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31/05/2022 17:05 Dzogchen: Grande Perfeição – Saberes Ancestrais, Tradicionais e Perenes

Saberes Ancestrais, Tradicionais e Perenes


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Dzogchen: Grande Perfeição


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Introdução ao Dzogchen
Alexander Berzin
Setembro de 1995, revisado em Maio de 2002 e Julho de 2006

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the official dzogchen


zen metal site is now live

[Background: Comparação Introdutória das Cinco Tradições Tibetanas de Budismo e do


Bon.]

A Necessidade de Dzogchen
Dzogchen (rdzogs-chen, a grande perfeição) é um sistema avançado de prática Mahayana
que conduz à iluminação. Encontra-se principalmente nas tradições Nyingma e Bon, mas
também aparece como prática suplementar em algumas das tradições Kagyu, tais como
Drugpa, Drikung (Drigung) e Karma Kagyu. Aqui, vamos falar de dzogchen de acordo com
a escola Nyingma.

[Veja: Breve História do Dzogchen.]

Para alcançar a iluminação, precisamos de eliminar para sempre dois grupos de


obscurecimentos:

obscurecimentos emocionais (nyon-sgrib) – aqueles que são emoções e


atitudes perturbadoras e que impedem a liberação;
obscurecimentos cognitivos (shes-sgrib) – aqueles relacionados com todos os
conhecíveis e que impedem a onisciência.

Estes obscurecimentos trazem-nos, respectivamente, o sofrimento da existência


incontrolavelmente recorrente (samsara) e a incapacidade de melhor ajudarmos os
outros. São porém momentâneos (glo-bur), e apenas obscurecem a natureza essencial
(ngo-bo) da mente e limitam o seu funcionamento. Na sua essência, a mente (atividade
mental) é por natureza pura de todas as máculas momentâneas. Este é um aspecto
importante da sua natureza búdica.

Em geral, para eliminar os dois grupos de obscurecimento são necessárias a bodhichitta


(byang-sems) e a cognição não-conceptual do vazio (stong-nyid, Sânsc. shunyata, vacuidade)
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– a natural ausência, na mente, de máculas momentâneas, e a sua ausência de


impossíveis maneiras de existir (como intrinsecamente contaminada com
máculas). Bodhichitta é uma mente e coração que visa a iluminação, com a intenção de a
alcançar e, desse modo, beneficiar todos os seres tanto quanto possível. A eliminação dos
obscurecimentos também requer um nível de mente (ou atividade mental) mais
conducente à causa desta eliminação. A prática Dzogchen conduz-nos a esse nível.

Sem e Rigpa
A atividade mental ocorre a dois níveis; com consciência limitada (sems) e consciência pura
(rig-pa). Como muitos estudantes ocidentais já estão familiarizados com os termos
tibetanos, vamos usá-los para facilitar a discussão.

Sem é a atividade mental limitada por máculas momentâneas.


Rigpa  é atividade mental vazia de todas as máculas momentâneas de
obscurecimento.

O  sem  pode ser conceptual ou não-conceptual e, em qualquer dos casos, é sempre


contaminada. Rigpa, por outro lado, é exclusivamente não-conceptual, numa maneira
mais pura do que o não-conceptual sem, e nunca é contaminada por qualquer dos dois
grupos de obscurecimentos.

Uma vez que a atividade mental, limitada ou pura, é naturalmente vazia de máculas
momentâneas, rigpa é o estado natural de sem. Deste modo, rigpa, com a sua natureza
essencial de ser vazia de todas as máculas, pode ser reconhecida como a base de cada
momento da nossa cognição.

Dzogchen, então, é um método de prática ancorado na bodhichitta e na cognição não-


conceptual do vazio, que nos permite reconhecer rigpa e permanecer para sempre no seu
nível de atividade mental livre de todos os obscurecimentos. Desta forma, a “grande
perfeição” (dzogchen) de rigpa, de todas as qualidades iluminadoras para beneficiar os
outros, torna-se inteiramente operacional.

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Equivalência nos Sistemas Não-


Dzogchen
Os sistemas não-dzogchen de Gelug, Sakya e Kagyu analisam três níveis de mente ou
atividade mental:

1. A atividade mental grosseira é a cognição sensorial, que é sempre não-


conceptual.
2. A atividade mental sutil inclui a cognição mental conceptual e a não-
conceptual.
3. A atividade mental mais sutil, subjacente a todas elas, é a luz clara (‘od -gsal),
exclusivamente não-conceptual, mas mais sutil do que a atividade mental não-
conceptual sutil ou grosseira.

O sutra e as classes mais baixas do tantra usam a atividade mental sutil para a cognição
do vazio. Apenas a anuttarayoga, a classe mais elevada do tantra, tem acesso e utiliza a
atividade mental de luz clara para esta finalidade.

Paralelamente, o sutra e as classes mais baixas do tantra no sistema Nyingma


usam sem  para a cognição do vazio. Apenas o dzogchen tem acesso e utiliza rigpa para
esta finalidade.

Os sistemas não-dzogchen explicam que a mente de luz clara mais sutil manifesta-se no
momento da morte. Um seu fac-símile manifesta-se por um instante quando
experienciamos o orgasmo, o adormecer, desmaiar, espirrar e bocejar. Em tais
momentos, os ventos-energia mais grosseiros (rlung, Sânsc.prana, “lung”) que suportam a
atividade mental grosseira e sutil cessam (dissolvem) temporariamente, parando assim
temporariamente estes dois níveis de atividade mental e permitindo que o nível de luz
clara funcione.

Contudo, para obter um controlo estável da atividade mental de luz clara é necessário o
acesso a este nível na meditação. Realizamos isto com as práticas do estágio completo
(rdzogs-rim, estágio da finalização) [de] anuttarayoga, trabalhando com o sistema de
energia sutil do corpo para dissolver os ventos-energia. Como base para sucesso no

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estágio completo, nós imaginamos o processo de dissolução no estágio de geração


(bskyed-rim), modelado nos estágios da morte, bardo e renascimento.

Com os métodos dzogchen, reconhecemos e temos acesso à atividade mental mais sutil –
neste caso, rigpa – sem necessidade de dissolver os ventos-energia como método para
obter acesso. Mas como reconhecer rigpa?

Definição da Mente
Mente, no budismo, se refere a atividade mental e não a uma “coisa” que é o agente dessa
atividade ou a uma “ferramenta” que o “eu” usa para se engajar nessa atividade. A
definição da mente descreve a atividade sob dois pontos de vista. Assim, os dois aspectos
da descrição são funções simultâneas, não sequenciais:

1. a atividade mental de produzir ou fazer surgir (‘char-ba) aparências cognitivas


(snang-ba),
2. a atividade mental de engajamento cognitivo (‘jug-pa) com aparências
cognitivas.

O primeiro [aspecto] é geralmente traduzido como  claridade(gsal) e o segundo


como apercebimento [consciência] (rig).

As aparências cognitivas não se referem às aparências das coisas “lá fora”, que podemos ou
não observar e cognizar. Elas se referem a como as coisas aparecem “à mente” quando as
cognizamos. Num certo sentido, são como hologramas mentais. Por exemplo, na cognição
sensorial não-conceptual, tal como na visão, aparecem formas coloridas que são meras
representações mentais (snang-ba, semelhanças mentais) ou derivativos mentais (gzugs-
brnyan, reflexos mentais) de um momento de formas coloridas. Na cognição conceptual,
aparece uma representação mental do objeto convencional, tal como uma mão, cujas
formas coloridas nesse momento são a sensibilidade visual delas. Uma sequência de
representações mentais de uma mão, de uma polegada por segundo para a direita,
aparece como movimento. Ou seja, as aparências cognitivas só existem dentro do
contexto da atividade mental. Não precisam ser claras ou focalizadas.

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Além disso, as aparências cognitivas não se referem meramente às imagens que


aparecem “na mente” quando cogniza com nossos olhos objetos visíveis. Também se
referem às aparências ou surgimentos (shar-ba) cognitivos de sons, cheiros, sabores,
sensações físicas, pensamentos, emoções e assim por diante. Afinal, é a atividade mental
que faz com que uma sequência de sons de consoantes e vogais surja como palavras e
frases.

Reparem que as expressões “coisas aparecem à mente” ou “na mente” são simples formas
de linguagem e refletem um conceito dualístico da mente totalmente diferente do modelo
budista.

O engajamento cognitivo com aparências cognitivas pode ser em várias formas, tal como o
vê-las, ouvi-las, pensá-las ou senti-las, e não precisa ser consciente ou com compreensão.
Pode incluir o ignorar algo e o estar confuso acerca disso.

A definição também acrescenta a palavra  mera  (tsam), a qual implica que a atividade
mental ocorre sem que um agente concreto “eu” a faça acontecer. Implica também que as
máculas momentâneas não são a característica que define esta atividade. A natureza
superficial (kun-rdzob,convencional) da atividade mental está meramente produzindo e
engajando com aparências cognitivas; a sua natureza mais profunda (don-dam,última) é o
seu vazio.

E mais, a atividade mental é individual e subjetiva. A minha visão duma pintura e meu
sentimento de felicidade não são os de vocês. Além disso, o budismo não postula uma
mente universal da qual todos nós somos parte, a que todos nós podemos ter acesso ou à
qual nossos continuums mentais (fluxos-mentais) se fundem ao alcançarem a liberação ou
iluminação. Mesmo quando iluminados, o continuum mental de cada Buda retém a sua
individualidade.

Diferenças entre Mahamudra e


Dzogchen
Quer no nível grosseiro, sutil ou mais sutil de clara luz, a natureza da atividade mental
permanace a mesma. A práticamahamudra  (phyag-chen, grande selo), encontrada nas
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tradições Kagyu, Sakya e Gelug/Kagyu se focaliza nesta natureza. As tradições Kagyu e


Gelug/Kagyu têm níveis de prática tanto do sutra como do anuttarayoga tantra, enquanto
que Sakya somente tem um, anuttarayoga. Ou seja, na tradição Sakya, [a prática do]
mahamudra apenas se focaliza na natureza da atividade mental de clara luz, enquanto
que as outras duas tradições incluem também a focalização na natureza dos outros níveis
de atividade mental.

Rigpa partilha da mesma natureza que os três níveis de atividade mental analisados pelas
escolas não-dzogchen. Contudo, a prática dzogchen é feita exclusivamente a nível mais
elevado do tantra e lida apenas com o nível mais sutil da atividade mental. Além disso,
dzogchen não se focaliza apenas nas naturezas convencionais e mais profundas de rigpa,
como também nos seus vários aspectos e facetas.

Diferenças entre Rigpa e Clara Luz


E mais, rigpa não é um exato equivalente da clara luz, mas sim uma subdivisão dela.

Diferentes Graus de Ser Imaculado


O nível de clara luz da mente é por natureza vazio dos níveis mais grosseiros
da atividade mental, que são os níveis onde ocorrem a cognição conceptual e
as máculas momentâneas das emoções e atitudes perturbadoras. Antes da
iluminação, contudo, a atividade mental da clara luz não é vazia dos hábitos de
agarramento à existência verdadeira, a qual pode ser imputada ou rotulada
nela. Não obstante, quando a clara luz é manifesta, estes hábitos não fazem
com que a atividade da clara luz produza aparências discordantes (duais) de
existência verdadeira (gnyis-snang), nem a impedem de cognizar
simultaneamente as duas verdades (aparências e vazio), o que eles fazem
quando os níveis mais grosseiros da mente estão ativos.
Por outro lado, rigpa é vazia até dos hábitos de agarramento à existência
verdadeira. É o estado natural e totalmente imaculado da mente.

Diferença em Termos de Reconhecibilidade


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A atividade mental de clara luz e rigpa são semelhantes no sentido em que, quando estão
operando, os níveis mais grosseiros da atividade mental não estão funcionando em
simultâneo.

Ter acesso e reconhecer a mente de clara luz requer a ativa paragem dos
níveis mais grosseiros de atividade mental, através da dissolução dos ventos-
energia que suportam esses níveis.Rigpa é reconhecivel sem a ativa paragem
dos níveis mais grosseiros de atividade mental e dos ventos-energia como
método para a reconhecer. Quando reconhecidos e alcançados, contudo, os
níveis mais grosseiros deixam automaticamente de funcionar.

Diferença em Termos de Profunda Consciência


Reflexiva
Os sistemas não-dzogchen, particularmente Gelug, diferenciam a clara luz do
objeto (yul) da clara luz cognitiva (yul-can, sujeito). A clara luz do objeto é a
natureza vazia (chos-nyid) da clara luz, enquanto que a clara luz cognitiva é a
própria atividade mental da clara luz, fenômeno que tem como sua natureza
(chos-can) a clara luz do objeto .A atividade mental de clara luz não está
necessariamente ciente do vazio da sua própria natureza; por exemplo, a
mente de clara luz experienciada no momento da morte comum. Mesmo
quando Kaydrub Norzang-gyatso (mKhas-grub Nor-bzang rgya-mtsho), o mestre
Gelug do século XV, explica que a atividade mental de clara luz faz surgir
naturalmente uma aparência cognitiva parecida à que surge na cognição não-
conceptual do vazio; no entanto, ela não surge automaticamente com a
compreensão do vazio, tal como na morte comum. Além disso, mesmo
quando a profunda consciência reflexiva (rang-rig ye-shes) da sua própria
natureza vazia é apresentada como uma qualidade natural da clara luz, como
nos sistemas Sakya e Kagyu, ainda assim nem sempre está operacional, tal
como na morte comum. Portanto, a prática anuttarayoga visa conseguir, na
meditação, a clara luz cognitiva que está totalmente ciente da sua própria
natureza de clara luz do objeto.
Rigpa, por outro lado, está inatamente ciente da sua própria natureza vazia.
Quando nós obtemos acesso a rigpa, rigpa está automática e totalmente
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ciente da sua própria natureza. Em termos dzogchen, rigpa reconhece a sua


própria face (rang-ngo shes-pa).

Rigpa Resplandecente e Rigpa-Essência


No percurso, tentamos reconhecer dois tipos de rigpa: primeiro, rigpa resplandecente
(rtsal-gyi rig-pa) e depois, subjacente, rigpa-essência (ngo-bo’i rig-pa).

1. Rigpa resplandecente  é o aspecto de rigpa fazendo surgir ativamente


aparências cognitivas.
2. Rigpa-essência é o espaço aberto cognitivo (klong) ou esfera cognitiva (dbyings)
que está subjacente e que permite a ativa produção e a ativa cognição de
aparências cognitivas.

Os dois tipos de rigpa ainda são rigpa, significando que ambos são atividades mentais: a
consciência imaculada, naturalmente pura, de algo.

A Relação entre Aparências Cognitivas


e Rigpa
As aparências cognitivas são o jogo (rol-pa, manifestação) de rigpa-essência. Quando
cognizados com  sem, parecem não existir desta maneira e, assim, as aparências são
enganosas.

Aqui, aparências, como jogo de um tipo de atividade mental, não significa:

que as aparências surgem devido ao carma recolhido pela mente, ou que


existem meramente como o que pode mentalmente ser rotulado pela mente,
como no uso Gelug do termo jogo da mente;
que todos os fenômenos existem apenas na mente, como na posição extrema
do solipsismo;
que a aparência cognitiva de uma mesa e a consciência visual dela vêm da
mesma fonte nativa (rdzas) – ou seja, do mesmo legado cármico (sa-bon,

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semente, tendência cármica) – apesar do fato de que a mesa ainda é feita de


átomos e tem uma existência verdadeira não-imputada (não é meramente
uma mesa imaginada), como na explanação Chittamatra.

Significa, sim, que a aparência cognitiva da mesa é algo que rigpa faz surgir como [a] sua
natureza funcional (rang-bzhin). Ou seja, o que rigpa naturalmente faz é produzir
espontâneamente (lhun-grub) aparências cognitivas e, neste sentido, aparências cognitivas
são o jogo da mente.

Diferente da formulação Chittamatra, no entanto, de acordo com dzogchen, a mesa em si


tem a sua própria fonte nativa – por exemplo, a madeira e os átomos que a constituem.
Além disso, a mesa carece de existência verdadeira não-imputada (bden-par ma-grub-pa).
Existe como mesa, visto que pode ser válida e mentalmente rotulada como mesa.
Contudo em última análise o seu modo de existência está para lá das palavras e conceitos,
como na explanação não-Gelug Madhyamaka.

A formulação dzogchen das aparências como jogo da mente usa frequentemente


terminologia Chittamatra, tal como  alaya  (kun-gzhi, base de tudo) e os oito tipos de
consciência. Contudo, não as explica como existindo da mesma maneira como o sistema
de Chittamatra o faz. O uso desta terminologia deriva do fato de que Shantarakshita e
Kamalashila, os dois mestres indianos da lógica budista que primeiro ensinaram no Tibete
e que facultaram a base filosófica sútrica a Nyingma, ensinaram uma forma de
Madhyamaka que usa termos Chittamatra. A tradição Gelug denomina esta forma “a
Escola Yogachara-Svatantrika-Madhyamaka”.

[Veja:  Breve Historia do Dzogchen. Veja também:  Comparação Introdutória das Cinco
Tradições Tibetanas de Budismo e do Bon.]

Meditação no Vazio
A natureza vazia de rigpa é a sua natureza essencial (ngo-bo) e é denominada sua pureza
primordial (ka-dag).

Várias tradições tibetanas de dzogchen, e mestres dentro de cada tradição, têm


explicitado a pureza primordial de rigpa em termos de vazio-eu próprio (rang-stong), vazio-
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outros (gzhan-stong), ou ambos.

Longchenpa (Klong-chen Rab-‘byams-pa Dri-med ‘od-zer), por exemplo, não fez


nenhuma referência a vazio-outros.
Há duas interpretações sobre a posição de Mipam (‘Ju Mi-pham ‘Jam-dbyangs
rnam-rgyal rgya-mtsho), elaboradas por duas ramificações de seus discípulos.
Botrul (Bod-sprul) e Kenpo Zhenga (mKhan-po gZhan-dga’) apresentam Mipam
como postulando o vazio-eu próprio, enquanto que Zhechen Gyeltsab (Zhe-
chen rGyal-tshab Pad-ma rnam-rgyal) e Katog Situ (Kah-thog Si-tu) apresentam
Mipam como postulando o vazio-outros. O primeiro grupo está principalmente
no Mosteiro Dzogchen (rDzogs-chen dGon-pa), enquanto que o segundo está
principalmente no Mosteiro Zhechen (Zhe-chen dGon-pa). Contudo, isto não
significa que todos os mestres em cada um destes mosteiros partilhem esta
interpretação e postulem a visão correspondente.

Além disso, deram variadas definições sobre o vazio-eu próprio e vazio-outros. Vamos
usar as definições mais comumente aceites por Nyingma.

O vazio-eu próprio  é a ausência de uma maneira impossível de existir, tal como a


verdadeira existência não-imputada e, além disso, a existência que corresponde ao que as
palavras e os conceitos implicam.

O vazio-outros  é a ausência, em rigpa, de todos os níveis mais grosseiros da atividade


mental e das máculas contaminadas.

Assim, a apresentação da pureza primordial em termos de vazio-eu próprio é mais ou


menos equivalente à apresentação da clara luz do objeto pelos sistemas não-dzogchen. A
apresentação em termos de vazio-outros é mais ou menos equivalente àquela da clara luz
cognitiva. Não obstante o modo como é apresentada e a terminologia usada, a pureza
primordial é tanto vazio-eu próprio como vazio-outros.

A meditação na pureza primordial de rigpa, seja apresentada em termos de vazio-outros


ou não, envolve o enfoque em rigpa como estado cognitivo vazio de todos os níveis mais
grosseiros e de todas as máculas momentâneas. Está inatamente consciente da sua
própria pureza primordial.

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Assim, no dzogchen, a meditação no vazio não envolve a meditação analítica sobre o


vazio-eu próprio. A meditação não-dzogchen na clara luz do objeto, na qual nós
meramente recordamos a nossa compreensão do vazio-eu próprio obtida previamente
através da meditação analítica, também não.

A meditação dzogchen, porém, nem sequer envolve nenhum tipo de enfoque no vazio-eu
próprio de rigpa. Embora a análise do vazio-eu próprio contenha parte do treinamento
requerido antes de se tentar a prática de dzogchen, o vazio-eu próprio apenas é
compreendido durante a meditação rigpa como parte da pureza primal de que rigpa está
inatamente consciente. Além disso, quando nós focalizamos nas aparências cognitivas
[como] sendo o jogo natural de rigpa, isso implica que nós já compreendemos o vazio-eu
próprio delas. Se as aparências cognitivas são o jogo natural de rigpa, elas não podem
existir da forma em que as palavras e os conceitos para as aparências implicam. As
palavras e os conceitos implicam que as coisas existem verdadeira e independentemente
em categorias concretas e fixas como “isto”s e “aquilo”s, mas este é um modo impossível
de existência. Não existe tal coisa.

Rigpa é Completo de Todas as Boas


Qualidades
Rigpa-base (gzhi’i rig-pa) é a base de trabalho da consciência pura. É desobstruído e todo-
penetrante (zang-thal), no sentido em que tudo penetra sem obstrução, tal como o óleo de
sésamo está penetrado nas sementes de sésamo, apesar de não nos apercebermos de tal
fato. Assim, rigpa é um aspecto da natureza búdica e, de acordo com dzogchen, é
completo de todas as boas qualidades (yon-tan, qualidades búdicas), tais como a
onisciência e a compaixão que tudo abrange. Rigpa é semelhante ao sol, e assim como o
sol não pode existir separadamente das qualidades do sol, tais como a luz e o calor, do
mesmo modo rigpa não existe separadamente das qualidades búdicas.

Assim, quando obtemos na meditação o acesso à rigpa-essência e esta se torna


operacional, não temos de lhe adicionar as qualidades búdicas. Não temos necessidade
de lhe adicionar uma mente de consciência onisciente ou de compaixão que tudo
abrange. Já ali estão, natural e espontâneamente (lhun-grub).

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Comparação com as Asserções Gelug,


Sakya e Samkhya
As explanações Gelug e Sakya sobre a natureza búdica postulam que as qualidades
búdicas existem neste momento meramente como potenciais (nus-pa) da atividade mental
da clara luz. São como sementes, diferentes do solo em que se encontram. Precisamos de
as cultivar para que cresçam.

Embora Samkhya, a escola de filosofia indiana não-budista, não postule a natureza búdica
ou as qualidades búdicas, uma apresentação desta matéria ao estilo Samkhya levaria a
que a onisciência fosse, em última análise, encontrável já funcionando na atividade mental
da clara luz. Apenas não estaria presentemente manifesta.

A posição dzogchen não é nenhuma destas. Não podemos dizer que rigpa, no seu
obscurecido estado atual, esteja operando como uma consciência onisciente.
Presentemente, rigpa está obscurecido por máculas momentâneas e fluindo juntamente
com um fator de idiotismo (rmongs-cha, estupidez, confusão) que surge automaticamente
(lhan-skyes). Por causa do idiotismo, rigpa não reconhece a sua própria face e, por isso,
não é operacional. Em vez disso, funciona como uma alaya para os hábitos (bag-chags-kyi
kun-gzhi) – uma consciência fundacional para os hábitos de agarramento à existência
verdadeira, para o carma e para as memórias.

Portanto, dzogchen salienta a importância das práticas preliminares (sngon-‘gro, “


ngondro”) e do fortalecimento das duas redes de força positiva e profundo apercebimento
[consciência profunda] (coleções de mérito e insight), construtoras da iluminação, tão
fortemente quanto as tradições não-dzogchen – Gelug, Sakya e Kagyu – as salientam.
Porém, o propósito não é o de acumular boas qualidades ou de concretizar as
potencialidades destas qualidades, mas antes o de eliminar os obscurecimentos que
impedem rigpa de reconhecer a sua própria face. A “face” de rigpa é caracterizada como
Samantabhadra (Kun-tu bzang-po): literalmente, todo-excelente. Tal reconhecimento não
acontecerá só por si, sem nenhumas causas.

O Significado de Rigpa Ser Permanente


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Quando os textos dzogchen postulam que rigpa é um fenômeno não afetado (‘dus-ma-
byed, não condicionado, não coletado) e permanente (rtag-pa), devemos entender
cuidadosamente o significado. Aqui, não afetado significa que não é criado de novo a cada
momento e que organicamente não cresce de algo, tal como um rebento cresce de uma
semente. Assim, é natural (bcos-med) – não criado ou fabricado, sob a influência de causas
e condições, como algo temporário e novo. Além disso, o ter boas qualidades não
depende de causas e condições. É permanente, não no sentido de ser estático e de não
executar uma função, mas no sentido de durar para sempre, como duram as suas
qualidades.

Porém, rigpa a cada momento faz surgir espontâneamente objetos diferentes e está
consciente deles. Neste sentido, é fresco e limpo (so-ma). Embora sua natureza nunca
mude, estes aspectos mudam. Focalizando nesta característica, Gelug afirmaria que rigpa
é não-estático (mi-rtag-pa, impermanente). No entanto, não há nenhuma contradição
porque dzogchen e Gelug estão definindo e usando os
termos permanente eimpermanente de uma maneira diferente.

Aqueles que Progridem por Etapas e Aqueles a Quem Tudo Acontece de Uma Só Vez

Há dois tipos de praticantes de dzogchen: aqueles que progridem por etapas (lam-rim-pa)
e aqueles a quem tudo acontece de uma só vez (cig-car-ba). Esta diferenciação tem a ver
com a maneira como os praticantes, depois de terem realizado rigpa-essência, procedem
à iluminação. Ou seja, tem a ver com aqueles que se tornaram  aryas  (‘  phags-pa, seres
altamente realizados) através da aquisição da mente do caminho interior da visão
(mthong-lam, caminho da visão) e do verdadeiro acabar dos obscurecimentos emocionais.

Aqueles que progridem por etapas proseguem através dos dez níveis-bhumi das mentes (sa,
Sânsc.  bhumi) dos arya bodhisattva, um a um, removendo gradualmente os
obscurecimentos cognitivos.

Aqueles a quem tudo acontece de uma só vez  alcançam, na primeira realização de rigpa-
essência, um verdadeiro acabar dos dois grupos de obscurecimento de uma só vez. Assim,
tornam-se aryas e Budas simultaneamente.

Embora geralmente os textos dzogchen falem mais sobre o segundo tipo de praticantes,
apenas uma minúscula fração pertence a este tipo. A eliminação dos seus dois grupos de
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obscurecimentos, na primeira realização de rigpa-essência, se deve à enorme quantidade


de força positiva (mérito) acumulada com as práticas bodhichitta e dzogchen em vidas
anteriores. Essa força positiva também lhes dá a possibilidade de avançar mais depressa
do que a maioria pelas etapas anteriores ao alcance da mente do caminho interior da
visão. No entanto, ninguém postula a aquisição da iluminação sem o acumular das vastas
redes de força positiva e apercebimento profundo, da prática intensa das preliminares, da
meditação e de uma conduta de bodhisattva – mesmo se a maior parte disto tenha
ocorrido em vidas anteriores.

Portanto, quando os textos dzogchen se referem ao reconhecimento de rigpa


como aquiloque tudo remove para a completa liberação (chig-chod kun-grol, a panaceia para
a completa liberação), nós precisamos de compreender isto corretamente. Para aqueles a
quem tudo acontece de uma só vez, a primeira realização de rigpa-essência é suficiente
para eliminar todos os obscurecimentos e alcançar a completa iluminação. Porém, isto
não significa que a realização de rigpa é, por si só, suficiente para se alcançar a iluminação
sem necessidade de quaisquer preliminares, tais como bodhichitta ou o fortalecimento
das duas redes construtoras da iluminação, pois estas são as causas da aquisição dessa
realização.

Diferença entre a Iluminação Gradual


e a Súbita, como Postulada pelo
Budismo Chinês
Várias tradições do budismo chinês diferenciam a iluminação gradual da súbita. As duas
não correspondem à distinção feita, em dzogchen, entre o modo de prática para aqueles
que progridem por etapas e para aqueles a quem tudo acontece de uma só vez.

A iluminaçãogradual  (tsen-min) implica trabalhar-se com a atividade mental


samsárica em etapas graduais, a fim de se obter a liberação do samsara.
A iluminaçãosúbita  (ston-mun) deriva da perspectiva de que é impossível se
obter a liberação do samsara usando a atividade mental samsárica. Nós
precisamos de fazer uma total ruptura desse nível e escapar “subitamente”.

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As várias Escolas Chan na China (Jap. Zen) postulam a iluminação súbita. Os métodos para
se escapar subitamente à atividade mental samsárica incluem: trabalhar com paradoxos
(Jap. koan) a fim de se parar todo o pensamento conceptual; apenas se sentar (Jap. Zazen);
ou simplesmente parar todo o pensamento. Dzogchen não emprega nenhum destes
métodos.

Dzogchen Explica a Partir do Ponto de


Vista do Resultado
De acordo com Jamyang-kyentzey-wangpo (‘Jam-dbyangs mkhyen-brtse dbang-po), mestre
Rimey (não-sectário) dos inícios do século XX, as quatro tradições do budismo tibetano
podem ser diferenciadas segundo o ponto de vista a partir do qual elas explicam: base,
caminho ou resultado.

1. A tradição Gelug explica a partir do ponto de vista da base – ou seja, do ponto


de vista dos praticantes comuns. Por exemplo, essas pessoas são capazes de
percepcionar as aparências ou o vazio apenas separadamente, embora sejam
inseparáveis. Por conseguinte, Gelug explica as aparências e o vazio como as
duas verdades e, assim, a verdade mais profunda é apenas o vazio-eu próprio.
Consequentemente, Gelug apresenta o  svabhavakaya  (ngo-bo-nyid sku, corpo
da natureza-essencial) de um Buda como o vazio da consciência onisciente de
um Buda.
2. A tradição Sakya explica a partir do ponto de vista do caminho. Embora se não
possa dizer que a atividade mental da clara luz a nível da base, por exemplo no
momento da morte, seja bem-aventurada; no entanto, torna-se bem-
aventurada no caminho tântrico de anuttarayoga. Partindo desse ponto de
vista, Sakya postula a consciência da clara luz como naturalmente bem-
aventurada.
3. As tradições Nyingma e Kagyu explicam a partir do ponto de vista do
resultado, ou seja, do ponto de vista de um Buda. Por exemplo, os Budas
cognizam não-conceptualmente as aparências e o vazio em simultâneo. Assim,
Nyingma e Kagyu – e portanto dzogchen – explicam a verdade mais profunda
como a inseparabilidade do vazio e da aparência e, consequentemente,
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apresentam svabhavakaya como a inseparabilidade dos outros três corpos


búdicos.

Assim, quando os textos dzogchen falam em termos de estado natural além do carma,
além das categorias construtivo e destrutivo, estão falando do ponto de vista resultante
de um Buda. Esta apresentação não dá aos praticantes em níveis iniciais, que ainda estão
sob influência de emoções e atitudes perturbantes, livre permissão para cometerem atos
destrutivos. Essas pessoas ainda acumulam carma e ainda experienciam sofrimento como
resultado.

A Descoberta e O Salto
A literatura dzogchen inclui muita discussão sobre as etapas da prática
chamadas  a descoberta  (khregs-chod, “tekcho”) e  o salto(thod-rgal, “togel”). Estas são
práticas extremamente avançadas, equivalentes às etapas finais do estágio completo do
tantra anuttarayoga.

Na etapa  da descoberta, depois de termos sido conduzidos pelos nossos mestres


dzogchen a reconhecer rigpa, nós conseguimos o acesso a rigpa-essência e, deste modo,
conseguimos parar todosem, visto que os ventos-energia sutis se dissolvem
automaticamente. Ou seja, somos capazes de parar todos os níveis mais grosseiros da
atividade mental – os níveis em que ocorrem as máculas momentâneas das emoções e
atitudes perturbantes e a cognição conceptual. Com isto, alcançamos a mente do caminho
interior da visão e nos tornamos aryas. A menos que sejamos praticantes a quem tudo
acontece de uma só vez, ainda não somos capazes de permanecer para sempre ao nível
de rigpa-essência. Após a meditação, revertemos ao sem.

Na etapa  do salto, ganhamos cada vez maior familiaridade com rigpa-essência. Os


momentos de sem são a condição imediatamente precedente (de-ma-thag rkyen) para que
a nossa experiência seja composta de cinco fatores agregados (phung-po, Sânsc. skandha).
Quanto mais frequentemente e por mais tempo formos capazes de permanecer em rigpa-
essência, tanto mais enfraqueceremos a força da condição imediatamente precedente na
experiência dos cinco agregados.

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[Veja: Esquema Básico dos Cinco Fatores Agregados de Experiência.]

Sem uma forte condição imediatamente precedente, os nossos cinco agregados


desvanecem, incluindo os nossos corpos normais, e nós surgimos sob a forma de um
corpo de arco-íris (‘ja’-lus). Isto ocorre porque uma das qualidades naturais de rigpa é o
estabelecimento espontâneo da aparência da luz do arco-íris de cinco cores.

O corpo de arco-íris é a causa obtentora (nyer-len rgyu) que se transforma


no  rupakaya  (gzugs-sku, corpo-forma) de um Buda. Em geral, no tantra anuttarayoga
(excluindo Kalachakra), a causa equivalente para um rupakaya é um corpo ilusório (sgyu-
lus) no tantra-pai ou um corpo-luz (‘od-lus) no tantra-mãe. O equivalente em Kalachakra é
uma forma-vazia (stong-gzugs). Embora às vezes dzogchen use os termos  corpo-
luz e forma-vazia para o corpo de arco-íris e, em geral, o anuttarayoga use às vezes corpo
de arco-íris para corpo-luz, os tipos de corpos alcançados e os métodos para os alcançar
permanecem distintos no anuttarayoga, Kalachakra e dzogchen.

A Necessidade da Prática Mahayoga e


Anuyoga antes de Dzogchen
Não é possível alcançar as etapas da descoberta e do salto sem a prévia prática de
mahayoga e anuyoga – se não nesta vida, então nas anteriores. Por esta razão,  atiyoga,
sinónimo de dzogchen, aparece geralmente em forma de  maha-atiyoga, significando a
união entre mahayoga e dzogchen.

Mahayoga
A prática mahayoga enfatiza o equivalente ao estágio de geração no anuttarayoga, em que
trabalhamos com a imaginação – ou seja, conceptualmente. Embora rigpa esteja para
além das palavras e conceitos, nós no entanto, antes de conseguirmos o seu acesso,
dependemos de uma ideia de rigpa que usamos como fac-símile para representar rigpa
na meditação.

Nos visualizamos como uma figura búdica (yidam, deidade), por exemplo Vajrasattva. Esta
visualização atua como causa para a luz de arco-íris de cinco cores, qualidade natural de
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rigpa, [que neste caso] aparece na forma de um Vajrasattva de corpo de arco-íris e, por
fim, como a rede de formas iluminadoras, ou rupakaya, de um Buda. Embora a natureza
de rigpa seja a de estabelecer espontâneamente aparências com a luz de arco-íris de cinco
cores, no entanto, sem uma causa precedente como modelo, não é provável que
estabeleça a aparência de um rupakaya.

Além disso, nos visualizamos como um par em união, experienciando simultaneamente o


surgimento de uma consciência altamente bem-aventurada (lhan-skyes bde-ba chen-po) –
uma consciência bem-aventurada que surge em simultâneo com cada momento de rigpa.
Isto atua como uma causa para a eliminação dos obscurecimentos que impedem o
estabelecimento espontâneo da qualidade natural de rigpa – a bem-aventurança.

Anuyoga
A prática anuyoga enfatiza em geral o equivalente à prática do estágio completo nos
estágios do tantra anuttarayoga, antes da aquisição da consciência de clara luz e de uma
mente do caminho interior da visão. Assim, envolve o trabalho com o sistema de energia
sutil com seus ventos-energia, canais energéticos e gotas-energia (rtsa-rlung-thig-le). Tal
prática, em certo sentido, “lubrifica” o sistema de energia sutil de tal forma que, na etapa
da descoberta, os ventos-energia se dissolverão automaticamente com mais facilidade .

[Para mais pormenores, veja: As Facetas Principais de Dzogchen.]

O Processo Básico da Meditação


Dzogchen
Os momentos de pensamento conceptual (rnam-rtog), especificamente momentos de
pensamento verbal, surgem, permanecem e desaparecem simultaneamente, como escrita
na água. Nenhum esforço é necessário para os dissolver; este é o significado do
termo  liberaçãoautomática  (rang-grol, auto-liberação). Os pensamentos se libertam
automaticamente, no sentido em que desaparecem simultaneamente com seu
surgimento. Quando permanecemos neste estado do surgir, permanecer e desaparecer
em simultâneo, nós permanecemos “no estado natural da mente”. É, às vezes, descrito

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como o espaço entre pensamentos de milésimos de segundos ou como o espaço aberto


subjacente aos pensamentos.

Quando os textos descrevem este nível de atividade mental como não fazendo distinções
entre “isto”s e “aquilo”s, querem dizer que não faz distinções entre “isto”s e “aquilo”s
verdadeiramente existentes. Não querem dizer que este nível de atividade mental tenha
falta da distinção (‘  du-shes, reconhecimento) do que as coisas são. Apenas carece da
cognição conceptual que ativamente rotula algo com um conceito mental, tal como
“mesa”. Não é possível que rigpa não saiba nada. Afinal, quando totalmente operacional,
rigpa é a consciência onisciente de um Buda.

Aqui, a apresentação dzogchen não contradiz a asserção Gelug-Prasangika segundo a qual


as coisas existem em termos convencionais como “isto”s ou “aquilo”s simplesmente na
medida em que podem ser validamente rotuladas como “isto”s ou “aquilo”s.
Inerentemente nada existe nas coisas, lhes fazendo “isto” ou “aquilo” pelo seu próprio
poder. Não obstante, um objeto pode ser rotulado corretamente como “uma mesa” por
uma cognição válida da sua verdade superficial (convencional) e este objeto tem a
capacidade de executar a função (don-byed nus-pa) de uma mesa.

Diferenças entre os Métodos de


Meditação Dzogchen, Vipassana e
Mahamudra a Respeito do
Pensamento Conceptual
Vipassana
A meditação  vipassana (lhag-mthong, Sânsc.  Vipashyana), dentro da esfera do budismo
Theravada, envolve notar e observar o surgimento e desaparecimento dos momentos de
pensamento conceptual, mas não através dos “olhos” de um “eu” que existe
independentemente como observador. Através deste processo compreendemos a
impermanência ou natureza momentânea do pensamento conceptual e da atividade

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mental em geral. Também compreendemos que a atividade mental ocorre sem um agente
“eu” independente observando-a ou fazendo-a acontecer.

A meditação dzogchen, em contraste, focaliza no surgir, permanecer e desaparecer


simultâneos dos momentos de pensamento conceptual – não apenas notando-os ou
observando-os. Primeiro, isto nos permite reconhecer rigpa resplandecente – o aspecto
de rigpa que espontaneamente estabelece a aparência do surgir, permanecer e
desaparecer simultâneos dos pensamentos. Depois, permite-nos reconhecer rigpa-
essência – o aspecto de rigpa que funciona como o espaço cognitivo subjacente a cada
momento de atividade mental e que permite o estabelecimento espontâneo do surgir,
permanecer e desaparecer dos pensamentos em simultâneo.

Além disso, vipassana apenas lida com os níveis mais grosseiros da atividade mental,
enquanto que dzogchen tem acesso ao nível mais sutil, rigpa.

Mahamudra
Um dos métodos principais de meditação mahamudra, na tradição Karma Kagyu, é o de
considerar os momentos de pensamento conceptual como o dharmakaya (chos-sku) – a
rede de consciência onisciente búdica que tudo abrange. Se dharmakaya for comparado
ao oceano, então os momentos de pensamento conceptual serão como as ondas do
oceano. Quer o oceano esteja calmo ou turbulento, as ondas não deixam de ser água.
Assim, sem conscientemente procurarmos acalmar as ondas nós enfocamos no oceano,
que nas suas profundezas nunca está perturbado, independentemente do tamanho das
ondas na sua superfície. Por conseguinte, o processo conceptual naturalmente se acalma.

Na tradição Gelug/Kagyu, de mahamudra, consideramos os momentos de pensamento


conceptual como nuvens passageiras que temporariamente obscurecem o céu. Surgem e
desaparecem no céu, mas não são da natureza do céu.

Ambos, mahamudra e dzogchen, lidam com o nível mais sutil de atividade mental;
mahamudra tem acesso a ele dissolvendo os ventos-energia e os níveis mais grosseiros da
atividade mental, enquanto que dzogchen tem acesso a ele reconhecendo-o dentro dos
níveis mais grosseiros, ou seja, sem.

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Contraste entre Dzogchen e Chan (Zen)


Chan (Jap.  zen) é exclusivamente uma prática do sutra, enquanto que
dzogchen é exclusivamente do tantra e especificamente da classe mais
elevada do tantra. Assim, dzogchen trabalha com o nível mais sutil da
atividade mental, enquanto que chan trabalha com níveis mais grosseiros.
Embora chan explicitamente não ensine que todas as boas qualidades estejam
completas na mente, no entanto sugere isso implicitamente, em particular no
que toca à compaixão. Chan apenas coloca uma mínima ênfase no cultivo da
compaixão enquanto método para a eliminação dos obscurecimentos que
impedem de brilhar a compaixão inata. Quando alcançamos o estado natural,
a compaixão fará automaticamente parte desse estado. Dzogchen, por outro
lado, não só ensina explicitamente que todas as qualidades, e não só a
compaixão, estão completas em rigpa, como envolve também extensa prática
de meditação sútrica e tântrica no cultivo da compaixão.
A prática chan não requer de antemão as preliminares comuns e incomuns de
meditação e estudo do sutra e de cem mil repetições de várias práticas,
enquanto que a prática dzogchen requer os dois grupos de preliminares.
A prática chan não requer o prévio recebimento de um empoderamento
(iniciação), enquanto que a prática dzogchen requer.
Embora a iluminação requeira o nível mais sutil da atividade mental, chan não
explicita este nível nem apresenta métodos explícitos para o alcançar. Além
disso, não discute o sistema de energia sutil. Não obstante, o enfoque na área
abaixo do umbigo (Jap. hara) em várias práticas chan faz sem dúvida com que
os ventos-energia entrem e se dissolvam no canal central, que dá acesso a
este nível mais sutil. Dzogchen tem acesso a rigpa ao ser conduzido pelos
nossos mestres espirituais ao seu reconhecimento, depois de termos
“lubrificado” o sistema de energia sutil com a prévia prática anuyoga.
O método chan para a cessação do processo conceptual, especificamente na
tradição Rinzai, é a “dúvida profunda” – o duvidar de todas as afirmações
conceptuais – e a prática  koan, que envolve frequentemente o paradoxo.
Dzogchen pára o processo conceptual focalizando no surgimento e
desaparecimento simultâneos dos pensamentos.

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No chan, a causa para a realização do rupakaya, especialmente na tradição


Soto, é nos sentarmos na postura perfeita de um Buda. No dzogchen, as
causas são: a capacidade natural de rigpa de estabelecer espontâneamente
aparências; a característica inata de rigpa de brilhar com a luz de cinco cores
do arco-íris; e a prévia prática mahayoga de nos visualizarmos como figuras
búdicas. Chan não tem qualquer discussão ou apresentação de figuras
búdicas.

Observações Conclusivas
Dzogchen é uma prática extremamente avançada e difícil. Quando descrito como  sem
esforço (‘bad-med), isso não significa que, como principiantes, não necessitemos de fazer
nada – apenas sentar, relaxar e tudo acontecerá de uma só vez.Sem esforço se refere ao
fato de que os pensamentos desaparecem automaticamente, em simultâneo com seu
surgimento: não precisamos de nos esforçar para os fazer desaparecer. Não obstante,
precisamos de reconhecer e compreender este fato.  Sem esforço  também se refere a
quando nós compreendemos rigpa-essência; nessa altura, com base na prévia prática
mahayoga e anuyoga, os ventos-energia se dissolvem sem esforço e uma aparência de
nós próprios surge sem esforço como um corpo de arco-íris com o aspecto de uma figura
búdica.

Assim, embora a literatura dzogchen fale principalmente sob o ponto de vista do estágio
resultante e daqueles a quem tudo acontece de uma só vez, nós necessitamos de recolher
as causas para o sucesso antes de podermos praticar dzogchen com sucesso. Ou seja, não
podemos prescindir da prática das preliminares comuns e incomuns, do recebimento do
empoderamento, de manter os votos apropriados e de praticar meditação mahayoga e
anuyoga uma série de vezes.

No entanto, podemos praticar agora uma fac-símile da meditação dzogchen para nos
familiarizarmos com o método. Focalizar no surgir, permanecer e desaparecer
simultâneos dos pensamentos, a qualquer nível que possamos, é útil para a superação da
ansiedade, preocupação, raiva e assim por diante. Contudo, precisamos de tentar evitar
nos enganarmos com o pensamento de que este é realmente o nível mais profundo da
meditação dzogchen. Precisamos de tentar evitar o erro de pensar que tudo já é perfeito e
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que, por isso, não há nenhuma necessidade de mudar padrões destrutivos nas nossas
atitudes ou comportamentos.

Os Principais Aspectos da
Doutrina Dzogchen
Alexander Berzin
Novembro 2000, revisado maio 2002 e julho 2006
A tradição Nyingma é um conjunto de muitas linhagens e ensinamentos, incluindo o
dzogchen. Vamos examinar alguns de seus aspectos principais.

Nove Veículos
O Nyingma (período antigo de tradução) divide os ensinamentos do Buda em nove
veículos (theg-pa dgu): três relacionados com os sutras e seis relacionados com os tantras.
Isto difere das escolas Sarma (período novo de tradução) de Kagyu, Sakya e Gelug, que
dividem os ensinamentos em três veículos de sutras e quatro veículos de tantra.

Os três veículos do sutra são os dos shravakas, dos pratyekabudas e o veiculo


do bodisatva. Os dois primeiros estão na categoria do Hinayana, enquanto que
o último pertence ao Mahayana.
Os três tantras externos são kriya, charya e yoga.
Os três tantras internos são mahayoga, anuyoga e atiyoga ou dzogchen.

[Veja: Os Termos Hinayana e Mahayana.]

Os seis primeiros veículos em Nyingma e Sarma são os mesmos. Os três veículos Nyingma
de tantra internos são quase equivalentes à categoria Sarma de anutarayoga tantra. Isto
porque ambas as categorias trabalham com um nível de atividade mental (mente) mais
sutil do que o utilizado nos veículos inferiores para compreender a terceira e quarta
verdades nobres – as verdadeiras paragens para a primeira e segunda nobres verdades (o
sofrimento e suas causas) e os caminhos verdadeiros da mente que produz e possui
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paragens verdadeiras. Causas verdadeiras são: a confusão sobre a realidade (ignorância) e


sobre os níveis efêmeros de atividade mental nas quais operam. Por serem estes níveis
efêmeros, podem ser removidos.

Maha, Anu e Atiyoga em Comparação


com os Anutarayogas Pai, Mãe e Não-
Duais
Mahayoga, anuyoga e atiyoga contém todos os mesmos elementos básicos de prática do
caminho tântrico para a iluminação. Eles diferem em termos de ênfase. A mesma
distinção também se encontra em relação às três divisões de anutarayoga tantra: pai, mãe
e tantras não-duais. Entretanto, os esquemas de duas divisões não são equivalentes.

A prática de anutarayoga abarca o estado de geração (bskyed-rim) e o estado completo


(rdzogs-rim, estado de compleição). No estado de geração, geramo-nos como figuras
búdicas meramente pelo poder de nossa imaginação (visualização). Noestado completo,
tudo está completo para de fato efetuar a geração das causas imediatas para o corpo e a
mente de um buda – não somente na nossa imaginação.

No estado completo, fazemos com que os ventos-energias (rlung, Skt. prana) entrem,


permaneçam e se dissolvam no canal central. Isto nos permite acessar o nível mais sutil
de atividade mental (a clara luz, ‘od-gsal) e utilizá-lo para a cognição não-conceitual da
vacuidade – que é a causa imediata para a mente onisciente de um buda. Utilizamos o
nível mais sutil de vento-energia, que é o suporte para a atividade mental da clara luz,
para surgir na forma de um corpo ilusório (sgyu-lus) que é a causa imediata para a rede de
corpos de forma (Sansc.Rupakaya) de um buda.

Dentro deste esquema de anutarayoga tantra:

O tantra pai enfatiza a prática do corpo ilusório;


O tantra mãe enfatiza a prática da clara luz;
O tantra não-dual enfatiza o par unificado de corpo ilusório e clara luz.

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Se utilizarmos o mesmo esquema do anutarayoga para analisar a apresentação Nyingma,


e dividirmos o estágio completo em duas fases – anterior à obtenção de uma verdadeira
cognição não-conceitual da vacuidade com a clara luz, e posterior, quando obtemos a
causa imediata para o rupakaya, então:

mahayoga enfatiza o estado de geração;


anuyoga enfatiza a primeira fase do estado completo, trabalhando com os
ventos-energia, os canais e os chakras;
atiyoga (dzogchen) enfatiza a segunda fase do estado completo, na qual
obtemos as causas imediatas da mente iluminante e os corpos de forma de
um buda.

Três Linhas de Transmissão


Classificadas de Acordo com suas
Origens
Existem três linhas principais de transmissão dos nove veículos. A primeira inclui todos os
nove veículos, enquanto que as últimas duas incluem alguns dos textos mahayoga e
anuyoga, mas principalmente o dzogchen.

A Linhagem Distante das Palavras do Próprio


Buda
A extensa linhagem distante (ring-brgyud) das palavras do próprio Buda (bka’-ma) inclui os
ensinamentos trazidos da Índia ao Tibete pelos mestres indianos e tibetanos, transmitida
diretamente por meio de uma linha ininterrupta de discípulos.

A Linhagem Próxima dos Textos-Tesouro


A mais curta linhagem próxima (nye-brgyud) dos textos-tesouro (gter-ma, “terma”) inclui
textos colocados ou em um local físico (as-gter), como por exemplo dentro de uma pilastra
de um templo, ou então nas mentes dos discípulos (dgong-gter).Os primeiros mestres

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indianos e tibetanos que trouxeram os ensinamentos da Índia esconderam-nos assim


para resguardar-los durante épocas que não seriam propícias para as suas práticas.
Séculos depois, reveladores dos textos-tesouro (gter-ston, “terton”) os recuperaram e
transmitiram para linhas ininterruptas de discípulos.

Enterrar textos-tesouros não é coisa única ao Tibete, ou no Tibete, à tradição Nyingma. Na


Índia, Asanga enterrou três textos de Maitreya, inclusive o texto intitulado O Continuum
mais Duradouro (rGyud bla-ma, Skt. Uttaratantra) que foram recuperados pelo mestre
indiano Maitripa. Dentro das tradições Kagyu, o discípulo de Milarepa (Mi-la Ras-
pa) chamado Rechungpa (Ras-chung-pa) enterrou os textos mahamudra, e o fundador da
linhagem Drugpa Kagyu, Tsanpa Gyarey (gTsang-pa rGya-ras) os recuperou.

Uma variante desta maneira de transmissão foi usada pelo Buda ao confiar os Sutras
Prajnaparamita aos nagas (klu, guardiões de tesouros que são metade humanos, metade
serpentes), que os esconderam no fundo do mar. O mestre indiano Nagarjuna foi até o
reino dos nagas, no fundo do mar, e os recuperou muitos séculos mais tarde.

A Linhagem Profunda de Visões Puras


A linhagem profunda (zab-brgyud) de visões puras (dag-snang,revelação) inclui
ensinamentos, recebidos em visões por figuras búdicas ou fundadores de linhagem.

Encontramos mais um precedente indiano com Asanga, que foi levado à terra pura de
Tushita pelo Buda Maitreya e ali recebeu a visão pura dos cinco textos de Maitreya.

As Três Categorias dos Textos-Tesouro


Os textos relacionados ao dzogchen classificam-se em três categorias:

A categoria mental (sems-sde) que enfatiza a percepção pura (rig-pa) como


sendo a base para tudo (kun-gzhi, Sanscr.Alaya).
A categoria espaço aberto (klong-sde) enfatiza o aspecto de espaço
aberto (klong) como sendo a base para tudo.
A categoria de ensinamentos quintessenciais (man-ngag sde)enfatiza a percepção
como sendo primordialmentepura (ka-dag). Outro nome para esta categoria é
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a categoria da essência do coração (snying-thig). Vários textos que incluem o


termo nyingtig em seus títulos pertencem a esta divisão.

As primeiras duas categorias derivam de textos-tesouro enterrados por Vairochana, um


dos primeiros sete monges tibetanos budistas. A categoria mental se origina de textos
indianos que Vairochana traduziu; a categoria do espaço aberto se origina dos seus
ensinamentos orais. A categoria de ensinamentos quintessenciais se origina de textos
enterrados ou por Guru Rinpoche (Padmasambhava) ou então do mestre indiano
Vimalamitra. Somente esta terceira é praticada extensivamente hoje em dia.

[Veja: Uma Breve Historia de Dzogchen.]

Três Tipos de Visões Puras


Os três ensinamentos da classe do tantra superior que derivam das visões puras também
pertencem a três categorias:

Aqueles que têm sua origem em experiências meditativas;


Aqueles que surgem nos sonhos;
Aqueles que surgem diretamente das consciências sensoriais – ver e ouvir de
fato uma figura búdica estando desperto, e não durante os sonhos ou
meditação.

A terceira classe constitui a linhagem mais profunda. Um precedente que aconteceu na


Índia foi o de Asanga, que recebeu os cinco textos de Maitreya vendo-os diretamente em
Tushita.

Três Linhas de Transmissão


Classificadas de Acordo com a Maneira
de tê-las Recebido

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31/05/2022 17:05 Dzogchen: Grande Perfeição – Saberes Ancestrais, Tradicionais e Perenes

O sistema Nyingma apresenta um esquema de classificação adicional para as linhas de


transmissão das três classes de tantra internos, dividido de acordo com a maneira pela
qual os mestres que fundaram a linha de transmissão receberam os ensinamentos.

A linha de transmissão da intenção do Buda Triunfante (rgyal-ba dgongs-brgyud) é


recebida por um mestre quando ele ou ela alcança a iluminação e compreende
diretamente a intenção completa dos ensinamentos do Buda.
A linha de transmissão dos gestos de um contemplativo da consciência pura
(rig-‘dzin brda-brgyud) é recebida por um mestre em uma visão pura da
emanação de um buda, quando ele ou ela obtém realização através de ver um
gesto executado por esta emanação.
A linha de transmissão ouvida por uma pessoa (gang-zag snyan-brgyud) é
recebida oralmente dos ensinamentos de grandes mestres. A maioria deriva
de ensinamentos ouvidos diretamente ou do Guru Rinpoche ou então de
Vimalamitra.

Rigpa
A prática de dzogchen enfatiza o acesso a rigpa (rig-pa,consciência pura), o nível mais sutil
da atividade mental. Rigpa é um fenômeno não afetado (‘dus-ma-byed), não no sentido de
ser estático, mas no sentido de não ser artificial ou fabricado como algo temporário e
novo. Está primordialmente presente, é continuo e perpétuo. Não está manchado por
atividade mental passageira – em outras palavras, rigpa não as tem.

Rigpa é completo com todas as boas qualidades (yon-tan) de um Buda, como a


compreensão e a compaixão. Estas são inatas(lhan-skyes) a rigpa, o que significa que
surgem juntas em cada momento de rigpa, e primordiais (gnyugs-ma), no sentido de não
terem um começo.

Não necessitamos criar boas qualidades do nada, ou apenas de potenciais. Assim como a
qualidade inata do espelho de refletir, que está presente mesmo quando sua superfície
está totalmente obscurecida pela poeira, não precisamos adicionar nada para que as boas
qualidades do rigpa funcionem. Temos somente que remover as manchas passageiras, a

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31/05/2022 17:05 Dzogchen: Grande Perfeição – Saberes Ancestrais, Tradicionais e Perenes

poeira. Antes da iluminação, porém, mesmo quando o rigpa já estiver manifesto, suas
boas qualidades ainda não estarão todas evidentes ao mesmo tempo.

Entre as qualidades inatas de Rigpa está a consciência profunda que surge de si mesma
(rang-byung ye-shes), também conhecida como consciência profunda reflexiva (rang-byung
ye-shes). Esta é a consciência da própria face de rigpa (rang-ngo-shes-pa) como sendo a
face de Samantabhadra (Kun-tu bzang-po, Aquele que é Totalmente Excelente, dotado de
todas as boas qualidades). Quando a consciência profunda reflexiva não está manifesta,
por causa do fator estupefação que surge automaticamente (rmongs-cha, estupidez,
deslumbramento), que obscurece o conhecimento de rigpa de sua própria natureza, a
atividade mental se converte em sem (sems, consciência limitada) e já não é mais rigpa.

Fator fugaz de estupefação é outro nome para a falta de consciência que surge
automaticamente (lhan-skyes ma-rig-pa) em relação aos fenômenos. Este não é na verdade
uma atitude perturbadora, mas apenas nominal (nyon-mongs-kyi ming-btags-pa), já que
pertence à categoria de obscurecimentos relativos a tudo que se pode conhecer, e que
impedem a onisciência (shes-sgrib).

No mais, o não-conhecimento (ignorância)

Aqui não tem o sentido de cognição invertida e aferramento da aparência


cognitiva das coisas (phyin-ci-log-par ‘dzin-pa), percebendo-as como existindo
de um modo que não corresponde à sua realidade, e o aferramento a elas
como existindo verdadeiramente desta maneira.
Nem sequer é o não-conhecimento no sentido de não se dar conta (mi-shes-pa)
de que as aparências dualistas são falsas.
Mais exatamente, é o não-conhecimento no sentido de não conhecer sua
própria natureza. Ele não “reconhece sua própria face”.

Três Aspectos de Rigpa


A consciência profunda de rigpa e a consciência de sua natureza tríplice (“sua própria
face”). Isto se refere aos três aspectos de rigpa: a sua natureza essencial (ngo-bo,
essência), sua natureza influente (‘phrin-las, atividade) e sua natureza funcional (rang-
bzhin, natureza própria).
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A natureza essencial de rigpa refere-se à categoria de fenômeno que é. Em


essência, rigpa é pureza primordial (ka-dag). Isto significa que rigpa é
primordialmente (sem começo) pura de quaisquer manchas. Isto é tanto no
sentido de ser vazia de si mesma (rang-stong, vazia de maneiras impossíveis de
existir) como no sentido de vazia de outro (gzhan-stong, uma consciência que
tem esta natureza vazia e destituída de níveis fugazes mais grosseiros).
Portanto, a pureza primordial deriva de uma união dos ensinamentos do
segundo e terceiro ciclos de transmissão (giros da roda do dharma), sobre o
vazio de si mesmo e da natureza búdica, respectivamente.
A natureza influente de rigpa refere-se à forma na qual rigpa influencia outros.
Esta forma relaciona-se com seu aspecto de capacidade de resposta (thugs-rje,
compaixão). Em outras palavras, a natureza de rigpa que influencia os outros é
a que responde sem esforços e espontaneamente, sendo compassiva na
comunicação.
A natureza funcional de rigpa refere-se especificamente ao que ela faz. Rigpa
estabelece aparências espontaneamente (lhun-grub) e sem esforços.

As Duas Verdades em Nyingma


Nyingma apresenta as duas verdades (bden-gnys) em varias maneiras. No sentido mais
amplo:

Rigpa, com sua criação pura de aparências, é a verdade mais profunda (Don-
dam bden-pa, verdade última).
Sem, com a sua criação impura de aparências, é verdade superficial ou
convencional (kun-rdzob-bden-pa, verdade relativa).

Criação impura de aparências (ma-dag-pa’i snang-ba) dá origem às aparências das coisas


como ou tendo existência verdadeira, ou carecendo de existência verdadeira, ou ambos
ou nenhum dos dois. Criação pura de aparências (dag-pa’i snang-ba) da origem às
aparências das coisas como existindo além destes quatro extremos.

Dentro do contexto de rigpa:

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O aspecto de pureza primordial – como o lado vazio de rigpa (stong-cha) e o


lado da consciência (rig-cha) – é a verdade mais profunda de rigpa.
O aspecto do estabelecimento espontâneo de aparências, baseado na aspecto
de responsividade – como o lado das aparências de rigpa (snang-cha) e o lado
de criar aparências (gsal-cha) – é a sua verdade superficial ou relativa.

Desta maneira, os três aspectos de rigpa, assim como suas duas verdades, são sempre
inseparáveis (dbyer-med) e surgem simultaneamente (lhan-skyes).

As Fases Básica e Resultante dos Três


Aspectos de Rigpa
A fase básica dos três aspectos de rigpa refere-se aos três como sendo aspectos da
natureza búdica de todos os seres limitados (sems-can, seres sencientes).

A fase resultante dos três aspectos refere-se à sua manifestação como sendo a natureza
completamente realizada de um buda. Nesta fase:

A natureza essencial de rigpa manifesta-se como o dharmakaya (chos-sku, um


corpo que tudo abarca, a consciência onisciente de um buda e a
inseparabilidade de suas duas verdades).
A natureza influente de rigpa manifesta-se como o sambogakaya (longs-sku,
um corpo de formas sutis de palavra e comunicação que faz uso completo dos
ensinamentos mahayana).
A natureza funcional de rigpa manifesta-se como o nirmanakaya (sprul-sku, um
corpo de emanações do sambogakaya, que surge na aparência em corpos
físicos).

Os Três Aspectos na Fase do Caminho


Com o objetivo de remover as manchas fugazes dos três aspectos da fase básica de rigpa
de maneira que seu funcionamento como os três aspectos da fase resultante possa

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ocorrer sem impedimentos, trabalhamos com os três na fase do caminho. Fazemos isto
em três etapas:

A Etapa Atiyoga
O atiyoga possui duas fases extremamente avançadas de prática com rigpa: lograr (khregs-
chod) e saltar (thod-rgal).

A prática de lograr enfatiza a natureza essencial de pureza primordial de rigpa.


Nesta etapa, acessamos rigpa, com sua cognição não-conceitual da vacuidade,
e alcançamos um caminho mental de visão (mthong-lam, caminho da visão), o
que nos torna um arya (‘phags-pa). Isto equivale a alcançar a etapa de clara luz
em anutarayoga tantra. Ainda que ambas as verdades sejam inseparáveis e
surjam simultaneamente em rigpa, somente sua verdade mais profunda – isto
é, sua pureza primordial -, destaca-se nesta etapa. A verdade superficial de
rigpa (sua criação de aparências) e todas as demais qualidades não estão
ainda completamente desenvolvidas.
Depois da etapa de lograr, a prática de saltar enfatiza a natureza influente da
capacidade de resposta de rigpa e sua natureza funcional de estabelecer
aparências espontaneamente. Ao permanecer repetidamente em rigpa,
cortamos a continuidade de sem, que é a condição imediatamente precedente
(de-ma-thag rkyen) para que nossa experiência seja composta de nossos cinco
fatores agregados ordinários (phung-po lnga). Conseqüentemente, rigpa
espontaneamente dá origem a uma aparência de si mesmo como um corpo de
arco-íris (‘já’-lus). Ambas as verdades são inseparáveis e surgem
simultaneamente, mas aqui a verdade superficial de rigpa – sua capacidade de
resposta e o estabelecimento espontâneo de aparências – é mais
proeminente. Esta etapa equivale à etapa do par unificado do corpo ilusório e
da clara luz, e um caminho mental de familiarização (sgom-lam, caminho da
meditação).

Existem dois tipos de praticantes: os que avançam por etapas (lam-rim-pa) e aqueles para os
quais tudo ocorre de uma só vez (cig-car-ba). Depois de obter a fase de lograr, os primeiros
progridem através das etapas distintas da fase de saltar, uma a uma, percorrendo os dez

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níveis bumi mentais (as-bcu) dos arya bodisatvas, até alcançar a iluminação. Os últimos
conseguem tudo de uma vez, a fase de lograr, de saltar, até a iluminação, devido à
enorme quantidade de acumulação de força positiva de iluminação (mérito) de suas
práticas intensivas anteriores, que frequentemente já surgem de vidas anteriores.

Etapa Mahayoga
Como preparação para a etapa atiyoga da prática de dzogchen, necessitamos da prática
equivalente ao estado de geração, como enfatizada na mahayoga. Por isto, a atiyoga é
frequentemente conhecida pelo nome de maha-atiyoga.

A característica mais importante da prática do estado de geração do mahayoga é a


dos três samadhis (ting-nge-‘dzin gsum, três absorções meditativas), nos quais trabalhamos
com os três aspectos de rigpa em nossas imaginações:

O samadhi da base na natureza autentica (gzhi de-bzhin-nyid-kyi ting-nge-‘dzin, de-


ting). Concentramo-nos imaginariamente em uma aproximação da pureza
primordial de rigpa. Fazemos isto, por exemplo, recordando-nos que a pureza
primordial nem surge de parte alguma, nem reside em parte alguma, nem vai
a parte alguma. Ē um estado de consciência que está livre de ser patético e
débil (lham-me lhen-ne), livre de ser inquieto e explosivo (‘ar-ma ‘ur-ma), livre de
inclinar-se a este ou àquele lado (zur), e livre de fazer ou abandonar planos
(rgya-chad). Em outras palavras, este é um estado de receptividade aberta
(klong), que é a base para a capacidade de ajudar aos demais como um buda.
O samadhi do caminho que tudo ilumina (lam kun-snang-ba’i ting-nge-‘dzin,
snang-ting). Movidos pela compaixão ante o desconhecimento que têm seres
limitados da pureza primordial de seu rigpa, completo com todas suas
qualidades, concentramo-nos em uma aproximação da capacidade de
resposta de rigpa. Este é o movimento mental sutil que aparece e responde,
que é o caminho para ajudá-los.
O samadhi resultante na causa (‘ bras-bu-rgyu’i-ting-nge-‘dzin, rgyu-ting). Aqui,
surgimos como uma silaba semente, por exemplo, hum, que é a causa para
manifestarmo-nos como uma figura búdica. Concentramo-nos na visualização
desta silaba que representa com aproximação a natureza funcional de rigpa
de estabelecer aparências espontaneamente. Imaginar que aparecemos numa
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forma visível que se transforma em uma figura búdica, traz o resultado real de
ajudar os seres limitados.

A prática dos três samadhis do mahayoga purifica nossa experiência ordinária da morte,
do bardo e do renascimento.

A morte é como a pureza primordial, carente de níveis grosseiros de atividade


mental e de vento de energia.
O bardo é como a capacidade de resposta, com um ligeiro movimento dos
ventos de energia sutis.
O renascimento é como estabelecer aparências espontaneamente, com a
aparência de uma semente que se transformará em um corpo completo.

Em outras tradições tibetanas, por exemplo, a Gelug, a prática equivalente ao estado de


geração chama-se adotar os caminhos mentais para alcançar os três corpos de um Buda (sku-
gsum lam-‘khyer):

Adotar a morte como um caminho mental para alcançar o dharmakaya,


Adotar o bardo como um caminho mental para alcançar o sambogakaya,
Adotar o renascimento como caminho mental para alcançar o nirmanakaya.

Etapa de Empoderamento
Para obter a capacidade de praticar mahayoga e atiyoga com sucesso, necessitamos
receber um empoderamento (dbang,“wang”, iniciação) e manter os votos conferidos
naquela ocasião.

Em geral, o empoderamento tântrico ativa os fatores da nossa natureza búdica através da


experiência consciente de um estado mental específico, junto com compreensão, durante
o ritual; e por meio de sentir-se exaltado pela inspiração (byin-rlabs,bendições) do mestre
tântrico.

Neste caso, experienciar algo conscientemente não se refere a ter uma experiência
mística. Em vez disto, refere-se à geração consciente de um estado mental acompanhado
de compreensão, com ou sem esforço.

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No sistema Gelug, a experiência consciente refere-se a certo nível de uma


consciência bem-aventurada da vacuidade.
Nos sistemas não-Gelug, está focalizada tanto na natureza búdica de nossos
mestres tantricos como também de nós mesmos, com certo nível de
compreensão da natureza búdica.
No dzogchen, está focalizada especificamente na base dos três aspectos de
rigpa como fatores da natureza búdica tanto de nossos mestres tântricos
como de nós mesmos.

Três fatores circunstanciais que correspondem aos três aspectos de rigpa contribuem
para a nossa compreensão profunda e consciente da natureza búdica:

O samadhi (absorção meditativa) do mestre tântrico corresponde à pureza


primordial,
Os mantras que o mestre tântrico repete correspondem à capacidade de
resposta e à comunicação compassiva,
Os objetos rituais que o mestre tântrico utiliza durante o ritual correspondem
às aparências estabelecidas espontaneamente.

Para obter a inspiração de um mestre tântrico de forma mais completa, precisamos


focalizar-nos com concentração e compreensão nestes três fatores circunstanciais.
Sustentamos a experiência consciente que alcançamos, ao receber e manter os votos de
bodisatva e os votos tantricos.

Preliminares Internas
Para que possamos ser suficientemente receptivos e maduros para receber um
empoderamento, e não somente estar assistindo e não experienciando nada, precisamos
ter primeiro praticado as seis preliminares internas (nang-gi sngon-‘gro). Tal qual foram
esquematizadas pelo mestre do século XIX, Dza Patrul (rDza dPal-sprul O-rgyan ‘jigs-med
dbang-po), no Guia de Instrucoes de Meu Mestre Espiritual (Samantabadra) Totalmente
Excelente (Kun-bzang bla-ma’i zhal-lung, palavras perfeitas de meu excelente mestre), elas são,
em ordem inversa:

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Guru yoga, na qual reconhecemos e nos focalizamos na natureza búdica tanto


de nossos mestres espirituais como na nossa própria, e criamos um elo ou
vinculo entre os dois.
Poderemos fazer isto com êxito, com a base de previamente ter feito
as oferendas kusali de chod (chod), nas quais imaginamos que cortamos e
oferecemos nosso corpo ordinário, o qual se origina e está acompanhado do
não-saber (ignorância).
Poderemos fazer isto com êxito, com a base de haver feito, de antemão,
as oferendas do mandala, nas quais desenvolvemos a generosidade e
fortalecemos nossa rede de força positiva, construtora da iluminação
(acumulação de méritos) ao imaginar que oferecemos o universo.
Poderemos fazer isto com êxito, com a base de haver praticado de antemão
a recitação de Vajrasatva , para purificar os obstáculos grosseiros que poderiam
impedir-nos de conseguir fazer uma rede de força positiva, construtora da
iluminação.
Poderemos fazer isto com êxito, com a base de haver cultivado previamente
a bodhicitta e as atitudes de largo alcance (phar-byin, Sanscr. Paramita,
perfeições), de modo a estar aspirando à iluminação e dedicando nossas ações
construtivas para consegui-la, para assim beneficiar a todos os demais, tanto
quanto possível.
Poderemos fazer isto com êxito com a base de haver dado previamente à
nossa vida a direção segura do refugio, o que teria sido feito junto com
prostrações que mostram respeito aqueles que já realizaram rigpa e à nossa
própria natureza búdica que nos permitirá consegui-la.

Preliminares Externas
Somos capazes de praticar as seis preliminares internas com a base de haver praticado
anteriormente as seis preliminares externas (phyi’i sngon-‘gro).

Novamente, em ordem inversa:

Construir e manter uma relação saudável com o mestre espiritual, como sendo


um exemplo vivo de uma direção segura.
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Seremos capazes de conseguir isto com a base de haver entendido


previamente o que são os benefícios da liberação,de maneira que buscaremos
um exemplo disto.
Somente pensaremos na liberação quando houvermos compreendido
previamente a causa e o efeito kármico e o fato de que somos capazes de
liberar-nos disto.
Somente pensamos no karma porque é a causa das faltas do samsara.
Somente vemos isto quando previamente tivermos reflexionado sobre a morte
e a impermanência e do fato de que os problemas e sofrimentos continuam
vida atrás de vida.
Reflexionamos sobre a morte somente quando tivermos apreciado
previamente nosso precioso renascimento humano.

As Quatro Classes de Rigpa


Rigpa base (gzhi’i rig-pa). Dentro da classificação de base, caminho e resultado,
esta é a base. Podemos experienciá-la no momento da clara luz da morte,
embora normalmente nunca a reconheçamos. As duas classes seguintes
correspondem ao caminho.
Rigpa resplandecente (rtsal-gyi rig-pa), às vezes também chamada rigpa base
criadora de aparências (gzhi-snang-gi rig-pa), é o aspecto de estabelecimento
espontâneo de rigpa, o que reconhecemos primeiro no caminho.
Rigpa essência (ngo-bo’i rig-pa), às vezes também chamadarigpa natural (rang-
vzhin-gyi rig-pa), é o aspecto de pureza primordial (natureza essencial) de rigpa,
tal como é reconhecida no caminho depois que tivermos reconhecido rigpa
resplandecente. Às vezes, ainda falamos de uma quarta classe de rigpa:
Rigpa da presença espontânea que abrange tudo (lhun-grub sbubs-kyi rig-pa) é o
rigpa resultante equivalente ao dharmakaya.

Rigpa Base e o Alaya dos Hábitos


Um sinônimo para rigpa base é o alaya primordial mais profundo (ye-don kun-
gzhi, fundamento ou base primordial mais profunda que abrange tudo), devido ao fato de
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ser a fonte de todas as aparências de samsara e nirvana.

Sem ter começo, rigpa base tem estado fluindo com um fator passageiro de estupefação,
o qual obscurece sua profunda consciência reflexiva, assim impedindo rigpa de conhecer
seu próprio rosto.

Devido à combinação de rigpa base com a estupefação, rigpa base funciona como
um alaya dos hábitos (bag-chags-kyi kun-gzhi, fundamento ou base dos hábitos que
abrange tudo), que é uma classe de sem. Os hábitos incluem os hábitos de aferramento a
uma existência verdadeira, os hábitos kármicos, e as memórias (hábitos para recordar
algo repetidamente).

O alaya dos hábitos é a clara luz normal da morte dos seres ordinários ou comuns, assim
como também é aquilo que está sob e o que acompanha cada momento dos níveis mais
grosseiros de cognição enquanto estamos vivos. Não é que rigpa base seja a causa do
alaya dos hábitos, porque essencialmente são o mesmo (ngo-bo gcig, o mesmo elemento
descrito de dois pontos de vista diferentes).

Assim como sucede com todas as outras classes de consciência não-conceituais, o alaya
dos hábitos conhece as coisas, mas não os rótulos (um processo conceitual), nem constrói
uma cadeia de pensamentos a partir delas. O alaya dos hábitos dá origem a seis classes
de consciências primarias (rnam-shes) e às aparências cognitivas de seus objetos de
cognição.

As seis classes de consciências primárias são as cinco sensoriais, que sempre são não-
conceituais, e a consciência mental, que pode ser conceptual ou não-conceptual (como
nos sonhos, nos quais surgem aparências cognitivas de objetos sensoriais, ou então em
percepções extra-sensoriais). As consciências primárias e a aparência cognitiva surgem,
moram e desaparecem simultaneamente em cada momento, e seus momentos tem uma
ordem ou seqüência de acordo com o karma.

Consciência Perturbadora
A consciência perturbadora (nyon-yid, consciência enganosa, consciência contaminada)
acompanha a alaya dos hábitos, e ambas são consideradas como tipos de consciências
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primarias. Deste modo, na escola Nyingma, sem inclui oito classes de consciências
primárias, cinco sensoriais, uma mental, uma perturbadora, e o alaya dos hábitos.

A consciência perturbadora co ncebe o alaya dos hábitos como um “eu” inalterado,


monolítico e que existe independentemente, que governa sobre os fatores agregados da
experiência, tais como o corpo e a mente. Isto leva à atitude perturbadora de conceber o
“eu” como “eu, o experienciador, aquele que possui o controlador daquilo que for
conhecido”.

Mais detalhadamente, a cognição não-conceptual através das seis classes de consciência


dura somente um milissegundo. A consciência perturbadora não funciona neste
momento. Porém, imediatamente depois deste milissegundo, com a cognição conceptual
(mental), a consciência perturbadora dá origem à aparência, à percepção, e ao
aferramento (crença em) um chefe aparentemente independente como sendo um “eu”.
Logo, dá origem à aparência dualista de “eu, aquele que experiência algo, aquele que
possui, que controla” e “o objeto que eu experiencio, possuo, controlo”. Baseados nisto,
experienciamos as emoções e atitudes perturbadoras, os impulsos do karma e o
sofrimento.

A Diferença entre o Alaya Para os


Hábitos na Tradição Nyingma e o
Alayavijnana na escola Chitamatra
O budismo tibetano classifica as visões filosóficas das principais escolas budistas indianas
em quatro sistemas de princípios (grub-mtha’), como eram estudados nas universidades
monásticas da Índia, quando os tibetanos começaram a estudar o budismo nestes
lugares, no oitavo século. Porém, cada uma das quatro tradições tibetanas explica as
afirmações dos quatro sistemas de princípios de maneira diferente. Inclusive dentro de
uma mesma tradição tibetana, vários mestres apresentam os quatro de forma diferente, e
alguns mestres, como Tsongkhapa, explicaram alguns dos pontos em seus textos de
maneiras diferentes, em distintas épocas de suas vidas.

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Dentro dos quatro sistemas filosóficos, a escola Chitamatra (sems-tsam-pa, mente só) fala
do alayavijnana (kun-gzhi-rnam-shes, a consciência base de tudo, “o armazém da
consciência”). Este é o nível de atividade mental que continua de uma vida à outra,
levando consigo todos os hábitos samsáricos.

Todavia, os ensinamentos dzogchen são apresentados dentro do contexto da escola


Madhyamika (dbu-ma). Ainda que a tradição Nyingma do Madhyamika aceite em suas
descrições da verdade superficial (relacionando-a com sem) muitas das categorias de
fenômenos utilizadas na escola Chitamatra – tais como o alaya, a consciência
perturbadora, e a consciência reflexiva (rang-rig) – a tradição Nyingma apresenta sua
forma de existência e algumas de suas características de maneira diferente.

Quanto ao alaya dos hábitos na tradição Nyingma e ao alayavijnana na tradição


Chitamatra, estes são apresentados na tradição Nyingma da seguinte forma:

A forma de existência do alaya dos hábitos está além das palavras e dos
conceitos, além dos quatro extremos de ter uma existência verdadeira não-
imputada, de carecer de uma existência verdadeira não imputada, de ambas e
de nenhuma delas. A escola Chitamatra apresenta a alayavijnana como tendo
uma existência verdadeira não imputada.
O alaya dos hábitos é essencialmente o mesmo que o rigpa base. O
alayavijnana não é o mesmo que a esfera pura da mente (chos-kyi dbyings). As
duas estão misturadas juntas, como leite e água. Quando se dá a liberação, o
alayavijnana se separa da esfera pura da mente, como o leite coagulado, e sua
continuação se acaba.

….

Dzogchen
(Redirecionado de Grande Perfeição )
Este artigo é sobre o estado primordial do budismo tibetano eo Bön.  Para o mosteiro,
ver Mosteiro Dzogchen .

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Dzogchen

Tibetano nome

Tibetano : རྫོགས་ཆེན་

rdzogs chen
Wylie transliteração :
(Rdzogs pa chen po)

pronúncia em IPA : [Tsɔktɕ ʰ E]

transcrição oficial ( RPC): Zogqên

THDL : Dzokchen

transcrições outro: Dzogchen

Chinês nome

大究竟,
tradicional : 大圆满,
大成就

大究竟,
simplificada : 大圆满,
大成就

dàjiūjìng,
Pinyin : dàyuánmǎn,
dàchéngjiù

De acordo com  o budismo tibetano  e  Bön  ,  o Dzogchen  (rdzogs chen ou Atiyoga) é o


estado natural, primordial ou condição natural da mente e um corpo de ensinamentos e
práticas de meditação que visam perceber essa condição.  Dzogchen ou “Grande
Perfeição”, é um ensinamento central daNyingma escola também praticada por adeptos
de outras seitas do budismo tibetano. De acordo com a literatura Dzogchen, Dzogchen é o
caminho mais alto e mais definitivo para a iluminação. [1]
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Do ponto de vista do Dzogchen, a natureza última de todos os seres sencientes é dito ser
puro, abrangente consciência primordial, ou que ocorrem naturalmente consciência
atemporal.  Essa consciência intrínseca não tem forma própria e ainda é capaz
de perceber , vivenciar, refletir ou expressar todas as formas. Fá-lo sem ser afetado por
essas formas de qualquer forma, último permanente.  A analogia dada pelo Dzogchen
mestres é que a natureza de uma pessoa é como um espelho que reflete com abertura
completa, mas não é afetado pelos reflexos, ou como uma bola de cristal que assume a
cor do material em que é colocado sem que ele próprio sendo alterado. O conhecimento
que se segue de reconhecer essa clareza espelhado (que por outro lado não pode ser
encontrado) é o que Dzogchenpas se referem como  rigpa  .  [2] Sabe-se  que existe uma
liberdade primordial de captar a sua mente (sems). [3]

Há um consenso bastante amplo entre lamas, tanto do Nyingma e Sarma escolas que o


estado final de dzogchen e mahamudra são os mesmos.  [4] AMadhyamaka ensinamentos
sobre  o vazio  são fundamentais para e completamente compatível com as práticas
Dzogchen. [5] Essência Mahamudra é visto como sendo o mesmo que Dzogchen, exceto o
primeiro não incluem thödgal . [6]

Nomenclatura e etimologia
O  Dzogchen  palavra tem sido traduzida de várias formas como Grande Perfeição,
Integralidade Grande, Integralidade Total, e Supercompleteness.  Estes termos também
transmitir a ideia de que nossa natureza como consciência intrínseca tem muitas
qualidades que o tornam perfeito. Estes incluem indestrutibilidade, a pureza incorruptível,
não discriminatório abertura, clareza impecável, a simplicidade profunda, que a tudo
permeia presença e igualdade em todos os seres (ou seja, a quantidade, qualidade e
funcionalidade dessa consciência é exatamente o mesmo em cada ser no universo) . Diz-
se que as qualidades pessoais do impressionantes totalmente iluminado  Buda  são
derivadas do fato de que ele foi completamente alinhada com esta natureza já existente
primordial.  Descrições de um buda como  onisciente  e  onipresente  se referem à sua
natureza última como essa consciência.  O termo tibetano  Dzogchen  é dito às vezes ser
uma tradução do termo sânscrito  mahāsandhi, [7]  e também é usado para processar o
termo sânscrito ati yoga (yoga primordial). [8]

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Um homônimo termo dzogchen designa uma meditação prática e corpo de ensinamentos


que visam ajudar o indivíduo a reconhecer o Estado Dzogchen, a tornar-se certeza sobre
isso, e para desenvolver a capacidade de manter o estado continuamente.

Pettit (1999:. P 4) identifica os vários usos contextuais e implicações do termo “Dzogchen”


(Wylie:  rdzogs chen)  que muitas vezes são confundidas e
menciona agama , siddhanta e darśana :

“Grande Perfeição” variadamente indica os textos (Agama,


pulmão) e instruções orais (Upadesa, ngag homem) que indicam a
natureza da sabedoria iluminada (rdzogs chen gyi gzhung homem
Dang ngag), as convenções verbais desses textos (rdzogs chen gyi
chos skad), os yogis que meditam de acordo com os textos e
instruções (rdzogs chen gyi rnal ‘byor pa), um famoso mosteiro,
onde a Grande Perfeição era praticado por monges e
iogues (rdzogs chen dgon sde), eo sistema filosófico (siddhanta,
grub mtha ‘) ou visão (darśana, lta ba) da Grande Perfeição “. [9]

Maha Ati
Maha Ati  é um termo cunhado por  Trungpa Rinpoche  [  carece de fontes?  ],  um mestre
das Kagyu e Nyingma linhagens de Tibetano Budismo Vajrayana . Ele geralmente preferido
para introduzir em sânscrito, em vez de termos tibetanos para seus alunos, e se sentiu
“Maha Ati” era o equivalente mais próximo para “Dzogpa Chenpo”, embora tenha
reconhecido que era uma escolha pouco ortodoxa.  A cunhagem não segue
as sandhi regras que seriam prestados como Mahati. Isto serve como uma indicação da
sua pedigree como uma volta-formação.

Esotérica transmissão
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Os ensinamentos Dzogchen são os mais altos dos nove yana (tibetano theg pa, veículo) do


Nyingma (Wylie:  rnying ma)  escola do budismo tibetano eo Bön tibetana
(Wylie:  bon)  tradição.  Muitos lamas, particularmente, dos  Nyingma  e  Kagyu  escolas,
considerá-los como os ensinamentos mais profundos completamente. [10]

As instruções que apontam para o estado de Dzogchen são às vezes descritos como um
conjunto de “interior” ou “coração” (Wylie:  snying thig)  ensinamentos.  Ascetas budistas
tibetanos consideram que o estado apontado por esses ensinamentos é muito difícil de
descrever, e só podem ser descobertos através da transmissão esotérica e apontando-out
instrução por um autênticoVajra Mestre. [11]

Embora Dzogchen não podem ser separados pela tradição budista ou Bön, muitas vezes
os professores enfatizam o caráter não religioso do Dzogchen.  No entanto, o quadro
budista ou Bön tradicional nunca é negada.  Namkhai Norbu Rinpoche  diz que, como
nossa natureza primordial, Dzogchen existe desde o início dos tempos e é apontado por
vários mestres em todo o Universo.[12]

Antecedentes
De acordo com um Nyingma tradição, o primeiro mestre da linhagem Dzogchen budista
em nosso mundo foi  Garab Dorje  (Wylie:  rab dga ‘rje rdo,  sânscrito
* prahevajra) de Uddiyana (Wylie:. o rgyan). [13] [14]

Criadores indianos
De acordo com Garab Dorje, Dzogchen se diz ter sido passado como se segue na
lista.  Muitas vezes, os profissionais dizem ter vivido há centenas de anos, e há
inconsistências na vida datas indicadas, o que torna impossível a construção de uma linha
de tempo razoável.

1. Prahevajra (tib. Garab Dorje, Wylie: rab dga ‘rDorJe) 184 aC a 57 dC


2. Mañjuśrīmitra (tib. Jampal Shenyen, Wylie: ‘jam dpal bshes gnyen) 2 º século aC
(contemporâneo mais velho de Prahevajra)

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3. Sri Simha (tib. Palgyi Senge, Wylie: dpal gyi Senge) 3 º século dC (500 anos antes


de Vimalamitra) [15]
4. Padmasambhava fl (tib. Pema Junge ou Guru Rinpoche). meados de 8 CE
5. Vimalamitra (tib. Drime Shenyen, Wylie: dri med bshes gnyen) fl. final 8 CE
6. Vairotsana (tib. Nampar Nangdze Lotsawa, Wylie: rnam par snang mdzad lo tsa
ba) fl. final 8 CE.

No Tibete
Padmasambhava (tib. Pema Jugne ou Guru Rinpoche, Wylie: byung padma ‘gnas, gu ru rin po
che) é considerado a fonte do Dzogchen ensinamentos budistas no Tibete (tib. DBO), que
são o coração do Nyingma (Wylie:  rnying ma  tradição), com o qual eles estão
principalmente associadas.  Dzogchen também foi praticado na  Kagyu  (Wylie:  brgyud bka
‘)  linhagem, começando comMilarepa  (Wylie:  mi la ras pa)  e principalmente pelo
Terceiro  Karmapa  ,  Rangjung Dorje  (Wylie:.  tocou byung rje rdo).  O  quinto  ,  décimo
terceiro  e  décimo quarto  (presente)  Dalai Lamas  (Wylie:  ta la’i bla ma)  também são
notáveis ​mestres Dzogchen, embora sua adoção da prática do Dzogchen tem sido uma
fonte de controvérsia entre os membros mais conservadores do  Gelug  ( Wylie:.lugs
DGE) tradição [16]

Na religião Bön, três tradições distintas Dzogchen são atestados e continuar a ser
praticado: A-tri (Wylie:  a khrid),  Dzogchen (Wylie:  rdzogs chen,  aqui referindo-se
estreitamente com a linhagem específica dentro da tradição Bön), e Shang Shung Nyen
Gyu (Wylie: zhang zhung snyan rgyud). Todos são rastreados de volta para o fundador do
Bön, Tonpa Shenrab Miwoche (Wylie: ston pa gshen rab mi bo che). [ carece de fontes? ]

Conceitos
A essência do ensinamento Dzogchen é a transmissão direta dos conhecimentos do
mestre ao discípulo. Garab Dorje sintetizou o ensinamento Dzogchen em três princípios,
conhecidos como os três declarações de Garab Dorje (Tsik Sum Né Dek):

1. Introdução direta de sua própria natureza (tib. ngo tocou Thog tu Sprod pa)

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2. Não permanecendo em dúvida a respeito deste estado único (tib.  Thag gCig
Thog tu bcad pa)
3. Continuando a permanecer nesse estado (tib. gdeng grol Thog tu pa bca ‘)

De acordo com essas três afirmações, direta Garab Dorje discípulo


Manjushrimitra (jam  tib.  ‘dpal bshes gnyen)  classificou todos os ensinamentos Dzogchen
transmitidos por seu mestre em três séries:

1. Semde (Wylie: sems sde; Skt: cittavarga), a série da Mente, que incide sobre a


introdução ao próprio estado primordial;
2. Longde  (Wylie:  klong sde;  Skt:  abhyantaravarga),  a série do Espaço, que se
concentra em desenvolver a capacidade de ganhar familiaridade com o Estado
e tirar dúvidas, e
3. Menngagde (Wylie: homem ngag sde, Skt: upadeshavarga), a série de instruções
secretas oral, enfocando as práticas em que se engaja depois de ganhar
confiança no conhecimento do estado.

Tulku Urgyen explica o que se entende por “ganhar confiança na libertação”: “A analogia
terço da libertação de pensamentos é descrito como sendo um ladrão entrando em uma
casa vazia Isso é chamado de estabilidade ou perfeição na formação Um ladrão entrando
em uma casa vazia.. não ganha nada, ea casa não perde nada. Toda a atividade
pensamento é naturalmente liberado, sem qualquer dano ou benefício algum. Este é o
significado de ganhar confiança na libertação “. [17]

Os ensinamentos Dzogchen se concentrar em três termos: visão, meditação e ação. Para


ver diretamente o estado absoluto de nossa mente é a vista, a forma de estabilizar a Ver e
torná-la uma experiência contínua é Meditação; e integração que Ver em nossa vida diária
é o que se entende por ação.

Dzogchen é uma das várias abordagens não-dualismo .

Esta consciência de Dzogchen aberto, ou rigpa (também comparável à natureza de Buda ),


é dito que estão no cerne de todas as coisas e na verdade de toda a prática Dzogchen e é
nada menos que “… o reconhecimento da sabedoria primordial de si mesmo como
totalidade ilimitada mindnature … o incorruptível “.  [18]  Essa consciência reflexiva do

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Iluminismo é dito ser inerente a todos os seres, mas não para ser atingido pelo
pensamento.  [19]  Namkhai Norbu aponta que Dzogchen “se refere ao verdadeiro estado
primordial de cada indivíduo e não a qualquer realidade transcendente “. [20] Ao discutir o
texto Nyingma, o  Kunjed Gyalpo  Tantra  (kunjed gyalpo  = ‘o todo-criação de rei, com
synoymous Samantabhadra Buda  [21]  ), Namkhai Norbu explica que Gyalpo Kunjed é na
verdade “além” do dualismo inerente à noção de um “indivíduo”. Ele escreve:

A transmissão do conhecimento vem do estado de rigpa que nunca


foi manchada e nunca foi prejudicada. Esta é Adibuddha, ou “Buda
primordial”, Kunjed Gyalpo … O estado de Kunjed Gyalpo é o
conhecimento, e conhecimento não existe sequer o conceito de
“um e dois”, caso contrário, já entraram em dualismo. Além disso,
o conceito de “indivíduo” visão dualista pressupõe. Mas
Samantabhadra é além de tudo isso … [22]

Klein e comentar Wangyal no final “um gosto” e quietude dinâmica do estado de


Dzogchen:

… causa e efeito, os seres sencientes e Budas, sujeitos e objetos, o


caminho ea meta são em última análise, revela-se de um único
sabor: o movimento de um para o outro não é movimento em tudo,
realmente, mas uma quietude dinâmica “. [23]

Não pode ser encontrado dentro de Dzogchen um senso de realidade como totalidade
ilimitada, uma multiplicidade que ainda está tudo de um “gosto”, que é uma totalidade
sem fronteiras.  De acordo com Lopon Tenzin Namdak, é incondicional e permanente,
imutável, não se originou a partir de causas e condições, bem-aventurado, bem como a
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base ou suporte de numerosas qualidades exaltadas. [24] “É a base de uma vez, o caminho


eo fruto”.  [ 25]  “Essa realidade, a totalidade ilimitada, é naturalmente
completa”.  [25]  Também: “… a essência ea base da auto-manifesta sabedoria é a allbase,
que a consciência primordial aberto é a base, e que o reconhecimento desta base não é
separada da própria sabedoria primordial …. que a consciência aberta é em si mesmo
autêntico e sua autenticidade é uma função do mesmo estar ciente de, ou reconhecendo-
se como, a base …. A sabedoria reflexivamente auto-conhecimento é primordial em si
consciência aberta (rigpa), inalienavelmente com uma inteireza sem limites “. [26]

Em dzogchen ensinamentos, a natureza búdica (o Dharmakaya ) é visto como a base de


todos os mundos e fenômenos.  Estudioso budista, Reginald Ray, diz
deste Dharmakaya que é “o corpo da própria realidade, sem sepecific, forma delimitado,
onde o Buda é identificado com a natureza espiritual carregado de tudo o que é.” [27]

Visões opostas
Os pontos de vista da escola Dzogchen não são endossados ​por todos os budistas
tibetanos. Na verdade, Bonpo Lopon Tenzin Namdak contrasta sua própria visão de que a
sabedoria primordial não resultam de causas com a de Tsongkhapa , que afirma que sem
consciência, não há entendimento.  [28] Alguns críticos afirmam que os pontos de vista da
escola Dzogchen da filosofia conflito com os da  Madhyamaka  e as opiniões de outros
proeminentes pensadores budistas, como o lógico  Dharmakirti  .  [29]  No
entanto, Longchenpa e Mipham argumentam que os pontos de vista da escola Dzogchen
são de fato de acordo com a visão de Madhyamaka. [30] [ esclarecimentos necessários ] técnicas de
meditação Dzogchen são, no entanto, de acordo com Madhyamaka. [5]

Germano (1992:. P 4) transmite como Longchenpa codificou a vista agora normalizada,


institucionalizada e ortodoxa da Dzochenpa Nyingma de suas fundações de
Madhyamaka,  Cittamatra  (Yogachara  ),  natureza de
Buda , Tathagatagarbha , Tantra (especificamente Mantrayana ) tradições, sustenta que:

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“… Pode-se interpretar o rentável sistema global de [Nyingma


Dzogchen] que [tal como formulado por Longchenpa] como uma
reinterpretação muito inovadora das principais escolas esotéricas
budistas indianas de” Caminho do Meio “(Madhyamika) e” mente
apenas “( Cittamatra) que não apenas revive os temas da chamada
“natureza de Buda” ou “núcleo iluminada de conta de energia”
(Tathaga [ta] garbha literatura) de uma forma muito mais
sofisticada, mas também leva o discurso tântrica e transforma -lo
em um modelo para uma nova compreensão do pensamento
filosófico e sua expressão literária totalmente eliminando as
fronteiras entre a filosofia exotérica (com ênfase lógica analítica)
e tantras esotéricos (enfatizando a contemplação ea “estética”
problemas) “. [31]

Lógica e do silogismo
Dzogchen, apesar de uma tradição erudita e letrada de-enfatiza e desconstrói a
importância da escolástica conceitualidade e retórica mesmo que tem a sua linguagem
sofisticada técnica própria, tesouro da canção poética e obras literárias,
educacionais  meios hábeis  e modalidades para transmitir suas construções filosóficas e
libertações filosóficas.  Esta tensão é evidente e ser visto na maneira como as tradições
da lógica budista , lógica Bon eo silogismo estão envolvidos em formas muito diferentes
nas linhagens de Dzogchen.

Germano (1992:. P 4) em sua tese de doutorado supervisionado pelo Geshe e Professor


Emérito  ,  Lhundub Sopa  (n. 1923) discute a visão típica da tradição Dzogchen para o
“silogismo” e, por implicação lógica budista:

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“A tradição é especialmente marcante no seu desenvolvimento


implícita de um modelo de pensamento filosófico rigoroso que se
recusa a ser reduzido ao raciocínio silogístico (embora utilizando-o
como uma ferramenta hermenêutica secundária) ou descartados
como meros” estética “como trata Tantra budista como um grave
inovação filosófica que deve ser utilizado para reinterpretar
tradicional escolástica anterior, em contraste com metodologias
tradicionais de estender escolares em Tantra, e negar a revolução
de “pensamento poético”, eles podem incorporar “. [31]

Três aspectos da energia

Chakra Ananda
Os seres sencientes têm sua energia se manifesta em três aspectos:

1. “Caramba” (Wylie: gDangs )
2. “Rolpa” (Wylie: Rol-pa )
3. “Tsal” (Wylie: rTsal )

Energia de um indivíduo sobre o nível do dang é essencialmente infinito e sem forma.

Sob a forma de  Rolpa,  formas de energia aparecer como se viu com o “olho da
mente”.  Muitas práticas de  thödgal  trabalho e yangthig com base no funcionamento do
aspecto Rolpa de energia indivíduo.  É também a fonte original
dos  Sambhogakaya  divindades budistas visualizado em  tântricas  práticas de
transformação e de manifestações de 100 divindades pacíficas e iradas
em bardo e Zhitro práticas.
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Tsal  é a manifestação da energia do indivíduo a si próprio, como, aparentemente, um


mundo “externo”.  [32]  A mente de um ser senciente é também energia Tsal quando é
“contaminado” pelas cármicas “ventos” (tibetano:  rlung  ).  [  carece de fontes?  ]  Certas práticas
parar os ventos cármicos do corpo e, portanto, permitir que a energia de Tsal a ser
experimentado por si só.

A interação destas energias explicam a ”  forma pensamento  “ou”  Tulpa  “(tibetano:  sprul
aa  ) o fenômeno, a logística da  Trikaya  doutrina, o  yidam  sadhana  ,  bardo  visões,  Clara
Luz (tibetano: ‘od gsal ​​), a emergência ea logística da doutrina da pratityasamutpada , eles
também explicam o “play” (em sânscrito:  lila  ; tibetano:  kun tu RTSE  ) das  cinco luzes
puras (tibetano: ‘od lnga ) eo surgimento de uma ” criação “sem uma divindade Criador ou
um Causa nobre que é a “visão” particular (tibetano: lta ba ) e marca do budismo.

Mundo externo versus contínuo


De acordo com os ensinamentos Dzogchen, a energia de um indivíduo é essencialmente
totalmente sem forma e livre de qualquer  dualidade  .  No entanto,  traços cármicas  ,
contidos no  armazém da consciência  do indivíduo  mindstream  (sânscrito:  citta
santana; tibetano: sems rgyud) dão origem a dois tipos de formulários:

formas que as experiências individuais como o seu corpo, voz e mente e


formas que as experiências individuais como um ambiente externo.

Afirma-se que não há nada externo ou separado do indivíduo. O que aparece como um
mundo de fenômenos aparentemente externos, é a energia do indivíduo ele / ela
própria. Tudo que se manifesta no campo do indivíduo de experiência é um contínuo (em
sânscrito: santana; tibetano: rgyud). Esta é a Grande Perfeição que é descoberto na prática
Dzogchen. [33]

Causalidade e originação interdependente


Em ensinamentos Dzogchen a origem interdependente e qualquer tipo de causalidade é
considerado ilusório: “(Diz):” Todos estes vêm (configurações de eventos e significados)
sobre e desaparecem de acordo com a origem dependente. ”  Mas, como uma semente

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queimada, uma vez que inexistente (resultado) não acontece de uma inexistente (causa),
causa e efeito não existe.

“Ser obcecado com as entidades, um está enfrentando em si


[Wylie: sems, sânscrito: citta], que discrimina cada causa e efeito, aparece como se fosse
causa e condição”. [34]

Isto corresponde à afirmação no Sutra do Coração (em sânscrito: Prajñaparamita Hridaya


Sutra), que não há karma, nenhuma lei de causa e efeito.  A afirmação foi feita
pelo  bodhisattvaAvalokiteshvara  em um ensinamento para a grande  arhat  Shariputra  ,
dada antes multidão de seres, a pedido de Buda  Shakyamuni  .  Após o ensinamento do
Buda Shakyamuni elogiou muito a sabedoria das palavras de Avalokiteshvara eo presente
seres regozijaram-se. [35]

Guardiões
Todos os ensinamentos têm energias que têm relações especiais com eles. Essas energias
são os guardiões dos ensinamentos.  As energias estão iconograficamente representado
como foram percebidos por yogis que tiveram contato com eles.  Os  dharmapalas  mais
associados Dzogchen são Ekajati ( Wylie : e ka dza ti), Dorje Legpa ( Wylie : RDO pernas pa
RJE)  e Za Rahula (  Wylie  :ra GZA “hu la)  no Nyingma e  Gyalmo Sidpa  na tradição Bön.  As
formas iconográficas foram moldados por percepções e também pela cultura de quem viu
a manifestação original e pelo desenvolvimento da tradição. No entanto, os guardiões não
são apenas símbolos. As imagens mostram os seres reais. [36]

Bem-estar e saúde
Ensinamentos Dzogchen afirmam que a qualidade de vida das pessoas é melhor quando
os internos  elementos clássicos  são equilibrados.  [37]  O corpo é saudável quando os
elementos estão equilibrados. [38] Eles vêem a melhor maneira de equilibrar os elementos
como permanecer no seu estado natural . [39]

Prática
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Até e incluindo tregchöd (ver abaixo), as práticas Dzogchen meditativas são paralelas e,
muitas vezes idêntica com aqueles de essência Mahamudra . [4]

Chögyal Namkhai Norbu Rinpoche e outros professores fornecem diferentes conjuntos de


instruções práticas para a prática do Dzogchen.  A prática central do Dzogchen ensino é
“contemplação” Dzogchen (tib.  dzin ting nge ‘),  que é prestado em Inglês como “The
View”.  “The View”, quando estabilizado ou ininterrupto, é o  não-dual  percepção da
Dzogchenpa, ou praticante de Dzogchen. Ou seja, uma “contemplação” contínua através
de toda a atividade, acordando e dormindo como uma experiência vivida. De acordo com
alguns Dzogchenpa (em particular, Namkhai Norbu ), Dzogchen é uma “prática”, ao invés
de uma “doutrina” ou “religião”, e não exige do praticante (em sânscrito:  sadhaka ) para
estar em qualquer lugar especial, na verdade, a ser normalmente ativa, enquanto em um
estado de consciência primordial e natural é a prática suprema do Dzogchen.

Tendo rigpa distinto de sems,  [40]  meditação silenciosa e


prolongada  (sgom  tib.  pa)  também é usado para permitir que os obscurecimentos
(sânscrito: klesa ) da mente para dissipar as nuvens de dissolução para revelar o céu, vazio
luminoso. Através da meditação, é possível remover o condicionamento de nossa mente-
corpo (sânscrito: namarupa ) e de vislumbrar e trabalhar para estabilizar Rigpa.

Preliminares Dzogchen
Embora muitos lamas exigem que seus alunos a concluir o convencional tântrico ngondro
antes de iniciar a prática Dzogchen, há também uma série de práticas preliminares
exclusivas para Dzogchen. Estes incluem os exercícios Korday Rushan ( tibetano :  འཁོར་འདས་རུ་
‘khor’ ru shan) “diferenciação samsara e nirvana,”  [41] que são descritos em
ཤན, Wylie : das
textos como o Lama Yeshe (tib. ཡེ ་ཤེས་བླ་མ་, Wyl. ye ela é bla ma). Rushan envolve “ir a um local
solitário e agindo fora o que vem à sua mente”.  [42]  As preliminares Dzogchen também
incluem uma série de exercícios conhecidos como  Semdzin (sems
dzin). [43] Semdzin  significa literalmente “para manter a mente” ou “para fixar a
mente”.  [44] Semdzins  são encontrados em todas as três séries do Dzogchen (Semde,
Longde e Mennagde), mas os vinte e um semdzins encontrados no segundo são comuns;.
Longchenpa os divide em três séries de sete  [ 45]  De acordo com Longchenpa como
relatado por Reynolds, “o primeiro grupo permite que o praticante de encontrá-lo-ou-se
em um estado de calma e, assim, os exercícios são semelhantes à prática de shamatha ..
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os exercícios do segundo grupo habilitar o praticante para descobrir a relação entre corpo
e mente. E os do terceiro grupo habilitar alguém a descobrir a natureza de sua própria
condição “.  [46]  Exercícios de primeira categoria incluem “fixar-se em uma carta tibetano
branco Um na ponta do próprio nariz . Ligando a carta com a respiração, ele vai para o
espaço a cada expiração e retorna à ponta do nariz a cada inspiração. Essa fixação inibe o
surgimento de pensamentos estranhos … no entanto, o segundo exercício na mesma
categoria que envolve a soar da PHAT sílaba! que instantaneamente destrói os
pensamentos e anexos. Simbolicamente, as duas partes da sílaba indicar os dois aspectos
da iluminação, isto é, PHA significa Meios (thabs) e TA significa sabedoria (Shes Rab) “. [47 ]

[ editar ]Tregchöd e thödgal
Uma vez que o estado de não-dual contemplação se chegou, é preciso continuar na
mesma.  Esta continuação tem dois níveis de atuação:  tregchöd  e  thödgal  (também às
vezes soletrado thogal).Estas são principais práticas apresentadas no  Menngagde  série
(Série Instrução Oral) dos ensinamentos Dzogchen. [36]

Em ambos os Bön e Dzogchen tradições budistas, céu olhando é considerado uma parte


importante da tregchöd. [48]

Thödgal representa mais frutos do que uma prática em si. Existem métodos preparados
no caso de uma ruptura psicótica para trazer o praticante de volta para sanidade. [49]

Em contraste com outros tipos de práticas tântricas, não há nenhuma visualização


intencional, mas sim, de imagens aparece espontaneamente utilizando condições
secundárias, tais como escuridão ou luz. Eventualmente, um praticante tem experiências
que são vistos como saber as energias sutis do nosso ser.  Estes têm as qualidades da
terra, água, fogo, ar e espaço (ver  elemento Clássica  ).  Durante o retiro, um praticante
acredita-se estar se aproximando de uma experiência que é totalmente
incondicionada. [50]

Thödgal depende anatomia esotérica, incluindo o avadhuti (também conhecido como o


canal central ou Sushumna na linguagem hindu) e chakra do coração. Juntamente com o
facto de que Dzogchen baseia-se uma classe de literatura chamado os tantras, isso indica
por Dzogchen é considerado um sistema tântrico por oposição aos sistemas sutra como

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zen. Isto não é para dizer que Dzogchen é uma parte de geral Vajrayana. Vajrayana é um
caminho de transformação. Dzogchen, um veículo independente em seu próprio direito, é
um caminho de auto-libertação. [51]

[ editar ]Rigpa e Corpo do arco-íris


Rigpa  tem três sabedorias, dois dos quais são kadag e grub Lhun.  Kadag (pureza
primordial) é a visão do Dzogchen  vazio  .  Lhun grub (formação natural) é a visão do
Dzogchen origem dependente. Ao longo Mahayana, vazio e origem dependente são duas
faces da mesma moeda.  Kadag trata  tregchöd  .  O aspecto grub Lhun tem a ver com
práticas esotéricas, tais como (mas não limitado a)Thödgal , que se auto-libertar o corpo
dependente origem humana na  Sambhogakaya  (arco-íris fenômeno do corpo).  [52]  O
símbolo do Dzogchen é um tibetano A envolto em um thigle (ver foto à direita).  A
representa um kadag enquanto o thigle representa grub Lhun.  A terceira sabedoria,
bandidos rje (compaixão), é a inseparabilidade das anteriores duas sabedorias.

No Dzogchen, um ponto fundamental da prática é distinguir rigpa de sems (mente).  O


distintivo de rigpa e sems um do outro é enfatizado por  Jigme Lingpa  e volta para
os dezessete tantras . [53]

Tibetano letra “A” dentro de um thigle.  A representa um kadag enquanto o thigle


representa grub Lhun.
A fruição última das práticas thodgal é um corpo de pura luz, chamado de  corpo de
arco  (  Wylie  ‘ja’ lus, pronunciado Jalü).  [54]  Se as quatro visões de thogal não forem
concluídas antes da morte, então a morte, a partir da ponto de vista de um observador
externo, acontece o seguinte: o cadáver não começar a se decompor, mas começa a
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encolher até desaparecer.  Normalmente as unhas, unhas e cabelos são deixados para
trás  [55]  (ver, por exemploTogden Urgyen Tendzin  ,  Ayu Khandro  ,  Changchub Dorje  .) A
realização do corpo arco-íris é normalmente acompanhada pelo aparecimento de luzes e
arco-íris. [54]

Alguns profissionais excepcionais, tais como Padmasambhava e Vimalamitra na posse de


ter realizado um tipo superior de corpo de arco-íris sem morrer. Depois de completar os
quatro visões antes da morte, o indivíduo concentra-se nas luzes que cercam os
dedos. Seu corpo físico auto-liberta em um corpo imaterial da luz (a Sambhogakaya ) com
a capacidade de existir e permanecer onde e quando, como apontado por uma
compaixão. [56]

[  editar  ]Dzogchenpa samaya: uma prática practiceless de


permanecer ou contemplação
Capriles (2003:. P 180) cita abertamente  Dzogchenpa Namkhai Norbu  na distinção sutil,
mas muito importante da atividade de meditação do permanente esforço de
contemplação Dzogchen:

Chögyal Namkhai Norbu relata que uma vez perguntaram ao


famoso Mestre Dzogchen, Yungtön Dorje Pel, que sua prática
consistia, e ele respondeu com o negativo “MEPA” ou “não existe.”
Então sua pergunta assustado perguntou novamente: “Então você
? não meditar “, ao que o Mestre respondeu:” E quando eu estou
sempre distraído “Esta é a essência da samaya no ensino
Dzogchen: não para meditar ou praticar algo com a mente e nunca
se distrair, para um permanece ininterruptamente no auto-
aperfeiçoamento do estado único de Rigpa ou Verdade. [57]

Neste denotação, dzogchen é um verbo, e denota o processo perfeito no sentido


gramatical ou alternativamente um verbo no infinitivo , onde o grande continuum de “um

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gosto” (Wylie: ro gCig) ou como Capriles torna “único Estado” é o sem esforço ‘ensaiando’
ou permanecer na visão de distração não de rigpa .

Apercepção
”  Apercepção  ”  [58]  (em sânscrito: svasaṃvedana / svasaṃvitti; Wylie: tocou rig)  [59]  é
entendido de diversas em diferentes yana , escolas budistas , e prática linhagens . Estas
diferenças cosméticas são resolvidos na prática da ”  meditação  transe  “(Wylie: ‘jog
pa).  [60]  Pois é a experiência direta e literaturas associados das tradições profundas
contemplativas da Himalaia (Budismobudismo
tibetano  ,  nepalês  Budismo,  Butão  Budismo, etc) e  Bon  , particularmente Dzogchen e
Mahamudra, que apercepção é fundamental, por exemplo,  retirada das
Trevas (tibetano: mun mtshams [61] ).

Na linguagem da  Zhangzhung  , ‘tocou rig “(Wylie) é” nges de canela ”  [62]  onde “shin”
equivale a “ela é pa ‘.  “Shin” O item lexical Zhangzhung é encontrado em muitos
compostos (Martin, 2004:. P 158  [63]  ) onde ela significa: “saber” e “conhecimento” para
ambos nominais e verbais / processo orientadas itens lexicais .

Pettit (1999:. P 129) afirma que “apercepção” (Wylie: tocou rig) é a chave para Mipham do
sistema (1846-1912) da epistemologia e hermenêutica discutido no DRG  [64]  e
em Commentary Mipham para o Capítulo IX do Bodhisattvacaryavatara . [58]

Padmasambhava  ,  Karma Lingpa  ,  Gyurme Dorje  ,  Graham Coleman  e  Thupten


Jinpa (2005:. p 480) define “consciência intrínseca”, que é uma prestação de Wylie tibetano
“tocou-rig” e “svasaṃvitti ‘do sânscrito ou” svasaṃvedana’ de acordo com o precedente
estabelecido no budista indiano  epistemologia  e nos escritos do
elogiado lógicos Dignaga e Dharmakirti que esta técnica:

Svasaṃvedana … refere-se ao corpo docente aperceptiva ou


reflexiva da consciência, razão pela qual às vezes é traduzida como
“consciência reflexiva” ou “consciência aperceptiva ‘. No entanto,
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na visão da Grande Perfeição (rdzog-pa chen-po) e no contexto do


presente trabalho [ O Livro Tibetano dos Mortos ], o mesmo termo
se refere à mente fundamentais inata em seu estado natural de
espontaneidade e pureza, além dos estados alternados de
movimento e repouso e da dicotomia sujeito-objeto. É, portanto,
aqui traduzido como “consciência intrínseca”. Como tal, a
consciência intrínseca dá o acesso meditador cognição pura [ye
shes-; jñāna ] ou o buda-mente [thugs, citta ] em si, e situa-se em
contraste direto com a ignorância fundamental ([ma-rig-pa,]
avidyā ), que é a principal causa do renascimento na existência
cíclica ([ ‘khor-ba ], samsara). A introdução direta de consciência
intrínseca é um ensino diferenciado dentro da escola Nyingma
…. Esta prática é um componente central da Classe Instrução
Esotérica ( [homem-ngag-gi sde,] Upadesa [varga] ) de Atiyoga,
onde é conhecido como corte, através da resistência ( Khregs-
Chöd ). [65]

Williams  et al  (2000, 2002, p. P  264).  Transmite uma comunalidade epistemológica


realizada por Dharmakirti e Śāntarakṣita que afirma que tudo é sensível consciência :

Há também um argumento epistemológico encontrado em


pensadores como Dharmakirti e Santaraksita. Como a consciência
sabe ‘externos’ objetos físicos, quando a consciência em si é de
uma ordem completamente diferente da matéria? Consciência tem
uma qualidade reflexiva do saber (svasamvedana), enquanto a
matéria não tem como reflexividade. As coisas com clareza apenas
da mesma ordem básica da realidade pode entrar em contato
entre si. Assim, quer todos devem ser matéria, ou tudo deve ser a
consciência. Mas se tudo fosse matéria, então não haveria
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nenhuma experiência em tudo. Desde que há claramente é a


experiência, tudo deve ser a consciência. [66]

Textos
Instruções Dzogchen são encontrados em alguns  Mahayoga  textos, como pode
simplesmente ter sido o associado  fase de conclusão  prática.  No entanto, a maioria do
corpus Dzogchen compreende os  “18” tantra Semde  textos, as  Longde  tantras,
ea Menngagde Termas.

Samten Migdrön (tib. bsam gtan mig sGron) é um texto tibetano de importância histórica
para a relação histórica do Dzogchen e  Zen  também identificar o ponto de vista do seu
autor, Nubchen Sangye Yeshe .

Dezessete Tantras do Dzogchen Upadesha -varga.

Estes Tantra Seventeen entre outros textos Dzogchen estão incluídos nas várias
divergências e participações dos vários existentes  Nyingma Gyubum  edições.  [  carece de
fontes? ]

Realidade vs sonhos
Veja também: O sonho lúcido
Mipham Rinpoche disse:

O céu real é (saber) que o samsara e nirvana são apenas uma


exibição ilusória. [67]

De acordo com o professor contemporâneo  Chögyal Namkhai Norbu Rinpoche  , em


Dzogchen a realidade percebida é considerado irreal.  Todas as aparências percebidas

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durante toda a vida de um indivíduo através de todos os sentidos, incluindo sons, cheiros,
sabores e sensações táteis em sua totalidade, são como um grande sonho . Alega-se que
em um exame cuidadoso o sonho de vida e sonhos noturnos regulares não são muito
diferentes, e que em sua natureza essencial, não há diferença entre eles.

A diferença não-essencial entre nosso estado de sonho e nossa experiência comum de


vigília é que o último é mais concreta e relacionada com o nosso apego, o sonho está um
pouco distante.

Ainda de acordo com esta doutrina, há uma correspondência entre os estados de sono e
sonho e as nossas experiências quando morremos. Depois de experiências em um estado
intermediário (bardo) de um indivíduo vem de fora, uma ilusão cármica novo é criado e
começa uma outra existência. Isto é como transmigração acontece.

Um dos objetivos da prática sonho é realizar durante um sonho que se está


sonhando. Pode-se então sonhar com lucidez e fazer todos os tipos de coisas, como ir a
lugares diferentes, falar com as pessoas, voar e assim por diante. Também é possível fazer
diferentes práticas de yoga durante o sonho (geralmente como uma práticas de yoga faz
em estado de vigília). Desta forma, o yogi pode ter uma experiência muito forte e com isso
vem a compreensão da natureza onírica da vida diária.  Isto é muito relevante para a
diminuição dos anexos, porque estão baseadas nas convicções fortes que as percepções
da vida e os objetos são reais e, como conseqüência, importante.  Se alguém realmente
entende o que o Buda Sakyamuni quis dizer quando disse que tudo é irreal ou da
natureza da shunyata , então pode-se diminuir os anexos e as tensões. [ carece de fontes? ]

O professor dá conselhos, que a percepção de que a vida é apenas um sonho grande


pode ajudar-nos, finalmente, libertar-nos das cadeias de emoções, anexos e do ego e, em
seguida, temos a possibilidade de finalmente se tornar iluminado. [68]

Notas de Rodapé
1. ^ Keown, Damien. (2003). Um Dicionário do budismo,  p.  82.  Oxford University
Press. ISBN 0-19-860560-9 .
2. ^  Namdak, Tenzin.  Bonpo ensinamentos Dzogchen.  Vajra Publicações de 2006,
página 97.
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3. ^  Namdak, Tenzin.  Bonpo ensinamentos Dzogchen.  Vajra Publicações de 2006,


página 144-5.
4. ^ um b Reginald Ray, Secret of the World Vajra. Shambhala 2001, página 304.
5. ^  um b  B.  Alan Wallace,  a verdadeira felicidade.  John Wiley and Sons, 2005,
página 203.
6. ^ Reginald Ray, Secret of the World Vajra. Shambhala 2001, página 303.
7. ^ Dzogchen: A Essência do Coração da Grande Perfeição  pelo [14] Dalai Lama,
Snow Lion, 2004. ISBN 1-55939-219-3 . pg 208
8. ^ Keown, Damien. (2003). Um Dicionário do budismo,  p.  24.  Oxford University
Press. ISBN 0-19-860560-9 .
9. ^ farol  Pettit, John Whitney (1999)  Mipham de certeza:. iluminando a visão do
Dzogchen, Grande Perfeição.  Somerville, MA, EUA: Publicações da
Sabedoria. ISBN 0-86171-157-2 (papel alk.) p.4
10. ^ Dzogchen: A Essência do Coração da Grande Perfeição  pelo Dalai Lama,
trans.  por Thupten Jinpa & Barron Richard, primeiro plano.  por Sogyal
Rinpoche, ed. por Patrick Gaffney. Snow Lion. 1559392193
11. ^ Chögyal Namkhai Norbu , a Essência das Demonstrações Árvore: Baseado em
um Conselho Oral dada pelo Khyenrab Chökyi Özer, pp.39-57, 66-70
12. ^ Norbu (1999)
13. ^ Nirmanakaya Garab Dorje
14. ^ alegre Vajra Garab Dorje
15. ^ O Tantra que revela a Mente de Buda Intrínseca,  traduzido em: – Erik Pema
Kunsang (tradutor):fontes da Grande Perfeição.  Rangjung Yeshe Publications,
Hong Kong, 2006. p. 215
16. ^  “O Caso Shugden: Origens de um controvérsia (Parte I)”, de Georges
Dreyfus. Site oficial do Gabinete de Sua Santidade o 14 º Dalai Lama. [1]
17. ^ Reginald Ray, Secret of the World Vajra. Shambhala 2001, página 314.
18. ^ Klein, Wangyal, Unbounded Totalidade, Oxford University Press, 2006, p. v
19. ^ Klein e Wangyal, 2006, p. vi.
20. ^ Reginald Ray, Secret of the World Vajra. Shambhala 2001, página 297.
21. ^  Chogyal Namkhai Norbu, Adriano Clemente,  a fonte suprema: O Tantra
Fundamental da Semde Dzogchen Kunjed Gyalpo,  Snow Lion, New York, 1999,
p. 14

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22. ^  Chogyal Namkhai Norbu, Adriano Clemente,  a fonte suprema: O Tantra


Fundamental da Semde Dzogchen Kunjed Gyalpo,  Snow Lion Publications, New
York, 1999, p. 235
23. ^ Klein e Wangyal, 2006, p. 48
24. ^ Klein, Wangyal, 2006, pp 68-69
25. ^ um b Klein e Wangyal, 2006, p. 118
26. ^ Klein e Wangyal, 2006, p.109
27. ^ Dr. Reginald Ray, Secret of the World Vajra, Shambhala, Boston, 2001, p. 13.
28. ^ Klein e Wangyal, página 107.
29. ^ Klein e Wangyal, página 45, ver também a página 135.
30. ^ Beacon Mipham de Certeza: Iluminando a visão do Dzogchen, dos Estudos de
grande perfeição no Índico e do budismo tibetano
31. ^  um b  Germano, David Francis (1992).  “Pensamento poético, o Universo
inteligente, eo mistério de si mesmo:. A síntese de tântrica  rDzogs Chen  no
século XIV, o Tibet”  A Universidade de Wisconsin, Madison.  Tese de
Doutorado. Fonte: [2] (acessado em: Sexta-feira 18 de dezembro de 2009)
32. ^ Norbu (1999), pp 99, 100, 101
33. ^ Norbu (1999), pp 99, 101
34. ^  de byang chub sems bsgom pa por  Mañjusrîmitra experiência.
Primordial. Uma Introdução à rDzogs-chen Meditação pp, 60, 61
35. ^ Norbu (1999), p. 42
36. ^ um b Norbu (1999), p. 129
37. ^ Tenzin Wangyal Rinpoche (2002), p. 21
38. ^ THDL Medicina Colecções
39. ^ Tenzin Wangyal Rinpoche (2002), p. 121
40. ^ http://earlytibet.com/about/hashang-mahayana Acessado em 23 jun 2010
41. ^ Beacon Pettit, John Whitney (1999) Mipham de Certeza:. Iluminando a visão do
Dzogchen, Grande Perfeição. Boston: Wisdom Publications (1999). ISBN 0-86171-
157-2 . p.81
42. ^  Germano, David F. (1994).  “Arquitetura e Ausência na História Secreta de
Tantric rDzogs Chen”.  No Jornal da Associação Internacional de Estudos
Budistas, vol. 17,2, p 262 [3]
43. ^ Reynolds, John Myrdhin (1996) As letras douradas:. os ensinamentos tibetanos
de Garab Dorje, Dzogchen Primeiro Mestre.  Snow Lion Publications.  ISBN 1-
https://despertar.saberes.org.br/saberesancestraistradicionaisnativos/dzogchen-grande-perfeicao/ 63/69
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55939-050-6 pg 81 [4]
44. ^ Reynolds, John Myrdhin (1996) As letras douradas:. os ensinamentos tibetanos
de Garab Dorje, Dzogchen Primeiro Mestre.  Snow Lion Publications.  ISBN 1-
55939-050-6 pg 81 [5]
45. ^ Reynolds, John Myrdhin (1996) As letras douradas:. os ensinamentos tibetanos
de Garab Dorje, Dzogchen Primeiro Mestre.  Snow Lion Publications.  ISBN 1-
55939-050-6 pg 81 [6]
46. ^ Reynolds, John Myrdhin (1996) As letras douradas:. os ensinamentos tibetanos
de Garab Dorje, Dzogchen Primeiro Mestre.  Snow Lion Publications.  ISBN 1-
55939-050-6 pg 81 [7]
47. ^ Reynolds, John Myrdhin (1996) As letras douradas:. os ensinamentos tibetanos
de Garab Dorje, Dzogchen Primeiro Mestre.  Snow Lion Publications.  ISBN 1-
55939-050-6 pg 81 [8]
48. ^ Tenzin Wangyal Rinpoche (2002), p. 130
49. ^ Reginald Ray, Secret of the World Vajra. Shambhala 2001, páginas 318-319.
50. ^ Reginald Ray, Secret of the World Vajra. Shambhala 2001, páginas 319-322.
51. ^ Chogyal Namkhai Norbu, Dzogchen Ensinamentos. Snow Lion 2006, página 43.
52. ^  Dalai Lama.  (2004).  Dzogchen,  pg.  32.  Snow Lion Publications.  ISBN 978-1-
55939-219-8 .
53. ^ http://earlytibet.com/about/hashang-mahayana Acessado em 29 de junho de
2010
54. ^ um b Reginald Ray, Secret of the World Vajra. Shambhala 2001, página 323.
55. ^ Norbu (1999), pp 158-161
56. ^  Namdak, Tenzin.  2002  Drops Coração de Dharmakaya Ithaca:..  Snow Lion
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58. ^ um b Beacon Pettit, John Whitney (1999) Mipham de Certeza:. Iluminando a visão
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60. ^ Beacon Pettit, John Whitney (1999) Mipham de Certeza:. Iluminando a visão do


Dzogchen, Grande Perfeição.  Boston: Wisdom Publications.  pp 126.  ISBN 0-
86171-157-2 .
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65. ^  Padmasambhava (composto), Karma Linga (revelado), Gyurme Dorje
(traduzido), Graham Coleman (editor) e Thupten Jinpa (Associate) (2006) O Livro
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Referências
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Liberation-Padmasambhavas-Teachings-Bardos/dp/0861711319  – um dos
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Ligações externas
Material sobre a história ea prática do Dzogchen (por Alexander Berzin)
Dzogchen – a Rangjung Yeshi Wiki
Budismo Tibetano Fóruns
Aro enciclopédia: Dzogchen
Três, dois, cinco por Herbert Guenther  , concentrando-se nos escritos
Padmasambhava.
Dzogchen no Open Directory Project
Dzogchen A Essência do Coração da Grande Perfeição, excerto do livro do
Dalai Lama
Práticas de Apoio Dzogchen – A Grande Perfeição do budismo tibetano por
Neal J. Pollock, MA, ND
Dzogchen Ver de Tantric Ngondro
Grande Perfeição na palma da sua mão
Dzogchen – a Rigpa Wiki

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