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A Respiração como Caminho de Cura – Parte 5

A respiração associada como psicoterapia

As pessoas que levam a ajuda psicoterapêutica em consideração estão


diante de uma dificuldade de decisão.
Quem busca ajuda, torna-se um buscador; portanto, não sabe em que
direção continuar.
A falta de orientação se torna muitas vezes ainda maior no momento em
que ele se aproxima do matagal de terapias e métodos de auto experiência.
Os implicados têm a tortura da escolha, e um bom conselho às vezes custa
caro.
Todo terapeuta que de certo modo seja loquaz pode explicar por que o
método de terapia que adota é o certo em geral, e para a ajuda da pessoa
que busca, em particular.
A maioria dos métodos terapêuticos também tem o seu valor, ao menos
para o terapeuta que o adota, pois na melhor das hipóteses o seu método o
ajudou a controlar melhor a sua própria vida.
Como são ofertados tantos métodos terapêuticos diferentes, às vezes pode
ser correto decidir-se de acordo com o sentimento.
Mas não é raro que seja exatamente na própria intuição que o paciente já
não confia.
Ele não tem mais confiança em si mesmo e na sua voz interior.
Falta de orientação, incapacidade de tomar uma decisão e sentimentos de
falta de sentido muitas vezes são o que leva a pessoa a buscar ajuda.
Ela se vê entregue a exatamente esses sentimentos quando depara com a
multiplicidade de possibilidades.
Melhor seria, sem dúvida, um tipo de terapia suportável por todas as
pessoas em cada situação.
Mas isso, infelizmente, não existe.
A respiração associada, entretanto, é um método que cabe para muitas
pessoas porque é muito simples e serve a uma das funções básicas da vida.
Seja como for, todas as pessoas respiram com sucesso desde o primeiro
alento.
Quem estiver disposto a depender de si mesmo e da própria energia, pode
alcançar muita coisa no caminho para si mesmo com a ajuda da respiração.
O essencial em todo tipo de experiência pessoal é descobrir algo e pô-lo em
movimento.
Queremos descobrir o sentido da vida ou eliminar o obstáculo que dificulta a
ruptura.
Para isso precisamos nos movimentar e começar a busca.
Sobretudo para dar o primeiro passo é necessário algum tipo de energia
que possa servir de força motora.
A maioria das pessoas que se encontram numa crise existencial, descreve-
se como esgotada; usaram todo o seu poder e não conseguiram controlar
os seus problemas.
Uma terapia então deve ajudar a conservar o resto de energia vital e
descobrir uma nova coragem de vida.
Para tanto é necessário usar esse resto de energia vital.
Esse pensamento infunde medo a muitas pessoas, pois o que acontecerá
quando essas últimas reservas forem exauridas?
Para tornar-se exterior e interiormente mais forte, só existe um método
bem provado.
É preciso usar as forças ainda restantes para ultrapassar os próprios limites.
Só então, com o tempo, corpo e alma podem ter os desempenhos exigidos.
Quando, além disso, estivermos dispostos a usar a energia renovada, nossa
condição e encargo podem aumentar.
No âmbito exterior, por exemplo, no esporte, esse mecanismo é comum.
Mas também nos âmbitos psíquico e mental acontece o mesmo.
Imaginemos uma pessoa que sofre de total esgotamento psíquico e mental.
Tudo para ela tornou-se demais.
A mínima exigência da parte da família ou da profissão supera as suas
forças.
Quando dizemos a essa pessoa que ela precisa usar o resto das suas forças
para lutar pela sua saúde, é questionável se ela estará disposta a isso.
Ela prefere abdicar de sua responsabilidade e pede ao médico ou terapeuta
um tipo de ajuda que lhe permita continuar passiva.
Essa ajuda ninguém pode lhe dar.
Com a respiração associada e forçada nós temos uma possibilidade de
trazer movimento ao nosso padrão estabelecido de comportamento.
Por meio da respiração associada fortalecida surge energia que se espalha e
procura abrir caminho pelo corpo como um rio.
Isso se assemelha a uma inundação do sangue com oxigênio, ou seja, com
força vital.
Essa energia buscará o seu caminho e, onde for possível, ela estagnará.
Se a pressão criada for suficientemente forte, o obstáculo é eliminado; caso
contrário, o fluxo energético procura novos caminhos e contorna o
obstáculo.
De acordo com as leis da filosofia hermética todos os acontecimentos
microcósmicos são análogos aos macrocósmicos, isto é, o ser humano e o
mundo são um.
No caso das leis da correnteza, as ciências tradicionais até concordam, pois
para uma via sanguínea valem as mesmas leis de correnteza que valem
para o curso de um rio.
Podemos usar essas leis geralmente válidas nos mais diversos âmbitos da
vida.
O fluxo de energia significa para nós um fluxo nos âmbitos físico, psíquico e
espiritual.
Os limites entre esses diferentes âmbitos são igualmente fluidos, e todos os
três âmbitos atuam reciprocamente uns sobre os outros.
Desse modo é possível influenciar o futuro por meio dos pensamentos e, ao
mesmo tempo, pode haver efeitos concretos tanto na nossa vida psíquica
como na espiritual.
Vamos examinar esse processo mais minuciosamente.

Todos nós conhecemos uma respiração forçada mais profunda e situações


de forte exigência física.
Essa respiração é a reação fisiológica do nosso corpo a um déficit de
oxigênio surgido nas células musculares.
Quando queremos nos movimentar à vontade no nosso mundo exterior,
precisamos de mais oxigênio.
O oxigênio inspirado é queimado pela musculatura e traduzido em
movimento físico.
Na nossa medicina ocidental há pouca compreensão das vias energéticas
não físicas.
Muitas culturas antigas, ao contrário, dispõem de um conhecimento
diferenciado dessas vias energéticas.
A acupuntura e o sistema de meridianos podem nos mostrar como esses
conceitos são curativos e significativos para o nosso organismo.
Os nadis, os chakras e outros conceitos descrevem muito bem os mesmos
fenômenos energéticos.
Partindo do processo de atividade esportiva descrito, encontramos em
forma modificada um acesso às vias não materiais de energia.
Então respiramos mais profundamente; sem nos movimentar e gastar a
energia, esta fica preservada e vai por outros caminhos.
Estes levam a âmbitos psíquicos e emocionais.
A respiração é um processo vital básico e altamente simples e, assim sendo,
é inteiramente possível que as descrições feitas até aqui e no que segue
possam parecer banais.
Na maioria das vezes, contudo, são exatamente esses inter-
relacionamentos simples que são levados adiante.
Nós ficamos fascinados com os modelos de pensamento circunstanciais e
preferimos a complicação à simplicidade.
Entretanto, a verdade na maioria das vezes nada tem de espetacular e é
muito simples.
Pode acontecer de um mestre zen dar uma gargalhada estrondosa no
momento da sua iluminação.
Ele ri porque deixou os obstáculos e julgamentos da própria vida serem
complicados e, a um olhar retrospectivo, o todo parece muito simples.
É muito conhecida a afirmação de Albert Einstein: "As descobertas
realmente significativas em geral são tão simples que todas as pessoas as
entendem."
Neste ponto vale a pena analisar um grande mal-entendido relativo ao
desenvolvimento psíquico.
Falamos de ampliação da personalidade e estamos convencidos de que é
necessário acrescentar algo novo ao nosso ser.
Queremos aprender mais, e por meio de novos comportamentos tornarmo-
nos os seres perfeitos dos nossos sonhos.
Mas exatamente essa ousadia nos enreda cada vez mais na nossa
insuficiência.
Não é sem fundamento que designamos o processo do amadurecimento
psíquico de "desenvolvimento".
Não temos de acrescentar nada, mas libertar aquilo que já existe na
profundeza.
Assim como no desenvolvimento de um filme, trata-se de buscar algo já
existente.
Há algo no caminho do nosso verdadeiro ser que está oculto.
Assim, acontece que muitos, principalmente os jovens, sentem o potencial
oculto nas profundezas de suas possibilidades, mas não conseguem usá-lo e
concretizá-lo.
No entanto, não queremos chegar à base dessa blindagem e
endurecimento, mas muito mais partir do status quo e buscar possibilidades
de solução.
Algo em nós mesmos nos impede e queremos nos livrar disso, ou ao menos
encontrar um caminho para lidar com isso de modo mais produtivo.
Esses impedimentos podem existir em todos os âmbitos da nossa vida,
independentemente de tratar-se de uma doença física ou uma inibição na
lida com os semelhantes.
Talvez queiramos nos aproximar do próximo e não conseguimos falar com
ele.
Ou falamos com nossos semelhantes e não conseguimos mais nos livrar
deles.
Para que, sobretudo, exista uma chance de tirar os obstáculos do caminho,
primeiro precisamos descobri-los.
Temos de poder senti-los e tocá-los.
Se tivermos êxito em estabelecer contato perceptível com um obstáculo
interior ou exterior, finalmente poderemos lidar definitivamente com ele.
No momento do reconhecimento dos nossos problemas surge a chance de
retirar a pele velha.
É como se encostássemos um casaco velho cheio de buracos e, portanto,
inútil.
Se nesse momento de conhecimento ficarmos presos ao âmbito dos
pensamentos começaremos a procurar as causas primordiais e assim,
provavelmente, perderemos o salto para a liberdade.
Então talvez nos questionemos como isso pôde acontecer.
Por que os meus pais foram tão mesquinhos comigo, por que o meu
parceiro me abandonou, ou por que eu o abandonei?
Plasticamente falando, nós nos colocamos na busca das causas primordiais
perto do velho casaco e nos perdemos em especulações sobre ele.
A consequência significativa seria agir de acordo com o conhecimento, ou
seja, deixar o velho casaco de lado e comprar um novo, ou seja, continuar
em frente, e, no nosso caso, respirando.
Pois os problemas da nossa vida querem ser ultrapassados e resolvidos.
Todas as crises, tanto as interiores como as exteriores, são parte essencial
do nosso desenvolvimento e nos dão a chance de amadurecer com elas.
Um método energético como o da respiração associada ajuda-nos a superar
os desfiladeiros da vida, sem ficarmos presos na busca das causas
primordiais.
Isso significa trabalho árduo, que finalmente é recompensado com a
salvação.
Uma tal libertação da respiração pode abrir-nos amplitudes não intuídas e
livrar-nos dos nossos problemas.

Possíveis perigos
Vivências com a respiração atingem todo o ser humano no seu modo
individual.
Por isso, elas não podem ser generalizadas.
Naturalmente existem reações que surgem com mais frequência, mas cada
classificação e a mera designação dos estados que surgem contêm uma
limitação e podem roubar da pessoa que respira a chance de sua
experiência individual.
A verdadeira experiência só pode acontecer quando entramos em contato
direto e despreconceituoso com âmbitos mais profundos.
Cada "opinião prévia" que formulamos, como a palavra já diz, acontece
antes da experiência e, com isso, torna-se um impedimento criado.
Se, por exemplo, encontramos uma pessoa totalmente desconhecida, que
foi mencionada antes como uma pessoa impossível por um amigo nosso, já
estamos condicionados.
Antes mesmo de entrarmos em contato, a percepção já está determinada.
Consciente ou inconscientemente, buscaremos as características descritas
que possam confirmar a opinião do amigo.
Prestaremos atenção sobretudo a elas, e nem sequer perceberemos as
outras características da sua personalidade.
Esse não é um conhecimento novo.
Depois da relação de incerteza de Heisenberg o observador influencia o
sistema observado por ele.
Na medida em que observa algo, ele se torna parte do sistema e, com isso,
perde sua objetividade.
Na física quântica não existe mais objetividade absoluta.
O que avaliamos como resultado torna-se uma pedra de tropeço da nossa
própria percepção.
Esse efeito da incerteza se torna tanto maior quanto menor e mais
influenciável for o sistema percebido.
A psicoterapia sistêmica integrou há tempo esse efeito no cotidiano
terapêutico.
Ali se parte de que é impossível ao terapeuta ter uma imagem objetiva do
seu paciente.
Desde o primeiro contato ambos estão num relacionamento mútuo que se
pode modificar somente como sistema de relacionamento.
Algo novo surge, e obedece a leis próprias.
Poder-se-ia dizer que existem pactos silenciosos e secretos sobre a quais
regras pertence um relacionamento.
Se estivermos brigando com uma pessoa, nós descobrimos indicações
contínuas do porquê é impossível viver em sintonia com essa pessoa.
Se temos amizade com uma pessoa, descobrimos muitas provas da nossa
atração mútua.
Da mesma maneira, o efeito de uma terapia ou método de cura depende do
seu contexto.
Por isso é melindroso falar sobre o que podemos esperar de um método
terapêutico e que experiência teremos com ele.
Apesar disso, ele é irrenunciável para os objetivos de formação, mas
devemos ter consciência dos problemas relacionados a ele.
Todo sistema de cura é sustentado por uma base filosófica que facilita aos
indivíduos integrarem as experiências feitas em seu próprio sistema
momentâneo socialmente válido.
Se ao aplicar uma técnica tiramos o meio de cura do seu contexto original,
sua eficácia se modifica em certas circunstâncias.
Na nossa ciência baseada na eficiência tentamos otimizar a eficácia dos
meios de cura.
A indústria farmacêutica examina substâncias naturais para descobrir seus
componentes mais eficazes.
Se obtivermos êxito na extração de uma substância ativa e se levarmos
essa substância ao uso, muitas vezes constatamos que surgem efeitos
colaterais desagradáveis e perigosos no sentido médico.
Originalmente, esses efeitos não eram observados, e culturas inteiras
consumiam essas substâncias vegetais sem sofrerem danos.
Há muitos exemplos disso.
Um exemplo muito conhecido é o café.
Como bebida cozida, como é preparado ainda hoje na Grécia e em outros
países, ele é essencialmente mais saudável do que o nosso café de filtro.
No café filtrado a cafeína é mantida e é essencialmente mais nociva para
nós do que a do café grego.
Isso se deve ao fato de as substâncias nocivas ficarem presas na borra
deixada.
Algo semelhante acontece com a nicotina.
Os índios eram menosprezados como raça primitiva, no entanto nós os
admiramos pela sua saúde e atribuíamos isso ao uso livre do tabaco.
Por isso a nicotina foi introduzida como panaceia no mundo ocidental, como
um meio de curar tudo.
Por exemplo, permitiu-se aos alunos ingleses da elite inalar nicotina antes
da aula tendo em vista a manutenção da saúde.
Nesses casos foi roubado o significado da substância ativa existente no
xamanismo.
O fumo em um cachimbo indígena servia exclusivamente para fins rituais.
O fumo era o traço de união entre o âmbito humano e o âmbito divino.
Todos os meios de prazer e o fumo eram originalmente enquadrados num
contexto ritual e, comprovadamente, o prazer em rituais não levava a
doença física.
Essas substâncias serviam e em parte servem até hoje para a orientação no
caminho espiritual.
Fora da Europa, muitos métodos de cura, que nos últimos tempos são cada
vez mais apreciados, têm um desses contextos de crença, como também
muitos dos nossos próprios métodos de cura.
Trata-se sempre de pessoas que foram e são religiosamente orientadas,
que desenvolveram ou reavivaram outra vez esses métodos.
Elas se preocupam com o bem-estar das pessoas em todos os âmbitos da
sua vida.
Samuel Hahnemann, o fundador da homeopatia, Edward Bach ou Carl
Gustav Jung foram pessoas sustentadas pela fé nas profundezas do seu ser.
A fé lhes deu a força de traduzir suas visões.
Assim, não importa se o contexto de um meio é do tipo material ou sutil;
decisivo é que as circunstâncias do acompanhamento contribuam de modo
competente para o efeito de uma substância ou método terapêutico.
Portanto, o ambiente determina amplamente como nós elaboramos ou
podemos usar o que vivemos ou ingerimos.
Mas, infelizmente, essas condições contextuais contam cada vez menos na
nossa sociedade moderna.
Nós procuramos muito mais a eficiência pura; as condições marginais e
ambientais parecem somente um acessório sem sentido.
Por outro lado, tradições milenares de cura estão vivendo um renascimento.
Muitas vezes os seus métodos só puderam sobreviver por estarem inseridos
num contexto de crença.
Eles foram transmitidos de mestre para discípulo durante gerações e
transportaram imagens para uma direção de vida interior e exterior.
Os terapeutas que desejam aprender hoje esses métodos de cura em seu
país de origem, não raro ficam surpresos quando os professores lhes pedem
coisas cujo sentido não entendem.
Na maioria das vezes pede-se que o desenvolvimento interior ande junto
com o aprendizado da técnica, o que pode ser praticado na forma de
exercícios e meditações.
Aos homens ocidentais o contexto de crença que encontram ali parece
suspeito e eles logo duvidam da seriedade do todo.
Tão logo percebe que se trata de crença ou de sentido, a maioria é vítima
de ceticismo e de insegurança.
Sem dúvida, alguns também tendem ao oposto.
Muitos homens modernos, apesar de todo o ceticismo, estão em busca do
conteúdo de vida e de sentido, ou de alguma coisa em que possam
acreditar.
Para muitos, as igrejas já não satisfazem mais esse anseio.
Eles só podem acreditar realmente em uma coisa que seja totalmente
superior a eles mesmos e que possa dar-lhes proteção, bem como apoio
paternal.
Se esse anseio não é atendido eles dependem de soluções de emergência.
Eles começam a acreditar na sua firma, ou se tornam uma autoridade de
força psíquica pessoal, à qual se entregam incondicionalmente.
A crença doentia em regimes ou orientações religiosas muitas vezes surge
desse anseio mal dirigido que estimula uma troca dos planos terreno e
psíquico.
Um forte anseio, que originalmente objetivava os âmbitos espirituais,
muitas vezes é projetado também sobre os planos materiais e ali provoca
crescimentos extremos.
A necessidade básica humana de ter algo em que acreditar não é usada
apenas por seitas, mas também por muitas outras instituições.
Se uma autoridade tem êxito em unir essa necessidade a si mesma ou à
própria instituição, a pessoa fica dependente e perde sua capacidade de
crítica.
Com frequência são pessoas de boa fé que chegam às seitas e, quanto mais
tempo elas permanecerem em sua atmosfera, tanto mais diminui o seu bom
senso saudável.
As dúvidas são deixadas de lado e acontece uma total dependência.
Desse ponto de vista a respiração associada é um instrumento que
apresenta problemas, pois no âmbito energético ela pode colocar tantas
coisas em movimento que pode levar pessoas despreparadas à tendência de
relatar essas vivências aos terapeutas ou aos dirigentes de grupos.
Aí reside um perigo essencial para a pessoa que pratica essa respiração e
uma tentação para os terapeutas.
Onde falta uma porção de ceticismo sadio às pessoas vítimas de seitas, o
resto da população o tem em quantidade exagerada.
Isso faz com que cada instituição que usa a palavra alma ou espiritualidade
imediatamente seja suspeita de ser uma seita.
Se queremos controlar o problema das seitas e instituições semelhantes, de
nada adianta proibi-las.
É melhor tirar-lhes a água à medida que as tornamos supérfluas.
É necessário e muito mais saudável satisfazer a necessidade de
espiritualidade, em vez de rotulá-la por inteiro como doentia.
Culturas antigas conheciam as necessidades espirituais básicas dos homens,
e suas cerimônias rituais representavam um elo entre o mundo terreno e o
divino.
Os perigos são visíveis.
O homem moderno, no entanto, em geral se separou de cada tradição, e
suas raízes espirituais não alcançam mais suficientemente fundo para
fornecer apoio.
Por meio da respiração associada temos a chance de realmente entrar em
contato com a própria espiritualidade.
Ela possibilita a muitas pessoas viver uma troca viva com imagens
mitológicas e símbolos arquetípicos, sem estarem ligadas a qualquer
tradição espiritual.
É por isso que a respiração associada é uma resposta ideal aos anseios
espirituais da nossa época.
Seja como for, ela também pode ser mal usada quando é criado um contato
que gera dependência.
Um bom sinal é sempre quando o excesso de energia vital criada pela
respiração é deixado ao paciente para o seu desenvolvimento e não "é mal
usado" pelo terapeuta, na medida em que ele, por exemplo, bombardeia o
paciente com pensamentos positivos depois da sessão, mostrando-lhe
previamente o "seu caminho".

Continua

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