ser falso? Ele
Mahãprabhu realizou foram ilimitados e insondáveis. Q u e m pode entender o é uma realidade, tendo sido feito para o serviço à Suprema Personalidade de
significado de tais passatempos? D e u s . " Para o sannyãsl Vaiçnava, renúncia significa não aceitar nada para o gozo
VERSO 90 pessoal dos sentidos. Serviço devocional significa utilizar tudo para a satisfação
da Suprema Personalidade de Deus.
jj«rj in*i aterra ^rs *t«ti n »• 11
uddeéa karite kari dig-daraéana VERSO 92
5
mukhya mukhya Ittãra kari sütra ganana esteies f à ^ w i t ç srrfçi T E M i
uddeéa—indicação; karite—para fazer; kari—faço; dig-daraéana—um levantamen-
to geral; mukhya mukhya—os principais; /flíra—dos passatempos; kari—faço; surra— 5tpWC»t foü faü isfiwl I51«t II 5* II
sinopse; ganana—enumeração. premete vihvala bãhya nãhika smarana
rãdha-deée tina dina karilã bhramana
T R A D U Ç Ã O — S ó para indicar tais passatempos, apresento um levantamento geral premete—em amor extático por Krçna; vihvala—absorto; bãhya—externa; nãhika—
dos principais, sob a forma de uma sinopse. não há; smarana—memória; rãdha-deée—nos países Rãdha; fina dina—três dias;
karilã—fez; bhramana—viagem.
VERSO 91
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o seguia em direção a V r n d ã v a n a , Sri C a i t a n y a
« W i ^a «Tf a i a m ' * * * ! i Mahãprabhu encheu-Se de amor extático por Krçna, e perdeu toda a memória
I s O t l f f ? ' Sfasil « r ç 91)IfRü || S»i || do m u n d o externo. Viajou desta maneira, continuamente, durante três dias por
Rãdha-desa, o país o n d e o rio Ganges não flui.
prathama sütra prabhura sannyãsa-karana
sannyãsa kari' calila prabhu ért-vrndãvana
VERSO 93
prathama—primeira; sütra—sinopse; prabhura—do Senhor; sannyãsa-karana—
aceitando a ordem de sannyãsa; sannyãsa kari'—após aceitar a ordem renunciada;
calila—foi; prabhu—o Senhor; ért-vrndãvana—em direção a Vrndãvana.
•JTWTSTAR « w i -wfèprl ' i ç r f «jürsi«j»^ n
T R A D U Ç Ã O — E s t a é a primeira sinopse: Após aceitar a ordem de sannyãsa,
nityãnanda prabhu mahãprabhu bhulãiyã
Caitanya Mahãprabhu seguiu em direção a Vrndãvana.
gahgã-tlre lanã ãilã 'yamunã' baliyã
nityãnanda prabhu—SenhoT Nityãnanda Prabhu; maha-prabhu—èrl Caitanya
SIGNIFICADO—Fica claro que essas afirmações são uma narrativa real de como Sri
Mahãprabhu; bhulãhjã—cortfundindo; gahgã-tíre—às margens do Ganges; lanã—
Caitanya Mahãprabhu aceitou a ordem de vida renunciada. Sua aceitação desta
levando; ãilã— trouxe; yamunã—o rio Yamunã; baliyã— informando.
ordem renunciada não é em absoluto comparável à aceitação de sannyãsa dos
8 a 8 8 a t e m o s
48 Sri Cãitanya-caritâmrU Madhya-nii, V rso 9 7 ° P P posteriores d o Senhor Caitanya 49
T R A D U Ç Ã O — A n t e s de mais nada, o Senhor Nityãnanda confundiu ári Caitanya _ S r i Caitanya Mahãprabhu sabia muito bem que o fato de Ele acei-
n c A D O
S
Mahãprabhu, trazendo-O ao longo das margens do Ganges e dizendo-Lhe que ' ordem de sannyãsa foi algo terrível para Sua mãe. Portanto, m a n d o u chamar
aquele era o rio Yamunã. Sua mãe e os devotos de Mãyãpura, e, por arranjo de Sri Advaita Âcãrya,
encontrou-os pela última vez, após aceitar sannyãsa. Sua mãe encheu-se de pesar
VERSO 94 vê-lO de cabeça raspada. Não havia mais os belos cabelos em Sua cabeça. Todos
os devotos apaziguaram mãe Saca, e o Senhor Caitanya Mahãprabhu pediu-lhe
aue cozinhasse para Ele, pois estava muito faminto, já que não comera nada p o r
<sKti v t t t , jrfca i * # t 9 i II » 8 ii três dias. Sua mãe imediatamente concordou, e, esquecendo-se de t u d o o mais,
cozinhou para Sri Caitanya Mahãprabhu durante todos os dias que esteve na casa
éãntipure ãcãryera grhe ãgamana de Sri Advaita Prabhu. Então, após alguns dias, Sri Caitanya Mahãprabhu pediu
prathama bhiksã kaila tãhãn, rãtre sankirtana permissão a Sua mãe para ir a Jagannãtha Puri. A pedido de Sua mãe, Ele fez
áãntipure—na cidade de Santipura; Ocãryera—de Advaita Âcârya; grhe—ã casa; Sua sede em Jagannãtha Puri após aceitar sannyãsa. Assim, tudo foi providen-
ãgamana—chegando; prathama—primeiro; bhiksã— aceitando esmola; kaila—fez; ciado, e, com a permissão de Sua mãe, Sri Caitanya Mahãprabhu seguiu rumo
tãhãn—ali; rãtre—à noite; sankirtana—realização do canto congregacional. a Jagannãtha Puri.
TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu ouviu d e Nityãnanda Prabhu a hi». D U C Ã C — Depois q u e o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u viu o Senhor
tória de Ksira-curi Gopinãtha e do Gopãla testemunha. Então, Nityãnanda i ^ a n n ã t h a no templo e caiu inconsciente, Sãrvabhauma Bhattãcãrya levou-O
Prabhu quebrou o bastão de sannyãsa pertencente ao Senhor Caitanya '*° g u a casa. O Senhor permaneceu inconsciente até a tarde, q u a n d o finalmente
Mahãprabhu. o p e r o u Sua consciência.
tabe ta'—depois disso; karilã—fez; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu. trimalla-tripadt-sthãna kaila daraéana
aaksina—ao sul da índia; gamana—viajando; kürma-ksetre—no lugar de peregrinar* saroatra karilã krsna-nãma pracãrana
conhecido como Kürma-ksetra; kaila—fez; vasudeva—chamada Vãsudev- tnmalla-wn local chamado Trimalla; rnpadf-ou Tirupati; sthãna-o local; kaila-
vimocana—liberação. fez daraéana—visita; sarvatra—em toda a parte; karilã—fez; krsna-nãma—o santo
nome do Senhor Krçna; praalrarw-pregando.
T R A D U Ç Ã O — A p ó s conceder misericórdia a Sãrvabhauma Bhattãcãrya, o
partiu para o sul da índia. Ao chegar a Kürma-ksetra, liberou uma pessoa T R A D U Ç Ã O — V i s i t o u o local conhecido como Trimalla, ou Tirupati, onde pre-
mada Vasudeva. gou largamente o cantar do santo n o m e do Senhor.
TRADUÇÃO—Certa vez, o Senhor confundiu a floresta às margens do rio Godãvarl VERSO 107
com Vrndãvana. Naquele local, deu-se Seu encontro com Rãmãnanda Rãya.
â í w w a «rrç?n ^ t t i f t i ^ ? i
VERSO 105 Sftrw cif5w c « I C T 55»ri «ifinr I H I
ári-ranga-ksetm—ao local onde se encontra o templo de Rariganátha; ãilã—chegou- cãturmãsya tãhhã prabhu ért-vaisnavera sane
kavertra—do rio Kãveri; tira—a margem; ért-rahga dekhiyã— após ver este templ ! 0 gohãila nrtya-gfta-krsna-sahktrtane
preme—em amor a Deus; ha-ilã—ficou; asthira—agitado. ^ m m s w B - o b s e r v â n c i a dos quatro meses da estação das chuvas; tãnhã-ah;
^ u - o Senhor; ért-vaisnavera sane-com o s Sri Vaisnavas; gontfiía-passou;
TRADUÇÃO—Ao chegar a terra d e Sri Rahga-ksetra, às margens d o rio Kãveri,
Sri Caitanya Mahãprabhu visitou o templo de ári Rahganátha, onde ficou do. n^rrya—dançando; gtta—cantando; krsna-sahktrtane—a cantar o santo nome do
minado pelo êxtase de amor a Deus. Senhor Krsna.
VERSO 108 TRADUÇAO-O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu passou os meses de Cãturmãsya
com os Sri Vaisnavas, dançando, cantando e recitando o santo nome do Senhor.
fârcn «c§a íca c ^ i ^ a PI i
•stçtfip afçsrl « f ç a^i stfa T P n i 11 VERSO 111
VERSO 109
T R A D U Ç Ã O — A p ó s o término do Cãturmãsya, o Senhor Caitanya Mahãprabhu
Sicaua fàrairò - -•fira * r R w i continuou a viajar por todo o sul da fndia. Nessa época, Ele encontrou-Se com
CtPTTfàsa fTfQ«I-C«fCT Ç^sr) fàf%5 II i • & Paramãnanda Puri.
VERSO 110
l ^ ^ d ^ ^ f 8 8 0
' Í F * ^ ' 0 8 e r v d o 0
° S ^ ' Caitanya Mahãprabhu,
B ^ f s \5tçi âcancaa ici i ^ Caitanya Mahãprabhu pregou que
can-
C T Í S t ^ l ^ S J - Ü t e - Ç I W R ^ f é C T II II
56 Sri Caitanya-caritàmrta Madhya-lilã, \ Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 57
Verso 11*
S I G N I F I C A D O — N o distrito de Mâlábâra, há certo grupo dentre os brdhmanas DUÇÃO—Caitanya M a h ã p r a b h u também teve um debate com a comunida-
conhecidos como mm-budri-brahmanas, cujos sacerdotes são os Bhattathãris. Os de Tattvavãdí, e os Tattvavãdis sentiram-se Vaisnavas inferiores.
Bhattathãris conhecem muitas magias negras tântricas, tais como a arte de matar
u m a pessoa, de trazê-la sob seu jugo e de destruí-la ou devastá-la. Eles são muito SIGNIFICADO—A seita Tattvavãdí p e r t e n c e à c o m u n i d a d e Vaiçnava d e
peritos nestas magias negras, e um de tais Bhattathãris confundiu o servo pessoal Madhvãcãrya, mas seu comportamento difere dos estritos princípios Vaisnavas
de Sri Caitanya Mahãprabhu, enquanto o servo acompanhava o Senhor em Suas de Madhvãcãrya. Existe um monastério chamado Uttararãdi, cujo comandante
viagens pelo sul da índia. De alguma forma, Sri Caitanya Mahãprabhu libertou chama-se Raghuvarya-tirtha-madhvãcãrya.
este Krsnadãsa das garras do Bhattathãri. Sri Caitanya Mahãprabhu é bem
conhecido como Patíta-pávana, o salvador de todas as almas caídas, e provou VERSO 115
isto em Seu comportamento para com Seu servo pessoal, Krsnadãsa, a quem Ele
salvou. Às vezes, na Bengala escreve-se erradamente a palavra Bhattathãri, e re-
WTO, •RjPOTNOT, SftPTtfíl I
sulta Bhattamãri. *rtHt«,a f s w a fam «RPft II II
S I G N I F I C A D O — D i z - s e que a árvore Saptatãla é uma palmeira muito antiga e im- sei purãtana patra ãgraha kari' nila
ponente. Certa vez, houve uma luta entre Bali e seu irmão Sugriva, e o Senhor rãmaàãse dekhãiyã duhkha khandãila
Rãmacandra ficou do lado de Sugriva e matou Bali, mantendo-Se atrás desta cé- —aquela; purãtana—velha; patra—página; ãgraha—com grande entusiasmo;
lebre árvore. Ao viajar pelo sul da índia, o Senhor Caitanya Mahãprabhu abra- kari'—fazendo; nila—levou; rãma-dãse—ao brãhmana Rãmadãsa; dekhãiyã—
çou esta árvore, que foi liberada e diretamente promovida a Vaikuntha. mostrando; duhkha—infelicidade; khandãila—mitigada.
T R A D U Ç Ã O — A p ó s obter esses livros, ári Caitanya Mahãprabhu regressou ucAO— ári Caitanya M a h ã p r a b h u permaneceu por alguns dias em
Jagannãtha Puri. Naquela ocasião, acontecia a cerimônia de banho de J: iTílanàtha. Neste ínterim, Caitanya M a h ã p r a b h u recebeu notícia de que todos
ã qual Ele assistiu. os devotos da Bengala estavam vindo para Jagannãtha Puri.
f t s r f ç w «rrçsrt f f t a t ç r e ffc&i li li
anovosare jagannãthera nã pãhã daraéana nityãnanda-sãrvabhauma ãgraha karinã
virahe ãlãlanãtha karilã gamana nilãcale ãilã mahãprabhuke la-ihã
anavasare— durante a ausência; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; rui—não; nityãnanda—Senhor Nityãnanda Prabhu; sãrvabhauma—Sãrvabhauma
pãhã—obtendo; daraéana—visita; virahe—com saudade; ãlãlanãtha—do lugar Bhattãcãrya; ãgraha karinã— mostrando grande avidez; nilãcale—a Jagannãtha Puri;
mado Ãlãlanãtha; karilã—fez; gamana—indo. ãilã—retornou; mahãprabhuke—Sri Caitanya Mahãprabhu; la-ihã— levando.
sabe mili'—reunindo-se todos; yukti kari'—após devida consideração; kirtana— T R A D U Ç Ã O — P o r ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu, Sri Rãmãnanda Rãya
canto congregacional do santo nome; ãrambhila—começaram; klrtana-dveée—no êx- despediu-se do rei e regressou a Jagannãtha Puri. Após sua chegada, Sri Caitanya
tase do kirtana; prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; mana—a mente; Mahãprabhu comprazia-Se muito em conversar com ele, tanto de dia q u a n t o
sthira—apaziguada; haila—ficou. de noite, sobre o Senhor Krsna e Seus passatempos.
gauda ha-ite—da Bengala; sarva—todos; vaisnavera—dos Vaisnavas; ãgamana— saba-sahge ratha-yãtrã kaila daraéana
aparecimento; kullna-grdma-vãsi—os residentes de Kuiína-grãma; sange—com eles; ratha-agre nrtya kari' udyãne gamana
prathama—primeiro; milana—encontro. sabã-sahge—com todos eles; ratha-yãtrã—o festival de carros; kaila—fez; daraéana—
vendo; ratha-agre—em frente aos carros; nrtya—dançando; kari'—fazendo;
TRADUÇAO—Aos poucos, todos os devotos da Bengala foram chegando a udyãne—no jardim; gamana—indo.
Jagannãtha Puri. Nessa época, os residentes de Kuiína-gràma também vieram
ver ári Caitanya M a h ã p r a b h u pela primeira vez.
TRADUÇAO—Depois disso, o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u e todos os devotos
VERSO 132 viram o Ratha-yãtrã, a cerimônia do festival de carros. O próprio Caitanya
Mahãprabhu dançou em frente aos carros, e, após dançar, entrou n u m jardim.
IFFLIFL TRTI «RRFW TO 9iit4l i
VERSO 135
narahari dãsa adi yata khanda-vasl 5
VERSO 133
TRADUÇAO—Naquele jardim, o Senhor Caitanya Mahãprabhu concedeu Sua mi-
sericórdia ao rei Pratãparudra. Em seguida, q u a n d o os devotos bengalis estavam
J R I 9fdpi «RÇS ^ F B Ç I ytân H II a ponto de retornar ãs suas casas, o Senhor d e u ordens específicas a quase todos
eles.
snãna-yãtrã dekhi' prabhu sahge bhakta-gana
sabã lanã kaila prabhu gundicã mãrjana
snãna-yãtrã—a cerimônia de banho; dekhi'—vendo; prabhu—Senhor Caitanya VERSO 136
Mahãprabhu; sange—com Ele; bhakta-gana—os devotos; sabá—todos; Zana"—levando;
kailã— fez; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; gundicã mãrjana—lavando e lim-
p a n d o o templo de Gundicã. (jfc gr.?! g i r e ^ ^ « l ? f à w C ü I I i * i » I I
pratyabda ãsibe ratha-yãtrã-daraéane
TRADUÇAO—Após ver a cerimônia de b a n h o do Senhor Jagannãtha, Sri Caitany ei-chale cãhe bhakta-ganera milane
Mahãprabhu lavou e limpou o templo de Sri Gundicã com o auxílio de prati-abda—cada ano; ãsibe— deveis todos vir; ratha-yãtrã—o festival de carros;
muitos devotos. daraéane—para assistir a; ei chalé—sob este pretexto; cãhe— deseja; bhakta-ganera—
de todos os devotos; milane—o encontro.
VERSO 134
TRADUÇAO—Sri Caitanya Mahãprabhu desejava encontrar-Se cada ano com todos
os devotos da Bengala. Portanto, mandou-os vir assistir ao festival de Ratha-
yãtri todos os anos.
í W - ^ a i ^ ç j ^ F À ' fcvtw tfsw ii y»8 ti
66 Sri CãiUnya-caritámrt* Madhya-I]]*, Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 67
Verso 142
1
«rnc * m c i f l U C 1 1 1 T 1 * Í Í 1 I «ÍÇCÍ fifi»n i < c m i «nfaii i
f t i f w e u i*ci m i *rt»ii i ! y©* I I werc^yi £ 1 * 1 « r ç n t c i sfart ii II
ãnande sabãre niyã dena vãsa-sthãna prabhure mililã sarva vaisnava ãsiyã
éivãnanáa sena kare sabãra pãlana. jala-krtdã kaila prabhu sabãre la-iyã
ãnande—com grande prazer; sabãre—todos os devotos; niyã— levando; dena" prabhure—Senhor Caitanya Mahãprabhu; mililã—encontraram-se; sarai—todos;
dá; vãsa-sthana—alojamentos; éivãnanda sena—chamado Sivãnanda Sena; kare" água^ãfldeV°t0S; ' y 8
d s f f — c h e a n d o a
Jagannãtha Puri; jala-kridã— divertindo-Se na
e x e c u t o u
faz; sabãra—de todos; púlana—manutenção. ' ~ ; prabhu—o Senhor; sahínr—todos os devotos; la-iyd— levando.
68 Sri Caitanya-cãritÀmrU Madhya-lüj. l 4 g O s passatempos posteriores d o Senhor Caitanya 69
Verso
T R A D U Ç Ã O — A p ó s chegar a Jagannãtha Puri, todos os Vaisnavas encontraram, ndicãte—nas vizinhanças do templo de Gundicã; nrtya-ante— após dançar;
se com ári Caitanya Mahãprabhu. Mais tarde, ári Caitanya Mahãprabhu divertiu. C—realizou; jala-keli—divertimentos n a água; hera-pahcamtte—no dia d e Herã-
Se na água, levando consigo todos os devotos. P^ncaml; dekhila—-viram; laksml-devtra—da deusa da fortuna; kelt— atividades.
VERSO 149
T R A D U Ç A O — P o r cinco dias consecutivos, todas as pessoas reuniram-se para ver
^ f f t l t i t f é p - i c » i a anni-«}nr i o Senhor, e ainda assim não havia descanso. T e m e n d o a multidão, o Senhor
Caitanya M a h ã p r a b h u partiu ã noite em direção à aldeia de Kuliyã [atual
Navadvipa].
purt-gosãhi-sahge vastra-praddna-prasahga
rãmãnanda rãya aila bhadraka paryanta SIGNIFICADO—Se levarmos e m conta as afirmações d o Caitanya-bhãgavata junta-
purí-gosãhi-sahge—com Puri Gosvãmi; vastra-pradãna-prasariga—incidente de troca mente com a descrição de Locana dãsa Thãkura, fica evidente que a atual Nava-
de roupas; rãmãnanda rãya—chamado Rãmãnanda Rãya; ãilã— veio; bhadraka—um dvipa era outrora conhecida como Kuliyã-grãma. Enquanto esteve em Kuliyã-
lugar chamado Bhadraka; paryanta—até. grãma, Sri Caitanya Mahãprabhu favoreceu Devãnanda Pandita e liberou Gopãla
Cãpala e muitos outros que antes haviam cometido ofensas a Seus pés de lótus.
Naquela época, para ir de Vidyãnagara para Kuliyã-grãma, tinha-se que atravessar
T R A D U Ç A O — N o c a m i n h o para Vrndãvana via Bengala, houve um incidente i um braço do rio Ganges. Todos aqueles velhos lugares ainda existem. Cinâdãhgã
que algumas roupas foram trocadas com Puri Gosãni. Sri Rãmãnanda Rày situava-se outrora em Kuliyã-grãma, que agora é conhecida como Kolera Ganja.
acompanhou o Senhor até a cidade de Bhadraka.
VERSO 152
VERSO 150
f ü n H i m c i * ç a «ftal i
cifrfc c^fu» C 9 1 1 1 5 «rffi' \m (f*»ti II ^ II
«rtfi' fàwtwnfiw íjrar,*" aftiii i kultya-grãmete prabhura éuniyã ãgamana
<SiÇHI CWfac® CHUWlfc 5 * 1 1 H i4° II kofi kofi loka ãsi' kaila daraéana
kuliyã-grãmete— naquele local conhecido como Kuliyã-grãma; prabhura—do
osi' viàyã-vãcaspatira gfhete rahilã Senhor; éuniyã— ouvindo; ãgamana—sobre a chegada; kofi kofi—centenas de mi-
prabhure dekhite loka-sahghatfa ha-ila lhares; loka—de pessoas; osi'—vindo; kaila—tiveram; daraéana—audiência.
osi '—chegando à Bengala; vidyã-vacaspatira—âe Vidyã-vãcaspati; gfhete—na <
sa; rahilã— permaneceu; prabhure—ao Senhor Caitanya Mahãprabhu; dekhite—f T R A D U Ç Ã O — A o ficarem s a b e n d o da chegada do Senhor a Kuliyã-grãma, muitas
ver; loka-sarighatta—multidão de gente; ha-ila— havia. centenas de milhares de pessoas vieram vê-lO.
VERSO 156
kuliyã-grãme kaila devãnandere prosada
gopãla-viprere ksamaila értvãsãparãdha ^fm\ m fez® *f*| gr^f at«Rt%«1 I
kuliya-grame—naquela aldeia conhecida como Kuliyã-grãma; kaila—mostrou;
devanandere prosada—misericórdia a Devananda Pandita; gopãla-viprere—e ao f*Ç9 *£»WUl «»tCíT t t f e » ! II }«<!> II
brãhmana conhecido como Gopãla Capala; ksamaila—perdoou; érívãsa-aparádha—%
ofensa aos pés de lótus de Srivãsa Thãkura. kuliyã nagara haite patha ratne bãndhãila
nivpita puspa-éayyã upare pãtila
kuliyã nagara—a cidade de Kuliyã; haite—de; patha—caminho; ratne—com jóias;
T R A D U Ç Ã O — A s ações específicas realizadas por Sri Caitanya Mahãprabhu nesta
época foram a misericórdia concedida a Devananda Pandita e o perdão ao bãndhãila—construiu; nivpita—sem hastes; puspa-éayyã—canteiro de flores; upare—
brãhmana conhecido como Gopãla Cãpala pela ofensa que este cometera aos em cima; pãtila—derramou.
pés de lótus de Srivãsa T h ã k u r a .
TRADUÇÃO—Primeiramente, Nrsimhãnanda Brahmacãri contemplou u m a ampla
estrada a partir da cidade de Kuliyã. Cravejou a estrada com jóias, sobre as quais
VERSO 154
derramou então um canteiro de flores s e m hastes.
*tt*r€t f i w * n t f à ' *tf|»rl &nc*t i
VERSO 157
« i W t wtík mm fwi S W Í I C T II > í 8 II
T R A D U Ç Ã O — A o ouvir falar que o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u iria T R A D U Ç Ã O — E s s e s lagos tinham balneários construídos com jóias e estavam
Vrndãvana, Sri N r s i m h ã n a n d a Brahmacãri ficou muito satisfeito e mentalmen- cheios de flores de lótus desabrochadas. Diversos pássaros gorjeavam e a água
e r a
te começou a enfeitar o caminho até l i . exatamente como néctar.
74 Sri Caitsmys-caritimrta Madhya-lilã, 1 Verso 162 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 75
VERSO 159 niécaya—convicção; kariyã— fazendo; kahi—eu digo; éuna—por favor, ouvi;
bhakta-gana—meus queridos devotos; ebãra—desta vez; nã— não; yãbena—irá;
prabhu o Senhor Caitanya Mahãprabhu; ért-vrndãvana—paia Vrndãvana.
'i>tit*i I t f r t W * t f o i t f » a » 1 II ias II
TRADUÇAO—Então, com grande convicção, disse aos devotos que o Senhor
alfaia samTra vahe nãnã gandha lanã Caitanya não iria a Vrndãvana daquela vez.
'kãnãira nãtaéãlã' paryanta la-ila bãndhihã
éitala—muito frescas; samTra—brisas; vahe—soprando; nãnã— diversos; gandha— SIGNIFICADO—Srila Nrsimhãnanda Brahmacãri era um grande devoto do Senhor
aromas; lanã— carregando; kãnãira nãta-éãlã—o local chamado Kãnãi Nãtaáãlã; Caitanya Mahãprabhu; portanto, ao ouvir falar que Sri Caitanya Mahãprabhu iria
paryanta—até; la-ila—estendeu; bãndhihã—construção. de Kuliyã para Vrndãvana, embora n ã o tivesse riqueza material, pôs-se a construir
mentalmente um caminho ou estrada muito atrativa para Caitanya Mahãprabhu
T R A D U Ç Ã O — T o d a a estrada era ventilada com muitas brisas frescas, que carre- percorrer. Um pouco da descrição deste caminho foi relatado acima. Porém, nem
gavam os aromas de várias flores. Ele estendeu a construção desta estrada até mesmo mentalmente pôde ele construir a estrada além de Kãnãi Nãtaáãlã. Por
Kánai Náfasala. isso, concluiu que Caitanya M a h ã p r a b h u não iria a Vrndãvana daquela vez.
Para um devoto puro, não há diferença entre construir um caminho com
SIGNIFICADO—Kãnãi Nãtaáãlã fica a aproximadamente 350 quilômetros de Calcutá,) elementos grosseiros ou construí-lo mentalmente. Isto porque a Suprema Perso-
na linha Loop da Estrada de Ferro Oriental. A estação ferroviária chama-se 1
nalidade de Deus, Janãrdana, é bhãva-grãhT, ou seja, Ele dá valor ao sentimento.
Tãlajhãdi, e, após desembarcar nesta estação, tem-se que andar cerca de quatro} Para Ele, um caminho feito com jóias de verdade e um caminho feito de jóias
quilômetros para chegar a Kãnãi Nãtaáãlã. mentais são a mesma coisa. Embora sutil, a mente também é matéria, de m o d o
que qualquer caminho — de fato, qualquer coisa a serviço do Senhor q u e r em
VERSO 160 matéria grosseira, quer em matéria sutil — a Suprema Personalidade de Deus acei-
ta igualmente. O Senhor aceita a atitude de Seu devoto e vê o q u a n t o ele está
« r f t l qn »TRF% H *lfW 1tfo?5 I disposto a servi-lO. O devoto tem a liberdade de servir ao Senhor, quer na matéria
grosseira, quer na matéria sutil. O importante é que o serviço esteja relacionado
» t « R T « 1 1 1 1 H > ^ f l ° 5 Cf*!l t í f W S II II com a Suprema Personalidade de Deus. Confirma-se isto no Bhagavad-gitã (9.26):
dge mana nãhi cale, nã pare bãndhite
patrarh pusparh phalam toyath
patha-bãndha nã yãya, nrsimha haila vismite
yo me bhaktyã prayacchati
age—além deste; mana—a mente; nãhi—não; cale—vai; nã— n ã o é; pare—capaz;
tad aharh bhakty-upahrtam
bãndhite—de construir a estrada; patha-bãndhã—construção da estrada; nã yãya—
aénãmi prayatãtmanah
n ã o é possível; nrsimha—Nrsimhãnanda Brahmacãri; haila— ficou; vismite—\
surpreso. "Se alguém Me oferecer, com amor e devoção, u m a folha, u m a flor, u m a fruta
ou água, Eu as aceitarei." O verdadeiro ingrediente é bhakti (devoção). A devo-
TRADUÇAO—Na mente de Nrsirhhãnanda Brahmacãri, não pôde ser construída ção pura não é contaminada pelos modos da natureza material. Ahaituky apratihatã:
a estrada além de Kãnãi Nãtaáãlã. Ele não conseguia entender por que a cons- nenhuma condição material pode impedir o serviço devocional incondicional. Isto
trução da estrada não podia concluir-se, e isto o deixou surpreso. quer dizer que n ã o é preciso ser muito rico para servir à Suprema Personalidade
de Deus. Mesmo o h o m e m mais pobre pode igualmente servir à Suprema Perso-
VERSO 161. nalidade de Deus caso tenha devoção p u r a . Não h a v e n d o motivos secretos,
nenhuma condição material p o d e impedir o serviço devocional.
f l " W isfàil i s f e « 1 , I
iam» ii i t r . i i fiftj^m H ^ 11 VERSO 162
VERSO 163 T R A D U Ç Ã O — O n d e quer que o Senhor tocasse o solo com Seus pés de lótus, as
pessoas imediatamente vinham e recolhiam a terra. Na verdade, elas recolhiam
c f l w f â n ^f*rai ter»" 9fm\ y * r m i tanta terra que se criavam muitos buracos na estrada.
VERSO 166
gosãni kuliyã haite calila vrndãvana
sahge sahastreka loka yata bhakta-gana êm tf*!, «rfeerl ' a f r ^ f è r <m i
• gosãni—Senhor Caitanya Mahãprabhu; kuliyã haite—de Kuliyã; calilã—procedeu;
vrndãvana—em direção a Vrndãvana; sahge—com Ele; sahastreka—milhares; loka—de
pessoas; yata—todos; bhakta-gana—os devotos. aiche cali, ãilã prabhu 'rOmakeli' grama
gaudera nikafa grama ati anupãma
aiche—dessa maneira; cali—caminhando; tf/ío"—chegou; prabhu—Senhor Sri
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o Senhor Caitanya Mahãprabhu pôs-Se a caminhar de Caitanya Mahãprabhu; rãma-keli grama—k aldeia chamada Rãmakeli; gaudera—
Kuliyã em direção a Vrndãvana, milhares de homens acompanhavam-nO, e todos Bengala; nikafa—perto de; grama—a aldeia; ati—muito; anupãma—requintada.
eles eram devotos.
TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu chegou enfim a uma aldeia
chamada Rãmakeli. Esta aldeia fica na fronteira da Bengala e é muito requintada.
VERSO 168 TRADUÇAO—O rei maometano ordenou ao magistrado: "Não perturbes este pro-
feta hindu por motivo de inveja. Deixa-O fazer o que Sua própria vontade ditar
C l t o Ç t a 111-31571 5 j « t 1 « f l í P l I onde quer que Ele queira."
"sfftfS «Tffl?! f^far*" Ç^jsl || 1| S I G N I F I C A D O — A t é um rei maometano pôde entender a posição transcendental
gaudeévara yavana-rãjã prabhãva éunihã de Sri Caitanya Mahãprabhu, reconhecendo-O como profeta; portanto, ordenou
kahite lãgilã kichu vismita hanã ao magistrado local que não O perturbasse, mas que O deixasse fazer t u d o o que
gauda-lévara—rei da Bengala; yavana-rãjã— rei maometano; prabhãva—influência; quisesse.
éunihã—ouvindo; kahite—a dizer; lãgilã—começou; kichu—algo; vismita—aclmirado;
na ml—ficando. VERSO 171
TRADUÇAO—Ao ouvir falar da influência de Caitanya Mahãprabhu em atrair inu- f W i - í i t a i a m i iréi •tf^i 1
meráveis pessoas, o rei maometano da Bengala ficou muito admirado e começou « ^ 1 i f f l l Ç f t $ Ç t * S l fà*T II >1i II
a falar o seguinte.
keéava-chatrtre rãjã vãrtã puchila
S I G N I F I C A D O — N a q u e l a época, o rei maometano da Bengala era N a w a b Husen prabhura mahimã chatrf udãiyã dila
Sáhà Bàdasaha. keéava-chatrtre—-à pessoa chamada Kesava Chatri; rãjã—rei; vãrtã—notícias;
puchila—indagou; prabhura—do Senhor; mahimã— glórias; chatri— Kesava Chatri;
VERSO 169 udãiyã—não atribuindo importância; dila—deu.
f l l l »tÇ» 4<5 CWT* tffir *tVX s i I TRADUÇAO—Tendo o rei maometano pedido notícias a seu assistente, que se cha-
mava Kesava Chatri, sobre a influência de Sri Caitanya Mahãprabhu, Kesava
c i l t f c i n t a i , | « n w i f i * fi*&i h h Chatri, embora sabendo de tudo sobre Caitanya Mahãprabhu, tentou evitar a
vinã dane eta loka yãhra pãche haya conversa, não dando nenhuma importância ãs atividades de Caitanya
sei ta' gosãhã, ihã jãnihã niécaya Mahãprabhu.
vinã— sem; dane—caridade; era—tantas; lota—pessoas; yãnra—a quem; pãche—
após; mn/a—ficam; sei ta'—Ele com certeza; gosãhã— um profeta; iM—isto; jãnihã— SIGNIFICADO—Ao ser indagado sobre Sri Caitanya Mahãprabhu, Keáava Chatri
sei; niécaya—sem dúvida. agiu com diplomacia. Apesar de saber de t u d o sobre Ele, temia que o rei maome-
tano acabasse se tornando Seu inimigo. Não atribuiu importância às atividades
T R A D U Ç A O — " U m a pessoa assim, que é seguida por tantas outras sem dar-lhes do Senhor para que o rei maometano O considerasse como um h o m e m c o m u m
caridade, deve ser um profeta. Disto tenho plena certeza." e não O incomodasse.
VERSO 172
VERSO 170
fenft i s m i t i*ci <sH »tó&at I
^517,1 G » f l 1 f l : i « l t l r . 1 $ 1 5lfã 9 1 I I V I * . II
« r p t i - l ^ t * 1^31, irêl SVfl H li II bhikhãrt sannyãsl kare tirtha paryafana
ka/í, yaivna ihãra nã kariha himsana tãnre dekhibãre ãise dui cãri jana
ãpana-icchãya buluna, yãhãn unhara mana
Sri CaiUnya-caritimrt» Madhya-Iili, 1 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 81
bhikhãrt— pedinte; sonnyãsl— mendicaxtte; kare—faz; tTrtha—por locais sagrados; dabira khãsere rãjã puchila nibhrte
varya\ana—viagem; tãnre—a Ele; dekhibãre—paia ver; dise—vêm; dui cãri jana— gosãhira mahimã tenho lãgilã kahite
apenas poucas pessoas. jabira khãsere—chamado Dabira Khãsa (o nome de Srila Rüpa Gosvãmi na época);
njjã—o rei; puchila—indagou; nibhrte—a sós; gosãhira—do Senhor Caitanya
Mahãprabhu; mahimã— glórias; tenho—ele; lãgilã—começou; kahite—a falar.
T R A D U Ç A O — Kesava Chatri informou ao rei maometano que Caitanya
Mahãprabhu era um mendicante a viajar por diversos locais de peregrinação TRADUÇAO—A sós, o rei indagou de Dabira Khãsa lSrila Rüpa Gosvãmi], o qual
e que, sendo assim, apenas poucas pessoas vinham vê-lO. começou a falar sobre as glórias do Senhor.
TRADUÇAO—Kesava Chatri disse: "Por inveja, teu servo maometano conspira TRADUÇAO—Srila Rüpa Gosvãmi disse: "A Suprema Personalidade de Deus,
contra Ele. Acho que não deves interessar-te muito nEle, pois não há vantagem que deu a ti este reino e a quem tomaste por um profeta, nasceu em teu país
alguma nisto. Pelo contrário, só sairás perdendo." devido à tua boa fortuna."
VERSO 174
more kem pucha, tumi pucha ãpana-mana efa kahi' rãjã gela nija abhyantare
tumi narãdhipa hao visnu-améa soma tabe dabira khãsa ãilã ãpanãra ghare
more—a mim; kem—por que; pucha—perguntas; tumi—tu; pucha—indaga; ãpana- kahi'—dizendo isso; rãjã—o rei; gelã—íoi; nija—própria; abhyantare—á casa
mana—tua própria mente; tumi—tu; nara-odhipa—rei do povo; hao— tu és; wsnu, particular; tabe— naquela época; dabira khãsa—Srila Rüpa Gosvãmi; aila"—regressou;
améa soma—representante da Suprema Personalidade de Deus. apanãra—sua própria; ghare—à residência.
TRADUÇÃO—"Por q u e me questionas? Melhor questionarei tua própria mente. TRADUÇAO—Após ter essa conversa com Rüpa Gosvãmi, o rei entrou em sua casa
Por seres o rei do povo, és o representante da Suprema Personalidade de Deus. particular. Rüpa Gosvãmi, conhecido então como Dabira Khãsa, t a m b é m
Portanto, podes entender isto melhor do q u e e u . " regressou à sua residência.
encontraram-se com Nityãnanda Prabhu e Haridãsa Thãkura. vihvala—tomados; prabhu kahe—o Senhor disse; ufha ufha—levantai-vos, levantai-
vos; ha-ila mahgala—toda a auspiciosidade a vós.
VERSO 184
VERSO 185 T R A D U Ç Ã O — O s dois irmãos levantaram-se, e, outra vez colocando a palha entre
seus dentes, humildemente ofereceram suas orações com as mãos postas.
& ~<m <f«I s*r,s wfà* «rfiwi i
lÈcw aa a t f V *ics w w $<Í»I II Í W n
VERSO 188
dui guccha trna duhhe daéane dharihã
gale vastra bãndhi' pode dandavat hanã m m § i f mà&m f i t i ? i
dui—dois; guccha—feixes; trna—de palha; duhhe—ambos; daéane—nos dentes; Ifwtfasi 3 f 1 I^M? II i l r V II
dharihã— pegando; gale—no pescoço; oosfro—pano; bãndhi '—amarrando; pode—
caem; dandavat—como varas; hanã— tornando-se. jaya jaya ért-krsm-caitanya dayã-maya
patita-pãvam jaya, jaya mahãéaya
T R A D U Ç Ã O — C o m grande humildade, ambos os irmãos levaram feixes de palha im jaya—todas as glórias; ért-krsna-caitanya-ao Senhor Sri Caitanya
entre seus dentes, e, cada qual com um pano amarrado em volta do pescoço, ahãprabhu; dayã-maya—o mais misericordioso; patita-pãvam—o salvador das
prostraram-se como varas perante o Senhor. a u n
a s caídas; jaya—glórias; jaya—glórias; mahãéaya—a grande personalidade.
86 Sri CãiUnya-caritimrU Madhya-ftj^ M Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 87
Verso 192
kari—realizamos; nica—abominável; kãja—trabalho; tomara—de Vós; agrete—em aparddhl-nem ofensor; ca—também; kaécana—alguém; parihãre—ao pedir perdão;
frente; prabhu—6 Senhor; kahite—para d i z e r ; ÜÕSI—sentimo-nos; <wi lajjã-envergonhado; me—de mim; kim—o que; bruve—direi; purusottama—6
laja—envergonhados. Suprema Personalidade de Deus.
jagãi-mãdhãi dui karile uddhãra Caitanya Mahãprabhu. Ao compararem-se com Jagãi e Mãdhãi, Rüpa e Sanãtana
tãhãn uddhãrite érama nahila tomara acharam-se inferiores, pois o Senhor não teve dificuldade em salvar os dois irmãos
jagãi-mãdhãi—os dois irmãos Jagãi e Mãdhãi; dui—dois; karile—fizestes; uddhãra— beberrões. Isto porque, a despeito do fato de serem viciados em atividades pecami-
salvação; tãhãn—lá; uddhãrite—paia salvar; aroma—esforço; nahila—não houve- nosas, a vida deles era, sob outros aspectos, brilhante. Pertenciam à casta bramí-
tomara—de Vós. nica de Navadvipa, cujos brãhmanas eram piedosos por natureza. Embora se hou-
vessem viciado em certas atividades pecaminosas devido à má associação, foi pos-
TRADUÇÃO—"Salvastes os dois irmãos Jagãi e Mãdhãi, mas, para salvá-los, não sível eliminar tais coisas indesejáveis simplesmente em virtude do cantar do santo
tivestes que empenhar-Vos muito." nome do Senhor. O u t r o p o n t o a favor de Jagãi e Mãdhãi era que, como membros
de uma família de brãhmanas, não aceitaram serviço sob ordens de ninguém. Os
VERSO 193 éãstras proíbem estritamente a um brãhmana aceitar serviço sob ordens de alguém.
A idéia é que, ao aceitar um patrão, aceita-se a ocupação de um cão. Em outras
artwtmfè mWn n f f t * t m i palavras, um cão não p o d e prosperar sem ter um dono, e, só para agradá-lo, o
sftS-GlH 1tf% f R f , i c s ftc&ir ^ * f á II II cão ofende muitas pessoas. O cão ladra contra pessoas inocentes só para agradar
ao dono. De forma semelhante, quem é servo é obrigado a realizar atividades
brãhmana-jãti tãrã, nava-dvfpe ghara abomináveis segundo as ordens do patrão. Portanto, ao comparar sua posição
nlca-sevã nãhi kare, nahe nlcera kürvara com a de Jagãi e Mãdhãi, Dabira Khãsa e Sãkara Mallika acharam a posição de
brãhmana-jãti—nascidos em família de brãhmanas; tãrã—eles; nava-dvfpe—o lugar Jagãi e Mãdhãi muito melhor que a deles. Jagãi e Mãdhãi nunca aceitaram servir
sagrado de NavadvTpa-dhãma; ghara—a casa deles; mca-seuõ—serviço a pessoas pessoa alguma de baixa classe; n e m foram forçados a realizar atividades abominá-
degradadas; nãhi—não; fcare—fazem; nahe—não; ntcera—de pessoas baixas; veis sob ordens de um patrão de baixa classe. Jagãi e Mãdhãi cantaram o nome
kürpara—um instrumento. de Sri Caitanya Mahãprabhu em tom de blasfêmia, mas, simplesmente porque
cantaram Seu nome, livraram-se de imediato das reações de atividades pecami-
T R A D U Ç Ã O — " O s irmãos Jagãi e Mãdhãi pertenciam à classe de brãhmanas e mo- nosas. Assim, mais tarde eles se salvaram.
ravam no lugar sagrado de Navadvipa. Eles jamais serviram a pessoas de classe
baixa, nem serviram de instrumentos para atividades abomináveis/' VERSO 195
jagái-mddhdi—chamados Jagãi e Mãdhãi; haite—do que; kofi kofi— milhões e este planeta inteiro, incluindo todos os mares e terras), Mahãrãja Yudhisfhira
milhões; guna—de vezes; adhama—degradados; patita—caídos; pãpí— pecaminosos; pediu consentimento a autoridades como Bhlçmadeva e o Senhor Krsna. Assim,
ãmi— nós; dui—duas; jana—pessoas. governou o m u n d o inteiro de acordo com os princípios religiosos. Entretanto,
no momento atual, os líderes de estado não se importam com princípios religio-
T R A D U Ç A O — " N ó s dois somos milhões e milhões de vezes inferiores a Jagãi e sos. Se pessoas irreligiosas votarem n u m a resolução governamental, mesmo que
Mãdhãi. Somos mais degradados, mais caídos e mais pecaminosos do que eles." seja contra os princípios dos sastras, os projetos de lei serão aprovados. O presi-
dente e os líderes de estado tornam-se pecaminosos, concordando com tais ativi-
VERSO 197 dades abomináveis. Sanãtana e Rüpa Gosvãmls declararam-se culpados de tais
atividades; portanto, classificaram-se entre os mlecchas, embora nascidos em família
de brãhmanas.
VERSO 198
mleccha-jâti, mleccha-sezrl, kari mleccha-karma
go-brãhmana-drohi-sahge amara sahgama cm cita çrss-Msrta ^tfaai 1
mleccha-jati— pertencentes à casta de comedores de carne; mleccha-sevl— servos f-fâaa-fãéi-iré fairre e x i l a i 11 11
dos comedores de carne; kari—realizamos; mleccha-karma—o trabalho de comedo-
res de carne; go—vacas; brãhmana—brãhmanas; drohi—os hostis a; sahge—com; mora karma, mora hãte-galaya bãndhiyã
ãmãra -nossa; sahgama—associação. ku-visaya-visfhã-garte àiyãche phelãiyã
mora—nossas; karma—atividades; mora—nossa; hãte— na mão; galãya—no pes-
T R A D U Ç A O — " N a verdade, pertencemos à casta de comedores de carne, pois coço; bãndhiyã— atando; ku-visaya—de abomináveis objetos de gozo dos sentidos;
somos servos de comedores de carne. De fato, nossas atividades são exatamente visthã—do excremento; garte— no fosso; àiyãche phelãiyã— tinham sido atirados.
como as dos comedores de carne. Por sempre nos associarmos com tais pessoas,
somos hostis ãs vacas e aos brãhmanas." TRADUÇAO—Os dois irmãos, Sãkara Mallika e Dabira Khãsa, mui humildemente
confessaram que, devido ãs suas atividades abomináveis, estavam agora atados
SIGNIFICADO—Existem duas classes de comedores de carne — aqueles que nascem pelo pescoço e pelas mãos e tinham sido atirados num fosso repleto de objetos
em família de comedores de carne e aqueles que aprenderam a associar-se com de gozo material dos sentidos, abomináveis e semelhantes a excremento.
comedores de carne. Podemos aprender de Srila Rüpa e Sanãtana Gosvãmls
(anteriormente Dabira Khãsa e Sãkara Mallika) como se adquire o caráter de co- SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura explica ku-visaya garta do
medor de carne simplesmente associando-se com comedores de carne. Atualmen- seguinte modo: "Devido às atividades dos sentidos, sujeitamo-nos a muitos pro-
te, na índia, muitos ditos brãhmanas ocupam cargos governamentais, mas, o estado cessos de gozo dos sentidos e, assim, as leis da natureza material e n r e d a m - n o s . "
mantém matadouros para matar vacas e faz propaganda contra a civilização vé- Este enredamento chama-se visaya. Ao serem realizados por meio de atividades
dica. O primeiro princípio de civilização védica é evitar comer carne e intoxicar-se. piedosas, os processos de gozo dos sentidos são chamados de su-visaya. A pala-
Hoje em dia, na índia, encoraja-se a intoxicação e o consumo de carne, e os ditos vra su significa " b o n s " e visaya, "objetos dos sentidos". Ao realizarem-se em
brãhmanas letrados que presidem este estado de coisas têm certamente se degra- condições pecaminosas, as atividades de gozo dos sentidos são chamadas de
dado segundo os padrões estabelecidos aqui por Srila Rüpa Gosvãmi e Sanãtana ku-visaya, ou m a u gozo dos sentidos. Em ambos os casos, quer ku-visaya, quer
Gosvãmi. Estes ditos brãhmanas sancionam matadouros em nome de um gordo su-visaya, estas atividades são materiais. Sendo assim, são comparadas ao excre-
salário, sem protestarem contra essas atividades abomináveis. Depreciando os mento. Em outras palavras, deve-se evitar semelhantes coisas. É preciso ocupar-se
princípios de civilização védica e apoiando a matança de vacas, degradam-se ime- no transcendental serviço amoroso a Krçna, a Suprema Personalidade de Deus,
diatamente à plataforma de mlecchas e yavanas. Mleccha é todo comedor de carne, Para livrar-se de su-visaya e ku-visaya. As atividades de serviço devocional são livres
e yavana é todo aquele que tenha se desviado da cultura védica. Infelizmente, da contaminação de qualidades materiais. Portanto, a fim de livrar-se das reações
tais mlecchas e yavanas ocupam o poder executivo. Como, então, pode haver paz de su-visaya e ku-visaya, é preciso adotar a consciência de Krçna. Dessa maneira,
e prosperidade no estado? O rei ou o presidente devem ser representantes da salvar-nos-emos da contaminação. A este respeito, Srila Narottama dãsa Thãkura
Suprema Personalidade de Deus. Ao aceitar o governo de Bhãrata-varsa (outrora canta:
92 Sri Cãitanya-caritimrU Madhya-lilã, 1 Verso 201 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 93
Tanto su-visaya quanto ku-visaya enquadram-se na categoria de karma-kãnda. Há ãmã uddhãrite bali nãhi tri-bhuvane
outra kAnda (plataforma de atividades) chamada jhãna-kãnda, ou seja, especulação patita-pãvana tumi—sabe tomã vine
filosófica sobre os efeitos de ku-visaya e su-visaya com a intenção de descobrir o ãmã—a nós; uddhãrite—paia libertar; bali— poderoso; nãhi—não há; tri-bhuvane—
método de libertar-se do enredamento material. Na plataforma de jhãna-kanda, dentro dos três m u n d o s ; patita-pãvana—salvador dos caídos; tumi—Vós; sabe—
pode-se abandonar os objetos de ku-visaya e su-visaya. Porém, esta não é a perfei- somente; tomã— Vós; vine—exceto.
ção da vida. A perfeição é transcendental tanto à jhãna-kãnda quanto à karma-kãnda;
a perfeição está na plataforma de serviço devocional. Caso não adotemos o serviço T R A D U Ç A O — " N i n g u é m , dentro dos três mundos, é suficientemente poderoso
devocional em consciência de Krsna, seremos obrigados a permanecer neste para libertar-nos. Sois o único salvador das almas caídas; portanto, não conta-
m u n d o material e a suportar a repetição de nascimentos e mortes, devido aos mos com ninguém exceto V ó s . "
efeitos de jhãna-kãnda e karma-kãnda. Portanto, Narottama dãsa Thãkura diz:
VERSO 200
nãnã yoni sadã phire, kadarya bhaksana kare
tara janma adhah-pãte yãya
"Viaja-se por todas as diversas espécies de vida, comendo toda a espécie de
4
*f%5» *i,ir> jrft ^ çn j ^ 9 f II
n II
neiras. Dessa maneira, desperdiça-se a existência." O h o m e m na existência
material, apegado a ku-visaya ou a su-visaya, está na mesma posição que um verme ãmã uddhãriyã yadi dekhão nija-bala
no excremento. Afinal de contas, quer esteja molhado, quer seco, o excremento 'patita-pãvana' nãma tabe se saphala
é excremento. Analogamente, as atividades materiais podem ser piedosas ou ãmã—a nós; uddhãriyã— salvando; yadi—se; dekhão—Vós mostrardes; nija-bala—
ímpias, porém, por serem todas materiais, elas se comparam ao excremento. Os Vossa própria força; patita-pãvana—salvador dos caídos; nãma—este nome; tabe—
vermes não p o d e m sair do excremento por seu próprio esforço; analogamente, então; se—isto; sa-phala—exitoso.
aqueles que estão excessivamente apegados à existência material não podem sair
do materialismo e de repente tornarem-se conscientes de Krsna. O apego existe T R A D U Ç A O — " S e simplesmente nos salvardes mediante Vossa força transcenden-
neles. Como explica Prahlãda Mahãrãja no èrímad-Bhãgavatam (7.5.30): tal, então, com certeza, conhecer-se-á Vosso nome como o salvador das almas
caídas."
VERSO 201
matir na kr$ne paratah svato vã
mitho 'bhipadyeta grha-vratãnãm
adãnta-gobhir viéatãm tamisram
afè ^zâi, w , wírfra i
<üi5
punah punaê carvita-carvanãnãm cil-f*rç «rata *tt<n WMFS *1 «3 11 n
TRADUÇÃO—" 'Por servir-Vos constantemente, livramo-nos d e todos os desejos S I G N I F I C A D O — N a realidade, esta é a iniciação d e Dabira Khãsa e Sãkara Mallika
materiais e apaziguamo-nos completamente. Q u a n d o me ocuparei como Vosso por Sri Caitanya Mahãprabhu. Eles aproximaram-se do Senhor com toda a h u -
servo eterno e permanente e sempre me regozijarei de ter um amo tão digno?' " mildade, e o Senhor aceitou-os como velhos servos, como servos eternos, e mudou
seus nomes. Deve-se entender daí q u e é essencial que o discípulo m u d e o seu
SIGNIFICADO—Em Seus ensinamentos a Sanãtana Gosvãmi, Sri Caitanya nome após a iniciação.
Mahãprabhu declara que toda entidade viva é serva eterna da Suprema Persona-
lidade de Deus. Esta é a posição constitucional de todas as entidades vivas. Assim áahkha<akrãdy-ürdhva-pundra-
como um cão ou servo fica muito satisfeito em conseguir um amo competente dhãranãdy-ãtma-laksanam
e perfeito, ou como u m a criança se satisfaz plenamente em possuir um pai tan nãma-karanam ativa
competente, da mesma forma, a entidade viva satisfaz-se ao ocupar-se plenamente vaisnavatvam ihocyate
a serviço do Senhor Supremo. Desse modo, ela sabe que tem um amo competen-
te para salvá-la de toda a classe de perigos. A m e n o s que a entidade viva venha "Após a iniciação, deve-se m u d a r o n o m e do discípulo para indicar que ele é
à proteção garantida do Senhor Supremo, ela vive cheia de ansiedade. Esta vida um servo do Senhor Visnu. O discípulo deve também começar imediatamente
de ansiedade chama-se existência material. Para satisfazer-se plenamente ej a marcar seu corpo com tilaka (ürdhva-pundra), especialmente sua testa. Estas
despojar-se de ansiedades, é preciso chegar à posição de eternamente prestar ser- marcas espirituais são sintomas de um Vaisnava perfeito." Este verso é do Padma
viço ao Senhor Supremo. Este verso é também do Stotra-ratna (43) de Sil Purãna, Uttara-khanda. Um membro da sahajiyã-sampradãya não m u d a seu nome;
Yãmunãcãrya. portanto, não se p o d e aceitá-lo como um GauçÜya Vaiçnava. Caso u m a pessoa
não mude o seu n o m e após a iniciação, subentende-se que ela continuará sob
VERSO 207 seu conceito corpóreo de vida.
4
^ sfè «fé—cm *tfF5i n v » ii VERSO 209
éuni' mahãprabhu kahe,—éuna, dabira-khãsa
tumi dui bhãi—mora purãtana dãsa
c w f í ftrtV Gttm *iúK9f m m i
éuni'—ouvindo isto; mfl/itf-praWiu--Senhor Caitanya Mahãprabhu; kahe—diz; »nftaT*i m í i estm I J I Ç f a II V ! » II
éuna—por favor, ouve; dabira khãsa—Dabira Khãsa; tumi—vós; dui bhãi—dois
irmãos; mora—Meus; purãtana—velhos; dása—servos. dainya-patrX likhi' more pãfhãle bãra bãra
sei patrí-dvãrã jãni tomara vyavahãra
dainya-patrí—cartas humildes; likhi'—escrevendo; more—a Mim; pãthãle—
T R A D U Ç Ã O — A p ó s ouvir a oração de Dabira Khãsa e Sãkara Mallika, Sri Caitanya
enviastes; bãra bãra—repetidamente; sri—aquelas; patrí-dvãrã—pelas cartas; jãni—
M a h ã p r a b h u disse: " M e u q u e r i d o Dabira Khãsa, tu e teu irmão sois Meus
posso entender; tomara—vosso; vyavahãra—comportamento.
velhos servos."
VERSO 208
T R A D U Ç Ã O — " T e n d e s escrito várias cartas mostrando vossa h u m i l d a d e . Posso
«rífèr tere f i t f i m *i*r" ' I Ü Í S I ' I entender vosso comportamento por tais c a r t a s . "
cw» wrs, çstsrft frfra wtô cm *w 11 «
VERSO 210
á/i haife dunhãra nãma 'rüpa' 'sanãtana'
dainya chãda, tomara dainye phãte mora mana
ãji haite—deste dia em diante; dunhãra—de vós dois; nãma—estes nomes; rüpa—
os\m wm «rfíi mfü •tifpitw i
Sri Rüpa; sanãtana—Sri Sanãtana; dainya chãda—abandonai vossa humildade; ffstrt faffère GRT^ t t f c t ^ estrita 11 «
tomara—vossa; dainye—humildade; phãte—parte; mora—Meu; mana—coração.
tomara hrdaya ãmi jãni patrí-dvãre
. tomã éikhãite éloka pãthãila tomãre
T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Sãkara Mallika, deste dia em diante vossos nomes B
' ~ v o s s o s ; hrdaya—corações; ãmi—Eu; jãni—entendo; patrí-dvãre—por tais
serão Srila Rüpa e Srila Sanãtana. Agora, por favor, abandonai vossa humilda- C a r t
t o m ã a
de, pois Meu coração está se partindo por ver-vos tão h u m i l d e s . " tomar' ~ vós; éikhãite—para instruir; éloka—um verso; pãthãila—enviei;
<wre—a vós.
98 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 216 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 99
T R A D U Ç Ã O — " P o r vossas cartas, pude entender vossos corações. Portanto, a I T R A D U Ç Ã O — " T o d o s perguntam por que vim a esta aldeia de Rãmakeli.
de ensinar-vos, enviei-vos um verso, cujo teor é o seguinte." Ninguém conhece M i n h a s i n t e n ç õ e s . "
i w i f t i n i r ô wttfr 'W** 1
«ti cm, sfè «ti «rfè*rt cita t\m i
iioratitrrsTi^iiaitti*« 1 1
íca ati, «a fà^ n i>ra* «rei«*>8 ii
para-vyasanini nãrí bhãla haila, dui bhãi ãilã mora sthãne
vyagrãpi gfha-karmasu ghare yãha, bhaya kichu nã kariha mane
tad evãsvãdayaty antar bhãla haila—foi muito bom; dui bhãi—vós, os dois irmãos; ãilã— viestes; mora—
nava-sahga-rasãyanam Meu; sthãne—ao local; ghare—casa; yãha—ide; bhaya—temor; kichu—nenhum; nã—
para-vyasanini—apegada a outro homem; nãrí— uma mulher; irj/agra" api—emf não; kariha—tenhais; mane—dentro da mente.
zelosa; gfha-karmasu—em afazeres domésticos; fat eiw—isto apenas; atvâdayati-l
saboreia; antah—dentro de si mesma; nava-sahga—da. nova associaçig T R A D U Ç Ã O — " É muito b o m que vós dois tenhais vindo ver-Me. Agora podeis
rasa-ayanam—doçura. ir para casa. Não temais n a d a . "
TRADUÇAO—" 'Se uma mulher se apegar a outro homem e não a seu esposo, i VERSO 215
parecerá muito zelosa em levar a cabo seus afazeres domésticos, mas, dentro i
seu coração, sempre estará saboreando as emoções do contato com seu amante. scw sreu <$fi ai -tas»a •wnra i
VERSO 212
wfèanrs ?u cWtl a^fàca §*ta II *i<t II
janme janme tumi dui—kihkara ãmãra
mfaus i t f e erra « i c a t » « i
cifts-fslisfe acirãte krsna tomãya karibe uddhãra
r/sw-sVl G*fkç$ c i t a l i i - « u m n * H II janme janme—nascimento após nascimento; tumi—vós; dui—dois; kihkara—servos;
gauda-nikata ãsite nãhi mora prayojana ãmãra—Meus; acirãte—muito em breve; krsna—Senhor Krsna; tomãya—de vós dois;
tomã-duhhã dekhite mora ihãn ãgamana karibe—fará; uddhãra—libertação.
gauda-nikata—à Bengala; ãsite—para vir; nãhi—não havia nenhuma; mora—Mir
prayojana—necessidade; toma—vós; duhhã— dois; dekhite—para ver; mora—M""
ihãh—aqui; ãgamana—vinda. T R A D U Ç Ã O — " T e n d e s sido Meus servos eternos nascimento após nascimento.
Estou certo de que Krsna vos libertará muito em breve."
T R A D U Ç Ã O — " E u realmente não tinha necessidade alguma de vir à Bengala, i
vim só para ver-vos, os dois irmãos."
VERSO 216
VERSO 213
5 jfs afa afçra faca ufa $1 i
<ül c i t a i c i a asil c a * i t f > «rtci i
g l <stl «ng-»iw fiíj fsrap irei n II
í c a açei, c ^ c i «if^erl atic^fèi-dtfci n *.ys II
ei mora manera kathã keha nãhi jãne eta íw/i dunhãra éire dharila dui hãte
sabe bale, kene ãilã rãma-keli-grãme dui bhãi prabhu-pada nila nija mãthe
a d i z e n d o i s t o
ri—esta; mora—Minha; manera—da mente; kathã—intenção; keha—ninguij dui— ^ ' ' ~ ' dunhãra sire—sobre as cabeças dos dois; dharila—colocou;
nãhi— não; jãne—conhece; sabe—todos; bale— dizem; kene— por que; ãilã— vie o ~~ d u a s
; háíe—mãos; dui bhãi—os dois irmãos; prabhu-pada—os pés de lótus do
rãma-keli-grãme—a esta aldeia chamada Rámakeli. nhor; nila—puseram; nija mãthe—sobre suas cabeças.
100 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya lilã, l Verso 220 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 101
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o o Senhor colocou Suas duas mãos sobre as cabeças dos dois, com certeza não é um Vaiçnava, mas sim um homem comum e m u n d a n o . Pessoas
ao passo que eles imediatamente puseram os pés de lótus do Senhor sobre mundanas manifestam inveja e ciúmes, e não os Vaiçnavas. Por que deveria um
suas cabeças. Vaiçpava invejar outro Vaiçnava que é exitoso em propagar o santo nome do
Senhor? O verdadeiro Vaiçnava fica muito satisfeito em aceitar outro Vaiçnava
VERSO 217 que esteja outorgando a misericórdia do Senhor. N ã o se deve respeitar, mas sim
rejeitar, u m a pessoa m u n d a n a disfarçada de Vaiçnava. Isto é prescrito nos éãstras
(upeksã). A palavra upeksã significa menosprezo. Deve-se rejeitar u m a pessoa
i c i ?*ti ^ f à ' si «rei II II invejosa. O dever do pregador é amar a Suprema Personalidade de Deus, fazer
dotihã ãlihgiyã prabhu balila bhakta-gane amizade com Vaiçnavas, mostrar misericórdia para com os inocentes e rejeitar
ou menosprezar aqueles que são invejosos ou ciumentos. Existem muitas pessoas
sabe krpã kari' uddhãraha dui jane
invejosas disfarçadas de Vaiçnavas neste movimento para a consciência de Krçna,
dohhã— ambos; ãlihgiyã— abraçando; prabhu—o Senhor; balila—disse; bha
e deve-se rejeitá-las completamente. N ã o há necessidade de servir a u m a pessoa
gane—aos devotos; sabe—todos vós; krpã— misericórdia; kari'—mostrand
invejosa disfarçada de Vaiçnava. Ao dizer chãdiyã vaisnava sevã nistãra peche kebã,
uddhãraha—libertai; dui—as duas; jane—pessoas. Narottama dãsa Thãkura está indicando um Vaiçpava de verdade, e não u m a
pessoa invejosa ou ciumenta vestida de Vaiçnava.
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s disso, o Senhor abraçou a m b o s e pediu a todos os devotos
presentes que fossem misericordiosos com eles e os libertassem.
VERSO 219
VERSO 218
tsrartuf, s f i l t i , S i i t i , I H m i
I j Ç * , «wtwfwf, sjatfã, ícaiMa II *>a> II
'çfi' 'm' IOT í c a « í N ^ P ^ i C T II »
nityãnanda, haridãsa, srivãsa, gadãdhara
dui ;'ane prabhura krpã dekhi' bhakta-gane mukunda, jagadananda, murãri, vakresvara
'hari' 'hari' bale sabe ãnandita-mane nityãnanda—Senhor Nityãnanda; hari-dãsa—Haridãsa Thãkura; érivãsa—Srivãsa
dui jane—para com as duas pessoas; prabhura—do Senhor; krpã—a misericórdia; Thãkura; gadãdhara—Gadãdhara Pandita; mukunda—Mukunda; jagadananda—
dekhi'—vendo; bhakta-gane—todos os devotos; hari hari—o santo n o m e do Senhor; Jagadananda; murãri—Murãri; vakresvara—Vakreávara.
bale—cantam; sobe—todos; ãnandita—alegres; mane—na mente.
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os associados Vaiçnavas do Senhor estavam presentes, in-
T R A D U Ç Ã O — A o verem a misericórdia do Senhor para com os dois irmãos, tod cluindo Nityãnanda, Haridãsa Thãkura, Srivãsa Thãkura, Gadãdhara Pandita,
os devotos ficaram muito contentes e puseram-se a cantar o santo nome d Mukunda, Jagadananda, Murãri e Vakresvara.
Senhor: " H a r i ! H a r i ! "
S I G N I F I C A D O — S r i l a Narottama dãsa Thãkura diz que chãdiyã vaisnava sevã nistãra. VERSO 220
peche kebã: a menos q u e alguém sirva a um Vaiçnava, não pode libertar-se. O
mestre espiritual inicia o discípulo para libertá-lo. Se o discípulo cumpre a ordem n t a 5tn:«i m, te? ai « t i i
do mestre espiritual e não ofende outros Vaiçnavas, seu caminho está aberto.
1 C 1 1 O T » — 1 9 ^ f l , f r l c i T c*mtfd# II Mt» II
Conseqüentemente, Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a todos os Vaiçnavas pre-
sentes que mostrassem misericórdia aos dois irmãos, Rüpa e Sanãtana, por Ele sabãra carane dhari, pode dui bhãi
recém-iniciados. Ao ver que outro Vaiçnava está recebendo a misericórdia do sabe bale, —dhanyã tumi, pãile gosãni
Senhor, o Vaiçnava fica muito feliz. Os Vaiçnavas não são invejosos. Se, por Sua sabãra—de todos eles; carane—os pés de lótus; dhari—tocando; pode—caem; dui
misericórdia, o Senhor dota um Vaiçnava de poder para distribuir o santo nome hãi—o dois irmãos; sabe bale— todos os Vaiçpavas dizem; dhanyã tumi—sois muito
S
dEle em todo o m u n d o , os outros Vaiçnavas ficam muito jubilosos — isto é, caso atortunados; pãile gosãni—obtívestes o abrigo dos pés de lótus do Senhor Caitanya
sejam Vaiçnavas de verdade. Aquele que t e m inveja do sucesso de um Vaiçnava. Mahãprabhu.
102 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 224 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 103
T R A D U Ç A O — D e acordo com as instruções de Sri Caitanya Mahãprabhu, os dois ihãn haite cala, prabhu, ihãh nãhi kãya
irmãos, Rüpa e Sanãtana, tocaram imediatamente os pés de lótus daqueles yadyapi tomãre bhakti kare gauaa-rãja
Vaisnavas, que ficaram todos muito felizes e congratularam-se com os dois ihãh haite—deste local; cala—por favor, parti; prabhu—querido Senhor; ihãh—
irmãos por terem estes recebido a misericórdia do Senhor. neste local; nãhi kãya—não há outra ocupação; yadyapi—embora; tomãre—a Vós;
bhakti—respeito; kare— mostre; gauda-rãja—o rei da Bengala.
S I G N I F I C A D O — E s t e comportamento demonstra os verdadeiros Vaisnavas.
verem que Rüpa e Sanãtana tiveram a fortuna de receber a misericórdia do Senh TRADUÇÃO—Eles disseram: " Q u e r i d o Senhor, embora o rei da Bengala, Nawab
todos eles ficaram tão satisfeitos que se congratularam com os dois irmãos. U H use na Sãhã, seja muito respeitoso para convosco, nada mais tendes a fazer aqui.
pessoa invejosa vestida de Vaisnava não fica absolutamente feliz com o êxito de Por favor, parti deste l o c a l . "
outro Vaisnava ao vê-lo receber a misericórdia do Senhor. Infelizmente, nesta
era de Kali, existem muitos mundanos vestidos de Vaiçnavas, e Srila Bhaktivinoda VERSO 223
Thãkura descreve-os como discípulos de Kali. Ele diz: kali-celâ. Indica que exis*
outro Vaiçnava, um pseudo-Vaiçnava com tilaka em seu nariz e contas de ku 3 l f f * f 1*1 m t % , «115f> « r f t f ò I
em volta do pescoço. Esse pseudo-Vaiçnava associa-se com dinheiro e mulheres
e tem inveja de Vaiçnavas exitosos. Embora se faça passar por Vaiçnava, sua uni
«iWitati <£fs «cç ftfs 11 II
ocupação é ganhar dinheiro disfarçado de Vaiçnava. Portanto, Bhaktivino tathãpi yavana jãti, nã kari pratiti
Thãkura diz que esse pseudo-Vaiçnava não é um Vaiçnava em absoluto, mas sim tirtha-yãtrãya eta sahghatta bhãla nahe riti
um discípulo de Kali-yuga. Um discípulo de Kali não pode tornar-se um ãcãr tathãpi—ainda assim; yavana jãti—um maometano por casta; nã— hão; kari—faz;
pela decisão de algum supremo tribunal. Votos m u n d a n o s não têm poder p pratiti—confiança; tirtha-yãtrãya—em ir para uma peregrinação; eta—tão grande;
eleger um acãrya Vaisnava. O acãrya Vaiçnava é auto-refulgente, e não necessi sahghatta—multidão; bhãla—bom; nahe— não; riti—etiqueta.
de n e n h u m julgamento de tribunal. Um ücãrya falso pode, por decisão do supr
mo tribunal, tentar ignorar um Vaiçnava, mas Bhaktivinoda Thãkura diz que t T R A D U Ç Ã O — " E m b o r a o rei seja respeitoso para convosco, ainda assim, ele per-
acãrya falso não é nada senão um discípulo de Kali-yuga. tence à classe dos yavanas e não se deve confiar nele. Achamos que não há
necessidade de q u e tão grande m u l t i d ã o Vos acompanhe em Vossa peregrina-
VERSO 221 ção para V r n d ã v a n a . "
deles. Este é um negócio muito lucrativo, mas Rüpa e Sanãtana Gosvãmls, ex- práfe cali' ãilã prabhu 'kãnãira nãtaéãlã'
pressando a opinião deles na presença do Senhor Caitanya Mahãprabhu, desa- dekhila sakala tãhãn kr$w<aritra-lüã
provaram tais peregrinações apinhadas de gente. Na realidade, ao visitar prãte—de manhã; cali'—partindo; ãilã— veio; prabhu—o Senhor; kãnãira nãtaáãlã—
Vrndãvana, o Senhor Caitanya visitou-a sozinho e só aceitou um servo a pedido ao lugar chamado Kãnãi Nãtaáãlã; dekhila—viu; sakala—todos; tãhãh—lá; krsna-
de Seus devotos. Ele jamais visitou Vrndãvana com u m a multidão de gente com caritra-lua—os passatempos de Krsna.
propósitos comerciais.
T R A D U Ç Ã O — D e manhã, o Senhor partiu r u m o a um lugar conhecido como Kãnãi
VERSO 225 Nãtaáãlã. Estando lá, Ele viu muitos passatempos do Senhor Krsna.
5
a w f i 1 P I S « f ^ a fà ^ "tf* «a i SIGNIFICADO—Naqueles dias, na Bengala, havia muitos locais conhecidos como
Kãnãi Nãtaáãlã, onde se guardavam gravuras dos passatempos do Senhor Krsna.
s«ttf*t c^tfàías^fil, c*rta5-cçèt»ra«^«n As pessoas costumavam ir lá vê-los. Isto chama-se kr$na-caritra-lllã. Na Bengala,
yadyapi vastutah prabhura kichu nãhi bhaya ainda existem muitos locais chamados hari-sabhã, expressão indicativa de um lugar
tathãpi laukikalilâ, loka-cestã-maya onde o povo local se r e ú n e para cantar o mahâ-mantra Hare Krsna e discutir os
yadyapi—embora; vastutah—de fato; prabhura—ào Senhor; kichu—qualquer; passatempos do Senhor Krsna. A palavra kãnãi significa " d o Senhor Krsna", e
nãtaáãlã indica um lugar o n d e se demonstram passatempos. Assim, aqueles locais
nãhi—não haja; bhaya—temor; tathãpi—ainda assim; laukika-illã— passatempos
que hoje em dia se c h a m a m hari-sabhã talvez fossem conhecidos, outrora como
gerais; loka-cestã-maya—consistindo em comportamento popular.
Kãnãi Nãtaáãlã.
T R A D U Ç Ã O — E m b o r a Sri Caitanya M a h ã p r a b h u fosse o próprio Sri Krsna, o VERSO 228
Senhor Supremo, e, portanto, não estivesse em absoluto temeroso, ainda assim,
agiu como um ser h u m a n o para ensinar a neófitos como devem agir. c*r! ateu « f ^ sttl fçr^s i c i T I I
VERSO 226
I C * m § « l ^ ic5, "cm * w s i I I II
sei rãtre prabhu tãhãn cinte mane mana
4<s a f % ' $a«i a f n » ' c^*ri s f è s i 1 sahge sahghatta bhãla nahe, kaila sanãtana
sei rãtre—naquela noite; prabhu—o Senhor; tãhãh—lá; cinte—pondera; mane—
a t ç a c i ! c a t i C3C<3 5fèn?5 cm src II II dentro de Sua mente; mana—a mente; sahge—com Ele; sahghatta—multidão de
eta bali' carana vandi' gelã dui-jana gente; bhãla nahe—não é bom; kaila sanãtana—assim falou Sanãtana.
prabhura sei grama haite calite haila mana
eta bali'—dizendo isto; carana vandi'—oferecendo orações aos pés de lótus d T R A D U Ç Ã O — N a q u e l a noite, o Senhor p o n d e r o u sobre a sugestão de Sanãtana
Senhor Caitanya; gelã—voltaram; dui-jana—os dois irmãos; prabhura—de Sri Gosvãmi, de que Ele não deveria ir a Vrndãvana acompanhado por tantas
Caitanya Mahãprabhu; sei—aquela; grama—aldeia; haite—de; calite—para ir; haila— pessoas.
houve; mana—a mente.
VERSO 229
T R A D U Ç Ã O — T e n d o falado assim, os dois irmãos ofereceram orações aos pés de
lótus do Senhor e retornaram a suas casas. Então, o Senhor Caitanya Mahãprabhu »rç£ai a t l a ^ i f à c^ta* i c * i
resolveu deixar aquela aldeia. f à * g =ga D « t r l a , s c a a a « c * n * A S > II
TRADUÇÃO—O Senhor pensou: " S e Eu fosse a Mathurã com tal multidão atrás TRADUÇÃO—Sempre caminhando, ári Caitanya Mahãprabhu chegou a Santipura,
de Mim, não seria uma situação muito feliz, pois o ambiente ficaria perturbado/' onde permaneceu na casa de Advaita Acãrya de cinco a sete dias.
SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu confirma que visitar u m lugar sagrado VERSO 233
como Vrndãvana com tanta gente não passa de mera perturbação. Ele não
encontraria a felicidade que desejava visitando, daquela maneira, tais lugares «fftcfft «itfi' 3 t c i hm i » w t i i
sagrados. 1
1 t 3 f í f l 3 * t 1 olfèp f%"«Fl-1T1Çf1 II V ® ® H
VERSO 230 éaci-devi ãni' tãnre kaila namaskãra
sãta dina tãnra fhãhi bhiksã-vyavahãra
41?f#t i r i a , f o f l 1 C 1 4 & » 1 I éaci-devi—mãe Sacidevi; ãni'—chamando-a; tãnre—ao Senhor Caitanya
s e i ci c t t e c i i^rficici ln 11 v®° 11 Mahãprabhu; kaila—fez; namaskãra—reverências; sota dina—sete dias; tãnra (hãni—
ekãki yãiba, kimvã sarige eka jana de Sacidevi; bhiksã-vyavahãra—aceitando refeições.
tabe se éobhaye vrndãvanere gamana
ekakr— sozinho; yãiba—irei; kimvã—ou; sarige—com; eka—uma; jana—pes TRADUÇÃO—Aproveitando-Se desta o p o r t u n i d a d e , á r i Advaita Acãrya Prabhu
tabe—somente então; se—isto; éobhaye— torna-se belo; vrndãvanere—a Vrndãvana;' mandou chamar mãe Sacidevi, a qual permaneceu em Sua casa durante sete dias
gamana—indo. a fim de preparar as refeições para Sri Caitanya M a h ã p r a b h u .
TRADUÇÃO—O Senhor concluiu q u e iria sozinho para Vrndãvana ou, no máximo, VERSO 234
levaria apenas uma pessoa como Seu acompanhante. Dessa maneira, seria mu
agradável ir a Vrndãvana.
VERSO 231 f i n isfàii f à i t i fw»i « ^ i c « i II v®8 II
43 fèf% t2jt$si5tc*i u r s t i i s f à ' i tãnra ãjhã lanã punah karilã gamane
'ifar&c*! i t i ' afa' sfcwi c t o n f t a II vinaya kariyã vidãya dila bhakta-gane
eta cinti prãtah-kãle gahgã-snãna kari' tãnra ãjhã lanã— p e d i n d o permissão a mãe Sacidevi; punah—outra vez; karilã—
'nilãcale yãba' bali' calilã gaurahari fez; gamane— partindo; vinaya kariyã— proferindo palavras agradáveis; vidãya—
eta cinti—pensando assim; prãtah-kãle—de manhã; gahgã-snãna—banho no adeus; dila—deu; bhakta-gane—a todos os devotos.
Ganges; kari'—tomando; nilãcale yãba—irei para Nilãcala (Jagannãtha Puri); bali'
dizendo; calilã—partiu; gaurahari—Sri Caitanya Mahãprabhu. T R A D U Ç Ã O — P e d i n d o permissão a Sua mãe, o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u
partiu para Jagannãtha Puri. Q u a n d o os devotos quiseram segui-lO, Ele pediu-
T R A D U Ç Ã O — P e n s a n d o assim, o Senhor tomou Seu b a n h o matinal no Gan lhes humildemente que ficassem e despediu-Se de todos.
e partiu para Nilãcala, dizendo " H e i de ir l á . "
VERSO 235
VERSO 232
4* 1 3 çfer çft? «rfèeil 1 i f e * t ç « i »n a! ici itfi iti ftatron i
fwi * t t 5 - i t 3 a f ? H «ttstcia í c a II ^ II
« m t c i fitem « i t f i ' siitarl-i5tc5! II v®* n
ei mata cali' cali' ãilã éãntipure jana dui sahge ãmi yãba nilãcale
dina pãhca-sãta rahilã ãcãryera ghare ãmãre milibã ãsi' ratha-yãtrã-kãle
ei mata—dessa maneira; cali' cali'—caminhando; ãilã— chegou; éãntipure—Ú jana—pessoas; dui—duas; sarige—com; ãmi—Eu; ydtw—irei; nilãcale—paia
Santipura; dina pãhca-sãta—cinco ou sete dias; rahilã— permaneceu; ãcãryera ghare— Jagannãtha Puri; ãmãre—comigo; milibã—encontrar-se-ão; dsi'—vindo lá; rufna-
na casa de Advaita Acãrya. yttra-kale—durante a época do festival de carros.
108 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya lilã. Verso 240 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 109
T R A D U Ç Ã O — E m b o r a pedisse a todos os devotos q u e voltassem, Sri Caitanya bala-bhadra bhattãcãrya—chamado Balabhadra Bhattãcãrya; rahe— permanece;
Mahãprabhu permitiu que duas pessoas O acompanhassem. Pediu a todos os ^ __somente; sarige—com Ele; jhãri-kanda-pathe—no caminho que atravessa
írfl
devotos que fossem a Jagannãtha Puri e se encontrassem com Ele durante o fes- rhãrikhanda (Madhya Pradesh); kãél—a Benares; ãilã— chegou; mahã-rahge—com
tival de carros. grande deleite.
fai ws s t t l a f ç ' çfsflTi i SIGNIFICADO—Hoje em dia, aqueles que visitam a área de Vrndãvana visitam,
^t<nri pf?n?r| ateai, sn i t c i cwft m II v®*» II
também, de um m o d o geral doze locais, conhecidos como as doze florestas, as
quais começam em Mathurã, onde está a Kãmya-vana. Dali, vai-se para Tãla-vana,
dina kata tãhãn rahi' calilã vrndãvana Tamãla-vana, Madhu-vana, Kusuma-vana, Bhãndira-vana, Bilva-vana, Bhadra-
lukãhã calilã rãtre, nã jãne kona jana vana, Khadira-vana, Loha-vana, Kumuda-vana e Gokula-mahãvana.
dina kata—alguns dias; tãhãn—em Jagannãtha Puri; rahi'—permanecendo; calílã-
partiu; vrndãvana—para Vrndãvana; lukãhã— m a n t e n d o segredo; calilã— partiu VERSO 240
rãtre—à noite; nã jãne—não sabia; kona—alguma; jana—pessoa. t f t a r u c i f i ' esfea I3W « p R i i
TRADUÇÃO—Após permanecer em Jagannãtha Puri por alguns dias, secretamente, asrsaj ca^i s t e a i « j a t a a t f i a II \%° n
o Senhor partiu à noite, para Vrndãvana. Ele fez isto sem ninguém saber. lilã-sthala dekhi' preme ha-ilã asthira
balabhadra kaila tãnre mathurãra bãhira
luã-sthala—todos os locais sagrados dos passatempos do Senhor Krçna; dekhi'—
VERSO 238 f i t a n d o ; preme—em grande êxtase; ha-ilã— ficou; asthira—comovido; bala-bhadra—
chamado Balabhadra; kaila—ajudou; tãnre— Senhor Caitanya Mahãprabhu;
a*r«w «|n>rá a e * i t a i c « n >nathurãra-da cidade de Mathurã; bãhira-para fora.
a t f f à i - s - i c l wt% vrm\ i s t a c w II II T R A D U Ç Ã O — A o visitar todos os doze locais d o s passatempos de Sri Krçna, Sri
balabhadra bhattãcãrya rahe matra sahge anya M a h ã p r a b h u ficou muito comovido devido ao êxtase. De alguma for-
a B a J
jhãrikhanda-pathe kãél ãilã mahã-rahge ' a b h a d r a Bhattãcãrya fê-lO sair d e Mathurã.
110 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 246 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 111
em Allahabad; ãilã— chegou; éri-rüpa—chamado Sri Rüpa; ãsi'—vindo ali; com; sanãtana—chamado Sanãtana Gosvãmi; dui—dois; mãsa—meses; rahi'—
T R A D U Ç Ã O — A p ó s deixar Mathurã, o Senhor pôs-Se a caminhar ao longo das T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u chegou a Vãrãnasi,
margens do Ganges, chegando, enfim, ao local sagrado chamado Prayãga Sanãtana Gosvãmi encontrou-se com Ele lá. O Senhor permaneceu por lá dois
[Allahabad]. Foi lá que Srila Rüpa Gosvãmi veio ao encontro do Senhor, 1 meses e instruiu Sanãtana Gosvãmi perfeitamente.
VERSO 242
•
VERSO 245
ghãta, Caitanya M a h ã p r a b h u mandou-o ir a Vrndãvana. Então, o Senhor "-passatempos; kabhu—às vezes; iti-uti— aqui e acolá; kabhu—as vezes; ksetra-
regressou a Vãrãnasl. s
«—residindo em Jagannãtha Puri.
112 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya- Verso 251 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 113
TRADUÇÃO—O Senhor viajou por toda a índia por seis anos. Ora estava aquj mdãvana haite—âe Vrndãvana; yadi—embora; nilãcale—para Jagannãtha Puri;
e ora acolá, realizando Seus passatempos transcendentais, ora permanecia em 7á—voltou; ãthãra—dezoito; iwrsa—anos; tãhãn—em Jagannãtha Puri; vasa—
Jagannãtha Puií. residência; kãhãh—a n e n h u m lugar; nãhi—não; gelã— foi.
VERSO 247
TRADUÇÃO—Ao regressar a Jagannãtha Puri vindo d e Vrndãvana, o Senhor per-
maneceu lá e não foi a n e n h u m outro lugar por dezoito anos.
VERSO 248
T R A D U Ç Ã O — D u r a n t e esses dezoito anos, todos os devotos da Bengala costuma-
vam cada ano visitá-lO em Jagannãtha Puri. Permaneciam lá por quatro meses
contínuos e gozavam da companhia do Senhor.
«reJ^tTf? <s53 W M I I *8V-
p o s intermediários do Senhor. Agora, ó devotos, por favor, ouvi a sinopse dos nirantara—sem parar; nrtya-gita—cantando e dançando; kirtana—de sankirtana;
passatempos finais do Senhor, conhecidos como antya-lilã. vüãsa—prazer; ãcandãle—a todos, m e s m o à pessoa mais baixa; prema-bhakti— amor
a Deus; karilã—fez; prakãéa-maniíestação.
VERSO 249
D U ( A o
^
S e ' — E m Jagannãtha Puri, á r i Caitanya M a h ã p r a b h u cantava e dançava
13
JBtfctf l i " 3 l t l I f a , **tÉ I t f t ClTl II Í.8& II a tç^** ?' Assim, desfrutava dos passatempos de sankirtana. Ele manifestou
o s , n c
vrndãvana haite yadi nilãcale ãilã u ' l u i n d o aos h o m e n s mais baixos, Sua misericórdia imotivada, a sa-
3 0 1 0 1
ãthãra varsa tãhãn vasa, kãhãh nãhi gelã ' Puro por Deus.
114 Sri Cãitonya-Cãrítãmrta Madhya-lilà, j Verso 256 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 115
VERSO 252
VERSOS 255—256
ifàs-cimtfép cm ífars^ ati i Slltl I
<wfc*B, f l S T f H f , «0»W,
ass^a, wtcitia, »wr, çfàiti n w i i fãwtfifi, at=gwa, ^atfà,—13 i t i ti w 11
pandita-gosãhi kaila nilãcale vasa «tfòirá «rrlci iw ac* stfàifi 1
vrakreêvara, dãmodara, éankara, haridãsa <íi-m * M H «fça fitia fà«iti 11 11
Pandita;
pandita-gosãhi—Gadãdhara kaila—tez; nilãcale—emJagannãtha
advaita, nityãnanda, mukunda, érívãsa
vasa—vivendo; vakresvara—chamado Vakresvara; dãmodara—Dãmodara Pandita;
vidyãnidhi, vasudeva, murãri,—yata dãsa
éankara—chamado Sarikara; hari-dãsa—Haridãsa Thãkura.
prativarse ãise sahge rahe cãri-mãsa
tãh-sabã lanã prabhura vividha vilãsa
TRADUÇÃO—Pandita Gosãni e outros devotos, tais como Vrakresvara, Dãmodara, advaita—chamado Advaita; nityãnanda—chamado Nityãnanda; mukunda—
Sahkara e Haridãsa Thãkura, residiam com o Senhor em Jagannãtha Puri. I chamado Mukunda; érivãsa—chamado Srivãsa; vidyãnidhi—chamado Vidyãnidhi;
vãsu-deva—chamado Vasudeva; murãri—chamado Murãri; yata doso—todos os ser-
vos do Senhor; prativarse—cada ano; ãise—vão lá; sarige—na companhia; rahe—
1
VERSO 253 permanecem; cãri-mãsa—quatro meses; tãh-sabã— todos eles; /arai —levando;
«ww, cttfã% *i Na i a
prabhura—do Senhor; vividha—vários; vilãsa—passatempos.
«rfiç* <fll i a cm fisjpifs u \<ts n maravilhosos; se—aqueles; saba—todos os incidentes; ãpani—pessoalmente; mahã-
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; yãhra—cujo; kaila—realizou; mahã-utsava—
ksetra-vãsl rãmãnanda rãya prabhrti festival.
prabhu-sange ei saba kaila nitya-sthiti
residentes
ksetra-vãsl— de Jagannãtha Puri; rãmãnanda rãya—chamado T R A D U Ç Ã O — H a r i d ã s a T h ã k u r a a b a n d o n o u o corpo em Jagannãtha Puri. O in-
Rãmãnanda Rãya; prabhrti—e outros; prabhu-sange—com o Senhor; ei saba—todos cidente foi muito maravilhoso, pois o próprio Senhor realizou o festival da par-
eles; kaila—fizeram; nitya-sthiti—vivendo em caráter permanente. ada de Haridãsa Thãkura.
V E R S O 258
TRADUÇÃO—Srila Rãmãnanda Rãya e outros devotos residentes de JagannãtW
Puri t a m b é m permaneciam constantemente com o Senhor.
$ca ail-G^tiiTfcpa »|iatlii 1
3*1* ta çwca cm s j ^ i t V i ^ t a » ! « 1 1
116 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilâ f 263 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 117
tabe rüpa-gosãhira punar-âgamana TRADUÇÃO—A seguir, Sanãtana Gosvãmi encontrou-se com o Senhor novamente,
tãnhãra hrdaye kaila prabhu éakti-sahcãrana e o Senhor pô-lo à prova no calor abrasante do mês de Jyaistha.
tabe— depois disso; rüpa-gosãhira—de Srila Rüpa Gosvãmi; punah-ãgamana-
novamente chegando lá; tãnhãra—dele; hrdaye—no coração; kaila—fez; prabhu- VERSO 261
Senhor; éakti-sahcãrana—invocando poder transcendental.
$ è *ÍPI « r ç %tc9 »t tfrtísri r t f t q i
a f o r a s JK« « f ç ? mmm cet«ra 11 11
T R A D U Ç Ã O — E m Jagannãtha Puri, Srila Rüpa Gosvãmi encontrou-se nova
te com o Senhor, e o Senhor dotou seu coração com todo o poder transcendem; fusffl hanã prabhu tãnre pãthãila vrndãvana
advaitera haste prabhura adbhuta bhojana
VERSO 259 íHstó hanã—comprazendo-Se muito; prabhu—o Senhor; tãnre—a ele; pãthãila—
enviou de volta; vrndãvana—a Vrndãvana; advaitera—de Advaita Acãrya; haste—
nas mãos; prabhura—do Senhor; adbhuta—maravilhoso; bhojana—banquete.
« r t c r m - l í ^ s cm «r§r?p af^i-w^s n II
TRADUÇÃO—Comprazendo-Se com Sanãtana Gosvãmi, o Senhor enviou-o de
tabe chota haridãse prabhu kaila danda volta a Vrndãvana, após o que foi alimentado maravilhosamente pelas mãos de
dãmodara-paridita kaila prabhuke vãkya-danda Sri Advaita Acãrya.
tabe—depois disso; chota hari-dãse—a Haridãsa Júnior; prabhu—o Senhor; i VERSO 262
fez; danda—punição; dãmodara- pandita—chamado Dãmodara Pandita; kaila-
prabhuke—ao Senhor; vãkya-danda—castigo sob a forma de advertência.
sei imsi-ciwrfèpa ^ « t i W i i
cwj&rrcf « r f tffgfe cm * r f ? * « l II ^ Í » » II
f w t C T * W « t ç . tfnmr *rfm\ II w II
tabe ta' vallabha bhatta prabhure mililã
tabe sanãtana-gosãhira punar-ãgamana
r krsna-nãmera artha prabhu tãhhãre kahilã
jyaistha-mãse prabhu tãnre kaila parík?ana
tabe—a seguir; sanãtana-gosãhira—de Sanãtana Gosvãmi; punah-ãgamana—vixS
Sri"cJ" ~ 8 a s e u i r ;
vollabha bhafta—chamado Vallabha Bhatta; prabhure—Senhor
novamente; jyaistha-mãse—no mês de Jyaistha (maio-junho); prabhu—o Senho
m e í? yt a n a
Mahãprabhu; mililã— encontrou-se com; krsna-nãmera—do santo n o -
r 5 n a
kohi- e
^ ; artha—importância; prabhu—o Senhor; tãhhãre—a ele;
tãnre—com ele; kaila—fez; pariksana—exame.
"'"'-explicou.
Verso 268 Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 119
118 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã,
VERSO 2 6 6
T R A D U Ç Ã O — L o g o após isso, Vallabha Bhatta encontrou-se com o Senhor
Jagannãtha Puri, onde o Senhor explicou-lhe a importância do santo nome
Krsna.
crucra s s i OTPV «rcifa a t f w i n u
S I G N I F I C A D O — E s t e Vallabha Bhatta é o líder da sampradãya Vaisnava conhecida
como Vallabhãcãrya-sampradãya, da índia ocidental. Há uma longa história sobre rãmacandra-puri-bhaye bhiksã ghãtãilã
Vallabha Acãrya narrada no Caitanya-caritãmrta, especificamente no Sét! vaisnavera duhkha dekhi' ardheka rãkhila
Capítulo do Antya-lilã e no Décimo nono Capítulo do Madhya-lilã. O Ser rãmacandra-puri-bhaye—por temor a Rãmacandra Puri; bhiksã—a proporção do
Caitanya Mahãprabhu visitou a casa de Vallabha Acãrya, do outro lado de Pray comer; ghãtãilã— diminuiu; vaisnavera—de todos os Vaiçnavas; duhkha—
n u m local conhecido como Adãila-grãma. Mais tarde, Vallabha Bhaffa encontrou- infelicidade; dekhi'—entendendo; ardheka—metade da porção; rãkhila— manteve.
se com Caitanya Mahãprabhu em Jagannãtha Puri para mostrar-Lhe seu comen-
tário sobre o Srimad-Bhãgavatam. Ele estava muito orgulhoso de seus escritos, mas. TRADUÇÃO—Rãmacandra Puri criticou os hábitos alimentares do Senhor Caitanya
Sri Caitanya Mahãprabhu o corrigiu, dizendo-lhe que um Vaiçnava deve ser hu- Mahãprabhu; por isso, o Senhor reduziu Seu comer ao mínimo. Porém, como
milde e seguir os passos de seus predecessores. O Senhor disse-lhe que seu todos os Vaiçnavas mostrassem seu desagrado com isso, o Senhor aumentou Sua
orgulho ao sentir-se superior a Sridhara Svãmi não era em absoluto adequado porção passando a comer a metade do q u e costumava fazê-lo antes.
a um Vaiçnava.
VERSO 2 6 4 VERSO 2 6 7
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s disso, o Senhor Caitanya Mahãprabhu salvou GopínáÜi 1 ^RADUÇÃO—Vestindo-se como seres h u m a n o s em peregrinação, todas elas cos-
vam vir a Jagannãtha Puri visitar Sri Caitanya Mahãprabhu.
Pattanãyaka, o irmão mais novo de Rãmãnanda Rãya, de ser condenado à m
pelo rei.
120 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Os passatempos posteriores do Senhor Caitanya 121
Verso 273
n f w p f m% CUt* C*1 * t C T I
suni' bhakta-gane kahe sa-krodha vacane (
Wi f H ^ F S » ' l f » T TO CISWIOT II V* H
krsna-nãma-guna chãdi, ki kara kirtane
éuni'—ao ouvir isso; bhakta-gane—a todos os devotos; kahe—o Senhor diz; sa- daéa-dike kofi kofi loka hena kãle
krodha vacane—falando de maneira irada; krsna-nãma-guna chãdi—deixando de lado 'jaya krsna-caitanya' bali' kare kolãhale
as qualidades e o nome transcendentais do Senhor; ki kara kirtane—que espéde daéa-dike—nas dez direções; kofi kofi— muitos milhares de homens; loka—pessoas;
de canto estais realizando. hena kãle— nessa altura; jaya krsna-caitanya—todas as glórias ao Senhor Caitanya
Mahãprabhu; bali'—gritando em voz alta; kare—fazem; kolãhale—um som
tumultuoso.
T R A D U Ç Ã O — D e s a p r o v a n d o o canto de Suas qualidades transcendentais, Sri
Caitanya M a h ã p r a b h u repreendeu-os como se estivesse zangado. " Q u e espécie TRADUÇÃO—Quando Sri Caitanya Mahãprabhu mostrou-Se aparentemente zan-
de canto é e s t e ? " perguntou Ele. "Acaso estais deixando de lado o cantar do gado e repreendeu Seus devotos, muitos milhares de pessoas de fora gritaram
santo nome do S e n h o r ? " alto em voz tumultuosa: " T o d a s as glórias a Sri Caitanya M a h ã p r a b h u ! "
VERSO 273
VERSO 271
^i sri içistç_ - a f , w « 4 » i t i i
«èfu « f i w foff » H t f f l 1 1 I Wü% «tficv « f f , ciiiíi * n 3 t ? ii «*w ii
TO1*111C11HTC1 fll II Vtt II
jaya jaya mahãprabhu—vrajendra-kumãra
auddhatya karite haila sabãkãra mana jagat tãrite prabhu, tomara avatãra
a
svatantra ha-iyã sabe nãéã 'be bhuvana l ya jaya mahãprabhu—todas as glórias ao Senhor Caitanya Mahãprabhu,
auddhatya—impudência; karite—fazer; haila—íoi; sabãkãra—âe todos vós; mar"!-' /aa f! /
" d r a < :
~ m f l r f l
° o r i g i n a l m e n t e
KTSha, o filho de Mahãrãja Nanda,S e n h o r
ke—quem; éikhsla—ensinou; ei—a estas; Me—pessoas; kahe—elas dizem; kon— eta bali'—falando assim; loke—ao povo; kari'—fazendo; éubha-drsti—olhar auspi-
que; vãta—tópicos; iM—delas; sabãra—de todas; mukha—as bocas; àhãka—tapa- ioso; dana—caridade; abhyantare—para dentro dos aposentos; gelã—íoi; lokera—
diyà— com; nija—Tua própria; bata—mão. de todo o povo; pürna—satisfeito; haila—foi; kãma—o desejo.
VERSO 283
VERSO 280
i ^ i t i - i M f « 3 T m - * r t c i cfln i
^ cies i f i r *m ^ t ^ F 5 I
%1-ifà-icçfe-ii « t t t í t f f í i f l ii n
Ifitçs n *rtf% b w i c s t i t i e t a n Kv «
swrya yaiche udaya kari' cãhe lukãite raghunãtha-dãsa nityãnanda-pãée gelã
bujhite nã pari taiche tomara carite cidã-dadhi-mahotsava tãhãhi karilã
sürya—o sol; yaiche—assim como; udaya—aparecimento; kari — fazendo; cãhe— raghunãtha-dãsa—chamado Raghunãtha dãsa; nityãnanda—Senhor Nityãnanda;
quer; lukãite— esconder-se; bujhite—áe compreender; nã— não; pari—capazes; pose—próximo; gelã—íoi; cidã— arroz frito; dadhi—coalhada; mahotsava—festival;
taiche—de forma semelhante; tomara—Teu; carite—no caráter. tãhãhi—lá; karilã—realizou.
TRADUÇÃO—"É como se o sol, após nascer, quisesse esconder-se. Não somos TRADUÇÃO—Nessa altura, Raghunãtha dãsa aproximou-se de Sri Nityãnanda
capazes de compreender tais características de Teu comportamento." Prabhu e, de acordo com a ordem dEle, preparou um banquete e distribuiu
prasãda composta de arroz frito e coalhada.
VERSO 281
SIGNIFICADO—Na Bengala, há u m prato especial que é uma mistura de arroz frito
« f Ç T O » > — ® f i i t i , i t f f^rçm i com coalhada e, às vezes, com sandeéa e manga. É um alimento muito saboroso
oferecido à Deidade e então distribuído ao público. Raghunãtha dãsa Gosvãmi,
i c i cnfif 1*1 c i t i isffsi* « r r t p i i « n que era um chefe de família naquela época, encontrou-se com Nityãnanda Prabhu,
prabhu kahena,—érínivãsa, chãda vidambanã segundo cujo conselho realizou este festival de dadhi-cidã-prasãda.
sabe meli' kara mora kateka lãhcanã
prabhu—o Senhor; kahena—diz; érínivãsa—Meu caro Srinivãsa; chãda—deixa de VERSO 284
lado; viaambanã— todas essas zombarias; sabe—todos vós; meli'—juntos; kara— <fcti « m u 1<#1 cisri « f ç a & i w i
fazeis; mora—de Mim; kateka—tanta; lãhcanã— humilhação. « T C tf tci n f * í » r i w j p n "«tCH«nys u
TRADUÇÃO—O Senhor replicou: " M e u caro Srinivãsa, por favor, pára de zom- tãnra ãjhã lana gelã prabhura carane
bar. Todos vós vos reunistes para humilhar-Me dessa m a n e i r a . " prabhu tãnre samarpilã svarüpera sthãne
tãnra—Sua; ãjhã— ordem; lanã— aceitando; gelã— aproximou-se; prabhura—de
VERSO 282 Caitanya Mahãprabhu; campe—os pés de lótus; prabhu—o Senhor; tãnre—a ele;
samarp/Zã—entregou; svarüpera—de Svarüpa Dãmodara; sthãne—à casa.
<n<51%' c*!tr,i> *f%* w e ç t t i t i i
TRADUÇÃO—Mais tarde, Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi deixou o lar e refugiou-
« T S T S C I eiKrt, ÉHtFHr *Jjf <ft*f i*ti n II se em Sri Caitanya M a h ã p r a b h u em Jagannãtha Puri. Naquela ocasião, o Se-
°r recebeu-o e deixou-o aos cuidados de Svarüpa Dãmodara para iluminação
efa bali' loke kari' éubha-drst' dana espiritual.
abhyantare gelã, lokera puma haila kãma
126 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilâ, i" s
287 ° passatempos posteriores d o Senhor Caitanya 127
Verso
SIGNIFICADO—A este respeito, Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi escreve no Vi/op,.
TRADUÇÃO—Acabo de relatar, assim, os códigos do madhya-lilã. Agora, por
kusumãhjali (5):
favor, ouvi os passatempos do Senhor realizados durante os últimos doze anos.
CADO
SlGNin — A s s i m , Srila Kavirãja Gosvãmi, seguindo estritamente os passos
yo mãrii dustara-geha-nirjala-mahã-küpãd apãra-klamãt
de Sri Vyãsadeva, dá uma sinopse dos lilãs do Caitanya-caritãmrta. Ele dá esta des-
sadyah sãndra-dayãmbudhih prakrtitah svairi-krpâraj-jubhih
crição ao final de cada canto. No Ãdi-lilã, delineou os passatempos do Senhor
uddhrty-ãtma-saroja-nindi-carana-prãntam prapãdya svayath
nas cinco fases da meninice, deixando os pormenores da descrição para Srila
éri-dãmodara-sàc cakãra tam ahath caitanya-candram bhaje
Vrndãvana dãsa Thãkura. Agora, neste capítulo, acaba de resumir os passatem-
pos que ocorreram no fim da vida do Senhor, os quais são descritos no Madhya-
"Deixai-me oferecer minhas respeitosas reverências aos pés de lótus de lilã e no Antya-lilã. O restante dos passatempos vai descrito em códigos no Se-'
Caitanya Mahãprabhu, por cuja misericórdia sem reservas fui generosamente salvo gundo Capítulo do Madhya-lilã. Dessa maneira, o autor, aos poucos, expõe tanto
da vida familiar, que é exatamente como um poço camuflado e sem água. Ele- o Madhya-lilã quanto o Antya-lilã.
trouxe-me ao oceano de júbilo transcendental sob os cuidados de Svarüpa
Dãmodara G o s v ã m i . "
VERSO 287
VERSO 285
S ) * t H r ç i t « i - » t w ata « r w i
Miwm* v i u f t i i ^ f o i e r f m i r^59»çfà<5ly5 TO *a«ri*! ii II
<*% «ra ^ t m cm a * i a « *y<t n éri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa
caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
brahmãnanda-bhdratira ghucãila carmãmbara
éri-rüpa—Srila Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi;
ei mata lilã kaila chaya vatsara pode—aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro cha-
brahmãnanda-bhãratira—de Brahmánanda Bhãratí; ghucãila—eliminou; carma- mado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krsriadãsa Kavirãja
ambara—roupa de couro; a mata—dessa maneira; lilã— passatempos; kaila—realizoul Gosvãmi.
chaya vatsara—seis anos.
T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri-Caitanya-caritãmrta,
T R A D U Ç Ã O — M a i s tarde, Sri Caitanya Mahãprabhu reprovou o hábito de
seguindo seus passos.
Brahmánanda Bhãrati de usar pele de veado. Assim, o Senhor gozou de Seus
passatempos por seis anos consecutivos, experimentando variedades de bem-
Neste ponto encerram-se os significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
aventurança transcendental.
Madhya-lilã, Primeiro Capitulo, resumindo os passatempos posteriores do Senhor Sri
Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 286
As manifestações extáticas
do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu
D l J ( A o
p^' '
~ A o mesmo tempo q u e relato de forma abreviada a última parte dos
m
p o s do Senhor Caitanya Mahãprabhu, neste capítulo, descreverei o êx-
S C e n ( e n t a a o
,j [ f j ^
e *9 ' Senhor que parece loucura devido à saudade que Ele sente
•no
130 Sn Caitanya-caritãmrta As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 131
Madhya-iiià, Verso 6
anos, no final de Seus passatempos, são descritos brevemente neste Segundo uddhava-daréane—ao ver Uddhava em Vrndãvana; ei-mata—dessa maneira; daéã—a
Capítulo do Madhya-lilã.
condição; prabhura—do Senhor; haya—é; rãtri-dine—dia e noite.
glórias a Advaita Prabhu; jaya gaura-bhakta-vrnda—todas as glórias aos devotos bhrama-maya cesta sadã, pralãpa-maya vãda
TRADUÇÃO—O sangue vertia d e todos os poros d e Seu corpo, e todos os Sen,, cafafai parvata dekhi' 'govardhana' bhrame
dentes se afrouxavam. Em d a d o momento, todo o Seu corpo emagrecia, e,: dhãhã cale ãrta-nãda kariyã krandane
tro momento, engordava. cafaka parvata—as d u n a s de areia; dekhi'—vendo; govardhana—a Colina de
Govardhana em Vrndãvana; bhrame—confunde com; dhãhã— correndo; cale—vai;
VERSO 7 ãrtanãda—gemido; kariyã— fazendo; krandane—chora.
VERSO 8 VERSO 10
VERSO 17 nossa condição tão fraca. O q u e devo contar aos outros? N i n g u é m pode en-
d e r as dificuldades alheias. Na verdade, nossa vida não está sob nosso con-
e n
< í ^ T 5 fã»rt*f i ç a f à ^ » i ««roa i je pois a juventude permanecerá dois ou três dias mais e logo terminará. Nesta
condição, ó Criador, qual será o nosso destino?' "
f t m I t f c ^ - C S f t * *u79 f l T O I I I H II
ei-mata vilãpa kare vihvala antara
rayera nãtaka-éloka pade nirantara SIGNIFICADO—Este verso é do ]agannãtha-vallabha-nãtaka (3.9) de Rãmãnanda Rãya.
ei-mata—dessa maneira; vilãpa—lamentação; kare—faz; vihvala—desnorteado'
antara—dentro; rayera—de Sri Rãmãnanda Rãya; nãfaka—drama; éloka—versos; VERSO 19
pade—lê; nirantara—constantemente.
frtfen c«ntfa, « T f * * £ 1 V9X**gr>
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu exprimia sempre desnor- « W ütfic T O * t t 1 I
teamento e lamentava-Se com saudades de Krsna. Em tais ocasiões, costumava ler
os álokas do drama de Rãmãnanda Rãya conhecido como lagannãtha-vallabha- a t i r o *Wnrfw, fero i d a a*t«r,
nãtaka. • i m i t i aw i t a i t i n >s> n
VERSO 18 upajila premãhkura, bhãhgila ye duhkha-püra,
c«tit«çmitwnçfo 1 5 C«T1 11
i H T i í i n h f o i t f n u r i i t i r f o cai ^ i t : i
í krsna tãhã nãhi kare pana
bãhire nãgara-rãja, bhitare éathera kãja,
para-nãn vadhe sãvadhãna
upajila—cresceu; prema-ahkura—frutificação do amor a Deus; bhãhgila—foi rom-
i c n ca? a ç T O p a i f i i t cn l í N l * ataa* pida; ye—esta; duhkha-püra—cheia de misérias; krsna—Senhor Krçna; tãhã— aquele;
nãhi—não; kare—faz; pana—bebendo; bãhire—externamente; nãgara-rãja—a pessoa
f a i í c m f u r t a c a t u f ã n *rçi f à w n t fo: i>b mais atrativa; bhitare—no fundo; éathera—de um enganador; kãja—atividades; para-
prema-ccheda-rujo 'vagacchati harir nãyam na ca prema vã nãri— esposas alheias; vadhe—mata; sãvadhãna—muito meticuloso.
sthãnãsthãnam avaiti nãpi madano jãnãti no durbalâh
anyo veda na cãnya-duhkham akhilam no jlvanath vãéravam
dvi-trãny eva dinãni yauvanam idam hú-hã vidhe kâ gatih TRADUÇÃO—[Srimati Rãdhãrãni falou assim, abatida, devido à saudade de
prema-cheda-rujah—os sofrimentos de um relacionamento amoroso rompido; Krsna:] " O h ! o que direi de Meu sofrimento? Depois que encontrei Krsna,
avagacchati—conhece; harih—o Senhor Supremo, na—não; ayam—este; na ca—nem; Minhas propensões amorosas brotaram, mas, o separar-Me dEle foi para Mim
um
prema—amor; vã—nem; sthãna—o local adequado; asthãnarn—um local impróprio; grande choque, que agora perdura como o s padecimentos d e u m a doença.
avaiti—conhece; na—não; api—também; madanah—Cupido; jãnãti—sabe; nah—i Embora o único médico para esta doença seja o próprio Krsna, Ele não está cui-
nós; durbalâh—muito fraca; anyah—outrem; veda—conhece; na—não; ca—também; dando do rebento desta planta de serviço devocional. Que posso dizer sobre o
anya-duhkham—as dificuldades alheias; akhilam—toda; nah—nossa; jivanam—viàx comportamento de Krsna? Externamente, Ele é um jovem amante muito atrati-
vã—ou; ãéravam—simplesmente repleta de misérias; dui—dois; trãni—três; eva— vo, mas, no fundo, Ele é um grande enganador, muito perito em matar as espo-
decerto; dinãni—dias; yauvanam—juventude; idam—isto; hã-hã—eá de Mim; vidhe—ó sas alheias."
Criador; faf— qual; gatih—nosso destino.
VERSO 20
T R A D U Ç Ã O — [ S r i m a t i Rãdhãrãni costumava lamentar-Se:] " 'Nosso Krsna não i f i a*, sfl ajàtta fàfira f à i n i
compreende o q u a n t o temos sofrido pelos ferimentos impostos no transcurso 9i m f i ' <§te> fcci ?si fã*tâ>5,
0
de nossos casos amorosos. Na realidade, somos maltratadas pelo amor, pois
amor desconhece onde golpear e onde não golpear. Nem mesmo Cupido saP* 4 C i ata, il ac* *tat*t n v 11 m 11
138 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilà, j Verso 23 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 139
VERSO 24 TRADUÇÃO—" ' O ser h u m a n o não vive mais que cem anos. Deveis também con-
siderar que a juventude da mulher, que é a única atração para Krsna, dura ape-
nas alguns dias.' "
i f l , CWM <4 1r*f 1 6 1 1 VERSO 26
« t e u # t n çi»T, cii tvtcaii
« f a cicç fiw-iti, cni^n *t%ni,
fim àptci c t f i . ^ i n *8 II
'krsna—krpã-pãrãvãra, kabhu karibena ahglkãra', *t<5#lt1 Wff f l U I f C I I
sakhi, tora e vyartha vacana 911 JrXÇ flW-'9«l> C f r ò l l WC9 1 « ,
jivera jlvana cahcala, yena padma-patrera jala,
*TÍCS SP1-1ÇiK<8 V t C I II V*» II
tata dina jive kon jana
krsna—Senhor Krsna; krpã-pãrãvãra—um oceano de misericórdia; kabhu—às agni yaiche nija-dhãma, dekhãiyã abhirãma,
vezes; karibena—fará; ahgíkãra—aceitação; sakhi—Minha querida amiga; tora—tuas; patahgtre ãkarsiyã mãre
e—essas; vyartha—falsas; vacana—palavras lisonjeiras; jivera—da entidade viva; kr$na aiche nija-guna, dekhãiyã hare mana,
jlvana—vida; cahcala—efêmera; yena—como; padma-patrera—da folha da flor de pãche duhkha-samudrete àãre
lótus; jala—a água; foto—tantos; diria—dias; /fw—vive; fon—que; /ana—pessoa. agni—íogo; yaiche—como; nija-dhãma—seu próprio local; dekhãiyã— mostrando;
abhirãma—arrativo; patahgtre—as moscas; ãkarsiyã— atraindo; mãre— mata; krsna—
Senhor Krsna; aiche—dessa maneira; nija-guna—Suas qualidades transcendentais;
T R A D U Ç Ã O — " E u digo: 'Minhas queridas amigas, estais pedindo que Eu seja pa- dekhãiyã— mostrando; hare mana—atrai nossa mente; pãche—no fim; duhkha-
ciente, ao dizerdes que Krsna é um oceano de misericórdia e que em algum mo- samudrete—num oceano de infelicidade; dare—afoga.
mento no futuro, Ele Me aceitará. Contudo, devo dizer que isto não Me conso-
lará. A vida da entidade viva é m u i t o efêmera. É como água na folha de uma TRADUÇÃO—" 'Se dizeis que Krsna é um oceano d e qualidades transcendentais
flor de lótus. Q u e m viverá o bastante para aguardar a misericórdia de Krsna?'" e, portanto, algum dia será misericordioso, só posso dizer que Ele é como o fogo,
que atrai moscas com seu brilho reluzente e as mata. Tais são as qualidades de
Krsna. Ao mostrar-nos Suas qualidades transcendentais, Ele atrai nossas mentes,
VERSO 25 e então, mais tarde, ao separar-Se de nós, afoga-nos n u m oceano de infelici-
dade.' "
VERSO 27
JÍl I T O *1 H fiBFtfif I
iflow f i r f t *fir, f i n w SteiNufi,
«T?tfl G i ^ a i - n » arei ? i « TO i",
Cl c i W - f i i si"-&lfl li v n $ 1 t % 1 WCl? I^fí* I
ti TJV •- ü -'JB *tcn«HMC(> nifar.*t n sei,
safa vatsara paryanta, jivera jlvana anta,
ei vãkya kaha nã vicãri'
nãríra yauvana-dhana, yãre kr$na kare mana,
se yauvana—dina dui-cãri eteka vilãpa kari', visãde ért-gaura-hari,
éata vatsara paryanta—até cem anos; jivera—da entidade viva; jlvana—da ughãdiyã duhkhera kapãta
anta—o fim; ei vãkya—esta palavra; kaha—vós falais; na"—sem; vicãri'—levar em con- bhãvera tarahga-bale, nãnã-rüpe mana cale,
r
sideração; nãrira—duma mulher; yauvana-dhana—a riqueza da juventude; y ^ f ãra eka éloka kaila pãfha
em que; krsna—o Senhor Krsna; fcare—faz; mana—intenção; se yauvana—essa \v érf ^ e s s a
maneira; vilãpa—lamentação; kari'—fazendo; visãde—com tristeza;
ventude; dina—dias; dui-cãri—dois ou quatro. aur
^ "-hari— Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ughãdiyã— abrindo; duhkhera—
d
vaméi-gãnãmrta-dhãma, lãvanyãmrta-janma-sthãna,
ondas; nãnã-rüpe—de diversas maneiras; mana—Sua mente; cale—perde-se; an,
ye nã dekhe se cãhàa vadana
eka—outro; éloka—verso; kaila—fez; vãtha—lia.
se nayane kibã kãja, paduka tara munde vãja,
se nayana rahe ki kãrana
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, o Senhor á r i Caitanya Mahãprabhu lamentava-Se
morada do néctar oriundo das canções da flauta;
pathéi-gdna-amrta-dhãma—a
n u m grande oceano de tristeza, a b r i n d o , assim, as portas de Sua infelicidade. terra natal do néctar da beleza; ye—qualquer pessoa
lâvanya-amrta-janma-sthãna—a
Forçada pelas ondas do êxtase, Sua m e n t e perdia-se em doçuras transcenden- „. ^í—não; dekhe—veja; se—este; cãhda—como a lua; vadana—rosto; se—esses;
tais, e, dessa maneira, Ele lia outro verso la seguir]. nayane— olhos; kibã kãja—de que servem; paduka—que haja; fara—sua; munde—na
cabeça; vãja—-raio; se—esses; nayana—olhos; rahe—mantém; ki—qual; kãrana—razão.
VERSO 28
T R A D U Ç Ã O — " D e que servem os olhos de alguém que não vê o rosto de Krsna,
que se assemelha à lua e é a terra natal de toda a beleza e o reservatório das
canções nectáreas de Sua flauta? O h ! que um raio parta a sua cabeça! Por que
ele mantém semelhantes o l h o s ? "
kim grame paéavo 'pare s olhos que não contemplam as representações simbólicas da Personalidade de
eus, Visnu [Suas formas, nome, qualidades, e t c ] são como aqueles estampados
éva-vid-varãhosfra-kharaih ^ ^ penas do pavão, e as pernas que não vão aos lugares sagrados [onde o Senhor
samstutah purusah paéuh a ^""ado] são parecidas a troncos de árvores. A pessoa que jamais recebeu sobre
3 C a e ç a a o e i r a
na yat-karna-pathopeto cad" ^ P d o s pés d e u m devoto puro d o Senhor é certamente u m
er 3 e s s o a u e
jâtu nãma gadãgrajah de loh ^ P 1 jamais experimentou o sabor das folhas de futef dos. pés
^ do Senhor é também um cadáver, ainda que respire. Sem dúvida, tem
3< ã0 6 a Ç a u e e c u e a
bile batorukrama-vikramãn ye cenrr°H ' ^ ° 1 ' l ' despeito d e cantar o santo nome do Senhor con-
3 a m e n t e n ã o se
na érnvatah karna-pute narasya láen ' altera a o acontecer-lhe o êxtase, o s olhos encherem-se d e
6 r n n a s
jihvãsatl dãrdurikeva süta e o s cabelos arrepiarem-se."
na copagãyaty urugãya-gãthãh
146 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-Iyj As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 147
0
Ver» 35
éloka—verso. ^ e
° m
usmãkam—nossa; cetah—consciência; madana-hatakena— pelo malvado Cu-
"do' 'ghrtam—raptado; abhüt—torna-se; punah—novamente; yasmin—quando;
T R A D U Ç Ã O — L a m e n t a n d o - S e dessa maneira, á r i Caitanya Mahãprabhu abria as u—Krsna; ksanam api—mesmo que por u m momento; dréoh—dos dois olhos;
portas do pesar dentro de Seu coração. Taciturno, h u m i l d e e desapontado, ü, T—vai P P
a r a ;
~ ° caminho; a ã a v m l
vidhãsyãmah—íaremos; tasmin—então; akhila—
um verso repetidas vezes, com o coração melancólico. -
t das ghatikãh—indicações do tempo; ratna-khacitãh—cravejadas de jóias.
fàai itsríçiw, *M n - n m i ,
VERSO 40
W I J I asfài^iawi II n
W cita «itcia atua i
punah yadi kona ksana, kayãya krsna daraéana,
tabe sei ghati-ksana-pala
i t f t ?a»-c*m«w, »taa? caia #taa,
diyã mãlya-candana, nãnã ratna-ãbharana, c i c i f s a f ai cata ia n 8° ii
alahkrta karimu sakala
éuna mora prãnera bãndhava
punah—outra vez; yadi—se; kona—algum; ksana—momento; kayãya—ajudar;
nãhi krsna-prema-dhana, daridra mora jivana,
krsna—o Senhor Krsna; daraéana—a ver; fabe—então; sei—isto; ghati-ksana-pala-
dehendriya vrthã mora saba
segundos, minutos e horas; diyã—oferecendo; mãlya-candana—guirlandas e polpa
éuna—por favor, ouvi; mora—Minha; prãnera—da vida; bãndhava—amigos; nà"hi—
de sândalo; nãnã— diversas; ratna—jóias; ãbharana—ornamentos; alahkrta-
não há nenhuma; krsna-prema-dhana—riqueza de amor a Krsna; daridra—miserável;
decorados; karimu—farei; sakala—todos.
mora—Minha; jivana—vida; deha-indriya—todos os membros e sentidos de Meu
corpo; vrthã— improdutivos; mora—Meus; saba—todos.
T R A D U Ç Ã O — " S e por acaso chegar o momento em que Eu possa ver Krsna uma
vez mais, então hei de adorar tais segundos, minutos e horas com guirlandas
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: " M e u s queridos amigos, vós
de flores e polpa de sândalo, e decorá-los com toda a espécie de jóias e or-
sois Minha vida e alma; portanto, digo-vos que não possuo riqueza alguma de
namentos."
amor por Krsna; conseqüentemente, Minha vida é miserável; Meus membros
VERSO 39 e sentidos são i n ú t e i s . "
c0
stfra— . . P e fazei; vicãra—julgamento; haya, naya—correto ou não; kaha
T R A D U Ç Ã O — N u m instante, ári Caitanya Mahãprabhu recuperou Sua ^f^t uccdm, "'^ , z e i
essência; e
efa a
bali'—dizendo isso; éloka—outro verso;
cia externa e viu duas pessoas perante Ele. Questionando-os, perguntou: ^ ra
-V ~recita. a
consciente? Que espécie de sonhos tenho tido? Que loucuras falei? Acaso
vistes algumas expressões de h u m i l d a d e ? "
152 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-liià 2 Verso 45 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 153
(
T R A D U Ç Ã O — D i r i g i u - S e de novo a Svarüpa Dãmodara e a Rãmãnanda Rãya, f . a haya—é; tabe—então; viyoga—separação; viyoga—separação; haile—se houver; fa?/ia—
lando melancolicamente: " A i de Mim! M e u s amigos, agora podeis ver a certeu alguém; nã jryaya-não pode viver.
em Meu coração e, sabendo disso, deveis julgar se estou correto ou não. Espeto
que faleis sobre isto a p r o p r i a d a m e n t e . " Então ári Caitanya Mahãprabhu come. T R A D U Ç Ã O — " N ã o existe na sociedade h u m a n a amor puro por Krsna, o qual é
çou a recitar outro verso. como o ouro do rio J ã m b ü . Se existisse, não poderia haver separação. Havendo
separação, não se poderia viver."
VERSO 42
VERSO 44
f^Mftl* C 1 T «I ft CTt* I t l J I C1t«4 I
i^ crfè ni fim cififi eu «Pli^ 18* i
kai-ava-rahi-am pemmam na hi hoi mãnuse loe « C l 9*£5 1415-111431 I
ja-i hoi kassa virahe hontammi ko jia-i nf»H vil *%s itfici itw,
kai-ava-rahi-am—sem n e n h u m a propensão e n g a n a d o r a , sem qualquer motivo
relacionado aos quatro princípios de existência material (a saber, religiosidade, <si^*?fç ifMVt <rt#1 n 88 n
desenvolvimento econômico, gozo dos sentidos e liberação); pemmam—amor a ria fca/n' éací-suta, éloka pade adbhuta,
Deus; na—jamais; hi—decerto; hoi—toma-se; mãnuse— na sociedade humana; loe- éune duhhe eka-mana hanã
neste mundo; ja-i—se; hoi—houver; kassa—cujo; virahe—em separação; hontammi- ãpana-hrdaya-kãja, kahite vãsiye laja,
é; ko—quem; jía-i—vive. tabu kahi lãja-bija khãhã
eta kahi'—falando assim; éacl-suta—o filho de Srimati Sacimãtã; éloka—verso;
impossível, dentro deste m u n d o material, o amor a Deus des-
T R A D U Ç Ã O — " "t pade-recita; adbhuta—maravilhoso; éune—ouvem; duhhe—ambos; eka-mana hanã—
tituído de propensões enganadoras. Se existisse tal amor, não poderia haver se- com profunda atenção; ãpana-hrdaya-kãja—as atividades do próprio coração;
paração, pois, como poderia alguém viver separado deste amor?' " kahite—de falar; vãsiye— sinto-Me; laja—envergonhado; tabu—ainda assim; kahi—
falo; lãja-bija—a semente da timidez; khãhã— acabando com.
S I G N I F I C A D O — E s t e é um verso em linguajar comum, chamado prãkrta, cuja trans- TRADUÇÃO—Falando assim, o filho de Srimati áacimãtá recitou outro verso ma-
formação sânscrita exata é kaitava-rahitam prema na hi bhavati mãnuse loke/yadi bha- ravilhoso, que Rãmãnanda Rãya e Svarüpa Dãmodara ouviram com profunda
vati kasya viraho virahe saty api ko jivati. atenção, ári Caitanya M a h ã p r a b h u disse: "Sinto-Me envergonhado de revelar
as atividades de Meu coração. Não obstante, vou acabar com todas as formali-
VERSO 43 dades e falar de coração. Por favor, o u v i . "
VERSO 45
?Ut«i, âHWIV*-!W i csfiitii*fo FITPR ci lôfi
*itfà ciYtMJW «wF-rç^ i
i^fiitirtiicipvi^ fin
tofst Í I W GV* m #rw ii 81 II lisfí ^ «MWHTfrH ?n' 8« II
na prema-gandho 'sti darãpi me harau
akaitava krsna-prema, yena jãmbü-nada-hema,
sei prema nrloke nã haya kranàãmi saubhãgya-bharam prakãéitum
yadi haya tara yoga, nã haya tabe viyoga, vaméi-vilãsy-ãnana-lokanarh vinã
—our° ^ vibharmi yat prãna-patahgakãn vrthã
viyoga haile keha nã jiyaya nunca
akaitava krsna-prema—amor p u r o por Krsna; yena—como; jãmbü-nada-hema- q ~~ ;
Uer
6 1 , 1 ro
r
P ema-gandhah—uma gota d e amor por Deus; osti—hà; darãapi—se-
do rio Jãmbü; sei prema— este amor a Deus; nrloke—no m u n d o material; nã w!r~ P p o r ç ã o mínima; me—Meu; harau—na Suprema Personalidade de Deus;
não é possível; yadi—se; haya—houver; tara—com ele; yoga—ligação; raf-n**
•
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 2 Verso 48 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 155
krandãmi—choro; saubhãgya-bharam—o tamanho de Minha fortuna; prakãéitum— nija-dehe kari príti, kevala kãmera riti,
para demonstrar; vaméi-vilãsi—do grande flautista; ãnana—para o rosto; lokanam— prãna-klfera kariye dhãrana
olhar; vinã— sem; vibharmi—levo; yaí—porque; prãna-patahgakãn—Minha vida de vste—em que; felicidade de ouvir o tocar da flauta;
vamél-dhvani-sukha—a nã de-
inseto; vrthã— sem propósito algum. Idii'—não vendo; se—aquele; cãhda mukha—rosto d e lua; yadyapi—embora; nãhika—
não haja; 'ãlambana'—o encontro da amante com o amado; nija—próprio; dehe—
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: " M e u s queridos amigos, não no corpo; kari—faço; priti—afeição; kevala—apenas; kãmera—da luxúria; riti—O jei-
-
tenho n e n h u m a gota de amor por Deus dentro de M e u coração. Quando vós Me to prãna—àe vida; kítera—da mosca; kariye—faço; dhãrana—continuando.
vedes chorar de saudade, só estou exibindo falsamente uma demonstração de
Minha grande fortuna. Na verdade, mesmo sem ver o belo rosto de Krsna to- T R A D U Ç Ã O — " E m b o r a Eu não veja o rosto de lua de Krsna a tocar Sua flauta
cando Sua Tlauta, continuo a viver Minha vida como um inseto, sem propósito e embora não Me seja possível encontrar-Me com Ele, ainda assim, cuido de
algum." Meu próprio corpo. Isso é que é luxúria. Dessa maneira, mantenho Minha vida
VERSO 46 de mosca."
o que faço é falso. Q u a n d o vós Me vedes chorar, estou apenas demonstrando nirmala se anurãge, nã lukãya anya dãge,
éukla-vastre yaiche masí-bindu
Minha grande fortuna. Por favor, tentai entender isto sem qualquer dúvida."
krsna-premã— amor por Krsna; su-nirmala—sem contaminação material; yena—
VERSO 47 exatamente como; éuddha-gahgã-jala—a água pura do Ganges; sei prema— este amor;
omrtera sindhu—o oceano de néctar; nirmala—puro; se—esta; anurãge—atração; nã
lukãya—não esconde; anya—outra; dãge—mancha; éukla-vastre—em pano branco;
ires i # « f i ^ «ri cwf*r 4 * Ü f < f $ yaiche—como; masi-bindu—uma mancha de tinta.
m f » » *tfti* ' « r i m ' i
fl*r-CTO lf% <3lf«, d * * * 1*tC11 f t f è , ^ADUÇÃo— "O amor pelo Senhor Krsna é muito puro, assim como as águas
0 a n
G g e s . Este amor é um oceano de néctar. Este apego puro a Krsna não es-
a l t l - f t ò i asfàci «rr?«i 118i 11 conde nenhuma mancha, q u e apareceria exatamente como uma mancha de tinta
n u
SIGNIFICADO—O amor puro por Krsna é exatamente como u m grande lençol de venenosos; bhitare—dentro; ãnanda-maya—êxtase transcendental; krsna-premãra—de
pano branco. Compara-se a ausência de apego a Krçna a uma mancha negra nesse amor a Krsna; adbhuta—maravilhosa; carita—característica.
pano branco. Assim como a mancha negra sobressai, da mesma forma, a ausên-
cia de amor a Deus sobressai na plataforma de amor puro por Deus. TRADUÇÃO—Dessa maneira, o Senhor Caitanya costumava deleitar-Se em êxta-
se, dia após dia, e manifestar tais êxtases perante Svarüpa e Rãmãnanda Rãya.
VERSO 49 Externamente, Ele manifestava severas tributações, como se estivesse padecen-
do de efeitos venenosos, mas, internamente, experimentava bem-aventurança.
WBaJWtPrf, *rft «f* <«* fà^j Isto é característico do transcendental amor a Krsna.
VERSO 51
tãhãn Imite—dali; ghare ãsi'—vindo de volta à casa; mãflra—o chão; upare—sobre- ufhila nãnã bhãvãvega, mane haila udvega,
vasi'—sentando-Se; nakhe—com as unhas; kare—faz; prthivi— na superfície da terra- ksana-mãtra nãre gohãite
likhana—marcando; hã-hã— ai de Mim; kãhãh—onde está; vrndãvana—Vrndãvana- prabala virahãnale, dhairya haila talamale,
kãhãh—onde; gopa-indra-nandana—o filho do rei dos vaqueiros; kãhãh—onde; sei— nãnã éloka lãgilã paàite
aquela; vamét-vadana—pessoa com a flauta. f la—surgiam; nãnã— diversas; bhãva-ãvega—forças da emoção; mane—na men-
u m
VERSO 61
« f i «mau if, «?»mi <HPtt>ft%
?*I1 f í ã ' W W * II ff& II
tomara daréana-vine, adhanya e rãtri-dine, H S Í f l ? « 1 1 1 Tf TífflUH i
ei kãla nã yãya kãtana
tumi anãthera bandhu, apara karunã-sindhu, « * f > * i r c í f à f à i i t siitfiiifi
krpã kari' deha daraéana li* ilti^r^fo^^iTsjt^ i i
tomara—Tua; daréana—audiência; vine—sem; adhanya—inauspicioso; e—isto; ráirj.
tvac-chaiéavam tri-bhuvanãdbhutam ity avehi
dine— noite e dia; ei kãla—esse tempo; nã yãya—não vai; kãtana—passando; tumi—
mac-cãpalam ca tava vã mama vãdhigamyam
Tu; anãthera bandhu—amigo dos desamparados; apara—ilimitado; karunã-sindhu—
tat kim karomi viralath murall-vilãsi
oceano de misericórdia; krpã kari'—mostrando misericórdia; deha—por favor, dá;
mugdham mukhãmbujam udlksitum Iksanãbhyãm
da raéana—audiência.
tvat—Tua; éaiéavam—tenra idade; tri-bhuvana—dentro dos três mundos;
adbhutam—maravilhosa; iti—assim; avehi—conheces; mat-cãpalam—Minha instabi-
T R A D U Ç Ã O — " T o d o s esses inauspiciosos dias e noites não passam, pois não Te
lidade; ca—e; tava—Tua; vã—ou; momo—Minha; vã— ou; adhigamyam—ser com-
tenho encontrado. É difícil saber como passar todo esse tempo. Porém, és o amigo
preendido; tat—isto; kim—o que; karomi—faço; viralam—na solidão; murali-vilãsi—ó
dos desamparados e um oceano de misericórdia. Por favor, dá-Me audiência,
flautista; mugdham—atrativo; mukha-ambujam—rosto de lótus; udlksitum—ver su-
pois estou em situação precária." ficientemente; Iksanãbhyãm—pelos olhos.
VERSO 60 '
TRADUÇÃO—" ' O Krsna, ó flautista, a doçura de Tua t e m a idade é maravilhosa
«f&n « t i - ç m dentro destes três m u n d o s . Tu conheces a Minha instabilidade e Eu conheço
5
1» a Tua. Ninguém mais sabe disto. Quero ver Teu rosto belo e atrativo em algum
« t e u i f « 14*1 n ata I lugar solitário, mas, como conseguirei isto?' "
« w 4 c i cHtc? n » Í W •Hi TO**»
SIGNIFICADO— Esta é outra citação d o Krsna-karnãmrta (32) de Bilvamahgala
$?*-fctfas »{Ç5St Sfffl II * ° II Thãkura.
uf/n/u bhãva-cãpala, mana ha-ila cahcala,
bhãvera gati bujhana nã yãya VERSO 62
adaréane pode mana, kemane pãba daraéana, CStltl Itçft-ai, « f C « C l t l 5t*t1,
krsna-thãhi puchena upãya m^ « f a « t f l srrfi i
uthüa—surgia; bhãva-cãpala—inquietude de emoções extáticas; mana—mente; ha-
ila—hca\a; cahcala—agitada; bhãvera—da emoção extática; gati—o rumo; bujhana- 1*1*1 i r á i m t i i i * , 1*1*1 c i e i e « n i *tt«,
compreender; nã yãya—impossível; adaréane— sem ver; pode— arde; mana—a men- « t u citei 1 * 1 « ' «rt»tfi n ** II
te; kemane—como; ptfiw—conseguirei; daraéana—audiência; krsna-thãhi—a Krsna;
tomara mãdhurí-bala, tãte mora cavala,
puchena—pergunta; upãya—a maneira.
ei dui, tumi ãmi jãni
kãhãh karon kãhãh yãh, kãhãh gele tomã pãh,
tãhã more kaha ta' ãpani
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, os sentimentos extáticos despertavam inquietude
mara—Tua; mãdhurí-bala—força tãte—nisto;
de doçura;
mora—Minha; cãpala—
no Senhor, cuja mente ficava agitada. Ninguém podia entender que rumo to-
pó encia; ei—estes; dui—dois;
tumi—Tu; ãmi—Eu; jãni—conhecemos; kãhãh—
maria aquele êxtase. Incapaz de encontrar a Suprema Personalidade de Deus. " e
- karon—faço; kãhãh—onde; yãh—vou; kãhãh—onde; gele—indo; tomã—Tu;
Krsna, a mente do Senhor Caitanya ardia. Ele punha-Se a perguntar a Krs. " Posso obter; tãhã— isto; more—a Mim; kaha—por favor, fala; ta.' ãpani—Tu.
sobre a maneira pela qual Ele poderia alcançá-lO.
164 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilâ, Verso 65 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 165
T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Krsna, somente Tu e Eu conhecemos a força de Tuas irrita demais com outrem, fala de maneira ofensiva e abominável; esta ira chama-
belas feições e, em virtude delas, Minha instabilidade. Bem, esta é Minha posi- se rosa- Chama-se amarsa o estado de espírito resultante d e quando alguém se
ção: não sei o que fazer nem para onde ir. O n d e posso encontrar-Te? Peço-" impacienta devido a ser repreendido ou insultado. Nesse estado de espírito, a
que M e o r i e n t e s . " nessoa transpira, contrai dor de cabeça, vê a cor de seu corpo empalidecer e ex-
VERSO 63 perimenta ansiedade e ímpeto de procurar o remédio. O guardar rancor, a aver-
são e a punição são todos sintomas visíveis.
s r H I - w t ç n <3tPm, \m nff-»rR»n,
« t c r o t c i cm a ç f a « i i
VERSO 64
kadã— quando; nu—com certeza; bhavitãsi— serás; padam—a morada; drioh me—^ « f i c*i—aftçHra, jp@HI i t f t
Minha visão. s t c i m "«r€tè apT«i i
TRADUÇÃO—" ' Ó M e u Senhor! Ó mais querido! Ó único amigo do universo!
c i t i sfirs, cites c i e i c s t i t i Um,
Ó Krsna, d inquieto, ó oceano de misericórdia! Ó Meu Senhor, ó Meu desfruta- c i t i « t e m teci " e r t m II w II
dor, ó bem amado de Meus olhos! Ai de Mim! Q u a n d o poderei ver-Te nova-
mente?" fumi deva—kridã-rata, bhuvanera nãri yata,
tãhe kara abhista kridana
tumi mora dayita, mote vaise tomara cita,
SIGNIFICADO—Este é o verso 40 d o Krsna-karnãmrta.
mora bhãgye kaile ãgamana
SIGNIFICADO—A palavra unmãda é explicada no Bhakti-rasãmrta-sindhu como jú- " tu f " —atração; tãhãn—ali; kara—fizeste; subo—todos; samãdhãna—arranjos;
bilo extremo, infortúnio e desnorteamento do coração devido à saudade. Rir como ""ii—1u; krsna— Senhor Krsna; citta-hara—o encantador da mente; aiche—dessa
um louco, dançar, cantar, realizar atividades improfícuas, falar disparates, aneira; kona—certo; pãmara—libertino; tomãre—Tu; vã— ou; kebã— quem; kare—
correr, gritar e às vezes, trabalhar de maneiras contraditórias — estes são sinto- 'az; mán«-honra.
mas de unmãda. Explica-se a palavra pranaya assim: quando há possibilidade
receber honra direta, mas se a evita, este amor chama-se pranaya. Srila Rüp* T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Senhor, atrais todas as mulheres do universo, e,
Gosvãmi, em seu Ujjvala-nüamani, explica a palavra mana assim: sentindo o aman canter ° 6 l 3 S a p a r e c e m
' satisfazes a todas elas. És o Senhor Krsna, e podes en-
doçura inusitada ao trocar palavras amáveis e sinceras, mas desejando escon „
r a r ?
a t o a o s
, mas, e m geral, não passas d e u m libertino. Quem poderá T e hon-
seus sentimentos por meios desonestos, ele experimenta mana.
168 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ülã j
f
Verso 72 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 169
ruàdhayãgirã, ou " u m balbuciar de v o z " . No Bhakti-rasãmrta-sindhu, descreve-se r]ah—cabelo solto; nu—se; mama—Meu; jivita-vallabhah—o prazer da vida e alma;
pulaka como júbilo, encorajamento e temor. Quando estes se combinam, os pelo* "u—se; krsnah—Senhor Krsna; ayam—este; abhyudayate—manifesta-Se; mama—
M e
fonte suprema de bem-aventurança transcendental e Minha vida e alma? Acaso gjras, satata—sempre; nãcãya—faz dançar; nirveda—desânimo; visada—tristeza;
Ele apresentou-Se perante Meus olhos outra vez?' " %inya—humildade; cãpalya—inquietude; harsa—júbilo; dhairya—tolerância;
3
jnanyu—ti '- ei—isto; nrtye—a dançar; prabhura—do Senhor; fafla—tempo;
S I G N I F I C A D O — E s t e é outro verso do Krsna-karnãmrta (68). y<fyfl-P - assa
VERSO 76 TRADUÇÃO—Ele também passava Seu tempo lendo livros e cantando canções de
Candídãsa e Vidyãpati e ouvindo citações do Jagannãtha-vallabha-nãtaka, do
- TR1 «TUM, f"HJ-«rÇ* «s-a», ^ n a - k a r n á m r t a e do Gita-govinda. Assim, na companhia de Svarüpa Dãmodara
atai f t e « W&S aT&"ta 1 e
Rãya Rãmãnanda, Sri Caitanya Mahãprabhu passava Seus dias e noites,
cantando e ouvindo com grande prazer.
faca?, fàaía, ca», çf tsrj, wi, caa\ w, VERSO 78
iffe. TOtf « f ç ? f t i ata 11 q * 11
guru—nãnã bhâva-gana, iisya—prabhura tanu-mana,
nãnã ríte satata nãcãya
*rfra 5ne.JiêTi 151, «nmacra «amai.
nirveda, visada, dainya, cãpalya, harsa, dhairya, manyu,
ei nrtye prabhura kãla yãya •5l«T«f?. J f W * » . ISitTíI arai s r a t í w .
guru—o mestre; nãnã— diversos; bhãva-gana—êxtases; s'isyii--discípul°*
prabhura—do Senhor Caitanya; tanu-mana—corpo e mente; nãnã— diversas; rite-4* jfè Ptfã «íca siç 5j«t ii 11
Sn Caitanya-caritãmrta Madhya-lUà; As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 175
Verso 80
purira vãtsalya mukhya, rãmãnandera éuddha-sakhya, ^^.—Bilvamangala Thãkura; martya-jana—uma pessoa deste mundo; tãnra—
govindãdyera éuddha-dãsya-rasa ' haya—há; bhãva-udgama—manifestação d e diferentes êxtases; iévare—no
010
gadãdhara, jagadananda, svarüpera mukhya rasãnanda, hor S u p r e ; se—isto; ki—o que; ihã—aqui; vismaya—espantoso; tãhe—nisto;
ei cãri bhãve prabhu vasa fc/íi/ principais;
fl
rasa-ãsraya—doçuras; ha-iyãchena—tornou-se; mahã-ãéaya—a
purira—de Paramãnanda Puri; vãtsalya—afeição paterna; mukhya- "'ande personalidade Sri Caitanya Mahãprabhu; fafe—portanto; haya—há; sarva-
principalmente; rãmãnandera—de Rãya Rãmãnanda; éuddha-sakhya—fraternidade Ws^va-udaya—uma manifestação de todos os êxtases.
pura; govivda-ãdyera—de Govinda e outros; éuddha-dãsya-rasa—a pura e imacul . a
da doçura de serviço; gadã-dhara—Gadãdhara Pandita; jagadananda—Jagadananda TRADUÇÃO—Lílãsuka [Bilvamangala Thãkura] era um ser h u m a n o comum, to-
Pandita; sva-rüpera—de Svarüpa Dãmodara; mukhya—principalmente; davia, desenvolveu muitos sintomas extáticos em seu corpo. O que, então, há
rasa-ãnanda—saboreando o prazer do amor conjugai; ei—estas; cãri—em quatro; de tão espantoso no fato de esses sintomas manifestarem-se no corpo da Supre-
bhãve—condições extáticas; prabhu—o Senhor; vaéa—ficava obrigado. ma Personalidade de Deus? No sentimento extático de amor conjugai, Sri
Caitanya Mahãprabhu estava na plataforma mais elevada; portanto, todos os
êxtases exuberantes naturalmente eram visíveis em Seu corpo.
TRADUÇÃO—Dentre os Seus associados, o Senhor Caitanya Mahãprabhu desfru-
tava de afeição amorosa paterna com Paramãnanda Puri, de afeição fraterna com
Rãmãnanda Rãya, de serviço imaculado com Govinda e outros, e de sentimen-
tos de amor conjugai com Gadãdhara, Jagadananda e Svarüpa Dãmodara. Sri SIGNIFICADO—Lílãsuka é Bilvamangala Thãkura Gosvãmi. Ele era um indiano do
Caitanya M a h ã p r a b h u desfrutava de todas estas quatro doçuras, e, assim, per- sul, um brãhmana, e seu nome anterior fora Silhana Misra. Q u a n d o era chefe de
família, deixou-se atrair por uma prostituta chamada Cintãmani, mas, afinal, acei-
manecia obrigado para com Seus devotos.
tou o conselho dela e tornou-se u m renunciado. Escreveu u m livro, Sãnti-sataka,
e, mais tarde, por misericórdia do Senhor Krsna e dos Vaiçnavas, tornou-se um
S I G N I F I C A D O — D i z - s e que Paramãnanda Puri era Uddhava em Vrndãvana. Sua
grande devoto, ficando famoso como Bilvamangala Thãkura Gosvãmi. Nesta ele-
afeição para com Sri Caitanya Mahãprabhu estava na plataforma de amor pater-
vada plataforma, escreveu outro livro chamado Krsna-karnãmrta, que é muito fa-
n o . Isto porque Paramãnanda Puri coincidia de ser irmão espiritual do mestre
moso entre os Vaisnavas. Como manifestasse muitos sintomas extáticos, as
espiritual de Sri Caitanya Mahãprabhu. Do mesmo modo, Rãmãnanda Rãya, que
pessoas costumavam chamá-lo de Lílãsuka.
é considerado por alguns u m a encarnação de Arjuna e, por outros, uma
encarnação de Viáãkhãdevi, desfrutava de amor fraternal imaculado com o Senhor.
Govinda e outros desfrutavam de serviço pessoal imaculado. Na presença de Seus
devotos mais mrimos, como Gadãdhara Pandita, Jagadananda e Svarüpa VERSO 80
Dãmodara, Caitanya Mahãprabhu desfrutava das condições extáticas de Srimati
Rãdhãrãni em Seu intercâmbio conjugai com Krsna. Absorto nestas quatro doçu- ^.mÊmtc** cifc fo» « f e i t t i ,
ras transcendentais, Sri Caitanya Mahãprabhu residiu em Jagannãtha Puri, « I T I W «1 lm I
sentindo-Se muitíssimo agradecido a Seus devotos.
âl3T«iT? « f s j l t l . ' « I t l C I i f à ' *«l«rT1>t1,
C f èf « 1 I f l l f a l 11 V» II
VERSO 79
ffiqfcN « t i SPH « t c i t i t i , pürve vraja-vilãse,
yatneha ãsvãda
yei
nã
tina
haila
abhilãse,
lilãéuka martya-jana, tãnra haya bhãvodgama, a o houve; éri-rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãni; bhãva-sãra—a essência do êxtase;
tévare se—ki ihã vismaya pane—pessoalmente; kari'—fazendo; ahgikãra—aceitação; sei—aqueles; fina vastu—
tãhe mukhya-rasãéraya, ha-iyãchena mahãéaya, assuntos; osuâYWa-saboreou.
tãte haya sarva-bhãvodaya
176 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lHã, As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 177
Verso 83
Srimati Rãdhãrãni. Portanto, a fim de saboreá-los, Sri Krsna assumiu a posiçj 0 çg* N« FASRFÈER ABARCA I
de Srimati Rãdhãrãni sob a forma de Sri Caitanya Mahãprabhu.
fa Í A T ^ A M I S , fa A R E I ARFÈ «RTA,
atfàf s?1ca •a-fsrfffí», alca 3TCa tel « f R guria keha nãre vamibãre
ei—este; gupta—intimo; bhãva-sindhu—oceano de êxtases; brahmã—o Senhor
s i ç t - A F -AT«i-F*RCATAF«i II vi II Brahmã; «íf—não; pãya—obtém; eka—uma; bindu—gota; hena—tal; dhana—riqueza;
ápar/e fcari' ãsvõdane, éikhãilã bhakta-gane,
vilãila—distribuída; samsãre— em todo o mundo; aiche—tal; dayãlu—misericordiosa;
avatãra—encarnação; aiche—tal; flafa—doador caridoso; nãhi—não há; ãra—ninguém
prema-cintãmanira prabhu dhani
mais; guna—esta qualidade; keha—alguém; nãre—incapaz; vamibãre—àe descrever.
nãhi jãne sthãhãsthãna, yãre tare kaila dana,
mahãprabhu—dãtã-éiromani
ãpane—pessoalmente; kari '—fazendo; ãsvãdane—provando; éikhãilã—ensinou; TRADUÇÃO—Ninguém, n e m sequer o Senhor Brahmã, pode avaliar ou mesmo
bhakta-gane—a Seus discípulos diretos; prema-cintãmanira—da pedra filosofal do provar uma gota deste íntimo oceano de êxtase, mas, Sri Caitanya Mahãprabhu,
amor a Deus; prabhu—o Senhor; dhanl— capitalista; nãhi—não; jãne—conhece; por Sua misericórdia imotivada, tem distribuído este amor a Deus em todo o
mundo. Por isso, não pode haver nenhuma encarnação mais magnânima do que
sthãna-asthãna—o lugar adequado ou o inadequado; yãre—a quem quer que; fa"re-a
Sri Caitanya Mahãprabhu. Não há maior doador. Quem pode descrever Suas
ele; kaila—feita; dana—caridade; mahã-prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; dãtS-
qualidades transcendentais?
é i r o m a n i — a personalidade mais magnânima.
Ele não leva em conta se alguém é um recipiente adequado ou inadequado, senão ' f a FÈA C&ROIA A * I
que dá Seu tesouro a toda e qualquer pessoa. Logo, é o mais magnânimo.
C A ^ C A AJÀIRE • F I C A , C E ^ C S A i » t 1 ARCA,
Este movimento para a consciência de Krsna, seguindo os passos de Sri Caitany^ o, keha—alguém; nã bujhaye—não entende; aiche—dessa maneira; citra—
Mahãprabhu e de Seus devotos íntimos, também está tentando distribuir amo ^aravilhosos; caitanyera—àe Sri Caitanya Mahãprabhu; rahga—passatempos; sei
uer CjUe;
a Deus por todo o m u n d o , através do cantar dos santos nomes do .'"^ S e n n o r
Senh e 3Ue,
bujhite—àe compreender; pare—seja capaz; caitanyera—âo
r
Hare Krçna, Hare Krçna, Krsna Krçna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Ran» forna° Caitanya Mahãprabhu; krpã—a misericórdia; yãnre—a quem; haya—
s e
TRADUÇÃO—Esses tópicos não são para serem discutidos abertamente, p o i ^ S/ mvarã, de Sri Caitanya Mahãprabhu a Svarüpa Dãmodara, a Raghunãtha
assim o forem, ninguém os entenderá. Quão maravilhosos são os passatempo j- a Gosvãmi, a Kavirãja Gosvãmi. Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi distribuiu esta
de ári Caitanya Mahãprabhu! Para aquele que é capaz de compreendê-los, § rt nformação em seu livro, o Caitanya-caritãmrta. Em outras palavras, o Caitanya-
Caitanya Mahãprabhu concede misericórdia, dando-lhe a associação do serv 0 ' ritãmrta é a essência da instrução dada por meio do sistema paramparã da suces-
de Seu próprio servo. são discipular proveniente de Sri Caitanya Mahãprabhu.
pouquinho que ouvi de Raghunãtha dãsa Gosvãmi, descrevo-o neste livro, q u e 0 u ' s , na verdade, o Caitanya-caritãmrta não é tema para pesquisadores
ofereço a todos os devotos. u eruditos literários. Simplesmente destina-se àqueles devotos que têm dedica-
0
suas vidas a serviço de Sri Caitanya Mahãprabhu.
anota(
SIGNIFICADO—Todas as atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu foram ?ff
por Seu secretário pessoal, Svarüpa Dãmodara, e repetidas a Raghunãtha o VERSO 86
oU
Gosvãmi, que as memorizou. Tudo o que Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi
encontra-se registrado no Sri Caitanya-caritãmrta. A isto chama-se siste
nãhi kãhãh savirodha, nãhi kãhãh anurodha, yebã nãhi bujhe keha, éunite éunite seha,
sahaja vastu kari vivarana ki adbhuta caitanya-carita
yadi haya rãgoddeéa, tãhãn haye ãveéa, krsne upajibe priti, jãnibe rasera riti,
sahaja vastu nã yãya likhana éunilei bada haya hita
uem
nãhi—não há; kãhãh—em parte alguma; sa-virodha—elemento oposto; nãhi— nã 0
efw—q v °i 1 nãhi—não; bujhe—entenda; keha—alguém; éunite éunite—
u e r u e ;
há; kãhãh—em parte alguma; anurodha—aceitação da opinião de alguém; sahaja— ouvir e ouvir; seha—ele; ki—o que; adbhuta—maravilhosos; caitanya-carita—
simples; vastu—substância; kari—faço; vivarana—descrição; yadi—caso; haya—haja- passatempos do Senhor S r i Caitanya Mahãprabhu; krsne—por Krçna; upajibe—
rãga-uddeéa—atração o u repulsão de alguém; tãhãn—ali; haye—ficando; ãvesa— desenvolverá; prffi—amor; jãnibe—compreenderá; rasera—das doçuras transcen-
envolvido; sahaja—simples; vastu—substância; nã yãya—não é possível; likhana— dentais; riti—os caminhos; éunilei— simplesmente por ouvir; bada—imenso; haya—
o escrever. há; ft/fa-benefício.
TRADUÇÃO—Neste Caitanya-caritãmrta, não há conclusões contraditórias, nem TRADUÇÃO—Se alguém não entender no começo, mas continuar a ouvir repeti-
se aceita a opinião de mais ninguém. Escrevi este livro para descrever a simples das vezes, os efeitos maravilhosos dos passatempos do Senhor Caitanya trar-
substância conforme a ouvi de m e u s superiores. Caso eu me envolva com as lhe-ão amor por Krçna. Aos poucos, virá a compreender os romances amorosos
preferências e antipatias de alguém, não me será possível escrever a pura verdade. entre Krsna e as gopis e outros associados de Vrndãvana. Aconselha-se que todos
continuem a ouvir repetidas vezes a fim de beneficiarem-se imensamente.
SIGNIFICADO—A coisa mais simples para os seres humanos é seguir seus precur-
sores. O julgamento apoiado na autoridade de sentidos mundanos não é um pro- VERSO 88
cesso muito fácil. O método de serviço devocional, conforme indica Sri Caitanya
Mahãprabhu, é tudo aquilo que se obtém por apegar-se aos predecessores. No
entanto, o autor diz que não pode considerar as opiniões daqueles que aceitaram « I ^ T O TO tJrfaü 1
ou rejeitaram tais coisas, pois não se p o d e escrever imparcialmente dessa manei-
ra. Em outras palavras, o autor está afirmando que não impingiu sua opinião 1*1 catai çf%, fçft itjHj\ « t u «fir,
pessoal no Caitanya-caritãmrta. Ele simplesmente transcreveu o que compreen-
deu espontaneamente de seus superiores. Caso atendesse às preferências ou an- CTO ül fÍTO *Pfár*l II IrV II
tipatias de outrem, não poderia ter escrito sobre temas tão sublimes de maneira bhãgavata—éloka-maya, tikã tara sarhskrta haya,
tão singela. Os fatos reais são compreensíveis para os verdadeiros devotos. Ao tabu kaiche bujhe tri-bhuvana
serem registrados, estes fatos soam muito familiares aos devotos, mas, aquele ihãh éloka dui cãri, tara vyãkhyã bhãsã kari,
que não é devoto não pode entendê-los. Isto é assunto que depende de compreen- kene nã bujhibe sarva-jana
são prática. A erudição m u n d a n a e seus apegos ou aversões concomitantes não bhãgavata—o Srimad-Bhãgavatam; éloka-maya—repleto de versos em sânscrito;
podem despertar amor espontâneo por Deus. Um acadêmico mundano não pode fita—comentários; tara—daquele; sarhskrta—idioma sânscrito; haya—há; tabu—ainda
descrever tal amor. assim; kaiche—como; bujhe—compreende; tri-bhuvana—o m u n d o inteiro; ihãh—
neste; éloka—versos; dui cãri—alguns; tara—deles; vyãkhyã—explicação; bhãsã—
VERSO 89 VERSO 91
T R A D U Ç Ã O — J á apresentei de forma abreviada todos os fatos e imagens dos úl- TRADUÇÃO—Neste capítulo, descrevi até certo ponto a essência dos passatempos
timos passatempos do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, mas desejo descrevê-los finais do Senhor Caitanya. Caso eu morra neste ínterim e não possa descrevê-los
elaboradamente. Caso eu possa viver por mais tempo e tenha a fortuna de receber em detalhes, pelo menos os devotos terão este tesouro transcendental.
a misericórdia do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, tentarei descrevê-los de
novo, com mais detalhes. VERSO 92
VERSO 90 açc*FC*t a& frw, cal fcf| ai fàif5w,
«arffa aai aratça, fafàro #f*fc*. a*a, •crtc-st «tfi a*íla fwfa i
aca fà*g Tia«l ai m i afà m fàa fãrca, açt-sifa a*tl «a,
ai cafãca aaca, ai ^sfàca «faca, Isçf «fà' asfãa fàsra II S Í . II
«\faifV—m a ? faro II »* II
1
sahksepe ei sütra kaila, yei ihah nã likhila,
ãmi vrdàha jarãtura, likhite kãhpaye kara, ãge tãhã kariha vistãra
mane kichu smarana nã haya yaái tata àina jiye, mahãprabhura krpã haye,
nã dekhiye nayane, nã éuniye éravane, icchã bhari' kariba vicãra
tabu likhi'—e bada vismaya Mhksepe—abreviadamente; ei sütra—estes códigos; kaila—fiz; yei—tudo o que;
ãmi—eu; vrdàha—velho; jarã-ãtura—perturbado pela invalidez; likhite--para es- —neste; nã likhila—não p u d e escrever; age—no futuro; tãhã— isto; kariba—farei;
, ex a
lembrança; nã haya—não há; nã áekhiye—não posso ver; nayane-com os oW^ faze H ^ * Mahãprabhu; krpã—a misericórdia; haye—há; icchã bhari—satis-
0 0
nã éuniye—não posso ouvir; éravane—com os ouvidos; fabu—de qualquer m desejo; kariba—farei; vicãra—consideração.
likhi'—escrevendo; e—isto; bada vismaya—surpreendente.
u
n^ ^ Ç Ã o — N e s t e capítulo, descrevi os códigos abreviadamente. O que ainda
e s c r e v
TRADUÇÃO—Agora sinto-me velho demais e perturbado pela invalidez. 4 ^ E n u a
Çjj t i , descreverei extensivamente no futuro. Se, pela misericórdia de Sri
a
escrevo, minhas mãos tremem. Não posso lembrar-me de nada, nem posso jo . ^ Mahãprabhu, eu viver por tantos dias que possa satisfazer meus dese-
ei
ou ouvir bem. De qualquer modo, escrevo, e isto é surpreendente. plena atenção a esses passatempos.
Sri Caitanya-caritãmrta Verso 95 As manifestações extáticas do Senhor Caitanya 185
Madhya-lilã 2
VERSO 1
ire? w^mf^^ftafirçi
S W t l «fcwflrS «° *TF5T*f*S II a II
tenra conhecida como Râdha; bhraman—perambulando; éiinti-purim—a Sãntipu, . a sannyãsa kari' premãveée calila vrndãvana
ayitvã— indo; Uúãsa—divertiu-Se; bhaktaih—com os devotos; iha—aqui; íam~ a rãdha-deée tina dina karilã bhramana
nafa/i asmi—ofereço minhas respeitosas reverências. sannyãsa kari'—após aceitar a ordem de sannyãsa; prema-ãveée—em intenso amor
Krsna; calilã— procedeu; vrndãvana—rumo a Vrndãvana-dhãma; rãdha-deée—
T R A D U Ç Ã O — A p ó s aceitar a ordem de vida renunciada (sannyãsal, Senh
0 0r L, extensão de terra conhecida como Rãdha; tina dina—durante três dias segui-
Caitanya Mahãprabhu, devido ao intenso amor por Krsna, quis ir p a r j dos; karilã-fez; bhramana—divagação.
Vrndãvana, mas, aparentemente por engano, perambulou por Rãdha-deáa. Majj
tarde, chegou a Santipura, onde divertiu-Se com Seus devotos. Ofereço mirüi as TRADUÇÃO—Após aceitar a ordem de sannyãsa, Caitanya Mahãprabhu, devido
respeitosas reverências a Sri Caitanya Mahãprabhu. ao intenso amor por Krsna/ partiu para Vrndãvana. Contudo, por engano, diva-
gou em transe durante três dias seguidos na extensão de terra conhecida como
VERSO 2 Rãdha-deáa.
VERSO 13 VERSO 16
5
C'tt»í-1t1 1 H «fÇCI* Clflll i $ c * « l - n t e i *rtfi' « t f * f%5Tt*w i
5
' i f l ' ' i f í ' l f » T «TC ? i r f ã H II ye II faltou i i f i p t c i isfwl « f i « II w II
gopa-bâlaka saba prabhuke dekhiyã gupte tã-sabãke ãni' thãkura nityãnanda
'hari' 'hari' bali' dãke ucca kariyã éikhãilã sabãkãre kariyã prabandha
gopa-bãlaka saba—todos os vaqueirinhos; prabhuke dekhiyã—vendo o Senhor; hari auvte—confidencialmente; tã-sabãke—a todos os vaqueirinhos; ãni'—levando-os;
hari bali'—vibrando os sons " H a r i , H a r i " ; iãke—gritam; ucca kariyã—alto. thãkura nityãnanda—Nityãnanda Thãkura; éikhãilã— instruiu; sabãkãre—todos
eles; kariyã prabandha—inventando uma história aceitável.
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os vaqueirinhos q u e viram Sri Caitanya Mahãprabhu passar
juntaram-se a Ele e puseram-se a gritar alto: " H a r i ! H a r i ! " TRADUÇÃO—Chamando todos os meninos confidencialmente e inventando para
eles uma história aceitável, Nityãnanda Prabhu instruiu-os do seguinte modo.
VERSO 14
VERSO 17
« r - H t l fà^i» c w c * f t n f i I
'iff i c * n t i f i e i 4 « itl* i i 8 I I Í H W N « ^ « a c ç i estilei i
* t i t « T i - * w « e i c i i f é i «*tei II
éuni' tã-sábãra nikafa gelã gaurahari
'bala' 'bala' bale sabãra éire hasta dhari' vrndãvana-patha prabhu puchena tomãre
éuni'—ouvindo; ta-sabãra—de todos eles; nikafa—perto de; geia—foi; gaura-hari- gahgã-ttra-patha tabe dekhãiha tãnre
Sri Caitanya Mahãprabhu; ba/a bo/a—continuai falando, continuai falando; bale- vrndãvana-patha—o caminho para Vrndãvana; prabhu—o Senhor; puchena—
disse Ele; sabãra—de todos eles; éire hasta dhari'—mantendo Suas mãos sobre suas indagar; tomãre—de vós; gahgã-tira-patha—o caminho que margeia o Ganges; tabe—
cabeças. nesse momento; dekhãiha—por favor, mostrai; tãnre—a Ele.
T R A D U Ç Ã O — A o ouvir q u e todos os vaqueirinhos também cantavam "Hari! TRADUÇÃO—"Se Sri Caitanya Mahãprabhu vos perguntar sobre o caminho para
Hari!", Sri Caitanya Mahãprabhu ficou muito satisfeito. Aproximou-Se deles, Vrndãvana, por favor, ao invés disso, mostrai-Lhe o caminho que margeia o Gan-
pôs Suas mãos sobre suas cabeças e disse: "Continuai cantando desta maneira." ges."
VERSOS 18—19
VERSO 15
« e i « f ç • t f f e » n » — ' « i , f«to*w i
« f - n t i i f « «ca>—^tm «tinfi i
e i f i , c i * H » f c i i t i a i r t n ' II y> n
i f ò t f l C i t e i <3Ht<ÍPl i f l l t l I I i í U
f«WS 1 1 1 W T « T 1 » W C l l f é l l
tã'-sabãra stuti kare,—tomara bhãgyavãn <?É »rci «neie*f « J ^ - s t n II ÍS> II
krtãrtha karile more éunãhã hari-nãma
uf-sabãra—de todos eles; sfufi kare—o Senhor Caitanya Mahãprabhu louvouo fabe prabhu puchilena, — 'éuna, éiéu-gana
comportamento; tomara— vós; bhãgyavãn—afortunados; krta-artha—exitoso; kaha dekhi, kon pathe yãha vrndãvana'
fizestes; more—a Mim; éunãhã—cantando; hari-nãma—o santo nome do Senn
Hari. éiéu saba gahgã-tTra-patha dekhãila
sei pathe ãveée prabhu gamana karilã
T R A D U Ç Ã O — A s s i m , Sri Caitanya M a h ã p r a b h u abençoou a todos, dizendo-lh^ g „ ""depois disso; prabhu—o Senhor; puchilena—indagou; éuna—ouvi; éiéu-
w
que eram afortunados. Dessa maneira, Ele louvou-os e sentiu-Se muito exi yãba—- meTunos
'> kaha dekhi—por favor, dizei-Me; kon pathe—em que caminho;
pois eles cantavam o santo n o m e do Senhor Hari. ^ « e i ; vrndãvana—para Vrndãvana; éiéu—os meninos; saba—todos; ganga-
1% Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ul^ Verso 25 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 197
tíra-patha—o canünho que margeia o Ganges; dekhãila— mostraram; sei—aqmj, i*_-depois disso; nava-dvfpe—a Navadvipa; fumi—tu; kariha—deves fazer;
pathe—no caminho; <ft*se—em êxtase; prabhu—o Senhor; gamana karilã— !zLa--indo; éacl-saha—mãe Saci; lahã— trazendo contigo; ãisa—regressa; saba
g j - g a n a - t o d o s os devotos.
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u perguntou aos vaqueirj
nhos qual era o caminho para Vrndãvana, os meninos mostraram-Lhe o caminh 0
nUÇÃO— "Depois d i s s o " , prosseguiu Nityãnanda Prabhu, "irei à casa de
que margeia o Ganges, e o Senhor tomou aquele rumo em êxtase. Advaita Acãrya, e tu deves ir a Navadvipa, regressando com mãe Saci e todos
Moutros devotos."
VERSO 2 0 VERSO 2 3
T R A D U Ç A O — E n q u a n t o o Senhor prosseguia ao longo da margem do Ganges, Sri TRADUÇÃO—Após enviar Ãcâryaratna à casa de Advaita Acãrya, Sri Nityãnanda
Nityãnanda Prabhu pediu a Ãcâryaratna [Candrasekhara Acãrya] que fosse ime- Prabhu veio ter com o Senhor Caitanya Mahãprabhu, notificando-O de Sua
diatamente à casa de Advaita Acãrya. vinda.
VERSO 2 4
VERSO 2 1 «fÇ WJh '9'llfi tfstvta t#NlW tfa i
«Tf f i r a ata «rríà tftef* iPrar i IWtW
«TOE» Q&KH TOT II * 8 II
prabhu kahe, —érípãda, tomara kothãke gamana
itaftw *c*n ca» edw iwi <Star n n éripãda kahe, tomara sahge yãba vrndãvana
prabhu laye yãba ãmi tãnhãra mandire prabhu kahe—o Senhor perguntou; éri-pãda—Senhor; tomara—de Ti; kothãke—
sãvadhãne rahena yena naukã lanã tire para onde; gamana—indo; érf-pãda kahe—Nityãnanda Prabhu replicou; tomara—
prabhu laye—levando o Senhor; yãba—irei; omi— Eu; tãnhãra—dEle; mandire-l Tu; sarige—com; yãba—irei; vrndãvana—a caminho de Vrndãvana.
.asa; sãvadhãne—mui cautelosamente; rahena—que Ele fique; yena—lá; naukí-
barco; uma—levando; ffre—às margens. TRADUÇÃO—Estando em êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou para onde
™ Nityãnanda Prabhu. Nityãnanda replicou que O estava acompanhando a
T R A D U Ç Ã O — S r i Nityãnanda Gosvãmi disse-lhe: " V o u levar Sri Caitany» «"ninho de Vrndãvana.
Mahãprabhu até às margens do G a n g e s em Santipura, e Advaita Acãrya devf
ficar li na praia, à disposição dEle, com um b a r c o . " VERSO 2 5
* f Ç WCX,—Wm Ç£? I f O í f f H * I
VERSO 2 2
ctart ¥ • <«fc *nj?l II «
prabhu kahe,—fcafa dure ache vrndãvana
tenho kahena,—kara ei yamunã daraéana
«fft-1* «ifo W&W II n ne
VrnH " ^ ~° Senhor replicou; farta dure—quão distante; ache—está; vrndãvana—
â v a n
fabe navadvtpe tumi kariha gamana Y , arv a - d h ã m a ; ferino kahena—Ele replicou; kara—faze; ei—este; yamund—rio
T a m
TRADUÇÃO—Quando o S«nhor perguntou a Nityãnanda Prabhu quão distanfc outorgadora do amor mais elevado; drava-brahma-gdtr!—composta da água
a
estava Vrndãvana, Nityãnanda replicou: " V ê só! Aqui está o rio Yanuina.» H mundo espiritual; aghãnãm—de todos os pecados e ofensas; lavitri—a destrui-
°. jagat-ksema-dhatrf—a realizadora de todas as coisas auspiciosas para o mundo;
VERSO 26 01
^trt-krh/dt—p favor, purifica; nob—nossa; vapuh—existência; mitra-putrT—6 filha
jfs i f » f -wtfSwr s f a * mri-ifwici i J u d e u s do Sol.
«itcact tifl cm i t v t n r i ^ n - v t d H II TRADUÇÃO—"Ó Yamunã, és a bem-aventurada água espiritual que outorga amor
eta bali' ãnila tãnre gahgã-sannidhãne jo filho de Nanda Mahãrãja. És idêntica à água do mundo espiritual, pois podes
ãveée prabhura haila gahgãre yamunã-jhãne destruir todas as nossa ofensas e as reações pecaminosas contraídas durante nossa
eta bali'—ao dizer isto; ãnila—Ele trouxe; tãhre—a Ele; gahgã-sannidhãne—peno vida. És a criadora de todas as coisas auspiciosas para o mundo. Ó filha do deus
do Ganges; ãvese—em êxtase; prabhura—do Senhor; haila—houve; gahgãre—do rio do Sol, por favor, purifica-nos mediante tuas atividades p i e d o s a s . "
Ganges; yamunã-jhãne—aceitação como o rio Yamunã.
SIGNIFICADO—Este verso está registrado no Caitanya-candrodaya-nã(aka (5.13) de
TRADUÇÃO—Ao dizer isto, Nityãnanda Prabhu levou Caitanya Mahãprabhu para Kavikannapura.
perto do Ganges, e o Senhor, em Seu êxtase, aceitou o rio Ganges como o rio VERSO 29
Yamunã.
VERSO 27 <a« i f * r m*f*> cm H w t w W i
# v c^Vto, ü t f i f f f l i i f à f f i II II
àt-ãnanda-bhãnoh—da manifestação direta de energia e bem-aventurança «"ri teri ' ° advaita Acãrya chegou de barco, trazendo consigo novas roupas in-
0
e
rituais; sadã— sempre; nanda-sünoh—do filho de Mahãrãja Manda; para-p trajes externos.
200 Sri Cãitanya-cãrítãmrta Madhya-l O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 201
1U 3 Verso 36
VERSO 37 VERSO 40
« t f o n t a aajn a « , « i t i c ^ c ^ wti i ian afa' caWía fa fisr-aa i
"Bltá C«T%I 5tí®' ^1 • t t l W II "©1 II
*ror«M*n cm m\¥m mm H 8» H d
SIGNIFICADO—A palavra bãdãila, significando " a u m e n t a d o " , é muito significati- diversas; prakãra—espécies; patola—uma espécie de fruta; kusmãnda—abóbora;
va neste verso. É uma palavra sofisticada usada pelos grhasthas da Bengala. Sempre badi—com dahl partido; mãnakacu—a raiz duma hortaliça chamada kacu; ãra—e.
que preparamos algum alimento e retiramos uma porção, o alimento realmente
diminui. Mas, neste caso, é costume dizer bãdãila, ou " a u m e n t a d o " . Se o alimento tradução—Entre os legumes cozidos havia patolas, abóbora, mãnakacu e uma
é preparado para Krsna e oferecido a Ele e aos Vaisnavas, o suprimento aumen- salada feita com pedaços de gengibre e diversas espécies de espinafre.
ta, e nunca diminui.
VERSO 43 VERSO 46
« f ã i i 1 1 *«HÇPI 1
kífa» CWW ItffàPI «1*! « 8* II « r ç p s f s w i s *t<*>fl1 fe^-^fOT II 8* II
battiéã-ãthiyã-kalãra ãhgafiyã pãte ca-i-marica-sukhta diyã saba phala-müle
dui (hãni bhoga bãdãila bhãla mate amrta-nindaka pahca-vidha tikta-jhãle
produza trinta e dois cachos; kalãra—àe bananeiras;
battiéa-ãthiyã—que ãhgehy ~ 1 ''-Maricá—com pimenta-do-reino e ca-i (uma espécie de tempero); sukhta—
6 S a b o r a r n a r
não cortadas ao meio; pãte—sobre folhas; dui thãiii—cm dois locais; bhoga—° s cies ^ f r i ^ g ° ; diyã— dando; saíw—todas; phala-müle—diversas espé-
a s e
mentos; bãdãila—dispostos; bhãla mate—muito bem. pécie ' - amrta-nindaka—desafiando o néctar; pahca-vidha—cinco es-
r a a e s
e s
de; tikta—amargos; jhãle—e picantes.
TRADUÇÃO—Das três partes, uma era colocada n u m prato de metal, e as outra*
D ÇA
duas eram dispostas sobre folhas de bananeira. Essas folhas não eram corta ^ n , j ° 7 ~ H a v i a sukhta, melão amargo misturado com toda espécie de legu-
e s
c a c n
ao meio, sendo extraídas de bananeiras com pelo menos trinta e dois °j . e S
e
Picante ° ^ s a b o r
- Havia cinco espécies d e sukhtas amargos do n c l a r
TRADUÇÃO—Entre os diversos legumes, havia folhas temas de árvores nimba mudga-badã— bolo macio feito com mung; kalã-badã— bolo macio feito com banana
com berinjelas. A fruta conhecida como patola era frita com phulabadi, uma frita; mãsa-badã— bolo macio feito com urd dahl; mista—diversas espécies de doces;
espécie de preparação de dahl previamente amassada e então seca ao sol. Havia, kslra-puli— leite condensado misturado com bolos de arroz; nãrikela—uma prepara-
também, u m a preparação conhecida como kusmãnda-mãnacãki. ção de coco; yata—toda classe de; pithã— bolos; isfa—desejáveis.
em C S c a n t o s
pahcãéa pahcãéa—cinqüenta e cinqüenta; dohgã—potes; vyahjane— com legurr, ' wíse— * ° ' ' dharila—guardados; saba—todos; mrt-kundikã— potes
pürihã—enchendo; r/nu—três; bhogera—de refeitórios; ase pise— toda a voltj barro; bhari'—enchendo; cãhpãkalã—espécie de banana conhecida como
rãkhila—mantidos; dharihã—fixando. túkalã; dadhi-sandeéa—misturado com iogurte e sandeéa; kahite—de dizer; nã—
souc ap3Z
n?o7prf"-- -
TRADUÇÃO—Por toda a volta dos três refeitórios, havia cem potes com diversa,
espécies de legumes. -TRADUCÃO—Em dois locais, havia potes de barro cheios de outra preparação feita
com iogurte, sandesa [doce feito com coalhada] e banana. Sou incapaz de descre-
VERSO 53 ver tudo isso.
VERSO 56
n « - » r t i i ü*-j|e.f fà*i
v «fi<íPi i m < W M 1'IÍB fài $ S T i t i « , t T i
foi 1 t C 3 l 1 1 t 1 S - ? ( « a f C I S «ífl<fl»1 II 09 II f « i wsiitca ^ i t f i « «fã' II H
saghrta-pãyasa nava-mrt-kun4ikã bharihã anna-vyahjana-uvari dila tulasi-mahjart
tina pãtre ghanãvarta-dugdha rdkheta dharihã tina jala-pãtre suvãsita jala bhari'
sa-ghrta-pãyasa—arroz doce misturado com ghí; nava-mrt-kundikã— potes de barro anna-vyahjana-upari—sobre o arroz cozido e os legumes; dila—colocadas; tulasl-
novos; bharihã—enchendo; fina pãtre— em três potes; ghanãvarta-dugdha—leite alta- jari—flores de tulast; tina—três; jala-pãtre—potes dágua; su-üdsira—perfumada;
mn
TRADUÇÃO—Além d o s diversos legumes, havia arroz doce misturado com ghi. TRADUÇÃO—Sobre o p u n h a d o de arroz cozido e todos os legumes, havia flores
T u d o estava contido em potes de barro novos. Potes de barro cheios de leite das árvores de tulasí. Havia, também, potes cheios de fragrante água de rosas.
altamente condensado foram colocados em três locais.
VERSO 57
VERSO 54 f«i «ti fclfi an I
5«-f6«i-is»rl - e r a $ « ^ i » r 4 T i ^ ^ K t l I W e . ? C H W9tm e«t«f1 II Q<\ D
1t«is 4flpf « t l 1 * % « «1 "tf* II $8 II tina subhra-pí(ha, tara upari vasana
dugdha<idã-kalã ãra dugdha-laklakl ei-rüpe sãksãt kr$ne karãilã bhojana
fina—três; subhra-pitha—assentos brancos; fdra—deles; upari—em cima; vasana—
yateka karilã' tãhã kahite nã éaki
pano macio; ei-rüpe— dessa maneira; sãksãt—diretamente; fc.rsne— a Krsna; karãilã—
dugdha-cidã— arroz partido preparado com leite; kalá— misturado com bananK fizeram com que fizesse; bhojana—comendo.
ãra—e; dugdha-laklaki— u m a espécie de abóbora conhecida como lãu, fervida no
leite; yateka—tudo isso; karilã'—era preparado; tãhã— isto; kahite—de desi TRADUÇÃO—Havia três assentos forrados de panos macios. Assim, todo o ali-
na"—não; saki—sou capaz. mento foi oferecido ao Senhor Krsna, e o Senhor comeu-o com muito prazer.
TRADUÇÃO—Além d a s outras preparações, havia arroz partido, feito com k*
e misturado com bananas, e abóbora branca fervida no leite. Na verdade, •** VERSO 58
é possível descrever todas as preparações que foram feitas. « m f « i *tei n% « r f citifai i
VERSO 55
« f f - i w i c i ntHP mfifk flfÍPW n «
ãratira kãle dui prabhu bolãila
s & i r e i nftüi * n ^ f b * i « f i r i . prabhu-sahge sabe ãsi'ãrati dekhila
í r a t
6f*iT*wi-aft-ie»w * f % H n i t f à I I Ô Í I I M e
7 " ~ d u r a n t e o ãrati; dui prabhu—o Senhor Nityãnanda e Sri Caitanya
A N Â
ra
dui pose dharila saba mrt-kundikã bhari' asderr, bolãila— Ele chamou; prabhu-sahge—com os Senhores; sabe—todas
cãhpãkalã-dadhi-sandeéa kahite nã pari Pessoas; ãsi'—vindo ali; ãrati—a cerimônia de ãrati; dekhila—observaram.
210 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lyj O Senhor Caitanya na casa de Advaita Aciryi 211
Ver»" ^3
a n d o
T R A D U Ç Ã O — A p ó s oferecer o alimento, é costume realizar bhoga-ârati. Adv i püÇÃO—Qu ° Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu
a t
Prabhu pediu aos dois irmãos, o Senhor Caitanya Mahãprabhu e Nityânan/ tto. tornar prasãda, ambos chamaram Mukunda e Haridãsa para virem com
Prabhu, que viessem ver o ãrati. Os dois Senhores e todos os demais presente* No entanto, Mukunda e Haridãsa, ambos com as mãos postas, falaram o
foram ver a cerimônia de ãrati. i ú a
*^ VERSO 6 2
VERSO 59
j j j p i asçi - c m fàsf i t f i rua \
«rrafs 9f%*l f C V irçrfai *m i
t t c ç í p P «rata «trç, f f à m í c a n n
vfíftt «rifa* aiçça « d faca»» os. II
mukunda kahe—moro kichu krtya nãhi sare
íírfl/i tariyd" krsne karãla sayana pãche muni prasãda pamu, tumi yãha ghare
acãrya ãsi' prabhure tabe kailã nivedana mukunda kahe—Mukunda disse; mora—Meu; kichu—algo; krtya—a fazer; nãhi
após terminado o ãrati; fcrsne—o Senhor Krsna; tara 7a—fizeram com
ãrati kariyã— Mn*-ainda não terminado; pãche—mais tarde; muni—eu; prasãda—prasãda; pãmu—
que; Sayana—deitasse para descansar; acãrya—Advaita Acãrya; ãsi'—vindo; aceitarei; fumi yãha ghare—por favor, entrai ambos no aposento.
prabhure—ao Senhor Caitanya Mahãprabhu; tabe—então; kailã— fez; nivedana-
sugestão. TRADUÇÃO—Ao ser chamado, M u k u n d a alegou: " M e u querido senhor, tenho
algo a fazer que ainda não terminei. Mais tarde, tomarei prasãda, de modo que
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s de realizado o ãrati para as Deidades no templo, colocou- Vós dois, Prabhus, deveis fazer o obséquio de entrar no a p o s e n t o . "
se o Senhor Krsna deitado para descansar. Então, Advaita Acárya saiu para su-
gerir algo ao Senhor Caitanya M a h à p r a b h u . VERSO 63
VERSO 60 afiara * c i - i f è p tíf*rè «1111
ifcia Tv&vt « í ^ a » * i Maa 1 arfea i j i i r e i asfài^csraw 11 m 11
?fè a r ò *rò»ri s e i « f à p s c « f s n 11 11 haridãsa kahe—muni pãpistha adhama
musfi pãche karimu bhojana bãhire eka
gr/iera bhitare prabhu karuna gamana
hari-dãsa kahe—Haridãsa disse; muni—eu; pãpistha—pecaminoso; adhama—o mais
dui bhãi ãilã tabe karite bhojana
baixo dos homens; bãhire—do lado de fora; eta—um; musfi—punhado; pãche—
grhera bhitare— dentro d o aposento; prabhu—Caitanya Mahãprabhu; karu- mais tarde; karimu—farei; bhojana—comendo.
na—por favor, fazei; gamana—entrando; dui bhãi—os dois irmãos, Caitanya
Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu; áilã-vieram; fabe-então; tarife bho/ana-com-
TRADUÇÃO—Haridãsa Thãkura disse: " S o u o mais pecaminoso e mais baixo
partilhar da prasãda. entre os homens. Mais tarde, comerei um p u n h a d o de prasãda enquanto espero
do lado de fora."
T R A D U Ç Ã O — á r i Advaita Prabhu disse: " M e u s queridos Senhores, por favor,
entrai neste a p o s e n t o . " Os dois irmãos, Caitanya Mahãprabhu e Nityãnan '
SIGNIFICADO—Embora os hindus e muçulmanos vivessem juntos de maneira
Prabhu, adiantaram-Se, então, para tomar prasãda.
muito amigável, mesmo assim havia distinções entre eles. Os muçulmanos eram
considerados yavanas, ou seja, de nascimento baixo, e sempre que se convidava
VERSO 61 "m muçulmano, servia-se-lhe do lado de fora da casa. Apesar de ter sido chama-
lfãin,-sfè «rçcaiaifol i °^ s o a l m e
M a c
n t e por Sri Caitanya Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu para tomar
o m
.,^ Eles, ainda assim, por grande humildade, Haridãsa Thãkura alegou:
car«iíc<5 a s f e s i r f a i 11 ^ «
marei prasãda do lado d e fora da casa." Embora Haridãsa Thãkura fosse u m
mukunda, haridãsa,—dui prabhu bolãila Mahà , a V a
' 6 l e v a d o a c e i t o o r
P Advaita Acãrya, Nityãnanda Prabhu e Sri Caitanya
yoda-hãte dui-jana kahite lãgilã r e S ;
no, f f J 3
' n a o O D S t a n t e
/ manteve-se humildemente n a posição d e muçulma-
0
tabife lãgilã—começaram a falar. «n posição gloriosa e igual à de outros grandes Vaispavas, considerava-se
212 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-Uij 3
O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acárya 213
Verso
1
um pãpistha, homem muito pecaminoso, e um adhama, o mais baixo entre VERSO 66
homens. Mesmo q u e seja muito avançado espiritualmente, o Vaiçnava manté^ M wfCI fè» c « N Cicaw I
se externamente humilde e submisso.
Wt&tCaa 1 i * S * 1 1 1 C ? filÇ? C O T || « « ||
VERSO 64 prabhu jãne tina bhoga—krsnera naivedya
ãcãryera manah-kathã nahe prabhura vedya
sfè s r ç i i » i «itsrô cm\ fmm í c a i prabhu jãne—o Senhor sabe; tina bhoga—três lotes de bhoga; krsnera naivedya—
amt» c i f i n « r e i « i t i a t «rsca n *s n oferendas ao Senhor Krsna; ãcãryera—de Advaita Acãrya; manah-kathã— as inten-
ções nahe—não; prabhura—para o Senhor; vedya—compreensíveis.
dui prabhu lahã acãrya gelã bhitara ghare
prasãda dekhiyã prabhura ãnanda antare JUAOUÇAO—Ao entrar no aposento, Sri Caitanya Mahãprabhu viu três lotes de
dui prabhu—os dois prabhus (Caitanya Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu); lanã-. comida, e sabia que todos eles destinavam-se a Krsna. Entretanto, não enten-
com; acãrya—Advaita Acárya; gelã— foram; bhitara—para dentro; ghare—do apo- deu as intenções de Advaita Acãrya.
sento; prasãda—a prosada; dekhiyã—vendo; prabhura—de Caitanya Mahãprabhu
ãnanda antare—ficou muito satisfeito interiormente. SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura afirma que um desses lotes
de comida foi oferecido num prato de metal e destinava-se a Krsna, ao passo que
TRADUÇÃO—Advaita Acárya levou o Senhor Nityãnanda Prabhu e o Senhor os outros dois foram colocados em grandes folhas de bananeira. Advaita Acãrya
Caitanya Mahãprabhu para dentro do aposento, onde os dois Senhores viram ofereceu pessoalmente a Krsna a oferenda do prato de metal. Os outros dois lotes,
a arrumação da prasãda. Sri Caitanya Mahãprabhu especialmente ficou muito sobre folhas de bananeira, destinavam-se a Sri Caitanya Mahãprabhu e ao Senhor
satisfeito. Nityãnanda. Esta era a intenção de Advaita Acãrya, mas Ele não a revelou a Sri
Caitanya Mahãprabhu. Assim, ao ver o alimento oferecido em três locais, Sri
SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu ficou satisfeito por ver o esmero com Caitanya Mahãprabhu pensou q u e t u d o aquilo destinava-se a Krsna.
que tantas variedades de alimento haviam sido preparadas para Krsna. Na reali-
dade, cozinha-se toda espécie de prasãda paia Krsna, e não para as pessoas, mas VERSO 67
os devotos compartilham da prasãda com grande prazer. ac^i c a i foca a f à c a c e t w a i
VERSO 65 w t ç r t a » c i - « i r f i asfãa i f à c a m H M H
prabhu bale—vaisa tine kariye bhojana
i h s «ra c i ? n c * * a r a c e w s i acãrya kahe—ãmi kariba pariveéana
srt* are» faca açaí tftita &a«i II *<? n pnbhu bale—o Senhor Caitanya Mahãprabhu disse; vaisa—sentemo-Nos; fine—
"os três lugares; ka riye— façamos; bhojana—comendo; acãrya kahe—Advaita Acãrya
aiche anna ye krsnake karãya bhojana replicou; ãmi kariba pariveéana—Eu vou distribuir.
janme janme éire dharoh tãnhãra carana
T R A D U Ç
aiche—dessa maneira; anna—os alimentos; ye—qualquer pessoa que; krsnake-* A ° — S r i Caitanya Mahãprabhu disse: "Sentemo-Nos nesses três luga-
Krsna; karãya—fez com que; bhojana—comendo; janme janme— nascimento apósn**' res e tomemos prasãda." Contudo, Advaita Acãrya disse: " E u vou distribuir
• Prosada."
cimento; éire— sobre Minha cabeça; dharoh—mantenho; tãnhãra—seus; canV
pés d e lótus.
VERSO 68
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu aprovou todos os métodos empf<-8*^j c a p i t e i a f i a , '«ita "Bita sfè *ffs i
na preparação e oferenda do alimento a Krsna. De fato, Ele ficou tão saW ^
que disse: "Francamente, Eu mesmo pegarei os pés de lótus daquele * » « asfà' « r f f i ' « t c i caç a j » a « r s I I * v I I
oferecer a Krsna uma comida tão boa e colocarei tais pés de lótus sobre M kon sthãne vasiba, ãra ãna dui pata
cabeça nascimento após nascimento." alpa kari' ãni' tãhe deha vyahjana bhãta
Mad
214 ári Caitanya-caritãmrta hya-lHj O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 215
kon sthãne vasiba—onde sentar-Nos-emos; ãra—outras; ãna—traze, dui pata—A aceita comer nada que não tenha sido primeiro oferecido a Krsna. Todas as
5
folhas; alpa kari'—fazendo uma pequena quantidade; ãni'—trazendo- m l " 1 , 3 0
das ricas oferecidas a Krsna são dadas aos grhasthas, chefes de família. Muitas
naquela; deha—dá; vyahjana—legumes; bhãta—e arroz cozido. c o D U
1 ^ 3 5 são oferecidas a Krsna — guirlandas, camas, belos ornamentos, boa
c 0 i s a
^ inclusive nozes de bétel bem preparadas — porém, o Vaisnava humilde,
a e
acárya bale— Advaita Acárya diz; akapafe—sem fingimento; karaha—por favor f . Mahãprabhu comia cinqüenta e quatro vezes, e comia centenas de potes
C r i B
Ohara—comendo; yadi—se; khãite—de comer; na para—não fores capaz; pate***' Su ÀE cada vez.
folha; rahibeka dra—deixa ficar o resto. <* c o B U
VERSO 7 6
fsa f « t l WWf*l«-CflWtl #* atti i
TRADUÇÃO—Então, Advaita Acãrya pediu ao Senhor que simplesmente acerta»,
a prasãda, sem fingimento. Se não pudesse come-la toda, poderia deixar oreZí i r a d i t a <i& m i r e *ta»<sri 11 n
no prato. fina janãra bhaksya-pinda—tomara eka grdsa
V E R S O 74 tdra lekhãya ei anna nahe pahca-grãsa
tina janãra—de três pessoas; bhaksya-pinda—a porção de alimentos; tomara—Teu;
«feirei—«aro «ra i t f i a i f è c s i grdsa—um bocado; rara—disso; lekhãya—em proporção; ei anna—este alimen-
umi^a «rt a r e «físè I T P I F S II t s « to nane-não é; pahca-grasa—cinco bocados.
prabhu bale—eta anna rutriba khãite
sannydslra dharma nahe ucchista rdkhite TRADUÇAO—Sri Advaita Acãrya disse: "A quantidade de comida que três
prabhu bale—o Senhor disse; ria—tanto; anna—alimento; NARIBA—não serei capaz pessoas podem comer não constitui sequer um bocado para Ti. Em proporção
khãite—de comer; sannydsfra—de um sannyãsi; dharma nahe—não é dever; ucchista- a isso, esses alimentos não são sequer cinco bocados de comida para Ti."
restos de comida; rakhite—deixar.
VERSO 77
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Não serei capaz de comer tanta cita «leu* cara íca, cstira MNM i
comida, e é dever de um sannyãsl não deixar restos."
ç f ? * çfsft, « r ç , a*ai c«t«ri n 1111
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o o SRIMAD-Bhãgavatam ( 1 1 . 1 8 . 1 9 ) : mora bhãgye, mora ghare, tomara ãgamana
chãdaha cãturl, prabhu, karaha bhojana
bahir jalãsayam gatvd mora bhãgye—para a Minha fortuna; mora ghare—em Meu lar; tomara—Teu;
tatropaspréya vdg-yatah igamana—aparecimento; chãdaha—por favor, abandona; cúria ri— todo este jogo;
vibhajya pOvitam sesarh prabhu—Meu Senhor; karaha—simplesmente faze; bhojana—comendo.
bhuhjltãsesam ãhrtam
" T o d o alimento que um sannyãsl obtenha de u m a casa de família, ele deve levai TRADUÇAO—Advaita Acãrya prosseguiu: "Para Minha grande fortuna, acabas
para fora, próximo a algum lago ou rio, e, após oferecê-lo a Visnu, a Brahmã« de chegar à Minha casa. Por favor, não jogues com as palavras. Começa a comer
e não fales."
ao sol (três divisões), deve comer toda a oferenda, não devendo deixar nada para
os outros comerem." Este é um preceito dado aos sannyãsis no SRÍMAD-Bhdgaott**- VERSO 78
VERSO 7 5
4<& af>' fôn sfè caritfêpi i r e » 1
WflFtl" 1 O T — t i U T O » ! <tt§ CStflTiRTfl I i t f i a i n t f i w sfre c e t n i*fàrc« 11 1* n
dnsirre nh I t a «ís «is i r a II °IV n efa ha/i' /ala dila dui gosãhira hãte
acãrya bale—nilãcale khão cauyãnna-bãra g^.., hdsiyd lãgilã duhhe bhojana karite
A O
eka-bdre anna khão ÉATA sata bhãra ^ JJ . ~ dizer isto; /a/a dila—serviu água; dui gosãhira—do Senhor Caitanya
dCãrya bale—Advaita Acãrya replica; nüãcale—em Jagannãtha Puri; khio- ahâprabhu e do Senhor Nityãnanda; fofíe-nas mãos; hãsiyã—a sorrir; lãgilã-
comes; cauydnna-bdra— cinqüenta e quatro vezes; eka-bãre—áe uma vez só; am; duhhe— ambos; bhojana karite—a comer.
alimentos; khão— Tu comes; safa safa bhãra—centenas de potes.
^ D U Ç A o — A o dizer isto, Advaita Acãrya serviu água aos dois Senhores de
u d e 8 8 m
TRADUÇÃO—Com relação a isso, Advaita Acárya referiu-Se às refeições a '< * sorri* P * lavar as mãos. Então, os dois Senhores sentaram-Se
rr
Caitanya Mahãprabhu em Jagannãtha Puri. O Senhor Jagannãtha e Sri C*"*^ •° >*. Passaram a comer a prasãda.
Mahãprabhu são idênticos. Advaita Acárya frisou que, em Jagannãtha
218 Sri CAIUNYA-CARITÃMRTA Madhya-ruj 3 Verso 84 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 219
i 9 T t i RÒIRTÇ, ^% ARTW«I WFAC» 11 ir* 11 de uma mana; anna—arroz; ãmi—Eu; tãhã—isto; kãhhã— onde; pãba—
6
bhrosfa avadhüta tumi, udara bharite consegu"" '' daridra— pobretão; brãhmana—brãhmana.
sannyãsa la-iyãcha, bujhi, brãhmana dandite
-TRADUÇÃO—Advaita Acárya acusou Nityãnanda Prabhu, dizendo: "Podes comer
bhrosfa avadhüta—paramaharhsa renegado; rum»'—Tu; udara bharite—paia encher
Teu estômago; sannyísa la-iydcha—aceitaste a ordem de vida renunciada; bujhi— de dez a vinte manas de arroz. Sou um brãhmana pobre. Como conseguirei tanto
entendo; brãhmana dandite—incomodar um brãhmana. arroz?"
TRADUÇÃO—Advaita Acárya disse: " É s um paramahamsa renegado, e aceitaste SIGNIFICADO—Mana é uma medida equivalente a cerca de quatro quilos.
a ordem de vida renunciada só para encherei Teu estômago. Posso bem enten-
der q u e Teu negócio é incomodar os b r ã h m a n a s . " VERSO 87
a •lt«PH * c è 7 * « « , « t u «rt<íi»i i
SIGNIFICADO—Sempre há diferenças de opinião entre srnãrta-brdhmanas e gosvãmls ^ t » T t f t m « f l w , «ti ç ? f à « ^ Í I I M I
Vaisnavas. Até para cálculos astrológicos e astronômicos, são disponíveis opiniões
ye pãhãcha musty-eka anna, tãhã khãhã ufha
de smãrtas e de gosvãmls Vaiçnavas. Ao chamar Nityãnanda Prabhu de bhrosfa ava-
pãgalãmi nã kariha, nã chadãio jhufha
dhüta (um paramahamsa renegado), n u m sentido Advaita Acãrya Prabhu aceitou
ye pãhãcha—tudo o que tens; musfi-eka—apenas um punhado; anna—arroz; tãhã—
Nityãnanda Prabhu como um paramahamsa. Em outras palavras, Nityãnanda
isto; khãhã—comendo; ufha—por favor, levanta-Te; pãgalãmi—loucura; «d—não;
Prabhu nada tinha a ver com as regras q u e governam os smãrta-brãhmanas. Assim, hirwii—faças; nã— não; chadãio—espalhes; jhufha—restos de comida.
a pretexto de condená-lO, Advaita Acãrya realmente O louvava. Na fase de ava-
dhüta. a fase de paramahamsa, que é a fase mais elevada, alguém pode aparentar ser
T R A D U Ç Ã O — " T u d o o que conseguiste, embora seja apenas um p u n h a d o de
ptsoyí, ou seja, alguém na plataforma de gozo dos sentidos. Porém, na verdade, de
arroz, por favor, come-o e levanta Te. Não exibas Tua loucura espalhando restos
nada tem a ver com o gozo dos sentidos. Nesta fase, às vezes, a pessoa acerta os
de comida por a í . "
sintomas e as vestes de um sannyãsl, e às vezes não. Outras vezes, veste-se como
VERSO 88
um chefe de família. Entretanto, é bom saber que tudo isso são palavras chistosas
entre Advaita Acãrya e Nityãnanda Prabhu. Não se deve tomá-las como insultos. ^ i« ç f m i
3
rarsi atum i
Em Khadadaha, às vezes, as pessoas confundiam Nityãnanda Prabhu com WHRFQFTTTFPL (TCF* THW II trV II
alguém pertencente à éãkm-sarrrvradãya, cuja filosofia é antah éãktah bahih éawah st-
ei mata hãsya-rase karena bhojana
bhãyãrh vaisnavo matah. Segundo a éãkta-sampradãya, uma pessoa chamada kíuU- ardha-ardha khãhã prabhu chãdena vyahjana
vadhüta pensa materialmente enquanto externamente aparenta ser um grande de- ei mata—dessa maneira; hãsya-rase—jocosamente; karena—faz; bhojana—comendo;
voto do Senhor Siva. Q u a n d o tal pessoa encontra-se numa assembléia de Vaisna- «aha-ard/ia—meio a meio; khãhã—após comer; prabhu—o Senhor; chãdena—deixa
vas, assemelha-se a um Vaisnava. Na verdade, Nityãnanda Prabhu não pertenaa 'aáo; tyafi/ana-todos os legumes.
a tal comunidade. Nityãnanda Prabhu sempre foi brahmacãri de um sannyãsl
ordem vaidika. De fato, Ele era um paramaharhsa. Às vezes, é aceito como disapv^ ; C À O D e 8 S a m a n e i r a
PMbh ~ ' Nityãnanda Prabhu e o Senhor Caitanya Maha-
de Laksmipati Tlitha. Caso isso fosse aceito, Nityãnanda Prabhu pertenceria C o m e r a m e
met ri" conversaram com Advaita Acárya jocosamente. Após comer a
Madhva-sampradãya. Ele não pertenceu à tãntrika-sampradãya da Bengala- d ' e de c a d a
preparação de legume dada a Ele, Sri Caitanya Mahãprabhu a
ei
va
de lado e partia para a próxima.
VERSO 86
VERSO 89
«fa *m W*t-fà"t ITFW I
c*fc. u»* «tfçrê »t?s "kim *ja«i i
•«rifa « W # W *RN w f w ARTIW II vi> II
«(fe W9 *|J8 «go *ífàcac»t 1T»5| I! i»-s> ti
222 ári Caitanya-caritãmrta Madhya- 5 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 223
Verw'
sei vyahjana acãrya punah karena pürana nãnã yatna-dainye prabhure karãilã bhojana
ãcãryera icchã prabhu karilã pürana
ei mata punah punah pariveée vyahjana
rfnã yatna-dainye—dessa maneira, com vários esforços e com humildade;
sei vyahjana—aquele legume semi-acabado; acãrya—Advaita Acãrya; punah
-Hiure—Senhor Caitanya Mahãprabhu; karãilã—fez com que; bhojana—comesse;
novamente; karena—faz; pürana—enchendo; ei mata—dessa maneira; pun^
icchã—o desejo de Advaita Acãrya; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu;
punah—repetidas vezes; parivese—distribui; vyahjana—legumes. ^ [ a _ f e z ; pürana—satisfação.
TRADUÇÃO—Assim que a metade do legume do pote terminava, Advaita Ãcãry,
TRADUÇAO—Dessa maneira, usando insistentes e h u m i l d e s pedidos, Advaita
enchia-o novamente. Dessa maneira, à medida que o Senhor terminava metade
Acãrya fez Sri Caitanya Mahãprabhu e o Senhor Nityãnanda comerem. Assim,
de u m a preparação, Advaita Acárya a completava repetidas vezes.
Caitanya Mahãprabhu satisfez todos os desejos de Advaita Acãrya.
VERSO 90
VERSO 93
citai I J W C T «fã' area * r » f a i
fa<sji«w a r e -«rtar* c*ri» ai «fà«a i
« r ^ a r j r a - c r t a a*« asfàa c«t«ra II »° II
•Mti iflli çsfíi fà*S ai « f i t a II s>a |
dona vyahjane bhari' karena prdrthana
prabhu balena—ãra kata kariba bhojana nityãnanda kahe—ãmãra peta nã bharila
lahã yãha, tora anna kichu nã khãila
dona—o pote; vyahjane—com legumes; b/wn'—enchendo; karena—faz; prárthana-
nityãnanda kahe—Nityãnanda Prabhu disse; ãmãra—Meu; peta—estômago; nã—
solicitaçào; prabhu balena—o Senhor Caitanya Mahãprabhu diz; ãra—mais; kata- não; bharila—cheio; lahã— tirando; yãha—vai; tora—Tua; anna—comida; kichu nã
quanto; kariba—posso fazer; bhojana—comendo. khãila—não comi nada.
TRADUÇÃO—Após encher um pote com legumes, Advaita Acãrya solicitava-Lhes
q u e comessem m a i s , ao q u e Sri Caitanya M a h ã p r a b h u dizia: " C o m o posso con- TRADUÇAO—Novamente Nityãnanda Prabhu disse em tom de troça: " M e u es-
tômago ainda não está cheio. Por favor, tira Tua comida daqui. N e m sequer
tinuar a comer m a i s ? " toquei nela."
VERSO 91
VERSO 94
«m>r>í are—ci fwiífit, itfi m ftftn i 4 » afsf « r s ire» I
^ a a ca faca, « r a wfo atacai n s-> II W i f c f f o T «rfcH caa aj\* 9411 n s>8 u
acãrya kahe—ye diyãchi, tãhã nã chãdibã
ekhana ye diye, tara ardheka khãibã eta ha/i' eka-grãsa bhãta hãte lahã
acãrya kahe— Advaita Acãrya dizia; ye diyãchi—algo que Eu tenha dado; tãhãfi ujhãli' phelila áge yena kruddha hanã
chãdibã—por favor, não deixes de lado; ekhana—agora; ye—tudo o que; diye—es tou fa bali'—dizendo isto; eka-grãsa—um p u n h a d o ; bhãta—arroz; hãte—na mão;
—pegando; ujhãli'—derramando; phelila—atirou; áge—em frente; yena—como
dando; tara ardheka—metade disso; khãibã— comerás.
*; kruddha hahã-ficando zangado.
e E
TRADUÇÃO—Advaita Acãrya dizia: " P o r favor, não deixes de lado algo q" "
ji t e n h a Te d a d o . A partir de agora, de tudo o q u e estou servindo podes co ^ D u ç A o — Após dizer isto, Nityãnanda Prabhu pegou um p u n h a d o de arroz
u
a metade e deixar a outra m e t a d e . " " ° *° *°lo à Sua frente, como se estivesse zangado.
VERSO 92 VERSO 95
e por paramahamsas ou Vaisnavas puros semelhantes são purificantes. Ao toe* deu , transcendental que os Vaisnavas puros. O Senhor Nityãnanda
8 A d v a
destinam-se à compreensão de pessoas comuns, as quais não têm a noção d a ^ çT^y^mdica que o Vaisnava paramahamsa encontra-se situado na transcendên-
de valores espirituais, ignorando a potência d o s alimentos deixados pelo Estg puro não está sujeito às regras e regulações dos smãrta-brãhmanas.
f o i
â i S M v a
espiritual fidedigno e por Vaisnavas puros. i v o que levou Advaita Acárya a afirmar ãpanãra sama more karibãra tare:
0m o t
226 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ru, O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya
Ver»" 1 0 3 227
"Para elevar-Me a Teu próprio p a d r ã o . " O Vaisnava puro. ou uma pessoa n» ia sannyãsi—cem sannyãsis; yadi—se; karaha—fizeres; bhojana—o comer; fabe—
fase de paramahamsa, aceita os restos de comida (mahã-prasãda) como espiritual
então, " -i__esta; aparãdha—ofensa; ha-ibe—haverá; khandana—anulação,
.
Ele não os considera como materiais nem como objetos de gozo dos sentidos
Aceita a mahã-prasãda, não como um dahl ou arroz ordinários, mas como subj! DITÇÃO—Srila Nityãnanda Prabhu prosseguiu: "Se convidares pelo menos
tância espiritual. Para não falar dos restos de comida deixados por um Vaisnava ^ jjnnyàsis à Tua casa e os alimentares suntuosamente, terás Tua ofensa anu-
puro, a prasãda nunca se polui, mesmo se tocada pela boca de um candãla. D e
lada."
fato, ela retém seu valor espiritual. Portanto, um brãhmana não se degrada ao comer VERSO 101
ou tocar tal mahã-prasãda. Não acontece n e n h u m a contaminação se alguém tocar
os restos dessa comida. Na verdade, as pessoas livram-se de todas as contamina- u t ç r t «ti—«1 « f i i iirtfà-fwraw i
ções da condição material ao comerem dessa mahã-prasãda. Este é o vereditodos 1 9 7 f j f t I t f l l C 1 Í 1 1 1 •STP5-«rf II » II
sVfsfras.
acãrya kahe—nã kariba sannyási-nimantrana
VERSO 99 sannyãsi nãéila mora saba smrti-dharma
fsrsjf^ i d , -ua^ ? c m « W f i i acãrya kahe—Advaita Acãrya disse; na" kariba—nunca mais farei; sannyãsl-
diteis 'ifri' « f t w , ç f t çvzn ^ » m n i i nimantrana—convite aos sannyãsis; sannyãsi—um sannyãsi; nãéila—arruinou; mora—
Meus; saba—todos; smrti-dharma—princípios regulativos do smrti-éãstra.
nityãnanda bale,—ei krsnera prasãda
ihãke 'jhufha' kahile, tumi kaile aparãdha TRADUÇAO—Advaita Acãrya replicou: "Nunca mais convidarei outro sannyãsi,
nityãnanda bale—o Senhor Nityãnanda disse; ei—esta; krsnera prasãda—mahã- pois foi um sannyãsi que arruinou todas as Minhas regulações smrti bramínicas.
prasãda do Senhor Krsna; ihãke—a ela; jhufha—restos de comida; kahile—caso digas;
tumi—Tu; kaile—cometes; aparãdha—ofensa. VERSO 102
TRADUÇÃO—Nityãnanda prabhu replicou: "Esses restos são da comida deixada ifl« ifftP & WT.M 1 ? f à » l «lf5H I
pelo Senhor Krsna. Caso os consideres como restos ordinários, cometes uma ofen-
sa."
« « i 1 1 1 * 7 5 »farl « f f o l I n I I II
efa bali' dui jane karãilã ãcamana -
SIGNIFICADO—No Brhad-visnu Purãna, afirma-se que quem considera mahã-prasm uffama éayyãte la-iyã karãilã sayana
igual a arroz e dahl comuns certamente comete uma grande ofensa. De um modo eta bali'—dizendo isto; dui jane—às duas personalidades; karãilã ãcamana—lavou-
geral, os alimentos são, ou tocáveis, ou intocáveis, mas não se fazem considera- Lhes as mãos e bocas; uffama—muito boa; éayyãte—numa cama; la-iyã—levando;
ções dualísticas no que se refere à prasãda. A prasãda é transcendental, não estando kantila-fez q e Eles; éayana—Se deitassem.
U
sujeita a transformações ou contaminações, assim como não ocorrem contamina-
ções nem transformações no corpo do próprio Senhor Visnu. Assim, mesmo
TRADUÇÃO—De pois disso, Advaita Acárya fez os Senhores lavarem Suas mãos
alguém seja um brãhmana, n ã o resta dúvida de que a lepra o atacará e ele sen
privado de todos os seus familiares se fizer tais considerações dualísticas. Tal ofen- ' òocas. Levou-Os, então, a uma boa cama, fazendo que Se deitassem para
descansar.
sor vai para o inferno, para nunca mais voltar. Este é o preceito do Brhad-
VERSO 103
Purãna-
VERSO 1 0 0 mi i«OTTft-?ti - ®ii um i
Hus^f mi»?! ifw «PIÍI i « • T l V l W I T 11 fl»l » J 1 1 t 1 II } • • « II
« T . 1 <ifè W W » I ^ C I K » 1 I I II
lavahga elãcl-bija—uttama rasa-vãsa
éateka sannyãsl yadi karaha bhojana utva nga tulasl-mahjari saha dila mukha-vãsa
C r a v o s ; dacf
tabe ei aparãdha ha-ibe khandana o>ndi ~ m e r — c a r d a m o m o ; bf/a—sementes; uffama—ótimos; rasa-vãsa—
S A X ) R O S O S
'nukha J*J ^ ' ; tulasi-mahjari—as flores de fufasf; saha—com; dila—deram;
^ - p e r f u m e d a boca.
O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acárya
228 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ljij , Verso 109
turados com flores de tulasi para q u e ficassem com b o m hálito em Suas boca, ^ a r d a m o m o e ter seu corpo u n t a d o com polpa de sândalo. Tampouco lhe fica
K e m aceitar guirlandas aromáticas e ter um Vaisnava puro massageando suas
VERSO 104 m a s . "Já Me fizeste dançar segundo Teu v o t o " , disse-Lhe Caitanya
f l « Ç*9[ W T O I
f H ( % 5«1C1 Mahãprabhu. "Agora, por favor, pára com isso. Vai almoçar com Mukunda e
"5lf« •tTíaWI M0F f » 1 W f - « » t 1 H > ° 8 II Haridãsa."
VERSO 107
sugandhi candane lipta kaila kalevara
sugandhi puspa-mãlã ãni' dila hrdaya-upara «ca «' «nrró icw I<#1 jfc «ca i
su-gandhi—aromiüco; candane—com sândalo; lipta—untou; kaila—fez; ta/etwrs-os «f%«i ijçt? c « t « i > ci «rtfí*i í c a 11 J«I l
corpos; su-gandhi—muito aromáticas; puspa-mãlã—guirlandas de flores; ãni'- fabe fa' acãrya sahge lahã dui jane
trazendo; dito—deu; hrdaya-upara—no peito. karilã icchãya bhojam, ye ãchila mane
tabe ta'—depois disso; acãrya—Advaita Acãrya; sarige—com; /ária"— levando; dui
T R A D U Ç A O — á r i Advaita Acãrya untou ainda os corpos dos Senhores com polpj jane—as duas pessoas, a saber, M u k u n d a e Haridãsa; karilã—fizeram; icchãya—
de sândalo e, então, colocou guirlandas de flores muito aromáticas em Seu peito. segundo o desejo; bhojam—comendo; ye ãchila mane— tudo o que tinham em
mente.
VERSO 105
« f i c « stc* * t m - n t i a i TRADUÇAO—Depois disso, Advaita Acãrya tomou prasãda com M u k u n d a e
Haridãsa, e todos comeram entusiasticamente tanto quanto desejavam.
i f f ç « M»1 « J ^ i c w i i w I I w n
acãrya karite cãhe pãda-samvãham VERSO 108
sahkucita hahã prabhu balena vacam
4rf%<t«Rr c i r * « f ã ' «Mg? « t r o m i
acãrya—Advaita Acãrya; tarife—fazer; cãhe—quer; pãda-samvãhana—massageando
os pés; sahkucita—hesitante; hahã— ficando; prabhu—o Senhor; balena-àa: c i f l c « «rtinl c 9 T t « « f ç i J R M ii II
vacam—as palavras. éãntipurera loka éuni' prabhura ãgamam
dekhite ãilã loka prabhura carana
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o Senhor deitou-Se na cama, Advaita Acãrya quis nus- éãnti-purera loka—iodas as pessoas de Santipura; éuni'—ao ouvirem; prabhura
sagear-Lhe as pernas, mas o Senhor ficou muito hesitante e falou o seguinte i ãgamana—a chegada de Sri Caitanya Mahãprabhu; dekhite ãilã—vieram ver; loka—
Advaita Acãrya. todas as pessoas; prabhura carana—os pés de lótus do Senhor.
VERSO 106 yRADuçÀo—Ao ouvirem falar que o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu estava
i * « *t»rfcc»i « f a , çi« atFta i ospedado e m Santipura, todas a s pessoas d a cidade imediatamente vieram ver
5 6 1 1 8
Pés de lótus.
I j p é W M *i^n « i ç c « f « a « i ^ i » n VERSO 109
bahuta nãcãile tumi, chãda nãcãm
mukunda-haridãsa la-iyã karaha bhojam I f l ' ' i f i ' ac«T curtis « r t i p T 0 1 * 1 1
bahuta—de diversas maneiras; nãcãile— fizeste que Eu dançasse; \ ^. t u m
i 51«.«t1 *tt«H « f « i C1P1Í" C f r W l II W
chãda—deixa de lado; nãcãm—dançando; mukunda—Mukunda; han-«** 'hari' 'hari' bale loka ãnandita hahã
Haridãsa; la-iyã—com; karaha—faze; bhojam—comendo. FARJ , . camatkãra pãila prabhura saundarya dekhihã
in an 0 s a n t o n o m
r e s t
<>ndit ~~ a e d o Senhor; bale—dizem; loka—todas a s pessoas;
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya M a h ã p r a b h u disse: "Advaita Acãrya, ^ * ^tf* prabhur ^ ' S a t e t a s
; hahã— ficando; camatkãra—maravilha; pãila—obtiveram;
dançasse de diversas maneiras. Deixa, portanto, desta prática. Vai almov o Senhor; saundarya—a beleza; dekhihã— ao verem.
Mukunda e Haridãsa."
230 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-m Verso l i 5
O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 231
4>
TRADUÇAO—Ficando muito satisfeitos, todos começaram a gritar bem alto o santo VERSO 113
nome do Senhor: " H a r i ! Hari!" Na verdade, eles ficaram maravilhados ao veren, fosTfiw cirarfa» Tçn ^r&ra' a f w i i
a beleza do Senhor.
*f%*t»l t t w «TftÇ çafã<5 * * | II i i » II
VERSO 110
nityãnanda gosãni bule acãrya dharihã
cifra-ca*-a»tr« Mini i haridãsa pãche nãce harasita hahã
nityãnanda gosãni—Senhor Nityãnanda Prabhu; bule—começava a mover-Se, dan-
u m Mififti « t « « « « w i i n çando; icãrya dharihã— seguindo Advaita Acãrya; hari-dãsa—Haridãsa Thãkura;
gaura-deha-kãnti sürya jiniyã ujjvala piche—após; nãce—dança; harasita hahã— sentindo-se satisfeito.
aruna-vastra-kãnti tãhe kare jhala-mala
gaura—de tez clara; deha—do corpo; kãnti—o brilho; surya—o sol; jiniyt- TRADUÇÃO—Quando Advaita Acárya começava a dançar, Nityãnanda Prabhu co-
superando; ujjvala—reluzente; aruna—avermelhadas; vastra-kãnti—a beleza das meçava a dançar em seguida a Ele. Haridãsa Thãkura, sentindo-se muito satis-
feito, também punha-se a dançar após Ele.
vestes; tãhe—naquele; kare—faz; jhala-mala—resplandecente.
TRADUÇÃO—Eles viram o corpo muito claro de Sri Caitanya Mahãprabhu e Seu VERSO 114
brilho reluzente, q u e superava o brilho do sol. Além disso, havia a beleza das
vestes açafroadas que resplandeciam sobre Seu corpo. fa afra ca afa i t ^ f i t o r «a l
íFafaR T P Í ? xfaca cata • i* n
VERSO 111
Á'i kahiba re sakhi ãjuka ãnanda ora
« r f t c i ara erras wzà, aí fã aarara i cira-dine mãdhava mandire mora
cmcara a*aci fâa fcm 1 1 ^ 1 II II fa—que; kahiixi—direi; re—o; sakhi—Meus queridos amigos; ãjuka—hoje; ãnanda—
ãise yãya loka harse, nãhi samãdhãna prazer; ora—o limite; cira-dine—após muitos dias; mãdhava—o Senhor Krsna;
mandire— no templo; mora—Meu.
lokera sahghatfe dina haila avasãna
ãise—vêm; yãya—vão; loka—todas as pessoas; harse—com grande prazer; nâhi-
não há; samãdhãna—cálculo; lokera—das pessoas; sahghatte—em multidões; dina-o TRADUÇAO—Advaita Acãrya dizia: " 'Meus queridos amigos, que direi Eu? Hoje
dia; haila—havia; avasãna—o fim. recebi o mais elevado prazer transcendental. Após muitos e muitos dias, o Senhor
Krsna está em Minha casa.' "
TRADUÇÃO—As pessoas iam e v i n h a m com grande prazer. É incontável o nu-
mero de pessoas que se reuniam ali antes do fim do dia. SIGNIFICADO—Esta é uma canção composta por Vidyãpati. Às vezes, faz-se con-
™são, atribuindo a palavra mãdhava a Màdhavendra Puri. Advaita Acárya foi dis-
VERSO 112 fípulo de Màdhavendra Puri, em conseqüência do que certas pessoas crêem que
Se referia a Màdhavendra Puri, usando a palavra mãdhava. Mas, isto não é
T*TÍTS wmi « i r a f a i a f f í a i j^ráade. Esta canção foi composta para comemorar a separação de Krsna e
«rt&ra' ar«>a, « í ^ área a"fa II II j^dhãrãni durante a ausência de Krsna. Supõe-se que Srimati Rãdhãrãoi cantou
canção quando Krsna regressou de Mathurã. Ela é conhecida tecnicamente
sandhyãte acãrya árambhila sankirtana
«""o Mathurã-inraha.'
acãrya nãcena, prabhu karena daréana
sandhyãte—ao anoitecer; acãrya—Advaita Acárya; ãrambhila—cotn»
sankirtana—canto congregacional; acãrya—Advaita Acãrya; nãcena—dança; p " n t t VERSO 115
o Senhor; karena—faz; daréana—visão. «fe *ta *ít«at^ai *ca" ar.aa a$a i
,
ei poda gãoyãiyã harse karena nartana efa bali' acãrya ãnande karena nartana
sveda-kampa-pulakãáru-hunkãra-garjana prahareka-rdtri acãrya kaila sankirtana
ei pada—este verso; gàoyãiyd— fazendo com que cantasse; harse—com prazer- ^li— dizendo isto; acãrya—Advaita Acãrya; ãnande—com prazer; karena—
karena—faz; nartana—dança; sveda—transpiração; kampa—tremor; pulaka—arrepio nartana—dança; prahar-eka—cerca de três horas; rãtri—à noite; acãrya—Sri
de cabelos; aéru—lágrimas de prazer; huhkãra—estrondos; garjana—rugidos. advaita Acãrya; kaila sankirtana—realizou sankirtana, ou o canto congregacional.
TRADUÇÃO—Advaita Acãrya liderava o grupo de sankirtana, e, com grande ADUÇAO— Falando assim, naquela noite, Advaita Acãrya realizou três horas
prazer, recitava este verso. Havia manifestações extáticas de transpiração, tremor de canto congregacional com g r a n d e prazer e dançou o tempo todo.
arrepio de cabelos, lágrimas nos olhos, e, às vezes, estrondos e rugidos.
VERSO 119
VERSO 116
rjtfcn torôb—alfa alfa ? i s - i w i
fafV ftf%' i ^ s i f ? «cora em i fà?ci i r r V i c«n«iror? w « «
uirw ifirai «fçr,i ic»w i s a II II
premera utkanfhã,—prabhura nãhi krsna-sahga
phiri' phiri' kabhu prabhura dharena carana virahe bãdila prema-jvãlára tarahga
carane dhanyã prabhure balena vacana premera utkanthã—o êxtase do amor; prabhura—do Senhor; nãhi—não há; Icrsna-
phiri' phiri'—rodopiando e volteando; kabhu—às vezes; prabhura—áo Senhor; sariga—encontro com o Senhor Krsna; virahe—com saudade; bãdila—aumentaram;
dharena—agarra; carana—os pés de lótus; carane dhanyã—agarrando os pés de lótus; prema-jvãlãra—de chamas de amor; tarahga—ondas.
prabhure—ao Senhor; balena—diz; vacana—palavras.
TRADUÇAO—Vendo Advaita Acãrya dançar daquela maneira, o Senhor Caitanya
TRADUÇÃO—Enquanto dançava, Advaita Acãrya às vezes rodopiava e volteava sentiu amor extático por Krsna, e a s a u d a d e dEle fez as ondas e chamas do amor
aumentarem.
e agarrava os pés de lótus de ári Caitanya Mahãprabhu. Então, Ele começava
a falar-Lhe o seguinte.
VERSO 120
VERSO 117
U t f » ! 1 * 1 i2f£çf%ro *tí>Tl I
«íca?* f«>a fft cite? C K B I ^ Í » . < « T R H I I c i t i t f * c t f h d «rrsrò i « j i i f i s i l n n « n
I C « « »tt«*tfe *aci i t f l N n r i H n jy» II vyãkula hahã prabhu bhümite padilã
anefca dina fumi more bedãile bhãndiyã gosãni dekhiyã acãrya nrtya sambarilã
gharete pãhãchi, ebe rãkhiba bãndhiyã vyãkula hahã— ficando agitado demais; prabhu—o Senhor; bhümite—no chão;
Vadila—caiu; gosãni—o Senhor; dekhiyã—vendo; acãrya—Advaita Acãrya; nrtya—a
aneka dina—muitos dias; fumi—Tu; more—a Mim; bedãile—escapaste; bhãndiyã'
"•"ca; sambarilã—suspendeu.
enganando ou iludindo; gharete—em Minha casa; pãhãchi—tenho; ebe—agora,
rãkhiba—manterei; bãndhiyã— prendendo.
^ Ç À O - P e r t u r b a d o pelo êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu caiu de repente
c
TRADUÇAO—ári Advaita Acãrya dizia: " M u i t o s dias escapaste-Me, enganando- "ão. Vendo isso, Advaita Acãrya parou de dançar.
Me. Agora tenho-Te em Minha casa e manter-Te-ei p r e s o . "
VERSO 121
VERSO 118
*fê a f i ' «ríFrô « t t i p i i*t?i a$a i «fç? ma « J J I srfca « t w i c i i
« M R H H r t U i «mç-tf n # r í a n i> II « r e i ? i ç i i i »rrfi»ii 1 1 ^ 5 1 1 n > 11
234 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-bi^ Versou O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 235
bhala-mate—muito bem; bhãvera—para o amor extático; sadréa—adequados; paoa^ - u e aconteceu comigo; kãnu-prema-vise—o veneno do amor por Krsna; mora—meu;
versos; lãgilã gaite—pôs-se a recitar. J ^ - c o r p o ; m a n a - m e n t e ; ;are-aflige.
0
TRADUÇAO—Ao ver o êxtase de ári Caitanya Mahãprabhu, Mukunda compreen- XRADUÇÃ —Mukunda cantou: " 'Minha querida e íntima amiga! Olha só o que
deu os sentimentos do Senhor e pôs-se a recitar muitos versos, aumentando» aconteceu comigo! Devido aos efeitos do veneno do amor por Krsna, meu corpo
torça do êxtase do Senhor. t minha mente foram severamente afligidos.' "
VERSO 122 SIGNIFICADO—Ao ver q u e Caitanya Mahãprabhu sentia dor extática e manifes-
tava sintomas físicos extáticos, tudo devido ao sentimento de saudade de Krsna,
fcfctfcat *HBÍ ^ 1
Mukunda cantou canções sobre o encontro com Krsna. Advaita Acãrya também
*rw « f ã ' «i*a «w »d m * t i w i w & « parou de dançar.
TRADUÇAO—Advaita Acãrya ergueu o corpo de ári Caitanya Mahãprabhu para rãtri-dine pode mana soyãsti nã pãh
ajudá-lO a dançar. Porém, devido aos sintomas manifestos no corpo do Senhor yãhãh gele kãnu pãh, tãhãn udi' yãh
após Ele ouvir os versos recitados por M u k u n d a , não foi possível segurá-10. nttri-dine— noite e dia; pode—arde; mana—mente; soyãsti—descanso; nã— não;
pari—obtenho; yãhãh—onde; gele—se indo; kãnu pãh—posso conseguir Krsna;
VERSO 123 tãhãn—lá; udi'—voando; yãh—vou.
m&, f " » u "JJÍFI C«W» 'twMa M I
TRADUÇÃO—" ' M e u sentimento é assim: Minha mente arde noite e dia, e não
«fM « A « W I f S S , 1PM II >V© H
consigo descansar. Se houvesse algum local onde eu pudesse encontrar-me com
aéru, kampa, pulaka, sveda, gadgada vacana Kwna, eu voaria para lá imediatamente!' "
ksane uthe, ksane pade, ksaneka rodaria
VERSO 126
aéru—lágrimas; tampo—tremor; pulaka—arrepio dos cabelos em êxtase; sveda-
transpiração; gadgada—balbuciando; vacana—palavras; ksane—às vezes; *flfc 1*T f t f «JJH» a»/a 'gir.a
i
levanta-Se; ksane—às vezes; pade—cai; ksaneka—às vezes; rodana—chorando. « f ã a l ofça fs^g «rcrca fànca n II
TRADUÇÃO—Lágrimas caíam de Seus olhos e todo o Seu corpo tremia. Seu ca-
belo arrepiava-se, Ele transpirava m u i t o e Suas palavras eram balbuciadas- ei pada gãya mukunda madhura susvare
vezes, levantava-Se e, outras vezes, caía. Outras vezes ainda, chorava. fl- ^ éuniyã prabhura citta antare vidare
S t e v e r s o ;
vo " ? * gtya—canta; mukunda—Mukunda; madhura—doce; su-svare—
VERSO 124 tidarr ? un, ã
y ~ouvindo; prabhura—do Senhor; cifra—mente; antare—dentro;
^«-despedaçada.
ai ai artifàrwfà, t> ai caa carca i
fijMiaràn cita «*-aa wca i » • i* i Caita ^^7 N
M U K U N D A
cantou este verso com voz muito doce, mas, assim que
Mahãprabhu o ouviu, Sua mente despedaçou-se.
236 Sri Caitanya-caritãmrta MadJiya-tui, Verso 1 3 2 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 237
Transpiração, lágrimas e u m a explosão de paixão e loucura também ocorrem. A arrebatado; bujhana—compreender; nã yãya—impossível; bhãva-tarahga—as ondas
boca incha-se e experimenta-se inércia e ilusão. Quando alguém alcança seu objeto de êxtase; prabala-poderosas.
desejado e sente-se muito afortunado, o brilho de seu corpo aumenta. Devido
a suas próprias qualidades e sentimentos de grandeza, ele não se importa com TRADUÇÃO—Ao levantar-Se, o Senhor disse: "Continua falando! Continua fa-
ninguém mais, e isto chama-se garoa, ou orgulho. Nesta condição, ele recita ora- lando!" Assim, começou a dançar, arrebatado de prazer. Ninguém podia enten-
ções e não responde às perguntas dos outros. Olhar para o próprio corpo, escon- der as fortes ondas deste êxtase.
der os desejos e n ã o prestar atenção às palavras alheias são sintomas visíveis do
êxtase de garoa. VERSO 131
VERSO 128 (*(^>JH»¥ 1CW 3CH 3J«C1S «íf?<ÍPl I
» ? - « ? COT «fç « l e u ««rc? 1
£ jfc mttti, i f w f i ^çn *ftcç « , •rife*! 11 y»> 11
« W S 1P5ST, i t l 111*?* «t?IC? II J í > II
jara-jara haila prabhu bhãvera vrahare nityãnanda sahge bule prabhuke dharihã
bhümite padila, évãsa nãhika éaríre acãrya, haridãsa bule pãche ta, nãcihã
jara-jara—cambalear; haila—houve; prabhu—o Senhor; bhãvera—dos sentimen- nityãnanda—Nityãnanda Prabhu; sarige—com; bule—caminha; prabhuke—o
0r;
tos extáticos; prahãre—nas investidas; bhümite— ao solo; padila—caiu; évSst- j?*7 dhannd—segurando; acãrya—Advaita Acãrya; hari-dãsa—Thãkura
"andãsa; bule—caminham; pãche— atrás; ta—com certeza; nãcihã— dançando.
respiração; nãhika—não havia; éaríre— no corpo.
0 - -
T R A D U Ç Ã O — T o d o o corpo do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu começou a cam- C a t t a n ^ ^ Senhor Nityãnanda começou a caminhar ao lado do Senhor
3 a n à r a D a r a
balear devido às investidas de diversos sintomas extáticos. Como resultado dis»< Thãk"^ k * P h u P impedir que Ele caísse, e Advaita Acãrya e Haridãsa
Ele imediatamente caiu ao solo e Sua respiração quase parou. ' seguiram-nOs, d a n ç a n d o .
TRADUÇÃO—O Senhor jejuara três dias, e, após tal período, alimentou-Se sur,
tuosamente. Assim, ao dançar e pular alto, Ele ficou um tanto cansado. TRADUÇÃO—Por dez dias contínuos, Advaita Acãrya promoveu banquetes e canto
à noite. Ele serviu ao Senhor dessa maneira, sem n e n h u m a mudança.
VERSO 134
VERSO 135 d e
voto s
: Ã >
f ~ D e m a n n a
' Candrasekhara trazia Sacimãtà d e sua casa com muitos
a z e n d
' ° - a sentar-se n u m p a l a n q u i m .
^ i & r ^ i w f * «ca arfOT à^téa i
•Tal ciai asfà' <sfçca> « a f O T l a a II y©* ti
240 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 143 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 241
Madhya-mj
TRADUÇÃO—Dessa maneira, todo o povo da cidade de Nadia — incluindo mu- TRADUÇÃO—Ao verem-se mutuamente, ambos ficaram arrebatados. Ao ver a ca-
lheres, meninos e velhos — vinha ter ali. Assim, a multidão aumentava. beça raspada do Senhor, mãe Saci ficou muito comovida.
«fftTfsl 91*1 «TOT1 «ibs-"»^ II i-s>s> n Orfàre *T| ftfi,—«fap -ejfàsr flíW II i 8 \ II
prãtah-krtya kari' kare nâma-sahkTrtana ahga muche, mukha cumbe, kare niriksana
éacimãtã lahã ãilã advaita-bhavana dekhite nã pãya, —asVu bharila nayana
prãtah-krtya—os deveres matinais; kari'—concluindo; tare—faz; nãma-sahkirtam- ahga—o corpo; muche—unge; mukha—rosto; cumbe—beijos; kare—íaz; niriksana—
cantando o mantra Hare Krsna; éaci-mãtã— mãe Saci; lahã— com; mia—vinha; advaita- observando; dekhite—de ver; na pãya—incapaz; as'r«—lágrimas; bharila—cheios;
bhãvana—à casa de Advaita Acãrya. nayana—os olhos.
TRADUÇÃO—De manhã, depois de concluídos os deveres regulares e após o TRADUÇÃO—Ela começou a ungir o corpo do Senhor com beijos. Às vezes, bei-
Senhor ter cantado o mahã-mantra Hare Krsna, o povo acompanhou Sacirnãü java Seu rosto e tentava observá-lO atentamente, mas, como tinha os olhos cheios
até a casa de Advaita Acãrya. de lágrimas, nada podia ver.
TRADUÇÃO—Assim que mãe Saci apareceu em cena, Caitanya Mahãprabhu ^ ^nunr .°~?P °» o m r e e n d e n
Senhor Caitanya aceitara a ordem de vida d o ue 0
a S a c i n ,
perante ela como uma vara. Mãe Saci começou a chorar, pondo o Senhor ^e] '
c ã t ã , chorando, disse a o Senhor: " M e u amado Nimãi, não sejas
seu colo. °mo Viávarüpa, Teu irmão mais v e l h o . "
242 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-U]^ 3 Verso 149 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 243
T R A D U Ç Ã O — M ã e Saci prosseguiu: " D e p o i s de aceitar a ordem renunciada TRADUÇÃO—"Consciente ou inconscientemente, Eu aceitei esta ordem renun-
Visvarüpa nunca mais me visitou. Se fizeres como Ele, com certeza isso será ciada. Não obstante, jamais serei indiferente para contigo."
a morte para m i m . "
VERSO 148
VERSO 145
<Çfà attl * a , «rifa «tttfc afàa i
*tf»aai a c * r a « a , cata •mk i <çfã cal «nwi ^ a , a\ <s' ^ f ã a o >sv- n
errata «tara urt, cara fog « r a i >8«
tumi yãhãh kaha, ãmi tãhãhi rahiba
kãndiyã balena prabhu—surta, mora a*i tumi yei ãjhã kara, sei ta' kariba
tomara éarira ei, mora kichu nãi tumi—tu; yãhãh—onde quer que; kaha—peças; ãmi—Eu; tãhãhi—lá; rahiba—ficarei;
kãndiyã—chorando; balena—diz; prabhu—o Senhor; éuna—ouve; mora—Minha; hrmi—tu; yei—qualquer; ãjhã—ordem; kara—deres; sei—esta; ta'—com certeza;
ãi—mãe; tomara—teu; sanra—corpo; ei—este; mora—Meu; kichu—nada; nãi—nãoé. kariba—cumprirei.
TRADUÇÃO—O Senhor replicou: " M i n h a querida mãe, ouve, por favor. Este TRADUÇÃO—"Minha querida m ã e , ficarei o n d e q u e r q u e Me peças para ficar,
corpo te pertence. Eu n ã o p o s s u o n a d a . " e cumprirei tudo o que Me o r d e n a r e s . "
T R A D U Ç Ã O — " T u criaste este corpo, e ele originou-se d e ti. Não posso retri v j ^ ^ ^ D i z e n d o isto, o Senhor prestou reverências à Sua mãe repetidas
e m a e
esta dívida nem em milhões de n a s c i m e n t o s . " ' Saci, satisfeita, O pôs repetidas vezes no colo.
244 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-1 156 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 245
encontrar-Se com; prabhu—o Senhor; ha-ilã— ficou; satvara—imediatamente. T*TC* fTTTTI * f ç frpjcfc *TtT' li ><hr II
TRADUÇÃO—Então, Advaita Acãrya levou mãe Saci para dentro de casa. Ime- érivãsa, rãmãi, vidyãnidhi, gadãdhara
diatamente, o Senhor estava preparado para encontrar-Se com todos os devotos gahgãdãsa, vakreévara, murãri, éuklãmbara
TRADUÇAO—Todos dançavam e cantavam os santos nomes de Hari. Dessa .pUÇÃO—Os suprimentos de Advaita Acãrya eram inexauríveis e indestrutí-
neira, o lar de Advaita Acãrya converteu-se em á r i Vaikuotha Puri. ^ A medida que Ele usava bens e mercadorias, aparecia exatamente a mesma
porção de novo.
VERSO 157
VERSO 160
»Tt*TMrr«i twus, «rnt n a f l t iwcs n M I n cxk f ã a twus i f i ^ c a n a * a i
yata loka dila mahãprabhuke dekhite W 5 t * l »l<fl*t SfÇ^TOW II VS» II
nãnã-grãma haite, ãra navadvipa haite
yata loka—todas as pessoas; ãila—chegavam; mahã-prabhuke—Sri Caitanva sei dina haite saci karena randhana
Mahãprabhu; dekhite—para ver; nãnã-grãma haite—de diversas aldeias; ãra—e; nar*. bhakta-gana lahã prabhu karena bhojana
sei dina haite—a partir daquela data; saci—mãe Saci; karena—faz; randhana—
dvipa haite—àe Navadvipa.
cozinha; bhakta-gana—todos os devotos; lahã— acompanhados por; prabhu—o
Senhor Caitanya Mahãprabhu; karena—faz; bhomna—jantando.
T R A D U Ç Ã O — C h e g a v a m pessoas de diversas outras aldeias da redondeza, bea
como de Navadvipa, para verem á r i Caitanya M a h ã p r a b h u .
VERSO 158 TRADUÇÃO—A partir d o dia e m q u e áacimãta chegou à casa d e Advaita Acãrya,
ela encarregou-se da cozinha, e ári Caitanya Mahãprabhu jantava em companhia
de todos os devotos.
T R A D U Ç Ã O — A o realizar kirtana, o Senhor manifestava toda classe de sinto, bãlya-kala haite tomara ye kailun sevana
mas transcendentais. Parecia aturdido e tremia, Seu cabelo arrepiava-se e Sm tara ei phala more deha nãrãyana
voz ficava balbuciante. Havia lágrimas e devastação. bílya-kãla haite—desde minha infância; tomara—Vosso; ye—algum; kailun—que
eu tenha feito; sevana—serviço; Mm—disto; ei phaia— este resultado; more—a mim;
SIGNIFICADO—O Bhakti-rasãmrta-sindhu descreve a devastação como uma combi- ieha—por favor, concedei; nãrãyana—6 Senhor Supremo.
nação de felicidade e aflição, e esta combinação se faz notar pela ausência de
qualquer percepção destes dois sentimentos. Nesta condição, o devoto cai ao solo TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, por favor, concedei esta bênção como re-
e decorrem sintomas subseqüentes no corpo. Ao sobressaírem no corpo tais sinto- sultado de algum serviço que eu Vos tenha prestado desde minha infância."
mas, os quais foram mencionados acima, manifesta-se um estado chamado pralayn
(devastação).
VERSO 166
VERSO 163
ca a>tc»i fàatfap *rc<9 « ^ 1 - $ * ^ 1
ws\ *tc<? « f ç «nçc? it4>l i aiai ca» »tra «rtci f»»tfa»-»r?rca 15** 1
caía' "ffrarsi a>ca cata» ^fàai 11 i*© 11
ye kãle nimãhi pade dharani-upare
ksane ksane pade prabhu ãchãda khãhã vyathã yena nãhi lãge nimãhi-éarire
dekhi' éacimãtã kahe rodana kariyã ye kãle— sempre que; nimãhi—meu filho Nimãi; pade—cair; dharani-upare—sobre
ksane ksane— mui freqüentemente; pade—cai; prabhu—o Senhor; ãchãda khânl- a superfície da terra; vyathã—dor; yena—como se; nãhi—não; úf^e—tocasse; nimãhi-
tombando; dekhi'—vendo; éaci-mãtã— mãe Saci; kahe—diz; rodana kariyã—chorando éarire—o corpo de meu filho Nimãi.
Cakravarti, costumava adorar o Senhor Visou antes mesmo de casar-se. Corno tual. Em outras palavras, um sannyãsl não tem problemas quanto a aloja-
se afirma no Bhagavad-gitã (6.41): e alimentação, mesmo ao viajar prolongadamente. Embora Advaita
a
ao VERSO 171
c o e á &
T R A D U Ç Ã O — U m a vez que Advaita Ãcàrya estava dando doações e *\ afae. «rfçtíjíjcç fsWfèpa W í t » I
1
Senhor Caitanya Mahãprabhu, os outros devotos, liderados por Srivãsa Th**" sfjffl t w i fãs, garanta atctfi m II 515 II
também desejaram dar-Lhe doações e convidá-lO para almoçar.
252 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-i Ui
— O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 253
Verso y"
TRADUÇAO—Mãe Saci implorou a todos os devotos que lhe dessem a segui ADUÇÀO— ári Caitanya Mahãprabhu informou a todos eles: " S e m vossa
caridade: enquanto ári Caitanya Mahãprabhu permanecesse na casa de AdvaiJ ordem, tentei ir para Vrndãvana. Porém, houve algum obstáculo e tive que re-
Acãrya, apenas ela Lhe forneceria comida. gressar."
a»fã' «s»ít«i «pr.* ^ f à ' »JWRI i i®f*t Jiaai <eiifã «pfàstfe " t u t u I
a r e i * ci |s*i c r ò i i r a aara n « Wtft C^WI-ial «fta $Wt» B D
áuni' bhakta-gana kahe kari' namaskãra yadyapi sahasã ãmi kariyãchi sannyãsa
mãtãra ye icchã sei sammata sabãra tathãpi tomã-sabã haite nahiba udãsa
éuni'—ao ouvir isto; bhakta-gana—todos os devotos; kahe—dizem; kari'- yadyapi—embora; sahasã— de repente; ãmi—Eu; kariyãchi sannyãsa—aceitasse
prestando; namaskãra—reverências; mãtãra—de mãe Sacidevi; ye icchã—qualquer sannyãsa; tathãpi—de qualquer modo; tomã-sabã— todos vós; haite—de; nahiba—
que seja o desejo; sei—isto; sammata—satisfatório; saberá—para todos os devota. jamais serei; udãsa— indiferente.
TRADUÇÃO—Ao ouvirem este apelo d e mãe Saci, todos os devotos prestaram- TRADUÇÃO—"Meus queridos amigos, apesar de Eu ter aceitado esta ordem re-
lhe reverências e disseram: " T o d o s concordamos com tudo o que mãe Saci de- nunciada de repente, de qualquer modo, sei que jamais serei indiferente a v ó s . "
sejar."
VERSO 176
VERSO 173
C^ral-a* sri (fffa, att«. «Ufa #ta' i
arreta ajarei cwfV •aça ?i<u na i arerca «ta* «rtf» çífàts «tfaa 11at* 11
•e«»ft«i <Í^3Í f fâ' afppnl atra li II
tomã-saba nã chãdibã, yãvat ãmi jtba'
mãtãra vyagratã dekhi' prabhura vyagra mana mãtãre tãvat ãmi chãdite nãriba
bhakta-gana ekatra kari' balilã vacana tomã-saba—todos vós; nã— não; chãdibã—abandonarei; yãvat—enquanto; <fmi—
mãtãra—da mãe; vyagratã— ansiedade; dekhi'—ao ver; prabhura—de Sri Caitanya Eu; jtba—viver ou permanecer manifesto; mãtãre— mãe; ftfiMf—neste ínterim; ími—
Mahãprabhu; vyagra—perturbada; mana—mente; bhakta-gana—todos os devotos •B; cfcdrfife—de abandonar; nãriba—serei incapaz.
ekatra kari'—reunindo; balilã— disse; uaca na—palavras.
I^ADUÇÃO— " M e u s queridos amigos, e n q u a n t o Eu permanecer manifesto,
TRADUÇÃO—Ao ver a grande ansiedade de Sua mãe, Sri Caitanya jamais vos abandonarei. Tampouco serei capaz de abandonar Minha m ã e . "
bhl
Mahip» |
ficou um pouco perturbado. Portanto, reuniu todos os devotos presente*
VERSO 177
falou-lhes.
VERSO 174 airjtara aí a ç a - a a r í a ^f%-íp| i
cstai-aata «trwi fa»i s f i m i s^ata» i f*W a n r a r c » a t a a>$* 9I<ÍPI II m II
atlrre »tfã»r, fca te* f à a ^ » 11 >i8 11
254 Sri Caitanya-caritàmrU Madhya-lyj 1 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 255
Verso 18
caa c a » d f t i f í f «i *fr,a r H . B |
S ffíwi afã a t i a t a . <sr.a cata ga i
cat a% a* , a t e s aca «rf n iib- II tffa rum a a afw, c a a cata s : a i >tri i
te/w yena ei bali' nã kare nindana ferino yadi ihãh rahe, tabe mora sukha
sei yukti kaha, yãte rahe dui dharma tãh'ra nindã haya yadi, seha mora duhkha
keha—qualquer pessoa; yena—de modo que; ei—isto; bali'—dizendo; nãkare- tenho— Senhor Caitanya; yadi—caso; ihãh—aqui; rahe—fique; fabe—então; mora—
não faça; nindana—blasfêmia; sei—esta; yukti—consideração; kaha—dizei-Me; ydte- minha; sukha—felicidade; táh'ra nindã— blasfêmia contra Ele; haya—houver; yadi—
mediante o que; rahe—permaneçam; dui—dois; dharma—deveres. se; seha—esta também; mora—minha; duhkha—infelicidade.
T R A D U Ç Ã O — " F a z e i algum arranjo de modo que Eu não vos deixe e, ao mesmo TRADUÇÃO— Sacimãtã disse: " C a s o Nimãi, Sri Caitanya Mahãprabhu, fique
tempo, o povo não Me censure por permanecer com parentes após ter tomado aqui, isto será para mim uma grande felicidade. Mas, ao mesmo tempo, se al-
sannyãsa." guém O censurar, esta será minha grande infelicidade."
VERSO 179 SIGNIFICADO— É grande a felicidade da m ã e cujo filho permanece com ela, em
vez de sair de casa à procura de Krçna. Ao mesmo tempo, se o filho não sair
a»faai « ç a A ««rã a ç * i à procura de Krsna, mas simplesmente permanecer em casa, é certo que pessoas
•liVrpt w f F r t r t w asfã»t n a » II Í I S II
santas experientes censurá-lo-ão. Tais censuras com certeza trarão grande infeli-
cidade para a mãe. Se uma verdadeira mãe quiser que seu filho avance espiri-
éuniyã prabhura ei madhura vacana tualmente, é melhor que ela o permita sair à procura de Krsna. A mãe
éaci-pãéa ãcãryãdi karilã gamana naturalmente deseja o bem-estar do filho. Se a mãe não permite que seu filho
éuniyã—ouvindo isso; prabhura—do Senhor; ei—esta; madhura—doce; vacttr ""sque Krsna, ela é chamada mã, um termo que significa mãyá. Permitindo que
declaração; éaci-pãéa—perante mãe Saci; ãcãrya-ãdi—Advaita Acãrya e outros de- seu filho vá como sannyãsi à procura de Krsna, Sacimãtã instrui a todas as mães
mur
votos; karilã—fizeram; gamana—indo. j° < d o . Ela indica que todos os filhos devem tornar-se verdadeiros devotos
Krsna, não devendo ficar em casa aos cuidados de uma mãe afetuosa. O Srimad-
T R A D U Ç Ã O — A p ó s ouvirem a declaração do Senhor Caitanya Mahãprabhu, 'o^" 5 Wgavatam apoia isto (5.5.18):
os devotos, encabeçados por Advaita Acãrya, aproximaram-se de mãe W
gurur na sa syãt sva-jano na sa syãt
pitã na sa syãj jananl na sã syãt
daivarh na tat syãn na patié ca sa syãn
VERSO 180
na mocayed yah samupeta-mrtyum
«íça faca»» s*tca ffçsí i adora^f" ^ 1 t V e t o r n a r s e
" mestre espiritual — nem parente, pai, mãe, Deidade
a » f » ' «rft w s m t s i a f ã s s ntfrfi II >v <• n °u esposo — caso não possa ajudar seu dependente a escapar do
256 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-Hia\ 3 O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 257
Verso 185
iminente caminho da m o r t e . " Todos os seres vivos estão vagando dentro do uni VERSO 183
verso, sujeitos à lei do karma e transmigrando de um corpo a outro e de um i p a â V r f a t i a a f r c f ca» sfè aa i
neta a outro. Portanto, todo o processo védico destina-se a salvar as entidades
vivas errantes das garras de mãyã — nascimento, morte, doença e velhice. I t s 0
c * r c - ^ - n f ò - a t á l t t a fsraafli ii ^ n
significa parar o ciclo de nascimentos e mortes. Só pode suspender este ciclo q U e r n
nilãcale navadvlpe yena dui ghara
adora a Krspa. Como o Senhor diz no Bhagavad-gitã (4.9): loka-gatãgati-vàrtã pãba nirantara
nü&cale—em Jagannãtha Puri; nava-dvlpe—bem como em Navadvipa; yena—como
janma karma ca me divyam dois; ghara—aposentos; loka—pessoas; gatãgati—vêm e vão; vãrtã— notícias;
evam yo vetti tattvatah ^-obterei; nirantam-sempre.
tyaktvã deham punar janma
naiti mãm eti so 'rjuna TRADUÇÃO—"Já que Jagannãtha Puri e Navadvipa estão intimamente ligadas
_ como se fossem dois aposentos na mesma casa —, as pessoas de Navadvipa
" Q u e m conhece a natureza transcendental de Meu aparecimento e atividades geralmente visitam Jagannãtha Puri e as de Jagannãtha Puri visitam Navadvipa.
não nasce outra vez neste m u n d o material após deixar o corpo, alcançando, isto Este ir e vir ajudará a espalhar notícias do Senhor Caitanya. Dessa maneira, serei
sim, Minha morada eterna, ó Arjuna." capaz de receber notícias d E l e . "
Para suspender o ciclo de nascimentos e mortes, é preciso compreender Krçna
como Ele é. Pelo simples fato de conhecer Krsna, pode-se suspender o processo VERSO 184
de renascimento neste m u n d o material. Agindo em consciência de Krsna, pode- <jfà aa asfàre »rta l a a t ^ a » i
mos voltar ao Supremo. A perfeição máxima da vida é que um pai, mãe, mestre
espiritual, esposo ou qualquer membro familiar ajude os demais a voltar ao lar, t a r f W w a*ç çca tfta « r w a a 11 n
voltar ao Supremo. Esta é a melhor atividade beneficente que se pode realizar tumi saba karite para gamanãgamana
em prol dos parentes. Portanto, Sacimátã, embora fosse mãe de Nimãi Pandita, gahga-snãne kabhu habe tãnra ãgamana
Sri Caitanya Mahãprabhu, considerou todos os fatos e decidiu permitir que seu tumi—vós; saba—todos; karite—de fazer; para—sois capazes; gamana-ãgamana—
filho saísse à procura de Krsna. Ao mesmo tempo, fez alguns arranjos a fim de indo e vindo; gahgã-snãne—para banhar-Se no Ganges; kabhu—às vezes; habe—
que pudesse ficar informada de todas as atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu. será possível; tãnra—Sua; ãgamana—vinda aqui.
sum" bhakta-gana tãnre karilã stavana ei bhiksã mãgoh,—more deha tumi saba
veda-ãjhã yaiche, mãtã, tomara vacana tumi-saba vós; mora—Meus; loka—todos
parama bãndhava—amigos íntimos; ei
éuni'—ouvindo isto; bhakta-gana—todos os devotos; tãhre— a ela; karilã—fizerao, bhiksi mãgoh—peço u m obséquio; more—a Mim; deha—por favor, concedei; tumi—
sfawjna—orando; veda-ãjhã— um preceito d o s Vedas; yaiche—como; rnato—rninhj vós; sate-todos.
querida mãe; tomara vacana—tua palavra.
TRADUÇÃO—"Meus queridos amigos, todos vós sois Meus amigos íntimos. Ago-
t r a d u ç ã o — A p ó s ouvirem Sacimãtã, todos os devotos ofereceram-lhe orações ra vou pedir-vos um obséquio. Por favor, concedei-Mo."
garantindo-lhe que sua ordem, como um preceito védico, não poderia ser violada
VERSO 190
VERSO 187 at? aM»i as? aal asajasà^í» i
«asata, fa*anrt, » a i «iMiaa n » • n
ghare yãhã kara sadã krsna-sahkírtana
^fsnri a í ç ? ar.» « r t s w a a * i i > n i krsna-nãma, krsna-kathã, krsna ãrãdhana
VERSO 188 SIGNIFICADO—O culto de Sri Caitanya Mahãprabhu, o movimento Hare Krsna,
* explicado muito bem e de forma autorizada pelo próprio Senhor Caitanya
Mahãprabhu. Não é que todos tenham que tomar sannyãsa como Sri Caitanya
a a t M - a t ^ «rffw T O « V I M 1 • ahaprabhu. Eles podem praticar o culto da consciência de Krsna em casa, con-
aarca a u r a * f à ' ?f»i»Tl ? ç » 11 11 e a ordem do Senhor. Todos podem cantar congregacionalmente o santo
6 5 n a
d 'fil ^ ^ ' 0 mãhã-mantra Hare Krsna. Podem, também, discutir o assunto
nawidtrtpa-wísf <fdi yata bhakta-gana
° °nagavad-gitã e do èrímad-Bhãgavatam e instalar Deidades de Rãdhã-Krsna ou
c
estritos princípios regulativos do templo — especialmente chefes de famíha saba" wdífya dii/a" prabhu ca/ife fcai/a mana
haridãsa kãndi' kahe karuna vacana
vivem com esposa e filhos — podem inaugurar um centro em casa, instal ,d ar
a Deidade, adorando o Senhor de manhã e à noite, cantando Hare Krsria ri° HMÍ vidãya diyã— pedindo a todos que voltassem para casa; prabhu—o Senhor;
e
cutindo o Bhagavad-gitã e o Srimad-Bhãgavatam. Qualquer pessoa pode fazer j , ^ fl-ir; kaila—decidiu; mana—a mente; hari-dãsa kãndi'—Haridãsa Thãkura co-
em casa sem dificuldade, e Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a todos os devotos meçou a chorar; kahe—diz; karuna—comovedoras; vacana—palavras.
ali presentes que assim o fizessem.
TRADUÇÃO—Após pedir a todos os devotos que voltassem para casa, o Senhor
VERSO 191 decidiu ir para Jagannãtha Puri. Nessa altura, Haridãsa Thãkura começou a chorar
31
e a fal algumas palavras comovedoras.
«rfosi c»a ftntsw ^raca t s s 1
VERSO 194
jtot uc»n «rtf5r cstara fôa « N i h «
ãWfrcsi jjrca ijfii, csjt? g?1%iiti i
õ)'na deha nilãcale kariye gamana
madhye madhye ãsi' tomãya diba daraéana afarac*! afère cara atrais «t^fe n Í S S n
ãjiiã deha—daipermissão; nilãcale—a Jagannãtha Puri; kariye— faço; gamana-indo;
nilãcale yãbe tumi, mora kon gati
madhye madhye—às vezes; «si '—vindo aqui; tomãya—a todos vós; diba—darei;
nilãcale yãite mora nãhika éakati
da raéana—audiência.
nilãcale yãbe tumi—irás para Jagannãtha Puri; mora—meu; kon—qual; gati—
destino; nilãcale—a Jagannãtha Puri; yãite—de ir; mora—minha; nãhika—não há;
éakati—força.
TRADUÇÃO—Após dar esta instrução aos devotos, o Senhor pediu-lhes perrnissào
para ir a Jagannãtha Puri. Garantiu-lhes que viria ali de tempos em tempos e
encontrar-Se-ia com eles repetidas vezes. TRADUÇÃO—Haridãsa T h ã k u r a disse: "Está b e m que estejas indo para
Jagannãtha Puri. Mas, qual será o meu destino? Não sou qualificado para ir a
Jagannãtha P u r i . "
VERSO 192
SIGNIFICADO—Apesar de ter nascido em família muçulmana, Srila Haridãsa
<jp afir ilWCü *?a«. itfàwil i Thãkura era aceito como u m brãhmana devidamente iniciado. Sendo assim, tinha
todo o direito de entrar no templo de Jagannãtha Puri, mas, como certas regras
fàwra itTm aait» afàíPl ii Í S Í . II e regulações estipulavam que apenas brãhmanas, ksatriyas, vaiéyas e suaVas
(membros do sistema varnãérama-dharma) podiam entrar n o templo, Haridãsa
efa bali' sabãkãre isat hãsinã
Ihakura, por sua grande humildade, não queria violar as regras existentes. Portan-
vidãya karilã prabhu sammãna karinã
to, disse que não tinha qualificação para entrar no templo e frisou que, se o Senhor
eta isto; sabãkãre—a todos os
bali'—dizendo devotos; isat hãsinã—sorrindo »fl Caitanya Mahâprabh u vivesse dentro do templo, n ã o lhe seria possível vê-lO
gamente; vidãya /cari/a-despediu-Se deles; prabhu-o Senhor; sammãna kann -
orrna alguma. Mais tarde, quando foi para Jagannãtha Puri, Haridãsa Thãkura
mostrando todo o respeito. v
'veu fora do templo, à beira-mar. Há pouco tempo, naquele local, foi erigido
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, prestando Seus devidos respeitos a todos os monastério, conhecido como Siddha-bakula Matha. O povo vai lá visitar o
tos e sorrindo meigamente, Sri Caitanya Mahãprabhu despediu-Se deles- « o d e Haridãsa Thãkura.
aal forra fàsl « f f sfèiFs ca**i i afcp nas catara ai tra <fa*t» i
a f à a t » ^ t f a » ' a c ç TO"I 35» II iS>* II c^are urâa * ü f * r è # t a » 11 >s><? II
262 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 263
Verso 201
muni adhama tomara nã pãba daraéana tabe ta' acãrya kahe vinaya karinã
kemate dhariba ei pãpistha jivana dina dui-cãri raha krpã ta' karinã
muni—eu; adhama—o mais baixo dos homens; tomara—Tua; nã—não; pgfa j - _ d e p o i s disso; to'—decerto; acãrya kahe— Advaita Acãrya diz; vinaya karinã—
(
obterei; daraéana—visão; kemate—como; dhariba—manterei; ei—esta; pãpisf},^ t a n d o todo o respeito; diria dui-cãri—dois ou quatro dias mais; raha—por favor,
pecaminosa; jlvana—vida. ^ r n a n e c e ; Arpa—misericórdia; to'—decerto; karinã— mostrando.
T R A D U Ç Ã O — " P o r ser o mais baixo entre os homens, não serei capaz de ver-T t nuÇÀO— Depois disso, Advaita Acãrya respeitosamente solicitou ao Senhor
Como manterei minha vida pecaminosa?" Caitanya Mahãprabhu que Lhe mostrasse Sua misericórdia, permanecendo em
Soa casa dois ou quatro dias mais.
VERSO 196
VERSO 199
- a ç TO ajíà caa> aaa«i i
cstata escarra cata artf»i n aa i i «tretcaa atan *^»1 aca l
afàil «cas-ífca, «1 c a a t a » n i a » II
prabhu kahe,—kara tumi dainya samvarana
tomara dainyete mora vyãkula haya mana ãcãryera vãkya prabhu nã kare lahghana
prabhu kahe—o Senhor replicou; kara—faze; tumi—tu; dainya— humildade; rahilã advaita-grhe, nã kaila gamana
samvarana—contendo; tomara—tua; dainyete—por humildade; mora—Minha; ãcãryera vãkya—as palavras de Sri Advaita Acãrya; prabhu—o Senhor; nã kare
vyãkula—perturbada; haya—fica; mana—a mente. lahghana—não nega; rahilã— permaneceu; advaita-grhe—na casa de Advaita Acãrya;
nã kaila gamana—não foi imediatamente.
TRADUÇÃO—O Senhor replicou a Haridãsa Thãkura: "Por favor, contém tua hu-
mildade. Minha mente se perturba só de ver tua h u m i l d a d e . " TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u nunca contrariava os pedidos de
Advaita Acãrya; portanto, permaneceu em Sua casa, não partindo imediatamente
para Jagannãtha Puri.
VERSO 197 VERSO 200
estai »rtfà' »itatca * f a a fará»» i
w r p à s c a i «irerê, «tft, « a f , i a i
c<m*ri-«r4»i ata «rtfà Sl*ta«carea i >si i
« í f ò f à » a t a «treía" aal-acaiewa II n
tomã lãgi' jagannãthe kariba nivedana ãnandita haila acãrya, éaci, bhakta, saba
tomã-lahã yãba ãmi érí-purusottama prati-dina kare acãrya mahã-mahotsava
tomã lãgi'—em teu nome; jagannãthe—ao Senhor Jagannãtha; kariba-í^ ãnandita haila—ficaram satisfeitos; acãrya—Advaita Acãrya; sacf—mãe Sacidevi;
nivedana—pedido; tomã-lahã—\ev ando-te; yãba—irei; ãmi—Eu; érí-purusowrnar-Ç** j"*™~os devotos; saba—todos; prati-dina—cada dia; kare—faz; acãrya—Advaita
Ac4r
dine—durante o dia; krsru-kathl-msa—conversas sobre Krsna; bhakta-gana-sano c* gregacional por pelo menos três horas à noite. Em todos os centros do
5 3 ,
con
C â n t
com os devotos; rãtre—à noite; mahã-maha-utsava—um grande festival; sarifcrJ, ~~ ° ento para a consciência de Krsna, deve-se adotar este procedimento. Assim,
t n o V
VERSO 205
ITOI w i «m« w n r f i r c » n » lífore «èvs-^ca w t « i fãci i
ãcãryera éraddhã-bhakti-grha-sampada-dhane afàwrt areafà» sçf-^ççc*i II K°o II
sakala saphala haila prabhura ãrãdhane ei-mata advaita-grhe bhakta-gana mile
ãcãryera—de Advaita Acãrya; éraddhã—té; bhakti—devoção; grha—lar; sampaat- vahcilã kataka-dina mahã-kutühale
opulência; dhane—a riqueza; sakala—tudo; saphala—exitoso; haila—tomou-se a-mate—dessa maneira; advaita-grhe—na casa de Advaita Acãrya; bhakta-gana—
prabhura—ao Senhor Caitanya Mahãprabhu; ãrãdhane—na adoração. °dos os devotos; mile—reunem-se; vahcilã— passaram; kataka-dina—alguns dias;
"ubá-kutühale—em clima imensamente festivo.
T R A D U Ç A O — D e s s a maneira, todas as opulências de Advaita Acãrya — Sua ft>
devoção, lar, riquezas e tudo o mais — foram exitosamente utilizadas na ad l ^ t t o - D e s s a maneira, todos os devotos encontraram-se na casa de Advaita
ção ao Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u . ^ y a e passaram alguns dias juntos, em clima imensamente festivo.
SIGNIFICADO—Por ter acolhido o Senhor Caitanya Mahãprabhu e Seus devo»* VERSO 206
e ter realizado um festival diário em Seu lar, Advaita Acãrya estabeleceu «ira fã» «^«fre »H v&nw i
pio ideal para todos os devotos casados. Se alguém tem os devidos recursos
riqueza, deve, de quando em quando, convidar os devotos do Senhor Cai' f»Sr-f»W-<t« jrr.3 5 ^ itjrç» n II
Sri Caitanya-caritãmrta O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 267
266 Madhya-ul, (
Verso 212
ira dina prabhu kahe saba bhakta-gane u«*. stfàwa «ttsrt fwn «j^aca i
nija-nija-grhe sabe karaha gamane watt «caiu ana' af"t»t saca n i
ãra dina—no dia seguinte; prabhu—o Senhor; kahe—diz; suba—todos; bhaktg
gane—aos devotos; nija-nija-grhe—a vossos respectivos lares; sabe—todos; karaha- nityãnanda-gosãhi, pandita jagadananda
fazei; gamane—retomo. dãmodara pandita, ãra datta mukunda
TRADUÇÃO—No dia seguinte, o Senhor Caitanya Mahãprabhu pediu a todos 05 ei cãri-jana acãrya dila prabhu sane
devotos que voltassem para seus respectivos lares. jananl prabodha kari' vandila carane
nityãnartda gosãni—Senhor Nityãnanda Prabhu; pandita jagadananda—Jagada-
VERSO 207 nanda Pandita; dãmodara pandita—Dãmodara Pandita; ãra datta mukunda—e Mukun-
da Datta; ei cãri-jana—essas quatro pessoas; acãrya—Advaita Acãrya; dila—deu;
ac* fitai aa aca a»a»svàTía i prabhu sane—com Sri Caitanya Mahãprabhu; jananl— mãe Saci; prabodha kari'—
*t?raf*t «nal-tcw afea ta»ia 11 vi a apaziguando; vandila carane—ofereceu orações a seus pés de lótus.
ghare giyã kara sabe krsna-sahktrtana TRADUÇÃO—Sri Advaita Acãrya enviou quatro pessoas — Nityãnanda Gosãni,
punaravi ãmã-sahge ha-ibe milana Jagadananda Pandita, Dãmodara Pandita e M u k u n d a Datta — como acompa-
ghare giyã— voltando ao lar; kara—fazei; sabe—todos; krsna-sahkírtana—canto con- nhantes do Senhor. Após apaziguar Sua mãe, Sacimãtã, Sri Caitanya Mahã-
gregacional do mahã-mantra; punarapi— novamente; ãmã-sahge—comigo; na-ile- prabhu ofereceu orações a seus pés de lótus.
h a verá; müana—encontro.
VERSO 211
TRADUÇAO—Sri Caitanya Mahãprahbu também pediu-lhes que cantassem con-
gregacionalmente o santo nome do Senhor em seus lares, garantindo-lhes que tftca <*afàn ana' afàn asa i
eles seriam capazes de encontrá-lO novamente.
*ai ifçtcaa aca jpw I *.Í> n
VERSO 208 tãnre pradaksina kari' karilã gamana
ethã ãcãryera ghare ufhila krandana
aaj, ai eataai asfãca ftatra t a » i tãnre—mãe Saci; pradaksina kari'—circum-ambulando; karilã—fez; gamana—indo;
a^i ai «ttfaa «itfâ afâca Marota«*.«w- II ethã—lá; ãcãryera—de Advaita Acãrya; ghare—na casa; uthila—surgiu;
krandana—clamor.
kabhu vã tomara karibe nllãdri gamana
kabhu vã ãsiba ãmi karite gahgã-snãna TRADUÇÃO—Tendo providenciado tudo, o Senhor Caitanya Mahãprabhu circum-
kabhu—às vezes; vã— ou; tomara—vós; karibe—fareis; nllãdri—a Jagannãtha Purt 'rnbulou Sua mãe, partindo, então, para Jagannãtha P u n . Na casa de Advaita
1
gamana—indo; kabhu—outras vezes; vã—ou; ãsiba—virei; ãmi—Eu; karite—tv** carya, surgiu um clamor tumultuoso.
gahgã-snãna—banho no Ganges.
VERSO 212
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse-lhes: "Às vezes, vireis a Jagaruüth*
fàact»* a<n»i %s tfàwi i
Puri, e, outras vezes, Eu virei banhar-Me no G a n g e s . "
a»tpàrc<5 asfiar/5 «rirró *part«. rf»ml n u
nirapeksa hahã prabhu éighra calilã
VERSOS 209—210 nintnrir kãndite kãndite acãrya paécãt calilã
Í l l d Í f e r e n t e ; mf>a nc
pessoa seriamente ocupada em consciência de Krsna não deve se deixar abai ^ jali"—dizendo isto; prabhu—o Senhor; tãnre—a Ele; kari'—fazendo; ãlingana—
pela afeição mundana. É melhor dedicar-se a prestar serviço ao Senhor e tomar se abraçando; nivrtti—impedimento; kariyã— fazendo; kaila—fez; svaechanda—sem an-
indiferente a objetivos materiais. Externamente, todos são apegados às coisas ma siedade; gamana—indo em direção a Jagannãtha Puri.
feriais, mas, quem se deixa envolver por tais coisas não pode avançar em conscién-
cia de Krsna. Portanto, os devotos ocupados em consciência de Krsna não devem TRADUÇÃO—Dizendo isto, Sri Caitanya Mahãprabhu abraçou Advaita Acãrya
ligar para a dita moralidade do m u n d o material se tal moralidade for contrária e impediu-O de continuar a segui-lO. Então, sem ansiedade, prosseguiu para
ao serviço ao Senhor. Como o Senhor Caitanya Mahãprabhu mostrou pessoalmen- jagannãtha Puri.
te, quem não é neutro não pode praticar a consciência de Krsna adequadamente
VERSO 2 1 6
VERSO 213
Msrftca-sta aç i
a « 3* ftfíTi « t ^ a f â ' C«lf? I frJftfà çfàprt « f f ç a s c e N - t c a n o * II
«rtstrê «KatfV TO íag fàè ate II II gahga-tlre-tlre prabhu cãri-jana-sãthe
kata dura giyã prabhu kari' yoda hãta
nllãdri calilã prabhu chatrabhoga-pathe
ãcãrye prabodhi' kahe kichu mista vãta
gangã-tlre-tlre—ãs margens do Ganges; prabhu—o Senhor; cãri-jana-sãthe—com
depois de ir por alguma distância; prabhu—o Senhor; toin'-fa-
kata dura giyã—
as outras quatro pessoas; nllãdri—para Jagannãtha Puri; calilã— prosseguiu;
prabhu—o Senhor; chatra-bhoga-pathe—no caminho de Chatrabhoga.
zendo; yoda hãta—mãos postas; ãcãrye— Advaita Acárya; prabodhi'—apaziguando;
kahe—diz; kichu—algo; mista vãta—doces palavras.
TRADUÇÃO—O Senhor, com as outras quatro pessoas, seguiu ao longo das
TRADUÇÃO—Depois de acompanhar Sri Caitanya Mahãprabhu por alguma dis- margens do Ganges, através do caminho de Chatrabhoga, em direção a Nilãdri,
Jagannãtha Puri.
tância, Advaita Acãrya ouviu um pedido de Sri Caitanya Mahãprabhu, que, com
mãos postas, falou-Lhe as seguintes doces palavras.
SIGNIFICADO—A estação chamada Magrãhãta encontra-se n o setor sul da linha
e a
VERSO 214 " oriental, no distrito de vinte e quatro parganãs. Se alguém toma o rumo
sudeste daquela estação por cerca de vinte e três quilômetros, chega a um local
s r a f t cüfcaifã' aja « a ? a a t a í » i g a m a d o Jayanagara. A aldeia chamada Chatrabhoga fica a cerca de dez quilô-
<jfà a * a cacsf ateai m a f a ç a « T M II « •r os ao sul desta estação de Jayanagara. Às vezes, esta aldeia é chamada de
v • Nesta aldeia, há u m a Deidade do Senhor Siva conhecida como
jananl prabodhi' kara bhakta samãdhãna
fç^A^^^afha. Anualmente, durante os meses de março e abril, celebra-se ali um
tumi vyagra haile kãro nã rahibe prãna c o n
m
l j J ' h e c i d o como Nandã-melã. Atualmente, o Ganges não flui por aque-
e A
jananl prabodhi'—apaziguando a mãe; kara—faze; sainãdM "
bhakta—devotos;
d °" Na mesma linha férrea, há outra estação, conhecida como Bãruipura, perto
a
providências; fumi—Tu; vyagra haile—se ficares perturbado; torro—de ninguém
HUal encontra-se outro local, chamado Àtisãrã. Outrora, esta aldeia também
nã rahibe—não permanecerá; prãna—a vida.
270 Sri Caitanya-caritàmrta O Senhor Caitanya na casa de Advaita Acãrya 271
219
Ver*»
encontrava-se às margens do Ganges. Pode-se ir desta aldeia par
para Varãha-nagara, ao norte de Calcutá. Naqueles dias, o Gan ^'^«dn VERSO 219
sul de Calcutá através do Kãü-ghãta, que ainda é conhecido corncf ^"^Par»,,
partir de Báruipura, o Ganges ramificava-se e fluía através doportou*'' S s ^ - ^ t f - f C » at? «M I
>lan ,
perto da estação policial de Mathurãpura. Note-se que Sri Caitanv M ^ * <
atlã r FCSIRPÍLRSIYS TO F W T J I 11 n
passou por todos esses locais a caminho de Jagannãtha Puri ' P abh t
iri-rüpa-raghunãlha-pade yãra ãéa
caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
VERSO 217
-Srila Rüpa Gosvãmi; raghu-nãtha—SrUa Raghunãtha dãsa Gosvãmi;
4
_!?**Z*oés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro cha-
C5«9»WW 4 r f 3 «tílffà-im» I
^^Uanya-caritamrta; kahe-descreve; kr$na-dãsa—Sríla Krsnadãsa Kavirãja
fàwtfà i f % n : í » « r n - ^ i T a » 11 H Cosvaml.
'caitanya-mangale' prabhura nilãdri-gamana
TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
vistãri varniyãchena dãsa-vrndãvana
tetnpre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
caitanya-mangale—no livro chamado Caitanya-mangala; prabhura—do Senhor
guindo seus passos.
nilãdri-gamana—ida para Jagannãtha Puri; vistãri—elaborando; mrniuichom-
descreve; dãsa-vrndãvana—Vrndãvana dãsa Thãkura. Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
Madhya-Dlá, Terceiro Capítulo, descrevendo a estada do Senhor Caitanya Mahãprabhu
TRADUÇÃO—Em seu livro conhecido como Caitanya-mangala ICaitami mana de Advaita Acãrya, Sua aceitação da ordem de sannyãsa e participação em festi-
bhãgavata], Vrndãvana dãsa Thãkura descreve os detalhes da viagem do Senhor vã diários na casa de Advaita Acãrya, cantando congregacionalmente o santo nome do
para Jagannãtha Puri. Senhor e banqueteando com todos os devotos.
VERSO 218
a
«rcas-ítc»; « j ç a fàstt*. a » w » i
«tfèc? f i m o t Í T C ? TOrçaPHC II O V - «
tan a
e a o u > ' ^ ' Mahãprabhu narrou esta história ao Senhor Nityãnanda Prabhu
S C e v o t o s e u v
Ao recit° * l ° o u o serviço devocional p u r o de Mãdhavendra Puri.
M a u n s v e r
Porém ^^ s o s compostos por Mãdhavendra Puri, entrou em êxtase.
1 m u t a s
*k Prasí^ ^° * pessoas reunidas à Sua volta, conteve-Se e comeu um pouco
6 0 2
Parti rm u a ^ doce. Assim Ele passou aquela noite, e, na manhã seguinte,
0v
a m e n t e para Jagannãtha Puri.
274 Sri Caitanya-caritãmrta M a d
hya-m O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 275
í >
jaya jaya gauracandra jaya nityãnanda Vrnjj? Caitanya Mahãprabhu; vihãra—as atividades; vrndãvana-dãsa—de
v
jayãdvaitacandra jaya gaura-bhakta-vrnda ^ ana dãsa Thãkura; mukhe— da boca; amrtera—de néctar; dhãra—chuva.
jaya jaya gauracandra—todas as glórias a Sri Caitanya Mahãprabhu, F T
RADuçÀn__T A *
nityãnanda—todas as glórias ao Senhor Nityãnanda; jaya advaita-canàra—V> 1
te ~"~ °uas as atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu são naturalmen-
glórias a Advaita Prabhu; jaya gaura-bhakta-vrnda—todas as glórias aos es e
Tliãku, maravilhosas, e, ao serem descritas por Vrndãvana dãsa
do Senhor.
' ^ a m uma chuva de néctar.
276 Sri Caitanya-caritãmrta Madh
-ya-r,i a
O serviço devocional de á r i Mãdhavendra Puri 277
VERSO 6 VERSO 9
T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , mui humildemente declaro que, como Vrndãvana dia TRADUÇÃO—Sendo assim, presto minhas respeitosas reverências aos pés de lótus
Thãkura já descreveu muito bem estes incidentes, seria muita ostentação de de Vrndãvana dãsa Thãkura. Espero não ofender seus pés de lótus com esta
minha parte repetir a mesma coisa, e isto não seria muito bom. Não estou auto- atitude.
rizado para isso. VERSO 10
VERSO 7
5 f f ã w& IOT f>a«ãl*ii-f^5csi H io H
VERSO 19 VERSO 22
a n
TRADUÇÃO—Aquela Deidade era amplamente conhecida como ^ ^ ^ ° o 0 , D ^ Ç A o - _ M ã d h a v e n d r a Puri andava quase louco em seu êxtase de amor a
gopinãtha, e Caitanya Mahãprabhu contou a Seus devotos a história que t podia' d " ' 0
' 8 a b i a
- ° s e e r a d a o u n o i t e
levantava-se, ora caía a o solo. Não r a
VERSO 23 VERSO 26
T R A D U Ç Ã O — A p ó s circum-ambular a colina, Mãdhavendra Puri foi ao Govinda- TRADUÇÃO—Ao ver a beleza daquele m e n i n o , Mãdhavendra Puri ficou muito
kunda e tomou seu b a n h o . Então, sentou-se debaixo de uma árvore para faz« satisfeito. Ouvindo Suas doces palavras, esqueceu-se de toda a fome e sede.
seu descanso noturno.
VERSO 27
CMWW-atsia lia Kt-Vtci « W l i *ta1 a c * , - c a "çfa, a i â i c s w a a i a i
<wífã' -wfr/st n f ã ' f a g nfm a t f i a l 11 *8 II c a a c « w t f a w , w t f ã a f ã s t a í a 11 *s n
gopãla-bãlaka eka dugdha-bhãnda lahã puri kahe,—ke tumi, kãhãh tomara vasa
ãsi' ãge dhari' kichu balila hãsiyã ke-mate jãnile, ãmi kari upavãsa
gopãla-bãlaka—vaqueirinho; eka—um; dugdha-bhãnda lahã— trazendo um pote de purlkahe— Mãdhavendra Puri perguntou ao menino; ke tumi—quem és Tu; kãhãh
leite; asi'—vindo; ãge dhari'—mantendo-o em frente; kichu—algo; ba/i/fl-disse; tomara vasa—onde resides; ke-mate— como; jãnile—sabes; ãmi kari upavãsa—estou
hãsiyã—sorrindo. jejuando.
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o se encontrava sentado debaixo da árvore, um vaqueiri- TRADuçÃo-Mãdhavendra Puri disse: " Q u e m és Tu? O n d e resides? E como
nho desconhecido apareceu ali com um pote de leite, colocou-o perante sabias que estou j e j u a n d o ? "
Mãdhavendra Puri e, sorrindo, falou-lhe o seguinte.
VERSO 28
VERSO 25
atsra a t a , — c l l t « i t f a , ^ a artça a f a i
ijft, aa <çfà *tta i
«itata < S 1 W 5 c a a «1 aca « t a í f t II II
a t f a ' car.» « t f * . 1 T « , f à a i a a « m » I I II
bãlaka kahe, —gopa ãmi, ei grame vasi
puri, ei dugdha lahã kara tumi pana
ífmrfra grãmete keha nã rahe upavãsi
mãgi' kene nãhi khão, kibã kara dhyãna m e n 1
"esta ~° " ° disse; gopa ami—sou um vaqueirinho; ei grame vasi—resido
puri-ó Mãdhavendra Puri; ei dugdha /aruí-pegando este leite; kara qllf. unmvt -
<f
"w>a grãmete—em Minha aldeia; teha—alguém; nã—não; rahe—fica;
bebe-o; mãgi'—mendigando; kene—por que; nãhi—não; khão—comes; ki w l s
* ' - s e m comida.
kara—fazes; dhyãna—meditação.
0 - - 0 m e n i
T R A D U Ç Ã O — " P o r favor, bebe o leite que Eu trouxe. Por que não mendig* 9 aJde^g^ n o replicou: " S e n h o r , sou u m vaqueirinho e resido nesta
• «n Minha aldeia, ninguém j e j u a . "
alimento para comer? Que espécie de meditação estás praticando?
284 Sri Caitanya-cãritàmrta Madhya-ly, , O serviço devocional de Sri Màdhavendra Puri 285
Versou
VERSO 29 VERSO 32
keha anna mãgi' khãya, keha dugdhãhãra eta bali' gelã bãlaka nã dekhiye ãra
ayãcaka-jane ãmi diye ta' ãhãra mãdhava-purira citte ha-ila camatkãra
keha—alguém; anna—alimento; mãgi-'—mendigando; khãya—come; keha—alguén,. ^ fc/i'—dizendo isto; gelã— foi; bãlaka—o menino; nã— não; dekhiye—pôde ser
dugdha-ãhãra—bebe leite; ayãcaka-jane—aquele que não mendiga; ãmi—Eu; diy - (
^yo; rfra-mais; mãdhava-purira—de Mãdhavendra Puri; ciffe— na mente; ha-ila—
forneço; fa'—com certeza; ãhãra—alimentos. houve; cama/tóra-espanto.
TRADUÇÃO—"Nesta aldeia, uma pessoa pode mendigar alimentos dos outros e TRADUÇÃO—Dizendo isto, o m e n i n o deixou o local. Na verdade, de repente Ele
assim comer. Algumas pessoas bebem apenas leite, mas, se alguém não pede desapareceu da vista de Mãdhavendra Puri, cujo coração encheu-se de espanto.
comida a ninguém, Eu lhe forneço todos os a l i m e n t o s . "
VERSO 33
VERSO 30
*tta a>fà' « r a Ç J J J I a r f à i i
sr*i r«c« s N « i r.«tsirca c * f a ' cm i ar& c a c a , c a atai* I a : a i «iiaat n a® n
#taa a« fiai « n a f t a t i & i a i ' li ®«n
dugdha pana kari' bhãnda dhuhã rãkhila
/'a/a niíe strí-gana tomãre dekhi' gela bafa dekhe, se bãlaka punah nã ãila
stri-saba dugdha diyã ãmãre pãthãila dugdha-leite; pana kari'—bebendo; bhãnda—o pote; dhuhã— lavando; rãkhila—
jala nite—para trazer água; strí-gana—as mulheres; tomãre— a ti; defchi' ge/u—viram- deixou de lado; bata dekhe—olha para o caminho; se bãlaka—o menino; punah—
te e foram; stri-saba—todas as mulheres; dugdha—leite; dá/fl—dando; ãmâ"re— a Mim; novamente; nã ãila—não voltou.
pa" f hãila—enviaram.
TRADUÇÃO—Após beber o leite, Mãdhavendra Puri lavou o pote e colocou-o de
TRADUÇÃO—"As mulheres que vêm aqui pegar água viram-te. Foram elas que lado. Olhou para o caminho, porém, o menino não voltou mais.
Me forneceram este leite e mandaram que Eu viesse ter contigo."
VERSO 34
VERSO 31 afa' a t a m * | f t , T a * a t f ã aa i
ctaaf&a <san fc^.-aíarffis-ia 11 ®811
ttttaiaa a>fat<5 ufa, «rtfã ara i
«rraata «ufa «ufa <áa <«ia i l a n ®i i vasi' nãma laya puri, nidrã nãhi haya
j^., éesa-rãtre tandrã haila, —bãhya-vrtti-laya
go-dohana karite cãhi, éighra ãmi yãba X^ji ~ s e n t a
d o ali; nãma laya—canta o mahã-mantra Hare Krsna; puri—
ãra-bãra ãsi ãmi ei bhãnda la-iba V e n d r a P u r i ;
ttndri "ura— sono; nãhi haya—não houve; éesa-rãtre—ao final da noite;
go-dohana karite cãhi—quero ordenhar as vacas; áfgh ra—logo; ami yãba—v'^ ^ "~cochüando; haila—houve; bãhya-vrtti—de atividades externas; laya—parada.
ir-Me; ãra-bãra—novamente; ási—regressando; ami— Eu; ei—este; bhãnda—p° '
iba—pegarei de volta.
^ Ç Ã O - M ã d h a v e n d r a Puri não conseguiu dormir. Sentou-se e cantou o
TRADUÇÃO—O menino prosseguiu: "Preciso ir-Me logo para ordenhar as vaca* des e*." 311113 H a
-r e K í 9 n a A o f i n a l d a n o i t e
' cochüou u m pouco, e suas ativida-
, e r n
mas regressarei para pegar este pote de leite." « pararam.
286 Sri Caitãnya-Cãrítâmrta Madhya-
40 O serviço devocional de ári Mãdhavendra Puri 287
VERSO 35
VERSO 38
mi cfW» cm awa a-çça «ufà^i i ai ara' s t t i aaa t t i a i
i«ia
d)a f C» 1 * 1 Cm atCSCS «ífa«ÍJ«1 II «t II aç srr.1 aa §l«tw aW* 11 «v-1
svapne dekhe, sei bãlaka sammukhe ãsihã efca ma(ha kari' tahãh karaha sthãpana
eka kunje lahã gela hãtete dharihã bahu éltala jale kara érf-ahga mãrjana
svapne—num sonho; dekhe—ele viu; sei bãlaka—o mesmíssimo menino fa-üm; matha—templo; ka ri '—construindo; tãhãh—\i; karaha—faze; sthãpana—
sammukhe—em frente; ãsihã—vindo; efaj kunje—em uma das muitas; '"'w—levando! s-gtalação; bahu—bastante; éltala—fria; jale—na água; kara—faze; árl-ahga—Meu
o; gela—foi; ttífefe dharihã— segurando-o pela mão. corpo transcendental; mãrjana—lavando.
TRADUÇÃO—Num sonho, Mãdhavendra Puri viu o mesmíssimo menino. 0 me- TRADUÇAO—"Por favor, constrói um templo em cima daquela colina", prosse-
nino apareceu ante ele e, segurando-lhe a mão, levou-o a uma moita na floresta gníu o menino, "e instala-Me neste templo. Depois disto, lava-Me com bastan-
te água fria para limpar Meu c o r p o . "
VERSO 36
VERSO 39
f» oMM ar.a,- «rffã ^* çcw a* i
%• |É ai«lfil» a*i-?;a *li^ ii «• II aafwa cs tara »ta afa faftvi i
kuhja dekhãhã kahe, —ãmi ei kunje ra-i ata «ufa' atna «rtai afâca caaa n «>s> n
élta-vrsti-vãtãgnite mahã-duhkha pãi bahu-dina tomara patha kari niriksana
kuhja dekhãhã—enquanto mostra-lhe a moita; kahe—Ele diz; ãmi—Eu; ei—esta; kabe ãsi' mãdhava ãmã karibe sevana
kunje—na moita; ro-i—resido; élta-vrsti—sob frio cortante e sob chuva torrenáal; bahu-dina—muitos dias; tomara—de ti; patha—o carninho; kari—faço; niriksana—
ptfía—sob rajadas de vento; agnite—e sob calor abrasador; mahã-duhkha pfi- observando; kabe—quando; ãsi'—vindo; mãdhava—Mãdhavendra Puri; ímã—a
experimento grande dor. Mim; karibe—fará; sevana—serviço.
atícaa cita «rifa» «(tal ^t?' ^ « ^ i w cistata c^iaaci afã' caai «ifrata i
•taVSifã i w i ata «miírs n M D »«fsi f»ui fãajffãa aa*i a?ata ii 8» II
tomara prema-vaée kari' sevã ahglkãra
grãmera loka ãni' ãmã kãdha' kuhja haite
i o n a daréana diyã nistãriba sakala samsãra
parvata-upari lahã rãkha bhãla-mate eu; rema va
^ servi-~' P ' ée—estando dominado pelo amor; kari'—fazendo; sevã—
grãmera—da aldeia; loka—o povo; «mi'—trazendo; tfrmf— a Mim; káaha'—ur*i^ a n á r a a c e i t a c
sakala °' ^ ~ ã o ; daréana diyã—dando audiência; nistãriba—libertarei;
haite—desta moita; parvata-upari—em cima da colina; iaria"—levando-Me," to
•~ do; samsdra-o m u n d o material.
mantém-Me; bhãla-mate—mui confortavelmente.
T A D
* UÇAO-"A .
• itide*"
i a t
TRADUÇÃO—"Por favor, traze o povo da aldeia e faze com que Me \ < ^ . ' *ssijr, Aceitei
y teu serviço devido a teu amor extático por Mim. Sendo
iud â a r e c e r e to<
moita. Então, faze com que Me acomodem confortavelmente em cima da c 'ència „ ' ' ' f a s as almas caídas libertar-se-ão por meio de Minha
288 Sri Cãitanya-cãritãmrU M a d l
O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 289
»ya-ini i 4
4
Ver»» *
VERSO 41 VERSO 44
TRADUÇÃO—"Meu nome é Gopãla. Fui Eu q u e ergui a Colina de Govardhanj TRADUÇÃO—Após dizer isto, o m e n i n o desapareceu. Então, Mãdhavendra Puri
Fui instalado por Vajra, e a autoridade aqui sou E u . " despertou e começou a meditar sobre seu sonho.
VERSO 42 VERSO 45
TRADUÇÃO—"Desde que o sacerdote foi embora, tenho permanecido ^ ^ M ã d h a v e n d r a Puri chorou por algum tempo, mas, então, fixou sua
em
moita. Que bom que vieste aqui! Agora, tira-Me daqui com cuidado. cumprir a ordem de Gopãla. Dessa maneira, pôde tranqüilizar-se.
Sri Caitanya-caritãmrta Madhy .i O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri
290 a lU 4
Ver*»"
VERSO 47 VERSO 50
«trarsta afã' »|ft airaawi can i ajfà' cita tfta aca efiii afàca i
ia cita uaaa afà' afara itftn 118i n j r t atfè' ata afã' afàn oftaci n *• II
prãtoh-snãna kari' puri grüma-madhye gelã éuni' loka tãhra sahge calilã harise
saba loka ekatra kari' kahite lãgilã kuhja kãfi' dvãra kari' karilã praveée
prãtah-snãna—banho matinal; kari'—tenninando; puri—Màdhavendra p -.•—ouvindo; loka—o povo; tãhra—a ele; sarige—com; calilã—foi; harise—com
grãma-madhye—na aldeia; gelã— entrou; saba loka—todo o p o v o ; ekatra kari' de prazer; kuhja kãti'—cortando arbustos; dvãra—um caminho; kari'—fazendo;
reunindo; kahite lãgilã—começou a falar. gjj^ese-entraram.
TRADUÇAO—Após tomar seu banho matinal, Màdhavendra Puri entrou na aj. TRADUÇÃO— Após ouvir isto, todo o povo acompanhou Mãdhavendra Puri com
deia e reuniu todo o povo. Falou, então, o seguinte. ande prazer. Seguindo sua orientação, cortaram arbustos, abriram um cami-
nho e entraram na floresta.
VERSO 48
VERSO 51
«tcaa Na ratara-c^^aatft i
f r.9 «itts. si, tftca atfãa ca afã II sv iffa cafai ai§)-<5t«i <ertíçifà<s i
c«fa' aa cita cai «tt*c«* fãfàre u »
grãmera levara tomara—govardhana-dhãri
kuhje ache, cala, tãhre bãhira ye kari thãkura dekhila mãtl-trne ãcchãdita
grãmera—da aldeia; lavara—o proprietário; tomara—vossa; govardhana-dnlrt- dekhi' saba loka haila ãnande vismita
aquele que ergueu a colina de Govardhana; kuhje ache—nos arbustos da floresta thãkura—a Deidade; dekhila—viram; mãfl— com sujeira; frne—e grama; ãcchãdita—
cala—vamos lá; tãhre—a Ele; bãhira ye kari—resgatar. coberta; dekhi'—vendo; saba loka—todas as pessoas; haila—ficaram; ãnande—com
prazer; vismita—espantadas.
TRADUÇÃO—"O proprietário desta aldeia, Govardhana-dhàri, encontra-Se na flo-
resta. Vamos todos lá resgatã-lO daquele lugar."
TRADUÇÃO-AO verem a Deidade coberta com sujeira e grama, todos ficaram
tomados de espanto e prazer.
VERSO 49
VERSO 52
*F5T« fàfa? f »,-atfã atcafira i «ftaa«i ça afã' a"fãi fãf»ra i
a^rfã caiaífi ia ata afãra II 8» u aat-«ift fcr$a- caa *tta çritara II »
atyanta nivida kuhja,—nãri praveéite
kuthãri kodãli laha dvãra karite ãvarana dura kari' karilã vidite
atyanta—bastante; nivida—denso; kuhja—matagal; nãri—não somos ^ P * ^ j. mahã-bhãri thãkura—keha nãre cãlãite
3 c o e r t u r a
praveéite—àe entrar; kuthãri— machado; kodãü—pá; laha—trazei; dvãra karite-? 9 bhtn— ~ ^ ; dura kari'—removendo; karilã vidite—declararam; mahã-
m U Í t e s a d a
VERSO 53 VERSO 56
thãkura lahã— levando a Deidade. vibram; strí-gana—todas as mulheres; gãya—cantam; gita—várias canções.
T R A D U Ç A O — C o m o a Deidade era muito pesada, alguns dos homens mais for- TUADUÇAO—Quando a Deidade estava sendo instalada, novecentos potes dágua
tes reuniram-se para carregá-lA até o topo da colina. Mãdhavendra Puri também foram trazidos do Govinda-kunda- Ouviam-se sons musicais de clarins e tam-
bores e o canto de mulheres.
foi até lá.
VERSO 54 VERSO 57
T R A D U Ç Ã O — U m a grande pedra foi convertida em trono, sobre o qual instalou TJADUÇÀO— Durante o festival, na cerimônia de instalação, algumas pessoas can-
se a Deidade. Colocaram outra pedra grande atrás da Deidade como apoio taram e outras dançaram. Todo o leite, iogurte e a manteiga clarificada da aldeia
í o n m
trazidos para o festival.
VERSO 55
VERSO 58
efltcaa ataw ia aa ai} i«iw i
CKtftFrçjRM wn «ttfai stfa«3l 11 <?« 11 c«tt-itacfft « i t a i i w t t f a as 1
atai s i a t a , «tal afàcs ttfa a<s n <tv- n
grãmera brãhmana saba nava ghata lahã
govinda-kundera jala ãnila chãnihã bhoga-sãmagri ãila sandeéãdi yata
grãmera—da aldeia; brãhmana—sacerdotes brãhmanas; saba—todos; ~ ^ n a v a
Ijí^ nãnã upahãra, tãhã kahite pari kata
ghafa—potes dágua; lahã— trazendo; govinda-kundera—do lago conhecido (^Jjy^wgri—ingredientes para alimentos a serem oferecidos; ãila—trazidos;
Govinda-kunda; jala—a água; ãnila—trazida; chãnihã— filtrando. íaTy . '""doces; yata—toda espécie de; naná—diversos; upahãra—presentes;
so; kahite—de dizer; pari—sou capaz; kata—quanto.
e r s j s
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os sacerdotes brãhmanas da aldeia reuniram-se & •*«, forarn preparações e doces, bem como outras espécies de presen-
potes dágua, e a água do lago Govinda-kunda foi trazida ali e B hazidos ali. Sou incapaz de descrever tudo isto.
O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 295
294 Sri Caitanya-caritãmrta Madhyj.j^ Ver»*» 62
«iWc* art«w«^l c a i «ifewas II os n cã° grande banho com ghie água; karãilã—realizou-se; safa—cem; ghafa—
u f n
chegaram; aneka—em grande quantidade; ãpane—pessoalmente; mãdhava-puriZ |gua qúe haviam sido trazidos em cem potes.
Sri Mãdhavendra Puri; kaila—realizou; abhiseka—o banho da Deidade no inicio
da cerimônia de instalação. SIGNIFICADO—Os ingredientes do pahca-gavya são leite, iogurte, ghi (manteiga cla-
rificada),urina de vaca e estrume d e vaca. Todos estes itens vêm da vaca; logo,
TRADUÇÃO—Os aldeões trouxeram grande quantidade de folhas de tulasi, flores mal podemos imaginar o quanto a vaca é importante, já que sua urina e seu es-
e diversas espécies de vestimentas. Então, Sri Màdhavendra Puri pessoalmente trume são necessários para o banho da Deidade. O pahcãmria consiste em cinco
começou o abhiseka [cerimônia do b a n h o ) . classes de néctar — iogurte, leite, ghi, mel e açúcar. A maior parte deste preparado
também vem da vaca. Para fazê-lo mais saboroso, acrescenta-se açúcar e mel.
SIGNIFICADO— No Hari-bhakti-vilãsa (6? Vilãsa, verso 30), afirma-se que se deve
banhar a Deidade e m água misturada com iogurte e leite, e que esta cerimônia VERSO 62
deve ser acompanhada pelo som de búzios, sinos e outros instrumentos e pelo
canto do mantra: orh bhagavate vãsudeváya namah, bem como pelo canto dos versos •jjB c m f a a l c a i ü , « n r f w « i i
do Brahma-sarhhitã, a partir de cintdmani-prakara-sadmasu kalpa-vrksa-hksavjttsii K - i t w f w c a c a i a r » i w W a 11 11
surabhtr abhipãlayantam.
punah taila diyã kaila éri-ahga cikkana
VERSO 60 éahkha-gandhodake kaila snãna samãdhãna
punah—novamente; taila diyã—com óleo; kaila—fizeram; éri-ahga—o corpo da Dei-
«r»iwfri 5* afã' aaíli w I dade; cikkana—brilhante; éahkha-gandha-udake—em água perfumada com flores e
a* cm fNl c a i ®«w ftw«*• polpa de sândalo e mantida dentro de um búzio; kaila—fizeram; snãna—banho;
samãdhãna—real ização.
amahgalã dura kari' karãilã snãna
bahu taila diyã kaila éri-ahga cikkana TRADUÇÃO—Terminado o mahã-snãna, novamente massagearam a Deidade com
amahgalã—toda a inauspiciosidade; dura kari'—afastando-se; karãilã—causaram. w
^ perfunnado e lustraram Seu corpo. Então, realizaram a última cerimônia
snãna—banho; bahu—grande quantidade; taila—óleo; diyã— aplicando; kaua- e D a n n
o com água perfumada, mantida dentro de um búzio.
fizeram; éri-ahga—o corpo; cikkana—lustioso.
TRADUÇÃO—Após, pelo canto do mantra, afastarem-se todas as coisas inau»F* ^GNIFÍCADO— Em seu comentário sobre esta ocasião, Srila Bhaktisiddhãnta
ciosas, a cerimônia do b a n h o da Deidade começou. Primeiro massageou-* ^ ^ a t i Thãkura faz u m a citação do Hari-bhakti-vilãsa. Cevada em pó, farinha
Deidade com grande quantidade de óleo, de modo que Seu corpo ficou *Wftf í ° ' ^
d e k u n k u m a
' farinha de urad dahl e outra preparação em p ó chamada
U e se f a z
lustro so. d ^0 s a misrurando-se farinha d e banana com arroz moído) são aplica-
Q T
tjç- . ° P° da Deidade com uma escova feita do pelo da ponta do rabo duma
r o d u z
VERSO 61 ser perf? P u m
belo brilho. O óleo untado sobre o corpo da Deidade deve
m a
e cjr, d o . Para realizar o mahã-snãna, são necessários pelo menos noventa
l » i a i , i « í ? c 5 « t u aat-íP11 Ço
VERSO 63 VERSO 66
« i f a t f a a a f ã ' cm Í B F 5 i
<T*H«. afã' cm * N r * w 4 l II II
éri-ahga mãrjana kari' vastra parãila ãrãtrika kari' kaila bahuta stavana
candana, tulasi, puspa-mãlã ahge dila dandavat kari' kaila ãtma-samarpana
éri-ahga—o corpo transcendental da Deidade; mãrjana tan—limpando; vasto* trika—* realização de ãrãtrika; kari'—terminando; kaila—recitaram; bahuta—
trajes; parãila—foram vestidos; candana—polpa de sândalo; tulasi— folhas de riij»~ . igg. stavana—de orações; dandavat—reverências; kari'—oferenda; kaila—
puspa-mãlã—guirlandas de flores; arige—sobre o corpo; dila—foram colocadas fiaram; tf/rnfl-Sflmarpflrw-auto-rendição.
TRADUÇÃO—Enquanto os aldeões traziam seus suprimentos de arroz, dahl ,JÇAO—De cinco a sete homens prepararam uma grande quantidade de
T R A
rinha, os oleiros da aldeia traziam toda classe de panelas de cozinha. As- ^ q foram suficientemente cobertos com ghi (manteiga clarificada], assim
U C
c a f a
de manhã, começaram a cozinhar. ' n foram todos os legumes, arroz e dahl.
conio u »
VERSO 69 VERSO 72
TRADUÇÃO—Dez brãhmanas cozinharam os cereais e cinco brãhmanas cozinha- TRADUÇÃO—Todo o arroz cozido foi amontoado sobre folhas de palãáa, e estas
ram tanto os legumes secos quanto os líquidos. ficaram sobre panos novos estendidos no chão.
VERSO 70 VERSO 73
janã pãhca-sãta—de cinco a sete homens; ruti—capãtls; kare—fazem; rdsi- ^ üra niA, P y > mathani, sara pãée dhari ãni'
é a0 a d d S 8
grande quantidade; anna-vyahjana—cereais e legumes; saba—todo / <knanni-~ ' ° ° k S " ™ ' ' dadhi—iogurte; dugdha—leite; mãthã— leitelho;
permaneceram; ghrte—em ghi; bhãsi '—transbordando. • —urna preparação doce feita com iogurte; pãyasa—arroz doce; mathani—
300 ári Caitanya-caritimrta Madhy . a lili | O serviço devocional de Sri Màdhavendra Puri 301
77
Ver»»
VERSO 75
SIGNIFICADO—Os ateus não podem entender como a Suprema Personalidade de
casses « 9 ? j > afai iwa i Deus, que aparece sob a forma da Deidade, possa comer todo o alimento que
'jfWstíiifap c t m i w o i ei wfa n <« II Lhe é oferecido por Seus devotos. No Bhagavad-gitã (9.26), Krsna diz:
aneka g h a í a - m u i t o s potes dágua; b h a n ' - e n c h e r a m - s e ; diía-ofereceu^ alguém pensar que Krsna tem necessidade de comer. Ele não fica faminto
suvãsita—perfumada; jala—água; bahu-dinera—de muitos dias; k$udhãya-pe\a to como um ser humano comum; não obstante, Ele Se faz passar por faminto, e,
tal, pode comer toda e qualquer coisa, independentemente da quantidade.
gopãla—Gopãla; khãila—comeu; sakala—tudo. m o s
? compreender a filosofia que há por trás dos hábitos alimentares de Krsna
a n t e
b e b r ^/ nossos sentidos transcendentais. Q u a n d o nossos sentidos se purificam
T R A D U Ç Ã O — E n c h e r a m - s e muitos potes com água perfumada para * ^ r
u e
" N i n g u é m pode compreender Krsna por meio dos grosseiros sentidos m bhu q coisas tão maravilhosas acontecem. Somos meros instrumen-
Porém, Ele Se revela aos devotos quando estes O satisfazem, prestando-Lh i ^lahâp . j o Guerra de Kuruksetra, Arjuna saiu vitorioso dentro de dezoito
e r l t a
v
cendental serviço amoroso." (Bh.r.s. 1.2.234) Os devotos compreendem * " 6 405
tos- N» _ t e porque tinha a graça de Krsna do seu lado.
lc e n
n4 jjas simp
pela revelação. Não é possível que um erudito m u n d a n o entenda Krsna <[?
passatempos por meio de pesquisas na plataforma não-devocional. yatra yogeévarah kr$no
yatra pãrtho dhanur-dharah
VERSO 78 tatra srir vijayo bhütir
dhruvã nttir matir mama
i «ps»* C«PI ?m fítrarfi» i
"Onde estiver Krsna, ° mestre de todos os místicos, e onde estiver Arjuna, o
—nieiro supremo, certamente também haverá opulência, vitória, moralidade e
ihã anubhava kaila mãdhava gosãhi fjder extraordinário. Esta é minha opinião." (Bg. 18.78)
tãhra (hãni gopãlera lukãna kichu nãi Se os pregadores de nosso movimento para a consciência de Krsna forem de-
ihã—isto; anubhava kaila—percebeu; mãdhava gosãni—Mãdhavendra Puri votos sinceros de Krsna, Krsna estará sempre com eles, pois Ele é muito bondo-
Gosvãmi; tãhra (hãni—perante ele; gopãlera—do S e n h o r Gopãla; lukãna—secreto so e favorável para com Seus devotos. Assim como Arjuna e Krsna foram vito-
kichu—nada; mfi—não há. riosos na Guerra de Kuruksetra, este movimento para a consciência de Krsna com
certeza sairá vitorioso caso tão-somente permaneçamos devotos sinceros do
TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri Gosvãmi percebeu transcendentalmente como Senhor e sirvamo-lO segundo o conselho dos predecessores (os seis Gosvãmls
Gopãla comeu tudo apesar de o alimento ter permanecido o mesmo; não hi nada eoutros devotos do Senhor). Como afirma Narottama dãsa Thãkura, táhdera carana
secreto para os devotos do Senhor. seá bhakta-sane vasa, janame janame haya ei abhilása. Os devotos da consciência de
Krsna devem sempre desejar permanecer na sociedade dos devotos. Bhakta-sane
VERSO 79 visa: eles não podem afastar-se da sociedade ou do movimento para a consciên-
cia de Krsna. Precisamos tentar servir os predecessores dentro da sociedade, pre-
gando o culto de Caitanya Mahãprabhu e difundindo Seu nome e fama por todo
o mundo. Se, dentro da sociedade, tentamos seriamente alcançar isto, ela terá
êxito. Ê inútil querer calcular como isto acontecerá no sentido m u n d a n o . Mas,
sem dúvida, isto acontecerá pela graça de Krsna.
eka-dinera udyoge aiche mahotsava kaila
gopãla-prabhãve haya, anye nã jãnila
eka-dinera udyoge— pelo esforço de um dia; aiche—tal; mahotsava—festival; kaila-
realizado; gopãla—de Gopãla; prabhãve— pela potência; haya—é possível; atnje- VERSO 80
outros; nã—não; jãnila—conhecem.
<*m* f ã m f ã i fàsa-Jv»*«i i
TRADUÇÃO—Em um dia organizou-se o maravilhoso festival e a instalação d< •eir*f« a f ã * , c p u t a , a*ra aa m II w II
Sri Gopalaji. Decerto que t u d o isso foi consumado pela potência de Gop
Ninguém senão o devoto p o d e compreender isto. ãcamana diyã dila vidaka-sahcaya
ãrati karilã loke, kare jaya jaya
S I G N I F I C A D O — O movimento para a consciência de Krsna espalhou-se por tjj^j. ""-água para lavar; diyã—oferecendo; dila—deu; vidaka-sahcaya—nozes de
Mri fl
o m u n d o dentro de bem curto t e m p o (dentro de cinco anos), e as pessoas ^ palavr * ' —realizou-se ãrati; loke—todo o povo; kare—canta; jaya jaya—as
danas estão muito espantadas com isso. No entanto, com a graça do Se' ^ n
^/"ya jaya, "todas as glórias".
Caitanya Mahãprabhu, compreendemos que tudo é possível pela graça de "TV^
Por que Krçna precisaria demorar cinco anos? Em cinco dias Ele pode diru [ ^ ^ ^ - M ã d h a v e n d r a Puri ofereceu água para Gopãla lavar Sua boca, e deu-
e e
Seu nome e fama por todo o m u n d o como um rastilho de pólvora. A q " 0
Povo ^ e l para Ele mastigar. Então, enquanto realizava o ãrati, todo
têm fé e devoção em Krsna p o d e m compreender q u e é pela graça de Sri C c n
* tava: "jaya jaya!" ["Todas as glórias a Gopãla!"!
ári Caitanyã-caritàmrta Madhya. liu 4
O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 305
86
Verso
VERSO 81 •h«a- "Agora, alimentai a todos suntuosamente, desde as crianças até
com; ãcchãdita—coberta.
VERSO 85
TRADUÇÃO—Construiu-se um templo temporário, cobrindo-se a cama de todos
os lados com um acolchoado de palha. Assim, havia uma cama e um acolchoado WSJ cutcaa cita as c^fães it^i i
de palha para cobri-la. ciffti cfaai "ca •WW iiaai n vq II
anya grãmera loka yata dekhite ãila
gopãla dekhiyã saba prasãda khãila
VERSO 83 anya—outras; grãmera—das aldeias; loka—as pessoas; yafa—todas; dekhite—ver;
«-vieram; gopãla—o Senhor Gopãla; dekhiyã— vendo; saba—todas; prasãda—
•tSt-cfiitfJn fãi a* i atuca i '«'os de alimento; /criííi/a-partüharam.
•wi-aíi-ai «tcas cita aata Gwtmx* II w-* n
< O r , J a 0 3S 6 8 8 0 8
purí-gosãni ãjhã dila sakala brãhmane umbé' ^ ~ ^ P * aldeia d e Govardhana tomaram prasãda, mas
Q m as
procedentes de outras aldeias. Elas também viram a Deidade de
ã-bãla-vrddha grãmera loka karãhã bhojane ^* t a e
partilharam d a prasãda.
purí-gosãni—Mãdhavendra Puri; ãjhã—ordem; dila—deu; sakala ímJnmarie-a^^
os brãhmanas; ã-bãla-vrddha—começando pelas crianças até às pessoas '
grãmera—da aldeia; /ofca—as pessoas; karãhã—fazei; bhojane—tomar prasmw- VERSO 86
cwfàai <jfta «asta citea r>a«.ara i
TRADUÇÃO—Após fazer o S e n h o r deitar-Se na cama para " ' ^ ' ^ J 1<«iaa>T? caa cai iia«|e.ata n v-* II
Màdhavendra Puri reuniu todos os brãhmanas que haviam preparado a p
306 Sri Caitanya-caritãmrta ' Madhya-iy^ O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 307
87
Verso
dekhiyã purira prabhãva loke camatkãra reparações lácteas, tais como arroz doce, bolas doces, sandeéa, rasagullã e
pürva annaküta yena haila sãksãtkãra
dekhiyã—vendo; purira—de Mãdhavendra Puri; prabhãva—a influência; l ^ 0
rtanto, a Suprema Personalidade de Deus, Krsna, aconselhou os vaquei-
todas as pessoas; camatkãra—maravilhadas; püroa—outrora; anna-küta—a cerimA '
s penderem o Indra-yajna e começarem o Govardhana-püjã para castigar
US
nia de Annaküta na época de Krçna; yena—como se; haila—ficasse; sãksãtkãra^ que estava muito orgulhoso de ser o controlador supremo dos planetas
diretamente manifesta. uSais. Os vaqueiros honestos e simples, liderados por Nanda Mahãrãja, acei-
*' proposta de Krçna e executaram em pormenores tudo. o que Este aconse-
a
T R A D U Ç Ã O — V e n d o a influência de Mãdhavendra Puri, todas as pessoas ali reu. írtr Eles realizaram a adoração de Govardhana e a circum-ambulação da colina,
nidas ficaram maravilhadas. Perceberam que a cerimônia de Annaküta, q ^ Ue
acordo com a instrução do Senhor Krsna, N a n d a Mahãrãja e os vaqueiros
realizara antes, na época de Krçna/ agora acontecia novamente pela misericór- m brãhmanas eruditos e começaram a adorar a Colina de Govardhana,
v o c a r a
dia de Sri Mãdhavendra Puri. cantando hinos védicos e oferecendo prasãda. O s habitantes de Vrndãvana
reuniram-se, decoraram suas vacas e deram-lhes grama. Mantendo as vacas na
frente, eles começaram a circum-ambular a Colina de G o v a r d h a n a . "
SIGNIFICADO—Outrora, no final da Dvãpara-yuga, todos os vaqueiros de Vrndã-
vana preparavam-se para adorar o rei Indra, mas, desistiram desta adoração, se-
guindo o conselho de Krçna. Ao invés disto, realizaram uma cerimônia de VERSO 87
adoração às vacas, aos brãhmanas e à Colina de Govardhana. Naquela época, Krsna
expandiu-Se e declarou: " E u sou a Colina de Govardhana." Dessa maneira, Ele
aceitou toda a parafernália e os alimentos oferecidos à Colina de Govardhana.
Afirma-se no Srimad-Bhãgavatam (10.24.26, 31-33):
ffi*É cm. cmi-vm m facmfem u w w
sakala brãhmane puri vaisnava karilã
pacyantãm vividhãh pâkãh sei sei sevã-madhye sabã niyojila
süpãntãh pãya-sãdayah sakala brãhmane—todos os brãhmanas ali presentes; puri— Mãdhavendra Puri G o -
samyãvã-püpaéaskulyah svãmi; vaisnava karilã—elevados à posição d e Vaisnavas; sei sei—sob diferentes divi-
sarva-dohaé ca grhyatãm sões; sevã-madhye—em prestar serviços; sabã— todos eles; niyojüa—íoram ocupados.
kãlãtmanã bhãgavata TRADUÇÃO—Naquela ocasião, Mãdhavendra Puri iniciou todos os brãhmanas
éakra-darparh jighãmsatã presentes no culto Vaiçnava e ocupou-os em diferentes classes de serviço.
proktam niéamya nandãdyãh
sãdhv agrhnanta tad vacah SIGNIFICADO—As escrituras afirmam que sat-karma-nipuno vipro mantra-tantra-
radah avaisnavah. Mesmo que u m brãhmana de casta ou u m brãhmana qualificado
tathã ca vyadadhuh sarvath ^ja perito nos deveres ocupacionais de um brãhmana, ele não é necessariamente
U m ?nava
yathãha madhusüdanah . f' - Mencionam-se seis ocupações como deveres d o brãhmana. Pathana
(
vãcayitvã svasty ayanarh ^"•nca que o brãhmana deve ser versado nas escrituras védicas. Ele também deve
532 e n s i r i a r a o u t r o s a
tad dravyena giri-dvijãn tambe' ^ estudarem os textos védicos. Isto é pãthana. Ele
d e V e S 6 r e t o e m a d o r a r
dico í P " m
diferentes deidades e em realizar os rituais vé-
am 0
upahrtya balin sarvan todos ^' Devici a este yajana, o brãhmana, sendo o líder da sociedade, realiza
08 n t u a s
ãdrtâ yavasam gavãm ou to- . * védicos para os ksatriyas, os vaisyas e os éüdras. Isto chama-se yãjana,
a u c a r o u t
godhanãni puras-krtya
e
Prati ' * r o s a realizarem cerimônias. O s dois itens restantes são dana
girim cakruh pradaksinam segujj re ° brãhmana aceita toda espécie d e contribuições (pratigraha) de seus
guar{ja°"' (Principalmente, os ksatriyas, os vaiéyas e os éüdras). Porém, ele não
" 'Preparai toda espécie de bons alimentos com os cereais e o gbícoletiàos^P sald0 ° ^ a
< i n n e Í T O
P a si. Ele só guarda o tanto que for necessário e dá o
s u t r
1 3
° o s em caridade (dana).
o yajna. Preparai arroz, dahl; e, então, halavã, pãkorã, puri e toda e
308 Sn Caitanya-caritãmrta Madhy -i O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 309
a ila
Verso 9i
Para que tal brãhmana qualificado adore a Deidade, ele precisa ser um Vaisruy VERSO 89
Assim, a posição do Vaisnava é superior à do brãhmana. Este exemplo dado *'
Mãdhavendra Puri confirma que, mesmo que um brãhmana seja muito perito C M t l l l «ai» C S 1 , r.Ht«f " p u i
não pode tomar-se um sacerdote, ou servo da mürfi de Visnu, a menos que se
iniciado no vaisnava-mantra. Após instalar a Deidade de Gopãla, Mãdhavendr eflfíl? C i t a r.«ffir.:5«il*>t ll vs> ll
Puri iniciou todos os brãhmanas no Vaisnavismo. A seguir, encarregou os brãhmanas
gopãla prakafa haila,—deée éabaa haila
de diferentes classes de serviço à Deidade. Desde as quatro da manhã até às dez ãéa-pãéa grãmera loka dekhite dila
da noite (do mahgala-ãrãtrika ao éayana-ãrãtrika), deve haver pelo menos cinco ou gopãla—Senhor Gopãla; prakata haila—apareceu; deée—por toda a região; éabda
seis brãhmanas a serviço da Deidade. Realizam-se seis ârãtrikas no templo e freqüen- jjflí—a notícia espalhou-se; ãéa-pãéa—vizinhas; grãmera—das aldeias; loka—as
temente oferecem-se alimentos à Deidade e prasãda é distribuída. Este é o método pessoas; dekhite dila—vieram ver.
de adorar a Deidade segundo as regras e regulações estabelecidas pelos predeces-
sores. Nossa sampradãya pertence à sucessão discipular de M ã d h a v e n d r a Puri, a
qual pertencia à Madhva-sampradãya. Estamos na sucessão d i s c i p u l a r de Sri
Caitanya Mahãprabhu, que foi iniciado por Sri Isvara Puri, d i s c í p u l o de
Mãdhavendra Puri. Portanto, nossa sampradãya chama-se Madhva-Gaudrya- TRADUÇÃO—Ao espalhar-se por toda a região a notícia de que o Senhor Gopãla
sampradãya. Sendo assim, devemos cuidadosamente seguir os p a s s o s de Sri aparecera em cima da Colina de Govardhana, todas as pessoas das aldeias vizi-
nhas vieram ver a Deidade.
Mãdhavendra Puri e observar como ele instalou a Deidade de Gopãla em cima da
Colina de Govardhana, como organizou e realizou a cerimônia de Annaküta em
apenas um dia, e assim por diante. A instalação de nossas Deidades n o s Estados
Unidos e nos países abastados da Europa deve ser realizada a exemplo d a s ativida-
des de Sri Mãdhavendra Puri. Todos os servos da Deidade devem ser estritamente VERSO 90
qualificados como brãhmanas e, especificamente, devem ocupar-se no costume
Vaisnava de oferecer tanta prasãda quanto possível e distribuí-la a o s devotos que i « C a a f i w 4 C a a dJICI 1 Í . 1 atfMiPI I
visitam o templo para ver o Senhor. l a ^ T » a r a ira Vlftrl S<iPl II & ° II
ekeka dina ekeka grame la-ila mãgihã
anna-küta kare sabe harasita hahã
áeka dina—um dia após outro; ekeka grame—uma aldeia após outra; la-ila—obtinha
VERSO 88 permissão; mãgihã— rogando; anna-küta kare—realizam a cerimônia de Annaküta;
S"*—todas; harasita—satisfeitas; hahã—ficando.
f g R f w i K l r a . S r ? * aafèei 5«ft1 I
f à g <?3IM I f t t f è l f S l í . 1 5 * 1 * 1 1 * 1 I I \ r \ r I I
rãtri-kãle thãkurere karãiyã sayana rmentos, que nem convém mencionarmos. Devemos entender que, a fim
purí-gosãni kaila kichu gavya bhojana à e
r alimento nutritivo, precisamos apenas d e cereais, ghi, iogurte e leite,
o a r a
rãtri-kãle—a noite; thâkurere—a Deidade; karõiyã—fazendo com que; sayana c. ^-''nodemos oferecer nada mais à Deidade. O Vaisnava, o ser humano perfeito,
3
deitasse para descansar; purí-gosãni—Mãdhavendra Puri; /cfli/a—fazia; kich ^- ° ceifa nada que não tenha sido oferecido à Deidade. O povo vive frustrado
n ã
alguma; gavya—preparação láctea; bhojana—comendo. ° as políticas nacionais de nutrição, porém, aprendemos das escrituras védi-
C O m
ue havendo vacas e cereais suficientes, todo o problema alimentício é resol-
q
T R A D U Ç Ã O — á r i Mãdhavendra Puri não comia nada durante todo o dia, mas p t a n t o , no Bhagavad-gitã, recomenda-se aos vaiéyas (pessoas dedicadas à
or
noite, após fazer a Deidade deitar-Se para descansar, tomava uma preparação ^ cultura e ao comércio) que produzam cereais e protejam as vacas. A vaca é
a
*animal mais importante, pois produz o alimento milagroso, o leite, com o qual
láctea.
!odemos preparar o g h i e o iogurte.
VERSO 92 A perfeição da civilização h u m a n a d e p e n d e da consciência de Krsna, que reco-
menda a adoração à Deidade. Preparações feitas com legumes, cereais, leite, g h i
«tfssaír.i *jfG tere ^fãi caa*t i e iogurte são oferecidas à Deidade e então distribuídas. Nesta passagem, podemos
«>g I Í P I diasátcaa «rfei c i t a ^ M n II
vera diferença entre o Oriente e o Ocidente. As pessoas que vieram ver a Deidade
de Gopãla trouxeram toda espécie de alimentos para oferecerem à Deidade. Elas
prãtah-kãle punah taiche karilã sevana
trouxeram toda a comida que tinham na despensa, e apresentaram-se ante a
anna lahã eka-grãmera ãila loka-gana
Deidade, não apenas para aceitar prasãda para si mesmas, como também para
prãtah-kãle—àe manhã; punah—novamente; taiche—exatamente como antes; distribuí-la aos outros. O movimento para a consciência de Krsna aprova vigoro-
karilã—prestavam; sevana—serviço; anna lahã—cora alimentos; eka-grãmera—de al- samente esta prática de preparar alimentos, oferecê-los à Deidade e distribuí-los
à população em geral. Deve-se estender esta atividade universalmente a fim de
guma aldeia; ãila—chegava; loka-gana—o povo.
suspender hábitos alimentares pecaminosos, bem como outros comportamentos
próprios de demônios. Uma civilização demoníaca jamais trará paz ao m u n d o .
T R A D U Ç Ã O — N a manhã seguinte, começava-se novamente a prestar serviço à Dei-
Já que comer é a primeira necessidade da sociedade h u m a n a , as pessoas ocupa-
dade, e o povo de alguma aldeia chegava com toda espécie de alimentos.
das em resolver os problemas de preparar e distribuir alimentos devem tomar
lições de Mãdhavendra Puri e realizar a cerimônia de Annaküfa. Q u a n d o o povo
VERSO 93 adotar o costume de comer somente prasãda oferecida à Deidade, todos os demô-
nios converter-se-ão em Vaisnavas. Q u a n d o o povo for consciente de Krsna, na-
'«ia, ^r*, afà, $«,—atca a« fei i turalmente o governo também o será. Um h o m e m consciente de Krsna é sempre
ctrticia «rrct cita <Biffãai afãi II *•* i ™ benquerente de todos e muito liberal. Q u a n d o homens assim liderarem o go-
verno, certamente as pessoas deixarão de ser demônios perturbadores, passando
anna, ghrta, dadhi, dugdha,—grame yata chila a
ser impecáveis. Será então e somente então que poderá prevalecer uma condição
gopãlera ãge loka ãniyã dharila Pacífica na sociedade.
anna—cereais; ghfta—ght, ou manteiga clarificada; dadhi—iogurte; dugdha-leite.
grame—na aldeia; yafa—tanto; chila—quanto havia; gopãlera ãge—perante a Deida
de Gopãla; loka—todo o povo; ãniyã— trazendo; dharila—colocava. VERSO 94
T R A D U Ç Ã O — O s habitantes da aldeia traziam para a Deidade de Gopãla tant* ^aíàa-sira fàst afài a«» i
cereais, ghi, iogurte e leite quantos tinham em sua aldeia. fcsce «raan? ctflta atai c«tw» n * 8 «
te- lI
S I G N I F I C A D O — A n n a , ghrta, são: cereais, ghi, iogurte e •f' i ^ ^
dadhi e dugdha e t pürva-dina-prãya vipra karilã randhana
lidade, estes são os alimentos básicos. Legumes e frutas são subsidiários. purog^. taiche anna-küta gopãla karilã bhojana
fazer centenas de milhares de receitas com cereais, legumes, g h i , leite e ' " " ^ W p n f l <
fizeram- " " ^ ~ i u a s e como n o dia anterior; vipra—todos os brãhmanas; karilã—
O alimento oferecido a Gopãla na cerimônia de Annaküta continha ape m M w
"tida ó ' ^ ' ' — c o z i n h a n d o ; taiche—da mesma forma; anna-küta—pilhas de co-
cinco ingredientes. Somente pessoas demoníacas sentem atração por outra g0 sla
' P ~a Deidade do Senhor Gopãla; karilã—fez; bhojana—comendo.
312 Sri Caitanya-caritãmrta nB O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 313
Madh _, ya iU 4
Ve rso 9»
gopülera sahaja-príti vraja-vãsi-prati .}--vindo; saba—todas; loka—pessoas; gopãla—a. Deidade de Sri Gopãla;
vraja-vãsi—os habitantes de Vrndãvana (Vrajabhümi); lokera—das pessoas fetitiyí—ao verem; sabãra—de todas elas; khande—desaparece; duhkha-Soka—toda
krsne—ao Senhor Krçna; sahaja—natural; pirtti—amor; gopãlera—do Senhor Gopãla a lamentação e infelicidade.
sahaja—natural; prífi—amor; vraja-vãsi-prati— para com os habitantes de
Vrajabhümi. TRADUÇÃO—De diferentes aldeias vieram multidões de pessoas para verem a
• Deidade de Gopãla, e tomaram suntuosa mahã-prasãda. Ao verem a forma supe-
TRADUÇÃO—O local ideal para praticar a consciência de Krsna é Vrajabhümi, per excelente do Senhor Gopãla,toda a lamentação e infelicidade delas desapare-
ou Vrndãvana, onde as pessoas sentem-se naturalmente inclinadas a amar a Krsna ceram.
e Krsna sente-Se naturalmente inclinado a amá-las.
VERSO 97
SIGNIFICADO—No Bhagavad-gitã se diz: ye yathã mãth prapadyante tãms talhaiva
b m - i w aspirei ali ia i
bhajãmy aham. Há uma cooperação recíproca entre o Supremo Senhor Krçna e
Seus devotos. Quanto mais um devoto ama a Krçna sinceramente, mais Krsna - â f ifl* f ã * i ç a *f-ca i r , * 1 e . i a n &<í n
retribui, tanto que um devoto altamente avançado pode conversar com Krçna face
a face. Krçna confirma isto no Bhagavad-gitã ( 1 0 . 1 0 ) : ãéa-pãéa vraja-bhümera yata grama saba
eka eka dina sabe kare mahotsava
lesam satata-yuktãnãrh ãéa-pãéa—vizinhas; vraja-bhümera—àe Vrajabhümi; yata—todas; grama—aldeias;
bhajatãm priti-pürvakam sai»—todas; eka eka—um após o outro; dina—dias; sabe—todos; kare— realizam;
dadãmi buddhi-yogarh Iam mahotsava—festivais.
yena mãm upayãnti te
TRADUÇÃO—Todas as aldeias da vizinhança de Vrajabhümi [Vrndãvana] fica-
r m
"Àqueles que se dedicam constantemente a Mim e Me adoram com amor, Ei ^ sabendo do aparecimento de Gopãla, e todas as pessoas destas aldeias vieram
dou a compreensão pela qual eles podem vir a Mim.'' A verdadeira missão vè-10. Dia após dia, todas elas realizaram a cerimônia de Annaküta.
vida humana é compreender Krsna e voltar ao lar, voltar ao Supremo. Portanto,
c o n v
quem se ocupa sinceramente no serviço ao Senhor, com amor e fé, pode "
sar com Krçna e receber instruções através das quais podefé rapidamente vo ^ VERSO 98
ao lar, voltar ao Supremo. Hoje em dia, muitos eruditos defendem a ' c
^n e n c l
o r
religião e têm certa concepção da Suprema Personalidade de Deus, P ^ j . j m r
a 0
c t T * t w - a i i s f e mf& « R i c w t <&r,"31
gião sem experiência prática da Suprema Personalidade de Deus não é re ig^
tta
»iíti mi 1*1 ciia rufa « r i f a r a n sir- n
em absoluto. O Srimad-Bhãgavatam descreve isto como uma forma de ^^ . eüi
ligião significa viver sob as ordens de Krçna, a Suprema Personalidade e gopãla-prakata éuni' nãnã deéa haite
1 e
Se alguém não está qualificado para conversar com Ele e tomar lições d* ' „ 0 „ . nãnã dravya lahã loka lãgilã ãsite
1
pode compreender os princípios da religião? Assim, conversas sobre re ig ^ diversas"' ^ ' e i r a a e
de Gopãla; vrakata—aparecimento; éuni'—ouvindo; nãnã—
experiência religiosa sem consciência de Krçna não passam de mera pe £ a
k>ka—' k^ ~~regiões; haite—de; nãnã—diversas; dravya—coisas; lahã— trazendo;
tempo. f^ssoas; lãgilã—começaram; ãsite—a vir.
314 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-iji O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 315
Verso 103
t r a d u ç ã o — D e s s a maneira, não só as aldeias vizinhas, mas também tod , O—Um riquíssimo ksatriya da ordem real construiu um templo, outrem
08
outras províncias, ficaram sabendo do aparecimento de Gopãla. Assim * ** S
ri^tensfl' de cozinha e outrem construiu muros de proteção.
pessoas de toda parte, trazendo grande variedade de presentes.
VERSO 102
VERSO 99
i s a , a a a s i i í t - « a a i * a •stfeft f»»i i
i ^ r n i c*rta 1 1 1 ? a ? «ttt 1 a s a 1 5 a -stí^t c f W c e r a c?i I I > Í I I
«f%« a**' awi c«i» ca « t f * ' 11 :>» 11
e*w eka vraja-vãsi eka eka gãbhi dila
muthurãra loka saba bada bada dhaní sahasra sahasra gãbhi gopãlera haila
bhakti kari' nãnã dravya bheta deya ãni' da eka—cada; vraja-vãsi—residente de Vrndãvana; eka eka—uma; gãbhi—vaca;
mathurãra—da cidade de Mathurã; loka—as pessoas; saba—todas; ooaa bada- dito-contribuiu; sahasra sahasra—milhares e milhares; gãbhi—vacas; gopãlera—de
muito grandes; dhani—capitalistas; bhakti kari'—por devoção; nãnã dravya—diversas Gopãla; haila-havia.
espécies de coisas; bheta—presentes; deya—deram; ãni'—trazendo.
TRADUÇÃO—Cada família residente na terra de Vrajabhümi contribuiu com u m a
t r a d u ç ã o — A s pessoas de Mathurã, que são grandes capitalistas, também trou- vaca- Dessa maneira, milhares de vacas tornaram-se propriedade de Gopãla.
xeram vários presentes e ofereceram-nos perante a Deidade em serviço
devocional.
VERSO 100 SIGNIFICADO—Esta é a maneira de instalar a Deidade, construir o templo e au-
mentar a propriedade do templo. Todos devem entusiasticamente contribuir para
a construção do templo para a Deidade, e todos devem, também, contribuir com
o alimento para a distribuição de prasãda. Os devotos devem pregar o evangelho
w i ç i n « i f e i , fãs? Tt%i «NM 115>»° 11
do serviço devocional e, assim, ocupar as pessoas em serviço prático à Deidade.
snorna, raupya, vastra, gandha, bhaksya-upahãra Pode-se, também, atrair pessoas ricas para participarem nestas atividades. Dessa
asahkhya ãise, nitya bãdila bhãndãra maneira, todos tomar-se-ão espiritualmente inclinados e toda a sociedade
svarna—ouro; raupya—prata; vastra—vestimentas; gandha—perfumes; bhaksya- converter-se-á à consciência de Krsna. O desejo de satisfazer os sentidos mate-
upahãra—oferendas para comer; asahkhya—incontáveis; ãise—chegaram; nitya- riais diminuirá de forma automática, e os sentidos tornar-se-ão tão puros que po-
diariamente; bãdila—aumentava; bhãndãra—o tesouro. derão ocupar-se em bhakti (serviço devocional ao Senhor). Hrsikena hr$Ike$a-sevanam
ohaktir ucyate. Servindo ao Senhor, nossos sentidos purificam-se gradualmente.
TRADUÇÃO—Assim, chegaram incontáveis presentes de ouro, prata, vestimen- Aocupação dos sentidos purificados a serviço de Senhor Hrslkeáa chama-se bhakti.
vuando a propensão adormecida para bhakti desperta, pode-se entender a Su-
tas, artigos perfumados e comestíveis. O tesouro de Gopãla aumentava
Pjenra Personalidade de Deus como Ele é. Bhaktyã mãm abhijãnãti yãvãn yaé cãsmi
diariamente. 8 8 1
y" * * - (Bg- 18.55) Este é o processo de dar à humanidade a oportunidade de
•espertar a consciência de Krsna. Assim, todos podem aperfeiçoar suas vidas sob
VERSO 101 ««os os aspectos.
i f ó astHsrt *fàri a a í ç i a f % 1
C a ? * t t a - « T Q t a Cm, c a * cgffta I I I O I I VERSO 103
gauda ha-ite—da Bengala; dilã— vieram; dui—dois; vairãgi— da ordem renun w_ d e s s a maneira; vatsara—anos; dui—dois; karilã—realizada; sevana—
brãhmana—pessoas nascidas em famílias de brãhmanas; purí-gosãni— Mãdriav^^' *' ão- eka-dina—certo dia; purí-gosãhi—Mãdhavendra Puri; dekhila—viu;
Puri; rãkhila—acolheu; tare—a eles; kariyã— fazendo; yatana—todos os e«(
,0r
Ços.
TRADUÇÃO—Finalmente, chegaram da Bengala dois brãhmanas pertencem ç __Dessa maneira, realizou-se a adoração à Deidade no templo mui
AO
sei dui áisyfl kari' sevã samarpila gopãla kahe, puri ãmãra tapa nãhi yãya
rája-sevã haya,—purira ãnanda bãdila malayaja-candana lepa', tabe se judãya
sei dui—aquelas duas pessoas; éisya kari'—iniciando; seitf—do serviço; samarpm- gopãla—a Deidade de Gopãla; kahe—disse; puri— Meu querido Mãdhavendra
encarregou; rãja-sevã— realização esplêndida de serviço; haya—é; purira-áe Puri; ãmãra—Minha; tapa—temperatura do corpo; nãhi—não; yãya—vai embora;
Mãdhavendra Puri; ãnanda—prazer; bãdila—aumentou. nalayaja-candana—sândalo produzido nas colinas Malayas; lepa'—unta o corpo;
tabe—então; se—isso; judãya—refresca.
TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri iniciou, então, aqueles dois brãhmanas
encarregando-os do serviço diário ao Senhor. Este serviço era executado conti- BADuçÀO—Em seu sonho, Mãdhavendra Puri viu Gopãla, q u e dizia: "A tem-
nuamente, e a adoração à Deidade tornou-se esplêndida. Assim, Mãdhavendra peratura de Meu corpo ainda não baixou. Por favor, traze sândalo da província
Puri ficou muito satisfeito. de Malaya e unta com a polpa o Meu corpo para refrescar-Me."
VERSO 111
sewfra nirbandha—loka karilã sthãpana kibã vipra kioã nyãsi éüdra kene naya,
ãjhã mãgi' gauda-deée karilã gamana yei krsna-tattva-vettã, sei 'guru' haya
d e a d o
sevãra nirbandha—as providências para executar a rotina diária ^^ e n .
Senhor; loka—as pessoas; karilã—fez; sthãpana—estabelecer; ãjhãrnãgi'-cioea
e a u m s e a
do à ordem; gauda-deée—rumo à Bengala; karilã—fez; gamana—indo. 'êr« J ^ ^ ^ J brãhmana, sannyãsi, éüdra ou qualquer outra coisa, se for bem
d o
v ^ "a ciência de Krsna, poderá tomar-se um g u r u . " (Cc. Madhya 8.128) Sri
e n d r a P u r i a i a e
TRADUÇÃO—Antes de partir, Mãdhavendra Puri tomou todas as providênc»^ ^'
teU r n P ° s t a afirmação. Segundo o preceito d o pahcarãtra, somen-
é m a m c a s a
para manter regular a adoração à Deidade, e atribuiu diversos deveres a ' irúc H d o pode dar iniciações. Outros não podem. Q u a n d o alguém
p r e s u m e s e ue s e
tes pessoas. Então, obedecendo à ordem de Gopãla, partiu para a Beng *fequad ' ~ °i tornou brãhmana; sem ser iniciado por um brãhmana
q o °' " ^ g u é m pode converter-se em brãhmana. Em outras palavras, a menos
Ue
1 s e a um
ÔluoJL .P ' brãhmana, não pode converter outra pessoa e m brãhmana.
VERSO 110
drv ^ ^'brãhmana, participante da instituição de vamãérama-dharma, pode obter
ersa
*jfla esto cffà' wrsrô «rRãi «rara n Ü ° « para adorar o Senhor Visou por meio de seu tra-
n
e s t o . Na realidade, as pessoas imploram para ser iniciadas por estes
320 Sri Caitanya-caritãmrta O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 321
M a d h
*Hilà, 4
Ver** 16
brãhmanas casados só para lograrem êxito na instituição de varnãérama __jsJo corredor do templo, do qual as pessoas geralmente avistavam
IO
0
livrarem-se de desejos materiais. Portanto, é necessário que o mestre es • ^ TRAp A, Mãdhavendra Puri cantou e dançou. Então, sentou-se ali e pergun-
e
pertencente ao grhastha-ãérama seja um Vaisnava estrito. Um mestre esív • a peida ^ s j u n a n a que espécie de alimentos ofereciam à Deidade.
da ordem de sannyãsa tem pouquíssima oportunidade de realizar arcana ado - tou*
r
à Deidade, mas, se alguém aceita como mestre espiritual um sannyãsi tran ^ VERSO 114
dental, não deve negligenciar o princípio de adoração à Deidade em absol ciara citàa cafa' «ftafa® ac* 1
Para complementar esta conclusão, Sri Caitanya Mahãprabhu deu-nos Sua orjin&!
no verso kibã vipra kibã nyãsí, etc. Isto indica que o Senhor compreendeu a fraqu° §131 osm ciicsi -<íiai aja «rçarr,* 11 m«
da sociedade ao advogar que somente um grhastha-brãhmana deva ser mestre es
piritual. Sri Caitanya Mahãprabhu afirma que não tem importância o fato de sevãra sausfhava dekhi' ãnandita mane
mestre espiritual ser grhastha (chefe de família), sannyãsi ou mesmo éüdra. O mestre uttama bhoga lãge—ethã bujhi anumãne
espiritual simplesmente precisa ser versado na essência do éãstra: ele precisa setãra—àa adoração; sausthava—excelência; dekhi'—ao ver; ãnandita—satisfeito;
compreender a Suprema Personalidade de Deus. Somente então pode alguém mane—na mente; uttama bhoga—os melhores comestíveis; lãge— oferecem; ethã—
tornar-se mestre espiritual. Diksã na realidade significa iniciar um discípulo no assim; bujhi—percebo; anumãne—por dedução.
conhecimento transcendental através do qual ele possa livrar-se de toda a conta-
minação material. TRADUÇÃO—Pela excelência das preparações, Mãdhavendra Puri percebeu, por
dedução, que se ofereciam apenas os melhores comestíveis.
VERSO 112
VERSO 115
C ^ t r e c a i CM1%H1 I cacs j$fl csfst sTfcst, i a i ^ *jTça 1
<afra arô c« r a d i c a i f i s a i - a « II II cscs f%ftp cera G I Í I Í C I ipafèa 11 ü<t 11
remunãte kaila gopinãtha daraéana yaícfie ihã bhoga lãge, sakala-i puchiba
tãhra rüpa dekhihã haila vihvala-mana taiche bhiyãne bhoga gopãle lãgãiba
remunãte—na aldeia de Remunã; kaila—fez; gopinãtha—a Deidade de Gopinãtha; yaiche—assim como; ihã— aqui; bhoga—alimentos; lãge—oferecem; sakala-i—tudo;
daraéana—vendo; tãhra—Sua; rüpa—beleza; dekhihã—ao ver; haila—ficou; vihvala- puchiba—vou perguntar; taiche—de modo semelhante; bhiyãne—na cozinha;
confusa; mana—mente. bhoga—alimentos; gopãle—a Sri Gopãla; lãgãiba—providenciarei.
nrtya-gita kari'—após dançar e cantar; jaga-mohane—no corredor do e btfhfjj' ~ e este assunto; puchilena—ele perguntou; brãhmanera sthãne—ao
0
I?W; brã
vasilã— sentou-se; kyã kyã—que; bhoga—alimentos; lãge—oferecem; brantn . »nv,J hmana—o sacerdote; kahilã—informou; saba—tudo; bhoga—alimentos;
sacerdote brãhmana; puchila—perguntou. ""•W-em descrição.
322 Sri Caitanya-caritãmrta M
O serviço devocional de á r i Mãdhavendra Puri 323
*»hyaH!H j4
Ver»» 122
TRADUÇÃO—Ao ser indagado sobre este assunto, o sacerdote bràhrnana - „ enquanto Mãdhavendra Puri conversava com o sacerdote brãhmana,
T R A t J
cou em pormenores que espécie de alimentos eram oferecidos à Deidad* *''" 1
" doce f„i trazido perante a Deidade para ser-Lhe oferecido. Ao ouvir isso,
Gopinãtha. « e d
^ S S v e n d r a Puri pensou o seguinte.
sandhyãya bhoga lãge kslra—'amrta-keli'-nãma ayãcita kslra prasãda alpa yadi pãi
dvãdaéa mrt-pãtre bhari' amrta-samãna svãda jãni' taiche k$lra gopãle lãgãi
sandhyãya—à noite; bhoga—alimentos; lãge—oferecem; kslra—arroz doce; amrla- gyacita—sem pedir; kslra—arroz doce; prasãda—restos do alimento; alpa—um
keli-nãma—chamado amrta-keli; dvãdaéa—doze; mrt-pãtre—potes de barro; bhari'- pouco; yadi—se; pãi—eu conseguisse; svãda—o gosto; /'aní'—conhecendo; taiche—
enchendo; amrta-samãna—tal qual o néctar. semelhante; kslra—arroz doce; gopãle—ao meu Gopãla; %d"i—posso oferecer.
TRADUÇÃO—O sacerdote brãhmana disse: "À noite, oferecem arroz doce à Dei- TRADUÇÃO—"Se me dessem u m pouco d e arroz doce sem eu pedir, então eu po-
dade em doze potes de barro. Como este arroz doce sabe a néctar [amrta], ele deria prová-lo e fazer u m a preparação semelhante para oferecer ao meu Senhor
chama-se amrta-keli." Gopãla."
TRADUÇÃO—"Este arroz doce é famoso em todo o m u n d o como gopinátha-ksírJ TRADUÇÃO-Mãdhavendra Puri ficou muito envergonhado de ter desejado
p r o v a r0a m
Ele não é oferecido em n e n h u m a outra p a r t e . " > * doce, e imediatamente pôs-se a pensar no Senhor Visnu. Enquanto
Pesava assim no Senhor Visnu, a oferenda foi concluída, após o que começou
VERSO 119 «nmônia de ãrati.
O F w t w cm c m fcta^ca i r f a i i
« f à ' < j f k i t t a t f a 3 tâsf a t a f à s t f à i II Ü S - n VERSO 122
ãrati dekhiyã—após assistir ao drafi; puri— Màdhavendra Puri; kaila— Dl Ft - desejo; haila—ficou; tãhe—por aquela razão; mane—ele considera;
namaskãra—reverências; bãhire ãilã—saiu; kãre—a ninguém; kichu—nada; nã— ° U;
Jjj^-ofensa.
kahilã—disse; ãra—mais.
_ - U m paramahamsa como Mãdhavendra Puri fica sempre satisfeito
u c A O
T R A D U Ç A O — A p ó s o fim do ãrati, Mãdhavendra Puri prestou suas reverènci ^ " j y i e o amoroso ao Senhor. A fome e a sede materiais não podem impedir
à Deidade e, então, deixou o templo. Ele não disse mais nada a ninguém ** jtjyidades. Ele desejou provar um pouco do arroz doce oferecido à Deida-
**considerou, portanto, ter cometido u m a ofensa ao desejar comer o que esta-
VERSO 123 vl «ndo oferecido à Deidade.
«ratftre « f r í t i a f a , « c * S f i t a II II hjrto quando levado da cozinha para o aposento da Deidade. Dessa maneira,
ayãcita-vrtti puri—virakta, udãsa outros não podem vê-lo. Aqueles que não estão acostumados a seguir os
ayãcita pãile khã'na, nahe upavãsa ivançados princípios devocionais regulativos talvez desejem comer o alimento,
ayãcita-vrtti—acostumado a evitar de mendigar; puri—Mãdhavendra Puri; e isto é uma ofensa. Portanto, não se deve dar a ninguém a oportunidade de sequer
virakta—desapegado; udãsa—indiferente; ayãcita—sem esmolar; pãile—se obtém; vê-lo. No entanto, ao ser introduzido perante a Deidade, deve-se descobri-lo. Ao
khã'na—come; nahe—caso contrário; upavãsa—jejuando. ver o alimento descoberto perante a Deidade, Mãdhavendra Puri desejou provar
um pouco dele, de modo que pudesse fazer uma preparação semelhante de arroz
T R A D U Ç A O — M ã d h a v e n d r a Puri evitava de mendigar. Era inteiramente desape- doce para o Gopãla que era seu. No entanto, Mãdhavendra Puri era tão estrito
gado e indiferente às coisas materiais. Ele não esmolava. Se alguém lhe oferecia qne considerou isso uma ofensa. Conseqüentemente, deixou o templo sem dizer
algum alimento, ele comia; caso contrário, jejuava. nada a ninguém. Por isso, o paramaharhsa é chamado vijita-sad-guna. Ele deve
vencer as seis qualidades materiais — kãma, krodha, lobha, moha, matsara e ksudhã-
SIGNIFICADO—Esta é a fase d e paramahamsa, a fase mais elevada para um sannyis. trsnã (luxúria, ira, cobiça, ilusão, inveja, fome e sede).
Um sannyãsl pode mendigar de porta em porta para conseguir comida, mas, o
paramahamsa que adota ayãcita-vrtti, ou ajagara-vrtti, não pede comida a ninguém. VERSO 125
Se alguém lhe oferece comida voluntariamente, ele come. Ayãcita-vrtti significa
estar acostumado a abster-se da mendicância, e ajagara-vrtti indica alguém que cil(ca? •fJKtcft afã' acaa 4*Téa i
pode ser comparado a um píton, a grande cobra que, em vez de fazer esforço v*i«n *t«t#t aatai fcfasr,* "ia* • H « II
para conseguir comida, espera que o alimento venha naturalmente à sua boca. grãmera éünya-hãte vasi' karena kirtana
Em outras palavras, o paramahamsa ocupa-se única e exclusivamente a serviço do ethã püjãrí karãilã fhãkure sayana
Senhor, sem sequer ligar para comer ou dormir. Afirmou-se sobre os seis grãmera—da aldeia; éünya-hãte—no mercado vazio; vasi'—sentando-se; karena—
Gosvàrms: nidrãhãm-vihãrakãdi-vijitau. Na fase de paramahamsa, é dominado o dese- Ie
*jéa; kirtana—canto; ethã—no templo; püjãrí—o sacerdote; karãilã—fez; fhãkure—
jo de dormir, de comer e de desfrutar com os sentidos. O paramahamsa mantém-se * Deidades; sayana-deitarem-Se.
como mendicante manso e humilde, ocupado a serviço do Senhor dia e nua*
Mãdhavendra Puri havia alcançado esta fase de paramahamsa.
j A o U t f o - M à d h a v e n d r a Puri deixou o templo e foi sentar-se no mercado da
e s t a v a v a z i o
dote!) - Sentado ali, começou a cantar. Neste ínterim, o sacer-
VERSO 124 0
'emplo fez a Deidade deitar-Se para dormir.
c«atsre'<5«. f « H f # l «tfç atw i C A D o
ieJ^ ~ E m b o r a Mãdhavendra Puri não se interessasse em comer e dormir,
"#t?-^6ÇI cai, «íca ate* «*f?fC1 il II tr
*nsc "! SSe em c a
n t a r o mahã-mantra era tão agudo que ele mais parecia ser um
premãmrte trpta, k$udhã-trsnã nãhi bãdhe •AFJGÇ ^ " ' a l i s t a aspirante do que um paramahamsa. Isto significa que, mesmo
r:
kslra-icchã haila, tãhe mane aparãdhe Senh° Gojvjjj^ Wamahamsa, não se pode deixar de cantar. Haridãsa Thãkura e os
prema-amrte trpta—ficando satisfeito somente com o serviço amoroso ao ^ * muj . a t a v a m todos um número fixo de voltas; portanto, cantar nas contas
t0
ksudhã-trshã—fome e sede; nãhi—não; bãdhe— impedem; kslra—por arroz ""Portante para todos, mesmo para quem chegue a tornar-se um
326 Sri Caitanya-caritãmrta O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 327
Madhya-,u a 4
Verso 13"
paramahamsa. Pode-se realizar este canto em qualquer lugar, quer dentro - "Por favor, levanta-te e abre a porta do templo. Guardei um pote
0
U e r
fora do templo. Màdhavendra Puri sentou-se, pois, n u m mercado vazio paj ^ a
T
^arroz doce para o sannyãsi Màdhavendra P u r i . "
zar seu canto. Como afirma Srinivãsa Acãrya em suas orações aos Gosvãrnis- n * ^
gãna-natibhih. O devoto paramaharhsa está sempre ocupado em cantar e r,^""' VERSO 128
serviço amoroso ao Senhor. Os processos de cantar os santos nomes do Se
e ocupar-se em Seu serviço são idênticos. Como se afirma no Srímad-Bhão ' aval
0
a?ra w t i c i 6 1 * 1 ^ a ifra a a i
(7.5.23), há nove espécies de serviço devocional: ouvir (éravanam), cantar (kinantam c s t i a i «1 «Mfswii s f * i "BrtJifa a í a t a n n
lembrar-se (visnoh smaranam), servir (pãda-sevanam), adorar a Deidade (arcada
orar (vandanam), cumprir ordens (dãsyam), servi-lO como amigo (sakhyam) e j ' s a c r
dhadãra ahcale dhãkã eka kslra haya
ficar tudo pelo Senhor (dtma-nivedanam). Apesar de cada processo parecer distinto tomará nã jãnila tãhã ãmãra mãyãya
ao situarmo-nos na plataforma absoluta, podemos ver que eles são idênticos Po r
flgãám—àa cortina de pano; ahcale—pela- bainha; dhãkã— coberto; eka—um;
exemplo, ouvir é tão bom quanto cantar, e lembrar-se é tão bom quanto cantai tíra—pote de arroz doce; haya—há; tomara—xu; nã— não; jãnila— soubeste; tãhã—
ou ouvir. De modo semelhante, ocupar-se na adoração à Deidade é tão bom quanto igso; tfrmfra-Meu; mdyãya-pelo truque.
cantar, ouvir ou lembrar-se. Espera-se que o devoto aceite todos os nove processos
de serviço devocional, mas, m e s m o que ele se aperfeiçoe apenas num processo
TRADUÇÃO—"Este pote de arroz doce está logo atrás da Minha cortina de pano.
ainda assim pode alcançar a posição mais elevada (paramahamsa) e voltar ao lar,
Tu não o viste por causa de Meus t r u q u e s . "
voltar ao Supremo.
VERSO 129
VERSO 126
Y f t V * t f t I S l t l T « T C 5 ÇtC&CS afi<«»i I
fãw 5«i <pfV «jsfrât afài "lai i srçrcas \5' d f e %s c«?a n H& H
&tf <i wffip afãn iç« ii ii
mãdhava-puri sannyãsl ache hãfete vasihã
nija krtya kari' püjdri karilã sayana tãhãke ta' ei k$lra éighra deha lahã
svapane thãkura ãsi' balilã vacana maanava-purí—chamado Mãdhavendra Puri; sannyãsl— um mendicante; ache—há;
nija krfya—seu próprio dever; kari'—terminando; püjãrí—o sacerdote brãhmaw háfete— no mercado; vasihã— sentado; tãhãke—a ele; ta'—decerto; ei—este; kslra—
no templo; karilã—foi; Sayana—descansar; svapane—num sonho; thãkura—a Dei- pote de arroz doce; éighra—bem depressa; deha—entrega; lahã—levando.
dade; ãsi'—vindo ali; balilã—disse; vacana—as palavras.
TRADUÇÃO—"Um sannyãsi chamado Màdhavendra Puri está sentado no mercado
vazio. Por favor, leva este pote de arroz doce que está atrás de Mim e entrega-o a
ele."
TRADUÇÃO—Ao terminar seus deveres diários, o sacerdote foi descansar. Num
sonho, ele viu a Deidade de Gopinãtha vir conversar com ele, e Ela falava o
seguinte. VERSO 130
VERSO 127
a* cfpr •fcrtfi W aflwl fãsta i
fcfcç, •jsriitj ara ara fãcitw i «ti afã' astrfe u f a 13* cm ara n «
#ta ^a atfaatfs laníV^ra*! 11 11
svapna dekhi' püjãrí uthi' karilã vicãra
uthaha, püjãrí, kara dvãra vimocana snãna kari' kapãta khuli, muleta kaila dvãra
k$lra eka rãkhiyãchi sannyãsi-kãrana ^ karug^f dekhi'--ap OS sonho; püjãrí—o sacerdote; uthi'—ao levantar-se;
v e r 0
TRADUÇÃO—Ao despertar do sonho, o sacerdote imediatamente levantou U( - j_-Segurando o pote de arroz doce, o sacerdote gritava: " Q u e m tem
A(
cama e resolveu tomar um banho antes de entrar no aposento da Deidade me Mãdhavendra Puri, por favor, vem e pega este pote! Gopinãtha roubou
abriu a porta do templo.
«ífa mflf « W l a*ai Tfftí " II mundo material, roubar é crime, mas,no m u n d o espiritual,o ato de o Senhor roubar
dhadãra ãhcala-tale pãila sei k$lra é fonte de bem-aventurança transcendental. Patifes mundanos, que não podem
sthãna lepi' kslra lanã ha-ila bãhira compreender a natureza absoluta da Personalidade de Deus, às vezes tacham o
dhadãra—da cortina; dhcala-tale—na bainha; pãila—pegou; sei—aquele; ksmj-pot Senhor Sri Krsna de imoral, mas não sabem que Suas atividades aparentemente
e
de arroz doce; sthãna lepi'—limpando com um pano aquele local; ícsíru—o pote imorais, as quais não são mantidas em segredo, proporcionam prazer aos devotos.
Não compreendendo o comportamento transcendental da Suprema Personalidade
de arroz doce; /flfuf—levando; ha-ila—(oi; bãhira—para fora do templo.
de Deus, estes patifes denigrem Seu caráter, enquadrando-se imediatamente na
categoria de canalhas (os patifes, os mais baixos entre os homens, os demônios
TRADUÇÃO—Seguindo as orientações da Deidade, o sacerdote encontrou o pote e aqueles cujo conhecimento é roubado pela energia ilusória). Krsna explica no
de arroz doce atrás da cortina de pano. Retirou o pote e limpou com um pano Bhagavad-gitã (7.15):
o local onde havia sido guardado. Então, saiu do templo.
dvãra diyã grame gelã sei kslra lahã "Os c a n a l h a s grosseiramente tolos, os mais baixos entre os seres humanos, cujo
hãte hãfe bule mãdhava-purike cãhihã conhecimento é roubado pela ilusão e que partilham da natureza ateísta dos de-
dvãra diyã— fechando a porta; grame—& aldeia; gelã— dirigiu-se; sei—aquele; kstm- mônios, não se rendem a M i m . "
pote de arroz doce; lana—levando; hãte hãte—em cada tenda; bule—caminha; Os patifes mundanos não podem entender que tudo o que Krsna faz, sendo
mãdhava-purike—a Mãdhavendra Puri; cãhihã— chamando. absoluto por natureza, é inteiramente bom. Esta qualidade do Senhor é explica-
da no Srimad-Bhãgavatam (Décimo Canto). Pode ser que alguém, valendo-se de
c
TRADUÇÃO—Fechando a porta do templo, dirigiu-se à aldeia com o pote de arroz culos mundanos, considere certos atos de alguém supremamente poderoso
doce. Ele gritava em cada tenda do mercado à procura de Mãdhavendra un como imorais, mas realmente não se trata disso. Por exemplo: o sol absorve a
gua da superfície da Terra, mas ele não absorve água somente do mar. Ele
VERSO 133 oém absorve água de esgotos e valas imundos que contêm urina e outras subs-
Q " A p u r a s . O sol não se polui por absorver semelhante água. Pelo contrário,
s
casada ou solteira não pode sair de casa para fazer companhia a um jovem ran ral ou imoral? Como Krsna é a Verdade Absoluta, não existem para Ele
0
e dançar com ele. Embora isto seja imoral do ponto de vista mundano, aceitam Ele é & mundanas, tais como moral e imoral. Tudo o que Ele faz é bom. Este
stl
as atividades das gopis como a forma mais elevada de adoração, pois, foi do Senh** o^ ". j deiro significado de " D e u s é b o m " . Ele é b o m em todas as circunstân-
( a
é v
Krsna que elas se aproximaram com desejos luxuriosos na calada da noite ° transcendental e estar fora da jurisdição deste m u n d o material. Por-
s e r
Os não-devotos, porém, não podem entender estas coisas. É preciso entend ^ i o somente aqueles que já estão vivendo no m u n d o espiritual é que podem
Krsna em tattva (verdade). Devemos usar o bom senso e considerar q u , ""tender Krsna. Isto é corroborado no Bhagavad-gitã (14.26):
e se U n ) j
pessoa se purifica pelo simples fato de cantar o santo nome de Krsna, como, então mãrh ca yo 'vyabhicãrena
pode a pessoa de Krsna ser imoral? Infelizmente, tolos mundanos são aceitos como bhakti-yogena sevate
líderes educacionais e oferecem-se-lhes altos postos para ensinarem princípios sa gunãn samatltyaitãn
irreligiosos ao povo. Explica-se isto no Srimad-Bhãgavatam (7.5.31): andhãyathtn. brahma-bhüyãya kalpate
dhair upanlyamãnãh. Homens cegos estão tentando liderar outros homens cegos
Devido à compreensão imatura de tais patifes, os homens comuns não devem •Aquele que se ocupa em serviço devocional pleno, não caindo em nenhuma
falar sobre os passatempos de Krsna com as gopis. Um não-devoto nem sequer circunstância, transcende de imediato os modos da natureza material e atinge,
deve discutir o Seu roubo de arroz doce para Seus devotos. Aconselha-se que assim, o nível de B r a h m a n . "
não se deve sequer pensar sobre estas coisas. Embora Krsna seja o mais puro Quem se ocupa em serviço devocional imaculado ao Senhor já se encontra no
dos puros, as pessoas mundanas, pensando sobre passatempos aparentemente mundo espiritual (brahma-bhüyãya kalpate). Em todas as circunstâncias, suas ativi-
imorais de Krsna, contaminam-se elas mesmas. Portanto, Sri Caitanya Mahã- dades e relacionamentos com Krsna são transcendentais e, portanto, incompreen-
prabhu nunca falou publicamente dos relacionamentos de Krsna com as gopis. síveis para moralistas mundanos. Logo, é melhor não discutir tais atividades na
Ele só conversava sobre estes relacionamentos com três amigos íntimos. Ele jamais presença de pessoas m u n d a n a s . É melhor dar-lhes o mahã-mantra Hare Krsna de
discutiu a rãsa-liut em público, como o fazem os recitadores profissionais, embora modo que gradualmente se purifiquem e então cheguem a compreender as ativi-
não compreendam Krsna nem a natureza da audiência. No entanto, Sri Caitanya dades transcendentais de Krsna.
Mahãprabhu encorajou o cantar público do santo nome em larga escala por tantas
horas quantas possível. VERSO 135
VERSO 134
mm iMrt ffil a r e <e*r.«t i eta éuni' puri-gosãhi pancaya dila
<?5T*rl-Ji5[ «ft7aia.itfà f ã f Ç I C T II II kslra diyã püjãrí tãhre dandavat haila
eta éuni'—ao ouvir isto; puri-gosãhi—Mãdhavendra Puri; paricaya—apresentação;
kslra lahã sukhe tumi karaha bhaksane
tomã-sama bhãgyavãn nãhi tribhuvane —deu; kslra diyã—entregando o pote de arroz doce; püjãri—o sacerdote; tãhre—a
k$lra lahã— pegando o pote de arroz doce; sukhe—com felicidade; tumi-to ele; dandavat haila—prestou reverências.
karaha—faze; bhaksane—comendo; tomã-sáma—igual a ti; bhãgyavãn—afortunado,
nãhi—não há ninguém; tri-bhuvane—dentro dos três m u n d o s . ^ ^ U Ç Ã O — A o ouvir este convite, Mãdhavendra Puri apareceu e identificou-se.
0
' "cerdote entregou-lhe o pote de arroz doce e prestou-lhe reverências,
c
TRADUÇÃO—O sacerdote prosseguiu: "Ó sannyãsi chamado Mãdhavendra PuA rnMfrando-se » m o uma vara perante ele.
por favor, vem pegar este pote de arroz doce e desfruta da prasãda com ff
0 0 - 1 0 6 8 6 u e u m
felicidade! És a pessoa mais afortunada dentro destes três mundos! umav^' " '' ^ " ^ brãhmana não preste reverências, caindo como
e e r a n t e
kvada \ f alguém, pois o brãhmana é considerado membro da casta mais
e n
atividade imoral de Krsna. Com o roubo feito por Gopinãtha para Seu ^ brehmana brãhmana não perguntou a Mãdhavendra Puri se ele era um
m 3 S 30 v e r u e
atividades criminosas do Senhor fazem de Seu devoto a pessoa mais ato ^ o- Co ^ P ' ' ° brãhmana imediatamente entendeu a posição do
m
/yei krsna-tattva-vettã, sei 'guru'haya. (Cc. Madhya 8.128) Se o sacerdote brah . t u r a védica. Embora toda a literatura védica seja feita para ajudar-nos
r a
fosse um brãhmana comum, Gopinãtha não teria conversado com ele em s n " * <** n d e r Krsna, quem não é amante de Krsna não pode compreender Krsna.
p r e e
Já que a Deidade falou tanto com Mãdhavendra Puri quanto com o sace H l****nto, paralelamente à leitura da literatura védica (svãdhyãya), é preciso ocupar-
e
brãhmana em sonho, isto eqüivale dizer na prática que ambos estavam na m °' '"IPVADORAÇÃO devocional à Deidade (arcana-vidhi). Estas duas coisas, svãdhyãya
plataforma. Contudo, como Mãdhavendra Puri era um sannyãsi Vaiçnava * rcana-vidhi, aumentarão a compreensão transcendental d o devoto sobre o ser-
velho, um paramahamsa, o sacerdote imediatamente prostrou-se perante e l e c " ^ lío DEVOCIONAL. Sravanãdi éuddha<itte karaye udaya (Cc. Madhya 22.107). O amor
uma vara e prestou-lhe reverências. ^ U S está adormecido no coração de todos, e, para ele despertar, basta seguir
1
processo padrão de serviço devocional. Mas, as pessoas m u n d a n a s e tolas, que
VERSO 136 lêem sobre Krsna mas não O servem, erroneamente consideram-nO imoral ou
criminoso.
VERSO 140
nunca Se deixa conquistar por ninguém, mas o devoto pode c o n q u i s ^ ^ ^ c
meio do serviço devocional. Como se afirma no Brahma-sarhhitã (5.33), jgjn*»
labham adurlabham ãtma-bhaktau. Não se pode entender Krsna com uma m l l ^ c e j c^faj|c^«t 53, « i a . s *f-HM \\ 5,8» II
334 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-i^ t O serviço devocional de Sri Màdhavendra Puri 335
145
Ven^»
TRADUÇAO—Cada dia, Màdhavendra Puri comia um pedaço daquele pote d« jpyçÃO—Após caminhar muito, Mãdhavendra Puri chegou finalmente a
barro e, após comê-lo, ficava imediatamente arrebatado em êxtase. Estas histó- annítha Puri, que também é conhecida como Nilãcala. Ali, viu o Senhor
rias são maravilhosas! jagannãtha e ficou arrebatado em êxtase amoroso.
cm scs jiíflhFtcs s f w i S ^ l f t i
VERSO 145
VERSO 143
0
j j * ^ ^ — Q u a n d o Màdhavendra Puri chegou a Jagannãtha Puri, as pessoas
p ^ ^ a m sabendo de sua reputação transcendental. Por isso, multidões de
vieram e prestaram-lhe toda ciasse de respeitos com devoção
•nUTN CRPC C5*rl cheire fmm II w n
336 Sri Cãitãnya-Cãritàmrta O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 337
^«•hya-tm t 50
Verso*
VERSO 146 apresenta-se como quem está livre de desejar boa reputação (pratistha)
^ ' d e tornar-se famoso como h o m e m humilde. Tais pessoas n ã o podem alcan-
> & S l
SIGNIFICADO—Quase todas as almas condicionadas no m u n d o material sao TRADUÇÃO—Sri Mãdhavendra Puri contou a todos os servos do Senhor
invejosas. De um m o d o geral, as pessoas invejosas voltam-se contra quem con- Jaíarmãtha e a todos os grandes devotos dali a história do aparecimento de Sri
segue boa reputação sem procurá-la. Isto é natural às pessoas invejosas. Conse- Víopãla.
r
qüentemente, um devoto digno de receber reputação mundana é invejado p°
muitas pessoas. Isto é bastante natural. Q u a n d o alguém, por humildade, não de- VERSO 150
seja fama, geralmente as pessoas julgam-no bastante humilde,
em conseqüência c l t t m w atei, wt«l i
do que lhe fazem toda espécie de elogios. Na verdade, o Vaisnava não *jf anS
wfacai 5««a srtfi' a^fàer a«a n ví» ii
por fama ou grande reputação. Mãdhavendra Puri, o rei dos Vaisnavas, oru^
boa reputação, mas queria manter-se fora da visão da população em geral- gopãla candana mãge,—éuni' bhakta-gana
queria ocultar sua verdadeira identidade de grande devoto do Senhor, ' ãnande candana lãgi' karilã yatana
quando as pessoas o viam arrebatado em êxtase de amor por Deus, naturaui_ ~~° Senhor Gopãla em Vrndãvana; candana—sândalo; mãge—deseja;
) vindo
te prestavam-lhe respeito. Na realidade, Mãdhavendra Puri merecia repu ^ <fe "J " ; bhakta-gana —todos os devotos; ãnande—com muito prazer; can-
Ba
1
de primeira classe porque era um devoto muito íntimo do Senhor. Às vezes, 6 —pelo sândalo; karilã—fizeram; yatana—esforço.
338 Sri Caitanya-caritámrta Madhya {
O serviço devocional de Sn Màdhavendra Puri 339
159
Verso
T R A D U Ç Ã O — A o ouvirem que a Deidade de Gopãla queria sândalo, iodos ou ghãtl-ddnl chadaite raja-pãtra dvãre
votos em Jagannãtha Puri esforçaram-se para coletá-lo com muito prazer rãja-lekhã kari' dila puri-gosãhira kare
uiH-dãnl—dos coletores de pedágio; chãdâite— para obter exoneração; rãja-
VERSO 151 Lyapéis mostrando a sanção governamental; dvãre—nos portões; rãja-lekhã—
Permissão governamental; kari'—mostrando; dila—entregaram; puri-gosãhira—de
a t w f f a i - a ç a a t a a t a *ffàçn i p^Gosãfii, Mãdhavendra Puri; kare—na mão.
<stta a t r a ' a*J%-ç»aí> a a i M I aa»a n Í * Í II
niiçÃO—Para que M ã d h a v e n d r a Puri conseguisse passar pelos coletores de
raja-pãtra-sane yãra yãra paricaya lüdáeio ao longo do caminho, os funcionários do governo forneceram-lhe os
tare mãgi' karpura-candana karilã sancaya Jjecessarios papéis de exoneração, os quais foram entregues em sua mão.
rãja-pãtra—funcionários do governo; sane—com; yãra yãra—quem quer n . Ue
VERSO 153
^ ^ I Ç Ã O — A O chegar ao templo d e Gopinãtha, Mãdhavendra Puri prestou suas
a t f c - a t f t s j f s f è r e a t s r i t a atca i amoj rev
erências, muitas vezes, aos pés de lótus do Senhor. No êxtase do
a t w o n a i asfà' fròi ' ^ - c i t a t f a j a asr.a n><f«ii ' ^ e ç o u a dançar e a cantar sem parar.
340 Sri Caitanya-carítãmrU Madi
>ya-hi^ O serviço devocional de ári Mãdhavendra Purí 341
Ve rso 161
puri dekhi' sevaka saba sammãna karilã karpüra-sahita ghasi' e-saba candana
ksira-prasãda diyã tãnre bhiksã karãilã gopinãthera ahge nitya karaha lepana
puri dekhi'—ao ver Mãdhavendra Puri; sevaka—o sacerdote ou servo; sjj, ^rvüra-sahita—com a cânfora; ghasi'—moendo; e-safw—todo este; candana—
sammãna—todos os respeitos; karilã—prestou; ksira-prasãda—prasãda de arroz doce jândalo; gopinãthera—de Sri Gopinãtha; ahge—no corpo; nitya—diariamente;
dryvr—oferecendo; nírire—a ele; bhiksã karãilã—tez comer. S t o - f a z e ; /eparw-untando.
TRADUÇÃO—Ao ver Mãdhavendra Puri novamente, o sacerdote de Gopinathj TRADUÇÃO—''Agora, simplesmente deves moer todo o sândalo juntamente com
prestou-lhe todos os respeitos e, dando-lhe a prasãda de arroz doce, fê-lo comer. a cânfora e então untar com a polpa o corpo de Gopinãtha diariamente, até
quando toda a polpa for c o n s u m i d a . "
VERSO 157
VERSO 160
a
cm 5Tca csatsrca a f ã » ! " t a i
C5tl%Tf«l « H a t a CA <*V9% «SW a a I
c f a a t f a c « * i * j f t c a f a i a i » I I ><n n
^'ÇICP f«fOT a t a cata <5t*t-*FH II II
sei rííre devãlaye karilã sayana
éesa-rãtri haile puri dekhila svapana gopinãtha ãmãra se eka-i ahga haya
sei rãtre—naquela noite; deva-ãlaye—no templo; karilã—fez; Sayana—dorrnindo; ihhãke candana dile habe mora tãpa-ksaya
sesa-rdrri—no final da noite; haile—quando estava; puri—Mãdhavendra Puii gopinãtha—Senhor Gopinãtha; ãmãra—Meu; se—este; eka-i—um só; ahga—corpo;
dekhila—viu; svapana—um sonho. haya—é; ihhãke—a Ele; candana dile—oferecendo este candana; habe—haverá; mora—
Minha; tãpa-ksaya—queda de temperatura.
TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri descansou aquela noite no templo, mas, antes TRADUÇÃO—"Não há diferença entre Meu corpo e o corpo de Gopinãtha. Eles
do final da noite, teve outro sonho. »ao a mesma coisa. Portanto, se untares com a polpa de sândalo o corpo de
Gopinãtha, naturalmente também untarás M e u corpo. Assim, a temperatura de
VERSO 158 Meu corpo baixará."
karpura-candana ãmi pãilãma saba que ° a Puri untar com a polpa de sândalo o corpo de Gopinãtha,
30 d e r e n t e
áM w ouV Mãdí) '^ °-° corpo de Gopãla. Dessa maneira, o Senhor aliviou
gopãla—a Deidade de Gopãla; ãsiyã— aparecendo; kahe—diz; / '"" fj __Eu: |i av
e n d r a Puri de aborrecimentos e inconveniências.
mãdhava—Mãdhavendra Puri; karpura-candana—a cânfora e o sândalo; a
pãilãma—recebi; saba—todo.
VERSO 161
TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri sonhou que Gopãla aparecia perante ele e foíl «I « l f à ç , SI ?pf%5 fag Jrçsi |
"Ó Màdhavendra Puri, já recebi todo o sândalo e a cânfora." falta asfa' çm cm « r t a i a asca 11 H
342 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ijig O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 343
1 6 7
V e f so
dvidhã nã bhãviha, nã kariha kichu mane ihhãke candana dile, gopãla ha-ibe éltala
viévãsa kari' candana deha ãmãre vacane svatantra levara—tãhra ãjhã se prabala
a
dvidhã nã bhãviha—não hesites; nã kariha—não faças; kichu—nada; mane- •hãke— Gopinãtha; candana dile—quando o sândalo for dado; gopãla—o Senhor
mente; viévãsa kari'—crendo em Mim; candana—sândalo; deha—oferece; ím&g jfoetn Vrndãvana; ha-ibe—tornar-Se-á; éltala—refrescado; svatantra levara—a
vacane—segundo Minha ordem. independente Suprema Personalidade de Deus; ftfrira—Sua; ãjhã—ordem;
JJÜista; pmfwk-poderosa.
TRADUÇÃO—"Não deves hesitar em agir segundo Minha ordem. Crê em Mi m
e faze o que for necessário." TSADUÇAO—"Se untardes o corpo de Gopinãtha com a polpa de sândalo, então
nála refrescar- Se-á. Afinal, a Suprema Personalidade de Deus é plenamente
VERSO 162 ^dependente; Sua ordem é todo-poderosa."
com
TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri disse: "Untai o corpo de Gopinãtha Jj^ TRADUÇÃO-Mãdhavendra P u n disse: "Estes dois ajudantes regularmente
0
cânfora e sândalo que eu trouxe para Gopãla em Vrndãvana. Fazei isto regi" los*?° sândalo, e vós também deveis conseguir mais duas pessoas para ajudá-
E
a*atcas vmm f à w , ctfMfrl mzx %sn i -sa 5««ra caa atsja afaal i
ei mata candana deya pratyaha ghasiyã jjygses é conhecido como Cãturmãsya. Alguns Vaisnavas preferem observá-
parãya sevaka saba ãnanda kariyã _d o dia da lua cheia de Ãsãdha até o dia da lua cheia de Kãrtika. Este é
e
10
ei mata—dessa maneira; candana—sândalo; deya—dá; pratyaha—diariarne pém um período de quatro meses, calculado através dos meses lunares e
ghasiyã— moendo; parãya—tez colocarem; sevaka—servos; saba—tudo isto; ãnanck °*JÍ\íin conhecido como Cãturmãsya. Há outros, ainda, que observam Cãtur-
t a m
prazer; kariyã— sentindo. g u i n d o o período solar desde Srãvana até Kãrtika. O período integral,
a se
" ^ l u n a r , quer solar, acontece durante a estação das chuvas. Todas as camadas
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Gopinãthaji foi suprido com polpa de sândaj população devem observar Cãturmãsya. Não faz diferença se alguém é grhastha
moído diariamente. Os servos de Gopinãtha ficaram muito satisfeitos com i t ° sannyãsi. A observância é obrigatória para todos os ãéramas. O verdadeiro propó-
s 0
na o r t r s v o t 0 0 D s e r v a c 0
°jto quê P ' ' ^° ' durante estes quatro meses é diminuir a
VERSO 168 -uantidade de gozo dos sentidos. Isto não é muito difícil. No mês de Srãvana, não
sedeve comer espinafre. No mês d e Bhãdra, não se deve tomar iogurte, e no
Dmm tara, IR«. Im i mês de Âsvina, não se deve beber leite. Não se deve comer peixe ou outros alimen-
tos não vegetarianos durante o mês de Kãrtika. Dieta não vegetariana significa
peixe e carne. Do mesmo modo, também consideram-se masura dahl e urad dahl
como não vegetarianos. Estes dois dahls contêm uma grande quantidade de pro-
pratyaha candana parãya, yãvat haila anta
teína, e alimentos ricos em proteína são considerados não vegetarianos. Em suma,
tathãya rahilã puri tãvat paryanta
durante os quatro meses do período de Cãturmãsya, deve-se praticar a abstinência
pratyaha—diariamente; candana—polpa de sândalo; parãya—unta o corpo; yãvat-
de todo alimento destinado ao gozo dos sentidos.
até; haila—houve; anta—um fim; tathãya—ali; rahilã—permaneceu; puri-
Mãdhavendra Puri; tãvat—aquele momento; paryanta—até.
VERSO 170
TRADUÇÃO—A polpa de sândalo foi aplicada, assim, sobre o corpo de Gopinãtha
até que todo o estoque terminou. Mãdhavendra Puri permaneceu ali até aquele
momento. wtr,«t w*M4 *H a*ta «narfw<5 II w° II
Jagannãtha Puri; gelã—íoi; nilãcale—em Jagannãtha Puri; cãturmãsya—os quatro »kva aos devotos.
meses quando se observam votos; ãnande—com grande prazer; ran
permaneceu. VERSO 171
TRADUÇÃO—No final do verão, Màdhavendra Puri regressou a JagarmathaP"" acç,-fà«Trii«p, ara* fã&r* i
onde permaneceu com grande prazer durante todo o período de Càturm*' *tft-JW «fUjat^wíTCS •TTfãí «IT? l ><U l
urtho
SIGNIFICADO—O período de Cãturmãsya começa no mês de Asádha tí 'J^te prabhu kahe,—nityãnanda, karaha vicãra
a partir do dia de Ekãdaái chamado Sayanã-ekãdaái na quinzena da lua cre: ^ prabh ka u puri-sama bhãgyavãn jagate nãhi ãra
O período termina no mês de Kãrtika (outubro-novembro) no dia de Eka ^ ^ vè SQ. he—o Senhor disse; nityãnanda—Nityãnanda Prabhu; karaha vicãra—
xn PUrí ama COmo
nhecido como Utthãna-ekãdaái, na quinzena da lua crescente. Este pe ^ndQ '^ ~ Mãdhavendra Puri; bhãgyavãn—afortunado; jagate—no
' " ' " " - n ã o há; ãra—ninguém mais.
346 Sri Caitanya-caritàmrta Madhy .| i O serviço devocional de á r i Mãdhavendra Puri 347
a
Verso 177
TRADUÇÃO—O Senhor ári Caitanya Mahãprabhu disse a Nityãnanda p, M. _quem; lãgi'—por causa de; gopinãtha—o Senhor Gopinãtha; ksira—arroz
" V ê so quão afortunado é Mãdhavendra Purí! Acaso encontrarias no m kaila—feZ/
curi—roubo; ataeva—portanto; nãma—o nome; haila—ficou; kslra-
alguém tão afortunado quanto e l e ? " ladrão de arroz doce; kari'—fazendo.
0
0Jfã~
VERSO 172 nCÃO— "Por causa de Mãdhavendra Puri, o Senhor Gopinãtha roubou o
* °A* arroz doce. Assim, ficou famoso como Ksira-corã [o ladrão que roubou
r A
SIGNIFICADO—Ao sentir saudade espiritual de Krçna (krsna-viraha), a entidade viva cerca* aca, ^ « i g artrswpi si ata i
alcança o êxito primordial da vida. Quem perde interesse pelas coisas materiais cas-srs ç^s-^ta afã' «$#1 ata n M R I II
está simplesmente experimentando o outro lado da atração pelas coisas mate
riais. No entanto, sentir saudade de Krsna e ocupar-se a serviço do Senhor a rim bhoke rahe, tabu anna mãgihã nã khãya
de cumprir Sua missão constituem o melhor exemplo de amor a Krsna. hena-jana candana-bhãra vahi' lahã yãya
Caitanya Mahãprabhu quis frisar este intenso amor por Krsna manifesto por bhoke—faminto; rahe—permanece; tabu—ainda assim; anna—alimento; mãgihã—
Mãdhavendra Puri. Mais tarde, todos os devotos de Caitanya Mahãprabhu segui- mendigando; nã— não; khãya—come; hena-jana—tal pessoa; candana-bhãra—a carga
ram os passos de Mãdhavendra Puri, servindo ao Senhor sem consideraç sândalo; vahi'—carregando; ia fia"—tomando; yãya—vai.
pessoais.
^AOÜÇÃO—"Embora Mãdhavendra Puri sentisse fome, não mendigava alimen-
VERSO 179 Para comer. Esta era a pessoa renunciada que levava uma carga de sândalo
de Sri G o p ã l a . "
•taa fàass G * U % aaas ®Bl^f» i
attajal6l-<sca fâHa-aw-fl» r. n VERSO 182
CPÇTJH *ta, srsitís « i f t a i SIGNIFICADO—É natural, para aqueles que tenham desenvolvido intenso amor por
^Tsna, não se importarem com inconveniências e impedimentos pessoais. Tais
Cpsrcs R f p f s a - a f i à <a façH II ii
«votos estão simplesmente determinados a cumprir a ordem da Suprema Per-
mleccha-deéa dura patha, jagãti apara sonalidade de Deus ou de Seu representante, o mestre espiritual. Em todas as
ke-mate candana niba—nãhi e vicãra ^unstâncias, mesmo em meio aos maiores perigos, eles perseveram, sem
a r S € / c o m a
mleccha-deéa—as terras governadas pelos muçulmanos; dura patha—longs do ^ " maior determinação. Isto prova definitivamente o intenso amor
nada; jagãti—sentinelas; apara—ilimitadas; ke-mate—como; candana—o san servo. Como afirma o Srimad-Bhãgavatam, tat te 'nukampãm susamUcsyamãnah:
c e s e a m
nüw—levarei; nãhi—não havia; e—esta; vicãra—consideração. Sn d^ * ' seriamente livrar-se das garras da existência material, que
1^ ^ v o l v i d o intenso amor por Krçna, são candidatos dignos de voltar ao
e s e n
e v o
n ^ ' t a r ao Supremo. Um fervoroso amante de Krsna não se importa com
e
3
cendental. No Siksãstaka, Sri Caitanya Mahãprabhu também ensinou- tgi- ^ ^ " P a r a pôr à prova o intenso amor de Mãdhavendra Puri, Gopãla,
n
pãda-ratãm. O fervoroso amante de Krçna nunca se desvia de seu serviço " T*A p sonalidade de Deus, mandou-o trazer sândalo de Nilãcala, e, tendo
er
TRADUÇÃO—"Sri Gopãla quis mostrar quão intensamente Mãdhavendra Puri TRADUÇÃO—"Semelhante comportamento exibido em serviço amoroso entre o
amava Krsna; portanto, pediu-lhe que fosse a Nilãcala buscar sândalo e cânfora.'' devoto e Sri Krçna, o objeto de amor do devoto, é transcendental. Não é possí-
vel que um homem comum o compreenda. Homens comuns n e m sequer têm
VERSO 188 tal capacidade."
VERSO 191
aç ifàatca caa^tl «ufai i
«tis»* affèei srcs, ssa srí itRi« sw H
bahu pariérame candana remunã ãnila
>sm sp
ij *tc? <£ta esta* i
ãnanda bãdila mane, duhkha nã ganila caa: catas-sces ®f«. «ç?rjtr.5 « t r c u a * n i»> II
bahu—muito; pariérame—com esforço; candana—sândalo; remunã— a Remunã (a efa bali' pade prabhu tãhra krta éloka
aldeia de Gopinãtha); ãnila—trouxe; ãnanda—prazer; bãdila—aumentou; mane- yei éloka-candre jagat karyãche ãloka
na mente; duhkha—dificuldades; nã— não; ganila—levou em conta. ela bali'—dizendo isto; pade—lê; prabhu—Senhor Caitanya Mahãprabhu; tãhra—
por Màdhavendra Puri; Ârrfa—composto; éloka—verso; yei—aquele; éloka-candre—
TRADUÇÃO—"Com grandes aborrecimentos e após muito esforço, Mãdhavendra pelo verso que imita a lua; jagat—em todo o m u n d o ; karyãche—produzida; ãloka—
Puri trouxe a carga de sândalo a Remunã. Mas, por estar muito contente, nao hiz.
fez caso de toda a dificuldade." TRADUÇÃO—Após dizer isto, o Senhor Caitanya Mahãprabhu leu o famoso verso
de Mãdhavendra Purí. Aquele verso é tal qual a lua — ilumina todo o m u n d o .
VERSO 189
T R A D U Ç Ã O — A o esfregar-se continuamente o sândalo da Malaya, seu aroma iCÃO—Apenas Sri Caitanya Mahãprabhu tem saboreado a poesia deste
U
T * juenhuma quarta pessoa é capaz d e entendê-lo.
a D
menta. Analogamente, meditando sobre este verso, sua importância amn,J " e
50
ver '
VERSO 193 nrfiCADO—Isto quer dizer que somente Srimati Rãdhãrãni, Mãdhavendra Puri
Caitanya Mahãprabhu são capazes de entender o significado deste verso.
s s p f o - m i J caos ^ " a e i f i i
VERSO 1 %
a ^ f a r - a c H i çsvs cstf* fia II II
<?W*tOT <a$ G$fà 1
ratna-gana-modhye yaiche kaustubha-mani
ftfiaíTfo fcw» *tffo GSttcapa i f è r e ll ii
rasa-kavya-madhye taiche ei éloka gani
éesa-kãle ei éloka pathite pafhite
ratna-gana—as jóias preciosas; madhye—entre; yaiche—assim como; kausthuba-
siddhi-prãpti haila purira élokera sahite
mani—a jóia conhecida como Kausthuba-mani; rasa-kãvya—doce poesia; madhys-
sfsorkãle—no final; ei éloka—este verso; pafhite pathite—recitando repetidas vezes;
entre; taiche—de forma semelhante; ei—este; éloka—verso; gani—considero.
siddhi-pnfpti—alcance da perfeição; haila—houve; purira—de Mãdhavendra Puri;
T R A D U Ç Ã O — A s s i m como se considera a kausthuba-mani a mais valiosa das sTokera—este verso; sahite—com.
pedras preciosas, de forma semelhante, considera-se este verso o melhor dos
doces poemas. TRADUÇÃO—Mãdhavendra Puri recitou este verso repetidas vezes até o fim de
soa existência material. Proferindo, pois, este verso, alcançou a meta última da
VERSO 194 vida.
VERSO 197
kibã—quão excelente; gaura-candra—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; < tais. n ' dividem-se entre quatro sampradãyas, ou grupos transcenden-
q U a t r o Mm
kare—faz; ãsvãdana—saboreando; ihã—este verso; ãsvãdite—de saborear; ara saijiprad p™dOyas, Mãdhavendra Puri aceitou a Sri Madhvãcãrya-
nãhi—não há; cautha-jana—uma quarta pessoa. ya. Assim, ele tomou sannyãsa de acordo com o paramparã, a sucessão
M a
356 Sri Caitanya-caritãmrta dhy -i,
a u ^ „ n 1 O serviço devocional de Sri Màdhavendra Puri 357
Verso 201
discipular. Desde Madhvãcãrya até o mestre espiritual de Mãdhavendra Pu- VERSO 199
acãrya chamado Laksmipati, não havia realização de serviço devocional em ari' °
conjugai. Sri Mãdhavendra Puri foi o primeiro a introduzir o conceito de sJ* « r i c s - a r c s enteei asf%' fã?f fsrsjis»» i
conjugai na Madhvãcãrya-sampradãya, e esta conclusão da Madhvãcãrv^
sampradãya foi revelada por Sri Caitanya Mahãprabhu em Sua viagem pelc^I^ ãste-vyaste kole kari' nila nityãnanda
da índia e em Seu encontro com os Tattvavãdis, que supostamente pertenciam krandana kariyã tabe uthe gauracandra
à Madhvãcãrya-sampradãya. fsle-vyaste—com grande destreza; kole—ao colo; kari'—fazendo; nila—tomou;
Q u a n d o Sri Krspa deixou Vrndãvana para assumir o reinado de Mathu ra Hiãnanda—Senhor Nityãnanda Prabhu; krandana—chorando; kariyã— fazendo;
Srimati Rãdhãrãni, tomada por extáticos sentimentos de saudade, expressou como «ie-nessa altura; uthe—levantou-Se; gaura-candra—Senhor Sri Caitanya
Krçna pode ser amado em separação. Assim, serviço devocional em separação Mahãprabhu.
é o tema básico deste verso. A adoração em separação é considerada pela Gaudjya.
Madhva-sampradãya como sendo o mais alto nível de serviço devocional. Segundo TRADUÇÃO—Quando o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu caiu ao solo tomado
este conceito, o devoto acha-se muito pobre e abandonado pelo Senhor. Por isso de amor extático, o Senhor Nityãnanda O tomou ao colo. Chorando, Sri Caitanya
ele chama o Senhor de dina-dayãrdra nãtha, como o fez Mãdhavendra Puri. Este Mahãprabhu, então, levantou-Se novamente.
sentimento extático é a forma mais elevada de serviço devocional. Como Krsna
havia ido para Mathurã, Srimati Rãdhãrãni ficou muito sentida, e expressou-Se
VERSO 200
assim: " M e u querido Senhor, por Eu estar separada de Ti, Minha mente tem
estado agitada demais. Agora, dize-Me, o que posso fazer? Estou muito desolada
e Tu és muito misericordioso; portanto, por favor, tem compaixão de Mim e deixa-
Me saber q u a n d o Te verei." Sri Caitanya Mahãprabhu vivia expressando as Ç?tü ç t c i , astC% ütCP, Mt=9 II K II 00
emoções extáticas manifestas por Srimati Rãdhãrãni quando Ela encontrou-Se com
premonmãda haila, uthi' iti-uti dhãya
Uddhava em Vrndãvana. Sentimentos semelhantes, experimentados por Mãdha-
huhkãra karaye, hãse, kãnde, nãce, gãya
vendra Puri, são expressos neste verso. Portanto, Vaiçnavas da Gaudiya-Madhva-
sampradãya dizem que os sentimentos extáticos experimentados por Sri Caitanya loucura do amor;
prema-unmãda—a haila—houve; uthi'—levantando-Se; ifi-ufi
Mahãprabhu durante Seu aparecimento originaram-se de Sri Mãdhavendra Puri, dhãya—corre daqui para ali; huhkãra—ressonantes; karaye—faz; hãse—ri; kãnde—
através de Sri lavara Puri. Todos os devotos na linha da Gaudiya-Madhva- chora; nãce—dança; gãya—e canta.
sampradãya aceitam estes princípios de serviço devocional.
TRADUÇÃO—Manifestando emoções extáticas, o Senhor começou a correr daqui
para ali, fazendo ruídos ressonantes. Às vezes, Ele ria, às vezes, chorava, e, às
VERSO 198 vezes, dançava e cantava.
VERSO 201
C> a tanva
P'esmê^ ~^' * Mahãprabhu não conseguia recitar o verso inteiro. Ele sim-
TRADUÇÃO—Ao recitar este verso, Sri Caitanya Mahãprabhu e p t i a
rent V f "
t o r
e
n t
' A v
d i n a " . Desse m o d o , sem poder falar, somentei d i n a a v i
imediatamente 8 de
lágrimas corriam d e Seus olhos.
ao solo, inconsciente. Ficou arrebatado e perdeu controle sobre Si me
M O serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri 359
358 á r i CaitanyM-ciritamrU »ohyHu,
kampa, sveda, pulakãéru, stambha, vaivarnya ouçAO—Vendo muitas pessoas se aglomerarem à Sua volta, ári Caitanya
nirveda, visada, jãdya, garoa, harsa, dainya ^ h J p r a b h u voltou à Sua consciência externa. Neste ínterim, terminara a ofe-
kampa—tremor; sveda—transpiração; pulaka-aéru—júbilo e lágrimas; stambha * ü i Deidade, seguida d e animada execução d e ãrati.
re no*
choque; vaivarnya—perda de cor; nirveda—desapontamento; visada—melancol~
jãdya—perda da memória; garoa—orgulho; harsa—alegria; dainya—humildade VERSO 205
^^na-saboreando.
TRADUÇÃO—Os sete potes restantes foram separados dos outros e entregu e8
sacerdote. Em seguida, os cinco potes de arroz doce que o Senhor aceitara for,^ ç o — D e s s a maneira, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu pessoalmente
plJ A
0 C U r
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu passou aquela noite no templo, *£ i
do*arn C A A ,
°~ ' U e l e
** ue o u v e e 9 t a n a x l í t c i o
devoção alcança o tesouro c o m r é e
cMi^ra-cMi^w-^FLCMTMFAM ««i I
w&-*zm a l i e i -2fçc**ii «rpitwn C F Í A S F Ã S T ? ® A>C5 F«T|J| II Í I « II
362 Sri CaiUnyã-caritãmrta Madhyj.^
Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta ^Certa vez, havia dois brãhmanas, um idoso e outro jovem. Ambos eram habi-
Madhya-lilã, Quarto Capítulo, descrevendo o serviço devocional de Sri Mãdhavendra Puri tantes de um local conhecido como Vidyãnagara. Após visitar muitos locais de
peregrinação, os dois brãhmanas finalmente chegaram a Vrndãvana. O brãhmana
idoso ficou muito satisfeito com o serviço do brãhmana jovem, e por isso quis
oferecer-lhe sua filha caçula em casamento. O jovem brãhmana recebeu a promes-
sa do brãhmana idoso perante a Deidade de Gopãla em Vrndãvana. Assim, a Dei-
dade de Gopãla agiu como testemunha. Ao regressarem os dois brãhmanas a
Vidyãnagara, o brãhmana jovem levantou a questão deste casamento, mas o
Mhmana idoso, devido às obrigações para com seus amigos e esposa, respondeu
que não conseguia lembrar-se de sua promessa. Por causa disto, o brãhmana jovem
voltou a Vrndãvana e narrou toda a história para Gopãlaji. Desta maneira, Gopãlaji,
sentindo-Se grato ao serviço devocional do jovem brãhmana, acompanhou-
o até o sul da índia. Gopãlaji seguiu o jovem brãhmana, que podia ouvir o tilintar
dos sinos de tornozelo de Gopãlaji. Ao reunirem-se todos os cavalheiros respei-
táveis de Vidyãnagara, Gopãlaji confirmou a promessa feita pelo brãhmana idoso
ao jovem brãhmana. Desta forma, realizou-se o casamento. Mais tarde, o rei da-
quela terra construiu um lindo templo para Gopãla.
Em outra ocasião, o rei de Kataka insultou o rei Purusottama de Orissa,
jecusando-se a dar-lhe sua filha em casamento e chamando-o de gari do Senhor
Jagannãtha. Com o auxílio do Senhor Jagannãtha, o rei Purusottama lutou com
r e i
° de Kafaka e derrotou-o. Deste modo, apoderou-se tanto da filha do rei quanto
0
Estado de Kataka. Naquela época, Gopãlaji, estando muito agradecido pelo
serv
Ko devocional do rei Purusottama, deixou-Se trazer para a cidade de Kafaka.
U V Í r e S t a n a r r a c a o
em ° ' Sn Caitanya Mahãprabhu visitou o templo de Gopãla
S t ! t t l á e ê x t a
to u s e de amor a Deus. De Kafaka, Ele foi a Bhuvaneávara, onde visi-
t e m p do
Pura° ' ° Senhor Siva. Dessa maneira, passo a passo, chegou a Kamala-
m a r
fJQ çf" g e a n d o o rio Bhãrgí, veio visitar o templo do Senhor Siva, onde con-
U
11 D a s t a o
luebro de sannyãsa a Nityãnanda Prabhu. No entanto, Nityãnanda Prabhu
Cc a s a o em
"no °X ° k * ^ ê s pedaços e atirou-o no rio Bhãrgi, n u m local conhecido
rhãranãlã. Irritando-Se por não conseguir Seu bastão de volta, Sri
363
364 Sri Caitanya-caritãmrta v, As atividades de Sãksi-gopãla 365
5
Ver*"
brahmanya-devo hi éatãha-gamyam
ente chegaram a Yãjapura no rio Vaitarani. Ali, Ele viu o templo de
deêarh yayau vipra-krte 'dbhuteharh Varãhadeva e ofereceu-Lhe Suas reverências.
tarh sãksi-gopãlam aham nato 'smi
padbhyãm—com as duaspernas; calan—caminhando; yah—aquele QUE; pratímã- VERSO 4
da Deidade; svarüpah—sob a forma; brahmanya-devah—o Supremo SENHOR DA CUL-
tura. Ibramínica; hi—decerto; sata-ãha—em cem dias; gamyam—a ser PERCORRIDO 3 « r % 5 &f"l csfca a « 3 w a i
deiam—o país; yayau—foi; vipra-krte—em benefício de um brãhmana; adbhuta-fo> a t s r ^ c a ca a t f à ^ f à s n a r i a 11 8 11
maravilhosa; tham—atividade; Iam—a este; sãksi-gopãlam—o Gopãla CONHECIDO CO-
m o Gopãla-testemunha; aham—eu; natah asmi—ofereço respeitosas REVERÊNCIAS. nrtya-gita kaila preme bahuta stavana
yãjapure se rãtri karilã yãpana
TRADUÇÃO—Ofereço minhas respeitosas reverências à Suprema Personalidade nrtya-gita—dançando e cantando; kaila—executou; preme—em amor a Deus;
de Deus [brahmanya-deva], que apareceu como Sãksi-gopãla para favorecer um bahuta—diversas; stavana—orações; yãjapure—na aldeia de Yãjapura; s e rãtri—aquela
NOITE; karilã—fez; yãpana—passando.
brãhmana. Ele viajou por cem dias através do país, caminhando com Suas
próprias pernas. Quão maravilhosas são Suas atividades!
TRADUÇÃO—No templo de Varãhadeva, Sri Caitanya Mahãprabhu cantou, dan-
VERSO 2 çou e ofereceu orações. Ele passou aquela noite no templo.
wa ®a ® b * 5 9 m fà<sjta«a i VERSO 5
w a t c a s s a a n i c^irTOpja) n 5. n
aníca* « r f o r l Jiífocufitsi c«fac<5 i
jaya jaya éri-caitanya jaya nityãnanda c t t i m - c a W í c a t a ' C5*i1 « r r a f a r / s 111 n
jayãdvaitacandra jaya gaura-bhakta-vrnda
jaya—todas as glórias; jaya—todas as glórias; sri<aitanya—ao Senhor Sri ^ • a i l
^ kafake ãilã sãksi-gopãla dekhite
Mahãprabhu; jaya—todas as glórias; sri nityãnanda—ao Senhor Sri Nityãnanda * . gopãla-saundarya dekhi' hailã ãnandite
bhu; jaya—todas as glórias; advaita-candra—a Advaita Acãrya; jaya—todas as gl IATE—à cidade deKafaka (Curtak); ãilã—chegou; sãksi-gopãla—o Gopãla-
v e r
0- 111 1 3
TRADUÇÃO—Todas as glórias ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu! ° T d
b h u !
' e r ^ o b ^ " ^ ^ S " ' * ' Sr' Caitanya Mahãprabhu foi à cidade de Kataka para
m p do G o
glórias ao Senhor Nityãnanda Prabhu! Todas as glórias a Sri Advaita Pra satisf • ' ° P â l a - t e s t e m u n h a . Ao ver a Deidade de Gopãla, Ele ficou muito
, e , ,
E todas as glórias aos devotos de Sri Caitanya Mahãprabhu! ° com Sua beleza.
366 Sri Caitanya-caritãmrta Madh As atividades de Sãksi-gopãla
Va
-lilã, ; ye** 10
VERSO 6 VERSO 9
G«l»i1cac*r f § l Ü 5 cm ^%v*\ i
c*\ a*rt «peça, « f f « c a açtçca II s ii
wtfàè Ç<ÍPI cm c<tHt»i 'saa n * 11
sãksi-gopãlera kathã éuni, loka-mukhe
premãveáe nrtya-gita kaila kata-ksana sei kathã kahena, prabhu éune mahã-sukhe
avista hanã kaila gopãla stavana • cmãlera—do Gopãla-testemunha; kathã—a narração; éuni—ouvindo; Zofaj-
-
prema-ãveée—no êxtase de amor a Deus; nrtya-gita—dançando e cantando kaji, ^ —das pessoas; sei kathã—esta narração; kahena—Nityãnanda Prabhu narra;
realizou; kata-ksana—por algum tempo; ãwsfa hahã— ficando extasiado-' kgik i* Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; éune—ouve; mahã-sukhe—com grande
ofereceu; gopãla stavana—orações a Gopãla.
prazer.
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o esteve ali, Sri Caitanya Mahãprabhu cantou e dançou Naquela ocasião, Nityãnanda Prabhu ouvira a história de Sãksi-
U C A O
algum tempo e, n o êxtase de amor a Deus, ofereceu muitas orações a Gopüa' ála contada pela gente da cidade. Agora Ele recitava-a de novo, e o Senhor
Caitanya Mahãprabhu ouvia a narração com grande prazer.
VERSO 7
SIGNIFICADO—O templo de Sãksi-gopãla fica entre a estação ferroviária d o en-
cn% ? i f à <5iti af*' "B<swt«i-*r.w i troncamento da estrada de Khurdã e a estação de Jagannãtha Puri. Atualmente,
c^rc^ra ^a%ai « c a ae <tc* II i« a Deidade não Se encontra em Kafaka, mas, quando Nityãnanda Prabhu viajou
até lá, a Deidade estava presente. Kataka é uma cidade em Orissa, às margens
sei rafri fãMn ra/ri' bhakta-gana-sahge dorioMahãnadi. Ao ser trazido de Vidyãnagara, no sul da Índia, Sãksi-gopãla
gopãlera pürva-kathã éune bahu range permaneceu por algum tempo em Kataka. A seguir, foi, por algum tempo, esta-
sei rãtri— naquela noite; tãhãn—ali; rahi'—hospedando-Se; bhakta-gana-sange- belecido no templo da Jagannãtha. Ao que tudo indica, no templo de Jagannãtha,
com os outros devotos; gopãlera—ào Senhor Gopãla; pürva-kathã—narração ante- houve certo desentendimento entre Jagannãtha e Sãkçi-gopãla, uma briga de amor
rior; éune—ouve; bahu—muito; range—com prazer. chamada prema-kalaha. A fim de desfazer essa briga de amor, o rei de Orissa cons-
truiu uma aldeia a aproximadamente dez quilômetros de Jagannãtha Puri. Foi
T R A D U Ç Ã O — N a q u e l a noite, Sri Caitanya Mahãprabhu hospedou-Se no templo nesta aldeia, chamada Satyavãdl, que Gopãla passou a morar. Pouco tempo
de Gopãla e, juntamente com todos os devotos, ouviu com grande prazer a nar- depois, construiu-se um novo templo. Hoje em dia, existe uma estação chamada
ração sobre o Gopãla-testemunha. Sãksi-gopãla, e o povo vai lá visitar o Gopãla-testemunha.
VERSO 8 VERSO 10
ver; kataka—a cidade de Kataka; ãilã— viera. ã o ; duhhe—ambos; karilã— empreenderam; gamana—jornada.
n
-gjndin?
gayd, vãrãnasi, prayãga—sakala kariyã %o; W - - h a
prayãga—Allahabad; sakala—todos; kariyã— viajando; mathurãte—Mathurã- Í V ' " ipmplo de G o v i n d a , havia um grande t e m p l o o n d e se realizava magní-
alcançaram; duhhe—ambos; ãnandita—satisfeitos; hahã— ficando. • " ^ i r a c ã o a Gopãla.
„ adoração
fi V E R S O 14
TRADUÇÃO—Em primeiro lugar, eles visitaram Gayã, d e p o i s Kâái de cas-ttft^, ^r^-sfrfífcis fax i
Prayãga. Enfim, c o m grande prazer, chegaram a Mathurã.
fk-stitto r.wrV «ttl ^Tm\ fãatin n ÍS n
keéi-tirtha, kãliya-hradãdike kaila snãna
V E R S O 12
éri-gopãla dekhi' tãhãn karilã viérãma
aswtarfu a » pi&f r.wci c*\n*fa i balneário às margens do Yamunã conhecido como Keáí-ghãta;
Iteéi-tírtha—o
UUua-hrada—o balneário às margens do Yamunã conhecido como Kãliya-ghãta;
l t W » H * I cwfij' C«tca CMvft ? « « f a « II || Idike—nesses diferentes balneários; kaila—tomaram; snãna—banho; éri-gopãla de-
tói"-visitanto o templo de Gopãla; tãhãn—ali; karilã— tiveram; viérãma—descanso
vana-yãtráya vana dekhi' dekhe govardhana
dvãdaéa-vana dekhi' Se$e gelã vrndãvana
vana-yãtrãya—passando pelas diversas florestas; vana dekhi'—enquanto visitam
TRADUÇÃO—Após tomar s e u s b a n h o s em diferentes balneários ao l o n g o do rio
as florestas; dekhe—vêem; govardhana—Colina de Govardhana; dvãdaéa-vana Yamunã, tais como o Kesí-ghãfa e o Kãliya-ghãta, os peregrinos visitaram o tem-
dekhi'—visitando as doze florestas d e Vrndãvana; éese—por fim; gelã— alcançaram; plo de Gopãla. Em s e g u i d a , descansaram n a q u e l e t e m p l o .
vrndãvana—Vrndãvana.
V E R S O 15
TRADUÇÃO—Após chegarem a Mathurã, puseram-se a visitar as diversas flores- Gflwm-cifaré tftta i a fàpi « f ã ' i
tas de Vrndãvana e foram à Colina de Govardhana. Visitaram todas as doze flo- ^ «tMH a « <stt1 fwü s * - 5 t f ã 11 > « «
restas [vanas] e, por fim, chegaram à cidade de Vrndãvana.
gopãla-saundarya dunhãra mana nila hari'
sukha pãhã rahe tãhãn dina dui-cãri
SIGNIFICADO—As cinco florestas situadas no lado oriental do rio Yamunã são
Bhadra, Bilva, Loha, Bhándlra e Mahãvana. As sete florestas situadas no lado gopãla-saundarya—a beleza da Deidade de Gopãla; dunhãra—de ambos; mana—
ocidental do Yamunã são Madhu, Tala, Kumuda, Bahulâ, Kãmya, Khadira e * mentes; nila—cativou; hari'—levando; sukha pãhã— sentindo esta felicidade trans-
c
Vrndãvana. Após visitarem todas estas florestas, estes peregrinos dirigiram-se endental; rahe— permaneceram; tãhãh—naquele templo; dina—dias; dui-cãri—dois
ao local conhecido com Pancakrosi Vrndãvana. Destas doze florestas, a floresta °" quatro.
de Vrndãvana estende-se desde a cidade de Vrndãvana até Nanda-grãma e T
Varçãna, uma distância que cobre cinqüenta e um quilômetros, dentro da qual RADUÇÃO—A beleza da D e i d a d e de G o p ã l a cativou s u a s m e n t e s , e, s e n t i n d o
encontra-se a cidade de Pancakrosi Vrndãvana. Pande felicidade, permaneceram ali por d o i s ou quatro d i a s .
V E R S O 13 V E R S O 16
f S H c ü citff5w-"»tcsi isrcwirtrc i
«rra fàa -aai, 3r* TOW aara i •*»
CA a i f a w c i t w c a r a «içrcHi n y® II
370 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy j As atividades de Sãksi-gopãla 371
.22
dui-vipra-modhye eka vipra—vrddha-prãya , é meu próprio filho; pitara—do pai; aiche—desta maneira; nã— não;
a
,tre
ãra vipra—yuvã, tãnra karena sahãya P °~~ - sevana—serviço; tomara—tua; prasãde—pela misericórdia; ami—eu;
ta
liava o idoso.
VERSO 20
VERSO 17
3*5*31 C=SW? «TI G^CT »WW I
c s t S f à s asr,* >wi tfw* c*w i wwra G«r»rra «ufa f à i asgrwTa
H v n
mahã-kulina—altamente aristocrático; fumi—tu; vidyã— educação- <«. sirvamos a um Vaiçnava liberado, não podemos alcançar a libera-
ue
SIGNIFICADO—Ambos os brãhmanas eram Vaisnavas puros. O jovem tinhaICUI critic """'^hda. Às vezes, desconhecendo a filosofia Vaiçnava, algum estranho
- 3 a t i v i d a d e
dados especiais com o idoso simplesmente para agradar a Krsna. No S ^ cerim ' ' , afirmando que u m sannyãsi não deve tomar parte em uma
nos 0n d C c a s a m e n t o
Bhãgavatam (11.21.19), Krsna diz que mad bhakta-püjãbhyadhikã: "É melhor que > so |y - - Contudo, esta não é uma atividade karma-kãnda, pois
e t v
de Caitanya Mahãprabhu, é melhor ser servo do servo de Deus. Não se Kjjp ° * oportunidade à população em geral a que adote a consciência de
3 e r a z e
tentar servir a Krsna diretamente. O Vaiçnava puro serve ao servo de ès vezç^ ^ r com que os devotos se concentrem no serviço ao Senhor,
r e r m i t m o s u e e e s s e c a s e m
identifica-se como servo do servo de Krsna. Isto agrada muito ao Senhor eaJme ,'' ' ^ 'n - Segundo nossa experiência, esses casais
r e s t a
VERSO 30 po—Na índia, ainda é costume que se! ofe ofereça a filha a alguém simples-
jlCNiflCA . [ chama-se vãg-datta, significando que o pai, irmão ou res-
a v r a s t o
cstutcJ wl firo, irtr, ? ^fà'
5 5
i D
' e n t e
^ d e uma moça dá sua palavra de que ela se casará com detenninado rapaz.
AVfíi «1 1TO T j f i í , <ja$ f t ^ r ? II" •«<• ll P° NS
tomãke kanyã diba, sabãke kari' tiraskãra em que os pais da moça fazem sua promessa verbal de que sua filha casar-
saméaya nã kara tumi, karaha svlkãra" CaS
°com o filho de alguém. Ambas as partes concordam em esperar até que o
tomãke—a ti; kanyã—a filha; diba—oferecerei; sabãke—todos os demais- feri' s e - a
ç a estejam crescidos e, então, realiza-se o matrimônio. Seguindo este
e a m o
fazendo; tiraskãra—negligenciando; saméaya—dúvida; nã— não; kara—faças- tumi' ^srume que é muito antigo na índia, o brãhmana idoso prometeu dar sua filha
tu; karaha—simplesmente faze; svikãra—aceitação. caridade ao brãhmana jovem, e prometeu isto perante a Deidade de Gopãla.
Na índia, é costume rumprir qualquer promessa feita perante a Deidade. Não
T R A D U Ç Ã O — M e u caro rapaz, dar-te-ei minha filha em caridade, sem conside- se pode quebrar tal promessa. Nas aldeias indianas, sempre que há uma desa-
rar a posição de todos os demais. Não duvides de mim a este respeito; simples- vença entre dois grupos, eles dirigem-se a um templo para resolver o assunto.
mente aceita minha proposta." Aceita-se como verdadeiro tudo o que se fale perante a Deidade, pois ninguém
ousaria mentir em frente à Deidade. Seguiu-se este mesmo princípio na Guerra
VERSO 31 de Kuruksetra. Portanto, n o início do Bhagavad-gitã, afirma-se: dharma-ksetre
kuni-ksetre.
eçt&roaj "qft sjsgi ftus i A sociedade humana está se deteriorando ao nível mais baixo de vida animal
c - m n ^ i ? « t c f l f 5 4 T 5 T . J 5 H n" II por não ser consciente de Deus. Este movimento para a consciência de Krsna é
muito essencial para reviver a consciência de Deus entre a população em geral.
chota-vipra kahe, — "yadi kanyã dite mana Se as pessoas realmente se tomarem conscientes de Deus, poderão conciliar, fora
gopãlera ãge kaha e satya-vacana" do tribunal, todas as suas querelas, como aconteceu no caso dos dois brãhmanas,
chofa-vipra kahe—o brãhmana jovem replica; yadi—se; kanyã— filha; dite—dar em cuja discórdia foi resolvida pelo Gopãla-testemunha.
caridade; mana—a mente; gopãlera—da Deidade de Gopãla; ãge—diante; k&m-
dize; e— estas; satya-vacana—palavras de honra. VERSO 33
TRADUÇÃO—O brãhmana jovem replicou: "Se decidiste dar-me tua jovem fflhli c a t & r o * a o u , — « f c r f a , f f à cata a t ^ t i
então, dize isto diante da Deidade de G o p ã l a . " estai a t ^ t c a t e i t ^ i , afò ' « i s a i cafa it" «•© n
scia necessário."
378 Sri Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 379
Mi
3 9
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VERSO 34 VERSO 37
TRADUÇÃO—Após esta conversa, os dois brãhmanas partiram para casa Co DUCÃO-Assim, certo dia, o brãhmana idoso convocou uma reunião de todos
de costume, o brãhmana jovem acompanhou o idoso como se este fosse um •> ° os seus parentes e amigos, perante os quais narrou o que acontecera em frente
(mestre espiritual] e prestou-lhe serviço de diversas maneiras. d» Gopãla.
VERSO 35 VERSO 38
VERSO 36 VERSO 39
tlrthe vipre vãkya diluh,—kemate satya haya nfce kanyã dile kula yãibeka nãéa
strí, putra, jhãti, bandhu jãnibe niécaya nice__ éunihã sakala loka karibe upahãsa'
R o r a >
peregrinação; vipre—a um brãhmana; vãkya—palavra de
tlrthe—em '^^ f í t , miii . - 7 ^ ^ar
a a a m f l
' a
plebéia; kanyã— f i l h a ; di/e—caso ofereças; kula—tradição f a -
ta, ra
eu dei; kemate—como; satya— verdadeiro; haya—é; siri—esposa; P u t r a
*°Ú£o<s t ~' à; íiãso—destruição; éunihã— ao ouvirem; sakala—todos; /ofca—
jhãti—parentes; bandhu—amigos; jãnibe— saberão; niécaya—com certe 6
* ""«-farão; MpafcâSo-pUhéria.
b r a h
^DUÇÃO-FI
TRADUÇÃO—Ele começou a pensar: " D e i minha palavra a um ^ ,íln
u i a pi há- u n a n i m e
m e n t e concordaram: " C a s o ofereças tua filha a uma
local sagrado, e o que prometi certamente terei de cumprir. Agora '"érias « • - l u a n o b r e z a
perder-se-á. Ao ouvir falar disso, o povo fará pi-
e
isto à minha esposa, filhos, outros parentes e a m i g o s . " nrá de t i . "
380 Sri Caitanya-caritãmrta M a d
As atividades de Sãksi-gopãla 381
«ya. U b : Ver»» 45
VERSO 40 Q brãhmana idoso disse: " S e eu não der minha filha ao jovem
T**" ele chamará Sri Gopãlaji para depor como testemunha. Assim, ele
fà-SJ - " i N H p l J cfaca aãâ «rta I t, íhma ' ^ ^ J J ^ f
r
r,a
nesse caso, ficarão desacreditados os meus princí-
a o r c a C i
le vsrá nuru (i
vipra bale, — " tirtha-vãkya kemane kari ãna »(a acn> "*Jfoai *tf#ti ca? 93 cac»t i
ye hauk, se hauka, ãmi diba kanyã-dãna"
vipra bale—o brãhmana diz; tirtha-vãkya—A promessa feita na pere
ca* cstata at^t faca, I w l **a foca 1 1 8 * 11
kemane—como; kari—farei; ãna—de outra maneira; ye hauk—o que seja- s e T ^ " pufra bale,—"pratimã sãksi, seha dura dese
que aconteça; ami—eu; diba—darei; kanyã-dãna—minha filha em caridade " " ^ ke tomara sãksi dibe, cinta kara kise
fale—seu filho diz; pratimã—a Deidade; sáfcsí— testemunha; seria—Ela
hénv dura—distante; dese—em terra; ke—quem; tomara—de ti; sãksi—
TRADUÇÃO—O brãhmana idoso disse: "Como poderei eu invalidar a p r o
testemunho; dibe—dará; cinta—preocupação; fajra—tu fazes; fcise—por que.
que fiz n u m local sagrado enquanto peregrinava? Aconteça o que acontecer d "
dar-lhe minha filha em caridade." TRADUÇÃO Seu filho replicou: "Talvez a Deidade tenha servido de testemu-
nha, mas Ela está numa terra distante. Como poderá vir para prestar testemu-
nho contra ti? Por que estás tão preocupado com isto?"
VERSO 41
VERSO 44
wtf% c*ir*p asw,—'catai cstatca* ç r f ^ ' i jrffç spfè -irj Jjsfcs <í fàl<ÍTl-iI5« I
ãVjjH asca,-'fàa atlai afàa' II 8i n tca 3 à % a 'cata fàg «tf? ? TIM 11' 8811 5
jhãti loka kahe, — 'mora tomãke chãdibã' nãhi kahi—na kahio e mithyã-vacana
stri-putra kahe, — 'visa khãiyã mariba' sabe kahibe—'mora kichu nãhika smarana'
jhãti parentes; kahe—respondem; mora—
loka—os todos nós; tomãke—ati; nãhi kahi—eu não disse; nã kahio—não digas; e—esta; mithyã-vacana—afirmação
chãdibã—abandonaremos; stri— esposa; putra—filhos; kahe— dizem; pisa—veneno; falsa; sabe—somente; kahibe—dirás; mora—minha; kichu—nada; nãhika—não;
khãiyã—bebendo; mariba—morreremos. SIM rana—lembrança.
TRADUÇÃO—Os parentes unanimemente disseram: " S e deres tua filha àquele TRADUÇÃO—"Não precisas negar abertamente que falaste tal coisa. Não há ne-
rapaz, romperemos nossas relações contigo." Deveras, declararam sua esposa cessidade de fazer uma afirmação falsa. Simplesmente dize que não te lembras
d
e filhos: " S e tal coisa acontecer, tomaremos veneno e morreremos." o que disseste."
VERSO 45
%fa uft i j ç , '«itfà fãsflS: « 1 srrfà' 1
VERSO 42
sca «rtfãi ata asfà? a r i a n a fãrfà 11" 8<t 11
roaj tc5i,-"JinPt cawiui ' F r a c a s wta i fumi yadi kaha,—'ãmi kichui nã jãni'
fofo' a«sl erc?, cata ajsf «rt *a n" 8* II k . fabe ãmi nyãya kari' brühmanere jini"
iini
!
^ ~ h i ; yadi—se;
j C a S 0 ;
'""-derrotarei.
kaha—àizes;
eu;
ãmi
nyãya
kichui nã jãni—não
kari'—debatendo;
me lembro
brãhmanere—o
de
brãhmana
nada; fabe—
mais jovem;
mora—meus; vyartha—sem sentido; dharma—princípios religiosos; haya-' lC °. Hei de derrotar o jovem brãhmana com a r g u m e n t o s . "
382 Sri Caitanya-caritãmrta .„ As atividades de Sãksi-gopãla 383
50
Ver»"
SIGNIFICADO—O filho do brãhmana idoso era ateu e seguidor do R _ _ n brãhmana idoso orou: " M e u querido Senhor Gopãla, abriguei-
a
smrti. Era muito perito em lidar com dinheiro, mas era um tolo númer• 'ha- Tf^D °~~pés oCA
lótus, e por isso peço-Vos o obséquio de proteger meus prin-
Ul11
seqüentemente, não acreditava na posição espiritual da Deidade ' ^ Vossos p
$ a violação e , a o mesmo tempo, salvar meus parentes d a
c o n r r a
6 11 1 1
alguma na Suprema Personalidade de Deus. Portanto, como um tín' ' ''* ' *
atr
considerava que a forma do Senhor era feita de pedra ou madeira A ° ' ^ ' a . diorie-
3tAn
tiu a seu pai que a testemunha era apenas uma Deidade de pedra e '^ - VERSO 48
de falar. Além disso, assegurou a seu pai que a Deidade encontrava-Se 1 P m C a a i
e, em conseqüência disso, não poderia vir para prestar testemunho E ^ ^ J I ^ Í T S faai fora fofara ertfter
i
cia, ele dizia: " N ã o te preocupes. Não precisas mentir diretamente; bast f ü l ^ «rra fca surfas «ta tca **|tp| u sv 11
como um diplomata, como o rei Yudhisthira ao falar para Dronãcãrya — aé t h *
hata itigajah. Seguindo este princípio, simplesmente dize que não te lembr^^
ei-mata vipra citte cintite lãgilã
nada e desconheces completamente as afirmações feitas pelo jovem brãhmana * ãra dina laghu-vipra tãhra ghare ãila
criares uma situação como esta, saberei como defender-te com argumenta • mata—dessa maneira; idoso; cifre—dentro da mente; cintite—
vipra—o brãhmana
derrotá-lo com jogo de palavras. Assim, poupar-te-ei de teres que dar-lhe tua filha
oensar; /agi/a—começou; ora dina—no dia seguinte; laghu-vipra—o jovem
Dessa maneira, nossa aristocracia será salva. Não tens nada a temer a este KS-
ínJwwa; farira-sua; g/utre-à casa; a i / a - c h e g o u .
peito."
TRADUÇÃO—No dia seguinte, o brãhmana idoso meditava profundamente sobre
VERSO 46 este assunto quando o jovem brãhmana apareceu em sua casa.
P
tf»**' °
VERSO 51 VERSO 54
efa sum' sei vipra rahe mauna dhari' saba loka bada-vipre dãkiyã ãnila
tãhra putra mdrite ãila hãte thehgã kari' tabe sei laghu-vipra kahite lãgilã
eta éuni'—ao ouvir isto; sei vipra—o brãhmana idoso; rahe—permanece' / /oi—todos os habitantes da aldeia;
0 bada-vipre—o brãhmana idoso; dãkiyã—
dhari'—mantendo silêncio; tãhra—seu; putra—filho; monte—para bater- ãiía^""" ando; ãnila—trouxeram; fabe—então; sei laghu-vipra—o jovem brãhmana; ka-
hãte—na mão; thehgã—vara; kari'—trazendo. ^ , / a - c o m e ç o u a falar.
TRADUÇÃO—O filho disse: " O h ! és muito degradado! Queres casar-te com minha TRADUÇÃO—"Este cavalheiro prometeu dar-me a mão de sua filha, porém, agora,
irmã, exatamente como um anão querendo agarrar a l u a ! " 'k não cumpre sua promessa. Por favor, perguntai-lhe por que ele se porta assim."
VERSO 53 VERSO 56
ffrerid"dekhi'—vendo a vara em sua mão; sei vipra—o jovem brãhmana: P" as p e T * " ^ ' ^—àquele; viprere—•brãhmana; puchila—perguntaram; sarva-jana—todas
fugiu daquele lugar; ãra dina—no dia seguinte; grãmera loka—os habitantes dtjric^ ' kanyã— filha; kene—por que; «o deha— não dás em caridade; yadi—se;
deia; etafra karilã—reuniu em um local. -deste; wcana-palavra de honra.
386 Sri Caitanya-caritãmrta M
As atividades de Sãksi-gopãla 387
adh
ya-li| , 4
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as pessoas ali reunidas perguntaram ao brãhmana d «Enquanto viajava por diversos locais sagrados de peregrinação,
0
já prometeste dar-lhe tua filha em caridade, por que não cumpres t u a " 801 I** -:levava muito dinheiro consigo. Ao ver o dinheiro, este patife decidiu
sa? Tu deste tua palavra de honra!" P' »»*». a 0 0tO P*' „
VERSO 57 VERSO 60
uipra fcane,— 'áirna, Zofca, mora nivedana tfra ke/ia sahge nani, ei sahge efca/a
kabe ki baliyãchi, mora nãhika smarana' dhuturã khãoyãhã vãpe karilã pãgala
vipra kahe—o brãhmana idoso replicou; éuna—por favor, ouvi; loka—toda s
/rí-ninguém; keha—mais; sahge— na companhia; nãhi— não havia; ei—este
pessoas; mora—minha; nivedana—alegação; kabe—quando; ki—o que; ba/iyích,_ hnthmana; sahge—na companhia; efca/a—sozinho; d / i « / u r í - u m tóxico; khãoyãhã—
disse; mora—minha; nãhika—não há; smarana—lembrança. fazendo-o comer; wfpe—meu pai; karilã—fez; pãgala—louco.
TRADUÇÃO—O brãhmana idoso replicou: " M e u s caros amigos, por favor, ouvi TRADUÇÃO—"Não havia ninguém além deste homem com meu pai. Dando-lhe
o que tenho a dizer. Não me lembro exatamente de ter feito uma promessa como um tóxico chamado dhuturã para comer, este patife fez meu pai enlouquecer."
esta."
VERSO 58 VERSO 61
efa éuni' tãhra putra vãkya-cchala pãhã saba dhana lahã kahe—'core la-ila dhana'
pragalbha ha-iyã kahe sammukhe ãsihã 'kanyã dite cãhiyãche'—ufhãila vacana
eta éuni'—ao ouvir isto; fárira putra—seu filho; i>ãkya-cchala—para malabarismo safw-todo; dhana—dinheiro; lahã— pegando; kahe—diz; core—um ladrão; la-ila—
de palavras; pana"—obtendo uma oportunidade; pragalbha—insolente; ha-iyí- roubou; dhana—todo o dinheiro; kanyã—a filha; dite—dar em caridade; cãhiyãche—
ficando; kahe—diz; sammukhe—em frente; ãsihã— vindo. prometeu; uthãila—criou; vacana—um lema.
TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, o filho do brãhmana idoso aproveitou-se da oportu- ^ADUÇÃO—"Pegando todo o dinheiro de meu pai, este patife declarou que um
nidade para fazer um pouco de malabarismo de palavras. De maneira muito in- ao levara todo este dinheiro. Agora, afirma que meu pai prometeu dar-lhe
solente, levantou-se perante a assembléia e falou o seguinte. MM füha em caridade."
VERSO 59 VERSO 62
'tirtha-yãtrãya pitara sahge chila bahu dhana tomara sakala loka karaha vicãre
dhana dekhi ei austera laite haila mana . ^p- tonam , 'mora pitara kanyã dite yogya ki ihãre'
V o s ;
tirtha-yãtrãya—quando viajava pelos locais sagrados; pifara—meu p . ^ ^ r Wom_~ sokala—todas; loka—pessoas; karaha—fazei; vicãre—julgamento;
com; chila—havia; bahu—muito; dhana—dinheiro; d ha na—dinheiro; < ; tf
tfre-! j ~ U; tara do
P - kanyâ-a filha; dife-dar em caridade; yogya—justo; ki—
a e e
ãi
VERSO 63 filha
VERSO 66
<&<s « f » ' cmcara ac» a**i i
'avca,-nacírtre c?m ç t w ii' ii «ca qfa» fâcafàs, « a , fãwaa i
<?stata a«rjta catfj aft ÍRP» aa n * v 11
eta éuni' lokera mane ha-ila saméaya
'sambhave,—dhana-lobhe loka chãde dharma-bhaya' fabe muíii nisedhinu,—suna, dvija-vara
eta éuni'—ouvindo tudo isto; lokera—de todas as pessoas; mane—nas m tomara kanyãra yogya nahi muni vara
ha-ila—houve; saméaya—dúvida; sambhave— possível; dhana-lobhe—devido à Lfc! ^—naquele momento; muni—eu; nisedhinu—proibi; áuna—ouve; dvija-vara—
por cünheiro; loka—algum homem; chãde— abandona; dharma-bhaya--prind lhor dos brãhmanas; tomara—tua; kanyãra—para a filha; yogya—adequado;
me
TRADUÇÃO—Ouvindo todas estas afirmações, as pessoas reunidas ali ficaram um TRADUÇÃO—"Naquele momento, eu o proibi de fazer aquilo, dizendo: 'Õ
pouco em dúvida. Acharam ser b e m possível que, devido à atração pelas rique- melhor dos brãhmanas, não sou um esposo adequado para tua filha.' "
zas, alguém abandonasse seus princípios religiosos.
VERSO 67
VERSO 64
asttl <$fã »t%5, aâ\ taa a^ta i
<sca esteta* a>ca,- * w , attwa i astai ifa»» afãaf, ã^ç, aitft» 11 *i 11
•ta SrPWGl wrcsj-aw n *8 ii
fcanan fumi pandita, dhani, parama kultna
fabe chota-vipra kahe, — "éuna, mahãjana kãhãh muni daridra, mürkha, nica, kula-hína
nyãya jinibãre kahe asatya-vacana ídiãn—ao passo que; tumi—tu; pandita—acadêmico erudito; dhani— homem rico;
tabe—nessa altura; chota-vipra—o jovem brãhmana; kahe—diz; éuna—por favor, parama—primeira classe; kullna—aristocracia; kãhãh—por outro lado; muni—eu;
ouvi; mahã-jana—todos os cavalheiros; nyãya—o argumento; jinibãre—para vencer. daridra—pobre homem; mürkha—inculto; nica—caído; kula-hína—sem aristocracia.
kahe—ele diz; asafya-iwcaria—afirmações falsas.
TRADUÇÃO—" 'Tu és um acadêmico erudito, homem rico pertencente a família
TRADUÇÃO—Nessa altura, o jovem brãhmana disse: " M e u s caros cavalheiro» "nstocrática, ao passo que eu sou um pobre homem, inculto e sem nenhuma
por favor, ouvi. Só para sair vitorioso com seus argumentos, este homem esu Pretensão à aristocracia.' "
mentindo."
VERSO 65 VERSO 68
«ca «afã fftsit* « a , içrofe i tabe ãmi kahilãh drdha kari' mana
gopãlera ãge kaha e-satya vacana
ratar* S t - ^ a s - w t f e * «i çca nmf% II «
le momento; ami—eu; kahilãh—disse; drdha kari' mana—fixando
"^""merite; gopãlera áge—perante a Deidade de Gopãla; kaha—fala; e-satya
fabe ami kahilãh—éuna, mahã-mati
! T L afirmação verdadeira.
D Ü N H
lha e
^ F ^ — " A p ó s aceitar a Deidade de Gopãla como minha testemunha,
TRADUÇÃO—" 'Eu te ofereci minha filha. Não hesites. Ela é minha f' 0 w
g u i n t e a Seus pés de l ó t u s . "
dá-la-ei a ti. Quem poderá proibir-me?' "
392 Sri Caitanya-caritàmrta _ As atividades de Saksi-gopâla 393
Ver* 7*
VERSO 75 a sucessão discipular. Dessa maneira, estamos divulgando as pala-
05
çgus se"^ ' j o m u n d o . Muito embora não sejamos rico nem sejamos
afà <3* fàai cafc?i «1 faca assrmr» i e r n t o c 0
SIGNIFICADO—Embora o jovem brãhmana se definisse como alguém sem preten- TRADUÇÃO—Aproveitando-se desta oportunidade, o brãhmana idoso de imediato
sões à aristocracia e como um homem inculto e comum, ainda assim, tinha uma confirmou que aquilo realmente era verdade. Disse: " S e Gopãla vier pessoal-
boa "qualificação: acreditava que a Suprema Personalidade de Deus era a autori- aqui, para servir como testemunha, com certeza darei minha filha ao
dade máxima, aceitava as palavras do Senhor Krsna sem hesitar e tinha finne •""•«n brãhmana." O filho do brãhmana idoso prontamente confirmou aquilo,
fé na coerência do Senhor. Segundo Prahlãda Mahãrãja, outra autoridade no qu« """"do: 'Shn, este é um ótimo a c o r d o . "
diz respeito à Suprema Personalidade de Deus, deve-se entender que um devo»
com tamanha fé e segurança é o acadêmico mais erudito: tan manye 'dhltam uttama*
(Srimad-Bhãgavatam 7.5.24). Um devoto puro com firme fé nas palavras da Supre<^ ^ " T l C A D o - C o m o Superalma dentro do coração de todas as entidades vivas,
o t t l i
Personalidade de Deus deve ser considerado o acadêmico mais erudito, ' n
a conhece o desejo de todos, o pedido de todos e a oração de todos. Mesmo
aristocrata e o homem mais rico do m u n d o inteiro. Todas as qualidades di uma° - S s
' ° ' ^ueüações e orações sejam contraditórios, o Senhor tem que criar
naturalmente existem em tal devoto. No trabalho de pregação do niovimentor™ c i ^ h i a ç ã o em que todos fiquem satisfeitos. Neste caso, trata-se de uma nego-
a consciência de Krsna, nós, como servo do servo do servo do servo da Supre ^ ta sen! ^^ ' 1 111011 31 e n t T e um
brãhmaria idoso e u m jovem. O brãhmana idoso esta-
Personalidade de Deus, acreditamos plenamente nas palavras de Krsna dúvida desejoso de dar sua filha em caridade ao jovem brãhmana, mas
394 Sri Caitanya-caritãmrta «. ., As atividades de Sãksi-gopãla 395
M a d h
ya-i i u
Ver* 8 4
ao jovem brãhmana. Seu filho, u m ateu e sujeito muito astuto, pensava ^ escre " ' s e s t a s ; vacana—declarações.
10
bada-viprera mane, — 'krsna bada dayãvãn tabe saba loka meli' patra ta' likhila
avaéya mora vãkya tenho karibe pramãna' dunhãra sammati lahã madhyastha rãkhila
mune—dentro da mente do brãhmana idoso; krsna—Senhor Krsna
bada-viprera tabe—então; saba loka—todas as pessoas; meii'—reunidas; patra—papel; fa'—na
bada—muito; dayãvãn—misericordioso; avasya—certamente; mora—minhas; vãkya- verdade; likhila—escreveram; dunhãra—de ambos; sammati—o acordo; lahã—
palavras; tenho— Ele; karibe—fará; pramãna—evidência. tomando; madhya-stha—como mediadores; rãkhila—permaneceram.
TRADUÇÃO—O brãhmana idoso pensou: "Como o Senhor Krsna é muito mise- TRADUÇÃO—Todas as pessoas ali reunidas anotaram esta declaração, p o n d o o
ricordioso, certamente Ele virá para confirmar minha declaração." preto no branco, e, t o m a n d o as assinaturas das partes do acordo, serviram como
mediadores.
VERSO 80
VERSO 83
%m «1 i t f à c a i t ^ t f à c « ' i
<áfè <[Can S^sra * ^ S T 1 TOJ || V » || « c a c5íiífà«i a s e * , — w » aa%a i
putrera mane, — 'pratimã nã ãsibe sãksi dite' í j É f à « t — i « j - a r a n , aáiata«i 1 1 «
ei buddhye dui-jana ha-ilã sammate
putrera mane—na mente dofilho; pratimã—a Deidade; no—não; ãsibe—virá; sãksi tabe chota-vipra kahe,—éuna, sarva-jana
dite—para prestar testemunho; ei—isto; buddhye—ao entenderem; dui-jana—torto ei vipra—satya-vãkya, dharma-parãyarxa
o pai quanto o filho; «fl-i/a sammate—concordaram. tabe—nessa altura; chota-vipra—o jovem brãhmana; kahe—diz; éuna—por favor,
°uvi; sarva-jana—ó todos os cavalheiros aqui presentes; ei vipra—este brãhmana
idoso; satya-vãkya—sempre veraz; dharma-parãyana—religioso.
TRADUÇÃO—O filho ateu pensou: " N ã o é possível que Gopãla venha e preste
t e s t e m u n h o . " Pensando assim, tanto o pai quanto o filho concordaram. TRADUÇÃO—Então, o jovem brãhmana disse: " T o d o s os cavalheiros presentes,
Por favor, ouvi-me! Este brãhmana idoso certamente é veraz e está seguindo os
VERSO 81 Princípios religiosos."
sva-vãkya chãdite ihhãra nãhi kabhu mana tabe sei chota-vipra gelã vrndãvana
svajana-mrtyu-bhaye kahe asatya-vacana dandavat kari' kahe saba vivarana
sva-vãkya—sua própria promessa; chãdite— abandonar; ihhãra—dest disso; sei—aquele; chota-vipra—jovem brãhmana; gelã—íoi;
HepoiS o»»", -v. --1 , , -~ — —— ••—» Ô-~ -—'
nãhi—não; kabhu—em tempo algum; mana—a mente; sva-jana—de seus r
parentes; mrtyu-bhaye— temendo o suicídio; kahe—diz; asatya-vacana ^ P ^ 0 5 -loara Vrndãvana; dandavat kari'—após prestar reverências; kahe—conta;
a d e s c r i c ã o
^ w w « í » - -
falsas.
AO—Após a reunião, o jovem brãhmana partiu para Vrndãvana. Che-
dUC
TRADUÇÃO—''Ele não tinha desejo de quebrar sua promessa, mas, t e m e n d T*A ' ^meiro prestou suas respeitosas reverências à Deidade e, em segui-
S nd0
seus parentes cometessem suicídio, desviou-se da verdade." * rróu tudo com todos os pormenores.
da. r>*"
VERSO 85 VERSO 88
TRADUÇÃO—"Devido à piedade do brãhmana idoso, convocarei o testemunho TRADUÇÃO—Ele disse: " M e u Senhor, sois o protetor da cultura bramínica e sois,
da Suprema Personalidade de Deus. Assim, manterei intacta a veracidade de também, muito misericordioso. Portanto, por favor, mostrai Vossa grande miseri-
sua promessa." córdia, protegendo os princípios religiosos meus e do outro b r ã h m a n a . "
VERSO 86
VERSO 89
« i i « f ã ' f t t % ¥ qirpf fc*fcfi ^ c a i
c * * i c n , i N f ^ - v i t V j « i t f à c ^ f *ttr,a II II *wl »rt?»-c'rt* m Ifl srtfç gi i
a f W R ! « f s o r l TI? >Á TO 8Sl II IrS. II
eta éuni' nãstika loka upahãsa kare
keha bale, levara—dayãlu, ãsiteha pare kanyã pãba, —mora mane ihã nãhi sukha
eta éuni'—ao ouvir isto; nãstika—ateístas; loka—classe de homens; upahãsa- brãhmanera pratijhã yãya—ei bada duhkha
gracejando; kare— fazem; keha bale—alguém diz; levara—Deus; dayãlu- JunyãpSba—obterei a filha; mora—minha; mane—na mente; ihã— isto; nãhi—não
misericordioso; ãsiteha pare—Ele é capaz de vir. •sukha—felicidade; brãhmanera—de um brãhmana puro; pratijhã—a promessa;
JV-perde-se; e i - i s t o ; teda-muita; duM/ia-tristeza.
TRADUÇÃO—Ao ouvir a afirmação enfática do jovem brãhmana, alguns ateus ali
1
presentes começaram a fazer gracejos. No entanto, outra pessoa disse: 'A
o Senhor é misericordioso e, se Ele quiser, poderá v i r . " •end ^ ^ " " " ^ e u querido Senhor, não estou pensando em me tornar feliz, ob-
u r a n m a
lueb * ^° n a como noiva. Estou simplesmente pensando que ele
f O U S u a
pratimã naha tumi,—sãksãt vrajendra-nandana f^ndo assim, a Deidade pode agir exatamente como o Senhor fez sob Sua forma
vipra lãgi' kara tumi akãrya-karana" °"gmal de Krçna. O Senhor Krsna estava conversando com o jovem brãhmana
3
pratimã—uma estátua; naha—não sois; fumi—Vós; sãksãt—diretamente; í m P " testar seu conhecimento sobre a areã-vigraha. Em outras palavras, aqueles
nandana—o filho de Nanda Mahãrãja; vipra lãgi'—em benefício do brãhmana; 1 j j e compreendem a ciência de Krsna — o nome de Krsna, Sua forma, Suas qua-
s e a s s
fumi—podeis fazer; akãrya-karana—uma ação que jamais fizestes antes. t a r i t o ' m por diante — podem também conversar com a Deidade. Entre-
m aos
a d e ' - °'h°s de uma pessoa comum, a Deidade parecerá ser feita de pedra,
a 0u
q "j Ue ( algum outro elemento material. N o sentido mais profundo, uma vez
S S e e m e n t o s
i r e t i u n e dad °- ° '
e materiais, em última análise, emanam da suprema enti-
TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, não sois uma estátua; sois d "^er n
c* Q^Piritual, a d a é realmente material. Sendo onipotente, onipresente e
liS
filho de Mahãrãja Nanda. Agora, em benefício do brãhmana idoso, podeis
< Krsna pode lidar com Seus devotos sob qualquer torma, sem dificuldade.
algo que jamais fizestes a n t e s . "
402 Sn Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 403
5 Verso 1 *
Pela rrdsericórdia do Senhor, o devoto sabe perfeitamente bem como a "Cozinha um quilo de arroz diariamente e oferece-o a Mim. Co-
Na verdade, ele pode conversar face a face com o Senhor. fl^g^arroz e seguirei atrás de t i . "
Biere' "
VERSO 98 VERSO 101
TRADUÇÃO—O Senhor prosseguiu: " N ã o tentes olhar para Mim, voltando tua
TRADUÇÃO—No dia seguinte, o brãhmana pediu permissão a Gopãla e partiu
face. Assim que olhares para Mim, permanecerei estacionado naquele mesmo
para sua terra. Gopãla seguia-o, passo a passo.
lugar."
VERSO 102
VERSO 99
sonalidade de Deus; tathãya—ali; rahilã—encontrava-Se. *"hoT rp °s aldeões foram ver o Gopãla-testemunha, e, ao verem o
"•mente ali, ofereceram-Lhe suas respeitosas reverências.
As atividades de Sàksi-gopãla 407
406 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy
VERSO 111 SIGNIFICADO—C orno estes dois brãhmanas de Vidyãnagara, existem muitos de-
votos que são servos eternos do Senhor. Eles são conhecidos especificamente como
« c a cÀk. i « f à a «rrafars 5*11 nitya-siddhas, eternamente perfeitos. Embora apareçam no m u n d o material e pa-
reçam ser habitantes comuns do mundo, os nitya-siddhas jamais se esquecem da
C t W c i a « i t t t * t t « «rsae. ç ^ l n a i , I I
Suprema Personalidade de Deus, em nenhuma condição. Este é o sintoma de
um nitya-siddha
fabe sei bada-vipra ãnandita hanã
gopãlera ãge pade dandavat hahã
Existem duas classes d e entidades vivas — nitya-siddha e nitya-baddha. O nitya-
siddha jamais se esquece de sua relação com a Personalidade Suprema, ao passo
tabe—em seguida; sei—aquele; bada-vipra—brãhmana idoso; ãnandita—satisfeito,
hahã— ficando; gopãlera—ao Senhor Gopãla; ãge- em frente; pade—prostra-se. que o nitya-baddha é sempre condicionado, antes mesmo da criação. Ele vive es-
dandavat—como u m a vara; hahã— ficando.
quecido de sua relação com a Suprema Personalidade de Deus. Nesta passagem,
o Senhor informa aos dois brãhmanas que eles são Seus servos, nascimento após
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , o brãhmana idoso, estando muito satisfeito, adiantou-se e nascimento. A expressão "nascimento após nascimento" refere-se ao mundo ma-
terial, pois, no mundo espiritual, não há nascimento, morte, velhice ou doença.
imediatamente prostrou-se como uma vara em frente a Gopãla.
Por ordem da Suprema Personalidade de Deus, o nitya-siddha permanece neste
mundo material como se fosse um homem comum, mas, o único interesse do
VERSO 112
mtya-siddha é difundir as glórias do Senhor. Este incidente parece ser a história
Am crttasa. « r r c i c a m t s i a t # t m i comum de uma negociação matrimonial envolvendo duas pessoas comuns. Con-
do, Krsna aceitou os dois brãhmanas como Seus servos eternos. Ambos os
f f l H l c s r t t f ã c a asgta ta c ^ i u II """"nanas enfrentaram muitas dificuldades nestas negociações, exatamente co-
Pessoas mundanas, todavia, agiam como servos eternos do Senhor. Todos
sa/ca/a /o/cera ãge gopãla sãksi dila
"Hya-siddhas que se encontram neste m u n d o material talvez pareçam labutar
bada-vipra chota-vipre kanyã-dãna kaila .(a g ^ J ^ e n s comuns, porém, jamais se esquecem de sua posição de servos do
sakala—todas; lokera—das pessoas; ãge—na presença; gopãla—o Senhor \!
sãksi— testemunho; dila—deu; bada-vipra—o brãhmana idoso; chota-vipre—*°\
10 n t 0 a a n a
brãhmana; kanyã-dãna—dando a filha em caridade; kaila—tez. ca^cp ^ ° h s a r é: o brãhmana idoso pertencia a u m a família aristocráti-
' "do culto e abastado. O jovem brãhmana pertencia a uma família ordinária
5 nCU t l l m e s s a s
T R A D U Ç Ã O — A s s i m , na presença de todos os aldeões, o Senhor Gopãla P r e 0 , *Wna ^ ° ^ " ' ' qualificações mundanas não dizem respeito a um nitya-
C J ac 1
testemunho de que o brãhmana idoso oferecera sua filha em caridade sidilhas ! P ' ' serviço d o Senhor. Precisamos aceitar o fato de que os nitya-
Sa
brãhmana. com Uns ? ""'eiramente distintos dos nitya-baddhas, que são seres humanos
• Srila Narottama dãsa Thãkura confirma esta declaração:
408 Sn Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 409
M a d h
ya, l l a :
serviço. Após ouvirem falar do incidente, muitas pessoas de diversas terras co-
VERSO 114 axaram a vir visitar Gopãla.
TRADUÇÃO—Os brãhmanas disseram: "Por favor, permanecei aqui de nu ^DUÇÃO— O rei construiu ali u m belo templo, onde passaram a prestar servi-
as pessoas do m u n d o inteiro saibam quão misericordioso sois para com ln ~ 8 1 1 1 3 1 3
Deidade. Gopãla ficou muito famoso sob o nome de Sãksi-gopãla
servos." ,0G
°Pala-testemunhal.
410 Sri Caitanya-caritãmrta As atividades de Sãksi-gopãla 411
Madh
ya-r,l â> s
124
SIGNIFICADO—Esta cidade de Vidyãnagara encontra-se em Trailanga-desa, ao sul purusottama-deva sei bada bhakta ãrya
da índia, às margens do rio Godãvari. O local onde o Godãvarl deságua na Baía gopãla-carane mãge, — 'cala mora rãjya
da Bengala chama-se Kotadesa. O reino de Orissa era muito poderoso, e Kotadesa purusottama-deva—o rei; sei—aquele; bada—grandioso; bhakta—devoto; ãrya—
era a capital de Orissa, sendo conhecida, então, como Vidyãnagara. Outrora, esta ariano; gopãla-carane— aos pés de lótus de Gopãla; mãge—suplica; cala—por favor,
cidade ficava no lado sul do rio Godãvari. Naquela época, o rei Purusottama con- vinde; mora—meu; rãjya—ao reino.
seguiu dominar Orissa e dar-lhe um governo. A atual cidade de Vidyãnagara
encontra-se no lado sudeste do rio, a apenas trinta ou quarenta quilômetros de TRADUÇÃO—Este rei tornou-se conhecido como Purusottama-deva. Era um gran-
distância de Rãjamehendri. Durante a época de Mahãrãja Pratãparudra, Sri de devoto e era avançado na civilização dos arianos. Ele suplicou aos pés de
Rãmãnanda Rãya era o governador de lá. Vijaya-nagara não é a mesma que lótus de Gopãla: "Por favor, vinde ao meu r e i n o . "
Vidyãnagara.
VERSO 123
VERSO 120
« t a «f%»ar.»i eitHIfl « i r , ? «rtafl m \
§e,a>r.sia S r H 3jK4tWKIM srfsj i çywm m~$\ cm as&cai «rrçsi i ,v® n
cm cm fsrfà' fm a#s1 - - R a t a n SA« II
fãrira bhakti-vase gopãla tãhre ãjhã dila
utkalera rãjã purusottama-deva nãma gopãla la-iyã sei katake ãila
sei desa jini' nila kariyã sahgrãma ISnra—seu; bhakti-vase—sob o endividamento do serviço devocional; gopãla—
utkalera—de Orissa; rãjã—o rei; purusottama-deva—Purusottama; nãma—chamado, Senhor Gopãla; tãnre—a Ele; ãjhã dila—deu a ordem; gopãla—a Deidade de Gopãla;
sei desa—esta região; jini'—conquistando; nila—tomou; kariyã— executando, •'yí-pegando; sei—aquele rei; katake—à cidade de Kataka; ãila—retornou.
sahgrãma—luta.
^ D U Ç Ã O — Q u a n d o o rei suplicou-Lhe que viesse a seu reino, Gopãla, que já
Va
TRADUÇÃO—Mais tarde, houve uma luta, e esta região foi conquistada pelo agradecido por seu serviço devocional, aceitou sua súplica. Assim, o rei
Purusottama de Orissa. P^c-u a Deidade de Gopãla e retornou a Kataka.
TRADUÇÃO—Após conquistar o trono Mánikya, o rei Purusottama lev , / - c houvesse um furo no nariz da Deidade, eu poderia transferir-
e
P i
Jagannãtha Puri e deu-o de presente ao Senhor Jagannãtha. Neste ""° " |heape r0,a
-
,erÍIn
também estabeleceu adoração regular à Deidade de Gopãla em Kataka
VERSO 128
VERSO 125
« • fpfipF sowra' c^W a«ac5i i
,
bhakti kari'—com grande devoção; bahu—diversos; alahkãra—de ornamentos Gopãla; tãnre—a ela; kahena—diz; svapane—em sonho.
kaila—fez; samarpane—presente.
TRADUÇÃO— Meditando sobre isto, a rainha prestou suas reverências a Gopãla
TRADUÇÃO—Quando a Deidade de Gopãla foi instalada em Kataka, a rainha de e regressou a seu palácio. Naquela noite, ela sonhou que Gopãla aparecia e co-
Purusottama-deva foi vê-lO e, com grande devoção, presenteou-O com vários meçava a falar-lhe o seguinte.
ornamentos.
VERSO 129
VERSO 126
" a w j f r o a i t « i cata atai tm a # i
«fim « w i t s a t j J O fJPt * a I »rs«i "tat^Jtfç»! aç a? afà' 11 n
« t * l fwc« *}çi c**t. ac*c« fè^a II II "bãlya-kãle mãtã mora nãsã chidra kari'
tãnhãra nãsãte bahu-mülya muktã haya muktã parãhãchila bahu yatna kari'
tãhã dite icchã haila, manete cintaya J*s*-kãle—em Minha infância; mofa"—mãe; mora—Meu; nãsã—nariz; chidra kari'—
z
tãnhãra nãsãte—no nariz da rainha; bahu-mülya—muito valiosa; muktã—pe ° endo um furo; muktã— uma pérola; parãhãchila—foi colocada nele; bahu—muito;
haya—havia; tãhã—esta; dife—de dar; icchã—o desejo; haila—havia; manete--w J ^ - e s f o r ç o ; kari'—levando.
mente; cintaya—pensa. DUCA
t ° — " D u r a n t e Minha infância, Minha mãe fez um furo em Meu nariz
C m
TRADUÇÃO—A rainha possuía uma pérola muito valiosa, que usava em seu naru ' ° e^ande esforço, colocou uma pérola n e l e . "
Como desejava dá-la a Gopãla, começou a pensar o seguinte.
VERSO 130
VERSO 127
fcrçcaa « m t c « afa feu atrais l c a * fej « w t r a * «risca atntc« i
« c a 4 * wtfr «jjrl «rata * t * t * « n « c a * »j?s»i t a t * , atai etfçatç íãc« n" y » » i
414 Sri Caitanya-caritãmrta x. As atividades de Sãksi-gopãla 415
ma
dJiy .| a j|a
Ver* 136
sei chidra adyãpiha ãchaye nãsãte •,-__desde aquela época; gopãlera—de Gopãla; katakete—na cidade de Kataka;
sei muktã parãha, yãhã cãhiyãcha dite" ^ ' " ' e s t a b e l e c i m e n t o ; ei lãgi—por esta razão; sãksi-gopãla—o Gopãla-
sei chidra—este furo; adyãpiha—ainda, até agora; ãchaye—está; nãsãte— . nãma—chamado; haila—ficou; khyãti—famoso,
sei—esta; mukt ã— pérola; parãha—coloca; yãhã—que; cãhiyãcha— ^ nar
testemunr. ,
aes
dife-dar-Me. eja | : S e
- Desde aquela época, Gopãla tem permanecido na cidade de Kataka
«endo conhecido desde então como Sãksi-gopãla.
T R A D U Ç Ã O — " E s t e mesmo furo ainda existe, e podes usá-lo para colocar — jttaKi,
a
la que desejaste d a r - M e . " Péro. V E R S O 134
VERSO 131
fãWTíW-apa « f ã ' cWtTH-sfàvS I
w i CWPV c m J W W ^fai i
«è Cm\ TOÍ^TO^-afJFS II ||
nityãnanda-mukhe éuni' gopãla-carita
svapne dekhi' sei rãnx rãjãke kahilã tusta hailã mahãprabhu svabhakta-sahita
rãjã-saha muktã lahã mandire ãila nitydnanda-inuklif—dá boca do Senhor Nityãnanda Prabhu; éuni'—ouvindo;
svapne dekhi'—vendo o sonho; sei rãní—a rainha; rãjãke—ao rei; fca/íi/a falou qooãla-carita—A narração de Gopãla; fusffl hailã— ficou muito satisfeito;
rãjã-saha—com o rei; muktã—a pérola; lahã— levando; mandire—ao templo mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; sva-bhakta-sahita—com Seus devotos.
tf/Vá—foram.
TRADUÇÃO—Foi assim que Sri Caitanya Mahãprabhu ouviu a narração das ati-
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s de sonhar isto, a rainha explicou tudo a seu esposo, o rei. vidades de Gopãla. Tanto Ele quanto Seus devotos pessoais ficaram muito
Então, tanto o rei quanto a rainha foram ao templo com a pérola. satisfeitos.
w t M ouvi—cm « i i n
parãila muktã nãsãya chidra dekhihã gopãlera ãge yabe prabhura haya sthiti
mahã-mahotsava kaila ãnandita hahã bhakta-gane dekhe—yena duhhe eka-mürti
parãila—fixaram; muktã—a pérola; nãsãya—no nariz; chidra—o furo; dekhinã- gopãlera ãge—em frente a Gopãla; yabe—quando; prabhura—do Senhor Caitanya
vendo; mahã-mahotsava—um grande festival; kaila—realizaram; ãnandita- Mahãprabhu; haya—é; sthiti—situação; bhakta-gane—todos os devotos; dekhe—
satisfeitos; hahã— estando. «em; yena—como se; duhhe— ambos; eka-mürti— uma única forma.
T R A D U Ç Ã O — V e n d o o furo no nariz da Deidade, fixaram a pérola nele e, TRADUÇÃO—Quando Sri Caitanya Mahãprabhu estava sentado perante a Dei-
sentindo-se muito satisfeitos, promoveram um grande festival. dade de Gopãla, todos os devotos viram que Ele e a Deidade tinham a mesma
'onna.
VERSO 133 VERSO 136
duhhe—ambos; eka varria—umsó aspecto; duhhe—ambos; prakánda-sarira ! ei-mata mahã-rahge se rãtri vahciyã
Q T i
gigantescos; duhhe—ambos; rakta-ambara—roupas vermelhas; dunhãra—^ °^ prabhãte calilã mahgala-ãrati dekhihã
svabhãva—a natureza; gambhlra—grave. B... -Hessa maneira; mahã-rahge—com grande prazer; se—aquela; nífri—noite;
1 1
tr " ' s a n d o ; prabhãte—de manhã; calilã— partiu; mahgala-ãrati—a cerimônia
oaS
Gopãla eram bnlhantemente refulgentes e tinham olhos de lótus Ambos esta •.•mdãvana—Vrndãvana dãsa Thãkura.
vam absortos em êxtase e Seus rostos assemelhavam-se à lua cheia
TRADUÇÃO—[Em seu livro Caitanya-bhãgavata) Srila Vrndãvana dãsa Thãkura
VERSO 138 descreve mui vividamente os locais visitados pelo Senhor a caminho de
Bhuvaneávara.
e
^ u m modo geral, a s pessoas gostam muito d e adorar o Senhor Siva. Desse
e n n o r i v a
VERSO 139 Est H ° ^ ^ ajudou Kãáirãja; contudo, na luta contra o Senhor Krsna,
e r T o t o u e
'oi H " ° matou-o. Dessa maneira, a arma conhecida como Pãáupata-as.tra
s a t i v a
^
C 0 n s d a e Krsna ateou fogo à cidade de Kãáí. Mais tarde, o Senhor Siva
«retos efppni qpHffirfg G W ^ M P I i^s> n H e n t 2 0 u s e e s e u e r r o e m a u t a r
Krsn * " ^ ) ^ Kãáirãja, e pediu desculpas a o Senhor
a
VERSO 141
VERSOS 142—143
JJ senhor Siva.
VERSO 144
O Senhor Krsna é o reservatório de todo o prazer. «• Siimati Rãdhãrãni é a r jagannãthera deula dekhi' avista hailã
do amor extático por Deus. Sendo assim, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu re»** 5 1 dandavat kari preme nãcite lãgilã
TRADUÇÃO—Após ver o templo de Jagannãtha de um local distante S - r p __Quando entrava em êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu considera-
0
Mahãprabhu imediatamente ficou em êxtase. Após prestar reverências" '"y* m momento durava tanto quanto doze anos. Após ver o templo de
u
30 , e m
começou a dançar no êxtase de amor a Deus. P'o, «i ^ , u e
distância, o Senhor ficou em tal êxtase que considerou o caminho
m a a
premãveée padilã tumi, tomãre dharinu suni' kichu mahãprabhu duhkha prakãéila
tomã-saha sei danda-upare paàinu isat krodha kari' kichu kahite lãgilã
prema-ãveée—em condição extática; padilã— caíste; tumi—Tu; tomãre— ^ _ o u v i n d o isto; kichu—alguma; mahãprabhu—o Senhor Caitanya
dharinu—segarei; tomã-saha—contigo; sei—isto; danda-upare—sobre aquele bast"' hâprabhu; duhkha—tristeza; prakãéila— expressou; Isat—um pouco; krodha—ira;
paàinu—caí. kJjf—mostrando; kichu—algo; kahite—a falar; lãgilã— começou.
TRADUÇÃO—Nityãnanda Prabhu disse: " A o caíres em êxtase, Eu Te segurei nus TRADUÇÃO—Após ouvir a história sobre como Sua danda fora quebrada, o
Senhor expressou certa tristeza e, demonstrando um pouco de ira, começou a
nós dois caímos juntos sobre o b a s t ã o . " filar o seguinte.
VERSO 150 SIGNIFICADO—Sri Nityãnanda Prabhu achava inútil a aceitação de sannyãsa por
parte do Senhor Caitanya Mahãprabhu. Portanto, resolveu livrar o Senhor do
s n N s t t a « c a « r » «tfj» c m i aborrecimento de carregar o bastão, Sri Caitanya Mahãprabhu expressou ira, pois
desejava ensinar a todos os demais sannyãsis que estes não deveriam abandonar
cm #t*i ife?r. f%g «1 mfswr n ii» n obastão antes de alcançar a plataforma de paramahamsa. Vendo que os princípios
dui-janãra bhare danda khanda khanda haila regulativos poderiam ser menosprezados devido a tal ação, Caitanya Mahãprabhu
sei khanda kãhhã padila, kichu nã jãnila desejava carregar o bastão pessoalmente. No entanto, Nityãnanda Prabhu o
dui-janãra—àe Nós dois; bhare—pelo peso; danda—o bastão; khanda khanàa- quebrou. Por esta razão, Caitanya Mahãprabhu demonstrou um pouco de ira.
quebrado em pedaços; haila—ficou; sei—tais; khanda—pedaços; kãhhã padila—onde 0 Bhagavad-gitã diz que yad yad ãcarati éresthas tat tad evetaro janah: tudo o que
caíram; kichu—nada; nã jãnila—não é sabido. uma pessoa importante faz, os outros imitam. Sri Caitanya Mahãprabhu desejava
seguir os princípios védicos estritamente a fim de salvar os neófitos inexperien-
tes, que tentam imitar os paramahamsas.
t r a d u ç ã o — " A s s i m , o bastão quebrou-se devido ao nosso peso. Não posso dizer
onde foram parar os p e d a ç o s . "
VERSO 153
VERSO 151 ,
*h?i[scêí «ífà' c i l a í c a fç« cm\ i
1
cata «ftatci c^tira 5**1i ?» i í c a w a w ím, "si?! *\aíFasif n i « « n
ca § f F 3 ça, cita a»t «ta «r^» n ><?J II
nilãcale ãni' mora sabe hita kailã
mora aparãdhe tomara danda ha-ila khanda sabe danda-dhana chila, tãhã nã rãkhila
a
ye ucita haya, mora kara tara danda ^ kj" cale—a Jagannãtha Purí; ãni'—trazendo; mora—Meu; sabe—todos vós; hifa—
v
lc
mora—Minha; aparãdhe—pela ofensa; tomara—Teu; danda—bastão de ^ ^ - s a n ^ ' o ; kailã— fizestes; sabe—apenas; danda-dhana—único bastão; chila—havia;
i
ha-ila—ficou; khanda—quebrado; ye—tudo o que; ucita—adequado; ay -isto também; nã— não; rãkhila— guardastes.
mora—a Mim; kara—faze; tara—por isto; danda—castigo.
n
t^* uçÀo—Caitanya Mahãprabhu disse: " T o d o s vós Me favorecestes ao Me
f 3 â c a
TRADUÇÃO—"Com certeza, foi devido à Minha ofensa que Teu bastão q o e D f 0 Q bi , ^ l a . Entretanto, Minha única posse era aquele bastão, e vós não
^dastes."
se. Agora podes castigar-Me por isto como achares adequado.
424 S i i Caitanya-caritãmrta Madh As atividades de Sãksi-gopãla 425
~*! pennitir quebrá-lo; krodhe— irado; tenho— Sri Caitanya Mahãprabhu; ihhãke—o
T R A D U Ç Ã O — " D e tal maneira, todos vós deveis ir ver o Senhor Jagannãtha penhor Nityãnanda; dosdya-acusa.
ou depois de Mim. Não irei convosco."
TRADUÇÃO—Os devotos não podiam entender por que Nityãnanda Prabhu que-
VERSO 155 t^ara o bastão, por que ári Caitanya Mahãprabhu permitira-Lhe fazer isto, nem
por que, após permitir-Lhe, Caitanya Mahãprabhu ficara irado.
«f-g Srf, «fa ar* «irct i
«rrfa-ia ires ar?, «i ara cs rara ac* ii i<?c n VERSO 158
mukunda datta kahe,—prabhu, tumi yãha ãge «f®«*-^tPil <áfè - *taa ^^ta i
ãmi-saba pãche yãba, nã yãba tomara sahge
caa aj,ar, ? l i a *fea ata « f a fta 11 vtb-11
mukunda datta kahe—um devoto chamado Mukunda Datta disse; prabhu—meu
Senhor; fumi—Tu; yãha—vai; ãge—na frente; ãmi-saba—todos nós; pãche—atrás; danda-bhahga-lM ei—parama gambhlra
yãba—iremos; na—não; yãba—iremos; tomara sarige—contigo. sei bujhe, dunhãra pade yãhra bhakti dhlra
danda-bhahga-lllã—o passatempo em que Nityãnanda quebra o bastão; ei—este;
T R A D U Ç Ã O — M u k u n d a Datta disse a Sri Caitanya Mahãprabhu: "Meu Senhor, parama— muito; gambhlra—grave; sei' bujhe—alguém pode compreender; duhMra—de
deves ir na frente e permitir que todos os outros vão depois. Não iremos contigo." ambos; pode—nos pés de lótus; yãhra—cujo; bhakti—serviço devocional; dhlra—fixo.
VERSO 156 TRADUÇÃO—O passatempo em que Nityãnanda quebra o bastão é muito pro-
fundo. Só pode compreendê-lo aquele cuja devoção está fixa nos pés de lótus
dos dois Senhores.
afaic« «1 trea c^s g$ « s a l i e u n
SIGNIFICADO—Quem compreende Sri Caitanya Mahãprabhu e Nityãnanda Prabhu
efa Aon" prabhu ãge calilã élghra-gati «verdade pode compreender a identidade dEles, bem como a quebra do bastão,
bujhite nã pare keha dui prabhura mati odos os ãcãryas anteriores, motivados a dedicarem-se plenamente ao serviço do
eta éuni'—ouvindo isto; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ãge-à ffen- h o r
' abandonaram o apego à vida material e, assim, aceitaram o bastão, que
n l
te dos outros devotos; calilã—começou a ir; élghra-gati—mui rapidamente; buj ' ^~ 1'gnifica ocupação integral da mente, das palavras e do corpo no serviço ao Senhor.
de entender; nã— não; pare— capaz; Arena—ninguém, dui—dois; prabhura—dos 11 C a i t
a n y a Mahãprabhu aceitou os princípios regulativos da ordem de vida re-
nhores; mati—intenções. n c a d a ls
' - t o ficou bem ciaro. No entanto, na fase de paramahamsa, não há ne-
e de
ta Va aceitar a danda (bastão), e com certeza Sri Caitanya Mahãprabhu es-
ir,xs
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , á r i Caitanya Mahãprabhu começou a caminhar com . na fase de paramahamsa. Não obstante, para indicar que todos devem tomar
rapidez à frente de todos os outros devotos. Ninguém podia entender o v e r ^ ysa ao final da vida, a fim de dedicar-se plenamente ao serviço do Senhor,
deiro propósito de ambos os Senhores, Caitanya Mahãprabhu e Nirvana ^ Varamaharhsas como Sri Caitanya Mahãprabhu e Seus devotos íntimos seguem
Prabhu. Princípios regulativos impecavelmente. Na verdade, esta foi a Sua
426 Sri CaiUnya-carítãmrta , As atividades de Sãksi-gopãla 427
Madhy -l, a u 5 161
nityãnanda—vaktã yãra, érotã—éri-caitanya aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro
tuàe—
brahmanya-deva—a Suprema Personalidade de Deus, que é misericordiosa para gamado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; fcrsna-dflsa—Srila Krsnadãsa Kavirãja
com os brãhmanas; gopãlera—de Gopãla; mahimã— glórias; ri—estas; dhanyã—gloriosas- Gosvãmi.
nityãnanda—o Senhor Nityãnanda Prabhu; vaktã—o orador; yãm—da narração; érotã-ó
ouvinte; é r i - c a i t a n y a — S r i Caitanya Mahãprabhu. TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
TRADUÇÃO—São imensas as glórias do Senhor Gopãla, que é misericordioso para guindo seus passos.
com os brãhmanas. Nityãnanda Prabhu fez a narração de Sãksi-gopãla e ári Caitanya
Mahãprabhu a ouviu.
Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
SIGNIFICADO—Na história de Sãksi-gopãla, há quatro aspectos instrutivos a serem Madhya-lilã, Quinto Capítulo, descrevendo as atividades de Sãksi-gopãla.
considerados. Primeiro: a Deidade (arcã-vigraha) de Sri Gopãla é eternamente sac-
cid-ãnanda-vigraha, a forma transcendental do Senhor. Segundo: a Deidade ultra-
passa os princípios regulativos materiais e amplia a realidade dos princípios trans-
cendentais. Terceiro: alguém pode elevar-se à posição transcendental após tomar-se
um brãhmana, mas, como brãhmana, deve seguir mui estritamente os princípios
regulativos. Finalmente: brahmanya-deva indica o próprio Senhor Sri Krsna, que
é adorado assim: namo brahmanya-devãya go-brãhmana-hitãya cal jagad-dhitãya kr$naya
govindãya namo namah. Isto quer dizer que um devoto abrigado sob a proteção
de Krsna está naturalmente situado como brãhmana, e semelhante brãhmana nao
se ilude. Quanto a isto, não há dúvida.
VERSO 160
«r.» cm srs i
5^1
«ifèc? faííWI «Tta CSltliq-sai II II
érüddhã-yukta hanã ihã éune yei jana
acire milaye tare gopãla-carana v g . y ^ ,
éraddhã-yukta—com fé e
amor; hahã— sendo; ihã— esta narração; ^ une
~~° Ü
mL ^ose
i eannãtha Puri. Após ficar sabendo que Sri Caitanya Mahãprabhu desmaiara
éfora carregado para a casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, o povo aglomerou-se
li para ver o Senhor. Enquanto isso, Srila Nityãnanda Prabhu e os outros devo-
tos visitavam o templo de Jagannãtha. Quando eles voltaram à casa de
Sãrvabhauma Bhattãcãrya, Sri Caitanya Mahãprabhu recobrou Sua consciência
externa. Sãrvabhauma Bhattãcãrya acolheu a todos e distribuiu mahã-prasãda com
muito carinho. Sãrvabhauma Bhattãcãrya foi então apresentado a Sri Caitanya
Mahãprabhu e arrumou acomodações para Ele na casa de sua tia. Gopinãtha
Acárya, seu cunhado, reconhecia o Senhor Caitanya Mahãprabhu como o próprio
Krsna, porém, Sãrvabhauma e seus muitos discípulos não podiafn aceitar tal fato.
Contudo, Gopinãtha Acárya convenceu Sãrvabhauma de que ninguém pode en-
tender a Suprema Personalidade de Deus sem que Ele o favoreça. Provou atra-
vés dos sãstras, citando as escrituras reveladas, que Sri Caitanya Mahãprabhu é
o próprio Krsna, em pessoa. Ainda assim, Sãrvabhauma não levou muito a sério
estas afirmações. Ao ouvir todos aqueles argumentos, Caitanya Mahãprabhu disse
a Seus devotos que Sãrvabhauma era Seu mestre espiritual e que tudo o que ele
dizia por afeição era para o benefício de todos.
Ao encontrar-se com Sri Caitanya Mahãprabhu, Sãrvabhauma pediu-Lhe que
o ouvisse explanar a filosofia Vedãnta. Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou esta pro-
posta, ouvindo por sete dias consecutivos a explicação de Sãrvabhauma Bhattã-
j*ya sobre o Vedãnta-sütra. Entretanto, o Senhor manteve-Se calado. Devido ao.
silêncio, o Bhattãcãrya perguntou-Lhe se estava compreendendo a filosofia
ânta
, * ~ ' ao que o Senhor replicou: "Cavalheiro, embora Eu possa entender muito
7* a filosofia Vedãnta, não posso entender tuas explicações." Então, houve um
j ^ a t e entre o Bhattãcãrya e Sri Caitanya Mahãprabhu a respeito da autoridade
e S C r i t u r a s
Bh . védicas, especificamente dos Upanisads e do Vedãnta-sütra. O
ac
a y " ã r y a era um impersonalista, mas Sri Caitanya Mahãprabhu provou que
^ J u a d e Absoluta é a Suprema Personalidade de Deus. Mostrou serem incor-
°s conceitos dos filósofos Mãyãvãdis a respeito da Verdade Absoluta im-
^ • A Verdade Absoluta não é impessoal nem destituída de poder. O maior
^e os filósofos Mãyãvãdis cometem é conceber a Verdade Absoluta como
429
430 Sri Caitanya-caritãmrta M.JI. A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 431
4
Ver»»
impessoal e sem energia. Em todos os Vedas são aceitas as energias ilim" sarva-bhümã—o Senhor de tudo; bhakti-bhümãnam—em grande per-
âca
Verdade Absoluta. Aceita-se, também, que a Verdade Absoluta t e m ' ^ ' ' ' * 3 144 1 Bhatl ^ V devoção; ãcarat—converteu,
transcendental, bem-aventurada e eterna. Segundo os Vedas, tanto ^ f o r n > í ^ali^
quanto a entidade viva são iguais em qualidade, porém, quantitativ _ ofereço m i n h a s respeitosas reverências ao Senhor Gauracandra, a
0
d U a
10 0
Senho, T » A ^ personalidade de Deus, que converteu em grande devoto o empeder-
r e
diferentes. A verdadeira filosofia da Verdade Absoluta afirma que o Senh"'*' ^ SuP ^ h a Bhattãcãrya, reservatório de toda a má lógica.
v a b a u m
itaceW ia%Tl »fvf*il*i*ilni* 11 i 11 TRADUÇAO—Em êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu foi de Ãfhãranãlã para o tem-
d
P|° e Jagannãtha. Após ver o Senhor Jagannãtha, Ele ficou muito inquieto de-
naumi tam gaura-candram yah ^do ao amor a D e u s .
kutarka-karkaéãéayam
sãrvabhaumam sarva-bhümã VERSO 4
bhakti-bhümãnam ãcarat
0
naumi—ofereço minhas respeitosas reverências; tam—a Ele; gaura-candram- ,
11
é conhecido como Senhor Gauracandra; yah-que; ku-tarka-pox maus arg*" *
tos; karkaéa-ãéayam—cu)o coração era duro; sflrraWiaumflm-Sãrvabhau ipàrt* iffTi C*ICT «rtfafe * < * P 1 1 » l
432 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 433
jagannãtha ãlingite calila dhana bahu-ksane caitanya nahe, bhogera kãla haila
mandire padila preme avista hahá sãrvabhauma mane tabe upãya cintilã
jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; ãlingite—abraçar; calila—foi- dhâ~ ucne—por longo tempo; caitanya—consciência; nahe—não havia; bhogera—de
pidamente; mandire-no templo; padilã-caiu; preme-em êxtase- avista mu
~" ' r . a
^ayãiiàa; kãla—a hora; fiaiia—ficou; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattã-
«ami—ficando. ' • ^batado s t í " " —na mente; tabe— nessa altura; upãya—remédio; cintilã—pensou.
ní
TRADUÇÃO—O Senhor ári Caitanya Mahãprabhu foi rapidamente ab E—jn—ári Caitanya Mahãprabhu permaneceu inconsciente por longo
i u P V
VERSO 5 VERSO 8
daive sãrvabhauma tãnhãke kare daraéana éisya padichã-dvãrã prabhu nila vahãhã
padichã mârite tenho kaila nivãrana ghare ãni' pavitra sthãne rãkhila éoyãhã
daive—por acaso; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; tahhãke—a Ele; kart- £5^—discípulos; padichã—e guardas; dwíní— por meio de; prabhu—Senhor Sri
faz; daraéana—vendo; padichã—o guarda do templo; mãrite— de bater; tenho—de, Caitanya Mahãprabhu; nila—trouxe; vahãhã—carregando; ghare—em casa; ãni'—
kaila—fez; nivãrana—proibição. trazendo; pavitra—purificado; sthãne—num local; rãkhila—manteve; éoyãhã—
a«WC«1 «C5, CBÍCtfl « í l COT I V(r^ * > — E x a m i n a n d o o corpo de ári Caitanya Mahãprabhu, Sãrvabhauma
« s » , ^ flue Seu abdômen não se mexia e que Ele não respirava. Ao ver Sua
a t a c e r * i c » « c a S i t a fçfa*i ii i n °» o Bhattãcãrya ficou muito preocupado.
434 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 435
Ma
<Jhy .
a
namente liberados. e
nos corpos d e associados eternos como as gopis."
436 Sri Caitanya-caritãmrta M A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 437
madh 19
ya-li| :
V E R S O 14 VERSO 1 7
TRADUÇÃO—Enquanto o Bhattãcãrya pensava dessa maneira em sua casa tnd do Senhor Caitanya Mahãprabhu. Nessa altura, chegou Sri Gopinãtha Acãrya.
os devotos d e Caitanya Mahãprabhu, liderados por Nityãnanda Prabhu
aproximaram-se da Simha-dvãra (a porta de entrada do templo]. VERSO 18
VERSO 20 i>tn
VERSO 23
3?«a « w c a cata' C O T i
ctfcst «ttfsrfiral *jc5 « f ç * m t m 11 v j j $ » a ases, - ' w t e a ^ mm asfàal i
n
mukunda kahe,—prabhura ihãh haila ãgamane ãmã-sabã chãdi' ãge gelã daraéane
ãmi-saba ãsiyãchi mahãprabhura sane ãmi-saba pãche ãilãh tãhra anvesane
mukunda kahe—Mukunda replica; prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; ãmã-sabã—todos nós; chãdi'—deixando; ãge—à frente; gelã—foi; daraéane—para
ihãh—aqui; haila—houve; ãgamane—vinda; ãmi-saba—todos nós; ãsiyãchi—viemos; ver o Senhor Jagannãtha; ãmi-saba—todos nós; pãche— atrás; ãilãh—viemos; íífrira—
mahãprabhura—Caitanya Mahãprabhu; sane—com. dEle; anvesane—a procura.
TRADUÇÃO—Mukunda Datta replicou: "O Senhor já chegou aqui. Viemos com t r a d u ç ã o — " O Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u deixou nossa companhia e ca-
Ele." minhou à frente para ver o Senhor Jagannãtha. Acabamos de chegar e agora
estamos à procura d E l e . "
VERSO 22
VERSO 25
fsraTfSTO-C^Tmfescas "«tFrô C O T iT*P*í* 1
aca catar' %9 cüff* arei ar* ar* i u * ii a c i r r e » cwrcas* »jca ca a*rt *fim 1
arateia-*[ca. <Óf»—awrM C O T 11 u 11
nityãnanda-gosãhike acãrya kaila namaskãra
sabe meli' puche prabhura vãrtã bãra bãra _ anyonye lokera mukhe ye kathã éunila
ao Senhor Nityãnanda Prabhu; acãrya—Gopinãtha A
nityãnanda-gosãhike— . sãrvabhauma-grhe prabhu,—anumãna kaila
/ífliZa namaskãra—prestou reverências; sabe meli'—encontrando todos eles; p" kathT^ ~ e entle S i ; l o k
povo e m geral; mukhe—nas bocas; ye—aquela que;
e
r a - d o
pede; prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; vãrtã— notícias, Bh ^
a t t
C O n v e r s a
' éunila—foi ouvida; sãrvabhauma-grhe—na casa de Sãrvabhauma
bãra—repetidamente. ««acãrya; prabhu —o Senhor; anumãna—uma suposição; kaila—fizemos.
440 Sri Caitanya-caritãmrta .. , A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 441
31
Madh
y*-r. , Ver»»
u 6
T R A D U Ç Ã O — ' ' P e l o que diz o povo em geral, concluímos que o Senh -'Primeiro vamos todos à casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya para
T A U ar, a
encontra na casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya." * " Cai« y Mahãprabhu. Mais tarde, viremos ver o Senhor Jagannãtha."
VERSO 2 6 VERSO 2 9
C«tCa «JCF3» I
feta-íHW S | Ç T»f*T c«t%íía aatca » w l 1
aracasta *iM CM «rflsi-«aa n II itac^a-ac* cOTl aafà« 5 * 1 H «
lévara-daréane prabhu preme acetana eta éuni' gopinãtha sabãre lahã
sãrvabhauma lahã gelã ãpana-bhavana sãrvabhauma-ghare gelã harasita hahã
ver o Senhor Jagannãtha; prabhu—o Senhor Sr! Caitan
lévara-daréane—ao ç '—ouvindo isto; gopinãtha—Gopinãtha
um Acãrya; sabãre—todos eles; lahã—
Mahãprabhu; preme—no êxtase de amor a Deus; acetana—inconscieT* uyando consigo; sãrvabhauma-ghare—à casa d e Sãrvabhauma Bhattãcãrya; gelã—
sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; lahã gelã— levou; ãpana-bhavana—para •s' y . parasita nana—ficando muito satisfeito.
[Dl,
própria casa.
TKADÜÇÃO—Ouvindo isto e sentindo-se muito satisfeito, Gopinãtha Acãryalime-
ii
T R A D U Ç Ã O — " A o ver o Senhor Jagannãtha, Caitanya Mahãprabhu ficou em êx- jiatamente levou todos os devotos com ele e aproximou-se da casa de Sãr
Sãrva-
tase e caiu inconsciente, e Sãrvabhauma Bhattãcãrya levou-O para sua casa nestas bhauma Bhattãcãrya.
hh.nnu Bhattãcãrva.
condições."
VERSO 2 7 VERSO 30
caZa—vamos; sabe—todos; yãi—iremos; sãrvabhaumera bhãvana—à casa sãrvabhaume jãnãhã sabã nila abhyantare
C a i , a
Sãrvabhauma Bhattãcãrya; prabhu dekhi'-vendo o Senhor Sri "^. nityãnanda-gosãhire tenho kaila namaskãre
Mahãprabhu; pãche-mais tarde; fcariba-faremos; levara daréana-visita ao Sen sSo
n
**'w«me— Sãrvabhauma Bhattãcãrya; jãnãhã— informando e pedindo permis-
Jagannãtha. ' ^ — t o d o s os devotos; nila—levou; abhyantare—para dentro de casa;
442 Sri Caitanya-caritãmrta ; A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 443
adhya
-'-u. 6
ser** 37
Nityãnanda
nityãnanda-gosãhire—a Prabhu; tenho— Sãrvabhauma Rh Stha dekhi'—vendo o Senhor Jagannãtha; sabãra—de todos; ha-ila—houve;
âc
kaila—prestou; namaskãre—reverências. ^ âry a jtg"" _ er; bhãvete—em
raz êxtase; avista—arrebatado; hailã— ficou; prabhu
V^^Za-o Senhor Nityãnanda.
t r a d u ç ã o — S ã r v a b h a u m a Bhattãcãrya permitiu que todos os devot
em sua casa, e, ao ver Nityãnanda prabhu, prestou-Lhe suas reverên^* **''' 8
j ^ X o d o s ficaram muito satisfeitos de ver a Deidade do Senhor
-tha O Senhor Nityãnanda em particular ficou arrebatado em êxtase.
VERSO 32 J*g a n n
VERSO 35
i * 1 ifs>s a a t c a i ^ ^ f à i Tw* i
«fç^ cafã' l a t * C O T safas n u í c a crfif af* «tc* ^f%* asfasi i
ihf*-Ci**5 itoHflita «rtfsT Hq n «4 ii
sabã sahita yathã-yogya karilã milana
prabhu dekhi' sabãra haila harasita mana sabe me/i' d/ian farire susthira karilã
sabã sahita—com todos eles; yathã-yogya—como era adequado; karilã—f e lévara-sevaka mãlã-prasãda ãni' dila
milana—encontro; prabhu dekhi'—vendo o Senhor; sabãra—de todos; hfli/a—ficaram meli'—juntando-se
sabe todos; dhari—pegaram; tãhre—a Ele; su-sthira—firme;
harasita—contentes; mana—as mentes. birito—fizeram; iévara-sevaka—o sacerdote da Deidade; mãlã— guirlanda; prasãda—
oferecendo; ãni'—trazendo; dila—deu.
T R A D U Ç Ã O — S ã r v a b h a u m a acolheu todos os devotos, recepcionando-os adequa- tradução—Quando o Senhor Nityãnanda Prabhu estava quase desmaiando,
damente. Todos estavam contentes de ver o Senhor Caitanya Mahãprabhu. todos os devotos seguraram-nO e equilibraram-nO. Nessa altura, o sacerdote
do Senhor Jagannãtha trouxe uma guirlanda que fora oferecida à Deidade e deu-a
VERSO 33 a Nityãnanda Prabhu.
ucca kari' kare sabe nâma-sahkírtana samudra-snãna kari' mahãprabhu éighra ãilã
trtlya vrahare haila prabhura cetana carana pãkhãli' prabhu ãsane vasilã
ucca—bem alto; kari'—fazendo; kare—começaram; sabe—todos; nãma-sai-- . , ãna— um banho no mar; kari'—tomando; mahãprabhu— Sri Caitanya
a sn
1
cantar do mahã-mantra Hare Krsna; trtlya prahare— antes do meio-dia- haila s"* . slghra—sem demora; ãilã— regressou; carana—pés; pãkhãli'—lavando;
n U ;
,4r
prabhura—do Senhor Caitanya; cetana—consciência. l * ' _ ^ n h o r Caitanya Mahãprabhu; 4 s w f - n u m assento; vasilã— sentou-Se.
0
TRADUÇÃO—Então, todos os devotos começaram a cantar o mantra Har k CÃO—Após banharem-se no mar, Sri Caitanya Mahãprabhu e Seus de-
em voz alta. Pouco antes do meio-dia, o Senhor recuperou Sua conscièn^" 1
regressaram sem demora. Então, o Senhor lavou Seus pés e sentou-Se numa
C a p a r a almoçar.
VERSO 38
VERSO 41
B H afinal «cfc ' * f V ' ç f ã ' a f a ' i
« r f a c i » i t a c e t a tf fa c * w *ffgf*i II II *PF5 isfJTTw n K c e t a « r t a w l i
huhkãra kariyã uthe 'hari' 'hari' bali' « c a « w t s t ç ÇC«J C«Í«W asfà»! II 85 II
ãnande sãrvabhauma tãhra laila pada-dhüli
huhkãra kariyã— produzindo um som alto; uthe—levantou-Se; hari hari bali- bahuta prasãda sãrvabhauma ãnãila
cantando Hari, Hari; ãnande—com prazer; sãrvabhauma— Sãrvabhaumj tabe mahãprabhu sukhe bhojana karilã
Bhattãcãrya; tãhra—Seus; laila—pegou; pada-dhüli—a poeira dos pés. bahuta prasãda—variedades de alimentos oferecidos ao Senhor Jagannãtha;
simíbhauma— Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãnãila—providenciou que os trouxes-
TRADUÇÃO—Caitanya Mahãprabhu levantou-Se e cantou bem alto: "Hari! Hari!' sem; tabe—nessa altura; mahãprabhu— Sri Caitanya Mahãprabhu; sukhe—com ale-
Sãrvabhauma Bhattãcãrya ficou muito satisfeito ao ver o Senhor recuperar a cons- gria; bhojana—almoço; karilã—aceitou.
ciência, e pegou a poeira dos pés de lótus do Senhor.
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya providenciou para que trouxessem diver-
VERSO 39 sas espécies de mahã-prasãda do templo de Jagannãtha. Sri Caitanya Mahã-
prabhu almoçou, então, com grande alegria.
i i a c s t a a s c ç , - % s ^ Í T Ç JT«rrR9 i
ajfitl T W 1 fwiJVtfw »T5l-«!irW"ra II II VERSO 42
sãrvabhauma kahe,—éighra karaha madhyãhna
muni bhiksã dimu ãji mahã-prasãdãnna
sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kahe—diz; éighra—muito em breve; w H - a c w cefç ascaa cefara 18*. li
karaha—fazei; madhya-ahna—deveres do meio-dia; muni—eu; bhiksã— doações; suvarna-thãllra anna uttama vyahjana
dimu—oferecerei; ãji—hoje; mahã-prasãda-anna—restos do alimento oferecido ao bhakta-gana-sahge prabhu karena bhojana
Senhor Jagannãtha. suvarna-thãlira—em pratos de ouro; anna—arroz; uttama—de primeira classe;
" ^ - l e g u m e s ; bhakta-gana—os devotos; sarige—com; prabhu—o Senhor
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya informou a todos eles: "Por favor, tomai vosso banho knya Mahãprabhu; karena—aceita; bhojana—almoço.
do meio-dia imediatamente. Hoje hei de oferecer-vos mahã-prasãda, os restos
do alimento oferecido ao Senhor Jagannãtha." ^OUÇÃO—Caitanya M a h ã p r a b h u foi servido de arroz especial e legumes de
C a S S e em r a t o s
devotos* * P d e ouro. Assim, Ele almoçou n a companhia d e Seus
VERSO 40
VERSO 43
T r a c e t a *rf*ca"|si ascaa « r f t c a i
5*«t n w t W «Tf mm* a f ô p i » s » n « r f f a^c*,- e r r e * cwa » r r a « a l - a j » w n 8« 11
v
446 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 447
M
A D H Y A
-''U, |
sãrvabhauma pariveéana karena ãpane VERSO 46
prabhu kahe,—more deha lâphrã-vyahjane
Sãrvabhauma— Sãrvabhauma Bhattãcãrya; pariveéana—distribuição- ka
«pane—pessoalmente; prabhu kahe—o Senhor Caitanya Mahãprabhu dj "^'""^z; f w l ^rt<fl*l ttfom f ? i | p r l II 8* II
Mim; deha—por favor, dá; lãphrã-vyahjane— legumes cozidos.
efa bali' pithã-pãnã saba khãoyãila
bhiksã karãhã ãcamana karãilã
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o Sãrvabhauma Bhattãcãrya distribuía pessoal bali'—dizendo isto; pithã-pãnã—muitas espécies de bolos e preparações de
prasãda, o Senhor Caitanya Mahãprabhu pediu-lhe: "Por favor, dá-Me ' ^ ndensado; saba—todos; khãoyãila—fez comer; bhiksã karãhã—após oferecer
a
legumes c o z i d o s . " Pena s k j ^ i - ãcamana karãilã— fê-los lavar as mãos, os pés e a boca.
VERSO 48
«ertfw i? »rçt«fitw ^a <BrNtwi II gu li
TRADUÇÃO—Prestando suas reverências a Caitanya Mahãprabhu Sà pO—A palavra pürvãérama refere-se à situação ou posição que alguém
ll,flCf
se fixe em Krsna]. en a a t
c i o
da r) Sãrvabhauma Bhattãcãrya quis obter informação sobre a situação an-
ir
se conscientes de Krsna. Por esta razão, um sannyãsi Vaiçnava sempre ofeT"' gopinãthãcãrya kahe,—navadvipe ghara
suas bênçãos a todos, dizendo: krsne matir astu ( " Q u e te tornes consciente 'jagannãtha'—nãma, padavi—'miéra purandara'
Krsna"). tootnãtha-ãcãrya kahe— Gopinãtha Acãrya replicou; navadvipe— em Navadvipa;
f/wm-residência; jagannãtha—chamado Jagannãtha; nãma—chamado; padavi—o
VERSO 49 sobrenome; miéra purandara—Miéra Purandara.
arva
« w a * estar* « t f * fãw-wra H' <r*> 11
bhauma); samãdhyãyi— colega de escola; ei—isto; tãhra—ç\ \ . y ' e e
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya disse: "Nilãmbara Cakravarti foi colega de e ^gjei-naturalmente; püjya—respeitável; fumi—Tu; ãre—além disso; ia'—
de meu pai, Mahesvara Viáãrada. Foi assim que ele o conheceu." if\~to; sannyãsa—a ordem de vida renunciada; ataeva—portanto; hah—sou;
j^rí—Teu; <fmi—eu; nija-dãsa—servo pessoal.
VERSO 54
TRADUÇÃO—"És naturalmente respeitável. Além disso, és u m sannyãsi; logo,
'fà«a *t*»ir*' tf ia irVi caa «rtfã i desejo tornar-me Teu servo pessoal."
f*Wa citais **fV iffã 11 as 11
SIGNIFICADO—Os grhasthas (chefes de família) sempre devem oferecer toda a clas-
'miéra purandara' tãhra mãnya, hena jãni se de respeitos e adorações a um sannyãsi. Embora Sãrvabhauma Bhattãcãrya fosse
pitara sambandhe dohhãke püjya kari' mãni mis velho que Sri Caitanya Mahãprabhu, Sãrvabhauma O respeitava como
miéra purandara—Jagannãtha Misra Purandara; tãhra—seu; mãnya—respeitável; sannyãsl e como alguém que alcançara a plataforma máxima de êxtase espiritual.
hena—assim; jãni—eu sei; pitara sambandhe—em relação com meu pai; dohhãke— Assim, o Bhattãcãrya certamente O aceitou como seu mestre.
ambos (Nilãmbara Cakravarti e Jagannãtha Misra); püjya—respeitáveis; k a n -
considerando; mãni—aceito. VERSO 57
«faV ntsfçcawi ® Í M j w i
TRADUÇÃO—"Jagannãtha Miára Purandara era respeitado por meu pai. Assim, «tfsrca' fàsf fã»* *sa n <n u
devido à relação deles com meu pai, eu respeito tanto Jagannãtha Misra quanto
éuni' mahãprabhu kaila éri-visnu smarana
Nilãmbara Cakravarti."
bhattãcãrye kahe kichu vinaya vacana
éuni'—ouvindo isto; mahãprabhu—o Senhor Caitanya Mahãprabhu; kaila—fez;
VERSO 55 fo-visnu smarana—lembrança d o Senhor Visnu; bhattãcãrye—a Sãrvabhauma
Bhattãcãrya; kahe—fala; kichu—algumas; vinaya vacana—afirmações muito
aHTai-i^w ii*cei*i *fè csfl i "umildes.
5
«rrara icw ^tr.a, fãs«*Tl «traraceit^-aw n ^ n
cstarra «rtaSi f * \ , « a ^f%' srtfà 11 <t s n
bhattãcãrya kahe,—ekale tumi nã yãiha darsane
ãmi bãlaka-sannyãsl—bhãnda-manda nãhi jãni ãmãra sahge yãbe, kimvã ãmãra loka-sane
tomara ãéraya niluh, guru kari' mãni bhattãcãrya kahe—o Bhattãcãrya disse; ekale—sozinho; fumi—Tu; nã— não; yãiha—
ãmi—Eu; bãlaka-sannyãsl— u m jovem sannyãsi; bhãnda-manda—bem e mal; nãhi- vás; darsane—ver a Deidade; ãmãra sahge—comigo; yãbe— deves ir; kimvã— ou; ãmãra
não; jãni— conheço; tomara—teu; ãsraya—abrigo; niluh—tomo; guru—mestre espi- loka-sane—com meus homens.
ritual; kari '—considerando como; mãni—Eu aceito.
T R A D U Ç Ã O — " S o u um jovem sannyãsi e, na verdade, não tenho conhecimento TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya replicou: " N ã o deves ir ver a Deidade no templo de
do que é bom e do que é m a u . Portanto, refugio-Me em ti e te aceito como Meu Jagannãtha sozinho. É melhor que procures ir comigo ou com meus h o m e n s . "
mestre espiritual."
VERSO 60 VERSO 63
rorarra *w PrtfH' ©ufa itl mfám i «t^ 'aifara festa ifl afèa i
i a « f r r « ^fàta «narra •fisw ii *° n *íaró?3i *itt* ?íV »*fá a*f%a ir II
tomara sahga lãgi' mora ihãh ãgamana prabhu kahe, — 'mandira bhitare nã yãiba
sarva-prakãre karibe ãmãya pãlana jhin- , garudera pãée rahi' daréana kariba'
tomara—tua; sahga—associação; lãgi'—com a intenção de; mora—Minha,' _^ j j
a t n a s
u
tohe—Sri Caitanya replicou; mandira—o templo; bhitare—dentro; nã—
aqui; ãgamana—chegada; sarva-prakãre—sob todos os aspectos; karibe—tu lado- a T e ;
' ? ' ' ? ~ ' ' garudera—da coluna conhecida como Garuda-stambha; pãée—ao
ãmãya—a Mim; pãlana—mantendo. 1
"-permanecendo; daréana—vendo; kariba—farei.
levando; tãhãh-lá; itósí—aposento; dila-deu; /u/a-água; jala-pãtra- ^ ~ act ^ natureza muito humilde e manso; sannyãsl— renunciante;
rh-vinlta—poT
f
e
dágua e outros recipientes; sarva—todos; samãdhãna—arranjos; kaila "~°- ^ ver; sundara—muito belo; ãmãra—minha; bahu-príti— grande afeição;
-aumenta; inhãra-Ele; upara-para com.
I v l a
TRADUÇÃO—Assim, Gopinãtha Acãrya levou o Senhor Caitanya ^ o Stí a- -
até aquela residência e mostrou-Lhe onde encontrar água, banheiras e) 4 rnuij^^ ^ sannyãsi é muito manso e humilde por natureza, e Sua pessoa
gua. Na verdade, ele providenciou tudo. El, „ de se ver. Conseqüentemente, sinto aumentar minha afeição por
456 Sri Caitanya-caritãmrta .. A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 457
7 3
M a d h
ya-i-, U r 6
V í rso
SIGNIFICADO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya considerou Sri Caitanya M u- hhautna kahe—Sãrvabhauma Bhattãcãrya replicou; ihhãra—Seu; nãma—
uma pessoa muito humilde e mansa pois, embora Caitanya Mahãp u*'* '''"' 3
^""^garva-uttama—de primeira classe; bhãratl-sampradãya—a comunidade dos
um sannyãsl, ainda assim, guardou Seu nome de brahmacãri. O Senh '° * Ss
' ' re Bhãratí; ihho—Ele; hayena—toma-Se; madhyama—de segunda classe.
n 0 0 e
, 0 m u
fgpryas
sannyãsa de Kesava Bhãrati na Bhãratí sampradãya, na qual os brahmaca°- °
sistentes dos sannyãsis) são chamados "Caitanya". Mesmo após aceitar **" . ^ S ã r v a b h a u m a Bhattãcãrya disse: " 'Sri Krsna' é um ótimo nome,
Caitanya Mahãprabhu conservou o nome "Caitanya", que significa servoT^' ' 58
1*\ g j pertence à comunidade Bhãrati. Logo, é um sannyãsi de segunda
e
VERSO 70 VERSO 73
cata, •Wfftl asma asartcs» «ma i curôtata ases, -a*ata «tft afitte*WI i
fà»ai ala *."aTa, «fãcs ça »w tf v 11 ws<Aa a ? iwtcaa «ifças «tc*W 11 s « n
cfr%rfa a*«,- ara Sçasbsai l SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou sannyãsa da Bhãrati sampradãya
(comunidade), a qual pertence à sucessão discipular de Sahkarãcãrya. Sahkarã-
«a» ^*çf* ca^a-erait vwiiw I 1*1 cãrya introduziu dez nomes para seus discípulos sannyãsis, dentre os quais os so-
gopinãtha kahe,—nãma éii-krsna-caitanya brenomes Tirtha, Ãárama e Sarasvati são considerados os mais elevados. No mo-
guru ihhãra keéava-bhâratl mahã-dhanya nastério em Srhgeri, o sobrenome Sarasvati é considerado de primeira classe, o
gopinãtha kahe— Gopinãtha Acãrya replicou; nãma—Seu nome; éri-krsna- sobrenome Bhãrati de segunda classe e Puri de terceira classe. Um sannyãsl que
caitanya—chamado Sri Krsna Caitanya; guru—sannyãsa-guru; ihhãra—Seu; kesava- tenha entendido bem o slogan faf tvam asi e que toma seu banho na confluência
bhãrati— chamado Kesava Bhãrati; mahã-dhanya—a afortunadíssima personalidade. ** rios Ganges, Yamunã e Sarasvati é chamado Tirtha. Uma pessoa muito ani-
mada para aceitar sannyãsa, desapegada de atividades mundanas, sem desejo de
TRADUÇÃO—Gopinãtha Acãrya replicou: "O nome do Senhor é Sri Krsna nenhuma classe de recursos materiais e, portanto, livre de repetidos nascimentos
e
Caitanya, e Seu preceptor de sannyãsa é o afortunadíssimo Kesava Bhãrati. mortes é conhecida como Ãárama. O sannyãsl que vive n u m belo local solitário
"a floresta e está livre de todos os desejos materiais chama-se Vana. O sannyãsl
sempre vive na floresta e renuncia a toda ligação com o m u n d o a fim de se
VERSO 72 v
ar aos planetas celestiais, onde poderá viver no nandana-kãnana, é chamado
A c u e l e u e
BhT^' l 1 prefere viver nas montanhas dedicando-se a o estudo d o
aratela TO -'*>ra *ta Jicaís» i ^gavad-gua e cuja inteligência está fixa chama-se Giri. Aquele que prefere viver
«ta^-a^ra I f a l -scas aara tf i* n S ^ d e s montanhas, mesmo entre animais ferozes, a fim de alcançar o ápice
esrJe
c^ culação filosófica (entendendo que a essência deste m u n d o material é inútil)
sãrvabhauma kahe, — 'ihhãra nama sarvottama colh" 13 SC P a r v a t a
- O sannyãsl que mergulhou no oceano da Verdade Absoluta e
bhãratl-sampradãya ihho—hayena madhyama' eu
algumas pedras preciosas de conhecimento deste oceano, que jamais cai
458 Sri Cajtanya-carttimrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 459
M
Madh
y»-iiu ,
dos princípios regulativos de um sannyãsi, é chamado Sâgara. O q u e a
t/Y-O Bhattãcãrya perguntou: "Sri Caitanya Mahãprabhu está em plena
6 1
arte clássica da música, que se dedica a cultivá-la e que se torna músico' "' * ' • " " d e - Como pode Ele manter Seus princípios de sannyãsa?"
inteiramente alheio dos apegos materiais, é chamado Sarasvati. Sarasvati é
da música e da sabedoria, e em sua mão ela segura um instrumento musicjüdu! VERSO 75
mado vinã. O sannyãsi que vive absorto em musica visando à elevação e s " in"
é chamado Sarasvati. Alguém que se tornou plenamente educado, livre de " fcm* ITttc* ca»m w f c i 1
a espécie de ignorância, e que nunca é infeliz, mesmo em condições miseráwfa c a i w à f s - J T c t f sfca«t * i T t > » i < t »
chama-se Bhãratí. Aquele que se tornou muito perito em conhecimento absolut
que está fixo na Verdade Absoluta e que sempre discorre sobre a Verdade Abs. nirantara ihhãke vedãnta éunãiba
é chamado Puri. vairãgya-advaita-mãrge pravesa karãiba
Todos esses sannyãsis são assistidos por brahmacârts, os quais são descritos como JGÚTRN—continuamente; ihhãke—para Ele; vedãnta—a filosofia Vedãnta;
segue: o brahmacãri conhecedor de sua verdadeira identidade e fixo em seu dever jmti — v a i r ã g y a — d a renúncia; advaita—do monismo; mãrge— no cami-
ocupacional específico, sempre feliz em compreensão espiritual, é chamado éo; fnbveéa—entrada; karãiba—farei com que Ele faça.
Svarüpa-brahmacãri. Aquele que conhece plenamente a refulgência Brãhmane
vive praticando yoga é chamado Prakãsa-brahmacãri. O que adquiriu conhecimento ruDUÇÀO— "Recitarei a filosofia Vedãnta continuamente perante Caitanya
absoluto e que sempre medita na Verdade Absoluta, no conhecimento, no ilimi- Mafciprabhu para que Ele possa permanecer fixo em Sua renúncia, assumindo,
tado e na refulgência Brahman, mantendo-se, assim, em bem-aventurança trans- o caminho do m o n i s m o . "
cendental, é chamado Ánanda-brahmacãri. Alguém que é capaz de distinguir i
matéria e espírito, que nunca se deixa perturbar por transformações materil acmncADO—Segundo Sãrvabhauma Bhattãcãrya, entre os sannyãsis, o cultivo
que medita na refulgência ilimitada, inexaurivel e auspiciosa do Brahman é um «filosofia Vedãnta ajuda a desapegá-los do gozo d o s sentidos. Assim, um
brahmacãri erudito de primeira classe e é c h a m a d o Caitanya. •ayfcf pode proteger o prestígio angariado pelo uso de uma tanga (kauplna).
Ao conversar com Gopinãtha Acãrya sobre .1 comunidade de sannyãsa de Sri í preciso praticar o controle d o s sentidos, bem como da mente, e subjugar os
Caitanya Mahãprabhu, Sãrvabhauma Bhattãcãrya apreciou o primeiro nome,' 5n •ea impulsos: da fala, da mente, da ira, da língua, do estômago e dos órgãos
Krsna", mas não gostou do sobrenome "Caitanya", que é um nome para ui fritais. A partir daí, é possível tornar-se perito na compreensão do serviço de-
brahmacãri pertencente à comunidade Bhãrati. Portanto, ele sugeriu queoSenhor •Kional ao Senhor e tornar-se, deste modo, um sannyãsl perfeito. Para este fim,
fosse promovido à comunidade Sarasvati. Contudo, Gopinãtha Acárya frisou qw PHóso cultivar regularmente conhecimento e renúncia. Q u e m é apegado ao
0
o Senhor n ã o depende de quaisquer formalidades externas. Gopinãtha cary J?* 0material dos sentidos não pode proteger sua ordem de sannyãsa. Sãrva-
estava firmemente convencido de que Sri Caitanya Mahãprabhu era o p P™" Sfj 3 Bhattãcãrya sugeriu q u e , mediante o estudo d e vairãgya (renúncia), Sri
Krsna e, portanto, independente de qualquer ritual ou formalidade e x t c r
."'^ j . ( a
r™jya Mahãprabhu poderia salvar-Se das garras dos desejos da flor da
alguém quer ocupar-se em serviço devocional puro, não precisa de s u p c » **entude.
de de título, como Bhãratí ou Sarasvati. VERSO 76
plena; yauvana—juventude; kemate—como; sannyãsa-dharma—princ P N t | ^ ° — E n t ã o , Sãrvabhauma Bhattãcãrya sugeriu: " S e Sri Caitanya
sannyãsi; ha-ibe—haverá; raksana—proteção. nu
quisesse, e u poderia introduzi-lO n u m a sampradãya d e primeira
Sri Caitanya-caritãmrta . A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 461
dhya-liij |
e
classe, oferecendo-Lhe roupa açafroada e realizando o processo ref de q " Caitanya Mahãprabhu era a Suprema Personalidade de Deus.
retOrm
vãmente." atóri 0
10
(ifof a d o r e s da Verdade Absoluta conhecem-na em três fases, como explica
nc-
^.Bhdgavatam (1.2.11):
SIGNIFICADO—O Bhattãcãrya queria transferir Caitanya MahãD hk
P 8 r a a
Sarasvati sampradãya, pois não gostava que o Senhor pertences i vadanti tat tattva-vidas
n â r a ,
sampradãya ou à Purí sampradãya.Na realidade, ele não conhecia a po • - " i tattvam yaj jhãnam advayam
d
nhor Caitanya Mahãprabhu. Sendo a Suprema Personalidade de D e u ^ r ° brahmeti paramãtmeti
Mahãprabhu não dependia de uma sampradãya inferior ou superior A bhagavãn iti éabdyate
0 0
da Suprema Personalidade de Deus é suprema, não importa quais s ^ ^
circunstâncias. e
ueles q u conhecem a não-dual Verdade Absoluta sabem mui claramente o
VERSO 77 ^Brahman, o que é Paramãtmã e o que é a Suprema Personalidade de D e u s . "
Personalidade d e Deus é sad-aiévarya-pürrui, perfeita em seis opulen-
«fã' C-tft^Tf-aj^ ?f5* Cm\ I tas plenas. Gopinãtha Acãrya enfatizou que todas essas seis opulências existiam
C5tt*faW&râ fãsg ^ fe« êTfl^tl I111 II §rí Caitanya Mahãprabhu na sua plenitude.
T R A D U Ç Ã O — O s discípulos de Sãrvabhauma Bhattãcãrya retrucar ^ Aot Portanto, deve haver um criador desta imensa manifestação cósmi-
C m
evidência concluis que Sri Caitanya Mahãprabhu é o S e n h o r ° Io» CRI3
ji _ 4 a n d o assim, eles chegam à conclusão de que um poder superior criou
P
provar sua alegação. Assim, a reivindicação dos discípulos do Bhattãcãrya^ b"' ""ftnalmente concluem que o Brahman impessoal é o Supremo, e não a pessoa
tante genuína. Infelizmente, tornou-se moda hoje em dia apresentar uma * v a Esta é a base da filosofia Mãyãvãdi. No entanto, os sãstras dão-nos a enten-
nação de Deus sem referir-se aos sãstras. No entanto, antes de aceitar alguém^*" der que a refulgência do Brahman são os raios do corpo de Krsna:
encarnação de Deus, uma pessoa inteligente deve solicitar a prova das evidên*
cias. Q u a n d o os discípulos de Sãrvabhauma Bhattãcãrya desafiaram Gopinãth»
Acãrya, este replicou imediatamente e de maneira correta: "Devemos ouvir as yasya prabhã prabhavato jagad-anda-koti-
afirmações de grandes personalidades a fim de entendermos a Suprema Peno- kotisv aéesa-vasudhãdi vibhüti-bhinnam
nalidade de D e u s . " As afirmações de pessoas autorizadas como Brahmã, Nãrada, tad brahmã niskalam anantam aéesa-bhütam
Vyãsadeva, Asita, Arjuna e muitos outros estabelecem o Senhor Krsrra como a govindam ãdi-purusam tam aham bhajãmi
Suprema Personalidade de Deus. Semelhantemente, o testemunho destas mesmas
personalidades estabelece Sri Caitanya Mahãprabhu como a Suprema Personali-
dade de Deus. Mais tarde isto será explicado. "Eu sirvo à Suprema Personalidade de Deus, Govinda, o Senhor primordial, cujo
corpo transcendental é revestido da refulgência conhecida como brahmajyoti. Este
bmhmajyoti, que é Uirrútado, insondável e onipenetrante, é a causa da criação de
VERSO 81 número ilimitado de planetas com variedades de climas e condições de vida especí-
ficas." (Brahma-samhítã 5.40)
Os filósofos Mãyãvãdis estudam a literatura védica, mas não entendem que
a Verdade Absoluta, na última fase de percepção, é a Suprema Personalidade
de Deus, Krsna. Eles aceitam o fato de que há um criador desta manifestação
sisya kahe, — 'iévara-tattva sãdhi anumãne' cósmica, mas isto é anumãna (hipótese). A lógica do filósofo Mãyãvãdi é como
a
acãrya kahe, —'anumãne nahe isvara-jhãne experiência de quem vê fumaça n u m a colina. Ao haver um incêndio florestal
sisya discípulos disseram; iévara-tattva—a verdade do Absoluto; siàhi-
kahe—os numa colina alta, a primeira coisa que se vê é a fumaça. Assim como se pode
obtemos; hipóteses;
anumãne—por acãrya kahe—Gopinãtha Acãrya replicou- *duzir a existência de incêndio pela fumaça, os filósofos Mãyãvãdis concluem
anumãne—por hipóteses; nahe—não há; isvara-jhãne— verdadeiro conhecimento da lue deve haver um criador da manifestação cósmica.
Suprema Personalidade de Deus. Os discípulos de Sãrvabhauma Bhattãcãrya queriam evidências provando que
Caitanya Mahãprabhu era realmente o criador da manifestação cósmica.
TRADUÇÃO—Os discípulos do Bhattãcãrya disseram: "Nós obtemos conhecimen- Q . m e n t e
então O aceitariam como a Suprema Personalidade de Deus, a causa
to da Verdade Absoluta através de hipóteses lógicas." Gopinãtha Acãrya rep "guiai da criação. Gopinãtha Acãrya replicou que ninguém poderia jamais en-
cou: " N ã o se pode alcançar verdadeiro conhecimento da Suprema Personal"» der a Suprema Personalidade de Deus por adivinhações. Como Krsna diz no
de Deus por meio de tais hipóteses lógicas ou argumentos." ^avad-gns (7.25):
loko mãm ajam avyayam ^pe» pgus, como aconteceu a Arjuna, pela misericórdia de Krsna. O próprio
e
Ü<|»de d ^ ^ muitos indícios sobre Suas potências como a Suprema Persona-
"Eu nunca Me manifesto aos tolos e não inteligentes, os quais esbarr ftsP* ^ D e u s . Deve-se compreender a Suprema Personalidade de Deus somente
Minha potência criadora eterna [yogamãyã]; e deste modo o mundo ilucrd" ^ Ijdade . j g j apresentadas pelos éãstras e pelos mahãjanas. De qualquer modo,
n C a s
e V 1
conhece a Mim, que Sou não-nascido e infalível." A Suprema Personalri ° n à pelas misericórdia do Senhor a fim de compreender a Suprema Perso-
o h t e r a
eC
1
nilidade "
dignos podem comprendê-lO. Em outro trecho do Bhagavad-gitã (18.55) o Se'" *
Krsna diz que bhaktyãmãm abhijãnãti: " S ó posso ser compreendido pelo p r
r
VERSO 83
0
devocional." No Quarto Capítulo do Bhagavad-gitã, o Senhor Krsna diz^iT*
'si me sakhâceti rahasyam hyetad uttamam. Aqui, o Senhor Krsna informa a A
que lhe está revelando os segredos do Bhagavad-gitã porque ele é Seu d cm tf H s - ^ ânrsratc* •ítm i v* i
Arjuna não era sannyãsi, nem Vedãntista, nem brãhmana. Contudo, ele era d ^ lévarera krpã-leéa haya ta' yãhãre
de Krsna. Conclusão: temos que compreender a Suprema Personalidade de 0°'° sei ta' Iévara-tattva jãnibãre pare
consultando os devotos. O próprio Sri Caitanya Mahãprabhu diz: guru-kr^ jfyurera—da Personalidade de Deus; krpã-leéa—um pouco de misericórdia; haya—
prasãde pãya bhakti-latã-blja (Cc. Madhya 19.151). ^'—decerto; yãhãre—a quem; sei to'—ele com certeza; Iévara-tattva—a Verda-
Pode-se citar mais evidências para mostrar que, sem a misericórdia de um devo- de Absoluta; jãnibãre—de conhecer; pãre—é capaz.
to ou sem a misericórdia de Krsna, não se pode compreender quem é Krsna e
quem é a Suprema Personalidade de Deus. Confirma-se isto no verso seguinte TRADUÇÃO—O Acãrya continuou: "Caso alguém receba sequer uma porção, por
nunima que seja, do favor do Senhor em virtude do serviço devocional, pode
VERSO 82 entender a natureza da Suprema Personalidade de D e u s . "
plesmente valendo-se de alguma mágica mundana. Pessoas tolas ficam fascinada* pandeza; na—nunca; ca—e; anyah—outro; ekah—um; api—embora; ciram—por
com demonstrações mágicas, e, ao verem algumas coisas maravihosas feitas atra °ngo período; vicinvan—especulando.
vés de poder místico, aceitam o mágico como sendo a Personalidade de Dei
uén1 de n
ou uma encarnação. Não é este o caminho da realização. Tampouco a l g . j , 1 ^ U Ç Ã o _ " 'Meu Senhor, se alguém é favorecido por indício ligeiro que seja
conjeturar ou especular sobre uma encarnação de Deus ou sobre a Personaliza """sericórdia de Teus pés de lótus, pode compreender a grandeza de Tua
466 Sri Caitanya-caritimrta .. ,
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 467
VER*
personalidade. Mas aqueles que especulam a fim de compreender
S u p r m lévarera krpã-leéa nãhika tomate
Personalidade de Deus são incapazes de conhecer-Te, muito embora ' ' í
a estudar os Vedas por muitos anos.' " C O n , i n
Uem ataeva iévara-tattva nã para jãnite
M—embora; jagat-guru—mestre de muitos discípulos; fumi—tu; éãstra-
J^M—oexn versado em conhecimento védico; prthivtte—nesta Terra; nãhi—
SIGNIFICADO—O verso supramencionado é do Snnuul-fíhãgavatam (10 14 j * " " ' . pandita—um acadêmico erudito; tomara—teu; samãna—igual; lévarera—da
Brahma-samhitã(5.33) afirma: vedesu durlabham adurlabham ãtma-bhaktau ® 8
F ^ . , Personalidade de Deus; krpã—de misericórdia; leéa—um pouco; nãhika—
AU
a Suprema Personalidade de Deus, Krsna, seja a meta última do conhertm - EMBORA
^^^tornãte—em ti; ataeva—portanto; iévara-tattva—a Verdade Absoluta (a Su-
(fedais' ca sarvair aham eva vedyah), quem não é devoto puro e não está oj
**' personalidade de Deus); nã para—não és capaz; jãnite—de conhecer,
em serviço ao Senhor não pode çompreendê-lO Portanto, o Senhor Brahmã prema 1 1
firma isto. Vedesu durlabham: "E muito difícil compreender o Senhor Supm^Ü!
UCÃO—Então, Gopinãtha Acãrya dirigiu-se a Sãrvabhauma Bhattãcãrya:
simplesmente por meio de estudos." Adurlabham ãtma-bhaktau: "Entretanto
os devotos, é muito fácil cativar o Senhor." O Senhor é conhecido corno a*^ m grande erudito e mestre de muitos discípulos. Na verdade, não há na
(inconquistável). Ninguém pode conquistar a Suprema Personalidade de Deu "nenhum outro acadêmico igual a ti. Não obstante, por não teres sequer
mas o Senhor consente que Seus devotos O conquistem. Esta é Sua natureza JjnTgota da misericórdia do Senhor, não podes compreendê-lO, muito embora
Como se afirma no Padma Purãna: üTesteja presente em tua casa."
Estando satisfeito com as atividades devocionais, o Senhor revela-Se a Seus de- tomara nãhika dosa, éãstre ei kahe
votos. Esta é a maneira de compreendê-lO. pãndilyâdye iévara-tattva-jhãna kabhu nahe'
O verso do Írimad-Bhãgavatam, citado por Gopinãtha Acãrya, foi falado origi- tomara—tua; nãhika—não há; dosa—culpa; éãstre—as escrituras; ei—isto; kahe—
nalmente pelo Senhor Brahmã quando o Senhor Krsna o derrotou. O Senhor mencionam; pãnditya-ãdye—simplesmente por erudição, e t c ; iévara-tattva-jhãna—
Brahmã roubara todos os bezerros e vaqueirinhos a fim de por à prova o poder conhecimento dos princípios da Suprema Personalidade de Deus; kabhu—jamais;
de Krsna. O Senhor Brahmã admitiu que seus próprios poderes extraoni «fl/ie-não há.
dentro do universo não podiam sequer ser comparados aos ilimitados poderes
do Senhor Krsna. Se o Senhor Brahmã pode cometer erros ao querer compreen- TRADUÇAO—"Não é por tua culpa, mas pelo veredito das escrituras. Não podes
der Krsna, o que dizer, então, de pessoas comuns, que ou ficam sem entender entender a Suprema Personalidade de Deus simplesmente por erudição."
Krsna ou falsamente apresentam u m a suposta encarnação de Krsna para a sati>-
fação de seus próprios sentidos? SICNIFICADO—Este verso é muito importante. Nem mesmo grandes eruditos
P°dem entender Krsna, todavia, ousam fazer comentários sobre o Bhagavad-gitã.
mbora ler o Bhagavad-gitã signifique compreender Krsna, sabemos do caso de
VERSOS 85—86
["uitos eruditos que fazem asneiras ao tentarem compreender Krsna. Muitos
•"'chos da literatura védica confirmam a afirmação de Gopinãtha Acãrya. No Ka(ha
U
PO"isad (1.2.23), afirma-se:
• ( f t t t e t «rifa *tR»3 c«T»Tt* *roí* 11 t-c«
fr«CW ?*fl-CW « t f r * £5ÍHtC<5 I nãyam ãtmã pravacanena labhyo
na medhayã na bahunã érutena
«rauia H r s * «n "tu wtfàcs n wí» H yam evaisa vrnute tena labhyas
tasyaisa ãtmã vivrnute tanüm svãm
yadyapi jagad-guru tumi—éãstra-jhânavãn
prthivtte nãhi pandita tomara samãna 0 m
e s m Kafha Upanisad (1.2.9) também afirma:
0
Sri Caitanya-caritãmrta »• A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 469
M a d h
*H.U. , Ver* 90
naisã tarkena matir ãpaneyã Gopinãtha Acãrya replicou: "O conhecimento do summum bonum,
0
proktõnyenaiva sujhãnãya prestha T * * , J . Absoluta, é a evidência da misericórdia do Senhor S u p r e m o . "
ac
ySrh tvam ãpah satya-dhrtir vatãsi , Verd»
tvãdrh no bhüyãnn aciketah prastã o—Sãrvabhauma Bhattãcãrya informou a seu cunhado, Gopinãtha
AD
VERSO 90
T R A D U Ç Ã O — S ã r v a b h a u m a Bhattãcãrya replicou: " M e u caro Gopinãtha Acãrya,
por favor, fala com muito cuidado. Que prova tens de teres recebido a miseri- " t à t a ia «hRWUMi 1
córdia do S e n h o r ? "
»T^C«Wc7!»t $f»l *tt-íPt5 «F»f*l II S>" H
lévarera mãyã ei—bali vyavahãra "^minosas foram totalmente erradicadas e que se livraram da dualidade da ilusão
tabu ta'—ainda assim, porém; íévara-jhãna—conhecimento da Suprema P fJjJ^JLjp.se em Meu serviço com determinação."
CC
nalidade de Deus; nã— não; haya—há; tomara— teu; lévarera— do Senhor- - fa ndo alguém está realmente ocupado em serviço devocional puro,
ilusão; ei—isto; bali—dizendo; vyavahãra—o termo geral. hentende-se que já se libertou de todas as reações de atividades pecaminosas.
F outras palavras, deve-se entender que os devotos já são livres do pecado.
Uma pessoa pecaminosa, um canalha (duskrti), não pode ocupar-se em serviço
T R A D U Ç Ã O — " A despeito de teres percebido diretamente os sintomas do Senh
devocional. Tampouco p o d e alguém ocupar-se em serviço devocional baseado
Supremo no corpo de Sri Caitanya Mahãprabhu, não podes compreendê-lo Co"
gmplesmente em especulação acadêmica. É preciso esperar pela misericórdia do
muménte chama-se a isto de i l u s ã o . "
Senhor a fim de prestar serviço devocional puro.
SIGNIFICADO—Gopinãtha Acãrya chama atenção para o fato de que Sãrvabhauma
Bhattãcãrya já percebera os incomuns sintomas de êxtase no corpo de Sri Caitanva VERSO 93
Mahãprabhu. Esses incomuns sintomas de amor extático indicavam a Pessoa Su-
prema, mas, a despeito de ter visto todos esses sintomas, o Bhattãcãrya não pôde Ifotttl fà&ra asfã, wt asfà* cara i
entender a natureza transcendental do Senhor. Ele lonsiderava que os passatem- "ftjrçcfc asfe fàsf sri e f o cwta 11 H
pos do Senhor eram mundanos. Com certeza isto devia-se à ilusão.
ista-gosthi vicãra kari, nã kariha rosa
éãstra-drstye kahi, kichu nã la-iha dosa
ista-gosthi—discussão entre amigos; vicãra—consideração; kari—fazemos; nã—
VERSO 92
não; kariha—faças; rosa—ira; éãstra-drstye—segundo a conclusão das escrituras;
Bptó-falamos; kichu—nenhuma; nã— não; la-iha—consideres; dosa—falta.
cwfaw «i wa «fca afè^a i"
« f ã ' s í f a ' i t a c s l a afèjsf a s * ii s*. II
dekhile nã dekhe tare bahirmukha jana" tradução—O Bhattãcãrya disse: "Estamos apenas discutindo entre amigos e
éuni' hãsi' sãrvabhauma balila vacana considerando os pontos mencionados nas escrituras. Não fiques zangado. Sim-
dekhile— mesmo após ver; nã— não; dekhe—vê; tare—a Pessoa Suprema; bahih- plesmente falo com base nos sãstras. Por favor, não fiques ofendido."
mukha jana— uma pessoa influenciada pela energia externa; éuni'—ao ouvir isto;
hãsi'—sorrindo; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; balila—disse; vacana-
as palavras. VERSO 94
SIGNIFICADO—Quem não tem o coração limpo nao pode despertar a na Vj5 nu Mahãprabhu; ei—esta; kali-kãle—na era de Kali; visnura—do Senhor
ava
transcendental do serviço devocional. Como se confirma no Bhagavad-gM * • ' tãra—encarnação; nãi— não há.
472 Sri Caitanya-caritãmrta ». A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya
M a í , n 473
ya-i-, u 6
VERSO 95
•ffljai a>fàuqii <$fii ara wrwtc* II II
éuniyã acãrya kahe duhkhl hahã mane
«rautia 'fàrç^' asfà' asfè fà?j-íit»i i éãstra-jha karinã tumi kara abhimãne
. . _ _ ouvir isto; acãrya—Gopinãtha Acãrya; kahe—diz; duhkhl— triste;
a o
S I G N I F I C A D O — A Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Visnu, é conhecido bhãgavata-bhãrata dui éãstrera pradhãna
como Triyuga, que significa que Ele Se manifesta em três yugas. Contudo, isto sei dui-grantha-vãkye nãhi avadhàna
significa que na era de Kali o Senhor não aparece diretamente, mas sim disfarça- bhlgavata—Srimad-Bhãgavatam; bhãrata—Mahãbhãrata; dui—duas; éãstrera—de to-
do. Confirma-se isto no èrímad-Bhãgavatam (7.9.38): das as escrituras védicas; pradhãna—as mais importantes; sei—estas; dui-grantha—
ittham nr-tiryag-rsi-deva-jhasãvatãrair das duas escrituras; vãkye— nas afirmações; nãhi—não há; avadhàna—atenção.
lokãn vibhãvayasi hathsi jagat-pratlpãn
dharmarh mahã-purusa pãsi yugãnuvrttam TRADUÇÃO—"O Srimad-Bhãgavatam e o Mahàbhárata são as duas escrituras vé-
channah kalau yad abhavas tri-yugo 'tha sa tvam dicas mais importantes, mas não prestaste atenção ás suas afirmações."
"Meu Senhor, matais todos os inimigos do mundo ao assumirdes Vossas múltiplas VERSO 98
encamações em famílias de homens, animais, semideuses, rs/s, seres aquát»)'
e assim por diante. Deste modo, iluminais os mundos com conhecimento h
e n c a r n a
as« asfircs mwfc-WMl I
cendental. Na era de Kali, ó Mahãpurusa, às vezes apareceis numa ^
^faj « f c — v f i m « t f * ftfpi «t^ra ii sv- ii
disfarçada. Portanto, sois conhecido como Triyuga [aquele que só aparece em
yugas]." j f
sei dui kahe kalite sãksãt-avatára
Srila Sridhara Svãmi também confirma que o Senhor Visnu aparece na e ^ tumi kaha,—kalite nãhi visnura pracãra
Kali mas não age como o faz em outras eras. O Senhor Visnu encarna com ^ -estas, dui—duas; kahe—dizem; kalite— nesta era de Kali; sãksãt—direta;
objetivos: paritrãnãya sãdhünãrii vinãéãya ca duskrtãm. Isto é, Ele vem para I "'—encarnação; tumi—tu; kaha—dizes; kalite—nesta era de Kali; nãhi— não há;
em passatempos com Seus devotos e para aniquilar os demônios. Estes ^J^^,. ra
—do Senhor Visnu; pracãra—manifestação.
0
são visíveis na Satya, na Tretã e na Dvãpara yugas, mas. na Kali-yuga,
aparece disfarçado. Ele protege os fiéis sem matar demônios diretamen AD
|J UÇÃo—''o Srimad-Bhãgavatam e o Mahàbhárata afirmam que o Senhor
o Senhor não é percebido de forma direta em Kali-yuga mas é conheci •n diretamente, mas tu dizes que nesta era não há qualquer manifestação
to
mente nas outras três yugas, Seu nome é Triyuga. c
arnação do Senhor V i s n u . "
474 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy M A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 475
1 0 1
Ver^
de Deus; logo, Ele é conhecido como Triyuga. Este é um de Seus santos nomes " tarka-nisfha hrdaya tomara nãhika vicãra
mti-yuge—em era ou milênio; karena—faz; krsna—o Senhor Krsna; yuga-
cada
SIGNIFICADO—Lilã-avatãra é uma encarnação do Senhor que realiza variadas ati- taitãra—encarnação para a era; tarka-nistha—endurecido por argumentos; hrdaya—
vidades sem fazer qualquer esforço especial. Realiza sempre passatempos, um coração; tomara—teu; nãhika—-não há; vicãra—consideração.
após outro, todos plenos de prazer transcendental, e tais passatempos são intei-
ramente controlados pela Pessoa Suprema. Nestes passatempos, a Pessoa Su- TRADUÇÃO—Gopinãtha Acãrya prosseguiu: "Decerto que há uma encarnação em
prema é totalmente independente de todos os outros. Enquanto ensinava a cada era, e tal encarnação chama-se yuga-avatãra. Porém, teu coração ficou tão
Sanãtana Gosvãmi (Cc. Madhya 20.296-298), Sri Caitanya Mahãprabhu frisou que endurecido por lógica e argumentos que não podes considerar todos estes fatos."
não se pode contar o número de lilã-avatãras:
VERSO 101
lilãvatãra krsnera nã yãya ganana
pradhãna kariyã kahi dig-daraéana
Assim, Ele enumerou as encamações do Senhor, incluindo Matsya, a encarna- Ssan—houve; varnãh—cores; trayah—três; hi—deveras; asya—dEle; grhnatah—
ção de peixe; Kürma, a tartaruga; o Senhor Rãmacandra; Nrsirhhadeva, aceitando; anuyugam—àe acordo com a era; tanüh—corpos; éuklah—branca;
Vãmanadeva; e Varãha, a encarnação de javali. Portanto, são inúmeros os 1' l***"^—vermelha; tathã—também; pitáh—amarela; idãnim—no momento atual;
avatãras, e todos eles manifestam passatempos maravilhosos. O Senhor Varãha, hsnafám—morena; gatah—aceitou.
a encarnação de javali, soergueu todo o planeta Terra das profundezas do oceano
Garbhodaka. A encarnação de tartaruga, o Senhor Kürma, tornou-Se um p'| ^DUÇÃO— " 'No passado, teu filho teve corpos de três diferentes cores, de
r
para a emulsificação de todo o mar, e o Senhor Nrsirhhadeva apareceu como n 'uy^ ° 0 C m a e r a - E s l a s c o r e 9 r o r
a m branca, vermelha e amarela. Nesta era
de homem, metade leão. Estes são alguns dos aspectos maravilhosos e incom a
Para-vuga] Ele aceitou um corpo moreno.' "
dos lilã-avatãras.
Em seu livro Laghu-bhãgavatãmrta, Srila Rüpa Gosvãmi enumera os ^S®, j^tolCADo—Gargamuni falou este verso do Srimad-Bhãgavatam (10.8.13) ao rea-
vinte e cinco lilã-avatãras: Catuh-sana, Nãrada, Varãha, Matsya, Yajna, Na °s rituais da cerimônia de dar o nome ao Senhor Krgna. Ele afirma que as
Nãrãyana, Kapila, Dattãtreya, Hayasirsa (Hayagriva), Hamsa, Prsrugar i n a ç õ e s do Senhor em outras eras foram branca, vermelha e amarela. Esta
476 Sri Caitanya-caritãmrta M
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 477
adh
y»-m 1> 6 Ver* 1 0 5
cor amarela refere-se a Sri Caitanya Mahãprabhu, cuja tez era am in—" 'Nesta era de Kali, aqueles que são inteligentes realizam o canto
1
confirma que, nas Kali-yugas passadas, o Senhor também encarnar 'sto a d a
I t A " j a l do mahã-mantra Hare Krsna, adorando a Suprema Personalida-
a C o n
COr
que era de tez amarela. Compreende-se que o Senhor encarna sob àií Po u e
' ' ' ^ ' n e u s q aparece nesta era sempre descrevendo as glorias de Krsna. Esta
K n t ç s
para as diferentes yugas (Satya, Tretã, Dvãpara e Kali). Aceitando ^ ied e
j é de tez amarela e vive na companhia de Suas expansões plenárias
0
3 1 3
(pita), bem como outras características, o Senhor encarnou como S°° p " ^
1
ttt* ^ g j | Nityãnanda Prabhu], e de Suas expansões pessoais (tais como
Mahãprabhu. Este é o veredito de todas as autoridades védicas " í C a i l a n v
pai* i i bem como de Seus devotos e associados {tais como Svarüpa
Ga dãdnarai, ##
pimodaral-
VERSO 102
FiCADO-Sri Jiva Gosvãmi explica este verso do Srimad-Bhãgavatam (11.5.32)
t f o a t t * ^ t * r *^f% ^ í l - f i n i i S C
fCrama-sandarbha, conforme citação de Srila Bhaktivinoda Thãkura com
N U
U
VERSO 103
TÍADUÇÃO—" ' O Senhor [na encarnação de Gaurasundara) tem uma tez dou-
rada. Na verdade, todo o Seu corpo, que é muito b e m constituído, é como o
To derretido. Ele tem todo o corpo untado com polpa de sândalo. Ele aceitará
»quarta ordem de vida espiritual (sannyãsa) e será muito autocontrolado. Ele
krsna-varnath tvisãkrsnam ^ n g u i r - S e - á dos sannyãsis Mãyãvãdis por estar fixo em serviço devocional
sãhgopãhgãstra-pãrsadam ' Propagar o movimento de sankirtana.' "
yajhaih sahklrtana-prãyair
aGNlF
yajanti hi sumedhasah i C A D o — G o p i n ã t h a Acãrya citou este verso d o Mahãbhãrata.
a k r í l
as duas sílabas "krs" e "na"; tvisã— pela tez;
krsna-varnam—cantando \*~.
não morena; sa-ahga—acompanhado por expansões pessoais; upa-ahga—devo • VERSO 105
astra—a arma do cantar do mantra Hare Krsna; pãrsadam—e associados como u a ^
dhara, Svarüpa Dãmodara, e t c ; yajhaih—mediante sacrifício; sankirtana-^ ^ 3
tomara upare tãhra krpã yabe habe gOttFlCADO—Esta citação é do èrímad-Bhãgavatam (6.4.31).
e-saba siddhãnta tabe tumiha kahibe
tomara upare—a ti; fonra—do Senhor; krpã— misericórdia; yabe—quando; habe- VERSO 109
houver; e-saba—todas estas; siddhãnta—conclusões; tabe— neste momento; tumiha-
tu também; kahibe—citarás. f v t af% a í a « t « « artvri i«n i
n
t^r~**do muitas teorias falsas sobre a criação, apoiados em argumentos apa-
r t e lógicos. Tudo isto deve-se à influência da energia ilusória do Senhor
480 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy i , A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 481
a 1
Vtf*°
Supremo. Portanto, às vezes a energia ilusória parece correta, pois emana do I^Gopínát h a
Acãrya; bhaginf-pati—esposo da irmã; sytf/flfaj-irmão da es-
reto Supremo. A fim de evitar a tão desnorteante influência ilusória d e v ^ ' 0 ^^ftóüfryfl-Sãrvabhauma Bhattãcãrya; nindã—às vezes blasfemando; sfwfi—
aceitar as palavras da Suprema Personalidade de Deus como elas são S>6 P** ezes elogiando; hãsye—às vezes rindo; s'ifcsd—instrução; karã'na—provoca;
v
bhauma Bhattãcãrya; nindã— difamação; kare—íaz; mane—na mente* ^ ^ i f i z e r a m ; jagannãtha—ao Senhor Jagannãtha; daraéane—visita.
obtendo; vyathã— alguma aflição.
nuçÃO— Na manhã seguinte, Sri Caitanya Mahãprabhu e Sãrvabhauma
TRADUÇÃO—As afirmações do Bhattãcãrya foram discutidas perante Sri C gkattãcãrya visitaram juntos o templo do Senhor Jagannãtha. Ambos estavam
Mahãprabhu. Gopinãtha Acãrya e M u k u n d a Datta desaprovavam as a f i rm
bem humorados.
do Bhattãcãrya, pois estas causavam-lhes aflição mental.
VERSO 119
VERSO 116
'©fil TOÍSi^fíÇ ires 1«, f* I
«ilsTl aifè «tt¥ícaa $9 «rçatç li i i * II cflçr,* °srfJis< Tâai «rptw afaert« Ü S > II
éuni mahãprabhu kahe aiche mat kaha bhattãcãrya-sahge tãhra mandire ãilã
ãmã prati bhattãcãryera haya anugraha prabhure ãsana diyã ãpane vasilã
éuni—ao ouvi-los; mahãprabhu—Caitanya Mahãprabhu; kahe—diz; aiche—tal; mal bhattãcãrya-sahge—\untamente com Sãrvabhauma Bhattãcãrya; tãhra—Seu (do
kaha—não faleis; ãmã prati—para comigo; bhattãcãryera—àe Sãrvabhauma Senhor Jagannãtha); mandire—ao templo; mia—vieram; prabhure—ao Senhor Sri
Bhattãcãrya; haya—há; anugraha—misericórdia. Caitanya Mahãprabhu; ãsana—assento; diytf—dando; ãpane—pessoalmente;
nasiíí—sentou-se.
TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Não faleis desta
maneira. Sãrvabhauma Bhattãcãrya tem mostrado grande afeição e misericór- TRADUÇÃO—A o entrarem n o templo, Sãrvabhauma Bhattãcãrya ofereceu um as-
dia para comigo." sento a Caitanya Mahãprabhu, ao passo que ele próprio sentou-se no chão, pres-
VERSO 117 tando o devido respeito que merece um sannyãsi.
ler o Vedãnta-sütm para estabelecer suas conclusões finais a respeito d safa dina paryanta aiche karena éravane
C n
mento védico. Aqui, naturalmente, o Vedãnta mencionado é o ° heci- e 0
c bhãla-manda nãhi kahe, vasi' mãtra éune
Sankarãcãrya, conhecido como Sãriraka-bhãsya. Sãrvabhauma ' B h a tct oãm erus,
c* ' '^ B
1 6 1 0 d e
iina— sete c u a s ; ar anta
P y ~ é'' aiche—dessa maneira; karena—faz; éravane— ai
só de nome, ou, em outras palavras, um tolo número u m . Os sannyãsis Mãyãvãdis tomara—Teu; bujhite—de entender; na—não; pari—sou capaz.
na índia estão muito acostumados a declararem-se jagad-gurus, mestres do mundo,
embora não tenham informação alguma do m u n d o externo e suas experto
limitem-se apenas a uma pequena cidade ou aldeia, ou talvez ao país da a T R A D U Ç Ã O — " E s t á s ouvindo sem parar, todavia, guardas silêncio. Não posso en-
Tampouco tais sannyãsis têm educação suficiente. Infelizmente, hoje em dia, exis- nder o que na realidade se passa dentro de Tua m e n t e . "
tem muitos sannyãsis tolos, tanto na índia quanto em outros lugares, que só fazem
ler e estudar a literatura védica sem entender os significados. Em Seu debate com
o Chand Kazi, o magistrado muçulmano de Navadvipa, Caitanya Mahãpra VERSO 130
M v
recitou um verso da literatura védica indicativo de que a ordem de ""-'fL
proibida nesta era de Kali. Só devem aceitar sannyãsa aqueles que são muito -2*$ aro,—"yzm wf a j ^ a fofa 1
e que seguem os princípios regulativos e estudam a literatura védica. Sri í-ai cstrfa aitijl -©fa' «w sa «' fàasj n y ® 1 0
Mahãprabhu aprovava que um sannyãsi lesse o Vedãnta-sütra, ou o B ' ' ^ r a n r m
i
mas não aprovava o comentário Sãriraka de Sahkarãcãrya. Na verdade, prabhu kahe, — "sütrera artha bujhiye nirmala
ocasião, Ele disse que mãyãvãdi-bhãsya éunile haya sarva-nãsa: "Quem prabh t tomara vyãkhyã éuni' mana haya ta' vikala
Sãriraka-bhãsya de Sahkarãcãrya está c o n d e n a d o . " Logo, um sannyãsi, ?. . u
r f m l í
POSSQ tone—O Senhor replicou; sütrera artha—o significado do sütra; bujhiye—
cendentalista, deve ler o Vedãnta-sütra regularmente, mas não deve ler o ^ nf^Qy n
.' e n
^ e r
' nirmala—bem claramente; tomara—tua; vyãkhyã—explicação; éu-
bhãsya. Esta é a conclusão de Sri Caitanya Mahãprabhu. O verdadeiro come do; mana—mente; haya—fica; fa'—na verdade; vikala—perturbada.
488 Sri Caitanya-caritãmrta x , A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 489
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , ári Caitanya Mahãprabhu revelou Seu pensam de tais tolos é impingir a conclusão impersonalista em toda a literatura
1
plicações simplesmente confundiram Minha m e n t e . " stfà*'g gavad-gttã afirma claramente que Krsna é a Suprema Personalidade de
na
Em cada verso, Vyãsadeva diz que sri bhagavãn uvãca: "A Suprema Perso-
E S
SIGNIFICADO—O verdadeiro significado dos versos do Vedãnta-sütra ' ^ ° A de Deus disse", ou "o bem-aventurado Senhor disse". Afirma-se clara-
3
quanto a luz do sol. O s filósofos Mãyãvãdis simplesmente tentam ene 8
h° ' ° C ar oue o bem-aventurado Senhor é a Pessoa Suprema, mas, ainda assim, os
do sol com as nuvens de interpretações imaginadas por Sahkarãcãrv a
"^^lãyãvãdis tentam provar que a Verdade Absoluta é impessoal. A fim de
1 115
seguidores. a* i seus sentidos falsos e imaginários, eles são forçados a fazer tanto
t a r e n
VERSO 131 Sri Caitanya Mahãprabhu observou que ninguém deve ouvir os comen-
tos ou explicações Mãyãvãdis de n e n h u m texto védico.
«jesa «i«f «taj a*tç swftai i
«Jà, «ta ^z-Azm «rá it^tftai II Í - S Í II VERSO 133
SIGNIFICADO—Consultem, por favor, o Ádi-lilâ, Sétimo Capítulo, versos 106 a 146, TRADUÇÃO—Caitanya M a h ã p r a b h u prosseguiu: "O Vedãnta-sütra é o resumo
para uma explicação deste verso. de todos os Upanisads; portanto, todo o sentido direto existente nos Upanisads
também está registrado no Vedãnta-sütra, ou Vyãsa-sütra."
VERSO 132
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati explica o termo "upanisad" em seu
«isf «n a^as aitarí* i Anubhãsya. Consultem, por favor, o Ãdi-lilã, Segundo Capítulo, Quinto Verso,
fsirrcsf «^fà «T51 ara «ttBÇíífit II i ** II 1 eo Adi-lilã, Sétimo Capítulo, versos 106 e 108, para a sua explicação.
TRADUÇÃO—"Deve-se aceitar, sem interpretações, o sentido direto de . afirmações do Bhagavad-gitã provam que há um lugar de peregrina-
so. No entanto, simplesmente abandonas o sentido direto e prossegues ffi P ^ C s a chamado Kuruksetra, onde os Pãndavas e os Kurus se encontraram
,rell 0 S
samavetã yuyutsavah
^ h-pramãna—evidência em si mesma; veda—literatura védica; satya—verdade;
mãmakãh pãndavãé caiva
hido o que; kaya—diz; laksana— interpretação; karile—fazendo; svatah-
lya—prova evidente por si mesma; hãni—perdida; haya—fica.
kim akurvata sahjaya
492 Sri Caitanya-caritãmrta M n A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 493
1 4 U
Ver*
T R A D U Ç Ã O — " A s afirmações védicas são evidentes por si mesmas. D e v
iQ^Sri Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "O Brahma-sütra, escrito por
t A D a t l e v a é r a d i a n t e c o m o 0
tar todo o que nelas se afirma. Caso as interpretemos de acordo com n 6 0 1 0 8
' '-Cí
* Vvãs ' sol. Quem tenta interpretar seu significado
imaginação, a autoridade dos Vedas perde-se de imediato." '"'faz encobrir esse brilho do sol com uma n u v e m . "
e opulência em plenitude; portanto, a Verdade Absoluta, o maior de ia coração de cada entidade viva. Assim, as descrições impessoais dos Vedas
0 8
Suprema Personalidade de Deus. Quer alguém diga "Brahman" ou " ' ç ^ ' * * Hem negar a existência de características mundanas no Senhor Supremo.
P r e m
Personalidade de D e u s " , é a mesma verdade, pois ambos são idên * f**"-n oretendem estabelecer que o Senhor Supremo seja impessoal.
C S
Bhagavad-gitã, Arjuna aceitou Krsna como param brahmã param dhãma F ' °
entidades vivas ou a natureza material sejam descritas, às vezes, como B VERSO 142
anm
o Param Brahmã — o Supremo, o maior de todos os Brahmans — j ^ «n. a n a
r s n a
a Suprema Personalidade de Deus. Ele é pleno de todas as opulências^ ^ - ai ai ftfNMfiPh fãfiWv
010 10
que possui toda a riqueza, toda a força, toda a fama, todo o conhecimento *
a beleza e toda a renúncia. Ele é eternamente uma pessoa e eternamente su° ^ ai aífsfrs afàctacaa i
Se alguém tenta explicar o Supremo impessoalmente, distorce o verdadeiro - "í ' 0
fistacatct afo ?T3 ^tai*
cado de Brahman. «Ttai aals: afacnacn i m n
VERSO 141
yã yâ érutir jalpati nirvisesam
'fãtac-ra' $rca caí a*fàfl«i i sã sãbhidhatte savisesam eva
í
«rf?<5' fsrcafà asrra ^ « r r ç ^ ' "it^ra n >8> n vicãra-yoge sati hanta tãsãm
prãyo ballyah savisesam eva
'nirvisesa' tãhre kahe yei sruti-gana yt yã—todos que; srutih—os hinos védicos; jalpati—descrevem; nirviéesam—
'prãkrta' nisedhi kare 'aprãkrta' sthãpana verdade impessoal; sã— isto; SÍÍ—isto; abhidhatte—diretamente descreve (como um
nirvisesa—impessoal; tãhre—a Ele; kahe— dizem; yei— tudo o que; éruti-gana-os verbete de dicionário); sa-visesam—personalidade; eva—decerto; vicãra-yoge— ao ser
Vedas; prãkrta—mundanas; nisedhi—proibindo; kare— faz; aprãkrta—transcendental. aceito pela inteligência; sofi—sendo; hanta—oh!; tãsãm—de todos os mantras védi-
sthãpana—confirmação. cos; priyah—a maioria; ballyah—mais poderosa; sa-viéesam—variedade pessoal;
eva—com certeza.
TRADUÇÃO—"Onde q u e r que apareça uma descrição impessoal nos Vedas, os
Vedas pretendem estabelecer que todas as coisas pertencentes à Suprema Per- T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu continuou: " 'Todos os mantras védicos
sonalidade de Deus são transcendentais e destituídas de características munda- que descrevem a Verdade Absoluta impessoalmente apenas provam no final que
nas." a Verdade Absoluta é uma pessoa. Compreende-se o Senhor Supremo sob dois
aspectos — o impessoal e o pessoal. Caso alguém considere a Suprema Persona-
SIGNIFICADO—Existem muitas afirmações impessoais sobre a Suprema Persona- lidade de Deus sob ambos os aspectos, pode realmente compreender a Verdade
lidade de Deus. Como se declara no Svetãévatara Upanisad (3.19): Absoluta. Ele sabe que a compreensão pessoal é mais poderosa, pois verificamos
que todas as coisas são plenas de variedade. Ninguém pode ver algo que não
apãni-pãdo javano grahltã seja pleno de variedade.' "
pasyaty acaksuh sa érnoty akarnah
sa vetti vedyam na ca tasyãsti vettã
tam ãhur agryam purusam mahãntam "JGNiFiCADo— Esta é uma citação do Srt Caitanya-candrodaya-nãlaka (6.67) de
"vi-Karnapura.
Embora se declare que o Senhor Supremo não tem mãos nem pernas, não obs^
tante, Ele aceita todas as oferendas de sacrifícios. Ele não tem olhos, todavia, VERSO 143
tudo. Não tem ouvidos, todavia, ouve tudo. Ao afirmar-se que o Senhor Sup ^
não tem mãos n e m pernas, não se deve pensar que Ele seja impessoal. Ao m^
e n a
aai Cies srcw Pi% aciíü» ^laa i
disso, Ele não tem mãos nem pernas mundanas como as nossas. ' E' ' .
olhos, todavia, v ê . " Isto quer dizer que Ele não tem olhos limitados e ^ t n a t
0 i 0
ca* atai ^saf»i çca ata ia 11 Í S « n
a s
como os nossos. Ao invés disso, Ele tem tais olhos que pode ver o p brahmã haite janme visva, brahmete jlvaya
presente e o futuro, em toda parte, em cada canto do universo e e sei brahme punarapi haye yãya laya
496 Sri Caitanya-caritãmrta ^ A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 497
0, a s e c t o s
brahmã Brahman
haite—do Supremo; janme—emana; viéva—tod a cio—" P pessoais da Suprema Personalidade de Deus são
ção cósmica; brahmete—na Verdade Absoluta; jivaya—existe; se!-_j . , sto
manife
sta. Tt^fi^dos em três casos — a saber, ablativo, instrumental e locativo."
Verdade Absoluta; punarapi—novamente; haye—ficando; yàya— • v "~n»
1 111 s e u
aniquilação. FICADO— ^ -Wavãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thãkura afirma Am a
T R A D U Ç Ã O — " T u d o na manifestação cósmica emana da Verdade Absolut, Hrahman, a Suprema Verdade Absoluta. A criação subsiste mediante a energia
manece na Verdade Absoluta e, após a aniquilação, entra novamente n v Brahman Supremo, e, após a aniquilação, funde-se n o Brahman Supremo.
de A b s o l u t a . " *\ podemos entender que à Verdade Absoluta pode ser classificada em três
\\SZablativo, instrumental e locativo. Segundo estes três casos, a Verdade
ateoluta é positivamente personificada. A este respeito, Srila Bhaktisiddhãnta
SIGNIFICADO—O Taittiriya Upanisad diz que yaio vã imãni bhütãni jãyante- "Toda ^asvatí cita o Aitareya Upanisad (1.1.1):
a manifestação cósmica material nasce do Brahman Supremo." O Brahma-sutri
também, começa com o verso janmãdy asya yatah: "A Verdade Absoluta é aquela arma vã idam eka evãgra ãsin
de quem tudo e m a n a . " (Bs. 1.1.2) Esta Verdade Absoluta é Krsna. No Bhagavad- nãnyat kihcanam isat
gitã (10.8), Krsna diz que aham sarvasya prabhavo mattah sarvam pravartate: "Eu sou sa iksata lokãn nu srjã iti.
a fonte de todos os mundos espirituais e materiais. Tudo emana de Mim." Portan-
to, Krsna é a Verdade Absoluta original, a Suprema Personalidade de Deus. No- De forma semelhante, no Svetãévatara Upanisad (4.9) afirma-se:
vamente, Krsna afirma no Bhagavad-gitã (9.4) que mayã tatam idam sorvam
avyakta-mürtinã: "Sob Minha forma imanifesta, permeio este universo intei chandãmsi yajhãh kratavo vratãni
E o Brahma-sarhhitã (5.37) confirma que goloka eva nivasaty akhilãtma-bhütah: "Em- bhütãni bhavyam yac ca veda vadanti
bora o Senhor sempre permaneça em Sua morada, Goloka Vrndãvana, ainda yasmãn mãyi srjate visvam etat
assim, Ele é onipenetrante." Seu aspecto onipenetrante é tido como impessoal tasminié cãnyo mãyayã sanniruddhah
porque não se encontra a forma do Senhor nesta onipenetrància. Na verdade
tudo repousa nos raios de Sua refulgência corpórea. O Brahma-samhitã (5.40) Eno Taittiríya Upanisad (3.1.1):
afirma, ainda:
yafo vã imãni bhütãni jãyante,
yasya prabhã prabhavato jagad-anda-kofi- yena jãtãni jivanti, yat prayanty abhisamviéanti,
kotisv aéesa-vasudhãdi-vibhüti-bhinnam tad vijijhãsasva, tad brahmã.
"Devido aos raios da refulgência corpórea do Senhor, são criados milhões de uni- foi a resposta dada por pai Varuna ao ser indagado p o r seu filho Vãruni Bhrgu
versos, assim como o sol cria os p l a n e t a s . " f^peito da Verdade Absoluta. Neste mantra, a palavra yatah, a Verdade Abso-
e m a n a a m a n u <
vés d e s t a ç ã o cósmica, está no caso ablativo; o Brahman atra-
C U 3 C S t a c r i a c à o u n v e r s
Senhor são todos transcendentais. ^ a c i o n a i Vasudeva, Krsna, adquire conhecimento perfeito e compreensão vé-
na ü ' ' ^ P g - do m u n d o material. Esta é a perfeição da vida huma-
m e s a e a s e
na e s r n o
que alguém siga perfeitamente os rituais e cerimônias religiosas, se
1
VERSO 147 et» fc-'T^ e s t a
Perfeição, estará simplesmente desperdiçando seu tempo (érama
s w H t c ^ ar« 3«f«aa? wtarç. i
m
kevalam).
es
da criação da manifestação cósmica, a Suprema Personalidade de Deus
w wtat^. ^--"fitara «rota n ass 11 de
Deu ? I e n t e e o l n o s
totalmente transcendentais. Esta Suprema Personalidade
brahma-éabde kahe pürna svayam bhagavãn Us
é Krsna. Alguém poderá pensar que não há afirmação direta sobre Krsna
svayam bhagavãn krsna,—éãstrera pramãna
500 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 501
151
nos Upanisads, mas, na verdade, pessoas com sentidos mundanos aho bhãgyam aho bhãgyam
nãmãdi na bhaved grâhyam indriyaih: uma pessoa com sentidos mundano yan-mitram paramãnandarh
Este mantra védico afirma claramente: purusam mahãntam. A palavra punisa $ jizer que Ele caminha bem depressa e aceita tudo o que se Lhe ofereça? Rejeitan-
fica " p e s s o a " . N o Bhagavad-gitã, Arjuna confirma a existência de tal pessoa"' do o sentido direto dos mantras védicos, os filósofos Mãyãvãdis os interpretam
dirigir-se a Krsna, dizendo purusam éãévatam; "És a pessoa original." (Bg in ^ etentam estabelecer que a Verdade Absoluta é sem forma. Na realidade, o Senhor
Este purusam mahãntam é Sri Krsna. Suas mãos e pernas não são mundanas mas Supremo tem uma forma pessoal eterna, plena de todas as opulências. Os filóso-
sim inteiramente transcendentais. Contudo, quando Ele aparece, os tolos confun fos Mãyãvãdis tentam interpretar que a Verdade Absoluta carece de potência.
dem-nO com u m a pessoa comum (avajãnanti mãm müdhã mãnusim tanum ãêritam) No entanto, o Svetãévatara Upanisad (6.8) diz claramente que parãsya éaktir vividhaiva
Alguém que não tenha conhecimento védico, que não tenha estudado os Vedas irúyate: "A Verdade Absoluta tem múltiplas potências."
com um mestre espiritual fidedigno, não conhece Krsna. Portanto, esse alguém
é müdha. Semelhantes tolos confundem Krsna com uma pessoa comum (param
VERSO 153
bhãvam ajãnantah). Na realidade, eles não sabem o que é Krsna. Manusyãnãm saha-
sre$u kaécid yatati siddhaye. Não é possível compreender Krsna pelo mero estudo
minucioso dos Vedas. É preciso ter a misericórdia de um devoto (yaf pãdam). Sem 'fÀS«íf%»a>' WÊP # R a fSftFR" ? 5><r* 11
ser favorecido por um devoto, ninguém pode compreender a Suprema Persona-
svãbhãvika tina éakti yei brahme haya
lidade de Deus. Arjuna também confirma isto no Bhagavad-gitã: "Meu Senhor,
'nihsaktika' kari' tãhre karaha niécaya?
é dificílimo compreender Tua personalidade." A classe de homens menos inteli-
svãbhãvika—por natureza; fina—três; éakti—potências; yei—que; brahme—na Ver-
gentes não pode compreender a Suprema Personalidade de Deus sem ser favo-
recida por Seu devoto. Portanto, o Bhagavad-gitã (4.34) contém outro preceito: dade Absoluta; haya—existem; nihéaktika—sem potência; kari'—fazendo; tãhre—a
Ele; karaha—fazes; niécaya—determinação.
T R A D U Ç Ã O — " 'A Suprema Personalidade de Deus é sac-cid-ãnanda-vier L ãnandãmée 'hlãdini,' sad-amée 'sandhini'
significa que Ele originalmente tem três potências — a potência de prazer " ^ cid-amêe 'samvit', yãre jhãna kari mãni
tência de eternidade e a potência de conhecimento. Juntas, elas são ch °" , p
da-arháe—r\o aspecto de bem-aventurança; hlãdinT—a potência de prazer; saf-
IMtn
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o o veredito de toda a literatura védica, a Suprema Perso- TRADUÇÃO—"Além disso, a potência espiritual da Suprema Personalidade de
nalidade de Deus, a entidade viva,e a energia ilusória (este mundo material) cons- Deus aparece em três fases — interna, marginal e externa —, as quais são todas
tituem o tema do conhecimento. Todos devem tentar entender a relação entre °cupadas em Seu serviço devocional a m o r o s o . "
eles. Antes de mais nada, deve-se tentar entender a natureza da Suprema Persona-
lidade de Deus. Aprendemos com os sãstras que a natureza da Suprema Perso
dade de Deus é o somatório de eternidade, bem-aventurança e conhecime ^WICADO—A potência espiritual do Senhor manifesta-se em três fases — a po-
Como se afirmou no verso 1 5 4 (visnu-saktih para proktã), a Suprema Personau ^ n Q a
interna ou espiritual, a potência marginal, que consiste nas entidades vivas,
de Deus é o reservatório de todas as potências, e Suas potências sao ^^Potencia externa, conhecida como mãyã-éakti. Devemos compreender que em
espirituais. ec K " ^ i r e s
fases as potências espirituais originais de prazer, eternidade
13 E S T A S
e c i n i e n t o
ede permanecem intactas. Q u a n d o as potências de prazer espiritual
VERSO 159 pjj ^"hecimento são concedidas às almas condicionadas, estas conseguem esca-
o b j , ^ Barras da potência externa, mãyã, a qual age como uma cobertura que
a
des^^ce identidade espiritual da entidade viva. Ao libertar-se, a entidade viva
3 c o n s c i n c i a
e afeiç3 ^ ^ 0 de Krsna e ocupa-se em serviço devocional com amor
a r a
sod-vidha aiévarya—prabhuracic-chakti-vilãsa liunàaka Upanisad faz perfeitamente a distinção entre o Senhor e as entidades
hena éakti nãhi mana,—parama sãhasa . A entidade viva está sujeita às reações de suas atividades fruitivas, ao passo
sat-vidha—seis classes; aiévarya—de opulências; prabhura—do Senhor- c'f v v a S
' ' ggnhor simplesmente testemunha essas atividades e concede os resultados,
vilãsa—desfrute na potência espiritual; hena éakti— tais potências sublimes- -i, pe acordo com seus desejos, a entidade viva vagueia de um corpo a outro e de
não; mana—aceitas; paramasãhasa—grande atrevimento. olaneta a outro, sob a orientação da Suprema Personalidade de Deus, Param-
Contudo, quando a entidade viva, pela misericórdia do Senhor, volta a
T R A D U Ç Ã O — " E m Sua potência espiritual, o Senhor Supremo goza de seis d . ^ ompensada com serviço devocional. Assim, ela se salva das garras de mãyã.
rec
de opulências. Tu n ã o aceitas esta potência espiritual, e isto é devido ao j * * Pode ver, então, seu amigo eterno, a Suprema Personalidade de Deus, e livrar-se
grande a t r e v i m e n t o . " de toda lamentação e ansiedade. Confirma-se isto no Bhagavad-gitã (18.54), onde
o Senhor diz que brahma-bhütah prasannãtmã na éocati na kãhksati: "Aquele que
SIGNIFICADO—A Suprema Personalidade de Deus é plena de seis opulências se situa assim transcendentalmente, percebe de imediato o Brahman Supremo.
Todas estas potências encontram-se na plataforma transcendental. Entender a Su- Nunca se lamenta nem deseja ter n a d a . " Deste modo, está definitivamente prova-
prema Personalidade de Deus como impessoal e destituída de potências é contra- do que a Suprema Personalidade de Deus é o amo de todas as potências e que
riar completamente a informação védica. as entidades vivas estão sempre sujeitas a estas potências. Esta é a diferença entre
myâdhíéa e mãyã-vaéa.
VERSO 162
' í r r a t f W ' » T t ? r W - ^ i t « - # t r , a cm i VERSO 163
cçsi-wlca ^ ç «' "Brcw II II
'mãyãdhiéa' 'mãyã-vaéa'—lévare-jlve bheda
CS* W m 11 J<4>« II
hena-jive iévara-saha kaha ta' abheda
Senhor da energia; mãyã-vaéa—sujeitas à influência de máj/tf;
mãyã-adhiéa—o gitã-éãstre jíva-rüpa 'éakti' kari' mane
iévare—naSuprema Personalidade de Deus; jive— nas entidades vivas; bheda-i hena jive 'bheda' kara lévarera sane
diferença; hena-jlve—tais entidades vivas; lévara-saha—com a Suprema Personalida- gitã-sãstre—rxo Bhagavad-gitã; jiva-rüpa—a identidade da entidade viva; éakti—
d e de Deus; kaha—dizes; ta'—na verdade; abheda—a mesma coisa. Potência; kari'—fazendo; mane—aceita; hena—tal; jive— entidade viva; bheda—
diferente; kara—fazes; lévarera—a Suprema Personalidade de Deus; sane—com.
TRADUÇÃO—"O Senhor é o amo das potências, e a entidade viva é serva delas.
Esta é a diferença entre o Senhor e a entidade viva. No entanto, tu declaras que
o Senhor e as entidades vivas são a mesma coisa." ^DUÇÃO— " O Bhagavad-gitã estabelece que a entidade viva é a potência mar-
Sfal da Suprema Personalidade de Deus. Todavia, tu dizes que a entidade viva
SIGNIFICADO—A Suprema Personalidade de Deus é por natureza o amo de todas wteiramente diferente do S e n h o r . "
as potências. Por natureza, as entidade vivas, sendo infinitesimais, estão sei
f FICADO
sob a influência das potências do Senhor. Segundo o Mundaka Upanisad Q- • <tW? !f' ~° hma-sütra afirma que, segundo o princípio de éakti-éaktimator
Bra
a
rjç •' entidade viva é simultaneamente igual à Suprema Personalidade de
dvã suparnã sayujã sakhãyã ^ e diferente dEle. A entidade viva e o Senhor Supremo são qualitativamen-
3 8 m a S S ã o d i í e r e n e s
samãnam vrksam parisa-svajãte Mah- " ' t quantitativamente. Segundo a filosofia d e Sri Caitanya
a r a D
tayor anyah pippalam svãdv atty S u P h u {acintya-bhedãbheda-tattva), aceita-se que a entidade viva e o Senhor
m
anaénann anyo 'bhicãkaélti o são iguais e distintos ao mesmo tempo.
510 Sri Caitanya-caritãmrta „,,, A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrva 511
1 6 7
M a d h
ya-i, . u 6
Vers*
VERSO 1 6 5 sri-mgraha—a forma do Senhor; ye—quem quer que; nã— não; mane—aceite; sei—
ele; to'—na verdade; pãsandi—agnóstico; adréya—não ser visto; aspréya—intocável;
'atcasfã^sn «tffã» rafa ca lata. i sri—ele; haya—é; yama-dandi— sujeito à punição de Yamarãja.
*ra^<5n açtatcçi acw «rrfos <sfl\ i i*« i
TRADUÇÃO—"Aquele que não aceita a forma transcendental do Senhor é certa-
apareyam itas tv anyãm mente um agnóstico. Não se deve olhar nem tocar tal indivíduo. Na verdade,
prakrtim viddhi me param ele está sujeito à punição de Yamarãja."
jiva-bhütãm mahã-bãho
yayedam dhãryate jagat SIGNIFICADO—Segundo as instruções védicas, a Suprema Personalidade de Deus
apara— inferior; iyam—esta; itah—desta; tu—mas; anyãm—outra; prakrtitn- tem Sua eterna forma transcendental, a qual é sempre bem-aventurada e plena
natureza; viddhi—fica sabendo; me—Minha; param—transcendental; jiva-bhütãm- de conhecimento. Os impersonalistas pensam que "material" refere-se às formas
existindo como as entidades vivas; mahã-bãho—ó poderoso guerreiro; yayâ— pela dentro de nossa experiência e que "espiritual" refere-se a uma ausência de forma.
qual; idam—este; dhãryate—é sustentado; jagat— m u n d o material. No entanto, deve-se saber que, além desta natureza material, existe outra natu-
reza, que é espiritual. Assim como há formas materiais neste m u n d o material,
T R A D U Ç Ã O — " 'Além destas energias inferiores, que são materiais, ó poderoso há formas espirituais no m u n d o espiritual. Toda a literatura védica confirma isto.
guerreiro, há outra energia, a energia espiritual, que é o ser vivo. As entidades As formas espirituais no m u n d o transcendental nada têm a ver com a negativa
concepção de amorfia. Em conclusão, agnóstico é aquele que não concorda em
vivas sustentam o m u n d o material inteiro.' "
adorar a forma transcendental do Senhor.
Na verdade, hoje em dia, todos os sistemas de religião negam a adoração à
S I G N I F I C A D O — O s versos 1 6 4 e 1 6 5 são citações do Bhagavad-gitã (7.4-5).
"fia do Senhor por ignorarem Sua forma transcendental. Os materialistas de
Poeira classe (os Mãyãvãdis) imaginam cinco formas específicas do Senhor, mas,
VERSO 1 6 6 ° 'erttarem equiparar a adoração a tais formas imaginárias com bhakti, imediata-
onde 6
* S e
- O Senhor Sri Krsna confirma isto no Bhagavad-gitã ( 7 . 1 5 ) ,
C O n c e n a m
^•acaa Slfãcsç n f B w i i w a s i a i ni Q
e
d" - 2 m
mãm duskrtino müdhãh prapadyante narãdhamãh. O s devotos do Senhor
CA-TAÜCS a*ç *ra$r.*ta íaasta 11 11
V e m s e
conh q n e r ver ou tocar os filósofos Mãyãvãdis, que são destituídos de
U n e n t o v e r
Punid d a d e i r o devido ao agnosticismo, pois tais filósofos merecem ser
fávarera éri-vigraha sac-cid-ãnandãkãra 0s
por Yamarãja, o semideus superintendente que julga as atividades de
se-vigrahe kaha sattva-gunera vikãra
512 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 513
homens pecaminosos. Os agnósticos Mãyãvãdis vagam dentro dest ye 'nye 'ravindãksa vimukta-mãninas
6 80
diferentes espécies de vida devido a suas atividades não-devocionai^T^ * ** tvayy asta-bhãvãd aviéuddha-buddhayah
en
des vivas estão sujeitas às punições de Yamarãja. Somente os devot hd . a ãruhya krcchrena param podam tatah
se ocupam a serviço do Senhor, estão isentos da jurisdição de Y Pn? q U e s e m
patanty adho 'nãdrta-yusmad-ahghrayah
VERSO 168 - i a dos Mãyãvãdis não se purifica; pwrtanto, apesar de praticarem auste-
nc
n!e
^ ' . ni busca da auto-realização, não conseguem permanecer dentro do
e
veda nã mãniyã bauddha. haya ta' nãstika *k niritual. Resultado: eles não conseguem compreender o serviço devocional
vedãéraya nãstikya-vãda bauddhake adhika adoração à Pessoa Suprema, sac-cid-ãnanda-vigraha. Os filósofos'Mãyãvãdis
U
veda—a literatura védica; mí—não; mãniyã— aceitando; bauddha—os bud ° sideram que a adoração à Deidade em serviço devocional é pratibimba-vãda,
haya—são; fa'—na verdade; nãstika—agnósticos; veda-ãéraya—refugiando-seT*^* ^"seja adoração ,i uma forma que é o reflexo de uma forma material falsa. Assim,
00
vilização védica; nãstikya-vãda—agnosticismo; bauddhake—mesmo os budist" filósofos Mãyãvãdis desconhecem a forma transcendental do Senhor, que é
adhika—ultrapassando. eternamente bem-aventurada e plena de conhecimento. Embora no Srimad-
ghigavalam se descreva explicitamente o termo Bhagavãn, eles não conseguem
entendê-lo. Brahmeti paramãtmeti bhagavãn iti éabdyate: "A Verdade Absoluta é cha-
T R A D U Ç Ã O — " O s budistas não reconhecem a autoridade dos Vedas; portanto
mada Brahman, Paramãtmã e Bhagavãn." (Bhãg. 1.2.11) Os Mãyãvãdis só tentam
são considerados agnósticos. No entanto, aqueles que se refugiaram nas escrituras
entender o Brahman, ou, no máximo, o Paramãtmã. Contudo, não conseguem
védicas e ao mesmo tempo pregam o agnosticismo de acordo com a filosofia
compreender Bhagavãn. Portanto, a Suprema Personalidade de Deus, Krsna, diz:
Mãyãvãda certamente são mais perigosos que os b u d i s t a s . "
wtwyâpahrta-jhãnãh. Devido ao temperamento dos filósofos Mãyãvãdis, eles são
privados de conhecimento verdadeiro. Como não podem receber a misericórdia
SIGNIFICADO—Embora os budistas se oponham diretamente à filosofia Vaisnava do Senhor, Sua forma transcendental sempre os confundirá. A filosofia impessoal
pode-se compreender facilmente que os sankaristas são mais perigosos, pois acei- desfrói as três fases de conhecimento — jhãna, jheya e jhãtã. Quando se fala de
tam a autoridade dos Vedas ao mesmo tempo que agem contrariando a instrução conhecimento, deve haver uma pessoa conhecedora, o conhecimento em si e o
védica. Vedãéraya nãstikya-vãda significa "agnosticismo sob o abrigo da cultura védi- objeto do conhecimento. A filosofia Mãyãvãda mistura estas três categorias; logo,
c a " e refere-se à filosofia monista dos Mãyãvãdis. O Senhor Buddha abandonou os Mãyãvãdis não conseguem entender como agem as potências espirituais da
a autoridade da literatura védica e por isso rejeitou as cerimônias ritualísticas e Suprema Personalidade de Deus. Devido a seu pobre fundo de conhecimento,
sacrifícios recomendados nos Vedas. Sua filosofia de nirvana recomenda que se eles não podem entender a distinção, no mundo espiritual, entre o conhecimento,
pare com todas as atividades materiais. O Senhor Buddha não reconhecia a presen- o conhecedor e o objeto do conhecimento. Por causa disso, Sri Caitanya
ça de formas transcendentais e atividades espirituais além do mundo material. Mahãprabhu considera os filósofos Mãyãvãdis mais perigosos que os budistas.
Ele simplesmente descreveu o niilismo além desta existência
material. Os filósofa
Mãyãvãdis adulam a autoridade védica mas tentam escapar das cerimônias ritualís- VERSO 169
ticas védicas. Eles criam uma idéia falsa de posição transcendental e chamam a
si mesmos de Nãrãyana, ou Deus. Contudo, a posição de Deus é inteiramente • T c a a fflfsTa ertfÃ' Cm AfíA I
diferente da imaginação deles. Tais filósofos Mãyãvãdis consideram-se acima
influência de karma-kãnda (atividades fruitivas e suas reações). Para eles, o mun o mataríà-^ra « u a i i^w i * * M
espiritual equipara-se ao niilismo dos budistas. Há bem pouca diferença entre jivera nistãra lãgi' sütra kaila vyãsa
o impersonalismo e o niilismo. Pode-se entender diretamente o niilismo, mas • mãyãvãdi-bhãsya éunile haya sarva-nãéa
c o m
o impersonalismo defendido pelos filósofos Mãyãvãdis não é nada fácil de ^ tr daS e n t i d d d e s
Vedd ''~ vivas; "istãra—libertação; lãgi'—com o fim de; súfra—
ender. Naturalmente, os filósofos Mãyãvãdis aceitam uma existência espff*
jj^ ' itra; kaila—tez; vyãsa—Srila Vyãsadeva; mãyãvãdi—dos impersonalistas;
nta si
T R A D U Ç Ã O — " S r i l a Vyãsadeva apresentou a filosofia Vedãnta para i- mani yaiche avikrle prasabe hema-bhâra
das almas condicionadas, mas, caso alguém ouça o comentário de S L ' ^ * * ^ a
1
jagad-rüpa haya levara, tabu avikãra
n i c
perde tudo i s t o . " ^ *ry . í •__a pedra filosofal; yaiche— assim como; avikrte—sem se transformar;
*'j _-produz; hema-bhãra—muito ouro; jagat-rüpa—a manifestação cósmica;
f
SIGNIFICADO—De fato, o serviço devocional ao Senhor é descrito no Veda f*" a - s e ; levara—a Suprema Personalidade de Deus; tabu—mesmo assim;
torn
comentários. Quem se entregar a ouvir o Sãriraka-bhãsya sarikarista, certam»!»! de ouro sem se transformar. Analogamente, a Suprema Personalidade de Deus
ficará destituído de todo o conhecimento verdadeiro. nanifesta-Se como a manifestação cósmica mediante Sua potência inconcebí-
vel todavia, permanece imutável em Sua eterna forma transcendental."
Os ambiciosos filósofos Mãyãvãdis desejam fundir-se na existência do Senhor
o que pode ser aceito como sãyujya-mukti. Entretanto, esta forma de mukti implica
a negação de nossa existência individual. Em outras palavras, é uma espécie de
suicídio espiritual. Isto opõe-se absolutamente à filosofia da bhakti-yoga. A bhakti- SIGNIFICADO—Segundo o comentário de Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura,
yoga oferece imortalidade à alma condicionada individual. Quem segue a filosofia o propósito do verso janmãdy asya no Vedãnta-sütra é estabelecer que a manifesta-
Mãyãvãdi perde sua oportunidade de tornar-se imortal após abandonar o corpo ção cósmica é o resultado da transformação das potências da Suprema Personali-
material. A imortalidade do indivíduo é a fase de perfeição máxima que uma enti- dade de Deus. O Senhor Supremo é o amo de inúmeras energias eternas, que
dade viva pode atingir. s» ilimitadas. Às vezes, estas energias manifestam-se, e às vezes não. De qualquer
modo, todas as energias estão sob o controle dEle; logo, Ele é o energético origi-
VERSO 170 nal, a morada de todas as energias. Um cérebro comum, no estado condicionado,
não pode conceber como estas energias inconcebíveis coexistem na Suprema Per-
••tivfm-at»'—aTra-^ara mn 1 sonalidade de Deus, como Ele existe sob Suas inúmeras formas como o amo das
* f ô * P l t % Sf°W «fWHCt ift«f« II n energias tanto espirituais quanto materiais, como Ele é o senhor tanto dos pode-
'parinãma-vãda'—vyãsa-sütrera sammata res manifestos quanto dos poderes virtuais e como potências contraditórias podem
acintya-éakti levara jagad-rüpe parinata coexistir nEle. Enquanto a entidade viva estiver neste mundo material, na condição
parinãma-vãda—a teoria da transformação; vyãsa-sütrera—do Vedãnta-sütra; samms- de ilusão, não poderá entender as atividades das energias inconcebíveis do Senhor.
ta—objetivo; acintya-éakti—poder inconcebível; levara—a Suprema Personalidade Assim, as energias do Senhor, embora reais, estão simplesmente além do poder
de Deus; jagat-rüpe—sob a forma da manifestação cósmica; parinata—transformada de compreensão do cérebro comum.
• w i a n d o os filósofos ateus, ou seja, os Mãyãvãdis, sendo incapazes de com-
W&nder as energias inconcebíveis da Suprema Personalidade de Deus, imaginam
TRADUÇÃO—"O Vedãnta-sütra almeja estabelecer que a manifestação cósm>« •"n vazio impessoal, a imaginação deles é apenas uma reprodução do pensamento
passa a existir graças à transformação da potência inconcebível da Suprema rerialista. Dentro do m u n d o material, não há nada inconcebível. Filósofos e
sonalidade d e D e u s . " *ntistas meditativos podem manipular a energia material, mas, sendo incapazes
entender a energia espiritual, podem apenas imaginar um estado inativo, tal
0
S I G N I F I C A D O — P a r a uma explicação mais elaborada sobre parinãma-vãda, cônsul' o Brahman impessoal. Este é simplesmente o lado negativo da vida material,
S 6 t a c o r | e c m e n t o
o Adi-lllã, Sétimo Capítulo, versos 121-133. am ° ^ ' h ' imperfeito, os filósofos Mãyãvãdis concluem que
e S t a ç ã o c o s m
•"ente i c a é uma transformação do Supremo. Assim, necessaria-
6 t a m m
VERSO 171 •anto ^ devem aceitar a teoria da ilusão do Supremo (vivarta-vãda). Entre-
C a s o
djj ' aceitemos as potências inconcebíveis do Senhor, poderemos compreen-
0a
sen, Suprema Personalidade de Deus pode aparecer neste m u n d o material
V A M ÇH « ^ « r f ã f tl II a1> B afetada ou contaminada pelos três modos da natureza material.
516 Sri Caitanya-caritãmrta , t A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 517
Aprendemos com os áõstras que existe uma pedra ou jóia, chamada Sua energia inconcebível. Isto também é exposto claramente no
fal, a qual pode transformar ferro em ouro. Embora a pedra filosofal U^^.ffíW (10 8), onde Krsna diz que mattah sarvarh pravartate: " T u d o emana
o ferro em ouro quantas vezes se quiser, ela permanece em sua condi ^ ic- a n s Í 0 r r r
$>fP „ também confirma-se isto no Taittiríya Upanisad. Yato vã imãni bhütãni
Se semelhante pedra material pode manter sua energia inconcebível anc; Sinal 0 0ri
^^"A Suprema Verdade Absoluta é aquilo do que tudo nasce." (Tait. Up.
o r r n a
grandes quantidades de ouro, decerto que a Suprema Personalidade de r j ^ r 0 d u a i
Def semelhante no Mundaka Upanisad (1.1.7), afirma-se que yathoma-
permanecer sob Sua forma sac-àd-ãnanda original após criar o mundo ^ 3-J;). : te grhnate ca: "[O Senhor cria e destrói a manifestação cósmica] como
sr a
deva, acusando-o de erro. Assim, encontram defeitos no Vedãnta-sütra e m erp 'empo, como podem seus corpos grosseiro e sutil. A manifestação cósmica
ca
tam-no para tentar estabelecer a teoria da i l u s ã o . " é falsa, mas está sujeita a transformações pela influência do fator tempo,
dl v a
ota * r á ' é ilusório uma entidade viva aceitar esta manifestação cósmica como
SIGNIFICADO—O primeiro verso do Brahma-sütra é athãto brahmã jijhãsã: A
^
Ijç. P° Próprio para o gozo de seus sentidos. Este m u n d o material é a manifes-
0
devemos indagar acerca da Verdade Absoluta." O segundo verso respon e ^ «a energia material do Senhor. Krsna explica isto no Bhagavad-gitã (7.4):
O I Í
chatamente que janmãdy asya yatah: "A Verdade Absoluta é a fonte ^ O { 0 S -
t u d o . " Janmãdy asya yatah não sugere que a pessoa original tenha Se tran bhümir ãpo 'nalo vãyuh
do. Ao invés disso, indica claramente que Ele produz esta manifestação c khath mano buddhir eva ca
Sri Caitanya-caritãmrta
a d h y a
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 519
-»u, 6
ahahkãra itlyarh me
'faf tvam asi'—jlva-hetu prâdeéika vãkya
bhinna prakrtir astadhã
pranava nã mãni' tare kahe mahã-vãkya
si-és o mesmo; jlva-hetu—para a iluminação da alma condicionada;
O m u n d o material é a energia inferior da Suprema Personalidade de De m a
rial. Os filósofos Mãyãvãdis, destituídos de compreensão verdadeira co fi° 0 1 3 1 6 rf aceitando; tare— isto; kahe—diz; mahã-vãkya—vibração transcendental.
através de malabarismos de palavras, a teoria da ilusão com a teoria da m A
ção cósmica. Pode-se aplicar a teoria da ilusão a uma pessoa que se identifi uÇÃO—" vibração subsidiária tat tvam asi ["és o mesmo"] destina-se à
D
o corpo. A entidade viva é energia superior do Senhor Supremo, e o mundo* ^ reensão da entidade viva, mas, a vibração principal é omkâra. Não se im-
rial é energia inferior. No entanto, ambos são prakrti (energia).Embora as en^ ' 1 '"rt^ndo com o oriikãra, Sahkarãcãrya enfatiza a vibração tat tvam a s i . "
sejam simultaneamente iguais ao Senhor e diferentes dEle, o Senhor j a m a k n ^
Sua forma pessoal não obstante à transformação de Suas diferentes energia/ CNIFICADO— Quem não aceita o pranava, a encarnação sonora transcendental
do santo nome do Senhor, como o princípio mais importante na literatura védi-
3 aceita tat tvam asi como a vibração primária. Jogando com as palavras,
VERSO 174
Jankarãcãrya tentou criar u m a apresentação ilusória da Suprema Personalidade
de Deus em Sua relação com as entidades vivas e com a manifestação cósmica.
' « M a ' ca a ç t a t a r ç - ^ f c a a i
Tjf tvam asi é uma advertência à entidade viva para que não confunda o corpo
« M a t e r . s l a t a w , 5rste,-§e*tí%« n com o eu. Portanto, faf tvam asi destina-se especialmente à alma condicionada.
0 cantar de omkâra ou do mantra Hare Krsna destina-se à alma liberada. Srila Rüpa
'pranava' ye mahâ-vãkya—lévarera mürti
Gosvãmi diz: ayi mukia-kulair upãsyamãnam (Nãmãstaka 1). Assim, as almas liberadas
pranava haite sarva-veda, jagat-utpatti cantam o santo nome do Senhor. Do mesmo modo, Mahãrãja Pariksit diz: nivrtta-
pranava—omkâra; ye—aquilo que; mahã-vãkya—vibração transcendental; ísvarem- basmrupaglyamãnãt (Bhãg. 10.1.4). Podem cantar o santo nome d o Senhor aqueles
da Suprema Personalidade de Deus; mürti—a forma; pranava—omkâra; haite-i que satisfizeram plenamente seus desejos materiais ou que estão plenamente si-
partir de; sarva-veda—toda a literatura védica; jagat—do mundo material. tuados na plataforma transcendental e destituídos de desejo material. Só uma
utpatti—produção. pessoa inteiramente livre da contaminação material pode cantar o nome do Senhor
(tnyâbhilã$itã-éünyam jhâna-karmãdy-anãvrtam). Sahkarãcãrya indiretamente reduz
o valor do mantra védico principal (omkâra) aceitando uma vibração subordinada
T R A D U Ç Ã O — " A vibração transcendental orhkãra é a forma sonora da Suprema (tal tvam asi) como o mantra védico mais importante.
Personalidade de Deus. Esta representação sonora do Senhor Supremo produz
todo o conhecimento védico e esta manifestação cósmica."
VERSO 176
« M a «ri srffsi' s t s a a ^ ç srefatarç 11 v w " def j fya como imaginário, e apontou nele centenas de falhas. Contudo, para
en{ e
05
nida! m o (tnan-manã), tornando-se Seu devoto, adorando-O e sempre
o r e
sarvairaham eva vedyah: o verdadeiro propósito ao se lerem os Vedas é de ap P ° as atividades materiais. É preciso lembrar sempre que todos os textos
a como tornar-se devoto do Senhor Supremo. O próprio Senhor aco -
522 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 523
183
Ver*»
védicos são evidentes por si mesmos. Ninguém tem permissão de im VERSO 182
versos védicos. Se alguém o fizer, estará dando asas à imaginação e • ^ " ^ r ^
I S f 0 n af«r«.Taaa*iTan « r o í caHasrro i
valor algum. ' ão t e m
TRADUÇÃO—"Na realidade, não há falha da parte de Sahkarãcãrya. Ele simpl A B D U Ç Ã O — " O Senhor Siva informou à deusa Durgã, a superintendente d o
mente cumpriu a ordem da Suprema Personalidade de Deus. Ele tinha que i m a
mundo material: 'Na era de Kali, assumo a forma de um brãhmana e explico
ginar alguma espécie de interpretação, e por isso apresentou uma espécie de os Vedas por meio de escrituras falsas de maneira ateísta, análoga à filosofia
literatura védica que é cheia de a t e í s m o . " budista.' "
VERSO 181
SIGNIFICADO—A palavra brãhmana-mürtinâ neste verso refere-se ao fundador da
nlosofia Mãyãvãda, Sahkarãcãrya, que nasceu no distrito de Mãlabara ao sul da
índia. A filosofia Mãyãvãda afirma que o Senhor Supremo, as entidades vivas
a i * cir»r? caa T I * . *&tt i\'d'i\<«M i
r
II
e a manifestação cósmica são todos transformações da energia ilusória. Para apoiar
esta teoria ateísta, os Mãyãvãdis citam escrituras falsas, que tornam as pessoaü
svãgamaih kalpitais tvam ca
destituídas de conhecimento transcendental e viciadas em atividades fruitivas e
janãn mad-vimukhãn kuru
especulação mental.
mãm ca gopaya yena syãt
Este verso é uma citação do Padma Purãna, Uttara-khanda (25.7).
srstir esottarottarã
sva-ãgamaih—com tuas próprias teses; kalpitaih—imaginadas; tvam—tu; ca-
também; janãn—as pessoas em geral; mat-vimukhãn—adversas a Mim e viciadas
em atividades fruitivas e conhecimento especulativo; kuru—faze; mãm—a Mim, VERSO 183
a Suprema Personalidade de Deus; ca—e; gopaya—encobre; yena—através do que;
syãt—possa haver; srsri/í—avanço material; esã— isto; uttarottarã— cada vez mais.
« t V «líFrf cm t a a rafara i
f« «1 fa:ir.a atífe, ç^rl « f % « 11 Í V S n
TRADUÇÃO—"Dirigindo-Se ao Senhor Siva, a Suprema Personalidade de Deus swrri' bhattãcãrya haila parama vismita
disse: 'Por favor, faze a população em geral opor-se a Mim, imaginando tua pró- mukhe nã nihsare vãni, ha-ilã stambhita
-ouvindo; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; haila—ficou; parama—
pria interpretação dos Vedas. Além disso, encobre-Me de tal maneira que vism ta
Pala°' ' ~espantado; mukhe—na boca; na—não; nihsare—vibra; vãni—
pessoas fiquem mais interessadas em avançar na civilização material apenas p rvavt
^s; ha-ilã—ficou; stambhita—atordoado.
propagarem uma população destituída de conhecimento espiritual.
JJ^UÇÀO— Sãrvabhauma Bhattãcãrya ficou muito espantado ao ouvir isto. Ele
«tordoado e não disse nada.
SIGNIFICADO—Esta citação é do Padma Purãna, Utlara-khanda (62.31).
524 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 525
1 8 8
Ver^
VERSO 184 ~.sem interesse por qualquer desejo material; api—decerto; urukrame—à
sn
'«rotaí*»' «ws» i
^as mftim «flaíwa t J V * II dfe CHtCTO «»f ífàGê attp! 5 5 II'
'ãtmãrãma' paryanta kare levara bhãjana éuni' bhattãcãrya kahe, — 'éuna, mahãéaya
aiche acintya bhagavãnera guna-gana ei élokera artha éunite vãnchã haya'
ãtmã-rãma—satisfeitos consigo mesmos; paryanta—até; kare—fazem; fswra éuni'—ouvindo isto; bhattãcãrya kahe— Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse; éuna—
bhãjana—serviço devocional ao Senhor; aiche—tamanhas; acintya—inconcebíveis, por favor, ouve; mahã-ãéaya—meu caro senhor; ei élokera—deste verso; artha—o
bhagavãnera—da Suprema Personalidade de Deus; guna-gana—qualidades significado; éunite—de ouvir; vãnchã— um desejo; haya—há.
transcendentais.
TRADUÇÃO—Após ouvir o verso ãtmãrãma, Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse o se-
T R A D U Ç Ã O — " M e s m o os sábios satisfeitos consigo mesmos prestam serviço de guinte a Sri Caitanya Mahãprabhu: " M e u caro senhor, por favor, explica este
vocional ao Senhor Supremo. As qualidades transcendentais do Senhor são ta- verso, Desejo muito ouvir Tua explicação sobre e l e . "
manhas q u e são plenas de potência espiritual inconcebível."
VERSO 188
VERSO 186
a t £ ^m, - * j p i f % w f <pa, ggfcj « n r , f ^ f a ' i
'HTirratirç spçn fãs TI «fgjpisi i
i t s g «rtfà c^ri f à s f i r r ü II'IW n
prabhu kahe, — 'fumi ki artha kara, tãhã ãge éuni'
ãtmãrãmãé ca munayo pãche ãmi kariba artha, yebã kichu jãni'
nirgranthã apy urukrame PraWiu kahe—o Senhor disse; fumi—tu; ki—que; artha—significado; kara—fazes;
St ; <3 s ( em
kurvanty ahaituklm bhaktim Eu- ^ r ' ° < ' '~ primeiro lugar; éuni'—ouvindo; pãche— depois disso; ãmi—
U
ittham-bhüta-guno harih - situ3 ' toriba—farei; artha—significado; yebã—tudo o que; kichu—algo; /«ni—sei.
atmã-rãmãh—pessoas que sentem prazer em estar transcendentalmen
e i
das no serviço ao Senhor; ca—também; munayah—grandes santos que r e ) ^ e ^ s
D u c
à ° — O Senhor replicou: "Primeiro, deixa-Me ouvir tua explicação. De-
por completo as aspirações materiais, as atividades fruitivas e assim por 15 d s t
' ° , tentarei explicar o pouco que s e i . "
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 527
526 Sri Caitanya-caritãmrta ». . so l 9 3
Veí
M a d h
*HiU, j
~, __Meu caro Bhattãcãrya; jãni—Eu sei; fumi—tu; sãksãt—diretamente;
fl
VERSO 189
^"r—o erudito sacerdote dos semideuses, chamado Brhaspati; s'flsfra-
5 1
0% «ItSrt C 9 H *PFWL AIFSJTA I bP ? '"explicação das escrituras; karite—àe fazer; aiche—tal; kãro—áe ninguém
J ^ Ç i i - n â o há; M f i - p o d e r .
«^«rra-jrs fcfrra fàfài FKM II J M » n
suni' bhattãcãrya éloka karilã vyãkhyãna __Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " M e u caro Bhattãcãrya, és exata-
AO
tarka-éãstra-mata ufhâya vividha vidhãna T R A D
como Brhaspati, o sacerdote do reino celestial. Deveras, ninguém neste
éuni'—ouvindo isto; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; éloka—d "^ndo o poder de explicar as escrituras dessa maneira."
t e m
karilã—fez; vyãkhyãna—explicação; íarte-áãsfra-escriruras que lidam com ^T*.
3 gi
ca; mata—de acordo com; uthãya—levanta; vividha—diversas; vidhãna—^ '
VERSO 192
premissas
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sãrvabhauma Bhattãcãrya começou a explicar o verso tm-
ràma, e, de acordo com os princípios da lógica, levantou diversas premissa*
^51 csrrtro «itcs -cmal « i f è s f f i i II 2>S*11
VERSO 190 fcinfu tumi artha kaile pãnditya-pratibhãya
«rafa»! «wfc^ei *TIWM s\<IP\ i ihã va-i élokera ache ãro abhiprãya
<«fs(' >2rÇ?RS fog S t f l f l II >S>° II tíniu—porém; fumi—tu; artha—significado; kaile—mostraste; pãnditya—erudita;
nava-vidha artha kaila éãstra-mata lahã pmtibhâya—com mestria; ihã va-i—além deste; élokera—do verso; ache—há; ãro—
éuni' prabhu kahe kichu isat hãsiyã outro; abhiprãya—significado.
nava-vidha—nove classes; artha—significados; kaila—fez; éãstra-mata—o princí-
pio de escrituras autorizadas; lahã— adotando; éuni'—após ouvir isso; prabhu-
TRADUÇÃO—"Meu caro Bhattãcãrya, decerto que explicaste este verso com a
Senhor Caitanya; kahe—começou a falar; kichu—algo; fsaf—levemente; hãsiyã-
mestria de tua vasta erudição, porém, deves saber que, além desta explicação
sorrindo.
erudita, há outro significado para este v e r s o . "
«tmaiNjl asfks u k ç *etari irffè «tfc 11 s&aii ^DUÇÃO—A pedido de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, o Senhor Caitanya Mahã-
Ptabhu começou a explicar o verso, sem tocar nas nove explicações dadas pelo
'bhattãcãrya', jãni—tumi sãksãt brhaspati Bh
attãcãrya.
éãstra-vyãkhyã karite aiche kãro nãhi éakti
528 Sri Caitanya-caritãmrta M A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 529
VERSO 1 9 6 VERSO 1 9 8
se diz: muktã api lílayã vigraham krtvã bhagavantam bhajante. (Cc. Madhya^ ^ ^* er podido compreendê-lO e por estar muito orgulhoso de minha própria
Mesmo pessoas liberadas se deixam atrair pelos passatempos do Senh ir ^diçao, cometi muitas ofensas."
e, assim, ocupam-se em serviço devocional. Desde o começo de suas "*
Sukadeva Gosvãmi e os quatro Kumãras, conhecidos como catuhsana eram \ ^ ' %
VERSO 201
dos e auto-realizados na plataforma de Brahman. Não obstante, as qu IH
de Krsna atraíram-nos, e eles ocuparam-se em Seu serviço. Os quatro Kunu^ «irfifswri asfà' c*v*i « ç a «ta«i i
ficaram atraídos pelo aroma das flores oferecidas aos pés de lótus de Krsna" ?*t1 asfàarca «ca « ç a cw* »w 11 $ . 0 11
dessa maneira, tornaram-se devotos. Sukadeva Gosvãmi ouviu o Srimad
Bhâgavatam pela misericórdia de seu pai, Vyãsadeva, em conseqüência do QU ãtma-nindã kari' laila prabhura éarana
sentiu atração por Krçna e tornou-se um grande devoto. Conclusão: a bem- krpã karibãre tabe prabhura haila mana
aventurança transcendental experimentada no serviço ao Senhor deve ser supe- Itma-nindã— auto-acusação; kari'—fazendo; laila—tomou; prabhura—do Senhor;
rior a brahmãnanda, a bem-aventurança derivada da percepção do Brahman junina—abrigo; krpã— misericórdia; karibãre—fazer; fabe—então; prabhura—do
impessoal. Senhor; haila—era; mana—a mente.
quatro braços; pãche—a seguir; éyãma—morena; vaméi-mukha—com uma fl >j*-»tte fcscç «trás «n «itca asfàt«11 *°*s> i
boca; svakiya—pessoal; svarüpa—forma.
éata éloka kaila eka danda nã yãite
TRADUÇÃO—Primeiro, ári Caitanya Mahãprabhu mostrou-lhe a forma de o brhaspati taiche éloka nã pare karite
braços e, então, apareceu perante ele sob Sua forma original de Krsna, corri cem; éloka—versos; kaila—compôs; eka—uma; danda—duração de vinte e
morena e u m a flauta nos lábios. tí0 minutos; nã— não; yãite—passando; brhaspati— Brhaspati, o sacerdote dos
planetas celestiais; taiche— tais; éloka—versos; nã— não; pare—capaz; karite—de
VERSO 204 compor
prabhura krvãya tãhra sphurila saba tattva TRADUÇÃO—Após ouvir os cem versos, ári Caitanya Mahãprabhu alegremente
j^raçou Sãrvabhauma Bhattãcãrya, que ficou logo tomado de amor extático por
nãma-prema-dãna-ãdi varnena mahattva
-"eus e caiu inconsciente.
prabhura—do Senhor; krpãya—pela misericórdia; tãnra—para ele; sp
manifestaram-se; sflfw—todas; tattva—verdades; nãma—o santo nome, -
dana—distribuição de amor a Deus; ãdi—e assim por diante; wjrrierM—< VERSO 208
mahattva—a importância.
« i a s » , , ca«f, ^"*t aaçta i
wfcs, -sita, astca, *fc<9 «fg-*tw afa' n vn
se j
TRADUÇÃO—Pela misericórdia do Senhor, todas as verdades revelar ^ «srw, stambha, pulaka, sveda, kampa tharahari
Sãrvabhauma Bhattãcãrya, que pôde entender, então, a importância nãce, gãya, kãnde, pade prabhu-pada dhari'
o santo nome e distribuir o amor a D e u s em toda parte.
534 ári Caitanya-caritãmrta
. A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 535
d o , vibrando e tremendo. Ora dançava, ora cantava, ora chorava, ó r a * * ^ ' " " 1 1 ç£0—Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: " T u és um devoto. Devido à
v
TRADUÇÃO—Gopinãtha Acãrya disse ao Senhor Caitanya Mahãprabhu: "Senhw. TRADUÇÃO-Sãrvabha u m a Bhattãcãrya disse: " M e u querido Senhor, tens sal-
00m
provocaste t u d o isto em Sãrvabhauma Bhattãcãrya." u n d o inteiro, mas esta não é uma tarefa muito grande. Contudo, também
1
""ü* me salvaste, o que por certo é obra de poderes mui maravilhosos."
VERSO 211
VERSO 214
«fÇ fGSF.,—'igfif * 5 & , ÇSWfJ *W CÇÍ« I
« r f f l MVTCA « J à , « r a t t < * i w 11 Í . Í 8 11
A
536 Sri Caitanya-caritãmrta M
20 liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 537
M a d h
ya-li] a 6
T R A D U Ç Ã O — " E u me tornara obtuso por ler demais tantos livros sobre lrt _ _ 0 sacerdote de lá presenteou-O com guirlandas e prasãda que
ç A 0
Conseqüentemente, tornara-me como u m a barra de ferro. Não obstante Tu J^iam sido oferecidas ao Senhor Jagannãtha. Isto agradou muito a Caitanya
derreteste, e por isso Tua influência é i m e n s a . " iiaháprabriu.
VERSO 218
VERSO 215 cm «Wfffà-íTtêTi at%al i
<8Í% « f à ' Wf«tç fstsr aW «rfèsfl l 58§t5trtS aca «srfèíTl WiíJJS» II ||
VERSO 220
VERSO 217
'krsna' 'krsna' sphufa kahi' bhattãcãrya jãgilã prasãdãnna pãhã bhattãcãryera ãnanda haila
krsna-nãma éuni' prabhura ãnanda bãdila snãna, sandhyã, danta-dhãvana yadyapi nã kaila
r e s t o s d e
krsna krsna—cantando o nome de Krsna; sphuta—distintamente; kahi'—A- íàA- ~
tMS
anna os
alimento; pãhã— obtendo; bhattãcãryera—de
^abhaurna Bhattãcãrya; ãnanda—prazer; haila—houve; snãna—banho; sandhyã—
t IH,
bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; jãgilã— levantava-se da cama- k ^* °;
o santo nome do Senhor Krsna; éuni'—ouvindo; prabhura—do Senhor r*- wfâZLi rnahriais; danta-dhãvana—lavando os dentes; yadyapi—embora; nã— n
Mahãprabhu; ãnanda—prazer; bãdila— aumentou. Concluísse.
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o levantava-se da cama, Sãrvabhauma Bhattàcãrv ri- nçAO— Até aquele momento, o Bhattãcãrya não lavara sequer sua boca, nem
D
tamente cantou: "Krsna, Krsna". O Senhor Caitanya ficou muito satisf • ' S 2Si banho, nem concluíra seus deveres matinais. Não obstante, ficou muito
ouvi-io cantar o santo nome de Krsna. tisfeito de receber a prasãda do Senhor Jagannãtha.
VERSO 2 2 1 VERSO 2 2 4
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya percebeu que Sri Caitanya Mahãprabhu estava do TRADUÇÃO—Pela misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu, erradicou-se toda
lado de fora, e, apressado, foi até Ele e ofereceu orações a Seus pés de lótus. a estupidez da mente de Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Após recitar os seguintes
dois versos, ele comeu a prasãda oferecida a ele.
VERSO 2 2 2
VERSO 2 2 5
na kãla-niyamas tathã
prãptam annarh drutarh éisfair VERSO 229
bhoktavyath harir abravft
na—não; deéa—do país; niyamah—regulação; tatra—nisto; na—não; kãla
tempo; niyamah—regulação; tathã— assim também; prãptam—recebida; ANNÃM *
prasãda; drutam—apressadamente; éistaih—por cavalheiros; bhoktavyam—SER comT
da; harih—o Senhor; abravit—disse. sveda-kampa-asru duhhe ãnande bhâsilã
premãvista hahã prabhu kahite lãgilã
TRADUÇÃO—" ' U m cavalheiro deve comer a prasãda do Senhor Krsna tão logo sveda—transpiração; kampa—tremor; as'rM—lágrimas; duhhe—ambos; ãnande—em
a receba; não deve haver hesitação. Não existem princípios regulativos relacio- bem-aventurança transcendental; bhãsilã—flutuavam; prema-ãvisfa—absortos em
nados a tempo e lugar. Esta é a ordem da Suprema Personalidade de Deus.' " amor extático por Deus; hahã— estando; prabhu—o Senhor; kahite—a falar; lãgilã—
começou.
S I G N I F I C A D O — E s t e s versos são citações do Padma Purãna.
TRADUÇÃO—Enquanto dançavam e se abraçavam, sintomas espirituais
VERSO 227 manifestaram-se em seus corpos. Transpiravam, tremiam e vertiam lágrimas,
e, em Seu êxtase, o Senhor começou a falar.
CfpV Wttgfim Cm siÇíarfsT I
C « W f ã è 5<ÍP1 « f Ç cm\ « H f s H R II H VERSO 230
F I C A D
^^ ° — A p r e s e n t a - s e , aqui, um resumo da meta da perfeição humana. É
t r a n s o r
a cot» P todos os sistemas planetários do universo material, atravessar
r t u r a d
thgj o universo e alcançar o m u n d o espiritual, conhecido como Vaikun-
3 S a c u n n a l C a s s a o a n e t a
dui-jane dhari' duhhe karena nartana ^dos ^ ^ ^ ' '°' pl s espirituais plenos d e variedade, locali-
na
prabhu-bhrtya duhhã sparse, dohhãra phule mana refulgência corpórea impessoal do Senhor, conhecida como brahmajyoti.
542 Sri Caitanya-caritãmrta .. „ 23S
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 543
Madh
Ver*"
ya-iü 4i 6
companheiros eternos. tíveiro este devido ao conceito corpóreo de vida. Despedaçaste os grilhões da
ÜL-rzia ilusória."
VERSO 234
VERSO 231
wrfir ^•arfà-capstj c*m csfitü a* i
« n f * cata •(íf
«<«%ria i
cw-aí ^fla' c^cei «titw w«i n" * « 8 n
itá^lcaa cm W«WtW ftTta II n
á/7 krsna-prãpti-yogya haila tomara mana
O/i mora pürna nai/a sarca abhilãsa veda-dharma lahghi' kaile prasãda bhaksana"
sãrvabhaumera haila mahã-prasãde viévãsa iji—hoje; ktsna-prãpti—para alcançar os pés de lótus; yogya—apta; haila—tornou-
ãji—hoje; mora—Meus; pürna—satisfeitos; naíTa—ficaram; sara?—todos; abhüSsa- se; tomara—tua; mana—mente; veda—dos quatro Vedas; dharma—os princípios;
desejos; sãrvabhaumera—áe Sãrvabhauma Bhattãcãrya; haila—houve; mahi- toigW—superando; toife—fizeste; prasãda—os restos do alimento oferecido a Krçna;
prasãde—nos restos do alimento do Senhor; viévãsa—fé. bhaksana—comendo.
VERSO 232
VERSO 235
HIHP «Jà frota» C Ç * T Í fajtaa i caat* a «tara. tatwíre!
?a» *ur% fsrctcfr estai tm Am II ^ n aaraiatfàtetm aft fttoíNi i
ãji tumi niskavate hailã krsnãéraya cs ^?tafe^af% 5 caaaTan
krsna ãji niskavate tomã haila sadaya fcaatt aaTçfàfoít: ipplíasr.fj" i
ãji—hoje; fumi—tu; niskapa\e—sem dúvida; hailã—te tornaste; krsna-ãéraya—so
o refúgio do Senhor Krsna; krsna—Senhor Krsna; ãji—hoje; niskavate—sem reser-
yesãni sa esa bhagavãn dayayed anantah
vas; tomã—para contigo; haila—tornou-Se; sa-daya—muito misericordioso.
sarvãtmanãérita-pado yadi nirvyaltkam
te dustarãm atitaranti ca deva-mãyãm
T R A D U Ç Ã O — " N a verdade, hoje te refugiaste indubitavelmente aos pés de létus naisãm mamüham iti dhth éva-érgãla-bhaksye
0
de Krsna, e Krsna, sem reservas, tornou-Se muito misericordioso para conbg - ^ycsffm—àqueles que são almas plenamente rendidas; sah—Ele; esah—isto;
^gavãn—a Suprema Personalidade de Deus; dayayet—pode mostrar misericór-
VERSO 233 • «nanfa/j—o ilimitado; sarva-ãtmanã— plenamente, sem reservas; ãérita-paàah—
es u e
«tffãr CA aRs^ csrata cíçtrl-a^ü i 1 se refugiam no Senhor; yadi—caso; nirvyaltkam—sem duplicidade; ffi—
Pessoas; dustarãm—intransponível; atitaranti—atravessam; ca—também;
«ufàr ffà fça c^c*i siiafa a«a n n
544 Sri Caitanya-caritãmrta A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 545
li
M a d h
y»-iii ,, â Vers"
deva-mãyãm—aenergia material ilusória; na—não; esãm—isto; marnaaha Os sannyãsis Mãyãvãdis não purificam sua inteligência, mente e ego, em
do c u e n a o
e " e u " ; /fí—tal; dhih—inteligência; éva-érgãla-bhaksye—no corpo, q u7~ eu' m
"""«iüência l P°dem ocupar-se n o serviço a o Senhor, nem contar
comido por cães e chacais. Para se, C" misericórdia imotivada do Senhor. Embora se elevem a uma posição muito
^ mediante a prática de rigorosas austeridades e penitências, ainda assim,
TRADUÇÃO—" ' Q u a n d o alguém se refugia sem reservas aos pés de alw •n no mundo material sem a bênção dos pés de lótus do Senhor. Às vezes,
prema Personalidade de Deus, o ilimitado e misericordioso Senhor co' * US d
m_se à refulgência do Brahman, mas, como suas mentes não se purificaram
Sua misericórdia imotivada. Assim, pode ele atravessar o intransponível e^ letamente, são obrigados a retornar à existência material,
da ignorância. Aqueles cuja inteligência fixa-se no conceito corpóreo —- ° ° C e i n
n karrnis estão sob total influência do conceito corpóreo de vida, e os jiiãnis,
d o : " E u sou este c o r p o " — são alimento adequado para cães e chacais"***"" hora teoricamente compreendam que não são o corpo, também não têm infor-
pessoas o Senhor Supremo não concede jamais Sua misericórdia.' " âo sobre os pés de lótus do Senhor, pois enfatizam excessivamente o imper-
rialismo. Logo, tanto os karrnis quanto os jiiãnis são inaptos para receberem a
SIGNIFICADO—O Senhor Supremo jamais concede Sua bênção àqueles misericórdia do Senhor e tornarem-se devotos. Portanto, Narottama dãsa Thãkura
fixam n o conceito corpóreo. Como afirma claramente o Bhagavad-gitã (18 66)* ^ q u e jhãna-kãnda karma-kãnda, kevala visera bhãnda: aqueles que adotaram os pro-
cessos de karma-kãnda (atividades fruitivas) e jhãna-kãnda (especulação sobre a ciên-
sarva-dharmãn parityajya da da transcendência) simplesmente comeram de panelas envenenadas. Estão
mãm ekani sarariam vraja
condenados a permanecer na existência material, vida após vida, até que se refu-
aham tvãrh sarva-pãpebhyo
giem aos pés de lótus de Krsna. Confirma-se isto n o Srimad Bhagavad-gitã (7.19):
moksayisyãmi mã éucah
amigo do Senhor e sarvãtma-nivedana, entregar-se plenamente aos r>& sciéncia de Krsna. Abandonando atividades pecaminosas — sexo ilícito, con-
do Senhor — estes são os nove processos devocionais. O Néctar d ^ ' ' Ó ü s ,C
° y de carne, intoxicação e jogo de azar — e seguindo estritamente os preceitos
1 n ( i a
expande-os em sessenta e quatro itens. Quando Sãrvabhauma Bhattãcârv ^ ° Idos P ° el
Pm e s t T £ ? e s
' i r i t u a 1 e l e s s e
purificam de toda a contaminação. Portanto,
tou ao Senhor qual era o item mais importante, Sri Caitanya *íem ocupar-se plenamente e m serviço devocional ao Senhor,
1
imediatamente respondeu que o item mais importante é cantar os santos^^' " ^esta era de Kali, hari-kirtana é muitíssimo importante. Declara-se, nos seguintes
n 0 n , e s
do Senhor — Hare Krsna, Hare Krsna, Krsna Krsna, Hare Hare/ Hare Rãm -1* do Srimad-Bhãgavatam, a importância de cantar o santo nome do Senhor:
3
Rama, Rama Rama, Hare Hare. Então, Ele citou o seguinte verso do Br/ian" -
D Í! 0 kaler dosa-nidhe rãjann
Purãna (Trigésimo Oitavo Capítulo, verso 126) para corroborar Sua afirrn' '-'
asti hy eko mahãn gunah
kirtanãd eva krsnasya
VERSO 242
mukta-sahgah param vrajet
pecaminosas estão erradicadas por completo e que estão livres da duali VERSO 244
ilusão ocupam-se em Meu serviço com determinação." Às vezes, as pessoas
surpresas de ver rapazes e moças adotarem tão seriamente o movimen cit%r«itçf*f aw,—*«rit*i ci ^ím i
«», esfria c i l i i ' 5.88 I I
550 Sri Caitanya-caritãmrta M
wadh
ya-lilã, ^ 2 4 9 A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 551
6
Mahãprabhu e tornou-se um devoto perfeito. Dessa maneira, salvou-se do grande tusfye—com satisfação; prabhu—o Senhor; kaila—fez; ãlingana—abraço; kahilã—
abismo do impersonalismo. disse; yãhã— indo; karaha—faze; iévara daraéana—visita ao templo do Senhor
Jagannãtha.
VERSO 245
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu ficou muito satisfeito com esta humilde
declaração. Após abraçar o Bhattãcãrya, Ele disse: "Agora, vai ver o Senhor
«èrstaasc* *tca ^tâ' «wattra i Jagannãtha, no t e m p l o . "
tfSftft TOS «tf f*f1 Cm fvMTCSt II *8<t II VERSO 248
bhattãcãrya kahe tãhre kari' namaskãre
tomara sambandhe prabhu krpã kaila more
bhattãcãryakahe—Sãrvabhauma Bhattãcãrya replicou; tãhre—a Gopinãtha Acãrya; a c a w f à n «líSN sr-nati cffaal 11 * 8 v «
kari'—fazendo; namaskãre—reverências; tomara sambandhe—devido à tua relação,
jagadananda dãmodara,—dui sahge lahã
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; krpã— misericórdia; kaila—mostrou; mor*-*
ghare ãila bhattãcãrya jagannãtha dekhiyã
mim.
jagadananda—chamado Jagadananda; dãmodara—chamado Dãmodara; dui—duas
f^soas; sahge—com ele; lahã— levando; ghare—para sua casa; á/7a—regressou;
™í(*ârya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; jagannãtha—o Senhor Jagannãtha;
TRADUÇÃO—Prestando suas reverências a Gopinãtha Acãrya, o Bhattãcãrya ^ « W - a o ver, no templo.
" C o m o estou relacionado contigo e como és um devoto, por tua misenc
o Senhor mostrou-me Sua misericórdia." ^ O U Ç Ã O — A p ó s visitar o templo do Senhor Jagannãtha, Sãrvabhauma Bhattã-
a
^ regressou a casa com Jagadananda e Dãmodara.
VERSO 246
VERSO 249
^fà-jrçfBfsias, «ttfa I
«ratvf AWS «rf fswrt i
«tf. 9?t1 cm catca errata mcn«%.8i> II
t>srfã«l-çic<3 sfe m\ JIOT twi 11
552 Sri Caitanya-caritãmrta ^ A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 553
dhy . a l i u
2 5 4
Verso
uttama uttama prasãda bahuta ãnilã • r a das mãos de Jagadananda antes que este pudesse entregá-la a Sri
nija-vipra-hãte dui janã sahge dilã i a h a r a b h u
S E * » * p -
uttamauttama—de primeiríssima classe; prasãda—restos do alimento
a Jagannãtha; bahuta—em grande quantidade; âniía—trouxe; nija-vinra A * 'o erec (
VERSO 252
_... _ i. „ i • t - - ' t"u—ae seu p - ' eu f
prio servo brãhmana; hãte—na mão; dui—duas; janã— pessoas- sane P ó-
diTa-deu. ' ^-«m | . e e
sfc catas arfet-ffccs fàrfaai atfàsr i
« c a «rtwtiwf táfT «fçca* p f ^ i fwr II n
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya trouxe grandes quantidades dos restos do ex
alimento abençoado pelo Senhor Jagannãtha. Ele deu toda essa prasãda ^ dui éloka bãhira-bhite likhiyã rãkhila
próprio servo brãhmana, b e m como a Jagadananda e a Dãmodara. * S U
tabe jagadananda patrí prabhuke lahã dila
áui—dois; éloka—versos; bãhira—externa; bhite—na parede; likhiyã—escrevendo;
VERSO 250 ^/H/IÍ—guardou; íafc—depois disso; jagadananda—Jagadananda Prabhu; patrí—a
folha de palmeira; prabhuke—ao Senhor; lahã— levando; dila—entregou.
'«ffcas ft>3' a f a ' fã?! WStifTíl^-ÇtCS II \<t" || TRADUÇÃO—Então, M u k u n d a Datta copiou os dois versos na parede externa do
quarto. Depois disso, Jagadananda pegou a folha de palmeira de Mukunda Datta
m/a fcrte d«i éloka likhiyã tãla-pãte e enfregou-a ao Senhor Caitanya Mahãprabhu.
'prabhuke diha' bali' dila jagadãnanda-hãte
ele; krta—compostos; dui—dois; éloka—versos; likhiyã—escrevendo; tala-
nija—por VERSO 253
pãte—na folha de uma palmeira; prabhuke diha—dá ao Senhor Sri Caitanva
Mahãprabhu; bali'—dizendo isto; dila—entregou-a; jagadãnanda-hãte—nas mãos de «H otp* *tf?' *fa ftRm cVftm i
Jagadananda. f s c s i crft' J T ? csffas a*c4 « * < M > II
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sãrvabhauma Bhattãcãrya compôs dois versos na tolha de prabhu éloka padi' patra chindiyã phelila
u m a palmeira. Dando a folha de palmeira a Jagadananda Prabhu, solicitou-lhe bhittye dekhi' bhakta saba éloka kanthe kaila
que a entregasse a Sri Caitanya Mahãprabhu. prabhu—oSenhor; éloka—versos; padi'—lendo; p a t r a — a folha de palmeira;
chindiyã—rasgando em pedaços; phelila—atirou; bhittye—na parede externa;
VERSO 251 dekhi'—vendo; bhakta—os devotos; saba—todos; éloka—versos; kanthe—no pesco-
ço; kaila—guardaram.
caç-fícü «rfori sfc* csmtw-itt ^i i
TRADUÇÃO—Assim que o Senhor Caitanya Mahãprabhu leu os dois versos, ime-
f g * f« t i r fswi « t a çfrs *rt«qjl n *.<t > n diatamente rasgou a folha de palmeira. Contudo, todos os devotos leram estes
v
T R A D U Ç Ã O — E m seguida, Jagadananda e Dãmodara regressaram a ári ^ - ^ | ait éiksãrtham ekah purusah purãnah
uJ
a l m e i r a érí-krsna-caitanya-éarira-dhãrí
Mahãprabhu, trazendo-Lhe tanto a prasãda quanto a folha de P ".'j,, de f
krpãmbudhir yas tam aham prapadye
haviam sido compostos os versos. Porém, M u k u n d a Datta tomou a to
Sri Caitanya-caritãmrta ^ g6 A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 555
0
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ya-lil â
Ver»
vairãgya—desapego de tudo que não ajude a desenvolver a consciénci t^^oo—Como afirma o Bhagavad-gitã (4.7):
vidyã—conhecimento; nija—próprio; bhakti-yoga—serviço devoc'
yadã yadã dharmasya
artham—só para ensinar; ekah—a pessoa única; purusah—a P o „ ~ ^Stf- P 0
u rerr glãnir bhavati bhãrata
purãnah—antiga, ou eterna; éri-krsna-caitanya—da Senhor Sri Krs P iíi
< aÍtanya
abhyutthãnam adharmasya
éarira-dhãri— aceitando o ocorpo;
Mahãprabhu; éarira-dhãri—aceitando corpo;krpã-ambudhih—o o c e a dn o ]' ^ " ^
oceano
krpã-ambudhih—o c
tadãtmãnarh srjãmy aham
ricórdia transcendental; yah—quem, tam—a Ele; aham—eu; prapadve— ' 6 m i s e
y rne•renH„rendo ore e onde quer que haja um declínio na prática religiosa, ó descendente
T R A D U Ç Ã O — " Q u e eu me refugie na Suprema Personalidade de Deus Sn K " Bharata, e uma ascenção predominante de irreligião — nesse momento, Eu
que desceu sob a forma do Senhor Caitanya Mahãprabhu para ensinar nróprio desço."
S
conhecimento verdadeiro, o Seu serviço devocional e o desapego de tudo ° ° 0 aparecimento de Caitanya Mahãprabhu foi nas mesmas circunstâncias. Sri
não promova a consciência de Krsna. Ele desceu porque é um oceano de I ^ Caitanya Mahãprabhu apareceu neste m u n d o como uma encarnação de Krsna
córdia transcendental. Que eu me renda a Seus pés de l ó t u s . " disfarçada, mas, no Srimad-Bhãgavatam, no Mahãbhãrata e em outras escrituras védi-
cas confirma-se o Seu aparecimento. Ele apareceu para ensinar as almas caídas
nes'te mundo material, pois, nesta era de Kali, quase todos estão apegados a ativi-
SIGNIFICADO—Este verso e o verso seguinte estão incluídos no Caitanya-candmdav dades fruitivas e ritualísticas e à especulação mental. Conseqüentemente, há uma
nãtaka (6.74) d e Sri Kavi-karnapura. grande necessidade de reviver o sistema de serviço devocional. O próprio Senhor
desceu pessoalmente disfarçado como devoto de modo que a população caída
VERSO 255 pudesse aproveitar-se de Seu exemplo.
Na conclusão do Bhagavad-gitã, o Senhor Krsna aconselha plena rendição a Ele,
prometendo toda a proteção a Seu devoto. Infelizmente, as pessoas são tão caídas
si I 5?F3FA »I f I I i que não podem aceitar as instruções do Senhor Krçna; portanto, Krsna retornou
coma mesma missão, mas executou-a de maneira diferente. Ao vir como o Senhor
Sii Krsna, a Suprema Personalidade de Deus, mandou que nos rendêssemos a
He, mas, ao vir como o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, ensinou-nos a como
nos rendermos a Krsna. Por isso, Ele é louvado pelos Gosvãmls: namo máhã-
kãlãn nastam bhakti-yogarh nijam yah vaáânyãya krsna-prema-pradãye te. O Senhor Sri Krsna é sem dúvida a Personalidade
prâduskarturh krsna-caitanya-nãmã. de Deus, mas Ele não é tão magnânimo quanto Sri Caitanya Mahãprabhu. O
ãvirbhütas tasya pâdãravinde Senhor Krsna simplesmente mandou que nos tornássemos Seus devotos ( m a n -
gãdham gãdham liyatârh ciita-bhrhgah manã bhava mad-bhaktah); Sri Caitanya Mahãprabhu, porém, realmente ensinou
kãlãt—por abuso das*propensões materiais e por apego às atividades fhiitwas o processo de consciência de Krsna. Se alguém quiser tornar-se devoto de Krsna,
e ao conhecimento especulativo no transcurso do tempo; nastam—destruída; bhakti- deverá em primeiro lugar refugiar-se aos pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu,
y o g a m — a ciência do serviço devocional; nijam—que é aplicável apenas a Ele; yah~ seguindo os passos de Sãrvabhauma Bhattãcãrya e outros grandes devotos.
aquele que; prãduskartum—para reviver; krsna-caitanya-nãmã— chamado Senhor n
Krsna Caitanya Mahãprabhu; ãvirbhütah—que apareceu; tasya—Seus; p"^ VERSO 256
aravinde—nos pés de lótus; gãdham gãdham—mui profundamente; liyatãm—q ue
S e m p r e
proclamarão seu nome e fama tão alto quanto um tambor estrondoso ' te ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ãilã— veio; namaskãra kari'—após pres-
S l e s
tornaram-se colares de pérola em volta do pescoço de todos os devotos' ' ^ «veraneias; éloka—um verso; padife lãgilã— começou a recitar,
e v
lar r
VERSO 257 -BADUÇÃO— C e r t o
' Sãrvabhauma Bhattãcãrya veio ter com Caitanyad i a
VERSO 260
- 0
SIGNIFICADO—Ao ler este verso do Srimad-Bhãgavatam ( 1 0 . 1 4 . 8 ) Sãrv jUflCADO " Brahmãnda Purãna diz:
Bhattãcãrya m u d o u a forma original de mukti-pade para bhakti-pad' M u ^ ^ e
V t n i
S , n f i c a siddha-lokas tu tamasah
prestar transcendental serviço à Suprema Personalidade de Deus. Por ter | ^ ' c
Senvo1 pare yatra vasanti hi
vido serviço devocional puro, o Bhattãcãrya não gostava da palavra m t "
siddhã brahma-sukhe magna
que se refere ao aspecto de Brahman impessoal do Senhor. No entanto
6 daityãé ca harinã hatãh
estava autorizado a mudar n e n h u m a palavra do Srimad-Bhãgavatam, como
3
cará Sri Caitanya Mahãprabhu. Embora em seu êxtase devocional o Bhattâc-' ''
3
tivesse m u d a d o uma palavra, Sri Caitanya Mahãprabhu não aprovou i s t o ^
Em Siddhaloka [Brahmaloka] vivem duas classes de entidades vivas — aquelas
foram mortas pela Suprema Personalidade de Deus por terem sido demônios
VERSO 2 6 2
suas vidas anteriores e aquelas que gostam muito de gozar da refulgência im-
uessoal do Senhor." A palavra tamasah significa " a s coberturas do universo".
Ornadas de elementos materiais cobrem o universo, e, do lado de lá destas co-
'«ÍWIOT' C^IA «fç, fãs çspsfà -erWa« ^ N berturas, está a refulgência do Brahman impessoal. Caso alguém esteja fadado
a permanecer na refulgência impessoal do Senhor, ele perde a oportunidade de
prabhu kahe, 'mukti-pade'—ihã pãtha haya
prestar serviço à Personalidade de Deus. Portanto, os devotos consideram que
'bhakti-pade' kene pada, ki tomara ãéaya
permanecer na refulgência do Brahman impessoal é uma espécie dé punição. As
prabhu kahe—o Senhor disse; mukti-pade—a palavra "mukti-pade"; ihã— esta- vezes, certos devotos pensam em fundir-se na refulgência do Brahman, em conse-
pãtha—a leitura; haya—é; bhakti-pade—"bhakti-pade"; kene—por que; poda—leste; qüência do que são promovidos a Siddhaloka. Devido à sua compreensão impes-
ki—qual; tomara—tua; ãéaya—intenção. soal, eles são realmente punidos. Sãrvabhauma Bhattãcãrya continua a explicar
a distinção entre mukti-pada e bhakti-pada nos versos seguintes.
a r a , f r s f c * irtspo $ 1 « ' « r * t t I
g m - T r ç j w i csz® ttàfittfgj f w n r 11 n
'sãlokyãdi' cãri yadi haya sevã-dvãra
tabu kadãcit bhakta kare ahgikãra brahme, iévare sãyujya dui ta' prakãra
cas0
sãlokya-ãdi—começando com sãlokya; cãri—quatro classes de liberação; yadi— ' brahma-sãyujya haite iévara-sãyujya dhikkãra
haya—sejam; sevã-dvãra—meios de prestar serviço ao Senhor; tabu—ainda assini' t>ra>! _ refulgência do Brahman; iévare—no corpo do Senhor; sãyujya—
me na
kadãcit—de vez em quando; bhakta—o devoto puro; kare—faz; ahgikãra—acei aç ""•"dir-se; dui—duas; fa'—na verdade; prakãra—variedades; brahma-sãyujya—fundir-
na refulgência do Brahman; haite—do que; iévara-sãyujya—fundir-se no corpo
0
Senhor; dhikkãra—mais abominável.
T R A D U Ç Ã O — " H a v e n d o oportunidade de servir à Suprema Personalidade
Deus, o devoto p u r o às vezes aceita as formas de liberação sãlokya, sa IÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya continuou: "Existem duas classes de
sãmipya ou sãrsti, mas sãyujya, n u n c a . " a-mukti: fundir-se na refulgência do Brahman e fundir-se no corpo pessoal
Sri Caitanya-caritãmrta . A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 563
M
«dhy . a i l | a
do Senhor. Fundir-se no corpo do Senhor é ainda mais abominável do [ ni Seu serviço a despeito de O conhecerem, e, assim, a posição deles
se e
s
se em Sua refulgência." ' t U e
^«di,. W^fa ma' abominável do que a daqueles que desejam fundir-se na refulgência
JM"? n Estes yogis meditam na forma do Senhor Visnu de quatro braços a
o r
SIGNIFICADO—Segundo a opinião dos Vedãntistas Mãyãvãdis, o êxito final * Ae fundir-se em Seu corpo. O sistema de Patanjali descreve a forma do Senhor
1
dade viva é fundir-se no Brahman impessoal. O Brahman impessoal ou '- d a e n t
fi" fl^karma-vipãkãáayair aparãmrstah purusa-viéesa isvarah: "A Suprema
cia corpórea do Senhor Supremo, é conhecido como Brahmaloka ou S ' n ! « ^ ^ ' n
J^nalidade de Deus é uma pessoa que não participa de uma vida material mi-
^Ey
Segundo o Brahma-sarhhitã (5.40), yasya prabhã prabhavato jagad-anda-kofi'
o s
sos materiais são gerados a partir dos raios do corpo da Suprema Perso ^VA*'
de Deus. Os yogls que seguem os princípios de Patanjali aceitam a Person VA^
•
*\ncsim " Os yogis aceitam a eternidade da Pessoa Suprema em seu mantra, sa
api guruh kãlânavac chedãt: "Semelhante pessoa é sempre suprema e o
nto tempo não a influencia." Portanto, os seguidores do sistema de Patan-
da Verdade Absoluta, mas querem fundir-se no corpo transcendental do s' Ijaceitam a eternidade da Suprema Personalidade de Deus, todavia, segundo
Supremo. Este é o desejo deles. Por ser a autoridade máxima, o Senhor Sun °' jjs- purusârtha-éünyãnãm pratiprasavah kaivalyam svarüpa-pratisthã vã citi-saktir iti.
pode facilmente permitir que muitos milhões de entidades vivas fundam-se" Egm que, na fase de perfeição, destrói-se a concepção de Segundo a purusa.
Seu corpo. A Suprema Personalidade de Deus, Bhagavãn, é a origem de tua™ descrição deles: citi-saktir iti. Acreditam que, ao aperfeiçoar-se, ninguém pode
e Sua refulgência corpórea é conhecida como hrahmajyoti, Brahmaloka ou Siddha
loka. Assim, Brahmaloka ou Siddhaloka é um local onde muitas entidades vivas
semelhantes a centelhas e partes integrantes do Senhor Supremo se reúnem Por
permanecer uma pessoa. Portanto, este sistema de yoga é abominável, pois sua
concepção final é impessoal. No começo, estes aceitam a Suprema Persona-
jáadede Deus. mas, finalmente, abandonam esta idéia a fim de se tornarem im-
yogis
não desejarem manter suas existências individuais, estas entidades vivas são com- pessoais. Eles são muito desventurados, pois, embora tenham um conceito pessoal
binadas e permite-se-lhes permanecer em Brahmaloka assim como as muitas partí- da Verdade Absoluta, negam-se a prestar serviço devocional ao Senhor e, assim,
culas atômicas de brilho solar que emanam do sol. caem de novo no m u n d o material. O Srimad-Bhãgavatam (10.2.32) apoia isto.
Jlnihya-krcchrena param padath tatah patanty adho 'nãdrta-yu$mad-ahghrayah: por
O termo siddha é muito significativo. Siddha refere-se a quem compreendeu a reful-
menosprezarem os pés de lótus do Senhor, estes yogis caem novamente na exis-
gência do Brahman e tem perfeito conhecimento de que a entidade viva não é um
tência material (patanty adhah). Conseqüentemente, este caminho de yoga é mais
átomo material, mas sim uma centelha espiritual. O Bhagavad-gitã descreve esta com-
abominável do que o caminho dos impersonalistas. O Senhor Kapiladeva também
preensão como brahma-bhüta. No estado condicionado, a entidade viva é conhecida
apoia esta conclusão no seguinte verso do Srimad-Bhãgavatam (3.29.13).
como jiva-bhüta, ou " a força viva dentro da matéria". Permite-se às entidades vivas
brahma-bhüta que permaneçam em Brahmaloka ou Siddhaloka, mas, infelizmente,
elas às vezes caem outra vez no mundo material por não estarem ocupadas em serviço VERSO 270
devocional. O Srimad-Bhãgavatam (10.2.32) confirma isto: ye nye 'ravindãksa. Estas
almas semi liberadas falsamente afirmam ser liberadas, mas, a menos que se ocupem
em serviço devocional ao Senhor, ainda estão contaminadas pela matéria. Portanto,
descrevem-se estas entidades vivas como vimukta-mãninah, significando que elas fal- sãlokya-sãrsti-sãmipya
samente se consideram liberadas embora sua inteligência ainda não esteja purificada. sãrüpyaikatvam apy ata
Apesar de tais entidades vivas praticarem rigorosas austeridades para elevarem* diyamãnarh na grhnanti
à plataforma de Siddhaloka, não podem permanecer lá perpetuamente, pois estão vinã mat-sevanam janãh
desprovidas de ãnanda (bem-aventurança). Muito embora estas entidades vivas alcan- liberação de viver no mesmo planeta que o Senhor; sãrsti—ter opulên-
sãlokya—a
cem a fase debrahma-bhüta e percebam a Suprema Personalidade de Deus atrav exatamente como aquelas do Senhor; sãmipya—associar-se sempre com o
de Sua refulgência corpórea, não obstante, caem por negligenciarem o serviço ao ^rüior; sãrüpya—obter um corpo como o do Senhor; ekatvam—fundir-se no corpo
Senhor. Elas não utilizam adequadamente o pequeno conhecimento que tenh Senhor; api—embora; uta—se diga; diyamãnam—sendo oferecidas; nu—não;
adquirido sobre a Suprema Personalidade de Deus. Não alcançando ãnanda, ou oem wnanti—aceitam; vinã— sem; mat—Meu; sevanam—serviço; janãh—os devotos
aventurança, descem ao mundo material para desfrutar. Por certo que isto é u Puros.
queda para quem é realmente liberado. Os bhaktas consideram tal queda eqüivale
a alcançar um lugar no inferno.
2*DUÇÃO— Sãrvabhauma Bhattácãrya concluiu: " 'Mesmo que se ofereçam ao
i u n d r s e
O s seguidores d o sistema de yoga de Patanjali realmente querem j ' a n 1 •* s t° * ' U r 0 t o d a s as
espécies de liberação, ele não as aceita. Ele está plenamen-
corpo da Suprema Personalidade de Deus. Isto mostra que eles nao dese) •eito ocupado a serviço do Senhor.' "
564 Sri Caitanya-caritãmrta , 7 6 A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya 565
M a d
hya-| i u 6
V 'ers°
VERSO 271 dui-arthe 'krsna' kahi, kene pãtha phiri
sãrvabhauma kahe,—o-pãtha kahite nã pari
d u a s
J jjrthe-p '01
interpretações; krsna—Senhor Sri Krçna; kahi—Eu aceito;
e ã h
..-por qu ' P t "—leitura; phiri—mudando; sãrvabhauma kahe—Sãrvabhauma
^icou; o-pãtha-ta\ leitura; kahite-àe dizer; na—não; pari—sou capaz.
prabhu kahe, — 'mukti-pade'ra ãra artha haya
mukti-pada-éabde 'sãksãt iévara' kahaya TRADUCÃO— "Como posso compreender Krçna de acordo com estes dois signi-
1
prabhu k a h e — o Senhor disse; mukti-padera—do termo "mukti-pade"; ãra— dos"- disse Caitanya Mahãprabhu, " q u e necessidade há de mudar o verso?"
artha—significado; haya—há; mukti-pada-sabde—pela palavra "mukti-pada"- sáfc ^ ^rvabháuma Bhattãcãrya replicou: " E u não fui capaz de fazer esta leitura do
diretamente; levara—a Suprema Personalidade de Deus; kahaya—diz-sé ~~ verso."
VERSO 274
T R A D U Ç Ã O — O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: "A palavra 'mula
p a d e ' tem outro significado. Mukti-pada refere-se diretamente à Suprema P et
s
Wf»t (rstft? W <£Í « T F * f5B I
sonalidade d e D e u s . " <5«ttf*i ^fjrl-OT ÍW «1 Tfl II «
VERSO 272
yadyapi tomara artha ei éabde kaya
tathãpi 'ãélisya-dose' kahana nã yãya
fàs^i s m * m « f ' ^ f o a ' imam II w II yadyapi—embora; tomara—Teu; artha—significado; ei—este; éabde—pela palavra;
loyü-diz-se; tathãpi—ainda assim; ãéli$ya-dose—pelo defeito da ambigüidade;
mukti pade yãhra, sei 'mukti-pada' haya kahana—dizer, na—não; yãya—possível.
kimvã navama padãrtha 'muktira' samãéraya
mukti—liberação; pade—aos pés de lótus; yãhra—de quem; sei—semelhante pes- TRADUÇÃO—"Embora Tua explicação seja correta, não se deve usá-la, pois há
soa; mukti-pada haya—é conhecida como mukti-pada; kimvã— ou; navana—nono; pada- ambigüidade na palavra ' m u k t i - p a d a ' . "
arffta—assunto; muktira—da liberação; samãéraya—abrigo.
VERSO 275
T R A D U Ç Ã O — " T o d a s as classes de liberação existem sob os pés da Suprema Per-
sonalidade de Deus; portanto, Ele é conhecido como mukti-pada. Segundo outro
significado, mukti é o nono assunto, e a Suprema Personalidade de Deus é o «fpsosj aro «vrrçcsrt' « t ô r à 11 v w 11
abrigo da liberação."
yadyapi 'mukti'-éabdera haya pahca vrtti
rüdhi-vrttye kahe tabu 'sãyujye' pratiti
SIGNIFICADO—O Senhor Sri Krçna também é conhecido como Mukunda, ou yodyavi—embora; mukti—liberação; éabdera—da palavra; haya—haja; pahca vrtti—
Aquele que dá bem-aventurança transcendental por oferecer toda espécie de mukti- ^eo sentidos; ríidhi-vrttye—pelo sentido principal ou direto; kahe—diz; tabu—
e s c
O Srimad-Bhãgavatam divide-se em doze cantos, sendo que o Nono Canto d " ^ an
d a assim; sãyujye—de tornar-se uno com o Supremo; pratiti—a concepção.
diferentes classes de mukti. Porém, o Décimo Canto é o verdadeiro centro de to a-
as discussões de mukti, pois a Personalidade de Deus, Sri Krsna, que é o décima ^"ADUÇÃO— "Embora a palavra ' m u k t i ' se refira às cinco classes de liberação,
assunto discutido no Srimad-Bhãgavatam, é o assunto exclusivo do Décimo c. c i m e n t e seu sentido direto transmite a idéia de alguém tornar-se uno com
Já que todas as classes d e muktis residem aos pés de lótus de Sri Krçna, po 0
Senhor."
chamá-lO de mukti-pada.
VERSO 276
VERSO 273
S í l - « r r . « f * f % , ç^z* »ttfc f > f à i
TpíceTíi a ^ , — « - t i f c a s f ç r o «n *tt fà ii ^ - s n
566 Sri Caitanya-caritãmrta .
M a d h
ya-i, u (
A liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya
VERSO 280
VERSO 277
«fiai fTcn <«iT*fare-*iw i
« l l F f r t cm afç» ç ? «rt f»m w « v » i 11 « f ç c * w T f a i - * i w « , a c w a s W li * > - •
éuniyã hãsena prabhu ãnandita-mane
bhattãcãryera vaisnavatâ dekhi' sarva-jana
bhattãcãrye kaila prabhu drdha ãlihgane
prabhuke jãnila—'éãksãt vrajendra-nandana'
éuniyã—ao ouvir esta explicação; hãsena—ri; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu
bhattãcãryera—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; vaisnavatâ—compreensão clara da
grande prazer em Sua mente; bhattãcãrye—em Sãrvabhauma
ãnandita-mane—com
flosofia Vaisnava; dekhi'—vendo; sarva-jana—todas as pessoas; prabhuke—Senhor
Bhattãcãrya; kaila—íez; prabhu—o Senhor; drdha—forte; ãlihgane—abraço.
Sri Caitanya Mahãprabhu; jãnila -souberam; sãksãt—diretamente; vrajendra-
nandana--Krsna, o filho de Mahãrãja Nanda.
T R A D U Ç Ã O — A o ouvir esta explicação, o Senhor começou a rir e, com grande
prazer, imediatamente deu um forte abraço em Sãrvabhauma Bhattãcãrya.
TEADuçÃo—Ao perceberem o Vaisnavismo transcendental manifesto em Sãrva-
bhauma Bhattãcãrya, todos puderam entender que o Senhor Caitanya não era
VERSO 278
nenhum outro senão Krsna, o filho de Nanda Mahãrãja.
CAÍ. í i f ç r ô »tc<? *f5Tíi irararcw i
tffa dtag AVfí l ? í ? CF5®-«}1TCa ll n VERSO 281
yei bhaftâcãri/a pade padãya mãi/ãvâde asfíitfãat-itfa as â t e r r e s T a í ^ i
tãhra aiche vãkya sphure caitanya-prasãde «Rr«l *tm íca <#ç-»rcw « r i f a ' « i i
yei—aquele; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrva; pade—lê; padãya—ensina.
kãéi-miéra-ãdi yata nilãcala-vãsi
mãyãvãde—a filosofia de impersonalismo Mãyãvãda; tãhra—sua; aiche-tal; vikya-
éarana la-ila sabe prabhu-pade ãsi'
explicação; sphure— manifesta; caitanya-prasãde—pela misericórdia do Senhor Sri
hamado Kãsi Miára; adi—encabeçando a lista; yata—todos;
tiêf-misra-i nilãcala-
Caitanya Mahãprabhu.
jfcf-os residentes de Jagannãtha Puri; éarana—abrigo; la-ila—tomaram; sabe—
e
««os; prabhu-pade—aos pés de lótus do Senhor; ãsi'—vindo.
T R A D U Ç Ã O — N a verdade, aquela mesma pessoa q u e estava acostumada a ler
a ensinar filosofia Mãyãvãda agora chegava a odiar a palavra "mukti". Isto se
TSADUÇÃO—Após este incidente, todos os habitantes de Jagannãtha Puri, lide-
foi possível pela misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu. 08
por Kãsi Misra, vieram refugiar-se aos pés de lótus do Senhor.
sei saba kathã ãge kariba varnana ÃO—Se alguém ouvir com fé e amor estes passatempos relacionados ao
sãrvabhauma kare yaiche prabhura sevana do Senhor Caitanya Mahãprabhu com Sãrvabhauma Bhattãcãrya, muito
>tltí0
sei saba—todas essas; kathã— narrações; age—mais tarde; kariba—farei- ttf iivrar-se-á da rede de especulação e atividades fruitivas e alcançará
b r e
descrição; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kare— faz; vaiche^""*" ei" pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu.
o a 0 S
VERSOS 2 8 4 — 2 8 5
e; mahãprabhura lilã—sãrvabhauma-milana
ihã yei éraddhã kari' karaye éravana
VERSO 1
571
572 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy,.,^ A viagem do Senhor pelo sul da índia 573
0 8
Vir*
TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu, sendo muito compassivo ,Q_Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou a ordem renunciada durante a
C 0 , n
um brãhmana chamado Vasudeva, curou-o da lepra. Transformou-o f** D
lua crescente do mês de Mãgha. Durante o mês seguinte, Phãlguna,
aa
0
homem satisfeito com o serviço devocional. Presto minhas respeitosas """^ ' " ' ttÍ eI
í 'f 'rjara Jagannãtha Puri e residiu lá.
ao glorioso Senhor á r i Caitanya Mahãprabhu. Eli P
VERSO 5
VERSO 2
9T9 9T5 SlCVSg 3T5I fíT^TtsWI I
wtWfi* caca cawatül ca cwfà*i i
«ratbresa «rs ( j i h l W P l l ii n c«t»rtcac"t 'sflrl TO «f5}%5 cm 11 <t 11
jaya jaya éri-caitanya jaya nityãnanda phãlgunera éese dola-yãtrã se dekhila
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda premãveée tãhhã bahu nrtya-gita kaila
jaya jaya—todas as glórias; Senhor Caitanya Mahãprabhu w
éri-caitanya—ao f' jj/tgunera—do mês d e Phãlguna; final; dola-yãtra—o festival d e
éese—ao Dola-
todas as glórias; nityãnanda—ao Senhor Nityãnanda Prabhu; jaya advaita-candn s^—este; dekhila—viu; prema-ãveée—no êxtase de amor a Deus; tãhhã—lá;
todas as glórias a Advaita Acárya; jaya-gaura-bhakta-vrnda—todas as glói íeJiu—muito; nrtya-gita—canto e dança; kaila—realizou.
devotos do Senhor Caitanya.
TRADUÇÃO—Ao final do mês de Phãlguna, presenciou a cerimônia de Dola-yátrá,
TRADUÇÃO—Todas as glórias ao Senhor Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias t, nessa ocasião, em Seu costumeiro amor extático por Deus, cantou e dançou
ao Senhor Nityãnanda Prabhu! Todas as glórias a Advaita Acãrya! E todas as de diversas maneiras.
glórias aos devotos do Senhor Caitanya!
VERSO 6
VERSO 3
4Í*US fmt* «fim I esca arV cm irãceta-fãcarsa i
VftNHiNGM orça fcsçl 8 * t f w 9 i II « II carteia «wca f f i w ar^cs c*n a i n * 11
ei-mate sãrvabhaumera nistãra karilã cflifre ra/ii' fcaiTa sãrvabhauma-vimocana
daksina-gamane prabhura icchã upajila
vaiéãkhera prathame daksina yãite haila mana
ei-mate—dessamaneira; sãrvabhaumera—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; nisíitm-a caitre—no mês
Caitrade
(março-abril); rahi'—residindo ali; kaila—fez;
liberação; karilã—(oi efetuada; daksina-gamane—de ir para o sul da índia; prabhum- $rvabhauma-vimocana—liberação de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; vaiéãkhera—do mês
do Senhor; icchã— um desejo; upajila—surgiu. « Vaisãkha, prathame—no começo; daksina— para o sul da índia; yãite—de ir;
*«&-era; mana—a mente.
TRADUÇÃO—Após libertar Sãrvabhauma Bhattãcãrya, o Senhor desejou ir pregar
no sul da índia.
TíADUÇÃO— Durante o mês d e Caitra, e n q u a n t o vivia em Jagannãtha Puri, o
Senhor libertou Sãrvabhauma Bhattãcãrya, e, no começo do mês seguinte
VERSO 4 tVaisàkha], decidiu ir para o sul da índia.
q p K H P t o f « P | «fã»» mm i
VERSOS 7—8
v t l C T i t f l H d cm ^l»nçc»T ara u 81
mâgha-éukla-pakse prabhu karilã sannyãsa
phãlgune ãsiyã kaila nilãcale vasa fãwiM «rifa' « w f ã i a « f à m i
quinzena da lua crescente do mês de Mãgha; prob'
mãgha-éukla-pakse—na
Senhor; karilã—aceitou; sannyãsa—a ordem de vida renunciada; phãlgune— L~ nc
«rfffit ü « t a ' nata S f t r c 11 ^ n
seguinte, Phãlguna; ãsiyã— vindo; kaila—fez; nilãcale—em jagannãtha ^stJTi-iai wtft <wtfà atiàTfa« « f i f i
vasa—residência.
i r a . cswi-iai çf f?c« »i *itfà
A viagem do Senhor pelo sul da índia 575
574 Sri Caitanya-caritãmrta 13
M a d yer»"
"ya-I„ , -
í
VERSO 11
nija-garm ãni' kahe vinaya kariyã
ãlingana kari' sabãya érí-haste dhariyã
fà'**»t-&carc»t wn «rtfi ata i
tomã-sabã jãni ãmi prãnãdhika kari' •íaipft at^a, «tcçl icw n »fta 11 v> 11
prãna chãdã yãya, tomã-sabã chãdite nã pari
viévarüpa-uddeée avasya ãmi yãba
nija-gana ãni'—convocando todos os devotos; kahe—disse; vinaya—h
kariyã— mostrando; ãlingana kari'—abraçando; sabãya—todos eles; érf-hast e ;
ekãkl yãiba, kãho sahge nã la-iba
Suas mãos; dhariyã— segurando-os; tomã-sabã— todos vós; jãni—sei; ami—Eu^ " 0 1 rfpa-uddese—para encontrar Visvarüpa; avaéya—decerto; ami—Eu; yãba—
adhika—mais do que Minha vida; kari'—aceitando; prãna chãdã— abandonar' ' " " ^ "f^jltf—sozinho; yãiba—irei; kãho—alguém; sarige—na companhia; mi—não;
yãya—é possível; tomã-sabã— todos vós; chãdite—de abandonar; nã pari— - n
^Jú-levarei
capaz.
DüCÃO—"hei em busca de Viévarupa. Por favor, perdoai-Me, mas quero
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu convocou uma reunião de todos os Se
Cozinho; não desejo levar ninguém c o m i g o . "
devotos e, segurando-os pelas mãos, informou-lhes humildemente: "Todos vós
VERSO 12
sois mais queridos para Mim do que Minha vida. Posso abandonar Minha vid
porém Me é muito difícil abandonar-vos."
c r ç a * &R?5 «ttfà H wffi ata*, i
VERSO 9 í l i l b d $fã ia afçca « t a t n i\ u
s j f l - i a a $ C i t * srç3*3J C « t 1 I setubandha haite ãmi nã ãsi yãvat
í*l «rfft' circa «mm cw«rféc*i 11 & n nilãcale tumi saba rahibe tãvat
setu-bandha—o extremo sul da índia; haite—de; ãmi—Eu; nã—não; ãsi—
tumi-saba bandhu mora bandhu-krtya kaile
regressando; yãvat—enquanto; nilãcale—em Jagannãtha Puri; fumi—vós; saba—
ihãh ãni' more jagannãtha dekhãile
todos; rahibe—deveis permanecer; tãvat—nesse ínterim.
tumi-saba—todos vós; bandhu—amigos; mora—Meus; bandhu-krtya—deveres de
u m amigo; kaile—cumpristes; ihãh—aqui; dni'—trazendo; more—a Mim;
jagannãtha—Senhor Jagannãtha; dekhãile—mostrastes.
TIADUçAo—"Queridos amigos, até que Eu regresse de Setubandha, todos vós
deveis permanecer em Jagannãtha P u r i . "
TRADUÇÃO—"Sois todos Meus amigos, e cumpristes adequadamente os deveres
de amigos ao trazer-Me aqui para Jagannãtha Puri e dar-Me a oportunidade de
VERSO 13
ver o Senhor Jagannãtha no t e m p l o . "
fànram-ftfi-*ltfa w\im mm i
VERSO 10
<aca l a i - ^ t c i jjfjíP atc^i i « « (ftr,i i
wRf a-c?»f fcwfàcs MÉ i »
í c a c a m ' «nsrt cm, afàa fflfoál-i *° i viávarüpa-siddhi-prãpti jãnena sakala
daksina-deéa uddhãrite karena ei chala
ebe sabã-sthãne muni mãgoh eka dane
^ - r ü p a - d e Visvarüpa; siddhi-àa perfeição; prdpfi-alcance; jânena-o Senhor
sabe meli' ãjhã deha, yãiba daksine
f*e; sakala-de tudo; daksina-deéa-sul da índia; uddhãrite—só para liberar; karena—
ebe—agora; sabã-sthãne—de todos vós; muni—Eu; mãgoh—imploro; eka d**""
«*; ei-esta; cnaía—simulação.
um presente; sabe meli'—todos reunidos; a/nd" deha—dai-Me permissão; yí'"*"—
irei; daksine—ao sul da índia.
j ^ D U ç Ã o - S e n d o onisciente, Sri Caitanya Mahãprabhu sabia que Viávarüpa
f
£ *lecera. Entretanto, necessitava fingir-Se de ignorante para poder ir ao sul
TRADUÇÃO—"Agora, imploro de todos vós uma pequena caridade. Por 04
índia e liberar o povo de lá.
dai-Me permissão de partir para uma viagem pelo sul da í n d i a . "
576 Sri Caitanya-caritimrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 577
20
Ver»»
VERSO 14 VERSO 17
*f*C«tS <ft«ft«l -erffii »ia Wtf* I
«firol l a t a ar.» c*»i a* t?:a i
f a : » r * nata « a r ò * »i81 «rtfà i w ar*, «tç, «rtwi c** <$fa n" >s n
daksinera tfrtha-patha ãmi saba jãni
éuniyã sabãra mane haila mahã-duhkha ãmi sahge yãi, prabhu, ãjhã deha tumi"
nihéabda ha-ilã, sabãra éukãila mukha Atksinera—ào sul da índia; tirtha-patha—os caminhos para diferentes lugares de
éuniyã—ouvindo isto; sabãra—de todos os devotos; mane—nas mentes- ha _ZZni\ação; ãmi—Eu; saba—todos; jãni—conheço; ãmi— Eu; sahge—contigo; yãi—
houve; mahã-duhkha—grande tristeza; nihéabda—calados; ha-ilã— ficaram; sahf*~" WLgjnabhu—ó Meu Senhor; ãjhã—ordem; deha—dá; fumi—Tu.
todos; éukãila—murchos; mukha—os rostos.
Na
nUÇð--~" verdade, conheço todos os caminhos para os diferentes lugares
A
TRADUÇÃO—Ao ouvirem esta mensagem de ári Caitanya Mahãprabhu, todos de peregrinação no sul da índia. Basta Me ordenares que irei contigo."
devotos ficaram muito tristes e permaneceram calados, com rostos taciturnos*
VERSO 18
VERSO 15
«tf "•wtfà—sréas, «çfà-çawr* i
fsrsTf»*arçç,--\íf-cç tal W i
u l * ! ^ aílca f f t , II aí B prabhu kahe, "ãmi—nartaka, tumi—sülra-dhãra
tumi yaiche nãcão, taiche nartana ãmãra
nityãnanda-prabhu kahe, — "aiche kaiche haya prabhu kahe—o Senhor replicou; <fmi—Eu; nartaka—um dançarino; fumi—Tu;
ekãkl yãibe tumi, ke ihã sahãya sútra-dhãra—titereiro; fumi—Tu; yaiche—conforme; nãcão— faças dançar; taiche—
nityãnanda-prabhu kahe—o Senhor Nityãnanda Prabhu replicou; aiche kaiche dessa maneira; nartana—dança; ãmãra—Minha.
haya—como isto é possível; ekãki— sozinho; yãibe—irás; tumi—Tu; A:e—quem; ihi-
isto; sahãya—pode tolerar. TRADUÇÃO—O Senhor replicou: "Sou u m mero dançarino, e Tu és o titereiro.
Conforme moveres os fios para fazer-Me dançar, assim dançarei."
cair nas garras de salteadores e patifes ao longo do caminho. Escolhe q imtsvi tnffius *tc«t « t Ü M erra i
desejares, mas duas pessoas devem ir contigo." cstal-aara irrp-csre «rtma asró-w n v n
578 ári Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 579
26
Ver^
nilãcala ãsite pathe bhãhgila mora danda
mukunda hayena duhkhl dekhi' sannyãsa-dharma
tomã-sabãra gãdha-snehe ãmãra kãrya-bhahga
tinabãre álte snãna, bhümite sayana
nilãcala —para Jagannãtha Puri; ãsite—indo para lá; pathe—na estrada* &
fcarwto—Mulcunda; hayena—fica; duhkhl—triste; dekhi'—ao ver; sannyãsa-
quebraste; mora—Meu; danda—bastão de sannyãsa; tomã-sabãra—de \ 8üã— fi
—fAeus princípios regulativos n a ordem renunciada; tina-bãre—três vezes;
gãdha-snehe— devido à profunda afeição; ãmãra—Minhas; kãni -bhn* „ ° ° d S v ó s a
- a n
s e r u m
m]CÃO—" PO1
sannyãsi, é M e u dever deitar-Me n o chão e tomar
TRADUÇÃO—"A caminho de Jagannãtha Puri, quebraste Meu basf fio três vezes ao dia, mesmo durante o inverno. Mas M u k u n d a fica muito
3 dc
sannyãsa. Sei que todos vós tendes muita afeição por Mim, mas tais cois °
[jlste ao ver Minhas rigorosas a u s t e r i d a d e s . "
bam Minhas atividades."
VERSO 24
VERSO 21
« O K I Çí^t -5$% l í f a « t 5 « g * I
Irltm* 5TC*. «t?l fim f t r f à c S I
l l í l 5S*f CTPV CTrH fWl SCS ?.SC«t II -5.8 II
G T O «T* <?fo VÇÇ StfçtfH « f à c i II B anfare duhkhl mukunda, nãhi kahe mukhe
ihãra duhkha dekhi' mora dvi-guna haye duhkhe
jagadananda cãhe ãmã visaya bhuhjãite
antare—interiormente; duhkhl— triste; mukunda—Mukunda; nãhi—não; kahe—diz;
yei kahe sei bhaye cãhiye karite
mukhe—na boca; ihãra—dele; duhkha—a tristeza; dekhi'—ao ver; mora—Minha; dvi-
jagadananda—Jagadananda; cãhe—quer; ama—que Eu; visaya—gozo dos sentidos; guna—duas vezes; haye—há; duhkhe—a infelicidade.
bhuhjãite—fazer com que desfrute; yei kahe— tudo o que ele diz; sei—isto; bhaye-
por temor; cãhiye—Eu quero; karite—fazer.
TRADUÇÃO—"Naturalmente, M u k u n d a n ã o diz nada, mas Eu sei que ele fica
muito triste interiormente, e, ao vê-lo triste, fico duplamente infeliz."
T R A D U Ç Ã O — " J a g a d a n a n d a quer que Eu desfrute de gozo dos sentidos, e, por
temor, faço tudo o que ele Me d i z . "
VERSO 25
VERSO 22 «gftii «Mngjtilg wtr^rtws—a-sRçtft i
«•çafif ar«j «fãra «i»«ti i »wl are «rt«rrci f"W-«ra ifà' 11 11
crncH fe» fffii dfca lífa «c-ç ««ti II -u n ãmi ta'—sannyãsl, dãmodara—brahmacãri
sadã rahe ãmãra upara siksã-danda dhari'
kabhu yadi ihhãra vãkya kariye anyathã
toni ta'—Eu na verdade; sannyãsl—na ordem de vida renunciada; dãmodara—
krodhe tina dina more nãhi kahe kathã
Gamado Dãmodara; brahmacãri— n u m a fase d e completo celibato; sadã— sempre;
kabhu—às vezes; yadi—se; ihhãra—de Jagadananda; vãkya—as palavras; kariye-
"te—permanece; ãmãra upara—sobre Mim; siksã-danda—uma vara para Minha edu-
faço; anyathã—contrárias a; krodhe—de raiva; fina (fina—por três dias; more—comigo;
GKão; dnan'--mantendo.
nãhi—não; kahe—fala; kathã—palavras.
s:âr C W P V laiti-ií i
ÇCÍW
«f-cfa «rtr.it «rtft «1 mfo mstt i
f^Tte-s %•« -sti, «faro «t-Hi II II
^'artc-s «1 «tu •s-s» sf-aat «rtitn 11 -v*
580 Sri Caitanya-caritãmrta ^ A viagem do Senhor pelo sul da índia 581
30
Ver*»
ihhãra ãge ãmi nã jãni vyavahãra
VERSO 29
ihhãre
iruuire nã
nu bhãya
onuyu svatantra
svatantra caritra
caritra ãmãra
ihhãra ãge—em frente a ele; ãmi— Eu; nã— não; jãni—conheço; vyavahã t'*r*m AH d r f CA Cl W I
eti( Ue,
social; ihhãre—perra ele; na—não; bhãya—existe; sva-tantra—independe ?'~~ ' a
caráter; ãmãra—Meu. ^hlra- n e; <WWc*t»i-*K»i Am ««i «rftiwcq n *s> 11
ihhã-sabãra vasa prabhu haye ye ye gune
T R A D U Ç Ã O — " S e g u n d o Dãmodara, ainda sou um neófito quanto à dosãropa-cchale kare guna ãsvãdane
social; portanto, ele não gosta de Minha natureza independente " ^ l " * ' 1
yM-sabãra—de todos os devotos; vaéa—controlado; prabhu—o Senhor; haye—é;
fudo o que; gune—pelas qualidades; dosa-ãropa-chale—sob o pretexto de atri-
VERSO 2 7 jjuirfálhas; kare—faz; guna—qualidades elevadas; ãsvãdane—saboreando.
GifVÇftW A\fk ^ V t * - 5 * * * 1 1 I
riADUÇÃO—Na verdade, são as boas qualidades de todos os devotos do Senhor
q„eO controlam. Fingindo atribuir falhas, Ele saboreia todas estas qualidades.
lokãpeksã nãhi ihhãra krsna-krpã haite
ãmi lokãpeksã kabhu nã pari chãdite gGKinCADO—Todas as acusações feitas por Sri Caitanya Mahãprabhu contra Seus
preocupação com a sociedade; nãhi—não há nenhuma; ihhãra-àe
loka-apeksã— amados devotos mostram realmente o quanto Ele apreciava o seu intenso amor
Dãmodara; krs'ia-krpã—a misericórdia do Senhor; haite—de; ãmi—Eu; loka-apeksá- por Ele. Não obstante, Ele mencionou estas falhas, uma após outra, como se a
dependência da opinião pública; kabhu—em tempo algum; nã— não; pari—capaz, afeição intensa deles O ofendesse. As vezes, os companheiros pessoais de Sri
chãdite—de abandonar. Caitanya Mahãprabhu comportavam-se em desacordo com os princípios regula-
tivos devido ao amor intenso pelo Senhor, e, por causa do amor deles, o próprio
T R A D U Ç Ã O — " D ã m o d a r a Pandita e outros são mais avançados em receber a mise- Sri Caitanya Mahãprabhu às vezes violava os princípios regulativos de um
ricórdia do Senhor Krsna; portanto, são independentes da opinião pública. Sendo mnyãsi. Aos olhos do público, tais violações não são boas, mas o amor dos devo-
assim, eles querem que Eu desfrute de gozo dos sentidos, muito embora isto tos de Sri Caitanya Mahãprabhu O controlava tanto que Ele era obrigado a romper
seja contrário à ética. Porém, como sou um pobre sannyãsi, não posso abandonar algumas das regras. Apesar de acusá-los, Sri Caitanya Mahãprabhu indiretamente
os deveres da ordem renunciada, e por isso sigo-os estritamente." indicava estar muito satisfeito com sua atitude de amor puro por Deus. Portanto,
no verso vinte e sete, Ele menciona que Seus devotos e associados dão mais impor-
SIGNIFICADO—Supõe-se que um brahmacãri auxilie um sannyãsi; portanto, um tância ao amor a Krsna do que à etiqueta social. Há muitos exemplos de serviço
não deve tentar dar instruções a um sannyãsi. Esta é a etiqueta. Conse-
brahmacãri devocional prestado por ãcãryas anteriores que não se importavam com o com-
qüentemente, Dãmodara n ã o devia dar conselhos a Caitanya Mahãprabhu sobre portamento social q u a n d o ficavam absortos intensamente em amor a Krsna. In-
Seu dever. felizmente, enquanto estivermos neste m u n d o material, deveremos observar os
costumes sociais para evitar as críticas da população em geral. Este é o desejo
VERSO 2 8
de Sri Caitanya Mahãprabhu.
«TOM AA W «MtÇCT I
VERSO 30
fita «ufa <af«re i a m * n" *y II CF5C9-JT « ^ ^ t e . J T í T ! -<*r-?«iJ-*«Ji< I
ataeva tumi saba raha nilãcale
dina kata ãmi tirtha bhramiba ekale" . t n a
TRADUÇÃO—Ninguém pode descrever adequadamente a afeição do prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kabhu—em tempo algum; ní—não;
Caitanya Mahãprabhu por Seus devotos. Ele sempre tolerava tod ^ Sfl
infelicidade pessoal resultante de ter aceitado a ordem de vida rl « d e s p é c i ^aceitou
e
r e n
uncia . d a
PUÇÃO-Então, quatro devotos insistiram humildemente que iriam com o
VERSO 31 f** •BCporém, Caitanya Mahãprabhu, por ser a Suprema Personalidade de Deus
CA*X cwfà' CA* VIA i r a i ^ jpendente,
' j*nte. não
não aceitou
aceitou oo pedido
pedido deles.
ç n t c r * <§ra ASA A\ ara 11 « 5 u
VERSO 34
sei dultkha dekhi' yei bhakta duhkha pãya
sei duhkha tãhra éaktye sahana nã yãya
sei duhkha—aquela tristeza; dekhi'—vendo; yei— tudo o que; bhakta—os devot ssi =gt CA s & ç A>$AÍ «rrara 11 «811
duhkha—tristeza; pãya—obtêm; sei duhkha—aquela tristeza; tãhra—Seu- iaktv*
pelo poder; sahana—tolerância; na—não; yãya—possível. tabe nityãnanda kahe,—ye ãjhã tomara
duhkha sukha ye ha-uk kartavya ãmãra
TRADUÇÃO—Às vezes, os princípios regulativos observados por Caitanya Mana- ttbe—depois disso; nityãnanda—Senhor Nityãnanda Prabhu; kahe—diz; ye ãjhã—
prabhu eram intoleráveis, e isso afetava imensamente todos os devotos. Apesar qualquer que seja a ordem; tomara—Tua; duhkha sukha—sofrimento ou felicidade;
de observar estritamente os princípios regulativos, Caitanya Mahãprabhu não je-tudo o que; ha-uk—que haja; kartavya—o dever; ãmãra—Meu.
podia tolerar a tristeza sentida por Seus devotos.
TRADUÇÃO—Em seguida, o Senhor Nityãnanda disse: " Q u a l q u e r que seja Tua
VERSO 32 ordem, este é o Meu dever, n ã o importando que resulte em felicidade ou infeli-
CWtCTlWr*-*»?! AA\ fkr^fm i ddade."
VERSO 35
gune dosodgãra-cchale sabã nisedhiyã
ekakl bhramibena tirtha vairãgya kariyã fal ifl* fÃCAMA WCÍ\ « r i ? At* I
gune—nas boas qualidades; dosa-udgãra-chale—sob o pretexto de atribuir falhas; f a s t i a-firal v f f l « * « w t « r a I I ®<* I I
sabã— todos eles; nisedhiyã— proibindo; ekãkl— sozinho; bhramibena—viajará; tirtha—
fónfu efca nivedana karoh ãra bãra
aos lugares sagrados de peregrinação; vairãgya—princípios regulativos da ordem
vicãra kariyã tãhã kara ahgikãra
de vida renunciada; kariyã—observando.
kmtu—mas; eka—um; nivedana—pedido; fcarori—faço; ãra bãra—de novo; vicãra—
consideração; kariyã— dando; fona—isto; kara—faze; ahgikãra—aceitação.
TRADUÇÃO—Portanto, para impedi-los de acompanhá-lO e ficarem infelizes, ári
Caitanya Mahãprabhu declarou que as boas qualidades deles eram defeitos. 0 TRADUÇÃO—"Não obstante, ainda assim faço-Te um pedido. Por favor,
Senhor desejava viajar por todos os lugares de peregrinação sozinho e observar wnsidera-o e, caso o aches apropriado, por favor, aceita-o."
estritamente os deveres da ordem renunciada.
VERSO 36
VERSO 33
•«ca srrà-sR aç r ã a r s «fàsi i
TOS | p i «fç^ «^ ül »Tff»Pl 11 II «rra f à i srfft AKA, «SR i .** i
tomara—Tuas; dui—duas; hasta—mãos; baddha—ocupadas; nãma—o santo amor extático por Deus; pathe—no caminho; tumi—Tu;
^ma-ãveée—em habe—
ganane—em contar; jala-pãtra—pote dágua; bahir-vãsa—roupas externas- whibe' sf ás- acetana—inconsciente; e-saba—toda esta; sãmagri— parafernália; tomara—
de outros deveres, Sri Caitanya Mahãprabhu introduziu o sistema de cantar o simplesmente aceita; nivedana—o pedido.
krta-granthi-sreni-subhaga-kati-sütrojjvala-karah gala. Não se deve confundir estes dois como sendo a mesma pessoa.
(Caitanyãstaka, 5)
ce VERSO 40
Portanto, os devotos na linha de Sri Caitanya Mahãprabhu devem
menos dezesseis voltas diariamente, sendo este o número prescrito pela
^^Ae gf5?*tta-aa A$C c a t T l - i w a i c a i
c a n t a v a
Internacional para a Consciência de Krishna. Haridãsa Thãkura N â 0 há CA c « t a r a I s U , « a , f % f a1 afeita n s* II
mente 300.000 nomes. Dezesseis voltas são cerca de 28.000 nomes.
586 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 587
46
VERSO 43 VERSO 46
éuni sãrvabhauma hailã atyanta kãtara 'vjgntrtt-iévara—a Suprema Personalidade de Deus independente; fumi—Tu;
carane dhariyã kahe visãda-uttara *^.farás; gamana—partida; dina—dias; katho— alguns; raha—por favor, fica;
éuni'—ao ouvir isto; sãwabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; haila JJ^Tpossa eu ver; tomara carana—Teus pés de lótus.
atyanta—imensamente; kãtara—perturbado; carane—os pés de lótus- dh
agarrando; kahe—diz; visada—de lamentação; uttara—uma resposta ' -"" ~ ar, , PUÇAO— " M e u querido Senhor, és a Suprema Personalidade de Deus inde-
T
**j . Com certeza partirás. Sei disso. Ainda assim, peço-Te que fiques aqui
enle
T R A D U Ç Ã O — A o ouvir isto, Sãrvabhauma Bhattãcãrya ficou muito perturba Panais alguns dias para eu poder ver Teus pés de l ó t u s . "
Agarrando os pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu, replicou pesarosament°
VERSO 50
VERSO 47
•Stftfl fàüCT «tf? fafal « 1 WI
*\m fwro * w i , ai cm *W I í« II
CÇÜ-JW fàfà * f ? O T « <6W 11 81 11 MfalHl vinaye prabhura éithila haila mana
'bahu-janmera punya-phale pãinu tomara sahga rahilã divasa katho, nã kaila gamana
hena-sahga vidhi mora karileka bhahga tjhira—de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; vinaye—com o pedido; prabhura—do
bahu-janmera—de muitos nascimentos; punya-phale—como o fruto de atividades Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; éithila—amolecida; haila—ficou; mana—a mente;
piedosas; pãinu—obtive; tomara—Tua; sahga—associação; hena-sahga—tal associa- nhüa— permaneceu; divasa—dias; katho— alguns; ruf— não; kaila—fez; gamana—
ção; vidhi— providência; mora—meu; karileka—fez; bhahga—rompimento. partida.
T R A D U Ç Ã O — " A p ó s muitos nascimentos, devido a alguma atividade piedosa, ob- TRADUÇÃO—A pós ouvir Sãrvabhauma Bhattãcãrya, Caitanya Mahãprabhu cedeu
tive Tua associação. Agora a providência está rompendo com esta inestimável a seu pedido, permanecendo alguns dias mais antes de partir.
associação."
VERSO 51
VERSO 48 •efteró «tifll • f f f « « a f ã w i I
•$C* l i * « f % ' «f-çc* -wí'» C B W a n <ti n
•fttl i f e c-stit-s %sçw i p * .*! -41* 1 8V 11 bhattãcãrya ãgraha kari' karena nimantrana
s7re wa/rn pade yadi, putra mari' yãya grhe pãka kari' prabhuke karã'na bhojana
tãhã sahi, tomara viecheda sahana nã yãya bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãgraha—avidez; kari'—mostrando; kare-
éire— sobre a cabeça; vajra—um raio; pade—cai; yadi—se; putra—filho; man — na— fez; nimantrana—convite; grhe—era casa; pãka—cozinhando; kari'—fazendo;
morrendo; yãya—vai; tãhã—isso; sa/ii—posso tolerar; tomara—Tua; viechede— pnbhuke— Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; karã'na—íez; bhojana—comendo.
separação; sahana—agüentar; ná yãya—não se pode.
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya avidamente convidou o Senhor Caitanya Mahã-
T R A D U Ç Ã O — " S e um raio caísse sobre minha cabeça ou se meu filho morresse, prabhu a hospedar-Se em sua casa e alimentou-O muito bem.
eu poderia tolerar isso. Mas, não posso suportar a tristeza de separar-me de Ti.
VERSO 52
VERSO 49
úm* a r « f l , # n 5rro-'«.t$« i t * r i
^«i-^-ü-s -çfà « f à t a tm i
•fftf*' C*a ctfctf, w f r á ^ 1 ? «41 tinn
fiN -fWI «, G * f à Ç5l»rRf II 8» 11
svatantra-lévara tumi karibe gamana bMMM bríhmanf, Mnm nãma—'sãthxra mãtã'
dina katho raha, dekhi tomara carana' rãndhi' bhiksã dena tenho, ãécarya tãnra katna
590 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 591
58
yen"
tahhara brãhmaní—sua esposa; tãnra nãma—o nome dela; sãthlra mata ra ãgrahe—pela ansiedade de Sri Caitanya Mahãprabhu; bhattãcãrya—
u
osas
VERSO 53
VERSO 56
•rrcit <s' a<fta *finl f r o t a i
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vaca asf*. « ç a w f * * a t ^ i a t 5 T * 11 «
•J»ltl «rfw iwfcaiw «tlflf f»»il n «* n
tfge fa' kahiba tãhã kariyã vistãra
ebe kahi prabhura daksina-yãtrã-samãcãra daréana kari' thãkura-pãsa ãjhã mãgilã
ãge—mais tarde; fa'—na verdade; kahiba—falarei; tãhã— todos esses incidentes püjãrí prabhure mãlã-prasãda ãni' dilã
kariyã— fazendo; vistãra—elaboração; ebe—agora; kahi—deixai-me descrever iariana kari'—visitando o Senhor; thâkura-pãéa—do Senhor; ãjhã mãgilã—rogou
prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; daksina—no sul da índia; varri—da i permissão; püjãrí—o sacerdote; prabhure—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
viagem; samãcãra—a narração. r^a—guirlanda: prasãda—restos de alimento; ãni'—trazendo; dilã— deu.
TRADUÇÃO—Mais tarde, falarei sobre isto em pormenores, mas, por agora, desejo TIADUÇÃO—Ao ver o Senhor Jagannãtha, Sri Caitanya Mahãprabhu também
descrever a viagem de Sri Caitanya Mahãprabhu ao sul da índia. rogou Sua permissão. Então, imediatamente o sacerdote deu prasãda e uma guir-
landa ao Senhor Caitanya.
VERSO 54
RN ^fç aft' «rç> «fcfçKí-itta i VERSO 57
VERSO 58
«rç> tftw «mu wirsw-iftrc* i «* i
«ilErré-atw «tta as fswnM i
prabhura ãgrahe bhattãcãrya sammata ha-ilã
prabhu tãhre lahã jagannatha-mandire gelã
« i r e r w s j w f t w asfa' « f à r i i r a 11 <tv«
592 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 593
Vers" *>
bhattãcãrya-sahge ãra yata nija-gana fabe sãrvabhauma kahe prabhura carane
jagannãtha pradaksina kari' karilã gamana avaéya pãlibe, prabhu, mora nivedane
bhattãcãrya-sahge—com Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãra—e; yata—todos; nii ^_depois disso; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kahe—disse; prabhu-
devotos pessoais; jagannãtha—Senhor Jagannãtha; pradaksina—circum-ambuf'^" m n e - a o spés de lótus do Senhor; avaéya—decerto; pãlibe—manterás; prabhu—
kari'—terminando; karilã—fez; gamana—partida. * senhor; mora—meu; nivedane—pedido.
T R A D U Ç Ã O — A c o m p a n h a d o por Seus associados pessoais e por Sàrvabh pyÇÃO—Enquanto o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu partia, Sãrvabhauma
13
Bhattãcãrya, ári Caitanya Mahãprabhu circum-ambulou o altar de Jagannâth Rhattácãrya submeteu o seguinte a Seus pés de lótus: " M e u Senhor, tenho um
Então, o Senhor partiu para Sua viagem pelo sul da índia. pjdido final o qual espero q u e bondosamente satisfaças."
VERSO 59 VERSO 62
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o o Senhor trilhava o caminho rumo a Ãlãlanãtha, que se TRADUÇÃO—"Na cidade de Vidyãnagara, às margens do Godãvari, há um res-
localizava à beira-mar, Sãrvabhauma Bhattãcãrya deu as seguintes ordens a ponsável funcionário do governo, chamado Rãmãnanda R ã y a . "
Gopinãtha Acãrya.
SIGNIFICADO—No varnãérama-dharma, o áüdra é a quarta divisão do tomara sahgera yogya tahho eka jana
Paricaryãtmakarh karma éüdrasyãpi svabhãva-jam (Bg. 18.44). Os éüdras^à^ ° 0 S cial
prthivtte rasika bhakta nãhi tãhra sama
e S t i n a n v
a ocupar-se a serviço das três classes superiores — brãhmanas, ksatri se Tua; sahgera—da associação; yogya—digna; tenho— ele (Rãmãnanda
W, í as
Sri Rãmãnanda Rãya pertencia à classe kãrana, que eqüivale à class ' !' V eka—uma; jana—-pessoa; prthivtte—no m u n d o ; rasika—perito nas doçuras
i l a s t > l Q
Bengala. Em toda a índia considera-se esta classe como de éüdras D' "a ^ endentais; bhakta—devoto; nãhi—não há nenhum; tãhra sama—como ele.
Ue 0 5
kãyasthas bengalis ocupavam-se originalmente em servir aos brãhmanas^^^-
V i e r a m
d o norte da índia para a Bengala. Mais tarde, a classe clerical fico ^ ,j __Sárvabhauma Bhattãcãrya prosseguiu: " R ã m ã n a n d a Rãya é uma
0
10 S
kãyasthas na Bengala. Hoje em dia, existem muitas classes mistas conhecida"* ° T R A D
digna de associar-se contigo; n e n h u m outro devoto pode comparar-se a
a
aS C m
kãyasthas. É comum dizer-se na Bengala que quem não pode afirmar ser d e l ° ° P ^ ° h e c i m e n t o das doçuras transcendentais."
o con
serviço ao Senhor. Através de Seu comportamento prático, Caitanya Mahãpra culo q recobrasse a consciência. Sri Caitanya Mahãprabhu, porém, não fez
u e
pediu as bênçãos de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, estabelecendo, assim, o e * * " ^ Pelo contrário, imediatamente partiu em Sua jornada. Portanto, é muito difícil
e
de como se deve esperar as bênçãos de um Vaiçnava, independentemente de ' "der as atividades de u m a pessoa transcendental. Às vezes, ela pode parecer
posição social. tanto excêntrica, mas, u m a personalidade transcendental permanece em sua
**» sem se deixar influenciar por considerações materiais.
Sri Caitanya-carítãinrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 601
600
dhya-iii Vf rso 77
ã, 7
VERSO 72 nityãnanda prabhu bhattãcãrye uthãila
tãhra loka-sahge tãhre ghare pãthãila
jtyinanda prabhu—Senhor Sri Nityãnanda Prabhu; bhattãcãrye— Sãrvabhauma
"jjjcãrya; uthãila—ergueu; tãhra—Seus; loka-sahge—juntamente com os asso-
• f H - i i casiarsi, « f e a aar»ra n 1* II
lados; tãhre—a ele (o Bhattãcãrya); ghare—para sua casa; pãthãila—enviou.
mahãnubhôvera cittera svabhãva ei haya
vuspa-sama komala, kathina vajra-maya
PUÇÃO—O Senhor Nityãnanda Prabhu ergueu Sãrvabhauma Bhattãcãrya, e,
mahã-anubhãvera—duma grande personalidade; cittera—da mente; svabhsva
^ a juda de Seus homens, levou-o até sua casa.
a
VERSO 74 VERSO 77
c<«Tfrec."t « p s i l t e c m » w i i
« t a c i t a ^ r e 4tre a r e 18 refare> T f è i i «iti rere 11 n u
602 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 603
Mad
hya-lUà, 7
T R A D U Ç Ã O — E m grande êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu dançou e canto ADUÇÃO—Todos os presentes ficaram pasmos ao ver a dança e as transforma-
algum tempo. De fato, todos os vizinhos vieram vê-lO. - ,s corpóreas de Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . Quem quer que ali chegasse não
^ s desejava voltar para casa.
VERSO 78 •
a Deidade com eles. Estes devotos distribuem variada literatura por todo o mund fgADUÇÃO—Após terminar Seus banhos, Eles retornaram ao templo ao meio-dia.
Esperamos que estes devotos, pregadores da mensagem de Sri Caitanv permitido a entrada de Seus próprios homens, Sri Nityãnanda Prabhu fechou
Mahãprabhu, sigam Seus passos mui séria e estritamente. Se observarem as reer a porta que dava para a rua.
e regulações e cantarem as dezesseis voltas diariamente, seu esforço de p r e e
o culto de Sri Caitanya Mahãprabhu com certeza será coroado de êxito. VERSO 86
VERSO 84 VERSO 87
l a j i ^ asfac« ç&tí arçc * 14*1 i
5 5
« f a ' # k f c*Tí«-*Pi « u f i ' a r a a í c a i
« i ç l cwfà' c i t ^ « n ^ c a c ^ f r c a * «jtjpi | vs II 'çfà' '*f*' afsf c i t * c a n i r a i « c a u n ii
SUMI' éuni' loka-saba ãsi' bahir-dvãre
madhyãhna karite gelã prabhuke lahã 'hari' 'hari' bali' loka kolãhala kare
tãhã dekhi' loka ãise caudike dhãhã éuni' éuni'—ao ouvirem falar disso; loka-saba—todas as pessoas; asi'—vindo ali;
madhyãhna karite—almoçar ao meio-dia; gelã—foram; prabhuke—Senhor Sri bahir-dvãre—h porta do templo; hari hari—o santo nome do Senhor; bali'—cantaram;
Caitanya Mahãprabhu; lahã—levando; tãhã dekhi'—vendo isso; loka—as pessoas loka—todas as pessoas; kolãhala—clamor estrondoso; kare—produziram.
em geral; tfise—vieram; caudike—ao redor; dhãhã— correndo.
T R A D U Ç Ã O — A o ouvirem falar disso, todas as pessoas aproximaram-se da porta
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o Senhor Nityãnanda Prabhu levou ári Caitanya Mahã- do templo e começaram a cantar o santo nome: " H a r i ! Hari!" Produziram, assim,
prabhu para almoçar ao meio-dia, todos vieram correndo, pondo-se ao redor »m clamor estrondoso.
dEles.
VERSO 85 VERSO 88
aaii^ «fa*1 « i t l n cisl-ifaca i « c a «ratara ara « a r a > r c a t e i i
acafa' a>*ti& fàiara<TTcan w n «iracn «itfial c i t « *trai a a n ii uv II
madhyãhna kariyã ãilã devatã-mandire fabe mahãprabhu dvãra karãilã mocana
nija-gana praveéi' kapãta dila bahir-dvâre ãnande ãsiyã loka pãila daraéana
madhyãhna kariyã—banhando-Se, etc; ãilã—voltaram; devatã-mandire—ao templ° tabe—em seguida; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; dvãra—a porta;
do Senhor; nija-gana pravesi'—permitindo a Seus próprios homens; kapãta dila— karãilã—fez; mocana—abrindo; ãnande—com grande prazer; ãsiyã—vindo; loka—
fechou; bahir-dvãre—a porta que dava para a rua. todas as pessoas; pãila—obtiveram; daraéana—visão.
606 Sri Caitanya-carítàmrta Madhya-m, V í ( j 0 95 A viagem do Senhor pelo sul da índia 607
TRADUÇÃO—As pessoas iam e vinham até à noite. Todas elas tornaram-se de- VERSO 93
votos Vaisnavas e começaram a cantar e a dançar. fireKw u t f i « I f s i m s:ar ÇIÍPI i
I t r e » W 1 1 ara « 1 * 1 1 3 1 J » 1 II S»8 ||
VERSO 90
vicchede vyãkula prabhu calilã duhkhl hahã
pãche krsnadãsa yãya jala-pãtra lahã
cifc atfà frKtfon f W f l - W i II »° II vicchede—pela saudade; vyãkula—perturbado; prabhu—Senhor Sri Caitanya
ei-rüpe sei (hãni bhakta-gana-sahge Mahãprabhu; calilã— prosseguia; duhkhl— infeliz; hahã— ficando; pãche—logo atrás;
sei rãtri gohãila krsria-kathã-rahge krsna-dãsa—Seu servo chamado Krsnadãsa; yãya—ia; jala-pãtra—o pote dágua;
ei-rüpe—dessa maneira; sei thãhi—naquele local; bhakta-gana-sahge—com os devo- lanã—levando.
tos; sei rãtri—aquela noite; gohãila—passou; krsria-kathã-range—conversando sobre
o Senhor Krçna com grande prazer. TRADUÇAO—Ficando muito perturbado pela saudade, o Senhor prosseguia infe-
liz. Seu servo, Krsnadãsa, que carregava Seu pote dágua, seguia atrás.
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu passou a noite naquele local e,
com grande prazer, conversou sobre os passatempos do Senhor Krsna. VERSO 94
õ p t » &*tari?t « t t r l s f t i l i
VERSO 91
«rra fàre s:at w w *fmtt* «rèn n »811
« t « : « r c i Vti * f f «fail -ÍUH i bhakta-gana upavãsl tãhãhi rahilã
« • U M fàwra fali asfV «rtfiwi II a» n ãra dine duhkhl hahã nilãcale ãilã
bhakta-gana—os devotos; wpawísf— jejuando; tãhãhi—ali; rahilã— permaneceram;
prãtah-kãle snãna kari' karilã gamana Orne—no dia seguinte; duhkhl— tristes; hahã— ficando; nilãcale—para Jagannãtha
bhakta-gane vidãya dilã kari' ãlingana nui; aiáí-voltaram.
anunl
prãtah-kãle—de manhã; snãna—banho; kari'—após tomar; karilã— partiu; 8 \~.
jornada; bhakta-gane—a todos os devotos; vidãya—adeus; dila"—deu; kari'—' 32,
£<ADUÇAO-Tod os os devotos permaneceram ali e jejuaram, mas, no dia seguin-
ãlingana—abraço. • todos voltaram tristes para Jagannãtha Puri.
TRADUÇÃO—Na manhã seguinte, após tomar Seu banho, Sri Caitanya Mj£* VERSO 95
prabhu partiu em Sua jornada rumo ao sul da índia. Despediu-Se dos dev irçfi«-«ra «fç asfãn w w i
abraçando-os.
caiifrere ara «fa' iti-if,áhíi n ÔÍ II
608 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 609
matta-simha-prãya prabhu karilã gamana ^ /-O Senhor Rama, descendente do rei Raghu, por favor, protege-Me. Ó
lit
premãveée yãya kari' nãma-sahkirtana °~l Ó
a
Kesava, matador do demônio Keái, por favor, m a n t é m - M e . "
matta-simha—um leão louco; prãya—quase como; prabhu—Senhor Sri r • |CrsP '
311 1 3
Mahãprabhu; karilã—fez; gamana—jornada; prema-ãveée—em amor extático - ^ VERSO 97
vai; kari'—realizando; nãma-sahkirtana—cantar do nome de Krsna. ' ^"V—
«A ati* »lfV »ft« sfin cftwrft i
TRADUÇÃO—Quase como um leão louco, o Senhor ári Caitanya Mahão citas OTPV *tca «cç> - ai 'çfã' 'çfà' ii »t h
seguia em Sua jornada saturado de amor extático e realizando sankirtana c
do os nomes de Krsna da seguinte forma. ei éloka padi' pathe calilã gaurahari
loka dekhi' pathe kahe,—bala 'hari' 'hari'
VERSO 96 d éloka padi"—recitando este verso krsna! krsna!; pathe—em Seu caminho; calilã—ia;
aaura-hari—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; loka dekhi'—vendo outras pessoas;
f f I f * I - 1 * 1 f * » J «P ! F P ! F P ! C? | pathe—no caminho; kahe—Ele diz; bala—dize; hari hari—o santo nome do Senhor
f í ! F P ! F P ! F P ! 3 * ! F P ! F P ! CS 1 Hari.
F P ! F P ! F P ! F P ! l F¥ i F P ! a*¥ ata. 1
TRADUÇÃO—Cantando este verso, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, conhecido
F P ! F P ! F P ! F P ! \ ?V ! FP ! *TTf% vt\» como Gaurahari, seguia Seu caminho. Assim que via alguém, pedia-lhe que can-
l í l ! a t a i ! t f * ! a í a i ! tW ! alaa ! *f a f a j tasse: "Hari! Hari!"
F P ! c*"fa i F P ! Ç*Hs! F P ! C?"ta ! f T f Ç T T ^ I VERSO 98
&fc citas («feiro t<$1 aci *fkf i
fcrsrw.' Jcrsnfl/ fcrstw/ fcrçna.' fcrsna; krsna! krsna! he
krsna! krsna! krsna! krsna! krsna! krsna! krsna! he stça ttcs icsr ata «ftfsi-asa» n s>v-«
krsna! krsna! krsna! krsna! krsna! krsna! raksa mãm sei loka prema-matta hahã bale 'hari' 'krsna'
krsna! krsna! krsna! krsna! krsna' krsna! pãhi mãm prabhura pãche sahge yãya daréana-satrsna
rama! râghava! rama! rãghava! rama! rãghava! raksa mãm sei loka—esta pessoa; prema-matta—enlouquecida de amor a Deus; hahã— ficando;
krsna! keéava! krsna! keéava! krsna! keéava! pãhi mãm Iwíe-diz; hari krsna—o santo nome do Senhor Hari e do Senhor Krsna; prabhura
krsna—Senhor Krçna; he—ó; raksa—por favor, protege; mãm—a mim; pãhi—por pãche-atrás do Senhor; sarige—com Ele; yãya—vai; daréana-satrsna—estando muito
favor, mantém; rama—Senhor Rama; rãghava—descendente do rei Raghu; keéava— ansiosa por vê-lO.
matador do demônio Kesi.
TRADUÇÃO—Quem quer que ouvisse o Senhor Caitanya Mahãprabhu cantar
TRADUÇÃO—O Senhor cantava: "Hari, Hari" também cantava o santo nome do Senhor Hari e Krçna. Dessa ma-
neira, todos seguiam o Senhor, muito ansiosos por vê-lO.
Krsna! Krsna! Krsna! Krçna! Krçna! Krsna! Krsna! he
Krçna! Krçna! Krsna! Krçna! Krçna! Krçna! Krsna! he VERSO 99
Krsna! Krçna! Krçna! Krçna! Krçna! Krçna! raksa mãm as<5i*c«l afè' «tç stca wtfifãral1
Krçna! Krçna! Krçna! Krsna! Krçna! Krçna! pãhi mãm
fãwia asfài «tca *rw i*tf*a1 ii s>s> n
Isto é: "Ó Senhor Krçna, por favor, protege-Me e m a n t é m - M e . " Ele também kata-ksane rahi' prabhu tare ãlihgiyã
cantava: vidãya karilã tare éakti sahcãriyã
kata-ksane rahi'—após permanecer por algum tempo; prabhu—Senhor Sri
Rama! Rãghava! Rama! Rãghava! Rama! Rãghava! raksa mãm ^ ' t a n y a Mahãprabhu; tare—a elas; ãlihgiyã— abraçando; vidãya karilã—despedia-
Krçna! Kesava! Krçna! Kesava! Krçna! Kesava! pãhi mãm Se; tare— elas; éakti—potência espiritual; sahcãriyã— dotando.
a
610 Sri Caitanya-caritãmrta ,. A viagem do Senhor pelo sul da índia 611
M
*»hya-l l U . Ver»" 1 0 4
T R A D U Ç Ã O — P a s s a d o algum tempo, o Senhor abraçava estas pessoas e ^flCAOO— Para que alguém se torne um pregador dotado de poder, é preciso
va de volta para casa, após dotá-las de potência espiritual. 5 G
' seja favorecido pelo Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu ou por Seu devoto,
u e
1 espiritual. Ele deve, também, pedir a todos que cantem o mahã-mantra.
ae
serviço devocional.
devocional. OODrÓDrio
próprio Senhor
SenhorKrsna
KrsnaououSeu
SeureDresentan^
representante, „o devotoca^ de VERSO 102
culado, podem misericordiosamente outorgar estas potências combinad"
qualquer h o m e m . Sendo assim dotada de tais potências, qualquer pessoa das a *st»it«a « c s e fães as m i
6
tornar-se um devoto puro dodo Senhor.
Senhor. Quem
Quem quer
quer que
que fosse
fosse favorecido
favoreadoDelnci*^
pelo Se
s t a «»f*Hr*ita 5a s i a ia II w II
Sri Caitanya Mahãprabhu era dotado deste poder, bhakti-éakti. Assim, os se»
res do Senhor foram capazes de pregar a consciência de Krçna, por efeito da ' °" grãmãntara haite dekhite ãila yata jana
divina. tãhra daréana-krpãya haya tãhra sama
gríma-antara haite—de diversas aldeias; dekhite—ver; ãila—vinham; yata jana—
VERSO 100 todas as pessoas; tãhra—dele; daréana-krpãya—pela misericórdia de vê-lo; haya—
c f a s n fpBMttSf «fã*1 MU | tomam-se; tãhra sama—Vaiçnavas semelhantes.
afl' 5 t d , « t C t , ItCÇ W l I I a - o | |
TRADUÇÃO—Pelo simples fato de verem tais indivíduos dotados de poder,
sei-jana nija-grãme kariyã gamana pessoas de diversas aldeias passavam a ser como eles pela misericórdia de seus
'krsna' bali' hãse, kãnde, nãce anuksana olhares.
sei-jana—esta pessoa; nija-grãme—para sua própria aldeia; kariyã gamana-
voltando lá; Árrsna bali'—falando o santo nome do Senhor Krçna; nãce—dá garga- VERSO 103
lhadas; kãnde—chora; nãce—dança; anuksana—sempre.
efa afa' cHfcaa citas c a u a « a * i
T R A D U Ç Ã O — S e n d o assim dotados de poder, eles retornavam às suas próprias
aldeias, sempre cantando o santo nome de Krçna e às vezes dando gargalhadas,
I t m i f l i t f i ' ^ t c a cwfà' caasa 5 a II II
chorando e dançando. sei yãi' grãmera loka vaisnava karãya
anya-grãml ãsi' tãhre dekhi' vaisnava haya
VERSO 101 sei—este Vaisnava; yãi'—indo à sua própria aldeia; grãmera loka—todas as pessoas
ate* e r w , stea *>*iti i da aldeia; vaisnava—devotos; karãya—faz; anya-grãml— habitantes de diversas al-
deias; asi'—vindo ali; tãhre dekhi'—vendo-os; vaisnava haya—tornam-se devotos.
m l i s 'fcwa' c< 1 n íNt-atli II :>•>> g
yãre dekhe, tare kahe,—kaha krsna-nãma TRADUÇÃO—Regressando às suas aldeias, estes indivíduos também convertiam
ei-mata 'vaisnava' kaila saba nija-grãma outros em devotos. Q u a n d o outros vinham ver estes devotos, também
yãre dekhe—quem quer que encontrasse; fdre—a ele; kahe—diz; kaha krsna-nâma- convertiam-se.
por favor, canta o mantra Hare Krçna; ei-mata—dessa maneira; vaisnava—devotos
da Suprema Personalidade de Deus; kaila—fazia; saba—todos; nija-grãma—em sua VERSO 104
própria aldeia.
efa a f a ' « t t a a t e i « c a S*tca»i i
uer
T R A D U Ç Ã O — E s s a s pessoas dotadas de poder costumavam pedir a q u a l q
vffaas 'caaia' C 5 i i a * f > a - r e » t I > 8 "
pessoa — a quem quer que avistassem — que cantassem o santo nome de ^
Dessa maneira, todos os aldeões também se tomavam devotos da Suprema Fer» sei yãi' ãra grame kare upadeéa
nalidade de Deus. ei-mata 'vaisnava' haila saba daksina-deéa
612 Sri Caitanya-caritãmrta
Madhy,.,-^ A viagem do Senhor pelo sul da índia 613
?
sei—aquele homem; yãi'—indo; ãra—diversas; grame—às aldeias- ka 0ÇÃO—Pela misericórdia do Senhor Supremo, Sri Caitanya Mahãprabhu,
D
re
upadeéa—instrução; ei-mata—dessa maneira; vaiçnava—devotos; haila—t ~~^; t rnaram-se devotos de primeira classe. Mais tarde, tornaram-se precep-
0
se; saba—todas; daksina-deéa—as pessoas do sul da índia. , nu mestres espirituais e libertaram o m u n d o inteiro,
tores ou
TRADUÇÃO—Dessa maneira, à medida que tais homens iam de aldeia em ald VERSO 108
todas as pessoas do sul da índia tornaram-se devotos.
<ÍÇIS re*i1 *ita«, e t n cisare i
VERSO 105 i^c»«t 'ca^a' «i «?a a i r e . II n
cfl^sra *tre at*re> "fs »ts w*t i
ei-mata kailã yãvat gelã setubandhe
' c a w asrei ^tca asfà' «Hf^Wíí II W II
sarva-deéa 'vaisnava' haila prabhura sambandhe
ei-mata pathe yãite safa éata jana li-mata—dessa maneira; fca/7a—realizou; yãvat—até; geia—foi; setubandhe—à parte
'vaisnava' karena tãhre kari' ãlingana
mais meridional da índia; sarva-deéa—todas as regiões; vaisnava—devotos; haila—
ei-mata—dessa maneira; pathe—no caminho; yãite—ao passarem; éata éata—cente
tornaram-se; prabhura—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; sambandhe—em relação
nas e centenas; /«na—pessoas; vaisnava—devotos; karena—faz; fà>ire—a Ele; *ari'-
com.
fazendo; ãlingana—abraço.
TRADUÇÃO—Dessa maneira, o Senhor foi até à parte mais meridional da índia,
TRADUÇÃO—Assim, ao passarem pelo Senhor em Sua jornada e serem abraçadas convertendo todas as províncias ao Vaisnavismo.
por Ele, muitas centenas de pessoas tornaram-se Vaisnavas.
VERSO 109
VERSO 106
C*fe atfCI afè' f«*| a*C*1 frS TO I *afVc»! efa «1% H c f H «lastre i
e f a catre* as citas <srfaci refaatre II>««SII ci if%s «fastpa* filtrai «refreei«>«& n
yei grame rahi' bhiksã karena yãhra ghare navadvipe yei éakti nã kailã prakãée
sei grãmera yata loka ãise dekhibãre se éakti prakãéi' nistãrila daksina-deée
yei grame—em todas as aldeias; rahi'—hospedando-Se; bhiksã— doações; karena- nava-dvipe—em Navadvipa; yei—aquela que; éakti—a potência; nã— não; kailã—
aceita; yãhra—cuja; ghare—em casa; sei—esta; grãmera— da aldeia; yafa /ofca—todas fez; prakãée—manifestação; se—esta; éakti—potência; prakãéi'—manifestando;
as pessoas; áise—vêm; dekhibãre—ver. nistãrila—libertou; d a k s i n a - d e é e — s u l da índia.
TRADUÇÃO—Em todas as aldeias o n d e Sri Caitanya Mahãprabhu hospedava-Se TRADUÇÃO—O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu não manifestou Suas potências
e aceitava doações, muitas pessoas vinham vê-lO. espirituais em Navadvipa, porém, manifestou-as no sul da índia e libertou todas
« pessoas de lá.
VERSO 107
SIGNIFICADO-Naquela época, havia muitos smârfas (seguidores não-devotos de
«fça ?*tta ç* istsfstas i rituais védicos) na terra santa de Navadvipa, a qual era também a terra natal do
d* ia «rtsia' ç<#i stfài wste, n n penhor Sri Caitanya Mahãprabhu. Chamam-se de smarfas os seguidores do smrfi-
í a s , r
" . A maioria deles não são devotos, e a principal função deles é seguir estrita-
prabhura krvãya haya mahãbhãgavata mente os princípios bramínicos. Contudo, eles não são iluminados com serviço
sei saba acãrya hahã tãrilã jagat ^vocional. Em Navadvipa, todos os acadêmicos eruditos são seguidores do smrti-
í r
krpãya—pela misericórdia
prabhura do Senhor; haya—tornam-se; mahãbhãgavaU- ^ « . e o Senhor Caitanya Mahãprabhu não tentou convertê-los. Portanto, o autor
0 s
devotos de primeira classe; sei saba—todas essas pessoas; acãrya—preceptores, erva que a potência espiritual não manifesta pelo Senhor Sri Caitanya Mahã-
«afia—tornando-se; farifa—libertaram; jagat—o m u n d o inteiro. Prabhu em Navadvipa manifestou-se, por Sua graça, no sul da índia. Assim, todos
614 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ruj Verão 113 A viagem do Senhor pelo sul da índia 615
ali tomaram-se Vaiçnavas. Com isto, deve-se entender que as pessoas na realn prathamei kahilã prabhura ye-rüpe gamana
interessam-se em pregar numa situação favorável. Se os candidatos à co 6 ei-mata jãnihã yãvat daksina-bhramana
perturbam demais, pode ser que o pregador não tente divulgar a consciê prathamei-no início; kahilã—expliquei; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahã-
Krsna entre eles. É melhor ir para onde a situação seja mais favorável. A n X ^ f ^ e
prabhu; ye-rüpe—como; gamana—a excursão; ei-mata—dessa maneira; jãnihã—
tentou-se introduzir este movimento para a consciência de Krsna na índia ' '°' >
leveis saber; yãvat—por tanto tempo quanto; da/csirw-bfcrfl/rwna-viajando pelo sul
o povo da índia, estando absorto em pensamentos políticos, não o adotou da íodia-
vam fascinados pelos líderes políticos. Por isso, preferimos vir ao Ocid ^ -
seguindo a ordem de nosso mestre espiritual, e, pela graça do Senhor Caitan' 6 T R A D U Ç Ã O D e v e - s e entender que tudo o que afirmei sobre o início do movi-
Mahãprabhu, este movimento tem sido bem sucedido. mento do Senhor refere-se também ao período em que o Senhor viajou pelo sul
da índia-
VERSO no
VERSO 113
« f ç c * C A « w , « t ç * 4t* 9*tl m i
c**l CA <$-AA # n mj Anle m n s > 11 l í f o s A\S.CS ròc<s cm\ ^TTCT I
prabhuke ye bhaje, tare tãnra krpã haya A$ c w f i ' foi t t r a rç^-amw ti 11* II
sei se e-saba lilã satya kari' laya
ei-mata yãite yãite gelã kürma-sthãne
prabhuke—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ye—quem quer que; bhaje—adore;
tare—a ele; tãhra—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; krpã—a misericórdia; haya— kürma dekhi' kaila tãhre stavana-pranãme
há; sei se—tal pessoa; e-saba—todos estes; lilã— passatempos; satya—verdade; ei-mata—dessa maneira; yaife yaife—enquanto passava; gelã—foi; kürma-sthãne—ao
kari'— aceitando como; laya—adota. lugar de peregrinação conhecido como Kürma-ksetra; kürma dekhi'—visitando o
Senhor Kürma; kaila—ofereceu; tãhre—a Ele; stavana—orações; pranãme—e
reverências.
TRADUÇÃO—Pode entender como o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu delega po-
deres a outros q u e m é realmente devoto do Senhor, tendo recebido Sua
TRADUÇÃO—Chegando ao lugar sagrado conhecido como Kürma-ksetra, o Senhor
misericórdia.
Sri Caitanya Mahãprabhu visitou a Deidade e ofereceu-Lhe orações e prestou-
Lhe reverências.
VERSO 111
SIGNIFICADO—Este Kürma-sthãna é um lugar de peregrinação bem conhecido.
<*Tjftf>aH?í»rttI A\A A\ SA \Ã*VA I
Lá existe um templo de Kürmadeva. No Prapannãmrta, diz-se que o Senhor Jagan-
fcrcifa, *ftC»IP? S t ? SA AVA II 111 11 nãtha tirou Sri Rãmãnujãcãrya de Jagannãtha Puri e, certa noite, enviou-o às
pressas a Kürma-ksetra. Este Kürma-ksetra encontra-se na linha da ferrovia meri-
alaukika-lilãya yãra nã haya viévãsa dional da índia. Deve-se ir à estação férrea conhecida como Estrada Cikã Kola.
iha-loka, para-loka tara haya nãéa Desta estação, percorrem-se treze quilômetros em direção ao Leste para chegar
alaukika—incomuns; lilãya—nos passatempos; yãra—de alguém; nã— não; haya— «> local sagrado conhecido como Kürmãcala. Aqueles que falam a língua Telugu
há; viévãsa—íé; iha-loka—neste m u n d o ; para-loka—no próximo mundo; fará—dele, Consideram este lugar sagrado muito importante. Esta afirmação está registrada
haya—há; nãéa— destruição. 113
gazeta oficial conhecida como Manual Gahjãma. Lá existe a Deidade de Kürma,
e
Srila Rãmãnujãcãrya foi enviado de Jagannãtha Puri para este local. Naquela
TRADUÇÃO—Quem não acredita nos incomuns passatempos transcendentais do é
Poca, ele pensou que a Deidade de Kürma fosse a deidade do Senhor Siva; por-
Senhor é derrotado tanto neste m u n d o quanto no próximo. ar t
j ' o , ficou ali, jejuando. Mais tarde, ao perceber que a kürma-mürtí era outra
^ n a do Senhor Visnu, instituiu adoração muito esplendorosa ao Senhor Kürma.
VERSO 112 ^contra-se esta afirmação no Prapannãmrta (Capítulo Trinta e Seis). Na realidade,
5rl
Pãda Rãmãnujãcãrya, sob a influência do Senhor Jagannãtha-deva em Jagan-
«Mc»& «ff* c n r c f vm i ^ ' h a Puri, restabeleceu este local sagrado de Kürma-ksetra, ou Kürma-sthãna.
«fa® «rrfsrç i m i f f t K - s w i II m II \
616 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 617
Verso H8
M a d h y a . m á .
Mais tarde, o templo ficou sob a jurisdição do rei de Vijaya-nagara. Os V ^ryfl—ocorrência maravilhosa; éuniyã— ouvindo; loka—as pessoas; ãila—
3 5 ç a v a
da Madhvãcãrya-sampradãya adoravam a Deidade. Diz-se que algurnas ' ! s ^nham; dekhibãre—ver; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; rüpa—be-
n S C n ( Ô e s
existentes no templo foram escritas por Sri Narahari Tirtha, q u era d a '
e ' j ^ , ; prema--e amor a Deus; dekhi'—vendo; hailã— havia; camatkãre— admiração.
S U C e s s à o
discipular de Madhvãcãrya. Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura e
6 5 8 3 5
inscrições da seguinte maneira: (1) Sri Purusottama Yati apareceu como o ' " A 0S
nADUÇÃO— P ouvir a respeito destas maravilhosas ocorrências, todos iam
m S t r u t 0 r
de muitos h o m e n s cultos. Ele era um devoto muito favorecido do Senh , 3 1 3
,té l á P "'°- v ê Ao v e r e m a
beleza d o Senhor e Seu êxtase, todos ficavam
$ D U
(2) No m u n d o inteiro, sua pregação foi aceita com grande respeito e admirados-
poder ele libertou muitos não-devotos através de fortes argumentos e de lrf ^ * VERSO 116
(3) Ele iniciou Ãnanda Tirtha e converteu muitos tolos, fazendo-os • 4
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o esteve neste local, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu TRADUÇÃO—Outros que sempre os ouviam cantar os santos n o m e s do Senhor
vivia em Seu costumeiro êxtase de amor a Deus e ria, e chorava, e dançava, e Krsna também tornavam-se Vaisnavas naquelas aldeias.
cantava. Todos que O viam ficavam pasmos.
VERSO 118
VERSO 115
«rr»(rtí«firai «itas i f a i «tiatre i •acis l a - i a t a e"t 'foaw' « 1 1
« t ^ s WH<m Qfôf « r i tararia II 11* II ^aasrfaísjts-agira e*t « r i f a i 11 nv 11
ãécarya éuniyã loka ãila dekhibãre ei-mata paramparãya deéa 'vaisnava' haila
prabhura rüpa-prema dekhi' hailã camatkãre krsna-nâmãmrta-vanyãya deéa bhãsãila
Sri Caitanya-caritãmrta 124 A viagem do Senhor pelo sul da índia 619
Madhy -i a Uà ,
yer*o
TRADUÇÃO—Eu já expliquei como Sri Caitanya Mahãprabhu pregava, e não repe- TRADUÇÃO—Com grande afeto e respeito, este brãhmana Kürma fez Sri Caitanya
tirei a explicação. Em todas as aldeias que o Senhor entrava, Seu comportamento Mahãprabhu comer toda espécie de alimentos. Em seguida, os restos do alimento
era o mesmo. foram compartilhados entre todos os membros da família.
sei pãda-padma sãksãt ãila mora ghare a r i q u e z a e outro pode ser muito opulento sob todos os aspectos, todavia,
yei—estes; pãda-padma—pés de lótus; tomara—Teus; brahmã— Senhor R j ° j ã o obrigados a lidar com os visayas para satisfazer as exigências do corpo
o S s
m á
dhyãna kare—medita em; sei pãda-padma—estes pés de lótus; sãksãt—dú- et ; je tantos familiares e subordinados. É preciso submeter-se a muitos incômodos
ãila—vieram; mora—minha; ghare—à casa. e
' socorrer os outros. Portanto, Narottama dãsa Thãkura ora: visaya<hãdiyã kabe
bMha ha'be mana. Deste modo, é preciso desvencilhar-se do modo de vida materia-
TRADUÇÃO—Então, o brãhmana começou a orar: "O m e u Senhor, s 0 lista. É preciso mergulhar no oceano de bem-aventurança transcendental. Em
Brahmã medita em Teus pés de lótus e estes mesmos pés de lótus vieram à • °' urras palavras, não se pode saborear bem-aventurança transcendental sem se
casa." livrar do modo de vida materialista. Parece que o brãhmana chamado Kürma era
muito feliz materialmente, pois expressou sua tradição familiar como janma-kula-
VERSO 125 fl^na. Agora, ao tornar-se glorioso, ele queria deixar todas aquelas opulências
materiais. Queria viajar com Sri Caitanya Mahãprabhu. Segundo o costume da
citn «tetra t r u n i t s vw* i civilização védica, o h o m e m deve deixar sua família após atingir cinqüenta anos
«rn% cira t f o «i sm-fi-«w II i^ff II de idade e ir para a floresta de Vrndãvana a fim de dedicar o resto de sua vida
ao serviço do Senhor.
mora bhãgyera slmã nã yãya kahana
ãji mora élãghya haila janma-kula-dhana
mora—minha; bhãgyera—da fortuna; slmã—o limite; na"—não; yãya—possível; VERSO 127
kahana—descrever; ãji—hoje; mora—meus; élãghya—gloriosos; haila—tomaram-se;
tt
janma—nascimento; kula—família; dhana—e riquezas. «rç^ ase*, iàcs i t s , mt_ n ^fcn i
<JCÇ *fV Ç H - H l fl?TO?! cm 11 II
TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, não tem limite a minha grande fortuna. Não
se pode descrevê-la. Hoje, minha família, nascimento e riquezas tomaram-se prabhu kahe, — "aiche vãt kabhu nã kahiba
todos gloriosos." grhe rahi' krsna-nãma nirantara laibã
prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; aiche vãt—tais palavras; kabhu—
VERSO 126 em tempo algum; nã kahiba— não deves falar; grhe rahi'—permanecendo em casa;
krsna-nãma—o santo n o m e do Senhor; nirantara—sempre; laibã— deves, cantar.
?*ti «rç, cite?, i t « c$t«ii-ici i
i f t c s m «ftfã 5 : 1 fàis-sscw «' H * n
krpã kara, prabhu, more, yãh tomã-sahge "TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: " N ã o tornes a falar desta manei-
sahite nã pari duhkha visaya-tarahge' ra. É melhor permaneceres em casa e cantares o santo nome de Krsna s e m p r e . "
krpã kara—por favor, agracia; prabhu—Ó meu Senhor; more—a mim; yãh—eu vou,
tomã-sahge—contigo; sahite nã pãti—não posso tolerar; duhkha—as tributações,
visaya-tarahge—nas ondas da vida materialista. SIGNIFICADO—Não é aconselhável, nesta era de Kali, que alguém deixe sua família
de repente, pois as pessoas não recebem treinamento apropriado de brahmacãrís
TRADUÇÃO—O brãhmana suplicou ao Senhor Caitanya Mahãprabhu: "Meu que- egrhasthas. Portanto, Sri Caitanya Mahãprabhu aconselhou ao brãhmana que não
rido Senhor, por favor, agracia-me e deixa-me ir contigo. Não posso mais tolerar ficasse tão ansioso de abandonar a vida familiar. Era melhor para ele permanecer
as ondas de miséria provocadas pela vida materialista." com sua família e tentar purificar-se cantando o mahã-mantra Hare Krsna, regular-
mente, sob a orientação de um mestre espiritual. Esta é a instrução de Sri Caitanya
SIGNIFICADO— Esta afirmação é aplicável a todos, independentemente de q *° u
Mahãprabhu. Se todos seguissem este princípio, não haveria necessidade de acei-
ricos ou prósperos possam ser. Narottama dãsa Thãkura confirma esta declarai•* tar sannyãsa. No verso seguinte, Sri Caitanya Mahãprabhu aconselha a todos a
tQ
samsãra-visãnale, divã-niéi hiyã jvale. Ele afirma que o modo de vida maten ^ rnarem-se chefes de família ideais, cantando o mantra Hare Krçna sem cometer
provoca um ardor no coração. Não se pode assegurar o futuro da ofensas e ensinando o mesmo princípio a todos que encontrem.
h-ibulada vi"
Ma
622 Sn Caitanya-caritãmrta «%Mn,
Verso 13° A viagem do Senhor pelo sul da índia 623
VERSO 128 conselho ao brãhmana Kürma. Ou seja, deve-se permanecer em casa, cantar
atre cwi, stre ara W - f c i w t i ^mantra Hare Krsna e pregar as instruções dadas por Krçna no Bhagavad-gitã e
lo $rímad-Bhãgawtam.
«rara traíra «a» **i sta' cw»t« n
TRADUÇÃO—Na casa de todo aquele que ári Caitanya aceitasse caridade to pathe yãite devãlaye rahe yei grame
prasãda, Ele convertia seus habitantes ao Seu movimento de sank ° U n < l 0
yãhra ghare bhiksã kare, sei mahã-jane
aconselhava-os exatamente como aconselhou ao brãhmana chamado K*** '
kürme yaiche riti, taiche kaila sarva-thãhi
nilãcale punah yãvat nã ãilã gosãni
SIGNIFICADO—Explica-se aqui muito bem o culto de Sri Caitanya MahãD , yãite—ao passar pela estrada; devãlaye—num templo; rahe—Ele Se hospeda;
Aquele que se rende a Ele e está pronto a segui-lO de todo o coração não n i^' ^ Mie—em qualquer aldeia; yãhra ghare—em cujo local; bhiksã kare—aceita doa-
mudar de lugar. Tampouco é necessário que mude de status. Pode conti^* - ou come; sei mahã-jane—a tão grande personalidade; kürme—ao brãhmana
sendo chefe de família, médico praticante, engenheiro ou o que for. Não ünDo" ' 3
^ yaiche— assim como; riti—o procedimento; taiche—da mesma maneira;
A única coisa que precisa fazer é seguir as instruções de Sri Caitanya Mahãprabh. 3
•j-íez; sarva-thãhi—em todos os locais; nilãcale—a Jagannãtha Puri; punah—
cantar o mahã-mantra Hare Krsna e instruir parentes e amigos sobre os ensiname" novamente; yãvat—até; mi—não; ãilã— retornou; gosãni—o Senhor.
tos do Bhagavad-gitã e do Srimad-Bhãgavatam. No lar, deve-se aprender humildade
e mansidão, seguindo as instruções de Sri Caitanya Mahãprabhu, e dessa maneira TRADUÇÃO—Durante Sua jornada, Sri Caitanya Mahãprabhu passava a noite
a vida de todos será espiritualmente exitosa. Não se deve tentar artificialmente num templo ou à beira da estrada. Sempre que .-.ceitava comida de alguém, dava-
ser um devoto avançado, pensando: "Sou um devoto de primeira classe." Deve-se lhe o mesmo conselho que deu ao brãhmana chamado Kürma. Ele adotou este
evitar tal pensamento. É melhor não aceitar discípulo algum. É necessário purificar- método até retornar a Jagannãtha Puri de Sua viagem pelo sul da índia.
se em casa, cantando o mahã-mantra Hare Krsna e pregando os princípios enun-
ciados por Sri Caitanya Mahãprabhu. Assim, todos podem tornar-se mestres VERSO 133
espirituais e livrar-se da contaminação da vida material.
w s ^ a I t i asfç*rt« asfaal fausta i
Existem muitos sahajiyãs que depreciam as atividades dos seis Gosvãmis — Srila
Rüpa, Sanãtana, Raghunãtha dãsa, Bhatta Raghunãtha, Jiva e Gopãla Bhatta
<$|»r* «rtfaca «rça l a a aiacta ii >«•« n
Gosvãmis —, que são os associados pessoais de Sri Caitanya Mahãprabhu e que ataeva ihãh kahilãh kariyã vistãra
iluminaram a sociedade, escrevendo livros sobre o serviço devocional. De modo ei-mata jãnibe prabhura sarvatra vyavahãra
semelhante, Narottama dãsa Thãkura e outros grandes ãcãryas, como Madhv- ataeva—portanto; iTiiíri—aqui; kahilãh—descrevo; kariyã vistãra—elaboradamente;
ãcãrya, Rãmãnujãcãrya e outros, aceitaram muitos milhares de discípulos para n-mato—dessa maneira; jãnibe—vós conhecereis; prabhura—de Sri Caitanya Mahã-
induzi-los a prestar serviço devocional. Entretanto, certa classe de sahajiyãs acha prabhu; sarvatra—em toda parte; vyavahãra—o comportamento.
que tais atividades são contrarias aos princípios do serviço devocional. Na verdade,
eles consideram tais atividades simplesmente como outra fase do materialismo. TRADUÇÃO—Assim, acabo de descrever elaboradamente o comportamento do
Assim, opondo-se aos princípios de Sri Caitanya Mahãprabhu, cometem ofensas Senhor no caso de Kürma. Dessa maneira, podereis conhecer o comportamento
a Seus pés de lótus. Seria melhor que considerassem as instruções de Sri Caitanya de Sri Caitanya Mahãprabhu por todo o sul da índia.
Mahãprabhu e, ao invés de buscar fama de humildes e mansos, deveriam abster-
se de criticar os seguidores de Sri Caitanya Mahãprabhu, que se ocupam na pre- VERSO 134
gação. Para proteger Seus pregadores, Sri Caitanya Mahãprabhu dá conselhos
IÍIITS c i l ?tfà s r è r l afcm i
muito claros nestes versos do Caitanya-caritãmrta.
sjrssffcêi cia asfãal sfrwl II >*8 n
VERSOS 131—132 ei-mata sei rãtri tãhãhi rahilã
prãtah-kãle prabhu snãna kariyã calilã
ei-mata—dessa maneira; sei rãtri—naquela noite; tãhãhi—ali; rahilã— permanecia;
* t M i m e i c*?t»rca ac* c*il aitca i Wah-kãle— de manhã; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; snãna—banho; kariyã—
tomando; calilã—partia outra vez.
ata aca f w l a>ca, c r i açfwc» 11 . « s 11
fca" fcacç ftfs, bscs tom *pffrffip i TRADUÇÃO—Assim, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu pernoitava num lugar
f r i t e c r »t?s ata«. «ri «rrlii c t w f a j 11 s«*n *' «a manhã seguinte, após banhar-Se, partia outra vez.
626 Sri Caitanya-caritãmrta A viagem do Senhor pelo sul da índia 627
Madhy _,-
a lU ?
o brãhmana chamado Kürma; bahu—muita; dura—distância; ai/á—veio- vrabh~ Mahãprabhu; ãgamana—a chegada; dekhibãre—vê-lO; mtó—veio; prabhãte—áe
Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhre—a ele; yatna kari'—tomando muito ""~ manhã; kürmera—do brãhmana chamado Kürma; bhãvana—à casa.
do; ghare—paia a sua casa; pã\hãilã— enviou.
TRADUÇÃO—Então, certa noite, Vasudeva ouviu falar da chegada do Senhor
TRADUÇÃO—Quando Sri Caitanya Mahãprabhu partiu, o brãhmana Kürm Caitanya Mahãprabhu e, de manhã, foi ver o Senhor na casa de Kürma.
acompanhou-O por u m a grande distância, mas, oportunamente, o Senhor
Caitanya cuidou de reenviá-lo para sua casa. VERSO 139
VERSO 136
« f ç a Mas ^ - ^ c a r e ^fsMPi 1
'argcwa'-irfíi rw açwa 1 « f a C ^ »tr%»l1 $sc*f «ífw* $<#1 II II
i<tcw ffaras «tra à^t^staa 11 s-es» 11 prabhura gamana kürma-mukhete éunihã
'vasudeva'-nãma eka dvija mahãéaya bhümite padilã duhkhe mürcchita hahã
sarvãhge galita kusfha, tãte kidã-maya prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; gamana—a ida; kürma-mukhete—
vãsudeva-nãma—chamado Vasudeva; eka dvija—um brãhmana; mahãéaya—uma da boca do brãhmana Kürma; éunihã— ouvindo; bhümite—ao chão; padilã—caiu;
pessoa grandiosa; sarva-ahge—por todo o seu corpo; galita—aguda; kusfha—lepra, duhkhe—com grande aflição; mürcchita—inconsciência; hahã— tornando-se.
tãte—neste; kidã-maya—cheio de vermes vivos.
TRADUÇÃO—Ao chegar à casa de Kürma para ver Caitanya Mahãprabhu, o le-
TRADUÇÃO—Havia, também, um brãhmana chamado Vasudeva, que era pessoa proso Vasudeva foi informado de q u e o Senhor já partira. Então, o leproso caiu
grandiosa, mas sofria de lepra. Na verdade, seu corpo estava cheio de vermes ao chão inconsciente.
vivos.
VERSO 137 VERSO 140
ahga haite yei kidã khasiyã padãya anefcfl prakãra vilãpa karite lãgilã
ufhãhã sei kidã rãkhe sei thãha sei-ksane ãsi' prabhu tãhre ãlihgilã
ahga haite—de seu corpo; yei—que; kidã—um verme; khasiyã—cai; padãya—caindo* aneka prakãra—diversas espécies; vilãpa—lamentação; karite—a fazer; lãgilã—
ufhãhã— pegando; sei—aquele; kidã— verme; rãkhe—coloca; sei (hãna—no mesmo começou; sei-ksane—imediatamente; ãsi'—regressando; prabhu—Sri Caitanya
lugar. Mahãprabhu; tãhre—a ele; ãlihgilã— abraçou.
TRADUÇÃO—Embora sofresse de lepra, o brãhmana Vasudeva era Uuminado- TRADuçÃo-Como Vasudeva, o brãhmana leproso, se lamentasse por não ter
Assim q u e um verme caía de seu corpo, ele pegava-o e recolocava-o no mes Podido ver Caitanya Mahãprabhu, imediatamente o Senhor regressou àquele
, 0 c
lugar. a l e abraçou-o.
628 á r i Caitanya-caritãmrta M
adhy . ,
a u à 7
A viagem do Senhor pelo sul da índia 629
VERSO 141 .pUÇÃO—Ele disse: " ' Q u e m sou eu? Pobre e pecaminoso amigo de um
jhmana- E quem é Krsna? A Suprema Personalidade de Deus plena de seis
«tft--»te«f s*:a-ire fre 0m I
opulências- Não obstante, Ele abraçou-me com Seus dois braços,' "
i f f ç t «ii ^ « * a * l i II i 8 i II
vrabhu-sparée duhkha-sange kusfha dure gela F i c A D O -Sudãmã Brãhmana falou este verso no Srimad-Bhãgavatam (10.81.16)
G N r
ãnanda sahite ahga sundara ha-ila em referência a seu encontro com o Senhor Krsna.
vrabhu-sparée—pelo toque de Sri Caitanya Mahãprabhu; duhkha-sange—junt
311 611
te com sua tristeza; kusfha—a infecção de lepra; dure—a um lugar distante- / VERSOS 144—145
foram-se; ãnanda sahite—com muito prazer; ahga—todo o corpo; sundara—h í~~
ha-ila—ficou. a$ «rjs afà' a r e , — « r a t i a i
wfta uni 9*1 irfè, c«titre> <sl m«*88 n
T R A D U Ç Ã O — A o ser tocado por Sri Caitanya Mahãprabhu, tanto a lepra q
retre caía' reta *\m t u a *ttaa i
u a
sua aflição foram-se embora. Deveras, o corpo de Vasudeva ficou muito be" °
para sua grande felicidade. rei-retre « w « T i , - i « a SN? n i8<t«
VERSO 142 banw sfMfí fcari' fca/ie,—suna, dayã-maya
apjjgH etV «ta fâ-sa fcpi ai i jive ei guna nãhi, tomate ei haya
orf« *tf%* t i r e afà, araca « a i n 18* n more dekhi' mora gandhe palãya pãmara
prabhura krpã dekhi' tãhra vismaya haila mana hena-more sparéa' tumi,—svatantra levara
éloka padi' pãye dhari, karaye stavana bahu—muitas; stuti—orações; kari'—apresentando; kahe—diz; éuna—por favor,
prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; krpã—a misericórdia; dekhi'- ouve; dayã-maya—ó misericordiosíssimo Senhor; jive—na entidade viva; ei—esta;
vendo; tãhra—do brãhmana Vasudeva; vismaya haila mana—houve admiração em guna—qualidade; nãhi—não há; tomate—em Ti; ei—esta; haya—é; more dekhi'—ao
sua mente; éloka padi'—recitando um verso; pãye dhari—tocando Seus pés de lótus; ver-me; mora gandhe—por sentir o cheiro de meu corpo; palãya—afasta-se correndo;
karaye stavana—oferece orações. pãmara—mesmo um homem pecaminoso; hena-more—uma pessoa como eu;
sparéa'—tocas; fumi—Tu; sva-tantra—plenamente independente; levara—a Suprema
TRADUÇÃO—Enchendo-se de admiração ao presenciar a maravilhosa misericórdia Personalidade de Deus.
de Sri Caitanya Mahãprabhu, o brãhmana Vasudeva começou a recitar um verso
do Srimad-Bhãgavatam, tocando nos pés de lótus do Senhor. TRADUÇÃO—O brãhmana Vasudeva prosseguiu: " Ó meu misericordioso Senhor,
esta misericórdia não é possível para entidades vivas comuns. Somente em Ti
VERSO 143 pode-se encontrar tal misericórdia. Ao ver-me, mesmo uma pessoa pecaminosa
vai embora devido ao mau odor de meu corpo. Ainda assim. Tu tocaste em mim.
wir- wfãrâs »rt%ra • §fãre«a: i Assim é o comportamento independente da Suprema Personalidade de D e u s . "
3ata^fàf% Tf?A atçsjT* *rra?f%«: i » B « B
T R A D U Ç Ã O — P o r ser manso e humilde, o brãhmana Vasudeva temia fi c nselho de Sri Caitanya Mahãprabhu. Então, não resta dúvida de que muito
0 r 8 u
lhoso após ter sido curado pela graça de Sri Caitanya Mahãprabhu " ^ breve alcançará os pés de lótus de Sri Krsna Caitanya, o próprio Senhor Krsna.
T R A D U Ç A O — P a r a proteger o brãhmana, Sri Caitanya Mahãprabhu aconselhou-o TRADUÇÃO—Desta forma, depois de instruir o brãhmana Vasudeva desta ma-
a cantar o mantra Hare Krsna sem parar. Se fizesse assim, ele jamais ficaria des- neira, Sri Caitanya Mahãprabhu desapareceu daquele lugar. Os dois brãhmanas,
necessariamente orgulhoso. Kürma e Vasudeva, abraçaram-se, então, um ao outro e começaram a chorar,
lembrando-se das qualidades transcendentais de Sri Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 148
VERSO 150
?a» Stcwfa' ara #rcra ftqrra i
'«iqwaram' <íft f fti «iraira i
«rfçatro 9* esrai t r a t a i "«wfara II" s8v- H
'Ttçwiras-a»' «i «rara ira 1 n
upadeéi' kara jivera nistãra
ÀTS/M 'vãsudevoddhãra' ei kahilã ãkhyãna
acirãte krsna tomã karibena ahgikãra" 'vãsudevãmrta-prada' haila prabhura nãma
krsna upadeéi—mstruindo sobre Krsna; tora—faze; jivera—àe todas as entidades vãsudeva-uddhãra—áanào liberação a Vasudeva; ei—esta; kahilã—é descrita;
vivas; nistãra—a liberação; acirãte—muito em breve; krsna—Senhor Krsna; fomfl-a ãkhyãna—narração; vãsudeva-amrta-prada—aquele que deu néctar a Vasudeva;
ti; karibena—fará; ahgikãra—aceitação. haila—tornou-se; prabhura nãma—o santo nome do Senhor Sri Caitanya
Mahãprabhu.
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu também aconselhou a Vasudeva que pre-
gasse sobre Krsna e, assim, libertasse as entidades vivas. Como resultado disso, TRADUÇÃO—Assim, acabo de descrever como Sri Caitanya Mahãprabhu curou
Krsna muito em breve aceitá-lo-ia como Seu devoto. o leproso Vasudeva, recebendo, portanto, o nome Vãsudevãmrta-prada.
S I G N I F I C A D O — O nome Vãsudevãmrta-prada é mencionado nos versos compostos Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
por Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Quem realmente revive sua consciência com pensa- Madhya-lilã, Sétimo Capítulo, descrevendo a liberação do brãmana Vasudeva e a viagem
mentos de Krsna pela misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu reaviva sua vida *> Senhor pelo sul da índia.
espiritual e mergulha no serviço ao Senhor. Somente então pode agir como acãrya.^
Em outras palavras, todos devem dedicar-se a pregar, seguindo os passos de Sri
Caitanya Mahãprabhu. Dessa maneira, serão muito apreciados pelo Senhor Krsna,
que os reconhecerá rapidamente. Na verdade, um devoto de Sri Caitanya
Mahãprabhu deve dedicar-se a pregar, a fim de aumentar os seguidores do
Senhor. Por pregar assim o verdadeiro conhecimento védico em todo o mundo,
ele beneficiará toda a humanidade.
CAPÍTULO OITO
635
636 £Yí Caitanya-caritãmrta Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 637
4
Ver*>
Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu são extraídas do cad VERSO 3
e r
ções de Svarüpa Dãmodara Gosvãmi. n o d e anota.
«3<-#to5 «ç«itcM irai asfàii i
VERSO 1
Madhya.,,,,, (
Ver»
VERSO 5
VERSO 6
ScamnTçíi « m u i s v r a n f e a w f l i
Bhagavatam (1.1.1), Sridhara Svãmi descreve o Senhor Nrsirhhadeva da segui"" .plo; má/a—guirlandas; prasãda—e restos do alimento do Senhor Nrsimhadeva;
maneira: •"'-trazendo; dila—ofereceu.
prah lãda-hrdayãh Iodam maneira, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu recitou dife-
bhaktãvidyã-vidãranam rentes versos dos sãstras. Então, o sacerdote d o Senhor Nrsimhadeva trouxe guir-
sarad-indu-rucim vande "idas os restos do alimento do Senhor e ofereceu-os a Sri Caitanya
e
Mih
hena-kale dolãya cadi' rãmãnanda rãya tathãpi dhairya dhari' prabhu rahilã vasiyã
snãna karibãre ãilã, bãjanã bãjãya rãmãnanda ãilã apürva sannyãsl dekhiyã
hena-kãle—nessa altura; dolãya cadi'—montado n u m palanquim; rãmãnanda rs tfihtpi—mesmo assim; dhariyã dhari'—mantendo-Se paciente; prabhu—Senhor
Srila Rámánanda Rãya; snãna—banho; karibãre—para tomar; ãilã—chegou ali- fer""" jrl Caitanya Mahãprabhu; rahilã— permaneceu; vasiyã— sentado; rãmãnanda—Srila
bãjãya—acompanhado por uma banda musical. imnânanda Rãya; ãilã—chegou; apürva—maravilhoso; sannyãsl— renunciado;
jítíiryá-vendo
TRADUÇÃO—Nessa altura, acompanhado por sons de música, Rãmãnanda Ri
mADUÇÃO— Embora Sri Caitanya Mahãprabhu corresse atrás dele mentalmente,
chegou ali montado n u m p a l a n q u i m para tomar seu banho.
nermaneceu sentado pacientemente. Então, ao avistar o maravilhoso sannyãsi,
VERSO 15 Rãmãnanda Rãya veio ter com Ele.
com ele que Sua mente imediatamente começou a correr atrás dele. ' r a ç ã o ; ãsiyã—chegando ali; karilã—fez; danda-vat—como u m a vara;
"taskãra— reverências.
VERSO 17
TRADUÇÃO-Ao ver o maravilhoso sannyãsi, Rãmãnanda Rãya encheu-se de ad-
w t f a re*í trâ' « f ç arau afiai 1 ação. Foi até Ele e imediatamente prestou-Lhe suas respeitosas reverências,
srara«a « r i u lairti ^fàai 11 M 11 « a n d o - s e como u m a vara.
644 Sri Caitanya-caritãmrta M a d h
9= Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 645
ya-lUã, 8 Verso &
VERSO 20 VERSO 23
i r e t f à a s caia rêrçf* S a a a s f à n i
<stre wtfifwre! eiça *5«a i$a> u *° II
uthi' prabhu kahe,—ufha, kaha 'krsna' 'krsna'
?*l iffifiai a r e f j ^ R i * f f ? n n 5.-® 1
tare ãlingite prabhura hrdaya satrsna svãbhãvika prema dohhãra udaya karilã
u(hi'—erguendo-Se; prabhu—o Senhor; kahe—disse; utha—levanta-te- kah duhhã ãlihgiyã duhhe bhümite padilã
canta; krsna krsna—o santo nome do Senhor Krsna; tare—a ele; ãlingite—por abr "~ a0hãvika—natural; prema—amor; dohhãra—de ambos; udaya—despertar; karilã—
ar
prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; hrdaya—o coração; sa-írsna-_ '' ' rn l^yve- duhhã— ambos; ãlihgiyã— abraçando-se; duhhe— ambos; bhümite—no chão;
ansioso. jt_caíram.
TRADUÇAO—O Senhor levantou-Se e pediu a Rãmãnanda Rãya que se erguesse jjtADUÇÃO— Seu mútuo amor natural despertou, e ambos abraçaram-se e caíram
e cantasse o santo nome de Krsna. Na verdade, Sri Caitanya Mahãprabhu esta- to chão.
va muito ansioso por abraçá-lo.
significado—Srila Rãmãnanda Rãya era uma encarnação da gopí Viáãkhã. Como
VERSO 21 $ri Caitanya Mahãprabhu era o próprio Senhor Krsna, naturalmente houve um
despertar de amor entre Viáãkhã e Krsna. Sri Krsna Caitanya Mahãprabhu é a
<5«itf*r •tffci»- $i ata aratin ? combinação de Srimati Rãdhãrãni e Krsna. A gopi Viáãkhã ajuda Srimati
círel are,—cal ç« wti *aj II II Rãdhãrãni, sendo uma das gopis principais. Como o amor natural deles também
tathãpi puchila,—tumi rãya rãmãnanda? despertou, Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu abraçaram-se.
tenho kahe,—sei
naria dãsa éüdra manda
tathãpi—ainda assim; puchila—Ele perguntou; tumi—tu; raya rãmãnanda— VERSO 24
Rãmãnanda Rãya; tenho kahe—ele replicou; sei haha—sou este; aasa—servo; éüdra—
pertencente à comunidade de éüdras; manda—muito baixo. ws, rew, <etafc a«i, *t?ra> caatfj 1 5
dekhiyã— vendo isto; brãhmana-ganera—dos brãhmanas ritualistas; haila—.K ei-mata vipra-gana bhãve mane mana
camatkãra—espanto; vaidika—seguidores de cerimônias ritualísticas véd"^' vijâttya loka dekhi, prabhu kaila samvarana
brãhmana—os brãhmanas; saba—todos; karena—fizeram; vicãra—considera li-mata—dessa maneira; vipra-gana—todos os brãhmanas; bhãve—pensam; mane
^ - m e n t a l m e n t e ; vijãtlya loka—pessoas estranhas; dekhi—vendo; prabhu—
T R A D U Ç Ã O — A o verem esta extática manifestação d e amor, os estereoti çgnhor Caitanya Mahãprabhu; kaila—íez; samvarana—contendo.
S
brãhmanas, seguidores ritualistas dos princípios védicos, ficaram espant d °
Estes brãhmanas começaram a refletir do seguinte modo. TRAnuçÃO—Enquanto os brãhmanas meditavam assim sobre as atividades de
Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya, Sri Caitanya Mahãprabhu os viu
VERSO 26 conteve Suas emoções transcendentais.
(
T R A D U Ç Ã O — " S ã r v a b h a u m a Bhattãcãrya falou-Me a respeito de tu TRADUÇÃO— "Pela misericórdia dele, recebi Tua audiência aqui. Conseqüente-
lidades, e fez um grande esforço para convencer-Me a encontrar-M 8
.l"»- mente, considero que hoje tornei-me um ser h u m a n o exitoso."
e c
" °ntigo.-
VERSO 31 VERSO 34
irac^trra curara v t l — « l i <A f è * i
« P M ^ -ifíci s*ra csmtfra n «8 D
fomd" milibãre mora ethã ãgamana sãrvabhaume tomara krpã,—tara ei cihna
bhãla haila, anãyãse pãiluh daraéana' aspréya sparéile hahã tãhra premãdhlna
tomã—contigo; milibãre— para encontrar-Me; mora—Minha; ethã—aqui; dgamona— sãrvabhaume—a Sãrvabhauma Bhattãcãrya; tomara—Tua; krpã— misericórdia;
vinda; Wni/a haila—foi muito bom; anãyãse—sem dificuldade; pãiluh—consegui- tira—de tal misericórdia; ei—este; cihna—o sintoma; aspréya—intocável; sparéile—
da roía na—audiência. tocaste; hahã— ficando; tãhra—dele; prema-adhlna—influenciado pelo amor.
T R A D U Ç Ã O — " N a verdade, vim aqui só para encontrar-Me contigo. É muito bom TRADUÇÃO—"Posso ver que concedeste misericórdia especial a Sãrvabhauma
que, mesmo sem Me esforçar, Eu tenha conseguido tua audiência aqui." Bhdttãcãrya. Por isso, tocaste em mim, apesar de eu ser intocável. Isto só ocorreu
devido ao amor dele por T i . "
VERSO 32
VERSO 35
sra * rra,-irac*ira fira ««iwra i
•rc*fcw»i <rara racs »ra iravra H n
« i t i ifen -*rar,ift r?ift iai«w I «
ríya kahe,—sãrvabhauma kare bhrtya-jhãna
parokseha mora hite haya sãvadhãna kãhãh tumi—stfKsar levara nãrãyana
rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kãhãh muni—rãja-sevt visayl éüdrãdhama
kare—ida.; bhrtya-jhãna—considera-me como seu servo; parokseha—na minha kãhãh—ao passo que; tumi—Tu; sãksãt—diretamente; levara nãrãyana—a Suprema
ausência; mora—de mim; hite—para o benefício; haya—é; sãvadhãna—sempre Personalidade de Deus; kãhãh—ao passo que; muni—eu; rãja-seol— servo do gover-
atencioso. ; rasayf—materialista; éüdra-adhama—pior do que um éüdra, ou homem de quarta
e.
T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya replicou: "Sãrvabhauma Bhattãcãrya considera-
me como seu servo. M e s m o na minha ausência ele é muito atencioso em DUÇÃo— "És a Suprema Personalidade de Deus, o próprio Nãrãyana, e eu
fazer o b e m . " apenas um servo do governo, interessado em atividades materialistas. Na
ade, sou o mais baixo entre os h o m e n s da quarta casta."
•
VERSO 33
VERSO 36
•ira ? t r a « t f o curara «nwi i c m " f w » i ararei f f t t i r o i
« t f » wi c « i <rara w » 5 w II •a-® n trara csrai c*c* ram n « • n
Wrira krpãya pãinu tomara daraéana mora sparée nã karile ghrnã, veda-bhaya
mora daréana tomã vede nisedhaya
ãji saphala haila mora manusya-janama cana—
tãhra krpãya—pela misericórdia dele; pãinu—obtive; tomara—Tua; ^ cya- —de mim; sparse—pelo toque; mí—não; karile—fizeste; ghrnã—desdém; veda-
anU
audiência; ãji—hoje; sa-phala—exitoso; haila—tornou-se; mora—meu; ya—temeroso dos preceitos dos Vedas; mora—de mim; daréana—vendo; tomã—
janama— nascimento como ser h u m a n o . vede—os preceitos védicos; nisedhaya—proíbem.
650 Sri Caitanya-caritãmrta 38 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 651
adh
ya-lUã, 8
T R A D U Ç Ã O — " N ã o temes os preceitos védicos, os quais afirmam que não d ão-devotos — a saber, homens ocupados a serviço do governo, ou em ati-
n
VES
associar-Te com áüdras. Não desdenhaste tocar-me, embora os Vedas Te D ^. C
°Hades materialistas em troca de gozo dos sentidos, ou a serviço dos outros. Tais
r
de Te associares com á ü d r a s . " P °íbam ^ e n s são considerados visayls, materialistas. O Sri Caitanya-candrodaya-nãtaka
(g°Z3) diz:
SIGNIFICADO—No Bhagavad-gitã (9.32), o Senhor diz:
niskihcanasya bhagavad-bhajanonmukhasya
mãm hi pãrtha vyapãéritya pãrarh pãrarh jigamisor bhava-sãgarasya
ye 'pi syuh pãpa-yonayah sandaréanarh visayinãm atha yositãrh ca
striyo vaiéyas tathã éüdras hã hanta hanta visa-bhaksanato 'py asãdhu
te 'pi yãnti param gatim
"Uma pessoa mui seriamente ocupada em cultivar o serviço devocional, com vistas
"Ó filho de Prthã, aqueles que se refugiam em. Mim, mesmo que sejam de nasci- a atravessar o oceano de ignorância, e que tenha abandonado por completo todas
mento inferior — mulheres, vaiéyas [comerciantes), bem como éüdras [trabalha- asatividades materiais nunca deve ver um éüdra, um vaiéya ou uma m u l h e r . "
dores] —, podem aproximar-se do destino s u p r e m o . "
A palavra pãpa-yonayah significa "nascidos de mulheres de casta inferior". Os VERSO 37
vaiéyas são comerciantes, e os éüdras, ou operários, são servos. Segundo as classi-
ficações védicas, eles pertencem a u m a ordem social inferior. Vida inferior signi- curara ?*ira c<»rara arara râ»*rras<í i
fica vida sem consciência de Krsna. Posições altas e baixas na sociedade eram
determinadas, considerando-se a consciência de Krsna de cada pessoa. Considera-
irarra feia « f a , srtc» c « r a r a » i * f n 11
se que um brãhmana esteja na mais alta plataforma, pois ele conhece Brahman, tomara krvãya tomãya karãya nindya-karma
a Verdade Absoluta. A segunda casta, a dos ksatriyas, também conhece Brahman, sãksãt levara tumi, ke jãne tomara marma
mas não tão bem quanto os brãhmanas. Os vaiéyas e éüdras não compreendem cla- tomara krpãya—-Tua misericórdia; tomãya—a Ti; karãya—induz; nindya-karma—
ramente a consciência de Deus, porém, se adotam a consciência de Krsna pela ações proibidas; sãksãt levara—diretamente á Suprema Personalidade de Deus;
misericórdia de Krsna e do mestre espiritual, não permanecem nas castas infe- tumi—Tu; ke jãne—quem pode conhecer; tomara—Teu; marma—propósito.
riores (pãpa-yonayah). Afirma-se claramente: fe 'pi yãnti param gatim.
A menos que alguém tenha alcançado o padrão máximo de vida, não poderá TRADUÇÃO—"És a própria Suprema Personalidade de Deus; portanto, ninguém
voltar ao lar, voltar ao Supremo. Pode ser que alguém seja um éüdra, um vaiéya pode entender Teu propósito. Por T u a misericórdia, tocaste em mim, embora
ou uma mulher, mas, ao situar-se no serviço ao Senhor em consciência de Krsna, isto seja proibido pelos V e d a s . "
não se deve considerá-lo sfrf, éüdra, vaiéya ou alguém inferior a um éüdra. Nunca
se deve considerar que alguém dedicado ao serviço do Senhor — embora nasci- SIGNIFICADO—Um sannyãsl é estritamente proibido de ver os visayls e pessoas ma-
do em família inferior — pertença a família inferior. O Padma Purãna proíbe: víksate terialistas. Contudo, Sri Caitanya Mahãprabhu, devido à Sua imotivada e ilimi-
jãti-sãmãnyãt/ sa yãti narakam dhruvam. Uma pessoa que considera um devoto do tada misericórdia, podia mostrar favor a qualquer pessoa, independentemente
Senhor em termos de nascimento vai rapidamente ao inferno. Embora suposta- e
^ nascimento e posição.
mente Sri Rãmãnanda Rãya tenha nascido em família- de éüdras, não se deve
considerá-lo um éüdra, pois ele era um devoto grandioso e avançado. Deveras,
VERSO 38
ele estava na plataforma transcendental. Portanto, Sri Caitanya Mahãprabhu
abraçou-o. Por humildade espiritual, Sri Rãmãnanda Rãya apresentou-se como «rrai râ^tfàre curara I t i «nara*. i
um éüdra (rãja-sevl visayléüdrãdhama). M e s m o que alguém esteja ocupado no ser- «•raa-aaraj^^ft «•rf^-nra»«11
viço governamental ou em qualquer outra atividade lucrativa — em suma, em
vida materialista — tudo o que ele precisa fazer é adotar a consciência de Krsna- ãmã nistãrite tomara ihãh ãgamana
A consciência de Krsna é um processo muito simples. O único requisito é cantar parama-dayãlu tumi patita-pãvana
in
os santos nomes do Senhor e seguir estritamente os princípios que proíbem ah u% nistãrite— para libertar-me; tomara—Teu; ihãh—aqui; ãgamana—aparecimento;
r
vidades pecaminosas. Dessa maneira, a pessoa já não pode ser considerada intoc ^ ^ «wa-oaya1«—misericorchosíssimo; fumi—Tu; patita-pãvana—o libertador de todas
35 al
vel, visayl ou éüdra. Q u e m é avançado em vida espiritual não deve associar-s mas caídas.
652 Sri Caitanya-caritãmrta ». 40 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 653
Madh . y a l 5 1 á 8
T R A D U Ç Ã O — " V i e s t e aqui especificamente para libertar-me. És tão miseri mahãnta~svabhãva—a natureza de pessoas santas; ei—esta; tãrite—libertar;
0rc
que sozinho podes libertar todas as almas caídas." <ioso «írnara— almas caídas; nija—pessoal; kãrya—assunto; nãhi—não há; tabu—ainda
assim; yàna—v&v, tara—sua; ghara—casa.
S I G N I F I C A D O — S r i l a Narottama dása Thãkura canta em seu Prârthana~ (4fj)
TRADUÇÃO— " É prática geral de todas as pessoas santas libertar os caídos. Por-
éri-krsna-caitunya-prabhu dayã kara more, tanto, vão de casa em casa, apesar de não terem assunto pessoal a tratar nessas
tomã vinã ke dayãlu jagat samsãre casas-"
patita-pãvana-hetu tava avatãra, SIGNIFICADO—Supõe-se que um sannyãsi esmole de porta em porta. Ele não es-
mo-sama patita prabhu nã pãibe ãra mola simplesmente por estar faminto. Seu verdadeiro objetivo é iluminar o
ocupante de cada casa, pregando a consciência de Krsna. O sannyãsi não abandona
" M e u querido Senhor, por favor, tem misericórdia de mim. Quem pode serenais sua posição superior para tornar-se um mendigo, só pelo propósito de mendi-
misericordioso que Vossa Onipotência dentro destes três mundos? Apareces como gar. De forma semelhante, talvez alguém na vida familiar seja muito importante,
u m a encarnação só para resgatar as caídas almas condicionadas, mas, asseguro mas também pode voluntariamente adotar o modo de vida de mendicância. Em-
Te que não encontrarás n e n h u m a alma mais caída do que e u . " bora fossem ministros, Rüpa Gosvãmi e Sanãtana Gosvãmi aceitaram volunta-
A missão específica de Sri Caitanya Mahãprabhu é libertar as almas caídas. Evi- riamente a vida de mendicantes a fim de humildemente pregar a mensagem de
dentemente, nesta era de Kali dificilmente se encontrará alguém que não seja caído Sri Caitanya Mahãprabhu. Sobre eles se diz: tyaktvã türnam asesa-mandala-pati-
segundo as estimativas do comportamento védico. Em Suas instruções a Rüpa érenini sadã tucchavat bhütvã dina-ganeéakau karunayã kaupina-kanthãsritau. Embora
Gosvãmi, Sri Caitanya Mahãprabhu descreveu os ditos seguidores da religião vé- fossem grandes aristocratas, os Gosvãmis tornaram-se mendicantes só para, se-
dica da seguinte maneira (Madhya 19.146): guindo a ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu, libertar as almas caídas. Deve-se
considerar, também, que aqueles que se dedicam a atividades missionárias na
veda-nistha-madhye ardheka veda 'mukhe' mane consciência de Krsna estão sob a orientação de Sri Caitanya Mahãprabhu. Na ver-
dade, eles não são mendigos; a verdadeira ocupação deles é libertar as almas
veda-nisidàha papa kare, dharma nãhi gane
caídas. Portanto, pode ser que eles vão de porta em porta só para apresentar um
livro sobre a consciência de Krçna, de m o d o que as pessoas possam iluminar-se
Os ditos seguidores dos princípios védicos aceitam os Vedas apenas formalmente,
ao lê-lo. Outrora, brahmacãris e sannyãsis costumavam pedir de porta em porta.
mas agem contra os princípios védicos. Este é o sintoma desta era de Kali. As
Hoje em dia, especialmente nos países ocidentais, quem mendigar de porta em
pessoas afirmam seguir determinada forma de religião, dizendo formalmente:
porta poderá ser inclusive entregue à policia. Nos países ocidentais, considera-se
" S o u hindu, sou muçulmano, sou cristão, sou isso ou aquilo", mas, na realidade,
criminoso mendigar. Os membros do movimento para a consciência de Krçna
ninguém segue os princípios enunciados nas escrituras religiosas. Esta é a doença
não têm por que mendigar. Pelo contrário, eles trabalham arduamente para apre-
desta era. No entanto, o misericordioso Sri Caitanya Mahãprabhu simplesmente
sentar alguns livros sobre a consciência de Krçna, de modo que as pessoas possam
nos aconselha a cantar o mahã-mantra Hare Krsna: harer nãma harer nãma harer
lê-los e beneficiar-se. No entanto, se alguém der alguma contribuição a um homem
nãma eva kevalam. O Senhor pode libertar qualquer pessoa, mesmo alguém que
consciente de Krsna, este jamais a recusará.
tenha caído, tendo deixado de observar os preceitos das escrituras reveladas. Esta
é a misericórdia especial de Sri Caitanya Mahãprabhu. Conseqüentemente, cie
é conhecido como patita-pãvana, o libertador de todas as almas caídas.
VERSO 40
VERSO 39
mahat-vicalatuim—as andanças de pessoas santas; nrnãm—de seres human ãkrtye-prakrtye tomara lévara-laksana
grhinúm—que são chefes de família; dlna<etasãm—medíocres; nihíreyasáya—r, ' jive nã sambhave ei aprãkrta guna
o benefício último; bhagavãn —ó meu Senhor; na anyathã—nenhum outro objetí. /gcrtye—em características corpóreas; prakrtye—em comportamento; tomara—de
vo; kalpate—se imagina; taicjí-em tempo algum. Tj- f^iwra—da Suprema Personalidade de Deus; laksana—os sintomas; jive—ruim
jer vivo comum; na"—não; sambhave— possíveis; ei—estas; aprãkrta—transcenden-
TRADUÇÃO—" 'Meu querido Senhor, às vezes grandes pessoas santas vão aos tais; guna—qualidades.
lares de chefes de família, apesar de estes serem geralmente medíocres. Quando
u m a pessoa santa visita tais lares, pode-se entender que não é com nenhum ou-
tro objetivo a não ser o de beneficiar os chefes de família.' " TRADUÇÃO—"Meu querido senhor, de acordo com as características de Teu corpo
eoTeu comportamento, és a Suprema Personalidade de Deus. Comportamento
S I G N I F I C A D O — E s t e verso é do èrímad-Bhãgavatam (10.8.4). e características desse gênero são impossíveis em seres vivos comuns, pois eles
não podem possuir tais qualidades transcendentais."
VERSO 41
« t i t ã icw atiiiífi i ^ a t a n i SIGNIFICADO—As características corpóreas d e Sri Caitanya Mahãprabhu eram in-
<?5tita M b t n t * a ^ l « « a i n 8i II comuns. Na verdade, as medidas de Seu corpo eram extraordinárias. Seu tórax,
ãmãra sahge brãhmanãdi sahasreka jana bem como Seus antebraços, tinham o mesmo comprimento. Este fenômeno
tomara daréane sabãra dravl-bhüta mana chama-se nyagrodha-tiarimandala. Quanto à Sua natureza, Ele era bondoso para
ãmãra sahge—comigo; brãhmana-ãdi—brãhmanas e outros; sahasreka—mais de mil; com todos. Ninguém senão a Suprema Personalidade de Deus pode ser bondoso
jana—pessoas; tomara—de Ti; darsane—vendo; sabãra—de todos eles, dravi-bhüta— para com todos. Portanto, o nome do Senhor é Krsna, o todo-atrativo. Como
ficaram derretidos; mana—os corações. afirma o Bhagavad-gitã (14.4), Krsna é bondoso para com todos. Em todas as es-
pécies de vida (sarva-yonisu), Ele é o pai original, o que dá a semente (blja-pradah
T R A D U Ç Ã O — " C e r c a de mil homens me acompanham — incluindo os brãhma- pila). Como, então, pode Ele ser cruel com alguma entidade viva? Não importa
nas — e parece que todos eles ficaram com os corações derretidos pelo simples <pie se trate de homem, animal ou árvore — o Senhor é bondoso para com todos.
fato de terem Te v i s t o . " Esta é a qualificação de Deus. Ele também diz no Bhagavad-gitã (9.29) que samo
rum sarva-bhütesu: o Senhor é igualmente bondoso para com todos. E Ele acon-
VERSO 42 selha: sarva-dharman parityajya mãm ekam éaranam vraja. Esta instrução não é apenas
P»ra Arjuna mas para todas as entidades vivas. Quem quer que tire proveito
' ? 0 ' ' 9 0 ' HW « f l « W l 0*C1 l desta oferta imediatamente fica imune a todas as atividades pecaminosas e volta
i a t * «w—•jfiO'», « 8 * - m r , i ii 8* ii ao lar, volta ao Supremo. Enquanto esteve presente neste planeta, Sri Caitanya
'krsna' 'krsna' nãma éuni sabãra vadane Mahâprabh u fez a mesma oferta.
sabãra ahga—pulakita, aéru—nayane
krsna krsna—Krsna, Krsna; nãma—o santo nome; éuni— ouço; sabãra—àe '^^^
vadane—nas bocas; sabãra—de todos; ahga—os corpos; pulakita—contentes, VERSO 44
lágrimas; nayane—nos olhos.
« í Ç are,—"çfà i f l - 0 t n e s l w i
T R A D U Ç Ã O — " O u ç o todos cantando o santo nome de Krsna. Seus corpos es c s t i t a w«fc» i a t a n a « i a i n 8 8 n
dominados pelo êxtase e há lágrimas em seus o l h o s . "
prabhu kahe,—tumi mahã-bhãgavatottama
VERSO 43 tomara daréane sabãra drava haila mana
Pnbhu kahe—a Senhor replicou; tumi—tu; nmhã-bhãgavata-uttama—o melhor entre
« m ^ J - s » * ? * ! cwtit* fc^a-nn i mais excelentes devotos; tomara darsane—ao ver-te; sabãra—de todos; drava—
w^ta «1 >rerca 43 « l a t t ^ s *4H " 8« 11 "^tido; haila—tornou-se; mana—o coração.
656 Sri Cütanya-caxitimrU Mad.hy -l.u
a
^ 49 Conversas entre á r i Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 657
TRADUÇÃO—O Senhor replicou a Rãmãnanda Rãya: "Senhor, és o melhor d ei jãni' kathina mora hfàaya éodhite
mais excelentes devotos; portanto, ao ver-te, os corações de todos derreteram-se^! sãrvabhauma kahilena tomãre milite
, ^ ' — s a b e n d o disto; kathina—muito duro; mora—Meu; hrdaya—coração;
SIGNIFICADO—A menos q u e alguém seja um devoto de primeira classe, não pod» ^ftifí—para enternecer; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kahilena—pediu;
ser um pregador. De um modo geral, o pregador é um devoto muito elevad qgfre—contigo; milite— para encontrar-Me.
mas, a fim de aproximar-se das pessoas em geral, ele é obrigado a distinguir entre
devotos e não-devotos. De outro modo, um devoto avançado não faz semelhan TRADUÇÃO—"Sabendo disto, a fim de enternecer Meu coração, que é muito
tes distinções. De fato, ele sempre vê todos ocupados no serviço ao Senhor. Quem lato, Sãrvabhauma Bhattãcãrya pediu-Me para vir ao teu encontro."
se dedica a pregar deve fazer distinções entre umas pessoas e outras e entender
que algumas não estão ocupadas em serviço devocional ao Senhor. Então, o pre- VERSO 47
gador deve mostrar compaixão para com as pessoas inocentes que não sabem
como adorar o Senhor. O Srimad-Bhãgavatam (11.2.45) descreve os sintomas do 1
sannyãsi da seita Mãyãvãdi; ãmiha—Eu; tomara—àe ti; sparée— pelo toque; krsna— ndavat—reverências prestadas, caindo prostrado; tari—oferecendo; kaila—íez;
de Krsna; preme—em amor; bhãsi— flutuo. ptbhure—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; nimantrana—convite.
TRADUÇÃO—"Se Eu, q u e sou um sannyãsi Mãyãvãdi, um nào-devoto, também TRADUÇÃO-Nessa altura, certo brãhmana Vaisnava, seguindo os princípios vé-
C o s
estou flutuando no oceano de amor a Krsna pelo simples fato de ter tocado em ' , apareceu e prestou reverências. Caiu prostrado perante Sri Caitanya
ti, o que dizer, então, dos o u t r o s ? " ^ ^ ã p r a b h u e convidou-O para almoçar.
VERSO 46 VERSO 49
<«l wtfà' ffS» cm w s c»rrftc31 fsnrs«i irtfJwi 4\& c f * a mfm\ i
l r á « i i j f f f W H reíHC? mfruTS 11 84> 11 aTíHic,*» f r e « r ç ç t f a a i 118s> i
658 Sri Caitanya-caritàmrta Madhya.fiij g
yerso 54 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 659
VERSO 55 enciais. Não são assuntos para palestras públicas, pois, aqueles que não
compreensão da natureza transcendental dos passatempos de Krsna sempre
« r f t r r a - * « j * rV « t i * » af>rai i m grandes ofensas, p e n s a n d o que Krçna é um ser h u m a n o comum e que
« i r a r ç ^ - i w a t a fiif»i»ri « t f i a l n n são mocinhas comuns. Seguindo o princípio do Senhor Sri Caitanya
aprabhu, que nunca falava em público dos relacionamentos entre Krsna e
prabhu snãna-krtya kari' ãchena vasiyã s, ordena-se aos devotos do movimento para a consciência de Krsna a n ã o
eka-bhrtya-sahge rãya mililã ãsiyã rem publicamente sobre os passatempos do Senhor Krçna em Vrndãvana.
prabhu—o Senhor; snãna-krtya—o dever diário de banhar-Se; kari'—terminando' 0 público em geral, sankirtana é o método mais eficaz para despertar a cons-
ãchena—estava; vasiyã—sentado; eka—um; bhrtya—servo; sahge—com; rãya—R av
•a de Krsna. Se possível, deve-se discutir os princípios enunciados no
Rãmãnanda; mililã—encontrou-se; ãsiyã— vindo. -gffa. Sri Caitanya Mahãprabhu seguiu este princípio mui estritamente
riu a filosofia do Bhagavad-gitã com acadêmicos eruditos como Sãrvabhauma
TRADUÇÃO—Após terminar Seu b a n h o vespertino, Sri Caitanya Mahãprabhu cárya e Prakãáãnanda Sarasvati. Entretanto, Ele ensinou os princípios do
sentou-Se e esperou pela chegada de Rãmãnanda Rãya. Então, Rãmãnanda Rayj de bhakti a estudantes como Sanãtana Gosvãmi e Rüpa Gosvãmi, e conver-
acompanhado por um servo, veio ao Seu encontro. com ári Rãmãnanda Rãya sobre os sublimes relacionamentos devocionais entre
1 e as gopis. Para o público em geral, Ele fazia sankirtana com todo o vigor,
-mos seguir também estes princípios ao pregarmos a consciência de Krsna
SIGNIFICADO—Um Vaisnava supostamente avançado em compreensão espiritual mundo inteiro.
— seja ele chefe de família ou sannyãsi — deve banhar-se três vezes ao dia: de VERSO 57
manhã, ao meio-dia e ao entardecer. Ao ocupar-se no serviço às Deidades, ele frra,—"»f9 c*ra itr,«rra fàtfa i"
deve especialmente seguir os princípios do Padma Purãna e tomar banhos regula-
res. Deve, também, após banhar-se, decorar o corpo com as doze tilakas. *tf "waírar,*! ffjrefa era n" I
prabhu kahe, — "pada éloka sãdhyera nirnaya"
VERSO 56 rãya kahe, — "sva-dharmãcarane visnu-bhakti haya"
prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu disse; pada—recita; éloka—um
* w r a t m *ra, « ^ c f i ^ f » w r e i 3 das escrituras reveladas; sãdhyera—da meta da vida; nirnaya—uma afirma-
râya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; sva-dharma-ãcarane—cumprindo o
sfè w c s 9 0 - f « n f? a n t í r e II ti
o dever ocupacional; visnu-bhakti—serviço devocional ao Senhor Viçnu;
namaskãra kaila rãya, prabhu kaila ãlihgane há.
dui jane krsna-kathã kaya rahah-sthãne
namaskãra—reverências; kaila—prestou; rãya—Rãmãnanda Rãya; prabhu—Senhor UÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu mandou Rãmãnanda Rãya recitar um ver-
Sri Caitanya Mahãprabhu; kaila—íez; ãlihgane—abraço; dui—duas; jane—as pessoas;- das escrituras reveladas a respeito da meta última da vida. Rãmãnanda repli-
krsna-kathã—conversas sobre Krsna; kaya—falaram; rahah-sthãne—num lugar que, se alguém cumpre os deveres prescritos de sua posição social, desperta
isolado. consciência de Krsna original.
Parâáara Muni, grande santo e pai de Srila Vyãsadeva, menciona especifi varnãéramãcãravatã
mente m i e , mediante o cumprimento de deveres de acordo com o varruUra ' 01
purusena parah pumãn
pode-se afinal despertar, na sociedade humana, este serviço devocional ao'serdT"' visrtur ãrãdhyate panthã
A Suprema Personalidade de Deus instituiu o varnãérama-dharma para dar nãnyat tat-tosa-kãranam
seres h u m a n o s uma oportunidade de voltar ao lar, voltar ao Supremo. A Su * ° S
rna-à~érama-ãcãravatã—quem se comporta de acordo com o sistema de quatro
W
ma Personalidade de Deus, o Senhor Sri Krsna, que é conhecido no Bhagavad classes de ordem social e quatro ordens de vida espiritual; purusena—por um
gitã como Purusottama — a maior de todas as personalidades — veio pessoalmente homem; parah—a suprema; pumãn—pessoa; visnuh—o Senhor Visnu; ãrãdhyate—é
e declarou ter fundado a instituição de varnãérama-dharma. Como se afirma no adorado; panthã— maneira; na—não; anyat—outra; tat-tosa-kãranam—motivo de sa-
Bhagavad-gitã (4.13): tisfação para o Senhor.
cãturoamyam mayã srstam
guna-karma-vibhàgaéah TRADUÇÀO—"A Suprema Personalidade de Deus, o Senhor Visnu, é adorado
tasya kartdram avi mãm mediante o cumprimento adequado dos deveres prescritos no sistema de varna
viddhy akartíram avyayam e ãsrama. Não há outra maneira de satisfazer a Suprema Personalidade de Deus.
t preciso situar-se na instituição dos quatro varnas e á s r a m a s . "
Em outro trecho do Bhagavad-gttã (18.45-46), o Senhor diz:
SIGNIFICADO— Esta citação é do Visnu Purãna (3.8.9). Como afirma Srila Bhakti-
sve sve karmany abhiratah vinoda Thãkura em seu Amrta-pravãha-bhãsya: "Isto significa que podemos alcançar
a perfeição da vida simplesmente satisfazendo a Suprema Personalidade de
samsiddhim labhate narah
Deus." Confirma-se isto, também, no Srimad-Bhãgavatam (1.2.13):
sva-karma-niratah siddhim
yathã vindati tac chrnu
afã/i pumbhir dvija-éresthã
yatah pravrttir bhütánãm va rnãérama-vibhãgaéah
yena sarvam idam tatam svanusthitasya dharmasya
sva-karmanã tam abhyarcya samsiddhir hari-tosanam
siddhim vindati mãnavah
"Ô melhor entre os duas vezes nascidos, conclui-se, portanto, que a perfeição
máxima que alguém pode alcançar, ao cumprir seus deveres prescritos [dharma]
Deve-se dividir a sociedade humana em quatro classes — brãhmana, ksatriya, vaiéya
segundo as divisões de castas e ordens de vida, é satisfazer o Senhor Hari."
e éüdra — e todos sempre devem dedicar-se a seu dever ocupacional. O Senhor
diz que aqueles que se dedicam a seus deveres ocupacionais podem alcançar a Todo homem deve cumprir seu dever ocupacional à luz de sua tendência em
perfeição pelo simples fato de prestarem serviço devocional amoroso ao Senhor particular. De acordo com suas aptidões, cada um deve aceitar uma posição na
enquanto c u m p r e m seu dever em particular. Na realidade, apenas por intermé- instituição de varnãérama. As classes de brãhmana, ksatriya, vaiéya e éüdra são divi-
dio da consciência de Krsna é que se pode introduzir o ideal moderno de uma sões naturais dentro da sociedade. Na verdade, todos têm um dever prescrito
sociedade sem classes. Q u e os homens cumpram seus deveres ocupacionais e de acordo com o varnãérama-dharma. Aqueles que cumprem de forma adequada
que dêem seus lucros ao serviço do Senhor. Em outras palavras, podemos alcan- °s seus deveres prescritos vivem pacificamente e as condições materiais não os
çar a perfeição da vida, cumprindo nosso dever ocupacional e empregando os r*rturbam. As ordens espirituais — brahmacarya, grhastha, vãnaprastha e sannyãsa —
resultados no serviço ao Senhor. Grandes personalidades como Bodhãyana, chamam-se ãéramas. Se alguém desempenha seu dever prescrito tanto na ordem
Tarika, Dramida, Guhadeva, Kapardi e Bhãruci confirmam este método. social quanto na espiritual, a Suprema Personalidade de Deus fica satisfeita. No
Vedãnta-sütra também o confirma. ^tanto, se alguém negligencia seus deveres, torna-se transgressor e candidato
' u m a condição infernal. Na realidade, vemos que diferentes pessoas ocupam-se
e
maneiras diferentes; portanto, é preciso haver divisões de acordo com o tra-
VERSO 58 alho. A h r n d e alcançar a perfeição, é preciso fazer do serviço devocional o centro
03
vida. Desta maneira, pode-se despertar os próprios instintos naturais mediante
otr
a b a l h o , a associação e a educação. Deve-se aceitar as divisões de varnãérama
664 Sri Caitanya-caritãmrta 60 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 665
Madhy .a 1 U à 8
considerando as qualificações, e não o nascimento. A menos que se üitr H j ^ D U Ç Ã O — Rãmãnanda Rãya prosseguiu: " ' Ó filho de Kuntl, tudo o que fi-
este sistema, não se pode executar sistematicamente atividades humana ^ zeres, tudo o que comeres, tudo o que ofereceres e presenteares, bem como todas
Os brãhmanas são os intelectuais que podem compreender a Suprema P e
S
aS austeridades que possas praticar — deves fazer tudo como uma oferenda a
lidade de Deus. Eles estão sempre dedicados ao cultivo de conheciment tia*-' "
importa que alguém tenha nascido na índia ou fora da índia. Aqueles q -° u
por natureza muito heróicos e que têm propensão de governar os outros são I F I C A D O — O Senhor disse que nesta era de Kali não se executa adequada-
S I G N
mados ksatriyas. Aqueles que têm propensão de produzir alimentos mediante n\~ mente o mrnãérama-dharma; portanto, mandou que Rãmãnanda Rãya fosse adiante
todos agrícolas, de proteger as vacas e os outros animais e de dedicar-se ao „o assunto. Rãmãnanda replicou com este verso do Bhagavad-gitã (9.27) que, per-
mércio são chamados vaiéyas, ou mercadores. Aqueles que não têm inteligê j~ nc
manecendo no sistema de varnãérama-dharma, cada um pode oferecer os resulta-
suficiente para ser brãhmanas, ksatriyas ou vaiéyas devem servir a um amo e são dos de suas atividades ao Senhor Sri Krsna em serviço amoroso. Naturalmente,
chamados éüdras. Assim, todos podem ocupar-se no serviço ao Senhor e na cons o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu indagava de Rãmãnanda Rãya acerca da exe-
ciência de Krsna. Se uma sociedade não funciona segundo essas divisões naturais cução de serviço devocional. Em primeiro lugar, Rãmãnanda Rãya enunciou o
as classes sociais degradam-se. Em conclusão, a sociedade deve adotar o método princípio de varnãérama-dharma em consideração às pessoas materialistas. Entre-
científico de varnãérama-dharma. tanto, esta concepção não é transcendental. Enquanto alguém estiver no mundo
material, deverá seguir os princípios de varnãérama-dharma, porém, o serviço de-
vocional é transcendental. O sistema de varnãérama-dharma refere-se aos três modos
VERSO 59
da natureza material, mas, o transcendental serviço devocional está na platafor-
afÇ 9cç, - " I Í C T I *nm, <wtr.it ara «rra 1" ma absoluta. Sri Caitanya Mahãprabhu pertencia ao mundo espiritual e Seus mé-
ara a r e , "sres f * r * f l — # É t f j « r r a li" <tò ii todos para propagar o movimento de sankirtana também eram importados do
mundo espiritual. Srila Narottama dãsa Thãkura canta: golokera prema-dhana, hari-
prabhu kahe, — "eho bãhya, ãge kaha ãra" nãma-sahkirtana, rati na janmilã kene tãya. Aqui está a afirmação de que o movi-
rãya kahe, "krsne karmãrpana—sarva-sãdhya-sãra" mento de sankirtana nada tem a ver com este m u n d o material. Ele é importado
prabhu kahe—o Senhor disse; eho—isto; bãhya—externo; age—adiante; kaha—dize; do mundo espiritual, Goloka Vrndãvana. Narottama dãsa Thãkura lamenta-se
ãra—mais; rãya kahe—Sri Rãmãnanda Rãya disse; krsne—a Krsna; karma-arpana- por as pessoas mundanas não levarem a sério este movimento de sankirtana. Consi-
oferecendo os resultados de atividades; sarva-sãdhya-sãra—a essência de todos os derando a posição do serviço devocional e do movimento de sankirtana, Sri
meios de perfeição. Caitanya Mahãprabhu julgava o sistema de varnãérama-dharma como sendo ma-
terial, apesar de visar à elevação à plataforma espiritual. Contudo, o movimento
TRADUÇÃO—O Senhor replicou: "Isto é externo. É melhor que Me fales de algum de sankirtana pode elevar-nos imediatamente à plataforma espiritual. Logo, Caitanya
outro m é t o d o . " Rãmãnanda replicou: "A essência de toda a perfeição é ofere- Mahãprabhu disse a Rãmãnanda Rãya que o mrnãérama-dharma é externo, e pediu-lhe
cer os resultados de nossas atividades a K r s n a . " que se aprofundasse mais no assunto e desvendasse a plataforma espiritual.
" S e alguém cumpre os deveres ocupacionais de mrnãérama-dharma mas não a faarmãn—deveres ocupacionais; samtyajya—abandonando; yah—qualquer pessoa
sua consciência de Krsna adormecida, suas atividades são vãs. Sua ocupação t mie;
que; sarvãn—tudo; mãm—a Mim; bhajet—pode prestar serviço; sah—ela; ca—e;
se mero esforço desnecessário." fjlttamah—uma pessoa de primeira classe.
VERSO 61
TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya prosseguiu: " 'Os deveres ocupacionais estão des-
n
orç. 9 c * , - aiw.^rfct ira i critos nas escrituras religiosas. Quem os analisar poderá compreender plenamente
suas qualidades e falhas e, então, abandoná-los por completo para prestar ser-
*ra a r e , " v r t - ^ r t - t , - « A i t T j - * r a i r n
yjço à Suprema Personalidade de Deus. Semelhante pessoa é considerada um
prabhu kahe, — "eho bãhya, ãge kaha ãra" homem de primeira classe.' "
rãya kahe, "svadharma-tyãga,—ei sãdhya-sãra"
prabhu kahe—o Senhor replicou; eho— isto; bãhya—externo; áge—em frente; kaha— VERSO 63
fala; ãra—mais; rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; sva-dharma-tyãga—
desvencilhar-se dos próprios deveres ocupacionais; ei—esta; sãdhya-sãra—a essên-
cia de toda a perfeição. «Hi» 'TFT JFFNWWBTI ORRAFSTTFA wi «: II «• I
sa jahâti matirh loke materiais é apenas outro aspecto da existência material. Do ponto de vista espiri-
vede ca varinisthitâm tual, tudo isto é externo. Quando Sri Caitanya Mahãprabhu rejeitou esta proposta,
pmãnanda Rãya sugeriu que o serviço devocional baseado em filosofia e lógica
" A o adotar realmente o serviço amoroso à Suprema Personalidade de De é ama posição mais progressiva. Portanto, citou o seguinte verso do Bhagavad-
3
pessoa abandona todos os deveres existentes no mundo material, bem como t^Á aitã (18.54).
os deveres prescritos pelos textos védicos. Dessa maneira, ela se fixa no ser^i s
VERSO 65
ao S e n h o r . "
4 1 ' ^ * : <2Pt8ríIi a C"tT5f% a 9t*s»f% i
VERSO 64 i a : i ^ f c f ^ a * f % * «recs f a t a j >>" I I
brahma-bhütah prasannãtmã
*T9 9CÇ, - " W R f i f a í l "Bf%t-JTf«rrJ!tíf ll" *8 II na éocati na kãhksati
samah sarvesu bhütesu
prabhu kahe, — "eho bãhya, ãge kaha ãra" mad-bhaktirh labhate param
rãya kahe, — "jhãna-miérã bhakti—sãdhya-sãra" brahma-bhütah—livre de concepções materiais de vida, mas apegado a uma si-
prabhu kahe—o Senhor disse; eho—isto; bãhya—externo; áge—em frente; kaha— tuação impessoal; prasanna-ãtmã—plenamente jubiloso; na éocati—não se lamenta;
dize; ãra—mais; rãya kahe—Rãya. replicou; jhãna-miérã bhakti—serviço devocional m kãhksati—não anseia; samah—igualmente disposto; sarvesu—todas; bhütesu—com
misturado com conhecimento empírico; sãdhya-sãra—é a essência da perfeição. as entidades vivas; mat-bhaktim—Meu serviço devocional; labhate—alcança;
param—transcendental.
T R A D U Ç Ã O — A p ó s ouvir Rãmãnanda Rãya falar dessa maneira, o Senhor Sri
Caitanya Mahãprabhu disse: " V a i em frente e dize algo m a i s . " Então, TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya prosseguiu: " D e acordo com o Bhagavad-gitã:
Rãmãnanda Rãya replicou: "A essência da perfeição é o serviço devocional mis- 'Aquele que está assim transcendental mente situado percebe de imediato o
turado com conhecimento e m p í r i c o . " Brahman Supremo e enche-se de júbilo. Jamais lamenta n e m deseja ter nada;
é igualmente disposto com todas as entidades vivas. Nesse estado, ele alcança
SIGNIFICADO—Decerto que o serviço devocional misturado com conhecimento es- serviço devocional puro a M i m . ' "
peculativo não-védico não é serviço devocional puro. Portanto, em seu Anubhãsya,
Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati pregou que a auto-realização que acompanha a SIGNIFICADO—O Bhagavad-gitã diz que quem aceita a teoria do monismo —
execução de cerimônias ritualísticas está na fase neutra, entre a liberação e a vida estando sempre dedicado a discussões filosóficas empíricas sobre a vida
condicionada. É o local além deste m u n d o material, no rio Virajã, onde os três espiritual — torna-se jubiloso e alivia-se de toda lamentação e anseio material.
modos da natureza material são subjugados ou neutralizados na fase imanifesta. Nesta fase, atinge-se a equanimidade, encarando todas as entidades vivas como
Contudo, no m u n d o espiritual há u m a manifestação de energia espiritual, co- seres espirituais. Após alcançar esta fase elevada, pode-se alcançar o serviço devo-
nhecida como Vaikunthaloka, onde inexiste ansiedade. O m u n d o material é co- cional puro. Concluindo, o serviço devocional misturado com atividades fruitivas
nhecido como brahmãnda. O universo material é criação da energia externa. Entre e
rimalísticas é inferior ao serviço espiritual baseado em discussões filosóficas
as duas criações — a criação material e a criação espiritual — existe um rio conhe- empíricas.
cido como Virajã, b e m como um local conhecido como Brahmaloka. Virajãnadi VERSO 66
e Brahmaloka são refúgios para entidades vivas desgostosas com a vida material
e inclinadas à existência impessoal pelo método de negar a variedade material. c2j^ a ^ "<ax?fl w i > "sfcfl 9 ç « r i a r
Como esses locais não se encontram nos Vaikunthalokas, ou no mundo espi"'
tual, Sri Caitanya Mahãprabhu afirma que eles são externos. No Brahmaloka e 3ia i s & ç , — " e i í s ^ i " e f ^ — l í T p r f a 11" n
em Virajãnadi, não se pode conceber os Vaikunthalokas. Além disso, alcança-se
Brahmaloka e Virajãnadi após difíceis austeridades, mas, nestes reinos, não ha prabhu kahe, "eho bãhya, ãge kaha ãra"
compreensão da Suprema Personalidade de Deus e de Seu transcendental serviço rãya kahe, — "jhãna-éünyã bhakti—sãdhya-sãra"
amoroso. Sem tal conhecimento espiritual, o simples desapego de condiç° e prabhu kahe—o Senhor disse; eho—isto; bãhya—externo; áge—em frente; kaha—
ta
la; ãra—mais; rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; jhãna-éünyã bhakti —serviço
M
670 Sri CaiUnya-caritimrta »dhya-l,i 4 h 68 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 671
devocional independente de lógica e filosofia empírica; sãdhya-sãra— a e 0ne—em obter conhecimento; prayãsam—esforço desnecessário; udapãsya—
da perfeição da vida. fixando bem de lado; namantab—rendendo-se plenamente; eva—decerto;
(j—vivem; sat-mukharitãm—declaradas por grandes devotos realizados;
n
T R A D U Ç A O — A p ó s ouvir isto, como de costume, o Senhor rejeitou-o ^vadlyã-vdrtdm—conversas sobre Ti, a Suprema Personalidade de Deus; sthãne
considerá-lo serviço devocional externo. Outra vez pediu a Rãmãnanda R'"" —situados em suas próprias posições; éruti-gatãm—recebidas auricularmen-
que continuasse falando, ao que Rãmãnanda Rãya replicou: "O serviço d ^* K ignu-vãk-manobhih—pelo corpo, palavras e mente; ye—aqueles que; prãyaéah—
cional puro sem nenhum vestígio de conhecimento especulativo é a e s s ê n c i a ^ miase sempre; ajita—ó meu inconquistável Senhor (além da percepção e ilimita-
perfeição." damente independente); jitah—conquistado; api—deveras; asi—és; taih—por tais
devotos puros; tri-lokyãm—nos três m u n d o s .
S I G N I F I C A D O — E m seu comentário Anubhãsya, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati
Thãkura diz que esta fase — serviço devocional misturado com conhecimento TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya continuou: "O Senhor Brahmã disse: 'Meu
especulativo — também é externa, não se inserindo na jurisdição do serviço de querido Senhor, os devotos que deixaram de lado a concepção impessoal da
vocional puro, praticado em Vaikunthaloka. Tão logo haja alguma concepção de Verdade Absoluta e que por isso pararam de discutir verdades filosóficas empí-
pensamento materialista — seja ela positiva ou negativa — o serviço deixa de ser ricas devem ouvir de devotos auto-realizados sobre Teu santo nome, forma, pas-
espiritual. Talvez seja livre de contaminação material, mas, por haver especula- satempos e qualidades. Devem seguir com perfeição os princípios de serviço
ção mental, o serviço devocional não é puro nem isento da contaminação da vida devocional e permanecer livres do sexo ilícito, do jogo de azar, da intoxicação
material. A entidade viva que deseja ser inteiramente pura precisa situar-se aci- e da matança de animais. Rendendo-se plenamente com o corpo, as palavras
ma desta concepção material. A negação da existência material não significa ne- e a mente, poderão viver em qualquer ãárama ou starus social. De fato, tais
cessariamente existência espiritual. Após negar-se a existência material, pode ser pessoas Te conquistam, apesar de seres sempre inconquistável.' "
que a existência espiritual — ou seja, sac-cid-ãnanda — ainda não se manifeste.
Até que alguém atinja a fase de realmente compreender sua relação eterna com
o Senhor Supremo, não pode adentrar-se na vida espiritual. Vida espiritual sig- VERSO 68
nifica desapegar-se da vida material e ocupar-se no serviço amoroso ao Senhor.
Portanto, Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a Rãmãnanda Rãya que expusesse algo
9 » , — " > a c « n « m «rrct a i i m r
-
transcendental ao serviço devocional misturado com conhecimento especulativo. a r * TO, - c i t i « f % « — i<ifo*TrH n" *v H
O devoto puro é inteiramente rendido aos pés de lótus do Senhor, e apenas através
de seu amor é que ele conquista Krsna, a quem ninguém pode conquistar. Krsna prabhu kahe, — "eho haya, ãge kaha ãra"
sai sempre vitorioso em tudo. Ninguém pode conquistá-lO. É apenas rendendo-se rãya kahe, —' 'prema-bhakti—sarva-sãdhya-sãra
plenamente que se pode atingir a fase de devoção pura. Isto é corroborado a seguir prabhu kahe—o Senhor disse; eho haya—isto está muito bem; ãge kaha ãra—fala
pelo Srfmad-Bhãgavatam (10.14.3), onde o Senhor Brahmã, derrotado pela potência algo mais, rãya kahe—Rãya replicou; prema-bhakti—amor extático em serviço de-
de Sri Krsna, rende-se plenamente ao Senhor. vocional ao Senhor; sarva-sãdhya-sãra—a essência de toda a perfeição.
"Deve-se prestar transcendental serviço amoroso ao Supremo Senhor Krsna, fa- VERSO 70
voravelmente, e sem desejar lucros materiais ou desfrutar de atividades fruitivas
ou de especulação mental. Isto chama-se serviço devocional p u r o . "
Às vezes, contudo, as atividades devocionais parecem impuras na fase neófita,
embora na fase madura sejam completamente purificadas da atividade material.
Portanto, após ouvir a última afirmação de Sri Caitanya Mahãprabhu, Rãmãnanda
Rãya replicou: prema-bhakti—sarva-sãdhya-sãra. Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou
realmente este verso (jhãne prayãsam) como o princípio básico da perfeição. É preci-
so praticar este princípio a fim de progredir mais. Quando realmente se progride krsna-bhakti-rasa-bhãvitã matih
mais, chega-se à plataforma de serviço amoroso extático ao Senhor. Esta primeira kriyatãm yadi kuto 'pi labhyate
fase é tecnicamente chamada sãdhana-bhakti, ou seja, serviço devocional na prática. tatra laulyam api mülyam ekalam
O resultado de sãdhana-bhakti é necessariamente amor extático, apego à Suprema janma-koji-sukrtair na labhyate
Personalidade de Deus, o que também é chamado de prema-bhakti. Na fase neófita, krsna-bhakti-rasa-bhãvitã—absorta nas doçuras de prestar serviço devocional a
sãdhana-bhakti inclui fé, associação com devotos e prática de serviço devocional. ^sna; matih—inteligência; kriyatãm—que seja adquirido; yadi—caso; kutah api—
Assim, a pessoa livra-se de todas as coisas indesejáveis. Então, ela se fixa no servi- em
- alguma parte; labhyate—esteja disponível; tatra—lá; laulyam—avidez; api—na
ço devocional e aumenta seu desejo de agir em serviço devocional. Deste modo, Verdade; mülyam—preço; ekalam—único; janma-koti—de milhões de nascimentos;
apega-se ao Senhor e ao serviço devocional a Ele. su/c.rraiTj—mediante atividades piedosas; na—não; labhyate—é obtido.
* w , — " u i w l «m, «rfct asti «srRr i" SIGNIFICADO—Esta citação é do Srimad-Bhãgavatam (9.5.16), sendo uma afirmação
do grande sábio Durvãsã Muni. Durvãsã Muni, um brãhmana de casta e grande
yogf, odiava Mahãrãja Ambarisa. Ao tentar castigar Mahãrãja Ambarísa através
prabhu kahe, — "eho haya, ãge kaha ãra" de seus poderes ióguicos, ele foi perseguido pela Sudarsana cakra da Suprema
rãya kahe, "dãsya-prema—sarva-sãdhya-sãra" Personalidade de Deus. Q u a n d o as coisas foram resolvidas, ele admitiu:
prabhu kahe—o Senhor disse; eho haya—tudo isto está muito bem; ãge kaha ãra— "Qualquer pessoa que ouça o santo n o m e da Suprema Personalidade de Deus
por favor, fala mais; rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; dãsya-prema—amor santifica-se de imediato. O Senhor Supremo é o amo dos devotos, e os devotos,
espontâneo com atitude de servidão; sarva-sãdhya-sãra—a essência da perfeição. ao Seu abrigo, naturalmente passam a possuir Suas opulências."
VERSO 73
T R A D U Ç Ã O — O u v i n d o até o ponto do amor espontâneo, o Senhor disse: "Tudo
isto está muito bem, mas, se souberes mais, por favor, d i z e - M e . " Em resposta
Rãmãnanda Rãya disse: "Serviço amoroso espontâneo em servidão — como o
intercâmbio entre amo e servo — é a perfeição m á x i m a . "
praharsayisyâmi— tornar-me-ei jubiloso; sa-nãtha— com um amo di» jttham—dessa maneira; satãm—de pessoas que preferem o aspecto impessoal
jivitam—vivendo. do Senhor; brahmã—da refulgência impessoal; sukha—pela felicidade; anubhütyã—
que é percebida; dãsyam—a atitude d e servidão; gatãnãm—daqueles que aceita-
TRADUÇÃO—" 'Aquele q u e Vos serve com constância livra-se de todos os d ram; para-daivatena—que é a Suprema Deidade adorável; mãyã-ãéritãnãm—para
jos materiais e fica inteiramente pacífico. Q u a n d o nos ocuparemos como Vos ÜM pessoas comuns sob as garras da energia externa; nara-dãrakena—com aquele que
servos constantes e eternos e sentir-nos-emos sempre jubilosos de ter um g parece com um menino deste m u n d o material; sãrdham—amistosamente;
e
TRADUÇÃO—Ao ouvir isto de Rãmãnanda Rãya, o Senhor outra vez pediu-lhe VERSO 76
que fosse um passo à frente. Em resposta, Rãmãnanda Rãya disse: "O serviço
amoroso a Krsna, prestado em fraternidade, é a perfeição máxima." « t f ire,-"<iirel ^m, «BTÍCSÍ ii* « n u r
SIGNIFICADO—Enquanto se presta serviço amoroso ao Senhor na relação de amo * f * i r e , "lt«.191K>2t3í- l l ^ t i P l t l lSM> II
n
e servo, há algum temor, pois o servo sempre teme o amo, a despeito da intimi-
dade do interesse comum. Nesta fase, o servo sempre teme o amo, sendo respei- prabhu kahe, — "eho uttama, ãge kaha ãra"
toso com Ele. O devoto que é mais avançado nada tem a temer. Ele considera rãya kahe, "vãtsalya-prema—sarva-sãdhya-sãra"
o Senhor e a si mesmo em nível de igualdade. Nesta fase, o devoto tem plena prabhu kahe—o Senhor disse; eho uttama—isto é ótimo; ãge—ainda mais; kaha—
convicção de que o Senhor Krsna é não apenas amigo como também não pode fala; ãra—mais; rãya kahe—Rãya replicou; vãtsalya-prema—serviço amoroso ao
em absoluto ficar descontente caso o devoto viva com Ele em nível de igualdade. Senhor na fase d e amor de pai ou mãe; sarva-sãdhya-sãra—a fase máxima de
Esta compreensão chama-se visrambha, isto é, destituída de atitude respeitosa. perfeição.
Ao ser escolhida, esta atitude transforma-se em sakhya-prema, ou amor a Deus
com amizade. Nesta fase, desenvolve-se a consciência de igualdade entre o Senhor TRADUÇÃO—O Senhor disse: "Esta afirmação é ótima, mas, por favor, prossegue
e o devoto. ainda m a i s . " Então, Rãmãnanda Rãya replicou: "O serviço amoroso ao Senhor
VERSO 75 "a relação de pai ou mãe é a fase máxima de perfeição."
VERSO 77 uma corda. Esta é outra apreciação feita por Sukadeva Gosvãmi em sua nar-
o 0 1
nandah—Nanda Mahãrãja; kim—que; akarot—terá realizado; brahman—' rãya kahe, "kãntã-prema sarva-sãdhya-sãra"
brãhmana; éreyah—atividades auspiciosas; evam—assim; ma/iá-udayam—elevando prabhu kahe—o Senhor replicou; eho uttama—isto é ótimo; áge—adiante; kaha—
se a tão excelsa posição como a de pai de Krsna; yaéodã—mãe Yaáodã; wi—ou- fala; ara—mais; rãya kahe—Rãmãnanda Rãyà replicou; kãntã-prema—serviço amo-
mahã-bhãgã— muito afortunada; papau—bebeu; yasyãh—de quem; stanam—pelos roso entre esposo e esposa; sarva-sãdhya-sãra—a fase máxima de perfeição.
seios; harih—a Suprema Personalidade de Deus.
TRADUÇÃO—O Senhor disse: " C o m certeza, tuas afirmações estão melhorando
TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya prosseguiu: " 'Ó brãhmana, que atividades pie- cada vez mais, u m a após outra. Porém, superando a todas elas, há outra doçura
dosas terá realizado Nanda Mahãrãja para receber a Suprema Personalidade de transcendental, podendo-se considerá-la como a mais s u b l i m e . " Então,
Deus, Krsna, como seu filho, e que atividades piedosas terá realizado mãe Yasodá Rãmãnanda Rãya replicou: " A p e g o conjugai a Krsna é a posição mais elevada
para fazer com que a Suprema e Absoluta Personalidade de Deus, Krsna, a chame de amor a D e u s . "
de mãe e mame em seus seios?' "
SIGNIFICADO—Em geral, o amor a Deus é destituído d a intimidade do sentido
VERSO 78 de propriedade. No caso do amor em servidão, há falta de confiança. Há falta
de maior afeição na relação fraternal, mas, ao incrementar-se esta afeição na rela-
cm ftfiir.*i a «cai a Umjiwstti i ção de pai ou mãe, há, não obstante, u m a carência de liberdade completa.
Contudo, q u a n d o alguém se torna amante conjugai de Krsna, manifesta-se ple-
« l l f " C*tf5C3 ctr^l m efíf f ^ f e f T * 1 -lo- i
namente tudo o que faltava nas outras relações. Na fase conjugai, o amor a Deus
nemani virihco na bhavo não carece de nada. O resumo deste verso é que o amor de pai ou mãe a Krsna
na érir apy ahga-sarhérayã é certamente superior ao amor fraternal, mas que o amor conjugai é ainda superior.
prasãdarh lebhire gopt Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a Rãmãnanda Rãya que fosse adiante, ao que
yat tat prãpa vimuktidãt este chegou ao tema da convivência conjugai, que é a fase máxima de perfeição
na—não; imam—este (amor a Deus); virihcah—o Senhor Brahmã; na—não; do amor transcendental,
bhavah—o Senhor Siva; na—tampouco; érih—a deusa da fortuna; api—sequer;
ahga—no peito de Visnu; sarhérayã—que se abriga; prasãdam—favor; lebhire— VERSO 80
obtiveram; gopf— mãe Yaáodã; yat—que; faf—este; prãpa—obteve; vimukti-dãt—dà lUi fale?!** $ fJraT^re: ss^ir.
pessoa que outorga a liberação.
'SttfFTStt J i f à i i W B n ^ 1 * 9 1 1 : i
TRADUÇÃO—" ' N e m o Senhor Brahmã n e m o Senhor Siva, nem tampouco a
deusa da fortuna, que sempre se abriga no peito da Suprema Personalidade de
Deus, Visnu, jamais obtiveram o favor q u e mãe Yaáodã obteve de Sri Krsna.
o outorgador da liberação.' " nãyath ériyo 'hga u nitãnta-rateh prasãdãh
svar-yositãm nalina-gandha-rucüm kuto 'nyãh
SIGNIFICADO—Esta afirmação é do Srimad-Bhãgavatam (10.9.20). Krsna deixou que rãsotsave 'sya bhuja-danda-grhita-kantha-
mãe Yaáodã O atasse q u a n d o ela já queria desistir do propósito de atar Krs labdhãéisãm ya udagãd-vraja-sundarinãm
680 Sri Caitanya-caritãmrta 83 Conversas entre án Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 681
Madhya-m^ 8
yathottaram asau svãda- ^ p U Ç Ã O — " A s s i m como as qualidades aumentam, também o sabor aumenta
visesollãsa-mayy api e& cada uma das doçuras. Portanto, todas as qualidades encontradas em sãnta-
ratir vãsanayâ svãdvi rasa< dãsya-rasa, sakhya-rasa e vãtsalya-rasa s ã o manifestas no amor conjugai
bhãsate kãpi kasyacit [Diádhurya-rasal."
yathã «fiaram—um após outro; asau—aqueles; svãda-vise$a—de sabores
específi.
cos; ullãsa—agradável; mayi— dotado de; api—embora; ratih—amor; vãsanayâ— \ VERSO 87
desejo; svãdvi— doce; bhãsate—aparece; kã api—alguém; kasyacit—um deles
« r f a r W í f B H <9«1 CAU *fa-*fa fpS I
TRADUÇÃO—" 'Experimenta-se amor crescente de diversos sabores, u - m a
S
&-r*n apre Alus « í f a f t o s II v<\ n
outro. Porém, o amor q u e tem o sabor máximo na sucessão gradual de dese
manifesta-se sob a forma de amor conjugai.' " õkãéãdira guna yena vara-pãra bhüte
dui-tina krame bãde pahca prthivite
SIGNIFICADO—Este verso é do Bhakti-rasãmrta-sindhu (2.5.38) de Srila R u p a Skãéa-ãdira—do céu, ar e assim por diante; guna—as qualidades; yena—assim
Gosvãmi, e também aparece no Adi-lilã, Quarto Capítulo, verso quarenta e cinco como; para-para—uma após outra; bhüte— nos elementos materiais; dui-tina—dois
e depois três; krame— por gradações; bãde—aumentam; pahca—todas as cinco; prthi-
VERSO 8 5 xüle—na terra.
• t ^ f - a r e * « * r ™ * m wsi TRADUÇÃO—"As qualidades dos elementos materiais — céu, ar, fogo, água e
sfè-fw -stítca *m ? t ^ i II w II terra — a u m e n t a m u m a após outra mediante um processo gradual de um, dois
e três, e, na última fase, no elemento terra, todas as cinco qualidades são com-
pürva-pürva-rasera guna—pare vare haya pletamente visíveis."
dui-tina ganane pahca paryanta bãdaya
pürva-pürva—de cada uma anterior; rasera—da doçura; guna—as qualidades; pare VERSO 88
pare—em cada uma subseqüente; haya—existem; dui-tina—duas e depois três; gana-
ne— contando-se; pahca—cinco; paryanta—até; bãdaya—aumenta. »tfà«3«f-3K&2ftfa 'c«nrr* rere> i
TRADUÇÃO—"Há u m a o r d e m gradual de aprimoramento em doçuras transcen- iifè c e W i i»t - i r e «rtire> u b-vit
dentais, desde as iniciais até as últimas. Em cada doçura subseqüente, paripürna-krsna-prãpti ei 'prema' haite
manifestam-se as qualidades das doçuras anteriores, contando-se a partir de duas, ei premãra vasa krsna—kahe bhãgavate
depois três, até chegar a cinco qualidades completas." paripürna—perfeitamente pleno; krsna-prãpti—alcance dos pés de lótus do Senhor
Krsria; ei—este; prema— amor a Deus; haite—de; ei premãra—desta espécie de amor
VERSO 86 a Deus; vaéa—sob o controle; krsna—Senhor Krsna; kahe—se diz; bhãgavate—no
Srimad-Bhãgavatam.
© t í f t r e n w t f w itff?«ff3-?re i
«rra-ft^-itj-ateiiFna «rçrereirereiib-fcii TRADUÇÃO—' ' É possível alcançar perfeitamente os p é s de lótus de Krsna atra-
y
és do amor a Deus, especificamente através de mãdhurya-rasa, ou amor conju-
gunãdhikye svãdãdhikya bãde prati-rase 8*1. Na verdade, este padrão de amor cativa o Senhor Krsna. Afirma-se isto,
éãnta-dãsya-sakhya-vãtsalyera guna madhurete vaise teoíbém, no árimad-Bhãgavatam."
guna-ãdhikye—pe\o a u m e n t o de qualidades transcendentais; svãda-ãdhikya—
aumento do sabor; bãde— aumenta; prati-rase—em cada doçura; éãnta—àe SIGNIFICADO—Para explicar a qualidade suprema do amor conjugai, Srila Krsna-
neutralidade; dãsya—àe servidão; sakhya—de fraternidade; vãtsalyera—e de afei- dãsa Kavirãja Gosvãmi dá o exemplo d o s elementos materiais — céu, ar, fogo,
1
ção de pai ou mãe; guna—as qualidades; madhurete—na doçura conjuga - *gua e terra. No céu (espaço), há a qualidade do som. De forma semelhante, no
vaise—aparecem. * existem as qualidades do som e do tato. No fogo, existem três qualidades —
686 Sri Caitanya-caritãmrta .. ., 90 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 687
Madhya-i ila 8
som, tato e forma. Na água, existem quatro qualidades — som, tato forma VERSO 90
6S a 0 r
Finalmente, na terra, existem todas as cinco qualidades — som, tato f ^ -
S a T
e também aroma. Pode-se, pois, verificar que a qualidade do céu está ^°
t U d o
— ou seja, no ar, no fogo, na água e na terra. Na terra, podemos e n c o n t ^
as qualidades da natureza material. O mesmo se aplica à rasa c o n h e c i c T t 0 d a S
re rere « r e , 3*» « t r e « r e re>re n a » 11
0
mâdhurya-rasa, ou amor conjugai. N o amor conjugai, existem as q u a l i d a d ^
krsnera pratijhã drdha sarva-kãle ache
neutralidade, servidão, fraternidade e paternidade, bem como as do própri ^ ^
conjugai. Conclusão: através do amor conjugai, o Senhor fica n l p L ° a , n 0 r
ye yaiche bhaje, krsna tare bhaje taiche
satisfeito. finamente —do Senhor Krsna; pratijhã—a promessa; drdha—firme; sarva-kãle—em
iodos os tempos; ache—há; ye—qualquer pessoa que; yaiche—assim como; bhaje—
O amor conjugai (mãdhurya-rasa) também é conhecido como érhgãra-rasa Se presta serviço; krsna—Senhor Krsna; fore—ele; bhaje—reciproca com; taiche—assim
8
do conclusão do Srimad-Bhãgavatam, na combinação completa do serviço a m o " " para sempre.
S
ao Senhor — ou seja, no amor conjugai —, o Senhor Supremo concorda ple° °
mente em estar sob o controle do devoto. Srimati Rãdhãrãni representa a foiroa
3 TRADUÇÃO—"O Senhor Krsna fez uma firme promessa para sempre. Se alguém
mais elevada de amor conjugai; portanto, nos passatempos de Rãdhã e Krsna
podemos verificar que Krsna é sempre subjugado pela influência de Srimati Rãdhã Lhe presta serviço, Krsna lhe dá correspondentemente u m a quantidade igual
rãni. de êxito em serviço devocional a E l e . "
VERSO 89 SIGNIFICADO—É uma idéia completamente errada a de que se pode adorar Krsna
•
sob qualquer forma ou de qualquer maneira e ainda assim alcançar o resultado
final, recebendo o favor do Senhor. Esta é a conclusão a que chegam os materia-
listas grosseiros. De um m o d o geral, tais h o m e n s dizem ser possível que cada
um fabrique seu próprio método de adorar o Senhor Supremo e que qualquer
mayi bhaktir hi bhütãnãm espécie de adoração é suficiente para aproximar alguém da Suprema Personalidade
amrtatvãya kalpate de Deus. Com certeza, existem diferentes métodos para se alcançar diferentes
distyã yad ãsin mat-sneho resultados nos caminhos de atividade fruitiva, conhecimento especulativo, yoga
bhavatinãth mad-ãpanah mística e austeridade. Portanto, homens rudes dizem que, caso se adote qualquer
mayi—a Mim; bhaktih—serviço devocional; hi—decerto; bhütãnãm—àe todas as um desses métodos, alcança-se o favor da Suprema Personalidade de Deus. Ale-
entidades vivas; amrtatvãya—a tornarem-se eternas; kalpate—destina-se; di$tyã- gam que não importa a espécie de método adotado e dão um exemplo geral. Se
afortunadamente; yat—o que; ãsit—há; mat-snehah—afeição por Mim; bhavatinãm- alguém deseja chegar a determinado lugar, existem muitos caminhos que levam
áe todas vós; mat-ãpanah—o meio d e obter Meu favor. até lá, podendo ele ir àquele lugar por qualquer um desses caminhos. Analoga-
mente, esses materialistas grosseiros dizem que há diferentes métodos para se
T R A D U Ç Ã O — " O Senhor Krsna disse às gopis: 'O meio de obter Meu favor é alcançar o favor da Suprema Personalidade de Deus. Afirmam ser possível conce-
prestando-Me serviço amoroso e, afortunadamente, todas vós estais ocupadas ber a Suprema Personalidade de Deus como a deusa Durgã, a deusa Kali, o Senhor
assim. Os seres vivos q u e prestam serviço a M i m são candidatos a transferir- &va, o semideus Ganesa, o Senhor Rãmacandra, Krsna, o Brahman impessoal
se ao m u n d o espiritual e alcançar vida eterna com conhecimento e bem-aventu- ou o que quer que seja, podendo se cantar o nome do Senhor de qualquer maneira
rança.' " °u de qualquer forma e finalmente tornar-se uno com Ele. Tais materialistas afir-
•"am que o resultado é o mesmo. Dizem, também, que um h o m e m pode ter dife-
rentes nomes, mas que responderá se chamado por qualquer um deles. Portanto,
SIGNIFICADO—Este verso d o Srimad-Bhãgavatam (10.82.45) resume a plenitude da
declaram que não há necessidade de cantar o mantra Hare Krsna. Se alguém cantar
vida humana. Há duas palavras importantes neste verso: bhakti (serviço devocio- °nome de KãB, Durgã, Siva, Ganesa ou qualquer outro, o resultado será o mesmo.
nal) e amrtatva (vida eterna). O objetivo da vida humana é alcançar a posição na- Não há dúvida de que tais declarações feitas por especuladores mentais os agra-
tural de vida eterna. Só se pode alcançar esta vida eterna através do serviç dam muito, mas, aqueles que têm conhecimento verdadeiro não admitem tais
c
devocional. °riclusões, as quais são contrárias à autoridade dos sãsfras. Um acãrya fidedigno
688 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy i yerso 90 Conversas entre Sn Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 689
certamente não aceitará tais conclusões. Como Krsna afirma claramente n m. devocional amoroso serão admitidos ao m u n d o espiritual e voltarão ao supremo,
notih
gltã (9.25): "gavad. enão outros.
"Os adoradores de semideuses nascerão entre os semideuses; os adorador "t apenas prestando serviço devocional que se pode compreender a Personali-
fantasmas e espíritos nascerão entre tais seres; os adoradores de ancestraiV - dade Suprema como Ela é. E quem tem plena consciência do Senhor Supremo
ter com os ancestrais; e os que Me adorarem viverão comigo." através de tal devoção pode entrar no reino de D e u s . "
Poderão ser admitidos somente os devotos do Senhor ao Seu reino — e 3 Os impersonalistas não p o d e m entender a Suprema Personalidade de Deus;
30
os adoradores de semideuses, os karrnis, os yogis ou outros mais. Quem dese portanto, não lhes é possível entrar no reino espiritual de Deus e voltar ao lar,
elevação aos planetas celestiais adora diversos semideuses, e a natureza material voltar ao Supremo. Na realidade, obtêm-se diferentes resultados por diferentes
talvez se satisfaça em oferecer a tais devotos as posições desejadas. Conseqüen- meios. Não é que todas as conquistas sejam iguais. Não se pode comparar os
temente, a natureza material dá a cada um sua própria natureza, pela qual ele interessados nos quatro princípios de dharma, artha, kãma e moksa com as pessoas
nutre afeição por diferentes classes de semideuses. No entanto, o Bhagavad-gitã interessadas no imaculado serviço devocional ao Senhor. Portanto, o Srimad-
diz que a adoração a semideuses destina-se a homens que perderam toda a Bhãgavatam (1.1.2) diz:
inteligência.
dharmah projjhita-kaitavo 'tra paramo nirmatsãrãnãm satãm
kãmais tais tair hrta-jhãnãh vedyani vãstavam atra vastu éivadarh tãpa-trayonmülanam
prapadyante 'nya-devatãh érimad-bhãgavate mahã-muni-krte kim vã parair iévarah
tam tam niyamam ãsthãya sadyo hrdy avarudhyate 'tra krtibhih éuérüsubhis tat-ksanãt
prakrtyã niyatãh svayã
"Rejeitando por completo todas as atividades religiosas materialmente motivadas,
"Aqueles cujas mentes estão distorcidas por desejos materiais rendem-se a semi- este Bhãgavata Purãna propõe a verdade máxima, que é compreensível àqueles
deuses e observam as regras e regulações particulares de adoração segundo suas devotos que são puros de coração. A verdade mais elevada distingue-se da ilusão
próprias naturezas." (Bg. 7.20) por ser realidade para o bem-estar de todos. Tal verdade desarraiga as três espé-
Mesmo que alguém se eleve aos planetas celestiais, os resultados de tal bênção ties de misérias. Este belo Bhãgavatam, compilado pelo grande sábio Sri Vyãsadeva,
são limitados. por si só é suficiente para que se compreenda Deus. Tão logo alguém ouça atenta
e submissamente a mensagem do Bhãgavatam, apega-se ao Senhor S u p r e m o . "
antavat tu phalam tesdm Aqueles que aspiram à liberação tentam fundir-se no Brahman impessoal. Com
tad bhavaty aipa-medhasãm este objetivo, realizam cerimônias ritualísticas religiosas, porém, o Srimad-Bhãgavatam
devãn deva-yajo yãnti considera como enganador este processo. Na verdade, tais pessoas nunca podem
mad-bhaktã yãnti mãm api sonhar em voltar ao lar, em voltar ao Supremo. Há um abismo de diferença entre
a meta de dharma, artha, kãma e moksa e a meta do serviço devocional.
" H o m e n s de pouca inteligência adoram semideuses, e seus frutos são limitados A deusa Durgã é a deidade superintendente deste m u n d o material, feito de
e temporários. Aqueles que adoram semideuses vão aos planetas dos semideuses, elementos materiais. Os semideuses são apenas diferentes diretores encarregados
porém, Meus devotos alcançam Meu planeta s u p r e m o . " (Bg. 7.23) de operar os departamentos de atividades materiais, estando sob a influência da
Elevar-se aos planetas celestiais ou a outros planetas materiais não significa alcançar Própria energia material. As potências internas de Krsna, contudo, nada têm a
vida eterna de conhecimento e bem-aventurança. No final do mundo material, v
er com a criação deste m u n d o cósmico material. O mundo espiritual e todas as ati-
todas as consecuções de elevação material também terminarão. Ainda, segundo vidades espirituais estão sob a orientação da energia espiritual interna, ou yogamãyã,
Krsna no Bhagavad-gitã (18.55), apenas aqueles que se dedicarem a Seu serviço a
energia espiritual que realiza tais atividades. Yogamãyã é a energia espiritual ou
690 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 92 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 691
Madhya-nu
interna da Suprema Personalidade de Deus. Aqueles que estão interessados e QS devotos de Krçna em Vrndãvana chamam-nO de Rãdhãramana, Nandananda-
ser promovidos ao m u n d o espiritual e dedicar-se ao serviço do Senhor alcan Yasodânandana, mas não de Vasudeva-nandana e Devakl-nandana. Embora,
e
ar
>Çam Çam jggundo a concepção material, Nãrãyana, Rukmini-ramana e Krsna sejam a
a perfeição espiritual sob o controle de yogamãyã. Aqueles que se interessama m
em U, ma coisa, no m u n d o espiritual não se pode usar o nome de Rukmini-ramana
promoção material ocupam-se em cerimônias ritualísticas religiosas e em desenv es
vimento econômico para aprimorar o gozo dos sentidos. Eles finalmente tent 0u Nãrãyana em lugar de Krçna. Caso alguém faça isto devido a um pobre fundo
fundir-se na existência impessoal do Senhor. De um modo geral, tais pess de conhecimento, sua doçura de relacionamento com o Senhor toma-se espiri-
tornam-se impersonalistas, interessadas em adorar o Senhor Siva ou a deusa tualmente defeituosa, sendo chamada rasãbhãsa, uma sobreposição de doçuras
Durgã, mas a recompensa que conseguem é cem por cento materialista. transcendentais. O devoto avançado que tenha realmente compreendido os aspec-
tos transcendentais do Senhor não cometerá o erro de criar uma situação de rasã-
Seguindo o exemplo das gopis, os devotos às vezes adoram a deusa Kãtyãyan]
\jftísa, usando um nome em lugar de outro. Devido à influência de Kali-yuga,
mas, compreendem que Kãtyãyanl é u m a encarnação de yogamãyã. As gopis ado^
há muita rasãbhãsa em nome de extravagância e liberalidade. Os devotos puros
raram KãtyãyanI, yogamãyã, para conseguir Krçna como seu esposo. Por outro
não apreciam n a d a tais fanatismos.
lado, aiirma-se na escritura Sapta-éatl que certo rei ksatriya chamado Suratha e
um rico vaiéya chamado Samãdhi adoraram a natureza material sob a forma da
deusa Durgã para alcançar perfeição material. Se alguém tenta misturar a adoração
de yogamãyã com a de mahãmãyã, considerando-as a mesma coisa, na verdade não VERSO 91
mostra inteligência muito elevada. A idéia de que tudo é a mesma coisa é uma
espécie de tolice praticada p o r aqueles que têm reduzida massa cinzenta. Tolos ci w t u s m r e ssTvTsbre ewT^r^ i
e patifes dizem que a adoração de yogamãyã e a de mahãmãyã são a mesma coisa.
Esta conclusão trata-se apenas do resultado da especulação mental, não tendo
1^'T^IÍCS i?3Jt: nT«í i * t : « »> •
n e n h u m efeito prático. No m u n d o material, às vezes, alguém concede um nome ye yathã mãm prapadyante
a u m a coisa inteiramente indigna, o que na Bengala é conhecido como dar, a uma tãrhs tathaiva bhajãmy aham
criança cega, o nome de Padmalocana, que significa " d e olhos de lótus". Pode-se mama vartmãnuvartante
tolamente chamar uma criança cega de Padmalocana, mas tal designação não tem manusyãh pãrtha sarvaéah
n e n h u m sentido. ye—eles; yathã—à medida que; mãm—a Mim; prapadyante—rendem-se; tãn—a
No m u n d o espiritual, o Senhor Absoluto é sempre idêntico a Seu nome, fama, eles; tathã eva—na mesma proporção; bhajãmi—concedo Meu favor; aham—Eu;
forma, qualidades e passatempos. Tal identidade é impossível no mundo mate- mama—Meu; vartma—caminho; anuvartante—trilham; manusyãh—homens; pãrtha—
rial, onde o nome de u m a pessoa é diferente da própria pessoa. O Senhor Supre- Meu querido Arjuna; sarvaéah—sob todos os aspectos.
mo tem muitos santos nomes como Paramãtmã, Brahman e Criador, mas, aquele
que adora o Senhor como Criador não pode entender a relação entre um devoto
e o Senhor nas cinco classes de doçuras transcendentais, nem pode ter verdadeira T R A D U Ç Ã O — " S e g u n d o o Senhor Krçna no Bhagavad-gitã 14.11): 'A todos eles
concepção de Krsna. Não é simplesmente compreendendo a Suprema Personali- ~ à medida que se rendem a Mim — Eu os recompenso de acordo. Todos trilham
dade de Deus como o Brahman impessoal que se pode entender as seis opulências Meu caminho sob todos os aspectos, ó filho de Prthã.' "
transcendentais do Senhor.
A compreensão impessoal da Verdade Absoluta é certamente transcendental, VERSO 92
mas isto não significa que alguém possa entender a forma sac-cid-ãnanda do Senhor
desta maneira. De modo semelhante, a compreensão de Paramãtmã também <lft 'C«lCT'a «133*1 sri «ttti « f a c s I
u m a compreensão incompleta da Verdade Absoluta. A expansão plenária da Ver W 5 4 1 '«râl' W - 1 S W <Síf1C3 ll l
dade Absoluta dentro do coração de todos é o aspecto Paramãtmã do Senhor.
Um devoto da Personalidade de Deus, Nãrãyana, não pode realmente enten e ei 'preme'ra anurüpa nã pare bhajite
os aspectos atrativos transcendentais de Krsna. Por outro lado, o devoto de Krs ' ataeva 'ml' haya—kahe bhãgavate
que se apega ao sublime aspecto atrativo do Senhor não considera Nãrãyana mui_ ^ «—este; premera—do amor a Deus; anurüpa—exatamente na proporção; nã—
s
importante. Às vezes, ao verem Krsna sob a forma de Nãrãyana, as gop> na
°'> pãre—é capaz; bhajite—de reciprocar; ataeva—portanto; rrif—devedor; haya—
ficavam muito atraídas por Ele. As gopis nunca chamaram Krçna de Rirloruni-rarnai to
rna-Se; kahe— afirma-se; bhãgavate—no Srimad-Bhãgavatam.
692 Sri Caitanya-caritãmrta y rso 96 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 693
Madhya-|- aâ
e
TRADUÇÃO—"O Srimad-Bhãgavatam [10.32.22] diz que o Senhor Krsna não TRADUÇÃO— "Embora a beleza incomparável de Krçna seja a doçura máxima d o
POtle
reciprocar proporcionalmente o serviço devocional em mãdhurya-rasa; p o r t aflujr a Deus, Sua doçura aumenta ilimitadamente quando Ele está na companhia
Ele sempre permanece um devedor de tais d e v o t o s . " ' """to, s
das gop» - Logo, a troca de amor de Krçna com as gopis é a perfeição máxima
d0 amor a D e u s . "
VERSO 93
SIGNIFICADO—Krçna e Seus devotos alcançam perfeita intimidade no amor conju-
gai divino. Em outras doçuras, o Senhor e os devotos não gozam tão perfeita-
v i r ç j F 3i* f^ní.iTr?r i t e de bem-aventurança transcendental. O seguinte verso do Srimad-Bhãgavatam
m e n
n f i f i ^ í t f l R t ^ T t ç n i i »* i VERSO 95
TRADUÇÃO—"Quando as gopis encheram-se de descontentamento devido à au- TRADUÇÃO—" 'Embora o filho d e Devaki, a Suprema Personalidade de Deus,
sência do Senhor Krçna da rãsa-lilã, Krçna voltou a elas e disse-lhes: 'Minhas também seja o reservatório de toda espécie de beleza, não obstante, quando está
queridas gopis, por certo que nosso encontro está livre de toda a contaminação entre as gopis, Ele torna-Se mais belo, pois assemelha-Se a uma jóia mãrakata
material. Devo admitir que em muitas vidas ser-Me-ia impossível saldar a dívida rodeada por ouro e outras jóias.' "
que tenho convosco, pois vós rompestes os laços da vida familiar só para buscar-
M e . Em conseqüência disto, sou incapaz de retribuir-vos. Portanto, por favor, VERSO 96
contentai-vos com vossas atividades honestas a este respeito.' "
<& -'Itirtlfl' *&WS I
VERSO 94 f»tt 1 # **h « I t C t faj 1S II II
prabhu kahe, ei—'sãdhyãvadhi' suniécaya
krpã kari' kaha, yadi ãge kichu haya
ararOTffa ir,* <ít? Af*K9 itf^ H S>8 11 prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu replicou; ei—este; sãdhya-avadhi—o
tonite máximo da perfeição; su-niécaya—com certeza; krpã kari'—tendo misericór-
yadyapi krsna-saundarya—mãdhuryera dhurya dia de Mim; kaha—por favor, fala; yadi—caso; ãge—mais; kichu haya—haja algo.
vraja-devtra sahge tãhra bãdaye mãdhurya ^
yadyapi—embora; krsna-saundarya—a beleza do Senhor Krçna; müdhuryera- J^DUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu replicou: " C o m certeza este é o
doçura; dhurya—a máxima; vraja-devtra—as gopis; sahge—na companhia de; tan lur
u t e máximo da perfeição, mas, por favor, tem misericórdia de Mim e fala-Me
Sua; bãdaye— aumenta; mãdhurya—a doçura. " ^ s , s e houver m a i s . "
101 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 695
694 Sri Caitãnya-cãritimrta
Madhy -hl
a í(
TgADUÇÃO—" 'Assim como Srimati Rãdhãrãni é muito querida por Sri Krsna,
VERSO 97
g balneário, conhecido como Rãdhã-kunda, também Lhe é querido. Entre todas
e U
^ g o p í S ' Srimati Rãdhãrãni é suprema e muito querida pelo Senhor Krsna.' "
m «rftif *tW.
l*t* wre |
uvsfwi fttÜ «rifa, «mre* çiw ii si ii S1GNIFI CAD0—
Este verso é do Padma Purãna e está inserido no Laghu-bhãgavatãmrta
(2.45), de Srila Rüpa Gosvãmi. Aparece, também, no Adi-lllã, Quarto Capítuio,
nfyfl tane,—iTufra age puc/ie heno /<me çgjso 215, e novamente no Madhya-lilã, Capítulo Dezoito, verso 8.
eta-dina nãhi jãni, ãchaye bhuvane
rãya kahe— Rãmãnanda Rãya replicou; ihãra age—além deste ponto; puche—inda
VERSO 100
ga; hena—assim; jane—uma pessoa; eta-dina—até esta data; nãhi jãni—eu n ã o conhe-
cia; ãchaye—há; bhuvane—neste m u n d o material.
m i fVçrs ttifw. Htcsn ?III?ÍT?Ç: i :>•• i
TRADUÇAO—Rãya Rãmãnanda replicou: "Até esta data, eu não conhecia ninguém anayãrãdhito nünam
neste m u n d o material que p u d e s s e indagar além desta fase de perfeição do ser- bhagavãn harir Iévarah
viço devocional." yan no vihãya govindah
prito yãm anayad rahah
VERSO 98 anayã— por Ela; ãrãdhitah—adorado; nünam—na verdade; bhagavãn—a Suprema
Personalidade de Deus; harih—Krçna; Iévarah—o Senhor; yat—do que; nah—a nós;
^ > t t WXÍ atuí* £>sm -'»Tí.«fTfafr3tt«if«i* i vihãya—rejeitando; govindah—Senhor Sri Krsna; pritah—satisfeito; yãm—a quem;
tnayat—trouxe; rahah—um lugar solitário.
Síçtu « r f o l T ^ f t c í r e Itltfs* II !l
ihhãra madhye rãdhãra prema—'sãdhya-éiromani' TRADUÇÃO—"Ao começarem a conversar entre si, as gopis disseram: 'Queridas
yãhhãra mahimã sarva-éãstrete vãkhãni amigas, a gopí que Krçna levou embora para um lugar solitário deve ter adorado
ihhãra madhye—entre os romances amorosos das gopis; rãdhãra prema—o amor o Senhor mais do que qualquer outra.' "
a Deus de Srimati Rãdhãrãni; sãdhya-éiwmani—a perfeição mais elevada; yãhhãm—àz
qual; mahimã—a glorificação; sarva-éãstrete—em toda escritura: vãkhãni—descrição. SIGNIFICADO—O nome Rãdhã deriva-se deste verso (Bhãg. 10.30.28), da palavra
anayãrãdhitah, que significa: " p o r Ela o Senhor é a d o r a d o " . Às vezes, os críticos
TRADUÇÃO—"Entre os romances amorosos das g o p i s " , prosseguiu Rãmãnanda do Srimad-Bhãgavatam acham difícil encontrar o santo nome de Rãdhãrãni, mas
Rãya, "o amor de Srimati Rãdhãrãni por Sri Krsna é o mais elevado. Na verdade, o segredo é desvendado aqui pela palavra ãrãdhitah, da qual provém a palavra
as glórias de Srimati Rãdhãrãni são altamente estimadas em todas as escrituras Rãdhã. Naturalmente, outros Purãnas mencionam diretamente o nome de Rãdhã-
reveladas." rãni. A adoração a Krçna desta gopl é suprema, e por isso Seu nome é Rãdhã,
VERSO 99 ou seja, a adoradora suprema.
ihhãra madhye rãdhãra prema—'sãdhya-éiromani' TRADUÇÃO—"Ao começarem a conversar entre si, as gopis disseram: 'Queridas
yãhhãra mahimã sarva-éãstrete vãkhãni amigas, a gopi que Krçna levou embora para um lugar solitário deve ter adorado
ihhãra madhye—entre os romances amorosos das gopis; rãdhãra prema—o amor o Senhor mais do que qualquer outra.' "
a Deus de Srimati Rãdhãrãni; sãdhya-éiromani—a perfeição mais elevada; yãhhãra—da
qual; mahimã—a glorificação; sarva-éãstrete—em toda escritura; vãkhãni— descrição. SIGNIFICADO—O nome Rãdhã deriva-se deste verso (Bhãg. 10.30.28), da palavra
anayãrãdhitah, que significa: " p o r Ela o Senhor é a d o r a d o " . Às vezes, os críticos
T R A D U Ç Ã O — " E n t r e os romances amorosos das g o p i s " , prosseguiu Rãmãnanda do Srimad-Bhãgavatam acham difícil encontrar o santo nome de Rãdhãrãni, mas
Rãya, "o amor de Srimati Rãdhãrãni por Sri Krsna é o mais elevado. Na verdade, o segredo é desvendado aqui pela palavra ãrãdhitah, da qual provém a palavra
as glórias de Srimati Rãdhãrãni são altamente estimadas em todas as escrituras Rãdhã. Naturalmente, outros Purãnas mencionam diretamente o nome de Rãdhã-
reveladas." rãni. A adoração a Krçna desta gopf é suprema, e por isso Seu nome é Rãdhã,
VERSO 99 ou seja, a adoradora suprema.
VERSO 101
TRADUÇÃO—O Senhor á r i Caitanya Mahãprabhu disse: "Por favor, continua f rãya kahe,—tabe éuna premera mahimã
lando. Fico muito feliz de ouvir-te, pois de tua boca flui um rio de néctar tri-jagate râdhã-premera nãhika upamã
sem pre- rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; fabe—então; éuna—por favor, ouve; premera—
cedentes."
f deste amor; mahimã— as glórias; tri-jagate—nos três mundos; rãdhã-premera—dos
VERSO 102 romances amorosos de Srimati Rãdhãrãni; nãhika—não há; upamã—comparação.
TRADUÇÃO—"Durante a dança da rasa, Sri Krsna não trocou romances amorosos *pn F t f ç ' i r e ftre f i s r t i atirai 11 w
com Srimati Rãdhãrãni devido à presença das outras gopis. Por causa da depen-
dência d a s outras, a intensidade do amor entre Rãdhã e Krsna não se manifes- gopi-ganera rãsa-nrtya-rnandali chãdiyã
tou. Portanto, Ele r a p t o u - A . " rãdhã cãhi' vane phire vilãpa kariyã
gopi-ganera—das gopis; rãsa-nrtya—da dança da rasa; mandali—o círculo; chãdiyã—
SIGNIFICADO—Por temor às outras gopis, o Senhor Sri Krsna levou Srimati Rãdhã- rejeitando; rãdhã— Srimati Rãdhãrãni; cãhi ' - d e s e j a n d o ; vane-na floresta; phire—
rãni a um lugar solitário. A este respeito, será citado, do Gita-govinda de Jayadeva vaga; vilãpa—lamentação; kariyã—fazendo.
Gosvãmi, o verso karhsãrir api (o seguinte verso 106).
VERSO 103 TRADUÇÃO—"Vendo-Se tratada a nível de igualdade com todas as outras gopis,
Srimati Rãdhãrãni revelou Seu comportamento astuto, deixando o círculo da
* W *rtfa' cttr%ar \ % « r f * t * i r e i dança da rasa. Sentindo a ausência de Srimati Rãdhãrãni, Krçna ficou muito
triste e começou a lamentar-Se, vagando pela floresta buscando por Ela."
« r e mú%- w m •ntp-«iww n $ » « «
râaVjfl lagi' gopfre yadi sáfcsaf fcare fyãga
fabe ;í«i,—rãdhãya krsnera gãdha-anurãga VERSO 106
rãdhã lãgi'—por causa de Srimati Rãdhãrãni; gopire—as gopis; yadi—se; sãksãt—
diretamente; kare—íaz; tyãga—rejeição; fate—então; ;am—podemos entender; rãdhãya—
era Srimati Rãdhãrãni; krsnera—do Senhor Krçna; gãàha—intensa; anurãga—afeição.
TRADUÇÃO—"Se o Senhor Krçna rejeitou a companhia das outras gopis por causa karhsãrir api samsara-
de árimati Rãdhãrãni, p o d e m o s entender que o Senhor ári Krçna tem intensa vãsanã-baddha-érhkhalãm
afeição por E l a . " rãdhãm ãdhãya hrdaye
tatyãja vraja-sundarih
VERSO 104 kamsãrih-o inimigo de Karhsa; a p i - a l é m disso; samsôra-wisaria-desejoso da es-
sência do desfrute (rãsa-lilã); baddha-érhkhalãm-estando perfeitamente atraído por
a r a i r e , — « r e w c s t r e * «rfcrl i tais atividades; rãdhãm—Srimati Rãdhãrãni; ãdhãya—levando; rirdaj/e-dentro do
coração; tatyãja—deixou de lado; vraja-sundarih—as outras lindas gopis.
f ü w r r e » ?rt«rl-c>síre?i srffeis $*f,r| n a°8 n
698 Sri Caitanya-caritàmrta 111 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 699
Madhya-luã 8
TRADUÇÃO—" 'O Senhor Krsna, o inimigo de Karhsa, levou árimati Rãdhãra TRADUÇÃO—"Simplesmente por considerar estes dois versos, pode-se entender
dentro de Seu coração, pois desejava dançar com Ela. Assim, deixou a áre *^ „ue néctar há em tais relações. É exatamente como abrir as comportas de um
dança da rasa e a companhia de todas as outras lindas donzelas de Vraja Manancial de néctar."
VERSO 109
VERSO 107
•rarenT? cft*rVire s t i - f a m I
s t * A m aw*jj?áj are a t i i - i H « > s n
éata-koti gopi-sahge rãsa-vilãsa
tara madhye eka-mürtye rahe râdhã-vãéa
sata-koti—centenas de milhares; gopi-sahge—com as gopis; rãsa-vilãsa—dançando
na dança da rasa; tara madhye—entre elas; eka-mürtye—por uma de Suas formas
itas-tatas tãm anusrtya rãdhikãm transcendentais; rahe—permanece; rãdhã-vãéa—ao lado de Srimati Rãdhãrãni.
amhga-vãna-vrana-khinna-mãnasah
krtãnutãpah sa kalinda-nandiní T R A D U Ç Ã O — " E m b o r a Krçna estivesse em meio a centenas de milhares de gopis
tatãnta-kuhje visasãda mãdhavah durante a dança da rasa, ainda assim manteve-Se, em u m a de Suas formas trans-
itah-tatah—aaui e acolá; tãm—a Ela; anusrtya—procurando; rãdhikãm—Srimati cendentais, ao lado de Srimati R ã d h ã r ã n i . "
Rãdhãrãni; anahga—de Cupido; vãna-vrana—por uma ferida da flecha; khinna-mãna-
sah—cujo coração está ferido; krta-anutãpah—arrependido pelo mau comportamen- VERSO 110
to; sah—Ele (o Senhor Krsna); kalinda-nandini—do rio Yamunã; tata-anta—à beira
da margem; kuhje—nos bosques; visasãda—lamentou-Se; mãdhavah—Senhor Krçna.
iT»it*«K«fre C*TA 1 * 3 II«I' I
4
TRADUÇÃO—" 'Ferido pela flecha de Cupido e tristemente arrependendo-Se de sãdhãrana-preme dekhi sarvatra 'samatã'
ter maltratado Rãdhãrãni, Mãdhava, o Senhor Krçna, começou a procurar árimati rãdhãra kutila-preme ha-ila 'vãmatã'
Rãdhãrãni ao longo das margens do rio Yamunã. Como não conseguisse encontrá- sãdhãrana-preme—no amor a Deus em geral; dekhi—vemos; sarvatra—em toda
1A, refugiou-Se nos bosques de Vrndãvana e começou a lamentar-Se.' " parte; samatã— equanimidade; rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãni; kutila-preme—no con-
flitante amor a Deus; ha-ila—houve; vãmatã— contrariedade.
SIGNIFICADO—Estes dois versos são do Gita-govinda (3.1,2), escrito por Jayadeva T R A D U Ç Ã O — " O Senhor Krçna é equânime para com todos em Seus tratamentos
Gosvãmi. genéricos. Porém, devido ao conflitante amor extático de Srimati Rãdhãrãni, houve
contrariedade."
VERSO 111
VERSO 108
'AVljAA i f c : CÜ\V 15t^íf&»l1 VCA\ I
<aft s^-oltre* Wfastfliref «ftfa I AVf\ c S l ^ U z í V S f t AZA1AT*. ÜVtfo I "
f % í f à ü 5 fc» CAA tAffUSA AfÀ II j « V - ll aher iva gatih premnah
ei dui-élokera artha vicãrile jãni svabhãva-kutilã bhavet
vicãrite ufhe yena amrtera khani ato hetor ahetoé ca
ei—estes; dui—dois; élokera—dos versos; artha—os significados; vicãrile—se e yünor mana udahcati
considerar; jãni—posso entender; vicãrite—ao considerar; ufhe—surge; yena—cotoo. ãheh—da serpente; iva—como; gatih—o movimento; premnah—dos romances amo-
amrtera—de néctar; khani— um manancial. rosos; sva-bhãva—por natureza; kutilã— tortuoso; bhavet—é; atah—portanto; hetoh—
700 Sri Caitanya-caritàmrta Madhya-IiH; 8 Verso 117 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 701
de algum motivo; ahetoh—da ausência de um motivo; ca—e; yúnoh—do jovem tãhhã vinu rãsa-lilã nãhi bhãya citte
casal; mãnah—ira; udahcati—aparece. mandai! chãdiyã gelã rãdhã anvesite
tãhhã vinu—sem Ela; rãsa-tttã—a dança da rasa; mim—não; bhãya—ilumina; riffe—
T R A D U Ç A O — " ' O desenvolvimento de romances amorosos entre jovens casais dentro do coração; mandai! chãdiyã— deixando o círculo da dança da riísa; gelã— foi;
é como o movimento de uma serpente. Por causa disto, surgem duas classes de ridhã—Srimati Rãdhãrãni; anvesite—à procura de.
ira entre jovens casais — ira com motivo e ira sem motivo.' "
TRADUÇÃO—"A dança da rasa não brilha no coração de Krsna sem árimati Rádhà-
S I G N I F I C A D O — D u r a n t e a dança da rasa, havia uma forma de Krsna entre cada fáni. Portanto, Ele também abandonou o círculo da dança da rasa e saiu à procura
duas gopis. No entanto, ao lado de Srimati Rãdhãrãni havia somente um Krsna dEla."
Apesar disso, Srimati Rãdhãrãni ainda manifestou ciúmes de Krsna. Este verso
é do Ujjvala-nüamani (Srhgãra-bheda-kathana 102), escrito por Srila Rüpa Gosvãmi VERSO 115
^ S ^ 5 S ssfa' f f í l 5111 5T1 *tM»1 I
VERSO 112
ffcjtl f H « i a s t i a t r e faa M » I II H* II
captn asfã' a t i ç f f ? ' c n n aiti a*fã' i
itas-tatah bhrami' kãhãh rãdhã nã pãhã
tftre » 1 csfari ait^i cm ü i s f à H U visada karena kãma-vãne khinna hahã
krodha kari' rasa chãdi' gela mana kari' itah-tatah—de cá para lá; bhrami'—vagando; kãhãh—em qualquer parte; rãdhã—
tãhre nã dekhiyã vyãkula haila éri-hari Srimati Rãdhãrãni; nã— não; pãhã— encontrando; visada—lamentação; karena—faz;
krodha kari'—ficando irada; rasa chãdi'—deixando a dança da rasa; gelã— foi; mãm kãma-iãne—pela flecha de Cupido; Ar/urina—ferido; hahã— ficando.
kari'—estando irada; tãhre— Srimati Rãdhãrãni; ruJ dekhiyã— não vendo; vyãkula—
muito ansioso; haila—ficou; sri-hari—o Senhor Krsna. T R A D U Ç Ã O — " A o sair à procura de Srimati Rãdhãrãni, Krsna vagou de cá para
lá. Entretanto, não A encontrando, ficou ferido pela flecha de Cupido e começou
T R A D U Ç A O — " Q u a n d o , por ira e ressentimento, Rãdhãrãni deixou a dança da a lamentar-Se."
rasa, não A vendo mais, o Senhor Sri Krsna ficou muito a n s i o s o . "
VERSO 116
VERSO 113
•terertft-Ctt%75 ^tl-fã^ttl I
n j ^ i i a awi ? W Í an^tn i stçtrefc «Rprífi filatfapta &\ n ÍVS» n
a t i i t i H p w r e » atfiia»! *$m\ II ü-a II éata-kofi-gopíte nahe kãma-nirvãpana
tãhãtei anumãni éri-rãdhikãra guna
samyak-sãra vãsanã krsnera rãsa-lilã éata-koti—centenas de milhares; gopite—em meio às gopis; nahe—não há; kãma-nirvá-
rãsa-lilã-vãsanãte rãdhikã érhkhalã pana—satisfação de luxúria; tãhãtei—dessa maneira; anumãni—podemos imaginar; srf-
samyak-sãra—o completo e essencial; vãsanã— desejo; krsnera—do Senhor Krsna; rãdhikãra guna—a qualidade transcendental de Srimati Rãdhãrãni.
rãsa-lilã—a dança na rãsa-lilã; rãsa-lilã-vãsanãte—no desejo de dançar a dança da
rasa; rãdhikã— Srimati Rãdhãrãni; érhkhalã—o meio de união. T R A D U Ç Ã O — " U m a vez que os desejos luxuriosos de Krsna não se satisfizeram
sequer em meio a centenas de milhares de gopis e Ele assim andava à procura
T R A D U Ç Ã O — " O desejo do Senhor Krsna é perfeito e completo no círculo da rãsa- de árimati Rãdhãrãni, podemos facilmente imaginar q u ã o transcendentalmente
lilã, porém, Srimati Rãdhãrãni é o elo que ata este desejo." qualificada Ela é . "
hrdaye prerana kara, jihvdya kahão vãni tenho kahe—ãmi nãhi jãni krsna-kathã
ki kahiye bhãla-manda, kichui nã jãni sabe rãmãnanda jãne, tenho nãhi ethã
hrdaye— dentro do coração; prerana—orientação; kara—Tu dás; jihvãya—na hh lenho kahe—ele replicou; ãmi—eu; nãhi—não; jãni—conheço; krsna-kathã— tópicos
kahão— me fazes falar; wírif— palavras; ki—o que; kahiye—estou falando; bfaiu do Senhor Krsna; sabe—todos; rãmãnanda—Rãmãnanda Rãya; jãne—conhece;
manda—bom ou mau; kichui— algo; nã— não; jãni—sei. tenho—ele; nãhi—não; ethã—aqui.
T R A D U Ç A O — " T u me inspiras dentro do coração e me fazes falar com a l í n g ua TRADUÇÃO—"Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse-Me: 'Na realidade, nada conhe-
Não sei se estou falando bem ou m a l . " ço sobre os tópicos do Senhor Krsna. Somente Rãmãnanda Rãya conhece-os
iodos, mas ele não está presente a q u i . ' "
VERSO 124
VERSO 127
•st*l *re,--»rrs w f t mtfa « ' i w t í t i
re>tvt? tfsw* ifori tífsral i
«Ti reire <afe 'arartíi' w\Tmi II ÍÍ.I II
prabhu kahe,—mãyãvãdi ãmi ta' sannyãsl
bhakti-tattva nãhi jãni, mãyãvãde bhãsi tomara thãhi ãilãha tomara mahimã éuniyã
prabhu kahe—o Senhor disse; mãyãvãdi—um seguidor da filosofia Mãyãvãda; tumi more stuti kara 'sannyãsl' jãniyã
ãmi— Eu; fa'—com certeza; sannyãsl— alguém na ordem de vida renunciada; bhakti- tomãra-thãhi—à tua presença; ãilãha—vim; tomara—tuas; mahimã— glórias;
tattva—as verdades do transcendental serviço amoroso; riam'— não; jãni—sei; éuniyã— ouvindo; fumi—tu; more—a Mim; stuti—louvor; kara—fazes; sannyãsl— uma
mãyãvãde—na filosofia do impersonalismo; bhãsi— flutuo. pessoa na ordem de vida renunciada; jãniyã—reconhecendo como.
yei krsna-tattva-vettã, sei 'guru' haya trário aos preceitos dos éãstras. N o Padma Purãna se diz:
kibã—quer; vipra—um brãhmana; kibã—quer; nyãsi—um sannyãsi; éüdra—um éiidra-
kene—por que; yei—qualquer pessoa
naya—não; que; krsna-tattva-vettã—um conhe- na éüdrãh bhagavad-bhaktãs
cedor da ciência de Krsna; sei—tal pessoa; guru—o mestre espiritual; haya—é te 'pi bhãgavatottamãh
sarva-varne$u te éüdrã
T R A D U Ç Ã O — " Q u e r alguém seja brãhmana, sannyãsi ou sudra — independente- ye na bhakta janãrdane
mente do q u e seja —, pode tornar-se mestre espiritual caso conheça a ciência
de Krsna." Aquele que realmente é avançado em conhecimento espiritual de Krsna não é
éüdra de forma alguma, mesmo que tenha nascido em família de éüdras. N o en-
SIGNIFICADO—Este verso é muito importante para o movimento para a consciência tanto, se u m vipra ou brãhmana é muito perito nas seis atividades bramínicas (pafha-
de Krsna. Como Srila Bhaktivinoda Thãkura explica em seu Amrta-pravãha-bhãsya, na, pãthana, yajana, yãjana, dana e pratigraha) e também é bem versado nos hinos
não se deve pensar que, por ter nascido brãhmana e encontrar-Se na ordem espi- védicos, não pode tornar-se mestre espiritual a menos que seja um Vaisnava. Porém,
ritual mais elevada, a ordem d e sannyãsa, era inapropriado para Sri Caitanya se alguém nasce em família de candãlas e todavia é bem versado na consciência
Mahãprabhu receber instruções de Srila Rãmãnanda Rãya, que pertencia à casta de Krçna, pode tornar-se guru. Estes preceitos são sástricos, e, seguindo-os estri-
éüdra. Para esclarecer este assunto, Sri Caitanya Mahãprabhu informou a tamente, Sri Caitanya Mahãprabhu, como u m grhastha chamado Sri Visvambhara,
Rãmãnanda Rãya que o conhecimento da consciência de Krsna é mais importan- foi iniciado por u m sannyãsi-guru chamado lavara Puri. De forma semelhante, Sri
te d o q u e a casta. O sistema d e varnãérama-dharma estabelece diversos deveres Nityãnanda Prabhu foi iniciado por Mãdhavendra Puri, u m sannyãsi. Entretanto,
para os brãhmanas, os ksatriyas e os éüdras. Na realidade, supõe-se que o brãhmana segundo outros, Ele foi iniciado por Lakçmípati Tirtha. Advaita Acãrya, embora
seja o mestre espiritual d e todos os outros varnas ou setores, mas, no que diz fosse grhastha, foi iniciado por Mãdhavendra Puri, e Sri Rasikãnanda, embora
respeito à consciência de Krsna, todos são capazes de tornarem-se mestres espi- nascido em família de brãhmanas, foi iniciado por Sri Syãmãnanda Prabhu, que
rituais, pois o conhecimento em consciência de Krsna está na plataforma da alma não nascera em família de brãhmanas de casta. Há muitos exemplos de brãhmanas
espiritual. Para difundir a consciência de Krsna, basta ter conhecimento da ciênaa de nascença que aceitaram iniciação de pessoas não nascidas em famílias de
da alma espiritual. Não importa q u e alguém seja brãhmana, ksatriya, vaiéya, éüdra, brãhmanas. Os sintomas bramínicos são expücados n o Srimad-Bhãgavatam (7.11.35),
sannyãsi, grhastha ou o que seja. Se alguém simplesmente compreende esta ciência, onde se afirma:
pode tornar-se mestre espiritual.
Como se afirma no Hari-bhakti-vilãsa, não se deve aceitar iniciação de alguém yasya yal-laksanam proktam
que não esteja na ordem brarnínica caso esteja presente um representante idôneo puniso varnãbhivyahjakam
da ordem bramínica. Esta instrução destina-se àqueles que dependem inteiramente yad anyatrãpi dréyeta
da ordem social mundana, sendo adequada para quem deseja permanecer na vida tat tenaiva vinirdiéet
mundana. Se alguém compreende a verdade da consciência de Krsna e seriamente
deseja obter conhecimento transcendental para aperfeiçoar sua vida, pode acei-
tar um mestre espiritual de qualquer status social, contanto que o mestre espio- ^e alguém nasce em família de éüdras mas tem todas as qualidades de um mestre
rual esteja plenamente versado na ciência de Krçna. Srila Bhaktisiddhãnta es
piritual, não apenas deve-se aceitá-lo como brãhmaria, mas também como mestre
Sarasvati Thãkura também afirma que, mesmo estando alguém na posição espiritual qualificado. Esta é também a instrução de Sri Caitanya Mahãprabhu.
brãhmana, ksatriya, vaiéya, éüdra, brahmacãri, vãnaprastha, grhastha ou sannyãsi, caso Portanto, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura introduziu a cerimônia do cordão
seja versado na ciência de Krçna, pode tornar-se mestre espiritual como vartma- sagrado para todos os Vaiçnavas, segundo as regras e regulações.
708 5ri Caitanya-caritãmrta rso 132 Conversas entre S r i Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 709
Madhy . a l y â
e
Às vezes, um Vaisnava bhajarufrmndl n ã o aceita sãvitra-samskãra (iniciação U C Ã C — Sri Caitanya Mahãprabhu continuou: " P o r favor, não tentes
cordão sagrado), mas isto não quer dizer que se deva utilizar este sistema no r ^ R 0
_ar-Me, julgando-Me um sannyãsi erudito. Por favor, satisfaze Minha men-
lho de pregação. Há duas classes de Vaisnava — o bhajanãnandl e o gosthyanand jjmplesmente expondo a verdade sobre Rãdhã e Krçna."
O bhajanãnandl não se interessa em pregar, mas o go$thyãnandl está interessa!?'
em difundir a consciência de Krsna para beneficiar as pessoas e aumentar o nú° VERSOS 130—131
mero de Vaisnavas. Subentende-se que um Vaiçnava esteja acima da posição de
um brãhmana. Como pregador, ele deve ser reconhecido como brãhmana; casocon iwf*i iti cstft, n w t i r e s I
erário, poderá haver mal-entendido quanto à sua posição como Vaisnava. Contu- # H i* f uirai * i w « r w f a r e » n ye» u
do, n ã o se classifica um brãhmana Vaisnava com base em seu nascimento, senão <s«rtf»t ijsçi- «m <m i
que segundo suas qualidades. Infelizmente, aqueles que não são inteligentes não
conhecem a diferença entre um brãhmana e um Vaiçnava. Eles acham que alguém grifares atem *W rei è n i n ye> n
só pode ser mestre espiritual caso Seja um brãhmana. É apenas por este motivo yadyapi rãya—premi, mahã-bhãgavate
que Sri Caitanya Mahãprabhu afirma neste verso: tãhra mana krsna-mãyá nãre ãcchãdite
kibã vipra, kibã nyãsi, éüdra kene naya tathãpi prabhura icchã—parama prabala
yei krsna-tattva-vettã, sei 'guru' haya jãnileha rayera mana haila talaniala
yadyapi—embora; rãya—Rãmãnanda Rãya; premi—um grande amante de Krçna;
Se alguém se torna guru, é automaticamente um brãhmana. Às vezes, os gurus " d-bhãgavate—um devoto muito elevado; tãhra—sua; mana—mente; krsna-máyã—
de casta dizem que ye krsna-tattva-vettã, sei guru haya significa que quem não é energia ilusória de Krçna; nãre— não capaz; ãcchãdite—de encobrir; tathãpi—
brãhmana talvez possa tomar-se éiksã-guru ou vartma-pradaréaka-guru, mas não guru smo assim; prabhura icchã—o desejo do Senhor; parama prabala—muito inten-
iniciador. Segundo tais gurus de casta, consideram-se mais importantes os laços ; jãnileha—embora conhecesse; rayera mana—a mente de Rãmãnanda Rãya;
de nascimento e família. Contudo, os Vaisnavas n ã o levam em consideração a (?—houve; falamala—agitação.
hereditariedade. A palavra guru aplica-se igualmente ao vartma-pradaréaka-guru,
ao éiksã-guru e ao dtksã-guru. A menos que aceitemos o princípio enunciado por DI CÃO—Sri Rãmãnanda Rãya era um grande devoto do Senhor e um amante
Sri Caitanya Mahãprabhu, este movimento para a consciência de Krsna não po- Deus. Embora a energia ilusória de Krçna não pudesse encobrir sua mente
derá difundir-se por todo o m u n d o . Segundo as intenções de Sri Caitanya embora ele pudesse entender a mente do Senhor, que era muito forte e inten-
Mahãprabhu: prthivlte ache yata nagarãdi-grãma sarvatra pracãra haibe mora nãma. , a mente de Rãmãnanda ficou um pouco perturbada.
Deve-se pregar o culto de Sri Caitanya Mahãprabhu em todo o mundo. Isto não
quer dizer q u e as pessoas devam adotar Seus ensinamentos e permanecer éüdras "NIF1CADO—O devoto perfeito sempre age de acordo com os desejos da Su-
ou candãlas. Tão logo alguém seja treinado como Vaisnava puro, deve-se aceita- ma Personalidade de Deus. O materialista, contudo, é tragado pelas ondas
lo como brãhmana genuíno. Esta é a essência das instruções de Sri Caitanya energia material. Srila Bhaktivinoda Thãkura diz: mãyãra vaée, yãccha bhese,
Mahãprabhu neste verso.
ha hãbudubu, bhãi.
Quem está sob as garras da energia material é tragado pelas ondas desta ener-
VERSO 129 ? ilusória. Em outras palavras, u m a pessoa no m u n d o material é serva de mãyã.
o entanto, quem se encontra na energia espiritual é servo da Suprema Perso-
'T*Tt»tV i f i s l refre «ri i * f « i * » i "idade de Deus. Embora Rãmãnanda Rãya soubesse que nada era desconheci-
f q n i N H n asfr »n ii i*a> ii para Sri Caitanya Mahãprabhu, mesmo assim, começou a falar mais sobre o
sunto porque o Senhor o desejava.
'sannyãsl' baliyã more nã kariha vahcana
krsna-rãdhã-tattva kahi' pürna kara mana VERSO 132
sannyãsl— uma pessoa na ordem de vida renunciada; baliyã— tomando como,
more—a Mim; nã kariha—não faças; vahcana—logro; krsna-rãdhã-tattva—a verda atu ire-"*<ifa-*rô, ffa-ia«ri?i i
sobre Rãdhã-Krsna; kahi'—expondo; pürna—plena; kara—faze; mana—Minha mente <rò «re itfftSi c«re sffa «tfoiii 11 ye* n
710 Sri Caitanya-caritãmrta yerso 137 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 711
Madhy -l
a i U >
TRADUÇÃO—ári Rãmãnanda Rãya disse: " N ã o passo d e u m títere dançarino TRADUÇÃO—"Existem inumeráveis planetas Vaikuntha, bem como inumeráveis
q u e m puxa as cordas és Tu. Dançarei da maneira que me fizeres dançar." encamações. No m u n d o material também existem inumeráveis universos, e o re-
pouso supremo de todos eles é Krsna."
VERSO 133
VERSO 136
c*m f w a i — f t o i a i , « J i r - f t « i i - K t f t i i f s w t w s s , ar,»ai*ww i
ffSTTta MIM <5WÍ Swrfà II & é II i ^ í - i s f a f e - i a a i - ^ i i y©& 11
mora jihvã—vinã-yantra, tumi—vinã-dhãri sac-cid-ânanda-tanu, vrajendra-nandana
tomara mane yei uthe, tãhâi uccãri sarmiévarya-sarvaéakti-sarvarusa-púrna
mora jihvã—minha língua; vinã-yantra—um instrumento de cordas; tumi—Tu; sat-cit-ãnanda-tanu—o corpo de Krsna é transcendental, pleno de conhecimento,
vinã-dhãri—o tocador do instrumento de cordas; tomara mane—em Tua mente; yei bem-aventurança e eternidade; vrajendra-nandana—o filho de Mahãrãja Nanda; sarva-
uthe—tudo o que surge; tãhãi—isto; uccãri—eu vibro. aiévarya—todas as opulências; sonw-sflArfi—todas as potências; sarva-rasa-pürna—o re-
servatório de todas as doçuras transcendentais.
T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Senhor, minha língua é como um instrumento de
cordas, e q u e m o toca és Tu. Portanto, só faço vibrar tudo o que surge em Tua T R A D U Ç Ã O — " O corpo transcendental d e Sri Krsna é eterno e pleno de bem-
mente." aventurança e conhecimento. Ele é o filho de Nanda Mahãrãja e é pleno de todas
VERSO 134 as opulências e potências, b e m como de todas as doçuras espirituais."
VERSO 135
T R A D U Ç Ã O — " 'Krsna, que é conhecido como Govinda, é o controlador supremo.
*ws caf 4, •rra «àvti i Seu corpo é eterno, bem-aventurado e espiritual. Ele é a origem de tudo. Ele
«isNS Hf,- laia «it»ua II i ^ c II "ão tem outra origem, pois é a causa primordial de todas as causas.' "
712 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-hTã Verso 138 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 713
SIGNIFICADO—Este verso é do Brahma-sarhhitã (5.1) e também aparece no Ãdi-lfia Vrndãvana. O próprio Senhor Brahmã disse: "Deixai-me adorar aquela terra
S e g u n d o Capítulo, verso 107. espiritual onde Se encontra Krçna." Aqueles que não são devotos ou almas auto-
jealizadas não apreciam esta Vrndãvana transcendental, pois esta Vrndãvana-
VERSO 138 dhãma é toda espiritual. Os passatempos do Senhor lá também são espirituais.
Nenhum deles é material. Segundo a oração de Srila Narottama dãsa Thãkura
4
**C2|f$<5 *?I»1 *TW' I iprãrthanã 1):
i W t ^ . ^ f a l f t C T #tl II a-SV- II
ãra kabe nitâi-cãhdera karuna haibe
vrndavane 'aprãkrta navina madana' samsãra-vãsanã mora kabe tuccha ha'be
kãma-gãyatri kãma-bije yãhra upãsana
vrndavane—em Vrndãvana; aprãkrta—espiritual; navTna—novo; madana—Cupido; "Quando o Senhor Nityãnanda terá misericórdia de mim para que eu possa com-
kãma-gãyatri— hinos de desejo; kãma-blje—pela semente espiritual de desejo cha- preender a inutilidade do prazer material?"
mada kltm; yãhra—de quem; upãsana—a adoração.
visaya-chãdiyã-kabe éuddha ha'be mana
TRADUÇÃO—"No reino espiritual de Vrndãvana, Krsna é o sempre viçoso kabe hãma heraba éri-vmdãvana
C u p i d o espiritual. Ele é adorado através do cantar do kãma-gãyatri-mantra com
a semente espiritual k l l m . " "Quando minha mente se purificará de toda a sujeira material de modo que eu
seja capaz de sentir a presença da Vrndãvana espiritual?"
SIGNIFICADO—O Brahma-sarhhitã (5.56) descreve Vrndãvana desta maneira:
rüpa-raghunãtha-pade haibe ãkuti
ériyah kãntãh kãntah parama-purusah kalpaAaravo kabe hãma bujhaba se yugala-piriti
drumã bhúmié cintãmani-gana-mayi toyam amrtam
kathã gãnani nãtyarh gamanam api vaméi priya-sakhi "Quando ficarei atraído pelas instruções dos Gosvãmis de modo que seja capaz
cid-ãnandarh jyotih param api tad ãsvãdyam api ca de compreender q u e m é Rãdhã e Krçna e o que é Vrndãvana?"
Estes versos indicam que em primeiro lugar devemos purificar-nos de todos
sa yatra ksirãbdhih sravati surabhibhyaé ca sumahãn os desejos materiais e de toda atração por atividades fruitivas e conhecimento
nimesãrdhãkhyo vã vrajati na hi.yatrãpi samayàh especulativo caso desejemos compreender Vrndãvana.
bhaje évela-âvipam tam aham iha golokam iti yam No que se refere às palavras aprãkrta navina madana, "aprãkrta" refere-se àquilo
vidantas te santah ksiti-virala-cãrãh katipaye que é exatamente o oposto da concepção material. Os Mãyãvãdis acham que o
oposto da concepção material é o nada, ou o impessoal, mas isto não é verdade.
O reino espiritual de Vrndãvana é sempre espiritual. A deusa da fortuna e as Tudo no m u n d o material é insípido, mas, no m u n d o espiritual, tudo é pleno de
gopis estão sempre presentes lá. Krsna as ama, e todas elas são igualmente espin- vida. O desejo de desfrutar está presente tanto em Krçna quanto em Suas partes
integrantes, as entidades vivas. No m u n d o espiritual, tais desejos também são
tuais como Krsna. Em Vrndãvana, Krsna é a Pessoa Suprema e o esposo de to-
espirituais. Ninguém deve erroneamente considerar que tais desejos são mate-
das as gopis e da deusa da fortuna. As árvores em Vrndãvana são árvores dos
riais. No m u n d o material, se alguém está sexualmente excitado e goza de vida
desejos. A terra é feita de pedra filosofal e a água é néctar. As palavras são vibra-
sexual, desfruta de algo temporário. Seu desfrute acaba após poucos minutos.
ções musicais e todos os movimentos são dança. A flauta é companheira cons- Contudo, no m u n d o espiritual, pode haver o mesmo prazer, mas ele nunca ter-
tante do Senhor. O planeta Goloka Vrndãvana é auto-iluminado como o Sol e mina. É desfrutado continuamente. No m u n d o espiritual, o desfrutador sente
é pleno de bem-aventurança espiritual. A perfeição da vida consiste em saborear que tal desejo sexual é cada vez mais saboreável à medida que manifesta novas
essa existência espiritual; portanto, todos devem cultivar conhecimento dela- características. No m u n d o material, contudo, o gozo sexual torna-se insípido após
Vrndãvana, sempre há vacas espirituais fornecendo leite espiritual. Lá não se ^guns minutos apenas, e nunca é permanente. Como Krçna parece ser muito
perdiça um único momento — em outras palavras, lá não há passado, prese ^_ ativo sexualmente, é chamado de Cupido viçoso no mundo espiritual. No entanto,
n e m futuro. Não se desperdiça sequer uma partícula de tempo. Dentro deste n
ã o há inebriamento material em tal desejo.
0
verso material, os devotos adoram esta morada transcendental como " J
714 Sri Caitanya-caritãmrta yerso 139 Conversas entre á r i Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 715
Madhya-r,i à
Gãyantarh trãyate yasmãt gâyatri tvam tatah smrtã: se alguém canta o gayatri-mantr samskrtaé cãdi-gurunã
liberta-se aos poucos d a s garras da matéria. Aquilo que liberta alguém do enred*' dvijatãm agamat tatah
3
mento material chama-se gâyatri. Pode-se encontrar no Madhya-lilã, Vigésimo p
meiro Capítulo, verso 125, uma explicação do gãyatri-mantra: trayyã prabuddho 'tha vidhir
vijhãta-tattva-sãgarah
kãma-gãyatri-mantra-rüpa, haya krsnera svarüpa, tustãva veda-sãrena
sãrdha-cabisa aksara tara haya stotrenãnena keéavam
se aksara 'candra' haya, krsne kari' udaya,
trijagat kailã kãma-maya "Então, Gâyatri, mãe dos Vedas, tendo sido manifestada pelo som divino da flauta
de Sri Krsna, entrou na boca de lótus de Brahmã, o autógeno, através d o s oito
Este mantra é tal qual um hino védico, porém, é a própria Suprema Personalida- orifícios de seus ouvidos. O Brahmã nascido do lótus recebeu o gãyatri-mantra,
de de Deus. Não há diferença entre o kãma-gãyatri e Krçna. Ambos compõem-se que brotara da melodia da flauta de Sri Krsna. Assim, alcançou o status de duas
de vinte e quatro e meia letras transcendentais. O mantra representado em letras vezes nascido, tendo sido iniciado pelo supremo e primordial preceptor, o próprio
também é Krçna/ e o mantra surge tal qual a lua. Devido a isso, há um reflexo Deus. Iluminado ao recordar-se daquele gâyatri, que incorpora os três Vedas,
pervertido de desejo na sociedade h u m a n a e entre toda classe de entidades vivas. Brahmã conscientizou-se da expansão do oceano da verdade. Então, adorou Sri
No mantra: kllm kãma-devãya vidmahe puspa-bãnãya dhimahi tan no 'nahgah pracodayât, Krçna, a essência de todos os Vedas, com um h i n o . "
Krçna é chamado Kãma-deva, ou Madana-mohana, a Deidade que estabelece A vibração da flauta de Krçna é a origem d o s hinos védicos. O Senhor Brahmã,
nossa relação com Krçna. Govinda, ou puspa-bãna, portador de uma flecha feita que se encontra sentado sobre uma flor de lótus, ouviu a vibração sonora da flauta
de flores, é a Personalidade de Deus que aceita nosso serviço devocional. Anahga, de Krsna, sendo assim iniciado pelo gãyatri-mantra.
ou Gopijana-vallabha, satisfaz todas as gopis e é a meta última da vida. Este kãma-
gãyatri (klith kãma-devãya vidmahe puspa-bãnãya dhimahi tan no 'nahgah pracodayât) VERSO 139
simplesmente não pertence a este m u n d o material. Quem é avançado em compre-
ensão espiritual p o d e adorar a Suprema Personalidade de Deus com seus senti-
C l f f t * . , f > 1 l Yfffl-wwq I
dos espiritualmente purificados e satisfazer os desejos do Senhor.
paras tasmãt tu bhãvo 'nyo jgji, a ver com montes de matéria ou com a concepção material. No m u n d o mate-
a
'vyakto 'vyaktãt sanãtanah rial, entidade viva encontra-se enclausurada dentro de um corpo material, e„
yah sa sarvesu bhütesu devido a ignorância, julga ser o corpo. O desejo luxurioso, o gozo entre macho
naéyatsu na vinaéyati efêrnea, é totalmente material. Não se p o d e comparar os desejos luxuriosos de
yjn homem materialista com os desejos luxuriosos de Krçna. A menos que alguém
"Todavia, existe outra natureza, que é eterna e transcendental a esta matéria mani- jeja avançado na ciência espiritual, não poderá compreender os desejos luxuriosos
festa e imanifesta. Ela é suprema, não sendo jamais aniquilada. Quando tudo entre Krsna e as gopis. O Caitanya-caritãmrta compara os desejos luxuriosos das gopis
neste m u n d o é aniquilado, essa parte permanece tal como é . " ao ouro. Por outro lado, os desejos luxuriosos de um materialista comparam-se ao
Assim, existe outra natureza, a qual é superior à natureza material. A palavra (erro. Em n e n h u m a circunstância pode-se comparar o ferro ao ouro. As entidades
bhãva ou svabhãva refere-se à natureza. A natureza espiritual é eterna, e, mesmo
vivas — móveis e imóveis — são partes integrantes de Krsna; portanto, original-
q u a n d o todos os universos materiais são destruídos, os planetas no mundo espi- mente, têm a mesma espécie de desejo luxurioso. Entretanto, ao expressar-se por
ritual perduram. Continuam existindo exatamente como a alma espiritual conti- intermédio da matéria, este desejo luxurioso é abominável. Uma entidade viva
nua existindo mesmo após a aniquilação do corpo material. O mundo espiritual espiritualmente avançada e liberada do cativeiro material pode compreender Krçna
chama-se aprãkrta, ou o m u n d o antimaterial. Neste m u n d o transcendental ou uni- de verdade. Como se afirma no Bhagavad-gitã (4.9):
verso espiritual, o sistema planetário mais elevado é conhecido como Goloka
Vrndãvana. Essa é a morada do próprio Senhor Krsna, que também é todo- janma karma ca me divyam
espiritual. Krsna é conhecido lá como Aprãkrta-madana. O nome Madana refere-se evarh yo vetti tattvatah
a Cupido, mas Krsna é o Madana espiritual. Seu corpo não é material como o tyaktvã deharh punar janma
corpo do Cupido deste universo material. O corpo de Krsna é todo espiritual — naiti mãm eti so 'rjuna
sac-cid-ãnanda-vigraha. Portanto, Ele é chamado Aprãkrta-madana. Ele também é
conhecido como Manmatha-madana, significando que Ele é atrativo até para Cupi- "Quem conhece a natureza transcendental de Meu aparecimento e atividades,
do. Às vezes, as atividades e as características atrativas de Krsna são mal interpre- uma vez deixando o corpo, não nasce de novo neste m u n d o material, mas alcan-
tadas por materialistas grosseiros, que O acusam de ser imoral por Ele ter dançado ça Minha morada eterna, ó Arjuna."
com as gopis. Porém, tal acusação resulta de eles ignorarem que Krsna está além
Quando alguém pode compreender o corpo de Krsna, bem como os desejos
deste m u n d o material. Seu corpo é sac-cid-ãnanda-vigraha, inteiramente espiritual.
luxuriosos do Senhor, liberta-se imediatamente. Uma alma condicionada, encar-
Não há contaminação material alguma em Seu corpo, e não se deve considerar
cerada dentro do corpo material, não pode compreender Krçna. Como se afirma
que Seu corpo é um monte de carne e ossos. Os filósofos Mãyãvãdis concebem
o corpo de Krsna como material, e isto é u m a concepção materialista, abominá- no Bhagavad-gitã (7.3):
vel e grosseira. Assim como Krsna é plenamente espiritual, as gopis também são
manusyãnãm sahasresu
espirituais, como o .confirma o Brahma-sahthitã (5.37):
kascid yatati siddhaye
yatatãm api siddhãnãm
ãnanda-cin-maya-rasa-pratibhãvitãbhis kaicin mãm vetti tattvatah
tãbhir ya eva nija-rüpatayã kalãbhih
goloka eva nivasaty akhilãtma-bhüto
govindam ãdi-purusam tam aham bhajãmi
"Entre muitos milhares de homens, talvez um se esforce por atingir a perfeição,
"Adoro Govinda, o Senhor primordial. Ele reside em Seu próprio reino, Goloka, e
, daqueles que alcançaram a perfeição, é difícil encontrar um que Me conheça
com Rãdhã, que Se assemelha à.própria imagem espiritual dEle e que personifica de v e r d a d e . "
a potência extática [hlãdini]. As companheiras dEla são Suas confidentes, que incor- A palavra siddhaye indica liberação. Só podemos compreender Krsna após
poram expansões de Sua forma corpórea e que são embebidas e permeadas de
libertar-nos do condicionamento material. Alguém que possa compreender Krsna
rasa espiritual sempre bem-aventurada."
como Ele é (tattvatah) vive d e fato no m u n d o espiritual, apesar de aparentemente
As gopis também têm a mesma qualidade espiritual (nija-rüpatayí) por serem
viver dentro do corpo material. Pode entender esta ciência técnica quem é deveras
expansões da potência de prazer de Krsna. Nem Krsna nem as gopis nada av
a n ç a d o espiritualmente.
718 Sri Caitanyã-caritãmrtã yerso 140 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 719
Madhya-lilã,
Em seu Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.2.187), Srila Rüpa Gosvãmi diz: purusa, yosit, kibã sthãvara-jahgama
sarva-cittãkarsaka, sãksãt manmatha-madana
ihã yasya harer dãsye (Cc. Madhya 8.138-139)
karmanã manasã girã
nikhilãsv apy avasthãsu Quem está devidamente purificado e iniciado pelo mestre espiritual adora a
jivan-muktah sa ucyate Suprema Personalidade de Deus, Krsna, com este mantra. Ele canta o kãma-gãyatri
jom o kãma-blja. Como confirma o Bhagavad-gitã, todos devem dedicar-se à adora-
Quando alguém neste m u n d o material deseja apenas servir a Krsna com amor ção transcendental a fim de se qualificarem para sentir atração por Krsna, o
e devoção, está liberado, mesmo enquanto age dentro deste m u n d o material jodo-atrativo.
Como confirma o Bhagavad-gitã (14.26): man-manã bhava.mad-bhakto
mãm ca yo 'vyabhicãrena mad-yãjl mãm namaskuru
bhakti-yogena sevate mãm evaisyasi satyam te
sa gunãn samatityaitdn pratijãne priyo 'si me
brahma-bhüyãya kalpate
"Pensa sempre em Mim e torna-te Meu devoto. Adora-Me e presta-Me tuas ho-
"Aquele que se ocupa em serviço devocional pleno, q u e não cai em nenhuma menagens. Assim, virás a Mim sem falta. Prometo-te isto porque és Meu amigo
circunstância, transcende de imediato os modos da natureza material, atingindo, muito querido." (Bg. 18.65)
assim, o nível de Brahman." Como todas as entidades vivas são partes integrantes de Krsna, Krçna é natural-
Pelo simples fato de ocupar-se no serviço amoroso ao Senhor, uma pessoa pode mente muito atrativo. Nossa atração por Krçna fica oculta devido à cobertura ma-
alcançar a liberação. Como se afirma no Bhagavad-gitã (18.54): brahma-bhütah terial Normalmente, no m u n d o material ninguém sente atração por Krçna, mas,
prasannãtmã na éocati na kãhksati. Aquele que é altamente avançado em conheci- assim que alguém se liberta do condicionamento material, sua atração natural
mento espiritual e que alcançou a fase de brahma-bhüta nem se lamenta nem anseia se manifesta. Portanto, este verso diz: sarva-cittãkarsaka. Todos sentem-se natural-
por nada material. Esta é a fase de percepção espiritual. mente atraídos por Krsna. Esta atração encontra-se dentro do coração de todos,
Srila Bhaktivinoda Thãkura analisa a fase de brahma-bhüta em duas partes — e, quando o coração se purifica, a atração se manifesta (ceto-darpana-mãrjanam bhava-
svarüpa-gata e vastu-gata. Considera-se alguém que tenha compreendido Krsna mahâ-dãvãgni-nirvdpanam).
de verdade mas ainda mantenha alguma ligação com a matéria como estando si-
tuado em seu svarüpa, sua consciência original. Q u a n d o esta consciência original VERSO 140
é inteiramente espiritual, ela chama-se consciência de Krsna. Quem vive com tal
consciência na realidade está vivendo em Vrndãvana. Ele pode viver em qualquer
parte: a localização material não faz diferença. Ao avançar assim pela graça de •fam*?: 1 t ) 1t*rt*ri!«MHW I >8. b
Krsna, ele se livra por completo da contaminação do corpo e da mente materiais
e, nessai altura, vive realmente em Vrndãvana. Esta fase chama-se vastu-gata. tãsãm ãvirabhüc chaurih
Todos devem realizar suas atividades espirituais na fase svarüpa-gata de cons- smayamãna-mukhãmbujah
ciência. Devem, também, cantar os mantras espirituais (cinmayigâyatri): oth namo pltãmbara-dharah sragvl
bhãgavate vãsudevãya, ou klim krsnãya govindãya gopijana-vallabhãya svãhã. KHhi sãksãn manmatha-manmathah
kãmadevãya vidmahe puspa-bãnãya dhimahi tan no 'nahgah pracodayât. Estes são os tãsãm—entre elas; ãvirabhüt—apareceu; éaurih—o Senhor Krsna; smayamãna—
mantras kãma-gãyatri ou kãma-blja. Todos devem ser iniciados por um mestre espi- sorrindo; mukha-ambujah—rosto de lótus; plta-ambara-dharah—vestido com roupas
ritual fidedigno e adorar Krsna com estes mantras transcendentais, conhecidos amarelas; sragvl— decorado com uma guirlanda de flores; sãksãt—diretamente;
como kãma-gãyatri ou kãma-bíja. "Unmatha—do Cupido; manmathah—Cupido.
Como explica Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi:
vrndavane 'aprãkrta navlna madana' TRADUÇÃO " ' Q u a n d o Krsna deixou a dança da rãsa-lilã, as gopis ficaram
kãma-gãyatri kãma-bije yãhra upãsana «nuito melancólicas, e, como estivessem a lamentar-se, Krçna reapareceu vestido
7 2 u
Sri Caitanya-caritãmrta yerso 144 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 721
Madhya-lUà
com roupas amarelas. Usando uma guirlanda de flores e sorrindo, Ele esta JJGNIF i c a d o
— T o d o s têm uma doçura transcendental em particular, pela qual
atrativo até para Cupido. Foi assim que Krsna apareceu entre as gopis.' " V a
gnnam- e servem a Krçna. Krçna é o aspecto mais atrativo para toda espécie de
devotos. Portanto, Ele é chamado akhila-rasãmrta-mürti, a forma transcendental
S I G N I F I C A D O — E s t e verso é do Srimad-Bhãgavatam (10.32.2). de atração para toda classe de devotos, quer o devoto esteja em éãnta-rasa, dãsya-
sakhya-rasa, mãdhurya-rasa ou vãtsalya-rasa.
i a s 0 i
VERSO 141 Este é o verso de abertura do Bhakti-rasãmrta-sindhu de Srila Rüpa Gosvãmi.
VERSO 142 T R A D U Ç Ã O — " K r ç n a é todo-atrativo para todas as doçuras devocionais por ser
a personificação da doçura conjugai. Krçna é atrativo, não somente para todos
os devotos, mas também para Si m e s m o . "
VERSO 144
TRADUÇÃO—" ' Q u e Krçna, a Suprema Personalidade de Deus, seja glorificado! hgaih— com Seus membros; anahga-utsavam—um festival para Cupido;
Em virtude de Seus crescentes aspectos atrativos, Ele subjugou as gopis chama- svacchandam—sem restrição; vraja-sundaríbhih—pelas mocinhas de Vraja; abhitah—
das Tãrakã e Pãli e absorveu Syãmã e Lalitã. Ele é o atraentíssimo amante de ambos os lados; prati-ahgam—cada membro; ãlihgitah—abraçado; érhgãrah—
Srimati Rãdhãrãni e é o reservatório de prazer para todas as doçuras devocio- amor ardente; sakhi—ó amiga; mürtimãn—personificado; iva—como; madhau—na
nais.' " Primavera; mugdhah—perplexo; harih—Senhor Hari; kridati—diverte-Se.
Sri Caitanya-caritãmrta 147 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 723
Madhya-Ül , â
TRADUÇÃO—" 'Minhas queridas amigas, vede só como á r i Krsna está desfru- ^ n u ç À O — " D i r i g i n d o - S e a Krsna e Arjuna, o Senhor Mahã-Visnu [o Mahã-
tando da primavera! Com as gopis abraçando cada um de Seus membros, Elê ^jusal disse: 'Eu q u i s ver vós d o i s , e p o r isso trouxe os filhos do brãhmana até
é como o amor ardente personificado. Com Seus passatempos transcendentais ^ o i . Vós dois aparecestes no m u n d o material para restabelecer os princípios
Ele anima todas as gopis e toda a criação. Com Seus macios braços e pernas negn> jjligiosos e aparecestes aqui com todas as vossas potências. Após matar todos
azulados, que se assemelham a flores de lótus azuis, Ele cria um festival para „ demônios, por favor, regressai rapidamente ao m u n d o espiritual.' "
Cupido.' "
JIGNIFICADO— Esta é u m a citação d o Srimad-Bhãgavatam (10.89.58) e m referência
SIGNIFICADO— Este verso é do Gita-govinda (1.11). Consulte, também, o Caitanya- go esforço feito por Krsna ao levar Arjuna além do universo material, na ocasião
caritãmrta, Ãdi-lilã, Quarto Capítulo, verso 224. jm que Arjuna buscava os filhos de um brãhmana.
O Senhor Mahã-Visnu, que Se encontra além deste m u n d o material, também
goou atraído pelos aspectos corpóreos de Krsna. Na realidade, Mahã-Visnu rou-
VERSO 145 bara os filhos do brãhmana em Dvãraká e assim fez q u e Krsna e Arjuna viessem
visttá-lO. Cita-se este verso para mostrar que Krsna é tão atrativo que atrai inclusive
Mahã-Visnu.
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VERSO 147
^1 «rtan$«| II i8í II
laksmí-kãntãdi avatárera hare mana
laksmt-ãdi nãri-ganera kare ãkarsana
laksml-kãnta-ãdi—do esposo da deusa da fortuna (Nãrãyana); avatárera—da en-
carnação; hare— Ele encanta; mana—a mente; laksmí—a deusa da fortuna; ãdi—
lideradas por; nãri-ganera—de todas as mulheres; kare—faz; ãkarsana—atração.
T R A D U Ç Ã O — " E l e também atrai Nãrãyana, a encarnação de Sankarsana e o esposo
da deusa da fortuna. Ele atrai, não só Nãrãyana, mas também todas as mulheres, kasyãnubhãvo 'sya na deva vidmahe
lideradas pela deusa da fortuna, a esposa de Nãrãyana." tavãhghri-renu-sparaéãdhikãrah
yad-vãhchayã érir lalanãcarat tapo
vihãya kãmãn suaram dhrta-vratã
kasya—de que; anubhãvah—um resultado; asya—da serpente (Kãliya); na—não;
VERSO 146 deva— meu Senhor; vidmahe—sabemos; tava-ahghri—de Vossos pés de lótus; renu—
da poeira; sparaéa—para tocar; adhikãrah— qualificação; yaf—qual; vãhchayã—
fwTa*1<PR^wr»^ni,TO!n^«lííã<t<88a i desejando; érih—a deusa da fortuna; lalanã—a mulher mais elevada; ãcarat—
praticou; tapah—austeridade; vihãya—abandonando; kãmãn—todos os desejos;
suaram—por muito tempo; dhfta—uma lei mantida; vratã— como um voto.
dvijãtmajã me yuvayor didrksurtã
mayopanitã bhuvi dharma-guptaye
kalãvatirnãv avaner bharãsurãn TRADUÇÃO—" ' Ó Senhor, não sabemos como a serpente Kãliya obteve seme-
hatveha bhüyas tvarayetam anti me lhante oportunidade de ser tocada pela poeira de Vossos pés de lótus. Para este
dvija-ãtma-jãh—os filhos do brãhmana; me—por Mim; yuvayoh—de vós dois; fim, a deusa da fortuna praticou austeridades por séculos, abandonando todos
didfksunã— desejando ver; mayã— por Mim; upanltãh—trazidos; bhuvi—no mundo; °8 outros desejos e fazendo votos austeros. Na verdade, não sabemos como essa
dharma-guptaye— para a proteção dos princípios religiosos; kalã—com todas as po-
serpente Kãliya obteve tal o p o r t u n i d a d e . ' "
tências; avatirnau—que desceram; avaneh—do mundo; bhará-asurãn—o pesado fardo
de demônios; hatvã— t e n d o matado; iha—aqui, no m u n d o espiritual; bhüyah—
novamente; tvarayã— muito em breve; itam—por favor, regressai; anti— perto; me- SIGNIFICADO—Este verso do Srimad-Bhãgavatam (10.16.36) foi falado pelas esposas
de Mim. do demônio Kãliya (a serpente).
724 $ri Caitanya-caritãmrta 153 Conveisas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 725
Madhya-i-, u
T R A D U Ç Ã O — " A doçura d o Senhor Krsna é tão atrativa que cativa Sua prón ' VERSO 151
mente. Assim, Ele deseja inclusive abraçar-Se a Si m e s m o . "
aparikalita-pürvah kaé camatkãra-kãri T R A D U Ç Ã O — " K r s n a tem potências ilimitadas, as quais podem dividir-se em três
sphurati mama gariyãn esa mãdhurya-pürah partes principais. São elas a potência espiritual, a potência material e a potência
ayam aham api hanta preksya yam lubdha-cetãh marginal, que é conhecida como entidades v i v a s . "
sarabhasam upabhoktum kãmaye rãdhikeva
aparikalita-pürvah—não experimentada anteriormente; kah—quem; camatkãra- VERSO 152
kãri—provocando admiração; sphurati—manifesta; mama—Minha; gariyãn—maior;
esah—esta; mãdhurya-pürah—abundância de doçura; ayam—este; aham— Eu; opi-
inclusive; hanta—oh!; preksya—vendo; yam—que; lubdha-cetãh—Minha mente es- « r o w t ' W - l f V - i a T a fe*í« 11 11
tando confusa; sa-rabhasam—impetuosamente; upabhoktum—de desfrutar; kãmaye— 'antarahgã', 'bahirahgã', 'tatasthã' kahi yãre
desejo; rãdhikã iva—como Srimati Rãdhãrãni. antarahgã 'svarüpa-éakti'—satóra upare
antarahgã—interna; bahirahgã—externa; tatasthã— marginal; kahi—dizemos; yãre—
TRADUÇÃO—" 'Ao ver Seu próprio reflexo numa coluna cravejada de jóias de a quem; antarahgã—a potência interna; svarüpa-éakti—a energia pessoal; sabãra
Seu palácio de Dvãrakã, Krsna desejou abraçá-lo, dizendo: " O h ! nunca vi tal upare—acima de todas.
pessoa antes. Q u e m é Ele? Bastou que Eu O visse para ficar ansioso por abraçá-
ÍO, exatamente como a Srimati Rãdhãrãni-" ' " T R A D U Ç Ã O — " E m outras palavras, todas estas são potências de Deus — interna,
«eterna e marginal. C o n t u d o , a potência interna é a energia pessoal do Senhor
SIGNIFICADO—Este verso é do Lalita-mãdhava (8.34) de Srila Rüpa Gosvãmi. e sobressai entre as outras d u a s . "
VERSO 155
<?ft » r % - * t c * ^ « t «frifltPr wt»tf»i H > < n «
fô*ra»f 'ir>«,', atre sjtü asfo' jrffa o H krsnake ãhlãde, tã'te nãma— 'hlãdini'
sei éakti-dvãre sukha ãsvãde ãpani
ãnandãritée 'hlãdini', sad-amée 'sandhini' krsnake—a Krsna; ãhlãde—dá prazer; fd"fe—portanto; nãma—o nome; hlãdini—
cià-amée 'samvit', yãre jhãna kari' mãni potência de dar prazer; sei éakti—esta potência; dvãre—por meio de; sukha—
ãnanda-amée—em bem-aventurança; hlãdini—a potência de dar prazer; sat-amée—
felicidade; ãsvãde— saboreia; ãpani—o Senhor Krsna pessoalmente.
em eternidade; sandhini—a potência criativa; cit-amée—em conhecimento; samvit—
samvit; yãre—que; jhãna—conhecimento; kari'— tomando como; mãni— eu aceito.
TRADUÇÃO—"A potência chamada hlãdini dá prazer transcendental a Krsna.
TRADUÇÃO— "Hlãdini é Seu aspecto de bem-aventurança; sandhini, de existência
Através desta potência de prazer, Krsna pessoalmente saboreia todo o prazer
eterna; e samvit, de conscientização, que também é aceita como conhecimento.
espiritual."
728 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, g yerso 163 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 729
c«ft «TITWWI iw-fctfa-ríll II II TRADUÇÃO—"O corpo d e Srimati Rãdhãrãni é a transformação autêntica do amor
premera parama-sãra 'mahãbhãva' jãni a Deus; Ela é a mais querida amiga de Krsna, e sabe-se disto no m u n d o inteiro."
sei mahãbhãva-rüpã rãdhã-thãkurãtti
premera—do amor a Deus; parama-sãra—a parte essencial; nmhã-bhãva—o êxtase VERSO 163
transcendental chamado mahãbhãva; jãni—sabemos; sei—isto; mahã-bhãva-rüpã—*
personificação do êxtase transcendental mahãbhãva; râdhã-thãkurãní—SrnnaQ <OTF;rarf%ír«r I - a fosTfaslf®-
Rãdhãrãni. srtfM 41 f í i w t e s i *»rtf%: i
cffnpT Í44>i>wR*i'PHÜPAÍ
TRADUÇÃO—"A parte essencial d o amor a Deus chama-se mahãbhãva,
transcendental, e Srimati Rãdhãrãni representa este êxtase."
730 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy -i- Verso 166 Conversas entre Sri Caitanya M a h ã p r a b h u e Rãmãnanda Rãya 731
a llà 8
VERSO 170 I TRADUÇÃO—"Ira oculta e astúcia constituem o arranjo de Seu cabelo. A quali-
dade da ira provocada pelo ciúme é tal qual a seda que cobre Seu c o r p o . "
e r r a i - f f »T, iat-3|«fil 6W I
fasaítRí -as*£a, Í ^ C T - ^ a r fàw»!*! || l i » || VERSO 173
a N - ^ t ^ a t c t <wa i
saundarya—kuhkuma, sakhí-pranaya—candana
smita-kãnti—karpüra, tine—ahge vilepana CSiTCfV^STJ—(SPIfStglI a-3g*T ll Si-a n
saundarya—Sua beleza pessoal; kunkuma—um pó vermelho conhecido como
kuhkuma; sakhi-pranaya—Seu amor por Suas companheiras; candana—a polpa de rãga-tãmbüla-rãge adhara ujjvala
sândalo; smita-kãnti—a doçura d e Seu sorriso; karpüra—cânfora; tine—por estas prema-kauHlya—netra-yugale kajjala
três coisas; ahge—sobre o corpo; vilepana—untando. rãga—àe amor; tãmbüla—da noz de bétel; rãge— pela cor avermelhada; adhara—
estende-se; ujjvala—brilhante; prema-kautilya—a duplicidade em romances amoro-
T R A D U Ç Ã O — " A beleza pessoal de Srimati Rãdhãrãni compara-se ao pó averme- sos; netra-yugale—nos dois olhos; kajjala—o cosmético.
lhado conhecido como k u h k u m a . Sua afeição por Suas companheiras compara-
se à polpa de sândalo, e a doçura de Seu sorriso, à cânfora. Todos estes elementos TRADUÇÃO—"Seu apego a Krsna é a cor avermelhada de nozes de bétel sobre
combinados, são untados sobre Seu c o r p o . " Seus brilhantes lábios. Sua duplicidade em romances amorosos é tal qual o cos-
mético negro ao redor de Seus o l h o s . "
i a « t a - « a « i J i a - ^ w « f a ' i i *i8
cÀ*. 3pt*7c? fàfèfãra tyim II m n
'süddlpta-sãttvika' bhãva, harsãdi 'sahcãri'
krsnera ujjvala-rasa—mrgamada-bhara
ei saba bhãva-bhüsana saba-ahge bhari'
sei mrgamade vicitrita kalevara
su-uddlpta-sãttvika—abrasantes de bondade; bhãva—os êxtases; harsa-ãdi—como
krsnera—do Senhor Krsna; ujjvala-rasa—a doçura conjugai; mrga-mada—de almís-
o júbilo; sahcãri—êxtases d e existência contínua; ei saba—todos estes; bhãva—
car; bhara—abundância; sei—isto; mrga-made—íeito pelo aroma do almíscar;
êxtases; bhüsana—ornamentos; saba—todo; ahge—corpo; bhari'—enchendo.
vicitrita—decorado; kalevara—todo o corpo dEla.
T R A D U Ç Ã O — " E s t e s ornamentos corpóreos constituem vinte classes de si glGNiFiCADO— As oito companheiras de Rãdhãrãni (asta-sakhi) são diferentes va-
extáticos, começando com kila-kihcita. Suas qualidades transcendentais -* 135
riedades de prazer ligadas aos passatempos de Krsna. Com características
guirlanda de flores pendurada em plenitude sobre Seu corpo." semelhantes às de tais passatempos de Sri Krsna, há outras atividades, repre-
jgntadas pelas assistentes das gopis.
SIGNIFICADO— Descrevem-se as vinte diferentes atitudes, lideradas por kila-kihdh,
da seguinte maneira. Primeiro, em relação ao corpo, há bhãva (êxtase), hâva (eest VERSO 178
e helâ (negligência); em relação ao eu, há éobhã (beleza), kãnti (fulgor), dipti (brilho)
mãdhurya (doçura), pragalbhatã (insolência), audãrya (magnanimidade) e dhaini
fsrartw-dNa^fo i t a ^ * i
(paciência); e, em relação à natureza, há lilã (passatempos), vilãsa (desfrute) vic «t*Gl aft' «rfcç, JW1 fero sq»w n ^ n
chitti (rompimento) e vibhrama (confusão). Não existem equivalentes em portu-
guês para as palavras kila-kiiicita, mottãyita e kuttamita. nijãhga-saurabhãlaye garva-paryahka
A guirlanda de flores constitui as qualidades de Srimati Rãdhãrãni e divide-se tã'te vasi' ache, sadã cinte krsna-sahga
em partes mentais, verbais e corpóreas. Sua atitude de perdão e misericórdia é | mja-ahga—Seu próprio corpo; saurabha-ãlaye—na pousada do aroma; garva—
mental. Suas conversas, que são muito agradáveis aos ouvidos, são verbais. As I orgulho; paryahka—leito; tã'te—neste; vasi'—deitada; ache—há; sadã— sempre;
qualidades físicas — idade, beleza, brilho e graça — são corpóreas. cinte—pensa; krsna-sahga—a companhia de Krsna.
krsnake—a Krsna; karãya—Ela induz; éyãma-rasa—da doçura do amor L » A D U Ç Ã O — " 'Caso alguém pergunte sobre a origem d o amor a Krsna, a res-
madhu—o mel; pana—bebendo; nirantara—constantemente; p i m i a — p i ° ! ^ ' eno
n U a ;
é que a origem está apenas em árimati Rãdhãrãni- Quem é a mais querida
faz; krsnera—do Senhor Krsna; sarva-kãma—todas as espécies de desejos Iuxurk«o~~ ^ g a de Krsna? Novamente a resposta é apenas: árimati Rãdhãrãni- Ninguém
^ j . O cabelo de árimati Rãdhãrãni é muito cacheado. Seus dois olhos inquietos
S
HJO param de mover-se e Seus seios são rijos. Já que se manifestam todas as
T R A D U Ç Ã O — " S r i m a t i Rãdhãrãni induz Krsna a beber o mel da intimidade oualidades transcendentais em árimati Rãdhãrãni, só Ela é capaz de satisfazer
jugal. Portanto, Ela dedica-Se a satisfazer todos os desejos luxuriosos de Krsn^"' jj^os os desejos de Krsna. Ninguém mais.' "
VERSO 181 SIGNIFICADO—Esta citação é do éri Govinda-lilãmrta (11.122) de Krsnadãsa Kavirãja
Gosvãmi. É um verso sob a forma de perguntas e respostas, descrevendo as glórias
de Srimati Rãdhãrãni.
^ v r t " v i « w - ^ j f n iv-i I I VERSOS 183—184
krsnera viéuddha-prema-ratnera ãkara i f t (7h*fsn-^t Ttr.tr. T5T«Crl I
anupama-gunagana-pürna kalevara 3 t * fctfa» ^prífàrfi far,* awHrmi«iv» n
krsnera—ào Senhor Krsna; viéuddha-prema—àe puro amor transcendental-
ratnera—da jóia preciosa; ãkara—uma mina; anupãma—incomparável; guna-gana—de S t * í^Frátft-^t i t t * sT^-^tN^t i
grupos de qualidades; pürna—repleto; kalevara—corpo transcendental. ü n «tfoarsHrf artf « i w t t II iv-8 n
yãhra sadguna-ganane krsna nã pãya piãra SIGNIFICADO—Devemos sempre lembrar que o gozo dos sentidos de Krsna não
tãhra guna ganibe kemane jiva châra figve jamais ser comparado ao gozo d o s sentidos d o mundo material. Como já
yãhra—cujas; sat-guna—boas qualidades; ganane—ao calcular; krsna—Senh eX plicamos, o gozo dos sentidos de Krsna é tal qual ouro. O reflexo pervertido
Krsoa; «tf—não; pãya—obtém; para—o limite; tãhra—dEla; guna—qualidades' deste gozo dos sentidos encontrado no m u n d o material é tal qual ferro. Isto sig-
ganibe— pode enumerar; kemane—como; /ízw—uma entidade viva; chàra—tâó nifica que Krsna não é impessoal. Ele tem todos os desejos que se manifestam
insignificante. o reflexo pervertido dentro deste m u n d o material. Contudo, as qualidades são
n
«If ara.-wíf*Ta( f f H W h i « M l i
^mc<5 vfüni s > t a ftm**m n wH
vidagdho nava-tãrunyah
prabhu kahe,—jãniluh krsna-rãdhã-prema-tattva parihãsa-viéãradah
sunite cãhiye dunhãra vilãsa-mahattva niécinto dhlra-lalitah
prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya replicou; jãniluh—agora entendi; krsna—do syãt prãyah preyasl-vaéah
Senhor Krsna; rãdhã—âe Srimati Rãdhãrãni; prema—dos romances amorosos; vidagdhah—astuta; nava-tãrunyah—sempre viçosamente juvenil; parihãsa—em
tattva—a verdade; éunite—ouvir; cãhiye—Eu desejo; dunhãra—áe ambos; vilãsa- fazer gracejos; viéãradah—perita; niécintah—livre de ansiedade; dhlra-lalitah—um
mahattva—a grandeza do desfrute. herói em romances amorosos; sytff—é; prãyah—quase sempre; preyasl-vaéah—aquele
que mantém Suas namoradas sob Seu jugo.
TRADUÇÃO—O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: "Agora entendi a ver-
dade sobre os romances amorosos entre Rãdhã e Krsna. Não obstante, ainda de-
sejo ouvir como ambos desfrutam gloriosamente de tal a m o r . " T R A D U Ç Ã O — " U m a pessoa que é muito astuta e sempre juvenil, perita em fazer
gracejos e livre de ansiedade, e que pode manter suas namoradas sempre sob
VERSO 187 seu jugo, chama-se dhíra-lalita."
ara a r a , — ç a '«íT*-9if»T5' i SIGNIFICADO—Este verso é do Bhakti-rasãmrta-sindhu (2.1.230).
f*ra«a a«raa?t<5i-a"wfa çfos n *n n
I
rãya kahe,—krsna haya ' dhlra-lalila'
nirantara kãma-krídã—yãhhãra carita VERSO 189
rãya kahe—Rãya replicou; krsna—Senhor Krsna; haya—é; dhíra-lalita—uma pessoa affã-fà*i a^« a?l<?i ara aflrt-icw i
que pode manter sua namorada sempre sob o jugo de diferentes qualidades;
nirantara—constantemente; kãma-krídã— passatempos de prazer sexual; yãhhãra—de fcaratta aa* w fcwr afrçi-acw n ^s> n
quem; carita—o caráter. rãtri-dina kuhje krídã kare rãdhâ-sahge
kaiéora vayasa saphala kaila krídã-rahge
rãtri-dina—dia e noite; kuhje—nos jardins ou bosques de Vrndãvana; krldã—
TRADUÇÃO—Rãya Rãmãnanda replicou: "O Senhor Krsna é dhira-lalita, pois Ele
sempre pode manter Suas namoradas sob Seu jugo. Assim, Sua única ocupação Passatempos; kare—realiza; rãdhã-sahge—com Rãdhãrãni; kaiéora—a adolescência;
é desfrutar de gozo dos s e n t i d o s . " vayasa—idade; sa-phala—frutífera; kaila—feita; krídã-rahge—experimentando prazer
em diferentes passatempos.
742 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 193 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 743
Madhya-hi a(
TRADUÇÃO—"Dia e noite o Senhor Sri Krsna goza da companhia de S - ihã va-i—exceto isto; buddhi-gati—movimento de minha inteligência; nãhi—não há;
n a t
Rãdhãrãni nos bosques de Vrndãvana. Assim, Sua adolescência resultou ^ ' ' ^ — n e n h u m mais.
através de Seus romances com Srimati R ã d h ã r ã n i . " ^
TRADUÇÃO—Sri Caitanya M a h ã p r a b h u disse: " Isto está bom, mas, por favor,
VERSO 190 ^rvtinua." Nessa altura, Rãya Rãmãnanda replicou: " N ã o creio que m i n h a in-
teligência vá além d i s t o . "
VERSO 192
atui ^ f w n 1 s 7 9 f w n - a T ^ 5 n n a t f a a n
caal 'c«frffàffit*i-faa€' uia* sa i
< 5 W ^sfà' C S W Í ÇH, fãs sri ça n ia* I
ata ara,- 1 * 1 a^ aj%--ítí% srrfç «ris n >a>> 11 eta bali' ãpana-krta gita eka gãhila
preme prabhu sva-haste tãhra mukha ãcchãdila
prabhu kahe,—eho haya, ãge kaha ãra eta bali'—dizendo isto; ãpana-krta—composta por ele; gita—canção; eka—uma;
rãya kahe,—ihã va-i buddhi-gati nãhi ãra gtfhzZa—cantou; preme—em amor a Deus; prabhu--Sri Caitanya Mahãprabhu; sva-
prabhu kahe—o Senhor Caitanya Mahãprabhu disse; eho haya—isto está bom; haste—com Sua própria mão; farira—dele (de Rãmãnanda Rãya); mukha—boca;
ãge kaha ãra—por favor, continua, dize mais; rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; Scchãdila—cobriu.
744 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 194 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 745
Madhya-lilã, 8
T R A D U Ç Ã O — D i z e n d o isto, Rãmãnanda Raya começou a cantar unta canção o primeiro deverá livrar-se de todas as designações materiais (sarvopãdhi-vinirmuktam
posta por ele, mas, ári Caitanya Mahãprabhu, no êxtase de amor a Deus i fat-paratvena nirmalam). Uma pessoa que se identifica com o corpo material não
diatamente cobriu a boca de Rãmãnanda com Sua própria mão. pode compreender estas conversas entre Sri Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya
Mahãprabhu.
Escrituras religiosas inventadas pelo homem e conversas filosóficas transcenden-
SIGNIFICADO—Os tópicos que passarão a ser abordados pelo Senhor Sri Caitanv tais são coisas bem diferentes. Na verdade, há um abismo de diferença entre as
Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya não podem ser entendidos por um poeta materia- duas. Sriman Madhvãcãrya fez uma descrição cuidadosa deste assunto. Por es-
lista, n e m tampouco pela inteligência ou pela percepção material. Srila Bhakti- tarem situados no prema material de vilãsa-vivarta, os filósofos materiais são inca-
siddhãnta Sarasvati Thãkura afirma que só podemos compreender a doçura espiri- pazes de perceber o prema-vilãsa-vivarta espiritual. Eles não conseguem colocar
tual ao situarmo-nos na plataforma transcendental, além da fase de bondade ma- um elefante sobre um prato. Da mesma forma, os especuladores mundanos não
terial. Chama-se esta plataforma de viáuddha-sattva (sattvam visuddham vasudeva- m encerrar o elefante espiritual dentro de sua concepção limitada. O esforço
éabditam). A compreensão de viáuddha-sattva está além do âmbito do mundo ma- deles é como o esforço da rã que tenta medir o Oceano Atlântico, imaginando-o
terial, não sendo percebida pelos sentidos físicos ou pela especulação mental. Nossa tantas vezes maior do que seu poço. Filósofos materialistas e sahajiyãs não podem
identificação com o corpo grosseiro e a mente sutil difere da compreensão espiritual. compreender as conversas entre Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu
Como a inteligência e a m e n t e são materiais, os romances amorosos de Sri Rãdhã a respeito dos passatempos de Sri Rãdhã e Krsna. A única tendência dos imperso-
e Krçna estão além da percepção delas. Sarvopãdhi-vinirmuktam tat-paratvena nir- nalistas ou dos prãkrta-sahajiyãs é voltar-se para a plataforma do impersonalismo.
malam: livrando-nos de todas as designações materiais e purificando nossos senti- Eles não podem compreender o espiritual. Conseqüentemente, quando Rãmãnanda
dos completamente mediante o processo de bhakti, poderemos compreender as Rãya tentou cantar seus próprios versos, Sri Caitanya Mahãprabhu interrompeu-o,
atividades sensoriais da Verdade Absoluta (hrslkena hrsikeáa-sevanam bhaktir ucyate). cobrindo-lhe a boca com Sua própria mão.
e sakhi, se-saba prema-kãhini NIFICADO—O próprio Rãmãnanda Rãya foi q u e m compôs e cantou original-
kãnu-thãme kahabi vichurala jãni' t e estes versos. Srila Bhaktivinoda Thãkura sugere que, durante o período
n
para o benefício do m u n d o inteiro, pintaste de vermelho Vossos dois corações fSya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; yei— tudo o que; kahão—me fizeste falar;
dentro deste grande palácio do universo.' " jgU-aquilo; kahi—eu falo; Mini—mensagem; ki—o que; kahiye—estou falando; bhãla-
0O\da—bom ou mau; kichui nã jãni—não sei de nada.
S I G N I F I C A D O — E s t e verso, citado por Rãmãnanda Rãya, está incluído no Ujjvala
nilamani (14.155) de Srila Rüpa Gosvãmi. TRADUÇÃO—ári Rãmãnanda Rãya replicou: " N ã o sei o que estou dizendo, mas
Tu me fizeste falar o que falei, seja isto bom ou mau. Faço apenas repetir esta
VERSO 196 mensagem."
T R A D U Ç Ã O — " S ó se pode alcançar a meta da vida praticando o processo. Agora, T R A D U Ç Ã O — " N a realidade, falas através de minha boca, e, ao mesmo tempo,
por favor, tem misericórdia de Mim e explica-Me o meio pelo qual se pode atingir estás o u v i n d o . Isto é muito misterioso. De qualquer forma, por favor, ouve a
esta m e t a . " explicação de como se pode alcançar a m e t a . "
de dentro do coração. Srila Rãmãnanda Rãya aceita esta bênção de Sri Caitanya qualificação; sakhi— as gopis; haite—a partir de; haya—é; ei lllãra—destes passatem-
Mahãprabhu; portanto, admite que tudo o que falou não foi fruto de sua própria pos; vistãra—a expansão.
inteligência. Pelo contrário, tudo veio de Sri Caitanya Mahãprabhu. Segundo o
Bhagavad-gitã (15.15): T R A D U Ç Ã O — " N a verdade, somente as gopis têm o direito de apreciar estes pas-
satempos transcendentais, os quais só podem expandir-se a partir d e l a s . "
sarvasya cãharh hrdi sannivisto
VERSO 203
mattah smrtir jhãnam apohanam ca
vedaié ca sarvair aham eva vedyo
J l f t ftwl <ffr ^ t a l •Tfft W I
vedãnta-krd veda-vid eva cãham
V E R S O S 204—205
VERSO 201
i ? l fan <ffc »rr»Tíii vim s r t f t f f o 1
iâT«Tca <STCI * W w w f t I V8 II
a absterem-se de tais concepções. Ele também adverte que julgar-se um do sakhlra svabhãva eka akathya-kathana
S
sociados do Supremo sem seguir os passos das gopis é tão ofensivo quanto jul ^ krsna-saha nija-lllãya nãhi sakhlra mana
o Supremo. Tal pensamento recebe a designação de aparãdha. Deve-se n sakhlra—das sva-bhãva—inclinação
gopis; natural; eka—uma; akathya—inexplicável;
o viver em Vrndãvana, ouvindo sobre as conversas das gopis com Krsna C kathana—narração; krsna-saha—com Krsna; nija-lllãya—em Seus passatempos pes-
do, ninguém deve considerar-se uma gopi, pois isto é ofensivo. soais; nãhi—não; sakhlra—das gopis; mana—a mente.
VERSO 206
TRADUÇÃO—"Há um fato inexplicável sobre as inclinações naturais das gopis:
elas nunca desejam divertir-se com Krçna pessoalmente."
W f t a f ç *tft*a»cTtfl « r o T f : I
VERSO 208
«nrçfo fBfVç^tftm:
«íífo a f j a T a n * : T Í t a t * a i » : i n
i*. atfãasta *ft*Tl ca a-ata i
f«w-^a cscs « r c 5 cante ^ a t r a 11 \-\y n
vibhur api sukha-rüpah sva-prakãso 'pi bhãvah
ksanam api na hi rãdhã-krsnayor yâ rte svãh krsna saha rãdhikãra lilã ye karãya
pravahati rasa-pustim cid-vibhütír ivesah nija-sukha haite tãte kofi sukha pãya
srayati na padam ãsãrh kah sakhínãm rasa-jhah krsna Krsna;
saha—com rãdhikãra—de Srimati Rãdhãrãni; lilã— os passatempos;
vibhuh—todo-poderosas; «pi—embora; sukha-rüpah—felicidade personificada; sva- ye—que; karãya—elas provocam; nija-sukha—felicidade pessoal; haite—do que;
prakãéah—auto-refulgentes; api—embora; bhãvah—as atividades inteiramente es- Mie— nisto; feofi—dez milhões de vezes; sukha—a felicidade; pãya—elas sentem.
pirituais; ksanam api—mesmo por um m o m e n t o ; nu—nunca; hi— decerto; rãdhã-
krsnayoh—de Sri Rãdhã e Krsna; yãh—quem; rte—sem; svãh—Seu próprio séquito TRADUÇÃO—"A felicidade das gopis aumenta dez milhões de vezes q u a n d o elas
(as gopis); pravahati—conduz a; rasa-pustim—plenitude do sentimento mais sublime; conseguem ocupar Sri Sri Rãdhã e Krsna em Seus passatempos transcendentais."
cit-vibhütlh—potências espirituais; iva—como; léah—a Suprema Personalidade de
Deus; srayati—refugia-se em; na—não; padam—a posição; asam—delas; kah—quem; VERSO 209
sakhínãm—das associadas pessoais; rasa jhah—aque\e que é versado na ciência das
doçuras. 5
atara * a « * t — w S a - a * * ^ 1
TRADUÇÃO—" 'Os passatempos de Sri Rãdhã e Krsna são auto-refulgentes. Além
ailNM *a « t a »wa-'£»*-*tt«1 II n
de serem a felicidade personificada, são ilimitados e todo-poderosos. Ainda rãdhãra svarüpa—krsna-prema-kalpalatã
assim, os sentimentos espirituais de tais passatempos jamais atingem sua ple- sakhl-gana haya tara pallava-puspa-pãtã
nitude sem as gopis, as amigas pessoais do Senhor. A Suprema Personalidade rãdhãra svarüpa—a natureza espiritual de Srimati Rãdhãrãni; krsna-prema—de
de Deus nunca é completa sem Suas potências espirituais; portanto, ã menos amor a Krsna; kalpa-latâ— u m a trepadeira; sakhl-gana—as gopis; haya—são; tara—
que alguém se refugie nas gopis, não poderá gozar da companhia de Rãdhã e desta trepadeira; paliava—os galhos; puspa—flores; pãtã—e folhas.
Krsria. Quem poderia interessar-se em Seus passatempos espirituais sem refugiar-
se nelas?' " TRADUÇÃO—"Por natureza, Srimati Rãdhãrãni é tal qual u m a trepadeira de amor
a Deus, e as gopis são os galhos, flores e folhas desta trepadeira."
SIGNIFICADO—Esta citação é do Govinda-lllamrta (10.17).
VERSO 210
VERSO 207
ajatífltíTrys aff erstca» faa»a i
l a t a ^ « t a JFÇ tj^^j-^m i f3wMr« *tuatr,wa castte-sa * a » 1 1
a>a»-i* f s w é f f a t a » t f ç i f t a • « 11 v i «
756 Sri Caitanya-caritãmrta yerso 213 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 757
Madhya-lii aj 8
krsna-lilãmrta yadi latâke sincaya T R A D U Ç Ã O — " 'Todas as gopis, as amigas pessoais de Srimati Rãdhãrãni, são
nija-sukha haite pallavãdyera koti-sukha haya iguais a Ela. Assim como a lua é agradável à flor de lótus, Krsna é agradável
krsna-lHãmrta—o néctar dos passatempos de Krsna; yadi—se; latãke—a trepade' aos habitantes de Vrajabhümi. Sua potência de dar prazer é conhecida como
sincaya—borrifa; nija-sukha haite—do que a feÜcidade pessoal; pallava-âdyera—à " Uãdiní, da qual Srimati Rãdhãrãni é o princípio ativo. Compara-se-A a uma
galhos, flores e folhas; kofi— dez milhões de vezes; sukha—a felicidade; haya—há trepadeira com temas flores e folhas. Quando o néctar dos passatempos de Krsna
é borrifado sobre Srimati Rãdhãrãni, todas as amigas dEla, as gopis, imediata-
T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o esta trepadeira é borrifada com o néctar dos passatem mente apreciam o prazer cem vezes mais do que se este néctar fosse borrifado
pos de Krsna, a felicidade sentida pelos galhos, flores e folhas é dez milhões sobre elas. Na realidade, isto não é tão maravilhoso assim.' "
de vezes maior do que a sentida pela própria trepadeira."
SIGNIFICADO—Este verso também é do Govinda-lilâmrta (10.16).
VERSO 214 peus, pois as gopis nunca agem em troca de sua satisfação pessoal. Elas ficam
satisfeitas se podem ocupar outras gopis no serviço ao Senhor. As gopis sentem
«rcgrfc» f à ^ a i c a c a *pca aa i mais prazer transcendental ao indiretamente ocuparem outras gopis a serviço de
jQ-çna do que ao dedicarem-se elas mesmas a Seu serviço. Esta é a diferença entre
t f M i a t a c « r a e f a ' a * P s a <çè u * > 8 1 1
a luxúria material e o amor a Deus. A luxúria refere-se ao m u n d o material, e o
anyonye visuddha preme kare rasa pusta amor a Deus refere-se apenas a Krsna.
tãh-sabãra prema dekhi' krsna haya tusta
anyonye—mútuo; viáuddha—transcendental; preme—em amor a Deus; kare—( - az VERSO 216
rasa—a doçura; pusta—fomentada; tãh-sabãra—de todas elas; prema—o amor a Deus-
dekhi'—ao ver; krsna—Senhor Krsna; haya—fica; tusta—satisfeito. ctrcia cTTtataTtT' * i a $ W « K áWta. I
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^ c a » *%q vws a r a srwa-fàçta II II caaa»ír,*rtas <3jf>' eu 3 ^ «sra 11 \\
sei gopl-bhãvãmrte yãhra lobha haya
nijendriya-sukha-vãhchã nãhi gopikãra veda-dharma-loka tyaji' se krsne bhayaja
krsne sukha dite kare sahgama-vihãra sei—este; gopi— das gopis; bhãva-amrte—r\o néctar do êxtase; yãhra—cujo; lobha—
nija-indriya-sukha—de gozo pessoal dos sentidos; vãnchã—o desejo; nãhi—não apego; haya—é; veda-dharma—princípios religiosos dos Vedas; loka—opinião pú-
há; gopikãra—das gopis; krsne—a Krsna; sukha—felicidade; dite—dar; kare—fazem- blica; tyaji'—abandonando; se—ele; krsne—a Krsna; bhajaya—presta serviço
sahgama-vihãra—convivendo e desfrutando com Krsna. amoroso.
T R A D U Ç Ã O — " E n t r e as gopis, não há um pingo de desejo de gozo dos sentidos 1 T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e que se deixa atrair por este amor extático das gopis não
O único desejo delas é dar prazer a Krsna, e, dessa maneira, elas convivem e liga para os princípios regulativos da vida védica n e m para a opinião pública.
desfrutam com E l e . " Ao invés disso, rende-se plenamente a Krsna e presta-Lhe serviço."
VERSO 222 corpo apropriado para isto. O exemplo mais vivido a este respeito é o das perso-
nalidades santas, conhecidas como érutis, que apresentaram os Upanisads. Estes
awtnrcasa c&xn <era wmi cfe. wz* i érutis compreendem que, sem servir a Krsna e s5guir os passos das gopis, não
«tacatfj cwç tt-ini a*u *tta arc II II é possível entrar no reino de Deus. Portanto, ocupam-se no serviço amoroso e
espontâneo a Krsna e seguem os passos das gopis.
vraja-lokera kona bhãva latia yei bhaje
bhãva-yogya deha pãhã krsna pãya vraje VERSO 224
vraja-lokera—do planeta conhecido como Goloka Vrndãvana; kona—algum
bhãva—humor; lahã— aceitando; yei—todo aquele que; bhaje— presta serviço devo^
f s r ç 3 i w w T w p c ? r i \ c * i m a-
cional; bhãva-yogya—adequado àquela atração espiritual; deha—um corpo; pãnã— fcTtara ^ « r a n f t f a TSIT* I
obtendo; krsna—Senhor Krsna; pãya—obtém; vraje—em Vrndãvana. fãs fcacracsN?** afore-fircai
T R A D U Ç Ã O — " E m sua fase liberada, o devoto sente-se atraído por um dos cinco
aiaft c s nat: ^ c n r u l ^ a c s T i ^ T : j « n
humores no transcendental serviço amoroso ao Senhor. À medida que continua nibhrta-marun-mano 'ksa-drdha-yoga-yujo hrdi yan
servindo ao Senhor com esta atitude transcendental, ele obtém um corpo espiri- munaya upãsate tad arayo 'pi yayuh smaranãt
tual para servir a Krsna em Goloka V r n d ã v a n a . " striya uragendra-bhoga-bhuja-danda-visakta-dhiyo
vayam api te samãh samadrío 'hghri-saroja-sudhãh
VERSO 223 nibhrta—controlado; tnarut—o ar vital; manah—a mente; aksa—sentidos; drdha—
fortes; yoga—no processo de yoga mística; yujah—que se ocupam; hrdi—dentro
do coração; yaf—que; tnunayah—os grandes sábios; upãsate—adoram; faf—isto;
i W r f d f « f V *ft«*»t arcwaíWR n n arayah—os inimigos; api—também; yayuh—obtêm; smaranãt—por lembrarem-se;
striyah—as gopis; uragendra—de serpentes; bhoga—como os corpos; bhuja—os
tãhãte drstãnta—upanisad sruti-gana braços; danda—como bastões; visakta—agarradas a; dhiyah—cujas mentes; vayam
rãga-mãrge bhaji' pãila vrajendra-nandana api—nós também; te—Vossos; samãh—iguais a elas; samadrsah—tendo as mesmas
tãhãte—quanto a isto; drstãnta—o exemplo; upanisad éruti-gana—os grandes sábios emoções extáticas; ahghri-saroja—dos pés de lótus; sudhãh—o néctar.
conhecidos como os Upanisads ou érutis personificados; rãga-mãrge—no caminho
do amor espontâneo; bhaji'—adorando; pãila—obtiveram; vrajendra-nandana—os TRADUÇÃO—" 'Praticando o sistema de yoga mística e controlando a respiração,
pés de lótus do Senhor Krsna. os grandes sábios conquistaram a mente e os sentidos. Dedicando-se assim à
T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e s santos que apresentaram os Upanisads são exemplos vi- yoga mística, viram a Superalma dentro de seus corações e, por fim, imergiram
vidos disto. Adorando o Senhor no caminho do amor espontâneo, eles alcançaram no Brahman impessoal. Contudo, mesmo os inimigos da Suprema Personalidade
os pés de lótus de Vrajendra-nandana, o filho de Nanda Mahãrãja." de Deus alcançam tal posição pelo simples fato de pensarem no Senhor Supremo.
As donzelas de Vraja, as gopis, queriam apenas abraçar Krsna e segurar-Lhe
S I G N I F I C A D O — No planeta Goloka Vrndãvana, Raktaka e Patraka lideram os servos os braços, que são como serpentes. Sentindo-se atraídas pela beleza de Krsna,
de Krsna. Srídãmã, Subala e outros lideram os amigos de Krsna. Há, também, elas finalmente adquiriram um gosto pelo néctar dos pés de lótus do Senhor.
as gopis mais velhas e os vaqueiros liderados por Nanda Mahãrãja, mãe Yasodã Nós também podemos saborear o néctar dos pés de lótus de Krsna, seguindo
e outros. Todas essas personalidades ocupam-se eternamente no serviço amoroso os passos das gopis.' "
ao Senhor, de acordo com seus específicos apegos a Krsna. Quem deseja regres-
sar ao lar para servir ao Senhor diretamente fica atraído por Krsna como Seu servo, S I G N I F I C A D O — E s t a citação é do Srimad-Bhãgavatam (10.87.23): são palavras dos
amigo, pai ou mãe. Servindo a Krsna sem parar, durante esta vida, num êxtase em srufis, os Vedas personificados.
particular, o devoto abandona o corpo material e obtém um corpo espiritual ade- VERSO 225
quado para servir a Krsna em termos de determinado apego. É possível servi-10
como servo, amigo, pai ou mãe. Da mesma maneira, caso alguém deseje servir ' J W ^ . ' - » ^ a r a ' c f t « t c a «rçitfe' i
a Krsna com amor conjugai, também pode, sob a orientação das gopis, obter um <3Tai:'-«ra' a r a w f o a < ^ r % a * - a r t f a IIU<M
764 5ri Caitanya-caritãmrta Verso 229 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 765
Madhya-üiã, 8
'samadréah'-éabde kahe 'sei bhãve anugati' TRADUÇÃO—" 'A Suprema Personalidade de Deus, Krçna, filho de mãe Yaáodã,
'samãh '-éabde kahe érutira gopl-deha-prãpti £ acessível àqueles devotos ocupados em serviço amoroso e espontâneo, mas
sama-dréah—samadréah; éabde—por esta palavra; kahe—diz; sei—isto; bhãve— n não é tão facilmente acessível aos especuladores mentais, àqueles que se esforçam
emoção; anugati—seguindo; samãh—samãh; éabde—por esta palavra; kahe—diz- por alcançar a auto-realização mediante rigorosas austeridades e penitências ou
érutira—das pessoas conhecidas como érutis; gopi-deha—os corpos das gopis- àqueles que consideram o corpo e o eu como sendo a mesma coisa.' "
prãpti—obtenção.
SIGNIFICADO—Este verso do Srimad-Bhãgavatam ( 1 0 . 9 . 2 1 ) foi proferido por Srila
TRADUÇÃO—"A palavra 'samadrsah', mencionada na quarta linha do verso an- Sukadeva Gosvãmi, referindo-se à afirmação de que Krçna é subjugado pelas gopis
terior, quer dizer: 'ter a mesma atitude que as g o p i s ' . A palavra 'samãh' quer e, deste m o d o , glorifica-as.
dizer: 'obter um corpo semelhante àqueles das g o p i s ' . "
VERSO 228
VERSO 226
'«rft^irgafi 'fwrW i
fàfircrctf «ti *ròc* are* 9 * 5 » « w » i
ataeva gopi-bhãva kari ahgikãra
'ahghri-padma-sudhã'ya kahe 'krsna-sahgãnanda' rãtri-dina cinte rãdhã-krsnera vihãra
viàhi-mãrge nã pãiye vraje krsna-candra ataeva—portanto; gopi-bhãva—a atitude amorosa das gopis; kari—fazendo;
ahghri-padma-sudhãya—pelo néctar derivado dos pés de lótus de Krsna; kahe— ahgikãra—aceitação; rãtri-dina—dia e noite; cinte—alguém pensa; rãdhã-krsnera—
diz; krsna-sahgãnanda—bem-aventurança transcendental pelo contato com Krsna; de Rãdhã e Krsna; vihãra—os passatempos.
vidhi-mãrge—no caminho dos princípios regulativos; nã pãiye—ninguém obtém;
vraje—em Goloka Vrndãvana; krsna-candra—Senhor Krçna. TRADUÇÃO—"Portanto, deve-se aceitar o humor das gopis no serviço delas. Com
semelhante atitude transcendental, deve-se pensar sempre nos passatempos de
TRADUÇÃO—"A palavra 'anghri-padma-sudhã' significa: 'associar-se intimamen- Sri Rãdhã e K r s n a . "
te com Krçna'. Só pode alcançar tal perfeição q u e m tem amor espontâneo por
Deus. Não é possível obter Krçna em Goloka Vrndãvana pelo simples fato de VERSO 229
servi-lO de acordo com os princípios regulativos."
ftlWW fofa' a<C* VtfjTfdP t l ^ í l I
VERSO 227
1TT«TCa *fTfl f W t * « • * « Mí* II
mv. ^rrcn i «ÍWF\ et $0% cfíhwtvK i siddha-dehe cinti' kare tãhãhhi sevana
sakhi-bhãve pãya rãdhã-krsnera carana
siddha-dehe—r\a fase aperfeiçoada; cinti'—lembrando-se; kare—faz; tãhãhhi—no
nãyam sukhãpo bhagavãn m u n d o espiritual; sevana—serviço; sakhi-bhãve—com a atitude das gopis; pãya—
dehinãm gopikã-sutah obtém; rãdhã-krsnera—de Rãdhã e Krsna; carana—os pés de lótus.
jhãninãm cãtma-bhütãnãm
yathã bhaktimatãm iha TRADUÇÃO—"Após pensar em Rãdhã e Krsna e em Seus passatempos, por um
na—não; ayam—este Senhor Sri Krçna; sukha-ãpah—facilmente acessível; longo tempo, e após livrar-se por completo da contaminação material, o devoto
bhagavãn—a Suprema Personalidade de Deus; dehinãm—para materialistas que acei- é transferido ao mundo espiritual. Lá, ele obtém a oportunidade de servir a Rãdhã
tam o corpo como o eu; gopikã-sutah—o filho de mãe Yaáodã; jhãninãm—para e Krçna como uma das g o p i s . "
pessoas viciadas em especulação mental; ca—e; ãtma-bhütãnãm—para pessoas que
praticam rigorosas austeridades e penitências; yathã—como; bhakti-matãm—p aTa
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura comenta que a palavra
pessoas ocupadas em serviço devocional espontâneo; iha—neste mundo. siddha-deha, "corpo espiritual perfeito", refere-se a um corpo além do corpo
766 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 232 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 767
Madhya-lil a( 8
material grosseiro composto de cinco elementos e do corpo astral sutil corno gopl-ãnugatya—subserviência às gopis; vinã— sem; aiévarya-jhãne—no conhecimento
S
de mente, inteligência e falso ego. Em outras palavras, consegue-se u co *° m da opulência; bhajileha—caso sirva ao Senhor Supremo; nãhi—não; pãya—obtém;
P
inteiramente espiritual, apropriado para se prestar serviço a Rãdhã e Krçna" ° rajendra-nandane—o filho de Mahãrãja Nanda, Krsna.
v
VERSO 232
VERSO 234
T R A D U Ç Ã O — A p ó s ouvir isto, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu abraçou T R A D U Ç Ã O — S r i Rãmãnanda Rãya disse: "Vieste aqui só para me mostrar Tua
Rãmãnanda Rãya, e ambos, apoiando-se no ombro um do outro, começaram a misericórdia imotivada. Portanto, permanece aqui pelo menos dez dias e puri-
chorar. fica minha mente p o l u í d a . "
770 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 242 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 771
Madhya-lua, 8
VERSO 237 SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu comprovou que Rãmãnanda Rãya era
o r
am a ' autoridade em conhecimento transcendental dos romances amorosos entre
<?yf*t1 fãsrl w ««Tf* ^tfflrc^ i gãdhã e Krsna. Neste verso, o Senhor afirma deveras que Rãmãnanda Rãya gal-
C^Tnl f a w l * w « t f * fa»c«í*( firra II' II gara o apogeu deste conhecimento.
« f ç *wt—wrlfit» «SP c * t « i T * « « I i T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "Para não falar de dez dias,
w w i «Pü araras «1* II * e v Ü enquanto Eu viver, ser-Me-á impossível abandonar tua c o m p a n h i a . "
TRADUÇÃO—Dessa maneira, a m b o s partiram para cumprir seus respectivos d INDUÇÃO—Em certa ocasião, o Senhor perguntou: " D e todas as espécies de
veres. Então, à noite, Rãmãnanda Rãya voltou para ver o Senhor Caita * educação, qual é a mais importante?" Rãmãnanda Rãya replicou: " N ã o há outra
Mahãprabhu. -Jucação mais importante do que o transcendental serviço devocional a Krsna,"
VERSO 243 5IGN1FICADO—Os versos 245 a 257 são todos perguntas e respostas entre Sri
Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya. Nestes intercâmbios, há uma tentativa
«rcwrc» ffiif *f c* façr/s atarei i de mostrara diferença entre existência material e existência espiritual. A educa-
«citrsa-ctfl&l « t f s f ^ r s * » 1 g *.8« i ção em consciência de Krsna é sempre transcendental, sendo a melhor de todas
anyonye mili' duhhe nibhrte vasiyã as formas de educação. A educação material visa a fomentar as atividades de gozo
material dos sentidos. Além do gozo material dos sentidos, há outra forma nega-
praénottara-gosthf kahe ãnandita hahã
tiva de conhecimento chamada brahma-vidyã, ou conhecimento transcendental.
anyonye—um com o outro; mili'—encontrando-se; duhhe— ambos; nibhrte—num
Contudo, além de brahma-vidyã, ou seja, o conhecimento do Brahman impessoal,
local isolado; vasiyã— sentando-se; praéna-uttara—de perguntas e respostas;
está o conhecimento do serviço devocional ao Senhor Supremo, Visou. Este co-
gosthi— u m a conversa; kahe—falaram; ãnandita—alegres; hahã— ficando.
nhecimento é superior. E ainda mais elevado é o serviço devocional ao Senhor
Krsna, que é a forma máxima de educação. Segundo o Èrímad-Bhãgavatam (4.29.49):
TRADUÇÃO—Assim, eles se encontraram repetidas vezes, sentando-se ambos num
local isolado e conversando alegremente sobre os passatempos de Krsna através
tof karma hari-tosam yat
do método de perguntas e respostas.
sã vidyã tan-matir yayã
VERSO 244 "O trabalho destinado à satisfação do Senhor Supremo é o melhor, e a educação
que intensifica nossa consciência de Krsna é a melhor."
®Ç.^t?*> atafw ara* fr^a i Além disso, de acordo com o èrímad-Bhãgavatam (7.5.23-24):
«rò «rs c**. atoa *«ti «ra-na B H»S I éravanam klrtanam visnoh
prabhu puche, rãmãnanda karena uttara smaranani pãda-sevanam
ei mata sei rãtre kathã paraspara arcanam vandanam dãsyam
prabhu puche—o Senhor pergunta; rãmãnanda—Ràya Rãmãnanda; karena—dá, sakhyam ãtma-nivedanam
uttara—respostas; ei mato—dessa maneira; sei rãtre—aquela noite; kathã— conversa;
pa raspara—mútua. ifi pumsãrpitã visnau
bhaktié cen nava-laksanã
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu fazia as perguntas e Sri Rãmãnanda Rãya kriyeta bhagavaty addhã
as respondia. Dessa maneira, eles passavam a noite inteira conversando. tan manye 'dhltam uttamam
Prahlãda Mahãrãja afirmou isto em resposta a uma pergunta feita por seu pai.
VERSO 245
Prahlãda Mahãrãja disse: "Ouvir ou cantar sobre o Senhor Visnu, lembrar-se dEle,
servir a Seus pés de lótus, adorá-lO, oferecer-Lhe orações, tornar-se Seu servo
«Hfc*—"fifltwl tawl-aw fia f e Seu amigo, sacrificar tudo para Seu serviço — tudo isto são variedades de ser-
ata ara,-"*a»«fa» fa*i fàwl*tf* «na «"^SOII viço devocional. Subentende-se que dedicar-se a tais atividades é a perfeição má-
prabhu kahe, — "kon vidyã vidyã-madhye sara?" xima da educação."
rãya kahe, — "krsna-bhakti vinã vidyã nãhi ãn' VERSO 246
prabhu kahe—o Senhor perguntou; kon—que; vidyã— conhecimento; vidyã-
madhye—dentre os conhecimentos; sara—o mais importante; rãya kahe—Rãmãnanda ' í r f é i M - a c a j «?lçaa castra*? à?rf% f
Rãya respondeu; krsna-bhakti—serviço devocional a Krsna; vinã—exceto; vidyã— '1*999 af»rai a r c r a *a a r t f e í *8-& n
educação; nãhi—não há; ãra—nenhuma outra.
774 á r i Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8
Verso 246 Conversas entre ári Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 775
'kirti-gaita-modhye jivera kon bada kirti?' "A posição mais sublime de liberação é concedida pelo conhecimento védico.
'krsna-bhakta baliyã yãhhãra haya khyãti' Todos seguem os passos do devoto."
kirti-gana-madhye—entre atividades gloriosas; jivera—da entidade viva; kon De forma semelhante, no Brhan-nãradiya Purãna, afirma-se ainda:
bada—maior; fcfrfi—glória; krsna-bhakta—devoto do Senhor Krsna; baliyã-^
yãhhãra—de quem; haya—há; khyãti—a reputação. adyãpi ca muni-sresthã
brahmãdyã api devatãh
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou a Rãmãnanda Rãv
" D e todas as atividades gloriosas, qual é a mais gloriosa?" Rãmãnanda Rãv "Até agora, nem grandes semideuses como Brahmã e o Senhor Siva conheciam
replicou: " G o z a da maior fama e glória aquele que tem reputação de ser devoto a influência de um d e v o t o . "
do Senhor K r s n a . " Do mesmo modo, o Garuda Purãna afirma:
" N ã o aspiro a nascer como um Brahmã caso este Brahmã não seja devoto d às boas qualidades de outros. Tal é a perfeição de um devoto sempre ocupado
Senhor. Contentar-me-ei simplesmente com nascer como um inseto caso me ° a serviço de Sri Caitanya Mahãprabhu.
dada a oportunidade de permanecer na casa de um d e v o t o . "
Existem muitos versos semelhantes no èrimad-Bhãgavatam, especialment VERSO 247
versos 3.25.38, 4.24.29, 4.31.22, 7.9.24 e 10.14.30.
Foi o Senhor Siva q u e m disse: " N ã o conheço a verdade sobre Krçna, porém
um devoto do Senhor Krçna conhece toda a verdade. De todos os devotos do ' a w s c n c « J i a r * , c*fè m « i f t » ' *8i n
Senhor Krçna, Prahlãda é o m a i o r . "
'sampattira madhye jivera kon sampatti gani?'
Acima de Prahlãda, supõe-se que os Pãndavas sejam mais avançados. Acima
'rãdhã-krsne prema yãhra, sei bada dhani'
dos Pãndavas estão os membros da dinastia Yadu, que são ainda mais avança-
dos. Na dinastia Yadu, Uddhava é o mais avançado, e, acima de Uddhava, estão sampattira—riquezas; madhye—entre; jivera—das entidades vivas; kon—qual;
as donzelas de Vraja-dhãma, as próprias gopis. sampatti—a riqueza; gopi—aceitamos; rãdhã-krsne—a Srimati Rãdhãrãni e Krçna;
No Brhad-vamana Purãna, o Senhor Brahmã diz a Bhrgu: prema—serviço amoroso; yãhra—cujo; sei—ele; bada—muito grande; dhani—capitalista.
sasti-varsa-sahasrãni
mayã taptam tapah pura TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou: " D o s muitos capitalistas que
nanda-gopa-vraja-strinãrh possuem grandes riquezas, q u e m é o mais elevado?" Rãmãnanda Rãya repli-
pãda-renüpalabdhaye cou: "O maior capitalista é aquele que é mais rico em amor por Rãdhã e Krçna."
"Pratiquei meditação e austeridades por 60.000 anos só para entender a poeira
dos pés de lótus das gopis. Mesmo assim, não p u d e entendê-las. Para não falar SIGNIFICADO—Neste mundo material, todos estão tentando adquirir riquezas para
de mim, n e m o Senhor Siva, o Senhor Sesa e a deusa da fortuna, Lakçmi, pude- satisfazer os sentidos. Na verdade, ninguém se importa com nada senão adquirir
ram compreendê-las." posses materiais e mantê-las. De um modo geral, aceitam-se os abastados como
No Adi Purãna, a própria Suprema Personalidade de Deus diz: as personalidades mais importantes neste m u n d o material, mas, ao comparar-
mos um homem de fortuna material a alguém rico em serviço devocional a Rãdhã
na tathã me priyatamo e Krsna, verificamos que o último é o maior capitalista. Segundo o Srimad-
brahmã rudraé ca pãrthiva Bhãgavatam (10.39.2):
na ca laksmir na cãtmã ca
yathã gopi-jano mama kim alabhyam bhagavati
prasanne éri-niketane
tathãpi tat-varã rãjan
"O Senhor Brahmã, o Senhor Siva, a deusa da fortuna e até Meu próprio Eu
na hi vãhchanti kihcana
não Me são tão queridos quanto as gopis." De todas as gopis, Srimati Rãdhãrãni
é a mais elevada. Rüpa Gosvãmi e Sanãtana Gosvãmi são os mais elevados servos
"O que é difícil para os devotos do Senhor Krçna, que é o abrigo da deusa da
de Srimati Rãdhãrãni e do Senhor Caitanya Mahãprabhu. Aqueles que optam
por servi-los são conhecidos como devotos rüpãnuga. O Caitanya-candrãmrta (127) fortuna? Embora tais devotos possam obter qualquer coisa, ó rei, eles não dese-
faz a seguinte declaração sobre Srila Rüpa Gosvãmi: jam n a d a . "
Não se deve comparar as qualidades dos que se ocupam a serviço do Senhor Sri 'duhkha-madhye kona duhkha haya gurutara?'
Caitanya Mahãprabhu — tais como reputação, austeridades, penitências e conhedrnento 'krsna-bhakta-viraha vinã duhkha nãhi dekhi para'
778 Sn Caitanya-caritãmrta Verso 250 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 779
Madhya-lilã, 8
duhkha-madhye—entre as condições miseráveis de vida; kona—qual; duhkha— T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou: " D e todas as pessoas
miséria; haya—é; gurutara—mais dolorosa; krsna-bhakta-viraha—saudade do dev liberadas, qual devemos aceitar como a maior?" Rãmãnanda Rãya replicou:
do Senhor Krsna; vinã— afora; duhkha—infelicidade; nãhi—não há; dekhi— • ° v "Aquele que tem amor por Krsna alcançou a liberação máxima."
para—outra. '°'
SIGNIFICADO—O Srimad-Bhãgavatam (6.14.5) diz o seguinte:
TRADUÇÃO—Sri Caitanya M a h ã p r a b h u perguntou: " D e todas as classes de so-
frimento, qual é o mais doloroso?" Sri Rãmãnanda Rãya replicou: " N ã o conhe muktãnãm api siddhânãm
ço n e n h u m a infelicidade mais insuportável do que sentir saudade do devot nãrãyana-varâyanah
de Krsna." sudurlabhah praéãntãtmã
kotisv api mahãmune
SIGNIFICADO—A respeito disto, o Srimad-Bhãgavatam afirma:
"Ò grande sábio, de muitos milhões de pessoas liberadas e de milhões que al-
mãm anãrãdhya duhkhãrtah cançaram a perfeição, aquela que é devota do Senhor Nãrãyana é raríssima. Na
kutumbãsakta-mãnasah verdade, esta é a pessoa mais perfeita e pacífica."
sat-sahga-rahito martyo
vrddha-sevã-paricyutah VERSO 250
"Deve-se considerar como uma pessoa muito infeliz alguém que não Me adora, H t W w o cast* f f í i - a f t c r a fas TÍ ?'
que está indevidamente apegado à família e que não se aferra ao serviço devocio-
nal. De m o d o semelhante, aquele que não se associa com Vaisnavas, ou que não
presta serviço a seu superior, também é u m a pessoa muito infeliz." 'gãna-madhye kona gana—jivera nija dharma?'
Além disso, o Brhad-bhãgavatãmrta (1.5.44) afirma: 'rãdhã-krsnera prema-keW—yei gitera marma
gãna-madhye—dentre as canções; kona gana—que canção; jivera—da entidade viva;
sva-jivanãdhikam prãrthyam nija—sua própria; dharma—religião; rãdhã-krsnera prema-keli—os romances amorosos
éri-visnu-janá-sahgatah de Rãdhã e Krsna; yei—que; gitera—da canção; marma—significado.
vicchedena ksanam cãtra
na sukhãméam labhãmahe TRADUÇÃO—A seguir, Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou a Rãmãnanda Rãya:
"Dentre muitas canções, que canção devemos considerar como a verdadeira re-
" D e toda classe de coisas desejáveis experimentadas na vida de uma entidade ligião da entidade v i v a ? " Rãmãnanda Rãya replicou: "Aquela canção que des-
viva, a associação com os devotos do Senhor é a maior. Ao separar-nos de um creve os romances amorosos de Sri Rãdhã e Krsna é superior a todas as demais
devoto mesmo por um momento, não podemos gozar de felicidade." canções."
de Rãdhã e Krsna. A não ser da parte de um devoto, é muito perigoso ouvir as 'kãhhãra smarana jiva karibe anuksana?'
canções sobre os passatempos de Rãdhã e Krçna, as quais foram escritas no 'krsna-nãma-guna-lilã—pradhãna smarana'
Jayadeva Gosvãmi, Candídãsa e outros devotos elevados. O Senhor Siva bebeu kãhhãra—de quem; smarana—lembrança; jiva—a entidade viva; karibe—deve fazer;
um oceano de veneno, mas não se deve imitar isto. Antes de mais nada, é preciso anuksana—constantemente; krsna-nãma—o santo nome do Senhor Krsna; guna-
tomar-se devoto puro do Senhor Krsna. Somente então pode-se passar a ouvir lllã— Suas qualidades e passatempos; pradhãna smarana—lembrança mais
as canções de Jayadeva e saborear bem-aventurança transcendental. Se alguém importante.
só fizer imitar as atividades do Senhor Siva e beber veneno, com certeza acabará
morrendo. T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu perguntou: " D e que se devem lembrar
As conversas entre o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãy a constantemente todas as entidades vivas?" Rãmãnanda Rãya replicou: "O princi-
destinavam-se apenas a devotos avançados. Q u e m estiver na plataforma mun- pal objeto de lembrança sempre será o santo nome do Senhor, Suas qualidades
dana e estudar estas conversas a fim de apresentar alguma tese, como faz um e passatempos."
Ph.D., não será capaz de compreendê-las. Ao invés disso, estas conversas terão
um efeito venenoso. SIGNIFICADO—O Srimad-Bhãgavatam (2.2.36) afirma:
VERSO 251
'caScar-Tco c v r » , c a r a : ^ t e a a s a i r a ? ' tasmãt sarvãtmanã rãjan
harih sarvatra sarvadã
« i s ^ w R p o w f à r l casas srtft «rra n' n
érotavyah kirtitavyaé ca
'éreyo-madhye kona éreyah jivera haya sara?' smartavyo bhagavãn nrnãm
'krsna-bhakta-sahga vinã éreyah nãhi ãra'
éreyah-madhye—entre as atividades benéficas; tona—qual; éreyah—função bené- Sukadeva Gosvãmi conclui: "O dever da entidade viva é sempre lembrar-se da
fica; jivera—da entidade viva; haya—é; sara—a essência; krsm-bhakta-sahga— Suprema Personalidade de Deus, em todas as circunstâncias. Todos os seres hu-
associar-se com os devotos do Senhor Krsna; vinã— exceto; éreyah—atividade be- manos devem glorificar o Senhor, lembrar-se dEle e ouvir sobre Ele."
néfica; nãhi—não há; ãra—outra.
VERSO 253
T R A D U Ç Ã O — " D e todas as atividades benéficas e auspiciosas, qual é a melhor
para a entidade v i v a ? " Rãmãnanda Rãya respondeu: "A única atividade auspi- ' c o a - i O T J aftcaa astfaj c ^ a r í * ? '
ciosa é associar-se com os devotos de K r s n a . "
' a t a t ç a ^ t ^ - a r f i i — « w t * 11' 11
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o o Srimad-Bhãgavatam (11.2.30): 'dhyeya-madhye jivera kartavya kon dhyãna?'
'rãdhã-krsna-pãdãmbuja-dhyãna—pradhãna'
ata ãtyantikarh ksemath dhyeya-madhye—de todas as espécies de meditação; jivera—da entidade viva;
prcchãmo bhavato 'naghãh kartvya—o dever; kon—qual; dhyãna—meditação; rãdhã-krsna-pada-ambuja—nos pés
samsãre 'smin ksanãrdho 'pi de lótus de Rãdhã e Krsna; dhyãna—meditação; pradhãna—é o principal.
sat-sahgah éevadhir nrnãm
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou: "Dentre as muitas es-
" Q u e r e m o s perguntar-te qual é a mais perfeita atividade beneficente. Acho que, pécies de meditação, qual é a que deve ser feita por todas as entidades vivas?"
neste m u n d o material, a associação com devotos — mesmo que por um instante — Srila Rãmãnanda Rãya replicou: "O dever principal de toda entidade viva é me-
é o maior tesouro para a espécie h u m a n a . " ditar nos pés de lótus de Rãdhã e K r s n a . "
érotavyah kirtitavayaé ca éravana-madhye—àe todos os assuntos para se ouvir; jivera—da entidade viva;
dhyeyah püjyaé ca nityadã kon—qual; érestha—mais importante; éravana—assunto para ouvir; rãdhã-krsna-
prema-keli—os romances amorosos entre Rãdhã e Krçna; karna-rasa-ayana—mais
Süta Gosvãmi respondeu aos sábios liderados por Saunaka: "Todos devem ou ) agradável ao ouvido.
mui atentamente os passatempos da Suprema Personalidade de Deus. Devem
também, glorificar Suas atividades e meditar nEle regularmente." T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu perguntou: " D e todos os assuntos que
as pessoas ouvem, qual é o melhor para todas as entidades vivas?" Rãmãnanda
VERSO 254 Rãya respondeu: " O u v i r sobre os romances amorosos entre Rãdhã e Krçna é
a coisa mais agradável ao o u v i d o . "
' j p f ^ t V «rtcaa anti ati f
sra^tà a*ata*i attl .errara 11' \os 11
SIGNIFICADO—De acordo com o èrímad-Bhãgavatam (10.33.40):
'sarva tyaji' jivera kartavya kãhãh vasa?'
vraja-bhümi vrndãvana yãhãh lilã-rãsa' vikriditam vraja-vadhübhir idam ca visnoh
sarai—tudo; tyaji'—abandonando; jivera—da entidade viva; kartavya—ser feita- éraddhânvito 'nuérnuyãd atha varnayed yah
kãhãh—onde; vasa—residência; vraja-bhümi—a terra conhecida como Vrajabhümi- bhaktim param bhagavati pratilabhya kãmam
vrndãvana—o lugar sagrado chamado Vrndãvana; yãhãn—onde; lilã-rãsa—o Senhor hrd-rogam ãév apahinoty acirena dhirah
Krçna realizou Sua dança da rasa.
"Aquele que ouve fielmente sobre os relacionamentos entre o Senhor Krçna e
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya M a h ã p r a b h u indagou: " O n d e deve viver a entidade as gopis na dança da rasa e que descreve estas atividades atinge a fase de perfei-
viva, a b a n d o n a n d o todos os outros locais?" Rãmãnanda Rãya replicou: "No ção do serviço devocional e, ao mesmo tempo, perde os desejos luxuriosos mate-
lugar sagrado conhecido como Vrndãvana, ou Vrajabhümi, onde o Senhor rea- riais."
lizou Sua dança da r a s a . " Uma pessoa liberada que ouça sobre os romances amorosos do Senhor Krsna
e de Rãdhã não terá inclinação aos desejos luxuriosos. Certo patife mundano disse
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o o Srimad-Bhãgavatam (10.47.61): uma vez que, q u a n d o os Vaiçnavas cantavam o nome "Rãdhã, Rãdhã", ele sim-
plesmente se lembrava da esposa de um barbeiro chamada Rãdhã. Este é um
asam aho carana-renu-jusãm aham exemplo prático. A m e n o s que alguém seja liberado, não deve tentar ouvir sobre
syãm vrndavane kim api gulma-latausadhinãm os romances amorosos entre Rãdhã e Krçna. Caso alguém não seja liberado e ouça
yã dustyajam svajanam ãrya-patham ca hitvã um relato da dança da rasa, poderá lembrar-se de suas atividades mundanas e
bhejur mukunda-padavim érutibhir vimrgyãm ligações ilícitas com alguma mulher cujo nome talvez também seja Rãdhã. Na
fase condicionada, não se deve sequer tentar lembrar-se de tais coisas. Praticando
" Q u e eu me torne u m a das ervas e plantas de Vrndãvana para ser pisado pelas os princípios regulativos, devemos elevar-nos à plataforma de atração espontâ-
gopis, abandonando todas as ligações com família e amigos e decidido a adorar nea por Krsna. Então, e somente então, deveremos ouvir sobre a rãdhã-krsna-lilã.
os pés de lótus de Mukunda. Todos os grandes santos, peritos estudiosos da litera- Embora estes romances sejam muito agradáveis tanto para as almas condiciona-
tura védica, buscam alcançar tais pés de l ó t u s . " das quanto para as almas liberadas, a alma condicionada não deve tentar ouvi-
los. As conversas entre Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu ocorrem
na plataforma da liberação.
VERSO 255
'upãsyera madhye kon upãsya pradhãna?' também figuram na existência do Senhor, pois a energia material e a energia do
'érestha upãsya—yugala 'râdhã-krsna' nãma' Senhor são a mesma coisa. De forma semelhante, a refulgência do Brahman
upãsyera—objetos de adoração; madhye—entre; kon—qual; upãsya—objeto adora também é energia do Senhor Supremo. Quer alguém permaneça na refulgência
vel; pradhãna—o principal; érestha—o principal; upãsya—objeto adorável; yugala—õ do Brahman, quer na energia material, dá no mesmo, pois em ambos os casos
casal; rãdhã-krsria nãma—o santo n o m e de Rãdhã-Krsna, ou Hare Krçria. ° não há atividade espiritual. Aqueles que desejam gozo dos sentidos e promoção
aos planetas celestiais estão mais bem situados. Tais pessoas desejam divertir-se
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu perguntou: "Entre todos os objetos adorá- como habitantes do céu em jardins paradisíacos. Pelo menos eles retêm suas in-
veis, qual é o principal?" Rãmãnanda Rãya replicou: "O principal objeto adorá- dividualidades a fim de gozar da vida, porém, os impersonalistas, que tentam
vel é o santo nome de Rãdhã e Krsna, o mantra Hare K r s n a . " perder suas individualidades, também amam tanto o prazer material quanto o
espiritual. A pedra é imóvel, não tendo atividade material nem espiritual. Quanto
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o o Srimad-Bhãgavatam (6.3.22): aos karrnis, que trabalham arduamente, o Srimad-Bhãgavatam (11.10.23) afirma:
arasa-jha kãka cüse jhãna-nimba-phale T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, tanto Caitanya Mahãprabhu quanto Rãmãnanda
rasa-jha kokila khãya premãmra-mukule Rãya passaram toda a noite saboreando a doçura de krsna-kathã, assuntos sobre
atasa-jha—sem doçuras; kãka—os corvos; cüse—sugam; jhãna—de conhecimento' Krsna. Enquanto cantavam, dançavam e choravam, a noite chegou ao fim.
nimba-phale—da amarga fruta nimba; rasa-jha—que são bem-humorados; kokila—
os cucos; khãya—comem; prema-ãmra-mukule—os brotos da manga do amor a Deus VERSO 261
T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya concluiu: " O s desventurados filósofos empíri- T R A D U Ç Ã O — N a q u e l a noite seguinte, após conversar sobre Krsna por algum
cos degustam o processo árido de conhecimento filosófico, ao passo que os tempo, Rãmãnanda Rãya agarrou os pés de lótus do Senhor e falou o seguinte.
devotos regularmente bebem o néctar do amor a Krsna. Logo, eles são os mais
afortunados de t o d o s . " VERSO 263
T R A D U Ç Ã O — " H á variedade transcendental nas conversas sobre Krsna e Rãdhã T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya continuou: "A Superalma dentro do coração de
rãni e Seus transcendentais romances amorosos, emoções e passatempos " todos fala internamente, e não externamente.-Sob todos os aspectos, Ele instrui
os devotos, e este é Seu método de instruir."
VERSO 264
S I G N I F I C A D O — A q u i , Sri Rãmãnanda Rãya admite que Sri Caitanya Mahãprabhu
jfs CAVS fèrai for.»» «Wf* i é a Superalma. É a Superalma que inspira o devoto; logo, Ele é a fonte original
a«i1C4 caw CAA *f?r^9i *ratíi«i 11^811 do mantra gâyatri. No gãyatrl, afirma-se: om bhúr bhuvah svah tat savitur varenyam
bhargo devasya dhimahi dhiyo yo nah pracodayât. Savitr é a fonte original de toda
eta tattva mora citte kaile prakãsana a inteligência. Este savitr é o Senhor Caitanya Mahãprabhu. Confirma-se isto no
brahmãke veda yena.padãila nãrãyana Srimad-Bhãgavatam (2.4.22):
eta tattva—todas estas diferentes verdades; mora citte—em m e u coração; kaile—
pracoditã yena pura sarasvati
fizeste; prakãsana—manifestando; brahmãke—ao Senhor Brahmã; veda—o conheci-
mento védico; yena—como; padãila—ensinou; nãrãyana—o Senhor Supremo. vitanvatãjasya satlm smrtirh hrdi
sva-laksanã prãdurábhüt kilãsyatah
sa me rslnãm rsabhah prasldatãm
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Rãmãnanda Rãya admitiu: "Manifestaste muitas verdades
transcendentais em m e u coração. Esta foi exatamente a maneira pela qual " Q u e o Senhor, o qual no começo da criação expandiu o potente conhecimento
Nãrãyana educou o Senhor B r a h m ã . " de Brahmã de dentro de seu coração e inspirou-o com pleno conhecimento da
criação e de Seu próprio eu, e que aparentemente foi gerado da boca de Brahmã,
fique satisfeito c o m i g o . " Sukadeva Gosvãmi falou isto ao invocar a bênção da
SIGNIFICADO—A Suprema Personalidade de Deus iluminou o coração de Brahmã, Suprema Personalidade de Deus, antes de transmitir o Srimad-Bhãgavatam a
s e g u n d o informação védica dada no Svetãévatara Upanisad (6.18): Mahãrãja Parlksit.
VERSO 266
yo brahmãnam vidadhãti pürvam
yo vai vedãmé ca prahinoti tasmai
tam ha devam ãtma-buddhi-prakãéarh CSZA «wITI a ^rtffaira \if% A% ^S*: I
mumuksur vai éaranam aham prapadye
"Porque desejo liberação, deixai eu me render à Suprema Personalidade de Deus, «rfn çm Ifi Í Í S Í É P R w lífafçiR'*»*»!
que a princípio Uuminou o Senhor Brahmã com conhecimento védico em seu cora- janmãdy asya yato 'nvayãd itarataé cãrthesv abhijhah svarãt
ção. O Senhor é a fonte original de toda iluminação e avanço espiritual." A este tene brahmã hrdã ya ãdi-kavaye muhyanti yat sürayah
respeito, há outras referências dadas no Srimad-Bhãgavatam, versos 2.9.30-35, tejo-vãri-mrdãrh yathã vinimayo yatra tri-sargo 'mxsã
11.14.3, 12.4.40 e 12.13.19. dhãmnã svena sadã nirasta-kuhakam satyam param dhimahi
janma-ãdi—criação, manutenção e dissolução; asya—deste (o universo); yatah—
VERSO 265 de quem; anvayãt—diretamente da ligação com o espírito; itaratah—indiretamente
da falta de contato com a matéria; ca—também; arthesu—em todos os assuntos;
«retrair foc** is*X SrRi sra i abhijhah—plenamente conhecedor; sva-rãf—independente; tene—transmitiu;-
brahmã—a Verdade Absoluta; hrdã— através do coração; yah—quem; ãdi-kavaye—
AtíWC* Hi ira, m «t^tPf çffçs ü $M
ao Senhor Brahmã; muhyanti-são Uudidos; yat—em quem; sürayah—grandes per-
antaryãmi lévarera ei riti haye sonalidades como o Senhor Brahmã e outros semideuses ou grandes brãhmaims;
bãhire nã kahe, vastu prakãée hrdaye tejah-vãri-mrdãm—áe fogo, água e terra; yathã—como; vinimayah—a troca; yatra—
antaryãmi—a Superalma; lévarera—da Personalidade de Deus;' ei—este; rífi—° em quem; tri-sargãh—a criação material dos três modos; amrsã— real; dhãmnã—
sistema; haye—é; bãhire— externamente; nã kahe—não fala; vastu—os fatos; prakãée— com a morada; svena—dEle próprio; soda—sempre; nirasta-kuhakam--livre de toda
manifesta; hrdaye— dentro do coração. ilusão; satyam—a verdade; param—absoluta; dhimahi—meditemos em.
790 SW Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8 Verso 271 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 791
T R A D U Ç Ã O — " 'Presto
m i n h a s reverências ao Senhor Sri Krsna, filho d e VERSO 269
Vasudeva, que é a Suprema e onipenetrante Personalidade de Deus. Medito nEle
a realidade transcendental, a causa primordial de todas as causas, de quern tf5t*rta jrçca ç*f* inaw-aa«tt»rasl i
surgem todos os universos manifestos, em q u e m eles repousam e por quem são
destruídos. Medito neste Senhor eternamente refulgente, que é direta e indireta-
<i ta cMta^rcji custara t a " «w frfan««
mente consciente de todas as manifestações e todavia está além delas. Foi Ele tomara sammukhe dekhi kãhcana-pahcãlikã
apenas q u e m primeiramente transmitiu o conhecimento védico ao coração de tãhra gaura-kãntye tomara sarva ahga dhãkã
Brahmã, a primeira criatura. Através dEle, este m u n d o , tal qual uma miragem tomara—àe Ti; sammukhe—em frente; dekhi—vejo; kãhcana-pahcãlikã—um bone-
parece real inclusive para grandes sábios e semideuses. Por causa dEle, os univer- co feito de ouro; tãhra—dele; gaura-kãntye—com tez branca; tomara—Teu; sarva—
sos materiais, criados pelos três modos da natureza, parecem reais, embora sejam todo; ahga—corpo; dhãkã— cobrindo.
irreais. Portanto, medito nEle, a Verdade Absoluta, q u e existe eternamente em
Sua morada transcendental e que é sempre livre da ilusão.' " T R A D U Ç Ã O — " A g o r a vejo que pareces com um boneco dourado, e todo o Teu
corpo parece coberto por um brilho d o u r a d o . "
S I G N I F I C A D O — E s t a é a invocação de abertura do Srimad-Bhãgavatam (1.1.1).
SIGNIFICADO—Syãmasundara é negro, mas aqui Rãmãnanda Rãya diz ter visto Sri
VERSO 267 Caitanya Mahãprabhu com tez dourada. O corpo resplandecente de Sri Caitanya
Mahãprabhu estava coberto pela tez do corpo de Srimati Rãdhãrãni.
1 N » I 3 CTRT « T t K a WCA I
VERSO 268 T R A D U Ç Ã O — " V e j o que estás segurando uma flauta em Tua boca, e Teus olhos
*tfo»i c*fa£ cstm sraTtfji-wf i de lótus movem-se muito inquietos devido a diversos êxtases."
TRADUÇÃO—"Na verdade, é assim que Te vejo, e isto é muito maravilhoso. Meu TRADUÇÃO—"Por certo que o mahã-bhãgavata, o devoto avançado, vê todas as
Senhor, por favor, dize-me, sem duplicidade, qual é o motivo d i s t o . " coisas móveis e imóveis, se b e m que n ã o veja exatamente suas formas. Ao invés
disto, em toda parte, ele imediatamente vê manifesta a forma do Senhor Supre-
VERSO 272 mo.
SIGNIFICADO— Devido a seu profundo amor extático por Krsna, o mahã-bhãgavata
«rç> ara,—?ca» errata tffçcsfa ça i vê Krsna, e nada mais, em toda parte. O Brahma-sarhhitã (5.38) confirma isto:
premãhjana-cchurita-bhakti-vilocanena santah sadaiva hrdayesu vilokayanti.
Gafara w r a <ss*l <srff*a fÀ*m 11 n Assim que o devoto vê algo — seja móvel ou inerte —, imediatamente lembra-
prabhu kahe,—krsne tomara gãdha-prema haya se de Krsna. O devoto avançado é avançado em conhecimento. Este conhecimento
premãra svabhãva ei jãnihã niécaya é muito natural para o devoto, pois este já leu no Bhagavad-gitã como deve des-
prabhu kahe—o Senhor replicou; krsne— por Krsna; tomara—teu; gãdha-prema— pertar sua consciência d e Krsna. De acordo com o Bhagavad-gitã (7.8).
profundo amor; haya—há; premãra—de tal amor transcendental; svabhãva—a na-
tureza; ei—isto; jãnihã—por favor, fica sabendo; niécaya—com certeza. raso 'ham apsu kaunteya
prabhãsmi éaéi-süryayoh
pranavah sarva-vedesu
TRADUÇÃO—O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: " T e n s um profundo
amor por Krsna, e aquele q u e tem tão profundo a m o r extático pelo Senhor na- éabdah khe paurusarh nrsu
turalmente vê as coisas de tal maneira. Por favor, acredita no que te digo."
"Ó filho de Kunti [Arjuna], Eu sou o gosto da água, a luz do sol e da lua, a sílaba
VERSO 273 om nos mantras védicos; sou o som no éter e a habilidade no h o m e m . "
Assim, ao beber água ou qualquer outro líquido, o devoto logo se lembra de
i w W t a < B w ; i "staa-^íR i Krsna. O devoto não tem dificuldade em ficar desperto para a consciência de Krsna
<5tt1 <5T*t ça tfta ttfVijgM 11 um 11 vinte e quatro horas por dia. Portanto, este verso diz:
ele vê em toda parte é apenas manifestação do Senhor Krsna." khani mano buddhir eva ca
ahahkãra itiyarh me
Tfaa-wva casa, ai caca <sta afê i "Terra, água, fogo, ar, éter, mente, inteligência e falso ego — estas oito energias
juntas compreendem Minhas energias materiais s e p a r a d a s . "
l a a ça f r o ^ è w a - * ^ n vis n Na verdade, nada é separado de Krçna. Ao ver u m a árvore, o devoto sabe que
sthãvara-jahgama dekhe, nã dekhe tara mürti
a árvore é uma combinação de duas energias — a material e a espiritual. A ener-
sarvatra haya nija ista-deva-sphürti
gia inferior, que é material, forma o corpo da árvore; contudo, dentro da árvore
sthãvara-jahgama—móveis e inertes; dekhe—ele vê; nã— não; dekhe—vê; tara—sua; está uma entidade viva, uma centelha espiritual, que é parte integrante de Krçna.
mürti—forma; sarvatra—em toda parte; haya—há; nija—sua própria; ista-deva—
Assim encontra-se a energia superior de Krsna dentro deste m u n d o . Qualquer
Senhor adorável; sphürti—manifestação. coisa viva que vejamos é apenas uma combinação destas duas energias. Ao meditar
794 Sri Caitanya-caritàmrta Verso 277 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 795
Madhya-lilã, 8
sobre tais energias, o devoto avançado compreende logo que elas são manifest vana-latãh—as ervas e plantas; taravah—as árvores; ãtmani—na Alma Suprema;
3
ções do Senhor Supremo. Assim que vemos o sol nascer de manhã, levantam a
visnum— Suprema Personalidade de Deus; vyahjayantyah—manifestando; iva—
nos e pomo-nos a fazer nossos deveres matinais. De modo semelhante as como; puspa-phala-ãàhyãh—repletas de frutas e flores abundantes; pranata-bhãra—
que um devoto vê a energia do Senhor, lembra-se imediatamente do Senhors"- inclinavam-se de tão carregadas; vitapãh—as árvores; madhu-dhãrãh— chuvas;
Krsna. Explica-se isto neste verso: prema-hrsta—inspiradas pelo amor a Deus; tanavah—cujos corpos; vavrsuh—faziam
chover constantemente; sma—decerto.
sarvatra haya nija ista-deva-sphürti
TRADUÇÃO—" 'As plantas, trepadeiras e árvores estavam repletas de frutas e
Um devoto que tenha purificado sua existência através do serviço devocional flores devido ao amor extático por Krsna. Na verdade, estavam tão carregadas
vê apenas Krsna a cada passo de sua vida. Explica-se isto também no próximo que se inclinavam. Tão profundo amor por Krsna as inspirava que elas despeja-
verso, que é u m a citação do Srimad-Bhãgavatam (11.2.45). vam constantes chuvas de mel. As gopis viram toda a floresta de Vrndãvana
desta maneira.' "
VERSO 275
SIGNIFICADO—Este verso (Bhãg. 10.35.9) é uma das canções que as gopfs canta-
ram durante a ausência de Krsna. Na ausência de Krsna, as gopfs viviam absortas
pensando nEle. De m o d o semelhante, o bhãgavata, o devoto avançado, vê todas
as coisas potencialmente servindo ao Senhor. Srila Rüpa Gosvãmi recomenda:
sarva-bhütesu yah vasyed
bhagavad-bhãvam ãtmanah prãpahcikatayã buddhyã
bhütãni bhagavaty ãtmany hari-sambandhi-vastunah
esa bhãgavatottamah mumuksubhih parityãgo
sarva-bhütesu—em todos os objetos (na matéria, no espírito e nas combinações vairãgyam phalgu kathyate
de ambos); yah—todo aquele que; pasyet—vê; bhagavat-bhãvam—a capacidade de (Bhakti-rasãmrta-sindhu, 1.2.126)
ocupar-se a serviço do Senhor; ãtmanah—da alma espiritual suprema ou da trans-
cendência além do conceito material de vida; bhütãni—todos os seres; bhagavati—na O devoto avançado não vê nada que n ã o esteja relacionado com Krsna. O de-
Suprema Personalidade de Deus; ãtmani—o princípio básico de toda a existência; voto, ao contrário dos filósofos Mãyãvãdis, não considera que o m u n d o material
esah—este; bhãgavata-uitamah—uma pessoa avançada em serviço devocional. seja falso. Ao invés disto, ele vê tudo, no m u n d o material, relacionado com Krsna.
O devoto sabe como utilizar tais coisas a serviço do Senhor: esta é a característica
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: " ' Q u e m é avançado em ser- do mahã-bhãgavata. As gopis viram as plantas, trepadeiras e árvores da floresta
viço devocional percebe dentro de t u d o a alma das almas, a Suprema Personali- carregadas com frutas e flores e prontas a servir Krsna. Dessa maneira, imediata-
dade de D e u s , Sri Krsna. Conseqüentemente, sempre vê a forma da Suprema mente lembraram-se de seu adorável Senhor Sri Krsna. Elas simplesmente não
Personalidade de Deus como a causa de todas as causas e compreende que todas viram as plantas, trepadeiras e árvores da maneira que as pessoas mundanas as
as coisas encontram-se nEle.' " vêem.
VERSO 277
VERSO 276
TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu continuou: " M e u querido R- nija-güdha-kãrya—próprios assuntos confidenciais; tomara—Teus; prema—amor
és um devoto avançado e estás sempre cheio de amor extático por Rãdhã e Krs transcendental; ãsvãdana—saboreando; ânusahge—simultaneamente; prema-maya—
Portanto, t u d o o que vês — em toda e qualquer parte — só faz despertar a tu transformado em amor a Deus; kaile—fizeste; tri-bhuvana—todo o mundo.
consciência de K r s n a . "
T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Senhor, desceste sob esta encarnação de Senhor
VERSO 278 Caitanya por Tuas próprias razões pessoais. Vieste saborear Tua própria bem-
aventurança espiritual e, ao mesmo tempo, estás transformando o mundo intei-
a r a a r a . — « f ç i <5fã çt<? « t f à e j à i ro ao propagares o êxtase do amor a D e u s . "
cala "«rrcst fèrararn ai asfàs $>f% n n
VERSO 281
rãya kahe,—prabhu tumi chãda bhãri-bhüri
mora ãge nija-rüpa nã kariha curi « r t f í a « r r l r a catca a^fara ^anra i
rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; prabhu—meu Senhor; tumi—Tu; chãda— tsca a ^ ara,—catara cana a j a s t a 11 n
abandona; bhãri-bhüri—essas graves conversas; mora—de mim; ãge— em frente-
nija-rüpa—Tua forma verdadeira; nã— não; kariha—faças; cun—roubo. ãpane ãile more karite uddhãra
ebe kapãta kara,—tomara kona vyavahãra
T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya replicou: " M e u querido Senhor, por favor, aban- ãpane—pessoalmente; ãile— vieste; more—a mim; karite—para fazer; uddhãra—
dona todas essas graves conversas. Por favor, não me ocultes Tua forma verda- liberação; ebe—agora; kapãta—duplicidade; kara—fazes; tomara—Teu; tona—qual;
deira." vyavahãra—comportamento.
VERSO 279 T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Senhor, por Tua misericórdia imotivada, apareceste-
me para conceder-me a liberação. Agora, estás representando com duplicidade.
a t f â a n a « r a a n f à a*fà' « w r a n a i Qual é o motivo deste comportamento?"
t s w a i « r p a í f ^ s asfaatç « l a ^ t a n II
VERSO 282
rãdhikãra bhãva-kãnti kari' ahgikãra <sca ç t f à ' <5tca «1$ c u r f o i i
nija-rasa ãsvãdite kariyãcha avatãra
rãdhikãra—de Srimati Rãdhãrãni; bhãva-kãnti— amor extático e brilho; kari'— ' a r a i * ' , 'açfsta'—sfc <flas m 11 ^ u
fazendo; ahgikãra—aceitação; nija-rasa—Tua própria doçura transcendental; fabe hãsi' tãhre prabhu dekhãila svarüpa
ãsvãdite— para saborear; kariyãcha—fizeste; avatãra—encarnação. 'rasa-rãja', 'mahãbhãva'—dui eka rüpa
fabe—portanto; hãsi'—sorrindo; tãhre—a ele (Rãmãnanda Rãya); prabhu—o
T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya prosseguiu: " M e u querido Senhor, posso com- Senhor; dekhãila—mostrou; svarüpa—Sua forma pessoal; rasa-rãja—o rei de todos
preender q u e assumiste o êxtase e a tez de Srimati Rãdhãrãni. Ao fazê-lo, sabo- os sentimentos transcendentais; mahã-bhãva—a condição de amor extático; dui—
reias Teus próprios sentimentos transcendentais, motivo pelo qual apareceste duas; eka—uma; rwpa—forma.
como Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . "
TRADUÇÃO—O Senhor Sri Krsna é o reservatório de todo o prazer, e Srimati
VERSO 280 Rãdhãrãni é a personificação do amor extático por Deus. Estas duas formas
combinaram-se em uma só como Sri Caitanya Mahãprabhu. Sendo assim, o
s
f*rarçfpa ta' catara—c«ra « r p ^ í a * i Senhor ári Caitanya Mahãprabhu revelou Sua forma verdadeira a Rãmãnanda
Rãya.
«rraacv c<2traa C^OT fàrça* n *y<> ti
nija-güdha-kãrya tomara—prema ãsvãdana SIGNIFICADO—Descreve-se isto como rãdhã-bhãva-dyuti-suvalitarh naumi kpna-
ânusahge prema-maya kaile tribhuvana svarüpam. O Senhor Sri Krsna ficava absorto nas características de Srimati
798 Sn Caitanya-caritãmrta Verso 286 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 799
Madhya-lilã, 8
Rãdhãrãni. Isto foi revelado a Rãmãnanda Rãya quando este viu o Senhor Srj TRADUÇÃO—Tendo Rãmãnanda Rãya caído ao solo inconsciente, Caitanya Mahã-
Caitanya Mahãprabhu. Um devoto avançado pode entender én-krsna-caitan prabhu tocou em sua mão, e ele imediatamente recuperou a consciência. Contu-
rãdhã-krsna nahe anya. Sri Caitanya Mahãprabhu, sendo uma combinação de Krsn do, ao ver o Senhor Caitanya trajado de sannyãsi, ele ficou assombrado.
e Rãdhã, não é diferente de Rãdhã-Krsna juntos. Svarüpa Dãmodara Gosvã *
explica isto (Cc. Adi 1.5): VERSO 285
prabhu tãhre hasta sparéi' karãilã cetana cata <5awt»fl-a5i catara citsca i
sannyãsira vesa dekhi' vismita haila mana «P3<íia <ífèai*i c r a t ^ ffstatca n «
prabhu—o Senhor; tãhre—a Rãmãnanda Rãya; hasta—a mão; sparéi'—tocando;
karãilã—íez; cetana—consciente; sannyãslra—do sannyãsl; vesa—o traje; dekhi'— mora-tattva-llla-rasa tomara gocare
vendo; vismita—assombrada; haila—ficou; mana—a mente. ataeva ei-rüpa dekhãiluh tomãre
800 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 290 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 801
Madhya-lilã, 8
mora—Meus; tattva-líla—verdade e passatempos; rasa—e doçuras; tomara—àe ti- não se pode saborear o prazer transcendental do amor conjugai de Krsna." A
gocare— dentro do conhecimento; ataeva—por isso; ei-rüpa—esta forma; dekhãilun— este respeito, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura comenta sobre a prãkrta-
mostrei; tomãre—a ti. sahajiyã-sampradãya, a qual considera que Krçna e o Senhor Caitanya possuem
corpos diferentes. Eles interpretam mal as palavras gaura ahga nahe mora mencio-
T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya M a h ã p r a b h u confirmou: " T o d a s as verdades sobre nadas nesta passagem. Este verso dá-nos a entender que o Senhor Caitanya Mahã-
M e u s passatempos e doçuras são de teu conhecimento. Por isso, mostrei-te esta prabhu não é diferente de Krçna- Ambos são a mesma Suprema Personalidade
forma." de Deus. Sob a forma de Krsna, o Senhor goza de bem-aventurança espiritual
VERSO 287 e permanece o abrigo de todos os devotos, visaya-vigraha. Krsna sob Seu aspecto
de Gaurãhga experimenta a saudade de Krsna no êxtase de Srimati Rãdhãrãni.
cm «nr ÍTC* cm—aww-"»r«fa i Esta forma extática é Sri Krsna Caitanya. Sri Krçna é sempre o reservatório trans-
cendental de todo o prazer, sendo tecnicamente chamado dhíra-lalita. Rãdhãrãni
ciftc*rar^5 fãsfl cscçl «r"»TO< vwsjn n ^ n é a corporificação da energia espiritual, personificada como amor extático por
gawra fl«ga nane mora—rãdhãhga-sparéana Krçna; portanto, somente Krsna pode tocar em Srimati Rãdhãrãni- Não se vê o
gopendra-suta vinã tenho nã sparse anya-jana aspecto de dhíra-lalita em nenhuma outra forma do Senhor, nem mesmo em Viçnu
gaura—branco; ahga—corpo; nahe— não; mora—Meu; rãdhã-ahga—do corpo de ou Nãrãyana. Portanto, Srimati Rãdhãrãni é conhecida como Govinda-nandini
e Govinda-mohini, pois Ela é a única fonte de prazer transcendental para Sri
Srimati Rãdhãrãni; sparéana—o tocar; gopendra-suta—o filho de Nanda Mahãrãja;
Krçna. De fato, Ela é a única pessoa que pode encantar a mente dEle.
uma"—exceto; tenho— Srimati Rãdhãrãni; «if—não; sparse—toca; anya-jana—ninguém
mais.
VERSO 289
T R A D U Ç Ã O — " N a verdade, Meu corpo não tem matiz branco. Ele só parece tê-lo ffsfcrtl fcrfo «ítala fag «fll ntfis asa" i
porque tocou o corpo de Srimati Rãdhãrãni. Porém, Ela não toca em ninguém
mais senão o filho de Nanda Mahãrãja." g ^ t ^ C P i csfi-aw artsr laaa" 11 11
tomara thãhi ãmãra kichu gupta nãhi karma
VERSO 288 lukãile prema-bale jãna sarva-marma
<3?ta <etca vSffws asfã' <ertai-a* i tomara thãhi—perante ti; amara—Minha; kichu—nada; gupta—oculto; nãhi— não
é; karma—ação; lukãile—mesmo que Eu oculte; prema-bale—em virtude de teu amor;
«ca fiw-atf^ ana "BIWW n n jãna—ta conheces; sarva-marma—tudo minuciosamente.
farira b«ãi>e bhãvita kari' ãtma-mana
tabe nija-mãdhurya kari ãsvãdana T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , o Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u admitiu para Seu devoto
tãhra—de Srimati Rãdhãrãni; bhãve—no êxtase; bhãvita—iluminados; kari'— puro, Rãmãnanda Rãya: "Agora não resta nenhuma atividade confidencial que
fazendo; ãtma-mana—corpo e mente; tabe—por causa disto; nija-mãdhurya—Minha desconheças. Mesmo que Eu tente ocultar Minhas atividades, podes compreender
própria doçura transcendental; kari—faço; ãsvãdana—saboreando. tudo minuciosamente em virtude de teu avançado amor por M i m . "
T R A D U Ç Ã O — " A g o r a transformei Meu corpo e mente no êxtase de Srimati Rãdhã- VERSO 290
rãni; assim, estou saboreando Minha própria doçura sob esta forma."
atfa*, artjH ai a^fã-s aaaspf i
S I G N I F I C A D O — A q u i , Gaurasundara informa a Sri Rãmãnanda Rãya: "Meu queri- «itata ã f f i H B á citca» í i É É i » * s > ° »
do Rãmãnanda Rãya, na verdade, estavas vendo u m a pessoa distinta com um
corpo de tez branca. Na realidade, Eu não sou branco. Sou negro, pois sou Sri gupte rãkhiba, kãhãh nã kario prakãéa
Krsna, o filho de N a n d a Mahãrãja; mas, ao entrar em contato com Srimati ãmãra bãtula-cestã loke upahãsa
Rãdhãrãni, assumo compleição alva eternamente. Srimati Rãdhãrãni não toca no gupte—em segredo; rãkhiha—mantém; kãhãh—em parte alguma; nã— não; kario—
corpo de ninguém senão Krsna. Eu saboreio Minhas próprias características trans- faças; prakãéa—exposição; ãmãra—Minhas; bãtula-cestã— atividades como as de um
cendentais, assumindo a compleição de Srimati Rãdhãrãni. Sem Rãdhãrãni, louco; loke—entre as pessoas em geral; upahãsa—zombaria.
802 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8 Verso 294 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 803
TRADUÇÃO—Então, o Senhor pediu a Rãmãnanda Rãya: " M a n t é m todas estas VERSO 292
conversas em segredo. Por favor, n ã o as exponhas em parte alguma. Uma vez
que M i n h a s atividades se parecem com as de um louco, as pessoas poderão ififoft «paatfà a t a l a i a r . * i
encará-las de forma leviana e rir d e l a s . "
Ctt«t%9l1 <2rÇ_^a»awf1 SOT II II
VERSO 291 ei-rüpa daéa-rãtri rãmãnanda-sahge
sukhe gohãila prabhu krsna-kathã-rahge
«rífà-ia* *ÍNJ»I, «Jã-faita at«*t i ei-rüpa—dessamaneira; dasa-rãtri—dez noites; rãmãnanda sahge—com Sri
«F5<$a C5T*tT5 «rWfS 5 ^ a i « » l II 11 Rãmãnanda Rãya; sukhe—com grande felicidade; gohãila— passou; prabhu—Senhor
Sri Caitanya Mahãprabhu; krsna-kathã-rahge—em prazer transcendental conver-
ãmi—eka bãtula, tumi—dvitiya bãtula sando sobre Krsna.
ataeva tomãya ãmãya ha-i sama-tula
ãmi—Eu; eka—um; bãtula—louco; fumi—tu; dvitlya—segundo; bãtula—louco- TRADUÇÃO—Por dez noites o Senhor Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya
ataeva—portanto; tomãya—tu; ãmãya—Eu; ha-i— estamos; sama-tula—em nível de passaram horas felizes conversando sobre os passatempos de Krsna.
igualdade.
VERSO 293
TRADUÇÃO—Caitanya M a h ã p r a b h u disse então: " D e fato, sou um louco, e tu
também és um louco. Portanto, estamos ambos na mesma plataforma." f ã ^ a c s a a i - ^ r e r t a façta i
ir,aa> afà?r, « t a *1 « t f o i t f * ii *a>*> II
SIGNIFICADO—Para um h o m e m comum que não seja devoto, todas estas conver- nigüdha vrajera rasa-lllãra vicãra
sas entre Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu parecem ridículas. O aneka kahilã, tara nã pãila para
m u n d o inteiro está cheio de concepções materiais, e as pessoas são incapazes de nigüdha—muito confidenciais; vrajera—em Vrndãvana, ou Vrajabhümi; rasa-
entender estas conversas devido ao condicionamento da filosofia mundana. Aque- lllãra— passatempos de amor conjugai entre Krsna e as gopis;
dos vicãra—
les que se apegam em demasia a atividades m u n d a n a s não podem compreender consideração; aneka—variada; kahilã—falaram; tara—disto; mi—não; pãila—
as conversas extáticas entre Rãmãnanda Rãya e Caitanya Mahãprabhu. Logo, o atingiram; para—o limite.
Senhor pediu a Rãmãnanda Rãya que guardasse em segredo todas essas conversas
e n ã o as expusesse às pessoas em geral. Se alguém é realmente avançado em TRADUÇÃO—As conversas entre Rãmãnanda Rãya e ári Caitanya Mahãprabhu
consciência de Krsna, pode compreender estas conversas confidenciais; caso con- contêm os assuntos mais confidenciais, referentes ao amor conjugai entre Rãdhã
trário, elas parecerão loucuras. Por isso, Sri Caitanya Mahãprabhu informou a e Krsna em Vrndãvana [Vrajabhümil. Apesar de ambos terem conversado mui
Rãmãnanda Rãya que ambos pareciam loucos, estando, portanto, na mesma plata- extensivamente sobre esses passatempos, não puderam chegar ao fim da
forma. Confirma-se isto n o Bhagavad-gitã (2.69): conversa.
"O que é noite para todos os seres é hora de despertar para o autocontrolado; tãmã, kãhsã, rüpã, sonã, ratna-cintãmani
e o que é hora de despertar para todos os seres é noite para o sábio introspectivo." keha yadi kãhãh potã pãya eka-khãni
As vezes, a consciência de Krsna parece uma espécie de loucura para as pessoas tãmã— cobre; kãhsã— bronze; rüpa—prata; sonã—ouro; ratna-cintãmani—o melhor
m u n d a n a s , exatamente como, para pessoas conscientes de Krsna, as atividades de todos os metais, a pedra füosofal; Jce/ia-alguém; yadi-se; kãhãh-em alguma
de homens m u n d a n o s são consideradas u m a forma de loucura. parte; potã— soterradas; pãya—encontra; eka-khãni—num local.
804 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8 Verso 299 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 805
eta bali' rãmãnande kari' ãlingana T R A D U Ç Ã O — O s residentes de Vidyãnagara tinham diferentes crenças, mas, após
tãnre ghare pãthãiyã karilã sayana verem Sri Caitanya Mahãprabhu, todos abandonaram suas crenças pessoais e
eta bali'—dizendo isto; rãmãnande—a Sri Rãmãnanda Rãya; kari'—fazendo- tornaram-se Vaiçnavas.
ãlingana—abraço; tãhre—a ele; ghare—a sua casa; pãthãiyã— enviando; karilã—tez- VERSO 302
sayana—deitando-Se.
artatsw cm\ « r ç a taac? f à ç w i
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu abraçou Sri Rãmãnanda Rãya, e e t « a «rrfc» a c s f a a a ç t f ç a l a a * i n n
após enviá-lo de volta à sua casa, o Senhor descansou.
rãmãnanda hailã prabhura virahe vihvala
VERSO 300 prabhura dhyãne rahe visaya chãdiyã sakala
rãmãnanda—Srua Rãmãnanda Rãya; hailã— ficou; prabhura—do Senhor Sri
arf<5sa*tc«n fcfS* « i ^ cafa' ç s a f i i Caitanya Mahãprabhu; virahe—com saudades; vihvala—aturdido; prabhura
4\u spwpg *fãrc«i «nrw 11 11 dhyãne—em meditação em Sri Caitanya Mahãprabhu; rahe—permanece; visaya—
prãtah-kãle uthi' prabhu dekhi' hanumãn ocupações mundanas; chãdiyã— abandonando; sakala—todas.
tãhre namaskari' prabhu daksine karilã prayãna
prãtah-kãle—de manhã; uthi'—levantando-Se; prabhu—Senhor Sri Caitanya TRADUÇÃO—Ao começar a sentir saudades d e Sri Caitanya Mahãprabhu,
Mahãprabhu; dekhi'—visitando; hanumãn—Hanumãn, a deidade da aldeia; tãhre—a Rãmãnanda Rãya ficou aturdido. Meditando no Senhor, ele abandonou todas
ele; namaskari'—prestando reverências; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; as suas ocupações materiais.
daksine—para o sul; karilã—íez; prayãna—partida.
VERSO 303
T R A D U Ç Ã O — N a manhã seguinte, após despertar, Sri Caitanya Mahãprabhu visi-
tou o templo local, onde havia u m a deidade de H a n u m ã n . Após prestar-lhe re- JRPKI a * ^ atatsic^a f a * ! * i
verências, o Senhor partiu para o sul da índia. f à ^ t f à ' a f i f o s srfca i ç a g - a w * .11«°«11
sohaje—de um modo geral; caitanya-caritra—as atividades de Sri Caitanya Mahã- 'rasa-tattva-jhãna' haya ihãra éravane
prabhu; ghana-dugdha-püra—como leite condensado; rãmãnanda-caritra—a história 'prema-bhakti' haya rãdhã-krsnera carane
de Rãmãnanda Rãya; tãhe— nesta; khanda—açúcar-cande; pracura—uma grande rasa-tattva-jhãna—conhecimento transcendental das doçuras de amor conjugai
quantidade. entre Rãdhã e Krgna; haya—é; ihãra—disto; éravane—ouvindo; prema-bhakti—amor
puro por Deus; haya—torna-se possível; rãdhã-krsnera carane—aos pés de lótus de
T R A D U Ç Ã O — A s atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu são como leite condensa- Rãdhã e Krsna.
do, e as atividades de Rãmãnanda Rãya são como grande quantidade de açúcar-
cande. T R A D U Ç Ã O — A q u e l e que ouve as conversas entre Rãmãnanda Rãya e Sri Caitanya
Mahãprabhu desperta para o conhecimento transcendental das doçuras dos pas-
satempos de Rãdhã e Krsna. Assim, pode desenvolver amor imaculado pelos
VERSO 305
pés de lótus de Rãdhã e Krsna.
aNI»Wl»tl—«tC« a ^ - t a q * I
VERSO 308
« f t M f % @ & c*& ^ca vfrrm n •©.* o
C5«c«a ^ « ^ «tíà ^51 csus i
rãdhã-krstia-lilã—rafe karpüra-milana
bhãgyavãn yei, sei kare ãsvãdana fà*t*t a*fa' « * s «# ai asfàç fros n 11
rãdhã-krsna-liíã—os passatempos de Sri Rãdhã e Krsna; tãfe—nesta composição;
karpüra—a cânfora; milana—mistura; bhãgyavãn—afortunado; yei—aquele que; sei— caitanyera güdha-tattva jãni ihã haite
tal pessoa; kare—faz; ãsvãdana—experimentando. viévãsa kari' éuna, tarka nã kariha citte
caitanyera—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; güdha-tattva—a verdade confi-
TRADUÇÃO—O encontro deles é exatamente como uma mistura d e leite condensa- dencial; jãni—podemos aprender; ihã haite—com estas conversas; viévãsa kari'—
do com açúcar-cande. Ao conversarem eles sobre os passatempos de Rãdhã e tendo firme fé; éuna—ouvi; tarka—argumentação; nã—não; kariha—fazei; ciífe—
Kn>na, foi como se juntasse cânfora à mistura. Caso alguém experimente esta dentro do coração.
preparação com todos os seus ingredientes, ele é m u i t o afortunado.
TRADUÇÃO—O autor solicita a todos os leitores que ouçam estas conversas com
fé e sem argumentação. Estudando-as desta maneira, todos serão capazes de com-
VERSO 306
preender a verdade confidencial sobre Sri Caitanya Mahãprabhu.
ca ^51 <fl*ata f*rca a*farca i
« t a a c e i t e s ^çi çtf«c« «n t(ca n n VERSO 309
ye ihã eka-bãra piye karna-dvâre «icitfà«* #ten <ífè f a a f*t? •
tara karna lobhe ihã chãdite nã pare
ye—qualquer pessoa; ihã—esta; eka-bãra—uma vez que; piye—beba; karna-dvãre—
ra-arca ffèca, «caí n ^°s> 11
através da recepção auricular; fará—seus; karna—ouvidos; lobhe—de cobiça; ihã—
alaukika lilã ei parama nigüdha
esta; chãdite—de abandonar; na—não; pare—são capazes.
viévãse pãiye, tarke haya bahu-düra
alaukika-incomuns; Zf/ã—passatempos; e i - e s t a ; parama—muito; nigüdha-
TRADUÇÃO—Esta preparação maravilhosa deve ser tomada auricularmente. Quem
confidencial; viévãse—com fé; pãiye—podemos obter; farke—com argumentação;
dela prova ambiciona saboreá-la ainda mais.
haya—fica; bahu-düra—muito distante.
VERSO 307
T R A D U Ç Ã O — E s t a parte dos passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu é muito
'aTst-ast*' sa ! s í < <3ac«l i confidencial. Para obtermos benefícios rapidamente, basta termos fé; caso con-
'c<2ra«fV ça a t a t ^ a » a saca 11 « ° i n trário, ao argumentarmos, ficaremos sempre muito distantes.
810 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8 Verso 3 1 2 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 8 1 1
ífçt? ia%, «tc? fàfw «á^ «w ii n Não se pode compreender o santo nome do Senhor, Seus passatempos, forma,
qualidades e séquito com os embotados sentidos materiais. Contudo, quando os
ért-caitanya-nityãnanda-advaita-carana sentidos se purificam pelo constante serviço prestado, a verdade espiritual dos
yãhhãra sarvasva, tãhre mile ei dhana passatempos de Rãdhã e Krsna revela-se. Como se confirma no Mundaka Upanisad:
éri-caitanya—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; nityãnanda—do Senhor Nityã- yam evaisa vrnute tena labhyas. Só alguém que é favorecido pela Suprema Personali-
nanda; advaita-carana—e os pés de lótus de Sri Advaita Prabhu; yãhhãra sarvasva— dade de Deus pode compreender as características transcendentais de Sri Caitanya
tudo de quem; tãhre—a ele; mile—encontra; ei—este; dhana—tesouro. Mahãprabhu.
\
812 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 8 Verso 313 Conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Rãmãnanda Rãya 813
SIGNIFICADO—Ao final de cada capítulo, o autor admite o valor da sucessão dis- TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
cipular. Ele jamais afirma ter escrito esta literatura transcendental por efeito de sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
trabalho de pesquisa. Ele só faz admitir sua dívida para com as anotações feitas guindo seus passos.
por Svarüpa Dãmodara, Raghunãtha dãsa Gosvãmi e outras pessoas autoriza-
das. Este é o método de descrever textos transcendentais, os quais não se desti-
n a m jamais aos ditos acadêmicos e pesquisadores. O processo é mahãjano yena Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
gatah sa panthãh: é preciso seguir estritamente as grandes personalidades e ãcãryas Madhya-lilã, Oitavo Capitulo, descrevendo as conversas entre Sri Caitanya Mahãprabhu
Ãcãryavãn puruso veda: quem obtém o favor do acãrya sabe de tudo. Esta afirmação e Rãmãnanda Rãya.
feita por Kavirãja Gosvãmi é muito valiosa para todos os devotos puros. Às vezes
os prãkrta-sahajiyãs afirmam ter ouvido a verdade de seus gurus. No entanto, não
se pode obter conhecimento transcendental'pelo simples fato de ouvir de um guru
que não seja fidedigno. O guru tem que ser fidedigno, e precisa ter ouvido de
seu guru fidedigno. Somente então aceitar-se-á sua mensagem como fidedigna.
O Bhagavad-gitã (4.1) confirma isto:
VERSO 313
âaff-aa^ata-*tw ata «rpt i
crosisfipsrfs a r a ?a»fta 11 11
Brahma-sariihitã, 332, 463, 466, 496, 516, 562, 711-712, 714-715, 716, 730, 793.
Caitanya-bhãgavata (Vrndãvana dãsa Thãkura), 275, 276, 417, 418. Kürma Purãna, 58.
Caitanya-candrãmrta (Prabodhãnanda Sarasvati), 584, 776. Laghu-bhãgavatãmrta (Rüpa Gosvãmi), 474, 694-695.
Caitanya-caritãmrta (Krsnadãsa Kavirãja), 331-332, 474. Manah-siksã (Raghunãtha dãsa Gosvãmi), 667.
Gita-govinda (Jayadeva Gosvãmi), 173, 698, 721-722. Padma Purãna, 96-97, 465-466, 499, 522, 540, 650, 660, 694-695, 707, 749-750.
Govinda-lilãmrta (Krsnadãsa Kavirãja), 739, 754, 757. Padyãvall (Rüpa Gosvãmi), 32, 39-40.
Jagannãtha-vallabha-nãtaka (Rãmãnanda Rãya), 136-137, 149. Premãmbhoja-maranda (Raghunãtha dãsa Gosvãmi), 731-732.
-
823
824 ári Caitanya-caritãmrta Glossário 825
C H
Caitanya—força espiritual. Hari-kirtana—Vide: Sankirtana.
Caitya-guru—o mestre espiritual interno. Hlãdini—a potência de prazer de Krsna.
Candãlas—comedores de cachorro. Hlãdini éakti—a porção de bem-aventurança da potência espiritual do Senhor.
Channa-avatãra—encarnação disfarçada. Hrsikesa—nome de Krçna que significa, aquele que é o senhor de todos os
sentidos.
D
I
Dadhi—iogurte.
Dana—caridade. Indra—o rei dos planetas celestiais.
Danda-bhahga-lilã—o passatempo de o Senhor Nityãnanda quebrar o bastão do
Senhor Caitanya.
Dandavat—cair como uma vara perante o superior. J
Dãsya-rasa—relação de servo amoroso de Krçna.
Dharma—capacidade de prestar serviço, a qual é a capacidade essencial do ser Jãdya—sintoma extático de perda de memória.
vivo. Jlva-bhüta—a força viva dentro da matéria.
Dhlra—êxtase de amor sóbrio por Krçna. Jhãna—conhecimento.
Dhümãyitã—fase manifestada pelo devoto na qual se apresentam apenas uma Jhãna-kãnda—divisão dos Vedas que lida com especulação empírica em busca
ou duas transformações, sendo possível ocultá-las. " verdade.
Díkçá—iniciação espiritual. Jhãni—aquele que se ocupa em cultivo de conhecimento.
826 ári Caitanya-caritãmrta Glossário 827
Jvalitã—fase manifestada pelo devoto na qual se apresentam mais de duas Krsna Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare.
três transformações transcendentais, sendo possível ocultá-las a muito eus Mahã-mahã-prasáda—restos do alimento deixados por um Vaisnava puro.
Mahãmãyã—a superintendente do m u n d o material.
Mahã-pandita—pessoa muito erudita.
K Mahã-prasãda—restos do alimento oferecido no prato da Deidade.
Mahã-snãna—grande banheira com ghi e água usada para banhar a Deidade.
Kacchapi-vinã—o instrumento de cordas de Rãdhãrãni. Mahã-vãkya—vibração sonora transcendental.
Kali-yuga—era de desavença na qual estamos vivendo. Mãlá—canto com contas.
Kãma—luxúria. Mamata—sentimento de unidade entre o servidor e o servido em serviço
Karma—ação executada de acordo com as regulações das escrituras. devocional.
Karma-kãnda—divisão dos Vedas que lidam com as atividades fruitivas e suas Mantra—vibração sonora que libera a mente.
reações. Mãtsarya—inveja.
Karma-tyãga—renúncia à vida familiar para adotar a consciência de Krsna. Matsya—encarnação do Senhor sob a forma de peixe.
Karrnis—trabalhadores fruitivos cuja única meta é o gozo dos sentidos. Mleccha—comedor de carne.
Kirtana—o processo devocional de cantar. Mãyã—ilusão.
Krodha—ira. Mayãdhisa—o Senhor de todas as energias.
Krsna-kathã—conversas sobre Krsna. Mãyãvãdis—impersonalistas ou niilistas que crêem que, em última análise, Deus
Krsna-viraha—sentimento espiritual de saudade de Krsna. é sem forma e sem personalidade.
Krsne matir astu—saudação entre os sannyãsis Vaisnavas que significa: " Q u e sua Mãyã-vasa—sujeição à influência da energia ilusória.
atenção se concentre em Krsna." Moha—ilusão.
Ksatriyas—a classe de homens governantes e administradores. Moksa—liberação.
Ksira-corã—nome do Senhor Gopinãtha que significa aquele que roubou arroz Müdha—tolo ou patife.
doce. Mukti—liberação.
Ksudhã-trsna—fome e sede. Mukti-pada—nome do Senhor Supremo que significa aquele sob cujos pés exis-
Kürma—a encarnação-tartaruga do Senhor. tem todas as espécies de liberação
Ku-visaya—atividades para gozo dos sentidos executadas sob condições Mukunda—o Senhor que dá bem-aventurança transcendental, outorgando todas
pecaminosas. as espécies de mukti.
L N
Vogais
Consoantes
833
834 Srt Caitanya-caritUmrta
índice Geral
Os exemplos seguintes mostram a maneira como se escrevem
as vogais quando acompanhadas de consoantes: Os numerais indicam referência aos capítulos e versos, respectivamente. Aqueles
que estão em negrito referem-se às traduções dos versos e aqueles que estão em
^tka foki ^kl ^ku ^kü letra normal, aos significados.
835
836 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 837
Deidade Deidade
Conhecimento
védico D de Gopãla de Jagannãtha
Dabira Khãsa Caitanya possui a mesma forma que a, visitada por Caitanya e Sãrvabhauma,
a humanidade se beneficia por intermé-
5.135-138 6.118
dio da pregação do, 7.153 Rüpa Gosvãmi anteriormente conhecido Caitanya satisfeito com a beleza da, 5.5 Demônios
necessário para compreender Krçoa, como, 1.175 como sendo diretamente o filho de Mahã-
6.151 Dãmodara transformados em Vaiçnavas ao tomarem
rãja Nanda, 5.96
todo o, produzido do omkâra, 6.174 levou prãsada e versos para Caitanya, 6.249 conhecida como Saksi-gopãla, 5.introdução prasãda, 4.93
verdadeiro não é alcançado pela hipótese ló- Dãmodara Pandita estabelecida na Colina de Govardhana,
gica, 6.81 acompanhou Caitanya a Jagannãtha Puri, Devaki-nandana
Consciência de Krçria 4.introdução
1.236; 3.209-210 os devotos de Vrndãvana não se dirigem a
história da, 4.41-43
a perfeição da civilização humana depende encontrou-se com o Senhor na casa de Krçria como, 8.90
instalada originalmente pelo neto de Devananda Pandita
da, 4,93 Advaita, 3.153-155
as posições sociais eram baseadas no grau de, fez uma advertência ao Senhor, 1.259 Krsna, 4.1 Caitanya concedeu favor a, 1.151-153
da pessoa, 8.36 não gostava da natureza independente de levada à cidade de Kataka, 5.introdução
como processo simples, 8.36 não-diferente da Deidade de Gopinãtha,
Caitanya, 7.26-27
difundida pela graça de Krsna, 4.79 4.160
residiu com o Senhor em Jagannãtha Puri,
o ideal da sociedade sem classes é possível o mundo inteiro liberado pela, 4.173 Devotos
1.252 retornou a Kataka, 5.123
por intermédio da, 8.57 veio ver Caitanya, 1.100 admitidos no reino de Deus, 8.90
situada agora na cidade de Kataka, 5.133 adoram Goloka Vrndãvana, 8.138
para as pessoas mundanas parece uma lou- Darida testou o amor de Mãdhavendra Puri,
cura, 8.291 significado da, 5.158 almas condicionadas purificadas como, 6.179
4.189 aspiram a alcançar Goloka Vrndãvana, 6.230
religião sem, é uma perda de tempo, 4.95 Dasãsvamedha-ghãfa de Gopinãtha
Vrajabhümi como o local ideal para executar, avançados, sintomas de êxtase manifestados
Caitanya instruiu Rüpa Gosvãmi no, 1.243 declarou abertamente que era um ladrão, por, 6.12
4.95 Deidade 4.133 Brahmã recomenda que se ouça os, 8.67
adoração à
elmo da, caiu na cabeça de Caitanya, 4.15 cada um dos, tem determinada rasa com
descrita, 4.87
Corpo, espiritual famoso arroz doce oferecido à, 4.117-119 Krsna, 8.141
descrita no Hari-bhakti-mkSsa, 1.35 história da, sumariada, 4.introdução Caitanya não tinha forças para suportar a in-
alcançado pelo devoto, 8.222 Mãyãvãdis consideram falsa, 6.168
mais do que o corpo material grosseiro e Mãdhavendra Puri arrebatado pela beleza felicidade de Seus, 7.31
não negligenciada pelo discípulo de sanny- da, 4.112 como as pessoas mais perfeitas e mais pacífi-
sutil, 8.229 ãsis transcendentais, 4.111
Corpo, material sândalo oferecido à, destinado à Deidade cas, 8.249
necessária para compreender Krsria, 4.137
os Mãyãvãdis pensam que Krsna tem um, de Gopãla, 4.158,159,160-168 como o objeto e Krçria como o sujeito, 2.47
não autorizada, por salários, 8.83
6.81 de Jagannãtha comparados aos cucos, 8.258
a onipotência da, 1.43
Corvos ajudou o rei Purusottama, 5.introdução compreendem Krsna por meio da revelação,
aqueles que servem à, devem banhar-se re-
Caitanya desmaiou ao entrar no templo 4.77
gularmente, 8.55
desentendimentos resolvidos perante a, 5.32 da, 1.98 convertem todos os lugares em Vrndãvana,
os especuladores mentais são como os, 8.258 expande a realidade dos princípios transcen- Caitanya recebeu guirlandas e prasãda da, 7.129
dentais, 5.159 6.217 de Caitanya Lhe são muito queridos, 7.7-8
instalada na casa de alguém, 3.190 demonstrou misericórdia para com de Caitanya seguem os passos de Mãdha-
Criação levada de aldeia a aldeia pelos devotos oci- Sãrvabhauma, 6.211 vendra Puri, 4.178
dentais, 7.82 devotos de Caitanya vão ver a, 6.35 dedicam-se ao serviço ao mestre espiritual,
a orientação de Krsria por trás da, 6.171
pode agir exatamente como o Senhor em Sua Gopinãtha Acãrya levou Caitanya para 8.83
através do olhar do Senhor, 6.145-146
os cientistas apresentam falsas teorias sobre ver o madrugar da, 6.67 devem diariamente cantar o santo nome um
forma original, 5.97 Mãdhavendra Puri arrebatado de êxtase número fixo de vezes, 7.37
a, 6.109
os devotos devem ocupar todos no serviço devem seguir os passos de Caitanya, 7.82
o Senhor como igual e diferente de Sua, ao ver a, 4.147
à, 4.102 é de se esperar que aceitem todos os nove
6. introdução sândalo e cânfora usados para a, 4.151
subsiste através da energia do Brahman Su- só os Vaiçriavas podem adorar, 4.87 processos do serviço devocional,
Sãrvabhauma adquiriu fé na maM-prasãda
premo, 6.144 Vaisnavas não comem nada que não seja ofe- 4.125
recido à, 4.93 da, 6.231
Cupido tirou Rãmãnujãcãrya de Jagannãtha Puri elevados, seguindo os passos dos, 6.255
cinco flechas de, 8.194 de Gopãla estão sob a influência de yogamãyã, 8.200
e colocou-o em Kürma-ksetra,
Krsna a rainha de Purusottamadeva presenteia já estão livres do pecado, 6.92
7.113
atrai a mente de, 8.81, 139, 140 a, com uma pérola, 5.125-132 Krsna compreendido apenas através da mi-
trono de Marükya apresentado à, 5.124
criou um festival para, 8.144 briga de amor entre a Deidade de Jagan- sericórdia dos, 6.151
visitada por Caitanya, 7.55
ferido pela flecha de, 8.107, 115 nãtha e a, 5.9
é o, sempre jovem, 8.138
844 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 845
Vedas Vidyãnagara
Vaikuotha Vajra afirmações dos, como evidentes em si história de dois branmanas de, 5introd.
a aparente angústia nos, é, na verdade, bem- Deidade de Gopãla instalada originalmente mesmas, 6.137 os residentes de, tomaram-se Vaisnavas,
aventurança, 4.186 por, 4.1, 41 afirmam que o Absoluto tem diferentes po- 8.301
há inumeráveis planetas em, 8.135 Vakreávara tências, 6.89 Sãksi-gopãla ficou em, por um longo perío-
não existe ansiedade em, 8.64 como associado de Caitanya, 1.219 compreensão apropriada dos, 6.147 do, 5.119
planetas de, situados no brahmajyoti, 6.230 Vallabhãcãrya devem ser estudados a partir de um mestre visitada por Caitanya, 1.150
Vaisnavas Deidade de Gopãla sob os cuidados dos des- espiritual, 6.151 Vidyãpati
a associação com os, 8.248 cendentes de, 4.1 deve-se seguir a conclusão dos, 8.83 Caitanya leu livros de, 2.77
a cerimônia do cordão sagrado introduzida Varháivata energias ilimitadas do Absoluto aceitas nos, canção de, citada, 3.114
para todos os, 8.128 como local da dança da risa, 1.5 ô.introd. Vidyã-vãcaspati
adoração aos, é sublime, 1.43 Vaqueirinhos Caitanya visitou a casa de, 1.150
as seções karma-kanda dos Vedas não são ne- Krsoa é quem deve ser conhecido pelos,
a boa fortuna dos, 8.75 6.139 Viáãkhã
cessárias para os, 5.24 como associados de Krsoa, 1.43 como expansão do corpo de Rãdhã, 8.165
como servos do servo de Deus, 5.23 Krsoa como o conhecedor dos, 8.200
Varãhadeva meta última de se compreenderem os, 6.179 Viáãrada
devem se banhar três vezes ao dia, 8.55 Caitanya visitou o templo de, 5.3-4
Vaisoavas o mantra gâyatri corporifica os três, 8.138
Vãrâoasl o Senhor não é compreendido simplesmente Gopinãtha Acãrya como genro de, 6.18
desejam que todos sejam conscientes de visitada por Caitanya, 1.243-244
Krsna, 6.48 a partir das afirmações dos, 6.87
Varnãérama-dharma proíbem a associação entre sannyãsis e éüdras,
duas classes de, 8.128 Visnu
éüdra como a quarta divisão social do, 7.63 8.36
é dos, que devemos ouvir sobre Krsoa, 8.200 Varuoa adorado por mãe Saci, 3.167
em todo o sul da índia só havia, 7.118 propósito das descrições impessoais dos, conhecido como Triyuga, 6.95, 99
citado quanto à natureza da Verdade Abso- 6.141
mantêm-se a si mesmos externamente hu- luta, 6.144 é adorado no varnãérama-dharma, 8.58
mildes, 3.63 Sahkarãcãrya explicou através de escrituras encarna com dois propósitos, 6.95
Vasudeva
não anseiam por fama, 4.147 falsas, 6.180 kürma-murti como forma de, 7.113
Caitanya visitou o templo de, 1.115 três temas descritos nos, 6.179
não devem dar o conhecimento aos materia- os restos do alimento deixados por um de-
o homem sábio rende-se a, 6.147 Verdade Absoluta
listas arrogantes. 8.127 voto puro identificados com, 3.%
Vasudeva
não invejosos, 1.218 a verdadeira filosofia da, ó.introd. os yogis desejam fundir-se no corpo de, 6.269
como leproso curado por Caitanya, 7.1, compreendendo as atividades sensoriais da, potências de, 6.153-157
observam Cãturmãsya, 4.169 136-148
os residentes de Vidyãnagara tomaram-se, 8.193 potência original de, 8.153
como uma pessoa liberada por Caitanya, conhecida em três fases, 6.78, 139, 168
8.301 1.102
potência dos alimentos deixados pelos, 3.96 conhecimento da, como evidência da miseri- Visnu Purãna
encontrou-se com o Senhor na casa de Advaita, córdia do Senhor, 6.89 citado por Rãmãnanda Rãya, 8.153, 156
Purânos destinados especialmente aos, 6.137 3.155 citado quanto às diferentes potências do
Sflnnyasfs aceitam quatro dandas, 3.6 conhecimento da, não provém de hipótese
visitou o Senhor em Puri, 1.256 lógica, 6.81 Senhor, 6.153-157
sintomas de perfeitos, 1.208 Vasudeva-nandana
Sãrvabhauma Bhattãcãrya iluminou-se na fi- é Krsna, 6.143 Viávambhara Miára
os devotos de Vrndãvana não se dirigem a como o antigo nome de Caitanya, 6.52
losofia dos, 7.63 Krsoa como, 8.90 é uma pessoa, 6.140
transcendentalmente situados, 3.98 Vedãnta-sütra
Mãyãvãdis tentam demonstrar a natureza
Vaisoavismo impessoal da, 6.132; 151
citado quanto à igualdade e diferença entre Mãyãvãdis tentam estabelecer, como sem Viávarüpa
Bhattãcãrya converteu-se totalmente ao culto os seres vivos e o Senhor, 6.163 Caitanya desejava encontrar, 7.11
do, 6.244 forma, 6.152
comentários da escola Mãyãvãda acerca do, já se houvera ido, 7.13
Caitanya converteu as províncias do sul da natureza transcendental da mente e dos
6.169 nunca viu sua mãe como um sannyãsi, 3,143
índia ao, 7.108 olhos da, 6.146
discutido por Caitanya e Sãrvabhauma tomou sannyãsa e foi para o sul da Índia, 7.44
Caitanya converteu muitas pessoas ao, 8.10 o brãhmana conhece a, 8.136
Bhattãcãrya, 6.introd. o Brahman Supremo é a, 6.139 Vivarta-vilãsa
manifestado em Sãrvabhauma, 6.280 estudado pelos sannyãsis Mãyãvãdis, 6.120 como livro de Bhakta dãsa Baula, 8.193
os devotos convertem os outros ao, 7.101 transcendental, realização impessoal da,
método de trabalho confirmado pelo, 8.57 Vrajabhümi
para os Mãyãvãdis há imperfeições no, 6.172 8.190
Vaiéyas Verso ítmãrâma a fortuna dos habitantes de, é louvada, 6.149
primeiro verso do, 6.143 não existem princípios regulativos em, 8.221
dever dos, 4.93; 8.58 teoria da transformação descrita no, 6.171 explicado por Caitanya de dezoito maneiras,
os éüdras servem aos, 7.63 os habitantes de, acham Krsna agradável,
versos do, tão claros quanto a luz solar, 6.130 ô.introd., 6.193-198
8.211
podem aproximar-se do destino supremo, Vedãntistas explicado por Sãrvabhauma Bhattãcãrya de
8.36 nove maneiras, 6.190 Vrajendra-nandana
consideram que fundir-se no Brahman é exi- onze palavras no, arroladas, 6.195 Krsna conhecido como, 5.97; 8.221
podem renunciar a famflia, 8.61
toso, 6.269
868 Sri Caitanya-caritãmrta
Vrndãvana Y
a floresta às margens do Godãvarl fez Caitanya
Yâdavas
recordar-Se de, 8.11 Os leitores interessados nó c o n t e ú d o deste livro estão
as cinco doçuras de, 8.294 como associados eternos de Krsoa, 1,43
Yãjapura convidados a corresponderem-se com os
as doze florestas de, 5.12
as glórias de, 1.84 Caitanya passou por, 5.introdução, 3 publicadores ou visitar um dos seguintes centros da
Caitanya Yamarãja Sociedade Internacional para a Consciência de
mandou que Rüpa Gosvãmi fosse a. 1.243 os agnósticos sujeitam-se a serem punidos
por, 6.167 Krishna no Brasil:
tomou o parque municipal como sendo,
2.10 Yamunã
vai a, após tomar sannyãsa, 1.91; 3.10 florestas às margens do, 5.12 B E L É M (PA): Av. Gentil Bittencourt, Passagem M a c Dowell, 96
visitou sozinho, 1.224-229 prece ao, por Caitanya, 3.28
Yãmunãcãrya (entre Dr. Morais e Benjamin C o n s t a m ) .
como o local ideal para se executar a cons-
ciência de Krsna, 4.95 citado, 1.203, 206 B E L O H O R I Z O N T E ( M G ) : Av. Getúlio Vargas, 167 -
como o lugar eterno de Krsoa, 1.43 citado quanto ao serviço devocional a Deus Funcionários, l e i . : 223-2776
como o melhor lugar para se viver, 8.254 em servidão, 8.73
Yasodã B R A S Í L I A (DF): MSPW, Q u a d r a 13, C o n j . 6, Casa 8.
compreendida através dos ádsfras, 1.34
descrição dé, 8.138 a boa fortuna de, 8.77-78 Tel.: 553-1173
Yasodãnandana C U R I T I B A (PR): Av. Sete de Setembro, 1594 -
devemos pôr em prática nossa vida em,
8.204-205 os devotos de Vrndãvana dirigem-se a Krsoa
como, 8.90 (Alto da Rua Quinze). Tel.: 264-6634
deve-se retirar para, aos cinqüenta anos de F L O R I A N Ó P O L I S (SC): Rua Ivo Reis Montenegro, 421 - Itaguaçu.
Yoga
idade, 7.126
floresta tomada como sendo, por Caitanya, o Senhor atrai aqueles que se ocupam em ati- F O R T A L E Z A (CE): Rua José Lourenço, 2114 - Aldeota.
1.104 vidades de,.6.197 G O I Â N I A (GO): Rua 104B, N? 14, Setor Sul.
Yoga-miyã
Gauda-mandala-bhümi é igual a, 5.113 M A N A U S (AM): Rua dos A n d r a d a s , 465 - Centro.
Krsoa e Rãdhã desfrutam nos bosques de, o Senhor Supremo está coberto pela, 6.81
8.189 Yogfs NOVA G O K U L A (SP): Caixa Postal 108, P i n d a m o n h a n g a b a .
os passatempos de Krsoa em, são muito desejam fundir-se no corpo de Senhor, 6.269 P I N D A M O N H A N G A B A (SP): Av. Cel. Fernandes Prestes, 405 -
não têm acesso ao reino de Deus, 8.90
confidenciais, 8.56 (Em frente à Rodoviária).
Yudhisfhira
Rãdhã como a consorte do Senhor em, 8.229 P O R T O A L E G R E (RS): Rua Tomás Flores, 327 - Bonfim.
realização apropriada de, onde quer que es- dirigiu-se a Drooâcãrya como um diploma-
tejamos, 7.69 ta, 5.45 R E C I F E (PE): Rua Maria Digna Carneiro, 6960 - Candeias.
visitada por Caitanya, 1.148 governou de acordo com princípios religio-
R I B E I R Ã O P R E T O (SP): Rua Cerqueira Ccsar, 480 - Centro.
Vrndãvana dãsa Thãkura sos, 1.197
Yuga-avatãras R I O DE J A N E I R O (RJ): Ladeira da Glória, 98 - Glória.
como encarnação de Vyãsadeva, 1.13
descreveu a viagem do Senhor para Kafaka, descritos no Bhãgavatam, 6.101 Tel.: 285-5643
5.140 SALVADOR (BA): Rua Álvaro A d o r n o , 17 - Brotas.
o autor presta reverências a, 4.9 Tel.: 244-1072
os passatempos de Caitanya descritos por,
1.8, 4.3-4, 7 SANTOS (SP): Rua A n t ô n i o Bento, 92 - (Trav. A n a Costa).
Vyãsadeva
SÃO PAULO (SP): Rua Bom Pastor, 798 - Ipiranga.
aceita Krsoa como Deus, 6.81
apresentou o Vedãnta para a salvação das Tel.: 63-1674
almas caídas, 6.169 T E R E S Ó P O L I S (RJ): Retiro Espiritual Vrajabhümi, Caixa Postal 68
Alto Teresópolis. Tel.: 742-3011
como lilã-avatãra, 6.99
compilou o Mahdbhdrata para o homem V I T Ó R I A (ES): Rua Chafic M u r a d , 218 - P r a i a do Soá.
comum, 6.147
Nãrada transmitiu o conhecimento a, 7.66
o Bhãgavatam foi compilado por, 8.90
Parásara Muni como pai de, 8.57
Srimad-Bhãgavatam escrito por, 6.127