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WCCM

A Escola de Meditação
Curso Introdutório de 6 Semanas

MEDITAÇÃO CRISTÃ

Curso Introdutório
de Seis Semanas
um manual para apresentadores

LAURENCE FREEMAN OSB

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A Escola de Meditação
Curso Introdutório de 6 Semanas

MEDITAÇÃO CRISTÃ

Curso Introdutório
de Seis Semanas

Tradução para a língua portuguesa


Equipe da Escola da WCCM no Brasil
Dezembro de 2019

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Curso Introdutório de 6 Semanas

MEDITAÇÃO CRISTÃ

Curso Introdutório
de Seis Semanas
um manual para apresentadores

LAURENCE FREEMAN OSB

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Curso Introdutório de 6 Semanas

CONTEÚDO

Introdução

PREPARAÇÃO
Capítulo 1 Sobre o Curso de Seis Semanas
Capítulo 2 Promovendo o Curso
Capítulo 3 Preparação e Formato de Cada Sessão
Capítulo 4 Como Meditar e Preces

AS SEIS SEMANAS
SEMANA 1 O Que é a Meditação Cristã
SEMANA 2 John Main
SEMANA 3 As Raízes da Meditação na Tradição
SEMANA 4 A Roda da Oração: Meditação e outras formas de prece
SEMANA 5 Deixar a Si Mesmo para Trás: meditação e discipulado
SEMANA 6 Os Frutos da Meditação
Conclusão

RECURSOS e APOIO
RECURSOS
A COMUNIDADE

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Introdução

“Na meditação, nós deixamos nossas limitações para


trás e, aprendemos a nos abrir ao ser ilimitado de
Deus. (John Main)

Este é um guia passo-a-passo para apresentar um Introdução à


Meditação Cristã de seis semanas em um grupo semanal. Baseia-se no livro
Pérola de Grande Valor.
Em Pérola de Grande Valor, eu compartilhei a sabedoria de uma
comunidade que tem ensinado meditação há vários anos. O grupo semanal de
meditação permanece o pilar mais simples desse processo de aprendizado e da
comunidade que ele cria. Acho que ainda é importante ler para qualquer pessoa
que deseje transmitir a dádiva da Meditação Cristã.
Este guia segue e expande o Apêndice 1 de Pérola para um curso
introdutório de seis semanas. Também fornece todos os materiais de que você
precisará para ministrar esse curso, inclusive instruções, modelos e sugestões
de palestras – tudo pronto para usar. O objetivo aqui não é apenas colocar
palavras nos seus lábios, mas dar-lhe a confiança necessária para falar a partir
de sua própria experiência e de dentro da tradição e da comunidade.
Todos nós que acolhemos sinceramente a dádiva da Meditação Cristã em
nossa própria vida, mesmo que em passado relativamente recente, temos o
necessário para partilhá-la com outros. Apenas mantenha a simplicidade. Tal
como qualquer dádiva do Espírito, a meditação precisa, por sua natureza, ser
compartilhada.
A cada vez que partilhar a dádiva com outros que a procuram, você
aprofundará seu próprio entendimento dela. É um mistério ao fundo do qual
jamais chegamos. Todos que lideram um grupo também lhe dirão que recebem
muito mais dele do que dão. A visão de pessoas tocadas e abençoadas por essa
dádiva da meditação é, de fato, um tipo de visão de Deus. Você também está
ajudando a dar ao nosso mundo um futuro melhor.
Para pôr isso em prática, nós só precisamos ter humildade suficiente para
nos desprender de nosso medo e constrangimento. Esse medo geralmente brota

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de um sentimento de inadequação pessoal. Claro, somos todos inadequados


sozinhos, mas a nenhum de nós falta acesso a recursos que estão além de nós
mesmos. Não começamos um novo grupo de meditação inteiramente a partir de
nossos próprios recursos. Não ensinamos isoladamente, porque pertencemos a
uma tradição, e a comunidade expressa isso. Temos uma tradição e uma grande
comunidade para nos apoiar e nos ajudar. Esse breve curso descreve um modo
simples e direto de plantar uma semente para uma maneira melhor de viver, um
modo melhor de ver e um mundo melhor.

Laurence Freeman, OSB

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PREPARAÇÃO

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CAPÍTULO 1
Sobre o Curso de Seis Semanas

Temos apenas que começar a jornada e permanecer fiéis ao


nosso começo. (John Main)

O curso segue a estrutura do livro Pérola de Grande Valor1, que tem sido
seguido por membros da comunidade ao redor do mundo há muitos anos.
Mostrou-se exitoso e útil em todos os tipos de contextos. Aqui expandimos essa
estrutura de modo a torná-la ainda mais fácil e simples de usar.
Os temas para cada uma das seis semanas levam os participantes a uma
jornada gradual de entendimento tanto da prática como da tradição da Meditação
Cristã. Nosso princípio orientador se origina da antiga tradição que nos disse que
a experiência é a mestra. O curso foi planejado para criar as melhores condições
e suporte para as pessoas aprenderem a partir de sua própria experiência.
O curso pode ser apresentado como uma série especial em um grupo
semanal de meditação já existente, ao qual novos membros são encorajados a
frequentar. Mas também pode ser apresentado como uma série separada com
a intenção de ajudar a começar e dar continuidade a um novo grupo semanal.
Cada sessão segue o formato de um grupo semanal de meditação e dura
cerca de uma hora. Esse formato simples foi adotado pela Comunidade desde
que os primeiros grupos de meditação foram formados por John Main. O ponto
central da sessão é o período da meditação. A preparação, os ensinamentos e
o compartilhamento devem servir apenas como apoio para a prática. O padre
John observava:

1
O inteiro teor deste livro traduzido para o português pode ser encontrado no seguinte link da internet:
https://caeluminterram.files.wordpress.com/2013/01/uma-pc3a9rola-de-grande-valor-revisado.pdf

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Acima de tudo, eles vinham simplesmente para meditar.... o período de silêncio


tinha uma influência maior do que a palestra precedente ou o período de
discussão.
Líderes de grupo já estarão familiarizados com esse formato. Se um novo
grupo for formado depois do curso, o formato do grupo semanal de meditação já
será conhecido.
A reunião do grupo compreende:

• Boas-vindas pessoais e apresentações


• Uma palestra
• Uma sessão de meditação
• Um período para compartilhar impressões perguntas

Os temas do curso são:

• Semana 1 – O que é Meditação?


• Semana 2 – John Main
• Semana 3 – As Raízes da nossa Tradição
• Semana 4 – A Roda da Oração
• Semana 5 – Deixar a Si Mesmo para Trás
• Semana 6 - Os Frutos da Meditação

As palestras podem ser apresentadas de várias maneiras. Há uma sugestão


de palestra para cada semana, neste guia. Você pode variar para se adequar ao
seu próprio nível de conforto e às necessidades dos participantes.
As notas fornecidas para as palestras semanais podem ser distribuídas no
final de cada sessão ou enviadas por e-mail, ou por rede social, aos membros.
Mantenha a simplicidade. Limite as palavras ao mínimo necessário. Deixe a
experiência ensinar as pessoas e sempre mantenha o silêncio no centro desse
período de convivência – e o resto se encaixará.

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CAPÍTULO 2
Promovendo o Curso
“A jornada ao nosso próprio coração é uma jornada a todos os
corações (John Main)

Nós não precisamos vender a meditação, nem fazer seu merchandising.


Por outro lado, é uma lâmpada a ser colocada em um pedestal; então, avise as
pessoas que o curso começará e se reunirá a cada semana e torne-o acolhedor.
Anúncios, folhetos e palestras curtas podem ser usados para promover o
curso em sua paróquia ou comunidade local. Abaixo você encontrará alguns
exemplos para ajudá-lo a escolher o melhor tipo de divulgação. (As áreas
iluminadas em amarelo são onde você insere seus próprios detalhes). Cópias
eletrônicas estão disponíveis nas páginas do site da Escola da Meditação:
wccm.org.br/escola-de-meditacao-wccm.

1. Um cartaz num mural


Pode ser colocado em locais adequados na paróquia e/ou comunidade local.

Comunidade Mundial para a Meditação Cristã - BRASIL


INTRODUÇÃO À MEDITAÇÃO CRISTÃ

Você está convidada(o) para um curso de seis semanas no endereço:

Rua do Observatório 138 – Vinhedo – SP


Mosteiro de São Bento em Vinhedo
Esse curso oferece uma oportunidade àqueles interessados em se informar sobre a
Meditação Cristã de experimentar a prática em um grupo pequeno, aprender sobre
suas origens e descobrir sua relevância como uma forma de oração no mundo
contemporâneo.

Quintas-feiras à noite de 7.6.2012 a 12.7.2012


19h30 às 20h30 no MSB em Vinhedo
Para mais informações, entre em contato com Isabel
E-mail: isabel@servico.com ou telefone: (19) 9999-9999

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2. Um Anúncio em um boletim ou jornal da paróquia:

INTRODUÇÃO À MEDITAÇÃO CRISTÃ

Aquiete-se e saiba que eu sou Deus

Um curso de seis semanas será ministrado no Mosteiro de São Bento


em Vinhedo a partir de 7.6.2012:
Rua do Observatório 138
Quintas-feiras à noite
Das 19h30 às 20h30
Esse curso oferece uma oportunidade àqueles interessados em se informar
sobre a Meditação Cristã de experimentar a prática em grupo, aprender sobre
suas origens e descobrir sua relevância como uma forma de oração no mundo
contemporâneo.
Para mais informações, entre em contato com Isabel :

E-mail: isabel@servico.com ou telefone: (19) 9999-9999

3. Um Folheto para Distribuição Geral

INTRODUÇÃO À MEDITAÇÃO CRISTÃ


Aquiete-se e saiba que eu sou Deus

A meditação é uma forma antiga de oração. Seu objetivo é levar a mente


distraída ao silêncio e à quietude e a descansar na presença de Deus. Mesmo nas
nossas ocupadas vidas modernas, isso é possível.
Nós os convidamos a vir e conhecer essa forma de oração, que é simples e
serena.
Esse curso introdutório oferece uma oportunidade de experimentar a prática
da meditação cristã em um pequeno grupo, aprender sobre suas origens e descobrir
sua relevância como uma forma de oração no mundo contemporâneo.
Quintas-feiras à noite a partir de 7.6.2012
Das 19h30 às 20h30
Mosteiro de São Bento em Vinhedo.
Rua do Observatório 138

A entrada é gratuita. Para mais informações, entre em contato com Isabel:

E-mail: isabel@servico.com ou telefone: (19) 9999-9999

4. Anotações para uma palestra curta promovendo o curso

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As seguintes notas fornecem um esboço para uma pequena palestra sobre o


curso, que pode ser dada após a missa de domingo ou durante os avisos para a
comunidade.
Vocês já pensaram em meditação? Provavelmente, vocês já ouviram falar
dela apenas como um modo de relaxar ou baixar a pressão arterial. Mas a
meditação também é uma forma antiga de oração contemplativa. É encontrada
em todas as épocas da tradição cristã e hoje é amplamente reconhecida como
uma forma de oração relevante e muito necessária para as pessoas modernas.
Cada vez mais escolas a ensinam para crianças. Pode-se começar em qualquer
idade.
É uma oração de silêncio, quietude e atenção. Muitas vezes referimo-nos
a ela como a oração do coração. Na meditação, permitimos que a mente e o
corpo se tornem calmos e silenciosos, para que possamos estar na presença de
Cristo em nós. Desse modo, aprendemos a ser menos distraídos e mais
presentes para Deus, para nós mesmos e, para aqueles com quem vivemos e
trabalhamos. A meditação é simples.
Também é muito serena e transformadora. Claro, não substitui outras
formas de oração. Ao contrário, pode ajudar a aprofundar a experiência de todas
as outras práticas de oração.
A cada semana ao longo das próximas seis semanas, vamos reunir um
grupo introdutório. Se não puderem vir sempre, venham quando puderem. Nesse
curso, vocês aprenderão a tradição da meditação cristã e, acima de tudo,
aprenderão por experiência própria como praticá-la. Cada sessão consistirá de
uma palestra, um período de meditação e um momento para perguntas e
discussão. Alguns livros estarão disponíveis. A sessão durará cerca de uma
hora.
Esse grupo é parte da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã,
fundada por John Main, o monge beneditino que fez tanto para recuperar essa
tradição de oração para pessoas como nós. Ele escreveu certa vez:
“Quando meditamos, estamos quietos em corpo, alma e
espírito, inteiramente abertos à presença de Deus e sabendo

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que essa presença é puro amor, pura suavidade, puro perdão.


Nessa presença, nós nos tornamos quem somos
verdadeiramente: criados por Deus, redimidos pelo amor de
Jesus, templos do Espírito Santo. Nessa experiência, nós nos
tornamos totalmente livres, livres para sermos nós mesmos,
livres para amar a nós mesmos, nosso semelhante e Deus".

A meditação nos leva ao coração da fé católica. Esperamos que essa


introdução à Meditação Cristã enriqueça a vida de muitos de vocês e a paróquia
como um todo.

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CAPÍTULO 3
Preparação e Formato de Cada Sessão

“Nosso caminho é de simplicidade e fidelidade”. (John Main)

Para cada sessão do curso, crie uma atmosfera do sagrado – de tempo e


de espaço, que também faça as pessoas se sentirem acolhidas. Você pode
acender uma vela, exibir uma imagem e tocar alguma música tranquila antes que
a sessão comece. Convide alguns outros meditadores para ajudá-lo e receber
os retardatários. Quando as pessoas chegarem, acolha-as e as convide a sentar
quietamente até a hora de começar.
Leve alguns livros introdutórios para mostrar e vender. Imprima detalhes
do website (wccm.org.br), incluindo as Leituras Semanais e os Ensinamentos
Semanais.
Em cada sessão, siga o formato de um grupo semanal de meditação com
cerca de uma hora de duração:

• Boas-vindas, apresentações.
• Palestra (20 minutos no máximo).
• comece a meditação com a prece de abertura (ver CAPÍTULO 4).
• Meditação (20 minutos nas três primeiras semanas, e depois estenda
para 25). Você pode usar o app da comunidade ou qualquer outro tipo de
temporizador ou sino para marcar o período da meditação.
• Encerre a Meditação com a prece da Comunidade (ver CAPÍTULO 4). O
grupo poderá recitar a prece em conjunto de modo a criar um senso de
comunidade.
• Depois da meditação convide as pessoas à partilha e a fazer perguntas.

Conteúdo
A cada sessão:
• Explique o formato da sessão.
• Enfatize a simplicidade da meditação.

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• Transmita as instruções básicas de “Como Meditar” (ver CAPÍTULO 4).


• Revise brevemente o conteúdo da semana anterior.
• Recomende leituras adicionais ligadas ao tema da semana. Sugestões
são fornecidas no capítulo para cada semana.
• Ofereça novo material a cada semana, tais como leitura da semana e
carta de ensinamento semanal.
• Explique que o objetivo é integrar a meditação à vida cotidiana, mas que
leva tempo para que se atinja a prática duas vezes ao dia.
• Dê o endereço na web da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã
(wccm.org.br) e sugira que procurem a Leitura Semanal no site.

Incentive os participantes a fazerem perguntas antes do encerramento de


cada sessão. Podem ser respondidas pelo líder da sessão ou pelos outros
meditantes que estão auxiliando o líder. Ao encerrar cada sessão, mencione o
tema da sessão seguinte.
A cada semana, repita a instrução essencial sobre como meditar. Isso
sempre ajuda as pessoas a aprofundar sua prática e seu entendimento.

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CAPÍTULO 4
Como Meditar e Preces

Como Meditar
Sente-se com a coluna ereta e em quietude. Feche os olhos suavemente.
Pouse as mãos nos joelhos ou no colo. Relaxe qualquer eventual tensão ou
retesamento e cesse o movimento corporal, de modo que se sinta relaxada(o),
mas alerta. Respire normalmente.
Silenciosa e interiormente, comece a repetir uma prece de uma única
palavra ou mantra. A palavra que recomendamos é uma palavra cristã sagrada,
em aramaico (a língua que Jesus falava): Maranatha. São Paulo termina a
primeira carta aos Coríntios com essa oração, que significa “Vem, Senhor”. Mas,
na meditação nós não pensamos em seu significado, porque afastamos todos
os pensamentos.
Repita a palavra com clareza em sua mente e seu coração e ouça a
palavra enquanto a repete em quatro sílabas iguais: Ma ra na tha. Ouça-a
enquanto a vai repetindo, com suavidade, mas continuamente, do começo ao
fim da meditação.
Se surgirem pensamentos ou imagens, considere-os apenas como
distrações. Deixe-os passar. Continue voltando à palavra. Mesmo se perceber
que parou e está seguindo um pensamento ou devaneio, deixe passar e
recomece a repetir a palavra. Não se avalie. Repita a palavra fielmente, com
atenção, com amor, em total simplicidade.

Prece de Abertura
“Pai Celeste, abri nossos corações para a silenciosa presença do Espírito
de vosso Filho. Conduzi-nos a esse misterioso silêncio, onde vosso amor é
revelado a todos que chamam: Maranatha. Vinde, Senhor Jesus”.

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Prece da WCCM
Ao final da sessão o grupo poderá recitar a prece da Comunidade Mundial
para Meditação Cristã:
Que essa Comunidade possa ser um verdadeiro lar espiritual
para aquele que busca, uma amiga para o solitário, um guia
para quem está confuso.
Que aqueles que rezam aqui sejam fortalecidos pelo Espírito
Santo para servirem todos os que venham e para recebê-los
como o próprio Cristo.
No silêncio deste lugar, que todo o sofrimento, violência e
confusão do mundo possa encontrar o Poder que irá consolar,
renovar e elevar o espírito humano.
Que esse silêncio seja um poder que abra os corações de
homens e mulheres para a visão de Deus e, do mesmo modo,
uns aos outros, em amor e paz, justiça e dignidade humana.
Que a beleza da vida Divina encha esta Comunidade e os
corações de todos que aqui rezam com alegria e esperança.
Que todos que aqui venham, sobrecarregados pelos
problemas da humanidade, posam sair dando graças pela
maravilha da vida humana.
Fazemos essa oração através de Cristo, Nosso Senhor.
AMÉM.

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AS SEIS SEMANAS

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SEMANA 1
O Que é a Meditação Cristã

Meditação é uma prática espiritual universal, que nos traz para o


silêncio, quietude e simplicidade. Ela nos guia para a oração de
Cristo. (Laurence Freeman)

Boas-vindas e Apresentações
Comece a sessão com um convite às apresentações pessoais. Por
exemplo, você poderia pedir a cada pessoa para dizer seu nome e se eles
meditavam antes.
Brevemente compartilhe sua própria experiência ao vir para a Meditação
Cristã e diga que você procura colegas e que está na caminhada há algum
tempo.
Se outros de seu grupo estão lá, convide-os para brevemente acrescentar
alguma coisa sobre sua própria experiência.
Explique que a meditação é uma prática universal; na tradição Cristã ela
é uma forma de oração. Não existem técnicas ou teorias a dominar. Relembre-
os que a meditação é a oração do coração e assim, todos os pensamentos,
incluindo aqueles piedosos e imagens, são deixados de lado.
Fale dos temas que serão abordados em cada semana.

A Palestra
Apresente uma palestra usando as anotações que estão no final deste
capítulo.

A Meditação

• Dê instruções sobre como meditar (veja o Capítulo 4)

• Meditem de 20 a 25 minutos
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• Leitura depois da meditação:


Ou:

o O mantra te levará a um silêncio maior. O silêncio te leva a mais


profundidade. Nas profundezas você encontra, não ideais ou
ideologias, mas Deus, que é amor. O caminho é o da aceitação de
ser cada vez mais simples a cada dia de nossas vidas. A meditação
é o caminho da pureza de coração, que deixa para trás todo medo
e toda limitação, e entra simplesmente na presença de Deus. (John
Main)

Ou:

o Uma leitura da Escritura: Mt 6, 5-6.

Partilha e perguntas
Ofereça aos participantes a oportunidade de fazer perguntas ou de
compartilhar seus comentários. Dê alguma informação acerca da Comunidade
Mundial para Meditação Cristã – WCCM - folhetos, boletins ou outro material. O
senso de comunidade é importante.
Dê alguma informação acerca do site, leituras semanais e cartas de
ensinamentos.
Recomende o livro A Prática Diária da Meditação Cristã, de Laurence Freeman

Conclusão
Encerre a reunião do grupo com a Oração da Comunidade que está no fim do
Capítulo 4.

PALESTRA DA SEMANA 1
O Que é Meditação Cristã?

Encontramos a Meditação em muitas tradições. Na meditação cristã ela é


a prece do coração e é frequentemente chamada de "Oração pura" ou "prece do
coração", porque ela é a oração sem pensamentos, palavras ou imagens, e
assim nos leva além da imaginação e do ego.
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Quando meditamos nós não estamos pensando em Deus ou falando com


Deus. Nós estamos simplesmente sendo com Deus, no silêncio e quietude do
momento presente. Nos movemos da mente para o coração. Ela é a oração do
silêncio, quietude e atenção. A essência de toda prece, e do amor, é atenção.
Como nós meditamos? Nós meditamos tornando-nos quietos no corpo e
na mente. A primeira coisa é sentar quieto. Meditação não é algo que fazemos
só em nossas cabeças. Ela envolve a pessoa toda: corpo, mente e espírito.
Então, a maneira como nos sentamos é importante. É importante sentar-se
quieto, com as costas eretas para estar alerta e atento. Jesus disse "permaneça
alerta e ore".
Nossa postura física é o primeiro estágio: ficamos tão imóveis quanto
pudermos fisicamente. Mas a real quietude está dentro de nós. A primeira coisa
que descobrimos quando sentamos quietos é que nossa mente está correndo,
de um pensamento a outro, de um plano a outro, uma lembrança a outra, uma
fantasia a outra. Não se surpreenda ou se desaponte. Fique feliz em saber que
você pode reconhecer que sua mente é assim.
Por causa desta descoberta de quão distraídos nós somos, muitas pessoas se
desencorajam quando elas começam. Não desanimem. É exatamente por isto
que precisamos meditar: para acalmar a mente e permitir que ela se torne mais
calma, mais silenciosa, mais clara.
Meditar é aprender a estar no momento presente. Quando meditamos
descobrimos que não estamos no momento presente. Nossa mente superficial
geralmente mora no passado ou no futuro, ou em alguma fantasia.
Somente no momento presente nós podemos encontrar a verdadeira paz,
podemos ser um com Deus que É.
A Meditação é o trabalho de sair do passado, deixar o futuro e entrar na
realidade do momento presente, o qual chamamos de Reino de Deus, pois é no
momento presente que encontramos a presença de Deus dentro de nós.
Neste estágio a mente se assemelha a dirigir em um fluxo rápido de
tráfego, ou estar parado em um engarrafamento. A Meditação diminui o tráfego

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e o libera. Mas nós não podemos fazer isto inteiramente por nós mesmos. São
Paulo nos diz que o Espírito ora dentro de nós, mais profundamente do que as
palavras. Quando meditamos nós estamos permitindo que o que nós
inicialmente pensamos ser "minha prece" se torne una com a prece do Espírito.
Quando meditamos nós entramos na tradição viva que John Main nos
transmitiu e a qual ele encontrou na sabedoria dos primeiros monges cristãos.
Eles recomendaram um caminho de "oração pura" e simplicidade infantil que nos
leva ao centro de nosso ser.
Eles disseram para tomarmos uma única palavra, uma palavra oração ou
mantra: uma palavra sagrada. Durante o tempo de meditação nós repetimos
essa única palavra fielmente do início ao fim de nosso período de meditação.
Deixamos de lado cada pensamento, palavra ou imagem. Quando nos tornamos
distraídos, começamos a repetir nossa palavra de novo. Distrações virão
constantemente. Isto é normal, então não lute contra suas distrações. Mantenha
sua atenção fora delas e retorne ao seu mantra.
Repetimos a palavra: suavemente (sem esforço), fielmente (com
atenção), e amorosamente. Quando colocamos nossa atenção na nossa
palavra, mantemos nossa atenção fora de nós mesmos. Deixamos o eu para
trás. Por isso, a meditação é o trabalho do amor.
Quando repetimos nossa palavra fielmente, deixamos de lado nossos
pensamentos, nossas posses. Entramos na pobreza de espírito. Quando a
repetimos com atenção amorosa, começamos a amar a Deus que nos ama, e
assim, nós podemos amá-Lo.
Pessoas costumam perguntar no início: "O que deveria acontecer em
minha meditação?" Nós não estamos tentando fazer acontecer alguma coisa.
Mas, a realidade está surgindo. Nada parece estar acontecendo, mas nós
descobrimos que a meditação gradualmente muda nossas vidas, à medida que
percebemos os frutos do Espírito crescendo em nós.
Algumas vezes nossa meditação pode nos levar a experimentar grande
paz e alegria. às vezes parece um árduo trabalho e uma perda de tempo.

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Aprendemos a meditar com disciplina, sem demandas ou expectativas. Não


meditamos só para obter benefícios a curto prazo.
Jesus disse nas Bem-aventuranças: "felizes são os pobres em espírito por
que deles é o Reino dos Céus". Quando meditamos estamos nos tornando
pobres em espírito. Reflita sobre o que realmente significa "pobreza em espírito"-
pense nela como um desapego e se tornar não-possessivo.
A escolha da palavra ou mantra que repetimos é importante. É importante
que permaneçamos com a mesma palavra através de toda meditação e em todo
tempo que meditamos. Isto permite que a palavra se enraíze em nossos
corações.
Poderíamos usar a palavra Jesus ou Abba. A palavra que recomendo é
Maranatha. ela é a mais antiga oração Cristã, em Aramaico, a língua que Jesus
falava, e significa "Vem Senhor". São Paulo encerra a primeira carta aos
Coríntios com ela. É uma palavra sagrada, de oração Cristã.
Mas, não pensamos sobre o seu significado. Repita-a fielmente,
atentamente e amorosamente. À medida que a ouvimos, ela acalma a mente e
nos leva da mente ruidosa de macacos, para o coração, o mais profundo e mais
silencioso centro de nosso ser.
Repita-a em 4 sílabas iguais: ma ra na tha. Articule-a claramente,
silenciosamente e ouça-a.
Procure meditar duas vezes ao dia, cada manhã e cada noite por cerca
de 25 minutos. Isto levará algum tempo. Seja paciente. Continue. Meditação é a
própria simplicidade. O que a torna possível para todos nós é que ela é muito
simples. Pense quão naturalmente as crianças praticam a meditação. O
problema é que ser simples não é fácil, porque nós temos que enfrentar nossas
complexidades. Mas, a meditação por ela mesma irá nos simplificar, se apenas
permitimos que ela pacientemente e, suavemente, faça seu trabalho.

Baseada no livro: Jesus o mestre interior, de Laurence Freeman OSB.

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SEMANA 2
John Main

John Main ensinava a partir da convicção de sua própria


experiência e simplesmente oferecia o ensinamento.... Sua
contínua influência está agora inserida na comunidade global que
ele inspirou. (Laurence Freeman)

Boas-vindas e Apresentações
Tire alguns minutos para dar as boas-vindas a todos que estão de volta.
Apresente cada um novamente se houver novos participantes.
Brevemente, revise a palestra da semana passada.
Explique que nesta noite a sessão irá se referir ao fundador da
Comunidade Mundial, o monge Beneditino, John Main. Nós iremos aprender
como, através de sua própria jornada de fé, ele redescobriu a meditação como
uma forma de oração na tradição Cristã, permitindo que as pessoas modernas a
tornem parte de suas vidas.

A Palestra
Apresente uma palestra usando as anotações que estão no final deste capítulo.

A Meditação

• Prepare a meditação. Repita as instruções sobre como meditar (veja o


Capítulo 4)
• Meditem de 20 a 25 minutos
• Leitura depois da meditação:

Ou:

o Toda oração Cristã é uma crescente consciência de Deus em


Jesus e para esta crescente consciência nós precisamos chegar a
um estado de não distração, um estado de consciência. A única

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maneira que eu pude encontrar para essa quietude, livre de


distrações, para a concentração, é o caminho do mantra. (John
Main)

Ou:

o Uma leitura da Escritura: Mt 6, 7-15.

Partilha e perguntas
Convide os participantes a fazer perguntas. Se houver novos
participantes forneça informações sobre a Comunidade Mundial para Meditação
Cristã - folhetos, boletins, informativos e outros materiais; forneça detalhes do
website.
Recomende o Livro de John Main, Meditação Cristã. Tenha algumas
cópias à mão.

Conclusão
Encerre a sessão silenciosamente ou com a Oração da Comunidade que
está no fim do Capítulo 4.

PALESTRA DA SEMANA 2
John Main

John Main, filho de pais Irlandeses, nasceu em Londres em 1926. Ele serviu
nas forças armadas na linha de frente nos estágios finais da guerra. Ele então
se juntou a uma ordem religiosa por um curto período, ante de partir para estudar
direito no Trinity College, em Dublin. Depois de formado ele entrou para Serviço
Britânico de relações exteriores, e em 1954 foi enviado para a Malásia onde ele
se juntou à equipe do Governador e estudou a língua chinesa.
Certo dia, em um trabalho de rotina para entregar mensagem de boa
vontade, ele encontrou Swami Satyananda, um monge malaio da Ordem
Ramakrishna que dirigia um orfanato e um ashram (monastério) nos arredores

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de Kuala Lumpur. John Main ficou profundamente impressionado com a


tranquilidade e sabedoria daquele Swami. E ele aprendeu com Swami um
simples caminho de meditação: a fiel recitação de um mantra durante dois
períodos de meditação no início e no fim do dia. O monge encorajou John Main
a meditar como um Cristão, e ele então tomou uma palavra Cristã sagrada como
seu mantra. Cada semana ele deveria retornar àquele seu mestre, para
aprofundar a disciplina do silêncio, quietude e simplicidade em sua meditação
diária.
Ele dizia que durante aquele tempo, sua própria vida espiritual se abriu a
novas profundezas. Ele retornou à Europa para ensinar Direito Internacional no
Trinity College, em Dublin. Durante esse período ele continuou sua prática diária
de meditação e integrou-a em suas outras formas de oração que incluíam a
missa diária. Então, ele entrou para um Mosteiro Beneditino em Londres.
Seu mestre de noviços o instruiu a desistir de sua forma de meditação e a
usar formas de prece mais cerebrais e imaginativas, o que ele fez
obedientemente. Mas, ele sentiu que tinha entrado em um estágio de deserto
em sua jornada espiritual.
Mais tarde, em Washington-DC, ele se tornou o diretor de uma Escola
Beneditina. Como resultado de orientar espiritualmente jovens que o
procuravam, ele foi reconduzido às raízes de sua própria tradição, e
eventualmente à tradição do deserto do monaquismo cristão primitivo. Ali, na
décima conferência de São João Cassiano ele encontrou, e reconheceu, o
método de meditação que lhe havia sido ensinado muitos anos antes. Agora ele
o via e sabia ser parte de sua própria tradição teológica e espiritual cristã. Ele
começou a meditar novamente.
Ele começou a descobrir a prática da prece do coração, da "oração pura",
com uma "fórmula" ou frase curta ou palavra oração. O que ele havia aprendido
no Oriente era, na verdade, parte da tradição contemplativa Cristã. Ele a
encontrou descrita em Cassiano e nos Padres do Deserto do Século IV que, por
sua vez, influenciaram os ensinamentos de São Bento sobre a prece e, também,

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a Nuvem do não Saber, o grande trabalho sobre meditação Cristã da Inglaterra


do século XIV.
Isto o levou a uma leitura muito mais profunda da escritura. Sua jornada de
fé e sua experiência de meditação aprofundaram a compreensão que John Main
tinha dos ensinamentos de Jesus sobre deixar o eu para trás, e descobrir o
tesouro interior. Também o ensinamento de São Paulo, de que o Espírito Santo
"ora em nós", ganhou vida para ele, em sua própria experiência.
O ensinamento de John Main sobre a prece é autêntico e simples. Ele
dizia:
Toda prece Cristã é uma conscientização crescente de Deus em Jesus... e
para esta conscientização crescente nós precisamos chegar a um estado
de não distração, a um estado de atenção e concentração - esse é um
estado de consciência atenta....a única maneira que eu pude encontrar
para chegar a essa quietude, a essa qualidade não distraída, a essa
concentração, é o caminho do mantra. (John Main no livro Meditação
Cristã)
Ele não diz " esse é o único caminho para orar", mas ele descobriu que é
um caminho de profunda simplicidade e eficácia.
John Main abriu o primeiro Centro de Meditação Cristã em Londres, e foi
então convidado a formar uma comunidade Beneditina no Canadá, dedicada ao
ensinamento e prática da meditação.
A partir destes começos humildes, a Comunidade agora se espalhou pelo
mundo. Através do trabalho dessa Comunidade ecumênica, a meditação está
sendo adotada por um número cada vez maior de Cristãos, em resposta à sede
das pessoas modernas por uma prece mais profunda. O atual Diretor da
Comunidade Mundial, que auxiliou John Main nos primeiros anos, é o monge
Beneditino Laurence Freeman.

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SEMANA 3
As Raízes da Meditação na Tradição

Ao dizer a palavra entramos numa grande tradição de homens e


mulheres que têm meditado ao longo de séculos e que, ao meditar,
buscaram transcender suas próprias limitações e assim entrar na
maravilha de Deus. (John Main)

Boas vindas e apresentações


Bem-vindos de volta a todos. Apresente cada um novamente se houver
novos participantes. Brevemente, revise a palestra da semana passada.
Explique que na última semana aprendemos sobre John Main e como ele
recuperou a Meditação Cristã como uma prece para o nosso tempo. Esta
semana, aprenderemos sobre alguns dos mais antigos mestres dessa forma de
prece, o que eles ensinaram e como isto tem sido transmitido ao longo do tempo.
Isto não é uma aula de História, mas um encontro com uma linhagem de mestres
que transmitiram algo, para que nós descobríssemos por nossa própria
experiência.

A Palestra
Apresente a sua palestra usando as anotações que estão no final deste
capítulo.

A Meditação

• Prepare a meditação. Utilize-se das instruções sobre como meditar (veja


o Capítulo 4)
• Reze a prece de abertura do Capítulo 4. Sugira que as pessoas a
memorizem.
• Meditem de 20 a 25 minutos
• Leitura depois da meditação:

Ou:

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o Ao dizer a palavra entramos numa grande tradição de homens e


mulheres que meditaram ao longo dos séculos e que, ao meditar,
buscaram transcender suas próprias limitações, para entrar na
maravilha de Deus, no coração da energia Divina. Fazemos isso
ao entrar em nosso próprio coração. (John Main)

Ou:

o Uma leitura da Escritura: Mt 6, 25-34.

Partilha e perguntas
Estimule os participantes a fazerem perguntas. Ofereça apoio pessoal. Se
houver novatos, diga a eles sobre a Comunidade Mundial para a Meditação
Cristã. Distribua folders, panfletos, informativos e outros materiais, forneça
detalhes do website.
Recomende o livro de John Main “A palavra que vem do silêncio” que é o
guia mais conciso para a teologia da meditação como prece Cristã.

Conclusão
Encerre com a Prece da Comunidade que está no fim do Capítulo 4.

PALESTRA DA SEMANA 3
As Raízes da Meditação Cristã

Para entender a origem da meditação na tradição Cristã, precisamos voltar


aos Evangelhos. No evangelho segundo São Mateus, Capítulos 5 a 7,
encontramos os elementos essenciais do ensinamento de Jesus sobre a prece
revelados por um especialista e mestre em contemplação. Ele fala de:

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• Interioridade: “quando rezar, vá para seu quarto interior, feche a porta e


reze a Seu Pai que está lá em segredo”.
• Silêncio e fé: Não tagarele como os pagãos que pensam que quanto mais
eles falam, maior será a probabilidade de serem ouvidos.
• Equanimidade: Não se preocupem.
• Atenção: Coloque sua mente no Reino de Deus antes de todas as coisas.
• Momento presente: Não se preocupe com o amanhã.
Na meditação, seguimos estes ensinamentos de Jesus acerca da prece e,
porque estamos tirando nossa atenção de nós mesmos, estamos também
obedecendo seu comando no sentido de “deixar a si mesmo para trás”.
Meditação é o trabalho do obediente discipulado, e do amor. Retirar a atenção
de nós mesmos é o primeiro passo do amor.
A teologia da prece do silêncio é explicada por São Paulo que nos diz que,
como cristãos, sabemos que o Cristo ressuscitado habita nossos corações e que
Cristo enviou Seu Espírito Santo para habitar em nós. Em Romanos, Capítulo 8,
ele diz:
Porque não sabemos rezar como convém, mas o Espírito intercede por
nós com gemidos inefáveis. (Rm 8, 26)
Quando meditamos, permitimos que nossa prece seja uma com a prece
do Espírito Santo que reza em nós. Nos juntamos à prece do Espírito Santo que
nos leva, por meio do Cristo, até o Pai. John Main expressa isso quando diz que,
na meditação, o foco não é em mim mesmo nem na “minha prece”, mas na prece
de Jesus que, no Espírito, estamos adentrando.
Encontramos essa forma de prece do silêncio, prece sem imagens, ao
longo de toda a tradição Cristã. É chamada prece apofática (sem palavras ou
imaginação) em contraste com a prece catafática (que usa todas as operações
da mente).
É, claramente, a prece dos monges do deserto do Século IV que se
estabeleceram nos desertos remotos do Egito, tornando-se o centro global
espiritual daquele tempo. Eles abandonavam as cidades para viverem uma vida

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que alternava solidão e comunidade. Solidão, silêncio e simplicidade era o seu


modo de vida e seu entendimento da prece acompanhava isso. Eles viam o
desapego do ego como a essência do seu caminho. Eles deixavam a “si
mesmos” para trás, para seguir Jesus e para encontrar a si mesmos, porque eles
sabiam que o autoconhecimento é a fundação do nosso conhecimento de Deus.
Seu objetivo imediato era “pobreza de espírito” e o objetivo final era a plenitude
do Reino dos Céus, da vida em Deus. Isso porque eles viviam na solidão ou em
pequenos grupos, em cavernas ou cabanas, longe da distração urbana. Eles
tinham que enfrentar seus demônios interiores e, assim, tornaram-se astutos
psicólogos, bem como mestres da vida espiritual.
A prece do coração, e não a prece discursiva ou a teologia, era o coração
do monaquismo do deserto. Consistia na Salmodia (que se comprometiam a
memorizar) e na contemplação. No entanto, eles entenderam que aquele que
reza é, através das lições da experiência, um teólogo.
O que eles procuravam e encontravam, na solidão, era o amor e a glória
de Deus. As histórias de suas vidas nos mostram sua profunda alegria e
compaixão, registradas em seus ensinamentos ou máximas, como por exemplo:
Senta-te em tua cela e tua cela vai te ensinar tudo.
Temos um relato detalhado de seus ensinamentos sobre a prece, graças
a João Cassiano.
João Cassiano nasceu provavelmente em 360 dC na Cítia Menor (hoje
Romênia) e faleceu em Marselha (hoje França), em 430 dC. Aos 20 anos, ele
viajou com seu amigo Germano pelos desertos do Egito, onde ele encontrou os
mestres que ele estava buscando, e o ambiente no qual ele poderia colocar à
prova a máxima de que “a experiência é o Mestre".
Suas conferências de número 9 e 10 com o Abade Isaac sobre a prece
têm sido reconhecidas ao longo dos séculos como parte dos fundamentos da
espiritualidade cristã.
Ele via a humildade e pobreza de espírito como sendo as chaves para a
prece. A pureza do coração é o resultado da pobreza do espírito, sempre que

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nos libertamos das distrações, e até mesmo de "todas as riquezas do


pensamento e da imaginação". A prece pura, como ele a chamava, está livre de
todos os pensamentos e imaginação à medida que entramos na visão de Deus.
Ele cita as palavras de Jesus, "mas quando você rezar, entre em seu quarto,
feche a porta e reze a seu Pai, que está lá em segredo". Rezamos em nosso
quarto, diz Cassiano,
...sempre que retiramos completamente nossos corações do ruído de todo
pensamento e preocupação, e revelamos nossa prece ao Senhor em
segredo. Rezamos com a porta fechada, com os lábios fechados e
silêncio total; rezamos para aquele que procura, não as vozes, mas os
corações.
Esta prece está além de todas as perguntas, imaginação e desejos. Trata-
se de pureza do coração, livre de todos os apegos e aberto a Deus. Já está em
nós; nosso trabalho é o de parar, olhar e descobri-la em nós.
Seu amigo Germano perguntou ao Abba Isaac 'como podemos fazer
isso?’ e Abba Isaac respondeu “porque você fez a pergunta certa, agora eu
posso te dizer”.
Abba Isaac deu-lhes o que ele chamou de uma fórmula para a prece
contínua. Essa era a frase dos Salmos: “Ó Deus, vinde em meu auxílio; ó Senhor,
apressai-vos em socorrer-me.” Ele reivindicava que essa maneira de acalmar a
mente, e de deixar de lado todos os pensamentos, havia sido transmitida pelos
primeiros monges do deserto que, por sua vez, a haviam recebido dos padres
apostólicos.
Essa fórmula (palavra sagrada ou mantra) deve ser recitada
continuamente, silenciosamente, com atenção exclusiva, a fim de esvaziar-nos
de nós mesmos (kenosis é a palavra no Novo Testamento). Este é o caminho
direto para a pobreza do espírito e, assim, tornar-se pobre o suficiente para se
unir, pela graça, com Deus. Quando as distrações vêm, simplesmente, fielmente
repita a sua palavra. É simples, mas não é fácil. Não lute contra as distrações,
mas coloque-as de lado, retornando à fórmula, a palavra de prece, ou mantra.

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São Bento foi grandemente influenciado por Cassiano e, em sua Regra,


aponta para o seu ensinamento, para aqueles que desejam ir mais fundo na
prece. Tomás de Aquino citou Cassiano extensivamente em sua Summa
Teológica.
Encontramos esta mesma tradição simples da prece do coração ao longo
de toda tradição cristã, como por exemplo, na obra de autor anônimo inglês do
Século XIV, "A nuvem do Não Saber". Na “Nuvem…”, o autor nos diz para "rezar
não com muitas palavras, mas com uma pequena palavra. Fixe esta palavra
rapidamente em seu coração para que ela esteja sempre lá. Com esta palavra
você suprimirá todos os pensamentos.”
Temos também os ensinamentos de Meister Eckhart, São João da Cruz,
Augustine Baker, Thomas Merton, e muitos outros que, em diferentes estilos,
alguns mais práticos do que outros, enfatizaram essa dimensão apofática da
prece.
Em tempos mais recentes, fomos abençoados pela vida e pelos
ensinamentos de John Main, que foi inspirado por Cassiano em particular, e por
muitos outros da renovação contemplativa, que ajudaram a recolocar essa
dimensão em seu próprio lugar, no centro da vida cristã.
John Main transmitia o ensinamento de Jesus sobre a prece, e o conselho
prático de Cassiano, tais como foram transmitidos através da tradição cristã.
Main chamava a meditação de “o caminho do silêncio, da quietude e da
simplicidade”.

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SEMANA 4
A Roda da Oração: Meditação e outras formas de prece

No centro da roda está a quietude. Se podemos experimentar a


quietude do centro da roda (cubo?), nós encontraremos uma
transformação maravilhosa em nossas vidas.

Boas-vindas e Apresentações
Calorosamente, bem-vindos todos de volta. Apresente a todos de novo se
houver novatos.
Pergunte como eles estão se saindo com a meditação. Reveja
brevemente o que se disse na semana passada.
Agora que o grupo vem meditando por um tempo, os participantes podem
ser apresentados à prece do coração.
Esta é uma experiência nova para a maioria das pessoas. À luz desta
experiência perguntamos agora o que é a prece. Todas as formas de prece são
válidas e a meditação não substitui nenhuma, embora possa simplificá-las à
medida que simplifica e tudo o mais em nossas vidas.

A Palestra
Apresente a sua palestra usando as anotações que estão no final deste
capítulo.

A Meditação
• Prepare a meditação utilizando as instruções sobre como meditar (veja o
Capítulo 4)
• Reze a prece de abertura do Capítulo 4.
• Meditem de 20 a 25 minutos
• Leitura depois da meditação:

Ou:

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o A meditação está chegando à quietude no centro do nosso ser.


Quando meditamos, chegamos àquela quietude central que é a
fonte de toda a nossa ação, nosso movimento rumo a Deus através
de Cristo dentro de nós. O movimento de uma roda requer
imobilidade no centro. Isso revela a relação entre ação e
contemplação. (Laurence Freeman)

Ou:

o Uma leitura da Escritura: Rom 8, 26-27.

Partilha e perguntas
Estimule os participantes a fazerem perguntas. Pergunte se eles estão
achando isso desafiador? Eles começaram a sentir seus benefícios e frutos? Se
houver recém-chegados forneça informações sobre a Comunidade Mundial
para a Meditação Cristã, distribua folhetos, informativos e outros materiais do
site. Tenha uma conversa particular com alguém que você pode ter identificado
como um possível líder do grupo futuro. Recomende uma releitura do livro de
Laurence Freeman, “A prática diária”. E “O Momento de Cristo” de John Main.

Conclusão
Encerre com a Prece da Comunidade que está no fim do Capítulo 4.

PALESTRA DA SEMANA 4
A Roda da Oração

A meditação é uma tradição e uma prática espiritual universal. Nós a


encontramos em todas as grandes tradições espirituais, incluindo a tradição
cristã. Esta semana, vamos ouvir sobre como a meditação pode ser entendida
como parte da tradição cristã.
Oração de acordo com os primeiros mestres cristãos define o nosso modo
de vida. “A maneira como você reza é a maneira como você vive.” Isto é o que
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queremos dizer sobre espiritualidade. Muitas pessoas hoje estão buscando,


mais profundamente e, pessoalmente, uma experiência mais autêntica de prece.
Há muitas formas de prece. Nós usamos maneiras diferentes em épocas
diferentes de acordo com nossas necessidades, nossos humores, se nós
estamos sozinhos ou com outros, etc. Todas as formas de prece são válidas,
desde que venham de um coração sincero.
Na tradição cristã há uma maravilhosa riqueza e variedade de formas de
prece. Por exemplo: a Eucaristia, os outros sacramentos, as petições, as
intercessões, a prece carismática, as escrituras, a prece devocional. Igrejas
diferentes organizam essas formas à sua maneira, por exemplo, mais ênfase é
colocada sobre as Escrituras nas tradições protestantes. Mas a essência é a
mesma. Há também muitas formas pessoais: algumas pessoas rezam quando
se exercitam, caminham no campo, tocam música ou escrevem. O que quer que
nos atraia para a presença de Deus pode ser chamado uma forma de prece.
Uma boa maneira de compreender a prece é com o símbolo de uma roda.
Uma roda sugere ambos: o movimento e contato com a terra. A prece é o nosso
movimento ou jornada rumo a Deus.
Uma roda para ser eficaz deve tocar o chão, caso contrário, apenas gira
no ar e não vai a lugar nenhum. A prece deve ser fundamentada, isto é, integrada
à nossa vida diária. Os raios da roda representam as diferentes formas de prece.
Eles convergem no cubo da roda – o centro. Na fé cristã, no centro encontramos
a prece de Cristo, o Espírito de Cristo que “reza dentro de nós... mais profundo
que palavras” (Rom 8, 26)
Todas as formas de prece movem-nos para dentro da prece de Cristo e
sua prece é a sua contemplação do Pai, e de seu amor pelo mundo.
Jesus completou sua jornada humana ao Pai, mas ele também retorna a
nós através de seu Espírito, o Espírito Santo, em nossos corações. Santo
Agostinho diz que “Jesus é nosso mestre da prece porque Ele reza em nós, reza
conosco e reza por nós.” Sua prece contém, unifica e completa todas as formas
de prece.

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São Paulo diz: “Eu vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim.”
(Gl 2, 20)
Em nosso relacionamento com Cristo nos movemos, através de nossa
própria prece privada e de nossas vidas separadas, para além do nosso ego, em
direção ao espírito, ou à “mente de Cristo”, onde encontramos nossa própria
identidade esclarecida ou ampliada em crescente autoconhecimento.
Poderíamos dizer “Eu não rezo mais, mas Cristo reza em mim.” A prece de cada
um de nós flui para o grande oceano da prece de Cristo.
Como podemos encontrar o caminho para o centro da roda? A meditação
é uma maneira direta.
Na tradição cristã, temos o mesmo modo de prece que John Main
recuperou, uma tradição descrita pela primeira vez pelos primeiros monges;
encontramos uma forma simples de prece do coração que purifica o coração e
nos apresenta à pobreza do espírito. John Main assim nos orientou:
...tome uma frase curta ou palavra que seja sagrada em nossa própria
tradição. Repita-a continuamente na mente e no coração. Ouça a palavra
quando você a repete, preste atenção a ela.
Deixamos que a palavra nos guie através de todos os pensamentos,
ansiedades e distrações. A palavra nos conduz, suave e diretamente pelo
caminho do silêncio, da simplicidade e da quietude, ao centro de nosso ser.
“Parai e reconhecei que Eu sou Deus.” (Salmo 45, 11) A repetição na fé nos leva
à quietude.
Essa quietude, porém, não é passividade, nem sonolência. Jesus disse
“estejam despertos e rezem.” Essa quietude é pura vigília e conscientização. Se
nós podemos experimentar essa quietude do centro da roda, nós encontramos
uma maravilhosa transformação em todos os aspectos de nossas vidas. No
centro da roda há quietude. Mas na borda externa há movimento. Isto é como
encontramos o movimento de nossas vidas: nosso trabalho, nossos
relacionamentos, nossas atividades.

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Se não há quietude, não há movimento que tenha um significado final. A


qualidade de nossas vidas depende de nossa quietude que nós encontramos no
centro.
No ensinamento de Jesus (Mt Capítulos de 5 a 7) sobre a prece
encontramos uma passagem que nos diz que Ele é o Mestre da contemplação.
O primeiro elemento que Ele identifica é a interioridade. Ele diz: “Vá ao seu
quarto interior (o coração) e reze ao seu Pai Celeste em segredo.” (Mt 6, 6). Ele
então fala do silêncio: “Não tagarele como os pagãos que pensam que julgam
que serão ouvidos à custa de muitas palavras.” Ele não diz que não devemos
expressar nossas necessidades na prece e outras horas, mas que Deus conhece
nossas necessidades antes que nós as peçamos.
Ele nos diz para confiar. Nós não devemos dar uma lista de compras
constante a Deus. Ele nos diz para estarmos calmos. “Não vos preocupeis com
vossa vida pelo que comereis nem por vosso corpo, como vos vestireis. A vida
não é mais que o alimento e o corpo não é mais que as vestes?”
Ele nos diz para prestarmos atenção. “Buscai em primeiro lugar o reino de
Deus e sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo.” Ele nos
diz para estarmos presentes no momento. “Não vos preocupeis, pois, com o dia
de amanhã.”
Estes são os elementos essenciais da meditação, ou prece do coração:
interioridade, confiança, calma, atenção, presença. A essência de toda prece é
prestar atenção ao que nós encontramos no centro da roda, em nossos
corações.
O que torna a prece Cristã, é que ela está centrada no Cristo e tudo flui
para dentro da prece de Cristo. Nós descobrimos então que Ele está prestando
atenção em nós.
Quanto mais profundamente nós entramos na prece de Cristo, dentro do
silêncio e da quietude do centro, mais descobrimos que as outras formas de
prece se tornam mais ricas. Elas são transformadas e aprofundadas, e seu
significado espiritual é aprimorado pela prática da meditação.

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SEMANA 5
Deixar a Si Mesmo para Trás: meditação e discipulado

Ao aprender a repetir o mantra, nós aprendemos a deixar ir


todas as nossas ideias, planos, processos de pensamento, e
até mesmo nossa própria autoconsciência. (John Main: O
Caminho do Não Conhecimento)

Boas-vindas e Apresentações
Estenda boas-vindas a todos. Apresente a cada um, se houver recém-
chegados. De maneira breve, revise o que foi dito na semana anterior.
Jesus disse ‘Aquele que deseja ser meu seguidor, deve negar-se a si
mesmo’. Quando meditamos, seguimos o chamado fundamental que Jesus nos
faz, e, essa é a base do discipulado cristão. Repetir o mantra é uma disciplina
que nos ajuda a transcender todas as limitações. A meditação nos leva a uma
experiência de liberdade no centro do nosso ser, onde o Espírito habita e nos
acolhe em seu abraço.

A Palestra
Apresente a sua palestra usando as anotações que estão no final deste
capítulo.

A Meditação

• Prepare a meditação utilizando as instruções sobre como meditar (veja o


Capítulo 4)
• Reze a prece de abertura do Capítulo 4.
• Meditem de 20 a 25 minutos
• Leitura depois da meditação:

Ou:

o Devemos primeiro chegar perto de nós mesmos, através do


encontro com nosso verdadeiro Eu. Mas, ainda temos que

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aprender a lidar com o paradoxo que Jesus colocou diante de nós:


“a pessoa que deseja encontrar sua vida, deve primeiro perdê-la”.
A meditação é a oração da fé porque estamos dispostos a atender
o comando do professor: estamos dispostos a perder nossas vidas
para que possamos realizar plenamente o nosso próprio potencial.
(John Main)

Ou:

o Uma leitura da Escritura: Mt 7, 13.

Partilha e perguntas
Ofereça a oportunidade para os participantes fazerem perguntas. Veja se
há alguma dúvida sobre o mantra ou como repeti-lo. Deixe-os compartilhar sua
prática diária e sentimentos.
Se houver algum recém-chegado forneça informações sobre a
Comunidade Mundial de Meditação Cristã – folhetos, informativos e outros
materiais do site; forneça detalhes do site como uma forma de ajudá-los a
fortalecer sua disciplina diária.
Recomende o livro de Laurence Freeman, Perder para Encontrar.

Conclusão
Encerre com a Prece da Comunidade que está no fim do Capítulo 4.

PALESTRA DA SEMANA 5
Negue-se a si mesmo

Jesus disse ‘Qualquer um que deseja ser meu seguidor, deve negar-se a
si mesmo’. Um discípulo é aquele que aprende (em Latim discere significa
aprender), e aprender requer disciplina.

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Nós meditamos para seguir o chamado básico de Jesus, que também é a


base da fé Cristã – negar-se a si mesmo, de modo que possamos viajar com o
Cristo em seu retorno ao Pai, em comunhão com a humanidade e o universo.
Repetir o mantra é uma disciplina que nos ajuda a transcender todas as
limitações do medo e da ilusão. A meditação nos leva até uma experiência de
liberdade de todas as distorções do ego, no centro do nosso ser, onde o Espírito
habita em amor. A liberdade de amar é a maior das liberdades.
Onde está o Espírito, aí está a liberdade (2 Cor 3:17)
O mantra nos apresenta a essa liberdade, nos ajudando na passagem
para “o outro”. Nos movemos de nós mesmos para Deus, dessa maneira. E isso
se dá, por nos ajudar a continuamente tirar a atenção de nós mesmos. Isso dá
um significado experiencial do negar-se a si mesmo.
Essa não é uma experiência com a qual muitas pessoas modernas estão
familiarizadas, ou até mesmo possuem a capacidade de compreender com
clareza, numa cultura que nutre a auto fixação. A tendência da nossa sociedade
é enfatizar a importância da autopromoção, autopreservação, auto projeção.
Mesmo no que diz respeito à meditação, nós pensamos primeiro no que
possamos ganhar com isso, do que no que podemos perder ou transcender.
O materialismo da nossa sociedade coloca ‘o que eu quero’ no centro da
nossa vida. É capaz de tornar ‘o outro’ (até mesmo Deus) meramente como um
objeto que vemos nos termos de nosso próprio prazer ou vantagem. ‘O outro’ só
é outro, na verdade, quando encarado com reverência a seu próprio ser.
Ao aprender a meditar aprendemos que, essencialmente, a meditação é
sempre um processo de aprendizagem. Aprendemos a prestar total atenção ao
mantra e a não monitorar seu efeito sobre nós. Quanto mais autoconscientes
formos, mais começaremos a transformar Deus em um objeto. Então, a realidade
de Deus, sua singularidade e valor central, nos escapam, e Deus se torna
apenas uma projeção de nós mesmos.
Nunca poderemos conhecer Deus como um objeto, mas apenas no
compartilhamento do próprio autoconhecimento de Deus. (São Irineu)

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Muitas pessoas confundem auto renúncia com auto rejeição ou


escapismo, mas a meditação não é uma fuga de nós mesmos ou da vida. Não é
uma tentativa de evitar a responsabilidade de nossa própria vida ou de nossos
relacionamentos.
A meditação é, na verdade, uma afirmação de nós mesmos. Não é o eu
que quer isso ou aquilo - esses aspectos de nós mesmos são ilusórios e podem
se tornar pequenos egos quando se tornam isolados do ponto central do nosso
ser. O centro está onde o nosso Eu existe em completa harmonia com Deus ("o
outro"). É por isso que a meditação é chamada de "prece do coração".
Deus é a fonte do nosso ser e o sustentador da nossa individualidade. É
esse todo, ou verdadeiro Eu, que afirmamos e descobrimos no silêncio da
meditação. Não podemos obter isso à força ("tentando colocar mãos violentas
sobre ele") ou tentando possuí-lo ou controlá-lo.
Se tentarmos fazer isso à força, estaremos na posição absurda do ego
que tenta comandar o ser, o irreal que dá ordens ao real, ou o rabo que quer
abanar o cão. Na meditação nós nos afirmamos, tornando-nos imóveis e silentes,
e permitindo que a realidade do nosso verdadeiro eu se torne cada vez mais
aparente e difunda a sua luz dentro de todo o nosso ser.
No curso natural do crescimento spiritual, não tentamos fazer algo,
simplesmente nos deixamos ser. Quando deixamos a nós mesmos para trás,
estamos nessa condição de liberdade e receptividade (pobreza em espírito e
pureza de coração) que nos permite estar em um relacionamento com Deus.
Esta é uma condição que nos permite experenciar o amor único e pessoal que
Deus tem por nós.
Nós só podemos fazer esse movimento se deixamos a nós mesmos para
trás. Ou seja, se retiramos a atenção de nosso ser em nosso envolvimento com
o “meu” e a redirecionamos para ‘o outro’.
Isso que experimentamos na meditação torna-se, então, a norma ao longo
de nossa vida.

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A obsessão por si mesmo restringe e limita o eu. A auto renúncia, por


outro lado, é o meio de libertar o eu para seu propósito real que é o de amar a
Deus. A meditação é um processo simples e natural. É o processo que revela o
nosso verdadeiro ser como um estado de total receptividade ao Espírito de Jesus
que habita em nossos corações.
Essa revelação desponta quando nos afastamos das 'manifestações
exteriores' da consciência, tais como pensamentos, palavras e imagens. Quanto
menos autoconscientes formos, mais nos movemos para a própria consciência
pura.
Então, nos tornamos silentes porque entramos em silêncio e estamos
totalmente voltados para o outro. Nesse silêncio plenamente consciente e
totalmente livre, nos abrimos naturalmente à Palavra que procede do silêncio.
Essa é a própria Palavra de Deus, em quem somos chamados a ser, em
que nós mesmos somos falados por nosso criador. Essa é a palavra viva dentro
de nós. A fé nos diz que estamos totalmente incorporados nessa Palavra, e que
precisamos conhecê-la plenamente na altura, comprimento, largura e
profundidade de nosso espírito, e conhecê-la ainda que esteja além do
conhecimento.
O silêncio da meditação nos leva a esse conhecimento que é tão simples
que nenhum pensamento ou imagem jamais poderia contê-lo ou representá-lo.
Pela renúncia a si mesmo, entramos no silêncio e nos concentramos no Outro.
A verdade que isso revela é a harmonia de nosso ser com Deus e, assim, com
tudo.

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SEMANA 6

Os Frutos da Meditação
Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. (Gl 5,
22)

Boas-vindas e Apresentações
Dê boas-vindas a todos. Faça com que os recém-chegados, mesmo neste
ponto, sintam-se especialmente bem-vindos, e ofereça-se para lhes dar um
breve resumo das 6 semanas em outro momento, ou em outro curso de
introdução.
De maneira breve, revise o que foi dito na semana anterior.
Fale sobre a distinção entre benefícios e frutos. Mencione que os frutos
da meditação são experienciados na vida cotidiana de cada um, e convide outros
membros de seu grupo para partilhar brevemente como eles os experienciaram
em suas vidas. Fale agora ou depois sobre os frutos da meditação em sua
própria vida.
Nós podemos observar os frutos da meditação principalmente à luz da
vida de Deus em nós, expandindo e transformando-nos em quem realmente
somos. ‘Fruto’ é uma boa palavra para descrever o que acontece quando você
medita, pois é algo que cresce naturalmente em nós e nutre todos os nossos
relacionamentos, porque faz com que nossa relação com Deus evidentemente
se torne a base de tudo o que somos e fazemos.

A Palestra
Apresente a sua palestra usando as anotações que estão no final deste
capítulo.

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A Meditação

• Prepare a meditação utilizando as instruções sobre como meditar (veja o


Capítulo 4)
• Reze a prece de abertura do Capítulo 4.
• Meditem de 20 a 25 minutos
• Leitura depois da meditação:

Ou:

o Na meditação, somos santificados porque somos curados. A fonte


do nosso ser é também a fonte que nos cura e nos faz inteiros. Os
frutos do Espírito crescem gradualmente em nós porque
começamos a nos voltar para o poder do amor no centro de nosso
ser. (Laurence Freeman)

Ou:

o Uma leitura da Escritura: Fl 2, 11.

Partilha e perguntas
Peça a cada um dos participantes que compartilhe brevemente o que
obtiveram com o curso de seis semanas. Relembre a todos sobre os recursos
da Comunidade Mundial para a Meditação Cristã, folhetos, informativos e outros
materiais do site, forneça detalhes do site.
Recomende o livro de John Main, Momento de Cristo.

Conclusão
Encerre com a Prece da Comunidade que está no fim do Capítulo 4.
Para marcar a conclusão desta série introdutória, considere realizar um
evento especial após esta sexta sessão. Relembre a todos que somos todos,
sempre, iniciantes.
Se um novo grupo irá se formar, anuncie seus detalhes e identifique o
líder.
Fale sobre o Fim de Semana de Ensinamentos Essenciais (EE), como
uma maneira de aprofundar e entender melhor a jornada que eles acabam de
começar. Incentive-os a participar de um EE.

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Enfatize a amizade e a conexão entre as comunidades através das quais


o Espírito continuará a guiá-los e ensiná-los.

PALESTRA DA SEMANA 6
Os Frutos da Meditação

São Paulo diz que os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, paciência,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. (Gl 5, 22-23)
Poderíamos pensar nos benefícios físicos e psicológicos da meditação em
termos do que estamos obtendo da meditação. Estes são sinais da graça que
trabalha na natureza e são presentes de boas-vindas. Mas, os frutos da
meditação não são tão fáceis de se medir, e podem ser melhor compreendidos
em termos de nos tornarmos menos egocêntricos e mais amorosos. Muitas
vezes pensamos demais sobre o que vamos ganhar, mas não o suficiente sobre
o que vamos perder.
Isto não se trata de literalmente vendermos tudo que temos para pôr o pé
na estrada, ou fazer algo extremado em nossas vidas. Nossas vidas mudam
naturalmente, à medida que os frutos aparecem, por causa da simplicidade
radical da meditação que se torna parte de nossa vida. Não obstante, devemos
aceitar as mudanças à medida que aparecem.
Há alegria e paz em pensar nos outros. Por exemplo, normalmente vamos
assistir ao tipo de filme que nos diverte, mas, se estamos com crianças
pequenas, escolheremos um filme que elas irão gostar. Nós encontramos prazer
e satisfação na felicidade da criança.
Portanto, os frutos da meditação (os frutos do Espírito) não podem ser
vistos como um tipo egoísta de autorrealização. O que descobrimos é que os
frutos são para o meu bem e para o bem dos que estão próximos a mim. Meu
amor, paz, paciência, bondade afetam os outros porque estamos todos

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conectados. Essa ideia está no coração do Evangelho e é profundamente


harmônica com a visão holística do crescimento espiritual.
No Novo Testamento, não encontramos uma espiritualidade de
consumidor. Não se trata de ‘obedeça a estas regras e você terá tudo o que
deseja’. O que encontramos lá, e no coração de toda verdadeira espiritualidade,
é o mandamento do amor, que é uma revelação da verdade.
O amor é o ato de autodoação da pessoa humana que nos preenche como
indivíduos, porque nos preenche enquanto pessoas em nosso relacionamento
com os demais. Se você realmente deseja entender os frutos da meditação,
então a melhor maneira de fazer isso é entendê-los em termos de nossos
relacionamentos com os outros.
Uma das ideias universais do Dalai Lama é que todos temos um 'bom
coração' (esse foi o título do Seminário John Main que ele conduziu). Cada
religião tem sua própria singularidade, mas todas as religiões compartilham essa
ideia profundamente, em comum: a ideia da bondade essencial do coração
humano. Toda religião tem como objetivo o desenvolvimento de nossa bondade
inata, nossa semelhança essencial com Deus.
Se a meditação se expressa em termos de compaixão, bondade, perdão,
gentileza, preocupação com os outros, espírito de serviço, isto é o bom coração;
e nós reconhecemos esse tipo de bondade em um ser humano,
independentemente de sua fé ou falta de fé. Nós reconhecemos isso em Madre
Teresa, reconhecemos no Dalai Lama e no Papa Francisco. Também devemos
reconhecer em nós mesmos.
O significado essencial da vida humana é o desenvolvimento deste bom
coração. Sempre direcionado para o amor e o altruísmo, para os outros, e é
particularmente visível na compaixão, no perdão e nos pequenos atos de
gentileza. John Main disse que a melhor maneira de se preparar para a
meditação é com pequenos atos de gentileza.
Podemos olhar para todos os frutos da meditação sob essa luz. "Fruto" é
uma boa palavra para descrever o que acontece quando você medita, pois o
bom coração que cresce naturalmente em nós é resultado da meditação regular.

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É como uma semente plantada no solo, que germina e começa a crescer em


estágios. Eventualmente, floresce, dá frutos, sementes e mantém o ciclo.
Portanto, os frutos da meditação naturalmente fazem parte do processo
de crescimento espiritual.
Isso é particularmente importante para os cristãos se lembrarem. Muitos
de nós pensam na virtude, ou em 'serem bons', em termos de própria força de
vontade. Pensamos que devemos superar as coisas negativas pela força de
vontade, e que precisamos nos esforçar para sermos bons. A força de vontade,
por si só, não produzirá muita iluminação espiritual.
Precisamos de uma certa quantidade de força de vontade, mas a força de
vontade por si só não alcançará a liberdade de espírito.
É por isso que é importante confiar na naturalidade do crescimento no
desenvolvimento espiritual. Das parábolas de Jesus, observe quantas delas se
referem a crescimento natural, sementes plantadas no solo, videiras que
crescem. As sementes desses frutos já estão dentro de nós, como parte de
nossa natureza essencial. É assim que realmente somos. Somos
essencialmente pessoas muito agradáveis. Somos naturalmente boas pessoas.
Desenvolver e realizar essas sementes de bondade, o bom coração, esse é o
propósito da meditação. Isso ocorre por uma combinação entre fé e graça. Por
um lado, existe a nossa fé (por exemplo, o ato de fé que fazemos quando nos
sentamos para meditar, quando repetimos o mantra fiel e humildemente, do
começo ao fim.) Essa é a fé para fazer com que isso se torne parte de nossa
vida.
E por outro lado, há a graça. A graça é aquela presença misteriosa da
energia do amor, a energia de Deus em nossas vidas que nunca está muito
distante, que podemos esquecer ou ignorar, mas que sempre está lá,
trabalhando profundamente dentro de nós. Entre fé e graça, este trabalho atinge
todo o seu potencial.

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CONCLUSÃO
A meditação é uma disciplina para toda a vida, ela nos conduz a
um sempre crescente aprofundamento da liberdade de espírito e
de celebração da vida. (John Main)
Não há nada mais simples que a meditação. Não há teorias difíceis a
dominar, nem técnicas para atingir grau de excelência. Precisamos apenas de
simples fidelidade, e fidelidade à simplicidade. Mas, como qualquer um que já a
tenha tentado, sabe, o que é simples não é fácil.
Precisamos de todo o apoio e inspiração que pudermos conseguir para
perseverar naquilo que é uma disciplina simples, mas exigente. Mas, que
exigência maravilhosa ela faz, e quão grandes as recompensas!
Entre em contato com o seu coordenador nacional, ou o coordenador local
de meditação, para obter qualquer ajuda que possa precisar.
Na próxima seção deste livro, Recursos e Apoio, você encontrará
indicações úteis de leitura e, também, de links e contatos na internet.
Durante essas seis semanas, você deveria ser capaz de apresentar a
meditação a iniciantes e, nesse processo, aprofundar seu próprio entendimento
e comprometimento. Compartilhar esse dom com os outros é crescimento para
si mesmo. Você também verá a semente de comunidade e de amizade sendo
plantada na vida das pessoas.
Ofereça-se para continuar ajudando aqueles que você ajudou a começar.
Apoie o novo líder de grupo caso um novo grupo tenha sido iniciado. Ajude-os a
se sentirem parte de uma comunidade maior.
Tal como acontece com a nossa meditação, só podemos dar o melhor de
nós, mas não menos que isso! O Espírito levará à plenitude.

Laurence Freeman OSB

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RECURSOS e APOIO

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RECURSOS

Internet
O site da WCCM-BR (www.wccm.org.br) oferece uma variada gama de recursos.
Isso inclui:

• Informativos:
o Artigos de Laurence Freeman para o Tablet
o Boletim trimestral
o Reflexões de Laurence Freeman para a Quaresma e o Advento
o Áudios e textos com séries de Palestras de Mestres da nossa
Tradição
o Leituras Semanais de autoria de John Main e de Laurence
Freeman
• Vídeos com Palestras de Mestres da nossa Tradição
• Links para outras páginas da Comunidade Mundial
• Informações acerca da Comunidade e da Prática
• Relação e contatos de grupos semanais de meditação (presenciais e
online)
• Páginas da Escola de Meditação da WCCM
o Informações para coordenadores de grupo semanal
o Cartas de Ensinamento Semanal
o Curso Introdutório de 6 Semanas
• Informações sobre eventos realizados e a realizar
• Fornecimento (loja) de Livros oferecidos pela Comunidade

Sugestão de Leitura para Novos Meditantes


Você poderá encontrar muitos recursos no website da WCCM-BR, tanto para
começar a meditar, quanto para continuar meditando:

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www.wccm.org.br/loja

• John Main OSB, O Caminho Do Não Conhecimento (São Paulo: Vozes).

• John Main OSB, Momento De Cristo (São Paulo: Paulus)

• John Main OSB, Meditação Cristã (São Paulo: Paulus)

• John Main OSB, a Palavra que leva ao Silêncio (São Paulo: Paulus)

• Laurence Freeman OSB, Perder para Encontrar (Petrópolis – RJ: Vozes)

• Laurence Freeman OSB, Jesus O Mestre Interior (São Paulo: Martins


Fontes)

• Laurence Freeman OSB, Prática Diária Da Meditação Cristã (São Paulo:


Paulus)

• Laurence Freeman OSB: A Luz Que Vem De Dentro (São Paulo: Paulus).

• Laurence Freeman OSB: Olhos do Coração (São Paulo: Palas Athena)


• Laurence Freeman OSB: Primeira Vista (Petrópolis – RJ: Vozes)

Sugestão de Leitura para Coordenadores de Grupo Semanal

. João Cassiano, Da Oração (Petrópolis – RJ: Vozes)


. João Cassiano, Conferências (Juiz de Fora-MG: Mosteiro da Santa Cruz)
. Bede Griffiths, Rio de Compaixão (São Paulo-É Realizações)
. Richard Rohr, A Libertação do Ego (Petrópolis – RJ: Vozes)
. Richard Rohr, O Eneagrama (São Paulo-Paulinas)
. A Nuvem do Não Saber (Petrópolis – RJ: Vozes)
. João da Cruz, Noite Escura (Petrópolis – RJ: Vozes)
. Juliana de Norwich, Revelações do Amor Divino (Petrópolis – RJ: Vozes)

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. Meister Eckhart, O Livro da Divina Consolação (Petrópolis – RJ: Vozes)


. Meister Eckhart, A Nobreza da Alma Humana (Petrópolis – RJ: Vozes)
. Thomas Merton, Novas Sementes da Contemplação (Petrópolis – RJ:
Vozes)
. Thomas Merton, Contemplação num Mundo de Ação (Petrópolis – RJ:
Vozes)
. Bernardo Bonowitz, Buscando Verdadeiramente a Deus (Santo André-SP:
Mensageiro de Santo Antonio)
. Thomas Keating, Intimidade com Deus (São Paulo-SP: Paulus)
. Tenzin Gyatso, O Dalai Lama Fala de Jesus (Rio de Janeiro: Fisus)

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A COMUNIDADE

A Comunidade Mundial para a Meditação Cristã


John Main fundou o primeiro Centro de Meditação Cristã em Londres
em 1975. A Comunidade tomou forma em 1991, como seguimento à semente
que ele plantou que já havia crescido para ser uma grande família
contemplativa. Ela dá continuidade a seu trabalho de ensinamento da
Meditação Cristã, e ao trabalho de restauração da dimensão contemplativa,
como sendo central e essencial a toda a espiritualidade cristã.
Em 1982, com o falecimento de John Main, este foi sucedido por
Laurence Freeman, um monge beneditino que é hoje o Diretor da Comunidade
Mundial para a Meditação Cristã. A Comunidade Mundial é uma comunidade
ecumênica e contemplativa, com forte compromisso para com o diálogo
interreligioso, e com ênfase na conexão entre a contemplação e a ação.
A Comunidade Mundial para a Meditação Cristã está presente em mais
de cem países. Mais de 2500 grupos atualmente se reúnem semanalmente
em lares, igrejas, centros comunitários, hospitais, asilos, escolas,
penitenciárias, universidades e locais de trabalho: esses grupos, formados por
pessoas de todas as classes sociais, comprometidas com uma prática diária
de meditação, formam a base da Comunidade. Ela possui seu Centro
Internacional, o Centro de Meditação Cristã em Londres; e, hoje desenvolve
um novo centro para a paz em Bonnevaux na França
(https://bonnevauxwccm.org/), ao lado de muitos outros centros que se
prestam ao trabalho da Comunidade em diferentes partes do mundo. A
Comunidade, dessa maneira, é um “mosteiro sem paredes”, uma família
global de comunidades emergentes e nacionais.
Por ser ecumênica, a Comunidade se presta a uma unidade universal
“católica”, no seu diálogo, com igrejas cristãs, tanto quanto com outras fés.
Ela alimenta o diálogo interreligioso, tendo se reunido nos últimos anos,

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principalmente, com budistas e muçulmanos. Ela incentiva e dá apoio à


prática diária da meditação, por conhecer o seu poder de modificar os
corações e, assim, transformar o mundo.
Três eventos anuais estão entre os maiores eventos internacionais, a
saber, o John Main Seminar, The Way of Peace e, o retiro de silêncio em
Monte Oliveto Maggiore na Itália. Existe um rico e variado programa de retiros,
conferências, seminários, workshops e grupos em muitos países, refletindo as
carências e os interesses locais. O ensino de meditação às crianças é um
importante desenvolvimento recente, cuja iniciativa pioneira se deu na
Diocese Católica de Townsville na Austrália. O Medio Media em Cingapura é
o braço de comunicação e publicações, que oferece uma ampla gama de
livros, CDs, DVDs e vídeos de apoio à prática da meditação. Alguns deles
foram traduzidos em 17 idiomas.
O Meditatio é a nova extensão da Comunidade, compartilhando e
disseminando, os frutos da meditação em nossa comunidade, com o mundo.
Lançado em 2010 para marcar o aniversário de vinte anos, o Meditatio inclui
uma série de seminários e workshops de interesse contemporâneo,
focalizando temas da área da educação, administração e finanças, saúde
mental, meio ambiente e, cidadania, colaboração e amizade, interreligiosa. O
Meditatio desenvolve o uso da tecnologia no trabalho da renovação espiritual.
Também se presta à formação de uma nova geração de meditantes que se
tornarão os futuros líderes da Comunidade.

Centros e Contatos da WCCM ao redor do Mundo


Caso deseje receber mais informações acerca da Comunidade, seus
trabalhos e publicações, por gentileza, entre em contato com:
INTERNATIONAL CENTRE
The World Community for Christian Meditation
St Mark’s, Myddelton Square
London EC1R 1XX, UK
Tel +44 20 7278 2070
welcome@wccm.org
www.wccm.org

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No caso de países não incluídos na lista abaixo, entre em contato com


o International Centre ou visite www.wccm.org:
Argentina meditacioncristianagrupos.blogspot.com
Austrália www.christianmeditationaustralia.org
Bélgica www.christmed.be
Brasil www.wccm.org.br
Canadá inglês www.meditatio.ca
Canadá francês www.meditationchretienne.ca
China www.wccm.hk
França www.meditationchretienne.org
Alemanha www.wccm.de
Hong Kong www.wccm.hk
Índia www.wccm-india.org
Indonésia www.meditasikristiani.com
Irlanda www.christianmeditation.ie
Itália www.meditazionecristiana.org
Malásia wccm.malaysia@gmail.com
México www.meditacioncristiana.com
Holanda www.wccm.nl
Nova Zelândia www.christiameditationnz.org.nz
Polônia www.wccm.pl
Portugal www.meditacaocrista.com
Cingapura www.wccmsingapore.org
África do Sul www.wccm.co.za
Espanha www.meditaciocristiana.cat
Suíça deborah.walton@gmail.com
Tailândia bkkemilie@gmail.com

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Reino Unido www.christian-meditation.org.uk


Estados Unidos www.wccm-usa.org
Venezuela www.meditadores.blogspot.com

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