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I
São Luís Maria Grignion de Montfort, Doutor,
Apóstolo e Profeta
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O Padre Montfort empreendeu então uma
peregrinação a Roma, tendo sido nomeado Missionário
Apostólico pelo Papa Clemente XI. Permanecia,
entretanto, sob a dependência dos bispos, boa parte deles
tisnada pela heresia jansenista.
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II
Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem:
um livro profético
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Sobreveio depois a funesta Revolução Francesa com
suas perseguições, devastações e mortes. Isso fez com
que os manuscritos, de 1712, permanecessem no olvido
até serem encontrados muito mais tarde, em 1842, por um
missionário da Companhia de Maria — fundada por São
Luís Grignion — que procurava material para seus
sermões.
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Sou como uma bola num jogo de péla: atirado
de um lado para o outro com violência; eis o
destino de um pobre pecador; há 13 anos,
desde que saí [do seminário] de Saint-Sulpice,
que não me dão tréguas nem repouso”.(3)
A originalidade
de Montfort
O Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima
Virgem orientou e conduziu muitas almas no caminho da
perfeição em todo o mundo. “A originalidade maior de
Montfort — observa o Pe. Louis Perouas — consiste,
provavelmente, em ter descoberto Maria como garantia
de fidelidade, no sentido de levar o cristão a libertar-se do
apego imperceptível que se esconde em suas melhores
ações. Desapego que consiste, provavelmente, na
essência mesma da consagração em forma de
escravidão”.(4)
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Todos desejam alguma coisa para a sua glória: a
propagação de uma boa obra, a vinda de melhores
tempos, o sucesso de uma devoção. [...] Qual é, pois, o
remédio que lhes falta? Qual o remédio indicado pelo
próprio Deus? É, segundo as revelações dos santos, uma
dilatação imensa da devoção à Santíssima Virgem. Mas,
reflitamos bem, o imenso não admite restrições nem
limites”.
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Apóstolo da
Contra-Revolução
São Luís Maria Grignion de Montfort pode ser
considerado um apóstolo da Contra-Revolução, tomada
esta no sentido que lhe dá o Prof. Plinio Corrêa de
Oliveira em sua obra mestra “Revolução e contra-
revolução”.
Profeta do
Reino de Maria que virá
Ainda sobre o aspecto profético do Tratado da
Verdadeira Devoção, diz Plinio Corrêa de Oliveira:
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“Por último, interessa-nos o Tratado [da
Verdadeira Devoção] pelo aspecto profético
que o santo lhe imprimiu. São Luís Grignion é
profeta no sentido restrito que esta palavra tem
depois de encerrada a Revelação oficial, isto é,
as suas profecias não são oficiais e
obrigatórias como as da Sagrada Escritura.
www.pliniocorreadeoliveira.info/mariologia.asp
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“Nossa Senhora tem sido
até aqui desconhecida”
A devoção a Nossa Senhora foi se desenvolvendo ao
longo dos séculos com as explicitações dos teólogos e os
dogmas sobre Ela promulgados, ratificados por várias
aparições mariais, sobretudo no século XIX e início do
século XX.
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“a Santíssima Virgem tem sido até aqui
desconhecida”, quer ele dizer “conhecida
insuficientemente”, ou “conhecida
superficialmente”.
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amor próprio, que a conserve com mais
fidelidade na graça e a graça nela, que a una
com mais perfeição e facilidade a Jesus Cristo
e, afinal, que seja mais gloriosa para Deus,
santificante para a alma, e útil ao próximo”
(n.118).
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III
Princípios Fundamentais da Verdadeira Devoção à
Santíssima Virgem
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maiores obras por meio da Santíssima Virgem
depois que a formou, é de crer que não mudará
de conduta nos séculos dos séculos, pois Deus é
imutável em sua conduta e em seus
sentimentos” (n.15).
Necessidade de uma
Mediadora junto ao
único Mediador
Eco fiel da Igreja, São Luís reconhece que a
mediação de Nossa Senhora não dispensa a mediação de
Nosso Senhor Jesus Cristo, único Mediador entre Deus e
os homens. Pois a mediação d’Ela é uma mediação de
intercessão, que recebe toda a sua eficácia dos méritos de
Nosso Senhor Jesus Cristo, único Mediador.
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Se, pois, Cristo Jesus é nosso único Mediador junto
a Deus, por que precisamos de uma medianeira junto a
Ele?
E acrescenta:
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Em consequência, conclui São Luís que:
O primeiro é:
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Isso “porque o mundo era indigno, diz Santo
Agostinho, de receber o Filho de Deus
diretamente das mãos do Pai, Ele o deu a Maria,
a fim de que o mundo o recebesse por meio
dela” (n.16).
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Com efeito, afirma o doutor marial:
Pois...
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Maria é a
Rainha dos Corações
Como resultado de quanto ficou dito até aqui, São
Luís apresenta duas consequências:
Afirma o santo:
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“A derrota do espírito do mundo e a
restauração da civilização sobre os princípios
da Igreja Católica não começam, portanto, por
meio da política, das obras, do talento ou da
ciência.
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São Luís afirma que, conforme a opinião de vários
santos:
“a devoção à Santíssima Virgem é necessária à
salvação, e que é um sinal infalível de
condenação [...] não ter estima e amor à
Santíssima Virgem” (n.40).
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“Se a devoção à Santíssima Virgem é
necessária a todos os homens para conseguirem
simplesmente a salvação é ainda mais para
aqueles que são chamados a uma perfeição
particular...
Porque:
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Pois, diz ele:
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E essa devoção é exatamente a da sagrada
escravidão à Santíssima Virgem, como ele explica:
As devoções falsas
Antes de tratar da verdadeira devoção, o santo alerta
sobre os falsos devotos e as devoções falsas à Santíssima
Virgem:
“Conheço sete espécies de falsos devotos e
falsas devoções à Santíssima Virgem”.
E passa a descrevê-los:
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4°) Os devotos presunçosos, pecadores ou amantes
do mundo, que escondem seus defeitos e dizem que Deus
os perdoará porque são devotos da Santíssima Virgem.
Características da
verdadeira devoção
Pelo contrário, a verdadeira devoção à Santíssima
Virgem é:
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4º) Constante, isto é, firma uma alma no bem e
ajuda-a a perseverar em suas práticas de devoção.
A consagração a Maria é a
mais perfeita consagração a
Jesus Cristo
São Luís diz que a devoção que ele prega é a
“verdadeira devoção”. Por quê? Ele esclarece:
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Eis por que a perfeita consagração a Jesus
Cristo nada mais é que uma perfeita e inteira
consagração à Santíssima Virgem [...] ou, por
outra, uma perfeita renovação dos votos e
promessas do batismo” (n.120).
IV
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A essência da Verdadeira Devoção
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mesmo que esta amável Senhora não fosse,
como é sempre, a mais liberal e reconhecida
criatura” (n.121).
Entrega total à
Santíssima Virgem
Segue-se que
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Alguns dirão:
O santo responde:
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“Escravidão por amor” ou
“Sagrada escravidão”
Essa entrega total à Santíssima Virgem não é uma
consagração como as demais: na perspectiva de São Luís
Grignion de Montfort, ela constitui uma verdadeira
escravidão; porém, uma “escravidão por amor” (cfr. ns.
56, 68), ou “Sagrada escravidão”.
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1ª) por natureza (todas as criaturas são escravas de
Deus);
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3º) nos proporciona as boas graças da Santíssima
Virgem (Maria se dá a quem é seu escravo por amor, e
purifica nossas boas obras, embeleza-as e as torna
aceitável a seu Filho);
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Relações entre a Santíssima
Virgem e seus escravos
Depois o santo passa a falar das relações que se
estabelecem entre a Santíssima Virgem e seus
escravos por amor:
Efeitos maravilhosos
desta devoção
Por sua vez, são maravilhosos os efeitos que esta
devoção produz numa alma fiel:
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4º) Grande confiança em Deus e em Maria;
Práticas exteriores e
interiores desta devoção
Após falar das práticas exteriores dessa devoção, o
santo doutor marial mostra que o mais importante são as
práticas interiores por ele recomendadas:
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na medida de nossa capacidade” (n.260).
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Conclusão
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Desejamos de todo coração que nossos leitores e nós
mesmos possamos ser incluídos entre esses privilegiados.
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Notas:
1. Pe. Louis Perouas, San Luis María Grignion de Montfort,
Obras, Biblioteca de Autores Cristianos, Madri, 1984,
Introdução, p. 11.
2. Circular aos Propagandistas de Catolicismo, 1951.
3. Apud Louis Le Crom, São Luís Maria Grignion de Montfort,
Editora Civilização, Porto, 2010, p. 322.
4. Louis Perouas, op. cit., p. 35.
5. Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem,
Editora Vozes, Petrópolis, 1961, Introdução, pp. 12 e 13. Todas
as citações da obra são desta edição, figurando no fim de
cada parágrafo o número do tópico citado.
6. Louis Le Crom, op. cit. p. 505.
A “Onipotência Suplicante”
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parece ter o mesmo poder que Deus, e que suas preces e rogos
são tão eficazes, que se podem tomar como ordens junto de sua
Majestade. E Ele não resiste nunca às súplicas de sua Mãe,
porque Ela é sempre humilde e conformada à vontade divina”
(n.27).
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A propósito dessa inimizade, comenta Plinio Corrêa de
Oliveira: “Entre Vós [a Santíssima Virgem] e o demônio, entre o
bem e o mal, entre a verdade e o erro, há um ódio profundo,
irreconciliável, eterno. As trevas odeiam a luz, os filhos das trevas
odeiam os filhos da luz, a luta entre uns e outros durará até a
consumação dos séculos, e jamais haverá paz entre a raça da
Mulher e a raça da Serpente [...]
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Normalmente as edições do Tratado da Verdadeira Devoção
trazem em apêndice a “Prece de São Luís Grignion de Montfort
pedindo a Deus missionários para sua Companhia de Maria”, mais
comumente conhecida como “Oração abrasada”, da qual citamos
apenas um parágrafo para ilustração de nossos leitores:
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(*) Tratado da Verdadeira Devoção, op.cit. p. 305.
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A VERDADEIRA
DEVOÇÃO MARIANA
Esclarecimentos, fatos inéditos e análise da maior obra
literária sobre a devoção à Santíssima Virgem, de São Luís
Maria Grignion de Monfort
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