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Prefácio VII
Este livro foi traduzido para o português do original em inglês por: Introdução xi
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total deste livro. CAPÍTULO DOZE
A limpeza do templo de Gundicã 355
C.G.C. - 47.096.698/0001-54
CAPÍTULO TREZE
O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 447
Editado e impresso no Brasil
CAPÍTULO QUATORZE
Dados de Catalogação na Publicação (CIP) Internacional
Realização dos passatempos de Vrndãvana 537
(Câmara Braillelra do Livro. SP. Brasil)
CAPÍTULO QUINZE
Kraenadâaa KaTirãJa Coava"!. n. 1518.
Ko^a á r l Caitanya C a r i t ã a r t a t C O B o texto benga- O Senhor aceita prasãda na casa de Sãrvabhauma
l i o r i g i n e i , eua t r a n a c r i ç ê o l a t i n a , o a equiva-
l e a t e e ee portuguêa, tradução e e i g a i f i e a d o a / Bhattãcãrya 639
elaboradoe por A.C. Bhektivedante SVaai_
Prabhupãda ; Ftredutido por Paravyoaa daaa >••
et a l . l . -- Seo Paula i Bhnktlvedente Book
T r u a t , 198*. CAPÍTULO DEZESSEIS
Conteúdo: I d l - l l l ã * * . l - 2 — N a d h j a - L l l ã .
e.1-2. A tentativa do Senhor de ir a Vrndãvana 771
Bibliografia.
ISBN 8S-701S-044-X
1. Caitanya, 2 . F i l o e o f i a hindu
l. Puranaa <*. Valenavlaao 1. Bhaat ivadenta APÊNDICES
S . . . Í , A . C , 1896-1977. I I . T i t u l o . . 4. j
C D 0 2 9 5 6
-181.4
-294.55 O Autor
86-0316 -29*».5925 895
lnd>ces para catalogo tlatematico: Referências 897
1 . F i l o a c M a hindu l S l . » Glossário 901
2. Neatree e a p l r i t u e i e i Hinduleao 29^.563
3. Purãnaa : LlTraa aagradoa l Hinduleao 29'-.5925
4. Veianaeiaao : Hindulaao 29'*.55
Guia do alfabeto e da pronúncia em bengali 911
'ndice alfabético 913
Prefácio
vii
Sri Caitanya-caritãmrta Prefácio
Essas donzelas (gopís, ou vaqueirinhas) simplesmente amavam Krsna, sem moti- folhas de tulasíoferecidas a Ele, ocupando-se em atividades de Seu interesse, etc.
vações de ganho material ou espiritual. Caitanya também recomendou o Srímad- Não é possível parar com as atividades da mente e dos sentidos, mas pode-se
Bhdgavatam como a narração imaculada de conhecimento transcendental, e também purificá-las através de uma mudança de consciência. Esta mudança está indicada
ressaltou que o objetivo supremo da vida humana é desenvolver amor puro por no Bhagavad-gítã quando Krsna fala a Arjuna sobre o conhecimento da yoga me-
Krsna, a Suprema Personalidade de Deus. diante o qual pode-se trabalhar sem resultados fruitivos. "Ó filho de Prthã, quando
Os ensinamentos do Senhor Caitanya e os dados pelo Senhor Kapila, o exposi- agires com tal inteligência, poderás livrar-te do cativeiro dos trabalhos." (Bg. 2.39)
tor original da sãnkhya-yoga, o sistema sãnkhya de filosofia, são idênticos. Este sis- Às vezes, o ser h u m a n o abstém-se do gozo dos sentidos devido a determinadas
tema de yoga autorizado recomenda a meditação na forma transcendental do circunstâncias tais como doenças, e t c , mas esta não é a prescrição. Sem conhecer
Senhor. Meditar em algo vazio ou impessoal está fora de cogitação. Podemos me- o verdadeiro processo pelo qual pode-se controlar a mente e os sentidos, homens
ditar na forma transcendental do Senhor Visrvu, mesmo sem praticar complicadas menos inteligentes, ou tentam conter a mente e os sentidos à força, ou cedem
posturas sentadas. Tal meditação chama-se samâdhi perfeito. Este samãdhi perfeito a eles e são arrastados pelas ondas do gozo dos sentidos.
é comprovado no final do Sexto Capítulo do Bhagavad-gítã, onde o Senhor Krsna Os princípios regulativos e as regras de yoga, as diversas posturas sentadas e
diz: "E de todos os yogís, aquele que sempre se absorve em Mim com grande exercícios respiratórios executados numa tentativa de afastar os sentidos de seus
fé, adorando-Me com transcendental serviço amoroso, está mui intimamente li- objetos são métodos destinados àqueles que estão demasiadamente absortos no
gado a Mim em yoga e é o mais elevado de t o d o s . " (Bg. 6.47) conceito corpóreo de vida. O homem inteligente, situado em consciência de Krsna,
O Senhor Caitanya deu instruções à massa popular sobre a filosofia sãnkhya não procura, à força, impedir seus sentidos de agir. Em vez disso, ele ocupa seus
de acintya-bhedãbheda-tattva, a qual defende que o Senhor Supremo é simultanea- sentidos a serviço de Krsna. Ninguém pode impedir que uma criança brinque,
mente igual à Sua criação e diferente dela. O Senhor Caitanya ensinou esta filo- deixando-a inativa. Pode-se impedir uma criança de cometer tolices ocupando-a
sofia através do cantar do santo nome do Senhor. Ele ensinou que o santo nome em atividades superiores. A restrição em que, através dos oito princípios da yoga
do Senhor é Sua encarnação sonora e que, como o Senhor é o todo absoluto, se contém forçosamente as atividades sensoriais, é recomendada para homens
não há diferença entre Seu santo nome e Sua forma transcendental. Assim, can- inferiores. Homens superiores, ocupando-se nas atividades superiores da cons-
tando o santo nome do Senhor, podemos associar-nos diretamente com o Senhor ciência de Krsna, afastam-se naturalmente das atividades inferiores relacionadas
Supremo através da vibração sonora. Ao praticarmos essa vibração sonora, pas- com a existência material.
samos por três fases de desenvolvimento: a fase ofensiva, a fase purificatória e O Senhor Caitanya ensina a ciência da consciência de Krsna dessa maneira.
a fase transcendental. Na fase ofensiva, podemos desejar toda espécie de felici- Esta ciência é absoluta. Especuladores mentais secos tentam abster-se do apego
dade material, mas, na segunda fase, purificamo-nos de toda a contaminação ma- material, mas, de um modo geral, verificamos que a mente é forte demais para
terial. Quando nos situamos na fase transcendental, alcançamos a posição mais ser controlada e os arrasta de volta para atividades sensuais. A pessoa em consciên-
cobiçada — a fase em que amamos a Deus. O Senhor Caitanya ensinou que esta cia de Krsna não corre esse risco. É preciso ocupar mente e sentidos em atividades
é a mais elevada fase de perfeição para os seres humanos. conscientes de Krsna, e o Senhor Caitanya ensina como fazer isso na prática. Antes
A prática de yoga destina-se essencialmente ao controle dos sentidos. A mente de aceitar sannyãsa (a ordem renunciada), o Senhor Caitanya era conhecido como
é o fator central de controle de todos os sentidos; portanto, antes de mais nada, Visvambhara. A palavra visvambhara refere-se àquele que mantém todo o universo
é preciso praticar o controle da mente, ocupando-a em consciência de Krsna. As e que lidera todas as entidades vivas. Este mantenedor e líder apareceu como
atividades grosseiras da mente expressam-se através dos sentidos externos, quer o Senhor Sri Krsna Caitanya para transmitir esses ensinamentos sublimes à huma-
para a aquisição de conhecimento, quer para o funcionamento dos sentidos de nidade. O Senhor Caitanya é o preceptor ideal das necessidades fundamentais
acordo com a vontade. As atividades sutis da mente são pensar, sentir e querer. da vida. Ele é o mais magnânimo outorgador do amor a Krsna. Ele é o reservatório
Segundo seu estado de consciência, o indivíduo é poluído ou puro. Se nossa mente completo de todas as misericórdias e boa fortuna. Como se confirma no Srímad-
está fixa em Krsna (Seu nome, qualidade, forma, passatempos, séquito e para- Bhügavatam, no Bhagavad-gítã no Mahãbhârata e nos Upanisads, Ele é a Suprema
fernália), todas as nossas atividades — tanto sutis quanto grosseiras — tornam-se Personalidade de Deus, o próprio Krsna, sendo digno de adoração de todos nesta
favoráveis. No Bhagavad-gítã, o processo de purificar a consciência consiste em era de desavenças. Todos podem juntar-se a Seu movimento de sankirtana. Não
fixar a mente em Krsna, falando de Suas atividades transcendentais, limpando- se exige nenhuma qualificação prévia. Pelo simples fato de seguir Seus ensinamentos,
Lhe o templo, indo a Seu templo, vendo a bela forma transcendental do Senhor qualquer pessoa pode tornar-se um ser humano perfeito. Quem tiver a boa for-
magnificamente decorada, ouvindo Suas glórias transcendentais, saboreando a tuna de ser atraído por Suas características, decerto que terá êxito na missão de
comida oferecida a Ele, associando-se com Seus devotos, cheirando as flores e sua vida. Em outras palavras, aqueles que estiverem interessados em alcançar
X âri Caitanya-caritãmrta
a existência espiritual poderão ser facilmente liberados das garras de mãyã pela Introdução
gTaça do Senhor Caitanya. Os ensinamentos apresentados neste livro não são
diferentes do Senhor.
Absorvendo-se no corpo material, a alma espiritual aumenta as páginas da his-
tória mediante toda espécie de atividades materiais. Os ensinamentos do Senhor O Srf Caitanya-caritãmrta é a principal obra sobre a vida e os ensinamentos de
Caitanya podem ajudar a sociedade humana a parar com tais atividades desne- Sri Krsna Caitanya. Sri Caitanya é o pioneiro de um grande movimento religioso
cessárias e temporárias. Através desses ensinamentos, a sociedade humana poderá e social que começou na índia há pouco menos de quinhentos anos e que, direta
elevar-se à plataforma mais elevada de atividade espiritual. Essas atividades e indiretamente, influenciou o curso subseqüente do pensamento religioso e filo-
espirituais começam realmente após libertarmo-nos do cativeiro material. Tais ativi- sófico, não somente na índia, mas também no Ocidente de hoje em dia.
dades liberadas em consciência de Krçna constituem a meta da perfeição humana. Considera-se Caitanya Mahãprabhu como uma figura de grande importância
O falso prestígio que adquirimos tentando dominar a natureza material é ilusório. histórica. No entanto, nosso método convencional de análise histórica — o de
Os ensinamentos do Senhor Caitanya podem conferir-nos conhecimento ilumi- encarar o homem como um produto de sua época — não se aplica aqui. Sri Caitanya
nante, e, mediante tal conhecimento, podemos avançar na existência espiritual. é uma personalidade que transcende o alcance limitado dos contextos históricos.
Todos são obrigados a sofrer ou gozar os frutos de suas atividades: ninguém Numa época em que, no Ocidente, o homem voltava seu espírito explorador
pode conter as leis da natureza material que governam tais coisas. Enquanto esti- para o estudo da estrutura do universo físico e para a circunavegação do m u n d o
vermos ocupados em atividades fruitivas, decerto que seremos frustrados em em busca de novos oceanos e continentes, Sri Krsna Caitanya, no Oriente, inau-
qualquer tentativa de alcançar a meta última da vida. Minha esperança sincera gurava e liderava uma revolução voltada para o mundo interior, para uma com-
é que, entendendo os ensinamentos do Senhor Caitanya, a sociedade humana preensão científica do conhecimento mais elevado da natureza espiritual do
sinta uma nova luz de vida espiritual que abrirá o campo de atividade para a alma homem.
pura. As principais fontes históricas da vida de Sri Caitanya são os kadacãs (diários)
mantidos por Murãri Gupta e Svarupa Dãmodara Gosvãmí. Murári Gupta, um
om tat sat médico e associado íntimo de Sri Caitanya, registrou extensas anotações sobre
os primeiros vinte e quatro anos da vida de Sri Caitanya, culminando em Sua
iniciação na ordem renunciada, sannyãsa. Os eventos da outra metade dos qua-
renta e oito anos dos passatempos de Caitanya Mahãprabhu foram registrados
A. C. Bhaktivedanta Swami no diário de Svarupa Dãmodara Gosvãmi, outro dos associados íntimos de
Caitanya Mahãprabhu.
14 de março de 1968 O ért Caitanya-caritãmrta divide-se em três partes, chamadas Iflãs, que literal-
Aniversário do Senhor Caitanya mente significa "passatempos"— Ãdi-lllã (o período inicial), Madhya-lílâ (o perío-
Templo Sri-Sri-Rãdhã-Krsna do intermediário) e Antya-ltlã (o período final). As anotações de Murári Gupta
Nova Iorque - E.U.A. formam a base do Ádi-lilã, e o diário de Svarupa Dãmodara fornece os pormeno-
res para o Madhya-lüã e para o Antya-lilã.
Os primeiros doze dos dezessete capítulos do Ãdi-lilã constituem o prefácio para
toda a obra. Recorrendo a evidências de escrituras védicas, este prefácio estabe-
lece Sri Caitanya como o avatãra (encarnação) de Krsna (Deus) para a era de Kali
— a época atual, que começou há cinco mil anos e que se caracteriza pelo materia-
lismo, pela hipocrisia e pela desavença. Nestas descrições, Caitanya Mahãprabhu,
que é idêntico ao Senhor Krsna, aparece para conceder liberalmente amor puro
a Deus às almas caídas desta era degradada, propagando o sahkirtana — literalmente,
'glorificação congregacional a Deus" — especialmente organizando o cantar públi-
co do mahã-mantra (Grande Canto para a Liberação). Revela-se o propósito esotéri-
co do aparecimento do Senhor Caitanya no mundo, descrevem-se Seus co-avatãras
e devotos principais e resumem-se Seus ensinamentos. A porção restante do Ãdi-
xi
XIII
XII Sri Caitanya-caritãmrta Introdução
lilã, dos Capítulos Treze a Dezessete, recapitula sucintamente Seu nascimento a vida de Sri Caitanya, foi altamente venerado. Enquanto compunha seu impor-
divino e Sua vida até Ele aceitar a ordem renunciada. Isto inclui Seus milagres tante trabalho, Vrndãvana dãsa, temendo que este se tornasse volumoso demais,
quando criança, Seu tempo de escola. Seu casamento e Seus primeiros confron- evitou descrever elaboradamente muitos dos eventos da vida de Sri Caitanya,
tos filosóficos, bem como Sua organização de um amplo movimento de sankirtana em particular os últimos. Ansiosos por ouvir esses últimos passatempos, os de-
e Sua desobediência civil contra a repressão do governo muçulmano. votos de Vrndãvana solicitaram que Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi, a quem respei-
O Madhya-lilâ, a mais extensa das três divisões, fornece uma narração minuciosa tavam como um grande santo, compusesse um livro narrando esses episódios
das memoráveis e longas viagens do Senhor Caitanya pela índia como um mendi- pormenorizadamente. Após este pedido, e com a permissão e as bênçãos da Dei-
cante renunciado, mestre, filósofo, preceptor espiritual e místico. Durante este dade de Madana-mohana, de Vrndãvana. ele começou a compilar o érí Caitanya-
período de seis anos, Sri Caitanya transmite Seus ensinamentos a Seus discípu- caritãmrta, o qual devido à seu primor biográfico e completa exposição da profunda
los principais. Ele empreende debates e converte muitos dos mais famosos filó- filosofia e dos ensinamentos do Senhor Caitanya, é considerado como a mais im-
sofos e teólogos de Sua época, incluindo sarikaristas, budistas e muçulmanos, portante obra biográfica sobre Sri Caitanya.
acompanhados de seus muitos milhares de seguidores e discípulos. Inclui-se Ele começou a trabalhar no texto quando já tinha mais de noventa anos e esta-
também nesta seção uma dramática narrativa das atividades miraculosas de va com a saúde vacilante, como vividamente descreve no próprio texto: "Agora
Caitanya Mahãprabhu no grande festival do Ratha de Jagannãtha em Orissa. estou velho demais e perturbado pela invalidez. Enquanto escrevo, minhas mãos
tremem. Não posso lembrar-me de nada, nem posso ver ou ouvir bem. Mesmo
O Antya-lilã relaciona-se com os últimos dezoito anos da presença manifesta
assim, escrevo, e isso é maravilhoso." Decerto é uma das maravilhas da história
de Sri Caitanya, passados em semi-reclusão perto do famoso templo de Jagannãtha
literária que, não obstante suas condições tão debilitadas, ele completasse a maior
em Jagannãtha Puri, Orissa. Durante estes derradeiros anos, Sri Caitanya mer-
jóia literária da índia medieval.
gulhou cada vez mais profundamente em transes de êxtase espiritual inigualá-
veis em toda a história religiosa e literária, tanto do Oriente quanto do Ocidente. Esta tradução e comentário é obra de Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta
A perpétua e sempre crescente beatitude religiosa de Sri Caitanya, descrita grafi- Swami Prabhupãda, o mais distinto mestre do pensamento religioso e filosófico
camente nas narrativas baseadas no testemunho ocular de Svarupa Dãmodara indiano. Seu comentário baseia-se em dois comentários bengalis: um de seu
Gosvámi, Seu inseparável companheiro durante este período, claramente desa- mestre, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Gosvãmi — o eminente acadêmico védi-
fia as habilidades investigadoras e descritivas dos modernos psicólogos e feno- co que predisse: "Tempo virá em que as pessoas do m u n d o estudarão bengali
menologistas de experiência religiosa. para ler o érí Caitanya-caritãmrta" — e outro do pai de Srila Bhaktisiddhãnta,
Bhaktivinoda Thãkura.
O autor deste grande clássico, Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi, nascido no ano
Sua Divina Graça A . C . Bhaktivedanta Swami Prabhupãda é descendente dis-
de 1507, foi discípulo de Raghunãtha dãsa Gosvãmi, um íntimo seguidor de
cipular de Sri Caitanya Mahãprabhu, e é o primeiro erudito a traduzir sitematica-
Caitanya Mahãprabhu. Raghunãtha dãsa, um renomado santo e asceta, ouviu
mente as obras principais dos seguidores de Sri Caitanya. Sua perfeita erudição
e memorizou todas as atividades de Caitanya Mahãprabhu, conforme as contou
em bengali e em sânscrito e íntima familiaridade com os preceitos de Sri Krsna
Svarupa Dãmodara. Após o desaparecimento de Sri Caitanya e de Svarupa
Caitanya são uma combinação adequada que eminentemente qualificam-no a apre-
Dãmodara, Raghunãtha dãsa, incapaz de suportar a dor da saudade destes obje-
sentar este importante clássico ao m u n d o de língua ocidental. A facilidade e cla-
tos de sua plena devoção, viajou para Vrndãvana, tencionando cometer suicídio,
reza com as quais ele expõe difíceis conceitos filosóficos produzem compreensão
pulando da Colina de Govardhana. No entanto, em Vrndãvana encontrou-se com
e apreciação genuínas desta profunda e monumental obra, mesmo num leitor
Rüpa Gosvãmi e Sanãtana Gosvãmi, os mais íntimos discípulos de Caitanya Mahã-
totalmente alheio da tradição religiosa indiana.
prabhu. Eles convenceram-no a desistir de seu plano de suicídio e induziram-no
a revelar-lhes os eventos espiritualmente inspiradores da vida posterior do Senhor O texto completo, com comentários, apresentado pela Bhaktivedanta Book Trust
Caitanya. Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi também residia em Vrndãvana naquela em sete volumes belamente ilustrados, representa uma contribuição da maior im-
época, e Raghunãtha dãsa Gosvãmi transmitiu-lhe plena compreensão da vida portância à vida intelectual, cultural e espiritual do homem contemporâneo.
transcendental de Sri Caitanya.
A essa altura, acadêmicos e devotos contemporâneos e quase contemporâneos —Os Editores
de Sri Caitanya já haviam escrito diversas obras biográficas sobre Sua vida. Dentre
estas, estão incluídos o érí Caitanya-carita de Murãri Gupta; o Caitanya-mangala,
de Locana dãsa Thãkura e o Caitanya-bhãgavata. Este último texto, uma obra de
Vrndãvana dãsa Thãkura, que então era considerada a principal autoridade sobre
CAPÍTULO NOVE
VERSO 1
VERSO 3
como Sri Caitanya Mahãprabhu visita tais lugares, todas as contaminações sabei vaisnava haya, kahe 'krsna' 'hari'
desaparecem. anya grama nistãraye sei 'vaisnava' kari'
pürva-vat—como fiz anteriormente; pathe-a caminho; yãite—enquanto ia; ye—
VERSO 5 todo aquele que; pãya—consegue; daraéana—audiência; y e í - q u e ; gráme-na aldeia;
yãya-o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu vai; s e - i s t o ; grãmera-da aldeia; yata-
C*Ã 5ffe<5 «Ti *ftf? I
todas; /aria-pessoas; sabeí-todas elas; vaisnava haya—tornam-se devotos; kahe-
dizení; krsna hari-os santos nomes do Senhor Krsna e Hari; anya grãma-outras
aldeias; nistãraye—libera; sei—Ele; vaisnava—devotos; kari'—fazendo.
sei saba tlrthera krama kahite nã pari
daksina-vãme tírtha-gamarta haya pherâpheri T R A D U Ç Ã O — C o m o afirmei anteriormente, todos os residentes das aldeias visi-
sei saba—todos aqueles; tlrthera—de locais santos; krama—a ordem cronológica; tadas pelo Senhor Caitanya tornaram-se Vaisnavas e começaram a cantar Hari
kahite—de falar de; nã pari—sou incapaz; daksina-vãme—por toda parte; tírtha- e Krçna. Dessa maneira, em todas as aldeias que o Senhor visitou, cada um
gamana—visitando os lugares sagrados; haya—está; pherâpheri—indo e voltando. tornou-se um Vaisnava, um devoto.
T R A D U Ç Ã O — N ã o posso registrar cronologicamente todos os lugares de peregri- SIGNIFICADO—Os santos nomes de Krsna e Hari, ou o cantar do mahã-mantra Hare
nação visitados pelo Senhor Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . Posso apenas resumir Krsna, são tão espiritualmente poderosos que mesmo hoje em dia, quando nossos
tudo, dizendo que o Senhor visitou todos os locais santos, por toda parte, indo pregadores vão a partes remotas do m u n d o , as pessoas imediatamente começam
e vindo. a cantar Hare Krspa. Sri Caitanya Mahãprabhu era a própria Suprema Personali-
dade de Deus. Não pode haver ninguém que possa competir com Ele ou com
VERSO 6 Suas potências. No entanto, por estarmos seguindo Seus passos e também can-
tarmos o mahã-mantra Hare Krsna, o efeito é quase tão potente quanto durante
wsm sfi-ita ^ f k u iMsn i a época do Senhor Caitanya Mahãprabhu. Nossos pregadores pertencem prin-
cipalmente a países europeus e americanos, todavia, pela graça do Senhor
Caitanya, têm tremendo êxito onde quer que vão para abrir nossos centros. Na
ataeva nâma-mãtra kariye ganana verdade, por toda parte, as pessoas estão cantando mui seriamente Hare Krsna,
kahite nã pari tara yathã anukrama Hare Krsna, Krsna Krsna, Hare Hare / Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare
ataeva—portanto; nãma-mãtra—apenas como registro simbólico; kariye ganana— Hare.
narro; kahite—de dizer; nãpãri—sou incapaz; tara—disso; yathã—como; anukrama—
ordem cronológica. VERSO 9
te a presença do Senhor Rãmacandra, as Deidades foram adoradas por Laksmana. cifteft-ítwtfl *rfè' 'TEM •wstsi n 1811
Conta-se que, apenas três meses antes de seu desaparecimento, Sri Madhvãcãrya
recebeu estas Deidades e instalou-As no templo de Udupl. Desde então, a ei éloka pathe padi' karilã prayãna
Madhvãcãrya-sampradãya tem adorado as Deidades naquele monastério. Quanto gautami-gahgãya yãi' kaila gahgã-snãna
aos Sri Vaisnavas, a começar por Rãmãnujãcãrya, eles também adoravam Deidades ei éloka—este verso em sânscrito; pathe—a caminho; padi'—recitando; karilã—
de Sitã-Rãma. Também adoram Deidades de Sitã-Rãma em Tirupati e em outros fazia; prayãna—indo; gautamX-gangãya—h margem do Gautami-gahgã; yãi'—indo;
locais. Há outra ramificação da Sri Rãmãnuja-sampradãya, conhecida como kaila—fez; gangã-snãna—banho no Ganges.
Rãmãnandi ou Rãmãt, cujos seguidores também adoram Deidades de Sitã-Rãma
mui rigidamente. Os Vaisnavas da Rãmãnuja-sampradãya preferem adorar o T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o caminhava pela estrada, Sri Caitanya Mahãprabhu cos-
Senhor Rãmacandra a adorar Rãdhã-Krsha. tumava cantar este mantra Rama Rãghava. Cantando dessa maneira, chegou às
margens do Gautami-gahgã, onde tomou Seu banho.
VERSO 12 S I G N I F I C A D O — O Gautami-gahgã é u m dos braços d o rio Godãvarí. Outrora, u m
grande sábio, chamado Gautama Rçi, costumava viver na margem deste rio oposta
à cidade de Rãjamahendri, motivo pelo qual este afluente foi chamado de
3**-&»TFW te*, m $WTCT n ii. II Gautami-gahgã.
Srila Bhaktivinoda Thãkura diz que Srila Kavirãja Gosvãmi registrou os nomes
sei saba vaisnava mahâprabhura daréane dos locais santos visitados por Sri Caitanya Mahãprabhu, mas que não há ordem
krsna-upâsaka haila, laya krsna-nãme cronológica dos locais visitados. No entanto, um caderno de anotações de Go-
sei saba—todos esses; vaisnava—devotos; mahâprabhura—de Sri Caitanya vinda dãsa contém a ordem cronológica e referências às posições geográficas. Srila
Mahãprabhu; daréane—vendo; krsna-upâsaka—devotos do Senhor Krsna; haila— Bhaktivinoda Thãkura solicita aos leitores que consultem este caderno de anota-
tornaram-se; laya—aceitaram; krsna-nãme—o santo nome do Senhor Krspa. ções. Segundo Govinda dãsa, Sri Caitanya Mahãprabhu foi do Gautami-gahgã
para Trimanda. Dali, foi para Dhundirãma-tirtha, outro local de peregrinação.
T R A D U Ç Ã O — A p ó s encontrarem-se com Sri Caitanya Mahãprabhu, todos esses Segundo este livro, após visitar Gautami-gahgã, Sri Caitanya Mahãprabhu foi
diferentes Vaisnavas tornaram-se devotos de Krsna e começaram a cantar o mahã- a Mallikãrjuna-tírtha.
mantra Hare Krsna.
VERSO 13
VERSO 15
ntn! * m ! ! *T«ra! •ati! *m i *rtf% it^i
f ^ ! c f " R ! ^ ! C f » l ^ l ? ^ ! cvr* ! ^WHt^n*!
<5ítt *r CM& s»»«Tf3? e r e y f è s r 11 >* n
rama! rãghava! rama! rãghava! rama! rãghava! pãhi mãm
mallikãrjuna-tirthe yãi' maheéa dekhila
krsna! keéava! krsna! keéava! krsna! keéava! raksa mãm
tãhan saba loke krsna-nãma laoyãila
rãma—ó Rama; rãghava—descendente de Raghu; pãhi—por favor, protegei; mãm—
mallikãrjuna-tTrthe-ao local santo conhecido como MaUikârjuna; w t f - i n d o -
a mim; krsna—ó Krspa; keéava—matador de Kesi; raksa—protegei; mãm—a mim.
aheéa-a deidade do Senhor Siva; deír/nfo-visitou; tãhãn-ali; saba M e - t o d a s
i pessoas; krsna-nãma-o santo nome do Senhor Krsna; laoyãila-Ele induziu a
TRADUÇÃO—"Ó Senhor Rãmacandra, descendente de Mahãrãja Raghu, por favor,
protegei-me! Ó Senhor Krsna, matador do demônio Keéí, por favor, protegei-me!"
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 Verso 20 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 11
10
T R A D U Ç Ã O — N a q u e l e dia, o Senhor Caitanya hospedou-Se em sua casa, onde bhiktã kari'-após aceitar o almoço; mahãprabhu-Sfi Caitanya M P ^ " a h ã r a h ;
aceitou prasãda. Após conceder-lhe misericórdia dessa maneira, o Senhor pros- tãnre-a ele; praéna kaila-íez u m a pergunta; kaha vipra-Meu ^ ° ^ c
^ ^ ' 0
agora."
fàw.5 «nfcn> «fti fàftn*«5,> n
VERSO 24
skanda-ksetra-tTrthe kaila skanda daraéana
trimatha ãilã, tãhân dekhi' trivikrama
skanda-ksetra-tirthe—no lugar sagrado conhecido como Skanda-ksetra; kaila— uara CFZ* fs?^í WS W*TN II" 5.8 II
fez; skanda daraéana—visitando o Senhor Skanda (Kãrrtíkeya, filho do Senhor Siva);
trimatha—a Trimatha; ãilã—chegou; tãhãn—áli; dekhi'—vendo; trivikrama—uma for- pürve tumi nirantara laite rãma-nãma
ma do Senhor Visnu, Trivikrama. ebe kene nirantara lao krsna-nãma"
pürve—antes; tumi—tu; nirantara—constantemente; folie—costumavas cantar;
T R A D U Ç Ã O — N o lugar sagrado conhecido como Skanda-ksetra, o Senhor Sri rãma-nãma—o santo nome do Senhor Rãmacandra; ebe-agora; fcene-por que;
Caitanya Mahãprabhu visitou o templo de Skanda. Dali, foi para Trimatha, onde nirantara—constantemente; lao—cantas; krsna-nãma—o santo nome de Krspa.
viu a Deidade de Visnu, Trivikrama.
T R A D U Ç Ã O — " A n t e s , cantavas constantemente o santo nome do Senhor Rama.
VERSO 22 Por que agora cantas constantemente o santo nome de Krsna?"
VERSO 25
ÇTÂ. ft«í f * » l r * TB PWTOW II 5.5. II fast TO* —<ifè <?st»rr« « f ^ - s N r f w i
punah siddhavata ãilã sei vipra-ghare CSW ORÍ*? c*t»i <?rt* *TÍM w r c i n 5<? n
sei vipra krsna-nãma laya nirantare
punah—novamente; siddha-vata—ao local conhecido como Siddhavata; ãilã— wpra bfl/e,—ei tomara daréana-prabhãve
regressou; sei—aquele; vipra-ghare—na casa do brãhmana; sei vipra—aquele toma dekhi' gela mora ãjanma svabhãve
brãhmana; krsna-nãma—o santo nome do Senhor Krsna; laya—canta; nirantare— vipra bale—o brãhmana replicou; ei—esta; tomara daréana-prabhãve—pela influên-
constantemente. cia de Vossa visita; toma dekhi'—após ver-Vos; gela—foi; mora—minha; ãjanma—
da infância; sva-bhãve—natureza.
T R A D U Ç Ã O — A p ó s visitar o templo de Trivikrama, o Senhor regressou a
Siddhavata, onde novamente visitou a casa do brãhmana, que agora constante- TRADUÇÃO—O brãhmana replicou: " T u d o isto é devido à Vossa influência.
mente cantava o mahã-mantra Hare Krsna. Senhor. Após ver-Vos, deixei a longa prática de minha v i d a . "
VERSO 23 VERSO 26
•
14 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 15
Verso 31
sei haite kr$na-nãma jihvãte vasilã SIGNIFICADO Este é o oitavo verso d o Éatanãma-stotra do Senhor Rãmacandra,
kr$na-nãma sphure, rãma-nãma dure gelã que se encontra no Padma Purãna.
sei haite—desde aquele momento; krsna-nãma—o santo nome do Senhor Krsna;
jihvãte— na língua; vasilã— assentou-se firmemente; krsna-nãma—o santo nome do VERSO 30
Senhor Krsna; sphure—vem de forma automática; rãma-nãma—o santo nome do
Senhor Rãmacandra; dure—para bem longe; gelã— foi.
w t b r w w w w ^ f è f t i T O 1«. 1
T R A D U Ç Ã O — " D e s d e então, o santo nome de Krsna tem estado preso à minha
língua. Na verdade, q u a n d o canto o santo nome de Krsrta, o santo nome do krsir bhü-vãcakah sabdo
Senhor Rãmacandra se distancia." naé ca nirvrti-vãcakah
tayor aikyam param brahmã
VERSO 28 krsna ity abhidhíyate
krsih—a raiz verbal krs; bhü—existência atrativa; vãcakah—significando; éabdah—
palavra; nah—a sílaba na; ca—e; nirorti—prazer espiritual; vãcakah—indicando;
•rrcrai if*rt-»rfôi ^fàra 1 * 3 1 1 $ y 11 tayoh—àe ambos; aikyam—mistura; param—suprema; brahmã—Verdade Absolu-
ta; krsnah—Senhor Krsna; iti—assim; abhidhiyate—é chamada.
bãlya-kãla haite mora svabhãva eka haya
nãmera mahimã-sãstra kariye sancaya TRADUÇÃO—" 'A palavra " k r s " é o aspecto atrativo da existência d o Senhor,
bãlya-kãla haite— desde minha infância; mora—minha; sva-bhãva—prática; eka— e " n a " significa prazer espiritual. Ao acrescentar-se a raiz verbal " k r s " ao afixo
uma; haya—há; nãmera—do santo nome; mahimã—a respeito das glórias; áãstra— " n a " , ele torna-se Krsna, que indica a Verdade Absoluta.' "
as escrituras reveladas; kariye sancaya—extraio.
S I G N I F I C A D O — E s t e verso é do Udyoga-parva (71.4) do Mahãbhãrata.
T R A D U Ç Ã O — " D e s d e minha infância pratico este cantar e tenho extraído das es- VERSO 31
crituras reveladas as glórias do santo n o m e . "
•falara sfèsrFT mfr ç ^ i i
VERSO 29
varam brahmã—a. Verdade Absoluta; dui-nãma—dois nomes (Rama e Krsna); mas; fcr?nasya-do Senhor Krsna; «tfma-santo nome; ekam—um só; fflf—este re-
samãna—em nível de igualdade; ha-ila—estavam; punah—novamente; ãra—mais; sultado; prayacchati—dá.
éãstre— na escritura revelada; kichu—alguma; visesa—especificação; pãila—encontra-
se. TRADUÇÃO—" ' O s resultados piedosos obtidos por se cantar três vezes os md
santos nomes de Visnu podem ser obtidos com uma única repetição do santo
t r a d u ç ã o — " Q u a n t o aos santos nomes de Rama e Krsna, eles estão em nível nome de Krsna.' "
de igualdade, mas, para avançar mais, recebemos algumas informações especí-
ficas das escrituras reveladas." significado—Este verso do Brahmãnda Purãna encontra-se no Laghu-bhãgavatãmrta
(1.354), de Rüpa Gosvãmi. Pode-se alcançar os mesmos resultados de cada três
VERSO 32 vezes que se canta o santo nome de Rama, simplesmente cantando o nome de
Krsna uma vez.
VERSO 34
t r a d u ç ã o — " D i r i g i n d o - s e à sua esposa, Durgã, o Senhor Siva explicou-lhe: 'Ó t r a d u ç ã o — " S e g u n d o a afirmação dos sãstras, as glórias do santo nome de
Varãnanã, eu canto o santo nome de Rama, Rama, Rama, e assim desfruto deste Krsna são ilimitadas. Mesmo assim, eu não podia cantar Seu santo nome. Por
belo som. Este santo nome de Rãmacandra eqüivale a mil santos nomes do favor, ouvi a razão d i s t o . "
Senhor Visnu.' "
VERSO 35
htff-fáftrtff HrfjffTti OfalJUIU O +'
SIGNIFICADO—Este verso é do Brhad-visnu-sahasranãma-stotra (72.335) no Uttara- ^ t e r c ?rm, <st* íitCT 9*t * r ô i
khanda do Padma Purãna. II -sff II
T R A D U Ç Ã O — " C o m Vosso aparecimento, também apareceu o santo nome do <5ltl tetS pfèT «ttt-st c*t«fl <8fçR I
Senhor Krsna, e, nessa ocasião, as glórias do nome de Krsna despertaram em srwt-nts? « i t i , ^ f à * faanci II II
meu coração."
tâhãh haite cali' ãge gelã eka grame
VERSO 3 7 brãhmana-samãja tâhân, karilã viérâme
tãhân haite—dali; cali'—indo; ãge—adiante; gelã—foi; efa?—uma; grame—a uma al-
çtfe spp <gfi 5Tt*te.-^Çl fSnftfOT I deia; brãhmana-samãja—assembléia de brãhmanas; tâhãn—ali; karilã viérâme—
iíF5 ^ f c ' «Ha *tfe*l II -«1 II descansou.
sei kr$na tumi sãksãt—ihã nirdhãrila TRADUÇÃO—Então, ári Caitanya M a h ã p r a b h u deixou Vrddhakãál e seguiu
eta kahi' vipra prabhura carane padila viagem. Chegando a uma aldeia, verificou que a maioria de seus residentes eram
sei—esta; krsna—a Personalidade de Deus, Krsna; tumi—Vós; sãksãt— brãhmanas, e ali descansou.
diretamente; ihã—isto; yiirdhãrila—comprovado; efa kahi'—ao dizer isto; vipra—o
brãhmana: prabhura—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; carane—aos pés de lótus; VERSO 40
padila—caiu.
st-ç* «rstra cnn* « i r ^ i i
«•wrçlr c T f a « - f o i ai q t i *t«tra n s»it
5
<stra ^ f a ' 3^tfml « i t i fara i TRADUÇÃO-Devido à influência do Senhor Caitanya Mahãprabhu, muitos
milhões de homens vieram só para vê-lO. Na verdade, tão ilimitada era a as-
«•jfW f»ft-ííS»ttÜ II II
sembléia que não se podia contar seus membros.
tónre frrpa faíri' prabhu calilã âra dine
vrddhakãsT ãsi' kaila éiva-daraéane VERSO 41
tãnre—a ele; krpã kari'—mostrando misericórdia; prabhu—o Senhor Sri Caitanya
Mahãprabhu; calilã—viajou; ãra dine—no dia seguinte; vrddhakãéi—a Vrddhakãál; cíttTtfaj* fffaró c«ffi' « i r e c«fsrtra»t i
ãsi'—vindo; kaila—fez; éiva-daraéane—visita ao templo do Senhor Siva. i r a w ^ r a , ' r a w teu is<ra»í 11 si 11
20 éri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9
Verso 46 as viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 21
T R A D U Ç Ã O — T o d o s estes adeptos de diversas escrituras estavam prontos a a pãsandí ãila yata pânditya éuniyã
sentar as conclusões de suas respectivas escrituras, porém, Sri Caitanya garoa kari' ãila sange éisya-gana lana
22 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 23
Verso 49 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados
também é um corpo gigantesco, mas, se aceitamos o fato de que ela sempre existe,
na tv evãham jãtu nãsarh
não podemos falar de maneira alguma em aniquilação. Portanto, a tentativa de na tvarh neme janãdhipãh
aniquilar tudo a fim de atingir o nada é absurda. Por nossa própria experiência
na calva na bhavisyãmah
prática, temos que aceitar o começo da criação, e, aceitando o começo, temos que sarve vayam atah param
aceitar um criador. Tal criador deve possuir um corpo onipenetrante, como acen-
tua o Bhagavad-gítã (13.14):
sarvatah pãni-pãdam tat "Nunca houve um tempo em que Eu nao existisse, nem tu, nem todos esses reis;
sarvato 'ksi-éiro-mukham nem no futuro algum de nós deixará de existir."
sarvatah érutimal loke Existimos em diferentes corpos no passado e, após a aniquilação deste corpo,
sarvam ãvrtya tisthati existiremos em outro corpo. A alma é eterna por princípio, e existe neste corpo
ou em outro corpo. Mesmo no transcurso desta vida, experimentamos a existên-
"Suas mãos e pernas, Seus olhos e rostos estão em toda parte, e Ele ouve tudo. cia n u m corpo infantil, num corpo jovem, n u m corpo adulto e num corpo velho.
A Superalma existe desta maneira." Após a aniquilação do corpo, adquirimos outro corpo. O culto budista também
A Pessoa Suprema deve estar presente em toda parte. Seu corpo existia antes aceita a filosofia da transmigração, porém, os budistas não explicam satisfatoria-
da criação; caso contrário, Ele não poderia ser o criador. Se a Pessoa Suprema mente o próximo nascimento. Existem 8.400.000 espécies de vida, e nosso próxi-
fosse uma criatura, não se poderia falar de um criador. Conclusão: com certeza mo nascimento poderá ser em qualquer uma delas; portanto, este corpo humano
a manifestação cósmica é criada em determinado momento, e o criador existia não é garantido.
antes da criação; logo, o criador não é uma criatura. O criador é Param Brahman, Segundo o quinto princípio budista, o Senhor Buddha é a única fonte para se
ou o Espírito Supremo. Não somente a matéria é subordinada ao espírito, mas, obter conhecimento. Não podemos aceitar isto, pois o Senhor Buddha rejeitou
na realidade, sua criação baseia-se no espírito. Quando a alma espiritual entra os princípios do conhecimento védico. É preciso aceitar um princípio de conheci-
no ventre da mãe, os ingredientes materiais fornecidos pela mãe criam o corpo. mento padrão, pois não se pode chegar à Verdade Absoluta pela simples especu-
No m u n d o material tudo é criado, e conseqüentemente deve haver um criador lação intelectual. Se todos fossem autoridades, ou se todos aceitassem sua própria
que seja o Espírito Supremo e que seja distinto da matéria. Confirma-se no inteligência como o critério fundamental — como é moda hoje em dia —
Bhagavad-gítã que a energia material é inferior e que a energia espiritual é a enti- interpretar-se-iam as escrituras de muitas maneiras diferentes, e todos julgariam
dade viva. Tanto a energia inferior quanto a superior pertencem a uma pessoa sua própria filosofia como sendo a suprema. Isto tem se tornado um grande
suprema. problema, e todos estão interpretando as escrituras à sua própria maneira e esta-
Os budistas argumentam que o m u n d o é falso, mas isto não é válido. O mundo belecendo sua própria base de autoridade. Yata mata tata pâtha. Agora, qualquer
é temporário, mas não é falso. Enquanto tivermos um corpo, seremos obrigados pessoa está tentando estabelecer sua própria teoria como a Verdade Fundamen-
a sofrer os prazeres e dores deste corpo, muito embora não sejamos o corpo. Po- tal. Os budistas teorizam que a aniquilação, ou nirvana, é a meta suprema. Ani-
demos não levar muito a sério estes prazeres e dores, mas de qualquer modo quilação é algo que se aplica ao corpo, porém, a alma espiritual transmigra de
eles são reais. Realmente não podemos dizer que eles sejam falsos. Se os praze- um corpo a outro. Se este não fosse o caso, como poderia chegar a existir tanta
res e dores do corpo fossem falsos, a criação também seria falsa, e conseqüente- mulripliadade de corpos? Se o próximo nascimento é um fato, a próxima forma
mente ninguém mostraria muito interesse por ela. Em conclusão, a criação material corpórea também será um fato. Tão logo aceitemos um corpo material, devemos
não é falsa nem imaginária, mas sim temporária. aceito o fato de que o corpo será aniquilado e que teremos de aceitar outro cor-
Os budistas mantêm que o princípio " e u s o u " é a Verdade Fundamental, po. Se todos os corpos materiais estão condenados à aniquilação, devemos obter
porém, isto exclui a individualidade de " e u " e "você". Se não houver " e u " nem um corpo nao-material, ou seja, um corpo espiritual, caso desejemos que o pró-
" v o c ê " , ou individualidade, não haverá qualquer possibilidade de argumenta- ximo nascimento seja tudo menos falso. No Bhagavad-gítã {4:.% explica-se como
ção. A filosofia budista depende da argumentação, mas não pode haver argu- se alcança o corpo espiritual:
mentação caso dependamos simplesmente de " e u s o u " . Além disso, é preciso
haver um " v o c ê " , ou seja, outra pessoa. É preciso haver a filosofia da dualidade
— a existência da alma individual e da Superalma. Confirma-se isto no Segundo jantna karma ca me divyam
Capítulo do Bhagavad-gítã (2.12), onde o Senhor diz: . evam yo vetti tattvatah
Verso 52 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 27
26
Afirma-se que a misericórdia é u m a das qualidades dos budistas, mas, a mis^ SIGNIFICADO—Estes filósofos eram todos ateus, pois não acreditavam na existência
ricórdia é u m a coisa relativa. Mostramos nossa misericórdia a um subordinado: de Deus. Pode ser que os ateus sejam muito peritos em especulação mental, ou
ou a alguém que esteja sofrendo mais do que nós. No entanto, caso haja uma talvez sejam grandes pseudo-filósofos, mas, qualquer Vaisnava firmemente si-
pessoa superior presente, a pessoa superior não pode ser o objeto de nossa mise- tuado em sua convicção e em consciência de Deus pode derrotá-los. Seguindo
ricórdia. Pelo contrário, somos objetos da misericórdia da pessoa superior. Por- os passos de Sri Caitanya Mahãprabhu, todos os pregadores dedicados a serviço
tanto, mostrar compaixão e misericórdia é atividade relativa. Não é a Verdade da ISKCON devem ser muito peritos em apresentar fortes argumentos e derro-
Absoluta. À parte disto, também precisamos saber o que é verdadeira misericór- tar todas as classes de ateístas.
dia. Dar a um h o m e m doente algo proibido para ele comer não é misericórdia.
Pelo contrário, é crueldade. A menos que saibamos o que é misericórdia realmente, VERSO 52
poderemos criar situações indesejáveis. Se desejarmos mostrar verdadeira mise-
ricórdia, pregaremos a consciência de Krsna a fim de reviver a consciência perdi- «rçsra \<*&~< m f à ' rafa i r a CM i
da dos seres h u m a n o s , a consciência original da entidade viva. Uma vez que a
filosofia budista não admite a existência da alma espiritual, a dita misericórdia 1 ^ - 9 1 r a t a f t f r r s>ra ^ia«n ^ « < ^ «
dos budistas é deficiente.
28 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 Verso 55 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 29
prabhuke vaisnava jãni' bauddha ghare gela pairam pusparh phalam toyarh
sakala bauddha mili' tabe kumantranã kaila yo me bhaktyã prayacchati
prabhuke—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; vaisnava jãni'—sabendo ser Ele um tad aharh bhakty-upahrtam
Vaisnava; bauddha—os budistas; ghare gela—voltaram para casa; sakala bauddha— aénãmi prayaiãtmanah
todos os budistas; mili'—reunindo-se; tabe—mais tarde; ku-mantranã— conspiração;
kaila—fizeram. " S e alguém Me oferecer, com amor e devoção, uma folha, u m a flor, frutas ou
áeua, Eu as aceitarei." . , .
T R A D U Ç Ã O — O s budistas puderam compreender que o Senhor Sri Caitanya
Krsna pode aceitar qualquer coisa que Seu devoto Lhe ofereça com devoção.
Mahãprabhu era um Vaisnava, e voltaram para casa muito tristes. Mais tarde,
Pode ser que um avaisnava seja vegetariano e um cozinheiro muito limpo, mas,
contudo, começaram a conspirar contra o Senhor.
por não poder oferecer os alimentos a Visnu, não se pode aceitar os alimentos
VERSO 53 cozinhados por ele como mahã-prasãda. É melhor que o Vaisnava recuse tal comida,
considerando-a intocável.
«Wfai «rifara « f w i I VERSO 54
ü y w t C H fswi 'wiawiw' ?f»ra111 11
apavitra anna eka thãlite bhariyâ
prabhu-ãge nila 'mahã-prasãda' baliyã cfrc& 'pfà' «JHPW «trfa c-iti 11 «8 n
apavitra—poluído; anuo—alimento; eka—um; thãlite—prato; bhariyã— enchendo; hena-kãle mahã-kãya eka paksl ãila
prabhu-ãge—em frente ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; nila—trouxeram; mahã- (honfe kari' anna-saha thãli lanã gela
prasãda baliyã—chamando-o de mahã-prasãda. hena-kãle— nessa altura; mahã-kãya—tendo um grande corpo; eka—um; paksl—
pássaro; ãila—apareceu ali; (honfe kari'—com o bico; anna-saha—de comida; thãli—o
T R A D U Ç Ã O — U m a vez armada a trama, os budistas trouxeram um prato com ali- prato; lanã— levando; gela—foi embora.
mento intocável perante o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, dizendo que era
mahã-prasãda.
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o a comida contaminada foi oferecida a Sri Caitanya
Mahãprabhu, um pássaro muito grande apareceu no local, apanhou o prato com
S I G N I F I C A D O — A expressão apavitra anna refere-se ao alimento que não é aceitá- seu bico e bateu asas em retirada.
vel para um Vaisnava. Em outras palavras, o Vaisnava não pode aceitar nenhum
alimento oferecido por avaisnavas como se estivesse aceitando mahã-prasãda. Este
VERSO 55
deve ser um princípio para todos os Vaisnavas. Ao ser indagado: "Qual é o com-
portamento de um Vaisnava?" Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: "O Vaisnava raWflt*m fcira °«w »rra wxh] i
deve evitar a companhia de avaisnavas [asat]." A palavra asat refere-se a um
avaisnava, isto é, àquele que não é Vaisnava. Asat-sanga-tyâga,—ei vaisnava-ãcãra citatTítrái »it«rr3 «itf»i *tfà»i ufarcii 11 <t<t«
(Cc. Madhya 22.87). O Vaisnava deve ser muito estrito neste aspecto e não deve
em absoluto cooperar com avaisnavas. Caso um avaisnava ofereça alimentos em bauddha-ganera upareanna pode amedhya haiyã
nome de mahã-prasãda, não se deve aceitá-los. Tais alimentos não podem ser bauddhâcãryera mãthãya thãli padila bãjiyã
prasãda, pois um avaisnava não pode oferecer coisa alguma ao Senhor. Às vezes, bauddha-ganera—todos os budistas; upare—sobre; anna—a comida; pode—começou
os pregadores do movimento para a consciência de Krsna têm que aceitar comida a cair; amedhya—intocável; haiyã—sendo; bauddha-ãcãryera—ào mestre dos budis-
numa casa onde o chefe de família é avaisnava; no entanto, caso se ofereça este tas; mãthãya—sobre a cabeça; thãli—o prato; padila—caiu; bãjiyã— produzindo um
alimento à Deidade, pode-se comê-lo. O Vaisnava não deve aceitar alimentos ordi- grande ruído.
nários cozidos por avaisnavas. Mesmo que o avai$nai>a os cozinhe impecavelmen-
te, ele não pode oferecê-los ao Senhor Visnu, não se podendo aceitá-los como T R A D U Ç Ã O — N a verdade, a comida intocável caiu sobre os budistas, e o grande
mahã-prasãda. Segundo o Bhagavad-gitã (9.26): pássaro deixou o prato cair na cabeça do principal mestre budista. Ao cair sobre
sua cabeça, o prato produziu um grande ruído.
30 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 31
Verso 61
VERSO 56 favor, perdoai nossas ofensas. Por favor, tende misericórdia de nós e ressuscitai
nosso mestre espiritual."
cwrw *tf?»T «rrr>,—mu * t f r &to i
yfí&s w&\ -ençií "ffiira »tf^i II <?* n VERSO 59
consciência; pãhã— conseguindo; ãcãrya—o mestre; bale—cantou; hari hari—o nome krsna bali - c a n t a n d o o santo nome de Krsna; ãcãrya-o dito mestre espiritual
do Senhor Hari.
dos budistas; prabhure-ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; karena-íaz; vinaya-
submissão; dekhiyã— vendo isto; sakala loka—todas as pessoas; ha-ila—ficaram;
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o todos os discípulos cantaram os santos nomes Krsna, Rama
vismaya—perplexas.
e Hari, o mestre budista recobrou a consciência e logo pôs-se a cantar o santo
nome do Senhor Hari. T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o mestre espiritual dos budistas começou a cantar o santo
nome de Krsna e submeteu-se ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, todas as
SIGNIFICADO—Sri Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura comenta que na verdade pessoas ali reunidas ficaram perplexas.
todos os discípulos budistas foram iniciados por Sri Caitanya Mahãprabhu no
cantar do santo nome de Krsna, e, ao cantarem, realmente tornaram-se pessoas VERSO 63
diferentes. Naquele momento, deixaram de ser budistas ou ateístas, passando
a ser Vaisnavas. Conseqüentemente, aceitaram de imediato a ordem de Sri <ife*c»t c^Vç^ ^ f à ' "tfta w i
Caitanya Mahãprabhu. Sua consciência de Krsna original reviveu, e logo eles fo-
«Wffa te»!» C** "1 t f U «f*fa II II
ram capazes de cantar Hare Krsna e de dedicar-se a adorar o Supremo Senhor
Visnu. ei-rüpe kautuka kari' éacira nandana
É o mestre espiritual que liberta o discípulo das garras de mãyã, iniciando-o no antardhãna kaila, keha nã pãya daréana
cantar do mahã-mantra Hare Krsna. Dessa maneira, um ser humano adormecid ei-rüpe—dessa maneira; kautuka kari'—divertindo-Se; éacira nandana—o filho de
pode reviver sua consciência, cantando: Hare Krsna, Hare Krsna, Krsna Krsna, mãe Saci; antardhãna kaila—desapareceu; keha—qualquer pessoa; nã— não; pãya—
Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare. Em outras pala^ obtém; daréana—audiência.
vras, o mestre espiritual desperta a entidade viva adormecida para sua consciên-
cia original de modo que ela possa adorar o Senhor Visnu. Este é o propósito T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , súbita e estranhamente, Sri Caitanya Mahãprabhu, o filho
de diksã, ou iniciação. Iniciação quer dizer receber o conhecimento puro da cons- de Sacidevi, desapareceu da vista de todos, sem que ninguém conseguisse
ciência espiritual. encontiá-10.
Um ponto a observar a este respeito é que o mestre espiritual dos budistas não VERSO 64
iniciou seus discípulos. Ao invés disso, seus discípulos foram iniciados por Sri
Krsna Caitanya Mahãprabhu, e, por sua vez, capacitaram-se a iniciar seu dito
mestre espiritual. Este é o sistema de paramparã. O dito mestre espiritual dos bu-
i f ó rafa' C&fVSKm II S>8 II
distas na realidade ficou na posição de discípulo, e, depois que Sri Caitanya
Mahãprabhu iniciou seus discípulos, estes agiram como mestres espirituais dele. mahãprabhu cali' ãilã tripati-trimalle
Isto só foi possível porque os discípulos do ãcãrya budista receberam a misericórl catur-bhuja mürti dekhi' vyenkafãdrye cale
dia do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu. A menos que sejamos favorecidos por mahãprabhu—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; cali' ãilã— chegou caminhando;
Sri Caitanya Mahãprabhu na sucessão discipular, não podemos agir como mes- tripati-trimalle— aos locais santos chamados Tripati e Trimalla; catuh-bhuja—de qua-
tres espirituais. Devemos aceitar as instruções de Sri Caitanya Mahãprabhu, o tro braços; mürti—Deidade; dekhi ' - v e n d o ; vyehkafa-adrye—ao lugar sagrado da
mestre espiritual de todo o universo, e compreender como alguém torna-se mes- Colina de Vyenkata; cale— retomou o trajeto.
tre espiritual ou discípulo.
T R A D U Ç Ã O - E m seguida, Sri Caitanya Mahãprabhu chegou a Tirupati e Trimal-
VERSO 62 la, onde visitou uma Deidade de quatro braços. Logo após, prosseguiu em dire-
ção à Colina de Vyenkata.
if*f «rttrt «t^ra ftwa I
S I G N I F I C A D O - S r i l a Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura descreve a verdadeira
crf^WI i ^ n crr* s^r fi-wi i ^ 11
ordem cronológica da visita do Senhor Caitanya Mahãprabhu. Às vezes, chama-se
krsna bali' ãcãrya prabhure karena vinaya d i S 5 r f
T l r u a t u r a
P - E l e
Realiza-se n a parte norte d e Arkata, n o
dekhiyã sakala loka ha-ila vismaya custnto de Candragm. É um famoso lugar sagrado de peregrinação. Em seguimento
34 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9
Verso 68 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 35
to de Krsnã nas colinas conhecidas como Mahgalagiri, a aproximadamente onze benhor Siva, bem como um templo que, segundo consta, é antiqüíssimo.
36 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 37
Verso 73 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrad.
VERSO 69
trimalaya dekhi -após visitar Trimalaya; gelâ-íoi; tri-kãla-hasti-sthãne-ao loca
chamado Trikãla-hastI; mahã-deva-Senhor Siva; aeWii'-vendo; tãnre-a ele; karx
la pranãme—prestou reverências.
«t*tm atirai tei i *s i
TRADUÇÃO—Após visitar Trimalaya, Caitanya Mahãprabhu foi ver Trikãla-hastI
visnu-kãnci ãsi' dekhila laksmi-nãrãyana Foi ali que Ele viu o Senhor Siva e ofereceu-lhe todos os respeitos e reverências.
pranãma kariyã kaila bahuta stavana
visnu-kãnci—ao local sagrado chamado Visnu-kãnci; ãsi'—vindo; dekhila— o]
Senhor viu; laksmi-nãrãyana—a Deidade do Senhor Nãrãyana com mãe Laksml, SIGNIFICADO—Trikãla-hasti situa-se a aproximadamente trinta e cinco quilôme-
a deusa da fortuna; pranãma kariyã—após prestar reverências; kaila—fez; baliu' tros a nordeste de Tirupati. Em sua parte setentrional, há um rio conhecido como
stavana—muitas orações. Suvarna-mukhi. O templo de Trikãla-hastI encontra-se na parte sul do rio. O local
é geralmente conhecido como Sri Kãlahasti ou KãlahastI, sendo famoso por seu
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , o Senhor visitou um local sagrado conhecido como Visn templo do Senhor Siva, que é chamado ali de Vãyulihga-siva.
kãnci. Ali, Ele viu as Deidades de Lak$mi-Nãráyana e ofereceu Seus respeit
e muitas orações para o prazer dElas. VERSO 72
premãveée nrtya-gita bahuta karilã TRADUÇÃO—Em Paksi-tirtha, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu visitou o tem-
dina-dui rahi' loke 'krsna-bhakta' kaila plo do Senhor Siva. A seguir, foi ao local de peregrinação chamado Vrddhakola.
prema-ãveée—em amor extático; nrtya-gita—dançando e cantando; bahuta—muito'
karilã—realizou; dina-dui—por dois dias; rahi'—permanecendo; loke—as pesso SIGNIFICADO—Este Paksi-tlrtha, também chamado de Tirukãdi-kundam, fica a
em geral; krsna-bhakta—devotos do Senhor Krsna; kaila—fez. quatorze quilômetros a sudeste de Cirhlipat. Fica a cento e cinqüenta e dois me-
tros de altura, numa cadeia de colinas conhecidas como Vedagiri ou Vedãcalam
TRADUÇÃO—Permanecendo em Visnu-kãnci por dois dias, Sri Caitanya Mahã Ah existe um templo do Senhor Siva, cuja deidade é conhecida como
prabhu dançou e fez kirtana em êxtase. Ao vê-lO, todas as pessoas convertiam Vedagirisvara. Dizem que diariamente dois pássaros pousam ali para receber co-
se em devotos do Senhor Krsna. mida do sacerdote do templo, e, segundo consta, esses pássaros vêm fazendo
isto desde tempos imemoriais.
VERSO 71 VERSO 73
VERSO 76
VERSO 74
•«ifsfw-faa cwfV a«*i asfã^t i
í*rat#t teaat c » f l asfa' i
ia f l a n e i cia 'can*' ^ 11 w n
asfcafta f i c a i f è s r l « t f t a * W 1118 n
amrtalihga-éiva dekhi' vandana karilã
éiyãli bhairavi devi kari' daraéana
saba éivãlaye éaiva vaisnava' ha-ila
kãverira tire ãilã éacira nandana amrta-linga-siva—a deidade do Senhor Siva chamada Amrtalinga; dekhi'—vendo;
éiyãli bhairavi— Siyãli-bhairavi; devi— deusa; kari' daraéana—visitando; kãverira vandana kanta—prestou reverências; saba stva-ãlaye—em todos os templos do Senhor
tire— na margem do rio Kãveri; ãilã—Veto; éacira nandana—o filho de mãe SaclJ Siva; éaiva—devotos do Senhor Siva; vaisnava ha-ila—tornaram-se devotos do
Senhor Krsna.
VERSO 77
SIGNIFICADO—Siyãli-bhairavi localiza-se no distrito de Tãnjor, a aproximadamente
3
oitenta quilômetros a leste da cidade de Tãnjor. Há um templo muito famoso A cia-ítci «ttfàr c * 1 f à ç ( f a n i
Senhor Siva lá e, também, um lago muito grande. Conta-se que um garotinho,
devoto do Senhor Siva, chegou a este templo, e a deusa Durgã, conhecida com S-fcai>caa icw cuito «cs*f«i n n
Bhairavi, deu-lhe seu seio para mamar. Após visitar este templo, Sri Caitanjt deva-sthâne ãsi' kaila visnu daraéana
Mahãprabhu foi até à margem do rio Kãveri, através do distrito de TricinapalH éri-vaisnavera sahge tãhâh gosthi anuksana
O Kãveri é mencionado no Srimad-Bhdgavatam ( 1 1 . 5 . 4 0 ) como um rio muito|
deva-sthãne—ao local conhecido como Deva-sthãna; ãsi'—vindo; kaila—fez; visnu
piedoso.
daraéana—visita ao templo do Senhor Visnu; sn~-ixri$ri<rrera sahge—com os Vaisnavas
40 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lUã, 9 Verso 79 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 41
pertencentes à sucessão discipular de Rãmânuja; tãhãh—ali; gosfhf— conversa; T R A D U Ç Ã O — A p ó s visitar o local sagrado chamado Siva-ksetra, Caitanya Mahã-
anuksa na—sempre. prabhu chegou a Pãpanãsana, onde viu o templo do Senhor Visnu. Então, che-
gou enfim a Sri Ranga-kserra.
TRADUÇÃO—Em Deva-sthâna, Caitanya Mahãprabhu visitou o templo do Senhor
Visnu, e ali conversou com os Vaisnavas pertencentes à sucessão discipular de
Rámãnujãcãrya. Estes Vaisnavas são conhecidos como Sri Vaisnavas. SIGNIFICADO—Segundo alguns, o local conhecido como Pãpanãsana ficava a qua-
torze quilômetros a sudoeste de Kumbhakonam. Outros dizem que no distrito
VERSO 78 de Tinebheli existe uma cidade conhecida como Pãlamakorã. Quarenta quilôme-
tros a oeste dali, está um lugar sagrado conhecido como Pâpanãáana, próximo
^ ^ « í - i s ^ t O T tf»r»r *irataa i ao rio chamado Tãmraparrji. Sri Rahga-ksetra é um local muito famoso. Perto de
faa-CffCS f»M Wl CÜ^TífS»*!? II IV II Tricinapalli há um rio chamado Kãveri, ou Kolirana. A beira deste rio, no distrito
de Tãnjor, a aproximadamente vinte quilômetros a oeste de Kumbhakonam,
kumbhakarna-kapãle dekhi' sarovara encontra-se uma cidade conhecida como Sri Rahgam. O templo de Sri Rahga é
éiva-ksetre eiva dekhe gaurâhga-sundara o maior da índia, tendo sete muros ao seu redor. Existem, também, sete estradas
kumbhakarna-kapãle—em Kumbhakarna-kapãla; dekhi'—após ver; sarovara—o lago; que conduzem a Sri Rahga. Os antigos nomes dessas estradas são: estrada de
éiva-ksetre—em Siva-ksetra; eiva—Senhor Siva; dekhe—vê; gaurâhga-sundara—Senhor Dharma, estrada de Rãjamahendra, estrada de Kulaáekhara, estrada de Alinádana,
Sri Caitanya Mahãprabhu. estrada de Tiruvikrama, estrada de Tirubidi de Mãdamãdi-gaisa e estrada de Ada-
iyãvala-indãna. O templo foi fundado antes do reinado de Dharmavarma, que
reinou antes de Rãjamahendra. Muitos reis célebres como Kulaáekhara e outros,
TRADUÇÃO—Em Kumbhakarna-kapãla, Sri Caitanya Mahãprabhu viu um grande tais como Alabandãru, residiram no templo de Sri Rahgam. Yãmunãcãrya, Sri
lago e também o lugar santo chamado Siva-ksetra, onde se encontra um templo Rãmânuja, Sudaráanãcãrya e outros também supervisionaram este templo.
do Senhor Siva. A encarnação da deusa da fortuna conhecida como Godãdevl, que era uma das
doze pessoas liberadas conhecidas como divya-süris, casou-se com a Deidade, o
Senhor Sri Rahganãtha. Mais tarde, ela entrou no corpo do Senhor. Uma encar-
SIGNIFICADO—Kumbhakarna é o nome do irmão de Rãvana. Hoje em dia, a dl nação de Karmuka, Tirumariga (um dos Alovaras), adquiriu algum dinheiro, rou-
dade de Kumbhakonam encontra-se a quarenta quilômetros a nordeste da cida-j bando, e construiu o quarto muro delimitador de Sri Rahgam. Conta-se que, no
de de Tãnjor. Existem doze templos do Senhor Siva localizados em Kumbha-j ano de 289 da era de Kali, nasceu o Ãlovara de nome Tondaradippadi. Enquanto
konam, bem como quatro templos de Visnu e um templo do Senhor BrahmãS se dedicava ao serviço devocional, ele tornou-se vítima de uma prostituta, e Sri
Siva-ksetra, dentro da cidade de Tãnjor, fica perto de um grande lago conhecido] Ranganãtha, ao ver Seu devoto tão degradado, enviou um de Seus servos com
como Siva-gahgã. Há um grande templo do Senhor Siva ali, conhecido comd um prato de ouro para aquela prostituta. Ao darem pela falta do prato de ouro
Brhatlsvara-áiva-mandira. no templo, empreenderam uma busca, encontrando-o na casa da prostituta.
Quando o devoto viu a misericórdia de Rahganãtha para com esta prostituta, seu
en-o retificou-se. Então, mandou construir o terceiro muro delimitador do templo
de Rahganãtha, onde cultivou um jardim de tulasí.
VERSO 79
Houve, também, um célebre discípulo de Rãmãnujãcãrya, conhecido como
Kuresa. Sri Rãmapillãi foi filho de Küreáa, e seu filho foi Vãgvijaya Bhatta cujo
filho foi Vedavyãsa Bhatta, ou Sri Sudaráanãcãrya. Q u a n d o Sudaráanãcãrya es-
Slaffcrca sca ffasil m II is- II tava velho, os muçulmanos atacaram o templo de Rahganãtha e mataram cerca
de mil e duzentos Sri Vaisnavas. Nessa ocasião, transferiu-se a Deidade de Rahga-
pâpa-nãéane visnu kaila daraéana
nãtha ao templo de Tirupati, no reino de Vijaya-nagara. O governador de Gihgi,
érf-ranga-ksetre tabe karilã gamana
3 3 3 do ten
pãpa-nãéane—ao local chamado Pâpanãáana; visnu—Senhor Visnu; kaila—fez; comn TT'£fT* ^ ^ " S " * » P l o d e Tirupati a u m local conhecido
daraéana—visita; éri-rahga-ksetre—ao local sagrado chamado Sri Rahga-ksetra; tabe— como Simha-brahma, o n d e o Senhor permaneceu por três anos. No ano de 1293
saka, reinstalou-se a Deidade no templo de Rahganãtha. No muro oriental do
então; karilã—fez; gamana—partida.
42 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 43
Verso 85 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados
TRADUÇÃO—Então, um Vaisnava conhecido como Vyenkata Bhatta convidou Sri sTfírro asfà' as sira í c a i
Caitanya Mahãprabhu a sua casa com grande respeito. «ppa*ii «ptra ^ i t a ' « l í i t c a » w
44 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 45
Verso 90 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados
VERSO 86 TRADUÇÃO—A beleza do corpo d o Senhor Caitanya e Seu amor extático por Deus
eram testemunhados por todos. Muitas pessoas costumavam ir vê-lO, e, assim
#H i r a i%ri «rç> s i i ^ l H i c i i que O viam, toda a sua infelicidade e sofrimento desapareciam.
« $ I O T ctt«fè*f ? c i stfà itr,i 11 ir« 11
VERSO 89
tãnra ghare rahilã prabhu krsna-kathã-rase
bhatta-sange gohãila sukhe cãri mãse
tãnra ghare—em sua casa; rahilã— permaneceu; prabhu—Senhor Sri Caitanya
Mahãprabhu; krsna-katha-rase—gozando da doçura transcendental de conversar
i r a f n i t i i*t* «rçcis cfffira ii v& n
sobre os passatempos do Senhor Krsna; bhatta-sange—com Vyenkata Bhatta; laksa laksa loka ãila nãnã-deéa haite
gohãila—passou; sukhe—alegremente; cãri mãse—quatro meses. sabe krsna-nãma kahe prabhuke dekhite
laksa laksa—muitas centenas de milhares; loka—de pessoas; ãila—vinham lá; nãnã-
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu permaneceu na casa de Vyenkata Bhatta deéa—diferentes regiões; haite—de; sabe—todas elas; krsna-nãma kahe—cantam o
por quatro meses seguidos. O Senhor passava Seus dias alegremente, gozando mahã-mantra Hare Krsna; prabhuke—o Senhor; dekhite—vendo.
da doçura transcendental de conversar sobre os passatempos do Senhor Krsna.
T R A D U Ç Ã O — M u i t a s centenas de milhares de pessoas de diversas regiões vinham
ver o Senhor, e, após vê-lO, todas elas cantavam o mahã-mantra Hare Krsna.
VERSO 87
VERSO 90
itraftra * t i Slaw pA I
«iffcfôi c^ntraci ftsíi «tái II w« ? H 1 T 1 f%H cisç srtfsE 1*r.S <etf* |
ira tel,—çsfír& çaje,*m II ô» II
kãverite snãna kari' êrí-rahga daréana
prati-dina premãveée karena nartana krsna-nãma vinã keha nãhi kahe ãra
kãverite—no rio conhecido como Kãveri; snãna kari'—tomando banho; éri-rahga sabe krsna-bhakta haila,—loke camatkãra
daréana—visitando o templo de Sri Rahga; prati-dina—todos os dias; prema-ãveée— krsna-nãma vinã-sem cantar o mahã-mantra Hare Krsna; te/ia-ninguénv nãhi-
alegremente; karena—realiza; nartana—dança. nao; kahe-íala; í m - n a d a mais; safce-todas elas; krsna-bhakta-devotos do Senhor
Krsna; haiZa-tomaram-se; loke-o povo; camaffaíra-assombrado.
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o esteve ali, Sri Caitanya Mahãprabhu tomava banho no T R A D U Ç Ã O - N a verdade, elas não cantavam nada senão o mahã-mantra Hare
rio Kãveri e visitava o templo de Sri Rahga. Todos os dias, o Senhor também Krsna, e todas elas tornaram-se devotos do Senhor Krsna. Assim, a população
dançava em êxtase. em geral ficou assombrada. • r r
46 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 Verso 96 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 47
VERSO 91 VERSO 94
VERSO 95
tfw 4is fara çrçróTO *í«f 05*11
as^f artwt fwpi frcs H *ft^i II II rasç s t t i , ra^ firar, <5tsl itfàs u r a i
eka efca dine cãturmãsya pürna haila «nfàè çápi ft<si «sitif^s-ira II a* n
kataka brãhmana bhiksã dite nã pãila
keha hãse, keha ninde, tãhã nãhi mane
eka eka dine—dia após dia; cãturmãsya—o período de Cãturmãsya; pürna haila-
avista hanã gttã pode ãnandita-mane
completou-se; kataka brãhmana—alguns dos brãhmanas; bhiksã dite—de oferecer-Lh
keha hãse— alguém ri; keha ninde— alguém critica; tãhã— isto; nãhi mane—ele não
um almoço; nã— não; pãila—tiveram a oportunidade.
liga para; avista hanã—estando em grande êxtase; gitã pade—lê o Bhagavad-gítã;
ãnandita—em grande felicidade; mane—sua mente.
TRADUÇÃO—A cada dia o Senhor era convidado por um brãhmana diferente,
porém, alguns deles não tiveram a oportunidade de oferecer-Lhe um almoço,
pois o período de Cãturmãsya chegou ao fim.
T R A D U Ç Ã O — D e v i d o à sua pronúncia incorreta, às vezes criticavam-no e riam
dele, mas ele não se importava. A leitura do Bhagavad-gitã o deixava pleno de
VERSO 93 êxtase e, pessoalmente, ele era muito feliz.
TRADUÇÃO—Na terra santa de Sri Rahga-ksetra, u m brãhmana Vaisnava costu- Zm a~mT - i mahãprabhura-de Sri Caitanya Mahãprabhu;
mava visitar o templo diariamente e recitar todo o texto do Bhagavad-gítã.
48 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 Verso 98 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados
TRADUÇÃO—Enquanto lia o livro, o brãhmana experimentava transformações cor- T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu perguntou ao brãhmana: " M e u caro
póreas transcendentais. Seu cabelo arrepiava-se, lágrimas escorriam de seus olhos senhor, por que estás experimentando amor tão extático? Que parte do Bhagavad-
e seu corpo tremia e transpirava enquanto ele lia. Vendo isto, Sri Caitanya gitã te dá tal prazer transcendental?"
Mahãprabhu ficou muito feliz.
VERSO 9 8
tad-vãg-visargo janatãgha-viplavo
yasmin prati-élokam abaddhavaty api TRADUÇÃO—O brãhmana replicou: " S o u iletrado, e por isso não conheço o sig-
nãmâny anantasya yaéo 'hkitüni yat nificado das palavras. Às vezes, leio o Bhagavad-gità da forma correta e, às vezes,
émvanti gãyanti grnanti sãdhavah incorretamente; mas, de qualquer modo, estou fazendo isto segundo as ordens
de meu mestre espiritual."
"Por outro lado, aquela literatura que está repleta de descrições das glórias trans-
cendentais do nome, fama, formas e passatempos do ilimitado Senhor Supremo
é uma criação diferente, repleta de palavras transcendentais, destinadas a provo- SIGNIFICADO—Este é um bom exemplo de uma pessoa cujo êxito foi tão grande
car uma revolução nas vidas ímpias da civilização desorientada deste mundo. Tais que ela foi capaz de chamar a atenção de Sri Caitanya Mahãprabhu, mesmo lendo
textos transcendentais, mesmo que compostos imperfeitamente, são ouvidos, can- o Bhagavad-gitã incorretamente. Suas atividades espirituais não dependiam de
tados e aceitos por homens purificados, que são inteiramente honestos." coisas materiais, tais como pronúncia correta. Pelo contrário, seu sucesso depen-
Pode-se consultar o significado deste verso para informação adicional sobre es' dia do estrito cumprimento das instruções de seu mestre espiritual.
assunto.
yasya deve para bhaktir
yathã deve latim gurau
VERSO 97
tasyaite kathitã hy arthãh
prakãéanle mahãtmanah
kon artha jãni' tomara eta sukha haya se P < quf todos os significados do conhecimento védico revelam-
se automaticamente." (évet. Up. 6.23)
mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; puchila—perguntou; tãnre—a ele; suna 1 8 0 S Í g n i f i c a a o d a s
por favor, ouve; mahã-ãsaya—Meu caro senhor; kon—que; artha—sentido; jãni'— reveu''^' ', palavras d o Bhagavad-gitã o u d o érimad-Bhãgavatam
aa u
conhecendo; tomara—tua; eta—tão grande; sukha—felicidade; haya—é. . e l e que segue estritamente as ordens do mestre espiritual. Revela-se.
50 $ri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9
Verso 102 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 51
mg&m ^ftcicfei fe6-^tOT»t i SIGNIFICADO—De acordo com os éãstras: bhaktyâ bhâgavatam grãhyam na buddhya
na ca ttkayã. Devemos compreender o Bhagavad-gitã e o Srimad-Bhâgavatam,
tf tc* cwfa' «a cira « r t i u - ^ t e m n >- n ouvindo-os de um devoto verdadeiro. Não podemos compreendê-los simplesmente
pela erudição acadêmica ou com inteligência aguçada. Afirma-se ainda:
arjunere kahitechena hita-upadeéa
tãnre dekhi' haya mora ânanda-ãveéa
gítãdhltã ca yenãpi
arjunere—a Arjuna; kahitechena—Ele está falando; hita-upadeéa—boa instrução;
bhakti-bhãvena cetasã
tãnre—a Ele; dekhi'—vendo; haya—há; mora—minha; ãnanda—felicidade transcen- veda-éãstra-purãnãni
dental; ãveéa—êxtase. tenãdhltãni sarvaéah
T R A D U Ç Ã O — " V e n d o a ilustração do Senhor Krsna sentado numa quadriga a ins-
A essência do conhecimento védico revela-se àquele q u e lê o Bhagavad-gitã com
truir Arjuna, encho-me de extática felicidade." fé e devoção. Segundo o Svetãévatara Upanisad (6.23):
VERSO 101 yasya deve para bhaktir
yathã deve tathã gurau
itie. »rc®*i, <sti«. *tt« tf ta « r a n i tasyaite kathitã hy arthãh
ertfa' %si-*tti 11 mo? cm ii II ÍO II prakãéante mahãtmanah
yã"waf padoh, tãvat pana tãnra daraéana
ei lãgi' gltã-pãtha nã chãde mora mana ç s S Z d ^ l E í t
? d o s o s t e x t o s v é d i c o s c
' o m
- f e e d e v o c ã o e n ã o c o m e r u d i
VERSO 103
VERSO 106
ure ii*' c*\ fàc«i rata « n t a u i
<sra nrtsfçfctra iRrt^t f » w i i
«ifa' fà«í israi ram b i
<flt iras, njtl n afà* « w i * i > • * «
eta bali' sei vipre kaila ãlihgam tabe mahãprabhu tãnre karãila éiksana
prabhu-pada dhari' vipra karena rodam ei vãt kãhãh na kariha prakãsam
eta bali'—dizendo isto; sei vipre—aquele brãhmana; kaila ãlihgam—Ele abraço«| tabe-enlão; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; « n r e - a o brãhmana;
prabhu-pada—os pés de lótus do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; dhari'* karãila—fez; éiksam—instrução; ei vãt—esta versão; kãhãh—em parte alguma; na—
agarrando-se a; vipra—o brãhmana; karena—faz; rodam—choro. não; kariha—faze; prakãsam—revelação.
TRADUÇÃO—Após dizer isto, o Senhor Caitanya Mahãprabhu abraçou o br TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu deu instruções muito minuciosas
na, e o brãhmana, agarrando-se aos pés de lótus do Senhor, começou a chorar ao brãhmana e pediu-lhe que não revelasse o fato de que Ele era o próprio Senhor
Krsna.
toma" dekhi' táha haite dvi-guna sukha haya sei vipra mahâprabhura boda bhakta haila
sei krsna tumi,—hena mora mane laya cãri mãsa prabhu-sahga kabhu nã chãdila
toma dekhi'—ao ver-Vos; tãhã haite—do que a visão do Senhor Krsna; dvi-guna sei vipra—aquele brãhmana; mahâprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; bada—
duas vezes mais; sukha—felicidade; haya—há; sei' krsna—aquele Senhor Krs" grande; bhakta—devoto; haila—tornou-se; cãri mãsa—por quatro meses; prabhu-
tumi—Vós sois; hena—tal; mora—minha; mane—na mente; iaya—aceita. sahga—companhia do Senhor; kabhu—em momento algum; nã— não; chãdila—
abandonou.
TRADUÇÃO—O brãhmana disse: "Ao ver-Vos, minha felicidade dobra. Acho
sois o próprio Senhor Krsna."
TRADUÇÃO—Aquele brãhmana tornou-se grande devoto de Sri Caitanya
VERSO 105 Mahãprabhu, e por quatro meses seguidos não abandonou a companhia do
Senhor.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu permaneceu na casa de Vyenkata Bhatta, Nãrãyana; « ^ h - s f h i f d - s i t u a d a no peito; pafí-oratí-mulher casta; éiromani-a
conversando constantemente sobre o Senhor Krsna. Dessa maneira, Ele ficou
maior.
muito feliz.
VERSO 109 TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse a Bhattãcãrya: ' T u a adorável deusa
da fortuna, Laksmi, permanece sempre abraçada ao pe.to de Narayana, sendo
'fíl-raw' om svWT-smiti*! i com certeza a mulher mais casta da criação."
«t? # P 0Pf$ <jè «.*f Jffl II lo& ||
VERSO 112
ári-vaisnava' bhatta seve laksmi-nãrãyana
tãnra bhakti dekhi' prabhura tusta haila mana «urra f c f p i . ? * - c W . Ctr-StW I
ért-vaisnava—um devoto da Rãmãnuja-sampradãya; bhatta—Vyenkata Bhatta;: itqft Ç<ÍPI rara stra trata *wi«i5>* II
seve—costumava adorar; lak$mí-nãrâyana—as Deidades do Senhor Nãrãyana e 9
deusa da fortuna, Laksmi; tãnra—sua; bhakti— devoção; dekhi'—vendo; prabhura âmãra thãkura krsna—gopa, go-cãraka
do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; tusta—feliz; haila— ficou; mana—a mente. sãdhvi hanã kene cãhe tãhhãra sahgama
ãmãra thãkura-Minha Deidade adorável; krsrw-Senhor Krsna; gops-vaqueiro;
TRADUÇÃO—Sendo u m Vaisnava da Rãmãnuja-sampradãya, Vyenkata Bha;; go-cãraka—um tangedor de vacas; sãdhvi hanã—sendo tão casta; kene—por que;
adorava a Deidade de Laksmi e Nãrãyana. Vendo sua devoção pura, Sri Caitanya? cãhe—quer; tãhhãra—dEle; sahgama—companhia.
Mahãprabhu ficou muito satisfeito.
T R A D U Ç Ã O — " C o n t u d o , Meu Senhor é o Senhor Sri Krsna, um vaqueirinho de-
VERSO 110 dicado a apascentar vacas. Por que é que Laksmi, sendo uma esposa tão -^asta,
quer associar-se com Meu Senhor?"
fsRrçra tfftr iw itTsti i
5t^-*tfãçira sfoç irajs <(RBfa n »•> II
VERSO 113
nirantara tãnra sahge haila sakhya-bhãva
hãsya-parihãse duhhe sakhyera svabhãva
tífe ertfà' =§*ira>lf gtf?' fèsrat»! i
nirantara—constantemente; tãnra sahge— associando-se com ele; haila—houv a ^ - f a í R asfà' «*t ^pflsi -«itra II II
sakhya-bhãva—uma relação amistosa; hãsya—rindo; parihãse—gracejando; dúrih
ei lãgi' sukha-bhoga chãdi' cira-kãla
ambos; sakhyera—de fraternidade; sva-bhâva—natureza.
vrata-niyama kari' tapa karilã apara
ei lãgi'—por esta razão; sukha-bhoga—o prazer de Vaikuntha; chãdi'—abando-
TRADUÇÃO—Por associarem-se constantemente u m com o outro, Sri Caitanya nando; cira-kãla—por longo tempo; vrata-niyama—votos e princípios regu-
Mahãprabhu e Vyenkata Bhatta desenvolveram aos poucos uma relação amis- lativos; kari'—aceitando; topa—austeridade; karilã apara—praticou ilimitadamente.
tosa. Na verdade, às vezes, eles riam-se e gracejavam juntos.
T R A D U Ç Ã O — " S ó para associar-se com Krsna, Laksmi abandonou toda a felici-
VERSO 111 dade transcendental em Vaikuntha e por longo tempo aceitou votos e princí-
pios regulativos, praticando ilimitadas austeridades."
<s<ç^ra,—<5jj, @$Mfi *i«#tát^rt«il i
i*r«-aircfa<5i, ^tffasl-ftratif*! n J Ü II
VERSO 114
prabhu kahe,—bhatta, tomara laksmi-thãkurãni
kãnta-vaksah-sthitã, pativratã-siromani ^S®tcalW3cira1%ts,^Tff3Si c?^"»ni"itft^t?: i
prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu disse; bhatta—Meu querid
Bhattãcãrya; tomara—tua; laksmi-thãkurãni— deusa da fortuna; kãnta—de seu esposo
56 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9
Verso 117 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 57
W&US « i f i R s eften-cafftfilfôgrt II i i í II
VERSO 118 T R A D U Ç Ã O - O Senhor Caitanya Mahãprabhu replicou: "Sei que não há mal
algum da parte da deusa da fortuna, mas, de qualquer modo, ela nao pode par-
ifàrar5i-»rt i r a iw i ticipar da dança da rasa. É isto o que nos dizem as escrituras reveladas.
*rt« *tfèra» «rrci a n f ã r f i II n
VERSO 121
krsna-sange pativratã-dharma nahe nãéa
adhika lãbha pãiye, ãra rãsa-vilãsa
krsna-sahge—na companhia do Senhor Krsna; pati-vrata— de castidade; dharma—
voto; nahe—não é; ndéa—perdido; adhika—mais; lãbha—benefício; pãiye—obtenho;
ãra—também; rãsa-vilãsa—o desfrute na dança da risa. atortvjcn» fw»«iíçYwi-
VERSO 120
SIGNIFICADO—Este verso é do érimad-Bhãgavatam (10.47.60).
« t Ç * r a > - r a t i Uíç» «ífÜI «rtfi i
VERSO 122
* f i m *tkm •w&tt «rira tan « f t « s v h
prabhu kahe,—dosa nãhi, ihã ãmi jãni
•ntfí rara «1 «tfèír, %m fa* ^ra«t i
rasa nã pãila laksmi, éãstre ihã éuni <5»t aspa' b f r e ? u t t t * a t f ^ í i n > u n
prabhu kahe—o Senhor replicou; dosa nãhi—não há mal algum; ihã ãmi jãni—E
sei disto; rasa nã pãila laksmi— Lakçmi, a deusa da fortuna, que não pôde juntar-" laksmi kene nã pãila, ihãra ki kãrana
à dança da rasa; éãstre ihã éuni—obtemos esta informação das escrituras reveladas. tapa kari' kaiche krsna pãila éruti-gana
60 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9
Verso 126 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados
VERSO 125
awfl cs iit: iifcnftfainffi ^«ft 5 I I
nibhrta-marun-mano 'ksa-drdha-yoga-yujo hrdi yan- N r a * fi*(í— fi¥tlbr^N#B n h« ii
munaya upãsate tad arayo 'pi yayuh smaranãt
Striya uragendra-bhoga-bhuja-danda-visakta-dhiyo ãmi jiva, —ksudra-buddhi, sahaje asthira
vayam api te samãh samadréo 'hghri-saroja-sudhãh iévarera lilã—koti-samudra-gambhira
nibhrta—controlado; marut—o ar vital; manah—a mente; aksa—os sentidos; drdha— ãmi jiva—sou um ser vivo comum; ksudra-buddhi— dotado de inteligência limitada;
forte; yoga—no processo de yoga mística; yujah— que se ocupam; hrdi—dentro do sahaje ast/»'ra—agitado com muita facilidade; iévarera lilã—os passatempos do Senhor;
coração; yat—que; munayah—os grandes sábios; upãsate— adoram; tat—isto; arayah— koti-samudra—quanto milhões de oceanos; gambhira—tão profundos.
os inimigos; api—também; yayuh—obtêm; smaranãt—lembrando-se; striyah—as
gopis; vraga-indra—de serpentes; bhoga—como os corpos; bhuja—os braços; danda—
como varas; visakta—presas a; dhiyah—cujas mentes; rayam api—-nós também; te— T R A D U Ç Ã O - E n t ã o , Vyenkata Bhatta admitiu: "Sou um ser humano comum. Como
Vossos; samãh—iguais a elas; sama-drsah—tendo as mesmas emoções extáticas; minha inteligência é muito limitada e como eu fico agitado facilmente, minha
ahghri-saroja—dos pés de lótus; sudhãh—o néctar. mente nao pode mergulhar no profundo oceano dos passatempos do S e n h o r . "
ra* tf ira ^as-ssira fc$lc«l atra: i SIGNIFICADO Os habitantes de Vrajabhümi, ou Goloka Vrndãvana, conhecem
c ? ? 3Wi-wrra drW 6?? tfta astrai 11 H S > II
5
^ 9 n a como o filho de Mahârâja Nanda. Eles não O aceitam como a Suprema
64 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 65
Personalidade de Deus. O Senhor é o mantenedor supremo de todos e a perso- f.gana—as autoridades em hinos védicos; gopi-ganera—das gopis; anugata
nalidade principal entre todas as personalidades. Em Vrajabhümi, Krsna é certa- "L_seguindo os passos; vrajeévari-suta—o filho de mãe Yaáodã; bhaje—adoram;
mente o ponto central do amor, porém, lá ninguém O conhece como a Suprema gopl-bhãil-o êxtase das gopis; / « ^ - a c e i t a n d o .
Personalidade de Deus. Pelo contrário, talvez O conheçam como amigo, filho,
amante ou amo. De qualquer maneira, o centro é Krsna. Os habitantes de Vraja- D U Ç Ã O — " A s autoridades em textos védicos conhecidas como éruti-gana ado-
bhümi relacionam-se com o Senhor em servidão, amizade, amor de pai ou mãe raram o Senhor Krsna no êxtase das gopis e seguiram-lhes os passos."
e amor conjugai. Uma pessoa ocupada em serviço devocional poderá aceitar
qualquer uma dessas relações transcendentais, que são conhecidas como doçu-
ras. Quem estiver na fase de perfeição poderá voltar ao lar, voltar ao Supremo, SIGNIFICADO—As autoridades em literatura védica conhecidas como éruti-gana de-
e alcançar sua identidade espiritual pura. sejaram participar da dança da rasa do Senhor Sri Krsna; portanto, começaram
a adorar o Senhor no êxtase das gopis. Entretanto, a princípio, eles fracassaram.
VERSO 132 Como não pudessem participar da dança simplesmente por pensar em Krsna no
êxtase das gopfs, eles realmente aceitaram corpos como os das gopis. Inclusive,
^«rtc*n vfár\ cnfkxf- ollR^H^*: i nasceram em Vrajabhümi, como as gopis, e, conseqüentemente, absorveram-se
no êxtase de amor das gopfs. Dessa maneira, foi-lhes permitido participar da dança
da rãsa-Iilã do Senhor.
nãyath sukhãpo bhagavãn
dehinãm gopikã-sutah VERSO 134
jhãninãm cãtma-bhütanãm
yathã bhaktimatãm iha iTOfara < ^ í % i ç arar i r a "tl^er i
nu—não; ayam—este Senhor Sri Krsna; sukha-ãpah—facilmente acessível; bhaga- cifc rara ? u i w ari3fi<Fi ra*i 111*>& n
vãn—a Suprema Personalidade de Deus; dehinãm—a materialistas que aceitam o
corpo como sendo o eu; gopikã-sutah—o filho de mãe Yaáodã; jhâninãm—a pes- bãhyãntare gopi-deha vraje yabe pãila
soas viciadas em especulação mental; ca—e; ãtma-bhütãnãm—a pessoas que prati- sei dehe krsna-sahge rãsa-kridã kaila
cam rigorosas austeridades e penitências; yathã— como; bhaktimatãm—a pessoas bãhya-antare— externa e internamente; gopi-deha—o corpo de uma gopf; vraje—
ocupadas em serviço devocional espontâneo; iha—neste mundo. em Vrajabhümi; yabe—quando; pãila—obtiveram; sei dehe—naquele corpo; krsna-
sahge—com Krsna; rãsa-kridã—passatempos da dança da rasa; kaila—realizaram.
TRADUÇÃO—Então, Caitanya Mahãprabhu citou o seguinte: " 'A Suprema Perso-
nalidade de Deus, Krsna, o filho de mãe Yaáodã, é acessível àqueles devotos T R A D U Ç Ã O — " A s autoridades personificadas nos hinos védicos adquiriram corpos
ocupados em serviço amoroso espontâneo, mas, não é tão facilmente acessível como os das gopis e nasceram em Vrajabhümi. Com aqueles corpos, permitiu-se-
aos especuladores mentais, àqueles que estão procurando alcançar a auto- lhes participar da dança da rãsa-lilã do Senhor."
realização por meio de rigorosas austeridades e penitências ou àqueles que acham
que o corpo e o eu são a mesma coisa.' " VERSO 135
SIGNIFICADO—Este verso, também citado no Madhya-lilã 8.227, aparece no Srimad- c f t t m f e $ n , i^rôt—ceiiít tfw» i
Bhãgavatam (10.9.21). raft n «iu ft n i r a « w t e t ? » y ® * 11
VERSO 133
gopa-jãti krsna, gopi—preyasi tãhhãra
epfòw entrai «Wte 5^11 devi vã anya stri krsna nã kare ahgikãra
-1 611611061116 3 c o m u n i d a d e
T R A D U Ç Ã O — " O Senhor Krsna pertence à comunidade pastoril, e as gopis são "Ouem adorar os semideuses nascerá entre os semideuses; quem adorar fantas-
as queridíssimas amantes de Krsna. Embora as esposas dos habitantes dos pla- espíritos nascerá entre tais seres; quem adorar os antepassados irá ter com
e
netas celestiais sejam muito opulentas dentro do mundo material, nem elas nem os antepassados; e quem Me adorar viverá comigo."
quaisquer outras mulheres no universo material podem gozar da companhia de Só pode entrar no reino espiritual quem recupera seu corpo espiritual original.
Krena." Ouanto aos passatempos da rãsa-lllã do Senhor, é inútil tentar, no mundo mate-
rial imitar as danças do Senhor. É preciso obter um corpo espiritual como o das
opls para participar dos passatempos da rãsa-lllã. O verso nãyam sukhãpo refere-
VERSO 136
se aos devotos como bhaktimat — isto é, eles estão plenamente ocupados em ser-
Biift çtra. rara" rara ?ra»a 1*1 I viço devocional e destituídos de contaminação material. Não é simplesmente imi-
tando de maneira artificial a dança da rãsa-lHã de Krsna ou julgando-se Krsna e
Cf t f ^ V e ^ 5<#1 ii rata w l « vestindo-se como uma saírhf que se pode participar de Sua dança da rãsa-lllã. A
dança da rãsa-lllã de Krsna é inteiramente espiritual: nada tem a ver com a conta-
laksmi cãhe sei dehe krsnera sahgama minação material; portanto, ninguém pode participar dos passatempos, valendo-se
gopika-anugã hanã nã kaila bhajana de meios materiais artificiais. Esta é a instrução deste verso.
laksmi—a deusa da fortuna; cãhe—quer; sei—isto; dehe—no corpo; krs.
sahgama—a companhia de Krsna; gopikõ— das gopis; anugã— seguidora; hanã—
VERSO 138
tornando-se; nã— não; kaila—realizou; bhajana—adoração.
« j ç ^ q j * i r a táf fèsf «rf%Wti 1
TRADUÇÃO—"A deusa da fortuna, Laksmi, quis desfrutar com Krsna e ao mesmo ' á s r f a W ç r a i TO-wfctun i-*v- n
tempo reter seu corpo espiritual sob a forma de Laksmi. No entanto, não seguiu
pürve bhaffera mane eka chila abhimãna
os passos das gopis em sua adoração a Krsna."
'ért-nãrãyana' hayena svayam-bhagavãn
pürve—antes disto; bhatfera—de Vyenkata Bhatta; mane—na mente; eka—uma;
VERSO 137
chila—havia; abhimãna—uma impressão; éti-nãrãyana—a forma do Senhor como
« i a rara sri i f è r a ítafrnta i Nãrãyana; hayena—é; svayam—pessoalmente; bhagavãn—a Suprema Personalida-
de de Deus.
m m m ' i m ' « r t ^ ra<tirti i w n
TRADUÇÃO—Antes de Sri Caitanya Mahãprabhu dar esta explicação, Vyenkata
anya dehe na paiye rãsa-vilãsa
Bhatfa pensava que Sri Nãrãyana era a Suprema Personalidade de Deus.
ataeva 'nãyath' éloka kahe veda-vyãsa
anya dehe—em nenhum outro corpo senão nos das gopfs; nã— não; pãiye—se ob-
VERSO 139
tém; rãsa-vilãsa—os passatempos da dança da rasa; ataeva—portanto; nãyam—
começando com a palavra nãyam; éloka—o verso em sânscrito; kahe—diz; veda- tftçta <ssn ira1*tfà-i^1 çi 1
vyãsa—Dvaipãyana Vedavyãsa. 'Si-fciura'* « s n djfg i r a l t f i h ><$» i
tãhhãra bhajana sarvopari-kaksã haya
T R A D U Ç Ã O — " V y ã s a d e v a , a autoridade suprema em literatura védica, compôs
'ért-vaisnave'ra bhajana ei sarvopari haya
um verso que começa com 'nãyam sukhãpo bhagavãn', pois ninguém pode par-
tãnhara bhajana—adoração a Nãrãyana; sarva-upari—suprema; kaksã—departa-
ticipar da dança da rãsa-lilã em nenhum outro corpo senão nos corpos das gopis.'
mento; haya—é; érí-vaisnavera—dos seguidores de Ràmãnujãcárya; bhajana—
adoração; ei-esta; sarva-upari haya—é a mais elevada.
SIGNIFICADO—Este verso confirma u m verso do Bhagavad-gitã (9.25):
yãnti deva-vratã devãn TRADUÇÃO—Pensando dessa maneira, Vyenkata Bhatta acreditava que a adora-
pitfn yãnti pitr-vratãh ayana era a forma suprema de adoração, superior a todos os outros
RH V " ^ 0 8des e r v i c o
devocional, pois era esta a adoração feita pelos discípulos
bhütãni yãnti bhütejyã V a ,
" s n a v a s de Ràmãnujãcárya.
yãnti mad-yãjino 'pi mãm
éri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 Verso 144 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 69
VERSO 141 TRADUÇÃO—" 'Todas estas encarnações de Deus são ou porções plenárias ou
partes das porções plenárias dos purusa-avatãras. Krsna, porém, é a própria Su-
AFÇ» WÇPE, 9gfi 3 1 ^FIÇ M I I
prema Personalidade de Deus. Em todas as eras, Ele protege o mundo por meio
' W - ^ l l l . ' ?U 4% %} f l » 5 1 II >8> II de Suas diferentes características quando o mundo é perturbado pelos inimigos
de Indra.' "
prabhu kahe,—bhatta, tumi nã kariha saméaya
'svayam-bhagavãn' krsna ei ta' niécaya SIGNIFICADO—Este verso é do Srimad-Bhãgavatam (1.3.28).
prabhu kahe—o Senhor disse; bhatta—Meu querido Vyenkata Bhatta; tumi—tu;
nã kariha—não faças; samsaya—dúvida; svayam-bhagavãn—a Suprema Personalidade VERSO 144
de Deus; krsna—é o Senhor Krsna; ei ta' niscaya—esta é a conclusão.
i t i t n i FOPS ^ c i m «MTTFÍII v i I
TRADUÇÃO—Então, o Senhor prosseguiu: "Meu querido Vyenkata Bhatta, por l^rU ^ 1 W « l II J 8 8 I
favor, não continues duvidando. O Senhor Krsna é a Suprema Personalidade
de Deus, e esta é a conclusão dos textos védicos." nãrãyana haite krsnera asãdhãrana guna
ataeva laksmira krsne trsnã anuksana
VERSO 142 nãrãyana haite—acima de Nãrãyana; krsnera—do Senhor Krsna; asãdhãrana guna—
qualidades incomuns; ataeva—portanto; laksmira—da deusa da fortuna; krsne—a
C E N S FIERN-^fé ÂITITII I Krsna; trsnã— desejo; anuksana—sempre.
siddhãntatas tv abhede 'pi T R A D U Ç Ã O — " P a r a não falar do Senhor Nãrãyana pessoalmente, o próprio
srisa-krsna-svarüpayoh Senhor Krsna apareceu como Nãrãyana só para pregar uma peça nas g o p i s . "
rasenotkrsyate krsna-
rüpam esã rasa-sthitih VERSO 149
siddhãntatah—na realidade; tu—porém; abhede—nenhuma diferença; api—
embora; érí-isa—do esposo de Laksmi, Nãrãyana; kystia—do Senhor Krsna;
svarüpayoh—entre as formas; rasena—por doçuras transcendentais; utkrsyate—é su- '-f5si' eftf*tofa mts. i ç a t r a t II i8s> II
perior; krsna-rüpam—a forma do Senhor Krsna; esã— esta; rasa-sthitih—o reserva-
tório de prazer. 'catur-bhuja-mürti' dekhãya gopi-ganera ãge
sei 'krsne' gopikãra nahe anurãge
TRADUÇÃO—" 'Segundo a percepção transcendental, não há diferença entre as catuh-bhuja-mürti—íorma de quatro braços; dekhãya—manifesta; gopi-ganera—
formas de Krsna e Nãrãyana. Todavia, em Krsna h"á um atrativo transcendental as gopfs; age—em frente; sei krsne— àquele Krsna; gopikãra—das gopis; nahe—não;
especial devido à doçura conjugai, e, conseqüentemente, Ele supera Nãrãyana. anurãge-atração.
Esta é a conclusão sobre as doçuras transcendentais.' "
D
g^ y C A O
~ " E m b o r a Krsna assumisse a forma de quatro braços de Nãrãyana,
SIGNIFICADO—Este verso é do Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.2.59). tico" 3 0 C O n s e 8 u i u a t r a i r
seriamente a atenção das gopis absortas e m amor extá-
VERSO 147
VERSO 150
fàwry. T i r o ^ f r ^ a ^ T R i n : « f » ^ i
72 éri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 73
Verso 154
goplnãni paéupendra-nandana-juso bhãvasya kas tãni krtl TRADUÇÃO—Dessa maneira, o Senhor ári Caitanya Mahãprabhu abateu o orgu-
vijhãtum ksamate durüha-padavl-sahcãrinah prakriyâm lho de Vyenkata Bhatta, mas, só para fazê-lo feliz novamente, Ele falou o
ãviskurvati vaisnavlm api tanum tasmin bhujair jisnubhir seguinte.
yâsãrh hanta caturbhir adbhuta-rucim rãgodayah kuncati
VERSO 152
gopinãm—das gopfs; paéupendra-nandana-jusah.—do serviço ao filho do rei de Vraja,
Mahârâja Nanda; bhãvasya—extático; kah—que; iam—isto; krti— homem erudito;
vijnâtum—de compreender; ksamate—é capaz; dufüha—muito difícil de compreen- «rraifi*fs ^ s , mus taw-fiiti 11 > « . i
der; padavt—a posição; sahcãrinah—que provoca; prakriyâm—atividade; ãviskurvati— duhkha nã bhãviha, bhatta, kailuh parihãsa
Ele manifesta; vaisnavlm—de Visnu; api—decerto; tanum—o corpo; tasmin—neste; éãstra-siddhãnta éuna, yãte vaisnava-viévãsa
bhujaih—com braços; jisnubhih—belíssimo; yãsãm—de quem (das gopfs); hanta— duhkha—tristeza; nã— não; bhãviha—mantenhas; bhatta—Meu querido Vyenkata
oh!; caturbhih—quatro; adbhuta—maravilhosamente; rucim—belo; rãga-udayah—a Bhatta; kailuh parihãsa—Eu só estava brincando; éãstra-siddhãnta—a conclusão d a s
evocação de sentimentos extáticos; kuncati—se frustra. escrituras reveladas; s'una—ouve; yãte— na qual; vaisnava-viévãsa—a fé d o s
Vaisnavas.
TRADUÇÃO—" 'Certa vez, o Senhor ári Krsna, de brincadeira, manifestou-Se
como Narayana, com quatro braços vitoriosos e uma forma belíssima. Contudo, TRADUÇÃO—O Senhor apaziguou Vyehkafa Bhatta, dizendo: " N a realidade,
quando as gopis viram esta forma sublime, seus sentimentos extáticos reduziram- tudo o que Eu disse foi de brincadeira. Agora podes ouvir de Mim a conclusão
se. Portanto, um acadêmico erudito não pode compreender os sentimentos extá- dos sastras, na qual todos os devotos Vaisnavas têm fé firme."
ticos das gopis, os quais centralizam-se firmemente na forma original do Senhor
Krsna como o filho de Nanda Mahârâja. Os maravilhosos sentimentos das gopis VERSO 153
em extático parama-rasa com Krsna constituem o maior mistério da vida espiri-
tual.' " ?*1»-3t1t1«t, CTCÇ 1 * * 1 1 « 1 1
Clt%9r*ft-<?61 Itfç íil ifllRR*! II II
SIGNIFICADO—Este verso é falado por Nãrada Muni no Lalita-mãdhava-nãtaka
(6.14), um drama escrito por Srila Rüpa Gosvãmi. Este verso esclarece o verso krsna-nãrãyana, yaiche eka-i svarupa
siddhãntatas tv abhede 'pi, que Kavirãja Gosvãmi cita do Bhakti-rasãmrta-sindhu. O gopl-laksml-bheda nãhi haya eka-rüpa
próprio Senhor Caitanya Mahãprabhu falou-o a Vyenkata Bhatta. O Senhor krsna-nãrãyana—o Senhor Krsna e o Senhor Nãrãyana; yaiche—como; eka-i— uma
Caitanya citou o verso muito antes que o Bhakti-rasãmrta-sindhu fosse composto, só; SMjrúpa-forma; gopí—as gopis; laksmi—a d e u s a da fortuna; Wjeda-diferença;
e Srila Bhaktivinoda Thãkura acentua a este respeito que todos estes versos eram nãhi—não há; haya—há; eka-rüpa—uma forma só.
usuais na época, sendo citados pelos devotos muito antes de o Bhakti-rasãmrta-
sindhu ser composto. T R A D U Ç Ã O — " N ã o há diferença alguma entre o Senhor Krsna e o Senhor
Narayana, pois Eles têm a mesma forma. Semelhantemente, não há diferença
VERSO 151 entre as gopis e a deusa da fortuna, pois elas também têm a mesma forma."
gopi-dvãre—por meio das gopis; laksmi—a deusa da fortuna; kare—faz; krsna- formas do Senhor. Por outro lado, não se deve pensar que as formas do Senhor
sahga-ãsvãda—saboreando a doçura da companhia do Senhor Krsna; iévaratve-— são as mesmas que as formas dos semideuses. Isto é certamente ofensivo. Como
na Suprema Personalidade de Deus; bheda—diferença; mãnile—caso alguém con- confirma o Vaisnava-tantra:
sidere; haya—há; aparãdha—ofensa.
yas tu nãrãyanam devam
brahma-rudrãdi-daivataih
T R A D U Ç Ã O — " A deusa da fortuna goza da companhia de Krsna por meio das samatvenaiva vikseta
gopis. Ninguém deve fazer distinções entre as formas do Senhor, pois tais con- sa pãsandí bhaved dhruvam
ceituações são ofensivas."
"Pãsandí é aquele que considera os grandes semideuses, tais como o Senhor
VERSO 155 Brahmã e o Senhor Siva, iguais à Suprema Personalidade de Deus, Nãrãyana."
(Hari-bhakti-vilãsa 1.117) Em conclusão, não devemos fazer distinções entre as for-
IMW ÍNl - « w a WJpraifPt I mas do Senhor. No entanto, não devemos equiparar as formas do Senhor às for-
i f r ò fàara i r a s w ^ t a ait 11 11 mas de semideuses ou de seres humanos. Por exemplo: às vezes, sannyãsis tolos
equiparam daridra-nãrãyana a Nãrãyana, e isto é certamente ofensivo. Achar que
efca íswjra—bhaktera dhyãna-anurüpa o corpo do Senhor é material também é ofensivo. Quem não é orientado por um
eka-i vigrahe kare nânãkãra rüpa mestTe espiritual fidedigno não pode compreender perfeitamente estas diferen-
eka isvara—o Senhor é um só; bhaktera—dos devotos; dhyãna—meditação; tes formas. O Brahma-samhitã confirma: vedesu durlabham adurlabham ãtma-bhaktau.
anurüpa—de acordo com; eka-i—uma só; vigrahe—em forma; faire— manifesta; Não se pode compreender as diferenças entre as formas do Senhor com meros
nãnã-âkãra—diferentes; rüpa—formas. estudos acadêmicos ou com a mera leitura de textos védicos. É preciso receber
a orientação de um devoto realizado. Somente então pode-se aprender como dis-
T R A D U Ç Ã O — " N ã o há diferença alguma entre as formas transcendentais do tinguir entre uma forma do Senhor e outra. Concluindo, não há diferença entre
Senhor. Diferentes formas manifestam-se devido a diferentes apegos de dife- as formas do Senhor, mas há uma diferença entre Suas formas e as dos
rentes devotos. Na verdade, o Senhor é um só, mas aparece sob diferentes formas semideuses.
só para satisfazer Seus devotos." VERSO 156
S I G N I F I C A D O — E s t e verso é citado do Sri Nârada-pancarãtra. de nossa própria lógica, argumentos e educação acadêmica. Devemos receber in-
formação fidedigna da Suprema Personalidade de Deus, assim como Arjuna re-
VERSO 157 cebeu informação, ouvindo Krsna falar o Bhagavad-gitã. Temos que aceitar o
Bhagavad-gitã ou qualquer outra literatura védica de boa fé. Estes textos védicos
são a única fonte de conhecimento. Devemos entender que não podemos depreen-
der a Verdade Absoluta valendo-nos do processo especulativo.
fltl C?fè S ^ l l li }<n n
bhatta kahe, —kãhâh ãmi jiva pãmara VERSO 159
kãhãh tumi sei krsna,—sãksãt levara
bhafta kahe—Vyenkata Bhatta disse; kãhãh—ao passo que; ãmi—eu; jiva—um ser
ratra *3«t?*tl fcita swrtafimw i
vivo ordinário; pãmara—caído; kãhãh—ao passo que; tumi—Wú) sei krsna—a pró- #r* $*tra esfria f w n w w n ><?s> H
pria Suprema Personalidade de Deus, Krsna; sãksãt Isvara—diretamente o Senhor.
more pürna krpã kaila laksmi-nãrãyana
T R A D U Ç Ã O — V y e n k a t a Bhatta disse então: " S o u u m a entidade viva caída e or- tãnra krpãya pâinu tomara carana-daraéana
dinária, porém, Tu és Krsna, a própria Suprema Personalidade de D e u s . " more—pata comigo; pürna—completa; krpã— misericórdia; kaila—fez; laksmi-
nãrãyana—a Deidade da mãe deusa da fortuna e Nãrãyana; tãnra krpãya—pela mi-
VERSO 158 sericórdia dEles; pãinu—obtive; tomara—Teus; carana-daraéana—\isão dos pés de
lótus.
VERSO 163
srtata«i RAFASFL tftsfi »f5-*8fo asfã' 11 N
TRADUÇÃO—Paramãnanda Puri encontrava-se na Colina de Rsabha, e, ao oui TRADUÇÃO—Paramãnanda Puri informou a Sri Caitanya Mahãprabhu que iria
falar disto, ári Caitanya Mahãprabhu foi vê-lo imediatamente. ver Purusottama em Jagannãtha Puri, e, após ver o Senhor Jagannãtha, iria para
a Bengala banhar-se no Ganges.
VERSO 168
VERSO 171
•ifr-CftlifiíPa <St^br*l 55*1 I
<2t^ a r a . - s f a *t?s «rttN ^tatsrar i
naJra cf titfep tftca rata «rtíèwi «rtfa ctjto tera «rífaa «wanrat 11 m n
puri-gosãnira prabhu kaila carana vandana
prabhu kahe,—tumi punah ãisa nilãcale
preme puri gosãhi tãnre kaila ãlihgana
ãmi setubandha haite ãsiba alpa-kãle
puri gosãnira—de Paramãnanda Puri; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kaila- prabhu kahe—o Senhor disse; tumi—tu; punah—novamente; ãisa—vem; nilãcale—a
fez; carana vandana—adoração aos pés de lótus; preme—em êxtase; puri-gosãhi- Jagannãtha Puri; ãmi—Eu; setubandha haite—de Rãmeávara; ásiea—voltarei;
Paramãnanda Puri; tãnre—a Ele; kaila—fez; ãlihgana—abraço. alpa-kale—logo.
T R A D U Ç Ã O — A o encontrar Paramãnanda Puri, Sri Caitanya Mahãprabhu, TRADUÇÃO Então, Sri Caitanya Mahãprabhu disse-lhe: "Por favor, regressa a
em seus pés de lótus, prestou-lhe todos os respeitos, e Paramãnanda Puri abra- Jagannãtha Puri, pois logo partirei de Rãmeávara [Setubandha] e Me dirigirei
çou o Senhor em êxtase. para lá."
sobre Krsna; range—em júbilo; sei vipra-ghare—na casa de um brãhmana; dohhe - sendo- J a g a n n a t h a P u r
» ; flsibe-por favor, vem; more-para comigo; hahã-
ambos; rahe—permaneceram; eka-sahge—juntos. sendo, sa-daya-misericordioso.
casa de um brãhmana onde Paramãnanda Puri residia. Ambos passaram três dia « « a s grande misericórdia para comigo."
ali, conversando sobre Krsna.
82 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 83
Verso 178 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados
VERSO 173
éiva-durgâ rahe tãhãn brãhmanera veée
mahãprabhu dekhi' dohhãra ha-ila ullãse
éiva-durgd—o Senhor Siva e sua esposa Durgã; rahe tãhãn—permaneciam aí;
trfora sftppfl eíç mftw II y& II brãhmanera veée— disfarçados de brãhmanas; mahãprabhu dekhi'—ao verem Sri
Caitanya Mahãprabhu; dohhãra— em ambos; ha-ila—houve; ullãse—grande prazer.
e/a ba/i' tãnra (háhi ei ãjnã lanã
daksine calilã prabhu harasita hanã T R A D U Ç Ã O — E m Sri Saila, o Senhor Siva e sua esposa Durgã viviam disfarça-
eta bali'—dizendo isto; tãnra thãhi—a ele; ei ãjnã lanã— pedindo permissão; daksine dos de brãhmanas. Ao verem Sri Caitanya Mahãprabhu, eles ficaram muito
calilã—partiu para o sul da índia; prabhu—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; contentes.
harasita hanã—estando muito satisfeito.
VERSO 176
T R A D U Ç Ã O — A p ó s confabular dessa maneira com Paramãnanda Puri, o Senhor
pediu-lhe permissão para partir, dirigindo-Se ao sul da índia. O próprio Senhor fss» frra f % * 1 fwt asfã' fàiaM i
mostrou-Se muito satisfeito. fsrçcs a f i ' ara ara 11 i i * n
VERSO 174 tina dina bhiksã dila kari' nimantrana
nibhrte vasi' gupta-vãrtã kahe dui jana
taira** *tat sra &f*rpn ftsrteraí i tina dina—por três dias; bhiksã dila—fez doações; kari' nimantrana—convidando-
aiçtst^ 5Íèi # ( mfod Slbtraf II >18 II O; nibhrte— num local solitário; vasi'—sentados juntos; gupta-vãrtâ—conversas con-
fidenciais; kahe—falam; dui jana—os dois.
paramãnanda puri tabe calilã nilãcale
mahãprabhu cali cali ãilã éri-éaile TRADUÇÃO—O Senhor Siva, vestido de brãhmana, fez doações a Sri Caitanya
paramãnanda puri— Paramãnanda Puri; tabe—então; calilã nilãcale—partiu para Mahãprabhu e convidou-O a passar três dias num local solitário. Sentados juntos
Jagannãtha Puri; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; cali cali—caminhando; nesse local, eles conversaram mui confidencialmente.
ãilã— chegou; éri-éaile—a Sri Saila.
VERSO 177
T R A D U Ç Ã O — A s s i m , Paramãnanda Puri partiu para Jagannãtha Puri, e Sri
Caitanya Mahãprabhu pôs-Se a caminhar rumo a Sri Saila.
s*ia mm «mm «fè?N *|FT W T I W F L L nwi
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura observa: "Não se sabe
qual é a Sri Saila a que Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi se refere. Não há nenhum tãnra sahge mahãprabhu kari istagosthi
templo de Mallikãrjuna nesta área, pois a Sri Saila localizada no distrito de tãnra ãjnã lanã ãilã puri kãmakosihi
Dhãravãda possivelmente não está aí. Esta Sri Saila fica na parte sul de Belagrãrr.a, tãnra sarige-com ele; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kari istagosfhl-
e o templo de Siva chamado Mallikãrjuna encontra-se lá. (Consulte o verso quin- conversando sobre assuntos espirituais; tãhra-sxxa; o / w - o r d e m ; lafíã—pedindo;
ze deste capítulo.) Dizem que o Senhor Siva vivia com Devi nesta colina. Alem «W-veio; puri kãmakosthi-a Kãmakosthl-puri.
disso, o Senhor Brahmã vivia lá com todos os semideuses."
TRADUÇÃO—Após conversar com o Senhor Siva, Sri Caitanya Mahãprabhu
Fwuu-ine permissão para partir, dirigindo-Se a Kãmakosthi-puri.
VERSO 175
VERSO 178
f"íi-stfi ara. $t£l atwraararat i
wr>«i-ji^i «irtrl astsrarêi Ues i
«iti r a a l « S T a i w ^ n H H
84 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 85
Verso 183
daksina-mathurâ ãilã kãmakosthi haite
krtamãlãya snãna kari' ãilã tãnra ghare
tãhãn dekhã haila eka brãhmana-sahite bhiksã ki dibena vipra,—pãka nãhi kare
daksina-mathurã—a Mathurã do sul; ãilã— chegou; kâma-kosthi haite—dJ krta-mãlãua-rxo rio Krtamâlã; snãna fam-banhando-Se; ãilã-veio, ^»rã-ao
Kãmakosthi; tãhãn—ali; dekhã haila—encontrou-Se com; eka—um; brãhmana-sahite- brãhLZ; ghare-á casa; W ^ - o f e r e n d a de doação; ki dibena-que dara; vipra-
com um brãhmana. o brãhmana; pãka—cozinhando; nãhi kare—não fez.
T R A D U Ç Ã O — A o chegar a Mathurã do sul, vindo de Kãmakosthi, Sri Caitany T R A D U Ç Ã O - A p ó s banhar-Se no rio Krtamâlã, Sri Caitanya Mahãprabhu foi à
Mahãprabhu encontrou-Se com um brãhmana. casa do brãhmana, porém, antes de almoçar, notou que a comida ainda nao es-
tava preparada, pois o brãhmana não a cozinhara.
SIGNIFICADO—Esta Mathurã do sul, atualmente conhecida como Mãdurã, loca
se às margens do rio Bhãgãi. Este lugar de peregrinação destina-se especifica VERSO 181
mente aos devotos do Senhor Siva; portanto, chama-se Saivaksetra, isto é, o lc
onde se adora o Senhor Siva. Nesta área, existem montanhas e florestas. H4 3içt«ff i r a i t r a , - ^ * » içr*n 1
também, dois templos de Siva, um conhecido como Rãmeávara e outro, con n r t ^ ra*r, rara *tt^ itfè çi 11 i v i 11
Sundareávara. Há, ainda, um templo para Devi, chamado Minãksi-Devi, quel
uma obra arquitetônica muito portentosa. Ele foi construído sob a supervisão da mahãprabhu kahe tãnre,—suna mahãsaya
reis da dinastia Pãndya, e, quando os muçulmanos atacaram este templo, b e | madhyãhna haila, kene pãka nãhi haya
como o templo de Sundareávara, houve muito estrago. No ano cristão de 137 mahãprabhu kahe—-Sri Caitanya Mahãprabhu disse; tãnre—a ele; éuna mahãsaya—
um rei chamado Kampanna Udaiyara reinou no trono de Mãdurã. Em um passai por favor, ouve, Meu caro senhor; madhya-ahna haila—-já é meio-dia; kene—por
do remoto, o imperador Kulaáekhara governou esta área, e, durante seu ren- que; pãka nãhi haya—não cozinhaste.
do, ele estabeleceu uma colônia de brãhmanas. O famoso rei chamado Anantag
Pãndya é descendente da décima primeira geração do imperador Kulasekharãj TRADUÇÃO—Ao ver isto, Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " M e u caro senhor,
dize-Me, por favor, por que não cozinhaste. Já é meio-dia!"
VERSO
v c n s u 179
i/y VERSO 182
raízes, Sitã encarregar-se-á de cozinhar o que for necessário." T R A D U Ç Ã O - V e n d o o brãhmana a jejuar, Sr. Caitanya Mahãprabhu perguntou-
lhe: "Por que jejuas? Por que estás tão triste e tão preocupado?
VERSO 184
VERSO 187
fc*tr»Ri <®fa' a f f s è rati i
f i a i r a , - shira rat? *nfè -araís?» i
«rtrai-arrai rafe fãs} isfàsrl 11 ívs 11
«ifv-sra «raf»Rn s i r ? i « T I A II Í V - I II
tãnra upãsanã éuni' prabhu tusta hailã
wprfl faj/ie, —jlvane mora nãhi prayojana
ãste-vyaste sei vipra randhana karilã agni-jale praveéiyã chãdiba jlvana
tãnra—seu; upãsanã—método de adoração; éuni'—tomando conhecimert* vipra kahe—o brãhmana disse; jlvane mora—para minha vida; nãhi— não há;
prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; tusta hailã—hcou muito satisfeitqj. prayojana—necessidade; agni—no fogo; jale—na água; praveéiyã— entrando; chãdi-
ãste-vyaste—com muita pressa; sei—aquele; vipra—brãhmana; randhana karils— ba—abandonarei; jlvana—vida.
começou a cozinhar.
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu ficou muito satisfeito em conhecer o s* TRADUÇÃO—O brãhmana replicou: " N ã o vejo nenhum motivo para continuar
tema de adoração do b r ã h m a n a . Por fim, o brãhmana apressadamente to vivendo. Abandonarei minha vida, afogando-me ou queimando-me."
as necessárias providências para cozinhar.
VERSO 188
VERSO 185
wmtsi sjsjíPMwt ftei-fctfitíft i
<2tç^ \ysv\ fòraa ^ftaaçw i
-ffífa tftra,-**i i*rra n jv-t- H
fsrfãii c r ç f ã a j ^ f i t i i r a I I iv-<t I I
jagan-mãtã mahã-laksml sltã-thãkurãnl
prabhu bhiksã kaila dinera trtiya-prahare rãksase sparéila tãnre,—ihã kãne éuni
nirvinna sei vipra upavãsa kare a
silã%kl!!L Z%? ST e r S O ; B M t ó
" f a
^-a suprema deusa da fortuna;
prabhu—o Senhor Caitanya Mahãprabhu; bhiksã kaila—almoçou; dinera—do < d e m Ô n Í OR
trtiya-prahare— por volta das três da tarde; nirvinna—sentido; sei—aquele; vipra. Sí^tS^ e1tbondo
U
â V a P a ;
^e-nela;
brãhmana; upavãsa kare—jejuou.
l
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu almoçou por volta das três da tarde, °cou-a, e aborrece-me ouvir esta notícia."
o brãhmana, muito sentido, jejuou.
VERSO 189
VERSO 186 «««rf^dfiRtnr^sri^, ,
Q \ i r a , - f a s j # 1 R * Z S*t1t1 1
rara 4<s g;«f, rara i > i 5 « s f t II i t - * n
88 Sri Caitanya-caritãmrta 194 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 89
Madhya-lilã, 9
TRADUÇÃO—"Senhor, devido à minha tristeza, é-me impossível continuar TRADUÇÃO " U m a pessoa, valendo-se d o s sentidos materiais, não pode sequer
vendo. Embora meu corpo esteja queimando, minha vida não se v a i . " ver mãe Sitã, que dizer, então, de tocá-la? Ao raptá-la, Rãvana levou apenas sua
forma material ilusória."
VERSO 190
VERSO 193
« i ^ i r a , - 4 wfawl sri asfàç « s t * 1
VM «itfiira»^ ^T3l « N P f f a C^T I
«•tfos *<mi rara si f ã s t * 11 i & « 1
? R « f í WfCM »IÍ?1-4t«1 *tlfcl^*T II II
prabhu kahe,—e bhãvanã nã kariha ãra
pandita hanã kene nã karaha vicãra rãvana asilei sitã antardhãna kaila
prabhu kahe—o Senhor disse; e bhãvanã— este tipo de pensamento; nã— n rãvanera ãge mãyã-sltã pãfhãila
kunha—faças; ora—mais; pandita liana- sendo um pandita erudito; Armi—por q u M rãvana—o demônio Rãvana; ãsitei—assim que ele apareceu; s/M— mãe Sitã;
antardhãna kaila—desapareceu; ríftwnera ãge—perante o demônio Rãvana; mãyã-
nã karaha—não fazes; vicãra—consideração.
sltã—forma material ilusória de Sitã; pãthãila—enviou.
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu replicou: "Por favor, deixa de p e n s a i
dessa maneira. És um pandita erudito. Por que não analisas a coisa toda?" i TRADUÇÃO—"Assim q u e Rãvana apareceu perante Sitã, esta desapareceu. Foi
só para enganar Rãvana que ela enviou uma forma material ilusória."
VERSO 191
VERSO 194
« i « t ? 3 <r« * r a « i t ç s - c M t R i 1
« t t í s - ^ f s r a s tfira rafara *fff* " t f o n>s»n
ra*-*t?trara> <ffc a r a farea n > » s n
iévara-preyasi sitã—cid-ãnanda-mürti
prâkrta-indriyera tãnre dekhite nãhi éakti aprãkrta vastu nahe prãkrta-gocara
iévara-preyasi—a queridíssima esposa do Senhor; sitã— mãe Sitã; cit-ãnanáM veda-purãtjete ei kahe nirantara
mürti—bem-aventurada forma espiritual; prãkrta materiais; indriyera—dos senta aprãkrta—espiritual; vastu—substância; nahe—não; prãkrta—da matéria; gocara—
sob a jurisdição; veda-purãnete—dos Vedas e dos Purãnas; ei—isto; kahe—dizem;
dos; tãnre— dela; dekhite—de ver; nãhi— não há; éakti— poder. nirantara—sempre.
yasyãtma-buddhih kunape tri-dhãtuke TRADUÇÃO—Embora estivesse jejuando, o brãhmana teve fé nas palavras de Sri
sva-dhih kalatrãdisu bhauma-ijya-dhih Caitanya Mahãprabhu e aceitou o alimento. Dessa maneira, sua vida foi salva.
yat-tirtha-buddhih salile na karhicij
janesv abhijhesu sa eva go-kharah VERSO 197
Aqueles que não são inteligentes não podem ver a substância espiritual, pois tftra «rr*tt»rcri *6g ifàstt mi i
têm os olhos nem a mentalidade para ver a alma espiritual. Conseqüentemen'
J
$ w w t a s t i i f à «rilifl wfa* 11 11
pensam que o espírito não existe. No entanto, os seguidores dos preceitos véd
cos tiram suas informações das declarações védicas, como encontram-se no Srimad- tãnre ãévãsiyã prabhu karilã gamana
Bhãgavatam e no Katha Upanisad. krtamãlãya snãna kari ãilã durvaéana
tãnre ãévãsiyã— garantindo-lhe; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karilã
VERSO 195 gamana—partiu; krta-mãlãya—no rio conhecido como Krtamâlã; snãna kari—
banhando-Se; ãilã— chegou; durvaéana—a Durvasana.
faltl S R « vgfl « I t l t l 1&C1 I
•(•rafa ^ - « t m i i i*fàç i r a 11 -iòa 11 TRADUÇÃO—Após, deste modo, fazer com que o brãhmana se sentisse seguro,
viévãsa karaha tumi ãmãra vacane Sri Caitanya Mahãprabhu prosseguiu Sua jornada pelo sul da índia, e, final-
punarapi ku-bhãvanã nã kariha mane mente, chegou a Durvasana, onde banhou-Se no rio Krtamâlã.
viévãsa karaha—crê; tumi—tu; amara—Minhas; vacane—nas palavras; punarapi—i
de novo; ku-bhãvanã— idéia errada; nã kariha—não faças; mane—na mente. SIGNIFICADO—Hoje em dia, este rio Krtamâlã é conhecido como rio Bhãgãi. Este
rio tem três afluentes, chamados Suruli, Varãhanadi e Battilla-gundu. O sábio
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu garantiu ao brãhmana: "Tem fé Karabhãjana também menciona o rio Krtamâlã no Srimad-Bhãgavatam (11.5.39).
em Minhas palavras e deixa de oprimir tua mente com esta idéia errada."
VERSO 198
SIGNIFICADO—Este é o processo da compreensão espiritual. Acintyã khalu ye bhãvS
na tãths tarkena yojayet. Não devemos, por meio de argumentos e contra- ipjitra cita «raii 1
argumentos, tentar entender coisas que estão além de nossa percepção material. iraa-btrai *ra«airai cita i*w n >*v-1
Mahâjano yena gatah sa panthãh: devemos seguir os passos de grandes autorida-
des, as quais se sucedem no sistema de paramparã. Se nos aproximarmos de um durvaéane raghunãthe kaila daraéana
ãcãrya fidedigno e tivermos fé em suas palavras, a compreensão espiritual sera mahendra-saile paraéurãmera kaila vandana
fácil para nós. durvaéane—em Durvasana; raghu-nãthe—o Senhor Rãmacandra; fea/7a daraéana—
°ri Caitanya Mahãprabhu visitou; mahendra-éaile—sobre Mahendra-saila;
Paraéurãmera—ao Senhor Parasurãma; kaila vandana—ofereceu orações.
VERSO 196
TRADUÇÃO—Em Durvasana, Sri Caitanya Mahãprabhu visitou o templo do
enhor Rãmacandra, e, sobre a colina conhecida como Mahendra-saila, viu o
CBfsra i f à s r , rata #t<rc*ra «it*f u Í S . * 11 Penhor Paraáurãma.
92 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 93
Verso 202 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados
setubandhe ãsi' kaila dhanustirthe snãna T R A D U Ç Ã O — A í , entre brãhmanas, Sri Caitanya Mahãprabhu ouviu o Kürma
rãmeávara dekhi' tãhãn karilã viérãma Purãna, o qual mencionava a narração sobre a mulher casta.
setu-bandhe ãsi'—chegando a Setubandha; kaila—fez; dhanuh-tirthe snãna—banha
no lugar sagrado conhecido como Dhanustirtha; rãmeávara dekhi'—visitando o lugar! SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura observa que o Kürma
sagrado de Rãmeávara; tãhãn—ali; karilã viérãma—descansou. Purãna só tem dois khanàas, a saber, o Pürva-khanda e o Uttara-khanda. Diz-se, às
vezes, que o Kürma Purãna contém seis mil versos, mas ele contém originalmente
dezessete mil versos. Segundo o Srimad-Bhãgavatam existem dezessete mil ver-
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu foi para Setubandha I Rãmeávara], sos no Kürma Purãna, que é um dos dezoito Mahã-purãnas. Considera-se o Kürma
Purãna o décimo quinto desses Mahã-purãnas.
onde banhou-Se num lugar chamado Dhanustirtha. De lá visitou o templo de
Rãmeávara e, então, descansou. *
VERSO 201
I f o a F s l - f i t r a t i f t Wlls-lfiBJft I
SIGNIFICADO—O caminho transoceânico até as ilhas conhecidas como Mandapam
e Pambam consiste parcialmente de areia e parcialmente de água. A ilha dei «fies? 1f«1 i W i - i t c n tfkH I v> I
Pambam tem cerca de vinte quilômetros de comprimento e dez quilômetros dl pativratã-éiromani janaka-nandini
largura. A seis quilômetros ao norte do porto de Pambam, há um templo conhw
jagatera mãtã sitã—rãmera grhini
cido como Rãmeávara. Diz-se que devi-pattanam ârabhya gaccheyuh setubandhananrÀ pati-vratã— mulher casta; éiromani—a suprema; janaka-nandini—é filha do rei Ja-
" A p ó s visitar o templo da deusa Durgã, deve-se ir ao templo de Rãmeávara.", naka; jagatera—de todos os três mundos; mãtã—a mãe; sitã— Sitã; rãmera—do
Nesta área, existem vinte e quatro diferentes lugares sagrados, um dos quais éj Senhor Rãmacandra; grhini— esposa.
Dhanustirtha, localizado a cerca de vinte quilômetros a sudeste de Rãmeávara.
Fica perto da última estação da ferrovia do sul da índia, uma estação chamadaj
TRADUÇÃO—Srimati Sitãdevi, a mãe dos três mundos, é esposa do Senhor
Rãmanãda. Conta-se que ali, graças ao pedido de Vibhisana, o irmão mais novo
Rãmacandra. Dentre as mulheres castas, ela é a suprema, e é filha do rei Janaka.
de Rãvana, o Senhor Rãmacandra destruiu uma pequena ponte com Seu arco
quando regressava à Sua capital. Se alguém visita Dhanustirtha, libera-se do cido
de nascimentos e mortes. Dizem, também, que, se alguém se banha efll VERSO 202
Dhanustirtha, obtém todos os resultados fruitivos oferecidos pela execução da *ti«i cifiirt íWi Itm ^fíra m 1
yajna conhecido como agnistoma.
I f l l C5C3 «iftt C i t a ^ t e t c i * « l t 1 ? « 1 ü 1
Setubandha fica na ilha de Pambam. Ali há um templo do Senhor Siva charnaj
do Rãmeávara. Isto prova que o Senhor Siva é uma grande personalidade cu)1 rãvana dekhiyã sitã laila agnira éarana
Deidade adorável é o Senhor Rama. Logo, o Senhor Siva encontrado no templo, rãvana haite agni kaila sitãke ãvarana
de Rãmeávara é um grande devoto do Senhor Rãmacandra.
92 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 93
Verso 2 0 2 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados
^rsarsl-ftrratift wias-ifait i
SIGNIFICADO—O caminho transoceârúco até as ilhas conhecidas como M a n d a p
e Pambam consiste parcialmente de areia e parcialmente de água. A ilha d< «riraa i t « l *?rsi - ateara »Jfi3l II v > «
Pambam tem cerca de vinte quilômetros de comprimento e dez quilômetros à
pativratã-éiromani janaka-nandini
largura. A seis quilômetros ao norte do porto de Pambam, há um templo conh
jagatera mãtã sitã—rãmera grhini
cido como Rãmeávara. Diz-se que devl-pattanam ãrabhya gaccheyuh setubandhana'
pati-vratã— mulher casta; éiromani-a suprema; janaka-nandini-é filha do rei Ja-
"Após visitar o templo da deusa Durgã, deve-se ir ap templo de Rãmeávara.' naka; jagatera-de todos os três mundos; mãtã-a mãe; sffa-Sità; rãmera-do
Nesta área, existem vinte e quatro diferentes lugares sagrados, um dos quais Senhor Rãmacandra; grhini— esposa.
Dhanustirtha, localizado a cerca de vinte quilômetros a sudeste de Rãmeávar
Fica perto da última estação da ferrovia do sul da índia, uma estação chama
Rãmanãda. Conta-se que ali, graças ao pedido de Vibhisana, o irmão mais no, TRADUÇÃO—árimati Sitãdevi, a mãe dos três mundos, é esposa do Senhor
de Rãvana, o Senhor Rãmacandra destruiu uma pequena ponte com Seu aí Kâmacandra. Dentre as mulheres castas, ela é a suprema, e é filha do rei Janaka.
quando regressava à Sua capital. Se alguém visita Dhanustirtha, libera-se do ci
de nascimentos e mortes. Dizem, também, que, se alguém se banha VERSO 202
Dhanustirtha, obtém todos os resultados fruitivos oferecidos pela execução ata«t cffagi iVsi lem ^ H í a «ra«t i
yajna conhecido como agnistoma.
atai rara. ^ f a ra-*i ^stra* «staai n «
Setubandha fica na ilha de Pambam. Ali há um templo do Senhor Siva chama
do Rãmeávara. Isto prova que o Senhor Siva é uma grande personalidade cuj rãvana dekhiyã sitã laila agnira éarana
Deidade adorável é o Senhor Rama. Logo, o Senhor Siva encontrado no templo] rãvana haite agni kaila sltãke ãvarana
de Rãmeávara é um grande devoto do Senhor Rãmacandra.
95
94 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 Verso 208 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados
rãvana dekhiyã— após ver Rãvana; sitã— mãe Sitã; laihx— tomou; agnira—do fogo; raghunãtha ãsi' yabe rãvane mãrila
sarana—abrigo; rírêana—Rãvana; haite—de; agni—fogo; kaila—fez; sitãke—para mãe agni-paríksã dite yabe sitãre ãnila
Sitã; a~i>«rana—cobertura. mghu-nãtha-o Senhor Rãmacandra; «sf-vindo; yate-quando; m z ^ - R a v a n a ;
m a n / a - m a t o u ; agn,-pari*sd--teste pelo fogo; di/e-para fazer; yafe-quando,
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Rãvana veio raptar mãe Sitã e esta o viu, ela refugiou-fi* sitãre— Sitã; ãnila—trouxe.
em Agni, o deus do fogo. Agni encobriu o corpo de mãe Sitã, e, dessa maneirai
protegeu-a das mãos de Rãvana. TRADUCÃO-Após o Senhor Rãmacandra matar Rãvana, Sitãdeví foi trazida pe-
rante o fogo.
VERSO 203
VERSO 206
' i t a r i W « w fm» «fSwi « n u t r a i i r a m a t f r n -eifti a*fã «rs«ffa i
<Çrf*f 1 3 t * f ^ « t a «TfsifSffS ifW II V« II
m - f t e l <*rrr«P t%5T arjf-fàsrati 11 n
'mãyã-sitã' rãvana nila, sunilã ãkhyãne
éuni' mahãprabhu haila ánandita mane tabe mãyã-sltã agni kari antardhãna
mãyã-sltã—Sita ilusória, falsa; rãvana—o demônio Rãvana; nila—raptou; sunilãM satya-sltã ãni' dila rãma-vidyamãna
ouviu; ãkhyãne—na narração do Kürma Purãna; éuni'—ouvindo isto; mahãprabhu-^ tabe—nessa altura; mãyã-sltã—a forma ilusória de Sitã; agni—o deus do fogo;
Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; haila—ficou; ánandita— muito feliz; kari—fazendo; antardhãna—desaparecimento; satya-sltã— Sitã verdadeira; ãni'—
mane—mentalmente. trazendo; di/a—entregou; ramo—de Rãmacandra; vidyamãna—na presença.
vipra kahe—o brãhmana disse; tumi—Tu; sãksãt—diretamente; érí-raghunandana eta bali '-tendo dito isto; se; vipra—aquele brãhmana; sukhe-com grande alegria;
pãka fawia-cozinhou; uttama prakãre-mwto bem; prabhuke-ao Senhor Sri Caitanya
Senhor Sri Rãmacandra; sannyãslra vese—disfarçado de mendicante; more—a
Mahãprabhu; Wii*sfl-refeição; karãila-deu.
dilã— deste; daraéana—audiência.
T R A D U Ç Ã O — T e n d o dito isto, o brãhmaria cozinhou mui alegremente, e ofere-
T R A D U Ç Ã O — A p ó s receber o manuscrito, o brãhmana, muito satisfeito, disse-i
ceu uma refeição de primeira classe a Sri Caitanya Mahãprabhu.
"Senhor, és o próprio Senhor Rãmacandra e vieste disfarçado de sannyãsi p
dar-me audiência." VERSO 218
VERSO 215 rafc alfa i* af*' tira ?H a>fã' i
i m j w r a itanil cifl c i W à n 11
içi-$:i s&ra ratra fftwi frota i sei rafri tãhãn rahi' tãnre krpã kari'
«rífàr carta ira f w l 1*1 s « $ M l 11 pãndya-deie tãmraparni gelã gaurahari
sei rütri—aquela noite; tãhãn—ali; rahi'—hospedando-Se; tãnre—para com o
mahâ-àuhkha ha-ite more karilã nistãra brãhmana; krpã kari'—mostrando misericórdia; pãndya-deée—no país conhecido como
ãji mora ghare bhiksã kara ahglkãra Pandya-deáa; lãmra-parnl— ao lugar chamado Tãmraparni; getó—foi; gaura-hari—
mahã-duhkha—grande tristeza; ha-ite—de; more—a mim; karilã nistãra—salvasti o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu.
ãji—hoje; mera—minha; ghare—em casa; bhiksã— almoço; kara—faze; angikãrai
aceita. T R A D U Ç Ã O — S r i Caitanya Mahãprabhu passou aquela noite na casa do
brãhmana. Então, após mostrar Sua misericórdia para com ele, o Senhor partiu
T R A D U Ç Ã O — " M e u querido senhor, salvaste-me de uma condição muito triste' rumo a Tãmraparrií em Pãndya-desa.
Peço-Te que almoces em minha casa. Por favor, aceita este convite."
SIGNIFICADO— Pãndya-desa encontra-se na parte sul da índia, conhecida como
VERSO 216 Kerala. Em todas estas áreas, houve muitos reis com o título de Pãndya e que
governaram os lugares conhecidos como Mãdurã e Rãmeávara. Menciona-se o
iratssra « t i f w i sri fai c i ^ fira 1 nome de Tãmraparni no Rãmãyana. Tãmraparni também é conhecida como
rata « t e u *gwf*t <tfè<3( «raira 11 11 Pururiai, ficando às margens do rio Tinebheli. Este rio deságua na Baía de Benga-
la, u bnmad-Bhãgavatam (11.5.39) também faz menção de Tãmraparni.
mano-duhkhe bhãla bhiksã nã dila sei dine
mora bhãgye punarapi pãiluh daraéane VERSO 219
mano-duhkhe—devido à grande angústia mental; bhãla bhiksã—refeição adeq
da; nã dila—não Te p u d e dar; sei dine—naquele dia; mora bhãgye— por causa <5tari«7 -sti asfà' itam^f-ftra i
minha fortuna; punarapi— novamente; pãiluh—recebi; daraéane—visita. ia fà*tf% rafa' a ^ t i n n
100 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9
Verso 223 * As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados
SIGNIFICADO—Esta Naya-tripati também é chamada de Ãlovara Tirunagari. É S I G N I F I C A D O — O templo de Gajendra-moksana às vezes é confundido com um
cidade a cerca de vinte e sete quilômetros a sudeste de Tinebheli. Existem lá n J
templo do Senhor Siva. Ele fica aproximadamente a três quilômetros ao sul da
templos de Sripati, ou Visnu. Todas as Deidades dos templos reúnem-Se dur" cidade de Kaivera. Não é a Deidade do Senhor Siva, mas sim de Visnu. Pânágadi
um festival anual na cidade. fica a cerca de quarenta e oito quilômetros ao sul de Tinebheli. Ourrora, o templo
aí tinha a Deidade de Sri Rãmacandra, mas, depois, os devotos do Senhor Siva
VERSO 220 tiraram o Senhor Rãmacandra e colocaram uma deidade do Senhor Siva chama-
da Rãmeávara, ou Rámalinga Siva.
rafa' fell* «IW I
VERSO 222
f%sm«?t «rtfa' cita fai «um 11 n° n
wrfa' rafa' ®*rn-wi t
ciyadatalâ tirthe dekhi' ért-rãma-laksmana
tilakãnci ãsi' kaila eiva daraéana SlCi^rá «ufa' rata firçi n 11
áyaaatalã— chamado Ciyadatalâ; tirthe—no local sagrado; dekhi'—vendo; s'rf-
lak$mana—a Deidade do Senhor Rama e Laksmana; tilakãnci—a Tilakãnci; dst? cãmtápure ãsi' dekhi' éri-rãma-laksmana
vindo; kaila—fez; eiva daraéana—visitando o templo do Senhor Siva. éri-vaikunthe ãsi' kaila visnu daraéana
cãmtápure—a Cãmtãpura; ãsi'—vindo; dekhi'—vendo; éri-rãma-laksmana—Senhor
Rãmacandra e Laksmana; ért-vaikun(he ãsi'—chegando a Sri Vaikuntha; kaila—
TRADUÇÃO—Depois disso, ári Caitanya Mahãprabhu foi a um local sagrado < fez; visnu daraéana—vendo o templo do Senhor Visnu.
nhecido como Ciyadatalâ, onde viu as Deidades dos dois irmãos, o Senho
Rãmacandra e Laksmana. Então, seguiu para Tilakãnci, onde viu o templo do TRADUÇÃO—Mais tarde, o Senhor foi para Cãmtãpura, onde viu as Deidades
Senhor áiva. do Senhor Rãmacandra e Laksmana. Em seguida, foi a Sri Vaikuntha e visitou
aí o templo do Senhor Visnu.
SIGNIFICADO—Ciyadatalâ também é conhecida como Cheratalã. Fica perto dai
dade de Kaila, e lá existe um templo dedicado ao Senhor Sri Rãmacandra e a S? SIGNIFICADO—ÀS vezes, chama-se esta Cãmtãpura de Cehgánura, e ela encontra-
irmão Laksmana. Tilakãnci fica a cerca de quarenta e oito quilômetros a nordeff se no estado de Tribáhkura. Localiza-se aí um templo do Senhor Rãmacandra
da cidade de Tinebheli. e Laksmana. Sri Vaikuntha — a cerca de seis quilômetros ao norte de Ãloyãra
minagari e a vinte e cinco quilômetros a sudeste de Tinebheli — fica na margem
VERSO 221 do no Tãmraparni.
VERSO 227
VERSO 230
ánT* cHt<*wl -ifíí c i n zrmfam i
«rffxnf 1*TP?t C*1. "Çfl* 1*TTf?T I
«rrá in faca? i f a i w c^i n w II
stri-dhana dekhãhã tãnra lobha janmãila
ãrya sarala viprera buddhi-nãêa kaüa ãmi-ha sannuãsl dekha, tumi-ha sannyãsi
stri-dhana—mulheres; dekhãhã— m o s t r a n d o ; tãnra—dele; lobha—atraç mor,-duhkha deha—tomara -nyãya nãhi vãsi
janmãila—criaram; ãrya—cavalheiro; sarala—simples; viprera—do brãhmana; bu ãmi-ha-Eu; sannyãsl-na ordem de vida renunciada; dekha-vós vedes; tumi-
ha-vós; sannyãsl-na ordem de vida renunciada; more-a Mim; duhkha-
nãsa—perda de inteligência; kaila—fizeram.
sofrimento; detoi-causais; fomtfm-vossa; nyaya-lógica; nãhi vãsi-nao encontro.
TRADUÇÃO—Os Bhattathãris ludibriaram o brãhmana Krenadãsa, que era simpj
T R A D U Ç Ã O — ' ' D a mesma forma que vós, Eu pertenço à ordem de vida renun-
e amável. Em virtude da má companhia deles, sua inteligência ficou poluída,
ciada. Todavia, estais causando-Me sofrimento propositadamente, e não vejo
VERSO 228 « nenhuma boa lógica n i s t o . "
TRADUÇÃO—O ludibriado Krsnadãsa foi até onde eles estavam de manhã TRADUÇÃO Ao ouvirem ári Caitanya Mahãprabhu, todos os Bhattathãris vieram
Desejando encontrá-lo, o Senhor também apressou-Se em ir até lá. correndo, de armas em p u n h o , desejando agredir o Senhor.
VERSO 229
VERSO 232
«rrf*rai i r a * n ^ f t f i W W i i t i «a « t i •bjc» *rcs çra bros i
•otiti a f l i i f t ati isficl II ns> II io i« c i i -«fritEr •njm çrti feci II n
ãsiyã kahena saba bhattathâri-gane tóra os/ra rara arige pade hãta haite
ãmãra brãhmana tumi rãkha ki kãrane W w ? , 7fl hm aih
ãsiyã—vindo; kahena—Ele disse; suba—todos; bhattathãri-gane—aos Bhattathânsj tara ostra- ^ " * '* '"" H ™ pahiya cãri bhite
5 0 C O r p S ;
ãmãra—Meu; brãhmana—brãhmana ajudante; tumi—vós; rãkha—estais manten suas mãos- k h ^ d l ^ ^ ^ e Z * ™ S ;^
Spe aÇad
° ^ - « « m ; fctfta Aa/fe-de
Âri—por que; kãrane—razão. des;
*^
pflwLiém ? -!T
c C m c o r r e n
Í
'"««-ficaram; bhattatMri-os nôma-
d o ; ca-n Wn/e-nas quatro direções.
°
TRADUÇÃO—Ao chegar à c o m u n i d a d e dos Bhattathãris, Sri CaitaB t , a
Mahãprabhu perguntou-lhes: "Por que estais mantendo convosco o ^«^^ ; * ^ ™f
0 9
d « « " » - > « e s das mãos e golpearam-lhes os
B h a a t h â r i s
brãhmana ajudante?" <>«*os saü-am c o ~ „ Í „ «
8
í « « m assim despedaçados,
correndo nas quatro direções.
106 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 Verso 238 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 107
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu ficou imensamente feliz de encontrar u m deusa da fortuna, serviço devocional em êxtase espontâneo, as encarnações, a
capítulo desta escritura, e sintomas de transformação extática, tais como tremor, começar com o Senhor Rãmacandra, as Deidades, a alma condicionada e seus
lágrimas, transpiração, transe e júbilo, manifestaram-se em Seu corpo. deveres, a verdade sobre o Senhor Visnu, orações, hinos védicos, o Senhor Siva,
a literatura védica, o personalismo e o impersonalismo, bom comportamento e
VERSOS 239—240 muitos outros assuntos. Além disso, há uma descrição do sol e das formas uni-
favra-"^ itfa ' a i w f e s f a *r»i i versais do Senhor. O Brahma-samhitã explica conclusiva e sucintamente todos estes
assuntos.
c t í f i i i f t i l wtraa *tai * t n
«nr*rca a r a f*nrt« « i t i i i VERSO 241
VERSO 243 Andhra, Dravida, Karnãta e Kerala. A comunidade ali chama-se Bhüvibãra, e a
dinastia chama-se Bhür-bhuvah- O local chama-se Rãmeávara, e o lema é: 'Aham
brahmãsmi"- A Deidade é o Senhor Varãha, e o poder energético é Kãmãksi. O
*tafafl <síf»rai rara «vil iíitsw«*.s® 11 ãcãrya é Hastãmalaka, e os brahmacãns que ajudam os sannyãsís são conhecidos
como Caitanya. O local de peregrinação chama-se Tuhgabhadrã, e o tema de es-
dina-dui tãhãn kari' kirtana-nartana tudo védico é o Yajur Veda.
payasvini ãsiyã dekhe éahkara nãrãyana A lista da sucessão discipular de Sahkarãcãrya, com os nomes dos ãcãryas e suas
dina-dui—dois dias; tãhãn—ali; kari'—realizando; kirtana-nartana—canto e dança; datas de acordo com a Era Saka (ou Sakãbda), é a seguinte: Sahkarãcãrya, 622
payasvini ãsiyã— vindo à margem do Payasvini; dekhe—vê; éahkara nãrãyana—o tem- Saka; Sureávarãcãrya, 630; Bodhanãcãrya, 680; Jhãnadhanãcãrya, 768; Jnãnottama-
plo de Sahkara-nãrãyana. áivãcãrya, 827; Jnãnagiri Ãcãrya, 871; Sirhhagiri Ãcãrya, 958; lavara Tirtha, 1019;
Narasirhha Tirtha, 1067; Vidyãtirtha Vidyãsahkara, 1150; Bhãratl-Krsna Tirtha,
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu cantou e dançou em ári Janãrdana por 1250; Vidyãranya Bhãrati, 1253; Candraáekhara Bhârati, 1290; Narasirhha Bhãratí,
dois dias. Então, foi para a margem do rio Payasvini e visitou o templo de 1309; Purusottama Bhãratí, 1328; Sahkarãnanda, 1350; Candraáekhara Bhãrati,
áahkara-nãrãyana. 1371; Narasirhha Bhãrati, 1386; Purusottama Bhãrati, 1394; Rãmacandra Bhãrati,
1430; Narasirhha Bhãrati, 1479; Narasirhha Bhãrati, 1485; Dhanamadi-narasirhha
VERSO 244 Bhãrati, 1498; Abhinava-narasirhha Bhãrati, 1521; Saccidãnanda Bhãrati, 1544;
Narasirhha Bhãrati, 1585; Saccidãnanda Bhãrati, 1627; Abhinava-saccidãnanda
«^rafa-tiá wiwítois* 1 Bhãrati, 1663; Nrsimha Bhârati, 1689; Saccidãnanda Bhãrati, 1692; Abhinava-
saccidãnanda Bhãrati, 1730; Narasirhha Bhãrati, 1739; Saccidãnanda Sivâbhinava
sre^-tsW rafa' rata ^fsafffi %TlCT«*88 n Vidyã-narasimha Bhãrati, 1788.
érhgeri-mathe ãilã éankarâcãrya-sthâne No que diz respeito a Sahkarãcãrya, sabe-se que ele nasceu no ano de 608 da
matsya-tirtha dekhi' kaila tuhgabhadrãya snãne Era Sakãbda, no mês de Vaiáâkha, no terceiro dia da lua crescente, n u m local
érhgeri-mathe—ao monastério de Srhgeri; ãilã—veio; éahkarãcãrya-sthãne—na resi- do sul da índia conhecido como Kãlãdi. O nome de seu pai era Sivaguru, o qual
dência de Sahkarãcãrya; matsya-tirtha—o local santo chamado Matsya-tirtha; de- faleceu quando ele era ainda criança. Quando Sahkarãcãrya tinha apenas oito
khi'—vendo; kaila—tez; tuhgabhadrãya snãne—banho no rio Tuhgabhadrã. anos de idade, completou seu estudo de todas as escrituras e tomou sannyãsa de
Govinda, o qual residia às margens do Narmadã. Após aceitar sannyãsa,
TRADUÇÃO—Ali, visitou o monastério conhecido como Srhgeri-matha, a mora- Sahkarãcãrya permaneceu com seu mestre espiritual por alguns dias. Então,
da de Ãcãrya Sankara. A seguir, visitou Matsya-tirtha, um local de peregrina- pediu-lhe permissão para ir a Vãrãnasl, de onde foi a Badarikãárama, onde per-
maneceu até seus doze anos. Enquanto esteve lá, escreveu um comentário sobre
ção, e banhou-Se no rio Tuhgabhadrã.
o Brahma-sütra, bem como sobre dez Upanisads e o Bhagavad-gítã. Escreveu, tam-
bém, o Sanat-sujãtíya e o Nrsimha-tãpini. Dentre seus muitos discípulos, os quatro
SIGNIFICADO—O monastério conhecido como Srhgeri-matha encontra-se na pro-
principais são Padmapãda, Sureévara, Hastãmalaka e Trotaka. Após partir de
víncia de Mysore (Mahisüra), distrito de Simogã. Este monastério localiza-se na
Vãrãnasi, Sahkarãcãrya foi para Prayãga, onde se encontrou com um grande aca-
margem esquerda do rio Tuhgabhadrã, a treze quilômetros ao sul de Harihara-
dêmico erudito chamado Kumãrila Bhatta. Sahkarãcãrya queria debater acerca
pura. O nome verdadeiro desse local é Srhga-giri ou Srrigavera-puri, e ele é a sede
de Sahkarãcãrya. Sahkarãcãrya teve quatro discípulos principais, e estabeleceu a autoridade das escrituras, porém, Kumãrila Bhatta, estando à beira da morte,
quatro centros sob a administração deles. enviou-o a seu discípulo, Mandana, o qual se encontrava na cidade de Mãhismati.
O monastério chamado Jyotir-matha foi estabelecido em Badarikãsrama, ao norte oi lá que Sahkarãcãrya derrotou Mandana Miára n u m debate sobre os éãstras.
a ,a t m n a u m a
da índia; o monastério Bhogavardhana ou Govardhana, em Purusottama. Em d e r esposa chamada Sarasvati, o u Ubhaya-bháratI, que serviu
e me
Dvãrakã, foi estabelecido o monastério Sãradã, e o quarto monastério, estabele- . d i a d o r a entre Sahkarãcãrya e seu esposo. Conta-se que ela quis discutir
cl s
cido ao sul da índia, é conhecido como Srhgeri-matha. No Srhgeri-matha, os ^ " " . P i ° eróticos e romances amorosos com Sahkarãcãrya, mas, Sahkarãcãrya
Via um
sannyãsís assumem os títulos Sarasvati, BhãraH e Puri. Todos eles são ekadandi-sannyâsís, ex .?'^° brahmacãrí desde o nascimento e, portanto, não tinha nenhuma
n e n c
distintos dos sannyãsís Vaisnavas, que são conhecidos como tridandi-sannyãsis. O ^rçf^ ' a quanto a romances amorosos. Durante um mês ele distanciou-se de
a
Srhgeri-matha encontra-se ao sul da índia, numa parte do país conhecida como ya-bhãratl e, através de seus poderes místicos, entrou no corpo de um rei
112 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 245 As
viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 113
que acabara de morrer. Dessa maneira, Sahkarãcãrya experimentou os princípios escrituras com Vidyásahkara, o nobre líder do Srhgeri-matha. Vidyàáahkara,
s
eróticos. Após obter esta experiência, ele quis discutir os princípios eróticos com 3
realidade, foi humilhado na presença de Madhvãcãrya. Acompanhado de Satya
Ubhaya-bhàrati. Mas, mesmo sem ouvir a argumentação, ela o abençoou e lhe Tirtha, Madhvãcãrya foi a Badarikãsrama. onde se encontrou com Vyãsadeva e
garantiu que Srhgeri-matha teria existência contínua. Então, ela deixou a vida plicou-lhe seu comentário sobre o Bhagavad-gitã. Deste modo, tornou-se um
material. A seguir, Mandana Miára aceitou a ordem de sannyãsa de Sankarácãrya, de u d i t o , tendo estudado com Vyãsadeva.
er
ficando conhecido como Sureávara. Sahkarãcãrya derrotou muitos eruditos por Na época em que viera de Badarikãsrama para o Ananda-matha, Madhvãcãrya
toda a Índia e converteu-os à sua filosofia Mâyãvãda. Ele deixou o corpo material U terminara seu comentário sobre o Bhagai<ad-gltá. Satya Tirtha, seu companhei-
aos trinta e três anos de idade. ro compilou todo o comentário. Ao regressar de Badarikãsrama, Madhvãcãrya
Quanto a Matsya-tirtha, situava-se presumivelmente ao lado do oceano, no dis- foi a Ganjãma, que fica na margem do rio Godãvari. Ali, encontrou-se com dois
trito de Mãlãbãra. acadêmicos eruditos chamados Sobhana Bhatta e Svãmi Sãstri. Mais tarde, estes
VERSO 245 eruditos ficaram conhecidos na sucessão discipular de Madhvãcãrya como
Padmanãbha Tirtha e Narahari Tirtha. Ao voltar para Udupi, às vezes banhava-
se no mar. Numa ocasião destas, compôs uma oração de cinco capítulos. Certa
t f ^ f c l W cwfi, Wltl (MMrllfltAtt vez, sentado à beira-mar, concentrado em meditação no Senhor Sri Krsna, viu
madhvãcdrya-stháne ãilã yáhhã 'tattvavãdl' que um grande barco, carregado de bens para Dvârakã, estava em perigo. Fez
uduplte 'krsna' dekhi, tãhãn haila premonmádi alguns sinais pelos quais o barco p ô d e aproximar-se da praia, e assim o barco
madhva-âcãrya-sthãne—à terra de Madhvãcãrya; ãilã—chegou; yãhhã—onde; tattva- foi salvo. Os donos do barco quiseram presenteá-lo, e, na época, Madhvãcãrya
vãdl—filósofos conhecidos como Tattvavãdis; udupite—no local conhecido como'! concordou em aceitar alguma gopl-candana. Ganhou um grande pedaço de gopl-
Udupi; krsna—a Deidade do Senhor Krsna; dekhi—vendo; tàhan—a\i: haila ficou; candana, a qual, enquanto vinha sendo trazida para ele, partiu-se no meio, reve-
preina-unniâdl—\ouco de êxtase. lando uma grande Deidade do Senhor Krsna. A Deidade trazia um bastão em
Sua mão e um p u n h a d o de comida na outra. Assim que Madhvãcãrya recebeu,
TRADUÇÃO—Em seguida, Caitanya Mahãprabhu chegou à terra de Madhvãcãrya, nestas circunstâncias, a Deidade de Krsna, ele compôs uma oração. A Deidade
onde residiam os filósofos conhecidos como Tattvavãdis. Ele permaneceu num era tão pesada que nem mesmo trinta pessoas podiam levantá-lA. Madhvãcãrya
local conhecido como Udupi, onde viu a Deidade do Senhor Krsna e enlouque- pessoalmente trouxe esta Deidade para Udupi. Madhvãcãrya teve oito discípu-
ceu de êxtase. los, todos os quais tomaram sannyãsa dele, tornando-se diretores de seus oito mo-
nastérios. Ainda fazem a adoração à Deidade do Senhor Krsna em Udupi, de
SIGNIFICADO—Sripáda Madhvãcãrya nasceu em Udupi, situada no distrito de acordo com os planos estabelecidos por Madhvãcãrya.
Kánádá do sul, ao sul da Índia, bem a oeste de Sahyãdri. Esta e a principal cida-
de da província de Kânãdã do sul e fica perto da cidade de Mahgalore, que se Então, Madhvãcãrya visitou Badarikãsrama pela segunda vez. Enquanto atra-
encontra no sul de Udupi- Na cidade de Udupi, há um local chamado Pajakã-: vessava Mahãrãstra, o rei local estava cavando um grande lago para o benefício
ksetra, onde Madhvãcãrya nasceu numa dinastia éivãllí-brãhmana, filho de Ma- do público. Quando Madhvãcãrya atravessava esta área com seus discípulos,
dhyageha Bhatta, no a n o de 1040 Sakãbda. Segundo alguns, ele nasceu no ano também foi obrigado a ajudar na escavação. Após algum tempo, Madhvãcãryz
d e 1160. foi visitar o rei e ocupou-o naquele trabalho, partindo então com seus discípulos.
Em sua infância, Madhvãcãrya era conhecido como Vãsudeva, e existem algu- Muitas vezes, na província de Gáhga Pradesh, havia lutas entre hindus e mu-
mas histórias maravilhosas a respeito dele. Conta-se, também, que seu pai ficou çulmanos. Os hindus ficavam n u m a margem do rio e os muçulmanos, na outra
muito endividado, e Madhvãcãrya transformou sementes de tamarindo em Revido à tensão comunitária, não se dispunha de n e n h u m barco para a travessu
0 n o
moedas autênticas para ressarcir as dívidas. Q u a n d o ele tinha cinco anos, rece- - Os soldados muçulmanos sempre paravam os passageiros do outro lado
m a s
beu o cordão sagrado. Um demônio chamado Manimãn morava, sob a forma de Madhvãcãrya não se importou com aqueles soldados. Ele atravessou o ric
uma cobra, próximo à sua casa. Madhvãcãrya, com a idade de cinco anos, matou assim mesmo, e, ao encontrar-se com os soldados do outro lado, foi trazido pe
esta cobra com o dedão de seu pé esquerdo. Quando sua mãe ficava muito per- reín6 ° ^ °' ' r m u c u m a n o M C O U
tão satisfeito com ele que quis dar-lhe u n
turbada, ele, com um pulo, aparecia perante ela. Ele foi um grande erudito, * o e algum dinheiro, porém, Madhvãcãrya recusou as doações. Enquanto ca
a v a e a
partir da própria infância. Embora seu pai se opusesse, tomou sannya>a aos doze P ' estrada, alguns bandidos atacaram-no, mas, valendo-se de sua forç;
anos de idade. Após receber sannyãsa de Acyuta Preksa, seu nome passou a ser Ma^h "natou a todos. Q u a n d o um tigre atacou seu companheiro Satya Tirtha
v
Pürnaprajha Tirtha. Depois de viajar por toda a índia, finalmente debateu sobre ãcãrya apartou-os, em virtude de sua grande força. Ao encontrar-se con.
Madhya-lilà, As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 115
114 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 248
Vyãsadeva, ele recebeu deste a éãlagrama-éilâ conhecida como Astamürti. Dei bodha, 1666; (35) Satyasandha, 1705; (36) Satyavara, 1716; (37) Satyadharma, 1719;
138) Satyasahkalpa, 1752; (39) Satyasantusta, 1763; (40) Satyaparãyana, 1763; (41)
disso, ele resumiu o Mahãbhãrata.
Ltvakãma, 1785; (42) Satyesta, 1793; (43) Satyaparãkrama, 1794; (44) Satyadhira,
Por toda a índia se conhece a devoção pelo Senhor e a erudição acadêmica
1801; (45) Satyadhira Tirtha, 1808.
Madhvãcãrya. Por causa disto, os proprietários do Srhgeri-matha estabeleci
Depois do décimo sexto ãcãrya (Vidyãdhirâja Tirtha), houve outra sucessão disci-
por Sahkarãcãrya ficaram um pouco perturbados. Naquela época, os seguid
pular, incluindo Rãjendra Tirtha, 1254; Vijayadhvaja; Purusottama; Subrahmanya;
de Sahkarãcãrya ficaram temerosos do poder crescente de Madhvãcãrya, e
Vyâsá Rãya, 1470-1520. O décimo nono ãcãrya, Rãmacandra Tirtha, teve outra
meçaram a incomodar de muitas maneiras os discípulos de Madhvãcãrya. Hoi
sucessão discipular, incluindo Vibudhendra, 1218; Jitãmitra, 1348; Raghunandana;
inclusive uma tentativa de provar que a sucessão discipular de Madhvãcãrya
Surendra; Vijendra; Sudhindra; Rághavendra Tirtha, 1545.
seguia a linha dos princípios védicos. Uma pessoa chamada Pundarika Puri,
Até a data atual, no monastério de Udupi, existem outros quatorze sannyãsís
guidor da filosofia Máyãvãda de Sahkarãcãrya, veio ter com Madhvãcãrya pt
Madhva-tirtha. Conforme mencionado, Udupi encontra-se em Kãnãdá do sul,
discutir os sãstras. Conta-se que roubaram todos os livros de Madhvãcãrya, po:
a cerca de setenta quilômetros ao norte de Marigalore. Fica à beira-mar. Esta in-
mais tarde, foram encontrados com a ajuda do rei Jayasirhha, governante de Ki
formação foi tirada do South Kãnãdã Manual e da Bombay Gazette.
la. No debate, Madhvãcãrya derrotou Pundarika Puri. Uma grande personali
de chamada Trivikramãcãrya, residente de Visnumahgala, tornou-se discípulo
VERSO 246
Madhvãcãrya, e seu filho tornou-se mais tarde Nãrãyanãcãrya, o compositor
èri Madhva-vijaya. Após a morte de Trivikramãcãrya, o irmão mais novo c i t i m rara lai-ratera i
Nãrãyanãcãrya tomou sannyãsa, ficando conhecido depois como Visnu Tirtl smfçfra' m froí « r f e r l « t ? T i r a 11 ^ u
Naquela época, a força física de Pürnaprajha, Madhvãcãrya, tinha a reput nartaka gopãla dekhe parama-mohane
de ser ilimitada. Havia um homem chamado Kadanjari que tinha a fama de madhvãcãrye svapna diyã ãilã tãnra sthãne
suir a força de trinta homens. Madhvãcãrya colocou o dedão de seu pé no chão nartaka gopãla—Gopãla dançante; dekhe—viu; parama-mohane— belíssima;
e pediu que o homem o levantasse do chão, mas, o brutamonles não conseguiu madhva-ãcãrye—para Madhvãcãrya; svapna diyã— aparecendo num sonho; ãilã—
fazê-lo, mesmo após um esforço extenuante. Srila Madhvãcãrya partiu deste veio; tãnra—dele; sthãne—ao local.
mundo material aos oitenta anos de idade, enquanto escrevia um comentário sobra
o Aitareya Upanisad. Para se obter mais informações sobre Madhvãcãrya, deve-ai TRADUÇÃO—Em Sua visita ao monastério de Udupi, Sri Caitanya Mahãprabhu
ler o Madhva-vijaya de Nãrãyana Ãcãrya. Os ãcãryas da Madhva-sampradãya «• viu o "Gopãla dançante", uma Deidade belíssima. Esta Deidade apareceu num
tabeleceram Udupi como o centro principal, e o monastério lá era conhecido como sonho para Madhvãcãrya.
Uttararãdhi-mafha. Pode-se encontrar em Udupi uma lista dos diferentes cera
VERSO 247
tros da Madhvãcãrya-sampradãya, cujos comandantes de malha são: (1) Visnu
Tirtha (Soda-mafha), (2) Janãrdana Tirtha (Krsnapura-matha), (3) Vãmana Tirthaj c i t f f f t w H s r a í «ttfen fartes i
(Kanura-matha), (4) Narasirhha Tirtha (Adamara-matha), (=>) Upendra Tirthaj w e t f cft *tf^n raturai u \w 11
(Puttugi-mafha), (6) Rama Tirtha (Sirura-mafha), (7) Hrsikesa Tirtha (Palimara-
gopi-candana-tale âchila dihgãte
mafha) e (8) Aksobhya Tirtha (Pejãvara-mafha). A sucessão discipular da
madhvãcãrya sei krsna pãilã kona-mate
Madhvãcãrya-sampradãya é a seguinte: (1) Harhsa Paramãtmá; (2) Caturmukha
^gopl-candana-tale— no meio de um monte degopi-candana (argüa amarelada usa-
Brahmã; (3) Sanakãdi; (4) Durvãsã; (5) Jnãnanidhi; (6) Garuda-vãhana; (7) Kai-
para tüaka); âchila—veio; dihgãte—num barco; madhva-ãcârya—Madhvãcãrya;
valya Tirtha; (8) Jhãnesa Tirtha; (9) Para Tirtha; (10) Satyaprajha Tirtha; (11) Prãjüa;
«rsw-aquela Deidade de Krsna; pdi/d-obteve; kona-mate-de alguma forma.
Tirtha; (12) Acyuta Preksácãrya Tirtha; (13) Sri Madhvãcãrya, 1040 Saka; (148
Padmanãbha, 1120; Narahari, 1127; Mãdhava, 1136; e Aksobhya, 1159; (15) Jayaj À D e a l g U m a f o r m a
Tirtha, 1167; (16) Vidyãdhirâja, 1190; (17) Kavindra, 1255; (18) Vãgisa, 1261; (19) meio d e ° ~ ' Madhvãcãrya obtivera a Deidade d e Krsna n o
Rãmacandra, 1269; (20) Vidyãnidhi, 1298; (21) Sri Raghunãtha, 1366; (22) Raytl um monte de gopi-candana que um barco transportava.
varya (que falou com Sri Caitanya Mahãprabhu), 1424; (23) Raghüttama, 14714
(24) Vedavyása, 1517; (25) Vidyãdhisa, 1541; (26) Vedanidhi, 1553; (27) Satyavrâj VERSO 248
ta, 1557; (28) Satyanidhi, 1560; (29) Satyanãtha, 1582; (30) Satyãbhinava, 15 i t w & r ê *rfiv tftra ?f?roi tpm i
(31) Satyapürna, 1628; (32) Satyavijaya, 1648; (33) Satyapriya, 1659; (34) Saty
« w i f ê i raii * r a wiTrfoM II *8v- n
116 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9; 254 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 117
madhvãcãrya ãni' tãnre karilã sthãpana pãche—mais tarde; prema-ãveéa—amor extático; dekhi'—vendo; /iai/a camatkãra—
adyãvadhi sevã kare tattvavãdi-gana encheram-se de admiração; vaisnava-jnãne—percebendo que era um Vaisnava;
madhva-ãcãrya—Madhvãcãrya; ãni'—trazendo; tãnre—a Ela; karilã sthãpanaM bahuta-muita; karilã—fizeram; satkãra—recepção.
instalou; adya-avadhi—até hoje; sevã kare—adoram; tattva-vãdi-gana—os Tattvavãdis.
TRADUÇÃO—Mais tarde, após presenciarem Sri Caitanya Mahãprabhu em amor
T R A D U Ç Ã O — M a d h v ã c ã r y a trouxe esta Deidade de Gopãla dançante para Udup-, extático, eles encheram-se de admiração. Então, como vissem que Ele era
e instalou-A no templo. Até hoje, os seguidores de Madhvãcãrya, conhecidos Vaisriava, receberam-nO muito bem.
como Tattvavãdis, adoram esta Deidade.
VERSO 252
VERSO 249 'FCWSWF i i f a «reca i<WTFIV I
3**wrfé> rafa' A^URRÇI •tilN 1 N t ÇTfial f a » | a>'« ciTaifa 1!** i
C « W W ( FB-Sls ra*I 11 11 'vaisnavatã' sabãra antare garoa jãni'
krsna-mürti dekhi' prabhu mahã-sukha pãila isat hãsiyã kichu kahe gauramani
premãveée bahu-ksana nrtya-gita kaila vaisnavatã—Vaisnavismo; sabãra—de todos eles; antare—dentro da mente; garva—
krsna-mürti dekhi'—vendo a Deidade do Senhor Krsna; prabhu—Senhor Sri Caitanya orgulho; jãni'—conhecendo; isat—com meiguice; hãsiyã— sorrindo; kichu—algo;
Mahãprabhu; mahã-sukha—grande felicidade; pãila—sentiu; prema-ãveée—em amo| kahe—diz; gaura-mani—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu.
extático; bahu-ksana—demoradamente; nrtya-gita—dança e canto; kaila—realizous
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu percebeu que os Tattvavãdis orgulhavam-
TRADUÇÃO—Ao ver esta bela forma de Gopãla, ári Caitanya Mahãprabhu sentiu se muito de seu Vaisnavismo. Portanto, Ele sorriu e começou a falar-lhes.
grande prazer. Ele dançou e cantou demoradamente em amor extático.
VERSO 253
VERSO 250 « 1 - i a i a «rora i < w t f a ciTaça I
«NTFÒI*! « f ç r a'iTatiift' ÀTCF 1 tfr-ial-ira cit%i ffàerl «rra« 11
11
«Hei fitara* *fl cata ngtira n 11 tãh-sabãra antare garva jãni gauracandra
tãh-sabã-sahge gosfhi karilã ãrambha
tattvavãdi-gana prabhuke 'mãyãvâdi' jhâne tãh-sabãra—de todos eles; antare—mentalmente; garva—orgulho; jãni—
prathama daréane prabhuke nã kaila sambhãsane conhecendo; gaura-candra—Sn Caitanya Mahãprabhu; tãh-sabã-sahge—com eles;
tattva-vãdi-gana—os Tattvavãdis; prabhuke—Sn Caitanya Mahãprabhu; mãyãvâdi gosthi— discussão; karilã—fez; ãrambha—começando.
jhãne—considerando-O um sannyãsi Mãyãvâdi; prathama daréane—no primeiro en-
contro; prabhuke—Sri Caitanya Mahãprabhu; nã—não; fcai/a—fizeram; sambhãsanéU T R A D U Ç Ã O — P e r c e b e n d o o orgulho deles, Caitanya Mahãprabhu começou Sua
dirigindo-se. discussão.
VERSO 254
TRADUÇÃO—A primeira vista, os Vaisnavas Tattvavãdis consideraram Sri « V t i f , «1151*1-11 "TtClCS «líVl I
Caitanya Mahãprabhu um sannyãsi Mãyãvâdi. Portanto, não conversaram com
Ele.
tffca « a * cata «rç_ çi<pi e u wti 11 *.<t811
VERSO 251 tattvavãdl ãcãrya—saba éãstrete pravina
. tãnre praéna kaila prabhu hanã yena dina
*trra Ú&fí&ft rafa' rata si^ía 1 d aCãnja 1 1 0 3 1
sastre™~™ ' ~° P " ' ? pregador da comunidade Tattvavãda; saba—todas;
rana-sjtra açs ^ fa«i i^ta 11 II Pereu T
nas e s c r m j r
a s reveladas; pravina—experiente; tãnre—a ele; praéna—
pãche premâveéa dekhi' haila camatkãra UenaS ^ila—fez; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; /laüd-tornando-Se;
vaisnava-jnãne bahuta karilã satkãra como se; a m a - m u i t o humilde.
118 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9
A8 y i a e n 8 do
260 S Senhor Caitanya aos lugares sagrados 119
Verso
TRADUÇÃO—O principal ácãrya da comunidade Tattvavãda era muito versado
nas escrituras reveladas. Por humildade, Sri Caitanya Mahaprabhq T R A D U Ç Ã O — " Q u e m dedica os deveres do varnãárama-dharma a Krsna can-
perguntou-lhe. didata-se às cinco espécies de liberação. Deste modo, transfere-se ao mundo es-
VERSO 255 . • i Vaikuntha- Esta é a meta máxima da vida e o veredito de todas as escri-
r u a (
T A S reveladas."
«t^IWR-"TTCAI * W A W F R Í I 1
sádhya-sãdhana ãmi nã jãni bhãla-mate
sãdhya-sãdhana-érestha jãnãha âmãte ^ C A I C I I F W R A * » R W I W 11 K<t* 11
sãdhya-sãdhana o objetivo da vida e como atingi-lo; ãmi—Eu; na—não; jãniM
conheço; bhãla-mate— muito bem; sãdhya-sãdhana—o objetivo da vida e corno prabhu kahe,—éãstre kahe éravana-klrtana
alcançá-lo; érestha—o melhor; jãnãha—por favor, explica; ãmãte—a Mim. krsna-prema-sevã-phalera 'parama-sãdhana'
prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu disse; éãstre kahe—no éãstra
T R A D U Ç Ã O — C a i t a n y a Mahãprabhu disse: "Não conheço muito bem o objetivo se diz; éravana-kirtana—o processo de cantar e ouvir; krsna-prema-sevã—de serviço
da vida, nem como atingi-lo. Por favor, dize-Me qual é o melhor ideal para a amoroso ao Senhor Krsoa; phalera—do resultado; parama-sãdhana—melhor pro-
humanidade e como alcançá-lo." cesso de conquista.
VERSO 256 TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Segundo o veredito dos sàstras,
o processo de ouvir e cantar é o melhor meio de alcançar serviço amoroso a
wrert f c * , - 'aafietJHrf, ?ra» 1 Krsna."
«ift « ç v s c v a café ' f t w ' 11 *<t* n
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o os Tattvavãdis, o melhor processo é o cumprimento dos
ãcãrya kahe, — 'varnãérama-dharma, krsne samarpana' deveres dos quatro varnas e ãéramas. No mundo material, para que se possa ad-
ei haya krsna-bhaktera érestha 'sãdhana' ministrar os assuntos sociais apropriadamente para alcançar a meta última, é pre-
ãcãrya kahe—o ãcãrya disse; varna-ãérama-dharma—a instituição de quatro c ciso estar situado em um dos varnas (brãhmana, ksatriya, vaiéya e éüdra). É preciso,
e quatro ãéramas; krsne—a Krsna; samarpana—dedicar; ei haya—este é; k. também, seguir os princípios dos ãéramas (brahmacarya, grhastha, vãnaprastha e
bhaktera—do devoto de Krsna; érestha sãdhana—o melhor meio de alcançar. sannydsa), os quais são considerados essenciais para a consecução da meta máxi-
ma. Dessa maneira, os Tattvavãdis inferem que o cumprimento dos princípios
TRADUÇÃO—O ãcãrya replicou: "Dedicar a Kr$na as atividades das quatro de varria e ãérama para a satisfação de Krsna é a melhor maneira de alcançar a
e dos quatro ãsramas constitui-se no melhor meio pelo qual pode-se alcan meta mais elevada. Assim, os Tattvavãdis estabelecem seus princípios em termos
a meta mais elevada da vida." da sociedade humana. No entanto, Sri Caitanya Mahãprabhu fugiu a isso ao di-
zer que o melhor processo é ouvir e cantar sobre o Senhor Visou. De acordo com
os Tattvavãdis, a meta máxima é voltar ao lar, voltar ao Supremo, mas, na opi-
VERSO 257
nião de Sri Caitanya Mahãprabhu, a meta máxima é alcançar amor a Deus, quer
10 mundo material, quer no mundo espiritual. No mundo material, pratica-se
segundo o preceito dos éãstras, e, no mundo espiritual, a verdadeira conquista
'Tíu-cafè' *m-<«»t " f t « - f a « * W n * M 1 1 A
I se encontra presente.
'pahca-vidha mukti' pãhã vaikunfhe gamana
'sãdhya-éreftha' haya,—ei éâstra-nirüpana
pahca-vidha mukti—cinco espécies de liberação; pãhã—obtendo; vaikunthe—no mundj VERSOS 259—260
espiritual; gamana—transferência; sãdhya-érestha haya—é a conquista máxima da.mtfj
da vida; «—este; éãstra-niríipana—o veredito de todas as escrituras reveladas. f\4m ftr*t: - n u * | f a > N R ) [ 1
Ifclt W31 imjumftuiMsi II * « » I
Sn Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 261 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados
120
VERSO 261
ife «itntffai fWi «fvcewwn i
devocional, significa satisfazer a Krsna. Em toda escritura revelada — quer se en- VERSO 265
fatize jhãna-kãnda ou karma-kãnda — sempre se glorifica o princípio de renúncia.
O fruto maduro do conhecimento védico, o érimad-Bhãgavatam, é a evidência vé-
dica suprema. O érimad-Bhãgavatam (1.5.12) afirma: ^ t i T f r f i r c i r e n cqf^ftinfà ti 15: o i
sarva-dharmãn parityajya
naiskarmyam apy acyuta-bhãva-varjitam
mãm ekam saranam vraja
na sobhate jhdnam alam nirahjanam
aham tvãm sarva-pâpebhyo
kutah punah éaévad abhadram lévare
moksayisyãmi mã éucah
na cárpitam karma yad apy akãranam sarva-dharmãn—todas as espécies de deveres ocupacionais; parityajya—
abandonando; mãm ekam—apenas a Mim; saranam—como refúgio; vraja—vai;
"Conhecimento sobre a auto-realização, mesmo que desprovido de toda afinida- aham—Eu; tvãm—a ti; sarva-pdpebhyah—de todas as reações da vida pecaminosa;
de material, não soa bem caso careça de uma concepção do Infalível [Deus], De moksayisyãmi— darei liberação; mã—não; éucah—te preocupes.
que adiantam, então, as atividades fruitivas, que são naturalmente dolorosas desde
o próprio começo e de natureza transitória, caso não se as utilizem no serviço
devocional ao S e n h o r ? " Isto quer dizer que mesmo o conhecimento, que é su- TRADUÇÃO—" 'Abandona todas as variedades de religião e simplesmente rende-
perior à atividade fruitiva, não é exitoso se desprovido de serviço devocional. Em te a Mim. Hei de libertar-te de todas as reações pecaminosas. Não temas.' "
todas as escrituras — em qualquer passagem das mesmas — condena-se karma-
kãnda e jhãna-kãnda. O érimad-Bhãgavatam diz: dharmah projjhita-kaitavo 'tra. VERSO 266
Explica-se isto nos seguintes versos, tirados do érimad-Bhãgavatam (11.11.32)
e do Bhagavad-gitã (18.66). S T * A **!lfl f í f a 1 flflWS qmvsi I
w i i - 3 T r t « i ai 3 * 1 i r n msps«*.«» 1
VERSO 264
tãvat karmáni kurvita
Ttwihw « i t i cTTmmfwíiifn T * t ^ l na nirvidyeta yavatã
mat-kathã-éravanãdau vã
•rfti. h t * t v i * r w « n . i 5 i n : b 1 éraddhã yãvan na jãyate
ãjhãyaivam gunãn dosãn tãvat—até tal momento; karmãni— atividades fruitivas; kurvita—deve-se execu-
mayãdisfãn api svakãn tar; na nirvidyeta—não esteja saciado; yãvatã— enquanto; mat-kathã—de conversas
sobre Mim; éravana-ãdau—quanto a éravanam, kírtanam e assim por diante; vã—
dharmãn santyajya yah sarvãn
ou; éraddhã— fé; yãvat—enquanto; na—não; jãyate—esteja desperta.
mãm bhajet sa ca sattamah
ájhãya—conhecendo perfeitamente; evam—assim; gunãn—qualidades; dosãn—
deficiências; mayã—por Mim; ádistãn—instruídos; api—embora; svakãn—próprios; TRADUÇÃO—" 'Se alguém ainda anseia por atividades fruitivas e ainda não des-
dharmãn—deveres ocupacionais; santyajya—abandonando; yah— quem quer que; pertou seu gosto pelo serviço devocional, através de sravanam kírtanam visnoh,
em u e
sarvãn—todos; mãm—a Mim; bhajet—preste serviço; sah—ele; ca—e; sat-tamah— 1 s e submeter aos princípios regulativos dos preceitos védicos.' "
homem de primeira classe.
^CNIFICADO—Esta citação é do érimad-Bhãgavatam (11.20.9).
Pãrvati que um devoto do Senhor Nãrãyana nunca tem medo de aceitar nenhu- Mahãprabhu; vaisnavatã— devoção pelo Vaisnavismo; dekhi—vendo; ha-ilã— ficou;
ma posição, contanto que lhe seja possível servir à Suprema Personalidade de wmito-admirado.
Deus. Este é o significado de nãrãyana-parãh sarve na kutaécana bibhyati.
TRADUÇÃO—Após ouvir Sri Caitanya Mahãprabhu, o ãcãrya da sampradãya Tat-
VERSO 271 tvavãda ficou muito envergonhado. Ao observar a rígida fé de Sri Caitanya
Mahãprabhu no Vaisnavismo, ele ficou admirado.
w f f * t w t F r ê r a ^firatra fãi% i
sannyãsi dekhiyã more karaha vahcana
nã kahilã tehi sãdhya-sãdhana-laksana rate itçfàra ira i w i i - m u ü
sannyãsi—uma pessoa na ordem de vida renunciada; dekhiyã— vendo; more—m
Mim; karaha—fazes; vahcana—ambigüidade; nã kahilã— não descreveste; rení—í| tathãpi madhvãcãrya ye kariyãche nirbandha
portanto; sãdhya—objetivo; sãdhana—processo de conquista, lakvina—sintoma»/ sei ãcariye sabe sampradãya-sambandha
thãpi—ainda assim; madhva-ãcãrya—Madhvãcãrya; ye—tudo o que; kariyãche—
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu continuou a falar ao ãcãrya Tattvavãdí: . "lou; nirbandha—regras e regulações; sei—isso; ãcariye— praticamos; sabe—
"Vendo que sou um mendicante na ordem de vida renunciada, fizeste para Min 1 °; sampradãya—grupo; sambandha—relação.
um papel ambíguo. De fato, não descreveste nem o processo nem o objetivo
D u
último." l ^ C Ã o — " A i n d a assim, tudo o que Madhvãcãrya estabeleceu como fórmu-
' nosso grupo, seguimos como r e g u l a m e n t o . "
130 Sn Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 279 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 131
VERSO 276 A gampradãya Mãyãvãda não aceita a forma transcendental do Senhor. Caso esta
tirude impessoal também desencaminhe uma sampradãya Vaisnava, esta
Sampradãya perde completamente sua posição. É um fato que existem muitos
ra>Tira i w i c i rafl rafc fés 11 n udo-Vaisnavas j t última é fundir-se na existência do Senhor. A filo-
c u a m e a
prabhu kahe,—karmi, jhãni,—dui bhakti-hina sofia Vaisnava dos sahajiyãs consiste em tornar-se uno com o Supremo. Sri
tomüra sampradãye dekhi sei dui cihna Caitanya Mahãprabhu assinala que Sri Mãdhavendra Puri só aceitou Madhvãcãrya
prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu disse; karmi— trabalhador frui- porque a sampradãya deste aceitava a forma transcendental do Senhor.
tivo; jhãni— especulador mental; dui—ambos; bhakti-hina—não-devotos; tomara
tua; sampradãye—na comunidade; dekhi—vejo; sei—aqueles; dui—1" VERSO 278
cih na—sintomas.
« í ^ i s i t i i r a H<&«f ?sf?' 1
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Tanto o trabalhador fruitivo
quanto o filósofo especulador são tidos como não-devotos. Estes dois elemen-
V f f t a í « r a sfa «rflifl csfriçfà 11 11
tos encontram-se presentes em tua sampradãya." ei-mata tãnra ghare garva cürna kari'
phalgu-tirthe tabe cali ãilã gaurahari
VERSO 277 ei-mata—dessa maneira; tãnra ghare—em seu local; garva—orgulho; cürna—
despedaçado; kari'—fazendo; phalgu-tirthe—ao local sagrado chamado Phalgu-
ira, #* n rafi tfstit? i w r r a 1 rirtha; tabe—então; cali—caminhando; ãilã— veio; gaura-hari—Senhor Sri Caitanya
i<5jfiar»í w& «rira i*iç flMKS n « Mahãprabhu.
sabe, eka guna dekhi tomara sampradãye TRADUÇÃO—Assim, Sri Caitanya Mahãprabhu acabou com o orgulho dos
satya-vigraha kari' iévare karaha niécaye Tattvavãdis. Então, foi ao local sagrado conhecido como Phalgu-tirtha.
sabe—em tudo; eka—uma; guna—qualidade; dekhi—vejo; tomara—teu; sampra-
dãye—no grupo; satya-vigraha—a forma do Senhor como verdadeira; kari'— VERSO 279
aceitando; iévare—a S u p r e m a P e r s o n a l i d a d e de Deus; karaha—vós;
niécaye—determinais. fàra^rat fàimr? ^ f ? ' « m i i
TRADUÇÃO—"A única qualificação que consigo ver em tua sampradãya é que
* w i i t - f r c « f «rre-n *t#t? wm 11 v»s> 11
vós aceitais a forma do Senhor como verdadeira." tritp.küpe viéãlâra kari' daraéana
pahcãpsarã-tírthe ãilã éacira nandana
SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu quis fazer ver ao ãcãrya Tattvavãdl, tritaküpe—a Tritaküpa; viéãlâra—da Deidade chamada Visãlã; kari'—fazendo;
membro da Madhvãcãrya-sampradãya, que o comportamento geral deles não fa- daraéana—visita; pahca-apsarã-tirthe—a Pancãpsarã-tirtha; ãilã— veio; éacira
vorecia o serviço devocional puro, o qual deve ser destituído das máculas de ati- nandana-o filho de mãe Saci.
vidade fruitiva e conhecimento especulativo. A elevação a um padrão superior
de vida é a mácula das atividades fruitivas, ao passo que fundir-se na existência
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu, o filho de mãe Saci, foi a Tritaküpa, e,
da Verdade Absoluta é a mácula do conhecimento especulativo. A sampradãya
após ver a Deidade de Viáàlã, foi ao lugar sagrado conhecido como Pancãpsarã-
Tattvavãda da escola de Madhvãcãrya aferra-se ao princípio de vamãérama-dharma, tirtha.
o qual envolve atividade fruitiva. Sua meta última (mukti) nada mais é do que
uma forma de desejo. O devoto puro deve livrar-se de todas as classes de desejo. s
Ele só faz ocupar-se a serviço do Senhor. Não obstante, Caitanya Mahãprabhu 'GNincADo—As Apsarãs, habitantes dos planetas celestiais, geralmente são conhe-
0 0 1 1 , 0
estava contente de que a Madhvãcãrya-sampradãya, ou a sampradãya Tattvavãda, ^ dançarinas. As moças dos planetas celestiais possuem beleza requinta-
C a S SC e n c o n t r e na
aceitava a forma transcendental do Senhor. Esta é a grande qualificação destas as A' ° Terra uma mulher que seja muito bela, compara-se-a
sampradãyas Vaisnavas. Psarãs. Havia cinco Apsarãs chamadas Latã, Budbudã, Samici, Saurabheyí
132 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 V e r s o 282 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 133
e Varria. Conta-se que estas cinco lindas dançarinas foram enviadas por Indra VERSO 281
para quebrar as rigorosas austeridades de um santo chamado Acyuta Rsi. Esta
ação é típica de Indra, o rei do céu. Sempre que descobria alguém praticando c*t»rt*tra <n*wt rafV rara* ^ - « • s t r f t i
rigorosas austeridades, Indra começava a temer pelo seu posto Indra está sempre sim-irai rafa' raraa rats-msi n \\
ansioso devido à sua posição, temendo que, caso alguém se torne mais poderoso
do que ele, perderá sua posição elevada. Assim que via um santo praticando ri- kolãpure laksmi dekhi' dekhena kslra-bhagavatl
gorosas austeridades, ele enviava dançarinas para dissuadi-lo. Até o grande santo lãhga-ganeéa dekhi' dekhena cora-pãrvatl
Viávâmitra Muni caiu vítima de seu plano. kolãpure—em Kolãpura; laksmi—a deusa da fortuna; dekhi'—vendo; dekhena—
Q u a n d o as cinco Apsarãs foram quebrar a meditação de Acyuta Rsi o santo visitou; kslra-bhagavatl—o templo de Kslra-bhagavatí; lãhga-ganeéa—a deidade de
castigou e amaldiçoou a todas. Em decorrência, as mocas transformaram-se em Lãhga-ganesa; dekhi'—vendo; dekhena—Ele vê; cora-pãrvatl—a deusa Pãrvati, que
é conhecida como uma ladra.
crocodilos no lago que veio a ser conhecido como Pahcãpsarã. O Senhor
Rãmacandra também visitou este local. Pela narração de Sri Nãrada Muni
entende-se que, q u a n d o Arjuna foi visitar os lugares sagrados, ele ficou conhe- TRADUÇÃO—Então, ári Caitanya Mahãprabhu visitou a cidade de Kolãpura, onde
cendo a historia da condenação das cinco Apsarãs e libertou-as da condição a viu a deusa da fortuna no templo de Ksira-bhagavati e, noutro templo, conheci-
rninável em que se encontravam. Daquele dia em diante, o lago passou a chamar- do como Cora-pãrvati, viu Lânga-ganeáa.
se Pahcãpsarã, tornando-se um lugar de peregrinação.
SIGNIFICADO—Kolãpura é uma cidade na província de Mahárãstra, outrora co-
VERSO 280 nhecida como Bombaim Pradesh. Anteriormente, era um Estado. Limita-se ao
norte pelo distrito de Sãritãrã, a leste e a sul pelo distrito de Belagáma, e a oeste
c-stm^faa rafa' mtim\ ranafà i pelo distrito de Ratnagiri. Neste lugar, há um rio chamado Urna. Da Bombay Ga-
zette, depreende-se que ali havia cerca de duzentos e cinqüenta templos, seis dos
v f a * - f t r a f "erèíTi «tfifaratuft 11 * w n quais são muito famosos. Eles são: (1) Ambãbâi, ou Mahãlaksmi Mandira; (2)
Vithobã Mandira; (3) Temblãi Mandira; (4) Mahâkãli Mandira; (5) Phirãhga-i, ou
gokarne eiva dekhi' ãilã dvaipâyani
Pratyarigirã Mandira; e (6) Yyãllãmmã Mandira.
sürpãraka-tlrthe ãilã nyãsi-éiromani
gokarne— no local chamado GokaiTta; eiva—o templo do Senhor Siva; dekhi
VERSO 282
vendo; ãilã— veio; dvaipâyani—a Dvaipâyani; sürpãraka-tlrthe—ao local sagrado
mado su-p.ir.it .• ãilã— veio; nyãsi-éiromani—o melhor dos sannyãsís, Sri Caitafl s«n rara- »ir<ia»tra mfatí c i t a s » i
Mahãprabhu.
f ^ W í f * rafa' •rfori m\m i i
tathá haite pãndarapure ãilã gauracandra
TRADUÇÃO—Após visitar Pahcãpsarã, Sri Caitanya Mahãprabhu foi para Gokar:
viththala-thãkura dekhi' pãilã ãnanda
na. Enquanto esteve ali, visitou o templo do Senhor Siva, e, em seguida, *• tathâ haite—dali; pándara-pure—a Pãndarapura; ãilã—veio; gaura-candra—Senhor
para Dvaipâyani. Sri Caitanya Mahãprabhu, a jóia principal de todos Sri Caitanya Mahãprabhu; viththala-thãkura—a Deidade conhecida como Vithfhala;
sannyãsís, dirigiu-Se então a Sürpáraka-tirtha. dekhi —vendo; pãilã—sentiu; ãnanda—grande alegria.
S I G N I F I C A D O — G o k a r n a fica em Kãnãdã do norte, na província de Mahãr. T R A D U Ç Ã O — D a l i , Sri Caitanya Mahãprabhu foi a Pãndarapura, onde, cheio de
Está a cerca de trinta e cinco quilômetros a sudeste de Káraoyãra. Este lugaí "«gria, i s i t o templo de Viththala Thãkura.
v o u
tencente a Tukãrãma ainda é muito popular em Bombaim, na província mãdhava-purtra éisya 'ért-rahga-purl' nãma
Mahãrásfra. Tukãrãma era discípulo de Sri Caitanya Mahãprabhu, e tem um _ sei grame vipra-grhe karena viérãma
conhecido como Abhahga. Seu grupo de sahkirtana assemelha-se exatamente mãdhava-purira éisya—um discípulo de Mãdhavendra Puri; érl-rahga-purl— Sri
grupos de sahklrtana Gaudlya-Vaisnavas, pois canta o santo nome do Senhor com fi p nãma—chamado; sei grame—naquela aldeia; vipra-grhe—na casa de um
u r l ;
com grande respeito e amor. Após terminar Seu almoço, o Senhor recebeu uma °' t r e m
° r e transpiração — eram visíveis.
notícia auspiciosa.
VERSO 288
VERSO 285
rafiii far««« rai Saw-^tft? i« i
ir«ti-*tfti Ni 'Sinf-*fft' iti i
® 1 ( » ' <jf»f 4 f l 1 1 1 5 1 II \V\t II
crè airci i-cii fasati II II
ári Caitanya-caritãmrta Madhya-hla, 9 Verso 291 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 137
136
dekhiyã vismita haila érl-rahga-purira mana título de gosvãmi. Todos os Gosvãmis de Vrndãvana eram mestres espirituais
'uthaha érípãda' bali' balilã vacana fidedignos, situados na plataforma máxima de serviço devocional, motivo pelo
dekhiyã—ao ver; vismita—espantada; haila—ficou; irí-mhga-iiunra—dc Sn Rahgj a] eram chamados de gosvãmis. Foram os seis Gosvãmis quem iniciaram todos
Puri; mana—a mente; uthaha—levanta-Te; sri-pâda—Vossa Santidade; bali'-. os templos de Vrndãvana. Mais tarde, alguns chefes de família, discípulos dos
dizendo; balilã vacana—começou a falar. Gosvãmis, foram encarregados da adoração nos templos, e desde então o título
hereditário de gosvãmi tem sido usado. Entretanto, só se pode chamar de gosvãmi
à uele que é um mestre espiritual fidedigno, expandindo o culto de Sri Caitanya
TRADUÇÃO—Ao ver á r i Caitanya Mahãprabhu absorto em tal êxtase, Sri Rartg*
Mahãprabhu, o movimento para a consciência de Krsna, e que tem pleno controle
Puri disse: "Vossa Santidade, por favor, levanta-Te!" dos sentidos. Infelizmente, o processo hereditário continua; portanto, no momento
atual na maioria dos casos se abusa do título devido à ignorância da etimologia
VERSO 289 da palavra.
VERSO 298 wtfiCADO—O irmão mais velho de Sri Caitanya Mahãprabhu chamava-Se Visva-
S
- Ele deixou o lar antes de Sri Caitanya Mahãprabhu e aceitou a ordem de
íuíci ft<£t1 «*1-ii mfç fàs^ca i ^nvãsa sob o nome de Sahkarãranya Svãmí. Viajou por todo o país e, enfim,
*Ü3ii cs? i r a i iwtfi-cersrci 11 II foi a Pãndarapura, onde abandonou o corpo após ter alcançado a perfeição. Em
utras palavras, Ele ingressou no mundo espiritual após abandonar Seu corpo
randhane nipunã tãh-satna nãhi tribhuvane mortal em Pãndarapura.
putra-sama sneha karena sannyãsi-bhojane
randhane—em cozinhar; nipunã— muito hábil; (íii-saww-como ela; nãhi—não há VERSO 301
ninguém; tri-bhuvane—nos três mundos; putra-sama—como para com seus próprios
filhos; sneha karena—ela era afetuosa; sannyãsi-bhojane—em alimentar os sannyãsís, aiçi^ci, - ^ f a f c i citi a rsi 1
wlsríl f i a t - ^ f í a 9 c i C 1 T 1 f*t<si n *>°) n
TRADUÇÃO—Ele também lembrou-se de como a esposa de Sri Jagannãtha Miára,
Saci mata, era hábil em cozinhar. Recordou-se de que ela era muito afetuosa para prabhu kahe,—pürvãérame tenha mora bhrãtã
com os sannyãsís e alimentava-os como a seus próprios filhos. jagannãtha miéra—pürvãérame mora pitã
prabhu kahe—o Senhor replicou; pürva-ãérame—em Meu ãérama anterior; tenha—
VERSO 299 Ele; mora bhrãtã—Meu irmão; jagannãtha misra—Jagannãtha Misra; pürva-ãérame—
em Meu ãérama anterior; mora pitã—Meu pai.
dina—dias; cãri—quatro; tathã—ali; prabhuke—o Senhor Caitanya Mahãprahu- livro de Bilvamahgala. Um comentário foi escrito por Krsnadãsa Kavirãja
rãkhila—manteve; brãhmana—o brãhmana; bhimã-nadi—no rio Bhímã; snãna kari'~À Gosvãmi e o outro, por Caitanya dãsa Gosvãmi.
banhando-Se; karena—faz; vithfhala daréana—visita o templo de Vithfhala.
VERSO 306
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s que ári Rahga Puri partiu para Dvãrakã, Sri Caitanya Mahã-
prabhu permaneceu com o brãhmana em Pãndarapura por mais quatro dias. Ele *wftf5 «fã' «fçs «iisinf lm 1
banhava-Se no rio Bhimã e visitava o templo de Vifhthala. crito&i
• r f a i f i5f%nl n n
TRADUÇÃO—A seguir, Sri Caitanya Mahãprabhu dirigiu-Se à margem do rio Krsna- '*«frç«'-i»i w Mifk fàfijíi 1
venvã, onde visitou muitos lugares sagrados e os templos de diversos deuses. TfÇl "teUS ^UP « « ' S f f W Í W II vs«1 n
SIGNIFICADO—Este rio é outro braço do rio Krsnã. Dizem que Thãkura BUvamafM 'karnãmrta'-sama vastu nãhi tribhuvane
gala residiu às margens deste rio. Este rio é também chamado Vinã, Veni, Sina yâhá haite haya krsne éuddha-prema-jháne
e Bhimã. karnámrta—Krsna-karriamrta; sama—como; iwsfií nãhi— não há nada; tribhuvane— nos
três mundos; yâhá haite—do qual; haya—há; krsne—ao Senhor Krena; éuddha-prema-
VERSO 305 rhãne—conhecimento do serviço devocional puro.
arfiw-JiTfw i
fcajqm 145»! *fC5 iNüsDfS' 1 1 I I TRADUÇÃO—Nos três mundos, não há nada que se compare ao Krsna-karnãmrta.
Vuem estuda este livro eleva-se ao conhecimento do serviço devocional puro a Krsna.
brãhmana-samãja saba—vaisnava-carita
vaisnava sakala pade 'krsna-karnámrta'
bráhmana-samãja—a comunidade de brãhmanas; saba—todos; vaisnava<arita—devoi VERSO 308
tos puros; vaisnava sakala—todos os Vaisnavas; pade—estudam; krsna-karnãmrta-i*
Krsna-karnámrta de Bilvamahgala Thãkura. <raVq^i*$-?iMfarr* «rafa i
TRADUÇÃO—A comunidade brãhmana de lá compunha-se de devotos puros, qu* ete vtci, ra '4s«frç«' *lc? fi^rafíi 1111 «»v n
regularmente estudavam o livro intitulado Krsna-karnàmrta, composto por Bilva- saundarya-mMhurya-krsna-lilãra avaàhi
mahgala Thãkura. sei jãne, ye 'karnãmrta' pade niravadhi
sauidarya—beleza; mãdhurya—doçura; krsna-lilãra—dos passatempos do Senhor
SIGNIFICADO—Este livro de Bilvamahgala Thãkura contém 112 versos Existe* J^sna; "vadhi—limite; sei jãne—conhece; ye—aquele que; karnãmrta—o livro Krsna-karnã-
dois ou três livros com este mesmo nome, e existem, também, dois comentário» • Pade—estuda; niravadhi—constantemente.
144 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 312 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 145
TRADUÇÃO—Aquele que sempre lê o Krsna-karnãmrta pode compreender plj. "Aros adquirir jóias, Sahadeva foi para a cidade de Mãhismati, onde lutou contra
namente a beleza e a doçura dos passatempos do Senhor Krsna. J r r i chamado Nila."
TRADUÇÃO—Em seguida, Sri Caitanya Mahãprabhu chegou as margens do ri» VERSO 312
Tàpi. Após banhar-Se ali, foi a Màhismati-pura, onde visitou muitos lugares
sagrados, às margens do rio Narmadã.
«1R5 «ife 11, «ife S w s i II « i * II
SIGNIFICADO—O rio Tàpi é conhecido hoje em dia como Tãpti. A nascente oVj
fica numa montanha chamada Multai, e o rio flui pelo estado de Saurásrra. desaj 'saptatãla-vrksa' dekhe kãnana-bhitara
guando no Mar Arábico ocidental. No Mahábhârata, menciona-se Mahismati-p"** ati vrddha, ati sthüla, ati uccatara
em relação à vitória de Sahadeva. Sahadeva, o irmão caçula dos Pãndavas, C 'Wa-tata-vrksa—svie palmeiras; dekhe—vê; kãnana bhitara—dentro da floresta; ati
quistou esta parte do país. Como se afirma no Mahãbhãrata: —muito antigas; ati sthüla—de tronco largo; afi uccatara—muito altas.
SIGNIFICADO— Na décima primeira e na décima segunda seções do capítulo A D U Ç Ã O — " A p e n a s o Senhor Rãmacandra tem o poder de mandar sete pal-
Kiskindhyã-kãnda do Rãmãyana menciona-se o nome Saptatãla. heiras de volta aos planetas espirituais Vaikuntha."
VERSO 313 VERSO 316
saptatãla dekhi' prabhu ãlihgana kaila prabhu ãsi' kaila pampã-sarovare snãna
saéarire saptatãla vaikunfhe calila pahcavati ãsi, tãhãn karilã inérâma
sapta-tãla dekhi'—após ver as sete palmeiras; prabhu—o Senhor Caitanya Mahã- mabhu—ári Caitanya Mahãprabhu; tfsi'—vindo; kaila—fez; pampã-sarovare—no
prabhu; ãlihgana kaila—abraçou; sa-éarfre—com seus corpos; sapta-tãla—as sete pal- lago conhecido como Pampa; snãna—banhando-Se; pahcavati ãsi—vindo então a
meiras; vaikunthe calila—voltaram a Vaikurrjhaloka. Pancavatí; tãhãn—ali; karilã—guardou; viérãma—repouso.
•hrw rafa' cite** tow i S I G N I F I C A D O — S e g u n d o alguns, o antigo nome do rio Tuhgabhadrã era Pambá.
5
cite * ^cç, 4 lajrôl - i f i - i i s t * n 1 Segundo outros, Vijaya-nagara, a capital do estado, era conhecida como Pampã-
tirtha. E, ainda, segundo outros, há um lago próximo a Anãgundi na direção de
éünya-sthala dekhi' lokera haila camatkãra Hyderabad. O rio Tuhgabhadrã também passa por ali. Há muitas opiniões dife-
loke kahe, e sannyãsi—rãma-avatãra rentes sobre o lago chamado Pampã-sarovara.
sünya-sthala—o local vazio; dekhi'—vendo; lokera—das pessoas em geral; haila—
houve; camatkãra—admiração; loke kahe—todas as pessoas começaram a dizer; e sam VERSO 317
nyãst— este sannyãsi; rãma-avatãra—encarnação do Senhor Rãmacandra.
itíici* a n ? c*pV cW anfifà i
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s que as sete palmeiras partiram para os Yaikunthas, todos **rtirá «rfotl u t l vfwH c r w i f t 11 11
admiraram-se ao dar pela falta delas. Então, todos começaram a dizer: "Este san-
nyãsi chamado ári Caitanya Mahãprabhu deve ser uma encarnação do Senhor nãsike tryambaka dekhi' gelã brahmagin
Rãmacandra." kuéãvarte ãilã yãhãn janmilâ godãvari
nãsike—no local sagrado Nãsika; tryambaka—uma deidade do Senhor Siva; dekhi'—
VERSO 315 após ver; gelã—foi; brahmagiri— ao local conhecido como Brahmagin; kuéãvarte ãilã—
então, chegou ao lugar sagrado conhecido como Kuáãvarta; yãhãn—onde; janmilã—
i*tftaf « t i c o i S f e r ç t a n i "asceu; godãvari-o rio Godãvari.
<i?CÇ 1% ^ t l ST9, iflf « t i II « i 4 11
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu visitou Nãsika, onde viu a dei-
sasaríre tala gela érí-vaikuntha-dhãma Me de Tryambaka. Daí, foi a Brahma-giri e então a Kuáãvarta, a nascente do
0
VERSO 318 ADiiçÃO— Quando Rãmãnanda Rãya caiu prostrado, tocando os pés de lótus
^ caitanya Mahãprabhu, imediatamente o Senhor levantou-o e abraçou-o.
il ClWWft «ròn *fV <§W 1 1 3 1 1
*Jiif»t «rfcil «ç^ fawtin 11 «iv- 1 VERSO 321
sfc *ci cmicici ira* 1
supra godãvari ãilã kari' tirtha bahutara
punarapi ãilã prabhu vidyãnagara
caiinraf fifii csi « > r » n 1111 11
sapta godãvari— ao lugar conhecido como Sapta-godãvarl; ãila veio; kari' ífr/ftg dui jane premãveée karena krandana
premãnande éithila haila duhhãkára mana
bahutara—visitando diversos lugares sagrados; punarapi—de novo; lii/d—volt-
dui jane— ambos; prema-ãveée—em amor extático; karena—fazem; krandana—choro;
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; vidyã-nagara—ao lugar onde Se encontrou prema-ãnande—em amor extático; éithila haila—ficaram desanuviadas; duhhãkára—de
Rãmãnanda Rãya. ambos; mana—mentes.
TRADUÇÃO—Após visitar muitos outros lugares sagrados, o Senhor foi a Sapta.
T R A D U Ç Ã O — A b s o r t o s em amor extático, ambos começaram a chorar, e, assim,
godãvari. Por fim, voltou a Vidyãnagara. suas mentes desanuviaram-se.
SIGNIFICADO—Dessa maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu viajou desde a nascen-
VERSO 322
te do rio Godãvari, e, então, visitou a região norte do estado de Hyderabad. Fi-
nalmente, chegou ao estado de Kalihga.
itn fcètnSi ^ra OWI ifiii 11 i
VERSO 319
kata-ksane dui janã susthira hanã
a t u i » * a l i « f i ' <2íçi «ifitii 1 naná ista-gosthi kare ekatra vasiyã
kata-ksane—após algum tempo; dui—duas; janã— pessoas; su-sthira hanã—voltando
i t i c n « u f i i l foi < 3 f 1 Ç ftflHI 11 • » D a si; nãnã— diversos; ista-gosthi— tópicos; kare— fazem; ekatra—juntos; vasiyã— sen-
tados.
rãmãnanda rãya éuni' prabhura ãgamana
ãnande ãsiyã kaila prabhu-saha milana TRADUÇÃO—Após algum tempo, ambos voltaram a si e sentaram-se juntos para
rãmãnanda rãya—Rãmãnanda Rãya; éuni'—ouvindo; prabhura—do Senhor Cait discutir diversos assuntos.
Mahãprabhu; ãgamana—regresso; ãnande—com grande alegria; ãsiyã— vindo; kaila—
fez; prabhu-saha—com o Senhor Caitanya Mahãprabhu; milana—encontro. - VERSO 323
« t t f l W l f o * 1 * H ^* *
1C
ie^'i aprabhu; sakala kahilã— descreveu tudo; karnãmrta—o livro chamado Krsna-
"™*"*»»rta; brahma-samhitã—o livro chamado Brahma-samhitã; dui—duas; puhthi—es-
dandavat hanã pade carane dhariyá ^hiras; di/í-entregou.
ãlihgana kaila prabhu tãnre uthãhã
dandavat hanã—como u m a vara; pode—caiu; carane—os pés de lótus; dhatVj ^ * n u ç Ã o - - S n Caitanya Mahãprabhu fez para Rãmãnanda Rãya uma vivida
agarrando; ãlihgana—abraço; kaila—fez; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tá" c
' o de Suas viagens aos lugares sagrados e contou-lhe como adquirira os
ele; uthãhã— levantando.
150 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-ülà, 329 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 151
dois livros chamados Krsna-karnãmrta e Brahma-sarhhitá. Então, Ele entrego^ TRADUÇÃO—A notícia da chegada de Sri Caitanya Mahãprabhu espalhou-se pela
aqueles livros a Rãmãnanda Rãya. aldeia de Vidyãnagara, e todos vieram vê-IO uma vez mais.
TRADUÇÃO—O Senhor disse: "Estes dois livros confirmam plenamente tudo o TRADUÇÃO—Após ver o povo reunido ali, Sri Rãmãnanda Rãya voltou à sua
que Me disseste sobre serviço devocional." própria casa. Ao meio-dia Sri Caitanya Mahãprabhu levantou-Se para almoçar.
RTTà*rci ? i ? b*m « f l i t a i
« í Ç ^ w « i f t t f i t a i r f n t*if»wl n II ww^n^ra c^i wWH II n
rãyera ãnanda haila pustaka pãiyã rãtri-kãle rãya punah kaila ãgamana
prabhu-saha ãsvãdila, rãkhila likhiyã dui jane krsna-kathãya kaila jdgarana
rãyera—de Rãya Rãmãnanda; ãnanda—felicidade; haila houve; pustaka p&_ rãtri-kãle—à noite; rãya—Rãmãnanda Rãya; punah—de novo; kaila—fez; ãgamana—
obtendo aqueles dois livros; prabhu-saha—com o Senhor; ãsvãdila—saboreou; rãkhila— vindo; dui jane—os dois; krsna-kathãya—em conversas sobre tópicos de Krsna; kaila—
manteve-se; likhiyã—escrevendo. fizeram; jdgarana— passando a noite.
TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya ficou muito feliz em receber estes livros. Ele, junta- TRADUÇÃO—Regressando à noite, Sri Rãmãnanda Rãya juntou-se ao Senhor para
mente com o Senhor, deliciou-se com o seu conteúdo e fez uma cópia de cada u» ambos discutirem tópicos a respeito de Krsna. Eles passaram a noite assim.
T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya e Sri Caitanya Mahãprabhu conversaram sobr» nuCÃO—Então, ári Caitanya Mahãprabhu disse: "Foi somente com este pro-
Krsna dia e noite, e, assim, passaram de cinco a sete dias em grande felicidade pósito que retomei. Quero levar-te comigo para Jagannãtha P u r i . "
rãmãnanda kahe,—prabhu, tomara ãjnã pãhã rãya kahe, —prabhu, ãge cala nilãcale
rãjãke likhduh ãmi vinaya kariyã mora sahge hãti-ghodã, sainya-kolãhale
rãmãnanda kahe—Rãmãnanda Rãya disse; prabhu—meu querido Senhor; torntM ntya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; prabhu—Senhor; ãge cala—vai à frente;
âjhã—Tua permissão; pãhã—obtendo; rãjãke likhiluh—escrevi uma carta ao rei; ãmi— nüacale—a Jagannãtha Puri; mora sahge—comigo; hãti-ghodã—elefantes e cavalos;
grinyg—soldados; koláhale—brado tumultuoso.
eu; vinaya kariyã— humildemente.
T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya disse: "Meu querido Senhor, com Tua permissão, TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya disse: " M e u querido Senhor, é melhor prosse-
já escrevi humildemente uma carta ao r e i . " guires sozinho a Jagannãtha Puri, pois comigo haverá muitos cavalos, elefantes
e soldados, todos bradando tumultuosamente."
VERSO 331
VERSO 334
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rãjã more ãjnã dila nilãcale yãite
calibãra udyoga ãmi lãgiyãchi karite dina-daée ihã-sabãra kari' samãdhãna
rãjã—o rei; more—a mim; ãjnã dila—deu ordem; nilãcale yãite- de ir a lagannâtha tomara pãche pãche ãmi kariba prayãna
Puri; calibãra—para ir; udyoga— providências; ãmi—eu; lãgiyãchi—comecei; tarite-fl dina-daée—dentro de dez dias; ihã-sabãra—de tudo isso; kari' samãdhãna—tomando
providências; tomara—a Ti; pãche piche— seguindo; ãmi—eu; kariba—farei; prayãna—
tomar. indo.
TRADUÇÃO—"O rei já me deu ordem de voltar a Jagannãtha Puri, e estou Hft T R A D U Ç Ã O — " D e n t r o de dez dias, já terei tomado todas as providências. Logo
hei ao Teu encontro em Nilãcala."
mando medidas quanto a isto."
prabhu kahe, —ethã mora e-nimitte ãgamana /aoe mahãprabhu tãnre ãsite ãjnã diyã
toma lanã nilãcale kariba gamana j. nilãcale calilã prabhu ãnandita hanã
e n t a o ;
prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu disse, etha aqui; mora—Muwi ãmd . ~ "'"hãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãnre—a ele; ds/rc—que fosse;
V á o r a e n , , n
8
e-nimitte—por esta razão; ãgamana—voltando; tomã lanã— levando-te; nilãcale -a lag "" Sri ' - ~
r d o ; nilãcale—para Jagannãtha Puri; calilã— partiu; prabhu—Senhor
a n v a
nâtha Puri; kariba—farei; gamana—indo. ' Mahãprabhu; ãnandita hanã—com muito prazer.
154 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 Verso 341 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 155
T R A D U Ç Ã O — O r d e n a n d o que Rãmãnanda Rãya fosse para Nilãcala, Sri Caitanya. TRADUÇÃO—Ao chegar a Ãlãlanãtha, o Senhor enviou Seu assistente Krsnadãsa
Mahãprabhu partiu para Jagannãtha Puri com muito prazer. n a frente, mandando-o chamar Nityãnanda e outros associados pessoais.
T R A D U Ç Ã O — G o p i n á t h a Ãcãrya também se foi, muito alegre. Todos eles foram VERSO 345
se encontrar com o Senhor, e, enfim, depararam com Ele no caminho.
catifcici itfbáti ^flm cifrot i
VERSO 342 m-icw «rèii «rçi íhra-íur«roi n ^ n
TRADUÇÃO—O Senhor também encheu-Se de amor extático, e abraçou-os a todos. VERSO 346
Devido ao amor deles, eles começaram a chorar de prazer.
<r*im-wiii catitciw fo»j i
VERSO 343 vi-cii-*tji-*l«»cs ifr? «rfii n « 8 * n
i t l c w l i «Irerê «rwp* efann i jagannãtha-daraéana premãveée kaila
•qçan "fiei «rfi' cace? firèml n«8« H kampa-sveda-pulakãérute éarira bhãsila
jagannãtha-daraéana—visitando o Senhor Jagannãtha; prema-ãveée—em amor ex-
sãrvabhauma bhattãcãrya ãnande calilã tático; kaila—fez; kampa—tremor; sveda—transpiração; pulaka—júbilo; aérute—com
samudrera tire ãsi' prabhure mililã lágrimas; éarira—o corpo inteiro; bhãsila—foi inundado.
sãrvabhauma bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãnande—com prazer; calilã—
foi; samudrera tire—a beira-mar; ãsi'— vindo; prabhure mililã—encontrou-se com o T R A D U Ç Ã O — D e v i d o ao amor extático experimentado ao visitar o Senhor Jagan-
Senhor. nãtha, inundações de tremor, transpiração, lágrimas e júbilo arrebataram o corpo
de Sri Caitanya Mahãprabhu.
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya também foi ver o Senhor com muito
prazer, encontrando-se com Ele à beira-mar. VERSO 347
VERSO 344
iç 3?j%5 cwi csntfiè wM i
II*C«V»T n s t a ç ? if?»n Pir,«i i «trotiii «nfc»! iti ntn-snii i<ni u «si n
bahu nrtya-gita kaila premãvisla hanã
<u \ 3 roí tfcM foi *rtri»r,« II «88 II pãndá-pãla ãila sabe mãlã-prasáda lanã
sãrvabhauma mahâprabhura padilã carane bahu—muito; nrtya-gita—dança e canto; kaila—realizou; prema-ãvisfa—em amor
prabhu tãnre uthãhã kaila ãlihgane ^tático; hahã— estando; pãndã-pãla—os sacerdotes e ajudantes; a/Ta—vieram; sabe—
sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; mahâprabhura—do Senhor Sn C aitanya J°dos; mãlã-prasãda—uma guirlanda e restos do alimento de Jagannãtha;
Mahãprabhu; padilã—caiu; carane—aos pés; prabhu—Sri Caitanva Mahãprabhu; ""«-oferecendo.
tãnre—a ele; uthãhã— levantando; kaila ãlihgane—abraçou.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu dançava e cantava em amor extático.
T R A D U Ç Ã O — V e n d o Sãrvabhauma Bhattãcãrya cair a Seus pés de lótus, o e s
s a altura, todos os ajudantes e sacerdotes aproximaram-se para oferecer-Lhe
U m a
levantou-o e abraçou-o. Kuirlanda e os restos do alimento do Senhor Jagannãtha.
158 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 9 o 353 As viagens do Senhor Caitanya aos lugares sagrados 159
V e r 8
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu ficou apaziguado após receber a guirlan- T R A D U Ç Ã O — S ã r v a b h a u m a Bhattãcãrya trouxe diversas classes de restos de co-
da, bem como a prasãda do Senhor Jagannãtha. Todos os servos do Senhor Jagan- mida deixados pelo Senhor Jagannãtha. Trouxe todas as espécies de bolo e de
nãtha encontraram-se com ári Caitanya Mahãprabhu com muito prazer. preparações de leite condensado.
TRADUÇÃO—Em seguida, chegou Kãsí Miára e caiu aos pés de iótus do Senhor, TRADUÇÃO—Acompanhado de todos os Seus associados, Sri Caitanya Mahãprabhu
o qual abraçou-o respeitosamente. foi à casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, onde almoçou.
bhiksã karaha—após dar almoço; tãnre—a Ele; karãila—fez; éayana—deitar-Se para prabhu kahe,—eta tirtha kailuh paryatana
descansar; apane—pessoalmente; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; fajre— tomã-sama vaisnava na dekhiluh eka-jana
faz; pãda-samvãhana—massageando as pernas. nrabhu kahe—o Senhor disse; eta tirtha—a tantos lugares sagrados; kailuh paryatana—
viajei; tomã-sama—como tu; vaisnava—devoto; nã— não; dekhiluh—pude ver; eka-
TRADUÇÃO—Após oferecer alimento a Sri Caitanya Mahãprabhu, Sãrvabhauma ^ J u m homem.
Bhattãcãrya fê-lO descansar, e ele mesmo começou a massagear as pernas do
Senhor. TRADUÇÃO—O Senhor disse a Sãrvabhauma Bhattãcãrya: "Viajei por muitos lu-
gares sagrados, mas não pude encontrar em nenhuma parte um Vaisnava tão
VERSO 354 bom quanto tu."
TtfceWicw «rra r*wi«i i SIGNIFICADO—No Sri Caitanya-candrodaya (oitava parte), Sri Caitanya Mahãprabhu
<H«faTat-^«ri f f a ' fai wtif?«i II *><Ht u disse: "Sãrvabhauma, viajei por muitos lugares sagrados, mas foi-Me impossível
encontrar em alguma parte um Vaisnava que rivalizasse tuas qualidades. No en-
sãrvabhauma-sahge ãra lanã nija-gana tanto, devo admitir que Rãmãnanda Rãya é maravilhoso."
tirtha-yãtrã-kathã kahi' kaila jágarana Sãrvabhauma Bhattãcãrya replicou: "Portanto, meu Senhor, solicitei-Te que o
sãrvabhauma-sahge—com Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãra—e; lanã nija-gana—levando encontrasses."
Seus próprios associados; tirtha-yãtrã-kathã— tópicos sobre a peregrinação; kahi'—, Então, Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Naturalmente, existem muitos Vaisna-
contando; kaila—fez; jãgarana—passando a noite acordados. vas nestes lugares sagrados, e a maioria deles adora o Senhor Nãrãyana. Outros,
os Tattvavãdis, também são adoradores de Laksmi-Nãrâyana, mas não perten-
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu e Seus associados pessoais permaneceram cem ao culto Vaisnava puro. Existem muitos adoradores do Senhor Siva, como
com Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Eles ficaram acordados a noite inteira, ouvindo |ambem muitos ateus. De qualquer maneira, Meu querido Bhattãcãrya, gostei muito
a narrativa sobre a peregrinação do Senhor. e Rãmãnanda Rãya e de suas opiniões."
SIGNIFICADO— Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura acentua que, no septu». 9°*"? - jjgumas formas da Verdade Absoluta através da percepção direta
m
gésimo quarto verso deste capítulo, afirma-se que Sri Caitanya Mahãprabhu visitou
™í I f l 'sentidos. Q impersonalistas adoram tais formas imaginárias, mas nem
s
^érimad-Bhãgavatam nem Sri Caitanya Mahãprabhu aceitam que este gozo dos
o templo de Siyãli-bhairavi, mas, na realidade, Sri Caitanya Mahãprabhu visitou
° ntidos disfarçado de adoração tenha alguma importância espiritual." Os Mãyã-
o templo de Sri Bhü-varãha em Siyãli. Há um templo conhecido como Sri Mu$nam
vãdis imaginam a si mesmos .orno o Supremo. Imaginam que o Supremo não
perto de Siyãli e Cidambaram. Neste templo, há uma Deidade de Sri Bhü-varâht, tem forma pessoal e que todas as Suas formas são imaginárias como o fogo-fátuo
Na jurisdição de Cidambaram, há um distrito conhecido como Ãrkata do sul. A ou uma flor no céu. Tanto os Mãyãvãdis quanto aqueles que imaginam formas de
cidade de Siyãli localiza-se naquele distrito. Há um templo de Sri Bhü-varâhadevi Deus estão desencaminhados. Segundo eles, a adoração a Deidade ou a qualquer
perto dali, e não de Bhairavi-devi. Esta é a conclusão de Srila Bhaktisiddhánti forma do Senhor é decorrente da ilusão da alma condicionada. No entanto, Sri
Sarasvati Thãkura. Caitanya Mahãprabhu, apoiando-Se na força de Sua filosofia de aàntya-bhedãbheda-
tattva, confirma a conclusão do érimad-Bhãgavatam. Esta filosofia declara que o
VERSO 359 Senhor Supremo é simultaneamente igual à Sua criação e diferente da mesma.
«wg »f*i75 «ri vtfSi i Em outras palavras, há unidade na diversidade. Dessa maneira, Sri Caitanya Mahã-
prabhu desmascarou a limitação dos trabalhadores fruitivos, dos filósofos empíri-
cTfr,« wi IMPI i*f% iJraríiTf n «xisn cos e especuladores e dos yogís místicos. O processo de realização a que esses
homens recorrem não passa de perda de tempo e energia.
ananta caitanya-lilã kahite nã jãni
lobhe lajjã khãhã tara kari (ãnãtãni Sri Caitanya Mahãprabhu pessoalmente visitou templos em diversos locais sa-
ananta—ilimitados; caitanya-lilã— passatempos do Senhor Caitanya; kahite—falar, grados para estabelecer o exemplo. Sempre que os visitava, imediatamente ma-
nifestava Seu amor extático pela Suprema Personalidade de Deus. Q u a n d o um
nã jãni—não sei; lobhe—por cobiça; lajjã khãhã— tornando-me descarado; tara—deles
Vaisnava visita o templo de um semideus, sua visão deste semideus é diferente
kari—faço; tãnãfãni—alguma tentativa apenas.
da visão dos impersonalistas e Mãyãvãdis. O Brahma-samhitã confirma isto. A visita
a Í S 0 a V a a t e m do S e n
O^!í ° P'° h o r Siva é diferente daquela d e u m não-devoto.
TRADUÇÃO—Os passatempos do Senhor Caitanya são ilimitados. Ninguém po*
descrever Suas atividades apropriadamente, todavia, faço uma avara tentada nao-deyoto considera a deidade do Senhor Siva como uma forma imaginária,
POj^em ultima análise, toma a Suprema Verdade Absoluta como um vazio. No
Isto apenas demonstra a minha desfaçatez. a i s n a v a v
Senhor S° ^ ^ ° Senhor Siva como sendo simultaneamente igual ao
d UP em0 e d i í e r e n t e d E s t e
Embora a Verdade Absoluta, Deus, seja tudo, isto não significa que tudo í o m e do Senhor, Hari.
Deus. Por esta razão, Sri Caitanya Mahãprabhu e Seus seguidores visitaram*'*
S
templos de todos os semideuses, mas não os encaravam da mesma maneira ° VERSO 362
os encaram os impersonalistas. Todos devem seguir os passos de Sri Caitanya Maná!
prabhu e visitar todos os templos. Às vezes, sahajiyâs mundanos presumem
8
dft * ( r f f i w i t f t c * t i «rt i
as gopfs visitavam o templo de Kãtyãyani da mesma maneira que pessoas mundan"
visitam o templo de Devi. No entanto, as gopis oraram para que Kãtyãyani lhes
csrçw, i w v r w . ^ * » i * I I * H I I
concedesse Krsna como esposo. As pessoas mundanas visitam o templo de KâtvJ ei kali-kãle ãra nãhi kona dharma
yani para receber algum benefício material. Esta é a diferença entre a visita de vaisnava, vaisnava-éãstra, ei kahe marma
um Vaisnava e a de um não-devoto. kali-kãle—nesta era de Kali; ara—outro; nãhi kona—não há nenhum; dharma—
Por não compreenderem o processo da sucessão discipular, os pseudo-lógicos rincípio religioso; vaisnava—devoto; vaisnava-éãstra—literatura devocional; ei kahe
expõem a teoria do henoteísmo (pancopâsanã); isto é, acreditam que a adoração marma-este é o significado.
a um deus não nega a existência de outros deuses. Sri Caitanya Mahãprabhu ou
os Vaisnavas não aceitam tal especulação filosófica. Pode ser que os impersona- t r a d u ç ã o Nesta era de Kali, não existem princípios religiosos autênticos. Só
listas aceitem um sem-número de deidades, mas, os Vaisnavas aceitam unicamente existem os devotos Vaisnavas e as escrituras devocionais Vaisnavas. Esta é a es-
Krsna como o Supremo e rejeitam todos os demais. Por certo que a adoração à sência de tudo.
deidade pelos Mãyãvãdis é idolatria, e sua imaginária adoração ã deidade recente-
mente transformou-se em impersonalismo Mãyãvãda. Por falta de consciénda significado—Deve-se ter firme fé no processo de serviço devocional e nas escri-
de Krsna, as pessoas tornam-se vítimas da filosofia Mãyãvãda, em conseqüência turas que o apoiam. Se alguém ouve as atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu
do que às vezes tornam-se ateus inveterados. No entanto, Sri Caitanya Mahã- com fé, pode livrar-se de sua condição invejosa. O Srimad-Bhãgavatam destina-se
prabhu, através de Seu próprio comportamento pessoal, estabeleceu o processo a essas pessoas não invejosas (nirmatsarãnãm satãm). Nesta era, ninguém deve
da auto-realização. Como se afirma no Caitanya-caritãmrta (Madhya 8.274): invejar o movimento de Sri Caitanya Mahãprabhu, senão que deve cantar os santos
numes de Hari e Krsna, o mahã-mantra. Esta é a essência da religião eterna, conhe-
sthãvara-jahgama dekhe, nã dekhe tara mürti cida como sanãtana-dharma. O Vaisnava verdadeiro é um devoto puro e alma ple-
sarvatra haya nija ista-deva-sphürti namente realizada, e o éãstra Vaisnava refere-se ao éruti, ou aos Vedas, que são
"O mahã-bhãgavata, o devoto avançado, vê, sem dúvida, tanto as coisas móveis chamados éabda-pramãna, a evidência do som transcendental. Caso alguém siga
quanto as imóveis, mas não vê exatamente suas formas. Ao invés disso, em toda estritamente a literatura védica e cante o santo nome da Suprema Personalidade
le Deus, realmente situar-se-á na sucessão discipular transcendental. Aqueles
parte ele vê a forma do Senhor Supremo imediatamente manifesta. Ao ver a energia
que querem alcançar a meta última da vida devem seguir este princípio. O Srimad-
da Suprema Personalidade de Deus, o Vaisnava logo lembra-se da forma trans- NVgpMtam (11.19.17) diz:
cendental do Senhor."
VERSO 361
VERSO 363
acNinCADO-Como de costume o autor conclui o capítulo, recitando os nomes
de Sri Rüpa e Raghunãtha e colocando-se mais u m a v e z a seus pés de b t u s
«Uai fftw itfir,- -*ifi ifi? SVi i •
caitanya-candrera lilã—agãdha, gambhira Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanva-cariMmrt,
praveéa karite nãri,—sparéi rahi' tira
caitanya-candrera lua—os passatempos do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; agãdha-,
insondáveis; gambhira—profundos; praveéa karite—de mergulhar em; nãri—souin,
capaz; sparéi—toco; rahi' tira—de pé na praia.
VERSO 364
O regresso do S e n h o r a J a g a n n ã t h a P u r i
VERSO 1
1 W ciframís' w «ràrçfcs: i
fetfffttfCIll-IflVllA 4Mt II i II
169
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, i u
Verso 6 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 171
170
tath vande gaura-jaladam T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Sri Caitanya Mahãprabhu partiu para o sul da índia, o rei
svasya yo daréanãmrtaih prataparua" mandou que Sãrvabhauma Bhattãcãrya fosse até seu palácio.
vicchedãvagraha-mlãna-
bhakta-éasyâny ajívayat VERSO 4
tam—a Ele; vande—presto minhas respeitosas reverências; gaura—Sri Caitan
Mahãprabhu; jala-dam—nuvem de chuva; svasya—dEle próprio; yah—Aquele q- i f i c « « r m fw»i ^f%' m n c i i
darsana-amrtaih—pelo néctar da audiência; viccheda—devido à separação; avagmh j r ç t a ç * it$i « e i *tfçi tfteta n 8 n
escassez de chuva; mlãna—melancólicos, secos; bhakta—devotos; éasyãni—grãos"
alimenticios; ajívayat—salvos. vasite ãsana dila kari' namaskãre
mahâprabhura vãrtã tabe puchila tãhhãre
TRADUÇÃO—Presto minhas respeitosas reverências ao Senhor Sri Caitanya Mahã- vasite— para sentar-se; ãsana—assento; dila—ofereceu; kari'—fazendo; namaskãre—
prabhu, o qual é comparado a uma nuvem que despeja água sobre campos de reverências; mahâprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; vãrtã— notícias; tabe—
cereais. Sempre que há uma escassez de chuva, esses campos assemelham-se nessa altura; puchila—indagou; tãhhãre— dele.
ao sofrimento dos devotos. A separação de Sri Caitanya Mahãprabhu é como
a seca, mas, ao regressar, Sua presença é como uma chuva nectárea que cai sobre
toda a plantação, impedindo-a de morrer. TRADUÇÃO—Quando Sãrvabhauma Bhattãcãrya encontrou-se com o rei, este ofere-
ceu-lhe respeitosamente um assento e pediu notícias de Sri Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 2
VERSO 5
w i ws Sütasg m f s r e j t i H r i
« f i n s c « t i t i i c i <ais i * M i i
c*rV? Ç ^ C « «rfesrl, c«c*l isl-?*rtii n <t n
jaya jaya ért-caitanya jaya nityãnanda
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda éunilãha tomara ghare eka mahãsaya
jaya jaya—todas as glórias; érí-caitanya—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; gauda ha-ite ãilã, tenho mahã-krpãmaya
jaya—todas as glórias; nityãnanda—a Nityãnanda Prabhu; jaya—todas as glórias; áunilãha—ouvi falar; tomara—tua; ghare—na casa; eka—uma; mahãsaya—grande
advaita-canãra—a Advaita Ãcãrya; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-vrnda—a todos personalidade; gauda ha-ite—da Bengala; ãilã—veio; tenho— Ele; mahã-krpã-maya—
os devotos de Sri Caitanya Mahãprabhu. muito misericordioso.
TRADUÇÃO—Iodas as glórias ao Senhor Caitanya! Todas as glórias a Nityãnanda! TRADUÇÃO—O rei disse ao Bhattãcãrya: "Ouvi falar que uma grande persona-
Todas as glórias a Advaitacandra e a todos os devotos do Senhor Caitanya! lidade veio da Bengala e está hospedado em tua casa. Além disso, ouvi dizer
que Ele é muitíssimo misericordioso."
VERSO 3
VERSO 6
«Seriei i ç t a ^ ç f i n up>r.«l i
« r s i i s v s ItH « e i e d i t e i i r á ^ c i II -91 c«titci TO ?*fi c f t i . f c ç ?ptfw i
pürve yabe mahãprabhu calilã daksine
?*tl f f%' f i t e citei tfwti II * n
pratâparudra rãjã tabe bolãila sãn>abhaume tomãre bahu krpã kailã, kahe sarva-jana
pürve— anteriormente; yabe—quando; mahãprabhu—Sri Caitanya MahãprabM»? krpã kari' karaha more tãhhãra daréana
calilã— partiu; daksine— para Sua viagem pelo sul da índia; pratâparudra -Pratáparudflf re a
^ ~ bahu krpã— grande misericórdia; kailã— mostrou; kahe—dizem; sarva-
rãjã—o rei; tabe—naquela época; bolãila—mandou chamar; sárvabhaumc—Sãrv* ^^~-todos; krixíkari'—sendo misericordioso; karaha—providencia; more— para mim;
bhauma Bhattãcãrya. ra
~ S u a ; daréana—audiência.
•
ári Caitanya-caritãmrta Madhya-líU, i„ Verso 12 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 173
172
T R A D U Ç Ã O — " T a m b é m fiquei sabendo que esta grande personalidade te concedeu Ç Ã O — " M e s m o assim, eu tentaria conseguir-te uma entrevista, mas, recen-
T B A D L (
favor especial. Seja como for, isto ouvi de diversas pessoas. Portanto, tem miseri- temente, Ele partiu de viagem pelo sul da índia."
córdia de mim e faze-me o obséquio de me conseguir uma entrevista com essa
personalidade." VERSO 10
VERSO 8 VERSO 11
TRADUÇÃO—"ári Caitanya Mahãprabhu pertence à ordem renunciada e é muito T R A D U Ç Ã O — " O s grandes santos vão aos lugares sagrados de peregrinação a fim
desapegado de assuntos mundanos. Ele fica em lugares solitários, e nem mesmo de purificá-los. Por esta razão, Caitanya Mahãprabhu está visitanto muitos tirthas
e liberando inúmeras almas condicionadas."
em sonho concederia entrevista a um rei."
VERSO 9 VERSO 12
« I t f l «tf t d r o W f i t e s t i m i I «^fVn vtiTOvAhfvt: fic*i i
i«tfe f f%*ii c^cçi (rfo«t mi n & ii
tathãpi prakãre tomã karãitãma daraéana
samprati karilã tenho daksina gamana bhavad-vidhá bhãgavatâs
tathãpi—todavia; prakãre—de alguma maneira; tomã-a ti; karãitãma -eu ptOV tírthi-bhütáh svayam vibho
denciaria; daraéana—entrevista; samprati— recentemente; karilã—fez; tehho-^M ttrthl-kurvanti tirthãni
daksina—para a parte sul da índia; gamana—partida. svãntah-sthena gadãbhrtã
174 ári Caitanya-caritãmrta Madh O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 175
ya
-'"í. 10
bhavat—Vossa Graça; vidhãh—como; bhãgavatãh—devotos; tlrthl—ç Q rãjã kahe, —fanre tumi yãite kene dile
Ca s
sagrados de peregrinação; bhütãh—existindo; svayam—eles mesmos; vibho-^ '° ' pãya padi' yatna kari'
w kene nã rãkhile
y**y** r~*r j — —" »*«n.»-íííe
poderoso; tirthl-kurvanti— transformam em lugares sagrados de peregrinação-
ni—os lugares sagrados; sva-antah-sthena—estando situada em seus coraçõp ' " " ^ -rttftofce-orei disse; tãhn—a Ele; tumi tu; ya/Ve-que fosse; tow-porque; dile-
WtrM-pela Personalidade de Deus. , . ninste;
M ,itiste; ptya-a
rn p*y»--Seus pes r de
. lotus; padr-caindo; yatna kari -esforçando-te
• fae—por que; na—nao; rakhüe— mantiveste.
TRADUÇÃO—" 'Santos de teu quilate são em si mesmos locais de pereci-' lU&UÇkO-Ao ouvir isto, o rei replicou: "Por que Lhe permitiste partir? Por
Devido à sua pureza, eles são companheiros constantes do Senhor, e po • r que nio caíste a Seus pés de lótus e O mantiveste a q u i ? "
podem purificar inclusive os lugares de peregrinação.' "
VERSO 15
SIGNIFICADO—Este verso, falado por Mahârâja Yudhisthira a Vidura no $rf «è
Bhãgavatam (1.13.10), também é citado no Ãdi-lilã (1.63). «thTfí ,—rocçl 15? N i VSS I
im«. § ) ? I J , ro«i icç *n<5a II jff II
VERSO 13
CUT/II lífe cfi«J5 ^ g f t fsntçej | bhattãcãrya kahe, —tenho svayam levara svatantra
sãksãt ért-krsna. tenho nahe para-tantra
roCÇl «hl 1C*1, $ 1 1 « S Na II II bMtúcarya kahe—Sãrvabhauma replicou, tmho- Ele; svayam—pessoalmente; isvara—
vaisnavera ei haya eka svabhâva niécala a Suprema Personalidade de Deus; svatantra—independente; sãksãt—diretamente;
tenho jiva nahena, hana svatantra levara írl-krsna-o Senhor Krsna; tenho— Ele; nafic—não é; para-tantra—dependente de
vaisnavera—de grandes devotos; ei—esta; haya—é; eka—uma; swj-Widtw—natureza; ninguém.
niécala—inabalável; tenho—Ele; yfiw—alma condicionada; nahena—não é; Jin
svatantra—independente; levara—controlador. TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya replicou: "Sri Caitanya Mahãprabhu é
t própria Suprema Personalidade de Deus, tendo, assim, independência plena.
TRADUÇÃO—"O Vaisnava viaja aos lugares de peregrinação para purificá-lose Por ser o próprio Senhor Krsna, Ele não depende de n i n g u é m . "
resgatar as caídas almas condicionadas. Este é um dos deveres do Vaisnava. Na
realidade, ári Caitanya Mahãprabhu não é uma entidade viva comum, mas a VERSO 16
própria Suprema Personalidade de Deus. Conseqüentemente, Ele é o controla-
dor plenamente independente; todavia, assumindo a posição de devoto, Ele rea- « i i fi iifiro «*tci n i* c*rç( i
liza as atividades de um devoto." Nora 1 5 ! ^sçi, itfiro itfi^ n 5* n
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura ressalta que, por existirem tathãpi rãkhite tãnre bahu yatna kailuh
muitas pessoas que residem nos locais santos e que não seguem precisame*! Iévarera svatantra iechã, rãkhite nãriluh
as regras e regulações vigentes em um lugar sagrado, faz-se necessário que *«™pi-rnesmo assim; rãkhite— para manter; tãnre—a Ele; bahu—diversos; yafna—
;
votos elevados vão a estes lugares para redimi-las. É esta a ocupação do Vais" p í * u * '""'""-fiz; «uarera-da Suprema Personalidade de Deus; st*/an/ra-inde-
e n , l ;
O Vaisnava fica infeliz ao ver os outros materialmente emaranhados, brn ^ ' « ^ - d e s e j o ; raWiife-de manter; nãriluh-ím incapaz.
Caitanya Mahãprabhu seja a Deidade adorável de todos os Vaisnavas,
u r e m a
nava quais são as atividades do Vaisnava. Não obstante, Ele é a S P ^ gfc mas°~ " A l d a a s s i m e n
' v i d e i todos o s esforços n a tentativa d e mantê-lO
nalidade de Deus plena e independente. Ele é purnáh éuddho nitya-mu dínte nao
n i ' fui C
£ exitoso."m 0 E , C é 3 S u r
P e m a Personalidade de Deus inteiramente indepen-
é completo, inteiramente puro e eterno. Ele é sanãtana, quer dizer, nao
começo nem fim. VERSO 17
VERSO 14 't»l ^cç,-^ -^fii faaficitifa i
iw fcç,-$tci <jfi ifèro c^ci fiei i ^fi *tw « t r o I « J itfi n yi w
*rti ifV i$ isfà' c^i 1 1 ItflOT 11 58 II
176 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, in
Verso 21 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri
VERSO 18 VERSO 21
aiwi a ^ - v à r e ^fàfawSí 1
(áifat? <?ffV- asfã i f i i a « II ÍV II i l ^ w a f«wè, *fím fswfa II II
punarapi ihãh tãnra haite ãgamana rãjã kahe, —aiche kãéi-misrera bhavana
eka-bãra dekhi' kari saphala nayana thãkurera nikata, haya parama nirjana
punarapi—de novo; i7id"ri—aqui; tãnra—Sua; haile—quando houver; ãgamana- de K . r e
' replicou; aiche—exatamente assim; kãsi-miérera bhavana—a casa
chegada; eka-bãra—uma vez; dekhi'—vendo; kari—faço; sa-phala—úteis; nayana- r a ; fn
bem- ni ^ ^ . ãkurera nikata—perto do Senhor Jagannãtha; haya—é; parama—
meus olhos.
eta kahi' rãjã rahe utkanthita hanã útanya escrituras apresentam evidências aceitas pelos devotos imaculados.
bhattãcãrya kãéi-misre kahilã ãsiyã aeste ^rskrta-sahajiyás não são sequer dignos de serem chamados de Vaisnavas.
Os mie somente os gosvãmis de casta devem recebpr o títnln H» PraMui.
etakahi'—dizendo isto; rãjã—orei; rahe— permaneceu; utkanthita—muito ansu.
hanã— estando; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kãéi-miire—até Kãsi Misra- ^'^'sahapyãs ignorantes chamam a si mesmos de vai$nava-dãsa-anudãsa, que
kahilã—disse; ãsiyã— vindo. dizer o servo do servo dos Vaisnavas. No entanto, opõem-se a que o Vaisnava
í u e r
' • catado por Prabhupãda. Em outras palavras, eles invejam o mestre es-
TRADUÇÃO—Após dizer isto, o rei ficou muito ansioso pela volta do Senhor ^ r u a l fidedigno tratado como Prabhupãda, e cometem ofensas ao considerarem
Então, Sãrvabhauma Bhattãcãrya dirigiu-se até Kãái Misra, a quem revelou o o mestre espiritual fidedigno um ser humano comum ou um membro de deter-
desejo do rei. minada casta. Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura descreve tais sahajiyãs como
VERSO 23 muito desventurados. Devido às suas idéias erradas, eles afundam numa condição
infernal.
SIGNIFICADO—Neste verso, a palavra Prabhupãda, referente a Sri Caitanya Mahã- TRADUÇÃO—Assim, todos os residentes de Jagannãtha Puri, também conhecida
prabhu, é significativa. A este respeito, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Gosvãmi como Purusottama, ficaram muito ansiosos de encontrarem Sri Caitanya Mahã-
Prabhupãda comenta: "Sri Caitanya Mahãprabhu é a própria Suprema Personali- prabhu novamente.
dade de Deus, Sri Krsna, e todos os Seus servos chamam-nO de Prabhupãda.
Isto significa que muitos prabhus refugiam-se a Seus pés de lótus." O Vaisnava VERSO 25
puro é tratado de prabhu, sendo esta uma etiqueta observada entre Vaisnavas,
Quando muitos prabhus ficam sob o abrigo dos pés de lótus de outro prabhu, dá-se- t a t l t c a s a §e,is4l <W5Tg ?rtf^(ri |
lhe o título de Prabhupãda. Sri Nityãnanda Prabhu e Sri Advaita Prabhu também içl^írfawt focs <3af% « r f è í l II *<t II
são chamados de Prabhupãda. Sri Caitanya Mahãprabhu, Sri Advaita Prabhue
Sri Nityãnanda Prabhu são todos vi$nu-tattva, a Suprema Personalidade de DeuSr sarva-lokera utkanthã yabe atyanta bãdila
o Senhor Visnu. Portanto, todas as entidades vivas estão sob os pés de lótus dcie* saroa-ioi- mahãprabhu daksina haite tabahi ãila
O Senhor Visnu é o Senhor eterno de todos, e o representante do Senhor Vis mu
>to- bad ~^ ^ Cra e t Q ( a s as
pessoas; utkanthã— ansiedades; yabe—quando; atyanta—
é o servo íntimo do Senhor. Tal pessoa age como mestre espiritual para Vaisn»»B do suj j ' j ~ ? a u r n e n t a r a r n
; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; daksina haite—
c a
neófitos; portanto, o mestre espiritual merece o mesmo respeito que Sri a
"dia; tabahi— naquele mesmo momento; ãila—voltou.
180 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lila j« O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 181
Verso 31
TRADUÇÃO—Enquanto todos os residentes de Jagannãtha Puri estavam ag,L ir>—O Bhattãcãrya replicou ao povo: "Amanhã o Senhor hospedar-Se-á
„a casa deKãsi Misra. Conseguirei um encontro de todos vós com Ele."
T R A C
ansiosos, o Senhor voltou do sul da índia. * A .
VERSO 26 VERSO 29
« r í * fai i ^ t s t ç «fcrçrrá * i c i i
ici itfi' itic«Nci c*i f i e m « » • H r i l « w s c ^ i i i n r c w n *s> I I
«•uni' ánandita haila sabãkára mana ãra dina mahãprabhu bhaftácãryera sahge
sabe ãsi' sãrvabhaume kaila nivedana jagannãtha daraéana kaila mahã-rahge
éuni'—ao ouvirem falar; ãnandita—felizes; haila—ficaram; sabãkãra—de todos; mar*.. ira dina—no dia seguinte; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; bhattãcãryera
as mentes; sal» ãsi'—todos vindo; sãrvabhaume—a Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kam\\ «mor—com Sãrvabhauma Bhattãcãrya; jagannãtha—do Senhor Jagannãtha; daraéana—
fizeram; nivedana—declaração. visitaao templo; kaila—tez; mahã-rahge—com muito entusiasmo.
TRADUÇÃO—Ao ouvirem falar do regresso do Senhor, todos ficaram muito felizes T R A D U Ç Ã O — N o dia seguinte, Sri Caitanya Mahãprabhu chegou e, cheio de entusi-
e foram a Sãrvabhauma Bhattãcãrya falar-lhe o seguinte. asmo, foi com Sãrvabhauma Bhattãcãrya ver o templo do Senhor Jagannãtha.
VERSO 27 VERSO 30
« f ç i i f c s «NN-nrs V I R f i n I n t a t i t i fròl « t t l f a f i i l c i i * n i
C S t l t l «flíOT *tfè « 1 Ç 1 5?*t II II jrsrtaiÇ n r * t c i w f i » i D n
prabhura sahita ãmã-sabára karaha milana mahã-prasãda diyã tãhãn mililã sevaka-gana
tomara prasãdc pãi prabhura carana mahãprabhu sabãkãre kaila ãlihgana
prabhura sahita—com Sri Caitanya Mahãprabhu; ãmã-sabãra— de todos nós; karíha- maM-prasãda—restos do alimento do Senhor Jagannãtha; diyií— entregando; táhãh—
arranja; milana—encontro; tomara—tua; prasãde—pela misericórdia; pãi—obtemos; ali; mililã— encontrou; seivika-gana—os servos do Senhor Jagannãtha; mahãprabhu—
prabhura carana—os pés de lótus do Senhor. Sri Caitanya Mahãprabhu; sabãkãre—a todos eles; kaila—fez; ãlihgana—abraço.
TRADUÇÃO—"Por favor, arranja-nos um encontro com ári Caitanya Mahãprabhu. TRADUÇÃO—Todos os servos do Senhor Jagannãtha entregaram a ári Caitanya
Somente por rua misericórdia é que podemos alcançar o abrigo dos pés de lohtf Mahãprabhu os restos do alimento do Senhor. Em troca, Caitanya Mahãprabhu
abraçou a todos.
do Senhor."
VERSO 28 VERSO 31
bhattãcãrya kahe, —kãli kãéi-miérera ghare daréana kari' mahãprabhu calilã bdhire
prabhu yãibena, tãhãn milába sabdre fa. bhattãcãrya ãnila tãhre kãél-miéra-ghare
0 M n v e n d o
bhattãcãrya kahe—o Bhattãcãrya replicou; kãli—amanhã; káéi-misrem ghare—M*** oiíiíáÜ" * ~ o Senhor Jagannãtha; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
PartÍU; h s , e d o
de Káái Miára; prabhu—o Senhor; yãibena—irá; tãhãn—lá; mi/dbo sabãre—provw^ troux~ ' " ' ~ !ado de fora; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãnila—
ciarei um encontro com todos vós. e; tãhre- Ele; kãéi-miéra-ghare-k casa de Kãái Miára.
a
ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lili
O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 183
VERTO 37
TRADUÇÃO—Após ver o Senhor Jagannãtha, Sri Caitanya Mahãprabhu d- -O—Em seguida, ári Caitanya Mahãprabhu sentou-Se no local a Ele reserva-
o templo. Então, o Bhattãcãrya levou-O à casa de Kasi Miára. 1*****? „ Hpvotos, encabeçados pelo Senhor Nityãnanda Prabhu, rodearam-nO.
VERSO 32 Afi, t tOdOS OS
VERSO 35
ç í t rsm c»fV «tf ifira ivits» i
í j ç - i f r s « m i 'ire? c f i fsrc?wCT n n <^ m t ? 5H - a ç i Jijf-JTJifira n *<? n
kãéi-miéra ãsi' padila prabhura carane sw/t/tí /ifli/fl de*:/»' prabhu vãsãra samsthána
grha-sahita ãtmã tãhre kaila nivedane yei vãsãya haya prabhura sarva-samãdhãna
kasI-mtíra—Kâsi Miára; ãsi'—vindo; padila—caiu; prabhura—do Senhor Sri i ukhlhailã—ficou muito feliz; dekhi'—ao ver; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
Mahãprabhu; carane—aos pés de lótus; grha-sahita—com sua casa; ãtmã— seu j n/sdra—das acomodações residenciais; samsthãna—situação; yei vãsãya—no local
eu; ftfrire—a Ele; kaila—fez; nivedane—entrega. em que- haya—há; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; sarva-samãdhãna—satis-
fação de todas as necessidades.
VERSO 33 VERSO 36
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , ári Caitanya Mahãprabhu mostrou a Kàáí Miára Sua forma T R A D U Ç Ã O Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse: "Este lugar condiz perfeitamente
de quatro braços. Aceitando-o em Seu serviço, o Senhor abraçou-o. contigo. Por favor, aceita-o. Kàáí Miára almeja que assim o faças."
VERSO 34 VERSO 37
«sei s j s t s i ç ^ t t i i f j M i ^ r u r . » i
,
« r $ <fçç, c»5 r-sfan-iir^rsi I
i f i i l fsrsjfswtfw «i« slc«t •88
C4% «JJI spç, ÇJ\$ J|«u-5 «If»lTa II « 1 II
pradyumna-miára—Pradyumna Miára; ihha—esta pessoa; vaisnam pradhãna—lirfg^ dãsa Teus pés de lótus são seu constante objeto de meditação."
-
de todos os Vaisnavas; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; maiui-souãra—gra
servo; iriria—este; dasa nãma—designado como dãsa. VERSO 46
SÍÇIIfW 1 f W 3 S lítlfe |
TRADUÇÃO—"Este é Pradyumna Misra, que lidera todos os Vaisnavas. Ele é um *Rnrri«* m i r a fc*it* ivçfe n 8* n
grande servo de Jagannãtha, e seu nome é d ã s a . "
prahara-rãja mahã-pãtra ihha mahâ-mati
paramãnanda mahã-pãtra ihhãra samhati
SIGNIFICADO—Em Orissa, a maioria dos brãhmanas recebe o título dãsa. De um prahara-rãja—Prahararãja; mahã-pãtra—Mahãpãtra; ihha—este; mahã-mati—muito
modo geral, entende-se que a palavra ddsa aplica-se àqueles que não sao brãhmanas. inteligente; paramãnanda mahã-pãtra—Paramãnanda Mahãpãtra; ihhãra—dele;
Mas, em Orissa, os brãhmanas usam o título dãsa. Culli Bhatta confirma isto. Na samhati—combinação.
realidade, todo m u n d o é dãsa, pois todos são servos da Suprema Personalidade
de Deus. Neste sentido, o brãhmana genuíno é o primeiro a se arrogar o direto T R A D U Ç Ã O — " E s t e é Paramãnanda Prahararãja, que também é conhecido como
de ser chamado de dosa. Portanto, neste caso, a designação dosa não e incompatível Mahãpãtra. Ele é de inteligência soberba."
J ^ A D U Ç Ã O — " T o d o s estes devotos puros são como adornos para Jagannãtha Puri.
fã^ti, -V*. Hitci r/stifi 5i«l II 8« n único e constante objeto de meditação são Teus pés de lótus."
188 ári Caitanya-caritãmrta M a
<%a-h , , U 0 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 189
VERSO 4 8
sãrvabhauma kahe, —ei rãya bhavãnanda
«ca íca <çci t e ? «raae, çcfpi i inhãra prathama putra—rãya rãmãnanda
Sãrvabhauma Bhattãcãrya continuou a falar; ei—esta pessoa;
i i l ^tfir%nl « r ^ « i i t i asfàal n sv- a ttn U ,U
"^ "" 'da—Bhavãnanda Rãya; ihhãra—seu; prathama putra—primeiro filho;
fabe sabe bhüme pade dandavat hanã
sabá ãlihgilã prabhu prasãda kariyã
tabe—depois disso; sabe—todos eles; bhüme— ao chão; pade—caíram; danda-
i/wSãrvabhauma Bhattãcãrya prosseguiu: "Este é Bhavãnanda Rãya,
retos como uma vara; hanã— ficando; soba"—todos eles; ãlihgilã— abraçou; prabhu
jS-í velho é Sri Rãmãnanda Rãya."
Sri Caitanya Mahãprabhu; prasãda kariyã— sendo muito misericordioso.
VERSO 51
TRADUÇÃO—Após esta apresentação, todos caíram ao chão, retos como uma varj
Sendo muito misericordioso para com todos, Sri Caitanya Mahãprabhu abraçou «ca urtar^ tftca ca*i « i t f i i i i
cada um deles.
« f « asfã' a*ci aW5w-faaa«i 11 <?:> 11
VERSO 4 9
tabe mahãprabhu tãhre kaila ãlihgana
c w f c i « r è n « n « a r m ata I stuti kari' kahe rãmãnanda-vivarana
tabe—em seguida; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhre—a ele; kaila—
çtfà*ta-icw »rc? içtarça 11a II 8& n tez; ãlihgana—abraço; sfufi kari'—louvando muito; kahe—disse; rãmãnanda—de
Rãmãnanda Rãya; vivaram—descrição.
hena-kãle ãilã tathã bhavãnanda rãya
cãri-putra-sahge pade mahâprabhura pãya
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu abraçou Bhavãnanda Rãya e, com grande
hena-kãle—nessa altura; ãilã— veio; tathã—ali; bhavãnanda rãya—Bhavãnanda Rãya respeito, falou sobre o filho deste, Rãmãnanda Rãya.
cãri-putra-sahge—com seus quatro filhos; pade—caíram; mahâprabhura pãya—aos pé
de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 52
TRADUÇÃO—Nessa altura, apareceu Bhavãnanda Rãya com seus quatro filhos. atutiHr-cii a i 4rçta «ia i
e todos eles caíram aos pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu.
«"tua i f i n ciic* a>n H i t i 11 <t* 11
SIGNIFICADO—Bhavãnanda Rãya teve cinco filhos, um dos quais era a elevai
rãmãnanda-hena ratna yãhhãra tanaya
personalidade conhecida como Rãmãnanda Rãya. Foi depois que Sri O
Mahãprabhu retornou do sul da índia que Bhavãnanda Rãya encontrou-seco- tãhhãra mahimã loke kahana nã yãya
e x • M - 4 t a i - „ i i i i [ ) Rãmãnanda Rãya; ratna—pia; yâhlutra—cujo; tanaya—filho;
Ele pela primeira vez. Naquela época, Rãmãnanda Rãya ainda estava ^ ^ n
_ _, s u a ;
"wbimã—glorificação; Me—dentro deste mundo; kahana—descrever;
atividades governamentais; portanto, ao dirigir-se para ver Sri Caitanya Mahãprl"^ n a o ;
V y a - é possível.
Bhavãnanda Rãva levou consigo seus outros quatro filhos. Eles c h a m a v a r n - ^ ^
nãtha, Gopinãtha, Kalãnidhi e Sudhãnidhi. O Ãdi-lílã ( 1 0 . 1 3 3 ) dá uma d 0 C a i t a m / a
de Bhavãnanda Rãya e de seus cinco filhos. fj*..— ^ " Mahãprabhu louvou Bhavãnanda Rãya com a s seguintes
P d e d e s c T e v e r
ptssoa ou ^ ° dentro deste mundo mortal as glórias de uma
1 e tem uma jóia de filho como Rãmãnanda Rãya."
VERSO 50
VERSO 53
i t i c e t i ascç, <ifè ara « a f i * * i t r ^ « f a , c«rita *rft * # | i
^ > r a s t i i »J3S -ata atiT»w 11 <t° H • t ^ t t a i c«tita *t«^is i ç f i f « n <2® II
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, in Verso 55 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 191
190
sãksãt pãndu tumi, tomara patni kunti cão social de Bhavãnanda Rãya, que pertencia à casta dos südras, ocupada
panca-pãndava tomara panca-putra mahã-mati rividades mundanas. Ao invés disso, o Senhor levou em consideração a posição
e i n a
sãksãt pãndu—diretamente Mahârâja Pãndu; tumi—tu; tomara—tua; patni— esposa- l de Bhavãnanda Rãya, Rãmãnanda Rãya e os irmãos deste. O servo do
j t u a
kunti—como KuntidevI; panca-pãndava—cinco Pãndavas; tomara—teus; pahca-putnn 2-nhor também tem esta visão. Ele dá abrigo a qualquer pessoa — a qualquer
cinco filhos; mahã-mati—todos sobejamente intelectuais. ridade viva —, não levando em conta se ela pertence a uma família de brãhmanas
e
° se não passa de um candãla. O mestre espiritual redime todas as pessoas, ani-
U
TRADUÇÃO—"És o próprio Mahârâja Pãndu, e tua esposa é a própria Kuntidevi. ' do todos a progredirem na vida espiritual. Q u e m se refugia em tal devoto
Todos os teus filhos sobejamente intelectuais representam condignamente os de ter êxito na vida. Como se confirma no Srimad-Bhãgavatam (2.4.18):
cinco Pãndavas."
VERSO 54 kirãta-hünãndhra-pulinda-pulkasã
a r a *w,—«itfsi «çs, fàift/BWsi i ãbhira-êumbhã yavanãh khasãdayah
ye 'nye ca pãpã yad-apãérayãérayãh
•°*f*f> iNíwH II os II áudhyanti tasmai prabhavisnave namah
vidyã-vinaya-sampanne
brãhmane gavi hastini O filho de Prthã, mesmo aqueles que são de nascimento inferior — tais como
16163 S V a i é v s c o m e r c
"O sábio humilde, em razão do conhecimento autêntico, percebe com a mesma VERSO 55
visão um brãhmana erudito e amável, uma vaca, um elefante, um cão e um comedor
de cães [pária]."
Aqueles cujo avanço na compreensão espiritual é muito maduro não se deixai» «rt«sl *raf3r*£ «nfsi e s W i ç?rc«i 11 <t<t 11
impressionar com a condição externa de alguém. Uma pessoa avançada espiri-
tualmente vê a identidade espiritual de cada ser vivo, em conseqüência do qUéi nija-grha-vitta-bh rtya-pa hca-put ra-sane
não faz distinção alguma entre um brãhmana erudito, um cão, um candãla ou algui») ãtmã samarpiluh ãmi tomara carane
outro ser. Ela não se deixa influenciar pelo corpo material, senão que vê a identi- sa^,/"—próprio; #*»—lar; vitta—fortuna; bhrtya—servos; panca-putra—cinco filhos;
dade espiritual de todos. Portanto, Bhavãnanda Rãya apreciou a afirmação àe< p^ de°ic?h ' ~ ' <Itrn Í 0 e U samar un
P'^ ~rendo-me; ãmi—eu; tomara—Teus; carane— aos
1
ári Caitanya Mahãprabhu, a qual mostrou que o Senhor não levou em conta a.
192 Sri Caitanya-caritàmrta Madhya-lilã, IQ O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 193
Verso 60
T R A D U Ç Ã O — R e c o n h e c e n d o a graça de ári Caitanya Mahãprabhu, Bhavãnanda TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, por favor, considera-me como se fosse Teu
Rãya também disse: "Rendo-me, juntamente com meu lar, riquezas, servos e parente. Não hesites em ordenar tudo o que desejares sempre que Te apetecer."
cinco filhos, a Teus pés de l ó t u s . "
VERSO 58
SIGNIFICADO—Este é o processo de rendição. Como canta Srila bhaktivinoda « I Ç *cç, fãs i c i t s , « f a r i ç *fa i
Thãkura: <sci s?c» « f a « t i t ã l a W f fàHRT I I « V I I
mãnasa, deha, geha, yo kichu mora prabhu kahe,—ki sahkoca, tumi naha para
arpiluh tuyã pade nanda-kiéora! janme janme tumi ãmãra savamée kihkara
(Saranãgati) prabhu kahe—o Senhor replicou; ki sahkoca—que hesitação; tumi—tu; naha—não
és; para—estranho; janme janme—nascimento após nascimento; tumi—tu; ãmãra—
Quando alguém se rende aos pés de lótus do Senhor, o faz com tudo o que possui
JI Meu; sa-vamse—com os membros familiares; kihkara—servo.
— sua casa, seu corpo, sua mente e tudo o mais. Havendo algum obstáculo ao
processo de rendição, deve-se abandoná-lo imediatamente, sem apego. Se alguém TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu concordou com a sugestão de Bhavãnanda
se rende com todos os membros de sua família, não há necessidade de ele tomar Rãya, dizendo: " N ã o hesito em aceitar-te, pois te conheço bem. Nascimento após
sannyãsa. No entanto, se ditos membros familiares impedem o processo de rendi- nascimento, tu e teus membros familiares tendes Me servido."
ção, deve-se abandoná-los logo, a fim de tornar exitoso o processo de rendição.
VERSO 59
VERSO 56
fwi-*?í5-it« f « « c a «itfici a t i i í w i
<ife a t â f t t l a f a ç a (FStTtfl R I M I
« i a i c i * ! < ç c a i r w i «rtswi n «a> II
I C a Cflfc « f M , « t i ! isfàca C i a C I I I II
dina-pãhca-sãta bhitare ãsibe rãmãnanda
ei vãninãtha rahibe tomara carane tãnra sahge pürna habe ãmãra ãnanda
yabe yei ãjnã, tãhã karibe sevane dina-pãhca-sãta—de cinco ou sete dias; bhitare—dentro; ãsibe—virá; rãmãnanda—
ei vãninãtha—este Vãninãtha; rahibe—permanecerá; tomara carane—a Teus pés i Rãmãnanda; tãnra sahge—com ele; pürna habe—será pleno; ãmãra—Meu; ãnanda—
de lótus; yabe—quando; yei—qualquer; âjiiã—ordem; tãhã—esta; kanbe—executará; prazer.
sevane—serviço.
T R A D U Ç Ã O — " á r i Rãmãnanda Rãya estará aqui dentro de cinco a sete dias. Tão
TRADUÇÃO—"Meu filho Vãninãtha permanecerá a Teus pés de lótus para que logo ele chegue, Meus desejos satisfar-se-ão. Sua companhia Me traz grande
Tuas ordens sejam atendidas imediatamente e ele possa servir-Te." prazer."
VERSO 57 VERSO 60
HflUlKBtCT dtca 1W1S n asfàca I <ü« ^fai' t « f ç «*Tca c a ^ i « r t f a r i i i
ÇA% m foi, «ca c r i «rtwi faca n <r\ H « t a *C2 i a f a r c a f f i m f c r t I I * ° H
ãtmiya-jhdne more sahkoca nã karibe eta bali' prabhu tãhre kaila ãlihgana
yei yabe icchã, tabe sei ãjnã dibe ^ fdnrn pwfra saba éire dharila carana
;
ãtmlya-jhãne—considerando como um parente; more—a mim; sarilcoca—hesitação, a
. y° ' —dizendo isto; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhre—a ele; ta/fa—
í e 2
nã— não; fcaribe—faças; yei—tudo o que; yabe—sempre que; icchã—Teu desejo; tabe—
drifl / " ^ " " " " a b r a ç o ; tanra putra—seus filhos; saba—todos; s/re— sobre a cabeça;
então; sei—esta; ãjnã— ordem; dibe—por favor, dá.
" - m a n t e v e ; carana-Seus pés.
ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 10 Verso 65 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 195
194
TRADUÇÃO—Após dizer isto, ári Caitanya Mahãprabhu abraçou Bhavãnanda TRADUÇÃO—Sri Caita.ya Mahãprabhu disse: "Meu querido Bhattãcãrya, analisa
Rãya. Então, o Senhor tocou com Seus pés de lótus as cabeças dos filhos de o caráter deste homem. Ele viajou comigo pelo sul da índia."
Bhavãnanda.
VERSO 64
VERSO 61
«|itf%-*ics cim i t i r c i wtfçn i
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« C l 15T2fÇ «fC? 1C1 «fcufs C 5 C « 1 * 1 1 C 1 « I t f l ^ fe«tfl11 II * 8 II
^fatl-l^taci^fal-ci» 3 t f * l 1 II II
bhattathãri-kãche gelã ãmãre chãdiyã
tabe mahãprabhu tãhre ghare pãthãila bhattathãri haite ihhãre ãniluh uddháriyã
vãnínãtha-patfanãyake nikate rãkhila bhattathãri-kãche—na companhia dos Bhattathãris; gelã— ele foi; ãmãre chãdiyã—
tabe—depois disso; mahãprabhu—Sn Caitanya Mahãprabhu; tãhre—a ele (Bhavã* abandonando Minha companhia; bhattathãri haite—dos Bhattathãris; ihhãre—a ele;
nanda Rãya); ghare—à sua casa; pãthãila—mandou de volta; vãninãtha-pattanã- gnilun—Eu trouxe; uddhãriyã— após tirar.
Vãninãtha Pattanãyaka; nikate—por perto; rãkhila— manteve.
TRADUÇÃO—"Ele deixou Minha companhia para associar-se com os Bhattathãris,
TRADUÇÃO—Em seguida, ári Caitanya Mahãprabhu mandou Bhavãnanda Rãya] porém, tirei-o da companhia deles e o trouxe até aqui."
voltar à sua casa, e manteve apenas Vãninãtha Pattanãyaka servindo-O
pessoalmente. VERSO 65
VERSO 62 iflci « r r f i * í l « n f i ' * f ? i t * f o r r a i
«gfÇfí n cite* fãwfi * i t i i I i r t i *6çi, irs, « r w - i c i n f i «rra «rra
n 11
ebe ãmi ihãh ãni' karilãha vidãya
«ci « t f ^tit-si» rei citiiii 11 n» yãhãn icchã, yãha, ãmã-sane nãhi ãra dãya
bhattãcãrya saba loke vidãya karãila ebe—agora; ãmi—Eu; ihãh—aqui; ãni'—trazendo; karilãha vidãya—peço que vá em-
tabe prabhu kãlã-krsnadãse bolãila bora; yãhãn icchã—para onde quiser; yãha—vá; ãmã-sane—comigo; nãhi ãra—não
bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; saba loke— todas as pessoas; vidãya karã- \ há mais; dãya—responsabilidade.
lia—pediu que saíssem; tabe—nessa altura; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kãlã-
krsnadãse—Kãlã Krsnadãsa; bolãila—mandou chamar. TRADUÇÃO—"Agora que o trouxe até aqui, peço-lhe que se vá. Agora ele tem
toda a liberdade para ir aonde quiser, pois não mais Me responsabilizo por ele."
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya, então, pediu a todas as pessoas que se
retirassem. Em seguida, Sri Caitanya Mahãprabhu mandou chamar Kãlã Krsna- SIGNIFICADO—Kãlã Krsnadãsa deixou-se influenciar e ludibriar pelos nômades
dãsa, que acompanhara o Senhor durante Sua viagem pelo sul da índia. ou ciganos, que o atraíram com mulheres. Mãyd é tão forte que Kãlã Krsnadãsa
deixou a companhia de Sri Caitanya Mahãprabhu para viver com ciganas. Mesmo
VERSO 63 9,ue uma pessoa se associe com Sri Caitanya Mahãprabhu, ela poderá deixar-se
seduzir por mãyá e deixar a companhia do Senhor, valendo-se de sua pequena
sfÇ *c*,- «fctsrá, ^ « 1 l*sti çfirs i "•dependência. Somente alguém que esteja confundido por mãyü pode ser tão
desvenrurado a ponto de deixar a companhia de Sri Caitanya Mahãprabhu. To-
*f«*i fiitfisi l*ç «wm ifiíi ii *e n davia, a não ser que alguém seja muito consciencioso, poderá deixar-se arrastar
prabhu kahe,—bhattãcãrya, sunaha ihhãra carita Pela influência de mãyã, mesmo que seja o assistente pessoal de Sri Caitanya Mahã-
daksina giyãchila ihha ãmãra sahita prabhu. Isto para não mencionar os outros. Os Bhattathãris costumavam aumentar
prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; bhattãcãrya—Meu querido Bhattá-| População de seguidores, recorrendo às mulheres para seduzirem os estranhos.
, a éa
cãrya; áunaha—simplesmente ouve; ihhãra carita—seu caráter; daksina giyãchila— ^ . prova concreta de que a qualquer momento podemos perder a associação
0
foi para o sul da Índia; ihha—este homem; ãmãra sahita—comigo. Senhor. Basta abusarmos de nossa pequena independência. Tão logo caiamos
196 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, ÍG Verso 70 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 197
TRADUÇÃO—Ao perceber que o Senhor o rejeitava, Kãlã Krsnadãsa começou a «icvs-iktitft *rs wpnM i
chorar. Entretanto, Sri Caitanya Mahãprabhu não lhe deu importância e imediata- i r ò <*rtf*iíi « t i ' « j ^ a <nftN* I I * s I I
mente saiu para almoçar.
advaita-érivãsãdi yata bhakta-gana
VERSO 67 sabei ãsibe éuni' prabhura ãgamana
advaita—Advaita Prabhu; érfvãsa-ãdi—e todos os devotos como Srivása; yata—
todos; bhakta-gana—devotos; sabei—todos; ãsibe—virão; éuni'—ouvindo falar da;
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; ãgamana—chegada.
nityãnanda, jagadãnanda, mukunda, dãmodara T R A D U Ç Ã O — " A p ó s ouvirem a notícia da chegada de Sri Caitanya Mahãprabhu,
cãri-jane yukti tabe karilã antara devotos como Advaita e Srivãsa certamente virão vê-lO."
nityãnanda—Senhor Nityãnanda Prabhu; jagadãnanda—Jagadãnanda; mukunda—
Mukunda; dãmodara— Dãmodara; cãri-jane—quatro pessoas; yukti—plano; tabe— VERSO 70
em seguida; karilã—fizeram; antara—mentalmente.
J i ç fqtfica fin efat ttit^n i
Uf8 * t V <5tt* « t f a W - ^ t l t f í W l H 1° II
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s disso, os outros devotos — encabeçados por Nityãnanda-
Prabhu, Jagadãnanda, Mukunda e Dãmodara — puseram-se a arquitetar um plano. ei krsnadãse diba gaude pãthãhã
eta kahi' tare rãkhilena ãévãsiyã
n
SIGNIFICADO—Mesmo que a Suprema Personalidade de Deus rejeite uma pessoa,' . ~ e s t e ; krsnadãse—Kãlã Krsnadãsa; diba—embora; gaude—para a Bengala; pãthã-
5 nS
os devotos do Senhor não a rejeitam; portanto, os devotos do Senhor são mais ' ~ v a m o s mandar; eta kahi'—dizendo isto; tare—a ele; rãkhilena—mantiveram;
misericordiosos do que o próprio Senhor. Como canta Srila Narottama dãsa Thãku- Kvasiyã-dando garantia.
ra, chãdiyã vaisnava-sevã nistãra pãyeche kebã: ninguém pode se aliviar dos grilhões;
materiais se não se ocupa a serviço dos devotos puros. O próprio Senhor às vezes T
* A D U Ç Ã O — " P o r t a n t o , vamos mandar Krsnadãsa para a Bengala." Dizendo isto,
pode ser inflexível, mas os devotos são sempre bondosos. Assim, Kãlã Krsna- mantiveram Krsnadãsa ocupado a serviço do Senhor, garantindo-lhe que
dãsa recebeu a misericórdia dos quatro devotos supramencionados. e
continuaria a servi-lO.
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 10 Verso 76 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 199
198
SIGNIFICADO—Por ter sido rejeitado por Sri Caitanya Mahãprabhu, Kãlã Krsria- eka-jana-uma pessoa; y a T - i n d o ; kahuk-possa informar; éubha samãcãra-esta
dãsa ficou desoladíssimo e começou a chorar. Portanto, os devotos do Senhor notícia auspiciosa; prabhu kahe-o Senhor replicou; sei tera-fazei isto; ye-qualquer
compadeceram-se dele, infundiram-lhe confiança e encorajaran-no a contin que seja; íccM— desejo; tomara—vosso.
ocupado a serviço do Senhor.
VERSO 72 TRADUÇÃO—Dessa maneira, Kãlã Krsnadãsa foi enviado para a Bengala, levando
uma quantidade suficiente dos restos do alimento do Senhor Jagannãtha para
GBftt* s f t H - m «fsf i f l '*1T*' I distribuir lá.
«tbs«tfw ^tce ssi i t ç ' ii n VERSO 75
mahã-prasãda diyâ—entregando a mahã-prasãda; tãhre—a Sacimãtã; kaila namaskíru-À ãcãryere prasãda diyã kari' namaskãra
prestou reverências, prostrando-se; daksina haite—da viagem pelo sul da fndia- samyak kahilã mahâprabhura samãcãra
dilã— regressara; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; kahe samãcãra—<jZa fffiryere—a Sri Advaita Ãcãrya; prasãda—os restos do alimento de Jagannãtha; diyi—
g a n d o ; kari'—fazendo; namaskãra—reverências; samyak— por completo; kahi-
esta notícia. nrre
VERSO 77 VERSO 80
TRADUÇÃO—Esta boa notícia deu muito prazer a mãe Saci, bem como a TRADUÇÃO—Tendo ouvido falar do regresso de Sri Caitanya Mahãprabhu, Advai-
os devotos de Navadvipa, encabeçados por Srivãsa Thãkura. ta Ãcãrya Gosvãmi ficou muito satisfeito. Em Seu grande êxtase de amor, produziu
um som estrondoso e dançou e cantou demoradamente.
VERSO 78
VERSO 81
"ofin i i t i foi * t n ^prfi i
« f o « - < 1 t V t < M j r . * CW f W t l I I I V II ifàiti &r$cn foi u r i « u m i
i f ç r * i 1% ^ 55?tfà, c i i f i l i a i n v-i 11
éuniyã sabãra haila parama ullãsa
advaita-dcãrya-grhegew
aavaita-acarya-grne gelã krsnadãsa
nifiiuuusu hariddsa (hãkurera haila parama ãnanda
éuniyã—ouvindo falar; sabãra—de todos; haila—houve; parama—suprema; ulldst- vdsudeva datta, gupta murãri, sena éivãnanda
handãsa thákurera—de Haridása Thãkura; haila—houve; parama—supremo; ãnan-
alegria; advaita-ãcãrya—de Advaita Ãcãrya Prabhu; grhe—a casa; gelã— (oi; kr$r+
d»—êxtase; vásudeva datta—Vãsudeva Datta; gupta murãri—Murãri Gupta; sena éivã-
dãsa—Krsnadãsa.
"onda-Sivãnanda Sena.
TRADUÇÃO—Ao ouvirem falar do regresso do Senhor Caitanya a Puri, todos fi-
caram multo contentes. Em seguida, Krsnadãsa foi à casa de Advaita Ãcãrya. TRADuçÃo-Haridása Thãkura também ficou muito satisfeito ao ouvir esta notí-
C|
a auspiciosa, o mesmo acontecendo a Vãsudeva Datta, Murári Gupta e Sivà-
VERSO 79 "«"da Sena.
acãryaratna, ãra pandita vakreévara éuniyã—ouvindo; subira—de todos; haila—houve; parama ullãsa—grande êxtase;
ãcãryanidhi, ãra pandita gadãdhara sabe me/'-todos juntos; gelã—foram; éri-advaitera pãéa—a casa de Sri Advaita Ãcãrya.
acãryaratna—Acãryaratna; ãra—e; pandita vakreévara—Vakresvara Pandita; ãcãryol
nidhi—Ãcãryanidhi; ira—também; pandita gadãdhara—Gadàdhara Pandita.
TRADUÇÃO—Todos estavam muito contentes, e, juntos, chegaram à casa de Advaita
Ãcãrya.
T R A D U Ç Ã O — A c ã r y a r a t n a , Vakreávara Pandita, Ãcãryanidhi e Gadadhara Pandita
ficaram todos muito satisfeitos ao ouvirem esta noticia. VERSO 86
VERSO 83
«líeítaa íca tei &a«t w i
« i t F r á - c i t í t * l a t c a c ^ i « u f f T í H II v-<i» n
Slara »rt%5 «ira *tRs« wtciu* i
Slititfb^, «rta fà»a, SN* 11 v - a 11 ãcãryera sabe kaila carana vandana
ãcãrya-gosãhi sabãre kaila ãlihgana
értráma pandita ãra pandita dãmodara ãcãryera—de Advaita Ãcãrya; sabe—todos; kaila—fizeram; carana vandana—
prestando reverências aos pés de lótus; ãcãrya-gosãhi—Advaita Ãcãrya; sabãre—a
értmãn pandita, ãra vijaya, éridhara
todos; kaila—fez; ãlihgana—abraço.
éri-rãma pandita—Sriràma Pandita; ãra—e; pandita dãmodara— Dãmodara PanditaB
értmãn pandita—Srimãn Pandita; dra—e; vijaya—Vijaya; éridhara—Srldhara.
TRADUÇÃO—Todos os devotos prestaram respeitosas reverências aos pés de lótus
TRADUÇÃO—Srirãma Pandita, Dãmodara Pandita, Srimãn Pandita, Vijaya e de Advaita Ãcãrya, o qual, como resposta, abraçou a todos eles.
Sridhara também se alegraram muito com a notícia.
VERSO 84 VERSO 87
TRADUÇÃO—Rãghava Pandita, o filho de Advaita Ãcãrya e todos os devotos fi- TRADUÇÃO—Então, Advaita Ãcãrya celebrou um festival de dois ou três dias de
duração. Em seguida, todos decidiram firmemente ir a Jagannãtha Puri.
caram muito satisfeitos.
VERSO 85 VERSO 88
^ f à í r l lata ter
•fim INIW i tca <HrflÇ*l NPI I
sabe—todos; meli'—encontrando-se; navadvlpe—em Navadvipa: ekatra hahã—i^ se-faí/e-naquela ocasião; daksina haite—do sul; poramtffWMda-purf-Paramãnanda
rúndo-se; nlUtdri— para Jagannãtha Puri; calila—partiram; éact-mãtãra—de mãe Saci; Puri; gahgã-tlre-tlre-pelas margens do Ganges; <fitó-veio; nadiyã nagarí-k cidade
ãjnã— permissão; lanã— recebendo. de Nadia.
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os devotos reuniram-se em Navadvipa, e, com a permissão T R A D U Ç Ã O — N a q u e l a ocasião, Paramãnanda Puri também chegara do sul da
de mãe Saci, partiram para Nilãdri, Jagannãtha Puri. fndia. Viajando pelas margens do Ganges, chegou enfim à cidade de Nadia.
VERSO 89 VERSO 92
TRADUÇÃO—Os habitantes de Kulína-grãma — Satyarãja, Rãmãnanda e todos TRADUÇÃO—Em Navadvipa, Paramãnanda Puri ficou hospedado na casa de Saci-
os outros devotos de lá — chegaram e uniram-se a Advaita Ãcãrya. mãtá, onde também se alimentou. Mãe Saci forneceu-lhe, mui respeitosamente,
todas as coisas necessárias.
VERSO 90
VERSO 93
1
Çpfc Kvcfi, «J^WR «t® fots i
«rrwrf* <5tfàp «rféil S t a l s * iliü5 li »•
% S f t l T 5 1 1 f 5 S 5 « t ? 5«*1 f o i I I S>* I I
mukunda, narahari, raghunandana khanda haite
ãcãryera thãhi ãilã nilãcala yãite prabhura ãgamana tenha tãhãhhi éunila
élghra nilãcala yãite tãnra icchã haila
mukunda—Mukunda; narahari—Narahari; raghunandana—Raghunandana; khanda
prabhura ãgamana^-o regresso de Sri Caitanya Mahãprabhu; tenha—ele; tãhãhhi—
haite—do local conhecido como Khanda; ãcãryera thãhi—até Advaita Ãcãrya; ãilã—
ali; éunila—ouviu falar; élghra—muito em breve; nilãcala—para Jagannãtha Puri; yãite—
vieram; nilãcala yãite—a fim de irem a Nilãcala (Jagannãtha Puri).
de ir; fáiiro—seu; icchã— desejo; haila—tornou-se.
TRADUÇÃO—A fim de acompanharem Advaita Ãcãrya até Jagannãtha Pun,
TRADUÇÃO— Hospedado na casa de Sacimãtã, Paramãnanda Puri ouviu a notícia
Mukunda, Narahari, Raghunandana e todos os outros vieram de Khanda e foram
ao regresso de Sri Caitanya Mahãprabhu a Jagannãtha Puri. Portanto, decidiu
até à Sua casa. a
Para lá logo que possível.
VERSO 94
VERSO 91
<açi <4is w - * f w ^isrpir*' m i
C l ^ r C I »f*Hfo?v3tíT-TtíWjft I
$tr,s siifut flertKI «ífieTl « U M II &8 n
1 * f Í t Ç ? - f t a f «11511 íffrfl l l f t II II
prabhura eka bhakta—'dvija kamálãkãnla' nãma
se-kãle daksina haite paramãnanda-puri
tãhre lanã nilãcale karilã prayãna
gahgã-tire-tire ãilã nadiyã nagari
206 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 10 Verso 100 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 207
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; eka bhakta—um devoto; dvija kamalakãnta— prabhu kahe, —tomã-sahge rahite vãhchã haya
Dvija Kamalãkãnta; nãma—chamado; tãhre—a ele; lanã—aceitando como seu com- more krpã kari' kara nilãdri ãéraya
panheiro; nilãcale— para Jagannãtha Puri; karilã—fez; prayãna—partida. prabhu kahe-Sri Caitanya Mahãprabhu disse; fomíf-sari^e-contigo; rahite-íicar;
vãhchã haya-dese)o; more—a Mim; Arrpáfcflri-favorecendo; kara—aceita; nilãdri—
em Jagannãtha Puri; «sraya-abrigo.
T R A D U Ç Ã O — H a v i a um devoto de Sri Caitanya Mahãprabhu chamado Dvija Ka-
malãkãnta, que acompanhou Paramãnanda Puri até Jagannãtha Puri. TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Por favor, fica comigo e Me bene-
ficia, abrigando-te em Jagannãtha Puri."
VERSO 98
VERSO 95
1#t <TCI,--ffsti 1-icw if*1 f fã' 1
n c i «nfail ctç f i f i i l csíçca I
C*fr?focssfi'«rt*it« ifritppj-^lt 11 SV-II
ar$3 mtm foi 1 1 * 1 t w c i n &<t 11
puri kahe,—tomã-sahge rahite vãhchã kari'
satvare ãsiyã tenha mililã prabhure gauda haite cali' ãilãha nilãcala-puri
prabhura ãnanda haila pãhã tãhhãre puri kahe—Paramãnanda Puri replicou; tomã-sahge—contigo; rahite—ficar; vãhchã
satvare—em pouco tempo; ãsiyã—vindo; tenha—ele; mililã—encontrou-se com; kari'—desejando; gauda haite— da Bengala; ca//'—viajando; ãilãha—vim; nilãcala-
prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; puri— até Jagannãtha Puri.
ãnanda—felicidade; haila—houve; pãhã— conseguindo; tãhhãre—a ele.
TRADUÇÃO—Paramãnanda Puri replicou: "Também desejo ficar contigo. Por isso,
TRADUÇÃO—Em pouco tempo, Paramãnanda Puri chegou ao local onde estava vim da Bengala, Gauda, até Jagannãtha Puri."
Sri Caitanya Mahãprabhu. O Senhor ficou muito feliz de vê-lo.
VERSO 99
TRADUÇÃO—Em grande êxtase de amor, o Senhor adorou os pés de lótus de Para- VERSO 100
mãnanda Puri, o qual, em resposta, abraçou-O em grande êxtase.
i ç i i t f i r a w i e d i t a çvftce 1
VERSO 97 * l - i i f i f à n citi' «rtiit« i f t c i 11 ao.
kãél-miérera ãvãse nibhrte eka ghara TRADUÇÃO—Ao residir em Navadvipa sob o abrigo de Sri Caitanya Mahãprabhu,
prabhu tãhre dila, ãra sevãra kihkara o nome de Svarupa Dãmodara era Purusottama Ãcãrya.
kãél-miérera—de Kãái Miára; ãvãse—na casa; nibhrte—desocupado; eka—um; ghara—
aposento; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhre—a Paramãnanda Puri; di/e— VERSO 104
deu; ara—e; sevãra—para servi-lo; kihkara—um servo.
s t ç a luti cwtV fcars Ç<ÍP1 I
T R A D U Ç Ã O — H a v i a um aposento vazio na casa de Kãái .Misra, e Sri Caitanya i s r j f i -315*1 foi itatlift f i a i II w n
Mahãprabhu deu-o a Paramãnanda Puri. Além disso, deu-lhe um servo.
prabhura sannyãsa dekhi' unmatta hahã
VERSO 102 sannyãsa grahana kaila vãrãnasi giyã
prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; sannyãsa dekhi'—ao ver a ordem
•erra far* <wfiii iaí*t itciti* i de sannyãsa; unmatta hahã—ficou igual a um louco; sannyãsa grahana kaila—também
«if* « « T S I ? T , ar,ia itia n i«*« aceitou a ordem de vida renunciada; vãrãnasi—a Vãrãnasi; giyã—indo.
ara dine ãilã svarupa dãmodara
prabhura atyanta marmi, rasera sãgara TRADUÇÃO—Após saber que Sri Caitanya Mahãprabhu aceitara a ordem renun-
ãra dine—no dia seguinte; ãilã— chegou; svarupa dãmodara—Svarupa Dãmodara; ciada, Purusottama Ãcãrya ficou igual a um louco e imediatamente foi a Vãrãnasi
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; atyanta—muito; marmi— amigo íntimo; tomar sannyãsa.
rasera—de doçuras transcendentais; sãgara—oceano.
VERSO 105
T R A D U Ç Ã O — S v a r u p a Dãmodara também chegou no dia seguinte. Ele era um
amigo muito íntimo de Sri Caitanya Mahãprabhu, sendo um oceano de doçuras 'cç^Wm' «a» ita «rrwl ficn Ssrca i
transcendentais. cifte *ff%al « e s t ^ i*i»3 citcasca n ><t n
SIGNIFICADO—Svarupa é um nome de brahmacãri na sucessão discipular de Sahka- 'caitanyãnanda' guru tãnra ãjnã dilena tãhre
rãcãrya. Na disciplina védica, há dez nomes para sannyãsís. Um brahmacãri ope caitam vedãnta padiyã padão samasta lokere
auxilia um sannyãsi cuja designação é Tirtha ou Asrama costuma receber o titui sua- " ^ " ^ " ' k — c h a m a d o Caitanyãnanda Bhãrati; guru—mestre espiritual; faríra—
de Svarupa. Dãmodara Svarupa residira outrora em Navadvipa, onde era conne p ^jy~°rdem; dilena—deu; fánre—a ele; vedãnta padiyã—lendo o Vedanta-sütra;
aa
cido por Purugortama Ãcãrya. Ao ir para Vãrãnasi, tomou sannyãsa de um sannySS ensina; samasta—todas; lokere—pessoas.
intitulado Tirtha. Embora tivesse o título de Svarupa quando brahmacãri, não mudo
seu nome ao tomar sannyãsa. Na realidade, como sannyãsi, deveria ter-se chama Caitam^°~ N o
encerramento de sua iniciação de sannyãsa, seu mestre espiritual,
Tirtha, mas achou melhor conservar seu título original de brahmacãri, ou seja, 08
demíuV^ da B h à r a t í
' °rdenou-lhe: "Lê o Vedanta-sütra e ensina-o a todos
Svarupa.
210 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-liU, O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 211
10
Verso 109
sagrado; tyãga—abandonando; rüpa—sob a forma de; yoga-patta—vestes açafroa • "Mâcale— " ~ espiritual; ãjnã mãgi'—pedindo permissão; ãilã— foi;
a 3 a a n r |
nã nila—recusou; nãma—nome; haila—era; svarupa—Svarupa. mor e x / v " J 8 ã t h a Puri; rãtri-dine— dia e noite; krsna-prema-ãnanda—pelo
anco p Krsria; wViwi/e-arrebatado.
o r
VERSO 110 TRADUÇÃO—Se alguém escrevia um livro ou compunha versos e canções e queria
*rtfàr.«ra «rafa, atasj mfk astral i c i i recitá-los perante ári Caitanya Mahãprabhu, primeiro Svarupa Dãmodara exami-
nava-os e então corrigia-os e selecionava-os. Só então Sri Caitanya Mahãprabhu
fsrafa açr,a, citas i a itfç STICÜ II II concordava em ouvi-los.
pãndityera avadhi, vãkya nãhi kãro sane VERSO 113
nirjane rahaye; loka saba nãhi jãne
vãndityera avadhi—o limite da erudição acadêmica; vãkya nãhi—nenhuma palavra; «fvfSwto-fàa»!, «na a i t « n i
kãro sane—com ninguém; nirjane—num lugar solitário; rahaye—fica; loka—pessoas" '9í*t?5 -n ça «r§a fèc-sa fcfrti H i><® n
em geral; saba—todas; nãhi jãne—não conhecem.
bhakti-siddhãnta-viruddha, ãra rasãbhãsa
T R A D U Ç Ã O — S v a r u p a Dãmodara era o limite de toda a erudição acadêmica, mag éunite nã haya prabhura cittera ullãsa
não trocava idéias com ninguém. Simplesmente permanecia num lugar solitário, bhaktisiddhãnta—afirmações conclusivas sobre a ciência do serviço devocional;
e ninguém conseguia descobrir onde ele estava. viruddha—opondo-se; ãra—e; rasa-ãbhãsa—mistura de doçuras transcendentais;
éunite—de ouvir; «d—não; haya—se toma; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu;
VERSO 111 cittera—do coração; ullãsa—júbilo.
3*pai-si-<?T5l, tfs-ceftail i
i m t e , nrteífa fàfta w t I I i ü I I TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu nunca ficava satisfeito ao ouvir livros ou
versos que se opunham às afirmações conclusivas sobre o serviço devocional.
krsna-rasa-tattva-vettã, deha—prema-rüpa O Senhor não gostava de ouvir rasãbhãsa, a mistura de doçuras transcendentais.
sãksãt mahâprabhura dvitlya svarupa
krstta-rasa—àe doçuras transcendentais relacionadas a Krsna; tattva—da verdade; SIGNIFICADO—Bhakti-siddhãnta-viruddha refere-se àquilo que foge ao princípio da
vettã— sabedor; deha—corpo; prema-rüpa—prema personificado; sãksãt—diretamente^ unidade na diversidade, filosoficamente conhecido como acintya-bhedãbheda — si-
mahâprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; dvitlya—segunda; svarüpa- multaneamente igual e diferente. Rasãbhãsa aparentemente é uma doçura trans-
representação. cendental, mas, na realidade, não o é. Os Vaispavas puros devem evitar as coisas
08 30
íi? '^ s e T v i c o
devocional. Estes conceitos falsos praticamente correm para-
TRADUÇÃO—ári Svarupa Dãmodara era a personificação do amor extático, tendo ios a fUosofia Mãyãvãda. Se alguém se entrega à filosofia Mãyãvãda, cai aos
pleno conhecimento das doçuras transcendentais relacionadas a Krsna. Ele re- Poucos da plataforma de serviço devocional. Misturando as doçuras (rasãbhãsa),
presentava diretamente ári Caitanya Mahãprabhu como Sua segunda expansão. Pessoa acaba se tornando prãkrta-sahajiyã e passa a achar tudo muito fácil. Pode,
ta
n ( nar_Se
por ati V ? m e m D r o d a
comunidade bãula e gradualmente deixar-se atrair
a d e s m a t e r i a i s
'arta ^ . - Portanto, Sri Caitanya Mahãprabhu aconselha-nos a evi-
VERSO 112 derá ne° " h s t ó d t ó í f l M r
" - " d d f i a quanto rasãbhãsa. Dessa maneira, o devoto po-
0 6 p u r o e
tes d e u ^ i i " * "mune a quedas. Todos devem tentar permanecer distan-
"^^•ddhanta-viruddha e de rasãbhãsa.
wt • r f W fam, três «Tf, II sk, II
VERSO 114
grantha, éloka, gita keha prabhu-pãée ãne
svarupa paríksã kaile, pãche prabhu éune «ra^a w t «rftif asca *tfpw*i i
grantha—escrituras; éloka—versos; gita—canções; keha—qualquer pessoa;
pãée—a Sri Caitanya Mahãprabhu; ãne—traz; svarupa—Svarupa Dãmodara; ç* ifw, «rfca <?at'i <sta*l II > i 8 II
kaile—depois que ele examinava; pãche—mais tarde; prabhu—Sri Caitanya M< ataeva svarupa ãge kare partksana
prabhu; éune—ouve. éuddha haya yadi, prabhure karâ'na éravana
214 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso H8 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 215
VERSO 115
v , < , 1
TRADUÇÃO—Sri Svarupa Dãmodara tinha o hábito de ler os poemas de y' ^ VERSO 118
e Candidãsa, e o Sri Gita-govinda de Jayadeva Gosvãmi. Costumava faze
c i * wtc»rr«Rj m\f*f «^ae, teu I
Caitanya Mahãprabhu muito feliz ao cantar estas canções.
RTW *ÍÍ?H1 <3tt<? *n%<3 TtftíTl II 11
VERSO 116 sei dãmodara ãsi' dandavat hailã
seidãrnoda carane padiyã éloka padite lãgila
P a r a r eSt S v a r u a
Presta "~ ^ P
Dãmodara; ãsi '—vindo; danda-vat hailã—caiu prostrado
^"e Í Í O , - , 3
carane padiyã—caindo aos pés de lótus; éloka—um.verso;
/ R E V E R Ê N C I A S
;
f rCTtwa-i»r «f» srrfii wfifo II w« «"«-começou a recitar.
216 Sn Caitanya-can^ãmrta Madhya-lUã, W Verso 119 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri
T R A D U Ç A O — S v a r u p a Dãmodara, ao vir para Jagannãtha Puri, caiu prostrado aos a condição miserável ao extrair o máximo de prazer deste mundo. Entretanto,
u
pé9 de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu e, recitando um verso, prestou-I_he este esforço nunca leva a entidade viva ao sucesso. Enquanto estiver em condição
reverências. miserável, a pessoa às vezes buscará o favor da Suprema Personalidade de Deus,
VERSO 119 mas é muito difícil que pessoas materialistas o obtenham. No entanto, quando
aleuém, pela graça do Senhor, se torna consciente de Krsna, a fragrância dos pés
cçcitijw-rtwi fãiftf CfftíNftcitffl de lótus do Senhor se expande e, dessa maneira, o materialista pode livrar-se
mwtaif^-itfíii aT^iTbflific^Hilifíi i de suas misérias. Na realidade, essa ligação transcendental com os pés de lótus
do Senhor limpa a mente do materialista. Em tal momento, ele se ilumina por
força do serviço amoroso ao Senhor.
Há diferentes variedades de escrituras, e é comum alguém se confundir ao lê-las.
Contudo, quando alguém recebe a misericórdia do Senhor, sua confusão esmore-
héloddhünita-khedayâ viéadayâ pronmllad-ãmodayã ce. Não apenas se definem as controvérsias das escrituras, como também surge
sãmyac-châstra-vivâdayã rasadayã cittãrpitonmãdayã uma espécie de bem-aventurança transcendental, e, assim, a pessoa fica plenamen-
sasvad-bhakti-vinodayã sa-madayã mãdhurya-maryâdaycí te satisfeita. O constante e transcendental serviço amoroso ao Senhor ocupa a
éri-caitanya dayâ-nidhe tava dayã bhüyãd amandodayã alma condicionada no serviço aos pés de lótus do Senhor. Quem tem a fortuna
helã— com muita facilidade; uddhünita—afastada; khedayã—lamentação; visadayã— de ocupar-se deste modo vê intensificar-se o seu amor transcendental por Krsna.
que purifica tudo; prcmmllat—despertando; ãmodayã— bem-aventuranç.i transcen- Destarte, sua posição o purifica plenamente e o enche de bem-aventurança trans-
dental; éãmyat—mitigando; iãstra—das escrituras reveladas; vivãdayã— discórdias; cendental, acompanhada pelo júbilo que só a alma espiritual pode experimentar.
rasa-dayã— distribuindo todas as doçuras transcendentais; citta—no coração; nrpita— Assim, a misericórdia imotivada e transcendental do Senhor Krsna manifesta-se
fixo; unmâdayã—júbilo; éaívat—sempre; bhakti—serviço devocional; viuodayã— esti- no coração do devoto. Em tal momento, as necessidades materiais deixam de exis-
mulando; sa-madayã—pleno de êxtase; mãdhurya—de amor conjugai; imiruãdayã—o tir. A lamentação, que invariavelmente acompanha os desejos materiais, também
limite; érf-caitanya—ó Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; dayã-nidhe— oceano de se esvai. Pela graça do Senhor, o devoto eleva-se à posição transcendental, e então
misericórdia; tava—Tua; dayã— misericórdia; bhüyãt—que haja; amanda—de boa for- as doçuras transcendentais do mundo espiritual manifestam-se nele. Deste modo,
tuna; udayã—em que se desperta. ele se afirma no serviço devocional, ocupando-se em servir amorosa e transcen-
dentalmente ao Senhor com grande determinação. Tudo se combina para que
TRADUÇÃO—"Ó oceano de misericórdia, Sri Caitanya Mahãprabhu! Que haja o amor a Krspa desperte plenamente no coração do devoto.
um despertar de Tua misericórdia auspiciosa, que afasta de imediato todas as Inicialmente, a alma condicionada não dispõe da consciência de Krsna e fica
espécies de lamentação material. Por Tua misericórdia, tudo se torna puro e bem- sempre deprimida em suas atividades materiais. Mais tarde, ao entrar em contato
aventurado. Ela traz bem-aventurança transcendental e faz todos os pra/eres ma- com um devoto puro, ela torna-se inquisitiva, buscando conhecer a Verdade Abso-
teriais grosseiros sucumbirem. Por Tua misericórdia auspiciosa, desavenças e luta. Desta maneira, começa a ocupar-se no transcendental serviço ao Senhor.
discórdias que surgem dentro de diferentes escrituras são aniquiladas. Tua mi- t pela graça do Senhor que todas as idéias erradas são eliminadas, fazendo
sericórdia auspiciosa produz júbilo no coração, onde jorram as doçuras trans- com que o coração se limpe de toda sujeira material. É somente então que desperta
0
cendentais. Tua misericórdia sempre é um estímulo ao serviço devocional. q * 1
prazer da bem-aventurança transcendental. Pela misericórdia do Senhor, o devo-
é pleno de alegria. Estás sempre glorificando o amor conjugai a Deus. Que Tua lo finalmente se convence do valor do serviço devocional. Podendo ver os passa-
misericórdia imotivada acenda a bem-aventurança transcendental dentro de m eU
empos do Senhor em toda parte, ele se situa firmemente em bem-aventurança
coração." anscendental. Tal devoto alivia-se de todas as classes de desejos materiais, e
^ega as glórias do Senhor pelo mundo inteiro. As atividades conscientes de Krsna
0
SIGNIFICADO—Este importante verso citado do Sri Caitanya-candrodaya-ntitii'" 1
libe devoto, colocando-o à parte das atividades materiais e do desejo de
r a c a
descreve especificamente a misericórdia imotivada do Senhor. Srila Bhakt i s • d dfia ^ p e r ° - O devoto percebe a cada passo que se encontra vinculado à Suprema
na
Sarasvati Thãkura explica que Sri Caitanya Mahãprabhu, que é a tão ' S ^ ' n l , n n
l m J
a • j ° ' ' d a d e de Deus. Embora tal devoto circunstancialmente se envolva com
3 f a r n i i a r
Personalidade de Deus, distribui de três maneiras Sua misericórdia imotivada à se d ' ' ele, devido ã sua ocupação constante no serviço devocional, não
e i X a
condicionada. Por estar sempre carente, toda entidade viva no mundo ma e
r e f u influenciar pela existência material. Assim, todos são aconselhados a
mostra-se melancólica. Ela se sujeita a uma árdua luta pela vida e tenta aroe "*^ 1
R'arem-se no serviço devocional para que se tornem felizes e liberados.
218 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 125 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 219
TRADUÇÃO—"Sou o servo de Isvara Puri. Meu nome é Govinda, e vim até aqui
por ordem de meu mestre espiritual." TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: " M e u mestre espiritual, Isvara
Puri, sempre Me favorece com afeição paternal. Portanto, por sua misericórdia
VERSO 133 imotivada, ele te enviou a q u i . "
siddhi-prãpti-kãle—no momento em que deixava este mundo mortal em direção efa éuni' sãrvabhauma prabhure puchila
à perfeição máxima da vida; gosãhi—meu mestre espiritual; ãjnã— ordem; kaila— puri-gosãhi éüdra-sevaka kãhhe ta' rãkhila
fez; more—a mim; krsna-caitanya-nikate—no local de Sri Krsna Caitanya; rahi—per- eta éuni'—ouvindo isto; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; prabhure— ao
manecendo; seviha—presta serviço; tãhhãre—a Ele. Senhor; puchila—perguntou; puri-gosãhi—lavara Puri; éüdra-sevaka—um servo que
é éüdra; kãhhe ta'—por que; rãkhila—mantinha.
TRADUÇÃO—"Pouco antes de deixar este m u n d o mortal em direção à perfeição
máxima, lavara Puri mandou que eu viesse ter com Sri Caitanya Mahãprabhu TRADUÇÃO—Após ouvir isto, Sãrvabhauma Bhattãcãrya perguntou a ári Caitanya
para servi-lO." Mahãprabhu: "Por que Isvara Puri mantinha um servo cuja família é de südras?"
VERSO 134 SIGNIFICADO—Tanto Kãáiávara quanto Govinda eram servos pessoais de Isvara
m%*3i «rtficai ia €taf cifaal i "fl- Após o falecimento de Isvara Puri, Kãáisvara foi visitar todos os lugares sa-
a os da
? índia. Seguindo a s ordens d e seu mestre espiritual, Govinda imedia-
erç-«rís5fa aifas mifa c«W-»TOT«it<«»1iia«8ii
(
m n t e
^ buscou o abrigo de Sri Caitanya Mahãprabhu. Govinda provinha de uma
kãéiévara ãsibena saba tirtha dekhiyã brsiii ^ ^ ' 13
' P e r a s m a s
* o iniciado por Isvara Puri, com certeza era u m o r t e r sic
,n
visitando; prabhu-ãjhãya—sob a ordem de meu mestre espiritual; muni—eu; ã j ras
ti . _ - Segundo o smrti-éãstra, que dá orientações para a administração da ins-
tu
l n e r i o r e s m
ou umT * - E outras palavras, não se pode aceitar um ksatriya, um vaiéya
U
TRADUÇÃO—''Kãáisvara também estará aqui, vindo após visitar todos os 1É>£ nad p ^ 0
Ü rU c o m o
servo. Ao aceitar tal pessoa, o mestre espiritual fica contami-
res sagrados. Contudo, seguindo as ordens de meu mestre espiritual, apressei- um O r t a n t o
' Sãrvabhauma Bhattãcãrya perguntou por que lavara Puri aceitou
Se
Em resposta a isto, Sri Caitanya Mahãprabhu disse que Seu mestre espiritual VERSO 138
lavara Puri, era dotado de tanto poder que estava no mesmo nível que a Suprema
Personalidade de Deus. Sendo assim, Isvara Puri era o mestre espiritual do mundo
inteiro. Ele não estava sujeito a n e n h u m a regra ou regulamento mundanos Um figcia iti ? I J ^íàn cençi 11 i*v 11
mestre espiritual dotado de poder como levara Puri pode conceder sua misericórdia
a qualquer pessoa, independentemente de casta ou credo. Em conclusão, um Iévarera krpã jãti-kulãdi nã mane
mestre espiritual dotado de poder é autorizado por Krsna e deve-se considerá-lo vidurera ghare krsna karilã bhojane
tão bom quanto a própria Suprema Personalidade de Deus. E este o veredito de iévarera krpã—a misericórdia do Senhor; yan—casta; kula-ãdi—família, e t c ; nã mã-
Visvanãtha Cakravarti: sãksãd-dharitvena samasta-éãstraih. Um mestre espiritual au- ni—não obedece; vidurera—de Vidura; ghare—na casa; krsna—o Senhor Krsna; kari-
torizado é tão bom quanto Hari, a Suprema Personalidade de Deus. Se Hari tem M-fazia; bhojane—comendo.
liberdade para agir como bem entenda, o mestre espiritual dotado de poder também
tem esta liberdade. Assim como Hari não está sujeito às imposições de regras TRADUÇÃO—"A misericórdia da Suprema Personalidade de Deus não se restringe
e regulações mundanas, o mestre espiritual dotado de poder por Ele também não ã jurisdição de casta e de credo. Vidura era um südra, todavia, Krsna almoçava
está sujeito a elas. Segundo o Caitanya-caritãmrta (Antya-lilã 7.11): krsiia-éakti vinã em sua casa."
nahe tara pravartana. Um mestre espiritual autorizado, a quem Krçna deu poderes,
tem a potência de propagar as glórias do santo nome do Senhor, pois é o manda- VERSO 139
tário da Suprema Personalidade de Deus. No m u n d o mortal, qualquer pessoa
munida da procuração de seu patrão pode agir em nome deste. Analogamente,
um mestre espiritual a quem, através de seu mestre espiritual fidedigno, Krsija
dotou de poder deve ser considerado tão bom quanto a própria Suprema Persona"
ÉSPM ÇIÍPI i*ii «rtçt* i-®s>
II
lidade de Deus. Este é o significado de sãksãd-dharitvena. Portanto, Sri Caitanya sneha-leéãpeksã mãtra éri-krsna-krpãra
Mahãprabhu descreve as atividades da Suprema Personalidade de Deus e dffl sneha-vaéa hahã kare svatantra ãcãra
mestre espiritual fidedigno da seguinte maneira. sneha—de afeição; Zesa—num vestígio; apeksã— confiança; mãtra—apenas; éri-
krjna—do Senhor Sri Krsna; krpãra—da misericórdia; sneha-vaéa—atado pela afei-
ção; hahã— estando; kare—faz; svatantra—independente; ãcãra—comportamento.
Govinda tornou-se um brãhmana e lavara Puri aceitou-o como seu servo pessoal prabhu kahe,—bhattãcãrya, karaha vicãra
No Hari-bhakti-vilãsa, Sri Sanãtana Gosvãmi afirma que, se alguém é iniciado p 0 gurura kihkara haya mãnya se ãmãra
um mestre espiritual fidedigno, imediatamente torna-se um brãhmana. Um mestre prabhu kahe-Sri Caitanya Mahãprabhu disse; bhattãcãrya—Meu querido Bhattã-
espiritual farsante não pode transformar alguém em brãhmana, mas o mestre es- cãrya; karaha vicãra—simplesmente considera; gurura kihkara—o servo do mestre
piritual autorizado pode fazer isso. Este é o veredito dos éãstras, de Sri Caitanya espiritual; haya—é; mãnya- respeitável; se—ele; ãmãra—para Mim.
Mahãprabhu e de todos os Gosvãmis.
TRADUÇÃO—Então, ári Caitanya Mahãprabhu continuou falando a Sãrvabhauma
VERSO 140 Bhattãcãrya. "Considera este ponto. O servo do mestre espiritual sempre é digno
do Meu respeito."
mk\ tecs canii» g i c»ç-cifç5jc«i i
sa ira ifi-aiac«t II i8° II VERSO 143
VERSO 141 siGNincADo—Se o servo ou discípulo do guru torna-se irmão espiritual de outro
<m ifif c^t%wca foi « u f i n i 'pulo, eles respeitam-se mutuamente como prabhu, ou mestre. Ninguém deve
esre p a seu irmão espiritual. Por esta razão, Sri Caitanya Mahãprabhu per-
cwm in%»i « f ç a sa«i am n 58i n era °
S eit r
U 3 S a r v a b h a
u m a Bhattãcãrya o que fazer em relação a Govinda. Govinda
eto bali' govindere kaila ãlihgana 'sva^Tp P C S S O a l de I á v a r a
' ° mestre espiritual d e Sri Caitanya Mahãprabhu. P u r i
eta bali'—dizendo isto; govindere—a Govinda; kaila—fez; ãlihgana—abraço, jp" esta per °' l 0 8
< q U C S C p
Caitanya Mahãprabhu fez o d e r i a f a z e r ? P o r t a n t o S r i
es a r v a b r i a u m a
piritual- h ~ Bhattãcãrya disse; gurura ãjnã—a ordem do mestre
« f ^ i s c ^ , — « § t e f ^ , ^f-aa? f à s t a i a ;
" ° ' rigm've~~ 'a é ha,avãn
~ "> guru-ãjhã—a ordem do mestre espiritual; nã- ÍOTtí
VERSO 1 4 6
VERSO 149
FIFÍBM ^c?T?T«n 151 i í < i ^ n w i
csife-as-SFL^ai §^ ç f à i f i i
clc«l cia* n u t i n cia ftcpro: i 5 8» i
I t l t Ç , 1«*tÇ a « CltflC««Rl»it1 II 58S> II
nirvicãram guror ãjnã chota-bada-kirtaniyã—dui haridãsa
mayã kãryã mahâtmanah rãmãi, nandãi rahe govindera pãéa
c l l o t
éreyo hy evam bhavatyãé ca da iÚnÍOT s ê n i o r ;
nirvicãram—ser obedecida sem pensar duas vezes; guroh—do mestre esp» 1 mãi; nandãi— Nandãi; rahe—permanecem; govindera pãéa—com Govinda.
ah
ãjnã—a ordem; mayã—por Mim; kãryã— deve ser cumprida; mahã-átman ~*2 U ( 0
bem ' ^ Tanto o Haridãsa sênior quanto o Haridãsa júnior, ambos músicos,
grande alma; éreyah—boa fortuna; hi— deveras; evam—assim; bhavatyab-? ^ \ c
° m o Rãmãi e Nandãi, costumavam ficar com Govinda.
ca—e; mama—para Mim; ca—também; eva—decerto; viéesatah-especifica
or
VERSO 1 5 0
TRADUÇÃO—" 'Não devemos pensar duas vezes para cumprirmos a /Qrto tH
uma grande personalidade, como o é o pai, porque tal ordem traz boa c i t f ã c s a i c i a*ca -aça c i a i I
para nós dois. Especificamente, ela traz boa fortuna para Mim.'
citfac^a « t i T ^ t H ii i t i a«fi II 14° II
230 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilà, W Verso 155 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 231
«ita5i fifn* a í » <$rar «<ífir.a dWtfc i SIGNIFICADO—Brahmãnanda Bhãrati pertencia à Sarikara-sampradãya. Bftdrafíin-
« t ç r o s s . - u a » <M, ata i r a k f S w II II •ca, entre dez, uma denominação de sannyãsi da Sahkara-sampradãya. A pessoa
Rue renunciou ao mundo tem por costume cobrir o corpo com pele de veado ou
c a s c a de
ãjnã deha' yadi tãhre ãniye ethãi °m árvore. Isto está prescrito no Manu-sarhhitã. Contudo, se um sannyãsi,
prabhu kahe, —guru tenha, yãba tãnra thãhi iúahr| U P O S t a m e n t e r e n u n c i
mundo, usa pele d e veado e não avança espiri- o u ao
kahe— Sri Caitanya Mahãprabhu disse; guru tenha—e\e é Meu mestre espi" gostou de ver Brahmãnanda Bhãrati usando pele de veado.
yãba—Eu irei; tãnra thãhi—até onde ele está.
tf' VERSO 155
TRADUÇÃO—Então, Mukunda Datta perguntou ao Senhor: "Devo trazê-lo
c * f a i i e i l^s\ Ç4n r,i *ffap i
Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Brahmãnanda Bhãrati é como Meu mes
piritual. É melhor que Eu vá até e l e . " ^•«íca - i t $ i « r a i K i f i t f a » II wi II
dekhiyã ta' chadma kaila yena dekhe nãhi
VERSO 153
dekhiyg mukundere puche,—kãhãh bhârati-gosãhi
e n d
v é ;
ItM— y ° ; 'a'—com certeza; chadma kaila—fingiu; yena—como se; dekhe—
(41 a f è f 151.21^ «<S«t«i-1CT I •"'-BrahrT-0' "ndere puche-perguntou a Mukunda; kãhãh—onde; bhãrati-gosã-
muk
n a n d a
sfèi' « r f e i l a i u i « « r - i t a f t a Hte* n i « ® l Bhãrati, Meu mestre espiritual.
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 161 O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 233
232 lrj
TRADUÇÃO—Ao ver Brahmãnanda Bhãrati assim trajado, Caitanya Mahãprabho nuçAO—Ao ouvir isto, Brahmãnanda Bhãrati pensou: "Sri Caitanya Mahà-
T
fez de conta que não o viu. Ao invés disto, perguntou a Mukunda Datta: "Onde rabhu não concorda com que eu use pele de veado."
está Brahmãnanda Bhãrati, Meu mestre espiritual?"
VERSO 159
VERSO 156
« t i 1^51,-5*1113 Itfl'1 Í 1 I
^ • « T «itr.1 Qk% f à s i t i i
TO5,-IÜÇ
5 * t i a - l f à f t C 1 1 ^ 1 1 3 «1 « Í 3 II IGÍ» II
« t ^ 1*t5, - £5*5 Wl&a f f l « I C l í l t l II 1<M> II
bhãla kahena,—carmãmbara dambha lãgi' pari
mukunda kahe, —ei ãge dekha vidyamãna carmãmbara-paridhãne samsãra nã tari
prabhu kahe,—tenha nahena, tumi ageyâna bhãla—bem; kahena—Ele disse; carma-ambara—a vestimenta de pele de veado;
mukunda kahe—Mukunda disse; ei ãge— aqui em frente; dekha—vê; vidyamãna— ^mWia—prestígio; lãgi'—quanto a; pari—vesti; carma-ambara-paridhãne—vestindo
presente; prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu redargüiu; tenha nahena—ele não uma roupa feita de pele de veado; samsãra—o m u n d o material; nã tari—não po-
é; /«mi ageyãna—não estás correto. derei cruzar.
Brahmãnanda Bhãrati usaria uma pele de veado?" p ^"mãnanda Bhãrati tomou esta decisão, Sri Caitanya Mahãprabhu, com-
8 U 3 m t e n ç a
sannvà! ° ° ' imediatamente mandou alguém trazer vestes de
VERSO 158
ql&t a i i t l * * TOI W C 1 fãSTCit I
VERSO 161
c m s ^ t n 4 5 n « t u 5*5fi;i n l a v I I
sum' brahmãnanda kare hrdaye vicãre rôtia çjf?' i a n f w i f a i m i
mora- carmãmbara ei nã bhãya ihhãre ; nte « t ^ « i t r i ' c * i « t i 531 a m I I II
n t e r K > r
éuni'—ouvindo; brahmãnanda—Brahmãnanda; kare— faz; hrdaye ' doí v e a
0r
Jagannãtha; vasiyãchena—permanece; acala—sem movimento.
TRADUÇÃO—"No momento atual, vejo dois Brahmans. Um é o Senhoi'_j*^È
nãtha, que não Se move, e o outro, que é móvel, és Tu. O Senhor J S ^ H A a W
^RADijçAo--''Tanto Brahmãnanda quanto Gaurahari são móveis, ao passo que
a arcã-vigraha, a Deidade adorável, é o Brahman imóvel. Contudo, Ju ^ 8*° Senhor Jagannãtha permanece fixo e imóvel."
Senhor ári Caitanya Mahãprabhu, e Te moves daqui para ali. Ambos ^
n D B r a n m a n a n c a
o mesmo Brahman, o senhor da natureza material, porém, P . " , ! ! dois
R E R E S £ 1 3
^ hor^ °~ ' q ' ^ n â r a t u e r i a
provar que não há diferença entre o
na 6010 e a
papéis — um é móvel e o outro, imóvel. Dessa maneira, agora reside nda Riv^ a r a t í
m e
J' ' Caitanya Mahãprabhu queria provar que Ele e Brahmã-
Brahmans em Jagannãtha Puri, Purusottama." eram jivas. Embora sejam Brahman, as jlvas são muitas, porém,
236 á r i Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri
Verso l»v
o Senhor Supremo, o Brahman Supremo, é um só. Por outro lado, Brahmãna ksetrajnam cãpi mãm viddhi
Bhãrati queria provar que Jagannãtha e Sri Caitanya Mahãprabhu eram um sá sarva-ksetresu bharata
a saber, a Suprema Personalidade de Deus. Entretanto, a fim de cumprir S ksetra-ksetrajhayor jhãnam
missão, Sri Caitanya Mahãprabhu parecia mover-Se, ao passo que o Senhor yat taj jhãnam matam mama
Jagannãtha parecia estar inerte. No entanto, ambos são a mesma pessoa. Assim
discutiam eles alegremente. Por fim, Brahmãnanda Bhãrati consultou-se com
Sãrvabhauma Bhattãcãrya sobre o assunto, esperando uma decisão final. "Ó descendente de Bharata, deves entender que sou também o conhecedor si-
tuado em todos os corpos, e discernir entre o corpo e seu proprietário chama-se
VERSO 167 conhecimento. Esta é a Minha opinião."
A Suprema Personalidade de Deus sob Seu aspecto de Paramãtmã expande-Se
"«tí^T TO*,—itit«ti, m i *<*i i por toda parte. O Brahma-samhitã diz que andãntara-stha-paramânu-cayãntara stham:
iTíflr içi « W t t '«rw n fôn n VM n em virtude de Sua natureza onipenetrante, o Senhor Supremo está dentro do uni-
verso, bem como dentro de todos os elementos do universo. Está inclusive dentro
bhãrati kahe,—sãrvabhauma, madhyastha hahã do átomo. Dessa maneira, o Supremo Senhor Govinda é onipenetrante. Por outro
ihhãra sane ãmãra 'nyãya' bujha' mana diyã lado, as entidades vivas são ínfimas. Diz-se que a entidade viva é a décima milési-
bhãrati kahe— Brahmãnanda Bhãrati disse; sãrvabhauma—ó Sãrvabhauma Bhattã- ma parte da ponta de um fio de cabelo. Portanto, a entidade viva é localizada.
cãrya; madhya-stha hahã— tornando-te um mediador; ihhãra sane—com o Senhor As entidades vivas pairam na refulgência de Brahman, os raios do corpo da Su-
Sri Caitanya Mahãprabhu; ãmãra—minha; nyãya—lógica; bujha'—procura entender; prema Personalidade de Deus.
mana diyã—com atenção.
VERSO 168
carwia ghucãhã kaila ãmãre éodhana
dohhãra vyâpya-vyãpakatve ei ta' kãrana
cama—pele de veado; ghucãhã— tomando; kaila—tez; ãmãre—a mim; éodhana—
f í f — U W J , a i s - u m , «ittanTs i w f t II i** u purificação; dohhãra—de nós dois; vyãpya—sendo localizado; vyãpakatve—sendo
'vyãpya' 'vyãpaka'-bhãve 'jiva'-'brahme' jãni onipenetrante; ei—esta; ta—de fato; kãrana—a causa.
jiva—vyãpya, brahmã—vyãpaka, éãslrete vãkhãni
vyãpya—localizada; vyãpaka—onipenetrante; bhâve—dessa maneira; /íw—entij
dade viva; brahme—o Senhor Supremo; jãni—sei; jiva—a entidade viva; vyãpya-- ™ADUÇÀO— "Ao privar-me da pele de veado, Sri Caitanya Mahãprabhu purifi-
localizada; brahmã—o Senhor Supremo; vyãpaka—onipenetrante; éãstrete— nas escri- u-me. Isto prova que Ele é onipenetrante e todo-poderoso e que eu estou subor-
Q|
TRADUÇÃO—" 'Ele possui tez dourada e todo o Seu corpo assemelha-se ao ouro <5ta<31 1*55,- 4551 1 5 5 . 1 3 1 C 5 ^ 5 1 II 11-® II
derretido. Cada parte de Seu corpo é belíssima em constituição, estando untada guru-éisya-nyãye satya éisyera parãjaya
com polpa de sândalo. Aceitando a ordem renunciada, o Senhor é sempre equâ- bhãrati kahe, —eho nahe, anya hetu haya
nime. Firmemente fixo em Sua missão de cantar o mantra Hare Krsna, Ele Se guru-éisya-nyãye—quando há um debate lógico entre o mestre espiritual e o dis-
atém firmemente à Sua conclusão dualista e goza de Sua paz.' " ik>; satya—certamente; éisyera—do discípulo; parãjaya—derrota; bhãrati kahe—
brahmãnanda Bhârati disse; eho nahe—neste caso, não é um fato; anya hetu—outra
SIGNIFICADO—Esta citação é do Mahâbhãrata, Visnu-sahasra-ndrna-stotra (127.92.75). causa; haya—há.
VERSO 171
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu assumiu a posição de discípulo,
45 i a i t 5 i a 5*5 s i f i » r " i v i aceitando Brahmãnanda Bhãratí como Seu mestre espiritual. Em seguida, disse:
0
SHJSRF^ «nnf-cota-Slçcw « i i » n 1 1 1 II ertamente discípulo sai derrotado numa polêmica com o mestre espiritual."
a m a n
(oi a n d a Bhãrati imediatamente contestou estas palavras, dizendo: " N ã o
ei saba nãmera ihha haya nijâspada 01
evido a isto que saíste derrotado. Tua derrota decorre de outra causa."
candanãkta prasãda-dora—ért-bhuje ahgada
ei saba—todos estes; nãmera—de nomes; infia—Sri Caitanya Mahãprabhu; ""Jf^"
é; nija-ãspada—o reservatório; candana-akta—untado com a polpa de sândalo; prasaaf^
dora—o cordão recebido do templo de Jagannãtha; ért-bhuje—em Seus braço* VERSO 174
ahgada—ornamentos.
«<3» fcrfcp 5 ti' « J i , - 4 c s w i i « n i
TRADUÇÃO—"Todos os sintomas mencionados no verso do Visnu-sahasr* «111 415 <QH ^jfjj «rt»|s» stefü || bis II
bra
nàma-stotra são visíveis no corpo de Sri Caitanya Mahãprabhu. Seus ^°^ji„
decorados com braceletes ornamentais feitos de polpa de sândalo e com o c bhakta thãhi hãra' tumi,—e tomara svabhãva
Sm S f l a am rap
recebido da Deidade de Sri Jagannãtha." ^aktafhdn "" P P hãva
NA r e s e n ç a de um
'ornara—T- P devoto; hãra '—ficas derrotado; tumi—Tu; e —
3
* 'Pano „ . L i "
U;
' -bhãw— natureza; ãra—outra; eka—uma; éuna—ouve; tumi—
sva
VERSO 175 nto, Sri Caitanya Mahãprabhu é o próprio Senhor Krsna, e, assim, Brahmã-
nanda Bhãratí tornou-se Seu devoto.
para isto tivesse que sacrificar Sua própria promessa. Brahmãnanda Bhârati Param °
"Desde o começo de minha vida eu era apegado à percepção do Brahman r „ 1 — compreensão do Brahman impessoal e compreensão
1 0 1 3 loc
soai, mas, agora que Te vi, fiquei apegadíssimo à Personalidade de Deus, Kl a com a l i z a d o -, a pessoa chega à fase de compreensão de Bhagavãn,
e e n s â o
Caiío^. da Pessoa Suprema. Prabodhãnanda Sarasvati descreve isto no
""ya-candrãmrta (5):
r e 8 r e s s o do S e n h o r a
242 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lii^ Ven» 18° ° Jagannãtha Puri 243
dhik kurvati ca brahma-yoga-vidusas tath gauracandrarh numah prabhu kahe,—krsne tomara gãdha prema haya
yãhãn netra pade, tãhãn érí-krsna sphuraya
tãvad brahma-kathã vimukta-padavt tdvan na tiktlbhavet prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu retrucou; krsne— por Krsna;
tavac cãpi viérhkhalatvam ayate no loka-veda-sthitih tomara—teu; gãdha—profundo; prema—amor; haya—há; yãhãn—onde quer que;
tãvac chãstra-vidãrh mithah kalakalo nãnã-bahir-vartmasu "«ra-olhos; pade—caem; tãhãn—ali; éri-krsna—o S e n h o r Sri Krsna;
ãrt-caitanya-padâmbuja-priya-jano yâvan na dig-gocarah ^""tya-manifesta-Se.
e n n o r
gauraé caurah sakala-maharat ko 'pi me tlvra-vtryah amo^^^""^ ^ ^ri Caitanya Mahãprabhu retrucou: "Tens u m profundo
e t a u 0 r
pie/ * ^ P ° Krsna; por isso, para onde quer que teus olhos se voltem, sim-
m e
n t e intensificas tua consciência de Krsna."
O devoto não sente muita atração por tópicos sobre o Brahman impessoaLQi
ditos regulamentos dos éãstras lhe parecem inúteis e vazios. Existem muitas pe VERSO 180
a
que debatem acerca dos éãstras, mas, para o devoto, tais polêmicas não P e s t e S «llstá T O * , — < # W 3 ^ 1 « J 3511
de tumultuoso berreiro. Pela influência de Sri Caitanya Mahãprabhu, todos
«rTT.1 i f l $ 1 » Qtn I W * . «f3»tl li >w ll
problemas desaparecem.
bhattãcãrya kahe,—dohhãra susatya vacana
VERSO 178 bbattacãrva k u ^ ' ^ y 8 l í
^ k r 9 n a â e n a s ü ã t d a r a a m
I
244 Sri Caitanya-caritãmrta O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri
Madhya.r llá 1(| Verso l 8 4
TRADUC^C>—Sârvabriauma Bhattãcãrya disse: "Ambas as Tuas afirmativas são ,;,u kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; visnu visnu—ó Senhor Vi$nu, ó
mi
retas. Podemo-nos entrevistar diretamente com Krsna graças à Sua nüsericórajv" •Jhor Viso"; ' kaha—que dizes; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; afi-
k
dizes? Salvai-Me, Senhor Visnu! Tal glorificação nada mais é que outra maneira
prema vinã kabhu nahe tãnra sãksãtkãra de blasfemar."
ihhãra krpãte haya daraiana ihhãra
prema vinã— sem amor extático; kabhu nahe—nunca há; tãnra—Seu; sãksãtkãra- SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu ficou um pouco embaraçado com a afir-
encontro direto; ihhãra krpãte—pela misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu' mação do Bhattãcãrya; por isso, pronunciou o nome de Visnu para Se salvar.
haya—torna-se possível; daraéana—visita; ihhãra—de Brahmãnanda Bhãrati. O Senhor confirma nesta passagem que glbrificar alguém que é tido muito em
conta é apenas outra forma de blasfêmia. Dessa maneira, Ele Se opõe a esta dita
T R A D U Ç Ã O — " S e m sentir amor extático por Krsna, ninguém pode vê-lO direta- afirmação ofensiva.
mente. Por isso, através da misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu,
Brahmãnanda Bhãrati pode ver o Senhor face a face."
VERSO 183
S I G N I F I C A D O — S r i Caitanya Mahãprabhu disse: "És Brahmãnanda Bhãrati, um
devoto avançado que sente amor extático pelo Senhor Supremo. Logo, vês Krsna 41 ^ f a ' « t a ^ t e » 1 4 3 1 fèrer-ani «itln i
em toda parte, e, quanto a isto, não há duvida." Sãrvabhauma Bhattãcãrya era «ta#t-ciwf4s a f ç a f i T O i » a f e r l II iv-® II
o mediador entre Sri Caitanya Mahãprabhu e Brahmãnanda Bhãratí, e, segundo
seu julgamento, um devoto avançado como Brahmãnanda Bhãrati vê Krsna pela eta bali' bhãratire lanã nija-vãsã ãilã
misericórdia de Krsna. Krsna apresenta-Se diretamente ante a visão do devoto bhãrati-gosãhi prabhura nikate rahilã
avançado. Como era um devoto avançado, Brahmãnanda Bhãrati via Krsna na eta bali'—dizendo isto; bhãratire—Brahmãnanda Bhãratí; lanã— levando consigo;
pessoa de Sri Caitanya Mahãprabhu. Nas palavras do Brahma-samhitã (5.38): 'uia-vãsã ãilã—regressou à Sua própria residência; bhãrati-gosãhi—Brahmãnanda
hãrati; prabhura nikate—no abrigo de Sri Caitanya Mahãprabhu; rahilã—permaneceu.
premãnjana-cchurita-bhakti-vilocanena
santah sadaiva hràayesu vilokayanti g^ U C Ã
?~ P A o s d i z e
r isto, Sri Caitanya Mahãprabhu levou Brahmãnanda
yani éyãmasundaram acintya-guna-svarüparh arati até Sua residência. Desde então, Brahmãnanda Bhãrati permaneceu com
C a i , a n
govindam ãdi-purusath tom aham bhajâmi " y a Mahãprabhu.
"Adoro Govinda, o Senhor primordial, a quem os devotos cujos olhos estão ufr VERSO 184
tados com a polpa do amor sempre vêem. Ele é visto sob Sua forma eterna
Syãmasundara, situada dentro do coração do devoto." atareajlrftó» " t a «lati.^rtetá i
«ff-tcsf ar%Tl ? cç í t t V tá mti II 1V-8 D
VERSO 182
5
rãmabhadrãcãrya, ãra bhagavãn ãcãrya
a f ç 5*cç,- ' f a ç ' «t%J»', fã «IsÉÉ* i rttrnabhad prabhu-pade rahilã duhhe chãdi' sarva kãrya
" o f ^ s f V 5 1 4 * f s w t a i * W II >v-* li r y a ;
Cera
Prabh ^ ^ ~ r a R à r n a D n
a d r a Ãcãrya; a"ra—e; bhagavãn-ãcãrya—Bhagavãn Acã-
>de S0
m ; d u h h " ~ ^ ' ° ^ " g o de Sri Caitanya Mahãprabhu; rahilã— permane-
prabhu kahe, — 'visnu' 'visnu', ki kaha sãrvabhauma ^kiudades ~ 6 a m D O S
; chãdi'—abandonando; sarva kãrya—todas as outras respon-
'ati-stuti' haya ei nindãra laksana
246 $ri Caitanya-caritãmrta Madhya-lij^ O regresso do Senhor a Jagannãtha Puri 247
Verso 190
TRADUÇÃO—Mais tarde, Rãmabhadra Ãcãrya e Bhagavãn Ãcãrya também for nuCÃO—Assim como todos os rios deságuam no mar, todos os devotos de
ter com eles, e, abandonando todas as outras responsabilidades, permanece ^ [o^a a região finalmente vieram abrigar-se em Sri Caitanya Mahãprabhu.
sob o abrigo de Sri Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 188
VERSO 185
JTC1 i t t i ' f l f l H «tfft §16151 I
VERSO 1
1 6
ç^X ' ^ âis-stsrtfcsrcç i
249
s
250 Sri Caitanya-caritãmrta | > 8 9 a t e m p ° bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 251
. OsP
inteiro; prema-vanyã-nimagnam—imergiu na inundação de amorext, -^.concederei; ayogya—inadequado; haile—se for; naya—então não
a d o s a n t o n o m e d o
^ P r t w * ^"erido S 3 r i , . u ' " " " ' ~ Senhor Nãrãyana; sínvi-
l
t r a d u ç ã o — N o dia seguinte, Sãrvabhauma Bhattãcãrya s ^ q u e a m a ; k a h a d i z e s
"âo é a d ? q u ; ~ ' kena-por que; ayogya vacana-
a d
Caitanya Mahãprabhu que lhe permitisse declarar alg
252 $ri Caitanya-caritãmrta Madhya-líi a ij Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 253
T R A D U Ç Ã O — A s s i m que ári Caitanya Mahãprabhu ouviu esta proposta, imediata, ndental serviço amoroso ao Senhor, ver um materialista absorto no gozo dos
mente tapou os ouvidos com as mãos e disse: " M e u querido Sãrvabhauma, pó, ^"rdos e ver uma mulher também assim absorta é mais abominável do que
que Me pedes algo tão inconveniente?" £be'r veneno deliberadamente.' "
VERSO 5
«ratkvsea m c i W w s *« 11 * 11
1f6«l*l TO*-cfl* «l<St*Rpaj 3T5 I
jaya jaya éri-caitanya jaya nityãnanda tartl *!PttW, <75t»Tl fafa^lW W* 1 1 1
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda
jaya jaya—todas as glórias; éri-caitanya—ao Senhor Caitanya; jaya—todas as glórias; sãrvabhauma kahe—ei pratâparudra rãya
nityãnanda—a Nityãnanda Prabhu, uiua- todas as glorias; adivita-eandra—a Advaita utkanfhã hanãche, tomã milibãre cãya
Prabhu; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-vrnda—aos devotos do Senhor Sri sãrvabhauma kahe— Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse; et—este; pratâparudra rãya—o
Caitanya Mahãprabhu. rei Pratâparudra de Jagannãtha Puri; utkanthã hanãche—tem estado muito ansioso;
toma—contigo; milibãre—encontrar-se; cãya—ele quer.
TRADUÇÃO—Todas as glórias ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu! Todas»
glórias ao Senhor Nityãnanda Prabhu! Todas as glórias a Sn Advaita Prabhu!
E todas as glórias aos devotos de Sri Caitanya Mahãprabhu! TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse: "Há um rei chamado Pratâparudra
Rãya. Ele deseja ardentemente encontrar-se contigo, e pede Tua permissão."
VERSO 3
f^ü 11<C«T*T TO* «rçiiw I
«ffil VERSO 6
Caitanya Mahãprabhu que lhe permitisse declarar algo sem temor. P ^ d o e não é adequado.
l ) U
252 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy -|,i
a á Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 253
9
Ver»"
T R A D U Ç Ã O — A s s i m que Sri Caitanya Mahãprabhu ouviu esta proposta, im H- tal serviço amoroso ao Senhor, ver um materialista absorto no gozo dos
mente tapou os ouvidos com as mãos e disse: " M e u querido Sãrvabhaum **" cen°" en
m a mulher também assim absorta é mais abominável do que
y e r u
a
que Me pedes algo tão inconveniente?" ' P°r g í r veneno deliberadamente.' "
sãrvabhauma kahe,—satya tomara vacana - cia espiritual, devemos sempre ser muito cautelosos ao lidarmos com
c o n S C 1
jagannãtha-sevaka rãjã kintu bhaktottama eoi ^ o somos cautelosos ao lidarmos com serpentes. Não devemos jamais
o r n
sãrvabhauma kahe— Sãrvabhauma Bhattãcãrya replicou; sat\/a—verdadeira- ^ assim e n t e está sob controle e que podemos fazer o que bem nos
n Q S S a m
ra—Tua; vacana—declaração; jagannãtha-sevaka—servo do Senhor Jagannãtha- '-"^ pensar q ^ e r e s s a d o em vida espiritual deve sempre ocupar sua mente
m mt
c n V e r
o rei; kintu—porém; bhakta-uttama—um grande devoto. ° ' do Senhor, de modo a subjugar os inimigos da mente, que sempre a
a ' j _ g
s e r % l C O
e n t e não estiver sempre absorta em consciência de Krsna,
i a m e a m
3
acomp " , j i d a seus inimigos. Dessa maneira, tornamo-nos víti-
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya replicou; " M e u querido Senhor 0 b e m P
v e e a c e a
será n e n t e
disseste é correto, mas este rei não é uma pessoa comum. Ele é um g r a n d e d e ^
os
e servo do Senhor Jagannãtha." ^i*caritarrn o mantra Hare Krsna, deixamos a mente sempre absorta nos pés
^ótus de Krçna; assim, negamos aos inimigos da mente qualquer possibilidade
VERSO 10 d* uma investida. Seguindo o exemplo dado por Sri Caitanya Mahãprabhu nestes
os devemos ser muito cautelosos ao lidarmos com a mente, não a deixando
« t ç ^ w , <5«rtf»t *tw\ ^9w*fpf-vs i àsua própria mercê em nenhuma circunstância. Uma vez solta, a mente poderá
í ser nesta vida, a nossa ruína, mesmo que sejamos espiritualmente avançados.
^ti*'tft-' »fc»f brcs ^tcsf f w i s n i «> II Especificamente, a associação com homens e mulheres materialistas descontrola
prabhu kahe,—tathãpi rãjã kãla-sarpãkãra a mente. Portanto, Sri Caitanya Mahãprabhu, através de Seu comportamento
kãstha-nâri-sparse yaiche upaje vikãra pessoal, aconselha que todos evitem aproximar-se de um materialista ou de uma
prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu replicou; tathãpi—de qualquer mulher.
modo; rãjã—o rei; kãla-sarpa-ãkãra—tal qual uma serpente venenosa; kãstha-ni- VERSO 11
ri— uma mulher feita de madeira; sparse—ao tocar; yaiche—como; upaje—surge;
vikãra—agitação.
cautelosos ao" lidarmos com materialistas, assim como sê-lo-íamos ao lidarmos nem sequer deve dar uma olhadela para seus aspectos físicos.' "
com uma serpente adornada de jóias.
Mesmo que uma mulher seja esculpida em pedra ou madeira, ao se lhe porCB I G
NiFICADO Esta citação é do Sri Caitanya-candrodaya-nãtaka (8.24).
adornos, ela torna-se atraente. Alguém agita-se sexualmente só em tocar^-
forma. Por isso, não devemos confiar em nossa mente, a qual e tão volúvel q* VERSO 12
c01
pode ceder aos inimigos a qualquer momento. Há seis inimigos que sempre f ^
5
panham a mente — a saber, kãma, krodha, moda, moha, mãtsarya e bhaya — • k" cífcs 3 f 5 • t f ü f * t ^ « t a i « s i t i a i I
luxúria, ira, intoxicação, ilusão, inveja e temor. Mesmo que a mente esteja
^s ifff, s e i "Bffsrrs «ati «.1 c w f a w II II
256 Sri Caitanya-caritãmrta Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 257
7
Verso l
aiche vãta punarapi mukhe nã ãnibe VERSO 15
kaha yadi, tabe ãmâya ethã nã dekhibe
aiche vãta—semelhante pedido; punarapi—novamente; mukhe— na boca- ns
n 0
itnini ara "«1Í5Í1I •slsftfe-Jir.ff i
ãnibe—tragas; kaha yadi—se falares; tabe—então; ãmãya—a Mim; rí/nf aqu§T*' a M c r ò esfriar <6itf5i' fafèjêTi <JÇSOT 11 ><? n
não; dekhibe—verás.
rãmãnanda rãya ãilã gajapati-sahge
TRADUÇÃO—"Bhattãcãrya, se continuares a falar assim, nunca mais Me prathamei prabhure ãsi' mililã bahu-rahge
aqui novamente. Portanto, não deves jamais permitir que semelhante ped\T ^mânanda rãya—Rãmãnanda Rãya; ãilã— veio; gaja-pati-sahge—com o rei; pratha-
proceda de tua boca." em primeiro lugar; prabhure—ao Senhor Caitanya Mahãprabhu; ãsi'—vindo;
S á - e n c o n r r o u ; bahu-rahge-com muito prazer.
VERSO 13
çÃO Quando o rei Pratâparudra regressou a Jagannãtha Puri, Rãmãnanda
D(J
<SÍ1 *tf<íp1 HtsfCSffl f*>® *IZ$ CtSTl I também estava com ele. Rãmãnanda Rãya sentiu muito prazer de ir imedia-
fosl «lít&rá ft?%5 55*11 II b>® II tamente ao encontro de Sri Caitanya Mahãprabhu.
bhaya pãhã sãrvabhauma nija ghare gelã SIGNIFICADO—Todos os reis indianos recebem títulos. Às vezes, são conhecidos
vãsãya giyã bhattãcãrya cintita ha-ilã como Chatrapati, às vezes, como Narapati e, outras vezes, como Aávapati. O rei
bhaya pãhã— estando temeroso; sãrvabhauma—Sãrvabhauma; IÍÍ/VÍ—própria; glwre- de Orissa é tratado como Gajapati.
à casa; gelã— voltou; vãsãya giyã—chegando à sua casa; bíiattacan/a—o Bhattãcãrya;
cintita ha-ilã— ficou meditativo. VERSO 16
Mais tarde, ele transferiu a capital para Khurdã, apoucos quilômetros de Jagan | ^ ^ v e n d o ; snena-T^aiwMõra—comportamento muito íntimo; sarva—todos; bhakta-
e
Puri. Hoje em dia, há uma estação ferroviária ali, chamada Khurdã. todos os devotos; mane—na mente; haila—houve; camatkãra—admiração.
258 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-hi- ^ os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 259
Verso
ãmi kahi,—ãmã haite nã haya 'visaya' tomara ye vartana, tumi khão sei vartana
caitanya-cararte rahoh, yadi ãjnã haya tgn^ niécinta hahã bhaja caitanyera carana
ra
ãmi kahi—eu disse; ãmã haite—por mim; nã— não; haya—é possível; visaya—servty _ ~rua; ye—qualquer; vartana—remuneração; tumi— tu; khão—aceita; sei—
e s t a
> a r f , m i p e n s a o
governamental; caiianya-carane— aos pés de lótus de Sri Caitanya Mahãpra caitá ' ' ~ ; niécinta hahã— sem ansiedade; bhaja—simplesmente adora;
rahoh—possa eu ficar; yadi ãjnã haya—se me obsequiares com a permissão. yera—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; carana—os pés de lótus.
a t i v
TRADUÇÃO " M o i.
TRADUÇÃO—"Eu disse: 'Vossa Majestade, já não desejo dedicar-me a "^ P*nsão' oem ouviu meu pedido, imediatamente concedeu-me uma
i N e m
políticas. Somente ambiciono permanecer aos pés de lótus de Sri Caitanya para' ^ ' nte ra D e s s e m
° d o , concedeu-me salário integral como pensão e pediu-
prabhu. Por favor, concede-me a permissão.' " a me ocupar sem nenhuma ansiedade a serviço de Teus pés de l ó t u s . "
VERSO 20 VERSO 23
«Rtfàt - ira, r^ttJ «f* $ ta «fa»ÍCT I
C5t*lta afu ^sfà.' «JÍBfl •Bfts.fa 3 teêT I
$tta ca* «ç«r f t a la-ei ^lar.«, 11 11
260 Sri Caitanya-caritãmrta M a
dhya-r U i
^ Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 261
0
11 yen»
ãmi—chãra, yogya nahi tãnra daraéane prabhu kahe,—tumi krsna-bhakata-pradhãna
tãhre yei bhaje tãnra saphala jlvane tomãke ye prtti kare, sei bhãgyavãn •
ãmi—eu; chãra—muito caído; yogya—digno; nahi—não; tãnra—dEle; aaraia n rabhu kahe-o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu disse; fumi-tu; kr?na-bhakata-
para entrevistar-me; fánre-com Ele; yei -qualquer pessoa que; Wia/e-adore; ^ Sdhâna-o principal dos devotos do Senhor Krsna; tomãke—a ti; y e - q u e m quer
ra—sua; saphala—exitosa; jlvane— vida. jpe- prtti tare—mostre amor; ser—essa pessoa; bhãgyavãn—muito afortunada.
T R A D U Ç Ã O — " E n t ã o , Mahârâja Pratâparudra disse com muita humildade: ' S ^ TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " M e u querido Rãmãnanda
muito caído e abominável, e sou indigno de entrevistar-me com o Senhor. •Uva, és o maior de todos os devotos de Krsna; por isso, quem quer que te ame
se ocupa a serviço dEle tem a vida exitosa.' " Jcom certeza, uma pessoa muito afortunada."
VERSO 24 VERSO 27
sa "e que o Senhor fica mais satisfeito quando alguém presta serviço a
ye—quaisquer; tãhhãra—seus; prema-ãrti—dolorosos sentimentos de amor a ^ e , Ha u m a
cjç, .! r °' expressão popular que diz: "Se me amas, ama também meu
dekhiluh—vi; tomate—por Ti; Mm—disto; efca—uma; prema-leéa—gota de amor; q U S e r se a r o x i
•oatravé^ ' P m a r da Suprema Personalidade de Deus deverá fazê-
ka—não há; ãmãte—em mim. darament ' • ° S e r V l n t i m o E s t e é
° t o d o . Sri Caitanya Mahãprabhu diz
S C U m é
e
d j , ^ - Como o rei te ama, Rãmãnanda Rãya, ele é muito afortunado. Sem
TRADUÇÃO—"Meu Senhor, acho que não tenho sequer uma gota do êxtase an» n a ac
' ^ eitá-lo-á devido a seu amor por t i . "
roso de Maharaja Pratâparudra."
VERSO 26 VERSO 28
T R A D U Ç Ã O — " E n t ã o , Mahârâja Pratâparudra disse com muita hu i - ári Caitanya Mahãprabhu disse: " M e u querido Rãmãnanda
muito caído e abominável, e sou indigno de entrevistar-me com o Se ^ ffàpü&O-t"**^ devotos de Krsna; por isso, quem quer que te ame
l o d o s os
ye tãhhãra prema-ãrti dekhiluh tomate ^ c o n r ^ J Á f' " imediato e, além disso, encorajou Rãmãnanda
tara eka prema-leéa nãhika ãmãte • • o fatod pensão integral. Isto agradou muito ao Senhor, o que confir-
S 15 6 S e n h r f i c a m a i s s a t i s f
ye—quaisquer; tãhhãra—seus; prema-ãrti—dolorosos sentimentos de »»«r»o Há " ° ° e i t o quando alguém presta serviço a
e x p r e s s â o
dekhiluh—vi; tomate—por Ti; tara—disto; eka—uma; prema-leéa--gota de ' au^ Popular que diz: " S e me amas, ama também meu
a p r o x i m a r da
fca—não há; ámafe—em mim. *»Matea de S^T * Suprema Personalidade de Deus deverá fazê-
0 m t i m o E s t e é
^ • a u i l e - "Coin*™ . - ° método. Sri Caitanya Mahãprabhu diz
d êxtase*^ 1 a m a R a m a n a
Krsna arJ*?!'* }* ' n d a Rãya, ele é muito afortunado. Sem
T R A D U Ç Ã O — " M e u Senhor, acho que não tenho sequer uma gota °
witã-lo-á devido a seu amor por t i . "
roso de Maharaja Pratâparudra."
VERSO 26 VERSO 28
n
sj^ a=r,s, - "çfa ças-^a^swi* i aK a ca •vrvce wafr i
cstaica* ca âfe a>ca> c*fè ^traffl." 11
" • ^ cawvrr* ca «ron ws i *.+ n
262 ári Caitanya-caritãmrta
bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 263
ãdarah—respeito, cuidado; paricaryãyâm—no serviço; ' ' "^'" '~ ^ A 0 SAN A A L CO myLllT. u 30 S
"^P** trabalho fruitivo, à especulação filosófica
partes do corpo; abhivandanam—prestando reverências; mat-bhakta— V*^^^Ê
ELS t
^•noao sTh ° V e d a S r e c o m e n d a
m a adoração a diversos semideuses,
V 5 n u N e s , a c i t a a o
tos; püjã—adoração; abhyadhikã— muito elevada; sarva-bhütesu—em hX as Pergüntd' ' Ç d o Padma Purãna, o Senhor Siva res-
; 3 U r g E s t e v e r s o
des vivas; maf-maíi/i-compreendendo que elas têm uma relação cor 'e Srila Rüp c ° f ' também consta no Laghu-bhãgavatãmrta
n S v a m i As a
vacasã—com palavras; mat-guna-franam—descrevendo Minhas glorias, '• ' - < a forrr? *' ' ' Suprema Personalidade de Deus,
S U p r e m a de ad
V^Vrasn, ~V SSeS d
o s - devotos em sãnta-rasa, em dãsya-rasa,
e m m
e d e v o t
^^«tr*
0 4 rasa e em
serviço. Eles prestam-Me reverências com todos os membros ' - deduz-s ' y - é a suprema doçura trans-
que a adoração a devotbs ocupados a serviço do Senhor
264 Sri Caitanya-caritãmrta „c hedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 265
Qg passatempos
VERSO 47
VERSO 45
^T+fhjísifn ^r&srrèt^
*frôl »*l5 ^arffàcs « t a « l a s t a i
avitare w <3«iTr«f «1 ata, i
iritfo a í a f è çi* asfâsrl ®«ta 118<? 11
acw<k ítfw^lfa
pãpi nica uddhãrite tãnra avatãra fà*fa fVs C1T*TO^T* w- II si i
jagâi mãdhãi tenha karilã uddhãra
pãpi— pecaminosos; nica—de nascimento inferior; uddhãrite—para salvar; tãnra adaréaniyãn api nica-jãtin
Sua; avatãra—encarnação; jagãi—Jagái; mãdhãi—Mãdhãi; reri/ia—Ele; fariü samviksate hanta tathãpi no mãm
uddhãra—liberou. mad-eka-varjam krpayisyatiti
nirniya kini so 'vatatãra devah
TRADUÇÃO—O rei disse: "Sri Caitanya Mahãprabhu adveio só para salvar todas adarsaniyãn—àqueles que não merecem ser vistos; api—embora; nica-jãtin—homens
as espécies de pessoas pecaminosas e baixas. Por isso, liberou pecadores como de classe inferior; samviksate—lança Seu olhar misericordioso; hanta—ai de mim;
(agai e M ã d h ã i . " tathãpi—todavia; nu—não; mãm—a mim; mal—eu mesmo; eka—sozinho; varjam—
rejeitando; krpayisyati—F.\e concederá Sua misericórdia; iti— assim; nirniya—deci-
dindo; tom—se; sah—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; avatatãra—adveio; devah—a
Suprema Personalidade de Deus.
VERSO 46
«fsita*;» çtfV a*faca arst«. fsrota i TRADUÇÃO—" 'Ai de mim! Será que Sri Caitanya Mahãprabhu adveio com o
propósito de salvar a todos exceto a mim? Ele lança Seu olhar misericordioso
<sfàm\ asfa' asfàatcsi « l a s t a ? 8^ n para muitos homens de classe inferior que geralmente nem sequer merecem ser
vistos.' "
pratâparudra chãdi' karibe jagat nistãra
ei pratijhã kari' kariyãchena avatãra?
pratâparudra chãdi'—exceto o rei Pratâparudra; karilie— Ele fará; jagat—do universo
SIGNIFICADO—Este verso encontra-se no Sri Caitanya-candrodaya-nãtaka (8.28).
inteiro; nistãra—salvação; ei pratijhã— esta promessa; kari'—fazendo; kariyãchena- VERSO 48
fez; íJtwfflra—encarnação.
ira «fessl catta »t a*fãca aa»i» i
TRADUÇÃO—"Ai de mim! Será que Sri Caitanya Mahãprabhu encarnou para cata «ifessi- %m fàal stf?*. # t a * 1 1 8 ^ 11
salvar todas as espécies de pecadores exceto um rei chamado Mahàràja Pratâ- tãhra pratijhã—more nã karibe daraéana
parudra?" mora pratijhã—tãhhã vinã cliãdiba jivana
tãhra pratijüã— Sua decisão; more—a mim; nã— não; karibe—fará; daraéana—visão;
S I G N I F I C A D O — N a r o t t a m a dãsa Thãkura descreve a missão de Sri Caitanya Mahã- """a pratijhã— minha promessa; tãhhã vinã— sem Ele; chãdiba—abandonarei; jivana—
prabhu do seguinte modo: patita-pãvana-hetu tava avatãra mo-sama patita V^* vida
nã pãibe ãra. Se Sri Caitanya Mahãprabhu adveio para redimir os pecadores, então,
aquele que for o mais pecaminoso e baixo é o candidato número um na lista do TRADUÇÀO-Mahãrãja Pratâparudra prosseguiu: "Se Sri Caitanya Mahãprabhu
Senhor. Como era obrigado a lidar com coisas materiais constantemente e a usühvsi está decidido a não me ver, então estou decidido a abandonar a minha vida se
de lucros materiais, Mahârâja Pratâparudra considerava-se uma alma muito cai nao O vir."
A missão de Sri Caitanya Mahãprabhu era a salvação dos mais caídos. Corno,
então, poderia Ele não aceitar o rei? Quanto mais caída é a pessoa, tanto SiGNiFiCArx)—Um devoto decidido como Mahàràja Pratâparudra com certeza sairá
tem ela o direito de ser salva pelo Senhor — contanto, é claro, que se r e n c i a
noso no seu avanço em consciência de Krsna. Sri Krsna confirma isto no
Senhor. Maharaja Pratâparudra era uma alma inteiramente rendida; portan • "^gavad-gna- (9.14):
o Senhor não poderia recusá-lo, apoiando-Se no fato de que ele era um hom
mundano, somente interessado em dinheiro.
272 Sri Caitanya-caritãmrta Ma
dhya-r,|- - os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 273
yerso 51
sotatttm ktrtayanto mãm nuCÃO—Ao ouvir a detenninação do rei Pratâparudra, Sãrvabhauma Bhattã-
yatantaé ca drdha-vratãh T
* A D
ficou reflexivo. Na verdade, ele ficou muito admirado de ver a determinação
namasyantaé ca mãm bhaktyã
nitya-yuktã upãsate
"Sempre cantando Minhas glórias, esforçando-se com grande determinação r»». MIFICADO—-Sãrvabhauma Bhattãcãrya ficou admirado porque tal determinação
trandose ante Mim, essas grandes almas perpetuamente adoram-Me com devóSfi possível para um homem mundano, apegado ao gozo material. É certo que
São estes os sintomas de um mahãtmâ ocupado a serviço do Senhor em pio. • tinha ampla oportunidade para o gozo material, porém, ele achava que seu
0
consciência de Krsna. Assim, a determinação de Mahârâja Pratâparudra é rrnA !*' j o o mais eram inúteis, caso não pudesse ver Sri Caitanya Mahãprabhu.
w c
elevada e chama-se-a drdha-vrata. Devido a esta determinação, ele finalmente foi Isto em si já é o bastante para causar admiração. O Srímad-Bhãgavatam afirma que
capaz de receber a misericórdia direta do Senhor Caitanya. f/hakti serviço devocional, deve ser incondicional. Na realidade, nenhum obstáculo
material pode conter o avanço do serviço devocional, seja este executado por um
VERSO 49 homem comum ou por um rei. De qualquer maneira, o serviço devocional prestado
ao Senhor é sempre completo, a despeito da posição material do devoto. O serviço
afã c f t astsrça M\ *tfè * HHü I devocional é tão sublime que qualquer pessoa em qualquer posição pode executá-
fasal vtVJi fa*ai ca?,—ia « r a s t a a « 8 » ii lo. Basta a pessoa ser drdha-vrata, completamente resoluta.
VERSO 50
«GNincADo—Devido à firme determinação do rei Pratâparudra, o Bhattãcãrya
c (1Ue 3 m i s e r i c ó r d i a d e S r l
«as «tV a lacsla *&»rl fÈi%5 i °ncedd Caitanya Mahãprabhu seria inevitavelmente
C
frrujT^' ° m o se corifirma noutra parte do Caitanya-caritãmrta (Madhya, 19.151),
atwra •a^ulH cafa' Ç^«TI tafare u a» II deKrI ' ~ ^ í M1 Pra ãíie
bhakti-latã-bfja: "Pela misericórdia do mestre espiritual e
b t é n v s e a
^a era ° semente do serviço devocional." Presume-se que o Bhattã-
efa éuni' sãrvabhauma ha-ilã cintita 1 6 5 6
de q Q ^ " ^ espiritual do rei Pratâparudra, e ele deu suas bênçãos no sentido
Ue
rãjãra anurâga dekhi' ha-ilã vismita S 6 r Í a m s e r c o r d i o s o a r a c o m r e i A
^Piritual i ' P ° - misericórdia d o mestre
eta éuni'—ao ouvir isto; sãrvabhauma—Sãrvabhauma; ha-ilã— ficou; cintita-- c 6 de K r s n a
Mahârâja Pratâparudra tinha te inabalável no Bhattãcãrya o u ^ manter esta i ^ ^ t r a r o caminho do serviço devocional. Se m o s
Q á i K i
Sri Caitanya Mahãprabhu é a Suprema Personalidade de Deus Co* ^ * => •°' V^-uir rigidamente os princípios, sem deles se desviar, com certeza
fé no Bhattãcãrya, seu mestre espiritual, o rei Pratâparudra de bned '^ericórdia de Krsna. Os éãstras confirmam isto.
Sri Caitanya Mahãprabhu como o Senhor Supremo. Assim co '
6
Sri Caitanya Mahãprabhu mentalmente. Este é o processo do servi *"
VERSO 53
Segundo o Bhagavad-gitã (9.34):
<5«rtí*t asfesi «rifa <iw ^*rra i
man-manã bhava mad-bhakto dft S*tra W «I^CWfaCI ffifil II <r* II
mad-yãji mãm namaskuru tathãpi kahiye ãmi eka upãya
mãm evaisyasi yuktvaivam ei upãya kara' prabhu dekhibe yãhãya
ãtmânam mat-parãyanah Mtap-mesmo assim; kahiye—dige; ãmi—eu; eka upãya—um meio; ei upãya—
«•emeio; kara'—procura adotar; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
AttàV—ver-te-á; yãhãya—através disto.
"Ocupa tua mente sempre em pensar em Mim, torna-te Meu devoto, pretó-i
veréncias a Mim e adora-Me. Estando inteiramente absorto em Mim, com O»
virás a M i m . " •cCAo— Então, Sãrvabhauma Bhattãcãrya sugeriu: "Existe um meio de O
Este processo é muito simples. Basta que o discípulo se convença firmeme* > diretamente."
através das palavras do mestre espiritual, de que Krsna é a Suprema PersonaBd**
de Deus. Se alguém chegar a esta conclusão, poderá progredir mais ainda, f*-
sando em Krsna, cantando sobre Krsna e glorificando-O. Então não haveria*" VERSO 54
de que esse devoto inteiramente rendido receberá as bênçãos do Sei
Srila Sãrvabhauma Bhattãcãrya continua a explicar este ponto no verso sega»
*1-«rfW «^3 ^hzx* c«iitfaè*ç<<Pl ll <?8 II
VERSO 52
ratha-yãtrã-dine prabhu salta bhakta lanã
ra,ha
"""•yWm-di _ -ãge mtya karibena premàvista hahã
0 da c e r i m u n i a do
***°rtoh\i Zhn" festival dos carros; praWm-Sri Caitanya
* * ^ a 9 t J S ! r , l o d o
' ' Makta-devotos; /afia-levando com Ele;
s
ratha-a car-
tenha—premâdhina, tomara prema—gádhatan iajr—en, r ' •"'"«—uevoros; lana—íevanao com tie; ratna—a car-
e n t C d e ; n r t y a karihen
avaéya karibena krpã tomara upara | j, «xtático ã—dançará; prema-ãvista hahã—em grande
e
c o n 1
tehha-E\e (Sri Caitanya Mahãprabhu); prema-adhina-sob o ^ ^-J ' o ;
II f Í Í vaisnava puro."
premãveée puspodyãne karibena praveéa no—Um Vaisnava está sempre pronto a ajudar outro Vaisnava a pro-
sei-kãle ekale tumi chãdi' rãja-veéa SIGNII* ^ ^ compreensão da Verdade Absoluta. Sãrvabhauma Bhattãcãrya podia
prema-ãveée—em amor extático; puspa-udyãne—no jardim d e Gundicã, n H 0 ipài* estava na posição de um Vaisnava puro. O rei vivia pensando em
rei
m^Cej *rfé' qçtapga afãca 53*1 II <fb II rãmãnanda rãya, ãji tomara prema-guna
prabhu-ãge kahite prabhura phiri' gela mana
'krsna-rãsa-pahcãdhyãya' karite pafhana rtmínanda rãya—Rãmãnanda Rãya; ãji—hoje; tomara—tua; prema-guna—qualidade
ekale yãi' mahâprabhura dharibe carana de amor; prabhu-ãge—perante o Senhor; kahite—quando descreveu; prabhura—do
krsna-rãsa-pahca-adhyãya—os cinco capítulos do Décimo Canto do Srimad-Bhip- Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; phiri' gela—transformou-se; mana—a mente.
vatam nos quais se descrevem os passatempos da dança da rasa do Senho:
karite pathana—recitar; ekale yãi'—indo sozinho; mahâprabhura—do Senhor Sri Caita-
nya Mahãprabhu; dharibe carana—agarra-te aos pés de lótus. Senhor já mudou de idéia devido a que Rãmãnanda Rãya des-
T R A D U Ç Ã O — " O
creveu teu amor puro por Ele."
TRADUÇÃO—"Quando Sri Caitanya Mahãprabhu entrar no Gundicã, deva
também, ir lá e ler cinco capítulos sobre a dança do Senhor Krsna com as gopi*
Dessa maneira, poderás agarrar-te aos pés de lótus do Senhor." A princípio, o Senhor não queria ver o rei, mas, devido aos incan-
S I G N I F I C A D O
A menos que nos aproximemos de um devoto puro, não poderemos compre,.,, nfjffrc prabodhiyã bhatta gelã nijãlaya
1
a Suprema Personalidade de Deus. Mahârâja Pratâparudra adorou tanto a R- ^ snãna-V ~ ' P °hura ãnanda títra
hrdaya d ne ra
nanda Rãya quanto a Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Assim, ele tocou os pés dep* rei" prabodhiyã—limando; bhatta—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; gelã—
de devotos puros, sendo, desse modo, capaz de aproximar-se de Sri Cait rijáre-o , ^ ^ p ' , p r i a casa; snãna-yâtrã-dine—no dia da cerimônia de
r(
d e do S e n n o r
dias- Este . Jagannãtha, e a consecução disto leva cerca de quinze
13
P* ver ^ ' ° ' 6 c 0c n a m a
- s e A n a v a s a r a . Há muitas pessoas que visitam o templo
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o rei perguntou ao Bhattãcãrya quando aconteceria a d D
* arih • IK J a g a n n ã t h a todos os dias, e Sua ausência após a cerimônia
0
mônia de banho ISnãna-yãtrã) do Senhor Jagannãtha, o Bhattãcãrya respo ^ o r la '"suportável. Sri Caitanya Mahãprabhu sentiu muito quando o
que faltavam apenas três dias para a mesma. jagannãtha a u s e n t o u - S e do templo.
280 Sri Caitanya-caritãmrta Madhva-h. Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 281
68
Ver»»
VERSO 63 •ry.-Dessa maneira, Sãrvabhauma Bhattãcãrya trouxe o Senhor Caitanya
. annãtha Puri. Então, foi até o rei Pratâparudra e informou-o da
csfrôtetr.i fãats s)^ a3tf si *<mi i
0
T » * ^ laK
VERSO 66
gopi-bhãve virahe prabhu vyãkula hanã
ãlãlanãthe gelã prabhu sabãre chãdiyã Qt*&m * r > » i i s«ti c s n ^ t i r r f r t i
gopl-bhãve—com o sentimento das gopfs; virahe—em separação; prabhu— Sç.. 0
« W f t ^ t ^ N r W fü* ^a «tftsrê II
Sri Caitanya Mahãprabhu; vyãkula—agitado; hahã— estando; a~lãlanathe—o
Ãlãlanãtha; gelã— foi; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; sabãre—a v ' t o hena-kãle ãilã tathã gopinãthãcãrya
chãdiyã— tendo abandonado. rãjãke ãéirvãda kari' kahe, —éuna bhattãcãrya
hena-kãle—durante este período; ãilã— veio; tathã— ali; gopinãtha-dcdrya—
T R A D U Ç Ã O — D e v i d o à separação do Senhor Jagannãtha, Sri Caitanya Mahj. Gopinãtha Ãcãrya; rãjãke—ao rei; ãéirvãda kari'—oferecendo uma bênção; kahe—
prabhu sentiu grande ansiedade tal como as gopis sentem quando Krsna cati disse éuna bhattãcãrya—meu querido Bhattãcãrya, ouve, por favor.
ausente. Nesta condição, Ele abandonou a companhia de todos e foi ps,
Ãlãlanãtha. TRADUÇÃO—Nessa altura, enquanto Sãrvabhauma Bhattãcãrya estava com o rei
Pratâparudra, Gopinãtha Ãcãrya chegou. Por ser um brãhmana, ofereceu sua
VERSO 64 bênção ao rei e dirigiu-se a Sãrvabhauma Bhattãcãrya da seguinte maneira.
*tm «rç? fã^5 «u^n w i i i VERSO 67
C^tT? C*SS «n«iCT, fcl fàc?Wa II *8 II
cfcs c*i75 croa «rffaestw ífcfs 1
pãche prabhura nikata ãilã bhakta-gana jwtsfça * N - « T O N T O II w II
gauda haite bhakta ãise, —kaila nivedana
pãche— atrás; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; nikata—na presença; íül- gauda haite vaisnava ãsitechena dui-éata
vieram; bhakta-gana—os devotos; gauda haite—da Bengala; bhakta—devotos; íisf- mahâprabhura bhakta saba—mahã-bhãgavata
vêm; kaila nivedana—alegaram. gauda haite—da Bengala; vaisnava—devotos; ãsitechena—estão vindo; dui-éata—
somando aproximadamente duzentos; mahâprabhura—do Senhor Sri Caitanya
TRADUÇÃO—Os devotos, seguindo o Senhor, apresentaram-se diante dBt* Mahãprabhu; bhakta—os devotos; saba—todos; mahã-bhãgavata—devotos muito
pediram-Lhe que voltasse a Puri. Eles alegaram que os devotos da Bengala esti- avançados.
vam vindo para Purusottama-ksetra.
TRADUÇÃO—"Cerca de duzentos devotos estão vindo da Bengala. Todos eles são
8 InUÍl0 a v a n c a d o s e
prabh° '' especialmente devotados a Sri Caitanya Mahã-
VERSO 65
VERSO 68
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; lanã— levando; prabhu—Sn narendre ãsiyã sabe haila vidyamãna
a
Mahãprabhu; ãilã—chegou; rãjã-thãhi—ao rei; kahilena—disse; giyã— P°^ tãn-sabdre cãhi vãsã prasãda-samãdhdna
282 Sri Caitanya-caritãmrta jgatempos bedã-kirtana de ári Caitanya Mahãprabhu 283
narendre—á margem do lago Narendra; dsiyd— vindo; sabe—, A bhatta kahe, —atfalikãya kara ãrohana
S
dyamãna—ficando; tãh-sabãre—para todos eles; cãhi—eu desejo- vasa° ^» gopinãtha cine sabãre, karãbe daraéana
prasãda—para distribuir prasãda; samãdhãna—providências ' ~ 8 C O l n o o
* t & . H á c ã r y a disse; attãlikãya—ao terraço do palácio; kara ãrohana—
0 8 n a t t
| h T " kahe— ^^i,^_-r,or)inátha Ãcãrya; eme—conhece; sabãre—todos;
TRADUÇÃO—''Todos eles já chegaram à margem do lago Narend
lá. Desejo providenciar acomodações e prasàda para eles." r a e a
8 »«*4 u
e
TRADUÇÃO—O rei respondeu: "Darei minha ordem ao comandante d o tea^fc tradução—"Na verdade, não conheço n e n h u m deles, embora tenha o desejo
para que ele providencie acomodações e prasãda para todos, c o m o o d e s e j » ' •ecoohecê-los. Já que Gopinãtha Ãcãrya os conhece a todos, dar-te-á os nomes
Mh."
VERSO 70
« * t * f ç a f « i as wfèai csft"? tecs i VERSO 73
« I t ^ r t , <acas caca* caata? «ttafas m» n *a<5 afa' fàa m «r§tfsr«sta sf^wr i
mahâprabhura gana yata ãila gauda haite
ciaastcaj caaaa « a tarefe «rè»! 11 n
bhattãcãrya, eke eke dekhãha ãmãte
mahãprabhura-de Sr! Caitanya Mahãprabhu; gama-associados; efa bali' tina jana attãlikãya cadila
oíto-que vêm; gauda haite-da Bengala; WiafMctfryfl-Sârvabhauina B r . a * *Mi'-dÍ7 H -kãle vaisnava saba nikate ãila hena
TRADUÇÃO—"Sãrvabhauma Bhattãcãrya, por favor, mostra-me c a d a oi» ***'*--nessa • " y ) attãlikãya—ao terraço do palácio; cadila—subiram;
v a Í 9 v a v a s
'"•"legaram ^ - ° devotos Vaisnavas; saba-todos; n/7cafe-perto;
votos de ári Caitanya Mahãprabhu que estão vindo da B e n g a l a .
VERSO 71
><Ao. A p . o s d
U b i u I S l S à r v a b h a u m a
éafc?L* ao t e r í " ° ' ' juntamente com o rei e Gopinãtha
3 Ç d a l a c i o
c w V m ] 1
I fefta, ^ *
« r n i - s a t a e t ^ l a t a , a t t i caaia-üa 11 <is n
dãmodara-svarüpa, govinda, —dui jana I <Mm« govinda—bhrtya. ihãh dohhã diyã
mãlã-prasãda lanã yãya, yãhãn vai nava-garia 9
'Zuvdthãhãchena prabhu gauram kanyã
dâmodara-svarüpa—Svarupa Dãmodara; govinda—Govinda- dui I a Tovinda-Govmàa-, bhrtya-servo pessoal; ifctfw-aqui; donhã
pessoas; mãlã-prasãda—guirlandas de flores e restos do aliment '""""^ .^segunda £ m ^ - g u i r l a n d a s d e flores; pãthãhãchena-
o a s :
jagannãtha; lanã—levando; yãya—foram; yãhãn—onde !*ii<° ^ ^ me» lesta Mahãprabhu; #mniwi tariyff-dando muita honra.
Vaisnavas.
. . . ««runda pessoa é Govinda, o servo pessoal do Senhor Caitanya.
C A
TRADUÇÃO—Svarupa Dãmodara e Govinda, levando as guirlandas d f w ° Z ias duas pessoas portadoras de guirlandas e dos restos do ah-
a prasãda do Senhor Jagannãtha, dirigiram-se para o local onde estavj ^ 0 , -
Í £ h o r Jagannãtha simplesmente para receber com as devidas honras
os Vaisnavas. Jjjolosda Bengala.
VERSO 75
VERSO 78
« t a c a r a « s r f s f f trôfèsfi sfçTta i
arsrj 5
$^ caM !. fisatç « i t a f c a n «w n «itcà Jiisii « & K « r , a « w t isrêi i
prathamete mahãprabhu pãthãila duhhãre • H W cnfâa! f t ^ l a i t a i « i r t V « f t a f a * niv-n
rãjã kahe, ei dui kon cinâha ãmãre
prathamete—em primeiro lugar; mahãprabhu—Sn Caitanya Mahapnbh ddau mãlã advaitere svarupa parãila
pãthãila—mandou; duhhãre—duas pessoas; rãjã kahe—o rei disse; « diu-aquás pãche govinda dvitiya mãlã ãni' tãhre dila
dois; kon—quem são eles; cinãha—por favor, identifica; ãmãre— para mim. •^•^primeiramente; mãlã— uma guirlanda; advaitere—a Advaita Ãcãrya;
•-vá—Svarupa Dãmodara; parãila—ofereceu; pãche—depois disso; govinda—
Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu primeiro mandou amtau
T R A D U Ç Ã O — O
nda, o servo pessoal do Senhor; dvitiya—uma segunda; mãlã— guirlanda;
frente. O rei perguntou: " Q u e m são aqueles dois? Por favor, identifica^)»»* *« -trazendo; tãhre dila—entregou-Lhe.
mim."
?*WÇAO—Primeiro, Svarupa Dãmodara adiantou-se e enguirlandou Advaita
VERSO 76 •eguida, Govinda veio e ofereceu uma segunda guirlanda a Advaita
*t*rjra.
« § t 5 t í asr*,- ^isf-wlr.ataa i
a ç f « ç a ça fofra a^eiaa n •HÍ» n VERSO 79
seu nome é Svarupa Dãmodara; mahâprabhura—de Sri Caitanya M 'abe govinda dandavat kaila ãcãryere
haya—é; ihha—ele; dvitlya—a segunda; kalevara—expansão do corpo- ^ - n a q u e l a oc '-""^ "" y - P dãmodare e Scãr a uchila
f l a 0 ; govinda
'" ez ^ —Govinda; dandavat—prostrando-se em reverên-
T R A ári Sãrvabhauma Bhattãcãrya respondeu: "^"f/fr
D U Ç Ã O — CiV' *°^eceu icaryn-iT~
; _ a A d v a i t a
Ãcãrya; Mure—a ele; rui/ii—não; eme—
Dãmodara, que praticamente é a segunda expansão do corpo e . "-«•todara 'J* Advaita Ãcãrya; puchila—perguntou; dãmodare—a Svarupa
Mahãprabhu."
Hedã-kirtana de Sri CaiUnya Mahãprabhu 287
286 Sri Caitanya-caritãmrta
» A quem Svarupa
» A Svarupa Dãmodara
Ü Dãmodara ee Govinda otei
U E M oferece-
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s que Govinda prestou suas reverências em _ n rei indagou: . . - J I O O U : 4
" H ^ certo
por certo
g e u é
, . -
i n
: „ T - „ O » N N
t e n s a q u e
P O O R
d a d 4 v
te Advaita Ãcãrya, Advaita Acarya perguntou a Svarupa DT " « fcw DU vo ,ue E1
aquela pessoa, pois, até então, Ele não conhecia Govinda m 0 d a r
' Ia»?*
de u" 1 d e V
-"" " " "' ""
VERSO 80 VERSO 83
VERSO 82
VERSO 85
atsri asra,—arca «tu íã«n sf軫 i
1 1
«rfea' ffssr, a® «TO,- asa? castas ? ^
"*t«»T« «irVB ifo<s-»i*a II w i
ra/tf ta/ie, — y ã h r e mãlã dila dui-jana
ãécarya teja, bada mahãnta, —kaha kon jana. ^ toryaratna inha, pandita-purandara
rãjãkahe-o rei indagou; yãhre a que pessoa; mif/d-guirlandas, J nrt Can ÍSfl
at=gcaa W5, i a | f*ft1ünf II vi n TRADUÇÃO—"Ali está Rãghava Pandita, ali está Ãcãrya Nandana, ali está Srimãn
Pandita e ali, Srikãnta e Nãrãyana."
ei hari-bhatta, ei érf-nrsimhânanda
ei vãsudeva datta, ei éivãnanda SIGNIFICADO—Narottama dãsa Thãkura, glorificando os associados pessoais d o
ei—este; hari-bhatta—Hari Bhatta; ei—este; ért-nrsithhãnanda—Sri Nrsirhhãnand< Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, canta como segue (Prãrthanã 13):
ei—este; vãsudeva datta—Vãsudeva Datta; ei—este; éivãnanda—Sivãnanda.
gaurãhgera sahgi-gane nitya-siddha kari' mane
TRADUÇÃO—"Ali está Hari Bhatta, e lá está Nrsimhananda. Ali estão Vãsudeva
Datta e Sivãnanda S e n a . " se yãya vrajendra-suta-pãsa
ghosa—Vãsudeva Ghosh; tina bhãira—dos três irmãos; ktrtane—no sankf karmanã manasã girã
prabhu—o Senhor; pãyena santosa—sente muito prazer. nikhilâsv apy avasthãsu
jTvan-muktab sa ucyate
V i S a
TRADUÇÃO—"Ali também estão Govinda Ghosh, Mãdhava Ghosh e ^ ) 0
<le 0a C Ue C O m c o r a
Ghosh. São três irmãos cujo sahklrtana, canto congregacional, agrada oi '^na - ' ' ° P ° ' mente, a inteligência e as palavras, age a serviço
ded e p e s s o a
Senhor." Jcar. ^ . liberada, mesmo dentro do mundo material, embora possa
Se
a
muitas atividades ditas materiais." (Bhakti-rasãmrta-sindhu, 1.2.187)
290 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya.h. Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 291
94
». 1| Ver»"
Um devoto vive pensando em como servir melhor ao Senhor Krsna, a Su kulína-grãma-vãsi ei satyarãja-khãna
>^e,,l,
Personalidade de Deus, e em como difundir Seu nome, fama e qualidad' rãmãnanda-ãdi sabe dekha vidyamãna
todo o mundo. A única ocupação do nitya-siddha consiste em divulgar de aráma-vdsi—residentes da aldeia conhecida como Kulina-grãma; ei—estes;
com sua capacidade, as glórias do Senhor por todo o mundo. Tais pessoas*"^"'' **• khãria—Satyarâ')a Khãn; rãmãnanda-ãdi—encabeçados por Rãmãnanda;
1
gram o corpo de associados do Senhor Caitanya Mahãprabhu. Portanto Nj" ^ "todos- dekha—olha; vidyamãna—presentes.
tama dãsa Thãkura diz: nitya-siddha kari' mane. Não se deve pensar que d ^
a Sri Caitanya Mahãprabhu ter estado pessoalmente presente há quinhentos^^ J Q _ _ " E ali estão todos os residentes de Kulina-grãma, tais como
3
apenas Seus associados eram liberados. Pelo contrario, Srila Narottama ?* - tf hãn e Rãmãnanda. Com efeito, todos eles estão presentes aqui. Olha,
Thãkura diz que qualquer pessoa é nitya-siddha, caso aja em nume de Sri Gaita gatyaraja M » < "
Mahãprabhu, propagando as glórias do santo nome do Senhor. Tais devotos ^ P° r f a V
° " r
VERSO 9 2
pregam as glórias do Senhor devem ser respeitados como nitya-siddhas, e nãodfr
vemos considerá-los condicionados. ^pwia,aas>fà, S l a ^ w i
mãm ca yo 'vyabhicãrena «•«aiai fwtkfK «11a wrtsa u n
bhakti-yogena sevate
sa gunãn samatftyaitãn mukunda-dãsa, narahari, éri-raghunandana
brahma-bhüyâya kalpate khanda-vãsi cirahjiva, ãra sulocana
(Bg. 14.26) mukunda-dãsa—Mukunda dãsa; narahari—Narahari; éri-raghunandana—Sri
Raghunandana; khanda-i'ãsi— residentes de Khanda; cirahjiva—Cirahjiva; ãra—e;
É de se esperar que aquele que transcendeu os modos da natureza material este- sulocana— Sulocana
ja na plataforma de Brahman. Esta, também, é a plataforma de um nitya-sidik
O nitya-siddha não apenas encontra-se na plataforma de Brahman, como também TRADUÇÃO—"Ali estão M u k u n d a dãsa, Narahari, Sri Raghunandana, Cirahjiva
trabalha nesta plataforma. Pelo simples fato de aceitar os associados do Senha e Sulocana, todos residentes de K h a n d a . "
Caitanya Mahãprabhu como nitya-siddhas, pode-se mui facilmente voltar ao lar.
voltar ao Supremo.
VERSO 93
VERSO 90
asreas a>tça, t& caa TO ara i
« s p m caa, §)«<?, fàsra i
an«-cw, <á *ta»r.ars«, « » a n s>° n crocaa 1 * 1 , « a - c s ^ a t r a » a ar* 11
kateka kahiba, ei dekha yata jana
éuklãmbara dekha, ei éridhara, vijaya caitanyera gana, saba—caitanya-jivana
vallabha-sena, ei purusottama, sahjaya kateka kahiba—quantos falarei; ei—estas; dekha—olha; yata jana—todas as pessoas;
éukldmbara—Suklãmbara; dekha—olha; ei—este; éridhara—Sridhara; vijaya-VW' aManyera gana—associados de Sri Caitanya Mahãprabhu; saba—todos eles; caitanya-
vallabha-sena—Vallabha Sena; ei—este; purusottama—Purusottama; sanjaf '"""•-consideram Sri Caitanya Mahãprabhu sua vida e alma.
Sanjaya.
^ D U Ç Ã O — " Q u a n t o s nomes serei capaz de revelar-te? Todos os devotos que
TRADUÇÃO—Gopinãtha Ãcãrya continuou apontando os devotos. "Ali a
l u i são associados de Sri Caitanya Mahãprabhu, que é a vida e alma d e l e s . "
Suklãmbara. Olha, lá está Sridhara. Ali está Vijaya e ali está Vallabha Sen»
Ali está Purusottama e ali, Sahjaya."
VERSO 94
VERSO 91
rãjã kahe—dekhi' mora haila camatkãra aiche prema, aiche nrtya, aiche hari-dhvani
vaisnavera aiche teja dekhi nãhi ãra kãhãh nãhi dekhi, aiche kãhãh nãhi éuni
rãjã kahe—o rei disse; dekhi'—após ver; mora— minha; haila—há; camatkíf. • i^—tamanho prema—amor extático; aiche nrtya—semelhante dança; aiche hari-
admiração; vaisnavera—dos devotos do Senhor; aiche—semelhante; t j ~~ e g
C
" _ t i vibração do cantar do santo nome; kãhãh—em nenhuma parte; nãhi
a
refulgência; dekhi—vejo; nãhi—não; ãra—ninguém mais. jjjti— jamais vi; nu lie—tal; kãhãh—em nenhum lugar; nãhi éuni—jamais ouvi.
TRADUÇÃO—O rei disse: "Ao ver todos estes devotos, fico muito admirado, poj, niiçAO—"Jamais vi antes tanto amor extático, nem ouvi o santo nome do
jamais vi tanta refulgência." Senhor ser vibrado de tal forma, muito menos vi semelhante dança durante o
Mnkírtana."
VERSO 95
C a P t l ^ - a a «a-1ta»l-ia«t I n o — C o m o o templo do Senhor jagannãtha encontra-se em Jagannãtha
s i G N I F l c A
f l(lrt na N a e r a d e K a l i m é t o d o d e r e l i ã o
aitui*' ' ? ' ' ° gi aprovado por todas a s es-
SIGNIFICADO—A proposta apresentada pelos patifes, de que qualquer pessoa p***- as v
éd'cas é o cantar do santo nome do Senhor. Isto é ainda mais enfatizado
inventar seu próprio processo religioso, é condenada nesta passagem. Sealgue w S
(U •> v> ° 8 deste Caitanya-caritãmrta, extraído do Srimad-Bhãgavatam
S E U I N T C
krsna-varnam tvi$ãkr$nam pessoa, tãhhãre-o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; krsna kari '-aceitando
sãhgopãhgâstra-pãrsadam l a e r e p o d e a d o t a r
Jno k W * '" ^ ~ -
yajhaih sahklrtana-prãyair
yajanti hi sumedhasah R A D U C Ã O — O Bhattãcãrya replicou: "Apenas aquela pessoa que tenha recebi-
krsna-varnam—repetindo as sílabas krs-na; tvi$ã—com um brilho; akrsnai ~- - n n j a misericórdia do Senhor, por menor que seja a fração que lhe tenha sido
negro (dourado); sa-ahga—juntamente com associados; upãhga servos; astnu. toigada, pode compreender que o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu é Krsna.
armas; pãrsadam—companheiros íntimos; yajnaih—mediante sacrifício; sankirtat^ jSnhnma outra p o d e . "
prãyaih—consistindo principalmente em canto congregacional, yajanti—adora»
hi—com certeza; su-medhasah—pessoas inteligentes. SIGNIFICA D O — Uma pessoa especialmente favorecida pelo Senhor Krsna pode pro-
-jgar o movimento de sahkirtana (krsna-sakti vinã nahe tara pravartana). Caso não
TRADUÇÃO—" 'Na era de Kali, pessoas inteligentes realizam o canto congregj. obtenha primeiro a misericórdia do Senhor, ninguém pode propagar o santo nome
cional para adorar a encarnação de Deus que constantemente canta o nome de do Senhor. Nas palavras de Bhaktisiddhãnta Sarasvati, quem pode propagar o
Krsna. Embora não tenha tez morena, Ele é o próprio Krsna. Seus associados, nome do Senhor chama-se labdha-caitanya. O labdha-caitanya é alguém que real-
servos, armas e companheiros íntimos O acompanham.' mente despertou sua consciência original, a consciência de Krçna. Os devotos
puros em consciência de Krsna podem, através de sua influência, despertar outras
pessoas para que se tornem imediatamente conscientes de Krsna e se ocupem
1
SIGNIFICADO—Para a explicação deste verso, consulte o Ãdi-lllã, Terceiro
tulo, verso 52. no transcendental serviço amoroso a Krsna. Dessa maneira, cresce o número de
descendentes dos devotos puros, e o Senhor Caitanya Mahãprabhu sente muito
VERSO 101 prazer ao ver o crescente número de Seus devotos.
A palavra sumedhasah significa " d e inteligência a g u d a " . Quem tem inteligên-
atsfl ase?,-«ria-la tca c e ^ a i cia aguda pode estimular o interesse dos homens comuns em amar Caitanya
« c a ca^ca t R w a a s r w s ta^a» f >•> i Mahãprabhu e, através dEle, em amar Rãdhã-Krsna. Aqueles que não estão inte-
ressados em compreender Sri Caitanya Mahãprabhu e cuja profissão é cantar e
' •ra/fl kahe, —Sãstra-pramãne caitanya hana krsna dançar para conseguirem dinheiro, não passam de materialistas, não importan-
tabe kene pandita saba tãhhãte vitrsna? do quão desenvolvida seja sua habilidade artística. Se alguém não tiver fé plena
raia kahe—o rei disse; éãstra-pramãne—pela evidencia das escrituras reveladas; em Sri Caitanya Mahãprabhu, não poderá cantar e dançar convenientemente no
caitanya—Sri Caitanya Mahãprabhu; liana—é; krsna—a Suprema Personalidade de movimento de sahklrtana. O canto e a dança artificiais podem ser devidos à dissi-
Deus, o Senhor Krsna; fabe— portanto; kene— por que; pandita—ditos academia» mulação ou ao sentimentalismo, mas isto não ajuda ninguém a avançar em cons-
eruditos; saba—todos; tãnhãte—a Ele; vitrsna—indiferentes. ciência de Krsna.
TRADUÇÃO—O rei disse: " D e acordo com a evidência encontrada nas escritura-' VERSO 103
reveladas, conclui-se que o Senhor ári Caitanya Mahãprabhu é o próprio KrsW «ía acç arca, t f o s acç c^c» i
Por que, então, os acadêmicos eruditos às vezes ficam indiferentes a Ele.
cafãc^ ' s f à c r ç t f r e a 4hW a i arca nn
c*fè ca tftçfca '$«»' asfà' zfeus *rrca»« mesrno " ' ~ 1 ; *ene— não obstante; dekhile—mesmo vendo; áunileha—
0 U v i n a
ii mi» ° ; tãhre—a Ele; lavara—como a Suprema Personalidade de Deus;
"""•-não aceita.
bhatta kahe, —tãhra krpã-lesa haya yãhre
sei se tãhhãre 'krsna' kari' la-ite pare - dia
t a s o u m a
bhatta kahe—Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse; tãhra krpã—a nüsericor Mahã„j*^~ " pessoa não receba a misericórdia d e Sri Caitanya
u
Senhor Krsna; íesa—uma fração que seja; haya—há; yãhre— a quem; sei se »r"^ por maior que seja a sua erudição e não importando o que ela
298 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy -i- ^ Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 299
a lU
07
Ver**
já tenha visto ou ouvido —, ela não poderá aceitar o Senhor como a Supr- VERSO 105
Personalidade de D e u s . "
awi * w » - 1 W «r*ttw «1 cwfànl i
SIGNIFICADO—Pode-se aplicar os mesmos princípios a pessoas demonia c^scaa ami-irw! sfiwl «rt<í»i II ><t u
mesmo que elas se incluam na sampradãya do Senhor Sri Caitanya Mahãprahh
Sem receber o poder especial do Senhor, ninguém pode pregar Suas glórias rx rãjã kahe, —sabe jagannãtha nã dekhiyã
todo o mundo. Mesmo que alguém proclame ser um seguidor erudito de Sri caitanyera vãsã-grhe calilã dhãhã
Caitanya Mahãprabhu, e mesmo que tente pregar o santo nome do Senhor p , 0 Qhe—o rei disse; sabe—todos eles; jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; na de-
todo o mundo, se não for favorecido por Sri Caitanya Mahãprabhu, verá defeitos • sem visitar; caitanyera—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; vãsã-grhe—à
no devoto puro e não poderá compreender como o Senhor Caitanya investe u m ^dência; calilã—foram; dhãhã—correndo.
pregador de poderes. O movimento para a consciência de Krsna está se espa.
Ihando por todo o mundo. Quem critica este movimento ou vê falhas nele ou D U C Ã O — O rei disse: "Ao invés de visitarem o templo do Senhor Jagannãtha,
no líder dele deve ser considerado desprovido da misericórdia de Sri Caitanya iodos os devotos apressam-se em chegar à residência de Sri Caitanya
Mahãprabhu. Mahãprabhu!"
VERSO 106
VERSO 104
der a Suprema Personalidade de Deus não são capazes de Vos conhecer, Hannstha' t S n r e a
~ Ele; sahge—com eles; lanã— levando; tãhra sahge—com Ele;
que continuem a estudar os Vedas por muitos anos.' " —o Senhor Jagannãtha; dekhibena—verão; giyã—indo.
TR
para lá com mais cinco ou sete homens para pegar os restos do alimento do Senho,
Jagannãtha." TRADUÇÃO—Então, o rei perguntou ao Bhattãcãrya: " P o r que eles não observa-
VERSO 109 ram os regulamentos vigentes ao se visitarem os lugares de peregrinação, tais
como jejuar, raspar a cabeça e assim por diante? Por que eles primeiro comeram
a*f«lça «rfsrcn *fàm tom i prasãda?"
<4PS a*t«t*rtw StM— a«$ a*ta«i II n
mahâprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; ãlaye—a residência; karilã ganvms- v§ ase*,-- <gfà c a ç asç, c a * fàfa-aa i
ele já foi; era—bastante; mahã-prasãda—mahã-prasãda; cãhi'—necessitando; kahe- < í * a f t a t c f <erfcç *psw«fa-aá 11 11
por favor, dize-me; ki kãrana—qual a razão.
bhatta kahe,—tumi yei kaha, sei vidhi-dharma
TRADUÇÃO—"Na verdade, Vãninãtha já foi à residência d o Senhor Sri Caitanyi ei râga-mãrge ache süksma-dharma-marma
Mahãprabhu e levou u m a enorme quantidade de mahã-prasãda. Por favor. bhatta kahe—o Bhattãcãrya disse; tumi yei kaha—tudo o que disseste; sei vidhi-
explica-me por que i s t o . " dharma—isto é um princípio regulativo; ei rãga-mãrge—neste amor espontâneo;
VERSO 110 e—há; süksma-dharma-marma—pormenores sutis do sistema religioso.
00 16 a S r m c , i o s
Poré "^" ° P P normativos que regem a visita a lugares sagrados,
sfça itfires «Wjw ara « t a l n # i « n
existen- ° ° ' U t r p r o c e s s o
processo do amor espontâneo. Neste caso, e e s t e e 0
bhatta kahe—Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse; bhakta-gana—todos os 'ibato'!^ ^ 8 d o os princípios regulativos védicos, tem-se de praticar ce-
S C e e n t r a r n u m u a r
ãila—vieram; jãnihã— sabendo; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãpr ^ * Pessoas - ' l 8 sagrado d e peregrinação. D e u m modo geral,
ihgite—pela indicação; prasãda—restos do alimento de Jagannãtha; yfl.V'"' 1 "ão consp ° ' ' ' a d a s em gozo dos sentidos. Caso não façam sexo à noite,
S a m u t 0 v c
16111 c o r m i r r
ca a neutralização das reações a uma vida pecaminosa. Aqueles que visitam 1 " " ^ T R A
° . própria Suprema Personalidade de Deus ordena que se tome prasãda,
a
0
sagrados de peregrinação realmente descarregam as reações às suas v i d a s ^ <,oa
.- -«ciar semelhante oportunidade é uma ofensa."
minosas, em conseqüência do que os lugares sagrados ficam inundados d e ^
dades pecaminosas trazidas pelos visitantes. • VERSO 115
Ao visitar um lugar sagrado, uma pessoa santa, ou devoto puro, absorv
efeitos pecaminosos deixados pelo homem comum e novamente purifica o i " 8
f a c t c a §tec«s a j ^ a>ca »tfaca«ta i
sagrado. Tírthi-kurvanti tirthãni (Bhâg. 1.13.10). Portanto, a visita de umhorri * ms 5tt« 5tf%' casta, a r a §c<tia«t II l l í II
comum a um lugar sagrado e a visita de um santo elevado a um lugar sagrado f
conotações diferentes. O homem comum deixa seus pecados ali, e a pessoa sanu visese éri-haste prabhu kare pariveéana
ou devoto, anula esses pecados só com sua presença. Os devotos do Senhor Caitam- eta lãbha chãdi' kon kare uposana
Mahãprabhu não eram homens comuns e, como tal, não podiam sujeitar-se às ^^—especialmente; éri-haste—com Suas mãos transcendentais; prabhu—Sri
e regulações vigentes ao se visitarem lugares sagrados. Ao invés disso, manifft. Caitanya Mahãprabhu; kare—faz; pariveéana—distribuição; eta—tanto; lãbha—bene-
taram seu amor espontâneo por Sri Caitanya Mahãprabhu. Assim que chegara^ ficio; chãdi'—abandonando; kon—quem; kare—faz; uposana—jejum.
ao lugar sagrado, foram ver o Senhor Caitanya, por cuja ordem aceitaram mafej.
prasãda, embora infringissem os regulamentos vigentes nos lugares sagrados TRADUÇÃO—"Ao ver Sri Caitanya Mahãprabhu distribuindo prasãda com Sua
própria mão transcendental, quem ousará recusar tal oportunidade só para subme-
VERSO 113 ter-se a jejuns regulamentares?"
VERSO 116
tãhãn—ali; upavãsa—jejuando; yãhãn—ande; nãhi—nao há; mahã-prasaa_ rtay _ e aquele que; fcrprf— misericórdia; kari'—concedendo; karena—faz;
no
u raÇã rerana
do alimento do Senhor; prabhu-ãjnã— ordem direta de Sri Caitanya Maháp^^ ^ " - h á - chírf °' P ~inspiração; krsna-ãéraya—abrigo do Senhor Krsna;
prasãda—restos de alimento; tyãge— abandonando; haya—há; aparãdha— —abandona; feda—princípios védicos; loka-dharma—etiqueta social.
304 Sri Caitanya-caritãmrta M a d
191 Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 305
hya-lji^ I Verso 121
T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e a quem o Senhor favorece com Sua misericórdia • tis encabeçados por Daksa, os quatro Kumãras, Marici e até o próprio
rando-o dentro do coração, refugia-se apenas no Senhor Krsna e abandona 05
puderam receber adequadamente a misericórdia imotivada do Senhor.
os costumes védicos e sociais."
VERSO 119
SIGNIFICADO—Este também é o ensinamento do Bhagavad-gitã (18.66):
«Itísi^i b ç ç « «r,sTC« «irçsii i
« t a sTsrl
sarva-dharmãn parityajya spt^fàas, *tf%sl-itia, sfçs? «rfsrrçsil 11 ns> II
mãm ekam saranam vraja
tabe rãjã attãlikã haite talete ãilã
aham tvãm sarva-pãpebhyo
kãél-miéra, padichã-pãtra, duhhe ãnãilã
moksayisyãmi mã éucah
tabe—depois disso; rãjã—o rei; attãlikã haite—do terraço do palácio; talete—ao tér-
• íili— desceu; kãéi-miéra—chamado Kãsi Miára; padichã-pãtra—o comandante
"Abandona todas as variedades de religião e simplesmente rende-te a Mim. Hei do templo; duhhe—ambos; ãnãilã— mandou chamar.
de libertar-te de todas as reações pecaminosas. Não temas." Só pela misericór-
dia do Senhor é que se pode alcançar essa fé inabalável na Suprema Personalida-
de de Deus. O Senhor encontra-Se no coração de todos, e, quando pessoalmente TRADUÇÃO—Depois disso, o rei Pratâparudra desceu do terraço de seu palácio
dá inspiração a Seu devoto, este não se prende aos princípios védicos ou aos cos- até o térreo e mandou chamar Kàáí Miára e o comandante do templo.
tumes sociais, mas, ao invés disso, ocupa-se no transcendental serviço amoroso
ao Senhor. No verso seguinte, tirado do érimad-Bhãgavatam (4.29.47), confirma-se VERSOS 120—121
isto.
<2t«í*t3»3f «11351 fW9| Ç*\ sfè WZM I
VERSO 118 «^-'stCT <Brtf*ratagii m «tça *stc«t« H ° II
ari aarç^itra ssiafaTatstfa^: i *HtU atai, ^SfH, «MUr I
a w^Tfls •«ifVx cartc^ caw s nfiifalfot^ i W u a*fa asatss, are caa ata 1 1 1 * 1 1 1
prabhura ãjnã pSliha duhhe sãvadhãna hahã simha-dvãra dãhine chãdi' saba vaisnava-gana
ãjnã nahe, tabu kariha, ihgita bujhíyã kãsi-misra-grha-pathe karilã gamana
prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ãjnã—a ordem; pãliha—cumpn ithha-dvãra dãhine—no lado direito do portão do leão; chãdi'—deixando de lado;
s
duhhe—vós dois; sãvadhãna—cuidadosos; hanã— tornando-vos; ãjnã nahe— embora • 2-todos; vaisnava-gana—devotos do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; kãsi-
não haja ordem direta; tabu—de qualquer modo; kariha—fazei; ihgita—indicação MÜn-grha—da casa de Kãsi Miára; pathe—a caminho; karilã gamana—puseram-se
bujhiyã— compreendendo. em marcha.
TRADUÇÃO—"Devemos cumprir com todo o cuidado as ordens de Sri Caitanya TRADUÇÃO—Começando a caminhar a partir d o lado direito d o portão d o leão,
Mahãprabhu. Mesmo que o Senhor não dê ordens diretas, é vosso dever safe que é o portão principal do templo, todos os Vaisnavas dirigiram-se rumo à casa
fazer Seus desejos, simplesmente compreendendo o que Ele tem em mente." de Kãáí Miára.
bha^^ extâ
tico.' "—Sri Caitanya Mahãprabhu; prema-ãlihgana—abraço em amor
TRADUÇÃO—A uma certa distância, tanto Gopinãtha Ãcãrya quanto ^'TLfjbri'
Bhattãcãrya observaram o encontro dos Vaisnavas com Sri Caitanya M
M a d
308 Sri Caitanya-caritãmrta hya-|j|j ^ 133 9
° passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 309
tradução—Primeiro, Advaita Ãcãrya ofereceu orações aos pés de ldh niCÃO— Senhor, após cumprimentar cada um dos devotos, levou-os consi-
0
TRADUÇÃO—De fato, Sri Caitanya Mahãprabhu e Advaita Ãcãrya ficaram inquif. TRADUÇÃO—Ao se reunirem na residência de Kãsi Misra, por ser ela muito pe-
tos devido ao amor extático. Contudo, ao Se dar conta do tempo e da circunstân- quena, os devotos ficaram muito amontoados.
cia, o Senhor Caitanya Mahãprabhu manteve-Se tranqüilo.
VERSO 132
VERSO 129 ,
eit*ía-raaic& « t f aal aat*srl i
âiararfò asflw «iça w«i aaia i
w t f a SteCTi aarca aten-taí fàsii 11 II
«tc^ica* asfãsi «iç csii-^Hfswa n IÍ,& i
ãpana-nikate prabhu sabã vasãilã
érivãsãdi karilã prabhura carana vandana ãpani éri-haste sabãre mãlya-gandha dilã
pratyeke karilã prabhu prema-ãlihgana tpma-nikate—a Seu próprio lado; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; safxf— todos
érivãsa-ãdi—devotos encabeçados por Srivãsa Thãkura; karilã—fizeram; prabhun- eles; nasfilã—fez sentarem-se; ãpani— Ele próprio; éri-haste—com Sua mão; sabãre—a
de Sri Caitanya Mahãprabhu; carana vandana—adoração aos pés de iótus; pratydt-t cada um; mãlya—guirlanda; gandha—polpa de sândalo; dilã— ofereceu.
todos; karilã—fez; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; prema-ãlihgana—abrace
amoroso. TRADUÇÃO-Sri Caitanya Mahãprabhu fez com que todos os devotos se sentas-
•em a Seu lado, e, com Sua própria mão, ofereceu-lhes guirlandas e polpa de
TRADUÇÃO—Depois disso, todos os devotos, encabeçados por Srivãsa Thãkura «ndalo.
ofereceram orações aos pés de lótus do Senhor, e o Senhor abraçou a cada um
deles com grande amor e êxtase. VERSO 133
TRADUÇÃO—Tão logo viu Vãsudeva Datta, pai de Mukunda Datta, Sri Caitanya
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu dirigiu-Se a Advaita Ãcãrya Prabhu, di- Mahãprabhu ficou muito feliz e, colocando a mão no corpo dele, começou a falar.
zendo-Lhe doces palavras: "Nobre cavalheiro, hoje atingi a perfeição porcausi
de Tua chegada." VERSO 138
a®fr ^ • a - i F r l - i w f*N9 fcsw I
VERSOS 135—136 « 1 5 1 csc« «ríàas ?a c«tatca caíãc« II>«MI
yadyapi mukunda—âmã-sahge éiéu haite
« r a « ara,-fcaraa <Ü* <a«ra sa i tãhhã haite adhika sukha tomãre dekhite
awf*t «rí*rca «jjf, ara%aaa II !•«<? ii yadyapi—embora; mukunda—Mukunda; ãmã-sahge—comigo; éiéu haite—de infân-
cia; tíhhã haite—do que ele; adhika—ainda mais; sukha—felicidade; fomdre dekhite—
wrf*t « ^ a c * ça s a t u r a i de ver-te.
w - a c * ara fSraj fãfàa fama II > « »
"IADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu d i s s e : "Embora Mukunda e Eu sejamos
advaita kahe,—iévarera ei svabhãva haya ""igos de infância, não obstante, sinto mais felicidade ao ver-te do que quando
yadyapi ãpane pürna, sarvaiévarya-maya o vejo."
GNln
j? CADo—Vãsudeva Datta era pai de Mukunda Datta, que foi amigo de in-
tathãpi bhakta-sahge haya sukhollãsa i c i a de Sri Caitanya Mahãprabhu. Naturalmente, é um grande prazer ver um
bhakta-sahge kare nitya vividha vilãsa g£8°' porém, Sri Caitanya Mahãprabhu informou ao pai que, embora fosse para
advaita fai/ie—Advaita Ãcãrya Prabhu disse; ístwrera—do Senhor; ei-estíj Prazer ver Seu amigo, Seu prazer aumentava ao ver o pai deste.
bhãva—caracterísHca; haya—toma-se; yadyapi—embora; ãpane— Ele próprio;
K
todo-perfeito; sarva-aiévarya-maya—pleno de todas as opulências; tathãpi-° ' VERSO 139
assim; bhakta-sahge— na companhia dos devotos; haya—há; sukha-ulldsa- _ _
júbilo; bhakta-sahge—com devotos; tore—faz; mrya—eternamente; vividha-div atg a r a , — w t c f t *rt*9i catara a* i
vilãsa—passatempos. cstata çaa *it*»i ca* ^a^« i **» u
312 Sri Caitanya-caritãmrta Madh Os passatempos bedã-kirtana de ári Caitanya Mahãprabhu 313
144
W U
* . li Ver»»
vãsu kahe, —mukunda ãdau pãila tomara sahga VERSO 142
tomara carana pãila sei punar-janma
vãsu kahe—Vãsudeva Datta disse; mukunda—Mukunda; ãdau—a princín «ror.ta 5fTl « i t c s , » i * «1 fèjfaal i
obteve; tomara sahga—Tua associação; tomara carana—Teus pés de lótu - aí^twa « t i » f a r « * p s ^ * t t ^ l u >8* n
obteve; sei—este; punah-janma—renascimento transcendental.
svarüpera thãhi ache, laha tã likhiyã
vãsudeva ãnandita pustaka pãhã
TRADUÇÃO—Vãsudeva replicou: "Foi Mukunda quem primeiro obteve Tu» ^fOgera thãhi—em posse de Svarupa Dãmodara; ache—eles estão; laha—pega;
ciação. Desse modo, refugiou-se em Teus pés de lótus, logrando, assim ^eles' likhiyã—copiando; vãsudeva—Vãsudeva; ãnandita—muito contente; pusta-
nascimento transcendental." livros; paria-conseguindo.
0 s
ucÃO— " livros estão guardados com Svarupa Dãmodara, e tu podes
VERSO 140 Jopii-los." Ao ouvir isto, Vãsudeva ficou muito contente.
VERSO 144
VERSO 141
§latatOTT a r a « f ç asfa' a ç f ü t e i
« l ç - « r i fã cvMi farara i tratara 5ifà-«r^a «ufa r a ^ s n >88 n
& *%pf «lifàatfè 'tff»«t* z$çs n >8S n
érívãsãdye kahe prabhu kari' mahã-prtta
punah prabhu kahe—ãmi tomara nimitte , tomara cãri-bhâira ãmi ha-inu vikrita
dui pustaka ãniyãchi 'daksina' ha-ite '-toasa-ãdye—a Srivãsa e seus três irmãos; kahe—diz; prabhu—o Senhor; kari'—
nu
punah—outra vez; prabhu kahe—o Senhor disse; ãmi— Eu; tomara nimitte-e™ ^ ^ ' >hã-príta—grande amor; tomara—de vós; cãri-bhâira—dos quatro irmãos;
sideração a ti; dui—dois; pustaka—livros; ãniyãchi—trouxe; daksina ha-ite— d0 '-Eu ha-inu—tomei-Me; vikrita—comprado.
;
da Índia.
^O.UÇÀo—o Senhor dirigiu-Se a Srivãsa e a seus três irmãos com grande amor
u
>Çao, dizendo: "Eu fico tão grato a vós que Me considero vendido a todos
TRADUÇÃO—O Senhor disse: "Somente em consideração a ti foi que Eu tr« u
1 atro."
dois livros do sul da fndia."
314 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ty^ ,50 Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 315
0
Ver*
VERSO 145 -^p, kevala-prema—afeição imaculada e pura; éahkara-upare— por Sankara; ata-
* * p jsso; íiimara sari^e-junto a ti; rífWifl/ia-mantém; SanrVare-Sankara.
0r
o seguinte verso. K
tos e mortes. O Senhor, sendo muito bondoso para com as almas caídas,
m e
VERSO 151 . cpfljpre desejoso de tirar a entidade viva do oceano de ignorância. Ao enten-
dersua verdadeira posição e render-se ao Senhor, a entidade viva torna sua vida
fãwivsivra «Tpfai«í-i>«u ca ^afàrrfà a i s i
exitosa. VERSO 152
fstpf m*. «a^fÃ-rraTa^w' ftatraa? wfrf: i v o i
TRADUÇÃO— "Ó meu Senhor! Ó ilimitado! Embora eu estivesse mergulhado no princípio, Murãri Gupta não se apresentou diante do Senhor, pre-
T R A D U Ç Ã O — A
oceano de ignorância, por fim Vos alcancei, após um longo, longo tempo, exata- ferindo, ao invés, prestar-Lhe reverências em dandavat fora da casa.
mente como alguém que chega à orla marítima. Meu querido Senhor, ao me
acolherdes, conseguistes a pessoa certa a quem podeis outorgar Vossa miseri- VERSO 153
córdia imotivada." laifa ai cafãal « i ç ara «iraai i
SIGNIFICADO—Este é um verso composto por Ãlabandãru Yamunãcãrya. Pode-
ajtfã tâvs «rr^i «itlsn ^ç^m« p
mos restabelecer nossa relação com a Suprema Personalidade de Deus, mesmo murãri nã dekhiyã prabhu kare anvesana
que tenhamos caído no oceano de ignorância, ou o oceano da existência mate murãri la-ite dhãhã ãilã.bahu-jana
rial, no qual ocorre a repetição de nascimento, morte, velhice e doença, todo """"fn—Murãri; nã— sem; dekhiyã—ver; prabhu—o Senhor; kare—faz; anvesana—
a
decorrentes do fato de aceitarmos corpos materiais. No mundo material, existem _ gação; murãri—Murãri Gupta; la-ite— paia levar; dhãhã— correndo; ãilã—
V r a m ;
8.400.000 espécies de vida, mas, a forma humana de vida dá-nos a oportunidade * ^ " - / a n a - m u i t a s pessoas.
de livrarmo-nos da repetição de nascimentos e mortes. Quem se torna devo )
do Senhor é resgatado deste perigoso oceano de nascimentos e mortes. O Sen J^DuçAo-Não
está sempre disposto a dar Sua misericórdia às almas caídas que lutam c° conseguindo ver Murãri entre os devotos, o Senhor Sri
c
as condições materiais miseráveis. O Bhagavad-gitã (15.7) afirma: ham ^ k , a n a r a D
P h u quis saber dele. Nisso, muitas pessoas apressaram-se em
Murãri, para que ele fosse ter com o Senhor.
mamaivãmso jiva-loke VERSO 154
jiva-bhütah sanãtanah
manah-sasthãnindriyãni $•1 s f è ^ ajtfã a»tca qfaal i
prakrti-sthãni karsati a s t ^ ^ t c t cstsrt cwgjffla S<ÍPI n M S II
M a < Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 319
318 Sri Caitanya-cariUmrta *hya- u U
trna dui-guccha murãri daéane dhariyã prabhu kahe, —murãri, kara dainya samvarana
mahãprabhu ãge gelã dainyãdhlna hahã tomara dainya dekhi' mora vidlrna haya mana
trna—de palha; dui—dois; guccha—feixes; murãri—Murári; daéane—entr» lahe—o Senhor disse; murãri—Meu querido Murãri; kara dainya
r a v o r c
dentes; dhariyã— prendendo; mahãprabhu—de Sri Caitanya Mahãprabhu/ ''"na—P° f ' ° n t é m tua grande humildade; tomara—tua; dainya—
em frente; gelã— foi; dainya-adhlna—sob o compromisso da mansidão- 'lúS^ Ao- dekhi'—vendo; moro—Minha; vidlrna haya mana—mente fica
ficando. ; humildade.
TRADUÇÃO—Então, prendendo dois feixes de palha entre os dentes M « n - O Senhor disse: " M e u querido Murãri, por favor, contém a tua hu-
T A
* ^ d M n e c e a « í r i » ! Fico com a mente perturbada ao ver tamanha mansidão!"
Gupta, humilde e manso, apresentou-se a Sri Caitanya Mahãprabhu. uúldade o
VERSO 155
VERSO 158
33tfà cafàat £lf «ifèeil fafiira» i
*tfra « l e i fftfíi «nftMl a^fos n ioc ii ^ af*f 4vbí fca*l «rrfawa i
fã*c§ aaí4»1 ara «w a i u V a II i«w n
murãri dekhiyã prabhu ãilã milite
pãche bhãge murãri, lãgila kahite era fw/i' prabhu tãhre kaila ãlihgana
murãri—Murári; dekhiyã— vendo; prabhu—o Senhor Caitanya Mahãprabhu; íili- nikate vasãhã kare ahga sammãrjana
saiu; milite—para encontrar-Se com; pãche—nisso; bhãge—foge; murãri—Murári, eta bali'—ao dizer isto; prabhu—o Senhor; tãhre—a ele; kaila—fez; ãlihgana—abraço;
lãgila—começou; kahite—a falar. «ifaiff—próximo; vasãhã—fazendo-o sentar-se; kare—faz; ahga—de seu corpo;
mmirjana—limpeza.
TRADUÇÃO—Ao ver que Murãri vinha ao Seu encontro, o Senhor Sri Caitanya
Mahãprabhu dirigiu-Se até ele. Murári, porém, pôs-se a fugir do Senhor e falou TRADUÇÃO—Ao dizer isto, o Senhor abraçou Murãri e fê-lo sentar-se a Seu lado.
o seguinte. Então, o Senhor, com Suas próprias mãos, começou a limpar o corpo de Murãri.
TRADUÇÃO—"Meu Senhor, por favor, não me toques. Sou muito desprezível. pratyeke sabãra prabhu kari' guna gana
indigno de ser tocado por Ti, pois meu corpo é pecaminoso." punah punah ãlihgiyã karilã sammãna
TO,na
G ^'^ —Acãryaratna; vidyãnidhi—Vidyãnidhi; pandita gadãdhara—Pandita
4<
0 8 e 8 U Í d a S e n h 0 f S r i C a Í U n y a
^ " S " ^ ' ° Mahãprabhu abraço,
vezes todos os devotos, incluindo Acãryaratna, Vidyãnidíi, Pandita G > a d
ucão-Haridãsa Thãkura não foi até o local onde o Senhor reunira-Se com
1
r**" , , e, ao invés, ficou caído reto, na estrada, à distância.
o S
Gangádãsa, Hari Bhatta e Ãcãrya Purandara. O Senhor descreveu as boa» to
aatca i«*ffV « ç a çv.* fcirra i si\ ratara fàf»ira çtca, sro afara 11 n
bhakta saba dhãhã ãila haridãse nite
ffawtca sii cwpirfl *ttl sfãata ti i-ii II
prabhu tomãya milite cãhe, calaha tvarite
sflixfrc sammani' prabhura ha-ila ullãsa
g^ _^ievotos; sa/w—todos; dhãhã— correndo; ãila—vieram; haridãse— Haridãsa;
haridãse nã dekhiyã kahe, —kãhãh haridãsa a
sabãre sammãni'—respeitando a todos; prabhura—do Senhor; ha-ila—hoj^ gU-patà levar; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; tomãya—contigo;
ullãsa—júbilo; haridãse— Haridãsa Thãkura; nã dekhiyã—sem ver; kahe—diz;|fe •gr . n m n i f . r Se; cãhe—deseja; calaha—vem agora; tvarite—logo.
haridãsa—onde está Haridãsa.
Entào, todos os devotos foram até Haridãsa Thãkura e disseram:
T R A D U Ç Ã O —
yadi—se; pãha—eu obtiver; tãhãn—ali; padz" raho—ficarei; ekale—sozinho- ij*' '""duas pessoas; ãsiyã— vindo; karilã—fizeram; prabhura—do Senhor Sri
tempo; gohãha—passarei. Ç^jtanya Mahãprabhu; carana vandana—adorando os pés de lótus.
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Haridãsa Thãkura expressou seu desejo: " S e me fosse d H JKADUÇÃO—Nessa altura, Kãsi Miára chegou, juntamente com o superintendente
a oportunidade de ficar n u m lugar solitário, perto do templo, eu poderia f '
do templo, e prestou seus respeitos aos pés de lótus do Senhor Sri Caitanya
ali sozinho e passar o t e m p o . "
Mahãprabhu. _ VERSO 170
VERSO 167
VERSO 171
VERSO 168
«tÇ*íw sfe wca fàcaaca i
tflt asai emas fi^rl <a<çr,a asfçet i
«rtwl cas',—riaajcaa asfà aatafca 11 II
^fãal a l ç a a c a a ? =ga stei II n
prabhu-pade dui jane kaila nivedane
ei Kflf/ia fofa? giyã prabhure kahilã ãjnã deha', —vaisnavera kari samãdhãne
éuniyã prabhura mane bada sukha ha-ila pade
u " — a o s pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu; dui jane— ambos;
ei kathã— esta mensagem; loka—pessoas; giyã— indo; prabhure—ao Senhor t o . ^fceram; nivedane—proposta; ãjnã deha''—por favor, ordena; vaisnavera—de
Caitanya Mahãprabhu; kahilã—informaram; éuniyã— ouvindo; prabhura mal- s os
Vaiçnavas; kari—deixa-nos fazer; samãdhãne—acomodação.
mente do Senhor; bada—bastante; sukha—felicidade; ha-ila—ficou.
^^iJÇÃo—Ambos propuseram ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu: "Por favor,
TRADUÇÃO—Ao receber esta mensagem, q u e Lhe foi transmitida pelas p* j n s
^ 'omar as necessárias providências para que todos os Vaisnavas fiquem
C O l n 0 ( J
Sri Caitanya Mahãprabhu ficou muito feliz.
324 Sri Caitanya-caritãmrta tempos be<Jã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 325
o* P a s s a
aü,aB
' .
amara nikate ei puspera udyãne
inãtha; sutwftóre—para todos eles; fcari-deixa-nos fa »» i eka-khãni ghara ache parama-nirjane
CT;
buicão. «mn^
nerto de onde estou morando; ei-este; puspera udyãne-num jardi...
lim
- W
* " " J * f t i - u m ; ghara-quarto; ãche-há; parama-nirjane-num canto bem
TRADUÇÃO—"Foram providenciadas acomodações para todos
08 V
Deixa-nos, portanto, distribuir mahã-prasãda para todos eles"" *
lo_Dai Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Perto de onde estou moran-
VERSO 173
g a * * jãroim de flores, há um quarto isolado que é muito solitário."
«if. TO-C^t^W, W Cia»? H<«11
VERSO 176
Ttti i t t i a r a ami, s r è i C H Ç ' *i(ípi II ^ ||
sarva-vaisnavera ihho karibe samãdhãne Aik*& ' r ««ntand"' ' lembrar-se dos pés d e lótus d o
m a i l à m a n t r a H a r
^*$rtCaita° ' e Krsna. Devemos lembrar sempre que foi
mahâ-prasãda-anna—os restos do alimento; deha—entrega; W-
Vãninãtha; sarva-vai$tmvera—a todos os Vaisnavas; ihho—ele; kan
v ^ * * * n d à s a T > i y t M a l l à p r a b h u l 1 semelhante local, ou para Si mesmo,
c u e u i s
e a_ N i n
2** »entar- g u é m pode, de repente, atingir o nível de Haridãsa
dhãne—distribuição. 1
j?* ** dos pés H "í" ' 1
P U 8 a r s o n t a r i o
cantar o mahã-mantra Hare Krsna a r a
e , o t u
ou ^ s do Senhor. Apenas pessoas elevadas como Haridãsa
TRADUÇÃO-Então, o Senhor disse a Kãsi Misra e ao s u p e r i n t e n d e ^ » * ^ n, 3 n y a M a n a r a b n u
u e
** Portam ' P . o qual está pessoalmente manifes-
" Q u a n t o aos restos de alimento deixados por Jagannãtha, q o apropriado de um ãcãrya, podem dedicar-se a tal prática.
326 Sri Caitanya-caritãmrta atempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 327
M I D H Y
M>U .
No momento atual, vemos que alguns dos membros da VERSO 178
e d a d
nal para a Consciência de Krishna tendem a largar suas t * Irw.
para sentarem-se num lugar solitário. Isto não é um bo* d a d e s
de
s i n a l
pjlz* «tf*** ™ " t * ™ * 1 1
m e n d a v C
deste processo por parte de neófitos. Ele chegou mesmo a a ° f a a «4L
pratisthãra tare, nirjanera ghare, tava hari-nãma kevala kaitava Se™*'""^"ãna ami-áui ha-i tomara dãsa ãjhãkãrt
solitário com o intuito de cantar o mahã-mantra Hare Krsna é ^ " n , a r S e ;
ve cãha, sei âjhã deha' krpã kari'
cesso de enganação. Os neófitos não podem de forma a l e u ° ' C
' "2n S d e T a < 0 n
. ^ . ( - s o m o s ; romdra-Teus; ddsa-servos; ajnã-kãn-
áu d
ca. O devoto neófito deve agir e trabalhar arduamente soba™ ° ' p t % 3 a d a r
^,oos. '- ° ' ' . caha-tuào o que quiseres; sei ãjhã-essa ordem; de-
d e n s ye
f ã « t ^ , - 1 * ratar*, Ç t 5 f c f l t t o t w ca*T55i a a a r a l - a * 1
« i M a - W * 515, C * 5 ratai* TC II n a t t a t a - k r f o ra»f « J a t w f í r a * « í k > n
misra kahe, —saba romara, cãha ki kãrane? gopinãthe dekhãila saba vãsã-ghara
ãpana-icchãya laha, yei tomara mane idrane-P _ vãninãtha-thãhi dila prasãda vistara
3 p l n a t h a
miéra kahe-Kãéi Misra disse; saba-tudo; tomíra-Teu; cãha h • ^ •«raidações ^ ãcãrya; dekhãila—mostraram; saba—todas; vãsã-ghara—
lna,na
-TIANXO " -thãhi-a Vãninãtha Rãya; di/a-entregaram; prasãda
mendigas; ãpana-icchãya—por Tua própria vontade; laha—tomas, yp-
g r a n d e quantidaH» A — : . . n. u T .U f
• M i m IUVI iu
8 d e
d a S
° as
acomodações a Gopinãtha, e entregaram
tence a Ti. Por que, então, estás a mendigar? Por Tua propr • • • • U i a , Virun j , h "'"«entos Imahá-prasãdal deixados pelo Senhor
dispor de tudo o que quiseres."
328 SM CiiUnya-caritâmrt* Madhy W
Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 329
186
TRADUÇÃO—Assim, Vãninãtha Rãya voltou com uma grande quantidade d _ A p ó s prestarem reverências a Sri Caitanya Mahãprabhu, todos os
U C A O
restos do alimento do Senhor Jagannãtha, e, também, com bolos e outros bo* devotos partiram para seus aposentos, e Gopinãtha Ãcãrya mostrou-lhes as res-
comestíveis. Gopinãtha Ãcãrya também regressou após limpar todas Ü petivas dependências.
acomodações.
VERSO 182 VERSO 185
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu dirigiu-Se a todos os Vaisnavas TRADUÇÃO—Depois disso, Sri Caitanya Mahãprabhu foi ao encontro de Haridãsa
e solicitou-lhes que O ouvissem. Ele disse: "Agora podeis ir para vossos res- Thãkura, e o viu absorto a cantar o mahã-mantra com amor extático. Haridãsa
pectivos aposentos." cantava: "Hare Krsna, Hare Krsna, Krsna Krsna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare
VERSO 183 ^ a , Rama Rama, Hare H a r e . "
TRADUÇÃO—Tão logo viu Sri Caitanya Mahãprabhu, Haridãsa Thãkura ' çonfior está sempre ansioso para congratular o servo devido à qualidade trans-
I 1e< , 0
tamente caiu reto, ficando como uma vara, ao prestar-Lhe reverências. 0 S '' " i do servo. O servo presta serviço ao Senhor com todo o prazer, e o
ta
Sri Caitanya Mahãprabhu levantou-o e abraçou-o. ' " " h r também corresponde ao servo com todo o prazer, rendendo-Se ainda mais
J o S o próprio servo.
VERSO 187 VERSO 188
também, no Bhagavad-gitã (4.11): servo. O servo se considera muito impuro e acha que o amo não deve tocá-lo,
a m o
d e s Pensa que, por ter ficado impuro devido ao contato com tantas entida-
ye yathã mãm prapadyante ^ vtvas impuras, deve tocar um devoto puro como Haridãsa Thãkura só para
tãms tathaiva bhajãmy aham ^""hcar. Na realidade, tanto o servo quanto o amo já são purificados, pois
mama vartmãnuvartante sjç • ^deles está em contato com as impurezas da existência material. Eles já
aise m
manu$yãh pãrtha sarvaéah f ^ erei qualidade, pois ambos são os mais puros. No entanto, há uma di-
em
s e m p s a n t i d a d e , pois o amo é ilimitado e o servo, limitado. Logo, o servo
re
"Aqueles que se rendem a Mim, Eu os recompenso de acordo com o seu gjj^ logo f ^ ^ a n e c e subordinado ao amo, e esta relação é eterna e inviolável. Tão
0
u
de rendição. Ó filho de Prthã, sob qualquer aspecto, todos seguem o cani do I J V ^ ^ , Í 'gue ter-se tornado o amo, ele cai em mãyã. Assim, é por abuso
1 0
de flores; afi nibhrte— num lugar bem isolado; tãhre— a ele; dilã—deu; vãsã-stha* < U f S
' - cias (namaskãra). Isto significa que, se não se permite a alguém entrar no
um lugar para ficar. f í V e
| ou caso alguém se considere indigno de entrar no templo, ele pode, do
A de' fora do templo, olhar para a roda, e isto tem o mesmo valor que entrar
TRADUÇÃO—Ao dizer isto, ári Caitanya Mahãprabhu levou Haridãsa Thàko, t e m p l o para ver a Deidade.
até o jardim de flores, e ali, num lugar bem isolado, mostrou-lhe sua residèncj Sri Caitanya Mahãprabhu prometeu vir diariamente visitar Srila Haridãsa Thã-
jjma e isto indica que Srila Haridãsa Thãkura era tão avançado em vida espiritual
VERSO 194 que o Senhor visitava-o pessoalmente todos os dias, embora ele fosse considerado
indigno de entrar no templo. Tampouco precisava ele sair de sua residência na
tentativa de conseguir alimento. Sri Caitanya Mahãprabhu garantiu a Haridãsa
carafãsi «tif*r «nfà asfãa ràsi*» n 5>&8 n Thãkura que os restos de Sua comida seriam entregues a ele. Yoga-ksemám vahãmy
aham. Como se afirma no Bhagavad-gitã (9.22), o Senhor Se encarrega de suprir
ei-sthãne rahi' kara nãma sahklrtana tudo de que Seus devotos possam necessitar.
prati-dina ãsi' ãmi kariba milana Faz-se unia alusão aqui àqueles que, artificialmente, estão muito ansiosos para
ei-sthãne—neste local; rahi'—permanecendo; kara—executei; nãma saM/cfr/ana- imitar o comportamento de Haridãsa Thãkura. Para se adotar semelhante modo
cantar do santo nome; prati-dina—todo dia; ãsi'—vindo; ami—Eu; tanta—farei; de vida, deve-se primeiro receber a ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu ou de
mila na—encontro. Seu representante. O dever do devoto puro ou do servo do Senhor é cumprir
a ordem do Senhor. Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a Nityãnanda Prabhu que
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu solicitou a Haridãsa Thãkura: "Pernu- fosse à Bengala e pregasse, e pediu aos Gosvãmis, Rüpa e Sanãtana, que fossem
nece aqui e canta o mahã-mantra Hare Krsna. Virei aqui pessoalmente pan a Vmdãvana e ali descobrissem os lugares de peregrinação. Neste caso, o Senhor
visitar-te todos os d i a s . " pediu que Haridãsa Thãkura permanecesse ali em Jagannãtha Puri e constante-
mente cantasse os santos nomes do Senhor. Assim, Sri Caitanya Mahãprabhu
VERSO 195
eu diferentes ordens a diferentes pessoas, e por isso não se deve tentar imitar
afatu* pap ctrfV *5f?ç <swt»i i «comportamento de Haridãsa Thãkura, caso não se receba a ordem de Sri
anya Mahãprabhu ou de Seu representante. Com as seguintes palavras, Srila
«afc alfas ratara «rtfi&CT «ratara II >2><t II siddhãnta S a r a s
v a t i Thãkura condena tais imitações:
TRADUÇÃO—"Permanece aqui pacificamente, olha para o cakra na P ^ ' cU u Harç K j ^ t e , estás tentando imitar Haridãsa Thãkura e cantar o mantra
eBf
a em Um a 1
templo e oferece reverências. Quanto à prasãda, providenciarei para que en* pois o q u ' " 8 solitário, mas não mereces ser chamada d e Vaisnava,
e
C U e r e s m e
neófito, acabarás pensando em mulheres e em dinheiro. Desse modo, serás ...voltando; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; kaila—fizeram; cüdã
ma das garras de mãyã, e teu suposto cantar em um lugar solitário provoca i B L ^ - o l h a n d o para a cúpula do templo; prabhura—do Senhor Caitanya
queda." jj^kjprabhu; ãvãse—á residência; a/tó—vieram; karite bhojana—para almoçar.
T R A D U Ç Ã O — T e n d o , assim, tomado prasãda, todos foram descansar em indo; sabãre—a todos; dila—ofereceu; mãlya-candana—guirlandas de flores
pectivas residências, e, à noite, novamente vieram ter com Sri r*^'**" jJi.de'sândalo.
Mahãprabhu. 'Si
VERSO 212 _-Apds verem o dhüpa-ãrati do Senhor, todos começaram o canto con-
uCÃC>
landas
«t^i f à i t ò a $tra ia caasa-stw n o * , II VERSO 215
hena-kãle rãmãnanda ãilã prabhu-sthãne çtfàfãcas s t f ã i « t a t a a r a » # t á a i
prabhu milãila tãhre saba vaisnava-gane
hena-kãle—nessa altura; rãmãnanda—Rãmãnanda; ãilã— veio; prabhu-sthãne a r a j fsj a r a «ff » t f t a « r o a 11 11
local onde estava Sri Caitanya Mahãprabhu; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu°
milãila—fez com que encontrassem; tãhre—a ele (Sri Rãmãnanda Rãya); saba cãri-dike cãri sampradãya karena ktrtana
todos; vaisnava-gane—os devotos do Senhor. madhye nrtya kare prabhu éacira nandana
flBwftte—nas quatro direções; cãri—quatro; sampradãya—grupos; karena—
T R A D U Ç Ã O — N e s s a altura, Rãmãnanda Rãya também veio ter com Sri Caitaau realizaram; kirtana—canto congregacional; madhye—no centro; nrfya kare—dança;
pabhu—èn Caitanya Mahãprabhu; éacira nandana—o filho de mãe Saci.
Mahãprabhu, e o Senhor aproveitou a oportunidade para lhe apresentar todos
os Vaisnavas.
TRADUÇÃO—Então, os devotos foram distribuídos em quatro grupos de sahkir-
VERSO 213 lana, cada um dos quais seguindo numa direção. No centro dos quatro grupos,
o próprio Senhor, conhecido como o filho de mãe Saci, começou a dançar.
ial 14*1 c t i l «Mgi aritatana i
â M a wtm ««ri c f i açt*ta n o* 11
VERSO 216
sabã lahã gelã prabhu jagannãthãlaya
ktrtana ãrambha tathã kaila mahãsaya
ià çww a r a r , afapa a s a ^ t i i
sabã lahã— levando todos eles; gelã—foi; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; a r a i r a *rai - < e t i , *sm 1 1 o * 11
jagannãtha-ãlaya—ao templo do Senhor Jagannãtha; kírtana—canto congregacio-
nal; ãrambha—começando; tathã— ali; kaila—fez; mahãsaya—a sublime persona- ajfa mrdahga bãje, batriéa karatáía
lidade. hari-dhvani kare sabe, bale—bhãla, bhãla
«ia mrdahga—oito mrdahgas; bãje—ressoaram; batriéa—trinta e dois; karatãla—
TRADUÇÃO—A sublime Personalidade de Deus, Sri Caitanya Mahãprabhu, entio dmbalos de mão; hari-dhvani—vibrando o som transcendental; kare—fazem; sabe-
levou todos eles ao templo de Jagannãtha, onde começou o canto congregao 0- Mos eles; bale—dizem; bhãla bhãla—muito bom, muito bom.
nal do santo nome.
VERSO 214 J^ADUÇÃO—Nos quatro grupos havia oito mrdahgas e trinta e dois karatãlas
de m ã
lod" ° l - Todos juntos começaram a vibrar o som transcendental, e
lasn-çt <?ffà' «rtirwal i*á?táa i 03
diziam: "Muito bom! Muito b o m ! "
* i f f S l « f f f à ' a a r a f â i a t u - s u a II II
VERSO 217
sandhyã-dhüpa dekhi' ârambhilã sahklrtana
padichã ãsi' sabãre dila mãlya-candana a h ^ r a a »Btâ a s t a w i ®fèi i
sandhyã-dhüpa—dhüpa-ârati logo no início da noite; dekhi'—todos viram; *
começaram; sahkirtana—canto congregacional; padichã—o superintendente do 5<5«r»f citas <BfV a w t ^ e s t a i II n
344 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-li 223 Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 345
Ver*"
klrtanera dhvani mahã-mahgala uthila tabe prabhu jagannãthera mandira bediyã
caturdaéa loka bhari' brahmânda bhedüa pradaksina kari' bulena nartana kariyã
kirtanera dhvani—a vibração do sahklrtana; mahd-marigala uthila—desperto ^depois disso; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; jagannãthera—do Senhor
1
a boa fortuna; catuh-dasa—quatorze; loka—sistemas planetários; bhari'—e k" ^ n
0
" a s m a mandira—templo; bediyã— caminhando por toda a volta; pradaksina—
brahmânda—o universo inteiro; bhedila—penetrou. mbulação; kari'—fazendo; bulena—caminha; nartana kariyã—dançando.
aim
citcam-
TRADUÇÃO—Ao surgir a vibração tonitruante do sankirtana, isto imediat rko— Nessa altura, Sri Caitanya Mahãprabhu circum-ambulou o templo
te causou o aparecimento de toda a boa fortuna, e o som, atravessando os *** nnãtha e dançou sem parar ao redor de toda a área.
a a
torze sistemas planetários, penetrou o universo inteiro. de J 8
VERSO 221
VERSO 218 «tCt-*ftCS 'W* ' R I 5tfà JIVlVll I
«itçtüsa ' t c i aea F I R S F T P L ara n N > n
s r t s r í Ç i a t ^ t tfJTfsjs ntuDsl « r l l || || ãge-pãche gana kare cãri sampradãya
ãchãdera kãle dhare nityãnanda rãya
klrtana-ãrambhe prema uthali' calila joe-píche-em frente e atrás; gana—cantando; kare— fazem; cãri—quatro;
nllãcala-vãsl loka dhãhã ãila - B p m dtfy f l _grupos; ãchãdera—de cair; kãle— no momento; d/iare—segura;
klrtana-ãrambhe— no começo do sahklrtana; prema—êxtase amoroso; uthali- mtySnanãa rãya—o Senhor Sri Nityãnanda Prabhu.
dominando; calila—começou a surgir; nllãcala-vàsi— todos os residentes de
Jagannãtha Puri; loka—pessoas; dhãhã—correndo; ãila—vieram. TRADUÇÃO—Enquanto ocorria a circum-ambulação, os quatro grupos de klrtana
cantavam em frente e atrás. Quando Sri Caitanya Mahãprabhu caía ao solo, Sri
TRADUÇÃO—Tão logo teve início o canto congregacional, tudo ficou mergulhi- Nityãnanda Rãya Prabhu levantava-O.
do em amor extático, e todos os residentes de Jagannãtha Puri vieram correndo
VERSO 222
VERSO 219
pickãri-dhãrã jini' aéru nayane bahu-ksana nrtya kari' prabhu sthira hailã
cãri-dikera loka saba karaye sinãne cãri mahântere tabe nãcite ãjnã dilã
or um , o n
pickãri-dhãrâ—como a água vindo à força de uma seringa; jini'—conai • .Itçana—P 8 ° tempo; nrtya kari'—dançando; prabhu—Sri Caitanya
aéru—lágrimas; nayane—nos olhos; cãri-dikera—em todas as quatro direções-f 0,
h-nrabhu; sthira hailã—ficou silencioso; cãri mahântere—a quatro importantes
pessoas; saba—todas; karaye sinãne—molhadas. M^nalidades; tabe—então; nãcite— que dançassem; ãjnã dilã— mandou.
person<"
TRADUÇÃO—As lágrimas jorravam impetuosamente dos olhos do Senho ÃO—Após dançar por um longo tempo, Sri Caitanya Mahãprabhu fez
uC
C 1 1
a água que é empurrada pelo embolo de uma seringa. Tanto é que todos' °' " ^ pausa e mandou que quatro importantes personalidades dançassem.
les que estavam à Sua volta ficaram molhados devido às lágrimas do Senh""
VERSO 227
VERSO 224
Ji^jtftca ates fà«jta«a-aTca i
ra<?ff5i' açtsi^asfã' a«WN I
IÍ^S
« w ^ - ^ r e t ^ ato" « t a a w t c a 11 11
afacaa tfcç ?fç' anca ffésf 11 * A S II
eka sampradãye nãce nityãnanda-rãye
'bedã-nrtya' mahãprabhu kari' kata-ksana advaita-âcãrya nãce ãra sampradãye
mandirera pãche rahi' karaye klrtana ekt sampradãye—num grupo; nãce—dança; nityãnanda-rãye—o Senhor Nityãnanda;
bedã-nrtya—a dança ao redor do templo; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu idvaita-ãcãrya—Advaita Ãcãrya Prabhu; nãce—dança; ara—outro; sampradãye—num
kari'—realizando; kata-ksana—por algum tempo; mandirera pãche—na parte detrás grupo.
do templo; rahi'—ficando; karaye—realizou; klrtana—canto congregacional.
TRADUÇÃO—Nityãnanda Prabhu começou a dançar n u m grupo e Advaita Ãcãrya,
TRADUÇÃO—Após circum-ambular o templo, Sri Caitanya Mahãprabhu demo- noutro.
rou-Se algum tempo na parte de trás do templo e continuou Seu sankirtanj
VERSO 228
VERSO 225
«ira a ^ t c a ares ffes-aespía i
sífàfàr.as çtfà a w t a Sfowsça ^ita i
âlara ate»; «ua a « f » t a - r « « a n H
TOB «físa-a/sj *pr.a &$mfà ii *A<t II
ãra sampradãye nãce pandita-vakreévara
cãri-dike cãri sampradãya uccaihsvare gãya érivãsa nãce ãra sampradãya-bhitara
madhye tãndava-nrtya kare gaurarãya ira sampradãye—em outra sampradãya, ou grupo; nãce—dança; pandita-vakreévara—
cãri-dike—nos quatro lados; cãri sampradãya—os quatro grupos; uccaih-svm*~ akresvara Pandita; érivãsa— Srivãsa Thãkura; nãce—dança; ara—outro; sampradãya-
m,an
bem alto; gãya—cantam; madhye—no centro; tãndava-nrtya—pulando e dançandO' ~no centro de um grupo.
kare—realiza; gaurarãya—Sri Caitanya Mahãprabhu.
j^DuçAo—En, outro grupo Vakreávara Pandita e, em mais outro, Srivãsa
Wa
TRADUÇÃO—Em cada uma das quatro direções, cada grupo de sahklrtana ca""" começaram a dançar.
va bem alto, e, no centro, Sri Caitanya Mahãprabhu dançava, pulando ai
los e realizou um milagre. _ZA mãtra jãne—só sabe; kemane—como; cau-dike— nos quatro lados; dekhe—Ele
JJ"JJ rfhi fnt—ninguém sabe.
;(
VERSO 230 nUCÃO—Todos que viram ári Caitanya Mahãprabhu puderam entender que
^realizava um milagre, mas não sabiam como é que Ele podia ver de todos
sffàfàca; *rsi%5 ara *ra wa i os quatro lados.
aca c*ca, ara «ríara wa«ra 11 ^ H
VERSO 233
cãri-dike nrtya-gita kare yata jana
sabe dekhe, —prabhu kare ãmãre daraéana
•tfaa-carrsrca caa ?a» aaj-^íca i
cãri-dike—nos quatro lados; nrtya-gita—cantando e dançando; kare—faz; jotn cçtraraa aal ara, -«rarca caçfca 11 11
jana—todas as pessoas; sabe dekhe—todos vêem; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
kare—faz; ãmãre daraéana—olhando para mim. pulina-bhojane yena krsna madhya-sthãne
caudikera sakhã kahe, —ãmãre nehãne
pulina-bhojane—comendo à margem do Yamunã; yena—como; krsna—o Senhor
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu coIocou-Se no centro dos quatro grupos Kjsna; madhya-sthãne—sentado no centro; cau-dikera—nos quatro lados; sakhã—
de dançarinos, e todos os dançarinos, de todas as direções, perceberam que Sri amigos vaqueirinhos; kahe—dizem; ãmãre nehãne—olhando só para mim.
Caitanya Mahãprabhu olhava para eles.
TRADUÇÃO—Em Seus próprios passatempos em Vrndãvana, q u a n d o Krsna cos-
tumava comer à margem do Yamunã e ficar no centro ao sentar-Se com Seus
amigos, cada um dos vaqueirinhos percebia que Krsna olhava para ele. Da
VERSO 231 mesma maneira, quando Caitanya Mahãprabhu dançava, cada um verificava que
Sn Caitanya Mahãprabhu o encarava.
stfã sraa *j5i cafac« « r ç * «f%*rta i
cafc •rf%»ftra ara «totf « w a « v ® i i
VERSO 234
cãri janera nrtya dekhite prabhura abhilãsa
sei abhilãfe kare aiévarya prakãéa •fsj asfàcs ca^ « r ^ c a afãatca i
cãri janera—das quatro pessoas; nrtya—dança; dekhite—de ver; P ^ ~^ur ra nura
a b r a ç a r a «*rca «rtfi»CT 11 * * 8 «
Caitanya Mahãprabhu; abhilãsa—desejo; sei abhilãse—com este objetivo; kart
aiévarya prakãéa—manifestação de um milagre. nrfya tarife yei ãise sannidhãne
mahãprabhu kare tãhre drdha ãlihgane
!nfe
TRADUÇÃO—Desejando ver a dança das quatro grandes personalidades,^ if jL7 ~dançando; yei—qualquer pessoa que; d/se—venha; sannidhãne—perto
a W l S r i C a i t a n
Caitanya Mahãprabhu apresentou-Se de tal maneira que parecia estar ve »Penad "~ y a Mahãprabhu; tare-faz; farire-a ela; drdha-
w a
todos. ° ; "'"igane-abraço.
350 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy -i
a iJâ
Os passatempos bedã-kirtana de Sri Caitanya Mahãprabhu 351
2 4 0
V í rso
TRADUÇÃO—Quando, durante a dança, alguém se aproximava, Sri .
Mahãprabhu dava-lhe um abraço bem apertado.
c
Q rei ficou muito admirado de ver o klrtana de Sri Caitanya
JO
aPU
** Khu e a ansiedade do rei de encontrar o Senhor aumentou ilimitadas
b h u
háP« '
M i
VERSO 235
vez*«-
a s f f s i , açtc«la, srçfKafrísj | VERSO 238
cata' eaW®KH «rca f W t ç s i - w a « n #r€a-aatc«j « f ç cwfã' ^ * t t » r » i i
mahã-nrtya, mahã-prema, mahã-sahklrtana Jv<caa»a I<ÍP1 « t f «rfem atai çü? 11 **t>- 11
dekhi' premãveée bhãse ntlâcala-jana
ktrtana-samãptye prabhu dekhi' puspãhjali
mahã-nrtya—grande dança; mahã-prema—grande amor; mahã-sahklrtana—&
sarva vaisnava lahã prabhu ãilã vãsã cali'
canto congregacional; dekhi'—vendo; prema-ãveée—em amor extático- tor" !
tírtana-samãptye—ao fim da realização do klrtana; prabhu—Sri Caitanya Mahã-
flutuam; nilãcala-jana—todos os residentes de Jagannãtha Puri.
bhu- dekhi'—após ver; puspãnjali—oferenda de flores à Deidade do Senhor Ja-
P
annãtha; sarva vaisnava—todos os devotos; lahã— acompanhando; prabhu—Sri
TRADUÇÃO—Ao ver a grande dança, o grande amor e o grande sahklrtana tod Caitanya Mahãprabhu; ãilã—retornou; vãsã—h Sua residência; cali'—indo.
o povo de Jagannãtha Puri flutuou num extático oceano de amor.
r-oia,,, V«r»°
sabãre—a todos; vidãya—despedindo-Se; diífl—deu; karite éayana—para re ^«j-Srila Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi;
rem; ei-mata—dessa maneira; /IW—passatempos; fcare—realizou; sacíra nandn ' pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro cha-
filho de Saci. f^^Qtitanya-caritãmrta; kahe—descreve; Krsnadãsa—Srila Krsrtadãsa Kavirãja
Gosvãmi-
T R A D U Ç À O — F i n a l m e n t e , todos foram repousar. Dessa maneira, Sri Caüa
Mahãprabhu, o filho de Sacimãtã, realizou Seus passatempos. __Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
AO
t í A D U
« misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
Moiprea u"
VERSO 241 do seus passos.
*rfte, ^ t f t j f i l *tci » l Ç t « f f - 1 W l
« l f « f à í i <rò»t3 a r a ^ r ^ - a c w n n ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
yãvat ãchilã sabe mahãprabhu-sahge Madhya-lilã, Décimo Primeiro Capítulo, descrevendo os passatempos bedã-kirtana de
prati-dina ei-mata kare ktrtana-rahge íri Caitanya Mahãprabhu.
yãvat—enquanto; ãchilã— permaneceram; sabe—todos os devotos; mahãprabhu.
sahge—juntamente com Sri Caitanya Mahãprabhu; prati-dina—diariamente- th
mata—dessa maneira; kare—realizou-se; ktrtana-rahge—sankirtana com grande
prazer.
raal Xvsçm a t a n * 8 * II
VERSO 243
© a l - s r ç s i t s i - l r , * a l a <sit«t i
c s ^ a s f à ^ t ^ s a r a $ aawra II 5,8® n
A limpeza do templo de G u n d i c ã
enviou uma peça da vestimenta do Senhor para o rei. No dia seguinte, quando
Rãmãnanda Rãya novamente insistiu com Sri Caitanya Mahãprabhu para que visse
o rei o Senhor não aceitou o pedido e solicitou a Rãmãnanda Rãya que Lhe trou-
xesse o filho do rei. Ao visitar o Senhor, o príncipe estava vestido de Vaisnava,
e isto despertou no Senhor lembranças de Krsna. Desse modo, Sri Caitanya Mahã-
prabhu liberou o filho de Mahàràja Pratâparudra.
Depois disso, Sri Caitanya Mahãprabhu limpou a casa de Gundicã antes de
acontecer o Ratha-yárrã. Então, banhou-Se em Indradyumna e partilhou da prasãda
num jardim perto dali. Enquanto Sri Caitanya Mahãprabhu lavava o templo de
Gundicã, certo Gaudíya Vaisnava lavou os pés de lótus do Senhor e bebeu a água
que escorria de Seus pés. Este incidente é muito significativo, pois despertou amor
extático no coração do devoto. Então, Gopãla, o filho de Advaita Prabhu, des-
maiou durante o klrtana, e, como não voltasse a si, érí Caitanya Mahãprabhu
favoreceu-o, despertando-o. Houve também uma conversa divertida entre Nityã-
nanda Prabhu e Advaita Prabhu durante a prasãda. Advaita Prabhu disse que
Nityãnanda Prabhu era desconhecido de todos e que não era dever de um brãhmana
chefe de família aceitar jantar com uma pessoa desconhecida da sociedade. Em
resposta a esta observação chistosa, Sri Nityãnanda Prabhu alegou que Advaita
Acarya era um morusta e que era impossível sabermos por que mudanças a mente
Poderia passar ao comermos na companhia de um morusta impersonalista. A con-
versa destes dois prabhus — Nityãnanda Prabhu e Advaita Prabhu — trazia um
J™bcado profundo que só um homem inteligente pode entender. Após todos
a 5 n a v a s
" terminarem de almoçar, Svarupa Dãmodara e outros levaram sua
^7 para dentro do quarto. Sri Caitanya Mahãprabhu sentiu muito prazer ao
6 6 e a a n n a t n a a o s
ocasião ^ J 8 P ° período em que Esta esteve ausente. Nessa
t o d o s
' os devotos acompanhavam-nO, e todos eles estavam muito satisfeitos.
VERSO 1
a w w V i . vieira; i c i f a : í
356 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-uli, A limpeza do templo de Gundicã 357
6
Ver»*
.^O—Todas as glórias aos devotos do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu,
D
T ^ / V j por Srivãsa Thãkura! Imploro por seu poder de modo a me capacitar
0 S
j j f y M I tasi rafa arsn ütli «ta n & n aara fafirai ffçsr at*-fâaa«i i
f*tra ca*: *rár aafra ^arçíi traaa 11 n
360 Sri Caitanya-caritãmrta M a d
hya-i, u
A limpeza do templo de Gundicã 361
Verso 18
sabãre miliyã kahilã rãja-vivarana sãrvabhauma kahe,—sabe cala' eka-bãra
piche sei patrí sabãre karãila daraéana milite nã kahiba, kahiba râja-vyavahâra
sabãre—todos; miliyã— encontrando; kahilã—disse; rãja-vivarana—descrição d ^Miaurna kahe— Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse; sabe cala'—vamos todos nós;
sejo do rei; piche—mais tarde; sei patrí— aquela carta; sabãre—a todos- tÜÍ?" ^ "'^| B
milite—encontrarmo-nos; nã kahiba—não pediremos; kahiba—
u m a v e z ;
creveu os desejos do rei. Então, apresentou a carta a todos eles para . **" **°n Senhor,
1
mas não Lhe pediremos
_
para Se encontrar com o rei. Ao invés
com o • K " " - ' ,
analisassem. disso apenas descreveremos o bom comportamento do r e i . "
VERSO 13 VERSO 16
patrí dekhi' sabãra mane ha-ila vismaya eta bali' sabe gelã mahâprabhura sthãne
prabhu-pade gajapatira eta bhakti haya!! kahite unmukha sabe, nã kahe vacane
patrí— a carta; dekhi'—vendo; sabãra—de todos; mane—na mente; ha-ila—houve eta bali'—decidindo dessa maneira; sabe—todos eles; gelã— foram; mahâprabhura—
vismaya—admiração; prabhu-pade—aos pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu; de Sri Caitanya Mahãprabhu; sthãne—à casa; kahite—a falar; unmukha—dispostos;
gajapatira—do rei de Orissa; era—tanta; bhakti—devoção; haya—há. sai*—todos; nâ—não; kahe—dizem; vacane—nenhuma palavra.
TRADUÇÃO—Ao lerem a carta, todos ficaram muito admirados de saber que o TRADUÇÃO—Tendo assim tomado esta decisão, todos foram até à casa de Sri
rei Pratâparudra era tão devotado aos pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu Caitanya Mahãprabhu. Ali, embora dispostos a falar, não puderam pronunciar
sequer uma palavra.
VERSO 14
VERSO 17
a c a a r a , - S ç i r a a s ç « 1 fãfitca i
« j ç ara,—fà* a f e s aata « r w a a i
« i t f ã - a a a*f? afir, çs«t ca atfaca II >8 II
sabe kabe,—prabhu tãhre kabhu nã milibe
et faca asf%c<5 s t * , - a i a * * , fa* a-ta«i ? ><» II
âmi-saba kahi yadi, duhkha se mãnibe prabhu kahe,—ki kahite sabãra ãgamana
sabe kahe— todos disseram; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; títiat- dekhiye kahite cãha,—-nã kaha, ki kãrana?
ele; kabhu—nunca; na—não; milibe— veria; âmi-saba—todos nós; kahi—diê ™° i >
praWiu kahe— Sri Caitanya Mahãprabhu disse; ki—o que; kahite— (alai; sabãra—
yadi—caso; duhkha—tristeza; se—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabn" todos vós; ãgamana—há a presença aqui; dekhiye—vejo; kahite cãha—desejais
M fl
:
8
ApÓ8 c n e a r e m
à casa de Sri Caitanya Mahãprabhu, o Senhor disse
ceberia o rei, e, caso solicitemos-Lhe que faça isto, temos certeza de que o p_ °* "Que notícias viestes trazer-Me? Vejo q u e desejais dizer algo, mas
^ ^ e i s calados. Qual a razão?"
ficará muito triste."
VERSO 15 VERSO 18
dite—apresentar; nã kahile—se não falarmos; rahite nãri—não podemos ficar í?* e, ** j* ' r um brinco de marfim. Não tendo conseguido ver Sri Caitanya
a u s a
1
fe—de falar, porém; bhaya citte— estamos muito receosos. a**" ^ , Mahârâja Pratâparudra ficou tão deprimido que decidiu tornar-se
a n U ;
As e s s o a s
^^l,desse tip° P comuns acham que um yogl deve ter um brinco
U f n
' ^ m sua orelha, mas este não é o sinal de um yogl verdadeiro. Mahàràja
im e
TRADUÇÃO—Então, Nityãnanda Prabhu disse: "Queremos dizer-Te algo. Emk^. * rudra também pensava que, para tornar-se um yogl mendicante, fazia-se
não possamos ficar sem falar, mesmo assim estamos muito receosos de fa| Jr
o uso desse bnnco.
VERSO 19 VERSO 21
SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu é, por natureza, o reservatório de tod, '""eeral, e estas levam a sério a menor falha que ele cometa. Na realidade, as
a bondade, e, tão logo ouviu a afirmação d o rei, Seu coração suavizou-se. AjjP ""Leoas acham que um sannyãsi deve viver pregando, sem intrometer-se com as-
•gjjjojsociais ou políticos. Se um sannyãsi for vítima de críticas por parte do público,
o Senhor estava disposto a ver o rei, mesmo que fosse em Kataka. Ele não cheaòg
sua pregação não será frutífera. Sri Caitanya Mahãprabhu queria evitar especifi-
nem a sugerir que o rei deveria vir de Kataka a Jagannãtha Puri para vè-10 I
camente tais críticas, de modo que não houvesse nenhum obstáculo a Seu trabalho
significativo que Sri Caitanya Mahãprabhu era tão bondoso que estava dispõjto
de pregação. Por casualidade, enquanto o Senhor conversava com os Seus discí-
a ir ver o rei em Kataka. Aparentemente, não era de se esperar que o rei desejas» pulos naquele momento, o devoto Dãmodara Pandita também estava presente.
ver o Senhor em Jagannãtha Puri, mas, só para dar a impressão de que estava Este Dãmodara Pandita era um devoto muito fiel, e tinha amor inquebrantável
sendo rude, o Senhor deu a entender que, se todos os devotos assim o desejassem por Sri Caitanya Mahãprabhu. Sempre que houvesse a possibilidade de que algo
Ele iria ver o rei em Kataka. pusesse em dúvida ou maculasse o caráter do Senhor, Dãmodara Pandita imedia-
tamente o apontava, nem sequer levando em conta a sublime posição do Senhor.
VERSO 24 Al vezes se diz que os tolos invadem os lugares dos quais os anjos não ousam
f a a e f « t r ç * -cercai ^ f à t a f a * * » i sequer aproximar-se, e Sri Caitanya Mahãprabhu desejou revelar a tolice de Dãmo-
dara Pandita em apresentar-se para criticar o Senhor. Assim, o Senhor indireta-
Clicas ? ç w t x a w ^ f i r a ««."ira * g N N mente insinuou que, se Dãmodara Pandita Lhe desse permissão, Ele iria ver o
rei. Havia um profundo significado nesta afirmação, por ser uma advertência de
paramãrtha thãkuka—loke karibe nindana que Dãmodara não deveria ousar criticar o Senhor nunca mais, pois não condizia
loke rahu—dãmodara karibe bhartsana à sua posição de devoto. Sri Caitanya Mahãprabhu era tido como o guia e mestre
parama-artha thãkuka—o q u e falar de avanço espiritual; loke—pessoas em geral espiritual de todos os devotos que viviam com Ele. Dãmodara Pandita era um
karibe nindana—blasfemar-Me-ão; loke rahu—o que falar das pessoas em geral; àattr desses devotos, e o Senhor fez um favor especial a Dãmodara Pandita, aconse-
dara—Dãmodara Pandita; karibe—farão; bhartsana—punição. Jnando-o a que evitasse criticá-lO outra vez. O devoto, ou discípulo, não deve
l*mais tentar cnticar o Senhor ou Seu representante, o mestre espiritual.
TRADUÇÀO—Sri Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "Todas as pessoas irão M<
blasfemar — e isto para não falar do que elas pensarão do Meu avanço espintu*
Dãmodara irá Me punir — e isto para não falar das pessoas em geral!
VERSO 26
VERSO 25 « t c a n a a r a . - s j à « r s » Jhnt i
c s t a t - a i t a « r r a r a « u f a * n rafa a t w r a i a ^ a r f i s s a i aa e s t a l a c t t r a n II
f i c a r i a w a c a , fãf»t s c a s t c a n n dãmodara kahe,—tumi svatantra levara
tomã-sabãra ãjnãya ãmi nã mili rãjâre
ií^gjj kartavyãkartavya saba tomara gocara
r e
dãmodara kahe yabe, mili tabe tãhre Pendent "^ ~~Pandita Dãmodara disse; tumi—Tu; svatantra—plenamente inde-
0ara ã
aka '^ ~ Suprema Personalidade de Deus; kartavya—dever que é permi-
tomã-sabãra—de todos vós; ãjnãya— pela ordem; ãmi Ku; «d—não; ""''""^o*' av
denL , yo—dever que não é permitido; suba—todos; tomara—Teu; gocara—
trar-Me-ei com; rãjãre—o rei; dãmodara—Dãmodara Pandita; kahe—dissesB a
° conhecimento.
quando; mili—encontrar-Me-ei com; tabe—então; tãhre—ele.
A
TRADUÇÃO—Dãmodara Pandita imediatamente replicou: "Meu Senhor, és ^ 0 _ _ " A p e s a r de seres a Suprema Personalidade de Deus plenamente
prema Personalidade de Deus plenamente independente. Uma vez que c o n h ^ f* j n t e , não obstante, dependes do amor e da afeição de Teus devotos.
n( e
VERSO 27 VERSO 30
VERSO 28
tathãpi svabhâve hao prema-paratantra .„,.. C j ^ ^ o s ; saba—todas; tãhãte—a esse respeito; pramãna—evidência; krsna lãgi'—
yadyapi—embora; fstwrn—a Suprema Personalidade de Deus; fumi—Tu; P * - j t Hjjj ^ O a ; pati-ãge—em frente a seus esposos; chãdileka prãna—renegaram
ve
supremamente; svatantra—independente; tathãpi mesmo assim; sva-bhd~ "
Tua natureza; hao— ficas; prema-paratantra—subordinado ao amor.
Sri Caitanya-caritãmrta M a d
hya-|, l a
A limpeza do templo de Gundicã 369
Vers" »
TRADUÇÃO—"Por exemplo, algumas das esposas dos brãhmanas que real yiriiw- u m
manto; yadi—se; deha'—deres; krpã kari'—por Tua misericórdia;
sacrifícios, estando elas na presença de seus esposos, renegaram suas vid ^ a ^ C o n s e g u i n d o isso; prãna râkhe—e\e viverá; tomara ãéãdhari'-na esperança
amor a Krsna." ^ ^ o n t r a r algum dia n o futuro.
SIGNIFICADO—Isto relaciona-se ao passatempo em que o Senhor Sri Krsna esta —.jrAQ "Se, por Tua misericórdia, enviares um de Teus mantos ao rei, este
presente, juntamente com Seus amigos vaqueirinhos e muitos rebanhos de ar* nirnaj,
nos campos de pastagem perto de Mathurã. Naquela ocasião, os vaqueirinh ' J ^ i r á a esperança de ver-Te algum dia no f u t u r o . "
S
estando um pouco famintos,
famintos, desejaram
I U C O desejaram comer,
comer, ee oo Senhor
Senhor Krsna
Krsna solicitou
solicitou^ ii? —anFlCADO—Deste modo, Sri Nityãnanda Prabhu teve muito tato ao sugerir que
G
que se dirigissem até os brãhmanas, que se encontravam perto dali, o c u p j a t 0 S n j
?! , ya Mahãprabhu desse uma peça de roupa usada ao rei. Mesmo que o rei
n
realização de yajna, ou sacrifício, e conseguissem algum alimento daquele ya/fa Vjrosse digno de encontrar-se com o Senhor, ele ficaria, então, mais conformado
Recebendo essa ordem do Senhor, todos os vaqueirinhos foram ter com os brtB,. [^receber tal roupa. O rei estava bastante ávido para ver o Senhor, todavia, não
manas e pediram-lhes comida, mas eles se negaram a dá-la. Depois disso, os va- 1^ a possibüidade de o Senhor vê-lo. Desejando resolver a situação, Nityãnanda
queirinhos foram até às esposas dos brãhmanas e pediram-lhes alimento. Todas Prabhu sugeriu que o Senhor lhe enviasse uma peça de roupa usada. Assim, o
estas esposas, bastante devotadas ao Senhor Krsna, sentiam amor espontâneo rei compreenderia que o Senhor estava sendo misericordioso para com ele. Desta
por Ele. Logo que ouviram o pedido dos vaqueirinhos e compreenderam que forma, o rei não tomaria nenhuma atitude drástica, como, por exemplo, dar cabo
Krspa queria um pouco de comida, deixaram a arena de sacrifício. Seus esposos de sua vida ou tornar-se um mendicante.
castigaram-nas muito por causa disso, e elas estavam dispostas a renegar suas
vidas. Por sua natureza, o devoto puro é capaz de sacrificar sua vida para o trans- VERSO 35
cendental serviço amoroso ao Senhor.
«rç_ara,—«Jã-aa t a a fàat* i
VERSO 33 ca*. «f«T *a, ca* a*a aattta 11 •*« n
<â\* ajfe «ItCSI. afw a^I <wm I prabhu kahe,—tumi-saba parama vidvân
« f à ai fàf»rc»i* i t c a , ac* i r a alta n * « « yei bhãla haya, sei kara samãdhãna
prabhu kahe—o Senhor replicou; tumi-saba—todos vós; parama vidvân—personali-
eka yukti ache, yadi kara avadhãna dades muito eruditas; yei-qualquer coisa; bhãla haya-está certa; sei-isto; kara
tumi nú milileha tãhre, rahe tãhra prãna ^awàmãna—executai.
eka yukti—um plano; ache—há; yadi—se; kara avadhãna—o levares em conta; tum-
Tu; nã milileha—não é preciso Te encontrares; tãhre—com ele; rane-permanece. N W D U T F O - p Senhor disse: "Uma vez que todos vós sois personalidades muito
tãhra—sua; prãna—vida. "as, H E I d e aceitar qualquer coisa que decidirdes."
Bhattãcãrya; dila—entregou; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; sei-- ""^ -t P p j j t u a l que todos os significados do conhecimento védico revelam-
es r
está ligado ao Senhor é adorável. Sri Caitanya Mahãprabhu instrui-nos que, ^ P* '» J 0 ° ~ r e g r e s s a r d e seu serviço n o sul d a índia, Rãmãnanda Rãya
como Krsoa é adorável, a terra de Krsna, Vrndãvana, também é adorav " j j 4 v j r
que lhe permitisse permanecer com Sri Caitanya Mahãprabhu.
como Vrndãvana é adorável, de forma semelhante, a parafernália em ^
— as árvores, as estradas, o rio, tudo — é adorável. Deste modo, um ^ lát e S
VERSO 40
canta: jaya jaya vrndâvana-vãsi yata jana ("Todas as glórias aos resi^
Vrndãvana"). Se o devoto tiver uma atitude devocional firme, tod ^
«ca ?w Jir^tca -ircra «w fwert i
clusões revelar-se-ão ou despertarão dentro de seu coração. «rmfà fama srtfit' Jtffare nrfton n 8» II
372 Sri Caitanya-caritàrnrta Madhy .|,| a
44 A limpeza do templo de Gundicã 373
tabe rãjã santose tãhhãre ãjnã dilã prabhu-pade prema-bhakti jãnãila rãjãra
ãpani milana lãgi' sãdhite lãgila prasahga pãhã aiche kahe bãra-bãra
s
tabe—naquela ocasião; rãjã—o rei; santose—com muita satisfação; tãhhãre— u-u-pade—>» pés de lótus do Senhor; prema-bhakti—amor extático; jãnãila—
nanda Rãya; ãjnã dilã—deu a ordem; ãpani—pessoalmente; milana lãgi—A*^* rãjãra—do rei; prasahga—conversa; pena"—obtendo; aiche—assim; kahe—
tí
TRADUÇÃO—Quando Rãmãnanda Rãya solicitou ao rei que lhe permiti»», •CAO—Naquele ensejo, Rãmãnanda Rãya informou a Sri Caitanya Mahã-
com o Senhor, imediatamente o rei, muito satisfeito, deu-lhe pennissão f w ? k «obre o amor extático do rei. Na verdade, sempre que havia uma opor-
ao próprio rei, este solicitou a Rãmãnanda Rãya que lhe providenciasse um tunidade ele i n f o Penhor sobre o rei. n n a v a ao
com Ele." plomático em favor do rei. De um modo geral, era muito habilidoso, e, só em
descrever o amor que o rei tinha por Sri Caitanya Mahãprabhu, gradualmente
VERSO 42 suavizou a mente do Senhor.
< f l * i r , t 5? wa c**ca aca «ffç»Tl i
• M F I C A D O — N o mundo material, um diplomata sabe como lidar com as pessoas,
a t a r a m a t a « c a «fçc* f a f a q l « 8 * « especialmente quando se trata de assuntos políticos. Alguns dos grandes devotos
eka-sahge dui jana ksetre yabe ãilã «Senhor- como Rãmãnanda Rãya, Raghunãtha dãsa Gosvãmi, Sanãtana Gosvã-
rãmãnanda rãya tabe prabhure mililã °V P Gosvãmi — eram funcionários do governo e tinham um passado de
R u a
eka-sahge—juntas; dui jana—estas duas pessoas; ksetre—em Jagannàtha-Ksec arrüliar em muita opulência. Logo, estavam habituados a lidar com as pessoas.
ân
(Jagannãtha Puri); yabe—quando; ãilã— voltaram; rãmãnanda rãya—^ ~'*!J. J " ^ s circunstâncias, vemos a diplomacia de Rüpa Gosvãmi, de Raghunãtha
V5ml e de a m a n
Rãya; tabe—naquela ocasião; prabhure— Sri Caitanya Mahãprabhu; mi/u*-"" 0shnwf ^ a n d a Rãya empregada a serviço d o Senhor. Q u a n d o
trou-se com. ^^gcnános do governo estavam prestes a capturar o pai e o tio de Raghunãtha
j^^^osvãml, ele escondeu-os e, pessoalmente, recebeu os funcionários do go-
a annatha
TRADUÇÃO—O rei e Rãmãnanda Rãya regressaram juntos a J & '£jjf a
De ^ 1 .
0
n d o s e
" da diplomacia para resolver o caso. Isto é apenas um exemplo,
em
IPun], e Sri Rãmãnanda Rãya encontrou-se com Sri Caitanya Mahãpr minij, * e l h a n t e , Sanãtana Gosvãmi, tendo sido preso após demitir-se do
s u m o
•^'awab . ' . b ° u o carcereiro para poder desvencilhar-se das garras do
V V 6 r C m
VERSO 43 ''aaiânand ' ° ^ " Caitanya Mahãprabhu. Agora estamos presenciando
• l B a e ^ Raya, um devoto muito mtimo do Senhor, suavizando diplomatica-
0
« p w *tT<33l iècç a r a ataata ii 8 « n uma vez por todas não receber o rei. A diplomacia de Rãmãnanda
Sri Caitanya-caritãmrta \1adh
A limpeza do templo de Gundicã 375
V«rs° SO
Rãya e as súplicas de Sãrvabhauma Bhatlacárva e de todos os dema" Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: "Meu querido Rãmãnanda, de-
p U C 0
prabhu kahe—o Senhor disse; ãmi manusya—sou um ser humano; aéra I prabhu kahe,—pürna yaiche dugdhera kalasa
e n a
ordem social; sannyãsi— uma pessoa renunciada; kãya-manah-vãkye—com Meu ~ I surã-bindu-pãte keha nã kare paraéa
50
mente e palavras; vyavahãre—na conduta geral; bhaya—medo; vãsi—tenho"'' ' Lghe—o Senhor replicou; pürna—totalmente cheio; yaiche—assim como;
f^L-de leite; kalasa—recipiente; surã-bindu-pãte—com uma simples gota de
TRADUÇÃO—Quando Rãmãnanda Rãya dirigiu-se a ári Caitanya Mahàn Jíjjjj^gjcoóuca; keha—alguém; rui kare—não; paraéa—toca.
como a Suprema Personalidade de Deus, Caitanya Mahãprabhu objetou, diz»
" N ã o sou a Suprema Personalidade de Deus, mas sim um ser humano com rio—Então, ári Caitanya Mahãprabhu disse: " M e s m o que haja bastante
Portanto, devo temer a opinião pública de três maneiras — com Meu corpo, mèni r** 0
pote grande, se estiver contaminado por uma gota de bebida alcoólica,
m
VERSO 51 VERSO 54
«SRca afã-fàa^cacsi ai casta i
5
aan ãVa fws aararra •sita n« n awjf»t « f v f f M aaVtata, i
ítatra af»ia ra*i ^a* 'atwf-ata n «8 n
éukla-vastre masi-bindu yaiche nã lukãya
sannyãslra alpa chiara sarva-loke gãya yadyapi pratâparudra—sarva-gunavãn
éukla-vastre—num pano branco; masi-bindu —uma mancha de tinta; yaiche—tanto tãhhãre malina kaila eka 'rdjd'-nãma
quanto; mi—não; lukãya—fica oculta; sannyãslra—de um sannyãsi; alpa—uma peque- yadyapi—embora; pratâparudra—o rei; sarva-guna-vdn—qualificado sob todos os
nina; chiara—falha; sarva-loke—o público em geral; gãya—espalha. ajpectos; tãhhãre—a ele; malina kaila—torna impuro; eka—um; rãjã-nãma—o nome
"•mi"
rei .
TRADUÇÃO—"Tão logo as pessoas em geral encontram uma falha, por menor
que seja, no comportamento de um sannyãsi, a notícia espalha-se rapidamente. TiADUçAo—"Por certo q u e esse rei possui todas as boas qualidades, mas, só
Uma mancha escura de tinta n u m pano branco salta logo à vista. Ela sempre em aceitar a designação de 'rei', já contaminou t u d o . "
sobressai m u i t o . "
VERSO 55
VERSO 52
ala ara,—a>« *tt%f asfãatsj «ranf% i satfa estará afã aita» a* i
Na-caaas estala «v •stwifs n 11 sca •ftfà' fama "çfà ttata «a* n o<t n
rãya kahe,—kafa pãplra kariyâcha avyãhati tathãpi tomara yadi mahdgraha haya
Isvara-sevaka tomara bhakta gajapati
3 tabe ãni' milaha tumi tãhhãra tanaya
rãya kahe—Rãmãnanda Rãya replicou; kata pãpira—de inúmeras pessoas P* ?®
WMpi—mesmo assim; tomara—tua; yadi—se; mahã-ãgraha—grande ansiedade;
nosas; kariyâcha—tens feito; avyãhati—liberação; lévara-sevaka—um servo do Sennor, "JJ*~há; tabe—então; dni'—trazendo; milaha—faze com que se encontre; tumi—
tomara—Teu; bhakta—devoto; gajapati—o rei. r a
* " ™ - d e l e ; ranaya-filho.
1 1
TRADUÇÃO—Rãmãnanda Rãya replicou: " M e u querido Senhor, tens ü * ^
^ ^ ^ © — " M a s , se mesmo assim estás muito ansioso de que o rei se encontre
tantas pessoas pecaminosas, e o rei Pratâparudra, o rei de Orissa, é real
- então, por favor, deixa q u e seu filho se encontre comigo antes d e l e . "
um servo do Senhor e Teu d e v o t o . "
VERSO 56
VERSO 53
de lótus.
3 q U Í g r a n d e d e v o t o d i 8 8 e á r i
^'^todoT "' Caitanya Mahãprabhu. "Ao
TRADUÇÃO—O príncipe, ainda entrando no desabrochar da adolescência. «* de , 8 p o d e m
lembrar-se da Suprema Personalidade de Deus, Krsna, o
M
muito belo. Sua tez era morena, e ele tinha grandes olhos de lótus- ' Mahàràja Nanda."
380 Sri Caitanya-caritimrta Madhya-lii, 65 A , i m
P e z a
do templo de Gundicã
Verso 381
VERSO 65
«s af*r * ( » : « t a cas»i «ttfaffta n -w. II
« t a a * t s i ^ « i r a caí as*r*»i i
krtãrtha ha-ilãha ãmi ihhãra daraéane ;
eta bali' punah tare kaila ãlihgane fksi vrfà' '•rtata fifiR— *A «rtwi fiNl n*«n
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-ruj A limpeza do templo de Gundicã 3 8 3
382 69
Ver*»
tabe mahãprabhu tãhre dhairya karãila sei haite bhãgyavãn rãjãra nandana
nitya ãsi' ãmãya miliha—ei ãjnã dila prabhu-bhakta-gana-madhye hailã eka-jana
tabe—nessa altura; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhre—o jovem luáte—daquele dia em diante; bhãgyavãn—o mais afortunado; rãjãra nandana—o
rya—paciente; karãila—fez ficar; nitya—todos os dias; ãsi'—vindo; ãmãya— K ? *
A
**' J"^"vnÜJhu-bhakta-gana-madhye—entre os devotos íntimos do Senhor; hailã—
miliha—encontra; ei ãjnã—esta ordem; dila—deu. ** Z eka-jana-*™ deles,
(omou-se.
TRADUÇÃO—Nessa altura, Sri Caitanya Mahãprabhu acalmou o jovem e ordem».
lhe que viesse ali diariamente para encontrá-lO. _ D e s d e então, o afortunado príncipe passou a ser um dos mais ínti-
u c A O
devotos do Senhor.
VERSO 66
forra *<«fli 5111 « r r l i *w*jia «MUI1 SIGNIFICADO—A este respeito, Srila Prabodhãnanda Sarasvati escreveu: yat-kãru-
*twi *a*i ii>9» *fcara ceei cwfiwi II ^ n ^.katãksa-vaibhava-vatãm. Caso Sri Caitanya Mahãprabhu olhasse para alguém,
mesmo que de relance, tal pessoa imediatamente tomava-se um dos devotos mais
vidãya hahã rãya ãila rãja-putre lahã íntimos do Senhor. Era a primeira vez que o príncipe vinha ver o Senhor, mas,
rãjã sukha pãila putrera cesta dekhiyã pela misericórdia do Senhor, ele imediatamente tomou-se um devoto muito eleva-
vidãya hahã—despedindo-se; rãya—Rãmãnanda Rãya; ãila—voltou; ntja-putn do. Isto não era só na teoria, mas na prática. Não podemos aplicar a fórmula nagna-
lahã— levando o filho do rei; nf;'<í—o rei; sukha pãila—sentiu grande felicidade; mítrkã-nyâya. Ela afirma que, caso u m a senhora tenha ficado nua na infância, ela
putrera—de seu filho; cesta—atividades; dekhiyã— vendo. deve ainda permanecer nua, mesmo que tenha se t o m a d o mãe de muitos filhos.
Se uma pessoa realmente recebe a bênção da misericórdia do Senhor, pode, no
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , eles se despediram de Sri Caitanya Mahãprabhu, e Rãmã- mesmo instante, tomar-se o mais importante devoto do Senhor. A lógica de nagna-
nanda Rãya levou o menino de volta ao palácio do rei. O rei ficou muito feliz irattrtcí estabelece que, se alguém não era elevado a uma determinada data, não
pode, por assim dizer, tomar-se um devoto elevado da noite para o dia. O exemplo
ao ouvir falar das atividades de seu filho.
dado aqui oferece evidência que contradiz esta teoria. Um dia antes, o rapaz era
um príncipe simples e comum. No dia seguinte, era tido como um dos mais
VERSO 67 destacados devotos do Senhor. Tudo isso se deu por causa da misericórdia imoti-
vada do Senhor. O Senhor é onipotente e todo-poderoso, e pode agir como bem
quiser.
ifftt fim i*t«ifs tr*»tl n *i n
pufre ãlihgana kari' premãvista hailã VERSO 69
sãksãt paraéa yena mahâprabhura pãilã
pufre—seu filho; ãlihgana—abraço; kari'—fazendo; prema-ãvista hflitó—hcouemí* 4*iT5 W a r ^ ^ i U - a t W I
tase; sõfcsaf—diretamente; paraéa—toque; yena—como se; mahâprabhura—do Seruw
fsrcroí íapt^çi ara i*«?l'é»Hrçw n n
Sri Caitanya Mahãprabhu; pãilã—obtivesse.
ei-mata mahãprabhu bhakta-gana-sahge
TRADUÇÃO—Pelo simples fato de abraçar seu filho, o rei encheu-se de amor^ nirantara kridã kare sahkirtana-rahge
tático, exatamente como se tivesse tocado o próprio ári Caitanya Mahipr* gt^^ ~ á e s s a
maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakta-gana-sah-
sociedade de Seus devotos puros; nirantara—constantemente; kridã kare—
VERSO 68 ass
P atempos; sahktrtana-rahge— no decorrer de Seu movimento de sahklrtana.
Cl* «íMiat» í t w f ? a*f« |
devota ^ maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu age na sociedade de Seus
8 M
«içwMi-ircii &»n 3
ia *»» ii ii > Ur08
**nlürta { ' realizando Seus passatempos e difundindo o movimento de
J J
A
j4 Sri Caitanya-caritãmrta M a
dhy -l j „ 75 limpeza do templo de Gundicã
3( a H à Verso 75
VERSO 70 VERSO 73
TRADUÇÃO—Alguns devotos preeminentes, tais como Advaita Ãcãrya, costuma- TRADUÇÃO—Ao apresentarem-se perante o Senhor, Ele pediu aos três para la-
vam convidar Sri Caitanya Mahãprabhu para tomar refeições em suas casas. 0 varem o templo conhecido com Gundicã.
Senhor, acompanhado de Seus devotos, aceitava tais convites.
SIGNIFICADO—Este templo de Gundicã localiza-se a quatro quilômetros a nordeste
VERSO 71 do templo de Jagannãtha. Na época do festival de Ratha-yãtrã, o Senhor Jagannãtha
sai de Seu templo original e vai para o templo de Gundicã, onde permanece por
is*T5 «MI ara fiju. ws t-em i uma semana. Após este período, Ele regressa a Seu templo original. Segundo
comentários populares, a esposa de Indradyumna, o rei que estabeleceu o templo
«Matcaa saatal fàasj» **e? mi 11
de Jagannãtha, era conhecida como Gundicã. O nome do templo de Gundicã
também é mencionado em escrituras autorizadas. Calcula-se que a área do templo
ei-mata nãnã range dina kata gela
de Gundicã é de cerca de 132 metros por 98 metros. O templo principal dentro
jagannãthera ratha-yãtrã nikata ha-ila
do pavilhão interno mede cerca de 16 metros por 14 metros, e o salão de reuniões
ei-mata—dessa maneira; nãnã range—em grande júbilo; dina kata—alguns dias;
tem 15 metros por 14 metros.
gela—passou; jagannãthera—do Senhor Sri Jagannãtha; ratha-yãtrã—o festival do
carro; nikata ha-ila—aproximou-se.
VERSO 74
TRADUÇÃO—Dessa maneira, o Senhor passou alguns dias em grande júbilo. ff?5l ara,—«itfã-aa caaas estai* i
Então, aproximou-se o dia do festival do carro do Senhor Jagannãtha.
ca cstat* fcsçl ca* as^aj «nata n 1811
VERSO 72 padichã kahe,—ãmi-saba sevaka tomara
ye tomara icchã sei kartavya ãmãra
1
siaca* ast^fàcai «j^ catit** ! i VããKhãkahe—o superintendente disse; ãmi-saba—somos todos; seiwfaj tomara—
s e r v
*tf?ç1-*fl3í, afrafca catil-íPI 'erffswi II n , o s ; ye tomara—qualquer que seja o Teu; icchã— desejo; sei—esta; kartavya
• " " " - n o s s a obrigação
prathamei kãét-miére prabhu bolãila
padichã-pãtra, sãrvabhaume bolãhã ãnila , ^piJÇÃo—Ao ouvir o Senhor pedir-lhes para lavar o templo de Gundicã, o
h u ;
0 9 u e r
i j f l f l u
bolãila—mandou chamar; padichã-pãtra—o superintendente do templo; sã servos. É nossa obrigação satisfazermos tudo o que desejares."
me—de nome; bolãhã— chamando; ãnila—trouxe.
VERSO 75
c n a , n
TRADUÇÃO—Antes de mais nada, Sri Caitanya Mahãprabhu mandou ^ ^
Miára, depois, o superintendente do templo, e, finalmente, Sãrvabhauma
fàcaca ataria •erfsrl *<#1ra «iTatca i
cãrya. «fça «itssi ca*, ca* %9 asfàatca 11 w n
386 Sn Caitanya-caritãmrta Madhya-l-,i à
A limpeza do templo de Gundicã 387
12
viéese rãjãra ãjnã hanãche ãmãre Müfana eka-éata ghata, éata sammãrjanl
prabhura ãjnã yei, sei élghra karibãre padichã ãniyã dila prabhura icchã jãni'
viéese— especificamente; rãjãra—do rei; ãjnã—ordem; hanãche—há; ãmãre— - am
ritano—ncvov eka-éata—cem; ghata—baldes de água; sara—cem; sammãrjanl—
prabhura—de Vossa Onipotência; ãjhã— ordem; yei—tudo o que; sei—i t fof*' s 0;
/"Luras; padichã—o superintendente; anryõ— trazendo; di/a—entregou; prabhura—
karibãre—cumprir sem demora. penhor; I Í T ' " ' >' desejo; jãni'—conhecendo.
TRADUÇÀO—"O rei teve o cuidado especial de mandar que eu fizesse, sem perda TBADUCÃO—Tão logo o superintendente compreendeu o desejo do Senhor, pro-
de tempo, tudo o que Vossa Onipotência ordenasse." videnciou a entrega de cem baldes de água e cem vassouras novos para lavar
o templo-
VERSO 76
VERSO 79
estala catar caai ac* afãra-attfa i
m a faca«rstcs 14»1 fãwiM i
4* 0* i t i t a^a, ca cstat* aa II II
Slçcs aafa «rca cif*íii saia II is> II
tomara yogya sevã nahe mandira-mãrjana
ei eka lilã kara, ye tomara mana tfra dine prabhãte lahã nija-gana
tomara—a Ti; yogya—adequado; sewí— serviço; nahe—não; mandira-mãrjana—lavar érf-haste sabãra ahge lepilâ candana
o templo; ei—isto; eka—um; fila—passatempo; kara—realizas; ye tomara mana—como ira dine—no dia seguinte; prabhãte—de manhã; lahã— levando; nija-gana—Seus
Te apetece. devotos pessoais; éri-haste—com Sua própria mão; safxfra ahge—sobre o corpo de
Iodos; lepilâ candana—untou polpa de sândalo.
TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, lavar o templo não é serviço compatível com
Tua posição. Não obstante, se desejas assim fazer, deve-se saber que isto é mais madrugada seguinte, o Senhor levou consigo Seus associados
T R A D U Ç Ã O — N a
um de Teus passatempos." pessoais e, com Sua própria mão, untou seus corpos com polpa de sândalo.
VERSO 77
VERSO 80
fàs* afc, awtarai a ç s stfèc* i
f à i aatc* 4a* <m a W f t i
m m ca* -«rtf% a a «itfã fítca n w II
aaM«i «i4>l « f ^ ç f s n i «rt*tfã II n
Arinfu griafa, sammãrjanl bahuta cãhiye
ãjhã deha—ãji saba ihãh ãni diye éri-haste dila sabãre eka eka mãrjanl
kintu—porém; gfiafa-baldes de água; sammãrjanl— vassouras; fw/iute—muitos, saba-garta lahã prabhu calilã ãpani
cãhiye—precisas de; ãjhã deha—basta ordenares; ãji—ainda hoje; subo—tudo; vmr- rf-haste—com Sua própria mão; dila—entregou; sabãre—a cada um deles; eka
u m r
aqui; ani diye—trarei e entregarei. ^ ~ P ° um; mãrjanl— uma vassoura; saba-gana—todos os associados; lahã—
ando; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; calilã—foi; ãpani—pessoalmente.
TRADUÇÃO—"Para se lavar o templo, são necessários muitos baldes de
( C> Enta0 C m 3 m a o
vassouras. Portanto, se assim me ordenares, posso trazer-Te imediatamente *'todo '* ~ ' ° PráP" ' entregou uma vassoura a cada devoto,
estas coisas." - acompanhando o Senhor, dirigiram-se ao templo de Gundicã.
VERSO 78 VERSO 81
TRADUÇÃO—Dessa maneira, o Senhor e Seus associados foram limpar o te iicAO—Na verdade, centenas de devotos estavam ocupados em limpar ao
de Gundicã. Primeiro, varreram o templo. dor de todo o templo, e o próprio ári Caitanya Mahãprabhu executou a
^Ja para, assim, instruir os outros.
VERSO 82
t % 3 * srfãRl 5*1*, ia>»l Jftfw»! I VERSO 85
foçtl* I t f V T W » asf*»l II II catdtuTci erre*», wm ? * » * > T * » i
bhitara mandira upara, —sakala mãjila < W H ' í * » ' are*, ase* fàw-arm II V<t II
simhdsana mãji' punah sthâpana karilã
bhitara mandira—do interior do templo; upara—o teto; sakala mãjila—limpou tudo premollãse éodhena, layena krsna-nãma
simhãsana—o lugar onde o Senhor Se senta; mãji'—limpando; punah—de novo; bhakta-gana 'krsna' kahe, kare nija-kãma
sthâpana—colocando de volta; karilã—fez prema-ullãse—em grande júbilo; éodhena—limpa; layena—canta; krsna—Hare
Krsna; mima—nome, bhakta-gana—os devotos; krsna kahe—cantam Krsna; kare—
TRADUÇÃO—O Senhor limpou cuidadosamente todo o interior do templo, in- fazem; nija-kãma—seus próprios deveres.
cluindo o teto. Então, pegou o trono do Senhor [simhásana], limpou-o e, em
seguida, colocou-o de volta em seu lugar.
TRADUÇÃO—Sn Caitanya Mahãprabhu lavou e enxaguou o templo em grande
VERSO 83 júbilo, cantando o santo nome do Senhor Krsna o tempo todo. Semelhantemente,
todos os devotos também cantavam e, ao mesmo tempo, cumpriam seus respec-
cciií-as-ifa* »ii«fa-G«rt»í*i i tivos deveres.
*tfre bses cttfw Sentença n tr-a n
VERSO 86
chota-bada-mandira kaila mãrjana-éodhana
pãche taiche éodhila érf-jagamohana
chota-bada-mandira—todas as dependências, pequenas e grandes; kaila— arnfl a»f#1 «uf>*i.»i ase* i*srWst n ^ n
mãrjana-éodhana—a devida limpeza; pãche—em seguida; taiche— de maneira pare-
cida; éodhila—limparam; éri-jagamohana—a área entre o templo original e o saião dhüli-dhüsara tanu dekhite éobhana
de reuniões. . poeira;
kãhãh kãhãh aéru-jale kare sammãrjana
bel " 'r dhüsara—sujeira; tanu—corpo; dekhite—de se ver; éobhana—muito
TRADUÇÃO—Assim, o Senhor e Seus companheiros limparam e varreram sa-.' " tofian—em alguns lugares; aéru-jale— com lágrimas; kare—faz;
as dependências do templo, grandes e pequenas, e, finalmente, limparam
que fica entre o templo e o salão de reuniões.
«rçi =<rc*,-cas a i s » f % * t ç i t i n f i i
j\if*\ «rRra 3jra asfài c " t m n v i R f*ii i f i c w f a c i * «rtfàa «ffàarii n s>« n
bhoga-mandira éodhana kari' éodhila prahgana prabhu kahe, —ke kata kariyâcha sammãrjana
sakala ãvãsa krame karilã éodhana trna, dhüli dekhilei jãniba pariérama
bhoga-mandira—o local onde se coloca alimento; éodhana kari'—limpando- Í I É U -gMu kahe—o Senhor disse; ke—todos vós; kata—o quanto; kariyâcha—fizestes;
Ia prahgana—limparam o pátio; sakala—todos; uni-,; ,u omodações residenci I ^Z^riar"'—limpando; frna—palha; dhüli—terra; dekhilei—quando vejo; jãniba—
krame—uma após outra; tori/a éodhana—limparam. p^aso compreender; pariérama—o quanto trabalhastes.
TRADUÇÃO—Depois disso, limpou-se o local onde se guarda o alimento da Dei- TixOUÇÃO—Então, o Senhor disse aos devotos: "Basta olhar para o lado de fora
dade [bhoga-mandiral. Em seguida, limpou-se o pátio, e, mais depois, todas ver toda a palha e terra acumuladas, para saber o quanto trabalhastes e quão
Jem limpastes o templo."
as acomodações residenciais, uma após outra.
VERSO 88 VERSO 91
f.rna, dhüli, jhihkura, saba ekatra kariyã sabãra jhyãhtãna bojhã ekatra karilã
bahirvâse lahã phelâya bãhira kariyã sabã haite prabhura bojhã adhika ha-ila
trna—palha; dhüli—poeira; jhihkura—terra; saba- tudo; ekatra—num local, sabãra—de todos; jhyãhtãna—os detritos acumulados; bojhã— pilha; ekatra—juntos
kariyã— juntando; bahirvâse lahã— levando em Sua própria roupa; phelãya—joga; num só lugar; karilã—fizeram; sabã haite—do que todos eles; prabhura bojhã— a
puna de detritos coletada por Sri Caitanya Mahãprabhu; adhika ha-ila—era maior.
bãhira kariyã— fora.
TRADUÇÃO—Após juntar toda a palha, poeira e terra num local, Sri Caitanw TRADUÇÃO—Embora todos os devotos tivessem juntado todos os detritos numa
•nica pilha, aqueles que Sri Caitanya Mahãprabhu juntou formavam uma pilha
Mahãprabhu colocava tudo em Sua roupa e jogava fora. bem maior.
VERSO 89
VERSO 92
4 Í > 8 W I 1 asfí' fàw-TTÇI I
4 * t s « r e j « a aifâi i f ^ i i
* f i aifàc* f i m t a " «tira n v-s n
1 » : latas-rc* f à i afirai a « S i n n
ei-mata bhakta-gana kari' nija-vãse
ínta, dhüli bãhire phelãya
trna, phelâya parama
parama harise
harise ^ ei-mata abhyantara karilã mãrjana
fa
-analogamente; bhakta-garia-toàos os devotos; to r i ' - * ' J o g a *
ei-mata—a
en
n punah sabãkãre dila kariyã vanfana
vãse—comiisuas próprias roupas; fnia-palha; oViii/i-poeira; bãhire phctíty J "—dessa maneira; abhyantara—por dentro; karilã—fizeram; mãrjana—
J T T / * * ' punah—de novo; sabãkãre—a todos eles; dila—deu; kariyã vantana—
fora; parama harise—com grande júbilo. "•«gnando áreas.
TRADUÇÃO—Seguindo o exemplo de Sri Caitanya Mahãprabhu, todos
tos, em grande júbilo, passaram a apanhar palhas e poeira com suas y tv 4laZ/J/ Após o templo ter sido limpado por dentro, o Senhor novamente
u00
VERSO 93 VERSO 96
vym « a , # m , »w a>?n ^ | •wvr «rra' nfvf aca aataff asfãi i
« t i a c s cifra a*** «rça «rc*t* II M n «ca aM a* «nfà' Ü f f H K » fàn n n
süksma dhüli, trna, kãhkara, saba karaha dura 'jala ãna' bali' yabe mahãprabhu kahilã
bhãla-mate éodhana karaha prabhura antahpura tabe éata ghata ãni' prabhu-ãge dila
süksma dhüli—poeira fina; frna—palha; kãhkara—terra; subo—todos; fcarufn-, àla ina—trazei água; bali'—dizendo; yabe—quando; mahãprabhu—Sn Caitanya
fazem; dura—para fora; bhãla-mate—muito bem; éodhana—limpando; karaha—fazem- \i hâprabhu; kahilã—ordenou; tabe— nessa altura; safa ghata—cem baldes; ãni'—
prabhura—do Senhor; antahpura—dentro. trazendo; prabhu-ãge—perante o Senhor; dila—entregaram.
TRADUÇÃO—Então, o Senhor ordenou a todos que deixassem o interior do templo Tão logo Sri Caitanya Mahãprabhu mandou que trouxessem água,
T R A D U Ç Ã O
impecivel, e tirassem a terra, palhas e detritos mais finos e os jogassem fora iodos os homens levaram os cem baldes cheios, entregando-os ao Senhor.
1
VERSO 94 VERSO 97
jala—água; bhari'—enchendo; prathamei—em primeiro lugar; faria"—levando, y^T ~~bacia; bhariyã— enchendo; jala—água; ürdhve—para o teto; cãlãila—pôs-
f l f - c o r n
estavam; kãla—o momento; apeksã kari'—aguardando. * ass!?^?' ^ ' ' esta água; ürdhva éodhi—lavando o teto; bhitti—paredes
^°^os, praM/7fl-lavaram.
i
TRADUÇÃO—Enquanto varria-se o templo, cerca de cem homens estavam ^ i i S
? * D U C Ã .
4 p r 6 p r i o
com os baldes cheios de água, e só estavam esperando o Senhor ^ J o g a r> ax__
- Caitanya
* Mahãprabhu,
• seguido
*J de Seus
— devotos,
—— e pôs-
r•
Slçrc araa fà^tar^a at<*a i cas* gastai ara crç «wi tia i
«ffeitcn *m «rira' cm «www u a» ti cm ah% «na, c a ^ «ra> a r a wta 1 1 n
éri-haste karena sirhhãsanera mãrjana /cerra /«fcafíá kare sei jala pana
prabhu ãge jala ãni' deya bhakta-gana keha mãgi' laya, keha anye kare dana
éri-haste—com Sua própria mão; karena—faz; simhãsanera mãrjana—limpeza do keha-alguém; lukãhã—ks escondidas; kare—faz; sei jala—daquela água; pana—
lugar onde Se senta o Senhor; prabhu ãge— perante o Senhor; /a/a-água; hebendo; keha—outrem; mãgi' laya—implorando, ganha; keha—alguém; anye—a
trazendo; deya—entregam; bhakta-gana—todos os devotos. outro; kare—dá; dana—em caridade.
mão de Sri Caitanya Mahãprabhu; keha—outrem; jala deya—joga água; « 3 31111 n a vastre
hono^ * ' 'J ~ —com Suas próprias roupas; mãjila—poliu; simhãsana—
Seus; carana-upare—nos pés de lótus.
•rs aí» wca c*»i afàw ai«r» i *3*f*í« 91431 «ItÇCa »T5 <6*«-St«| |
*\Fm catfaai fcw-caa fa» na i n
*jw a i 9I4»1 ara « m r m w a n w 1
sara ghaía /ale haila mandira mãrjana pürna kumbha lahã ãise éata bhakta-gana
mandira éodhiyã kaila— yena nija mana éünya ghafa lahã yãya ãra éata jana
éata—cem; ghata—de baldes de água; jale— pela água; ha;7a—ficou; mandira-^ minta kumbha—um balde cheio de água; lahã— levando; a-ise—vêm; éata bhakta-
templo; mãrjana—limpo; mandira—o templo; éodhiyã— limpeza; kaila—fez; ' -centenas de devotos; s'ii«ya ghafa—um balde de água vazio; lahã— levando
como se; nija mana—sua própria mente. devolta; yãya—VÃO; ara—outras; safa jana—centenas de homens.
TRADUÇÃO—Dessa maneira, todos os aposentos foram lavados com cem baldes TRADUÇÃO—Centenas de devotos traziam água nos baldes e outras centenas le-
de água. Depois de limpos os aposentos, as mentes dos devotos ficaram tà 0
vavam os baldes de volta para enchê-los novamente.
limpas quanto os aposentos.
VERSO 109
VERSO 106
fàsjtaa», «iws, TOI, «flrft, *tf^ i
fàa»i, fa* asfài at*«ra i **çt fãç « n * aa «rir.» «i « f ã ' n II
«rt*ta-«5wa caa afaai atfàca n n
nityãnanda, advaita, svarupa, bhãrati, puri
nirmala, éltala, snigdha karilã mandire ihhã vinu ãra saba ãne jala bhari'
ãpana-hrdaya yena dharila bãhire nityãnanda—Nityãnanda Prabhu; advaita—Advaita Ãcãrya; svarupa—Svarupa
nirmala—purificado; éltala—refrescante; snigdha—agradável; karilã—fizeram; Dãmodara; bhãrati —Brahmãnanda Bhãrati; puri— Paramãnanda Puri; ihhã—estes;
mandire—o templo; ãpana-hrdaya—o próprio coração; yena—como que; dharila- vinu—exceto; ãra—os outros; saba—todos; ãne—trazem; jala—água; bhari'—
mantido; bãhire— do lado de fora. enchendo.
TRADUÇÃO—Ao acabar a limpeza, o templo estava purificado, refrescante e agra- TRADUÇÃO—Com a exceção de Nityãnanda Prabhu, Advaita Ãcãrya, Svarupa
dável, exatamente como se a mente pura do próprio Senhor tivesse aparecido. Dãmodara, Brahmãnanda Bhãrati e Paramãnanda Puri, todos enchiam os baldes
e levavam-nos até o templo.
VERSO 107 VERSO 110
*m "fs wa «r.a acatar,* i aeí» açi» áfa' a*<5 afe <etf%> <pfa ;
atcè -«ta atf*. ca* a/r.*t mm « c * « v i n •te *m ai» catas <st$1 1431 •mi* I I Ü » II
áafa safa jana jala bhare sarovare ghafe ghafe fheki' kata ghafa bhãhgi' gela
ghã(e sthãna nãhi, keha küpe jala bhare L safa safa ghafa loka tãhãn lahã ãila
1
éata éata jana—centenas de homens; jala bhare—tiravam água; sarovare— ° ' . ihatYu "^ ' ^ ' ' — q u a n d o havia uma colisão entre dois baldes; kafa—tantos;
S:
ghãfe—hs margens; sthãna—espaço; nãhi—não há; kena—alguém; küpe— F* 0
Ipfo bhãhgi gelã—quebravam-se; safa safa—centenas de; ghafa—baldes;
jala bhare—tira água. Pessoas; tãhãn—ali; lahã— trazendo; ãila—vinham.
de 1 6 e e r a re
margens estavam totalmente ocupadas de pessoas. Logo, alguém pass áeur^^ "^ ' P c i s o que centenas d e homens trouxessem novos baldes
6
TRADUÇÃO—Algumas pessoas enchiam os baldes, outras lavavam o templo, mas TRADUÇÃO—Enquanto vibrava o santo nome de Krsna em amor extático, o pró-
todos cantavam o santo nome de Krsna e Hari. prio ári Caitanya Mahãprabhu realizava o trabalho de centenas de homens.
TRADUÇÃO—Uma pessoa pedia um balde de água cantando os santos nomes TRADUÇÃO—Era como se Sri Caitanya Mahãprabhu lavasse e limpasse com cem
Krsna, Krsna, e outra entregava o balde enquanto cantava Krsna, Krsna. mãos. Ele dirigia-Se a cada um só para ensinar como trabalhar.
^fã asfãars, f » t a i * « r . « c * i
4*as c i w i cai a r a n üi ii n t * i w - * r t f % asf%' asfàPf c2rWt*IH II II
TRADUÇÃO—O Senhor dizia: "Fizeste u m b o m serviço. Por favor, ensina isto -yjyUÇXO Dessa maneira, lavou-se o salão de reuniões, todo o pátio, os as-
aos outros e mostra que eles podem fazê-lo da mesma maneira." sentos elevados, a cozinha e todos os outros cômodos.
TRADUÇÃO—Tão logo ouviam Sri Caitanya Mahãprabhu dizer isto, todos fica- TRADUÇÃO-Assim, todos os cômodos ao redor do templo foram lavados exaus-
vam envergonhados. Assim, passavam a trabalhar com muita atenção. tivamente, tanto por fora quanto por dentro.
VERSO 122
VERSO 119
c f a a s t c i c i f t f l f l ^ a » çajfài i * i i
<5C< « W l » tel S r S f l l c n t * » I « r ç a saa-a^t f ã i a & - « n n n
C ^ t ^ f à w - W f f i f « c a fal flfVHP II 5>>* n
hena-kãle gaudlyâ eka subuddhi sarala
fabe praksãlana kaila éri-jagamohana prabhura carana-yuge dila ghafa-jala
n e s s a
fabe—depois disso; praksãlana—limpeza; kaila—realizaram; éri-jagamohe ^ diia d ' ~simples; prabhura carana-yuge—nos pés de lótus do Senhor;
frente ao templo; bhoga-mandira—o local onde se oferece alimento; ãdi—to """««Pejou; ghafa-jala —um balde cheio de água.
compartimentos; tabe—então; kaila praksãlana—lavaram. T ADn
* ÇÃo—rw, -
-fndoS "* let^k '-'epois que tudo estava completamente lavado, um Vaisnava da
( U C r a m u t o
TRADUÇÃO—Eles lavaram a área d e Jagamohana e, então, a despensa. d» loto.'H ' * ' ' inteligente e simples, veio e despejou água nos pés
"o Senhor.
outros compartimentos também foram lavados.
402 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-li], ,» 7 A limpeza do templo de Gundicã 403
dos princípios religiosos. Vaisnava bengali como o Gaudiya Vaisnava de Svarupa Dãmodara Gosvãmi. Isto
«fuer dizer que todos os Gaudlyâ Vaisnavas seguidores do culto de Caitanya estão
VERSO 125 subordinados a Svarupa Dãmodara Gosvãmi. Os Gaudiya Vaisnavas observam
m u
i estritamente o sistema de paramparã. Svarupa Dãmodara Gosvãmi era secre-
f»taa prffa' aa«C*t <3TfV $í*tca I t á r i o
pessoal de Sri Caitanya Mahãprabhu. O grupo seguinte de devotos eram
* seis Gosvãmis, e, então, Kavirãja Gosvãmi. É necessário observar o sistema
cwa ratam 'cMTfrafa a i a s r a H *M I P^amparif do culto de Caitanya. Muitas são as ofensas que alguém pode co-
siTcsd fdgi' svarüpe dãki' kahilã tãhhãre ^ e r ao servir ao Senhor, e estas são descritas no Bhakti-rasãmrta-sindhu, no Hari-
ei dekha tomara 'gaudtyã'ra vyavahãre -vilãsa e em outros livros. Segundo as regras e regulações, ninguém deve
reverências n
outra a esquerda.
questão de etiqueta.
VERSO 128 VERSO 131
«ca wl caratfa» <5ta are? ate fàai i «rí*tca afaal ateai, «tt»tata ttes 1
ctia>l atra' *tfra atfãa atfàcia «i-an it u f « 1 , àVrara, ajn>i itfM*ri f^tacs n y® > n
tabe svarupa gosãni tara ghãde hãta diyã ãpane vasiyã mãjhe, ãpanãra hãte
dhekã mãri' puríra bãhira rãkhilena lanã trna, kãhkara, kufã lãgila kudãite '
tabe—depois disso; svarupa gosãhi—Svarupa Dãmodara Gosãni; fijra—de*»- amne—pessoalmente; vasiyã mãjhe—sentando-Se no meio; ãpanãra hãte—com Sua
ghãde—no pescoço; hãta diyã—tocando com a mão; dhekã mãnempurrando uni própria mão; trna—palha; kãhkara—areia; kutã—detrito; lãgila—começou; kudãite—a
pouco; purTra bãhira—para fora do templo de Gundicã Puri; rãkhilena—manteve apanhar.
lahã— levando.
TRADUÇÃO—Então, o Senhor pessoalmente sentou-Se no meio e apanhou todas
TRADUÇÃO—Nessa altura, Svarupa Dãmodara Gosvãmi pegou o Gaudiya as espécies de palhas, areia e detritos.
Vaisnava pelo pescoço e, dando-lhe um ligeiro safanão, expulsou-o do templo
de Gundicã Puri e fê-lo ficar do lado de fora. VERSO 132
TRADUÇÃO—Dessa maneira, todos os aposentos do templo de Gundicã fj odo semelhante, o érimad-Bhãgavatam (1.2.17) também confirma isto da se-
completamente limpos e düfanos. Todos os cômodos ficaram refrescante,
culados, como alguém cuja mente é límpida e pacífica.
émvatãm sva-kathãh krsnah
VERSO 134 punya-éravana-klrtanah
hrdy antah-stho hy abhadrãni
«raif»ra>i ç r t y afã •trfà a í r ç i i vidhunoti suhrt-satãm
a « * a f t ca» aajccs fã f i a n >*©8 u
"Sri Krsna, a Suprema Personalidade de Deus, que é o Paramãtmã (Superalma]
prandlikã chãdi' yadi pãni vaháila coração de iodos e o benfeitor do devoto veraz, afasta o desejo de gozo mare-
nütana nadl yena samudre müila ja do coração do devoto que saboreia Suas mensagens, que por si só já são vir-
pranãlikã— água vinda das valas; chãdi'—precipitando-se; yadi—quando; ptf _ m
a s , quando ouvidas e cantadas apropriadamente."
tuos
água; vahãila—fluiu; nütana—novo; nadl— rio; yena—como se; samudre— no oce». Se o devoto deseja limpar seu coração de u m a vez por todas, deve cantar e
no; mi/i/ú—desembocava. ouvir sobre as glórias do Senhor, Sri Krsna (érnvatãm sva-kathãh krsnah). Este é
mn processo simples. Por já estar situado no coração, o próprio Krsna ajudará
TRADUÇÃO—Quando a água dos diversos cômodos finalmente escoou-se atra- iImpá-lo. O Senhor Krsna quer continuar morando dentro do coração, como
vés dos corredores, parecia como se novos rios estivessem se precipitando em também deseja dar orientações, porém, é preciso manter o coração tão limpo
direção às águas do oceano. Santo o Senhor Caitanya Mahãprabhu manteve o templo de Gundicã. Portanto,
0 devoto deve limpar seu coração exatamente como o Senhor limpou o templo
VERSO 135 de Gundicã. Dessa maneira, poderá sentir conforto e enriquecer-se em sua práti-
ca de serviço devocional. Se o coração está cheio de palhas, areia, ervas daninhas
«ç«F5 •taara-vtr.M *M a« i ou detritos (em outras palavras, anyãbhilãsa-pürna), não se pode fazer dele um
aas»i c t t f w , «w ca* afaça a^ II « trono da Suprema Personalidade de Deus. O coração deve ficar livre de todas
as motivações materiais, ocasionadas pelo trabalho fruitivo, pelo conhecimento
ei-mata puradvãra-ãge palha yata especulativo, pelo sistema de yoga mística e por tantas outras formas de pseudo-
sakala éodhila, tãhã ke varnibe kata meditação. Devemos limpar nosso coração, sem motivos secretos. Como diz Srila
ei-mata—dessa maneira; pura-dvdra—da entrada do templo; d&e—em frente; putht npaGosvãmi: anuabhilâsitâ-éünyam jhãna-karmãdy-anãvrtam. Em outras palavras,
yata—tantas estradas quantas havia; sakala—todas; éodhila—estavam limpas; MW- MO se deve ter nenhuma motivação externa. Não devemos tentar elevar-nos ma-
isso; ke varnibe—quem pode descrever; torta—até que ponto. ^•almente, compreendendo o Supremo por meio de conhecimento especulativo,
•uvidade fruitiva, rigorosas austeridades e penitências, e assim por diante. Todas
TRADUÇÃO—Do lado de fora da entrada do templo, todas as estradas estavam ••as atividades vão de encontro ao desenvolvimento natural de amor espontâ-
também limpas, e ninguém podia explicar exatamente como se deu isso. 0 ( 0
por Deus. Assim que estas coisas surgem no coração, é bom que se saiba
9°< o coração está sujo e, por isso, não merece ser o trono de Krsna. Se nossos
SIGNIFICADO—Ao comentar sobre a limpeza do templo de Gundicã, ^'J*"? "••Çóes não estiverem limpos, não poderemos perceber a presença do Senhor ali.
siddhãnta Sarasvati Thãkura diz que Sri Caitanya Mahãprabhu estava r**^ r
na 3
"tende-se P ° desejo material aquele desejo de gozar ao máximo do mundo
mente dando instruções sobre como alguém deve receber o Senhor K r s ' 3 a l l n u
a
ii a ^ ' ^ S a g e m moderna, isto chama-se desenvolvimento econômico. O
prema Personalidade de Deus, dentro de seu coração limpo e pacífico. Se ^ ( n 0
"noderado em busca de desenvolvimento econômico eqüivale a palhas
deseja ver Krsna sentado em seu coração, deve primeiro limpar o L-^i.
c o r a ç a 0
m
^ dentro do coração. Se alguém se absorver demais em atividades mate-
prescreve Sri Caitanya Mahãprabhu em Seu éiksãstaka (celchdarpana-mírf' ^ CTa 0
m
' coração sempre perturbado. Como afirma Narottama dãsa Thãkura:
Nesta era, todos têm o coração sujo, como se confirma no érlmad-Bhãgavala ^^
antah-stho hy abhadrãni). Para limpar todos os detritos acumulados dentro ^
ração, Sri Caitanya Mahãprabhu aconselhou que todos cantassem o man samsãra visãnale, divã-niéi hiyã jvale,
Krsna. O primeiro resultado será a limpeza do coração (ceto-darvana-tnin» judãite nã kainu upãya
408 Sri Caitanya-caritámrta Madhy .i-,,
a a
A limpeza do templo de Gundicã 409
Em outras palavras, lutar por opulência material vai de encontro ao princíni» tarem sempre invejando o Senhor, os demônios são muito nocivos. Sri
eS
serviço devocional. Fazem parte do gozo material atividades tais como er ° . a Mahãprabhu, por Seu exemplo prático, mostrou-nos que devemos re-
n V
sistemas planetários superiores e mesmo viver alegremente no mundo matm*? ° * J S ' m limpou a parte externa do templo, temendo de que os grãos de areia
Os benefícios materiais modernos são como a poeira da contaminação m novamente soprados para dentro.
rial. Quando esta poeira é agitada pelo redemoinho da atividade fruitiva «"h'*" fyfo Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura explica que, conquanto alguém não
ga o coração. Assim, o espelho do coração fica coberto de poeira. Muitos afaja deseje envolver-se em atividades fruitivas, às vezes desponta no coração
desejos de se realizarem atividades auspiciosas e inauspiciosas, porém, as pessoa *jujejo sutil de atividades fruitivas. É comum alguém pensar em dedicar-se a
não sabem que, deste modo, seus corações permanecem sujos vida após vidj Toldos com o tito de aperfeiçoar a atividade devocional. Contudo, a contami-
r,
Sabe-se que aquele que não consegue abandonar o desejo de atividade fruitiva '5flé tão forte que mais tarde pode redundar em mal-entendidos, descritos
está coberto pela poeira da contaminação material. Os karmi* geralmente pensam ^agf>ku\i-nãt' (encontrar defeitos), pratisthãéã (o desejo de conseguir nome, fama
que a interação das atividades fruitivas pode ser neutralizada por outro karnu noskão elevada), jlva-himsã (inveja de outras entidades vivas), ni$iddhãcãra (acei-
ou atividade fruitiva. Sem dúvida, este é um conceito errado Se alguém se deixa tarcoisas proibidas nos éãstras), kãma (desejo de ganho material) e püjã (correr
iludir por esse conceito, sua própria atividade o engana. Tais atividades são com- atrás de popularidade). A palavra kuti-nãfi significa duplicidade. Por exemplo:
paradas ao banho do elefante. Pode ser que o elefante se banhe com todo cari- alguém pode tentar imitar Srila Haridãsa Thãkura, morando num lugar solitário.
nho, mas, tão logo sai do rio, tira um pouco de areia da terra e joga-a por todo Pode ser que seu verdadeiro desejo seja de conseguir nome e fama — em outras
o seu corpo. Se alguém sofre devido às suas atividades fruitivas passadas, não palavras, ele acha que os tolos considerá-lo-ão igual a Haridãsa Thãkura só por-
pode neutralizar seu sofrimento pelo processo de realizar atividades auspiciosas. que vive num lugar solitário. Tudo isto são desejos materiais. Com certeza, o de-
Não são os planos materiais que vão anular os sofrimentos da sociedade humana. voto neófito será assediado por outros desejos materiais — mulheres e dinheiro.
A consciência de Krsrta é a única maneira pela qual pode-se mitigar o sofrimento. Dessa maneira, ao se tornar novamente infiltrado de sujeiras, o coração torna-se
Quando alguém adota a consciência de Krsna e se ocupa no serviço devocional cada vez mais insensível, como o de um materialista. Pouco a pouco, a pessoa
ao Senhor — começando com o processo de cantar e ouvir sobre as glórias do almejará tomar-se um devoto conceituado ou um avatãra (encarnação).
Senhor —, inicia-se a limpeza do coração. A palavra jlva-himsã (invejar outras entidades vivas) realmente significa parar
Especulação impersonalista, monismo (fundir-se na existência do Supremo), de pregar a consciência de Krsna. Descreve-se o trabalho de pregação como
conhecimento especulativo, yoga mística e meditação — tudo isto compara-se a ftnpakãra, atividade de bem-estar para os outros. Por meio da pregação, deve-se
grãos de areia. Simplesmente causam irritação ao coração. Ninguém pode, por educar aqueles que ignoram os benefícios do serviço devocional. Caso alguém
meio dessas atividades, satisfazer a Suprema Personalidade de Deus, nem tam- pare de pregar e va sentar-se num lugar solitário, estará ocupado em atividade
pouco teremos a oportunidade de ver o Senhor sentado pacificamente em nossos material. Caso alguém deseje fazer concessões aos Mãyãvãdis, também ocupa-se
corações. Pelo contrário, tais atividades só fazem perturbar o Senhor. As vezes, em atividade material. O devoto não deve jamais fazer concessões aos não-
yogís e jhãnls adotam o cantar do mahã-mantra Hare Krsna como um processo ini- devotos. Pode ser que, ao agir como guru profissional, como yogl místico ou co-
cial de suas práticas variadas. Entretanto, ao se julgarem livres do cativeiro a mo homem milagroso, a pessoa engane e ludibrie o público em geral e ganhe
existência material, deixam de cantar. Eles não entendem que a meta última e ama de místico maravilhoso, porém, tudo isso é tido como poeira, palhas e grãos
a forma do Senhor ou o nome do Senhor. A Suprema Personalidade de Deu- •reia dentro do coração. Além disso, deve-se seguir os princípios regulativos
oSI
jamais favorece tais criaturas desventuradas, pois elas não conhecem Wz* "*° desejar praticar sexo ilícito, participar de jogos, fazer uso de tóxicos e co-
do do serviço devocional. Elas são assim descritas no Bhagavad-gitã (16- '• 1 ™er carne.
Para dar-nos instruções práticas, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu limpou
tãn ahath dvisatah krürãn Oaaf ' C U a s v e z e s
- Na segunda vez, fez uma limpeza bem completa. A idéia
samsãresu narãdhamãn temDl t 0 a s os
° obstáculos no caminho do serviço devocional. Ele limpou o
ksipãmy ajasram aéubhãn pjjÇpe°m firme convicção, o que ficou evidenciado quando Ele utilizou Suas
ãsurísv eva yonisu soa|me
S V e s t e
s ao limpá-lo. Sri Caitanya Mahãprabhu queria supervisionar pes-
tlte 3
"Aqueles que são invejosos e nocivos, que são contados entre os seres " " ^ j * o rna l r '"ttpeza do templo, de modo que o mesmo ficasse tão limpo quanto
mais baixos, Eu os lanço no oceano da existência material, dentro de ^nais . 9 mármore limpo proporciona um efeito refrescante. Serviço devo-
re
o que começou a dançar. Sràvar, " 'r~' 'o; érãvanera megha—exatamente como uma nuvem no mês de
()ulho-agosto); yena—como se; kare varisana—jorram.
SIGNIFICADO— Logo ao se sair do templo de Gundicã depara-se com o be ^
e s t l ^ U D U Ç À O — n
de Nrsimha. No dia de Nrsimha-caturdasi comemora-se um grande ^ ^ . 0 s e p a u
templo. Em Navadvipa, há também um templo de Nrsimha, onde se ^ asiag^ e s s a maneira, os corpos de todos os devotos ficaram lavados com
3S Ue c a í a r n d
mesmo festival, como Murãri Gupta descreve em seu livro Caitanya ^ a m ? ** ° s olhos de Sri Caitanya Mahãprabhu. As lágrimas jor-
mo
s e fossem chuvas d o mês d e Sràvana.
412 Sri Caitanya-caritãmrta M a d
hya-li] a
A limpeza do templo de Gundicã 413
«Uprt-cafatRqia %nt»tr»T-»fa i
wsj asfàra» *tca «rtwi R n crVaata II >8«
mahâ-ucca-sahkirtane âkãéa bharila ãcãrya-gosãhira putra éri-gopãla-nãma
prabhura uddanda-nrtye bhümi-kampa haila nrtya karite tãhre ãjhã dila gauradhãma
maha-ucca-sahkirtane—com a realização do cântico portentoso e sonoro; aki^ -ma-gosãhira de Sri Advaita Ãcãrya; putra—filho; éri-gopãla-nãma—chamado
o céu; bharila—encheu-se; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; uddãn gopãla; nrtya karite— para dançar; tãhre—a ele; ãjhã—ordem; dila—deu;
da-nrtye—dançando e pulando alto; bhümi-kampa—tremor de terra; haila—houve p ndhdma-Sri Caitanya Mahãprabhu.
U
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu sempre gostava de ouvir Svarupa Enquanto dançava em amor extático, Sri Gopãla desmaiou e, in-
T I A D U Ç Ã O —
Dãmodara cantando bem alto. Por isso, quando Svarupa Dãmodara cantava, Sri consciente, caiu ao solo.
Caitanya Mahãprabhu dançava e pulava alto de alegria.
VERSO 145
VERSO 142
«tra-arcs umi $>ra fcawr ca*ici i
vü^as a ; « * H a«J ca asfaal i ara-aíç« cafà' ^t&rí cçrt fãaraf n >8e
fàaira a*fà*ri 4f aaaajàial II J S * ii
ãste-vyaste ãcãrya tãhre kaila kole
ei-mata kata-ksana nrtya ye kariyã ^ évãsa-rahita dekhi' ãcãrya hailã vikale
e
S
e
TRADUÇÃO—Assim, o Senhor cantou e dançou demoradamente. Por fun, °" d j j ^ ^ ^ Q u a n d o Sri Gopãla desmaiou, Advaita Ãcãrya colocou-o apressa-
n t e
Se conta das circunstâncias, parou. em Seu colo. Ao ver que lhe faltava a respiração, ficou muito agitado.
$ri Caitanya-caritãmrta A limpeza do templo de Gundicã
414 Madhya-l lU u 415
v< rsol51
TRADUÇÃO—Advaita Ãcãrya e os outros começaram a cantar o santo nome do TRADUÇÃO—Tão logo ouviu a voz de Sri Caitanya Mahãprabhu, Gopãla voltou
Senhor Nrsimha e a borriíar água. O canto foi tão estrondoso que dava a im- a si. Então, todos os devotos começaram a dançar, cantando o santo nome de Hari.
pressão de que todo o universo tremia.
VERSO 150
VERSO 147
••sfe. ^tm afaatra» ata 3/afa» 1
«raa* asfàai, s \ a t *a CS^M I «re<ía "Rifl a»fã' asf?ps£ aàa 11 11
«rnrróasrafíi, astcaraa W M I I >8i I I
ei lilã varniyãchena dãsa vrndãvana
aneka karilã, tabu nã haya cetana ataeva sahksepa kari' kariluh varnana
ãcãrya kãndena, kãnde saba bhakta-gana ei lilã—este passatempo; varniyãchena—descreveu; dãsa vrndãvana—Vrndãvana
aneka karilã—muito esforço foi feito; tabu—mesmo assim; nã haya—não houve; dãsa Thãkura; ataeva—portanto; sahksepa—sucintamente; kari'—fazendo; kariluh
cetana—consciência; ãcãrya kãndena—Advaita Ãcãrya começou a chorar; kânde- varnana—descrevi.
choravam; saba bhakta-gana—todos os outros devotos.
TRADUÇÃO—Este incidente foi descrito em pormenores por Vrndãvana dãsa
TRADUÇÃO—Após algum tempo, ao ver que o rapaz ainda não recuperara a cons- Thikura. Portanto, só o descrevi sucintamente.
ciência, Advaita Ãcãrya e os outros devotos começaram a chorar.
•GNIFICADO— Isto e uma questão de etiqueta. Se um ãcãrya anterior já escreveu
VERSO 148 a*"? algo, não e necessário repeti-lo em nome do gozo pessoal dos sentidos ou
P»a sobrepujar o âcãn/a anterior A menos que haja uma nítida melhora, não se
<sra aatsiçsta ara* ^ fà*r i « v e repetir um assunto.
4
fc& c*rt*rW afàr fcbwaca asfaei n isv« -
VERSO 151
tabe mahãprabhu tãhra buke hasta dila
'uthaha gopãla' bali' uccaihsvare kahilã ira açfcaç *r.«tas fàatta asfaal 1
í í
tabe—nessa altura; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhra "^''~J*endo; •ata asfàara c^sn «vita *w\ n n
peito; hasta—mão; dita—colocou; uthaha gopãla—levanta-te, Gopãla; bali "
uccaihsvare—bem alto; kahilã—disse. tabe mahãprabhu ksaneka viérãma kariyã
tate^. snãna karibãre gelã bhakta-gana lahã
Ç S d i s s o ;
de
•empo- ?°'
V mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; ksaneka—por algum
TRADUÇÃO—Então, ári Caitanya Mahãprabhu colocou Sua mão no pe«° w m Mn fl
** lafJ—? * V "— descansando; snãna karibãre—banhar-Se; gelã— foi; bhakta-
Gopãla e disse bem alto: "Gopãla, levanta-te!" 'evando todos os devotos.
416 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-|j|, A limpeza do templo de Gundicã 417
TRADUÇÃO—Após descansar, Sri Caitanya Mahãprabhu e todos os devotos f tata anna-pithã-pãnã saba pãthãila
tomar banho. dekhi' mahâprabhura mane santosa ha-ila
VERSO 152 «aj-miírB-Kãs* Miára; tulasi-padichã-Túlasi, o superintendente do templo; dui
,'duas pessoas; pahca-sata loka—quinhentos homens; yafa—tanto quanto; ka-
mrrzt fctV ftew <sfç « « a a a i P* f^ojana—comem; tata—então; anna-pithã-pãnã— arroz, bolos e arroz doce;
3ft«-c«rca »a*fã' c f n «"fa» n > n I E L r u d o ; pdthãila—enviaram; dekhi'—vendo; mahâprabhura—de Sri Caitanya
rabnu; m a n e n a m e n t e ;
jjjahâp ~ santosa—satisfação; ha-ila—houve.
tire uthi' parena prabhu susta vasana
nrsimha-deve namaskari' gelã upavana traDUCÃO—Tanto Kaái Miára quanto Tulasi, o superintendente do templo, trou-
tire uthi'—chegando à margem; parena—veste; prabhu—Sri Caitanya Mahâpra. prasãda suficiente para alimentar quinhentos homens. Vendo a grande
m
bhu; éuska vasana—roupas enxutas; nrsimha-deve—ao Senhor Nrsimhadeva; na- Quantidade de prasãda, que consistia em arroz, bolos, arroz doce e uma varie-
maskari'—prestando reverências; gela upavana—entrou num jardim. dade de preparações de legumes, ári Caitanya Mahãprabhu ficou muito
satisfeito
TRADUÇÃO—Após banhar-Se, o Senhor, de pé na margem do lago, vestiu roupaj VERSO 156
enxutas. Após prestar reverências ao Senhor Nrsirhhadeva, cujo templo ficava
perto dali, o Senhor entrou n u m jardim. ^-catatfèi», açtatf, «ta«i awr»»* i
«ícas-^í&T^, «tia «tç-fiY«Tf»»ír i >«« |
VERSO 153
puri-gosãhi, mahãprabhu, bhãrati brahmãnanda
advaita-ãcãrya, ãra prabhu-nityãnanda
«ca alafrw ^ f è t i »wt<Prtw n<«»1 n n purt-gosãhi—Paramãnanda Puri; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; bhãrati
brahmãnanda—Brahmãnanda Bhãrati; advaita-ãcãrya—Advaita Ãcãrya; ãra—e;
udyãne vasilã prabhu bhakta-gana lahã prabhu-nityãnanda—Nityãnanda Prabhu.
tabe vãninãtha ãilã mahã-prasãda lahã
udyãne—no jardim; twsitó—sentou-Se; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakti- Entre os devotos presentes com ári Caitanya Mahãprabhu,
T R A D U Ç Ã O
gana lahã—com os devotos; (abe—nessa altura; vãninãtha—Vãninãtha Rãya; íiltf- encontravam-se Paramãnanda Puri, Brahmãnanda Bhãrati, Advaita Ãcãrya
veio; mahã-prasãda lahã— trazendo diferentes variedades de mahã-prasãda. * Nityãnanda Prabhu.
TRADUÇÃO—No jardim, ári Caitanya Mahãprabhu sentou-Se com os outros de- VERSO 157
votos. Então, Vãninãtha Rãya apareceu, trazendo consigo diferentes variedades
de mahã-prasãda.
«fretáro, «riblaTàfà, filara, itataa i
"lua, aatatFíá', «tia ataa, acapaa 11 n
VERSOS 154—155
acãryaratna, ãcãryanidhi, srivãsa, gadãdhara
aM^raai, $ 9 $ t - * l f a í t — ^ 1 SN I . éahkara, nandanãcãrya, ãra rãghava, vakreévara
^Jj^ratoa—Candraáekhara; a^^^,-^,,—Ãcãryanidhi; érivãsa—Srivãsa Thãkura;
» w r 5 erra* m a*aca c«t»»-*-5<í8 II
<m— ™~~padãdhara Pandita; éahkara—Sankara; nandana-ãcãrya—Nandanãcãrya;
e
ws «w-f»f&i-*ft»l aa «ttife I W M
' S ™ - R ã g h a v a Pandita; tWKreáwjra-Vakreávara.
cwfa' íTçtvsfça a w r c w f a ii s«« i
«rf-wtsn *rt<ípi caca <«it"tc» atacara i «««-ara «fç asa»a «rata «ifrarf* i
f*Klta «<tCa «i^caca 91*1 W I 1 I I iôV- || cfracw aràra> caftfj afç ajfàp çfa y j ,
n sN
prabhu-ãjnã pãhã vaise ãpane sãrvabhauma bhakta-sahge prabhu karuna prasãda ahgikãra
pindãra upare prabhu vaise lahã bhakta-gana e-sahge vasite yogya nahi muni chãra
prabhu-ãjnã—a ordem do Senhor; pina—obtendo; vaise—senta-se; s _ p a n e
ohakta-sahge prabhu—que ári Caitanya Mahãprabhu Se sente com os devotos;
pessoalmente; Síjnwbluiurrw-Sãrvabhauma Bhattãcãrya; pindãra "pa re-sobrepU. l ^ r w - q u e Ele faça; prasãda—dos restos do alimento; ahgikãra—aceitando; e-
taformas elevadas; prabhu-Sri Caitanya Mahãprabhu; üaise-senta-Se; lans_ «nee-com este grupo; vasite—de sentar-me; yogya—digno; nota'—não sou; muni—
juntamente com; bhakta-gana—todos os devotos. ea- chãra—muito abominável.
TRADUÇÃO—Recebendo a permissão do Senhor, Sãrvabhauma Bhattãcãrya TRADUÇÃO—Haridãsa Thãkura disse: " Q u e o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu
sentou-se. ári Caitanya Mahãprabhu e todos os Seus devotos, sentados em pl . a
tome Sua refeição com os devotos. Além do mais, já que sou abominável, não
taformas elevadas, estavam em assentos de madeira. mereço sentar-me entre v ó s . "
«ta mm, «ta «OT asfã' i •tira cara «rara (Mm faca afèaíra i
«Vfa «fã' caça asfãc« c«1^a II II aa «srtfà' «rçs ^as ai a%t «*fca n 11
tara tale, tara tale kari' anukrama pãche more prasãda govinda dibe bahirdvãre
udyãna bhari' vaise bhakta karite bhojana mana jãni' prabhu punah nã balila tãhre
tara fã/e—abaixo deles; tara tale—abaixo deles; kari'—dessa maneira; anukrama- piche—finalmente; more—a mim; prosada—restos do aumento; govinda—o servo
em seqüência; udyãna b/wn '—tomando todo o jardim; vaise—sentam-se; bhakta- pessoal de Sri Caitanya Mahãprabhu; dibe—dará; bahirdvãre—do lado de fora da
todos os devotos; tarife bhojana—para almoçar. porta; mana jãni'—compreendendo a intenção; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
vunah—de novo; -roí—não; balila—chamou; tãnre—a ele.
TRADUÇÃO—Dessa maneira, todos os devotos sentaram-se para almoçar,
colocando-se, um ao lado do outro, em filas organizadas. TRADUÇÃO—"Mais tarde, Govinda trar-me-á prasãda, e tomá-la-ei fora do
lardim." Sabendo o que se passava em s u a mente, Sri Caitanya Mahãprabhu
0 , 0
VERSO 160 ° chamou mais.
VERSOS 163—164
'cisara' afàT <5tra aca aa i
ara afç' çfãara ara fàcaaa II n •wt-citratfiw, *rtat»% atcataa i
a>p%aa, embata, atârata, »r*a 11 *** 11
'haridãsa' bali' prabhu dãke ghane ghana
dure rahi' haridãsa kare nivedana
"ífãca*ra ara «t$1 arswa i
Mah
haridãsa bali ' - c h a m a n d o Haridãsa; prabhu—Sri Caitanya *P Ta
£ ' jj *'
a r es
acn acaj çfã«flfã-ara mN n >*>8i
chama; ghane ghana—repetidamente; dure rahi'—postado à distância;
Thãkura Haridãsa; kare nivedana—afirmou. svarüpa-gosãhi, jagadãnanda, dãmodara
"Haridã ' 5i
kãéiévara, gopinãtha, vãninãtha, éahkara
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu chamava insistentemente: ^
Haridãsa", e foi quando Haridãsa, postado à distância, falou o segu pariveéana kare tãhãn ei sãta-jana
madhye madhye hari-dhvani kare bhakta-gana
420 Sri Caitanya-caiitâmrta Madhya-i Ua ^ A limpeza do templo de Gundicã 421
Verso 169
svarüpa-gosãhi—Svarupa Dãmodara Gosvãmi; jagadãnanda—Jagadãnanda- d prabhu kahe, —more deha' lãphrã-vyahjane
dará—Dãmodara Pandita; kãáisvara—Kãáisvara; gopinãtha, vãninãtha, éahkara °~ pithã-pãnã, amrta-gutikã deha' bhakta-gane
pinãtha, Vãninãtha e Sankara; pariveéana kare—distribuem; tãhãn— \i ei-S^ "a ;
0
« 4 - - •• ' " C i ( n h r d i s s e
' ' more—a Mim; deha'—dai; lãphrã-vyahjane-
S t a S
sãta-jana—sete pessoas; madhye madhye—a intervalos; hari-dhvani—vibração do ' s '""aração de legumes simples; piffca--pd"riã"-bolos e arroz doce; amria-gutikã-e
nome de Hari; kare—fazem; bhakta-gana—todos os devotos. preparação chamada amrta-gutikã; deha'—oferecei; bhakta-gane—aos devotos.
TRADUÇÃO—Svarupa Dãmodara Gosvãmi, Jagadãnanda, Dãmodara Pandii DUÇÃO— Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Dai-Me a preparação de legumes
Kãáiávara, Gopinãtha, Vãninãtha e Sankara distribuíram prasãda, e, a interl*' • |es, chamada lãphrã-vyanjana, e a todos os devotos oferecei as melhores
los, os devotos cantavam os santos nomes. Reparações, tais como bolos, arroz doce e amrta-gutikã."
«íf»l»-C«t«» $a» *2Ç<rvTOã ca*»! I rados todos juntos. Freqüentemente junta-se-a ao arroz e distribui-se-a entre
pessoas pobres. Amrta-gutikã é u m a preparação de puri espesso misturado com
c f è # W a ç f s f ç a ac» i f « c m i i ii leite condensado. É também conhecida como amrta-rasãvali.
pulina-bhojana krsna pürve yaiche kaila,
sei lilã mahâprabhura mane smrti haila VERSO 168
pulina—na floresta; bhojana—comendo; krsna—o Senhor Krsna; pürve—outrora;
yaiche—como; kaila—realizava; sei lilã— o mesmo passatempo; mahãprabhura-de aaw «r^arraa ^ra ca^ «ta i
Sri Caitanya Mahãprabhu; mane—na mente; smrti haila—houve lembrança. 4 t r a «*tra cfè croata wt-atata 11 u
TRADUÇÃO—Outrora, o Senhor Sri Krsna tomara Sua refeição na floresta, e Sri sarvajha prabhu jãnena yãhre yei bhãya
Caitanya Mahãprabhu lembrou-Se deste mesmíssimo passatempo. tãhre tãhre sei deoyãya svarüpa-dvãrãya
sarva-jha prabhu—o onisciente Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; jãnena—sabe;
VERSO 166 yinre—a quem; yei—o que é que; bhãya—encanta; tãhre tãhre—a cada pessoa; sei—
isto; deoyãya—manda ser distribuído; svarüpa-dvãrãya—por Svarupa Dãmodara.
a©f*t C«!ircac»t « j ^ f ^ l f a í l I
i i ? ajami «r^cçêH f«-g «tts n i * * ii TRADUÇÃO—Sendo onisciente, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu sabia que es-
pécie de preparação cada pessoa preferia. Portanto, fazia com que Svarupa
yadyapi premãveée prabhu hailã asthira Dãmodara os satisfizesse plenamente, distribuindo-lhes estas preparações.
samaya bujhiyã prabhu hailã kichu dhira
yadyapi—embora; prema-ãveée—em amor extático; prabhu—Sri Caitanya VERSO 169
Mahãprabhu; hailã—ficasse; asthira—agitado; samaya bujhiyã— compreendendo^
tempo e as circunstâncias; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; hailã— ficou; kic anfataaf ca«ta *tfàca»t» a*fàc« i
um tanto; dhira—paciente. «fça »ttc« «ts»-araj ca» «ifsfaro 11
TRADUÇÃO—Só em lembrar-Se dos passatempos do Senhor Sri ^ f f ' ^ jagadãnanda bedaya pariveéana karite
Caitanya Mahãprabhu ficou tomado de amor extático. Entretanto, consi e prabhura pãte bhãla-dravya dena ãcambite
do o tempo e as circunstâncias, permaneceu um tanto paciente. J ^ n a n d a - J a g a d â n a n d a ; tedâya-carninha; pariveéana—distribuição de prasãda;
a
d ra P ra fazer; prabhura pãte—no prato de Sri Caitanya Mahãprabhu; bhãla-
VERSO 167 1
^ J " — a s p r e p a r a ç õ e s de p r i m e i r a classe; dena—coloca; ãcambite—
m
°P'nadamente
«f§_ ara, - c i t e * caç' 9ft«F,ai-a>«rC» i
< 0
*ente ' * ~ ~ ^ ° começar a distribuir prasãda, Jagadãnanda colocou inopinada-
d a s 38
ktahs ' ? preparações de primeira classe no prato de Sri Caitanya
^Prabhu.
422 Sri Caitanya-caritãmrta A limpeza do templo de Gundicã 423
Madhya,,-,,, j , Ver*" l 7 b
a w f t fwCWT « r f « t C * fOW C i t a I
^«^•c^ttatfip «rsi faè«fata *M»1 I
a c t - ç c i «a^caa, fãci c a ar«ta H v i ° n «rçcas fàcaaa a*ca «ttcít arsMPi u ^ n
svarüpa-gosãhi bhãla mista-prasãda lanã
yadyapi dile prabhu tãnre karena rosa prabhuke nivedana kare ãge dãndãhã
bale-chale tabu dena, dile se santosa parupa-gosãni—Svarupa Dãmodara; bhãla—de primeira classe; mista-prasãda—
yadyapi—embora; dile—ao se Lhe servir; prabhu—Sri Caitanya Mahâprabh x-rts- torià—levando; prabhuke—ao Senhor Caitanya Mahâprabh u; nivedana kare—
fdnre—a ele; karena—faz; rosa—ira; bale-chale—de alguma forma (ora por art^í ofereceu; age—perante Ele; dãndãhã— colocando-se.
nha, ora à força); tabu—mesmo assim; dena—serve; dile—quando ele servwj
santosa—Sri Caitanya Mahãprabhu ficou muito satisfeito. TRADUÇÃO—Então, Svarupa Dãmodara Gosvãmi trouxe alguns doces muito de-
liciosos, e, colocando-se perante o Senhor, ofereceu-os a Ele.
TRADUÇÃO—Ao receber em Seu prato prasãda tão especial, Sri Caitanya
Mahãprabhu ficou externamente irritado. Mesmo assim, ao ver as preparações VERSO 174
sendo colocadas em Seu prato, ora por artimanha, ora à força, o Senhor ficou crò aat«fata «a asas "«trata» i
satisfeito.
caa, «ratara cases asarres» c«T*r» II J>i8 II
VERSO 171
ei mahã-prasãda alpa karaha ãsvãdana
*t»af*t c a ^ arai a>c? f à f w i dekha, jagannãtha kaiche karyãchena bhojana
«*ta «eu «rçsfarg a r a » w i I I J 1 * B ei mahã-prasãda—esta mahã-prasãda; alpa—um pouco; karaha ãsvãdana—deves pro-
punarapi sei dravya kare niriksana var; dekha—vè so; iagannãtha—o Senhor Jagannãtha; kaiche—como; karyãchena—
tãhra bhaye prabhu kichu karena bhaksana fez; bhojana—comendo.
punarapi—de novo; sei dravya—aquela mesma coisa; kare niriksana—olha com
cuidado; fanra bhaye—por medo de Jagadãnanda; prabhu—Sri Caitanya TRADUÇÃO—Então, Svarupa Dãmodara Gosvãmi disse: "Por favor, pega só um
Mahãprabhu; kichu—algo; karena—faz; bhaksana—comendo. pouquinho desta maha-prasãda, e sente por que o Senhor Jagannãtha aceitou-a."
TRADUÇÃO—Quando o alimento era assim servido, Sri Caitanya Mahãprabhu VERSO 175
ficava olhando-o por algum tempo. Com medo de Jagadãnanda, por fim comia m« ar?j' «rtcn fàsg a*ca aa«ft i
algo.
VERSO 172 «*ta cac*. «F§i fàsg ascaa c«iwa u ii<r n
efa bali' ãge kichu kare samarpana
«1 « r â c * w-nwtaa* asfàca « t a t a i ^ tãhra snehe prabhu kichu karena bhojana
« " t a «rtesi lass a t ' a - a c a cà a t a ii i t i . n ^ —tendo dito isto; ãge—em frente; kichu—algo; kare samarpana—oferece;
—a ele; snehe - p , afeição; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
l r
que; bhojana—ele coma. fttm ^ a consideram que a Verdade Absoluta é impessoal. Eles também
uí
Ue tenc 0
d e g ' , ' nascido em determinada casta, uma pessoa não pode mudar
cast
at u e
TRADUÇÃO—Era desejo do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu * £ * o i e
( i 0
de q * 1 morra e renasça. Os smãrta-brãhmanas também rejeitam o fato
Ue
nen W í prasá ia
Sãrvabhauma Bhattãcãrya alimentos de primeira classe; portanto,1°tiirae^ hurn '" ~ ' (alimento oferecido à Deidade) seja transcendental e sem
Ele mandou que os devotos repetidas vezes enchessem seu prato de Hf j Contaminação material. Originalmente, Sãrvabhauma Bhattãcãrya
J| |ttj
de Sri Caitanya Mahãprabhu convertera Sãrvabhauma Bhattãcãrya. Estand mukhe—nesta mesma boca; ebe—agora; soda—sempre; kahi—falo;
ic7sei
COn
vertido, Sãrvabhauma partilhava da prasãda com os Vaisnavas. Com efeit " u * " " ,. nome do Senhor Krspa; hari— Hari.
os- n
VERSO 181 TR
bheu bheu. Agora, uso a mesma boca para cantar os santos nomes Krsna e
sfçrsrf fãTi casç « t f ? aataa i SIGNIFICADO—Como explica Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura, a palavra
arcara VÜFS ara,- <*ra cata, * a II & \ II bahirmukha aplica-se a uma pessoa que está muito atarefada, experimentando o
gozo material. Tal pessoa sempre se coloca na posição de desfrutador da energia
mahãprabhu vinã keha nãhi dayãmaya externa da Suprema Personalidade de Deus. Deixando-se atrair pela opulência
kãkere garuda kare,—aiche kon haya externa, o não-devoto sempre se esquece de sua relação mtima com Krsna. Se-
mahãprabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; vinã—exceto; keha—ninguém; melhante pessoa não gosta da idéia de tornar-se consciente de Krsna. Srila
nãhi—não há; dayã-maya—tão misericordioso; kãkere— para com um corvo; gamda-a Prahlãda Maharaja explica isto no Srimad-Bhãgavatam (7.5.30):
maior águia; tare—transformou; aiche— semelhante; kon haya—quem é outro.
matir na krsne paratah svato vã
TRADUÇÃO—"A não ser Sri Caitanya Mahãprabhu", prosseguiu Sãrvabhauma miiho 'bhipadyeta grha-vratânâm
Bhattãcãrya, " q u e m é tão misericordioso? Ele converteu um corvo em Garu adânta-gobhir viéatdm tamisrani
Quem poderia ser tão misericordioso?" punah punaé carvita-carvanãnãm
m u n
d o material e pelo gozo material, incapazes de controlar seus sentidos
« t f ^ a s - ^ t w - a r a cvs-cvb asfà i s
pçj^ ^ ã o arrastados para as mais escuras regiões de existência material. Tais
n â o o d
cnÊ a r a ctra a a l asfe ' $ a » ' 'sfà' n ÍV^> n ço, ^ n e P e m tornar-se conscientes d e Krspa, nem por seu próprio esfor-
e s o r c o
Para 0 * comunitário. Tais pessoas não entendem que a meta da vida
S r h u t r i a n
tãrkika-srgãla-sahge bheu-bheu kari A vjd o é compreender a Suprema Personalidade de Deus, Vispu.
a n
sei mukhe ebe sadã kahi 'krsna' 'hari' urnana destina-se especialmente a este propósito, sendo necessário
428 Sri Caitanya-caritámrta M
«dhy,. ^
r a
A limpeza do templo de Gundicã 429
188
Ver»"
l o r i a s d o s
submeter-se a todas as espécies de penitências e austeridades g
mahimã— devotos; bãdãite—de intensificar; bhakte—aos de-
as
e deixar Hp 1 0
dite-de dar prazer; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; vinã—
^ Z k h a
a propensão ao gozo dos sentidos. Os materialistas, por serem sempre o ' vo' ' c
r-incruem mais; nãhi—não há ninguém; tri-jagate—dentro destes três
entat 0s
por patifes cegos, permanecem sempre cegos. Um materialista se julga°íj' ' ^ceto; a>H- ' 5
agir como bem entender. Ele não sabe que está sendo rigidamente co ' mundos-
pelas estritas leis da natureza, nem sabe que é obrigado a transmigrar de um °
C >0 rÃO—Assim, ninguém dentro destes três mundos — mais do que ári
a outro, apodrecendo vida após vida na existência material. Tais patifes ° ^ RA
05 T iviahãprabhu — está sempre tão desejoso de intensificar as glórias dos
se deixam levar pelas propostas de gozo dos sentidos, feitas por líderes ion ' ° '
tes, e não podem compreender o que se quer dizer com consciência de K ^
£ S £ e dar-lhes satisfação.
O m u n d o material existe fora das dimensões do céu espiritual, e um materi r"*
C _ A este respeito, deve-se consultar a conversa entre Kapiladeva e
A D O
tolo não pode calcular a extensão do céu material. Que, então, pode ele sabe*
pevahúti no tocante ao serviço devocional, encontrada no Terceiro Canto do
do céu espiritual? Os materialistas crêem apenas em seus sentidos imperfei
negando-se a aceitar instruções das escrituras reveladas. Segundo a civiliza - Írimad-Bhãgavatam.
védica, devemos ver as coisas através da autoridade das escrituras reveladas"
èãstra-caksuh: devemos ver tudo por meio da literatura védica. Dessa maneira VERSO 187
poderemos distinguir entre o m u n d o espiritual e o mundo material. Caso igno <5ta « t f «fCSTcas, aa « Ç J M ata 1<*»11
remos tais instruções, não poderemos nos convencer da existência do mundo es
piritual. Por terem esquecido sua identidade espiritual, os materialistas aceitam ftfrHttal c a ^ a f è * «Jata asfàal 11 i n 11
este m u n d o material como tudo o que existe. Por isso, eles são chamados de
bahirmukha. tabe prabhu pratyeke, saba bhaktera nãma lahã
VERSO 185 pithã-pãnã deoyâila prasãda kariyã
tabe—depois disso; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; pratyeke—um por u m ;
&$ a r a - ^ r X f»n ?r.a» csTata efjtrs i saba bhaktera—de todos os devotos; nãma—os nomes; lahã—chamando; pithã-pãnã—
cstiNar «rtai-aata "tm $r,as a f % « * w n bolos e arroz doce; deoyâila—administrou; prosada—restos de alimento; kariyã—
fazendo.
prabhu kahe, —pürve siddha krsne tomara prtti
tomã-sahge ãmã-sabãra haila krsne mati TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu pegou todos os restos do alimento
prabhu kahe—o Senhor disse; pürve—outrora; siddha—aperfeiçoado; krsne—em oferecido a Jagannãtha, tais como bolos e arroz doce, e distribuiu-os a todos os
consciência de Krsna; tomara—teu; prifi—amor por Krsna; tomã-sahge—por tua com- outros devotos, chamando um de cada vez.
panhia; ãmã-sabãra—de todos nós; haila—houve; krsne—de Krsna; tnati-
consciência. VERSO 188
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: " D e s d e teu nascimento ante- "dcas-fà^jtarç afastas» laa* fctfèu i
rior, tens sido consciente de Krsna. Assim, teu amor por Krsna é tão grande que. s W » a^çl-aanç õtlfÀei « a f è ii iv-v I
pelo simples fato de estarmos em tua companhia, estamos todos desenvolve"'
do consciência de K r s n a . " advaita-nityãnanda vasiyãchena eka thãhi
. . dui-jane kridã-kalaha lãgila tathãi
VERSO 186 ""wta-nityãnanda—Advaita Àcãrya e Nityãnanda Prabhu; vasiyãchena—
^ " ^ • S e ; eka thãni—num só lugar; dui-jane—aquelas duas pessoas; kridã-
—contenda jocosa; lãgila—começaram; tathãi—ali.
a ç t « i f fàai <*m «tf* faiwsrps 11 it-* 11
bhakta-mahima bãdãite, bhakte sukha dite ^DUÇÃo—Sri Advaita Ãcãrya e Nityãnanda Prabhu sentaram-Se lado a lado,
mahãprabhu vinã anya nãhi trijagate quanto se distribuía prasãda, ocuparam-Se numa espécie de contenda jocosa.
M a
430 Sri Caitanya-caritãmrta dhy -i
a i l i A limpeza do templo de Gundicã 431
Ver*" 19*
VERSO 189 j . _ _ " D e acordo com os áãstras, não é contraditório que um sannyãsi
t a D Ü
* , casa de outrem. Entretanto, para um chefe de família brãhmana, esta
«ires ara, - «la^csa ira <3a* * t s % i & P - . " \ ijíbito é condenável."
e
pahkti—na mesma fila; bhojana kariluh—estou tomando Minha comida; nãümi janma-kula-éilãcãra rui jãni yãhãra
não sei; habe—será; kon—qual; gati—destino. tara sahge eka pahkti—bada anãcãra
• ^—nascimento; kula—família; éila—caráter; ãcãra—comportamento; nã— não;
TRADUÇÃO—Primeiro, Advaita Ãcãrya disse: "Estou sentado na mesma fila de • -—conheço; yãhãra—de quem; fira sarige—com ele; eka pahkti—na mesma fila;
um mendicante desconhecido, e, comendo com Ele, não sei que espécie de des- 1% anãcãra-uma grande discrepância.
tino Me aguarda."
TRADUÇÃO—"Não é adequado aos chefes de família fazerem refeição com
VERSO 190 aqueles cujo nascimento, família, caráter e comportamento pregressos são ig-
norados."
«rç «' aírrrai, «**ta arft wtea I VERSO 193
•era-ratra aaTtaTa rata «tf* *a II i&°«
fà«3ta«a ara, ffà «ica«-«rhrrt i
prabhu ta' sannyãsi, unhara nãhi apacaya '«ièa«-fàitraf ara w e f * a M 4 n >s»s> n
anna-dose sannyãslra dosa nãhi haya
prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ta'—na verdade; sannyãsi—m nityãnanda kahe—tumi advaita-ãcãrya
ordem de vida renunciada; unhara—para Ele; nãhi— não há; apacaya—qualquer dis- 'advaita-siddhãnte' bãdhe éuddha-bhakti-kãrya
crepância; anna-dose—pela contaminação da comida; sannyãslra—de uma pessoa nityãnanda kahe—Srila Nityãnanda Prabhu disse; fumi—Tu; advaita-ãcãrya—
na ordem renunciada; dosa—falha; nãhi—não; haya—há. Advaita Ãcãrya, um mestre de impersonalismo monista; advaita-siddhãnte—nesta
condusão monista; bãdhe—fica muito obstaculizada; éuddha-bhakti-kãrya—a questão
do serviço devocional puro.
TRADUÇÃO—"án Caitanya Mahãprabhu está na ordem de vida renundada. Logo,
Ele não conhece discrepâncias. Na verdade, um sannyãsi não é afetado ao comer TRADUÇÃO—Nityãnanda Prabhu imediatamente reagiu a Srila Advaita Ãcãrya,
comidas procedentes de onde quer que seja." dizendo: "És um mestre de impersonalismo monista, e a conclusão monista é
um v
erdadeiro empecilho ao serviço devocional puro e progressivo."
VERSO 191
VERSO 194
"at«wrca*i a^fr—<ifè »rm-«iat»i i
«rrfà « ' «jw-afaw, «nata rara-"*!* u ÍS>Í II cstata fã«rrg-av ara ca^ «ca i
'<iias' arç faal ca^ 'fà«V arfè arca 11 ÍS>8 «
defeituosa; sthãna—situação. a
coisa; nãhi mane—não aceita.
432 Sri Caitanya-caritâmrU Madhva h. A limpeza do templo de Gundicã 433
195
' , u
* . lj Ver»»
mesmo que karma, ou atividade fruitiva. Este equívoco monista é um grandeob*° "^borear bem-aventurança transcendental da variedade espiritual.
a
táculo no caminho do serviço devocional. ^Afilosofia do monismo é uma adaptação da filosofia budista do niilismo. Num
Na realidade, esta discussão entre Advaita Acárya e Nityãnanda era uma dis- ulacro de debate com Sri Advaita Ãcãrya, Sri Nityãnanda Prabhu rejeitava
puta forjada que serviria como uma grande instrução para todos os devotos A esta espécie de filosofia monista. Por certo que os Vaiçpavas aceitam o Senhor
intenção de Sri Nityãnanda Prabhu era mostrar que Advaita Ãcãrya, um devoto Sd Krsna como o uno fundamental, e aquilo que carece de Krsna chama-se mãyã,
puro, não concordava com a conclusão monista. A conclusão do serviço devocio- ou seja, aquilo que não tem existência alguma. A mãyã externa manifesta-se em
nal é: duas fases —jiva-mãyã, as entidades vivas, e guna-mãyã, o m u n d o material. No
inundo material, há prakrti (natureza material) e pradhãna (os conshtuintes da na-
vadanti tat tattva-vidas tureza material). Contudo, quando alguém se torna consciente de Krsoa, a dife-
tattvam yaj jhãnam advayam rença entre material e espiritual deixa de existir. Um devoto avançado como
brahmeti paramãtmeti Prahlãda Mahârâja vê tudo como sendo uma coisa só — Krsna. Como afirma o
bhagavãn iti éabdyate Srimad-Bhãgavatam (7.4.37): krsna-graha-grhitatmã na veda jagad idréam. Aquele que
está em plena consciência de Krsna não faz distinção entre coisas materiais e es-
"Transcendentalistas eruditos, conhecedores da Verdade Absoluta, chamam esta pirituais. Ele entende que tudo está relacionado com Krsna, e é, portanto, espiri-
substância não-dual de Brahman, Paramãtmã ou Bhagavãn." (Bhãg. 1.2.11) tual. Através da expressão advaya-jhãna-daréana, Srila Advaita Ãcãrya glorificou
O conhecimento absoluto consiste em Brahman, Paramãtmã e Bhagavãn. Esta o serviço devocional puro. Nesta passagem, Srila Nityãnanda Prabhu sarcastica-
conclusão não é a mesma que a dos monistas. Concedeu-se a Srila Advaita Ãcàrya mente condena a filosofia dos monistas impessoais e elogia a correta filosofia não-
o título de ãcãrya porque Ele propagava o culto de bhakti, e não a filosofia do mo- dual de Sri Advaita Prabhu.
nismo. A conclusão verdadeira de advaita-siddhãnta não é a mesma que a filosofia
dos monistas. Neste caso, advaita-siddhãnta significa advaya-jhãna, ou unidade na VERSO 195
diversidade. De fato, Srila Nityãnanda Prabhu louvava Srila Advaita Ãcãrya atra-
vés de uma pretensa altercação. Ele dava a conclusão Vaisnava em termos das C Ç Ü cstata i r j r C*M <£^us catara i
palavras conclusivas do érimad-Bhãgavatam — vadanti tat tattva-vidas. Esta é tam- ai « r f f » , (Tstutfl ar.» bfis *a a* 11 ia* n
bém a conclusão de um mantra do Chãndogya Upanisad: ekam evãdvitiyam.
O devoto sabe que existe unidade na diversidade. Os mantras dos éãstras nao hena tomara sahge mora ekatre bhojana
aC1
apoiam as conclusões monistas dos impersonalistas, nem a filosofia Vaisnava , nã jãni, tomara sahge kaiche haya mana
um impersonalismo sem diversidade. O Brahman é o maior, aquele que >" y^w-assim; tomara—Tua; sahge—na associação; mora—Minha; ekatre—juntos;
8
tudo, e isto é unidade. Como Krsna diz no Bhagavad-gitã (7.7), mattah í * " ^ ^^•"--comendo;
eng^ , — * « = » u u , nãnajãni— não sei;
jam—nao sei; tomara
wmai sahge—por Tua associação; kaiche—
on 1 ha
ndnyat: não há ninguém superior ao próprio Krsna. Ele é a substância *^£J • htty"y ^"wna-Minha
n a - M i n h a mente mudará.
mente mudará.
i u a
pois todas as categorias emanam dEle. Assim, Ele é simultaneamente S * t . v J | J
dedic
as outras categorias e diferente das mesmas. O Senhor sempre Se *^e0-
varie
das atividades espirituais, porém, o monista não pode entender a °~jgj |o - t n
° *nd*°~ N Í t y a n a n d a P r a b h u
prosseguiu: "És u m monista d e peso e estou
cc sa
piritual. Em conclusão, embora o poderoso e o poder sejam a mesma " ' tM c
Passara l a d o !
Dessa maneira, não sei por que influências Minha mente
da energia do poderoso há variedades. Nessas variedades, há diferença en
M
199 A limpeza do templo de Gundicã 435
434 Sri Caitanya-caritãmrta ^hy,.nii
SIGNIFICADO— Sahgãt sahjãyate kãmah (Bg. 2.62). Desenvolvemos nossa c VERSO 197
cia conforme a sociedade e a associação. Como admite Srila Nityãnanda P ^ «ca « t f a«raa*raa ata »MPI I
o devoto deve ser muito cauteloso ao associar-se com aqueles que não sãocU?"
tos. Quando um devoto chefe de família perguntou-Lhe qual deve ser o c °" aat«rata caa açi-^nys f à t o i n «
tamento de um devoto, Sri Caitanya Mahãprabhu imediatamente responcT*
tabe prabhu sarva-vaisnavera nãma lahã
asat-sahga-tydga,—ei vaisnava-dcãra mahã-prasãda dena mahã-amrta sinciyá
'stri-sahgV—eka asãdhu, 'krsnãbhakta' ãra em seguida; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; saroa-XMisnaoera—áe todos
Vaisnavas; nãma nomes; lahã—convocando; mahã-prasãda—os restos do ali-
'Cr. Uadhya 22.87,
to do Senhor |a ;annàtha; dena—entrega; mahã-amrta—néctar transcendental;
f
SwJ-borritando
Um Vaisnava, um devoto, simplesmente deve abandonar o contato íntimo cem,
não-devotos. Em seu Upadeédmrta, Srila Rüpa Gosvãmi descreve os sintomas de
Em seguida, convocando todos os Vaisnavas, Sri Caitanya Mahá-
T R A D U Ç Ã O
relacionamentos mtimos do seguinte modo:
abhu distribuiu mahã-prasãda como se borrifasse néctar. A este ponto, o si-
mulacro de contenda entre Advaita Ãcãrya e Nityãnanda Prabhu ficou cada vez
dadãti pratigrhnãti
mais delicioso.
guhyam ãkhyãti prechati
bhuhkte bhojayate caiva
sad-vidham prfti-uiksanam VERSO 198
As palavras bhuhkte bhojayate indicam que devemos comer com devotos. Deve-
c«tw» asfà' %ú a c a «jfàaara a # ' i
mos ter todo o cuidado de evitar alimentos oferecidos por não-devotos. Na ver- çfàaafã fcffcr aa vfatfj «fà' 11 sav- n
dade, o devoto deve terminantemente recusar qualquer alimento oferecido por
um não-devoto, especialmente alimentos preparados em restaurantes, em hotéis bhojana kari' uthe sabe hari-dhvani kari'
ou em aviões. A referência de Srila Nityãnanda Prabhu a este respeito destina-se hari-dhvani uthila saba svarga-martya bhari'
a enfatizar que devemos evitar comer com Mãyãvãdis e Mãyãvãdis disfarçados bhojana kari'—após comerem; uthe— levantaram-se; sabe—todos; hari-dhvani—o
como os Vaisnavas sahajiyãs, que são influenciados pela matéria. som de Hari; kari'—fazendo; hari-dhvani—o som de Hari; uthila—surgiu; saba—
todos; svarga-martya—os sistemas planetários superiores e inferiores;
Wwn"-enchendo.
VERSO 196
TRADUÇÀO—Após almoçarem, todos os Vaisnavas levantaram-se e cantaram o
tfifcra « ^ w t i ara artaf»! i "nto nome de Hari, e o ruído estrondoso encheu todos os sistemas planetários
'«Periores e inferiores.
ajtw-«rs ara « r a , caa t w t t f » i « & w «
ei-mata dui-jane kare balObali VERSO 199
vyãja-stuti kare duhhe, yena galãgali ^
ei-mata—dessa maneira; dui-jane— duas pessoas; kare— fazem; balãbali—r r"~j'
e
<sca a a t » f aa f a w - w t c a i
contra-réplica; vyãja-stuti—elogio sob a forma de acusações; kare—fazem; aatarfra â ü r e s fãm atai-sarca 11 >s>s> n
ambos; yena—como se; galãgali— troca de palavrões.
tabe mahãprabhu saba nija-bhakta-gane
tak sabãkãre éri-haste dilã mãlya-candane
TRADUÇÃO—Assim, ambos continuaram conversando e elogiando-Se " " ' g ^ no- *W~a'S d i s s o ;
"tahãprabhu-Sti Caitanya Mahãprabhu; saba—todos; nija-
c d e v o t
te, embora tal elogio parecesse negativo, pois dava a impressão de que mSo; ^ " ~ ° s pessoais; sabãkãre—a todos eles; éri-haste—com Sua própria
cavam palavrões. ~-entregou; mãlya-candane—guirlandas de flores e polpa de sândalo.
M a d
436 Sri Caitanya-caritãmrta hya-i U j A limpeza do templo de Gundicã 437
s
vers" Z°
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s disso, Sri Caitanya Mahãprabhu ofereceu guirl H s r e s t 0 S d e
an
8
„uCÃO-° C O
P « Sri Caitanya Mahãprabhu foram m Í d a d e b t a d o s
flores e polpa de sândalo a todos os Seus dedicados associados pessoais" ^ ,„de distribuídos aos devotos que os mendigaram, e, por fim, o próprio
0
u» " restante.
Aã
VERSO 200 Cov»""* VERSO 203
« c a ffàca»tas 'aapftfà a r * ara i • ã s i «?aa « r ç a r a a tat c*m i
i j w a f w s w i ca*»! « r a t a catara n 11 W i w a a i f ata ca*«T<*ft
tabe pariveéaka svarüpãdi sãta jana svatantra levara prabhu kare nãnã khelã
grhera bhitare kaila prasãda bhojana 'dhoyã-pãkhalã' nãma kaila ei eka lilã
tabe—em seguida; pariveéaka—aqueles que serviram a prasãda; svarüpa-idi- ,tra isvara-a independente Personalidade de Deus; prabhu-Sfi Caitanya
encabeçados por Svarupa Dãmodara; sãta jana—sete homens; grhera bhitare—dentro Mahãprabhu; kare—realiza; nãnã— diversos; khelã— passatempos; dhoyã-pãkhalã—
da sala; kaila—fizeram; prasãda bhojana—Tefeição de prasãda. lavando e limpando; nãma—chamado; kaila—realizou; eí—este; eka—um;
aH-passatempo.
TRADUÇÃO—As sete pessoas encabeçadas por Svarupa Dãmodara, que estavam
servindo prasãda aos demais, tomaram, então, suas refeições dentro da sala. Suprema Personalidade de Deus plenamente independente rea-
T R A D U Ç Ã O — A
T R A D U Ç Ã O — D u r a n t e quinze dias, por não poderem ver a Deidade do Serih prabhura ãge puri, bhãrati,—duhhãra gamana
Jagannãtha, todos ficaram muito tristes, mas, ao verem o Senhor por oc °' svarupa, advaita,—duhhera pãréve dui-jana
do festival, a felicidade voltou a reinar em seus corações. prabhura ãge—em frente do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; puri—
Paramãnanda Puri; bhãrati— Brahmãnanda Bhãrati; duhhãra gamana—primeiro iam;
VERSO 206 jp„_Svarüpa Dãmodara; advaita—Advaita Ãcãrya; duhhera—de ambos;
jt8rt
SIGNIFICADO—A
es
karahga é uma espécie de pote dágua carregado P ^ g r r . eC
rre a
°ride o a l i i ^ ^ ^ P ' P ' regulativos; bhoga-mandape—no aposento
0 0 é erec
pelos sannyãsís Mãyãvãdis e que todos os outros sannyãsís geralmente c ^ t o de Jdjy ° * ' d o ; yãha—indo; kare—fazem; éri-mukha daréana—olhando
440 Sri Caitanya-caritãmrta M
adhya-l ^ A limpeza do templo de Gundicã 441
u â
Ve rso 214
TRADUÇÃO—Devido ao intenso desejo de ver o Senhor, todos neglig . eric
t o do Senhor Jagannãtha, atravessou o salão de reuniões e entrou no
s
os princípios regulativos e, só interessados em ver o rosto do Senhor, for' "" 3 1 °, onde o alimento é oferecido. No verso 210, referiu-se a esta atitude como
> wnu u m a t r a n s r e s s ã o d o s
local onde o alimento é oferecido. ^-dá-ia''%' ' 8 princípios regulativos. Isto indica que
""^devemos aproximar-nos muito de um superior. A Deidade do Senhor e o
n a
SIGNIFICADO—Existem muitos princípios regulativos vigentes quanto à a d ° gspiritual devem ser vistos de lugar distante. Isto chama-se maryãdã. Caso
0 11165
à Deidade. Por exemplo, a ninguém é permitido entrar no aposento ondese^rf 0 ário, conforme o ditado, familiaridade gera negligência. Às vezes, aproximar-
C£ 1
rece alimento ao Senhor Jagannãtha. Entretanto, no caso em questão, estaa " uito da Deidade ou do mestre espiritual corrói o devoto neófito. Portanto,
muito ansiosas, já que não viam o Senhor fazia quinze dias, todas as pessoj 0 * ] s que servem pessoalmente às Deidades e ao mestre espiritual devem
e
3I U
^ e ser muito cautelosos, pois, do contrário, ao cumprirem seus deveres
transgrediram os princípios regulativos e entraram no aposento.
^ e m deixar-se levar pela negligência.
VERSO 211 Os olhos do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu foram comparados a abelhões
sedentos, e os olhos de Sri Jagannãtha, a viçosas flores de lótus. O autor, dese-
« a t é «rça c a - «aa-aflai i • ndo descrever o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu profundamente absorto em
5 amor extático pelo Senhor Jagannãtha, fez estas comparações.
•str? «a»ta f i c a ^ c a * aaa-^aei 11 *Ü II
«Tff-?^ fàrfa' aaa-atêi i leza da flor bãndhuli. Isto intensificava a beleza de Seu doce sorriso, que lem-
*forofò-*^-artt% ta ataram H ^ n brava refulgentes ondas de néctar.
TRADUÇÃO—Os olhos do Senhor Jagannãtha superavam a beleza de érJ koti-bhakta-netra-bhrhga kare madhu-pãne
flores de lótus, e Seu pescoço resplendia tanto quanto um espelho de sa -nukha—de Seu belo rosto; sundara-kãnti—fulgor atrativo; bãdhe—aumenta;
511 6-3 a d a m o m e n t
olhos* " ° ° ; kofi-bhakta—de milhões d e devotos; netra-bhrhga—
c
S I G N I F I C A D O — N o r m a l m e n t e , o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu via o Senh^ °rno abelhões; kare—ocupados; madhu-pãne—em sorver o mel.
E n t r e
Jagannãtha à distância, postando-Se atrás da coluna de Garuda. ' f ' ti3 u s e n
A U A o
tendo visto o Senhor Jagannãtha por quinze dias, Caitanya Mahãprahnu d e ç ^ ~ ° fulgor de Seu belo rosto aumentava a cada momento, e os olhos
C
er
muita saudade dEle. Em grande ansiedade, Caitanya Mahãprabhu, de >as de milhares de devotos, tal qual abelhões, sorviam-lhe o mel.
ári Caitanya-caritãmrta Madhya-i-,]^ A limpeza do templo de Gundicã 443
442
SIGNIFICADO—No Laghu-bhãgavatãmrta (1.5.538), Srila Rüpa Gosvãmi descreve a £Wf, a>"»f, '«SP-srej <C5 JRVI I
kandarpa-koty-arbuda-rüpa-éobha-
VERSO 218
nirãjya-pãdãbja-nakhãrh calasya
kutrãpy adrsta-éruta-ramya-kãnter * w aço csw «rtct, » T M J « R P Í S I I
dhyânam param nanda-sutasya vaksye
esteta aaca i2j^ ;j>r.aA í^én n ^ v - n
filho
"Descreverei o que vem a ser a meditação suprema no Senhor Sri Krsna, 0
^ madhye madhye bhoga lãge, madhye daraéana
de Nanda Mahârâja. As pontas dos dedos de Seus pés de lótus refletem ' ^ madhu bhogera samaye prabhu karena ktrtana
dos corpos de ilimitados milhões de Cupidos, e em nenhuma parte jamais _^ v e adhyi
^ ezes 'd ~ ã i n t e r v a l o s ; bh0
8" lãge—havia oferendas de alimento; madhye-
a
falar do fulgor de Seu corpo, bem como, em nenhuma parte, este esplendor I " aéa a y en
prubh __^^ " ~ ' do; bhogera samaye— no momento da oferenda de prasãda;
u
rosto. Enquanto se ofereciam alimentos ao Senhor Jagannãtha, Sri n"^*^"' £ pãpira—em homens pecaminosos; krsna-bhakti haila—houve despertar de
Mahãprabhu realizava Seu klrtana.
SSênèia de K r ^ a . .
VERSO 219 nijçÃO—Acabo de descrever sucintamente os passatempos do Senhor nos
• Ele lava e limpa o templo de Gundicã. Vendo ou ouvindo estes passatem-
a«f»-«it»s*t «rçira ttafêwi i '"^mesino pessoas pecaminosas podem despertar sua consciência de Krsna.
mmmn aajt*? asfass «ffc? e^ri cit»ii i * J S > n
VERSO 222
dariana-ãnande prabhu saba pãsarilã
bhakta-gana madhyãhna karite prabhure lahã gelã §la<*Hrç»ta-*tca ara «rw i
daréana-ãnande—pelo prazer causado pela visão do rosto do Senhor; prabhu- fcswfà«1f5 ara c a s a r a « ^ n
Sri Caitanya Mahãprabhu; saba—tudo; pãsarilã— esqueceu; bhakta-gana-os devo-
tos; madhyãhna—refeição do meio-dia; karite— para tomar; prabhure—Sri Caitanya éri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa
Mahãprabhu; /flrâf geíd—levaram. caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
êrí-rüpa— Srila Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi;
T R A D U Ç Ã O — S e n t i n d o tamanho prazer de ver o rosto do Senhor Jagannãtha, Sri pode—aos pés de lótus; yãra—cuja; dsa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro cha-
Caitanya Mahãprabhu esqueceu-Se de tudo. Os devotos, contudo, levaram-nO mado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krsnadãsa Kavirãja
para tomar Sua refeição do meio-dia. Gosvãmi.
VERSO 220 TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
«JfssastOT aaatai srtfàal i guindo seus passos.
c n m srfimi c«tt asfaai II n° II
prãtah-kãle ratha-yãtrã habeka jãniyã Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
sevaka lâgâya bhoga dviguna kariyã Madhya-lilã, Décimo Segundo Capítulo, descrevendo a limpeza do templo de Gundicã.
prãtah-kãle—de manhã; ratha-yãtrã—o festival dos carros; habeka—ocorreria;
jãniyã—sabendo; sevaka—os sacerdotes servos do Senhor; lãgãya—oíeiecem,
bhoga—alimento; dvi-guna kariyã— duplicando.
VERSO 221
VERSO 1
447
O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 449
Madhya-lUi,
Sri Cãitanya-caritàmrtã
No d i a
oUCÃO— seguinte, quando Sri Caitanya Mahãprabhu e Seus associa-
VERSO 2
„e 8oa<s levantaram-se, o dia ainda estava escuro. Com todo cuidado, to-
S
^im s « u 9 b a l , h o s
matutinos.
VERSO 5
jaya jaya éri-krsna-caitanya nityãnanda ttofàsra<^f«wraf a f i m •vf*w i
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda
wstrro arai cm ç t f V f à ^ i w « i n
jaya jaya—todas as glórias; éri-krsna-caitanya—ao Senhor Sri Krsna Caita nv
Mahãprabhu; nityãnanda—a Nityãnanda Prabhu; jaya—todas as glórias; advaita. pãndu-vijaya dekhibãre karilã gamana
candra—a Advaita Ãcãrya; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-vrnda—aos devotos jagannãtha yãtrã kaila chãdi' simhãsana
do Senhor Caitanya Mahãprabhu. tfindu-vijaya—ã cerimônia chamada Pãndu-vijaya; dekhibãre—para verem; karilã—
fizeram; gamana—ida; jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; yãtrã— partida; kaila—
TRADUÇÃO—Todas as glórias a ári Krsna Caitanya e a Prabhu Nityãnanda! Todas
fez chãdi'—deixando; simhãsana—o trono.
as glórias a Advaitacandra! E todas as glórias aos devotos do Senhor Sri Caitanya
Mahãprabhu! TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu e Seus associados pessoais foram, então,
VERSO 3 ver a cerimônia de Pãndu-vijaya. Durante esta cerimônia, o Senhor Jagannãtha
«rn catrsfH, *pfV 4* a» i sai do trono e sobe no carro.
VERSO 6
jaya érotâ-gana, éuna, kari' eka mana
ratha-yâtrãya nrtya prabhura parama mohana
arçfafçjj nça sRrfa fa3rf-«r«fa n * II
jaya—todas as glórias; érotâ-gana—àqueles que ouvem; éuna—por favor, escutai;
kari'—mantendo-vos; eka mana—atentos; ratha-yâtrãya—no festival dos carros;
ãpani pratâparudra lahã pãtra-gana
nrtya—dança; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; parama—extremamente;
mahâprabhura gane karãya vijaya-daréana
mohana—encantadora. Spani—em pessoa; pratâparudra—o rei Pratâparudra; lahã— levando consigo; pdrra-
W - s e u s associados; mahâprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; gane—
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias àqueles que ouvem o Caitanya-caritãmrta. Por
associados; karãya—ocasiona; vijaya-daréana—a visão da cerimônia de Pãndu-vijaya.
favor, escutai a descrição da dança do Senhor Caitanya Mahãprabhu por oca-
sião do festival de Ratha-yãtrã. Sua dança é muito encantadora. Por favor, escutai
rei Pratâparudra em pessoa, bem como o seu séquito, permitiram
T R A D U Ç Ã O — O
sobre ela com muita atenção. que todos os associados de Sri Caitanya Mahãprabhu vissem a cerimônia de
Pindu-vijaya.
VERSO 4
VERSO 7
«rfaj fwa iiçtsfaji *nti jrtw» i
*tr,a Sfò' t«i-*tw cf * «frerst» n 8 II gc«( JlSítaÇ (M* ^Rl-lJ|St I11 II
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu e Seus destacados devotos — Ad kataka dayita kare skandha alambana
Ãcãrya, Nityãnanda Prabhu e outros — ficaram muito felizes ao observarem kataka dayita dhare írt-padma-carana
o Senhor Jagannãtha começou o Ratha-yãtrã. dayiti— alguns dos dayitãs, kare—fazem; skandha—dos ombros; alambana—
ZZnsio; kataka—alguns; dayita—servos chamados dayitãs; dhare—agarram; s"rf-
VERSO 8 ^na-carana-os pés de lótus do Senhor.
^f»r% wfãWia - caa as * I « T i TBADUÇÃO—Ao carregarem a Deidade do Senhor Jagannãtha, alguns dos dayitãs
• t i r a ta»a ^ata f f i f aist* tfe n v i j< g ravam os ombros do Senhor, e outros pegavam em Seus pés de lótus.
U
VERSO 9 VERSO 12
SIGNIFICADO— A menos que recebamos a misericórdia do Senhor, não podemos TRADUÇÃO—Todos ficaram maravilhados ao verem os enfeites no carro do Ratha.
compreender a Suprema Personalidade de Deus nem ocupar-nos em Seu serviço Parecia que o ouro acabava de ser usado para fazer o carro, e ele era tão alto
devocional. quanto o Monte Sumeru.
athãpi te deva padãmbuja-dvaya-
prasãda-leéãnugrhlta eva hi SICMFICADO—No ano de 1973, houve um esplendoroso festival d e Ratha-yãtrã
jãnãti tattvam bhagavan-mahimno em Londres, Inglaterra, e o carro foi trazido à praça Trafalgar. Um dos jornais
na cãnya eko 'pi citam vicinvan loiuirinos, o Guardian publicou u m a foto de primeira página com a manchete:
(Bhãg. 10.14.29) "0 Ratha-yãtrã da ISKCON rivaliza com a Coluna de Nelson na praça Trafal-
gar." A Coluna de Nelson e uma estátua muito impressionante do Lorde Nelson,
Só pode compreender o Senhor o devoto que tenha recebido uma pequena fração e pode-se vê-la a boa distância. Assim como os residentes de Puri compararam
de Sua misericórdia. Outros talvez se ocupem em especulação teórica para com- o carro de Ratha-yãtrã ao Monte Sumeru, os residentes de Londres considera-
preender o Senhor, mas nada conseguirão saber sobre Ele. Embora Mahâràia ram o cano como rival do m o n u m e n t o de Nelson.
Pratâparudra estivesse muito ansioso de ver Sri Caitanya Mahãprabhu, o Seoh»
recusou-Se a vê-lo. Contudo, ao ver o rei prestando serviço subalterno ao Senhor VERSO 20
Jagannãtha, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou muito feliz. Assim, o rei " " f t o o
tal. Finalmente, alcança os pés de lótus do Senhor no céu espiriru ^ j ^ j n * *& anosb, C 0 S! P e l h o s brilhantes e muitas centenas d e
esta semente pela misericórdia do Senhor e do guru. Pela misericór
1
""Pecável
1 e
/r
ü m
S d e c a u d a d
>*!««]. Em cima do carro havia u me
^t«tta tfim N l awa «ia i TRADUÇÃO—Pedindo permissão k deusa da fortuna, o Senhor saiu para passear
no carro do Ratha e realizar Seus passatempos para o prazer dos devotos.
<wra aca sc? gwsi, wra n n i
/i/fli/a cadila levara rathera upara SIGNIFICADO—A este respeito, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura comen-
ãra dui rathe cadê subhadrã, haladhara ta que, como um esposo ideal, o Senhor Jagannãtha permaneceu quinze dias num
ltlâya—por causa dos passatempos; cadila—subiu; isvara —a Suprema Personali- lugar reduso com Sua esposa, a suprema deusa da fortuna. Não obstante, o
Senhor quis sair da reclusão para alegrar Seus devotos. O Senhor diverte-Se de
dade de Deus; rathera—de um carro; upara—a bordo; <fra dui—outros dois; rathe—
duas maneiras, conhecidas como svaklya e paraklya. O amor conjugai do Senhor
nos carros; cade—subiram; subhadrã—a irmã d o Senhor (agannátha; haladhara- na svaklya-rasa relaciona-se aos princípios regulativos observados em Dvãrakã.
Balarãma. Li, o Senhor é casado com muitas rainhas, porém, em Vrndãvana, o amor con-
TRADUÇÃO—A fim de realizar os passatempos da cerimônia do Ratha-yatri, o |ugal do Senhor nao é com Suas esposas, mas com Suas namoradas, as gopis.
Senhor Jagannãtha embarcou n u m carTO; Subhadrã, Sua irmã, e Balarãma, Seu Oamor conjugai com as gopfs chama-se paraktya-rasa. O Senhor Jagannãtha deixa
0
irmão mais velho, instai aram-Se em dois outros carros. lugar recluso, onde desfruta da companhia da suprema deusa da fortuna em
jff^rcsa. e vai para Vrndãvana, onde desfruta da paraktya-rasa. Portanto, Bhakti-
VERSO 23 «hânta Sarasvati Thãkura lembra-nos que o prazer do Senhor em paraklya-rasa
l e n o r
j? a Seu prazer e m stwkfyfl-rnsfl.
*t**»f fwa ihta asmait «rs»! i (
0
mundo material, paraklya-rasa, ou romances amorosos com moças solteiras,
relação muito degradada, mas, no m u n d o espiritual, esta espécie de ro-
«ta ara #t?t C * * J ta«c« afàai II n 1^ amoroso é considerada o desfrute supremo. No mundo material, tudo não
Um
pahca-dosa dina levara mahã-laksml lahã 4, r e f l e x o d o m u n d o espiritual, e , não obstante, u m reflexo perverti-
tãhra sahge kridã kaila nibhrte vasiyã ma deu* 4 P°demos compreender os assuntos do mundo espiritual, tomando como
pahca-daéa dina-quinze dias; lévara-o Senhor; mahã-laksmt-a P / * \ . j^jU-
S U u^^c^sa experiência no mundo material. Por isso, os acadêmicos e polemistas
E lnte
da fortuna; lahã—com; tãhra sahge—em companhia dela; krfdd-destru •«loj^ r p r e t a m mal os passatempos do Senhor com as gopis. Ninguém,
I j ^ a q u e l e que é muito avançado em serviço devocional puro, deve discutir
realizou; nibhrte—num lugar solitário; vasiyã—acomodado. •Çfeiruai ° d m u n d o
espiritual. Não se pode comparar a paraktya-rasa do mundo
0
, , recluso co ' a do
^ mundo material. Aquela é como ouro, e esta é como ferro. Por
TRADUÇÃO—O Senhor permanecera por quinze dias n u m lugar «nha diferença entre as duas, na realidade, não há como compará-las.
mmrema deusa da fortuna e realizara Seus passatempos com e a.
458 Sri CiiUnyi-caritimrU Madhy,.^ O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 459
No entanto, pode-se facilmente distinguir o valor do ouro ao se ver o valo -NIJÇÀO—Os puxadores do carro eram conhecidos como gaudas, e puxavam-
ferro. Aquele que tem o devido discernimento pode facilmente distinguir ° T
^FOIR. muito prazer. Contudo, às vezes, o carro ia bem depressa e, às vezes,
vidades transcendentais do m u n d o espiritual das atividades materiais u-m devagai-
VERSO 28
VERSO 25
«a f%* «mi aca, frrfãcia *i sei I
anu casatq^ca *tf»rc»a aa i •r^aa-fora sei, »1 sei ttcai aci n *v»
S * . facas cfci&f, aa -caa a*ta» n v»
ksane sthira hahã rahe, tã~nileha nã cale
süksma éveta-bãlu pathe pulinera sama lévara-iccháya cale, nã cale kãro bale
dui dike fofa, saba—yena vrndãvana /(ggne—as vezes, sthira—estancado; fiaria"—ficando; rahe—permanece; tdhileha—
süksma—íina; éveta-bãlu—areia branca; pathe— no caminho; pulinera sama—tal qual a despeito de ser puxado; nã cale—não vai; léz<ara-icchãya—pela vontade do Senhor;
as margens do Yamunã; dui dike— nos dois lados; fofa"— jardins; saba—todos; yena- ja/f-vai; "ã cale—não vai; kãro— de ninguém; bale— pela força.
como; vrndãvana—o lugar sagrado chamado Vrndãvana.
TRADUÇÃO—Outras vezes, o carro ficava estancado e não se movia, muito em-
TRADUÇÃO—A fina areia branca espalhada por todo o caminho assemelhava-se bora fosse puxado mui vigorosamente. Portanto, a carruagem movia-se pela von-
as margens do Yamunã, e, em ambos os lados, os pequenos jardins pareciam tade do Senhor, e não pela força de alguma pessoa comum.
com aqueles de Vrndãvana.
VERSO 29
VERSO 26
«ca aarcaç aa 1 ^ 1 w n x 1
aca sfV «ri*ta asfãil -sra» i aacn tarf»! aca afn-F*» 11 11
vfettCÍcafà' s e i *n»f«a3-a»» «
tabe mahãprabhu saba lahã bhakta-gana
rathe cadi' jagannãtha karilã gamana svahaste parãila sabe mãlya-candana
dui-pãréve dekhi' cale ãnandita-mana labe—nessa altura; mahãprabhu—Sfi Caitanya Mahãprabhu; saba—todos; faria"—
rathe cadi'—passeando no carro; jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; kanli levando; bhakta-gana—devotos; sva-haste—com Sua própria mão; parãila—decorou;
gamana— passava; dui-pãréve—em ambos os lados; dekhi'—vendo; cale- todos; mãlya-candana—com guirlandas de flores e polpa de sândalo.
ãnandita—plena de prazer; mana—mente.
tradução—Como o carro estivesse parado, Sri Caitanya Mahãprabhu reuniu
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o o Senhor Jagannãtha passeava em Seu carro e deparjvi •"de* os Seus devotos e, com Suas próprias mãos, decorou-os com guirlandas
com o belo cenário, tanto á Sua direita quanto à Sua esquerda. Sua mente encnu- « flores e polpa de sândalo.
se de prazer. VERSO 30
VERSO 27
tWflw *tft, «tra «ra^t atair»^ 1
'caV?' ai aa fere» a>fà*i «ir»* i Steca s»a» »ri4»i arfçi «r»"* n «<•»
tKA %a 5CI aa, *»-c«i sei ai» ii vi»
paramãnanda puri, ãra bhãrati brahmãnanda
'gauda' saba ratha fãne kariyã ãnanda «
í éri-haste candana pãhã bãdila ãnanda
inanda
ksane élghra cale ratha, ksane cale manda ksdy*" ltü^l puri— P a r a m ã n a n d a Puri; ãra—e; bhãrati brahmãnanda—
a n d a
gauda—os puxadores do carro; safw-todos; ratha-o carro; ^ ^ ^ ^ ' e p t e * * ta^j^ Bhãrati; éri-haste— pela mão do Senhor Caitanya Mahãprabhu;
sentindo; ãnanda—felicidade; ksane—às *v. . ~"P°'pa de sândalo; pãhã—obtendo; bãdila—aumentou; ãnanda—bem-
n
^ c a transcendental.
vezes; élghra cale vai
ratha—o carro; ksane—às vezes; cale—vai; manda—bem devagar.
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-Iila, O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 461
460
TRADUÇÃO—Ao receberem pessoalmente guirlandas e polpa de sândalo das mão» nuCÃO—Havia, ao todo, quatro grupos de klrtana, perfazendo um total de
do próprio Sri Caitanya Mahãprabhu, Paramãnanda Puri e Brahmãnanda Bhãraa *** , quatro cantores. Em cada grupo, havia também dois tocadores de
sentiram seu prazer transcendental aumentar intensamente. ^Jdang*. 0 4 acrescentava mais oito pessoas àquele total.
u e
VERSO 31 VERSO 34
« c a a a t s f ç a c a fãçta *f?çi i
â w i c f s**rta a í i « i r » * » II II Ftfà i r e t m f ã i U f a a ^ t i N l n « 8 n
TRADUÇÃO—De maneira semelhante, ao sentirem o toque da mão transcenden- TRADUÇÃO—Quando os quatro grupos estavam formados, Sri Caitanya Mahã-
prabhu, após analisar um pouco, dividiu os cantores.
tal de á r i Caitanya Mahãprabhu, Advaita Ãcãrya e Nityãnanda Prabhu ficaram
muito satisfeitos.
VERSO 35
VERSO 32 fã^Tíaaf, « í c a s , ffàwta, ícapaca i
#ríftaiMW fwi atu-e^a i s t f ã wca « t t s n f ã i «fsj a*faarca n - » « n
w t , â a r a , — a r t l a a » 3 9 » » 11 11
nityãnanda, advaita, haridãsa, vakreévare
klrtanlyd-gane dila mãlya-candana cãri jane ãjhã dila nrtya karibãre
svarupa, érivãsa,— yãhãn mukhya dui-jana nityãnanda—o Senhor Nityãnanda; advaita—Advaita Ãcãrya; haridãsa—Haridãsa
klrtanlyã-gane—àqueles que estavam fazendo sankirtana; dila—deu; málya- Thãkura; vakreévare—Vakreávara Pandita; cãri jane—a estas quatro pessoas; ãjhã
candana—guirlandas e polpa de sândalo; suarüpa—Svarupa; érivãsa—Srivãsa; d* o Senhor deu uma ordem; nrtya karibãre—para dançarem.
yãhãn—onde; mukhya—principais; dui-jana—duas pessoas.
T*ADuçÃo-Sri Caitanya Mahãprabhu ordenou que Nityãnanda Prabhu,
TRADUÇÃO—O Senhor também deu guirlandas e polpa de sândalo àqueles que Advaita Ãcãrya, Haridãsa Thãkura e Vakreévara Pandita dançassem, cada um,
estavam fazendo sankirtana, dos quais destacavam-se Svarupa Dãmodara e •* um dos quatro grupos a que foram designados.
Srivãsa Thãkura.
VERSO 33 VERSO 36
SjJ*^
deram-se-üie cinco assistentes para responderem a seu canto. canto. l nancadãsa; haridãsa—Haridãsa; értmãn—Srimãn; éubhãnanda—
ftíP^r iri-rãma pandita—Sri Rama Pandita; tdhdn—ah; nãce—dança;
VERSO 37 Senhor Nityãnanda.
wtciiTO, «ntnw, ws cntfãai i
1 0 — O s cinco cantores que responderiam ao canto de Srivãsa Thãkura
arai *ifa«, «nu Sictifi^T«w H ^ R
T
* * r rutadàw. Haridãsa, Srimãn, Subhãnanda e Sri Rama Pandita. Sri
D
iãhãn nrtya karena rãmãnanda, satyarãja ^ urunfri PHr J U * ! ^ P eantavam; dui pdse—nos dois lados; dui—mais dois grupos;
* - * » s ; eka sampradãya-outro grupo.
kulina-grãmera—da aldeia conhecida como Kulina-grãma; Í , ^ Jlitt*
ng t
VERSO 49
C a * O T ! cra-afet? 5.91 a t w i I
VERSO 50 !
VERSO 51
4
«fç «fà' '*f%' af*T i
T f s feri*
Tfl antlW, aci» W«j*t « f a ' II «i >
^- C R u . . ™ S I M D I V I U A Graça
BHAKTIVEDANTA SWAMI PRABH1PÃDA
Fundador-Ãcãrya da
• . . - U I U I U - I - ^ I
piedade Int^nr^i p a m
Conscién ia de Krishna
n
1
se pessoalmente a serviço do Senhor, t ^ u j n 0 toenhj n
^ ^ Caíteiy» Mahãprabhu manifestava diversas alteraç?
a r
'
"'tapar
lnca
• cabo era de ouro. Por ter aceitado sem fy £
ltai transcendental em Seu corpo. Nityãnanda Prabhu, estica'
sericórdia do Senhor. (Págs. 450-45V segurar o Senhor enquanto Este corria daqui para ali. 'Pé
tnconl
*vv 1 Caitanya Mahãprabhu e ser tocado por ãte, Amogha,
tt
Ie s 0
"°" de Kp, morrer, levantou-se imediatamente e começou a cantar o sa.
m
> ficando louco de amor extático. (Págs. 756-760)
noite os irmãos, Senhor jagannãtha e Balarãma, foram até onde est«#**
n Vidyãnidhi e, sorrindo, puseram-Se a dar-lhe tapas. Embora com*r
•:• iarka Vidyãnidhi ficou muito feliz internamente. 0 8 - *
O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 467
VERSO 52
«na 4f «rr% «fç sprânr « f m i
<í««tOT at« itfj» ^f%n fa»rta n 0* II
ãra eka éakti prabhu karilã prakãéa
eka-kãle sãta thãhi karilã vilãsa
ira—outro; eka—um; éakti—poder místico; prabhu—o Senhor Sri Caitanya
Mahãprabhu; karilã—fez; prakãéa—manifestar-se; eka-kãle—simultaneamente; sífa
\húni—em sete lugares; karilã—realizou; vilãsa—passatempos.
VERSO 53
VERSO 54
keha lakhite nãre prabhura acintya-éakti kãél-miére kahe rãjã prabhura mahimã
antarahga-bhakta jãne, yãhra éuddha-bhakti kãét-miéra kahe,—tomara bhãgyera nãhi slmã
keha—ninguém; lakhite—ver; nãre—não pode; prabhura—de Sri Cait Uéí-miére-a Kãái Miára; kahe-disse; rãjã-o rei; prabhura mahimã-as glórias de
Maháprabhu; acintya—inconcebível; éakti—poder; antarahga—mtirno; bhaki** j Caitanya Mahãprabhu; kãét-miéra fca/ie-Kãáí Miára disse; tomãra-tua;
Sr
devoto; jãne—conhece; yãhra—cujo; éuddha-bhakti—serviço devocional puro movera—de fortuna; ruffu—não há; sfmd—um limite.
TRADUÇÃO—Na realidade, ninguém podia entender a potência inconcebível do —ADUÇÃO—Quando o rei informou a Kãsi Miára sobre as glórias do Senhor,
Senhor. Apenas os devotos mais íntimos, aqueles imersos em serviço devocio- Kjj-i Miára respondeu: "Ó rei, tua fortuna não conhece .imites!"
nal puro, podiam compreender.
VERSO 58
VERSO 55
irfàsYa-ara J i t i «ca itatirfã i
áTfà» cwfãal suma rafas i «ita c»a atfà »rfca C6«c»a gf% II * v i
a?an«a c*ca aa ^fãal ii <to i
sãrvabhauma-sahge rãjã kare thãrãfhãn
ktrtana dekhiyã jagannãtha harasita ãra keha nãhi jãne caitanyera curi
sahklrtana dekhe ratha kariyã sthagita strvabhauma-sahge—com Sãrvabhauma Bhattãcãrya; rãjã—o rei; kare—faz;
klrtana dekhiyã— vendo o desempenho do sahklrtana; jagannãtha—o Senhor thirúthãri— indicação; «fro—mais; keha—ninguém; mlfii—não; jãne—toma conheci-
Jagannãtha; harasita—muito satisfeito; sarifrfrfarM—desempenho do sahklrtana; mento; caitanyera—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; curi—artimanhas.
dekhe—vê; ratha—o carro; kariyã sthagita—parando.
TRADUÇÃO—Tanto o rei quanto Sãrvabhauma Bhattãcãrya estavam ao par das
TRADUÇÃO—O sankirtana agradou muito ao Senhor Jagannãtha, e Ele manteve atividades do Senhor, mas nenhuma outra pessoa pôde perceber as artimanhas
Seu carro parado num determinado local, só para assistir ao desempenho. do Senhor Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 59
VERSO 56
a r a «*ta «*ti, ca* irttaatra •tira i
jf5i*f*cs? cai *taa farra i *m fàai aartfwas vtfãara a r a ti <?a> i
cwfaras fãai atai cai c»aaa n II
yãre tãhra krpã, sei jãnibãre pare
pratãparudrera haila parama vismaya krpã vinã brahmãdika jãnibãre nãre
dekhite vivaéa rãjã haila premamaya aquém; tãhra—Sua; krpã— misericórdia; ser—essa pessoa; /únibíre—de co-
pratãparudrera—do rei Pratâparudra; haila—houve; parama—bastante; vismm nhecer; pire—é capaz; /trpí— misericórdia; vinã—sem; brahma-ãdika—os semideuses,
admiração; dekhite—de ver; vivaéa—inativo; rãjã—o rei; haila—ficou; prema-may •"cabeçados pelo Senhor Brahmã; jãnibãre—de conhecer; mire—não são capazes.
em amor extático.
T
*ADUÇÀO—Só alguém que tenha recebido a misericórdia do Senhor pode com-
TRADUÇÃO—O rei Pratâparudra também ficou admirado ao ver o saruártaru Sem a misericórdia do Senhor, nem mesmo os semideuses, encabeça-
cando sem ação, passou a sentir amor extático por Krsna. P*'o Senhor Brahmã, podem compreender.
VERSO 57 VERSO 60
rãjãra tuccha sevã dekhi' prabhura tusta mana de alguém que está sempre cercado de dinheiro e mulheres. Como um
3
sei ta' prasãde pãila 'rahasya-daréana' ' udsf Sri Caitanya Mahãprabhu temia tanto o dinheiro quanto as mulheres.
Toiópría palavra " r e i " é repugnante para quem pertence à ordem de vida renun-
rãjãra—do rei; tuccha—iroignificante, subalterno; sewí—serviço; dekhi'— enH V
- §n Caitanya Mahãprabhu recusou-Se a receber o rei, mas, indiretamente,
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; tusta—satisfeita; mona—mente; sei— °'
rei foi capaz de entender as atividades misteriosas do Senhor, pela misericórdia
te'—na verdade; prasãde—pela misericórdia; pãila—obteve; rahasya-daréana—a ÍT^' jLonvada do Senhor. As atividades do Senhor Caitanya Mahãprabhu eram ma-
do mistério das atividades. •1 ctadas, ora para revelarem-nO como a Suprema Personalidade de Deus, ora
a exporem-nO como um devoto. Ambas as classes de atividade são misteriosas
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu ficou muito satisfeito de ver o rei acei eentendidas em sua essência somente pelos devotos puros.
tar a tarefa subalterna de varrer a rua, e, por esta atitude humilde, o rei recebeu
a misericórdia de ári Caitanya Mahãprabhu. Por isso, ele pôde observar o nus-
VERSO 62
tério das atividades de ári Caitanya Mahãprabhu.
kabhu eka mürti, kabhu hana bahu-mürti atolem se esforça bastante, mas, basta o Senhor Supremo desejar para a po-
qU<
kãrya-anurüpa prabhu prakãéaye éakti cia intema realizar tudo de maneira automática. Pela vontade dEle, as coisas
kabhu—às vezes; eka mürti—uma forma; kabhu—às vezes; hana—toma-Se- ha j^Tjecern tão bem e perfeitamente que parecem efetuar-se automaticamente. Às
mürti—muitas formas; kãrya-anurüpa—de acordo com o programa de ativ'd A " ' o mundo material, há demonstrações das atividades da potência interna,
n
prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; prakãéaye—manifesta; éakti—Su rv fato, são as energias inconcebíveis do Senhor que realizam todas as atividades
aa natureza material, mas, os supostos cientistas e estudantes da natureza mate-
tencia interna.
^al são incapazes, em última análise, de entender como as coisas acontecem. Usam
T R A I. D U C À O — S e g u n d o Lhe convinha, às vezes, o Senhor manifestava urna fo
He evasivas e concluem que tudo é realizado pela natureza, ignorando que, por
trás da natureza, está a potente Suprema Personalidade de Deus. Explica-se isto
e, às
is vezes,
vezes, muitas. Isto era efetuado por Sua potência interna.
n0 Bhagavad-gitã (9.10):
VERSO 65
mayãdhyaksena prakrtih
»?>»rrcac»í « r ç * sttf% F « » r í a « t » i süyate sa-carãcaram
fcçl srtfà 'efí^n «rrV ara aatara 11 *tt n hetunãnena kaunteya
jagad viparivartate
IfUlveée prabhura nãhi nijânusandhãna
icchã jãni 'Mã éakti' kare samãdhãna "Esta natureza material age sob Minha orientação, ó filho de Kunti, e produz
Mã-ãvese—no êxtase dos passatempos transcendentais; prabhura—de Sri Caitanya todos os seres, móveis e imóveis. Obedecendo a suas regras, esta manifestação
Maháprabhu; nãhi—não havia; nija-anusandhãna—percepção de Seu eu pessoal; é criada e aniquilada repetidamente."
icchã jãni—conhecendo Seu desejo; Mã éakti—a potência conhecida como lílã-éakti;
kare—toma; samãdhãna—todas as providências. VERSO 66
bhakta-gana—todos os devotos; anubhave—puderam perceber; nãhi jane—nã 0 ei-mata-dessa maneira; fiaiia-houve; teriera-do Senhor Sri Krspa; rathe-no
nhecem; <fna—outros; êri-bhãgavata-éãstra-a escritura revelada Srtmad-BhãgavZta^. ^a- srohana-submdo; tara ãge-em frente a ele; prabhu-Sti Caitanya
tãhãte—a este respeito; pramãna—evidência. j^naprabhu; nãcãila-íez com que dançassem; Wia*fa-£ar«a-todos os devotos.
TRADUÇÃO—Só os devotos puros puderam perceber a dança de Sri CaiUn TRADUÇÃO Assim, o Senhor Jagannãtha subiu em Seu carro, e o Senhor Sri
Mahãprabhu perante o carro do Ratha-yãtrã. Outros não puderam compreer? Caitanya Mahãprabhu inspirou todos os Seus devotos a dançarem em frente ao
der. Pode-se encontrar descrições da dança incomum do Senhor Krsna na escri carro.
fura revelada Srimad-Bhãgavatam.
VERSO 70
SIGNIFICADO—O Senhor Sri Krsna expandiu-Se em muitas formas enquanto ocu-
pado na dança da rasa-lilã, e também expandiu-Se ao casar-Se com 16.000 rai- «ttcit « a w f l i t w a « f t i ç i - i t a a i
nhas em Dvãrakã. Ao expandir-Se em sete formas para dançar em cada um dos « i a « r r e u « t f cacç « f à » r l a « a i <\» n
grupos de sahklrtana, Sri Caitanya Mahãprabhu adotou o mesmo processo. Os
devotos puros, incluindo o rei Pratâparudra, puderam identificar estas expan- ãge éuna jagannãthera gundicã-gamana
sões. Embora, por razões de formalidade externa, Sri Caitanya Mahãprabhu tara ãge prabhu yaiche karilã nartana
tenha-Se negado a receber o rei Pratâparudra, por se tratar de um rei, pela mise- Sge—de antemão; éuna—ouvi; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; gundicã-
ricórdia especial que o Senhor lhe concedeu, o rei tornou-se um dos devotos mais gamana--indo ao templo de Gupdicã; tara ãge—em frente a este; prabhu—Sri
íntimos do Senhor. O rei pôde perceber a presença simultânea de Sri Caitanya Caitanya Mahãprabhu; yaiche—como; karilã—fez; nartana—dançando.
Mahãprabhu em todos os sete grupos. Como o Srimad-Bhãgavatam corvfinna, só
a um devoto puro é concedido ver as expansões das formas transcendentais do TRADUÇÃO—Agora, por favor, ouvi sobre o passeio d o Senhor Jagannãtha até
Senhor. o templo de Gundicã, enquanto Sri Caitanya Maháprabhu dançava em frente
ao carro do Ratha.
VERSO 68
VERSO 71
aststç a r a a«i-acw i
ifl*»ra
1
ãpani nãcite yabe prabhura mana haila • figia jana-estas dez pessoas; prabhura—Sri Caitanya Maháprabhu; sahge—
sãta sampradãya tabe ekatra karilã *• cantam; dhãya—correm; ãra—outros; saba—todos; sampradãya—grupos
ãpani—pessoalmente; nãcite—para dançar; yabe quando; prabhura—do S P H K d^ómens; cãri dike—por todo o redor; gaya—cantam.
0
Sri Caitanya Maháprabhu; mana—mente; haila—tornou-se; sáta sampradãiMii* '
os sete grupos; tabe— nessa altura; efcafra karilã—juntaram-se. .—anuçÃO—Estes devotos (Svarupa Dãmodara e os devotos sob seu encargo]
tavam juntamente com o Senhor, e corriam lado a lado com Ele. Todos os
TRADUÇÃO—Quando o próprio Senhor quis dançar, todos os sete em ostros grupos de homens também cantavam.
juntaram-se. VERSO 76
VERSO 73
Slita, atatt, a^, cJttfã*», sj"* i «roa* «fà, « f ç *jfe' wvs i
afawta, cfltfa*i««», ataa, cfltr>" n s« n fe«H%a « f e «ca cwtV witaia n n
árfvdsa, rãmãi, raghu, govinda, mukunda dandavat kari, prabhu yudi' dui hãta
haridãsa, govinddnanda, mãdhava, govinda ürdhva-mukhe stuti kare dekhi' jagannãtha
érivãsa—Srivãsa; rãmãi— Râmãi; raghu— Raghu; govinda—Govinda; mukunda— dandavat kari—prestando reverências; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; yudi'—
Mukunda; haridãsa—Haridãsa; govinddnanda—Govindãnanda; mãdhava—Mãdhava; juntando; dui hãta—duas mãos; ürdhva-mukhe—erguendo o rosto para cima; stuti
kare—oferece orações; dekhi'—vendo; jagannãtha—a Deidade do Senhor Jagannãtha.
govinda— Govinda.
TRADUÇÃO—Todos os devotos do Senhor — incluindo Srivãsa, Rãmãi, Raghu, TRADUÇÃO—Prestando reverências ao Senhor, Sri Caitanya Maháprabhu, de
Govinda, M u k u n d a , Haridãsa, Govindãnanda, Mãdhava e Govinda — mãos postas, levantou o rosto em direção a Jagannãtha e orou da seguinte
reuniram-se. maneira.
VERSO 74 VERSO 77
5icii w i c T ^ n j c i i a i a i f ^ r a 5 i
«-«c^i «tf? «ra te*! a» i
TOCI* ar.» fai < Í * «a ira II 18 II aafã^Ti * » i i catrwn a,wi a a : m •
ãra saba sampradãya cãri dike gãya P* ° - K s t a citação é do Visnu Purãna (1.19.65).
Sri Caitanya-caritãmrta
478 Madhya-lilã, 13 O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 479
Verso 80
VERSO 78
ninguém pode tornar-se pai ou mãe da Suprema Personalidade de Deus. Por
mfo mFs c*cai c T ^ w a í w ^ . devaki-janma-vdda quer dizer que Ele é conhecido como o filho de Devaki. Se-
^hantemente, Ele também é conhecido como o filho de mãe Yaáodã, Vãsudeva
mfo wnfo í w i ^rwraiph: 1
"JuNanda Mahârâja); yadu-vara-parisat—servido pelos membros da dinastia Yadu
pelos vaqueiros de Vrndãvana (todos os quais são associados constantes do
asfo «Tratem Çr/?:« ^ 1 cgnhor Supremo e são servos eternos do Senhor); sx«ib dorbhih—com Seus próprios
ou com Seus devotos como Arjuna, que são exatamente como Seus próprios
b r a c o S /
jayati jayati devo devaki-nandano 'sau
braços; asyan—matando; adharmam—demônios, ou os ímpios; sthira-cara-vrjina-
jayati jayati krsno vrsni-vamsa-pradipah
çUnah—o destruidor de todo o infortúnio de todas as entidades vivas, móveis e
jayati jayati megha-éyâmalah komalâhgo
imóveis; su-smita—sempre sorridente; éri-mukhena—com Seu belo rosto; vraja-pura-
jayati jayati prthvi-bhãra-nãso mukundah
vanitãnãm—das donzelas de Vrndãvana; vardhayan—aumentando; kdma-devam—
jayati—todas as glórias; jayati— todas as glórias; devah—à Suprema Personalida-
os desejos luxuriosos.
de de Deus; devaki-nandanah—o filho de Devaki; asau—Ele; /'ayafi jayati—todas as
glórias; Icrsrwfi—ao Senhor Krsna; vrsni-varháa-pradipah—a luz da dinastia de Vrsni;
/ayafi jayati— todas as glórias; megha-syãmalah—a Suprema Personalidade de Deus TRADUÇÃO—" 'O Senhor Sri Krsna, conhecido como jana-nivasa, o último re-
que parece uma nuvem escura; komala-ahgah— com um corpo macio como a flor curso de todas as entidades vivas, também é conhecido como Devaki-nandana
de lótus; jayati jayati—todas as glórias; prthvi-bhdra-ndsah—àquele que liberta o 011 Yaáodã-nandana, o filho de Devaki e Yaáodã. Ele é o guia da dinastia Yadu
m u n d o inteiro de seu fardo; mukundah—aquele que dá liberação a todos. e, com Seus poderosos braços, mata todas as coisas inauspiciosas, bem como
todos os homens ímpios. Com Sua presença, Ele destrói tudo o que é inauspi-
doso para as entidades vivas, móveis e inertes. Seu rosto risonho e bem-
TRADUÇÃO—" 'Todas as glórias à Suprema Personalidade de Deus, que é co- aventurado sempre aumenta os desejos luxuriosos das gopis de Vrndãvana. Que
nhecido como o filho de Devaki. Todas as glórias à Suprema Personalidade de com Ele sempre esteja toda a glória e felicidade!' "
Deus, que é conhecido como a luz da dinastia de Vrsni. Todas as glórias » Su-
prema Personalidade de Deus, cujo brilho corpóreo lembra aquele de uma nuvem
Dignificado—Esta citação é do Srimad-Bhãgavatam (10.90.48).
recém-formada e cujo corpo é macio como uma flor de lótus. Todas as glórias
à Suprema Personalidade de Deus, que apareceu neste planeta para libertar o
mundo da sobrecarga de demônios e que pode dar liberação a todos.' " VERSO 80
VERSO 79
brilhante; nikhila—universal; parama-ãnanda—com bem-aventurança transcenden Lnente, dá a impressão de uma roda de fogo. Isto chama-se alãta-ãkãra, ou uma
tal; pürna—completo; amrta-abdheh—que é um oceano de néctar; gopi-bhartuh—d~ roda de fogo. Todo o círculo na verdade não é feito de fogo, mas é um fogo único
Pessoa Suprema, que é o mantenedor das gopfs; pada-kamalayoh—dos dois pés de emmovimento. Analogamente, o Senhor Sri Caitanya Maháprabhu é uma única
lótus; dãsa—do servo; ããsa-anudãsah—o servo do servo. personalidade, mas, ao dançar e pular alto em círculo, parecia-Se com o alãta-cakra.
TRADUÇÃO—'' 'Não sou brãhmana, não sou ksatriya, não sou vaiáya nem áüdra VERSO 83
Não sou brahmacãri, nem chefe de família, nem vãnaprastha nem sannyãsi. Só
Me identifico como o servo do servo do servo dos pés de lótus do Senhor Sri •psi afça attl âtel te? t<r59i 1
Krsna, o mantenedor das gopis. Ele é como um oceano de néctar, e é a causa
de bem-aventurança transcendental e universal. Sua existência é sempre brilhan-
te.' " nrfye prabhura yãhãn yãhhã pade pada-tala
sasãgara-éaila mahí kare talamala
SIGNIFICADO—Este verso encontra-se no Padyãvali (74). nrtye—enquanto dança; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; yãhãn yãhhã—
onde quer que; pade—pise; pada-tala—Seu pé; sa-sãgara—com os oceanos; saila—
VERSO 81 colinas e montanhas; mahi—a Terra; kare—faz; talamala—melinando-se.
çava, toda a Terra, com suas colinas e mares, parecia ficar inclinada.
eta padi' punarapi karilã pranãma
yoda-hãte bhakta-gana vande bhagavãn VERSO 84
eta padi'—recitando estes; punarapi—novamente; karilã—o Senhor ofereceu;
pranãma—reverências; yoda-hãte—de mãos postas; bhakta-gana—todos os devotos; GWf, caaqj I
*Í*W, «liSí,
vande—oferecem orações; bhagavãn—à Suprema Personalidade de Deus. maHstra fàa"f«1, ttf, 3$, C1W II V-8 II
TRADUÇÃO—Após recitar todos estes versos, que se encontram nas escrituras, stambha, sveda, pulaka, aéru, kampa, vaivamya
o Senhor novamente ofereceu Suas reverências, e todos os devotos, de mãos nãnã-bhãve vivaéatã, garva, harsa, dainya
postas, também ofereceram orações à Suprema Personalidade de Deus. stambha—ficando atordoado; sveda—transpiração; pulaka—júbilo; aéru—lágrimas;
tampa—tremor; vaivarnya—mudança d e cor; nãnã-bhãve—de diversas maneiras;
VERSO 82 vtoaéats—desamparo; garva—orgulho; harsa—exuberância; dainya—humildade.
foro fsj «jfpRHrt ç*t« 1 T^DuçÃo-Quando Caitanya Mahãprabhu dançava, manifestava diversas al-
8 t r a n 8 c e n
çap-oafa «CT cise « P i r < 5 - * r f * r t n t > «omo d e n t a i s de bem-aventurança em Seu corpo. Às vezes, parecia
86 e s t i v e 8 8 e
As v atordoado. Às vezes, os pelos de Seu corpo arrepiavam-se.
ze8
uddanda nrtya prabhu kariyã huhkãra p . '_
t o transpirava, chorava, tremia e mudava de cor, e, às vezes, trans-
cakra-bhrami bhrame yaiche alãta-ãkãra bhu; a
ia sintomas de desamparo, orgulho, exuberância e humildade.
M a h a
uddanda-pulando; nrfyfl—dançando; prabhu-Sri Caitanya P^jra;
kariyã— fazendo; huhkãra—vibração alta; cakra-bhrami—rodopiando; bnra
yaiche—como se; alãta-ãkãra—círculo de fogo. VERSO 85
ári
«Ultf «11481 *W5 fçai «nrV m I
T R A D U Ç Ã O — A o dançar e pular alto, bramindo como o trovão e rodopia
Caitanya Mahãprabhu parecia u m a roda de fogo. ^^<l*ta% cacç f c i c s CluítU II Kf II
482 érí Caitanya-caritãmrta O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 483
Madhya-lilã, 13 yerso 91
achada khãhã pade bhüme gadi' yãya loka nivãrite haila tina mandala
suvarna-parvata yaiche bhümete lofãya prathama-mandale nityãnanda mahã-bala
ãchãda khãhã—baqueando; pode—cai; bhüme—ao solo; gadi'—rolando; yãya— • v
ipka-as pessoas; nivãrite—para conter; haila—havia; fina—três; mandala—círculos;
suvarna-parvata—uma montanha de ouro; yaiche—como se; bhümete—p [ ^ ' e 0 c thama-mandale—no primeiro círculo; nityãnanda—o Senhor Nityãnanda; mahã-
lotãya—TÓla. S - d e grande força.
VERSO 89
VERSO 86
VERSO 88 VERSO 91
ver o Senhor Caitanya Mahãprabhu dançando, e sentiu grande êxtase. TRADUÇÃO—Absorto em assistir à dança de Sri Caitanya Mahãprabhu, Srivãsa
Thãkura não pôde entender por que estava sendo tocado e empurrado. Após
VERSO 92 jer empurrado repetidas vezes, ele ficou irado.
VERSO 93 VERSO 96
ttwt* «nrat ^façara ore* Sifàata 1 &m *JPI « t r a fag e r a i f è i a r a i
*c« «*tra "*if*f i r a , — ^ a s - f f t 11 a>« n « r w r a « « í t a ^ f a a t f à * « t r a 11 ss> 11
rãjãra ãge haricandana dekhe értnivãsa kruddha hahã tãhre kichu cãhe balibãre
haste tãhre sparéi' kahe,—hao eka-pãéa _ ãpani pratâparudra nivãrila tare
rãjãra ãge—na frente do rei; haricandana—Haricandana; dekhe—vê; ^""""ÍL r
Jj ??dha
ficando irado; tãhre—a Srivãsa Thãkura; kichu—algo; cãhe—quer;
Srivãsa Thãkura; haste—com sua mão; tdhre-a ele; sparsi'-tocando; tan<? ibãre—falar; ãpani—pessoalmente; pratâparudra—o rei Pratâparudra; nivãrila—
hao— por favor, vai; eka-pãéa—para um lado. •nterceptou; fdre-a ele.
VERSO 94 « í i t j a t a ^ r à ^ * ç f a 5 « - - » t « f «t^WI i
« r t a t a « t e m a t f f , «Jâ « « r a f c s E T l 11 &i n
a«ncac»t Sifàata r>gl ai wra i
bhãgyavãn tumi—ihhãra hasta-sparéa pãilã
*t* ata cfcra, ciral cwtn cai ad n ss n ãmãra bhãgye nãhi, tumi krtãrtha hailã
0 S e r m o r
TRADUÇÃO—O rei Pratâparudra disse: "És muito afortunado, pois foste a TRADUÇÃO—Tanto a deusa da fortuna, Subhadrã, quanto o Senhor Balarãma sen-
ciado com o toque de Srivãsa Thãkura. Eu não tenho tanta sorte. Deverias sentir jjjni grande felicidade e êxtase em Seus corações. Na verdade, viram-se-nOs
sorrindo para a dança.
te agradecido a e l e . "
VERSO 98
VERSO 101
«tç* f 5 i c f à ' c^tca* cat 5a«.«t* I
«ara Ç B B « Ç * w « « fà*ta |
«rfp «rtgai, srtstcaa «rtaaf «i*fta 11 sv 11
«tè aff%« « t a feaa *aaaast»i n u
prabhura nrtya dekhi' loke haila camatkãra
uddanda nrtye prabhura adbhuta vikãra
anya ãchuk, jagannãthera ãnanda apara
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; nrtya—dança; dekhi'—vendo; loke— asta sãttvika bhãva udaya haya sama-kãla
todos; fiaáa—ficaram; camatkãra— maravilhados; anya ãchuk— para não falar dos outros; uddanda—pulando; nrtye—dançando; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu;
jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; ãnanda apara—houve extrema felicidade. adbhuta—maravilhosas; vikãra—transformações; asta sãttvika—oito classes transcen-
dentais; bhãva—êxtase; udaya haya—despertam; sama-kãla—simultaneamente.
TRADUÇÃO—Todos se maravilharam com a dança de Sri Caitanya Mahãprabhu,
e até o Senhor Jagannãtha ficou extremamente feliz ao vê-lO dançar. T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Caitanya Maháprabhu dançava e pulava alto, comprova-
vam-se em Seu corpo oito transformações maravilhosas, indicativas de êxtase
VERSO 99 divino. Observavam-se todos estes sintomas de uma só vez.
eka eka dantera kampa dekhite lãge bhaya deha-kãnti gaura-varna dekhiye aruna
loke jãne, danta saba khasiyâ padaya kabhu kãnti dekhi yena mallikã-puspa-sama
eka eka—um após outro; dantera—de dentes; kampa—movimento; dekhife—d Atha-kãnti—do fulgor do corpo; gaura-varna—tez branca; dekhiye— todos viram;
e
TRADUÇÃO—Na verdade, as pessoas ficaram tomadas de pavor só de verem Seus TRADUÇÃO—Todos viram a tez de Seu corpo, antes branca, ficar cor-de-rosa, de
dentes rangendo, e até pensaram que Seus dentes iriam ser projetados para fora modo que Seu esplendor assemelhava-se ao da flor mallikã.
«Ç*if% cwfa cast arpisi-^pm n a°* n kabhu nefre ndsdya /a/a, mukhe pade phena
amrtera dhãrã candra-bimbe vahe yena
490 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-rijj 13 Serão U * O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 491
kabhu—às vezes; netre—dos olhos; nãsãya—das narinas; jala—água; mukhe—4. ^noava-nrtya chãdi ' - a b a n d o n a n d o tal dança devastadora; svarüpere-a Svarupa
boca; pade—caía; pherw—espuma; amrtera—de néctar; driifrá— torrentes; cundra- raniodara; djhd dila-deu u m a ordem; hrdaya-mente; /ffnfyd-conhecendo;
bimbe—áa lua; twhe—fluíssem; yena—como se. SCTirfirxJ-Svarúpa Dãmodara; gdite lãgila-começou a cantar.
l o
tãndava-nrtya chãdi' svarüpere ãjhã dila Mahãn^uí~ Tào
8 ° Svarupa Dãmodara cantou alto este refrão, Sri Caitanya
hrdaya jãniyã svarupa gaite lãgila voltou a dançar ritmicamente em bem-aventurança transcendental.
Sri Caitanya-caritãmrta Verso l l 9 O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 493
Madhya-lilã, 13
jagannãthe—no Senhor Jagannãtha; magna—absortos; prabhura—do ^ Para K ^ ^ ' d a , dedicou-Se a Seus passatempos em Dvãrakã. Ao ir
Caitanya Mahãprabhu; nayana-hrdaya—os olhos e a mente; ^ ' "^ çâo rí nasta uruksetra com Seu irmão e irmã e com outros habitantes de Dvãrakã, Krsna
enta C S e de n o v o
^ * ?~' com o s habitantes d e Vrndãvana. Sri Caitanya Mahãprabhu
Seus dois braços; kare—realizou; gltera—da canção; abhinaya—movim é r a h
b v a d u t s u v a l i t a
Radrr ' . ' V ' ' > isto é, o próprio Krsna que assume o papel de Srimati
dramática. 15 a de c o m r e
Sfi Krsrf* . *™ P e n d e r Krsna. O Senhor Jagannãtha-deva é Krspa, e
3
n condu^ ^ ^ " y Mahãprabhu é Srimafl Rãdhãrani. O ato de Caitanya Mahãprabhu
TRADUÇÃO—Com Seus olhos e mente inteiramente absortos ° ^ a a n C áo 11 0 e r m o r
atodes" ^ ° ^ Jagannãtha rumo ao templo de Gundicã correspondia ao
Jagannãtha, Caitanya Mahãprabhu começou a representar o drama
"rnarj Rãdhãrani levando Krsna rumo a Vrndãvana. Sri Kçetra, Jagannãtha
com Seus dois braços.
494 Sri CãiUnya-caritàmrU Madhya-Dià, 13 O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã
123 495
Puri, foi rida como o reino de Dvãrakã, o local onde Krsna goza de op ia yah kaumãra-harah sa eva hi varas td eva caitra-ksapds
0 3
suprema. Entretanto, Sri Caitanya Mahãprabhu O conduzia rumo a Vindãv" * te cmmüita-rrulhti-surabhayah praudhãh kadambdnilãh
3 n a
a aldeia simples onde todos os habitantes vivem absortos em amor extátíc ' sã caivdsmi tathãpi tatra surata-vydpdra-ltld-vidhau
Krsna. Sri Kserra é um lugar de aiévarya-lflã, assim como Vrndãvana é a terr revd-rodhasi vetasl-taru-tale cetah samutkanthate
mddhurya-Ülã. Ao seguir atrás do ratha, Sri Caitanya Mahãprabhu indicava . __ n ela mesma pessoa que; kaumãra-harah—o ladrão de meu coração du-
a U
o Senhor Jagannãtha, Krs ria, estava Se esquecendo dos habitantes de Vrndã ^ a juventude sufi—ele; eva hi—decerto; varah—amante; tâh—estas; eva—
3
Embora Krsna houvesse negligenciado os habitantes de Vrndãvana, não norf caitra-ksapdh—noites enluaradas do mês de Caitra; te—aquelas; ca—e;
esquecê-los. Assim, em Seu opulento Ratha-yãtrã, Ele estava voltando D * ^ r t (j—frutificadas; mãlati— de flores mãlati; surabhayah—aromas; praudhdh—
Vrndãvana. No papel de Srimatl Rãdhãrani, Sri Caitanya Mahãprabhu estava kadamba—do aroma da flor kadamba; anilãh—as brisas; sa"—aquela; ca—
investigando se o Senhor ainda Se lembrava dos habitantes de Vrndãvana £
b é m eva— com certeza; asmi—eu sou; tathãpi—todavia; tatra—ali; surata-
Quando Caitanya Mahãprabhu ficava para trás do carro do Ratha, Jagannátha- ™ft*frfl—ern relações íntimas; /f/d—de passatempos; vidhau—da maneira; revã—
deva, o próprio Krsna, entendia a intenção de Srimati Rãdhãrani. Portanto às dorióchamado Revã; rodhasi—às margens; vetasi—chamada Vetasi; taru-tale—ao
vezes, Jagannãtha ficava atrás da dança de Sri Caitanya Mahãprabhu para mostrar pe da arvore; cetah—minha mente; samutkanthate—está muito ansiosa de ir.
a Srimati Rãdhãrani que Ele não A esquecera. Assim, o Senhor Jagannãtha aguar-
dava no ratha pela nova partida de ambos. Dessa maneira, o Senhor Jagannãtha
concordava que, sem o êxtase de Srimati Rãdhãrani, Ele não podia sentir-Se sa- TRADUÇÃO—"Aquela mesma personalidade que cativou meu coração durante
tisfeito. Enquanto Jagannãtha aguardava assim, imediatamente Gaurasundara minha juventude é novamente meu amo. Estas são as mesmas noites enluara-
Caitanya Mahãprabhu, em Seu êxtase de Srimati Rãdhãrani, vinha em direção dasdo mês de Caitra. Há a mesma fragrância de flores mãlati, e as mesmas brisas
a Kr$rta. Em tais momentos, o Senhor Jagannãtha seguia adiante, bem devagar. doces sopram da floresta de kadamba. Em nossa relação íntima, sou também
Todas estas trocas competitivas faziam parte do romance amoroso entre Krsna a mesma amante, todavia, minha mente não está feliz aqui. Anseio voltar aque-
e Srimati Rãdhãrani. Nesta competição entre o êxtase do Senhor Caitanya por le local às margens do Revã, ao pé da árvore Vetasi. E isto o que desejo."
Jagannãtha e o êxtase de Jagannãtha por Srimati Rãdhãrani, Caitanya Maháprabhu
saiu vitorioso.
SKNmCADO—Este verso aparece no Padyávall (382), de Srila Rüpa Gosvãmi.
VERSO 120
atfas alfas «flga c a t l « f a t i a i VERSO 122
«f»f OU* »tC? a»f%» obesas n >v 11
5
VERSO 126
* ^ n u ^ ° ~ ~ " K u r u k s e t r a está apinhada de gente, com seus elefantes e cavalos,
a
« r a t * t c a ?íf1 ?Ca« TO facial I dos,e 1 u e a r das quadrigas. Em Vrndãvana, contudo, existem jardins flori-
ca*, f f l b ca*, «tífà, ca*, ai a v a u « P°de-se ouvir o zumbido das abelhas e o gorjeio dos pássaros."
ári Caitanya-caritãmrta 4 O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 499
498 Madhya-liü, Ver*»"
ihãh—aqui, em Kuruksetra; rãja-veéa—vestido como um príncipe; sahge—contigo bhãgavate-no Srimad-Bhãgavatam; ache—há; yaiche—como; rãdhikã-vacana—a afir-
saba—todos; ksatriya-gana—grandes guerreiros; tãhãn—lá, em Vrndãvana; gopa' mação de Srimati Rãdhikã; pürve—antes; tãhã— isto; sütra-madhye—na sinopse;
kariyâchi varnana—descrevi.
veéa—vestido como u m vaqueirinho; sahge—contigo; murali-vãdana—a sopro de
Tua flauta transcendental.
T R A D U Ç Ã O — " A q u i , em Kuruksetra, Te vestes como um príncipe, acompanha- TRADUÇÃO—Já descrevi sucintamente a afirmação de Srimati Rãdhãrani, afir-
do de grandes guerreiros, porém, em Vrndãvana, apareceste como um simples mação esta encontrada no árimad-Bhagavatani.
vaqueirinho, m u n i d o apenas de Tua bela flauta."
VERSO 133
VERSO 130
c r * « t a t c a c i « f ç *fc? «rni cstia*1
atra c«íata ira ca* 3a-«rraiaa i 5
C l * . 1 1 C í í t r a a « « f Iff* arai d t l I I i « * > I I
e i * ^ai^csa * * 1 «Tf* 15*1 II i®° II
sei bhãvãveée prabhu pade ãra éloka
vraje tomara sahge yei sukha-ãsvãdana sei saba élokera artha nãhi bujhe loka
sei sukha-samudrera ihãh nãhi eka kana sei—isto; bhãva-ãveée—em êxtase; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; pade— recita;
vraje—em Vrndãvana; tomara—de Ti; sahge—na companhia; yei—que; sukha-ds- «m-outro; éloka—verso; sei—aqueles; saba élokera—de todos os versos; artha—
vãdana—gosto de bem-aventurança transcendental; sei—aquele; sukha-samudrera- significado; nãhi—não; bujhe—entendem; loka—pessoas em geral.
do oceano de bem-aventurança transcendental; ihãh—aqui, em Kuruksetra; ntfhi-
não há; efai-uma; kana—gota.
TRADUÇÃO Neste êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu recitou muitos outros
TRADUÇÃO—"Vejo que aqui não há nem mesmo uma gota do oceano de felicidade versos, mas as pessoas em geral não p o d e m entender o significado deles.
transcendental que contigo desfrutei em V r n d ã v a n a . "
VERSO 134
VERSO 131
•roí-cstritfaí «nca, ai ira wf «ta i
« m i 9WPl «jJB l " W *RW ^arflCI I
Slaif-cititf-áP ca*i ci Ta* «f&fa II i«8 n
«ei «rtata acaiat*1 *a «' 3?M n » -
ama" Jaria" puna/i lilã karaha vrndãvane svarüpa-gosãhi jãne, nã kahe artha tara
a;
tabe ãmãra mano-vãhchã haya ta' pürane __realrz 5^ érf-rüpa-gosãhi kaila se artha pracãra
- tor
ímã lahã—levando-Me; punah—de novo; /tia"— passatempos; V^jnha ^anha'— "' 30
~ S v a r u a
P Dãmodara Gosvãmi; jãne—conhece; nã— não; fca/te—
vrndãvane—em Vrndãvana; /abe—então; amara manah-vãhchã—o desejo kaüa- . ° fez
s i
8 n i r i c a
d o ; tóra—desses versos; éri-rüpa-gosãhi— Sri Rüpa Gosvãmi;
mente; haya—torna-se; fa'—de fato; pürane—na satisfação. ' ^"-isto; artha—do significado; pracãra—divulgação
T R A D
UÇÃO— S
TRADUÇÃO—"Portanto, peço-Te que venhas a Vrndãvana para gozare9 de P s v a r í |
*as não p a Dãmodara Gosvãmi conhecia o significado desses versos,
satempos comigo. Caso faças isto, satisfarei Minha ambição.
revelava. Contudo, Sri Rüpa Gosvãmi divulgou aquele significado.
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-fii^ 1137 O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 501
500
nrtya-madhye sei éloka karena pathana ° anter Seus suaves pés de lótus ali. Quando os grãos de areia dos campos
0 , 1
_ _ de Vrndãvana magoavam esses pés de lótus, as gopfs sentiam dor
svarupa sahge—na companhia de Svarupa Dãmodara Gosvãmi; yd>a—do n t a e m
artha—significado; kare—faz; aswfldami—sabor; nrtya-madhye—em meio à dança- de P ..,, i rV.nra» Ac oinfc ntioriam
• manter .renao BAmnrs
-1— om
—-— raca—
éloka—aquele verso; karena pathana—recita. L^nsa ecomeçavam a chorar. As gopis queriam manter Krsna sempre em casa,
dessa maneira, suas mentes viviam absortas em consciência de Krsna. Somen-
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o dançava, Sri Caitanya Mahãprabhu começou novamente te em Vrndãvana é que esta consciência de Krsna pode despertar. Assim, Sri
Caitanya Mahãprabhu começou a expor Sua própria mente, que estava impreg-
a recitar aquele verso, que saboreou na companhia de Svarupa Dãmodara
nada do êxtase das gopfs.
Gosvãmi.
VERSO 137
VERSO 136
«icira wm—aa, cara aa—aaitaa,
a r p ç c s a f ã a - a t s nwraftav 'aca' 'aca' <m asfir wtfa i
caTMacflSjfrà f ã f r e j a i w i T c a : i «iti csrara •taaa, *ara afã «aa,
aMlif^íwiliiilvia* «ca estara 3«f ? i i atfã II .-«i H
PNjt aatan" a ^ ç i f a í n - a w i m I »** i
anyera hrdaya—mana, mora mana—vrndãvana,
âhué ca te nalina-nãbha padãravindarh 'mane' 'vane' eka kari' jãni
yogeévarair hrdi vicintyam agãdha-bodhaih tãhãn tomara pada-dvaya, karaha yadi udaya,
samsãra-küpa-patitottaranãvalambam tabe tomara pürna krpã mãni
gehath jusãm api manasy udiyãt sadã nah anyera—de outros; hrdaya—consciência; mana—mente; mora mana—Minha mente;
ãhuh—as gopis disseram; ca—e; fe—Teu; nalina-nãbha—6 Senhor, cujo umbigo vpidaoana—consciência de Vrndãvana; mane—com a mente; ume—com Vrndãvana;
é como uma flor de lótus; pada-aravindam—pés de lótus; yoga-iévaraih—por grande» Aakan —como a mesma coisa; jãni—entendo; tãhãn—ali, em Vrndãvana; tomara—
yogfs místicos; hrdi— dentro do coração; vicintyam—objeto de meditação; agãdha- Mo»; paaa-dwrya—dois pés de lótus; karaha—fazes; yadi—se; udaya—aparecimento;
bodhaih—que são filósofos de extrema erudição; sathsára-küpa—no poço escuro a *W-então; tomara—Tua; pürna—completa; krpã— misericórdia; mãni—aceito.
existência material; patifa—dos caídos; uttarana—para a salvação; avalarnbam—o u
refugio; geham—em afazeres domésticos; jusãm—daquelas ocupadas; «pi-ernbc ^ u a o - A s s u m i n d o a atitude de Srimati Rãdhãrani, Caitanya Mahãprabhu
:
manasi—nas mentes; udiyãt—que seja despertada; sadã—sempre; nah—nossa. 'Para a maioria das pessoas, a mente e o coração são a mesma coisa,
m o
a j J ° Minha mente nunca se afasta de Vrndãvana, considero que Minha
w
Vn
j * d ã v a n a são a mesma coisa. Minha mente já é Vrndãvana, e, já q u e
v
uma flor de lótus, Teus pés de lótus são o único refúgio para aqueles Tua misericórdia completa.' "
afundados no poço da existência material. Grandes yogis B U S t l C
° ? ^ d o . D*" i n
SjCKm
de extrema erudição adoram Teus pés, nos quais estão sempre me ' •ejar n a C 1 u a n d o e n t e livra-se de designações é que alguém pode de-
a m
l P a n h Í a da S u r e m a
sejamos que a lembrança destes pés de lótus possa também ser despe ^ ^ ^ ** ^ocu P Personalidade d e Deus. A mente precisa estar
P a d a U m a
de nossos corações, embora sejamos apenas simples mocinhas ocupa "'"Pode f i ' ^ Pessoa deseja livrar-se das coisas materiais, sua mente
zeres domésticos.' " vazia; deve-se dar-lhe assuntos para pensar, sentir e desejar. A
502 ári Caitanya-caritãmrta Madhy -lii
a í< 13 O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 503
menos que fique saturada de pensamentos sobre Krsna, sentimentos por K IO " 'Meu querido Krsna, outrora, quando residias em Mathurã, en-
3
e um desejo de servir a Krsoa, nossa mente ficará impregnada de atividad Uddhava para ensinar-Me conhecimento especulativo e yoga mística. Agora
teriais. Aqueles que abandonaram todas as atividades materiais e deixar o quem Me fala a mesma coisa, mas Minha mente não aceita isso.
m e s t n
pensar nelas, devem sempre manter a ambição de pensar em Krsna. Sem ^ ^[Jjjriha mente, não há lugar para jhãna-yoga ou dhyàna-yoga. Embora Me
não se pode viver, da mesma forma que uma pessoa não pode viver sem D muito bem, mesmo assim insistes em Me instruir sobre jnána-yoga
r
ciou ar algum desfrute para a sua mente. P° " ^dh ãna-yoga- Não é correto o que estás fazendo.' "
VERSO 138
gcNlFiCADO—O processo de yoga mística, o método especulativo para investi-
« r t a a i a , *>a cata T 5 j f à c a a a 1 »ar a Suprema Verdade Absoluta, não chama a atenção de quem vive absorto
a w - w t a t a awa, «i$1 c s i a f a a«ra, ení pensamentos sobre Krsna. O devoto não se interessa em absoluto por ativi-
a i trcci a i aca «rtaa i n ^ v - n * n dades especulativas. Em vez de cultivar conhecimento especulativo ou praticar
yoga mística, o devoto deve adorar a Deidade no templo e ocupar-se o tempo todo
prãna-nãtha, éuna mora satya nivedana a serviço do Senhor. A adoração à Deidade no templo, realizada pelos devotos,
vraja—amara sadana, tãhãn tomara sahgama, é o mesmo que serviço direto ao Senhor. A Deidade é conhecida como arcã-vigraha
rut pãile nã rahe jlvana ou arcã-avatãra, uma encarnação d o Senhor Supremo sob a forma de uma mani-
prãna-nãtha—6 meu Senhor, dono de Minha vida; suna—por favor, ouve; mora- festação material (bronze, pedra ou madeira). Em última análise, não há diferença
Meu; satya—sincero; nivedana—apelo; vraja—Vrndãvana; ãmãra—Meu; saaaru— entre Krsna manifesto na matéria ou Krsna manifesto no espírito, pois tanto a
lar; tãhãn—lá; tomara—Tua; sahgama—companhia; nã pãile—caso não consiga; nã— ••teria quanto o espírito são Suas energias. Para Krsna, não há distinção entre
não; rahe— permanece; jlvana—vida. matéria e espírito. Sua manifestação sob a forma material, portanto, é tão boa
quanto Sua forma original, sac<id-dnanda-vigraha. O devoto constantemente ocu-
pado em adorar a Deidade, de acordo com as regras e regulações estabelecidas
TRADUÇÃO—" 'Meu querido Senhor, por favor, ouve Meu apelo sincero. nos éãstras e dadas pelo mestre espiritual, acaba compreendendo que está em con-
Vrndãvana é Meu lar, e Eu desejo associar-Me contigo lá. Porem, caso não con- tato direto com a Suprema Personalidade de Deus. Assim, perde todo interesse
siga isto, ser-Me-á muito difícil manter a Minha vida.' " no que se chama de meditação, prática de yoga e especulação mental.
VERSO 139
VERSO 140
•tc<fe«a-ttta, aca - T W « . «tfatca,
fl"8 arf?' estai cies, fàaca &tfa «irares,
cain-wtca afà«ri s i t a i
ai afà, alfa atfpatc* i
f f à - f t t * ?Hlaa, «ria* «nata wn»
stea «ma f»wi a^ata, ctpf afai<ari ata,
calca <kx aifâcs ai a^rta • i
T i a t i t a ai a^i fàttca 11.8° 11
pürve uddhava-dvãre, ebe sãksãt ãmãre, citta kãdhi'tomã haite, visaye cãhi lãgãite,
yoga-jhãne kahilã upãya yatna kari, nãri kãdhibãre
tumi—vidagdha, krpãmaya, jânaha ãmãra hrdaya, tare dhyãna éiksã karaha, loka hâsãhã mãra,
more aiche kahite nã yuyãya sãksãt- ^ sthãnãsthãna nã kara vicãre
a o r a
pürve—outrora; uddhava-dvãre—por intermédio de Uddhava; 8 ' i ção l M a danosk^"' ~ a f a s t a n d o a
consciência; foma" haite—de Ti; visaye—em assuntos mun-
&r
diretamente; ãmãre—a Mim; yoga—meditação em yoga mística; jhãne— *°~Zfa nj^ ' Qf
'"'—quero; lãgãite—ocupar; yatna kari—Eu Me esforço; nãri kãdhibãre—
e n
filosófica; kahilã— disseste; upãya—o meio; fumi—Tu; vidagdha—muito ^ n i e n t e ;
0
kanha^l
a f a s t
a r ; tare—a esta serva; dhyãna—de meditação; éiksd— instrução;
krpd-maya—misericordioso; jânaha—conheces; ãmãra—Minha; "^"^^ado ^.^J" u
dás; loka—pessoas em geral; hásãhã—riem; mãra—matas; sthãna-
more—a Mim; aiche—dessa maneira; kahite—falar; nã yuyãya—não é nada u
~~ Rar próprio ou impróprio; rui kara—não fazes; vicãre—consideração.
Sri Caitanya-caritãmrta Verso 142 O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 505
504 Madhya-lilà, \ 3
T R A D U Ç Ã O — C a i t a n y a Mahãprabhu prosseguiu: " 'Gostaria de afastar Minha SjGNfflCADO-Srila Prabodhãnanda Sarasvati afirma (Caitanya-candrãmrta 5):
consciência de Ti e ocupá-la em atividades materiais, porém, por mais q U e
tente, não consigo fazer isso. Sinto-Me naturalmente inclinada apenas a Ti. Po, kaivalyam narakdyate tridaéa-pür âkãéa-puspãyate
tanto, quando Me instruis para que Eu medite em Ti, isto é simplesmente ridí durdãntendriya-kdla-sarpa-patall protkhãta-damstrdyate
culo! Dessa maneira, estás Me matando. Não é muito bom que penses em Mim .viévam pürna-sukhdyate vidhi-mahendrâdié ca kifãyate
como alguém que aceitará estas Tuas instruções.' " yat kãrunya-katdksa-vaibhava-vatãm tath gauram eva stumah
SIGNIFICADO—Srila Rüpa Gosvãmi diz no Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.1.11). Para o devoto puro que tenha compreendido a consciência de Krsna através de
Sri Caitanya Mahãprabhu, a filosofia monista pela qual alguém se torna uno com
anyâbh ilâsitâ-éünyam o Supremo parece infernal. A prática de yoga mística pela qual a mente é contro-
jhãna-karmãdy-anãvrtam
lada e os sentidos subjugados também parece ridícula para um devoto puro. A
mente e os sentidos do devoto já estão ocupados no transcendental serviço ao
ãnukülyena krsnãnu-
éllanarh bhaktir uttama
Senhor. Dessa maneira, removem-se os efeitos venenosos das atividades dos sen-
tidos. Se ocuparmos a mente sempre a serviço do Senhor, não haverá possibili-
dade de pensarmos, sentirmos ou agirmos materialmente. De modo semelhante,
Para o devoto puro, não tem cabimento a prática de yoga mística ou o cultivo de
o devoto não vê como sendo mais do que uma simples f antasmagoria a tentativa
filosofia especulativa. É deveras impossível que um devoto puro ocupe Sua mente
dos trabalhadores fruitivos de alcançar os planetas celestiais. Afinal de contas,
nessas atividades indesejáveis. Mesmo que o devoto puro quisesse fazer isto, sua
os planetas celestiais são materiais, e, no devido curso do tempo, serão dissolvi-
mente não permitiria. Esta é uma característica do devoto puro — ele é transcen-
dos. Os devotos não se importam com essas coisas temporárias. Eles ocupam-se
dental a toda atividade fruitiva, à filosofia especulativa e à meditação da yoga mís-
em atividades devocionais transcendentais, pois desejam elevar-se ao m u n d o es-
tica. Por isso, as gopis expressaram-se da seguinte maneira.
piritual, onde podem viver eterna e pacificamente e com pleno conhecimento de
Krsna. Em Vrndãvana, as gopis, os vaqueirinhos, e mesmo os bezerros, vacas,
VERSO 141 árvores e água, são plenamente conscientes de Krsna. Eles jamais se satisfazem
com outra coisa senão Krsna.
•ata «Uü f t ç c i i c m i
1
VERSO 142
GSffl* mrç-»tfa»ilfcl. s t * icn f f t M a ,
«fsi' C t f r t l WfíOá ItW (3T1II -8i II cwa-^fs mft m, ixTftf«t istti s t ? ,
1
^-Dcir!T'~ ' P°
C O N C E T 0
nãhi—não; yãra—aquele cujo; samsãra-
• mais satisfa ' B4
-não° ÇO e S C U r
° ^ m a t e r i a l
; kãhãh—onde está; tara—dele; tãhã-haite—disso;
TRADUÇÃO—" 'As gopis não são como os yogis místicos. Elas I A
v0 gí5 Ie
da ^ J J ' ^ — d e s e j a ; uddhãra—liberação; viraha-samudra-jale—na água do oceano
se-ão simplesmente por meditar em Teus pés de lótus e imitar os Q nd"
Ua
'""««Sua- 7 - g ' k — o Cupido transcendental sob a forma do peixe
k ü m a t i m i n
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: " 'As gopis estão _ . a rasa-ãdika Mã—os passatempos da dança da rasa; sei—isto; vrajera—de
;
das no grande oceano da saudade, e os peixes ti mingua, que representai W jãvana; vraja-jana—habitantes; mãtã—mãe; pitã— pai; bandhu-gana—amigos;
1
bicão delas em Te servir, estão devorando-as. As gopis têm que ser libert d" crm—tão maravilhosos; kemane pãsarilã—como é que Te esqueceste.
8
das bocas destes peixes timihgila, pois elas são devotas puras. Como não'.**
nenhum conceito material de vida, por que deveriam elas aspirar à libera I • ouçAO—" espantoso que Te tenhas esquecido da terra de Vrndãvana. E
W ?
As gopis não desejam a liberação tão ambicionada pelos yogis e jhãnis ° T
é que conseguiste Te esquecer de Teu pai, mãe e amigos? Como foi que
0
já se libertaram do oceano da existência material.' " Te esqueceste da Colina de Govardhana, da margem do Yamunã e da floresta
onde desfruUste da dança da rãsa-lllã?' "
S I G N I F I C A D O — O conceito corpóreo é decorrente do desejo de gozo material Isto
chama-se vipada-smrti, que é o oposto de vida verdadeira. A entidade viva é serva VERSO 144
eterna de Krsna, porém, ao desejar desfrutar do m u n d o material, não pode pro-
gredir na vida espiritual. Jamais se pode ser feliz através do progresso material fã**, f ? , awj*ja, «jtfcl» fa«> «HWi
Isto também afirma-se no Srimad-Bhãgavatam (7.5.30): adânta-gobhir visatãrh tamisnmi
«jfà, cstata (rifai c t a r e t a i
punah punas carvita-carvanãnãm. Por meio de sentidos descontrolados, a pessoa
pode progredir em direção à condição infernal. Ela poderá continuar a mastigar «ca ca cstata aa, «tf* iica
o mastigado, isto é, a aceitar repetidos nascimentos e mortes. As almas condicio- c a - ^ r r a u swa-fà-rta n 188 n
nadas utilizam a duração de vida entre o nascimento e a morte apenas para
ocuparem-se nas mesmas velhas atividades — comer, dormir, acasalar-se e vidagdha, mrdu, sad-guna, suétla, snigdha, karuna,
defender-se. Essas mesmas atividades são encontradas nas espécies animais in- tumi, tomara nãhi dosãbhãsa
feriores. Já que estas atividades se repetem, ocupar-se nelas é como mastigar aquilo tabe ye tomara mana, nãhi smare vraja-jana,
que já foi mastigado. Se alguém conseguir abandonar a ambição de ocupar-se se—ãmãra durdaiva-vilãsa
em vida material vulgar e, ao invés disto, adotar a consciência de Krsna, libertar- vidagdha—muito refinado; mrdu—amável; sat-guna—dotado de todas as boas qua-
se-á das estritas leis da natureza material. Ninguém precisa fazer um esforço lidades; su-éüa—bem-comportado; snigdha—afável; karuna—misericordioso; tumi—
extrínseco para libertar-se. Basta ocupar-se a serviço do Senhor que a liberação Tu; tomara—Tua; nãhi—não há; dosa-ãbhãsa—sequer um resquício de culpa; tabe—
vem automaticamente. Portanto, como Srila Bilvamahgala Thãkura diz, muktih não obstante; ye—na verdade; tomara—Tua; mana—mente; nãhi—não; smare—se
svayam mukulitãnjali sevate 'smãn: "A liberação encontra-se diante de mim e, de lembra; vraja-jana—dos habitantes de Vrndãvana; se—isto; ãmãra—Meu; durdaiva-
mãos postas, oferece-me seus préstimos.'' vüdsa—sofrimento de más ações passadas.
VERSO 143
T R A D U Ç Ã O - " 'Krsna, certamente és um cavalheiro refinado, dotado de todas
f * N n , csttatfa, aa^i-^jâia, aa, as boas qualidades. Tens um comportamento exemplar, és afável e misericor-
ca* atatfãas «ftan i •oso. Reconheço que nem um resquício de culpa é encontrado em Ti. Não obs-
•ante. Tua mente nem sequer se lembra dos habitantes de Vrndãvana. Isto, e
c a * acsra srerwa, afsl, f*tet, a f i a ,
nenhuma outra coisa, é Minha única desventura.' "
a? fèa, c^ac» «ttafàífi 11 i 8 « n
prãna-priye—ó Minha queridíssima; éuna—por favor, ouve; mora—de Mim; e- Em Vrndãvana, Krsna é o instrumento de Srimati Rãdhãrani; por isso, todos os
satya-vacana—esta afirmação veraz; tomã-sabãra—de todos vós; smarane—pela lem- habitantes de Vrndãvana ainda cantam "]aya Rãdhe". Pela própria afirmação feita
brança; jhuroh—choro; muni—Eu; rãtri-dine—tanto de dia quanto de noite; mora por Krsna nesta passagem, subentende-se que Rãdhãrani é a rainha de Vrndãvana
duhkha—Minha aflição; nã jãne—não conhece; kona jana—ninguém. e que Krsna é simplesmente Sua decoração. Krsna é conhecido como Madana-
mohana, o encantador de Cupido, porém, Srimati Rãdhãrani é a encantadora de
TRADUÇÃO—" 'Minha queridíssima Srimati Rãdhãrani, por favor, escuta-Me e N-Sna. Logo, Srimati Rãdhãrani chama-Se Madana-mohana-mohini, a encanta-
ou virás da Minha boca somente a verdade. Passo os dias e as noites choran dora do encantador de Cupido.
só de lembrar-Me de todos vós, habitantes de Vrndãvana. Ninguém sabe o quão VERSO 151
triste isto Me deixa!' "
cstal-aata c«laaca, «itatcas a*fà«i ac*t,
SIGNIFICADO—Afirma-se: vmdãvanam parityajya padam ekam nagacchati. ^ ^ ^. r u
fl
«ufa cstata «itta casa*» i
tido, Krspa, a Personalidade de Deus original (lévarah paramah krsnah sac-cid-a ^ ^ cstal-aal t?t?ti3Jl, «rtal g*-cac»t •raü,
vigrahah), não dá n e n h u m passo que não seja em Vrndãvana. No entan ^ ' m a t a r
de cuidar de vários afazeres, Krsna teve que deixar Vrndãvana. Teve que ^ atfàatcç ?wa «ias» 11 5« 11
l e
Karhsa em Mathurã, e então Seu pai levou-O a Dvãrakã, onde Ele y * j . m o n O S
tomã-sabãra—de todos vós; prema-rase— pelo êxtase e doçuras dos romances amo- sei satl premavatt, premavãn sei pati,
rosos; ãmãke—a Mim; karilã—fizestes; vase—subserviente; ãmi—Eu; tomara—de vós- viyoge ye vãhche priya-hite
adhlna—subserviente; kevala—apenas; tomá-sabã— de todos vós; chãdâhã-i nã gane âpana-duhkha, vãhche priyajana-sukha,
separando; amtf— a Mim; düra-deée—a terras distantes; iuruf—levando; rãkhiyãche— sei dui mile achate
manteve; durdaiva—infortúnio; prabala—muito poderoso. seisatí-esta casta esposa; premo-wíf-cheia de amor; prema-Mín-amante; sei
puti-este esposo; viyoge—na separação; ye—que; vãhche— desejam; priya-hite—
TRADUÇÃO—' "Minha querida Srimati Rãdhãrani, sempre sou subserviente aos para o bem-estar do outro; nãgane-e não se importam; rfrwrw-du/irV/uj-como sua
romances amorosos de todos vós. Estou apenas sob vosso controle. Minha sepa- infelicidade pessoal; vãhche—desejam; priya-jana-sukha—a felicidade de seu que-
ração de vós para estabelecer residência em lugares distantes ocorreu devido ao rido amor; sei—esses; dui—dois; mile—encontram-se; acirâte— sem demora.
Meu grande infortúnio.' "
TRADUÇÃO—" 'Quando separados, uma esposa casta e amorosa e um esposo
VERSO 152 amoroso desejam tudo de bom um para o outro e não se importam com sua feli-
cidade pessoal, desejando apenas o bem-estar um do outro. Esse casa] por certo
falai f ã f s - J w t V i , fcefo fètavaw fàai, que reencontrar-se-á sem demora.' "
«TÍà #\c*,—a a«j «tata 1
VERSO 154
cara W»M cttca aca, «t* <íft aal aca,
^* «ca sfc* atca «ta n -n« atfãc« cstara «fti», cafâ «rtfà araraa,
« t * «rcw wffã fàf«-fàf« i
priyd" priya-sahga-hlnã, priya priyã-sahga vinã,
nãhi jíye,—e satya pramãna
c«ta1-aca a-fà', fàf« afà as«jjt,
mora daéã éone yabe, tãhra ei daéã habe, «tal «Jà ataa cara ffis 11 .«s 11
ei bhaye duhhe rãkhe prãna
priyã—a mulher amada; priya-sahga-hlnã— separando-se do amado; priya—o rãkhite tomara jlvana, sevi ãmi nãrãyana,
homem amado; priyã-sahga vinã— separando-se da amada; nãhi jlye— não pode tãhra éaktye ãsi niti-niti
viver; e satya pramãna—esta é uma evidência real; mora—Minha; daéã—situação; tomã-sane kridã kari', niti yãi yadu-purt,
éone yabe—quando um fica sabendo; tãhra—sua; ei—esta; daéã— situação; habe- tãhã tumi mânaha mora sphürti
haverá; ei bhaye—por medo disto; durifie-ambos; rãkhe prãna—mantêm suas vidas. rfkhite—só para manter; tomara jlvana—Tua vida; sevi ãmi nãrãyana—sempre adoro
o Senhor Nãrãyana; tãhra éaktye—pela potência dEle; «si niti-niti—vou a Ti diaria-
mente; tomã-sane—contigo; kridã kari'—desfrutando de passatempos; niti— todos
TRADUÇÃO—" 'Quando a mulher separa-se do homem a quem ela ama, ou °Jjdias; yãi yadu-purt— regresso a Dvãrakã-dhãma, conhecida como Yadu-puri;
homem separa-se de sua amada, nenhum dos dois consegue viver, t um a^ isso; fumi—Tu; mânaha—experimentas; mora—Minha; sphürti— manifestação.
que eles só vivem um para o outro, pois, se um deles morrer e o outro n
bendo disso, ele ou ela também morrerá.' " tradução— " Tu Me és muito querida, e sei que Te é impossível viver, mesmo
01 U m m o m e n t o
Ni* ' longe de Mim. Só para manter-Te viva, adoro o Senhor
P C l a n u 8 e r i c o r d i o s
VERSO 153 fruto d*"'" a potência dEle, vou todo dia a Vrndãvana e des-
e
passatempos contigo. Depois, regresso a Dvãrakã-dhãma. Assim, sempre
ci* aft c«taa<ft, c«taata.ca* tfãs, es
sentir Minha presença em Vrndãvana.' "
facaicn ca atcç fàsa-fc« i
VERSO 155
ai IM «rpía-ssa, ate»? fèfiwa-^a,
ca* 3* fàcsf «ffisatcs 11 11 cara «t*tj caffaaca, c«tata ca c«la çca,
ca^ caa - t a a *a»t i
Sri Caitanya-caritãmrta Verso 157 O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã
514 Madhya-lilà, 13
tóé vida humana exitosa. Este é o significado de prakafeha ãnibe salvara. O de-
^ 4 3 1 «flal <HtCa, a » a>?1? C«ta1-aca, voto p u r o l o g o v e r á 3 m a r u f
estação pessoal d o Senhor Sri Krsna.
«facfc* «ilfàca aa? li .<?« n
mora bhãgya mo-visaye, tomara ye prema haye, VERSO 156
sei prema—parama prabala
lukãhã ãmã ãne, sahga karãya tomã-sane, ataca? fàf**, as a W t a
prakafeha ãnibe satvara «tçl «itfa aa i
mora bhãgya—Minha fortuna; mo-visaye—em relação a Mim; tomara—Tua; y _ e
wtcB sfè-5tf? m, « w arf?' janau,
qualquer; prema—amor; haye— há; sei prema—esse amor; parama prabala—muito po-
deroso; lukãhã— secretamente; ámd" áne—Me traz; sariga karãya—obriga-Me a «rtíarta «rifa, tarifa* fà«&u 11 n
associar-Me, tomã-sane—contigo; prakafeha—diretamente manifesto; ãnibe— trará-
satvara—muito em breve. yãdavera vipaksa, yata dusfa kamsa-paksa,
tãhã ãmi kailuh saba ksaya
TRADUÇÃO—" 'Nosso romance amoroso tem mais força por Eu ter a boa fortuna ache dui-cãri jana, tãhã mãri' vrndãvana,
de receber a graça de Nãrãyana. Isto permite-Me vir aqui sem que os outros Me ãilãma ãmi, jãniha niscaya
vejam. Espero que logo, logo todos Me vejam.' " yãdavera vipaksa—todos os inimigos da dinastia Yadu; yafa—todos; dusfa—
malévolos; kamsa-paksa—o grupo de Kamsa; tãhã—a eles; ãmi—Eu; kailuh saba
SIGNIFICADO—Krsna Se faz presente de duas maneiras—prakafa e aprakafa, ma- ksaya—aniquilei todos; ache—ainda há; dui-cãri jana—dois ou quatro demônios; tãhã
nifesta e imanifesta. Para o devoto sincero, ambas são idênticas. Mesmo que Krsna mãri'—após matá-los; vrndãvana—a Vrndãvana; ãilãma ãmi—virei muito em breve;
jãniha niécaya—por favor, tem plena certeza disto.
não esteja fisicamente presente, ao absorver-se nos assuntos de Krsna, o devoto
O vê presente. Confirma-se isto no Brahma-samhitã (5.38):
TRADUÇÃO—" 'Já matei todos os demônios malévolos, inimigos da dinastia
premãhjana-cchurita-bhakti-vilocanena Yadu, e também matei Kamsa e seus aliados. No entanto, há dois ou quatro de-
santah sadaiva hrdayesu vilokayanti mônios ainda vivos. Desejo matá-los, e, tão logo o faça, regressarei a Vrndãvana.
Por favor, fica certa disto.' "
yam éyâmasundaram acintya-guna-svarüpam
govindam ãdi-purusarh tam aham bhajãmi
SIGNIFICADO—Assim como Krsna nunca sai de Vrndãvana, o devoto de Krsna
Devido a seu intenso amor, o devoto puro sempre vê o Senhor Krspa presente também não gosta de deixar Vrndãvana. Contudo, quando tem que tomar conta
dentro de seu coração. Todas as glórias a Govinda, a Personalidade de Deus pn- «tos afazeres de Krsna, ele deixa Vrndãvana. Após terminar sua missão, o devoto
mordial! Quando Krsna não Se manifesta perante os habitantes de Vrndãvana, puro volta ao lar, volta a Vrndãvana — de volta ao Supremo. Krsna garantiu a
estes sempre estão absortos em pensar nEle. Por isso, mesmo que nessa época Rádhàrãni que, após matar os demônios que viviam fora de Vrndãvana, retorna-
Krspa vivesse em Dvãrakã, Ele estava simultaneamente presente perante todos 'Estarei de volta muito em breve", prometeu Ele, "assim que Eu der cabo
os habitantes de Vrndãvana. Esta era Sua presença aprakafa. Devotos que vivem *» poucos demônios que andam à solta."
e v 0
absortos, pensando em Krsna, sem dúvida logo verão Krsna face a face. ®
que estão sempre ocupados em consciência de Krsna e estão plenamente abso VERSO 157
S u r e r
em pensamentos sobre Krsna com certeza voltarão ao lar, voltarão ao P " ã 0
Assim, verão Krsna diretamente, face a face, tomarão prasãda com Ele e S o z
ca*, "lapua c*c«, stsfwa atfàcs,
de Sua companhia. Confirma-se isto no Bhagavad-gitã (4.9): tyaktvã deham p ?f* atcwi <5ataT« i
janma naiti mãm eti so 'rjuna. geu i
Durante sua vida, o devoto puro sempre fala sobre Krsna e dedica-se a^ caai tfr^Hca. a»!? ?tsrj «ta?ca,
serviço, e, tão logo abandona o corpo, volta a Goloka Vrndãvana, on , e
e
asMca? acerta ítrPtai 11 II
está pessoalmente presente. É então que ele se encontra com Krsna direta
Sri Caitanya-caritãmrta 160 O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 517
516 Madhya-lilã,
sei éatru-gana haite, vraja-jana rãkhite, cr* ema* «fã' atai, afw aa*i atai,
rahi rãjye udãslna hanã »a**íwn «rftfs **»| II M» ll
yebã stri-putra-dhane, kari rãjya ãvarane
yadu-ganera santosa lâgiyã eta tãhre kahi krsna, vraje yãite satrsna.
sei—aqueles; éatru-gana haite—dos inimigos; vraja-jana—aos habitantes eka éloka padi' éunãila
Vrndãvana; rãkhite—para dar proteção; rahi— permaneço; rãjye—em Meu refau se éloka éuni' rãdhã, khandila sakala bãdhã,
udãsfna—indiferente; hahã—ficando; yebã—quaisquer; stri-putra-dhane—com es ' krsna-prãptye pratlti ha-ila
sas, filhos e fortuna; kari rãjya ãvarane— embelezo Meu reino; yadu-ganera—da dT _ t o ; tãhre—a Rãdhãrani; kahi—falando; krsna—o Senhor Krsoa; vraje—
í i B t a n
nastia Yadu; santosa—satisfação; lâgiyã—por questão de. Vrndãvana; yãite—por ir; sa-trsna—muito ansioso; eka éloka—um verso; padi'—
licitando; éunãila—fazendo-A ouvir; sei éloka—aquele verso; éuni'—ouvindo;
fíáhã— Srimati Rãdhãrani; khandila—desapareceram; sakala—todas as espécies de;
TRADUÇÃO—" 'Desejo proteger os habitantes de Vrndãvana das investidas de
Uihã—obstáculos; krsna-prãptye—de alcançar Krsna; pratlli ha-ila—houve certeza.
Meus inimigos; tanto é que permaneço em Meu reino, pois, se não fosse por
isso, Eu seria indiferente à Minha posição real. Todas as esposas, filhos e fortuna
que mantenho no reino são apenas para a satisfação dos Yadus.' "
TRADUÇÃO—"Enquanto falava com Srimati Rãdhãrani, Krsna ficou muito an-
sioso por voltar a Vrndãvana. Ele fê-lA ouvir um verso que Lhe afastou todas
VERSO 158 as dificuldades, assegurando-Lhe que Ela novamente viveria na companhia de
Krsna."
estata ca c«a««i, « m i wreaa,
«rtmea ital fàa «w fãc»t i VERSO 160
*|a: «itfà' aartaca, awaicstal-nca, *f\ «fvfÇ f"5latT?^ft5 *BT,<5 i
fã»ifàa awft-fãaca n 11 Mu wfta^cacçi ««.«rai* l í t i ^ : u i
desfrutarei, quer de dia quer de noite, contigo e com todas as donzelas tradução— "o Senhor Sri Krsna disse: 'O serviço devocional a Mim i a única
de
jabhümi.' " V** alcançar-Me. Minhas queridas gopis, todo o amor e afeição que, por
1 d e s e n v o , v e s l e 9 r
Para vó"- "' P ° Mim é a única razão que Me impele a voltar
VERSO 159
effcs «nfãè ara a*!*, ataq, aa II II *aff»ic« vis çca artta' arcata* i
svarüpa-gosãhira bhãgya nã yãya varnana
«ca fsw-asc* fàataca atç-as* II ii»* u
prabhute avista yãhra kãya, vãkya, mana „á-não;
ahgulite ksata habe jãni' dãmodara
svarüpa-gosãhira—de Svarupa Dãmodara Gosvãmi; bhãgya—a fortuna;'
S e 1 0 a i i bhaye nija-kare nivãraye prabhu-kara
yãya varnana—se pode descrever; prabhute—no serviço ao ™ f'_ te. n i e n e n o
Svarü ' ' ~ dedo; ksata—lesão; habe—acontecerá; jãni'—sabendo; dãmodara—
plenamente absorto; yãhra—de quem; kãya—corpo; vãkya—palavras; Pa D a m o d a r a
sofre; ; bhaye—por medo; nija-kare—com sua própria mão; nivãraye—
- a Dãmodara '' Pribhu-kara-a mão d o Senhor.
TRADUÇÃO—Ninguém pode descrever a boa fortuna de Svarup ee m e n t
Gosvãmi, pois ele vive absorto no serviço ao Senhor com seu corp TRADUÇirv o
K e c
extáticas; svarüpera—de Svarupa Dãmodara; gana—o cantar; yabe—quando; yei— no de bem-aventurança transcendental; uthalila—surgiu; unmãda—loucura; jhahjhã-
qualquer; rasa—doçura; tãhã— esta; kare—faz; mürtimãn—personificada. jj _furacão;
B fl tat-ksane—imediatamente; uthila—intensificou-se.
T R A D U Ç Ã O — S v a r u p a Dãmodara costumava cantar exatamente de acordo com a TRADUÇÃO—Um oceano de bem-aventurança transcendental expandiu-se no co-
emoção extática do Senhor. Sempre que ári Caitanya Maháprabhu saboreava ração do Senhor ári Caitanya Mahãprabhu, e sintomas de loucura imediatamente
uma determinada doçura, Svarupa Dãmodara personificava-a pelo canto. intensificaram-se como um furacão.
finas e adornado com belos ornamentos. Seu rosto cintilava ao refl e eend* " ™ emoções — emoções d e paz, unidas, misturadas, trans-
ei,
do sol, e havia uma fragrància agradável pela atmosfera inteira. t a i s , prevalecentes e ímpetos de emoção.
522 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 13 Verso 178 O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 523
VERSO 173 [-RADUÇÃO— Ele borrifou as mentes dos servos do Senhor Jagannãtha, dos fun-
áonários do governo, dos peregrinos em visita, da população em geral e de todos
« r ç * «rfla caa «jrcçafssi i os residentes de Jagannãtha Puri.
« t a - ^ a p a « t c * *tp*te aa*st 11 w 11
VERSO 176
prabhura éarira yena éuddha-hemãcala 1
bhãva-puspa-drutna tãhe puspita sakala «tça a/57 c«ta cafa aa s a ^ t * i
prabhura—de Sri Caitanya Maháprabhu; éarira—corpo; yena—como se; éuddha— aresta «sfsisi «swca aata n ^ n
transcendental; hemácala—montanha dos Himalaias; bhãva—emocionais; puspa-
árwma—árvores floridas; tãhe—nesta situação; puspita—desabrochando com flores; prabhura nrtya prema dekhi' haya camatkãra
sakala—todas. krsna-prema uchalila hrdaye sabãra
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; nrtya—dança; prema—amor; dekhi'—
TRADUÇÃO—O corpo de ári Caitanya Maháprabhu parecia uma transcendental vendo; haya—ficam; camatkãra—atônitos; krsna-prema—amor por Krsria; uchalila—
montanha dos Himalaias cheia de extáticas árvores floridas emocionais, todas loucos; hrdaye—nos corações; sabãra—de todos.
elas desabrochando.
TRADUÇÃO—Após verem a dança e o amor extático de Sri Caitanya Mahãprabhu,
VERSO 174 todos ficaram atônitos e, dentro de seus corações, ficaram loucos de amor por
Krsna.
cwfâc« «rta> «íc* aata f i * H W i
caatysacèi « t f fàc«* aata a» I u VERSO 177
dekhite âkarsaye sabãra àita-mana c«fca ateu, fia, cita*, a*ca c^ttteai i
premãmrta-vrstye prabhu sihce sabãra mana «fÇ1 a « T cata' aca «rfacaf fã^sr n s<w n
dekhite—vendo; âkarsaye—atrai; sabãra—de todos; citta-mana—mentee consciên-
cia; prema-amrta-vrstye—derramando o néctar de transcendental amor por Deus; preme nãce, gãya, loka, kare kolãhala
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; sihce—borrifou; sabãra—de todos; mana—mente. prabhura nrtya dekhi' sabe ãnande vihvala
preme—em amor extático; nãce—dançam; gãya—cantam; loka—pessoas em geral;
kare—fazem; kolãhala—um grande barulho; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu;
TRADUÇÃO—Ao presenciarem todos estes sintomas, a mente e a consciência d nrtya—dança; dekhi'—vendo; sabe—todos; ãnande—em bem-aventurança transcen-
todos sentiam-se atraídas. Na verdade, o Senhor borrifou na mente de todos dental; vihvala—arrebatados.
néctar do transcendental amor por Deus.
TRADUÇÃO—Todos dançavam e cantavam em amor extático, e ecoava um grande
VERSO 175 anilho. Todos ficaram arrebatados em bem-aventurança transcendental só de
v
« a dança de Sri Caitanya Mahãprabhu.
wttta-caaas a<s atar<Tt3ffl«i i
atraa* citas, fterts^tatal a<s wa« í i g ii
VERSO 178
jagannãtha-sevaka yata rãja-pãtra-gana
yãtrika loka, nllãcala-vãsl yata jana .nitra- aicsBr fãs asta, ^-nsta-çsiaa i
jagannãtha-sevaka—os servos do Senhor Jagannãtha; yafa—todos; ^ ' " ' ^ 5 «tça f s t cata' çca sfârai a*a i íiv- u
gana—e os funcionários do governo; yãtrika—peregrinos em visita; loka pe
em geral; nllãcala-vãsl— os residentes de Jagannãtha Puri; yata jana—tan tr" anyera ki kãya, jagannãtha-haladhara
soas quantas havia. prabhura nrtya dekhi' sukhe calilã manthara
524 Érí Caitanya-caritãmrta Verso l * 4 O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 525
Madhya-lUà, 13
anyera ki kãya—afora as ações dos demais; jagannãtha—o Senhor Jagannãtha: sambhrame pratâparudra prabhuke dharila
haladhara—Balarãma; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; nrtya—a dane tâhhãke dekhite prabhura bãhya-jhãna ha-ila
dekhi'—vendo; sukhe—com grande alegria; calilã— moveram-Se; manthara—devagar sambhrame—com grande respeito; pratâparudra—o rei Pratâparudra; prabhuke—
0Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; dharila—ergueu; tâhhãke—a Ele; dekhite—ver;
TRADUÇÃO—Sem contar com os demais, até o Senhor Jagannãtha e o Senhor prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; bãhya-jhãna—consciência externa;
Balarãma, com grande alegria, começaram a mover-Se bem devagar ao verem na-ila-houve.
a dança de Sri Caitanya Mahãprabhu.
TRADUÇÃO—Mahãrãja Pratâparudra ergueu o Senhor com grande respeito, mas,
ao ver o rei, o Senhor Caitanya Mahãprabhu recuperou Sua consciência externa.
VERSO 179
ci c**t«a5 ca cafà»i» d* «ta at^t n ws» 11 atwi cata' asrtsç a^caa farta i
fç, tç, fàafrTa -»t«f **>a «tata n Í V * 11
fcaWiu suk/te nrtya-rahga dekhe ratha râkhi'
se kautuka ye dekhila, sei tara sãksf rãjã dekhi' mahãprabhu karena dhikkãra
kabhu—às vezes; sukhe—com grande alegria; nrtya-rahga—divertimento ao chi, chi, visaylra sparsa ha-ila ãmãra
dançar; dekhe—vê; ratha—o carro; rãkhi'—parando; se kautuka—tal divertimento; rãjã dekhi'—vendo o rei; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karena—faz;
ye—todo aquele que; dekhila—viu; sei—ele; faro—disso; swArsí— testemunha. dhik-kãra—condenação; chi chi—como é lastimável; visaylra—de uma pessoa inte-
ressada em assuntos mundanos; sparsa ha-ila—houve o toque; ãmãra—Meu.
TRADUÇÃO—As vezes, o Senhor Jagannãtha e o Senhor Balarãma paravam o carro
e alegremente observavam a dança do Senhor Caitanya. Todos que presenciaram- TRADUÇÃO—Após ver o rei, Sri Caitanya Mahãprabhu condenou-Se a Si próprio,
nOs parar e assistir à dança testemunharam Seus passatempos. dizendo: " O h ! como é lastimável ter tocado em uma pessoa interessada em as-
suntos m u n d a n o s . "
VERSO 180 VERSO 183
nv$a««tf a « j vftcv <afàc« i <«rfcac»íc« fàsrtaaf ai catl ataitca i
« « t f a t i í * «tfci eiifrterl »tfws 11 bw 11 ast^Ha-ctffàai arf%ti « w - f tca n itr-a n
ei-mata prabhu nrtya karite bhramite âvesete nityãnanda nã hailã sãvadhâne
pratãparudrera ãge lãgila padite kãélévara-govinda ãchilã anya-sthãne
ei-mata—dessa maneira; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; nrtya ãoeéete—em grande êxtase; nityãnanda—Nityãnanda Prabhu; na—não; hailã—Se
karite—dançando; bhramite— vagueando; pratãparudrera—do rei Pratâparudra; ãge tomou; sãvadhâne— preocupado; kãéiévara—Kãáiávara; govinda—Govinda; ãchilã—
em frente; lãgila—começou; padite—a cair. estavam; anya-sthãne—em outra parte.
T R
ADUÇÃO—Nemmesmo o Senhor Nityãnanda Prabhu, Kãáiávara ou Govinda
T R A D U Ç Ã O — D a n ç a n d o e vagueando dessa maneira, o Senhor Sn CaitanV preocuparam com o Senhor Caitanya Maháprabhu quando Ele caiu, pois
Mahãprabhu caiu em frente a Mahãrãja Pratâparudra. Part n a n
'^ a e s t a v a em
grande êxtase, e Kãáiávara e Govinda estavam e m outra
VERSO 181 VERSO 184
a s c a «tst*nra «tçcas i f í w i
awf*t araria cafà' sitf^a caaa i
«tçtcas cafàc« «tça atar»ta çç«i 11 ^ n «aa %0m «"tca fãf»ratca aa n bws 11
Verso 188 O Senhor dança em êxtase no Ratha-yãtrã 527
526 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-li| a
VERSO 186
yadyapi rijara dekhi' hãdira sevana
prasanna hanãche tãhre mihbãre mana «rça at>ça atwt* arca ca»i « a i
yadyapi—embora; rei; dekhi'—vendo; hádira sevana—o serviço de earí-
rãjãra—do
prasanna hanãche—ticou satisfeita; tãhre milibãre—de vê-lo; mana—Sua mente
a H W l a asta, - « f ã ai a>* a W * II II
prabhura vacane rãjãra mane haila bhaya
TRADUÇÃO—O comportamento do rei já satisfizera a ári Caitanya Mahâprabh sãrvabhauma kahe, —fumi nã kaya samsaya
pois o rei servira ao Senhor Jagannãtha, varrendo-Lhe o caminho. Por isso prabhura vacane—pelas palavras de Sri Caitanya Mahãprabhu; rãjãra—do rei;
Senhor Caitanya Maháprabhu na realidade desejava ver o rei. -ane—na mente; haila—houve; bhaya—temor; sãrvabhauma kahe— Sãrvabhauma
3
Bhattãeàry disse; tumi—tu (ó rei); nã kaya samsaya—não te preocupes.
VERSO 185
wrfa arma-nta a f à c s i w w i TRADUÇÃO—O rei Pratâparudra ficou amedrontado quando o Senhor Caitanya
demonstrou ira externa, porém, Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse ao rei: " N ã o
atCW ftf CítafBta « t a t a , II 2>W II te preocupes."
VERSO 187
tathãpi ãpana-gane karite sãvadhãna
bãhye kichu rosãbhãsa kailã bhagavãn estai* « » K * atça gata* aa i
tathãpi—não obstante; ãpana-gane—aos associados pessoais; karite—para fazer;
sãvadhãna—advertência; bãhye—externamente; kichu—alguma; rosa-ãbhãsa—ira apa- estai w afir paatcaa fã» na n i
rente; kailã— mostrou; bhagavãn—a Suprema Personalidade de Deus.
tomara upare prabhura suprasanna mana
tomã laksya kari' éikhâyena nija gana
tomara upare—contigo; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Maháprabhu;
T R A D U Ç Ã O — E n t r e t a n t o , só para alertar Seus asociados pessoais, a Suprema Per-
suprasflnna—muito satisfeita; mana—a mente; tomã—para ti; laksya kari'—chamando
sonalidade de Deus, Sri Caitanya Mahãprabhu, externamente expressou senti- a atenção; éikhâyena—Ele ensina; nija gana—Seus associados pessoais.
mentos de ira.
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya informou ao rei: "O Senhor está muito
SIGNIFICADO—Quando Mahãrãja Pratâparudra pediu para ver o Senhor, Sri
satisfeito contigo. Ao chamar a atenção para ti, Ele ensinava Seus associados
Caitanya Mahãprabhu imediatamente recusou-Se, dizendo (Cc. Madhya 11.8):
pessoais como comportar-se com pessoas m u n d a n a s . "
niskihcanasya bhagavad-bhajanonmukhasya
SIGNIFICADO—Embora o rei externamente fosse um homem mundano interessado
param param jigamisor bhava-sãgarasya
ern dinheiro e mulheres, internamente ele era purificado pelas atividades devo-
sandaréanam visayinãm atha yositãm ca
Çionais. Ele demonstrou isto, ocupando-se como gari para satisfazer o Senhor
hã hanta hanta visa-bhaksanato 'py asãdhu
gannátha. Pode ser que um homem pareça envolvido com dinheiro e interes-
a n V d a ( e
**d° em mulheres, mas, se realmente for muito manso, humilde e rendido à Su-
A palavra niskihcanasya refere-se a uma pessoa que encerrou suas ' * ^ ^ n
P*"*» Personalidade de Deus, ele não é mundano. Só Sri Caitanya Maháprabhu
feriais. Semelhante pessoa está em condições de executar suas atividades em ^ um US d e
, v o t o s
' m u t 0
íntimos podem chegar a esta conclusão. Contudo, como
ciência de Krsna para cruzar o oceano de ignorância. £ muito perigoso n n c i
P p i o geral, n e n h u m devoto deve associar-se intimamente com pessoas
m
pessoa tenha relações ínhmas com pessoas mundanas ou se relacione intima « n a s interessadas em dinheiro e mulheres.
com mulheres. Esta formalidade deve ser observada por todo aquele q
a sério a tarefa de voltar ao lar, voltar ao Supremo. Para ensinar estes P" ^ a
avasara jãni' ãmi kariba nivedana tabe prabhu nija-bhakta-gana lahã sahge
sei-kãle yãi' kariha prabhura milana baladeva-subhadrãgre nrtya kare range
avasara jãni'—ao perceber u m momento oportuno; ãmi—eu; kariba—f • ar
MJ*—nessa altura; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nija—pessoais; bhakta-
nivedana—pedido; sei-kãle—nessa altura; yãi'—vindo; kariha—tu fazes; prabhu' gana-devotos; lahã—levando; sahge—consigo; baladeva—ào Senhor Balarãma; su-
milana—encontro com o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu. ^adrâ—àa deusa da fortuna, Subhadrã; agre—em frente; nrtya—dança; kare—
realizou; range—com grande divertimento.
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya prosseguiu: "Apresentarei teu pedido tã 0
logo surja a oportunidade. Então, ser-te-á fácil ires encontrar-te com o Senhor "
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o o carro começava a mover-se, Sri Caitanya Mahãprabhu
VERSO 1 8 9 levou Seus associados pessoais para a frente dos carros ocupados pelo Senhor
Balarãma e Subhadrã, a deusa da fortuna. Cheio de inspiração, Ele então pôs-Se
«ca «nrf«ff aa «taftw asfàai i a dançar na frente dEles.
aa-trcs ati' c k * aca *rW1 fàai II ib-s ii
VERSO 1 9 2
fabe mahãprabhu ratha pradaksina kariyã
ratha-pãche yãi' thele rathe mãthã diyã « 1 * 1 a « j asfà' «r-nata « t c t « r ò a i i
tabe—nessa altura; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; ratha—o carro; wstata cafã' a « j asfàc« srrfítari II n
pradaksina—circum-ambulação; kariyã—fazendo; ratha-pãche—para trás do carro;
yai'—indo; thele—empurra; rafhe—contra o carro; mãthã diyâ—colocando a cabeça. tãhãn nrtya kari' jagannãtha ãge ãilã
jagannãtha dekhi' nrtya karite lãgila
TRADUÇÃO—Após circum-arnbular Jagannãtha, Sri Caitanya Mahãprabhu foi para tãhãn—ali; nrtya kari'—após realizar a dança; jagannãtha—do Senhor Jagannãtha;
trás do carro e começou a empurrá-lo com Sua cabeça. ãge—em frente; ãilã— apareceu; jagannãtha dekhi'—vendo o Senhor Jagannãtha;
nrtya—dança; karite—a realizar; lãgilã—começou.
VERSO 1 9 0
TRADUÇÃO—Após terminar a dança perante o Senhor Baladeva e Subhadrã, Sri
cfc%«^ Ufàlf IW W W9' ?sfV I T
VERSO 194 ADUÇÃO— Era d e costume que se oferecessem alimentos ao Senhor em vipra-
T
na. Na verdade, ofereceram-se inúmeros pratos de comida, e o Senhor
atca—'fãaWTaa', aTfàca*!-aa 1 jagannãtha saboreou cada u m deles.
<sifea <s' •retrata caa aattaa n a&s n
VERSO 197
wíme—'vipra-éüsana' nãrikela-vana
dãhine ta' puspodyãna yena vrndãvana s«tarcaa csri»-*? a s «^p-ni i
vãme—A esquerda; vipra-éãsana—o lugar conhecido como vipra-éãsana; nãrikela f ã » fàsf S s a - c s p a a>w aa*1«i 11 ÍS>I 11
vana—bosque de coqueiros; dãhine— do lado direito; ta'—na verdade; puspa-
udyãna—jardins floridos; yena—como se; vrndãvana—Vrndãvana. jagannãthera chota-bada yata bhakta-gana
nija nija uttama-bhoga kare samarpana
TRADUÇÃO—Do lado esquerdo, o Senhor Jagannãtha viu o bairro de brãhmanas jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; cfiofa—neófitos; bada—avançados; yata—
conhecido como vipra-sasana e o bosque de coqueiros. Do lado direito, viu belos todos; bhakta-gana—devotos; nija nija—pessoalmente cozinharam; uttama-bhoga—
jardins floridos semelhantes àqueles da terra sagrada de Vrndãvana. aumento de primeira classe; kare—fazem; samarpana—oferenda.
SIGNIFICADO—Vipra-sãsana é um nome geralmente utilizado na província de Orissa TRADUÇÃO—Todas as classes de devotos do Senhor Jagannãtha — desde os neó-
para os logradouros onde vivem os brãhmanas. fitos até os mais avançados — ofereceram as melhores preparações ao Senhor.
ãge nrtya kare gaura lahã bhakta-gana rãjã, rãjã-mahiff-vrnda, pãtra, mitra-gana
ratha rãkhi' jagannãtha karena daraéana nflâcala-vãsi yata chota-bada jana
ãge—em frente; nrtya kare—dança; gaura—Sn Caitanya Mahãprabhu; lahã- rãjã—o rei; rãja-mahisi-vrnda—as rainhas do rei; pãtra—ministros; mitra-gana—
acompanhado por; bhakta-gana—os devotos; ratha rãkhi'—após parar o carro; amigos; nilãcala-vãsi— todos os residentes de Jagannãtha Puri; yata—tantos quantos;
jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; karena daraéana—vê. chota-bada—pequenas e grandes; jana—pessoas.
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu e Seus devotos dançavam na frente do T R A D U Ç Ã O — I n c l u í d o s estavam o rei, suas rainhas, seus ministros e amigos e
carro e o Senhor Jagannãtha, tendo parado o carro, admirava a dança. todos os demais residentes, importantes ou não, de Jagannãtha Puri.
Jagannãtha Puri, bem como os devotos locais, ofereceram ao Senhor os alimentos Cw-tendo chegado a um belo jardim das redondezas; puspa-udyãne—naquele
que eles próprios haviam cozinhado. J ^ n florido; grha-pindãya-na plataforma elevada; ra/ntó-permaneceu; padiyã-
£Edo prostrado.
VERSO 200
TRADUÇ* S r i Caitanya Mahãprabhu dirigiu-Se ao jardim. Imerso em grande
0 -
•ntct «ftci, i t c í " ^c^Hwta-aca I emoção de êxtase, Ele caiu prostrado numa plataforma elevada que ali se
c a l arai t r a , s f t m - a t r a a s fàaca II II encontrava.
VERSO 201 Senhor estava cansado do árduo esforço da dança, e todo o Seu
T R A D U Ç Ã O — O
gregacional do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu enquanto Ele dançava em frente caminho.
ao Senhor Jagannãtha.
TRADUÇÃO—Em sua oração conhecida como Caitanyãstaka, Srila Rüpa Gosvãmi ihã yei éune sei éri-caitanya pãya
faz uma descrição vivida da dança do Senhor perante o carro de Jagannãtha. sudfdha viévãsa-saha prema-bhakti haya
itof-isto; yei— quem quer que; éune—ouça; sei—essa pessoa; éri-caitanya pãya—
SIGNIFICADO— Srila Rüpa Gosvãmi compôs tres orações, e cada uma das quais alcançará Sri Caitanya Mahãprabhu; su-drdha—firme; viévãsa—convicção; safia—
recebeu o título de Caitanyãstaka. O verso seguinte é uma citação da primeira das com; prema-bhakti—serviço devocional em grande amor; haya—há.
orações Caitanyãstaka, inclusa no livro Stava-mãlã.
VERSO 207 TRADUÇÃO—Quem quer q u e ouça esta descrição do festival dos carros terá acesso
* Sn Caitanya Mahãprabhu, e, também, atingirá o estado elevado pelo qual
6*nna-se firme convicção n o serviço devocional e se desenvolve amor por Deus.
VERSO 1
cifra: i g a n a f t a : §li«wtfasfcsie.i'r>v i
a**1 cft%cifi!tiK sfc cafrill *wí a: n :> 11
gaurah paéyann ãtma-vrndaih
êrt-laksmi-vijayotsavam
érutvã gopt-rasollãsam
hrstah premnã nanarta sah
• ~ ° Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; paéyan—ao ver; ãtma-vrndaih—com
' e s t i v a l S O a a C Í O S P 6 8 8 0 3 ^ éri-laksmf— da deusa da fortuna; vijaya-utsavam—o grande
çujaj. / &— ao ouvir; gopt— das gopfs; rasa-ullãsam—a superexcelência das do-
érutv
TRADUÇÃO—Acompanhado de Seus devotos pessoais, ári Caitanya Mahãprabhu rtADUCÃO— Enquanto Sri Caitanya Maháprabhu descansava em amor extático,
foi para o festival conhecido como Lak$mi-vijayotsava. Ali, conversou sobre Mahârâja Pratâparudra entrou no jardim.
amor superexcelente das gopis. Só por ouvir sobre elas, Ele ficou muito satis-
feito e dançou em grande êxtase de amor a Deus. VERSO 5
ará^la-SlCR-Ci «tfV atarcai i
VERSO 2
líawii caaia-cacf asfa»! «tear 11 a u
wa w* çtfma ftf*fcfrWi l
sãrvabhauma-upadeée chãdi' rãja-veéa
wa wa fàutiw, wattas h» II * I ekalâ vaisnava-veée karilã praveéa
jaya jaya gauracandra éri-krsna-caitanya sãrvabhauma—de Sãrvabhauma bhattãcãrya; upadeée—sob
instruções; chãdi'—
jaya jaya nityãnanda jayãdvaita dhanya desfazendo-se de; rãja-veéa—o traje real; ekalâ—sozinho; vaisnava-veée—vestido de
jaya jaya—todas as glórias; gauracandra—a Gauracandra; éri-krsna-caitanya—Senhor Vaisnava; karilã praveéa—entrou.
ári Caitanya Mahãprabhu; jaya jaya—todas as glórias; nityãnanda—a Nityãnanda
Prabhu; jaya—todas as glórias; admita—a Advaita Ãcãrya; dhanya—elevado T R A D U Ç Ã O — S e g u i n d o as instruções de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, o rei se des-
fizera de seu traje real. Agora, entrava no jardim vestido de Vaisnava.
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a ári Caitanya Mahãprabhu, conhecido como Gaura-
candra! Todas as glórias ao Senhor Nityãnanda Prabhu! Todas as glórias a Advaita SIGNIFICADO—Às vezes, os membros da Sociedade Internacional para a Consciên-
Ãcãrya, que é tão elevado! cia de Krishna — especialmente nos países ocidentais — encontram dificuldades
para aproximarem-se das pessoas e distribuir livros, pois as pessoas não estão
VERSO 3 habituadas a ver as tradicionais vestes açafroadas dos devotos. Por isso, os devotos
indagaram se podiam usar roupa européia e americana perante o público em geral.
is instruções dadas ao rei Pratâparudra por Sãrvabhauma Bhattãcãrya, pode-
w i csrarta, - â t * cila atf«t«w « « « mos compreender que podemos mudar nossa roupa da maneira que facilite nosso
"rvtço. Ao mudarem suas roupas para encontrarem-se com o público ou para
jaya jaya érívãsddi gaura-bhakta-gana Jj*«sentarem nossos livros, nossos membros não estão rompendo os princípios
jaya érotü-gana.—ydnra gaura prãna-dhana "•"oaonais. O verdadeiro princípio é divulgar o movimento para a consciência
jaya jaya—todas as glórias; érívdsa-ddi—encabeçados por Srivãsa; gaura-bhaktâ- *NTOa, e, caso seja necessário que, para este propósito, se usem as roupas
gana—aos devotos do Senhor Caitanya; jaya—todas as glórias; érotã-gana—aos ou- "•"Mais costumeiras, não se deverá fazer n e n h u m a objeção.
vintes; yãhra—de quem; gaura—Sri Caitanya Maháprabhu; prãna-dhana—a v i »
e alma. VERSO 6
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a todos os devotos, encabeçados por Srivãsa Th*^"^ aa-«c«»a «rtwl fwi caf?-*ts *<nrt i
Todas as glórias aos leitores que aceitaram Sri Caitanya Mahãprabhu como
vida e alma.
«fç-»ta afã' *tc? ataa asfaal n i> n
VERSO 4 saba-bhaktera ãjhã nila yoda-hãta hahã
-flí^ra a c a t e s * ' caca? «rcací i stigí. , prabhu-pada dhari' pade sãhasa kariyã
cigarre* st3t*rwr *fãa «caca n 8 n ^•«Ôos ~ 0 a t o d o s o s
devotos; ãjhã mia—pediu permissão; yoda-hâta hahã—
B^^Postas; prabhu-pada dhari'—agarrando os pés de Sri Caitanya Mahãprabhu;
ei-mata prabhu ãchena premera ãveée
' s a kariyã—com muita coragem.
s a h a
VERSO 7
VERSO 10
4tfa aja' aiç. c*tca «Jàps "rata i " « a awjtfsV cuias ^ *^ \
9»tt% ca*tç«n ^ca tta-aaraa ii i ii * f r catatcac* * ç « u f » t a a c**n n >•>1
ãhkhi mudi' prabhu preme bhümite éayâna
"faiM
kathãmrtam" éloka rãjã ye padila
nrpati naipunye kare pãda-samvãhana
uthi'
premãveée prabhu ãlihgana kaila
ihkhi mudi'—com olhos fechados; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; preme—
lava kathãmrtam—começando com as palavras fane kathãmrtam; éloka—o verso;
em amor extático; bhümite—no chão; éayâna—deitado; nrpati—o rei; naipunye— mui ntjã—o rei; J/e padila—enquanto recitava; uthi— levantando- Se; prema-ãveée—em
habilmente; kare—realiza; pãda-samvãhana—massageando as pernas. êxtase de amor; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; ãlihgana kaila—abraçou.
TRADUÇÃO—ári Caitanya Maháprabhu encontrava-Se deitado no chão com Seus TRADUÇÃO—Tão logo o rei recitou o verso que começa com as palavras "tava
olhos fechados, absorto em amor extático e tomado de emoção, ao que o rei mui kathãmrtam", o Senhor levantou-Se em êxtase de amor e abraçou o rei.
habilmente pôs-se a massagear-Lhe as pernas.
VERSO 11
VERSO 8
ala<?Vtra crtf^ *rfV a*caa ^aa i <çfà carca ftci a « wa»n asa i
"mfo <75*fô*K" «wra ^ a t i a II v n cata f a f fàçs atra, fàa£ « t f ã a a n » n
rãsa-lllãra éloka padi' karena stavana fumi more dile bahu amülya ratana
"jayati te 'dhikam" adhyãya karena pathana mora kichu dite nãhi, diluh ãlihgana
rãsa-ltlãra—da dança da rãsa-Mã; éloka—versos; padi'—recitando; karena—oferece; tumi—tu; more—a Mim; dile—entregaste; bahu—diversas; amülya—inestimáveis;
stavana—orações; jayati te 'dhikam—começando com as palavras jayati te 'dhikam; ratana—jóias; mora—de Mim; kichu—nada; dite—para dar; nãhi—não há; diluh—
adhyãya—capítulo; karena—faz; pathana—recitação. dou; ãlihgana—abraço.
a r a M
TRADUÇÃO—O rei pôs-se a recitar versos do Srimad-Bhãgavatam sobre " TRADUÇÃO—Ao ouvir os versos recitados pelo rei, Sri Caitanya Maháprabhu
lilã. Recitou o capítulo que começa com as palavras "jayati te 'dhikam • disse: "Tu Me presenteaste com jóias inestimáveis, mas nada tenho para dar-te
em troca. Por isso, simplesmente estou te abraçando."
SIGNIFICADO—Estes versos do èrtmad-Bhdgavatam, Décimo Canto, Trigésimo Pn-
meiro Capítulo, formam aquilo que é conhecido como Gopl-gítã- VERSO 12
o Senhor de que somos candidatos adequados para voltar ao lar, voltar ao Sum». VERSO 17
mo. Mahàràja Pratâparudra não teve oportunidade de encontrar-se com Sri Caita
Mahãprabhu, mas, quando o Senhor viu que o rei, colocando-se na posição d St* <çTn, sjsfinjn ÇVVi f ã s T
um varredor subalterno, servia ao Senhor Jagannãtha, a misericórdia do Senh 6
w t s f a c s «iifã' sat^rnis r »
para o rei tornou-se um fato sólido. Estando Mahârâja Pratâparudra, vestido d'
Vaisnava, a servir ao Senhor, Este nem sequer indagou quem ele era. Ao invés prabhu bale,— ke tumi, karilã mora hita?
disso, teve compaixão dele e pôs-Se a abraçá-lo. ãcambite ãsi' piyâo krsna-lrlãmrta?
Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi deseja deixar claro que nada podia c o m p a r a r ^ M\u bale- o Senhor disse; ke tumi—quem és tu; karilã— fizeste; mora—Meu;
an
à misericórdia do Senhor para com Mahârâja Pratâparudra; portanto, ele utiliza jjLÜÜjem-estar, ãcambite—de repente; dsi — vindo; piyão— fizeste-Me beber; krsna-
tn C n e c t a r d l , s
a palavra dekha ("vede só") e caitanyera krpã-mahãbala ("quão poderosa é a miseri- Sarrtr - ' passatempos d o Senhor Krsna.
córdia de Sri Caitanya Maháprabhu"). Prahodhãnanda Sarasvati também confirma
isto: yat-kãrunya-kataksa-vaibhava-vatãm (Caitanya-camirãmrta, 5). Mesmo um pouco tiaWJCÃO— I inalmente, Sri Caitanya Maháprabhu disse: " Q u e m és tu? Fizeste
da misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu serve como um grande patrimônio unto por Mim. De repente, apareceste diante de Mim e fizeste-Me beber o néctar
para o avanço espiritual Por isso deve-se propagar o movimento para a cons- dos passatempos do Senhor Krsna."
ciência de Krsna através da misericórdia de Sri Caitanya Maháprabhu. Aoesperi-
mentar a misericórdia e a magnanimidade de Sn Caitanva Maháprabhu, Rüpa
Gosvãmi disse: VERSO 18
balarãma ha-ila nitãi, 0 rejeitou todas as espécies de bênçãos materiais, mas orou para tornar-se
dína-hlna yata chila, hari-nãme uddhãnla, d° servo do Senhor. Q u a n d o Kuvera, o tesoureiro dos semideuses, quis
1 r u v a
tã'ra sãksí jagãi-mãdhãi °a» ma* ^ * Mahãrãja, este poderia ter pedido opulências materiais ilimita-
81m
IQ^IJ p l e s m e n t e pediu a benção de tomar-se servo dos servos do Senhor.
d n a r a e r a u m
Mahân^L. homem muito pobre, porém, quando Sri Caitanya
C U : S a D e n á 1 0 e e
bate perrn ' Ç ° " ' ' também orou ao Senhor para que se lhe permi-
n e C e r s e r v o
Tvosda ç dos servos d o Senhor. Conclusão: ser o servo dos
A missão especial de Sri Caitanva Mahãprabhu é a salvação de ^ graca e n t e a u r e r r ,
•Wjar P a Personalidade de Deus é a bênção máxima que alguém pode
caídas de Kali-yuga. Os devotos de Krsna devem buscar persisten e ^ o v o U a r <
TRADUÇÃO—Havia coalhada, suco de fruta, coco, manga, coco seco, jaca, d" v
abJj^O-Havia também mamões e saravati, um tipo de laranja, e também
categorias de banana e sementes da fruta da palmeira. co». ' batida. Havia creme simples, creme frito e u m a espécie de puri feito
creme.
550 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã 35 Realização dos passatempos de Vrndãvana 551
«ífèral í f i ü f l l f ^ » W M » « r ç r s ll *• ll VERSO 33
T R A D U Ç Ã O — H a v i a açúcar de flor de lótus, uma espécie de pão feito de urad dahl, TRADUÇÃO—Também havia diversos tipos de picles — picles de limão, de amoras
doces crocantes, açúcar-cande, doces de arroz frito, doces de sementes de gerge silvestres e assim por diante. Na verdade, sou incapaz de descrever as variadas
e biscoitos feitos de sementes de gergelim. Preparações oferecidas ao Senhor Jagannãtha.
prasãde pürita ha-ila ardha upavana espiritual, embora ele próprio não coma nem exija tal variedade de prasãda. Por
dekhiyã santosa haila mahâprabhura mana Sdar para que o alimento seja oferecido e a prasãda distribuída, ele próprio sente
prasãde—com toda a prasãda; pürita ha-ila—ficou repleta; ardha upavana—mel d novo ânimo no serviço devocional.
?
do jardim; dekhiyã— vendo; santosa—satisfação; haila—houve; mahâprabhura mana
na mente de Sri Caitanya Mahãprabhu. VERSO 37
ei-mata jagannãtha karena bhojana TRADUÇÃO—Foi então q u e chegaram ali cinco ou sete carregamentos de pratos
ei sukhe mahâprabhura judãya nayana feitos de folhas da árvore ketaki. Cada pessoa recebeu dez destes pratos, de modo
ei-mata—dessa maneira; jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; karena bhojana-aceita que as preparações foram servidas.
Seu alimento; ei sukhe—nesta felicidade; mahâprabhura—do Senhor Sri Caitanya
Mahãprabhu; judãya—ficam plenamente satisfeitos; nayana—os olhos. VERSO 38
TRADUÇÃO—Na verdade, só de ver como o Senhor Jagannãtha aceitou todo o #téflri1« *rfàata arffà' cftaata i
alimento, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou plenamente satisfeito. 4l-aaTca arsarlcs « ç a aa uta II i
SIGNIFICADO—Seguindo os passos de Sri Caitanya Mahãprabhu, o Vaisnava deve kirtanlyãra pariérama jãni' gaurarãya
ter plena satisfação só de ver os variados alimentos oferecidos à Deidade de Jagan- tãh-sabãre khãoyãite prabhura mana dhãya
nãtha ou de Rádhã-Krsna. O Vaisnava não deve desejar variados alimentos para kirtanlyãra—de todos os cantores; pariérama—esforço; jãni'—sabendo; gaurarãya—
si mesmo; pelo contrário, ele fica satisfeito ao ver diversos alimentos serem ofere- Sri Caitanya Mahãprabhu; tãh-sabãre—todos eles; khãoyãite—por encher; prabhura—
cidos à Deidade. Em seu Gurv-a$taka, Srila Visvanãtha Cakravarti Thãkura escreve: * Sri Caitanya Maháprabhu; mana dhãya—a mente estava muito ansiosa.
satisfeito. Ofereço minhas respeitosas reverências aos pés de lótus cie pãhti pãhti kari' bhakta-gane vasãilã
espiritual." vários tip 05 p/fòH pariveéana karibãre ãpane lãgila
fcan em
O dever do mestre espiritual é ocupar seus discípulos em preparar v sentare^"'' "~ diferentes füas; bhakta-gane—todos os devotos; vasãilã—fez
m s e ;
de bons alimentos para serem oferecidos à Deidade. Após oferecido, es ^ lègúá^ " Pariveéana—distribuição; karibãre—a fazer; ãpane—pessoalmente;
é distribuído como prasãda para os devotos. Estas atividades satista "-começou
554 Sri Caitanya-caritãmrta M
adhy -li|à
a
Verso 45 Realização dos passatempos de Vrndãvana 555
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os devotos sentaram-se em filas, e o próprio Sri Cai" TRADUÇÃO—Nesse momento, Sri Caitanya Mahãprabhu sentou-Se com Seus as-
Mahãprabhu começou a distribuir a prasãda. sociados pessoais e alimentou todos eles mui suntuosamente até ficarem cheios
até a garganta.
VERSO 40 VERSO 43
arç «1 «rrlct, ca** ai ara cstwa i cslwa arfà* afà»ri «fç asfà' artçaa i
^-c^tmtfãoí «c* casai fàcaaa n 8- n «tata «afàfi, aia aacaaas wa II 8 * «
prabhu nã khãile, keha nã kare bhojana bhojana kari' vasilã prabhu kari' ãcamana
svarüpa-gosãhi tabe kaila nivedana prasãda ubarila, khãya sahasreka jana
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nã khãile—sem comer; keha—ninguém; na— bhojana kari'—após comer; vasilã prabhu—o Senhor sentou-Se;
kari'—terminando;
não; kare bhojana—aceita a prasãda; svarüpa-gosãhi—Svarupa Dãmodara Gosvãmi; ipjmana—lavando a boca; prasãda—restos do alimento; ubarila—sobraram tantos;
tabe—nessa altura; kaila nivedana—apresentou. khãya—comeram; sahasreka jana—milhares de pessoas.
TRADUÇÃO—No entanto, aos devotos não era possível aceitar a prasãda a menos TRADUÇÃO—Após terminar, o Senhor lavou a boca e sentou-Se. Sobrou tanta
que Caitanya Maháprabhu primeiro a tomasse. Svarupa Gosvãmi, então, infor- prasãda que se a distribuiu a milhares de pessoas.
mou isto ao Senhor.
VERSO 44
VERSO 41
«ífa artwta cttfàat *fa-fta arca i
«rt*tca caa, stç, csfaa asfàcs i spãt arfsm «rtfà' asara csfarca n 88 n
«Jà ai aifcw, caa ai *tica aia.cs ii 8> II
prabhura ãjnãya govinda dina-hina jane
aparte naisa, prabhu, bhojana karite duhkhi kãhgãla ãni' karãya bhojane
tumi nã khãile, keha nã pare khãite prabhura ãjnãya—por ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu; govinda—Seu servo
ãpanevaisa—pessoalmente senta-Te; prabhu—meu Senhor; bhojana karite-pata pessoal; dina-hina jane—a todos os pobres; duhkhi— tristes; kãhgãla—mendigos;
comer; fumi nã khãile—sem que comas; keha—ninguém; nã pare—não é capaz; khãi- íni-convidando; karãya bhojane—alimentou prodigamente.
te—de comer.
TRADUÇÃO-Obedecendo às ordens de Sri Caitanya Mahãprabhu, Govinda, Seu
TRADUÇÃO—Svarupa Dãmodara disse: "Meu Senhor, por favor, senta-Te. Ninguém •ervo pessoal, mandou chamar todos os pobres mendigos, que se sentiam infe-
comerá antes de que comeces a fazê-lo." lizes devido à sua pobreza, e alimentou-os prodigamente.
VERSO 42 VERSO 45
«ca aat*^ faca fàarMa I asnrlc*ia c«t5fa-a* caca cròaafã i
cewa asarei aarc * «rtas& tfàal n 8* n
5
"Todos estão cativados pelas ondas do oceano de ignorância, porém, se todos logo cantaram o santo nome, "Hari b o i " , os mendigos ficaram
T R A D U Ç Ã O — T ã o
imediatamente aceitassem o Senhor Sri Krsna como seu eterno mestre, não ha- absortos em amor extático por Deus. Dessa maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu
veria a mínima possibilidade de se deixarem levar pelas ondas da ilusão. Então, realizava passatempos maravilhosos.
todos os sofrimentos parariam." O mundo material, sob o controle dos três modos
da natureza material, é conduzido por Krsna, de sorte que existem três plataformas SIGNIFICADO— Sentir a emoção de amor extático por Deus é estar na plataforma
de vida — superior, média e inferior. Qualquer que seja a plataforma em que transcendental. Quem conseguir se manter nesta posição transcendental com cer-
alguém se situe, as ondas da natureza material arrastam-no de um lado para outro. teza voltará ao lar, voltará ao Supremo. No mundo espiritual, não existem classes
Talvez alguém seja rico, ou alguém seja de classe média, ou alguém seja um pobre superiores, médias ou inferiores. O sétimo mantra do Iéopanisad confirma isto:
mendigo — não importa. Enquanto estivermos sob o encanto dos três modos da
yasmin sarvãni bhütãny
natureza material, seremos obrigados a continuar experimentando estas divisões.
ãtmaivãbhüd vijãnatah
Por isso, Sri Caitanya Mahãprabhu aconselhou aos mendigos que cantassem
tatra ko mohah kah éoka
"Hari boi!" enquanto tomavam prasãda. Cantar significa aceitar-se a si mesmo
ekatvam anupaéyatah
como servo eterno de Krsna. Esta é a única solução, qualquer que seja a posição
social em que alguém se encontre. Todos estão sofrendo sob o encanto de mãyã; "Aquele que sempre vê todas as entidades vivas como centelhas espirituais, quali-
logo, o melhor procedimento é aprender como sair das garras de mdy<f. É este tativamente iguais ao Senhor, toma-se o verdadeiro conhecedor das coisas. Como,
o veredito do Bhagavad-gitã (14.26): então, poderá algo iludi-lo ou causar-lhe ansiedade?"
VERSO 47
mãm ca yo 'vyabhicãrena
bhakti-yogena sevate ^ t i «raatcaa aa-511-aaa I
sa gunãn samatltyaitãn ctivç aa aa 5tr.a, «itr.it atfç ata n 8i II
brahma-bhüyãya kalpate
ihãh jagannãthera ratha-calana-samaya
"Aquele que se ocupa plenamente em serviço devocional, que não cai em ne- gauda saba ratha tãne, ãge nãhi yãya
nhuma circunstância, transcende de imediato os modos da natureza maten , "«n—fora do jardim; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; ratha-calana-samaya—
m
que alcança o nível de Brahman." demos ° m e n t o de puxar o carro; gaudas—os trabalhadores chamados gauda, que
X a m
Ao concordarmos em ocupar-nos em serviço devocional ao Senhor, po ^ ^ o carro; soba—todos; ratha tãne— puxam o carro; ãge—adiante; nãhi yãya—
e , e
superar o encanto de mãyã e alcançar a plataforma transcendental. O f?' '° . s ll não vai.
con
selhou aos mendigos que cantassem o mahã-mantra Hare Krsna para^ ^ entre D
^ UÇÀO—Fora do jardim, chegado o momento de o carro de Jagannãtha ser
posição transcendental. Na plataforma transcendental, não há distinção Pecado, todos os trabalhadores chamados gaudas foram tentar fazer isso, mas
classe rica, média e pobre. o " ° «"o se movia.
C a
558 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, u Verso 53 Realização dos passatempos de Vrndãvana 559
VERSO 48 VERSO 51
fetfàtfs ai *fím cfcs, aa çtí%' fà»t i ag-*.f%ií«i iítca ata a« ai i
tfa-fàa I W 1 aw aja «rt^i i gv n ma* *ta a1 P C I aa, s & i «rsi II ei II
Mnife nã pare gauda, ratha chãdi' dila matta-hasti-gana (ãne yãra yata bala
pãtra-mitra lahã rãjã vyagra hahã ãila eka pada nã cale ratha, ha-ila acala
tãnite nã pare—não podiam puxar; gauda—os gaudas; ratha chãdi' dila—desistiram matta-hasti-gana—os hercúleos elefantes; fine—começaram a puxar; yãra yata
da idéia; pãtra-mitra—todos os funcionários e amigos; lanã— levando consigo; rãjã— bala—com toda a força que tinham; eka pada—um único passo; nã cale—não se move;
o rei; vyagra—muito ansioso; hahã—estando; ãila—chegou. nina—o carro; ha-ila—ficou; acala—parado.
TRADUÇÃO—Ao verem que não podiam fazer o carro mover-se, os gaudas desis- TRADUÇÃO—Os hercúleos elefantes puxaram com toda a sua força, apesar do que
tiram da idéia. Então, o rei, acompanhado por seus funcionários e amigos, chegou, o carro permaneceu parado, não se movendo nem um centímetro.
demonstrando grande ansiedade.
VERSO 52
VERSO 49
« f à ' aatatç «rftil fãwita \
a ç t a s t M fim aa 5tifèc<5 i a ^ f t aa fetca,—caca attit<í»l II n
« n i c a íTtfster) a a , ai «ttoi T*tf»?75 II 8s> n
éuni' mahãprabhu ãilã nija-gana lahã
mahã-malla-gane dila ratha cãlãite matta-hasti ratha tãne, —dekhe dãndãhã
ãpane lãgila ratha, nã pare tãnite éuni'—após ouvir falar; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; ãilã—veio; nija-
mahã-malla-gane—aos lutadores avantajados; dila—deu; ratha—o carro; cãlãite— gana lahã—com Seus devotos pessoais; matta-hastt—fortes elefantes; ratha tãne—
para puxarem; ãpane—pessoalmente; lãgila—ocupou-se; ratha—o carro; nã pare tentando puxar o carro; dekhe—Ele viu; dãndãhã— postado ali.
tãnite—nem se mexia.
TRADUÇÃO—Tão logo ficou sabendo disto, ári Caitanya Mahãprabhu dirigiu-Se
TRADUÇÃO—Aí, o rei convocou lutadores avantajados para tentarem puxar o para aquele local com todos os Seus associados pessoais. Eles então ficaram ali
carro, sendo que o próprio rei aliou-se ao grupo, mas mesmo assim o carro nem de pé, olhando os elefantes tentanto puxar o carro.
se mexia.
VERSO 50 VERSO 53
<5ça n ç f e t ç i i * i t ast^i 1
ftl n t i K ^ « t i nrf* «fã 11 «q 11
fsraritr,«l aa-^tíè frfwtw foi 11 «811
ãnande karaye loka 'jaya' 'jaya'-dhvani
tabe mahãprabhu saba hasti ghucãila 'jaya jagannãtha' ba-i ãra nãhi éuni
nija-gane ratha-kãchi tãnibãre dila Unande—com muito prazer; karaye—fazem; loka—todas as pessoas; jaya jaya-dhva-
tabe—nessa altura; mahãprabhu—Sn Caitanya Mahãprabhu; saba—todos; hastl—os -j_o som de todas as glórias, todas as glórias"; jaya jagannãtha—todas as glórias
elefantes; ghucãila—soltou; nija-gane—a Seus próprios homens; ratha-kãchi—a corda ao Senhor Jagannãtha; fw-i—exceto isto; ãra nãhi éuni—ninguém podia ouvir ne-
do carro; fãnibãre dila—deu para puxarem. nhuma outra coisa.
VERSO 60 VERSO 63
TRADUÇÃO—Ao verem a grandeza de ári Caitanya Maháprabhu, Pratâparudra TRADUÇÃO—Enquanto o Senhor Jagannãtha, o Senhor Balarãma e Subhadrã sen-
Mahãrãja, seus ministros e amigos ficaram tão embevecidos com amor extático tavam-Se em Seus respectivos tronos, Sri Caitanya Maháprabhu e Seus devotos
que ficaram com os cabelos arrepiados. puseram-se a realizar sankirtana com muito prazer, cantando e dançando no pátio
do templo.
VERSO 61
« f f ^ f à s r ç <5Ca C*TC*lfW I
VERSO 64
w i t f W a f à m fam fàw-fàçsTJir,» ii n
nrtya kari'—após dançar; sandhyã-kãle—à noite; drati dekhila—participou da cerimô- cãri mãsera dina mukhya-bhakta bãhti' nila
nia de ífraíi; ãitofããsi'—indo ao local conhecido como Ãitotã; prabhu—Sri Caitan ãra bhakta-gana avasara nã pãila
Mahãprabhu; viérãma karilã—pernoitou. tfri mãsera dina—os dias de quatro meses; mukhya-bhakta—os devotos principais;
M 0 ' nila—dividiram entre si; ãra bhakta-gana—outros devotos; avasara—oportuni-
dade; nã pãila—não tiveram.
TRADUÇÃO—À noite, após terminar Sua dança no pátio do templo de Gundicã
o Senhor participou da cerimônia de ãrati. Em seguida, dirigiu-Se ao local co^ TRADUÇÃO—Neste período de quatro meses, todos os devotos importantes divi-
nhecido como Ãitotã, onde pernoitou. diram entre si os convites diários. O restante dos devotos não teve a oportuni-
dade de convidar o Senhor.
VERSO 66
VERSO 69
«iCTOffw «<s«a*| faas«t I
«aas fwü fàaa«t a r a sfè-f%ta f à f à r i
a»ti »j«rj-aa wa aa Um * t t l i 11 II
<ai>sp5 a s t a í ç a faan-casfài ii >v& II
advaitãdi bhakta-gana nimantrana kaila
mukhya mukhya nava jana nava dina pãila eka dina nimantrana kare dui-tine mili'
advaita-ãdi—encabeçados por Advaita Ãcãrya; bhakta-gana—os devotos; nimantra- ei-mata mahâprabhura nimantrana-keli
na kaila—convidaram o Senhor Caitanya Mahãprabhu; mukhya mukhya—principais eka dina—um dia; nimantrana—convite; kare—fazem; dui-tine—duas ou três pessoas;
e importantes; nava jana—nove pessoas; nava dina—nove dias; pãila—obtiveram. mili'—combinando-se; ei-mata—dessa maneira; mahâprabhura—de Sri Caitanya
Mahãprabhu; nimantrana—convite; keli—passatempos.
TRADUÇÃO—Nove devotos principais, encabeçados por Advaita Ãcãrya, por nove
dias tiveram a oportunidade de convidar o Senhor a suas casas. TRADUÇÃO—Já que nem todos os devotos tiveram a oportunidade de receberem,
sozinhos, o Senhor por um dia, dois ou três devotos combinavam-se e faziam
VERSO 67 um convite. Estes são os passatempos em que o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu
aceita convites.
«rfa W*t«l T T O *T5 fira I VERSO 70
<m w faa asfV a # » l a«§a II <M II <2tte:a>tOT srta asfà' c a f V a r w i i N i
ara bhakta-gana cãturmãsye yata dina a ^ v í c a a^si a r a W&W a t a m • II
eka eka dina kari' karilã bantana
ãra bhakta-gana—os demais devotos; cãturmãsye—nos quatro meses da e s i 3 ( 3
° prãtah-kãle snãna kari' dekhi' jagannãtha
das chuvas; yata dina—todos os dias; e/ca eíca d/na fcari'—um por dia; sahktrtane nrtya kare bhakta-gana sãtha
bantana—compartilharam. pnltah-kãle—de manhã; snãna kari'—tomando banho; dekhi'—após ver; jagannãtha—
o Senhor Jagannãtha; sahktrtane— na realização de sahklrtana; nrtya kare—dança;
T R A D U Ç Ã O — D u r a n t e os quatro meses da estação das chuvas, os demais bhakta-gana sãtha—com os devotos.
fizeram convites ao Senhor, um para cada dia. Dessa maneira, eles co
lharam convites. yUADUÇÃO-ApóS tomar Seu banho de madrugada, ári Caitanya Mahãprabhu
e i m o r
dev" ° ^ Jagannãtha no templo. Então, realizava sankirtana com Seus
VERSO 68
VERSO 71
ç t f à tftxm fôa a^ow # t # f ã i i «Ç«tcac5 a t e i a , a s ç f w s j t a ç a t i
Ufa « a p i t a « l a a a sr| t t ^ a I I * v n as"Ç a t a a t r . 1 a t e i a , a ^ « ç r s t a ç a f m i n
Sri Caitanya-caritãmrta 77 Realização dos passatempos de Vrndãvana 567
566 Madhya-lilâ,
TRADUÇÃO—Ao cantar e dançar, ári Caitanya Mahãprabhu induzia Advaita Ãcã- TBADUÇÃO—ári Caitanya Maháprabhu vivia pensando nos passatempos de Rãdhã
e
rya a dançar. Às vezes, Ele induzia Nityãnanda, Haridãsa Thãkura e Acyutãnanda e Krsna, permanecia pessoalmente mergulhado nessa consciência.
a dançarem.
VERSO 72 VERSO 75
TRADUÇÃO—Às vezes, ári Caitanya Maháprabhu conduzia Vakreávara e outros TRADUÇÃO—Há muitos jardins que ficam perto do templo de Gundicã, e ári
devotos ao canto e à dança. Três vezes por dia — de manhã, à tarde e à noite —, Caitanya Maháprabhu e Seus devotos costumavam realizar os passatempos de
realizava sankirtana no pátio do templo de Gundicã. Vrndãvana em cada um deles. No lago chamado Indradyumna, Ele divertia-Se
na água.
VERSO 73
VERSO 76
aaftaca "erfèsri ^—<jj| spça wta
«rftca aa«i «r.v fàr,a> fâai i
$ca»a fàas-ff& l m «nwtü I I
j r w t i f»ta» csMacas cafàal«1*«
vrndãvane ãilã krsna—ei prabhura jhãna
krsnera viraha-sphürti haila avasãna ãpane sakala bhakte sihce jala diyã
vrndãvane—a Vrndãvana; ãilã krsna-Krsna chegou; pi prabhura jhãna-esta e a saba bhakta-gana sihce caudike bediyã
consciência do Senhor ári Caitanya Mahãprabhu; krsnera—do Senhor Krsna, tpane—pessoalmente; sakala bhakte—todos os devotos; sihce—borrifa; jala diyã—
viraha-sphürti—sentimentos de saudade; haila avasãna—terminaram. «>m água; saba bhakta-gana—todos os devotos; sihce—borrifam; cau-dike bediyã—
"rcando o Senhor por todos os lados.
S e n h o r l
TRADUÇÃO—Nesta ocasião, ári Caitanya Mahãprabhu sentia que o ^ d e
retomara a Vrndãvana. Absorto nesse pensamento, Seus sentimentos de sau T*ADUÇÀO—o Senhor pessoalmente jogava água em todos os devotos, e estes,
por Krsna aquietavam-se. ^cando-O por todos os lados, também jogavam água no Senhor.
VERSO 74 VERSO 77
kabhu eka mandala kabhu aneka mandala vidyãnidhira jala-keli svarüpera sane
jala-mandüka-vãdye sabe bãjãya karatâla gupta-datte jala-keli kare dui jane
kabhu eka mandala—hs vezes, um círculo; kabhu—às vezes; aneka mandala—diversos rtdydnidhira—de Vidyãnidhi; jala-keli— folguedos na água; svarüpera sane—com
círculos; jala-mandüka-vãdye—como o coaxar de rãs na água; sabe—todos eles- be arüpa Dãmodara; gupta-datte—tanto Murãri Gupta quanto Vãsudeva Datta; jala-
jâya—tocam; karatãla—címbalos. ^ folguedos na água; kare—fazem; dui jane—duas pessoas.
f
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o na água, eles às vezes formavam um círculo e, às vezes TRADUÇÃO—Svarupa Dãmodara e Vidyãnidhi também atiraram água um no
muitos círculos, e, enquanto na água, costumavam tocar címbalos e imitar o outro, e Murãri Gupta e Vãsudeva Datta também divertiram-se dessa maneira.
coaxar das rãs.
VERSO 81
VERSO 78 ÜNfa-af^s srsT caci aataa 1
WC* Clfa' TO 9WW\ I *raa-»fR»<5 aca caca ac^aa i v> 11
casç arca, ca*a f à r d - « f * j [ T O aa»ra n ««»• i értvãsa-sahita jala khele gadãdhara
dui-dui jane meli' kare jala-rana rãghava-pandita sane khele vakreévara
keha hãre, keha jine—prabhu kare daraéana értvãsa-sahita—com Srivãsa Thãkura; jala khele—realiza este cuverrimento na água;
dui-dui jane—formando um grupo de dois homens; meli'—juntando-se; kare— gadãdhara—Gadãdhara Pandita; rãghava-pandita sane—com Rãghava Pandita; khele—
fazem; jala-rana—luta na água; keha hãre—alguém é derrotado; keha jine—alguém diverte-se; vakreévara—Vakreávara Pandita.
sai vitorioso; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kare daraéana—vê.
TRADUÇÃO—Outro duelo aconteceu entre Srivãsa Thãkura e Gadãdhara Pandita,
TRADUÇÃO—Às vezes, separavam-se aos pares para lutarem na água. Um saía e ainda outro entre Rãghava Pandita e Vakreávara Pandita. Assim, todos eles
vitorioso e o outro, derrotado, e o Senhor assistia a toda essa brincadeira. ocuparam-se em jogar água.
VERSO 79 VERSO 82
pheli—atirando água um no outro; ãcãrya hãriyã— Advaita Ãcãrya, apos ser y—Sn Rãmãnanda Rãya; gãmbhlrya—gravidade; gela—desapareceu; dohhãra—de
•robôs; haila—tornaram-se; éiéu-prãya—como crianças.
tado, pãche—no fim; kare— faz; gãlâgãli—acusando.
TRADUÇÃO—O primeiro confronto deu-se entre Advaita Ãcãrya e ' ^' N t y à n ^DUÇÃO-Deveras, Sãrvabhauma Bhattãcãrya entreteve-se em divertir-se na
i s
»8uacomSri
Prabhu, que atiravam água um no outro. Advaita Ãcãrya foi derrotado, e Rãmãnanda Rãya, e ambos, esquecendo sua gravidade, tornaram-se
tarde começou a censurar Nityãnanda Prabhu, xingando-O. n a
" > crianças.
VERSO 80 VERSO 83
»tí%5, sf«—«ttatfaas w i
a n n - ç t a « n TO, asat* asfa II t-811 VERSO 87
VERSO 89 VERSO 92
« r t * t a * t ç f n §*ia * f i m «ra*» I
W a t f l - f t l l ' «flfcfrw «fofal ll v-s 11 itsirta fèumc*! f f i w c«i«w II n
apane tãnhãra upara karilã éayâna puri, bhãrati ãdi yata mukhya bhakta-gana
éesa-éãyl-ltlã' prabhu kaila prakatana ãcãryera nimantrane karilã bhojana
ãpane—pessoalmente; tãhhãra upara—sobre Advaita Ãcãrya; karilã éayâna—deitou- puri— paramãnanda Puri; bhãrati— Brahmãnanda Bhãrati; ãdi—começando com;
Se; éesa-éãyl-lllã—os passatempos de Sesaáãyi Visnu; prabhu—Sri Caitanya Mahã- ua/fl—todos; mukhya—principais; bhakta-gana—devotos; ãcãryera— de Advaita Ãcã-
prabhu; fcai/a prakafana—demonstrou. rya; nimantrane—a convite; karilã bhojana—almoçaram.
T R A D U Ç Ã O — D e i t a n d o - S e sobre Advaita Prabhu, que flutua va na água, ári Caitanya T R A D U Ç Ã O — P a r a m ã n a n d a Puri, Brahmãnanda Bhãrati e todos os outros princi-
Mahãprabhu demonstrou o passatempo de Sesasãyi Visnu. pais devotos de Sri Caitanya Mahãprabhu almoçaram a convite de Advaita
Ãcãrya.
VERSO 90 VERSO 93
atò«rt*r « I T * TO « m a «rtfsw 1
iiíT-a^idjii a j i arwffs «tfàsl 11 a» 11 «wt-srç* fr,«i e i * «11W «tt*»i 11 s>« 11
advaita nija-éakti prakafa kariyã vãninãtha ãra yata prasãda ãnila
mahãprabhu lahã bule jalete bhãsiyã mahâprabhura gane sei prasãda khãila
advaita—Advaita Ãcãrya; nija-éakti—Sua potência pessoal; prakata kariyã-ípós vãninãtha—Vãninãtha Rãya; ãra—excedentes; yafa—quaisquer; prasãda—restos
manifestar; mahãprabhu lahã— levando Sri Caitanya Mahãprabhu; bule—move-Se; de comida; ãnila—trouxe; mahâprabhura gane—os associados pessoais de Sri Caitanya
jalete—sobre a água; bhãsiyã— flutuando. Mahãprabhu; sei—esses; prasãda—restos de alimento; khãila—comeram.
T R A D U Ç Ã O — M a n i f e s t a n d o Sua potência pessoal, Advaita Ãcãrya flutuou sobre TRADUÇÃO—Toda a prasãda excedente trazida por Vãninãtha Rãya foi tomada
a água, transportando ári Caitanya Mahãprabhu. pelos outros associados de Sri Caitanya Maháprabhu.
•p: D .
VERSO 91 VERSO 94
TRADUÇÃO—Após divertir-Se na água por algum tempo, Sri Caitanya Mahap» e d*a * r" U( ÀO A t a r
d e , o Senhor foi ao templo de Gundicã para visitar o Senhor
n
dos gaurâhga-nãgaris.
VERSO 100
VERSO 97
<sca acapata st^ ^feai atfèc« i
?*jairt arçtffrs aaáca i acapfa atee, «fÇTfftsTl f t*.c<511 11
,
ç*-f»t« ata, ac* % 5 i f«ca II ai«
576 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, i 4
Verso 105 Realização dos passatempos de Vrndãvana 577
tabe vakreévare prabhu kahilã nãcite TRADUÇÃO Dessa maneira, após realizarem durante algum tempo passatempos
vakreévara nãce, prabhu lãgila gaite „o jardim, todos dirigiram-se a um lago chamado Narendra-sarovara, em cuja
tabe—em seguida; vakreévare—a Vakreávara Pandita; prabhu—o Senhor Sri Caitanv água se divertiram.
Maháprabhu; kahilã— ordenou; nãcite—que dançasse; vakreévara nãce—Vakreávara
Pandita começou a dançar; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; lãgila— pôs-Se-
gaite—a cantar. VERSO 103
araa?fsl « f ã ' »fa: « t f * f r i fewtca i
cetwaWl c«*rl a f ç a<íPi « v M c a i v^o n
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Maháprabhu ordenou que Vakreávara Pandita
dançasse, e, tão logo este começou a dançar, o Senhor pôs-Se a cantar. jala-kridã kari' punah ãilã udyãne
bhojana-Mã kailã prabhu lahã bhakta-gane
jala-kridã— diversão na água; kari'—realizando; punah—de novo; ãilã— veio; udy-
fne—no jardim; bhojana-llla— passatempos de tomar prasãda; kailã—realizou; pra-
VERSO 101 bhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; lahã bhakta-gane—com todos os devotos.
VERSO 102 Por nove dias seguidos, Sua Onipotência Sri Jagannátha-deva per-
T R A D U Ç Ã O
TRADUÇÃO—"Deves, também, duplicar a quantidade de prasãda. Faze-a em tal nilãcale ãilã punah bhakta-gana-sahge
proporção de modo que chegue a superar a do festival de Ratha-yãtrã. dekhite utkanthã herã-pahcamira range
nilãcale—para Jagannãtha Puri; ãilã— voltou; punah—de novo; bhakta-gana-sahge—
com Seus devotos; dekhite—para ver; utkanthã— muito ávido; herã-pahcamira range—
VERSO 112 realização do festival conhecido como Herã-pancami.
TRADUÇÃO—Kãái Miára recebeu Caitanya Mahãprabhu com muito respeito VERSO 119
levando o Senhor e Seus associados a um lugar muito agradável, conseguiu- **rfaa-aa sa*. §»taa-a«t i
assentos.
<5í*l cafâatca ^«.«ffcs aa aa II Ü & II
VERSO 116
vrndãvana-sama ei upavana-gana
aafàcaa <síça *rfW5 aa C f l f tãhã dekhibãre utkanthita haya mana
íra«, atfaal •ti*»!« n vrtuiãvatui-sama—assemelhando-se exatamente a Vrndãvana; ei—todos estes;
upavana-gana—jardins próximos; tãhã—estes jardins; dekhibãre—de ver; utkanthita—
rasa-viéesa prabhura éunite mana haila muito ansiosa; haya mana—Sua mente fica.
isat hãsiyã prabhu svarüpe puchila
rasa-viéesa—uma doçura específica; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; éuni- TRADUÇÃO—Chamando a atenção para os jardins vizinhos, Sri Caitanya Mahã-
te—de ouvir; mana haila—houve um desejo; isat hãsiyã— sorrindo com discrição- prabhu disse: "Todos estes jardins assemelham-se exatamente a Vrndãvana; por
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; svarüpe puchila—indagou de Svarupa Dãmodara isso, o Senhor Jagannãtha está muito ansioso de vê-los outra vez."
VERSO 120
TRADUÇÃO—Após sentar-Se, Sri Caitanya Mahãprabhu quis ouvir sobre uma de- atfâa aa^s «ca aaararrtr»! i
terminada doçura de serviço devocional; portanto, com um sorriso discreto, pôs-Se ^atan>c»i ara « J ^ * t f ^ ' aYatç* n n
a interrogar Svarupa Dãmodara.
bãhira ha-ite kare ratha-yãtrâ-chala
sundarãcale yãya prabhu chãdi' nilãcala
VERSOS 117—118 bãhira ha-ite— externamente; kare—faz; ratha-yãtrâ-chala—uma desculpa para des-
frutar do festival dos carros; sundarãcale—a Sundarãcala, o templo de Gundk.i;
a©f»t «rasta «caa * ta«Ta fà*ra I yíya—vai; prabhu—o Senhor Jagannãtha; chãdi'—saindo de; nilãcala—Jagannãtha
Puri.
açw * « & «ca »taa Sara n n
«atfa a^aa-ac*! aa iâ«ara i TRADUÇÃO—"Externamente Ele dá a desculpa de que quer participar d o festival
^artaa cwtacs i r a 5«.«4i «s»tra« i de Ratha-yãtrã, mas o que Ele realmente deseja é sair de Jagannãtha Puri para ir
a Sundarãcala, o templo de Gundicã, a réplica de Vrndãvana."
yadyapi jagannãtha karena dvãrakãya vihâra
sahaja prakafa kare parama udãra VERSO 121
arai-^irairca^aicacsi atfã-fàcai
tathãpi valsara-madhye haya eka-bãra
«t^ftcafica aca atfè * a fãs «taça ? Í*.Í II
vrndãvana dekhite tãhra utkanthã apara
yadyapi—embora; jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; karena—faça; dvãrakãya—em nãnã-puspodyâne tathã khele rãtri-dine
Dvãrakã-dhãma; vihâra—desfrute; sahaja—natural; prakata—manifestação; laksmlàevtre sahge nãhi laya ki kãrane?
laça; parama—sublime; udãra—munificente; tathãpi— não obstante; vatsara-tnad«!r~ J^nã-puspa-udyãne— nos diversos jardins floridos; tathã— ali; khele— Ele Se diver-
em cada ano; haya—fica; eka-bãra—uma vez; vrndãvana dekhite—de visitar Vrndãv *-Jãtri-dine—tanto de dia quanto de noite; laksml-devlre— Laksmidevl, a deusa da
tãhra—Sua; utkanthã— ansiedade; apara—ilimitada. ""mina; sanye—consigo; nãhi—não; laya—leva; ki kãrane—qual a razão.
8
T R A D U Ç Ã O — " E m b o r a o Senhor Jagannãtha desfrute d e Seus P * " . ^ . ^ ^ ^ ^RADUÇAO—"Ali, o Senhor desfruta de Seus passatempos dia e noite em diver-
a r d i n 8
Dvãrakã-dhãma e manifeste naturalmente ali munificència sublime, não o s <' floridos. Mas, por que Ele não levou consigo Laksmidevl, a deusa da
""tuna?"
uma vez por ano, Lhe assoma o desejo ilimitado de ver Vrndãvana.
584 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 14 Verso 127 Realização dos passatempos de Vrndãvana 585
T R A D U Ç Ã O — S v a r u p a Dãmodara replicou: " M e u querido Senhor, por favor, ouve T R A D U Ç Ã O — " T o d o s os passatempos com as gopis que acontecem nesses jardins
o porquê disto. Laksmidevl, a deusa da fortuna, não tem acesso aos passatempos são êxtases muito íntimos do Senhor Krsna. Ninguém os conhece."
de Vrndãvana."
VERSO 126
VERSO 123
«r&í? TO»? «ftTOi «nfà f « f cri? 1
aarraa-^rsrt? TO»? » W I cH%W i TO C T O «raftwft TO 1 1 T S cai? ? H
c*tt%M ft»Ti TO»? «ficv alta aa 11 i < * 11
ataeva krsnera prâkatye nãhi kichu dosa
vrndãvana-ltlãya krsnera sahãya gopl-gana tabe kene laksmidevl kare eta rosa?
gopl-gana vinã krsnera harite nãre mana ataeva—uma vez que; krsnera—do Senhor Krsna; prâkatye—por semelhante ma-
vrndãvana-ltlãya—nós passatempos de Vrndãvana; krsnera—do Senhor Krsna; nifestação; nãhi—não há; kichu—nenhuma; dosa—imperfeição; tabe—portanto; ke-
sahãya—auxiliares; gopl-gana—todas as gopis; gopl-gana vinã— exceto as gopis; krsne- ne-por que; laksml-devl—a deusa da fortuna; kare—faz; eta—tanta; rosa—ira.
ra—do Senhor Krspa; harite— de atrair; mire—ninguém é capaz; mana—a mente.
TRADUÇÃO—"Uma vez q u e n ã o h á n e n h u m vestígio d e imperfeição nos passa-
TRADUÇÃO—Nos passatempos de Vrndãvana, só se conta com a ajuda das gopis. tempos de Krsna, por que a deusa da fortuna fica irada?"
Com exceção das gopis, ninguém pode atrair a mente de Krsna."
VERSO 127
VERSO 124
W t TO — C « W ? € H <ífè <5' w r ? l
« | ^ T O , - a t a n - Ç O T TO ? f*? I
1
?nr«? "è* r a i - c n c f ç ? captwt? n w n
VNJFÍ «It? ? T O ? , 1 C W «H II i*8 II
stxtnJpa kahe,—premavatlra ei ta' svabhãva
prabhu kahe, —yãtrã<hale krsnera gamana kãntera audãsya-leée haya krodha-bhãva
subhadrã ãra baladeva, sahge dui jana . svarupa
3
kahe— Svarupa Dãmodara Gosvãmi replicou; prema-vailra—àa jovem que
prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; yãtrã-chale—sob a alegativa do j** completamente dominada pelo amor; ei—esta; ta'—na verdade; sva-bhãva—a
rival dos carros; krsnera—do Senhor Krsna; gamana—partida; subhadrã—Sua '"reza; kãntera—do amado; audãsya—àe rejeição; leée— mesmo por uma porção
ãra—e; baladeva—Seu irmão; sahge—com Ele; dui jana—duas pessoas. ^acionária; haya-há; krodha-bhãva-fúria.
TRADUÇÃO—O Senhor disse: "Usando o festival dos carros como desculpa- Kl?** JRADUÇÀO-Svarüpa
vai lá com Subhadrã e Baladeva." Dãmodara replicou: "É a natureza de uma jovem dominada
amor ficar imediatamente enfurecida ao sentir-se rejeitada por seu amante."
Sri Caitanya-caritãmrta Realização dos passatempos de Vrndãvana 587
586 Madhya-lilã, i Verso 1 3 3
VERSO 1 2 8 TRADUÇÃO—As criadas carregavam jarras dágua, abanos câmara e caixas com nozes
j betei- Havia centenas de criadas, todas belamente vestidas e portando colares
fàf3n
e
caa*rc*i, afèvs ate* i preciosos.
( ^ t c r w i « f à ' «vfcat*«i i II
VERSO 1 3 1
hena-kãle, khacita yãhe vividha ratana
suvarnera caudolã kari' ãrohana «fffnrf«« 1 t * aç-lfàata I
hena-kãle—enquanto Svarupa Dãmodara e o Senhor Caitanya Mahãprabhu W*. Ç-íPl et«ftwft «tr?*i1 fàiama ii vei ll
versavam; khacita—estava decorado; yãhe—sobre o qual; vividha—variedades; rafai.
na—jóias; suvarnera—feito de ouro; caudolã— um palanquim carregado por quatro alaukika aiévarya sahge bahu-parivãra
homens; kari' ãrohana—passeando em. kruddha hahã laksmidevl ãilã sirhha-dvãra
alaukika—incomum; aiévarya—opulência; sarige— acompanhada por; bahu-pari-
xúra—muitos membros da família; kruddha hahã—estando irada; laksml-devl—a deusa
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o Svarupa Dãmodara e Sri Caitanya Mahãprabhu conver- da fortuna; ãilã— chegou; sirhha-dvãra—ao portão principal do templo.
savam, a procissão da deusa da fortuna aproximou-se. Ela passeava sobre um
palanquim dourado carregado por quatro homens e decorado com vários tipos TRADUÇÃO—Tomada de ira, a deusa da fortuna chegou ao portão principal do
de jóias. templo acompanhada por muitos membros de sua família, todos os quais apre-
sentavam uma opulência incomum.
VERSO 129
VERSO 132
ÇaB-ÇW3-'HSrt f 3 t « T 3 *St«t I
«T«|3tS-«ircM HTCÊ CWWTllt»! II i^fe II **tírtr,«ra »jaj »jjrj i s f^iMca i
foafta fpaWl «caa a r o II ii
chatra-cãmara-dhvajã patãkãra gana
nãnã-vãdya-ãge nãce deva-dãsl-gana jagannãthera mukhya mukhya yata bhrtya-garxe
chatra—de sombrinhas; câmara—e abanos; dhvajã—e bandeiras; patãkãra—e grandes laksmidevlra dãsl-gana karena bandhane
bandeiras; gana—congregação; nãnã-vãdya—vános grupos musicais; ãge—à frente; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; mukhya mukhya—os principais; yafa—todos;
nãce—dançam; deva-dãsl-gana—dançarinas. Wi.rtya-gane—servos; lak$ml-devtra—da deusa da fortuna; dãsl-gana—criadas; karena
bandhane—apreenderam.
TRADUÇÃO—O palanquim também estava rodeado de pessoas que levavam som-
brinhas, abanos câmara e bandeiras, e, à sua frente, seguiam músicos e dançannas. TRADUÇÃO—Ao chegar a procissão, as criadas da deusa da fortuna puseram-se a
apreender todos os principais servos do Senhor Jagannãtha.
in/io nija-sampatti saba prakata kariyã nãyikãra svabhãva, prema-vrtte bahu bheda
priyera upara yãya sainya sãjana sei bhede nãnã-prakãra mãnera udbheda
ihho—esta; nija-sampatti—sua opulência; saba—toda; prakata kariyã—manifestando' nãyikãra—da heroína; sva-bhãva—natureza; prema-vrtte—quando se trata de ro-
priyera upara—contra seu amado esposo; yãya—vai; sflinya sãjãha—acompanhada mances amorosos; bahu—muitas; bheda—variedades; sei—isto; bhede—em cada va-
por soldados. riedade; nãnã-prakãra—diversas espécies; mãnera—da ira provocada pelo ciúme da
mulher; udbheda—subdivisões.
T R A D U Ç Ã O — " P o r é m , no caso da deusa da fortuna, vejo que há uma forma dife-
rente de orgulho. Ela manifesta suas próprias opulências e chega ao ponto de características e maneiras d e amar diferem e m cada mulher.
T R A D U Ç Ã O — " A s
atacar seu esposo com seus soldados." Sua ira provocada pelo ciúme também assume diversas qualidades e variedades."
espécies de ha provocadas pelo ciúme, manifestas pelas gopis, mas alguns prin-
«fÇ TO,—«* acsrçi atcaa «t«ra i cípios podem servir como ponto de referência."
w t T O . - c f r ô i a t a - a ã i "twra n 58»«
0 _ A h e r o , n a s ó
TRADUÇÃO—"Existem três classes de mulheres que experimentam ira decorrente DUC* ""
T í A b r i a comporta-se com muita simplicidade. Ela deixa
do ciúme: mulheres sóbrias, mulheres inquietas e mulheres tanto inquieta ^ j d a d a em seu coração a ira decorrente de seu ciúme, mas, com palavras meigas
quanto sóbrias." Tcom sorrisos, rechaça as abordagens de seu amante."
TRADUÇÃO—"Tão logo u m a heroína sóbria vê à distância que seu herói se apro- TRADUÇÃO—" Entretanto, a heroína inquieta às vezes maltrata seu amante com
xima, ela se levanta para recebê-lo. Ao chegar junto dela, ela imediatamente lhe palavras cruéis, às vezes puxa-lhe a orelha e, às vezes, prende-o com uma guir-
oferece um lugar para sentar-se." landa de flores."
TRADUÇÃO—"A heroína sóbria não deixa transparecer a ira que está dentro de TRADUÇÃO—"A heroína que é uma combinação de sobriedade e inquietude
seu coração e externamente fala palavras doces. Ao ser abraçada pelo amante, •empre joga com palavras equívocas: às vezes louva seu amante, às vezes lhe
ela também retribui o abraço." d» blasfêmias e, às vezes, mostra-se indiferente."
VERSO 146
VERSO 149
aa*i ajaçra, ara atcaa cftai i
'«jarr, 'aart', W ^ l ' , - fea a t l e t a casa i
fã^l 6X1*14-aícarj ara fèta-faaaa II >84> B
'atui' atf> artea atcaa caattj-làr.w II iss n
sarala vyavahãra, kare mãnera posana
kimvâ solluntha-vãkye kare priya-nirasana ocada 'mugdhã', 'madhyã', 'pragalbhá',—fina nãyikãra bheda
sarala vyavahãra—comportamento simples; kare—faz; mãnera—da ira prov ^ 'mugdhã' nãhi jãne mãnera vaidagdhya-vibheda
pelo ciúmes; posana—manutenção; kimvã—ou; solluntha—sorrindo um pou ^Sdha—enamoradas; madhyã— intermediárias; pragalbhã— descaradas; fina—
fcye—com palavras; kare—faz; priya—ao amante; nirasana—rejeição. ' ""ykâra—de heroínas; bheda—divisões; mugdhã—a enamorada; nãhi jãne—não
594 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Realização dos passatempos de Vrndãvana 595
u Verso 155
conhece; mãnera—da ira decorrente do ciúme; vaidagdhya-vibheda—as complexi tefia-algumas; prakharã— muito tagarelas; keha—algumas; mrdu—muito meigas;
dades da astúcia. L^ta haya—algumas delas são; samã—equânimes; sva-svabhãve— por suas caracte-
rfeticas específicas; xrsnera-do Senhor Krsna; bdddyc-intensifica; prema-s/mJ-limi-
T R A D U Ç Ã O — " P o d e - s e também classificar as heroínas como enamoradas, inter te do êxtase amoroso.
medianas e descaradas. A heroína enamorada pouco conhece sobre as sutis com-
plexidades da ira decorrente do c i ú m e . " TRADUÇÃO—"Algumas são muito tagarelas, algumas meigas e algumas equâni-
jnts. De acordo com seu caráter específico, cada heroína intensifica o êxtase amo-
VERSO 150 roso de Sri K r s n a . "
dãmodara kahe,—krsna rasika-sekhara da e de terceira classe. A palavra rasa quer dizer "doçura", e ãbhãsa quer
rasa-ãsvãdaka, rasamaya-kalevara v "espectro". Se alguém saboreia uma espécie de doçura e se acrescenta algo
e r
dãmodara kahe— Dãmodara disse; krsna—o Senhor Krsna; rasika-éekhara—o senh ^ i s , isto é uparasa. Se algo é decorrente da doçura original, isto chama-se anura-
das doçuras transcendentais; rasa-ãsvddaka—aquele que saboreia as doçuras tra ' 0 Caso se valorize algo que pouco tenha a ver com a doçura original, isto chama-
cendentais; rasa-maya-kalevara—cujo corpo é feito de toda a bem-aventuran ggavarosa. Uparasa, anurasa e aparasa são, respectivamente, rasãbhâsas de primeira,
transcendental. de segunda e de terceira classe. Conforme afirma o Bhakti-rasãmrta-sindhu (4.9):
TRADUÇÃO—Dãmodara Gosvãmi disse: "Krsna é o senhor de todas as doçura pürvam evãnuéistena vikala rasa-laksanã
transcendentais. É Ele quem saboreia as doçuras transcendentais, e Seu como rasa eva rasãbhãsa rasa-jhair anuklrtitãh
é constituído de bem-aventurança transcendental." syus tridhoparasãé cãnurasãé cãparasãé ca te
uttama madhyamãh proktãh kanisfhãé cety ami kramát
VERSO 156
VERSO 158
CífíTTS-T^íai W - C « 1 1 t ? f a I
>w aa*tt«f«tr«i-3-i Hrin
WdCI. P t V C h CMtf*t»1—«ttH I ><rfc I
i tvntcattvf *i<*i w'
premamaya-vapu krsna bhakta-premãdhlna ficn a t ^ 9 í « - C 1 > ? l " 3 :
éuddha-preme, rasa-gune, gopikã—pravina
prema-maya-vapu—corpo de amor e êxtase; KrsruJ—o Senhor Krsna; bhakta-prema- i*r: " i « * ¥ H j * i m u i 5 i : i i
adhina—sempre subordinado aos sentimentos amorosos de Seus devotos; éuddha-
preme—em amor puro e imaculado; rasa-gune—e nas qualidades de doçuras trans- evam éaéahkãméu-virãjitã niéãh
cendentais; gopikã—as gopis; pravina—muito experientes. sa satya-kãmo 'nuratãbalã-ganah
siseva ãtmany avaruddha-sauratah
TRADUÇÃO—"Krsna é pleno de amor extático e sempre subordinado ao amor sarvãh éarat-kâvya-kathã-rasâérayâh
de Seus devotos. As gopis entendem muito de amor puro e de inter-relaciona- evam—assim; éaéahka-améu— com raios lunares; virãjitãh—de existência bela; ni-
ith—noites; sah—Ele; satya-kãmah—a Verdade Absoluta; anurata—por quem se
mentos de doçuras transcendentais."
sentem atraídas; abalã-ganah—mulheres; sisena—realizou; ãtmani—dentro de Si
VERSO 157 mesmo; avaruddha-sauratah—Seu amor erótico transcendental era impedido; sar-
vãh—todo; sarai—no outono; kãvya—poéticas; kathã— palavras; rasa-ãérayãh—plenas
cittfafta C«ÍCT «tf* sireti-tf-r? i de todas as doçuras transcendentais.
«t<3<ira «roa WÇt irota II aM II 'O Senhor Sri Krsna, que é a Verdade Absoluta, gozou de Sua
T « A D U Ç Ã O - "
dança da rasa noite após noite durante o outono. Ele realizou esta dança ao luar
gopikãra preme nãhi rasãbhãsa-dosa
* com doçuras transcendentais plenas. Ele usava palavras poéticas e estava ro-
ataeva krsnera kare parama santosa
deado de mulheres que se sentiam muito atraídas por Ele.' "
gopikãra—das gopis; preme—nos romances amorosos; nãhi— não há; rasa-âbhisa—
de um sabor de doçura adulterada; dosa—imperfeição; ataeva—por isso; krsnera
do Senhor Krsria; kare—elas fazem; parama santosa—satisfação máxima. SIGNIFICADO—Este verso é uma citação do érimad-Bhãgavatam (10.33.26). As gopfs
3 8 0
todas almas espirituais transcendentais. Jamais se deve pensar que as gopis
TRADUÇÃO—"O amor das gopis é inadulterado e perfeito; por isso, elas dao a NSna têm corpos materiais. Vrndãvana-dhãma também é uma morada espiri-
e
jjr' os dias e as noites, as árvores, flores, água e tudo o mais é espiritual,
Krsna o prazer máximo." sequer um vestígio de contaminação material. Krsna, que é o Brahman
rç
a de P mo e a Superalma, não tem nenhum interesse por coisas materiais. Suas
SIGNIFICADO—Ocorre rasãbhãsa quando alguém se relaciona com KrsP
dades com as gopfs são todas espirituais e acontecem dentro do mundo espiritual.
neira adulterada. Existem diferentes categorias de rasãbhãsa — de pnm '
598 Sri Caitanya-caritàmrtã Madhya-Mj
162 Realização dos passatempos de Vrndãvana 599
Elas nada têm a ver com o mundo material. Os desejos luxuriosos de Krsna
todos os Seus relacionamentos com as gopis estão na plataforma espiritual. Mesm* VERSO 161
que seja só para pensar em saborear os passatempos de Krsna com as gopis é a * c i ' a a m f cSr,*i a t e a r a 'jprr |
preciso primeiramente ter percepção transcendental. Quem está na plataforma
mundana deve, antes de mais nada, purificar-se seguindo os princípios regul ati
H1F £«Hr«TC? c * w l f à r o r W n > n
vos. Só então pode tentar entender Krsna e as gopis. Sri Caitanya Mahãprabhu
e Svarupa Dãmodara Gosvãmi conversam aqui sobre o relacionamento entre Krsna vayase 'madhyamã' tenho svabhãvete 'samã'
e as gopfs: logo, o assunto não é nem mundano, nem erótico. Sendo um snnnydsr gãdha prema-bhãve tenho nirantara 'vãmã'
Sri Caitanya Mahãprabhu era muito estrito na maneira de tratar com as mulheres vayase madhyamã— ajuizada; tenho—Srimati Rãdhãrãrii; sva-bhãvete—de caráter;
Se as gopfs não estivessem na plataforma espiritual, Sri Caitanya Mahãprabhu --equânime; gãdha—profundo; prema-bhãve—em amor extático; tenho—Ela;
j-mfl
nem mesmo mencioná-las-ia para Svarupa Dãmodara Gosvãmi. Portanto, estas nirantara—constantemente; vãmã— do grupo das gopfs da ala esquerda.
descrições não dizem respeito, nem de longe, a atividades materiais.
TRADUÇÃO—"Rãdhãrani é ajuizada e tem caráter equânime. Ela vive profunda-
VERSO 159 mente absorta em amor extático e sempre Se sente identificada como uma gopí
da ala esquerda."
' a t a r «a« c*tl%Mi ' « t f o l f «a* *M i
SIGNIFICADO—Rüpa Gosvãmi explica no Ujjvala-nllamani o que vem a ser a ala
n t u t v t ç t a^rti ? w » w « w t w n i<f» II esquerda e a ala direita das gopis. A ala esquerda é descrita desta maneira:
'vãmã' eka gopl-gana 'daksina' eka gana
nãnã-bhive karãya krsne rasa ãsvãdana mana-grahe sadodyuktã
vãmã—ala esquerda; eka—um; gopl-gana—grupo de gopis; daksina—ala direita; tac<haithilye ca kopanã
eka—outro; gana—grupo de gopfs; nãnã-bhãve— em variedades de amor extático; abhedyã nãyake prâyah
karãya—fazem com que; krsne— Krsna; raso ãsvãdana—saboreie doçuras krúrã vdmeti klrtyate
transcendentais.
"A gopt que está sempre pronta a ficar irada por causa do ciúme, que é muito
T R A D U Ç Ã O — " P o d e - s e dividir as gopis em duas alas — a esquerda e a direita. entusiasta por esta posição, que imediatamente se irrita ao ver-se derrotada, que
Ambas as alas induzem Krsna a saborear doçuras transcendentais por intermédio nunca se deixa controlar por um herói e que sempre se opõe a Ele chama-se vãmã,
ou gopl da ala esquerda."
de diversas manifestações de amor extático."
Srila Rüpa Gosvãmi descreve as gopfs da ala direita desta maneira:
VERSO 160
asahyã mãna-nirbandhe
nãyake yukta-vãdinl
f i T Í S l - S ^ - * * - ^ - * * ' ^ II a«» II sãmabhis tena bhedyâ ca
daksina pariklrtitã
gopl-gana-madhye érestha rãdhã-thãkurãnl
nirmala-ujjvala-rasa-prema-ratna-khani SrunaO r—
£°píque não consegue tolerar a ira ferninina, que se dirige ao herói com pala-
gopl-gana-madhye-de todas as gopis; éresfhã-a principal; rãdhã-thãkurãn_ de
adequadas e que fica satisfeita com as doces palavras dEle chama-se daksina,
Rãdhãrani; nirmala—purificada; ujjvala—brilhante; rasa—em doçuras; P ""«"Pída ala direita."
amor extático; ratna-khani—a mina de jóias.
VERSO 162
TRADUÇÃO—"De todas as gopis, Srimati Rãdhãrani é a principal. Ela ?*^^do-
de jóias de amor extático e a fonte de todas as transcendentais e puri i i f ü - v e í t ? a t a S e i faro* i
curas conjugais."
<5t* T W S d T O * * W T ^ I f í T ? I i i * 1
ári Caitanya-caritãmrta Verso 167 Realização dos passatempos de Vrndãvana 601
600 Madhya-lilã, 14
vãmya-svabhãve mana uthe nirantara -gADUÇÃO—Quando Sri Caitanya Mahãprabhu ouviu estas conversas, Seu oceano
tara madhye uthe krsnera ãnanda-sdgara de bem-aventurança transcendental cresceu. Portanto, Ele disse a Svarupa Dãmo-
vdmya-svabhdve—devido ao caráter da ala esquerda; mana—ira feminina; uthe— jjra' "Continua falando, continua falando", de modo que Svarupa Dãmodara
desperta; nirantara—sempre; fira madhye— neste relacionamento; uthe—está d continuou.
peitando; krsnera—do Senhor Krsna; ànanda-sâgara—um oceano de bem-aventu
rança transcendental. VERSO 165
'«ifwif a*r«ta'-aifã*sta c«fn 1
TRADUÇÃO—"Por ser uma gopi da ala esquerda, Sua ira feminina está sempre
acesa, mas Krsna tira prazer transcendental das atividades dEla." f â « « , f ã * * , cacs «r"(? ti caa 11 y * « R
VERSO 164 TRADUÇÃO— "Basta Rãdhãrani ter a oportunidade de ver Krsna para Seu corpo
""ediatamente ficar enfeitado com diversos ornamentos extáticos."
iiTS « f ã ' a r e s a r ç * «Itaat-ataa I
, 3 » * ' a^ca a f ç , 3c*t « t c a t a a 11 11
VERSO 167
efa áuni' fwde prabhura ãnanda-sdgara
'kaha, kaha' kahe prabhu, bale dãmodara nrabhu; mk 'atfãas', çarfã 'arfèstaV ata i
eta éuni'—ouvindo isto; fxJde—aumentou; prabhura—àc Sri Caitanya M a h ^ ^ . ^ 'açw cala', fày*f% «<eta'-«i»w n n iM „
kana C
ânanda-sãgara—o oceano de bem-aventurança transcendental; kaha ~^ °
falando; kahe prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu continuou a pedir; bale dam asfa 'sãttvika', harsddi 'vyabhicdri' yãhra
Dãmodara Gosvãmi continuou a falar. 'sahaja prema', viméati 'bhãva'-alahkãra
602 érí Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, erso 172 Realização dos passatempos de Vrndãvana 603
flsía—oito; sãttvika—sintomas transcendentais; harsa-ãdi—como júbilo; vyabh era bhãva-bhüsãya bhüsita éri-rãdhãra ahga
ri— aspectos característicos; yãhra—de cujo; sahaja prema—amor natural; viméàti dekhite uthale krsna-sukhãbdhi-tarahga
vinte; bhãva—áe êxtase; alahkãra—ornamentos. —tantos; bhãva-bhüsãya—com os ornamentos de êxtase; bhüsita—decorado;
M-rãdbâra—de Srimati Rãdhãrani; ahga—o corpo; dekhite—ver; uthale—desperta;
T R A D U Ç Ã O — " O s ornamentos transcendentais do corpo de Srimati Rãdhãrani in- tona-sukha-abdlu—do oceano da felicidade de Krsna; tarahga—ondas.
cluem os oito sãttvikas, ou sintomas transcendentais, os trinta e três vyabhicari
bhãvas, a começar por harsa, ou júbilo em amor natural, e os vinte bhãvas ou UÇÃO—"Quando o corpo de Srimati Rãdhãrani manifesta os ornamentos
ornamentos emocionais extáticos." , muitos sintomas extáticos, o oceano da felicidade de Krsna imediatamente
apresenta ondas transcendentais."
SIGNIFICADO—Os trinta e três vyabhicãrf-bhãvas, sintomas corpóreos manifestos
em amor extático, são os seguintes: ( 1 ) nirveda, indiferença; ( 2 ) visada, melancolia- VERSO 1 7 0
( 3 ) dainya, mansidão; ( 4 ) glãni, culpa; ( 5 ) êrama, fadiga; ( 6 ) mada, loucura; (7) garva,
fà^tfofaKSífã-vtcaa «* fàaa«i i
orgulho; ( 8 ) éahkã, dúvida; ( 9 ) frisa, choque; ( 1 0 ) ávega, emoção intensa; ( 1 1 )
unmãda, outro estado de loucura; ( 1 2 ) apasmãra, esquecimento; ( 1 3 ) vyãdhi, doença; ca «Ta-<çata atai íca a^j-aa n ai» n
( 1 4 ) mona, confusão; ( 1 5 ) mrti, morte; ( 1 6 ) ãlasya, preguiça; ( 1 7 ) jãdya, invalidez;
( 1 8 ) vrtdá, vergonha; ( 1 9 ) avahitthã, dissimulação; ( 2 0 ) smrfi, lembrança; (21) vi- kila-kihcitãdi-bhãvera éuna vivarana
tarka, argumento; ( 2 2 ) cinta, contemplação; ( 2 3 ) mafi, atenção; ( 2 4 ) dhrti, indul- ye bhãva-bhüsãya rãdhd hare kr$na-mana
gência; ( 2 5 ) harsa, júbilo; ( 2 6 ) autsukya, avidez; ( 2 7 ) augrya, violência; (28) amarsa, kila-kihcita-ãdi—começando com o êxtase chamado kila-kihcita; bhãvera—de êxta-
ira; ( 2 9 ) asüyã, ciúme; ( 3 0 ) câpalya, insolência; ( 3 1 ) mdrã, sono; ( 3 2 ) supri, sono ses; éuna—atentai para; vivarana—a descrição; ye bhãva-bhüsãya—com estes orna-
profundo e ( 3 3 ) prabodha, despertar. mentos extáticos; rãdhá— Srimati Rãdhãrani; hare—encanta; krsna-mana—a mente
de Krsna
VERSO 1 6 8
TRADUÇÃO—"Agora, atentai para a descrição de diferentes êxtases, começando
*r«ii>i>r, 'flfas', •Pmw, * I Ü I * i com kila-kihcita. Com estes ornamentos extáticos, Srimati Rãdhãrani encanta
'fàt^Vf^TTO'.»!!* ' c a W , 'çfWll^H a mente de Krsna.
VERSO 1 7 1
'kila-kihcita', 'kuttamita', 'vilãsa', 'lalita'
'viwoka', 'moftãyita', ãra 'maugdhya', 'cakita'
atai cara' ara» afã i are ara aa i
kila-kihcita—um tipo específico de ornamento na hora de ver Krsna; kuttamita—o araatfc-tca aca ae*fa ttaa 11 >i> n
sintoma explicado no verso 1 9 7 ; vilãsa—o sintoma explicado no verso 187; lalita—o
sintoma explicado no verso 1 9 2 ; viwoka—rejeitar o presente dado pelo herói, râdhâ dekhi' krsna yadi chuhite kare mana
moUãyita—surgimento de desejos luxuriosos pela lembrança e palavras do herói, dãna-ghãti-pathe yabe varjena gamana
ãra—e; maugdhya—assumir a posição de desconhecer as coisas embora tudo seja rddTid-Srimati Rãdhãrani; dekhi'—após ver; krsna—o Senhor Krsna; yadi—se;
conhecido; cakita—posição em que a heroína parece muito temerosa embora nao PWtfe—tocar; kare mana—deseja; dãna-ghãti-pathe—no caminho que leva ao local
esteja nem um pouco receosa. « o n d e pode-se atravessar o rio; yabe—quando; varjena—proíbe; gamana—indo.
T R A D U Ç Ã O — " A l g u n s dos sintomas explicados detidamente nos versos seguintes " ^ C Ã o — " Ao ver Srimati Rãdhãrani e desejar tocar em Seu corpo, Sri Krsna
são kila-kihcita, kuttamita, vilãsa, lalita, viwoka, mottãyiU, maugdhya e caki PKnbe-A de ir ao local de onde pode-se atravessar o rio Yamunã."
VERSO 1 6 9 VERSO 1 7 2
no verso seguinte, o qual encontra-se no Ujjvala-nltamani de Srila Rüpa G°sv &rva—orgulho; abhilãsa—ambição; bhaya—temor; éuska-rudita—choro seco e ar-
U j ; kr
T R A D U Ç Ã O — " O s sete ingredientes combinados de mahãbhãva são orgulho am- •o ver o rosto de Srimati Rãdhãrani iluminado por esta combinação de amor
bição, temor, choro seco e artificial, ira, inveja e sorriso meigo." extático do que fica ao unir-Se diretamente a Ela."
VERSO 177
SIGNIFICADO—Explica-se isto mais pormenorizadamente no seguinte verso do
\}jjvala-nllamani (Anubhãva-prakarana, 46) de Srila Rüpa Gosvãmi.
*rf5.T* «iTarc» f 4 m «as-sra ll 11
nãnã-svãdu asta-bhãva ekatra milana VERSO 180
yãhãra ãsvãde trpta haya krsna-mana
nãnã— diversos; svãdu—saborosos; asta-bhãva—oito classes de sintomas extáticos-
ekatra—num ponto; milana—encontrando-se; yãhãra—dos quais; ãsvãde—sabore-
ando; trpta—satisfeita; haya—tica; krsna-mana—a mente de Krsna.
&mr. nf«r awca^ issairçac^rcatw
TRADUÇÃO—"Na plataforma de júbilo transcendental, existem oito sintomas de
amor extático, os quais, ao combinarem-se e serem saboreados por Krsna, deixam
Sua mente inteiramente satisfeita." antah smeratayojjvalã jala-kana-vyãklrna-pak$mãhkurã
kihcit pãtalitãhcalã rasikatotsiktã purah kuncati
VERSO 178 ruddhãyãh pathi mãdhavena madhura-vyãbhugna-torottarã
rãdhãyãh kila-kihcita-stavakinl drsfih sriyarh vah kriyãt
«»fir, fB, v%, i f t e , « < j á 1
antah—internamente ou não manifesto; srneratayã ujjvala—realçado por um sor-
^srffç-fãstf.i' ?*rmi »tçi 11 iib-11 riso meigo; jala-kana—com gotas dágua; vyãklrna—espalhadas; paksma-ahkurâ—
dos cflios; kihcit—muito pouco; pãfalita-ancalã—uma tonalidade avermelhada de
dodhi, khanda, ghrta, madhu, maricá, karvüra mistura com o branco, nos cantos dos olhos; rasikata-utsiktã— imersa na astúcia
elãci-milane yaiche rasãlã madhura do Senhor; purah—na frente; kuncati— retrai-Se; ruddhãyãh—tendo sido impedida;
dodhi—iogurte; khanda—açúcar-cande; ghrta—ghl; madhu—mel; maricá—pimenta- pathi—na passagem; mãdhavena—por Krsna; madhura—doces; vyãbhugna—encurva-
do-reino; karvüra—cânfora; elãci—cardamomo; milane—ao combinarem-se; yaiche— dos; torâ-uttarã—os olhos; rãdhãyãh—de Srimati Rãdhãrani; kila-kihcita—o sintoma
como; njsdfó—muito saborosos; madhura—e doces. extático chamado kik-kihcita; stavakint—como um ramalhete de flores; drstih—olhar;
íriyam—boa fortuna; vah—de todos vós; kriyãt—possais realizar.
TRADUÇÃO—"Na verdade, eles são comparados a uma combinação de iogurte,
açúcar-cande, ghi, mel, pimenta-do-reino, cânfora e cardamomo, que, ao combi- 'Que a visão do êxtase kila-kincita de Srimati Rãdhãrani, que é
T R A D U Ç Ã O — "
narem-se, são muito saborosos e doces." «mo um ramalhete, traga boa fortuna a todos. Quando Sri Krsna impediu Rãdhã-
janr de passar ao dãrta-ghãti, o coração dEla estremeceu de risos. Seus olhos bri-
VERSO 179 Otaram intensamente, e lágrimas frescas escorreram de Seus olhos, deixando-os
avermelhados. Devido a Seu doce relacionamento com Krsna, havia entusiasmo
t& d t V «Wa-sa* I Seus olhos e, ao cessar Seu choro, Ela parecia ainda mais bela.' "
WtH S*r.<S Itfl C«t0-^«l II J<*8> II
VERSO 181
ei bhãva-yukta dekhi' rãdhãsya-nayana
sahgama ha-ite sukha pãya koti-guna rsibã- ^ pf 4 j x% Wo Wi r**i sacsn • 3 ci rarf>ret
d
ei bhãva—com estes sintomas extáticos; yukta—combinados; dekhi'.'—ven °" ^
asya-nayana—o rosto e os olhos de Srimãn Rãdhãrani; sahgama haite—do que a ^
diretamente; suMa pãya—goza de felicidade; koti-guna—milhões de vezes
608 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilâ, 14 Verso 185 Realização dos passatempos de Vrndãvana 609
atftst: f ^ f f f ^ ^ i r a ^ i c r l í t f r f a a * 1*11-
TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, ári Caitanya Mahãprabhu ficou muito feliz, e, es-
Tispf' s5^T°t c^rfSaR^st ctt%«a %cstT5a: iiib-ji ^ 0 absorto nesta felicidade, abraçou Svarupa Dãmodara Gosvãmi.
T R A D U Ç Ã O — " O s sintomas de diversos êxtases que se manifestam neste momento •ps **ftar«l* fft«ífcá|»l yfei^
chamam-se vilãsa."
saatat irm a i a ^ a a t ? sfafis ai
SIGNIFICADO—Descreve-se isto no seguinte verso, tirado do Ujjvala-nilamani (Anu-
bhãva-prakarana, 31). fâararai-TTaaaflafii^siâV fm\w t >w i
VERSO 187
purah krsnãlokãt sthagita-kutilâsyã gatir abhüt
afoarataaríkm \« caarft^frt i tirascinam krsnãmbara-dara vrtarh érf-mukham api
ssnat fa»*, cafaíjt ftati*. féraawaa. 11 >tri 1 calat-tãram sphãram nayana-yugam ãbhugnam iti sã
vilãsãkhya-svãlahkarana-valitãsit priya-mude
gati-sthãnãsanãdinãm purah—em frente a Ela; krsna-ãlokãt—vendo o Senhor Krsna; sthagita-kutilâ—
mukha-netrãdi-karmanãm parou e assumiu uma atitude de ambigüidade; asyãh—de Srimati Rãdhãrani; ga-
tãtkãlikam tu vaiéistyam "í—o avanço; abhüt—tornou-se; tiraáclnam—sendo tortuoso; krsna-ambara—por um
vilãsah priya-sahgajam e *eu azul; dara-vrtam—coberto; érf-mukham api—também Seu rosto; calat-tãram—
gati—locomovendo-se; sthãna—levantando-se; ãsana-ãdinãm—e de sentar- como estrelas cadentes; sphãram—grandes; nayana-yugam—o par de olhos; ãbhug-
assim por diante; mukha—do rosto; nefra—dos olhos; ãdi—e assim por « ^/ nam—muito encurvados; ifi—assim; sã— Ela (Rãdhãrani); vilãsa-ãkhya—chamados
a
karmanãm—das atividades; tãt-kãlikam—relativas a esse momento; tu—^ °" icioS Quâsa; sva-alankaraim—por ornamentos pessoais; valita—enfeitada; asíf—ficou; priya-
m
éistyam—diversos sintomas; vilãsah—chamados vilãsa; priya-sahga-jam—proa "de—só para aumentar o prazer de Sri Krsna.
do encontro com seu amado.
T R A D U Ç Ã O — " 'Os diversos sintomas manifestos no rosto, nos olhos e j ^ " " ^ J ^ D U Ç Ã O — " 'Ao ver o Senhor Krsna bem em frente a Ela, o avanço de Srimati
partes do corpo de uma mulher, e a maneira como ela se locomove, ^ dhàràni parava, e Ela adotava uma atitude oponente. Embora Seu rosto esti-
ou senta-se ao encontrar-se com seu amado, chamam-se vilãsa. discretamente coberto por um véu azul. Seus olhos cintilantes estavam
612 Sri Caitanya-caritãmrta Madhy 194 Realização dos passatempos de Vrndãvana 613
agitados, apresentando-se grandes e encurvados. Assim, Ela estava eniei vinyâsa— na disposição; bhahgih—curvarura; ahgãnãm—de membros do corpo;
com os ornamentos de vilãsa, e Sua beleza aumentava a fim de dar prazer a ftrú-vilasa-devido aos passatempos das pálpebras; mano/iara-muito belos; su-
Krsna, a Suprema Personalidade de Deus.' " juBUfrá-delicados; bhavet—estejam; y a f r a - o n d e ; lalitam-lalita; tat—isto;
^ríaw-chamado.
VERSO 190
TRADUÇÃO—" 'Quando os aspectos físicos são delicados e o corpo tem curvas
*a»-«rfca atai afã aca at«t<ii»11 bem traçadas, e quando as pálpebras agitam-se de uma maneira muito peculiar,
f^a-aia-sc* ac? a< atstdni II Í»° II o ornamento de fascínio, chamado lalita-alankãra, manifesta-se.' "
krsna-ãge rãdhã yadi rahe dãndãhã SIGNIFICADO—Este verso é do Ujjvala-nllamani (Anubhãva-prakarana, 56).
tina-anga-bhahge rahe bhrü nãcãhã
krsna-ãge—em frente a Krsna; rãdhã— Srimati Rãdhãrani; yadi—se; rahe—perma-
nece; dãndãhã—de pé; tina-anga-bhahge— com três curvas no corpo; rahe—perma- VERSO 193
nece; bhrü—pálpebras; nãcãhã— dançando.
ei(%«-'sfã« 31*1 c*ca afã «a» i
i
TRADUÇÃO—"Ao colocar-Se de pé em frente a Krsna, Srimati Rãdhãrani apre- sfcç 8**1 fàfèiaíca « s a a^a» n i&*> n
senta três lugares encurvados — o pescoço, a cintura e as pernas — e Suas pálpe-
bras ficam dançando." lalita-bhüsita rãdhã dekhe yadi krsna
duhhe duhhã milibãre hayena satrsna
VERSO 191 lalita-bhüsita—enfeitada com lalita-alankãra; rãdhã— Srimati Rãdhãrani; dekhe—
vê; yadi—se; krsna—o Senhor Krsna; duhhe— tanto um como o outro; duhhã— Eles
«jca-caca ?a atal-^tcaa Saata i dois; milibãre—de encontrarem-Se; hayena—tornam-Se; sa-trsna—muito ansiosos.
ia* «T^Hetcaa ata '^f!T5'-wpita II>S>Í n
mukhe-netre haya nãnã-bhãvera udgâra TRADUÇÃO—"Quando o Senhor Sri Krsna vê Srimati Rãdhãrani enfeitada com
ei kãntã-bhãvera nãma 'lalita'-alahkãra estes ornamentos lalita, ambos desejam ansiosamente marcar um encontro."
mukhe—na boca; netre—nos olhos; haya—existem; nãnã-bhãvera-de diversos êx-
tases; udgãra—o despertar; ei—isto; kãntã-bhãvera—da condição ferninina; nãma-
o nome; lalita—de k/ira; alahkãra—o ornamento. VERSO 194
TRADUÇÃO—"Quando surgem diversos aspectos extáticos no rosto e nos olhos Í3«1 M^-JÍIll-Biil-aií-sfl-ííiisTl
de Srimati Rãdhãrani, os ornamentos lalita manifestam-se." 5»i fã>Bi-aHÍ• af*i^5-a f^aTcatfa^-fi
ra5-cacatHlcaíari^-afíi«i»ijf9iN5-^9:
VERSO 192
r
lãvta-alrialatt g iataacar?ai i hriyã triyag-grivã-carana-kati-bhahgt-sumadhurã
^ a a t u *taf*a afã*< «çwta^a, • ' calac-cilll-vallt-dalita-ratinãthorjita-dhanuh
priya-premollãsollasita-lalitãlãlita-tanuh
vinyãsa-bhahgir ahgànãm , . priya-prityai sãsld udita-lalitãlahkrti-yutd
bhru-vilãsa-manoharã ya—por Sua atitude de timidez; tiryak—fazendo curvas; grívã— do pescoço;
05
sukumãrã bhaved yatra ttlj^T? íoeuios; kati—da cintura; bhahgl— pela curva; su-madhurã— muito doce;
lalitath tad udãhrtam •°"«—de pálpebras moventes; iw//f—pelas trepadeiras; dalita—conquistou;
Sri Caitanya-caritãmrta Verso 198 Realização dos passatempos de Vrndãvana
614 Madhya-lilâ, 615
rati-nãtha—de Cupido; ürjita—poderoso; dhanuh—arco com o qual; priya-p renm •TR^DUCÃO—"Esta vestimenta extática de Srimati Rãdhãrani chama-se kuttamita.
ullãsa—devido à atitude amorosa do amado; ullasita—ficando inspirada; IalitQ juando isto se manifesta, Ela externamente tenta evitar Krsna, ficando aparen-
pela atitude conhecida como lalita; ãlãlita-tanuh—cu\o corpo fica recoberto; pw 1] eoiente irada, embora no íntimo sinta-Se muito feliz."
prttyai—com o propósito de agradar o amado; sd—Srimati Rãdhárãni; àsit—foi-
udita—desperta; lalita-alahkrti-yutã— possuindo lalita-alankãra. VERSO 197
vyathâ pãnã' kare yena áuska rodana com diversos sintomas extáticos, que atraem a mente de Sri Krsna."
Isat hãsiyã krsne karena bhartsana
vyathã pãhã'—estando ofendida; kare—faz; yena—como se; áuska—seco; rodana— VERSO 202
choro; fsaf—meigamente; hãsiyã—sorrindo; krsne—a Krsna; karena—f -
bnarf sana—repreensão.
az
«WS «ca»a #tal ai ata iaa i
«iWca ac«fa afò 'açisana' n 11
TRADUÇÃO—''Srimati Rãdhãrani externamente manifesta algo como se fosse um
choro seco, aparentando sentir-Se ofendida. Então, dá um meigo sorriso e re- ananta krsnera lilã nã yãya varnana
preende o Senhor Krsna." ãpane varnena yadi 'sahasra-vadana'
ananta—ilimitados; krsnera—do Senhor Krsna; Mã— passatempos; nã— não; yãya—é
VERSO 200 possível; varnana—descrição; ãpane— pessoalmente; varnena—descreve; yadi—se;
sahasra-vadana—a Sesa de mil bocas.
atfacatwficatfasitírv scaafp irçaFrMtff: i
TRADUÇÃO—"Não há nenhuma possibilidade de se descreverem os passatempos
ilimitados de Sri Krsna, muito embora Ele próprio os descreva sob Sua encar-
pãni-rodham avirodhita-vãhcharh nação de Sahasra-vadana, a Sesa Nãga de mil bocas."
bhartsanãé ca madhura-smita-garbhãh
mddhavasya kurute karabhorur
hãri éuska-ruditarh ca mukhe 'pi VERSO 203
pãni—a mão; rodham—obstruindo; avirodhita—não obstruído; vãhcham—o desejo
de Krsna; bhartsanãh—repreensões; ca—e; madhura—doce; smita-garvhãh— contendo Süata çtfaal « c a , - « a , atcataa i
uma amável atitude sorridente; mãdhavasya—àe Sri Krsna; kurute—faz; karabha- «nata *r«fta cwa a"af% fà«a 11 i
üruh—cuja coxa é como a tromba de um elefante novo; hãri—encantador; éuska-
ruditam—choro sem lagrimas; ca—e; mukhe— no rosto; api—também. érivãsa hãsiyã kahe,—éuna, dãmodara
ãmãra laksmira dekha sampatti vistara
TRADUÇÃO—" 'Acontece que Ela não tem nenhuma intenção de impediro avan- érivãsa—Srivãsa Thãkura; hãsiyã— sorrindo; kahe—diz; éuna—por favor, ouve;
ço de Krsna de tentar tocar Seu corpo com as mãos. Mesmo assim, SrímatfRãdna- dãmodara—ó Dãmodara Gosvãmi; ãmãra laksmira—de minha deusa da fortuna;
ráni, cujas coxas são como a tromba de um elefante bem novinho, Se indispõe dekha— ê ó; sampatti vistara—a grande opulência.
V s
algumas flores e vergônteas; giri-dhãtu—alguns minérios das colinas; éikhi-vkchã •anta opulência; patra-phala-phula—folhas, frutas e flores; lobhe-por causa de;
algumas penas de pavão; guhjã-phala-maya—alguma guhjã-phala. pU-íoi; puspa-bãdt—ao jardim florido de Gundicã.
T R A D U Ç Ã O — " Q u a n t o à opulência de Vrndãvana, esta consiste em algumas flores TRADUÇÃO—"Então, as criadas da deusa da fortuna disseram aos servos do Senhor
e vergônteas, alguns minérios das colinas, algumas penas de pavão e a planta i gannãtha: 'Por que vosso Senhor Jagannãtha abandonou a grande opulência
a
da deusa da fortuna e, por causa de algumas folhas, frutas e flores, foi ver o
conhecida como gunjã." jardim florido de Srimati Rãdhãrani?' "
"retlt? fcffa, CW1 4 3 *P*lf% 5 tf®' I »W?ta Rtcl «rifa' «ara atafe 1
wrtl t a , «ríf «ata fa*f% 11 °11
Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 14 216 Realização dos passatempos de Vrndãvana 621
620
laksmira carane ãni' karãya pranati tabe santa hana laksmi yãya nija ghara
dhana-danda laya, ãra karãya minati ãmãra laksmira sampad—vãkya-agocara
laksmira carane—aos pés de lótus da deusa da fortuna; ãm—trazendo; karSya wfee-então; éãnta hahã— sendo apaziguada; laksmi—a deusa da fortuna; yãya—
pranati—obrigados a curvar-se; dhana-danda laya—levam uma multa; ãra—também; volta; nijagbara-a seus aposentos; amdra-minha; laksmlra-da deusa da fortuna;
karãya—fazem-nos realizar; minati—submissão. sompad-a opulência; i«%a-agocflro-acima de qualquer descrição.
T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o as criadas trouxeram os servos d o Senhor Jagannãtha até TRADUÇÃO—"Sendo assim apaziguada, a deusa da fortuna voltou aos seus apo-
os pés de lótus da deusa da fortuna, os servos do Senhor foram multados e for- sentos. Vede só! Não há palavras que descrevam a opulência da minha deusa
cados a subjugar-se." da fortuna."
VERSO 214
VERSO 211
2 « vrfàfe' ^fi^ jrca cstartl CfflWW i
acaa §*fr.? «c? acsa s r ? * i
«listra fcr^arôi caca asfàçaraca i 11
cra-stra «ca vmren caa«a«i n i
dugdha ãufi' dadhi mathe tomara gopl-gane
rathera upare kare dandera tãaana ãmãra thãkurãnt vaise ratna-simhãsane
cora-prãya kare jagannãthera sevaka-gana dugdha ãufi'—fervendo leite; dadhi—em iogurte; mathe—batem; tomara—tuas;
rathera upare—no carro; kare—fazem; dandera tãdana—castigo com varas; cora- gopl-gane—gopis; ãmãra—minha; thâkurãnl— ama; vaise—fica sentada; ratna-simhã-
pntya—quase como ladrões; kare— trataram; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; sane—num trono de pedras preciosas.
sevaka-gana—os servos pessoais.
TRADUÇÃO—"Todas as criadas puseram-se a bater no carro de Ratha com varas, TRADUÇÃO—Srivãsa Thãkura continuou falando a Svarupa Dãmodara: " T o d a s
e trataram os servos do Senhor Jagannãtha quase como ladrões." as gopis dedicam-se a pôr o leite para ferver e a batê-lo para que vire iogurte,
porém, minha ama, a deusa da fortuna, fica sentada n u m trono feito de jóias
VERSO 212 e pedras preciosas."
aa <Ç<5Ta«t «OT,—G$V5 «f%' * t 3 I VERSO 215
*tf% «rrfà fàa estala «rtcst aaara' n o*.» *raa-3«fs â a r a «ca ffàçta i
« f à ' çrca açratça as fàw-wta 11 K
saba bhrtya-gana kahe,—yoda kari' hãta
nãrada-prakrti érivãsa kare parihãsa
'kãli ãni diba tomara ãge jagannãtha'
éuni' hãse mahâprabhura yata nija-dãsa
saba bhrtya-gana kahe—todos os servos disseram; yoda kari' hãta—de mãos postas,
kãli—amanhã; ãni—trazendo; difw—daremos; tomara—de vós; ãge—em frente; jagan- nãrada-prakrti—com a natureza de Nãrada Muni; érivãsa—Srivãsa Thãkura; kare—
nãtha—o Senhor Jagannãtha. «z; pm7iasíi--brincadeira; éuni'—ao ouvirem; hãse—sorriem; mahâprabhura—de Sri
^-aitanya Mahãprabhu; yafa—todos; nija-dãsa—servos pessoais.
TRADUÇÃO—"Finalmente, todos os servos do Senhor Jagannãtha, de mãos postas,
subjugaram-se à deusa da fortuna, garantindo-lhe que trariam o Senhor Jag TRADUÇÃo-Desse modo, Srivãsa Thãkura, que estava vivenciando os sentimen-
S
nãtha até ela logo no dia seguinte." d° t a r a d a M u n i , fazia brincadeiras. Ao ouvi-lo, todos os servos pessoais
i r i
Caitanya M a h ã p r a b h u começaram a sorrir.
VERSO 213
VERSO 216
<5ta "tr« 1431 a«ft TtU f ã * a? I
« ^ « c ? , Slara, curares ara»-a«ra i
«rrara aaft? a*aa,—ararç-«ir,áTça n Í.:»-® n
jhrôasrca catares, ^ua-afsra n 11
622 Sn Caitanya-caritãmrta Madhya-lUà Verso 222 Realização dos passatempos de Vrndãvana 623
TRADUÇÃO—Então, ári Caitanya Mahãprabhu disse a Srivãsa Thãkura: "Meu TRADUÇÃO—"A opulência natural de Vrndãvana é tal qual um oceano, com uma
querido Srivãsa, tens exatamente a mesma natureza que Nãrada Muni. A opu- gota do qual nem m e s m o a opulência de Dvãrakã e Vaikuntha se comparam."
lência da Suprema Personalidade de Deus tem influência direta sobre ti."
VERSO 220
VERSO 2 1 7
*fsrii *pj»cat5a aa? «aata, i
**cçl »icatwa-aai*t - « a r a w a r t l i *a> a i t i «tãr s t t i aa»ta*-ara II u ° II
•htí nl srtr.* fc*r.*i « « c a t c a « t f à ' 11 *,ÍS «
parama purosattama svayam bhagavãn
iriho dãmodara-svarüpa—éuddha-vrajavãsl krsna yãhãn dhani tãhãn vrndãvana-dhãma
aiévarya nã jãne ihho éuddha-preme bhãsi' parama purusa-uttama—a Suprema Personalidade de Deus; svayam bhagavãn—o
ihho—aqui; damodara-svarüpa—Svarupa Dãmodara Gosvãmi; éuddha-vrajavãsi— Senhor em pessoa; krsna—o Senhor Krsna; yãhãri—onde; dhanl— realmente opu-
um habitante puro de Vrndãvana; aiévarya nã jãne—ele não conhece opulência; lento; tãhãn—lá; vrndãvana-dhãma—Vrndãvana-dhãma.
ihho—ele; éuddha-preme—em serviço devocional puro; bhãsi'—flutuando.
TRADUÇÃO—''Sri Krsna é a Suprema Personalidade de Deus pleno de todas as
TRADUÇAo—"Svarupa Dãmodara é um devoto puro de Vrndãvana. Ele nem opulências, e Suas opulências completas manifestam-se apenas em Vrndãvana-
sequer sabe o que é opulência, pois está simplesmente absorto em serviço de- dhãma."
vocional p u r o . "
VERSO 2 1 8 VERSO 2 2 1
TRADUÇÃO—Então, Svarupa Dãmodara retrucou: " M e u querido ^ " ^ y ^ ^ ! TKADUÇÀO—"Vrndãvana-dhãma é feita de pedra filosofal transcendental. Toda
8 U a
favor, ouve-me com atenção. Esqueceste a opulência transcendental de ' superfície produz todas as jóias preciosas, e a pedra cinta ma ni serve para
vana." "•«orar os pés de lótus das criadas de Vrndãvana."
T R A D U Ç Ã O — " E m Vrndãvana existem números ilimitados de vacas que satisfa- TRADUÇÃO—"As gopis lá também são deusas da fortuna, e superam a deusa da
zem todos os desejos [kãma-dhenus]. Elas pastam de floresta em floresta e dão fortuna que mora em Vaikuntha. Em Vrndãvana, o Senhor Krsna vive tocando
apenas leite e as pessoas não querem nenhuma outra coisa." Sua doce flauta transcendental, que é Sua companheira querida."
VERSO 227
VERSO 224
fas: * t s í : « r s : nu**!**: »B^ac=Ji.
aaw c*tc«a «ai-ai$i fèaj-aYs i
açar aaa «ca,—cac« asi-ajfts 11 ns n «11 ata*at&p. w a f a Rma«t
sahaja lokera kathã—yãhãn divya-glta fçfrrw cartfo: n i f i <s<rtataafà 5 1 ^ 1
sahaja gamana kare,—yaiche nrtya-pratlta
án,Sn
sahaja lokera kathã—as conversas de todas as pessoas simples; y ~~~ ^azem, 0
ériyah kãntãh kãntah parama-purusah kalpa-taravo
gffa—música transcendental; sahaja gamana—carrtinhar espontâneo; kare drumã bhümié cintãmani-gana-mayl toyam amrtam
yaiche—como; nrtya-pratlta—parecendo dança. kathã gãnarh nãtyam gamanam api vathél priya-sakht
cid-ãnandam jyotih param api tad ãsvãdyam api ca
T R A D U Ç Ã O — " E m Vrndãvana, cada palavra é uma música e cada passo é um* nyah—a deusa da fortuna; kãntãh—as donzelas; kãntah—o desfrutador; parama-
dança." "tsah—a Suprema Personalidade de Deus; kalpa-taravah—árvores dos desejos;
Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilá, Verso 231 Realização dos passatempos de Vrndãvana 627
626 U
drumãh—todas as árvores; bhümih—a terra; cintãmani-gana-mayi— feita de pedra fi crias vacas são a fortuna d e Vrndãvana. Assim, a opulência de Vrndãvana mani-
losofal transcendental; toyam—a água; amrtam—néctar; kathã— palavras; gãnam J^ía-se com toda a sua bem-aventurança.' "
canção; nãtyam—dança; gamariam—passos; api—também; vamél—a flauta; pr,y~
saWtí—companheira inseparável; cit-ãnandam—bem-aventurança transcendental- SIGNIFICADO—Este verso foi escrito por Bilvamahgala Thãkura.
jyotih—refulgência; param—a suprema; api—também; raf—isto; ásvãdyam—perce-
bida em toda parte; api ca—também. VERSO 229
rusa-áveáe—em doçuras extáticas; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; nrtya cãri sampradãya gana kari' bahu érânta haila
dança; Sfnrüperu gána—e o cantar de Svarupa Dãmodara; bala bala—continua fa mahâprabhura premãveéa dviguna bãdila
lando, continua falando; fwfi'—dizendo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; pat e ri sampradãya—quatro grupos de safilcfrfana; gana kari'—após cantar; bahu—
estica; nija-kãna—própria orelha. érãnta haila—ficaram cansados; mahâprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu;
.ãveéa—o amor extático; dvi-guna—duas vezes; bãdila—aumentou.
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o dançava em amor extático ao som do cantar de Svarün
Dãmodara, Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Continua cantando! Continua can- UÇÃO—Após muito canto, todos os quatro grupos de sankirtana sentiram-se
tando!" Então, o Senhor esticou Suas próprias orelhas. cansados, mas, o amor extático de Sri Caitanya Mahãprabhu aumentou duas
TRADUÇÃO—Desse modo, acendeu-se o amor extático de Sri Caitanya Mahãprabhu TRADUÇÃO—Enquanto dançava absorto no amor extático de Srimati Rãdhãrani,
por Ele ter ouvido as canções de Vrndãvana. Dessa maneira, Ele inundou Puruso- Sri Caitanya Mahãprabhu apareceu sob a própria forma dEla. Ao ver isto de
ttama, Jagannãtha Puri, com amor a Deus. longe, Nityãnanda Prabhu ofereceu orações.
TRADUÇÃO—Finalmente, a deusa da fortuna regressou a seus aposentos. IJADUÇÃO—Ao ver o amor extático de Sri Caitanya Maháprabhu, Nityãnanda
vido curso do tempo, enquanto Sri Caitanya Mahãprabhu dançava, entar e 0
" u
não Se aproximou, mas preferiu ficar um pouco afastado.
*tf% *ret»rs ITT* *fV a * <stm c a * i flTÃ5Tr*Wt fasl SfÇfT* «£3 (T*T*, W* I
* * T « f f * c«ffirca»f f à w alfa»» ll V«8 n « Ç 5 -orfca-t ai ata, *1 ac? « T Í * II II
630 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilj
Verso 242 Realização dos passatempos de Vrndãvana 631
VERSO 238
TRADUÇÃO—Então, chegaram ali em grande quantidade diversas classes de ali-
mentos que tinham sido oferecidos a ári Jagannãtha e vários outros que tinham
<efw « f à ' FIFI Tal* ala srtaf^i i sido oferecidos à deusa da fortuna.
W5ir,«fo era cafã' «pga *n %m»»
VERSO 241
bhãhgi kari' svarupa sabãra érama jãnãila
bhakta-ganera érama dekhi' prabhura bãhya haila aal 9i««3l atal-ac* asfjvrj vetara i
bhãhgi kari'—dando uma indicação; svarupa—Svarupa Dãmodara; sabãra—de
todos; érama—o cansaço; jãnãila—tornou conhecido; bhakta-ganera—dos devotos;
a « n •st* f f i r c « a vasta traaa n * 8 i 11
érama—o cansaço; dekhi'—vendo; prabhura—èrí Caitanya Mahãprabhu; bãhya haila- sabã" lahã nãnã-rahge karilã bhojana
ficou externamente consciente. sandhyã snãna kari' kaila jagannãtha daraéana
sabã lahã— com todos os devotos; nãnã-rahge—em grande júbilo; karilã bhojana—
tomou a prasãda; sandhyã snãna kari'—após tomar o banho da tardinha; kaila—fez;
TRADUÇÃO—Então, Svarupa Dãmodara informou ao Senhor que todos os devotos jagannãtha daraéana—visita ao Senhor Jagannãtha.
estavam cansados. Vendo esta situação, ári Caitanya Mahãprabhu recobrou a
consciência externa. TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu terminou Sua refeição vespertina, e, após
Seu banho da tardinha, foi ver o Senhor Jagannãtha.
votos, entrou n u m jardim florido. Após descansar ali por algum temp"' a canta^°~ ° ° Jagannãtha, ári Caitanya Mahãprabhu pôs-Se
8 a n c a r
Kn-Se * ^ - Em seguida, acompanhado de Seus devotos, o Senhor diver-
tomou Seu banho vespertino. n o
'ago chamado Narendra-sarovara.
Sri Caitanya-caritãmrta Verso 248 Realização dos passatempos de Vrndãvana 633
632 Madhya-lilà, 14
VERSO 244
VERSO 247
«rra faca wirarcaa fosa-fàsra i •rra.-fàwcaa wife-ffi> ata i
aca sf?' *r«ira se* fsrarfíni n Í.88 II sfstaicaa «ca ^ «t%ai fria 11 w n
ãra dine jagannãthera bhitara-vijaya
rathe cadi' jagannãtha cale nijãlaya pãndu-vijayera tuli phãti-phuti yãya
ãra dine— no dia seguinte; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; bhitara-vijaya- jagannãthera bhare tulã udiyã palãya
saindo do templo; rathe cadi'— passeando de carro; jagannãtha—o Senhor Jagan- pindu-vijayera—da cerimônia de Pãndu-vijaya; tuli—montes de algodão; phãti-
nãtha; cale— regressa; nija-ãlaya—à Sua própria casa. vhutiyãya—quebram-se; jagannãthera bhare— pelo peso do Senhor Jagannãtha; tu-
lã—o algodão; udiyã palãya—flutua no ar.
TRADUÇÃO—No dia seguinte, o Senhor jagannãtha saiu do templo e, passeando
de carro, regressou à Sua própria morada. TRADUÇÃO—Ao ser transportada, a Deidade de Jagannãtha é, de vez em quando,
colocada em almofadas de algodão. Quando as cordas quebraram-se, as almofa-
das de algodão também rasgaram-se devido ao peso do Senhor Jagannãtha, e
0
»'godão flutuou no ar.
VERSO 245
l
•jaáe. C«*l «ÍÇ1431 CB"t«1 I VERSO 248
levando; bhakta-gana—todos os devotos; parama ãnande—com gran tãhre ãjhã dila prabhu kariyã sammãna
karena—realiza; nartana-kirtana—canto e dança. ^'"a-grámi— os habitantes da aldeia conhecida como Kulina-grãma;
< i í < r n a n a n
deu " ' " ' ' ~ ' ^ d a ; satyarãja khâhna—Satyarãja Khãn; tãhre—a eles; ãjhã dila—
13 0 r
TRADUÇÃO—Tal como antes, Sri Caitanya Mahãprabhu e Seus devotos nov gra,^" d e m ; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kariyã sammãna—mostrando
te cantaram e dançaram com grande prazer.
634 Sri Caitanya-caritãmrta 253 Realização dos passatempos de Vrndãvana 635
Madhya-hlà, 14
VERSO 250
TRADUÇÃO—Após receber ordens do Senhor sobre como prestarem seu serviço,
i a s afèT f à * s f r a f ç a l * t § c s r f t i os afortunados Satyarãja e Rãmãnanda Vasu ficaram muito satisfeitos.
fcçl c f f V « f ã t r i c s t f t « i f % p « f ã ' 11 11
efa bali' dila tãhre chindã patta-dori VERSO 253
ihã dekhi'karibe dori ati drdha kari'
eta bali'—dizendo isto; dita—entregou; tãhre—a eles; chindã— partidas; patta-aon^ «tfs <®f?55m «VQMflPr. I
cordas de seda; ihã dekhi'—vendo isto; karibe— deveis fazer; dori— as cordas, a 1 «tfccsrft 9|<Í»I w f o a wftik a s at«r 11 n
muitíssimo; drdha kari'—fazendo resistentes.
prati valsara gundicãte bhakta-gana-sahge
T R A D U Ç Ã O — A p ó s dizer-lhes isto, Sri Caitanya Maháprabhu '! ^ m o s , r o u h
z e r
patta-dori lahã ãise ati bada range
cordas de seda partidas, dizendo: "Vede só estas cordas partidas. Deveis prati valsara—anualmente; gundicãte— para a cerimônia de limpeza do templo
cordas que sejam muito mais resistentes." ^Gundicã; bhakta-gana-sahge—com outros devotos; patta-dori— corda de seda;
~levando; ãise—vinham; afi—extremamente; bada—grande; range—com prazer.
VERSO 251
^OuÇÀo—A partir de então, anualmente, quando o templo de Gundicã estava
m 0
fra a ' ' P ' Satyarãja e Rãmãnanda Vasu vinham com outros devotos e, com
n d e
T R A D U Ç Ã O — A s s i m , o Senhor Jagannãtha regressou a Seu templo e sentou-Se TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
em Seu trono ao passo que Sri Caitanya Mahãprabhu voltou para Sua residência sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
com Seus devotos. guindo seus passos.
VERSO 255
laasrs vmti.il atai taatfca i Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
«5«M«1 »I<fPl a^líaa-casf»! b**T II \0<t II Madhya-lilã, Décimo Quarto Capítulo, descrevendo o Herã-pancami-yátrã.
VERSO 256
r^saKMtatfopa *?l»ri—wra, « m a I
<a*aj-aaa' ata atfà •ffa »rta II \<r* II
O S e n h o r aceita p r a s ã d a na casa
de S ã r v a b h a u m a Bhattãcãrya
639
640 Sri Caitanya-caritámrta Sãrvabhauma Bhattàcàrya oferece prasãda ao Senhor 641
Madhya-1,1,
VERSO 1 if> _Toda8 as glórias aos ouvintes d o Sri Caitanya-caritãmrta, que o acei-
«£f otn0 sua vida e alma.
VERSO 4
sãrvabhauma-grhe bhunjan
sva-nindakam amoghakam ítmtççíj afà' «c? «rsjíite-acw n 8 n
anglkurvan sphutãrh cakre
gaurah svãm bhakta-vaéyatãm ei-mata mahãprabhu bhakta-gana-sahge
sãrvabhauma-grhe—na casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; bhunjan—enquant nilãcale rahi' kare nrtya-glta-rahge
comia; sva-nindakam—uma pessoa que O criticava; amoghakam—chamada Amoph ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakta-gana-
anglkurvan—aceitando; sphufãm—manifestou; cakre—feito; gaurah—o Senhor Sri HHge—com Seus devotos; nilãcale rahi'—permanecendo em Nilãcala, Jagannãtha
Caitanya Mahãprabhu; svãm—Sua; bhakta-vaéyatãm—gratidão para com Seus p ^ . fare—realiza; nrtya-glta-rahge—canto e dança com grande prazer.
devotos.
TRADUÇÃO—Durante Sua permanência em Jagannãtha Puri, Sri Caitanya Mahã-
TRADUÇÃO—Enquanto Sri Caitanya Mahãprabhu aceitava prasãda na casa de prabhu constantemente desfrutava do canto e da dança com Seus devotos.
Sãrvabhauma Bhattãcãrya, Amogha criticou-O. Naquela ocasião, o Senhor mostrou
também o quanto Se sentia agradecido a Seus devotos. VERSO 5
VERSO 2 aumraTOi ••st9f«i-<t3"íít i
*rs7%5 «r.* «mi?i«rí»i, II « u
prathamâvasare jagannãtha-daraéana
jaya jaya éri-caitanya jaya nityãnanda nrtya-gita kare danda-paranãma, stavana
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda vrathama-avasare—no início; jagannãtha-daraéana—vendo a Deidade do Senhor
jaya jaya—todas as glórias; éri-caitanya—ao Senhor Caitanya Mahãprabhu; jaya— Jagannãtha; nrtya-gita kare—canta e dança; danda-paranãma—prestando reverên-
todas as glórias; nityãnanda—a Nityãnanda Prabhu; jaya advaita-candra—todas as cias; stavana—oferecendo orações.
glórias a Advaita Prabhu; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-vrnda—aos devotos
do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu.
TRADUÇÃO—Primeiramente, Sri Caitanya Mahãprabhu visitava a Deidade d o
senhor Jagannãtha no templo. Oferecia-Lhe reverências e orações e dançava e
TRADUÇÃO—Todas as glórias a Sri Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias ao ^•ava perante Ele.
Senhor Nityãnanda Prabhu! Todas as glórias a Advaitacandra! E todas as gWnas
a todos os devotos do Senhor Caitanya!
VERSO 6
VERSO 3
m Slcroir&fàstss-cattsW i
bsfj^tlratfs ata «t*i» tii*u sfirn* fãt%' «<r*ír.i «rf*t» f*»ra II * B
jaya éri-caitanya-caritãmrta-érotã-gana
caitanya-caritãmrta—yãhra prãna-dhana ^ $rj 'upala-bhoga' lãgile kare bãhire vijaya
Q
dhana—a vida e alma. ^disaTv vil")/ —Ele Se ausenta; haridãsa mili'—encontrando-Se com
akura; ãise— volta; ãpana nilaya—para Sua residência.
642 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilà, i Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 643
5
T R A D U Ç Ã O — A p ó s visitar o templo, ári Caitanya Mahãprabhu ausentava-Se d gale mãlã dena, mãthãya tulasl-mahjart
rante a oferenda de upala-bhoga. Então, ia encontrar-Se com Haridãsa Thãkurt yoda-hãte stuti kare pade namaskari'
e voltava para casa. ale-n° pescoço; ""''"—guirlanda; dena—oferece; mãthãya—sobre a cabeça; tulasl-
x
VERSO 7
VERSO 10
a t a afã' « c a « r ç ata a f t é a i
«ibre «rtfaai assa sjfja <3®ra 11111 * ^ - t T c a ^ - « ^ t e t a c a «nfesi 1
cav. aa ^«t-teTcá" *tfÈra II i» n
ghare vasi' kare prabhu nãma sankirtana
advaita ãsiyã kare prabhura püjana püjã-pãtre puspa-tulasl sesa ye âchila
ghare vasi'—sentado em Seu quarto; kare— realiza; prabhu—o Senhor Sri Caitanya sei saba lahã prabhu ãcãrye püjila
Mahãprabhu; nãma sahklrtana—canto em contas; advaita—Advaita Ãcãrya; tísiyá- püjã-pãtre—no prato com as flores e a fuíasf; puspa-tulasl—flores e tulasl; sesa—
vindo; kare—realiza; prabhura püjana—adoração ao Senhor. restantes; ye âchila—todas que havia; sei saba—todas elas; lahã— pegando; prabhu—
Sri Caitanya Mahãprabhu; ãcãrye püjila—adorava Advaita Ãcãrya.
TRADUÇÃO—Sentado em Seu quarto, Sri Caitanya Mahãprabhu cantava em Suas
contas, e Advaita Prabhu ia até lá para adorar o Senhor. TRADUÇÃO—Após ser assim adorado por Advaita Ãcãrya, Sri Caitanya
Mahãprabhu tomava o prato com as flores e a tulasi e passava a adorar Advaita
VERSO 8 Ãcãrya com toda a parafernália que restava.
'SMfa-afiTest c»a *tt®, «iT&aa i
a<1tw Gfiw « ^ a ^ t f a 5**ta II v II VERSO 11
sugandhi-salile dena pãdya, ãcamana
sarvãhge lepaye prabhura sugandhi candana ^ "car*fa cat*fà acat*<s c s " aa »tcs i
su-gandhi-salile-com água aromatizada; dena-oferece; pãdya-ágaa P ^ . a l
[ a
aaai® «fã' « t e s t a r a «itstcaca 11 >i n
os pés; ãcamana—lavando a boca; sarva-ahge—por todo o corpo; lepaye
prabhura-do Senhor; su-gandhi candana-pcApa de sândalo perfumada. "yo 'si so 'si namo 'stu te" ei mantra pade
. mukha-vãdya kari' prabhu hãsãya ãcãryere
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o adorava Sri Caitanya Mahãprabhu, Adv*ita y . asi—o q q q j ^ asi—assim é que és; namah astu fe—ofereço-Te
u e u e r U e s e a s ;
reS )eitos 6 m a n t r a
oferecia-Lhe água aromatizada para lavar-Lhe a boca e os pes. tn a , ^ baiíd ' ' '
n V*de—canta este mantra; mukha-vãdya kari'—fazendo um
0
Ãcãrya untava todo o Seu corpo com polpa de sândalo bem pertu , dentro da boca; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; hãsãya—
"f; actfryere-Advaita Ãcãrya.
VERSO 9
«lajJt^*?^™ Caitanya Mahãprabhu adorava Advaita Ãcãrya cantando o
tf3 srterl c«a, atira "Sfift-aaft i os
*nh < ° q u e é s — m a s a T i E u
° í Ç O o s Meus respeitos." Além disso, e r e
c a t s - ç t t s *afc «ca tca a*wfà' II &« lazia alguns ruídos em Sua boca, provocando risos em Advaita Ãcãrya.
644 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilà Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 645
VERSO 12 VERSO 15
iífèa<5 «ICSTICS) «caaw>V»:a I is« 4 « fàa 4 « I Í « w i j c a acat«aa i
tSrfOl f í w » * ! « c a «Hfrrá a t a l i a II a* ll «fÇ-aca =35T#1 cetwa «ca w aa n ia n
ei-mata anyonye karena namaskãra eka eka dina eka eka bhakta-grhe mahotsava
prabhure nimantrana kare ãcãrya bãra bãra prabhu-sahge tãhãn bhojana kare bhakta saba
ei-mata—dessa maneira; anyonye—mutuamente; karena—oferecem; namaskãra— eka eka dina—dia após dia; eka eka bhakta-grhe—seguidamente, na casa de um de-
reverências; prabhure—ao Senhor Caitanya Maháprabhu; nimantrana—convite- voto; mahotsava—festival; prabhu-sahge—com o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
kare— faz; ãcãrya—Advaita Acàrya; fxfra fxfra—repetidas vezes. fékin—ali; bhojana—almoço; kare—aceitam; bhakta—devotos; safa—todos.
TRADUÇÀO—Dessa maneira, tanto Advaita Ãcãrya quanto Sri Caitanya TRADUÇÃO—Dia após dia, cada devoto seguidamente convidava Sri Caitanya
Mahãprabhu ofereciam mutuamente Suas respeitosas reverências. Então, Advaita Maháprabhu e os outros devotos para almoçarem, promovendo, também, um
Ãcãrya estendia convites e mais convites a ári Caitanya Maháprabhu. festival.
VERSO 13 VERSO 16
T R A D U Ç Ã O — O s devotos também celebraram o festival de Janmastami o ;AO—Naquela ocasião, o rei Pratâparudra também estava pessoalmente
DUC
1 c o m K a í i M i á r a
sário de Krsna, que também chama-se Nanda-mahotsava, o festival de N p \er*e
t ' Sãrvabhauma Bhattãcãrya e Tulasi Padichàpãrra.
Mahãrãja. Naquela ocasião, ári Caitanya Mahãprabhu e Seus devotos vestir
como vaqueirinhos. VERSO 21
VERSO 18
Vai-aai a ^ i <st*j « c a asi-aa i
afã-çw a f à a r H r c a « c a aata « t a n $.1 n
tlaVt-fttl aca fasf-^c** a»fà' i
ihhã-sabã lahã prabhu kare nrtya-rahga
aca1«.aa-vrcí» wfèrl afa 'afã' 'afã' 11 ^ n
dadhi-dugdha haridrã-jale bhare sabãra ahga
dadhi-dugdha-bhdra sabe nija-skandhe kari' inhá-sabã lahã— levando todos eles; prabhu—o Senhor Caitanya Mahãprabhu; kare
mahotsava-sthãne dilã bali 'hari' 'hari' nrtya-rahga—dançou com alegria; dadhi— iogurte; dugdha—leite; handrã—cúrcuma;
dadhi-dugdha—de leite e iogurte; bhdra—carregadores; sabe—todos eles; ni\a- jale—com água; bhare—cobertos; sabãra—de todos eles; ahga—corpos.
skandhe—sobre seus ombros; kari'—mantendo; mahotsava-sthdne— ao local do fes-
tival; ãilã—chegaram; bali hari hari—cantando Hari, Hari. TRADUÇÃO—Como de costume, Sri Caitanya Mahãprabhu dançou alegremente.
Todos estavam cobertos de leite, iogurte e água de cúrcuma amarelo.
TRADUÇÃO—Fantasiados de vaqueirinhos, todos os devotos carregavam potes de
leite e iogurte em varas que se firmavam sobre seus ombros. Assim, todos che- VERSO 22
garam ao local do festival cantando o santo nome de Hari.
«tca<s a>cç,—asj « f à , ai « f ã ç c « T » t i
VERSO 19 * W f a a f è c s l i a , « c a <srtfa c f t t n n n
ãpane pratâparudra, ãra miéra-kãél fabe laguda lahã prabhu phirãite lâgilã
sãrvabhauma, ãra padichã-pãtra tulasl ,_ », .i. . bãra bãra ãkãée pheli' luphiyã dharila
11>r
e n t a l a u d a v a r a ;
ãpane pratâparudra—o rei Pratâparudra em pessoa; ãra—e; míáro-Ãrfár—Kãsi ^ Pfiirá ~ °' % ~ '«"«"—pegando; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
e á a c o m e
sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãra—e; padichã-pãtra tulasi-Padic P" p/ic//-" ' # ' ' — Ç o u a rodopiá-la; bãra bãra—repetidas vezes; ãkãée— no céu;
Tulasi, o superintendente do templo. ~ahrando; luphiyã— arremessando; dharila—Ele pegava.
648 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 29 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 649
Madhya-lilã, 15
TRADUÇÃO—Aceitando o desafio de Advaita Ãcãrya, Sri Caitanya Mahâprabh TUADUÇÃO-Nityãnanda Prabhu também brincou de girar a vara. Quem é capaz
pegou uma grande vara e começou a rodopiá-la vezes e mais vezes. Jogando-a deentender até que ponto Eles estavam absortos no êxtase das emoções profun-
repetidamente para o ar, Ele segurava-a quando ela caía. das dos vaqueirinhos?
VERSO 27
VERSO 24
«rsífarçaia «Hwra «tf^sl-seift l
fiam fcita» a«qr.a, sfc-trpa 1 wtfsrfr.aa « f a t * f - a a I Í « <Brtfã( II H
<tí»F5rf:»rí firam >IW - cafa' c*it* ftCT 11 *8 11
pratãparudrera ãjnãya padichà-tulasi
éirera upare, prsthe, sammukhe, dui-pãée jagannãthera prasãda-vastra eka lahã ãsi
pâda-madhye phirâya laguda,—dekhi' loka hãse pratãparudrera—do rei Pratâparudra; ãjnãya—sob a ordem; padichã-tulasf— Tulasi,
éirera upare—sobre a cabeça; prsfhe—atrás, nas costas; sammukhe—em frente; am- o superintendente do templo; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; prasãda-
pare—nos dois lados; pâda-madhye—entre as pernas; phirãya—rodopia; laguda—a vastra—roupa usada; eka—uma; faria—pegando; ãsi—veio.
vara; dekhi'—vendo; íofca hãse—todas as pessoas punham-se a rir.
TRADUÇÃO—Seguindo as ordens de Mahãrãja Pratâparudra, Tulasi, o superin-
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu girava e jogava a vara, às vezes sobre Sua tendente do templo, trouxe uma das roupas usadas do Senhor Jagannãtha.
cabeça, às vezes atrás, nas costas, às vezes à Sua frente, às vezes ao Seu lado,
e, às vezes, entre Suas pernas. Na verdade, todas as pessoas riam ao verem isso. VERSO 28
TRADUÇÃO—Em êxtase, Kánáni Khutiya, que estava trajado como Nanda Maha- TRADUÇÀO—No dia da vitória, em que se comemora a conquista de Lanká —
raja, e Jagannãtha Mãhãti, que se trajara como màe Yaáodã, distribuíram toda um dia conhecido como Vijayá-dasaml —, Sri Caitanya Mahãprabhu fantasiou
a riqueza que haviam acumulado em sua casa. iodos os Seus devotos de soldados-macacos.
VERSO 30 VERSO 33
C*fV »ICt a? Itütl I a**7rta-wftat»í «tç a*atai •wi i
arstf*r«1-wft*< «ca snrara l*m n n •nai-fc? síV âPM as «rf>al a »»n
dekhi' maháprabhu bada santosa páilá hanumãn-ãveée prabhu vrksa-éãkhâ lahã
mátá-pitá-jháne duhhe namaskãra kailã lahkã-gade cadi' phele gada bhâhgiyâ
dekhi'—vendo; mahãprabhu—Sn Caitanya Mahãprabhu; bada—bastante; santosa— hanumãn-ãveée—na emoção de ser Hanumãn; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
satisfação; pãilã— sentiu; mãtã-pitã-jhãne— aceitando como Seus pais; duhhe—a ambos; vrksa-éãkhâ lahã—levando um grande tronco de árvore; lahkã-gade— sobre o forte
namaskãra kailã— prestou reverências. de Lanká; cadi'—escalando; phele—desmorona; gada—o forte; bhâhgiyâ— demolindo.
TRADUÇÀO—Ao ver isto, ári Caitanya Mahãprabhu ficou satisfeitíssimo. TRADUÇÃO—Manifestando as emoções de Hanumãn, Sri Caitanya Maháprabhu
Aceitando-os como Seus pais, Ele prestou-lhes reverências. pegou um grande tronco de árvore, e, escalando os muros do forte de Lanká,
passou a demoli-lo.
VERSO 31 VERSO 34
TRADUÇÀO—Em grande êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu voltou à Sua residênria. TRADUÇÃO—No êxtase de Hanumãn, Sri Caitanya Maháprabhu dizia, cheio de
Dessa maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu, conhecido como Gaurâhga-sundara, ua: "Onde está o patife do Rãvana? Ele raptou Sitã, a mãe universal. Agora é
realizou diversos passatempos. nünha vez de liquidá-lo a ele e toda a sua família."
VERSO 32 VERSO 35
T R A D U Ç Ã O — A o verem o êxtase emocional de ári Caitanya Maháprabhu, todos kibã yukti kaila duhhe, keha nãhi jãne
ficaram muito atônitos e, repetidamente, passaram a cantar: "Todas as glórias* phale anumãna pãche kaila bhakta-gane
Todas as glórias!" kibtt yukti kaila—que consulta faziam; duhhe—ambos; keha nãhi jãne— ninguém
sabe; phale—pelo resultado; anumãna—suposição; pãche— mais tarde; kaila—fizeram;
VERSO 36 bhakta-gani—todos os devotos.
iífè*ra5 araatarl, «rta tMta^t i TRADUÇÃO—Ninguém pôde entender o que os irmãos discutiram entre Si,
««tta-ata^atarl cafàsri aasfa n n porém, mais tarde, todos os devotos presumiram qual foi o assunto de que Eles
trataram.
ei-mata râsa-yãtrã, ãra dipãvali
utthãna-dvãdaéi-yãtrã dekhila sakali VERSO 39
ei-mata—dessa maneira; rãsa-yãtrâ— dança da rasa do Senhor Krsna; ára—e;
dlpa-ãvall— uma fileira de luzes, o dia de Dipãvali; utthãna-dvãdaéi-yãtrã—o festival «ca a s t a ç aa carciifci 1
de Utthãna-dvãdaái; dekhila sakali—participaram de todos eles. caYscwci i i ? aca fa^ta «fãa 11 ss. 11
TRADUÇÃO—ári Caitanya Maháprabhu e Seus devotos participaram dos festivais fflbe mahãprabhu saba bhakte bolãila
conhecidos como Rãsa-yãtrà, Dipãvali e Utthãna-dvãdaái. gauda-deée yãha sabe vidãya karilã
tabe mahãprabhu—em seguida, Sri Caitanya Mahãprabhu; soba—todos; bhakte—
SIGNIFICADO—O festival de Dipãvali ocorre na noite de lua nova do mês de os devotos; Ixilãila—convocou; gauda-deée—à Bengala; yãha—voltai; sabe—todos vós;
Kãrtnka (outubro-novembro). O Rãsa-yãtrã, ou a dança da rifsa de Krsna, acontece vidãya karilã—despediu-Se.
na noite de lua cheia do mesmo mês. Utthãna-dvãdaái acontece no dia logo após
o Ekãdaái na quinzena da lua crescente do mesmo mês. Todos os devotos de Sri TRADUÇÃO—Em seguida, ári Caitanya Maháprabhu mandou chamar todos os
Caitanya Mahãprabhu participaram de todos estes festivais. devotos e pediu-lhes que regressassem à Bengala. Dessa maneira, despediu-Se
deles.
VERSO 37 VERSO 40
T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, os dois irmãos, ári Caitanya Mahãprabhu e Nityãnanda ^ADUçÃo-Despedindo-Se de todos os devotos, ári Caitanya Mahãprabhu
Prabhu, consuitaram-Se mutuamente, sentados n u m lugar solitário. m-lhes que todo ano viessem vê-lO em Jagannãtha Puri. Em seguida, veriam
"mpeza do templo de Gundicã.
VERSO 38
VERSO 41
f>ai ^ f o C«1 ? H , C«5 atfè WtCa I
JJ>C*l 'eqajraTfsr *ftCÇ c«9I ««"tCt II •©!»' II
«itetcaca «rtwi fàai a*fàai amta i
"«n-s-Qtsi «ríf» aafefv fã« ata' 11 s>
6 5 4 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 42 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 655
ãcãryere ãjnã dila kariyã sammãna jjgns transcendentais para todas as pessoas. Somente os devotos puros, cujo único
'ã-candála ãdi krsna-bhakti dio dana' motivo é servir a Krsna, podem entregar em caridade essas inestimáveis bênçãos
ãcãryere—a Advaita Acàrya; ãjhã dila—ordenou; kariyã sammãna—com muito ndentais.
o a n s c e
peito; â<andâla—mesmo aos mais baixos dos homens, conhecidos como candàt°~
ãdi—começando com; krsna-bhakti—consciência de Krsna, ou serviço devocional VERSO 42
ao Senhor Krsna; dio—dá; dana—em caridade.
fã«nacai wrsfl fàft, 'TO CMYSCWCM
TRADUÇÃO—Mui respeitosamente, Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a Advaita w f a r y W w f o « f ã * a « t r » i II 8* ti
Ãcãrya: "Entrega a consciência de Krsna, a devoção a Krsna, até aos mais baixos
dos homens Icandàlas]." nityãnande ãjhã dila, — 'yãha gauda-deée
anargala prema-bhakti kariha prakãée
SIGNIFICADO— Esta é a ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu para todos os Seus nityãnande—a Nityãnanda Prabhu; ãjhã dila—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu
devotos. Krsna-bhakti, devoção a Krsna, é acessível a todos, até aos homens de ordenou; yãha gauda-deée— vai para Gauda-desa (Bengala); anargala—sem restri-
classe baixa como os candãtas. Esta ordem, que vem sendo dada na sucessão dis- ção; prema-bhakti—serviço devocional em amor a Deus; kariha prakãée—manifesta.
cipular proveniente de Sri Advaita e Nityãnanda Prabhu, deve ser seguida e, assim
deve-se distribuir indiscriminadamente a consciência de Krsna em todo o mundo. TRADUÇÃO—Sri Caitanya Maháprabhu ordenou a Nityãnanda Prabhu: "Vai à
Existem diferentes categorias de homens, começando com o brãhmana e des- Bengala e, sem restrição, manifesta serviço devocional ao Senhor, consciência
cendo até o candãla, que está situado na plataforma mais baixa. Não importa qual de Krsna."
seja a posição em que alguém esteja: todos nesta era de Kali necessitam iluminar-se
em consciência de Krsna. Esta é a maior necessidade dos nossos dias. Todos estão SIGNIFICADO—Assim, Sri Caitanya Mahãprabhu ordenou a Nityãnanda Prabhu
sentindo agudamente as dores da existência material. Mesmo nos escalões e nas ! legasse o serviço devocional a todos os bengalis. O Bhagavad-gitã (9.32) diz:
fileiras do senado americano, sentem-se as alfinetadas da existência material, tanto
é que o dia 30 de abril de 1974 foi decretado o Dia da Súplica. Assim, todos estão mãm hi pãrtha vyapãéritya
sentindo as alfinetadas trazidas pela Kali-yuga, que são proporcionadas devido ye 'pi syuh pãpa-yonayah
à prática de sexo ilicito, consumo de carne, jogos de azar e intoxicação por parte striyo vaiéyãs tathã südras
da sociedade humana. Chegou a hora de os membros da Sociedade Internacional te 'pi yãnti param gatim
para a Consciência de Krishna, em obediência às ordens de Sri Caitanya
Maháprabhu, distribuírem krsna-bhakti por todo o mundo. O Senhor ordenou que "Ô filho de Prthã, aqueles que se refugiam em Mim, embora sejam de nascimento
todos se tornassem gurus (Cc. Madhyã 7.128): ãmãra ãjnãya guru hahã tara' ei&m inferior — mulheres, vaiéyas (mercadores), bem como éüdras (trabalhadores) —,
Todas as pessoas de todas as cidades e aldeias devem ser iluminadas com as ins- podem aproximar-se do destino s u p r e m o . " Qualquer pessoa que adote a cons-
truções de Sri Caitanya Mahãprabhu. Deve-se distribuir a consciência de Krsna ciência de Krsna e siga os princípios regulativos pode voltar ao lar, voltar ao
para todos, indistintamente. Dessa maneira, o m u n d o inteiro viverá pacífico e Supremo.
feliz, e todos glorificarão Sri Caitanya Mahãprabhu, como é o Seu desejo. Em seu Anubhdsya, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura escreve: "Certa classe
A palavra candãla na realidade refere-se a um comedor de cães, que é consi e- de pretensos devotos, chamados prãkrta-sahajiyãs, considera Nityãnanda Prabhu
rado o mais baixo entre os homens. Até os candãlas, devido às bênçãos de n 0 1 , 1
ser humano comum. Eles espalharam o boato de que Sri Caitanya Maháprabhu
Caitanya Mahãprabhu, podem-se iluminar com a consciência de Krsna. Krsrw ""andou Nityãnanda Prabhu voltar de Orissa à Bengala só para casar-Se e gerar
bhakti não é monopólio de uma determinada casta. Todos estão aptos a rece ^ "^os. Sem dúvida, esta é uma grande ofensa contra Nityãnanda Prabhu."
esta grande bênção dada por Sri Caitanya Mahãprabhu. Todos têm o direito •ai ofensa chama-se pãsanda-buddhi, ou seja, um comentário ateísta. Os ofen-
recebê-la e viver felizes. ^ " " ^ consideram que Nityãnanda Prabhu é, como eles, um ser humano comum.
A palavra dana, que significa "caridade", tem sua importância neste v . j " 3 0
conhecem a identidade d e Nityãnanda Prabhu como visnu-tattva. Colo-
0 3
Todos que se ocupam na distribuição da consciência de Krsna são P ^ ^ , , ^ N i t y ã n a n d a Prabhu no mesmo nível que um ser h u m a n o comum é atividade
k r f r f ã
dosas. Homens profissionais recitam o érimad-Bhãgavatam e discutem .. m e s "Peculadores mentais conhecidos como kunapãtma-vãdts. Estas pessoas julgam
a troco de dinheiro. Eles não têm as qualificações para distribuir esses su 0
c o r p o material, que é um saco de três elementos materiais (kunape tridhãtuke).
656 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 15 Verso 47 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 657
Elas acham que o corpo de Nityãnanda Prabhu era, também, material e VERSO 45
8
destinava-se ao gozo dos sentidos. Todo aquele que pensa assim candidata"
a ir às mais escuras regiões do inferno. Aqueles que lutam sofregamente por m^ â«ra-»tfocs «fã' «rífã»* i
lheres e dinheiro, que são interesseiros e que têm mentalidade de comerciantes «c4 afã' «ca s*rca aaa asa 118í 11
com certeza podem descobrir muitas coisas com seus cérebros férteis e pronunciar
se contra as escrituras reveladas autorizadas, files também ocupam-se em ativi érivdsa-pandite prabhu kari' ãlihgana
dades para ganharem dinheiro com o objetivo de enganar as pessoas inocent " kanfhe dhari' kahe tãhre madhura vacana
e tentam sustentar seus programas comerciais fazendo tais afirmações ofensivas frfvása-pandite—a Srivãsa Pandita; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
Na realidade, Nityãnanda Prabhu, por ser a expansão de Sri Caitanya Maháprabhu \gn'—fazendo; ãlihgana—abraço; kanfhe dhari'—envolvendo seu pescoço; kahe—
é a encarnação mais munificente. Ninguém deve considerá-lO um ser humano jjz; tãhre— a ele; madhura vacana—palavras doces.
comum ou uma entidade como os prajdpatis, a quem Brahmã incumbiu de aumen-
tar a população. Não se deve considerar Nityãnanda Prabhu instrumento para TRADUÇÃO—Sri Caitanya Maháprabhu abraçou então Srivãsa Pandita e passou
o gozo dos sentidos. Embora os pretensos pregadores profissionais apoiem isto a falar-lhe palavras doces, com o braço envolvendo o pescoço de Srivãsa Pandita.
não se encontram tais afirmações em nenhuma escritura revelada autorizada. Na
realidade, não há apoio para estas afirmações feitas pelos sahajiyds ou outros dis- VERSO 46
tribuidores profissionais de krsna-bhakti. estala aca « r i c a «rífã fãst arfèa i
<çfà caai trea, «tra c«? ai caraa n 8* 11
VERSO 43
tomara ghare ktrtane ãmi nitya nãciba
ataara, w w «ufa « s wca i tumi dekhã pdbe, ãra keha nã dekhiba
esta rã aata ertfa' fà*i.csrata aca II 8 « n tomara ghare—em tua casa; ktrtane—na realização do canto congregacional; ãmi—
Eu; nitya—diariamente; nãciba—dançarei; fumi—tu; dekhã pãbe— serás capaz de ver;
ráma-dása, gadãdhara ãdi kata jane Ira—mais; keha—alguém; nã dekhiba—não verá.
tomara sahãya lãgi' dilu tomara sane
rdma-ddsa—Rãmadãsa; gadãdhara—Gadãdhara dãsa; ãdi—e outros; kata jane— TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a Srivãsa Thãkura: "Realiza, dia-
algumas pessoas; tomara—Teus; sahãya—auxiliares; lãgi'—como; dilu—dou; tomara riamente, o canto congregacional, e fica ciente de q u e também dançarei em tua
sane—contigo. presença. Só tu, e ninguém mais, poderás ver esta dança."
amSr
alaksite rahi' tomara nrtya dekhiba' uãiba— ap jLa n ] ' a—Minhas; ksamãiha—íaze com que sejam perdoadas;
C i a s
VERSO 48 VERSO 51
«T* caal çtf?' «ufa «faatfi aura 1 fã» « t a a u t c a cara, cesta fâ«#-aa i
«rf «ca»«fã «trfã flw «rf-ara 11 sv-11 ca-«tc«a a n t a c«a£, ç » c a * a a n « n
tãhra sevã chãdi' ãmi kariyâchi sannyãsa ki kãya sannydse mora, prema nija-dhana
dharma nahe, kari ãmi nija dharma-nãsa ye-kãle sannyãsa kailuh, channa haila mana
tãhra sevã chãdi'—deixando de lhe servir; ãmi—Eu; kanyãchi—aceitei; sannyãsa—a ki kãya—com que direito; sannyâse—na ordem renunciada; mora—Meu; prema—
ordem de vida renunciada; dharma nahe—não é Minha religião; kari—realizo; ãmi— amor; nija-dhana—Minha verdadeira fortuna; ye-kãle— momento em que; sannyãsa
Eu; nija dharma-nãsa—destruição de Meus princípios religiosos. pjlun—aceitei a ordem renunciada; channa—desatinada; haila—estava; mana—
mente.
T R A D U Ç Ã O — " D e i x e i de servir à Minha mãe para aceitar a ordem de sannyãsa
Na realidade, não devia ter feito isto, pois, ao agir assim, destruí Meus princí- TRADUÇÃO—"Eu não tinha nenhum direito de aceitar esta ordem renunciada e
pios religiosos." sacrificar o amor por Minha mãe, que é tudo o que possuo. Na verdade, ao acei-
tar sannyãsa, Eu estava n u m estado mental de loucura."
VERSO 49
VERSO 52
«ra c « w t a n t a , tra caai- a* i
stai çtfV «fãatf* atleta «* II 85-11 trartpct « t a f l a,fan « * t * r a * m c « i
a c n acaj « t r f à a ^ r a &a«t c a f à c s 11 n 11
fífrira prema-vasa ãmi, tãhra sevã—dharma
tãhã chãdi' kariyâchi vãtulera karma nilãcale ãchoh muni tãhhãra ãjhãte
tãhra prema-vasa—subordinado ao amor dela; ãmi— Eu; fdrira sevã— seu serviço; madhye madhye ãsimu tãhra carana dekhite
dharma—Minha religião; tãhã chãdi'—abandonando isto; kanyãchi—realizei; vátulen nuacale ãchoh—permaneço em Jagannãtha Puri, Nilãcala; muni—Eu; tãhhãra
karma—os atos de um louco. íjnâte—por ordem dela; madhye madhye—de vez em quando; ãsimu—irei; tãhra—
seus; carana dekhite—ver os pés de lótus.
T R A D U Ç Ã O — " C o m o sou subordinado ao amor de Minha mãe, tenho o dever de
servi-la. Ao invés de fazer isto, aceitei esta ordem renunciada. Decerto que este TRADUÇÃO—"Estabeleci-Me aqui em Jagannãtha Puri, Nilãcala, em obediência
é um ato de loucura." as ordens dela. Contudo, irei ver seus pés de lótus de vez em q u a n d o . "
VERSO 50 VERSO 53
aff»l at»ac«a atsi atfã m CTa I f a s j a t a ' cwfã afêp tftara caca i
LAA «rífã* wi*! carcaai « a a cata 11 «• i ^ f s - w r c a eiixi « t a l a » j a i f ã arca n««11
vãtula bãlakera mãtã nãhi laya dosa nifya yãi' dekhi muni tãhhãra carane
ei jãni' mãtã more nã karãya rosa dosa— . sphürti-jhãne tenho tãhã satya nãhi mane
vãtula bãlakera—de um filho louco; mífd—mãe; nãhi—não; /ayfl—aceita; yãi'—indo diariamente; dekhi—vejo; muni— Eu; tãhhãra carane— seus pés de
deficiência; ei jãni'—sabendo disto; rmffa"—mãe; more—comigo; nã karãya "Une ^^'''"ã'^—sentindo Meu aparecimento; tenho—ela; tãhã— isto; safya nãhi
n à o
prasãda lahã—colocando os restos do alimento; kole—em seu colo; prato está vazio; bãla-gopãla—a Deidade de Bãla-gopála; kibã khãila—acaso Ele
c
VERSO 57 VERSO 60
faatfa» arf*« ifl«n, c« «ca c«t»a i fàsai cara «ara aca aa çjpi cm \
cara "irrcst "watra^ «fàei «rara« M n f«ai c«ta srai «ufa' a«s"i at^»T T 11
ári Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 15 Verso 66 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 663
kibã mora kathãya mane bhrama hanã gela! léãne bolãhã punah sthãna lepãila
kibã kona jantu ãsi' sakala khãila? punarapi gopãlake anna samarpila
kibã—ou; mora kathãya—quando eu pensava assim; mane—na mente; bhrama hahã glne—a láãna, o servo; bolãhã—chamando; punah—novamente; sthãna—o local;
gela—estava equivocada; kibã— ou; kona iantu—algum animal, ãsi'—vindo; sakala tggSila—limpou; punarapi—de novo; gopãlake—a Gopãla; anna—arroz cozido e le-
khãila—comeu tudo. gumes; samarpi/a-ofereceu.
TRADUÇÀO—"Ela passou a ponderar se, para começo de conversa, realmente TRADUÇÃO—"Ponderando assim, ela chamou láãna, o servo, e mandou-o limpar
havia algo no prato. Achou, ainda, que algum animal poderia ter vindo e comido o local novamente. Então, ofereceu outro prato a Gopãla."
tudo."
VERSO 64
VERSO 61
foai «ttfà «atres sei «1 atf?»f f lífèsrs aca «caa «•ga aia i
•ira fisfV i r a s - t r a a t i » i r.wfàa n n. errea atsarfccs «ca S e « 4 f a cat*a • «8 n
kibã ãmi anna-pãtre bhrame nã bãdila!' ei-mata yabe karena uttama randhana
eta cinti' pãka-pãtra yãhã dekhila more khãoyãite kare utkanfhaya rodana
ei-mata—dessa maneira; yabe—quando; karena—faz; uttama randhana—preparação
kibã—ou; ãmi—eu; anna-pãtre— no prato de comida; bhrame—por engano; nã
de primeira classe; more—a Mim; khãoyãite— dar de comer; kare—faz; utkanfhaya—
bãdila—não coloquei nada; eta cinti'—pensando assim; pãka-pãtra—as panelas da em grande ansiedade; rodana—choro.
cozinha; ydrid dekhila—foi dar uma olhada.
TRADUÇÃO—"Ela pensou: 'Talvez tenha me esquecido de colocar o alimento no TRADUÇÃO—"Desde então, sempre que ela prepara alguma comida bem feita
e deseja dar-Me para comer, ela chora em grande ansiedade."
prato.' Pensando assim, foi à cozinha dar uma olhada nas panelas."
VERSO 62 VERSO 65
TRADUÇÃO—"Ao ver que todas as panelas ainda estavam cheias de arroz e le- JTtADUÇAo— "Sentindo-Me agradecido a seu amor, sou levado até li para comer.
gumes, sua mente começou a sentir dúvidas, o que a deixou atônita. 0
íntimo, Mamãe sabe de todas essas coisas e sente-se feliz, mas age como
* "ao as aceitasse."
VERSO 63
VERSO 66
fc»tíc« cafsTtiPi *{•<: i r a r^rtre** i
•paPi r.tr*tr*ic« «a aafast n 4 » n «a! fàsrafw*t»fic« cat 4! ítfs 1
«*tatc« *t|çai «ra « a r l * « t € t f « u n
Sri Caitanya-caritãmrta Verso 72 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 665
664 Madhya-lilã, 15
TRADUÇÃO—"Referido incidente se passou no último dia de Vijayã-daáami. TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu informou a todos: "Simplesmente
escutai sobre o serviço devocional puro prestado a Krsna por Rãghava Pandita.
Podes perguntar-lhe sobre este incidente e, assim, fazê-la crente de que Eu real-
Na verdade, o serviço de Rãghava Pandita é supremamente puro e de alto nível."
mente vou l á . "
VERSO 67
VERSO 70
«fsrcs «tf fàsjPi ç^srl i
«na $ « j ?r« - s w « t f à t w i a ««ti i
Gsrt« fàwra «fircs «içbrê «ffàal II *i II
«ítç íNSil «fã' srffàwr fã«fíi ««ti u t» 11
ereka fcafiife prabhu vihvala ha-ilã
loka vidãya karite prabhu dhairya dharila ara dravya rahu—éuna nãrikelera kathã
eteka kahite—dizendo isto; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; vihvala pãhca gandã kari' nãrikela vikãya tathã
hailã—ficou transtornado; loka vidãya karite—para despedir-Se dos devotos; ãra dravya rahu—sem falar nos outros itens; suna—ouvi só; nãrikelera kathã—o
prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; dhairya dharilã-manteve a paciência. incidente da oferenda de cocos; pãhca gandã kari'—ao preço de cinco gandãs;
nãrikela—coco; vikãya—é vendido; tathã— ali.
TRADUÇÃO—Enquanto descrevia tudo isto, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou um
pouco transtornado, mas, simplesmente para terminar de despedir-Se dos de- TRADUÇÃO—"Sem ao menos mencionar os outros itens, basta que escuteis sobre
sua oferenda de coco. Cada coco é vendido por cinco g a n d ã s . "
votos, permaneceu calmo.
VERSO 68 VERSO 71
rãghava pandite kahena vacana sarasa wífife faria safa prícse /afcsa laksa phala
'tomara éuddha preme ãmi ha-i' tomara vasa' ^ tathãpi éunena yathã mista nãrikela
rãghava pandite-a Rãghava Pandita; kahena-diz; wjcana-palavras; sarasa-m mu vãtite—em seu pomar; feafa safa—quantas centenas de; vrkse—árvores; laksa laksa
agradáveis; fomd"ra-teu; éuddha preme-pelo serviço devocional puro; ami phala—milhões de frutos; tathãpi—mesmo assim; éunena—ouve; yathã—onde; mista
nãrikela-coco doce.
tico; tomara—tua; vaéa—sob obrigação.
eka eka phalera mülya diyã cãri-cãri pana krsna sei nãrikela-jala pana kari'
daéa-kroia haite ãnãya kariyã yatana kabhu éünya phala rãkhena, kabhu jala bhari'
eka eka phalera—de cada fruta; mülya—preço; diyã— dando; cãri-cãri pana—quatro krsna—o Senhor Krsna; sei—esta; nãrikela-jala—água do coco; pana kari'—bebendo;
panas cada (uma pana eqüivale a vinte gandãs); daéa-kroéa—trinta e dois quilômetros fojfefiM-às vezes; éünya—vazio; phala rãkhena—deixa o fruto; kabhu—às vezes; jala
de distância; haite—de; ãnãya—traz; kariyã yatana—com muito esforço. '—estando cheio dágua.
T R A D U Ç Ã O — " E l e , esforçando-se muito, vai pegar coco num local situado a trinta TRADUÇÃO—"O Senhor Krsna costumava beber o suco destes cocos, e, às vezes,
e dois quilômetros de distância, e dá quatro panas por cada um deles." escoava-se-lhes o suco. Nas outras vezes, enchiam-se os cocos com s u c o . "
VERSO 73 VERSO 76
T R A D U Ç Ã O — " T o d o dia, cinco a sete cocos sáo descascados e colocados dentro T R A D U Ç Ã O — " A o ver q u e o suco d o s cocos fora bebido, Rãghava Pandita ficava
muito satisfeito. Então, partia o coco, tirava-lhe a polpa e colocava-a em outro
da água para se manterem frescos."
prato."
VERSO 74 VERSO 77
bhogera samaya punah chuli' samskari' sasyo samarpana kari' bãhire dheyãna
krsne samarpana kare mukha chidra kari' éasya khãhã krsna kare éünya bhajana
bhogera samaya—no momento de oferecer a bhoga; punah—novamente; chuli — éasya—a polpa; samarpana kari'—oferecendo; bãhire—do lado de fora da porta
debulhando; samskari'—limpando; krsne—ao Senhor Krsna; samarpana—oferena , do templo; dheyãna—medita; sasya khãhã— comendo a polpa; krsna—o Senhor
kare—faz; mukha—em cima; chidra kari'—furando. Krsna; kare—faz; éünya—vazio; bhajana—o prato.
T R A D U Ç Ã O — " N o momento de oferecer a bhoga, novamente os cocos são debu- T R A D U Ç Ã O — " A p ó s oferecer a polpa, ele meditava, do lado de fora da porta do
lhados e limpos. Depois de serem furados, são oferecidos ao Senhor Krsna- •emplo. Neste ínterim, comendo a polpa, o Senhor Krsna deixava o prato vazio."
VERSO 78
VERSO 75
« ^ »p» a ] M *ta; t i a «ca «fica 1
«as c a ! atiãt«<a-w«a *H« «fã' i «UM ate? t f o c « a , c«*fãf «tca mm
«Ç «jai «si arca**, aaj wa «fã' n n
668 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 15 g3 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 669
kabhu éasya khãhã punah pãtra bhare éârhse dvãrera upara bhite tenho hãta dila
éraddhã bãde panditera, prema-sindhu bhãse sei hãte phala chuhila, pandita dekhila
kabhu—às vezes; éasya khãhã—comendo a polpa; punah—novamente; pãtra o dvãrera upara—acima da porta; bhite— na parte alta; tenho—ele; hãta dila—esfregou
prato; bhare—enche; éãrhse—com polpa; éraddhã— fé; bãde—aumenta; panditera— jua mão; sei hãte—com aquela mão; phala chuhila—tocou na fruta; pandita—Rãghava
de Rãghava Pandita; prema-sindhu—no oceano do amor; bhãse—flutua. pandita; dekhila—viu.
TRADUÇÃO—"Às vezes, após comer a polpa, Krsna enchia o prato novamente TRADUÇÃO— "Então, Rãghava Pandita viu que o servo tocou na parte alta do vão
com mais polpa. Dessa maneira, a fé de Rãghava Pandita aumenta, fazendo-o da porta e logo em seguida tocou nos cocos com a mesma m ã o . "
flutuar num oceano de a m o r . "
VERSO 82
VERSO 79
i f a s «cç, - 9 i c a c*tf« «ca tsfstcs i
itTP fàa *»i a*t *iv%n «tirai 1 «ia twjfài Sf? strea « 1 * fses n 11
1
TRADUÇÃO—"Certo dia, cerca de dez cocos foram devidamente descascados e TRADUÇÃO—"Aí, Rãghava Pandita disse: 'As pessoas sempre entram e saem por
trazidos por um servo para serem oferecidos à D e i d a d e . " esta porta. Ao subir no ar, a poeira de seus pés bate no t e t o . ' "
VERSO 83
VERSO 80
ca! foca çrs fòai «a lífãari i
«raaa «tf*. Hi fãaa *!«a 1
9a»-CJra7 aca, «JT «rtfàas c*ai n w> u
«a-tta-atcs c*ra« *tc* «' afà»t n v° 11
sei bhite hãta diyã phala paraéilâ
avasara nãhi haya, vilamba ha-ila krsna-yogya nahe, phala apavitra hailã
phãla-pãtra-hãte sevaka dvãre ta' rahilã sei bhite—nesta parte alta; fiafa diyã— tocando tua mão; phala—na fruta; paraéilâ—
avasara nãhi haya—restava pouco tempo; vilamba ha-ila—era tarde; phala-pãtra— locaste; krsna-yogya nahe—não está em condições de sér oferecida a Krsna; phala—a
o pote de frutas; hãte—nas màos; sevaka—o servo; dvãre—à porta; fa'—na verdade, fruta; apavitra hailã— ficou contaminada.
rahilã—permaneceu.
TRADUÇÃO— ' " A p ó s tocar na parte de cima da porta, tocaste nos cocos. Agora,
u
TRADUÇÃO—"Quando os cocos chegaram, sobrava pouco tempo para que P e
' e s não mais podem ser oferecidos a Krsna, pois estão contaminados.'"
dessem ser oferecidos, pois já era tarde. De pé próximo à porta, o servo segurava
o recipiente d o s cocos." SIGNIFICADO— Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura afirma que Rãghava
jjhdita não era simplesmente uma espécie de louco com mania de limpeza. Ele
VERSO 81 030
_ fazia parte do fútil m u n d o material. Em consciência inferior, aceitar como
?Piritual algo que na realidade é material chama-se bhauma-ijya-dhih. Ràghava
atóra $ 1 ? f%"75 cscçl 5ts fim i ^ d i t a era um servo eterno de Krsna, e tudo o que ele via relacionava-se com
ca! ares «a § !>i, «tfins cwfà»! 11 u serviço ao Senhor. Ele vivia absorto no pensamento transcendental de como
Sri Caitanya-caritámrta Verso 88 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 671
670 Madhya-lilã, 15
1ÍB1 a S
" I A D U Ç Ã O — "Assim, com muito carinho e atenção, Rãghava Pandita preparava
T R A D U Ç À O — " E m seguida, Rãghava Pandita mandou que se juntassem, P ^ j ^Pinafre, outros legumes, rabanetes, frutas, arroz partido, arroz em pó e boli-
sem e descascassem outros cocos, e, com grande atenção, ofereceu-os para nhas doces."
a Deidade os comesse."
672 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 15 Verso 94 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 673
VERSO 89 VERSO 92
•stis fail-irai, a f a - w a 1 afàr atacaca c««a«rtfàiaca i
*ia*i ifaa, «lia «ca acaísa 11 v-& 11 <4«tas a-arfàei a< w a c a 11 11
ei-mata pithã-pãnã, ksira-odana efa bali' rãghavere kaila ãlihgane
parama pavitra, ãra kare sarvottama ei-mata sammãnila sarva bhakta-gane
ei-mata—dessa maneira; pithã-pãnã—bolos e arroz doce; ksira-odana—leite con- eta bali—dizendo isto; rãghavere—a Rãghava Pandita; kaila ãlihgane—Ele abraçou;
densado; parama pavitra—muito purificados; (ira—e; kare—faz; sarva-uttama—de pri- ei-mata—dessa maneira; sammãnila—mostrou respeito; sarar—todos; bhakta-gane—
meira classe, saborosos. aos devotos.
T R A D U Ç Ã O — " E l e preparava, com muita atenção, bolos, arroz doce, leite con- TRADUÇÃO—Então, misericordiosamente, ári Caitanya Mahãprabhu abraçou
densado e tudo o mais, e purificava as condições de cozimento de modo que Rãghava Pandita. O Senhor também ofereceu a todos os demais devotos uma
o alimento fosse de primeira classe e saboroso." semelhante recepção respeitosa.
VERSO 90 VERSO 93
«ptajà, «terá «irfã ww* at«Ta i faataa» c»ica «cç «fàal aaría i
<«, as, «isiara, a<arai-ata ns° 11 argcsa-wcsa «Jà «fã*, aatata n a»s 11
kâéamdi, âcdra ãdi aneka prakãra sivãnanda sene kahe kariyã sammãna
gandha, vastra, alahkãra, sarva dravya-sãra vãsudeva-dattera tumi kariha samãdhãna
kãéamdi—uma classe de picles; ãcãra—outra classe de picles; <fdi—e assim por éivãnanda sene—a Sivãnanda Sena; kahe—diz; kariyã sammãna—com todo o res-
diante; aneka prakãra—de muitas variedades; gandha—essências; vastra—roupas; peito; vãsudeva-dattera—de Vãsudeva Datta; fumi—tu; kariha—toma; samãdhãna—
alahkãra—ornamentos; sarva—todas; dravya—das coisas; sdra—melhor. conta.
T R A D U Ç Ã O — " R ã g h a v a Pandita também oferecia todas as classes de picles, tais TRADUÇÃO—O Senhor também disse respeitosamente a Sivãnanda Sena: "Toma
como kãáamdi. Oferecia diversas essências, roupas, ornamentos e tudo do bom conta muito bem de Vãsudeva Datta."
e do melhor."
VERSO 91 VERSO 94
lífora c«caa ciai a^ca «rçifa 1 *taa Sala !*c*1, ca fã* ca «n!ca i
arsl e»fPC aac9itc«a sjjsra «HW l I ca! faca asa «ca, atft atca caca 11 s>8 11
ei-mata premera sevã kare anupama parama udãra ihho, ye dina ye ãise
yãhã dekhi' sarva-lokera judãna nayana sei dine vyaya kare, nãhi râkhe éese
ei-mata—dessa maneira; premera sevã— serviço amoroso; kare—realiza; anupama Parama udãra—muito liberal; ihho—ele; ye dina—todo dia; ye ãise— tudo o que con-
sem comparação; yãhã dekhi'—vendo o que; sarva-lokera—de todas as pes ^gue; sei dine—naquele mesmo dia; vyaya kare—gasta; nãhi— não; râkhe—guarda;
judãna—ficam satisfeitos; nayana—os olhos. kse—nenhum saldo
T R A D U Ç Ã O — " A s s i m , Rãghava Pandita servia ao Senhor de maneira incompa jRADuçAo—"Vãsudeva Datta é muito liberal. Todo dia, gasta toda a renda que
rável. Todos ficavam muito satisfeitos pelo simples fato de vê-lo. ebe. Ele não faz nenhuma economia."
674 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã Verso 99 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 675
VERSO 95 " V e m todo ano e traze contigo todos os Meus devotos para o fes-
- T R A D U Ç Ã O —
«ifoaca' «turra n w i i »i<ípi i jnto na Bengala. Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura afirma que este livro
«Rsera «nfic? iaia *im« «faai H &I II J°i compilado no ano bengali de sakãbda de 1395. Após sete anos, foi concluído
l4
' 02, sakãbda). Este livro foi escrito em linguagem simples, e mesmo bengalis
86111
prati-varse ãmãra saba bhakta-gana lahã uma educação esmerada e mulheres puderam lê-lo mui claramente. Até homens
COr
"nandanandana krsna—mora prãna-nãtha' Depois disso, tanto Rãmãnanda Vasu quanto Satyarãja Khãn apre-
^ U U Ç À O —
ei vãkye vikãinu tãhra vaméera hãta ç a m perguntas aos pés de lótus de Sri Caitanya Maháprabhu.
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 15 yerso 106 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 679
678
TRADUÇÀO—Satyarãja Khãn disse: "Meu querido Senhor, sendo eu um chefe TRADUÇÃO—Sri Caitanya Maháprabhu replicou: " Q u e m quer que cante o santo
de família e um materialista, não conheço o processo de como avançar na vida nome de Krsna, mesmo que uma vez só, é adorável e é o ser h u m a n o mais ele-
espiritual. Por isso, coloco-me a Teus pés de lótus e peço-Te que me digas as vado."
ordens."
VERSO 104 SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura diz que, pelo simples fato
de cantar o santo nome de Krsna uma vez, uma pessoa torna-se perfeita.
st*Ç '«arçaaf, 'caata-ciaa' 1 Depreende-se que essa pessoa já é um Vaisnava. Com tal fé e crença, pode-se iniciar
'faa^a «a «asara-as^sa' m ° 8 n uma vida em consciência de Krsna, porém, uma pessoa comum não pode cantar
o santo nome de Krsna com tal fé. Srila Rüpa Gosvãmi confirma isto em seu
prabhu kahena, — 'krsna-seva", 'vaisnava-sevana' Upadeéãmrta: krsneti yasya giri tam manasãdriyeta. Deve-se aceitar o santo nome de
'nirantara kara krsna-nãma-sahkirtana' Krsna como sendo idêntico à Suprema Personalidade de Deus, a própria Trans-
prabhu kahena—o Senhor replicou; krsna-sevá— servindo a Krsna; twi>rwt«- cendência. O santo nome de Krsna, que é idêntico a Krsna, também é cintãmani.
sewma—aceitando as ordens dos Vaisnavas; nirantara—sem cessar; kara—íaze; O nome Krsna é a personificação do som perfeitamente transcendental e eterna-
mente liberado da contaminação material. Deve-se entender que o nome Krsna
krsna-nãma-sahkirtana—canto do santo nome do Senhor Krsna.
e Krsna são idênticos. Com essa fé, deve-se continuar cantando o santo nome.
TRADUÇÀO—ári Caitanya Mahãprabhu replicou: "Continua cantando incessan- Quando alguém está situado na plataforma neófita, não pode entender os ingre-
dientes devocionais de um devoto puro e imaculado. No entanto, ocupando-se
temente o santo nome do Senhor Krsna. Sempre que possível, serve a Ele e
em serviço aevocional — especialmente na adoração à Deidade — e seguindo a
a Seus devotos, os Vaisnavas." ordem de um mestre espiritual fidedigno, o noviço torna-se um devoto puro.
Qualquer pessoa pode tirar proveito e ouvir um devoto puro falando sobre a cons-
VERSO 105
ciência de Krsna e, assim, purificar-se gradualmente.
aajar» aca- -caara fçfãa c*ica ? O devoto que acredita que o santo nome do Senhor é idêntico ao Senhor é um
0 , 0
ca* caaaa, a** tra arar» »n»c*t n i»c n puro, mesmo que ainda esteja situado na fase neófita. Ao se associarem
C O m
ele, outros também podem tornar-se Vaisnavas.
satyarãja bale,—vaisnava ciniba kemane? Alguém que, apesar de adorar com fé a Deidade de Hari, não mostra o devido
ke vaisnava, kaha tãhra sámãnya laksane s
Peito aos devotos e às outras pessoas, é conhecido como devoto materialista,
ki
satyarãja bale—Satyarãja Khãn disse; vai$nava-um Vaisnava; ciniba '"*" _ ra
^nhrma-se isto no érimad-Bhãgavatam (11.2.47):
como reconhecerei; ke vaisnava—quem é Vaisnava; kaha—por favor, dize,
dele; sãmãnya laksane—sintomas comuns.
arcáyãm eva haraye
TRADUÇÀO—Ouvindo isto, Satyarãja disse: "Como posso T e c o n Í >
'*'' yah püjâm éraddhayehate
Vaisnava? Por favor, deixa-me saber o que é um Vaisnava. Que sintom na tad-bhaktesu cãnyesu
racterizam?" sa bhaktãh prãkrtah smrtah
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 5 Verso 108 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 681
680
0 _ P e l 0
"Todo aquele que se ocupa na adoração à Deidade de Hari e faz isto com fé, mas ADUÇA ""
T R simples fato de cantar o santo nome de Krsna, a pessoa livra-
não mostra o devido respeito aos devotos e aos outros, é conhecido como devoto ge de todas as reações da vida pecaminosa. Pode-se satisfazer os nove processos
materialista." Entretanto, ao se associar com um devoto neófito que crê que o de serviço devocional simplesmente cantando o santo n o m e . "
santo nome do Senhor é idêntico ao Senhor, alguém pode também tornar-se de-
CADO—
voto. Em Seus ensinamentos a Sanãtana Gosvãmi, o Senhor Caitanya disse: glGNiF' A s nove categorias de serviço devocional são mencionadas no
$rímad-Bhãgavatam (7.5.23):
"Díksã é o processo pelo qual podemos despertar nosso conhecimento transcen- "Mediante a manipulação química, o bronze é transformado em ouro ao ser tocado
dental e anular todas as reações provocadas por atividades pecaminosas. Uma pelo mercúrio; de maneira semelhante, quando alguém é devidamente iniciado,
pessoa perita no estudo das escrituras reveladas conhece este processo como dlksí." pode adquirir as qualidades de um brãhmana."
Os princípios regulativos de díksd são explicados no Hari-bhakti-vilãsa (Vilãsa O Hari-bhakti-vilãsa (17.11,12), ao tratar do processo puraicaryã, cita os seguintes
2.3,4) e no Bhakti-sandarbha (283). Como se afirma: versos do Agastya-samhitã:
"Mesmo que alguém tenha nascido em família de brãhmanas, só poderá ocupar-se guror labdhasya mantrasya
em rituais védicos se for iniciado e tiver um cordão sagrado. Apesar de ter nascido prasãdena yathá-vidhi
em família de brãhmanas, ele só se torna um brãhmaiia após a iniciação e a cerimonia pahcáhgopãsanã-siddhyai
do cordão sagrado. Sem que seja iniciado como brãhmana, não estará habilita o puras caitad vidhiyate
a adorar o santo nome adequadamente."
Segundo os princípios regulativos Vaisnavas, é preciso ser iniciado co De manhã, à tarde e à noite, deve-se adorar a Deidade, cantar o mantra Hare
3, K e r
brãhmana. O Han-bhakti-vilüsa (2.6) cila o seguinte preceito do Visnu-yi**». ^y* ' oblações, realizar um sacrifício de fogo e alimentar os brãhmanas. Pu-
/y* consiste nestas cinco atividades. Para aicançar pleno êxito ao aceitar ini-
adtksitasya vãmoru ™**>do mestre espiritual, deve-se primeiro realizar este processo de puraécaryá."
krtath sarvarh nirarthakam J^Palãvra purah significa " a n t e s " e cflryd, "atividades". Devido à importância
paéu-yonim avãpnoti atividades, nao iniciamos imediatamente discípulos na Sociedade Inter-
a r a 3 o n s c n c a
dlksã-virahito janah deve '' ^- ' ^ ' de Krishna. Por seis meses, o candidato h iniciação
P n m e i r o
Pios freqüentar os âratis e as aulas sobre os éãstras, praticar os princí-
"Enquanto não formos iniciados por u m mestre espiritual f a ° d e ^ O * g T ^ u i a t i v o s e associar-se com outros devotos. Quando alguém é realmente
e m ura car ,
nossas atividades devocionais serão inúteis. A pessoa que nao ciacao M - P ^ y' -vidrii, o presidente do templo local o recomenda para mi-
a é c u e
iniciação sujeita-se a cair novamente nas espécies animais. os reqn . ° ' qualquer pessoa possa ser iniciada de repente, sem satisfazer
1
O mesmo Hari-bhakti-vilãsa (2.10) cita: os. Quando alguém avança mais, cantando o mantra Hare Krsna de-
684 Sri Caitanya-caritãmrta Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 685
Madhya-lilã, 15 yen* 1 0 8
zesseis voltas diariamente, seguindo os princípios regulativos e partici yadyapi svarüpato nãsti, tathãpi prãyah svabhãvato
P a d od a s
aulas, recebe o cordão sagrado (reconhecimento bramínico) após outros ' " dehãdi-sambandhena kardaya-éílãnãm viksipta-cittãnãm
m e s e
No Hari-bhakti-vilãsa (17.4, 5,7), afirma-se: s. janãnãm tat-tat-sahkoci-karanâya érímad-r?i-prabhrtibhir
atrãrcana-mãrge kvacit kvacit kãcit kâcin maryãdã sthãpitãsti.
"Com os sentidos materiais, não se pode compreender o transcendental santo pessoas santas e liberais. Este nome aniquila todas as reações pecaminosas e
nome do Senhor, nem Sua forma, atividades e passatempos. No entanto, o Senhor tem tanto poder que, excetuando-se o mudo, incapaz de cantá-lo, é acessível a
revela-Se àquele que, utilizando a língua, dedica-se realmente ao serviço devo- todos, incluindo o candãla, o mais baixo dos homens. O santo nome de Krsna
cional." é o controlador da opulência da liberação, e é idêntico a Krsna. O simples toque
do santo nome com a língua faz surtirem efeitos imediatos. O cantar do santo
VERSO 109 nome não depende de iniciação, nem de atividades piedosas, nem dos princí-
pios regulativos de purascaryã geralmente observados antes da iniciação. O santo
«rçav-aa?i T O a^ateaa * R I I nome não espera por todas estas atividades. Ele é auto-suficiente.'"
fm «rfatfaal « a r a $ca» c«tc*laa n i°s> u
SIGNIFICADO—Este verso faz parte do Padyãvali (29) de Srila Rüpa Gosvãmi.
anusahga-phale kare sanisãrera ksaya
citta ãkarsiyã karãya krsne premodaya VERSO 111
anusahga-phale—como ocorrência simultânea; kare—faz; sanisãrera ksaya—aiuqui-
lação do enredamento no mundo material; cifra—pensamento; «"tarsiys"—atração,
"ara<aa ata a^a ISA* a^iata i
fajrdyfl-provoca; krsne—ao Senhor Krsna; prema-wdaya-despertar de amor trans- c a ! s' caaia, asfàç <Sfs.ta aarta u" $ J 5 »
cendental.
"ataeva yãhra mukhe eka krsna-nãma
d
T R A D U Ç Ã O — " A o cantar o santo nome do Senhor, a pessoa desfaz-se ° * ™ ^ sei ta' vaisnava, kariha tãhhãra sammãna"
f! ort
damento em atividades materiais. Depois disso, torna-se muito a t r a
••
m e c i d o nom' ° ' ~ P a n t o ; yãhra mukhe—em cuja boca; eka—aquele; krsna-nãma—o santo
despertando, assim, seu amor por Krsna, amor este que estava ador e de Krsna; se; fa' vaisnava—ele é Vaisnava; kariha—oferece; tãhhãra—a ele;
"""""""-respeito.
VERSO 110 • ^ ^ ^ " " ^ i n a l m e n t e , Sri Caitanya Mahãprabhu emitiu a seguinte opinião:
S abeT
oierprlT , q u e u
9, em canta o mantra Hare Krsna é u m Vaisnava; portanto,
ar#: *«ts^in a"taitia>ti>:K 5t*Sai- ce
*odo o teu respeito."
ats^taaíacaTv^itai ws ijf^fàis: i
cai wWn a 5 a<íwn a 5 v-eiv. aaT*»^c«
E m s e u
l<nh m a ^ ^ ? ~ Upadeáâmrta, Srila Rüpa Gosvãmi afirma: ktsneti yasya giri
n
1 yeta dtksãsti cet. O devoto avançado deve respeitar alguém que foi
acatw a i a r ^ n >pafo ã f p - a u i w *0.
Sri Cãitãnya-cãrítimrta- Madhya-lilã, 15 Verso 116 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 689
iniciado por um mestre espiritual fidedigno e que está situado na plataforma trans- VERSO 114
cendental, cantando o santo nome com fé e reverências e seguindo as instruções
do mestre espiritual. Srila Bhaktivinoda Thãkura comenta que o serviço aos f>*1 Ifjmm -f»toi, -sft ^ ?
Vaisnavas é de suma importância para os chefes de família. Não se deve levar *»f**i »tt3* mm u' »8 R
em consideração se o Vaisnava é iniciado ou não. Alguém pode ser iniciado e
mesmo assim estar contaminado pela filosofia Mãyãvãda, porém, quem canta o kibã raghunandana—piítf, tumi—tara tanaya?
santo nome do Senhor inofensivamente não terá tal contaminação. Talvez um niécaya kariyã kaha, yãuka samsaya'
Vaisnava devidamente iniciado seja imperfeito, mas quem canta o santo nome kibá-ou; raghunandana—Raghunandana; pifa—pai; tumi—tu; tara—dele; tanaya—
do Senhor sem cometer ofensas atingiu a perfeição plena. Mesmo que seja apa- filho; niécaya kariyã— dando a certeza; kaha—fala; yãuka saméaya—deixa que Minhas
rentemente um neófito, deve-se considerá-lo um Vaisnava puro e imaculado. Ê dúvidas se dissipem.
dever do chefe de família prestar respeitos a semelhante Vaisnava imaculado.
Esta é a instrução de Sri Caitanya Mahãprabhu. T R A D U Ç Ã O — " O u seria o contrário: és filho de árila Raghunandana? Por favor,
esclarece-Me os fatos de modo que Minhas dúvidas se dissipem."
VERSO 112
VERSO 115
f j * f « W , - a a s W r a CTt* ' P W I
khandera mukunda-dãsa, éri-raghunandana «rifa «r* '*£»', -<jft «rrar* rã»w n D
éri-narahari,—ei mukhya tina jana
khandera—do local conhecido como Khanda; mukunda-dãsa—Mukunda dãsa; éri- mukunda kahe,—raghunandana mora 'pitã' haya
raghunandana—Sri Raghunandana; éri-narahari—Sri Narahari; ei—estas; mukhya— ãmi tara 'putra',—ei ãmãra niécaya
principais; fina—três; jana—pessoas. mukunda kahe— Mukunda dãsa replicou; raghunandana—meu filho Raghunan-
dana; mora—meu; pitã—pai; haya—é; ãmi—eu; tara—dele; putra—filho; ei—esta;
ãmãra—minha; niécaya—conclusão.
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya Maháprabhu dirigiu Sua atenção para três pes-
soas: Mukunda dãsa, Raghunandana e ári Narahari, habitantes do local chamado TRADUÇÃO—Mukunda replicou: "Raghunandana é meu pai, e eu sou seu filho.
Khanda. Esta é a minha conclusão."
T R A D U Ç Ã O — E m seguida, ári Caitanya Mahãprabhu, o filho de mãe Saci, per J^ADUÇAO—"foi graças a Raghunandana que todos nós alcançamos devoção por
guntou a M u k u n d a dãsa: "És o pai de Raghunandana, não é ver a Por isso, eu o tenho como meu p a i . "
Sri Caitanya-caritámrta • Madhya-lilã, 15 121 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 691
VERSO 117 TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu informou a todos os Seus devo-
j ^ . "Por favor, ouvi sobre o amor de M u k u n d a por Deus. É um amor muito
«fã' «C5 «IÇ "«ffesf fà»59 I profundo e imaculado q u e somente pode-se comparar ao ouro p u r o . "
âtÇl C5CS « a J ^ f e » C*& '•8?» 55" II Stà II
VERSO 120
SHitr' harse /carie praWiu—"kahile niécaya
yãhhã haite krsna-bhakti sei guru haya" ate* atwcaw %*r.çl «ca arsr-caai i
éuni'—ouvindo; harse—em grande júbilo; falhe prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu «MEa «a»-c«la «,*çta <srtfiica« c«al 11 H ° 11
disse; fcahi/e niécaya—falaste corretamente; yúri/ia" fiaíte—de quem; krsna-bhakti—
devoção por Krsria; sei—tal pessoa; guru haya—é o mestre espiritual. bíffiye rãja-vaidya ihho kare râja-sevã
antare krsna-prema ihhãra jãnibeka kebã
T R A D U Ç Ã O — A o ouvir M u k u n d a dãsa dar esta explicação perfeita, Sri Caitanya bãhye—externamente; rãja-vaidya—médico da realeza; ihho—ele; kare—desempe-
Mahãprabhu confirmou-a, dizendo: " S i m , isto é correto. Aquele que desperta nha; rãja-sevã— serviço ao governo; antare—no fundo do coração; krsna-prema—amor
devoção por Krsna, por certo que é mestre espiritual." por Krsna; ihhãra—de M u k u n d a dãsa; jãnibeka—é capaz de conhecer; fceba—quem.
<6CS*a jjfçirl a>fes sa *M>aa 11 11 SIGNIFICADO—Só quando Sri Krsna Caitanya Mahãprabhu revela é que alguém
bhaktera mahimã prabhu kahite pãya sukha pode realmente conhecer quem é um grande devoto do Senhor dedicado a Seu
bhaktera mahimã kahite haya pahca-mukha serviço. Por isso, o Caitanya-caritãmrta (Madhyã 23.39) diz que fárira vãkya, kriyã,
bhaktera mahimã—as glórias de um devoto; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; mudrã vijheha nã bujhaya: nem mesmo o acadêmico mais perfeito e culto pode en-
kahite— de falar; pãya sukha—obtém felicidade; bhaktera mahimã—as glórias de um tender as atividades de um Vaisnava. Pode ser que um Vaisnava se ocupe em
devoto; kahite—de falar; haya—toma-Se; pahca-mukha—de cinco rostos. serviço governamental ou em negócios profissionais de modo que, externamente,
ninguém possa entender sua posição. No entanto, internamente, ele poderá ser
T R A D U Ç Ã O — P e l o simples fato de falar das glórias de Seus devotos, Sri Caitanya um Vaisnava nitya-siddha — isto é, um Vaisnava eternamente liberado. Do ponto
de vista externo, M u k u n d a dãsa era um médico da realeza, mas, no íntimo, era
Mahãprabhu ficou muito feliz. Na verdade, enquanto Ele os glorificava, parecia
um devoto paramahamsa plenamente liberado. Embora Sri Caitanya Mahãprabhu
ter cinco rostos.
soubesse disso muito bem, os homens comuns não podiam entendê-lo, pois as
atividades e os planos de um Vaiçnava estão além da compreensão deles. Contudo,
Sri Caitanya Mahãprabhu e Seu representante entendem tudo a respeito do de-
VERSO 119 voto, mesmo que externamente o devoto finja ser um chefe de família corriqueiro
e
profundo; nirmala—imaculado; prema—amor extático; yena—como se, & eka dina mleccha-rãjãra ucca-tuhgite
purificado; hema—ouro. cikitsãra vãt kahe tãhhãra agrete
Sri Caitanya-caritámrta ^ J27 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 693
692 Madhya-iil í; i 5
eka dina—certo dia; mleccha-rãjãra—do rei muçulmano; ucca-fuhgite—numa 1 rãjãra jhãna,—rãja-vaidyera ha-ila marana
forma elevada; cikitsãra vãt—conversas sobre tratamentos médicos; kahe—tal ^ ãpane nãmiyã tabe karãila cetana
tãhhãra agrete— perante ele. rijara jhãna—o rei pensou; rãja-vaidyera—do médico da realeza; ha-ila marana—
' o r t e ; ãpane—pessoalmente; nãmiyã— descendo; tabe— em seguida; karãila
m
T R A D U Ç Ã O — " C e r t o dia, M u k u n d a dãsa, o médico régio, estava sentado com Sinfl-trouxe-o à consciência.
rei muçulmano numa plataforma elevada e lhe falava de tratamentos médicos "
rei, temeroso de q u e o médico da realeza tivesse morrido,
T R A D U Ç Ã O — " O
T R A D U Ç Ã O — " E n q u a n t o o rei e Mukunda dãsa confabulavam, um servo, trazen- ser indagado pelo rei: ' O n d e te magoaste?' Mukunda respon-
T R A D U Ç Ã O — " A o
do um abano de penas de pavão, abrigou do sol a cabeça do rei, segurando o deu: 'Não sinto tanta d o r . ' "
abano acima da m e s m a . "
VERSO 126
VERSO 123
atsfl « c ç , *r$% * J À t f ^ r l f> ewfa' ?
F»RFÀF»fHi CAÍA' q$««r CAATFÃÈ CS*RI i « W , a m c a r a ajrfà «ires 11 II
« I F E - S A S J Ç Í R C S C * ^FÀC<5 *TF%H»>V®»
rãjã kahe,—mukunda, tumi padilã ki lãgi'?
áikhi-piccha dekhi' mukunda premãvi?ta hailã mukunda kahe, rãjã, mora vyãdhi ache mrgi
ati-ucca tuhgi haite bhümite padilã njikahe—o rei indagou; mukunda—ó Mukunda; tumi padilã—tu caíste; ki lãgi'—
R
éikhi-piccha-penas de pavão; deWif-vendo; mukunda-Mnkunda dasa; p P ° que motivo; mukunda kahe—Mukunda respondeu; rãjã— meu querido rei;
avista rwí/a-absorveu-se em êxtase de amor por Deus; afi-HCCfl-muito aira, "wro-minha; vyãdhi—doença; ache—é; mrgi—epilepsia.
plataforma; haite—de; bhümite—ao chão; padilã—caiu.
J^DUÇÃO—"Então o rei indagou: 'Mukunda, por que caíste?' Ao que Mukunda
M ÍVI da
TRADUÇÃO-"Só de ver o abano de penas de pavão, f \ "neutro deu: Meu querido rei, sofro de uma doença que é igual à epilepsia."'
em amor extático por Deus e, caindo da plataforma elevada, vai
ao c h ã o . " VERSO 127
a ç i f à » « ai«rl, c a l aa «nca i
VERSO 124 a^caca c s * * f * 'açtf*w'-wrca 11 m 11
1
afsrra « t » , - arsf-cacsia * ^ m mahã-vidagdha rãjã, sei saba jãne
« r t i c a atfaal « c a a * ! * * I » mukundere haila tãhra 'mahã-siddha'-jhãne
6 9 4 Sri Caitanya-caritãmrta- Madhya-lílã, 15 Verso 132 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 695
mahã-vidagdha—muito inteligente; rãjã—o rei; sei—ele; saba jane—sabe de tud TRADUÇÀO—Novamente, ári Caitanya Mahãprabhu dirigiu-Se a Mukunda com
mukundere—a Mukunda; hada—era; tãhra—sua; mahá-siddha-jháne—conclusão de palavras doces: "Teu dever é ganhar riquezas materiais e espirituais."
que era o devoto mais perfeito.
VERSO 131
TRADUÇÃO—"Devido à sua inteligência aguçada, o rei pôde entender tudo o q u e
aconteceu. Pelo que pôde concluir, Mukunda era uma personalidade muito rara a^aatcaa asta-ícaaa caaa i
sublime e liberada." $a»-caai fa*1 ^*«.ta «» atfe aa II i-oi D
VERSO 130 SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu estabeleceu três deveres para três dife-
r e s pessoas. A Mukunda cabia ganhar dinheiro e seguir os princípios religio-
a ^ c a c a a>« *3a: »>ia asa i S O s en
' q u a n t o Narahari devia permanecer com os devotos do Senhor e Raghu-
'enlata a s f í - a r t «ta-StisM u « "^dana tinha que servir ao Senhor no templo. Assim, uma pessoa faz adoração
0
templo, outra ganha dinheiro honestamente, desempenhando seu dever pro-
mukundere kahe punah madhura vacana ^'o.nal, e uma terceira prega a consciência de Krsna juntamente com os devo-
'tomara kãrya—dharme dhana-upãrjana nah— •A primeira vista, essas três classes de serviço parecem ser distintas uma da
áiz;
mukundere—a Mukunda; kahe—o Senhor Caitanya Mahãprabhu J"^harine Malr- ' m a S na r e a
' ' d a d e , não o são. Quando se coloca Krsna ou Sri Caitanya
a p r a n u no
novamente; madhura vacana—palavras doces; tomara kãrya—teu dever, do c ^ centro, todos podem dedicar-se a diferentes ocupações a serviço
n n o r
dhana-upãrjana—ganhar riquezas materiais e espirituais. - Este é o veredito de Sri Caitanya Mahãprabhu.
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 137 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 697
VERSO 133 ^GNIFICADO—Segundo consta nos Vedas, sarvam khalv idam brahmã: tudo é energia
da Suprema Personalidade de Deus, o Brahman Supremo ou Param Brahman.
araeera, íãwtan>-»ir3,-8*. «tfc i farasya brahmanah éaktis tathedam akhilam jagat: tudo é manifestação da energia
ífèsrca « 1 1 a*fã' «caa (.Itatfa» n i«^o D do Brahman Supremo. Sendo a energia e o energético idênticos, na realidade,
w d d é Krsna, Param Brahman. O Bhagavad-gitã (9.4) confirma isto:
sãrvabhauma, vidyâ-vácaspati.—dui bhái
dui-jane krpã kari' kahena gosãhi mayã tatam idam sarvam
sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; vidyâ-vãcaspati—Vidyã-vãcaspati; dui jagad avyakta-mürtinã
bhãi—dois irmãos; dui-jane—aos dois; krptf kari'—por Sua misericórdia imotivada- mat-sthãni sarva-bhütãni
kahena—diz; gosãhi—Sri Caitanya Mahãprabhu. na câharh tesv avasthitah
TRADUÇÀO—Por Sua misericórdia imotivada, Sri Caitanya Mahãprabhu deu as "Eu, sob Minha forma imanifesta, penetro este universo inteiro. Todos os seres
seguintes orientações aos irmãos Sãrvabhauma Bhattãcãrya e Vidyã-vãcaspati. estão em Mim, mas Eu não estou neles."
Sob Sua forma impessoal, Krsna espalha-Se por todo o universo. Já que tudo
é manifestação da energia do Senhor, o Senhor pode manifestar-Se através de
VERSO 134 qualquer energia. Nesta era, o Senhor manifesta-Se por intermédio da madeira
como o Senhor Jagannãtha, e manifesta-Se por intermédio da água como o rio
' « « • ' - ' • ^ ' - « t «a» «t*# IRHf% I Ganges. Logo, Sri Caitanya Mahãprabhu mandou que os dois irmãos — Sãrva-
bhauma Bhattãcãrya e Vidyã-vãcaspati — adorassem o Senhor Jagannãtha e o rio
' B a a a ^ t c a ' «ca ahcaa aa>f* i i « 8 1 Ganges.
'dãru '-jala'-rüpe krsna prakata samprati
'daraéana'-'snãne' kare jtvera mukati VERSO 136
dãru—madeira; jala—Água; rüpe—sob as formas de; krsfw—o Senhor Krsna;
prakata—manifestou-Se; samprati—no momento atual; daraéana—ao verem; snãne— a t a e v a , «a 'wt*aaí'-art*taa i
ao se banharem; kare—faz; /itvra mukati—a libertação das almas condicionadas. at&-»tfe, «a waacasa caaa n n
TRADUÇÀO—Sri Caitanya Maháprabhu disse: "Nesta era de Kali, Krsna sãrvabhauma, kara 'dãru-brahma'-ãrãdhana
manifesta-Se sob duas formas: madeira e água. Assim, Ele ajuda as almas con- vãcaspati, kara jala-brahmera sevana
dicionadas a libertarem-se ao verem a madeira e banharem-se na água." sãrvabhauma—ó Sãrvabhauma; kara—ocupa-te em; dãru-brahma—ao Brahman de
madeira; ãrãdhana—adoração; vãcaspati—e tu, Vãcaspati; kara—íaze; jala-brahmera—
VERSO 135 •0 Param Brahman manifesto na água; sevana—adoração.
'dãru-brahma'-rüpe—sãksãt érí-purusottama
bhãglrathi hana sãksãt ' jala-brahma'-sama VERSO 137
dãru-brahma-rüpe—sob a forma de Brahman como madeira; sãksãt—daetameo.
ért-purusottama—o Senhor Jagannãtha; bhãglrathi—o rio Ganges; hana—é; sdksi - a*tf*-«calca « f . «fa' «itfawa i
diretamente; jala-brahma-sama—o Supremo sob a forma de água. * t * «fa»fàél « c i a , « c a w a a n u
TRADUÇÀO—"O Senhor Jagannãtha é o próprio Senhor Supremo sob a murãri-guptere prabhu kari' ãlihgana
de madeira, e o rio Ganges é o próprio Senhor Supremo sob a forma de ag tãhra bhakti nistliã kahena, éune bhakta-gana
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 15 Verso 143 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 699
698
TRADUÇÃO—''Dessa maneira, ele ouviu-Me repetidas vezes. Por Minha influên- -TRADUÇÃO—"Então, Murãri Gupta passou a orar aos pés de lótus do Senhor
cia, sua mente converteu-se um pouco." Rãmacandra. Ele orou para que a morte viesse aquela noite, pois era-lhe impos-
sível abandonar o serviço aos pés de lótus de Raghunãtha."
VERSO 144
VERSO 147
«•rwrca «cs», «rfà cstaia f*«a i
estará *ns§t«tft «tífa afe a-sga n >88 n iifè i* a<-arfà «caa 3pifíi i
aca catatfo «ifi, «tfà wtmn n >w
ãmãre kahena,—ãmi tomara kihkara
tomara âjhãkãri ãmi nãhi svatantara ei maía sarva-rãtri karena krandana
ãmãre kahena—ele Me disse; dmi—eu; tomara kihkara—Teu servo; tomara ãjhã-kãrt— mane soyãsti nãhi, rãtri kaila jãgarana
cumpridor de Tuas ordens; dmi—eu; nãhi—não sou; svatantara—independente. ei mata—dessa maneira; sarva-rãtri—a noite inteira; karena krandana—chorou;
mane—na mente; soyãsti nãhi—não há descanso algum; rãtri—a noite inteira; kai/a—
TRADUÇÃO—"Murãri Gupta então replicou: 'Sou Teu servo e cumpridor de Tuas manteve-se; jãgarana—acordado.
ordens. Não tenho nenhuma existência independente.'"
T R A D U Ç Ã O — " D e s s e modo, Murãri Gupta chorou a noite inteira. Sua mente es-
tava inquieta; por conseguinte, ele não conseguiu conciliar o sono, e passou a
VERSO 145 noite em claro."
afã' aca rjm, fisfa' atraistOT i
ISVS VERSO 148
aa^ia-sira-frota fã«c*i II J 8 « n
«rrs:«rc5t «rtfü' cri* «tfapt 5*«i i
eta bali' ghare gela, cinti' rãtri-kãle «trates «tfaes f«g «ca facawa 1158* n
raghunãtha-tyãga-cintãya ha-ila vikale
eta bali'—dizendo isto; ghare gela—foi para casa; cinti'—pensando; rãtri-kãle-^ prãtah-kãle ãsi' mora dharila carana
noite; raghunãtha—o Senhor Rãmacandra; tyãga—abandonar; cintãya—pensando : kãndite kãndite kichu kare nivedana
em; ha-ila vikale—sentiu-se arrasado. prãtah-kãle—de manhã; ãsi'—vindo; mora—Meus; dharila—agarrou-se a; carana—
Pés; kãndite kãndite—chorando sem parar; kichu kare nivedana—apresenta algumas
T R A D U Ç Ã O — " D e p o i s disso, Murãri Gupta foi para casa e passou a noite inteira súplicas.
pensando em como seria capaz de abandonar a companhia de Raghunãtha, o
Senhor Rãmacandra. Assim, ele sentiu-se arrasado." T R A D U Ç Ã O — " D e manhã, Murãri Gupta veio ter comigo. Agarrando-se a Meus
e chorando, ele Me fez uma súplica."
raghunãthera pãya muni veciyãchoh mãthã eta éuni' ãmi bada mane sukha pãiluh
kãdhite nã pari mãthã, mane pãi vyathã ihhãre uthãhã tabe ãlihgana kailuh
raghunãthera pãya—aos pés de lótus do Senhor Raghunãtha; muni—éo? eta éuni'—ouvindo isso; ãmi—Eu; bada—imensa; mane—na mente; sukha—
veciyãchoh—vendi; mãthã—cabeça; kãdhite—de arrancar; nã pari—sou incapaz; felicidade; ptftfwii-obtive; ihhãre—a ele; «f/iáriõ-erguendo; íofce-nessa altura;
mãthã— minha cabeça; mane—em minha mente; pãi vyathã— sinto dor excessiva. gingana kailuh—abracei.
T R A D U Ç Ã O — ' ' M u r ã r i Gupta disse: 'Vendi minha cabeça aos pés de lótus de T R A D U Ç Ã O — " A o ouvir isso, fiquei muito feliz. Então, ergui Murãri Gupta e o
Raghunãtha. Não posso remover minha cabeça, pois isto acarretaria profunda abracei."
dor.'"
VERSO 150 VERSO 153
T R A D U Ç Ã O — ' " N ã o me é possível deixar de servir aos pés de lótus de TRADUÇÃO—"Disse-lhe: 'Todas as glórias a ti, Murãri Gupta! Teu método de ado-
Raghunãtha. Ao mesmo tempo, se continuo servindo, desobedecerei à Tua ração está firmemente estabelecido — tanto é que mesmo a Meu pedido tua
ordem. Que posso fazer?'" mente não arrefeceu.'"
<src« cata «áfè as*n «a» »ataa i mias caacara <Stf% srf* «tç-tta 1
custara «irca 5««, i r § * a?»ra 11 Í Í Í 11 « J f çrs-fc"!*, ta srsra ai ata 11 iff8
fafe more ei krpã kara, dayãmaya ei-mata sevakera prtti cãhi prabhu-pãya
tomara ãgi mrtyu ha-uka, yãuka samsaya prabhu chãdãileha, pada chãdãna nã yãya
tãte—portanto; more—a mim; ei—esta; krpã— misericórdia; kara—concede; dayã- ei-mata—assim; sevakera—do servo; prtti—amor; cãhi—é benquisto; prabhu-pãya—
maya—ó misericordioso; tomara age—diante de Ti; mrtyu ha-uka—permite que eu aos pés de lótus do Senhor; prabhu chãdãileha—mesmo que o Senhor provoque
morra; yãuka samsaya—e deixa todas as dúvidas se dissiparem. a separação; pada—os pés de lótus do Senhor; chãdãna nã yãya—não se pode
abandonar.
T R A D U Ç Ã O — " D e s s a maneira, Murãri Gupta recorreu a Mim, dizendo: Por
favor, concede-me esta misericórdia, pois és todo-misericordioso. Deixa que JRADUÇÃO— ' " É exatamente assim que o servo deve ter amor e afeição pelos pés
e
morra diante de Ti, de modo que todas as minhas dúvidas vão-se embora. lótus do Senhor. Mesmo que o Senhor deseje separar-Se, o devoto não pode
abandonar o abrigo de Seus pés de l ó t u s . ' "
VERSO 152
SIGNIFICADO—A palavra prabhu, ou amo, indica que o devoto do Senhor deve
>m «fa' «rftà as aca <Sfa * r r ^ 1 Se
rvi-lo continuamente. O prabhu original é o Senhor, Sri Krsna. Não obstante,
mu
l**rca $fci<fi>1 «ca «rtfawa 11 >n 11 " t o s devotos são apegados ao Senhor Rãmacandra, e Murãri Gupta é exemplo
704 Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 15 Verso 159 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 705
vivido de tal devoção imaculada. Ele jamais concordou em abandonar a adoração VERSO 157
ao Senhor Rãmacandra, nem mesmo a pedido de Sri Caitanya Mahãprabhu. Tal
é a castidade do serviço devocional, como se afirma no Antya-lílã do Caitanya- cni. s * t f * - $ « ^ - c a n a <2ft«i si»! 1
caritámrta (4.46-47): 1*11* C<»9 « f a ' G»lta «tl»«I àfast II iffl 11
sei bhakta dhanya, ye nã chãde prabhura carana sei murãri-gupta ei—mora prãna sama
sei prabhu dhanya, ye nã chãde nija-jana ihhãra dainya éuni' mora phãfaye jivana
sei murãri-gupta—este Murãri Gupta; ei—este; mora prãna sama—não-diferente
durdaive sevaka yadi yãya anya sthãne de Minha vida e alma; ihhãra—dele; dainya—humildade; éuni'—ouvindo falar;
sei thãkura dhanya tare cule dhari' ãne moro—Minha; phãfaye— perturba; jivana—vida.
Num firme relacionamento com o Senhor, o devoto não abandona, sob nenhuma TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "Aceito este Murãri Gupta
circunstância, o serviço ao Senhor. Quanto ao próprio Senhor, se o devoto opta como Minha vida e alma. Quando ouço falar de sua humildade, isto perturba
por partir, o Senhor o traz de volta, arrastando-o pelo cabelo. Minha própria v i d a . "
VERSO 158
VERSO 155
«ca at^cfca « " ç «tv «rfSiw»! 1
«afora CYftft f«fél wtfàata <sot i « f a VI «w 5!<d»1 iças-atm i i
csmc* «ttcnç «ufa atca * m » w 11
tabe vãsudeve prabhu kari' ãlihgana
ei-mata tomara nisthã jánibãra tare tãhra guna kahe hahã sahasra-vadana
tomãre ãgraha ãmi kailuh bãre bãre tabe—então; vãsudeve—Vãsudeva; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kari'
ei-mata—dessa maneira; tomara—tua; nisthã—íé inabalável; jánibãra tare—para en- ãlihgana—abraçando; tãhra guna—suas boas qualidades; kahe—começou a explicar;
tender; fomáre—a ti; ãgraha—persistência; ãmi kailuh—fiz; bãre bãre—repetidas vezes. hanã— tornando-Se; sahasra-vadana—possuidor de milhares de bocas.
T R A D U Ç Ã O — ' " C o m o único intuito de testar tua fé inabalável em teu Senhor, TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu abraçou Vãsudeva Datta e, como
solicitei-te repetidas vezes que deixasses de adorar o Senhor Rãmacandra e pas- se tivesse mil bocas, começou a falar sobre suas glórias.
sasses a adorar K r s n a . ' "
VERSO 156 VERSO 159
sãksãt hanumãn tumi éri-rãma-kihkara nija-guna éuni' datta mane lajjã pãhã
tumi kene chãdibe tãhra carana-kamala ^ nivedana kare prabhura carane dhariyã
m
sãksãt—diretamente; hanumãn—Hanumãn; fumi—tu; éri-rãma-kihkara—o *° ser
ia-guna—suas qualidades pessoais; éuni'—ouvindo; datta—Vãsudeva Datta;
Sri Rama; fumi-tu; kene— por que; cfiídibe-deverias abandonar; tãnra se , "lane— na mente; lajjã pãhã—ficando envergonhado; nivedana kare—entrega-se;
carana-kamala—pés de lótus. prabhura—do Senhor Sri Caitanya Maháprabhu; carane dhariyã—segurando os pés
de lótus.
A ' 'Na
T R A D U Ç Ã O — " D e s s a maneira, congratulei-Me com Murãri Gupta, dizendo. ^
TRADUÇÃO—Ao ser glorificado por Caitanya Mahãprabhu, Vãsudeva Datta ime-
verdade, és a encarnação de Hanumãn. Logo, és o servo eterno do se ^
nsamente ficou muito embaraçado e tímido. Então, dando-se por vencido, ele
Rãmacandra. Por que deverias abandonar a adoração ao Senhor Rãmaca
"•«ou os pés de lótus do Senhor.
a Seus pés de l ó t u s ? ' "
706 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 15 Verso 163 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 707
VERSO 160 TRADUÇÃO—"Meu Senhor, meu coração fica partido de ver o sofrimento de todas
& almas condicionadas; portanto, peço-Te que transfiras para cima de minha
srfle. «ffãcs cstat* «lasla l cabeça o karma de suas vidas pecaminosas."
cara fãcaaa JI*> «aa «i*T«ra B H
«fãc* aa«f « J à aata* 1 T R A D U Ç Ã O — " M e u querido Senhor, deixa-me penar perpetuamente numa con-
dição infernal, aceitando todas as reações pecaminosas de todas as entidades
^ r a aa ara, «ca «laratca aa n 11 vivas. Por favor, dá cabo da vida material mórbida a que se sujeitaram."
karite samartha tumi hao, dayãmaya
tumi mana kara, tabe anãyãse haya
karite—de executar; samartha—capaz; fumi—Tu; hao— és; dayã-maya—ó miseri- SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura comenta este verso da se-
cordioso; tumi mana kara—se assim desejas; tabe—então; anãyãse—sem dificuldade; guinte maneira. Nos países ocidentais, os cristãos crêem que o Senhor lesus Cristo,
haya—torna-se possível. o mestre espiritual deles, apareceu com o propósito de erradicar todos os peca-
dos de seus discípulos. Com este fim, o Senhor Jesus Cristo apareceu e desapa-
T R A D U Ç Ã O — " M e u Senhor, certamente que podes fazer o que bem quiseres, e receu. Contudo, verificamos aqui que, mesmo quando comparados ao Senhor
és muito misericordioso. Caso assim o queiras, podes mui facilmente fazer tudo Jesus Cristo, Sri Vãsudeva Datta Thãkura e Srila Haridãsa Thãkura são muitos
o que desejares." milhões de vezes mais avançados. Jesus Cristo aliviou de todas as reações peca-
rninosas apenas seus seguidores, mas, aqui, Vãsudeva Datta está disposto a aceitar
os pecados de todas as pessoas do universo. Um Vaisnava é tão generoso que
VERSO 162 se dispõe a arriscar tudo para tirar da existência material as almas condicionadas.
Srila Vãsudeva Datta Thãkura é o próprio amor universal, pois estava desejoso
sptcaa a:a cara' cara « a a fàac* 1 de sacrificar tudo e dedicar-se plenamente a serviço do Supremo.
srasftcaa t r t * ç onp cara faca H J>S* 11 Srila Vãsudeva Datta sabia muito bem que Sri Caitanya Mahãprabhu era a Per-
sonalidade de Deus original. Ele era a própria transcendência, acima do conceito
jivera duhkha dekhi' mora hrdaya bidare "naterial de ilusão e mãyã. Por certo que o Senhor Jesus Cristo, por sua misericór-
sarva-jivera papa prabhu deha' mora sire dia, acabou com as reações pecaminosas de seus seguidores, mas isto não significa
jivera—de todas as almas condicionadas; duhkha dekhi'—vendo o sofrimen a ^e ele tirou-os completamente das dores da existência material. A um dado mo-
m e
mora—meu; hrdaya—coração; bidare—fica partido; sarva-jivera—de todas as en?H n t o , pessoa pode estar eximida de pecados, mas é praxe entre os cristãos
a
c
dades vivas; papa—as reações pecaminosas; prabhu—meu querido Senhor; ãe i °nfessar os pecados, e, ainda assim, cometê-los de novo. Não é livrando-se aos
simplesmente coloca; mora éire—sobre minha cabeça. Piados e novamente dedicando-se a eles que alguém poderá libertar-se das dores
708 Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 15 Verso 166 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 709
da existência material. Talvez uma pessoa doente procure o médico para curar-se namo mahã-vadãnyãya
mas, tão logo deixe o hospital, poderá adoecer novamente, devido a seus hábitos krsna-prema-pradãya te
sujos. Assim, a existência material continua. Srila Vãsudeva Datta quis aliviar krsnãya krsna-caitanya-
completamente da existência material as almas condicionadas de modo que não nâmne gaura-tvise namah
mais deparassem com a oportunidade de cometer atos pecaminosos. Está é a di-
ferença entre Srila Vãsudeva Datta e o Senhor Jesus Cristo. Aquele que é per. Semelhante personalidade representa de fato Sri Caitanya Maháprabhu, pois seu
doado e em seguida comete os mesmos pecados novamente, pratica uma grande coração está sempre cheio de compaixão pelas almas condicionadas.
ofensa, a qual é mais perigosa do que a própria atividade pecaminosa. Vãsudeva
Datta era tão generoso que pediu a Sri Caitanya Mahãprabhu para transferir todas VERSO 164
as atividades ofensivas para ele, de modo que as almas condicionadas pudessem
purificar-se. Nesta oração não havia, certamente, nenhuma duplicidade. <m « f ã ' Wtffa fè* af%ri 1
O exemplo de Vãsudeva Datta é ímpar, não apenas dentro deste mundo, como ^ * * " * T O C W *fÇC<5 «rlPUTl II a«8 «
também dentro do universo. Tal exemplo ultrapassa os conceitos dos trabalha-
dores fruitivos bem como a especulação dos filósofos mundanos. As pessoas, por eta éuni' mahâprabhura citta dravilâ
se deixarem iludir pela energia externa e devido a um pobre fundo de conheci- aéru-kampa-svarabhange kahite lâgilâ
mento, têm a tendência de invejarem-se mutuamente, em conseqüência do que eta éuni'—ouvindo isto; mahâprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; citta—
enredam-se em atividades fruitivas, das quais tentam escapar valendo-se de es- coração; dravilâ— ficou enternecido; aéru—lágrimas; kampa—tremor; svara-bhahge—
peculação mental. Portanto, nem os karmis nem os jnúnis purificam-se. Nas pala- gaguejante; kahite—a falar; lâgilâ— pôs-Se.
vras de Srila Bhaktisiddhãnta Thãkura, eles são kukarmís e kujhãnls —maus traba-
lhadores e maus especuladores. Por isso, recomenda-se que os Mãyãvãdis e os TRADUÇÃO—Ao ouvir a afirmação de Vãsudeva Datta, o coração de Sri Caitanya
fajrmEs voltem sua atenção para o magnânimo Vãsudeva Datta, que desejou uma Maháprabhu ficou muito enternecido. Lágrimas rolaram de Seus olhos, e Ele
condição infernal para sofrer pelos outros. Tampouco deve Vãsudeva Datta ser pôs-Se a tremer. Gaguejante, Ele falou o seguinte.
tomado como um filantropo ou um benfeitor mundanos. A ele pouco lhe impor-
tava fundir-se na refulgência do Brahman ou a honra e reputação materiais. Ele VERSO 165
estava situado muito acima dos filantropos, filósofos e trabalhadores fruitivos.
Era uma personalidade muito elevada que desejou mostrar misericórdia às almas "CStat? fàfea srcs, " ç f a - T W e , «l^rn? |
condicionadas. Nisto não há nenhum exagero de suas qualidades transcenden- c s urra $»tc? « C P * a**l*f « P i n t n u
tais. É a pura verdade. De fato, nada pode se comparar a Vãsudeva Datta. Ele
era um Vaisnava — para-duhkha-duhkhi — que sofria muito por causa da aflição "tomara vicitra nahe, tumi—sãksãt prahlãda
alheia. O m u n d o inteiro purifica-se com o simples aparecimento de devoto tao tomara upare krsnera sampürna prasãda
grandioso. Por sua preserça, o m u n d o inteiro é glorificado, e todas as almas con- tomara—em ti; vicitra nahe— isto não é extraordinário; tumi—tu; sãksãt prahlãda—
dicionadas — devido à sua presença transcendental — também são glorificadas. encarnação de Prahlãda Mahãrãja; tomara upare—a ti; krsnera—do Senhor Krsna;
Como Narottama dãsa Thãkura confirma, Vãsudeva Datta é o devoto ideal de sampürna—completa; prasãda—misericórdia.
Sri Caitanya Mahãprabhu.
TRADUÇÃO—Aceitando Vãsudeva Datta como um grande devoto, o Senhor disse:
"Tal afirmação não é absolutamente espantosa, pois és a encarnação de Prahlãda
gaurtthgera sahgi-gane, nitya-siddha kari' mane, "lahãrãja. Parece que o Senhor Krsna outorgou-te misericórdia completa. Quanto
se yãya vrajendrasuta-pãéa a
««to, não há dúvida."
Aquele que executa a missão de Sri Caitanya Mahãprabhu deve ser considerado VERSO 166
como eternamente liberado. É uma pessoa transcendental e não pertence ^
mundo material. Semelhante devoto, que está preocupado com a l i b e r t a ç ^ C*fe T51 TO, G*& ItCM fSJ I
toda a população, é tão magnânimo quanto o próprio Sri Caitanya Mahap ,
f « > * r * 1 - í f 5 fàç •ttfç «i» ? « j 11 11
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 15 Verso 169 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 711
710
krsna sei satya kare, yei mãge bhrtya fumi yãhra hita vãhchã', se haila 'vaisnava'
bhrtya-vãhchã-pürti vinu nãhi anya krtya vaisnavera papa krsna dura kare saba
krsna—o Senhor Krsna; sei—isto; satya kare—satisfaz aceitando como verdadei tumi— tu; yãhra—de quem; hita vãhchã'—desejas o bem-estar; se—tal pessoa;
ro; yei—tudo o que; mãge—deseja; bhrtya—servo; bhrtya-vãhchã—o desejo de Seu haila—imediatamente torna-se; rwisriaiM—um devoto; iwisnai>era—de um Vaisnava;
servo; pürti—satisfazendo; vinu—sem; nãhi— não há; anya—outro; Krfya—dever papa—a vida pecaminosa acidental; krsna—o Senhor Krsna; dura kare—destrói;
safw-toda.
TRADUÇÃO—"Tudo o que o devoto puro deseja de seu amo, o Senhor Krsna con-
cede, sem qualquer sombra de dúvida, pois Ele não tem outro dever senão sa- TRADUÇÃO—"Todo aquele cujo bem-estar desejas imediatamente torna-se um
tisfazer o desejo de Seu d e v o t o . " Vaisnava, e Krsna exime todos os Vaisnavas das reações de suas atividades pe-
caminosas passadas."
VERSO 167
S I G N I F I C A D O — N e s t e verso, Sri Caitanya Mahãprabhu informa a Vãsudeva Datta
a a r t s #tcaa « J ã « t f * c a fim* i que, sendo Krsna todo-poderoso, Ele pode imediatamente libertar da existência
fàat *tt*t-csTc*t çca t a r a 5 « r a n VM II material todas as almas condicionadas. Em essência, Sri Caitanya Mahãprabhu
diz: "Desejas indiscriminadamente a salvação de todas as classes de entidades
brahmanda jivera tumi vãhchile nistãra vivas. Anseias muito por sua boa fortuna, e Eu afirmo que, devido à tua simples
vinã pãpa-bhoge habe sabãra uddhãra oração, todas as entidades vivas do universo podem-se libertar. Nem mesmo pre-
brahmanda—do universo; jivera—de todas as entidades vivas; fumi vãhchile—se cisas arcar com o fardo das atividades pecaminosas delas. Logo, não é necessário
desejas; nisfdra—salvação; vinã— sem; pãpa-bhoge—te submeteres às tribulações de que sofras pelas vidas pecaminosas delas. Todo aquele de quem te compadeces
atividades pecaminosas; habe—haverá; safxfra—de todos; uddhãra—liberação. torna-se imediatamente um Vaisnava, e Krsna exime todos os Vaisnavas de suas
reações às atividades pecaminosas passadas." Também o Bhagavad-gitã (18.66)
T R A D U Ç Ã O — " S e desejas a salvação de todas as entidades vivas do universo, promete isto:
então todas elas podem salvar-se mesmo que não te submetas às tribulações de
atividades pecaminosas." sarva-dharmãn parityajya
mãm ekam saranam vraja
VERSO 168 aham tvãm sarva-pãpebhyo
moksayisyãmi mã éucah
«raa*t a c s «a», aca a ^ a a i
c«f»itc« ai ca-ca çfjífcca t i * H w t T II "Abandona todas as variedades de religião e simplesmente rende-te a Mim.
Libertar-te-ei de toda reação pecaminosa. Não t e m a s . "
asamu.rtha nahe krsna, dhare sarar bala Basta alguém render-se inteiramente a Krsna para tomar-se um Vaisnava. Neste
tomãke vã kene bhuhjãibe pãpa-phala? verso do Bhagavad-gitã, Krsna promete anular todas as reações de Seu devoto con-
asamartha nahe— não é incapaz; krsna—o Senhor Krsna; dhare—possui; sarva seqüentes à vida pecaminosa. É incontestável que, com sua rendição plena, o
bala—todas as potências; tomãke— a ti; vã— então; kene— por que; bhuhjãibe—deixana Vaisnava fica totalmente fora do alcance da contaminação material. Isto quer dizer
sofrer; pãpa-phala—resultados de reações pecaminosas. que ele não sofre os resultados de ações piedosas ou ímpias. A menos que alguém
esteja livre da vida pecaminosa, não pode tornar-se um Vaisnava. Em outras pa-
TRADUÇÃO—"Para Krsna nada é impossível, pois Ele tem todas as potências- lavras, se alguém é um Vaisnava, com certeza sua vida pecaminosa chegou ao
Por que Ele te deixaria sofrer as reações pecaminosas de outras entidades vivas. Km. Segundo o Padma Purãna:
" N u m a vida pecaminosa, as reações às atividades estão adormecidas em dife- icchd-mdtre—simplesmente por teu desejo; habe—haverá; brahmânda-mo-
tomara
rentes fases. As reações pecaminosas podem estar prestes a fazer efeito [phalon salvação do universo; sarou—todos; mukta karite—para libertar; krsnera—do
mukha), as reações podem estar ainda mais adormecidas \kúta] ou elas podem estar genhor Krsria; ndhi—não há; kichu—sequer um pouco; érama—esforço.
num estado de semente [blja]. Em qualquer caso, todas as espécies de reações
pecaminosas são anuladas se a pessoa ocupa-se no serviço devocional ao Senhor TUADUCÀO— "Devido a teu desejo sincero, todas as entidades vivas do universo
jerão salvas, pois Krsna não precisa fazer nenhum esforço para libertar todas
Visnu."
entidades vivas do universo."
VERSO 170
VERSO 172
a f a a K a r m c w c * . a*<- <*«( # » * * « c * arca c v r i t a n j i
t
L
satft V* «Ifà wtca f ã w - i f s * « y»« 1
SIGNIFICADO—Esta citação é do Brahma-samhitã (5.54). tara eka phala padi' yadi nasfa haya
tathãpi vrksa nãhi jãne nija-apacaya
VERSO 171
u
ra—da árvore; eka phala—uma fruta; padi'—caindo; yadi—se; nasfa haya—se es-
estar* Isfi-irca aca ararr^-c^tea i taga; tathãpi—mesmo assim; vrksa—a árvore; nãhi jãne—ignora; nija-apacaya—sua
Perda.
>.< fí*cs *caw aif* f*s ala t 1
tomara icchâ-mâtre habe brahmãnda-mocana DUÇÀO—"A árvore udumbara é repleta de milhões de frutas, e, caso caia
0 1 3 e
sarva mukta karite krsnera nâhi kichu érama se estrague, a árvore nem chega a perceber a perda."
Sri Caitanya-caritámrta 9 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 715
71* Madhya-lilã, 15
L 7
VERSO 174 -•ADUCÃO— "Mãyã e seus ilimitados universos materiais encontram-se nesse
Oceano Causai. Na verdade, mãyã parece flutuar como um pote cheio de se-
rvscs ja« aair?» afíf aj» $3 i dentes de mostarda."
^ « W H r t f ã «ca»a aca atfs. 9t* n y ) 8 n VERSO 177
/aiche eka brahmanda yadi mukta haya ST* «aa* *r*-atc»t arfa arfà atra i
tabu alpa-hâni krsnera mane nãhi laya ikç <D« «i^-arc»t «casa atía atra n m H
taiche—de maneira semeihante; eka brahmanda—determinado universo- yadi—
C 0so; mukta haya—torne-se liberado; tabu—mesmo assim; alpa-hãni—perda insie tara eka rãi-nâée hãni nãhi mãni
n jficante; krsnera—do Senhor Krsna; mane—a mente; nãhi laya—não leva isto muito aiche eka anda-nãée krsnera nãhi hãni
a sério. tira—dele (o pote); eka—uma; rãi-nãée—semente de mostarda que se perde;
fafni—perda; nãhi—não; mãni—percebe; aiche—dessa maneira; eka—um; anda—
TRADUÇÃO—"Da mesma maneira, se um universo esvazia-se devido a que as universo; nãée—perdendo-se; Krsnera—de Krsna; nahi hãni—não há perda.
entidades vivas libertaram-se, isto é muito insignificante para Krsna. Ele não
10va isto muito a sério." TRADUÇÃO—"Dos milhões de sementes de mostarda que flutuam nesse pote,
se se perde uma semente, a perda não é nem um pouco significativa. Analoga-
VERSO 175 mente, se um universo é perdido, isto não tem importância para o Senhor Krsna."
TRADUÇÃO—"Ao perder uma cabra, o dono de milhões de vacas dos desejos jaya jaya-por favor, manifestai Vossa glória; jahi-por favor, eliminai; ajãm-
fica preocupado com a perda. Krsna possui em plenitude todas as seis opulê jgnorância, mãyã; ajita—ó inconquistável; dosfl-erradas; grbhfta-gunãm-pelas quais
cias. Se a energia material inteira é destruída, que tem Ele a perder?" aceitam-se as qualidades; frwm-Vós; asi—sois; yaf-pois; ãtmanã-vor Vossa po-
tência interna; samai*rudd/ifl-possuindo; samasfa-Wiaga/i-todas as classes de opu-
SIGNIFICADO—Srila Bhaktivinoda Thãkura, ao esclarecer os versos 171 a 179, «ncias; aga-imóveis; jagat—móveis; okasãm—das entidades vivas corporificadas;
que o sentido destas estrofes é muito simples, mas que o conteúdo é um pou akhila—todas; éakti—de potências; avabodhaka—amo; fe—Vós; kvacit—às vezes;
difícil de se entender. De um modo geral, ao serem seduzidas pela energia ma „jayã-pe\a energia externa; d7man<j-de Vosso eu; c a - t a m b é m ; caratah-
rial ou energia externa, as almas condicionadas esquecem-se de Krsna. elo- manifestando passatempos (com Vosso olhar); anucaret—confirmam; nigamah—
qüentemente, elas são chamadas krsna-bahirmukha —privadas de sua relação com todos os Vedas.
Krsoa. Quando alguma entidade viva fica sob a jurisdição da energia material,
é colocada dentro de um dos inúmeros universos materiais criados pela energia TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: ' " O meu Senhor, ó incon-
material, onde as almas condicionadas recebem a oportunidade de desfrutar de quistável, ó amo de todas as potências, por favor, manifestai Vossa potência
seus desejos no m u n d o material. Estando muito ávidas de saborear os frutos de interna para eliminar a ignorância de todas as entidades vivas móveis e inertes.
suas atividades, as almas condicionadas enredam-se nas ações e reações da vida Devido à ignorância, elas aceitam todas as espécies de coisas erradas, provocan-
material, em conseqüência do que são obrigadas a desfrutar e sofrer os resultados do, assim, uma situação amedrontadora. Ó Senhor, por favor, mostrai Vossas
do karma. Contudo, ao se tornar consciente de Krsna, a alma condicionada não glórias! Podeis fazer isto com muita facilidade, pois Vossa potência interna está
mais se sujeita ao karma de suas atividades piedosas e ímpias. Pelo simples fato além da potência externa e, além disso, sois o reservatório de toda a opulência.
de nos tornarmos devotos, somos eximidos de todas as reações kármicas. De modo Também sois Vós q u e m manifesta a potência material. Viveis, também, sempre
semelhante, pelo simples desejo de um devoto, uma alma condicionada pode absorto em Vossos passatempos no m u n d o espiritual. Manifestais Vossa potência
libertar-se e transcender os efeitos do karma. Se todos são liberados dessa maneira, interna reservada e, às vezes, manifestais a potência externa ao lançardes Vosso
pode-se concluir que a existência ou não do mundo material está ao bel-prazer olhar sobre ela. Assim, manifestais Vossos passatempos. Os Vedas confirmam
do devoto. Em última análise, isto não está, entretanto, ao bel-prazer do devoto, Vossas duas potências e aceitam ambas as categorias de passatempos decorren-
mas sim ao bel-prazer da Suprema Personalidade de Deus, que pode aniquilar tes delas."*
por completo a criação material se assim o desejar. Ele nada tem a perder. O pro-
prietário de milhões de vacas não está preocupado com a perda de uma cabra.
Analogamente, o Senhor Krsna é o proprietário dos universos materiais e dos
SIGNIFICADO—Este verso, extraído do érimad-Bhãgavatam (10.87.14), faz parte das
espirituais. O m u n d o material constitui somente uma quarta parte de Sua energia
orações em glorificação ao Senhor feitas pelos éruti-ganas, os Vedas personificados.
criativa. Se, para satisfazer o desejo de Seu devoto, o Senhor aniquilar toda a
criação, Sua opulência é tamanha que isto não Lhe causará nenhuma preocupação. A Personalidade de Deus todo-poderosa tem três potências — a interna, a ex-
terna e a marginal. Q u a n d o as almas condicionadas ficam condenadas devido
ao esquecimento, a potência externa cria o m u n d o material e coloca as entidades
vivas sob seu jugo. Os três modos da natureza material mantêm a entidade viva
VERSO 1 8 0 em constante estado de medo. Bhayam dvitiyãbhiniveéatah. A alma condicionada,
devido a estar controlada pela potência externa, vive amedrontada. Portanto, a
as a? a^araía* « n ^ i v s a i n í^ma condicionada deve sempre orar ao Senhor todo-poderoso, para que lhe seja
i i f i ifURl i i w i i w i : i ada a faculdade de conquistar a potência externa (mãyã), de tal modo que esta
awwtairafaawwwa cs "ao possa mais manifestar seus poderes, que atam todas as entidades vivas, sejam
^ móveis ou imóveis.
rôfWtnRl 6 6 9 r . ^ T * S « i f 8 i i : »" «
VERSO 1 8 1
jaya jaya jahy ajam ajita do$a-grbhita-gunãm
tvam asi yad átmanã samavaruddha-samasta-bhagah ia*, a s a a s r , ^ * asfe' a i « a i
aga-jagad-okasam akhila-éakty-avabodhaka te a a r c a f i a r a fà?T a=fà' «rtfwa n *w> II
kvacid ajayatmarut ca carato nucaren nigamah"
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 1 5 Verso 187 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 719
718
VERSO 186
VERSO 183
*Ç-*rt"i «rifa' mtâèn < D « fwa i
itwt*n-*tra"5 * % í 1 a ç a Itca 1
CaflSTfB «fa' fag C « 1 faca»* II >W> 11
acanca t * f área «atà*ii «uatca n ii»-* n
prabhu-pãéa ãsi' sãrvabhauma eka dina
gadãdhara-pandita rahilã prabhura pãse yoda-hãta kari' kichu kaila nivedana
yameévare prabhu yãhre karãila ãvãse prabhu-pãéa— na presença de Sri Caitanya Mahãprabhu; asi'—vindo; sãrvabhau-
gadãdhara-pandita—Gadãdhara Pandita; rahilã— permaneceu; prabhura pise—jun- "w—Sãrvabhauma Bhattácárya; eka dina—certo dia; yoda-hãta kari'—de mãos postas;
tamente com Sri Caitanya Mahãprabhu; yameévare—em Yameávara; prabhu—Sr' fcdiu—algum; kaila—fez; nivedana—pedido.
Caitanya Mahãprabhu; yãhre—a quem; karãila— fez receber; ãvãse—residência.
TRADUÇÃO-Certo dia, Sãrvabhauma Bhattãcãrya veio ter com Sri Caitanya Ma-
TRADUÇÃO—Gadãdhara Pandita, que permaneceu com Sri Caitanya Mahápra- "àprabhu e, de mãos postas, fez um pedido.
bhu, foi hospedado em Yameávara.
VERSO 187
SIGNIFICADO— Yameávara fica na parte sudoeste do templo de jagannãtha. Ah.
onde Gadãdhara Pandita residia, havia um pequeno jardim e uma praia areno isca aa caa»? ctoyWt sfai' cm i
conhecida como Yamesvara-totã. isca a ç a fàasca «laaa c*»i u 11
Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 15 Verso 193 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 721
720
ebe saba vaisnava gauda-deée cali' gela sãrvabhauma kahe punah,—dina 'pahca-daéa'
ebe prabhura nimantrane avasara haila prabhu kahe,—tomara bhiksã 'eka' divasa
ebe—agora; saba—todos; vaisnava—devotos; gauda-deée—à Bengala; cali' gela— sãrvabhauma kahe—Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse; punah—de novo; dina pahca-
regressaram; ebe—agora; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu- ^asa—quinze dias; prabhu kahe—o Senhor replicou; tomara bhiksã— almoço em tua
nimantrane—para convites; avasara haila—há uma possibilidade. casa; eka divasa—somente um dia.
TRADUÇÃO—Já que todos os Vaisnavas haviam regressado à Bengala, era bem TRADUÇÃO—Quando Sãrvabhauma pediu que Caitanya Mahãprabhu concordas-
provável que o Senhor aceitasse seu convite. se em almoçar por quinze dias, o Senhor disse: "Aceitarei almoçar em tua casa
unu vez s ó . "
VERSO 188 VERSO 191
^ca cata aca f w i « a a 'ara' «fã' 1 « c a a r a c « T a a r ç * s a c i «rfaal i
«}Ç «ca,—«t*f aca, «tires ai m f ã 11 iv-v 11 'aafàa t w i « a ' «ca fàaf« «tirai« m 11
ebe mora ghare bhiksã karaha 'mãsa' bhari'
prabhu kahe,—dharma nahe, karite nã pari fabe sãrvabhauma prabhura carane dhariyã
ebe—agora; mora ghare—em minha casa; bhiksã— almoço; karaha—aceita; mdsa 'daéa-dina bhiksã kara' kahe vinati kariyã
bhari'—por um mês; prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu replicou; dharma— tabe—em seguida; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; prabhura—do Senhor
princípio religioso; nahe—não é; karite—de fazer; nã pari—sou incapaz. Sri Caitanya Mahãprabhu; carane dhariyã—segurando os pés de lótus; daéa-dina—
por dez dias; bhiksã kara—aceita almoço; kahe—diz; vinati kariyã—mui submissamen-
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse: "Por favor, aceita o convite que
Te faço para almoços durante um mês." O Senhor replicou: "Isto não é possí-
vel, pois vai de encontro aos princípios religiosos do sannyãsi." TRADUÇÃO—Então, Sãrvabhauma Bhattãcãrya agarrou-se aos pés de lótus do
Senhor e pediu, súplice: "Por favor, concorda em almoçar durante pelo menos
VERSO 189 dez dias."
VERSO 192
atacaita *c*f—rwrt « a s r*w faa 1
«w,—isa ac$ afs«tf-f&"^ 11 i v a 11 «fÇ arca ajsca ^n>-fw» airífaa i
^ts-fãa tra f « * i fàaa «fã»i n i
sãrvabhauma kahe,—bhiksã karaha visa dina
prabhu kahe,—eha nahe yati-dharma-cihna prabhu krame krame pãhca-dina ghãtãila
sãrvabhauma kahe—Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse; bhiksã karaha—aceita almoço; pãhca-dina tãhra bhiksã niyama karilã
pisa dina—por vinte dias; ptubhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu disse; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; krame krame—aos poucos; pãhca-dina—para
eha nahe—este não é; yati-dharma-cihna—o sintoma de uma pessoa na ordem de cinco dias; ghãtãila—reduziu; pãhca-dina—por cinco dias; tãhra—seu; bhiksã—convite
vida renunciada. para almoçar; niyama karilã—aceitou regularmente.
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma então disse: "Por favor, reduze, então, o convite para TRADUÇÀO—Dessa maneira, aos poucos, Sri Caitanya Mahãprabhu reduziu a du-
vinte dias", ao que Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: "Isto não é principio ração para cinco dias. Assim, por cinco dias Ele regularmente aceitou o convite
religioso da ordem renunciada." Para almoçar.
VERSO 193
VERSO 190
«ca ataWta «ca «na fãcaaa i
,
a t a e e t a « c ç <3as,-fàa W f 1 csíata acw airfà t «iree wawa n n
«TÇ « c a , - c < 3 t a t a f w l '<*)«' faaa«is>" 11
722
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilà, 15 Verso 1 9 8 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 723
tabe sãrvabhauma kare ira nivedana -TRADUÇÃO Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse: "Dãmodara Svarupa é meu amigo
tomara sahge sannyãsi ache dasa-jana íntimo. Ele pode vir, ora sozinho, ora contigo."
tabe—em seguida; sãrvabhauma—Sàrvabhauma Bhattâcárya; kare—faz; ara—outro-
nivedana—apelo; tomara sahge—contigo; sannyãsi—na ordem de vida renunciada- VERSO 1 9 6
ache—existem; dasa-jana—dez pessoas.
«ta «rè aatt^ra f w i s*. sfè fãaca i
TRADUÇÃO—Depois disso, Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse: " M e u Senhor, exis- iiias líwfaa, mas ^«s wca «jjfaaai arca HÍ&I«H
tem dez sannyãsís contigo."
ãra asta sannyãslra bhiksã dui dui divase
SIGNIFICADO— Um sannyãsi não deve cozinhar alimentos para si mesmo nem acei- eka eka-dina, eka eka jane pürna ha-ila mãse
tar convites para, durante muitos dias, comer seguidamente na casa de um de- ãra—outros; asta—oito; sannyãslra—de sannyãsís; bhiksã—convite para almoçar;
voto. Sri Caitanya Mahãprabhu, embora muito bondoso e afável para com Seus oui dui divase—dois dias cada um; eka eka-dina—em cada dia; eka eka jane—uma pessoa;
devotos, ainda assim, não aceitou o convite para ficar por muito tempo na casa pürna—preenchido; ha-ila—estará; mãse—o mês.
de Sàrvabhauma. Por afeição, aceitou apenas cinco dias no mês. Os dez sannyãsís
que viviam com o Senhor eram: (1) Paramãnanda Puri, (2) Svarupa Dãmodara TRADUÇÃO—"Cada um dos outros oito sannyãsís poderá concordar em vir por
(3) Brahmãnanda Puri, ( 4 ) Brahmãnanda Bhãrati, (5) Visnu Puri, (6) Kesava Puri, dois dias. Dessa maneira, haverá compromissos para todos os dias do m ê s . "
(7) Krsnãnanda Puri, (8) Nrsimha Tirtha, (9) Sukhãnanda Puri e (10) Satyãnanda
Bhãrati. SIGNIFICADO—Ao longo do mês constituído de trinta dias, S r i Caitanya Mahã-
VERSO 1 9 4 prabhu visitaria durante cinco dias, Paramãnanda Puri Gosvãmi, cinco dias, Sva-
rupa Dámodara, quatro dias e, cada um dos outros oito sannyãsís, dois dias. Dessa
•rjft-catatfaira f w i « t a r i f * cara aca i maneira, os trinta dias do mês estavam preenchidos.
fljç«f «rifa asfãatcçi cs rara c^rraca n >s>8 n
VERSO 1 9 7
puri-gosãnira bhiksã pãhca-dina mora ghare a e s aajiâ^l afà wrèca ^ frtfa» i
pürve ãmi kahiyáchoh tomara gocare
puri-gosãnira—de Paramãnanda Puri; bhiksã—convite para almoçar; pãhca-dina— aiiiü asfàcs aifã, wrata i t ç 11 u
cinco dias; mora ghare—em minha casa; pürve— anteriormente; «mi—eu; bahuta sannyãsi yadi ãise eka thãhi
kahiyãchoh—mencionei; tomara gocare—é do teu conhecimento. sammãna karite nãri, aparãdha pãi
bahuta sannyãsi— muitos sannyãsís; yadi—se; ãise—vêm; eka thãhi—juntos; sammãna
TRADUÇÃO—Então, Sãrvabhauma Bhattãcãrya sugeriu que Paramãnanda Puri karite nãri—não posso recebê-los adequadamente; aparãdha pãi—serei um ofensor.
Gosvãmi aceitasse o convite de ficar cinco dias em sua casa. Isto ficou assentado
perante o Senhor. TRADUÇÃO—"Se todos os sannyãsís viessem juntos, ser-me-ia impossível prestar-
lhes os devidos respeitos. Assim, eu seria um ofensor."
VERSO 1 9 5
VERSO 1 9 8
arcarwa-aaíi, na*, atara airara i
«já* fa«-stca itfàca cata aa i
arç estará ac» arca. a>ç ^casaa i >ac i
asç acw aitfàcaa *ai»t-i?Tcai«ra n i&v-11
dãmodara-svarüpa,—ei bãndhava ãmãra tumiha nija<hãye ãsibe mora ghara
kabhu tomara sahge yãbe, kabhu ekeivara kabhu sahge ãsibena svarüpa-dãmodara
dãmodara-svarüpa—Svarupa Dãmodara Gosvãmi; ei-este; bãndhava dmàra-rneu tumiha—Tu; nija-chãye— sozinho; ãsibe—virás; mora ghara—a minha casa; kabhu—
v
amigo muito íntimo; kabhu—ora; tomara sahge—contigo; yãbe—virá; kabhu o °f ezes; sahge—contigo; ãsibena—virá; svarüpa-dãmodara—Svarupa Dámodara
ekeéva ra—sozinho. ^•osvàmi.
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 15 Verso 204 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 725
724
TRADUÇÃO—"Ora virás sozinho à minha casa, ora estarás acompanhado de TRADUÇÃO—Após voltar à casa, Sãrvabhauma Bhattãcãrya deu ordens para sua
Svarupa Dãmodara." esposa, e ela, conhecida como Sãthira Mãtã, a mãe de Sãthí, pôs-se a cozinhar
m muito prazer.
c 0
prabhura ihgita pãhã ãnandita mana bhattãcãryera grhe saba dravya ache bhari'
sei dina mahâprabhura kaila nimantrana yebã éãka-phalâdika, ãnãilã ãhari'
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; ingira—aceitação; pana"—recebendo; bhattãcãryera grhe—na casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; safia dravya—todas as
ãnandita—muito feliz; mana—mente; sei dina—naquele dia; mahâprabhura—de Sri dasses de ingredientes; ache—existem; bhari'—enchendo; yebã— tudo o que; éãka—
Caitanya Mahãprabhu; kaila—fez; nimantrana—convite. espinafre; phala-ãdika—frutas e assim por diante; ãnãilã—levava; ãhari'—obtendo.
TRADUÇÃO—Ao ser este acordo confirmado por ári Caitanya Mahãprabhu, o TRADUÇÃO—Na casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, sempre havia um completo
Bhattãcãrya encheu-se de alegria e, sem pestanejar, convidou o Senhor para ir sortimento de alimentos. Todo o espinafre, legumes, frutas e tudo o que se ne-
à sua casa naquele mesmo dia. cessitava, ele obtinha e levava para casa.
«aítor atsT «la, «Ihrtcaa ^rVI i «H*ffã «èt^ra; a*ca *ttcara a a a>a" i
«fç? atPWF ($«1, cscscs apÉt II v° II aifea afsl - fa&a^N, «rica ttas-aí u v* n
'sãthira mãtã' nãma, bhattãcãryera grhini ãpani bhattãcãrya kare pãkera saba karma
prabhura mahã-bhakta tenho, snehete jananl sãfhlra mãtã—vicaksanã, jãne pãka-marma
sãfhlra mãtã—a mãe de Sãthí; nãma—chamada; bhattãcãryera grhini—a esposa de ãpani—pessoalmente; bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kare—providencia;
Sãrvabhauma Bhattãcãrya; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; mahã-bhakta- pãkera—de cozinhar; safw karma—todas as atividades; sãfhlra mãtã—a mãe de Sãfhi;
uma grande devota; tenho—ela; snehete—com afeição; jananl—tal qual uma mãe. vicaksanã— muito experiente; jãne—sabe; pãka-marma—como cozinhar.
TRADUÇÃO—A esposa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya era conhecida como a mae TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya pessoalmente pôs-se a ajudar sua esposa
de Sãjhi. Era uma grande devota de ári Caitanya Mahãprabhu, e era afetuosa na cozinha. Sua esposa, a mãe de Sãthi, era muito experiente, e sabia como co-
como uma mãe. zinhar bem.
ela; ãjhã dila—ordenou; ãnande—com muita satisfação; sá"fhíra mãtã—a mae ff °fe ecer alimento; eka-ghare—num aposento; éãlagrãmera—do Senhor Sãlagrãma;
pílca cadãila—pôs-se a cozinhar. ""Sa-sewf-oferenda de alimento; haya-há.
Sri Caitanya-caritãmrta erso 209 Sàrvabhauma Bhattàcàrya oferece prasãda ao Senhor 727
726 Madhya-lilã, 1
TRADUÇÃO—No lado sul da cozinha havia dois aposentos para se oferecerem battiéã-âthiyã kalãra âhgatiyâ pãte
mentos, e num deles oferecia-se o alimento a Salagrãma Nãrãyana. tina-mãna tandulera ubhârila bhãte
battiéã-ãthiyã—chamado battiéã-athiyã; kalãra—da bananeira; âhgatiyâ—sem dividir-
se; pãte— sobre uma folha; frna—três; mana—manas (unidade de peso); tandulera—de
SIGNIFICADO—Ê costume os seguidores do estilo védico adorarem éâlagrâma-éilã
grroz; ubhârila—despejado; bhâte—arroz cozido.
a vigraha de Nãrãyana, sob a forma de uma bola de pedra. Na índia, todos os
brãhmanas ainda adoram a éãlagrãma-éilâ em casa. Os vaiéyas e os ksatriyas também
podem dedicar-se a esta adoração, porém, na casa de um brãhmana, ela é TRADUÇÃO—Primeiro, despejaram-se sobre uma grande folha de bananeira três
manas Iquase três quilos) de arroz cozido.
compulsória.
VERSO 205 SIGNIFICADO—Assim começa a descrição do alimento preparado para Sri Caitanya
Maháprabhu. Kavirãja Gosvãmi, que é tido em conta como um hábil cozinheiro,
«na aa aar«tça f«a«ra srtfaai i sabendo tanto como preparar quanto como servir a comida, faz esta descrição.
fàç c« «fãarcs «i «fãai i *°<t i
VERSO 208
ãra ghara mahâprabhura bhiksãra lâgiyã
nibhrte kariyãche bhatta nütana kariyã
%5-^MÍài-çc« «w fã«« èa*t i
ãra ghara—o outro aposento; mahâprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; Ftrãfàc* ires \i« afàal sfm u vv- n
bhiksãra lâgiyã— para almoçar; nibhrte kariyãche—construído num local solitário;
bhatta—Sàrvabhauma Bhattãcãrya; nütana kariyã— recentemente feito. pita-sugandhi-ghrte anna sikta kaila
cãri-dike pãte ghrta vahiyâ calila
TRADUÇÃO—O outro aposento estava reservado para o almoço de Sri Caitanya pita—amarelada; su-gandhi—fragrante; ghrte—com manteiga clarificada; anna—
Maháprabhu. O aposento onde o Senhor iria almoçar era muito recluso, e o arroz; sikta—misturado; kaila—fez; cãri-dike—de todos os lados; pãte—a folha;
ghrta—a manteiga clarificada; vahiyâ calila—começou a transbordar.
Bhattãcãrya o construíra recentemente.
VERSO 206 TRADUÇÃO—Então, toda a pilha de arroz foi misturada com uma quantidade tão
grande de manteiga clarificada amarelada e fragrante que esta começou a trans-
ate* mm ata «ta, «fç «eaf"ic« i bordar da folha.
qual Sri Caitanya Mahãprabhu poderia entrar, ao vir de fora. Havia outra po a yâ-patra—a folha da planta keyã; kalâ-kholâ—a casca da bananeira; dohgã—
pegada à cozinha; através desta porta é que a comida seria trazida. "cipientes; sãri sãri—seguidamente; cãri-dike—em todos os lados; dhariyâche—
c
°ntinham; nãnã— diversos; vyahjana—legumes cozidos; bhari'—cheios.
VERSO 207
^ADUÇÃO—Havia muitos recipientes feitos de casca de bananeiras e das folhas
affpai-«irfeai «tra «itafèai ires i , p i n i a
keyã. Encheram-se estes recipientes com diversos legumes cozidos,
fsa-ara s« eta Retrai «rc« n vi i o que eles foram colocados em todos os lados da folha de bananeira.
Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 15 Verso 215 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 729
728
aa-fíraia-aa fè-atstalt i
daéa-prakãra éãka, nimba-tikta-sukhta-jhoía
maricera jhãla, chânã-badâ, badi ghola ajwtaft, »tcfrm-*tfwl, ç*rf«s-atít-5tárT n n
daéa-prakãra éãka—espinafres de dez variedades; nimba-tikta-sukhta-jhola—uma
sopa chamada sukhta, feita de folhas amargas de nimba; maricera jhãla—uma pre- nava-nimbapatra-saha bhrsta-vãrtãkl
paração picante feita com pimenta-do-reino; chdnã-badã— um bolo macio feito de phula-badl, pafola-bhãjã, kusmãnda-mãna-cákt
coalhada frita; badi ghola—leitelho com pequenos pedaços fritos de dahl. nava—brotos; nimba-patra—folhas de nimba; saha—juntamente com; bhrsta-
virtáki—berinjela frita; phula-badl—badi leve; patola-bhãjã— legume de patota frita;
kusmãnda—de jerimum; mana—de abóbora; cãkl— rodelas.
TRADUÇÃO—Havia cerca de dez classes de espinafre, uma sopa chamada sukhta,
feita de folhas amargas de nimba, uma preparação picante feita com pimenta-
TRADUÇÃO—Entre as outras preparações encontrava-se berinjela misturada com
do-reino, um bolo macio feito de coalhada frita e leitelho misturado com pe-
brotos de folhas de nimba fritos na mesma panela, badi leve, patola frita e ro-
quenos pedaços fritos de dahl. delas fritas de abóbora e jerimum.
VERSO 211
VERSO 214
ítçaH» Vtf*rt% caa*, mi* ai i
"çè-ara-aaa-a»t «rçrs fàan i
i?rmra«S, caifUflwi, fãrai •nasal i *:>:> i
atam. asmifà *w ^rs sa 11 \ > 8 11
dugdha-tumbl, dugdha-kufmanda, vesara, lâphrã
mocã-ghanfa, mocã-bhãjã, vividha éãkrã bhrsta-mãsa-mudga-süpa amrta nindaya
dugdha-tumbl— abóbora cozida no leite; dugdha-kufmãnda—jerimum cozido no madhurãmla, badãmlãdi amla pãhca chaya
leite; vesara—uma preparação feita de farinha de grão-de-bico; lãphrã— uma com- bhrsta—frito; mãsa—urad dahl; mudga—mung dahl; süpa—sopa; amrta—néctar;
binação de vários legumes; mocã-ghanta—flores de bananeira fervidas; mocã-bhãjã— nindaya—derrotando; madhura-amla—molho picante doce; bada-amla—preparação
flores de bananeira fritas; vividha—diversos; éãkrã— legumes. amarga feita com dahl frito; ãdi—e assim por diante; amla—amargas; pãhca chaya—
cinco ou seis espécies.
TRADUÇÀO—Havia preparações de dugdha-tumbl, dugdha-kusmãnda, vesara,
TRADUÇÃO—Havia uma sopa feita com urad dahl frito e m u n g dahl, a qual era
lãphrá, mocã-ghanta, mocã-bhãjã e outros legumes.
superior a néctar. Havia, também, molho picante doce e cinco ou seis espécies
de preparações amargas, começando com badãmla.
VERSO 212
daços fritos de outra classe de dahl; phala—frutas; mula—raízes; vividha prata dga-badã—bolos fritos feitos de mung dahl; mãsa-badã—bolos fritos feitos de
de diferentes variedades. " ' ' d dahl; kalã-badã—bolos fritos feitos de bananas; mista—muito doces; kslra-puli—
730 SVi Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, Verso 221 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 731
bolos feitos com arroz doce; nítrikela-pull— bolos de coco; ara—e; yafa—variedades rasãlã— deliciosa; mathita—batida; dadhi—coalhada; sandeéa—um doce; apara—
de; pista—bolos. ilimitadas; gaude—na Bengala; utkale— em Orissa; yafa—todas; bhaksyera—de pro-
dutos alimentícios; prakãra—espécies.
TRADUÇÃO—Havia bharats feitos de m u n g dahl, urad dahl e bananas doces e
havia bolo de arroz doce, bolo de coco e diversos outros bolos. TRADUÇÃO—Outras preparações incluíam uma deliciosa coalhada batida e muitos
doces sandeáa. Na verdade, todos os diversos produtos alimentícios disponíveis
VERSO 216 na Bengala e em Orissa foram preparados.
amrta-gutikã, pithã-pãnã ãnãilã TRADUÇÃO—Depois de ter Seus pés lavados por Sãrvabhauma Bhattãcãrya, o
jagannãtha-prasãda saba prthak dharila Senhor passou ao aposento onde tomaria Sua refeição.
amrta-gutikã—o doce chamado amrta-gutikã; pithã-pãnã—bolos e arroz doce-
ãnãilã—trouxe; jagannãtha-prasãda—restos do alimento do Senhor Jagannãtha- VERSO 224
saba—todos; prthak dharila—guardados separadamente.
«wtfw cwfàai « t f rafara 5 ^ 1 1
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya também incluiu diversas classes de ali- « l i s t r f « c a fà--g «fèr «fitai 11 ÍAS 11
mento que haviam sido oferecidas ao Senhor Jagannãtha, que incluíam bolinhas
doces conhecidas como amrta-gutikã, arroz doce e bolos. Guardou-se tudo isto annãdi dekhiyã prabhu vismita hahã
separadamente. bhattãcãrye kahe kichu bhãhgi kariyã
anna-ãdi dekhiyã—vendo o arranjo de alimentos; prabhu—Sri Caitanya
SIGNIFICADO—Embora os restos de alimento deixados por jagannãtha fossem tra- Mahãprabhu; vismita hahã— ficando espantado; bhattãcãrye kahe—disse ao
zidos para a casa do Bhattãcãrya, eles foram mantidos separados das preparações Bhattãcãrya; kichu—algum; bhãhgi—gesto; kariyã— fazendo.
feitas em sua casa. Às vezes, coincide de se misturar a prasãda com uma grande
quantidade de alimento, e em seguida distribui-se-a; mas, no caso em questão, TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu ficou um pouco espantado de ver o pom-
verificamos que Sãrvabhauma Bhattãcãrya manteve separada a jagannãtha-prasãda. poso arranjo, e, gesticulando, falou a Sãrvabhauma Bhattãcãrya.
Ele reservou-a especificamente para a satisfação de Sri Caitanya Mahãprabhu.
TRADUÇÃO—Quando tudo estava pronto, Sri Caitanya Mahãprabhu dirigiu-Se TRADUÇÃO—"Esta é a coisa mais incomum! Como foi possível completar em seis
para lá sozinho após terminar Seus deveres do meio-dia. Ele sabia o que se pas- horas este arranjo de arroz e l e g u m e s ? "
sava no coração de Sãrvalhauma Bhattãcãrya.
bhattãcãrya kaila tabe pada praksãlana safa culãya éata jana pãka yadi kare
gharera bhitare gelã karite bhojana . tabu élghra eta dravya rândhite nã pare
bhatfdcdn/fl-Sãrvabhauma Bhattãcãrya; fcaifa-realizou; fabe-em s e g u i d a ;
^ta culãya—em cem fornos; éata jana—cem homens; pãka yadi kare—se cozinhas-
praksãlana—lavando os pés; gharera bhitare— dentro do aposento; gelã— entrou, ^ m ; tabu—ainda assim; élghra—tão rápido; eta dravya—tantas preparações; rândhite
bhojana—para almoçar. nã pare—não poderiam cozinhar.
érí Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 15 Verso 232 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 735
734
TRADUÇÃO—Mesmo que cem homens cozinhassem em cem fornos, não pode- TRADUÇÃO—"O arroz tem uma cor tão atraente e um aroma tão agradável que
riam terminar todas estas preparações dentro de tão curto espaço de tempo." parece que Rãdhã e Krsoa provaram dele diretamente."
TRADUÇÃO—"Já que vejo flores de tulasi sobre os pratos, espero que o alimento TRADUÇÃO—"Meu querido Bhattãcãrya, tua fortuna é imensa. Quanto devo
já tenha sido oferecido a K r s n a . " louvar-te? Também sou muito afortunado de poder aceitar os restos deste ali-
mento."
TRADUÇÃO—"És muito afortunado, e teu esforço não é em vão, pois ofereceste TRADUÇÃO—"Tira o assento de Krsoa daqui e coloca-o de lado. Em seguida, dá-
esta bela refeição a Rãdhã *» Krsna." Me prasãda n u m prato diferente."
TRADUÇÃO—Sàrvabhauma Bhattãcãrya disse: "Vê como isso é maravilhoso, meu bhatta kahe,—anna, ptxha,—samdna prasãda
Senhor. Tudo fez-se possível mediante a energia e a misericórdia daquele q u e anna khãbe, pffhe vasite kãhãh aparãdha?
comerá o alimento." bhatta kahe—Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse; anna—alimento; pltha—assento;
üamãna—iguais; prasãda—os restos da misericórdia do Senhor; anna khãbe—comerás
VERSO 233 o alimento; pilhe twsife—de sentar-se no local; kãhãh aparãdha—onde está a ofensa.
^ircafst a1 fèer 009 tfkfa awca 1 TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya disse: "Tanto o alimento quanto o local de sentar-se
3ta "WW c e t t í à i , c a l «W «rtca n « são misericórdia do Senhor. Se podes comer os restos do alimento, que ofensa
há em Te sentares neste lugar?"
udyoga ria" chila mora grhinfra randhane
yãhra éaktye bhoga siddha, sei tãhã jãne VERSO 236
udyoga—esforço; nã chila—não houve; mora—de mim; grhinfra—de minha esposa; «ca,-"Bt»i c«ci, »iia-«ir«i aa i
randhane—em cozinhar; yãhra éaktye—por cuja potência; bhoga siddha—o alimento
foi preparado; sei—Ele; ftfha" jãne— sabe disso.
«cara a«?i era f « j «ipstaa a n
prabhu kahe,—bhãla kaile, éãstra-ãjhã haya
TRADUÇÃO—"Minha esposa e eu não aplicamos nenhum esforço especial ao co- krsnera sakala éesa bhrtya ãsvãdaya
zinhar. Aquele por cujo poder o alimento foi preparado sabe de t u d o . " prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu replicou; bhãla kaile—falaste
corretamente; éãstra-ãjhã haya—existe tal ordem nas escrituras reveladas; krsnera
VERSO 234 sakala sesa—tudo deixado por Krsna; bhrtya—o servo; ãsvãdaya—partilha de.
láfa «tac» afã' «a? c«t«a 1 TRADUÇÃO—Então, Caitanya Mahãprabhu disse: "Sim, falaste corretamente. O s
« f Ç « c 5 , - ^ n dl «ca»? «iraa n v ® 8 » áãstras prescrevem que o devoto pode partilhar de tudo deixado por K r s n a . "
VERSO 241
VERSO 238
Cata«ía-acss «tu afèsTi tffSt alfa I <A« «fà' çffâ' « t f afatl cefarw i
«ta crara ia*, «ta « c s 'flrãt« 11 wastcaa «raia «§ caa s4-aca n 9,8811
govardhana-yajne anna khãila rãéi rãêi eta éuni' hãsi' prabhu vasilã bhojane
tara lekhãya ei anna nahe eka grãsl jagannãthera prasãda bhatta dena harsa-mane
govardhana-yajne—no sacrifício de Govardhana-püjã; anna—alimento; knãi ^ eta éuni'—ouvindo isto; hãsi'—sorrindo; prabhu—o Senhor Sri Caitanya
comeste; rãéi rãéi—pilhas; tara—a isso; lekhãya—em comparação; ei—esta; anna Mahãprabhu; vasilã bhojane—sentou-Se para comer; jagannãthera—do Senhor
comida; nahe—não; eka grãsl—um bocado. Jagannãtha; prasãda—restos do alimento; bhatfa—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; dena
harsa-mane—entrega cheio de felicidade.
TRADUÇÃO—''Na verdade", continuou Sãrvabhauma Bhattãcãrya, "comeste^um TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, Sri Caitanya Mahãprabhu sorriu e sentou-Se para
monte de arroz na cerimônia de Govardhana-püjã. Se comparada a isso, p c
°mer. o Bhattãcãrya, com grande prazer, primeiro ofereceu-Lhe a prasãda do
Ti esta pequena quantidade não passa de um bocado." 'emplo de Jagannãtha.
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-tilà, 15 Verso 250 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 743
742
VERSO 245 TRADUÇÃO—Contudo, tão logo o Bhattãcãrya pôs-se a distribuir a prasãda e ficou
umpouco desatento, Amogha entrou. Ao ver a quantidade de comida, ele co-
(AMfim '«ícata',— <s§rsrcaa 5ftat«1 I meçou a blasfemar.
«w?ra, faanp cicai ai$i-«9rra wí\ 119.8í 11
VERSO 248
hena-kãle' amogha,'—bhattãcãryera jãmãtã
kullna, nindaka tenho sãfhl-kanyãra bhartã <fl? «IC9 <5« wl ata sra i
hena-kãle—exatamente nessa época; amogha—Amogha; bhattãcãryera jãmãtã— 0
iac«»ii *wtr*fi « c a <sc«« t *gv-1
genro do Bhattãcãrya; kullna—de nascimento aristocrático; nindaka—blasfemador;
tenho—ele; sãthl-kanyãra bhartã—o esposo da filha de Sãrvabhauma Bhattãcãrya ei anne trpta haya daéa bãra jana
chamada Sãthí. ekelã sannyãsi kare eteka bhaksana!
ei anne—com tanta comida; f rpfa haya—podem-se satisfazer; daéa bãra jana—pelo
TRADUÇÃO—Nesta época, o Bhattãcãrya tinha um genro chamado Amogha, que menos dez a doze homens; ekelã— sozinho; sannyãsi— esta pessoa na ordem re-
era casado com sua filha chamada Sãthí. Embora nascido em aristocrática família nunciada; kare—faz; eteka—tanto; bhaksana—comendo.
de brãhmanas, este Amogha via defeitos em tudo e era um blasfemador
inveterado. TRADUÇÃO—"Esta quantidade de comida é suficiente para satisfazer dez ou doze
homens, mas este sannyãsi sozinho está comendo todo esse tanto!"
VERSO 246
TRADUÇÃO—O Bhattãcãrya correu atrás dele para bater-lhe com a vara, rnas TRADUÇÃO—Ao ver a lamentação tanto do esposo quanto da esposa, Sri Caitanya
Amogha fugiu tão rápido que o Bhattãcãrya não conseguiu pegá-lo. Maháprabhu tentou apaziguá-los. De acordo com o desejo deles, Ele comeu a
prasãda e ficou muito satisfeito.
VERSO 251
VERSO 254
«ca atfã, "ttt faca «Irera" «trasA i
taarl ^fa' aatsrçi atfãc« sTtfasrl n w n «rreaa asarei <c| faa aaaia i
«*raVa»a\ *raw, liwffs aaara H n<tn n
tabe gãli, éãpa dite bhattãcãrya ãilã
nindã éuni' mahãprabhu hãsite lãgila ãcamana karãnã bhaffa dila mukha-vãsa
tabe—nessa altura; gãli—dizendo palavrões; éãpa dite—amaldiçoando; tulasl-mahjarf, lavahga, elãci rasa-vãsa
bhattãcãrya—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; ãilã— voltou; nindã éuni'—ouvindo a críti- ãcamana karãnã— lavando a boca, as mãos e as pernas de Sri Caitanya
ca; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; hãsite lãgila—começou a rir. Mahãprabhu; bhaffa—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; dila mukha-vãsa—deu alguns con-
dimentos saborosos; tulasl-mahjari— as flores de tulasl; lavahga—cravos; elãci—
TRADUÇÃO—Então, o Bhattãcãrya passou a amaldiçoar seu genro e a dizer-lhe cardamomo; rasa-vãsa—aquilo que produz saliva.
palavrões. Ao regressar, o Bhattãcãrya viu que Sri Caitanya Mahãprabhu ria ao
ouvi-lo criticar Amogha. TRADUÇÃO—Depois que Sri Caitanya Maháprabhu acabou de comer, o
Bhattãcãrya lavou-Lhe a boca, mãos e pernas e ofereceu-Lhe saborosos condi-
VERSO 252 mentos, tulasi-manjari, cravos e cardamomo.
vontade de ambos; bhojana kaila—tomou Seu almoço; tusta hahã—com m nindã karãite tomã ãninu nija-ghare
satisfação. ei aparãdha, prabhu, ksamã kara more
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 15 Verso 261 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 747
746
TRADUÇÃO—"Trouxe-Te ã minha casa só para seres blasfemado. Isto é TRADUÇÃO—Caindo aos pés do Senhor, Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse muitas
grande o i e n s a . Por favor, perdoa-me. Peço o Teu perdão." coisas à guisa de autocrítica. O Senhor então tranqüilizou-o e mandou-o de volta
para casa.
VERSO 257
VERSO 260
s t Ç «cç,—f*wl «ra, ' a W ffe* 1
hanti nindati vai dvesti "Aquele que critica o Senhor Visnu e Seus devotos perde todos os benefícios
vaisnavãn nãbhinandati advindos de cem nascimentos piedosos. Tal pessoa apodrece no inferno Kum-
krudhyate yãti no harsam bhipãka e é corroída pelos vermes por tanto tempo quanto o sol e a lua existam.
daréane patanãni sat Por isso, não se deve sequer olhar para o rosto de uma pessoa que blasfema o
Senhor Visnu e Seus devotos. Jamais tentes associar-te com esse tipo de pessoa."
Nesta conversa entre Mãrkandeya e Bhagiratha, diz-se: "Meu querido rei, se Em seu Bhakti-sandarbha (265), Jiva Gosvãmi cita ainda do Srimad-Bhãgavatam
alguém deprecia um devoto elevado, perde os resultados de suas atividades pie- (10.74.40):
dosas, sua opulência, sua reputação e seus filhos. Todos os Vaisriavas são grandes
almas. Todo aquele que os blasfema desce para o inferno conhecido como Mahã- nindãth bhagavatah érnvan
raurava. Seus antepassados também seguem atrás dele. Quem quer que mate tat-parasya janasya vã
ou blasfeme um Vaisnava e quem quer que inveje um Vaisnava ou fique zangado tato nãpanti yah so 'pi
com ele, ou quem quer que não lhe preste reverências nem sinta alegria ao vê-lo, yãty adhah sukrtãc cyutah
certamente cai numa condição infernal."
No mesmo Hari-bhakti-vilãsa (10.314) há a seguinte citação do Dvãrakã-mãhãtmya: "Se alguém não se retira imediatamente ao ouvir uma blasfêmia contra o Senhor
ou contra o devoto do Senhor, cai do serviço devocional." De maneira semelhante,
Satí, a esposa do Senhor Siva, afirma no Srimad-Bhãgavatam (4.4.17):
kara-patraié ca phãlyante
sutlvrair yama-éãsanaih karnau pidhãya nirayãd yad akalpa tée
nindãth kurvanti ye pãpã dharmãvitary asrnibhir nrbhir asyamãne
vaisnavãnãm mahãtmanãm chindyãt prasahya ruéatirh asatim prabhué cej
jihvãm asün api tato visrjet sa dharmah
Numa conversa entre Prahlãda Mahãrãja e Bali Mahãrãja, diz-se: " A s pessoas
pecaminosas que blasfemam os Vaisnavas, todos os quais são grandes almas, "Se alguém ouve uma pessoa irresponsável blasfemar o Senhor e controlador da
sujeitam-se à severa punição imposta por Yamarãja." religião, deve tapar os ouvidos e ir embora, se for incapaz de punir essa pessoa.
No Bhakti-sandarbha (313) há uma afirmação relacionada àquele que blasfema Mas, caso seja capaz de matá-la, então, deve cortar à força a língua do blasfemador
o Senhor Visnu. e matar o ofensor, e, depois disso, deve dar cabo de sua própria v i d a . "
ye nindanti hrsfkeéam
tad-bhaktam punya-rüpinam VERSO 262
éata-janmãrjitam punyam
tesãm naéyati niécitam fcft firar-«IH afã »f% fàdt&íi i
& cáffj ara, «I ifra a w ii o * II
te pacyante mahã-ghore
kumbhipãke bhayãnake kimvã nija-prãna yadi kari vimocana
bhaksitãh kita-sahghena. dui yogya nahe, dui éarira brãhmana
yãvac candra-divãkarau kimvã—ou; nija-prãna—minha própria vida; yadi—se; kari vimocana—eu abandonar;
éri-visnor avamãnanãd "'—essas duas ações; yogya nahe—não são adequadas; dui éarira—ambos os corpos;
gurutarath éri-vaisnavollahghanam Whmana-brãhmanas.
Sri Caitãnyã-carítãmrta V e r s o 264 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 751
750 Madhya-lilã, 15
TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya prosseguiu: " O u então, caso eu dê cabo sri bhagavãn uvãca
de minha própria vida, esta ação pecaminosa poderá ser expiada. Entretanto, brahma-bandhur na hantavya
nenhuma destas idéias é adequada, pois ambos os corpos pertencem a ãtatãyi vadhãr-hanah
brãhmanas." mayaivobhayam ãmnâtam
paripãhy anusãsanam
VERSO 263
«Jat C l l fà««IC«3 >J»t ai I "A Personalidade de Deus Sri Krsna disse: Não se deve matar o amigo de um
^firejiif «fa tm «19pN II " brãhmana, mas, se ele for um agressor, deve ser morto. Todas essas regras
encontram-se nas escrituras, e deves agir de conformidade com elas."
punah sei nindakera mukha nã dekhiba I Ao citar o smrfí, Srila Sridhara Svãmi comenta sobre esta citação do
parityãga kailuh, tara nãma nã la-iba Srimad-Bhãgavatam:
punah—outra vez; sei—esse; nindakera—do blasfemador; mukha—rosto; nã— não;
dekhiba—verei; parityãga—abandonando; kailuh—faço; tara—seu; nãma—nome; nã— ãtatãyinam ãyãntam
não; Ía-ÜM—tomarei. api vedãnta-pãragam
jighãm-santam jighãrhsiyãn
T R A D U Ç Ã O — " A o invés disso, jamais olharei para o rosto desse blasfemador. na tena brahmahã bhavet
Rejeitá-lo-ei e desfarei os laços que nos unem. Jamais sequer pronunciarei seu
nome." "Mesmo que um agressor seja um acadêmico muito familiarizado com o Vedãnta,
ele deve ser morto devido à sua atitude invejosa ao matar outros. Nesse caso,
VERSO 264 não é pecaminoso matar um brãhmaqa."
Afirma-se também no Srimad-Bhãgavatam (1.7.57):
tiSlca ««?—«tca i ü - f » ci s&si ' t f W i
4 i
*tF5 ®' &m « € 1 SjfãfCS II *>8 II vapanarh dravinãdãnath
sthãnãn niryãpanam tathã
Sãthire kaha—fdre chãduka, se ha-ila 'patita' esa hi brahma-bandhünãm
'patita' ha-ile bhartã tyajite ucita vadho nãnyo 'sti daihikah
sãthire kaha—informa a Sãthí; tare chãduka—que ela o abandone; se ha-ila—ele
tornou-se; patita—caído; patifa ha-ile—quando alguém cai; bhartã—tal esposo; "Cortar o cabelo de sua cabeça, privá-lo de sua riqueza e expulsá-lo de sua resi-
tyajite—abandonar; ucita—é dever. dência é o que se prescreve para se punir o parente de um brãhmana. Não há
nenhum preceito que recomende matar o corpo."
TRADUÇÃO—"Informa à minha filha Sãtiri que abandone sua relação com seu Tal punição do brahma-bandhu é suficiente. Não há necessidade de matar seu
esposo, pois ele caiu. Q u a n d o o esposo cai, é dever da esposa desfazer o rela- Próprio corpo. Quanto a Sãtíii, a filha de Sãrvabhauma Bhattãcãrya, ela foi acon-
cionamento." selhada a abandonar s u a relação com seu esposo. A respeito disto, o Srimad-
Bhãgavatam (5.5.18) afirma que na patis ca sa syãn na mocayed yah samupeta-mrtyum:
SIGNIFICADO—Srila Sãrvabhauma Bhattãcãrya considerou que, se Amogha fosse Alguém não deve se casar caso não seja capaz de libertar seus dependentes da
morto, alguém sofreria as reações pecaminosas por matar o corpo de um brâhtna. • morte inevitável." Se um homem não está em consciência de Krsna e é desprovido
Pelo mesmo motivo, seria imprudente que o Bhattãcãrya cometesse suicídio, pois de poder espiritual, não pode proteger sua esposa do caminho de repetidos nas-
ele também era brãhmana. Já que não se podia aceitar nenhum dos caminhos, ^mentos e mortes. Conseqüentemente, não se pode aceitar tal homem como es-
Bhattãcãrya decidiu desfazer-se de sua relação com Amogha e jamais olhar p poso. A esposa deve oferecer sua vida e tudo quanto possua a Krsna, para um
seu rosto. maior avanço em consciência de Krsna. Caso corte o vínculo com seu esposo após
e s t e t e
Quanto a matar o corpo de um brãhmana, o Srimad-Bhãgavatam (1.7.53) pres r abandonado a consciência de Krsna, ela segue os passos das dvija-patnis,
es
ve o seguinte: ^ p o s a s dos brãhmanas que estavam realizando sacrifícios. Não se deve conde-
Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 15 Verso 269 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 753
752
nar uma esposa que desfaça semelhante relacionamento. A este respeito, Sri Krçrja sei rãtre amogha kãhãh palãhã gela
afirma no érimad-Bhãgavatam (10.23.31-32): prãtah-kãle tara visucikã-vyãdhi haila
sei nftre-naquela noite; amogha-o genro de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kãhãh-
patayo nãbhyasüyeran para onde; palãhã geto-fugiu; prütah-kãle-áe manhã; ttfra-sua; visücikã-vyãdhi-
pilr-bhrãtr-sulâdayah infecção de cólera; haila—houve.
lokãé ca vo mayopetã
deva apy anumanvate TRADUÇÃO—Naquela noite, Amogha, o genro de Sãrvabhauma Bhattãcãrya,
evadiu-se, e, na manhã seguinte, foi intempestivamente acometido de cólera.
na pritaye 'nurãgãya
hy ahga-sahgo nrnãm iha VERSO 267
tan mano mayi yuhjãnã
acirãn mãm avãpsyatha
«ícafa aca» - « f ã ' «cs- «iisrô i
açta aliil c«ta c f i cata aua" uw n
Tal separação jamais é condenada pela vontade suprema. Ninguém deve invejar
a ordem de Krsiia. Até os semideuses apoiam tal ação. Neste mundo material, amogha marena—éuni' kahe bhattãcãrya
ninguém se toma amado pelo simples cultívo do relacionamento corpóreo. sahãya ha-iyã daiva kaila mora kãrya
Contudo, pode-se alcançar a perfeição completa mediante a associação em cons- amogha marena—Amogha está morrendo; éuni'—ao ouvir falar; kahe bhattãcãrya—o
ciência de Krsna- Bhattãcãrya disse; sahãya ha-iyã— ajudando; daiva—Providência; kaila—tez; mora—
meu; kãrya—dever.
VERSO 265
TRADUÇÃO—Ao ficar sabendo que Amogha estava morrendo de cólera, o
•jf*5<P i f o ^ t «K«i*. II '*« « Bhattãcãrya pensou: "É uma graça da Providência fazer o que eu tencionara exe-
rwfim ca patitam tyajet cutar."
patim—esposo; ca—e; patitam—caído; tyajet— deve-se abandonar. VERSO 268
TRADUÇÃO—"Quando o esposo é caído, deve-se abandonar seu relacionamento." N c a « ' «i*lat«t *K*I mm*i i
ia« afãr *tc? s& «ttcsra at»» H W B
SIGNIFICADO—Esta citação é do smrti-éãstra. Como se afirma no Srimad-Bhãgavatam
(7.11.28): iévare ta' aparãdha phale tata-ksana
eta bali' pade dui éãstrera vacana
santustãlolupã daksã iévare— à Suprema Personalidade de Deus; to'—na verdade; aparãdha—ofensa;
dhirma-jnã priya-satya-vãk phale—traz resultados; tata-ksana—imediatamente; eto bali'—ao dizer isto; pade—
apramattã éucih snigdha reata; dui—duas; éãstrera vacana—citações das escrituras reveladas.
patim tv apatitam bhajet
"A esposa que é satisfeita, que não é cobiçosa, que é habilidosa e conhece os TRADUÇÃO—"Quem ofende a Suprema Personalidade de Deus é imediatamente
princípios religiosos, que fala o que é agradável e veraz e não se deixa confun , mfligido pelo karma." Após dizer isso, ele recitou dois versos das escrituras
que é sempre limpa e afetuosa, deve-se dedicar plenamente a seu esposo na "veladas.
caído."
VERSO 266 VERSO 269
T R A D U Ç Ã O — ' " Q u a n d o uma pessoa desacata grandes almas, a duração de sua TRADUÇÃO—Nessa altura, Gopinãtha Ãcãrya foi ter com Sri Caitanya Mahãpra-
vida, sua opulência, reputação, religião, bens e boa fortuna são todos des bhu, e o Senhor perguntou-lhe o que se passava na casa de Sãrvabhauma Bhattã-
cãrya.
dos.'"
756 Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 15 Verso 277 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 757
TRADUÇÃO—Gopinãtha Ãcãrya informou ao Senhor que tanto o esposo quanto TRADUÇÃO—"Por que permitiste que a inveja se acomodasse aqui também? Por
a esposa estavam jejuando e Amogha, o genro, estava morrendo de cólera. causa disso, te tornaste igual a um candãla, o mais baixo dos homens, e também
contaminaste um lugar muito puro — o teu coração."
VERSO 273
condicionado a um dos modos da natureza material. Isto quer dizer que e l e - *a m uma casta em particular; ao invés disso, é a execução do serviço devocional
d o s
não é liberado, pois só quem se liberta inteiramente da influência dos m o . que determina sua designação.
d a
VERSO 279 TRADUÇÃO—Amogha não somente pediu o perdão do Senhor, mas também co-
meçou a bater em seu próprio rosto, dizendo: " C o m esta boca blasfemei contra
«-»), ws», *tfi«, ca», °5ja«w i Ti."
etfstr.t et fã' «ta c«lcaa «a» n v»& II
VERSO 282
kampa, aéru, pulaka, stambha, sveda, svara-bhanga
5«t*C« 5«t*C« *ft*! a»Tf?.íT I
prabhu hãse dekhi' tara premera tarahga
kampa—tremor; aéru—lágrimas; pulaka—júbilo; stambha—estar atordoado; sveda— 5tc« afã' ctl*Hatalsró fàcafw n II
transpiração; svara-bhanga—voz gaguejante; prabhu «ase—Sri Caitanya Mahãprabhu cadãite cadãite gala phulãila
pôs-Se a rir; dekhi'—vendo; tara—de Amogha; premera tarahga—ondas de amor hãte dhari' gopinãthácãrya nisedhila
extático. cadãite cadãite—esbofeteando sem parar; gala—as bochechas; phulãila—tez com
que inchassem; hãte dhari'—segurando suas mãos; goplnãtha-ãcãrya—Gopinãtha
Ãcãrya; nisedhila—proibiu.
TRADUÇÃO—Enquanto dançava em amor extático, Amogha manifestou todos os
sintomas de êxtase — tremor, lágrimas, júbilo, transe, transpiração e voz gague- TRADUÇÃO—Na verdade, Amogha não parava de bater em seu rosto, de modo
jante. Vendo estas ondas de emoção extática, Sri Caitanya Mahãprabhu pôs-Se que suas bochechas ficaram muito inchadas. Finalmente, Gopinãtha Ãcãrya,
a rir. agarrando-o pelas mãos, parou com isso.
VERSO 283
VERSO 280
«fÇ «rtaiaa «ca -»ff»í' «ta ata i
et^a &ac«t afà' «aca fà»a i atacsra-aacaí « J à cata i w t t a 11 $.v® n
«r*Rrrt ^a calca, «if, irataa n *> °n
prabhu ãévãsana kare sparéi' tara gãtra
prabhura carane dhari' karaye vinaya sãrvábhauma-sambandhe tumi mora sneha-pãtra
aparãdha ksama more, prabhu, dayãmaya prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; ãévãsana kare—acalma; sparéi'—tocando;
prabhura carane—os pés de lótus do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; dhari fira—seu; gãtra—corpo; sãrvábhauma-sambandhe—devido à relação com Sãrvabhau-
agarrando; karaye—faz; vinaya—súplica; aparãdha—ofensa; ksama—por favor, ura Bhattãcãrya; fumi—tu; mora—Meu; sneha-pãtra—objeto de afeição.
perdoa; more—a mim; prabhu—ó Senhor; dayã-maya—misericordioso.
TRADUÇÃO—Depois disso, Sri Caitanya Mahãprabhu acalmou Amogha, tocando
TRADUÇÃO—Então, Amogha caiu aos pés de lótus do Senhor e disse com sub- **u corpo e dizendo: "És o objeto de Minha afeição, pois és genro de Sãrvabhauma
missão: "Ó misericordioso Senhor, por favor, perdoa minha ofensa. Bhattãcãrya."
762 Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 15 Verso 289 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 763
TRADUÇÃO—"Todos na casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya são-Me muito queri- TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu apaziguou Sãrvabhauma, dizendo: "Afi-
dos, incluindo suas criadas e servos, e até seu cão. Que dizer, então, de seus nal de contas, Amogha, teu genro, não passa de uma criança. Logo, qual seu
parentes?" erro? Por que jejuas e por que estás z a n g a d o ? "
wrata' alfa, tal *rs aja»ata i «fc, «ta a*a, caa wt*ta-a«t i
JFS afsi' « t ç atiasil atac«Wrta n *.w 11 atei aitfâ, c«twa asa, «ca cata «a 11 *yv- u
aparãdha' nãhi, sadã lao krsna-nãma ufha, snãna kara, dekha jagannãtha-mukha
eta bali' prabhu ãilã sãrvabhauma-sthãna éighra ãsi, bhojana kara, tabe mora sukha
aparãdha' nãhi—não cometas ofensas; sadã"—sempre; lao—canta; krsna-nãma—o ulha—levanta-te; snãna kara—toma teu banho; dekha—vê; jagannãtha-mukha—o
mahã-mantra Hare Krsna; era bali'—dizendo isto; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; rosto do Senhor Jagannãtha; élghra ãsi—voltando logo, logo; bhojana kara—toma
ãilã—veio; sãrvabhauma-sthãna—k residência de Sãrvabhauma Bhattãcãrya. teu almoço; faf>e mora sukha—então, ficarei muito feliz.
TRADUÇÃO—"Amogha, canta sempre o mahã-mantra Hare Krsna e não mais co- TRADUÇÃO—"Simplesmente levanta-te, toma banho e vai ver o rosto do Senhor
metas nenhuma ofensa." Após dar esta instrução a Amogha, Sri Caitanya Mahã- Jagannãtha. Depois, volta para aqui para almoçar. Desse modo, ficarei feliz."
prabhu dirigiu-Se à casa de Sãrvabhauma.
«íÇ cafa' ataceft afãtt saca i «ta«. afàa aitta <íi«tt* afàal i
« F ç f c t c * «Hfàfàal afàífl «rfaca n 9>4> n ata*. a1 a f o a <gfà «tata «itfaai n *vs> N
prabhu dekhi' sãrvabhauma dharila carane tãvat rahiba ãmi ethãya vasiyã
prabhu tãhre ãlihgiyã vasilã âsane yãvat nã khãibe tumi prasãda ãsiyã
prabhu dekhi'-venào o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; sãrvabhauma- tãvat—enquanto isto; rahiba—permanecerei; ãmi—Eu; ethãya—aqui; iwsiyd"—
Sãrvabhauma Bhattãcãrya; dharila carane—agarrou Seus pés; prabhu-Sri Caitany sentado; yãvat—enquanto; nã khãibe—não comeres; tumi—tu; prasãda—restos da
Mahãprabhu; tãhre—a ele; ãlihgiyã— abraçando; vasilã ãsane—sentou-Se. comida de Jagannãtha; ãsiyã— vindo aqui.
T R
TRADUÇÃO—Ao ver o Senhor, imediatamente Sãrvabhauma Bhattãcãrya agarrou A D U Ç Ã O — "Permanecerei aqui até regressares com os remanentes do Senhor
a
Seus pés de lótus. O Senhor também abraçou-o e, em seguida, sentou-se. J Rannàtha para os tomares em teu almoço."
764 Sn Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 15 Verso 295 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 765
TRADUÇÃO—Segurando os pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu, o TRADUÇÃO—Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse: "Por favor, meu Senhor, vai ver
Bhattãcãrya disse: "Por que trouxeste Amogha de volta à vida? Melhor seria se o Senhor Jagannãtha. Após meu banho, irei para lá e depois voltarei."
ele tivesse m o r r i d o . "
VERSO 294
VERSO 291
«tÇ « C f , - C f t % t t « » , ffTfàSJ * t f « l I
«fÇ «cf,—ícata fa^s, cstat* *t»r« i f*Cfl «Wjf «tffm, atél «rtatcas «ff*1u^ssii
afre-cfta üi a* fsfsl, «lates *tra« n n
prabhu kahe,—gopinãtha, ihãhi rahiba
prabhu kahe,—amogha éiéu, tomara bâlaka ihho prasãda pãile, vãrtã ãmãke kahiba
bãlaka-dosa nã laya pitã, tãhãte pãlaka prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; gopinãtha—Gopinãtha; ihãhi
prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; amogha éiéu—Amogha é uma crian- rahiba—por favor, fica aqui; ihho—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; prasãda pãile—-quando
ça; tomara bâlaka—teu filho; bãlaka-dosa—a ofensa de um filho; nã laya—não aceita; ele almoçar; vãrtã—a notícia; ãmãke kahiba—informa-Me.
pitã—o pai; tãhãte—a ele; pãlaka—o mantenedor.
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu disse a Gopinãtha: "Fica aqui e
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Amogha é uma criança e é teu informa-Me q u a n d o Sãrvabhauma Bhattãcãrya tomar sua prasãda."
filho. O pai não leva a sério os erros do filho, especialmente quando o está man-
tendo." VERSO 295
VERSO 292
ara" af«Y «fç cfífl ehta-wa*tca 1
isca 'ca**' cf «i, "51* cft '«mata' i
«$ «ia a«f» «f*' «f*8Tl c«tsrca 11 11
«tal* «te* <aca «af «tata 11 »
eta bali' prabhu gelã lévara-daraéane
ebe 'vaisnava' haila, tara gela 'aparãdha' bhaffa snãna daréana kari' karilã bhojane
tãhãra upare ebe karaha prasãda eta bali'—cozendo isto; prabhu—^ri Caitanya Mahãprabhu; gelã—foi; lévara-
ebe—agora; vaisnava haila—tornou-se um Vaisnava; faro—suas; gela—afastaram- daraéane—ver o Senhor Jagannãtha; bhaffa—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; snãna dar-
se; .aparãdha—ofensas; tãhãra upare—a ele; ebe—agora; karaha prasãda—mostra sana kari'—terminando seu banho e vendo o Senhor Jagannãtha; karilã
misericórdia. bhojane—comeu.
TRADUÇÃO—Após dizer isto, Sri Caitanya Mahãprabhu foi ver o Senhor Jagan-
TRADUÇÃO—"Agora que ele se tornou um Vaisnava, é impecável. Não deves nãtha. Sãrvabhauma Bhattãcãrya acabou de tomar banho, foi ver o Senhor
hesitar em outorgar-lhe tua misericórdia." Jagannãtha e em seguida voltou para casa para comer.
Stt Caitanya-caritámrta Verso 300 Sãrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 767
766 Madhya-lllá, 15
aiche bhafta-grhe kare bhojana-vilãsa sãthira mãtâra prema, ãra prabhura prasãda
tara madhye nãnã citra-caritra-prakãéa bhakta-sambandhe yãhã ksamila aparãdha
aiche—dessa maneira; bhafta-grhe—na casa de Sãrvabhauma Bhattãcãrya; kare- sãfhlra mãtâra prema—o amor da mãe de Sãthí; ãra—e; prabhura prasãda—a mise-
realiza; bhojana-vilãsa—passatempo de comer; tara madhye—dentro deste passa- ricórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakta-sambandhe—devido à relação com
tempo; nãnã— diversas; citra-caritra—de variedades de atividades; prakãéa—mani- um devoto; yãhã— onde; ksamila aparãdha—Sri Caitanya Mahãprabhu perdoou a
festação. ofensa.
768 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-hla, 15 Verso 302 Sàrvabhauma Bhattãcãrya oferece prasãda ao Senhor 769
TRADUÇÃO—Assim, acabo de narrar sobre o amor extático da esposa de TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
Sãrvabhauma, que é conhecida como a mãe de Sãthi. Também relatei sobre a sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
grande misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu, por Ele manifestada ao per- guindo seus passos.
doar a ofensa de Amogha. Ele fez isso devido à relação que Amogha tinha com
um devoto.
Nesfe ponfo encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritámrta,
SIGNIFICADO—Por ter blasfemado o Senhor, Amogha era um ofensor. Como con- Madhya-lilã, Décimo Quinto Capítulo, descrevendo a refeição do Senhor na casa de
seqüência disso, ficou a ponto de morrer de cólera. Amogha não teve a oportuni- Sãrvabhauma Bhattãcãrya.
dade de livrar-se de todas as ofensas após ter sido atacado pela doença, mas,
o Senhor tinha muito apreço por Sãrvabhauma Bhattãcãrya e sua esposa. Devido
à relação dessas pessoas, Sri Caitanya Mahãprabhu perdoou Amogha. Ao invés
de ser castigado pelo Senhor, ele foi salvo pela misericórdia do Senhor. Tudo
isso deveu-se ao amor inquebrantável de Sãrvabhauma Bhattãcãrya por Sri Caitanya
Mahãprabhu. Externamente, Amogha era genro de Sãrvabhauma Bhattãcãrya,
o qual era responsável por sua manutenção. Logo, se Amogha não fosse perdoado,
sua punição afetaria diretamente Sãrvabhauma. A morte de Amogha acarretaria
indiretamente na morte de Sãrvabhauma Bhattãcãrya.
VERSO 301
A tentativa do S e n h o r de ir para V r n d ã v a n a
VERSO 1
jaya jaya gauracandra jaya nityãnanda »>tf fàr çtf?' «fça a» «rws ITÍSS n
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda cifrai araa "State? atfàss n <? i
jaya jaya—todas as glórias; gauracandra—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
jaya—todas as glórias; nityãnanda—a Nityãnanda Prabhu; jaya—todas as glórias; nilãdri chãdi' prabhura mana anyatra yãite
advaita-candra—a Advaita Ãcãrya; /aya-todas as glórias; gaura-bhakta-vrnda-aos tomara karaha yatna tãhhãre rãkhite
devotos do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu. • nilãdri—Jagannãtha Puri; chãdi'—abandonando; prabhura—de Sri Caitanya
" ãprabhu; mam—a mente; anyatra—outros lugares; yãite—de ir; tomara—ambos;
raha—fazei; yatna—esforço; tãhhãre—a Ele; rãkhite—para manter.
T R A D U Ç Ã O - T o d a s as glórias a Sri Caitanya Mahãprabhu! Todas as glóri
Senhor Nityãnanda! Todas as glórias a Advaitacandra! Todas as glórias a I \DUÇÃo—Pratâparudra Mahãrãja disse: "Por favor, envidai todos os esforços
os devotos do Senhor! fim de manterdes Sri Caitanya Mahãprabhu aqui em Jagannãtha Puri, pois
momento Ele está pensando em ir para outros l u g a r e s . "
VERSO 3 VERSO 6
« t f j J&CI íitícs a/ara» i <Stai rasrt sal atsfj cate* »tfà «ra i
atirai «i®l»ia«a çs*ri f * r a » « * " catatfa» atfàcs araa atai « t r a n * n
prabhura ha-ila icchã yãite vrndãvana tãhhã vinã ei rãjya more nãhi bhãya
éuniyã pratâparudra ha-ilã vimana -Wkr gosãhi rãkhite karaha nãnã upãya
pr«W««rfl-do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; «a-iia-houve; icchã-o des ) . tãhhã vinã—sem Ele; ei rãjya—este reino; more—para mim; nãhi bhãya—não é muito
yãite-de ir; i*7id7ft«mi-para Vrndãvana; éuniyã-onvmdo; pratãparudra-Uahara) adável; gosãhi—Sri Caitanya Mahãprabhu; rãkhite—para manter; karaha—fazei;
Pratâparudra; ha-ilã vimana—ficou melancólico. nã upãya—diversas modalidades de artifícios.
VERSO 7 VERSO 10
TRADUÇÃO—Sivãnanda Sena, que estava encarregado do grupo, tomou as de- TRADUÇÃO—Srivãsa Pandita também levou sua esposa, Mãlini, e Sivãnanda Sena
vidas providências de pagar os postos fiscais. Tomando conta de todos os devo- e sua esposa também foram juntos.
tos, viajou alegremente com eles.
VERSO 23
VERSO 20
faatacw ata-cercüs-ata i
aata 1>forá «O», Cf» atal-lt» I ctcal sf»ratcç «rçta cwfàns $nta 11 *.<é 11
f"faf»»»f artes? fct?*i1-*{r,aa TOl» II V II
éivãnandera bâlaka, nãma—caitanya-dâsa
sabãra sarva-kãrya karena, dena vãsã-sthãna tenho caliyãche prabhure dekhite ullãsa
éivãnanda jãne udiyâ-pathera sandhãna éivãnandera bâlaka—o filho de Sivãnanda; nãma—chamado; caitanya-dãsa—
sabãra—de todos eles; sarva-kãrya—tudo o que era necessário fazer; karena—ele Caitanya dãsa; tenho— ele; caliyãche—ia; prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu;
faz; dena—dá; vãsã-sthãna—acomodações; sivãnanda—Sivãnanda; jãne—conhece; dekhite—ver; ullãsa—jubilosamente.
udiyã-pathera—das estradas de Orissa; sandhãna—as interseções.
TRADUÇÃO—Caitanya dãsa, o filho de Sivãnanda Sena, também acompanhou-
TRADUÇÃO—Sivãnanda Sena tomou todo o cuidado para que não faltasse nada os jubilosamente em sua jornada para ver o Senhor.
aos devotos. Em particular, tomou as medidas para conseguir-lhes acomodações,
e conhecia as estradas de Orissa. VERSO 24
VERSO 21
<5t*t* c«fta* * f e « «i snfsi II 9,8 II
CA ?te,3R! «flji OTfifcfc *H ktaj*1*!l I
Sfàretl «nTró-ICT «rçrrs-waft II 91 II ãcâryaratna-sahge cale tãhhãra grhini
tãhhãra premera kathã kahite nã jãni
se vatsara prabhu dekhite saba thãkurãni ãcãryaratna-sahge—com Candraáekhara; cale—vai; tãhhãra—sua; grhini—esposa;
calilã ãcãrya-sahge acyuta-janani tãhhãra—seu; premera kathã—a descrição do amor extático; kahite—falar; nã jãni—não
se vatsara—naquele ano; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; dekhite—ver; saba sei como.
thãkurãni— todas as esposas dos devotos; calilã— foi; ãcãrya-sahge—com Advaita
Ãcãrya; acyuta-janani—a mãe de Acyutãnanda. TRADUÇÃO—A esposa de Candraáekhara [Acãryaratna) também foi. A grandeza
do amor de Candraáekhara pelo Senhor é impossível de ser expressa em palavras.
TRADUÇÃO—Naquele ano, todas as esposas dos devotos [thãkurãnisl também
vieram ver Sri Caitanya Mahãprabhu. Sitãdevi, a mãe de Acyutãnanda, ia com
VERSO 25
Advaita Ãcãrya.
aa itçat^l a*t«rfEas f w l fàcs i
VERSO 22 orça at»1 fera «ai fã* aa cara 119,<tn
Slata *Tt%5-*W &fo*Tl atfatt I safw thãkurãni mahãprabhuke bhiksã dite
faatswt-ncw BOT $ t * t a ^firô ii 99, n prabhura nãnã priya dravya nila ghara haite
érivãsa pandita-sahge calilã mãlini saba thãkurãni—todas as esposas dos grandes devotos; mahãprabhuke—a Sri
éivãnanda-sahge cale tãhhãra grhini Caitanya Mahãprabhu; bhiksã dite—para oferecer alimento; prabhura—de Sri
érivãsa pandita-sahge-com Srivãsa Pandita; calilã-íoi; mãliní-sua esposa, Mãlini, Caitanya Mahãprabhu; nãnã— diversas; priya dravya—comidas agradáveis; nila—
éivãnanda-sahge-com Sivãnanda Sena; cale—vai; tühhãra-sua; grhmi-esposa. levaram; ghara haite—de casa.
780 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 31 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 781
Madhya-Mã, 16
TRADUÇÃO Para oferecer diversas classes de alimentos a Sri Caitanya Mahá- remunãya—a Remunã; ãsiya—após chegarem; kaila—realizaram; gopinãtha
prabhu, todas as esposas dos grandes devotos trouxeram de casa diversas coisa* daraéana—visita ao templo de Gopinãtha; ãcãrya—Advaita Ãcãrya; karilã—realizou;
do agrado de Caitanya Mahãprabhu. tãhãn—ali; klrtana—canto; nartana—dança.
VERSO 28 VERSO 31
kslra—o leite condensado; bâh\i'—dividindo; sabãre—a todos; dite—deu; prabhu- sei kathã sabãra madhye kahe nityãnanda
nityãnanda-Nityãnanda Prabhu; kslra-prasâda-restos do leite condensado da Dei- éuniyã vaisnava-mane bãdila ãnanda
dade; pâná-obtendo; sabdra-de todos; bãdi/a-aumentou; ãnanda-a bem- sei kathã— este incidente; sabãra madhye—em meio a todos eles; kahe—diz;
aventurança transcendental. nityãnanda—Senhor Nityãnanda Prabhu; éuniyã— ouvindo; vaisnava-mane—nas
mentes de todos os Vaisnavas; bãdila—aumentou; ãnanda—a bem-aventurança
TRADUÇÃO—Quando o leite condensado foi colocado perante Nityãnanda Prabhu, transcendental.
Ele distribuiu a prasãda para todos, aumentando, assim, a bem-aventurança
transcendental de todos. TRADUÇÃO—O Senhor Nityãnanda narrou mais uma vez este mesmo episódio
para todos os devotos, cuja bem-aventurança transcendental aumentou ao ouvi-
VERSO 32 rem novamente a história.
itii*tft? ««ti, cflr»rm-'ít*ta i SIGNIFICADO—As palavras mahâprabhura mukhe, " d a boca de Sri Caitanya
trsrtca c f t m brcg niFm n «9 11 Mahãprabhu", são significativas, pois primeiro Sri Caitanya Mahãprabhu ouviu
de Seu mestre espiritual, Sripãda lavara Puri, a história de Mãdhavendra Puri.
mãdhava-puríra kathã, gopãla-sthãpana Para esta história, consulte o Madhya-lilã, Capítulo Quatro, verso dezoito. Após
tãhhãre gopãla yaiche mãgila candana permanecer por algum tempo na casa de Sri Advaita em Sãntipura, o Senhor
mãdhava-puríra kathã—a narração de Mãdhavendra Puri; gopãla-sthãpana— narrou a história de Mãdhavendra Puri a Nityãnanda Prabhu, Jagadãnanda Prabhu,
instalação da Deidade de Gopãla; tãhhãre—a ele; gopãla—o Senhor Gopãla; yaiche— Dãmodara Pandita e M u k u n d a dãsa. Ao irem visitar o templo de Gopinãtha em
assim como; mãgila—Ele pediu; candana—sândalo. Remunã, o Senhor descreveu-lhes a instalação da Deidade de Gopãla por
Mãdhavendra Puri, bem como o roubo do leite condensado por parte de
TRADUÇÃO—Então, todos conversaram sobre a história da instalação da Deidade Gopinãtha. Devido a este incidente, o Senhor Gopinãtha ficou famoso como
de Gopãla por Sri Mãdhavendra Puri, e detiveram-se na passagem em que Gopãla Ksiracorã, o ladrão de leite condensado.
VERSO 42 VERSO 45
scaa «rtfaai stíi aatca f*if%9ii i
atàata, «T^fãrat «rata «rrfãer i
a*t>2fça vf<s atai aatca «ratfsti u 8* n
"WKS iate? «r$«iata at«at*at II %<t n
narendra ãsiyã tãhãn sabãre mililã
mahâprabhura datta mãlã sabãre parãila vãninãtha, kãéi-miéra prasãda ãnila
narendra—ao lago chamado Narendra; ãsiyã— vindo; tãhãn—ali; sabãre—todos; svahaste sabãre prabhu prasãda khãoyãila
mililã— recepcionaram; mahâprabhura—por Sri Caitanya Mahãprabhu; daíto—dadas; vãninãtha—Vãninãtha; kasl-miéra—Kãái Miára; prasãda ãnila—trouxeram todas as
mãlã— guirlandas; saíwre parãila— ofereceram a todos. variedades de prasãda; sva-haste—com Sua própria mão; sabãre—a todos; prabhu—Sri
Caitanya Mahãprabhu; prasãda—os restos do alimento de Jagannãtha; khãoyãila—
alimentou.
TRADUÇÃO—Quando os devotos da Bengala chegaram ao lago Narendra, Svarupa
Dãmodara e os outros recepcionaram-nos, oferecendo-lhes as guirlandas dadas
por Sri Caitanya Mahãprabhu. TRADUÇÃO—Vãninãtha Rãya e Kãái Miára trouxeram, então, uma grande quan-
tidade de prasãda que Sri Caitanya Mahãprabhu distribuiu com Sua própria mão,
VERSO 43 alimentando todos eles.
VERSO 46
fà?.**ta-fàa*cl «rfÇ?!l «f»' cfWtS I
wrMca ^tfàal «i^fàfswl tara n 8* n *g ae.aca ata ca* atal-vt» i
«iti aal *ttfct<ípi «at*5i fãafta II 8*
simha-dvãra-nikate ãilã éuni' gaurarãya
ãpane ãsiyã prabhu mililã sabãya pürva vatsare yãhra yei vãsã-sthãna
sirhha-dvãra—o portão do leão; nikate—perto de; ãilã—chegaram; éuni'—ao ficar tãhãn sabã pãthãhã karãila viérãma
sabendo; gaurarãya—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ãpane—pessoalmente; pürva vatsare—no ano anterior; yãhra—de quem; yei—onde quer que; vãsã-
dsiytf—vindo; prabhu—Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; mililã sabãya—encontrou- sthãna—lugar para ficar; tãhãn—ali; sabã— todos eles; pãthãhã— enviando; karãila
Se com todos eles. viérãma—fê-los descansar.
TRADUÇÃO—Quando, por fim, os devotos chegaram ao portão do leão, Sri TRADUÇÃO—No ano anterior, todos tinham sua própria residência particular, e,
Caitanya Mahãprabhu ficou sabendo da novidade e foi Ele mesmo encontrar-Se tendo sido as mesmas residências oferecidas novamente, todos foram descansar.
com eles.
VERSO 44 VERSO 47
T R A D U Ç Ã O - E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu e todos os Seus devotos visitaram TRADUÇÃO—Por quatro meses seguidos, todos os devotos permaneceram ali, des-
o Senhor Jagannãtha. Enfim, acompanhado de todos eles, voltou à Sua prõpna frutando do canto do mahã-mantra Hare Krsna juntamente com Sri Caitanya
residência. Mahãprabhu.
Verso 53 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 789
788 Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 16
VERSO 48 VERSO 51
T R A D U Ç Ã O - O S habitantes de Kulina-grãma deram cordas de seda para o Senhor TRADUÇÃO—Krsnadãsa era q u e m enchia um grande balde dágua e o despejava
Jagannãtha, e, como anteriormente, todos dançaram perante o carro do Senhor. no Senhor enquanto Este tomava banho, deixando-O muito satisfeito com isto.
VERSO 53
V E R S O 50 asi-stfe-ceicaa a ç « t a i w « T f * * ! i
S I G N I F I C A D O — E m referência a Balagandi, veja o Madhya-lilã ( 1 3 . 1 9 3 ) . TRADUÇÃO—árila Vrndãvana dãsa Thãkura descreve elaboradamente todos esses
episódios. Então, certo dia, árivãsa Thãkura fez um convite ao Senhor.
VERSO 54
S I G N I F I C A D O — O Caitanya-bhãgavata (Antya-Mã, Capítulo Oito) faz a seguinte des-
*S*fáe. aaarari ca**i »9»t» i crição. Certo dia, tendo estendido um convite a Caitanya Mahãprabhu, Srila Advaita
ciatia^ãl-arari cs ca «wi «^a«i II < ? 8 ii Ãcãrya pensou que, se o Senhor viesse sozinho, alimentá-lO-ia para Sua grande
satisfação. A coisa aconteceu de tal forma que, quando os outros sannyãsís estavam
pürvavat ratha-yãtrã kaila daraéana indo almoçar na casa de Advaita Ãcãrya, houve uma grande tempestade,
herã-pahcaml-yâtrâ dekhe lanã bhakta-gana impedindo-os de chegar até seu destino. Assim, conforme era o desejo de Advaita
Ãcãrya, Sri Caitanya Mahãprabhu veio sozinho e aceitou a prasãda.
pürva-vat—como no ano anterior; ratha-yãtrã—o festival dos carros; kan.
daraéana—presenciou; herã-pahcaml-yãtrã—o festival de Herã-pancami; dekhe—-Ele
vê; lahã bhakta-gana—com todos os devotos.
VERSO 57
TRADUÇÃO—Como no ano anterior, o Senhor presenciou o festival de Ratha-yãtrã
com todos os devotos, bem como o festival de Herã-pancami. « T f * fàta-ajw» a a atc«a atfèitt i
' « CaraV-«if«at», ' C 9 C f c « «raâV <n n
» J II
VERSO 59 VERSO 62
VERSO 61
VERSO 64
«*ta i*t cwíã' stea "tfta w i
« t f o a a ' ã^eríSOT f f à ai « r f f à a l i
«i*t«ta wtfã' «itsrô «caa a$a n * i «
cato? a f ã ' cata aawr « f à a l n «811
tãhra mukha dekhi' hãse éacira nandana
ahgikãra jãni'ãcãrya karena nartana . +, prati-varsa nilãcale tumi nã ãsibã
rarira « « W w - S e u rosto; deWii'-vendo; /idse-sorri; áacíra ^ J , " gaude rahi' mora icchã saphala kariba
Caitanya Mahãprabhu; ahgikãra jãni ' - e n t e n d e n d o a anuência; íofryfl-Aava.t prati-varsa—todos os anos; nilãcale—a Jagannãtha Puri; fumi—Tu; nã ãsibã— não
venhas; gaude rahi'—permanecendo na Bengala; mora icchã—Meu desejo; sa-phala
Ãcãrya; karena—realizou; nartana—dança.
kariba— torna bem sucedido.
de Advaita Ãcãrya, o Senhor Sri Crfang
T R A D U Ç Ã O - A o ver o rosto
Mahãprabhu sorriu. Tendo entendido que o Senhor concordara com Sua auru TRADUÇÃO—"Não venhas a Jagannãtha Puri todos os anos, mas fica na Bengala
Advaita Ãcãrya começou a dançar. Para satisfazer Meu desejo."
794 ári Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 16 Verso 65 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 795
SIGNIFICADO—A missão de Sn Caitanya Mahãprabhu é propagar o único remédio TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "Podes executar uma tarefa
eficaz nesta caída era de Kali — o canto do mahã-mantra Hare Krsna. Seguindo que nem mesmo Eu posso fazer. Além de Ti, não sei de mais ninguém que possa
as ordens de Sua mãe, Sri Caitanya Mahãprabhu residia em Jagannãtha Puri, onde cumprir Minha missão em Gauda-desa."
os devotos vinham vê-lO. Contudo, o Senhor sentia que esta mensagem deveria
ser intensamente propagada na Bengala, e, em Sua ausência, não havia uma se- SIGNIFICADO—A missão do Senhor Caitanya é salvar as almas caídas desta era.
gunda pessoa capaz de fazê-lo. Portanto, o Senhor pediu que Nityãnanda Prabhu Nesta era de Kali, praticamente cem por cento da população é caída. Por certo
ficasse lá e divulgasse a mensagem da consciência de Krsna. A Rüpa e Sanãtana que Sri Caitanya Mahãprabhu libertou muitas almas caídas, mas Seus discípulos
o Senhor também confiou uma pregação com responsabilidade equivalente. A provieram principalmente das classes superiores. Por exemplo: Ele liberou Srila
Nityãnanda Prabhu solicitou-se que não viesse ano após ano a Jagannãtha Puri, Rüpa Gosvãmi, Sanãtana Gosvãmi, Sãrvabhauma Bhattãcãrya e muitos outros
embora a visita ao Senhor Jagannãtha beneficie a todos imensamente. Devemos que tinham status social elevado mas eram caídos do ponto de vista espiritual.
com isto concluir que o Senhor estava-Se negando a dar uma oportunidade de Srila Rüpa e Sanãtana Gosvãmis eram altos funcionários do governo, e
ouro a Nityãnanda Prabhu? Não. O servo fiel de ári Caitanya Mahãprabhu deve Sãrvabhauma Bhattãcãrya era o maior erudito da índia. De modo semelhante,
cumprir Sua ordem, mesmo que tenha que sacrificar Sua ida a Jagannãtha Puri Prakãsãnanda Sarasvati foi o líder de muitos milhares de sannyãsís Mãyãvãdis.
para ver o Senhor Jagannãtha lá. Em outras palavras, é mais auspicioso cumprir Entretanto, a Srila Nityãnanda Prabhu coube libertar pessoas como Jagãi e Mãdhãi.
a ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu do que satisfazer os sentidos vendo o Senhor Portanto, o Senhor Caitanya diz: ãmãra 'duskara' karma, tomã haite haye. Jagãi e
Jagannãtha. Mãdhãi foram salvos unicamente pela misericórdia de Nityãnanda Prabhu. Ao fe-
Pregar o culto de Caitanya Mahãprabhu em todo o m u n d o é mais importante rirem Nityãnanda Prabhu, o Senhor Caitanya ficou irado e decidiu matá-los com
do que ficar em Vrndãvana ou Jagannãtha Puri visando à satisfação pessoal. Pro- Sua Sudarsana cakra, porém, Nityãnanda Prabhu salvou-os da ira do Senhor e
pagar a consciência de Krsoa é a missão de Sri Caitanya Mahãprabhu; por isso, überou-os. Na encarnação de Gaura-Nitãi, supõe-se que o Senhor não mate de-
Seus devotos sinceros devem realizar Seu desejo. mônios, senão que os libere mediante a pregação da consciência de Krsna. No caso
de Jagãi e Mãdhãi, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou tão irado que os teria matado
sem pestanejar, mas Nityãnanda Prabhu foi tão generoso que, não apenas salvou-
prthivite ache yata nagarãdi grama
os da morte, como também elevou-os à posição transcendental. Assim, o que não
sarvatra pracãra haibe mora nãma
foi possível para Sri Caitanya Mahãprabhu, Nityãnanda Prabhu executou.
Os devotos do Senhor Caitanya devem pregar a consciência de Krsna em todas Da mesma forma, se alguém é fiel ao serviço de Gaura-Nitãi segundo o padrão
as cidades e aldeias do mundo. Isto satisfará o Senhor. Não é que devamos agir da sucessão discipular, pode até mesmo exceder o serviço de Nityãnanda Prabhu.
caprichosamente para nossa própria satisfação. Esta ordem vem até nós através Este é o processo da sucessão discipular. Nityãnanda Prabhu liberou Jagãi e
do sistema de paramparã, e o mestre espiritual apresenta-a ao discípulo de modo Mãdhãi, mas o servo de Nityãnanda Prabhu, por Sua graça, pode liberar muitos
que este possa propagar a mensagem de Sri Caitanya Mahãprabhu. É dever de milhares de Jagãis e Mãdhãis. Esta é a bênção especial da sucessão discipular.
todo discípulo cumprir a ordem do mestre espiritual fidedigno e dirundir a men- Pelo resultado de suas atividades, pode-se compreender aqueles que compõem
sagem do Senhor Caitanya em todo o mundo. a sucessão discipular. Isto é sempre verdade no tocante às atividades do Senhor
e de Seus devotos. Logo, o Senhor Siva diz:
tãhãn siddhi kare—hena anye nã dekhiye "De todas as espécies de adoração, a adoração ao Senhor Visnu é melhor, e melhor
ãmãra 'duskara' karma, tomã haite haye do que a adoração ao Senhor Visnu é a adoração a Seu devoto, o Vaisnava.'' (Padma
t f n a
tãhãh-\Á; siddhi-êxito; kare-íaz; hena-tal; anye-outra pessoa; » - ° '
Purãna)
dekhiye-vejo; ímtfw-Minha; d«?/cflra-dificuldade de executar; tarma-traDaino,
Pela graça de Visou, o Vaispava pode prestar melhor serviço do que Visou.
tomã—Ti; haite—de; haye—torna-se bem sucedido. Esta é a prerrogativa especial do Vaisnava. O Senhor realmente deseja ver Seus
796 Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 16 Verso 67 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 797
servos trabalharem mais gloriosamente do que He próprio. Por exemplo: no campo VERSO 67
de batalha de Kuruksetra, Sri Krsna instígou Arjuna a lutar, pois, pelo plano de
Krsna, todos os guerreiros na batalha estavam fadados a morrer. O próprio Krsna «ífraitc**! «a <çjir «tara ai»* i
não queria para Si o mérito; ao invés disso, queria que Arjuna levasse todo o
ca «ara, ca* «fã, aifa« fãaa 11 *s II
crédito. Portanto, pediu-lhe que lutasse e ganhasse fama.
acintya-éaktye kara tumi tãhãra ghafana
ye karaha, sei kari, nãhika niyama
tosmdr tvam uttistha yaéo labhasva acintya-éaktye—pe\a energia inconcebível; kara—fazes; fumi—Tu; tãhãra—desta
jitvã éatrün bhutiksva rãjyarh samrddham relação; ghatana—a operação; ye—tudo o que; karaha—fazes com que Eu faça; sei—
mayaivaite nihatâh pürvam eva isso; kari—faço; nãhika—não há; niyama—restrição.
nimitta-mâtram bhava savyasãcin
TRADUÇÃO—"Por Tua energia inconcebível, podes fazer o que bem quiseres,
e tudo o que Me impões, faço sem restrição."
"Portanto, levanta-te e prepara-te para lutar. Após conquistares teus inimigos,
desfrutarás de um reino próspero. Por Meus desígnios, eles já estão de mãos dadas SIGNIFICADO—Como se afirma no começo do Srimad-Bhãgavatam: tene brahmã hfdã
com a morte, e tu, ó Savyasãcin, não passas de um instrumento nesta luta." (Bg. ya ãdi-kavaye. O Senhor Brahmã é a primeira criatura viva dentro deste universo,
11.33) e também o criador deste universo. Como isto é possível? Embora seja a primeira
Assim, a Suprema Personalidade de Deus dá todo o mérito ao devoto que exe- entidade viva, o Senhor Brahmã não está na categoria de visnu-tattva. Ao invés
cuta com perfeição qualquer tarefa difícil. Hanumãnji, ou Vajrãhgaji, servo do disso, ele faz parte da categoria de jlva-tattva. Não obstante, pela graça do Senhor,
Senhor Rãmacandra, é também outro exemplo. Foi Hanumãnji quem, de um salto, que o instruiu através do coração (fene brahmã hfdã), o Senhor Brahmã pôde criar
pulou sobre o mar e, da praia de Bhãrata-varsa, alcançou a praia de Lankã. Quando o imenso universo. A Seus verdadeiros devotos puros, o Senhor instrui através
o Senhor Rãmacandra resolveu ir lá, pavimentou o caminho com pedras, embora, do coração, onde Ele está sempre situado, lévarah sarva-bhütãnãm hrd-deée 'rjuna
de acordo com Sua vontade, as pedras fossem capazes de flutuar no mar. Se sim- tisthati (Bg. 18.61). Caso siga as instruções da Suprema Personalidade de Deus,
plesmente nos abrigarmos nas instruções de Sri Caitanya Mahãprabhu e seguir- a entidade viva, mesmo que seja u m a criatura insignificante, pode, pela graça
mos os passos de Sri Nityãnanda Prabhu, este movimento para a consciência de do Senhor, executar as tarefas mais difíceis. O Bhagavad-gitã (10.10) também con-
Krsria poderá ganhar vulto, e os pregadores fiéis ao serviço do Senhor poderão firma isto:
executar tarefas ainda mais difíceis.
tesãth satata-yuktãnãm
bhajatãth prtti-pürvakam
VERSO 66 dadãmi buddhi-yogarh tam
yena mãm upayãnti te
firaitsw «ca, «Ufa 'cwt' «fa'«H«i' i
'cws' '-at«r f « a «C5,-<ÍI« « «tata 11 11 "Àqueles que se dedicam constantemente a Mim e Me adoram com amor, a eles
Eu dou a compreensão pela qual podem vir a Mim."
nityãnanda kahe,—ãmi 'deha' tumi 'prãna' Tudo é possível para o devoto puro, pois ele age sob as instruções da Suprema
'deha' 'prãna' bhinna nahe,—ei ta pramãna Personalidade de Deus, por meio de cuja energia inconcebível o devoto puro pode
nityãnanda kahe—o Senhor Nityãnanda Prabhu disse; á m i - E u ; deha-o corpo; realizar tarefas que aparentemente são dificílimas. Capacita-se a executar tarefas
tumi—Tu; prãna—& vida; deha—o corpo; prãna—a vida; bhinna nahe-não-separados; que nem sequer o próprio Senhor executou anteriormente. Por isso, Nityãnanda
ei ta pramãna—esta é a evidência. Prabhu disse a Sri Caitanya Mahãprabhu que ye karaha, sei kari, nãhika niyama:
"Não sei por conta de qual princípio regulativo é que realizo este trabalho mara-
TRADUÇÃO—Nityãnanda Prabhu replicou: "Ó Senhor, és a vida, e Eu, o corpo. vilhoso, mas, de uma coisa tenho certeza: farei tudo o que desejares." Embora
Não há diferença entre o corpo e a própria vida, mas a vida é mais importante o Senhor transfira todo o mérito para Seu devoto, o próprio devoto jamais se
do que o c o r p o . " julga ele mesmo capacitado, pois age somente sob a orientação do Senhor. Con-
798 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilà, 16 Verso 72 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 799
seqüentemente, todo o crédito vai para o Senhor. Esta é a natureza da relação TRADUÇÃO—O Senhor replicou: "Deves ocupar-te a serviço dos servos de Krsna
entre o Senhor e Seu devoto. O Senhor quer dar todo o crédito a Seu servo, mas e sempre cantar o santo nome de Krsna. Se fizeres estas duas coisas, muito em
o servo não aceita nenhum crédito, pois sabe que tudo é realizado pelo Senhor breve alcançarás o refugio aos pés de lótus de Krsna."
VERSO 68 VERSO 71
*tca fã«fTa fãn «fã' «rrfa*» i dcal asc*,-"<;as caa«a, fãs «1a w ?"
ifl*a« farta fwt aa «««ira n *v n «ca atra' «-ca «rrf»' «*ra a» n 1111
tãhre vidãya dila prabhu kari' ãlihgana tenho kahe,—"ke vaisnava, ki tãhra laksana?"
ei-mata vidãya dila saba bhakta-gana tabe hãsi' kahe prabhu jãni' tãhra mana
tãhre—a Ele (Nityãnanda Prabhu); vidãya dila—disse adeus; prabhu—Senhor Sri tenho kahe—ele disse; to—quem; ZMÍsnaiw—um Vaisoava; ki—quais; tãhra—dele;
Caitanya Mahãprabhu; kari'—fazendo; ãlihgana—abraço; ei-mata—dessa maneira; laksana—os sintomas; tabe—em seguida; hãsi'—sorrindo; kahe—diz; prabhu—Sri
vidãya dila—disse adeus; saba—a todos; bhakta-gana—os devotos. Caitanya Mahãprabhu; jãni'—compreendendo; tãhra mana—sua mente.
TRADUÇÃO—Dessa maneira, ári Caitanya Mahãprabhu abraçou Nityãnanda TRADUÇÃO—O habitante de Kulina-grãma disse: "Por favor, dize-me o que é
Prabhu e despediu-Se dEle, e, depois disso, despediu-Se de todos os outros na realidade um Vaisnava e quais os seus sintomas." Compreendendo sua mente,
devotos. ári Caitanya Mahãprabhu sorriu e deu a seguinte resposta.
VERSO 69
VERSO 72
aspTTaatrft »pa«, c^t racaa» i
««tf, «itwl «a, «rara a*«ai ara»" u 11 "«arerta taana a* rata aac» 1
ca* caa»a-caa4, «ar «*tata çaci 111*. n
kulína-grãmi purvavat kaila nivedana
"prabhu, ãjhã kara,—ãmãra kartavya sãdhana" "krsna-nãma nirantara yãhhãra vadane
kulina-grãmí—um dos habitantes de Kulina-grãma; pürva-vat—como no último sei vai$nava-ére$tha, bhaja tãhhãra carane
ano; kaila—fez; nivedana—pedido; prabhu—meu Senhor; tf/río" tora—ordena; ãmãra— krsna-nãma—o santo nome do Senhor Krsria; nirantara—sem parar; yãhhãra—
meu; kartavya—necessário; sãdhana—desempenho. cuja; vadane—na boca; sei—semelhante pessoa; vaisnava-érestha—um Vaisnava de
primeira classe; bhaja—adora; tãhhãra carane—seus pés de lótus.
TRADUÇÃO—Como no ano anterior, um dos habitantes de Kulina-grãma fez um
pedido ao Senhor, dizendo: " M e u Senhor, por favor, dize-me qual o meu dever TRADUÇÃO—"Quem sempre canta o santo nome do Senhor deve ser considerado
e como devo executá-lo." um Vaisnava de primeira classe, e é teu dever servir a seus pés de l ó t u s . "
VERSO 70
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura diz que devemos consi-
«laj arc*,-"caa»a-caai, «ta-a^ftSa i derar qualquer Vaisnava que constantemente canta o santo nome do Senhor como
8* a*a, *rrca S*a»-ça«i n" 1° n tendo alcançado a segunda plataforma do Vaisnavismo. Semelhante devoto é su-
perior a um Vaisnava neófito que nem bem aprendeu a cantar o santo nome do
prabhu kahe,—"vaisnava-sevã, nãma-sahklrtana Senhor. O devoto neófito simplesmente tenta cantar o santo nome, ao passo que
dui kara, élghra pãbe ért-krsna-carana" o devoto avançado está acostumado a cantar e sente prazer nisso.Tal devoto avan-
prabhu kahe—o Senhor replicou; vaisnava-sevã— serviço aos Vaisnavas; nãma- çado chama-se madhyama-bhãgavata, o que indica ter ele alcançado a fase interme-
sahklrtana—cantando o santo nome do Senhor; dui tora—realiza estas duas coisas; diária entre devoto neófito e devoto perfeito. Em geral, o devoto na fase interme-
élghra—muito em breve; pãbe—obterás; ért-krsna-carana—refúgio aos pés de lótus diária torna-se pregador. O devoto neófito ou a pessoa comum devem adorar o
do Senhor, Sri Krsna. "tadhyama-bhãgavata, que já tem meio caminho andado.
800 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-iilá, 16 Verso 72 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 801
Em seu Upadeéãmrta, Srila Rüpa Gosvãmi diz: pranatibhié ca bhajantam léam. Isto No Bhakti-sandarbha (265), Srila Jiva Gosvãmi escreve: nãmaikam yasya vãci
significa que os devotos madhyama-adhikãris devem prestar reverências mutua- smarana-patha-gatam ityãdau deha-dravinãdi-nimittaka-'pãsanda'-éabdena ca daéa
mente. aparãdha laksyante, pãsandamayatvãt tesãm.
A palavra nirantara, que quer dizer "sem cessar, continuamente, constantemen- Os Mãyãvãdis, devido a seu pobre fundo de conhecimento, vêem Visnu e os
t e " ^ muito importante neste verso. A palavra antara significa "intervalo". Se Vaiçnavas de maneira imperfeita, e esta visão é condenável. No Srtmad-Bhãgavatam
alguém tem desejos que não o desejo de prestar serviço devocional — em outras (11.2.46), o Vaisnava intermediário é descrito como segue:
palavras, se alguém ora está ocupado em serviço devocional, ora corre em busca
de gozo dos sentidos — seu serviço não é ininterrupto. Por isso, o devoto puro iévare tad-adhinesu
não deve ter n e n h u m outro desejo que não seja o de servir a Krsna. Deve-se po- bãliéesu dvisatsu ca
sicionar acima das atividades fruitivas e do conhecimento especulatívo. Em seu prema-maitri-krpopeksã
Bhakti-rasãmrta-sindhu, Srila Rüpa Gosvãmi diz: yah karoti sa madhyamah
anyãbhilãsitü-éünyam "Ao Vaiçnava intermediário cabe amar a Deus, fazer amizade com os devotos,
jhãna-karmãdy-anãvrtam mstruir pessoas inocentes e rejeitar as invejosas." Estas são as quatro funções
ãnukülyena krsnãnu- do Vaisnava na fase intermediária. No Caitanya-caritãmrta (Madhyã 22.64), Sri
éilanam bhaktir uttama Sanãtana Gosvãmi recebe o seguinte ensinamento:
Esta é a plataforma do serviço devocional puro. Não devemos estar motivados éraddhãvãn jana haya bhakti-adhikãri
por atividades fruitivas ou especulação mental; devemos única e exclusivamente, 'uttama', 'madhyamã', 'kanistha'—sraddhã-anusãrí
com uma atitude favorável, servir a Krsria. Isto é devoção de primeira classe.
Outro significado de antara é "este corpo". O corpo é um obstáculo para a auto- "Aquele que tem fé é um candidato adequado para o serviço devocional. Em
realização, pois está sempre ocupado em gozo dos sentidos. De maneira equiva- termos de seu grau de fé no serviço devocional, ele é um Vaisnava de primeira
lente, antara significa "dinheiro''. Caso o dinheiro não seja usado a serviço de classe, de segunda classe ou neófito."
Krsna, também é um obstáculo. Antara também significa janatã, "pessoas em geral".
A associação com pessoas comuns pode minar os princípios do serviço devocional. éãstra-yukti nãhi jãne drdha, éraddhãvãn
De modo semelhante, antara pode significar "cobiça", cobiça de adquirir mais 'madhyama-adhikãri' sei mahã-bhãgyavãn
cünheiro e de desfrutar de mais satisfação dos sentidos. Finalmente, a palavra
antara também pode significar "idéias ateístas", munida das quais a pessoa con- " Q u e m alcançou a fase intermediária não é muito avançado em conhecimento
sidera a Deidade no templo como sendo feita de pedra, madeira ou ouro. Isto dos éãstras, mas tem fé firme no Senhor. Tal pessoa é muito afortunada por estar
tudo são empecilhos. A Deidade no templo não é material — Ela é a própria Su- situada na plataforma intermediária." (Cc. Madhyã 22.67)
prema Personalidade de Deus. Do mesmo modo, considerar o mestre espiritual
um ser humano comum (guru$u nara-matih) também é um obstáculo. Muito menos rati-prema-tãratamye bhakta—tara-tama
devemos julgar que o Vaisnava pertence a uma determinada casta ou nação. Tam-
pouco devemos considerá-lo material. Não se deve considerar a caranãmrta água "Atração e amor constituem a meta última do serviço devocional. Os graus de
potável comum, e não se deve considerar o santo nome do Senhor como uma tal atração e amor por Deus distinguem as diferentes fases de devoção — neófita,
vibração sonora igual a qualquer outra. Do mesmo modo, o Senhor Krsna não intermediária e de perfeição." (Cc. Madhyã 22.71) O devoto intermediário sente
deve ser tido como um ser humano comum, pois Ele é a origem de todos os vtsnu- muita atração pelo canto do santo nome, e, por cantar, ele se eleva à plataforma
tattvas; tampouco alguém deve considerar o Senhor Supremo igual a um semideus. de amor. Quem canta o santo nome do Senhor com grande apego está apto a
Ao misturarmos o espiritual com o material, somos induzidos a ver a transcen- compreender sua posição como servo eterno do mestre espiritual, dos outros
dência como material e o m u n d a n o como espiritual. Tudo isso é devido a um Vaisnavas e do próprio Krsria. Assim, o Vaishava mtermediário considera-se krsna-
pobre fundo de conhecimento. Não se deve considerar que o Senhor Visnu e as dãsa, servo de Krsna. Por isso, prega a consciência de Krsna para os neófitos ino-
coisas a Ele relacionadas sejam diferentes, pois, se julgamos que o sejam, come- centes e enfatiza a importância do canto do mahã-mantra Hare Krsna. O devoto
temos ofensas. intermediário pode identificar o não-devoto ou o devoto motivado. O devoto mo-
Sn Caitanya-caritãmrta Verso 74 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 803
Madhya-lUã, lb
tivado ou o não-devoto estão na plataforma material, e são chamados de prãkrtas. Krsna, e neste amor não há adulteração. Devido a este amor, ele está sempre
O devoto intermediário não convive com tais pessoas materialistas. Contudo, ele desperto para a percepção transcendental. Por saber que a consciência de Krsria
compreende que a Suprema Personalidade de Deus e tudo a Ele relacionado estão é a base do conhecimento e da ação, ele vê que tudo tem relação com Krsna. Tal
na mesma plataforma transcendental. De fato, nenhum deles é mundano. pessoa é capaz de cantar impecavelmente o santo nome de Krsna. Semelhante
Vaisnava mahã-bhãgavata tem visão transcendental com a qual pode ver quem está
VERSO 73 adormecido sob o encanto de mãyã, e sua missão, despertar os seres condicionados
adormecidos, ele cumpre ao propagar o conhecimento da consciência de Krsna.
« * m * <3»: tffiri <sn fca,, Ele abre os olhos que se fecharam por não se lembrarem de Krsria. Assim, a enti-
c*wm <5t*<siri «rç f*mi* II i « II dade viva liberta-se das agruras da energia material e ocupa-se plenamente a ser-
viço do Senhor. O Vaisnava madhyama-adhikãri pode despertar outros à consciência
de Krsoa e ocupá-los em deveres que os capacitam ao avanço. Portanto, diz o
varsãntare punah tãhrã aiche praéna kaila
vaisnavera tãratamya prabhu éikhãila Caitanya-caritãmrta (Madhya-lilã, Capítulo Seis, verso 279):
varsãntare—passado um ano; punah—novamente; tãhrã— eles (os habitantes de
Kuuna-grãma); aiche—semelhante; praéna—pergunta; kaila—fizeram; vaisnavera—de lohãke yãvat sparéi' hema nãhi kare
Vaisnavas; tãratamya—graduações superiores e inferiores; prabhu—Sri Caitanya tãvat sparéa-mani keha cinite nã pare
Mahãprabhu; éikhãila—ensinou.
"Alguém pode entender o valor da pedra filosofal somente após ela transformar
TRADUÇÃO—No ano seguinte, os habitantes de Kulina-grãma novamente fizeram o ferro em o u r o . " Devemos julgar a ação, e não as promessas. O mahã-bhãgavata
a mesma pergunta ao Senhor, em resposta à qual Sri Caitanya Mahãprabhu no- pode tirar a entidade viva da vida material abominável para conduzi-la ao serviço
vamente ensinou-lhes sobre as diferentes espécies de Vaisnavas. devocional. Este é o teste do mahã-bhãgavata. Embora o mahã-bhãgavata não se des-
tine a pregar, ele pode descer à plataforma de madhyama-bhãgavata, com o único
intuito de converter outros ao Vaisnavismo. Na realidade, o maktã-bhãgavata está
VERSO 74 qualificado para propagar a consciência de Krsna, embora não esteja preocupado
em distinguir onde se deve e onde não se deve espalhar a consciência de Krsna.
atira «J5«t « i t l c i *««rra i Ele considera que, se receberem a oportunidade, todos são competentes para acei-
tar a consciência de Krsoa. O devoto neófito e o devoto intermediário devem estar
l l D H «TTfsnE f f à ' C * T O « - * t « i K ii 18 II
sempre ansiosos por ouvir o mahã-bhãgavata e por servi-lo sob todos os aspectos.
yãhhãra daréane mukhe ãise krsna-nãma Os devotos neófitos e intermediários podem pouco a pouco elevar-se à plataforma
tãhhãre jãniha tumi 'vaisnava-pradhãna' de uttama-adhikãrís, tornando-se, aí, devotos de primeira classe. O érimad-Bhãgavatam
yãhhãra daréane—por cuja visão; mukhe—na boca; ãise—automaticamente desperta; (11.2.45) esclarece quais são os sintomas do devoto de primeira classe:
krsna-nãma—o santo nome de Krsna; tãhhãre—a ele; jãniha—deves saber; tumi—
tu; vaisnava-pradhãna—o Vaisnava de primeira classe. sarva-bhütesu yah paéyed
bhagavad-bhãvam ãtmanah
bhütãni bhagavaty ãtmany
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "O Vaisnava de primeira classe esa bhãgavatottamah
é aquele cuja simples presença faz com que outros cantem o santo nome de
Krsna." Ao ensinar Sanãtana Gosvãmi, o Senhor disse mais ainda:
SIGNIFICADO— Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thãkura diz que, se um circunstante éãstra-yuktye sunipuna, drdha-éraddhã yãhra
d
imediatamente lembra-se do santo nome de Krsna ao ver um Vaisnava, eye-se 'uttama-adhikãrí' se tãraye samsãra
considerar tal Vaisnava um mahã-bhãgavata, devoto de primeira classe. Semelhante
Vaisnava está sempre alerta para o seu dever consciente de Krsna, e é Uuminado "Se alguém conhece a fundo a literatura védica e tem plena fé no Senhor Supremo,
em auto-realização. Ele jamais deixa de amar a Suprema Personalidade de Deus. e
ntão ele é uttama-adhikãrí, Vaispava de primeira classe, o Vaisoava mais elevado
804 Sn Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 16 Verso 79 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 805
que pode libertar o m u n d o inteiro e converter todos à consciência de Krsna." svarüpa-sahita tãhra haya sakhya-priti
(Cc. Madhyã 22.65) Com muito amor e afeição, o mahã-bhãgavata tem consideração dui-janãya krsna-kathãya ekatra-i sthiti
pela Suprema Personalidade de Deus, pelo serviço devocional e pelo devoto. Ele svarüpa-sahita—com Svarupa Dãmodara Gosvãmi; fanra—sua; haya—há; sokhya-
não se submete a nada além de Krsna, da consciência de Krsna e dos devotos príti-amizade muito íntima; dui-janãya-ambos; krsria-kathãya-em tópicos sobre
de Krsna. O maha-bhãgavata sabe que todos estão, de diferentes maneiras, ocupados Krsna; ekatra-i—no mesmo nível; sthiti—posição.
a serviço do Senhor. Por isso, ele desce à plataforma intermediária para elevar
todos à posição consciente de Krsna. TRADUÇÃO—Svarupa Dãmodara Gosvãmi e Pundarika Vidyãnidhi tinham um
relacionamento íntimo e amigável, e, quanto à discussão de tópicos sobre Krsna,
VERSO 75 encontravam-se na mesma plataforma.
TRADUÇÃO—Ao perceber que o Senhor Jagannãtha recebera uma roupa cheia de VERSO 83
goma, Pundarika Vidyãnidhi 9entiu u m pouco de aversão, poluindo, desse modo,
sua mente. «ta aoo ca ca aca" «rreres tacaa i
VERSO 80 fà<stfssi «rfc-st <5t*i asfãa f»:c»ta 11 «
Ca? SfMsta-aíTt* «rrfJTJri
3 Í C 3 T J I
VERSO 86 VERSO 89
TRADUÇÃO—No quinto ano, os devotos da Bengala vieram assistir ao festival TRADUÇÃO—"Dessa vez tenho que ir. Dar-Me-eis vossa permissão? A não ser
de Ratha-yãtrã. Após assisti-lo, não ficaram, mas regressaram à Bengala. por vós, não há mais ninguém a quem Eu possa recorrer."
VERSO 87 VERSO 90
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu fez uma proposta a Sãrvabhauma TRADUÇÃO—"Na Bengala conto com duas proteções — Minha mãe e o rio Gan-
Bhattãcãrya e a Rãmãnanda Rãya; Ele abraçou-os, falando-lhes palavras doces. ges —, os quais são muito misericordiosos."
VERSO 88 VERSO 91
VERSO 92 VERSO 95
«lWB1 « Ç a ata) VX& fãsraa I «rfircaa «laia «ifç as «tMptfca i
«r^-ata «rf« ai ^\ «ra aa II s>*. n anyra, cata, esta, aa aca 'tm v »n H
éuniyã prabhura vãnl mane vicãraya jagannãthera prasãda prabhu yata pühãchila
prabhu-sane ati hatha kabhu bhãla naya kadãra, candana, dora, saba sahge laila
éuniyã-oxxvindo; prabhura-ào Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; vãnl-as pa- jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; prasãda—os restos do alimento; prabhu—
lavras; mane-em suas mentes; ráaraya-ponderaram; prabhu-sane-com o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; yata—todos; pãhãchila—obtivera; kadãra—uma certa ti-
Caitanya Mahãprabhu; aíi-muitas; harna-peças; kabhu-em tempo algum; bhãla laka; candana—sândalo; dora—cordas; saba—todos; sange laila—Ele levou consigo.
naya—não é muito bom.
TRADUÇÃO—O Senhor coletou todos os restos do alimento do Senhor Jagannãtha.
TRADUÇÃO—Ao ouvirem essas palavras, Sãrvabhauma Bhattãcãrya e Rãmãnanda Também levou consigo os restos do bálsamo kadãra, sândalo e cordas do Senhor.
Rãya passaram a ponderar que não era nada bom pregar tantas peças no Senhor.
VERSO 96
VERSO 93
wairca «rtsn atfa' «retro sfaral i
í« '*»»—<ata aal, &f*rcs atfàil i $f«a1-wst«t acw -trcs &fã' «rraan 11 a* n
faw«i-w»iaT «use* «ra» sfaal 11 &*> 11
jagannãthe ãjhã mãgi' prabhãte calilã
dwrihe fca/ie,—ebe parca", caZife nãribã udiyS-bhakta-gana sahge pãche cali' ãilã
vijayã-daéaml ãile avaéya caliba jagannãthe—do Senhor Jagannãtha; ãjhã mãgi'—pedindo a permissão; prabhãte—
duhhe kahe—ambos disseram; ebe—agora; varsã— estação das chuvas; calite de manhã cedo; calilã— partiu; udiyã-bhakta-gana—todos os devotos de Orissa; sahge—
nãribã—não serás capaz de ir; vijayã-daéaml—o dia de Vijayã-daáami; ãile—ao com Ele; pãche—seguindo; cali' ãilã—foram.
chegar; avaéya—decerto; caliba— irás.
TRADUÇÃO—De manhã cedo, após pedir a permissão do Senhor Jagannãtha, Sri
TRADUÇÃO—Ambos disseram: "Agora que chegou a estação das chuvas. Tua Caitanya Mahãprabhu partiu, e todos os devotos de Orissa seguiam-nO.
viagem será muito difícil. É melhor esperar pelo Vijayã-daáami antes de partires
para Vrndãvana."
VERSO 94 VERSO 97
«rr*ça» aaiarç ii\ casai aatata i fctwi-waca « f ç aca fãatfàeri i
fàaal-a«rài-fàt» asfàai *rai» n ss 11 twta-aw *eatft»ra' arraw H s * «
ãnande mahãprabhu varsã kaila samãdhãna udiyã-bhakta-gane prabhu yatne nivãrila
vijayã-daéaml-dine karilã payãna nija-gana-sahge prabhu 'bhavãnlpura' ãilã
ãnande—com muito prazer; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; iwrstf— a es- udiyã-bhakta-gane—os devotos de Orissa; prabhu—Sri Caitanya Maháprabhu;
tação das chuvas; kaila samãdhãna—passou; vijayã-daéaml-dine—no Vijayã-daáami, yatne—com muito carinho; nivãrila— impediu; nija-gana-sahge—com Seus associados
o dia da vitória do Senhor Rãmacandra; karilã payãna—Ele partiu. pessoais; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; bhavãnlpura ãilã—veio a Bhavãnlpura.
TRADUÇÃO—Ao receber a sua permissão, Sri Caitanya Maháprabhu ficou muito TRADUÇÃO—Com muito carinho, Caitanya Mahãprabhu proibiu que os devotos
satisfeito. Esperou até o final da estação das chuvas, e, ao chegar o dia de Vijayã- de Orissa O seguissem. Com Seus associados pessoais, dirigiu-Se primeiro a
daáami, partiu para Vrndãvana. Bhavãnlpura.
812 Sri Caitanya-caritámrta Madhya-hTà, Verso 103 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 813
SIGNIFICADO—Atravessa-se Bhavãnipura antes de se chegar ao famoso lugar katake—à cidade de Kataka; ísiytf—vindo; kaila—fez; gopãla daraéana—visita ao
mado Jànkãdei-pura, ou Jãnakideví-pura. Senhor Gopãla; svapneévara-vipra—o brãhmana chamado Svapneávara; kaila—fez;
prabhura—a Sri Caitanya Mahãprabhu; nimantrana—convite.
TRADUÇÀO—Após tomar prasãda, Sri Caitanya Mahãprabhu pernoitou ali. De TRADUÇÀO—Enquanto Sri Caitanya Mahãprabhu descansava debaixo de uma ár-
manhã cedo, pôs-Se a caminhar e por fim alcançou Bhuvaneávara. vore bakula, imediatamente Rãmãnanda Rãya foi ter com Mahãrãja Pratâparudra.
'«&«' «ttfàal Ca*l ' c - W t i ' «fa»!* I ^»fa' «rtafàre atwl «ifo»ís « 1 1 ? f\ i
TOr*a-fã« fc«»i «rea fãaMiH II «tÇ cafã' aaae. ftaro »íf?<al n i°« n
'kafake' ãsiyã kaila 'gopãla' daraéana éuni' ãnandita rãjã ati-éighra ãilã
svapneévara-vipra kaila prabhura nimantrana prabhu dekhi' dandavat bhümete padilã
814 Sri Caitanya-caritámrta Verso 109 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 815
Madhya-lilã, 16
éuni'—ouvindo; ánandita—muito satisfeito; rãjã—o rei; ati-éfghra—às pressas; ãilã— punah—de novo; sfufi kan!'—oferecendo orações: rãjã—o rei; karaye pranãma—
veio; prabhu dekhi'—ao ver o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; dandawjf-prestar prestou reverências; prabhu krpã— da misericórdia do Senhor; aérute— pelas lágri-
reverências, caindo esticado; bhümete—no solo; padilã—caiu. mas; tãhra—do Senhor; deha—o corpo; haila—ficou; snãna—banhado.
TRADUÇÃO—O rei ficou muito feliz de ouvir a notícia, e apressou-se em ir para TRADUÇÃO—Ao ser abraçado pelo Senhor, o rei repetidas vezes ofereceu orações
lá. Ao ver o Senhor, prostrou-se no solo, prestando-Lhe reverências. e prestou reverências. Dessa maneira, a misericórdia do Senhor produziu lágri-
mas no rei, e estas lágrimas banharam o corpo do Senhor.
VERSO 104
VERSO 107
*&i §á, »|»: *fp? «aa-fàaa»r i
«fã, atara»» atsrrca aara«n i
*fo «ca, <j?r«Tf/, *tc? «epmí, . „5 8
«taacsrfarc«j ftca « 1 1 c«*il n s-i n
punah uthe, punah pade pranaya-vihvala
stuti kare, pulakãhga, pade aéru-jala sustha kari, rãmãnanda rãjãre vasãilã
punah—de novo; uthe—ele levantou-se; punah—de novo; pade—ele caiu; pranaya- kãya-mano-vãkye prabhu tãhre krpã kailã
whwj/a-saturado de amor; síuíi fcare-oferece orações; pulaka-ahga-o corpo inteiro susfha kari—confortando-o; rãmãnanda—Rãya Rãmãnanda; rãjãre vasãilã—tez o
tremendo de felicidade; pade—rolaram; aéru-jala—lágrimas. rei sentar-se; kãya-mano-vãkye—com o corpo, mente e palavras; prabhu—Sri Caitanya
Mahãprabhu; fdnre—ao rei; /errai kailã— mostrou Sua misericórdia.
TRADUÇÃO—Saturado de amor, o rei, vezes após vezes, levantava-se e caía. En-
quanto oferecia orações, todo o seu corpo tremia e lágrimas rolavam de seus olhos. TRADUÇÃO—Finalmente, Rãmãnanda Rãya apaziguou o rei e fê-lo sentar-se. O
Senhor, através de Seu corpo, mente e palavras, também lhe concedeu miseri-
VERSO 105 córdia.
punah stuti kari' rãjã karaye pranãma atw-ltati c«*i «fça aar» i
prabhu-krpã-aérute tãhra deha haila snãna awca lavra fv*t1 "ifta saia n i°& 11
816 ári Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 16 Verso 115 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 817
TRADUÇÃO—Todos os funcionários do governo também prestaram seus respeitos TRADUÇÃO—"Deve-se levar o Senhor pessoalmente para essas casas recém-
ao Senhor, e finalmente o filho de mãe Saci despediu-Se do rei e de seus homens. construídas. Dia e noite todos, munidos de uma vara, devem-se dedicar a serviço
dEle."
VERSO 110 VERSO 113
TRADUÇÃO—Então, o rei retirou-se e baixou decretos que enviou a seus subor- TRADUÇÃO—O rei ordenou que dois respeitáveis funcionários chamados Hari-
dinados dentro do reino. candana e Mardarãja fizessem tudo o que fosse necessário para que essas ordens
fossem cumpridas.
VERSO 111
VERSOS 114—115
'artc»i-arrOT' y s a « W i «fitai i
•TfB-ate iRRítca ataca» «fãa1 n Í Ü II i*i« »ar-c»T«1 «rff»' atas «aVftcs i
attl -st» « f ã ' « T f a r » aàVttca 11 Ü8 II
'grãme-grãme' nütana ãvãsa kariba
pãhca-sãta navya-grhe sãmagrye bharibã W «ttl c a W «a 'açtiH' «ta' i
grãme-grãme—em todas as aldeias; nütana—novas; íiwisa—residências; kariba— f » « j "Bt» «fãa «t$l, «tat ca» afã n «<t n
deve-se construir; pfrica-Síffa—cinco a sete; navya-grhe—nas novas edificações; sãma-
grye—de alimento; bharibã— deve-se encher. eka navya-naukã ãni' rãkhaha nadl-tlre
yãhãn snãna kari' prabhu yã'na nadl-pãre
TRADUÇÃO—Em suas ordens lia-se: " E m todas as aldeias deve-se construir re-
sidências novas, e, em cinco ou sete novas edificações, deve-se armazenar todas tãhãn stambha ropana kara 'máhã-tlrtha' kari'
as classes de comida." nitya snãna kariba tãhãn, tãhãn yena mari
eka—um; navya—novo; naukã—barco; ãni'—trazendo; rãkhaha—mantende; nadl-
VERSO 112 tlre—à beira do rio; yãhãn—onde; sndna /can"—tomando banho; prabhu—Sri Caitanya
Mahãprabhu; y(t'rw—vai; nadl-pãre—na outra margem do rio; fafmri—ali; stambha—
um monumento; ropana kara—estabelecei; mahã-tlrtha kari'—fazendo daquele local
« N f à «tçc« PMiJi « i t i «sfãal i um grande lugar de peregrinação; «ifya—diariamente; snãna kariba—banhar-me-ei;
stfàs-fwai casacs caats afàal u JJ* n tãhãn—ali; tãhãn—ali; yena mari—que eu morra.
818 Sn Cãitãnya-caritámrta Madhya-lilã, 16 Verso 121 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 819
TRADUÇÃO—O rei também mandou-os colocar um barco novo às margens do rio, prabhura—do Senhor; calibãra pathe—no caminho de percurso; rahe—permane-
e, quando Sri Caitanya Mahãprabhu tomasse Seu banho ou atravessasse para ceram; sãri hahã—ficando em uma fileira; sandhyãte—à noite; calilã prabhu—o Senhor
a outra margem, ali deveria ser estabelecido um monumento e o local passaria partiu; nija-gana lahã—levando Seus próprios homens.
a ser um grande lugar de peregrinação. "Na verdade", disse o rei, "tomarei meu
banho lá. E quem me dera também morrer a í . " TRADUÇÃO—Todas essas damas dirigiram-se à estrada que o Senhor estava uti-
lizando, e lá permaneceram em fila. Naquela noite, o Senhor partiu juntamente
VERSO 116 com Seus devotos.
emana krpãlu nãhi éuni tribhuvane rãjãra ãjnãya padichã pãthâya dine-dine
krsna-premã haya yãhra dura daraéane bahuta prasãda pãthâya diyã bahu-jane
emana krpãlu—pessoa tão misericordiosa; nãhi—não; éuni—ouvimos falar; tribhu- rãjãra ãjnãya—por ordem do rei; padichã—o superintendente do templo; pãthâya—
vane—dentro dos três mundos; krsna-premã haya—obtém-se amor por Krsna- enviava; dine-dine—dia após dia; bahuta prasãda—grande quantidade de comida;
yãhra—de quem; dura daraéane—vendo a distância. pãthâya—enviava; diyâ bahu-jane—carregada por muitas pessoas.
TRADUÇÃO Dentro de todos os três mundos, não há ninguém tão misericordioso TRADUÇÃO—Seguindo as ordens do rei, o superintendente do templo mandava
quanto Sri Caitanya Mahãprabhu. Pelo simples fato de vê-lO a distância, somos grandes quantidades de prasãda todos os dias, e precisava-se de muitas pessoas
dominados pelo amor a Deus. para carregá-la.
cwmwaft arcai efèr «itasri ç«« % iiiun tafori *\m\ «ns-afèr '«fir * f ã ' • i
svagana-sahite prabhu prasãda ahgikari'
naukãte cadiyã prabhu haila nadl para uthiyã calilã prabhu bali' 'hari' 'hari'
jyotsnãvatl rãtrye cali' ãilã caturdvãra sva-gana-sahite—com Seus associados pessoais; prabhu—Sri Caitanya Mahãpra-
naukãte cadiyã—entrando no barco; prabhu--Sri Caitanya Mahãprabhu; haila— bhu; prasãda—os restos do alimento; ahgikari'—aceitando; ufhiyã— levantando-Se;
foi; nadl para—através do rio; jyotsnãvatl— iluminado pela lua cheia; rãtrye—à noite; calilã— partiu; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; fwii'—pronunciando; hari hari—
cali'—caminhando; ãilã—veio; caturdvãra—a Caturdvãra. Hari, Hari.
TRADUÇÃO—Então, o Senhor entrou n u m barco novo e atravessou o rio. Cami- TRADUÇÃO—Após aceitar a prasãda, Sri Caitanya Mahãprabhu levantou-Se e pôs-
nhando sob os raios da lua cheia, alcançou, por fim, a cidade conhecida como Se a caminho, cantando os santos nomes: "Hari! Hari!"
Caturdvãra.
VERSO 123 VERSO 126
ciT*íl»raiçrt, «Ta ^R»<S-arcaT«a n ">KV H SIGNIFICADO Ao aceitar ksetra-sannyãsa, a pessoa deixa a vida familiar e vai a um
lugar de peregrinação devotado ao Senhor Visnu. Tais locais incluem Purusottama
JWí, »a|í?, «tra aç | (Jagannãtha Puri), Navadvipa-dhãma e Mathurã-dhãma. O ksetra-sannyãsl vive
*»ta«f?<,aatac««camu nestes locais, ou sozinho, ou com sua família. Srila Bhaktivinoda Thãkura consi-
dera que ksetra-sannyãsa é a melhor condição de vãnaprastha pata esta era de Kali.
Sãrvabhauma Bhattãcãrya viveu dessa maneira, sendo, portanto, chamado de ksetra-
sannyãsi — isto é, um sannyãsi que mora em Jagannãtha Puri.
prabhu-sahge pun-gosãhl, svarüpa-dãmodara
jagadãnanda, mukunda, govinda, kãéisvara VERSO 131
rãmãi, nandãi, ãra bahu bhakta-gana pandita kahe, — "yãhãn tumi, sei nilãcala
pradhãna kahiluh, sabãra ke kare ganana ksetra-sannyãsa mora yãuka rasãtala"
prabhu-sahge—com Sri Caitanya Mahãprabhu; puri-gosãhi—Paramãnanda Puri; pandita kahe—Gadãdhara Pandita disse; yãhãn—onde quer que; fwmi—Tu estejas;
svarüpa-dãmodara—Svarupa Dãmodara; jagadãnanda—Jagadãnanda; mukunda—Mu- sei—este; nüãcala—Jagannãtha Puri; ksetra-sannyãsa—voto de permanecer num lugar
kunda; govinda—Govinda; kãéíévani—Kãáiávara; haridãsa-thãkura—Haridãsa Thãkura; sagrado de peregrinação; mora—meu; yãuka—que vá; rasãtala—para o inferno.
ãra—e; pandita-vakreévara—Pandita Vakreávara; gopinãtha-ãcãrya—Gopinãtha Ãcãrya;
ãra—e; pandita-dãmodara—Pandita Dãmodara; rãmãi—Rãmãi; nandãi—Nandãi; ãra— TRADUÇÃO—Sendo solicitado a voltar para Jagannãtha Puri, Gadãdhara Pandita
e; bahu bhakta-gana—muitos devotos; pradhãna—os principais; kahiluh—menciono; disse ao Senhor: "Qualquer lugar onde estejas, aí é Jagannãtha Puri. Que o meu
sabãra—de todos eles; ke—quem; kare ganana—pode fazer a conta. dito ksetra-sannyãsa vá para o inferno."
o número total.
VERSO 130 prabhu kahe, — "ihhã kara gopinãtha sevana"
pandita kahe, — "koti-sevã tvat-pãda-daréana"
Mwt*RI-*tft»« aca icwcs sfwmi I prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; ihhã— aqui; kara—simplesmente
'c«*s-aima *n itfor -^fàcafànl ii ye» i faze; gopinãtha sevana—adoração a Gopinãtha; pandita kahe—o pandita disse; koti-
sevã—mimões de vezes o serviço; tvat-pãda-daréana—vendo Teus pés de lótus.
gadãdhara-pandita yabe sahgete calilã
'ksetra-sannyãsa nã chãdiha'—prabhu nisedhila TRADUÇÃO—Quando Sri Caitanya Maháprabhu pediu a Gadãdhara Pandita que
gaaadham-pandita-Gadàdhara Pandita; yabe—quando; sangefe-com Sri Caitanya ficasse em Jagannãtha Puri, prestando serviço a Gopinãtha, Gadãdhara Pandita
Mahãprabhu; calilã— pôs-se a caminho; ksetra-sannyãsa—a ordem de vida renuncia- retrucou: "A simples visão dos Teus pés de lótus eqüivale ao serviço prestado
da, praticada num lugar sagrado de peregrinação; nã chãdiha—não abandones; a Gopinãtha um milhão de v e z e s . "
prabhu nisedhila—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu proibiu.
VERSO 133
TRADUÇÃO—Quando Gadãdhara Pandita fez menção de ir com o Senhor, Este
impediu-o de assim o fazer, pedindo-lhe que não abandonasse o voto de « r ç « c * , - " c a a i srf?ca, «irará «itct esta i
ksetra-sannyãsa. ?*?i af?' c a l « a - « ( r a t a arara if y e * n
824 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 16 Verso 138 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 825
prabhu kahe, — "sevã chãdibe, ãmãya lãge dosa eta bali' pandita-gosãhi prthak calila
ihhã rahi' sevã kara,—ãmãra santosa" kafaka ãsi' prabhu tãhre sahge ãnãilã
prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu disse; sewf chãdibe—abandonarás eta bali'—dizendo isso; pandita-gosãhi— Gadãdhara Pandita; prthak calilã—pros-
o serviço; ãmãya—sobre Mim; lãge—recairá; dosa—a culpa; ihhã rahi'—ficando aqui; seguiu sozinho; kafaka ãsi'—quando Ele chegou a Kataka; prabhu—Sn Caitanya
sevã kara—simplesmente ocupa-te no serviço; ãmãra—Minha; santosa—satisfação! Mahãprabhu; tãhre—a ele; sahge—consigo; ãnãilã— levou.
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Se deixares de servir a Ele, TRADUÇÃO—Assim, Gadãdhara Pandita Gosvãmi viajou sozinho, mas, quando
então a culpa recairá sobre Mim. É melhor que fiques aqui e prestes teu serviço! todos chegaram a Kataka, Sri Caitanya Mahãprabhu chamou-o, e ele juntou-se
Só assim sentir-Me-ei satisfeito." à companhia do Senhor.
VERSO 134
VERSO 137
*fi%3 «r.5,—"aa eata <cttata «*fa I
c«tal-aea ai at?a, at?a iflca>aa n 11
• t f w s * e^atw-caa aata «n ata i
' « f w l ' , 'Sl«ai-eaai' çtfàn « a a t a D i « t 11
pandita kahe, — "saba dosa ãmãra upara
tomã-sahge nã yãiba, yãíba ekeévara panditera gaurãhga-prema bujhana nã yãya
pandita kahe—o Pandita disse; saba—toda; dosa—culpa; ãmãra upara—sobre mim; 'pratijhã', 'érí-krsna-sevã' chãdila trna-prãya
tomã-sahge—contigo; nã yãiba—não irei; yãiba—irei; ekeévara—sozinho. panditera—de Gadãdhara Pandita; gaurãhga-prema—o amor por Sri Caitanya
Mahãprabhu; bujhana—compreender; nã yãya—não é possível; pratijhã—um voto;
TRADUÇÃO—O Pandita replicou: " N ã o Te preocupes. Todas as culpas cairão em éri-krsna-sevã—o serviço ao Senhor; chãdila— abandonou; trna-prãya—quase como
cima da minha cabeça. Em vez de Te acompanhar, irei sozinho." a uma palha.
TRADUÇÃO—O comportamento de Gadãdhara Pandita agradou muito ao coração TRADUÇÃO—"Se ainda desejas Me ver feliz, por favor, volta a Nilãcala. Simples-
de Sri Caitanya Maháprabhu. Não obstante, pegando em sua mão, o Senhor mente estarei condenado se insistires em falar neste assunto."
falou-lhe, manifestando a ira do amor.
VERSO 1 4 2
VERSO 1 3 9
<«*5 afã' a a t t ç castre sfe*rl i
'«tf%W|', 'C5R1' Ç t f à c a , - <í ffStütS 'Í5JW' I ijfws iR*/5 «ata *tf«»rl n > 8 * 11
ci f ã i a a a t - s t f ? ' « i t ? 9 f l a a ca»f ii i«s ii
eta bali' mahãprabhu naukãte cadilã
'pratijhã", 'sevã' chãdibe,—e tomara 'uddeéa' mürcchita hahã pandita tathãi padilã
se siddha ha-ila—chãdi' ãilã dura deéa eta bali'—dizendo isto; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; naukãte cadilã—
pratijhã—o voto; sevã— e o serviço; chãdibe—abandonarás; e—este; tomara—teu; entrou num barco; mürcchita hahã— desmaiando; pandita—Gadãdhara Pandita
uddeéa—objetivo; se—isto; siddha—completo; ha-üa—tornou-se; chãdi'—abandonando; Gosvãmi; tathãi—ali; padilã—caiu.
ãilã— vieste; dura deéa—a um lugar distante.
TRADUÇÃO—Dizendo isto, Sri Caitanya Maháprabhu entrou num barco, e Gadã-
TRADUÇÃO—"Abandonaste o serviço a Gopinãtha e quebraste teu voto de viver dhara Pandita imediatamente caiu inconsciente.
em Puri. Por teres vindo longe demais, agora estás p e r d i d o . "
VERSO 1 4 3
VERSO 1 4 0 •tfocs 1 * 1 ataro atafcetoa «nwi fw"ti i
« i t a t a a c a a f ã c s st*?, - attg fãw-ga i «Itsrt a*ca, -"«i, ^cs at«a #r»rl n >8® 11
c s t a t a ?f? «tf a t a , - « r t a t a aa '?;a' 11 >8° n pandite lahã yãite sãrvabhaume ãjhã dilã
bhattãcãrya kahe,—"utha, aiche prabhura lilã
dmarn sahge rahite cãha,—vãhchã nija-sukha pandite lahã— levando o Pandita; yãite—de ir; sãrvabhauma—a Sãrvabhauma
tomara dui dharma yãya,—ãmãra haya 'duhkha' Bhattãcãrya; ãjhã dilã—deu ordem; bhattãcãrya kahe—Sãrvabhauma Bhattãcãrya disse;
ãmãra sahge—comigo; rahite—permanecer; cãha—queres; vãhchã—desejas; nija- utha—por favor, levanta-te; aiche—esta; prabhura lilã—a maneira dos passatempos
sukha—teu próprio gozo dos sentidos; tomara—teus; dui dharma—dois princípios; do Senhor.
yãya—afastam-se; ãmãra—de Mim; haya—há; duhkha—infelicidade.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu ordenou que Sãrvabhauma Bhattãcãrya
TRADUÇÃO—"Teu desejo de vir comigo é mera busca de gozo dos sentidos. Dessa levasse Gadãdhara Pandita consigo. O Bhattãcãrya disse a Gadãdhara Pandita:
maneira, estás quebrando dois princípios religiosos, fazendo-Me, assim, muito "Levanta-te! Assim são os passatempos de Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . "
infeliz."
VERSO 1 4 4
VERSO 1 4 1
^fo arta, ?a> faw-afiwil *tf%TL i
c a t a ^ a s t * a f ã , ÍIWSOT s&t i <9W «•tl-aci €rcta «fowi atfãm 11 >88 n
« r t a t a ata, a f ã « i t a fàqjj ar n >8> 11
tumi jãna, krsna nija-pratijhã chãdila
mora sukha cãha yadi, nilãcale cala bhakta krpã-vaée bhismera pratijhã rãkhila
ãmãra éapatha, yadi ãra kichu bala tumijâna-tu sabes; krsna—o Senhor Krspa; nija-pratijnâ-Sua própria promessa;
mora—de Mim; sukha—a satisfação; cãha—desejas; yadi—se; nilãcale cala—volta chãdila— abandonou; bhakta-krpã-vaée—sentindo-Se endividado por causa do serviço
a Jagannãtha Puri (Nilãcala); ãmãra éapatha—Minha condenação; yadi—se; ãra— devocional de um devoto; bhismera—do avô Bhisma; pratijhã rãkhila—manteve a
mais; kichu—algo; bala—disseres. promessa.
828 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 16 Verso 149 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 829
TRADUÇÃO "Convém tomares conhecimento de que o próprio Senhor Krsna ei-mata prabhu tomara viecheda sáhiyã
quebrou Sua própria promessa com o único intuito de que a promessa do avô tomara pratijhã raksã kaila yatna kariyã"
Bhisma fosse mantida." ei-mata—dessa maneira; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tomara—de ti; vie-
cheda sahiyâ— tolerando a separação; tomara pratijhã—teu voto; raksã kaila—protegeu;
VERSO 145 yafrw kariyã— com muito esforço.
VERSO 147
$T«fà*. ç*íir« í|ret3iT)5i: i ÍS« i
ia? a s «rV s*tr.a «r.att «fàetl 1
svanigatnam apahãya mat-pratijhãm í*?wr.i c«t(«t^ Simtm «rtfsti II i8i II
riam adhikartum avapluto ratha-sthah
dhrta-ratha-carano 'bhyayãc caladgur ei-mata kahi' tãhre prabodha karilã
harir iva hantum ibham gatottariyah dui-jane sokãkula nilãcale ãilã
sva-nigamam—Sua própria promessa de não pegar em nenhuma arma e lutar ei-mata—dessa maneira; kahi'—falando; tãnre—a ele; prabodha karilã—despertou;
a favor dos Pãndavas; apahãya—abandonando; mat-pratijhãm—minha promessa; dui-jane—as duas pessoas; éoka-ãkula—tomadas de pesar; nilãcale—para Jagannãtha
riam—verdadeira; adhikartum—vara fazer mais; avaplutah—tendo saltado; ratha- Puri; ãilã—voltaram.
sthah—eme estava na quadriga (o Senhor Krsha); dhrta—que empunhou; ratha-
caranah—a roda da quadriga; abhyoyãt—avançou; calat-guh—fazendo todo o planeta TRADUÇÃO—Dessa maneira, Sãrvabhauma Bhattãcãrya animou Gadãdhara Pan-
tremer; harih—um leão; iva—como; hantum—para matar; ibham—um elefante; gata- dita. Então, ambos voltaram para Jagannãtha Puri, Nilãcala, muito pesarosos.
uttarfyah^perdendo o manto.
VERSO 148
T R A D U Ç Ã O — ' " C o m o propósito de que minha promessa fosse mantida verda-
deira, o Senhor Krsna quebrou Sua própria promessa de não pegar em nenhuma « í ç ^ t f a ' tr*HP*í SitO? «^fl*! I
arma em Kuruksetra. Não impedindo que Seu manto caísse, o Senhor Sri Krsna <s«5-*rê-çtfà aie? H 53 1 5 1 li 18V- n
saltou de Sua quadriga, pegou de uma roda e precipitou-Se na minha direção
para matar-me. Na verdade, Ele avançou a meu encontro ass.ai como um leão prabhu lãgi' dharma-karma chãde bhakta-gana
que vai matar um elefante, e fez com que a Terra inteira tremesse.'" bhakta-dharma-hãni prabhura nã haya sahana
prabhu lãgi'—por amor a Sri Caitanya Mahãprabhu; dharma-karma—todos os de-
SIGNIFICADO—O Senhor Krsna prometeu que não lutaria na Guerra de Kuruksetra, veres prescritos; chãde—abandonam; bhakta-gana—todos os devotos; bhakta-dharma—
nem empunharia nenhuma arma. Mas, quando Bhisma quis manter sua própria do dever do devoto; hãni—o abandono; prabhura—para Sri Caitanya Mahãprabhu;
promessa de fazer o Senhor quebrar a Sua promessa, o Senhor imediatamente nã haya—não é; sahana—tolerável.
saltou da quadriga e, para tornar verdadeira a promessa de Bhisma, pegou uma
roda da quadriga e precipitou-Se para matá-lo. Esta citação é do érimad-Bhãgavatam TRADUÇÃO—Todos os devotos estariam dispostos a abandonar qualquer que
(1.9.37). fosse o seu dever se, com isso, conseguissem ficar com Sri Caitanya Mahãprabhu.
No entanto, ao Senhor não agradava os devotos abandonarem seus deveres pro-
VERSO 146 metidos.
VERSO 149
'premera vivarta' ihã éune yei jana visitada por muitos peregrinos. Os adoradores da energia do Senhor Supremo
acire miliye tãnre caitanya-carana adoram Vãrãhí, Vaiçnavi e Indrãni, bem como muitas formas de Devi, a energia
premera vivarta—as apreensões dos romances amorosos; ihã— isto; éune—ouça; interna. Existem muitas deidades do Senhor Siva, adoradas em muitos locais ao
yei jana—qualquer pessoa que; acire— muito em breve; miliye—encontram-se; tãhre— longo do rio conhecido como Dasãávamedha-ghãta. Às vezes, Yãjapura é também
com ela; caitanya-carana—os pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu. chamada de Nãbhi-gayã, ou Virajã-ksetra.
TRADUÇÃO—Tudo isso compõe as apreensões dos romances amorosos. Todo VERSO 151
aquele que ouvir sobre esses incidentes obterá o refúgio de ári Caitanya Mahã-
prabhu muito em breve. «tçfàara fàn, ata ata <íta aca i
=pa>ai«rl ataraai-aca atfa-fãca 11 J«S n
VERSO 150
prabhu vidãya dila, rãya yãya tãhra sane
sfè a t s t t a C*t\ «fç_-ac* ara i krsna-kathã rãmãnanda-sane rãtri-dine
prabhu vidãya dila—o Senhor despediu-Se deles; rãya—Rãmãnanda Rãya; yãya—
•ara^a' *rtfã' « r ç ^ r c a facsra f^ra • ) « . n
vai; tãhra sane—com Ele; krsna-kathã— discussão de tópicos do Senhor Krsna;
dui rãja-pãtra yei prabhu-sahge yãya rãmãnanda-sane—com Rãmãnanda; rãtri-dine—dia e noite.
'yãjapura' ãsi' prabhu tare dilena vidãya
dui rãja-pãtra—os dois funcionários do governo; yei—que; prabhu-sahge—com Sri TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu despediu-Se dos funcionários, e Rãya
Caitanya Mahãprabhu; yãya—vão; yãjapura ãsi'—vindo a Yãjapura; prabhu—Sri Rãmãnanda prosseguiu com o Senhor. O Senhor conversava dia e noite com
Caitanya Mahãprabhu; tare—deles; dilena vidãya—despediu-Se. Rãmãnanda Rãya sobre Sri Krsna.
TRADUÇÃO—Quando Sri Caitanya Mahãprabhu e Seu grupo chegaram a Yãjapura, VERSO 152
o Senhor disse que os dois funcionários governamentais que tinham vindo com
Ele poderiam regressar. «fasttca aw-wtwta aiarçsjaa i
aai *}c? atai-acaj asaca caaa n 11
SIGNIFICADO—O lugar chamado Yãjapura é muito bem conhecido em Orissa. É
uma subdivisão do distrito de Kataka e encontra-se no lado sul do rio Vaitaraní. prati-grâme rãja-ãjhãya rãja-bhrtya-gana
Outrora, destacados sábios realizavam sacrifícios na margem norte desse rio; logo, navya grhe nãnã-dravye karaye sevana
o local ficou conhecido como Yãjapura —"o lugar onde se e-.ecutam sacrifícios." prati-grâme—em cada aldeia; rãja-ãjhãya—por ordem do rei; rãja-bhrtya-gana—os
Segundo algumas pessoas, esta era uma das cidades capitais do rei Yayãti e, do servos do governo; navya grhe—em casas recém-construídas; nãnã-dravye—com
nome Yayãti-nagara, adveio o nome Yãjapura. Como afirma o Mahâbhârata (Vana- todas as espécies de grãos alimentícios; karaye sevana—prestaram serviço.
parva, Capítulo 114):
TRADUÇÃO—Em cada aldeia, para se fazer cumprir a ordem do rei, os funcioná-
ete kalihgãh kaunteya rios do governo construíram casas novas e encheram-nas com cereais. Dessa ma-
yatra vaitaraní nadl neira, eles serviram ao Senhor.
yatrãyajata dharmo 'pi
devãn éaranam etya vai VERSO 153
atra vai rsayo 'nye ca
pura kratubhir Ijire intas çfa' «tç/caa^i' •artíari i
«ai caro arafwf-atca fàata fâal n ><?* n
De acordo com o Mahâbhârata, outrora grandes sábios realizaram sacrifícios nesse
local. Aí, ainda existem muitos templos de semideuses e de encarnações, e também ei-mata cali' prabhu 'remunã' ãila
uma Deidade de Sri Varãhadeva. Esta Deidade é especialmente importante, sendo tathã haite râmânanda-rãye vidãya dilã
832 Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 16 Verso 158 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 833
TRADUÇÃO—A separação entre Rãmãnanda Rãya e Caitanya Mahãprabhu é muito TRADUÇÃO—Ele informou ao Senhor que o território à Sua frente estava sob o
difícil de se descrever. É quase intolerável, e por isso me eximo de continuar domínio de um regente muçulmano, um beberrão. Por temor a este rei, ninguém
descrevendo-a. se aventurava a caminhar pela estrada despreocupadamente.
834 Sn Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 16 Verso 164 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 835
VERSO 159 sei kãle—nessa altura; se yavanera—do governador muçulmano; eka anucara—um
seguidor; udiyã-katake—ao acampamento de soldados de Orissa; «rifa—chegou; kari'
ftçtwl ia *r* «afa«ia i veéa-antara—mudando de roupa.
5
* r a « c a i f ) C ** cacs" i t c a t i a » i < í » «
TRADUÇÃO—Nessa altura, chegou ao acampamento de Orissa um seguidor do
pichaladã paryanta saba tãnra adhikãra governador muçulmano, ocultando sua verdadeira identidade.
tãnra bhaye nadl keha haite nãre para
pichaladã—o local chamado Pichaladã; paryanta—até; saba—tudo; tãhra—dele; od/ii-
tóra—sob a autoridade; íarira bhaye—por temor a ele; nadl—o rio; keha—qualquer VERSOS 162—163
pessoa; haite— de atravessar; nãre—incapaz; para—para o outro lado.
a t e * ci*t w ç s ç f â a cafãal i
TRADUÇÃO—A jurisdição do governo muçulmano estendia-se até Pichaladã. Por f a ^ - 6 * « c a e i * , a a i - t w f a a i u Í<M, n
temor aos muçulmanos, ninguém ousava atravessar o rio. '4as a a r r a t *>T**T w t a i a a t e s i
« t c a « fii-*ta*a aa « t * t * a f ã c « u n
SIGNIFICADO—Em eras passadas, Pichaladã fazia parte de Tamaluka e da Bengala.
Pichaladã localiza-se a cerca de vinte e seis quilômetros ao sul de Tamaluka. Pichaladã
encontrava-se à margem do rio Rüpa-nãrãyana, que é bem conhecido em Tamaluka. prabhura sei adabhuta caritra dekhiyã
hindu-cara kahe sei yavana-pãsa giyã
TRADUÇÃO—"Todas essas pessoas santas, cantando incessantemente o mahã- TRADUÇÃO—"Na realidade, não há palavras suficientes para descrever essas
mantra Hare Krsna, riem, dançam, cantam e choram." coisas. Só ao vê-las é que se as pode compreender. Devido à influência dEle,
aceito-O como a Suprema Personalidade de Deus."
VERSO 165
VERSO 168
•T* i* citas «rt?ca «lal cwfàatca i
«*tca cafà' *t»af»t aí«?c« arca aca o i*<r i 4« asfà' ca? sa 'afã' '«a»' ata i
atei, «teu, ates, tta arScia «tra u i « v II
Msa /aksa ÍOÀM ãise tãhã dekhibãre
tãhre dekhi' punarapi yãite nãre ghare efa kahi' sei cara 'hari' 'krsna' gãya
laksa laksa—milhões e milhões; loka—pessoas; ãise—vêm; tãhã— isto; dekhibãre— hãse, kãnde, nãce, gãya bãulera prãya
ver; tãhre dekhi'—após vê-lO; punarapi—de novo; yãite—de ir; mire— são incapazes; eta kahi'—dizendo isto; sei cara—aquele mensageiro; hari—Hari; krsna—Krsna;
ghare—para casa. gãya—canta; hdse—ri; kãnde—chora; nãce—dança; gãya—canta; bãulera prãya—tal qual
um louco.
TRADUÇÃO—"Muitos milhões e milhões de pessoas vêm vê-lO, e, após vê-lO,
não sentem mais vontade de voltar para casa." TRADUÇÃO—Após dizer isto, o mensageiro pôs-se a cantar o santo nome de Hari
e Krsna. Além disso, pôs-se a rir e chorar, dançar e cantar, tal qual um louco.
T R A D U Ç Ã O — " É como se todas essas pessoas ficassem loucas. Simplesmente TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, a mente do governador muçulmano transformou-se.
dançam à medida que cantam o santo nome de Krsna. Chegam até a chorar e Ele, então, enviou seu próprio secretário ao representante do governo de Orissa.
a rolar pelo chão."
VERSO 170
VERSO 167
'fàata' «rtfàai «rça sai afàw i
«falta asai aca-cafaci ca wtfi i '?at' ' « a r « f ã ' c«tca fàaai a a i u w II
«tara aterca 4tca 'Saa' « f a ' atfã 11' *w n
'viévãsa' ãsiyã prabhura carana vandilã
kahibãra kathã nahe—dekhite se jãni 'krsna' 'krsna' kahi' preme vihvala ha-ila
tãhhãra prabhãve tãhre 'levara' kari' mãni' viévãsa—o secretário; ãsiyã—vindo; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãpra-
kahibãra kathã—tópico descritível; nahe—este não é; dekhile—se alguém vê; se jãni— bhu; carana—os pés de lótus; vandilã—adorou; Krsna krsna—o santo nome do Senhor:
pode compreender; tãhhãra prabhãve—pela influência dEle; tãhre—a Ele; fsxwra kari'— Krsria, Krsna; kahi'—pronunciando; preme—de êxtase; vihvala—tomado; ha-ila—
como a Suprema Personalidade de Deus; mãni—aceito. ficou.
838 Sn Caitanya-caritãmrta Madhya-lilà, 1 Verso 175 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 839
TRADUÇÀO—O secretário muçulmano veio ter com Sri Caitanya Mahâprabh TRADUÇÃO—"O governador muçulmano está muito ansioso, e fez esta solicitação
Tendo prestado seus respeitos aos pés de lótus do Senhor e pronunciado o sar mui respeitosamente. É uma proposta de paz. Não precisas temer pelo perigo
nome do Senhor, "Krsna, Krsna", ficou também dominado pelo amor extátic de uma luta entre n ó s . "
TRADUÇÃO—Após acalmar-se, o secretário muçulmano ofereceu seus respeitos TRADUÇÃO—Ao ouvir esta proposta, o representante do governo de Orissa, o
e informou ao representante do governo de Orissa: " V i m aqui em nome do go- mahã-pãtra, ficou muito espantado. Ele pensou: "O governador muçulmano é
vernador m u ç u l m a n o . " um beberrão. Quem terá transformado sua m e n t e ? "
TRADUÇÃO—"Caso concordares, o governador muçulmano virá aqui para encon- TRADUÇÃO—"Com certeza foi o próprio Sri Caitanya Mahãprabhu quem trans-
trar-se com Sri Caitanya Mahãprabhu e, após isso, voltará." formou a mente do muçulmano. Sua presença, ou o simples fato de que nos
lembremos dEle, traz a liberação do m u n d o i n t e i r o . "
VERSO 173
SIGNIFICADO—De tudo isso podemos depreender que o governador muçulmano
«airc* fãaa i
««.«.^i <$[*, era um beberrão (madyapa). Normalmente, não era de se esperar que ele mudasse,
c«rai-ac» afã», arfã ajr«s í vi® II mas o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu podia atrair para a consciência de Krsna
a mente de qualquer pessoa. Simplesmente por lembrar-se do santo nome de Sri
bahuta utkanthã tãhra, karyãche vitmya Caitanya Mahãprabhu ou por visitá-lO, todos podem libertar-se da existência ma-
tomã-sane ei sandhi, nãhi yuddha-bhaya' terial. Este movimento para a consciência de Krsna tem sido divulgado no mun-
bahuta—muitíssima; utkanthã— ansiedade; tãhra—sua; karyãche—fez; vinaya— do inteiro, mas, sem a graça de Sri Caitanya Mahãprabhu, nem mesmo um único
humilde solicitação; tomã-sane—contigo; ei—esta; sandhi—uma proposta de paz; yavana ou mleccha viciado em bebida ter-se-ia transformado e aceitado a consciência
nãhi— não há; yuddha-bhaya—perigo de luta. de Krsna. As pessoas freqüentemente ficam admiradas ao verem tantos milhares
840 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 16 Verso 180 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 841
de ocidentais convertidos ao Vaisnavismo. Em geral, os ocidentais são viciados pratffa kariye—yadi nirastra hahã
em comer carne, em beber, em participar em jogos de azar e em praticar sexo ãsibeka pãhca-sãta bhrtya sahge lahã?"
ilícito; por isso, causa admiração o fato de adotarem a consciência de Krsna. Es- pratita—entendido; kariye—eu faço; yadi—se; nirastra hanã—estando desarmado;
pecialmente na Índia, isso tem causado muito espanto. Aqui, entretanto, todo ãsibeka—ele virá; pãhca-sãta—cinco a sete; bhrtya—servos; sarige—em companhia;
o segredo é desvendado: daréana-smaruneyãhra jagat tãrila. O simples fato de alguém lahã— trazendo.
lembrar-se de Sri Caitanya Mahãprabhu acarreta esta mudança. Os devotos oci-
dentais estão cantando com muita sinceridade os santos nomes de Sri Caitanya TRADUÇÃO—"Contudo, que fique bastante claro que ele deve vir aqui sem portar
Mahãprabhu e de Seus associados: éri-krsna-caitanya prabhu nityãnanda éri-advaita quaisquer armas, podendo trazer consigo cinco ou sete servos."
gadãdhara érivãsãdi-gaura-bhakta-vrnda. Pela misericórdia de Sri Caitanya Mahãpra-
bhu e de Seus associados, as pessoas estão se purificando, tirando sua consciência VERSO 178
de mãyã e dirigindo-a para Krsna.
A palavra viévãsa refere-se a um secretário. Geralmente, encontra-se este título 'fãtta' atauí <$tsnca aa*i asfãai i
entre a casta kãyastha na comunidade hindu. Na Bengala, os kãyasthas ainda usam fã*aca*t afã' ca? aaa «traat II iiv II
o título viévãsa. A palavra viévãsa significa "fiel", e viévãslé aquele em quem se
pode confiar. Sri Bhaktivinoda Thãkura afirma que durante o reinado muçulmano 'viévãsa' yãhã tãhhãre sakala kahilã
na Bengala, houve um secretariado conhecido como viévãsa-khãnã. O escritório hindu-veéa dhari' sei yavana ãila
de viévãsa-khãnã era uma secretaria à qual só se admitiam as pessoas mais dignas viévãsa—o secretário; yãhã—retornando; tãhhãre—ao governador muçulmano;
de confiança. Elegiam-se-os da comunidade kãyastha, uma comunidade que ainda sakala kahilã—contou tudo; hindu-veéa dhari'—aceitando o traje de um hindu; sei
é muito hábil em lidar com negócios e assuntos governamentais. O secretário, yavana—este governador muçulmano; ãila—veio.
ou viévãsa-khãnã, geralmente é um servo de toda a confiança. Sempre que se im-
p u n h a algum serviço confidencial, recorria-se aos serviços desses funcionários. TRADUÇÃO—O secretário, retornando ao governador muçulmano, comunicou-lhe
esta notícia. Então, vestindo roupas h i n d u s , o governador muçulmano veio ver
Sri Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 176
VERSO 179
isT3 a f ã ' fa-stcata asfãet a s a i
" « t i i « * t a — « i t f ã ' asa»as e t ^ t f a a a n s°,«» n aa teus «jç; cata' «caos tfçat i
aoae. ases «K*-»J*iFas« ãwl u v i s »
eta bali' viévãsere kahilã vacana
"bhãgya tãhra—ãsi' karuka prabhu daraéana aura haite prabhu dekhi' bhümete padiyã
eta bali'—dizendo isto; viévãsere—ao secretário do governador muçulmano; kahilã dandavat kare aéru-pulakita hahã
vacana—falou as seguintes palavras; bhãgya—grande fortuna; tãhra—dele; asi'— dura haite—a distância; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; dekhi'—vendo; bhü-
vindo; karuka—que ele faça; prabhu daraéana—visita a Sri Caitanya Mahãprabhu. mete padiyã—caindo ao chão; dandavat kare—prestou reverências; aéru—lágrimas;
pulakita—jubilante; hahã—ficando.
TRADUÇÃO—Após considerar isto, o mahã-pãtra imediatamente informou ao se-
cretário muçulmano: "É uma grande fortuna para teu governador. Que ele venha TRADUÇÃO—Ao ver Sri Caitanya Mahãprabhu de um lugar distante, o governa-
visitar Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . " dor muçulmano caiu ao chão e prestou reverências. Lágrimas a fluíram aos seus
olhos, e ele ficou jubilante com emoções extáticas.
VERSO 177
VERSO 180
maha-pâtra ãnila tãhre kariyã sammãna eta éuni' mahã-pãtra avista hahã
yoda-hãte prabhu-ãge laya krsna-nãma prabhuke karena stuti carane dhariyã
mahã-pãtra—o representante de Orissa; ãnila—levou; tãhre—a ele; kariyã sammãna— eta éuni'—ouvindo isso; mahã-pãtra—o representante do governo de Orissa; avista
mostrando grande respeito; yoda-hãte—de mãos postas; prabhu-ãge—perante Sri fiaria"—ficando dominado; prabhuke—a Sri Caitanya Mahãprabhu; karena—faz; stuti—
Caitanya Mahãprabhu; laya krsna-nãma—cantou o santo nome de Krsna. orações; carane dhariyã— agarrando-Lhe os pés.
TRADUÇÃO—Foi nessas circunstâncias que o mahã-pãtra, respeitosamente, levou TRADUÇÃO—Ao ouvir a afirmação submissa do governador, o mahã-pãtra encheu-
o governador muçulmano até Sri Caitanya Mahãprabhu. Então, de mãos postas se de alegria. Agarrando os pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu, começou
e de pé em frente ao Senhor, o governador cantou o santo nome de Krsna. a oferecer-Lhe as seguintes orações.
TRADUÇÃO—"Se eu tivesse nascido em família hindu, ser-me-ia fácil permanecer TRADUÇÃO—"Não é de admirar que este governador muçulmano tenha logrado
junto a Teus pés de lótus. Como meu corpo agora é inútil, por que não morrer semelhantes resultados. O simples fato de Te ver torna tudo isto possível."
imediatamente?"
VERSO 183 VERSO 186
'pi sadyah savanãya kalpate. Mesmo que alguém nasça em família de comedores
de cães, pelo simples fato de cantar o mahã-mantra, ele pode realizar sacrifícios.
í^?: •íflcg sm\ «r-rat*. i >i>-s> • Aqueles que vêem defeitos nos Vaisnavas ocidentais deveriam considerar esta
afirmação do Srimad-Bhãgavatam e o comentário de Srila Jiva Gosvãmi sobre este
yan-mmodheya-éramnanuklrtaruui verso. A este respeito, Srila Jiva Gosvãmi afirma que, para tornar-se brãhmana,
yat-prahvanãd yat-smaranãd api kvacit a pessoa deve primeiro purificar-se e submeter-se à cerimônia do cordão sagrado.
évãdo 'pi sadyah savandya kalpate Mas, aquele que canta o santo nome não precisa esperar pela referida cerimônia.
kutah punas te bhagavãn nu daréanãt Não permitimos que os devotos realizem sacrifícios enquanto não sejam devida-
yat-de quem; nãmadheya—ào nome; éravana—de ouvir; anukirtanãt-e, a partir mente iniciados na cerimônia do cordão sagrado. Ainda assim, segundo este verso,
daí, de cantar; yat—a quem; prahvanãt—de oferecer respeitos; yaf—de quem; smara- aquele que canta o santo nome sem cometer ofensas está automaticamente quali-
ntff-pela simples lembrança; api-também; kvacit-ks vezes; évãdah-um comedor ficado para realizar cerimônias de fogo, mesmo que não tenha recebido a segunda
de cães; api—mesmo; sadyah—imediatamente; savanãya—para realizar sacrifícios iniciação que compõe a cerimônia do cordão sagrado. Este é o veredito dado pelo
védicos; kafpafe-toma-se apto; kufa/i-que falar; punah-de novo; f e - d e Ti; Senhor Kapiladeva em Suas instruções à Sua mãe, Devahüti. Foi o Senhor Kapi-
bhagavan-6 Suprema Personalidade de Deus; « « - d e c e r t o ; aarsamff-de ver. ladeva quem ensinou a Devahüti a pura filosofia Sãnkhya.
mahã-pãtra tãhra sane kaila kolãkuli «aa* afta catei, «ta acaj aa 1
aneka sãmagri diyã karilã mitãli aac*t mfofí « ^ « t s t a «»ta n n
mahã-pãtra—o representante de Orissa; tãhra sane—com ele; kaila—realizou; ko-
lãkuli— abraçando; aneka—diversos; sãmagri—apetrechos; diyã— dando como pre- eka navtna naukã, tara madhye ghana
sente; karilã mitãli—fez amizade. svagane cadãila prabhu tãhãra upara
eka—um; navtna—novo; naukã—barco; fará—do qual; madhye—no meio; ghara—
TRADUÇÃO—Antes de o governador partir, o mahã-pãtra abraçou-o e ofereceu-lhe uma cabine; sva-gane—com Seus associados; cadãila—colocaram a bordo; prabhu—
muitos presentes materiais. Desse modo, estabeleceu laços de amizade com ele. Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhãra upara—nele.
TRADUÇÃO—Um dos barcos era de construção recente, e possuía uma cabine bem
VERSO 194 no meio. Foi nesse barco que acomodaram Sri Caitanya Mahãprabhu e Seus as-
sociados.
«rss«ts9i c r * , a ç catei ttsrteui I VERSO 1 9 7
sfçcas « i t f » c « fã»! fàarta *ttfct<fl3l11 i&8 11
aaratca aatafç «fà*n fàata i
1
prãtah-kãle sei bahu naukã sãjãhã aatàtc » astfãfcs ca*. «Yca af*' sta 11 i&t n
prabhuke ãnite dila viévãsa pãthãhã
prãtah-kãle—de manhã; sei—o governador; bahu—muitos; naukã—barcos; sãjãhã— mahd-pãtre mahãprabhu karilã vidãya
decorando; prabhuke— Sri Caitanya Mahãprabhu; ãnite—paia levar; dila—deu; vié- kãndite kãndite sei tire rahi' cãya
vãsa—o secretário; pãthãhã— enviando. mahã-pãtre—ao mahã-pãtra; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karilã vidãya—
disse adeus; kãndite kãndite—chorando sem parar; sei—esse mahã-pãtra; tire—à
margem; rahi' cãya—ficou de pé, olhando.
TRADUÇÃO—Na manhã seguinte, o governador enviou seu secretário com muitos
barcos belamente decorados para transportar ári Caitanya Mahãprabhu até o outro TRADUÇÃO—Finalmente, ári Caitanya Mahãprabhu despediu-Se do mahã-pãtra.
lado do rio. De pé, à margem do rio e olhando para o barco, o mahã-pãtra começou a chorar.
850 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 16 Verso 202 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 851
VERSO 199
VERSO 201
' I C B ^ - s è l W *tti «SílíT I
«rcaifà-as «ftal « c a SSisucBss i
'faBspff *tt% ci* m «t*»i ii i&s. ii
C l * **1 « C l «"fa «Ml, C* 19 I U « J II
'mantreévara '-du$ta-nade para karãila
'pichaldã' paryanta sei yavana ãila alaukika lilã kare éri-krsna-caitanya
mantreévara—chamado Mantresvara; dusta-nade—a um local perigoso no rio; para yei ihã éune tãhra janma, deha dhanya
karãila—providenciou a travessia; pichaldã paryanta—até o local chamado Pichaldã; alaukika—incomuns; lilã—passatempos; kare—realiza; éri-krsna-caitanya—Sri Caitanya
sei—esse; yavana—governador muçulmano; ãila—acompanhou Sri Caitanya Mahã- Mahãprabhu; yei—qualquer pessoa que; ihã— isto; éune—ouça; tãnra—seu; janma—
prabhu. nascimento; deha—corpo; á/tanya—glorifiçados.
TRADUÇÃO—O governador muçulmano acompanhou Sri Caitanya Mahãprabhu TRADUÇÃO—Todos os passatempos do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu são in-
até depois de Mantresvara. Este local era muito perigoso por causa dos piratas. comuns. Quem ouve Suas atividades torna-se glorioso, e sua vida atinge a
Ele levou o Senhor a um local chamado Pichaldã, que ficava perto de Mantreévara. perfeição.
TRADUÇÃO—Finalmente o Senhor chegou a Pãnihãti, e, como um ato de mise- eka-dina—um dia; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tathã— ali; kariyã nivãsa—
ricórdia, deu uma de Suas roupas pessoais ao capitão da embarcação. residindo; prãte—de manhã; kumãrahatte—a cidade chamada Kumãrahatta; ãilã—
alcançou; yãhãn—onde; értnivãsa—a casa de Srinivãsa Thãkura.
VERSO 203
*«rç « i t W afã' cntcas cçst casftPsT I TRADUÇÃO—O Senhor ficou na casa de Rãghava Pandita apenas um dia e, na
»W « f à * ! i a , faal srsr, tst 0 1 manhã seguinte, dirigiu-Se a Kumãrahatta, onde morava Srivãsa Thãkura.
TRADUÇÃO—Finalmente, Rãghava Pandita resolveu levar Sri Caitanya Mahã- « t t l tero «rfct caafl fralda* i
prabhu. Havia uma grande multidão reunida ao longo do caminho, e foi só com
grande dificuldade que o Senhor chegou à residência de Rãghava Pandita. atgwa-í}ca •treç «rtçarl fcn* 11 11
eka-dina prabhu tathã kariyã nivãsa TRADUÇÃO—Da casa de Srivãsa Thãkura, o Senhor foi para a casa de Sivãnanda
prãte kumãrahatte ãilã,—yãhãn értnivãsa Sena, e então para a casa de Vãsudeva Datta.
854 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 16 207 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 855
ananta arbuda loka bali' 'hari' hari' gahgãya hahã para âpanã-ãpani
calilena dekhibãre gaurãhga éri-hari' kolãkoli kari' sabhe kare hari-dhvani
kuliyãya prakãée yateka pãpi chila Sri Narahari Cakravarti, ou Ghanaáyãma dãsa, escreve em seu Bhakti-ratnãkara:
uttama, madhyamã, nica —sabe para haila
kuliyã-grãmete ãsi' éri-krsna-caitanya kuliyã pãhãdapura dekha érlnivãsa
hena nãhi, yãre prabhu nã karilã dhanya pürve 'kolaàvipa'-parvatãkhya—e pracãra
"Durante a permanência de Sri Caitanya Mahãprabhu na casa de Vidyã-vãcas- No livro chamado Navadvlpa-parikrama, também escrito por Ghanaáyãma dãsa,
pati, muitas centenas e milhares de pessoas vieram vê-lO e cantaram o santo nome afirma-se que kuliyã-pãhãdapura grama pürve koladvtpa-parvatakhyãnanda nãma. Por
de Hari. O local ficou tão apinhado que o povo n e m conseguia encontrar espaço isso, pode-se concluir que a atual cidade de Navadvipa e os locais conhecidos
para caminhar; por isso, abriram caminho desmaiando as florestas próximas à como Bãhirdvipa, Kolera Ganja, Kola-ãmãda, Kolera Daha, Gadakhãli, etc. eram
aldeia. Cavaram-se automaticamente muitas estradas, e muitas pessoas também conhecidos como Kuliyã, mas aquilo a que chamam de Kuliyãra Pata não é a Kuliyã
vieram de barco para ver o Senhor. Vieram tantas pessoas que era quase impos- original.
sível de os barqueiros atravessar o rio com elas. Ao chegar inesperadamente, Vidyã- VERSO 208
vãcaspati tomou providências de que vários barcos recebessem estas pessoas; no
entanto, tais pessoas preferiam não ficar esperando pelos barcos. Davam um jeito
de atravessar o rio e corriam direto para a casa de Vidyã-vãcaspati. Devido a esta • t i w í f c cifp ««ri *rt*»i « w II V* n
grande multidão, Sri Caitanya Mahãprabhu foi furtivamente para Kuliyã-nagara. mãdhava-dãsa-grhe tathã éacira nandana
No entanto, após o Senhor sair de Vidyãnagara, todas as pessoas ficaram sabendo laksa-koti loka tathã pãila daraéana
de Sua partida. Então, elas acompanharam Vãcaspati até Kuliyã-nagara. Como madhãva-dãsa-grhe—na casa de Mãdhava dãsa; tathã— ali; éacira nandana—o filho
a notícia da chegada do Senhor espalhou-se rapidamente, uma grande multidão de mãe Saci; laksa-koti loka—muitas centenas de milhares de pessoas; tathã— ali;
chegou e saudou Sri Caitanya Mahãprabhu com muita alegria. Na verdade, quando pãila daraéana—obtiveram Sua audiência.
a multidão se deslocava para ir ver Sri Caitanya Mahãprabhu, o número de seus
integrantes cresceu dez mil vezes mais. Ninguém podia dizer quantas pessoas TRADUÇÃO—Durante a permanência do Senhor na casa de Mãdhava dãsa, muitas
atravessaram o rio para vê-lO, mas muitas centenas de milhares faziam um grande
centenas de milhares de pessoas vieram vê-lO.
tumulto ao atravessar o rio Ganges. Após atravessar o rio, todos passaram a
abraçar-se, pois ficaram a par da boa nova da chegada de Sri Caitanya Mahãpra-
SIGNIFICADO—São as seguintes as características de Mãdhava dãsa. Na família
bhu. Desse modo, todos os habitantes de Kuliyã, desde os pecaminosos até os
de Srikara Cattopãdhyãya, nasceu Yudhisthira Cattopãdhyãya. Outrora, ele e seus
intermediários e os espiritualmente avançados, foram libertados e glorificados por
farniliares moravam em Bilvagrãma e Pãtüli. De lá, ele foi para Kuliyã Pãhãdapura,
Sri Caitanya Mahãprabhu."
antes conhecida como Pãdapura. O filho mais velho de Yudhisthira Cattopãdhyãya
Como se afirma no Caitanya-bhãgavata (Antya-khanda, Sexto Capítulo): é conhecido como Mãdhava dãsa, o segundo filho tinha por nome Haridãsa e
khãnãyodã, badagãchi, ãra dogãchiyã o filho caçula chamava-se Krsnasampatti Cattopãdhyãya. Os apelidos dos três
gahgãra opãra kabhu yãyena 'kuliyã' irmãos eram Chakadi, Tinakadi e Dukadi. O neto de Mãdhava dãsa chamava-se
Varhiivadana, cujo neto Rãmacandra e descendentes ainda vivem em Vãghnã-
Como afirma o Caitanya-mangala: pãdã, ou Vaind.
gahgã-snãna kari prabhu rãdha-deéa diyã
krame krame uttarilã nagara 'kuliyã' VERSO 209
n t « fà*i arV ««ti crr* fà«tf%»rt i
mãyera vacane punah gelã navadvipa
vãrakonã-ghâfa, nija vãdlra samlpa
ta w w f à í t w « « t w « t f w i II 5. •>» II
síífa dina rahi' tathã loka nistãrila
Premadãsa diz em seu comentário: saba apadarãdhi-gane prakãre tãrila
Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 16 Verso 215 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 859
858
sãta dina—sete dias; rahi'—hospedando-Se; tathã— ali; loka—as pessoas; nistãrila— éãntipure punah kaila daéa-dina vasa
Ele libertou; saba—todos; aparãdhi-gane—os ofensores; prakãre—de algum tipo; fã- vistãri' varniyãchena vrndãvana-dãsa
ntó—salvou. éãntipure—em Sãntipura; punah—de novo; kaila—tez; daéa-dina—por dez dias;
vasa—residência; vistãri'—elaborando; varniyãchena—descreve; vrndãvana-dãsa—
TRADUÇÃO—O Senhor hospedou-Se ali por sete dias e libertou todas as espécies Vrndãvana dãsa Thãkura.
de ofensores e pecadores.
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu ficou em áãntipura por dez dias. Vrndã-
VERSO 210 vana dãsa Thãkura descreve tudo isso mui elaboradamente.
VERSO 213
lft-1t<5l fàfèV <$ts S S t «NsTíerj n n «reina I t i « t a «1 c«^C fror« i
a
'éãntipurãcãrya'-grhe aiche ãilã 3?*»% as, <S% at<3CS «etra II II
éacl-mãtã mili' tãnra duhkha khandâilã
éãntipura-ãcãrya—de Advaita Ãcãrya; grhe—à casa; aiche—semelhantemente; ãilã— afaena ihãh tara nã kailuh vistara
foi; éact-mãtã—mãe Saci; mili—encontrando-se com; tãnra—sua; duhkha—tristeza; punarukti haya, grantha bãdaye apara
kharuíailã— amainou. ataeva—portanto; ihãh—aqui; fára—desse incidente; nã kailuh—não dei; vistam—
pormenores; punarukti—repetição; haya—é; grantha—o livro; bãdaye—aumenta; apara—
TRADUÇÃO—Após deixar Kuliyã, ári Caitanya Mahãprabhu visitou a casa de ilimitadamente.
Advaita Ãcãrya em Sãntipura. Foi lá que áacimãta, a mãe do Senhor, encontrou-
se com Ele, sentindo, assim, alívio de sua imensa tristeza. TRADUÇÃO—Não narrarei esses incidentes, pois Vrndãvana dãsa Thãkura já os
descreveu. Não há necessidade de repetir a mesma informação, pois isso aumen-
VERSO 211 taria ilimitadamente o tamanho deste livro.
TRADUÇÃO—Tais narrações contam como Sri Caitanya Mahãprabhu encontrou- Balarãma Ãcãrya, por quem Haridãsa Thãkura tinha predileção, e o mestre espi-
Se com os irmãos Rüpa e Sanãtana e como Nrsimhãnanda decorou a estrada. ritual da família era Yadunandana Ãcãrya, dileto de Vãsudeva Datta.
Já descrevi tudo isso numa sinopse que coloquei neste livro; por isso, me eximo A aldeia de Saptagrãma localiza-se na ferrovia oriental que vai de Calcutá a
de repetir as narrações aqui. Burdwan, e hoje em dia a estação ferroviária chama-se Triáabighã. Naqueles dias,
havia um grande rio ali, conhecido como Sarasvati, e na atual Triáabighã há um
SIGNIFICADO—Encontramos esta informação nõ Ãdi-lllã (Décimo Capítulo, verso grande porto. Em 1592, os Pãthãnas invadiram, e, devido a uma enchente do
35) e no Madhya-lilã (Primeiro Capítulo, versos 155—162 e 175—226). rio Sarasvati no ano de 1632, este grande porto foi destruído parcialmente. Dizem
que nos Séculos Dezessete e Dezoito comerciantes portugueses costumavam vir
VERSO 216 a bordo de suas caravelas. Naqueles dias, Saptagrãma, situada ao sul da Bengala,
era muito rica e popular. Os mercadores, que eram os principais residentes, cha-
mavam-se Saptagrãma suvarna-vanik. Havia, então, muitas pessoas ricas, e Hiranya
Majumadãra e Govardhana Majumadãra pertenciam à comunidade kãyastha. Eles
aaatl-wfi «rifa' «Rgc? faffwl11u também eram muito ricos, tanto é que este verso menciona que a sua renda anual
como latifundiários orçava em 1.200.000 rúpias. A este respeito, pode-se consultar
punarapi prabhu yadi 'áãntipura' ãilã
o Ãdi-lílã (Décimo Primeiro Capítulo, verso 41), o qual descreve Uddhãrana Datta,
raghunãtha-dãsa ãsi' prabhure mililã
que também pertencia à comunidade Saptagrãml suvarna-vanik.
punarapi—novamente; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; yadi—quando; áãnti-
pura ãilã—veio a Sãntipura; raghunãtha-dãsa—Raghunãtha dãsa; dsi'—vindo; pra-
bhure mililã— encontrou-se com Sri Caitanya Mahãprabhu. VERSO 218
TRADUÇÃO—Praticamente todos os brãhmanas de Nadia dependiam da caridade ser govardhanera putra—raghunãtha dãsa
de Hiranya e Govardhana, que lhes davam dinheiro, terra e aldeias. bãlya-kãla haite tenho visaye udãsa
sei—esse; govardhanera putra—filho de Govardhana Majumadãra; raghunãtha dãsa—
SIGNIFICADO—Embora durante a época de Sri Caitanya Mahãprabhu Navadvipa Raghunãtha dãsa; bãlya-kãla haite—desde sua própria infância; ferino—ele; wsaye
fosse habitada por muitas pessoas afluentes, praticamente todos os brãhmanas de- udãsa—indiferente à felicidade material.
pendiam da caridade de Hiranya e Govardhana. Devido ao grande respeito que
tinham pelos brãhmanas, os irmãos eram pródigos em lhes dar dinheiro. TRADUÇÃO—Raghunãtha dãsa era filho de Govardhana Majumadãra. Desde sua
infância, era desinteressado em gozo material.
VERSO 220
VERSO 223
ataiaa çapail i t a t a i s*ata i
s ^ i í ase* •$ata 'sstf-aiaata 11 n awiía asfV aca «ttfa^s «rflarl i
<sca «rifa' atata « ç c s fafàroí 11 u*® n
nilãmbara cakravarti—ãrãdhya duhhãra
cakravarti kare duhhãya 'bhrãtf-vyavahãra sannyãsa kari' prabhu yabe sãntipura ãilã
nílãmbara cakravarti—o avô de Sri Caitanya Mahãprabhu; ãrãdhya duhhãra—muito tabe ãsi' raghunãtha prabhure mililã
adorado por esses dois; cakravarti— Nilãmbara Cakravarti; kare—faz; duhhãya—aos sannyãsa kari'—após aceitar a ordem de sannyãsa; prabhu—o Senhor; yabe—quando;
dois; bhrãtr-vyavahãra—tratando como irmãos. áãntipura ãilã—foi para Sãntipura; tabe—nessa ocasião; ãsi'—vindo; raghunãtha—
Raghunãtha dãsa; prabhure—com Sri Caitanya Mahãprabhu; mililã—encontrou-se.
TRADUÇÃO—Nilãmbara Cakravarti, o avô de Sri Caitanya Mahãprabhu, era
muito adorado pelos dois irmãos, porém, Nilãmbara Cakravarti costumava tratá- TRADUÇÃO—Quando á r i Caitanya Mahãprabhu regressou a áãntipura após
los como se eles fossem seus próprios irmãos. aceitar a ordem renunciada, Raghunãtha dãsa encontrou-se com Ele.
TRADUÇÃO—Anteriormente, esses dois irmãos haviam prestado bastante serviço TRADUÇÃO—Na ânsia de ver ári Caitanya Mahãprabhu, Raghunãtha dãsa, em
a Miára Purandara, o pai de ári Caitanya Mahãprabhu, em vista do que o Senhor amor extático, caiu aos pés de lótus do Senhor. Mostrando-lhe misericórdia, o
os conhecia perfeitamente bem. Senhor tocou-o com Seus pés.
VERSO 225
VERSO 222
TRADUÇÃO—Após despedir-Se de Raghunãtha dãsa, Sri Caitanya Mahãprabhu TRADUÇÃO—Dessa maneira, Raghunãtha dãsa era mantido sob o controle inces-
regressou a Jagannãtha Puri. Após voltar para casa, Raghunãtha dãsa enlouqueceu sante de onze pessoas. Assim, ele viu-se impossibilitado de ir a Jagannãtha Puri,
de tanto amor extático. motivo pelo qual ficou muito triste.
866 Sn Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 16 Verso 236 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 867
>4ca afã aatafç '»Nfa*|a' «irlai i afs fãa »itf%lca «tç-aca aca 1
«faai fãstcs aaata facafàsri n v«i11 atfà-fãaca ifll aas«ai «ca 11 i.«811
ebe yadi mahãprabhu 'áãntipura' ãilã sãta dina éãntipure prabhu-sahge rahe
áuniyã pitãre raghunãtha nivedilã rãtri-divase ei manab-kathã kahe
ebe—agora; yadi—quando; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; áãntipura— sãta dina—por sete dias; éãntipure—em Sãntipura; prabhu-sahge—na companhia
a Sãntipura; ãilã— veio; éuniyã—ouvindo falar; pitãre—a seu pai; raghunãtha— de Sri Caitanya Mahãprabhu; rahe—permaneceu; rãtri-divase—tanto de dia quanto
Raghunãtha dãsa; nivedilã— pediu. de noite; ei—essas; manah-kathã— palavras em sua mente; kahe—diz.
TRADUÇÃO—Ao tomar conhecimento de que Sri Caitanya Mahãprabhu chegara TRADUÇÃO—Por sete dias em Sãntipura, Raghunãtha dãsa permaneceu na com-
a Sãntipura, Raghunãtha dãsa fez um pedido a seu pai. panhia de Sri Caitanya Mahãprabhu. Durante esses dias e noites, ele teve os
seguintes pensamentos.
VERSO 232
VERSO 235
caa\ a w cata «tça çaa 1
" « I T S Í I
«ratai, ai aca cai* «taUa #taa" ii w n 'sa^cas* atro a£a» c«aca glèa i
casaca «i«a ac«r ãVnsea ata f *.*>o 11
"ãjhã deha', yãhã dekhi prabhura carana
anyathã, nã rahe mora éaríre jlvana" 'raksakera hãte muni kemane chutiba!
ãjhã deha'—por favor, dá-me permissão; yãhã— indo; dekhi—eu possa ver; pra- kemane prabhura sahge nilãcale yãba?'
bhura carana—os pés de lótus do Senhor; anyathã—caso contrário; nã rahe—não raksakera hãte—das garras dos vigias; muni—eu; kemane—como; chutiba—livrar-
permanecerá; mora—meu; éaríre—dentro do corpo; jlmna—vida. me-ei; kemane—como; prabhura sahge—com Sri Caitanya Mahãprabhu; nüãcale—a
Jagannãtha Puri; yãba—irei.
TRADUÇÃO—Raghunãtha dãsa pediu a seu pai: "Por favor, dá-me permissão para
eu ir ver os pés de lótus do Senhor. Se te negares, minha vida não permanecerá TRADUÇÃO—Raghunãtha dãsa pensou: "Como poderei escapar das mãos dos vi-
dentro deste corpo." gias? Que devo fazer para ir com Sri Caitanya Mahãprabhu até Nilãcala?"
TRADUÇÃO—Ao ouvir este pedido, o pai de Raghunãtha dãsa acedeu. Provendo-o TRADUÇÃO—Sendo onisciente, Sri Caitanya Mahãprabhu pôde entender o que
de muitos servos e mantimentos, seu pai mandou que ele fosse ver Sri Caitanya se passava na mente de Raghunãtha dãsa. Por isso, o Senhor o instruiu com as
Maháprabhu, pedindo-lhe que voltasse logo. seguintes palavras reconfortantes.
868 Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 16 Verso 238 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 869
" T u d o aquilo que é favorável à prestação de serviço ao Senhor deve ser aceito, vrndãvana dekhi' yabe ãsiba nilãcale
e jamais deve-se rejeitar isso como algo material." Yukta-vairâgya, ou renúncia tabe tumi ãmã-pãsa ãsiha kona chalé
apropriada, explica-se como segue: vrndãvana dekhi'—após visitar Vrndãvana; yabe—quando; ãsiba—Eu voltarei; nilã-
cale—paia Jagannãtha Puri; tabe—a essa altura; tumi—tu; ümã-pãéa—a Mim; ãsiha—
anãsaktasya visayãn por favor, vem; kona chalé—mediante algum pretexto.
yathãrham upayuhjatah
nirbandhah krsna-sambandhe TRADUÇÃO—"Podes ver-Me em Nilãcala, Jagannãtha Puri, quando Eu regressar
yuktam vairagyam ucyate de Minha visita a Vrndãvana. A essa altura, poderás pensar em algum meio de
escapar."
" T u d o o que aceitamos, devemos empregar a serviço do Senhor e jamais investir
no gozo dos nossos sentidos. Quem não se apega ao aceitar algo, e só aceita isso VERSO 241
por vê-lo relacionado com Krsna, renuncia em yukta-vairãgya." Uma vez que Krsna
é a Verdade Absoluta, tudo o que se aceita para Seu serviço é também Verdade ca çpt caaffci ?a» *f atca c«tatca i
Absoluta. asasasfi àtca, «tca ca* atfac« *ttca n" 5,8111
Sri Caitanya Mahãprabhu utilizou a expressão markata-vairãgya para denunciar
pretensos Vaisnavas que saem vestidos de tangas na vã tentativa de imitar Srila se chala se-kãle krsna sphurãbe tomãre
Rüpa Gosvãmi. Tais pessoas levam consigo u m a bolsa de contas e cantam, mas, krsna-krpã yãhre, tare ke rãkhite pare"
no íntimo, estão sempre matutando em conseguir mulheres e dinheiro. Sub- se chala—esse artifício; se-kãle— nessa ocasião; krsna—Senhor Krsna; sphurãbe—
repticiamente, esses markata-vairãgls vivem com mulheres, mas, externamente, mostrará; tomãre— a ti; krsna-krpã—a misericórdia de Krsna; yãhre—a quem; fdre—a
se fazem passar por renunciantes. Sri Caitanya Mahãprabhu opunha-Se comple- ele; ke—quem; rãkhite—de impedir; pãre—é capaz.
tamente a esses markata-vairãgls, ou pseudo-Vaisnavas.
TRADUÇÃO—"Krsna revelar-te-á os artifícios a que poderás, então, recorrer.
VERSO 239 Quem recebe a misericórdia de Krsna não é cerceado por n i n g u é m . "
I T O Í fafci
a**, ateai cata-aiaara i SIGNIFICADO—Embora Srila Raghunãtha dãsa estivesse muito ansioso por unir-se
«ifwt«, «a» c«tata asfàca «ufa n" v©& n a Sri Caitanya Mahãprabhu, o Senhor aconselhou-o a esperar pela misericórdia
do Senhor Krsna. Ele recomendou que Raghunãtha dãsa se mantivesse com a
antare nisthã kara, bãhye loka-vyavahãra consciência de Krsha firmemente estabelecida em seu coração, ao passo que exter-
acirãt krsna tomãya karibe uddhãra namente deveria se comportar como um homem comum. Quem é avançado em
antare—dentro do coração; nisfhãkara—mantém fé firme; bãhye—externamente; consciência de Krsna conhece este truque. Podemos viver na sociedade como seres
loka-vyavahãra—comportamento de homens comuns; acirãt—muito em breve; krsna— humanos comuns, e, ao mesmo tempo, estarmos interessados apenas em satis-
Senhor Krsna; tomãya—a ti; karibe—fará; uddhãra—liberação. fazer a Krsna e em propagar Suas glórias. Uma pessoa consciente de Krsna não
deve absorver-se em coisas materiais, pois sua única atividade é o serviço devo-
cional ao Senhor. Q u e m se ocupar dessa maneira com certeza receberá a miseri-
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "Dentro de teu coração, córdia de Krsna. Como Sri Caitanya Mahãprabhu aconselhou a Raghunãtha dãsa:
deves te manter muito fiel, mas, externamente, podes comportar-te como um yathã-yogya visaya bhuhja' anãsakta hahã. Repete-se a mesma coisa: antare nisthã
homem comum. Desse modo, Krsna logo ficará muito satisfeito e libertar-te-á kara, bãhye loka-vyavahãra. Isto significa que não se deve ter n e n h u m desejo no
das garras de m ã y ã . "
872 Sri Caitanya-caritãmrta Madhya-lilã, 16 Verso 246 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 873
coração que não seja servir a Krsna. Apoiando-nos nessa convicção, podemos VERSO 244
cultivar a consciência de Krsna. O Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.2.200) confirma isso:
Cffa' «r* fa«|-»Tr«1 a« 3«t 1
laukikt vaidikt vãpi « * W * «rra?*I fog fafàsT || 5,88 II
yd kriyã kriyate mune
hari-sevãnukalaiva. dekhi' tãhra pitd-mãtã bada sukha pãila
sã kãryã bhaktim icchatâ tãhhãra ãvarana kichu éithila ha-ila
dekhi'—vendo; fdnra—seus; pitã-mãtã— pai e mãe; boda—muita; sukha—felicidade;
Mesmo que o devoto aja como um ser humano comum ou como um estrito se- pãila—obtiveram; tãhhãra ãvarana—severa vigilância sobre ele; kichu—algo; éithila
guidor dos preceitos védicos, tudo o que ele faz é favorável ao avanço no serviço ha-ila—ficou frouxa.
devocional, pois ele não sai da consciência de Krsoa.
TRADUÇÃO—Ao verem Raghunãtha dãsa agir como um chefe de família, seus
pai e mãe ficaram muito felizes. Por causa disso, relaxaram a vigilância sobre ele.
VERSO 242
SIGNIFICADO—Ao verem que Raghunãtha dãsa não mais agia como um louco e
um «fã' a i t ^ i ü v forra fã* t
cumpria à risca os s e u s deveres, seu pai e sua mãe ficaram muito felizes. As onze
*ic* «ufa' jfçtajç? f«w «ftvftm II *8Í. n pessoas — cinco vigias, quatro servos pessoais e dois brãhmanas — que o manti-
nham sob controle, ficaram menos estritas na vigilância. Q u a n d o Raghunãtha
eta kahi' mahãprabhu tãnre vidãya dila dãsa realmente assumiu seus assuntos domésticos, seus pais reduziram o número
ghare asi' mahâprabhura éiksã ãcarila de guardas.
eta kahi'—dizendo isso; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãnre—a Raghu- VERSOS 245—246
nãtha- dãsa; vidãya dila—disse a d e u s ; ghare ãsi'—voltando para casa;
mahâprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; éiksã—a instrução; ãcarila—acatou. e j ^ <Í«3S «fã' 11 « « ' f « I i
TRADUÇÃO—Dessa maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu despediu-Se de Raghu- «ita«-fi«itswrfã i « «««sra ii *8<? II
nãtha dãsa, que voltou para casa e fez exatamente como o Senhor lhe ordenara. «rtfèrwi «fã' «c*i cf titfap i
íca itasl c*ç'—«rifa ifaisci f t l « «
VERSO 243
ihãh prabhu ekatra kari' saba bhakta-gana
a n castri, «t««i«i i f i çffaai 1 advaita-nityãnandãdi yata bhakta-jana
iftcirfj «ri «cs «iin*» ç<«»1 n *.8«« sabã ãlihgana kari' kahena gosãhi
bãhya vairãgya, vãtulatã sakala chãdiyã sabe ãjhã deha'—ãmi nilãcale yãi
yathã-yogya kãrya kare anãsakta hanã ihãh—ali (em Sãntipura); prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; efcofra kari'—reu-
bãhya vairãgya—renúncia externa; vãtulatã— loucura; sakala—tudo; chãdiyã—aban- nindo n u m local; saba bhakta-gana—todos os devotos; advaita-nityãnanda-ãdi—
donando; yathã-yogya—como convém; kãrya—afazeres; kare—cumpre; anãsakta encabeçados por Advaita Ãcãrya e Nityãnanda Prabhu; yata bhakta-jana—todos
hanã—estando sem apego. os devotos; sabã ãlihgana kari'—abraçando a todos eles; kahena gosãhi—Sri Caitanya
Mahãprabhu disse; sabe—todos vós; ãjhã deha'—simplesmente dai-Me permissão;
«nf—Eu; nilãcale—a Nilãcala, Jagannãtha Puri; yãi—possa ir.
TRADUÇÃO—Ao chegar em casa, Raghunãtha dãsa deixou de lado toda a loucura
e pseudo-renúncia externa e, sem qualquer apego, ocupou-se em seus afazeres TRADUÇÃO—Enquanto isso, em Sãntipura, Sri Caitanya Mahãprabhu reuniu todos
familiares. os Seus devotos — encabeçados por Advaita Ãcãrya e Nityãnanda Prabhu —,
abraçou-os a todos e pediu-lhes permissão para regressar a Jagannãtha Puri.
874 Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, Verso 252 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 875
VERSO 247 TRADUÇÀO—Segurando os pés de Sua mãe, Sri Caitanya Maháprabhu pediu-
lhe permissão com toda a humildade. Assim, ela consentiu com que Ele partisse
a a r a afies a t i « n a t a a ? * f a i » i para Vrndãvana.
dl aa: 'afaria' c « * »1 « f à ç "raa n *.8i u
VERSO 250
sabdra sahita ihãh ãmãra ha-ila milana
e varsa 'nilãdri' keha nã kariha gamana «ca aaarct «rca fa* *tiit*l i
sabãra sahita—com todos; ihãh—aqui; ãmãra—comigo; ha-ila—houve; milana— afatfã sfàral aca « « « M « I mm
II H
mãtâra carane dhari' bahu vinaya karilã prabhu ãsi' jagannãtha daraéana kaila
vrndãvana yãite tãhra ãjhã la-ila 'mahãprabhu ãilã'—grame kolãhala haila
mãtâra—de Sacimãtã; carane—os pés; dhari '—segurando; bahu vinaya karilã—pediu prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; ãsi'—voltando; jagannãtha—ao Senhor Ja-
com toda a humildade; vrndãvana yãite—para ir a Vrndãvana; tãhra—dela; ãjhã— gannãtha; daraéana—visita; kaila-fez; mahãprabhu ãilã—Sri Caitanya Maháprabhu
permissão; la-ila—conseguiu. voltou; grame— na cidade; kolãhala haila—houve grande tumulto.
876 Sri Caitanya-caritámrta Madhya-lilã, 16 Verso 258 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 877
TRADUÇÃO—Ao chegar a Jagannãtha Puri, Sri Caitanya Mahãprabhu visitou o TRADUÇÃO—Gadãdhara Pandita também veio ter com o Senhor. Então, perante
templo do Senhor. Então, espalhou-se por toda a cidade a notícia de Sua volta. todos os devotos, Sri Caitanya Mahãprabhu passou a falar o seguinte.
VERSO 253
VERSO 256
•rtnf%8 <e«*iH «itfàai fafirol i
c«w-*itf*sra 5 i ç aatca a>fa*l 11 n ^•ara» ara «itfà carscaf fàai i
fà»-at<sTa, nata ç*«i c w f à a i « n
ãnandita bhakta-gana ãsiyã mililã
prema-ãlihgana prabhu sabãre karilã 'vrndãvana yãba ãmi gauda-deéa diyã
ãnandita—muito satisfeitos; bhakta-gana—todos os devotos; dsiytf—vieram; mililã— nija-mãtâra, gahgãra carana dekhiyã
encontrar; prema-ãlihgana—abraço amoroso; prabhu—o Senhor; sabãre—a todos os vrndãvana yãba—irei para Vrndãvana; ãmi—Eu; gauda-deéa diyã—via Bengala; nija-
devotos; karilã— deu. mãtãra—de Minha própria mãe; gahgãra—do rio Ganges; carana—os pés;
dekhiyã—vendo.
TRADUÇÀO—Todos os devotos então vieram e, com muita felicidade, encontra-
ram-se com o Senhor. Por Sua vez, o Senhor, com grande amor extático, abraçou TRADUÇÃO—"Fui Eu quem tomou a decisão de ir para Vrndãvana via Bengala
cada um deles. com o propósito de ver Minha mãe e o rio Ganges."
VERSO 254
VERSO 257
« t % à a t , arat*w, «1519, aiacera i
<a<5 acs asfã' cficsca -ta» i
ateara, f»tra-*rrfã a s «3**a«i 11 *<r8 u
aacaas acw ca* fàw-waa n n
kãét-miéra, rãmãnanda, pradyumna, sãrvabhauma
vãninãtha, éikhi-ãdi yata bhakta-gana eta mate kari' kailuh gaudere gamana
kãét-miéra—KAéi Miára; rãmãnanda—Rãmãnanda; pradyumna—Pradyumna; sãrva- sahasreka sahge haila nija-bhakta-gana
bhauma—Sàrvabhauma; vãninãtha—Vãninãtha; éikhi-ãdi—Sikhi Mãhiti e outros; yata eta—tal; mate—decisão; kari'—fazendo; kailuh—fiz; gaudere—para a Bengala; ga-
bhakta-gana—todos os devotos. mana— indo; sahasreka—milhares de homens; sarige—comigo; haila—havia; nija-
bhakta-gana—Meus próprios devotos.
TRADUÇÃO—Kãái Miára, Rãmãnanda Rãya, Pradyumna, Sãrvabhauma Bhattã-
cãrya, Vãninãtha Rãya, Sikhi Mãhiti e todos os demais devotos vieram ao en- TRADUÇÃO—"Assim, fui para a Bengala, mas, milhares de devotos começaram
contro de Sri Caitanya Maháprabhu. a seguir-Me."
T R A D U C A O — " M u i t a s centenas de milhares de pessoas vieram ver-Me por curio- TRADUÇÃO—"Estes dois irmãos são devotos grandiosos e receptáculos propícios
sidade, e, devido ao tamanho da multidão, vi-Me impossibilitado de viajar mui da misericórdia de Krsna, mas, em suas atividades corriqueiras, são funcionários
livremente pela estrada." governamentais, ou seja, ministros do r e i . "
TRADUÇÃO—"Na verdade, a multidão era tamanha que tiveram de derrubar a TRADUÇÃO—"Srila Rüpa e Sanãtana têm muita vivência em educação, serviço
casa e os muros delimitantes da casa onde Eu estava, e para qualquer lugar que devocional, inteligência e força, todavia, consideram-se inferiores à palha na
Eu olhasse só conseguia ver enormes multidões." rua."
TRADUÇÃO—"A muito custo, fui para a cidade de Rãmakeli, onde Me encontrei "uttama hahã hlna kari' mânaha ãpanâre
com dois irmãos chamados Rüpa e Sanãtana." acire karibe krsna tomara uddhãre"
tãhra dainya dekhi'—ao ver a humildade deles; s'uni'—ou mesmo ao ouvir sobre
VERSO 261 ela; pãsãna—pedra; bidare— derrete-se; ãmi—Eu; tusta hahã— estando muito satis-
feito; iate—então; kahiluh dohhãre—disse a ambos; uttama hanã—sendo na realidade
çl « l l - « « * a f s r , «a3«»tl-fia i superiores sob todos os aspectos; hlna—inferiores; kari'—fazendo-vos passar como;
arasfw-írsrsisft as a t a f i a n w 11 mânaha—aceitais; ãpanãre— a vós mesmos; acire—muito em breve; karibe—fará;
krsna—Senhor Krsna; tomara—de vós; uddhãre—liberação.
dui bhãi—bhakta-rãja, krsna-krpã-pãtra
vyavahãre—rãja-mantri haya rãja-pãtra TRADUÇÃO—"De fato, a humildade desses dois irmãos poderia derreter até uma
dui bhãi—dois irmãos; bhakta-rãja—reis dos devotos; krsna-krpã-pãtra—candidatos pedra. Por Me sentir muito satisfeito com o seu comportamento, Eu lhes disse:
adequados para a misericórdia de Krsna; vyavahãre—em comportamento; rãja- 'Embora sejais muito qualificados, vós dois vos julgais inferiores, e, em decor-
mantri— ministros do governo; haya—são; rãja-pãtra—funcionários governamentais. rência disso, Krsna libertar-vos-á muito em b r e v e . ' "
880 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 270 A tentativa do Senhor de ir para Vrndãvana 881
Madhya-lilã, 16
SIGNIFICADO—Estas são as qualificações de um devoto puro. Pode ser que alguém tabu ãmi éuniluh mãtra, nã kailuh avadhãna
seja materialmente muito opulento, experiente, influente e educado, mas se, apesar prãte cali' ãilãha 'kãnãira nãtaéãlã'-grama
disso, considera-se inferior à palha na rua, atrairá a atenção de Sri Caitanya Mahã- tabu—mesmo assim; ãmi—Eu; éuniluh—ouvi; mãtra—apenas; ruf—não; kailuh—
prabhu ou do Senhor Krsna. Embora fosse um rei, Mahãrãja Pratâparudra tomou prestei; avadhãna—nenhuma atenção; prãte—de manhã; cali' ãilãha—caminhei;
de uma vassoura e limpou o caminho para o carro de Ratha do Senhor Jagannãtha. kãnãira nãtaéãlã—para Kãnãi Nãtaáãlã; grama—o local.
Devido a este serviço humilde, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou muito satisfeito
com o rei, e, desse modo, o Senhor o abraçou. Segundo as instruções de Sri TRADUÇÃO—"Apesar de ter ouvido isto, não prestei nenhuma atenção. Entre-
Caitanya Mahãprabhu, o devoto jamais deve-se envaidecer por causa de conquistas tanto, de manhã, fui ao local chamado Kãnãi Nãtaáãlã."
materiais. É bom que ele saiba que o poder material advém das boas atividades
(karma) executadas no passado e é, conseqüentemente, fugaz. A qualquer instante, VERSO 268
toda a nossa opulência material pode se evaporar; por isso, o devoto jamais sente
orgulho de tal opulência. Ele é sempre humilde e manso, considerando-se inferior atfà«ic* I C Ü «itfã f a e r a «fa* i
à palha. Em virtude disso, os devotos tornam-se aptos a voltar ao lar, voltar ao
Supremo. aatsa calca faal '*l«9iV a*fã* II II
rãtri-kãle mane ãmi vicãra karilã
VERSOS 265—266 sanãtana more kibã 'prahell' kahilã
rãtri-kãle—k noite; mane—na mente; ãmi—Eu; vicãra karilã—ponderei; sanãtana—
m «tV «itfã «rei fàwta <$rca fã* i Sanãtana; more—a Mim; kibã—que; prahell— enigma; kahilã—falou.
fla««tc* awfssi *«iia«tV «fã* II o
T R A D U Ç Ã O — " N o entanto, à noite, ponderei as palavras de Sanãtana."
ira *cw <íl c*t« *•* c*tfjí i
aatts» stfcara <ÍI* «cç *ifã*ifct n II VERSO 269
yãhra sahge haya ei loka laksa koti bhãlata' kahilã,—mora eta loka sahge
vrndãvana yãibãra ei nahe paripãtl loka dekhi' kahibe more—'ei eka dhahge'
eta kahi'—dizendo isso; ãmi—Eu; yabe—quando; vidãya—adeus; tãhre— a eles; dila— bhãlata' kahilã—ele falou muito bem; mora—de Mim; efa—tamanha; loka—mul-
dei; gamana-kãle—enquanto ia; sanãtana—Sanãtana; prahell— enigma; kahilã—disse; tidão; sahge— na companhia; loka—as pessoas; dekhi'—vendo; kahibe more—falarão
yãhra sahge—com quem; haya—é; ei—esta; loka—multidão de pessoas; laksa koti— de Mim; ei—este; eka—um; dhahge—impostor.
centenas de milhares; vrndãvana—a Vrndãvana-dhãma; yãibãra—para ir; ei—este;
nahe—não; paripãtl—o método. TRADUÇÃO—"Concluí que Sanãtana falara muito bem. Por certo que Eu estava
sendo seguido por u m a grande multidão, e, ao verem tantos homens, os circuns-
TRADUÇÃO—"Após falar-lhes dessa maneira, despedi-Me deles. Enquanto Eu tantes não hesitariam em censurar-Me, dizendo: 'Lá está outro impostor.'"
partia, Sanãtana disse-Me: 'Quando se está indo para Vrndãvana, não é apro-
priado que alguém seja seguido por uma multidão de milhares de pessoas.'" VERSO 270 .
durlobha—muito raro; durgama—inconquistável; sei—esta; nirjana—solitária; vrndã- Upadeéãmrla (Rüpa Gosvãmi), 275, 434, 679, 687-688.
vana—& terra de Vrndãvana; ekãkí— sozinho; yãiba—irei; kibã— ou; sahge—comigo;
eka-jana—apenas uma pessoa. Vidagdha-mâdhava (Rüpa Gosvãmi), 264.
TRADUÇÀO—"Então, comecei a analisar que Vrndãvana é um lugar muito soli- Visnu Purãna, 477.
tário. É inconquistável e de difícil acesso. Por isso, decidi ir para lá sozinho,
ou, no máximo, levar apenas uma pessoa comigo." Visnu-yãmala-tantra, 682
VERSO 271
VERSO 272
VERSO 273
Ãbhãsa—sombra.
Abhidheya—a fase de amor a Deus onde nossa relação com Deus expressa-se
por intermédio de nossas atividades.
Ãcãrya—mestre espiritual que ensina por seu exemplo.
Acintya-bhedãbheda-tattva—igualdade e diferença simultâneas.
Advaita-siddhãnta—conclusão monista de que Deus e os devotos são separados
no estado material, mas que, ao situarem-se espiritualmente, não há
n e n h u m a diferença entre eles.
Agni—deus do fogo.
Aisvarya-lílã—os passatempos opulentos do Senhor.
Ãlasya—preguiça, um vyabhicãri-bhãva.
Amarsa—ira, um vyabhicãri-bhãva.
Amrta-gutikã—puri espesso (bolos fritos) misturado com leite condensado.
Anartha-nivrtti—tirar do coração todas as coisas indesejadas.
Anavasara—período de retiro do Senhor Jagannãtha após o Snãna-yãtrã ou período
de uma quinzena entre a cerimônia de banho e o Ratha-yãtrã; neste período o
corpo da Deidade de Jagannãtha recebe nova pintura.
Ahga-rãga—nova pintura do corpo do Senhor Jagannãtha.
Anurasa—rasãbhãsa de segunda classe que ocorrre quando algo é proveniente da
doçura original.
Aparasa—rasãbhãsa de terceira classe que ocorTe ao apreciar-se algo que está muito
longe da doçura original.
Aprakafa— presença imanifesta de Krsna.
Aprakata-lilã—os passatempos imanifestos do Senhor.
Apsarã—belas dançarinas dos planetas celestiais.
Ãrati—cerimônia de adoração à Deidade em que oferecem-se ao Senhor vários
artigos agradáveis.
Arcana—o processo devocional de adoração.
Arcã-vigraha—uma encarnação do Senhor Supremo sob a forma de uma mani-
festação material (bronze, pedra ou madeira) ou a Deidade adorável.
Aryan—pessoa que acredita no avanço da vida espiritual.
Asramas—quatro ordens de vida espiritual — brahmacãrya, grhastha, vãnaprastha
e sannyãsa.
Asuras—demônios.
Asüyã—ciúmes, um vyabhicãri-bhãva.
Ãtma-nivedana—o processo devocional de render tudo.
Augrya—violência, um vyabhicãri-bhãva.
Autsukya—ansiedade, um vyabhicãri-bhãva.
901
902 Sri Caitanya-caritãmrta Glossário 903
Govinda—Krsna sob Sua forma original na qual Ele satisfaz as vacas e os sentidos. Karma-kãnda—seção dos Vedas que lida com as atividades fruitivas.
Guna-mãyã—o mundo material. Karmis—trabalhadores fruitivos.
Gunas—os três modos da natureza material. Kãrttika—nome do mês védico que ocorre por volta de outubro-novembro do
Guru—mestre espiritual. calendário romano, em que o Senhor Krsna é adorado sob a forma de
Dãmodara.
H Kãsamdi—um tipo de picles.
Kila-kincita—classe de sintoma de êxtase manifesto no momento de se ver Krsna.
Hari—nome de Krsna que significa "aquele que afasta todas as misérias". Kirtana—processo devocional de cantar.
" H a r i boi"—"Cantai o santo n o m e " . Krodha—ira.
Harsa—júbilo, um vyabhicãri-bhãva. Krsna-bahirmukha—pessoa desprovida de sua relação com Krsna.
Hlãdini—a potência de prazer do Senhor. Krsna-bhakti—devoção por Krsna.
Krsna-dãsa—servo de Krsna.
I Ksatriyas—a classe de homens administrativos e guerreiros.
Ksetra-sannyãsa—voto de abandonar a vida familiar e viver num local de pere-
Indra—o rei dos planetas celestiais. grinação devotado ao Senhor Visnu.
Ksíracorã—Deidade de Gopinãtha que roubou leite condensado para
J Mãdhavendra Puri.
Kuti-nãti—duplicidade ou encontrar defeitos.
Jãdya—invalidez, um vyabhicãri-bhãva. Kuttamita—feliz dentro do coração, mas, externamente, irado e ofendido.
Jagamohana—área em frente ao templo.
Jagannãtha—uma forma de Deidade de Krsna. L
Jana-nivãsa—nome de Krsna indicando que Ele é o recurso final de todas as enti-
dades vivas. Lalita-alankãra—encanto.
Janmãsfami—festival do nascimento de Krsna. Làphrã-vyanjana—uma mistura de legumes verdes, freqüentemente juntos com
Jiva—alma espiritual. arroz.
Jiva-himsa—invejar outras entidades vivas. Lílã-áakti—diversas potências subordinadas de Krsna que o auxiliam em Seus
Jiva-mãyã—as entidades vivas. passatempos.
Jhãna-kãnda—seção dos Vedas que lida com especulação filosófica empírica. Lobha—cobiça.
Jnánis—especuladores mentais.
M
K
Mãda—intoxicação.
Kadãra—bálsamo do Senhor Jagannãtha usado pelo Senhor Caitanya. Mada—loucura, um vyabhicãri-bhãva.
Kaivalya—unidade na refulgência do Brahman. Madana-mohana—Krsna, o encantador de Cupido.
Kãma—desejo de ganho material. Madana-mohana-mohini—Rãdhãrani, a encantadora do encantador de Cupido.
Kàma-dhenus—vacas que satisfazem os desejos, encontradas em Vrndãvana. Mãdhurya-lílà—passatempos de Krsna em amor conjugai.
Kãnaphãtã yogis—mendigos parecidos com ciganos e que usam brincos de Mádhurya-rasa—relação com Krsna em amor conjugai.
marfim. Madhyama-adhikãri—devoto de segunda classe, em geral pregador.
Kandas—as três divisões dos Vedas. Madhyama-bhãgavata—devoto que atingiu a fase intermediária entre o devoto
Kanist ha-adhikári—de voto neóf i to. neófito e o devoto perfeito. De um modo geral, ele se torna pregador e é
Karahga—cântaro levado por sannyãsís. adorável pelos neófitos e pelas pessoas comuns.
Karatãlas—címbalos de mão. Mahã-bhãgavata—devoto imaculado, de primeira classe.
Karma—atividades materiais sujeitas à reação. Mahã-mantra—o grande cântico da liberação: Hare Krsna, Hare Krsna, Krsna
Krsna, Hare Hare / Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare.
906 Sri Caitanya-caritãmrta Glossário 907
O
R
Odana-sasthi—cerimônia no começo do inverno, quando o Senhor Jagannãtha
obtém um agasalho de inverno.
Rasa—doçura, ou doce sabor de uma relação.
P Rasãbhãsa—mistura incompatível de doçuras transcendentais.
Rása-yãtrã—festival da dança da rasa de Krsna.
Pàda-sevana—processo devocional de servir aos pés de lótus do Senhor. Ratha-yãtrã—festival que celebra o regresso de Krsna a Vrndãvana, em que a Dei-
Padichã—superintendente do templo. dade do Senhor Jagannãtha é puxada n u m carro.
Palas—assistentes que tomam conta dos assuntos externos do templo. Rio Virajã—o rio que separa o m u n d o material do m u n d o espiritual.
Sri Caitanya-caritámrta Glossário 909
Vogais
« ( a «rta Iti | ? i fe u fe» n, x
Consoantes
^ai (, t o C\au
Sri Caitanya-caritámrta O número em negrito refere-se ao verso de mesmo número e o número de tona-
lidade normal refere-se ao significado de tal verso sob mesmo número.
Os exemplos seguintes mostram a maneira como se escrevem
as vogais quando acompanhadas de consoantes: A Adoração
Abhinanda pelo cantar, 11.99
*tka foki ^tkl fku ^ko tio de Krsna, 15.241 Advaita Ãcãrya
Ãcãrya Nandana abraçou os devotos de Navadvipa, 10.86
identificado p o r Gopinãtha Ãcãrya, 11.89 adorado p o r Caitanya, 15.10
fkr fkr C*ke Wkai C * t k o C * l k a u Ãcãryanidhi Caitanya m a n d o u que Ele dançasse, 11.227
satisfeito de ouvir sobre o r e t o m o de Caitanya visitou Sua casa, 16.210
Caitanya, 10.82 canta " H a r i b o i " , 13.87
Vogais casa de, em Sãntipura, 16.34
Acãryaratna
celebrou um festival, 10.87
a b r a ç a d o e glorificado por Caitanya,
como um proeminente devoto de Caitanya,
11.159-160
13.7
a—fonema intermediário entre o o e fh—como o th no inglês light-heart. identificado por Gopinãtha Ãcãrya, 11.85
como u m dançarino de sankirtana, 13.35
a. d—como o d no falar caipira em satisfeito de ouvir sobre o retorno de
comunica-Se por gestos com Caitanya, 16.60
Caitanya, 10.82
a—como o a longo em lata. tarde. convida Caitanya a almoçar, 16.56
Vide: Candraáekhara cria um grupo de sahklrtana chamado Sãn-
i» I—como o 1 nas palavras adido ou dh—como o dh no inglês red-hot. Ãcãryas
tipura, 13.45
abrigo. n—como o n no falar caipira em da Madhva-sampradãya estabeleceram o mo- dança em Remunã, 16.28
u, ü—como o u em acudir. carneiro. nastério de Udupi, 9.245 dança no primeiro grupo de kirtana, 13.38
denominação dos, da sucessão discipular de glorificado por Caitanya, 11.134
r—como o r no falar caipira em carta t—como o t em teto. Sankarâcãrya, 9.244 homenageado por Caitanya, 11.83
f—como no inglês reed. th—como o th no inglês light-heart dos Tattvavãdis são peritos nas escrituras, instruído a difundir krsna-bhakti, 15.41
e—como o e em pena; raramente (linguo-dental). 9.254 manifestou sintomas de êxtase, 10.80
o mestre espiritual segue os, precedentes, mostrou-Se insatisfeito devido à falta de no-
como o e em sete. d—como o d em devoto
10.17 ticias sobre o regresso de Caitanya,
ai—como o ai em pai. dh—como o dh no inglês red-hot p o d e m cantar em um local solitário, 11.176 10.72
o—como o o em goma. (linguo-dental). respeitado como ôripãda, 10.23
Aàntya-bhedãbheda-tattva
ocupa-Se numa luta simulada com Nityã-
au—como o au em causa. n—como o n em nada n a n d a , 12.188-197
apresentada no Brahma-samhitã, 9.239-240
rti—(anusoõra) como o m em bem. p—como o p em puro. explicação da filosofia de, 9.360
ofereceu orações a Caitanya, 11.127
h — ( v i s a r g a ) - (aspiração): ah, som de ph—como o ph no inglês up-hill. sente o tocar das mãos de Caitanya, 13.31
filosofia de, como a base do culto de bhakti,
servido por Govardhana, 16.225
arrá; ih, som de irri. b—como o b em boi. 9.43
tinha Svarupa Dãmodara na mais alta esti-
como o n em encher.
n—(candra-bindu) bh—como o bh no inglês rub-hard. Acyuta ma, 10.117
Krsna conhecido como, 9.156 viaja para Jagannãtha Puri, 16.13
k—como o ca em cativo. m—como o m em mãe. Acyutãnanda
Advaita-siddhãnta
kh—como o kh no inglês Eckhart. y—como o j no inglês jaw. filho de Sitãdevi, 16.21 é explicado, 12.194
g—como o g em antigo. y—como o i em alfaiate. como um dançarino d e sankirtana, 13.45 Agastya Muni
Acyuta Rsi
gh—como o gh no inglês dig-hard. r—como o r em caro. orações oferecidas a, 9.223
interrupção de sua meditação, 9.279 quatro opiniões atínentes a, 9.223
n—como o n em ângulo. 1—como o 1 em luz. Ãdi-kesava
Agni
c—como titia no falar carioca. v—como o b em bola ou o u em Caitanya arrebatado ao visitar o templo de, como deus do fogo, 9.202
ch—como o ch no inglês staunch- quando. 9.235 levou Sitã a Pãrvati, 9.204
discute sobre tópicos espirituais no templo
heart. s, s—como o x em xadrez. de, 9.237
Aham brahmãsmi
como lema de Rãmeávara, 9.244
j—como o dj em adjetivo. s—como o s em sol. Adoração Ahovala-nrsimha
jh—como o geh no inglês hedgehog. h—som aspirado semelhante ao falar Caitanya satisfeito com o método dos brãh- visitado por Caitanya, 9.17
manas, 9.184
ft—como o nh em lenha. carioca em Rio, ou como no inglês Ãlabandãru Yamunãcãrya
forma suprema d e , 11.31
t—como o t no falar caipira em carta. home. Sivãnanda Sena recita um verso de, 11.151
nos templos, para os casados, 9.289
913
914 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 915
Candídãsa Consciência
Caitanya Mahãprabhu Caitanya Mahãprabhu
vê a Deidade de "Gopãla d a n ç a n t e " , 9.246 os poemas de, fazem Caitanya feliz, 10.115 desenvolve-se de acordo com a associação,
proferiu o nome de Visnu para Se salvar,
Candraáekhara
10.182 vê a deusa da fortuna, 9.281 12.195
vê Lâhga-ganesa, 9.281 convida Caitanya para almoçar, 16.58 Coração
prega a religião da consciência de Krsna, Canto
11.98 vê o templo de Viththala Thãkura, 9.282 comparado a um quadrigário, 11.37
visita a casa de Kãái Miára, 10.31 coloca a pessoa na sucessão discipular, 9.362 Cora-parvati
Rãmãnanda Rãya satisfaz os desejos de,
viu a Deidade de Tryambaka em Nãsika, como a melhor maneira de alcançar serviço visitado por Caitanya, 9.281
10.59
9.317 a Krsna, 9.258 Corpo, material
como o método aprovado para a era de Kali, a aceitação do, desencadeia a existência ma-
realiza milagre, 11.229 visita a montanha de Rsyamüka, 9.311
11.99 terial, 11.151
recebe doações de Siva, 9.176 visita Ciyadatalâ, 9.220
como método de adoração pelas pessoas in- comparado a u m a carruagem, 11.37
recebe os antigos manuscritos do Kürma Pu- visita
teligentes, 11.99-100 Criação
rãna, 9.208 Dandakáranya, 9.311 como principio religioso, 11.98 teoria budista da, 9.49
regressa a Jagannãtha Puri, 11.65 Dhanus-tirtha, 9.311 como processo de serviço devocional, 9.260 Crianças
regressa a Vidyãnagara, 9.318 Dvaipâyani, 9.280 como uma profissão, 11.102 renunciar as, é difícil, 9.269
rejeita Kãlã Krsnadãsa, 10.65 Gokama, 9.280 de Hare Krsna como remédio, 16.64 Cultura védica
residentes de Jagannãtha Puri ansiosos por Kamakosthi-puri, 9.178 dissolve o enredo material, 15.109 dez nomes para snnnyõsis na, 10.102
se encontrarem com, 10.24-25 Kolãpura, 9.281 dos devotos puros é eficiente, 11.95 Cupido
ressucita Sri Gopãla, 12.143-149 Kuáãvarta, 9.317 em lugares solitários n ã o é para neófitos, encantado por Krsna e Rãdhãrani, 13.150
revela a forma de quatro braços a Kãái Miára, Mãhismati-pura, 9.310 11.176 queimado pelo, 13.113
10.33 Mallãra-deáa, 9.224
Malaya-parvata, 9.223 fixa a mente em Krsna, 11.10
salva as almas condicionadas, 10.11 os devotos avançados sentem prazer no,
são-Lhe oferecidos os restos do alimento do Matsya-tirtha, 9.244
9.262
os templos de todos os semideuses, 9.360
Senhor Jagannãtha, 9.347
Sãrvabhauma Bhattãcãrya convida, para al- os templos para dar o exemplo, 9.360 por devotos neófitos e avançados, 16,72 D
sobre Krsna como o ponto mais alto a ser Daksa
moçar, 9.350 os tirthas, 10,11
atingido, 9.261
satisfeito com as conversas de Rãmãnanda Sapta-godãvari, 9.318 como cabeça dos Prajãpatis, 11.118
Saptatãla, 9.312 Caranãmrta como incapaz de receber a misericórdia do
Rãya, 9.357
visita o templo de n ã o é ordinário, 16.72 Senhor, 11.118
segue estritamente as regras da ordem de
Jagannãtha, 9.345 Castidade Dãmodara Pandita
sannyãsa, 10.8
Ksira-bhagavati, 9.281 das mulheres vai narrada no Kürma Purãna, advertiu sobre criticar o Senhor, 12.25
sempre satisfaz e glorifica os devotos, 12.186
Rãmacandra, 9.198 9.200 encabeça o plano para ajudar Kãlã Krsnadã-
sente saudades de Jagannãtha, 11.62
Siva em Tilakãnci, 9.220 das mulheres é suplantada por Sitã, 9.201 sa, 10.67
Seu irmão mais velho Viávarüpa, 9.300
Sri Janãrdana, 9.242 Caturdvãra encontro extático entre Caitanya e, 9.340
sintomas de êxtase manifestados por,
9.346-347 Visn" em Gajendra-mohsana, 9.221 Caitanya visitou, 16.122 como irmão mais velho de Sankara, 11.146
Viththala, 9.303 Celibato o u v e passatempos de Mãdhavendra Puri,
solicita aposento solitário em Jagannãtha
Caitanyãnanda Bhãratí exigido em peregrinação, 11.112 16.34
Puri, 11.176
como mestre espiritual de Svarupa Dãmo- Chefes de família p e r m a n e c e c o m o S e n h o r em P u r i ,
Srivãsa e outros Vaisnavas oferecem orações
dara, 10.105 a adoração no templo confiada aos, 9.289 15.184,185
a, 11.129
Caitanyãstaka deve servir aos Vaisnavas, 15.111 respondeu o canto de Svarupa Dãmodara,
Sua afeição por Dãmodara Pandita, 11.146
as orações de, 13.206 Cirahjiva 13.37
Sua mente ficou perturbada com a meigui-
ce de Murãri Gupta, 11.157 Cokni identificado por Gopinãtha Ãcãrya, 11.92 Sankara transcendentalmente mais velho
Sri Caitanya Mahãprabhu pediu a Haridãsa Citraketu que, 11.148
Suas ordens devem ser cumpridas cuidado-
samente, 11.122 Thãkura que prestasse reverências amaldiçoado por Pãrvati, 9.270 satisfeito ao ouvir sobre o regresso de Cai-
Svarupa Dãmodara como expansão do corpo à, 11.195 Colina de Viehkata tanya, 10.83
de, 10.111 Cãmãtpura visitada por Caitanya, 9.64 Dãna-keli-lilã
tece elogios a Bhavãnanda Rãya, 10.52 visitada por Caitanya, 9.222 Comportamento passatempo de, descrito, 14.173
trouxe dois livros para Vãsudeva Datta, Canàãlas bom, discutido no Brahma-samhitã, 9.239-240 Dandakáranya
11.141-142 podem executar sacrifício, 16.186 Conhecimento o Senhor Rãmacandra vive na floresta de,
tudo pertence a, 11.177 podem receber krsna-bhakti, 15.41 ao se compreender o corpo e seu proprietá- 9.311
vagueia através dos grupos de ktrtana, Cãnakya Pandita rio, 10.168 Saptatãla como um lugar dentro da floresta
13.51-54 citado quanto à má associação, 11.10 como superior às atividades fruitivas, 9.263 de, 9.312
védico, Bhãgavatam como fruto do, 9.263
922 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 923
Madhvãcãrya Manimã
Mente Morte
biografia resumida, 9.245 cantado por Caitanya, 13.14
Caitanya visita a casa de, 9.245 como demônio, 9.245 comparada ao instrumento de direção, 11.37 o corpo h u m a n o dá-nos a oportunidade de
como autoridade de política de grupo, 9.275 Mantra gãyatry de Caitanya é Vrndãvana, 16.281 nos livrarmos da, 11.151
sonha com a Deidade, 9.246 do devoto dedicado a Krsna, 11.30 quem visita Dhanustirtha libera-se da, 9.199
explicação da origem do, no Brahma-samhitã
Madhvãcãrya-sampradãya explicada no Brahma-samhitã, 9.240 Mulheres
9.240
aceita forma transcendental de Deus, 9.277 seis inimigos da, 11.10 enganadas pelos Bhattathãris, 9.224
Mantra Hare Krsna
aceita por Mãdhavendra Puri, 9.277 Mestre espiritual mesmo de madeira podem agitar, 11.10
Caitanya fixo em Sua missão de cantar o,
Madhva-Gaudíya-sampradãya 10.170 a necessidade de se ter fé no, 9.98 podem alcançar o destino supremo, 10.54
os seguidores de Caitanya são conhecidos religião significa cantar o, 11.99 Caitanya aceitava Brahmãnanda Bhãrati Mukti
como os, 9.11 Mantra Rama Rãghava como, 10.152, 173 como forma de desejo pelos Tattvavãdis,
Mahã-baleávara chamado de goéãni, 11.165 9.277
cantado por Caitanya, 9.13
definição d e , 15.117 Mukunda
famoso templo de Siva, 9.280 Manu
dever principal é satisfazê-lo, 11.58 amigo de Caitanya desde a infância, 9.277
Mahâbhârata como incapaz de receber a misericórdia do
dever é ocupar discípulos, 14.36 cantor principal do sankirtana, 13.14
citado quanto às qualidades de Caitanya, Senhor, 11.118
encoraja a todos na vida espiritual, 10.54 cuidado por Svarupa Dãmodara, 13.73-74
10.J70 Materialistas
estabelece princípios regulativos, 15.106 encontro de Caitanya e, 9.340
citado quanto ao n o m e de Krsna, 9.30 como serpentes venenosas, 11.10
melhor dos paramahamsas, 9.289 encontrou-se com Svarupa Dãmodara,
resumido por Madhvãcãrya, 9.245 vê-los compara-se a tomar veneno, 11.8-10
misericórdia do, 11.51; 13.18 10.127
Mahãbhãva Mathurã
mostra o caminho do serviço devocional, planeja ajudar Kãlã Krsnadãsa, 10.67
sete ingredientes do, 14.176 Kamsa morto em, 13.149
11.52 identificado por Gopinãtha Ãcãrya, 11.92
Mahã-mantra Krsna fica em, 13.139
pode conceder misericórdia a todos, 10.136 muito favorecido por Caitanya, 11.139
a potência do, 9.8 Matsya-tirtha
sahajiyãs invejam os autênticos, 10.23 renascimento transcendental de, 11.140
Caitanya estimulou os budistas a cantarem Caitanya visita, 9.244
Mãyã segue ãcãryas anteriores, 10.17 veio para Khanda para acompanhar Advaita,
O, 9.60-61
servo íntimo do Senhor, 10.23 10.90
cantado por Haridãsa Thãkura, 11.185 ilimitada, 11.189
sua ordem é muito forte, 10.144-145 Mukunda dãsa
o próprio Senhor, 15.108 pode nos afastar de Caitanya, 10.65
Mahãnila torna o discípulo livre de mãyã, 9.61 habitante de Khanda, 15.112
superada pelo serviço devocional, 14.45
um gosvãmi, 9.289 ouve passatempos de Mãdhavendra Puri,
tio de Krsna, 15.241 Mãyãpura
Misericórdia 16.34
Mahã-prasãda devotos devem fazer sankirtana em, 1 1 . %
como algo relativo, 9.49 Mundo, material
alimento oferecido à Deidade, 12.180 Mãyãvãda, filosofia
de Caitanya e sua imitação da dança do Senhor, 9.137
ímpios não podem compreender o valor da, causa ateísmo, 9.360
age automaticamente, 14.16 Murãri Brãhmana
11.209 conseqüências desastrosas ao aceitá-la,
comparada ao oceano, 14.86 meditava constantemente em Caitanya, 10.44
o alimento preparado p o r um avaisnava 10.113
liberou o sul da índia, 9.1 Murãri Gupta
jamais é, 9.53 Sahkarãcãrya converte eruditos à, 9.244
para com Seus devotos, 10.188 apegado a Rãmacandra, 15.144-156
Mahãrãstra Mãyãvãdis
poderosa, 14.16 autor do Caitanya-carita, 12.136
sankirtana difundiu-se na província de, 9.282 acreditam que a Deidade é ilusão, 9.360
por Brahmãnanda Bhãrati, 10.181 fugiu de Caitanya, 11.155
Mahendra-saila Caitanya confundido como s e n d o um dos,
9.250 devotos têm mais, que o Senhor, 10.67 identificado por Gopinãtha Ãcãrya, 11.86
Caitanya viu Paraáurãma em, 9.198
imaginam forma de Deus na matéria, 12.61 do mestre espiritual e Krsna, 11.51 Murãri Mãhiti
Mãhismati-pura
o sul da índia sob as garras dos, 9.1 do olhar de Caitanya, 10.177 irmão de Sikhi Mãhiti, 10.44
visitada por Caitanya, 9.310 do Senhor não está sujeita às regulações vé-
Mãlati rejeitam a forma transcendental do Senhor,
dicas, 10.137-139
N
Rãdhãrani parece com fragrância da flor, 9.277
do Senhor Supremo sempre disponível às al- Nagna-mãtrkã-nyãya
13.121 m a s caldas, 11.151 explicação da teoria de, 12.68
Meditação
Malaya-parvata não se prega sem, a de Caitanya, 14.21 Nandãi
dos devotos nos pés de lótus de Caitanya,
visitado por Caitanya, 9.223 10.45 necessária para compreender Caitanya, ficou com Govinda, 10.149
Mãlini 11.102-104 Nãrada Muni
Medo
esposa de Srivãsa Pandita, 16.22 como inimigo da mente, 11.10 incapaz de receber a misericórdia do Senhor,
n e n h u m a se compara à, de Krsna, 16.241
Mallãra-deáa de Indra de perder o posto, 9.279 11.118
Monismo
visitado por Caitanya, 9.224 de Indra de perder o posto, 9.279 integra o paramparã, 11.99
infernal, 13.141
Mallikárjuna-tirtha o devoto aceita qualquer posição sem Nãrada-pancarãtra
Monismo impessoal
visitado por Caitanya, 9.15 n e n h u m , 9.270 citado por Caitanya, 9.156
explicação, 12.194
Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 933
932
Vilãsa Yamunã
Vãsudeva Datta Vrsni caminho do Ratha-yãtrã parece com, 13-2»
admite sua inferioridade, 11.140 passatempos, 14.186-189 Krsna como a luz da dinastia d«< !3.78
esquecido por Krsna, 13.144
Caitanya preferia vê-lo do que a seu filho, Visnu Vyabhicãn-bhãvas
Yaáodã
11.137 adoração mais elevada, 11.31 enumerados, 14.167 sofrimento de saudades por Krsna, 13.1*5
chefe de família, 15.95 Caitanya pronunciou Seu n o m e para salvar- Vyãsadeva Yoga
desejou sofrer pelas almas condicionadas, Se, 10.182 compilou o Srimad-Bhãgavatam, 9- devotos puros transcendentais à, 13.140
3 2 4 5
15.162-163 mestre espiritual tão respeitável quanto, d e u a éãlagrama-étlã a M a d h v ã c ã r y ' » - gopis n ã o gostavam, 13.141
encarnação de Prahlãda, 15.165 10.23 Vyenkata Bhartã n ^ Yogamâyâ
e
Vãsudeva Ghosa meta última da vida, 11.37 Caitanya permaneceu na casa o ' irmã de Krsna, 15.270
compôs canções Vaisnavas, 11.88 o nome de Rama tem o valor de mil nomes Yoga-nid ra
Vedãnta-sütm de, 9.32 explicada no Brahma-samhitã, 9.240
como a base do culto de bhakti, 9.43 também conhecido por Sripati, 9.219 Yãjapura
Vedas templo de, em Pãpanãsana, 9.79 Caitanya visita, 16.150
como a base do culto a Caitanya, 9.43 Viththala Thãkura como forma de, 9.282 Ya;ur Veda
especuladores não p o d e m compreender Visnudãsa tema para o estudo védico, 9.24*
Deus pelo estudo dos, 11.104 meditava constantemente em Caitanya, 10.45 Yamarãja
não foram compilados por n e n h u m ser cria- Visnu-kãhci parte do paramparã, 11.99
d o , 9.49 visitada por Caitanya, 9.70 Yameávara
3 v l v c r
os budistas consideram os, como sendo com- Visvãmitra Muni Gadãdhara Pandita recebe lugar P ™
pilações h u m a n a s , 9.49 caiu vítima do plano de Indra, 9.279 em, 15.183
recomendam adoração aos semideuses, 11.31 Viávanãtha Cakravarti Thãkura
três divisões dos, 9.263; 11.31 autor do Gurv-astaka, 14.36
Vedãvana Viávarüpa
visitada por Caitanya, 9.75 como Sankarãranya Svãmi, 9.300
Verdade Absoluta Viévãsa
fundir-se na existência da, como uma forma explicação do título, 16.175
de contaminação, 9.277 Viththala Thãkura
é denominada de Rama, 9.29 forma de Nãrãyana, 9.282
igual ao Senhor Supremo, 12.38 Vrajabhümi
Krsna indica a, 9.30 seguindo os passos dos habitantes de,
não é alcançada através da argumentação, 9.128-131
9.49 Vrddhaloka
os não-devotos pensam que a, é vazia, 9.360 visitada por Caitanya, 9.72-73
quatro princípios para se compreender a, Vrddhakãál
9.362 visitada por Caitanya, 9.38
três fases da, 15.277 Vrndãvana
Vetasi Caitanya parte para, 16.94
Rãdhãrani deseja voltar ao local, 13.121 comparada a Gundicã, 13.119
Vibhisana consciência de Krsna pura em, 13.136
irmão mais novo de Rãvana, 9.199 descrição de, 13.128
Vidura Gosvãmis estabeleceram os templos de,
com as qualidades dos devotos, 11.32 9.289
como um íúdra, 10.138-139 jardim do Ratha-yãtrã parece, 13.25
Vidyápati Krsna e os habitantes, 13.146-150
Caitanya feliz com seus poemas, 10.115 onde quer que Caitanya esteja ai é, 16.278
Vidyãnidhi Ãcãrya opulência descrita, 14.219-228
Caitanya o abraçou e glorificou, 11.160 parakíyfl-rasã relacionada a, 13.24
Vidyã-vãcaspati pregação mais importante que ficar em, 16.64
Caitanya fica na casa de, 16.207 tão adorável quanto Krsna, 12.39
Vijayã-daéaml tudo consciente de Krsna em, 13.141
Caitanya celebrou, 15.32