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Nesta quinta aula do curso “O Segredo do Rosário", você irá descobrir por que e
como meditar bem, a exemplo da Mãe de Deus, os mistérios contidos nesta doce
devoção!
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Na aula de hoje, estudaremos a terceira dezena do livro O Segredo Admirável do
Santíssimo Rosário, de São Luís Maria Grignion de Montfort. Trata-se de uma
parte de suma importância, já que nela o santo nos vai esmiuçando a dimensão
contemplativa do Rosário, ou seja, a oração mental que devemos praticar ao
rezá-lo. Com efeito, "a meditação", como disse a Virgem Santíssima ao beato
Alano de la Roche, "é a alma desta devoção" [1]. Ao meditarmos, pois, os
sagrados mistérios que o Rosário nos propõe, colocamos na cabeça de Cristo as
três coroas que por direito Lhe são devidas: a) a coroa da graça, correspondente
aos gozosos mistérios de sua Encarnação; b) a coroa da Paixão, que Ele
adquiriu pelas obras contempladas nos mistérios dolorosos, que não são mais
do que um retrato da nossa Redenção; e c) a coroa da glória, que damos ao
Senhor quando meditamos o triunfo de sua Ressurreição e Ascensão e as
glórias de que Ele revestiu sua Mãe ao elevá-la ao Céu e coroá-la Rainha
universal.
Claro, é preciso que este amor e entusiasmo afetivo não fique restrito às puras
regiões do coração ou da imaginação; ele tem de traduzir-se em enérgicas
resoluções práticas [6].
A própria Ave-Maria nos oferece, por si só, material mais do que suficiente para
uma vida inteira de meditação. Trata-se de uma oração "tão celestial", escreve o
santo de Montfort, "tão mística e incompreensível a nós em sua profundidade de
significado que o bem-aventurado Alano de la Roche acreditava que nenhuma
criatura humana comum pudesse compreendê-la, e que somente Nosso Senhor
e Salvador Jesus Cristo, que nasceu da Santíssima Virgem Maria, poderia
realmente explicá-la" [7]. Com que transportes de amor não deveríamos meditar,
por exemplo, o assombro de que foi tomado São Gabriel Arcanjo ao encontrar-
se com aquela menina de Nazaré, em cujo Coração Imaculado borbulhava uma
caridade mais ardente que a de toda a corte celeste reunida! E que resoluções
não deveríamos tomar depois de o termos meditado, para que vivamos como
dignos filhos dessa Mãe tão pura e tão amável, que deseja ardentemente ver-
nos ao seu lado na glória do Céu, onde cantaremos eternamente a glória
dAquele que fez nela e por meio dela grandes coisas!
São verdades como essa, propostas em cada um dos três ciclos meditativos do
Santo Rosário, que devemos ruminar serena e pausadamente, examinando-as
de todos os lados, como quem aprecia sem pressa um quadro de inumeráveis
detalhes e riquezas. Por isso, quando rezamos o Rosário, temos de adotar uma
postura interior de procura, de busca da verdade, de ânsia por compreender "o
porquê e o como da vida cristã, a fim de aderirmos e respondermos ao que o
Senhor pede" [8]. Que o nosso Terço diário se torne, a partir de hoje, mais do
que a repetição de umas tantas fórmulas, a expressão viva do nosso mais
ardente desejo de encontrar Aquele a quem ama o nosso coração (cf. Ct 1, 7; 3,
1-4), de procurá-lO na fé pura, "esta fé que nos faz nascer dEle e viver nEle" [9],
de amá-lO nos mistérios pelos quais fomos remidos e elevados à dignidade de
filhos, cuja herança imarcescível de glória está à nossa espera no Céu.
Referências
4. João Paulo II, Carta Apostólica "Rosarium Virginis", de 16 out. 2002, nn.
13-14 (AAS 95 [2003] 12-14).
9. Id., n. 2709.