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A Respiração como Caminho de Cura – Parte 4

A respiração associada como terapia para os sintomas físicos

Em seu livro Der Erstgeborene [O Primogênito] Herbert Fritsche descreve a


respiração como segue:
Nenhum mestre da respiração pode ser melhor do que a própria respiração.
A respiração do ventre ou do peito sempre representam partes da verdade.
Apenas a respiração perfeita com a ajuda de todas as capacidades físicas
existentes tem sentido para nós.
Não podemos instruir a respiração.
Quem é mais idoso e sábio do que nós não precisa do nosso ensinamento.
Mas podemos dar-lhe espaço em abundância, podemos nos abrir a ele com
descontraída boa vontade.

Nesse sentido vamos usar nossas próprias forças para despertar a força
oculta na respiração.
Nunca sabemos com antecedência aonde isso nos levará.
Como Herbert Fritsche já disse — a respiração é superior a nós, portanto
faremos bem em deixar a direção por conta dela.
Em todo caso, ela nos possibilitará cura e conhecimento seja onde for que
precisemos deles no momento.
Ken Dychtwaldu também descobriu as vantagens da respiração como
método de terapia em seu trabalho e atividade de pesquisa.
"Como já mencionei antes, nos dois últimos anos eu tenho feito
experimentos no contexto do projeto SAGE com muitas outras técnicas e
práticas de crescimento, para alcançar uma reanimação de corpo e mente
em pessoas mais idosas. Entre outros, trabalhamos com exercícios de
relaxamento, biofeedback, respiração profunda, hatha yoga, percepção da
consciência corporal, exercícios de Feldenkrais, aconselhamento individual,
meditação, tai chi, terapia com música e Gestalt. Depois de um ano de
pesquisa e exercícios práticos perguntamos aos participantes qual técnica
cada indivíduo considerava a mais eficaz para recuperar a energia
emocional, o bem-estar físico e as sensações de inter-relacionamento
humano. A resposta quase sempre foi a mesma: a respiração profunda.
É digno de nota que um método tão simples tenha podido oferecer uma
força tão profunda e possibilidades desse tipo às pessoas que são muito
mais contraídas e presas do que a maioria de nós, pessoas mais jovens.
Minhas experiências com essas pessoas comprovaram a minha opinião de
que o grau em que deixamos o fluxo vital respirar na nossa consciência
corporal também é o grau da nossa vivacidade, independentemente da
nossa idade. Eugenia Gerrard, que é uma das minhas melhores amigas e
dirigente do projeto SAGE, recentemente preparou um documentário em
vídeo sobre a respiração. O título do filme expressa a quinta-essência da
minha pretensão: 'Mostre-me como você respira, e eu lhe direi como você
vive.''

A respiração associada está entre as assim chamadas alternativas, ou


melhor, métodos complementares de cura e colide com as opiniões da
medicina tradicional.
Um certo perigo dos métodos alternativos consiste em tornar-se tão
unilateral como a medicina tradicional.
Enquanto a medicina tradicional em geral reage aos sintomas físicos com
medo e repressão tão rapidamente quanto possível, muitas pessoas
alternativas tendem à sua banalização e em certas circunstâncias não
reconhecem os limites do que é responsável.
Com relação à respiração, a medicina tradicional logo fica com medo.
Certamente, requer-se uma porção de coragem para viver realmente os
quadros mórbidos, mas também não devemos exagerar nisso.
Em todo caso é necessário recolocar os limites entre a capacidade de auto
cura e as medidas que podem salvar a vida.
Nós ainda estamos enamorados pelos métodos invasivos da medicina
tradicional e temos de aguçar a nossa visão para aquela força curativa que
existe em nós mesmos.
Não faz sentido eliminar alguns métodos da medicina tradicional, nem
endeusá-los.
Os tratamentos alternativos muitas vezes são considerados irresponsáveis
pela medicina tradicional, e isso está certo, mesmo que de um ponto de
vista muito diferente.
Enquanto a medicina tradicional encontra os seus pacientes com a postura:
"Eu já controlarei o seu problema de saúde", um terapeuta assim chamado
alternativo, entre os quais de resto hoje já se podem contar muitos
médicos, recusaria esse excesso de responsabilidade.
Ele pretende muito mais devolver a responsabilidade pela recuperação da
saúde ao paciente, e com isso, torna-se irresponsável no bom sentido.
Ele apoia e aconselha os seus pacientes em seu caminho para a saúde com
responsabilidade pessoal.
Com relação à respiração, vamos tentar encontrar um caminho de meio-
termo sensato, sem escorregarmos para um extremo ou outro.
Naturalmente, no sentido médico já é difícil encontrar um campo limitado
para um método que objetive tanto o ser humano em sua totalidade como a
respiração associada.
Além disso, as intenções de sucesso dependem menos dos sintomas do que
da disposição do paciente em contribuir.
Assim é possível viver uma cura espontânea num caso, enquanto o cliente
seguinte, com o mesmo quadro mórbido quase não apresenta modificações.
Assim, dividimos as doenças em grupos com padrão psicológico semelhante
e queremos transmitir um sentimento para o modo de ação da respiração
associada, em vez de uma lista completa de (contra)indicações.
Antes de descrever o modo de ação da respiração associada em alguns
quadros mórbidos, vamos falar rapidamente sobre as funções gerais da
respiração no corpo.

Sem dúvida, a dimensão psíquica sempre aparecerá também, porque corpo


e alma são estritamente inseparáveis e a respiração associada deve permitir
um relacionamento mútuo melhor.
A respiração mais profunda inunda todo o organismo de oxigênio e com isso
libera uma quantidade enorme de força curativa.
Na medicina natural existem diferentes tipos de terapia com oxigênio, que,
em última análise, injetam no organismo o próprio sangue enriquecido de
oxigênio.
Se compararmos a quantidade de oxigênio que chega ao corpo dessa
maneira com a que é produzida pelo pulmão, fica claro que a própria
respiração é de longe o método mais intensivo de captação de oxigênio.
Esse excesso de energia produzido ajuda o corpo, por exemplo, a melhorar
aquelas doenças que se relacionam com o decréscimo das forças de defesa.
Principalmente na convalescença, na fase de cura, precisamos de muito
oxigênio para estimular o metabolismo e pôr em movimento as necessárias
medidas de reparação.
Em geral, a regeneração é estimulada, a expectativa de vida aumenta, bem
como a capacidade de desempenho e disposição.
Portanto, a respiração associada é sadia no sentido da medicina natural.
A respiração em geral deixa os desequilíbrios gerais perceptíveis e gera
compensação quando nos entregamos a ela.
Se as nossas forças vitais estiverem em equilíbrio recíproco, podemos
dedicar-nos despertos e alertas aos nossos temas essenciais de vida e
podemos distribuir as nossas forças de tal modo que possam ser evitadas as
exigências excessivas e a falta de exigências.
Então, com entusiasmo, podemos enfrentar os desafios da vida e, por outro
lado, aceitar tudo o que não pode ser mudado, sem lutar insensatamente
contra isso.

Sintomas hierárquica e psiquicamente condicionados


No âmbito psíquico a afluência enorme de energia também pode eliminar
bloqueios e levar movimento a âmbitos temáticos há muito estagnados.
A experiência do ser puro possibilitada dessa maneira pode pôr em
movimento processos de desenvolvimento de todos os tipos que visam à
concretização duradoura desses estados.
É por isso que se trata de uma terapia e, ao mesmo tempo, de uma medida
de meditação.

Medo
O adversário do impetuoso tipo de Marte que posteriormente viremos a
conhecer com mais exatidão, é o covarde.
Um covarde evita qualquer encontro desagradável e está constantemente
em fuga.
O medo está na palavra latina ‘angustus’ (= apertado), bem como na
indogermânica ‘anghu’ (= opressivo).
Assim pudemos atribuir os sintomas relacionados com aperto concreto ou
opressão física ao círculo de indicações significativas.
Estreitamento dos vasos sanguíneos ou teimosia é quase o mesmo no
âmbito simbólico.
A experiência mostra que as pessoas com essas doenças primeiro sentem
aperto e opressão ao praticar a respiração associada.
Mas, depois que lidam com seu medo e respiram através dele, elas
elaboram os desfiladeiros no seu corpo e lutam pelo livre fluxo das forças
vitais necessárias para alcançar a necessária amplidão.
Todos os medos neuróticos e racionalmente infundados impedem a própria
vivacidade, enquanto os medos externamente fundamentados protegem a
nossa vida.
Se, por exemplo, as crianças não temessem os carros, elas morreriam na
mais tenra infância.
No entanto, os medos neuróticos infundados desaparecem na maioria das
vezes assim que os atacamos ofensivamente.
Se nos mantemos na amplidão nunca fazemos a experiência do aperto, pois
só podemos ter medo quando fugimos ou nos metemos no aperto.
Por isso, o encontro com o aperto representa ao mesmo tempo a sua cura.
No conto de fadas "Um homem que saiu de casa para aprender a ter medo",
o herói não consegue encontrar o horror porque o procura na amplidão.
É por isso que o processo da respiração se adapta a todos os temas de
medo e aperto, não importa que se manifestem na mente, na psique ou no
corpo.
Podemos definir o medo até mesmo como a incapacidade de respirar
livremente.
Um quadro mórbido como a asma (alérgica) une os temas da alergia e do
aperto, ou seja, do medo, e por isso muitas vezes pode ser tratado muito
bem com a respiração associada.
Mas também as doenças relacionadas com a irrigação sanguínea como a
arteriosclerose e com os distúrbios do metabolismo que provocam aperto
físico podem ser elaboradas muito bem com a respiração associada.
Distúrbios venosos podem ser melhorados, porque além das vias
energéticas sutis, muitas vezes também podem ser abertos outra vez os
vasos físicos.
Que a tetania da hiperventilação, que se deve principalmente ao medo
reprimido no corpo, responda bem à respiração associada é compreensível
por si mesmo.
Afinal, ela já é uma tentativa de terapia dirigida pelo próprio corpo.

Problemas de desapego
Todos os problemas de soltar-se, como os distúrbios do sono, problemas
com o orgasmo e a prisão de ventre podem ser essencialmente melhorados
com a respiração associada, isso quando não são curados.
Na respiração forçada o músculo do diafragma torna-se mais ativo e assim
massageia os intestinos, surgindo neles nova movimentação, o que tem um
efeito positivo sobre a digestão.
Nos distúrbios do sono e no orgasmo, a experiência de soltar-se, a posterior
vivência avassaladora de sentir-se maravilhosamente protegido e em
segurança, elimina o medo de uma vez por todas, ou ao menos o reduz
bastante.
O processo da respiração deve tornar-se um ritual que pode ser usado
conscientemente em outros âmbitos como o sono e a sexualidade.
Atrás da infecundidade muitas vezes pode esconder-se um problema de
desapego.
A sugestão de tirar férias de quatro semanas e manter distância do
trabalho, de relaxar e participar de algumas sessões de respiração já serviu
comprovadamente de ajuda.
Por fim, também as depressões são um problema de desapego como a
perda e morte não são mais soltados, na maioria das vezes que foram
reprimidos antes.
No caso de depressões profundas os implicados quase não se deixam
motivar para uma sessão de respiração, mas nas depressões reativas, em
que ainda conseguem reconhecer seu abatimento, a respiração manteve-se
muito bem.
Na falta de confiança primordial, devido à qual podem surgir muitos
sentimentos de inferioridade, as experiências de unidade podem ser
eliminadas.
Isso pode levar até à mitigação de males de paradantose, visto que esses
muitas vezes estão relacionados com a falta de confiança primordial.
Outras situações psíquicas problemáticas
Em correlação com o domínio das crises de desenvolvimento e transição —
como, por exemplo, o trauma do parto e as crises da puberdade —, casos
em que a respiração associada é uma bênção, a melhora de muitos quadros
mórbidos que são devidos às transições também são dominadas.
Até mesmo uma burned-out-syndrom (CFS) [ Síndrome da Fadiga Crônica]
pode ser melhorada dessa maneira, quando os conflitos crônicos (os
comprometimentos duvidosos) são resolvidos e as crises da vida não
controladas são (energeticamente) ativadas e superadas.
Antes de mais nada, a crise precisa ser descoberta para transformar-se.
Muitas vezes ela é o ponto em que se perde toda a energia que faz falta à
vida, porque exige muito esforço manter o problema não solucionado
abaixo da consciência.
Estados de choque não elaborados, que continuam existindo no plano
energético como bloqueio e que depois de anos podem ser descobertos
pelos homeopatas, assim que surgem e são tratados terapeuticamente,
podem igualmente dissolver-se no processo da respiração.
No caso de crises espirituais crônicas a respiração pode servir de apoio,
mantendo com vida o processo de crescimento ou colocando-o outra vez
em andamento.
Assim, em última análise, todas as situações fixas ou aquelas que sofrem de
falta de força de decisão, podem ser novamente ativadas por meio da
respiração associada.
Como todos os processos de cura psíquica são estimulados por experiências
de unidade e a respiração associada pode favorecê-las, ela é, finalmente, na
maioria dos casos, uma boa ajuda.
No entanto, no caso da permanência da inundação de energia, como na
mania, ou na inundação da sombra, no contexto das psicoses agudas,
temos de renunciar a ela.

Sintomas condicionados predominantemente pelo físico

Alergias e outros problemas imunológicos


Sintomas que têm como base uma reação exagerada do sistema
imunológico — como as alergias que estão atacando com cada vez maior
frequência, mas também as assim chamadas doenças autoimunes — podem
ser melhoradas com a respiração.
Por trás de cada alergia esconde-se uma reação exagerada do organismo,
que se volta contra substâncias normalmente inofensivas.
Na febre do feno o sistema imunológico reage com enorme força ao pólen
das flores e é quase incompreensível por que essas forças agressivas se
voltam contra as sementes das plantas.
O objetivo dessas lutas internas é o extermínio de todos os intrusos.
Com relação às bactérias nocivas e a outros germes essas medidas
defensivas são compreensíveis; no entanto, por que elas também agridem
pelos de gato, morangos e outras substâncias inofensivas?
Nos acontecimentos políticos mundiais conhecemos o significado das assim
chamadas guerras substitutas.
Elas têm muito mais um caráter simbólico.
Não se faz uma avaliação direta de forças para evitar os seus riscos.
No organismo individual acontece algo semelhante.
O conflito substituto fica especialmente perceptível quando nos dedicamos à
essência dos sintomas alérgicos e ao seu simbolismo.
Em vez de lidar ofensivamente contra o próprio erotismo, por exemplo,
luta-se contra os seus símbolos, como a semente masculina das plantas.
A respiração associada não está só em condições de libertar a energia
ligada aos conflitos crônicos, ela também pode tornar conscientes esses
inter-relacionamentos.
Se as células de defesa fazem uma luta auto agressiva, isto é, uma luta
autodestrutiva, existe a suspeita de que essa luta acontece no âmbito da
substituição.
A raiva engolida se manifesta no estômago, e as brigas não resolvidas, em
vez de se manifestarem na vida exterior, atacam o interior do organismo.
Conheceremos melhor o gosto pela luta em correlação com o deus da
guerra Marte e o princípio primordial que ele representa.
Mas aqui já vemos que ele escolhe sempre o caminho mais direto da
confrontação.
Na luta imperceptível no exterior, como a travada pelo alérgico no interior
do organismo no terreno do sistema imunológico, somente sintomas como
enrubescimento, inchaço, olhos lacrimejantes e feridas sangrentas
(arranhões) lembram agressividade e Marte.
Substâncias que provocam fortes reações nas pessoas alérgicas são
inofensivas para as pessoas sadias.
Muitas dessas substâncias existem no nosso ambiente interior e, na
realidade, não deveriam provocar coceiras.
Por força do fluxo da sua respiração associada o alérgico pode aprender a
confiar no fluxo da vida e a reconhecer num âmbito mais profundo o
verdadeiro sentido dos temas e símbolos em oposição aos quais vive, e
aceitá-los como desafios.

Problemas de pele e de proximidade


A pele é o limite entre o nosso corpo e o mundo exterior.
Ela é uma assim chamada membrana semipermeável, isto é, permeável nos
dois sentidos para determinadas substâncias e impermeável para outras.
Podemos estabelecer contato consciente com as nossas mãos e podemos
determinar a intensidade do toque.
Proximidade e carinho se expressam pela pele, mas também agressões na
forma de pancadas.
Podemos controlar conscientemente todo contato que estabelecemos
através da nossa pele, ao passo que o toque do nosso segundo grande
órgão de contato, os pulmões, está fora de qualquer influência.
Podemos determinar nós mesmos se damos a mão a alguém, mas temos de
respirar o mesmo ar que todas as outras pessoas respiram.
Por mais antipático que alguém nos seja, as mesmas moléculas chegarão ao
nosso pulmão e ao dele, assim que estivermos no mesmo aposento.
A homeopatia conhece a ligação entre a nossa pele e o nosso pulmão,
porque a cura de uma doença pulmonar como a asma muitas vezes
acontece com o aparecimento temporário de erupções cutâneas.
E a repressão duradoura de uma neurodermite, por exemplo, com doses de
cortisona, pode levar a problemas respiratórios.
Por trás das doenças de pele e das vias respiratórias muitas vezes se
oculta, consequentemente, um padrão semelhante.
Trata-se, por um lado, da lida com a proximidade inter-humana e, por outro
lado, da obtenção do espaço livre individual.
A respiração associada não só nos leva através dos medos, mas também
até as raízes dos nossos problemas com a proximidade — e a distância.

A respiração associada como terapia de apoio em diferentes


quadros mórbidos
Como na homeopatia, na respiração associada muitas vezes ocorre uma
assim chamada piora inicial.
Mas, na maioria das vezes, ela se limita à primeira metade de uma sessão.
Por via de regra, a melhora acontece mais depressa do que na homeopatia.
Muitos pacientes descrevem a contribuição ativa e por responsabilidade
própria para a recuperação da saúde como uma oportunidade de se
libertarem do consumo de medicamentos.
Crispações e enrijecimentos são consequências de aperto.
Pessoas com tensão muscular, mas também com esclerose múltipla, mal de
Parkinson e outras doenças neurológicas podem usar a respiração associada
para completar outros tipos de tratamento.
Quadros mórbidos como Parkinson reagem bem ao processo respiratório;
visto que muitas das descargas acontecem durante a sessão, não raro há
adicionalmente libertação de sintomas felizes, na maioria das vezes a
intervalos curtos.
A inspiração e a expiração estão imprescindivelmente unidas, e um aspecto
não pode existir sem o outro.
Se inspiramos mais profundamente, temos de expirar com mais força e
vice-versa.
É por isso que a respiração tem a força de gerar harmonia onde surgiu
desequilíbrio, como em muitas doenças crónicas das vias respiratórias.
Na asma encontramos ênfase no polo da inspiração, com o risco de um flato
excessivo.
No âmbito físico o asmático tem de soltar.
Ao expirar ele sente como isso é difícil para ele.
No entanto, assim que aprende a soltar a respiração ele consegue encontrar
caminhos para abrir-se mais.
No caso de pressão alta ou baixa demais existe como base uma
unilateralidade.
Enquanto a respiração associada mostra às pessoas com pressão baixa
demais os seus espaços de vida não usados, ela permite que os hipertensos
sintam o quanto já ultrapassaram os limites da própria irritação.
Estes últimos teriam muito a ganhar no ato de soltar-se, mas por causa da
estrutura da sua personalidade só aproveitam a chance com hesitação.
No caso do câncer, a respiração associada pode liberar aquela energia
necessária para uma lida psíquica e física com a doença.
Se consideramos o câncer como um problema de crescimento, isso estimula
uma ocupação consciente e ativa com a própria personalidade, que a
respiração associada pode apoiar.
A descoberta e o desenvolvimento do caminho pessoal são imprescindíveis
para a cura total dessa doença, e nisso, à sua própria maneira, o processo
da respiração pode ajudar.
Por fim, as experiências de unidade e/ou de morte, que mudam
radicalmente a vida, podem ajudar sobremaneira o estabelecimento de
novos limites.
Quem reencontra o seu caminho tem as melhores chances de lutar contra o
câncer, como comprovam as pesquisas.
No âmbito físico, a inundação do organismo com oxigênio pode levar à
assim chamada repolarização das células, isto é, estas podem reassumir
suas tarefas elétricas e, consequentemente, tornam-se vivas outra vez.
Isso encerra o distúrbio de contato das células com um problema
cancerígeno essencial e leva à reconquista da capacidade de comunicação.
Naturalmente o processo da respiração também melhora todos os sintomas
que se referem à hiperacidez, visto que transfere o equilíbrio entre ácido e
base para a alcalose; portanto, para o polo feminino.
Tudo o que antes foi compilado sob o diagnóstico da moda como distonia
vegetativa é válido aqui.
Como a respiração associada restabelece o equilíbrio, esse efeito curativo se
estende até o fator de desacidificação.
As dores de cabeça devidas à tensão muitas vezes desaparecem durante a
sessão, uma vez que a tensão desaparece.
A constante troca consciente de um polo para outro, que a respiração traz
consigo automaticamente, pode ser aqui o motivo principal.
Com os pacientes de enxaqueca, ao contrário, só podemos respirar no
intervalo livre.
Quando a respiração chega até os âmbitos orgásticos do êxtase, o caminho
até as raízes do problema está especialmente perto.
Até mesmo os problemas recorrentes de coluna podem ser afastados às
vezes pela própria força da coluna vertebral.
De vez em quando é possível melhorar dessa maneira também um
obstinado trauma de centrifugação.
Sente-se de modo impressionante como a alma e o corpo trabalham juntos
e como eles se apoiam quando lhes abrimos espaço para isso.
Também os reumáticos podem controlar a atividade dos seus tecidos bem
como os seus problemas motores com a ajuda da respiração.
Em vez disso, devido à sua mentalidade de fazedores, eles procuram sua
cura nas atividades (qualquer uma).
Inclusive a epilepsia pode ser positivamente influenciada.
Como nos ataques se liberam grandes tensões e energias e a respiração
associada pode prevenir isso, as descargas parecem diminuir bastante
durante os ataques.
De vez em quando também podemos ver como um tinnitus (zumbindo no
ouvido) enfraquece durante as sessões e, em casos isolados, é eliminado.
Infelizmente não é possível prever isso de antemão.
Muitas outras doenças reagem positivamente à respiração associada, à
medida que melhoram o estado energético geral e processos psíquicos são
postos em andamento, os quais deslocam e facilitam as soluções físicas.

Problemas com drogas ou falta de êxtase


A respiração forçada quase sempre está acoplada à intensidade emocional.
No auge do processo da respiração, a agitação e as emoções podem levar
ao êxtase.
No entanto, na maioria das vezes encontramos fornias de êxtase
degeneradas, não resolvidas, como as provocadas pelo álcool e outras
drogas.
Originalmente, o álcool e as drogas estavam a serviço do êxtase divino.
Dioniso, deus da fertilidade, do vinho e também da embriaguez tem
diversos apelidos como Bromius ("o estrondoso"), Laios ("o que resolve",
que liberta as pessoas das preocupações), mas é principalmente conhecido
como aquele que criou a videira e fez fluir o leite e o mel.
Ele simboliza a esfuziante alegria de viver e leva os homens ao êxtase
divino.
O cidadão comum ocidental está muito longe de sentir o êxtase original e
no máximo o vive na forma não resolvida do vício e outros exageros.
A mais frequente forma de êxtase vivida, o orgasmo sexual, para muitas
pessoas já não é uma libertação orgástica.
Tanto mulheres como homens se debatem com problemas sexuais de todos
os tipos.
Estes vão da impotência e frigidez até o vício do sexo (os homens,
principalmente, confundem a ejaculação com orgasmo).
A epilepsia e várias doenças mentais são vistas como formas de possessão
em muitas culturas.
Assim, no Islã os epilépticos são respeitados como pessoas cujo espírito
subiu até Alá durante um ataque.
Como a respiração possibilita abrir as portas desses âmbitos extáticos do
nosso ser, no que diz respeito a isso ela pode tornar supérfluos os sintomas
e as formas substitutas como o vício das drogas.
Quem se lança no processo da respiração em lugar de lançar-se no do
excesso de drogas, tem boas chances de se extasiar sem receio, de modo
saudável.
Uma outra vantagem da respiração associada é que pela inundação de
energia vital ela contribui para a harmonização da aura.

Outras indicações
A respiração associada é quase universalmente utilizável como a própria
respiração.
Ela pode reavivar outra vez padrões arraigados no âmbito sexual.
Disso resultam possibilidades, até a terapia de casais.
O melhor é começar sozinho, e então respirar também no contexto de
sessões em grupo.
Por meio da técnica respiratória podemos levar mais energia a formas de
terapia relativamente pobres em energia (psicanálise), o que resulta em
rupturas individuais.
O uso de respiração associada serve em primeira linha para a ampliação da
consciência.

À respiração associada como preparação do parto


No rebirthing o renascimento e a elaboração do trauma pessoal do parto
estão em primeiro plano.
Especialmente para as futuras mães o domínio do próprio parto pode ter
enorme significado para dar o filho à luz.
No entanto, o rebirthing deve acontecer antes do parto, pois os ocasionais
fenômenos físicos que podem surgir, como cãimbras, contrações do baixo-
ventre e coisas semelhantes podem ter efeito negativo sobre a criança.
As mulheres que descobriram a respiração associada antes da gravidez a
descrevem como um meio ideal de preparo do parto, visto que a respiração
se transforma num fluxo tranquilo de liberação de energia.
Durante o parto propriamente dito uma respiração total perfeita pode dar à
mãe e ao filho a vitalidade necessária para esse momento difícil e facilitar
essencialmente o trabalho de parto para todos os envolvidos.
A mãe pode respirar com toda a força e pressionar, e a criança é abastecida
abundantemente de oxigênio.
Assim, a respiração associada — desde que seja praticada na hora certa —
é o meio ideal para evitar complicações de parto que estão ligadas à falta
de oxigênio.

Contraindicações
— Inflamações agudas: especialmente inflamação dos pulmões, tuberculose
— Todos os processos agudos de doenças que limitem a capacidade
respiratória
— Hipertireodismo: pode levar a crises de hipertireoide
— Diabete dependente de insulina (quanto mais longa a sessão, tanto mais
perigosa ([coma])
— Distúrbios cardíacos incalculáveis, pressão alta cima de 20 com perigo de
enfarte
— Psicoses, situações fronteiriças
Como todos os processos de cura física são estimulados por uma oferta
exagerada de oxigênio, é difícil existir contraindicações.
O limite de harmonia da respiração associada é difícil de definir.
O pressuposto para uma respiração fortalecida, associada, é suportar uma
certa quantidade de carga física.
Por isso não é recomendável para as pessoas com doenças agudas,
inflamatórias (especialmente das vias respiratórias).
No entanto, essa advertência é quase desnecessária.
Em primeiro lugar, há muito poucas pessoas que, apesar do esgotamento
físico, queiram aceitar esse desafio, e, em segundo lugar, o corpo logo
mostra os limites momentâneos.
Nas infecções agudas dos brônquios, no edema pulmonar e na inflamação
pulmonar ou nas fases finais de doenças graves associadas ao
definhamento, a respiração associada forçada não é recomendável.
Nesses casos sempre se pode passar com lucro para uma respiração
meditativa reduzida.
No preparo para a morte isso pode representar um grande alívio.
Os pacientes que são tratados com medicamentos receitados pelo médico
devem ser orientados nisso por um terapeuta qualificado.
Pessoas com problemas psíquicos precisam de cuidados psicoterapêuticos
antes e depois.
Os já mencionados epilépticos precisam de um acompanhamento
experiente, desde que estejam interiormente preparados para adotar esse
tipo de tratamento.
Pessoas com psicoses ou outros diagnósticos psiquiátricos de grande peso
nas fases lábeis não devem ser tratadas com métodos energizantes, como a
respiração associada, mas primariamente com métodos de fixação à terra e
que estabilizem o estado geral.
Isso também vale no caso de traumas psíquicos com golpes severos do
destino.
Na fase inicial os pacientes muitas vezes estão em estado de choque.
Eles reprimem o acontecido e ainda não conseguem captar o vivido e o
significado do acontecimento.
Essa reação é uma espécie de proteção para a alma e deve ser respeitada.
Assim que o estado da pessoa atingida volta a se estabilizar um pouco, a
elaboração e a integração do vivido muitas vezes se torna uma
necessidade.
Então a respiração associada faz sentido e até tem muito valor.
Algo semelhante vale para os pacientes dependentes de psicofármacos.
Se ficarem estáveis depois que deixarem de tomar os remédios, eles podem
começar a viagem para os mundos interiores.

Continua

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