Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
"O amor extático que Srí Caitanya Mahãprabhu manifestou por D e u s "
(Capítulos 11-20)
por
FUNDAÇÃO BHAKTIVEDANTA
THE BHAKTIVEDANTA BOOK TRUST
Sao Paulo Los Angeles Miami Londres Paris Bombaim Sydney Hon^ Koftg
índice
Título do original:
Sri Caitanya-caritãmrta, Antya-lílã, Volumes Four and Five.
"Srí Caitanya Mahãprabhu's Ecstatic Love of G o d h e a d " Prefácio vii
" T h e Confidential Pastimes of Sri Caitanya M a h ã p r a b h u " Introdução xi
Este livro foi traduzido para o português do original em inglês por: CAPITULO ONZE
O d e s a p a r e c i m e n t o de H a r i d a s a T h a k u r a l
Paravyoma dãsa (Pedro Paulo Gomes Marin) CAPÍTULO DOZE
Mahãkãla dãsa (Mareio Lima Pereira Pombo) Os intercâmbios amorosos entre o Senhor
Indrasarana dãsa (Antônio Irapuam Ribeiro Tupinambá) Srí C a i t a n y a M a h ã p r a b h u e J a g a d ã n a n d a P a n d i t a 43
CAPITULO TREZE
8
1986 THE BHAKTIVEDANTA BOOK TRUST. Passatempos entre Jagadãnanda Pandita e
R a g h u n ã t h a Bhatta G o s v ã m l 97
Divisão Editorial da
FUNDAÇÃO BHAKTIVEDANTA. CAPITULO QUATORZE
C.G.C. - 54.366.034/0001-23 O S e n h o r Srí C a i t a n y a M a h ã p r a b h u s e n t e s a u d a d e s d e K r s n a 149
CAPÍTULO QUINZE
A loucura transcendental do S e n h o r Sri Caitanya M a h ã p r a b h u 203
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total deste livro
CAPÍTULO DEZESSEIS
Editado e impresso no Brasil O Senhor Sri Caitanya M a h ã p r a b h u saboreia o néctar dos lábios
d o S e n h o r Sri K r s n a 247
Obra completa ISBN 85-7015-030-X
Este volume :SBN 85-7015-059-8 CAPÍTULO DEZESSETE
A s t r a n s f o r m a ç õ e s físicas d o S e n h o r Srí C a i t a n y a M a h ã p r a b h u 311
D a d o » tí« C a t a l o g a ç ã o na P u b l i c a ç ã o ( C I P ) Internacional
(Câmara Brasileira d o L i v r o , S P . Brasil) CAPÍTULO DEZOITO
O Senhor é resgatado do mar 345
7JÍÍ
vai Sri Caitanya-carítãmrta Prefácio
Essas donzelas (gopls, ou vaqueirinhas) simplesmente amavam Krsna, sem moti- folhas de tulasioferecidas a Ele, ocupando-se em atividades de Seu interesse, etc.
vações de ganho material ou espiritual. Caitanya também recomendou o Srínwd- Não é possível parar com as atividades da mente e dos sentidos, mas pode-se
Bhãgavatam como a narração imaculada de conhecimento transcendental, e também purificá-las através de uma mudança de consciência. Esta mudança está indicada
ressaltou que o objetivo supremo da vida humana é desenvolver amor puro por no Bhagavad-gítã q u a n d o Krsna fala a Arjuna sobre o conhecimento da yoga me-
Krsna, a Suprema Personalidade de Deus. diante o qual pode-se trabalhar sem resultados fruitivos. "Ó filho de Prthã, quando
Os ensinamentos do Senhor Caitanya e os dados pelo Senhor Kapila, o exposi- agires com tal inteligência, poderás livrar-te do cativeiro dos trabalhos." (Bg. 2.39)
tor original da sãnkhya-yoga, o sistema sãúkhya de filosofia, são idênticos. Este sis- Às vezes, o ser humano abstém-se do gozo dos sentidos devido a determinadas
tema de yoga autorizado recomenda a meditação na forma transcendental do circunstâncias tais como doenças, e t c , mas esta não é a prescrição. Sem conhecer
Senhor. Meditar em algo vazio ou impessoal está fora de cogitação. Podemos me- o verdadeiro processo pelo qual pode-se controlar a mente e os sentidos, homens
ditar na forma transcendental do Senhor Visnu, mesmo sem praticar complicadas menos inteligentes, ou tentam conter a mente e os sentidos à força, ou cedem
posturas sentadas. Tal meditação chama-se samãdhi perfeito. Este samãdhi perfeito a eles e são arrastados pelas ondas do gozo dos sentidos.
é comprovado no final do Sexto Capítulo do Bhagavad-gítã, onde o Senhor Krsna Os princípios regulativos e as regras de yoga, as diversas posturas sentadas e
diz: "E de todos os yogis, aquele que sempre se absorve em Mim com grande exercícios respiratórios executados numa tentativa de afastar os sentidos de seus
fé, adorando-Me com transcendental serviço amoroso, está mui intimamente li- objetos são métodos destinados àqueles que estão demasiadamente absortos no
gado a Mim em yoga e é o mais elevado de t o d o s . " (Bg. 6.47) conceito corpóreo de vida. O homem inteligente, situado em consciência de Krçna,
O Senhor Caitanya deu instruções à massa popular sobre a filosofia sãnkhya não procura, à força, impedir seus sentidos de agir. Em vez disso, ele ocupa seus
de acmtya-bhedãbheda-tattva, a qual defende que o Senhor Supremo é simultanea- sentidos a serviço de Krçna. Ninguém pode impedir que uma criança brinque,
mente igual à Sua criação e diferente dela. O Senhor Caitanya ensinou esta filo- deixando-a inativa. Pode-se impedir uma criança de cometer tolices ocupando-a
sofia através do cantar do santo nome do Senhor. Ele ensinou que o santo nome em atividades superiores. A restrição em que, através dos oito princípios da yoga
do Senhor é Sua encarnação sonora e que, como o Senhor é o todo absoluto, se contém forçosamente as atividades sensoriais, é recomendada para homens
não há diferença entre Seu santo nome e Sua forma transcendental. Assim, can- inferiores. Homens superiores, ocupando-se nas atividades superiores da cons-
tando o santo nome do Senhor, podemos associar-nos diretamente com o Senhor ciência de Krçna, afastam-se naturalmente das atividades inferiores relacionadas
Supremo através da vibração sonora. Ao praticarmos essa vibração sonora, pas- com a existência material.
samos por três fases de desenvolvimento: a fase ofensiva, a fase purificatória e O Senhor Caitanya ensina a ciência da consciência de Krsna dessa maneira.
a fase transcendental. Na fase ofensiva, podemos desejar toda espécie de felici- Esta ciência é absoluta. Especuladores mentais secos tentam abster-se do apego
dade material, mas, na segunda fase, purificamo-nos de toda a contaminação ma- material, mas, de um modo geral, verificamos que a mente é forte demais para
terial. Quando nos situamos na fase transcendental, alcançamos a posição mais ser controlada e os arrasta de volta para atividades sensuais. A pessoa em consciên-
cobiçada — a fase em que amamos a Deus. O Senhor Caitanya ensinou que esta cia de Krsna não corre esse risco. É preciso ocupar mente e sentidos em atividades
é a mais elevada fase de perfeição para os seres humanos. conscientes de Krçna, e o Senhor Caitanya ensina como fazer isso na prática. Antes
de aceitar sannyãsa (a ordem renunciada), o Senhor Caitanya era conhecido como
A prática de yoga destina-se essencialmente ao controle dos sentidos. A mente
Visvambhara. A palavra visvambhara refere-se àquele que mantém todo o universo
é o fator central de controle de todos os sentidos; portanto, antes de mais nada,
e que lidera todas as entidades vivas. Este mantenedor e líder apareceu como
é preciso praticar o controle da mente, ocupando-a em consciência de Krsna. As
o Senhor Sri Krçna Caitanya para transmitir esses ensinamentos sublimes à huma-
atividades grosseiras da mente expressam-se através dos sentidos externos, quer
nidade. O Senhor Caitanya é o preceptor ideal das necessidades fundamentais
para a aquisição de conhecimento, quer para o funcionamento dos sentidos de
da vida. Ele é o mais magnânimo outorgador do amor a Krçna. Ele é o reservatório
acordo com a vontade. As atividades sutis da mente são pensar, sentir e querer.
completo de todas as misericórdias e boa fortuna. Como se confirma no èrímad-
Segundo seu estado de consciência, o indivíduo é poluído ou puro. Se nossa mente
Bhãgavatam, no Bhagavad-gítã no Mahãbhãrata e nos Upanisads, Ele é a Suprema
está fixa em Krsna (Seu nome, qualidade, forma, passatempos, séquito e para-
Personalidade de Deus, o próprio Krsna, sendo digno de adoração de todos nesta
fernália), todas as nossas atividades — tanto sutis quanto grosseiras — tornam-se
era de desavenças. Todos podem juntar-se a Seu movimento de sankírtana. Não
favoráveis. No Bhagavad-gítã, o processo de purificar a consciência consiste em
se exige nenhuma qualificação prévia. Pelo simples fato de seguir Seus ensinamen-
fixar a mente em Krsna, falando de Suas atividades transcendentais, limpando-
tos, qualquer pessoa pode tornar-se um ser humano perfeito. Quem tiver a boa
Lhe o templo, indo a Seu templo, vendo a bela forma transcendental do Senhor
ortuna de ser atraído por Suas características, decerto que terá êxito na missão
magnificamente decorada, ouvindo Suas glórias transcendentais, saboreando a
e sua vida. Em outras palavras, aqueles que estiverem interessados em alcançar
comida oferecida a Ele, associando-se com Seus devotos, cheirando as flores e
X Sri Caitanya-caritàmrta
Introdução
a existência espiritual poderão ser facilmente liberados das garras de mãyâ pela
graça do Senhor Caitanya. Os ensinamentos apresentados neste livro não são
diferentes do Senhor. O Srí Caitanya-caritãmrta é a principal obra sobre a vida e os ensinamentos de
Absorvendo-se no corpo material, a alma espiritual aumenta as páginas da his- Sri Krsna Caitanya. Srí Caitanya é o pioneiro de um grande movimento religioso
tória mediante toda espécie de atividades materiais. Os ensinamentos do Senhor e social que começou na índia há pouco menos de quinhentos anos e que, direta
Caitanya podem ajudar a sociedade humana a parar com tais atividades desne- e indiretamente, influenciou o curso subseqüente do pensamento religioso e filo-
cessárias e temporárias. Através desses ensinamentos, a sociedade humana poderá sófico, não somente na índia, mas também no Ocidente de hoje em dia.
elevar-se à plataforma mais elevada de atividade espiritual. Essas atividades
Considera-se Caitanya Mahãprabhu como uma figura de grande importância
espirituais começam realmente após libertarmo-nos do cativeiro material. Tais ativi-
histórica. No entanto, nosso método convencional de análise histórica — o de
dades liberadas em consciência de Krsna constituem a meta da perfeição humana.
encarar o homem como um produto de sua época — não se aplica aqui. Sri Caitanya
O falso prestígio que adquirimos tentando dominar a natureza material é ilusório.
é uma personalidade que transcende o alcance limitado dos contextos históricos.
Os ensinamentos do Senhor Caitanya podem conferir-nos conhecimento ilumi-
nante, e, mediante tal conhecimento, podemos avançar na existência espiritual. Numa época em que, no Ocidente, o homem voltava seu espírito explorador
para o estudo da estrutura do universo físico e para a circunavegação do m u n d o
Todos são obrigados a sofrer ou gozar os frutos de suas atividades: ninguém em busca de novos oceanos e continentes, Sri Krsna Caitanya, no Oriente, inau-
pode conter as leis da natureza material que governam tais coisas. Enquanto esti- gurava e liderava uma revolução voltada para o m u n d o interior, para uma com-
vermos ocupados em atividades fruitivas, decerto que seremos frustrados em preensão científica do conhecimento mais elevado da natureza espiritual do
qualquer tentativa de alcançar a meta última da vida. Minha esperança sincera homem.
é que, entendendo os ensinamentos do Senhor Caitanya, a sociedade humana
As principais fontes históricas da vida de Sri Caitanya são os kadacãs (diários)
sinta uma nova luz de vida espiritual que abrirá o campo de atividade para a alma
mantidos por Murãri Gupta e Svarüpa Dâmodara Gosvãmí. Murári Gupta, um
pura.
médico e associado íntimo de Sri Caitanya, registrou extensas anotações sobre
os primeiros vinte e quatro anos da vida de Sri Caitanya, culminando em Sua
oth tal sat iniciação na ordem renunciada, sannyãsa. Os eventos da outra metade dos qua-
renta e oito anos dos passatempos de Caitanya Mahãprabhu foram registrados
no diário de Svarüpa Dâmodara Gosvãmi, outro dos associados íntimos de
Caitanya Mahãprabhu.
A. C. Bhaktivedanta Swami O $ri Caitanya-caritãmrta divide-se em três partes, chamadas lílãs. que literal-
mente significa " p a s s a t e m p o s " — Ãdi-lilã (o período inicial), Madhya-ldã (o perío-
14 de março de 1968 do intermediário) e Antya-lilã (o período final). As anotações de Murári Gupta
Aniversário do Senhor Caitanya formam a base do Ãdi-lílã, e o diário de Svarüpa Dâmodara fornece os pormeno-
Templo Sri-Sri-Rãdhã-Krsna res para o Madhya-lílã e para o Antya-lílã.
Nova Iorque — E.U.A. Os primeiros doze dos dezessete capítulos do Ãdi-Idã constituem o prefácio para
toda a obra. Recorrendo a evidências de escrituras védicas, este prefácio estabe-
lece Sn Caitanya como o avatãra (encarnaçâo) de Krsna (Deus) para a era de Kali
— a época atual, que começou há cinco mü anos e que se caracteriza pelo materia-
lismo, pela hipocrisia e pela desavença. Nestas descrições, Caitanya Mahãprabhu,
que é idêntico ao Senhor Krsna, aparece para conceder liberalmente amor puro
a
Deus às almas caídas desta era degradada, propagando o sankírtana — literalmen-
te- glorificação congregacional a D e u s " — especialmente organizando o cantar
publico do mahã-mantra (Grande Canto para a Liberação). Revela-se o propósito
esotérico do aparecimento do Senhor Caitanya no m u n d o , descrevem-se Seus
co-avatâras e devotos principais e resumem-se Seus ensinamentos. A porção res-
xi
Sri Caitanya-caritãmrta
Introdução xiü
tante do Ãdi-lTlã, dos Capítulos Treze a Dezessete, recapitula sucintamente Seu
nascimento divino e Sua vida até Ele aceitar a ordem renunciada. Isto inclui Seus Vrndãvana dãsa Thâkura, que então era considerada a principal autoridade sobre
milagres quando criança, Seu tempo de escola, Seu casamento e Seus primeiros a vida de Sri Caitanya, foi altamente venerado. Enquanto compunha seu impor-
confrontos filosóficos, bem como Sua organização de um amplo movimento de tante trabalho, Vrndãvana dãsa, temendo que este se tornasse volumoso demais,
sankírtana e Sua desobediência civil contra a repressão do governo muçulmano. evitou descrever elaboradamente muitos dos eventos da vida de Srí Caitanya,
O Madhya-lílã, a mais extensa das três divisões, fornece uma narração minuciosa em particular os últimos. Ansiosos por ouvir esses últimos passatempos, os de-
das memoráveis e longas viagens do Senhor Caitanya pela Índia como um mendi- votos de Vmdãvana solicitaram que Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmí, a quem respei-
cante renunciado, mestre, filósofo, preceptor espiritual e místico. "Durante este tavam como um grande santo, compusesse um livro narrando esses episódios
período de seis anos, Srí Caitanya transmite Seus ensinamentos a Seus discípu- pormenorizadamente. Após este pedido, e com a permissão e as bênçãos da Dei-
los principais. Ele empreende debates e converte muitos dos mais famosos filó- dade de Madana-mohana, de Vmdãvana, ele começou a compilar o Srí Caitanya-
sofos e teólogos de Sua época, incluindo áahkaristas, budistas e muçulmanos, caritãmrta, o qual devido a seu primor biográfico e completa exposição da profunda
acompanhados de seus muitos milhares de seguidores e discípulos. Inclui-se filosofia e dos ensinamentos do Senhor Caitanya, é considerado como a mais im-
também nesta seção uma dramática narrativa das atividades miraculosas de portante obra biográfica sobre Sri Caitanya.
Caitanya Mahãprabhu no grande festival do Ratha de Jagannãtha em Orissa. Ele começou a trabalhar no texto quando já tinha mais de noventa anos e esta-
O Antya-Mã relaciona-se com os últimos dezoito anos da presença manifesta va com a saúde vacilante, como vividamente descreve no próprio texto: "Agora
de Sri Caitanya, passados em semi-reclusão perto do famoso templo de Jagannãtha estou velho demais e perturbado pela invalidez. Enquanto escrevo, minhas mãos
em Jagannãtha Puri, Orissa. Durante estes derradeiros anos, Sri Caitanya mer- tremem. Não posso lembrar-me de nada, nem posso ver ou ouvir bem. Mesmo
gulhou cada vez mais profundamente em transes de êxtase espiritual inigualá- assim, escrevo, e isso é maravilhoso." Decerto é uma das maravilhas da história
veis em toda a história religiosa e literária, tanto do Oriente quanto do Ocidente. literária que, não obstante suas condições tão debilitadas, ele completasse a maior
A perpétua e sempre crescente beatitude religiosa de Sri Caitanya, descrita grafi- jóia literária da índia medieval.
camente nas narrativas baseadas no testemunho ocular de Svarüpa Dâmodara Esta tradução e comentário é obra de Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta
Gosvãmí, Seu inseparável companheiro durante este período, claramente desa- Swami Prabhupãda, o mais distinto mestre do pensamento religioso e filosófico
fia as habilidades investigadoras e descritivas dos modernos psicólogos e feno- indiano. Seu comentário baseia-se em dois comentários bengalis: um de seu
menologistas de experiência religiosa. mestre, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvatí Gosvãmí — o eminente acadêmico védi-
O autor deste grande clássico, Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmí, nascido no ano co que predisse: " T e m p o virá em que as pessoas do m u n d o estudarão bengali
de 1507, foi discípulo de Raghunãtha dãsa Gosvãmí, um íntimo seguidor de para ler o Sri Caitanya-caritãmrta" — e outro do pai de Srila Bhaktisiddhãnta,
Caitanya Mahãprabhu. Raghunãtha dãsa, um renomado santo e asceta, ouviu Bhaktivinoda Thâkura.
e memorizou todas as atividades de Caitanya Mahãprabhu, conforme as contou Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupãda é descendente dis-
Svarüpa Dâmodara. Após o desaparecimento de Srí Caitanya e de Svarüpa cipular de Sri Caitanya Mahãprabhu, e é o primeiro erudito a traduzir sistemati-
Dâmodara, Raghunãtha dãsa, incapaz de suportar a dor da saudade destes obje- camente as obras principais dos seguidores de Srí Caitanya. Sua perfeita erudição
tos de sua plena devoção, viajou para Vmdãvana, tencionando cometer suicídio, em bengali e em sânscrito e íntima familiaridade com os preceitos de Srí Krsna
pulando da Colina de Govardhana. No entanto, em Vmdãvana encontrou-se com Caitanya são uma combinação adequada que eminentemente qualificam-no a apre-
Rüpa Gosvãmí e Sanãtana Gosvãmí, os mais íntimos discípulos de Caitanya Mahã- sentar este importante clássico ao m u n d o de língua ocidental. A facilidade e cla-
prabhu. Eles convenceram-no a desistir de seu plano de suicídio e induziram-no reza com as quais ele expõe difíceis conceitos filosóficos produzem compreensão
a revelar-lhes os eventos espiritualmente inspiradores da vida posterior do Senhor e
apreciação genuínas desta profunda e monumental obra, mesmo n u m leitor
Caitanya. Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmí também residia em Vmdãvana naquela totalmente alheio da tradição religiosa indiana.
época, e Raghunãtha dãsa Gosvãmí transmitiu-lhe plena compreensão da vida O texto completo, com comentários, apresentado pela Bhaktivedanta Book Trust
transcendental de Sri Caitanya. em sete volumes belamente ilustrados, representa uma contribuição da maior im-
A essa altura, acadêmicos e devotos contemporâneos e quase contemporâneos portância à vida intelectual, cultural e espiritual do homem contemporâneo.
de Sri Caitanya já haviam escrito diversas obras biográficas sobre Sua vida. Dentre
estas, estão incluídos o Sri Caitanya-carita de Murãri Gupta; o Caitanya-mangala, —Os Editores
de Locana dãsa Thâkura e o Caitanya-bhãgavata. Este último texto, uma obra de
CAPÍTULO O N Z E
O desaparecimento de Haridasa T h â k u r a
VERSO 2
«sraífosfàfii f i t s r t ^ f ã l í i m II * n
jaya jaya sri-caitanya jaya dayãmaya
jayãdvaita-priya nityãnanda-priya jaya
jaya jaya—todas as glórias; éri-caitanya—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
laya—todas as glórias; dayã-maya—ao misericordiosíssimo; jaya—todas as glórias;
idvaita-priya—ao querido amo de Advaita Ãcãrya; nityãnanda-priya—a Sri Caitanya
Mahãprabhu, que é muito querido do Senhor Nityãnanda; jaya—todas as glórias.
2 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-Iílà, 1 1 Verso 8 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 3
as 0 r a s
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, que é muito /'ai/a—todas 8 ' ' ' gaura-deha—ao corpo transcendental de Srí Caitanya
misericordioso e que é muito querido de Advaita Acãrya e do Senhor Nityãnanda. Mahãprabhu; krsna—Senhor Krsna; svayam—pessoalmente; bhagavãn—a Suprema
Personalidade de Deus; krpã kari'—sendo misericordioso; deha'—por favor, dá;
prabhu—meu Senhor; nija-pada-dãna—refúgio a Teus pés de lótus.
VERSO 3
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias à forma transcendental de Sri Caitanya Mahã-
prabhu, que é o próprio Krsna, a Suprema Personalidade de Deus. Meu querido
Senhor, por favor, mostra Tua misericórdia imotivada e dá-me o refúgio de Teus
pés de lótus.
jaya srinivãsesvara haridãsa-nãlha VERSO 6
jaya gadãdhara-priya svarüpa-prãna-nãtha
jaya—todas as glórias; érínivãsa-Iévara—ao amo de Srínivãsa; haridãsa-nãtha—o ®r? fflsjíswt&a ws c & ^ r a ? «it«i i
senhor de Haridasa Thâkura; jaya-todas as glórias; gadãdhara-priya—ao querido i?st*if? 5?«tt?f?c*'» < s f o CWÍ?' «fta n * 11
amo de Gadãdhara; svarüpa-prãna-nãlha—o senhor da vida de Svarüpa Dâmodara.
jaya nityãnanda-candra jaya caitanyera prãna
TRADUÇÃO—Todas as glórias ao amo de Srínivãsa Thâkura! Todas as glórias ao tomara caranãravinde bhakti deha' dana
senhor de Haridasa Thâkura! Todas as glórias ao querido amo de Gadãdhara jaya—todas as glórias; nityãnanda-candra—ao Senhor Nityãnanda Prabhu; jaya—
Pandita! Todas as glórias ao senhor da vida de Svarüpa Dâmodara! todas as glórias; caitanyera prãna—a vida e alma de Sri Caitanya Mahãprabhu;
tomara camna-aravinde—a Teus pés de lótus; bhakti—serviço devocional; deha'—por
VERSO 4 favor, dá; dana—a dádiva.
VERSO 15 VERSO 18
svarüpa gosãni, ãra rãmãnanda-rãya govinda kahe, — 'utha ãsi' karaha bhojana'
rãtri-dine kare donhe prabhura sahãya haridasa kahe,—ãji karimu langhana
svarüpa gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; ãra—e; rãmãnanda-rãya—Rãmã- govinda kahe—Govinda disse; utha—por favor, levanta-te; ãsi'—vindo; karaha
nanda Rãya; rãtri-dine— dia e noite; ícare—fazem; donhe— ambos; prabhura—de Srí bhojana—aceita tua prasãda; haridasa kahe—Haridasa replicou; «//—hoje; karimu lan-
Caitanya Mahãprabhu; sahãya—auxílio. ghana— observarei jejum.
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara Gosvãmí e Rãmãnanda Rãya, os principais as- TRADUÇÃO—"Por favor, levanta-te e aceita tua mahã-prasãda", disse Govinda.
sistentes nos passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu, permaneciam com Ele Haridasa Thâkura replicou: "Hoje observarei j e j u m . "
tanto de dia quanto de noite.
VERSO 19
VERSO 16
<3cs • r i f e , c ^ s i t f s i f è ? ?
a w t s i l t " ? I t f s m t S , G^ltfS S ç f f o ? f ÍS> II
VERSO 20 VERSO 22
efa baZi' mahã-prasãda karilã vandana namaskãra kari' tenho kailã nivedana
sarira sustha haya mora, asustha buddhi-mana
eka rahca lanã tara karilã bhaksana
namaskãra kari'—após prestar reverências; tenho—ele, Haridasa Thâkura; kailã
eta bali'—dizendo isso; mahã-prasãda—h mahã-prasãda; karilã vandana—ele ofereceu
nivedana—expôs; sarira—corpo; su-stha—muito bem; haya—está; mora—meu;
respeitos; efaj rança—uma pequena porção; lanã—pegando; fãra teri/õ bhaksana—
asu-stha—numa condição que não é saudável; i)i,dd/ii-mana—minha mente e in-
comeu-a. teligência.
T R A D U Ç Ã O — D i z e n d o isso, ofereceu orações à mahã-prasãda, pegou-lhe uma
T R A D U Ç Ã O — P r e s t a n d o suas reverências ao Senhor, Haridasa respondeu: " M e u
pequena porção e comeu-a.
corpo está muito bem, porém, minha mente e inteligência não estão nada b e m . "
SIGNIFICADO—A mahã-prasãda não é diferente de Krçna. Portanto, ao invés de
comer mahã-prasãda, devemos honrá-la. Diz-se aqui que karilã vandana: "ele ofe- VERSO 23
receu orações." Ao aceitarmos mahã-prasãda, não devemos considerar o alimento
como sendo preparações habituais. Prasãda significa misericórdia. Devemos con-
siderar mahã-prasãda como uma dádiva de Krçna. Como afirma Srila Bhaktivinoda c*wi - • * R « m - ^ s i üi • g r a ' ii li
Thâkura, krsna bada dayãmaya karibãre jihvã jaya svaprasãda-anna dilã bhãi. Krçna é
muito bondoso. Todos nós neste m u n d o material estamos muito apegados a sa- prabhu faj/ie,— 'fon vyãdhi, kaha ta' nirnaya?'
borear diversas categorias de alimento. Portanto, Krçna come muitas saborosas tenho kahe, — 'sahkhyã-kirtana nã püraya'
variedades de comida e devolve este alimento aos devotos, de sorte que possamos prabhu kahe— Sri Caitanya Mahãprabhu disse; kon vyãdhi—que doença; fca/w /a'
não apenas satisfazer as exigências <le provarmos diversos sabores, mas também nirnaya—podes definir; reri/io faj/ie—ele disse; sahkhyã-kirtana—número fixo de
possamos, ao comer prasãda, avançar na vida espiritual. Logo, jamais devemos voltas; nã püraya—não foi preenchido.
colocar os alimentos comuns no mesmo nível da mahã-prasãda.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu continuou perguntando a Haridasa:
"Podes determinar qual é a tua doença?" Haridasa Thâkura respondeu: " M i n h a
doença consiste na minha incapacidade de completar minhas voltas."
VERSO 21
«fl^il i
« i r a fàü « r e t ü f * r ? frtfê»
SIGNIFICADO—Quem não consegue completar o número fixo de voltas que lhe
*NS, *fiwt>i- *W * r a r *tfí»l1 II II é designado deve-se considerar como estando numa condição de vida espiritual
doentia. Srila Haridasa Thâkura é chamado de nãmãcãrya. É claro que não pode-
ãra dina mahãprabhu tãhra thãni ãilã
rmos imitar Haridasa Thâkura, mas todos devem cantar um número prescrito de
sustha hao, haridasa—bali' tãnre puchilã
voltas. Em nosso movimento para a consciência de Krçna, eçtabelecemos um
1Ü Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lllã, 11 Verso 27 O desaparecimento de Haridasa Thâkura II
mínimo de dezesseis voltas, de modo que os ocidentais não se sintam sobrecar- S I G N I F I C A D O — H a r i d a s a Thâkura é conhecido como nãmacãrya por ter pregado as
regados. Devem-se cantar essas dezesseis voltas, e cantar alto, para que a pessoa glórias de cantar hari-nãma, o santo nome de Deus. Ao usar as palavras tomara
ouça a si mesma e aos outros. avatãra ("tua encarnação"), Sri Caitanya Mahãprabhu confirma que Haridasa
Thâkura é uma encarnação do Senhor Brahmã. Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati
VERSO 24 •Thâkura afirma que os devotos avançados participam da missão da Suprema Per-
sonalidade de Deus, e que tais devotos, ou associados pessoais, encarnam de
<sfç.3sc*, - 3&«t1 ' i w f « i * TO i acordo com a vontade do Senhor Supremo. O Senhor Supremo encarna conforme
Sua própria vontade, e, obedecendo ao desejo dEle, devotos competentes também
$Nr0K fp» «ItatÇ C^W TO ? *8 II
encarnam para ajudá-lO em Sua missão. Sendo assim, Haridasa Thâkura é uma
prabhu kahe, — "vrddha ha-ílã 'sankhyã' alpa kara encarnação do Senhor Brahmã, da mesma forma que outros devotos são encar-
siddha-deha tumi, sãdhane ãgraha kene kara? nações que ajudam na consecução da missão do Senhor,
prabhu kahe—o Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu disse; vrddha ha-ilã—envelhe-
ceste; sankhyã alpa kara—reduze o teu número; siddha-deha tumi—)á és liberado; VERSO 26
sãdhane—pelos princípios reguladores; ãgraha kene kara—por que estás ansioso.
i«C3 «9 JRfM 3*13' TO I"
TRADUÇÃO—"Agora que envelheceste", disse o Senhor, " p o d e s reduzir o teu sfswri "çw ei ri i*j füCTíw n n
número de voltas diárias. Já estás liberado, e por isso não necessitas seguir mui
estritamente os princípios reguladores." ebe alpa sankhyã kari' kara sankírtana"
haridasa kahe, — "suna mora satya nivedana
SIGNIFICADO—Enquanto não atingirmos a plataforma de amor espontâneo por ebe—agora; alpa sankhyã—um número reduzido do cantar; kari'—fazendo; kara
Deus, devemos seguir os princípios reguladores. Thâkura Haridasa deu o exemplo sahkhtana—cantar do mahã-mantra Hare Krçna; haridasa kahe—Haridasa Thâkura
vivo de como seguir os princípios reguladores. Do mesmo modo, Raghunãtha replicou; éuna—por gentileza, ouve; mora—minha; satya—verdadeira; nivedana—
dãsa Gosvãmí estabeleceu um exemplo vivo. O $ad-gosvãmy-astaka afirma que súplica.
sankhyã-pürvaka-nãma-gãna-natibhih kãlãvasãnikrtau. Os Gosvãmís, em especial
Raghunãtha dãsa Gosvãmí, seguiam à risca todos os princípios reguladores. O TRADUÇÃO—O Senhor concluiu: "Agora, então, reduze por favor o número fixo
primeiro princípio regulador é que devemos cantar o mahã-mantra Hare Krçna de vezes que cantas o mahã-mantra Hare Krsna." Haridasa Thâkura replicou:
em tom de voz que possamos ouvir esse cantar, e devemos fazer o voto de cantar "Faze a gentileza de ouvir minha verdadeira súplica."
um número fixo de voltas. Raghunãtha dãsa Gosvãmí não só cantava um número
fixo de voltas, mas também fez o voto de curvar-se muitas vezes, em sinal de VERSO 27
reverência ao Senhor.
VERSO 2 5 fta-srtfè sra ci I? f*wu-35OT33 i
#t«TOÍ 33 sjp)3 «WI *tfSI3 II II
0tm f s r a t f à c s c s s w s '*ITOT3' I
HtCRI OTtt * 5
f f s w l « Í 5 1 3 II *<í II hina-jãti janma mora nindya-kalevara
hína-karme rata muni adhama pãmara
loka nistãrite ei tomara 'avatãra' hina-jãti—em família inferior; janma mora—meu nascimento; nindya—abominável;
nãmera mahimã loke karilã pracãra kalevara—corpo; hina-karme—em atividades aviltantes; rata muni—estou inteiramen-
loka nistãrite—para libertar as pessoas em geral; ei—esta; tomara avatãra—tua en- te ocupado; adhama—o mais baixo dos homens; pãmara—muito condenado.
carnação; nãmera mahimã—as glórias do santo nome; loke— neste m u n d o ; karilã
pracãra—pregaste.
T R A D U Ç Ã O — " N a s c i em família inferior, e meu corpo é muito abominável. Vivo
TRADUÇÃO—"Teu papel nesta encarnação é libertar as pessoas em geral. Pregaste ocupado em atividades aviltantes. Portanto, sou o homem mais baixo e mais
suficientemente as glórias do santo nome neste m u n d o . " condenável."
Verso 32 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 13
12 éri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 11
TRADUÇÃO—"Não devo ser visto nem tocado, mas, mesmo assim, aceitaste-me De acordo com este verso, àquele que nasce em família de brãhmanas mas não
como Teu servo. Isto implica que me libertaste de u m a condição infernal e se comporta de acordo com os padrões bramínicos, não se lhe deve oferecer o
elevaste-me à plataforma de V a i k u n t h a . " érãddha-pãtra, que é prasãda oferecida aos antepassados. Advaita Acãrya ofereceu
o érãddha-pãtra a Haridasa Thâkura, e não a um brãhmana nascido em família de
VERSO 29 brãhmanas. Embora Haridasa Thâkura houvesse nascido em família de comedores
de carne, como era um devoto avançado, mostrou-se-lhe mais respeito que a um
^ « 3 §"93^fà| 5*8 W » 3 I brãhmana de primeira classe.
ÜHH, 3t5r«> 3 f « C?C5 I<>51 5 3 « II
VERSO 31
svatantra iévara tumi hao icchãmaya
jagat nãcão, yãre yaiche iechã haya vá?s 3 ( ^ 1 53 C1Í3 35 fa* C5ÍS I
svatantra—totalmente independente; iévara—Suprema Personalidade de Deus;
tumi—Tu; «ao—és; icchã-maya—livre para agir de acordo com o Teu desejo; jagat—o êflsil JWfk? $fsK-9!3 C1Í3 fçp« II «i II
mundo; nãcão—fazes dançar; yãre—que; yaiche—como; iechã haya—bem quiseres. eka vãhchã haya mora baliu dina haite
lilã samvaribe tumi—laya mora citte
eka vãrichã—um desejo; haya—é; mora—meu; baliu dina—há muito tempo; haite—
TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, és a Personalidade de Deus totalmente in- desde; lilã—Tuas atividades; samvaribe tumi—encerrarás; laya mora citte—estou
dependente. Ages por Tua livre e espontânea vontade. Fazes o m u n d o inteiro pensando.
dançar e agir como bem q u i s e r e s . "
TRADUÇÃO—"Há muito tempo que tenho um desejo. Acho que muito em breve,
"VERSO 30 meu Senhor, concluirás Teus passatempos neste m u n d o material."
^ • r o i r t r ô p v l c i t e ? SJlfW =3>f??1 I
f a c a ? a t t « * n a « r è » 'CPÜÇ' S ^ I H ® ° « VERSO 32
VERSO 33 VERSO 36
T R A D U Ç Ã O — " D e s e j o segurar Teus pés de lótus sobre o m e u coração e ver Teu TRADUÇÃO—"Deixa este corpo, que é d e nascimento inferior, cair diante de Ti.
Podes concretizar esta perfeição de todos os meus desejos."
rosto de l u a . "
VERSO 34 VERSO 37
« r ç r « C 5 , - " 5 f 3 w r n , c? f f s i srtftc* i
93» ? * f í » r a <5Í51 «I3«8 3*f%C3 II « 1 II
TRADUÇÃO—"Com minha língua, cantarei Teu santo nome: 'Srí Krsna Caitanya!' TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu disse: " M e u querido Haridasa, Krsna é
É este o meu desejo. Por favor, permite que eu abandone meu corpo nestas cir- tão misericordioso que Se vê na obrigação de executar tudo o que desejas."
cunstâncias."
VERSO 35
VERSO 38
£5[t3 4 5 l « ? 1 3f% ( v 5 t 1 t 3 « W 1 C T 5 3 I fofj «ttHT3 C3 ^ t i T l fWM |
dl faC3Wü d t 3 TO, W31S13 II •»« II
csWi C 3 f t j « « , -3rc* "«rmtw «Tf?sl n"«ni
mora ei iechã yadi tomara prasãde haya
ei nivedana mora kara, dayãmaya kintu ãmãra ye kichu sukha, saba tomã lanã
tomara yogya nahe,—yãbe ãmãre chãdiyã"
Verso 44 O desaparecimento de Haridasa Thâkura
16 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, 11
carane dhari' kahe haridasa, — "nã kariha 'mãyã' ^ f r f C I , «fÇ, C»Ifir d| « i M II" 8J> II
avaéya mo-adhame, prabhu, kara ei 'dayã' 'bhakata-vatsala' prabhu, tumi, mui 'bhaktãbhãsa'
carane—os pés de lótus; dhari'—agarrando; kahe—disse; naridãsa—Haridasa avaéya pürãbe, prabhu, mora ei ãéa"
Thâkura; nã kariha mãyã—não cries uma ilusão; avasya—com certeza; mo-adhame— bhakata-vatsala—sempre afetuoso para com os devotos; prabhu—meu Senhor;
a mim, que sou tão caído; prabhu—meu Senhor; kara ei dayã—mostra essa mise- tumi—Tu; mui—eu; bhakta-ãbhãsa—um devoto de imitação; avaéya—decerto; pürãbe—
ricórdia. satisfarás; prabhu—meu Senhor; mora—minha; ei—esta; ãs'a—expectativa.
T R A D U Ç Ã O — A g a r r a n d o os pés de lótus de Srí Caitanya Mahãprabhu, Haridasa TRADUÇÃO—"Meu Senhor, és sempre afetuoso com Teus devotos. Não passo
Thâkura disse: " M e u Senhor, não cries u m a ilusão! Apesar de eu ser tão caído, de um devoto de imitação, mas, não obstante, espero que satisfaças meu desejo.
com certeza deves mostrar-me essa misericórdia!" Conto muito com i s s o . "
VERSO 40 VERSO 43
TRADUÇÃO—"Meu Senhor, existem muitas personalidades respeitáveis, milhões TRADUÇÃO—Como devia cumprir Seus deveres do meio-dia, Srí Caitanya Mahã-
de devotos, que são dignos de se sentar em minha cabeça. Todos eles são úteis prabhu levantou-Se para partir, mas ficou combinado que, no dia seguinte,
em Teus passatempos." depois de ver o Senhor Jagannãtha, Ele faria uma nova visita a Haridasa Thâkura.
VERSO 41 VERSO 44
5
'wtiKsw sfà d ? ^ l í V 6*WJ 1 iqrfiji ^ f i r p s i«jr,üf ^ f à s r l •sfra 11 88 11
d t * fa^lfèwl C I O T «jtjH f t t l stfa c?5i ?8ÍII
18 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 11 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 19
Verso 50
tabe mahãprabhu tãnre kari' ãlihgana prabhu kahe, — 'haridasa, kaha samãcãra'
madhyãhna karite samudre karilã gamana haridasa kahe, — 'prabhu, ye krpã tomara'
tabe—então; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãnre—a ele (Haridasa);! prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; haridasa—Meu querido Haridasa;
kari'—fazendo; ãlihgana—abraço; madhyãhna karite—para realizar Seus deveres doi kaha samãcãra—quais são as novidades; haridasa kahe— Haridasa respondeu;
meio-dia; samudre—rumo ao mar; karilã gamana—foi. prabhu—meu Senhor; ye—qualquer; krpã—misericórdia; tomara—Tua.
TRADUÇÃO—Após abraçá-lo, Sri Caitanya Mahãprabhu partiu para realizar Seus TRADUÇÃO—O Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu perguntou: " M e u querido
deveres do meio-dia, e, com este fim, foi tomar banho de mar. Haridasa, quais são as novidades?" Haridasa Thâkura respondeu: "Meu Senhor,
elas se resumem à misericórdia que possas me outorgar."
VERSO 4 5
VERSO 4 8
VERSO 4 6 VERSO 4 9
ç f a í f t c i ü «ttcfl wrtfi' f i m t*3»t« i
5fàw[*i i f a n t « l i s c ^ i - s s i II 8* ii w K t f r t f a » « r t f ò 3<5 « r ç r a *t«i i
( t f l f t C T <7tf$ 35C3J stf»l-Jv#t#* II 8S> II
haridãsera ãge ãsi' dilã daraéana
haridasa vandilã prabhura ãra vaisnava-carana svarüpa-gosãni ãdi yata prabhura gana
haridãsera—de Haridasa Thâkura; ãge—diante; ãsi'—vindo; dilã daraéana—deu Suâl
haridãse bedi' kare nãma-sankirtana
audiência; haridasa—Haridasa Thâkura; vandilã—ofereceu respeitos; prabhura—de
svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; ãdi—e outros; yata—todos; prabhura
Sri Caitanya Mahãprabhu; ãra—e; vai$nava—dos Vaisnavas; carana—aos pés de
gana—a companhia do Senhor; haridãse bedi'—cercando Haridasa Thâkura; kare—
lótus.
realizaram; nãma-sankirtana—canto congregacional.
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu e os outros devotos colocaram-se perante T R A D U Ç Ã O — E n c a b e ç a d o s por Svarüpa Dâmodara Gosvãmí, todos os devotos de
Haridasa Thâkura, que, então, prestou seus respeitos aos pés de lótus de Sn Sri Caitanya Mahãprabhu cercaram Haridasa Thâkura e iniciaram o canto con-
Caitanya Mahãprabhu e de todos os Vaisnavas. gregacional.
VERSO 50
VERSO 4 7
TRADUÇÃO—Após ouvir sobre as qualidades transcendentais de Haridasa TRADUÇÃO—Ele pôs-se a cantar os santos nomes d e Srí Krsna Caitanya repetidas
Thâkura, todos os devotos presentes ficaram tomados de admiração. Todos ofe- vezes. À medida que bebia a doçura do rosto do Senhor, as lágrimas não paravam
receram suas respeitosas reverências aos pés de lótus de Haridasa "Thâkura. de cair de seus olhos.
22 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, l i Verso 61 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 23
VERSO 56 VERSO 59
t Ü f f P R l ^ « R F ^ T W f a * HTTFNL i
«ARCA «ic65i C S I T F A È 5 * 1 ii «S> ii
'éri-krsna-caitanya' sabda karite uccãrana haridãsera tanu prabhu kole laila uthãnã
nãmera sahita prãna kaila utkrãmana ahgane nãcena prabhu premãvista hanã
éri-krsna-caitanya—Srí Krsna Caitanya; sabda—a vibração sonora; karite uccãrana— haridãsera—de Haridasa Thâkura; tanu—o corpo; prabhu—Sri Caitanya Mahã-
cantando; nãmera sahita—com o nome; prãna—vida; kaila utkrãmana—dissipou-se. prabhu; kole— no colo; laila—pegou; uthãnã—erguendo; ahgane—no pátio; nãcena—
dança; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; premãvista hahã—ficando tomado de
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o cantava os santos nomes de Sri Krsna Caitanya, ele aban- amor extático.
donou seu ar vital e deixou seu corpo.
T R A D U Ç Ã O — O Senhor ergueu o corpo de Haridasa Thâkura e colocou-o no colo.
VERSO 57 Então, cheio de amor extático, pôs-Se a dançar no pátio.
TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu dançou por algum tempo, e então TRADUÇÃO—Após banhar o corpo de Haridasa Thâkura no mar, árí Caitanya
Svarüpa Dâmodara Gosvãmí informou-O dos outros rituais aplicáveis ao corpo Mahãprabhu declarou: " D e hoje em diante, este mar passa a ser um importante
de Thâkura Haridasa. lugar de peregrinação."
VERSO 62 VERSO 65
cari-dike—por toda a volta; bhakta-gana—os devotos; karena—realizaram; kirtana— tãhã— isto; bedi'—rodeando; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kailã—realizou;
canto congregacional; vakresvara-pandita—Vakreávara Pandita; karena—realizou; kirtana nartana—canto e dança; hari-dhvani-kolãhale—o som tonitruante do santo
ãnande—em júbilo; nartana—dança. nome de Hari; bharila—encheu; bhuvana—o universo inteiro.
T R A D U Ç Ã O — R o d e a n d o todo o corpo, os devotos realizaram o canto congrega- TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu dançou e cantou em volta de toda a pla-
cional, e Vakreávara Pandita dançou em júbilo. taforma, e, à proporção que o santo nome de Hari ribombava, o universo inteiro
encheu-se com a vibração.
VERSO 68 VERSO 71
<sr.3 isí-sf^ 13 « ^ i i - i r . » i
« n i f » S t e r a s l ^ f H T l * R i tfts II II i ç a r ^fãil •siH-wPicffi 9c«r u s> u
TRADUÇÃO—Com Suas mãos transcendentais, árí Caitanya Mahãprabhu, can- TRADUÇÃO—Após o sankírtana, Sri Caitanya Mahãprabhu, juntamente com Seus
tando " H a r i boi! Hari boi!", pessoalmente cobriu de areia o corpo de Haridasa devotos, tomou banho de mar, nadando e divertindo-Se na água com muito
Thâkura. júbilo.
VERSO 69 VERSO 72
tãnre vãlu diyã upare pindã bãhdhãilã haridãse pradaksina kari' ãila siihha-dvãre
caudike pindera mahã ãvarana kailã hari-kirtana-kolãhala sakala nagare
tãnre— sobre o corpo de Haridasa Thâkura; vãlu—areia; diyã—colocando; upare— haridãse— Haridasa; pradaksina kari'—circum-ambulando; ãila simha-dvãre—veio
no topo; pindã bãhdhãilã—construíram uma plataforma; cau-dike—por toda a volta; ao templo de Jagannãtha, até ao portão conhecido como Sirhha-dvãra; hari-kirtana-
pindera—da plataforma; mahã ãvarana kailã—fizeram uma grande cerca protetora. kolãhala—o som estrondoso do canto congregacional; sakala nagare—por toda a
cidade.
TRADUÇÃO—Eles cobriram o corpo de Haridasa Thâkura com areia, e então cons-
truíram uma plataforma sobre o local, em volta da qual colocou-se, à guisa de TRADUÇÃO—Após circum-ambular o túmulo de Haridasa Thâkura, Sri Caitanya
proteção, uma cerca. Mahãprabhu dirigiu-Se ao portão Sirhha-dvãra do templo de Jagannãtha. A ci-
dade inteira cantou em uníssono, e o som estrondoso vibrou cidade adentro.
VERSO 70 VERSO 73
e f ^ f i t f s s fc*tl i
f*RTOtr,s « r i f a '
çfàiflfíKflIlSW «fàl ^ 3 « I11° ll «115*1 11R5S1 S P W sitfstéTl <5«|f| || <\*> n
tãhã bedi' prabhu kailã kirtana, nartana
hari-dhvani-kolãhale bharila bhuvana simha-dvãre ãsi' prabhu pasãrira (hãhi
ãhcala pãtiyã prasãda mãgilã tathãi
Verso 79 O desaparecimento de Haridasa Thâkura
28 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 11
ei-mate—dessa maneira; nãnã—variegada; prasãda—prasãda; bojhã—carga; bãn- mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; sri-haste—nas mãos transcendentais;
dhãiiã—empacotando; lanã ãilã—transportada; cãri janera—das quatro pessoas; lpt,—uma pequena quantidade; nã ãise—não vinha; eka eka pãte—em cada prato;
g
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, coletou-se uma grande variedade de prasãda, que, TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu não estava acostumado a tomar pequenas
então, foi empacotada em diferentes cargas que os quatro servos transportaram quantidades de prasãda. Portanto, colocou em cada prato uma quantidade sufi-
sobre suas cabeças. ciente para alimentar pelo menos cinco h o m e n s .
VERSO 80 VERSO 83
vãninãtha pattanãyaka prasãda ãnilã svarüpa kahe, — "prabhu, vasi' karaha darsana
kãéi-miéra aneka prasãda pãthãilã ãmi inhã-sabã lanã kari pariveéana
vãninãtha pattanãyaka—Vãninãtha Pattanãyaka; prasãda—prasãda; ãnilã—levou; svarüpa kahe— Svarüpa Dâmodara disse; prabhu—meu Senhor; vasi'—sentando-
kãsi-misra—Kãsi Misra; aneka prasãda—muitas variedades de prasãda; pãthãilã— Te; karaha darsana—observa; ãmi—eu; inhã-sabã lanã—com todas essas pessoas; kari
enviou. pariveéana—administrarei.
TRADUÇÃO—Não foi apenas Svarüpa Dâmodara Gosvãmí quem levou prasãda, T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara Gosvãmí solicitou a árí Caitanya Mahãprabhu:
pois Vãninãtha Pattanãyaka, b e m como Kãáí Miára, enviaram grandes quanti- "Por favor, senta-Te e fica observando. Com a ajuda destes homens, distribuirei
dades. a prasãda."
VERSO 81 VERSO 84
saba vaisnave prabhu vasãilã sãri sãri svarüpa, jagadãnanda, kãéiévara, éahkara
ãpane pariveée prabhu lanã janã cãri cãri-jana pariveéana kare nirantara
saba vaisnave—todos os Vaisnavas; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; vasãilã— fez svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; kã-
com que se sentassem; sãri sãri—em filas; ãpani?—pessoalmente; pariveée—distribui; siévara—Kãsísvara; éahkara—Sankara; cãri-jana—quatro homens; pariveéana kare—
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; lanã—levando; janã cãri—quatro h o m e n s . administram; nirantara—o tempo todo.
T R A D U Ç Ã O — F a z e n d o com que todos os devotos se sentassem em filas, o próprio TRADUÇÃO—Os quatro homens — Svarüpa, Jagadãnanda, Kãsísvara e Sankara —
Sri Caitanya Mahãprabhu, ajudado por quatro homens, começou a distribuir distribuíam a prasãda o tempo todo.
a prasãda.
VERSO 82 VERSO 85
prabhu nã khãile—enquanto o Senhor não comer; keha nã kare bhojana—ninguém ãkantha pürãhã—enchendo até o pescoço; sabãya—todos; karãila bhojana—Ele fez
come; prabhure—a Sri Caitanya Mahãprabhu; se dine—naquele dia; kãéi-miérera— comer; deha' deha'—dai-lhes mais, dai-lhes mais; bali'—dizendo; prabhu—Sri
Caitanya Mahãprabhu; balena vacana—falava.
de Kãsi Misra; nimantrana—o convite.
T R A D U Ç Ã O — N e n h u m dos devotos que tinha se sentado tomou a iniciativa de TRADUÇÃO—Todos encheram-se até o pescoço, pois Srí Caitanya Mahãprabhu
aceitar a prasãda enquanto o Senhor não comesse. Naquele dia, porém, Kãsi não parava de ordenar aos distribuidores: "Continuai dando-lhes! Continuai
Miára fizera um convite ao Senhor. dando-lhes!"
VERSO 86 VERSO 89
ãpane kãsi-misra ãilã prasãda lanã bhojana kariyã sabe kailã ãcamana
prabhure bhiksã karãila ãgraha kariyã sabãre parãilã prabhu mãlya-candana
ãpane—pessoalmente; kãsi-misra—Kãsi Miára; ãilã—veio; prasãda lanã—levando bhojana kariyã—após comer; sabe—todos os devotos; kailã—realizaram; ãcamana—
a prasãda; prabhure—a Sri Caitanya Mahãprabhu; bhiksã karãila—entregou a prasãda limpeza da boca e das mãos; sabãre— todos eles; parãilã—colocou em; prabhu—Sn
Caitanya Mahãprabhu; mãlya—guirlanda de flores; candana—polpa de sândalo.
para Ele comer; ãgraha kariyã—com muita atenção.
T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , Kãsi Misra pessoalmente foi até lá e, com muita atenção, TRADUÇÃO—Depois que todos os devotos tomaram a prasãda e lavaram as mãos
entregou a prasãda a Caitanya Mahãprabhu e fê-lO comer. e a boca, Srí Caitanya Mahãprabhu decorou cada um deles com uma guirlanda
de flores e untou-os de polpa de sândalo.
VERSO 87
VERSO 90
' j f t - ^ t ü i t ?1 O TS Cf%«f1G ^ HI
£ 2 W f 3 è 5431 & \ T O 3 * 3 3 - B 1 * I
1 * 1 C 3 S J 3 <5C3 C5t®>* S s f s i l II H II
tsfà' ««»tfr,«t3 <5J5t3 S » W S II S° II
puri-bhãratira sahge prabhu bhiksã kailã
premãvista hanã prabhu karena mra-dãna
sakala vaisnava tabe bhojana karilã
puri-bhãratira sahge—com Paramãnanda Puri e Brahmãnanda BhãratI; prabhu suni' bhakta-ganera judãya manaskãma
Sri Caitanya Mahãprabhu; bhiksã kailã—honrou a prasãda; sakala vaisnava—todos prema-ãvista hanã—estando dominado pelo amor extático; prabhu—Sri Caitanya
os Vaisnavas; tabe—então; bhojana karilã—começaram a comer. Mahãprabhu; karena vara-dãna—ofereceu uma bênção; suni'—ouvindo; bhakta-
ganera— dos devotos; judãya—ficaram satisfeitos; manah-kãma—os desejos da mente.
T R A D U Ç Ã O — S e n t a n d o - S e juntamente com Paramãnanda Puri e Brahmãnanda
Bhãratí, Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou a prasãda. Q u a n d o Ele começou a T R A D U Ç Ã O — D o m i n a d o pelo amor extático, Srí Caitanya Mahãprabhu ofereceu
comer, todos os Vaisnavas fizeram o mesmo. uma bênção a todos os devotos, a qual ouviram com muita alegria.
VERSO 88
VERSOS 91—93
« 1 * 4 *l3t43l 1"<tS T O l I l l CStSfíl I
C*5' C*5' S Í l ' S C I * 3 5 * I I V-V- I I " S f S W T C S S f 3 S F C 3 i e , 1 3 £ 3 >ífõ\ s«fii |
ãkantha püráhã sabãya karãila bhojana CS I t l «f51 C * 1 , CS C3-1 3 ? t é * II Si II
deha' deha' bali' prabhu balena vacana CS <SRÇS STGSM FÔCS S s f a l M S * I
34 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, \ \ Verso 97 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 35
VERSO 94 VERSO 97
3
9>»rl * f à ' T O e t c ? f w s t f ç í r i * * i çfãirfi «rtMpi *ff«itts 'f"tc?tif«t' i
tema TO*»? I s ç i , £totI iw-w II S>S II <5t5l f ? 1 1 31í-^?n TO> dfòft || & 1 ||
krpã kari' krsna more diyãchilã sahga haridasa ãchila prthivira 'éiromani'
svatantra krsnera iechã,—kailã sanga-bhahga tãhã vinã ratna-éünyã ha-ila medini
krpã kari'—sendo misericordioso; kr$na—o Senhor Krsna; more—a Mim; diyãchilã üriaasa—Thâkura Haridasa; õchi/a—era; prthivira—deste mundo; éiromani—a jóia
m a
sahga—deu a associação; svatantra—independente; krsnera—do Senhor Krsna; ' s preciosa; tãhã vinã— sem ele; ratna-éünyã—sem a valiosíssima jóia; ha-ila—
c a ;
iechã—desejo; kailã sanga-bhahga— Ele desfez Minha associação. medini—este m u n d o .
36 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, \ \ Verso 101 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 37
T R A D U Ç Ã O — " H a r i d a s a Thâkura era a jóia mais preciosa que ornamentava a ca- TRADUÇÃO—Em seguida, Srí Caitanya Mahãprabhu despediu-Se de todos os de-
beça deste m u n d o ; sem ele, este m u n d o fica agora desprovido de sua valiosís- votos, e Ele próprio, sentindo uma mistura de felicidade e tristeza, foi descansar.
sima jóia."
VERSO 101
VERSO 98
d l <s' ^fk\ 3f%tr.5Rt Í S T O i
l
m m sfsffti' sfèf TO sftwfà" i 5
s t ç í s a j s c i TO * ç ? « f » m o II
4« 0? s ç t e l ^ i t w » ; « r l t f à II &v- ii
ei ta' kahiluh haridãsera vijaya
'jaua jaya haridasa' bali' kara hari-dhvani" yãhãra éravane krsne drdha-bhakti haya
eta bali' mahãprabhu nãcena ãpani ei ta'—dessa maneira; kahiluh—acabo de descrever; haridãsera—de Haridasa
jaya jaya—iodas as glórias; haridasa—a Haridasa Thâkura; bali'—dizendo; kara Thâkura; vijaya—vitória; yãhãra éravane—ouvindo o que; krsne— ao Senhor Krsna;
hari-dhvani—cantai o santo nome do Senhor; efa bali'—dizendo isso; mahãprabhu— drdha-bhakti—serviço devocional firme; haya—torna-se.
Srí Caitanya Mahãprabhu; nãcena—dança; ãpani—pessoalmente.
T R A D U Ç Ã O — A c a b o , assim, de descrever o vitorioso desaparecimento de Haridasa
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu falou então a todos: " D i z e i 'Todas as Thâkura. Todo aquele que ouvir essa narração terá com certeza sua mente fixa
glórias a Haridasa Thâkura!' e cantai o santo nome de H a r i . " Dizendo isso, Ele com firmeza no serviço devocional a Krsna.
mesmo pôs-Se a dançar.
"Srínivãsa Thâkura precipitou-se em direção à praia. Ao ver o túmulo de Haridãs ãpane sri-haste krpãya tãnre vãlu dilã
Thâkura, ele imediatamente prostrou-se, oferecendo orações, e quase desmaiou. ãpane prasãda mãgi' mahotsava kailã
Os devotos ali presentes apaziguaram-no com palavras muito doces e afetuosas ãpane— pessoalmente; sri-haste—com Suas mãos transcendentais; krpãya—por Sua
e Srínivãsa novamente prestou suas reverências ao túmulo. Quem ouve sob misericórdia imotivada; tãnre—a ele; vãlu dilã—cobriu com areia; ãpane—pes-
os sentimentos de separação que Srínivãsa manifestou ao lamentar-se no túmulo soalmente; prasãda mãgi'—pedindo prasãda; mahotsava kailã— realizou um grande
de Haridasa Thâkura fica com o coração derretido." festival.
VERSO 102 TRADUÇÃO—Por Sua misericórdia imotivada, Ele pessoalmente cobriu o corpo
de Haridasa Thâkura com areia e pessoalmente pediu doações aos vendedores.
Em seguida, conduziu um grande festival para celebrar o desaparecimento de
< s « « j t $ l <2«f <&wfl ® t f M » f r a t í r f a II w II Haridasa Thâkura.
VERSO 105
caitanyera bhakta-vãtsalya ihãtei jãni
s ç f s t M T O sfimi—»fo3i-firei*i. i
bhakta-vãiichã pürna kailã nyãsi-éiromani
caitanyera—áe Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakta-vãtsalya—afeição por Seus de- <& c i t e l l j i t f a ' «rR# * f à í T l « 1 3 1 * 1 II w II
votos; ihãtei—a partir disso; jãni—podemos compreender; bhakta-vãnchã—o desejo
do devoto; pürna kailã—plenamente satisfeito; nyãsi-siromani—a jóia mais preciosa mahã-bhãgavata haridãsa—parama-vidvãn
dos sannyãsis, Sri Caitanya Mahãprabhu. e saubhãgya lãgi' ãge karilã prayãna
mahã-bhãgavata—devoto grandioso; haridasa—Haridasa Thâkura; parama-vidvãn—
T R A D U Ç Ã O — A n a l i s a n d o o incidente do desaparecimento de Haridasa Thâkura o mais culto; e saubhãgya lãgi'—devido à sua grande fortuna; age—primeiro; karilã
e o grande carinho que Sri Caitanya Mahãprabhu dedicou para comemorá-lo, prayãna—ele se foi.
vemos quanta afeição Ele tem para com os Seus devotos. Embora Ele seja o mais
elevado de todos os sannyãsis, Ele satisfez plenamente o desejo de Haridasa T R A D U Ç Ã O — H a r i d a s a Thâkura era não apenas o devoto mais elevado do Senhor,
Thâkura. mas também um grande acadêmico erudito. Foi grande fortuna sua ter abando-
nado o corpo perante Sri Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 103
SIGNIFICADO—Haridasa TTiãkura é mencionado aqui como o acadêmico mais eru-
tfWtOT fôll <StC3 W"fa-~»M* I dito, parama-vidvãn. Na verdade, a ciência mais importante a ser conhecida é aquela
$tra c t c i *f*' fon « r f i c a í * n n mediante a qual podemo-nos livrar das garras da existência material. Todo aquele
sesa-kãle dilã tãnre darsana-sparéana que conhece essa ciência deve ser tido como a pessoa mais culta. Todo aquele
tãnre kole kari' kailã ãpane nartana que conhece a situação temporária deste m u n d o material e sabe como conseguir
sesa-kãle—na última etapa de sua vida; dilã—deu; tãnre—a Haridasa Thâkura; uma situação permanente no m u n d o espiritual, que entende que a Suprema Per-
darsana-sparsana—audiência e contato; tãnre—a ele; kole kari'—pegando no colo; sonalidade de Deus está além da jurisdição do nosso conhecimento experimental
kailã—realizou; ãpane—pessoalmente; nartana—dança. deve ser visto como sendo o acadêmico mais erudito. Haridasa Thâkura conhecia
essa ciência perfeitamente. Portanto, em relação a isso, ele é descrito como parama-
vtdvãn. Ele pregava pessoalmente a importância de se cantar o mahã-mantra Hare
TRADUÇÃO—Na última etapa da vida de Haridasa Thâkura, Sri Caitanya Mahã-
j ^ l ^ q u e é aprovado pelas escrituras reveladas. Como afirma o Srimad-Bhãgavatam
prabhu associou-Se com ele e deu-lhe a oportunidade de tocá-lO. Em seguida,
Ele pegou o corpo de Thâkura Haridasa no Seu colo e pessoalmente dançou com
o corpo de Haridasa.
VERSO 104 iti pumsãrpitã visnau
bhaktié cen nava-laksanã
« t f w STECS ç f t s «tr.s i t ^ F W L I kriyeta bhagavaty addhã
« I f t C * « W * Jrffrt' i r e i * . * ! ? C * T Í I I i ° 8 I I tan manye 'dhitam uttamam
40 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, l i
Verso 108 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 41
Existem nove diferentes processos de serviço devocional a Krsna, o mais importan- sVÍ-rurw-Srila Rüpa Gosvãmí; raghunãtha-Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmí;
te dos quais é imvanmh kirtanam — ouvir e cantar. Haridasa Thâkura conhecia essa paãe-aos pés de lótus; j/õre-cuja; ãsa-expectativa; caitanya-caritãmrta-o livro
ciência muito bem, e, por isso, pode-se chamá-lo, tecnicamente, sarva-éãstrãdhiti. chamado Caitanya-caritãmrta; kahe-descreve; krsnadãsa-Sríla Krsnadãsa Kavirãja
Todo aquele que aprendeu a essência de todas as escrituras védicas deve ser tido Gosvãmí.
como uma pessoa detentora de uma educação de primeira classe, com pleno
conhecimento de todo o éãstra.
TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
VERSO 106 guindo seus passos.
cssasfsas dl « r ç ^ a fa^ i
* < - J W c g * « st? d * fs«jji II Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
Antya-líla, Décimo Primeiro Capítulo, descrevendo o desaparecimento de Haridasa Thâkura.
caitanya-caritra ei amrtera sindhu
kama-mana trpta kare yãra eka hindu
caitanya-caritra—a vida e as características de Sri Caitanya Mahãprabhu; ei—isto;
amrtera sindhu—o oceano de néctar; karna—ouvido; mona—mente; trpta kare—satis-
faz; yãra—do qual; eka— uma; bindu—gota.
VERSO 107
w f j r ç e ü n t c a « t c s st? fòs i
at«l *fs' « a d l C5«35f?a n >i n
VERSO 108
â l s i ^ - s ^ t s - i w St? «It"l I
CFSSSfTOt^S 3 > S " f t 1 II i - V - D
VERSO 1
4-í
4-1 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 7 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 45
Antya-lilã,
érüyatãm—que sejam ouvidas; srüyatãm—que sejam ouvidas; nityam—sem atahpara mahãprabhura visanna-antara
gíyatãm—que sejam cantadas; giyatãm—que sejam cantadas; muda—com mui krsnera viyoga-dasã sphure nirantara
felicidade; cintyatãm—que se medite em; cintyatãm—que se medite em; bhaktãlj atahpara—depois disso; mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; visanna-
ó devotos; caitanya-caritãmrtam—a vida e características transcendentais de S antara—mente melancólica; krsnera—de Krsna; viyoga-dasã—sentimentos de sau-
Caitanya Mahãprabhu. dades; sphure—manifesta; nirantara—o tempo todo.
TRADUÇÃO—Ó devotos, que a vida e as características transcendentais de Sri T R A D U Ç Ã O — D e v i d o a um persistente sentimento de franca saudade de Krsna,
Caitanya M a h ã p r a b h u sejam sempre ouvidas, cantadas e que se medite nelas a mente de Srí Caitanya Mahãprabhu estava sempre melancólica.
com muita felicidade.
VERSO 2 VERSO 5
VERSO 3 VERSO 6
tf«í1 ^ f o a t f ç í c a i
3 t f à - f a a <ÜÇ
TO& a í f à cftstn ^ i - s l i t w i t a II *» II
jayãdvaita-candra jaya karunã-sãgara
jaya gaura-bhakta-gana krpã-pürriãntara rãtri-dina ei dasã svasti nãhi mane
jaya—todas as glórias; adwita-candra—a Advaita Acãrya; jaya—todas as glóri kaste rãtri goMya svarüpa-rãmãnanda-sane
karunã-sãgara—o oceano de misericórdia; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-ga" rãtri-dina—dia e noite; ei dasã—esta situação; svasti nãhi mane—nenhuma paz de
aos devotos de Srí Caitanya Mahãprabhu; krpã-pürna-antara—cujos corações es espírito; kaste—com muita dificuldade; rãtri gohãya—passa a noite; svarüpa-rãmã-
sempre cheios de misericórdia. nanda-sane—na companhia de Svarüpa Dâmodara Gosvãmí e Rãmãnanda Rãya.
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Advaita Acãrya, que também é u m oceano de TRADUÇÃO—Era essa Sua situação dia e noite. Incapaz de encontrar paz de es-
misericórdia! Todas as glórias a todos os devotos de Srí Caitanya Mahãprabhu, pirito, Ele, na companhia de Svarüpa Dâmodara e Rãmãnanda Rãya, passava
a
cujos corações estão sempre cheios de misericórdia! s noites vivendo constantes contratempos.
VERSO 4 VERSO 7
ethâ gauda-dese prabhura yata bhakta-gana nityãnanda-prabhure—ao Senhor Nityãnanda; yadyapi—embora; ãjnã nãi—não
prabhu dekhibãre sabe karilã gamana houvesse a ordem; tathãpi—mesmo assim; dekhite—ver; calena—Ele foi; caitanya-
ethã— por outro lado; gauda-dese—na Bengala; prabhura—de Sri Caitanya Mahã- gosãhi-o Senhor Caitanya.
prabhu; yata—todos; bhakta-gana—devotos; prabhu dekhibãre—ver Srí Caitanya
Mahãprabhu; sabe—todos; karilã gamana—foram. TRADUÇÃO—Como Nityãnanda Prabhu pregava na Bengala, Sri Caitanya Mahã-
prabhu ordenara-Lhe que não viesse a Jagannãtha Puri. Contudo, naquele ano,
T R A D U Ç Ã O — N e s s e ínterim, todos os devotos, partindo de seus lares na Bengala, juntando-Se ao resto do grupo, Ele foi ver o Senhor.
foram ver Srí Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 1 1
VERSO 8
â s t l t f f f Ftf3 « t i , 1CWC3 S I t f M t |
«rf5rt3cs3 i c » $fçt3 tfifà 11 Ü II
srafrcf 13 «p í f n l 4* fctfé» II ^ II
srivãsãdi cãri bhãi, sahgete mãlini
sivãnanda-sena ãra ãcãrya-gosãni ãcãryaratnera sahge tãhhãra grhini
navadvipe saba bhakta hailã eka thãhi srivãsa-ãdi—encabeçados por Srlvãsa Thâkura; cãri bhãi—quatro irmãos; sahgete
sivãnanda-sena—Sivânanda Sena; ãra—e; ãcãrya-gosãni—Advaita Acãrya; nava- mãlini— acompanhado de Mãlini, sua esposa; ãcãryaratnera sahge—e com Acãrya-
dvipe—em Navadvipa; saba bhakta—todos os devotos; hailã— ficaram; eka thãni— ratna; tãhhãra grhini— sua esposa.
reunidos em um lugar.
TRADUÇÃO—No grupo, estava também Sri vasa Thâkura, juntamente com seus
T R A D U Ç Ã O — E n c a b e ç a d o s por Sivânanda Sena, Advaita Acãrya e outros, todos três irmãos e Mãlini, sua esposa. Assim também, Acãryaratna fazia-se acompa-
os devotos reuniram-se em Navadvipa. nhar de sua esposa.
VERSO 1 2
VERSO 9
ftstiW-tit 5C*t f%*-' 3SS 1 4 3 1
5
I
flf|SKWl*í*fí « 1 3 35 3Wt*?t 3tS3-*tr%5 5 C 1 3Hfèl I t S r M P l II 5 * II
cassas f f f è m 1 3 ü 3 f r c * t < w t f i '
éivãnanda-patni cale tina-putra lanã
kulina-grãma-vãsi ãra yata khanda-vãsi rãghava-pandita cale jhãli sãjãnã
ekalra mililã saba nai>advipe ãsi' sivãnanda-patni—a esposa de Sivânanda; cale—ia; tina-putra lanã—acompanhada
kulina-grãma-vãsi— os habitantes de Kulína-grâma; ãra—bem como; yata—todos; de seus três filhos; rãghaiw-pandita cale—Rãghava Pandita ia; jhãli sãjãnã—levando
khanda-vãsi—os habitantes de Khanda; ekatra—em um lugar; mililã—encontraram- sacos de comida.
se; saba—todos eles; navadvipe ãsi'—vindo a Navadvipa.
TRADUÇÃO—A esposa de Sivânanda Sena e os três filhos deles também iam.
TRADUÇÃO—Os habitantes de Kuhna-grãma e da aldeia de Khanda também
ém Rãghava Pandita uniu-se a eles, levando seus famosos sacos de comida.
reuniram-se em Navadvipa.
VERSO 1 0 VERSO 1 3
nityãnanda-prabhure yadyapi ãjhã nãi datta, gupta, vidyãnidhi, ãra yata jana
tathãpi dekhite calena caítanya-gosãhi dui-tina sata bhakta karilã gamana
48 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 1 2 Verso 18 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 49
zamindares para arrecadar os impostos em cada Estado. Em geral, arrecadava-se rna aldeia; vrksa-tale—debaixo de uma árvore; éivãnanda vinã—sem Sivânanda
este imposto em prol da manutenção das estradas governadas pelos diversos na; vãsa-sthãna—acomodações; nãhi mile— ninguém podia conseguir.
zamindares. Como iam para Jagannãtha Puri, os devotos da Bengala tinham que D u Ç Ã O A d
passar por muitas dessas barracas de pedágio. Sivânanda Sena estava incumbido p^ s . ~ e n t r a n d o uma aldeia, o grupo aguardou debaixo de uma árvore,
de pagar os pedágios. ninguém, exceto Sivânanda Sena, podia providenciar suas acomodações.
Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 51
50 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, Verso 24
VERSO 19 VERSO 22
T R A D U Ç Ã O — N e s t e ínterim, Nityãnanda Prabhu ficou com muita fome e muito T R A D U Ç Ã O — C h o r a n d o , sua esposa informou-lhe: " C o m o não se Lhe providen-
transtornado. Porque ainda não conseguira uma acomodação adequada, pôs-Se ciassem acomodações, o Senhor Nityãnanda lançou a maldição de que nossos
a invectivar contra Sivânanda Sena. filhos morressem."
VERSO 20 VERSO 23
'//(ia pufra inaruka éivãra, ekhana nã ãila tenho kahe, — "bãuli, kene maris kãndiyã?
bhokhe mari' genu, more vãsã nã deoyãila' maruka ãmãra tina putra tãhra bãlãi lanã"
tina putra—três filhos; maruka—que morram; sivãra—de Sivânanda Sena; ekhana— tenho kahe—ele disse; bãuli—louca; kene—por que; maris—estás morrendo;
aqui; nã ãila—ele não vem; bhokhe mari' genu—estou morrendo de fome; more— kãndiyã—chorando; maruka—que morram; ãmãra—meus; tina—três; putra—filhos;
para Mim; vãsã—acomodações; nã deoyãila—ele não providenciou. tãhra—Suas; bãlãi—inconveniências; lanã—assumindo.
T R A D U Ç Ã O — " S i v â n a n d a Sena não providenciou um lugar onde Eu pudesse T R A D U Ç Ã O — S i v â n a n d a Sena replicou: " S u a louca! Por que choras à toa? Que
ficar", reclamou Ele, "e tenho tanta fome que sou capaz de morrer. Como ele meus três filhos morram devido a toda essa inconveniência que causamos a Nityã-
nanda P r a b h u . "
ainda não veio, lanço a maldição de que seus três filhos morram."
VERSO 21 VERSO 24
i a s s f s i ' •afç_-*ttc«t c t s n r « f 3 f « w i
« f V f » t t l * r . « i i 3 *t#t s n f a t s s « i t f t s r l i
§ f è ' <tfC3 1 Í Í 3 I t l l l « f ^ í * W j | » f f l I I * 8 n
C$**tC3t faSfiWf 3llt « u l u II II
éuni' éivãnandera patni kãndite lãgilã eta bali' prabhu-pãée gelã éivãnanda
hena-kãle sivânanda ghãti haite ãilã ufhi' tãnre lãthi mãilã prabhu nityãnanda
suni'—ouvindo; éivãnandera—de Sivânanda Sena; patni— a esposa; kãndite lãgilã- eta bali'—dizendo isso; prabhu-pãée—a Nityãnanda Prabhu; gelã—dirigiu-se; éivã-
nanda—Sivânanda Sena; ufhi'—levantando-Se; tãnre—a ele; lãthi mãilã—chutou;
começou a chorar; hena-kãle—nessa altura; éivãnanda—Sivânanda Sena; ghãti haite—
Pwbhu—o Senhor; nityãnanda—Nityãnanda.
da estação de pedágios; ãilã—veio.
t
TRADUÇÃO—Ao ouvir essa maldição, a esposa d e Sivânanda Sena começou a R A D U Ç Ã O — A p ó s dizer isso, Sivânanda Sena dirigiu-se a Nityãnanda Prabhu,
chorar. Só então Sivânanda voltou da estação de pedágios. Iwe, levantando-Se, deu-lhe um chute.
52 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-hla, 12 Verso 30 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 53
VERSO 25 VERSO 28
4
1 t f a ' - Ç C 1 f 1 1 3 5 3 , - 4 C « t 3 t 3 '353Mf1' I
li 3(11-3? c * i 1 G ^ - S C S f % 1 II II fãw*tc<5 C « T 3 1 3 5 Í 3 a f p í G * ! * ^ * ! ? II
ãnandita hailã êivãi pãda-prahãra pãhã 'éãsti'-chale krpã kara,—e tomara 'karunã'
éighra vãsã-ghara kailã gauda-ghare giyã trijagate tomara caritra bujhe kon janã?
ãnandita hailã—ficou muito satisfeito; éivãi— éivãnanda Sena; pãda-prahãra pãha— éãsti-chale—sob o pretexto de castigo; krpã kara—outorgas misericórdia; e—esta;
sendo chutado; éighra—bem depressa; vãsã-ghara—acomodação; kailã—conseguiu; tomara karunã—-Tua misericórdia imotivada; tri-jagate— dentro dos três mundos;
gauda-ghare—à casa de um leiteiro; giyã—indo. tomara—Teu; caritra—caráter; bujhe—compreende; kon janã—que pessoa.
T R A D U Ç Ã O — M u i t o satisfeito com o pontapé que recebeu, Sivânanda Sena TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, o castigo que me infligiste representa Tua
apressou-se em conseguir u m a casa de um leiteiro para que o Senhor ficasse misericórdia imotivada. Quem, dentro dos três mundos, pode compreender Teu
ali hospedado. verdadeiro caráter?"
VERSO 29
VERSO 26
a*ít3 SSffc £ 3 t S t 3 Ü ) 5 3 « K 3 « i J
53t«1 3 Í 3 3 1 Ü f | Í f 3 1 1 1 3 1 * 1 C * t H I C S * 5 3 « l - " » 1 « f t t l l £ 3 1 3 « 3 3 « ^ II 5.» II
3 T H Ü H 5jè 5 4 3 1 * f e < 5 I t f M H I I II
brahmãra durlabha tomara sri-carana-renu
carane dhariyã prabhure vãsãya lanã gelã hena carana-sparéa pãila mora adhama tanu
vãsã diyã hr$ta hanã kahite lãgilã brahmãra—ao Senhor Brahmã; durlabha—quase inacessíveis; tomara—Teus; êri-
carane—os pés; dhariyã—segurando; prabhure—o Senhor Nityãnanda Prabhu; carana-renu—poeira dos pés de lótus; hena—esses; carana-sparéa—contato dos pés
vãsãya—à Sua residência; lanã—levando; gelã—foi; vãsã diyã—após dar-Lhe os apo- de lótus; pãila—recebeu; mora—meu; adhama—caidíssimo; tanu—corpo.
sentos; hrsta hanã—estando muito satisfeito; kahite lãgilã—pôs-se a falar.
TRADUÇÃO—"Nem sequer o Senhor Brahmã tem acesso à poeira dos Teus pés
T R A D U Ç Ã O — S i v â n a n d a Sena tocou os pés de lótus de Nityãnanda Prabhu e de lótus, mas, mesmo assim, Teus pés de lótus tocaram em meu corpo abomi-
conduziu-O até à Sua residência. Após dar ao Senhor Seus aposentos, Sivânanda nável."
Sena, muito satisfeito, falou o seguinte. VERSO 30
« t í % C 3 1 3 1 * 1 t e l 5f9l, f*, * * } I
VERSO 27
« t f % * t l l 5 f S 3 « f % » , W & * 1 1 , 33" II" «•> I I
" I t f s f C 3 1 C 3 " f 3 J 3 5 f 3 ' « I # t 3 5 l 3 C3511 | ãji mora saphala. haila janma, kula, karma
ãji pãinu krsna-bhakti, artha, kãma, dharma"
GOm « 1 3 1 3 < § C « J 3 , csrstj * 1 f a l i I I * 1 I I
ãji—hoje; mora—meus; sa-phala—bem sucedidos; haila—tornaram-se; janma—
"ãji more bhrtya kari' ahgikãra kailã nascimento; kula—família; karma—atividades; ãji—hoje; pãinu—obtive; krsna-
yemana aparãdha bhrtyera, yogya phala dilã bhakti—serviço devocional ao Senhor Krsna; artha—desenvolvimento econômico;
ãji—hoje; more—a mim; bhrtya—servo; kari'—como; ahgikãra—aceitação; kailã— kãma—gozo dos sentidos; dharma—religião.
fizeste; yemana—como; aparãdha—ofensa; bhrtyera—do servo; yogya—apropriado;
phala—resultado; dilã—deste. T R A D U Ç Ã O — " H o j e , meu nascimento, minha família e minhas atividades tor-
naram-se todos bem sucedidos. Hoje, logrei a meta dos princípios religiosos,
T R A D U Ç Ã O — " H o j e aceitaste-me como Teu servo e, porque cometi ofensa, do desenvolvimento econômico, do gozo dos sentidos e, por fim, do serviço devo-
puniste-me a d e q u a d a m e n t e . " cional ao Senhor K r s n a . "
54 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 1 2 Verso 3 6 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 55
VERSO 3 1 VERSO 3 4
TRADUÇÃO—Ao ouvir isso, o Senhor Nityãnanda ficou muito feliz. Ele levantou- T R A D U Ç Ã O — S r i k ã n t a , filho da irmã de Sivânanda Sena, sentiu-se ofendido, e,
Se e, com muito amor, abraçou Sivânanda Sena. na ausência de seu tio, comentou sobre o assunto.
VERSO 3 2 VERSO 3 5
T R A D U Ç Ã O — F i c a n d o muito contente com a atitude de Nityãnanda Prabhu, Sivâ- TRADUÇÃO—"Meu tio é famoso como u m dos associados de Srí Caitanya
nanda Sena providenciou acomodações para todos os Vaisnavas, encabeçados Mahãprabhu, mas o Senhor Nityãnanda Prabhu impõe Sua superioridade,
por Advaita Acãrya. chutando-o."
VERSO 3 6
VERSO 3 3
TRADUÇÃO—Uma das características d e Srí Nityãnanda Prabhu é Sua natureza TRADUÇÃO—Após dizer isso, Srikãnta, que não passava de um rapazola, afastou-
contraditória. Q u a n d o , furioso, Ele chuta alguém, faz isto visando ao benefício se do grupo e, sozinho, seguiu em direção à residência de Sri Caitanya Mahã-
deste. prabhu.
56 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 12 Verso 42 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 57
TRADUÇÃO—Ao oferecer reverências ao Senhor, Srikãnta ainda estava de camisa 'ss*! t t o n l « i t f i s t r e ' — d l « r ç a f W j « f * f i
e casaco. Por isso, Govinda disse-lhe: " M e u querido Srikãnta, primeiro tira estas « r t f « i l ' i s s j «FÇ'—<a<5 * r ç ? r t f * ' II 8» II
roupas."
'duhkha pãhã ãsiyãche'—ei prabhura vãkya éuni'
SIGNIFICADO—É proibido entrar na sala da Deidade ou oferecer qualquer coisa jãnilã 'sarvajha prabhu'—eta anumãni'
à Deidade enquanto se usa uma camisa ou um casaco. Os tantras dizem: duhkha—tristeza; pãhã—obtendo; ãsiyãche—ele veio; «'—esta; prabhura—de Sri
Caitanya Mahãprabhu; vãkya—declaração; suni'—ouvindo; jãnilã—pôde entender;
vastrenãi'rta-dehas tu sarvajha prabhu—o Senhor é onisciente; eta—isso; anumãni'—supondo.
yo narah pranamed dharim
évitri bhavati müdhãtmã
TRADUÇÃO—Ao ouvir o Senhor dizer: "Ele está angustiado", Srikãnta Sena pôde
sapta janmãni bhãvini
entender que o Senhor é onisciente.
"Todo aquele que, usando roupas na parte superior do corpo, presta respeitos
e reverências à Deidade, está condenado a ser um leproso durante sete nasci- VERSO 41
mentos."
VERSO 38 Ppfflrc* Itfa i f f ã H , -Içl «1 f f a l l 1
d l l 11 G ? W t « i «ríflUl faflD II 8i II
^ * r e > - - l N t ^ « r f r ^ t C 5 l t < f l » 1 iwtjfst i
M
f%g « 1 ifi*., *f*, *rrc<s I s t ? 'gs II" w éivãnande lãthi mãrilã,—ihã nã kahilã
ethã saba vaisnava-gana ãsiyã mililã
prabhu kahe, — "érikãnta ãsiyãche pãhã mano-duhkha éivãnande— Sivânanda Sena; lãthi mãrilã—(o Senhor Nityãnanda) chutou; ihã—
kichu nã baliha, karuka, yãte ihãra sukha" isto; nã kahilã—não disse; ethã—nesse ponto; soba—todos; vaisnava-gana—devotos;
prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; srikãnta—Srikãnta; ãsiyãche—veio; ãsiyã—vindo; mililã—encontraram.
pãhã—obtendo; manah-duhkha—angústia na mente; kichu—nada; nã baliha—não
digas; karuka—que ele faça; yãte—por meio do que; ihãra—sua; sukha—felicidade. T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , enquanto descrevia os Vaisnavas, não mencionou o epi-
sódio em que o Senhor Nityãnanda chutou Sivânanda Sena. Foi então que todos
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o Govinda alertava Srikãnta, Sri Caitanya Mahãprabhu os devotos chegaram e foram ver o Senhor.
disse: " N ã o o aborreças. Deixa Srikãnta fazer o que bem quiser, pois veio aqui
sentindo-se muito a n g u s t i a d o . " VERSO 42
VERSO 39
c m i ^ s j w t ç t j c f l t i í f a p *tf5H i
igfa. 00fft6 irrs fii* i
• Í C * d e * n t a « t i S l T O s s r w t l n I I •oa> n
aft-i? ça ç l r e c*H «nçs ÜM* n 8*. a
58 S R Í Caitanya-caritãmrta Antya-hla, 12 Verso 48 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 59
pürvavat prabhu kailã sabãra milana chota-putre dekhi' prabhu nãma puchilã
stri-saba dura ha-ite kailã prabhura daraéana 'paramãnanda-dãsa'-nãma sena jãnãilã
pürva-vat—como antes; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kailã—realizou; sabãra chota-putre—o filho mais novo; dekhi'—vendo; prabhu—Ôri Caitanya Mahãprabhu;
milana—encontro de todos; siri—mulheres; saba—todas; dura ha-ite—a distância; nãma puchilã—perguntou o seu nome; paramãnanda-dãsa—Paramãnanda dãsa;
kailã— realizaram; prabhura daraéana—visão do Senhor. nãma—nome; sena—Sivânanda Sena; jãnãilã—informou.
TRADUÇÃO—Como nos anos anteriores, Sri Caitanya Mahãprabhu recebeu-os a TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya perguntou o nome do filho mais novo, ao que
todos. Entretanto, as mulheres viram o Senhor a distância. Sivânanda Sena informou ao Senhor que seu nome era Paramãnanda dãsa.
TRADUÇÃO—Aqui também, o Senhor providenciou acomodações para todos os "e-bãra tomara yei ha-ibe kumãra
devotos e em seguida convocou-os para compartilharem dos restos do alimento 'puri-dãsa' bali' nãma dhariha tãhãra
oferecido ao Senhor Jagannãtha. pürve—noutra ocasião; yabe—quando; éivãnanda—Sivânanda Sena; prabhu-sthãne—
à residência do Senhor Caitanya Mahãprabhu; ãilã—veio; tabe—nessa época;
VERSO 44 mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãnre—a ele; kahite lãgilã—começou a falar;
e-bãra—desta vez; tomara—teu; yei—este; ha-ibe—será; kumãra—filho; puri-dãsa—
faatsw f s s p j c a c s t t i t f a j t a fmfotí i Puri dãsa; bali'—como; nãma—nome; dhariha—deu; tãhãra—seu.
H a t * » * - I S T O * 1TÍ3 a « ? 1 1 C*11 « 88 D
T R A D U Ç Ã O — C e r t a ocasião, q u a n d o éivãnanda Sena foi visitar ári Caitanya
éivãnanda tina-putre gosãhire milãilã Mahãprabhu em Sua residência, o Senhor disse-lhe: " Q u a n d o teu filho nascer,
éivãnanda-sambandhe sabãya bahu-krpã kailã dá-lhe o nome de Puri d ã s a . "
éivãnanda—Sivânanda Sena; tina-putre—três filhos; gosãhire—a Sri Caitanya
Mahãprabhu; milãilã— apresentou; éivãnanda-sambandhe—como eram filhos de Sivâ-
nanda Sena; sabãya—a todos eles; bahu-krpã kailã—mostrou muita misericórdia. VERSO 48
TRADUÇÃO—O filho, q u e estava no ventre de sua esposa, nasceu assim que ele éivãnandera—de Sivânanda Sena; bhãgya-sindhu—o oceano de fortuna; ke—quem;
voltou para casa. gâibe para—pode cruzar; yãhra—cuja; saba gosthike— família inteira; prabhu—Srí
Caitanya Mahãprabhu; kahe—diz; ãpanãra—Sua própria.
VERSO 49
T R A D U Ç Ã O — N i n g u é m pode cruzar o oceano da boa fortuna de Sivânanda Sena,
« t ^ - i T w f « jjfàn m — ' i i i í s w w t * f 1 pois o Senhor considerou toda a família de Sivânanda como sendo Sua própria
' * t ^ « r f i ' i * f ? ' « t ç i*eii « i s r t i 1 1 8 » 11 família-
VERSO 5 1 VERSO 5 4
« f t í l l - l t l l G l t f f * , «11 I t l — • I I Ç S f f R T I
t%fP«BJ «Tfjfif irlci I t l f
s
i í ? 11 c*tt§lr.i « J ^ T O Ç ' « i t l i f ? ' 11 <n 11 citwis cies» «figa i t f t i f i # «n 1 ? 11«811
nadiyã-vãsi— habitante do distrito de Nadia; modaka—um confeiteiro; tara nãma 'paramesvara muni' bali' dandavat kaila
seu nome; parameévara—Paramesvara; modaka vece—tem a ocupação de confeiteir tare dekhi' prabhu prite tãhãre puchilã
prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; vãtira nikata—perto da casa; tara ghara mrameévara—Paramesvara; muni—eu; bali'—dizendo; dandavat—reverências;
sua casa. kaila—realizou; tare—a ele; dekhi'—vendo; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahã-
prabhu; prite—por afeição; tãhãre—a ele; puchilã—perguntou.
T R A D U Ç Ã O — H a v i a um residente de Nadia chamado Parameávara, um confeiteiro
que morava perto da casa de Sri Caitanya Mahãprabhu. TRADUÇÃO—Ao prestar reverências ao Senhor, disse: "Sou o mesmo Paramesvara
de sempre." Ao vê-lo, o Senhor lhe fez perguntas com muita afeição.
VERSO 55
VERSO 58
atias-astci « F f « t a s c a a t a a f a s i ' * i
í « , « t o cstwa« c«fs, « i ç « W S t ' * I I q o n 'lacs^a Ç«,«tirei,« « W i
'33*«!T3ST«l « r i f s s t c s ' , c i s ARFCAASFEN IIGMI
bãlaka-kãle prabhu tara ghare bãra bãra yã'na
dugdha, khanda modaka àeya, prabhu tãhã khã'na 'paramesvara kuéala hao, bhãla haila, ãilã'
bãlaka-kãle—quando Ele era um menino; prabhu—Sn Caitanya Mahãprabhu; f" 'mukundãra mãtã ãsiyãche', seha prabhure kahilã
ghare—à sua casa; bãra bãra—repetidas vezes; yã 'na—costumava ir; dugdha—leite; paramesvara—ó Paramesvara; kuéala hao—sejas abençoado; bhãla haila—é muito
khanda—doces; modaka deya—o confeiteiro costumava dar; prabhu—o Senhor SRI bom; ãilã—vieste; mukundãra mãtã—a mãe de Mukunda; ãsiyãche—veio; seha—ele;
Caitanya Mahãprabhu; tãhã—isto; khã 'na—costumava comer. prabhure kahilã—informou ao Senhor.
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o menino, o Senhor freqüentava a casa de Parameávara TRADUÇÃO—SRI Caitanya Mahãprabhu disse: "Parameávara, que sejas abençoa-
Modaka. O confeiteiro dava leite e doces ao Senhor, que, então, comia-os. I do. É muito b o m que tenhas vindo até a q u i . " Então, Parameávara informou ao
Senhor: " M u k u n d ã r a Mãtã também v e i o . "
VERSO 56
VERSO 59
« t f - f a s c s c s p « t a atias-as-fi r e c « i
ci a e i a ciç « i t l i «fçca c f s c « II u ç y i t s st«ta *ts S»f*' « ^ I C * t s « i i i
« s t f i «TÇTA á k « fog *i a f i i i u « & II
prabhu-visaye sneha tara bãlaka-kãla haite
se vatsara seha ãila prabhure dekhite mukundãra mãtãra nãma éuni' prabhu sahkoca hailã
prabhu-visaye—para com Sri Caitanya Mahãprabhu; sneha—afeição; tara—de Para- tathãpi tãhãra prite kichu nã balilã
mesvara Modaka; bãlaka-kãla haite— desde Sua infância; se vatsara—naquele ano; mukundãra mãtãra—da mãe de Mukunda; nãma—nome; éuni'—ouvindo; prabhu—
seha—ele também; ãila—veio; prabhure dekhite—ver o Senhor. SRI Caitanya Mahãprabhu; sahkoca hailã—sentiu alguma hesitação; tathãpi—mesmo
ASSIM; tãhãra—de Paramesvara; prite—por afeição; kichu—nada; nã balilã—não disse.
T R A D U Ç Ã O — D e s d e a infância do Senhor que Paramesvara Modaka desenvolvera
afeição por Ele, sendo que, naquele ano, estava entre os que vieram ver o Senhor TRADUÇÃO—Ao ouvir o nome d e Mukundãra Mãtã, o Senhor Caitanya hesitou,
em Jagannãtha Puri. mas, por afeição a Parameávara, nada disse.
a infância, Sri Caitanya Mahãprabhu conhecera Paramesvara Modaka, e por isso cãturmãsya saba yãtrã kailã daraéana
Paramesvara nem titubeou em informar ao Senhor sobre a chegada de sua esposa mãlinT-prabhrti prabhure kailã nimantrana
cãturmãsya—por quatro meses; saba yãtrã—todos os festivais; kailã daraéana—
viram; mãlinT-prabhrti—senhoras como Mãlini, esposa de Srivãsa Thâkura; pra-
VERSO 60
y , _ a Sri Caitanya Mahãprabhu; kailã nimantrana—fizeram convites.
a f B
a j a a - t M i « « - c a s f ^ t sjl mm i
TRADUÇÃO—Por quatro meses consecutivos, os devotos observaram todos os
«rara g ã t ^ « t a cil u II festivais. As esposas, tais como Mãlini, convidaram árí Caitanya Mahãprabhu
praéraya-pãgala éuddha-vaidagdhT nã jãne para almoçar.
antare sukhT haüã prabhu tara sei gune VERSO 63
praéraya—devido à intimidade; pãgala—tolo; éuddha—puro; vaidagdhi— etiqueta;
nã jãne—não conhece; antare— no íntimo; sukhi hailã—ficou muito feliz; prabhu— « F f s fsia m i a a j v t t f i s t c e cw»t b ? c « i
Sri Caitanya Mahãprabhu; tara—seu; sei gune—por causa desse atributo. c i l a i w i asfã' f w l ct*i i a - « t f f s u m «
TRADUÇÃO—Um relacionamento íntimo às vezes i n d u z a pessoa a passar por prabhura priya nãnã dravya ãniyãche deéa haite
cima da etiqueta formal. Dessa maneira, o que aconteceu foi que Paramesvara, sei vyahjana kari' bhiksã dena ghara-bhãte
com seu comportamento simples e afetuoso, agradou o coração do Senhor. prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; priya—queridas; nãnã dravya—muitas
variedades de coisas; ãniyãche—trouxeram; deéa haite—de sua terra; sei vyahjana
SIGNIFICADO—Praéraya significa afeição, humildade, fé, imposição a alguma con- kari'—preparando esses legumes; bhiksã dena—ofereceram alimento; ghara-bhãte—
cessão especial ou indulgência em referida concessão. Pãgala significa cinismo, cozinhando em casa.
arrogância e influência. Vaidagdhi significa astúcia, humor, beleza, habilidade,
sabedoria, comportamento traiçoeiro e insinuações. TRADUÇÃO—Os devotos trouxeram da Bengala muitas variedades de alimento
bengali, apreciado por Srí Caitanya Mahãprabhu. Cozinharam também diversos
VERSO 61 cereais e legumes em suas casas e ofereceram-nos ao Senhor.
i a 1 1 4 3 1 «f%Sl-f1SrS( I VERSO 64
s s - v i t c t «SSÁE. ASFÂN *rén II #s N fwci « 1 * 1 # < s 1 a*ca 1 4 3 1 W9&$ i
pürvavat sabã lanã gundicã-mãrjana a t e m 3>i3-íâc6§w «pf^ i s c a i c a f r i II «8 n
ratha-ãge pürvavat karilã nartana
pürva-vat—como antes; sabã—todos os devotos; lanã—assumindo; gundicã- dine nãnã kndã kare lana bhakta-gana
mãrjana—a limpeza do templo de Gundicã; ratha-ãge— diante da carruagem; pürva- rãtrye kr$na-vicchede prabhu karena rodana
vat—como antes; karilã nartana—dançaram. dine—durante o dia; nãnã—diversos; krídã kare—realizava passatempos; lanã
bhakta-gana—com Seus devotos; rãtrye—à noite; krsna-vicchede—devido à saudade
de Krçna; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karena rodana—chora.
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os devotos ocuparam-se na cerimônia d e limpeza do templo
de Gundicã e dançaram diante da carruagem do Ratha-yãtrã, exatamente como
fizeram no passado. T R A D U Ç Ã O — D u r a n t e o dia, Srí Caitanya Mahãprabhu ocupava-Se em diversas
atividades com Seus devotos, mas à noite, sentindo muita saudade de Krsna,
VERSO 62 «ostumava chorar.
VERSO 65
s t ^ r o ia itsi c^ii wa«ti i i t i l - i T i t a ffcfpp Cf 1 I
T r à s f t e f ç f o « j f c a ca>ii f i i a « t II c t t s c w c t a t l c « « c a <ecw «rtwl i II ^ «
66 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, Verso 71 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 67
T R A D U Ç Ã O — " T o d o s os Meus devotos vêm aqui só por Minha causa. Deixando T R A D U Ç Ã O — " T u d o o que tenho resume-se a este corpo, e por isso entrego-o a
de lado seus lares e famílias, eles enfrentam caminhos dificílimos para virem vós. Agora, se desejardes, podeis vendê-lo onde bem vos aprouver. Ele é pro-
aqui bem depressa." priedade vossa."
VERSO 72 VERSO 75
T R A D U Ç Ã O — " Q u a n t o a Mim, não fico cansado ou sofro algum inconveniente, TRADUÇÃO—Quando todos os devotos ouviram essas doces palavras do Senhor
pois permaneço aqui em Nílãcala, Jagannãtha Puri, e não preciso locomover-Me árí Caitanya Mahãprabhu, seus corações derreteram-se, e eles puseram-se a
nem um pouquinho. Isto deve-se a todos v ó s . " derramar lágrimas incessantes.
VERSO 73 VERSO 76
TRADUÇÃO—"Sou um mendicante e não tenho dinheiro algum. Como posso T R A D U Ç Ã O — A g a r r a n d o firme os Seus devotos, o Senhor abraçou todos eles e
liquidar a dívida que tenho pelo favor que Me mostrastes?" pôs-Se a chorar incontidamente.
VERSO 74 VERSO 77
sabãi rahila, keha calite nãrila tabe prabhu sabãkãre prabodha kariyã
ãra dina pãnca-sãta ei-mate gela sabãre vidãya dilã susthira hanã
sabãi rahila—todos eles permaneceram; keha calite nãrila—ninguém podia mover- tabe—em seguida; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; sabãkãre—todos eles;
se; ãra—a mais; dina pãnca-sãta—cinco a sete dias; ei-mate—dessa maneira; gela— prabodha kariyã—apaziguando; sabãre—a cada um deles; vidãya dilã—disse adeus;
passaram-se. su-sthira hanã—ficando n u m a condição pacífica.
T R A D U Ç Ã O — I n c a p a z e s de partir, todos permaneceram ali e assim se passaram T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , acalmando todos eles, Sri Caitanya Mahãprabhu despediu-Se
mais cinco a sete dias. deles.
VERSO 78 VERSO 81
VERSO 79 i a w t i c a t w i ASFÀRN i
mt«rf_ a % i i «IWJ f a m *<&\ n n
«nata «tffs ai*'-«ites a ^ t l - a t w s t c a i
<?5t*i1 wíW ca^ai astèl a t l a t c a *tfca ?" n cale saba bhakta-gana rodana kariyã
mahãprabhu rahiiã ghare visanna hanã
ãbãra tãte bãndha'—aiche krpã-vãkya-dore cale—seguiram; saba—todos; bhakta-gana—os devotos; rodana kariyã—chorando;
tomã chãdi' kebã kãhãh yãibãre pare?" mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; rahiiã—permaneceu; ghare—em Sua resi-
ãbãra—de novo; tãte—com isso; bãndha'—prendes; aiche—essas; krpã—misericor- dência; visanna hanã—estando muito melancólico.
diosas; vãkya—de palavras; dore—pela corda; tomã chãdi'—deixando-Te; kebã—
quem; kãhãh—a algum lugar; yãibãre pare—pode ir. T R A D U Ç Ã O — O s devotos de Srí Caitanya Mahãprabhu iniciaram sua jornada
chorando, enquanto, muito melancólico, o Senhor permanecia em Sua residência.
T R A D U Ç Ã O — " A i n d a assim, com Tuas doces palavras, persistes em prender Teus
devotos. Sob essas circunstâncias, q u e m pode ir a algum lugar?" VERSO 83
VERSO 80 f s w - f t t w i « f ^ s t f w l latca i
W f s r ç s ç f H W ca* (.«ttfàcs I t c s ? \r-9 ii
« c a « l ^ i a t a s t c a «fcata a # f l i
nija-krpã-gune prabhu bãndhilã sabãre
l a t c a fàwta fwiri ? f a a 3431 II II mahãprabhura krpã-rna ke sodhite pare?
72 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 12 Verso 89 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 73
nija—própria; krpã-gune—pelo atributo da misericórdia; prabhu—Sri Caitanya pürva-varse jagadãnanda 'ãi' dekhibãre
Mahãprabhu; bãndhilã—prendeu; sabãre—a todos; mahãprabhura—de Sri Caitanya prabhu-ãjhã lanã ãilã nadlyã-nagare
Mahãprabhu; krpã-rna—dívida para com a misericórdia; fce—quem; éodhite pare— pürva-varse—no ano anterior; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; ãi—Sacimãtã;
pode retribuir. dekhibãre—para ver; prabhu-ãjhã lanã—recebendo a permissão de Sri Caitanya
Mahãprabhu; ãilã—veio; nadlyã-nagare—ã cidade de Nadia.
TRADUÇÃO—O Senhor prendeu a todos com Sua misericórdia transcendental.
Quem pode retribuir a dívida que tem para com a misericórdia de Srí Caitanya • TRADUÇÃO—No ano anterior, Jagadãnanda Pandita, seguindo a ordem do Senhor,
Mahãprabhu? regressara à cidade de Nadia para ver Sacimãtã.
VERSO 84
VERSO 87
siw »ft$fs « i f sraa 1
<5ft<S <5TCS Ç l f ? ' Clf* S t S GÍ"ÍW II V 8 II « g l i « w s t l ' m flpfl 1
w f s t c s s sar-ajsts fon f s c s s s 1 1 n 11
yãre yaiche nãcãya prabhu svatantra iévara
tãte tãnre chãdi' loka yãya deéãntara ãira carana yãi' karilã vandana
yãre—quem quer que; yaiche—como; nãcãya—faz com que dance; prabhu—Sri jagannãthera vastra-prasãda kailã nivedana
Caitanya Mahãprabhu; svatantra iévara—a Personalidade de Deus inteiramente ãira—de Sacimãtã; cararya—aos pés de lótus; yãi'—indo; karilã vandana—ofereceu
independente; tãte— por conseguinte; tãnre—a Ele; chãdi'— deixando; loka—pessoas; orações; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; vastra-prasãda—roupas e prasãda; kailã
yãya—vão; deéa-antara—a diferentes partes da região. nivedana—ofereceu.
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu é a Personalidade d e Deus inteiramente TRADUÇÃO—Ao chegar, ofereceu orações aos seus pés de lótus, após o que
independente e faz todos dançar de acordo com a Sua vontade. Por conseguinte, ofereceu-lhe a roupa e a prasãda do Senhor Jagannãtha.
deixando a Sua companhia, todos os devotos voltaram para seus lares em dife-
rentes partes da região. VERSO 88
VERSO 85
«tfs »rlCT s t s t c s f«i«, ctotI 1
«Tcfc» G*R 5rfçt9 1 « J ç s f s ü f o - ^ f o s f s t c s i>fç.sn 11 trv 11
jhRj-sfàa fà*! *n s t a 11 tr* i
prabhura nãme mãtãre dandavat kailã
kãsthera putali yena kuhake nãcãya . prabhura vinati-stuti mãtãre kahilã
iévara-caritra kichu bujhana nã yãya prabhura nãme—em nome de Sri Caitanya Mahãprabhu; mãtãre—ã Sua mãe; dan-
kãsthera—de madeira; putali— boneco; yena—como; kuhake—um titereiro; nãcãya— davat kailã—ele ofereceu reverências; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; uínafi-
faz com que dance; Iévara-caritra—a característica da Suprema Personalidade de sfwfi—orações muito submissas; mãtãre—k Sua mãe; kahilã—ele informou.
Deus; kichu bujhana nã yãya—ninguém consegue entender.
TRADUÇÃO—Em nome d o Senhor Caitanya Mahãprabhu, prestou reverências a
TRADUÇÃO—Como u m boneco de madeira dança conforme a vontade do tite- Sacimãtã, e deixou-a ciente de todas as orações submissas que o Senhor fazia
reiro, tudo o que o Senhor deseja concretiza-se. Q u e m pode entender as carac- Para ela.
terísticas da Suprema Personalidade de Deus?
VERSO 89
VERSO 86
jagadãnande pãhã mãtã ãnandita mane ãmi—Eu; yãi'—indo; bhojana kari—como; mãtã—mamãe; nãhi jãne—não consegue
tenho prabhura kathã kahe, éune rãtri-dine entender; sãksãte—diretamente; khãi ãmi'—Eu como; tenho— ela; svapna—um sonho;
jagadãnande—Jagadãnanda; pãhã—recebendo; mãtã—Sacimãtã; ãnandita mane— df/w-como; mane—pensa.
com muita satisfação; tenho—ele; prabhura kathã—os passatempos de Srí Caitanya
Mahãprabhu; kahe—fala; s'wne—ouve; rãtri-dine—dia e noite. T R A D U Ç Ã O — ' " V o u lá e como o alimento que Minha mãe oferece, mas ela não
consegue entender que sou Eu mesmo quem está comendo: ela pensa que isso
TRADUÇÃO—A chegada de Jagadãnanda deixou mãe Saci muitíssimo satisfeita. é um s o n h o . ' "
À medida que ele falava sobre o Senhor Caitanya Mahãprabhu, ela ouvia dia VERSO 93
e noite.
VERSO 90 s f s l TOÇ,—"as<5 stfsí SJWS I
fjn?tfãsp | $ i « m i , — | i ç i ss em s s « u
W S t f P W T O S — <W*% C T O * f f * f a f » C T I
mãtã kahe, — "kata rãndhi uttama vyahjana
tfStlt? « T t f % ' « f Ç T O í W GSfàlM II ò° II
nimãhi ihãh khãya,—iechã haya mora mana
jagadãnanda kahe, — "mãtã, kona kona dine mãtã kahe—mamãe disse; kata—quantas; rãndhi—cozinho; uttama vyahjana—le-
tomara ethã ãsi' prabhu karena bhojane gumes de primeira classe; nimãhi—Nimãi; ihãh—aqui; khãya—possa comer; iechã—
jagadãnanda kahe—Jagadãnanda disse; mãtã—mãe; kona kona dine—às vezes; tomara desejo; haya—é; mora mana—minha mente.
ethã ãsi'—vindo aqui à tua casa; prabhu—o Senhor; karena bhojane—aceita comida.
T R A D U Ç Ã O — S a c i m ã t ã disse: "Gostaria que Nimãi comesse todos os saborosos
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita disse: "Minha querida mãe, às vezes o Senhor legumes que cozinho. E este o meu d e s e j o . "
vem até aqui e come toda a comida que ofereceste."
VERSO 94
VERSO 91
fsrjitfip «rr<fptflê—iàcç ss cm ss i
c e t s w f i l i a l T O ? « i t i f H u s *<Í*»1 I * t t r e w t s s r s . - ^ f a i e s f s * " s t * ' n " a>8 n
s t s l «rrfàr « r f y s t â a t i « r p ¥ $ ^ f à a l n •>>
nimãhi khãhãche,—aiche haya mora mana
bhojana kariyã kahe ãnandita hanã pãche jhãna haya,—muni dekhinu 'svapana'"
mãtã ãji khãoyãilã ãkantha püriyã mmãni khãhãche—Nimãi comeu; aiche—esta; haya—é; mora—minha; mana—mente;
bhojana kariyã—após comer; kahe—diz; ãnandita hanã—ficando muito satisfeito; pãche—em seguida; /nana haya—penso; muni—eu; dekhinu svapana—vi n u m sonho.
mãtã—mamãe; ãji—hoje; khãoyãilã—alimentou-Me; ãkantha—até o pescoço; püriyã—
enchendo. TRADUÇÃO—"Às vezes, penso que Nimãi comeu-os, mas em seguida penso que
eu só estava s o n h a n d o . "
T R A D U Ç Ã O — " A p ó s comer o alimento, o Senhor diz: 'Hoje, mamãe alimentou-Me VERSO 95
até Eu não poder m a i s . ' "
ifllro wít«rt*w "tfrstsi-SCT i
VERSO 92 'cmzm «gs-awtl TO* s t f à - f w ç * n a * II
sãksãte khãi ãmi' tenho 'svapna' hena mane" ade; kahe-diz; rãtri-dine-dia e noite.
76 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 12 Verso 101 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 77
TRADUÇÃO—Dessa maneira, Jagadãnanda Pandita e mãe Saci conversavam dia T R A D U Ç Ã O — V â s u d e v a Datta e Murãri Gupta ficaram tão satisfeitos ao verem
e noite sobre a felicidade de Sri Caitanya Mahãprabhu. jagadãnanda Pandita que mantiveram-no em suas casas e não o deixavam saú-
de lá-
VERSO 96 VERSO 99
a r g e r a , « r a t f à - ^ w w w »tt<a»1 i c s « e s a c « J i * f t 3 í «r*twt*w» a® i
« i t í C T a t f à i l sca, «1 cw* çffsai H »v i
<
atca f i e i c i l vfti,— *rrl*j[ c e « 9 ' u J*5> u
vâsudeva, murãri-gupta jagadãnande pãhã caitanyera prema-pãtra jagadãnanda dhanya
ãnande rãkhilã ghare, nã dena chãdiyã yãre mile sei mane, — 'pãiluh caitanya'
vâsudeva—Vâsudeva; murãri-gupta—Murãri Gupta; jagadãnande pãhã—recebendo caitanyera—de Sri Caitanya Mahãprabhu; prema-pãtra—receptáculo da afeição;
aa
Jagadãnanda; ãnande—com muita felicidade; rãkhilã—mantiveram; ghare—em casa, ^S #«aíida—Jagadãnanda Pandita; dhanya—glorioso; yãre mile—quem quer que
nã dena chãdiyã—não permitiam sair. encontre; sei mane—ele entende; pãiluh caitanya—recebi o Senhor Caitanya.
Verso 1 0 7 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 79
SN Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, i 2
0
t r a D U C Ã — E s s e óleo foi deixado aos cuidados de Govinda, e Jagadãnanda
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Jagadãnanda Pandita! Ele é tão favorecido p 0 r
Sri Caitanya Mahãprabhu que qualquer pessoa que o encontre pensa: "Agora pediu-lhe: "Por favor, esfrega este óleo no corpo do Senhor."
obtive a associação direta de Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . "
VERSO 1 0 5
VERSO 1 0 2 « c s « F f - f c t f a » c f t f à » * c a ^ facaw* I
«sriríftw s^stís-c^i «utTOtüS* I I w «
'6**RtfH' C«1 « i t l 4TOI3SI CTOtl II W
tabe prabhu-thãhi govinda kaila nivedana
"jagadãnanda candanãdi-taila ãniyãchena
sivãnanda-sena-grhe yãhã rahiiã
tabe—em seguida; prabhu-thãhi— perante o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
'candanãdi' taila tãhãh eka-mãtrã kailã
govinda—Govinda; kaila nivedana—expôs; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita;
éivãnanda-sena-grhe—a casa de Sivânanda Sena; yãna—indo; rahiiã—permaneceu-
candana-ãdi-taila—essência de óleo de sândalo; ãniyãchena—trouxe.
candana-ãdi taila—óleo destilado do sândalo e de outras substâncias; tãhãh—ali;
eka-mãtrã—uma mãtrã (dezesseis quilos, ou serás); kailã—prepararam.
TRADUÇÃO—Por conseguinte, Govinda disse a Sri Caitanya Mahãprabhu: "Jaga-
dãnanda Pandita trouxe um pouco de essência de óleo de s â n d a l o . "
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita demorou-se algum tempo na casa de Sivâ-
nanda Sena, e eles prepararam cerca de dezesseis quilos de essência de óleo de
sândalo.
VERSO 1 0 6
VERSO 1 0 3
<St? fcft»- «fÇ TO1 «TWftl I
a>fàal b s i f N f t « f ã a i i frs-ar^aTtfã-«lr.an*t « t t s Ü-Í&I a t a II II
íTiPTtsçct cjcípi • w r l n a<5* 15f?9l II II fãhra iechã,—prabhu alpa mastake lãgãya
sugandhi kariyã taila gãgari bhariyã pitta-vãyu-vyãdhi-prakopa santa hanã yãya
tãhra iechã—seu desejo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; alpa— um pouquinho;
nilãcale lanã ãilã yatana kariyã
mastake lãgãya—unta sobre a cabeça; pitta-vãyu-vyãdhi—da pressão sangüínea de-
su-gandhi kariyã—fazendo aromático; taila—óleo; gãgari—um grande
vido à bile e ao ar; prakopa—gravidade; éãnta hanã yãya—diminuirá.
bhariyã—enchendo; nilãcale—a Jagannãtha Puri; lanã—levando; ã//ã—veio; yatana
kariyã—com muito cuidado.
TRADUÇÃO—"Ele deseja que Vossa Onipotência aplique um pouco desse óleo
na cabeça, de modo que a pressão sangüínea, devido à bile e ao ar, caia de manei-
TRADUÇÃO—Eles encheram um enorme pote de barro com o óleo aromático, e,
ra considerável."
com todo o cuidado, Jagadãnanda Pandita levou-o a Nllãcala, Jagannãtha Puri.
VERSO 1 0 7
VERSO 1 0 4
TRADUÇÃO—"Na Bengala, ele preparou uma grande jarra desse óleo, e com jagannãthe deha' taila,—dipa yena jvale
muito carinho trouxe-a para cá." tara pariérama haiba parama-saphale"
jagannãthe—ao Senhor Jagannãtha; deha'—entrega; taila—óleo; dipa—lamparinas;
VERSO 108 yena—assim; jvale—queimem; tara parisrama—seu esforço; haiba—tornar-se-á;
parama-saphale—-completamente exitoso.
« P | f cs,— " s g r í i T s « t f s b s c i «ifirTOa i
T R A D U Ç Ã O — " E n t r e g a esse óleo no templo de Jagannãtha, onde poder-se-á usá-lo
« t s r r c « ?-irf% £ « 1 , - 1 * 3 1 f w r a i n
s lamparinas. Dessa maneira, o esforço que Jagadãnanda fez em manufaturar
n a
prabhu kahe, — "sannyãsira nãhi taile adhikãra o óleo terá êxito perfeito."
tãhãte sugandhi taila,—parama dhikkãra!
prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu replicou; sannyãsira—para um sannyãsi; VERSO 110
nãhi—não há; taile—de óleo; adhikãra—necessidade; tãhãte—além do mais; su-gandhi
taila—óleo perfumado; parama dhik-kãra—para ser rejeitado de imediato. d l sfffl c f t f s » s w i t w l s t « r c s s s f s i i
CSTS ssfs' 1 f r a « , fag *1 s s f s i ii ü • II
TRADUÇÃO—O Senhor replicou: " U m sannyãsi não tem necessidade de óleo, em
especial um óleo perfumado como este. Tira isso daqui imediatamente." ei kathã govinda jagadânandere kahilã
mauna kari' rahila pandita, kichu nã kahilã
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o Raghunandana Bhattãcãrya, o porta-voz dos princípios ei kathã—esta mensagem; govinda—Govinda; jagadânandere kahilã—transmitiu a
reguladores smãrtas: Jagadãnanda; mauna kari'—mantendo-se calado; rahila—permaneceu; pandita—
Jagadãnanda Pandita; kichu—nada; nã kahilã—não falou.
prãtah-snãne vrate érãddhe
dvãdaéyãm grahane tathã T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Govinda transmitiu-lhe essa mensagem, Jagadãnanda ficou
madya-lepa-samam tailam calado, sem dizer sequer u m a palavra.
tasmãi tailam vivarjayet
VERSO 111
" S e aquele que, tendo feito um voto, unta seu corpo com óleo enquanto se banha
de manhã, enquanto observa uma cerimônia ritualística, tal como a cerimônia f s s s»t e t c * d t f s i f s r t s t l i «rtssts i
de érãddha, ou no dia de dvãdaéi, pode muito bem derramar vinho sobre o seu I f o c s s 1 ^ 1 , — ' b s i a l f T O S s í f N i ' iiüiii
corpo. Por isso, deve-se rejeitar o ó l e o . " Às vezes, usa-se a palavra vrata (voto)
como.se referindo ao sannyãsa-vrata. Raghunandana Bhattãcãrya também diz em dina daéa gele govinda jãnãilã ãra-bãra
seu livro Tithi-tattva: panditera iechã, — 'taila prabhu kare ahgikãra'
ghrtam ca sãrsaparh tailam dina daéa gele— ao transcorrer dez dias; govinda—Govinda; jãnãilã—informou; ãra-
yat tailam puspa-vãsitam bãra—novamente; panditera iechã—o desejo de Jagadãnanda Pandita; taila—óleo;
adustam pakva-taüam ca prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kare ahgikãra—aceita.
tailãbhyahge ca nityasah
TRADUÇÃO—Ao transcorrer dez dias, Govinda novamente disse a Srí Caitanya
Isto quer dizer que apenas os grhasthas, ou chefes de família, podem usar manteiga Mahãprabhu: "É desejo de Jagadãnanda Pandita que Vossa Onipotência aceite
o óleo."
clarificada (ghi), óleo de mostarda, óleo floral e óleo fervido.
VERSO 112
VERSO 109
wsttrtr.it CRÒ' C « I , — F W C S S I Ç * | i è f s i ' a f ç TOS fssg scafíts s s s i
« L I I F À A T S C S S I S S - S T O I II" >°s> n stfrssi <ÍSS s t s s«fsr.« s«fs i > i * n
82 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, i Verso 117 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 83
2
d l ^ 1 ufa' « u f a asfã?£ i s r j t i ! TRADUÇÃO—Ao ouvir essas palavras de Sri Caitanya Mahãprabhu, Govinda ficou
« n a t a ' « r t í l W - c « t * r t - i a t a ' t r a ç i s ' II >v© II calado. Na manhã seguinte, Jagadãnanda foi ter com o Senhor.
ifbs TOS»,-'ca* c<5litw ? w fa»i]i arfli i «*T9 <sç <iia are? 1Í4311
«rifa cit? « c s Í « I f-^ «tf!- «itf* n' U b - n '§&«•' t f o « ' * f i ' TOS!* <5ífTOl II i*S II
vandita kahe, — 'ke tmnâre kahe mithyã vãhi frfü/a íiitwsí' prabhu tãhra di<ãre yãhã
ãmi gauda haite taila kabhu nãhi ãni' 'uthaha' pandita'—kari' kahena dãkiyã
pandita kahe—Jagadãnanda Pandita disse; ke—quem; tomãre—a Ti; kahe—diz- trtiya divase— no terceiro dia; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhra—de
mithyã vãni—histórias inverídicas; ãmi—eu; gauda haite—da Bengala; taila—óleo: Jagadãnanda Pandita; dvãre—à porta; yãhã—indo; uthaha'—por favor, levanta-te;
kabhu nãhi ãni'—nunca trouxe.
pandita—Meu querido Jagadãnanda Pandita; kari'—dizendo; kahena—disse; dãkiyã—
chamando.
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita retrucou: " Q u e m Te conta todas essas histó-
rias inverídicas? Eu nunca trouxe óleo da Bengala." TRADUÇÃO—Três dias depois, árí Caitanya Mahãprabhu dirigiu-Se à porta de
seu quarto e disse: " M e u querido Jagadãnanda Pandita, por favor, levanta-te."
VERSO 119
VERSO 122
iSfS tfs? iq? CSI-T-II 1431 I
a ^ a «ucfl «itfiraics C P Í I H « l í r o l n »s> II '«rff» f w l FALI «1(31111 *firel TOC* I
eta bali' ghara haite taila-kalasa lanã ITjRíp «ITFAL, < Í T 1 LLL «3»TR,s« LL' M II
prabhura ãge ãitgináte plielilà bhãhgiyã 'o/'/ bhiksã dibà àmãya kariyã randhane
eta bali'—dizendo isso; ghara haite—do aposento; taila-kalasa—a jarra cheia de madhyãhne ãsiha, elv yãi daraéane'
óleo; lanã—pegando; prabhura ãge—diante de Sri Caitanya Mahãprabhu. ânginãtc— ãji— hoje; bhiksã dibà—dá almoço; ãmãya—a Mim; kariyã randhane—cozinhando;
no quintal; phelilã—atirou; bhãhgiyã—despedaçando. madhyãhne ãsiba—virei ao meio-dia; Wv—agora; i/ai daraéane—estou indo ver o
Senhor Jagannãtha.
TRADUÇÃO—Após dizer isso, Jagadãnanda Pandita tirou a jarra de óleo do
aposento e, perante Srí Caitanya Mahãprabhu, atirou-a ao chão do quintal, T R A D U Ç Ã O — " H o j e , quero que cozinhes pessoalmente Meu almoço. Agora, estou
despedaçando-a. indo ver o Senhor no templo. Voltarei ao meio-dia."
c<si « t f w ' c i l *tí«r f*s?-sa fton i 43 a f i ' <A^_ r.Hst1, *TFA« «FFEFL L
« 5 5 1 afèeii s ç a a>»tTÍ> fafànrl II 5*° n •AR* i s f a ' * I * 1 a i s * s « * a - f ã i l u s v ® n
taila bhãhgi' sei pathe nija-ghara gh/ã eta bali' prabhu gelã, \tandita uthilã
éuiyã rahiiã ghare kapãta khiliyã snãna kari' nãnã vyahjana randhana karilã
taila bhãhgi'—quebrando o pote de óleo; sei—ele; pathe—pelo caminho; inja- eta bali'—dizendo isso; prabhu gelã—Srí Caitanya Mahãprabhu saiu; pandita
ghara—para seus aposentos; giyã— indo; suiyã rahiiã—deitou-se; ghare— no quarftjT uthilã—Jagadãnanda Pandita levantou-se; snãna kari'—tomando seu banho; naná—
kapãta—a porta; khiliyã—aferrolhou. diversos; vyahjana—legumes; randhana karilã—cozinhou.
madhyãhna kariyã prabhu ãilã bhojane prabhu kahe, — "dvitiya-pãte bãda' anna-vyahjana
pada praksãlana kari' dilena ãsane tomãya ãmãya ãji ekatra kariba bhojana
madhyãhna kariyã—após terminar Suas cerimônias ritualísticas do meio-dia- prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; dvitiya-pãte—numa segunda folha;
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; ãilã—veio; bhojane— almoçar; pada praksãlana bãda'—despeja; anna-vyahjana—arroz cozido e legumes; tomãya ãmãya—nós dois;
kari'—após lavar Seus pés; dilena ãsane—ofereceu um assento. mi—hoje; ekatra—juntos; kariba bhojana—almoçaremos.
TRADUÇÃO—Após terminar Seus deveres ritualísticos do meio-dia, o Senhor TRADUÇÃO—O Senhor disse: "Estende outra folha com uma porção de arroz e
chegou para almoçar. Jagadãnanda Pandita lavou os pés do Senhor e deu-Lhe legumes, de sorte que hoje possamos almoçar j u n t o s . "
um assento.
VERSO 125 VERSO 128
TRADUÇÃO—Ele cozinhara fino arroz, misturou-o com ghl e empilhou-o numa TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu manteve Suas mãos erguidas e só aceitou
folha de bananeira. Ao todo o redor, havia também muitas variedades de pre- a prasãda quando Jagadãnanda Pandita, com muito amor e carinho, falou as
parações de legumes, colocadas em potes feitos de cascas de bananeira. seguintes palavras.
TRADUÇÃO—No arroz e nos legumes havia flores de tulasi, e em frente ao Senhor TRADUÇÃO—"Por favor, toma a prasãda primeiro e eu comerei mais tarde. Não
havia bolos, arroz doce e outras prasãdas de Jagannãtha. declinarei o Teu p e d i d o . "
88 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, i j Verso 135 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 89
VERSO 130
VERSO 133
« c a a r $ t « r f < g « c«tsrc* a f à e r l i
làcs «lars-^ia ases* asa i n t à i
S ] » C * 3 " í í » «IttíPl S i f s i C « s r t f a n II V S ° II
e s t a r á « t c f ja s r a l ca* a^ca a « f * ?" i*>® 11
tabe mahãprabhu sukhe bhojane vasilã
a/c/te amrta-anna krsne kara samarpana
vyanjanera svãda pãhã kahite lãgilã
tomara bhãgyera simã ke kare varnana?"
tabe—em seguida; mahãprabhu—§r\ Caitanya Mahãprabhu; sukhe—com felicida-
^c/ie—semelhante; amrta-anna—arroz nectáreo; krsne—ao Senhor Krsna; kara
de; bhojane vasilã—sentou-Se para comer; vyanjanera svãda—o sabor dos legumes-
pãhã— sentindo; kahite lãgilã—pôs-Se a dizer. samarpana—ofereces; tomara—tua; bhãgyera—da fortuna; simã—limite; ke—quem;
kare varnana—pode descrever.
ãgraha kariyã pandita karãila bhojana tabe prabhu kahena kari' vinaya-sammãna
ãra dina haite bhojana haila dasa-guna 'dasa-guna khãoyãilã ebe kara samãdhãna'
ãgraha kariyã—com muita avidez; pandita—Jagadãnanda Pandita; karãila bhojana— tabe—nessa altura; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kahena—diz; kari'—fa-
alimentava; ãra dina—outros dias; haite—do que; bhojana—a refeição; haila—foi; zendo; vinaya-sammãna—apelo submisso; dasa-guna—dez vezes mais; khãoyãilã—
dasa-guna—dez vezes maior. fizeste Eu comer; ebe—agora; kara samãdhãna—por favor, pára.
T R A D U Ç Ã O — A n s i o s o , Jagadãnanda Pandita forçava o Senhor a comer tanto que TRADUÇÃO—Por fim, o Senhor respeitosamente expôs: " M e u querido Jagadã-
Este comeu dez vezes mais do que habitualmente comia nos outros dias. nanda, já Me fizeste comer dez vezes mais do que estou acostumado. Agora,
por favor, pára."
VERSO 137
VERSO 140
araata « i f Sfèes f r a * ss i
c s l ^ r t i t f o s *tfàr.ac«t « n » s I I i ^ i I I <sr.a aüf«rf sfe' cs>H « i i s s * i
* t f « « « t t f s i , «rssrs, s m r , 5»a*«>8° i i
bãra-bãra prabhu uthite karena mana
sei-kãle pandita parivese vyahjana tabe mahãprabhu uthi' kailã ãcamana
bãra-bãra—repetidas vezes; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; uthite—levantar- pandita ãnila, mukhavãsa, mãlya, candana
Se; karena mana—deseja; sei-kãle— nesse momento; pandita—Jagadãnanda Pandita; tabe— nessa altura; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; uthi'—levantando-
pariveée—dá; vyahjana—legumes. Se; kailã ãcamana—realizou a limpeza das mãos e da boca; pandita—Jagadãnanda
Pandita; ãnila—trouxe; mukha-vãsa—condimentos; mãlya—guirlanda de flores;
TRADUÇÃO—Nas diversas vezes em que o Senhor tentava levantar-Se, Jagadã- candana—polpa de sândalo.
nanda Pandita alimentava-O com outras preparações de legumes.
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu levantou-Se e lavou as mãos e a boca,
VERSO 138 enquanto Jagadãnanda Pandita trazia condimentos, uma guirlanda e polpa de
sândalo.
f à g a f i e s i t c a * a j ç , « t t ç u * vim i VERSO 141
*1 s r l c i wítwf»"». « f a c a « « r a i e s u i « u - n
ç n f i t f c f i p i « t f s f s i l c*rç T t c s i
kichu balite nãrena prabhu, khãyena tarãse ««trata « i t e f «itfàr « J s asa* c s t w c s ' iiism
nã khãile jagadãnanda karibe upavãse
kichu—nada; balite nãrena—não podia dizer; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; candanãdi lanã prabhu vasilã sei sthãne
khãyena—come; tarãse— por temor; nã khãile—caso Ele não comesse; jagadãnanda— 'ãmãra ãge ãji tumi karaha bhojane'
Jagadãnanda Pandita; fcaribe upavãse—jejuaria. candana-ãdi lanã—aceitando a polpa de sândalo e outros itens; prabhu—Sri
Caitanya Mahãprabhu; vasilã—sentou-Se; sei sthãne— neste local; ãmãra Ãge—diante
de Mim; ãji—agora; tumi—tu; karaha—faze; bhojane—refeição.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu não ousava proibi-lo de Lhe dar mais ali-
mento. Ele simplesmente continuava comendo, temeroso de que Jagadãnanda T R A D U Ç Ã O — A c e i t a n d o a polpa de sândalo e a guirlanda, o Senhor sentou-Se
jejuasse caso Ele parasse. e disse: "Agora, deves comer diante de M i m . "
Verso 147 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 93
92 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, i 2
VERSO 145
VERSO 142
ia» s s f s ' s s t « l f f f w i M s * i
• t R y s TOS —"«tf s t s ' TO** f à a t f i i CtftfãtTOS * f f b » fàsf TOS* 1 5 * II 18c II
fjfc d c a i s s f i t u f t r < P f à ' s s w * n i s * n
eía kahi' mahãprabhu karilã gamana
pandita kahe,—"prabhu yãi' karunã viérãma govindere pandita kichu kahena vacana
mui, ebe la-iba prasãda kari' samãdhãna eta kahi'—dizendo isso; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karilã gamana—
pandita kahe—Jagadãnanda Pandita disse; prabhu—meu Senhor; yãi'—indo; ka- partiu; govindere—a Govinda; pandita—Jagadãnanda Pandita; kichu—algumas;
runa viérãma—descansar; mui—eu; ebe—agora; la-iba prasãda—aceitarei prasãda; kari' kahena—disse; vacana—palavras.
samãdhãna—após fazer arranjos.
TRADUÇÃO—Depois que Srí Caitanya Mahãprabhu disse isto e partiu, Jagadã-
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a replicou: " M e u Senhor, por favor, vai descansar. Acei- nanda Pandita falou para Govinda.
tarei prasãda após terminar de fazer alguns arranjos."
VERSO 146
VERSO 143
" f f s %s sts f f s c » f t w s s t s c * i
a s s a sns" c T O t c s atsrfç, <rç*t«t i * p f s s , — ' » ! % » iar,a a f s i e s t s r c * ' 1118*11
S * S 1 * H t S f & C » 5 f f s f à f g S I » * - ^ » II" l g « I I
"tumi éighra yãha karite pãda-samvãhane
rasuira kãrya kairãche rãmãi, raghunãtha kahiha,—'pandita ebe vasila bhojane'
ihhã sabãya dite cãhi kichu vyahjana-bhãta" tumi—tu; éighra—bem depressa; yãha—vai; karite—realizar; pãda-samvãhane—mas-
rasuira—áe cozinhar; kãrya—o trabalho; kairãche—fizeram; rãmãi— Rãmãi; raghu- sagem dos pés; kahiha—dize; pandita—Jagadãnanda Pandita; ebe—agorinha mesmo;
nãtha—Raghunãtha Bhatta; ihhã—a eles; sabãya—todos; dite cãhi— desejo dar; vasila bhojane—sentou-se para comer.
kichu—um pouco de; vyahjana-bhãta—arroz e preparações de legumes.
TRADUÇÃO—"Vai rapidamente massagear os pés d o Senhor", disse ele. " P o d e s
comunicar-Lhe: 'O Pandita acabou de sentar-se para tomar a sua refeição.'"
TRADUÇÃO—"Rãmai Pandita e Raghunãtha Bhatta cozinharam, e desejo dar-lhes
um pouco de arroz e preparações de l e g u m e s . "
VERSO 147
VERSO 144
C S t S T C * « I f S W Stf»l*l,lfss1 I
« t f TOS^-WÍTOf, « J s S S t S ?fs=Jl I « t f f*iff1 C-STOT, f S t S S « I t f i r a l II" 1 8 1 I I
t % 5 C « t 5 F * C T O « 1 , « I t s r t W f Í T O l II" 1 8 8 I I
tomãre prabhura 'éesa' rãkhimu dhariyã
prabhu kahena, — "govinda, tumi ihãhi rahibã prabhu nidrã gele, tumi khãiha ãsiyã"
pandita bhojana kaile, ãmãre kahibã" tomãre—para ti; prabhura—áe Sri Caitanya Mahãprabhu; sesa—restos de comida;
prabhu kahena—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; govinda—Govinda; tumi—tu; rãkhimu—guardarei; dhariyã— pegando; prabhu nidrã gele—quando Srí Caitanya
ihãhi rahibã—permanecerás aqui; pandita—Jagadãnanda Pandita; bhojana kaile—após Mahãprabhu adormecer; tumi—tu; khãiha ãsiyã—vem e come.
ele tomar sua refeição; ãmãre kahibã—deves informar-Me.
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Jagadãnanda Pandita distribuiu para Rãmãi TRADUÇÃO—Ao ver que Jagadãnanda Pandita deveras comia, Govinda informou
Nandãi, Govinda e Raghunãtha Bhatta os restos do alimento do Senhor. ao Senhor, que então apaziguou-Se e foi dormir.
TRADUÇÃO—Ele também comeu pessoalmente os restos do alimento deixados TRADUÇÃO—Os afetuosos intercâmbios amorosos entre Jagadãnanda Pandita e
por Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . Então, o Senhor novamente enviou Govinda. o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu continuaram nesse nível, exatamente como
os intercâmbios entre Satyabhãmã e o Senhor Krsna, conforme relatados no
Sximad-Bh aga va tam.
VERSO 150
VERSO 153
" e s s , - -srit*ríW! «rstw « H i f% si *tts i
%a « i t f j Y s s t s f s asfsca « i t a f a 11" i<?° i w M v r t s c a a citefctja cs* asfeca s t s l ?
« r t f s t s c * * * csWcflja cs* ca « * t s l « «
"dekha,—jagadãnanda prasãda pãya ki nã pãya
éighra ãsi' samãcãra kahibe ãmãya" jagadãnandera saubhãgyera ke kahibe simã?
dekha—vê; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; prasãda—prasãda; pãya—aceita; jagadânandera saubhãgyera tenha se upamã
ki—ou; nã—não; pãya—aceita; sighra Ãs;"—vindo depressa; samãcãra—a notícia; jagadãnandera—de Jagadãnanda Pandita; saubhãgyera—da fortuna; ke—quem;
kahibe— informa; ãmãya—a Mim. kahibe—falará; simã—o limite; jagadãnandera—de Jagadãnanda; saubhãgyera—da for-
tuna; tenha—ele; se—o; upamã—exemplo.
TRADUÇÃO—O Senhor disse-lhe: "Verifica se Jagadãnanda Pandita está comen- TRADUÇÀO—Quem pode calcular o limite da fortuna de Jagadãnanda Pandita?
do. Então volta bem depressa e deixa Eu ficar s a b e n d o . " ,e
em si é o exemplo de sua própria grande fortuna.
96 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 12
CAPÍTULO TREZE
VERSO 154
srMvFtsríflrsi 'c«lifàaí' «w e i s «ra 1
Passatempos entre Jagadãnanda Pandita
caicia ' w i ' » t w , »mi 1 1 1 * 8 11
e Raghunãtha Bhatta Gosvãmí
jagadãnandera 'prema-vivarta' sune yei jana
premera 'svarüpa' jãne, pãya prema-dhana
jagadãnandera—áe Jagadãnanda; prema-vivarta—intercâmbio amoroso; sune—
ouve; yei jana—qualquer pessoa que; premera—áe amor; svarüpa—identidade; jãne-.
ela conhece; pãya—obtém; prema-dhana—a riqueza do amor extático por Krsna. Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, SrÜa Bhaktivinoda Thâkura faz o seguinte resumo
do Décimo Terceiro Capítulo. Achando que Sri Caitanya Mahãprabhu, deitando-
TRADUÇÃO—Todo aquele que ouvir sobre os intercâmbios amorosos entre Jaga- Se em casca de bananeira, estava tendo um sono desconfortável, Jagadãnanda
dãnanda Pandita e Srí Caitanya Mahãprabhu, ou que ler o livro intitulado Prema- fez um travesseiro e um acolchoado para Ele. Entretanto, o Senhor não os aceitou.
vivarta, de Jagadãnanda, pode compreender o que é o amor. Além disso, alcança Então, usando folhas de bananeira finamente cortadas, Svarüpa Dâmodara Go-
amor extático por Krsna. svãmí fez outro travesseiro e acolchoado, e, só após fortes objeções, foi que o
Senhor aceitou-os. Com a permissão de Sri Caitanya Mahãprabhu, Jagadãnanda
S I G N I F I C A D O — A palavra vivaria significa aceitar algo como sendo o oposto do que Pandita foi a Vrndãvana, onde discutiu sobre muitos assuntos devocionais com
aparenta. Aqui, Jagadãnanda Pandita parecia muito zangado, mas essa ira era Sanãtana Gosvãmí. Houve também uma discussão a respeito das vestes de
uma manifestação de seu grande amor por Sri Caitanya Mahãprabhu. Prema-vivarta Mukunda Sarasvatl. Ao regressar a Jagannãtha Puri, Jagadãnanda deu a Sri
também é o nome de um livro escrito por Jagadãnanda Pandita. Por isso, Krsna- Caitanya Mahãprabhu alguns presentes enviados por Sanãtana Gosvãmí, e
dãsa Kavirãja Gosvãmí, autor do Caitanya-caritãmrta, utiliza as palavras prema- ocorreu o incidente da fruta pílu.
vivarta com relação àquele que lê o livro ou ouve sobre os relacionamentos de Certa vez, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou em êxtase ao ouvir as canções de
Jagadãnanda Pandita com Sri Caitanya Mahãprabhu. Em qualquer dos casos, se- uma deva-dãsi. Não sabendo quem estava cantando, correu em direção a ela pelos
melhante pessoa alcança muito em breve o amor a Krsna. arbustos espinhentos, mas, q u a n d o Govinda informou ao Senhor que se tratava
de uma mulher, Ele imediatamente parou. Através desse incidente, Sri Caitanya
VERSO 155 Mahãprabhu instruiu a todos que os sannyãsis e os Vaisnavas não devem ouvir
Silsffi-a^ra-^c* ifü -511*11 mulheres cantando.
Quando, após completar seus estudos, Raghunãtha Bhatta Gosvãmí partiu de
C5»g5fà<5tf» a*CS ÇSJüftl 11 l«<? 11
Vãrãnasl rumo a Jagannãtha Puri, encontrou-se com Rãmadãsa Visvãsa Pandita,
sri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãsa que se orgulhava muito de sua educação, mas, como era impersonalista, não
caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa recebeu uma boa acolhida de Sri Caitanya Mahãprabhu. O final deste capítulo
érí-rüpa— Srila Rüpa Gosvãmí; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmí; consiste em um estudo parcial da vida de Raghunãtha Bhatta Gosvãmí.
pade—aos seus pés de lótus; yãra—cuja; aso—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro
chamado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krsnadãsa Kavirãja
Gosvãmí. VERSO 1
T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de Sri Rüpa e Srí Raghunãtha, desejando ^rãcsg^-teT^l #tc«i 5tf*t i « r a ^ 1
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Srí Caitanya-caritãmrta, se-
guindo seus passos. mz% 5^ c t W a t c a n > u
krsna-viccheda-jãtãrtyã
ksine cãpi manas-tanü
Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta, dadhãte phullatãm bhãvair
Antya-lílã, Décimo Segundo Capítulo, descrevendo os intercâmbios amorosos de jagadã- yasya tam gauram ãéraye
nanda Pandita com Sri Caitanya Mahãprabhu.
97
98 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 13 Verso 7 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 99
krsna-viccheda—pela separação de Krsna; jata—produzida; ãrtyã— pela dor; ksine— krsna-vicchede duhkhe ksina mana-kãya
delgado, esgotado; cã—e; api—embora; manah—mente; tanü—e corpo; dadhâte—as- bhãvãveée prabhu kabhu praphullita haya
sume; p/iMatam—estado desenvolvido; bhãvaih—pelas emoções extáticas; yasya—d e
krsna-vicchede—devido à saudade de Krsna; duhkhe—na tristeza; ksina—delgado;
quem; (um-nEle; gauram—Sri Caitanya Mahãprabhu; ãéraye—refugio-me. mana-kãya—mente e corpo; bhãva-ãveée— pelo amor extático; prabhu—Sri Caitanya
Mahãprabhu; kabhu—às vezes; praphullita haya—torna-Se saudável e plenamente
TRADUÇÃO—Que eu me refugie aos pés de lótus do Senhor Gauracandra, cuja recuperado.
mente esgotou-se e cujo corpo ficou muito delgado por causa das dores da se-
paração de Kr$na, mas, ao sentir amor extático pelo Senhor, Ele remoçou por TRADUÇÃO—A tristeza produzida ao sentir saudades de Krsna exauriu a mente
completo. do Senhor e reduziu a estrutura de Seu corpo, mas, ao sentir emoções de amor
VERSO 2 extático, Ele novamente ficava saudável e plenamente recuperado.
« Í 3 P S §Ülb<59 m f l f j t l » » I VERSO 5
srarcasse) m c ^ s w f * «* i assrra »rs<*tr.«, *rai, « i f « *fí«t S M S I
jaya jaya éri-cadanya jaya nityãnanda • Í Ü f í G V s i ? «iftit, ajat s-s Mia 11 a n
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda
jaya jaya—todas as glórias; iri-caitanya—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; /ca/ara saralãte, éayana, ati ksina kãya
jaya—todas as glórias; nityãnanda—ao Senhor Nityãnanda; jaya—todas as glórias; éaralãte hãda lãge, vyathã haya gãya
advaita-candra—a Advaita Acãrya; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-vrnda—aoè kalãra saralãte—na casca seca de uma bananeira; éayana—deitando-Se; ati— muito;
devotos do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu. ksina kãya—corpo esquálido; saralãte— na casca seca de uma bananeira; hãda lãge—os
ossos tocam; vyathã— dor; haya—é; gãya—no corpo.
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Sri Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias a
Nityãnanda Prabhu! Todas as glórias a Advaita Acãrya! E todas as glórias aos TRADUÇÃO—Como Ele emagrecia muito, ao deitar-Se para descansar sobre a
devotos do Senhor! casca seca de bananeiras, sentia os ossos doerem muito.
VERSO 3
VERSO 6
o p t o s i s í o i f «rM*ri*«r-ir.*r i A f i a ' i a « « s M « t n r t a s s *tta i
I t l t l t f S « I f f l t a a fittPRI « S C * D « II srfsps i t t a w s t a t í w , rçfiWI « * i t a n * n
hena-mate mahãprabhu jagadãnanda-sahge dekhi' saba bhakta-gana mahã-duhkha pãya
nãnã-mate ãsvãdaya premera tarahge sahite nãre jagadãnanda, srjilã upãya
hena-mate— dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; jagadãnanda- dekhi'—vendo; saba bhakta-gana—todos os devotos; mahã-duhkha—muita tristeza;
sahge—na companhia de jagadãnanda Pandita; nãnã-mate—de diversas maneiras; pãya—sentem; sahite—de tolerar; nãre— foi incapaz; jagadãnanda—Jagadãnanda
ãsvãdaya—saboreia; premera tarahge— as ondas das intimidades amorosas espirituais. Pandita; sni/á upãya—idealizou um meio.
TRADUÇÃO—Na companhia de Jagadãnanda Pandita, Sri Caitanya Mahãprabhu T R A D U Ç Ã O — T o d o s os devotos sentiam muita tristeza ao verem Sri Caitanya
saboreava diversas relações transcendentais de amor puro. Mahãprabhu acometido de dores. Na verdade, eles não podiam tolerar isso.
Então, Jagadãnanda Pandita idealizou um remédio.
VERSO 4
VERSO 7
süksma vastra ãni' gaurika diyã rãngãilã éayanera kãle svarüpa tãhãhi rahiiã
êimullra tulã diyã tãhã parãilã tuli-bãlisa dekhi' prabhu krodhãvista ha-ilã
süksma vastra—tecido fino; ãni'—trazendo; gaurika—oxido vermelho; diyã—com
éayanera kãle—na hora de dormir; svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; tãhãhi
a ajuda de; rãngãilã—avermelhou; éimulira—da árvore simula; tulã—algodão; diyã—
rahiíã—permaneceu por ali; tuli— acolchoado; bãlisa—travesseiro; dekhi'—vendo;
com; tãhã—isto; pürãilã—acolchoou.
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; krodha-ãvista ha-ilã—ficou muito irado.
TRADUÇÃO—Ele adquiriu alguns tecidos finos e tingiu-os com oxido vermelho. TRADUÇÃO—Ao chegar a hora de o Senhor recolher-Se, Svarüpa Dâmodara ficou
Então, encheu-os com algodão de uma árvore simula. por perto, mas, ao ver o acolchoado e o travesseiro, Sri Caitanya Mahãprabhu
imediatamente ficou muito irado.
VERSO 8
VERSO 11
VERSO 10 VERSO 13
svarüpa kahe, — 'tomara iechã, ki kahite pari? svarüpa-gosãni ãsi' pandite kahilã
éayyã upeksile pandita duhkha pãhe bhãri' éuni' jagadãnanda mane mahã-duhkha pãilã
svarüpa kahe— Svarüpa Dâmodara Gosvãmí disse; tomara iechã—Tua vontade- svarüpa-gosãni— Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; ãsi'—regressando; pandite kahilã—
ki—quem; kahite pari— pode dizer; sayyã upeksile—se não aceitares os petrechos de disse a Jagadãnanda Pandita; éuni'—ouvindo; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita;
dormir; pandita—Jagadãnanda Pandita; duhkha—tristeza; pãbe—sentirá; bhãri— ne—dentro da mente; mahã-duhkha pãilã—sentiu muita tristeza.
ma
muita.
TRADUÇÃO—Quando Svarüpa Dâmodara regressou e relatou todos esses inci-
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara disse ao Senhor: " N ã o posso contrariar Tua dentes, Jagadãnanda Pandita sentiu-se muito triste.
vontade suprema, meu Senhor, mas, se não aceitares os petrechos de dormir,
Jagadãnanda Pandita sentirá muita tristeza." VERSO 17
VERSO 2 0 VERSO 2 3
tãte éayana karena prabhu,—dekhi' sabe sukhi prabhu kahe, — "mathurã yãibã ãmãya krodha kari'
jagadãnanda—bhitare krodha bãhire mahã-duhkhi ãmãya dosa lãgãhã tumi ha-ibã bhikhãri"
tãte— sobre isso; éayana ka, ena—deita-Se; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; prabhu kahe—o Senhor disse; mathurã yãibã—irias a Mathurã; ãmãya—comigo;
dekhi—vendo; sabe sukhi— todos ficaram felizes; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; krodha kari'—ficando zangado; ãmãya—a Mim; dosa lãgãhã—acusando; tumi— tu;
bhitare—mentalmente; krodha—zangado; bãhire—externamente; mahã-duhkhi— ha-ibã— tornar-te-ás; bhikhãri—um mendicante.
muito triste.
TRADUÇÃO—Com muita afeição, á r í Caitanya Mahãprabhu disse: " S e estiveres
TRADUÇÃO—Todos ficaram felizes ao verem o Senhor deitar-Se naquela cama, zangado comigo q u a n d o fores a Mathurã, tornar-te-ás um mero mendicante e
porém, no íntimo, Jagadãnanda ficou zangado, e externamente parecia muito criticar-Me-ás."
triste.
VERSO 24
VERSO 2 1
a*cs: a l f a a f ã a l s a « l i
*$rXwstwt»^ IBÇI s_«»tai a t l c » 1 "*3s'c5í"5 %m c i t a a i l c s f « a t a i « * 8 11
e r ç s ^ t w i 1 1 c s i <§rca, 1 1 i i c a ç f è r o » n * i 1 1
pürve jagadãnandera iechã vrndãvana yãite jagadãnanda kahe prabhura dhariyã carana
prabhu ãjhã nã dena tãnre, nã pare calite "pürva haite iechã mora yãite vrndãvana
pürve—antes; jagadãnandera—de Jagadãnanda Pandita; iechã— desejo; vrndãvana jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; kahe—disse; prabhura—de Sri Caitanya
yãite—de ir a Vrndãvana; prabhu—Srl Caitanya Mahãprabhu; ãjhã—permissão; na Mahãprabhu; dhariyã carana—agarrando os pés de lótus; pürva haite—já faz muito
dena—não deu; tãnre—a ele; nã pare calite—ele não pôde ir. tempo; iechã—desejo; mora—meu; yãite vrndãvana—de ir a Vrndãvana.
T R A D U Ç Ã O — N o u t r a ocasião, q u a n d o Jagadãnanda Pandita desejara ir a Vrndã- T R A D U Ç Ã O — S e g u r a n d o os pés do Senhor, Jagadãnanda Pandita disse então: "Há
vana, Srí Caitanya M a h ã p r a b h u não lhe dera permissão, e por isso ele não pôde muito tempo que desejo ir a V r n d ã v a n a . "
ir.
VERSO 2 2 VERSO 2 5
prabhu-ãjiiã nãhi, tãte nã pari yãite prabhu-ãjhã vinã tãhãh yãite nã pari
ebe ãjhã deha', avaéya yãimu niécite" ebe ãjhã nã dena more, 'krodhe yãha' bali
prabhu-ãjhã—a permissão de Vossa Onipotência; nãhi— não; tãte—portanto; - na
prabhu-ãjhã—a permissão de Srí Caitanya Mahãprabhu; vinã—sem; tãhãh—para
pari yãite—não pude ir; ebe—agora; ãjhã—permissão; deha'—dá; avasya—com cer- |á yãite— de ir; nã pari—sou incapaz; ebe—agora; ãjhã—permissão; nã dena—não
;
teza; yãimu—irei; niécite—impreterivelmente. dá- more—a mim; krodhe—com raiva; yãha—vais; bali—dizendo.
TRADUÇÃO—"Não podia ir sem a permissão de Vossa Onipotência. Agora, cabe TRADUÇÃO—"No entanto, sem a permissão do Senhor, não posso ir para lá, e,
a Ti dar-me a permissão, e, com certeza, irei para lá." no momento, Ele não aceita meu pedido. Ele diz: 'Estás indo só porque tens
raiva de M i m . ' "
VERSO 26 VERSO 29
I S C W Ç CITA < S T T L A T L C S 1 1 S S 1
« i f ü t c s <$ts -siai 1 1 a ? c a i «WTSSTS I
c s « 1 a l ç a i t f i p «itsfi i t c í i r a ata 11 11 A J F - I T A I L 1 * 1 C W J ISFICA F I I A 11" * A 1 1
prabhu prite tãhra gamana nã karena ahgikãra sahajei mora tãhãh yãite mana haya
tenho prabhura thãhi ãjhã mãge bãra bãra prabhu-ãjhã lanã deha', kariye vinaya"
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; prite—pôr afeição; tãhra—sua; gamana—par- sahajei—naturalmente; mora—minha; tãhãh—para lá; yãite—ir; mana—mente;
tida; nã karena ahgikãra—não aceita; tenho—ele; prabhura thãhi—de êri Caitanya haya—é; prabhu-ãjhã—permissão de Srí Caitanya Mahãprabhu; lanã deha'—por
Mahãprabhu; ãjhã—permissão; mãge—pede; bãra para—repetidas vezes. favor, consegue; kariye vinaya—solicitando humildemente.
T R A D U Ç Ã O — D e v i d o à afeição que sentia por Jagadãnanda Pandita, Srí Caitanya TRADUÇÃO—"Por certo, desejo ir a Vmdãvana; portanto, por favor, humilde-
Mahãprabhu não permitia que ele partisse, porém, Jagadãnanda Pandita não mente pede-Lhe que conceda Sua p e r m i s s ã o . "
se cansava de pedir que o Senhor lhe desse permissão de ir.
VERSO 30
VERSO 27
« C A W T - C R C I T F I » ASES. « T F ? S A C A 1
" ^ c s c s j u r a i a r l c » cita 1 1 1 1 *1 II
tabe svarüpa-gosãni kahe prabhura carane
svarüpa-gosãhire pandita kailã nivedana "jagadãnandera iechã bada yãite vrndãvane
"pürva haite vrndãvana yãite mora mana tabe—em seguida; svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; kahe—submete;
svarüpa-gosãhire—a Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; pandita—Jagadãnanda Pandita; prabhura carane—aos pés de lótus de Srí Caitanya Mahãprabhu; jagadãnandera—de
kailã nivedana—fez seu pedido; pürva haite—há muito tempo; vrndãvana yãite—ti Jagadãnanda Pandita; iechã bada—desejo intenso; yãite vrndãvane—de ir a Vrndãvana.
para Vrndãvana; mora mana—minha mente.
TRADUÇÃO—Em seguida, Svarüpa Dâmodara Gosvãmí submeteu esse apelo aos
TRADUÇÃO—Ele apresentou então um pedido a Svarüpa Dâmodara Gosvãmí: " J á pés de lótus de Srí Caitanya Mahãprabhu. "Jagadãnanda Pandita tem um desejo
faz muito t e m p o " , disse ele, " q u e desejo ir a V r n d ã v a n a . " intenso de ir a V r n d ã v a n a . "
VERSO 28 VERSO 31
ãire dekhite yaiche gauda-dese yãya c^m C-JFTFSIRI I R L C I ' I I F E T R ? ' =*TV I T C « I
taiche eka-bãra vrndãvana dekhi' ãya"
ãire—mãe Saci; dekhite—ver; yaiche—como; gauda-dese—à Bengala; yãya—ele foi; I I G F Í M F F À ' SFCT, I R L C » F À W T W N A
taiche—assim também; eka-bãra—uma vez; vrndãvana dekhi'—após ver Vrndãvana; kevala gaudiyã pãile 'bãtapãda' kari' bãndhe
ãya—ele pode regressar. saba luti' bãndhi' rãkhe, yãite virodhe
kevala—sozinho; gaudiyã—bengali; pãile—se for pego; bãtapãda—pilhagem; kari'—
T R A D U Ç Ã O — " P e r m i t i s t e que ele fosse à Bengala para ver mãe Saci e, assim fazendo; bãndhe—eles prendem; saba—tudo; luti'—tirando; bãndhi'—prisioneiro;
também, podes permitir-lhe ir ver Vrndãvana e então regressar para cá." rãkhe—mantém; yãite virodhe— não libertam.
VERSO 33
TRADUÇÃO—"Tão logo os assaltantes na estrada vêem um bengali viajando
sozinho, tiram-lhe tudo, prendem-no e não o deixam seguir em frente."
TOff-cmstfo* catei «ifsttssi r«5fl 1
wMW t l C * c a t l t i p l $fr,i faSílsTi II « « II
SIGNIFICADO—Em geral, os bengalis não são muito corpulentos nem fortes. Por
svarüpa-gosãnira bole prabhu ãjhã dilã
isso, quando um bengali solitário cruza as estradas de Bihar, os assaltantes na
jagadãnande bolãnã tãnre áikhãilã
estrada capturam-no, roubam-lhe todos os pertences e seqüestram-no para tra-
svarüpa-gosãnira—de Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; bole—a pedido; prabhu—Srí
balhar em prol deles. Segundo certa opinião, os salteadores de Bihar sabem muito
Caitanya Mahãprabhu; ãjhã dilã—deu permissão; jagadãnande—a Jagadãnanda
bem que os bengalis são inteligentes; por isso, de um modo geral, esses ladrões
Pandita; bolãnã—chamando; tãnre—a ele; sikhãilã—deu instruções.
forçam os bengalis a ocuparem serviços que exigem inteligência e não os permitem
partir.
TRADUÇÃO—A pedido de Svarüpa Dâmodara, Srí Caitanya Mahãprabhu deu a
Jagadãnanda Pandita a permissão de ir. Mandando chamá-lo, o Senhor instruiu-
lhe o seguinte. VERSO 36
1 $ f t GtfOT H t S I - l w l « f ç i 1 I
VERSO 34
I ^ I T ? W # f 1 C 1 1 V3á i f i f l l 1 1 - a * I I
mathurã gele—quando fores a Mathurã; sanãtana-sahgei—na companhia d e T R A D U Ç Ã O — " J u n t a m e n t e com Sanãtana Gosvãmí, visita todas as doze florestas
Sanãtana Gosvãmí; rahibã—permanece; mathurãra svãmi— os líderes de Mathurã- de Vrndãvana. Não te afastes dele por um momento s e q u e r . "
saberá—de todos; carana vandibã—adora os pés.
VERSO 39
TRADUÇÃO—"Ao chegares a Mathurã, deves permanecer com Sanãtana Gosvãmí
e oferecer respeitosas reverências aos pés de todos os líderes de l á . " *fcs ^ t f i ç , « T f 1 H a f ç ç fèi^i*! i
C S t t l í f C 1 1 1 5f®3! C < r f à c 5 'cMHfSl' a II
VERSO 37
éighra ãsiha, tãhãh nã rahiha cira-kãla
çca a f e ' « f % « ssf%ç i t w 11 a f ç i i i govardhane nã cadiha dekhite 'gopãla'
« 1 - i i t i «rf5f<K&èl vfèvs i t f ã i l 11 *<* ii éighra—assim que possível; ãsiha—retorna; tãhãh—lá; nã rahiha—não te demores;
cira-kãla—por muito tempo; govardhane—na Colina de Govardhana; nã cadiha—
diire rahi' bhakti kariha sahge nã rahibã não subas; dekhite gopãla—para ver a Deidade de Gopãla.
tãh-sabãra ãcãra-cestã la-ite nãribã
dure rahi'—mantendo-te à parte; bhakti kariha—mostra devoção; sahge—na T R A D U Ç Ã O — " D e v e s te demorar em Vrndãvana por pouco tempo, e então retorna
companhia; nã rahibã—não permaneças; tãh-sabãra—deles; ãcãra—comportamento; para cá o mais rápido possível. Além disso, não subas na Colina de Govardhana
cesta—hábitos; la-ite nãribã—não podes adotar. para ver a Deidade de G o p ã l a . "
TRADUÇÃO—"Não te mistures livremente com os habitantes de Mathurã; mostra- SIGNIFICADO—Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thâkura aconse-
lhes respeito a distância. Como estás noutra plataforma de serviço devocional, lha que evitemos permanecer em Vrndãvana por um período muito longo. Como
não podes adotar o comportamento e as práticas d e l e s . " reza o ditado: "Familiaridade gera negligência". Se alguém permanece em Vmdã-
vana por muitos dias, pode deixar de mostrar o devido respeito a que fazem jus
SIGNIFICADO—Os habitantes de Vrndãvana e Mathurã relacionam-se com Krsna os seus habitantes. Portanto, quem não alcançou a fase de amor espontâneo por
em afeição parental, e seus sentimentos sempre entram em choque com as opiniões Kr$na não deve morar em Vmdãvana por muito tempo. É melhor que ele faça
dos smãrta-brãhmanas. Os devotos que adoram Krsna com opulência não conse- visitas curtas. Também devemos evitar escalar a Colina de Govardhana para ir
guem entender os sentimentos devocionais parentais dos residentes de Mathurã ver a Deidade de Gopãla. Como a própria Colina de Govardhana é idêntica a
e de Vrndãvana, que seguem o caminho do amor espontâneo. Os devotos na Gopãla, ninguém deve pisar na Colina nem tocá-la com seus pés. Podemos ver
plataforma de vidhi-mãrga (princípios devocionais reguladores) talvez compreen- Gopãla quando Ele Se dirige a algum outro lugar.
dam erroneamente as atividades dos devotos situados na plataforma de rãga-mãrga
(serviço devocional com amor espontâneo). Portanto, Srí Caitanya Mahãprabhu VERSO 40
instruiu Jagadãnanda Pandita de que permanecesse à parte dos habitantes de
Vrndãvana, que eram devotos espontâneos, de modo que não os desrespeitasse. hpsci i
i í f i $ «rrfic«fè,-isfçç
« m u « c s mwti* e m i » w j h h c i f 8 ° a
VERSO 38
ãmiha ãsitechi,—kahiha sanãtane
s W t s S M f ê » ssfàs 1 1 « 1 " t 1 I ãmãra tare eka-sthãna yena kare vrndãvane"
i i r s w a m 11 ç t f « i i uai^«i II «* a amiha—Eu também; ãsitechi—estou vindo; kahiha sanãtane— informa a Sanãtana
osvami; ãmãra tare—para Mim; eka-sthãna—um lugar; yena—então; kare—ele possa
ta
sanãtana-sahge kariha vana daraéana zer; vrndãvane—em Vrndãvana.
sanãtanera sahga nã chãdibã eka-ksana
sanãtana-sahge—com Sanãtana Gosvãmí; kariha—faze; vana daraéana—visita às
doze florestas; sanãtanera—de Sanãtana Gosvãmí; sahga—a companhia; nã chãd'^" ^RADuçÃO "Informa a Sanãtana Gosvãmí que, pela segunda vez, estarei indo
não deixes; eka-ksana—por um momento sequer. rndãvana, e, portanto, ele deve reservar um lugar onde Eu f i q u e . "
Verso 46 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 113
112 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, 13
VERSO 44
VERSO 41
VERSO 46
VERSO 43
n f s c i a carnes set acs > 4 s 4 f f c i 3 1
« t i f i a í , ^c*tss,-csts:rca farspTi i *tr%s i t a s ascai caatsics ar?' n 8\> 11
<sta Sffàfl «fçj» as«n is-sfè « f s w i 118«
sanãtanera gophãte duhhe rahe eka-thãhi
tapana-miéra, candraéekhara,—dohhãre mililã pandita pãka karena devãlaye yãi'
tãhra thãhi prabhura kathã sakala-i éunilã sanãtanera gophãte—na caverna onde Sanãtana Gosvãmí ficava; duhhe—ambos;
tapana-misra—Tapana Misra; candra-éekhara—Candrasekhara; dohhãre mililã— rahe permanecem; eka-thãhi—em um m e s m o lugar; pandita—Jagadãnanda; pãka
encontrou-se com ambos; tãhra thãhi—dele; prabhura—de Sri Caitanya Mahã- karena—cozinha; devãlaye yãi'—indo a um templo.
prabhu; kathã—tópicos; sakala-i—todos; éunilã—eles ouviram.
TRADUÇÃO—Eles ficaram na caverna de Sanãtana Gosvãmí, mas Jagadãnanda
p ó 'omou a iniciativa de ele mesmo ir preparar a sua refeição n u m templo
TRADUÇÃO—Em Vãrãnasi, encontrou-se com Tapana Misra e Candrasekhara
falou-lhes sobre tópicos relacionados com Srl Caitanya Mahãprabhu.
114 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 13 Verso 52 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 115
VERSO 4 7 VERSO 50
sanãtana bhiksã karena yãi' mahãvane 'mukunda sarasvati' nãma sannyãsi mahã-jane
kabhu devãlaye, kabhu brãhmana-sadane eka bahirvãsa tenho dila sanãtane
sanãtana—Sanãtana Gosvãmí; bhiksã karena—pede doações; yãi' mahã-vane—indo mukunda sarasvati— Mukunda Sarasvati; nãma—chamado; sannyãsi— um sannyãsi;
à vizinhança de Mahãvana; kabhu—às vezes; devãlaye— num templo; kabhu—às mahã-jane—uma grande personalidade; eka—um; bahirvãsa—manto; tenho—ele;
vezes; brãhmana-sadane—na casa de um brãhmana. dila—deu; sanãtane—a Sanãtana Gosvãmí.
T R A D U Ç Ã O — S a n ã t a n a Gosvãmí mendigava de porta em porta, na vizinhança de T R A D U Ç Ã O — C e r t a ocasião, u m grande sannyãsi chamado Mukunda Sarasvati
Mahãvana. Às vezes, ia a um templo, outras vezes, à casa de um brãhmana. dera a Sanãtana Gosvãmí um manto.
VERSO 5 1
VERSO 48
i s r t e ü e i s a a P f C l itf«ral i
i«r<s« « t f b r o ? t o s i i m * 1 5nW11W5 I t l H a t W i f l s T l ®ltf*ra1 II tfl II
ISPTCI «lifsr> 1 t f l » ' « i g - l t » II 8 V II
sanãtana sei vastra mastake bãndhiyã
sanãtana panditera kare samãdhãna jagadãnandera vãsã-dvãre vasilã ãsiyã
mahãvane dena ãni' mãgi' anna-pãna sanãtana—Sanãtana Gosvãmí; sei—este; vastra—manto; mastake—sobre a cabeça;
sanãtana—Sanãtana Gosvãmí; panditera—de Jagadãnanda Pandita; kare samã- bãndhiyã—prendendo; jagadãnandera—de Jagadãnanda Pandita; vãsã-dvãre—na
dhãna—fazia todas as espécies de serviço; mahã-vane—em Mahãvana; dena—dá; porta da residência; vasilã—sentou-se; ãsiyã—vindo.
ãni'—trazendo; mãgi'—mendigando; anna-pãna—alimento e bebida.
T R A D U Ç Ã O — S a n ã t a n a Gosvãmí usava esse manto preso em volta da cabeça
T R A D U Ç Ã O — S a n ã t a n a Gosvãmí satisfazia todas as necessidades de Jagadãnanda quando se apresentou diante da porta de Jagadãnanda Pandita e sentou-se.
Pandita. Ele mendigava na área de Mahãvana e trazia para Jagadãnanda todas
as espécies de comida e bebida. VERSO 52
f « S 3 ? > S J i s f ? ' CS*S; *ttss e s r s s U II 8» II rãtula vastra dekhi' pandita premãvista ha-ilã
'mahãprabhura prasãda' jãni' tãhhãre puchilã
eka-dina sanãtane pandita nimantrilã rãtu/a—vermelho; vastra—manto; dekhi'—vendo; pandita—Jagadãnanda Pandita;
nitya-krtya kari' tenha pãka cadãilã prema-ãvista ha-ilã—ficou dominado pelo amor extático; mahãprabhura prasãda—o
eka-dina—certo dia; sanãtane— Sanãtana Gosvãmí; pandita nimantrilã—jagadã- presente abençoado de Srl Caitanya Mahãprabhu; jãni'—presumindo; tãhhãre
nanda Pandita convidou; nitya-krtya kari'—após terminar seus deveres rotineiros; puchilà—perguntou a ele.
tenha—ele; pãka cadãilã—pôs-se a cozinhar.
TRADUÇÃO—Certo d e que o manto avermelhado era u m presente de Caitanya
T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, Jagadãnanda Pandita, tendo convidado Sanãtana p*** Mahãprabhu, Jagadãnanda Pandita ficou dominado pelo amor extático. Portanto,
almoçar no templo vizinho, concluiu seus deveres rotineiros e pôs-se a cozinhar- indagou a Sanãtana Gosvãmí.
116 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 117
Verso 58
VERSO 53 VERSO 56
" a s t t l t r ç s i l ffi <a*. a t ç ^ a i i ? " " f í l JISTSTFÍI *TTÁ*-«Wti 1
'íf*"-1TOft' f w i . - i s w HTS1 II C« II ROTH-11 i 5 t « f ç a fcaa itfs «<ti n e * 11
"kãhãh pãilã tumi ei rãtula vasana?" "tumi mahãprabhura hao pãrsada-pradhãna
'mukunda-sarasvati' dila,—kahe sanãtana tomã-sama mahãprabhura priya nãhi ãna
kãhãh—onde; pãilã—conseguiste; tumi— tu; ei—esse; rãfu/a vasana—manto ver- tumi—tu; mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; hao—és; pãrsada-pra-
melho; mukunda-sarasvati dila—Mukunda Sarasvati deu; kahe sanãtana—Sanãtana dhãna— um dos principais associados; tomã-sama—como tu; mahãprabhura—de Srí
respondeu. Caitanya Mahãprabhu; priya—querido; nãhi—não é; ãna—outro.
T R A D U Ç Ã O — " O n d e conseguiste este manto avermelhado que estás usando na TRADUÇÃO—"És u m dos principais associados de Sri Caitanya Mahãprabhu. Na
cabeça?" perguntou Jagadãnanda. Sanãtana Gosvãmí respondeu: "Mukunda verdade, ninguém Lhe é mais querido do que t u . "
Sarasvati deu-o a m i m . "
VERSO 57
VERSO 54
«191 I S T Í I I S a a f f i aa faca i
^ f i ' i f b r o a i r . i ca^ti §*ifsret 1
casfl.vkç * a - * « H t t e a ifiiarca n
« t r o a í t f f e s t r o S[«ÍPI n t f ? r o n cs D
anya sannyãsira vastra tumi dhara éire
éuni' panditera mane krodha upajila kon aiche haya,—ihã pare sahibãre?"
bhãtera hãndi hãte lanã mãrite ãila anya sannyãsira—de outro sannyãsi; vastra—manto; tumi—tu; dhara—manténs;
éuni'—ouvindo; panditera—de Jagadãnanda Pandita; mane—na mente; krodha— éire—na cabeça; kon—quem; aiche haya—é assim; ihã—isso; pare sahibãre—pode
fúria; upajila—surgiu; bhãtera hãndi—a panela; hãte—em sua mão; lanã—pegando; tolerar.
mãrite ãila—ficou pronto para bater.
T R A D U Ç Ã O — " M e s m o assim, ataste em tua cabeça u m manto a ti dado por outro
TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, Jagadãnanda Pandita imediatamente ficou muito fu- sannyãsi. Q u e m pode tolerar semelhante comportamento?"
rioso e agarrou u m a panela com a mão, decidido a acertar Sanãtana Gosvãmi.
VERSO 55 VERSO 58
prasãda pãi—após comerem os restos do alimento; anyonye—mutuamente; kailã jagadãnanda-pandita—Jagadãnanda Pandita; tabe—nessa altura; ãjhã mãgilã—pediu
ãlihgana—abraçaram-se; caitanya-virahe—áe saudades do Senhor Caitanya; duhhe—
permissão; sanãtana— Sanãtana Gosvãmí; prabhure—para Sri Caitanya Mahãprabhu;
ambos; karilã krandana—choraram.
lúchu—aiguns; bheta-vastu—presentes; dilã—entregou.
TRADUÇÃO—Após comerem a prasãda, eles se abraçaram e choraram de saudades T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Sanãtana Gosvãmí deu a Jagadãnanda permissão para este
do Senhor Caitanya.
voltar a Jagannãtha Puri, entregou a Jagadãnanda alguns presentes destinados
ao Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u .
VERSO 64
VERSO 67
<s\tm 1 1 1 aftíTl y r t a r . i i
cvssifàas;-?:*! ii itn i 5 £ i n 48 II ati-a^T* c-ntHfwafa*! i
I I ^ « I I ?
prabhura nimitta eka-sthãna mane vicãrila prabhura carana vandi' sabãre mililã
dvãdaéãditya-tilãya eka 'matha' pãila mahãprabhu tãnre drdha ãlihgana kailã
prabhura nimitta—para Sri Caitanya Mahãprabhu; eka-sthãna—um local; mane— prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; carana—pés de lótus; vandi'—oferecendo
dentro da mente; vicãrila—ponderou; dvãdasãditya-tilãya—no planalto chamado orações aos; sabãre mililã—e\e cumprimentou a todos; mahãprabhu—Sri Caitanya
Dvãdaáãditya; eka—um; matha—templo; pãila—conseguiu. Mahãprabhu; tãnre—a ele; drdha—muito forte; ãlihgana—abraço; kailã—fez.
TRADUÇÃO—Logo em seguida, Sanãtana Gosvãmi selecionou u m local onde Sri TRADUÇÃO—Após oferecer orações aos pés de lótus de Srí Caitanya Mahãprabhu,
Caitanya Mahãprabhu pudesse ficar enquanto Se demorasse em Vrndãvana. Era Jagadãnanda Pandita cumprimentou a todos. Então, o Senhor deu um forte
um templo no planalto de Dvãdasãditya-tilã. abraço em Jagadãnanda.
VERSO 73
VERSO 70
n f s c i a srrct *tf%5 b*<n i
e i * "sn itf*mi c f í i t f e B 1 ° ^ * asfwi I atTs^t* çfjf « r t f w 1 1 f w i l II w 11
i c k «ifcst a t f à s n i t f c f i i i t f a r a i 11 v n
sanãtanera nãme pandita dandavat kailã
sei sthãna rãkhilã gosãni samskãra kariyã rãsa-sthalira dhüli ãdi saba bheta dilã
mathera ãge rãkhilã eka chãuni bãndhiyã sanãtanera—de Sanãtana Gosvãmí; nãme—em nome; pandita—Jagadãnanda Pan-
sei sthãna—aquele local; rãkhilã—manteve reservado; gosãni—Sanãtana Gosvãmi; dita; dandavat kailã—ofereceu reverências; rãsa-sthalira—da arena da dança da rasa;
samskãra kariyã—limpando e consertando; mathera ãge—defronte do templo; rãkhi- dhüli—poeira; ãdi—e outras coisas; saba—todos; bheta—presentes; dilã—entregou.
lã—manteve; eka—uma; chãuni— pequena cabana; bãndhiyã— erigindo.
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita também ofereceu ao Senhor reverências em
T R A D U Ç Ã O — S a n ã t a n a Gosvãmi manteve o templo muito limpo e em bom estado. nome de Sanãtana Gosvãmí. Então, deu ao Senhor a poeira do local da dança
Defronte do mesmo, erigiu uma pequena cabana. da rasa e os outros presentes.
VERSO 71 VERSO 74
n arfàcsr», ^ t s j f w O T i ' f t f e a l i
" B ^ I S ? c s f í m f è p feri *t<ji *tim 11 11 • f U t l d a TO' i f » T « t t f o l 5<íPl 11 ^8 11
áíghra cali' nilãcale gelã jagadãnanda saba dravya rãkhilena, pilu dilena bãhtiyã
bhakta saha gosãni hailã parama ãnanda 'vrndãvanera phala' bali' khãilã hrsta hanã
éighra—bem depressa; cali'—indo; nilãcale—a Jagannãtha Puri; gelã—chegou; saba—todos; dravya—presentes; rãkhilena—guardou; pilu—a fruta píJw; dilena—
jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; bhakta saha—com Seus devotos; gosãni— Sri deu; bãhtiyã—distribuindo; vrndãvanera phala—fruta de Vrndãvana; bali'—por causa
Caitanya Mahãprabhu; hailã—ficou; parama ãnanda—felicíssimo. disso; khãilã—comeram; hrsta hanã—com muita alegria.
T R A D U Ç Ã O — N e s s e ínterim, viajando bem depressa, Jagadãnanda Pandita, para TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu guardou todos os presentes, exceto as
grande alegria de Srí Caitanya Mahãprabhu e de Seus devotos, logo chegou a frutas pilus, que distribuiu entre os devotos. Porque eram frutas de Vrndãvana,
Jagannãtha Puri. todos comeram-nas com muita alegria.
VERSO 72
VERSO 75
ci C T O « r r c i , "ítf& gfàffs g r i f a i 1
ei «ti srrci c*hr%Bl « t f * * n «w n
Verso 81 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 125
1 2 4
Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13
VERSO 78
s t c a f à f a a t t a «rf_«rfcac*t a r l ^ l i
<á3!5fw« « f ç awara-c&tfel a t i r o i 11
*rc«r 'Urais atf%' m> 3 & a i s f w t i » ^
126 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 127
Verso 87
tare tnilibãre prabhu ãvese dhãilã stri-nãma suni' prabhura bãhya ha-ilã
pa/he 'sijera bãdi' haya, phutiyã calilã punarapi sei pathe bãhudi' calilã
tare—a cantora; milibáre—para encontrar-Se com; prabhu—Srl Caitanya Mahã- stri-nãma—a palavra "mulher"; éuni'—ouvindo; prabhura—áe Sri Caitanya Mahã-
prabhu; ãvese—em êxtase; dhãilã—corria; pathe— no caminho; sijera bãdi—sebes es- prabhu; bãhya—consciência externa; ha-ilã—voltou; punarapi— novamente; sei
pinhentas; haya—estavam; phutiyã— furando; calilã—Ele prosseguiu. ^ ( „ _ q u e l e caminho; bãhudi' calilã—Ele retrocedeu.
e n a
TRADUÇÃO—À medida que corria em êxtase para encontrar-Se com a cantora TRADUÇÃO—Assim que ouviu a palavra " m u l h e r " , o Senhor recuperou a cons-
sebes espinhentas furaram-Lhe o corpo.
ciência externa e retrocedeu.
VERSO 82 VERSO 85
» f f r . * , — " e t l f s w , w t f è f <rtf*l*1 ^ l i a i
« n r a - u r a cstrfà"* «*TI IICKS nrçeii á r r - * t a « t Ism « r f r r í * l s a a i « w 1 1
ange Arãri/ã /ãgi/a, /Vic«u nã jãnilã! prabhu kahe, — "govinda, ãji rãkhilã jivana
ãste-vyaste govinda tãhra pãchete dhãilã stri-paraéa haile ãmãra ha-ita marana
ange—no corpo; kãhtã—espinhos; lãgilã—tocaram; kichu—nada; nã jãnilã— prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu disse; govinda—Meu querido
percebeu; ãste-vyaste— mui rapidamente; govinda—Seu servo pessoal; tãhra— dEle; Govinda; ãji— hoje; rãkhilã jivana—salvaste Minha vida; stri-paraéa haile—se Eu
pãchete—atrás; dhãilã—corria.
tivesse tocado numa mulher; ãmãra—Minha; ha-ita—teria havido; maraiia—morte.
T R A D U Ç Ã O — G o v i n d a corria velozmente atrás do Senhor, que não sentia nenhuma TRADUÇÃO—"Meu querido G o v i n d a " , disse Ele, "salvaste Minha vida. Se Eu
dor da picada dos espinhos. tivesse tocado no corpo de uma mulher, com certeza Eu teria caído m o r t o . "
VERSO 83 VERSO 86
TRADUÇÃO—Após dizer isso, Srí Caitanya Mahãprabhu voltou para casa. Quando TRADUÇÃO—Na Bengala, encontrou-se com Rãmadãsa Viávãsa, que pertencia à
Svarüpa Gosvãmi e os outros assistentes do Senhor tomaram conhecimento do
casta kãyastha. Ele era um dos secretários do rei.
incidente, ficaram muito temerosos.
SIGNIFICADO—A palavra visvãsa-khãnãra kãyastha refere-se a u m secretário ou es-
VERSO 89 crivão pertencente à casta kãyastha. Em geral, os kãyasíhas eram secretários dos
reis, dos governadores ou de outras pessoas importantes. Diz-se que, naquela
<m\ s ^ f t á s H í a ünjsna-^terfti i época, só trabalhava na secretaria do governo quem fosse kãyastha.
«tfca cffãre BffSpri ettV i< «tá II b-s a
VERSO 92
ethã tapana-misra-putra raghunãtha-bhattãcãrya
prabhure dekhite calilã chãdi' sarva kãrya < 5 i
la-trca « t f H , ^m«tot*f- «s«ot*t ' i
ethã—por outro lado; tapana-misra-putra—o filho de Tapana Misra; raghunãtha-
bhattãcãrya—Raghunãtha Bhatta; prabhure—a Sri Caitanya Mahãprabhu; dekhite—
para juntar-se; calilã— prosseguiu; chãdi'—abandonando; sarva kãrya—todos os
sarva-sãstre proviria, kãvya-prakãsa-adhyãpaka
deveres.
parama-vaisnava, raghunãtha-upãsaka
sarva-sãstre—em todas as escrituras reveladas; pravina—acadêmico muito erudito;
TRADUÇÃO—Nessa época, Raghunãtha Bhattãcãrya, filho de Tapana Misra, aban- kãvya-prakãsa—do famoso livro Kãvya-prakãsa; adhyãpaka—um professor; parama-
donou todos os seus deveres e deixou o lar, decidido a juntar-se a Sri Caitanya vai$nava—devoto avançadíssimo; raghunãtha-upãsaka—adorador do Senhor Rãma-
Mahãprabhu. candra.
VERSO 90
T R A D U Ç Ã O — R ã m a d ã s a Visvãsa era muito entendido em todas as escrituras reve-
ladas. Ensinava com base no famoso livro Kãvya-prakãsa e era conhecido como
»m devoto avançado e adorador de Raghunãtha [Senhor Rãmacandra).
1 O T CTTO « t ? H t í * afarl II 8>« II
130 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Verso 98 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 131
S I G N I F I C A D O — A o comentar sobre a palavra parama-vaisnava, Srila Bhaktivinoda nãnã sevã kari'—servindo de diversas maneiras; kare pãda-samvãhana—massageou
Thâkura diz que todo aquele que deseja fundir-se na existência do Senhor não suas pernas; tãte— por causa disso; raghunâthera—de Raghunãtha Bhatta; haya—
pode ser Vaiçnava puro; mas, como era um grande devoto do Senhor Rãmacandra houve; sahkucita mana—hesitação na mente.
Rãmadãsa Viávâsa era quase um Vaisnava. Naqueles dias, ninguém podia distin-
guir entre um Vaiçnava puro e um pseudo-Vaiçnava. Portanto, Rãmadãsa Visvãsa T R A D U Ç Ã O — R ã m a d ã s a serviu Raghunãtha Bhatta de diversas maneiras, inclu-
era tido como um Vaiçnava, pois adorava o Senhor Rãmacandra. sive massageando-lhe as pernas. Raghunãtha Bhatta hesitou um pouco em aceitar
todo esse serviço.
VERSO 93 VERSO 96
T R A D U Ç Ã O — R ã m a d ã s a renunciara a tudo e estava indo ver o Senhor Jagannãtha. TRADUÇÃO—"És u m cavalheiro respeitável, u m acadêmico erudito e um devoto
Durante o percurso, cantava o santo nome do Senhor Rama vinte e quatro horas grandioso", disse ele. "Por favor, não tentes servir-me. Simplesmente me acom-
por dia. panha e te mostra feliz."
VERSO 94 VERSO 97
TRADUÇÃO—Ao encontrar-se com Raghunãtha Bhatta no caminho, colocou a ba- T R A D U Ç Ã O — R ã m a d ã s a replicou: " S o u um südra, uma alma caída. É meu dever
gagem de Raghunãtha sobre a cabeça e transportou-a. e meu princípio religioso servir a um b r ã h m a n a . "
VERSO 95 VERSO 98
nãnã sevã kari' kare pãda-samvãhana sahkoca nã kara tumi, ãmi—tomara 'dãsa'
tãte raghunâthera haya sahkucita mana tomara sevã karile haya hrdaye ullãsa"
132 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lUa, 13 Verso 104 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 133
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, por oito meses, Raghunãtha Bhatta morou o tempo T R A D U Ç Ã O — E r a com muita alegria que Srí Caitanya Mahãprabhu aceitava toda
todo com Sri Caitanya Mahãprabhu, e, devido à misericórdia do Senhor, a cada a comida que ele preparava. Depois que o Senhor Se satisfazia, Raghunãtha
dia que passava, ele sentia felicidade transcendental cada vez maior. Bhatta comia os restos por Ele deixados.
T R A D U Ç Ã O — P e r i o d i c a m e n t e , cozinhava arroz com diversos legumes e fazia o T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Rãmadãsa Visvãsa encontrou-se com Srí Caitanya Mahã-
convite para Sri Caitanya Mahãprabhu ir à sua casa. prabhu, o Senhor não lhe mostrou n e n h u m a misericórdia especial, embora se
tratasse do primeiro encontro deles.
VERSO 107
VERSO 110
antare mumuksu tenho, vidyã-garvavãn SIGNIFICADO—Enquanto ainda solteiro, Raghunãtha Bhattãcãrya mostrara ser um
sarva-citta-jhãtã prabhu—sarvajha bhagavãn devoto avançadíssimo. Sri Caitanya Mahãprabhu pôde ver isto, e por conseguinte
antare—dentro do seu coração; mumuksu—desejando liberação; tenho—ele; vidi/ã- aconselhou-o a não começar o processo de gozo dos sentidos materiais. O casa-
garvavãn—muito orgulhoso de sua erudição; sarva-citta-jhãtã— aquele que conhece mento é uma concessão feita às pessoas incapazes de controlar os sentidos. Con-
o coração de todos; prabhu—Srl Caitanya Mahãprabhu; sarva-jha bhagavãn—a tudo, como era um devoto avançado de Krçna, é óbvio que Raghunãtha não tinha
Suprema Personalidade de Deus onisciente. desejo algum de gozo dos sentidos. Por isso, Sri Caitanya Mahãprabhu aconse-
lhou-o a não entrar no cativeiro do casamento. Em geral, quem é casado não pode
T R A D U Ç Ã O — D e n t r o do seu coração, Rãmadãsa Visvãsa era um impersonalista avançar muito em consciência espiritual. Ele apega-se à sua família e tem desejo
desejoso de fundir-se na existência do Senhor, e orgulhava-se muito de sua de gozo dos sentidos. Dessa maneira, seu avanço espiritual é muito lento ou quase
erudição. Sendo a Suprema Personalidade de Deus onisciente, Srí Caitanya nulo.
Mahãprabhu pode compreender o coração de todos, e assim sabia de todas essas
VERSO 113
coisas.
35 ats1-f»fóta iJÜ? asas caai i
VERSO 111 caa3a-*tt*t « f s t a s asa w r a ü n u
vrddha mãtã-pitãra yãi' karaha sevana
ataara | * « t l sca trertecsi ara i vaisnava-pãsa bhãgavata kara adhyayana
vrddha—idosos; mãtã-pitãra—da mãe e do pai; i/ãi'—voltando; karaha sevana—
ocupa-te a serviço; vaisnava-pãáa—com um Vaiçnava puro; bhãgavata—Srimad-
rãmadãsa kailã tabe nilãcale vasa Bhâgavatam; kara adhyayana—estuda.
pattanãyaka-gosthike padãya 'kãvya-prakãsa'
rãmadãsa—Rãmadãsa Visvãsa; kailã—fez; tabe—então; nilãcale vasa—residência em
TRADUÇÃO—Srl Caitanya Mahãprabhu disse a Raghunãtha Bhatta: " A o voltares
Jagannãtha Puri; pattanãyaka-gosthike—à família Pattanãyaka (os descendentes de
para casa, serve teu pai e tua mãe, que estão na velhice e são devotos, e tenta
Bhavãnanda Rãya); padãya—ensina; kãvya-prakãsa—sobre o livro Kãvya-prakãsa.
aprender o Srímad-Bhãgavatam com um Vaisnava puro que entendeu quem é
Deus."
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Rãmadãsa Viávãsa estabeleceu residência em Jagannãtha
Puri e ensinou o Kãvya-prakãsa à família Pattanãyaka [os descendentes de Bhavã-
S I G N I F I C A D O — D e v e m o s prestar atenção a como Srí Caitanya Mahãprabhu, a Su-
nanda Rãya).
prema Personalidade de Deus, aconselhou Raghunãtha Bhattãcãrya a aprender
o érimad-Bhãgavatam. Ele não o aconselhou a compreender o érimad-Bhãgavatam
VERSO 112 ouvindo profissionais, mas orientou-o a procurar um verdadeiro bhãgavata, ou
devoto. Também aconselhou Raghunãtha Bhatta a servir sua mãe e seu pai, pois
ambos eram devotos do Senhor. Todo aquele que deseja avançar em consciência
'falte «1 a*f*s' afêT fàtaa f f a l l li 53>Í> li de Krsna deve procurar servir aos devotos de Krçna. Como Narottama dãsa
Thâkura diz, chãdiyã vaisnava-sevã nistãra pãyeche kebã: " S e m servir a um Vaiçnava
asta-mãsa rahi' prabhu bhatte vidãya dilã auto-realizado, ninguém jamais se alivia do modo de vida materialista." Sri
'vivãha nã kariha' bali' nisedha karilã Caitanya Mahãprabhu jamais aconselharia Raghunãtha Bhatta a servir pais
asta-mãsa—por oito meses; rahi'—ficando; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; comuns, mas, como tinha pais Vaisnavas, o Senhor aconselhou-o a servi-los.
bhatte—a Raghunãtha Bhatta; vidãya dilã—disse adeus; vivãha nã kariha—não te
Talvez alguém pergunte: "Por que não se deve servir aos pais comuns?" Como
cases; bali'—dizendo; nisedha karilã—Ele proibiu.
afirma o érimad-Bhãgavatam (5.5.18):
gurur na sa syãt svajano na sa syãt
TRADUÇÃO—Após oito meses, ao despedir-Se de Raghunãtha Bhatta, Sri Caitanya pitã na sa syãj janani na sã syãt
Mahãprabhu proibiu-o peremptoriamente de casar-se. " N ã o te cases", disse o daivam na tat syãt na patis ca sa syãn
Senhor. na mocaycd yah samupeta-mrtyum
138 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Verso 116 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 139
"Aquele que não pode libertar do caminho de nascimento e morte seus depen- VERSO 114
dentes, jamais deve tornar-se mestre espiritual, parente, pai ou mãe, ou um se-
mideus adorável, tampouco deve semelhante pessoa tornar-se um marido." É •jfaR 4 f a t a i*\fm f t * t 5 c * i"
claro que, por ocasião do nascimento, todos adquirem um pai e uma mãe, mas iá)<5 f&-5lt*rl f P T l t C * n i i 8 li
o verdadeiro pai e a verdadeira mãe são aqueles que podem libertar das garras
da morte iminente a sua prole. Isso só é possível para pais avançados em cons- punarapi eka-bãra ãsiha nilãcale"
ciência de Krçna. Portanto, os pais que não podem dar à sua progênie a iluminação eta bali' kantha-mãlã dilã tãhra gale
da consciência de Krsna não podem ser aceitos como verdadeiros pai e mãe. O punarapi—novamente, também; eka-bãra—uma vez; ãsiha nilãcale—vem a Jagan-
seguinte verso do Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.2.200) confirma a inutilidade de servir nãtha Puri; eta bali'—dizendo isso; kantha-mãlã—contas de pescoço; dilã— deu; tãhra
pais ordinários: gale—em seu pescoço.
laukiki vaidikT vãpi
yã kriyã kriyate mune TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu concluiu: " V e m novamente a Nílãcala
ha ri-sevãn ukülaiva (Jagannãtha P u r i ] . " Após dizer isso, o Senhor pôs Suas próprias contas de pes-
sa kãryâ bhaktim icchatã coço em Raghunãtha Bhatta.
"Devemos executar somente aquelas atividades — quer mundanas, quer pres- VERSO 115
critas pelas regras e regulações védicas — que são favoráveis ao cultive) da cons-
ciência de Krsna." « r f f à w a asfà' « T f fãtft? ê i t i f»*11
Quanto ao estudo do érimad-Bhãgavatam, Sri Caitanya Mahãprabhu claramente c«ir,*i M a - n a m f a e s *fp>r*i 11 «<?11
aconselha que devemos evitar ouvir a recitação profissional não-Vaiçnava. A este
respeito, Sanãtana Gosvãmí cita um verso do Padma Purãna: ãlihgana kari' prabhu vidãya tãnre dilã
preme gara gara bhatta kãndite lãgilã
avaisnava-mukhodgirnam
ãlihgana kari'—abraçando; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; vidãya tãnre dilã—
pütarh hari-kathãmrtam despediu-Se dele; preme—pelo amor extático; gara gara—dominado; bhatta—Raghu-
sravanam naiva kartavyam nãtha Bhatta; kãndite lãgilã—pôs-se a chorar.
sarpoechistarh yathã payah
"Ninguém deve ouvir nem aceitar lições de uma pessoa que não é Vaisnava. T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , o Senhor abraçou-o e despediu-Se dele. Dominado pelo amor
Mesmo que ela fale sobre Krçna, não se deve aceitar semelhante lição, pois isto extático, Raghunãtha Bhatta pôs-se a chorar devido à iminente separação de Sri
é como leite tocado pelos lábios de uma serpente." Hoje em dia, é comum observar Caitanya Mahãprabhu.
Bhãgavata-saptãha e ouvir o Srimad-Bhãgavatam falado por pessoas que são tudo, VERSO 116
exceto devotos avançados ou almas auto-realizadas. Há inclusive muitos Mãyã-
vãdís que lêem o Srimad-Bhãgavatam para magotes de pessoas. Recentemente, ^ « ' M s t f ã « ^ - i i f è p «iTsjl atfaal 1
muitos Mãyãvãdís iniciaram em Vrndãvana a recitação do érimad-Bhãgavatam, e,
como ao apresentarem o Bhãgavatam, usam malabarismo de palavras, distorcendo aíat«tJ?t « 1 * * 1 « í j « I f a i t s s i t t e p l 1 1 > y ! » n
o significado ao recorrerem a artifícios gramaticais, os materialistas que, só por svarüpa-ãdi bhakta-thãhi ãjhã mãgiyã
uma questão de moda espiritual, vão a Vmdãvana, gostam de ouvi-los. Sri Caitanya vãrãnasi ãilã bhatta prabhura ãjhã pãhã
Mahãprabhu proíbe terminantemente tudo isso. Devemos observar cuidadosa- svarüpa-ãdi—liderados por Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; bhakta-thãhi—dos devo-
mente que, como esses Mãyãvãdís não conhecem pessoalmente o significado do tos; ãjhã mãgiyã—pedindo a permissão; vãrãnasi ãilã— retornou a Vãrãnasi; bhatta—
érimad-Bhãgavatam, jamais podem libertar os outros ao recitá-lo. Por outro lado, Raghunãtha Bhatta; prabhura—áe Sri Caitanya Mahãprabhu; ãjhã pãhã—obtendo
o devoto avançado do Senhor está livre do cativeiro material. Ele personifica o permissão.
érimad-Bhãgavatam, na vida e na ação. Portanto, aconselhamos todo aquele que
deseja aprender o érimad-Bhãgaz>atam a aproximar-se de semelhante alma auto-
realizada. TRADUÇÃO—Após pedir permissão a Srí Caitanya Mahãprabhu e a todos os de-
votos, liderados por Svarüpa Dâmodara, Raghunãtha Bhatta retornou a Vãrãnasi.
Verso 122 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 141
140 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13
VERSO 1 2 0
VERSO 117
««arara w i w t a , srçjHa, a i s a / a t a c 1
5 t f à a « . a a a c a frsi-atsta c i a i ca-*i 1
<5tti i t j s i ? ? s ü I - i u s s i - " ? ^ 11 s>ât« n
fo^-»|%5-fctfa|3 <Bt1a« t f ? * ! II i i l II
"ãmãra ãjhãya, raghunãtha, yãha vrndãvane
cãri-vatsam ghare pitã-tnãtãra sevã kailã
tãhãh yãhã raha rüpa-sanãtana-sthãne
vaisnava-pandita-thãhi bhãgavata padilã
ãmãra ãjhãya—sob Minha ordem; raghunãtha—Meu querido Raghunãtha; yãha
cãri-vatsara—por quatro anos; ghare—em casa; pitã-tnãtãra—do pai e da mãe; sevã
vrndãvane—vai a Vrndãvana; tãhãh yãhã— indo para lá; raha—permanece; rüpa-
kailã—prestou serviço; vaisnava-pandita-thãhi—com um Vaisnava avançado e auto-
sanãtana-sthãne—aos cuidados de Rüpa Gosvãmi e de Sanãtana Gosvãmi.
realizado; bhãgavata padilã—ele estudou o érimad-Bhãgavatam.
TRADUÇÃO—"Meu querido Raghunãtha, segue Minhas instruções e vai a Vrndã-
T R A D U Ç Ã O — C o n f o r m e as instruções de Srl Caitanya Mahãprabhu, ele prestou
vana, e coloca-te sob os cuidados de Rüpa e Sanãtana G o s v ã m i s . "
serviço a sua mãe e seu pai continuamente por quatro anos. Ele também estudava
com regularidade o Srimad-Bhãgavatam, ouvindo um Vaisnava auto-realizado.
VERSO 1 2 1
VERSO 1 1 8 « W a s t f , a*1 * 5 S a J l t l I
a d - c í t t i t f à p a i « t a a*cai « f i t a s - ^ f c i i
gi>i-»tti-fà®i icste-ita t t e P i f è n 11 i * © 11 « t i a » " i f s r o c « l c i «rfàsrm §H n n n
caudda-hãta jagannãthera tulasira mãlã rüpa-gosãhira sabhãya karena bhãgavata-pathana
chutã-pãna-vidã mahotsave pãhãchilã bhãgavata padite preme ãulãya tãhra mana
caudda-hãta—seis metros de comprimento; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; rüpa-gosãhira sabhãya—na reunião de Rüpa, Sanãtana e outros Vaisnavas; ka-
tulasira mãlã—uma guirlanda de folhas de tulasi; chutã-pãna-vidã— folhas de bétel rena—realiza; bhãgavata-pathana—recitação do Srimad-Bhãgavatam; bhãgavata padite—
não condimentadas; mahotsave—num festival; pãhãchilã—recebeu. enquanto recita o érimad-Bhãgavatam; preme—de amor extático; ãulãya—fica tomada;
tãhra mana—sua mente.
T R A D U Ç Ã O — H o u v e um festival e m que Srl Caitanya Mahãprabhu ganhou um
pouco de folhas de bétel não condimentadas e uma guirlanda de folhas de tulasi TRADUÇÃO—Ao recitar o Srimad-Bhãgavatam na companhia de Rüpa e Sanãtana,
de seis metros de comprimento, que fora usada pelo Senhor Jagannãtha. Raghunãtha Bhatta ficava tomado de amor extático por Krsna.
sei mãlã, chuta pana prabhu tãnre dilã aéru, kampa, gadgada prabhura krpãte
'ista-deva' kari' mãlã dhariyã rãkhilã netra kanfha rodhe bãspa, nã pare padite
sei mãlã—aquela guirlanda; chuta pana—as folhas de bétel; prabhu—Sri Caitanya aéru—lágrimas; tampa—tremor; gadgada—balbuciar da voz; prabhura—de Sri
Mahãprabhu; tãnre dilã—entregou-lhe; is(a-deva—sua Deidade adorável; kari'— Caitanya Mahãprabhu; krpãte— pela misericórdia; netra—olhos; kantha—pescoço;
aceitando como; mãlã— aquela guirlanda; dhariyã rãkhilã—manteve. rodhe—sufocado; bãspa—lágrimas; nã pare padite—não conseguia recitar.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu deu a guirlanda e as folhas de bétel a TRADUÇÃO—Pela misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu, ele experimentou
Raghunãtha Bhatta, que aceitou-as como uma Deidade adorável, conservando-as os sintomas do amor extático — lágrimas, tremor e balbuciar da voz. Seus olhos
com todo o carinho. encheram-se de lágrimas, e, com a garganta sufocada, ele não conseguia recitar
VERSO 125 o Srimad-Bhãgavatam.
VERSO 128
alfa f c t f a » « r W 1 1 * 1 c t H f a t i e i i
f*ia^a-ai4, « t e s a í c i a f à « t f i
«ita9a asfãil «rífV a m - n t s c i n 11
« t ü p fàsata f s i - ç t f â afst 11
ifiascsltas n
prabhura thãhi ãjhã lanã gelã vrndãvane pika-svara-kantha, tãte rãgera vibhãga
ãéraya karilã ãsi' rüpa-sanãtane eka-éloka padite phirãya tina-cãri rãga
prabhura thãhi—de Sri Caitanya Mahãprabhu; ãjhã lanã—pedindo a permissão; pika-svara-kantha—uma voz muito doce como a de um cuco; íãfe—além disso;
gelã vrndãvane—foi para Vrndãvana; ãéraya karilã— tomou o abrigo; ãsi'—vindo; vagem—de tons; vibhãga—divisão; eka-éloka—um verso; padite—recitando; phirãya—
rüpa-sanãtane—de Rüpa Gosvãmi e de Sanãtana Gosvãmi. muda; tina-cãri rãga—três ou quatro diferentes tons.
T R A D U Ç Ã O — P e d i n d o permissão a Sri Caitanya Mahãprabhu, Raghunãtha Bhatta TRADUÇÃO—Sua voz era tão doce quanto a do cuco, e ele recitava cada verso
partiu então rumo a Vrndãvana. Ao chegar lá, colocou-se sob os cuidados de do Srimad-Bhãgavatam em três ou quatro tons. Dessa maneira, suas recitações
Rüpa e Sanãtana Gosvãmis. eram muito doces de se ouvir.
Sn Caitanya-caritãmrta Verso 133 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 145
Antya-lílã, 13
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o recitava ou ouvia sobre a beleza e a doçura de Krsna, mer- T R A D U Ç Ã O — R a g h u n ã t h a Bhatta negava-se a ouvir ou a falar sobre qualquer coisa
gulhava em amor extático e ficava apartado de tudo. do mundo material. Tudo o que fazia era conversar sobre Krsna e adorar o Senhor
dia e noite.
VERSO 130
VERSO 133
cMlfà«a-5ac«l c ^ H «n^saa^íá 1
caascaa fmj-^i a t f ç *ttc? asrc«l i
c ^ í ã i M R i a t a t a « a - a r « «sitáaa 11 y®° n
í c a a*»3 "e«fa ^ c a , — l a l a t a arrca n v ® « 11
govinda-carane kailã ãtma-samarpana
govmda-carariãravinda—yãh ra prãna-dhana vaisnavera nindya-karma nãhi pãde kãne
govinda-carane—aos pés de lótus do Senhor Govinda; kailã ãtma-samarpana— sabe krsna bhajana kare,—ei-mãtra jãne
rendeu-se por completo; govinda-carana-aravinda—os pés de lótus do Senhor vaisnavera—do Vaisnava; nindya-karma—atividades censuráveis; nãhi pãde kãne—
Govinda; yãhra—de quem; prãna-dhana—a vida e alma. ele não ouve; sabe—todos; krsna bhajana kare—estão ocupados a serviço de Krsna;
ei-mãtra—exclusivamente isso; jãne—ele entende.
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Raghunãtha Bhatta rendeu-se por completo aos pés
de lótus do Senhor Govinda, os quais tornaram-se sua vida e alma. T R A D U Ç Ã O — E l e não escutava blasfêmia contra um Vaiçnava, tampouco escutava
conversas sobre o mal comportamento de um Vaisnava. Para ele, todos estavam
VERSO 131 ocupados a serviço de Krsna; ele não via outra coisa além disso.
VERSO 1 3 5
ca i s l a ^ aptl «SOR 4 U a* fã' i
•$íca ç«K«fwi caa c t r a s f à II -í-qv II
« 1 5 5 ' ^sfçíj 5
C&Sg-Sftl * II ivOtf II i/e ei-sakala kathã éune éraddhã kari'
tãnre krsna-prema-dhaim dena gaurahari
mahãprabhura krpãya kr$na-prema anargala ye—todo aquele que; ei-sakala—todos esses; kathã—tópicos; éune—ouça; éraddhã
ei ta' kahiluh tãte caitanya-krpã-phala kari'—com fé e amor; tãnre—a ele; krsna-prema-dhana—a riqueza do amor extático
pelo Senhor Krçna; dena—concede; gaurahari—Sri Caitanya Mahãprabhu.
mahãprabhura krpãya—pela misericórdia de Srí Caitanya Mahãprabhu; krsna-prema
anargala—incessantemente dominado pelo amor extático a Krçna; ei ta'—assim;
kahiluh—acabo de descrever; tãte— por conseguinte; caitanya-krpã-phala—o resul- TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu [Gaurahari] outorga amor extático por
tado da misericórdia de Srí Caitanya Mahãprabhu. Krçna a todo aquele que ouve com fé e amor a descrição desses tópicos.
VERSO 1
a ^ w s c s t t a w ^ C R » ! ; ^ T r . ^ S f s n ' II i II
krsna-viccheda-vibhrãntyã
manasã vapusã dhiyã
yad yad vyadhatta gaurãhgas
tal-lesah kathyate 'dhunã
150 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 6 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 151
krsna-viccheda—de saudades de Krçna; vibhrõntyã—pela confusão; manasã—com jaya svarüpa, srivãsãdi prabhu-bhakta-gana
a mente; vapusã—com o corpo; dhiyã—com a inteligência; yat yaí—quaisquer; sakti deha',—kari yena caitanya-varnana
vyadhatta—realizou; gaurãhgah—Sri Caitanya Mahãprabhu; tat—disso; lesah—um jaya—todas as glórias; svarüpa—a Svarüpa Dâmodara; srivãsa-ãdi—encabeçados
fragmento diminuto; kathyate—descreve-se; adhunã—agora. por Srivãsa Thâkura; prabhu-bhakta-gana—aos devotos do Senhor; sakti deha '—por
favor, dai forças; kari—possa eu fazer; yena—de modo que; caitanya-varnana—
descrição do Senhor Caitanya Mahãprabhu.
T R A D U Ç Ã O — D e s c r e v e r e i agora uma diminuta porção das atividades que Sri
Caitanya Mahãprabhu realizou com Sua mente, Sua inteligência e Seu corpo
ao ficar confuso devido à intensa saudade que sentia de Krsna.
TRADUÇÃO—Todas as glórias a Svarüpa Dâmodara e aos devotos, encabeçados
VERSO 2 por Srivãsa Thâkura. Por favor, dai-me a força para descrever o caráter de Srí
Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 5
m m cftarea «vít«t-2it«i n * n
« i f ? f?<i«tfl!i*f-<®t<i •sufr* i
jaya jaya sri-caitanya svayam bhagavãn
jaya jaya gauracandra bhakta-gana-prãna a j ã i r e ai * n r a cf s> i © í * t sa 'm' II a II
jaya jaya—todas as glórias; sri-caitanya—a Sri Caitanya Mahãprabhu; svayam bha-
gavãn—a própria Personalidade de Deus; jaya jaya—todas as glórias; gauracandra—a prabhura virahonmãda-bhãva gambhira
Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakta-gana-prãna—a vida e alma dos devotos. bujhite nã pare keha, yadyapi haya 'dhira'
prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; viraha-unmãda—da loucura transcen-
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Srí Caitanya Mahãprabhu, a Suprema Persona- dental decorrente da saudade de Krsna; bhãva—emoção; gambhira—muito profunda
lidade de Deus! Todas as glórias ao Senhor Gauracandra, a vida e alma de Seus e misteriosa; bujhite—de compreender; nã pare keha—ninguém é capaz; yadyapi—
devotos. embora; haya—seja; dhira—um acadêmico muito erudito e educado.
VERSO 3
TRADUÇÃO—A emoção de loucura transcendental manifesta por Srí Caitanya
Mahãprabhu ao sentir saudades de Krsna é muito profunda e misteriosa. Mesmo
que alguém seja muito avançado e erudito, não pode compreendê-la.
srstbretstá «ra fi^uf^BWBl n « 1 1
jaya jaya nityãnanda caitanya-jívana
jayãdvaitãcãrya jaya gaura-priyatama VERSO 6
jaya jaya—todas as glórias; nityãnanda—ao Senhor Nityãnanda; caitauya-jivana—a
vida de Sri Caitanya Mahãprabhu; jaya—todas as glórias; advaita-ãcãn/a—a Advaita i i *rtfà i t * l , ifir.<5 c f f t c a T
Acãrya; jaya—todas as glórias; gaura-priya-tama—muitíssimo querido de Sri cil i c « f , c s ^ a i "tf?? c w i ÍTCÜ II * II
Caitanya Mahãprabhu.
bujhite nã pari yãhã, varnite ke pare?
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias ao Senhor Nityãnanda, que é a própria vida de Srí sei bujhe, varne, caitanya sakti dena yãhre
Caitanya Mahãprabhu. E todas as glórias a Advaita Acãrya, que é extremamente bujhite—de compreender; nã pari—não sendo capaz; yãhã—assunto o qual; var-
querido de Srí Caitanya Mahãprabhu. nite ke pare—quem pode descrever; sei bujhe—ele pode entender; varne—pode des-
crever; caitanya—Sri Caitanya Mahãprabhu; sakti—capacidade; dena—dá; yãhre—a
quem.
VERSO 4
d ^ r c * ( S - s * ar.51 i ç t a l f a * t t c f I aBPí—aa»ta-'afeita' I
«ira a a i«9çHsvéi s c ç i ç a O T : « t nv h « t a a t t w j afa—•rrfir-fclf M j a ç f a 11 i° n
154 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 14 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 155
svarüpa— 'sütra-kartã', raghunãtha— 'vrttikãra' TRADUÇÃO—Quando Sri Caitanya Mahãprabhu sentia saudades de Srí Krsna,
tara bãhulya varni—pãhji-tikã-vyavahãra Sua condição correspondia exatamente à condição em que ficaram as gopis em
svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; sütra-kartã—compilador de codificações Vrndãvana após a partida de Krsna para Mathurã.
curtas; raghunãtha—Raghunãtha dãsa Gosvãmí; vrttikãra—compilador de expli-
cações elaboradas; tara—dessas; bãhulya—mais detidamente; varni—descreverei; VERSO 13
pãnji—afofando (como se fossem algodão); tikã—explicação; vyavahãra—comp(
tamento.
w « - w « f c a toe a w a fã*f*l i
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara escreveu codificações curtas, ao passo que a p w a p t a te* a f l g í c* ®9ilw-fà*t*t 11 w n
Raghunãtha dãsa Gosvãmí escreveu descrições pormenorizadas. Passo, então, uddhai>a-darsane yaiche rãdhãra vilãpa
a descrever de maneira mais elaborada as atividades de Srí Caitanya Mahã- krame krame haila prabhura se unmãda-vilãpa
prabhu, como se estivesse tentando tornar fofo o algodão comprimido. uddhava-darsane—ao verUddhava; yaiche—como; rãdhãra—áe Srímatí Rãdhãrãní;
vilãpa—lamentação; krame krame—aos poucos; haila—tornou-se; prabhura—áe Srí
SIGNIFICADO—Pãhji-tikã significa explicações adicionais de um assunto. O ato de Caitanya Mahãprabhu; se—essa; unmãda-vilãpa—lamentação em loucura.
escrever tais explicações é comparado ao processo de afofar o algodão.
TRADUÇÃO—A lamentação de Srimati Rãdhãrãní quando Uddhava visitou Vrndã-
vana aos poucos ficou sendo um aspecto da loucura transcendental de Sri Caitanya
VERSO 11 Mahãprabhu.
VERSO 14
« t r o f à í t J i i i f % ' « « « t e i a a«fa 1
5?r,i safa, tiln c«li«ra « J > «
c i l s t w <eit*wc*p * 5 ' a t a f - w r * 1 1 i 8 1 1
tãte visvãsa kari' suna bhãvera varnana
ha-ibe bhãvera jhãna, pãibã prema-dhana rãdhikãra bhãve prabhura sadã 'abhimãna'
tãte—portanto; visvãsa kari'—tendo fé; suna—por favor, ouvi; bhãvera varnana— sei bhãve ãpanãke haya 'rãdhã'-jnãna
descrição das emoções extáticas; ha-ibe—haverá; bhãvera—das emoções extáticas; rãdhikãra bhãve—na emoção de Srímatí Rãdhãrãní; prabhura—de Srí Caitanya
jhãna—conhecimento; pãibã—alcançareis; prema-dhana—amor a Krsna. Mahãprabhu; sadã—sempre; abhimãna—concepção; sei bhãve—sob tal concepção;
ãpanãke—a Ele mesmo; haya—torna-se; rãdhã-jhãna—consideração como Srimati
TRADUÇÃO—Por favor, ouvi fielmente essa descrição das emoções extáticas de Rãdhãrãní.
Srí Caitanya Mahãprabhu. Dessa maneira, ficareis sabendo sobre Seu amor ex-
tático, e, em última análise, alcançareis amor a Deus. TRADUÇÃO—As emoções de Srimati Rãdhãrãní após Ela ver Uddhava correspon-
dem exatamente àquelas de Sri Caitanya Mahãprabhu. Ele sempre Se colocava
na posição dEla e, às vezes, achava que Ele era a própria Srímatí Rãdhãrãní.
VERSO 12
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura explica que o significado
srçiarü cur.*, citt% eu (f»n te* i da palavra abhimãna, ou "autoconceito", é que Srí Caitanya Mahãprabhu pensava
?*pfàç.6çw « ( f ã m f *ti s * t f « ? * 11 11 estar na posição de Srimati Rãdhãrãní e estava sempre disposto a prestar serviço
nestes termos. Embora Sri Caitanya Mahãprabhu seja o próprio Krçna, Ele assu-
krsna mathurãya gele, gopira ye dasã haila miu a tez e as emoções de Srimati Rãdhãrãní e permaneceu nesse status. Ele jamais
krsna-vicchede prabhura se dasã upajila assumiu a tez ou o status do Senhor Krsna. É claro que o Senhor Krsna desejou
krsna mathurãya gele—quando o Senhor Krsna partiu para Mathurã; gopira—das experimentar o papel de Srímatí Rãdhãrãní; é esta a causa original de Ele ter as-
gopis; ye dosa—que condição; haila—era; krsna-vicchede—pela saudade de Krsna; sumido o corpo de Sri Caitanya Mahãprabhu. Portanto, Vaisnavas puros jamais
prabhura—áe Sri Caitanya Mahãprabhu; se dasã— essa situação; upajila—aconteceu. empanam o conceito de que Sri Caitanya Mahãprabhu é Srímatí Rãdhãrãní.
Verso 18 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 157
156 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 14
VERSO 17
VERSO 15
& 3f fwH a r s T s j f a s f à a r c e n » r a a i
fsr.TjTOir.ff i r c ç s a , In f i T R i ?
? a » ara*?r»n ^ . - c a f à í r l " s t a n 11
wfàííjí-^tci f à c a i w a - s i t i sa u s« n
eka-dina mahãprabhu kariyãchena éayana
divyonmãde aiche haya, ki ihã vismaya?
krsna rãsa-lilã kare,—dekhila svapana
adhirüdha-bhãve divyonmãda-pralãpa haya
eka-dina—certo dia; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kariyãchena éayana—
divya-unmãde—em loucura transcendental; aiche—tal; haya—é; ki ihã vismaya—
descansava; krsna—o Senhor Krsna; rãsa-lilã kare—realiza a dança da rãsa-lilã;
que há de espantoso; adhirüdha-bhãve—em um muitíssimo elevado amor a Krçna;
dekhila—Ele viu; svapana—num sonho.
divya-unmãda—em loucura transcendental; pralãpa—conversa; haya—há.
T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, enquanto descansava, Srl Caitanya Mahãprabhu sonhou
TRADUÇÃO—Tal é o estado de loucura transcendental. Por que é difícil de se o que via Krsna realizando Sua dança da rasa.
entender? Quem é elevadíssimo em seu amor por Krsna fica transcendentalmente
louco e suas conversas são de um alienado mental.
VERSO 18
VERSO 16
fãrBW-^a-cas, i
•iras ifot ^ T ^ l i c i ^ : i
%5t*a, m m , a a a c a r ç a n i v - n
«iTsi -sptfH c^fsál fircqnaia $*1foã i
S^i-fBaeal^Ksc-sffi A\ik\ n >^ n tribhahga-sundara-deha, murali-vadana
pitãmbara, vana-mãlã, madana-mohana
etasya molianãkhyasya
tri-bhahga—com três curvas; sundara—belo; deha—corpo; murali-vadana—com uma
gatim kãmapy upeyusah
flauta na boca; pita-ambara—com roupas amarelas; vana-mãlã— guirlandas de flores
bhramãbhã kãpi vaicilri
silvestres; madana-mohana—encantando Cupido.
divyonmãda itiryate
udghürnã-citra-jalpãdyãs
tad-bhedã bahavo matãh
TRADUÇÃO—Srl Caitanya Mahãprabhu viu que, de pé, o Senhor Krsna, cujo
etasya—deste; mohana-ãkhyasya—estado de espírito conhecido como mohana, ou
corpo belíssimo apresenta três curvas, segurava Sua flauta em Seus lábios.
enlevo; gatim—progresso; kãmapi—inexplicável; upei/usah—uma vez obtido; bhrama-
Usando roupas amarelas e guirlandas de flores silvestres, Ele encantava mesmo
ãbhã— parecido com embaraço; kãpi—alguma; vaicitri— condição que produz per-
Cupido.
plexidade; divya-unmãda—loucura transcendental; iti—assim; Iryate—chama-se;
158 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 24 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 159
VERSO 19 VERSO 22
TRADUÇÃO—As gopis dançavam num círculo, no meio do qual, Krsna, o filho TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu realizou Seus deveres diários costumei-
de Mahãrãja Nanda, dançava com Rãdhãrãní. ros, e, na hora de sempre, foi ver o Senhor Jagannãtha no templo.
VERSO 20 VERSO 23
dekhi' prabhu sei rase avista hailã yãvat kãla darsana karena ganuiera pãche
'vrndãvane krsna pãinu'—ei jhãna kailã prabhura ãge darsana kare loka lãkhe lãkhc
dekhi'—vendo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; sei—essa; rase—na doçura yãvat kãla—enquanto; daréana—visão; karena—realiza; garudera pãche— por detrás
transcendental; avista hailã—ficou dominado; vrndãvane—em Vrndãvana; krs, da coluna de Garuda; prabhura ãge— na frente de Sri Caitanya Mahãprabhu; darsana
pãinu— consegui Krçna; ei—isso; jhãna kailã—Ele pensava. kare—vêem; loka—pessoas; lãkhe lãkhe—às centenas de milhares.
TRADUÇÃO—Ao ver isso, Srí Caitanya Mahãprabhu, dominado pela doçura trans- T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o , por detrás da coluna de Garuda, olhava para o Senhor
cendental da dança da rasa, pensou: "Agora estou com Krçna em Vrndãvana." Jagannãtha, à Sua frente, centenas e milhares de pessoas viam a Deidade.
VERSO 21 VERSO 24
prabhura vilamba dekhi' govinda jãgãilã udiyã eka stri bhide daréana nã pãhã
jãgile 'svapna'-jhãna haila, prabhu duhkhi hailã garude cadi' dekhe prabhura skandhe pada diyã
prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; vilamba—atraso; dekhi'—vendo;; udiyã—uma nativa de Orissa; eka—uma; stri— mulher; bhide—na multidão; darsana
jãgãilã—fez com que Se acordasse; jãgile—ao acordar-Se; svapna-jnãna haila—pôde nã pãhã—sendo incapaz de ver; garude cadi'—subindo na coluna de Garuda; dekhe—
entender que era um sonho; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; duhkhi hailã- ve; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; skandhe—sobre o ombro; pada—seu
ficou triste. pé; diyã—colocando.
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Govinda verificou que o Senhor ainda não despertara, TRADUÇÃO—De repente, uma mulher de Orissa, incapaz de ver o Senhor Jagan-
acordou-O. Entendendo que estivera apenas sonhando, o Senhor ficou um tanto nãtha devido à multidão, subiu na coluna de Garuda, colocando o pé sobre o
triste. ombro de Sri Caitanya Mahãprabhu.
160 Sn Caitanya-caritãmrta Verso 29 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 161
Antya-lílã, 14
TRADUÇÃO—"Ela concentrou todo o seu corpo, mente e vida no Senhor Jagan- TRADUÇÃO—Absorvendo-Se por completo nessa visão, Sri Caitanya Mahãprabhu
nãtha. Por isso, ela não se deu conta de que estava colocando seu pé em Meus assumira o estado de espírito das gopis, tanto é que, para onde quer que olhasse,
ombros." via Krsna de pé com Sua flauta em Seus lábios.
VERSO 30 VERSO 33
aho bhãgyavati ei, vandi ihãra pãya ebe yadi strire dekhi' prabhura bãhya haila
ihãra prasãde aiche ãrti ãmãra pã haya" jagannãtha-subhadrã-balarámera svarüpa dekhila
aho—ai de Mim; bhãgyavati—muitíssimo afortunada; ei—ela; vandi—deixai-Me ebe—agora; yadi—quando; strire—a mulher; dekhi'—ao ver; prabhura—de Sri
oferecer orações; ihãra pãya—a seus pés; ihãra prasãde— por seu favor; aiche—tama- Caitanya Mahãprabhu; bãhya haila—houve consciência externa; jagannãtha—Senhor
nha; ãrti—ansiedade; ãmãra i>ã haya—possa ser Minha. Jagannãtha; subhadrã—Sua irmã, Subhadrã; balarãmera—e de Seu irmão mais velho,
Balarãma; sini-rüpa—formas; dekhila—viu.
T R A D U Ç Ã O — " A i de Mim! Quão afortunada é esta mulher! Oro aos seus pés que
ela Me favoreça com sua sede de ver o Senhor Jagannãtha." TRADUÇÃO—Após ver a mulher, a consciência externa do Senhor retornou, e Ele
viu as formas originais das Deidades do Senhor Jagannãtha, de Subhadrã e do
VERSO 3 1 Senhor Balarãma.
VERSO 34
«jçef wtfji' íita cf *t «wisrtt «s«|si i
soarei crot i m e , a c ^ a a ^ a n 11 ?*»t**tía cwfV $ t u <kx te* n 1
' f í t l ç s w c a d t ç * t « , * P t # i s * » t i i ?' « 8 1 1
pürve ãsi' yabe kailã jagannãtha daraéana
jagannãthe dekhe—sãksãt vrajendra-nandana kuruksetre dekhi' krsne aiche haila mana
pürve—antes disso, ãsi'—vindo; yabe—quando; kailã—executou; jagannãtha dara- 'kãhãh kuruksetre ãilãha, kãhãh vrndãvana'
éana— visão do Senhor Jagannãtha; jagannãthe dekhe—vê o Senhor Jagannãtha; kuruksetre—em Kuruksetra; dekhi'—vendo; krsne—o Senhor Krçna; aiche—dessa
siJÀrsflí vrajendra-nandana—pessoalmente o filho de Mahãrãja Nanda. maneira; haila mana—ficou Sua mente; kãhãh—aonde; kuruksetre ãilãha—vim para
Kurukçetra; kãhãh—onde; vrndãvana—Vrndãvana.
TRADUÇÃO—Pouco antes, Sri Caitanya Mahãprabhu vira o Senhor Jagannãtha
como o filho de Mahãrãja Nanda, Krsna, em pessoa. TRADUÇÃO—Ao ver as Deidades, o Senhor Caitanya pensava que via Krsna em
Kuruk$etra. Ele ponderou: "Será que vim para Kuruksetra? O n d e está Vrndã-
VERSO 32 vana?"
TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya ficou muito agitado, como uma pessoa que Embora os devotos que adoram Krçna com opulência (Seu aspecto de Vaikun|ha)
acabou de perder uma jóia recém-adquirida. Então, ficando muito melancólico, talvez prefiram ver o Senhor Krçna em Kurukçetra juntamente com Subhadrã
voltou para casa. e Balarãma, as gopis desejam ver Krçna em Vrndãvana, realizando a dança da
rasa com Srímatí Rãdhãrãní. Sri Caitanya Mahãprabhu mostrou na prática o exem-
VERSO 36 plo de como podemos cultivar os sentimentos de saudades de Krçna manifestos
por Rãdhãrãní e pelas outras gopis. Os devotos absortos nesse estado de espírito
<Çfàa « * t a af*T f s r a w t « J à f5ic«f i não gostam de ver Krçna em algum lugar que não seja Vrndãvana. Portanto, Sri
• é N I t i c^ca f f f Ç «1 c n r f II II Caitanya Mahãprabhu lamentava-Se: "Encontrei Krçna em Vrndãvana e agora
perdi-O de novo e vim para Kurukçetra." Só pode compreender esses sentimentos
bhümira upara vasi' nija-nakhe bhümi likhe intricados quem é um devoto muitíssimo avançado. No entanto, o autor do èri
aéru-gahgã netre vahe, kichui nã dekhe Caitanya-caritãmrta tenta explicar na medida do possível esse divyonmãda, e é nosso
bhümira upara—no chão; vasi'—sentando-Se; nija-nakhe—com Suas unhas; Wiiimi dever simplesmente apreciar isto tanto quanto possível. Portanto, no verso 11,
likhe—riscou o chão; aéru-gahgã—uma torrente de lágrimas como o Ganges; netre— o autor faz o seguinte pedido:
nos olhos; vahe—flui; kichui—nada; nã dekhe—não podia ver.
tãte visvãsa kari' suna bhãvera varnatui
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu sentou-Se no chão e pôs-Se a riscá-lo com
ha-ibe bhãvera jhãna, pãibã prema-dhana
Suas unhas. As lágrimas, que fluíam de Seus olhos como o Ganges, deixavam-nO
cego.
"Meus queridos leitores, simplesmente tentai ouvir essa descrição com fé e amor.
Isto ajudar-vos-á a entender o êxtase transcendental, e, por fim, não tereis difi-
VERSO 37 culdade alguma em alcançar amor por D e u s . "
VERSO 38
C^ cm ÜRSPW f *füt| ^ «1159.' ? «fl II
" ^ r c a c * ! c^rca e f ç a ita ^ta aa i
'pãiluh i>rndãvana-nãtha, punah hãrãiluh
ke mora nileka krsna? kãhãh mui ãinu'? irei cçcn sa caa ç t a r í * aa n 1:
pãiluh—consegui; vrndãvana-nãtha—o Supremo Senhor de Vmdãvana; punah—
svapnãvese preme prabhura gara gara mana
outra vez; hãrãiluh—perdi; te—quem; mora—Meu; nileka—levou; krsna—Senhor
bãhya haile haya—yena hãrãila dhana
Krsna; kãhãh—para onde; mui ãinu—vim.
svapna-ãvese—quando estava absorto em sonhos; preme—em amor por Krçna;
prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; gara gara—inteiramente absorta; mana—
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Encontrei Krsna, o Senhor de
mente; bãhya haile—ao despertar; haya—é; yena—como se; hãrãila—tivesse perdido;
Vrndãvana, mas perdi-O outra vez. Quem tomou Meu Krsna? Para onde vim?"
dhana— algo muito precioso.
SIGNIFICADO—Esses sentimentos são de Srimati Rãdhãrãní. Primeiro, o Senhor TRADUÇÃO—Ao sonhar com a dança da rasa, Sri Caitanya Mahãprabhu ficava
Caitanya sentia-Se como se O tivessem levado para Vrndãvana, onde presenciou
inteiramente absorto em bem-aventurança transcendental, mas, quando Seu
a rãsa-lilã, em que Krçna dança com as gopis. Então, foi levado a Kurukçetra para
sonho acabava, tinha a impressão de ter perdido uma jóia preciosa.
ver o Senhor Jagannãtha, Sua irmã (Subhadrã) e o Senhor Balarãma. Sri Caitanya
Mahãprabhu perdeu Vrndãvana e Krçna, o amo de Vrndãvana. Foi então que
Caitanya Mahãprabhu experimentou divyonmãda, loucura transcendental com sau- VERSO 39
dades de Krçna. Em Kurukçetra, Krçna manifesta Sua opulência, ao passo que «arcsa « r s e í f f cai -stH-fsi i
em Vrndãvana está em Sua posição original. Krçna não dá sequer um passo fora cwrea ^ « t c a a-taa w a - c « t s « - $ « j n 11
de Vmdãvana; portanto, Kurukçetra é menos importante para as gopis do que
Vrndãvana. unmattera prãya prabhu karena gãna-nrtya
dehera svabhãve karena snãna-bhojana-krtya
166 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 43 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 167
Antya-lílã, 14
unmattera praga—como se estivesse louco; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; devido à lamentação, ela abandonou Meu corpo e Meu lar, e aceitou os princípios
karena—realiza; gãna-nrtya—canto e dança; dehera—do corpo; svabhãve—por natu- religiosos de um kãpãlika-yogí. Então, Minha mente foi para Vrndãvana com
reza; karena—realiza; snãna—banho; bhojana—alimentação; krtya—deveres. seus discípulos, Meus s e n t i d o s . "
TRADUÇÃO—Dessa maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu cantava e dançava, SIGNIFICADO—Este verso é claramente metafórico.
sempre absorto na bem-aventurança da loucura transcendental. Ele satisfazia
as necessidades do corpo, tais como comer e banhar-Se, por uma mera questão VERSO 42
de hábito.
«tt^as 5 t a t * 1 , « t a ^«l i«fàa1,
VERSO 40 siçtSf a ^ t c t t a ç a * i
a t a - ^ a t c f a a 4 afã', *fC5 '5t5l « t f 5fã',
a i f à c 5 c * =5ra>»t-atarac»« * * 1 1
CHÍ C t * , 5 5 * 1 6f* 11 8*. II
<erí*ta a c a a « t a a*c5 « a i f « a i 11 8° 11
T R A D U Ç Ã O — " M e u s queridos amigos", dizia Ele, "por favor, ouvi enquanto falo
Kr?na; pralãpa-uttara—respostas loucas; udvega—aflição; dvãdaéa—doze (pulseiras);
sobre a doçura de Krsna. Devido a um ardente desejo dessa doçura, Minha mente
abandonou todos os princípios religiosos sociais e védicos e, tal qual um yogi hãte— no punho; lobhera—da cobiça; jhulani—turbante; mãthe—na cabeça; bhiksã-
místico, adotou a profissão de um p e d i n t e . " abhãve—na ausência de donativos; ksina—magro; kalevara—corpo.
TRADUÇÃO—"O yogi da Minha mente usa em seu corpo sujo o surrado lençol
VERSO 44
da ansiedade, o qual está coberto de poeira e cinzas. Suas únicas palavras são:
'Ai de mim, Krsna!' Em seu p u n h o , usa doze pulseiras da aflição e, em sua
cabeça, o turbante da cobiça. Porque não comeu nada, é muito m a g r o . "
*f%tc5 « f i
&k i fc*i *ffâ', «T3i-9it«-at€t m\ VERSO 46
<Bit"tl-«fii M i m «*t?r n 88 II
ajti, «ftfà catffaw, «ÉM fwWi
kr$na-lllã-mandala, suddha éahkha-kundala, Q O T tia «ra *W*ti i
gadiyãche éuka kãrikara
sei kundala kãne pari', trsnã-lãu-thãli dhari',
«ftfstfà «trate*!, * f i r a t « itfcs,.
ãéã-jhuli kãndhera upara £1Ç <83f1 *tC« Wl II 8* II
krsna-lílã-mandala—o anel dos passatempos de Krsna; suddha—puro; sankha-
kundala—um brinco de concha; gadiyãche—manufaturou; suka—Sukadeva Gosvãmi; vyãsa, éukãdi yogi-gana, krsna ãtmã nirahjana,
kãrikara—artífice; sei kundala—esse brinco; kãne pari'—usando na orelha; trsnã— vraje tãhra yata lilã-gana
aspiração; lãu—de abóbora ou cabaça; Ihãli—o copo; dhari'—colocando; ãéã—expec- bhãgavatãdi éãstra-gane, kariyãche varnane,
tativa; jhuli—sacola; kãndhera upara—nos ombros. sei tarja pade anuksana
vyãsa—Dvaipãyana Vyãsa; suka-ãdi—e outros sábios, tais como Sukadeva Go-
svãmí; yogi-gana—grandes yogis místicos; krsna—Senhor Krsna; ãtmã—a Superaima;
TRADUÇÃO—"O anel da rãsa-lilã de Krsna, manufaturado por Sukadeva Go- nirahjana—sem contaminação material; vraje—em Vrndãvana; tãhra—Seus; yata—
svãmí, o artífice mais auspicioso, é tão puro quanto um brinco de concha. O todos; lilã-gana—passatempos; bhãgavata-ãdi—Srimad-Bhãgavatam e outras; éãstra-
yogi da Minha mente está usando esse brinco na orelha. De uma cabaça ele cin- gane—nas escrituras reveladas; kariyãche varnane— descreveram; sei tarja—esta
zelou o copo de Minhas aspirações, e em seus ombros colocou a sacola de Minhas competição de poesia entre dois grupos; pade—lê; anuksana—a todo momento.
expectativas."
TRADUÇÃO—"O grande yogi da Minha mente vive estudando a poesia e os co-
VERSO 45
mentários sobre os passatempos do Senhor Krsna em Vrndãvana. No Srimad-
Bhãgavatam e em outras escrituras, grandes yogís santos como Vyãsadeva e
fç*j1-fW «f? Itü, ^ - f i « f e - i f a i - f t«, Sukadeva Gosvãmi descreveram o Senhor Krsna como a Superaima, situado além
de toda a contaminação material."
fcWt Wf«t ÇIC<5, OTTCBf 4 *fH irc«t,
f%^t«tca Vr*t f CSR?Í 11 8<t II VERSO 47
cintã-kãnthã udhi gãya, dhüli-vibhüti-malina-kãya,
'hãhã krsna' pralãpa-uttara
udvega dvãdaéa hãte, lobhera jhulani mãthe, f~*m 91*15j>fãei M i l I
bhiksãbhãve ksina kalevara
cinta—da ansiedade; kãnthã—o lençol surrado; udhi—cobrindo; gãya—o corpo; C i t a CWS. =3-1*1, f ã l U - Í S t M i Ç f l H
dhüli—poeira; vibhüti—cinzas; malina-kãya—corpo sujo; hãhã—ai de mim; krsna— 1 1 çtiV g*WI a ^ t a i II 81 II
Verso 50 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 171
170 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14
TRADUÇÃO—"Há u m jardim solitário onde Krsna desfruta de Seus passatempos, krsnera viyoge gopira daéa daéã haya
e, n u m canto do pavilhão desse jardim, o yogi da Minha mente pratica yoga sei daéa daéã haya prabhura udaya
mística juntamente com seus discípulos. Desejando ver Krsna diretamente, esse krsnera viyoge—com saudades de Krsna; gopira—das gopis; daéa dasã—dez classes
yogi permanece acordado a noite inteira, meditando em Krsna, a Superaima que de transformações transcendentais do corpo; haya—há; sei—essas; daéa daéã—dez
não Se deixa contaminar pelos três modos da n a t u r e z a . " classes de transformações transcendentais; haya—são; prabhura udaya—visíveis no
corpo de Sri Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 51
TRADUÇÃO—Ao sentirem saudades de Krsna, as gopis experimentaram dez
classes de transformações físicas. Esses mesmos sintomas apareceram no corpo
ir* a*pfãcatft, §sca aja te* caift» de Srl Caitanya Mahãprabhu.
ca fàcatcst «Pt *«t1 5a i
c* «pira arfçpi 5*1, ai 0* * i * t * l , VERSO 53
T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o perdeu a associação de Krsna e ficou impossibilitada de TRADUÇÃO—"As dez transformações físicas resultantes da saudade de Krsna são
vê-lO, Minha mente tornou-se deprimida e adotou a yoga mística. No vazio da ansiedade, vigília, agitação mental, magreza, falta de asseio, conversa de louco,
doença, loucura, ilusão e m o r t e . "
saudade de Krsna, ela experimentou dez transformações transcendentais. Agi-
tada por essas transformações, Minha mente fugiu, deixando Meu corpo, o seu
local de residência, vazio. Dessa maneira, entrei n u m completo t r a n s e . " SIGNIFICADO—Este verso do Ujjvala-mlamani de Srila Rüpa Gosvãmí faz parte de
uma descrição dos diferentes traços de Srimati Rãdhãrãní. Neste livro, ele dá a
seguinte explicação pormenorizada dos dez sintomas.
SIGNIFICADO—Neste verso, descreveram-se as atividades externas dos mendican-
Cinta. Como afirma o Hamsadüta:
tes kãpãlikas, mas não sua verdadeira vida. Os mendicantes kãpãlikas são materia-
listas tântricos que carregam caveiras em suas mãos. Eles não são Vaisnavas e
nada têm a ver com a vida espiritual. Por isso, são intocáveis. Fez-se apenas uma yadã yãto gopl-hrdaya-madano nanda-sadanãn
comparação externa entre a mente e as atividades deles, mas nunca se lhes deve mukundo gãndinyãs tanayam anurundhanmadhu-purim
imitar o comportamento. tadãmãhksic cintã-sariti ghana-ghürnãparicayair
agãdhãyãm vãdhãmaya-payasi rãdhã virahini
VERSO 52
experimentou grande dor mental e agitação, que A impeliram a afundar na espe- Descreve-se malina-ahgatã como segue:
culação mental do rio da ansiedade. Ela pensava: 'Vou morrer agora, e, quando
Eu morrer, com certeza Krsna voltará para ver-Me novamente. Mas, quando os hima-visara-visirnãmbhoja-tulyãnana-srih
habitantes de Vrndãvana Lhe contarem sobre a Minha morte, na certa Ele ficará khara-marud-aparajyad-bandhu-jivopamausthí
muito triste. Por isso, não m o r r e r e i . ' " É esta a explicação da palavra cinta, agha-hara sarad-arkottãpitendivarãk$I
jãgara. Como declara o Padyãvali:
tava viraha-vipatti-mlãpitãsid visãkhâ
yãh pasyanti privam svapne Uddhava disse a Krsna: "Ó auspiciosíssimo Krsna, por favor, ouve-me. O tor-
dhanyãstãh sakhi yositah mento causado por Tua ausência debilitou Visãkhã. Seus lábios tremem como
asmãkam tu gate krsne árvores açoitadas por um vendaval. Seu lindo rosto lembra uma flor de lótus que
gatã nidrãpi vai rim murchou sob a neve, e seus olhos são como pétalas de lótus chamuscadas pelo
calor do sol outonal."
Considerando-Se muito desventurada, Srímatí Rãdhãrãní dirigiu-Se à Sua muito O Lalita-mãdhava explica pralãpa da seguinte maneira:
querida amiga Visãkhâ: "Minha querida amiga, se Eu pudesse ver Krçna em Meus
sonhos, decerto Eu seria glorificada por essa Minha grande fortuna. Mas, que kva nanda-kida-candramãh kva sikhi-candra-kãlahkrtih
posso fazer? O sono também brinca maliciosamente comigo. Na verdade, ele kva manda-murali-ravah kva nu surendra-nila-dyutih
tornou-se Meu inimigo. Portanto, desde que Krsna partiu não consigo dormir." kva rãsa-rasa-tãndavi kva sakhi jiva-raksausadhir
Udvega. O Hathsadüta também dá a seguinte explicação desta palavra: nidhir mama suhrttamah kva tava hanta hã dhig-vidhih
mano me hã kastam jvalati kim ahaih hanta karavai
na param nãvãram sumukhi kalayãm yasya jaladheh Esta é a lamentação de Srimati Rãdhãrãní pelo Seu amado Krçna, que estava au-
iyam vande mürdhnã sapadi tam upãyaih kathaya me sente de casa. A mulher cujo marido deixou o lar e partiu rumo a uma terra estra-
parãmrsye yasmãd dhrti-kanikayãpi ksani-kayã nha é chamada de prosita-bhartrkã. Lamentando-Se por Krsna da mesma maneira
como um desses tipos de mulheres lamenta-se por seu marido, Srimati Rãdhãrãní
Srimati Rãdhãrãní dirigiu-Se a Lalitã: "Minha querida Lalitã de rosto belo, não disse: "Minha querida amiga, onde está a glória da família de Mahãrãja Nanda,
posso expressar como Meu coração está ardendo. Ele é um grande e insondável que usa em Sua cabeça um ornamento de meia lua? O n d e está Krçna, cuja tonali-
oceano de ansiedade. Mesmo assim, desejo oferecer Minhas reverências a teus dade é como a da jóia indranila e que toca tão bem a Sua flauta? Onde está teu
pés de lótus. Que farei? Por favor, analisa a Minha condição e aconselha-Me sobre amigo, o melhor de todos os homens, tão perito em dançar no círculo da dança
como posso apaziguar-Me. É este o Meu desejo." da rasa? O n d e está aquele que é o verdadeiro remédio para salvar-Me de morrer
Descreve-se tonava da seguinte maneira: de doença cardíaca? Eu deveria condenar a Providência, que Me causou tantos
problemas ao separar-Me de Krsna."
udahcad-vaktrãmbhoruha-vikrtir antah-kulasitã O Lalita-mãdhava também descreve vyãdhi:
sadãhãrãbhãva-glapita-kucakokã yadu-pate
visusyanti rãdhã tava viraha-tãpãd anudinam uttãpi puta-pãkato 'pi garala-grãmãd api ksobhano
nidâghe kuly eva krasima-paripãkam prathayati dambholer api duhsahah katur alam hrn-magna-éülyãd api
tivrah praudha-visücikãni-cayato 'py uccair mamãyam bali
Quando Uddhava regressou a Mathurã após sua visita a Vrndãvana, o Senhor marmãny adya bhinatti gokula-pater vislesa-janmã jvarah
Krsna perguntou-lhe sobre Rãdhãrãní e Visãkhã. Uddhava respondeu como segue: Ficando muitíssimo aflita pela dor da saudade de Krçna, Srimati Rãdhãrãní disse:
"Vê só a condição das gopis! Especialmente Srimati Rãdhãrãní está numa condição "Minha querida Lalitã, por favor, escuta-Me. Não posso suportar o sofrimento
muito dolorosa por causa da saudade que sente de Ti. Ela ficou esquálida, e Seu da febre da saudade de Krçna, tampouco sei como explicar-te isso. É algo como
brilho corpóreo cjuase se foi. Seu coração está mergulhado na dor, e, tendo parado ouro derretendo-se numa caixa de barro. Essa febre produz mais aflição do que
de comer, Seus seios tornaram-se negros, com um aspecto doentio. Devido à o veneno, e é mais fulminante do que um raio. Sofro tal qual alguém que, devido
saudade de Ti, todas as gopis, notadamente Rãdhãrãní, assemelham-se a poças a cólera, está às portas da morte. Para causar-Me tanta dor, essa febre deve ser
secas pelo calor abrasante do sol." deveras muito forte."
Verso 57 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 177
176 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-Iilã, 1 4
ei-mata ardha-râtri kailã niryãpana éabda nã pãhã svarüpa kapãta kailã dure
bhitara-prakosthe prabhure karãila éayana tina-dvãra deoyã ache, prabhu nãhi ghare!
ei-mata—dessa maneira; ardha-rãtri— metade da noite; kailã nin/ãpana—passou; éabda—som; nã—não; pãhã—ouvindo; svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi;
bhitara-prakosthe—no aposento interno; prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; karãila kapãta—a porta; kailã dure—abriu; tina-dvãra—três portas; deoyã ache—estavam tran-
éayana—fizeram com que Se deitasse. cadas; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nãhi ghare—não estava dentro do quarto.
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s que, dessa maneira, a metade da noite expirou, Rãmãnanda TRADUÇÃO—Após algum tempo, Svarüpa Dâmodara não mais conseguiu ouvir
Rãya e Svarüpa Dâmodara Gosvãmi fizeram com que Sri Caitanya Mahãprabhu Sri Caitanya Mahãprabhu cantar. Ao entrar no quarto, viu que as três portas
Se deitasse em Sua cama no aposento interno. estavam trancadas, mas Srí Caitanya Mahãprabhu Se fora.
VERSO 58 VERSO 6 1
a t l t s w - a f a « d c ^ t H fàs? í c a i f ç f o « 55* í c a « t f c a « 1 c » f a a i i
^ f - C i t t f à i i g*c5 tâtmn i t c a 11 o\y 11 « t f e i f t ' ^ c i í c a ca«i>t srtf»rai 11 11
rãmãnanda-rãya tabe gelã nija ghare cintita ha-ila sabe prabhure nã dekhiyã
svarüpa-govinda duhhe éuilena dvãre prabhu cãhi' bule sabe deuti jvãliyã
rãmãnanda-rãya—Rãmãnanda Rãya; tabe—em seguida; gelã—voltou; nija ghare— cintita ha-ila—ficaram muito ansiosos; sabe— todos os devotos; prabhure—Sri
para a sua casa; svarüpa— Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; govinda—e Govinda; Caitanya Mahãprabhu; nã dekhiyã—não vendo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
duhhe—ambos; éuilena—deitaram-se; dvãre—à porta. cãhi'—buscando por; bule—perambulam; sabe—todos eles; deuti— lanterna; jvãliyã—
acendendo.
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Rãmãnanda Rãya voltou para casa, e Svarüpa Dâmodara
Gosvãmí, juntamente com Govinda, deitou-se diante da porta do quarto de Srí TRADUÇÃO—Ao verificarem q u e o Senhor não estava em Seu quarto, todos os
Caitanya Mahãprabhu. devotos ficaram muito ansiosos. Pegando uma lanterna, saíram à Sua procura.
VERSO 59
VERSO 6 2
11 f í f ã í i 5 t « l f TO s r p i j i « | 1
l8W « p f f ' TO ? i 3 i i r i i f t € i 11 <?s> 11 f i ^ a r c a a <Ssi-t»*fài « r f c ç fctfa» i
« t a acai * t f « ' i t c s i c e « » - c f t i t f à p 11 11
saba rãtri mahãprabhu kare jãgarana
ucca kari' kahe krsna-nãma-sahkirtana shhha-dvãrera uttara-diéãya ache eka thãni
saba rãtri—a noite toda; mahãprabhu—Srl Caitanya Mahãprabhu; kare—faz; jãga- tara madhye padi' ãchena caitanya-gosãhi
rana—ficando sem dormir; ucca kari'—bem alto; kahe krsna-nãma-sahkirtana—canta shhha-dvãrera—do portão conhecido como Sirhha-dvãra; uttara-diéãya—no lado
o santo nome de Krsna. norte; ache—há; eka thãni—um local; tara madhye—dentro desse local; padi'—
deitado; ãchena—estava; caitanya-gosãhi—Sri Caitanya Mahãprabhu.
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu ficou acordado a noite inteira, cantando
bem alto o mantra Hare Krsna. TRADUÇÃO—Após buscarem por algum tempo, deram com Sri Caitanya Mahã-
prabhu deitado n u m canto perto do lado norte do portão Simha-dvãra.
VERSO 60
VERSO 63
*l=f « 1 1 1 * 1 T - t t i » ÇfõTl ç c a I
{«safa c a ^ a l " a t e s » « t f « t f ? a t a ! * » 11
«rtilSis teu i
cata' ^ a r t - c M t i t f c p - i t f à
«ifa «ptl cafà' fèf%t« itfail 11«»«11
Sri Caitanya-caritãmrta Verso 69 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 181
180 Antya-lílã, 14
dekhi' svariipa-gosâhi-ãdi ãnandita hailã que indica vida; hasta—braços; pado—pernas; grívã—pescoço; kati—cintura; asthi—
prabhura dasã dekhi' punah cintite lãgilã ossos; Sandhi—juntas; yata—tantos quantos; eta—um; eta—um; vitasti—cerca de
dekhi'—vendo; svarüpa-gosãhi-ãdi—todos os devotos, encabeçados por Svarüpa quinze centímetros; bhinna—separados; hanãche—estavam; tata—esse tanto.
Dâmodara Gosvãmi; ãnandita hailã—ficaram muito contentes; prabhura—de Sri
Caitanya Mahãprabhu; dasã—a condição; dekhi'—vendo; punah—de novo; cintite TRADUÇÃO—Cada um de Seus braços e pernas media cerca de um metro e trinta
'lãgilã—começaram a sentir ansiedade. e cinco centímetros de comprimento; as juntas mantinham-se ligadas somente
por pele. A temperatura corpórea do Senhor, um sinal vital, estava baixíssima.
Todas as juntas de Seus braços, pernas, pescoço e cintura estavam separadas
TRADUÇÃO—A princípio, encheram-se de alegria ao vê-lO, porém, ao verificarem por pelo menos quinze centímetros.
Sua condição, todos os devotos, encabeçados por Svarüpa Dâmodara Gosvãmi,
ficaram muito ansiosos.
VERSO 67
VERSO 64
ç a a t a «*tca, a f a «rios 5*1 i
simha-dvãre—no portão conhecido como Sirhha-dvãra; dekhi'—vendo; prabhura— éuni'—ouvindo; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; bada—muitíssimo; hailã
de Srl Caitanya Mahãprabhu; vismaya ha-ilã—houve surpresa; kãhhã—onde; kara camatkãra—ficou abismado; prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; kichu—
ki'—que estou fazendo; ei— isto; svarüpe puchilã— perguntou a Svarüpa Dâmodara nenhuma; smrti— lembrança; nãhika—não é; ãmãra—Minha.
Gosvãmi.
TRADUÇÃO—Ao ouvir a descrição de Sua condição enquanto estava deitado perto
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu ficou muito surpreso de Se encontrar do Sirhha-dvãra, Srí Caitanya Mahãprabhu ficou muito abismado. Ele disse:
diante do portão Simha-dvãra. Ele perguntou a Svarüpa Dâmodara Gosvãmi: " N ã o lembro nada d i s s o . "
" O n d e estou? Que estou fazendo a q u i ? "
VERSO 7 8
VERSO 7 5
aca cara - 5 a cata ?a» fàoarr* i
TO. « i f . 55t f à S f - V l C ^ | fa?i«.sifa cwai f%a15a «raaV 11 itr 11
« « i i ? t * w t w a« « p f à j j ^ t i s c a n* 10 II sabe dekhi—haya mora krsna vidyamãna
svarüpa kahe, — 'utha, prabhu, cala nija-ghare vidyut-prãya dekhã diyã haya antardhãna'
tathãi tomãre saba karimu gocare' sabe—apenas isso; dekhi—Eu sei; haya—há; mora—Meu; krsna—Senhor Krçna;
svarüpa kahe—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi replicou; utha prabhu—meu querido vidyamãna—com presença brilhante; vidyut-prãya—como um relâmpago; dekhã
diyã—aparecendo; haya—há; antardltãna—sumiço.
Senhor, por favor, levanta-Te; cala—vai; nija-ghare— para casa; tathãi—lá; tomãre—a
Ti; saba—tudo; karimu gocare— informarei.
T R A D U Ç Ã O — " T u d o o q u e posso lembrar é q u e , por um pequeno instante, vi o
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara disse: " M e u querido Senhor, por favor, levanta- Meu Krçna. Ele apareceu perante Mim, e, então, tal qual um relâmpago, sumiu
Te. Vamos para casa. Lá contar-Te-ei tudo o que aconteceu." imediatamente."
VERSO 7 9
VERSO 7 6
G5aas-tr.ii srtfsrtcaa tffà-Tai aifãrtil i
« a « -«fsf « t f c ü i f ê i ' a c a 9t*l c-ítsn i •sia asfã' a 5 i a j f w n w gmjiI 11 is n
«15ta « l a v i a a ^ f % c « *\hm m * n
hena-kãle jagannãthera pãni-éahkha bãjilã
era boa'' prabhure dhari' ghare lahã gelã snãna kari' mahãprabhu daraéane gelã
tãhhãra avasthã saba kahite lãgilã hena-kãle— nessa altura; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; pãni-éahkha—um
eta bali'—dizendo isso; prabhure dhari'—levando Mahãprabhu; ghare— para casa; búzio que se pode segurar na mão; bãjilã—vibrou; snãna kari'—após banhar-Se;
/ana ge/ã—levaram de volta; tãhhãra avasthã—Sua condição; saba—todos eles; kahite mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; daraéane gelã—foi vero Senhor Jagannãtha.
lãgilã—começaram a falar.
TRADUÇÃO—Foi então q u e todos ouviram o soar do búzio no templo de jagan-
TRADUÇÃO—Dessa maneira, ' >dos os devotos levaram Srí Caitanya Mahãprabhu nãtha. Srí Caitanya M a h ã p r a b h u imediatamente tomou Seu banho e foi ver o
de volta para a Sua casa. Então, descreveram-Lhe o que foi que acontecera. Senhor Jagannãtha.
VERSO 80
VERSO 7 7
iá)5 «' asÍ5*( «rçp í5 1
« f s T J J 5 t « l f a « C5*1 5ie,fia I
5
atsta ataca citcas srfcst çj^asta | v« n
slÇTO,—'ffg a t i ? * « i t a f a j si 11
s u m " mahãprabhu bada hailã camatkãra ei ta' kahiluh prabhura adbhuta vikãra
prabhu kahe, — 'kichu smrti nãhika ãmãra yãhãra éravane loke lãge camatkãra
186 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 86 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 187
ei ta'—dessa maneira; kahiluh—acabo de descrever; prabhura—de Sri Caitanya raghunãtha-dãsera sadã prabhu-sahge sthiti
Mahãprabhu; adbhuta vikãra—transformações incomuns do corpo; yãhãra éravane— tãhra mukhe éuni' likhi kariyã pratiti
ouvindo o que; loke—pessoas; lãge—sentem; camatkãra—admiração. raghunãtha-dãsera—de Raghunãtha dãsa Gosvãmí; sadã—sempre; prabhu-sahge—
com Sri Caitanya Mahãprabhu; Sthiti—vivendo; tãhra mukhe—de sua boca; éuni'—
T R A D U Ç Ã O — A s s i m , acabo de descrever as transformações incomuns por que ouvindo; likhi—escrevo; kariyã pratiti—aceitando na totalidade.
passara o corpo de árí Caitanya Mahãprabhu. Ao ouvirem sobre isso, as pessoas
ficam muito admiradas. T R A D U Ç Ã O — R a g h u n ã t h a dãsa Gosvãmí vivia o tempo todo com Sri Caitanya
Mahãprabhu. Tudo o q u e faço é registrar aquilo que ouvi dele. Embora os
VERSO 81 homens comuns não acreditem nesses passatempos, creio irrestritamente neles.
c u í c a s a t f é c a t a ^ . « t t c a srtfà? ^ f à i VERSO 84
<sfa « w s * "KM © i f i - g ^ t a f t n ir b n
i s a s f à a «Kt«r^3pDp a t 5 C < s i
loke nãhi dekhi aiche, éãstre nãhi éuni ' p i » a * ' - * v a « c a i a d a « i r s f a c s 11 t-s n
hena bhãva vyakta kare nyãsi-cüdãmani
loke—entre as pessoas; nãhi dekhi—não vemos; aiche— isso; éãstre—nas escrituras; eka-dina mahãprabhu samudre yãite
nãhi éuni—não ouvimos; hena—semelhantes; bhãva—emoções; vyakta kare—mani- 'cataka'-parvata dekhilena ãcambite
festa; nyãsi-cüdãmani—o sannyãsi supremo. eka-dina—certo dia; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; samudre yãite—en-
quanto ia ao mar; cafaka-parvata—a colina de areia Cafaka-parvata; dekhilena—viu;
TRADUÇÃO—Em nenhuma outra parte alguém testemunhou semelhantes mudan- ãcambite—de repente.
ças físicas, tampouco alguém chegou a ler sobre elas nas escrituras reveladas.
No entanto, Sri Caitanya Mahãprabhu, o sannyãsi supremo, manifestou esses T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, enquanto ia tomar banho de mar, de repente, Srí Caitanya
sintomas extáticos. Mahãprabhu viu uma duna chamada Cataka-parvata.
VERSO 82 VERSO 85
T R A D U Ç Ã O — E s s e s êxtases não estão descritos nos sãstras, e são inconcebíveis T R A D U Ç Ã O — C o n f u n d i n d o a duna com a Colina de Govardhana, Srí Caitanya
aos homens comuns. Por conseguinte, as pessoas em geral não acreditam neles. Mahãprabhu correu em direção a ela.
VERSO 83 VERSO 86
^ t a a f i t a a a i çfãfraaCTi
aaata-atcaa * « H a j f i w fafe i
^ataTV6í*r-**nra-acata! i
<$ta a.ca « f à ' f à r f à a s i l a i «rftfo 11 u--© n
188 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 14 Verso 90 O Senhor Caitanya sente saudades de Krçna 189
VERSO 88
VERSO 89
T R A D U Ç Ã O — " D e todos os devotos, essa Colina de Govardhana é o melhor! Ó
amigas, essa Colina fornece todas as espécies de necessidades — água potável, • a a i l , « W < i % ifa<5-itataa 1
grama bem macia, cavernas, frutas, flores e legumes — a Krsna e Balarãma, bem a i i t ç , s w i f ç , « i r a t f e « - « w a 11 v-& 11
como a Seus bezerros, vacas e amigos vaqueirinhos. Dessa maneira, a Colina
presta respeitos ao Senhor. Sentindo o contato dos pés de lótus de Krsna e Bala- svarüpa, jagadãnanda, pandita-gadãdhara
rãma, a Colina de Govardhana fica muito alegre." rãmãi, nandãi, ãra pandita éahkara
svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita;
pandita-gadãdhara—Gadãdhara Pandita; rãmãi—Rãmãi; nandãi—Nandãi; ãra—e;
S I G N I F I C A D O — E s t a citação do érimad-Bhãgavatam (10.21.18) foi falada pelas gopis pandita-éahkara—Sankara Pandita.
quando o Senhor Krçna e Balarãma entraram na floresta no outono. As gopis
falavam entre si e glorificavam os passatempos de Krçna e Balarãma. T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara Gosvãmi, Jagadãnanda Pandita, Gadãdhara
Pandita, Rãmãi, Nandãi e Sankara Pandita são alguns dos devotos que saíram
VERSO 87 correndo atrás de Srí Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 91 VERSO 94
prathame calilã prabhu,—yena vãyu-gati dui netre bhari' asru vahaye apara
stambha-bhãva pathe haila, calite nãhi sakti samudre mililã yena gahgã-yamunã-dhãra
prathame—no início; calilã—ia; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; yena—como; dui netre—nos dois olhos; bhari'—cheios; asru—lágrimas; vahaye—fluem; apara—
vãyu-gati—a velocidade do vento; stambha-bhãva—a emoção de ficar aturdido; ilimitadas; samudre—o oceano; mililã—encontrou-se com; i/ena—como se; gahgã—do
pathe— no caminho; haila—houve; calite—para mover-Se; nãhi—não; sakti— força. Ganges; yamunã—do Yamunã; dhãra—correnteza.
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu corria à velocidade do vento, mas, de T R A D U Ç Ã O — O s olhos d o Senhor umedeceram, enchendo-se de lágrimas ilimi-
repente, ficou aturdido com êxtase e perdeu toda a força para seguir adiante. tadas, como o Ganges e o Yamunã encontrando-se no mar.
VERSO 92 VERSO 95
TRADUÇÃO—Houve arrepio em cada um de Seus poros cutâneos, e Seu cabelo, T R A D U Ç Ã O — T o d o o Seu corpo desvaneceu-se e assumiu a cor de um búzio
eriçado, parecia flores kadamba. branco, e então Ele passou a estremecer, como as ondas no oceano.
VERSO 93
VERSO 96
«rf«-c3tca « f r s w i c s a » f à c a a a r a i
T C & a a a , ntfiE ac«fa § w t a 11 n #tf*tc« #tf*ic« « t f f c a c « *tf«*t i
« c i « ' c*itfã«a « t f i fàisci» «IÍÇ^TI II a>* II
prati-rome prasveda pade rudhirera dhãra
kanthe gharghara, nãhi varnera uccãra kãhpite kãhpite prabhu bhümete padilã
prati-rome—de cada poro; prasveda—suor; pade—gotas; rudhirera—de sangue; tabe ta' govinda prabhura nikate ãilã
dhãra—fluem; kanthe—na garganta; gharghara—gargarejo; nãhi— não; varnera—de kãhpite kãhpite—enquanto tremia; prabhu—Srí Caitanya Mahãprabhu; bhümete—
palavras; uccãra—pronúncia. ao chão; padilã—caiu; tabe—nesse momento; ta'—com certeza; govinda—Govinda;
prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; nikate— perto; ãilã— veio.
•«miiíãM*! < 5 i t l «ur>?i fifèral i TRADUÇÃO—Os devotos cantaram b e m alto o mantra Hare Krsna perto de Sri
« t f ? w a l c«ffV f t f a c s eriRiif 11 st- u Caitanya Mahãprabhu e lavaram-Lhe o corpo com água fria.
« l f ? «tw w t etèitfôjf fim? i T R A D U Ç Ã O — D e p o i s que os devotos cantaram por um longo tempo, Sri Caitanya
" W W r ô I t f a f Gafa' tell 5 i e . f 1 ? II li Mahãprabhu de repente levantou-Se, gritando: " H a r i b o i ! "
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; ange— no corpo; dekhe—eles vêem; asta- itir.»«t i f F f teia? a t e i <çf%' ç t ? ' i
sãttvika vikãra—oito classes de transformações transcendentais; ãicarya— maravi- Sfêl siwspflfl FffW <5t?' II D
lhosas; sãttvika—transcendentais; dekhi'—vendo; hailã camatkãra—eles ficaram
tomados de espanto. sãnande sakala vaisnava bale 'hari' 'hari'
uthilã mahgala-dhvani catur-dik bhari'
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as oito classes de transformações transcendentais eram visí- sa-ãnande—com muito prazer; sakala—todos; vaisnava—devotos; bale—cantaram;
veis no corpo do Senhor. Todos os devotos ficaram tomados de espanto com hari hari—o santo nome do Senhor; uthilã—surgiu; mahgala-dhvani—um som aus-
semelhante visão. picioso; catuh-dik— todas as direções; bhari'—enchendo.
194 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 14 Verso 108 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 195
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Sri Caitanya Mahãprabhu levantou-Se, todos os Vaisnavas, TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu disse: " Q u e m , tirando-Me da Colina de
cheios de alegria, cantaram alto: " H a r i ! Hari!" Varrendo todas as direções, o Govardhana, trouxe-Me para cá? Eu estava vendo os passatempos do Senhor
som auspicioso encheu o ar. Krsna, mas agora não posso vê-los."
T R A D U Ç Ã O — E s p a n t a d o , Srí Caitanya Mahãprabhu levantou-Se e ficou olhando T R A D U Ç Ã O — " H o j e , saí daqui rumo à Colina de Govardhana para verificar se
de um lado para outro, tentando ver algo. Mas não pôde avistar o que procurava. Krsna estava apascentando Suas vacas por l á . "
TRADUÇÃO—Ao ver todos os Vaisnavas, Srí Caitanya Mahãprabhu recobrou TRADUÇÃO—"Vi o Senhor Krçna escalando a Colina de Govardhana e, tocando
parcialmente a consciência externa e falou para Svarüpa Dâmodara. Sua flauta, estava rodeado de todos os lados por vacas a pastar."
TRADUÇÃO—"Ao ouvir a vibração da flauta de Krsna, Srimati Rãdhãrãní e todas TRADUÇÃO—"Por q u e Me trouxestes até aqui, causando-Me aflição desneces-
as Suas amigas gopis foram ao encontro dEle. Todas elas estavam vestidas com sária? Tive uma boa oportunidade de ver os passatempos de Krsna, mas não
muito p r i m o r . " pude vê-los."
rãdhã lahã krsna pravesilã kandarãte eta bali' mahãprabhu karena krandana
sakhi-gana kahe more phula uihãite tãhra dasã dekhi' vaisnava karena rodana
rãdhã lanã—levando Srimati Rãdhãrãní junto; krsna—o Senhor Krsna; pravesilã— eta bali'—dizendo isso; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karena krandana—
entrou; kandarãte—numa caverna; sakhi-gana—as gopis; kahe—disseram; more—a começou a chorar; tãhra dasã—Seu estado; dekhi'—vendo; vaisnava—os Vaisnavas;
Mim; phula—flores; uthãite—para Eu colher. karena rodana—puseram-se a chorar.
T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o Krsna e Srimati Rãdhãrãní entraram juntos numa caverna, T R A D U Ç Ã O — D i z e n d o isso, Sri Caitanya Mahãprabhu esvaiu-Se em prantos. Ao
as outras gopis pediram-Me que colhesse algumas flores." verem a condição do Senhor, todos os Vaisnavas também choraram.
TRADUÇÃO—"Foi então q u e todos vós fizestes um ruído ensurdecedor e car- T R A D U Ç Ã O — N e s s a altura, Paramãnanda Puri e Brahmãnanda Bhãratí chegaram.
regastes-Me de lá até este l u g a r . " Ao vê-los, Srí Caitanya Mahãprabhu mostrou uma certa deferência.
VERSO 114
VERSO 111
fàlJj-lTO 55£1 5^5*515? i f a H I
r,a 1 1 « i t f à s r l carfr.? 1 1 1 5 2 1 f % C 5 I srçTslfCI 555f* canfèiSii fcfH ll II
1t<S»1 lir.13? s t t l l , T l 1 1 5 9 C W Í % 5 P S J i J
nipatla-bãhya ha-iie prabhu duhhãre vandilã
fce«c vã ãnilã more vrthã duhkha dite mahãprabhure dui-jana premãlihgana kailã
pãhã krsnera lilã, nã pãinu dekhite nipatta-bãln/a—completa consciência externa; ha-ile—quando houve; prabhu—
kene—por que; vã—então; ãnilã—trouxestes; more—a Mim; vrthã—em vão; duhkha Sri Caitanya Mahãprabhu; duhhãre—a ambos; vandilã—ofereceu orações; mahã-
dite—para causar aflição; pãhã—obtendo; krsnera lilã—os passatempos de Krsna; prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; dui-jana—ambas as pessoas; prema-ãlihgana
nã pãinu dekhite—não p u d e ver. kailã—abraçaram com amor e afeição.
198 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-líla, 14 Verso 120 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 199
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu voltou a Si por completo e imediatamente TRADUÇÃO—Após banhar-Se no mar, Sri Caitanya Mahãprabhu, juntamente com
ofereceu-lhes orações. Então, com afeição amorosa, esses dois cavalheiros mais todos os devotos, voltou para a Sua residência. Então, todos almoçaram, comendo
idosos abraçaram o Senhor. os restos do alimento oferecido ao Senhor Jagannãtha.
a ) f TO,—'s*» CTO «ttlífl >a« çci' ? i«j5 <s' ffçg^ sfjRfl fwcijttrtf-arf? 1
^ f t C t W f S » TO, - ' G S t l f S *J«7 6ff%fCa' II amfts isf5C"5 « t e ? ? i 5 t ? « f ô t i II II
prabhu kahe, — 'duhhe kene ãilã eta dure'? ei fa' kahiluh prabhura divyonmãda-bhãva
puri-gosãni kahe, — 'tomara nrtya dekhibãre' brahmão kahite nãre yãhãra prabhãva
prabhu kahe— Sri Caitanya Mahãprabhu disse; duhhe—ambos; kene—por que; ei ta'—assim; kahiluh—acabo de descrever; prabhura—de Sri Caitanya Mahã-
ãilã—viestes; eta dure— tão longe; puri-gosãni kahe—Puri Gosãni disse; tomara nrtya— prabhu; divya-unmãda-bhãva—transcendentais emoções extáticas; brahmão—nem
Tua dança; dekhibãre—ver. mesmo o Senhor Brahmã; kahite nãre— não pode falar; yãhãra—delas; prabhãva—a
influência.
TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu disse a Puri Gosvãmí e a Brahmãnanda
Bhãratí: "Por que viestes tão longe?" Puri Gosvãmí replicou: " S ó para ver Tua T R A D U Ç Ã O — A c a b o , assim, de descrever as transcendentais emoções extáticas de
dança." Sri Caitanya Mahãprabhu. Nem mesmo o Senhor Brahmã pode descrever a
influência delas.
VERSO 116 VERSO 119
*çfcV"fàr%-*twftM 1 ^ f « W t 1 I
a p p t t f e « i i ^ r l ia c i w - i c i II II 'c'5n?tsg11í^J1C1^ f f t t t w w « t ? s t « t II
,
II
samipe nilãdres cataka-giri-rãjasya kalanãd sahksepe—sucintamente; kahiyã— descrevendo; kari dik daraéana—mostro um
aye gosthe govardhana-giri-pathh lokitum itah indício; yei—qualquer pessoa que; ihã— isso; sune—ouve; pãya—obtém; krsnera
vrajann asmity uktvã pramada iva dhãvann avadhrto carana—o refúgio dos pés de lótus do Senhor Krsna.
ganaih svair gaurãúgo hrdaya udayan mãih madayati
saimpe—perto de; nilãdreh—Jagannãtha Puri; cataka—chamada Cataka; giri-rãjasya— T R A D U Ç Ã O — A c a b o de descrevê-los sucintamente só para dar um indício de Seus
o rei das colinas de areia; kalanât—a narrativa de ver; aye—oh!; gosthe—ao local passatempos transcendentais. Não obstante, qualquer pessoa que ouvir isso
de vacas que pastam; govardhana-giri-patim—Govardhana, o rei das colinas; loki- alcançará com certeza refúgio aos pés de lótus do Senhor Krsna.
tum—ver; itah—daqui; vrajan—indo; asmi—Eu estou; iti—assim; uktvã—dizendo;
pramadah—enlouquecido; iva—como se; dhãvan—correndo; avadhrtah—sendo se- VERSO 123
guido; ganaih—pelos devotos; svaih—próprios; gaurãhgah—o Senhor Sri Caitanya
Mahãprabhu; hrdaye—no coração; udayan—despontando; mãm—a mim; madayati— lllail-a^íiN-tca ata i
enlouquece. cssgefàstíis TO fasata 11 *A*> II
T R A D U Ç Ã O — " P e r t o de Jagannãtha Puri havia uma grande duna conhecida como éri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa
Cataka-parvata. Ao ver essa colina, Srí Caitanya Mahãprabhu disse: 'Oh! irei caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
à terra de Vraja para ver a Colina de Govardhana.' Então, pôs-Se a correr louca- éri-rüpa—Sri\a Rüpa Gosvãmí; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmí;
mente em direção a ela, e todos os Vaisnavas correram atrás dEie. Essa cena pade—aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro
desponta em meu coração e me e n l o u q u e c e . " chamado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krçnadãsa Kavirãja
Gosvãmí.
SIGNIFICADO—Este verso é citado do Gaurãhga-stava-kalpavrksa (8).
T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de Sri Rüpa e Srí Raghunãtha, desejando
VERSO 121 sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta,
seguindo seus passos.
4 C 3 ( 2 ) ^ 1 S C f 1 1 wcshff f-1I111
Cf afãc« t í c a c*fè ast-st^a c a i l ? Í Í Í ii
Nesíe ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Srí Caitanya-caritãmrta,
ebe prabhu yata kailã alaukika-lílã Antya-lílã, Décimo Quarto Capítulo, descrevendo as transcendentais emoções extáticas
ke varnite pare sei mahãprabhura khelã? de Srí Caitanya Mahãprabhu e o passatempo em que Ele confunde Cataka-parvata com
ebe—agora; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; yata—tudo isso; kailã—realizou; a Colina de Govardhana.
alaukika-lilã— passatempos incomuns; ke—quem; varnite pare—pode descrever; sei—
eles; mahãprabhura khelã—a diversão de Sri Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 122
A loucura transcendental
do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu
VERSO 1
durgame krsna-bhãvãbdhau
nimagnonmagna-cetasã
gaurena harinã prema-
maryãdã bhüri darsitã
durgame—muito difícil de entender; krsna-bhãva-abdhau—no oceano do amor ex-
tático por Krsna; nimagna—imerso; unmagna-cetasã—Seu coração estando absorto;
gaurena—por Srí Caitanya Mahãprabhu; harinã—pela Suprema Personalidade de
Deus; prema-maryãdã—a posição elevada do amor transcendental; bhüri—de di-
versas maneiras; darsitã—foi manifesta.
203
204 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 7 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 205
T R A D U Ç Ã O — A s s i m como no folguedo chamado cabo de guerra, a mente única TRADUÇÃO—Ao ficar muito agitada devido a sentir tanta saudade de Krsna, Sri-
do Senhor Caitanya sentia-se atraída em cinco direções pelos cinco atributos mati Rãdhãrãní falou um verso a Visãkhã, explicando a causa de Sua grande
transcendentais de Krsna. Dessa maneira, o Senhor ficou inconsciente. ansiedade e inquietude.
208 SVi Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 15 Verso 16 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 209
canalhas extravagantes. Eles sabem muito bem que Krsna é a Suprema Personali- T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, se disseres: 'Simplesmente tenta controlar
dade de Deus, mas, mesmo assim, desejam saquear a propriedade de Krsna." Teus sentidos', que direi? Não posso ficar zangada com Meus sentidos. Será
culpa deles? A beleza, o som, o toque, a fragrância e o sabor de Krsna são, por
VERSO 17 natureza, extremamente atrativos. Esses cinco aspectos atraem Meus sentidos,
e cada um deseja arrastar Minha mente para uma direção diferente. Dessa manei-
«a* wca, «Tn> *?h> fàcas i>íci, ra, a vida da Minha mente sofre sério risco, exatamente como um cavalo que,
iflf sw £1=1^ fitCf ata ? de uma só vez, segue cinco direções. Portanto, também corro risco de v i d a . "
VERSO 18 TRADUÇÃO—"A consciência de cada mulher dentro dos três mundos é, decerto,
como uma colina elevada, porém, a doçura da beleza de Krsna é como um oceano.
I f a c a ii a«fã cara, 5*sl-iafa anti cata, Mesmo uma gota dágua desse oceano pode inundar o m u n d o inteiro e submergir
5
^uaíltfàa i ? 1 «ri *aa i todas as altas colinas da consciência."
krsnera—do Senhor Krsna; vacana-mãdhuri—a doçura da fala; nãnã—diversas; rasa- krsnãhga—saurabhya-bhara, mrga-mada-mada-hara,
narma-dhâri— repleta de palavras divertidas; tara—disso; anyãya—atrocidades; nilotpalera hare gatva-dhana
kathana—descrição; nã yãya—não se p o d e fazer; jagatera—do mundo; nãrira—de jagat-nãrira nãsã, tara bhitara pãte vãsã,
mulheres; kãne—no ouvido; mãdhuri-gune—aos atributos de doçura; bãndhi'—atan- nãri-gane kare ãkarsana
do; tãne—puxa; tãnãtãni—cabo de guerra; kãnera—do ouvido; prãna yãya—a vida kr$na-ahga—o corpo de Krçna; saurabhya-bhara—repleto de fragrância; mrga-
esvai-se. mada—de almíscar; mada-hara—poder embriagante; nilotpalera—da flor de lótus
azulada; hare—afasta; garva-dhana—o orgulho do tesouro; jagat-nãrira—das mu-
TRADUÇÃO—"A doçura das palavras divertidas de Krsna danifica indescritivel- lheres no mundo; nãsã—narinas; íãra bhitara—dentro delas; pãte vãsã—constrói uma
mente os corações de todas as mulheres. Suas palavras atam o ouvido de uma residência; nãri-gane—mulheres; kare ãkarsana—atrai.
mulher a suas (das palavras) qualidades doces. Assim, brinca-se de cabo de
guerra, e a vida do ouvido esvai-se." TRADUÇÃO—"O aroma do corpo de Krçna é mais eniouquecedor do que b aroma
do almíscar, e supera a fragrância da flor de lótus azulada. Ele penetra as narinas
VERSO 21 de todas as mulheres do mundo e, aninhando-se ali, exerce sobre elas uma grande
atração."
ça»--w«p g ^ t i ê r , fã. j p f è s i i t a api, VERSO 23
6Í> fa f s r c i ca* ' ( t l ^ - s n i i
ascaaa w a t i s , « t c « as*íá w f a r e ,
i c » t e i í t a l a *pfc « w «uasfãc« a » ,
's-itfça' ?ca i f f l a i i i
« H f f o l 1t#W 1-1*1 II *i II
ersta c i t « , il t i l c i ici c**í«,
krsnãhga susitala, ki kahimu tara bala, as?iraTTc«ta i f i a i i * * e n
chatãya jine kofíndu-candana
saéaila nãrira vaksa, tãhã ãkarsite daksa, krsnera adharãmrta, tãte karpüra manda-smita,
ãkarsaye nãri-gana-mana sva-mãdhun/e hare nãrira mana
kr$na-ahga—o corpo de Krçna; su-sitala—muito refrescante; ki kahimu—que direi; anyatra chãdãya lobha, nã pãile mane ksobha,
tara—disso; bala—a força; chatãya— mediante os raios; jine—suplanta; koti-indu— vraja-nãrí-ganera müla-dhana
milhões e milhões de luas; candana—polpa de sândalo; sa-éaila—como colinas krsnera—do Senhor Krçna; adhara-amrta—a doçura dos lábios; tãte—«orn isso;
elevadas; nãrira—de uma mulher; vaksa—seios; tãhã—isso; ãkarsite—em atrair; karpüra—cânfora; manda-smita—sorriso gentil; sva-mãdhurye—com Sua doçura;
daksa— muito hábil; ãkarsaye—atrai; nãri-gana-mana—as mentes de todas as mulheres. hare—atrai; nãrira mana—as mentes de todas as mulheres; anyatra—em qualquer
outra parte; chãdãya—destrói; lobha—cobiça; nã pãile—sem obter; mane— na mente;
TRADUÇÃO—"O corpo transcendental de Krçna é tão refrescante que a ele não ksobha—muita agitação; vraja-nãri-ganera—de todas as gopis de Vrndãvana; müla-
se compara sequer a polpa de sândalo ou milhões e milhões de luas, e, com muita dhana—riqueza.
destreza, atrai os seios de todas as mulheres, os quais lembram colinas altas.
Na verdade, o corpo transcendental de Krsna atrai as mentes de todas as mulheres TRADUÇÃO—"Ao combinarem-se com a cânfora de Seu sorriso gentil, os lábios
dentro dos três m u n d o s . " de Krçna são tão doces que atraem as mentes de todas as mulheres, forçando-as
a abandonarem todas as outras atrações. Se a doçura do sorriso de Krsna torna-se
inacessível, advirão muitas dificuldades mentais e lamentação. Essa doçura é
VERSO 22 a única riqueza com que as gopis de Vmdãvana contam."
VERSO 24
* t t C 1 f « . 1 C i a 5Ca I <a<s asfV c f t a ç f a , g ç w i t a as& i f a ' ,
srMe,-itata i t i l , « t a p s « a f i r a a d l , ascç,-'«i,^«i-anatai
i t f t ò w f ca 'Jatas^«i n n n
214 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 29 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 215
efal fcflfti" gaurahari, dui-janãra kantha dhari', T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara Gosvãmi cantava canções apropriadas, e Rãmã-
kahe, — 'éuna, svarüpa-rãmarãya nanda Rãya recitava versos adequados para animar a atitude extática do Senhor.
kãhãh karoh, kãhãh yãha, kãhãh gele krsna pãha, Só assim, foram capazes de apaziguá-lO.
duhhe more kaha se upãya'
eta kahi'—dizendo isso; gaurahari—Sri Caitanya Mahãprabhu; dui-janãra—das VERSO 27
duas pessoas; kantha dhari'—agarrando os pescoços; kahe—disse; suna—por favor,
ouvi; svarüpa-rãma-rãya—Svarüpa Dâmodara e Rãmãnanda Rãya; kãhãh karoh— <• « f i a s , fawtlfe, â l ? t 5 c M i f i « a i
que farei; kãhãh yãha—para onde irei; kãhãh gele— indo aonde; krsna pãha—posso I s i a c a t a s - ^ c * « « * asara « r a « u I U I H
obter Krsna; duhhe—os dois; more—a Mim; kaha—por favor, dizei; se upãya—tal
meio. karnãmrta, vidyãpati, éri-glta-govinda
ihãra éloka-gite prabhura karãya ãnanda
TRADUÇÃO—Após falar dessa maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu agarrou os pes- karnãmrta—o livro Krsna-karnãmrta; vidyãpati—o autor Vidvãpati; éri-gita-goiwda—
coços de Rãmãnanda Rãya e Svarüpa Dâmodara. Então, o Senhor disse: " M e u s o livro Sri Gita-govinda de Jayadeva Gosvãmi; ihãra—desses; éloka-gite—versos e
queridos amigos, por favor, ouvi-Me. Que farei? Para onde irei? Aonde posso canções; prabhura—para Sri Caitanya Mahãprabhu; karãya—criam; ãnanda—felici-
ir de modo a obter Krsna? Por favor, dizei-Me como posso encontrá-lO?" dade.
VERSO 31 VERSO 33
Çffe « t l t W f « t f «lf«-««F1«1 |
« t í f tf%' *tf%' 5tfV 1*11 ««11 I! II ^Tfaf r:«if«5tfçfcc^*f4rat5i*j;t>5: n ••>= ii
VERSO 34 T R A D U Ç Ã O — ' " P o r acaso não vistes Krsna vindo por esse caminho? Por favor,
dizei-nos que direção Ele seguiu para que assim possais salvar nossas v i d a s . " '
VERSO 37
TRADUÇÃO—'"Ó plantas de flores mãlati, flores mallikã, jãti e flores yüthikã, T R A D U Ç Ã O — " V e n d o que as árvores não respondiam, as gopis ficaram matutan-
será que vistes Krsna passando por este caminho, tocando Suas mãos em vós do: 'Já que todas essas árvores pertencem à classe masculina, na certa todas elas
para vos dar p r a z e r ? ' " são amigas de K r s n a . ' "
VERSO 35 VERSO 38
«11*, f*ftHfi s r ç , Cftfa«t3 l 4 cf ci f fie? f c u a fcwa « f i t a ?
«IsrVrívi í c a , « * i a - « * i f ia 11 *>« n 4-ahwrfs *rel, « u r a i ã t « i f a n «v-11
ãmra, panasa, piyãla, jambu, kovidãra e kene kahibe krsnera uddeéa ãmãya?
tirtha-vãsi sabe, kara para-upakãra e—stri-jãti latã, ãmãra sakhi-prãya
ãmra—ó mangueira; panasa—ó jaqueira; piyãla—ó árvore piyãla; jambu—ó árvore e—essas; kene— por que; kahibe—dirão; krsnera—do Senhor Krsna; uddeéa—-dire-
jambu; kovidãra—ó árvore kovidãra; tirtha-vãsi— habitantes de um lugar sagrado; ção; ãmãya—a nós; c—essas; stri-jãti— pertencentes à classe de mulheres; /u/ã—tre-
sabe—todas; kara—por favor, fazei; para-upakãra—benefício alheio. padeiras; ãmãra—nossas; sakhi-prãya—como amigas.
TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: ' " 0 mangueira, ó jaqueira, T R A D U Ç Ã O — " ' P o r que as árvores iriam contar-nos para onde Krçna foi? Ao invés
ó árvore piyãla, ó árvore jambu e árvore kovidãra, todas vós residis em solo disso, vamos perguntar às trepadeiras; elas são fêmeas e, por isso, são como
sagrado. Sendo assim, por favor, agi em prol do bem-estar a l h e i o . " ' amigas para n ó s . " '
VERSO 36 VERSO 39
VERSO 41 VERSO 44
« J i - i i - ç « «tWr* a a r a i i i i i
«r.«*ítr.ní«f « t V í c a s í * l * i a t « l u " 8> 11 w{ ^ * I T * afà çfiíT^afi^si as i
tumi-saba—hao ãmãra sakhira samãna
krsnoddesa kahi' sabe rãkhaha parãna"
tumi-saba—todas vós; hao—sois; ãmãra—nossas; sakhira—queridas amigas; sa-
mãna—iguais a; krsna-uddesa—a direção pela qual Krçna seguiu; tam'—falando; apy ena-patny upagatah priyayeha gãtrais
sabe—todas vós; rãkhaha parãna—salvai nossas vidas. tanvan drsãm sakhi sunirvrtim acyuto vah
kãntãhga-sahga-kuca-kuhkuma-rahjitãyãh
kunda-srajah kula-pater iha vãti gandhah
T R A D U Ç Ã O — ' " T o d a s vós sois exatamente como nossas queridas amigas. Por
api—se; ena-patni—ó corça; upagatah—veio; priyayã—juntamente com Sua muito
favor, contai-nos que caminho Krsna seguiu e salvai nossas v i d a s . " '
querida companheira; iha—aqui; gãtraih—pelos membros do corpo; tanvan—au-
mentando; drsãm—dos olhos; sakhi—ó minha querida amiga; su-nirvrtim—felici-
dade; acyutah—Krçna; vah—de todas vós; kãnta-ahga—com o corpo da amada;
VERSO 42 sahga—com a associação; kuca-kuhkuma—com o pó de kuhkuma dos seios; rahji-
tãyãh—tingiu; kunda-srajah—da guirlanda de flores kunda; kula-pateh—de Krçna;
iha—aqui; vãti—paira; gandhah—a fragrância.
' • 4 * - « W fJ?t, « C Í Sfl TO « I t l t W II 8* II
uttara nã pãhã punah bhãvena antare TRADUÇÃO—"'Ó esposa do veado, o Senhor Krçna estava abraçando Sua amada,
'eha—krsna-dãsi, bhaye nã kahe ãmãre' e assim o pó de kuhkuma dos seios dEla cobriu Sua guirlanda de flores kunda.
uttara—resposta; nã—não; pãhã— obtendo; punah—novamente; bhãvetia—pensam; A fragrância dessa guirlanda está pairando por aqui. O minhas queridas amigas,
antare— mentalmente; eha—essas; krsna-dãsi— criadas de Krçna; bhaye—temerosas; vistes Krsna passando por esse caminho com Sua muito querida companheira,
nã kahe— não falam; ãmãre—para nós. aumentando o prazer dos olhos de todas v ó s ? " '
222 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 50 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 223
SIGNIFICADO—Este verso é citado do Srimad-Bhãgavatam ( 1 0 . 3 0 . 1 1 ) . T R A D U Ç Ã O — ' " K r s n a abraçava Srímatí Rãdhãrãní, e o pó de k u h k u m a dos seios
dEla misturou-se com a guirlanda de flores kunda que decorava o corpo dEle.
VERSO 45 O aroma da guirlanda perfumou a atmosfera i n t e i r a . " '
awi-i* S i * a» I I « I I i
«<jsç, $pst,
VERSO 48
<
cstim si f«tt: » «ifl»!! ? ali** « u m II 8« II
?u It1 çffè' cwi» sctl-fiifMil i
"kaha, mrgi, rãdhã-saha sri-krsna sarvathã
fisii Ss? fàci -ai—ai « c a «ífJí*n 11" 11
tomãya sukha dite ãilã? nãhika anyathã
kaha—por favor, dize; mrgi—ó corça; rãdhã-saha—com Srimati Rãdhãrãní; sri- ATSÍW H W I chãdi' gelã, ihoh—virahini
krsna—o Senhor Sri Krçna; sarvathã—sob todos os aspectos; tomãya—a ti; sukha kibã uttara dibe ei—nã sune kãhini"
dite—para dar prazer; ãilã—veio; nãhika anyathã—isto é certo. krsiia—o Senhor Krçna; ihãh—aqui; chãdi' gelã—deixou; ihoh—as corças; virahini—
sentindo saudades; kibã—que; uttara—resposta; dibe—darão; ei—essas; nã sune—não
T R A D U Ç Ã O — ' " Õ querida corça, Sri Krçna fica sempre muito satisfeito em te dar ouvem; kãhini— nossas palavras.
prazer. Por favor, informa-nos se Ele passou por esse caminho na companhia
de Srimati Rãdhãrãní. Achamos que, com certeza, Eles vieram por esse caminho.'" T R A D U Ç Ã O — ' " O Senhor Krçna deixou esse lugar, e por isso as corças sentem
saudades. Elas não ouvem nossas palavras; portanto, como podem responder-
nos?'"
VERSO 46
VERSO 49
i w - f i f a i f t « n m , if% nft&m i
c « « srtfà « t i C 1 C 5 « W - M * II 8* II «ÍCM Ü V W c » c i <3jH*»wdi i
"tW a i * i f % a t c s <JfàiV5*tca n 8 » 11
rãdhã-priya-sakhi ãinarã, nahi bahirahga
dura haite jãni tara yaiche ahga-gandha ãge vrksa-gana dekhe puspa-phala-bhare
rãdhã—de Srimati Rãdhãrãní; priya-sakhi—amigas diletíssimas; ãmarã—nós; MAMI sãkhã saba padiyãche prthivi-upare
bahirahga—não somos estranhas; diira haite—a distância; /««/—conhecemos; t a r a - ãge—adiante; vrksa-gana—as árvores; dekhe—vêem; puspa-phala-bhare—devido à
do Senhor Krçna; yaiche—como; ahga-gandha—aroma do corpo. sobrecarga de flores e frutas; sãkhã saba—todos os galhos; padiyãche—curvaram-se;
prthivi-upare— até o chão.
T R A D U Ç Ã O — ' " N ã o somos estranhas. Por sermos amigas diletíssimas de Srímatí
Rãdhãrãní, podemos perceber a distância o aroma do corpo de K r s n a . ' " T R A D U Ç Ã O — " E n t ã o , as gopis depararam com muitas árvores tão carregadas de
frutas e flores que seus galhos curvavam-se até o c h ã o . "
VERSO 47 VERSO 50
«C13 C*fV 4 * 1 1 « c a a J W W t l I
«a3-^«B3itíTl-tOT irq. - ' g i i f i s 11 si n aju^tia *tcç « t c a isfwl íaaía n < t » «
rãdhã-ahga-sahge kuca-kuhkuma-bhüsita krsne dekhi' ei saba karena namaskãra
krsna-kunda-mãlã-gandhe vãi/u—siwãsita krsna-gamana puche tare kariyã nirdhãra
rãdhã-ahga—o corpo de Srimati Rãdhãrãní; sahge—abraçando; kuca-kuhkuma—com krsne dekhi'—vendo Krçna; «—essas; saba—todas; karena namaskãra—oferecem
o kuhkuma dos seios; bhüsita—decorou; krsna—do Senhor Krçna; kunda-mãlã—da respeitosas reverências; krsna-gamana—a passagem de Krçna; puche— perguntam;
guirlanda de flores kunda; gandhe—pe\a fragrância; vãyu—o ar; su-iwsita—aromático. tare—a elas; kariyã nirdhãra—certificando-se.
224 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 55 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 225
TRADUÇÃO—"As gopis acharam que, como deviam ter visto Krsna passar por TRADUÇÃO—" 'Para impedir as abelhas de pousarem no rosto de Sua amada, Ele,
ali, todas as árvores estavam oferecendo-Lhe respeitosas reverências. Para cer- com a flor de lótus em Sua mão, afastava-as para longe, e assim Sua mente
tificarem-se, as gopis perguntaram às árvores." distraía-se um p o u q u i n h o . ' "
VERSO 51 VERSO 53
VERSO 52 VERSO 55
priyã-mukhe bhrhga pade, tãhã nivãrite eía bali' ãge cale yamunãra kãle
lílã-padma cãlãite haila anya-citte dekhe,—tãhãh krsna haya kadambera tale
priyã-mukhe—sobre o rosto de Sua amada; bhrhga—as abelhas; pade—caem; tãhã— eta bali'—dizendo isso; ãge cale—seguem em frente; yamunãra küle—na orla perto
isso; nivãrite— para impedir; lilã—os passatempos; padrna—a flor de lótus; cãlãite— do Yamunã; dekhe— elas vêem; tãhãh—ali; krsna—o Senhor Krçna; haya—está pre-
fazendo mover-se; haila—era; anya-citte—com a mente distraída. sente; kadambera tale—debaixo de uma árvore kadamba.
226 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 61 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 227
T R A D U Ç Ã O — " D i z e n d o isso, as gopis caminharam pela orla perto do rio Yamunã. T R A D U Ç Ã O — A s s i m como das outras vezes, eles perceberam todos os transcenden-
Ali, viram o Senhor Krsna debaixo de uma árvore k a d a m b a . " tais sintomas de amor extático manifestos no corpo de árí Caitanya Mahãprabhu.
Embora externamente Ele parecesse estar confuso, no íntimo Ele saboreava bem-
VERSO 56 aventurança transcendental.
VERSO 59
casTfèaaiacatça «rasrtaaa i
«i*tta cftitcí çca ar*tc3ra-*r*f II <fh n «2<íie, í c a fàfèT « í T r f f T l CIFSI l
5
« f i a i ctàfàça a $ | TOA a«f» 11 cs 11
koti-manmatha-mohana murali-vadana
apara saundarye hare jagan-netra-mana pürvavat sabe mili' karãila cetana
koti—dez milhões; manmatha—Cupidos; mohana—encantando; murali-vadana— uthiyã caudike prabhu karena darsana
com Sua flauta em Seus lábios; apara—ilimitada; saundarye—pela beleza; hare— pürva-vat—como antes; sabe—todos; mili'—reunindo-se; karãila cetana—trouxeram
encanta; jagat—do mundo inteiro; netra-mana—os olhos e a mente. à consciência; uthiyã— levantando-Se; cau-dike— por toda a volta; prabhu—Sri
Caitanya Mahãprabhu; karena darsana—ficou olhando.
T R A D U Ç Ã O — " P o s t a d o ali com Sua flauta em Seus lábios, Krsna, que encanta
milhões e milhões de Cupidos, atraía, com Sua beleza ilimitada, os olhos e as TRADUÇÃO—Uma vez mais, valendo-se de um esforço concentrado, todos os
mentes d o m u n d o t o d o . " devotos trouxeram Sri Caitanya Mahãprabhu de volta à consciência. Então, o
Senhor levantou-Se e pôs-Se a vagar daqui para ali, olhando por toda a volta.
VERSO 57
VERSO 60
C l W CWtWI fCT *tü? »£#t »tt<»1 I
cçaastc*! * a w f i Mifêiil «nfâal ti ««» n " a n t l ctsrl « a a ? líiafà « t f o * a a 4 a i
saundarya dekhiyã bhüme pade mürcchã pãhã i l i í í catoa" cata çfàej caa-aa i *• 11
hena-kãle svarüpãdi mililã ãsiyã
saundarya—beleza; dekhiyã—vendo; bhüme—ao chão; pade—caiu; mürcchã pãhã— "kãhãh gelã krsna? ekhani pãinu daraéana . 1
ficando inconsciente; hena-kãle—nesse momento; svarüpa-ãdi—os devotos, enca- tãhhãra saundarya mora harila netra-mana!
beçados por Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; mi/itó ãsiyã—vieram ali e encontraram. kãhãh—para onde; gelã krsna—Krsna foi; ekhani—justo agora; pãinu daraéana—Eu
vi; tãhhãra—Sua; saundarya—beleza; mora—Meus; harila—arrebatou; netra-mana—
TRADUÇÃO—Ao ver a beleza transcendental de Krsna, Srí Caitanya Mahãprabhu, olhos e mente.
inconsciente, caiu ao chão. Nesse momento, todos os devotos, encabeçados por
Svarüpa Dâmodara Gosvãmi, juntaram-se a Ele no jardim. TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Para onde foi Meu Krsna? Acabei
de vê-lO há pouco, e Sua beleza cativou Meus olhos e Minha m e n t e . "
VERSO 58
VERSO 61
^jfáe. i ^ t o r itfaas^taaasei i
«rgca «rt.!*jj-<Bijírt(f, atfèca fass*? II eb- II »ja: casca ai cwfàca «a*TVaaa!
* W * a4a-c»itcí5 aaa aaa n " » > i
püroavat sarvãhge sãttvika-bhãva-sakala
antare ãnanda-ãsvãda, bãhire vihvala punah kene nã dekhiye murali-vadana!
pürva-vat—como antes; sarva-ahge—por todo o corpo; sãttvika—transcendentais; tãhhãra daréana-lobhe bhramaya nayana"
bhãva-sakala—todos os sintomas de amor extático; antare—no íntimo; ãnanda- punah—outra vez; kene—por que; nã dekhiye—não vejo; murali-vadana—com Sua
ãsvãda—o sabor da bem-aventurança transcendental; bãhire—externamente; vihva- flauta em Seus lábios; tãhhãra—dEle; daréana-lobhe—na esperança de ter a visão;
la—confuso. bhramaya—estão vagando; nayana—Meus olhos.
228 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 65 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 229
TRADUÇÃO—"Por que não posso ver outra vez Krçna segurando Sua flauta em belo quanto a lua cheia outonal. Devido a essa beleza, Madana-mohana, aquele
Seus lábios? Meus olhos vagam com a esperança de vè-IO uma vez m a i s . " que encanta Cupido, está fazendo M e u s olhos sentirem cada vez mais desejo
de v ê - l O . "
VERSO 62
SIGNIFICADO—Este verso é também encontrado no Govinda-lilãmrta (8.4).
fa*rtatr.a atai çaçç «fias « f ç s r l i
d * o t f * a ç t s f ç t f s c s srtf-sW I I II VERSO 64
TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu recitou o seguinte verso, que Sri- nava-ghana-snigdha-varna, dalitãhjana-cikkana,
mati Rãdhãrãní falou à Sua querida amiga Visãkhã. indivara-nindi sukomala
jini' upamãna-gana, hare sabãra netra-mana,
VERSO 63 krsna-kãnti parama prabala
nava-ghana—uma nuvem recém-formada; snigdha—atraente; varria—compleição
física; dalita—em pó; anjana—colírio; cikkana—polida; indivara—uma flor de lótus
azul; nindi— derrotando; su-komala—suave; jini'—superando; upamãna-gana—toda
comparação; hare—atrai; sabãra—de todos; netra-mana—os olhos e a mente; krsna-
•si^fsi^fl^: ^«•si^HlçTíifJs: kãnti—a tez de Krçna; parama prabala—supremamente poderosa.
T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, por favor, dize-Me que devo fazer. Krsna TRADUÇÃO—"O brilho do corpo de Krsna é tão belo quanto uma lua cheia
imaculada que acaba de aparecer, e a vibração de Sua flauta soa exatamente como
é tão atrativo como uma nuvem maravilhosa, e Meus olhos são exatamente como
a doce trovoada de uma nuvem recém-formada. Ao ouvirem essa vibração, todos
pássaros cãtakas, que estão morrendo de sede devido a não verem essa n u v e m . "
os pavões em Vrndãvana começam a dançar."
VERSO 66
VERSO 68
•Ttarçs-ifãici, f i e * esta « a t i ,
i ^ w a aas^ftfe « t u i
c*i t i a i t i çirtH fN i
lsw*-ftfà»rt«ri, 8 I H fàatcs cwi,
fbfa4vt*ta*t, c i e i fwr wilun.
•rta «Í5 ca*rs€t-»rt»i i n
i t a çrsas f*te<5 n *trç«r D 4v- ii
saudãmini pitãmbara, sthira nahe nirantara,
muktã-hãra baka-pãnli bhãla lilãmrta-i<arisane, sihce caudda bhuvane,
indra-dhanu sikhi-pãkhã, upare diyãche dekhã, hena megha yabe dekhã dila
ãra dhanu vaijai/anti-mãla durdaiva-jhahjhã-paimne, meghe nila anya-sthãne,
saudãmini—raios; pita-ambara—a roupa amarela; sthira—mesmo assim; nahe— não mare cataka, pite nã pãila
é; nirantara—sempre; muktã-hãra—o colar de pérolas; baka-pãhti bhãla—como uma lilã—dos passatempos de Krçna; amrta—do néctar; varisane—a torrente; sihce—
fileira de patos; indra-dhanu—o arco de Indra (um arco-íris); sikhi-pãkhã—a pena alaga; caudda bhuvane—os quatorze mundos; hena megha—semelhante nuvem;
de pavão; upare— sobre a cabeça; diyãche dekhã—é visto; ãra dhanu—outro arco-íris; yabe—quando; dekhã dila—era visível; durdaiva—infortúnio; jhahjhã-pavane—um
vaijayanti-mãla—a guirlanda vaijayanti. vento veloz; meghe—a nuvem; nila—levou; anya-sthãne—para outro lugar; mare—
morre; cataka—o pássaro cataka; pite nã pãila—não pôde beber.
krsna—do Senhor Krsna; kara-pada-tala—as palmas das mãos e as solas dos pés; harinmani-kavãtikã-pratata-hãri-vaksah-sthalah
koti-candra—milhões e milhões de luas; su-éítala—refrescantes e agradáveis; jini'— - smarãrta-taruní-manah-kalusa-hãri-dor-argalah
superando; karpüra—cânfora; venã-müla—raízes de khasakhasa; candana—polpa de sudhãthéu-hari-candanotpala-sitãbhra-éitãhgakah
sândalo; eka-bãra—uma vez; yãra—das quais; sparée—pelo toque; smara-jvãlã—o sa me madana-mohanah sakhi tanoti vaksah-sprhãm
efeito ardente da lembrança; visa—o veneno; nãée—fica destruído; yãra—das quais; harit-mani—das jóias indraniía; kavãtikã—como uma porta; pratata—amplo; hãri—
sparse—pelo toque; lubdha—seduzidas; nãrí-mana—as mentes de mulheres. atraente; vaksah-sthalah—cujo peito; smara-ãrta—aflitas com a lembrança; taruni— de
mocinhas; manah—da mente; kalusa—a dor; hãri—afastando; doh— cujos dois braços;
TRADUÇÃO—"O efeito refrescante combinado de cânfora, raízes de khasakhasa argalah—como dardos; sudhãméu—a lua; hari-candana—sândalo; utpala—flor de
lótus; siíãbhra—cânfora; éita—refrescante; ahgakah—cujo corpo; sah—isso; me—Meu;
e sândalo é superado pelo frescor das palmas das mãos de Krçna e das solas
madana-mohanah—Krsna, que é mais atrativo do que Cupido; sakhi—Minha amiga;
de Seus pés, que são mais refrescantes e mais agradáveis do que milhões e
tanoti—expande; vak$ah-sprhãm—o desejo dos seios.
milhões de luas. Caso elas toquem as mulheres sequer uma vez, suas mentes
são seduzidas, e o veneno ardente do desejo luxurioso por Krsna é imediata-
mente d e s t r u í d o . " T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, o peito d e Krsna é tão amplo e atraente
VERSO 77 quanto uma porta feita de jóias indraniía, e Seus dois braços, fortes como dardos,
podem aliviar a angústia mental de mocinhas acossadas de desejos luxuriosos
<m$m fã?itf «síà' estalías»! c ^ a s f ã , por Ele. Seu corpo é mais refrescante do que a lua, o sândalo, a flor de lótus
e a cânfora. Dessa maneira, Madana-mohana, aquele que atrai Cupido, intensi-
fica o desejo dos Meus s e i o s . "
c a * csrtf <tf?' atai, f ã w t c a TO atai,
fèatfeai ç a c a a cata* n ii SIGNIFICADO—Este verso também faz parte d o Govinda-lilãmrta (8.7).
VERSO 78
VERSO 80
< r
*fã ll 1?atf5*Ts^55Tfãa *:'?5i:
,
sawi-TOfa seara, üi aa ^ f í t e a i
^ft^^a^4^?ffàpría#á! i
ca«fl fàal a» sfa' TO ^«Trc» 11 v 11
VERSO 82 VERSO 85
«Ji; tis «rrswr.3, «Rgra «€i 11 v-v n 'bal' 'bal' prabhu balena, bhakta-gana éuni'
caudikete sabe meli' kare hari-dhvani
sei pada punah punah karãya gãyana bal bal—continua cantando, continua cantando; prabhu balena—Sri Caitanya
punah punah ãsvãdaye, karena nartana Mahãprabhu disse; bhakta-gana—os devotos; suni'—ouvindo; cau-dikete— por todo
sei pada—esse verso; punah punah—repetidas vezes; karãya gãyana—fez cantar; o redor; sabe— todos; meli'—reunindo-se; kare hari-dhvani—vibram o santo nome
punah punah—repetidas vezes; ãsvãdaye— saboreia; karena nartana—dança. de Hari.
Verso 9 7 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 243
242 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-hla, 15
VERSO 9 4
payah-rãéeh—perto do mar; tire— na praia; sphurat—belo; upavanãli— jardim; faj/o- T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
nayã—ao ver; muhuh—o tempo todo; vrndãranya—a floresta de Vrndãvana; smarana- sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
janita—lembrando-Se de; prema-vivaéah—ficando tomado de amor extático por guindo seus passos.
Krsna; kvacit—às vezes; krsrw—do santo nome de Krsna; ãvrtti—repetição; pracala—
muito atarefada em; rasanah—cuja língua; bhakti-rasikah—entendido em serviço
devocional; sn/i—esse; caitanyah—Srl Caitanya Mahãprabhu; kim—se; me—minha;
Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
punarapi—entra vez; dréoh— dos olhos; yâsyati—irá; podam— ao alcance. Antya-lilã, Décimo Quinto Capítulo, descrevendo os passatempos que Sn Caitanya Mahã-
prabhu realizou no jardim perto do mar.
TRADUÇÃO—"Srí Caitanya Mahãprabhu é o mais elevado de todos os devotos.
Ãs vezes, enquanto caminhava pela praia, via um belo jardim circunvizinho e
confundia-o com a floresta de Vrndãvana. Sendo assim, ficava inteiramente do-
minado pelo amor extático por Krsna e passava a dançar e a cantar o santo nome.
Sua língua não parava de agir enquanto Ele cantava: 'Krsna! Krsna!' Será que
Ele tornará a aparecer diante do meu campo de visão?"
VERSO 98
i k t - * 1 l t « l - » t W 113 « T H I
fo«95fo5T*J5 f» S U í T I II II
VERSO 1
« r a W W a ^ ^ t ^ c a í s i f l ^ f s i f t ^ T i e . II 5 li
vande srí-krsna-caitanyam
krsna-bhãvãmrtam hi yah
ãsvãdyãsvãdayan bhaktãn
prema-diksãm asiksayat
vande—ofereço minhas respeitosas reverências; srí-krsna-caitanyam—ao Senhor
Sri Caitanya Mahãprabhu; krsna-bhãva-amrtam—o néctar do amor extático por
Krsna; hi—com certeza; yah—aquele que; ãsvãdya—saboreando; ãsvãdaya?!—fazendo
com que saboreassem; bhaktãn—os devotos; prema—em amor a Krsna; diksãm—
iniciação; asiksayat—instruiu.
247
248 érí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16 Verso 7 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 249
VERSO 2 VERSO 5
T R A D U Ç Ã O — D e s s e modo, Srí Caitanya Mahãprabhu, na companhia de Seus de- T R A D U Ç Ã O — E m b o r a fosse um devoto muito avançado, Kãlidãsa era extremamen-
votos e sempre imerso em amor extático devocional, permaneceu em Jagannãtha te simples e liberal. Ele cantava o santo nome de Krsna enquanto realizava suas
Puri. atividades corriqueiras.
VERSO 4
VERSO 7
lí"fTO «tfÇarl 11 Cittcsi I
9^kt. « t f f à ' £«JS9f « Ç l f l » 1 1 n 8 II
' T O s u ' u ' * f à ' *rt»tii PtsTti I I 1 I I
varsãntare ãilã saba gaudera bhakta-gana
pürvavat ãsi' kaila prabhura milana kautukete tenho yadi pãsaka khelãya
varsa-antare—no ano seguinte; ãilã—vieram; saba—todos; gaudera—da Bengala; 'hare krsna' 'krsna' kari' pãsaka cãlãya
bhakta-gana—os devotos; pürva-vat—como antes; ãsi'—vindo; kaila—fizeram; pra- kautukete—como distração; tenho—ele; yadi—quando; pãsaka khelãya—joga com
bhura milana—encontro com éri Caitanya Mahãprabhu. dados; hare krsna—o santo nome do Senhor; krsna—Krsna; kari'—cantando; pãsaka
cãlãya—joga o dado.
TRADUÇÃO—Como de costume, no ano seguinte, todos os devotos da Bengala
foram a Jagannãtha Puri, e, como nos anos anteriores, houve um encontro entre TRADUÇÃO—Ele costumava jogar dados como distração, e, enquanto jogava
árí Caitanya Mahãprabhu e os devotos. dados, cantava Hare Krsna.
250 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16 Verso 13 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 251
SIGNIFICADO—A este respeito, êrfla Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura aconselha brãhmana-vaisnava yata—chota, bada haya
que os homens desta era não imitem a diversão de um mahã-bhãgavata como Kãli- uttama-vastu bheta lahã tãhra thãhi yãya
dãsa. Quem, tentando imitá-lo, joga dados ou baralho ao mesmo tempo em que brãhmana-vaisnava—Vaiçnavas provenientes de famílias de brãhmanas; yata—
canta o mahã-mantra Hare Krçna, com certeza tornar-se-á vítima de ofensas ao todos; chota—neófitos; bada—muito avançados; haya—são; uttama-vastu—comestí-
santo nome. Conforme se diz, hari-nãma-bale pape pravrtti: não devemos cometer veis de primeira classe; bheta lahã—levando como presentes; tãhra thãni—a eles;
atividades pecaminosas apoiando-nos na força do cantar do mantra Hare Krsna. yãya—vai.
Decerto jogar dados é incorrer em jogos de azar, mas afirma-se aqui com muita
clareza que Kãlidãsa fazia isto apenas como uma distração. Um mahã-bhãgavata TRADUÇÃO—Ele visitava todos os Vaiçnavas nascidos em famílias de brãhmanas,
pode fazer qualquer coisa, mas nunca se esquece dos princípios básicos. Por isso, quer fossem devotos neófitos ou avançados, e dava-lhes presentes de comestíveis
diz-se que vaisnavera kriyã-mudrã vijheha nã bujhaya: "Ninguém pode compreender de primeira ciasse.
as atividades do devoto p u r o . " Não devemos imitar Kãlidãsa.
VERSO 11
VERSO 8
i r * fctfas cta-ira wsn «rtf%l i
3a »ta-wtca3 c t W 5a wtfVgsl i
A
3>15l « 1 1 T 3 , « C l 3 C 5 3J«t43t 1155 II
caascaa time afècs c $ C 5 l C5»t f s i i v u
tãhra thãhi éesa-pãtra layena mãgiyã
raghunãtha-dãsera tenho haya jhãti-khudã kãhãh nã pãya, tabe rahe lukãhã
vaisnavera ucchista khãite tenho haila budã tãhra thãhi—deles; éesa-pãtra—pratos com os restos; layena—recebe; mãgiyã—pe-
raghunãtha-dãsera—de Raghunãtha dãsa Gosvãmi; tenho—ele (Kãlidãsa); haya—é; dindo; kãhãh—onde; nã pãya—não recebe; tabe—então; rahe—fica; lukãhã—escondido.
ihãti—parente; khudã—üo; vaisnavera—dos Vaisnavas; ucchista—restos do alimento;
khãite—comendo; ferino—ele; haila—ficou; budã—idoso. TRADUÇÃO—Ele pedia restos de comida a esses Vaiçnavas, e, quando não con-
seguia nada, escondia-se.
T R A D U Ç Ã O — K ã l i d ã s a era tio de Raghunãtha dãsa Gosvãmí. Ao longo de toda
a sua vida, mesmo em sua velhice, ele procurava comer os restos do alimento VERSO 12
deixados pelos Vaisnavas.
VERSO 9 c«tsr*i **fàm *tta c m M P l ala i
^«•tePl c a 5 *tta «ufa' etfi»' ara n 5* 11
ctVçca Pt 53 *ra caaacaa f «I i
T3T3 w f t á C«C51 asfãet CBtaffl li a> II bhojana karite pãtra phelãhã yãya
lukãhã sei pãtra ãni' cãfi' khãya
gauda-deée haya yata vaisnavera gana bhojana karile— depois de comer; pãtra—o prato; phelãhã yãya—é jogado fora;
sabãra ucchista tenho karilã bhojana lukãhã—escondido; sei pãtra—o prato; ãni'—trazendo; cãti' khãya—ele lambe.
gauda-deée— na Bengala; haya—são; yata—tantos quantos; vaisnavera gana—Vaiç-
navas; sabãra—de todos; ucchista—restos de comida; tenho—ele; karilã bhojana— T R A D U Ç Ã O — D e p o i s q u e os Vaiçnavas acabavam de comer, jogavam fora seus
comeu. pratos ou folhas, ao que Kãlidãsa, saindo de seu esconderijo, apanhava as folhas
e lambia os restos.
T R A D U Ç Ã O — K ã l i d ã s a comeu os restos da comida de tantos Vaiçnavas quantos
havia na Bengala. VERSO 13
VERSO 10
^aí-caa3C33 aca 3ta cei> 9T«fl»l i
!3tW«l-C33J3 3« C5tl>, 3<5 53 I
45a<3 $13 $faêè ata gastou n 5 ® 11
«<Sa-a<g C»Í> Pf<ÍPl i t i fctfêp 313 II 5» II
252 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 1 6 Verso 1 8 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 253
südra-vaisnavera ghare yãya bheta lanã ãmra—mangas; bheta—presente; diyã—dando; tãhra—seus; carana—pés; vandilã—
ei-mata tãhra ucchista khãya lukãhã ofereceu respeitos a; tãhra patnire—a sua esposa; tabe—em seguida; namaskãra kailã—
éüdra-vaisnavera—àe Vaisnavas nascidos em famílias de éüdras; ghare—nos lares; ofereceu respeitosas reverências.
yãya—vai; bheta lahã—levando presentes; ei-mata—dessa maneira; tãhra—deles;
ucchista—restos de comida; khãya—come; lukãhã—escondendo-se. T R A D U Ç Ã O — P r e s e n t e a n d o as mangas a Jhadu Thâkura, Kãlidãsa ofereceu-lhe
respeitosas reverências. Em seguida, ele ofereceu respeitosas reverências à esposa
TRADUÇÃO—Ele também levava presentes aos lares dos Vaisnavas nascidos em do Thâkura.
famílias de südras. Então, ele se escondia e comia os restos que, da mesma manei- VERSO 1 6
ra, eles jogavam fora. *tfr-afè« c « c ç l « r t c § » afàal i
VERSO 1 4
3Ç SPÉJtil CSêTl « t f è r f f t C T O (?tfàa1 II 5* II
VERSO 1 5 VERSO 1 8
" « r f f j i - s W t f e , « f à , - « r f o f a TOT3*I I
« i r a i c«i> füfj « T a 53*1 áPWl I
cast^ « S a r o a s f ã a ^ t f a c « t a r a e r a » ? 5v 11
« t 3 * t # t C 3 T O « a ^ a C3i»I1 I I iff I I
TRADUÇÃO—"Se me permitires, enviarei um pouco de comida à casa de um TRADUÇÃO—"Meu querido senhor, só tenho um desejo. Por favor, sê miseri-
brãhmana, e lá poderás tomar prasãda. Se assim o fizeres, viverei mui conforta- cordioso comigo e bondosamente coloca teus pés sobre minha cabeça para que
velmente." a poeira de teus pés de lótus possa tocá-la."
VERSO 20 VERSO 23
a n f è w t a a s c 5 , " i t f a , s f 1 asa c a t e * i
&ffa asc5,-"^C5 at« a s f 5 C « a i ijata
v 1
kãlidãsa kahe, — "thâkura, krpã kara more thâkura kahe, — "aiche vãt kahite nã yuyãya
ãmi—nica-jãti, tumi—susajjana rãya"
tomara daréane ãinu mui patita pãmare
kãlidãsa tone—Kãlidãsa replicou; thâkura—meu querido santo; krpã kara—concede thâkura kahe—Jhadu Thâkura disse; aiche vãt—tal pedido; kahite nã yuyãya—não
tua misericórdia; more—a mim; tomara daréane—para ver-te; ãinu—vim; mui—eu; deve ser pronunciado; ãmi—eu; nica-jãti—provindo de uma família de casta muito
patita pãmare—muito caído e pecaminoso. baixa; tumi—tu; su-sat-jana rãya—cavalheiro muito rico e respeitável.
T R A D U Ç Ã O — K ã l i d ã s a replicou: " M e u querido senhor, por favor, concede-me tua T R A D U Ç Ã O — J h a d u Thâkura replicou: " N ã o é nem um pouco adequado de tua
misericórdia. Vim aqui para ver-te, embora eu seja muito caído e pecaminoso." parte pedir-me isto. Pertenço a uma família de casta muito baixa, ao passo que
tu és um cavalheiro rico e respeitável."
VERSO 21
VERSO 24
ffãaí 5 5 9 15 ir?gi * a » t » i «ca astfiwti c a i a s stfjji> ^ 1 5 1 1
arçstsf 5 5 9 , c a t a m * s r r a » n * i « K0f at<s -fctascaa a<? « g a 5 5 1 1 1 5 . 8 «
fc
sasnuh—banharam-se em todos os lugares sagrados; ãryãh—pertencentes de fato S I G N I F I C A D O — N e s t a afirmação, Jhadu Thâkura apresenta-se como tendo nascido
à raça ariana; brahmã—todos os Vedas; anücuh—estudaram; nãma—o santo nome; em família de casta inferior e não possuindo as qualificações de um verdadeiro
grnanti—cantam; ye—quem; te— eles. devoto do Senhor Krçna. Ele aceita as afirmações que declaram que uma pessoa
de nascimento baixo é muito elevada se é Vaiçnava. Todavia, ele acha que estas
TRADUÇÃO—"'Meu querido Senhor, qualquer pessoa que sempre mantém Vosso descrições do érimad-Bhãgavatam descrevem convenientemente outras pessoas,
santo nome em sua língua é maior que um brãhmana iniciado. Mesmo que tenha mas não a ele mesmo. A atitude de Jhadu Thâkura é muito adequada para um
nascido em família de comedores de cães e assim, de acordo com estimativas Vaiçnava autêntico, pois um Vaiçnava jamais se considera elevado, mesmo que
materiais, seja o mais baixo d o s homens, é contudo glorioso. É este o maravi- ele o seja realmente. Ele é sempre manso e humilde, e jamais acredita ser um
lhoso poder de se cantar o santo nome do Senhor. Entende-se que aquele que devoto avançado. Ele sempre se coloca numa posição inferior, mas não se deve
canta o santo nome já realizou todas as espécies de austeridades. Ele já estudou pensar com isto que tal pessoa é realmente baixa. Certa vez, Sanãtana Gosvãmí
todos os Vedas, já realizou todos os grandes sacrifícios mencionados nos Vedas, declarou pertencer a u m a família de casta baixa, pois, embora tivesse nascido em
já banhou-se em todos os lugares sagrados de peregrinação, sendo, de fato, um família de brãhmanas, ele, através de seu serviço como ministro do governo,
ariano."' associara-se com mlecchas e yavanas. De modo semelhante, Jhadu Thâkura apresen-
tou-se como alguém pertencente a uma casta muito baixa, mas na verdade ele
VERSO 28 estava numa posição bem mais elevada que a de muitas pessoas nascidas em
famílias de brãhmanas. A favor disso, encontram-se evidências não apenas no
* » f à ' «Tf* *CV, - " 4 1 * 4 * T57 « 5 I érimad-Bhãgavatam, como citado por Kãlidãsa nos versos 26 e 27, mas há também
consideráveis evidências destas conclusões em outros éãstras. Por exemplo, o Mahã-
bhãrata, Vana-parva, Centésimo Octogésimo Capítulo, afirma:
suni' thâkura kahe, — "éãstra ei satya kaya
sei érestha, aiche yãhte krsna-bhakti haya
éuni'—ouvindo; thâkura kahe—Jhadu Thâkura disse; éãstra—escritura revelada; éüdre tu yad bhavel laksma
ei—esta; satya—verdade; kaya—diz; sei—ele; érestha—melhor; aiche—de maneira tal; dvije tac ca na vidyate
yãhte—em quem; krsna-bhakti—devoção a Krsna; haya—há. na vai éüdro bhavec chüdro
brãhmano na ca brãhmanah
T R A D U Ç Ã O — A o ouvir estas citações da escritura revelada Srimad-Bhãgavatam,
Jhadu Thâkura replicou: " S i m , isto é verdade, pois é a versão dos sãstras. Entre- " S e as características de um brãhmana são encontradas em um éüdra e não em
tanto, é verdade apenas para aquele que é genuinamente avançado em devoção um brãhmana, esse s'ãdra não deve ser visto como éüdra, e esse brãhmana não deve
a Krsna." ser aceito como brãhmana."
De modo semelhante, o Vana-parva, Ducentésimo Undécimo Capítulo, afirma:
VERSO 29 éüdra-yonau hi jãtasya
sad-gunãnupati$thatah
wtfà í l ç s r t f e , «<t*it* » t f * i
ãrjave vartamãnasya
« i w ^ c * wn, « i t i t s « t f * ^ c ç " 1 % ii" II brãhmanyam abhijãyate
ãmi—nica-jãti, ãmãra nãhi krsna-bhakti " S e uma pessoa nascida em família de éüdras desenvolveu as qualidades de um
anya aiche haya, ãmãya nãhi aiche éakti" brãhmana, tais como satya [veracidade], éama [paz], dama [autocontrole] e ãrjava
ãm;'—eu; nica-jãti—pertencendo a uma casta inferior; ãmãra—minha; nãhi— não [simplicidade], ela assume a elevada posição de brãhmana."
há; krsna-bhakti— devoção por Krçna; anya—outros; aiche haya—assim pode ser; O Anuéãsana-parva, Centésimo Sexagésimo Terceiro Capítulo, diz:
ãmãya—a mim; nãhi—não há; aiche éakti—esse poder.
sthito brãhmana-dharmena
T R A D U Ç Ã O — " S e m e l h a n t e posição pode ser aplicada a outrem, mas eu não brãhmanyam upajivati
possuo esse poder espiritual. Pertenço a uma classe inferior e não tenho sequer ksatriyo vãtha vaiéyo vã
uma gota de devoção por K r s n a . " brahma-bhüyah sa gacchati
260 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16 Verso 29 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 261
" S e mesmo um mleccha torna-se devoto, ele deve ser considerado o melhor dos TRADUÇÃO—Após despedir-se de Kalidasa, Jhadu Thâkura regressou à sua casa,
brãhmanas e um pandita erudito." deixando as marcas de seus pés claramente visíveis em muitos lugares.
De modo semelhante, o Tattm-sãgara diz:
VERSO 32
yathã kãhcanatãm yãti
kãrhsyam rasa-vidhãnatah cx\ *i[<n 51431 «tfèurti i < í w ciftn i
tathã diksã-vidhãnena St* fà«í> lâasYlw *j«t43l afçerl n 11
dvijatvarii jãyate nrnãm
sei dhüli lahã kãlidãsa sarvãhge lepilã
"Como, ao ser misturado com mercúrio num processo alquímico, o bronze trans- tãhra nikata eka-sthãne lukãhã rahiiã
forma-se em ouro, assim também quem é apropriadamente treinado e iniciado sei dhüli—aquela poeira; lahã—pegando; kãlidãsa—Kãlidãsa; sarva-ahge—em todo
por um mestre espiritual fidedigno torna-se imediatamente um brãhmana". Todas o seu corpo; lepilã—esfregou; tãhra nikata—perto de sua casa; eka-sthãne— num local;
essas evidências encontradas nas escrituras reveladas são testemunhos de que, lukãhã rahiiã—escondeu-se.
de acordo com a versão védica, o Vaisnava nunca deve ser considerado como
abrãhmana, ou não-brãhmana. Jamais devemos pensar que o Vaiçnava pertence TRADUÇÃO—Após esfregar em todo o seu corpo a poeira das marcas desses pés,
a uma casta inferior, mesmo que tenha nascido em família de mlecchas ou yavanas. Kãlidãsa escondeu-se num local perto da casa de Jhadu Thâkura.
Porque tornou-se devoto do Senhor Krsna, ele purificou-se e alcançou a fase de
brãhmana (dvijatvam jãyate nrnãm).
VERSO 33
VERSO 30
<9*fctf* i* ai?' ü» fi' i
«te* i"P»fà' «if9i»ti fie li ntfaíTt i
^ - f r r f a « e i «fs w a a t V « H Ç P I I II « • 11
i t i c i * f * f c 9 « r f l w ii**! II -o® n
jhadu-thãkura ghara yãi' dekhi' ãmra-phala
tare namaskari' kãlidãsa vidãya mãgilã mãnasei krsna-candre arpilã sakala
jhadu-thãkura tabe tãhra anuvraji' ãilã jhadu-thãkura—Jhadu Thâkura; ghara yãi'—voltando para casa; dekhi' ãmra-phala—
tare—a ele (Jhadu Thâkura); namaskari'—prestando reverências; kãlidãsa—Kãli- ao ver as mangas; mãnasei—mentalmente; krsna-candre—a Krsna; arpilã—ofereceu;
dãsa; vidãya mãgilã—pediu permissão para partir; jhadu-thãkura—Jhadu Thâkura; sakala—todas.
tabe— nessa altura; tãhra—a ele; anuvraji'—seguindo; ãilã—foi.
TRADUÇÃO—Ao voltar para casa, Jhadu Thâkura viu as mangas que Kãlidãsa
T R A D U Ç Ã O — K ã l i d ã s a novamente prestou suas reverências a Jhadu Thâkura e tinha lhe presenteado. Mentalmente, ofereceu-as a Krsna-candra.
pediu-lhe permissão para partir. O santo Jhadu Thâkura seguiu-o enquanto ele
partia.
VERSO 31 VERSO 34
«*tc* fiar* fali fcifi ifff 1C? | *5»it* *ti$*Kit»n cscs «rtn fiistf»t*i i
"St* 5*«1-f6Çf C1Í fcffiP *tf%5f II «5 II « 1 * »t#i 4va ei*» itcai j»fi*i i « 8 «
tãnre vidãya diyã thâkura yadi ghare ãila kalãra pãfuyã-kholã haite ãmra nikãsiyã
tãhra carana-cihna yei thãhi padilã tãhra patni tãnre dena, khãyena cüsiyã
tãnre—a ele (Kãlidãsa); vidãya diyã—dizendo adeus; thâkura—Jhadu "Thâkura; kalãra—de bananeira; pãtuyã-kholã— folhas e cascas; haite—de dentro; ãmra—
yadi—quando; ghare ãila—regressou para a sua casa; tãhra carana-cihna—a marca mangas; nikãsiyã—retirando; tãhra patni— sua esposa; tãnre—a ele; dena—dá; khãye-
de seus pés; yei thãhi—onde quer que; padila—caiu. na—come; cüsiyã—chupando.
264 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 1 6 Verso 4 0 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 265
TRADUÇÃO—Então, a esposa de Jhadu Thâkura retirou as mangas do embrulho T R A D U Ç Ã O — K ã l i d ã s a lambeu a casca de bananeira, os caroços e as cascas de
de folhas e cascas de bananeira e ofereceu-as a Jhadu Thâkura, que começou manga, e enquanto os lambia ficou tomado de júbilo devido ao amor extático.
a chupá-las e comê-las.
VERSO 3 8
VERSO 3 5
a<5 cana caca ciYswcf 1
Sjfã' gfàr cerni «trf8 c*T*m\ ii^atcs i astfaata ^cs aata fa*tl «ractea 11 «t-11
«tca WntdM « t a *Nft ata » W n n «<t II
ei-mata yata vaisnava i>aise gauda-deée
CÜsi' cüsi' cosa ãhthi phelilã pãtuyãte kãlidãsa aiche sabãra nilã avaéese
tare khãoyãnã tãhra patni khãya paécãte ei-mata—dessa maneira; yata—tantos quantos; vaisnava—Vaiçnavas; vaise—resi-
cüsi' cüsi'—chupando sem parar; coso—chupou; ãhthi—os caroços; phelilã— dem; gauda-deée—na Bengala; kãlidãsa—Kãlidãsa; aiche— dessa maneira; sabãra—de
deixou; pãtuyãte—na folha de bananeira; tare—a ele; khãoyãnã—após alimentar; todos eles; nilã— pegou; auaseçe—os restos.
tãiira patni— sua esposa; khãya—come; pascãte—em seguida.
TRADUÇÃO—Dessa maneira, Kãlidãsa comia todos os restos da comida deixados
TRADUÇÃO—Ao terminar de comer, ele deixou os caroços na folha de bananeira, pelos Vaisnavas da Bengala.
e sua esposa, tendo alimentado o esposo, começou então a comer.
VERSO 3 9
VERSO 3 6
CTl anfasta aca ftetfscêi «ii**rl 1
«lrfè-c6tai c i * tijçai-camtra «fàai i irstsrç^ra %ta açts*!! cawil 11 ®& 11
atfaca Sfafè-flcí c a ^ t ^ i 1 * 1 " * * «
sei kãlidãsa yabe nilãcale ãilã
ãhthi-cosã sei pãtuyã-kholãte bhariyã mahãprabhu tãhra upara mahã-krpã kailã
bãhire uechista-garte phelãilã lahã sei kãlidãsa—esse Kãlidãsa; yabe—quando; nilãcale ãilã—veio a Jagannãtha Puri;
ãhthi—os caroços; cosa—que tinham sido chupados; sei—isso; pãtuyã-kholãte— mahãprabhu—èri Caitanya Mahãprabhu; fãrira upara—a ele; mahã-krpã—muita mi-
folha e casca de bananeira; bhariyã—colocando em; bãhire— fora; uechista-garte— sericórdia; kailã—concedeu.
na vala onde se jogava refugo; phelãilã lanã—pegou e jogou.
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Kãlidãsa visitou Jagannãtha Puri, Nilãcala, Sri Caitanya
TRADUÇÃO—Após acabar de comer, ela colocou os caroços nas folhas e cascas Mahãprabhu concedeu-lhe muita misericórdia.
de bananeira, pegou-as e jogou-as na vala onde todo o lixo era jogado.
VERSO 4 0
VERSO 3 7
« l f % f « » s } ^ a f ã aí'a aa*ic» 1
ca? carni, «fítS, c*ta«ii gea «tfài*ra i ar»r-asa«r *I<ÍPI cMtfa»" a t a « f - a c » 118» 11
jífàcs frãc5 ça cocara «ura 11 -0111 prati-dina prabhu yadi yã'na daraéane
sei kholã, ãhthi, cokalã cüse kãlidãsa jala-karahga lahã govinda yãya prabhu-sane
cusite cusite haya premete ullãsa prati-dina—todos os dias; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; yadi—quando;
sei—aquela; kholã—casca de bananeira; ãhthi—caroços de manga; cokalã—casca yã'na—vai; daraéane—ver o Senhor Jagannãtha; jala-karahga—um pote de água;
de manga; case— lambe; kãlidãsa—Kãlidãsa; cusite cusite—enquanto lambe; haya— lahã—levando; govinda— Govinda, o servo pessoal do Senhor; yãya—vai; prabhu-
havia; premete ullãsa—grande júbilo em amor extático. sane—com Srí Caitanya Mahãprabhu.
266 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, 16 Verso 46 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 267
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os dias, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu visitava regu- TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu dera ordem expressa a Seu servo pessoal,
larmente o templo de Jagannãtha, e, nessas ocasiões, Govinda, Seu servo pessoal, Govinda, de que ninguém deveria tomar a água que tinha lavado Seus pés.
costumava ir com Ele, carregando Seu pote de água.
VERSO 44
VERSO 41
«uftira 9r?c« «1113 ci? m i
t»RSftP!S fciBrfWW * * f í c N «lie? I « 1 3 3 * V9 913 3*fs' C « H 5 * 1 II 8 8 II
aí?«t '»rf5tç'-«r.9i itcs 4* fira •nfc<? n 8i n prãni-mãtra la-ite nã pãya sei jala
simha-dvãrem uttara-dike kapãtera ãde antarahga bhakta laya kari' kona chala
bãisa 'pãhãca '-tale ache eka nimna gãde prãni-mãtra—todos os seres vivos; la-ite—tomar; nã pãya—não conseguem; sei
simha-dvãrera—do Sirhha-dvãra; uttara-dike—no lado norte; kapãtera ãde—atrás jala—essa água; antarahga—muito íntimos; bhakta—devotos; laya—tomam; kari'—
da porta; bãisa 'pãhãca'—dos vinte e dois degraus; tale— na base; ache—há; eka— fazendo; kona chala—alguma artimanha.
uma; nimna—baixa; gãde—vala.
T R A D U Ç Ã O — D e v i d o à ordem expressa do Senhor, n e n h u m ser vivo poderia
TRADUÇÃO—No lado norte do Sirhha-dvãra, por trás da porta, existem vinte e tomar a água. No entanto, valendo-se de alguns artifícios, alguns de Seus devotos
dois degraus que levam ao templo, e na base desses degraus encontra-se uma íntimos bebiam-na.
vala.
VERSO 45
VERSO 42 ií«fw» alç^tçi * t ( B a w f a c s i
ca? Mie? v n m ^•w*-tHPi»re«i i *tf»TOT«l «rtf*í « I t i t f í ® C 9 | » ÇfPS II 8 0 II
<5C3 * f 3 3 f C 3 ala IhMHRMES H 8 * II eka-dina prabhu tãhhã pada praksãlite
sei £ãde karena prabhu pãda-praksãlane kãlidãsa ãsi' tãhãh pãtilena hãte
tabe karibãre yãya isvara-darasane eka-dina—certo dia; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhhã—ali; pada praksãlite—
sei gãde—nessa vala; karena—faz; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; pãda-praksã- lavando Seus pés; kãlidãsa—Kãlidãsa; ãsi'—vindo; tãhãh—ali; pãtilena—estendeu;
lane—ab\ução dos pés; rabe—em seguida; karibãre—lazer; yãya—Ele vai; isvara- hãte—as palmas de suas mãos.
darasane—visita ao Senhor Jagannãtha.
T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, enquanto Sri Caitanya Mahãprabhu lavava Seus pés
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu lavava Seus pés nessa vala, e em seguida nesse lugar, Kãlidãsa veio e estendeu as palmas de suas mãos para apanhar a
entrava no templo para ver o Senhor Jagannãtha. água.
VERSO 43 VERSO 46
govindere mahãprabhu kairãche niyama e/tu ahjali. dui ahjali, tina ahjali pilã
'mora pãda-jala yena nã laya kona jana' tabe mahãprabhu tãnre nisedha karilã
govindere—a Govinda; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kairãche— deu; eka ahjali—um bocado; dui ahjali— dois bocados; tina ahjali—três bocados; pilã—
niyama—um princípio regulador; mora—Meus; pãda-jala—água da ablução dos pés; ele bebeu; tabe— nessa altura; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãnre—a ele;
yena—isso; nã laya—não tome; kona jana—ninguém. nisedha karilã— proibiu.
268 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 52 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 269
Antya-lilã, 1 6
T R A D U Ç Ã O — K a l i d a s a bebeu um bocado, depois mais um e mais u m . Foi então TRADUÇÃO—Por causa dessa qualidade, Sn Caitanya Mahãprabhu o satisfez com
que Srí Caitanya Mahãprabhu proibiu-o de beber mais. a misericórdia que n e n h u m a outra pessoa lograria alcançar.
VERSO 4 7 VERSO 50
"*res*fir « r i s » 1 « f à ç < j » = í k i
( f l W f * S l 3 t í 1 - ^ ? « t « f à * £ t f ü t l t * II" 8 1 I I P f g í i s Ç - ^ f s «rtcçi SfSra irsrstcf II <t° II
namah—ofereço Minhas respeitosas reverências; te—a Vós; nara-simhãya—Senhor T R A D U Ç Ã O — T e n d o prestado reverências ao Senhor Nrsimhadeva, Sri Caitanya
Nrsimhadeva; prahlãda—a Mahãrãja Prahlãda; ãhlãda—de prazer; dãyine—o outor- Mahãprabhu visitou o templo do Senhor Jagannãtha, após o que regressou à
gador; hiranya-kaéipoh—de Hiranyakasipu; vaksah—tórax; éilã—como pedra; tahka— Sua residência, concluiu Seus deveres do meio-dia e almoçou.
como o cinzel; nakha-ãlaye—cujas unhas.
VERSO 55
T R A D U Ç Ã O — " O f e r e ç o Minhas respeitosas reverências a Vós, Senhor Nrsirhha- ifeVtre «itr.5 « t f w r i « } « T f » r i isfàai i
deva. Sois Vós q u e m dá prazer a Mahãrãja Prahlãda, e Vossas unhas dilaceram
o tórax de Hiranyakasipu assim como um cinzel corta a p e d r a . " c A l f i p q r e atCB a r ç « r e i s r f f i i l n a<t ii
SIGNIFICADO—Este e o verso seguinte são citações d o Nrsimha Purãna. bahir-dvãre ache kãlidãsa pratyãéã kariyã
govindere thàre prabhu kahena jãniyã
VERSO 53 bahih-dvãre— do lado de fora da porta; ache—havia; kãlidãsa—Kãlidãsa; pratyãéã
kariyã—aguardando; govindere—a Govinda; thãre— por sinais; prabhu—Sri Caitanya
frei «ffirç: f a r e i ^ f V c T i Mahãprabhu; kahena—fala; jãniyã—sabendo.
TRADUÇÃO—A poeira dos pés do devoto, a água que lavou os pés do devoto e
T R A D U Ç Ã O — A c e i t a r os restos da comida dos Vaisnavas é tão valioso que isto os restos do alimento deixados pelo devoto são três substâncias muito poderosas.
induziu Sri Caitanya Mahãprabhu a oferecer a Kãlidãsa Sua misericórdia suprema.
VERSO 61
VERSO 58
45 fol-C111 C5C5 3>33C«I11 53 I
«fcs 'ciucis 3lj>1' <*tf-S ÇffV 3«t1-»rfW I
1151 C5t<5 "11531 flSf 3 l f $ 3 13 ftW II «b- II
W«1fC3 *g3sff33l «3 II <&> II
ei tina-sevã haite krsna-premã haya
rafe 'xxiisnavera jhutã' khão chãdi' ghrnã-lãja
punah punah sarva-sãstre phukãriyã kaya
yãhã haite pãibã nija vãhchita saba kãja
ei tina-sevã— prestação de serviço a esses três; haite—da; krsna-premã—amor extá-
tãte— portanto; vaisnavera jhutã—restos do alimento dos Vaisnavas; khão—comei;
tico por Krçna; haya—há; punah punah—repetidas vezes; sarva-sãstre— todas as
chãdi'—abandonando; ghrnã-lãja—aversão e hesitação; yãhã haite— mediante o que;
escrituras reveladas; phu-kãriyã kaya—declaram enfaticamente.
pãibã—obtereis; nija—vosso próprio; vãhchita—almejado; soba—todo; kãja—êxito.
TRADUÇÃO—Quem presta serviço a esses três alcança a meta suprema do amor
T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , abandonando a aversão e a hesitação, procurai comer os
extático por Krsna. As escrituras reveladas não se cansam de declarar isto enfa-
restos do alimento dos Vaiçnavas, pois dessa maneira habilitar-vos-eis a conse- ticamente.
guir a meta almejada de vossas vidas.
VERSO 62
VERSO 59
<5ttf5 313 3t3 3 s f 5 , — « 1 W5t«| |
Sfèçè 5 3 '15tSl1ll' I t i I
35CU3
fatPi asfaat « 3 4 - f o i c m 11 11
WW "tem 'içl-iítawtwtiiri' 11 <?s> 11
tãte bãra bãra kahi,—suna bhakta-gana
kr$nera ucchista haya 'mahã-prasãda' nãma
visvãsa kariyã kara e-tina sevana
'bhakta-éesa' haile 'mahã-mahã-prasãdãkhyãna'
tãte—portanto; bãra bãra—repetidas vezes; kahi—digo; éuna—ouvi; bhakta-gana—
krsnera ucchista—restos do alimento de Krsna; haya—são; mahã-prasãda nãma—
devotos; viévãsa kariyã—tendo fé; tora—fazei; e-tina sevana—prestação de serviço
chamados mahã-prasãda; bhakta-éesa—os restos deixados por um devoto; haile—ao
a esses três.
se tornarem; mahã-mahã-prasãda—grande mahã-prasãda; ãkhyãna—chamados.
T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , meus queridos devotos, por favor, ouvi o que tenho a
TRADUÇÃO—Os restos do alimento oferecido ao Senhor Krsna chamam-se mahã-
dizer, pois não me canso de insistir: tende toda a fé nesses três e não hesiteis
prasãda. Depois que um devoto toma essa mesma mahã-prasãda, os restos em lhes prestar serviço.
elevam-se à categoria de mahã-mahã-prasãda.
VERSO 63
VERSO 60
VERSO 68
VERSO 65
f*í3í«1r i T s T C l i C a 3Ç 3<5 IsfãêTl |
C l 1 6 , 1 3 faatllf * t # t *m «llIêTl I
4 « a ^ c i ? 31*135 a>33iíi H «f$9ri II II II
^«ftl'-<35tÍ>3G3 I C W f f S Wtffflfrl II II
éivãnanda bãlakere bahu yatna karilã
se vatsara éivãnanda patni lahã ãilã
'puridãsa'-chota-putre sahgete ãnilã tabu sei bãlaka krsna-nãma nã kahilã
se vatsara—naquele ano; éivãnanda—Sivânanda Sena; patni—a esposa; lahã— tra- éivãnanda—Sivânanda Sena; bãlakere—ao menino; bahu—muito; yatna—esforço;
zendo; ãilã—veio; puri-dãsa—Puridãsa; chota-putre—o filho caçula; sahgete ãnilã— karilã—fez; tabu—mesmo assim; sei bãlaka—aquele menino; krsna-nãma—o nome
ele trouxe consigo. de Krsna; nã kahilã—não pronunciou.
T R A D U Ç Ã O — N a q u e l e ano, Sivânanda Sena trouxe consigo sua esposa e o filho T R A D U Ç Ã O — E m b o r a Sivânanda Sena envidasse todos os esforços para induzir
caçula, Puridãsa. seu filho a falar o santo nome de Krçna, o menino não o pronunciava.
VERSO 66
VERSO 69
*£3 1 C V 91431 cScSl « T t * B T l «If-Tftl I
« r ^ « c s , - " * u f i i t i sp»tc« e w f r W 1
1 C 3 S C 3 « I t l s T t « t ^ a 53*1 H f C I II II
•J13C3 « m i l « S t l ^ II *s> II
putra sahge lahã tenho ãilã prabhu-sthãne
putrere karãila prabhura carana vandane prabhu kahe, — "ãmi nãma jagate laoyãiluh
putra—o filho; sahge—junto; lanã—levando; tenho—ele; ãilã—veio; prabhu-sthãne— sthãvare paryanta krstia-nãma kahãiluh
à casa de Sri Caitanya Mahãprabhu; putrere—seu filho; karãila—fez com que fizesse; prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; ãmi—Eu; nãma—o santo nome;
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; carana vandane—adoração aos pés de lótus. jagate—mundo afora; laoyãilun—induzi a aceitar; sthãvare—os inertes; paryanta—
ao ponto de; krsna-nãma—o santo nome de Krsna; kahãiluh—Eu induzi a cantar.
276 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 16 Verso 75 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 277
SçfC* « t f à ^ «uatsi «?fèc<s 1" ãra dina kahena prabhu, — 'pada, puridãsa'
« f % l laPtCtWfa» =Tífíl5i1 *sf%C5 m= II ei éloka kari' tenho karilã prakãéa
ãra dina—noutro dia; kahena prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; pada—re-
ihãre nãrilun krsna-nãma kahãite!" cita; puridãsa—Puridãsa; ei—este; éloka—verso; kari'—fazendo; ferino—ele; karilã
suniyã svarüpa-gosãni lãgilã kahite prakãéa—manifestou.
ihãre—esse menino; nãrilun—não pude; krsna-nãma—o santo nome de Krçna;
kahãite—fazer com que falasse; suniyã—ao ouvir; svarüpa-gosãni— Svarüpa Dâmo- TRADUÇÃO—Noutro dia, q u a n d o Srl Caitanya Mahãprabhu disse ao menino:
dara Gosãni; lãgilã— pôs-se; kahite—a dizer. "Recita, Meu querido Puridãsa", o menino compôs o seguinte verso e o expres-
sou perante todos.
TRADUÇÃO—"Mas não pude induzir esse menino a cantar o santo nome de VERSO 74
Krsna." Ao ouvir isto, Svarüpa Dâmodara Gosvãmi pôs-se a falar.
atirai: f a ^ ^ í f ^ a a ^ r . J i i nçça^fairrír 1
VERSO 71 ^ í i i a i ^ s l * . irwsifw- ?r<râíif% 11 18 11
TRADUÇÃO—"Meu Senhor", disse ele, "deste-lhe iniciação no nome de Krsna, TRADUÇÃO—"O Senhor Srl Krçna é assim como uma flor de lótus azulada para
mas, tendo recebido o mantra, ele não o expressará perante t o d o s . " os ouvidos; Ele é colírio para os olhos, um colar de jóias indraniía para o peito
e ornamentos universais para as gopis, as donzelas de Vrndãvana. Que este
VERSO 72 Senhor Sri Hari, Krçna, seja glorifiçado."
278 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16 Verso 81 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 279
T R A D U Ç Ã O — E m b o r a só tivesse sete anos e ainda não fosse educado, o menino T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o os devotos estavam em Nilãcala, Jagannãtha Puri, Srí
compôs esse belíssimo verso. Todos ficaram cheios de admiração. Caitanya Mahãprabhu manteve Sua consciência externa, porém, tão logo eles
partiram, Sua principal ocupação voltou a ser a loucura do amor extático por
VERSO 76 Krsna.
tãh-sabãra sahge prabhura chila bãhya-jnãna «tca aref,-'ca5teti «a», cata «itastâ ?
tãhrã gele punah hailã unmãda pradhãna catre a*s caar«' af*i' aca «1a ç t ^ n vj n
tãh-sabãra—todos eles; sahge—com; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu;
chila—houve; bãhya-jnãna—consciência externa; tãhrã gele—quando partiram; fãre bale, — 'kothã krsna, mora prãna-nãtha?
punah— novamente; hailã—houve; unmãda—loucura; pradhãna—a principal ocupação. more krsna dekhão' bali' dhare tara hãta
280 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 16 Verso 87 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 281
tare—a ele; bale— disse; kothã krsna—onde está Krsna; mora—Meu; prãna-nãtha— seha bale—ele também disse; ei—isto; dekha—vê só; én-purusa-uttama—o Senhor
Senhor da vida; more—a Mim; krsna áekhão—por favor, mostra Krsna; bali'— dizen- Krçna, a melhor de todas as Personalidades de Deus; netra bhariyã—para a total
do; dhare— segura; tara—sua; hãta—mão. satisfação de Teus olhos; tumi—Tu; karaha daraéana—vê.
TRADUÇÃO—O Senhor perguntou-lhe: " O n d e está Krsna, a Minha vida e alma? TRADUÇÃO—"Vê s ó ! " disse o porteiro. " A q u i está a melhor das Personalidades
Por favor, mostra-Me K r s n a . " Dizendo isto, Ele segurou a mão do porteiro. de Deus. Daqui podes alegrar Teus olhos ao contemplares plenamente o Senhor."
VERSO 82 VERSO 85 •
VERSO 84 VERSO 87
seha bale, — 'ei dekha éri-purusottama 5F5í íiiç 3 ^ fflifafo «çc^a ^5-«a-
netra bhariyã tumi karaha daraéana' IflítsctfWcai 5 ? i &ra*in a<rsfo > ^ I
282 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16
T R A D U Ç Ã O — ' " M e u querido amigo porteiro, onde está Krsna. o Senhor do Meu
coração? Por favor, apressa-te em mostrá-lO a Mim.' Com essas palavras, Srí
Caitanya Mahãprabhu, parecendo um louco, dirigiu-Se ao porteiro. O porteiro
segurou Sua mão e respondeu com muita presteza: 'Vem, vê o Teu amado!' Que
este Senhor árí Caitanya Mahãprabhu surja dentro do meu coração e, portanto,
também me deixe l o u c o . ' "
VERSO 88
VERSO 89
c&w ifàcei witsrc«t* ci?«it«i i
ermTf i<a*1 «ç-fctfe» £«»f « i t t i i « v - & n
VERSO 90
a t a i »i?rtePi < s W f f ã * ! «rça 5tc« i
w l W ç p t m, a t a ttz.% sra a t r a ii &» ii
VERSO 91
açajar s a i a cil a^ a ç a r s a i
« t a « w a t ^ a a t f c r . « c r a a * asfàsi a $ « n s i n
tara alpa lanã prabhu jihvãte yadi dilã ei buddhye mahãprabhura premãveéa haila
ãra saba govindera ãhcale bãndhila jagannãthera sevaka dekhi' samvarana kaila
fora—disso; alpa—muito pouco; lahã—pegando; prabhu—árí Caitanya Mahã- ei buddhye—com esta compreensão; mahãprabhura—de ári Caitanya Mahãprabhu;
prabhu; jihvãte— na língua; yadi— quando; dilã—pôs; ãra saba—todo o restante; prema-ãvesa—emoção extática; haila—houve; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha;
govindera—de Govinda; ãhcale—na extremidade do manto; bãndhila—enrolou. sevaka—servos; dekhi'—vendo; samvarana kaila—conteve-Se.
TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu saboreou uma porção da prasãda. Go- TRADUÇÃO—Ao Se dar conta disso, Sri Caitanya Mahãprabhu sentiu uma emo-
vinda pegou o restante e enrolou-o na extremidade do seu manto. ção de amor extático por Krsna, mas, ao ver os servos do Senhor jagannãtha,
Ele Se conteve.
VERSO 93
VERSO 96
cfift-wiys-^Hf « f < ç a 5a«,asta i
Tpftw * | » i a s , reres a r e «K3»rta 11 « "gsfis-erej retal-sfa'—ac*w ataara i
5
kofi-amrta-svãda pãhã prabhura camatkãra fcnia-caaas I r e , - ' f ã «wf I s t a ' ? 11
sarvãhge pulaka, netre vahe asru-dhãra
koti—milhões e milhões; amrta—néctar; svãda—sabor; pãhã—obtendo; prabhura— 'sukrti-labhya phelã-lava'—balena bãra-bãra
de éri Caitanya Mahãprabhu; camatkãra—muita satisfação; sarva-ahge—por todo iévara-sevaka puche, — 'ki artha ihãra'?
o corpo; pulaka—arrepio de pelo; netre—dos olhos; vahe—cai; asru-dhãra—uma sukrti—por muito boa fortuna; labhya—obtenível; phelã-lava—uma partícula dos
torrente de lágrimas. restos; balena—diz; bãra-bãra—vezes e mais vezes; isvara-sevaka—os servos de Jagan-
nãtha; puche—perguntam; ki— qual; artha—o significado; ihãra—disto.
TRADUÇÃO—Para árí Caitanya Mahãprabhu a prasãda era milhões e milhões
de vezes mais saborosa que o néctar, e dessa maneira Ele ficou plenamente TRADUÇÃO—O Senhor disse vezes e mais vezes: "É só devido a muito boa for-
satisfeito. O pelo de todo o Seu corpo arrepiou-se, e lágrimas incessantes caíram tuna que pode alguém aproximar-se de uma partícula dos restos do alimento
de Seus olhos. oferecido ao Senhor." Os servos do templo do Senhor Jagannãtha perguntaram:
VERSO 94 " Q u e significa isto?"
'45 a r e i ua« a n t i rere « r è * ! ? SIGNIFICADO—Os restos do alimento de Krçna misturam-se com Sua saliva. No
« r e s a w a J f s ? r e i l a s t r a i « ' s.8 I I Mahãbhãrata e no Skanda Purãna afirma-se:
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu respondeu: "Estes são os restos do ali- TRADUÇÃO—"A palavra 'sukrti' refere-se a atividades piedosas realizadas
mento que Kr$na comeu, e que, portanto, transformou-se em néctar ao entrar graças à misericórdia de Krsna. Aquele que é bastante afortunado para receber
em contato com Seus lábios. Ele supera o néctar celestial, e mesmo semideuses essa misericórdia ganha os restos do alimento do Senhor, tornando-se, assim,
tais como o Senhor Brahmã só o obtêm após passar por muitas dificuldades." glorioso."
VERSO 101
VERSO 98
4 « a t a ' < a ^ « i - i a i c a f ã a t * fitai i
f g S H ca $«*-c»ii, «ta ' c a t a f - i t i i $*ta-c«r*t c a f a a i <s$% f i w - a t i i « n ? m i u ° > n
« t a n p f t a a ' c a *lta, c i ^ "Bitiata^ 1 1 1 1
eta bali' prabhu tã-sabãre vidãya dilã
krsnera ye bhukta-sesa, tara 'phelã'-nãma upala-bhoga dekhiyã prabhu nija-vãsã ãilã
tara eka 'lava' ye pãya, sei bhãgyavãn eta bali'—dizendo isso; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tã-sabãre—a todos eles;
krsnera—do Senhor Krsna; ye—quaisquer; bhukta-sesa—restos de alimento; tara— vidãya dilã—disse adeus; upala-bhoga—a próxima oferenda de alimentos; dekhiyã—
disto; phelã-nãma—o nome é phelã; tara—disto; eka—um; lava—fragmento; ye— vendo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nija-vãsã—à Sua casa; ãilã—regressou.
aquele que; pãya—obtém; sei—ele; bhãgyavãn—afortunado.
TRADUÇÃO—Após dizer isso, Srí Caitanya Mahãprabhu despediu-Se de todos
TRADUÇÃO—"Os restos deixados por Krsna chamam-se phelã. Aquele que obtém os servos. Tendo visto a outra oferenda de alimentos ao Senhor Jagannãtha, uma
pelo menos uma pequena porção deve ser considerado como muito afortunado." cerimônia conhecida como upala-bhoga, regressou a Seus próprios aposentos.
T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e cuja fortuna não sobressai não pode obter essa misericór- TRADUÇÃO—Após encerrar Seus deveres do meio-dia, ári Caitanya Mahãprabhu
dia. Somente as pessoas que têm a misericórdia total de Krsna podem receber almoçou, mas não parava de pensar nos restos do alimento de Krsna.
esses restos."
VERSO 100 VERSO 103
4
' ^ a > f « ' - » i r e i « c ç a>a3a>»fl-c5«;^ar' i aiçj-arsj « c a i , c « f c i t a l a 1 1 1
n n i - ? < 5 J 35 f a ' *t?s fàsMt«l-ir.W i TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu compartilhou então a prasãda com Rãmã-
i
f à < § c s i f a e f l »li1-3>aaa -sl1-ar.ír li > ° 8 n nanda Rãya, Sãrvabhauma Bhattãcãrya, Svarüpa Dâmodara Gosvãmi e todos
os outros devotos.
sandhyã-krtya kari' punah nija-gana-sahge
nibhrte vasilã nãnã-krsna-kathã-rahge VERSO 107
sandhyã-krtya—os deveres vespertinos; kari'—após realizar; punah—de novo; nija-
gana-sahge— juntamente com Seus associados pessoais; nibhrte—num lugar solitá-
«fitara c i t a ^ - i t ^ «fV i i f i n i
rio; vasilã—sentou-Se; nana—diversos; krsna-kathã—de tópicos sobre Krsna; range— «iCPrJfàsas f l f l l f l f a r e & 9 | 1 1 UÍ«<ÍII
na alegria.
prasãdera saurabhya-mãdhurya kari' ãsvãdana
TRADUÇÃO—Após concluir Seus deveres vespertinos, árí Caitanya Mahãprabhu, alaukika ãsvãde sabãra vismita haila mana
indo a um lugar recluso, sentou-Se ali com Seus associados pessoais e, com muita prasãdera—da prasãda; saurabhya-mãdhurya—a doçura e a fragrância; kari' ãsvã-
alegria, conversou sobre os passatempos de Krsna. dana—saboreando; alaukika—incomum; ãsvãde—pelo sabor; sabãra—de todos; vis-
mita—tomadas de admiração; haila—ficaram; mana—as mentes.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Esses ingredientes, tais como fãfe ei dravye krsnãdhara-sparsa haila
açúcar, cânfora, pimenta-do-reino, cardamomo, cravos, manteiga, condimentos adharera guna saba ihãte sancãrila
e alcaçuz, são coisas materiais. Não há ninguém que não tenha provado essas fãfe—portanto; ei dravye—nesses ingredientes; krsna-adhara—dos lábios de Krçna;
substâncias materiais." sparéa—toque; haila—houve; adharera—dos lábios; guna—atributos; saba—todos;
ihãte—a esses ingredientes; sancãrila—foram transferidos.
SIGNIFICADO—A palavra prãkrta refere-se às coisas que a alma condicionada sabo-
reia tentando satisfazer os sentidos. Tais coisas são limitadas pelas leis materiais, T R A D U Ç Ã O — " P o r t a n t o , deve-se entender que o néctar espiritual dos lábios de
êri Caitanya Mahãprabhu quis deixar bem claro que as coisas materiais já foram Krsna tocou nesses ingredientes comuns, transmitindo-lhes suas qualidades
experimentadas por pessoas materialmente absortas, interessadas apenas em gozo espirituais."
dos sentidos.
SIGNIFICADO—Posto que todos já haviam provado esses ingredientes, por que
VERSO 110 então eles se tornaram extraordinária e espiritualmente saborosos? Isto prova que
o alimento, prasãda, fica com um sabor e aroma incomuns ao entrar em contato
c i ? arcai ^ «ipsta, m ceitasrfte i
com os lábios de Krçna.
«rwtf *fàn flVRU <sd^s II ü « II VERSO 113
aneka—muitas; sukrte— mediante atividades piedosas; ihã—isto; hahãche samprap- surata-vardhaimm—que incrementa o desejo de gozo luxurioso; ;ioka-nãéanam—que
ti—tomou-se disponível; sabe—todos vós; ei—esta prasãda; ãsvãda taro—saboreai; destrói toda a lamentação; svarita-venunã—pela flauta que vibra; sustou—gentil-
kari' mahã-bhakti—com muita devoção. mente; cumbitam—tocados; itara-rãga-vismãranam—que provoca o esquecimento de
todos os outros apegos; nrnãm—dos seres humanos; vitara— por favor, entrega;
T R A D U Ç Ã O — " E s t a prasãda só se tornou disponível após muitas atividades pie- vira—ó herói da caridade; nah—a nós; fe—Teus; adhara-amrtam—o néctar dos lábios.
dosas. Agora, saboreai isto com muita fé e devoção."
VERSO 115 TRADUÇÃO—"Ó herói da caridade, por favor, entrega-nos o néctar dos Teus
lábios. Com este néctar sentimos mais desejos de luxúria e ele diminui a lamen-
s f i w f i « f ã ' ire fcital «iW<ti i tação no m u n d o material. Por favor, concede-nos o néctar dos Teus lábios, que
«twfàre. c«ire 1<5 5^*11113 H ll » e II recebem o contato de Tua flauta que vibra transcendental mente, pois este néctar
faz todos os seres h u m a n o s esquecerem-se de todos os outros a p e g o s . "
hari-dhvani kari' sabe kailã ãsvãdana
ãsvãdite preme matta ha-ila sabãra mana SIGNIFICADO—Esta citação é d o Srimad-Bhãgavatam (10.31.14).
hari-dhvani kari'—fazendo ressoar bem alto o santo nome de Hari; sabe—todos
eles; kailã ãsvãdana—saborearam; ãsvãdite—tão logo saborearam; preme—em amor VERSO 118
extático; maffa—enlouquecidas; ha-ila—ficaram; sabãra mana—as mentes de todos.
cflfis ^ f i ' i r s t s r ç isrsè re*rl i
T R A D U Ç Ã O — C a n t a n d o alto o santo n o m e de Hari, todos eles saborearam a atits §«,i4Ktltii i f o r e » ertf^ffj i ^ 11
prasãda. À medida que saboreavam-na, suas mentes enlouqueceram em êxtase
de amor. éloka éuni' mahãprabhu mahã-tusfa hailã
VERSO 116 rãdhãra utkanthã-éloka padite lãgilã
éloka éuni'—ao ouvir o verso; mahãprabhu—ári Caitanya Mahãprabhu; mahã-
cuiíreret i s t a t ^ i r e « n » i %rl i tusta—muito satisfeito; hailã— ficou; rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãní; utkanthã-éloka—
um verso referente à ansiedade; padite lãgilã—pôs-Se a recitar.
• W W l f f C9TT1 i f o C S mftM I aVM
5
premãveée mahãprabhu yabe ãjhã dilã TRADUÇÃO—Ao ouvir Rãmãnanda Rãya recitar este verso, Sri Caitanya Mahã-
rãmãnanda-rãya éloka padite lãgilã prabhu ficou muito satisfeito. Então, Ele recitou o seguinte verso, que Srimati
prema-ãveée—em amor extático; mahãprabhu—§ri Caitanya Mahãprabhu; yabe— Rãdhãrãní falara com muita ansiedade.
quando; ãjhã dilã—ordenou; rãmãnanda-rãya—Rãmãnanda Rãya; éloka—versos;
padite lãgilã—pôs-se a recitar.
VERSO 119
TRADUÇÃO—Em amor extático, á r i Caitanya Mahãprabhu mandou que Rãmã-
ast^^í ^frci^i-iii fi ^ i ç i -
nanda Rãya recitasse alguns versos. Assim, Rãmãnanda Rãya falou o seguinte.
fl<ftiTir<nrr¥«: fisisi-ren-n: i
VERSO 117 ^ t f « * f ? p * f i w - ^ i Í T f i > * i-bfá«:
^i<5i«(as c " t í » i t w , ^rã^ciin 9$í>fà«Ji i
,
J
i ci l í i r e t ç i : i f a « t i í f e f%3H--<j?t ' i >>» l
f i f V w w fi<5? í l i a c w n t f ^ l i*4 ti
surata-vardhanam éoka-nãéanam vrajãtula-kulãhganetara-rasãli-trsnã-hara-
svarita-venunã susthu-cumbitam pradivyad-adharãmrtah sukrti-labhya-phelã-lavah
itara-rãga-vismãranam nrnãm sudhã-jid-ahivallikã-sudala-vltikã-carvitah
vitara vira nas te 'dharãmrtam sa me madana-mohanah sakhi tanoti jihvã-sprhãm
294 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16
Verso 123 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 295
eta kahi' gaura-prabhu bhãvãvista hanã TRADUÇÃO—"Meu querido a m a n t e " , disse Ele, "deixa-Me descrever algumas
dui slokera artha kare pralãpa kariyã características dos Teus lábios transcendentais. Eles agitam a mente e o corpo
eta kahi'—dizendo isso; gaura-prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; bhãva-ãvista— de todo m u n d o , a u m e n t a m os desejos de gozos luxuriosos, destroem o fardo
dominado pelas emoções de amor extático; hanã—ficando; dui élokera—dos dois da felicidade e lamentação materiais e nos fazem esquecer todos os sabores mate-
versos; artha—significado; kare—faz; pralãpa kariyã—conversando como um louco. riais. O m u n d o inteiro cai sob o controle deles. Eles aniquilam a vergonha, a
religião e a paciência, especialmente nas mulheres. Na realidade, eles inspiram
T R A D U Ç Ã O — A p ó s dizer isto, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou dominado pelas
loucura nas mentes de todas as mulheres. Teus lábios, incrementando a cobiça
da língua, atraem-na. Levando tudo isso em consideração, vemos que as ativi-
emoções do amor extático. Conversando como um louco, Ele passou a explicar
dades de Teus lábios transcendentais são sempre desconcertantes."
o dignificado dos dois versos.
õchuka—é muito natural; nãrira—de mulheres; kãya—os corpos; kahite—de falar; venu dhrsta-purusa hanã, purusãdhara piyã piyã,
vãsiye— sinto; /ã/a—vergonha; tomara—Teus; adhara—lábios; bada—muitíssimo; gopi-gane jãnãya nija-pãna
dhrsta-rãya—insolentes; puruse—o varão; kare ãkarsana—eles atraem; ãpanã—eles 'aho suna, gopi-gana, bale pino tomara dhana,
próprios; piyãite— fazendo beber; mana—mente; anya-rasa—outros sabores; saba— tomara yadi thãke abhimãna
tudo; pãsarãya—fazem esquecer. venu—a flauta; dhrsta-purusa—um varão astuto; hanã—sendo; purusa-adhara—os
lábios do varão; piyã piyã—bebendo sem parar; gopi-gane—às gopis; jãnãya—infor-
TRADUÇÃO—"Meu querido Krsna, já q u e és um varão, não é d e admirar que ma; nija-pãna—própria bebida; aho—oh!; éuna—ouvi; gopi-gana—gopis; bale—diz;
a atração de Teus lábios deixe perturbadas as mentes das mulheres. Estou enver- pino—bebei; tomara—vossa; dhana—propriedade; tomara—vosso; yadi—se; thãke—
gonhada de dizer isto, mas Teus lábios às vezes atraem inclusive a Tua flauta, há; abhimãna—orgulho.
que também é considerada masculina. Ela gosta de beber o néctar de Teus lábios,
esquecendo-se, assim, de todos os outros sabores." TRADUÇÃO—"Esta flauta é um varão muito astuto que não pára de beber o sabor
dos lábios de outro varão. Ela anuncia suas próprias qualidades e diz às gopis:
VERSO 124 'Ó gopis, se tendes tanto orgulho de serdes mulheres, adiantai-vos para gozar
de vossa propriedade — o néctar dos lábios da Suprema Personalidade de D e u s . ' "
TCF5» 3«$ ÇÇS, «ir.6<5«. «re,
restara «uni-a? atf>a>a i VERSO 126
r e s t a r a r e ^ r e - a m , * F j ««ta *tàre*«ffl, <sre retre capta a>fà', « w i « a , aí, etíV,
<stw «it*w fHara faarça 11 11 wtrV fw«j, m «nfa' nu i
sacetana rahu dure, acetana sacetana kare, are fn^fãawi, restara reta «nftas m,
tomara adhara—bada vãjikara «irei rec^i «rea mm i «
tomara venu suskendhana, tara janmãya indriya-mana, tabe more krodha kari', lajjã bhaya, dharma, chãdi',
tare ãpanã piyãya nirantara chãdi' dimu, kara ãsi' pana
sa-cetana—seres vivos conscientes; rahu dure—a parte de; acetana—inconscientes; nahe pimu nirantara, tomãya mora nãhika dará,
sa<etana—conscientes; kare—fazem; tomara—Teus; adhara—lábios; bada—muito anye dekhoh trnera samãna
grandes; vãjikara—mágicos; tomara—Tua; venu—flauta; suska-indhana—madeira tabe—em seguida; more—comigo; krodha kari'—ficando furiosa; lajjã—vergonha;
seca; íãra—disso; janmãya—cria; indriya-mana—os sentidos e a mente; tare—a flauta; bhaya—temor; dharma—religião; chãdi'—abandonando; chãdi'—abandonando;
ãpanã—eles próprios; piyãya—fazem beber; nirantara—constantemente. dimu—darei; kara ãsi' pana—vem beber; «abe—não; pimu—beberei; nirantara—con-
tinuamente; tomãya—de Ti; mora—meu; nãhika—não há; dam—medo; anye—outros;
TRADUÇÃO—"À parte dos seres vivos conscientes, mesmo a matéria inconsciente dekhoh—encaro; frnera samãna—iguais à palha.
às vezes torna-se consciente devido a Teus lábios. Portanto, Teus lábios são
grandes mágicos. Paradoxalmente, embora Tua flauta seja apenas madeira seca, TRADUÇÃO—"Em seguida, furiosa, a flauta dirigiu-se para Mim: 'Abandona Tua
Teus lábios fazem-na beber o néctar deles. Eles criam uma mente e sentidos na vergonha, religião e temor e vem beber os lábios de Krsna. Nessa condição, aban-
flauta de madeira seca e lhe dão bem-aventurança transcendental." donarei meu apego a eles. No entanto, se não abandonares Tua vergonha e temor,
beberei continuamente o néctar dos lábios de Krsna. Tenho um pouco de medo,
VERSO 125 pois também tens o direito de beber esse néctar, mas, quanto aos demais,
considero-os como p a l h a . " '
autH7* wn, *&*m f*Mrt,
VERSO 127
'«irei retraia, arei farei restar* « r , mfí& fàsf-^re, aanfâai ca* arei,
cwmtf ar«r atrep «ipsarfi n m 11 «ita**ía fàsfste.-wsi i
298 ári Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16 Verso 130 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 299
VERSO 129
«fflffl. «fà\ afe* afã afã',
« c a « l i a r a « c a f a s ^ i a 11 g « « 3 t e t a srffèara, 4 « « c a a f f i ,
4 5 f«tl « f à * t , c t P t t f a » i
adharãmrta nija-svare, sancãriyã sei bale,
ãkarsaya trijagat-jana «ai a f V fas a f à c s tf f ã , <stC5 a f é cara a f ã ' ,
ãmarã dharma-bhaya kari', rahi' yadi dhairya dhari', curara a t c « « t f V « t f a c « » t 5 lâ^M
tabe ãmãya kare vidambana
adhara-amrta—o néctar dos lábios; nija-svare—com a vibração da flauta; sancãriyã— susta bãhsera lãthikhãna, eta kare apamãna,
combinando; sei—isso; bale—à força; ãkarsaya—atrai; tri-jagat-jana—as pessoas dos ei dasã karilã, gosãni
três mundos; Ãmarã—nós; dharma—religião; bhaya—temor; kari'—devido à; rahi'— nã sahi' ki karite pari, tãhe rahi mauna dhari',
permanecendo; yadi—se; dhairya dhari'—mantendo-nos pacientes; tabe—então; corãra mãke dãki' kãndite nãi
ãmãya—a nós; kare vidambana—critica. suska—seca; bãhsera—de bambu; lãthi-khãna—uma vara; cia—isto; kare apamãna—
insulta; ei—esta; dasã—condição; karilã—fez; gosãni—o amo; nã sahi'—não tolerando;
TRADUÇÃO—"O néctar dos lábios de Krsna, combinado com a vibração de Sua ki—que; karite pari— podemos fazer; tãhe— nessa ocasião; rahi— permanecemos;
flauta, atrai todas as pessoas dos três mundos. Contudo, se nós, as gopis, perma- mauna dhari'—mantendo-nos caladas; corãra—de um ladrão; mãke—a mãe; dãki'—
necermos pacientes em respeito aos princípios religiosos, então a flauta criticar- chamando; kãndite—clamar; nãi— não é possível.
nos-á."
VERSO 128
T R A D U Ç Ã O — " E s t a flauta não passa de uma vara seca de bambu, mas age como
aTfà «tara «-««-«rrret, ^roí-aa" « a r a « j t c f , nosso amo e insulta-nos de tantas maneiras que nos força a enfrentar uma situação
c « c » t a f ã ' c a » *T4*1 a t a i embaraçosa. Que mais nos resta fazer além de tolerar isto? A mãe de um ladrão
« r t f à ' « a r a curara « n ã t , < s f » ' c*tt« « c a não pode clamar por justiça quando o ladrão é punido. Portanto, simplesmente
ficamos caladas."
4 5 a « « t a r c a susta 1 1 i 5 > n
T R A D U Ç Ã O — " É esta a política desses lábios. Considerai então as outras injusti- krsna—o Senhor Krsna; ye—que; khãya—masca; tãmbüla—o bétel; kahe—diz-se;
ças. T u d o aquilo em que esses lábios tocam — inclusive alimento, bebida ou tara—disso; nãhi—não há; mula—preço; tãhe—além do mais; ãra—também; dambha-
bétel — torna-se tal qual néctar. Daí, isso passa a ser chamado krsna-phelã, ou paripãti—completo orgulho; tara—disso; yebã—tudo o que; udgãra—provindo; tare—
restos deixados por Krsna." isso; kaya—é chamado; amrta-sãra—a essência do néctar; gopira—das gopis; mukha—a
boca; kare—faz; ãlabãti— cuspideira.
VERSO 131
T R A D U Ç Ã O — " O bétel mascado por Krsna é de valor incalculável, e diz-se que
c i citata u i « i i , ai *tta caa«1 ii, os restos desse bétel mascado em Sua boca são a essência do néctar. Quando
4 « c « c«al *ttf«ata ? as gopis aceitam esses restos, suas bocas tornam-se como cuspideiras de Krsna."
T R A D U Ç Ã O — " E x i s t e m pessoas que não estão qualificadas para beber este néctar
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o Sri Caitanya Mahãprabhu conversava dessa maneira, Sua
mas que, não obstante, bebem-no continuamente, ao passo que algumas que
mente transformou-se. Embora Sua ira tenha-se aplacado, Sua agitação mental são aptas nunca o obtêm, e dessa maneira morrem de cobiça."
agravou-se.
VERSO 138
VERSO 135
«ire» «ftf«, C H I « * t 9 t s «ffci i
1 3 1 si?» 4 5 füflpjtfa i
wrerretire e«mt* f * t * 9 t | « - * » i « ^ i
« t 5 l re5 * t t 3 , «ta ii*?i wtfa« n >«« II
tãte jãni,—kona tapasyãra ache bala
parama durlabha ei krsnãdharãmrta
ayogyere deoyãya krsnãdharãmrta-phala
tãhã yei pãya, tara saphala jivita
tãte— portanto; jãni—posso entender; kona—alguma; tapasyãra—de austeridade;
parama—supremamente; durlabha—difícil de se obter; ei—este; krsna—de Krçna;
ache— há; bala—força; ayogyere—ao inepto; deoyãya—entrega; krsm-adhara-amrta—o
adhara-amrta—o néctar dos lábios; tãhã—isto; yei—aquele que; pãya—obtém; tara— néctar dos lábios de Krsna; phala—o resultado.
sua; sa-phala—exitosa; jivita—vida.
T R A D U Ç Ã O — " D e v e - s e , portanto, entender que, por força de alguma austeridade,
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "Este néctar dos lábios de
semelhante pessoa inepta decerto recebeu o néctar dos lábios de Krsna."
Krsna é supremamente difícil de se obter, mas quem consegue um pouquinho
tem a vida exitosa."
VERSO 139
VERSO 136
' « 5 111-513, fog ^Sfire» 53 PW* I
r e N j c « 5 f f l c a « 1 l i a »tti i
« 1 1 STIM' fre» 1(5 C"5ff%1 351 II II
wíf*t ci H5f«s, a^i ire «it«i II > « « II
'kaha rãma-rãya, kichu sunite haya mana'
yogya hanã keha karite nã pãya pana bhãva jãni' pade rãya gopira vacam
tathãpi se nirlajja, vrthã dhare prãna
kaha—fala; rãma-rãya—Rãmãnanda Rãya; kichu—algo; sunite—ouvir; haya mana—
yogya—competente; hanã—sendo; keha—qualquer pessoa que; karite—para fazer; desejo; bhãva—a situação; jãni'—entendendo; pade rãya—Rãmãnanda Rãya cita;
nã pãya—não obtém; pàiw—sorvo; tathãpi—mesmo assim; se—essa pessoa; nirlajja— gopira vacana—as palavras das gopis.
desavergonhada; i'rthã—em vão; dhare prãna—continua viva.
T R A D U Ç Ã O — N o v a m e n t e , árí Caitanya Mahãprabhu disse a Rãmãnanda Rãya:
T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o uma pessoa competente para beber esse néctar não faz
"Por favor, dize algo. Quero ouvir." Entendendo a situação, Rãmãnanda Rãya
isso, essa pessoa desavergonhada leva uma vida inútil."
recitou as seguintes palavras das gopis.
VERSO 137
«iretti 5 4 » 1 « 1 * 1 re*5 »wi «fw «re I VERSO 140
carsrj ^ sufi? «tia, reitc« u t i *ire n >«i \\
ctini: faiisiw i reit
ayogya hanã tãhã keha sadã pana kare ÍTClT13T33^3liri O l t f f * 1111J
yogya jana nãhi pãya, lobhe mãtra mare
<gt„ÇV ^í*. 1T1Í"IÍ11' 3ffC31
ayogya—inepto; hanã—sendo; tãhã—isto; keha—alguém; sadã—sempre; pana kare—
bebe; yogya jana—a pessoa competente; nãhi pãya—não obtém; lobhe—por cobiça; ssacBi*» ^ j r e i t n iiiíi:u>8.i
mãtra—simplesmente; mare—morre.
/
304 árí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16 Verso 1 4 4 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 305
gopyah kim ãcaraá ayarh kuéalam sma venur wmm cUT^m, «fica ifttü fàw«ra,
dãmodarãdhara-sudhãm api gopikãnãm
bhunkte svayam yad avaéista-rasam hradinyo d cal «rasa ^«j »ra n i 8 * . n
hrsyat-tvaco 'éru mumucus taravo yathãryãh
gopyah—ó gopis; kim—que; ãcarat—executaram; ayam—esta; kusalam—atividades eho vrajendra-nandana, vrajera kona kanyã-gana,
auspiciosas; sma—com certeza; venuh—flauta; dâmodara—de Krsna; adhara-sudhãm— avaéya kariba parinaya
o néctar dos lábios; api—mesmo; gopikãnãm—que pertence às gopis; bhunkte—des- se-sambandhe gopi-gana, yãre mane nija-dhana,
fruta; svayam—independentemente; yat—do qual; avasista—sobrando; rasam—só se sudhã anyera labhya naya
o gosto; hradinyah—os rios; hrsyat—sentindo-se alegre; tvacah—cujos corpos; asru— eho—este; vrajendra-nandana—o filho de Nanda Mahãrãja; vrajera—de Vrndãvana;
lágrimas; mumucuh—derramam; taravah—as árvores; yathã—exatamente como; kona—algumas; kanyã-gana—gopis; avaéya—na certa; kariba parinaya—casar-Se-á com;
ãryãh—velhos ancestrais. se-sambandhe—a este respeito; gopi-gana—as gopis; yãre— que; mane—considero; nija-
dhana—a propriedade pessoal; se sudhã—esse néctar; anyera—por outros; labhya
T R A D U Ç Ã O — " M i n h a s queridas gopis, que atividades auspiciosas deve ter rea- naya—não é alcançável.
lizado a flauta para, por conta própria, gozar do néctar dos lábios de Krsna e
deixar apenas um gostinho para as gopis para quem esse néctar realmente destina- T R A D U Ç Ã O — " A l g u m a s gopis disseram para outras gopis: 'Vede só os espantosos
se. Os ancestrais da flauta, os bambuzais, derramam lágrimas de prazer. Sua passatempos de Krsna, o filho de Vrajendra! Na certa Ele casar-Se-á com todas
mãe, o rio em cujas margens o b a m b u nasceu, sente alegria, e por isso suas flores as gopis de Vrndãvana. Portanto, as gopis têm plena certeza de que o néctar
de lótus desabrochantes estão eriçadas como se fossem os pelos de seu corpo." dos lábios de Krsna é sua propriedade particular e por isso nenhuma outra pessoa
pode desfrutar desse n é c t a r . " '
SIGNIFICADO—Este verso, citado do Srimad-Bhãgavatam ( 1 0 . 2 1 . 9 ) , refere-se a uma
conversa que as gopis tiveram entre si. Enquanto a estação do outono começava VERSO 1 4 3
em Vrndãvana, o Senhor Krsna apascentava as vacas e soprava Sua flauta. Foi cft%t«i, «5 «fãai ftsfcf i
então que as gopis começaram a louvar Krsna e comentar sobre a posição afortu-
nada de Sua flauta. c«ra, <fw, ç * t * i <8*t, C«ra, fÉtOMlifli
VERSO 1 4 1 ^ ca^cita ? J8-® II ap II
45 cara* «fír «rçi «ratraè *m i gopi-gana, kaha saba kariyã vicãre
kon tirtha, kon tapa, kon siddha-mantra-japa,
S«.«4fC<5 «l«í « C l « W t « f i r a l II Í 8 J II
ei venu kaila janmãntare?
gopi-gana—ó gopis; kaha—dizei; saba—tudo; kariyã vicãre—após completa análise;
eí sloka suni' prabhu bhãvãvista hanã
kon—que; tirtha—lugares sagrados; kon—que; tapa—austeridades; kon—que; siddha-
utkanthãte artha kare pralãpa kariyã
mantra-japa—cantar um mantra perfeito; eí—esta; venu—flauta; kaila—fez; janma-
ei éloka—este verso; éuni'—ouvindo; prabhu—èri Caitanya Mahãprabhu; bhãva-
antare—em sua vida passada.
ãvista—absorto em amor extático; hanã—ficando; utkanthãte—com a agitação da
mente; artha kare—faz o significado; pralãpa kariyã—conversando como um louco.
T R A D U Ç Ã O — " 'Minhas queridas gopis, considerai na íntegra quantas atividades
T R A D U Ç Ã O — A o ouvir a recitação deste verso, Sri Caitanya Mahãprabhu absor- piedosas essa flauta executou em sua vida passada. Não sabemos que lugares
veu-Se em amor extático, e com a mente muito agitada, Ele, como um louco, de peregrinação ela visitou, que austeridades executou ou que mantra perfeito
passou a explicar o seu significado. cantou."'
VERSO 1 4 4
VERSO 1 4 2
Cf*! «Ut»l3-'5f»fl, Ç*i V | f 5 ijifl,
«arei s r c w a s w , ac«ra e*ta «arfti, ara «rwra cirô íca «rt«i i
'V&JS «fira lf%*T5 i
306 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16 Verso 147 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 307
VERSO 148 TRADUÇÃO—"As gopis ponderaram: 'A flauta é completamente inepta para a
sua posição. Desejamos saber que espécies de austeridades a flauta executou,
fswtfre *jfif««, t e * ! s r a fàasFas, para que também possamos executar as mesmas austeridades. Embora seja in-
digna, a flauta está bebendo o néctar dos lábios de Krsna. Ao vermos isto, nós,
aa;-fàca «TC? «apaia i gopis qualificadas, estamos morrendo de tristeza. Portanto, devemos considerar
calca atf*t' fsw-s»TRa, «tcaa @m laj-ütfe, as austeridades a que a flauta se submeteu em sua vida p a s s a d a . " '
fys&mt csret «usw-fãasta II i 8 v II
VERSO 150
nijãnkure pulakita, puspé hãsya vikasita,
madhu-mise vahe asru-dhãra «áreas «wt*t 3>fà', c«tatcac*t rerW*,
venure mãni' nija-jãti, ãryera yena putra-nãti, hcb» 1431 lait-ataata i
'vaisnava' haile ãnanda-vikãra
a^ flfre, arç •ma, «tatearei «gÉ ata,
nija-ahkure—com seus botões; pulakita—alegres; puspe—mediante flores; hãsya—
sorrindo; vikasita—manifestaram; madhu-inise—pelo escorrer do mel; vahe— flui; «aíairet atfa-fã» ata n i<?° n
asru-dhãra—torrentes de lágrimas; venure— a flauta; mãni'—aceitando; nija-jãti—
como pertencente à mesma família; ãryera—de antepassados; yena—como se; putra- eteka pralãpa kari', premãveée gaurahari,
nãti—filho ou neto; vai$nai>a—um Vaisnava; haile—quando se torna; ãnanda-vikãra— sahge lahã svarúpa-rãma-rãya
transformação de bem-aventurança transcendental. kabhu nãce, kabhu gãya, bhãvãveée mürcchã yãya,
ei-rüpe rãtri-dina yãya
TRADUÇÃO—'"As árvores situadas nas margens do Yamunã e do Ganges vivem eteka—esse tanto; pralãpa kari'—conversando como um louco; prerna-ãveée—em
amor extático; gaurahari—Sri Caitanya Mahãprabhu; sahge lahã—levando consigo;
alegres. Suas flores dão a impressão de que estão sorrindo e elas parecem estar
svarüpa-rãma-rãya—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí e Rãmãnanda Rãya; kabhu nãce—
derramando lágrimas sob a forma de mel cadente. Assim como os antepassados
ora dança; kabhu gãya—ora canta; bhãva-ãveée—em amor extático; mürcchã yãya—
de um neto ou de um filho Vaisnava sentem bem-aventurança transcendental,
fica inconsciente; ei-rüpe— dessa maneira; rãtri-dina—dia e noite adentro; yãya—
as árvores sentem bem-aventurança de ter a flauta como membro de sua famí- Ele passa.
lia.'"
VERSO 149
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o falava dessa maneira como um louco, Srí Caitanya Mahã-
caaa «*t wifà are, c a ? «»t a-fà «ca. prabhu encheu-Se de emoção extática. Na companhia de Seus dois amigos,
Svarüpa Dâmodara Gosvãmí e Rãmãnanda Rãya, Ele ora dançava, ora cantava,
4-«arettT, «uaai-retfTl atai i
ora ficava inconsciente em amor extático. Sri Caitanya Mahãprabhu passava Seus
ai «1 nt^slssreafà^reitj faca afores atra, dias e noites dessa maneira.
« 1 ^ 1 srifa' « * W raptfà n i8& n
VERSO 151
venura tapa jãni yabe, sei tapa kari tabe, w t , m, aatssi, a ^ t c a a §)sa«l,
e—ayogya, ãmarã—yogyã nãri
yã nã pãhã duhkhe mari, ayogya piye sahite nãri, faca afã' « f à ata «n«t i
tãhã lãgi' tapasyã vicãri c5«®5fã«tfs, « f « rec« » T a T f 5 ,
venura—da flauta; tapa—austeridades; jãni—sabendo; yabe—quando; sei—essas;
f i a frsft*» « W P I n ÍOJ> II
tapo—austeridades; kari—executamos; tabe—nessa ocasião; e—essa (flauta); ayogya—
indigna; ãmarã—nós; yogyã nãri— mulheres aptas; yã—as quais; nã pãhã— não svarüpa, rüpa, sanãtana, raghunâthera éri-carana,
conseguindo; duhkhe—com tristeza; mari— morremos; ayogya—a mais inepta; éire dhari' kari yãra ãéa
piye—bebe; sahite nãri—não podemos tolerar; tãhã lãgi'—por essa razão; tapasyã— caitanya-caritãmrta, amrta haite parãmrta,
austeridades; vicãri—estamos considerando. gãya dina-hina krsnadãsa
310 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16
CAPÍTULO DEZESSETE
SVarÜpa— Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; rüpa—Srila Rüpa Gosvãmí; sanãtana—
Sanãtana Gosvãmi; raghunâthera—de Raghunãtha dãsa Gosvãmí; éri-carana—os
pés de lótus; s'ire—sobre a cabeça; dhari'—colocando; kari yãra ãéa—contando com
a misericórdia deles; caitanya-caritãmrta—o livro chamado Caitanya-caritãmrta; amrta
As transformações físicas
haite— do que néctar; para-amrta—mais nectáreo; gãya—canta; dina-hina—o mui- do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu
tíssimo abominável; krsnadãsa—Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi.
likhyate érila-gaurendor
atyadbhutam alaukikam
yair drstam tan-mukhãc chrutvã
divyonmãda-vicestitam
likhyate—elas estão sendo escritas; érila—opulentíssimas; gaura—de Srí Caitanya
Mahãprabhu; indoh—parecido com a lua; ati—muito; adbhulam—maravilhosas;
alaukikam—incomuns; yaih—por quem; drstam—presenciadas; tat-mukhãt—de suas
bocas; érutvã— após ouvir; divya-unmãda—em loucura transcendental; vicestitam—
atividades.
VERSO 2
311
312 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 17 Verso 8 As transformações físicas do Senhor Caitanya 313
jaya jaya—todas as glórias; sri-caitanya—ao Senhor Caitanya Mahãprabhu; jaya— yabe yei bhãva prabhura karaye udaya
todas as glórias; nityãnanda—ao Senhor Nityãnanda; ;nt/a—todas as glórias; advaita- bhãvãnurüpa gita gãya svarüpa-mahãéaya
candra—a Advaita Acãrya; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-vrnda—aos devotos yabe—sempre que; yei—qualquer; bhãva—êxtase; prabhura—de Sri Caitanya Mahã-
de êri Caitanya Mahãprabhu. prabhu; karaye udaya—surge; bhãva-anuriipa—de acordo com a emoção; gita—melo-
dia; gãya—canta; svarüpa—Svarüpa Dâmodara; mahãéaya—a grande personalidade.
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Sri Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias ao
Senhor Nityãnanda! Todas as glórias a Advaitacandra! Todas as glórias a todos T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o conversavam sobre Krsna, Svarüpa Dâmodara Gosvãmí
os devotos do Senhor! cantava melodias bem de acordo com as emoções transcendentais de Sri Caitanya
VERSO 3 Mahãprabhu.
VERSO 6
afore s r ç t s r ç atfà-fàarei i
fàwttfo, s^lata, ftltartifâri i
fcartrea reèi, «J*rt*t asre c a W C T P t n * a ,
«fatsait esta* *rrera ata-atitíi a ii * n
ei-mata mahãprabhu rãtri-divase
unmãdera cesta, pralãpa kare premãveée vidyãpati, candidãsa, éri-gita-govinda
ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; rãtri-divase— bhãvãnurüpa sloka padena rãya-rãmãnanda
noite e dia; unmãdera—de um louco; cesta—atividades; pralãpa tare—fala com in- vidyãpati—o autor Vidyãpati; candidãsa—o autor Candidãsa; sri-gita-govinda—o
sanidade; prema-ãveée—em amor extático. famoso livro de Jayadeva Gosvãmí; bhãva-anurüpa—de acordo com a emoção ex-
tática; sloka—versos; padena—recita; rãya-rãmãnanda—Rãmãnanda Rãya.
T R A D U Ç Ã O — A b s o r t o em êxtase, Srí Caitanya Mahãprabhu, dia e noite, agia e
falava como um louco. T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya citava versos dos livros de Vidyãpati e Candidãsa,
e especialmente do Gita-govinda de Jayadeva Gosvãmí, para complementar o
VERSO 4 êxtase de Srí Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 5 VERSO 8
<s*are> stfütwrre « w a t f ã re.9t i
are reç «ta « « a a*are &ra i
cfltatfèpre "ia* asatç' sfre are cfli m n v n
•tafjp*! tta ^aff-açpaa n <t n
314 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 14 As transformações físicas do Senhor Caitanya 315
ei-mate nãnã-bhãve ardha-rãtri haila tina-dvãre kapãta aiche ache ta' lãgiyã
gosãhire éayana karãi' duhhe ghare gela bhãvãveée prabhu gelã bãhira hanã
ei-mate—dessa maneira; nãnã-bhãve—em muitas variedades de emoções; ardha- tina-dvãre—nas três entradas; kapãta—as portas; m á e - c o m o antes; ache—estão;
rãtri—metade da noite; haila—passou; gosãhire— Sri Caitanya Mahãprabhu; éayana ta' lãgiyã—sendo fechadas; bhãva-ãveée—em emoção extática; prabhu—Sri Caitanya
karãi'—fazendo-O deitar-Se; duhhe—ambos; ghare gela—foram para casa. Mahãprabhu; gelã—foi; bãhira—tora; ha hã—estando.
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu passou a metade da noite experimentando T R A D U Ç Ã O — E m b o r a todas as três portas estivessem trancadas como de costume,
muitas variedades de emoções. Enfim, após fazer o Senhor deitar-Se na cama, Srí Caitanya Mahãprabhu, em grande êxtase, saiu do quarto e deixou a casa.
tanto Svarüpa Dâmodara quanto Rãmãnanda Rãya voltaram para as suas casas.
VERSO 12
VERSO 9
f»i«ara-atvea «reç b s s i f t - t t ^ t a i
•stfrara arca cfifi»! «fãsii "fw i « t t l ar*' *tf«m asç *<ÍP1 « t e t > « » n h
laarfis efç «ea» «w*v#t«» II a. i
simha-dvãra-daksine ache tailahgi-gãbhi-gana
gambhirãra dvãre govinda karilã éayana tãhãh yãi' padilã prabhu hanã acetana
saba-rãtri prabhu karena ucca-sahkirtana simha-dvãra—do portão chamado Simha-dvãra; daksine—no lado sul; ache—exis-
gambhirãra—do quarto de Srí Caitanya Mahãprabhu; dvãre—a porta; govinda— tem; tailahgi-gãbhi-gana—vacas pertencentes ao distrito de Tailahga; tãhãh—para
Seu servo pessoal; karilã éayana—deitou-se; saba-rãtri—a noite toda; prabhu—Sri ali; yãi'—indo; padilã—caiu; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; hanã
Caitanya Mahãprabhu; karena—realiza; ucca-sahkirtana—cantar alto. acetana—ficando inconsciente.
T R A D U Ç Ã O — G o v i n d a , o servo pessoal de Sri Caitanya Mahãprabhu, deitou-se TRADUÇÃO—Ele foi em direção a u m estábulo situado no lado sul do Simha-
à porta de Seu quarto, e o Senhor cantou bem alto o mahã-mantra Hare Krsna dvãra. Ali, o Senhor caiu inconsciente em meio às vacas do distrito de Tailahga.
noite adentro.
VERSO 10 VERSO 13
TRADUÇÃO—De repente, Sri Caitanya Mahãprabhu ouviu a vibração da flauta T R A D U Ç Ã O — N e s s e ínterim, não ouvindo n e n h u m som de Sri Caitanya Mahã-
de Krsna. Então, em êxtase, começou a partir para ver o Senhor Krsna. prabhu, Govinda imediatamente mandou chamar Svarüpa Dâmodara e abriu
as portas.
VERSO 11 VERSO 14
f«5tatc* as*frfe «rres « ' «atilai i «ea ^art-csttitfa» aew i**wl «««f «11
«rarear*! « r ç e-jfal atfça «?<ÍP1 II « H re^ft» ostfaal «ea» « « a wcaaa n ÍS n
316 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 19 As transformações físicas do Senhor Caitanya 317
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Svarüpa Dâmodara Gosvãmi acendeu uma tocha, e, junta- T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o o Senhor jazia ali inconsciente. Seu corpo assemelhava-se
mente com todos os devotos, saiu em busca de Sri Caitanya Mahãprabhu. a uma enorme abóbora. Externamente, Ele estava em completa inércia, mas no
íntimo sentia transcendental bem-aventurança avassaladora.
VERSO 15
VERSO 18
çfò-fcfo «scataal f * K 5 a t c a c f a l i
W i W a - a c a i a t ç ' s l f ca *trçerl n ><r u f fft ia c^lfãcas «*cas afça SNffl 1
ça c ^ C T itfè wfus arca §l«w-nr 11 ív 11
iti-uti anvesiyã simha-dvãre gelã
gãbhi-gana-madhye yãi' prabhure pãilã gãbhi saba caudike suhke prabhura srí-ahga
iti-uti—aqui e ali; anvesiyã—procurando; simha-dvãre—ao portão chamado Simha- dura kaile nãhi chãde prabhura sri-ahga-sahga
dvãra; gelã—foram; gãbhi-gana-madhye—em meio às vacas; yãi'—indo; prabhure gãbhi—vacas; saba—todas; cau-dike—ao redor; suhke—cheiram; prabhura—de árí
pãilã—encontraram êri Caitanya Mahãprabhu. Caitanya Mahãprabhu; sri-ahga—o corpo transcendental; dura kaile—se são afas-
tadas; nãhi chãde—elas não abandonam; prabhura—de êri Caitanya Mahãprabhu;
TRADUÇÃO—Após procurar em diversos lugares, deram, por fim, com o estábulo sri-ahga-sahga—associação com o corpo transcendental.
situado perto do Sirhha-dvãra. Ali, viram á r í Caitanya Mahãprabhu deitado
inconsciente em meio às vacas.
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as vacas ao redor do Senhor estavam cheirando o Seu corpo
VERSO 16 transcendental. Q u a n d o os devotos tentaram interceptá-las, elas recusaram-se
a abandonar sua associação com o corpo transcendental de ári Caitanya Mahã-
c*fcí?a t%<sa s*8-*tf—aj-caa «rtasta i prabhu.
í c a cara, »t?iasi«r, c i c a « r a * a t a 11 u
VERSO 19
petera bhitara hasta-pada—kürmera ãkãra
mukhe phena, pulakãhga, netre asru-dhãra
«icia* asfàsil a*, 11 ça crai 1
petera—o abdômen; bhitara—dentro de; hasta-pada—os braços e as pernas; kürmera efçca «frr<«»1 «íca «ttfà«a1 n >s> n
ãkãra—a semelhança de uma tartaruga; mukhe— na boca; phena—espuma; pulaka-
ahga—erupções no corpo; netre—nos olhos; asru-dhãra—uma torrente de lágrimas. aneka karilã yatna, nã haya cetana
prabhure uthãnã ghare ãnilã bhakta-gana
TRADUÇÃO—Seus braços e pernas tinham-Lhe adentrado o tronco, exatamente aneka—muitos; karilã—fizeram; yatna—esforços; nã haya—não houve; cetana—
como acontece a uma tartaruga. Sua boca espumava, havia erupções em Seu corpo consciência; prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; uthãnã—erguendo; ghare— para
e lágrimas caíam de Seus olhos. casa; ãnilã— trouxeram; bhakta-gana—os devotos.
VERSO 17
TRADUÇÃO—Na tentativa de despertar o Senhor, os devotos recorreram a diver-
«tcfsi nfsatcsi,—cai ^irt^-awi i sos artifícios, mas Ele não voltava a Si. Portanto, todos eles ergueram-nO e
atfoa « J r f à r f , «raça m\m fw») 111111 trouxeram-nO de volta para casa.
Verso 25 As transformações físicas do Senhor Caitanya
318 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 17
VERSO 23
VERSO 20
CVMN «ufà cfrt« a/sra» i
few «f%' ataw «w íTfj|*i»fr«íi i G*f% - cf tcé ca«t atsrra a c w a a i w v \*> 11
*>.
«iíirew«i «msrç fil^ii cvs* \w w
venu-éabda éuni' ãmi gelãha vrndãvana
ucca kari' éravane kare nãma-sankirtana dekhi,—gosthe ivnu bãjãya vrajendra-nandana
aneka-ksane mahãprabhu pãilã cetana venu-éabda—a vibração da flauta; suni'—após ouvir; ãmi—Eu; gelãha—fui; vrndã-
ucca kari'—bem alto; sravane—nos ouvidos; kare—realizam; nãma-sankirtana— vana—para Vrndãvana; dekhi—vi; gosthe—no campo de pastagem; venu—a flauta;
cantar do santo nome; aneka-ksane—após um tempo considerável; mahãprabhu— bãjãya—tocava; vrajendra-nandana—Krsna, o filho de Nanda Mahãrãja.
Sri Caitanya Mahãprabhu; pãilã cetana—voltou a Si.
T R A D U Ç Ã O — " A p ó s ouvir a vibração de u m a flauta, fui para Vrndãvana, e lá vi
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os devotos puseram-se a cantar bem alto o mantra Hare que Krsna, o filho de Mahãrãja Nanda, tocava Sua flauta nos campos de
Krsna, e, após um tempo considerável, Sri Caitanya Mahãprabhu voltou a Si. pastagem."
VERSO 21 VERSO 24
cvs* 5«s-*trf* atraca «irçi i jrcars-caf-srrw arai «irf>' f v m i
*35a«. aarcatfj «rira w&\ n *i n ?c«»c* çfasrl *a» aftsi *fãatca n *8 n
cetana ha-ile hasta-pãda bãhire ãila sahketa-venu-nãde rãdhã ãni' kuhja-ghare
pürvavat yathã-yogya éarira ha-ila kuhjere calilã krsna kridã karibãre
cetana ha-ile—quando houve consciência; hasta-pãda—os braços e as pernas; sahketa-venu-nãde—com o sinal da vibração da flauta; rãdhã— Srimati Rãdhãrãní;
bãhire— para fora; ãila—vieram; pürvavat—como antes; yathã-yogya—em plena ãni'—trazendo; kuhja-ghare—a um caramanchão; kuhjere—dentro do caramanchão;
ordem; éarira—o corpo; ha-ila—ficou. calilã—foi; krsna—o Senhor Krçna; kridã karibãre—para realizar passatempos.
TRADUÇÃO—Ao voltar a Si, Seus braços e pernas saíram de dentro de Seu corpo, T R A D U Ç Ã O — " A s s i n a l a n d o com Sua flauta, Ele trouxe Srímatí Rãdhãrãní até um
e todo o Seu corpo voltou ao normal. caramanchão. Foi então que entrou naquele caramanchão para ali realizar pas-
satempos com Ela."
VERSO 22
VERSO 25
^fàfll afacPH «fÇ, 5 t « » Ifo-^fo I
« C Ç » , — "«jfjj "Brisil WtfsWTl f f% ? H «*ta *rtos *ttcc «rrfài «fa^ mm i
<s*tí «^l-wfSics «trata sfàst «ta«i 11 *<r 11
u\hiyã vasilena prabhu, cãhena iti-uti
svarüpe kahena, — "tumi ãmã ãnilã kati? tãhra pãche pãche ãmi karinu gamana
uthiyã—levantando-Se; vasilena—sentou-Se; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhra bhüsã-dhvanite ãmãra harila éravana
cãhena—olha; iti-uti—para aqui e para ali; svarüpe—a Svarüpa Dâmodara; kahena— tãhra pãche pãche— logo depois dEle; ãmi—Eu; karinu gamana—fui; tãhra—Seus;
diz; tumi—tu; ãmã—a Mim; ãnilã—trouxeste; kati—para onde. bhüsã-dhvanite—pelo ruído dos ornamentos; ãmãra—Meus; harila—ficaram cativa-
dos; éravana—ouvidos.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu levantou-Se, e então sentou-Se novamen- T R A D U Ç Ã O — " L o g o depois de Krsna, entrei no caramanchão; Meus ouvidos es-
te. Olhando de um lado para outro, perguntou a Svarüpa Dâmodara: "Para onde tavam cativados pelo ruído de Seus o r n a m e n t o s . "
Me trouxeste?"
320 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 31 As transformações físicas do Senhor Caitanya 321
VERSO 26 VERSO 29
«rartac«t w l « C 5 » •snwftf-at^ i
«4«Rfíi-«f%« erra « r t T w f i II II « r p r a ur,?i, «t<? a i r a » , ^ f a $ H
TRADUÇÃO—"Vi Krsna e as gopis gozando de todas as espécies de passatempos TRADUÇÃO—Com grande êxtase, Srí Caitanya Mahãprabhu, com uma voz bal-
enquanto riam e divertiam-se juntos. Ouvir-lhes as expressões vocais realçou buciante, disse a Svarüpa Dâmodara: " M e u s ouvidos estão morrendo de sede.
a alegria de Meus o u v i d o s . " Por favor, recita algo que mate esta sede. Deixa-Me ouvir i s t o . "
VERSO 27 VERSO 30
cçsranrei ^ f à - i r a c^rarraer « f à ' i w K f r a t f í f P «!<§ii "©ra s r t f à s i i
« i r a i 5 * s i 5 i * l « r è e r i i * i t e , « r a f f à ' II * i n #psrac«a c»tí« i c « si*ra «ran 1 1 « » H
kã—que; s/ri—mulher; ahga—ó Krsna; te—Tua; kala-pada—pelos ritmos; amrta- haila—houve; gopi— das gopis; bhãva-ãveéa—emoção extática; kaila—fizeram; rase—
venu-gita—das doces canções da flauta; sammohitã— ficando cativada; ãn/a-caritãt— na dança da rasa; paraveéa—entrada; krsnera—do Senhor Krsna; éuni'—ouvindo;
do caminho da castidade segundo a civilização védica; ««—não; calet—vagaria; upeksã-vacana—as palavras de desprezo; krsnera—do Senhor Krsna; mukha—rosto;
tri-lokyãm—nos três m u n d o s ; trai-lokya-saubhagam—que é a boa fortuna dos três hãsya—sorridente; vãni— conversando; tyãge—renúncia; tãhã—isto; satya mãni'—
m u n d o s ; idam—isto; ca—e; niriksya—observando; rüpam—beleza; yat—a qual; go— aceitando como fato; rose—com raiva; krsne— ao Senhor Krçna; dena—dão; olãhana—
as vacas; dvija—pássaros; druma—árvores; mrgãh—animais da floresta, tais como castigo.
o veado; pulakãni—alegria transcendental; abibhran—manifestaram.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " F o i em êxtase q u e as gopis en-
T R A D U Ç Ã O — ' " M e u querido Senhor Krsna, quem, dentro dos três mundos, é traram na arena da dança da rasa, porém, após ouvirem as palavras em que Krsna
a mulher que não fica cativada com os ritmos das doces canções que vêm da denotava desprezo e desapego, elas entenderam que Ele iria renunciá-las. Assim,
Tua flauta maravilhosa? Q u e m , sendo assim provocada, consegue fixar-se no com muita raiva, puseram-se a castigá-lO."
caminho da castidade? Tua beleza é a mais sublime dentro dos três mundos.
Ao verem a Tua beleza, mesmo as vacas, os pássaros, os animais e as árvores
na floresta atordoam-se de a l e g r i a . " ' VERSO 34
VERSO 33 VERSO 35
haila gopi-bhãvãveéa, kaila rase paraveéa, kailã jagate venu-dhvani, siddha-mantrã yogini,
krsnera éuni' upeksã-vacana düti hanã mohe nãri-mana
krsnera mukha-hãsya-vãni, tyãge tãhã satya mãni', mahotkanthã bãdãhã, ãrya-patha chãdãhã,
rose krsne dena olãhana ãni' tomãya kare samarpana
324 éri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 38 As transformações físicas do Senhor Caitanya 325
TRADUÇÃO—'"Ao tocares Tua flauta, ela age como uma mensageira sob a forma anya-kathã, anya-mana, bãhire anya ãcarana,
de uma yoginl perfeita na arte de cantar mantras. Essa mensageira encanta todas ei saba éatha-paripãti
as mulheres do universo, atraindo-as a Ti. Então, ela aumenta-lhes a grande tumi jãna parihãsa, haya nãrira sarva-nãéa,
ansiedade e as induz a abandonar os princípios reguladores que estabelecem chãda ei saba kutinãti
a obediência aos superiores. Enfim, trazendo-as à força até onde estás, faz com anya—diferentes; kathã—palavras; anya—diferente; mana—mente; bãhire—exter-
que elas se rendam a Ti com amor r o m â n t i c o . " ' namente; anya—diferente; ãcarana—comportamento; ei—estes; saba—todos; éatha-
paripãti— comportamento ardiloso bem planejado; tumi—Tu; jãna—sabes; parihãsa—
gracejo; haya—há; nãrira—de mulheres; sarva-nãéa—aniquilação total; chãda—por
favor, abandona; ei—estes; saba—todos; kutinãti— ardis perspicazes.
VERSO 36
T R A D U Ç Ã O — " ' S a b e m o s que tudo isto é um truque bem planejado. Sabes como
«li 6t<5t3 ( ^ « W r a , Çfre M^*t»WlIi
fazer gracejos que causam a completa aniquilação das mulheres, mas podemos
mm, m, * t « 9 f g f s t a i compreender que Tua mente, palavras e comportamento verdadeiros são dife-
4 í a « i t i t a « f à ' cali, « f é ' tfasjtcít 'citi', rentes. Portanto, por favor, abandona todos esses ardis perspicazes."'
tfífaifi Ç431 »rô f » t i t i i n
VERSO 38
dharma chãdãya venu-dvãre, hãne katãksa-kãma-éare, c a i i t w «if3-£iTr.9i, « 5 « - 3 m r i fifci c i t e » ! ,
lajjã, bhaya, sakala chãdãya
ebe ãmãya kari' rosa, kahi' pati-tyãge 'dosa',
« i s i s - m i «líi-ftfíjrs i
dhãrmika hanã dharma éikhãya! f%1 « U J C 3 5 C 3 « T i , 5 C 3 1 1 , 5T.3 <2ft«1,
dharma—princípios religiosos; chãdãya—induz a rejeitar; venu-dimre—através da G ^ l t l « t # t qfàraas Í5<5 ? " « V II
flauta; hãne— trespassa; ka\ãksa—olhar; kãma-éare—pelas flechas da luxúria; lajjã—
vergonha; bhaya—temor; sakala—tudo; chãdãya—induz a abandonar; ebe—agora; venu-nãda amrta-ghole, amrta-samãna milha bole,
am rta-samãna bhüsana-éihjita
ãmãya—conosco; kari' rosa—ficando zangado; kahi'—dizendo; pati-tyãge—por aban-
tina amrte hare kãna, hare mana, hare prãna,
donarmos nossos maridos; dosa—erro; dhãrmika—muito religiosas; hanã—tornando-
kemane nãri dharibeka cita?"
nos; dharma—princípios religiosos; sikhãya—ensinas.
venu-nãda—a vibração da flauta; amrta-ghole—como nata nectárea; amrta-samãna—
igual a néctar; mithã bole—conversa doce; amrta-samãna—tal qual o néctar; bhüsaiw-
sihjita—a vibração dos ornamentos; tina—três; amrte— néctares; hare—atraem;
TRADUÇÃO—"'A vibração da Tua flauta, acompanhada de Teu olhar, que vigo- kãna—o ouvido; «are—atraem; mana—a mente; hare—atraem; prãna—a vida; ke-
rosamente nos trespassa com as flechas da luxúria, induz-nos a ignorar os princí- mane—como; nãri— mulheres; dharibeka—manterão; cita—paciência ou consciência.
pios reguladores da vida religiosa. Dessa maneira, ficamos excitadas com desejos
luxuriosos e vimos Te procurar, esquecendo toda a vergonha e temor. Mas agora
estás zangado conosco. Estás nos repreendendo por violarmos os princípios re- TRADUÇÃO—" 'A nata nectárea da vibração da Tua flauta, o néctar das Tuas doces
ligiosos e deixarmos nossos lares e maridos. E do jeito como nos instruis sobre palavras e o ruído nectáreo dos Teus ornamentos combinam-se para atrair nossos
ouvidos, mentes e vidas. Dessa maneira, estás nos m a t a n d o . ' "
princípios religiosos, nos deixas d e s a m p a r a d a s . " '
326 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 1 7
Verso 4 2 As transformações físicas do Senhor Caitanya 327
VERSO 39
TRADUÇÃO—Srl Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: ' " M i n h a querida amiga,
Krsna, a Suprema Personalidade de Deus, tem a voz tão profunda quanto o
tm « t V c a p t i t c a w , «tra? «are «trei,
ressoar de uma nuvem nos céus. Com o tilintar de Seus ornamentos, Ele atrai
« e . « & i - m r a <gre m i os ouvidos das gopis, e com o som de Sua flauta atrai mesmo a deusa da fortuna
e outras belas mulheres. Essa Personalidade de Deus, conhecido como Madana-
mohana, cujas palavras brincalhonas são cheias de insinuações e significados
arajsrt«ríí f Ç S « f N U r a i i e d I I profundos, está aumentando os desejos luxuriosos dos Meus o u v i d o s . " '
efa fcáfti' krodhãveée, bhãvera tarahge bhãse,
utkanthã-sãgare dube mana SIGNIFICADO—Este verso faz parte do Govinda-lilãmrta (8.5).
rãdhãra utkanthã-vãni, padi' ãpane vãkhãni,
krsna-mãdhurya kare ãsvãdana VERSO 4 1
eta kahi'—dizendo isso; krodha-áveée— na atitude de zanga; bhãvera tarahge— nas
ondas do amor extático; bhãse—flutua; utkanthã—de ansiedades; sãgare—no oceano; " a f r è j a iffftí aara, «aasi-aara fwfsi',
dube mona—mergulha a mente; rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãní; utkanthã-vãni—pa- a t a <sc«f cutfosi sifsrra i
lavras de ansiedade; pad/'—recitando; ãpane—pessoalmente; vãkhãni—explicando;
«ra <spfês-«c*i, gira wfresa a*Tc*fc
krsna-mãdhurya—a doçura de Krçna; kare ãsvãdana—saboreia.
*2»s a n « i «rrsfV » ! « r a u 8 i n
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu, à medida q u e flutuava nas ondas do
amor extático, falou estas palavras com uma atitude de zanga. Imerso no oceano "kanthera gambhira dhvani, navaghana-dhvani jini',
de ansiedades, Ele recitou um verso falado por Srímatí Rãdhãrãní expressando yãra gune kokila lãjãya
a mesma emoção. Então, pessoalmente explicou o verso, saboreando assim a tara eka éruti-kane, dubãya jagatera kãne,
doçura de Krsna. punah kãna bãhudi' nã ãya
kanthera—da garganta; gambhira—profundo; dhvani—som; nava-ghana—de nuvens
VERSO 4 0 recentes; dhvani—a ressonância; //«/'—conquistando; yãra—do qual; gune—os atri-
butos; kokila—o cuco; lãjãya—deixam em apuros; tara—disto; eka—uma; éruti-kane—
^^=1?^^^: a w f t a f i ç f â s í :
partícula de som; dubãya—inunda; jagatera—do m u n d o inteiro; kãne—o ouvido;
punah—novamente; kãna—o ouvido; bãhudi'—saindo; nã ãya—não pode vir.
aatfà^-aaraai-^^Tra-at^a:
i ca n t r a c a t ç a : i f a « t R l f o *<-<3çl^ii9. ii TRADUÇÃO—"A voz profunda de Krsna é mais sonora do que nuvens recém-
chegadas, e Sua canção maviosa derrota inclusive a doce voz do cuco. Na verdade,
nadaj-jalada-nisvanah éravana-karsi-sac-chihjitah Sua canção é tão doce que basta uma partícula dessa melodia para inundar o
sanarma-rasa-sücakãksara-padãrtha-bhahgy-uktikah m u n d o inteiro. Se tal partícula penetra o ouvido de alguém, ele imediatamente
ramãdika-varãhganã-hrdaya-hãri-vaméi-kalah evita todas as outras espécies de a u d i ç ã o . "
sa me madana-mohanah sakhi tanoti karna-sprhãm
nadai—ressonante; jalada—a nuvem; n/swnab—cuja voz; éravana—os ouvidos; VERSO 4 2
karsi—atraindo; sat-éihjitah—o tilintar de cujos ornamentos; sa-narma—com signi-
ficado profundo; rasa-sãca/ca—brincalhonas; aksara—letras; pada-artha—significados; «ç, a f ã , asfà « i r a f
bhãhgi—insinuações; uktikah—cuja conversa; ramã-ãdika—a começar pela deusa da «re»a ca «rar-^r/i. * f à r e i «tara a s t r e ,
fortuna; vara-ahganã— das belas mulheres; hrdaya-hãri—atraindo os corações; variiéi- < « r e i i ira, ««ura afã' ara H 8* n 9 1 1
kalah—o som de cuja flauta; sah—isto; me—Meus; madana-mohanah—Madana-
mohana; sakhi—Minha querida amiga; tanoti—expande; karna-sprhãm—o desejo kaha, sakhi, ki kari upãya?
dos ouvidos. krsnera se éabda-gune, harile ãmãra kãne,
ebe nã pãya, trsnãya mari' yãya
Verso 4 6 As transformações físicas do Senhor Caitanya 329
328 êri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 17
T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, por favor, dize-Me o que fazer. Meus ouvi-
TRADUÇÃO—"A fala de Krsna é bem mais doce do que o néctar. Cada uma de
dos foram assaltados pelas qualidades do som de Krsna. No entanto, agora não
Suas palavras alegres é plena de significado, e quando Sua fala mistura-se com
consigo ouvir-Lhe o som transcendental, e estou quase morta com a falta d e l e . " o Seu sorriso, que é como a cânfora, o som resultante e o significado profundo
das palavras de Krsna criam diversas doçuras transcendentais."
VERSO 4 3
VERSO 4 5
^-fàsf%^-aafi, 5^1-itai fofa.',
a>*«l-aafi 5i>r.« BfWtã i rei '«rçresa iaas-as«i, a5«f-5r.a5ta-«riai,
^ a t a #r| «re, iríf*t are' «ta anre, as«f-çr.asta #tra re! «itret i
«ra »f«f rei-aure 11 ata u 8*> 11 «•rojarei w % I t a , «i«trerj a ^ i i t i a ,
ii i t ç r e i aare faatci 118<t 11
nüpura-kihkini-dhvani, hamsa-sãrasa jini',
kahkana-dhvani catake lãjãya
se amrtera eka-kana, karna-cakora-jivana,
eka-bãra yei éune, vyãpi rahe' tara kãne,
karna-cakora jiye sei ãée
anya éabda se-kãne nã yãya
bhãgya-vaée kabhu pãya, abhãgye kabhu nã pãya,
«apura—dos sinos de tornozelos; kihkini— tilintar; dhvani—o som; hamsa—cisnes;
nã pãile maraye piyãse
sãrasa—grous; jini'—conquistando; kahkana-dhvani—o som das pulseiras; catake—do
se amrtera—desse néctar; eka-kana—uma partícula; karna-cakora—do ouvido, que
pássaro cataka; lãjãya—deixa em apuros; eka-bãra—uma vez; yei—aquele que; éune—
é como um pássaro cakora; jivana—a vida; karna—o ouvido; cakora—o pássaro ca-
ouve; pyãpi—expandindo-se; rahe'—permanece; tara kãne—em seu ouvido; anya—
kora; jiye—vive; sei ãée—com essa esperança; bhãgya-vaée—por boa fortuna; kabhu—
outro; éabda—som; se-kãne—nesse ouvido; nã yãya—não vai.
às vezes; pãya—obtém; abhãgye—por infortúnio; kabhu—às vezes; «ã pãya—não
obtém; «ã pãile—se não consegue; maraye—morre; piyãse—de sede.
TRADUÇÃO—"O tilintar dos sinos dos tornozelos de Krsna supera mesmo as
canções do cisne e do grou, e o som de Suas pulseiras arrasa o cantar do pássaro
TRADUÇÃO—"Uma partícula deste transcendental néctar bem-aventurado é a vida
cataka. Quem deixa esses sons penetrar-lhe os ouvidos sequer uma vez, não pode
e a alma do ouvido, que é como um pássaro cakora que vive na esperança de
tolerar ouvir nenhuma outra coisa." saborear esse néctar. Às vezes, por boa fortuna, o pássaro pode prová-lo, mas
outras vezes, infelizmente ele não pode, e por isso quase morre de s e d e . "
VERSO 4 4
ret %fa-«tf*r«, rerei <tat?«,
ftre-as^r «t«tre> fifàt« i VERSO 4 6
TRADUÇÃO—"Minha querida amiga, por favor, dize-Me o que fazer. Meus ouvi-
T R A D U Ç Ã O — " A fala de Krsna é b e m mais doce do que o néctar. Cada u m a de
dos foram assaltados pelas qualidades do som de Krsna. No entanto, agora não
Suas palavras alegres é plena de significado, e q u a n d o Sua fala mistura-se com
consigo ouvir-Lhe o som transcendental, e estou quase morta com a falta d e l e . " o Seu sorriso, que é como a cânfora, o som resultante e o significado profundo
das palavras de Krsna criam diversas doçuras transcendentais."
VERSO 43
VERSO 45
^a-fafeíiMflFi, ^ i - i t a i fãrür',
a>w*i-íRfi ei>c« sjtsfia i r e i «rçresa 4 « - « « i , as«f-5casta-wiai,
4a*ata c a * « r e , aitf*t are' « t a anca, « « f - ç c a s t a # ) c a ca* « i t r e t i
«1*5 *t«f ci-anre ii ata 11 sa II •efiiaret « ^ i r a , « r e t c i ? * < ç 1 1 i ra,
VERSO 50 TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu disse: " ' A i de Mim, q u e farei? A quem
falarei? Que tudo o que fiz na esperança de encontrar-Me com Krsna encerre-se
5
agora. Por favor, dizei algo auspicioso, mas não faleis sobre Krsna. Ai de Mim,
«fiMrirerj atira fcf«s sfrerfsre re»i ff*s, Krsna, tal qual Cupido, encontra-Se deitado dentro do Meu coração; portanto,
rei* «tre *rc? m «tt* i como Me é possível deixar de falar sobre Ele? Não consigo esquecer-Me de Krsna,
««RÍOTa 1tir.«ÍJ, d* CStra** f P I 1C«Í» cujo sorriso é mais doce do que a própria doçura e que dá prazer à Minha mente
e aos Meus olhos. Ai de Mim, Minha grande sede de Krsna aumenta a cada ins-
ca* <ewf arff« arrw reií« n «• n tante que p a s s a ! ' "
bhãva-sãbalye rãdhãra ukti, lilã-suke haila sphürti,
sei bhãve pade eka sloka SIGNIFICADO—Esta afirmação d e Srimati Rãdhãrãní é citada do Krsna-karnãmrta
unmãdera sãmarthye, sei slokera kare arthe, (42).
yei artha nãhi jãne loka VERSO 52
bhãva-sãbalye—na combinação de todos os êxtases; rãdhãra—de Srimati Rãdhã-
rãní; ukti—afirmação; lilã-suke—em Bilvamarigala Thâkura; haila—houve; sphürti— "45 feR, $C5T.M 11 f°Sa 1C5,
despontar; sei bhãve—neste êxtase; pade—recita; eka—um; sloka—verso; unmãdera— <sl\<& r^ía-fègi il a(5 i
de loucura; sãmarthye—na capacidade; sei slokera—deste verso; foire arthe— descreve
o significado; yei artha—significado o qual; nãhi—não; jãne—conhecem; loka—as c*tfi « j i laVta, filtre $ t m i i ,
5
pessoas. «rra re «re feita ? n 11
TRADUÇÃO—O conjunto de todos estes êxtases fez despontar uma afirmação de "ei krsnera virahe, udvege mana sthira nahe,
Srimati Rãdhãrãní na mente de Bilvamahgala Thâkura [Lllã-suka]. Na mesma prãpty-upãya-cintana nã yãya
atitude de êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu passou a recitar este verso, e, por yebã tumi sakhi-gana, visãde bãula mana,
kãre puchoh, ke kahe upãya?
força da loucura, descreveu-lhe o significado, que é desconhecido das pessoas
ei—esta; krsnera—de Krsna; virahe—com saudade; udvege—com ansiedade;
em geral.
mana—mente; sthira—paciente; nahe—não é; prãpti-upãya—meio de se alcançar;
VERSO 51
cintana nã yãya—não posso achar; yebã—todas; tumi—vós; sakhi-gana—amigas;
f>fiç fSjB 19 arei pn irairMii visãde—em lamentação; bãula—enlouquecidas; mana—mentes; kãre—a quem;
puchoh—perguntarei; ke—quem; kahe—falará; upãya—os meios.
t!*tws ^«ftngrfv «ratucçi sjirciii:'
1fS1|IÍ^ttVíre ICITUIIT^ICI TRADUÇÃO—"A ansiedade provocada pela saudade d e Krsna deixou-Me impa-
?*tWI1 1P9 «*P'I f%<!«, 13 I«iI ciente, e não posso achar n e n h u m a maneira de encontrá-lO. Ó Minhas amigas,
também estais desconcertadas pela lamentação. Portanto, quem Me informará
como encontrá-lO?"
fcim iba krnumah kasya brümah krtam krtam ãsayã
kathayata kathãm anyãm dhanyãm aho hrdaye sayah
madhura-madhura-smerãkãre mano-nayanotsave VERSO 53
krpana-krpanã krsne trsnã ciram bata lambate 5t5l i f i , fã «fã fctra i
5
*c«i a « f%*1$ « e iarafàRTaa, TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " ' C a s o Eu renuncie à esperança
de encontrar Krçna, então serei feliz. Portanto, vamos parar com esta inglorio-
afores s s * ! « t c a u r o a i síssima conversa sobre Krçna. Seria melhor conversarmos sobre tópicos gloriosos
fawUta asa-^fo, «3t*91 «ta-afo, e esquecermo-nos d E l e . ' "
VERSO 56
« t C « «C? «I«í-fàa'Ta«1 II « 8 II
teaw mana sthira haya, tabe mane vicãraya, «f5C«5 5 5 9 1 « $ f o , fora C5*l ç a s f p f o ,
balite ha-ila bhãvodgama aafca « r a 5431 fãfaira i
pihgalãra vacana-smrti, karãila bhãva-mati, " i i r a 5tf5 stforas, ci5 « 4 3 1 «rrra fora,
tãte kare artha-nirdhãrana
ksane—num instante; mana—a mente; sthira haya—fica paciente; tabe— nessa al- c « t « a t r a *n * n f « s i f o r a n" <?* n
tura; mane—mentalmente; vicãraya—Ele considera; balite—para falar; ha-ila—houve;
bhãim-udgama—despertar de êxtase; pihgalãra—de Pihgalã; vacana-smrti—lembrando kahitei ha-ila smrti, citte haila krsna-spltürti,
as palavras; karãila—causou; bhãva-mati—mente extática; tãte—nisto; kare—(az; sakhire kahe hanã vismite
artha-nirdhãrana—determinando o significado. "yãre cãhi chãdite, sei suhã ache citte,
kona rite nã pari chãdite"
kahitei—enquanto falava; ha-ila—houve; Smrti—lembrança; citte—no coração;
T R A D U Ç Ã O — 5 u b i t a m e n t e , Sri Caitanya Mahãprabhu acalmou-Se e analisou Seu haila—houve; krsna-sphürti—o aparecimento de Krsna; sakhire—ás amigas; kahe—
estado de espírito. Ele lembrou-Se das palavras de Pihgalã, e isto despertou um disse; hanã vismite—estando muito atônita; yãre—aquele que; cãhi chãdite— desejo
êxtase que O levou a falar. Por conseguinte, Ele explicou o significado do verso. abandonar; sei—essa pessoa; s H riaãcht—repousa; citte— no coração; kona rite—por
nenhum processo; nã pari—sou incapaz; chãdite—de abandonar.
S I G N I F I C A D O — P i h g a l ã foi uma prostituta que disse: "Ter esperança em vão só
produz miséria. Total desesperança é a maior felicidade." Lembrando-Se desta
declaração, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou em êxtase. A história de Pihgalã T R A D U Ç Ã O — " E n q u a n t o falava dessa maneira, Srímatí Rãdhãrãní de repente
encontra-se no Srimad-Bhãgavatam, Décimo Primeiro Canto, Oitavo Capítulo, lembrou-Se de Krsna. Na verdade, Ele apareceu dentro de Seu coração. Imensa-
versos 22-44, bem como no Mahãbhãrata, Sãnti-parva, Capítulo 174. mente atônita, Ela revelou a Suas amigas: 'A pessoa que desejo esquecer repousa
em Meu coração."'
VERSO 55 VERSO 57
T R A D U Ç Ã O — ' " P a r a onde irei? O n d e posso encontrar-Te? Por favor, conta-Me. VERSO 64
Só assim Eu irei para l á . " ' Falando dessa maneira, Srí Caitanya Mahãprabhu
pôs-Se a correr. No entanto, Svarüpa Dâmodara Gosvãmi levantou-se, agarrou-O iü«fàc*i a s s a « T c a a f ã « t a i
e colocou-O no colo. Então, Svarüpa Dâmodara trouxe-O de volta à Sua casa jwapjca a c < a f à , ntft t i a 1 1 5 n *811
e fê-IO sentar-Se.
VERSO 62 eka-dine yata haya bhãvera vikãra
sahasra-mukhe varne yadi, nãhi pãya para
f c « l c « < a ^ a ala? C 5 * f , i * c * t c a «Uss1 f à e i , eka-dine— n u m dia; yata haya—tantas quantas há; bhãvera—de êxtase; vikãra—
transformações; sahasra-mukhe— possuindo milhares de bocas; varne yadi—caso
" 1 * 1 , f « g « a a«ja A t * f
descreva; nãhi pãya—não pode atingir; para—o limite.
1**1 flia f ã © t * t f e , frer/tífàrç-filfe,
«9fíV <2jça f 5 f 5 * i a U « l II 4* II TRADUÇÃO—Nem mesmo Anantadeva, que possui milhares de bocas, pode des-
crever na íntegra as transformações de êxtase que árí Caitanya Mahãprabhu ex-
ksaneke prabhura bãhya haila, svarüpere ãjhã dila, perimentou n u m único dia.
"svarüpa, kichu kara madhura gana" VERSO 65
svarüpa gãya vidyãpati, gita-govinda-giti,
suni' prabhura iudãila kãna «fta a l a f « « f a c a « t 5 t a a«H ?
ksaneke—dentro de um instante; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; bãhya— • f t i l - 5 a - 9 t a « f ã ' f w M a a i s i 11 *<t 11
consciência externa; haila—houve; svarüpere ãjhã dila—Ele ordenou a Svarüpa
Dâmodara Gosvãmi; svarüpa—Meu querido Svarüpa; kichu—algumas; kara—faze; jiva dina ki karibe tãhãra varnana?
madhura—doces; gana—canções; svarüpa—Svarüpa Dâmodara; gãya—canta; vidyã- sãkhã-candra-nyãya kari' dig-daraéana
pati—canções de Vidyãpati; gita-govinda-giti—canções do Gita-govinda; suni'—ao jiva—uma entidade viva; dina—paupérrima; ki—que; karibe—farei; tãhãra—disto;
ouvir; prabhura—de ári Caitanya Mahãprabhu; judãila—ficaram satisfeitos; kãna— varnana—descrição; sãkhã-candra-nyãya—a lógica de mostrar a lua através dos galhos
ouvidos. de uma árvore; kari'—faço; dik-darasana—vendo a orientação.
340 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 71 As transformações físicas do Senhor Caitanya 341
TRADUÇÃO—Que pode uma criatura pobre como eu descrever a respeito de tais adbhuta—maravilhosamente; dayãlu—misericordioso; caitanya—Sri Caitanya
transformações? Apenas posso dar um indício delas, como se mostrasse a lua Mahãprabhu; adbhuta-vadãnya—maravilhosamente magnânimo; aiche—semelhan-
através dos galhos de uma árvore. te; dayãlu—misericordiosa; dãtã—pessoa caridosa; loke—dentro deste mundo; nãhi—
não; éuni—ouvimos falar de; anya—outrem.
VERSO 66
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu é maravilhosamente misericordioso e
lul w > « t a «jgBtfl « r n - f M i magnânimo. Dentro deste mundo, jamais ouvimos falar de alguém tão miseri-
«rc9hr«« •Jfpr.ala-ceèl sa s s R II II cordioso e caridoso.
VERSO 67 TRADUÇÃO—Sob todos os aspectos, adorai os pés de lótus de Srí Caitanya Mahã-
prabhu. É esta a única maneira como conseguireis o tesouro nectáreo do amor
«nsjs jSifç c«lr.aa tft^-uftwl i extático por Krsna.
' W f f fít « I t l t f à ' í«f«tt5«11 aTal II 4 1 II
VERSO 70
adbhuta nigüdha premera mãdhurya-mahimã
ãpani ãsvãdi' prabhu dekhãilã simã 45 «' aff5'5* 'arttffV-^içeta i
adbhuta—maravilhoso; nigüdha—profundo; premera—de amor extático por Krçna; $ a r t a - c ç f f c « «tr.« S a n a - a } * 1*1 n 1° 11
mãdhurya-mahimã—as glórias da doçura; ãpani—pessoalmente; ãsvãdi'—saborean-
do; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; dekhãilã—mostrou; simã—o limite máximo. ei Ia' kahiluh 'kürmãkrti'-anubhãva
unmãda-cesfita tãte unmãda-pralãpa
TRADUÇÃO—O amor extático por Krsna é maravilhosamente profundo. Ao sa- ei ta' kahiluh—acabo, assim, de descrever; kürma-ãkrti—àe ficar igual a uma tar-
borear pessoalmente a doçura gloriosa desse amor, Srí Caitanya Mahãprabhu taruga; anubhãva—o sintoma extático; unmãda-cestita—executado com loucura; íãfe—
mostrou-nos seu limite extremo. nisto; unmãda-pralãpa—conversando como um louco.
VERSO 73
cçsai&fãsíi*" « w * w t i 1 1 « i
CAPÍTULO DEZOITO
VERSO 1
345
346 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 6 O Senhor é resgatado do mar 347
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Srl Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias a TRADUÇÃO—Ele caminhava de jardim em jardim, vendo os passatempos d o
Nityãnanda Prabhu! Todas as glórias a Advaita Acãrya! E todas as glórias a todos Senhor Krsna e ouvindo e recitando canções e versos relacionados com a rãsa-lilã.
os devotos de Srl Caitanya Mahãprabhu!
VERSO 3 VERSO 6
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o vivia assim em jagannãtha Puri, Srl Caitanya Mahã- TRADUÇÃO—Ele cantava e dançava em amor extático, e, com êxtase emocional,
prabhu flutuava todos os dias e noites no oceano de saudades de Krsna. imitava às vezes a dança da rasa.
348 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 12 O Senhor é resgatado do mar 349
VERSO 7 VERSO 10
kabhu bhãvonmãde prabhu iti-uti dhãya se saba élokera artha, se saba 'vikãra'
bhüme padi' kabhu mürcchã, kabhu gadi' yãya se saba varnite grantha haya ati-vistãra
kabhu—às vezes; bhãva-unmãde— na loucura do amor extático; prabhu—èri se saba—todos esses; élokera—dos versos; artha—significados; se—essas; saba—
Caitanya Mahãprabhu; iti-uti—para aqui e para ali; dhãya—corre; bhüme padi'— todas; vikãra—transformações; se saba—todos eles; varnite— para descrever; grantha
caindo ao chão; kabhu mürcchã—às vezes, inconsciente; kabhu—às vezes; gadi' haya—o livro torna-se; ati-vistãra—enorme.
yãya—rola pelo chão.
TRADUÇÃO—Para explicar na íntegra todos esses versos e todas as transformações
TRADUÇÃO—Na loucura d o êxtase, Ele às vezes corria de um lado para outro, que ocorriam no corpo do Senhor seria necessário um volume muito grande de
e, às vezes, caía e rolava pelo chão. Às vezes, ficava em completa inconsciência. anotações.
VERSO 8 VERSO 11
TRADUÇÃO—Ao ouvir Svarüpa Dâmodara recitar um verso relacionado com a T R A D U Ç Ã O — L o g o , para não aumentar o tamanho deste livro, não escrevi sobre
rãsa-lilã, ou q u a n d o Ele mesmo recitava um desses versos, Ele pessoalmente todos os passatempos do Senhor, pois, por doze anos, Ele os realizou a cada
explicava-o, como o fizera antes. instante de cada dia.
VERSO 9 VERSO 12
c a s i « atiétlsTfa s a a « cSta* 1 %Jca^ reat<$3ffs fàMwa«ti i
l a i a «isf« c a , t i a « f s^-cata* n a . n c « r e sftfis ' f à « t a ' ' « w f a«f« ii n n
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Ele explicou o significado de todos os versos rela- TRADUÇÃO—Como frisei antes, estou fazendo essa descrição sucinta das conver-
cionados com a rãsa-lilã. Ora, estava muito triste, ora, muito feliz. sas tresloucadas e das transformações físicas do Senhor.
Verso 18 O Senhor é resgatado do mar 351
350 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 18
TRADUÇÃO—Se Ananta, com Seus mil capelos, tentasse descrever os passatempos bhakta-premãra yata daéã, ye gati prakãra
que Srí Caitanya Mahãprabhu realiza em um único dia, depararia com o fato yata duhkha, yata sukha, yateka vikãra
de que é impossível descrevê-los na íntegra.
krsna tãhã samyak nã pare jãnite
VERSO 14 bhakta-bhãva ahgikare tãhã ãsvãdite
R
bhakta-premãra—da emoção extática do devoto; yata—todas; daéã—condições; ye—
C*R-IFI>«FT «RTIA A * F*rare HC*M i que; gati prakãra—método de progresso; yata—toda; duhkha—tristeza; yata—toda;
^ f e r a a ítlSTRI "53, Rtft 113 rel3 II i8 li sukha—felicidade; yateka—todas; vikãra—transformações; krsna—o Senhor Krçna;
tãhã—isto; samyak—plenamente; nã pare jãnite—não pode compreender; bhakta-
koti-yuga paryanta yadi likhaye ganeéa bhãva—o estado de espírito de um devoto; ahgikare—Ele aceita; tãhã—isto; ãsvãdite—
eka-dinera lilãra tabu nãhi pãya éesa para saborear.
koti-yuga—milhões de milênios; paryanta—no prazo de; yadi—se; likhaye—escreve;
ganeéa—a semideus Ganesa (filho do Senhor eiva); eka-dinera—de um dia; lilãra—de TRADUÇÃO—O próprio Krsna não pode compreender plenamente as condições,
passatempos; tabu—mesmo assim; nãhi pãya—não consegue atingir; éesa—o limite. o método de progresso, a felicidade e a tristeza, e as atitudes de amor extático
de Seus devotos. Por isso, para saborear essas emoções irrestritamente, Ele aceita
o papel de devoto.
TRADUÇÃO—Se Ganesa, filho do Senhor Siva e o hábil escriba dos semideuses,
tentasse por milhões de milênios descrever por completo os passatempos que VERSO 18
o Senhor realiza num único dia, ver-se-ia impossibilitado de encontrar-lhes o
limite. ?re»ra «rata catai, « t ^ r a «i^ra 1
«rtfra arara, fera «ire ^asfrtfap 11 >v 11
VERSO 15
«re^A CAFT-FAAIRA REFA' 3*333 ÇAE-ANA 1 krsnere nãcãya prema, bhaktere nãcãya
ãpane nãcaye,—tine nãce eka-thãhi
$33 ARA «L *TTA «n, CARAI ÇFA «IRA ? M N krsnere— Krçna; nãcãya—faz dançar; prema—o amor por Krçna; bhaktere—o devoto;
nãcãya—faz dançar; ãpane—pessoalmente; nãcaye—dança; fine—todos os três; nãce—
bhaktera pretna-vikãra dekhi' krsnera camatkãra! dançam; eka-thãhi—num só lugar.
krsna yãra nã pãya anta, kebã chãra ãra?
bhaktera—de um devoto; prema-vikãra—transformações de emoção extática;
TRADUÇÃO—O amor extático por Krsna faz Krçna e Seus devotos dançarem, e
dekhi'—vendo; krsnera—do Senhor Krçna; camatkãra—admiração; krsna—Senhor
o próprio amor também dança. Dessa maneira, todos os três dançam juntos no
Krçna; yãra—das quais; nã pãya—não pode obter; anta—o limite; kebã—quem;
mesmo lugar.
chãra— insignificantes; ãra—outros.
352 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 24 O Senhor é resgatado do mar 353
VERSO 19 VERSO 22
c l i t i f i « t i i f * i c « BÍC.5 r.15 w i i Sl«33b«3 1 T 5 1 « r . 1 1 « i t i t f i l
s t i i f i c « e t c ? , c i i 5 4 3 1 ' í r i s ' n >s> I I ir.i 4« «rtr,i « 1 5 1 w t t f ã 'T«I' II N II
premam vikãra vomite cãhe t/ei jana éri-krsna-caitanya yãhã karena ãsvãdana
cãhda dharite cãhe, yena hanã 'vãmana' sabe eka jãne tãhã svarüpãdi 'gana'
premãra—de amor extático por Krsna; vikãra—transformações; varíjtte—descrever; éri-krsna-caitanya—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; yãhã— tudo o que; karena—
cãhe—deseja; yei jana—a pessoa que; conda dharite— pegar a lua; cãhe—ela deseja; faz; ãsvãdana—saboreando; sabe—plenamente; eka—alguém; jãne—conhece; tãhã—
yérttt—como se; hanã—sendo; vãmana—um anão. isso; svarüpa-ãdi gana—devotos como Svarüpa Dâmodara Gosvãmi.
T R A D U Ç Ã O — A q u e l e que deseja descrever as transformações de amor extático por T R A D U Ç Ã O — A p e n a s uma pessoa d o nível de Svarüpa Dâmodara Gosvãmi pode
Krsna é como um anão que tenta tocar a lua no céu. conhecer plenamente o que o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu saboreia em Seu
amor por Krsna.
VERSO 20
VERSO 23
i l ^ r e r e fifj-síc^i s e i 4 « ' « 1 ' i
3>a3r.s|J!-5f.«1 c « r . ç s f e c n 1 * f i ii v II W t l 5431 « r . 1 £ 1 5 « Í 5 1 1 1 1 1 I
« 1 1 1 1 1 C " M % « « 1 1 ÇÇ*TCT 4 « ' « * ! ' I I V » I I
vãyu yaiche sindhu-jalera hare eka 'kaiia'
krsna-prema-kana taiche jnvra sparsana jiva hanã kare yei tãhãra varnana
vãyu—o vento; yaiche—como; sindhu-jalera—da água do oceano; hare—arrasta; ãpanã éodhite tara chohye eka 'katja'
eka kana—uma partícula; krsna-prema-kana—uma partícula de amor por Krsna; jiva hanã—sendo u m a entidade viva comum; kare—{az; yei—quem quer que;
taiche—de modo semelhante; jivera sparsana—uma entidade viva pode tocar. tãhãra—disto; varnana—descrição; ãpanã—ela mesma; éodhite—para purificar-se;
tara—disto; chohye—toca; eka kana—uma partícula.
T R A D U Ç Ã O — A s s i m como o vento pode arrastar apenas uma gota da água do
oceano, uma entidade viva pode tocar apenas uma partícula do oceano de amor TRADUÇÃO—Ao descrever os passatempos de Srí Caitanya Mahãprabhu, uma
por Krsna. entidade viva comum purifica-se ao tocar numa única gota desse imenso oceano.
VERSO 21 VERSO 24
VERSO 25
VERSO 27
«íf®^: awiifí V ^ J W -
SWPtreJl « 5 f * 3 «<J» « « s * I
f b w i íBífi-afa^iíii: i
H s p r * « r a , ra*< 'a»íiia sei' n \i n
jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; dekhite—ver, kibã—se; devãlaye—vara o templo; cãhiye— procurando; bedãite—vagando; aiche—dessa maneira; ratri-éesa haila—a
gelã—foi; anya—outro; udyãne—em um jardim; kibã—ou; unmãde— por loucura; noite expirou; antardhãna ha-ilã—desapareceu; prabhu—o Senhor; niécaya karilã—
padilã—caiu. chegaram à conclusão.
T R A D U Ç Ã O — " S e r á q u e o Senhor foi para o templo de Jagannãtha, ou será que T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o buscavam o Senhor, a noite expirou, e portanto todos con-
a loucura jogou-O em algum j a r d i m ? " cluíram: "O Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu acaba de desaparecer."
VERSO 36 VERSO 39
gundicã-mandire gelã, kibã narendrere? prabhura vicchede kãra dehe nãhi prãna
cataka-parvate gelã, kibã konãrkere?' anistã-éahkã vinã kãra mane nãhi ãna
gundicã-mandire—para o templo de Gundicã; gelã— foi; kibã—ou; narendrere—ao prabhura—do Senhor; vicchede—devido à saudade; kãra—de todos eles; dehe—no
lago Narendra; cataka-parvate—a Cataka-parvata; ge/ã—foi; /cihã—ou; konãrkere—ao corpo; nãhi prãna—praticamente não havia vida; anistã-éahkã—suspeita de algum
templo de Konãrka. desastre; vinã—além disto; kãra—de todos eles; mane—na mente; nãhi ãna—não
há nenhuma outra coisa.
T R A D U Ç Ã O — " T a l v e z Ele tenha ido para o templo d e Gundicã, ou para o lago
Narendra, ou para a Cataka-parvata. Talvez Ele tenha ido ao templo em Konãrka." TRADUÇÃO—Com saudades do Senhor, cada u m deles sentia-se como se tivesse
perdido sua própria vida. Eles concluíram que devia ter havido algum desastre.
VERSO 37 Não conseguiam pensar em n e n h u m a outra coisa.
eta bali' sabe phire prabhure cãhiyã "anistã-éahkini bandhu-hrdayãni bhavanti hi"
samudrera tire ãilã kata jana lahã arnsfã—de algum desastre; éahkini— possuindo dúvidas; bandhu—de amigos ou
eta bali'—dizendo isso; sabe—todos eles; phire—vagam; prabhure cãhiyã— procuran- parentes; hrdayãni—corações; bhavanti—ficam; hi—com certeza.
do Srl Caitanya Mahãprabhu; samudrera tire—à orla marítima; ãilã—chegaram;
kata—muitas; jana—pessoas; lahã—acompanhados de. TRADUÇÃO—"Um parente ou amigo íntimo fica sempre temeroso de que aconteça
algum malefício ao seu a m a d o . "
T R A D U Ç Ã O — C o n v e r s a n d o nestes termos, os devotos vagaram daqui para ali, pro-
curando o Senhor. Enfim, acompanhados de muitos outros, chegaram à orla SIGNIFICADO—Esta citação é do Abhijnãna-éakuntala-nãtaka.
marítima.
VERSO 38 VERSO 41
samudrera tire—k beira-mar; ãsi'—vindo; yukati karilã—eles se consultaram; cirãyu- dekhena—eles vêem; eka jãliyã—um pescador; ãise—vem; kãndhe—no ombro; jãla
parvata—de Cataka-parvata; dike—na direção; kata-jana—alguns deles; gelã—foram. kari'—carregando uma rede; hãse—ri; kãnde—chora; nãce—dança; gãya—canta; bale—
diz; hari hari—Hari, Hari.
TRADUÇÃO—Ao chegarem à beira-mar, confabularam entre si. Então, alguns
deles foram procurar Sri Caitanya Mahãprabhu em Cataka-parvata. T R A D U Ç Ã O — P a s s a n d o ao longo da praia, eles avistaram um pescador aproximan-
do-se com sua rede sobre o ombro. Rindo, chorando, dançando e cantando, ele
VERSO 42 não parava de repetir o santo nome "Hari, H a r i . "
dekhena—eka jãliyã ãise kãndhe jãla kari' jãliyã kahe, — "ihãh eka manusya nã dekhila
hãse, kãnde, nãce, gãya, bale 'hari' 'hari' jãla vãhite eka mrtaka mora jãle ãila
362 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 53 O Senhor é resgatado do mar 363
jãliyã kahe—o pescador disse; ihãh—aqui; eka—um; manu$ya—homem; nã dekhila— bhaye—de medo; kampa—tremor; haila—houve; mora—meus; netre—nos olhos;
não vi; jãla vãhite—enquanto trabalhava com a rede; eka—um; mrtaka—corpo morto; vahe—fluem; jala—lágrimas; gadgada—balbuciante; vãni—voz; roma— pelos do
mora jãle—em minha rede; ãila—caiu. corpo; uthilã—arrepiaram-se; sakala—todos.
TRADUÇÃO—O pescador replicou: " N ã o vi uma única pessoa por aqui, mas, en- TRADUÇÃO—"Eu tremi de m e d o e derramei lágrimas. Minha voz balbuciava e
quanto lançava minha rede na água, capturei um corpo m o r t o . " todos os pelos do meu corpo arrepiaram-se."
VERSO 48 VERSO 51
T R A D U Ç Ã O — " E r g u i - o com muito cuidado, pensando ser u m grande peixe, mas, TRADUÇÃO—"Não sei se era o fantasma de um brãhmana morto ou de u m
assim que vi que era um cadáver, surgiu um grande medo na minha m e n t e . " homem comum, mas, no mesmo instante em que se olha para ele, ele entra em
seu corpo."
VERSO 49
<
VERSO 52
sfí* a a i s r a p t l w«f--»t«f $ * * i
~»f«farras c a * f s caca *ff"t* « 8» n •ifia f i a * « i a # s «ftç-ats i
<ícasaí-ü3-*t« -sia, fsa fea sn<5 u <^ H
jãla khasãite tara ahga-sparéa ha-ila
sparéa-mãtre sei bhüta hrdaye paéila éarira dighala tara—hãta pãnca-sãta
jãla—a rede; khasãite—desprendendo; tara—seu; ahga-sparéa—toque do corpo; ekeka-hasta-pada tara, tina tina hãta
ha-ila—houve; sparéa-mãtre—assim que toquei nele; ser—esse; bhüta—fantasma; éarira—corpo; dighala—grande; tara—seu; hãta—cúbitos (um cúbito eqüivale apro-
hrdaye—em meu coração; paéila—entrou. ximadamente a 46 cm.); pãnca-sãta—de cinco a sete; ekeka—cada um; hasta-pada—
braço e perna; fãra—deste; fina—três; fina—três; hãta—cúbitos.
T R A D U Ç Ã O — " E n q u a n t o tentava desprender a rede, toquei no corpo, e, assim
que toquei nele, um fantasma entrou em meu coração." TRADUÇÃO—"O corpo desse fantasma é muito grande, de cinco a sete cúbitos.
Cada um de seus braços e pernas tem três cúbitos de comprimento."
VERSO 50 VERSO 53
bhaye kampa haila, mora netre vahe jala asthi-sandhi chutile carma kare nada-bade
gadgada vãni, roma uthilã sakala tãhã dekhi' prãna kã'ra nãhi rahe dhaáe
364 Srí Caitanya-caritãmrta Aiitya-lílã, 18 Verso 59 O Senhor é resgatado do mar 365
asthi-sandhi—as juntas dos ossos; chutile—estando separadas; carma—a pele; $fj—esse; ta'—decerto; bhütera—do fantasma; katha—tópicos; kahana—de falar;
kare—faz; nada-bode—suspensão; tãhã—isto; dekhi'—vendo; prãna—vida; kã'ra—cuja; nã yãya—não é possível; ojhã-thãhi—ao exorcista; yãichoh—estou indo; yadi—se;
nãhi—não; rahe— permanece; dhade—no corpo. se—esse; bhüta—o fantasma; chãdãya—pode fazer sair.
T R A D U Ç Ã O — " T o d a s as suas juntas estão separadas debaixo da pele, que está T R A D U Ç Ã O — " D e c e r t o é muito difícil descrever o fantasma, mas estou indo pro-
completamente solta. N i n g u é m poderia vê-lo e permanecer vivo dentro do curar um exorcista para perguntar-lhe se pode libertar-me d e l e . "
próprio corpo."
VERSO 57
VERSO 54 4 « l ilcai ij*' isgj ifficg fWr.11
I S I - D i * ! l í l ' 1 C 5 ®$f1-srçi1 I çs-cara «um n *tc>f '»fi?5'-^rii:«i n m n
«ÇCÍK*fl « C l , « Ç 1 C 5 « I C 5 < 5 1 II 4 8 !l
ekã rãtrye buli' matsya mãriye nirjane
madã-rüpa dhari' rahe uttãna-nayana bhüta-preta ãmãra nã lãge 'nrsimha'-smarane
kabhu goh-goh kare, kabhu rahe acetana ekã—sozinho; rãtrye—à noite; buli'—vagando; matsya—peixe; mãriye— mato; nir-
madã—de um corpo morto; rüpa—a forma; dhari'—aceitando; rahe—permanece; jane—em lugares solitários; bhüta-preta—fantasmas; ãmãra—em mim; nã lãge—não
uttãna-nayana—de olhos abertos; kabhu—às vezes; goh-goh—o som goh-goh; kare— podem tocar; nrsimha-smarane—pela lembrança de Nrsimha.
faz; kabhu—às vezes; rahe—permanece; acetana—inconsciente.
T R A D U Ç Ã O — " V a g o sozinho à noite, matando peixes em lugares solitários, mas,
T R A D U Ç Ã O — " E s s e fantasma assumiu a forma de um cadáver, mas mantém os porque me lembro do hino do Senhor Nrsimha, os fantasmas não me tocam."
olhos abertos. Às vezes, emite os sons 'goh-goh', e, às vezes, permanece incons-
ciente." VERSO 58
VERSO 55
4 5 <Ç3 a f l ? 5 - 1 I C 1 5 í * t C 1 fã$C«1 I
Tupte. cicicçi, -citei fT5*i c i 5 "ÇPS i « 1 5 1 1 « l t « 1 1 C l f l C S « 1 • f t Ç t 1 C 1 I I (íV- I I
cie* cm c«cs árrci árV»t? "<*«« x
ei bhüta nrsimha-nãme cãpaye dvigune
sãksãt dekhechoh,—more pãila sei bhüta tãhãra ãkãra dekhite bhaya lãge mane
mui maile mora kaiche jive stri-put ei bhüta—esse fantasma; nrsimha-nãme—pelo santo nome do Senhor Nrsimha;
sãksãt—diretamente; dekhechoh—vi; more—em mim; pãila—entrou; sei— esse; cãpaye—me domina; dvi-gune—com força duplicada; tãhãra—sua; ãkãra—forma;
bhüta—fantasma; mui maile—se eu morro; mora—minha; kaiche—como; jive—vive- dekhite—vendo; bhaya—medo; lãge mane—surge na mente.
rão; stri-put—esposa e filhos.
TRADUÇÃO—"No entanto, esse fantasma domina-me com força duplicada quando
TRADUÇÃO—"Vi esse fantasma diretamente, e ele está me perseguindo. Mas, canto o mantra de Nrsimha. Basta eu ver a forma desse fantasma para que um
se eu morrer, quem tomará conta da minha esposa e filhos?" grande medo surja em minha m e n t e . "
VERSO 56 VERSO 59
sei ta' bhütera kathã kahana nã yãya othã nã i/ãi/ia, ãmi nisedhi tomãre
ojhã-thãhi yãichoh,—yadi se bhüta chãdãya tãhãh gele sei bhüta lãgibe sabãre"
366 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 18 Verso 65 O Senhor é resgatado do mar 367
othã—para lá; nã yãiha—não vades; ãmi—eu; nisedhi— proíbo; tomãre—a vós; tina capada mãri'—dando três tapas; kahe—diz; bhüta—o fantasma; palãila—foi
tãhãn—para lá; gele—se fordes; se/' bhüta—esse fantasma; lãgibe—pegará; sabãre— embora; bhaya nã pãiha—não fiques com medo; bali'—dizendo; susthira karilã—
todos vós. deixou-o mais tranqüilo.
TRADUÇÃO—"Não vades até lá perto. Proíbo-vos. Caso fordes, esse fantasma TRADUÇÃO—Ele deu três tapas no pescador e disse: "Agora o fantasma foi em-
pegar-vos-á a t o d o s . " bora. Não fiques com m e d o . " Ao dizer isto, deixou o pescador mais tranqüilo.
VERSO 60 VERSO 63
era suni' svarüpa-gosãni saba tattva jãni' eke prema, ãre bhaya,—dviguna asthira
jãliyãre kichu kaya sumadhura vãni bhaya-amsa gela,—se haila kichu dhira
eta suni'-ouvindo isso; svarüpa-gosãni— Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; saba—toda; eke— por um lado; prema—amor extático; ãre—por outro lado; bhaya—medo; dvi-
tattva—verdade; jãni'—entendendo; jãliyãre—ao pescador; kichu—algumas; kaya— guna— duplamente; asth ira—agitado; bhaya-améa—a parte do medo; gela—desapa-
disse; su-madhura—doces; vãni—palavras. receu; se—ele; haila—ficou; kichu—um tanto; dhira—sóbrio.
TRADUÇÃO—Ao ouvir isso, Svarüpa Dâmodara pôde entender toda a verdade TRADUÇÃO—O pescador deixara-se afetar pelo amor extático, mas também estava
do assunto. Ele falou meigamente ao pescador. com medo. Dessa maneira, ele ficara duplamente agitado. No entanto, agora
que o seu medo aplacara-se, ele agiu de modo mais natural.
VERSO 61
VERSO 64
'«Ufa— 1S «41 STtfl ^5 6T5TÇCS' I
1 * 1 « C 5 , - " 3 I C 3 < 5 F Í « 1 f5'-S5t1 I
l(
premãveée padilã tenho samudrera jale jãliyã kahe—o pescador disse; prabhure—o Senhor Sn Caitanya Mahãprabhu;
tãnre tumi uthãilã ãpanãra jãle dekhyãchon—vi; bãra-bãra—muitas vezes; tenho—Ele; nahena—não é; ei—este; ati-
prema-ãveée— devido à emoção extática; padilã—caiu; tenho—Ele; samudrera jale—na vikrta—muito deformado; ãkãra—corpo.
água do mar; tãnre—a Ele; tumi—tu; uthãilã— retiraste; ãpanãra jãle—em tua rede.
TRADUÇÃO—O pescador replicou: " V i o Senhor muitas vezes, mas este não é
T R A D U Ç Ã O — " D e v i d o ao amor extático, o Senhor caiu no mar, e pegaste-O em Ele. O corpo está muito d e f o r m a d o . "
tua rede e resgataste-O."
VERSO 69
VERSO 66
"sust « c s , — " « t a s a c a c a a fã«ta i
# l f -»tC"f S S * Ç&toft f W S C l K R l I i f o - a f o 5 T c « , s a «rfo ffôt«ta f *a> 11
« s - c - s i s - s s i ç s c«tata c s * a s t « a n 11
svarüpa kahe, — "tãhra haya premera vikãra
tãhra sparée ha-ila tomara krsna-premodaya asthi-sandhi chãde, haya ati dirghãkãra"
bhüta-preta-jhãne tomara haila mahã-bhaya svarüpa kahe— Svarüpa Dâmodara disse; tãhra—dEle; haya—há; premera—de amor
tãhra sparée—pelo Seu toque; ha-ila—houve; tomara—teu; krsna-prema-udaya— a Deus; vikãra—transformações do corpo; asthi-sandhi—as juntas dos ossos; chãde—
despertar de amor extático por Krsna; bhüta-preta-jhãne—pensando que era um separam-se; haya—há; ati—muito; dirgha-ãkãra—corpo alongado.
fantasma; tomara—teu; haila—houve; mahã-bhaya—muito medo.
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara disse: "O corpo do Senhor transforma-se com
T R A D U Ç Ã O — ' B a s t o u tocá-lO para que isto despertasse em ti o teu amor latente Seu amor por Deus. Às vezes, as juntas de Seus ossos separam-se, e Seu corpo
por Krsna, porém, como pensavas que era um fantasma, ficaste com muito medo fica muito a l o n g a d o . "
dEle."
VERSO 67 VERSO 70
ebe bhaya gela, tomara mana haila sthire éuni' sei jãliyã ãnandita ha-ila
kãhãh tãnre uthãhãcha, dekhãha ãmãre" sabã lahã gela, mahãprabhure dekhãilã
ebe—agora; bhaya—medo; gela—se foi; tomara—tua; mana—mente; haila—ficou; éuni'—ouvindo; sei—esse; jãliyã—pescador; ãnandita ha-ila—ficou muito feliz; sabã
sthire—apaziguada; kãhãh—onde; tãnre—a Ele; uthãhãcha—ergueste; dekhãha—por lahã—levando todos; gela—foi; mahãprabhure—Srl Caitanya Mahãprabhu; dekhãilã—
favor, mostra; ãmãre—a mim. mostrou.
T R A D U Ç Ã O — " A g o r a que teu medo se foi e tua mente está pacífica, por favor, TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, o pescador ficou muito feliz. Levando todos os de-
mostra-me onde Ele e s t á . " votos consigo, mostrou-lhes o corpo de Sri Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 68 VERSO 71
/'Ã/ii/õ Afflhe, — "prabhure dekhyãchon bãra-bãra bhümite padi' ache prabhu dirgha saba kãya
tenho nahena, ei ati-vikrta ãkãra" jale éveta-tanu, vãlu lãgiyãche gãya
370 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 18 Verso 77 O Senhor é resgatado do mar 371
bhümite—no chão; padi'—deitado; ache—estava; prabhu—Sri Caitanya Mahã- sabe meli'—todos juntos; ucca kari'—bem alto; karena—executaram; sahkirtane—
prabhu; dirgha—alongado; saba kãya—o corpo inteiro; jale—devido à água; sveta- cantar do santo nome; ucca kari'—alto; krsna-nãma—o santo nome de Krsna; ka-
tanu—corpo branco; vãlu—areia; lãgiyãche gãya—estava espalhada sobre o corpo. hena— disseram; prabhura kãne—no ouvido de Sri Caitanya Mahãprabhu.
TRADUÇÃO—O Senhor estava deitado no chão, Seu corpo alongado e totalmente TRADUÇÃO—Todos eles executaram sankírtana, cantando bem alto o santo nome
descorado devido ao efeito da água. Estava coberto com areia da cabeça aos pés. de Krsna dentro do ouvido do Senhor.
VERSO 72 VERSO 75
VERSO 74 VERSO 77
tina-daéãya—em três condições; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; rahena— kãlindi—rio Yamunã; dekhiyã—vendo; ãmi—Eu; gelãha—fui; vrndãvana—para
permanece; sarva-kãla—todas as vezes; antah-daéã—condição interna; bãhya-daéã— Vrndãvana; dekhi—vejo; jala-kridã—passatempos na água; karena—realiza; vrajendra-
condição externa; aráha-bãhya—semiconsciência externa; ãra—e. nandana—Krsna, o filho de Nanda Mahãrãja.
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as vezes, o Senhor permanece em u m dentre três diferentes TRADUÇÃO—"Ao ver o rio Yamunã", disse Ele, "fui para Vmdãvana, onde vi
estados de consciência: interna, externa e semi-externa. o filho de Nanda Mahãrãja realizando Seus divertidos passatempos na á g u a . "
VERSO 78 VERSO 81
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o Senhor está profundamente absorto em consciência in- TRADUÇÃO—"O Senhor Krsna estava na água do Yamunã na companhia das
terna, mas, não obstante, apresenta alguma consciência externa, os devotos gopis, encabeçadas por Srimati Rãdhãrãní. Eles realizavam passatempos de
chamam Sua condição de ardha-bãhya, ou semiconsciência externa. maneira muito alegre."
VERSO 82
VERSO 79
«rcs afa' ctffà «ufa I « N « I - J I C T I
'«isfsnW *r.ça «MW-asca | •Stwfà 1<ÍNc*l reira <?fè SC* 11 V* II
« l t * t £ * l «CÇI S ) ^ , * » £ S W «55Mtr.*l II 13> II
tire rahi' dekhi ãmi sakhi-gana-sahge
'ardha-bãhye' kahena prabhu pralãpa-vacane eka-sakhi sakhi-gane dekhãya sei range
ãkãée kahena prabhu. éunena bhakta-gane tire—a margem; rahi'—postado; dekhi—vejo; ãmi—Eu; sakhi-gam-sahge—com as
ardha-bãhye—em semiconsciência externa; kahena—diz; prabhu—èri Caitanya gopis; eka-sakhi—uma gopi; sakhi-gane—às outras gopis; dekhãya—mostra; sei range—
Mahãprabhu; pralãpa-vacane—palavras loucas; ãkãée—para o céu; kahena—fala; esses passatempos.
prabhu—êri Caitanya Mahãprabhu; éunena—ouvem; bhakta-gane—os devotos.
TRADUÇÃO—"Vi esses passatempos enquanto estava postado à margem do
T R A D U Ç Ã O — N e s t a semiconsciência externa, Srí Caitanya Mahãprabhu falava Yamunã na companhia das gopis. Uma gopi mostrava a algumas outras os pas-
como um louco. Os devotos podiam distintamente ouvi-lO falar para o céu. satempos que Rãdhã e Krsna realizavam na á g u a . "
VERSO 80 VERSO 83
T R A D U Ç Ã O — " T o d a s as gopis deixaram aos cuidados de suas amigas seus trajes T R A D U Ç Ã O — " D e u - s e início aos passatempos esportivos na água, e todos puse-
de seda e seus ornamentos, e então vestiram-se com fina roupa branca. Levando ram-se a jogar água de um lado para outro. No tumulto gerado pelas enxurradas
Suas amadas gopis consigo, o Senhor Krsna banhou-Se e realizou passatempos de água, ninguém podia ter certeza de qual era o grupo que ganhava e de qual
agradabilíssimos na água do Y a m u n ã . " o que perdia. Esta esportiva luta na água aumentava ilimitadamente."
VERSO 84 VERSO 86
3
I F À CS, C»1 3>C333 vmcffa-m l aca" faia «f?«ft«i, fica *sti i a a i ,
A*» si^ a*fa33, 5 * * ««T-^A, ii ací" «f«e,-«ita i
C H ^ H A A S F À % I C » 11 b-8 n a* n i » N c i a ia*, ^ f ã « Kteasf «i,
sakhi he, dekha krsnera jala-keli-rahge C 1 S « I ? * 3 C 1 t t l 3*C3 II tr* II
krsna matta kari-vara, cahcala kara-puskara,
gopi-gana karinira sahge varse sthira tadid-gana, sihce éyãma nava-ghana,
sakhi he—ó minhas queridas amigas; dekha—vede só; krsnera—do Senhor Krçna; ghana varse tadit-upare
jala-keli—dos passatempos na água; range—a atitude divertida; krsna—o Senhor sakhi-ganera nayana, trsita cãtaka-gana,
Krçna; matta—enlouquecido; kari-vara—elefante líder; cahcala—inquietas; kara- sei amrta sukhe pana kare
puskara—mãos cujas palmas são de lótus; gopi-gana—as gopis; karinira—àas ele- varse— nessa enxurrada; sthira—fixos; tadit-gana—raios de relâmpago; sihce—der-
fantas; sahge—na companhia. ramam; éyãma—enegrecida; nava-ghana—nuvem nova; ghana—a nuvem; varse—
chuvas; tadit-upare—sobre os raios de relâmpago; sakhi-ganera—das gopis; nayana—
T R A D U Ç Ã O — " M i n h a s queridas amigas, vede só os passatempos divertidos que os olhos; trsita—sedentos; cãtaka-gana—pássaros cataka; sei amrta—esse néctar;
o Senhor Krçna realiza na água. As inquietas palmas das mãos de Krçna as- sukhe—com felicidade; pana kare—bebem.
semelham-se a flores de lótus. Ele é tal qual o principal entre os elefantes loucos,
e as gopis que O acompanham são como elefantas." TRADUÇÃO—"As gopis eram como firmes raios d e relâmpago, e Krsna asseme-
lhava-Se a u m a nuvem enegrecida. O relâmpago passou a derramar água sobre
VERSO 85 a nuvem, e esta sobre o relâmpago. Como sedentos pássaros cataka, os olhos
das gopis sorviam com muito prazer a água nectárea da n u v e m . "
yata—tantas quantas havia; hema-nbja—üores de lótus brancas; jale— na água; uthilã bahu raktotpala, prthak prthak yugala,
bhãse—flutuam; faía—esse tanto; nila-abja—flores de lótus azuis; tara pãée—do lado padma-ganera kaila nwãrana
delas; ãsi' ãsi'—chegando mais perto; karaye milana—reuniram-se; nila-abje— as 'padma' cãhe luti' nite, 'utpala' cãhe rãkhite',
flores de lótus azuis; hema-abje—com as flores de lótus brancas; theke—colidem; 'cakravãka' lãgi' duhhãra rana
yuddha—uma luta; haya—há; prati-eke—uma com a outra; kautuke—deliciando-se uthilã—surgiram; bahu—muitas; rakta-utpala—'flores de lótus vermelhas; prthak
muito; dekhe—vêem; tire—as margens; sakhi-gana—as gopis. prthak—separadas; yugala—pares; padma-ganera—das flores de lótus azuis; kaila—
fizeram; nivãrana—obstrução; padma—as flores de lótus azuis; cãhe—querem; /uri'—
T R A D U Ç Ã O — " M u i t a s flores de lótus brancas flutuavam na água, e a mesma roubar; nite— para pegar; utpala—as flores de lótus vermelhas; cãhe rãkhite—queriam
quantidade de flores de lótus azuis aproximaram-se. À medida que se acercavam proteger; cakravãka lãgi'—pelos pássaros cakravãka; duhhãra-entre os dois (as flores
uma da outra, as flores de lótus brancas e azuis colidiram e puseram-se a lutar de lótus vermelhas e azuis); rana—luta.
entre si. As gopis postadas às margens do Yamunã assistiam com muito encanto."
TRADUÇÃO—"As mãos das gopis, que pareciam flores de lótus vermelhas, levan-
VERSO 95 taram-se da água aos pares para obstruir as flores azuis. Os lótus azuis tentaram
assaltar os pássaros cakravãka brancos, e os lótus vermelhos tentaram protegê-los.
sapatas-l^*, «JjílSg *J135 >J5tST, Dessa maneira, houve uma luta entre os dois l a d o s . "
« ? * t e r a « f ã * 3«RSII i
VERSO 97
fcfê* m^m, *J*IAI «JIA» I - S K
B2p?rc« c * * i r a ? » i i » í i i *tWffe.»f* -ir.Sã«, Bgüjfai-1C55»,
B^53TC* ^ 'd w « ? a I
cakravãka-mandala, prthak prthak yugala, 1 stera %*&\ f%r%, « t f te* f à ^ f t f ê s ,
jala haite karilã udgama
uthilã padma-mandala, prthak prthak yugala, 3 ^ 1 3 3 HtCSfJ 3JÍ3 53 II SI II
cakravãke kaila ãcchãdana padmotpala—acetana, cakravãka—sacetana,
cakravãka-mandala—os globos de pássaros cakravãka; prthak prthak—separados; cakravãke padma ãsvãdaya
yugala—patas; jala haite— da água; karila—fizeram; udgama—aparecimento; uthilã— ihãh duhhãra ul(ã sthiti, dharma haila vipariti,
levantaram-se; padma-mandala—o círculo de flores de lótus; prthak prthak—separa- krsnera rãjye aiche nyãya haya
dos; yugala—pares; cakravãke—os pássaros cakravãka; kaila—fizeram; ãcchãdana— padma-utpala—as flores de lótus azuis e vermelhas; acetana—inconscientes; caírra-
cobertura. vãka—os pássaros cakravãka; sa-cetana—conscientes; cakravãke—os pássaros cakravãka;
padma—as flores de lótus azuis; ãsvãdaya—saboreiam; ihãh—aqui; duhhãra—de
T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o os seios rijos das gopis, que se assemelhavam aos corpos ambos; ultã sthiti—a situação inversa; dharma—natureza característica; haila—
globulares de pássaros cakravãka, emergiram da água em grupos de dois, os tornou-se; vipariti—inversa; krsnera—do Senhor Krsna; rãjye— no reino; aiche—se-
lótus azuis das mãos de Krsna levantaram-se para cobri-los." melhante; nyãya—princípio; haya—há.
VERSO 98
aisrl asfs' i p a i w a , « r t ü f a s cais a » ,
facas fàa * 5 a i J n , B ^ I C S * g.ci> i l í * ' , C n h S s ^ J j t l S£5|55i li s>s n
« C S S <JIC®J ajasia i atisayokti, virodhãbhãsa, dui alahkãra prakãéa,
•wifsfB*» «rapa f i a , si ca Se.»w, - 4 a® fsa, kari' krsna prakata dekhãilã
45 as 'fàcsta-wwfs' II st- II yãhã kari' ãsvãdana, ãnandita mora mana,
netra-karna-yugma judãila
murem mitra saha-vãsi, cakravãke lute ãsi', atisaya-ukti—linguagem exagerada; virodha-ãbhãsa—analogia incongruente; dui
krsnera rãjye aiche vyavahãra alahkãra—duas metáforas; prakãéa—manifestações; kari'—fazendo; krsna—o Senhor
aparicita éatrura mitra, rãkhe utpala,—e bada citra, Krçna; prakata—manifestou; dekhãilã—mostrou; yãhã—o que; kari' ãsvãdana—sabo-
ei bada 'virodha-alahkãra' reando; ãnandita—satisfez; mora mana—Minha mente; netra-karna—dos olhos e
mitrera—áo deus do Sol; mitra—o amigo; saha-vãsi— convivendo com os pássaros ouvidos; yugma—os pares; judãila—ficaram satisfeitos.
cakrai<ãka; cakravãke—os pássaros cakravãka; lute—assaltam; ãsi'—vindo; krsnera
rãjye—no reino de Krçna; aiche—semelhante; vyavahãra—comportamento; apari- TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: " E m Seus passatempos
cita— estranho; satrura mitra—o amigo do inimigo; rãkhe—protege; utpala—a flor Krçna apresentou os dois ornamentos da hipérbole e da analogia inversa. Sabo-
de lótus vermelha; e— isto; bada citra—muito maravilhoso; ei—esta; bada—grande; reá-los despertou alegria na Minha mente e satisfez por completo Meus ouvidos
virodha-alahkãra—antítese. e olhos."
TRADUÇÃO—"Os lótus azuis são amigos do deus do Sol, e, embora todos eles VERSO 100
vivam juntos, os lótus azuis assaltam os cakravãkas. Contudo, os lótus vermelhos
florescem à noite, e por isso são estranhos ou inimigos dos cakravãkas. Toda- l à c s f a f o a afl<?1 asfs', €)ca « 1 5 * 1 ülsfs,
via, nos passatempos de Krsna, os lótus vermelhos, que são as mãos das gopis, a c w *43l a a « r s t t a i
protegem-lhes os seios cakravãka. Isto é uma antítese."
itai-cí^-aa», «na*a?t-isa€a,
SIGNIFICADO—Porque as flores de lótus azuis desabrocham com o nascer do sol, c a a i a*ca « ' i c s a ^ - s t a i > * • i
o sol é amigo dos lótus azuis. Os pássaros cakravãka também aparecem com o
alvorecer, e por isso os cakravãkas e os lótus azuis encontram-se. Embora o lótus aiche vicitra kridã kari', tire ãilã éri-hari,
azul seja amigo do sol, não obstante, nos passatempos de Krsna ele assalta o amigo sahge lahã saba kãntã-gana
mútuo, o cakravãka. Normalmente, os cakravãkas movem-se, ao passo que os lótus gandha-taila-mardana, ãmalaki-udvartana,
permanecem parados, mas aqui, as mãos de Krçna, que são comparadas aos lótus sevã kare tire sakhi-gana
azuis, atacam os seios das gopis, que são comparados aos cakravãkas. Isto chama-se aiche—esses; vicitra—maravilhosos; kridã—passatempos; kari'—realizando; tire—
uma analogia inversa. De noite, o lótus vermelho desabrocha, ao passo que com na margem; ãilã—chegou; éri-hari—o Senhor Srí Krçna; sahge—consigo; lahã—le-
os raios solares ele se fecha. Por isso, o lótus vermelho é inimigo do sol e é desco- vando; saba kãntã-gana—todas as amadas gopis; gandha—essência; taila—oleosa;
nhecido do cakravãka, que é amigo do sol. Contudo, os seios das gopis são compa- mardana—massageando; ãmalaki—áa fruta ãmalaki; udvartana—untando com polpa;
rados a cakravãkas e suas mãos aos lótus vermelhos que os protegem. Este é um sevã kare— prestam serviços; tire— na margem do Yamunã; sakhi-gana—todas as
exemplo maravilhoso de analogia inversa. gopis.
T R A D U Ç Ã O — " E n t ã o , todos banharam-se novamente, e, após vestirem roupas TRADUÇÃO—"As gopis descascaram todas as frutas e colocaram-nas juntas em
secas, foram para uma pequena casa de jóias, onde a gopi Vrndã tomou as devi- grandes pratos sobre uma plataforma na cabana de jóias. Para comer as frutas,
das providências para vesti-los com roupa florestal, decorando-os com flores elas dispuseram-nas em filas ordenadas, e diante disto arrumaram um lugar para
aromáticas, folhas verdes e toda classe de outros o r n a m e n t o s . " sentar-se."
VERSO 104
VERSO 102
43* itfscas* liH-sftfo, «nat afil « i f o ,
a»atar.i <5S**«1, «rcs^ «teia as«ri,
3**1, castfsí-fàfàa-siasta i
T i n i r * «rca ign-m i
* t 1 1 , « 1 ^ 3 , « 1 * 1 , 1ta«f, «Ttl, 1 ^ 3 1 ,
a f t s e i casi-na, fwwtit ia sfi,
B W , a m i , r.i«sl a « « r t s n >°811
a>* *ttfè' «riflai *s»* II n
vrndãvane taru-latã, adbhuta tãhãra kathã, eka nãrikela nãnã-jãti, eka ãmra nãnã bhãti,
bãra-mãsa dhare phula-phala kalã, koli—vividha-prakâra
vrndãvane devi-gana, kuhja-dãsi yata jana, panasa, kharjura, kamala, nãrahga, jãma, santarã,
phala pãdi' ãniyã sakala drãksã, bãdãma, meoyã yata ãra
vrndãvane—em Vrndãvana; taru-latã—árvores e trepadeiras; adbhuta—maravi- eka—um item; nãrikela—coco; nãnã-jãti—de muitas variedades; eka—uma; ãmra—
lhosas; tãhãra kathã—sua história; bãra-mãsa—doze meses; dhare—produzem; manga; nãnã bhãti—áe muitas diferentes qualidades; kalã—banana; koli—morangos;
p/iuía -phala—frutas e flores; vrndãvane—em Vrndãvana; devi-gana—todas as gopis; vividha-prakãra—áe diferentes variedades; panasa—jaca; kharjura—tâmaras; kamala—
kuhja-dãsi—servas nos caramanchões; yata jana—tantas pessoas quantas existem; tangerinas; nãrahga—laranjas; jãma—amoras negras; santarã—outro tipo de tan-
phala pãdi'—colhendo frutas; ãniyã—trazendo; sakala—todas as variedades. gerina; drãksã—uvas; bãdãma—amêndoas; meoyã—frutas secas; yata—tantas quantas
havia; ãra—e.
TRADUÇÃO—"Em Vrndãvana, as árvores e trepadeiras são maravilhosas, pois
produzem por todo o ano todos os gêneros de frutas e flores. As gopis e criadas T R A D U Ç Ã O — " D e n t r e as frutas havia muitas variedades de coco e manga, bana-
colhem essas frutas e flores nos caramanchões de Vrndãvana e trazem-nas pe- nas, morangos, jacas, tâmaras, tangerinas, laranjas, amoras pretas, santarãs, uvas,
rante Rãdhã e K r s n a . " amêndoas e todos os t^pos de frutas secas."
Verso 108 O Senhor é resgatado do mar 387
386 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 18
VERSO 107
ran» raret « t a « r j t f « . a n t a r a *ra-*it%>
5|ÇiSBftf«, raill 3ía «<5 ? W II
«rai«ra ifàiill (fi fã', $3» ra*l içt^ãt»
khammujã, ksirikã, tala, keéura, pãni-phala, mrnãla, afa' a« c&fsw i
bilva, pilu, dãdimbãdi yata u r a *4>1 «KÍMNj WM c**l CWWWJ
kona deée kãra khyãti, vrndãvane saba-prãpti, ?ra c**i afara "Rw II J - I II
sahasra-jãti, lekhã yãya kata?
khammijS eantahipo (uma espécie de melão); ksirikã—a fruta ksirikã; tala—buriti;
bhaksyera paripãti dekhi', krsna hailã mahã-sukhi,
keéura—a fruta keéura; pãni-phala—uma fruta produzida na água dos rios; mrnãla—
vasi' kaila vanya bhojana
uma fruta das flores de lótus; bilva—marmelo; pi7u—uma fruta especial de Vrndã-
sahge lahã sakhi-gana, rãdhã kailã bhojana,
vana; dãdimba-ãdi—a romã e outras frutas afins; yata—tantas quantas há; kona
duhhe kailã mandire éayana
deée—em alguma região; kãra—das quais; khyãti—da fama; vrndãvane—em Vrndã-
bhaksyera—de alimentos; paripãti— os arranjos; dekhi'—vendo; krsna—o Senhor
vana; saba-prãpti— aquisição de todas; sahasra-jãti— milhares de variedades; lekhã
Krçna; hailã— ficou; mahã-sukhi— muito feliz: pasi'—sentando-Se; kaila—realizou;
yãya—alguém é capaz de escrever; kata—até que ponto.
vanya bhojana—um piquenique na floresta; sarige—na companhia; lahã—levando;
sakhi-gana—todas as gopis; rãdhã—Srimati Rãdhãrãní; kailã bhojana—tomaram a
T R A D U Ç Ã O — " H a v i a cantalupos [uma espécie de melãol, ksirikãs, buritis, ke- sobra; duhhe—ambos; kailã—fizeram; mandire— na casa de jóias; éayana—deitando-
suras, frutas da água, frutas de lótus, marmelos, pilu, romãs e muitas outras. Se.
Algumas delas são variadamente conhecidas em diferentes lugares, mas em
Vrndãvana elas são sempre disponíveis em tantos milhares de variedades que TRADUÇÃO—"Ao ver os belíssimos arranjos de alimentos, Krçna sentou-Se ale-
ninguém consegue descrevê-las por completo." gremente a participou de um piquenique na floresta. Então, depois que Srimati
Rãdhãrãní e Suas amigas gopis compartilharam dos restos, Rãdhã e Krçna
VERSO 106 deitaram-Se juntos na casa de jóias."
VERSO 108
l a ^ f i , «rçfe, «tlfwft i
i^iptfãiía-a**, a r a «tV «rW «*n,
rate «ra at®?», rate *tta*TOte»,
«1*1 a t e i a * » sTtfM' « i t f » II n c«s «ara «1*41 «va i
gahgãjala, amrtakeli, piyüsagranthi, karpürakeli,
atata/aa fàai ct»rl> *wNa «ra» fcwl,
sarapüri, amrti, padmacini rafa' «nata ^at ra.* si» 11 s»v 11
khanda-ksirisãra-vrksa, ghare kari' nãnã bhaksya, /ceha /care vijana, keha pãda-samvãhana,
rãdhã yãhã krsna lãgi' ãni keha karãya tãmbüla bhaksana
gahgã-jala—o doce gahgãjala; amrta-keli—um doce feito de leite; piyüsa-granthi— rãdhã-krsna nidrã gelã, sakhi-gana éayana kailã,
piyüsagranthi; karpüra-keli—karpürakeli; sara-püri—um doce de leite; amrti—um doce dekhi' ãmãra sukhi haila mana
preparado com farinha de arroz; padma-cini— uma preparação doce feita de flores keha—alguém; kare— faz; vijana—abano; keha—alguém; pãda-samvãhana—mas-
de lótus; khanda-kslri-sãra-vrksa—doces de açúcar feitos com formato de árvores; sagem dos pés; keha—alguém; karãya—fez com que Eles fizessem; tãmbüla bhak-
ghare—em casa; kari'—fazendo; nãnã bhaksya—muitas variedades de comestíveis; sana—comendo uma preparação de folhas de bétel; rãdhã-krsna—Rãdhã e Krçna;
rãdhã—Srimati Rãdhãrãní; yãhã—os quais; krsna lãgi'—para Krsna; ãni—trouxe.
Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 113 O Senhor é resgatado do mar 389
nidrã gelã—foram dormir; sakhi-gana—todas as gopis; éayana kailã— deitaram-se; VERSO 111
dekhi'—veado; ãmãra—Minha; sukhi— feliz; haila—ficou; mana—mente.
' ^ t l r a r a c«r»rai i t a t r a m m * t r è * i f
T R A D U Ç Ã O — " A l g u m a s gopis abanaram Rãdhã e Krsna, outras massagearam- TOi-rertitfip « r a « i s r e » * t f r r * t n II
Lhes os pés, e algumas deram-Lhes folhas de bétel para Eles mascarem. Quando
Rãdhã e Krsna adormeceram, todas as outras gopis também deitaram-se. Quando 'ihãh kene tomara ãmãre lahã ãilã?'
vi isso, Minha mente ficou muito feliz." svarüpa-gosãni tabe kahite lãgilã
ihãh—aqui; kene— porque; tomam—tu; ãmãre—a Mim; lahã ãilã— trouxeste; svarüpa-
VERSO 109 gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosãni; tabe—nesse momento; kahite lãgilã—pôs-se a
falar.
« « « t r a i c i t r a afã', astra^ís* «fà',
^ f a - i r a | $ t mm vir$m\ \ TRADUÇÃO—"Por q u e trouxeste-Me para a q u i ? " perguntou Ele. Então, Svarüpa
Dâmodara respondeu-Lhe.
#tei v p u ?*m, #tsi « n , c-tt^ítt,
rafe ^ « t * a ; s * i t" i « s o VERSO 112
T R A D U Ç Ã O — F a l a n d o dessa maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu voltou à plena T R A D U Ç Ã O — " E s s e pescador capturou-Te em sua rede e Te resgatou da água.
consciência externa. Ao ver Svarüpa Dâmodara Gosvãmí, o Senhor perguntou-lhe. Devido ao Teu toque, ele agora está louco de amor extático por Krsna."
390 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 18 Verso 119 O Senhor é resgatado do mar 391
saba rãtri sabe bedãi tomãre anvesiyã prabhu kahe,—"svapne dekhi' gelãha vrndãvane
jãliyãra mukhe suni' pãinu ãsiyã dekhi,—krsna rasa karena gopigana-sane
saba rãtri—a noite inteira; sabe—todos nós; bedãi—caminhamos; tomãre— por Ti; prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; svapne dekhi '—sonhando; gelãha
anvesiyã—procurando; jãliyãra mukhe—da boca desse pescador; suni'—ouvindo; vrndãvane—fui a Vrndãvana; dekhi—vejo; krsna—o Senhor Krsna; rasa karena—
pãinu—encontramos; ãsiyã— vindo. realiza a dança da rasa; gopi-gana-sane—com as gopis.
TRADUÇÃO—"A noite inteira, todos nós perambulamos à Tua procura. Após TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " N o Meu sonho, fui a Vrndãvana,
ouvirmos esse pescador, viemos até aqui e Te encontramos." onde vi o Senhor Krçna realizar a dança da rasa com todas as g o p i s . "
T R A D U Ç Ã O — " E n q u a n t o aparentemente inconsciente, presenciaste os passatem- T R A D U Ç Ã O — " A p ó s divertir-Se na água, Krçna participou de u m piquenique.
pos de Vrndãvana, porém, tão logo percebemos que estavas inconsciente, nossas Posso entender q u e , após ver isso, na certa devo ter falado como um l o u c o . "
mentes sofreram tremenda agonia."
VERSO 119
VERSO 116 «ra W T - C F T I T F A Í <Stra "ATI «awi i
$ i 3 i n * 5 C « C « T I T I 'I«fVtçj' 5 5 * i « J Ç R A •14*1 I I I T ? * L I T I F I » « 5 4 3 1 N II
«TRAI ra E J * F T C**i, « 1 5 1 ra ^ S F I * II" N
tabe svarüpa-gosãni tãnre snãna karãhã
krsna-nãma la-ite tomara 'ardha-bãhya' ha-ila prabhure lahã ghara ãilã ãnandita hanã
tãte ye pralãpa kailã, tãhã ye sunila" tabe—em seguida; svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosãni; tãnre—a Ele; snãna
krsna-nãma la-ite—cantando o santo nome de Krçna; tomara—Tua; ardha-bãhya— karãhã—fazendo banhar-Se; prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; lahã—levando;
semiconsciência; ha-ila—houve; tãte—em seguida; ye—quaisquer; pralãpa—conver- ghara ãilã—voltou para a Sua casa; ãnandita hanã—estando muito feliz.
sas loucas; kailã—fizeste; tãhã—isso; ye—o que; sunila—ouvimos.
CAPÍTULO DEZENOVE
VERSO 120
alfa *uj3f-»f5a i
<45 « ' * f ç s (
O comportamento inconcebível do Senhor
5 5 1 r a 5 w « . *tta resg-çaa i m ° II
Sr! Caitanya Mahãprabhu
ei ta' kahiluti prabhura samudra-patana
ihã yei éune, pãya caitanya-carana
ei to'—assim; kahiluh—acabo de descrever; prabhura—àe Sri Caitanya Mahã-
prabhu; samudra-patana—a queda dentro do mar; ihã—esta história; yei éune— todo Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thâkura faz o seguinte resumo
aquele que ouça; pãya—obtém; caitanya-carana—abrigo aos pés de lótus de Sri do Décimo Nono Capítulo.
Caitanya Mahãprabhu. Todos os anos, Srí Caitanya Mahãprabhu pedia que Jagadãnanda Pandita visi-
tasse Sua mãe em Navadvipa, levando-lhe presentes de roupa e prasãda. Após
TRADUÇÃO—Assim, acabo de descrever o incidente em que o Senhor Sri Caitanya uma dessas visitas, Jagadãnanda Pandita voltou a Puri com um soneto que Advaita
Mahãprabhu cai no oceano. Todo aquele que ouvir este passatempo com certeza Acãrya escrevera. Q u a n d o Sri Caitanya Mahãprabhu o leu, Seu êxtase foi tão in-
obterá refúgio aos pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu. tenso que todos os devotos ficaram receosos de que o Senhor logo, logo partiria.
A condição do Senhor era tão séria que à noite, esfregando Seu rosto de encon-
VERSO 121 tro às paredes, traumatizava-o até o ponto de fazê-lo sangrar. Para impedir isto,
Svarüpa Dâmodara pediu que Sankara Pandita passasse a noite no mesmo quarto
S N i ai*ua-*tra ata «H«f i com o Senhor.
cra»5f!raif5 T-C5 anp*ra u u Além disto, este capítulo descreve como o Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu,
no mês de vaiáãkha (abril-maio), entrou no jardim de Jagannãtha-vallabha durante
éri-rüpa-raghunãtha pade yãra ãéa a noite de lua cheia e experimentou diversos êxtases transcendentais. Arrebatado
caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa em amor extático ao ver subitamente o Senhor Sri Krsna debaixo de uma árvore
éri-rüpa—Srila Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi; aéoka, Ele manifestou diversos sintomas de loucura espiritual.
pade—aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro
chamado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krsnadãsa Kavirãja VERSO 1
Gosvãmi.
arai ç a s b s s a K a r ^ - s a ? ftrafafa»}, i
TRADUÇÃO—Orando aos pés d e lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando <2i5i*tj l a ^ R a a r a a j s r r r a mm a; n * 11
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta,
seguindo seus passos. vande tani krsna-caitanyam
mãtr-bhakta-éiromanim
pralapya mukha-sahgharsi
Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta, madhüdyãne lalãsa yah
Antya-lilã, Décimo Oitavo Capítulo, descrevendo o episódio em que o Senhor Sri Caitanya vande—ofereço minhas respeitosas reverências; tam—a Ele; krsna-caitanyam—o
Mahãprabhu cai na água do mar. Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; mãtr-bhakta—de grandes devotos não órfãos
de mães; éiromanim—a jóia mais preciosa; pralapya—falando como um louco; mukha-
sahgharsi—que costumava esfregar Seu rosto; madhu-udyãne—no jardim conhecido
como Jagannãtha-vallabha; lalãsa—desfrutou; yah—que.
393
394 éri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 19 O comportamento inconcebível do Senhor 395
Verso 7
entrava no jardim de Jagannãtha-vallabha onde realizava Seus passatempos. A T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita era um devoto muito querido de án Caitanya
Ele eu ofereço minhas respeitosas reverências. Mahãprabhu. O Senhor sentia muito prazer com suas atividades.
VERSO 2 VERSO 5
jaya jaya éri-caitanya jaya nityãnanda prati-vatsara prabhu tãhre pãthãna nadtyãte
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda viccheda-duhkhitã jãni' janani ãévãsite
jaya jaya—todas as glórias; éri-caitanya—ao Senhor ári Caitanya Mahãprabhu; prati-vatsara—todos os anos; prabhu—ári Caitanya Mahãprabhu; tãhre—a ele;
jaya—todas as glórias; nityãnanda—a Nityãnanda Prabhu; jaya—todas as glórias; pãthãna—manda; nadtyãte—a Navadvipa; viccheda-duhkhitã jãni'—conhecendo sua
advaita-candra—a Advaita Acãrya; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-vrtida—aos aflição provocada pela saudade; janani—Sua mãe; ãévãsite—para consolar.
devotos do Senhor Gaurãhga.
T R A D U Ç Ã O — S a b e n d o que, devido à saudade, Sua mãe ficava muitíssimo afiita,
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a árí Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias ao todos os anos o Senhor mandava Jagadãnanda Pandita a Navadvipa para consolá-la.
Senhor Nityãnanda! Todas as glórias a Advaita Acãrya! E todas as glórias a todos
os devotos do Senhor Caitanya Mahãprabhu! VERSO 6
VERSO 4 VERSO 7
« r ç a « r o r a f « a *i%5-3rim»«a i asfçç <$fçtra - ' « J à « a s ««aa i
atçta s f ã c a »itra» II 8 II f a s i vrtfà' « r r f à ratara a f a r a s a a n i n
prabhura atyanta priya pandita-jagadãnanda kahiha tãhhãre—'tumi karaha smarana
yãhãra caritre prabhu pãyena ãnanda nitya ãsi' ãmi tomara vandiye carana
prabhura—com ári Caitanya Mahãprabhu; atyanta—muito; priya—bem relacio- , kahiha tãhhãre—informa-lhe; tumi karaha smarana—por favor, lembra-te; nitya
nado; pandita-jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; yãhãra caritre—em cujas ativi- ãsi'—vindo diariamente; ãmi— Eu; tomara—teus; vandiye carana—ofereço respeitos
dades; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; pãyena—obtém; ãnanda—muito prazer. aos pés de lótus.
Verso 13 O comportamento inconcebível do Senhor 397
Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19
VERSO 11
T R A D U Ç Ã O — " I n f o r m a - l h e por Mim: 'Por favor, lembra-te de que Eu venho aqui
todos os dias e ofereço Meus respeitos a teus pés de l ó t u s . " ' f r * t 5 c * « i t f s « r t f i c s t i t a «rtastes i
VERSO 8 at3e. # t 3 , s i a e . « r t f i i t f à a ç f f s c 3 u' i> II
VERSO 12
T R A D U Ç Ã O — ' " Q u a l q u e r dia que desejas Me alimentar, com certeza venho e
aceito o que ofereces."' C T f * t - * T * t 3 * t t 5 * 1 C 3 5 <2|1f«f-31C1 l
VERSO 14 VERSO 17
TRADUÇÃO— lagadãnanda Pandita voltou então para Nadia, e, ao encontrar áací- T R A D U Ç Ã O — A d v a i t a Ãcãrva escrevera um soneto em linguagem equívoca, com
mãtã, transmitiu-lhe- todas as saudações do Senhor. um significado que ári Caitanya Mahãprabhu podia entender, mas que os outros
não podiam.
VERSO 16 VERSO 19
« r r s r ô t f à «««ura fafwl «nrHf faa1 i "«reta a*te? « t r a t a retfi» a a ^ i a i
a t s l - i t f c p "«ateai efèüi a t í i a * a t e a i 11 u 45 f » r a a » i r a s a r a « n a t a it >& n
ãcãryãdi bhakta-gane mililã prasãda diyã
mãtã-thãni ãjhã la-ilã mãseka rahiyã "prabhure kahiha ãmãra koti namaskãra
ãcãrya-ãdi—a começar com Advaita Acãrya; bhakta-gane—todos os devotos; mili- ei nivedana tãhra carane ãmãra
lã—encontrou-se com; prasãda diyã— entregando a prasãda do Senhor Jagannãtha; prabhure kahiha—simplesmente informa ao Senhor Caitanya; ãmãra—Minhas;
mãtã-thãni—à mãe áaci; ãjhã la-ilã—pediu permissão p a i a partir; mãseka rahiyã— xofi namaskãra—centenas e milhares de reverências; ei nivedana—este é o apelo;
permanecendo por um mês. tãhra—Seus; carane—aos pés de lótus; ãmãra—Meu.
T R A D ' ' c * o — u e p o i s , encontrou-se com todos os outros devotos, encabeçados por TRADUÇÃO—Em Seu soneto, Advaita Acãrya primeiro oferecia Suas reverências
Advaita Acãrya, e deu-lhes a prasãda de Jagannãtha. Após ficar por um mês, centenas e milhares de vezes aos pés de lótus do Senhor árí Caitanya Mahã-
pediu permissão à mãe áaci para partir. prabhu. Então, apresentava a seguinte declaração a Seus pés de lótus.
400 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 25 O comportamento inconcebível do Senhor 401
VERSO 22 VERSO 25
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: "Advaita Acãrya é um grande TRADUÇÃO "Advaita Acãrya é um grande místico. Ninguém pode compreendê-
adorador do Senhor e é muito perito nos princípios reguladores prescritos nos lO Ele é perito em escrever sonetos incompreensíveis até para Eu m e s m o . "
textos védicos."
VERSO 29
VERSO 26
1 » f i a 1 fàírns 5 5 1 1 1 1 w f « t I
fc»ftii1 P T t R t ' c « f t i i T - c s a « i t i t 5 i i * a « » t - C l t 1 t f < f l > f>E 5 5 * 1 f l l l II * S II
•tart u f a ' « s i s t i i s c a i façam 11 n
éuniyã vismita ha-ilã saba bhakta-gana
upãsanã lãgi' devera karena ãvãhana svarüpa-gosãni kichu ha-ilã vimana
püjã lãgi' kata kãla karena nirodhana suniyã—ouvindo; vismita—atônitos; ha-ilã—ficaram; saba—todos; bhakta-gana—
upãsanã lãgi'—para adorar a Deidade; devera—do Senhor; karena ãvãhana—convida os devotos; svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; kichu—um tanto; ha-ilã—
a vir; püjã lãgi'—para realizar a adoração; Aíita Arã/a—por algum tempo; karena niro- ficou; vimana—melancólico.
dhana—Ele mantém a Deidade.
TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, todos os devotos ficaram atônitos, especialmente
T R A D U Ç Ã O — " A d v a i t a Acãrya convida o Senhor para vir e ser adorado, e para Svarüpa Dâmodara, que se mostrou um tanto melancólico.
realizar a adoração Ele mantém a Deidade por algum t e m p o . "
VERSO 30
VERSO 27
C 1 5 f à l C5C3 a f ç a W f l ffl 5 5 * I
•jjri-fàalsi C5C* tire « c a i fii^r» i
« t u a fàt^w-wi fiww n f ? * II •s- II
« a w t a «1 s f f f ã w e f , r « i l i r ? 3ia n %1 n
sei dina haite prabhura ãra daéã ha-ila
püjã-nirvãhana haile pãche karena visarjana krsnera viccheda-daéã dviguna bãdila
tarajãra nã jãni artha, kibã tãhra mana sei dine haite—daquele dia em diante; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu;
püjã-nirvãhana—término da adoração; haile—quando há; pãche—enfim; karena ãra—outra; daéã—condição; ha-ila—houve; fcrsnera—do Senhor Krsna; viccheda-
visarjana—manda a Deidade de volta; tarajãra—rio soneto; nã jãni— não sei; artha—o daéã—a condição de saudade; dvi-guna—duas vezes; bãdila—aumentou.
significado; kibã tãhra mana—o que se passa em Sua mente.
T R A D U Ç Ã O — " A p ó s concluir a adoração, Ele envia a Deidade a algum outro T R A D U Ç Ã O — D a q u e l e dia em diante, o estado emocional de Srí Caitanya Mahã-
lugar. Não conheço o significado deste soneto, tampouco sei o que se passa na prabhu mudou acentuadamente; a intensidade de Seus sentimentos de saudade
mente de Advaita P r a b h u . " de Krsna duplicou.
VERSO 28 VERSO 31
VERSO 4 0 TRADUÇÃO—"O brilho corpóreo de Krçna cintila tanto quanto a pedra preciosa
indraniía e supera o esplendor da árvore tamãla. O fulgor de Seu corpo deixa
4 « a f a ata a a c » prfcfl, i f i « t a *jwca srfc^t, o mundo inteiro louco, pois a Providência fê-lo transparente, refinando a es-
5 3 * 5 9 — e i " «nas-«!tfcl1 sência da doçura do amor conjugai e misturando-a com o l u a r . "
«t#t-ac» b m s t a , ac<s a t í s a t f a r r s ,
VERSO 4 2
«9 ClflfWfl II 8° II
« t t l C L QA^AAFL, s*3TÃ5-F rârS FAFL',
eka-bãra yãra nayane lãge, sadã tara hrdaye jãge,
krsna-tanu—yena ãmra-ãfhã
nãri-mane paise hãya, yatne nãhi bãhirãya,
«NASCI" ATACA ATÇRA i
tanu nahe,—seyã-kulera kãhtã
eka-bãra—umaúnica vez; yãra—cujos; nayane—olhos; lãge—capturam; sadã—
«RTFI' F I C A « F S I F S - A T A n 8* n
sempre; tara—seu; hrdaye—no coração; jãge—permanece proeminente; krsna-tanu—
o corpo de Krçna; yena—como; ãmra-ãthã—a seiva da mangueira; nãri-mane— nas kãhãh se murali-dhvani, navãbhra-garjita jini',
mentes das mulheres; poise—entra; hãya—ai de Mim; yatne—mesmo com muito jagat ãkarse éravane yãhãra
esforço; nãhi— não; bãhirãya—sai; tanu nahe— não é um corpo ordinário; seyã-kulera uthi' dhãya vraja-jana, trsita cãtaka-gana,
mora—Meu; sei—isto; kalã-nidhi—reservatório da arte e da cultura; prãna-raksã- aho vidhãtas tava na kvacid daya
mahã-ausaudhi—a panacéia para salvar a Minha vida; sakhi—ó Minha querida amiga; samyojya maitryã pranayena dehinah
mora—Meus; ferino—Ele; suhrt-tama—o melhor dos amigos; deha jiye—Meu corpo tãrhé cãkrtãrthãn viyunahksy apãrthakam
vive; tãhhã vine—sem Ele; dhik—condenação; ei jivane—a esta vida; vidhi—Provi- vicestitam te 'rbhaka-cestitam yathã
dência; kare—faz; eta vidambana—tanta enganação. aho—ai de mim; vidhãtah—ó Providência; tava—tua; na—não; kvacit—em tempo
algum; dayã—misericórdia; samyojya—fazendo laços; maitryã—de amizade; prana-
T R A D U Ç Ã O — " K r s n a é o reservatório da arte e da cultura, e Ele é a panacéia que yena—e de afeição; dehinah—das almas corporificadas; tãn—a elas; ca—e; akrta-
arthãn—sem a consecução; viyunahksi— fazes acontecer; apãrthakam—separação;
salva a Minha vida. Ó Minha querida amiga, porque vivo sem Ele, que é o me-
vicestitam—atividades; te— tuas; arbhaka—de um menino; cestitam—a travessura
lhor dentre Meus amigos, condeno a duração da Minha vida. Acho que a Provi-
infantil; yathã—como.
dência enganou-Me de muitas m a n e i r a s . "
VERSO 49
VERSO 47
VERSO 51 TRADUÇÃO—"No entanto, por q u e deveria ficar zangada com Krçna? É culpa
do Meu próprio infortúnio. O fruto de Minhas atividades pecaminosas amadu-
sri « j r V <sfàr atra, ra5 « f W í W t e s atra, receu, e por isso Krsna, que sempre dependia do Meu amor, agora mostra-Se
" t f t 3 C a 3*333 üíf% "63 1 indiferente. Isto significa que Minha desventura é muito forte."
« r a ertfà' «itfà afã, §*fi»' «1 stra 5f%,
VERSO 53
^«tatca « t f * * « M a n »s n
4 5 a « cfta-ata, faatra « c a 5 t a 5ta,
saba tyaji' bhaji yãhre, sei ãpana-hãte mãre,
nãri-vadhe krsnera nãhi bhaya '51 5i « u , <jfà ct*1 « f % ?'
tãhra lãgi' ãmi mari, ulati' nã cãhe hari, cm%st3 5taca, « 1 3 3 t c « T f3*t*tca,
ksana-mãtre bhãhgila pranaya 'cf tfà«a atcatas atarafV n «>» ii
saba tyaji—deixando tudo de lado; bhaji yãnre—a pessoa que Eu adoro; sei—essa
pessoa; ãpana-hãte—com Sua própria mão; mãre—mata; nãri-vadhe—de matar uma ei-mata gaura-rãya, visãde kare hãya hãya,
mulher; krsnera—de Krsna; nãhi bhaya—não há temor; tãhra lãgi'—por Ele; ãmi
'hã hã krsna, tumi gelã kati?'
mari—Eu morro; ulati'—voltando-Se; nã cãhe hari—Krçna não olha; ksana-mãtre—
gopi-bhãva hrdaye, tara vãkye vilãpaye,
n u m instante; bhãhgila—rompeu com; pranaya—todos os romances amorosos.
'govinda dâmodara mãdhaveti'
ei-mata—dessa maneira; gaura-rãya—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; visãde—
com lamentação devido a saudade; kare hãya hãya—sempre diz "ai de Mim, ai
T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e em troca de q u e m Eu abandonei tudo está pessoalmente de Mim"; hã hã krsna—oh! ó Krçna; tumi gelã kati—para onde foste; gopi-bhãva
Me matando com Suas próprias mãos. Krçna não tem medo algum de matar mu- hrdaye—com o amor extático das gopis em Seu coração; íãra vãkye—com suas pala-
lheres. Na verdade, estou morrendo por Ele, mas Ele nem sequer Se volta para vras; vilãpaye—lamenta-Se; govinda dâmodara mãdhava—ó Govinda, ó Dâmodara,
olhar para Mim. Em questão de segundos, Ele rompeu com nossos romances
ó Mãdhava; ifi—assim.
amorosos."
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu lamentava-Se no espírito
de separação: " A i de Mim, ai de Mim! Ó Krsna, para onde foste?" Sentindo
VERSO 52 em Seu coração as emoções extáticas das gopis, Sri Caitanya Mahãprabhu ago-
nizava com suas palavras, dizendo: "Ó Govinda! Õ Dâmodara! Õ Mãdhava!"
«ra> r a r a « f ã r a t a , « u f a sraVrata,
5
* » t f « * rata 4 5 . itia * i VERSO 54
ca «33 -cata c«mtat«, «tca fem rara, «ra wt-ataata, « f ã ' »t«1 S i t a ,
4 ^ rata *r«t*tj « t a * ii" n H5t«rf3 « c a « i N t i a I
VERSO 55 VERSO 58
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o Sri Caitanya Mahãprabhu lamentava-Se dessa maneira, T R A D U Ç Ã O — S e n t i n d o saudades de Krçna, Srí Caitanya Mahãprabhu ficou tão
metade da noite passou-se. Então, Svarüpa Dâmodara fez o Senhor deitar-Se perturbado que, com muita ansiedade, levantou-Se e pôs-Se a esfregar Seu rosto
no quarto conhecido como Gambhira. contra as paredes do Gambhira.
VERSO 56 VERSO 59
9
prabhure éoyãnã rãmãnanda gelã ghare mukhe, gande, nãke ksata ha-ila apara
svarüpa, govinda éuilã gambhirãra dvãre bhãvãveée nã jãnena prabhu, pade rakta-dhãra
prabhure—o Senhor êri Caitanya Mahãprabhu; éoyãnã—fazendo deitar-Se; rãmã- mukhe—na boca; gande—nas maçãs do rosto; nãke—no nariz; ksata—lesões; ha-ila—
nanda—Rãmãnanda Rãya; gelã ghare—voltou para a sua casa; svarüpa—Svarüpa havia; apara—muitas; bhãva-ãveée—em emoção extática; nã jãnena—não pôde en-
Dâmodara Gosvãmí; govinda—Govinda; éuilã—deitaram-se; gambhirãra dvãre—à tender; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; pade—corre; rakta-dhãra—um derrama-
porta do Gambhira. mento de sangue.
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s que o Senhor deitou-Se, Rãmãnanda Rãya voltou para casa, TRADUÇÃO—Das muitas lesões de Sua boca, nariz e maçãs do rosto escorria
sangue, porém, devido às Suas emoções extáticas, o Senhor não Se deu conta
e Svarüpa Dâmodara e Govinda deitaram-se à porta do Gambhira. disto.
VERSO 57 VERSO 60
sarva-rãtri karena bhãve mukha sahgharsana prabhu kahena, — "udvege ghare nã pari rahite
goh-goh-éabda karena,—svarüpa éunilã takhana dvãra cãhi' buli' éighra bãhira ha-ite
sarva-rãtri—a noite inteira; karena—faz; bhãve—com emoção; mukha sahgharsana—o prabhu kahena—Sri Caitanya Mahãprabhu respondeu; udvege—devido à grande
esfregar do rosto; goh-goh-éabda karena—faz um som peculiar, goh-goh; svarüpa— agitação; ghare—dentro do quarto; nã pari—não fui capaz; rahite—de ficar; dvãra
Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; éunilã—ouviu; takhana—então. ^ / • — p r o c u r a n d o a porta; buli'—vagando; éighra—bem depressa; bãhira ha-ite—
para sair.
TRADUÇÃO—Em êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu esfregou Seu rosto contra as
paredes por toda a noite, emitindo um som peculiar, " g o h - g o h " , que Svarüpa TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu respondeu: "Eu estava com tanta ansie-
Dâmodara podia ouvir através da porta. dade que não pude ficar no quarto. Eu queria sair, e por isso vaguei pelo quarto,
procurando a p o r t a . "
VERSO 61 VERSO 64
dipa jtwíi' gnare gelã, dekhi' prabhura mukha diwra nãhi' pãhã mukha lãge cãri-bhite
svarüpa, govinda duhhãra haila bada duhkha ksata haya, rakta pade, nã pãi yãite"
dí;w jvãli'—acendendo a lamparina; ghare—ao quarto; ge/ã—foram; dekhi'—vendo; dvãra nãhi' pãhã—não encontrando a porta; mukha lãge—Meu rosto bate; cãri-
prabhura mukha—o rosto do Senhor; svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; go- bhite—nas quatro paredes; ksata haya—houve contusão; rakta pade—saiu sangue;
vinda—e Govinda; duhhãra—de ambos; haila bada duhkha—houve muita tristeza. nã pãi yãite—mesmo assim, não p u d e sair.
T R A D U Ç Ã O — A c e n d e n d o uma lamparina, Svarüpa Dâmodara e Govinda entraram T R A D U Ç Ã O — " I n c a p a z de encontrar a porta, fiquei batendo nas quatro paredes
no quarto. Ao verem o rosto do Senhor, ambos ficaram cheios de pesar. com Meu rosto. Meu rosto ficou machucado e sangrou, mas, mesmo assim, não
pude sair."
VERSO 62 VERSO 65
«rçca «iajic« «itfi' g f a a asarei i Saita-aita « f a f a a ics 111
l
#fC5 c « = n 4 Ç « f a ? ' l a i i «jjgsrl 11 i <?te « c a , cafc c a r e * l a . - S a r t a - w a 11 *>« u
prabhure éayyãte ãni' susthira karãila unmãda-daéãya prabhura sthira nahe matta
'kãhhe kailã ei tumi?'—svarüpa puchilã yei kare, yei bole saba,—unmãda-laksana
prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; éayyãte—para a cama; ãni'—levando; sustha unmãda-daéãya—nesse estado de loucura; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu;
ra karãila—apaziguaram-nO; kãhhe—por que; kailã—fizeste; ei—isto; tumi—a Ta sthira nahe mana—a mente não é estável; yei kare—tudo o que Ele faz; yei bole—
svarüpa puchilã—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi perguntou. tudo o que Ele diz; saba—tudo; unmãda-laksana—meros sintomas de loucura.
TRADUÇÃO—Eles levaram o Senhor para a cama, acalmaram-nO e então pergun T R A D U Ç Ã O — N e s s e estado de loucura, a mente de ári Caitanya Mahãprabhu es-
taram: "Por que fizeste isto contigo m e s m o ? " tava insegura. Tudo o que Ele dizia ou fazia era sintoma de loucura.
VERSO 63 VERSO 66
ã*| «cçi, " S c a c i í c a H »t(fã a t e c « i laif-cintfa» «ca fvvl i r ^ r l i c i 1
a r a B t f * . ' a f a f % a i f e a s t e c « n J » « II « « s i t a 91431 f ã s t a c « 9 r t « i r a í à c i n 11
420 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 71 O comportamento inconcebível do Senhor 421
svarüpa-gosãni tabe cinta pãilã mane 'prabhu-pãdopãdhãna' bali' tahra nãma ha-ila
bhakta-gatw lanã vicãra kailã ãra dine pürve vidure yena éri-suka varnila
svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; tabe—em seguida; cinta—uma an- prabhu-pãda-upãdhãna—o travesseiro das pernas de Sri Caitanya Mahãprabhu;
siedade ou pensamento; pãilã mane—obteve em sua mente; bhakta-gana lanã—em fali '—chamado como tal; tãhra nãma—seu nome; ha-ila—tornou-se; pürve—noutro
meio a todos os devotos; vicãra kailã—analisou; ãra dine—no dia seguinte. ensejo; vidure— Vidura; yena—como; éri-éuka varnila—Sri Sukadeva Gosvãmí
descreveu.
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara ficou muito ansioso, mas então teve uma idéia
No dia seguinte, ele e os outros devotos analisaram isto juntos. T R A D U Ç Ã O — S a n k a r a ficou célebre pelo nome "o travesseiro de Srí Caitanya
Mahãprabhu." Ele era como Vidura, conforme Sukadeva Gosvãmi descrevera-o
VERSO 67 noutro ensejo.
T R A D U Ç Ã O — S a n k a r a massageava as pernas de Sri Caitanya Mahãprabhu, porém T R A D U Ç Ã O — P o r medo de Sankara, Srí Caitanya Mahãprabhu não podia nem
enquanto massageava, caía no sono e, assim, deitava-se. deixar Seu quarto, nem esfregar Seu rosto de lótus contra as paredes.
VERSO 72 VERSO 75
tãhra bhaye nãrena prabhu bãhire yãite T R A D U Ç Ã O — " D e v i d o à saudade de Seus muitos amigos em Vrndãvana, que
tãhra bhaye nãrena bhittye mukhãbja ghasite eram como Sua própria vida, Sri Caitanya Mahãprabhu falava tal qual um louco.
tãhra bhaye—por medo dele; nãrena—não era capaz; prabhu—Sri Caitanya Mahã- «a inteligência transformou-se. Dia e noite, Ele esfregava Seu rosto de lua contra
prabhu; bãhire yãite—de sair; tãhra bhaye—por medo dele; nãrena—não era capaz; 38
P ^ e d e s , e o sangue vertia das lesões. Que esse Sri Caitanya Mahãprabhu
bhittye— nas paredes; mukha-abja ghasite—de esfregar Seu rosto de lótus. "•ia em meu coração e enlouqueça-me de a m o r . "
424 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 82 O comportamento inconcebível do Senhor 425
VERSO 77 VERSO 80
T R A D U Ç Ã O — J u n t a m e n t e com Seus devotos, o Senhor adentrou-Se num dos pelo esplendor da lua cheia, as árvores e trepadeiras
formosos jardins, chamado Jagannãtha-vallabha.
426 S V J Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 88 O comportamento inconcebível do Senhor
VERSO 83 VERSO 86
cnaya rtu-gana yãhãh vasanta pradhãna krsna dekhi' mahãprabhu dhãnã calilã
dekhi' ãnandita hailã gaura bhagavãn ãge dekhi' hãsi' krsna antardhãna ha-ilã
chaya—seis; rtu-gana—estações; yãhãh—onde; vasanta pradhãna—a estação da krsna dekhi'—vendo Krsna; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; dhãhã calilã—
primavera era a principal; dekhi'—vendo; ãnandita—muito satisfeito; hailã—ficou; pôs-Se a correr muito depressa; ãge—adiante; dekhi'—vendo; hãsi'—sorrindo;
gaura—Sri Caitanya Mahãprabhu; bhagavãn—a Suprema Personalidade de Deus. krsna—o Senhor Krsna; antardhãna ha-ilã—desapareceu.
TRADUÇÃO—As seis estações, em especial a primavera, pareciam estar presentes TRADUÇÃO—Ao ver Krsna, Sri Caitanya Mahãprabhu pôs-Se a correr muito
ali. Ao ver o jardim, Sri Caitanya Mahãprabhu, a Suprema Personalidade de depressa, mas Krsna sorriu e desapareceu.
Deus, ficou muito feliz.
VERSO 87
VERSO 84
•rIÇSf t t 5 * i «ca», i t c a 5tai43l i
"í|f9P5-5!1»f*|S5l" 1*f " t t ^ a ^ l | f C a C 5 lf%*1 « t f s j f ^ S 5431II v i I I
• r s j « f a ' 5 p w « t f fsrariW * 4 3 1 n v s n
ãge pãilã krsne, tãnre punah hãrãhã
"lalita-lavahga-latã" pada gãoyãhã bhümete padilã prabhu mürcchita hanã
nrtya kari' bulena prabhu nija-gana lahã ãge—no início; pãilã—obteve; krsne—o Senhor Krsna; tãhre—a Ele; punah—de
lalita-lavahga-latã—começando com as palavras lalita-lavahga-latã; pada—o verso; novo; hãrãhã—perdendo; bhümete—ao solo; padilã—caiu; prabhu—o Senhor Srí
gãoyãhã—fazendo cantar; nrtya kari'—dançando; bulena—perambula; prabhu—-êri Caitanya Mahãprabhu; mürcchita—inconsciente; hanã— ficando.
Caitanya Mahãprabhu; nija-gana lahã—acompanhado de Seus associados pessoais.
T R A D U Ç Ã O — T e n d o , no início, obtido Krsna, só para depois tornar a perdê-lO,
T R A D U Ç Ã O — N e s t a atmosfera, o Senhor fez com que Seus associados cantassem Sri Caitanya Mahãprabhu, inconsciente, caiu ao solo.
um verso do Gita-govinda, começando com as palavras "lalita-lavahga-latã",
e, ao mesmo tempo, dançou enquanto perambulava com eles. VERSO 88
gandha ãsvãdite prabhu ha-ilã pãgala almíscar, cânfora, sândalo branco e aguru; sah—Ele; me—Meu; madana-mohanah—
nirantara—o tempo todo; nãsãya—as narinas; pase—penetra; kr$na-panmala—o Senhor Krsna, que encanta inclusive Cupido; sakhi—ó Minhas queridas amigas;
aroma do corpo de Krsna; gandha ãsvãdite—por desfrutar da fragrância; prabhu— tanoti—aumenta; nãsã-sprhãm—o desejo de Minhas narinas.
Sri Caitanya Mahãprabhu; ha-ilã pãgala—ficou louco.
TRADUÇÃO—"'O aroma do corpo transcendental de Krsna supera o aroma do
T R A D U Ç Ã O — C o n t u d o , o aroma do corpo de Krsna não parava de penetrar-Lhe almíscar e atrai a mente de todas as mulheres. As oito partes de lótus de Seu
as narinas, e o Senhor ficou louco por desfrutá-lo. corpo distribuem a fragrância dos lótus misturada com a da cânfora. Seu corpo
é untado com substâncias aromáticas, tais como almíscar, cânfora, sândalo e
VERSO 90 aguru. Ó Minha querida amiga, essa Personalidade de Deus, também conheci-
do como aquele que encanta Cupido, sempre aumenta os desejos de Minhas
S T O í f s - g s s i ?t«4l * w i t r a d « f í s f l I narinas.'"
cn%. « t t « * t f ? ' # g « d í « f i w l n s>° i i
SIGNIFICADO—Este verso é d o Govinda-lílãmrta (8.6).
kr$na-gandha-lubdhã rãdhã sakhire ye kahilã
sei sloka padi' prabhu artha karilã
krsna-gandha—o aroma do corpo de Krsna; lubdhã—ansiando por; rãdhã— Srímatí VERSO 92
Rãdhãrãní; sakhire—para as amigas gopis; ye kahilã—tudo o que Ela disse; sei—este;
éloka—verso; padi'—recitando; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; artha karilã—ex- «^Jà«1-ftra;fe,»t*i, <5tU <?& *tf%Í»ti
plicou o seu significado. <5T*1 fiffÀ' 3>3s-'«W-M« I
s
Üfó*t raWfira, « r a »Pi?*rtf%«l,
T R A D U Ç Ã O — S r i m a t i Rãdhãrãní revelou às Suas amigas gopis quão intenso é Seu
desejo do aroma transcendental do corpo de Krsna. Sri Caitanya Mahãprabhu sUar-sira?! ^ i f ã « r a «Wl II M.«
recitou este mesmo verso e esclareceu-lhe o significado.
kastürikã-nilotpala, tara yei parimala,
tãhã jini' krsna-ahga-gandha
VERSO 91 vyãpe caudda-bhuvane, kare sarva ãkarsane,
nãri-ganera ãhkhi kare andha
3f3«fi«rf«vi:»r faic^iíftjihTít: kastürikã—almíscar; nilotpala—combinado com a flor de lótus azul; tara—seu;
yei—qualquer; parimala—aroma; tãhã— isto; jini'—conquistando; krsna-anga—do
corpo transcendental de Krsna; gandha—o aroma; vyãpe—espalha-se; caudda-bhu-
vane— por todos os quatorze mundos; kare— faz; sarva ãkarsane—atraindo a todos;
nari-ganera—das mulheres; ãhkhi—os olhos; kare—íaz; andha—cegos.
kurahga-mada-jid-vapuh-parimalormi-krstãnganah
svakãhga-nalinãstake éaéi-yutãbja-gandha-prathah TRADUÇÃO—"O aroma do corpo de Krsna supera as fragrâncias do almíscar e
madenduvara-candanãguru-sugandhi-carcãrcitah da flor de lótus azul. Espalhando-se por todos os quatorze mundos, atrai a todos
e
VERSO 93
«»3á-ara s í í «ira, *{< « i r a a fl« a r a ,
ifà ra, «f^e. a t s f a 1 f à f s r " s t r a ra» c « * jjfà u 11
arfra a t i r e i *tra, aa«t9i « i t i r a r a ,
« a j * t w a f ã ' *431 a t a 11 s.® 11 * 11 hema-kilita candana, tãhã kari' gharsana,
tãhe aguru, kuhkuma, kastüri
saÂrni ne, krsna-gandha jagat mãtãya karpüra-sane carcã ange, pürva ahgera gandha sahge,
nãrira nãsãte paée, sarva-kãla tãhãn vaise, mili' tare yena kaila curi
krsna-pãsa dhari' lahã yãya hema—de ouro; kilita—cravejado; candana—sândalo branco; tãhã—isto; kari'—
sakhi he—6 Minha querida amiga; krstta-gandha—a fragrância do corpo de Krsria; fazendo; gharsana—esfregando; tãhe— nisto; aguru—o aroma do aguru; kuhkuma—
jagat mãtãya—encanta o m u n d o inteiro; nãrira—de mulheres; nãsãte—as narinas; kuhkuma; kastüri—e almíscar; karpüra—cânfora; sane— com; carcã— untando;
pose—penetra; sarva-kãla—o tempo todo; tãhãh—ali; vaise—permanece; krsna-pãsa— ange—no corpo; pürva—anterior; ahgera—do corpo; gandha—perfume; sahge—com;
para o lado do Senhor Krsna; dhari'—segurando; lahã yãya—leva-as. mili'—combinando-se; tare—isto; yena—como se; kaila—fizesse; curi—roubo ou
cobertura.
TRADUÇÃO—"Minha querida amiga, o aroma d o corpo de Krsna encanta o
m u n d o inteiro. Ele penetra especialmente as narinas das mulheres, onde se esta- TRADUÇÃO—"Ao misturar-se polpa de sândalo com aguru, kuhkuma e almíscar
belece, cativando-as e forçando-as a irem ter com K r s n a . " com cânfora e espalhar-se no corpo de Krsna, isto combina-se com o próprio
perfume corpóreo original de Krsna e parece cobri-lo."
VERSO 94
SIGNIFICADO—Noutra versão, a última linha deste verso diz que kãmadevera mana
ras-atfàs, aa», « a - a f sai, kaila curi. Isto significa que "o aroma de todas essas substâncias mistura-se com
45 « %mm 1 o aroma anterior do corpo de Krsna e arrebata a mente de C u p i d o . "
««3á-fèi3 a » w i » « t a rara t f ã a * .
VERSO 96
ra* ti « r è i i - i r a 11 ss 11
netra-nãhhi, vadana, kara-yuga carana, sra »taf a 39a», »tai« r a^«f»,
ei asta-padma krsna-ahge a*Tta f ) f à , g f r t a c « « t a a i 1
karpüra-lipta kamala, tara yaiche parimala,
sei gandha asta-padma-sahge « f ã a l «rfóit a t S f t , «luta wste-afff,
netra—os olhos; nãbhi—o umbigo; vadana—o rosto; kara-yuga—as palmas das ra» < s t « t f % a l f a n t f f i t l 11 11
mãos; carana—os pés; ei—estes; asta—oito; padma—flores de lótus; krsna-ahge—no
corpo de Krsna; karpüra—com cânfora; lipta—untada; kamala—a flor de lótus; tóra— hare nãrira tanu-mana, nãsã kare ghürnana,
disto; yaiche—como; parimala—a fragrância; sei gandha—essa fragrância; asta-padma- khasãya nivi, chutâya kesa-bandha
sahge—está associada com as oito flores de lótus. kariyã ãge bãuri, nãcãya jagat-nãri,
hena dãkãtiyã krsnãhga-gandha
TRADUÇÃO—"Os olhos, o umbigo e o rosto, as mãos e os pés de Krsna são como «ore—encanta; nãrira—de mulheres; tanu-mana—as mentes e os corpos; nãsã—as
oito flores de lótus em Seu corpo. Desses oito lótus emana uma fragrância que narinas; kare ghürnana—confunde; khasãya—afrouxa; nivi—o cinto; chutãya—solta;
parece uma mistura de cânfora e lótus. É este o aroma associado a Seu corpo." kesa-bandha—a mecha de cabelo; kariyã—agindo; ãge—em frente; bãuri— como
loucas; nãcãya—faz dançar; jagat-nãri— todas as mulheres do m u n d o ; hena—tama-
VERSO 95 nho; dãkãtiyã— assaltante; krsna-ahga-gandha—o aroma do corpo de Krsna.
raa-a?)fèi<5 5«a», « f ã ' aa«t, TRADUÇÃO—"O aroma do corpo transcendental d e Krsna é tão atraente que en-
«tra i ? » f f a , « i j f t i canta os corpos e as mentes de todas as mulheres. Ele confunde-lhes as narinas,
432 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 19 Verso 100 O comportamento inconcebível do Senhor 433
solta-lhes os cintos e o cabelo e deixa-as loucas. Todas as mulheres do mundo gandha—a essência; gandha diyã—entregando a essência; kare andha—deixa as fre-
ficam sob sua influência, e por isso o aroma do corpo de Krsna é como um as- guesas cegas; ghara yãite—de volta para casa; patha—o caminho; nãhi pãya—não
saltante." encontram.
VERSO 97 TRADUÇÃO—"O ator dramático Madana-mohana abriu uma loja de essências que
atrai as mulheres do mundo como freguesas Suas. Ele entrega as essências de
d* itara«t atai, tal -si cara «rftl, graça, mas elas tornam todas as mulheres tão cegas que estas não podem achar
« f i r a , « f stífe t i a i o caminho de volta para casa."
t t l c * í*tal c*ífe «ca, f*t* f»t« «a^«ca,
VERSO 99
»1 *tiçc* «a»ta afã' ala n M II
4 « a « círasfà, Meai c « * aa gfà,
sei gandha-vaéa nãsã, sadã kare gandhera ãéã, içwaJTa lf«-$r« ata 1
kabhu pãya, kabhu nãhi pãya ata ff»i«r*HW, «u Tçca—cfè üWH»
pãile piyã peta bhare, pina pina tabu kare,
«a3 ai tia, -starata ira 11 sa. 11
nã pãile trsnãya mari' yãya
sei—essa; gandha-vaéa—sob o controle da fragrância; nãsã—as narinas; sadã— ei-mata gaurahari, gandhe kaila mana curi,
sempre; kare—fazem; gandhera—da fragrância; asa—esperança; kabhu pãya—às bhpiga-prãya iti-uti dhãya
vezes, elas obtêm; kabhu nãhi pãya—às vezes, não obtêm; pãile—caso obtenham; yãya vrksa-latã-pãse, krsna sphure—sei ãée,
piyã—bebendo; peta—o estômago; bhare—enche-se; pina—que eu beba; pina—que krsna nã pãya, gandha-mãtra pãya
eu beba; tabu—mesmo assim; kare—elas anseiam; nã pãile—caso não obtenham; ei-mata—dessa maneira; gaurahari—éri Caitanya Mahãprabhu; gandhe—pela es-
trsnãya—de sede; mari' yãya—elas morrem. sência; kaila—fez; mana curi—roubo da mente; bhrtiga-prãya—tal qual uma abelha;
ifi-afi dhãya—vagueia daqui para ali; yãya—vai; vrksa-latã-pãse—por perto das ár-
T R A D U Ç Ã O — " C a i n d o por completo sob sua influencia, as narinas anseiam por vores e trepadeiras; krsna sphure—o Senhor Krçna aparecerá; sei ãée—com esta es-
ele continuamente, embora às vezes oòtenham-no e, às vezes, não. Ao obtê-lo, perança; krsna nã pãya—não obtém Krçna; gandha-mãtra pãya—obtém apenas a
elas fartam-se de beber, embora não parem de desejar cada vez mais, porém, essência.
não o obtendo, elas morrem de s e d e . "
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu, com Sua mente assim roubada por esta
VERSO 98 essência, corria daqui para ali como uma abelha. Ele corria em direção às árvores
e às plantas, na esperança de o Senhor Krsna aparecer, mas, ao invés disto, en-
»i<racai5»-»tfr, *tatfà •sfcaía f # f
controu apenas a essência do corpo de Krsna.
wit«tâWr?c« esteta i
VERSO 100
fàai-aí*] caa -tai, -stai f»ai «ca « 1 % ,
wt-atat"'* Ira, « i f ares, =sa *tta,
aa at*c« ta atfè *rra 11" s>b-11
<í5acs «ffa:«t3T cs* 1
madana-mohana-nãia, pasãri gandhera hãta, ^ait-atatairata, «fã atai ®*rra,
jagan-nãri-grãhake lobhãya
açtatfa a r ^ f rcs >;«*
vinã-mülye deya gandha, gandha diyã kare andha,
ghara yãite patha nãhi pãya" svarüpa-rãmãnanda gãya, prabhu nãce, sukha pãya,
madana-mohana-nãta—o ator dramático Madana-mohana; pasãri—um comercian- ei-mate prãtah-kãla haila
te; gandhera hãta— no mercado de essências; jagat-nãri— das mulheres do mundo svarüpa-rãmãnanda-rãya, kari nãnã upãya,
inteiro; grãhake—as freguesas; lobhãya—atrai; vinã-mülye—grátis; deya—distribui; mahãprabhura bãhya-sphürti kaila
434 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 104 O comportamento inconcebível do Senhor
VERSO 103
f 33-si«-»^r.NÍj fàaisj«j i
•erçsTtfàs^ frçj^reri, fàapafèp «Ta i
4 5 HÉiifrtaPGi ffèi ifàwsw,
« c a í a ctt&a »C5 sfãas a r s t a n i » ® «
4 5 c - s a * a i íFfci a f ç f a « r s c a i
T R A D U Ç Ã O — A s s i m , eu, Krsnadãsa, servo de Srila Rüpa Gosvãmi, acabo de
cantar neste capítulo as quatro divisões dos passatempos do Senhor: a devoção t f t * c « 5 «Ta c&èi ajãic« ai i t c a 11 s«8 u
do Senhor para com Sua mãe, Suas palavras de loucura, o esfregar de Seu rosto
contra as paredes à noite e Sua dança com o aparecimento da fragrância do Senhor ei prema sadã jãge yãhãra antare
Krsna. panditeha tara cesta bujhite nã pare
& este; prema—amor a Deus; sadã— sempre; jãge—desponta; yãhãra—cujo; an-
Q r e
S I G N I F I C A D O — K r ç n a d ã s a Kavirãja Gosvãmí diz que, graças às bênçãos de Srila ' dentro do coração; panditeha—nem mesmo um acadêmico erudito; tara—suas;
Rüpa Gosvãmi, foi capaz de descrever estes quatro passatempos de Sri Caitanya cesta—atividades; bujhite—compreender; nã pare—não pode.
Mahãprabhu. Na realidade, Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi não foi um discípulo
direto de Srila Rüpa Gosvãmí, mas seguiu as instruções dadas por Srila Rüpa
Gosvãmi no Bhakti-rasãmrta-sindhu. Portanto, agiu de acordo com as orientações T R A D U Ç Ã O — A s atividades daquele em cujo coração desponta o amor transcen-
de Rüpa Gosvãmí e, em cada capítulo, orou por sua misericórdia. ental por Krsna não são compreendidas nem mesmo por um acadêmico erudito.
436 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílà, 1 9 Verso 107 O comportamento inconcebível do Senhor 437
dhanyasyãyath navah prema TRADUÇÃO—A evidência da verdade sobre essas conversas encontra-se no Srimad-
yasyonmilati cetasi Bhãgavatam. Ali, na seção do Décimo Canto conhecida como Bhramara-gitã, "A
antarvãnibhir apy asya canção da abelha", Srimati Rãdhãrãní fala insanamente com êxtase de amor por
mudrã susthu sudurgamã Krsna.
dhanyasya—áe uma pessoa afortunadíssima; ayam—este; navah—novo; prema—
amor a Deus; yasya—de quem; unmílati—manifesta-se; cetasi—no coração; antarvã- S I G N I F I C A D O — Q u a n d o Uddhava chegou de Mathurã trazendo u m a mensagem
níbhih—por pessoas versadas nos éãstras; api—nem mesmo; flsyfl—dela; mudrã—os para as gopis, estas puseram-se a falar sobre Krsna e a chorar. Então, uma destacada
sintomas; susthu—excessivamente; sudurgamã—difícil de entender. gopi viu uma abelha e passou a falar com ela como se estivesse louca, pensando
que a abelha era uma mensageira de Uddhava ou era alguém muito querido dele
TRADUÇÃO—"As atividades e os sintomas dessa personalidade elevada em cujo e de Krsna. Os versos são os seguintes (Bhãg. 10.47.12-21):
coração despontou o amor por Deus não podem ser compreendidos nem mesmo madhupa kitava-bandho mã spréãhghrim sapatnyãh
pelo acadêmico mais e r u d i t o . " kuca-vilulita-mãlã-kuhkuma-émaérubhir nah
vahatu madhu-patis tan-mãnininãrh prasãdam
SIGNIFICADO—Este verso é citado d o Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.4.17). yadu-sadasi vidambyam yasya dütas tvam idrk
VERSO 106 "Minha querida abelha, és uma mui astuta amiga de Uddhava e Krsna. És muito
perita em tocar os pés das pessoas, mas não vou Me deixar levar por isto. Parece
«RÇSU-FÀSAS «ifa 'csèf, Witffi «fãal i que pousaste nos seios de uma das amigas de Krsna, pois vejo que tens pó de
kuhkuma sobre tua antena. Krsna agora dedica-Se a cortejar todas as Suas jovens
<s4 *n sptfSJf, « s flnRiu ASFÀÇI II joí,«
namoradas em Mathurã. Portanto, agora que pode-se chamá-lO de amigo das
alaukika prabhura 'cesta', 'pralãpa' éuniyã habitantes de Mathurã, Ele não necessita da ajuda dos residentes de Vrndãvana.
tarka nã kariha, éuna viévãsa kariyã Ele não vê razão alguma para nos satisfazer a nós gopis. Já que és mensageira
alaukika—incomuns; prabhura—áe Sri Caitanya Mahãprabhu; cesffl—as atividades; de tal pessoa como Ele, de que adianta tua presença aqui? Com certeza, Krsna
pralãpa—conversa com loucura; éuniyã—ouvindo; tarka—argumentos desnecessá- envergonhar-Se-ia de tua presença nesta assembléia."
rios; nã kariha—não faças; éuna—simplesmente ouve; viévãsa kariyã—tendo fé plena. Como Krsna ofendeu as gopis a ponto de elas quererem tirá-lO de suas mentes?
A resposta é dada como segue:
TRADUÇÃO—As atividades de Srí Caitanya Mahãprabhu são indubitavelmente
sakrd adhara-sudhãm svãm mohinim pãyayitvã
incomuns, em especial ao conversar como um louco. Portanto, aquele que ouve
sumanasa iva sadyas tatyaje 'smãn bhavãdrk
estes passatempos não deve apresentar argumentos m u n d a n o s . Ele deve apenas
paricarati kathãm tat-pãda-padmam tu padmã
ouvir os passatempos com fé plena.
hy api bata hrta-ceíã uttama-éloka-jalpaih
VERSO 107 Krsna não mais nos dá o néctar encantador de Seus lábios; pelo contrário, Ele
a
gora dá este néctar às mulheres de Mathurã. Krsna atrai diretamente nossas
5 5 T Í TOira «w«tSl«ttar.<51 mentes, no entanto, Ele assemelha-Se a uma abelha como tu, pois abandona a
a n n a
P ' de uma bela flor e procura outra inferior. É esta a maneira como Krsna
Slafrta c«li-«lêTW 'igsia-ftefr/s 11 w 11 t e m
d e 1 s" 108 t r a t a d o
' ^ * P 1 a o s e o r u e a
deusa d a fortuna continua a servir Seus pés
t U S 9 0 Í n V é S d e d e i x á l o s d e l a d o
ihãra satyatve pramãna éri-bhãgavate de K " - Aparentemente, ela crê nas palavras falsas
r
'éri-rãdhãra prema-pralãpa 'bhramara-gitã'te §na. Contudo, nós, as gopis, somos bem mais inteligentes do que Lakçmí."
438 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, ig Verso 107 O comportamento inconcebível do Senhor 439
Após ouvir as doces canções da abelha e reconhecer que a abelha cantava sobre Eu saiba que sejas muito invejosa. Nós, as gopis, abandonamos nossos maridos
Krçna com o propósito de satisfazê-lA, a gopi replicou: e nossos filhos e todos os princípios religiosos que prometem melhores nasci-
mentos, e agora tudo o que nos resta é servir a Krçna. No entanto, Krçna, ao
kim iha bahu sadahghre gãyasi tvam yadünãm
controlar Sua mente, facilmente esqueceu-nos. Portanto, nunca mais fales dEle.
adhipatim agrhãnãm agrato nah purãnam
Esqueçamos nossa relação."
vijaya-sakha-sakhinãm gíyatãm tat-prasahgah
ksapita-kucarujas te kalpayantistam istãh
mrgayur iva kapindram vivyadhe lubdha-dharmã
"Querida abelha, o Senhor Krçna não tem nenhuma residência aqui, mas conhe- striyam akrta-virüpãm stri-jitah kãmayãnãm
cêmo-lO como Yadupati [o rei da dinastia Yadu|. Conhecêmo-lO muito bem, e balim api balim attvãvestayad dhvãhksavad yas
por isso pouco nos interessa ouvir quaisquer canções sobre Ele. Seria melhor que tad alam asita-sakhyair dustyajas tat-kathãrthah
fosses cantar para aquelas que agora são muito queridas de Krçna. Aquelas I
mulheres de Mathurã acabam de receber a oportunidade de serem abraçadas por "Ao lembrarmo-nos dos nascimentos passados de Krçna, Minha querida abelha,
Ele. Agora elas são Suas amadas, e por isso Ele aliviou-lhes a queimação dos seios. ficamos com muito medo dEle. Em Sua encarnação como o Senhor Rãmacandra,
Se fores até lá e cantares tuas canções para aquelas mulheres afortunadas, elas Ele agiu tal qual um caçador e injustamente matou Seu amigo Vali. A luxuriosa
ficarão muito satisfeitas, e honrar-te-ão." Sürpanakhã veio satisfazer os desejos de Rãmacandra, mas Ele estava tão apegado
a Sítãdeví que cortou o nariz de Sürpanakhã. Em Sua encarnação como Vãmana-
divi bhuvi ca rasãyãm kãh striyas tad durãpãh deva, Ele saqueou Bali Mahãrãja e tomou-lhe todas as posses, enganando-o sob
kapata-rucira-hãsa-bhrüvi-jrmbhasya yãh syuh o pretexto de aceitar-lhe a adoração. Vãmanadeva pegou Bali Mahãrãja exatamente
carana-raja upãste yasya bhütir vayam kã como alguém pega um corvo. Minha querida abelha, não é muito bom fazer ami-
api ca krpana-pakse hy uttamaéloka-sabdah zade com semelhante pessoa. Sei que, tendo alguém começado a falar sobre Krçna,
é muito difícil de parar, e admito que não tenho a devida força para deixar de
"Ó coletora de mel, Krçna deve estar muito sentido de não nos ver a nós, as gopa conversar sobre Ele."
Seguramente, Ele está aflito com as memórias de nossos passatempos. Por isso yad-anucarita-lilã-karna-piyusa-viprut
Ele enviou-te como mensageira para satisfazer-nos. Não fales conosco! Nos três sakrd adana-vidhüta-diwndva-dharmã innastãh
mundos — os planetas celestiais, intermediários e inferiores —, onde a morte é sapadi grha-kutumbam dinam utsrjya dinã
inevitável, todas as mulheres são mui facilmente disponíveis para Krçna, pois bahava iha vihangã bhiksurcaryãm caranti
Suas pálpebras encurvadas são muito atraentes. Além do mais, Ele é sempre ser-
vido mui fielmente pela deusa da fortuna. Em comparação a ela, somos muito "Os tópicos sobre Krçna são tão poderosos que destroem os quatro princípios
insignificantes. Na verdade, não somos nada. No entanto, embora seja muito religiosos — religião, desenvolvimento econômico, gozo dos sentidos e liberação.
astuto, Krçna também é muito caridoso. Podes informá-lO de que, devido à Sua Todo aquele que, através da recepção auditiva, bebe ao menos uma gotícula de
bondade para com as pessoas desventuradas, Ele é louvado e, por isso, é conheci- krsna-kathã livra-se de todo o apego e inveja materiais. Como um pássaro sem
do como Uttamasloka, aquele que é glorificado com palavras e versos seletos." nenhum meio de subsistência, semelhante pessoa converte-se n u m mendigo e
vive de esmolas. Afazeres domésticos corriqueiros tornam-se-lhe miseráveis, e,
visrja éirasi pãdam vedmy aham cãtukãrair sem apego, ela de repente abandona tudo. Embora tal renúncia seja inteiramente
anunaya-vidu$as te 'bhyetya dautyair mukundãt adequada, como sou mulher, não Me julgo capaz de adotá-la."
svakrta iha visrstãpatya-paty-anya-lokã
vyasrjad akrta-cetãh kim nu sandheyam asmin vayam riam iva jihma-vyãhrtam éraddadhãnãh
kulikarutam ivãjhãh krsna-vadhvo hiranyah
"Estás zumbindo a Meus pés só para seres perdoada por tuas ofensas passadas. dadréur asakrd etat tan-nakha-sparsativra-
Por favor, afasta-te de Meus pés! Sei que Mukunda ensinou-te a falar palavras smararuja upamantrin bhanyatãm anya-vãrtã
muito doces e lisonjeiras como estas e a agir como mensageira Sua. Com certeza,
estes truques são muito habilidosos, Minha querida abelha, mas posso compreen- O Minha querida mensageira, sou igual a um pássaro tolo que ouve as doces
dê-los. Esta ofensa é de Krçna. Não contes a Krçna nada do que Eu falei, embora canções de um caçador, acredita nelas devido à simplicidade, e então tem o coração
440 Éri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 1 Verso 1 0 8 O comportamento inconcebível do Senhor 441
trespassado e sofre todas as espécies de misérias. Porque acreditamos nas palavr TRADUÇÃO—As canções das rainhas em Dvãrakã, mencionadas no final d o
de Krsna, temos padecido muita dor. Na verdade, o toque das unhas de Krç Décimo Canto do árímad-Bhãgavatam, têm um significado muito especial. Nem
machucou nossas faces. Ele causou-nos tanta dor! Portanto, deves abandon sequer os acadêmicos mais eruditos compreendem-nas.
tópicos a respeito dEle e conversar sobre algum outro a s s u n t o . "
Após ouvir todas estas declarações de Srimati Rãdhikã, a abelha partiu paraj SIGNIFICADO— Estas canções do Srimad-Bhãgavatam são os versos 1 5 - 2 4 do Nona-
em seguida, retornar. Após pensar um pouco, a gopi disse: gésimo Capítulo do Décimo Canto.
kurari vilapasi tvam vita-nidrã na éese
priya-sakha punar ãgãh preyasã presitah kim svapiti jagati rãtryãm iévaro gupta-bodhah
varaya kim anurundhe mãnaniyo 'si me 'riga vayam iva sakhi kaccid gãdha-nirbhinna-cetã
nayasi kathãm ihãsmãn dustyaja-dvandva-pãrévam nalina-nayana-hãsodãra-lileksitena
satatam urasi saumya érir vadhüh sãkamãste
Todas as rainhas não paravam de pensar em Krçna. Após seus passatempos na
"És uma amiga muito querida de Krçna, e por ordem dEle vieste aqui novament água, as rainhas disseram: "Nossa querida amiga águia-pescadora, agora Krçna
Por isso, és adorável para Mim. Ó melhor das mensageiras, dize-Me agora, qual está adormecido, mas passamos a noite em claro por causa dEle. Ris de nós ao
o teu pedido? Que desejas? Krçna não consegue esquecer o amor conjugai, e por ver-nos despertas à noite, mas por que não estás dormindo? Pareces absorta em
isso entendo que vieste aqui para levar-nos até Ele. Mas como farás isto? Sabemos pensar em Krçna. Será que também foste trespassada pelo sorriso de Krçna? Esse
que muitas deusas da fortuna agora residem no peito de Krçna, e elas constante- sorriso é muito doce. Aquela que é trespassada por essa flecha é muito afortunada."
mente servem Krçna melhor do que nós p o d e m o s . "
Elogiando a abelha por sua sobriedade, Èla pôs-Se a falar com grande alegria.; nefre nimilayasi naktam adrsta-bandhus
tvam roravisi karunam bata cakravãki
api bata madhu-puryãm ârya-putro 'dhunã 'ste dãsyam gatã vayam ivãcyuta-pãda-justãrh
smarati sa pitr-gehãn saumya bandhümé ca gopân kim vã srajarii sprhayase kabarena vodhum
kvacid api sa kathã nah kihkarinãm grnite
bhujam aguru-sugandham mürdhny adhãsyat kadã nu "Ó cakravãki, ficas de olhos abertos à noite porque não podes ver teu amigo. Na
verdade, estás sofrendo bastante. Estás chorando devido à compaixão, ou estás
"Krçna agora vive como um cavalheiro no Gurukula em Mathurã, esquecendo-Se tentando capturar Krçna através de te lembrares dEle? Tendo sido tocadas pelos
de todas as gopis de Vrndãvana. Mas será que Ele não Se lembra da doce casa pés de lótus de Krçna, todas as rainhas estão muito felizes. Estás chorando na
de Seu pai, Nanda Mahãrãja? Por natureza, todas somos criadas Suas. Será que tentativa de usar a guirlanda de Krçna em tua cabeça? Por favor, responde estas
Ele não Se lembra de nós? Será que Ele sequer fala sobre nós, ou será que nos perguntas sem rodeios, ó cakravãki, para que possamos entender."
esqueceu por completo? Será que Ele nos perdoará algum dia e nos tocará outra
bho bhoh sadã nistanase udanvann
vez com aquelas mãos perfumadas com a essência de aguru?"
alabdha-nidro 'dhigata-prajãgarah
kim vã mukundãpahrtãtma-lãhchanah
prãptãm daéãm tvam ca gato duratyayãm
VERSO 1 0 8
Ó oceano, não tens n e n h u m a oportunidade de dormir em paz à noite. Ao invés
«rffáfa %s cia 'w»rtJj'? ctra i disso, estás sempre desperto e chorando. Recebeste esta bênção, e, tal como o
nosso, o teu coração se partiu. A única ocupação que Mukunda tem conosco é
e
sfregar nossas marcas de kuhkuma. Õ oceano, sofres tanto quanto n ó s . "
mahisira gita yena 'daéame'ra éese
pandite nã bujhe tara artha-viéese tvam yaksmanã balavatãsi grhita indo
mahisira—das rainhas; gita—as canções; yena—exatamente como; daéamera—ào k$inas tamo. na nija-dídhitibhih k$ino$i
Décimo Canto; éese—ao final; pandite—acadêmicos muito eruditos; na—não; bujhe— kaccin mukunda-gaditãni yathã vayam tvam
compreendem; tara—seu; artha-viéese—significado específico. vismrtya bhoh sthagita-gir upalaksyase nah
442 èri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 19 Verso 109 O comportamento inconcebível do Senhor 443
"Ó lua, pareces estar padecendo de febre severa, talvez tuberculose. Com efeito áu$yad-ghradãh karéitã bata sindhu-patnyah
tua refulgência não tem a força para destruir a escuridão. Será que te tornaste sampraty-apãsta-kamala-sriya-ista-bhartuh
louca após ouvires as canções de Krçna? É por isso que estás calada? Ao ver teu yadvad vayam madhu-pateh pranai/ãvalokam
sofrimento, sentimos que és uma de n ó s . " aprãpya musta-hrdayâh puru-karsitãh sma
khh tvãcaritam asmãbhir "Ó rios, esposas do oceano, vemos que o oceano não vos dá felicidade. Assim,
malayãnila te 'priyam quase secastes, e não mais transportais belos lótus. Os lótus tornaram-se adelga-
govindãpãhga-nirbh in ne çados, e, mesmo à luz do sol, eles não sentem prazer algum. Assim também,
hrdirayasi nah smaran todos os nossos corações de pobres rainhas estão secos, e nossos corpos estão
franzinos porque agora estamos privadas dos romances amorosos com Madhupati.
Será que, iguais a nós, estais secos e sem beleza porque não mais tendes o olhar
"Ò brisa da Malásia, por favor, dize-nos o mal que te fizemos. Por que atiças amoroso de Krçna?"
as chamas do desejo em nossos corações? Fomos trespassadas pela flecha do olhar
de Govinda, pois Ele é perfeito na arte de despertar a influência de Cupido."
hamsa svãgatam ãsyatãm piba payo brühy ahga saureh kathãm
megha érimams tvam asi dayito yãdavendrasya minam dütam tvãm nu vidãma kaccid ajitah svasty ãsta uktam pura
érivatsãhkath vayam iva bhavãn dhyãyati prema-baddhah kim vã naé cala-sauhrdah smarati tam kasmãd bhajãmo vayam
atyutkanthah sabala-hrdayo 'smad-vidho bãspa-dhãrãh ksaudrãlãpaya-kãmadam sriyamrte saivaika-ni$thã striyãm
smrtvã smrtvã visrjasi mnhur duhkha-das tat-prasahgah
"Ó cisne, chegaste aqui com tanta alegria! Recebe nossas boas-vindas. Sabemos
"Querida nuvem, ó amiga de Krçna, será que tu, tal como nós, rainhas ocupadas que sempre és mensageiro de Krsna. Agora, enquanto bebes este leite, conta-nos
em romances amorosos com Ele, estás pensando no símbolo de Srivatsa localizado a mensagem dEle. Será que Krçna te disse algo sobre nós? Podemos indagar-te
no peito de Krsna? Estás absorta em meditação, lembrando-te da companhia de se Krçna está feliz? Queremos saber. Será que Ele lembra-Se de nós? Sabemos
Krçna, e, dessa maneira, derramas lágrimas de miséria." que a deusa da fortuna serve-O sozinha. Somos meras criadas. Como podemos
adorar aquele que fala palavras doces mas nunca satisfaz nossos desejos?"
priya-rãva-padãni bhãsase
mrta-samjivikayãnayã girã
karavãni kim adya te priyam VERSO 109
vada me valgita-kantha kokila j j ç f s f ç - F ã ^ T r í w f , râlçfa a t r a a wp\ i
atra « t i a r a s , « t a sa ? r a f ã t í a n n
"Querido cuco, possuis uma voz muito doce, e és muito perito na arte de imitar
outros. Com tua voz, podes inclusive excitar um corpo morto. Portanto, comunica mahãprabhu-nityãnanda, dohhãra dãsera dãsa
às rainhas que o bom comportamento é o dever apropriado delas." yãre krpã karena, tara haya ithe visvãsa
mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nityãnanda—Senhor Nityãnanda; dohhãra
na calasi na vadasy udãra-buddhe dãsera dãsa—sou um servo do servo dos servos destas duas personalidades; yãre
ksiti-dhara cintyase mahãntam artham krpã karena—se alguém é favorecido por Eles; tara haya—com certeza mantém; ithe
api bata vasudeva-nandanãhghrim visvãsa—fé em todos estes assuntos.
vayam iva kãmayase stanair vidhartum
"Õ montanha magnânima, és muito grave e sóbria, absorta em pensar em fazer TRADUÇÃO—Quem se torna servo dos servos de Sri Caitanya Mahãprabhu e do
n n o r
algo muito grandioso. Como nós, fizeste o voto de manter dentro do teu coração Nityãnanda Prabhu e é favorecido por Eles pode acreditar em todas essas
os pés de lótus de Krçna, o filho de Vâsudeva." conversas.
444 Srí Caitanya-caritãmrta O comportamento inconcebível do Senhor 445
Antya-lílã, Verso 112
VERSO 110 TgADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rupa e Sri Raghunãtha, desejando
re a
semp misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta,
«torl *fr%, «s 551, «fàcs siçfg»! i seguindo seus passos.
iRica «ifijtfaftfw f ^ t f H p " * . I iV II
éraddhã kari, éuna ihã, éunite mahã-sukha Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
khandibe ãdhyãtmikãdi kutarkãdi-duhkha Antya-lilã, Décimo Nono Capítulo, descrevendo a devoção do Senhor para com a Sua mãe,
éraddhã kari—com muita fé; éuna—ouvi; iM—todos estes tópicos; éunite— mesmo Suas palavras loucas com saudades de Krsna, Seu esfregar do rosto contra as paredes e
por ouvir; mahã-sukha—muito prazer; khandibe—isto destruirá; ãdhyãtmika-ãdi— Sua dança no jardim de jagannãtha-vallabha.
todos os sofrimentos devidos ao corpo, à mente e assim por diante; kutarka-âdi-
duhkha—e as condições miseráveis que surgem do uso de argumentos falsos.
VERSO 111
C53«jçf%5r»i3—fsraj-BS» I
«fatfs «feros I J f l l «8W-«ti«1 II iü II
caitanya-caritãmrta—nitya-nütana
éunite éunite judãya hrdaya-éravana
caitanya-carita-amrta—o livro chamado Caitanya-caritãmrta; nitya-nütana—sempre
fresco; éunite éunite—por ouvir cada vez mais; judãya—purificam-se; hrdaya-éravana—
o ouvido e o coração.
VERSO 112
As orações Siksãstaka
VERSO 2
wa m cnrasar «ra f w 3 j t s w i
watwsea m ciírae^sj^ u * 11
447
448 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20 Verso 7 As orações Siksãstaka 449
w i , arsrsw, - 4 5 s s ^ - i w 1 VERSO 7
affà-far.*! ai-fto-cstt^ «ipaitrc» 118 n c«tsi fâc» rat» «tca «tr^-ifo 1
svarüpa, rãmãnanda,—ei duijana-sane « I I « «itettfircs aifà-sr tfla*i 111»
rãtri-dine rasa-gita-sloka ãsvãdane
svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; rãmãnanda—Rãmãnanda Rãya; ei—estas; kona dine kona bhãve éloka-pafhana
dui-jana-sane—com duas pessoas; rãtri-dine—dia e noite; rasa-gita-éloka—versos e sei éloka ãsvãdite rãtri-jãgarana
canções que contêm as doçuras de bem-aventurança transcendental; ãsvãdane— kona dine—às vezes; kona bhãve—com alguma emoção; éloka-pathana—recitando
em saborear. °s versos; sei éloka—esses versos; ãsvãdite— para saborear; rãtri-jãgarana—mantendo-
Se acordado à noite.
TRADUÇÃO—Dia e noite, Ele, com dois associados Seus, a saber, Svarüpa Dâmo-
dara Gosvãmi e Rãmãnanda Rãya, saboreava transcendentais canções e versos
T
R A D U Ç A O — Ã s vezes, o Senhor absorvia-Se numa condição específica e ficava
bem-aventurados. acordado a noite inteira, recitando versos relacionados e deliciando-lhes o sabor.
450 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 2 Verso 12 As orações Siksãstaka 451
lu.medhasah-pessoas inteligentes.
/wrse prabhu kahena, — "suna svarüpa-rãma-rãya
nãma-sahkhtana—kalau parama upãya TRADUÇÃO—" 'Na era de Kali, pessoas inteligentes realizam o canto congrega-
harse—com júbilo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kahena—diz; suna—por cional para adorar a encarnação de Deus que constantemente canta o santo nome
favor, ouvi; svarüpa-rãma-rãya—Meus queridos Svarüpa Dâmodara Gosvãmi e de Krsna. Embora Sua tez não seja escura, Ele é o próprio Krsna. Ele está acom-
Rãmãnanda Rãya; nãma-sankirtana—o cantar do santo nome do Senhor; kalau— panhado de Seus associados, servos, armas e companheiros í n t i m o s . " '
na era de Kali; parama upãya—o meio mais plausível de liberação.
SIGNIFICADO—Este verso do Srimad-Bhãgavatam (11.5.32) é falado pelo santo Kara-
TRADUÇÃO—Com muito júbilo, Sri Caitanya Mahãprabhu dizia: "Meus queridos bhãjana. Para maiores informações, veja o Ãdi-lilã, Terceiro Capítulo, verso 52.
Svarüpa Dâmodara e Rãmãnanda Rãya, confesso-vos que cantar o santo nome
é o meio mais plausível de se alcançar a salvação nesta era de K a l i . " VERSO 11
VERSO 9 i u w f f é * cies * # w f o r w I
I^SCettTS, «jrçi-C«ICfS SfTPl II ii n
éreyah—da boa fortuna; kairava—o lótus branco; candrikã—o luar; vitaranam—esp& krsna-prema-udgama—o despertar do amor por Krsna; prema-amrta-ãsvãdana—o
lhando; vidyã—de toda a educação; vadhü—esposa; jivanatn—a vida; ãnanda—d e
sabor da bem-aventurança transcendental do amor por Krçna; krsna-prãpti—obten-
bem-aventurança; ambudhi—o oceano; vardhanam—aumentando; prati-padam— a
ão dos pés de lótus de Krsna; sevã-amrta—do néctar do serviço; samudre—no
cada passo; püma-amrta—do néctar completo; ãsvãdanam—dando um gosto; sarya-,
oceano; ma;/'ana-imergindo.
para todos; ãtma-snapanam—banho do eu; param—transcendental; vijayate—qxg
haja vitória; sri-kr$na-sankirtanam—para o canto congregacional do santo nome de
TRADUÇÃO—"O resultado de cantarmos é que despertamos nosso amor por
Krsna.
Krsna e saboreamos a bem-aventurança transcendental. Em última análise,
obtemos a companhia de Krsna e dedicamo-nos a Seu serviço devocional, como
TRADUÇÃO—"Que haja toda a vitória ao cantar do santo nome do Senhor Krsna se imergíssemos n u m grande oceano de a m o r . "
que pode deixar limpo o espelho do coração e acabar com as misérias do fogo
ardente da existência material. Este cantar é a lua crescente que espalha para
VERSO 1 5
todas as entidades vivas o lótus branco da boa fortuna. Ele é a vida e alma de
toda a educação. O cantar do santo nome de Krsna expande o oceano bem-
SFE* f i i t i , c f s i . - I C S « i ) * i H - c S t « i
aventurado da vida transcendental. Ele produz um efeito refrescante em todo
5
m u n d o e ajuda-nos a saborear pleno néctar a cada p a s s o . " i t ç t i «wí ^sfi' ii i r ? gsa-c^ti II n
VERSO 20
VERSO 17
caarci vfem ala c«ia Sism i
«ira«-<?rtr.«a at$1—«rcaas-slasta 1
«tsta ^ s » , ^ai-aiiata n *° u
«flCS «ICa^-atCia 3 5 Í 3 II iS II
ye-rüpe la-ile nãma prema upajaya
aneka-lokera vãhchã—aneka-prakãra
tãhãra laksana éuna, svarüpa-rãma-rãya
krpãte karilã aneka-nãmera pracãra
ye-rüpe—o processo pelo qual; la-ile—se cantarmos; nãma—o santo nome; prema
aneka-lokera—de muitas pessoas; vãnchã— os desejos; aneka-prakãra—de muitas
upajaya—o amor latente por Krsna desperta; tãhãra laksana éuna—simplesmente
variedades; krpãte—por Tua misericórdia; karilã—fizeste; aneka—diversos; nãmera—
ouvi o sintoma disto; svarüpa-rãma-rãya—ó Svarüpa Dâmodara e Rãmãnanda Rãya.
dos santos nomes; pracãra—difusão.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu continuou: " Ó Svarüpa Dâmodara Go-
T R A D U Ç Ã O — " C o m o os desejos das pessoas variam, Tu, por Tua misericórdia,
svãmi e Rãmãnanda Rãya, ouvi enquanto descrevo os sintomas de como devemos
distribuíste diversos santos n o m e s . "
cantar o mahã-mantra Hare Krçna para despertarmos mui facilmente o nosso
ainda adormecido amor por Krsna."
VERSO 18
VERSO 21
a t S r . « w t j S a«41 ««11 «11 * 3 I
asteKft-faaa atfé, ia'rifai s a II ÍW- II "fittfa calcei ^>caif*a afinai i
khãite suite yathã tathã nãma laya «raífíRi ataçra V t ^ r i s ati ^fa: i **i
kãla-deéa-niyama nãhi, sarva siddhi haya
trnãd api sunicena
khãite—comendo; suite— deitando-se; yathã—como; tathã—assim; nãma laya—elé
taror iva sahisnunã
aceita o santo nome; kãla—no tempo; deéa—no lugar; niyama—regulação; nãhi—
amãninã mãnadena
não há; sarva siddhi haya—há toda a perfeição.
kirtaniyah sadã harih
trnãt api—a palha pisoteada; sunicena—sendo inferior; taroh—do que uma árvore;
T R A D U Ç Ã O — " I n d e p e n d e n t e m e n t e de tempo ou lugar, quem canta o santo nome, iva—como; sahisnunã—com tolerância; amãninã—sem a arrogância do falso orgulho;
mesmo enquanto come ou dorme, alcança toda a perfeição." mãnadena—oferecendo respeito a todos; kirtaniyah—para ser cantado; sadã—sempre;
harih—o santo nome do Senhor.
VERSO 19
T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e que se considera inferior à palha, que é mais tolerante que
" i a « f f o a t e i fàeri a * f i a i f à s t i i «ma árvore, que não conta com honra pessoal, mas está sempre disposto a ofe-
recer todo o respeito aos outros, pode sempre mui facilmente cantar os santos
« r r a r a a b r a , - a t r . i a t í s m&W n " is- n nomes do S e n h o r . "
Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 2
Verso 27 As orações Siksãstaka 457
VERSO 22
VERSO 25
5431 « « M a t e * i r e » « « í w i i
§<g?j 3431 fona 5 C 1 fàifèiti I
$ 5 « i i * t c i i f e i ^ s i i - c i i_-sfii II $A ii
WTCI i * t i fèci wtfa' 'fin'-«ifàêia II *<t n
uttama hanã ãpanãke mane trnãdhama
uttama hanã vaisnava habe nirabhimãna
dui-prakãre sahisnutã kare vrksa-sama
jive sammãna dibe jãni' 'krsna'-adhisthãna
uttama hanã—embora sendo muito elevado; ãpanãke—ele próprio; mane— julga-se-
uttama hanã—embora sendo muito elevado; vaisnava—um devoto; habe—deve
trna-adhama—inferior à grama na rua; dui-prakãre—de duas maneiras; sahisnutã—
tornar-se; nirabhimãna—sem orgulho; jive—a todas as entidades vivas; sammãna
tolerância; kare— executa; vrksa-sama—como a árvore.
âibe—deve oferecer respeito; jãni'—sabendo; krsna-adhisthãna—a morada de Krçna.
T R A D U Ç Ã O — " A o ser cortada, a árvore não protesta, e, mesmo ao secar, ela não
T R A D U Ç Ã O — " Q u e m canta dessa maneira os santos nomes do Senhor com certeza
pede água a n i n g u é m . "
despertará o seu ainda adormecido amor pelos pés de lótus de Krçna."
VERSO 24
VERSO 27
C I 5 c i sn-sica, « r c a c«?n « i t * t » - i a i
«Í5C« «Í5C5 «fgi fcfí ItíSêfl 1
i ^ - i j i I C 5 , «rrcai i s i c a ii *8 II
'««jrsrV «u-fctfo i t R c « «HÍMPTI II * I II
yei ye mãgaye, tare deya ãpana-dhana kahite kahite prabhura dainya bãdila
gharma-vrsti salte, ãnera karaye raksana 'éuddha-bhakti' krsna-thãhi mãgite lãgilã
yei ye mãgaye—se alguém pede algo à árvore; tare—a ele; deya—dá; ãpana-dhana—
kahite kahite— falando dessa maneira; prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu;
seu próprio patrimônio; gharma-vrsti—o calor abrasante do sol e torrentes de chuva;
dainya—humildade; bãdila—aumentou; éuddha-bhakti—serviço devocional puro;
sahe— tolera; ãnera—a outros; karaye raksana—dá proteção.
hsna-thãhi—a Krsna; mãgite lãgilã—passou a orar por.
T R A D U Ç Ã O — " T u d o o que a árvore possui, como seus frutos e flores, ela entrega T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o falava dessa maneira, a humildade do Senhor Caitanya
a qualquer pessoa. Ela tolera o calor abrasante e torrentes de chuva, e, mesmo mtensificou-se, e Ele passou a orar a Krçna para que pudesse pôr em prática
assim, dá abrigo aos o u t r o s . " 0
serviço devocional p u r o .
As orações Siksãstaka
458 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20 'crio 31
VERSO 29
VERSO 28
TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, quando Meus olhos ficarão decorados yugãyitam—parecendo como um grande milênio; nimesena—por um momento;
enchendo-se de constantes lágrimas a rolar enquanto canto Teus santos nomes? caksusã— dos olhos; prãvrsãyitam—lágrimas caindo como torrentes de chuva; éünyã-
Q u a n d o Minha voz se abafará e q u a n d o todos os pelos de Meu corpo arrepiar- i _ p a r e c e n d o vazio; jagat—o mundo; sorvam—todo; govinda—de Krçna, o
íflm
se-ão com felicidade transcendental à medida que canto Teu santo nome?" Senhor Govinda; virahena me—por Minha saudade.
a i r a i t c i c i 5 5 * ficit-si-ifii I T R A D U Ç Ã O — " N e s s a Minha agitação, o dia nunca termina, pois cada momento
$ w t , f i i t » , cf CD « c ? < s * i « LI « b - II parece ser um milênio. Derramando lágrimas incessantes, Meus olhos lembram
nuvens na estação das c h u v a s . "
rasãntarãveée ha-ila viyoga-sphurana
udvega, visada, dainye kare pralãpana VERSO 41
rasa-antara-ãvese—no amor extático de diferentes doçuras; ha-ila—houve; viyoga-
sphurana—despertar de saudade; udvega—angústia; visada—melancolia; dainye— clífi*»-fiic5 "jD 5 5 * fatfii 1
humildade; kare pralãpana—fala como uma pessoa louca. f i t i c * c i t o ? . — e u K l i r a « f t i i 118i 1 1
TRADUÇÃO—A saudade de Krsna despertou diversas doçuras de angústia, lamen- govinda-virahe éünya ha-ila tribhuvana
tação e humildade. Portanto, Sri Caitanya Mahãprabhu falou como um louco. tusánale pode, —yena nã yãya jivana
govinda-virahe—por causa da saudade de Govinda; éünya—vazios; ha-ila—torna-
ram-se; tri-bh uvana—os três mundos; tusa-anale—no fogo lento; pode—está quei-
VERSO 39 mando; yena—exatamente como; nã yãya—não vai; jivana—vida.
krsna udãsina ha-ilã karite parik$ana era bhãve rãdhãra mana asthira ha-ilã
sakhi saba kahe, — 'krsne kara upeksana' sakhi-gana-ãge praudhi-éloka ye padilã
krsna—o Senhor Krçna; udãsina—indiferente; ha-ilã—tornou-Se; karite—para eta bhãve—neste estado de espírito; rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãní; mana—a
fazer; pariksana—teste; sakhi saba kahe—todas as amigas dizem; krsne—a Krçna; mente; asthira ha-ilã—ficou agitada; sakhi-gana-ãge—diante das amigas, as gopis;
kara—simplesmente faze; upeksana—desprezo. praudhi-éloka—verso devocional avançado; ye—que; padilã—Ela recitou.
TRADUÇÃO—"Só com o propósito de testar Meu amor, o Senhor Krçria mostrou- TRADUÇÃO—Neste estado de espírito, a mente de Srímatí Rãdhãrãní ficou agi-
Se indiferente para comigo, e Minhas amigas dizem: 'Melhor ignorá-lO.'" 1 tada, e por isso Ela falou a Suas amigas gopis um verso de devoção avançada.
VERSO 43
VERSO 46
iscsas fcfws a t u a fstfi « r i i
c i ç «etci « f ç c i ç ostras Swifàerl i
*t«tfl15 G S f J l t ? 1 « W « f l * « S I I I 8<0 I I
C5tt15 SsçtfàW « O I I t t t l 55*1 II 8* II
efeíra cintite rãdhãra nirinala hrdaya
svãbhãvika premãra svabhãva karilã udaya sei bhãve prabhu sei éloka uccãrilã
eteka—assim; cintite—pensando; rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãní; nirmala hrdaya— éloka uccãrite tad-rüpa ãpane ha-ilã
possuindo um coração puro; svãbhãvika—natural; premãra—de amor a Krçna; sva- sei bhãve—nessa atitude de êxtase; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; sei—este;
bhãva—o caráter; karilã udaya—desperta. éloka—verso; uccãrilã— recitou; éloka—o verso; uccãrite—ao recitar; tat-rüpa—tal qual
Srimati Rãdhãrãní; ãpane—Ele mesmo; ha-ilã—ficou.
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o Srimati Rãdhãrãní pensava dessa maneira, as caracterís-
ticas naturais do amor manifestaram-se graças ao Seu coração puro. TRADUÇÃO—No mesmo espírito d e êxtase, Srí Caitanya Mahãprabhu recitou este
verso, e, ao agir assim, sentiu-Se tal qual Srímatí Rãdhãrãní.
VERSO 44
fcqjl, ®e.a>&i, a
t. 9i c-aifp, fiia i VERSO 47
ia<5 « T i ifiis-itfep *f%H 3 » a II 88 II
«ItÜV II ItfTOfc PlA 1 1 -
írsyã, utkanthã, dainya, praudhi, vinaya ITÍl.tlròÇSSH ^tll^S 11 I
eta bhãva eka-thãni karilã udaya
111 vsii n fiwil^ i"tr.ií1
irsyã—inveja; utkanthã—ânsia; dainya—humildade; praudhi—zelo; vinaya—súplica;
efa bhãva—todos estes êxtases transcendentais; eka-thãhi—em um mesmo lugar; l«.attflt1» i -ai l í i a s i 8*. i
karilã udaya—despertaram.
ãélisya vã pãda-ratãih pina$tu mãm
TRADUÇÃO—Os sintomas extáticos de inveja, muita ânsia, humildade, zelo e adaréanãn marma-hatãm karotu vã
súplica manifestaram-se todos de uma só vez. yathã tathã vã vidadhãtu lampato
mat-prãna-nãthas tu sa eva nãparah
ãélisya—abraçando com muito prazer; vã—ou; pãda-ratãm—que está caída aos
VERSO 45 pés de lótus; pinastu—que Ele maltrate; mãm—a Mim; adaréanãt—por não ser visível;
marma-hatãm—de coração partido; karotu—que Ele faça; vã—ou; yathã—como (Ele
<4« «tci atira ai i f a a 5 5 * 1 1 bem quiser); tathã—assim; vã—ou; vidadhãtu—que Ele faça; lampatah—um libertino,
que convive com outras mulheres; mat-prãna-nãthah—o Senhor da Minha vida;
iãr<f«i-<srrcM cofrffh&r* ca 118« u to—mas; sah—Ele; eva—unicamente; na aparah—nenhuma outra pessoa.
466 Sn Caitanya-caritãmrta As orações Siksãstaka 467
Antya-lilã, 20 Verso 51
TRADUÇÃO—"Que Krsna dê u m abraço bem apertado nesta criada, q u e caiu a T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, ouve só a decisão da Minha mente. Krsna
Seus pés de lótus. Que Ele Me maltrate ou parta Meu coração, nunca mais dei- e sob todas as condições, o Senhor da Minha vida, quer Ele Me mostre afeição
xando que Eu O veja. Afinal de contas, Ele é um libertino e pode fazer o q U € 0' Me mate ao Me causar tristeza."
u
bem Lhe aprouver, mas, mesmo assim, Ele continua sendo nada mais nada menos
do que o adorado Senhor do Meu coração." VERSO 50
TRADUÇÃO—"Pouco se Me dá Minha angústia pessoal. Tudo o que desejo é que a>fsl « c a » «ca cata, «a» f t a a r a r a ,
Krsna viva feliz, pois Sua felicidade é a meta da Minha vida. Contudo, se Ele «ga * t t a «f3a-«e. a c a i
sente muita felicidade em causar-Me aflição, esta aflição é a Minha maior feli-
cidade." a a t c a t t j « c a ara, « a s «rc« ç a tra,
s t c « ara «wo-ataca 11 <ts n
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura diz que o devoto não se
importa com sua própria felicidade e sofrimento; ele apenas se interessa em ver kãntã krsne kare rosa, krsna pãya santosa,
que Krçna está feliz, e, com este fim, ocupa-se em diversas atividades. O devoto sukha pãya tãdana-bhartsane
puro não conhece outro jeito de sentir felicidade, exceto ver que, sob todos os yathã-yogya kare mana, krsna tãte sukha pana,
aspectos, Krçna é feliz. Se Krçna torna-Se feliz causando-lhe sofrimento, seme- chãde mana alpa-sãdhane
lhante devoto aceita essa infelicidade como a maior de todas as felicidades. No kãntã—a amada; krsne—ao Senhor Krçna; kare rosa—manifesta ira; krsna pãya
entanto, aqueles que são materialistas, que são muito orgulhosos da riqueza mate- santosa—Krçna fica muito feliz; sukha pãya—obtém felicidade; tãdana-bhartsane—pelo
rial e não têm n e n h u m conhecimento espiritual, tais como os prãkrta-sahajiyãs, castigo; yathã-yogya—como dita a etiqueta; kare mana—mostra orgulho; krstia—o
acham que sua própria felicidade é a meta da vida. Alguns deles buscam o desfrute Senhor Krçna; tãte—com semelhantes atividades; sukha pana—obtém felicidade;
na tentativa de compartilhar da felicidade de Krçna. É esta a mentalidade dos chãde mana—abandona o orgulho; alpa-sãdhane—com um pequeno esforço.
trabalhadores fruitivos que desejam gozo dos sentidos fazendo uma exibição de
serviço a Krçna.
VERSO 53 T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o uma amada gopi apresenta sintomas de ira contra Krsna,
E l
e fica muito satisfeito. Na verdade, Krsna fica satisfeito quando castigado por
ca ártica aíc« «a», «ra * d *«a», essa gopi. Ela mostra seu orgulho de maneira adequada, e Krsna gosta dessa
«íca » 1 « Í Í 4 J 1 ça S!*?t i atitude. Então, após um pouco de esforço, ela deixa de ser orgulhosa."
470 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, Verso 57 As orações Siksãstaka 471
« 3 « e u « c ? ifí? c i t a i
TRADUÇÃO—"Se uma gopi, sentindo inveja de Mim, satisfaz Krçna e Krçna
fíW-^Ct itíl f H * »t«_?s s t ? f»tC? IfSf,
deseja-a, não hesitarei em ir à casa dela e tornar-Me sua criada, pois só assim
« c s ? i r a SfffçÇf i c s t i n oo H Minha felicidade despontará."
nija-sukhe mane kãja, paduka tara éire vãja, *$l-f?C«t? ?1«l, *lf«i3«1-f tC?tlf l,
krsnera mãtra cãhiye santosa * t f « Bitfrt' c « * l crtit? cral i
sei nãri— essa mulher; jiye—vive; kene—por que; krsna-martna—o coração de Krçna; ,
vyathã— infeliz; jãne—sabe; tabu—mesmo assim; krsne—contra Krsna; kare—faz; *3Í%9| i r f ? sif«, «frat** f5 *ff«,
gãdha rosa—ira profunda; nija-sukhe—em sua própria felicidade; mane—considera; « è c * * IjO f « i - c « f i i " »
kãja—a única atividade; paduka—que caia; tare—dela; éire—sobre a cabeça; vãja—
um raio; krsnera—de Krçna; mãtra—unicamente; cãhiye—desejamos; santosa—a kusthi-viprera ramani, pativratã-éiromani,
felicidade. pati lãgi' kailã veéyãra sevã
stambhila süryera gati, jiyãila mrta pati,
TRADUÇÃO—"Por que u m a mulher insiste em viver, sabendo que o coração de tusta kaila mukhya tina-devã
Krsna está infeliz mas mesmo assim mostrando sua profunda ira contra Ele? Ela kusthi-viprera—do brãhmana que sofria de lepra; ramani—a esposa; pati-vratã-
está interessada em sua própria felicidade. Condeno essa mulher a ser fulmi- éiromani—a mais casta das mulheres; pati lãgi'—para a satisfação de seu marido;
nada na cabeça com um raio, pois tudo o que desejamos é a felicidade de Krsna." kailã—realizou; veéyãra sevã—serviço a u m a prostituta; stambhila—parou; süryera
gati—o movimento do Sol; jiyãila—trouxe de volta à vida; mrra pati—o marido
SIGNIFICADO—O devoto que só se satisfaz com o gozo de seus próprios sentidos morto; tusta kaila—satisfez; mukhya—as principais; tina-devã— três deidades ou
na certa cai do serviço a Krçna. Estando atraído pela felicidade material, ele juntar- semideuses.
se-á mais tarde aos prãkrta-sahajiyãs, que são considerados como não-devotos.
TRADUÇÃO—"A esposa de u m brãhmana acometido de lepra manifestou-se como
a mais casta de todas as mulheres, ao servir a uma prostituta com o propósito
VERSO 56 de satisfazer o seu marido. Só assim ela parou o movimento do Sol, trouxe seu
marido morto de volta à vida e satisfez os três semideuses principais [Brahmã,
ci ctffà cit? «c? esc?, «CP? «c? icsrci, Viçnu e Maheávaral."
« 1 > ?tC? T - C J i f è í T t ? I
SIGNIFICADO^—O Ãditya Purãna, o Mãrkendeya Purãna e o Padma Purãna relatam
*r$ « I ? ir.? 1 1 * 1 , « t r , ? r.icTl fitft Ç<ÍP1,
sobre um brãhmana que sofria de lepra mas que tinha uma esposa muito casta
« C I cita w i ? «ain II 4* n e fiel. Ele desejou desfrutar da companhia de uma prostituta, e por isso sua esposa
foi ter com ela e tornou-se sua criada, só para atrair a atenção dela para o serviço
a
ye gopf mora fajre dvese, krsnera kare santose, ele. Quando a prostituta concordou em associar-se com ele, a esposa trouxe-lhe
krsna yãre kare abhilãsa o marido leproso. Q u a n d o aquele leproso, o filho pecaminoso de um brãhmana,
mui tara ghare yãhã, tare sevoh dãsi hanã, viu a castidade de sua esposa, abandonou enfim suas intenções pecaminosas.
tabe mora sukhera ullãsa Contudo, enquanto voltava para casa, ele tocou no corpo de Mãrkendeya Rçi,
e
y gopi— qualquer gopi que; mora—de Mim; kare dvese—sinta inveja; krsnera kare que então o amaldiçoou a morrer ao alvorecer. Devido à sua castidade, a mulher
e r
santose— mas satisfaz Krçna; krsna—ao Senhor Krsna; yãre—a quem; kare-faz; a muito poderosa. Portanto, ao tomar conhecimento da maldição, fez o voto
472 Éri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 20 As orações Sikçaçtaka 473
Verso 61
de impedir o Sol nascer. Por causa de sua forte determinação de servir ao seu j^.—ofereço; dana—como caridade; krsna—o Senhor Krçna; more—a Mim; kãntã
esposo, as três deidades — a saber, Brahmã, Visnu e Maheávara — ficaram muito fari '.-aceitando como amada; kahe—diz; more—a Mim; prãna-iévari—a amadíssima;
felizes e deram-lhe a bênção de que seu marido seria curado e ressuscitado. Este mora—Minha; haya—há; dãsi-abhimãna—consideração como Sua criada.
exemplo é aqui mencionado para enfatizar que o devoto deve ocupar-se exclusi-
vamente para a satisfação de Krsna, sem motivos pessoais. Isto tornará sua vida T R A D U Ç Ã O — " M i n h a felicidade está no serviço a Krçna, e a felicidade de Krsna
exitosa. está na união comigo. Por essa razão, dou Meu corpo em caridade aos pés de
lótus de Krsna, que Me aceita como Sua amada e Me chama de Sua queridíssima.
VERSO 58 É então que Me considero como Sua criada."
«'—esta; rãdhãra vacana—a afirmação de Srimati Rãdhãrãní; viéuddha-prema-laksa- ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—Srí Caitanya Mahãprabhu; bhãva-ãvista
na—os sintomas de amor puro por Krsna; ãsvãdaye—saboreia; éri-gaura-rãya—o haiiã—ficando dominado pelo amor extático; pralãpa karilã—dizia palavras loucas;
Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; bhãve—devido a este êxtase; mana >whe sthira—a /flf-fflf apropriado; éloka padiyã—lendo o verso.
mente não é firme; sãttvike—os sintomas de amor transcendental; vyãpe—espalham-
se por; éarira—o corpo; mana-àeha—mente e corpo; dharana—conter; nã yãya—não T R A D U Ç Ã O — D o m i n a d o assim pelo amor extático, Srí Caitanya Mahãprabhu
é possível. falava como um louco e recitava versos apropriados.
*rc« c*«n «tc«fs fofa 11 n TRADUÇÃO—Com o propósito de ensinar as pessoas em geral, o Senhor compu-
sera anteriormente estes oito versos. Agora, Ele próprio saboreava o significado
vrajera visuddha-prema,— yena jâmbú-nada hema, dos versos, chamados de Siksãstaka.
ãtma-sukhera yãhãh nãhi gandha
se prema jãnã'te loke, prabhu kailã ei éloke, VERSO 65
pade kailã arthera nirbandha
vrajera—de Vrndãvana; viéuddha-prema—o amor puro por Krçna; yena—como; eff ? 'í-wèf-cstt* cií <tc<?> '©ca i
jâmbú-nada hema—as partículas douradas encontradas no rio Jãmbü; ãtma-sukhera— f»CU CSWêfe I f C ? frci-frC» II *<t II
5
yadyapiha prabhu—koti-samudra-gambhira dvãdaéa vatsara—por doze anos; aiche dasã—semelhante condição; rãtri-dine—dia
noite; krsna-rasa—bem-aventurança transcendental e doçuras relacionadas com
nãnã-bhãva-candrodaye hayena asthira e
sei sei bhãve sloka kariyã pathane TRADUÇÃO—Nem mesmo Anantadeva, com Seus milhares de rostos, poderia
sei sei bhãvãveée karena ãsvãdane chegar ao fim da descrição da bem-aventurança transcendental dos passatempos
yei yei—quaisquer; éloka—versos; jayadeva—Jayadeva Gosvãmi; bhãgavate—no de Sri Caitanya Mahãprabhu.
érimad-Bhãgavatam; rãyera nãtake— no drama composto por Rãmãnanda Rãya; yei— VERSO 71
quaisquer; ãra—também; karnãmrte— no livro chamado Krsna-karnãmrta, escrito por
Bilvamahgala Thâkura; sei sei bhãve—nessas emoções extáticas; éloka—versos; kariyã « f t i «farçfa oasti,«t5l * t i c a if%5 ?
pathane—lendo com regularidade; sei sei—neste particular; bhãva-ãveée— amor extá- « t a 4as as«ti - » t f » r «fj*WI o a t f à c « 1111 n
tico; karena ãsvãdane—Ele saboreia.
jiva ksudra-buddhi kon tãhã pare varnite?
TRADUÇÃO—Ao ler os versos d o Gita-govinda de Jayadeva, do Srimad-Bhãga- tara eka kanã sparéi ãpanã éodhite
vatam, do drama Jagannãtha-vallabha-nãtaka de Rãmãnanda Rãya e do Krsna- jiva—ser vivo; ksudra-buddhi— inteligência limitada; kon—quem; tãhã— isto; pãre—é
karnãmrta de Bilvamahgala Thâkura, Sri Caitanya Mahãprabhu ficava dominado capaz; varnite—de descrever; (ãra—disto; eka kanã—uma partícula; sparéi— toco;
pelas diversas emoções extáticas desses versos. Dessa maneira, Ele lhes saboreava ãpanã éodhite—-para corrigir a mim mesmo.
os significados.
TRADUÇÃO—Como poderia então u m ser vivo comum, dotado de muito pouca
VERSO 69 inteligência, descrever esses passatempos? Não obstante, estou tentando tocar
uma mera partícula deles só para corrigir a mim mesmo.
i e . u a vàos a * i - a t f a - f i f r . i i
VERSO 72
a > u a i « s u m o s s l i f - n o * 11 n
a « osèl, a « « e n » t , - í i t f ç »ttatata 1
dvãdaéa vatsara aiche daéã—rãtri-dine
krsna-rasa ãsvãdaye dui-bandhu-sane çr\ n a i f à o s <s*. i a ^ f a « s i a 111%. n
478 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-hlã,
Verso 78 As orações Siksãstaka 479
yata cesta, yata pralãpa,—nãhi pãrãvãra ataeva sei-saba lilã nã pari varnibãre
sei saba varnite grantha haya suvistãra samãpti kariluh Mãke kari' namaskãre
yata cesta—todas as atividades; yata pralãpa—todas as conversas loucas; nã
ataeva—portanto; sei-saba—todos esses; Íi7ã—passatempos; nã pari—não sou
pãrãvãra—não havia limite; sei saba—todas elas; varnite—descrever; grantha—o livro
capaz; varnibãre—de narrar; samãpti kariluh—neste ponto, acabo de concluir; lilãke—
haya—ficaria; su-vistãra—muito volumoso.
aos passatempos; kari' namaskãre— oferecendo as minhas respeitosas reverências.
TRADUÇÃO—Não há limite para as atividades de Srí Caitanya Mahãprabhu nem TRADUÇÃO—É impossível descrever todos os passatempos em suas minúcias.
para as Suas palavras de loucura. Portanto, descrever todas elas aumentaria enor-
memente o tamanho deste livro. Portanto, concluirei esta descrição e oferecer-lhes-ei minhas respeitosas reve-
rências.
VERSO 76
VERSO 73
c a t > g « f è ^ 4 ? fàítaa»ta i
a»«rri5i-ffTJi « t a n c«, ifíjei |
45 « i ç n f c a 5ca s t f «ipaíwa n n
c n 5 * r a s f t * r a «tffSf narcta- c a * * 11 i« 11
ye fcic/íH kahiluh ei dig-daraéana
vrndãvana-dãsa prathama ye lilã varnila
ei anusãre habe tara ãsvãdana
sei-saba lilãra ãmi sütra-mãtra kaila ye kichu—tudo o que; kahiluh—eu disse; ei—isto; dik-daraéana—só para dar uma
vrndãvana-dãsa—Vrndãvana dãsa Thâkura; prathama—a princípio; ye—quaisquer; indicação; ei anusãre— dessa maneira; habe—haverá; tara—disto; ãsvãdana—sabor.
lilã— passatempos; varnila—descreveu; sei-saba—todos estes; lilãra—dos passatem-
pos; ãmi—eu; sütra-mãtra kaila—preparei apenas a sinopse.
TRADUÇÃO—O que descrevi fornece um mero indício, porém, seguindo esta
indicação, pode-se sentir o sabor de todos os passatempos de Srí Caitanya
TRADUÇÃO—De todos os passatempos que Srila Vrndãvana dãsa Thâkura des-
Mahãprabhu.
creveu por primeiro, fiz um mero resumo.
VERSO 77
VERSO 74 «rça *f#s#»rl « t *ttíà ajâics i
<$fa <sj& ' « r a p t a ' i R w t « f s . * i a . f ã i - « c a « l a t t 5 <sic«» a1 * f t f ã a f à c s u <w ii
T R A D U Ç Ã O — E m b o r a Vrndãvana dãsa Thâkura possua dentro de seu alcance T R A D U Ç Ã O — D e s c r e v i os passatempos mui resumidamente, pois me é impossível
estoque completo dos passatempos de árí Caitanya Mahãprabhu, ele deixou de descrevê-los na íntegra. Contudo, no futuro, Vedavyãsa descrevê-los-á com todos
lado a maior parte e só descreveu uma pequena porção. 0s pormenores.
VERSO 84 VERSO 87
cfssjwot e$c*i fsrfàarcis " í t o - ^ f c s i i SIGNIFICADO—A afirmação ãge vyãsa kariba varnane é semelhante a um verso do
ci<t a s i c i í l a i - a m t c i I I w n Caitanya-bhãgavata (Primeiro Capítulo, verso 180), no qual Vrndãvana dãsa Thâkura
diz:
caitanya-mahgale tenho likhiyãche sthãne-sthãne
sei vacana suna, sei paratna-pratnãne éesa-khande caitanyera ananta vilãsa
caitanya-mahgale—no livro chamado Caitanya-tnahgala; tenho— Vrndãvana dãsa vistãriyã varnite ãchena veda-vyãsa
Thâkura; likhiyãche—escreveu; sthãne-sthãne—em diversas passagens; sei vacana
suna—por favor, ouvi essas afirmações; sei paratna-pratnãne—esta é a prova principal.
"Os passatempos ilimitados de Sri Caitanya Mahãprabhu serão descritos por
TRADUÇÃO—Ele descreveu estes passatempos em muitas passagens de seu livro Vyãsadeva no futuro." Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura diz que estas
chamado Caitanya-mahgala (Caitanya-bhãgavata]. Peço a meus leitores que declarações dão a entender que, no futuro, outros representantes de Vyãsadeva
ouçam este livro, pois esta é a melhor evidência. descreverão elaboradamente os passatempos do Senhor Caitanya. A conclusão
é que todo devoto puro integrante da sucessão discipular que descreva os passa-
VERSO 86 tempos de Sri Caitanya Mahãprabhu está confirmado como um representante
de Vyãsadeva.
mmuft « f s j ^ . fàsra n ata « a ç i i
f a s t f à a i caaaTti asfàa a«fr,i n v - * n VERSO 88
VERSO 93
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os restos de leite que Vrndãvana dãsa Thâkura me deu são
suficientes para encher meu estômago. Isto saciou minha sede por completo. 1 5 s r i t f ? « I t f l «Hi, i f i a |
VERSO 101
VERSO 104
C « t * l 1 - n a t a 5«J«1-gj9T ^ f ã » W I
« t a IÍHI faafsw-it» a «rlsii i
« f í « Ct>53)-5Íl<al C l f a g f<à«H I I i ° > I I
« < $ « t c a « a » « ç t ^ i i«« «fà9il II > 8 n
tomã-sabãra carana-dhüli karinu vandana
tãte caitanya-lilã haila ye kichu likhana tara madhye éivãnanda-sahge kukkura ãilã
tomã-sabãra—de todos vós; carana-dhüli—a poeira dos pés; Ârarinu vandana—orei prabhu tare krsna kahãhã mukta karilã
a; fãíe—por essa razão; caitanya-lilã—os passatempos do Senhor Sri Caitanya Mahã- tara madhye—nesse capítulo; sivãnanda-sahge—com Sivânanda Sena; kukkura—o
prabhu; haila—houve; ye—tudo o que; kichu—alguma; likhana—escrita. cão; ãilã—veio; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tare—a ele (o cão); krsna kahãnã—
induzindo a cantar Krsna; mukta karilã— libertou.
TRADUÇÃO—É devido ao fato de eu ter oferecido minhas orações aos pés de lótus
de todos vós que tudo o que escrevi sobre Sri Caitanya Mahãprabhu me foi TRADUÇÃO—Esse capítulo descreve também o incidente transcorrido com o cão
possível. de áivãnanda Sena, ao qual árí Caitanya Mahãprabhu induziu a cantar os santos
nomes de Krsna, sendo, assim, liberado.
VERSO 102
TRADUÇÃO—O Terceiro Capítulo também narra como Sri Caitanya Mahãprabhu TRADUÇÃO—No Quinto Capítulo, o Senhor mostrou Seu favor a Pradyumna
libertou todo m u n d o , outorgando ao universo o santo nome do Senhor, e des- Misra e fê-lo ouvir Rãmãnanda Rãya falar sobre Krsna.
creve como Haridasa Thâkura, através de seu exemplo prático, estabeleceu as
glórias do santo n o m e . VERSO 111
l
VERSO 108 « i a it*n atwt«i'-*fàa iií>*-$r. H<««t i
í
i
S«i9f-ílÍll <ÍSr.ia faflíl-fasH I
"ssl-Ciiiiifio c**r1 faaicsra Jifs.ii-ítii I I Í Ü
CfsreJM c s c s s t ? sffàíTl a ^ i II i»v- II tara madhye 'bãngãla'-kavira nãtaka-upeksana
caturthe—érí-sanãtanera dvitiya-milana svarüpa-gosãni kailã vigrahera mahimã-sthãpana
deha-tyãga haite tãhra karilã raksana tara madhye—dentro desse capítulo; bãhgãla-kavira—de um poeta da Bengala;
caturthe—no Quarto Capítulo; sri-sanãlanera— de Sanãtana Gosvãmi; dvitiya- nãtaka-upeksana—a rejeição do drama; svarüpa-gosãni— Svarüpa Dâmodara Gosvãmí;
milana—segunda visita; deha-tyãga haite—de cometer suicídio; tãhra karilã raksana— kailã—fez; vigrahera—da Deidade; mahimã-sthãpana—o estabelecimento das glórias.
êri Caitanya Mahãprabhu protegeu-o.
T R A D U Ç Ã O — T a m b é m nesse capítulo Svarüpa Dâmodara Gosvãmi rejeitou o
TRADUÇÃO—O Quarto Capítulo descreve a segunda visita que Sanãtana Gosvãmí drama de um poeta da Bengala e estabeleceu as glórias da Deidade.
fez a Srí Caitanya Mahãprabhu e como o Senhor salvou-o de cometer suicídio.
VERSO 112
VERSO 109
acè-a^jin-Bri ««ra fifèwi i
íwú-inxm « i r a c*fi1 i f l ? * ! I fisjli^-^srtsíta f55i-1r.sne.1a c f i l « »
«fí^ iwfàTJi ^ i i k t ç f r t II >°s- II
sasfhe—raghunãtha-dãsa prabhure mililã
jyaistha-mãsera dhüpe tãhre kailã pariksana nityãnanda-ãjhãya cidã-mahotsava kailã
sakti sancãriyã punah pãthãilã vrndãvana $a$the—no Sexto Capítulo; raghunãtha-dãsa—Raghunãtha dãsa Gosvãmí; prabhure
jyaistha-mãsera—do mês de maio-junho; dhüpe—ao sol; tãhre—a ele; kailã—fez; mililã—encontrou-se com o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; nityãnanda-ãjhãya—
pariksana—exame; éakti— potência; sancãriyã—dando-lhe; punah—novamente; pã- por ordem de Nityãnanda Prabhu; cidã-mahotsam kailã—realizou o festival do arroz
thãilã vrndãvana—mandou de volta para Vrndãvana. frito.
TRADUÇÃO—O Quarto Capítulo também narra como Sanãtana Gosvãmí foi tes- TRADUÇÃO—O Sexto Capítulo descreve como Raghunãtha dãsa Gosvãmí encon-
tado ao sol de jyaistha Imaio e junho] e foi então dotado de poder e mandado trou-se com Sri Caitanya Mahãprabhu e, segundo a ordem de Nityãnanda
de volta a Vrndãvana. Prabhu, realizou o festival do arroz frito.
Verso 118 As orações Siksãstaka 493
492 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã,
VERSO 116
VERSO 113
iici r/stf^fi-ltflra^-r.Jitsi i
3
fàaflos? d l * aíça t t l » " « t i M ^ * "
'Clt^S-fafTf, 'SWtsrfêfl' 5*t0st fwi |
navame—gopinãtha-pattanãyaka-mocana
dãmodara-si>arüpa-thãhi tãnre samarpilã trijagatera loka prabhura pãila daraéana
'govardhana-éilã', 'guiijã-mãlã' tãnre dila navame—no Nono Capítulo; gopinãtha-pattanãyaka-mocana—a liberação de Gopl-
dãmodara-svarüpa-thãni—aos cuidados de Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; tãnre nãtha Pattanãyaka, irmão de Rãmãnanda Rãya; trijagatera—dos três mundos;
samarpilã—o Senhor confiou-o; govardhana-éilã—a pedra da Colina de Govardhana; loka—as pessoas em geral; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; pãila daraéana—
guiijã-mãlã—a guirlanda de conchinhas; tãnre dila—entregou-lhe. conseguiram a audiência.
T R A D U Ç Ã O — O Senhor confiou Raghunãtha dãsa Gosvãmi aos cuidados de Sva- T R A D U Ç Ã O — N o Nono Capítulo, há uma descrição de como Gopinãtha Patta-
rüpa Dâmodara Gosvãmí e deu de presente a Raghunãtha dãsa uma pedra da nãyaka foi salvo e como as pessoas dos três m u n d o s foram capazes de ver Srí
Colina de Govardhana e uma guirlanda de conchinhas. Caitanya Mahãprabhu.
TRADUÇÃO—O Décimo Primeiro Capítulo descreve o desaparecimento de Hari- T R A D U Ç Ã O — T a m b é m no Décimo Terceiro Capítulo, Raghunãtha Bhatta encon-
dasa Thâkura e como Sri Caitanya Mahãprabhu, a Suprema Personalidade de trou-se com Sri Caitanya Mahãprabhu, que, por Sua misericórdia imotivada,
Deus, mostrou Sua afeição para com Seus devotos. enviou-o para Vrndãvana.
VERSO 124
trayodaée—jagadãnanda mathurã yãi' ãilã
mahãprabhu deim-dãsira gita éunilã «ta nco « ç a fawtca «fm 1
trayodaée—no Décimo Terceiro Capítulo; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita;
mathurã yãi'—indo para Mathurã; ãilã— regressou; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahã-
prabhu; deva-dãsira—da dançarina deva-dãsi; gita éunilã— ouviu a canção. tara madhye prabhura simha-dvãre patana
asthi-sandhi-tyãga, anubhãvera udgama
TRADUÇÃO—No Décimo Terceiro Capítulo, Jagadãnanda Pandita foi até Mathurã tara madhye— nesse capítulo; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; simha-dvãre
e regressou, e, por acaso, Sri Caitanya Mahãprabhu ouviu uma canção cantada patana—a queda perto do portão Sirhha-dvãra; asthi-sandhi—das juntas dos ossos;
por uma dançarina deva-dãsi. tyãga—desprendimento; anubhãvera udgama—o despertar de um transe e emoção.
y s o 130
e r
As orações Siksãstaka 497
496 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lila,
caucatfíBíè a r l a r a *m c » a f l * r i 11 11
cataka-parvata dekhi' prabhura dhãvana
tara madhye prabhura kichu pralãpa-varnana sodase—kãlidãse prabhu krpã karilã
cataka-parvata—a colina conhecida como Cataka-parvata; dekhi'—vendo; prabhura vaisnavoechista khãibãra phala dekhãilã
dhãvana—a corrida de Sri Caitanya Mahãprabhu; tara madhye— nesse capítulo; Sodase—no Décimo Sexto Capítulo; kãli-dãse—a Kãlidãsa; prabhu—Srí Caitanya
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; kichu—alguma; pralãpa varnana—conversa Mahãprabhu; krpã karilã— mostrou favor; vaisnava-uechista khãibãra—de se comer
como um louco. os restos de alimento deixados pelos Vaisnavas; phala dekhãilã—mostrou o resultado.
T R A D U Ç Ã O — T a m b é m nesse capítulo há uma descrição de como árí Caitanya T R A D U Ç Ã O — O Décimo Sexto Capítulo relata como Srí Caitanya Mahãprabhu
Mahãprabhu correu em direção à Cataka-parvata e falou como um louco. mostrou Sua misericórdia a Kãlidãsa e, assim, demonstrou o resultado de se
comer os restos do alimento dos Vaisnavas.
VERSO 126
VERSO 129
1$W-*tfaci^w--®®t*-taínica i
a/atawscn ar$1 «cact n ii f»ratac*aa a r e i e * e s u * « a r l i l i
f í R ç a t c a a t t l e t f c a * a > c«fai«<al II n
pahcadaêa-paricchede—udyãna-vilãse
vrndãvuna-bhrame yãhãh karilã pravese éivãnandera bãlake éloka karãila
pahcadaêa-paricchede—no Décimo Quinto Capítulo; udyãna-vilãse—em Seus pas- simha-dvãre dvãri prabhure krsna dekhãilã
satempos dentro do jardim; vrndãvana-bhrame—Seu equívoco do jardim co éivãnandera—de Sivânanda Sena; bãlake—o filho; éloka karãila—induzido a compor
sendo Vrndãvana; yãhãh—onde; karilã pravese—Ele entrou. um verso; simha-dvãre— no portão Sirhha-dvãra do templo de Jagannãtha; dvãri— o
porteiro; prabhure—a Sri Caitanya Mahãprabhu; krsna dekhãilã— mostrou o Senhor
Krçna.
T R A D U Ç Ã O — N o Décimo Quinto Capítulo encontra-se uma descrição de como á r i
Caitanya Mahãprabhu entrou no jardim à beira-mar, confundindo o jardim com T R A D U Ç Ã O — E l e também descreve como o filho de Sivânanda compôs um verso
Vmdãvana. e como o porteiro do Sirhha-dvãra mostrou Krsna para Sri Caitanya Mahãprabhu.
mahã-pmsãdera—dos restos do alimento do Senhor, mahã-prasãda; tãhãh—ali; bhãva-éãbalye—do agregado de todas as emoções extáticas; punah—de novo; kailã
mahimã—as glórias; varnila—descritas; krsna-adhara-amrtera—do néctar dos lábios pralãpana—Ele falou como um louco; karnãmrta-élokera—de um verso do Krsna-
de Krçna; phala-éloka—o verso que menciona o resultado; ãsvãdilã—soboreado. karnãmrta; artha—o significado; kailã vivarana—descreveu com pormenores.
T R A D U Ç Ã O — T a m b é m , nesse capítulo, explicam-se as glórias da mahã-prasãda, T R A D U Ç Ã O — D e v i d o à conjunção de diversas emoções extáticas, Sri Caitanya
e saboreia-se um verso que descreve o efeito do néctar dos lábios de Krsna. Mahãprabhu voltou a falar como um louco e descreveu em pormenores o signi-
ficado de um verso do Krsna-karnãmrta.
VERSO 1 3 1
VERSO 1 3 4
*t<í<rc»t -Mfér-iprj a l ç a * t « . i i
f^i^nKwgeicn « t t t s t frnra i Í « Í II
fiJKVtfeVflPtâi «iti fffff II i«8 U
T R A D U Ç Ã O — T a m b é m no Décimo Sétimo Capítulo, as qualidades do som de TRADUÇÃO—Nesse devaneio, Sri Caitanya Mahãprabhu viu o piquenique que
Krsna atraíram a mente de Srí Caitanya Mahãprabhu, que, em êxtase, descreveu Krsna realizou na floresta. Enquanto o Senhor Caitanya flutuava no mar, um
o significado do verso " k ã stry ahga t e " . pescador pegou-O, e então o Senhor voltou para a Sua própria residência.
VERSO 1 3 3 VERSO 1 3 6
« H - » f r a c e i l »tfS C ^ l 2J5T11 I
* 4 l t * a t t c ? i « w f c f s f l fà«ra«i II n « t u ? f à a s i - f f s - â s u i - a t á II i ^ * II
bhãva-éãbalye punah kailã pralãpana
ünavimée—bhittye prabhura mukha-sahgharsana
karnãmrta-élokera artha kailã vivarana
krsnera viraha-sphürti-pralãpa-varnana
500 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20
Verso 143 As orações Siksãstaka 501
ünavirhée— no Décimo Nono Capítulo; bhittye— nas paredes; prabhura mukha- bhakte—os devotos; éikhaite—para ensinar; yei—aquilo que; éiksã-astaka—oito ins-
sahgharsana—o esfregar do rosto do Senhor; krsnera viraha-sphürti—o despertar truções; kahilã—descreveu; sei éloka-astakera—dos mesmos oito versos; artha—o
da saudade de Krsna; pralãpa-vamana—e a conversa de uma pessoa louca. significado; punah ãsvãdilã—novamente saboreou.
TRADUÇÃO—No Décimo Nono Capítulo há uma descrição de como o Senhor Srl TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu compôs esses oito versos para instruir
Caitanya Mahãprabhu, devido à saudade de Krçna, esfregava Seu rosto contra
os devotos, mas Ele também saboreou pessoalmente o seu significado.
as paredes e falava como um louco.
VERSO 140
VERSO 137
,
lai-iaj-eflerta « x í « f ã » £ * a a 1
a n ? j - a s ? â í c s » { c » i t o r ç a fas?a«t i
' « i ç a t a ' cs£C« Tica a a i - f à a a a 11 i8° 11
« c a r a c a l a s i - c s r c a s a w f - f à a a « i n 1*111
mukhya-mukhya-lilãra artha kariluh kathana
vasanta-rajanite puspodyãne viharana 'anuvãda' haite smare grantha-vivarana
krsnera saurabhya-élokera artha-vivarana mukhya-mukhya-ldãra—dos principais passatempos do Senhor Sri Caitanya
vasanta-rajanite— numa noite primaveril; puspa-udyãne—num jardim de flores; Mahãprabhu; artha—o significado; kariluh—acabei de fazer; kathana—descrevendo;
viharana—o perambular; írrsnera—do Senhor Krçna; saurabhya-élokera—de um verso anuvãda haite—por repeti-los; smare—lembramo-nos de; grantha-vivarana—a des-
sobre a fragrância corpórea; artha-vivarana—descrevendo o significado. crição no livro.
TRADUÇÃO—Esse capítulo também descreve Krçna a vagar n u m jardim n u m a T R A D U Ç Ã O — A c a b o , assim, de descrever os principais passatempos e o seu sig-
noite primaveril, e ele descreve na íntegra o significado de um verso sobre o
nificado, pois, mediante esta repetição, todos podem rememorar as descrições
aroma do corpo de Krsna.
encontradas no livro.
VERSO 138 VERSO 141
dias 4 * t f à c e f c a a « a i - « í c a a s a t a í i a 1
« t a « a « f « i r a r f a e i i c - ü a t f ã è *sf»\ w i « v « l a j - i a j «f%<5£, « a i a i a t a fausta 11 >8i 1
viméa-paricchede—nija- 'éiksâstaka' padiyã eka eka paricchedera kathã—aneka-prakãra
tara artha ãsvãdilã premãvista hanã mukhya-mukhya kahiluh, kathã nã yãya vistãra
viméa-paricchede— no Vigésimo Capítulo; nija-éiksãstaka padiyã—recitando Seus eka eka paricchedera—de cada capítulo; kathã—descrição; aneka-prakãra—diferentes
próprios versos Siksãstaka; tara artha—seu significado; ãsvãdilã—saboreou; prema- variedades; mukhya-mukhya kahiluh—repeti apenas os principais; kathã—temas,
ãvista hanã—estando absorto em amor extático. nã yãya—não é possível; vistãra—expansão.
TRADUÇÃO—No Vigésimo Capítulo, o Senhor Srl Caitanya Mahãprabhu reci- TRADUÇÃO—Em cada capítulo há diversos tópicos, mas selecionei apenas os prin-
tou Seus próprios oito versos instrutivos e, em amor extático, saboreou-lhes o
cipais, pois nem todos eles poderiam ser descritos novamente.
significado.
VERSO 139
VERSOS 142—143
« c s » f » t a t l c « c a l f « w i è < t s a>f«;«ai 1 Slatal-as; 'JSlnvtacntsia' 1
c a l C5tt«tèc*a « i « í * t a : « i w f » « a l 11 y®s> 11 <ãaíai-ist 'Slcttfà^-çaa 11 Í S * 11
bhakte éikhaite yei éiksâstaka kahilã §latal-n* Sfl 'Slcnrôata' 1
sei élokãstakera artha punah ãsvãdilã «âl f«a it«a sra 'cttfèata ata' 11 >8« 11
502 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 20 Verso 148 As orações Siksãstaka 503
éri-rãdhã-saha 'én-madana-mohana' TRADUÇÃO—Para que os meus desejos possam ser satisfeitos, coloco os pés de
éri-rãdhã-saha 'sri-govinda '-carana lótus destas personalidades sobre minha cabeça: o Senhor Srí Caitanya Mahã-
prabhu com o Senhor Nityãnanda, Advaita Acãrya e Seus devotos, bem como
sri-rãdhã-saha srila 'éri-gopinãtha' Sri Svarüpa Dâmodara Gosvãmi, Srí Rüpa Gosvãmí, Srí Sanãtana Gosvãmí, Srí
ei tina thâkura haya 'gaudiyãra nãtha' Raghunãtha dãsa Gosvãmí, que é meu mestre espiritual, e Srila Jiva Gosvãmí.
éri-rãdhã-saha—com Srimati Rãdhãrãní; éri-madana-mohana—a Deidade de
Madana-mohanají; éri-rãdhã-saha—com Srímatí Rãdhãrãní; éri-govinda-carana—os SIGNIFICADO—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi foi o mestre espiritual instrutor
pés de lótus de Sri Govindají; éri-rãdhã-saha—com Srímatí Rãdhãrãní; érila éri-gopi- de Krçnadãsa Kavirãja Gosvãmi e, portanto, foi descrito como éri-guru.
nãtha—o belíssimo e opulentíssimo Gopínáthajl; ei tina—todas estas três; thâkura—
Deidades; haya—são; gaudiyãra nãtha—adoráveis por todos os Gaudíya Vaisnavas. VERSO 147
n?r? i5a«!-»*ti—s^tajrav i
c a r a ai<%—í"ran, « r c a a c s a t u i ! n :>ss i
TRADUÇÃO—As Deidades de Madana-mohana e Srímatí Rãdhãrãní, Govinda e
Srímatí Rãdhãrãní, Gopínãtha e Srímatí Rãdhãrãní, de Vrndãvana, são a vida sabãra carana-krpã—'guru upãdhyãyi'
e a alma dos Gaudíya Vaisnavas. mora vãni—éi$yã, tare bahuta nãcãi
sabãra—de todos eles; carana-krpã—a misericórdia dos pés de lótus; guru upã-
dhyãyi— meu preceptor de instruções védicas; mora vãni— minhas palavras; éisyã—
VERSOS 144—146 os discípulos; tare—a elas; bahuta nãcãi—fiz dançar de diversas maneiras.
éri-svarüpa, éri-rüpa, éri-sanãtana "Aquele que ensina aos outros uma parte dos Vedas ou dos textos védicos suple-
éri-guru éri-raghunãtha, éri-jiva-carana mentares pode ser chamado de upãdhyãya." Upãdhyãya refere-se também àquele
que ensina arte.
nija-éire dhari' ei sabãra carana VERSO 148
yãhã haite haya saba vãhchita-pürana
éri-krsna-caitanya—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; éri-yuta nityãnanda—o Se- fraita ara cafã' rça« atura aífãert i
nhor Nityãnanda; éri-advaita-ãcãrya—Sri Advaita Prabhu; sri-gaura-bhakta-vrnda— ' « t r ai atura, 'ai<^' afàal afi^i n >8b- u
os devotos de Sri Caitanya Mahãprabhu; éri-svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi;
éri-rüpa—Sri Rüpa Gosvãmi; éri-sanãtana—Srila Sanãtana Gosvãmí; éri-guru—o éisyãra érama dekhi' guru nãcana rãkhilã
mestre espiritual; éri-raghunãtha—Raghunãtha dãsa Gosvãmí; éri-jiva-carana—os 'krpã' nã nãcãya, 'vãni' vasiyã rahiiã
pés de lótus de Srila Jiva Gosvãmí; nija-éire dhari'—colocando em minha cabeça; éisyãra—dos discípulos; érama—o cansaço; dekhi'—vendo; guru—o mestre espiri-
ei sabãra carana—os pés de lótus de todos eles; yãhã haite— mediante semelhante tual; nãcana rãkhilã—parou de fazer dançar; krpã—misericórdia; nã nãcãya—não faz
ação; haya—há; saba—todos; vãhchita-pürana—a satisfação dos desejos. dançar; oãm"—as palavras; vasiyã—sentadas; rahiiã— permanecem caladas.
504 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20
Verso 154 As orações Siksãstaka 505
T R A D U Ç Ã O — P a s s o agora a adorar os pés de lótus de todos os meus leitores, pois, T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de Srí Rüpa e Srí Raghunãtha, desejando
pela misericórdia de seus pés de lótus, há toda a boa fortuna. sempre a misericórdia deles, eu, Krçnadãsa, narro o Srí Caitanya-caritãmrta,
seguindo seus passos.
VERSO 151 VERSO 154
T R A D U Ç Ã O — O Caitanya-caritãmrta está repleto com as atividades de árí Caitanya TRADUÇÃO—Devotos auto-realizados são como abelhas, enlouquecidos por suas
Mahãprabhu, que é a própria Suprema Personalidade de Deus. Ele atrai toda próprias doçuras aos pés de lótus de Krsna. O aroma desses pés de lótus perfuma
a boa fortuna e destrói todas as coisas inauspiciosas. Se alguém saboreia com o m u n d o inteiro. Que alma auto-realizada seria capaz de abandoná-los?
fé e amor o néctar do Caitanya-caritãmrta, torno-me como uma abelha em busca
do mel do amor transcendental de seus pés de lótus. VERSO 1 5 7
VERSO 1 5 5
^tts>8:FA5»t«»«!m • f l d f s ^ ^ s t t i r s s i u i M n
f! f e j ^ f i i * ! I J Ã S Í O S S t ' Ç I II iofc li
APÊNDICE
Palavras conclusivas
Dessa maneira, até 1950, passei minha vida como chefe de família, quando aceitei
vãnaprastha e retirei-me da vida familiar. Sem a companhia de ninguém, peram-
bulei daqui para ali até 1958, quando adotei a vida de sannyãsa. Então, eu estava
completamente pronto para cumprir a ordem do meu mestre espiritual. Noutra
511
Palavras conclusivas 513
512 Sri Caitanya-caritãmrta
satisfeito com este trabalho de tradução. Ele adorava ver muitos livros publicados
ocasião, em 1936, pouco antes de Sua Divina Graça deixar este m u n d o em Jagan-
para propagar o movimento da consciência de Krsna. Portanto, nossa sociedade,
nãtha Puri, escrevi-lhe uma caria, perguntando o que podia fazer para servi-lo.
a Sociedade Internacional da Consciência de Krishna, foi formada com o propó-
Em resposta, ele escreveu-me uma carta, datada de 13 de dezembro de 1936, n~
sito de executar a ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu e de Sua Divina Graça
qual, assim como eu ouvira dele, ordenava-me a pregar em inglês o culto de S
Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura.
Caitanya Mahãprabhu.
Faço votos para que, no m u n d o inteiro, os devotos do Senhor Caitanya deleitem-
Após seu desaparecimento, iniciei, durante o ano de 1944, a revista quinzenal
se com esta tradução, e estou contente de expressar minha gratidão aos homens
De Volta ao Supremo, através da qual tentei propagar o culto de éri Caitanya Mahã-
cultos dos países ocidentais, que ficaram tão satisfeitos com minha obra que en-
prabhu. Depois que tomei sannyãsa, um benquerente amigo meu sugeriu-me que
comendaram com antecipação todos os meus livros que ainda serão publicados.
eu escrevesse livros ao invés de revistas. Ele dizia que as revistas poderiam ser
Portanto, nesta ocasião, solicito a meus discípulos, que estão determinados a
jogadas fora, mas os livros permanecem perpetuamente. Então, tentei escrever
ajudar-me neste trabalho, que continuem a cooperar irrestritamente, de modo
o Srimad-Bhãgavatam. Antes disto, quando eu era chefe de família, escrevera sobre
que os filósofos, os eruditos, os religiosos e as pessoas de todo o m u n d o benefi-
o Srimad Bhagavad-gitã e concluíra cerca de mil e cem páginas, porém, de alguma
ciem-se ao lerem nossos livros transcendentais, tais como o Srimad-Bhãgavatam
forma, o manuscrito foi roubado. Em todo caso, ao publicar na índia o Srimad-
e o Sri Caitanya-caritãmrta.
Bhãgavatam, Primeiro Canto, em três volumes, pensei em ir para os Estados
Unidos. Pela misericórdia de Sua Divina Graça, fui capaz de ir a Nova Iorque
em 17 de setembro de 1965. Desde então, traduzi muitos livros, incluindo o Srimad-
Bhãgavatam, Bhakti-rasãmrta-sindhu, Os ensinamentos do Senhor Caitanya (um resumo) Neste ponto encerram-se, aos 10 de novembro de 1974, os Significados Bhaktivedanta
e muitos outros. do Sri Caitanya-caritãmrta, na Bhaktivedanta Bock Trust, Hare Krsna Land, Juhu,
Bombaim.
Nesse ínterim, fui induzido a traduzir o Sri Caitanya-caritãmrta e publicá-lo numa
versão elaborada. Em suas horas de lazer no ocaso de sua vida, Sua Divina Graça
Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura simplesmente lia o Caitanya-caritãmrta, seu livro
favorito. Ele costumava dizer que chegaria a época em que os estrangeiros apren-
deriam a língua bengali para ler o Caitanya-caritãmrta. O trabalho desta tradução
iniciou há cerca de dezoito meses. Agora, pela graça de Sri Caitanya Mahãprabhu
e de Sua Divina Graça Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura, ele está concluído.
Quanto a isto, sou muito grato a meus discípulos americanos, em especial Sriman
Pradyumna dãsa Adhikãrí, Sriman Nitãi dãsa Adhikãri, Sriman Jayãdvaita dãsa
Brahmacãri e muitos outros rapazes e moças que, com sinceridade, ajudam-me
a escrever, editar e publicar todos estes livros.
Acho que Sua Divina Graça Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura está sempre
supervisionando minhas atividades e, com suas palavras, orienta-me dentro do
meu coração. Como diz o Srimad-Bhãgavatam, tene brahmã hrdã ya ãdi-kavaye. A
inspiração espiritual vem de dentro do coração, onde a Suprema Personalidade
de Deus, sob Seu aspecto de Paramãtmã, está sempre situado com todos os Seus
devotos e associados. Devo admitir que todo trabalho de tradução que fiz foi
através da inspiração do meu mestre espiritual, pois, pessoalmente, sou muito
insignificante e incompetente para realizar esta obra materialmente impossível.
Não me considero um acadêmico muito erudito, mas tenho fé plena no serviço
a meu mestre espiritual. Sua Divina Graça Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati
Thâkura. Se há algum crédito em minhas atividades de tradução, todo ele deve-se
à Sua Divina Graça. Se Sua Divina Graça estivesse fisicamente presente neste
momento, com certeza esta seria uma grande ocasião para regozijo, mas, mesmo
que ele não esteja fisicamente presente, tenho confiança de que ele está muito
O Autor
Sua Divina Graça
A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupãda
515
516 O Autor
Referências
14 de novembro de 1977, orientou a Sociedade e viu-a desenvolver-se numa con-
federação mundial com mais de cem ãéramas, escolas, templos, institutos e co-
munidades rurais. Os significados do Sri Caitanya-caritãmrta são todos confirmados por autoridades vé-
Em 1968, Srila Prabhupãda criou a comunidade espiritual de Nova Vrndãvana dicas de peso. As seguintes escrituras autênticas são especificamente citadas neste volume:
na Virgínia Ocidental e, em 1972, ele introduziu no Ocidente o sistema de educa-
ção védico, gurukula.
Ãditya Purãna, 471.
Srila Prabhupãda inspirou também a construção, na índia, de vários majestosos
centros culturais internacionais. No centro de Sridhãma Mãyãpur na Bengala Oci-
dental, planeja-se a construção de uma cidade espiritual, um projeto ambicioso Amrta-pravãha-bhãsya (Bhaktivinoda Thâkura), 1, 43, 97, 111, 247, 345, 393, 447.
cuja consecução vai se estender pela próxima década. Em Vrndãvana, índia,
encontra-se o magnífico templo de Krsna-Balarãma e a Casa Internacional de Hós- Bhakti-rasãmrta-sindhu (Rüpa Gosvãmí), 138, 436.
pedes. Há também um importante centro cultural e educacional em Bombaim.
Há planos para se estabelecerem outros centros em uma dúzia de outros locais Bhakti-ratnãkara (Narahari Cakravarti), 37.
importantes do subcontinente indiano.
Caitanya-bhãgavata (Vrndãvana dãsa Thâkura), 483.
No entanto, a contribuição mais significativa de Srila Prabhupãda são seus livros.
Muito respeitados pela comunidade acadêmica, dada a sua autoridade, profundi-
dade e clareza, esses livros são utilizados regularmente em numerosos cursos uni- Caitanya-caritãmrta (Krsnadãsa Kavirãja), 450, 451.
versitários. Os escritos de Srila Prabhupãda foram traduzidos para mais de trinta
idiomas. Estabelecida em 1972 exclusivamente para publicar as obras de Sua Divina Garuda Purãna, 261.
Graça, a Bhaktivedanta Book Trust tornou-se, assim, a maior editora mundial
de livros no campo da religião e da filosofia indianas. Gaurãhga-stava-kalpavrksa (Raghunãtha dãsa Gosvãmi), 183, 199, 200, 281, 423.
Em apenas doze anos, apesar de sua idade avançada, Srila Prabhupãda viajou
pelo m u n d o quatorze vezes, dando conferências sobre a consciência de Krsna Gita-govinda (Jayadeva Gosvãmí), 239.
em seis continentes. Apesar de suas constantes viagens, Srila Prabhupãda sempre
escrevia prolificamente, e suas obras constituem verdadeira biblioteca de filosofia, Govinda-lilãmria (Krsnadãsa Kavirãja), 209, 229, 237, 294, 429.
religião, literatura e cultura védicas.
Hari-bhakti-vilãsa (Sanãtana Gosvãmi), 256.
Manu-samhitã, 503.
B
Bhagavãn—(bhaga—opulência; vãn—que possui) aquele que possui todas as opu-
lências, que, em geral, são em número de seis — riqueza, força, fama, beleza,
conhecimento e renúncia.
Brahman—(1) a alma espiritual infinitesimal; (2) o onipenetrante aspecto impes-
soal de Krçna; (3) a Suprema Personalidade de Deus; (4) a totalidade da
substância material.
Brãhmana—a classe de homens inteligentes, segundo o sistema de ordens sociais
e espirituais.
Bramajyoti—(brahmã—espiritual; jyoti—luz) a refulgência impessoal que emana
do corpo de Krsna.
C
Cakravãki—a fêmea do pássaro cakra.
Candâlas—comedores de cães; a mais baixa classe de seres humanos.
Cinta—sintoma extático de ansiedade.
Cit—a potência de conhecimento espiritual de Krsna.
D
Dama—autocontrole.
Dâmodara—nome de Krçna dado a Ele devido a ter sido amarrado na cintura com
a corda de mãe Yasodã.
Dãri sannyãsi—um sannyãsi tântrico farsante que tem mulheres.
cia
520 Sn Caitanya-caritãmrta Glossário 521
H P
Hari boi—"Cantai o santo nome de Hari." Pandita—acadêmico erudito.
Pãhji-tíkã—explicações suplementares sobre algum assunto.
J Paramahamsa—mais elevado devoto do Senhor, que é como um cisne.
Jãgara—sintoma extático de vigília. Paramãtmã—a Superaima, o aspecto localizado do Senhor Supremo, situado no
Japa—cantar Hare Krsna suave e lentamente. coração de todas as entidades vivas.
Jnãni—aquele que está ocupado no cultivo de conhecimento através de espe- Parama-vidvãn—o acadêmico mais erudito.
culação filosófica. Pika—o pássaro cuco indiano.
K Prakrti—natureza material (literalmente, aquilo que é predominado).
Prasãda—(literalmente, misericórdia) restos do alimento oferecido ao Senhor
Karahga—um pote dágua.
Krçna.
Khãdi—tecido de algodão.
Kirtana—o canto devocional de Hare Krsna. Proçita-bhartrkã—mulher cujo marido deixou o lar e foi a uma região estrangeira.
Purãnas—os dezoito livros muito antigos que são histórias deste e de outros
Krsna-kathã—narração falada sobre Krçna ou por Ele falada.
planetas.
Ksatriya—a ocupação administrativa ou protetora, segundo o sistema de quatro
ordens sociais e espirituais. R
Kuhkuma—pó avermelhado de aroma doce. Rãga-mãrga—o caminho do serviço devocional com amor espontâneo.
Rãmacandra—encarnação do Senhor Supremo como um rei perfeito.
M
Madana-mohana—nome de Krsna que significa "aquele que encanta C u p i d o . " S
Mãdhava—nome de Krçna que O compara à doçura da primavera ou à doçura Sac-cid-ãnanda-vigraha—(saí—existência eterna; cit—conhecimento; ãnanda—bem-
do mel. aventurança; vigraha—forma) a forma eterna do Senhor Supremo, a qual
Madhupati—nome de Krçna em Dvãrakã. é plena de bem-aventurança e conhecimento.
Mahã-bhãgavata—devoto na fase mais elevada da vida devocional. Sama—controle dos sentidos.
Mahã-mantra—o grande cântico da liberação: Hare Krçna, Hare Krçna, Krçna Sankírtana—o canto congregacional dos santos nomes de Deus.
Krçna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare. Sahkírtana-yajha—o sacrifício prescrito para a era de Kali; isto é, o canto congre-
Mahã-prasãda—veja: prasãda. gacional do nome, fama e passatempos do Senhor Supremo.
Malina-ahgatã—sintoma extático de falta de limpeza. Sannyãsa—ordem de vida renunciada.
Mantra—(manas—mente; ti—libertar) vibração sonora pura para livrar a mente Sãstra—escrituras reveladas.
das inclinações materiais. Satya—veracidade.
522 Sri Caitanya-caritãmrta
T
Vogais
Tãnava—sintoma extático de magreza.
«Ja "díâ §i rç$ fcü II r
U
u
V
Consoantes
Vaijayanti—guirlanda que contém flores de cinco cores.
Vaikunthas—(literalmente, sem ansiedade) os planetas eternos do céu espiritual.
Vaisnava—devoto do Supremo Senhor Visnu, ou Krsna. Culurais: ^ ka «1 kha líga ^gha b na
Vaisnava-aparãdha—ofensa ao Vaisnava. Palatais. 5 ca 5 cha W ja ^Ijha <*Pna
Vaiáya—a classe de homens envolvida em comércio e agricultura, segundo o
sistema de quatro ordens sociais e espirituais. Cerebrais: ^ tha <5da l> dha «( na
Vali—nome de um macaco filho de Indra, o rei dos céus, e irmão mais velho de Dentais: «ta 3jtha Sf da 1 dha S na
Sugriva, o rei-macaco na epopéia Rãmãyana.
Labiais: *fpa ^pha 3ba •5 bha Jlma
Vãni—as palavras do mestre espiritual, que existem eternamente.
Vapu—a presença física do mestre espiritual. Semivogais: ^ ya * ra «lia 1 va
Vrajendra—Nanda Mahãrãja, o pai adotivo do Senhor Krsna.
Sibilantes *tsa ^ *a Isa S ha
Vrndãvana—o local dos transcendentais passatempos bucólicos de Krsna, mani-
festados quando Ele esteve presente na Terra há cerca de cinco mil anos.
As vogais depois de uma consoante são escritas como se segue:
Vyãdhi—sintoma extático de doença.
Vyãsa-püjã—adoração ao dia do aparecimento do mestre espiritual fidedigno, Ji li t *-u *~ 0 < r ír £e
representante de Vyãsa, o compilador da literatura védica.
£ai Q to C\au
Y
Yadupati—nome de Krsna que significa "rei da dinastia Yadu." A letra "a" está subentendida quando aparece depois
Yavanas—classe de homens intocáveis, alijados das quatro divisões sociais e de uma consoante sem símbolo vocálico.
espirituais da sociedade védica.
O símbolo virâma ( "v ) indica que não há uma vogai final: 15
Yoga-mãyã—a potência interna ou energia espiritual do Senhor, que O esconde
dos não-devotos.
523
524 Srí Caitanya-caritãmrta índice alfabético
Os exemplos seguintes mostram a maneira como se escrevem Este Índice alfabético indica o número do capítulo e o número do verso respecti-
vamente. Por exemplo: 3.33 (Terceiro Capítulo, Verso 33).
as vogais quando acompanhadas de consoantes:
525
526 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 527
r
532 Éri Caitanya-caritãmrta
êri Caitanya-caritãmrta 533
COMUNIDADES RURAIS: