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Antya-lilã, Vol.

"O amor extático que Srí Caitanya Mahãprabhu manifestou por D e u s "

" O s passatempos confidenciais de Srí Caitanya M a h ã p r a b h u "

(Capítulos 11-20)

Com o texto bengali original,


sua transcrição latina,
os equivalentes em português,
tradução e significados elaborados

por

Sua Divina Graça


A.C. Bhaktivcdanta Swami Prabhupãda
Fundador-,4eãn/í/ da Sociedade internacional da Consciência de Krishna

FUNDAÇÃO BHAKTIVEDANTA
THE BHAKTIVEDANTA BOOK TRUST
Sao Paulo Los Angeles Miami Londres Paris Bombaim Sydney Hon^ Koftg
índice
Título do original:
Sri Caitanya-caritãmrta, Antya-lílã, Volumes Four and Five.
"Srí Caitanya Mahãprabhu's Ecstatic Love of G o d h e a d " Prefácio vii
" T h e Confidential Pastimes of Sri Caitanya M a h ã p r a b h u " Introdução xi

Este livro foi traduzido para o português do original em inglês por: CAPITULO ONZE
O d e s a p a r e c i m e n t o de H a r i d a s a T h a k u r a l
Paravyoma dãsa (Pedro Paulo Gomes Marin) CAPÍTULO DOZE
Mahãkãla dãsa (Mareio Lima Pereira Pombo) Os intercâmbios amorosos entre o Senhor
Indrasarana dãsa (Antônio Irapuam Ribeiro Tupinambá) Srí C a i t a n y a M a h ã p r a b h u e J a g a d ã n a n d a P a n d i t a 43

CAPITULO TREZE
8
1986 THE BHAKTIVEDANTA BOOK TRUST. Passatempos entre Jagadãnanda Pandita e
R a g h u n ã t h a Bhatta G o s v ã m l 97
Divisão Editorial da
FUNDAÇÃO BHAKTIVEDANTA. CAPITULO QUATORZE
C.G.C. - 54.366.034/0001-23 O S e n h o r Srí C a i t a n y a M a h ã p r a b h u s e n t e s a u d a d e s d e K r s n a 149
CAPÍTULO QUINZE
A loucura transcendental do S e n h o r Sri Caitanya M a h ã p r a b h u 203
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total deste livro
CAPÍTULO DEZESSEIS
Editado e impresso no Brasil O Senhor Sri Caitanya M a h ã p r a b h u saboreia o néctar dos lábios
d o S e n h o r Sri K r s n a 247
Obra completa ISBN 85-7015-030-X
Este volume :SBN 85-7015-059-8 CAPÍTULO DEZESSETE
A s t r a n s f o r m a ç õ e s físicas d o S e n h o r Srí C a i t a n y a M a h ã p r a b h u 311
D a d o » tí« C a t a l o g a ç ã o na P u b l i c a ç ã o ( C I P ) Internacional
(Câmara Brasileira d o L i v r o , S P . Brasil) CAPÍTULO DEZOITO
O Senhor é resgatado do mar 345

Krsnadãsa Kaviraja Oosvami, n. 1S18. CAPÍTULO DEZENOVE


K94s Srí Caitanya CaritSmrta / de Krsnadãsa Kavirãja O comportamento inconcebível do S e n h o r
Oosvãmi ; com o texto bengali original,^ aua transcri-
ção latina, os equivalentes em português, tradução e Sri C a i t a n y a M a h ã p r a b h u 393
significados elaborados por A.C. Bhaktivedanta Swami
PrabhupBaa. — São Paulo : Bhaktioeaanta, 1987.
CAPÍTULO VINTE
Traduzido para o português do original em inglês. A s orações S i k s ã s t a k a 447
Bibliografia. _ .
Conteúdo: Adi-Lila, v. 1-2 — Madhya-Lila, V. l-l
— Antya-Lila, V. 8.
ISBN 8S-7015-059-8 APÊNDICES
1. Caitanya, 1488-1134 2. Purãnas 3. Vaisnavismo
I. Bhaktivedanta Suami, A.C, 1896-1977. II. Título.
Palavras conclusivas 511
CDD-294.55 O Autor 5 1 5
-294.663
P 7-i99i -m.azi Referências 5 1 7

Indicas para eatélego alatamétlso: Glossário 519


1. Mestres espirituais : Hinduíemo 294.563 Guia do alfabeto e da pronúncia em bengali 523
2. Purãnas : Livros sagradas : Hinduismo 294.5925 lr

3. Vaisnavismo : Hinduísmo 294.55 »dice alfabético 525


Prefácio

Não há diferença entre os ensinamentos do Senhor Caitanya apresentados aqui


e os ensinamentos do Senhor Krsna no Bhagavad-gítã. Os ensinamentos do Senhor
Caitanya são demonstrações práticas dos ensinamentos do Senhor Krsna. A ins-
trução fundamental do Senhor Krsna no Bhagavad-gítã é que todos devem render-
se a Ele, o Senhor Krsna. Krsna promete encarregar-Se prontamente da alma que
se render a Ele. O Senhor, a Suprema Personalidade de Deus, já Se encarrega
da manutenção desta criação por meio de Ksirodakasãyi Visnu, Sua expansão
plenária, só que esta manutenção não é direta. Entretanto, quando o Senhor diz
que Se encarrega de Seu devoto puro, Ele Se encarrega dele diretamente. O de-
voto puro é uma alma eternamente rendida ao Senhor, assim como uma criança
é rendida a seus pais ou um animal a seu dono. No processo de rendição, deve-se:
(1) aceitar o que é conveniente para a execução de serviço devocional, (2) rejeitar
o que é inconveniente, (3) crer firmemente na proteção do Senhor, (4) sentir de-
pendência exclusiva da misericórdia do Senhor, (5) não ter interesse à parte do
interesse do Senhor e (6) sentir-se sempre manso e humilde.
O Senhor pede que nos rendamos a Ele, seguindo essas seis diretrizes, mas
os ininteligentes pseudo-acadêmicos do m u n d o interpretam mal essas exigências
e impelem o público em geral a rejeitá-las. Na conclusão do Nono Capítulo do
Bhagavad-gttã, o Senhor Krsna diz diretamente: " S e m p r e ocupa tua mente em
pensar em Mim, presta-Me reverências e Me adora. Absorvendo-te inteiramente
em Mim, com certeza virás a M i m . " (Bg. 9.34) Contudo, os demônios eruditos
desorientam as pessoas, fazendo-as voltar-se para a verdade impessoal, imani-
festa, eterna e não-nascida, em vez de para a Suprema Personalidade de Deus.
Os filósofos impersonalistas Mãyãvãdís não aceitam que o aspecto fundamental
da Verdade Absoluta seja a Suprema Personalidade de Deus. Quem quiser com-
preender o sol como ele é deverá primeiramente encarar o brilho do sol, depois
o globo solar e, após entrar nesse globo, encontrar-se pessoalmente com a deida-
de predominante do sol. Devido a seu pobre fundo de conhecimento, os filóso-
fos Mãyãvãdis não podem transpor a refulgência Brahman, que pode ser compa-
rada ao brilho do sol. Os Upamsads confirmam que é preciso penetrar a ofuscante
refulgência do Brahman antes que se possa ver o verdadeiro rosto da Personali-
dade de Deus.

Portanto, o Senhor Caitanya ensina a adoração direta ao Senhor Krsna, que


apareceu como o filho adotivo do rei de Vraja. Ele também sugere que o lugar
conhecido como Vrndãvana é tão bom quanto o Senhor Krsna, porque não há
diferença entre o nome, as qualidades, a forma, os passatempos, o séquito e a
parafernália do Senhor Krsna e o próprio Senhor Krsna. Esta é a natureza abso-
luta da Verdade Absoluta.
O Senhor Caitanya também recomendou que o modo de adoração mais eleva-
do na fase máxima de perfeição é o método praticado pelas donzelas de Vraja.

7JÍÍ
vai Sri Caitanya-carítãmrta Prefácio

Essas donzelas (gopls, ou vaqueirinhas) simplesmente amavam Krsna, sem moti- folhas de tulasioferecidas a Ele, ocupando-se em atividades de Seu interesse, etc.
vações de ganho material ou espiritual. Caitanya também recomendou o Srínwd- Não é possível parar com as atividades da mente e dos sentidos, mas pode-se
Bhãgavatam como a narração imaculada de conhecimento transcendental, e também purificá-las através de uma mudança de consciência. Esta mudança está indicada
ressaltou que o objetivo supremo da vida humana é desenvolver amor puro por no Bhagavad-gítã q u a n d o Krsna fala a Arjuna sobre o conhecimento da yoga me-
Krsna, a Suprema Personalidade de Deus. diante o qual pode-se trabalhar sem resultados fruitivos. "Ó filho de Prthã, quando
Os ensinamentos do Senhor Caitanya e os dados pelo Senhor Kapila, o exposi- agires com tal inteligência, poderás livrar-te do cativeiro dos trabalhos." (Bg. 2.39)
tor original da sãnkhya-yoga, o sistema sãúkhya de filosofia, são idênticos. Este sis- Às vezes, o ser humano abstém-se do gozo dos sentidos devido a determinadas
tema de yoga autorizado recomenda a meditação na forma transcendental do circunstâncias tais como doenças, e t c , mas esta não é a prescrição. Sem conhecer
Senhor. Meditar em algo vazio ou impessoal está fora de cogitação. Podemos me- o verdadeiro processo pelo qual pode-se controlar a mente e os sentidos, homens
ditar na forma transcendental do Senhor Visnu, mesmo sem praticar complicadas menos inteligentes, ou tentam conter a mente e os sentidos à força, ou cedem
posturas sentadas. Tal meditação chama-se samãdhi perfeito. Este samãdhi perfeito a eles e são arrastados pelas ondas do gozo dos sentidos.
é comprovado no final do Sexto Capítulo do Bhagavad-gítã, onde o Senhor Krsna Os princípios regulativos e as regras de yoga, as diversas posturas sentadas e
diz: "E de todos os yogis, aquele que sempre se absorve em Mim com grande exercícios respiratórios executados numa tentativa de afastar os sentidos de seus
fé, adorando-Me com transcendental serviço amoroso, está mui intimamente li- objetos são métodos destinados àqueles que estão demasiadamente absortos no
gado a Mim em yoga e é o mais elevado de t o d o s . " (Bg. 6.47) conceito corpóreo de vida. O homem inteligente, situado em consciência de Krçna,
O Senhor Caitanya deu instruções à massa popular sobre a filosofia sãnkhya não procura, à força, impedir seus sentidos de agir. Em vez disso, ele ocupa seus
de acmtya-bhedãbheda-tattva, a qual defende que o Senhor Supremo é simultanea- sentidos a serviço de Krçna. Ninguém pode impedir que uma criança brinque,
mente igual à Sua criação e diferente dela. O Senhor Caitanya ensinou esta filo- deixando-a inativa. Pode-se impedir uma criança de cometer tolices ocupando-a
sofia através do cantar do santo nome do Senhor. Ele ensinou que o santo nome em atividades superiores. A restrição em que, através dos oito princípios da yoga
do Senhor é Sua encarnação sonora e que, como o Senhor é o todo absoluto, se contém forçosamente as atividades sensoriais, é recomendada para homens
não há diferença entre Seu santo nome e Sua forma transcendental. Assim, can- inferiores. Homens superiores, ocupando-se nas atividades superiores da cons-
tando o santo nome do Senhor, podemos associar-nos diretamente com o Senhor ciência de Krçna, afastam-se naturalmente das atividades inferiores relacionadas
Supremo através da vibração sonora. Ao praticarmos essa vibração sonora, pas- com a existência material.
samos por três fases de desenvolvimento: a fase ofensiva, a fase purificatória e O Senhor Caitanya ensina a ciência da consciência de Krsna dessa maneira.
a fase transcendental. Na fase ofensiva, podemos desejar toda espécie de felici- Esta ciência é absoluta. Especuladores mentais secos tentam abster-se do apego
dade material, mas, na segunda fase, purificamo-nos de toda a contaminação ma- material, mas, de um modo geral, verificamos que a mente é forte demais para
terial. Quando nos situamos na fase transcendental, alcançamos a posição mais ser controlada e os arrasta de volta para atividades sensuais. A pessoa em consciên-
cobiçada — a fase em que amamos a Deus. O Senhor Caitanya ensinou que esta cia de Krsna não corre esse risco. É preciso ocupar mente e sentidos em atividades
é a mais elevada fase de perfeição para os seres humanos. conscientes de Krçna, e o Senhor Caitanya ensina como fazer isso na prática. Antes
de aceitar sannyãsa (a ordem renunciada), o Senhor Caitanya era conhecido como
A prática de yoga destina-se essencialmente ao controle dos sentidos. A mente
Visvambhara. A palavra visvambhara refere-se àquele que mantém todo o universo
é o fator central de controle de todos os sentidos; portanto, antes de mais nada,
e que lidera todas as entidades vivas. Este mantenedor e líder apareceu como
é preciso praticar o controle da mente, ocupando-a em consciência de Krsna. As
o Senhor Sri Krçna Caitanya para transmitir esses ensinamentos sublimes à huma-
atividades grosseiras da mente expressam-se através dos sentidos externos, quer
nidade. O Senhor Caitanya é o preceptor ideal das necessidades fundamentais
para a aquisição de conhecimento, quer para o funcionamento dos sentidos de
da vida. Ele é o mais magnânimo outorgador do amor a Krçna. Ele é o reservatório
acordo com a vontade. As atividades sutis da mente são pensar, sentir e querer.
completo de todas as misericórdias e boa fortuna. Como se confirma no èrímad-
Segundo seu estado de consciência, o indivíduo é poluído ou puro. Se nossa mente
Bhãgavatam, no Bhagavad-gítã no Mahãbhãrata e nos Upanisads, Ele é a Suprema
está fixa em Krsna (Seu nome, qualidade, forma, passatempos, séquito e para-
Personalidade de Deus, o próprio Krsna, sendo digno de adoração de todos nesta
fernália), todas as nossas atividades — tanto sutis quanto grosseiras — tornam-se
era de desavenças. Todos podem juntar-se a Seu movimento de sankírtana. Não
favoráveis. No Bhagavad-gítã, o processo de purificar a consciência consiste em
se exige nenhuma qualificação prévia. Pelo simples fato de seguir Seus ensinamen-
fixar a mente em Krsna, falando de Suas atividades transcendentais, limpando-
tos, qualquer pessoa pode tornar-se um ser humano perfeito. Quem tiver a boa
Lhe o templo, indo a Seu templo, vendo a bela forma transcendental do Senhor
ortuna de ser atraído por Suas características, decerto que terá êxito na missão
magnificamente decorada, ouvindo Suas glórias transcendentais, saboreando a
e sua vida. Em outras palavras, aqueles que estiverem interessados em alcançar
comida oferecida a Ele, associando-se com Seus devotos, cheirando as flores e
X Sri Caitanya-caritàmrta
Introdução
a existência espiritual poderão ser facilmente liberados das garras de mãyâ pela
graça do Senhor Caitanya. Os ensinamentos apresentados neste livro não são
diferentes do Senhor. O Srí Caitanya-caritãmrta é a principal obra sobre a vida e os ensinamentos de
Absorvendo-se no corpo material, a alma espiritual aumenta as páginas da his- Sri Krsna Caitanya. Srí Caitanya é o pioneiro de um grande movimento religioso
tória mediante toda espécie de atividades materiais. Os ensinamentos do Senhor e social que começou na índia há pouco menos de quinhentos anos e que, direta
Caitanya podem ajudar a sociedade humana a parar com tais atividades desne- e indiretamente, influenciou o curso subseqüente do pensamento religioso e filo-
cessárias e temporárias. Através desses ensinamentos, a sociedade humana poderá sófico, não somente na índia, mas também no Ocidente de hoje em dia.
elevar-se à plataforma mais elevada de atividade espiritual. Essas atividades
Considera-se Caitanya Mahãprabhu como uma figura de grande importância
espirituais começam realmente após libertarmo-nos do cativeiro material. Tais ativi-
histórica. No entanto, nosso método convencional de análise histórica — o de
dades liberadas em consciência de Krsna constituem a meta da perfeição humana.
encarar o homem como um produto de sua época — não se aplica aqui. Sri Caitanya
O falso prestígio que adquirimos tentando dominar a natureza material é ilusório.
é uma personalidade que transcende o alcance limitado dos contextos históricos.
Os ensinamentos do Senhor Caitanya podem conferir-nos conhecimento ilumi-
nante, e, mediante tal conhecimento, podemos avançar na existência espiritual. Numa época em que, no Ocidente, o homem voltava seu espírito explorador
para o estudo da estrutura do universo físico e para a circunavegação do m u n d o
Todos são obrigados a sofrer ou gozar os frutos de suas atividades: ninguém em busca de novos oceanos e continentes, Sri Krsna Caitanya, no Oriente, inau-
pode conter as leis da natureza material que governam tais coisas. Enquanto esti- gurava e liderava uma revolução voltada para o m u n d o interior, para uma com-
vermos ocupados em atividades fruitivas, decerto que seremos frustrados em preensão científica do conhecimento mais elevado da natureza espiritual do
qualquer tentativa de alcançar a meta última da vida. Minha esperança sincera homem.
é que, entendendo os ensinamentos do Senhor Caitanya, a sociedade humana
As principais fontes históricas da vida de Sri Caitanya são os kadacãs (diários)
sinta uma nova luz de vida espiritual que abrirá o campo de atividade para a alma
mantidos por Murãri Gupta e Svarüpa Dâmodara Gosvãmí. Murári Gupta, um
pura.
médico e associado íntimo de Sri Caitanya, registrou extensas anotações sobre
os primeiros vinte e quatro anos da vida de Sri Caitanya, culminando em Sua
oth tal sat iniciação na ordem renunciada, sannyãsa. Os eventos da outra metade dos qua-
renta e oito anos dos passatempos de Caitanya Mahãprabhu foram registrados
no diário de Svarüpa Dâmodara Gosvãmi, outro dos associados íntimos de
Caitanya Mahãprabhu.
A. C. Bhaktivedanta Swami O $ri Caitanya-caritãmrta divide-se em três partes, chamadas lílãs. que literal-
mente significa " p a s s a t e m p o s " — Ãdi-lilã (o período inicial), Madhya-ldã (o perío-
14 de março de 1968 do intermediário) e Antya-lilã (o período final). As anotações de Murári Gupta
Aniversário do Senhor Caitanya formam a base do Ãdi-lílã, e o diário de Svarüpa Dâmodara fornece os pormeno-
Templo Sri-Sri-Rãdhã-Krsna res para o Madhya-lílã e para o Antya-lílã.
Nova Iorque — E.U.A. Os primeiros doze dos dezessete capítulos do Ãdi-Idã constituem o prefácio para
toda a obra. Recorrendo a evidências de escrituras védicas, este prefácio estabe-
lece Sn Caitanya como o avatãra (encarnaçâo) de Krsna (Deus) para a era de Kali
— a época atual, que começou há cinco mü anos e que se caracteriza pelo materia-
lismo, pela hipocrisia e pela desavença. Nestas descrições, Caitanya Mahãprabhu,
que é idêntico ao Senhor Krsna, aparece para conceder liberalmente amor puro
a
Deus às almas caídas desta era degradada, propagando o sankírtana — literalmen-
te- glorificação congregacional a D e u s " — especialmente organizando o cantar
publico do mahã-mantra (Grande Canto para a Liberação). Revela-se o propósito
esotérico do aparecimento do Senhor Caitanya no m u n d o , descrevem-se Seus
co-avatâras e devotos principais e resumem-se Seus ensinamentos. A porção res-

xi
Sri Caitanya-caritãmrta
Introdução xiü
tante do Ãdi-lTlã, dos Capítulos Treze a Dezessete, recapitula sucintamente Seu
nascimento divino e Sua vida até Ele aceitar a ordem renunciada. Isto inclui Seus Vrndãvana dãsa Thâkura, que então era considerada a principal autoridade sobre
milagres quando criança, Seu tempo de escola, Seu casamento e Seus primeiros a vida de Sri Caitanya, foi altamente venerado. Enquanto compunha seu impor-
confrontos filosóficos, bem como Sua organização de um amplo movimento de tante trabalho, Vrndãvana dãsa, temendo que este se tornasse volumoso demais,
sankírtana e Sua desobediência civil contra a repressão do governo muçulmano. evitou descrever elaboradamente muitos dos eventos da vida de Srí Caitanya,
O Madhya-lílã, a mais extensa das três divisões, fornece uma narração minuciosa em particular os últimos. Ansiosos por ouvir esses últimos passatempos, os de-
das memoráveis e longas viagens do Senhor Caitanya pela Índia como um mendi- votos de Vmdãvana solicitaram que Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmí, a quem respei-
cante renunciado, mestre, filósofo, preceptor espiritual e místico. "Durante este tavam como um grande santo, compusesse um livro narrando esses episódios
período de seis anos, Srí Caitanya transmite Seus ensinamentos a Seus discípu- pormenorizadamente. Após este pedido, e com a permissão e as bênçãos da Dei-
los principais. Ele empreende debates e converte muitos dos mais famosos filó- dade de Madana-mohana, de Vmdãvana, ele começou a compilar o Srí Caitanya-
sofos e teólogos de Sua época, incluindo áahkaristas, budistas e muçulmanos, caritãmrta, o qual devido a seu primor biográfico e completa exposição da profunda
acompanhados de seus muitos milhares de seguidores e discípulos. Inclui-se filosofia e dos ensinamentos do Senhor Caitanya, é considerado como a mais im-
também nesta seção uma dramática narrativa das atividades miraculosas de portante obra biográfica sobre Sri Caitanya.
Caitanya Mahãprabhu no grande festival do Ratha de Jagannãtha em Orissa. Ele começou a trabalhar no texto quando já tinha mais de noventa anos e esta-
O Antya-Mã relaciona-se com os últimos dezoito anos da presença manifesta va com a saúde vacilante, como vividamente descreve no próprio texto: "Agora
de Sri Caitanya, passados em semi-reclusão perto do famoso templo de Jagannãtha estou velho demais e perturbado pela invalidez. Enquanto escrevo, minhas mãos
em Jagannãtha Puri, Orissa. Durante estes derradeiros anos, Sri Caitanya mer- tremem. Não posso lembrar-me de nada, nem posso ver ou ouvir bem. Mesmo
gulhou cada vez mais profundamente em transes de êxtase espiritual inigualá- assim, escrevo, e isso é maravilhoso." Decerto é uma das maravilhas da história
veis em toda a história religiosa e literária, tanto do Oriente quanto do Ocidente. literária que, não obstante suas condições tão debilitadas, ele completasse a maior
A perpétua e sempre crescente beatitude religiosa de Sri Caitanya, descrita grafi- jóia literária da índia medieval.
camente nas narrativas baseadas no testemunho ocular de Svarüpa Dâmodara Esta tradução e comentário é obra de Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta
Gosvãmí, Seu inseparável companheiro durante este período, claramente desa- Swami Prabhupãda, o mais distinto mestre do pensamento religioso e filosófico
fia as habilidades investigadoras e descritivas dos modernos psicólogos e feno- indiano. Seu comentário baseia-se em dois comentários bengalis: um de seu
menologistas de experiência religiosa. mestre, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvatí Gosvãmí — o eminente acadêmico védi-
O autor deste grande clássico, Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmí, nascido no ano co que predisse: " T e m p o virá em que as pessoas do m u n d o estudarão bengali
de 1507, foi discípulo de Raghunãtha dãsa Gosvãmí, um íntimo seguidor de para ler o Sri Caitanya-caritãmrta" — e outro do pai de Srila Bhaktisiddhãnta,
Caitanya Mahãprabhu. Raghunãtha dãsa, um renomado santo e asceta, ouviu Bhaktivinoda Thâkura.
e memorizou todas as atividades de Caitanya Mahãprabhu, conforme as contou Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupãda é descendente dis-
Svarüpa Dâmodara. Após o desaparecimento de Srí Caitanya e de Svarüpa cipular de Sri Caitanya Mahãprabhu, e é o primeiro erudito a traduzir sistemati-
Dâmodara, Raghunãtha dãsa, incapaz de suportar a dor da saudade destes obje- camente as obras principais dos seguidores de Srí Caitanya. Sua perfeita erudição
tos de sua plena devoção, viajou para Vmdãvana, tencionando cometer suicídio, em bengali e em sânscrito e íntima familiaridade com os preceitos de Srí Krsna
pulando da Colina de Govardhana. No entanto, em Vmdãvana encontrou-se com Caitanya são uma combinação adequada que eminentemente qualificam-no a apre-
Rüpa Gosvãmí e Sanãtana Gosvãmí, os mais íntimos discípulos de Caitanya Mahã- sentar este importante clássico ao m u n d o de língua ocidental. A facilidade e cla-
prabhu. Eles convenceram-no a desistir de seu plano de suicídio e induziram-no reza com as quais ele expõe difíceis conceitos filosóficos produzem compreensão
a revelar-lhes os eventos espiritualmente inspiradores da vida posterior do Senhor e
apreciação genuínas desta profunda e monumental obra, mesmo n u m leitor
Caitanya. Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmí também residia em Vmdãvana naquela totalmente alheio da tradição religiosa indiana.
época, e Raghunãtha dãsa Gosvãmí transmitiu-lhe plena compreensão da vida O texto completo, com comentários, apresentado pela Bhaktivedanta Book Trust
transcendental de Sri Caitanya. em sete volumes belamente ilustrados, representa uma contribuição da maior im-
A essa altura, acadêmicos e devotos contemporâneos e quase contemporâneos portância à vida intelectual, cultural e espiritual do homem contemporâneo.
de Sri Caitanya já haviam escrito diversas obras biográficas sobre Sua vida. Dentre
estas, estão incluídos o Sri Caitanya-carita de Murãri Gupta; o Caitanya-mangala, —Os Editores
de Locana dãsa Thâkura e o Caitanya-bhãgavata. Este último texto, uma obra de
CAPÍTULO O N Z E

O desaparecimento de Haridasa T h â k u r a

Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thâkura dá o seguinte resumo


deste capítulo. Ao longo do capítulo, vemos que, com a permissão de Sri Caitanya
Mahãprabhu, Brahma Haridasa Thâkura abandona o corpo, e o Senhor encar-
regou-Se pessoalmente dos funerais, levando o corpo até ao mar. Ele pessoalmente
sepultou o corpo, cobriu-o com areia e erigiu uma plataforma no local. Após tomar
banho de mar, pediu aos comerciantes a prasõda de Jagannãtha e distribuiu-a aos
devotos reunidos.
VERSO 1

namâmi haridãsam tam


caitanyam tam ca tat-prabhum
samsthitãm api yan-mürtim
svãnke krtvã nanarta yah
namãmi—ofereço minhas respeitosas reverências; haridãsam—a Haridasa "Thâkura;
tam—a ele; caitanyam—ao Senhor Caitanya; tam—a Ele; ca—também; tat-prabhum—
seu amo; samsthitãm—morto; api—com certeza; yat—cuja, mürtim—forma corpórea;
sva-anke—em Seu colo; krtvã—mantendo; nanarta—dançou; yah—Ele que.

T R A D U Ç Ã O — D e i x a i - m e oferecer minhas respeitosas reverências a Haridasa


Thâkura e a seu amo, Sri Caitanya Mahãprabhu, que dançou com o corpo de
Haridasa Thâkura em Seus braços.

VERSO 2

«sraífosfàfii f i t s r t ^ f ã l í i m II * n
jaya jaya sri-caitanya jaya dayãmaya
jayãdvaita-priya nityãnanda-priya jaya
jaya jaya—todas as glórias; éri-caitanya—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
laya—todas as glórias; dayã-maya—ao misericordiosíssimo; jaya—todas as glórias;
idvaita-priya—ao querido amo de Advaita Ãcãrya; nityãnanda-priya—a Sri Caitanya
Mahãprabhu, que é muito querido do Senhor Nityãnanda; jaya—todas as glórias.
2 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-Iílà, 1 1 Verso 8 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 3

as 0 r a s
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, que é muito /'ai/a—todas 8 ' ' ' gaura-deha—ao corpo transcendental de Srí Caitanya
misericordioso e que é muito querido de Advaita Acãrya e do Senhor Nityãnanda. Mahãprabhu; krsna—Senhor Krsna; svayam—pessoalmente; bhagavãn—a Suprema
Personalidade de Deus; krpã kari'—sendo misericordioso; deha'—por favor, dá;
prabhu—meu Senhor; nija-pada-dãna—refúgio a Teus pés de lótus.
VERSO 3
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias à forma transcendental de Sri Caitanya Mahã-
prabhu, que é o próprio Krsna, a Suprema Personalidade de Deus. Meu querido
Senhor, por favor, mostra Tua misericórdia imotivada e dá-me o refúgio de Teus
pés de lótus.
jaya srinivãsesvara haridãsa-nãlha VERSO 6
jaya gadãdhara-priya svarüpa-prãna-nãtha
jaya—todas as glórias; érínivãsa-Iévara—ao amo de Srínivãsa; haridãsa-nãtha—o ®r? fflsjíswt&a ws c & ^ r a ? «it«i i
senhor de Haridasa Thâkura; jaya-todas as glórias; gadãdhara-priya—ao querido i?st*if? 5?«tt?f?c*'» < s f o CWÍ?' «fta n * 11
amo de Gadãdhara; svarüpa-prãna-nãlha—o senhor da vida de Svarüpa Dâmodara.
jaya nityãnanda-candra jaya caitanyera prãna
TRADUÇÃO—Todas as glórias ao amo de Srínivãsa Thâkura! Todas as glórias ao tomara caranãravinde bhakti deha' dana
senhor de Haridasa Thâkura! Todas as glórias ao querido amo de Gadãdhara jaya—todas as glórias; nityãnanda-candra—ao Senhor Nityãnanda Prabhu; jaya—
Pandita! Todas as glórias ao senhor da vida de Svarüpa Dâmodara! todas as glórias; caitanyera prãna—a vida e alma de Sri Caitanya Mahãprabhu;
tomara camna-aravinde—a Teus pés de lótus; bhakti—serviço devocional; deha'—por
VERSO 4 favor, dá; dana—a dádiva.

m SlfMtcrt? çfirefraN i T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias ao Senhor Nityãnanda, que é a vida e a alma d e


«na i t n p « r f « f o •satf-aatlit*! n 11 Sri Caitanya Mahãprabhu. Meu querido Senhor, por favor, ocupa-me no serviço
devocional a Teus pés de lótus.
jaya kãsi-priya jagadãnanda-prãneévara
jaya ríipa-sanãtana-raghunãthesvara VERSO 7
jaya—todas as glórias; kãsi-priya—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, que é
muito querido de Kãsi Misra; jagadãnanda-prãna-isvara—o Senhor da vida de Jagadã-
nanda Pandita; jaya—todas as glórias; rüpa-sanãlana-raghunãtha-ísvara—ao Senhor ittw < 5 f è ? CVTÇ' snitfostçrê ii i n
de Rüpa Gosvãmí, Sanãtana Gosvãmí e Raghunãtha dãsa Gosvãmí. jaya jayãdvaila-candra caitanyera ãrya
sva-carane bhakti deha' jayãdvaitãcãrya
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias ao Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu, que é muito jaya jaya—todas as glórias; advaita-candra—a Advaita Acãrya; caitanyera ãrya—
querido de Kãsi Misra. Ele é o Senhor da vida de Jagadãnanda e o Senhor de respeitado pelo Senhor; sva-carane—a Teus pés de lótus; bhakti deha'—por favor,
Rüpa Gosvãmí, Sanãtana Gosvãmí e Raghunãtha dãsa Gosvãmí. dá serviço devocional; jaya—todas as glórias; advaita-âcãrya—a Advaita Acãrya.

T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Advaita Acãrya, a quem, devido à Sua idade e


VERSO 5 respeitabilidade, Srí Caitanya Mahãprabhu trata como sendo Seu superior. A
Ele eu suplico que me ocupe no serviço devocional a Seus pés de lótus.

? 1 1 ffV £»7$' Slf, fas?-»tíf-<Tt»l II <t II VERSO 8

jaya gaura-deha krsna svayam bhagavãn sni c i f l s « « s í t « i , c^ft? ? t ? a t « l i


krpã kari' deha' prabhu, nija-pada-dãna H? « 5 » fafsf c u t C ? CVfç' ( f t ü n v II
4 Ôri Caitanya-caritãmrta Antya-Iílã, 11
Verso 13 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 5

jaya gaura-bhakta-gana,—gaura yãnra prãna


VERSO 11
saba bhakta mili' more bhakti deha' dana
jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-gana—aos devotos de Sri Caitanya Mahã-
1Ç(2lf? *?tat&CP! ? f l I
prabhu; gaura—o Senhor Caitanya; yãnra—de quem; prãna—a vida e alma; saba—
todos; bhakta—devotos; müi'—juntos; more—a mim; bhakti—serviço devocional; m& ê=foíJ9l ^ ^ - f a ? ^ II II
deha' dana—por favor, dai-me em caridade.
ei-mata mahãprabhura nilãcale vasa
sahge bhakta-gana lanã kirtana-vilãsa
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a todos os devotos de Srí Caitanya Mahãprabhu,
ei-mata—dessa maneira; mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; nilãcale
pois o Senhor lhes é a vida e alma. Todos vós, por favor, concedei-me serviço
vasa—residência em Jagannãtha Puri; sange—juntamente; bhakta-gana lanã—levando
devocional.
Seus devotos; kirtana-vilãsa—delícias da execução do canto congregacional.
VERSO 9
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Srí Caitanya Mahãprabhu, juntamente com Seus
devotos pessoais, residiu em Jagannãtha Puri, onde desfrutou do canto congre-
gacional do mahã-mantra Hare Krsna.
mjjrw» citiw»—«a c i t a «TM «s> a
VERSO 12
jaya rüpa, sanãtana, jiva, raghunãtha
raghunãtha, gopãla,—chaya mora nãtha
f i r c » ^ s j - ^ í * , ^?r-ví?i«ffl i
jaya—todas as glórias; rüpa—a Rüpa Gosvãmí; sanãtana—Sanãtana Gosvãmí;
jiva—JTva Gosvãmí; raghunãtha—Raghunãtha dãsa Gosvãmí; raghunãtha—Raghu- 2fCSJ ? l ü - w » t - i w * * * t f * f t n II II
nãtha Bhatta Gosvãmí; gopãla—Gopãla Bhatta Gosvãmí; chaya—seis; mora—meus;
dine nrtya-kirtana, isvara-darasana
nãtha—senhores.
rãtrye rãya-svarüpa-sane rasa-ãsvãdana
dine— durante o dia; nrtya-kirtana—dança e canto; isvara-darasana—visita ao
TRADUÇÃO—Todas as glórias a Rüpa Gosvãmí, Sanãtana Gosvãmí, Jiva Gosvãmí,
templo do Senhor Jagannãtha; rãtrye—a noite; rãya—Rãmãnanda Rãya; svarüpa—
Raghunãtha dãsa Gosvãmí, Raghunãtha Bhatta Gosvãmí e Gopãla Bhatta Go-
Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; sane—com; rasa-ãsvãdana—saboreando as doçuras
svãmí, os seis Gosvãmis de Vrndãvana. Todos eles são meus senhores. transcendentais.

T R A D U Ç Ã O — D u r a n t e o dia, Sri Caitanya Mahãprabhu ocupava-Se em dançar e


VERSO 10
cantar bem como em visitar o templo do Senhor Jagannãtha. À noite, na com-
cfl-?H aWÇvT f?lfa C&^SJ-sftol-^l I panhia de Seus devotos mais íntimos, tais como Rãmãnanda Rãya e Svarüpa
Dâmodara Gosvãmí, Ele saboreava o néctar das doçuras transcendentais dos pas-
tMcs fiifljj ffêr «rf*t*i I f w n > n satempos do Senhor Srí Krsna.
e-saba prasãde likhi caitanya-lilã-guna
yaiche taiche likhi, kari ãpana pãvana VERSO 13
e-saba—de todos estes; prasãde—pela misericórdia; likhi—escrevo; caitanya-lilã-
gutw—os atributos e os passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu; yaiche taiche—de
alguma maneira; likhi—escrevo; kari—faço; ãpana pãvana—purificando-me. ftss-faftg •ciç» at«l II i« II

ei-mata mahãprabhura sukhe kãia yãya


T R A D U Ç Ã O — G r a ç a s à misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu e de Seus as- krsnera viraha-vikãra ange nãnã haya
sociados é que escrevo esta narração dos passatempos e dos atributos do Senhor. et-rnata—dessa maneira; mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; sukhe—
Não sei como escrever adequadamente, mas purifico-me ao fazer essa descrição. Çom alegria; kãla yãya—o tempo passa; krsnera—do Senhor Krsna; viraha—devido
a saudade; vikãra—transformações; ange—no corpo; nãnã—diversas; haya—há.
Verso 19 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 7
6 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-líla, 11
eka-t{ina—certo dia; govinda—o servo pessoal do Senhor Caitanya Mahãprabhu;
T R A D U Ç Ã O — N e s s e estado de espírito, Srí Caitanya Mahãprabhu, tomado de mahã-prasâda lanã—levando mahã-prasãda; haridãse dite—entregar a Haridasa; gelã—
imensa felicidade, passava Seus dias em Nílãcala, Jagannãtha Puri. Sentindo foi; ãnandita hanã—com muito júbilo.
saudades de Krsna, Ele manifestava muitos sintomas transcendentais por todo
o Seu corpo. TRADUÇÃO—Certo dia, Govinda, o servo pessoal de Sri Caitanya Mahãprabhu,
com muito júbilo, foi entregar a Haridasa Thâkura os restos do alimento do
VERSO 14 Senhor Jagannãtha.

faü fvrca 3 ÍC? faisRi, 3tC3n ' w f s " ! ? I VERSO 17


f N f l » S w - s t , « K i W t ü 3 3 « n r a i ^ 3 ii ^8 ii
dine dine bode vikãra, rãtrye atisaya G«Ftft,-3Sf3fftJl fcífí? 35f%irttf5 «13*1 I
cinta, udvega, pralãpãdi yata áãstre kaya 3W s?Hf 3 * f à c « t f § l ^ n - s i ç t ô * ! II 2>1 II
dine dine—dia após dia; bãde—aumentam; vikãra—transformações; rãtrye atisaya—
em especial à noite; cinta—ansiedade; udvega—agitação; pralãpa—falar como um dekhe,—haridasa thâkura kariyãche sayana
louco; ãdi—e assim por diante; i/afa—tantas quantas; Sflsfre kaya—são mencionadas manda manda kariteche sahkhyã-sankirtana
nos sãstras. dekhe—e\e viu; haridasa thâkura—Haridasa Thâkura; kariyãche éayana—estava
deitado; manda manda—mui compassadamente; kariteche—fazia; sankhyã-sankirta-
TRADUÇÃO—A cada dia os sintomas aumentavam, e à noite eles ficavam ainda na—cantar de um n ú m e r o fixo de voltas.
mais exacerbados. Todos esses sintomas, tais como ansiedade e agitação trans-
cendentais, e conversar tal qual um louco, estavam presentes, exatamente como TRADUÇÃO—Ao aproximar-se de Haridasa Thâkura, Govinda notou que Haridasa
descritos nos sastras. Thâkura, deitado de costas, cantava suas voltas mui compassadamente.

VERSO 15 VERSO 18

CtFrtfâp, «113 í t T F W - S t S I C M t f S R 'Ptf?,—'Sfc ^ t f t ' CStsW' I


atfà-ftw OTÍtfÇ S J ^ 3 i ç R i II i» II 3?f%ffT*f f C Ç . - ^ f s f «Pf3^Bt€?»1 II 5V-II

svarüpa gosãni, ãra rãmãnanda-rãya govinda kahe, — 'utha ãsi' karaha bhojana'
rãtri-dine kare donhe prabhura sahãya haridasa kahe,—ãji karimu langhana
svarüpa gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; ãra—e; rãmãnanda-rãya—Rãmã- govinda kahe—Govinda disse; utha—por favor, levanta-te; ãsi'—vindo; karaha
nanda Rãya; rãtri-dine— dia e noite; ícare—fazem; donhe— ambos; prabhura—de Srí bhojana—aceita tua prasãda; haridasa kahe—Haridasa replicou; «//—hoje; karimu lan-
Caitanya Mahãprabhu; sahãya—auxílio. ghana— observarei jejum.

T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara Gosvãmí e Rãmãnanda Rãya, os principais as- TRADUÇÃO—"Por favor, levanta-te e aceita tua mahã-prasãda", disse Govinda.
sistentes nos passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu, permaneciam com Ele Haridasa Thâkura replicou: "Hoje observarei j e j u m . "
tanto de dia quanto de noite.
VERSO 19
VERSO 16
<3cs • r i f e , c ^ s i t f s i f è ? ?
a w t s i l t " ? I t f s m t S , G^ltfS S ç f f o ? f ÍS> II

sankhyã-kirtana püre nahi, ke-mate khãiba?


eka-dina govinda mahã-prasada lanã mahã-prasãda ãniyãcha, ke-mate upeksiba?
haridãse dite gelã ãnandita hanã
B Sn Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, 11
Verso 23 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 9

sahkhyã-kirtana—o número fixo do cantar; püre nãhi—não está completo; ke-mate


khãiba—como poderei comer; mahã-prasãda ãniyãcha—trouxeste a mahã-prasãda; ke- ãra dina—no dia seguinte; mahãprabhu—Sn Caitanya Mahãprabhu; tãhra fhãhi—k
sua residência; ãilã—veio; su-stha hao—estás bem; haridasa—ó Haridasa; bali'—
mate upeksiba—como poderei recusar.
dizendo; tãnre—a ele; puchilã—perguntou.
T R A D U Ç Ã O — " A i n d a não terminei de cantar o meu número regular de voltas.
De que jeito, então, posso comer? Mas trouxeste mahã-prasãda, e que direito TRADUÇÃO—No dia seguinte, indo até à residência de Haridasa, Srí Caitanya
Mahãprabhu perguntou-lhe: "Haridasa, estás passando b e m ? "
tenho eu de recusá-la?"

VERSO 20 VERSO 22

<sf$ ? f è f * * t « W f ^f%5i1 ?»**< i • v r e t i ^f%' e i w i fac?(f*i i

3 * 9^1 « r s ^fàen W H I V l i • f f t * 3 * c s c i r a , i s * i^rm i i n i

efa baZi' mahã-prasãda karilã vandana namaskãra kari' tenho kailã nivedana
sarira sustha haya mora, asustha buddhi-mana
eka rahca lanã tara karilã bhaksana
namaskãra kari'—após prestar reverências; tenho—ele, Haridasa Thâkura; kailã
eta bali'—dizendo isso; mahã-prasãda—h mahã-prasãda; karilã vandana—ele ofereceu
nivedana—expôs; sarira—corpo; su-stha—muito bem; haya—está; mora—meu;
respeitos; efaj rança—uma pequena porção; lanã—pegando; fãra teri/õ bhaksana—
asu-stha—numa condição que não é saudável; i)i,dd/ii-mana—minha mente e in-
comeu-a. teligência.
T R A D U Ç Ã O — D i z e n d o isso, ofereceu orações à mahã-prasãda, pegou-lhe uma
T R A D U Ç Ã O — P r e s t a n d o suas reverências ao Senhor, Haridasa respondeu: " M e u
pequena porção e comeu-a.
corpo está muito bem, porém, minha mente e inteligência não estão nada b e m . "
SIGNIFICADO—A mahã-prasãda não é diferente de Krçna. Portanto, ao invés de
comer mahã-prasãda, devemos honrá-la. Diz-se aqui que karilã vandana: "ele ofe- VERSO 23
receu orações." Ao aceitarmos mahã-prasãda, não devemos considerar o alimento
como sendo preparações habituais. Prasãda significa misericórdia. Devemos con-
siderar mahã-prasãda como uma dádiva de Krçna. Como afirma Srila Bhaktivinoda c*wi - • * R « m - ^ s i üi • g r a ' ii li
Thâkura, krsna bada dayãmaya karibãre jihvã jaya svaprasãda-anna dilã bhãi. Krçna é
muito bondoso. Todos nós neste m u n d o material estamos muito apegados a sa- prabhu faj/ie,— 'fon vyãdhi, kaha ta' nirnaya?'
borear diversas categorias de alimento. Portanto, Krçna come muitas saborosas tenho kahe, — 'sahkhyã-kirtana nã püraya'
variedades de comida e devolve este alimento aos devotos, de sorte que possamos prabhu kahe— Sri Caitanya Mahãprabhu disse; kon vyãdhi—que doença; fca/w /a'
não apenas satisfazer as exigências <le provarmos diversos sabores, mas também nirnaya—podes definir; reri/io faj/ie—ele disse; sahkhyã-kirtana—número fixo de
possamos, ao comer prasãda, avançar na vida espiritual. Logo, jamais devemos voltas; nã püraya—não foi preenchido.
colocar os alimentos comuns no mesmo nível da mahã-prasãda.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu continuou perguntando a Haridasa:
"Podes determinar qual é a tua doença?" Haridasa Thâkura respondeu: " M i n h a
doença consiste na minha incapacidade de completar minhas voltas."
VERSO 21

«fl^il i
« i r a fàü « r e t ü f * r ? frtfê»
SIGNIFICADO—Quem não consegue completar o número fixo de voltas que lhe
*NS, *fiwt>i- *W * r a r *tfí»l1 II II é designado deve-se considerar como estando numa condição de vida espiritual
doentia. Srila Haridasa Thâkura é chamado de nãmãcãrya. É claro que não pode-
ãra dina mahãprabhu tãhra thãni ãilã
rmos imitar Haridasa Thâkura, mas todos devem cantar um número prescrito de
sustha hao, haridasa—bali' tãnre puchilã
voltas. Em nosso movimento para a consciência de Krçna, eçtabelecemos um
1Ü Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lllã, 11 Verso 27 O desaparecimento de Haridasa Thâkura II

mínimo de dezesseis voltas, de modo que os ocidentais não se sintam sobrecar- S I G N I F I C A D O — H a r i d a s a Thâkura é conhecido como nãmacãrya por ter pregado as
regados. Devem-se cantar essas dezesseis voltas, e cantar alto, para que a pessoa glórias de cantar hari-nãma, o santo nome de Deus. Ao usar as palavras tomara
ouça a si mesma e aos outros. avatãra ("tua encarnação"), Sri Caitanya Mahãprabhu confirma que Haridasa
Thâkura é uma encarnação do Senhor Brahmã. Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati
VERSO 24 •Thâkura afirma que os devotos avançados participam da missão da Suprema Per-
sonalidade de Deus, e que tais devotos, ou associados pessoais, encarnam de
<sfç.3sc*, - 3&«t1 ' i w f « i * TO i acordo com a vontade do Senhor Supremo. O Senhor Supremo encarna conforme
Sua própria vontade, e, obedecendo ao desejo dEle, devotos competentes também
$Nr0K fp» «ItatÇ C^W TO ? *8 II
encarnam para ajudá-lO em Sua missão. Sendo assim, Haridasa Thâkura é uma
prabhu kahe, — "vrddha ha-ílã 'sankhyã' alpa kara encarnação do Senhor Brahmã, da mesma forma que outros devotos são encar-
siddha-deha tumi, sãdhane ãgraha kene kara? nações que ajudam na consecução da missão do Senhor,
prabhu kahe—o Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu disse; vrddha ha-ilã—envelhe-
ceste; sankhyã alpa kara—reduze o teu número; siddha-deha tumi—)á és liberado; VERSO 26
sãdhane—pelos princípios reguladores; ãgraha kene kara—por que estás ansioso.
i«C3 «9 JRfM 3*13' TO I"
TRADUÇÃO—"Agora que envelheceste", disse o Senhor, " p o d e s reduzir o teu sfswri "çw ei ri i*j füCTíw n n
número de voltas diárias. Já estás liberado, e por isso não necessitas seguir mui
estritamente os princípios reguladores." ebe alpa sankhyã kari' kara sankírtana"
haridasa kahe, — "suna mora satya nivedana
SIGNIFICADO—Enquanto não atingirmos a plataforma de amor espontâneo por ebe—agora; alpa sankhyã—um número reduzido do cantar; kari'—fazendo; kara
Deus, devemos seguir os princípios reguladores. Thâkura Haridasa deu o exemplo sahkhtana—cantar do mahã-mantra Hare Krçna; haridasa kahe—Haridasa Thâkura
vivo de como seguir os princípios reguladores. Do mesmo modo, Raghunãtha replicou; éuna—por gentileza, ouve; mora—minha; satya—verdadeira; nivedana—
dãsa Gosvãmí estabeleceu um exemplo vivo. O $ad-gosvãmy-astaka afirma que súplica.
sankhyã-pürvaka-nãma-gãna-natibhih kãlãvasãnikrtau. Os Gosvãmís, em especial
Raghunãtha dãsa Gosvãmí, seguiam à risca todos os princípios reguladores. O TRADUÇÃO—O Senhor concluiu: "Agora, então, reduze por favor o número fixo
primeiro princípio regulador é que devemos cantar o mahã-mantra Hare Krçna de vezes que cantas o mahã-mantra Hare Krsna." Haridasa Thâkura replicou:
em tom de voz que possamos ouvir esse cantar, e devemos fazer o voto de cantar "Faze a gentileza de ouvir minha verdadeira súplica."
um número fixo de voltas. Raghunãtha dãsa Gosvãmí não só cantava um número
fixo de voltas, mas também fez o voto de curvar-se muitas vezes, em sinal de VERSO 27
reverência ao Senhor.
VERSO 2 5 fta-srtfè sra ci I? f*wu-35OT33 i
#t«TOÍ 33 sjp)3 «WI *tfSI3 II II
0tm f s r a t f à c s c s s w s '*ITOT3' I
HtCRI OTtt * 5
f f s w l « Í 5 1 3 II *<í II hina-jãti janma mora nindya-kalevara
hína-karme rata muni adhama pãmara
loka nistãrite ei tomara 'avatãra' hina-jãti—em família inferior; janma mora—meu nascimento; nindya—abominável;
nãmera mahimã loke karilã pracãra kalevara—corpo; hina-karme—em atividades aviltantes; rata muni—estou inteiramen-
loka nistãrite—para libertar as pessoas em geral; ei—esta; tomara avatãra—tua en- te ocupado; adhama—o mais baixo dos homens; pãmara—muito condenado.
carnação; nãmera mahimã—as glórias do santo nome; loke— neste m u n d o ; karilã
pracãra—pregaste.
T R A D U Ç Ã O — " N a s c i em família inferior, e meu corpo é muito abominável. Vivo
TRADUÇÃO—"Teu papel nesta encarnação é libertar as pessoas em geral. Pregaste ocupado em atividades aviltantes. Portanto, sou o homem mais baixo e mais
suficientemente as glórias do santo nome neste m u n d o . " condenável."
Verso 32 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 13
12 éri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 11

TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, por Tua misericórdia fizeste-me dançar de


VERSO 28 muitas maneiras. Por exemplo, ofereceram-me o srãddha-pâtra, reservado apenas
aos brãhmanas de primeira classe. Eu, embora nascido em família de comedores
«ffSJ, « T » M I CHC3 « w t e l ? i de carne, comi isto."
Cifra? s s r e ?s(f%' e t c ? c ? $ c à esr^sTl IUV- i
S I G N I F I C A D O — E m seu Anubhã$ya, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvatí Thâkura faz a
adréya, aspréya more ahgikãra kailã seguinte citação do Visnu-smrti, em relação ao érãddha-pãtra.
raurava ha-ite kãdi' more vaikunthe cadãilã
adréya—que não deve ser visto; aspréya—intocável; more—a mim; ahgikãra kailã— brãhmanãpasadã hy ete
aceitaste; raurava ha-ite—de uma condição infernal; kãdi'—tirando; more—a mim; kathitãh pahkti-düsakãh
vaikun\he cadãilã—elevaste à plataforma de Vaikuntha. etãn vivarjayed yatnãt
srãddha-karmani pandilah

TRADUÇÃO—"Não devo ser visto nem tocado, mas, mesmo assim, aceitaste-me De acordo com este verso, àquele que nasce em família de brãhmanas mas não
como Teu servo. Isto implica que me libertaste de u m a condição infernal e se comporta de acordo com os padrões bramínicos, não se lhe deve oferecer o
elevaste-me à plataforma de V a i k u n t h a . " érãddha-pãtra, que é prasãda oferecida aos antepassados. Advaita Acãrya ofereceu
o érãddha-pãtra a Haridasa Thâkura, e não a um brãhmana nascido em família de
VERSO 29 brãhmanas. Embora Haridasa Thâkura houvesse nascido em família de comedores
de carne, como era um devoto avançado, mostrou-se-lhe mais respeito que a um
^ « 3 §"93^fà| 5*8 W » 3 I brãhmana de primeira classe.
ÜHH, 3t5r«> 3 f « C?C5 I<>51 5 3 « II
VERSO 31
svatantra iévara tumi hao icchãmaya
jagat nãcão, yãre yaiche iechã haya vá?s 3 ( ^ 1 53 C1Í3 35 fa* C5ÍS I
svatantra—totalmente independente; iévara—Suprema Personalidade de Deus;
tumi—Tu; «ao—és; icchã-maya—livre para agir de acordo com o Teu desejo; jagat—o êflsil JWfk? $fsK-9!3 C1Í3 fçp« II «i II
mundo; nãcão—fazes dançar; yãre—que; yaiche—como; iechã haya—bem quiseres. eka vãhchã haya mora baliu dina haite
lilã samvaribe tumi—laya mora citte
eka vãrichã—um desejo; haya—é; mora—meu; baliu dina—há muito tempo; haite—
TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, és a Personalidade de Deus totalmente in- desde; lilã—Tuas atividades; samvaribe tumi—encerrarás; laya mora citte—estou
dependente. Ages por Tua livre e espontânea vontade. Fazes o m u n d o inteiro pensando.
dançar e agir como bem q u i s e r e s . "
TRADUÇÃO—"Há muito tempo que tenho um desejo. Acho que muito em breve,
"VERSO 30 meu Senhor, concluirás Teus passatempos neste m u n d o material."

^ • r o i r t r ô p v l c i t e ? SJlfW =3>f??1 I
f a c a ? a t t « * n a « r è » 'CPÜÇ' S ^ I H ® ° « VERSO 32

aneka nãcãilã more prasãda kariyã c f è efrsri Sl^CIfC? 35^ ül C»3ll?l I


viprera érãddha-pãtra khãinu 'mleccha' hanã
« u t * ! ? « i t e t c i t a « m N trf%3t i 11
aneka—de muitas maneiras; nãcãilã—fizeste dançar; more—a mim; prasãda kariyã
por Tua misericórdia; viprera—dos brãhmanas; érãddha-pãtra—o prato da cerimôr sei lilã prabhu more kabhu nã dekhãibã
de érãddha; khãinu—comi; mleccha hanã—embora nascido em família de comedor
ãpanãra ãge mora éarira pãdibã
de carne.
14 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-hla, 11
Verso 38 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 15

sei lilã—esse passatempo; prabhu—meu Senhor; more—a mim; kabhu—jamais;


nã dekhãibã—não mostres; ãpanãra age—diante de Ti; mora éarira—meu corpo; mora—meu; eí—este; iechã—desejo; yadi—se; tomara prasãde—por Tua misericór-
dia; haya—é; ei nivedana—esta súplica; mora—minha; tora—simplesmente faze; dayã-
pãdibã—que ele caia.
maya—ó misericordioso.
T R A D U Ç Ã O — " E s p e r o que n ã o me mostres este capítulo final de Teus passatem-
pos. Antes que chegue esse momento, deixa, por favor, que meu corpo caia diante TRADUÇÃO—"O misericordiosíssimo Senhor, se, por Tua misericórdia, isto for
de T i . " possível, por favor, satisfaze meu d e s e j o . "

VERSO 33 VERSO 36

dl * f ) S GWI Í1Í3 *f;53S «3 «tíCSf I


Çtf£3 lfH.C<5t1t?l TO*I 53*1 I
d | i t f l - f S i f f c»it3 c « W c « l i i t í l t ii" w » n
tom cwfírç ffstrfô I t » 3 e « ii ii
ei nica deha mora paduka lava ãge
hrdaye dharimu tomara kamala carana
nayane àekhimu tomara cãhda vaàana ei vãfichã-siddhi mora tomãtei lãge"
ei—este; nica—de nascimento inferior; deha—corpo; mora—meu; paduka—que ele
hrdaye—sobre meu coração; dharimu—segurarei; tomara—Teus; kamala carana—
caia; tava ãge—diante de Ti; eí—esta; vãfichã-siddhi—perfeição do desejo; mora—
pés de lótus; nayane—com meus olhos; dekhimu—verei; tomara—Teu; cãhda vaàana—
meu; tomãtei—por Ti; lãge—pode-se concretizar.
rosto de lua.

T R A D U Ç Ã O — " D e s e j o segurar Teus pés de lótus sobre o m e u coração e ver Teu TRADUÇÃO—"Deixa este corpo, que é d e nascimento inferior, cair diante de Ti.
Podes concretizar esta perfeição de todos os meus desejos."
rosto de l u a . "

VERSO 34 VERSO 37

« r ç r « C 5 , - " 5 f 3 w r n , c? f f s i srtftc* i
93» ? * f í » r a <5Í51 «I3«8 3*f%C3 II « 1 II

prabhu kahe, — "haridasa, ye tumi mãgibe


jihvãya uccãrimu tomara 'krsna-caitanya'-nãma
krsna krpãmaya tãhã avaéya karibe
ei-mata mora iechã,—chãdimu parãna
prabhu kahe— Srí Caitanya Mahãprabhu replicou; haridasa—Meu querido Hari-
jihvãya—com minha língua; uccãrimu—cantarei; tomara—Teu; krsna-caitanya-
dasa; ye—tudo o que; tumi— tu; mãgibe—pedes; krsna—o Senhor Krçna; krpã-max/a—
nãma—santo nome do Senhor Krçna Caitanya; ei-mata—dessa maneira; mora iechã—
misericordiosíssimo; tãhã—isto; avaéya—com certeza; karibe—executará.
meu desejo; chãdimu parãna—abandonarei a vida.

TRADUÇÃO—"Com minha língua, cantarei Teu santo nome: 'Srí Krsna Caitanya!' TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu disse: " M e u querido Haridasa, Krsna é
É este o meu desejo. Por favor, permite que eu abandone meu corpo nestas cir- tão misericordioso que Se vê na obrigação de executar tudo o que desejas."
cunstâncias."
VERSO 35
VERSO 38
£5[t3 4 5 l « ? 1 3f% ( v 5 t 1 t 3 « W 1 C T 5 3 I fofj «ttHT3 C3 ^ t i T l fWM |
dl faC3Wü d t 3 TO, W31S13 II •»« II
csWi C 3 f t j « « , -3rc* "«rmtw «Tf?sl n"«ni
mora ei iechã yadi tomara prasãde haya
ei nivedana mora kara, dayãmaya kintu ãmãra ye kichu sukha, saba tomã lanã
tomara yogya nahe,—yãbe ãmãre chãdiyã"
Verso 44 O desaparecimento de Haridasa Thâkura
16 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, 11

ãmã-hena yadi eka kita mari' gela


kintu—mas; ãmãra—Minha; ye—toda que; kichu—qualquer; sukha—felicidade; eka pipilikã maile prthvira kãhãh hãni haila?
saba—tudo; toma lanã—devido à tua associação; tomara—a ti; yogya nahe—não ãmã-hena—como eu; yadi—se; eka—um; kita—inseto; mari' gela—morre; efa-uma;
convém; yâhe—irás embora; ãmãre chãdiyã— deixando-Me de lado. pipilikã—formiga; maile—se ela morre; prthvira—da Terra; kãhãh—onde; nãní naíla—
há alguma perda.
TRADUÇÃO—"Mas, toda a felicidade q u e sinto, sinto-a por estar na tua compa-
nhia. Não é justo que vás embora e Me deixes de l a d o . " TRADUÇÃO—"Meu Senhor, se u m inseto insignificante como eu morrer, qual
será a perda? Se uma formiga morrer, que perda sofrerá o m u n d o material?"
VERSO 39
VERSO 42
BUCI «tf?' TO? çfà» r i , -"«1 'artil' i
« W S « i f , TO d l '«Sf H ®S> II

carane dhari' kahe haridasa, — "nã kariha 'mãyã' ^ f r f C I , «fÇ, C»Ifir d| « i M II" 8J> II
avaéya mo-adhame, prabhu, kara ei 'dayã' 'bhakata-vatsala' prabhu, tumi, mui 'bhaktãbhãsa'
carane—os pés de lótus; dhari'—agarrando; kahe—disse; naridãsa—Haridasa avaéya pürãbe, prabhu, mora ei ãéa"
Thâkura; nã kariha mãyã—não cries uma ilusão; avasya—com certeza; mo-adhame— bhakata-vatsala—sempre afetuoso para com os devotos; prabhu—meu Senhor;
a mim, que sou tão caído; prabhu—meu Senhor; kara ei dayã—mostra essa mise- tumi—Tu; mui—eu; bhakta-ãbhãsa—um devoto de imitação; avaéya—decerto; pürãbe—
ricórdia. satisfarás; prabhu—meu Senhor; mora—minha; ei—esta; ãs'a—expectativa.

T R A D U Ç Ã O — A g a r r a n d o os pés de lótus de Srí Caitanya Mahãprabhu, Haridasa TRADUÇÃO—"Meu Senhor, és sempre afetuoso com Teus devotos. Não passo
Thâkura disse: " M e u Senhor, não cries u m a ilusão! Apesar de eu ser tão caído, de um devoto de imitação, mas, não obstante, espero que satisfaças meu desejo.
com certeza deves mostrar-me essa misericórdia!" Conto muito com i s s o . "

VERSO 40 VERSO 43

cm ftortsifti TO> 35=3 srçt*Ri i


ç$\m êfferta i ç r a c^fíí»®^ 53 11 8° 11
mora éiromani kata kata mahãéaya madhyãhna karite prabhu calilã ãpane
tomara IXlãra sahãya koti-bhakta haya iévara dekhiyã kãli dibena daraéane
mora—minhas; éiromani—pias preciosíssimas; kata kata—muitas, muitas; mahã- madhyãhna karite—para realizar Seus deveres do meio-dia; prabhu—Sri Caitanya
éaya—personalidades marcantes; tomara lílãra—em Teus passatempos; sahãya— Mahãprabhu; calilã ãpane—levantou-Se; iévara dekhiyã— após visitar o Senhor Jagan-
auxiliares; koti-bhakta—milhões de devotos; haya—há. nãtha; kãli—amanhã; dibena daraéane—Ele veria Haridasa Thâkura.

TRADUÇÃO—"Meu Senhor, existem muitas personalidades respeitáveis, milhões TRADUÇÃO—Como devia cumprir Seus deveres do meio-dia, Srí Caitanya Mahã-
de devotos, que são dignos de se sentar em minha cabeça. Todos eles são úteis prabhu levantou-Se para partir, mas ficou combinado que, no dia seguinte,
em Teus passatempos." depois de ver o Senhor Jagannãtha, Ele faria uma nova visita a Haridasa Thâkura.

VERSO 41 VERSO 44

5
'wtiKsw sfà d ? ^ l í V 6*WJ 1 iqrfiji ^ f i r p s i«jr,üf ^ f à s r l •sfra 11 88 11
d t * fa^lfèwl C I O T «jtjH f t t l stfa c?5i ?8ÍII
18 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 11 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 19
Verso 50

tabe mahãprabhu tãnre kari' ãlihgana prabhu kahe, — 'haridasa, kaha samãcãra'
madhyãhna karite samudre karilã gamana haridasa kahe, — 'prabhu, ye krpã tomara'
tabe—então; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãnre—a ele (Haridasa);! prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; haridasa—Meu querido Haridasa;
kari'—fazendo; ãlihgana—abraço; madhyãhna karite—para realizar Seus deveres doi kaha samãcãra—quais são as novidades; haridasa kahe— Haridasa respondeu;
meio-dia; samudre—rumo ao mar; karilã gamana—foi. prabhu—meu Senhor; ye—qualquer; krpã—misericórdia; tomara—Tua.

TRADUÇÃO—Após abraçá-lo, Sri Caitanya Mahãprabhu partiu para realizar Seus TRADUÇÃO—O Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu perguntou: " M e u querido
deveres do meio-dia, e, com este fim, foi tomar banho de mar. Haridasa, quais são as novidades?" Haridasa Thâkura respondeu: "Meu Senhor,
elas se resumem à misericórdia que possas me outorgar."
VERSO 4 5
VERSO 4 8

sfêlSTCl C * f * I t f 5 « I t l l l ^ 5 3*1331 II 8<? II «IWCil « I t 3 f % 1 1 2 1 ^ »!$T1<tlí55í I


3T,afi<!|3!-*tfe<3 <5t$1 3=53*1 II 8b- II
prãtah-kãle iévara dekhi' saba bhakta lanã
haridãse dekhite ãilã éighra kariyã ahgane ãrambhilã prabhu mahã-sahkirtana
prãtah-kãle—de manhã; iévara dekhi'—após visitar o Senhor Jagannãtha; saba vakresvara-pandita tãhãh karena nartana
bhakta—todos os devotos; lanã—acompanhado de; haridãse—Haridasa; dekhite- ahgane—no pátio; ãrambhilã—começou; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; mahã-
ver; ãilã—veio; éighra kariyã—às pressas. sahkirtana—grande canto congregacional; vakreévara-pandita—Vakreávara Pandita;
tãhãh—ali; karena nartana—dançou.
TRADUÇÃO—Na manhã seguinte, após visitar o templo de Jagannãtha, Sri
Caitanya Mahãprabhu, acompanhado de todos os Seus outros devotos, apressou- TRADUÇÃO—Tão logo ouviu isso, Srí Caitanya Mahãprabhu, no pátio, deu início
Se em ir ver Haridasa Thâkura. ao canto congregacional. Vakreávara Pandita era o dançarino principal.

VERSO 4 6 VERSO 4 9
ç f a í f t c i ü «ttcfl wrtfi' f i m t*3»t« i
5fàw[*i i f a n t « l i s c ^ i - s s i II 8* ii w K t f r t f a » « r t f ò 3<5 « r ç r a *t«i i
( t f l f t C T <7tf$ 35C3J stf»l-Jv#t#* II 8S> II
haridãsera ãge ãsi' dilã daraéana
haridasa vandilã prabhura ãra vaisnava-carana svarüpa-gosãni ãdi yata prabhura gana
haridãsera—de Haridasa Thâkura; ãge—diante; ãsi'—vindo; dilã daraéana—deu Suâl
haridãse bedi' kare nãma-sankirtana
audiência; haridasa—Haridasa Thâkura; vandilã—ofereceu respeitos; prabhura—de
svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; ãdi—e outros; yata—todos; prabhura
Sri Caitanya Mahãprabhu; ãra—e; vai$nava—dos Vaisnavas; carana—aos pés de
gana—a companhia do Senhor; haridãse bedi'—cercando Haridasa Thâkura; kare—
lótus.
realizaram; nãma-sankirtana—canto congregacional.

TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu e os outros devotos colocaram-se perante T R A D U Ç Ã O — E n c a b e ç a d o s por Svarüpa Dâmodara Gosvãmí, todos os devotos de
Haridasa Thâkura, que, então, prestou seus respeitos aos pés de lótus de Sn Sri Caitanya Mahãprabhu cercaram Haridasa Thâkura e iniciaram o canto con-
Caitanya Mahãprabhu e de todos os Vaisnavas. gregacional.
VERSO 50
VERSO 4 7

s j Ç w — 'çfàwti, 3* npütp^* i mim, i p f í r á i , 1 3 1 ? « i w t p s i

ç f s s f i f R , ' « ç , m f * t 1 C « W « ' II 8S i f l W t C T * « « I * I Ç * t P > M 1 3sfar,<5 II d' H


20 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 11 Verso 55 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 21

rãmãnanda, sãrvabhauma, sabãra agrete VERSO 53


haridãsera guna prabhu lãgilã kahite
rãmãnanda—Rãmãnanda Rãya; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; sabãra—
de todos; agrete—diante; haridãsera—de Haridasa Thâkura; guna—atributos; f a « K f l s - $ 5 <çv-g5i*lwr f t n 1 1 « *
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; lãgilã kahite—passou a descrever.
haridasa nijãgrete prabhure vasãilã
nija-netra—dui bhrhga—mukha-padme dilã
T R A D U Ç Ã O — D i a n t e de todos os grandes devotos, tais como Rãmãnanda Rãya haridasa—Tnãkura Haridasa; nija-agrete—diante de si mesmo; prabhure vasãilã—fez
e Sãrvabhauma Bhattãcãrya, Sri Caitanya Mahãprabhu passou a descrever as o Senhor sentar-Se; nija-netra—seus olhos; dui bhrhga—como se fossem duas
qualidades santas de Haridasa Thâkura. abelhas; mukha-padme—no rosto de lótus; dilã—ele fixou.

VERSO 51 T R A D U Ç Ã O — H a r i d a s a Thâkura fez com que Srí Caitanya Mahãprabhu Se sen-


tasse diante dele, e então, como se fossem duas abelhas, fixou seus olhos no
rosto de lótus do Senhor.
3ifo<3 ?sfe<5 <2f§3 3 t S ? II « II VERSO 54

haridãsera guna kahite prabhu ha-ilã panca-mukha "s-swta "sufi' * t f 3 i ssi"f5 5 3 * 1 1


kahite kahite prabhura bãde mahã-sukha 1 ,
13% 5»-*tWC3^51^3i- f3«! II c8 II
haridãsera—áe Haridasa Thâkura; guna—atributos; kahite—falando; prabhu—Sri
Caitanya Mahãprabhu; ha-ilã—ficou; panca-mukha—como se tivesse cinco bocas; sva-hrdaye ãni' dharila prabhura carana
kahite kahite—enquanto falava; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; bãde— sarva-bhakta-pada-renu mastaka-bhüsana
aumentou; mahã-sukha—imensa felicidade. sva-hrdaye—sobre seu coração; ãni'—trazendo; dharila—segurou; prabhura carana—
os pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu; sarva-bhakta—de todos os devotos;
pada-renu—a poeira dos pés; mastaka-bhüsana—o ornamento de sua cabeça.
TRADUÇÃO—À medida q u e descrevia os atributos transcendentais de Haridasa
Thâkura, Sri Caitanya Mahãprabhu parecia ter cinco bocas. Quanto mais Ele T R A D U Ç Ã O — S e g u r o u os pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu sobre seu co-
os descrevia, mais aumentava Sua imensa felicidade. ração e então, pegando a poeira dos pés de todos os devotos presentes, colocou-a
sobre sua cabeça.
VERSO 52 VERSO 55

çf3«rfçi3 'sc*! I 3 t 3 ftfars 53 *w i £5<59' »f*ff 3r.1ü 313 313 I


i3%<55 w>9 «snwtcra 5 3 * 1 n n 11 <#^jr^-jrtirft OtCT, &Ç& «f11t3 II Q<t II
haridãsera gune sabãra vismita haya mana 'éri-krsna-caitanya' sabda balena bãra bãra
sarva-bhakta vande haridãsera caraya prabhu-mukha-mãdhuri piye, netre jala-dhãra
haridãsera—de Haridasa Thâkura; gune—pelas virtudes; sabãra—de todos eles; éri-krsria-caitanya—Senhor Sri Krsna Caitanya; sabda—a vibração; balena—fala;
vismita—tomadas de admiração; haya—ficam; mana—mentes; sarva-bhakta—todos bãra bãra—repetidas vezes; prabhu-mukha-mãdhuri—a doçura do rosto de Sri Caitanya
os devotos; vande—adoram; haridãsera carana—os pés de lótus de Haridasa Thâkura. Mahãprabhu; piye—ele bebe; netre—através dos olhos; jala-dhãra—uma torrente
contínua de lágrimas.

TRADUÇÃO—Após ouvir sobre as qualidades transcendentais de Haridasa TRADUÇÃO—Ele pôs-se a cantar os santos nomes d e Srí Krsna Caitanya repetidas
Thâkura, todos os devotos presentes ficaram tomados de admiração. Todos ofe- vezes. À medida que bebia a doçura do rosto do Senhor, as lágrimas não paravam
receram suas respeitosas reverências aos pés de lótus de Haridasa "Thâkura. de cair de seus olhos.
22 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, l i Verso 61 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 23

VERSO 56 VERSO 59

t Ü f f P R l ^ « R F ^ T W f a * HTTFNL i
«ARCA «ic65i C S I T F A È 5 * 1 ii «S> ii

'éri-krsna-caitanya' sabda karite uccãrana haridãsera tanu prabhu kole laila uthãnã
nãmera sahita prãna kaila utkrãmana ahgane nãcena prabhu premãvista hanã
éri-krsna-caitanya—Srí Krsna Caitanya; sabda—a vibração sonora; karite uccãrana— haridãsera—de Haridasa Thâkura; tanu—o corpo; prabhu—Sri Caitanya Mahã-
cantando; nãmera sahita—com o nome; prãna—vida; kaila utkrãmana—dissipou-se. prabhu; kole— no colo; laila—pegou; uthãnã—erguendo; ahgane—no pátio; nãcena—
dança; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; premãvista hahã—ficando tomado de
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o cantava os santos nomes de Sri Krsna Caitanya, ele aban- amor extático.
donou seu ar vital e deixou seu corpo.
T R A D U Ç Ã O — O Senhor ergueu o corpo de Haridasa Thâkura e colocou-o no colo.
VERSO 57 Então, cheio de amor extático, pôs-Se a dançar no pátio.

swtr.qíc-sm-stra flrfSf im* sra«t i VERSO 60


'€tcs3 FITFR«t' *WFA 5 5 1 «ASI II « I « «rÇ3 « r r p T C » ! « W » t I ^ W I H I
mahã-yogeévara-prãya dekhi' svacchande marana C«ITR.3i?F I R . ? «RFCE, TOSI TOÍÍ II *>° N
'bhismera niryãna' sabãra ha-ila smarana
mahã-yogesvara-práya—tal qual um grande yogi místico; dekhi'—vendo; svaccham prabhura ãvese avaéa sarva-bhakta-gana
de—de acordo com sua vontade; marana—morte; bhismera niryãna—o decesso de premãveée sabe nãce, karena kirtana
Bhísma; sabãra ha-ila smarana—todos lembraram. prabhura ãvese— devido às emoções extáticas de Sri Caitanya Mahãprabhu; avaéa—
desamparados; sarva-bhakta-gana—todos os devotos; prema-ãvese—em grande amor
T R A D U Ç Ã O — A o verem a morte maravilhosa de Haridasa Thâkura, que, como extático; sabe—todos eles; nãce—dançam; karena kirtana—e realizam canto con-
acontece a um grande yogi místico, determinou, de acordo com sua própria von- gregacional.
tade, o momento em que deveria abandonar o corpo, todos lembraram-se do
decesso de Bhísma. T R A D U Ç Ã O — D e v i d o ao amor extático de S r i Caitanya Mahãprabhu, todos os de-
VERSO 58 votos ficaram desamparados, e, em amor extático, eles também puseram-se a
dançar e cantar congregacionalmente.
'«tV *CT TOS ppWttW i
c e f o t a p * TOtcBf 555(1 fim* II av- II
VERSO 61
'hari' 'krsna'-sabde sabe kare kolãhala
premãnande mahãprabhu ha-ilã vihvala
hari—o santo nome de Hari; krsna—o santo nome de Krsna; sabde—com a vibração «3*i»f-CStí5lTfas eftgW TO151 I f a f T í l II 4>b I)
sonora; sabe—todos eles; kare—fazem; kolãhala—grande barulho; prema-ãnande—
pelo amor extático; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; ha-ilã vihvala—ficou ei-mate nrtya prabhu kailã kata-ksana
dominado. svarüpa-gosãni prabhure karãila sãvadhãna
ei-mate—dessa maneira; nrtya—dança; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kailã—
T R A D U Ç Ã O — À medida que todos eles cantavam os santos nomes " H a r i " e realizou; kata-ksana—por algum tempo; svarüpa-gosãni— Svarüpa Dâmodara
" K r s n a " , eclodiu um barulho tonitruante. Sri Caitanya Mahãprabhu ficou do- Gosvãmí; prabhure—a Sri Caitanya Mahãprabhu; karãila—fez com que fizesse;
minado pelo amor extático. sãvadhãna—atenção aos outros rituais.
24 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 11 O desaparecimento de Haridasa "Thâkura 25
Verso 67

TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu dançou por algum tempo, e então TRADUÇÃO—Após banhar o corpo de Haridasa Thâkura no mar, árí Caitanya
Svarüpa Dâmodara Gosvãmí informou-O dos outros rituais aplicáveis ao corpo Mahãprabhu declarou: " D e hoje em diante, este mar passa a ser um importante
de Thâkura Haridasa. lugar de peregrinação."

VERSO 62 VERSO 65

sfãnti-fctTO* < S W faqtW 5<St<íPl I ÇlWÍCI* f l C W * f»tCT W1t«l I


»i«ICüf 1 4 3 1 C * W ^ftYsl II M 8
ç f i w t c r a TO* faU a j u - p H » » * ! n s>« 11
haridãsa-thãkure tabe vimãne cadãnã haridãsera pãdodaka piye bhakta-gana
samudre lanã gelã tabe kirtana kariyã haridãsera ange dilã prasãda-candana
haridãsa-thãkure—Haridasa Thâkura; tabe—então; vimãne— n u m veículo parecido haridãsera—de Haridasa Thâkura; pãda-udaka—a água que tocou os pés de lótus;
com um aeroplano; cadãnã—erguendo; samudre—à praia; /«ííã ge/ã—levaram; tabe— piye—bebem; bhakta-gana—os devotos; haridãsera—de Haridasa Thâkura; ange—o
então; kirtana kariyã—realizando o canto congregacional. corpo; dilã— untaram; prasãda-candana—com os restos de polpa de sândalo oferecida
ao Senhor Jagannãtha.
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , erguendo o corpo de Haridasa Thâkura, colocaram-no em
um veículo que lembrava um aeroplano; nestas circunstâncias, e acompanhado T R A D U Ç Ã O — T o d o s beberam a água que tocara os pés de lótus de Haridasa
do canto congregacional, o corpo foi levado para o mar. Thâkura, após o que untaram o corpo de Haridasa Thâkura com os restos da
polpa de sândalo do Senhor Jagannãtha.
VERSO 63
VERSO 66

•ntü F S J TO* « a W * w w - i t w II «.-a n C<513, « W t W , 3SJ TO* fiWI I


3t9J3St? t « ' 3 s f ã ' <5tT.Ç < ? f T 5 t l l 1 II II
ãge mahãprabhu calena nrtya karite karite
pãche nrtya kare vakreávara bhakta-gana-sãthe dora, kadãra, prasãda, vastra ange dilã
ãge—na frente; mahãprabhu—éri Caitanya Mahãprabhu; calena—vai; nrtya-. vãlukãra garta kari' tãhe soyãilã
dança; karite karite—realizando; pãche—atrás; nrtya kare—dança; vakresvara- dora—cordas de seda; kadãra—restos da polpa de sândalo do Senhor Jagannãtha;
Vakresvara; bhakta-gana-sãthe—com outros devotos. prasãda—restos de comida do Senhor Jagannãtha; vastra—roupa; ange—sobre o
corpo; dilã—deram; vãlukãra—de areia; garta—uma sepultura; kari'—fazendo; tãhe—
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu ia dançando na frente da procissão, e dentro desta; soyãilã—colocaram.
Vakreávara Pandita, juntamente com os outros devotos, cantava e dançava atrás
dEle. TRADUÇÃO—Após cavarem u m buraco na areia, coiocou-se ali o corpo de Hari-
VERSO 64 dasa Thâkura. Sobre o referido corpo, colocaram-se remanentes do Senhor Jagan-
nãtha, tais como Suas cordas de seda, polpa de sândalo, comida e roupa.
iftWHCT iqjB-WCI 'ata TOtlll I
« I H TO?,—"*rçaf dl '«IÇt^íW' ç l l f II *8 II VERSO 67

haridãse samudra-jale snãna karãila FtflfWC* W t « l TOS" I


prabhu kahe, — "samudra ei 'mahã-tirtha' ha-ilã" ^GJFíRi-^RYS TOa* «rfiTOT içfa n 11
haridãse—o corpo de Haridasa; samudra-jale—na água do mar; snãna karãila—j
banhou; prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; samudra—mar; ei—este; F cãri-dike bhakta-gana karena kirtana
mahã-tirtha ha-ilã—tornou-se um importante lugar de peregrinação. vakresvara-pandita karena ãnande nartana
26 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, H Verso 73 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 27

cari-dike—por toda a volta; bhakta-gana—os devotos; karena—realizaram; kirtana— tãhã— isto; bedi'—rodeando; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kailã—realizou;
canto congregacional; vakresvara-pandita—Vakreávara Pandita; karena—realizou; kirtana nartana—canto e dança; hari-dhvani-kolãhale—o som tonitruante do santo
ãnande—em júbilo; nartana—dança. nome de Hari; bharila—encheu; bhuvana—o universo inteiro.

T R A D U Ç Ã O — R o d e a n d o todo o corpo, os devotos realizaram o canto congrega- TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu dançou e cantou em volta de toda a pla-
cional, e Vakreávara Pandita dançou em júbilo. taforma, e, à proporção que o santo nome de Hari ribombava, o universo inteiro
encheu-se com a vibração.
VERSO 68 VERSO 71
<sr.3 isí-sf^ 13 « ^ i i - i r . » i
« n i f » S t e r a s l ^ f H T l * R i tfts II II i ç a r ^fãil •siH-wPicffi 9c«r u s> u

'hari-bola' 'hari-bola' bale gaurarãya tabe mahãprabhu saba bhakta-gana-sahge


ãpani sri-haste vãlu dilã tãhra gãya samudre karilã snãna-jala-keli range
hari-bola hari-bola—cantai Hari, cantai Hari; bale—cantava; gaurarãya—Caitanya tabe—em seguida; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; saba—todos; bhakta-
Mahãprabhu; ãpani— pessoalmente; sri-haste—com Suas mãos transcendentais; vãlu gana-sahge—com os devotos; samudre— no mar; karilã snãna—tomou um banho; jala-
dilã—colocou areia; tãhra gãya—sobre o seu corpo. keli— divertindo-Se na água; range—com muito júbilo.

TRADUÇÃO—Com Suas mãos transcendentais, árí Caitanya Mahãprabhu, can- TRADUÇÃO—Após o sankírtana, Sri Caitanya Mahãprabhu, juntamente com Seus
tando " H a r i boi! Hari boi!", pessoalmente cobriu de areia o corpo de Haridasa devotos, tomou banho de mar, nadando e divertindo-Se na água com muito
Thâkura. júbilo.
VERSO 69 VERSO 72

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cstfwc* f * t c « ? f ç l 'StPBM fcwl n -w» II ç f s ^ l ^ s H ^ f s i i ç e ! 7\<fs\ i ^ t C S I11*. n

tãnre vãlu diyã upare pindã bãhdhãilã haridãse pradaksina kari' ãila siihha-dvãre
caudike pindera mahã ãvarana kailã hari-kirtana-kolãhala sakala nagare
tãnre— sobre o corpo de Haridasa Thâkura; vãlu—areia; diyã—colocando; upare— haridãse— Haridasa; pradaksina kari'—circum-ambulando; ãila simha-dvãre—veio
no topo; pindã bãhdhãilã—construíram uma plataforma; cau-dike—por toda a volta; ao templo de Jagannãtha, até ao portão conhecido como Sirhha-dvãra; hari-kirtana-
pindera—da plataforma; mahã ãvarana kailã—fizeram uma grande cerca protetora. kolãhala—o som estrondoso do canto congregacional; sakala nagare—por toda a
cidade.
TRADUÇÃO—Eles cobriram o corpo de Haridasa Thâkura com areia, e então cons-
truíram uma plataforma sobre o local, em volta da qual colocou-se, à guisa de TRADUÇÃO—Após circum-ambular o túmulo de Haridasa Thâkura, Sri Caitanya
proteção, uma cerca. Mahãprabhu dirigiu-Se ao portão Sirhha-dvãra do templo de Jagannãtha. A ci-
dade inteira cantou em uníssono, e o som estrondoso vibrou cidade adentro.

VERSO 70 VERSO 73

e f ^ f i t f s s fc*tl i
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çfàiflfíKflIlSW «fàl ^ 3 « I11° ll «115*1 11R5S1 S P W sitfstéTl <5«|f| || <\*> n
tãhã bedi' prabhu kailã kirtana, nartana
hari-dhvani-kolãhale bharila bhuvana simha-dvãre ãsi' prabhu pasãrira (hãhi
ãhcala pãtiyã prasãda mãgilã tathãi
Verso 79 O desaparecimento de Haridasa Thâkura
28 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 11

svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; pasãrike—os comerciantes; nise-


simha-dvãre ãsi'—chegando diante do Simha-dvãra; prabhu—Sri Caitanya Mahã-
prabhu; pasãrira thãhi—de todos os comerciantes; ãhcala pãtiyã—estendendo Seu dhila—proibiu; cãhgadã lanã—levando as cestas; pasãri—comerciantes; pasãre vasila—
manto; prasãda—prasãda de Jagannãtha; mãgilã— pediu; tathãi—ali. sentaram-se em suas lojas.

TRADUÇÃO—No entanto, Svarüpa Dâmodara interceptou-os, e os comerciantes


T R A D U Ç Ã O — A c e r c a n d o - S e do portão Simha-dvãra, Srí Caitanya Mahãprabhu
voltaram para as suas lojas e, segurando as cestas, sentaram-se.
estendeu Seu manto e ficou pedindo prasãda a todos os comerciante ali presentes.
VERSO 7 7
VERSO 7 4
^ f - C T I l i í d s « ^ C 3 3 3 *tlfcllll1
'çfSWtl-fct?C33 fr.Sle.ir.33 3 C 3 I
sjjrpf i t f a c a f w i c « t s ' « r t i í a f n n 5 1 T 3 C3»*J3, 5 t f 3 P t g l S l 1 C S 311311 II «M II

svarüpa-gosãni prabhure ghara pãfhãüã


'haridãsa-thãkurera malwtsavera tare
cãri vaisnava, cãri pichada sahge rãkhilã
prasãda mãgiye bhiksã deha' ta' ãmãre'
svarüpa-gosãni— Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; prabhure—Sli Caitanya Mahã-
haridãsa-thãkurera—de Haridasa Thâkura; malwtsavera tare—para comemorar um
prabhu; ghara pãthãilã—mandou para a Sua residência; cãri vaisnava—quatro Vais-
festival; prasãda mãgiye—estou pedindo prasãda; bhiksã deha'—por favor, fazei do- navas; cãri pichada—quatro servos carregadores; sahge rãkhilã—ele manteve consigo.
nativos; ta'—por certo; ãmãre—a Mim.
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara mandou árí Caitanya Mahãprabhu de volta para
TRADUÇÃO—"Estou pedindo prasãda em prol de um festival em honra ao desa-
a Sua residência, e manteve consigo quatro Vaisnavas e quatro servos carregadores.
parecimento de Haridasa T h â k u r a " , disse o Senhor. "Por favor, fazei vossas
doações."
VERSO 7 8
VERSO 7 5 ^ ^ • f l f l t f é p 3sfçCia 13 *t1tf3C3 I
^ ^ 3 1 t U Í S 1 3 W5\ S & Í 4 3 1 I <á)3S 435 Í K 3 T 3 43i 43* ^ » 1 <?f5' C T T C 3 II <Vr- II
« W S fíftfS « H C T «131 « t f a f a s 5431 I I « W n svarüpa-gosãni kahilena saba pasãrire
eka eka dravyera eka eka punjã deha' more
suniyã pasãri saba cãhgadã ufhãhã
svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; kahilena—disse; saba pasãrire—a
prasãda dite ãse tãrã ãnandita hanã
todos os comerciantes; eka eka dravyera—de cada classe específica de prasãda; eka
suniyã—ouvindo; pasãri—os comerciantes; saba—todos; cãhgadã uthãnã—pegando
eka puhjã—quatro p u n h a d o s ; deha' more—entregai-me.
uma grande cesta; prasãda dite—para entregar a prasãda; ãse—adiantam-se: tãrã—
eles; ãnandita hanã—com muita alegria.
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara disse a todos os vendedores: "Entregai-me
quatro punhados de prasãda de cada um dos itens disponíveis."
TRADUÇÃO—Ao ouvirem isso, todos os comerciantes imediatamente adiantaram-
se com grandes cestas de prasãda, entregando-as alegremente ao Senhor Caitanya.
VERSO 7 9
VERSO 7 6
4|iftf5 «t«1 S j l t f f C313H 31^1431 I
w ^ K - r t l i t f a j *t*1tf3r.3S r « C 3 f * i i I
1 4 3 1 « I l l l l 5 t Í 3 w r . « 3 W 5 ? t 4 3 l II II
61W51 1 4 3 1 1 3 1 Í 3 1 * H t , 3 3 Í 1 1 II «)<5» II
ei-mate nãnã prasãda bojhã bãndhãiiã
svarüpa-gosãni pasãrike nisedhila
lanã ãilã cãri janera mastake cadãnã
cãhgadã lanã pasãri pasãre vasila
30 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, \ \ Verso 85 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 31

ei-mate—dessa maneira; nãnã—variegada; prasãda—prasãda; bojhã—carga; bãn- mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; sri-haste—nas mãos transcendentais;
dhãiiã—empacotando; lanã ãilã—transportada; cãri janera—das quatro pessoas; lpt,—uma pequena quantidade; nã ãise—não vinha; eka eka pãte—em cada prato;
g

mastake—sobre as cabeças; cadãnã—empilhando. pahca-janãra—de cinco homens; bhaksya—comestíveis; parivese—Ele administrava.

T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, coletou-se uma grande variedade de prasãda, que, TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu não estava acostumado a tomar pequenas
então, foi empacotada em diferentes cargas que os quatro servos transportaram quantidades de prasãda. Portanto, colocou em cada prato uma quantidade sufi-
sobre suas cabeças. ciente para alimentar pelo menos cinco h o m e n s .

VERSO 80 VERSO 83

• 9 5 * 1 " « f Ç , 3 Í 1 ' 3 3 Ç «f*fa I


351%fl<5{ « W » I t i t i l l II w li « T í f i l l ' ç l - 1 3 1 1 4 3 1 35T3 * t f 3 C 3 * f « II II

vãninãtha pattanãyaka prasãda ãnilã svarüpa kahe, — "prabhu, vasi' karaha darsana
kãéi-miéra aneka prasãda pãthãilã ãmi inhã-sabã lanã kari pariveéana
vãninãtha pattanãyaka—Vãninãtha Pattanãyaka; prasãda—prasãda; ãnilã—levou; svarüpa kahe— Svarüpa Dâmodara disse; prabhu—meu Senhor; vasi'—sentando-
kãsi-misra—Kãsi Misra; aneka prasãda—muitas variedades de prasãda; pãthãilã— Te; karaha darsana—observa; ãmi—eu; inhã-sabã lanã—com todas essas pessoas; kari
enviou. pariveéana—administrarei.

TRADUÇÃO—Não foi apenas Svarüpa Dâmodara Gosvãmí quem levou prasãda, T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara Gosvãmí solicitou a árí Caitanya Mahãprabhu:
pois Vãninãtha Pattanãyaka, b e m como Kãáí Miára, enviaram grandes quanti- "Por favor, senta-Te e fica observando. Com a ajuda destes homens, distribuirei
dades. a prasãda."
VERSO 81 VERSO 84

1 3 c33»r,3 « i ç 3 1 1 I 1 1 i i f ã i t f 3 i TOit, W f l í f i s w , 3 i t H 3 , «133 I


s

« r m w t f s c i p f « i ^ i d í l « w i stfs n II 5 t f 3 S R I »tf3C3»f5( 3>r,3 f « 3 ^ 3 II V8 II

saba vaisnave prabhu vasãilã sãri sãri svarüpa, jagadãnanda, kãéiévara, éahkara
ãpane pariveée prabhu lanã janã cãri cãri-jana pariveéana kare nirantara
saba vaisnave—todos os Vaisnavas; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; vasãilã— fez svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; kã-
com que se sentassem; sãri sãri—em filas; ãpani?—pessoalmente; pariveée—distribui; siévara—Kãsísvara; éahkara—Sankara; cãri-jana—quatro homens; pariveéana kare—
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; lanã—levando; janã cãri—quatro h o m e n s . administram; nirantara—o tempo todo.

T R A D U Ç Ã O — F a z e n d o com que todos os devotos se sentassem em filas, o próprio TRADUÇÃO—Os quatro homens — Svarüpa, Jagadãnanda, Kãsísvara e Sankara —
Sri Caitanya Mahãprabhu, ajudado por quatro homens, começou a distribuir distribuíam a prasãda o tempo todo.
a prasãda.
VERSO 82 VERSO 85

* ) 5 1 » < § 3 S t e c e « i « ífl « r t l c i I « 1 ^ «1 O l l c i C T O «1 3>T.3 C « t B f * I I


435435 *ttç!5 *t3Jgf«l3 <3*pj »tf3C3t»f II M . H « f ç t 3 ci far.» 3>i>%fíir.<5i3 f i i a « i n v<r 11
mahãprabhura sri-haste alpa nã ãise prabhu nã khãile keha nã kare bhojana
eka eka pãte panca-janãra bhaksya parivese prabhure se dine kãéi-misrera nimantrana
32 Srí Caitanya-c?.rilâi,iT'.ã Antya-lílã, 11 Verso 93 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 33

prabhu nã khãile—enquanto o Senhor não comer; keha nã kare bhojana—ninguém ãkantha pürãhã—enchendo até o pescoço; sabãya—todos; karãila bhojana—Ele fez
come; prabhure—a Sri Caitanya Mahãprabhu; se dine—naquele dia; kãéi-miérera— comer; deha' deha'—dai-lhes mais, dai-lhes mais; bali'—dizendo; prabhu—Sri
Caitanya Mahãprabhu; balena vacana—falava.
de Kãsi Misra; nimantrana—o convite.

T R A D U Ç Ã O — N e n h u m dos devotos que tinha se sentado tomou a iniciativa de TRADUÇÃO—Todos encheram-se até o pescoço, pois Srí Caitanya Mahãprabhu
aceitar a prasãda enquanto o Senhor não comesse. Naquele dia, porém, Kãsi não parava de ordenar aos distribuidores: "Continuai dando-lhes! Continuai
Miára fizera um convite ao Senhor. dando-lhes!"

VERSO 86 VERSO 89

C « t « r a 3sf33l JIR.3 C * I L «TSSJÜ I


•ett^FCFL ^L%fsiai « t l i l sitw 14311
FÈFLIM TO R I U « 1 f f l 5 ATIRAI II v - * N 1 3 1 C 3 t S t l l l <2rç> srflí-Ç^si II VS>

ãpane kãsi-misra ãilã prasãda lanã bhojana kariyã sabe kailã ãcamana
prabhure bhiksã karãila ãgraha kariyã sabãre parãilã prabhu mãlya-candana
ãpane—pessoalmente; kãsi-misra—Kãsi Miára; ãilã—veio; prasãda lanã—levando bhojana kariyã—após comer; sabe—todos os devotos; kailã—realizaram; ãcamana—
a prasãda; prabhure—a Sri Caitanya Mahãprabhu; bhiksã karãila—entregou a prasãda limpeza da boca e das mãos; sabãre— todos eles; parãilã—colocou em; prabhu—Sn
Caitanya Mahãprabhu; mãlya—guirlanda de flores; candana—polpa de sândalo.
para Ele comer; ãgraha kariyã—com muita atenção.

T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , Kãsi Misra pessoalmente foi até lá e, com muita atenção, TRADUÇÃO—Depois que todos os devotos tomaram a prasãda e lavaram as mãos
entregou a prasãda a Caitanya Mahãprabhu e fê-lO comer. e a boca, Srí Caitanya Mahãprabhu decorou cada um deles com uma guirlanda
de flores e untou-os de polpa de sândalo.
VERSO 87
VERSO 90
' j f t - ^ t ü i t ?1 O TS Cf%«f1G ^ HI
£ 2 W f 3 è 5431 & \ T O 3 * 3 3 - B 1 * I
1 * 1 C 3 S J 3 <5C3 C5t®>* S s f s i l II H II
tsfà' ««»tfr,«t3 <5J5t3 S » W S II S° II
puri-bhãratira sahge prabhu bhiksã kailã
premãvista hanã prabhu karena mra-dãna
sakala vaisnava tabe bhojana karilã
puri-bhãratira sahge—com Paramãnanda Puri e Brahmãnanda BhãratI; prabhu suni' bhakta-ganera judãya manaskãma
Sri Caitanya Mahãprabhu; bhiksã kailã—honrou a prasãda; sakala vaisnava—todos prema-ãvista hanã—estando dominado pelo amor extático; prabhu—Sri Caitanya
os Vaisnavas; tabe—então; bhojana karilã—começaram a comer. Mahãprabhu; karena vara-dãna—ofereceu uma bênção; suni'—ouvindo; bhakta-
ganera— dos devotos; judãya—ficaram satisfeitos; manah-kãma—os desejos da mente.
T R A D U Ç Ã O — S e n t a n d o - S e juntamente com Paramãnanda Puri e Brahmãnanda
Bhãratí, Sri Caitanya Mahãprabhu aceitou a prasãda. Q u a n d o Ele começou a T R A D U Ç Ã O — D o m i n a d o pelo amor extático, Srí Caitanya Mahãprabhu ofereceu
comer, todos os Vaisnavas fizeram o mesmo. uma bênção a todos os devotos, a qual ouviram com muita alegria.

VERSO 88
VERSOS 91—93
« 1 * 4 *l3t43l 1"<tS T O l I l l CStSfíl I
C*5' C*5' S Í l ' S C I * 3 5 * I I V-V- I I " S f S W T C S S f 3 S F C 3 i e , 1 3 £ 3 >ífõ\ s«fii |
ãkantha püráhã sabãya karãila bhojana CS I t l «f51 C * 1 , CS C3-1 3 ? t é * II Si II
deha' deha' bali' prabhu balena vacana CS <SRÇS STGSM FÔCS S s f a l M S * I
34 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, \ \ Verso 97 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 35

TRADUÇÃO—"Sendo misericordioso comigo, Krsna deu-Me a associação de


Haridasa Thâkura. Devido à Sua completa independência, Ele acaba de desfazer
associação."
e s s a

« t f w a gftca « i - i s n ' T O » « i f « ' i


VERSO 95
çf%Wt1-W3»lC* TO iífc§ ' " t f » ' II a-e ||
SftWtCHJ Isft ç l l çfèrps I
"haridãsera vijayotsava ye kaila daréana * t t * f Ü T " t * f o i f C I * T f ? * I 3 t f « ! C 5 I I &(f I I
ye ihãh nrtya kaila, ye kaila kirtana
haridãsera iechã yabe ha-ila calite
ye tãnre vãlukã dite karilã gamana ãmãra sakati tãnre nãrila rãkhite
tara madhye mahotsave ye kaila bhojana haridãsera—de Haridasa "Thâkura; iechã—o desejo; yabe—quando; ha-ila—era; ca-
lite—de ir embora; ãmãra sakati—Minha força; tãnre—a ele; nãrila rãkhite—não pôde
ache ha-ibe tã-sabãra 'krsna-prãpti' manter.
haridãsa-daraéane haya aiche 'sakti'
haridãsera—de Haridasa Thâkura; vijaya-utsava—o festival do desaparecimento; T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o Haridasa Thâkura desejou deixar este mundo material,
ye—qualquer pessoa que; kaila darsana—tenha visto; ye—qualquer pessoa que; estava além do Meu alcance tentar detê-lo."
ihãh—aqui; nrtya kaila—dançou; ye—qualquer pessoa que; kaila kirtana—cantou;
ye—qualquer pessoa que; tãnre—a ele; vãlukã dite—para oferecer areia; karilã gama- VERSO 96
na— adiantou-se; tara madhye—a esse respeito; mahotsave—no festival; ye—qualquer
pessoa que; kaila bhojana—tomou prasãda; acire—mui em breve; ha-ibe—haverá; tã- I s s t i t c a fcrori f s w a f M fàwt»i«i i
sabãra—de todos eles; krsna-prãpti—obtenção de Krsna; haridãsa-darasane—ao ver
• j p f p s i « f ã s t f è <ffcn<i JJ?«I n s>* II
Haridasa "Thâkura; haya—há; aiche— semelhante; sakti—poder.
icchã-mãtre kailã nija-prãna niskrãmana
pürve yena éuniyãchi bhismera marana
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu deu a seguinte bênção: " T o d o aquele que icchã-mãtre—só pelo desejo; kailã—realizou; nija-prãna—de sua vida; niskrãmana-
tenha presenciado o festival do desaparecimento de Haridasa Thâkura, todo partida; pürve—noutra ocasião; yena—como; suniyãchi—ouvimos; bhismera maraija-
aquele que tenha cantado e dançado aqui, todo aquele que tenha oferecido areia a morte de Bhlsmadeva.
ao corpo de Haridasa Thâkura e todo aquele que tenha se juntado a esse festival
para participar da prasãda alcançará mui em breve o favor de Krsna. Confirma-se, TRADUÇÃO—"De acordo com sua vontade, Haridasa Thâkura pôde abandonar
então, quão maravilhoso é o poder de se ver Haridasa T h â k u r a . " sua vida e partir, exatamente como Bhísma, q u e , como ouvimos dos sãstras,
noutra ocasião simplesmente morreu pelo seu próprio desejo."

VERSO 94 VERSO 97
3
9>»rl * f à ' T O e t c ? f w s t f ç í r i * * i çfãirfi «rtMpi *ff«itts 'f"tc?tif«t' i
tema TO*»? I s ç i , £totI iw-w II S>S II <5t5l f ? 1 1 31í-^?n TO> dfòft || & 1 ||
krpã kari' krsna more diyãchilã sahga haridasa ãchila prthivira 'éiromani'
svatantra krsnera iechã,—kailã sanga-bhahga tãhã vinã ratna-éünyã ha-ila medini
krpã kari'—sendo misericordioso; kr$na—o Senhor Krsna; more—a Mim; diyãchilã üriaasa—Thâkura Haridasa; õchi/a—era; prthivira—deste mundo; éiromani—a jóia
m a
sahga—deu a associação; svatantra—independente; krsnera—do Senhor Krsna; ' s preciosa; tãhã vinã— sem ele; ratna-éünyã—sem a valiosíssima jóia; ha-ila—
c a ;
iechã—desejo; kailã sanga-bhahga— Ele desfez Minha associação. medini—este m u n d o .
36 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, \ \ Verso 101 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 37

T R A D U Ç Ã O — " H a r i d a s a Thâkura era a jóia mais preciosa que ornamentava a ca- TRADUÇÃO—Em seguida, Srí Caitanya Mahãprabhu despediu-Se de todos os de-
beça deste m u n d o ; sem ele, este m u n d o fica agora desprovido de sua valiosís- votos, e Ele próprio, sentindo uma mistura de felicidade e tristeza, foi descansar.
sima jóia."
VERSO 101
VERSO 98
d l <s' ^fk\ 3f%tr.5Rt Í S T O i
l
m m sfsffti' sfèf TO sftwfà" i 5
s t ç í s a j s c i TO * ç ? « f » m o II
4« 0? s ç t e l ^ i t w » ; « r l t f à II &v- ii
ei ta' kahiluh haridãsera vijaya
'jaua jaya haridasa' bali' kara hari-dhvani" yãhãra éravane krsne drdha-bhakti haya
eta bali' mahãprabhu nãcena ãpani ei ta'—dessa maneira; kahiluh—acabo de descrever; haridãsera—de Haridasa
jaya jaya—iodas as glórias; haridasa—a Haridasa Thâkura; bali'—dizendo; kara Thâkura; vijaya—vitória; yãhãra éravane—ouvindo o que; krsne— ao Senhor Krsna;
hari-dhvani—cantai o santo nome do Senhor; efa bali'—dizendo isso; mahãprabhu— drdha-bhakti—serviço devocional firme; haya—torna-se.
Srí Caitanya Mahãprabhu; nãcena—dança; ãpani—pessoalmente.
T R A D U Ç Ã O — A c a b o , assim, de descrever o vitorioso desaparecimento de Haridasa
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu falou então a todos: " D i z e i 'Todas as Thâkura. Todo aquele que ouvir essa narração terá com certeza sua mente fixa
glórias a Haridasa Thâkura!' e cantai o santo nome de H a r i . " Dizendo isso, Ele com firmeza no serviço devocional a Krsna.
mesmo pôs-Se a dançar.

VERSO 99 S I G N I F I C A D O — E m Purusottama-ksetra, ou Jagannãtha Puri, há um templo de


Totã-gopínãtha. Quem, saindo dali, vai até ao mar, descobrirá a sepultura de Hari-
i c s t f f i i i — " s r a srs w s ç f s w f s i dasa Thâkura, a qual ainda se encontra ali presente. Todos os anos, por ocasião
• r r c s s s f è s i e i s ssfssrl « i r o s H " s-& n do Ananta-caturdasí, há um festival em comemoração ao desaparecimento de
Haridasa Thâkura. No m e s m o local, estabeleceram-se há cerca de cem anos as
sabe gãya,— "jaya jaya jaya haridasa Deidades de Nityãnanda, Krsna Caitanya e Advaita Prabhu. Um cavalheiro cha-
nãmera mahimã yenha karilã prakãsa" mado Bhramaravara, de Kendrãpãdã, localizada na província de Orissa, deu ajuda
sabe gãya—todos cantaram; jaya jaya jaya—todas as glórias; haridasa—a Haridasa financeira para que se estabelecessem essas Deidades no templo. A direção do
Thâkura; nãmera mahimã— as glórias de cantar o santo nome; yehha—que; karilã templo ficou a cargo dos gosvãmis Totã-gopínãthas.
prakãéa—revelou. Mais tarde, esse templo foi vendido a terceiros, e esse grupo agora mantém
o sevã-püjã do templo. Perto desse templo e perto do túmulo de Haridasa Thâkura,
T R A D U Ç Ã O — T o d o s passaram a cantar: " T o d a s as glórias a Haridasa Thâkura, Srila Bhaktivinoda Thâkura construiu uma casinha, chamada Bhakti-kuti. No ano
que revelou a importância de cantarmos o santo nome do Senhor!" bengali de 1329, Purusottama-matha, um ramo da Gaudiya Matha, foi estabelecida
ali. O Bhakti-ratnãkara afirma:
VERSO 100
srinivãsa-éighra samudrera küle gelã
<5C3 15t<2J^> 1 3 * 5 C » f S í f t S Í W l I haridãsa-thãkurera samãdhi dekhilã
^ - f à s t w « i ç f r o t t s *fà?rl II II
bhümite padiyã kailã pranati vistam
tabe mahãprabhu saba bhakte vidãya dilã bhãgavata-gana éri-samãdhi-sannidhãne
harsa-visãde prabhu viérãma karilã érínivãse sthira kailã sasneha-vacane
tabe—em seguida; mahãprabhu—Srí Caitanya Mahãprabhu; saba bhakte—a todos
os devotos; vidãya dilã— disse adeus; harsa-visãde— n u m a mistura de felicidade e punah érinivãsa éri-samãdhi pranamiyã
tristeza; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; viérãma karilã—foi descansar. ye vilãpa kailã, tã éunile drave hiyã
38 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, n Verso 105 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 39

"Srínivãsa Thâkura precipitou-se em direção à praia. Ao ver o túmulo de Haridãs ãpane sri-haste krpãya tãnre vãlu dilã
Thâkura, ele imediatamente prostrou-se, oferecendo orações, e quase desmaiou. ãpane prasãda mãgi' mahotsava kailã
Os devotos ali presentes apaziguaram-no com palavras muito doces e afetuosas ãpane— pessoalmente; sri-haste—com Suas mãos transcendentais; krpãya—por Sua
e Srínivãsa novamente prestou suas reverências ao túmulo. Quem ouve sob misericórdia imotivada; tãnre—a ele; vãlu dilã—cobriu com areia; ãpane—pes-
os sentimentos de separação que Srínivãsa manifestou ao lamentar-se no túmulo soalmente; prasãda mãgi'—pedindo prasãda; mahotsava kailã— realizou um grande
de Haridasa Thâkura fica com o coração derretido." festival.

VERSO 102 TRADUÇÃO—Por Sua misericórdia imotivada, Ele pessoalmente cobriu o corpo
de Haridasa Thâkura com areia e pessoalmente pediu doações aos vendedores.
Em seguida, conduziu um grande festival para celebrar o desaparecimento de
< s « « j t $ l <2«f <&wfl ® t f M » f r a t í r f a II w II Haridasa Thâkura.
VERSO 105
caitanyera bhakta-vãtsalya ihãtei jãni
s ç f s t M T O sfimi—»fo3i-firei*i. i
bhakta-vãiichã pürna kailã nyãsi-éiromani
caitanyera—áe Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakta-vãtsalya—afeição por Seus de- <& c i t e l l j i t f a ' «rR# * f à í T l « 1 3 1 * 1 II w II
votos; ihãtei—a partir disso; jãni—podemos compreender; bhakta-vãnchã—o desejo
do devoto; pürna kailã—plenamente satisfeito; nyãsi-siromani—a jóia mais preciosa mahã-bhãgavata haridãsa—parama-vidvãn
dos sannyãsis, Sri Caitanya Mahãprabhu. e saubhãgya lãgi' ãge karilã prayãna
mahã-bhãgavata—devoto grandioso; haridasa—Haridasa Thâkura; parama-vidvãn—
T R A D U Ç Ã O — A n a l i s a n d o o incidente do desaparecimento de Haridasa Thâkura o mais culto; e saubhãgya lãgi'—devido à sua grande fortuna; age—primeiro; karilã
e o grande carinho que Sri Caitanya Mahãprabhu dedicou para comemorá-lo, prayãna—ele se foi.
vemos quanta afeição Ele tem para com os Seus devotos. Embora Ele seja o mais
elevado de todos os sannyãsis, Ele satisfez plenamente o desejo de Haridasa T R A D U Ç Ã O — H a r i d a s a Thâkura era não apenas o devoto mais elevado do Senhor,
Thâkura. mas também um grande acadêmico erudito. Foi grande fortuna sua ter abando-
nado o corpo perante Sri Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 103
SIGNIFICADO—Haridasa TTiãkura é mencionado aqui como o acadêmico mais eru-
tfWtOT fôll <StC3 W"fa-~»M* I dito, parama-vidvãn. Na verdade, a ciência mais importante a ser conhecida é aquela
$tra c t c i *f*' fon « r f i c a í * n n mediante a qual podemo-nos livrar das garras da existência material. Todo aquele
sesa-kãle dilã tãnre darsana-sparéana que conhece essa ciência deve ser tido como a pessoa mais culta. Todo aquele
tãnre kole kari' kailã ãpane nartana que conhece a situação temporária deste m u n d o material e sabe como conseguir
sesa-kãle—na última etapa de sua vida; dilã—deu; tãnre—a Haridasa Thâkura; uma situação permanente no m u n d o espiritual, que entende que a Suprema Per-
darsana-sparsana—audiência e contato; tãnre—a ele; kole kari'—pegando no colo; sonalidade de Deus está além da jurisdição do nosso conhecimento experimental
kailã—realizou; ãpane—pessoalmente; nartana—dança. deve ser visto como sendo o acadêmico mais erudito. Haridasa Thâkura conhecia
essa ciência perfeitamente. Portanto, em relação a isso, ele é descrito como parama-
vtdvãn. Ele pregava pessoalmente a importância de se cantar o mahã-mantra Hare
TRADUÇÃO—Na última etapa da vida de Haridasa Thâkura, Sri Caitanya Mahã-
j ^ l ^ q u e é aprovado pelas escrituras reveladas. Como afirma o Srimad-Bhãgavatam
prabhu associou-Se com ele e deu-lhe a oportunidade de tocá-lO. Em seguida,
Ele pegou o corpo de Thâkura Haridasa no Seu colo e pessoalmente dançou com
o corpo de Haridasa.
VERSO 104 iti pumsãrpitã visnau
bhaktié cen nava-laksanã
« t f w STECS ç f t s «tr.s i t ^ F W L I kriyeta bhagavaty addhã
« I f t C * « W * Jrffrt' i r e i * . * ! ? C * T Í I I i ° 8 I I tan manye 'dhitam uttamam
40 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, l i
Verso 108 O desaparecimento de Haridasa Thâkura 41

Existem nove diferentes processos de serviço devocional a Krsna, o mais importan- sVÍ-rurw-Srila Rüpa Gosvãmí; raghunãtha-Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmí;
te dos quais é imvanmh kirtanam — ouvir e cantar. Haridasa Thâkura conhecia essa paãe-aos pés de lótus; j/õre-cuja; ãsa-expectativa; caitanya-caritãmrta-o livro
ciência muito bem, e, por isso, pode-se chamá-lo, tecnicamente, sarva-éãstrãdhiti. chamado Caitanya-caritãmrta; kahe-descreve; krsnadãsa-Sríla Krsnadãsa Kavirãja
Todo aquele que aprendeu a essência de todas as escrituras védicas deve ser tido Gosvãmí.
como uma pessoa detentora de uma educação de primeira classe, com pleno
conhecimento de todo o éãstra.
TRADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
VERSO 106 guindo seus passos.
cssasfsas dl « r ç ^ a fa^ i
* < - J W c g * « st? d * fs«jji II Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
Antya-líla, Décimo Primeiro Capítulo, descrevendo o desaparecimento de Haridasa Thâkura.
caitanya-caritra ei amrtera sindhu
kama-mana trpta kare yãra eka hindu
caitanya-caritra—a vida e as características de Sri Caitanya Mahãprabhu; ei—isto;
amrtera sindhu—o oceano de néctar; karna—ouvido; mona—mente; trpta kare—satis-
faz; yãra—do qual; eka— uma; bindu—gota.

TRADUÇÃO—A vida e as características d e Sri Caitanya Mahãprabhu são tal qual


um oceano de néctar, e uma gota desse oceano pode satisfazer a mente e o ouvido.

VERSO 107

w f j r ç e ü n t c a « t c s st? fòs i
at«l *fs' « a d l C5«35f?a n >i n

bhava-sindhu taribãre ache yãra citta


sraddhã kari' éuna sei caitanya-caritra
bhava-sindhu—o oceano da existência material; taribãre—para cruzar; ãche—é;
yãra—cujo; citta—desejo; sraddhã kari'—com fé e amor; tuna—ouça; sei—isso;
caitanya-caritra—vida e características de Sri Caitanya Mahãprabhu.

TRADUÇÃO—Todo aquele que deseja cruzar o oceano de ignorância deve, com


muita fé, ouvir a descrição da vida e das características de Sri Caitanya Mahã-
prabhu.

VERSO 108

â l s i ^ - s ^ t s - i w St? «It"l I
CFSSSfTOt^S 3 > S " f t 1 II i - V - D

sri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa


caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
CAPÍTULO DOZE

Os intercâmbios amorosos entre


o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu e Jagadãnanda Pandita

Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thâkura dá o seguinte resumo


do Décimo Segundo Capítulo. Este capítulo discute as transformações de amor
extático que Sri Caitanya Mahãprabhu manifestava dia e noite. Novamente, os
devotos da Bengala dirigiram-se até Jagannãtha Puri para ver Sri Caitanya Mahã-
prabhu. Como de costume, o líder foi Sivânanda Sena, que viajou com esposa
e filhos. Como, durante o percurso, não se tomaram as medidas a tempo e, por
causa disso, não se reservou um lugar adequado onde o Senhor Nityãnanda Se
instalasse, Este ficou um tanto perturbado. Dessa maneira, ficou muito furioso
com Sivânanda Sena, que estava incumbido de tomar as devidas providências,
e chutou-o com ira amorosa. Sivânanda Sena sentiu-se altamente favorecido com
o fato de ter sido chutado por Nityãnanda Prabhu, mas seu sobrinho Srikãnta
Sena, transtornado, afastou-se da companhia deles. Antes de que o restante do
grupo chegasse, ele encontrou-se com Sri Caitanya Mahãprabhu em Jagannãtha
Puri.
Naquele ano, um devoto chamado Paramesvara dãsa Modaka, juntamente com
sua família, também foi ver Srí Caitanya Mahãprabhu em Jagannãtha Puri. Os
devotos faziam freqüentes convites para que Srí Caitanya Mahãprabhu viesse
comer com eles. Ao despedir-Se de todos, o Senhor trocou com eles palavras muito
agradáveis. No ano anterior, Jagadãnanda Pandita levara prasãda e roupas para
Sacímãtà. Agora, regressava com um grande pote de óleo de essências de flores
para massagear a cabeça do Senhor. Contudo, o Senhor não aceitou o óleo, e,
devido a essa recusa, Jagadãnanda Pandita quebrou o pote em Sua frente e pôs-se
a jejuar. O Senhor tentou apaziguá-lo e pediu a Jagadãnanda Pandita que cozi-
nhasse para Ele. Jagadãnanda Pandita ficou tão feliz quando Sri Caitanya Mahã-
prabhu aceitou o que ele havia cozinhado que chegou a quebrar o jejum.

VERSO 1

afinai? a i y s f t f*K5K towR «jtri i


f ç ^ r r s t s f r o r s t t ^ t b ^ s r & f s s f í i s * ! 111 n

srüyatãm srüyatãm nityam


gíyatãm gíyatãm muda
cintyatãm cintyatãm bhaklãs
caitanya-caritãmrtam

4-í
4-1 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 7 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 45
Antya-lilã,

érüyatãm—que sejam ouvidas; srüyatãm—que sejam ouvidas; nityam—sem atahpara mahãprabhura visanna-antara
gíyatãm—que sejam cantadas; giyatãm—que sejam cantadas; muda—com mui krsnera viyoga-dasã sphure nirantara
felicidade; cintyatãm—que se medite em; cintyatãm—que se medite em; bhaktãlj atahpara—depois disso; mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; visanna-
ó devotos; caitanya-caritãmrtam—a vida e características transcendentais de S antara—mente melancólica; krsnera—de Krsna; viyoga-dasã—sentimentos de sau-
Caitanya Mahãprabhu. dades; sphure—manifesta; nirantara—o tempo todo.

TRADUÇÃO—Ó devotos, que a vida e as características transcendentais de Sri T R A D U Ç Ã O — D e v i d o a um persistente sentimento de franca saudade de Krsna,
Caitanya M a h ã p r a b h u sejam sempre ouvidas, cantadas e que se medite nelas a mente de Srí Caitanya Mahãprabhu estava sempre melancólica.
com muita felicidade.
VERSO 2 VERSO 5

'çfçi TO» «lfiara a c w s r s w i


sr? w s S l c s s g j w s e s t r o i
f l t i m * r t i * n « , « j a s r r w * i' o II

jaya jaya sri-caitanya jaya dayãmaya 'hãhã krsna prãna-nãtha i<rajendra-nandana!


jaya jaya nityãnanda krpã-sindhu jaya kãhãh yãha kãhãh pãha, murali-vadana!'
jaya jaya—todas as glórias; éri-caitanya—ao Senhor ârí Caitanya Mahãprabhu; hãhã—ó; krsna—Meu querido Krsna; prãna-nãtha—Minha vida e alma; vrajendra-
jaya—todas as glórias; dayã-maya—misericordiosíssimo; jaya jaya—todas as glórias; nandana—o filho de Mahãrãja Nanda; kãhãh yãha—para onde irei; kãhãh pãha—
nityãnanda—a Nityãnanda Prabhu; krpã-sindhu—o oceano de misericórdia; jaya— onde obterei; murali— flauta; vadana—boca.
todas as glórias.
TRADUÇÃO—O Senhor chorava: " Ó M e u Senhor Krçna, Minha vida e alma! Ó
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Srí Caitanya Mahãprabhu, que é misericordio- filho de Mahãrãja Nanda, para onde irei? O n d e alcançar-Te-ei? Ó Suprema
s í s s i m o ! Todas as glórias a Nityãnanda Prabhu, que é um oceano de misericórdia! Personalidade que tocas Tua flauta em Tua boca!"

VERSO 3 VERSO 6

tf«í1 ^ f o a t f ç í c a i
3 t f à - f a a <ÜÇ
TO& a í f à cftstn ^ i - s l i t w i t a II *» II
jayãdvaita-candra jaya karunã-sãgara
jaya gaura-bhakta-gana krpã-pürriãntara rãtri-dina ei dasã svasti nãhi mane
jaya—todas as glórias; adwita-candra—a Advaita Acãrya; jaya—todas as glóri kaste rãtri goMya svarüpa-rãmãnanda-sane
karunã-sãgara—o oceano de misericórdia; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-ga" rãtri-dina—dia e noite; ei dasã—esta situação; svasti nãhi mane—nenhuma paz de
aos devotos de Srí Caitanya Mahãprabhu; krpã-pürna-antara—cujos corações es espírito; kaste—com muita dificuldade; rãtri gohãya—passa a noite; svarüpa-rãmã-
sempre cheios de misericórdia. nanda-sane—na companhia de Svarüpa Dâmodara Gosvãmí e Rãmãnanda Rãya.

T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Advaita Acãrya, que também é u m oceano de TRADUÇÃO—Era essa Sua situação dia e noite. Incapaz de encontrar paz de es-
misericórdia! Todas as glórias a todos os devotos de Srí Caitanya Mahãprabhu, pirito, Ele, na companhia de Svarüpa Dâmodara e Rãmãnanda Rãya, passava
a
cujos corações estão sempre cheios de misericórdia! s noites vivendo constantes contratempos.

VERSO 4 VERSO 7

srstsífs f3ss-«ig? i d i i i c s h s c w w -si^? TO « W M « I i


« i ^ ^ f o r t e s ncs f f s n Mua n i II
46 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 O s relacionamentos d o Senhor com Jagadãnanda 47

ethâ gauda-dese prabhura yata bhakta-gana nityãnanda-prabhure—ao Senhor Nityãnanda; yadyapi—embora; ãjnã nãi—não
prabhu dekhibãre sabe karilã gamana houvesse a ordem; tathãpi—mesmo assim; dekhite—ver; calena—Ele foi; caitanya-
ethã— por outro lado; gauda-dese—na Bengala; prabhura—de Sri Caitanya Mahã- gosãhi-o Senhor Caitanya.
prabhu; yata—todos; bhakta-gana—devotos; prabhu dekhibãre—ver Srí Caitanya
Mahãprabhu; sabe—todos; karilã gamana—foram. TRADUÇÃO—Como Nityãnanda Prabhu pregava na Bengala, Sri Caitanya Mahã-
prabhu ordenara-Lhe que não viesse a Jagannãtha Puri. Contudo, naquele ano,
T R A D U Ç Ã O — N e s s e ínterim, todos os devotos, partindo de seus lares na Bengala, juntando-Se ao resto do grupo, Ele foi ver o Senhor.
foram ver Srí Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 1 1
VERSO 8
â s t l t f f f Ftf3 « t i , 1CWC3 S I t f M t |
«rf5rt3cs3 i c » $fçt3 tfifà 11 Ü II
srafrcf 13 «p í f n l 4* fctfé» II ^ II
srivãsãdi cãri bhãi, sahgete mãlini
sivãnanda-sena ãra ãcãrya-gosãni ãcãryaratnera sahge tãhhãra grhini
navadvipe saba bhakta hailã eka thãhi srivãsa-ãdi—encabeçados por Srlvãsa Thâkura; cãri bhãi—quatro irmãos; sahgete
sivãnanda-sena—Sivânanda Sena; ãra—e; ãcãrya-gosãni—Advaita Acãrya; nava- mãlini— acompanhado de Mãlini, sua esposa; ãcãryaratnera sahge—e com Acãrya-
dvipe—em Navadvipa; saba bhakta—todos os devotos; hailã— ficaram; eka thãni— ratna; tãhhãra grhini— sua esposa.
reunidos em um lugar.
TRADUÇÃO—No grupo, estava também Sri vasa Thâkura, juntamente com seus
T R A D U Ç Ã O — E n c a b e ç a d o s por Sivânanda Sena, Advaita Acãrya e outros, todos três irmãos e Mãlini, sua esposa. Assim também, Acãryaratna fazia-se acompa-
os devotos reuniram-se em Navadvipa. nhar de sua esposa.
VERSO 1 2
VERSO 9
ftstiW-tit 5C*t f%*-' 3SS 1 4 3 1
5
I
flf|SKWl*í*fí « 1 3 35 3Wt*?t 3tS3-*tr%5 5 C 1 3Hfèl I t S r M P l II 5 * II
cassas f f f è m 1 3 ü 3 f r c * t < w t f i '
éivãnanda-patni cale tina-putra lanã
kulina-grãma-vãsi ãra yata khanda-vãsi rãghava-pandita cale jhãli sãjãnã
ekalra mililã saba nai>advipe ãsi' sivãnanda-patni—a esposa de Sivânanda; cale—ia; tina-putra lanã—acompanhada
kulina-grãma-vãsi— os habitantes de Kulína-grâma; ãra—bem como; yata—todos; de seus três filhos; rãghaiw-pandita cale—Rãghava Pandita ia; jhãli sãjãnã—levando
khanda-vãsi—os habitantes de Khanda; ekatra—em um lugar; mililã—encontraram- sacos de comida.
se; saba—todos eles; navadvipe ãsi'—vindo a Navadvipa.
TRADUÇÃO—A esposa de Sivânanda Sena e os três filhos deles também iam.
TRADUÇÃO—Os habitantes de Kuhna-grãma e da aldeia de Khanda também
ém Rãghava Pandita uniu-se a eles, levando seus famosos sacos de comida.
reuniram-se em Navadvipa.
VERSO 1 0 VERSO 1 3

f à « i t í w - 3 e f ç t 3 s s f a " «ttsrl « t i i T O , <9«, f W f f a f t , « t 3 3 5 <S?« I


«srtf*t Cf f 3 C $ S C I * C 5 < 3 « K M t l t f i w II > II s l - f % « »t« « » 3sf3»r1 Msia II i « II

nityãnanda-prabhure yadyapi ãjhã nãi datta, gupta, vidyãnidhi, ãra yata jana
tathãpi dekhite calena caítanya-gosãhi dui-tina sata bhakta karilã gamana
48 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 1 2 Verso 18 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 49

datta—Vâsudeva Datta; gupta—Murãri Gupta; vidyãnidhi—Vidyãnidhi; ãra—ej VERSO 16


yata jana—todas as pessoas; dui-tina safa—duzentos a trezentos; bhakta—devotos;
1 3 Í 3 1 3 ^ t f " 3 5 C 3 * , Çt* 3 t 1 " ? t * I
karilã gamana—foram.
f*fStí!*ff s r t t * « f è 3 l - 1 C 3 3 1 < S t * II ^ II
T R A D U Ç Ã O — V â s u d e v a Datta, Murãri Gupta, Vidyãnidhi e muitos outros devotos
foram ver Srí Caitanya M a h ã p r a b h u . Eles perfaziam um total de duzentos a sabãra saba kãrya karena, dena vãsa-sthãna
trezentos. sivânanda jãne udiyã-pathera sandhãna
VERSO 14 sabãra—de todos; saba—toda; kãrya—atividade; karena—realiza; dena—dá; vãsa-
sthãna—residência; sivânanda—Sivânanda Sena; jãne—conhece; udiyã-pathera—do
« f f t * i t « 1 c«ff3' i C 3 $ 1 3 « i f t s l 1 4 3 1 1 caminho que vai a Orissa; sandhãna—entroncamentos.
"STtsrc"*! s f i i í 3 « » j * T á * ^ f w i 1 1 i s n
T R A D U Ç Ã O — S i v â n a n d a Sena tomava conta de todos e providenciava os lugares
sacimãtã dekhi' sabe tãhra ãjhã lanã onde cada devoto deveria ficar. Ele conhecia todos os caminhos que iam dar em
ãnande calilã krsna-kirtana kariyã Orissa.
saci-mãtã dekhi'—vendo Sacimãtã; sabe—todos eles; tãhra ãjhã lanã— pedindo sua
permissão; ãnande—com muita alegria; calilã—seguiram; krsna-kirtana kariyã— reali- VERSO 17
zando o canto congregacional.
43iff* 1 3 C 1 Í * Stt1»9tC1 3 Í Í 3 H I
TRADUÇÃO—Os devotos primeiro viram Sacimãtã, a quem pediram permissão. 1 3 1 6 f ® l 4 M f»í3t1*«? 4Çf 1 1 3 Í 5 1 1 I I I I
Então, cheios de felicidade, partiram r u m o a Jagannãtha Puri, cantando congre-
eka-dina saba loka ghãtiyãle rãkhilã
gacionalmente o santo nome do Senhor.
sabã chãdãhã sivânanda ekalã rahiiã
eka-dina—certo dia; saba loka—todos os membros do grupo; ghãtiyãle rãkhilã—
VERSO 15
foram interceptados pelo coletor de impostos; sabã—todos eles; chãdãhã—fazendo
fa3t*«íK1* TO? s f à - i s m t * I com que se os deixassem ir; sivânanda—Sivânanda Sena; ekalã rahiiã—ficou sozinho.

13tC3 » f t 1 * f f à ' ^ C * ! 1491 3 1 * II ic II T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, q u a n d o u m coletor de pedágios interceptava o grupo,


permitiu-se que os devotos passassem, e, sozinho, Sivânanda Sena ficou atrás,
sivãnanda-sena kare ghãti-samãdhãna
pagando os impostos.
sabãre pãlana kari' sukhe lanã yãna
éivãnanda-sena—Sivânanda Sena; kare—faz; ghãti-samãdhãna—administração do
pagamento dos pedágios; sabãre pãlana kari'—mantendo a todos; sukhe—com felici- VERSO 18
dade; iahá—levando; yãna—vai.
I C 3 f t i í r i 3 F È N <aisi-f««3 g ^ s c i 1
TRADUÇÃO— Sivânanda Sena administrou o pagamento dos pedágios em diferen- f » t 3 l * » » 13*1 S l l ^ t * * l f ç faci II "i <r II
tes lugares. Encarregado da manutenção de todos, ele, com muita felicidade,
guiava todos os devotos. sabe giyã rahiiã grãma-bhitara vrksa-tale
sivânanda vinã vãsa-sthãna nãhi mile
SIGNIFICADO—Ghàti refere-se às diferentes barracas de pedágio utilizadas pelo sabe— todos eles; giyã— indo; rahiiã—permaneceram; grãma-bhitara—dentro de
u

zamindares para arrecadar os impostos em cada Estado. Em geral, arrecadava-se rna aldeia; vrksa-tale—debaixo de uma árvore; éivãnanda vinã—sem Sivânanda
este imposto em prol da manutenção das estradas governadas pelos diversos na; vãsa-sthãna—acomodações; nãhi mile— ninguém podia conseguir.
zamindares. Como iam para Jagannãtha Puri, os devotos da Bengala tinham que D u Ç Ã O A d

passar por muitas dessas barracas de pedágio. Sivânanda Sena estava incumbido p^ s . ~ e n t r a n d o uma aldeia, o grupo aguardou debaixo de uma árvore,
de pagar os pedágios. ninguém, exceto Sivânanda Sena, podia providenciar suas acomodações.
Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 51
50 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, Verso 24

VERSO 19 VERSO 22

f i | « J t i W 2 | Ç i C S t C l 3 J 13*1 Ç431 I f » f S T S R W l »1<9T <SíC3 * r e * 3 5 1 ^ 3 1 I


4

f - f a i ü í * •sTtfèr *itt<5 s w « 1 t t d w l n i a « * Ç a " i i f fffC5*i c T t i t f è p 3111 sri *tt43i' i m n

nityãnanda-prabhu bhokhe vyãkula hanã éivãnandera patni tãnre kahena kãndiyã


sivânanda gãli pãde vãsã nã pãhã 'pulre sapa dichena gosãni vãsã nã pãhã'
nityãnanda-prabhu—o Senhor Nityãnanda Prabhu; bhokhe- ficou com muita fome- éivãnandera—áe Sivânanda Sena; patni—a esposa; tãnre—a ele; kahena—diz,
vyãkula hanã—ficando perturbado; sivânanda gãli pôde—invecti\ ,n a contra Sivâ- kãndiyã—chorando; putre—a nossos filhos; éãpa—maldição; dichena—lançou;
nanda; vãsã nã pãhã—não conseguindo acomodações. gosãni—Nityãnanda Prabhu; vãsã nã pãhã—não obtendo acomodações.

T R A D U Ç Ã O — N e s t e ínterim, Nityãnanda Prabhu ficou com muita fome e muito T R A D U Ç Ã O — C h o r a n d o , sua esposa informou-lhe: " C o m o não se Lhe providen-
transtornado. Porque ainda não conseguira uma acomodação adequada, pôs-Se ciassem acomodações, o Senhor Nityãnanda lançou a maldição de que nossos
a invectivar contra Sivânanda Sena. filhos morressem."

VERSO 20 VERSO 23

' f % « « t a s)?p* fa^rs, «1 « r t l i i cfwi " s t à f è í , esse* i f l r n 3 * 1 ^ 3 1 T


C B t C I 313' C t * , C31S3 3111 ST| 0 T O f f f c t ' U V » 3 3 » * « 1 1 3 1 3 fo* <3.3i « t 3 3 T 9 l l | *<Sfi\ li" II

'//(ia pufra inaruka éivãra, ekhana nã ãila tenho kahe, — "bãuli, kene maris kãndiyã?
bhokhe mari' genu, more vãsã nã deoyãila' maruka ãmãra tina putra tãhra bãlãi lanã"
tina putra—três filhos; maruka—que morram; sivãra—de Sivânanda Sena; ekhana— tenho kahe—ele disse; bãuli—louca; kene—por que; maris—estás morrendo;
aqui; nã ãila—ele não vem; bhokhe mari' genu—estou morrendo de fome; more— kãndiyã—chorando; maruka—que morram; ãmãra—meus; tina—três; putra—filhos;
para Mim; vãsã—acomodações; nã deoyãila—ele não providenciou. tãhra—Suas; bãlãi—inconveniências; lanã—assumindo.

T R A D U Ç Ã O — " S i v â n a n d a Sena não providenciou um lugar onde Eu pudesse T R A D U Ç Ã O — S i v â n a n d a Sena replicou: " S u a louca! Por que choras à toa? Que
ficar", reclamou Ele, "e tenho tanta fome que sou capaz de morrer. Como ele meus três filhos morram devido a toda essa inconveniência que causamos a Nityã-
nanda P r a b h u . "
ainda não veio, lanço a maldição de que seus três filhos morram."

VERSO 21 VERSO 24

i a s s f s i ' •afç_-*ttc«t c t s n r « f 3 f « w i
« f V f » t t l * r . « i i 3 *t#t s n f a t s s « i t f t s r l i
§ f è ' <tfC3 1 Í Í 3 I t l l l « f ^ í * W j | » f f l I I * 8 n
C$**tC3t faSfiWf 3llt « u l u II II

éuni' éivãnandera patni kãndite lãgilã eta bali' prabhu-pãée gelã éivãnanda
hena-kãle sivânanda ghãti haite ãilã ufhi' tãnre lãthi mãilã prabhu nityãnanda
suni'—ouvindo; éivãnandera—de Sivânanda Sena; patni— a esposa; kãndite lãgilã- eta bali'—dizendo isso; prabhu-pãée—a Nityãnanda Prabhu; gelã—dirigiu-se; éivã-
nanda—Sivânanda Sena; ufhi'—levantando-Se; tãnre—a ele; lãthi mãilã—chutou;
começou a chorar; hena-kãle—nessa altura; éivãnanda—Sivânanda Sena; ghãti haite—
Pwbhu—o Senhor; nityãnanda—Nityãnanda.
da estação de pedágios; ãilã—veio.
t

TRADUÇÃO—Ao ouvir essa maldição, a esposa d e Sivânanda Sena começou a R A D U Ç Ã O — A p ó s dizer isso, Sivânanda Sena dirigiu-se a Nityãnanda Prabhu,
chorar. Só então Sivânanda voltou da estação de pedágios. Iwe, levantando-Se, deu-lhe um chute.
52 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-hla, 12 Verso 30 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 53

VERSO 25 VERSO 28
4
1 t f a ' - Ç C 1 f 1 1 3 5 3 , - 4 C « t 3 t 3 '353Mf1' I
li 3(11-3? c * i 1 G ^ - S C S f % 1 II II fãw*tc<5 C « T 3 1 3 5 Í 3 a f p í G * ! * ^ * ! ? II

ãnandita hailã êivãi pãda-prahãra pãhã 'éãsti'-chale krpã kara,—e tomara 'karunã'
éighra vãsã-ghara kailã gauda-ghare giyã trijagate tomara caritra bujhe kon janã?
ãnandita hailã—ficou muito satisfeito; éivãi— éivãnanda Sena; pãda-prahãra pãha— éãsti-chale—sob o pretexto de castigo; krpã kara—outorgas misericórdia; e—esta;
sendo chutado; éighra—bem depressa; vãsã-ghara—acomodação; kailã—conseguiu; tomara karunã—-Tua misericórdia imotivada; tri-jagate— dentro dos três mundos;
gauda-ghare—à casa de um leiteiro; giyã—indo. tomara—Teu; caritra—caráter; bujhe—compreende; kon janã—que pessoa.

T R A D U Ç Ã O — M u i t o satisfeito com o pontapé que recebeu, Sivânanda Sena TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, o castigo que me infligiste representa Tua
apressou-se em conseguir u m a casa de um leiteiro para que o Senhor ficasse misericórdia imotivada. Quem, dentro dos três mundos, pode compreender Teu
ali hospedado. verdadeiro caráter?"
VERSO 29
VERSO 26
a*ít3 SSffc £ 3 t S t 3 Ü ) 5 3 « K 3 « i J
53t«1 3 Í 3 3 1 Ü f | Í f 3 1 1 1 3 1 * 1 C * t H I C S * 5 3 « l - " » 1 « f t t l l £ 3 1 3 « 3 3 « ^ II 5.» II
3 T H Ü H 5jè 5 4 3 1 * f e < 5 I t f M H I I II
brahmãra durlabha tomara sri-carana-renu
carane dhariyã prabhure vãsãya lanã gelã hena carana-sparéa pãila mora adhama tanu
vãsã diyã hr$ta hanã kahite lãgilã brahmãra—ao Senhor Brahmã; durlabha—quase inacessíveis; tomara—Teus; êri-
carane—os pés; dhariyã—segurando; prabhure—o Senhor Nityãnanda Prabhu; carana-renu—poeira dos pés de lótus; hena—esses; carana-sparéa—contato dos pés
vãsãya—à Sua residência; lanã—levando; gelã—foi; vãsã diyã—após dar-Lhe os apo- de lótus; pãila—recebeu; mora—meu; adhama—caidíssimo; tanu—corpo.
sentos; hrsta hanã—estando muito satisfeito; kahite lãgilã—pôs-se a falar.
TRADUÇÃO—"Nem sequer o Senhor Brahmã tem acesso à poeira dos Teus pés
T R A D U Ç Ã O — S i v â n a n d a Sena tocou os pés de lótus de Nityãnanda Prabhu e de lótus, mas, mesmo assim, Teus pés de lótus tocaram em meu corpo abomi-
conduziu-O até à Sua residência. Após dar ao Senhor Seus aposentos, Sivânanda nável."
Sena, muito satisfeito, falou o seguinte. VERSO 30
« t í % C 3 1 3 1 * 1 t e l 5f9l, f*, * * } I
VERSO 27
« t f % * t l l 5 f S 3 « f % » , W & * 1 1 , 33" II" «•> I I
" I t f s f C 3 1 C 3 " f 3 J 3 5 f 3 ' « I # t 3 5 l 3 C3511 | ãji mora saphala. haila janma, kula, karma
ãji pãinu krsna-bhakti, artha, kãma, dharma"
GOm « 1 3 1 3 < § C « J 3 , csrstj * 1 f a l i I I * 1 I I
ãji—hoje; mora—meus; sa-phala—bem sucedidos; haila—tornaram-se; janma—
"ãji more bhrtya kari' ahgikãra kailã nascimento; kula—família; karma—atividades; ãji—hoje; pãinu—obtive; krsna-
yemana aparãdha bhrtyera, yogya phala dilã bhakti—serviço devocional ao Senhor Krsna; artha—desenvolvimento econômico;
ãji—hoje; more—a mim; bhrtya—servo; kari'—como; ahgikãra—aceitação; kailã— kãma—gozo dos sentidos; dharma—religião.
fizeste; yemana—como; aparãdha—ofensa; bhrtyera—do servo; yogya—apropriado;
phala—resultado; dilã—deste. T R A D U Ç Ã O — " H o j e , meu nascimento, minha família e minhas atividades tor-
naram-se todos bem sucedidos. Hoje, logrei a meta dos princípios religiosos,
T R A D U Ç Ã O — " H o j e aceitaste-me como Teu servo e, porque cometi ofensa, do desenvolvimento econômico, do gozo dos sentidos e, por fim, do serviço devo-
puniste-me a d e q u a d a m e n t e . " cional ao Senhor K r s n a . "
54 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 1 2 Verso 3 6 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 55

VERSO 3 1 VERSO 3 4

fifrtsuw «tRu,—lNt<$Kii iti i


« f è ' f » t 3 t i t * « c ^ H c « l i - « r t f Ê T O i II •«i II « t C l t T O f 3S&Ç * f ã ' « f è l t l II « 8 II

suni' nityãnanda-prabhura ãnandita mana éivãnandera bhãginã,—érikãnta-sena nãma


uthi' éivãnande kailã prema-ãlihgana mãmãra agocare kahe kari' abhimãna
suni'—ouvindo; nityãnanda-prabhura—do Senhor Nityãnanda; ãnandita—muito éivãnandera—de Sivânanda Sena; bhãginã—o filho da irmã; érikãnta-sena nãma—
satisfeita; mana—mente; uthi'—levantando-Se; sivãnande—a Sivânanda Sena; kailã— chamado Srikãnta Sena; mãmãra—de seu tio materno; agocare—na ausência de;
realizou; prema—com amor; ãlihgana—abraço. tone—disse; kari' abhimãna—com um estado de espírito ofendido.

TRADUÇÃO—Ao ouvir isso, o Senhor Nityãnanda ficou muito feliz. Ele levantou- T R A D U Ç Ã O — S r i k ã n t a , filho da irmã de Sivânanda Sena, sentiu-se ofendido, e,
Se e, com muito amor, abraçou Sivânanda Sena. na ausência de seu tio, comentou sobre o assunto.

VERSO 3 2 VERSO 3 5

«Tlfas faaíwi iitftl l ""tvszm *ttfài«f cita itfpra *ntf« i


« I t Ç r á T f H - C W C S C ? ! f > 1 1 S t l P í t l II II •itfprrôt' W0 G t t i t f à s , « t t a itca itfa" II

ãnandita éivãnanda kare samãdhãna "caitanyera pãrisada mora mãtulera khyãti


ãcãryãdi-vaisnavere dilã vãsã-sthãna 'thãkurãli' karena gosãni, tãnre mãre lãthi"
ãnandita—contente; éivãnanda—Sivânanda Sena; kare samãdhãna—passou a pro- caitanyera pãrisada—companheiro de Sri Caitanya Mahãprabhu; mora—meu; mãtu-
videnciar as coisas; ãcãrya-ãdi-vaisnavere—a todos os Vaisnavas, encabeçados por lera—do tio materno; khyãti—reputação; thãkurãli— superioridade; karena—demons-
Advaita Acãrya; dilã—deu; vãsã-sthãna—acomodações. tra; gosãni—Nityãnanda Prabhu; tãnre—a ele; mãre lãthi—chuta.

T R A D U Ç Ã O — F i c a n d o muito contente com a atitude de Nityãnanda Prabhu, Sivâ- TRADUÇÃO—"Meu tio é famoso como u m dos associados de Srí Caitanya
nanda Sena providenciou acomodações para todos os Vaisnavas, encabeçados Mahãprabhu, mas o Senhor Nityãnanda Prabhu impõe Sua superioridade,
por Advaita Acãrya. chutando-o."

VERSO 3 6
VERSO 3 3

ft«TtíW2fç3 13 cisa—'fatiTs' i i f è t SNttí, ^ t l * « t C f l çfèT I t l I


ifl«

a j r « ç t $ i i t K i t f ã ' TO? « t a fè« li w li nr çtf?' itcM c*W WtlS^p « t i II II


efa bali' srikãnta, bãlaka ãge cali' yãna
nityãnanda-prabhura saba caritra—'viparita' sahga chãdi' ãge gelã mahãprabhura sthãna
kruddha hanã lãthi mãri' kare tara hita eta bali'—dizendo isso; srikãnta—o sobrinho de Sivânanda Sena; bãlaka—um rapa-
nityãnanda-prabhura—do Senhor Sri Nityãnanda Prabhu; saba caritra—todas as zola; ãge cali' yãna—seguiu em frente; sahga chãdi'—abandonando a companhia
características; viparita—contraditórias; kruddha hanã—ficando furioso; lãthi mãri'— deles; ãge—em frente; gelã—foi; mahãprabhura sthãna—à residência de Sri Caitanya
chutando; kare—realiza; tara hita—seu benefício. Mahãprabhu.

TRADUÇÃO—Uma das características d e Srí Nityãnanda Prabhu é Sua natureza TRADUÇÃO—Após dizer isso, Srikãnta, que não passava de um rapazola, afastou-
contraditória. Q u a n d o , furioso, Ele chuta alguém, faz isto visando ao benefício se do grupo e, sozinho, seguiu em direção à residência de Sri Caitanya Mahã-
deste. prabhu.
56 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 12 Verso 42 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 57

VERSO 37 vaisnavera samãcãra gosãni puchilã


eke eke sabãra nãma srikãnta jãnãilã
vaisnavera—de todos os Vaisnavas; samãcãra—notícias; gosãni—Sri Caitanya
Mahãprabhu; puchilã—pediu; eke eke—\im por um; sabãra—de todos eles; nãma—
nomes; srikãnta—o sobrinho de Sivânanda Sena; jãnãilã—informou.
pefãhgi-gãya kare dandavat-namaskãra
govinda kahe, — 'srikãnta, ãge petãhgi utãra' TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu perguntou a Srikãnta a respeito de todos
petãhgi—camisa e casaco; gãya—no corpo; kare— realiza; dandavat-namaskãra—ofe- os Vaisnavas, ao que o menino prestou ao Senhor informações sobre eles,
recimento de reverências; govinda kahe— Govinda disse; srikãnta—meu querido citando um por um.
Srikãnta; ãge—primeiro; petãhgi utãra—tira tua camisa e casaco. VERSO 40

TRADUÇÃO—Ao oferecer reverências ao Senhor, Srikãnta ainda estava de camisa 'ss*! t t o n l « i t f i s t r e ' — d l « r ç a f W j « f * f i
e casaco. Por isso, Govinda disse-lhe: " M e u querido Srikãnta, primeiro tira estas « r t f « i l ' i s s j «FÇ'—<a<5 * r ç ? r t f * ' II 8» II
roupas."
'duhkha pãhã ãsiyãche'—ei prabhura vãkya éuni'
SIGNIFICADO—É proibido entrar na sala da Deidade ou oferecer qualquer coisa jãnilã 'sarvajha prabhu'—eta anumãni'
à Deidade enquanto se usa uma camisa ou um casaco. Os tantras dizem: duhkha—tristeza; pãhã—obtendo; ãsiyãche—ele veio; «'—esta; prabhura—de Sri
Caitanya Mahãprabhu; vãkya—declaração; suni'—ouvindo; jãnilã—pôde entender;
vastrenãi'rta-dehas tu sarvajha prabhu—o Senhor é onisciente; eta—isso; anumãni'—supondo.
yo narah pranamed dharim
évitri bhavati müdhãtmã
TRADUÇÃO—Ao ouvir o Senhor dizer: "Ele está angustiado", Srikãnta Sena pôde
sapta janmãni bhãvini
entender que o Senhor é onisciente.
"Todo aquele que, usando roupas na parte superior do corpo, presta respeitos
e reverências à Deidade, está condenado a ser um leproso durante sete nasci- VERSO 41
mentos."
VERSO 38 Ppfflrc* Itfa i f f ã H , -Içl «1 f f a l l 1
d l l 11 G ? W t « i «ríflUl faflD II 8i II
^ * r e > - - l N t ^ « r f r ^ t C 5 l t < f l » 1 iwtjfst i
M

f%g « 1 ifi*., *f*, *rrc<s I s t ? 'gs II" w éivãnande lãthi mãrilã,—ihã nã kahilã
ethã saba vaisnava-gana ãsiyã mililã
prabhu kahe, — "érikãnta ãsiyãche pãhã mano-duhkha éivãnande— Sivânanda Sena; lãthi mãrilã—(o Senhor Nityãnanda) chutou; ihã—
kichu nã baliha, karuka, yãte ihãra sukha" isto; nã kahilã—não disse; ethã—nesse ponto; soba—todos; vaisnava-gana—devotos;
prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; srikãnta—Srikãnta; ãsiyãche—veio; ãsiyã—vindo; mililã—encontraram.
pãhã—obtendo; manah-duhkha—angústia na mente; kichu—nada; nã baliha—não
digas; karuka—que ele faça; yãte—por meio do que; ihãra—sua; sukha—felicidade. T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , enquanto descrevia os Vaisnavas, não mencionou o epi-
sódio em que o Senhor Nityãnanda chutou Sivânanda Sena. Foi então que todos
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o Govinda alertava Srikãnta, Sri Caitanya Mahãprabhu os devotos chegaram e foram ver o Senhor.
disse: " N ã o o aborreças. Deixa Srikãnta fazer o que bem quiser, pois veio aqui
sentindo-se muito a n g u s t i a d o . " VERSO 42
VERSO 39

c m i ^ s j w t ç t j c f l t i í f a p *tf5H i
igfa. 00fft6 irrs fii* i
• Í C * d e * n t a « t i S l T O s s r w t l n I I •oa> n
aft-i? ça ç l r e c*H «nçs ÜM* n 8*. a
58 S R Í Caitanya-caritãmrta Antya-hla, 12 Verso 48 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 59

pürvavat prabhu kailã sabãra milana chota-putre dekhi' prabhu nãma puchilã
stri-saba dura ha-ite kailã prabhura daraéana 'paramãnanda-dãsa'-nãma sena jãnãilã
pürva-vat—como antes; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kailã—realizou; sabãra chota-putre—o filho mais novo; dekhi'—vendo; prabhu—Ôri Caitanya Mahãprabhu;
milana—encontro de todos; siri—mulheres; saba—todas; dura ha-ite—a distância; nãma puchilã—perguntou o seu nome; paramãnanda-dãsa—Paramãnanda dãsa;
kailã— realizaram; prabhura daraéana—visão do Senhor. nãma—nome; sena—Sivânanda Sena; jãnãilã—informou.

TRADUÇÃO—Como nos anos anteriores, Sri Caitanya Mahãprabhu recebeu-os a TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya perguntou o nome do filho mais novo, ao que
todos. Entretanto, as mulheres viram o Senhor a distância. Sivânanda Sena informou ao Senhor que seu nome era Paramãnanda dãsa.

VERSO 43 VERSOS 46—47

wftm latca cw^atlii i % < S C a faat*** ^"St/.il «tflll I


I ^ S l t W - C ^ T S f C * s r a f t ? c a t l l l H II 8*> II ssca srçTcH^<Sica * f è c « 1 1 8 1 1 1 1 1 8* 11
"dita csfut* c a l s l c a f i t a 1
vãsã-ghara pürvavat sabãre deoyãila
mahãprasãda-bhojane sabãre bolãilã ' ^ f t w t i ' a ü i ' * t * «ifàç « t e t a 11 a i 11
vãsã-ghara—acomodações; pürva-vat—como antes; sabãre—a todos eles; deoyãila—
fez com que se dessem; mahã-prasãda—os restos do alimento do Senhor Jagan- pürve yabe éivãnanda prabhu-sthãne ãilã
nãtha; bhojane— para comer; sabãre—a todos; bolãilã—Ele chamou. tabe mahãprabhu tãnre kahite lãgilã

TRADUÇÃO—Aqui também, o Senhor providenciou acomodações para todos os "e-bãra tomara yei ha-ibe kumãra
devotos e em seguida convocou-os para compartilharem dos restos do alimento 'puri-dãsa' bali' nãma dhariha tãhãra
oferecido ao Senhor Jagannãtha. pürve—noutra ocasião; yabe—quando; éivãnanda—Sivânanda Sena; prabhu-sthãne—
à residência do Senhor Caitanya Mahãprabhu; ãilã—veio; tabe—nessa época;
VERSO 44 mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãnre—a ele; kahite lãgilã—começou a falar;
e-bãra—desta vez; tomara—teu; yei—este; ha-ibe—será; kumãra—filho; puri-dãsa—
faatsw f s s p j c a c s t t i t f a j t a fmfotí i Puri dãsa; bali'—como; nãma—nome; dhariha—deu; tãhãra—seu.

H a t * » * - I S T O * 1TÍ3 a « ? 1 1 C*11 « 88 D
T R A D U Ç Ã O — C e r t a ocasião, q u a n d o éivãnanda Sena foi visitar ári Caitanya
éivãnanda tina-putre gosãhire milãilã Mahãprabhu em Sua residência, o Senhor disse-lhe: " Q u a n d o teu filho nascer,
éivãnanda-sambandhe sabãya bahu-krpã kailã dá-lhe o nome de Puri d ã s a . "
éivãnanda—Sivânanda Sena; tina-putre—três filhos; gosãhire—a Sri Caitanya
Mahãprabhu; milãilã— apresentou; éivãnanda-sambandhe—como eram filhos de Sivâ-
nanda Sena; sabãya—a todos eles; bahu-krpã kailã—mostrou muita misericórdia. VERSO 48

« c a s t c a a ^cé ç s c i l « ' a>*ta 1


T R A D U Ç Ã O — S i v â n a n d a Sena apresentou seus três filhos a Sri Caitanya Mahã-
prabhu, que, em consideração a ele, mostrou muita misericórdia aos meninos. ftal*** s c a c t c i , s?« rei « t a 11 8v 11

VERSO 45 tabe mãyera garbhe haya sei ta' kumãra


éivãnanda ghare gele, janma haila tara
• tabe—nessa ocasião; mãyera garbhe—o ventre da mãe; haya—estava; sei ta' kumãra—
C5t&^í3I tftfa' « i ^ * r » 1 <jfgcTl I e
s t e filho; éivãnanda ghare gele—quando éivãnanda Sena voltou para casa; janma
n

' * t a i t * « W t l ' - * t s i C l * 3 r t * l l l 1 II 8tf II aila tara—ele nasceu.


60 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 12 Verso 54 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 61

TRADUÇÃO—O filho, q u e estava no ventre de sua esposa, nasceu assim que ele éivãnandera—de Sivânanda Sena; bhãgya-sindhu—o oceano de fortuna; ke—quem;
voltou para casa. gâibe para—pode cruzar; yãhra—cuja; saba gosthike— família inteira; prabhu—Srí
Caitanya Mahãprabhu; kahe—diz; ãpanãra—Sua própria.
VERSO 49
T R A D U Ç Ã O — N i n g u é m pode cruzar o oceano da boa fortuna de Sivânanda Sena,
« t ^ - i T w f « jjfàn m — ' i i i í s w w t * f 1 pois o Senhor considerou toda a família de Sivânanda como sendo Sua própria
' * t ^ « r f i ' i * f ? ' « t ç i*eii « i s r t i 1 1 8 » 11 família-

pmbhu-ãjhãya dharila nãma—'paramãnanda-dãsa' VERSO 52


'puri-dãsa' kari' prabhu karena upahãsa
prabhu-ãjhâya—sob a ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu; dharila nãma—recebeu « C l 1 1 SMjR 1 4 * 1 isfàerl c « t « n I
o nome; paramãnanda-dãsa—Paramãnanda dãsa; puri-dãsa—Puri dãsa; kari'—como; c s t T f i c f o « i t w l f í w l f í ã ' « l í P i i 11 n n
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karena upahãsa—passou a divertir-Se.
tabe saba bhakta lanã karilã bhojana
TRADUÇÃO—De acordo com a ordem d o Senhor, a criança foi chamada de Para- govindere ãjhã dilã kari' ãcamana
mãnanda dãsa, e, em tom de brincadeira, o Senhor chamava-o de Puri dãsa. tabe—então; saba bhakta lanã—com todos os devotos; karilã bhojana—almoçou;
govindere—a Govinda; ãjhã dilã—deu a ordem; kari' ãcamana—após lavar as mãos
VERSO 50 e a boca.

f » t i t » w i c i (3É m c i * f w i l í f l 1 TRADUÇÃO—O Senhor almoçou na companhia de todos os outros devotos, e,


após lavar as mãos e a boca, deu uma ordem a Govinda.
IÇfSfÇi I t W t f é s n 1 £ f f t i f l 110 II
éivãnanda yabe sei bãlake milãilã VERSO 53
mahãprabhu pãdãhgustha tara mukhe dilã
éivãnanda—Sivânanda Sena; yabe—quando; sei—essa; bãlake—criança; milãilã— " f t l t l O T ? ' S t f f V , * f j S ~ 1 t 1 « . <íWt9 I
apresentou; mahãprabhu—Mahãprabhu; pãda-ahgustha—o dedo do Seu pé; tara— «rtiti «nc"W-*rta «tal eu ira 11
sua; mukhe—dentro da boca; dilã—colocou.
"éivãnandera 'prakrti', putra—yãvat ethãya
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Sivânanda Sena apresentou a criança a Sri Caitanya Mahã- ãmãra avaéesa-pãtra tãrã yena páya"
prabhu, o Senhor colocou o dedo do pé na boca da criança. éivãnandera—de Sivânanda Sena; prakrti—esposa; putra—filhos; yãvat—enquanto;
ethãya—aqui; ãmãra—Minha; avaéesa-pãtra—prato com os restos de comida; fãrã—
SIGNIFICADO—A este respeito, pode-se consultar o Antya-lilã, Décimo Sexto Capí- todos eles; yena—devem; pãya—receber.
tulo, versos 65-75, onde se dão informações sobre as manifestações posteriores
da misericórdia do Senhor. T R A D U Ç Ã O — " E n q u a n t o a esposa e os filhos de Sivânanda Sena permanecerem
e
m Jagannãtha Puri", disse Ele, "devem-se dar-lhes os restos da Minha comida."

VERSO 5 1 VERSO 5 4

« f t í l l - l t l l G l t f f * , «11 I t l — • I I Ç S f f R T I
t%fP«BJ «Tfjfif irlci I t l f
s
i í ? 11 c*tt§lr.i « J ^ T O Ç ' « i t l i f ? ' 11 <n 11 citwis cies» «figa i t f t i f i # «n 1 ? 11«811

éivãnandera bhãgya-sindhu ke pãibe para? nadiya-vãsi modaka, tara nãma—'paramesvara'


yãhra saba gosthike prabhu kahe 'ãpanãra' modaka vece, prabhura vãtira nikata tara ghara
62 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, Verso 59 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 63

nadiyã-vãsi— habitante do distrito de Nadia; modaka—um confeiteiro; tara nãma 'paramesvara muni' bali' dandavat kaila
seu nome; parameévara—Paramesvara; modaka vece—tem a ocupação de confeiteir tare dekhi' prabhu prite tãhãre puchilã
prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; vãtira nikata—perto da casa; tara ghara mrameévara—Paramesvara; muni—eu; bali'—dizendo; dandavat—reverências;
sua casa. kaila—realizou; tare—a ele; dekhi'—vendo; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahã-
prabhu; prite—por afeição; tãhãre—a ele; puchilã—perguntou.
T R A D U Ç Ã O — H a v i a um residente de Nadia chamado Parameávara, um confeiteiro
que morava perto da casa de Sri Caitanya Mahãprabhu. TRADUÇÃO—Ao prestar reverências ao Senhor, disse: "Sou o mesmo Paramesvara
de sempre." Ao vê-lo, o Senhor lhe fez perguntas com muita afeição.
VERSO 55
VERSO 58
atias-astci « F f « t a s c a a t a a f a s i ' * i
í « , « t o cstwa« c«fs, « i ç « W S t ' * I I q o n 'lacs^a Ç«,«tirei,« « W i
'33*«!T3ST«l « r i f s s t c s ' , c i s ARFCAASFEN IIGMI
bãlaka-kãle prabhu tara ghare bãra bãra yã'na
dugdha, khanda modaka àeya, prabhu tãhã khã'na 'paramesvara kuéala hao, bhãla haila, ãilã'
bãlaka-kãle—quando Ele era um menino; prabhu—Sn Caitanya Mahãprabhu; f" 'mukundãra mãtã ãsiyãche', seha prabhure kahilã
ghare—à sua casa; bãra bãra—repetidas vezes; yã 'na—costumava ir; dugdha—leite; paramesvara—ó Paramesvara; kuéala hao—sejas abençoado; bhãla haila—é muito
khanda—doces; modaka deya—o confeiteiro costumava dar; prabhu—o Senhor SRI bom; ãilã—vieste; mukundãra mãtã—a mãe de Mukunda; ãsiyãche—veio; seha—ele;
Caitanya Mahãprabhu; tãhã—isto; khã 'na—costumava comer. prabhure kahilã—informou ao Senhor.

T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o menino, o Senhor freqüentava a casa de Parameávara TRADUÇÃO—SRI Caitanya Mahãprabhu disse: "Parameávara, que sejas abençoa-
Modaka. O confeiteiro dava leite e doces ao Senhor, que, então, comia-os. I do. É muito b o m que tenhas vindo até a q u i . " Então, Parameávara informou ao
Senhor: " M u k u n d ã r a Mãtã também v e i o . "
VERSO 56
VERSO 59
« t f - f a s c s c s p « t a atias-as-fi r e c « i
ci a e i a ciç « i t l i «fçca c f s c « II u ç y i t s st«ta *ts S»f*' « ^ I C * t s « i i i
« s t f i «TÇTA á k « fog *i a f i i i u « & II
prabhu-visaye sneha tara bãlaka-kãla haite
se vatsara seha ãila prabhure dekhite mukundãra mãtãra nãma éuni' prabhu sahkoca hailã
prabhu-visaye—para com Sri Caitanya Mahãprabhu; sneha—afeição; tara—de Para- tathãpi tãhãra prite kichu nã balilã
mesvara Modaka; bãlaka-kãla haite— desde Sua infância; se vatsara—naquele ano; mukundãra mãtãra—da mãe de Mukunda; nãma—nome; éuni'—ouvindo; prabhu—
seha—ele também; ãila—veio; prabhure dekhite—ver o Senhor. SRI Caitanya Mahãprabhu; sahkoca hailã—sentiu alguma hesitação; tathãpi—mesmo
ASSIM; tãhãra—de Paramesvara; prite—por afeição; kichu—nada; nã balilã—não disse.
T R A D U Ç Ã O — D e s d e a infância do Senhor que Paramesvara Modaka desenvolvera
afeição por Ele, sendo que, naquele ano, estava entre os que vieram ver o Senhor TRADUÇÃO—Ao ouvir o nome d e Mukundãra Mãtã, o Senhor Caitanya hesitou,
em Jagannãtha Puri. mas, por afeição a Parameávara, nada disse.

VERSO 57 SIGNIFICADO—Ao sannyãsi impede-se-lhe inclusive de ouvir o nome de uma


mulher, e Sri Caitanya Mahãprabhu Se portava mui estritamente em Seu voto.
,
'»tac3 »tal i f i p ' a f i ' wsm c a * i i arameávara, com quem sua esposa Mukundãra Mãtã viera, informou desta vinda
ao
Penhor. Ele não deveria ter mencionado seu nome, e, por isso, o Senhor hesitou
« t c a cwfs' « P ^ â r o « t ç t c a yjjsm n e i u P°r um instante, mas, devido à Sua afeição por Paramesvara, nada disse. Desde
Sn Caitanya-caritãmrta y r s o 65 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 65
64 Antya-lílã, J ^ I e

a infância, Sri Caitanya Mahãprabhu conhecera Paramesvara Modaka, e por isso cãturmãsya saba yãtrã kailã daraéana
Paramesvara nem titubeou em informar ao Senhor sobre a chegada de sua esposa mãlinT-prabhrti prabhure kailã nimantrana
cãturmãsya—por quatro meses; saba yãtrã—todos os festivais; kailã daraéana—
viram; mãlinT-prabhrti—senhoras como Mãlini, esposa de Srivãsa Thâkura; pra-
VERSO 60
y , _ a Sri Caitanya Mahãprabhu; kailã nimantrana—fizeram convites.
a f B

a j a a - t M i « « - c a s f ^ t sjl mm i
TRADUÇÃO—Por quatro meses consecutivos, os devotos observaram todos os
«rara g ã t ^ « t a cil u II festivais. As esposas, tais como Mãlini, convidaram árí Caitanya Mahãprabhu
praéraya-pãgala éuddha-vaidagdhT nã jãne para almoçar.
antare sukhT haüã prabhu tara sei gune VERSO 63
praéraya—devido à intimidade; pãgala—tolo; éuddha—puro; vaidagdhi— etiqueta;
nã jãne—não conhece; antare— no íntimo; sukhi hailã—ficou muito feliz; prabhu— « F f s fsia m i a a j v t t f i s t c e cw»t b ? c « i
Sri Caitanya Mahãprabhu; tara—seu; sei gune—por causa desse atributo. c i l a i w i asfã' f w l ct*i i a - « t f f s u m «

TRADUÇÃO—Um relacionamento íntimo às vezes i n d u z a pessoa a passar por prabhura priya nãnã dravya ãniyãche deéa haite
cima da etiqueta formal. Dessa maneira, o que aconteceu foi que Paramesvara, sei vyahjana kari' bhiksã dena ghara-bhãte
com seu comportamento simples e afetuoso, agradou o coração do Senhor. prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; priya—queridas; nãnã dravya—muitas
variedades de coisas; ãniyãche—trouxeram; deéa haite—de sua terra; sei vyahjana
SIGNIFICADO—Praéraya significa afeição, humildade, fé, imposição a alguma con- kari'—preparando esses legumes; bhiksã dena—ofereceram alimento; ghara-bhãte—
cessão especial ou indulgência em referida concessão. Pãgala significa cinismo, cozinhando em casa.
arrogância e influência. Vaidagdhi significa astúcia, humor, beleza, habilidade,
sabedoria, comportamento traiçoeiro e insinuações. TRADUÇÃO—Os devotos trouxeram da Bengala muitas variedades de alimento
bengali, apreciado por Srí Caitanya Mahãprabhu. Cozinharam também diversos
VERSO 61 cereais e legumes em suas casas e ofereceram-nos ao Senhor.

i a 1 1 4 3 1 «f%Sl-f1SrS( I VERSO 64
s s - v i t c t «SSÁE. ASFÂN *rén II #s N fwci « 1 * 1 # < s 1 a*ca 1 4 3 1 W9&$ i
pürvavat sabã lanã gundicã-mãrjana a t e m 3>i3-íâc6§w «pf^ i s c a i c a f r i II «8 n
ratha-ãge pürvavat karilã nartana
pürva-vat—como antes; sabã—todos os devotos; lanã—assumindo; gundicã- dine nãnã kndã kare lana bhakta-gana
mãrjana—a limpeza do templo de Gundicã; ratha-ãge— diante da carruagem; pürva- rãtrye kr$na-vicchede prabhu karena rodana
vat—como antes; karilã nartana—dançaram. dine—durante o dia; nãnã—diversos; krídã kare—realizava passatempos; lanã
bhakta-gana—com Seus devotos; rãtrye—à noite; krsna-vicchede—devido à saudade
de Krçna; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karena rodana—chora.
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os devotos ocuparam-se na cerimônia d e limpeza do templo
de Gundicã e dançaram diante da carruagem do Ratha-yãtrã, exatamente como
fizeram no passado. T R A D U Ç Ã O — D u r a n t e o dia, Srí Caitanya Mahãprabhu ocupava-Se em diversas
atividades com Seus devotos, mas à noite, sentindo muita saudade de Krsna,
VERSO 62 «ostumava chorar.
VERSO 65
s t ^ r o ia itsi c^ii wa«ti i i t i l - i T i t a ffcfpp Cf 1 I
T r à s f t e f ç f o « j f c a ca>ii f i i a « t II c t t s c w c t a t l c « « c a <ecw «rtwl i II ^ «
66 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, Verso 71 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 67

ei-mata nãnã-lüãya cãturmãsya gela tomã-sabãra duhkha jãni' cãhi nisedhite


gauda-deée yãite tabe bhakte ãjhã dila tomã-sabãra sahga-sukhe lobha bãde citte
ei-mata—dessa maneira; nãnã-lilãya—em diversos passatempos; cãturmãsya gela- tomã-sabãra—áe todos vós; duhkha—problema; jãni'—compreendendo; cãhi nise-
os quatro meses da estação das chuvas passaram-se; gauda-deée yãite—que voltas- í/hife—desejo parar com isso; tomã-sabãra—áe todos vós; sahga-sukhe—pela felici-
sem à Bengala; tabe—nessa ocasião; bhakte—todos os devotos; ãjhã díla—§ri dade da associação; lobha—desejo; bode—aumenta; cifre— em Minha mente.
Caitanya Mahãprabhu ordenou.
TRADUÇÃO—"Eu gostaria de proibir-vos de fazer isso, mas ficar convosco Me
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, o Senhor, vivendo diversos passatempos, passou dá tanto prazer que só faz aumentar o Meu desejo de ficar ao vosso l a d o . "
os quatro meses da estação das chuvas, e então mandou que os devotos bengalis
voltassem para as suas casas. VERSO 69

VERSO 66 froitsr.»* «rfwi f ò ^ * c ^ h W a f e « i


ia TO** iKMigi r*ms«t i « i t w l i f s a ' « t f a t i i fàs i f f à a f i e s ? -&s> n

ia%ç«s tos* i ç a a s * II ^ ti nityãnande ãjhã diluh gaudete rahite


ãjhã lahghi' ãilã, ki pari balite?
saba bhakta karena mahãprabhura nimantrana nityãnande—a Sri Nityãnanda Prabhu; ãjhã diluh—ordenei; gaudete rahite—que
sarva-bhakte kahena prabhu madhura vacana ficasse na Bengala; ãjhã lahghi'—transgredindo Minha ordem; ãilã—Ele veio; ki—
saba bhakta—todos os devotos; karena mahãprabhura nimantrana—convidam Sri que; pari balite—posso dizer.
Caitanya Mahãprabhu para almoçar; sarva-bhakte—a todos os devotos; kahena—
fala; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; madhura vacana—palavras doces. T R A D U Ç Ã O — " O r d e n e i que SRI Nityãnanda Prabhu não deixasse a Bengala, mas
Ele transgrediu Minha ordem e veio ver-Me. Que posso d i z e r ? "
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os devotos da Bengala regularmente convidavam Sri Caitanya
Mahãprabhu para almoçar, e o Senhor dirigia-Se a eles com palavras muito doces. VERSO 70

VERSO 67 « i t l c i * «iiprê-ctf t i t f t p c r í c a ? » f l asfs' i


c«iji-3ic«i a i « u f a , ^sfaes s n t t f à m » n
"filias' « u l i íca «rmtca cwfaes i
« U í i e s s f l r e g : 3 *tr« a « w s n n ãilena ãcãrya-gosãni more krpã kari'
prema-me baddha ãmi, sudhite nã pari
"prati-varse ãisa sabe ãmãre dekhite ãilena—veio; ãcãrya-gosãni—Advaita Acãrya; more—a Mim; krpã kari'—dando
ãsite yãite duhkha pão bahu-mate misericórdia; prema—de amor; me—a dívida; baddha ãmi—estou atado; éudhite—
prati-varse—todos os anos; ãisa—vindes; sobe—todos vós; ãmãre dekhite—ver-Me; de retribuir; nã pari—sou incapaz.
ãsite— vir; yãite—regressar; duhkha pão—enfrentaismuitos inconvenientes; bahu-
mate—áe diversas maneiras. T R A D U Ç Ã O — " G r a ç a s À Sua misericórdia imotivada para comigo, Advaita ACÃRYA
também veio até aqui. Estou endividado com Ele por Seu comportamento afetivo.
T R A D U Ç Ã O — " T o d o s vindes ver-Me todos os a n o s " , disse o Senhor. "Vir aqu> Esta dívida é-Me impossível saldá-la."
e então regressar com certeza deve causar-vos muitos inconvenientes."
VERSO 71
VERSO 68

c ^ r s l - i a t ? í : 3 srtf*' etfa frcsfàes i c i t a I t f a ' Ít-1íS-3*tf3 têtfwi I


*T*T ? < 3 * t « i f w ' « i i t o i * ATDJL b n
c « t * 1 - i a t a »NPGC3 c i t e ate? f ç c s II w n
68 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 12 Verso 77 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 69

mora lãgi' stri-putra-grhãdi chãdiyã deha-mãtra dhana tomãya kailuh samarpana


nãnã durgama palha lahghi' ãisena dhãhã tãhãh vikãi, yãhãh vecite tomara mana"
mora lãgi'—por Mim; siri—esposa; putra—filhos; grha-ãdi—lar e assim por diante; deha—•corpo; mãtra—único; dhana—patrimônio;; tomãya—a vós; kailuh samarpana—
chãdiyã— deixando de lado; nãnã—diversos; durgama—difíceis; palha—caminhos- dediquei; tãhãh—ali; vikãi—Eu vendo; yãhãh—onde; vecite—vender; tomara mana—
lahghi'—atravessando; ãisena dhãhã—vêm aqui bem depressa. vossas mentes.

T R A D U Ç Ã O — " T o d o s os Meus devotos vêm aqui só por Minha causa. Deixando T R A D U Ç Ã O — " T u d o o que tenho resume-se a este corpo, e por isso entrego-o a
de lado seus lares e famílias, eles enfrentam caminhos dificílimos para virem vós. Agora, se desejardes, podeis vendê-lo onde bem vos aprouver. Ele é pro-
aqui bem depressa." priedade vossa."
VERSO 72 VERSO 75

« n f s d ! « l i t s c i a f e c s afssi i a i ^ a ase* sata araras s* i


t f ã a t s s t f l esta í s W I s a l a srtfasl11 « «icaita-*<sc* s c a a* c a * 3F*«* m < n i

ãmi ei nilãcale rahi ye vasiyã prabhura vacane sabãra áravi-bhüta mana


parisrama nãhi mora toma sabãra lãgiyã ajhora-nayane sabe karena krandana
ãmi—Eu; ei—isto; nilãcale—em Jagannãtha Puri; rahi—permaneço; ye vasiyã—sen- prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; vacane—com as palavras; sabãra—de
tado; parisrama nãhi mora—não tenho cansaço nenhum; tomã sabãra lãgiyã—devido todos; dravi-bhüta—derreteram-se; mana—corações; ajhora—derramando lágrimas
a todos vós. incessantes; nayane—olhos; sabe—todos; karena krandana—estavam chorando.

T R A D U Ç Ã O — " Q u a n t o a Mim, não fico cansado ou sofro algum inconveniente, TRADUÇÃO—Quando todos os devotos ouviram essas doces palavras do Senhor
pois permaneço aqui em Nílãcala, Jagannãtha Puri, e não preciso locomover-Me árí Caitanya Mahãprabhu, seus corações derreteram-se, e eles puseram-se a
nem um pouquinho. Isto deve-se a todos v ó s . " derramar lágrimas incessantes.

VERSO 73 VERSO 76

s a j i s l s t s s esta, * t f ç c a n * as i « t ^ s a t a ?WI afã' f c a * r,at«* i


fas fssl c r i s t a SI«I a s f à ^ c w s ? i « « anfaess astfacs s a t s cs*rl « i t f s w * n <\* 11
sannyãsi mãnusa mora, nãhi kona dhana prabhu sabãra galã dhari' karena rodana
ki diyã tomara pia karimu sodhana? kãndite kãndite sabãya kailã ãlihgana
sannyãsi mãnusa—na ordem de vida renunciada; mora—Meu; nãhi—não há; kona— prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; sabãra—de todos eles; galã—pescoços; dhari'—
nenhum; dhana—dinheiro; ki—que; diyã—dando; tomara ma—a dívida a vós; karimu agarrando; karena rodana—pôs-Se a chorar; kãndite kãndite—chorando o tempo todo;
sodhana—retribuirei. sabãya—todos eles; kailã ãlihgana—Ele abraçou.

TRADUÇÃO—"Sou um mendicante e não tenho dinheiro algum. Como posso T R A D U Ç Ã O — A g a r r a n d o firme os Seus devotos, o Senhor abraçou todos eles e
liquidar a dívida que tenho pelo favor que Me mostrastes?" pôs-Se a chorar incontidamente.

VERSO 74 VERSO 77

cwçsta i * c<5tsis c a - ^ s s * f a i s a i ! a f e i , cs** R f » w s * t f à i i


« l í i faasfl, s t t l c a f k s c « t s í a s s i f °is n «ría f « * 4t5-si« d l s e s c i i n 1111
70 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, 12 Verso 83 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 71

sabãi rahila, keha calite nãrila tabe prabhu sabãkãre prabodha kariyã
ãra dina pãnca-sãta ei-mate gela sabãre vidãya dilã susthira hanã
sabãi rahila—todos eles permaneceram; keha calite nãrila—ninguém podia mover- tabe—em seguida; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; sabãkãre—todos eles;
se; ãra—a mais; dina pãnca-sãta—cinco a sete dias; ei-mate—dessa maneira; gela— prabodha kariyã—apaziguando; sabãre—a cada um deles; vidãya dilã—disse adeus;
passaram-se. su-sthira hanã—ficando n u m a condição pacífica.

T R A D U Ç Ã O — I n c a p a z e s de partir, todos permaneceram ali e assim se passaram T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , acalmando todos eles, Sri Caitanya Mahãprabhu despediu-Se
mais cinco a sete dias. deles.
VERSO 78 VERSO 81

« è r o « w $ 3 fà*g T O S « % » H i i f t e J W W a f à s r i — " s f a * 1 w j i w ataata i


" i ç ç s r t f s f i r f a w l «ffie, f r o t a 1 1 i v - n « M É « r í i t a m s l c a omm II" v-i II

advaita avadhüta kichu kahe prabhu-pãya nityãnande kahilã—"tumi nã ãsiha bãra-bãra


"sahaje tomara gune jagat vikãya tathãi ãmãra sahga ha-ibe tomara"
advaita—Advaita Prabhu; avadhüta—Nityãnanda Prabhu; kichu—algo; kahe—dis- nityãnande—a Nityãnanda Prabhu; kahilã—disse; tumi—Tu; nã ãsiha—não venhas;
seram; prabhu-pãya—aos pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu; sahaje—natural- bãra-bãra—repetidas vezes; tathãi—lá (na Bengala); ãmãra—Minha; sahga—associa-
mente; tomara—Teus; gune—devido aos atributos transcendentais; jagat vikãya—o ção; ha-ibe—haverá; tomara—Tua.
m u n d o inteiro sente-se agradecido a Ti.
T R A D U Ç Ã O — O Senhor especificamente aconselhou a Nityãnanda Prabhu: " N ã o
T R A D U Ç Ã O — A d v a i t a Prabhu e o Senhor Nityãnanda Prabhu apresentaram as deves vir aqui repetidamente. Terás Minha associação na Bengala."
seguintes palavras aos pés de lótus do Senhor: "O m u n d o inteiro sente-se na-
turalmente em dívidas para com Teus atributos transcendentais." VERSO 82

VERSO 79 i a w t i c a t w i ASFÀRN i
mt«rf_ a % i i «IWJ f a m *<&\ n n
«nata «tffs ai*'-«ites a ^ t l - a t w s t c a i
<?5t*i1 wíW ca^ai astèl a t l a t c a *tfca ?" n cale saba bhakta-gana rodana kariyã
mahãprabhu rahiiã ghare visanna hanã
ãbãra tãte bãndha'—aiche krpã-vãkya-dore cale—seguiram; saba—todos; bhakta-gana—os devotos; rodana kariyã—chorando;
tomã chãdi' kebã kãhãh yãibãre pare?" mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; rahiiã—permaneceu; ghare—em Sua resi-
ãbãra—de novo; tãte—com isso; bãndha'—prendes; aiche—essas; krpã—misericor- dência; visanna hanã—estando muito melancólico.
diosas; vãkya—de palavras; dore—pela corda; tomã chãdi'—deixando-Te; kebã—
quem; kãhãh—a algum lugar; yãibãre pare—pode ir. T R A D U Ç Ã O — O s devotos de Srí Caitanya Mahãprabhu iniciaram sua jornada
chorando, enquanto, muito melancólico, o Senhor permanecia em Sua residência.
T R A D U Ç Ã O — " A i n d a assim, com Tuas doces palavras, persistes em prender Teus
devotos. Sob essas circunstâncias, q u e m pode ir a algum lugar?" VERSO 83

VERSO 80 f s w - f t t w i « f ^ s t f w l latca i
W f s r ç s ç f H W ca* (.«ttfàcs I t c s ? \r-9 ii
« c a « l ^ i a t a s t c a «fcata a # f l i
nija-krpã-gune prabhu bãndhilã sabãre
l a t c a fàwta fwiri ? f a a 3431 II II mahãprabhura krpã-rna ke sodhite pare?
72 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 12 Verso 89 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 73

nija—própria; krpã-gune—pelo atributo da misericórdia; prabhu—Sri Caitanya pürva-varse jagadãnanda 'ãi' dekhibãre
Mahãprabhu; bãndhilã—prendeu; sabãre—a todos; mahãprabhura—de Sri Caitanya prabhu-ãjhã lanã ãilã nadlyã-nagare
Mahãprabhu; krpã-rna—dívida para com a misericórdia; fce—quem; éodhite pare— pürva-varse—no ano anterior; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; ãi—Sacimãtã;
pode retribuir. dekhibãre—para ver; prabhu-ãjhã lanã—recebendo a permissão de Sri Caitanya
Mahãprabhu; ãilã—veio; nadlyã-nagare—ã cidade de Nadia.
TRADUÇÃO—O Senhor prendeu a todos com Sua misericórdia transcendental.
Quem pode retribuir a dívida que tem para com a misericórdia de Srí Caitanya • TRADUÇÃO—No ano anterior, Jagadãnanda Pandita, seguindo a ordem do Senhor,
Mahãprabhu? regressara à cidade de Nadia para ver Sacimãtã.
VERSO 84
VERSO 87
siw »ft$fs « i f sraa 1
<5ft<S <5TCS Ç l f ? ' Clf* S t S GÍ"ÍW II V 8 II « g l i « w s t l ' m flpfl 1
w f s t c s s sar-ajsts fon f s c s s s 1 1 n 11
yãre yaiche nãcãya prabhu svatantra iévara
tãte tãnre chãdi' loka yãya deéãntara ãira carana yãi' karilã vandana
yãre—quem quer que; yaiche—como; nãcãya—faz com que dance; prabhu—Sri jagannãthera vastra-prasãda kailã nivedana
Caitanya Mahãprabhu; svatantra iévara—a Personalidade de Deus inteiramente ãira—de Sacimãtã; cararya—aos pés de lótus; yãi'—indo; karilã vandana—ofereceu
independente; tãte— por conseguinte; tãnre—a Ele; chãdi'— deixando; loka—pessoas; orações; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; vastra-prasãda—roupas e prasãda; kailã
yãya—vão; deéa-antara—a diferentes partes da região. nivedana—ofereceu.

TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu é a Personalidade d e Deus inteiramente TRADUÇÃO—Ao chegar, ofereceu orações aos seus pés de lótus, após o que
independente e faz todos dançar de acordo com a Sua vontade. Por conseguinte, ofereceu-lhe a roupa e a prasãda do Senhor Jagannãtha.
deixando a Sua companhia, todos os devotos voltaram para seus lares em dife-
rentes partes da região. VERSO 88
VERSO 85
«tfs »rlCT s t s t c s f«i«, ctotI 1
«Tcfc» G*R 5rfçt9 1 « J ç s f s ü f o - ^ f o s f s t c s i>fç.sn 11 trv 11
jhRj-sfàa fà*! *n s t a 11 tr* i
prabhura nãme mãtãre dandavat kailã
kãsthera putali yena kuhake nãcãya . prabhura vinati-stuti mãtãre kahilã
iévara-caritra kichu bujhana nã yãya prabhura nãme—em nome de Sri Caitanya Mahãprabhu; mãtãre—ã Sua mãe; dan-
kãsthera—de madeira; putali— boneco; yena—como; kuhake—um titereiro; nãcãya— davat kailã—ele ofereceu reverências; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; uínafi-
faz com que dance; Iévara-caritra—a característica da Suprema Personalidade de sfwfi—orações muito submissas; mãtãre—k Sua mãe; kahilã—ele informou.
Deus; kichu bujhana nã yãya—ninguém consegue entender.
TRADUÇÃO—Em nome d o Senhor Caitanya Mahãprabhu, prestou reverências a
TRADUÇÃO—Como u m boneco de madeira dança conforme a vontade do tite- Sacimãtã, e deixou-a ciente de todas as orações submissas que o Senhor fazia
reiro, tudo o que o Senhor deseja concretiza-se. Q u e m pode entender as carac- Para ela.
terísticas da Suprema Personalidade de Deus?
VERSO 89
VERSO 86

mtòfâÊÊ *wâç cs f s s t c s 1 W N r W W 1t<íPl S f « 1 « * Í S T % 5 S C » I


« r ç - « r r s n 1 4 * 1 « t r l n « t r a t - a t c * 11 v«» n c t r e i M g 3 t o í i t o s e , « c s s t f à - f s c s o v-s u
74 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-llla, 12 Verso 95 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 75

jagadãnande pãhã mãtã ãnandita mane ãmi—Eu; yãi'—indo; bhojana kari—como; mãtã—mamãe; nãhi jãne—não consegue
tenho prabhura kathã kahe, éune rãtri-dine entender; sãksãte—diretamente; khãi ãmi'—Eu como; tenho— ela; svapna—um sonho;
jagadãnande—Jagadãnanda; pãhã—recebendo; mãtã—Sacimãtã; ãnandita mane— df/w-como; mane—pensa.
com muita satisfação; tenho—ele; prabhura kathã—os passatempos de Srí Caitanya
Mahãprabhu; kahe—fala; s'wne—ouve; rãtri-dine—dia e noite. T R A D U Ç Ã O — ' " V o u lá e como o alimento que Minha mãe oferece, mas ela não
consegue entender que sou Eu mesmo quem está comendo: ela pensa que isso
TRADUÇÃO—A chegada de Jagadãnanda deixou mãe Saci muitíssimo satisfeita. é um s o n h o . ' "
À medida que ele falava sobre o Senhor Caitanya Mahãprabhu, ela ouvia dia VERSO 93
e noite.
VERSO 90 s f s l TOÇ,—"as<5 stfsí SJWS I
fjn?tfãsp | $ i « m i , — | i ç i ss em s s « u
W S t f P W T O S — <W*% C T O * f f * f a f » C T I
mãtã kahe, — "kata rãndhi uttama vyahjana
tfStlt? « T t f % ' « f Ç T O í W GSfàlM II ò° II
nimãhi ihãh khãya,—iechã haya mora mana
jagadãnanda kahe, — "mãtã, kona kona dine mãtã kahe—mamãe disse; kata—quantas; rãndhi—cozinho; uttama vyahjana—le-
tomara ethã ãsi' prabhu karena bhojane gumes de primeira classe; nimãhi—Nimãi; ihãh—aqui; khãya—possa comer; iechã—
jagadãnanda kahe—Jagadãnanda disse; mãtã—mãe; kona kona dine—às vezes; tomara desejo; haya—é; mora mana—minha mente.
ethã ãsi'—vindo aqui à tua casa; prabhu—o Senhor; karena bhojane—aceita comida.
T R A D U Ç Ã O — S a c i m ã t ã disse: "Gostaria que Nimãi comesse todos os saborosos
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita disse: "Minha querida mãe, às vezes o Senhor legumes que cozinho. E este o meu d e s e j o . "
vem até aqui e come toda a comida que ofereceste."
VERSO 94
VERSO 91
fsrjitfip «rr<fptflê—iàcç ss cm ss i
c e t s w f i l i a l T O ? « i t i f H u s *<Í*»1 I * t t r e w t s s r s . - ^ f a i e s f s * " s t * ' n " a>8 n
s t s l «rrfàr « r f y s t â a t i « r p ¥ $ ^ f à a l n •>>
nimãhi khãhãche,—aiche haya mora mana
bhojana kariyã kahe ãnandita hanã pãche jhãna haya,—muni dekhinu 'svapana'"
mãtã ãji khãoyãilã ãkantha püriyã mmãni khãhãche—Nimãi comeu; aiche—esta; haya—é; mora—minha; mana—mente;
bhojana kariyã—após comer; kahe—diz; ãnandita hanã—ficando muito satisfeito; pãche—em seguida; /nana haya—penso; muni—eu; dekhinu svapana—vi n u m sonho.
mãtã—mamãe; ãji—hoje; khãoyãilã—alimentou-Me; ãkantha—até o pescoço; püriyã—
enchendo. TRADUÇÃO—"Às vezes, penso que Nimãi comeu-os, mas em seguida penso que
eu só estava s o n h a n d o . "
T R A D U Ç Ã O — " A p ó s comer o alimento, o Senhor diz: 'Hoje, mamãe alimentou-Me VERSO 95
até Eu não poder m a i s . ' "
ifllro wít«rt*w "tfrstsi-SCT i
VERSO 92 'cmzm «gs-awtl TO* s t f à - f w ç * n a * II

« r i f a * É ? cetsfi ^ f à - s r f à l « t f * w r w i ei-mata jagadãnanda éaãmãtã-sane


caitanyera sukha-kathã kahe rãtri-dine
T W C S s t * « r t f s ' dk*\ w res s t t * II"S*II
ei-mata—dessa maneira; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; éaãmãtã-sane—com
ãmi yãi' bhojana kari—mãtã nãhi jãne mae Saci; caitanyera—de Sri Caitanya Mahãprabhu; sukha-kathã—palavras de feli-
lc|

sãksãte khãi ãmi' tenho 'svapna' hena mane" ade; kahe-diz; rãtri-dine-dia e noite.
76 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 12 Verso 101 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 77

TRADUÇÃO—Dessa maneira, Jagadãnanda Pandita e mãe Saci conversavam dia T R A D U Ç Ã O — V â s u d e v a Datta e Murãri Gupta ficaram tão satisfeitos ao verem
e noite sobre a felicidade de Sri Caitanya Mahãprabhu. jagadãnanda Pandita que mantiveram-no em suas casas e não o deixavam saú-
de lá-
VERSO 96 VERSO 99

« t r a t a wmt&i i a t e s ftfiit 1 C 5 « c » a « # w r j <BK* « t a 1


,
s r f «rT»r, « l t < i p 1 í c a « r t l f S w « H n s » * 1 1 « r t l i l t t i c a í c a fcç«ai-3»tl-?ci n n

nadíyãra bhakta-gane sabãre mililã caitanyera marma-kathã sune tãhra mukhe


jagadãnande pãhã sabe ãnandita hailã ãpanã pãsare sabe caitanya-kathã-sukhe
nadiyãra—de Nadia, ou Navadvipa; bhakta-gane—os devotos; sabãre—todos; mi- caitanyera—do Senhor Caitanya Mahãprabhu; marma-kathã—conversas confiden-
lilã—encontrou; jagadãnande—Jagadãnanda; pãhã—obtendo; sabe— todos; ãnandita ciais; éune—eles ouvem; tãhra mukhe— através de sua boca; ãpanã pãsare—esque-
hailã—ficaram satisfeitíssimos. ceram-se de si mesmos; sabe—todos eles; caitanya-kathã-sukhe—na felicidade das
conversas sobre o Senhor Caitanya.
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita encontrou-se com todos os outros devotos em
Nadia, os quais, ao verem-no ali presente, ficaram muito satisfeitos. TRADUÇÃO—Eles ouviram da boca de Jagadãnanda Pandita narrações confiden-
ciais sobre árí Caitanya Mahãprabhu e, imersos na imensa felicidade de ouvir
sobre o Senhor, esqueceram-se de que existiam.
VERSO 97
VERSO 100
«ttetá fafic« « c a c f H 1
«srstrtsw f a í i c « a t a c a l « v - a c a i
s n t w f s c » * *tt<íPl « 1 « i t e t s " « r f s w f 1 1 s i 1 1
c i l c i l «w ^ c s mm * f t i c s o S"» 11
acãrya milite tabe gelã jagadãnanda
jagadãnande pãhã haila acãrya ãnanda jagadãnanda milite yãya yei bhakta-ghare
acãrya milite—encontrar-se com Advaita Acãrya; fabe— em seguida; gelã—foi; jaga- sei sei bhakta sukhe ãpanã pãsare
dãnanda—jagadãnanda; jagadãnande pãhã—recebendo Jagadãnanda; «dito—ficou; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; milite—encontrar-se; yãya—vai; yei—que;
acãrya—Advaita Acãrya; ãnanda—muito feliz. bhakta-ghare—à casa de um devoto; sei sei—esse; bhakta—devoto; sukhe—com feli-
cidade; ãpanã pãsare—esquece-se de si mesmo.
TRADUÇÃO—Em seguida, Jagadãnanda Pandita foi encontrar-se com Advaita
Acãrya, que também ficou muito feliz ao vê-lo. T R A D U Ç Ã O — S e m p r e que Jagadãnanda Pandita ia visitar a casa de u m devoto,
esse devoto, imerso em grande felicidade, imediatamente esquecia-se de si
mesmo.
VERSO 98 VERSO 101

a r g e r a , « r a t f à - ^ w w w »tt<a»1 i c s « e s a c « J i * f t 3 í «r*twt*w» a® i
« i t í C T a t f à i l sca, «1 cw* çffsai H »v i
<
atca f i e i c i l vfti,— *rrl*j[ c e « 9 ' u J*5> u
vâsudeva, murãri-gupta jagadãnande pãhã caitanyera prema-pãtra jagadãnanda dhanya
ãnande rãkhilã ghare, nã dena chãdiyã yãre mile sei mane, — 'pãiluh caitanya'
vâsudeva—Vâsudeva; murãri-gupta—Murãri Gupta; jagadãnande pãhã—recebendo caitanyera—de Sri Caitanya Mahãprabhu; prema-pãtra—receptáculo da afeição;
aa
Jagadãnanda; ãnande—com muita felicidade; rãkhilã—mantiveram; ghare—em casa, ^S #«aíida—Jagadãnanda Pandita; dhanya—glorioso; yãre mile—quem quer que
nã dena chãdiyã—não permitiam sair. encontre; sei mane—ele entende; pãiluh caitanya—recebi o Senhor Caitanya.
Verso 1 0 7 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 79
SN Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, i 2

0
t r a D U C Ã — E s s e óleo foi deixado aos cuidados de Govinda, e Jagadãnanda
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Jagadãnanda Pandita! Ele é tão favorecido p 0 r

Sri Caitanya Mahãprabhu que qualquer pessoa que o encontre pensa: "Agora pediu-lhe: "Por favor, esfrega este óleo no corpo do Senhor."
obtive a associação direta de Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . "
VERSO 1 0 5
VERSO 1 0 2 « c s « F f - f c t f a » c f t f à » * c a ^ facaw* I
«sriríftw s^stís-c^i «utTOtüS* I I w «
'6**RtfH' C«1 « i t l 4TOI3SI CTOtl II W
tabe prabhu-thãhi govinda kaila nivedana
"jagadãnanda candanãdi-taila ãniyãchena
sivãnanda-sena-grhe yãhã rahiiã
tabe—em seguida; prabhu-thãhi— perante o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu;
'candanãdi' taila tãhãh eka-mãtrã kailã
govinda—Govinda; kaila nivedana—expôs; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita;
éivãnanda-sena-grhe—a casa de Sivânanda Sena; yãna—indo; rahiiã—permaneceu-
candana-ãdi-taila—essência de óleo de sândalo; ãniyãchena—trouxe.
candana-ãdi taila—óleo destilado do sândalo e de outras substâncias; tãhãh—ali;
eka-mãtrã—uma mãtrã (dezesseis quilos, ou serás); kailã—prepararam.
TRADUÇÃO—Por conseguinte, Govinda disse a Sri Caitanya Mahãprabhu: "Jaga-
dãnanda Pandita trouxe um pouco de essência de óleo de s â n d a l o . "
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita demorou-se algum tempo na casa de Sivâ-
nanda Sena, e eles prepararam cerca de dezesseis quilos de essência de óleo de
sândalo.
VERSO 1 0 6
VERSO 1 0 3
<St? fcft»- «fÇ TO1 «TWftl I
a>fàal b s i f N f t « f ã a i i frs-ar^aTtfã-«lr.an*t « t t s Ü-Í&I a t a II II
íTiPTtsçct cjcípi • w r l n a<5* 15f?9l II II fãhra iechã,—prabhu alpa mastake lãgãya
sugandhi kariyã taila gãgari bhariyã pitta-vãyu-vyãdhi-prakopa santa hanã yãya
tãhra iechã—seu desejo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; alpa— um pouquinho;
nilãcale lanã ãilã yatana kariyã
mastake lãgãya—unta sobre a cabeça; pitta-vãyu-vyãdhi—da pressão sangüínea de-
su-gandhi kariyã—fazendo aromático; taila—óleo; gãgari—um grande
vido à bile e ao ar; prakopa—gravidade; éãnta hanã yãya—diminuirá.
bhariyã—enchendo; nilãcale—a Jagannãtha Puri; lanã—levando; ã//ã—veio; yatana
kariyã—com muito cuidado.
TRADUÇÃO—"Ele deseja que Vossa Onipotência aplique um pouco desse óleo
na cabeça, de modo que a pressão sangüínea, devido à bile e ao ar, caia de manei-
TRADUÇÃO—Eles encheram um enorme pote de barro com o óleo aromático, e,
ra considerável."
com todo o cuidado, Jagadãnanda Pandita levou-o a Nllãcala, Jagannãtha Puri.

VERSO 1 0 7
VERSO 1 0 4

c s U f à t T O frtfèp c=si « f ã a l affã«Tl i ^ - « P Í I Ü g i t f a f c m Giftcstfs asfãal i

" « ^ « I O T fai' cm" c*trfar.>a f f t i i i > » 8 II l « r l «itfaatcsí a« a<ss asfàsl n" i ° i n


eka-kalasa sugandhi taila gaudete kariyã
govindera thãhi taila dhariyã rãkhilã
ihãh ãniyãche bahu yatana kariyã"
"prabhu-ahge diha' taila" govinde kahilã
01
"Ui-kalasa—uma grande jarra cheia; su-gandhi taila—essência oleosa; gaudete
govindera thãhi—aos cuidados de Govinda; taila—o óleo; dhariyã rãkhilã—í
yi~manufaturando na Bengala; ihãn—para cá; ãniyãche—trouxe; bahu yatana
guardado; prabhu-ahge— sobre o corpo de Sri Caitanya Mahãprabhu; diha'—coloca. n
y - c o m muito carinho.
taila—óleo; govinde kahilã—ele sugeriu a Govinda.
80 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, ^ Verso 112 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 81

TRADUÇÃO—"Na Bengala, ele preparou uma grande jarra desse óleo, e com jagannãthe deha' taila,—dipa yena jvale
muito carinho trouxe-a para cá." tara pariérama haiba parama-saphale"
jagannãthe—ao Senhor Jagannãtha; deha'—entrega; taila—óleo; dipa—lamparinas;
VERSO 108 yena—assim; jvale—queimem; tara parisrama—seu esforço; haiba—tornar-se-á;
parama-saphale—-completamente exitoso.
« P | f cs,— " s g r í i T s « t f s b s c i «ifirTOa i
T R A D U Ç Ã O — " E n t r e g a esse óleo no templo de Jagannãtha, onde poder-se-á usá-lo
« t s r r c « ?-irf% £ « 1 , - 1 * 3 1 f w r a i n
s lamparinas. Dessa maneira, o esforço que Jagadãnanda fez em manufaturar
n a

prabhu kahe, — "sannyãsira nãhi taile adhikãra o óleo terá êxito perfeito."
tãhãte sugandhi taila,—parama dhikkãra!
prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu replicou; sannyãsira—para um sannyãsi; VERSO 110
nãhi—não há; taile—de óleo; adhikãra—necessidade; tãhãte—além do mais; su-gandhi
taila—óleo perfumado; parama dhik-kãra—para ser rejeitado de imediato. d l sfffl c f t f s » s w i t w l s t « r c s s s f s i i
CSTS ssfs' 1 f r a « , fag *1 s s f s i ii ü • II
TRADUÇÃO—O Senhor replicou: " U m sannyãsi não tem necessidade de óleo, em
especial um óleo perfumado como este. Tira isso daqui imediatamente." ei kathã govinda jagadânandere kahilã
mauna kari' rahila pandita, kichu nã kahilã
S I G N I F I C A D O — S e g u n d o Raghunandana Bhattãcãrya, o porta-voz dos princípios ei kathã—esta mensagem; govinda—Govinda; jagadânandere kahilã—transmitiu a
reguladores smãrtas: Jagadãnanda; mauna kari'—mantendo-se calado; rahila—permaneceu; pandita—
Jagadãnanda Pandita; kichu—nada; nã kahilã—não falou.
prãtah-snãne vrate érãddhe
dvãdaéyãm grahane tathã T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Govinda transmitiu-lhe essa mensagem, Jagadãnanda ficou
madya-lepa-samam tailam calado, sem dizer sequer u m a palavra.
tasmãi tailam vivarjayet
VERSO 111
" S e aquele que, tendo feito um voto, unta seu corpo com óleo enquanto se banha
de manhã, enquanto observa uma cerimônia ritualística, tal como a cerimônia f s s s»t e t c * d t f s i f s r t s t l i «rtssts i
de érãddha, ou no dia de dvãdaéi, pode muito bem derramar vinho sobre o seu I f o c s s 1 ^ 1 , — ' b s i a l f T O S s í f N i ' iiüiii
corpo. Por isso, deve-se rejeitar o ó l e o . " Às vezes, usa-se a palavra vrata (voto)
como.se referindo ao sannyãsa-vrata. Raghunandana Bhattãcãrya também diz em dina daéa gele govinda jãnãilã ãra-bãra
seu livro Tithi-tattva: panditera iechã, — 'taila prabhu kare ahgikãra'
ghrtam ca sãrsaparh tailam dina daéa gele— ao transcorrer dez dias; govinda—Govinda; jãnãilã—informou; ãra-
yat tailam puspa-vãsitam bãra—novamente; panditera iechã—o desejo de Jagadãnanda Pandita; taila—óleo;
adustam pakva-taüam ca prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kare ahgikãra—aceita.
tailãbhyahge ca nityasah
TRADUÇÃO—Ao transcorrer dez dias, Govinda novamente disse a Srí Caitanya
Isto quer dizer que apenas os grhasthas, ou chefes de família, podem usar manteiga Mahãprabhu: "É desejo de Jagadãnanda Pandita que Vossa Onipotência aceite
o óleo."
clarificada (ghi), óleo de mostarda, óleo floral e óleo fervido.
VERSO 112
VERSO 109
wsttrtr.it CRÒ' C « I , — F W C S S I Ç * | i è f s i ' a f ç TOS fssg scafíts s s s i
« L I I F À A T S C S S I S S - S T O I II" >°s> n stfrssi <ÍSS s t s s«fsr.« s«fs i > i * n
82 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, i Verso 117 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 83
2

éuni' prabhu kahe kichu sakrodha vacana VERSO 115


mardaniyã eka rãkha karite mardana!
éuni'—ouvindo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kahe—diz; kichu—algumas- ^ f a s r ç * u s a C Í I T P W c*ta a s f ã i i l
sa-krodha vacana—palavras iradas; mardaniyã—massagista; eka—um; rãkha— ! con « n s í f t c i srststsw e t ç - w c * « i r l i i n n a I I
tratar; karite mardana—para fazer massagens.
éuni prabhura vãkya govinda mauna karilã
TRADUÇÃO—Ao ouvir isso, o Senhor disse, irado: "Por que não contratar u m prãtah-kãle jagadãnanda prabhu-sthãne ãilã
massagista para massagear-Me?" ^ nj—ouvindo; prabhura vãkya—a declaração de Sri Caitanya Mahãprabhu; go-
H

vinda—Govinda; mauna karilã—ficou calado; prãtah-kãle—de manhã; jagadãnanda—


VERSO 113 Jagadãnanda Pandita; prabhu-sthãne— até Sri Caitanya Mahãprabhu; ãilã—veio.

d l ^ 1 ufa' « u f a asfã?£ i s r j t i ! TRADUÇÃO—Ao ouvir essas palavras de Sri Caitanya Mahãprabhu, Govinda ficou
« n a t a ' « r t í l W - c « t * r t - i a t a ' t r a ç i s ' II >v© II calado. Na manhã seguinte, Jagadãnanda foi ter com o Senhor.

ei sukha lãgi' ãmi kariluh sannyãsa! VERSO 116


ãmãra 'sarva-nãéa'—tomã-sabãra 'parihãsa'
ei—essa; sukha—felicidade; lãgi'—por; ãmi—Eu; kariluh sannyãsa—adotei a ordem « t ^ s c s , — " t f m b s i « t f * * ! ! e*to| « i l e s i
renunciada; ãmãra sarva-nãéa— Minha ruína; tomã-sabãra—de todos vós; parihãsa— « r i f a « ' s a i i * v r , - f r í i « 1 *itfã i l e s iibi^n
pilhéria.
prabhu kahe, — "pandita, taila ãnilã gauda ha-ite
TRADUÇÃO—"Será que tomei sannyãsa para buscar semelhante felicidade? Aceitar ãmi ta' sannyãsi,—taila nã pari la-ite
este óleo acarretaria a Minha ruína, e todos vós iríeis ficar r i n d o . " prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; pandita—Meu querido Pandita;
taila—óleo; ãnilã—trouxeste; gauda ha-ite—da Bengala; ãmi—Eu; ta'— porém; san-
SIGNIFICADO—Sri Caitanya Mahãprabhu declarava-Se um sannyãsi estrito. É de nyãsi—um sannyãsi; taila—óleo; nã pari la-ite— não posso aceitar.
se esperar que o sannyãsi não aceite ajuda de ninguém. Manter um massagista
para fazer-Lhe massagem demonstraria Sua dependência de outros. Srí Caitanya TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse a Jagadãnanda Pandita: " M e u que-
Mahãprabhu queria seguir mui estritamente o princípio de não aceitar de ninguém rido Pandita, trouxeste-Me um pouco de óleo da Bengala, porém, como pertenço
ajuda para o Seu conforto físico. à ordem renunciada, não posso aceitá-lo."

VERSO 114 VERSO 117


t c « i a r l c i bi*M% c a t a c a l * t t c a i
w t a t c a Cf?' i d s i fw c a * ^ c i i
' s t f t l a i r í r V a^fà' « i t s i c a a * f s c a n n e s t a l a i a * i « t a s l c a * w c i n " >v» n
pathe yãite taila-gandha mora yei pãbe
'dãri sannyãsi' kari' ãmãre kahibe jagannãthe deha' lanã dipa yena jvale
pathe yãite—enquanto passando na estrada; taila-gandha—a essência do óleo; tomara sakala érama ha-ibe saphale"
mora—Meu; yei pãbe—qualquer pessoa que sinta o aroma; dãri sannyãsi— um san- Jagannãthe—ao Senhor Jagannãtha; deha'—entrega; lanã—levando; dipa—lampa-
nr
nyãsi tântrico que, visando ao gozo dos sentidos, mantém mulheres; kari'—como; >as; yena—para que; jvale—queimem; tomara—teu; sakala—todo; érama—trabalho;
ãmãre kahibe—eles falarão de Mim. ha-ibe sa-phale-será frutífero.

TRADUÇÃO—"Se algum transeunte sentisse emanar de Minha cabeça o aroma


desse óleo, tomar-Me-ia por um dãri sannyãsi, um sannyãsi tântrico que vive T R A D U Ç Ã O — " E n t r e g a o óleo no templo de Jagannãtha para que se possa queimá-
com m u l h e r e s . " nas lamparinas. Dessa maneira, teu trabalho de preparar o óleo será frutífero."
8-1 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, ] Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 85
2
Verso 123

VERSO 118 VERSO 121

ifbs TOS»,-'ca* c<5litw ? w fa»i]i arfli i «*T9 <sç <iia are? 1Í4311
«rifa cit? « c s Í « I f-^ «tf!- «itf* n' U b - n '§&«•' t f o « ' * f i ' TOS!* <5ífTOl II i*S II
vandita kahe, — 'ke tmnâre kahe mithyã vãhi frfü/a íiitwsí' prabhu tãhra di<ãre yãhã
ãmi gauda haite taila kabhu nãhi ãni' 'uthaha' pandita'—kari' kahena dãkiyã
pandita kahe—Jagadãnanda Pandita disse; ke—quem; tomãre—a Ti; kahe—diz- trtiya divase— no terceiro dia; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhra—de
mithyã vãni—histórias inverídicas; ãmi—eu; gauda haite—da Bengala; taila—óleo: Jagadãnanda Pandita; dvãre—à porta; yãhã—indo; uthaha'—por favor, levanta-te;
kabhu nãhi ãni'—nunca trouxe.
pandita—Meu querido Jagadãnanda Pandita; kari'—dizendo; kahena—disse; dãkiyã—
chamando.
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita retrucou: " Q u e m Te conta todas essas histó-
rias inverídicas? Eu nunca trouxe óleo da Bengala." TRADUÇÃO—Três dias depois, árí Caitanya Mahãprabhu dirigiu-Se à porta de
seu quarto e disse: " M e u querido Jagadãnanda Pandita, por favor, levanta-te."
VERSO 119
VERSO 122
iSfS tfs? iq? CSI-T-II 1431 I
a ^ a «ucfl «itfiraics C P Í I H « l í r o l n »s> II '«rff» f w l FALI «1(31111 *firel TOC* I

eta bali' ghara haite taila-kalasa lanã ITjRíp «ITFAL, < Í T 1 LLL «3»TR,s« LL' M II
prabhura ãge ãitgináte plielilà bhãhgiyã 'o/'/ bhiksã dibà àmãya kariyã randhane
eta bali'—dizendo isso; ghara haite—do aposento; taila-kalasa—a jarra cheia de madhyãhne ãsiha, elv yãi daraéane'
óleo; lanã—pegando; prabhura ãge—diante de Sri Caitanya Mahãprabhu. ânginãtc— ãji— hoje; bhiksã dibà—dá almoço; ãmãya—a Mim; kariyã randhane—cozinhando;
no quintal; phelilã—atirou; bhãhgiyã—despedaçando. madhyãhne ãsiba—virei ao meio-dia; Wv—agora; i/ai daraéane—estou indo ver o
Senhor Jagannãtha.
TRADUÇÃO—Após dizer isso, Jagadãnanda Pandita tirou a jarra de óleo do
aposento e, perante Srí Caitanya Mahãprabhu, atirou-a ao chão do quintal, T R A D U Ç Ã O — " H o j e , quero que cozinhes pessoalmente Meu almoço. Agora, estou
despedaçando-a. indo ver o Senhor no templo. Voltarei ao meio-dia."

VERSO 120 VERSO 123

c<si « t f w ' c i l *tí«r f*s?-sa fton i 43 a f i ' <A^_ r.Hst1, *TFA« «FFEFL L
« 5 5 1 afèeii s ç a a>»tTÍ> fafànrl II 5*° n •AR* i s f a ' * I * 1 a i s * s « * a - f ã i l u s v ® n
taila bhãhgi' sei pathe nija-ghara gh/ã eta bali' prabhu gelã, \tandita uthilã
éuiyã rahiiã ghare kapãta khiliyã snãna kari' nãnã vyahjana randhana karilã
taila bhãhgi'—quebrando o pote de óleo; sei—ele; pathe—pelo caminho; inja- eta bali'—dizendo isso; prabhu gelã—Srí Caitanya Mahãprabhu saiu; pandita
ghara—para seus aposentos; giyã— indo; suiyã rahiiã—deitou-se; ghare— no quarftjT uthilã—Jagadãnanda Pandita levantou-se; snãna kari'—tomando seu banho; naná—
kapãta—a porta; khiliyã—aferrolhou. diversos; vyahjana—legumes; randhana karilã—cozinhou.

T R A D U Ç Ã O — D e p o i s que Sri Caitanya Mahãprabhu disse isso e saiu, Jagadã-


TRADUÇÃO—Após quebrar a jarra, Jagadãnanda Pandita regressou à sua residên- nanda Pandita levantou-se da cama, banhou-se, e pôs-se a cozinhar muitas varie-
cia, trancou a porta e deitou-se. dades de legumes.
86 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 12 Verso 129 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 87

VERSO 124 VERSO 127

atç "fà«T«-»ttc« i t « ' « i a - i j « i i


•ItW í H W R f f V fatU " W t l C T II 1*8 11 c«fita « u f a d f i a ^ f ã i G«1«ra ISAfll

madhyãhna kariyã prabhu ãilã bhojane prabhu kahe, — "dvitiya-pãte bãda' anna-vyahjana
pada praksãlana kari' dilena ãsane tomãya ãmãya ãji ekatra kariba bhojana
madhyãhna kariyã—após terminar Suas cerimônias ritualísticas do meio-dia- prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; dvitiya-pãte—numa segunda folha;
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; ãilã—veio; bhojane— almoçar; pada praksãlana bãda'—despeja; anna-vyahjana—arroz cozido e legumes; tomãya ãmãya—nós dois;
kari'—após lavar Seus pés; dilena ãsane—ofereceu um assento. mi—hoje; ekatra—juntos; kariba bhojana—almoçaremos.

TRADUÇÃO—Após terminar Seus deveres ritualísticos do meio-dia, o Senhor TRADUÇÃO—O Senhor disse: "Estende outra folha com uma porção de arroz e
chegou para almoçar. Jagadãnanda Pandita lavou os pés do Senhor e deu-Lhe legumes, de sorte que hoje possamos almoçar j u n t o s . "
um assento.
VERSO 125 VERSO 128

$ f f l ' SCSt" «t*£, 1 1 f H I C « t 5 f 1 1


1 5 « « t t l I S W W t G * "Q *í £1*11 I
« C l * t f a « T-ÜSI f ã - g 1 C « I 1 1 6 1 II II
f l t l CStWi « f ã ' 1 T W 1 C i f r e i s « í f ã l l I I l * t f I I
saghrta sãlyanna kalã-pãte stüpa kailã hasta tuli' rahena prabhu, nã karena bhojana
kalãra dohgã bhari' vyahjana caudike dharila tabe pandita kahena kichu saprema vacana
sa-ghrta—misturado com ghi; sãli-anna—anta muito fino; kalã-pãte— numa folha hasta tuli'—erguendo Suas mãos; rahena prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu per-
de bananeira; stüpa kailã—empilhou; kalãra dohgã— potes feitos de cascas de bana- maneceu; nã karena bhojana—não comeu; tabe— nessa altura; pandita kahena—Jaga-
neira; bhari'—enchendo; vyahjana—legumes; cau-dike—em todo o redor; dharila— dãnanda disse; kichu—algumas; sa-prema vacana—palavras com muito amor e
colocou. carinho.

TRADUÇÃO—Ele cozinhara fino arroz, misturou-o com ghl e empilhou-o numa TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu manteve Suas mãos erguidas e só aceitou
folha de bananeira. Ao todo o redor, havia também muitas variedades de pre- a prasãda quando Jagadãnanda Pandita, com muito amor e carinho, falou as
parações de legumes, colocadas em potes feitos de cascas de bananeira. seguintes palavras.

VERSO 126 VERSO 129

" « t f t e i « l i » 1 5 , 1 1 C 5 «Jj>J 1?»JJ


« m a t e * » r<ròi-*ti«i «!Tr.sí « t í c t nfif 11 ! * * 11 C«T1ti! «ItéK « n f i c ^ i t i s f ^ v " 11

anna-vyahjanopari tulasi-manjari "ãpane prasãda laha, pãche muni la-imu


jagannãthera pijhã-pãnã ãge ãne dhari' tomara ãgraha ãmi kemane khandimu?"
anna—arroz; vyahjana—legumes; upari—em; tulasi-manjari— flores de í m / u s í ; jagan- ãpane—Tu mesmo; prasãda laha— toma prasãda; pãche—em seguida; muni la-imu—
nãthera—do Senhor Jagannãtha; pi(hã-pãnã—bolos e arroz doce; ãge—em frente; aceitarei; tomara—Tua; ãgraha—à insistência; ãmi—eu; kemane—como; khandimu—
ãne dhari'—traz. desobedecerei.

TRADUÇÃO—No arroz e nos legumes havia flores de tulasi, e em frente ao Senhor TRADUÇÃO—"Por favor, toma a prasãda primeiro e eu comerei mais tarde. Não
havia bolos, arroz doce e outras prasãdas de Jagannãtha. declinarei o Teu p e d i d o . "
88 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, i j Verso 135 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 89

VERSO 130
VERSO 133
« c a a r $ t « r f < g « c«tsrc* a f à e r l i
làcs «lars-^ia ases* asa i n t à i
S ] » C * 3 " í í » «IttíPl S i f s i C « s r t f a n II V S ° II
e s t a r á « t c f ja s r a l ca* a^ca a « f * ?" i*>® 11
tabe mahãprabhu sukhe bhojane vasilã
a/c/te amrta-anna krsne kara samarpana
vyanjanera svãda pãhã kahite lãgilã
tomara bhãgyera simã ke kare varnana?"
tabe—em seguida; mahãprabhu—§r\ Caitanya Mahãprabhu; sukhe—com felicida-
^c/ie—semelhante; amrta-anna—arroz nectáreo; krsne—ao Senhor Krsna; kara
de; bhojane vasilã—sentou-Se para comer; vyanjanera svãda—o sabor dos legumes-
pãhã— sentindo; kahite lãgilã—pôs-Se a dizer. samarpana—ofereces; tomara—tua; bhãgyera—da fortuna; simã—limite; ke—quem;
kare varnana—pode descrever.

T R A D U Ç Ã O — " O f e r e c e s a Krsna um arroz tão nectáreo. Quem pode calcular o


T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , com muita felicidade, Srí Caitanya Mahãprabhu aceitou
limite da tua boa fortuna?"
almoço. Ao provar os legumes, voltou a falar.
VERSO 134
VERSO 131
t f ® « ascsi,-"ca a t l c a , c s l ltasas€l i
V F t a t c a c t a *fí$m m «st» i ;
« i t f à - i a - c a s a s r s t a ita<at- 5it3> éi n" i^as 11
,

d l « ' mf%m ffsfrti ?cs3a W II I ® I n


pandita kahe,—"ye khãibe, sei pãka-kartã
"krodhãvesera pãkera haya aiche svãda!
ãmi-saba—kevala-mãtra sãmagri-ãhartã"
ei ta' jãniye tomãya krsnera 'prasãda'
pandita kahe—o Pandita disse; ye khãibe—aquele que está comendo; sei—Ele; pãka-
krodha-ãveéera—numa atitude zangada; pãkera—áe cozinhar; haya—é; aiche—
kartã—o cozinheiro; ãmi-saba—quanto a mim; kevala-mãtra—apenas; sãmagri— dos
semelhante; svãda—sabor; ei ta'—por essa razão; jãniye—posso entender; tomãya—
ingredientes; ãhartã—ajuntador.
para contigo; krsnera prasãda—a misericórdia de Krsna.
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita replicou: " Q u e m cozinhou isso foi aquele que
T R A D U Ç Ã O — " M e s m o q u a n d o cozinhas z a n g a d o " , disse Ele, "a comida fica
está comendo. Quanto a mim, tudo o que fiz foi conseguir os ingredientes."
muito saborosa. Isso prova o quanto Krsna está satisfeito contigo."
VERSO 135
VERSO 132
<2*s t P b « ütsl a i ® * t f à c a c » ! i
« r m c * a t l c a ^ a » , «ts-ta i t f a a l i « c a fog si a c i s « f f , ates* sfàca 1 1 1 « 9 n
c a t a r a «rcs f r a * asara a>faa1 II i-o*. II punah punah pandita nãnã vyahjana pariveée
bhaye kichu nã balena prabhu, khãyena hari$e
ãpane khãibe krsna, tãhãra lãgiyã
punah punah—vezes e mais vezes; pandita—Jagadãnanda Pandita; nãnã vyahjana—
tomara haste pãka karãya uttama kariyã
diversas preparações de legumes; parivese—administrou; bhaye— temeroso; kichu—
ãpane—pessoalmente; khãibe— comerá; krsna—o Senhor Krsna; tãhãra lãgiyã—por
"ada; nã balena—não fala; prabhu—Srí Caitanya Mahãprabhu; khãyena—come;
essa razão; tomara haste—por tuas mãos; pãka karãya—faz cozinhar; uttama kariyã—
««nse-mui alegremente.
tão bem.
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita continuou a oferecer ao Senhor diversas pre-
T R A D U Ç Ã O — " P o r q u e pessoalmente comerá o alimento, Krsna faz com que co-
parações de legumes. Temeroso, o Senhor não dizia nada, mas ficou comendo
zinhes tão b e m . " a
'egremente.
90 Sn Caitanya-caritãmrta Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 91
Antya-lílã, 13 Verso 141

VERSO 136 VERSO 139

«itars; asfasl iRrs asatlif ceísr*! i « t a «if T O S - S asfà' f à s s - s w s i


« i r * fòs tecs cstsp* tei « f f ^ n 1 1 1 ® * n •ST®*! s t ^ s t l i l <ata a>a s s t a t * ' II i«s> II

ãgraha kariyã pandita karãila bhojana tabe prabhu kahena kari' vinaya-sammãna
ãra dina haite bhojana haila dasa-guna 'dasa-guna khãoyãilã ebe kara samãdhãna'
ãgraha kariyã—com muita avidez; pandita—Jagadãnanda Pandita; karãila bhojana— tabe—nessa altura; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kahena—diz; kari'—fa-
alimentava; ãra dina—outros dias; haite—do que; bhojana—a refeição; haila—foi; zendo; vinaya-sammãna—apelo submisso; dasa-guna—dez vezes mais; khãoyãilã—
dasa-guna—dez vezes maior. fizeste Eu comer; ebe—agora; kara samãdhãna—por favor, pára.

T R A D U Ç Ã O — A n s i o s o , Jagadãnanda Pandita forçava o Senhor a comer tanto que TRADUÇÃO—Por fim, o Senhor respeitosamente expôs: " M e u querido Jagadã-
Este comeu dez vezes mais do que habitualmente comia nos outros dias. nanda, já Me fizeste comer dez vezes mais do que estou acostumado. Agora,
por favor, pára."
VERSO 137
VERSO 140
araata « i f Sfèes f r a * ss i
c s l ^ r t i t f o s *tfàr.ac«t « n » s I I i ^ i I I <sr.a aüf«rf sfe' cs>H « i i s s * i
* t f « « « t t f s i , «rssrs, s m r , 5»a*«>8° i i
bãra-bãra prabhu uthite karena mana
sei-kãle pandita parivese vyahjana tabe mahãprabhu uthi' kailã ãcamana
bãra-bãra—repetidas vezes; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; uthite—levantar- pandita ãnila, mukhavãsa, mãlya, candana
Se; karena mana—deseja; sei-kãle— nesse momento; pandita—Jagadãnanda Pandita; tabe— nessa altura; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; uthi'—levantando-
pariveée—dá; vyahjana—legumes. Se; kailã ãcamana—realizou a limpeza das mãos e da boca; pandita—Jagadãnanda
Pandita; ãnila—trouxe; mukha-vãsa—condimentos; mãlya—guirlanda de flores;
TRADUÇÃO—Nas diversas vezes em que o Senhor tentava levantar-Se, Jagadã- candana—polpa de sândalo.
nanda Pandita alimentava-O com outras preparações de legumes.
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu levantou-Se e lavou as mãos e a boca,
VERSO 138 enquanto Jagadãnanda Pandita trazia condimentos, uma guirlanda e polpa de
sândalo.
f à g a f i e s i t c a * a j ç , « t t ç u * vim i VERSO 141
*1 s r l c i wítwf»"». « f a c a « « r a i e s u i « u - n
ç n f i t f c f i p i « t f s f s i l c*rç T t c s i
kichu balite nãrena prabhu, khãyena tarãse ««trata « i t e f «itfàr « J s asa* c s t w c s ' iiism
nã khãile jagadãnanda karibe upavãse
kichu—nada; balite nãrena—não podia dizer; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; candanãdi lanã prabhu vasilã sei sthãne
khãyena—come; tarãse— por temor; nã khãile—caso Ele não comesse; jagadãnanda— 'ãmãra ãge ãji tumi karaha bhojane'
Jagadãnanda Pandita; fcaribe upavãse—jejuaria. candana-ãdi lanã—aceitando a polpa de sândalo e outros itens; prabhu—Sri
Caitanya Mahãprabhu; vasilã—sentou-Se; sei sthãne— neste local; ãmãra Ãge—diante
de Mim; ãji—agora; tumi—tu; karaha—faze; bhojane—refeição.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu não ousava proibi-lo de Lhe dar mais ali-
mento. Ele simplesmente continuava comendo, temeroso de que Jagadãnanda T R A D U Ç Ã O — A c e i t a n d o a polpa de sândalo e a guirlanda, o Senhor sentou-Se
jejuasse caso Ele parasse. e disse: "Agora, deves comer diante de M i m . "
Verso 147 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 93
92 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, i 2

VERSO 145
VERSO 142
ia» s s f s ' s s t « l f f f w i M s * i
• t R y s TOS —"«tf s t s ' TO** f à a t f i i CtftfãtTOS * f f b » fàsf TOS* 1 5 * II 18c II
fjfc d c a i s s f i t u f t r < P f à ' s s w * n i s * n
eía kahi' mahãprabhu karilã gamana
pandita kahe,—"prabhu yãi' karunã viérãma govindere pandita kichu kahena vacana
mui, ebe la-iba prasãda kari' samãdhãna eta kahi'—dizendo isso; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karilã gamana—
pandita kahe—Jagadãnanda Pandita disse; prabhu—meu Senhor; yãi'—indo; ka- partiu; govindere—a Govinda; pandita—Jagadãnanda Pandita; kichu—algumas;
runa viérãma—descansar; mui—eu; ebe—agora; la-iba prasãda—aceitarei prasãda; kari' kahena—disse; vacana—palavras.
samãdhãna—após fazer arranjos.
TRADUÇÃO—Depois que Srí Caitanya Mahãprabhu disse isto e partiu, Jagadã-
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a replicou: " M e u Senhor, por favor, vai descansar. Acei- nanda Pandita falou para Govinda.
tarei prasãda após terminar de fazer alguns arranjos."
VERSO 146
VERSO 143
" f f s %s sts f f s c » f t w s s t s c * i
a s s a sns" c T O t c s atsrfç, <rç*t«t i * p f s s , — ' » ! % » iar,a a f s i e s t s r c * ' 1118*11
S * S 1 * H t S f & C » 5 f f s f à f g S I » * - ^ » II" l g « I I
"tumi éighra yãha karite pãda-samvãhane
rasuira kãrya kairãche rãmãi, raghunãtha kahiha,—'pandita ebe vasila bhojane'
ihhã sabãya dite cãhi kichu vyahjana-bhãta" tumi—tu; éighra—bem depressa; yãha—vai; karite—realizar; pãda-samvãhane—mas-
rasuira—áe cozinhar; kãrya—o trabalho; kairãche—fizeram; rãmãi— Rãmãi; raghu- sagem dos pés; kahiha—dize; pandita—Jagadãnanda Pandita; ebe—agorinha mesmo;
nãtha—Raghunãtha Bhatta; ihhã—a eles; sabãya—todos; dite cãhi— desejo dar; vasila bhojane—sentou-se para comer.
kichu—um pouco de; vyahjana-bhãta—arroz e preparações de legumes.
TRADUÇÃO—"Vai rapidamente massagear os pés d o Senhor", disse ele. " P o d e s
comunicar-Lhe: 'O Pandita acabou de sentar-se para tomar a sua refeição.'"
TRADUÇÃO—"Rãmai Pandita e Raghunãtha Bhatta cozinharam, e desejo dar-lhes
um pouco de arroz e preparações de l e g u m e s . "
VERSO 147
VERSO 144
C S t S T C * « I f S W Stf»l*l,lfss1 I
« t f TOS^-WÍTOf, « J s S S t S ?fs=Jl I « t f f*iff1 C-STOT, f S t S S « I t f i r a l II" 1 8 1 I I
t % 5 C « t 5 F * C T O « 1 , « I t s r t W f Í T O l II" 1 8 8 I I
tomãre prabhura 'éesa' rãkhimu dhariyã
prabhu kahena, — "govinda, tumi ihãhi rahibã prabhu nidrã gele, tumi khãiha ãsiyã"
pandita bhojana kaile, ãmãre kahibã" tomãre—para ti; prabhura—áe Sri Caitanya Mahãprabhu; sesa—restos de comida;
prabhu kahena—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; govinda—Govinda; tumi—tu; rãkhimu—guardarei; dhariyã— pegando; prabhu nidrã gele—quando Srí Caitanya
ihãhi rahibã—permanecerás aqui; pandita—Jagadãnanda Pandita; bhojana kaile—após Mahãprabhu adormecer; tumi—tu; khãiha ãsiyã—vem e come.
ele tomar sua refeição; ãmãre kahibã—deves informar-Me.

T R A D U Ç Ã O — " G u a r d a r e i para ti um pouco dos restos da comida do Senhor.


TRADUÇÃO—Sn Caitanya Mahãprabhu disse então a Govinda: "Fica por aqui- Quando Ele adormecer, vem e pega a tua porção."
Q u a n d o o Pandita comer, vai informar-Me."
94 Srí Caitanya-caritãmrta -Antya-liU 12 Verso 153 Os relacionamentos do Senhor com Jagadãnanda 95

VERSO 148 VERSO 151

a t s t ç , »«*il, « 1 1 a c*ttfà»a, agitei 1 c M t f à » a « r t f s ' c»fã' a s f ç i « t f » c « * c « T « m i


i a t e s sjifesl f w i i « ç a a j t t a - « t « 11 í s v - 11 «ca « W t * r Ç « C T B a s f ã i « r s s n 1 0 1 1 1
rãmãi, nandãi ãra govinda, raghunãtha govinda ãsi' dekhi' kahilã panditera bhojana
sabãre bãhtiyã dilã prabhura vyahjana-bhãta tabe mahãprabhu svastye karilã éayana
rãmãi—Rãmãi Pandita; nandãi—Nandãi; ãra—e; govinda—Govinda; raghunãtha— govinda—Govinda; ãs;'—vindo; dekhi'—vendo; kahilã—informou; panditera bho-
Raghunãtha Bhatta; sabãre— para todos eles; bãhtiyã dilã—distribuiu; prabhura— jana—a alimentação de Jagadãnanda Pandita; tabe—em seguida; mahãprabhu—Sri
de Sri Caitanya Mahãprabhu; vyahjana-bhãta—legumes e arroz. Caitanya Mahãprabhu; svastye—em paz; karilã éayana—foi dormir.

T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Jagadãnanda Pandita distribuiu para Rãmãi TRADUÇÃO—Ao ver que Jagadãnanda Pandita deveras comia, Govinda informou
Nandãi, Govinda e Raghunãtha Bhatta os restos do alimento do Senhor. ao Senhor, que então apaziguou-Se e foi dormir.

VERSO 149 VERSO 152

«rt*rcs « r ç a ' e r a ' a s f à n c«tsra i arMítsca-aifcs c«ls s e i d ç s c « i


« c a a i t l f à w f l ^ • H W è p ü *t»sn>ss> n T5i«rs1-a>ca3 c a e s « f i « f f i a c « 1 1 ic* n
ãpane pnabhura 'éesa' karilã bhojana jagadãnande-prabhute prema cale ei-mate
tabe govindere prabhu pãthãilã punah satyabhãmã-krsne yaiche éuni bhãgavate
ãpane—pessoalmente; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; éesa—restos do jagadãnande-prabhute—entre Jagadãnanda Pandita e o Senhor; prema—afeição;
alimento; karilã bhojana—comeu; tabe— nessa altura; govindere— Govinda; prabhu— cale— prossegue; ei-mate—dessa maneira; satyabhãmã-krsne—entre Satyabhãmã e
Sri Caitanya Mahãprabhu; pãthãilã—enviou; punah—novamente. Krçna; yaiche—como; éuni—aprendemos; bhãgavate—no êrimad-Bhãgavatam.

TRADUÇÃO—Ele também comeu pessoalmente os restos do alimento deixados TRADUÇÃO—Os afetuosos intercâmbios amorosos entre Jagadãnanda Pandita e
por Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . Então, o Senhor novamente enviou Govinda. o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu continuaram nesse nível, exatamente como
os intercâmbios entre Satyabhãmã e o Senhor Krsna, conforme relatados no
Sximad-Bh aga va tam.
VERSO 150
VERSO 153
" e s s , - -srit*ríW! «rstw « H i f% si *tts i
%a « i t f j Y s s t s f s asfsca « i t a f a 11" i<?° i w M v r t s c a a citefctja cs* asfeca s t s l ?
« r t f s t s c * * * csWcflja cs* ca « * t s l « «
"dekha,—jagadãnanda prasãda pãya ki nã pãya
éighra ãsi' samãcãra kahibe ãmãya" jagadãnandera saubhãgyera ke kahibe simã?
dekha—vê; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; prasãda—prasãda; pãya—aceita; jagadânandera saubhãgyera tenha se upamã
ki—ou; nã—não; pãya—aceita; sighra Ãs;"—vindo depressa; samãcãra—a notícia; jagadãnandera—de Jagadãnanda Pandita; saubhãgyera—da fortuna; ke—quem;
kahibe— informa; ãmãya—a Mim. kahibe—falará; simã—o limite; jagadãnandera—de Jagadãnanda; saubhãgyera—da for-
tuna; tenha—ele; se—o; upamã—exemplo.

TRADUÇÃO—O Senhor disse-lhe: "Verifica se Jagadãnanda Pandita está comen- TRADUÇÀO—Quem pode calcular o limite da fortuna de Jagadãnanda Pandita?
do. Então volta bem depressa e deixa Eu ficar s a b e n d o . " ,e
em si é o exemplo de sua própria grande fortuna.
96 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 12
CAPÍTULO TREZE
VERSO 154
srMvFtsríflrsi 'c«lifàaí' «w e i s «ra 1
Passatempos entre Jagadãnanda Pandita
caicia ' w i ' » t w , »mi 1 1 1 * 8 11
e Raghunãtha Bhatta Gosvãmí
jagadãnandera 'prema-vivarta' sune yei jana
premera 'svarüpa' jãne, pãya prema-dhana
jagadãnandera—áe Jagadãnanda; prema-vivarta—intercâmbio amoroso; sune—
ouve; yei jana—qualquer pessoa que; premera—áe amor; svarüpa—identidade; jãne-.
ela conhece; pãya—obtém; prema-dhana—a riqueza do amor extático por Krsna. Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, SrÜa Bhaktivinoda Thâkura faz o seguinte resumo
do Décimo Terceiro Capítulo. Achando que Sri Caitanya Mahãprabhu, deitando-
TRADUÇÃO—Todo aquele que ouvir sobre os intercâmbios amorosos entre Jaga- Se em casca de bananeira, estava tendo um sono desconfortável, Jagadãnanda
dãnanda Pandita e Srí Caitanya Mahãprabhu, ou que ler o livro intitulado Prema- fez um travesseiro e um acolchoado para Ele. Entretanto, o Senhor não os aceitou.
vivarta, de Jagadãnanda, pode compreender o que é o amor. Além disso, alcança Então, usando folhas de bananeira finamente cortadas, Svarüpa Dâmodara Go-
amor extático por Krsna. svãmí fez outro travesseiro e acolchoado, e, só após fortes objeções, foi que o
Senhor aceitou-os. Com a permissão de Sri Caitanya Mahãprabhu, Jagadãnanda
S I G N I F I C A D O — A palavra vivaria significa aceitar algo como sendo o oposto do que Pandita foi a Vrndãvana, onde discutiu sobre muitos assuntos devocionais com
aparenta. Aqui, Jagadãnanda Pandita parecia muito zangado, mas essa ira era Sanãtana Gosvãmí. Houve também uma discussão a respeito das vestes de
uma manifestação de seu grande amor por Sri Caitanya Mahãprabhu. Prema-vivarta Mukunda Sarasvatl. Ao regressar a Jagannãtha Puri, Jagadãnanda deu a Sri
também é o nome de um livro escrito por Jagadãnanda Pandita. Por isso, Krsna- Caitanya Mahãprabhu alguns presentes enviados por Sanãtana Gosvãmí, e
dãsa Kavirãja Gosvãmí, autor do Caitanya-caritãmrta, utiliza as palavras prema- ocorreu o incidente da fruta pílu.
vivarta com relação àquele que lê o livro ou ouve sobre os relacionamentos de Certa vez, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou em êxtase ao ouvir as canções de
Jagadãnanda Pandita com Sri Caitanya Mahãprabhu. Em qualquer dos casos, se- uma deva-dãsi. Não sabendo quem estava cantando, correu em direção a ela pelos
melhante pessoa alcança muito em breve o amor a Krsna. arbustos espinhentos, mas, q u a n d o Govinda informou ao Senhor que se tratava
de uma mulher, Ele imediatamente parou. Através desse incidente, Sri Caitanya
VERSO 155 Mahãprabhu instruiu a todos que os sannyãsis e os Vaisnavas não devem ouvir
Silsffi-a^ra-^c* ifü -511*11 mulheres cantando.
Quando, após completar seus estudos, Raghunãtha Bhatta Gosvãmí partiu de
C5»g5fà<5tf» a*CS ÇSJüftl 11 l«<? 11
Vãrãnasl rumo a Jagannãtha Puri, encontrou-se com Rãmadãsa Visvãsa Pandita,
sri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãsa que se orgulhava muito de sua educação, mas, como era impersonalista, não
caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa recebeu uma boa acolhida de Sri Caitanya Mahãprabhu. O final deste capítulo
érí-rüpa— Srila Rüpa Gosvãmí; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmí; consiste em um estudo parcial da vida de Raghunãtha Bhatta Gosvãmí.
pade—aos seus pés de lótus; yãra—cuja; aso—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro
chamado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krsnadãsa Kavirãja
Gosvãmí. VERSO 1

T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de Sri Rüpa e Srí Raghunãtha, desejando ^rãcsg^-teT^l #tc«i 5tf*t i « r a ^ 1
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Srí Caitanya-caritãmrta, se-
guindo seus passos. mz% 5^ c t W a t c a n > u
krsna-viccheda-jãtãrtyã
ksine cãpi manas-tanü
Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta, dadhãte phullatãm bhãvair
Antya-lílã, Décimo Segundo Capítulo, descrevendo os intercâmbios amorosos de jagadã- yasya tam gauram ãéraye
nanda Pandita com Sri Caitanya Mahãprabhu.

97
98 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 13 Verso 7 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 99

krsna-viccheda—pela separação de Krsna; jata—produzida; ãrtyã— pela dor; ksine— krsna-vicchede duhkhe ksina mana-kãya
delgado, esgotado; cã—e; api—embora; manah—mente; tanü—e corpo; dadhâte—as- bhãvãveée prabhu kabhu praphullita haya
sume; p/iMatam—estado desenvolvido; bhãvaih—pelas emoções extáticas; yasya—d e
krsna-vicchede—devido à saudade de Krsna; duhkhe—na tristeza; ksina—delgado;
quem; (um-nEle; gauram—Sri Caitanya Mahãprabhu; ãéraye—refugio-me. mana-kãya—mente e corpo; bhãva-ãveée— pelo amor extático; prabhu—Sri Caitanya
Mahãprabhu; kabhu—às vezes; praphullita haya—torna-Se saudável e plenamente
TRADUÇÃO—Que eu me refugie aos pés de lótus do Senhor Gauracandra, cuja recuperado.
mente esgotou-se e cujo corpo ficou muito delgado por causa das dores da se-
paração de Kr$na, mas, ao sentir amor extático pelo Senhor, Ele remoçou por TRADUÇÃO—A tristeza produzida ao sentir saudades de Krsna exauriu a mente
completo. do Senhor e reduziu a estrutura de Seu corpo, mas, ao sentir emoções de amor
VERSO 2 extático, Ele novamente ficava saudável e plenamente recuperado.

« Í 3 P S §Ülb<59 m f l f j t l » » I VERSO 5
srarcasse) m c ^ s w f * «* i assrra »rs<*tr.«, *rai, « i f « *fí«t S M S I
jaya jaya éri-cadanya jaya nityãnanda • Í Ü f í G V s i ? «iftit, ajat s-s Mia 11 a n
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda
jaya jaya—todas as glórias; iri-caitanya—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; /ca/ara saralãte, éayana, ati ksina kãya
jaya—todas as glórias; nityãnanda—ao Senhor Nityãnanda; jaya—todas as glórias; éaralãte hãda lãge, vyathã haya gãya
advaita-candra—a Advaita Acãrya; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-vrnda—aoè kalãra saralãte—na casca seca de uma bananeira; éayana—deitando-Se; ati— muito;
devotos do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu. ksina kãya—corpo esquálido; saralãte— na casca seca de uma bananeira; hãda lãge—os
ossos tocam; vyathã— dor; haya—é; gãya—no corpo.
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Sri Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias a
Nityãnanda Prabhu! Todas as glórias a Advaita Acãrya! E todas as glórias aos TRADUÇÃO—Como Ele emagrecia muito, ao deitar-Se para descansar sobre a
devotos do Senhor! casca seca de bananeiras, sentia os ossos doerem muito.
VERSO 3
VERSO 6
o p t o s i s í o i f «rM*ri*«r-ir.*r i A f i a ' i a « « s M « t n r t a s s *tta i
I t l t l t f S « I f f l t a a fittPRI « S C * D « II srfsps i t t a w s t a t í w , rçfiWI « * i t a n * n
hena-mate mahãprabhu jagadãnanda-sahge dekhi' saba bhakta-gana mahã-duhkha pãya
nãnã-mate ãsvãdaya premera tarahge sahite nãre jagadãnanda, srjilã upãya
hena-mate— dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; jagadãnanda- dekhi'—vendo; saba bhakta-gana—todos os devotos; mahã-duhkha—muita tristeza;
sahge—na companhia de jagadãnanda Pandita; nãnã-mate—de diversas maneiras; pãya—sentem; sahite—de tolerar; nãre— foi incapaz; jagadãnanda—Jagadãnanda
ãsvãdaya—saboreia; premera tarahge— as ondas das intimidades amorosas espirituais. Pandita; sni/á upãya—idealizou um meio.

TRADUÇÃO—Na companhia de Jagadãnanda Pandita, Sri Caitanya Mahãprabhu T R A D U Ç Ã O — T o d o s os devotos sentiam muita tristeza ao verem Sri Caitanya
saboreava diversas relações transcendentais de amor puro. Mahãprabhu acometido de dores. Na verdade, eles não podiam tolerar isso.
Então, Jagadãnanda Pandita idealizou um remédio.
VERSO 4
VERSO 7

app) a s « H f i ' cMfàas faal a m l n i


«rateie»! *f a>f « t f f n « 55 II 8 II f » M t a f f f l fàa1 « T * l l a t i u d 1 1
100 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Verso 13 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 101

süksma vastra ãni' gaurika diyã rãngãilã éayanera kãle svarüpa tãhãhi rahiiã
êimullra tulã diyã tãhã parãilã tuli-bãlisa dekhi' prabhu krodhãvista ha-ilã
süksma vastra—tecido fino; ãni'—trazendo; gaurika—oxido vermelho; diyã—com
éayanera kãle—na hora de dormir; svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; tãhãhi
a ajuda de; rãngãilã—avermelhou; éimulira—da árvore simula; tulã—algodão; diyã—
rahiíã—permaneceu por ali; tuli— acolchoado; bãlisa—travesseiro; dekhi'—vendo;
com; tãhã—isto; pürãilã—acolchoou.
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; krodha-ãvista ha-ilã—ficou muito irado.
TRADUÇÃO—Ele adquiriu alguns tecidos finos e tingiu-os com oxido vermelho. TRADUÇÃO—Ao chegar a hora de o Senhor recolher-Se, Svarüpa Dâmodara ficou
Então, encheu-os com algodão de uma árvore simula. por perto, mas, ao ver o acolchoado e o travesseiro, Sri Caitanya Mahãprabhu
imediatamente ficou muito irado.
VERSO 8
VERSO 11

'SPÇR.A CFRATÇS; I S L Ã ' — « t s - T C A ASFÇERL II B-11 íMtfãcuc? 4


- ! * 1 TOtli c p t i ?'
eka tuli-bãlisa govindera hãte dilã wstfffiríTO S t s ? «Sfsr SKfí5 sw 11 51 11
'prabhure soyãiha ihãya'—tãhãre kahilã govindere puchena, — 'ihã karãila kon jana?'
eka—um; tuli-bãlisa—acolchoado e travesseiro; govindera—de Govinda; hãte—na jagadãnandera nãma éuni' sahkoca haila mana
mão; dilã— entregou; prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; soyãiha—pede que Se govindere puchena—Ele perguntou a Govinda; ihã—isto; karãila—fez; kon jana—que
deite; ihãya—nisto; tãhãre—a ele; kahilã—disse. pessoa; jagadãnandera—de Jagadãnanda Pandita; nãma—nome; éuni'—ouvindo;
sahkoca—receosa; haila—estava; mana—mente.
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, fez u m acolchoado e u m travesseiro, dando-os
então a Govinda, a quem disse: "Pede ao Senhor que Se deite n i s t o . " TRADUÇÃO—O Senhor perguntou a Govinda: " Q u e m fez isto?" Quando Go-
vinda citou o nome de Jagadãnanda Pandita, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou
VERSO 9 receoso.
VERSO 12
^ « ' K M t l t f u Q S S ^ TOS; SfMWtsw 1
'«Hfsf Wlt*tCT SÍ<Í»J1 « t f l H l TOlSS; « R W || & || cMtfàcrçca ^ f s ' e i ? f fi ca <N»u 1
svarüpa-gosãhike kahe jagadãnanda TOffil *tTOt-S*t<! «Rlfl *pf?11 II 5* II
'ãji ãpane yãhã prabhure karãiha éayana' govindere kahi' sei tüli dura kailã
svarüpa-gosãhike—a Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; kahe—diz; jagadãnanda—Jagadã-
kalãra éaralã-upara éayana karilã
nanda Pandita; ãji— hoje; ãpane—Vossa Dignidade; yãhã—indo; prabhure—Sri
govindere kahi'—pedindo a Govinda; sei tüli—aquele acolchoado; dura kailã—põe
Caitanya Mahãprabhu; karãiha éayana—faze com que Se deite.
de lado; kalãra—de uma bananeira; éaralã-upara—na casca seca; éayana karilã—Ele
deitou-Se.
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a disse a Svarüpa Dâmodara Gosvãmí: "Por favor, hoje
pessoalmente convence Sri Caitanya Mahãprabhu a deitar-Se na cama." TRADUÇÃO—Após pedir a Govinda que pusesse de lado o acolchoado e o traves-
seiro, o Senhor deitou-Se na casca seca de bananeira.

VERSO 10 VERSO 13

°*íR»t tosí, -'(^flia 1 ^ 1 , fã* ^ f e c » *rtfà ?


*r*rrl « r a f a r e i * t % s g s t *ttca « f ü n' 5« 11
102 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Verso 19 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 103

svarüpa kahe, — 'tomara iechã, ki kahite pari? svarüpa-gosãni ãsi' pandite kahilã
éayyã upeksile pandita duhkha pãhe bhãri' éuni' jagadãnanda mane mahã-duhkha pãilã
svarüpa kahe— Svarüpa Dâmodara Gosvãmí disse; tomara iechã—Tua vontade- svarüpa-gosãni— Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; ãsi'—regressando; pandite kahilã—
ki—quem; kahite pari— pode dizer; sayyã upeksile—se não aceitares os petrechos de disse a Jagadãnanda Pandita; éuni'—ouvindo; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita;
dormir; pandita—Jagadãnanda Pandita; duhkha—tristeza; pãbe—sentirá; bhãri— ne—dentro da mente; mahã-duhkha pãilã—sentiu muita tristeza.
ma

muita.
TRADUÇÃO—Quando Svarüpa Dâmodara regressou e relatou todos esses inci-
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara disse ao Senhor: " N ã o posso contrariar Tua dentes, Jagadãnanda Pandita sentiu-se muito triste.
vontade suprema, meu Senhor, mas, se não aceitares os petrechos de dormir,
Jagadãnanda Pandita sentirá muita tristeza." VERSO 17

VERSO 14 ^ « « K M l i t f i p « ç a iTm*[\ « i a > t a 1


TOÍT?! «Vfa « U f a l l « i l t ? 1 1 1 1 11

svarüpa-gosãni tabe srjilã prakãra


srsttítíwt çtesf « c t i r a f ã a a ç w r l c s H i a n kadalira suska-patra ãnilã apara
prabhu kahena, — "khãta eka ãnaha pãdite svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; tabe—em seguida; srjilã prakãra—
jagadãnanda cãhe ãmãya visaya bhuhjãite idealizou um meio; kadalira—de bananeira; éu$ka-patra—folhas secas; ãnilã—trouxe;
prabhu kahena—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; khãta—colchão; eka—um; ãnaha— apara—em grande quantidade.
trazes; pãdite—para deitar-Me; jagadãnanda— Jagadãnanda Pandita; cãhe— deseja;
ãmãya—a Mim; visaya bhuhjãite—fazer com que desfrute de felicidade material. T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Svarüpa Dâmodara Gosvãmí idealizou outro método. Pri-
meiro, ele conseguiu uma grande quantidade de folhas secas de bananeira.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu retorquiu: "É só o que faltava: trazes um
colchão para Eu Me deitar nele. Pelo visto, Jagadãnanda deseja que Eu desfrute VERSO 18
de felicidade material."
•tr.1 f o f a ' f p f s ' « t ü l « t f « i w ca>il 1
VERSO 15
« t ç ? a f è i s l i g l c s ci ia « f ã i l 11 IU- n
imitir n r y i « t w a f f i r o «tai 1
« t f i t c a *fri>-<$fi-affèii i ^ - i ^ s i f i « 1 1 nakhe ciri' ciri' tãhã ati süksma kailã
prabhura bahirvãsa duite se saba bharila
nakhe—com as unhas; ciri' ciri'—desfiando cada vez mais; tãhã—a elas; ati—
sannyãsi mãnusa ãmãra bhümite éayana
muito; süksma—finas; kailã—fez; prabhura—de érl Caitanya Mahãprabhu; bahir-
ãmãre khãta-tüli-bãlisa mastaka-mundana
vãsa— roupas de cobrir-Se; duite—em duas; sc salw—todas essas; bharila—encheu.
sannyãsi mãnusa—uma pessoa na ordem de vida renunciada; amara—Meu;
bhümite éayana—deitar-Se no chão; ãmãre—para Mim; khãta—colchão; tüli—acol-
choado; bãlisa—travesseiro; mastaka-mundana—uma grande vergonha. T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , com suas u n h a s , cortou as folhas em fibras muito finas e
encheu dois mantos de árí Caitanya Mahãprabhu com as fibras.
TRADUÇÃO—"Estou na ordem renunciada, e por isso devo deitar-Me no chão.
Ser-Me-ia muito vergonhoso usar um colchão, um acolchoado ou um travesseiro.
VERSO 19
VERSO 16

TOil-ctffJtlfds « U f l ' 5j>fçci1 i


« l í t a - t ? c a s i l a j f «ir.ia> s s c i 11 11
104 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13
Verso 25 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 105

ei-mata dui kailã odana-padane


ahgikãra kailã prabhu aneka yatane bhitarera krodha-duhkha prakãéa nã kaila
ei-mata—dessa maneira; dui—duas peças; kailã—fez; odana-pãdane—uma para mathurã yãite prabhu-sthãne ãjhã mãgiia
colchão e a outra para travesseiro; ahgikãra kailã—acabou aceitando; prabhu—Srl bhitarera—internas; krodha-duhkha—ira e tristeza; prakãéa nã kaila—não revelou;
Caitanya Mahãprabhu; aneka yatane—após muita insistência. mathurã yãite—para ir a Mathurã; prabhu-sthãne—de Srl Caitanya Mahãprabhu;
ãjnã mãgiia—pediu a permissão.
TRADUÇÃO—Dessa maneira, Svarüpa Dâmodara fez algo parecido a um acol-
choado e a um travesseiro, e, após muita insistência dos devotos, Srí Caitanya TRADUÇÃO—Agora, dissimulando sua ira e sua tristeza, Jagadãnanda Pandita
Mahãprabhu aceitou-os. novamente pediu permissão a Srí Caitanya Mahãprabhu para ir a Mathurã.

VERSO 2 0 VERSO 2 3

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<5tC<5 " 1 5 1 T O S I a | f , - C W f S ' í c a ^ S T I
« l í i t s c f l i i f s t t ^ l f f i s s l a i f « « t f # t 11" 11
s r s t « T * w - f < s » c a C 3 F t a a t f e c a i ç t s s f t n $.<> n

tãte éayana karena prabhu,—dekhi' sabe sukhi prabhu kahe, — "mathurã yãibã ãmãya krodha kari'
jagadãnanda—bhitare krodha bãhire mahã-duhkhi ãmãya dosa lãgãhã tumi ha-ibã bhikhãri"
tãte— sobre isso; éayana ka, ena—deita-Se; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; prabhu kahe—o Senhor disse; mathurã yãibã—irias a Mathurã; ãmãya—comigo;
dekhi—vendo; sabe sukhi— todos ficaram felizes; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; krodha kari'—ficando zangado; ãmãya—a Mim; dosa lãgãhã—acusando; tumi— tu;
bhitare—mentalmente; krodha—zangado; bãhire—externamente; mahã-duhkhi— ha-ibã— tornar-te-ás; bhikhãri—um mendicante.
muito triste.
TRADUÇÃO—Com muita afeição, á r í Caitanya Mahãprabhu disse: " S e estiveres
TRADUÇÃO—Todos ficaram felizes ao verem o Senhor deitar-Se naquela cama, zangado comigo q u a n d o fores a Mathurã, tornar-te-ás um mero mendicante e
porém, no íntimo, Jagadãnanda ficou zangado, e externamente parecia muito criticar-Me-ás."
triste.
VERSO 24
VERSO 2 1
a*cs: a l f a a f ã a l s a « l i
*$rXwstwt»^ IBÇI s_«»tai a t l c » 1 "*3s'c5í"5 %m c i t a a i l c s f « a t a i « * 8 11
e r ç s ^ t w i 1 1 c s i <§rca, 1 1 i i c a ç f è r o » n * i 1 1
pürve jagadãnandera iechã vrndãvana yãite jagadãnanda kahe prabhura dhariyã carana
prabhu ãjhã nã dena tãnre, nã pare calite "pürva haite iechã mora yãite vrndãvana
pürve—antes; jagadãnandera—de Jagadãnanda Pandita; iechã— desejo; vrndãvana jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; kahe—disse; prabhura—de Sri Caitanya
yãite—de ir a Vrndãvana; prabhu—Srl Caitanya Mahãprabhu; ãjhã—permissão; na Mahãprabhu; dhariyã carana—agarrando os pés de lótus; pürva haite—já faz muito
dena—não deu; tãnre—a ele; nã pare calite—ele não pôde ir. tempo; iechã—desejo; mora—meu; yãite vrndãvana—de ir a Vrndãvana.

T R A D U Ç Ã O — N o u t r a ocasião, q u a n d o Jagadãnanda Pandita desejara ir a Vrndã- T R A D U Ç Ã O — S e g u r a n d o os pés do Senhor, Jagadãnanda Pandita disse então: "Há
vana, Srí Caitanya M a h ã p r a b h u não lhe dera permissão, e por isso ele não pôde muito tempo que desejo ir a V r n d ã v a n a . "
ir.
VERSO 2 2 VERSO 2 5

foscas c^ta-ssa «f^M 1 1 c a s i i a i f - ^ t s s i i t f ç , «te» 11 i t f à a t ç c s i


i $ a 1 ailcs « i f - T f c i « i t w l i t f t f i n n 11
dca « n w i ca?'» «ia ® ar$g f i f * 5 c » H " 5,011
1
106 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Verso 31 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 107

prabhu-ãjiiã nãhi, tãte nã pari yãite prabhu-ãjhã vinã tãhãh yãite nã pari
ebe ãjhã deha', avaéya yãimu niécite" ebe ãjhã nã dena more, 'krodhe yãha' bali
prabhu-ãjhã—a permissão de Vossa Onipotência; nãhi— não; tãte—portanto; - na
prabhu-ãjhã—a permissão de Srí Caitanya Mahãprabhu; vinã—sem; tãhãh—para
pari yãite—não pude ir; ebe—agora; ãjhã—permissão; deha'—dá; avasya—com cer- |á yãite— de ir; nã pari—sou incapaz; ebe—agora; ãjhã—permissão; nã dena—não
;

teza; yãimu—irei; niécite—impreterivelmente. dá- more—a mim; krodhe—com raiva; yãha—vais; bali—dizendo.

TRADUÇÃO—"Não podia ir sem a permissão de Vossa Onipotência. Agora, cabe TRADUÇÃO—"No entanto, sem a permissão do Senhor, não posso ir para lá, e,
a Ti dar-me a permissão, e, com certeza, irei para lá." no momento, Ele não aceita meu pedido. Ele diz: 'Estás indo só porque tens
raiva de M i m . ' "
VERSO 26 VERSO 29

I S C W Ç CITA < S T T L A T L C S 1 1 S S 1
« i f ü t c s <$ts -siai 1 1 a ? c a i «WTSSTS I
c s « 1 a l ç a i t f i p «itsfi i t c í i r a ata 11 11 A J F - I T A I L 1 * 1 C W J ISFICA F I I A 11" * A 1 1

prabhu prite tãhra gamana nã karena ahgikãra sahajei mora tãhãh yãite mana haya
tenho prabhura thãhi ãjhã mãge bãra bãra prabhu-ãjhã lanã deha', kariye vinaya"
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; prite—pôr afeição; tãhra—sua; gamana—par- sahajei—naturalmente; mora—minha; tãhãh—para lá; yãite—ir; mana—mente;
tida; nã karena ahgikãra—não aceita; tenho—ele; prabhura thãhi—de êri Caitanya haya—é; prabhu-ãjhã—permissão de Srí Caitanya Mahãprabhu; lanã deha'—por
Mahãprabhu; ãjhã—permissão; mãge—pede; bãra para—repetidas vezes. favor, consegue; kariye vinaya—solicitando humildemente.

T R A D U Ç Ã O — D e v i d o à afeição que sentia por Jagadãnanda Pandita, Srí Caitanya TRADUÇÃO—"Por certo, desejo ir a Vmdãvana; portanto, por favor, humilde-
Mahãprabhu não permitia que ele partisse, porém, Jagadãnanda Pandita não mente pede-Lhe que conceda Sua p e r m i s s ã o . "
se cansava de pedir que o Senhor lhe desse permissão de ir.
VERSO 30
VERSO 27
« C A W T - C R C I T F I » ASES. « T F ? S A C A 1

^at*KMtatfiKa *rfà» ca^l fir.nn i " Q I M L M N A A« S T L C S J«ARACI 1 «• 1

" ^ c s c s j u r a i a r l c » cita 1 1 1 1 *1 II
tabe svarüpa-gosãni kahe prabhura carane
svarüpa-gosãhire pandita kailã nivedana "jagadãnandera iechã bada yãite vrndãvane
"pürva haite vrndãvana yãite mora mana tabe—em seguida; svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; kahe—submete;
svarüpa-gosãhire—a Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; pandita—Jagadãnanda Pandita; prabhura carane—aos pés de lótus de Srí Caitanya Mahãprabhu; jagadãnandera—de
kailã nivedana—fez seu pedido; pürva haite—há muito tempo; vrndãvana yãite—ti Jagadãnanda Pandita; iechã bada—desejo intenso; yãite vrndãvane—de ir a Vrndãvana.
para Vrndãvana; mora mana—minha mente.
TRADUÇÃO—Em seguida, Svarüpa Dâmodara Gosvãmí submeteu esse apelo aos
TRADUÇÃO—Ele apresentou então um pedido a Svarüpa Dâmodara Gosvãmí: " J á pés de lótus de Srí Caitanya Mahãprabhu. "Jagadãnanda Pandita tem um desejo
faz muito t e m p o " , disse ele, " q u e desejo ir a V r n d ã v a n a . " intenso de ir a V r n d ã v a n a . "

VERSO 28 VERSO 31

ESTARÁ KTFS» I R W L C«CÇL I T E F ATA ALA 1


« t f - ^ i T a n f ã i i <sitl a r l c s n t t f ã 1
«IRWI C A Ç ' , - I « T A L & F S ' « T R L C I GAIATA N N
d c a «11551 n o m c u c a , ' c ^ t c a a r ^ a f è t K H
Verso 36 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 109
108 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13

"vãrãnasi paryanta svacchande yãibã pathe


tomara thãhi ãjhã tenho mãge hãra bãra ãge sãvadhãne yãibã ksatriyãdi-sãthe
ãjhã deha',—mathurã dekhi' ãise eka-bãra vãrãnasi paryanta—até Vãrãnasi; svacchande—sem distúrbios; yãibã pathe—podes
tomara thãhi—Tua; ãjhã— permissão; tenho—ele; mãge—pede; bãra bãra—repetidas seguir caminho; ãge—após isso; sãvadhãne—com muito cuidado; yãibã—deves ir;
vezes; ãjhã deha'—por favor, dá permissão; mathurã dekhi'—após visitar Mathurã' ksatriya-ãdi-sãthe—com os ksatriyas.
ãise—retorna; eka-bãra—uma vez.
TRADUÇÃO—"Podes ir até Vãrãnasi sem te defrontares com problemas, porém,
TRADUÇÃO—"Ele insiste em pedir Tua permissão. Portanto, por favor, permite ao ultrapassares Vãrãnasi, deves ter muito cuidado de viajar na trilha na com-
que ele vá a Mathurã e, em seguida, r e t o r n e . " panhia de ksatriyas."

VERSO 32 S I G N I F I C A D O — O caminho de Vãrãnasi até Vrndãvana estava infestado de saltea-


dores, e, portanto, naqueles dias havia ksatriyas para proteger os viajantes.
«ItlcS C « f à f f 5 G 1 C 5 C5Ít»C»C»l 1Í5 I
C<5C5 láISSItSr f*»1«Jfl £(ffV « I T S ll" II VERSO 35

ãire dekhite yaiche gauda-dese yãya c^m C-JFTFSIRI I R L C I ' I I F E T R ? ' =*TV I T C « I
taiche eka-bãra vrndãvana dekhi' ãya"
ãire—mãe Saci; dekhite—ver; yaiche—como; gauda-dese—à Bengala; yãya—ele foi; I I G F Í M F F À ' SFCT, I R L C » F À W T W N A
taiche—assim também; eka-bãra—uma vez; vrndãvana dekhi'—após ver Vrndãvana; kevala gaudiyã pãile 'bãtapãda' kari' bãndhe
ãya—ele pode regressar. saba luti' bãndhi' rãkhe, yãite virodhe
kevala—sozinho; gaudiyã—bengali; pãile—se for pego; bãtapãda—pilhagem; kari'—
T R A D U Ç Ã O — " P e r m i t i s t e que ele fosse à Bengala para ver mãe Saci e, assim fazendo; bãndhe—eles prendem; saba—tudo; luti'—tirando; bãndhi'—prisioneiro;
também, podes permitir-lhe ir ver Vrndãvana e então regressar para cá." rãkhe—mantém; yãite virodhe— não libertam.

VERSO 33
TRADUÇÃO—"Tão logo os assaltantes na estrada vêem um bengali viajando
sozinho, tiram-lhe tudo, prendem-no e não o deixam seguir em frente."
TOff-cmstfo* catei «ifsttssi r«5fl 1
wMW t l C * c a t l t i p l $fr,i faSílsTi II « « II
SIGNIFICADO—Em geral, os bengalis não são muito corpulentos nem fortes. Por
svarüpa-gosãnira bole prabhu ãjhã dilã
isso, quando um bengali solitário cruza as estradas de Bihar, os assaltantes na
jagadãnande bolãnã tãnre áikhãilã
estrada capturam-no, roubam-lhe todos os pertences e seqüestram-no para tra-
svarüpa-gosãnira—de Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; bole—a pedido; prabhu—Srí
balhar em prol deles. Segundo certa opinião, os salteadores de Bihar sabem muito
Caitanya Mahãprabhu; ãjhã dilã—deu permissão; jagadãnande—a Jagadãnanda
bem que os bengalis são inteligentes; por isso, de um modo geral, esses ladrões
Pandita; bolãnã—chamando; tãnre—a ele; sikhãilã—deu instruções.
forçam os bengalis a ocuparem serviços que exigem inteligência e não os permitem
partir.
TRADUÇÃO—A pedido de Svarüpa Dâmodara, Srí Caitanya Mahãprabhu deu a
Jagadãnanda Pandita a permissão de ir. Mandando chamá-lo, o Senhor instruiu-
lhe o seguinte. VERSO 36

1 $ f t GtfOT H t S I - l w l « f ç i 1 I
VERSO 34
I ^ I T ? W # f 1 C 1 1 V3á i f i f l l 1 1 - a * I I

mathurã gele sanãtana-sahgei rahibã


«RRCT I Í = W T T I I R L U «PFÀSTFÀ-ITCI N « 8 1 1 mathurãra svãmi saberá carana vandibã
110 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, ^ Verso 40 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 111

mathurã gele—quando fores a Mathurã; sanãtana-sahgei—na companhia d e T R A D U Ç Ã O — " J u n t a m e n t e com Sanãtana Gosvãmí, visita todas as doze florestas
Sanãtana Gosvãmí; rahibã—permanece; mathurãra svãmi— os líderes de Mathurã- de Vrndãvana. Não te afastes dele por um momento s e q u e r . "
saberá—de todos; carana vandibã—adora os pés.
VERSO 39
TRADUÇÃO—"Ao chegares a Mathurã, deves permanecer com Sanãtana Gosvãmí
e oferecer respeitosas reverências aos pés de todos os líderes de l á . " *fcs ^ t f i ç , « T f 1 H a f ç ç fèi^i*! i
C S t t l í f C 1 1 1 5f®3! C < r f à c 5 'cMHfSl' a II
VERSO 37
éighra ãsiha, tãhãh nã rahiha cira-kãla
çca a f e ' « f % « ssf%ç i t w 11 a f ç i i i govardhane nã cadiha dekhite 'gopãla'
« 1 - i i t i «rf5f<K&èl vfèvs i t f ã i l 11 *<* ii éighra—assim que possível; ãsiha—retorna; tãhãh—lá; nã rahiha—não te demores;
cira-kãla—por muito tempo; govardhane—na Colina de Govardhana; nã cadiha—
diire rahi' bhakti kariha sahge nã rahibã não subas; dekhite gopãla—para ver a Deidade de Gopãla.
tãh-sabãra ãcãra-cestã la-ite nãribã
dure rahi'—mantendo-te à parte; bhakti kariha—mostra devoção; sahge—na T R A D U Ç Ã O — " D e v e s te demorar em Vrndãvana por pouco tempo, e então retorna
companhia; nã rahibã—não permaneças; tãh-sabãra—deles; ãcãra—comportamento; para cá o mais rápido possível. Além disso, não subas na Colina de Govardhana
cesta—hábitos; la-ite nãribã—não podes adotar. para ver a Deidade de G o p ã l a . "

TRADUÇÃO—"Não te mistures livremente com os habitantes de Mathurã; mostra- SIGNIFICADO—Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thâkura aconse-
lhes respeito a distância. Como estás noutra plataforma de serviço devocional, lha que evitemos permanecer em Vrndãvana por um período muito longo. Como
não podes adotar o comportamento e as práticas d e l e s . " reza o ditado: "Familiaridade gera negligência". Se alguém permanece em Vmdã-
vana por muitos dias, pode deixar de mostrar o devido respeito a que fazem jus
SIGNIFICADO—Os habitantes de Vrndãvana e Mathurã relacionam-se com Krsna os seus habitantes. Portanto, quem não alcançou a fase de amor espontâneo por
em afeição parental, e seus sentimentos sempre entram em choque com as opiniões Kr$na não deve morar em Vmdãvana por muito tempo. É melhor que ele faça
dos smãrta-brãhmanas. Os devotos que adoram Krsna com opulência não conse- visitas curtas. Também devemos evitar escalar a Colina de Govardhana para ir
guem entender os sentimentos devocionais parentais dos residentes de Mathurã ver a Deidade de Gopãla. Como a própria Colina de Govardhana é idêntica a
e de Vrndãvana, que seguem o caminho do amor espontâneo. Os devotos na Gopãla, ninguém deve pisar na Colina nem tocá-la com seus pés. Podemos ver
plataforma de vidhi-mãrga (princípios devocionais reguladores) talvez compreen- Gopãla quando Ele Se dirige a algum outro lugar.
dam erroneamente as atividades dos devotos situados na plataforma de rãga-mãrga
(serviço devocional com amor espontâneo). Portanto, Srí Caitanya Mahãprabhu VERSO 40
instruiu Jagadãnanda Pandita de que permanecesse à parte dos habitantes de
Vrndãvana, que eram devotos espontâneos, de modo que não os desrespeitasse. hpsci i
i í f i $ «rrfic«fè,-isfçç
« m u « c s mwti* e m i » w j h h c i f 8 ° a
VERSO 38
ãmiha ãsitechi,—kahiha sanãtane
s W t s S M f ê » ssfàs 1 1 « 1 " t 1 I ãmãra tare eka-sthãna yena kare vrndãvane"
i i r s w a m 11 ç t f « i i uai^«i II «* a amiha—Eu também; ãsitechi—estou vindo; kahiha sanãtane— informa a Sanãtana
osvami; ãmãra tare—para Mim; eka-sthãna—um lugar; yena—então; kare—ele possa
ta
sanãtana-sahge kariha vana daraéana zer; vrndãvane—em Vrndãvana.
sanãtanera sahga nã chãdibã eka-ksana
sanãtana-sahge—com Sanãtana Gosvãmí; kariha—faze; vana daraéana—visita às
doze florestas; sanãtanera—de Sanãtana Gosvãmí; sahga—a companhia; nã chãd'^" ^RADuçÃO "Informa a Sanãtana Gosvãmí que, pela segunda vez, estarei indo
não deixes; eka-ksana—por um momento sequer. rndãvana, e, portanto, ele deve reservar um lugar onde Eu f i q u e . "
Verso 46 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 113
112 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, 13

VERSO 44
VERSO 41

•$<$ afsf wstwtica c^ên «itfàwi I Surfes «ttfi' fàtfèprl n t s c i i


5fM«ta«a çfiwt «fça sf5«rai 5a«i 11 si S^rc^a sf cs «flir**» s ei 11 88 11
mathurãte ãsi' mililã sanãtane
eía bn/r jagadãnande kailã ãlihgana dui-janera sahge duhhe ãnandita mane
jagadãnanda calilã prabhura vandiyã carana mathurãte ãsi'—quando ele chegou a Mathurã; mililã sanãtane—encontrou-se com
eta bali'—dizendo isso; jagadãnande—a Jagadãnanda Pandita; kailã—fez; ãlihgangM Sanãtana Gosvãmí; dui-janera—áe ambos; sahge—na companhia; duhhe—ambos;
abraço; jagadãimnda—Jagadãnanda Pandita; calilã—seguiu; prabhura—de Srl Caitanya ãnandita mane—muito satisfeitos mentalmente.
Mahãprabhu; vandiyã carana—após adorar os pés.
T R A D U Ç Ã O — E n f i m , Jagadãnanda Pandita chegou a Mathurã, onde encontrou-se
TRADUÇÃO—Após dizer isso, o Senhor abraçou Jagadãnanda Pandita, que, então, com Sanãtana Gosvãmí. Eles ficaram muito satisfeitos ao se verem.
adorou-Lhe os pés de lótus e partiu para Vrndãvana.
VERSO 45
VERSO 42
i i f s i asatçsil « í c a ata»t a i » < w 1
ia «^«i-fcrfcp i t w l itfasfl 1
c f t f m a f s M l g*cs> c * f ã ' n ç t a i ii 8<? n
a i f c s ÇÍW ç f è T atawft «rféil 11 8 * 11
sanãtana karãila tãnre dvãdaéa vana daraéana
saba bhakta-gana-thãhi ãjhã mãgilã gokule rahiiã duhhe dekhi' mahãvana
vana-pathe cali' cali' vãrãnasi ãilã sanãtana—Sanãtana Gosvãmí; karãila— fez; tãnre—a ele; dvãdaéa—doze; vana—
saba bhakta-gana-thãni—de todos os devotos; ãjhã mãgilã—pediu a permissão; vana- florestas; daraéana—visita; gokule— em Gokula; rahilã—permaneceram; duhhe—
pathe cali' cali'—atravessando o caminho da floresta; vãrãnasi ãilã—ele chegou a ambos; dekhi'—após verem; mahã-vana—Mahãvana.
Vãrãnasi.
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s q u e Sanãtana Gosvãmí levou Jagadãnanda para ver todas
TRADUÇÃO—Após pedir permissão a todos os devotos, ele partiu. Viajando no as doze florestas de Vrndãvana, concluindo com Mahãvana, ambos permanece-
caminho que corta a floresta, logo chegou a Vãrãnasi. ram em Gokula.

VERSO 46
VERSO 43
n f s c i a carnes set acs > 4 s 4 f f c i 3 1
« t i f i a í , ^c*tss,-csts:rca farspTi i *tr%s i t a s ascai caatsics ar?' n 8\> 11
<sta Sffàfl «fçj» as«n is-sfè « f s w i 118«
sanãtanera gophãte duhhe rahe eka-thãhi
tapana-miéra, candraéekhara,—dohhãre mililã pandita pãka karena devãlaye yãi'
tãhra thãhi prabhura kathã sakala-i éunilã sanãtanera gophãte—na caverna onde Sanãtana Gosvãmí ficava; duhhe—ambos;
tapana-misra—Tapana Misra; candra-éekhara—Candrasekhara; dohhãre mililã— rahe permanecem; eka-thãhi—em um m e s m o lugar; pandita—Jagadãnanda; pãka
encontrou-se com ambos; tãhra thãhi—dele; prabhura—de Sri Caitanya Mahã- karena—cozinha; devãlaye yãi'—indo a um templo.
prabhu; kathã—tópicos; sakala-i—todos; éunilã—eles ouviram.
TRADUÇÃO—Eles ficaram na caverna de Sanãtana Gosvãmí, mas Jagadãnanda
p ó 'omou a iniciativa de ele mesmo ir preparar a sua refeição n u m templo
TRADUÇÃO—Em Vãrãnasi, encontrou-se com Tapana Misra e Candrasekhara
falou-lhes sobre tópicos relacionados com Srl Caitanya Mahãprabhu.
114 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 13 Verso 52 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 115

VERSO 4 7 VERSO 50

mm fim tosi isfaw i


s * ç a^mw, toj> mw*tm \\ s i « («ft: 5 " f ç < T 1 CÉESl f t i ! 11 <?° 11

sanãtana bhiksã karena yãi' mahãvane 'mukunda sarasvati' nãma sannyãsi mahã-jane
kabhu devãlaye, kabhu brãhmana-sadane eka bahirvãsa tenho dila sanãtane
sanãtana—Sanãtana Gosvãmí; bhiksã karena—pede doações; yãi' mahã-vane—indo mukunda sarasvati— Mukunda Sarasvati; nãma—chamado; sannyãsi— um sannyãsi;
à vizinhança de Mahãvana; kabhu—às vezes; devãlaye— num templo; kabhu—às mahã-jane—uma grande personalidade; eka—um; bahirvãsa—manto; tenho—ele;
vezes; brãhmana-sadane—na casa de um brãhmana. dila—deu; sanãtane—a Sanãtana Gosvãmí.

T R A D U Ç Ã O — S a n ã t a n a Gosvãmí mendigava de porta em porta, na vizinhança de T R A D U Ç Ã O — C e r t a ocasião, u m grande sannyãsi chamado Mukunda Sarasvati
Mahãvana. Às vezes, ia a um templo, outras vezes, à casa de um brãhmana. dera a Sanãtana Gosvãmí um manto.

VERSO 5 1
VERSO 48
i s r t e ü e i s a a P f C l itf«ral i
i«r<s« « t f b r o ? t o s i i m * 1 5nW11W5 I t l H a t W i f l s T l ®ltf*ra1 II tfl II
ISPTCI «lifsr> 1 t f l » ' « i g - l t » II 8 V II
sanãtana sei vastra mastake bãndhiyã
sanãtana panditera kare samãdhãna jagadãnandera vãsã-dvãre vasilã ãsiyã
mahãvane dena ãni' mãgi' anna-pãna sanãtana—Sanãtana Gosvãmí; sei—este; vastra—manto; mastake—sobre a cabeça;
sanãtana—Sanãtana Gosvãmí; panditera—de Jagadãnanda Pandita; kare samã- bãndhiyã—prendendo; jagadãnandera—de Jagadãnanda Pandita; vãsã-dvãre—na
dhãna—fazia todas as espécies de serviço; mahã-vane—em Mahãvana; dena—dá; porta da residência; vasilã—sentou-se; ãsiyã—vindo.
ãni'—trazendo; mãgi'—mendigando; anna-pãna—alimento e bebida.
T R A D U Ç Ã O — S a n ã t a n a Gosvãmí usava esse manto preso em volta da cabeça
T R A D U Ç Ã O — S a n ã t a n a Gosvãmí satisfazia todas as necessidades de Jagadãnanda quando se apresentou diante da porta de Jagadãnanda Pandita e sentou-se.
Pandita. Ele mendigava na área de Mahãvana e trazia para Jagadãnanda todas
as espécies de comida e bebida. VERSO 52

VERSO 49 a í f s f a a e s f à ' * u % 5 c a t i t f à è ss^rl i


^«jsfai 5i«f!5csi » t % 3 fàsfàsn 1 ' i s t s i f * e w t * ' « r t f i ' s i s t r . * *íf%^rl « «

f « S 3 ? > S J i s f ? ' CS*S; *ttss e s r s s U II 8» II rãtula vastra dekhi' pandita premãvista ha-ilã
'mahãprabhura prasãda' jãni' tãhhãre puchilã
eka-dina sanãtane pandita nimantrilã rãtu/a—vermelho; vastra—manto; dekhi'—vendo; pandita—Jagadãnanda Pandita;
nitya-krtya kari' tenha pãka cadãilã prema-ãvista ha-ilã—ficou dominado pelo amor extático; mahãprabhura prasãda—o
eka-dina—certo dia; sanãtane— Sanãtana Gosvãmí; pandita nimantrilã—jagadã- presente abençoado de Srl Caitanya Mahãprabhu; jãni'—presumindo; tãhhãre
nanda Pandita convidou; nitya-krtya kari'—após terminar seus deveres rotineiros; puchilà—perguntou a ele.
tenha—ele; pãka cadãilã—pôs-se a cozinhar.
TRADUÇÃO—Certo d e que o manto avermelhado era u m presente de Caitanya
T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, Jagadãnanda Pandita, tendo convidado Sanãtana p*** Mahãprabhu, Jagadãnanda Pandita ficou dominado pelo amor extático. Portanto,
almoçar no templo vizinho, concluiu seus deveres rotineiros e pôs-se a cozinhar- indagou a Sanãtana Gosvãmí.
116 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 117
Verso 58

VERSO 53 VERSO 56
" a s t t l t r ç s i l ffi <a*. a t ç ^ a i i ? " " f í l JISTSTFÍI *TTÁ*-«Wti 1
'íf*"-1TOft' f w i . - i s w HTS1 II C« II ROTH-11 i 5 t « f ç a fcaa itfs «<ti n e * 11
"kãhãh pãilã tumi ei rãtula vasana?" "tumi mahãprabhura hao pãrsada-pradhãna
'mukunda-sarasvati' dila,—kahe sanãtana tomã-sama mahãprabhura priya nãhi ãna
kãhãh—onde; pãilã—conseguiste; tumi— tu; ei—esse; rãfu/a vasana—manto ver- tumi—tu; mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; hao—és; pãrsada-pra-
melho; mukunda-sarasvati dila—Mukunda Sarasvati deu; kahe sanãtana—Sanãtana dhãna— um dos principais associados; tomã-sama—como tu; mahãprabhura—de Srí
respondeu. Caitanya Mahãprabhu; priya—querido; nãhi—não é; ãna—outro.

T R A D U Ç Ã O — " O n d e conseguiste este manto avermelhado que estás usando na TRADUÇÃO—"És u m dos principais associados de Sri Caitanya Mahãprabhu. Na
cabeça?" perguntou Jagadãnanda. Sanãtana Gosvãmí respondeu: "Mukunda verdade, ninguém Lhe é mais querido do que t u . "
Sarasvati deu-o a m i m . "
VERSO 57
VERSO 54
«191 I S T Í I I S a a f f i aa faca i
^ f i ' i f b r o a i r . i ca^ti §*ifsret 1
casfl.vkç * a - * « H t t e a ifiiarca n
« t r o a í t f f e s t r o S[«ÍPI n t f ? r o n cs D
anya sannyãsira vastra tumi dhara éire
éuni' panditera mane krodha upajila kon aiche haya,—ihã pare sahibãre?"
bhãtera hãndi hãte lanã mãrite ãila anya sannyãsira—de outro sannyãsi; vastra—manto; tumi—tu; dhara—manténs;
éuni'—ouvindo; panditera—de Jagadãnanda Pandita; mane—na mente; krodha— éire—na cabeça; kon—quem; aiche haya—é assim; ihã—isso; pare sahibãre—pode
fúria; upajila—surgiu; bhãtera hãndi—a panela; hãte—em sua mão; lanã—pegando; tolerar.
mãrite ãila—ficou pronto para bater.
T R A D U Ç Ã O — " M e s m o assim, ataste em tua cabeça u m manto a ti dado por outro
TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, Jagadãnanda Pandita imediatamente ficou muito fu- sannyãsi. Q u e m pode tolerar semelhante comportamento?"
rioso e agarrou u m a panela com a mão, decidido a acertar Sanãtana Gosvãmi.

VERSO 55 VERSO 58

1 « ? t « i <3*tca W t f i ' e i f ã s s 1 H F 5 1 asei—«11f^%5-1ÇT»fa !


a f è r r o «rtíMíri * t f % 5 *rfis g*nro afãêri H <t<t n r o t i 1 - N B V M RWP ca*? i a 1 1 « m
sanãtana tãnre jãni' lajjita ha-ilã sanãtana kahe—"sãdhu pandita-mahãéaya!
balite lãgilã pandita hãndi culãte dharila tomã-sama caitanyera priya keha naya
sanãtana—Sanãtana Gosvãmí; tãnre—a ele; jãni'—conhecendo; lajjita ha-ilã—ficou sanãtana kahe—Sanãtana Gosvãmí disse; sãdhu—santo; pandita—acadêmico eru-
envergonhado; balite lãgilã— pôs-se a falar; pandita—Jagadãnanda Pandita; hãndi—a dito; mahãéaya—uma grande alma; tomã-sama—como tu; caitanyem—de Sri Caitanya
panela; culãte—sobre o fogão; dharila—conservou. Mahãprabhu; priya—querido; keha naya—ninguém é.
lta
TRADUÇÃO—No entanto, Sanãtana Gosvãmí conhecia Jagadãnanda P a n d T R A D U Ç Ã O — S a n ã t a n a Gosvãmí disse: " M e u querido Jagadãnanda Pandita, és
muito bem e, por conseguinte, ficou um tanto envergonhado; deixando a panela u
m santo muito erudito. Ninguém é mais querido de Srí Caitanya Mahãprabhu
sobre o fogão, Jagadãnanda falou o seguinte. do que t u . "
118 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 63 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 119
Antya-lílã, 13

VERSO 59 SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura faz o seguinte comentário


acerca deste episódio: "Todos os Vaisnavas são pessoas liberadas, desapegadas
•àre cwaifaéi w t i cs fites 1 de qualquer coisa material. Portanto, o Vaiçnava não precisa aceitar a roupa de
um sannyãsi para, com isso, provar sua posição elevada. Sri Caitanya Mahãprabhu
«Jà «ri caarçOT ssri f»tfàa c w c s ? as.
recebeu de um sannyãsi da escola Mãyãvãda a ordem renunciada. No entanto,
aiche caitanya-ni$thã yogya tomate os atuais sannyãsis Vaiçnavas jamais pensam que, só por aceitar os trajes da ordem
tumi de sannyãsa, ficam iguais a Caitanya Mahãprabhu. Na verdade, o Vaisnava aceita
tuim nã
nu dekhãile
ucunuue ihã
inu éikhiba
siKniua ke-mate?
Ke-mate:
a ordem de sannyãsa para permanecer servo eterno de seu mestre espiritual. Ao
aiche—semelhante; caitanya-ni$thã—(é em Sri Caitanya Mahãprabhu; yogya—bem aceitar a ordem de sannyãsa, sabe que não está no mesmo nível do seu mestre
adequada; tomate—a ti; tumi nã dekhãile—caso não demonstres; ihã—isto; éikhiba— espiritual, que é um paramahamsa, e se julga indigno de vestir-se como um parama-
aprenderei; ke-mate—como. hamsa. Por isso, ao aceitar sannyãsa, o Vaiçnava age por humildade, e não por
orgulho.
T R A D U Ç Ã O — " E s t a fé que depositas em Srí Caitanya Mahãprabhu te cai muito
bem. A menos que a demonstres, como poderia eu aprender a desenvolver tal Sanãtana Gosvãmí adotara o traje de paramahamsa; por isso, não lhe era ade-
fé?" quado usar o manto açafroado sobre a cabeça. Contudo, o sannyãsi Vaisnava não
VERSO 60 se considera digno de se fazer passar por um Vaisnava paramahamsa. Segundo
os princípios estabelecidos por Sri Caitanya Mahãprabhu (trnãd api sunicena), de-
arsii cwfãatr.a.agi i r a r . * stf%»l i vemos sempre considerar-nos como estando na fase inferior, e não no nível de
um Vaisnava paramahamsa. Logo, às vezes o Vaiçnava aceita a ordem de sannyãsa
çtfe *l»j<C«|J| <SÍ « S U F f ã * || * o || só para se manter em um nível inferior àquele de um Vaisnava paramahamsa."
É esta a instrução de Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura.
yãhã dekhibãre vastra mastake bãndhila
sei apürva prema ei pratyaksa dekhila
yãhã—que; dekhibãre—ao ver; vastra—o manto; mastake bãndhila—prendi em minha VERSO 62
cabeça; sei—esse; apürva prema—amor incomum; ei—isto; pratyaksa— pela experiên-
cia direta; dekhila—vi. «trás ^fif wflfft*w C5scu isfàsrt i
glwi st>' sça sfim t t ç t l 1 1 1 * 11
TRADUÇÃO—"O objetivo por que prendi o manto em minha cabeça foi agora
plenamente preenchido, pois testemunhei diretamente o amor incomum que pãka kari' jagadãnanda caitanya samarpilã
dedicas a Sri Caitanya M a h ã p r a b h u . " dui-jana vasi' tabe prasãda pãilã
pãka kari'—após cozinhar; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; caitanya samarpilã—
VERSO 61 ofereceu a Sri Caitanya Mahãprabhu; dui-jana—duas pessoas; vasi'—sentando-se;
tabe— então; prasãda—restos do alimento; pãilã—tomaram.
ir&m ' l a u t a s ' *tfàr.s »1 s,sts i
TRADUÇÃO—Ao terminar de cozinhar, Jagadãnanda Pandita ofereceu o alimen-
casiü « i a t ^ t e a fã»], fà» asfs « ? r a ? *i n
to a Srí Caitanya Mahãprabhu. Então, ele e Sanãtana Gosvãmí sentaram-se e
rakta-vastra 'vaisnavera' parite nã yuyãya comeram a prasãda.
kona pravãsire dimu, ki kãya uhãya?
rakía-vastra—manto açafroado; ivisnavem— a um Vaisnava; parite nã yuyãya—não VERSO 63
convém usar; kona pravãsire— para algum desconhecido; dimu—darei; Ài—que;
kãya—utilidade; uhãya—com isto. «rata nrç TOstrai caseri •rtf»fw%i
c&sufàatç sfcç asfàsrt spai n n
TRADUÇÃO—"A um Vaisnava não convém usar este manto açafroado; portanto, prasãda pãi anyonye kailã ãlihgana
para mim, ele é inútil. Dá-lo-ei a algum desconhecido." caitanya-virahe duhhe karilã krandana
120 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13
Verso 69 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 121

prasãda pãi—após comerem os restos do alimento; anyonye—mutuamente; kailã jagadãnanda-pandita—Jagadãnanda Pandita; tabe—nessa altura; ãjhã mãgilã—pediu
ãlihgana—abraçaram-se; caitanya-virahe—áe saudades do Senhor Caitanya; duhhe—
permissão; sanãtana— Sanãtana Gosvãmí; prabhure—para Sri Caitanya Mahãprabhu;
ambos; karilã krandana—choraram.
lúchu—aiguns; bheta-vastu—presentes; dilã—entregou.
TRADUÇÃO—Após comerem a prasãda, eles se abraçaram e choraram de saudades T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Sanãtana Gosvãmí deu a Jagadãnanda permissão para este
do Senhor Caitanya.
voltar a Jagannãtha Puri, entregou a Jagadãnanda alguns presentes destinados
ao Senhor Caitanya M a h ã p r a b h u .
VERSO 64
VERSO 67
<s\tm 1 1 1 aftíTl y r t a r . i i
cvssifàas;-?:*! ii itn i 5 £ i n 48 II ati-a^T* c-ntHfwafa*! i
I I ^ « I I ?

ei-mata mãsa dui rahiiã vrndãvane is* ^%*f9i - o i ? ^ w t i f r t II w II


caitanya-viraha-duhkha nã yãya sahane rãsa-sthalira vãlu ãra govardhanera éilã
ei-mata—dessa maneira; mãsa—meses; dui—dois; rahiiã—permaneceram; vrndã-
éuska pakka pilu-phala ãra guhjã-mãlã
vane—em Vrndãvana; caitanya-viraha—àe saudades de Sri Caitanya Mahãprabhu;
rãsa-sthalira vãlu—areia do local o n d e o Senhor Krçna conduziu Sua dança da
duhkha—tristeza; nã yãya sahane—não conseguiam agüentar.
rasa; ãra—e; govardhanera éilã—uma pedra da Colina de Govardhana; éuska—seca;
pakka—madura; pilu-phala—fruta pilu; ara—também; guhjã-mãlã—uma guirlanda
T R A D U Ç Ã O — P a s s a r a m dois meses em Vrndãvana dessa maneira, até que, por
de conchinhas.
fim, não conseguiam agüentar a tristeza advinda da saudade de Sri Caitanya
Mahãprabhu.
TRADUÇÃO—Os presentes consistiam em u m pouco de areia do local da rãsa-iila,
VERSO 65 uma pedra da Colina de Govardhana, frutas pilus amadurecidas e secas e uma
guirlanda de conchinhas.
T C t t t t Ç l I W t asfçíll isrfsr.1 I
'«rifar* «nfjrcsfç, i f e t s ^ f a * (íwarci' H % O H VERSO 68
mahãprabhura sandeêa kahilã sanãtane
ftftf1<W"tfWI s f w i 1 1 » W l I
'ãmiha ãsitechi, rahite kariha eka-sthãne'
mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; sandesa—mensagem; kahilã—disse; i r i a * ! teil i i t s i 4 t w fiHtfl f à a l n n
sanãtane—a Sanãtana; ãmiha ãsitechi—também estou vindo; rahite— para Minha es-
jagadãnanda-pandita calilã saba lanã
tada; kariha eka-sthãne—providencia um lugar.
vyãkula hailã sanãtana tãnre vidãya diyã
jagadãnanda-pandita—Jagadãnanda Pandita; calilã—seguiu; saba—tudo; lanã—le-
TRADUÇÃO—Foi então que Jagadãnanda Pandita transmitiu a Sanãtana Gosvãmí vando; vyãkula hailã—ficou agitadíssimo; sanãtana—Sanãtana Gosvãmí; tãnre—a
a mensagem do Senhor: "Eu também irei a Vrndãvana; por favor, providencia
ele; vidãya diyã— dando adeus.
um lugar onde Eu possa ficar."
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Jagadãnanda Pandita, levando tcdos esses presen-
VERSO 66 tes, partiu em sua jornada. Contudo, Sanãtana Gosvãmí ficou muito agitado após
despedir-se dele.
wwi»*-»tfà<5 sei «itwi itftrm i
VERSO 69
u í s i « f f ç * f à - g c s f e m fèf*l I I 4«» I I

jagadãnanda-pandita tabe ãjhã mãgilã «•Cl flfsTS ifWÍII 1C1 flStftw I


sanãtana prabhure kichu bheta-vastu dilã ç f M t f w s i - f í f r i i í ! um ' i i ' t t * * t II II
!22 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Verso 75 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 123

prabhura nimitta eka-sthãna mane vicãrila prabhura carana vandi' sabãre mililã
dvãdaéãditya-tilãya eka 'matha' pãila mahãprabhu tãnre drdha ãlihgana kailã
prabhura nimitta—para Sri Caitanya Mahãprabhu; eka-sthãna—um local; mane— prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; carana—pés de lótus; vandi'—oferecendo
dentro da mente; vicãrila—ponderou; dvãdasãditya-tilãya—no planalto chamado orações aos; sabãre mililã—e\e cumprimentou a todos; mahãprabhu—Sri Caitanya
Dvãdaáãditya; eka—um; matha—templo; pãila—conseguiu. Mahãprabhu; tãnre—a ele; drdha—muito forte; ãlihgana—abraço; kailã—fez.

TRADUÇÃO—Logo em seguida, Sanãtana Gosvãmi selecionou u m local onde Sri TRADUÇÃO—Após oferecer orações aos pés de lótus de Srí Caitanya Mahãprabhu,
Caitanya Mahãprabhu pudesse ficar enquanto Se demorasse em Vrndãvana. Era Jagadãnanda Pandita cumprimentou a todos. Então, o Senhor deu um forte
um templo no planalto de Dvãdasãditya-tilã. abraço em Jagadãnanda.
VERSO 73
VERSO 70
n f s c i a srrct *tf%5 b*<n i
e i * "sn itf*mi c f í i t f e B 1 ° ^ * asfwi I atTs^t* çfjf « r t f w 1 1 f w i l II w 11
i c k «ifcst a t f à s n i t f c f i i i t f a r a i 11 v n
sanãtanera nãme pandita dandavat kailã
sei sthãna rãkhilã gosãni samskãra kariyã rãsa-sthalira dhüli ãdi saba bheta dilã
mathera ãge rãkhilã eka chãuni bãndhiyã sanãtanera—de Sanãtana Gosvãmí; nãme—em nome; pandita—Jagadãnanda Pan-
sei sthãna—aquele local; rãkhilã—manteve reservado; gosãni—Sanãtana Gosvãmi; dita; dandavat kailã—ofereceu reverências; rãsa-sthalira—da arena da dança da rasa;
samskãra kariyã—limpando e consertando; mathera ãge—defronte do templo; rãkhi- dhüli—poeira; ãdi—e outras coisas; saba—todos; bheta—presentes; dilã—entregou.
lã—manteve; eka—uma; chãuni— pequena cabana; bãndhiyã— erigindo.
T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita também ofereceu ao Senhor reverências em
T R A D U Ç Ã O — S a n ã t a n a Gosvãmi manteve o templo muito limpo e em bom estado. nome de Sanãtana Gosvãmí. Então, deu ao Senhor a poeira do local da dança
Defronte do mesmo, erigiu uma pequena cabana. da rasa e os outros presentes.

VERSO 71 VERSO 74

n arfàcsr», ^ t s j f w O T i ' f t f e a l i
" B ^ I S ? c s f í m f è p feri *t<ji *tim 11 11 • f U t l d a TO' i f » T « t t f o l 5<íPl 11 ^8 11

áíghra cali' nilãcale gelã jagadãnanda saba dravya rãkhilena, pilu dilena bãhtiyã
bhakta saha gosãni hailã parama ãnanda 'vrndãvanera phala' bali' khãilã hrsta hanã
éighra—bem depressa; cali'—indo; nilãcale—a Jagannãtha Puri; gelã—chegou; saba—todos; dravya—presentes; rãkhilena—guardou; pilu—a fruta píJw; dilena—
jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; bhakta saha—com Seus devotos; gosãni— Sri deu; bãhtiyã—distribuindo; vrndãvanera phala—fruta de Vrndãvana; bali'—por causa
Caitanya Mahãprabhu; hailã—ficou; parama ãnanda—felicíssimo. disso; khãilã—comeram; hrsta hanã—com muita alegria.

T R A D U Ç Ã O — N e s s e ínterim, viajando bem depressa, Jagadãnanda Pandita, para TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu guardou todos os presentes, exceto as
grande alegria de Srí Caitanya Mahãprabhu e de Seus devotos, logo chegou a frutas pilus, que distribuiu entre os devotos. Porque eram frutas de Vrndãvana,
Jagannãtha Puri. todos comeram-nas com muita alegria.
VERSO 72
VERSO 75

ci C T O « r r c i , "ítf& gfàffs g r i f a i 1
ei «ti srrci c*hr%Bl « t f * * n «w n
Verso 81 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 125
1 2 4
Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13

eka-dina prabhu yamesvara-totã yãite


ye keha jãne, ãhti cusite lãgilã sei-kãle deva-dãsi lãgilã gaite
ye nã jãne gaudiyã pilu cãvãhã khãilã eka-dina—certo dia; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; yamesvara-totã—ao templo
ye—aqueles que; keha—alguns; jãne—conheciam; ãhti—sementes; cusite lãgil . a
de Yamesvara-totã; yãite—quando Ele ia; sei-kãle—nessa ocasião; deva-dãsi— uma
puseram-se a chupar; ye—aqueles que; nã jãne—não conheciam; gaudiyã—devot-
cantora do templo de Jagannãtha; lãgilã—pôs-se; gaite—a cantar.
bengalis; pilu—a fruta pilu; cãvãhã— mastigando; khãilã—comeram.
TRADUÇÃO—Certo dia, q u a n d o o Senhor dirigia-Se ao templo de Yamesvara,
T R A D U Ç Ã O — A q u e l e s devotos que conheciam as frutas pllus chuparam as uma cantora pôs-se a cantar no templo de Jagannãtha.
mentes, porém, os devotos bengalis, que não as conheciam, mastigaram
sementes e engoliram-nas. VERSO 79
VERSO 76

sgcf s t a a t i * cfai, fàrçai a>r.a setprl 1


>STO#tatfÀcn 9(4(i ^ a a a - ^ i
*«fíataa a t i r o < a | ^ streri"111 5.11 '^scsttrà»*'-»!» sita sca u n
gujjari-rãgini lanã sumadhura-svare
mukhe tara jhãla gela, jihvã kare jvãlã 'gita-govinda'-pada gãya jaga-mana hare
vrndãvanera 'pilu' khãite ei eka lilã gujjari-rãgini—o modo gujjari de cantar; lanã—acompanhada de; su-madhura-
mukhe tara—em suas bocas; jhãla—o sabor de pimenta; gela—foi; jihvã—a língua; svare—com uma voz muito doce; glta-govinda—GIta-govinda, de Jayadeva Gosvãmí;
kare jvãlã—estava queimando; vrndãvanera—de Vrndãvana; pito—a fruta pilu'; pada—versos; gãya—canta; jaga-mana—a mente do m u n d o inteiro; «are—atrai.
khãite—comendo; eí—isto; eta lilã—um passatempo.
TRADUÇÃO—Com uma voz muito doce, ela cantava no tom gujjari, e, como o
TRADUÇÃO—O sabor quente apimentado queimou as línguas daqueles que mas- tema era o Gíta-govinda de Jayadeva Gosvãmi, a canção atraía a atenção do
tigaram as sementes. O episódio em que se comeu a fruta pilu de Vrndãvana mundo inteiro.
era um passatempo de Srí Caitanya M a h ã p r a b h u . VERSO 80

VERSO 77 çça iffü S|j3? « t ç a ç l * « t c a l i


«PfôlflCiHrf «ifsfTW *rata Sjsra i f t , ^a*a, ca* m - H «rtci f a d a n w «
dure gana suni' prabhura ha-ila ãvesa
strl, purusa, ke gãya,—nã jãne visesa
jagadãnandera ãgamane sabãra ullãsa dure—de um lugar distante; gana—canção; suni'—ouvindo; prabhura—de Sri
ei-mate nilãcale prabhura vilãsa Caitanya Mahãprabhu; ha-ila—houve; aveia—emoção de êxtase; strl— mulher;
jagadãnandera—de Jagadãnanda Pandita; ãgamane—com o regresso; sabãra ullãsa— purusa— homem; ke gãya—quem canta; nã jãne—não podia reconhecer; visesa—
todos ficaram alegres; ei-mate—dessa maneira; nilãcale—em Jagannãtha Puri; pra-
especificamente.
bhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; vilãsa—passatempo.
TRADUÇÃO—Ao ouvir a canção a distância, imediatamente Sri Caitanya Mahã-
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Jagadãnanda Pandita regressou de Vrndãvana, todos fica- prabhu ficou em êxtase. Ele não sabia se q u e m cantava era um homem ou u m a
ram alegres. Dessa maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu desfrutou de Seus pas- mulher.
satempos enquanto residia em Jagannãtha Puri. VERSO 81

VERSO 78
s t c a f à f a a t t a «rf_«rfcac*t a r l ^ l i
<á3!5fw« « f ç awara-c&tfel a t i r o i 11
*rc«r 'Urais atf%' m> 3 & a i s f w t i » ^
126 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 127
Verso 87

tare tnilibãre prabhu ãvese dhãilã stri-nãma suni' prabhura bãhya ha-ilã
pa/he 'sijera bãdi' haya, phutiyã calilã punarapi sei pathe bãhudi' calilã
tare—a cantora; milibáre—para encontrar-Se com; prabhu—Srl Caitanya Mahã- stri-nãma—a palavra "mulher"; éuni'—ouvindo; prabhura—áe Sri Caitanya Mahã-
prabhu; ãvese—em êxtase; dhãilã—corria; pathe— no caminho; sijera bãdi—sebes es- prabhu; bãhya—consciência externa; ha-ilã—voltou; punarapi— novamente; sei
pinhentas; haya—estavam; phutiyã— furando; calilã—Ele prosseguiu. ^ ( „ _ q u e l e caminho; bãhudi' calilã—Ele retrocedeu.
e n a

TRADUÇÃO—À medida que corria em êxtase para encontrar-Se com a cantora TRADUÇÃO—Assim que ouviu a palavra " m u l h e r " , o Senhor recuperou a cons-
sebes espinhentas furaram-Lhe o corpo.
ciência externa e retrocedeu.
VERSO 82 VERSO 85

» f f r . * , — " e t l f s w , w t f è f <rtf*l*1 ^ l i a i
« n r a - u r a cstrfà"* «*TI IICKS nrçeii á r r - * t a « t Ism « r f r r í * l s a a i « w 1 1
ange Arãri/ã /ãgi/a, /Vic«u nã jãnilã! prabhu kahe, — "govinda, ãji rãkhilã jivana
ãste-vyaste govinda tãhra pãchete dhãilã stri-paraéa haile ãmãra ha-ita marana
ange—no corpo; kãhtã—espinhos; lãgilã—tocaram; kichu—nada; nã jãnilã— prabhu kahe—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu disse; govinda—Meu querido
percebeu; ãste-vyaste— mui rapidamente; govinda—Seu servo pessoal; tãhra— dEle; Govinda; ãji— hoje; rãkhilã jivana—salvaste Minha vida; stri-paraéa haile—se Eu
pãchete—atrás; dhãilã—corria.
tivesse tocado numa mulher; ãmãra—Minha; ha-ita—teria havido; maraiia—morte.

T R A D U Ç Ã O — G o v i n d a corria velozmente atrás do Senhor, que não sentia nenhuma TRADUÇÃO—"Meu querido G o v i n d a " , disse Ele, "salvaste Minha vida. Se Eu
dor da picada dos espinhos. tivesse tocado no corpo de uma mulher, com certeza Eu teria caído m o r t o . "

VERSO 83 VERSO 86

•rr<a»1 i i c a » «tf, !BT Wtr.5 l 4 - * » ! C l t f ò c s « t f a »tfàl.GStS!t?T l"


c A t f i ^ f r . * , - ' 5 f l s t « i 1 í c v n j l C í 1 * i 6 t a ' ? i r * li
dhãhã yãyena prabhu, stri ache alpa dure e-rna soàhite ãmi nãrimu tomara"
strigãya' bali' govinda prabhure kailã kole govinda kahe, — 'jagannãtha rãkhena mui kon chãra'?
dhãhã—bem depressa; yãyena—estava indo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; e-ma—esta dívida; éodhite—de retribuir; ãmi—Eu; nãrimu—não serei capaz; to-
s/ri—a mulher; ache— estava; alpa dure—a uma curta distância; stri gãya'—uma mara—a ti; govinda kahe— Govinda replicou; jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; rã-
mulher cantando; Zw/z'—dizendo; govinda—Seu servo pessoal; prabhure—$ khena— salva; mui—eu; kon chãra—a pessoa mais insignificante.
Caitanya Mahãprabhu; kailã kole—segurou em seus braços.
T R A D U Ç Ã O — " N u n c a serei capaz de retribuir Minha dívida para contigo."
TRADUÇÃO—Srl Caitanya Mahãprabhu corria bem depressa, e a moça estava Govinda replicou: "O Senhor Jagannãtha Te salvou. Sou insignificante."
agora a uma curta distância. Só então, Govinda pegou o Senhor em seus braços
e gritou: "É uma mulher cantando!"
VERSO 87
1
« t f m*,—"Cttft »! c m TC» if*H 1
VERSO 84
11*1 s t t l cm w t n i t i « t t s < * * a l n" n 11
arT-STJT ^ f ã ' a r ç a ai*; **vrl I prabhu kahe, — "govinda, mora sahge rahibã
^ • r a f a c * r * *tr.«t msfV pfaíTl I! k-8 n yãhãh tãhãh mora raksãya sãvadhãna ha-ibã"
Verso 92 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 129
128 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã,

toísT h«z'fe calilã tenho gauda-patha diyã


prabhu kahe—Srí Caitanya Mahãprabhu disse; govinda—Meu querido Govinda- sahge sevaka cale tãhra jhãli vahiyã
mora sahge rahibã—deves sempre permanecer comigo; yãhãh tãhãh—em toda parte-
kãsi haite—de Kãsi; calilã—prosseguiu; tenho— ele; gauda-patha diyã—pelo caminho
mora—Minha; raksãya—para proteção; sãvadhãna ha-ibã—deves ser muito cauteloso'
que leva à Bengala; sahge—juntamente com ele; sevaka—um servo; cale—vai; tãhra—
sua; /7iã7i—bagagem; vahiyã—carregando.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: " M e u querido Govinda, deves
sempre ficar comigo. Há perigo em toda parte, por isso, deves proteger-Me mui T R A D U Ç Ã O — A c o m p a n h a d o de um servo que carregava sua bagagem, Raghu-
caètelosamente."
nãtha Bhatta partiu de Vãrãnasi e-viajou ao longo do caminho que ia dar na
VERSO 88
Bengala.
VERSO 91
<fi<5 cefèfí»' « t f Ctsrl f ã s f - ^ t W I
« f ã ' isfl-«?i a&sf ^ a i i t ã - i w n v m *tí«l sfc? ftfàwl fa^-*tswt*i i
eía bfl/í' leuti' prabhu gelã nija-sthãne f à w i t s t a ^nt c^csi a t w r a froti H & J II
suni' mahã-bhaya ha-ila svarüpãdi-mane pathe tare mililã visvãsa-rãmadãsa
eta bali'—dizendo isso; leuti'—voltando; prabhu—Srl Caitanya Mahãprabhu; gi 7}isvãsa-khãnãra kãyastha tenho rãjãra visvãsa
foi; nija-sthãne—para a Sua própria casa; suni'—ouvindo; mahã-bhaya—muito medo; pathe—no caminho; tare—a ele; mililã—encontrou; visvãsa-rãmadãsa—Rãmadãsa
ha-ila—houve; svarüpa-ãdi-mane—nas mentes de Svarüpa Dâmodara e de outros Visvãsa; visvãsa-khãnãra—do departamento de receita do governo; kãyastha—per-
assistentes. tencente à classe kãyastha; tenho—ele; rãjãra—do rei; visvãsa—secretário.

TRADUÇÃO—Após dizer isso, Srí Caitanya Mahãprabhu voltou para casa. Quando TRADUÇÃO—Na Bengala, encontrou-se com Rãmadãsa Viávãsa, que pertencia à
Svarüpa Gosvãmi e os outros assistentes do Senhor tomaram conhecimento do
casta kãyastha. Ele era um dos secretários do rei.
incidente, ficaram muito temerosos.
SIGNIFICADO—A palavra visvãsa-khãnãra kãyastha refere-se a u m secretário ou es-
VERSO 89 crivão pertencente à casta kãyastha. Em geral, os kãyasíhas eram secretários dos
reis, dos governadores ou de outras pessoas importantes. Diz-se que, naquela
<m\ s ^ f t á s H í a ünjsna-^terfti i época, só trabalhava na secretaria do governo quem fosse kãyastha.
«tfca cffãre BffSpri ettV i< «tá II b-s a
VERSO 92
ethã tapana-misra-putra raghunãtha-bhattãcãrya
prabhure dekhite calilã chãdi' sarva kãrya < 5 i
la-trca « t f H , ^m«tot*f- «s«ot*t ' i
ethã—por outro lado; tapana-misra-putra—o filho de Tapana Misra; raghunãtha-
bhattãcãrya—Raghunãtha Bhatta; prabhure—a Sri Caitanya Mahãprabhu; dekhite—
para juntar-se; calilã— prosseguiu; chãdi'—abandonando; sarva kãrya—todos os
sarva-sãstre proviria, kãvya-prakãsa-adhyãpaka
deveres.
parama-vaisnava, raghunãtha-upãsaka
sarva-sãstre—em todas as escrituras reveladas; pravina—acadêmico muito erudito;
TRADUÇÃO—Nessa época, Raghunãtha Bhattãcãrya, filho de Tapana Misra, aban- kãvya-prakãsa—do famoso livro Kãvya-prakãsa; adhyãpaka—um professor; parama-
donou todos os seus deveres e deixou o lar, decidido a juntar-se a Sri Caitanya vai$nava—devoto avançadíssimo; raghunãtha-upãsaka—adorador do Senhor Rãma-
Mahãprabhu. candra.
VERSO 90
T R A D U Ç Ã O — R ã m a d ã s a Visvãsa era muito entendido em todas as escrituras reve-
ladas. Ensinava com base no famoso livro Kãvya-prakãsa e era conhecido como
»m devoto avançado e adorador de Raghunãtha [Senhor Rãmacandra).
1 O T CTTO « t ? H t í * afarl II 8>« II
130 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Verso 98 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 131

S I G N I F I C A D O — A o comentar sobre a palavra parama-vaisnava, Srila Bhaktivinoda nãnã sevã kari'—servindo de diversas maneiras; kare pãda-samvãhana—massageou
Thâkura diz que todo aquele que deseja fundir-se na existência do Senhor não suas pernas; tãte— por causa disso; raghunâthera—de Raghunãtha Bhatta; haya—
pode ser Vaiçnava puro; mas, como era um grande devoto do Senhor Rãmacandra houve; sahkucita mana—hesitação na mente.
Rãmadãsa Viávâsa era quase um Vaisnava. Naqueles dias, ninguém podia distin-
guir entre um Vaiçnava puro e um pseudo-Vaiçnava. Portanto, Rãmadãsa Visvãsa T R A D U Ç Ã O — R ã m a d ã s a serviu Raghunãtha Bhatta de diversas maneiras, inclu-
era tido como um Vaiçnava, pois adorava o Senhor Rãmacandra. sive massageando-lhe as pernas. Raghunãtha Bhatta hesitou um pouco em aceitar
todo esse serviço.
VERSO 93 VERSO 96

« è a i ç a ataatsi « K * f H f t f à N W O T I "<$fã a® citas, i f % s , JiçteNaro i


isf « i f e ' sOren «f5tat«i-aa»tca 11 11 C i a i « l asfàs, g c a 5 * cata a t c a II" s>* n

afta-prahara rãma-nãma japena rãtri-dine "tumi bada loka, pandita, mahã-bhãgavate


sarva tyaji' calilã jagannãtha-darasane sevã nã kariha, sukhe cala mora sãthe"
asfa-prahara—vinte e quatro horas por dia; rãma-nãma—o santo nome do Ser tumi—tu; bada loka—uma grande personalidade; pandita—um acadêmico erudito;
Rama; japena—canta; rãtri-dine— dia e noite; sarva—tudo; tyaji'—abandonando; mahã-bhãgavate—um devoto grandioso; sevã nã kariha—por favor, não sirvas; sukhe—
calilã—foi; jagannãtha-daraáane—ver o Senhor Jagannãtha. alegremente; cala—vai; mora sãthe—comigo.

T R A D U Ç Ã O — R ã m a d ã s a renunciara a tudo e estava indo ver o Senhor Jagannãtha. TRADUÇÃO—"És u m cavalheiro respeitável, u m acadêmico erudito e um devoto
Durante o percurso, cantava o santo nome do Senhor Rama vinte e quatro horas grandioso", disse ele. "Por favor, não tentes servir-me. Simplesmente me acom-
por dia. panha e te mostra feliz."

VERSO 94 VERSO 97

a ^ a t a - ^ c l j a a c a í c a r o fàfèrsrl i a i a a t a a*c5í, - " « r t f à «iaa!


« c i a aHfri srtca asfà' afeal s i * * ! 11 s>8 n 'atarcaa c i a i ' , cata fsuMrf 11 a-i n

raghunãtha-bhattera sane pathete mililã rãmadãsa kahe, — "ãmi südra adhama!


bhattera jhãli mãthe kari' vahiyã calilã 'brãhmanera sevã',—ei mora nija-dharma
raghunãtha-bhattera—Raghunãtha Bhatta; sane—com; pathete—no caminho; mili- rãmadãsa kahe— Rãmadãsa disse; ãmi—eu; südra—um êüdra; adhama—muito caído;
lã— ele encontrou-se; bhattera—de Raghunãtha Bhatta; jhãli—bagagem; mãthe kari'- brãhmanera sevã—servir a um brãhmana; ei—isto; mora nija-dharma—meu próprio
levando na cabeça; vahiyã calilã— transportou. dever religioso.

TRADUÇÃO—Ao encontrar-se com Raghunãtha Bhatta no caminho, colocou a ba- T R A D U Ç Ã O — R ã m a d ã s a replicou: " S o u um südra, uma alma caída. É meu dever
gagem de Raghunãtha sobre a cabeça e transportou-a. e meu princípio religioso servir a um b r ã h m a n a . "

VERSO 95 VERSO 98

a t u caai asfã' a*c? I t a - j w s a i i c * f 6 ai asa <çfã, « n f ã - r o t a t a ' a t i ' i


sstro a ^ a t c a a s a * \ f fN a a 11 s><t 11 rotata caal a*fàc* sa c a c a s j i t a II" st-11

nãnã sevã kari' kare pãda-samvãhana sahkoca nã kara tumi, ãmi—tomara 'dãsa'
tãte raghunâthera haya sahkucita mana tomara sevã karile haya hrdaye ullãsa"
132 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lUa, 13 Verso 104 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 133

sahkoca—hesitação; na—não; kara—faças; tumi—tu; ãmi—eu; tomara—teu; dãsa—


danda-paranãma kari'—prestando reverências, caindo ao chão; bhatta—Raghu-
servo; tomara—teu; sevã—serviço; karile—prestando; haya—há; hrdaye—dentro do
nãtha Bhatta; padilã carane—caiu aos pés de lótus; prabhu—árí Caitanya Mahã-
coração; ullãsa—júbilo.
prabhu; raghunãtha—Raghunãtha Bhatta; jãni—conhecendo; kailã ãlihgane—abraçou.

T R A D U Ç Ã O — " S e n d o assim, por favor, não fiquesTtesitante. Sou teu servo, e,


T R A D U Ç Ã O — R a g h u n ã t h a Bhatta caiu reto como uma vara, jogando-se aos pés
ao servir-te, meu coração fica r a d i a n t e . "
de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu. Então, o Senhor abraçou-o, sabendo muito
bem de q u e m se tratava.
VERSO 99

•ífs af*' aiffsf l e s a , ^ c a a C I I Í S i VERSO 102


r
f i e l «rta G*M ?ia t f w e , ertsrrçsfi i

eta bali' jhãli vahena, karena sevane s i s t a t f <51-T11fü a t é l *tÍ6sTl II W II


raghunâthera tãraka-mantra japena rãtri-dine
misra ãra sekharera dandavat jãnãilã
eta bali'—dizendo isso; jhãli vahena—carrega a bagagem; karena sevane—serve;
mahãprabhu tãh-sabãra vãrtã puchilã
raghunâthera—do Senhor Rãmacandra; tãraka—outorgador; mantra—cantar do santo
misra—de Tapana Misra; ãra—e; sekharera—de Candrasekhara; dandavat—reve-
nome; japena—canta; rãtri-dine—dia e noite.
rências; jãnãilã—informou; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãh-sabãra—
de todos eles; vãrtã—notícias; puchilã—perguntou.
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Rãmadãsa carregou a bagagem d e Raghunãtha
Bhatta e serviu-o sinceramente. Ele sempre cantava o santo nome do Senhor
T R A D U Ç Ã O — R a g h u n ã t h a ofereceu respeitosas reverências a árí Caitanya Mahã-
Rãmacandra, dia e noite.
prabhu em nome de Tapana Misra e de Candrasekhara, e o Senhor também per-
VERSO 100
guntou sobre eles.
VERSO 103
i s l a c s «rçsrtoi «rtlsTl «t9if5r.s>T i
«Pgpj 3t<fl»1 faí^üTl f.fÇC* II 11
1
ei-mate raghunãtha ãilã nilãcale •etrrsf « i f i t ? <í*n asfàii « w w Í « I ® * ( II" i » * II
prabhura carane yãhã mililã kutühale
"bhãla ha-ila ãilã, dekha 'kamala-locana'
ei-mate—dessa maneira; raghunãtha—Raghunãtha Bhatta; ãilã—veio; nilãcale—a
ãji ãmãra ethã kariba prasãda bhojana"
Jagannãtha Puri; prabhura carane—aos p é s de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu;
bhãla ha-ila—é muito bom; ãila—que tenhas vindo; dekha—-vê; kamala-locana—o
yãhã—indo; mililã—encontrou-se com; kutühale—com muita alegria.
Senhor Jagannãtha de olhos de lótus; ãji—hoje; ãmãra ethã—em Minha casa; kariba
prasãda bhojana—tomaras prasãda.
T R A D U Ç Ã O — V i a j a n d o dessa maneira, Raghunãtha Bhatta logo chegou a Jagan-
nãtha Puri, onde, com muita alegria, encontrou-se com Sri Caitanya Mahãprabhu
a cujos pés de lótus ele caiu. TRADUÇÃO—"E muito bom q u e estejas a q u i " , disse o Senhor. "Agora vai ver
o Senhor Jagannãtha de olhos de lótus. Hoje tomaras prasãda aqui na Minha
casa."
VERSO 101
VERSO 104
« m t a n t s i asfã' <sj} i f s e r i i
fitf/^rçifW' srtfa bm\ «tffasrr.*! 11 >i 11 cffl?<rm& asfsf' 1111 íW^íUtU l
w t t f ô ^ - « « I - J I C Í I fj]5n*5p: H i o g n
danda-paranãma kari' bhatta padilã carane
govindere kahi' eka vãsã deoyãila
prabhu 'raghunãtha' jãni kailã ãlihgane
svarüpãdi bhakta-gana-sane milãilã
134 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 110 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 135
Antya-lílã, 13

govindere—a Govinda; kahi'—falando; eka—um; vãsã—alojamento; deoyãila—fez raghunãtha-bhatta—pãke ati sunipuna


com que se desse; svarüpa-ãdi—encabeçados por Svarüpa Dâmodara Gosvãmí- yei rãndhe, sei haya amrtera sama
bhakta-gana-sane—com os devotos; milãilã—apresentou. raghunãtha-bhatta—Raghunãtha Bhatta; pãke—em cozinhar; ati su-nipuna—muito
habilidoso; yei rãndhe—tudo o que cozinhava; sei—isso; haya—é; amrtera sama—
T R A D U Ç Ã O — O Senhor pediu a Govinda que providenciasse acomodações para como néctar.
Raghunãtha Bhatta, e então apresentou-o a todos os devotos, encabeçados por
Svarüpa Dâmodara Gosvãmí. T R A D U Ç Ã O — R a g h u n ã t h a Bhatta era um cozinheiro muito habilidoso. Tudo o que
ele preparava tinha o mesmíssimo gosto do néctar.
VERSO 105
VERSO 108
^Isrs « n g w i O T sfsjfl wièirrH i t a a a c e r c a « t f *r-caa cstsfa i
faca fàr.« « T f * c i t a a t s t a s p r a n 5 » * u
« t f a «iaf«fè-ií3í « c i l a w n i°tr u
ei-mata prabhu-sahge rahiiã asta-mãsa
dine dine prabhura krpãya bãdaye ullãsa parama santose prabhu karena bhojana
ei-mata—dessa maneira; prabhu-sahge—juntamente com Srí Caitanya Mahã- prabhura avasi$ta-pãtra bhattera bhaksana
prabhu; rahiiã— permaneceu; asta-mãsa—oito meses; dine dine— dia após dia; pra- parama santose—com muita alegria; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karena
bhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; krpãya—pela misericórdia; bãdaye ullãsa— bhojana—come; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; avasista-pãtra—o prato com
sentia júbilo cada vez maior. os restos; bhattera—de Raghunãtha Bhatta; bhaksana—as preparações.

T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, por oito meses, Raghunãtha Bhatta morou o tempo T R A D U Ç Ã O — E r a com muita alegria que Srí Caitanya Mahãprabhu aceitava toda
todo com Sri Caitanya Mahãprabhu, e, devido à misericórdia do Senhor, a cada a comida que ele preparava. Depois que o Senhor Se satisfazia, Raghunãtha
dia que passava, ele sentia felicidade transcendental cada vez maior. Bhatta comia os restos por Ele deixados.

VERSO 106 VERSO 109


a t a a t a afã « t i a « f f c a fãf*r«n i
a t a i acaj a s t s p g a a>ca*i f à a a a i
a ç t s r ç « l í â * <Stca 35*11 m ^fàarl 11 i°s> 11
aa-«i<s a*ca«, « t a fãfàa a j » a 11 n
rãmadãsa yadi prathama prabhure mililã
madhye madhye mahãprabhura karena nimantrana mahãprabhu adhika tãnre krpã nã karilã
ghara-bhãta karena, ãra vividha vyahjana rãmadãsa—o devoto Rãmadãsa Visvãsa; yadi—quando; prathama—pela primeira
madhye madhye—a intervalos; mahãprabhura—a Sri Caitanya Mahãprabhu; karena vez; prabhure mililã—encontrou-se com Srí Caitanya Mahãprabhu; mahãprabhu—
nimantrana—faz convites; ghara-bhãta tarem?—cozinha arroz em casa; ãra- -v; vividha Sri Caitanya Mahãprabhu; adhika—muita; tãnre—a ele; krpã— misericórdia; nã
vyahjana—diversas categorias de legumes. karilã—não mostrou.

T R A D U Ç Ã O — P e r i o d i c a m e n t e , cozinhava arroz com diversos legumes e fazia o T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Rãmadãsa Visvãsa encontrou-se com Srí Caitanya Mahã-
convite para Sri Caitanya Mahãprabhu ir à sua casa. prabhu, o Senhor não lhe mostrou n e n h u m a misericórdia especial, embora se
tratasse do primeiro encontro deles.
VERSO 107
VERSO 110

c a l ateai, c a l s a « r ç c s a a a n i » i u jraflfS-SStSl « | f -3tass '6'5taf*l. II i i ° 11


136 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, 13 Verso 113 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 137

antare mumuksu tenho, vidyã-garvavãn SIGNIFICADO—Enquanto ainda solteiro, Raghunãtha Bhattãcãrya mostrara ser um
sarva-citta-jhãtã prabhu—sarvajha bhagavãn devoto avançadíssimo. Sri Caitanya Mahãprabhu pôde ver isto, e por conseguinte
antare—dentro do seu coração; mumuksu—desejando liberação; tenho—ele; vidi/ã- aconselhou-o a não começar o processo de gozo dos sentidos materiais. O casa-
garvavãn—muito orgulhoso de sua erudição; sarva-citta-jhãtã— aquele que conhece mento é uma concessão feita às pessoas incapazes de controlar os sentidos. Con-
o coração de todos; prabhu—Srl Caitanya Mahãprabhu; sarva-jha bhagavãn—a tudo, como era um devoto avançado de Krçna, é óbvio que Raghunãtha não tinha
Suprema Personalidade de Deus onisciente. desejo algum de gozo dos sentidos. Por isso, Sri Caitanya Mahãprabhu aconse-
lhou-o a não entrar no cativeiro do casamento. Em geral, quem é casado não pode
T R A D U Ç Ã O — D e n t r o do seu coração, Rãmadãsa Visvãsa era um impersonalista avançar muito em consciência espiritual. Ele apega-se à sua família e tem desejo
desejoso de fundir-se na existência do Senhor, e orgulhava-se muito de sua de gozo dos sentidos. Dessa maneira, seu avanço espiritual é muito lento ou quase
erudição. Sendo a Suprema Personalidade de Deus onisciente, Srí Caitanya nulo.
Mahãprabhu pode compreender o coração de todos, e assim sabia de todas essas
VERSO 113
coisas.
35 ats1-f»fóta iJÜ? asas caai i
VERSO 111 caa3a-*tt*t « f s t a s asa w r a ü n u
vrddha mãtã-pitãra yãi' karaha sevana
ataara | * « t l sca trertecsi ara i vaisnava-pãsa bhãgavata kara adhyayana
vrddha—idosos; mãtã-pitãra—da mãe e do pai; i/ãi'—voltando; karaha sevana—
ocupa-te a serviço; vaisnava-pãáa—com um Vaiçnava puro; bhãgavata—Srimad-
rãmadãsa kailã tabe nilãcale vasa Bhâgavatam; kara adhyayana—estuda.
pattanãyaka-gosthike padãya 'kãvya-prakãsa'
rãmadãsa—Rãmadãsa Visvãsa; kailã—fez; tabe—então; nilãcale vasa—residência em
TRADUÇÃO—Srl Caitanya Mahãprabhu disse a Raghunãtha Bhatta: " A o voltares
Jagannãtha Puri; pattanãyaka-gosthike—à família Pattanãyaka (os descendentes de
para casa, serve teu pai e tua mãe, que estão na velhice e são devotos, e tenta
Bhavãnanda Rãya); padãya—ensina; kãvya-prakãsa—sobre o livro Kãvya-prakãsa.
aprender o Srímad-Bhãgavatam com um Vaisnava puro que entendeu quem é
Deus."
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Rãmadãsa Viávãsa estabeleceu residência em Jagannãtha
Puri e ensinou o Kãvya-prakãsa à família Pattanãyaka [os descendentes de Bhavã-
S I G N I F I C A D O — D e v e m o s prestar atenção a como Srí Caitanya Mahãprabhu, a Su-
nanda Rãya).
prema Personalidade de Deus, aconselhou Raghunãtha Bhattãcãrya a aprender
o érimad-Bhãgavatam. Ele não o aconselhou a compreender o érimad-Bhãgavatam
VERSO 112 ouvindo profissionais, mas orientou-o a procurar um verdadeiro bhãgavata, ou
devoto. Também aconselhou Raghunãtha Bhatta a servir sua mãe e seu pai, pois
ambos eram devotos do Senhor. Todo aquele que deseja avançar em consciência
'falte «1 a*f*s' afêT fàtaa f f a l l li 53>Í> li de Krsna deve procurar servir aos devotos de Krçna. Como Narottama dãsa
Thâkura diz, chãdiyã vaisnava-sevã nistãra pãyeche kebã: " S e m servir a um Vaiçnava
asta-mãsa rahi' prabhu bhatte vidãya dilã auto-realizado, ninguém jamais se alivia do modo de vida materialista." Sri
'vivãha nã kariha' bali' nisedha karilã Caitanya Mahãprabhu jamais aconselharia Raghunãtha Bhatta a servir pais
asta-mãsa—por oito meses; rahi'—ficando; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; comuns, mas, como tinha pais Vaisnavas, o Senhor aconselhou-o a servi-los.
bhatte—a Raghunãtha Bhatta; vidãya dilã—disse adeus; vivãha nã kariha—não te
Talvez alguém pergunte: "Por que não se deve servir aos pais comuns?" Como
cases; bali'—dizendo; nisedha karilã—Ele proibiu.
afirma o érimad-Bhãgavatam (5.5.18):
gurur na sa syãt svajano na sa syãt
TRADUÇÃO—Após oito meses, ao despedir-Se de Raghunãtha Bhatta, Sri Caitanya pitã na sa syãj janani na sã syãt
Mahãprabhu proibiu-o peremptoriamente de casar-se. " N ã o te cases", disse o daivam na tat syãt na patis ca sa syãn
Senhor. na mocaycd yah samupeta-mrtyum
138 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Verso 116 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 139

"Aquele que não pode libertar do caminho de nascimento e morte seus depen- VERSO 114
dentes, jamais deve tornar-se mestre espiritual, parente, pai ou mãe, ou um se-
mideus adorável, tampouco deve semelhante pessoa tornar-se um marido." É •jfaR 4 f a t a i*\fm f t * t 5 c * i"
claro que, por ocasião do nascimento, todos adquirem um pai e uma mãe, mas iá)<5 f&-5lt*rl f P T l t C * n i i 8 li
o verdadeiro pai e a verdadeira mãe são aqueles que podem libertar das garras
da morte iminente a sua prole. Isso só é possível para pais avançados em cons- punarapi eka-bãra ãsiha nilãcale"
ciência de Krçna. Portanto, os pais que não podem dar à sua progênie a iluminação eta bali' kantha-mãlã dilã tãhra gale
da consciência de Krsna não podem ser aceitos como verdadeiros pai e mãe. O punarapi—novamente, também; eka-bãra—uma vez; ãsiha nilãcale—vem a Jagan-
seguinte verso do Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.2.200) confirma a inutilidade de servir nãtha Puri; eta bali'—dizendo isso; kantha-mãlã—contas de pescoço; dilã— deu; tãhra
pais ordinários: gale—em seu pescoço.
laukiki vaidikT vãpi
yã kriyã kriyate mune TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu concluiu: " V e m novamente a Nílãcala
ha ri-sevãn ukülaiva (Jagannãtha P u r i ] . " Após dizer isso, o Senhor pôs Suas próprias contas de pes-
sa kãryâ bhaktim icchatã coço em Raghunãtha Bhatta.

"Devemos executar somente aquelas atividades — quer mundanas, quer pres- VERSO 115
critas pelas regras e regulações védicas — que são favoráveis ao cultive) da cons-
ciência de Krsna." « r f f à w a asfà' « T f fãtft? ê i t i f»*11
Quanto ao estudo do érimad-Bhãgavatam, Sri Caitanya Mahãprabhu claramente c«ir,*i M a - n a m f a e s *fp>r*i 11 «<?11
aconselha que devemos evitar ouvir a recitação profissional não-Vaiçnava. A este
respeito, Sanãtana Gosvãmí cita um verso do Padma Purãna: ãlihgana kari' prabhu vidãya tãnre dilã
preme gara gara bhatta kãndite lãgilã
avaisnava-mukhodgirnam
ãlihgana kari'—abraçando; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; vidãya tãnre dilã—
pütarh hari-kathãmrtam despediu-Se dele; preme—pelo amor extático; gara gara—dominado; bhatta—Raghu-
sravanam naiva kartavyam nãtha Bhatta; kãndite lãgilã—pôs-se a chorar.
sarpoechistarh yathã payah
"Ninguém deve ouvir nem aceitar lições de uma pessoa que não é Vaisnava. T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , o Senhor abraçou-o e despediu-Se dele. Dominado pelo amor
Mesmo que ela fale sobre Krçna, não se deve aceitar semelhante lição, pois isto extático, Raghunãtha Bhatta pôs-se a chorar devido à iminente separação de Sri
é como leite tocado pelos lábios de uma serpente." Hoje em dia, é comum observar Caitanya Mahãprabhu.
Bhãgavata-saptãha e ouvir o Srimad-Bhãgavatam falado por pessoas que são tudo, VERSO 116
exceto devotos avançados ou almas auto-realizadas. Há inclusive muitos Mãyã-
vãdís que lêem o Srimad-Bhãgavatam para magotes de pessoas. Recentemente, ^ « ' M s t f ã « ^ - i i f è p «iTsjl atfaal 1
muitos Mãyãvãdís iniciaram em Vrndãvana a recitação do érimad-Bhãgavatam, e,
como ao apresentarem o Bhãgavatam, usam malabarismo de palavras, distorcendo aíat«tJ?t « 1 * * 1 « í j « I f a i t s s i t t e p l 1 1 > y ! » n
o significado ao recorrerem a artifícios gramaticais, os materialistas que, só por svarüpa-ãdi bhakta-thãhi ãjhã mãgiyã
uma questão de moda espiritual, vão a Vmdãvana, gostam de ouvi-los. Sri Caitanya vãrãnasi ãilã bhatta prabhura ãjhã pãhã
Mahãprabhu proíbe terminantemente tudo isso. Devemos observar cuidadosa- svarüpa-ãdi—liderados por Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; bhakta-thãhi—dos devo-
mente que, como esses Mãyãvãdís não conhecem pessoalmente o significado do tos; ãjhã mãgiyã—pedindo a permissão; vãrãnasi ãilã— retornou a Vãrãnasi; bhatta—
érimad-Bhãgavatam, jamais podem libertar os outros ao recitá-lo. Por outro lado, Raghunãtha Bhatta; prabhura—áe Sri Caitanya Mahãprabhu; ãjhã pãhã—obtendo
o devoto avançado do Senhor está livre do cativeiro material. Ele personifica o permissão.
érimad-Bhãgavatam, na vida e na ação. Portanto, aconselhamos todo aquele que
deseja aprender o érimad-Bhãgaz>atam a aproximar-se de semelhante alma auto-
realizada. TRADUÇÃO—Após pedir permissão a Srí Caitanya Mahãprabhu e a todos os de-
votos, liderados por Svarüpa Dâmodara, Raghunãtha Bhatta retornou a Vãrãnasi.
Verso 122 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 141
140 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13

VERSO 1 2 0
VERSO 117
««arara w i w t a , srçjHa, a i s a / a t a c 1
5 t f à a « . a a a c a frsi-atsta c i a i ca-*i 1
<5tti i t j s i ? ? s ü I - i u s s i - " ? ^ 11 s>ât« n
fo^-»|%5-fctfa|3 <Bt1a« t f ? * ! II i i l II
"ãmãra ãjhãya, raghunãtha, yãha vrndãvane
cãri-vatsam ghare pitã-tnãtãra sevã kailã
tãhãh yãhã raha rüpa-sanãtana-sthãne
vaisnava-pandita-thãhi bhãgavata padilã
ãmãra ãjhãya—sob Minha ordem; raghunãtha—Meu querido Raghunãtha; yãha
cãri-vatsara—por quatro anos; ghare—em casa; pitã-tnãtãra—do pai e da mãe; sevã
vrndãvane—vai a Vrndãvana; tãhãh yãhã— indo para lá; raha—permanece; rüpa-
kailã—prestou serviço; vaisnava-pandita-thãhi—com um Vaisnava avançado e auto-
sanãtana-sthãne—aos cuidados de Rüpa Gosvãmi e de Sanãtana Gosvãmi.
realizado; bhãgavata padilã—ele estudou o érimad-Bhãgavatam.
TRADUÇÃO—"Meu querido Raghunãtha, segue Minhas instruções e vai a Vrndã-
T R A D U Ç Ã O — C o n f o r m e as instruções de Srl Caitanya Mahãprabhu, ele prestou
vana, e coloca-te sob os cuidados de Rüpa e Sanãtana G o s v ã m i s . "
serviço a sua mãe e seu pai continuamente por quatro anos. Ele também estudava
com regularidade o Srimad-Bhãgavatam, ouvindo um Vaisnava auto-realizado.
VERSO 1 2 1
VERSO 1 1 8 « W a s t f , a*1 * 5 S a J l t l I

f * t « W 5 l ist% * t l ? C * « e t ã t a 5 * 1 I ^ f o c a a s f ã c a a $*tt ? a j « H a t ^ u " H S "

* t « S 4 ) g j l frtfèp « 1 1 5 * 1 í } 5 l f ã 6 t f ? a 1 II 1M>- II bhãgavata pada, sadã laha krsna-nãma


acire karibena krpã krsna bhagavãn"
pitã-mãtã kãsi pãile udãsina hatiã bhãgavata pada—\ê o Srimad-Bhãgavatam; sadã—sempre; laha krsna-nãma—canta
punah prabhura thãhi ãilã grhãdi chãdiyã o mantra Hare Krsna; acire—muito em breve; karibena—outorgará; krpã— miseri-
pitã-mãtã—o pai e a mãe; kãsi pãile—ao falecerem em Kãsi (Vãrãnasi); udãsina córdia; krsna—o Senhor Krsna; bhagavãn—a Suprema Personalidade de Deus.
hanã—ficando indiferente; punah—de novo; prabhura thãhi—a Srl Caitanya Mahã-
prabhu; ãilã—regressou; grha-ãdi chãdiyã— rompendo todas as relações com o lar.
TRADUÇÃO—"Em Vrndãvana, deves cantar o mantra Hare Krsna vinte e quatro
horas por dia e ler o Srimad-Bhãgavatam continuamente. Krsna, a Suprema Per-
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , seus pais morreram em Kãáí (Vãrãnasii, e ele desapegou-se.
sonalidade de Deus, muito em breve outorgar-te-á Sua misericórdia."
Portanto, regressou a Sri Caitanya Mahãprabhu, rompendo todas as relações com
o lar.
VERSO 1 2 2
VERSO 1 1 9 <as ifa' «Tf s i t c a « u f*«r« 5
ca *! i
* t < a « . « l è a t a a i ç - * t t " t fçeil 1 e i ç a í l t c s a * p c « i c a a<s c * * l II 11
« t è a t a ?f%' < S f f « i t w 1 f â * [ | 11 >íx> 11 eta bali' prabhu tãnre ãlihgana kailã
prabhura krpãte kr$na-preme matta hailã
pürvavat asta-mãsa prabhu-pãáa chilã eta bali'—dizendo isso; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãnre— Raghunãtha
asta-mãsa rahi' punah prabhu ãjhã dilã Bhatta; ãlihgana kailã—abraçou; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; krpãte—pela
pürva-vat—como antes; asta-mãsa—por oito meses; prabhu-pãsa chilã—permaneceu misericórdia; krsna-preme—com amor por Krçna; matta hailã—ganhou vida nova.
com Sri Caitanya Mahãprabhu; asta-mãsa rahi'—após ficar por oito meses; punah—
outra vez; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; ã/nã di/ã—deu-lhe a ordem.
TRADUÇÃO—Após dizer isso, Srl Caitanya Mahãprabhu abraçou Raghunãtha
Bhatta, e, graças à misericórdia do Senhor, Raghunãtha ganhou vida nova ao
TRADUÇÃO—Como antes, Raghunãtha Bhatta permaneceu o tempo todo com árí sentir amor extático por Krsna.
Caitanya Mahãprabhu por oito meses. Então, o Senhor deu-lhe a seguinte ordem.
142 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13 Verso 128 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 143

VERSO 123 VERSO 126

a d - c í t t i t f à p a i « t a a*cai « f i t a s - ^ f c i i
gi>i-»tti-fà®i icste-ita t t e P i f è n 11 i * © 11 « t i a » " i f s r o c « l c i «rfàsrm §H n n n
caudda-hãta jagannãthera tulasira mãlã rüpa-gosãhira sabhãya karena bhãgavata-pathana
chutã-pãna-vidã mahotsave pãhãchilã bhãgavata padite preme ãulãya tãhra mana
caudda-hãta—seis metros de comprimento; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; rüpa-gosãhira sabhãya—na reunião de Rüpa, Sanãtana e outros Vaisnavas; ka-
tulasira mãlã—uma guirlanda de folhas de tulasi; chutã-pãna-vidã— folhas de bétel rena—realiza; bhãgavata-pathana—recitação do Srimad-Bhãgavatam; bhãgavata padite—
não condimentadas; mahotsave—num festival; pãhãchilã—recebeu. enquanto recita o érimad-Bhãgavatam; preme—de amor extático; ãulãya—fica tomada;
tãhra mana—sua mente.
T R A D U Ç Ã O — H o u v e um festival e m que Srl Caitanya Mahãprabhu ganhou um
pouco de folhas de bétel não condimentadas e uma guirlanda de folhas de tulasi TRADUÇÃO—Ao recitar o Srimad-Bhãgavatam na companhia de Rüpa e Sanãtana,
de seis metros de comprimento, que fora usada pelo Senhor Jagannãtha. Raghunãtha Bhatta ficava tomado de amor extático por Krsna.

VERSO 124 VERSO 127

c i l «ftfit, g^l *tti « i f srca fif*ii i «13$, -stsfíHf « t f a Ç*ttc<5 |

'lècaa' a # ' Tfal afaal ftfãil 11 11 c i a a 4 carta a w , 1 1 t t e a f f ç c s 1 1 >vi n

sei mãlã, chuta pana prabhu tãnre dilã aéru, kampa, gadgada prabhura krpãte
'ista-deva' kari' mãlã dhariyã rãkhilã netra kanfha rodhe bãspa, nã pare padite
sei mãlã—aquela guirlanda; chuta pana—as folhas de bétel; prabhu—Sri Caitanya aéru—lágrimas; tampa—tremor; gadgada—balbuciar da voz; prabhura—de Sri
Mahãprabhu; tãnre dilã—entregou-lhe; is(a-deva—sua Deidade adorável; kari'— Caitanya Mahãprabhu; krpãte— pela misericórdia; netra—olhos; kantha—pescoço;
aceitando como; mãlã— aquela guirlanda; dhariyã rãkhilã—manteve. rodhe—sufocado; bãspa—lágrimas; nã pare padite—não conseguia recitar.

TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu deu a guirlanda e as folhas de bétel a TRADUÇÃO—Pela misericórdia de Sri Caitanya Mahãprabhu, ele experimentou
Raghunãtha Bhatta, que aceitou-as como uma Deidade adorável, conservando-as os sintomas do amor extático — lágrimas, tremor e balbuciar da voz. Seus olhos
com todo o carinho. encheram-se de lágrimas, e, com a garganta sufocada, ele não conseguia recitar
VERSO 125 o Srimad-Bhãgavatam.
VERSO 128
alfa f c t f a » « r W 1 1 * 1 c t H f a t i e i i
f*ia^a-ai4, « t e s a í c i a f à « t f i
«ita9a asfãil «rífV a m - n t s c i n 11
« t ü p fàsata f s i - ç t f â afst 11
ifiascsltas n
prabhura thãhi ãjhã lanã gelã vrndãvane pika-svara-kantha, tãte rãgera vibhãga
ãéraya karilã ãsi' rüpa-sanãtane eka-éloka padite phirãya tina-cãri rãga
prabhura thãhi—de Sri Caitanya Mahãprabhu; ãjhã lanã—pedindo a permissão; pika-svara-kantha—uma voz muito doce como a de um cuco; íãfe—além disso;
gelã vrndãvane—foi para Vrndãvana; ãéraya karilã— tomou o abrigo; ãsi'—vindo; vagem—de tons; vibhãga—divisão; eka-éloka—um verso; padite—recitando; phirãya—
rüpa-sanãtane—de Rüpa Gosvãmi e de Sanãtana Gosvãmi. muda; tina-cãri rãga—três ou quatro diferentes tons.

T R A D U Ç Ã O — P e d i n d o permissão a Sri Caitanya Mahãprabhu, Raghunãtha Bhatta TRADUÇÃO—Sua voz era tão doce quanto a do cuco, e ele recitava cada verso
partiu então rumo a Vrndãvana. Ao chegar lá, colocou-se sob os cuidados de do Srimad-Bhãgavatam em três ou quatro tons. Dessa maneira, suas recitações
Rüpa e Sanãtana Gosvãmis. eram muito doces de se ouvir.
Sn Caitanya-caritãmrta Verso 133 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 145
Antya-lílã, 13

VERSO 129 VERSO 132

f C a » ? c f a í - a t ç a aca »tC<5, « C l I a t P o a t w l a1 « c a , a15fC5 fèf«Sta l

c a c a c s t a s a * SCI, ft>g| «1 V t C T II i^S. II ^ ^ « r M j j i f T f a c s <«sè«M3 ara n Í » Í . II

krsnera saundarya-mâdhurya yabe pade, sune grãmya-vãrtã nã éune, nã kahe jihvãya


premete vihvala tabe, kichui nã jãne krsna-kathã-püjãdite asta-prahara yãya
krsnera—de Krsna; saundarya—be\cza; mãdhurya—doçura; yabe—quando; pade— grãmya-vãrtã—tópicos comuns; nã éune—jamais ouvia; nã—não; kahe—pronuncia;
recita; sune—ouve; premete—em amor extático por Krsna; vihvala—mergulhado; jihvãya—com sua língua; krsna-kathã—conversas sobre Krsna; püjã-ãdite—e em
tabe—então; kichui—nada; nã jãne—não conhece. adorar e assim por diante; asta-prahara yãya—ele passava dia e noite adentro.

T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o recitava ou ouvia sobre a beleza e a doçura de Krsna, mer- T R A D U Ç Ã O — R a g h u n ã t h a Bhatta negava-se a ouvir ou a falar sobre qualquer coisa
gulhava em amor extático e ficava apartado de tudo. do mundo material. Tudo o que fazia era conversar sobre Krsna e adorar o Senhor
dia e noite.
VERSO 130
VERSO 133
cMlfà«a-5ac«l c ^ H «n^saa^íá 1
caascaa fmj-^i a t f ç *ttc? asrc«l i
c ^ í ã i M R i a t a t a « a - a r « «sitáaa 11 y®° n
í c a a*»3 "e«fa ^ c a , — l a l a t a arrca n v ® « 11
govinda-carane kailã ãtma-samarpana
govmda-carariãravinda—yãh ra prãna-dhana vaisnavera nindya-karma nãhi pãde kãne
govinda-carane—aos pés de lótus do Senhor Govinda; kailã ãtma-samarpana— sabe krsna bhajana kare,—ei-mãtra jãne
rendeu-se por completo; govinda-carana-aravinda—os pés de lótus do Senhor vaisnavera—do Vaisnava; nindya-karma—atividades censuráveis; nãhi pãde kãne—
Govinda; yãhra—de quem; prãna-dhana—a vida e alma. ele não ouve; sabe—todos; krsna bhajana kare—estão ocupados a serviço de Krsna;
ei-mãtra—exclusivamente isso; jãne—ele entende.
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Raghunãtha Bhatta rendeu-se por completo aos pés
de lótus do Senhor Govinda, os quais tornaram-se sua vida e alma. T R A D U Ç Ã O — E l e não escutava blasfêmia contra um Vaiçnava, tampouco escutava
conversas sobre o mal comportamento de um Vaisnava. Para ele, todos estavam
VERSO 131 ocupados a serviço de Krsna; ele não via outra coisa além disso.

fãs? f»tM> «Pfií' Ctífàt««Rl a f a a "«ÇSfÇíTl I


S I G N I F I C A D O — R a g h u n ã t h a Bhatta nunca fez nada que prejudicasse um Vaiçnava.
skPÉí *m%, ^$*rtíw ' f a a ' a* íà' fwn II Í « Í ii Em outras palavras, ele jamais foi desatencioso no serviço ao Senhor, tampouco
nija éisye kahi' govindera mandira karãila violou as regras e regulações de um Vaiçnava puro. É dever do acãrya Vaiçnava
vaméT, makara, kundalãdi 'bhüsana' kari' dilã impedir que seus discípulos e seguidores transgridam os princípios do compor-
nija éisye—a seus próprios discípulos; kahi'—falando; govindera—do Senhor tamento Vaisnava. Ele deve sempre aconselhá-ios a seguir estritamente os princí-
Govinda; mandira karãila—construiu um templo; vaméi— flauta; makara kundala-ãdi— pios reguladores, que os protegerá de cair. Embora um pregador Vaisnava possa
brincos com formato de tubarões, e t c ; bhüsana—ornamentos; kari'—preparando; as vezes criticar outrem, Raghunãtha Bhatta evitava isto. Mesmo que outro Vaiç-
dilã—deu. hava estivesse realmente errado, Raghunãtha Bhatta não o criticava; para ele, todos
estavam ocupados a serviço de Krçna. É esta a posição do mahã-bhãgavata. Na
realidade, m e s m o que alguém esteja servindo mãyã, em um sentido mais amplo
T R A D U Ç Ã O — S u b s e q ü e n t e m e n t e , Raghunãtha Bhatta ordenou que seus discípu- ele também é servo de Krsna. Como mãyã é serva de Krçna, todo aquele que serve
los construíssem um templo para Govinda. Ele preparou diversos ornamentos mãyã, serve Krçna indiretamente. Por isso, se diz:
para Govinda, inclusive u m a flauta e brincos com o formato de tubarões.
146 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 1 3 9 Passatempos entre Jagadãnanda e Raghunãtha 147
Antya-lílã, 13

keha mane, keha nã mane, saha tãhra dãsa


ye nã mane, tara haya sei pape nãéa
^ a ^ f à c s s c * f w * is«ii spfçj^ t\m n ^ n
"Alguns aceitam-nO, ao passo que outros, não, no entanto, todos são Seus servos.
Todavia, quem se negar a aceitá-lO defrontar-se-á com a ruína acarretada por suas jagadãnandera kahiluh vrndãvana-gamana
atividades pecaminosas." (Cc. Ãdi, 6.85) tara madhye deva-dãsira gãna-éravana

VERSO 1 3 4 mahãprabhura raghunãthe krpã-prema-phala


eka-paricchede tina kathã kahiluh sakala
jagadãnandera—de Jagadãnanda Pandita; kahiluh—acabo de descrever; vrndãvana-
gamana—ida a Vrndãvana; tara madhye—de permeio; deva-dãsira—da cantora no
« w w - ^ s t a - i s a t f a c i a i c i I I >*>8 I I
templo de Jagannãtha; gãna-éravana—ouvindo a canção; mahãprabhura—de Srí
Caitanya Mahãprabhu; raghunãthe—para com Raghunãtha Bhatta; krpã—pela
mahãprabhura datta mãlã mananera kãle
misericórdia; prema—amor; phala—resultado; eka-paricchede—em um capítulo; tina
prasãda-kadãra saha bãndhi iena gale
kathã—três tópicos; kahiluh—descrevi; sakala—todos.
mahãprabhura—por Sri Caitanya Mahãprabhu; datta—dada; mãlã—guirlanda de
tulasi; mananera—da lembrança; kãle—no momento; prasãda-kadãra—os remanen-
tes do Senhor Jagannãtha; saha—com; bãndhi—juntando uma a outra; lena—leva; T R A D U Ç Ã O — N e s t e capítulo, ventilei três tópicos: a visita de Jagadãnanda Pandita
gale— no pescoço. a Vrndãvana, a canção que Srí Caitanya Mahãprabhu ouviu a deva-dãsi cantar
no templo de Jagannãtha e como, mediante a misericórdia de Sri Caitanya Mahã-
TRADUÇÃO—Ao absorver-se na lembrança do Senhor Krsna, Raghunãtha Bhatta prabhu, Raghunãtha Bhatta Gosvãmí desenvolveu amor extático por Krsna.
Gosvãmí pegava a guirlanda de tulasi e a prasãda do Senhor Jagannãtha que
Sri Caitanya Mahãprabhu lhe dera, juntava uma a outra e usava-as no pescoço. VERSO 1 3 8

VERSO 1 3 5
ca i s l a ^ aptl «SOR 4 U a* fã' i
•$íca ç«K«fwi caa c t r a s f à II -í-qv II

« 1 5 5 ' ^sfçíj 5
C&Sg-Sftl * II ivOtf II i/e ei-sakala kathã éune éraddhã kari'
tãnre krsna-prema-dhaim dena gaurahari
mahãprabhura krpãya kr$na-prema anargala ye—todo aquele que; ei-sakala—todos esses; kathã—tópicos; éune—ouça; éraddhã
ei ta' kahiluh tãte caitanya-krpã-phala kari'—com fé e amor; tãnre—a ele; krsna-prema-dhana—a riqueza do amor extático
pelo Senhor Krçna; dena—concede; gaurahari—Sri Caitanya Mahãprabhu.
mahãprabhura krpãya—pela misericórdia de Srí Caitanya Mahãprabhu; krsna-prema
anargala—incessantemente dominado pelo amor extático a Krçna; ei ta'—assim;
kahiluh—acabo de descrever; tãte— por conseguinte; caitanya-krpã-phala—o resul- TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu [Gaurahari] outorga amor extático por
tado da misericórdia de Srí Caitanya Mahãprabhu. Krçna a todo aquele que ouve com fé e amor a descrição desses tópicos.

T R A D U Ç Ã O — A c a b o , assim, de descrever a poderosa misericórdia de Sri Caitanya


Mahãprabhu, mediante a qual Raghunãtha Bhatta Gosvãmí permaneceu cons- VERSO 1 3 9
tantemente dominado pelo amor extático a Kr$na.
® * * í - a a a f a - * { c w ara «rt«i i
VERSOS 1 3 6 — 1 3 7 c e s a s f à s T í r s a^cs n i«s> »
éri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa
caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
148 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 13

éri-rüpa—Srila Rüpa Gosvãmí; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmí; CAPÍTULO QUATORZE


pade— aos pés de lótus; yãra—cuja; ãs«—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro
chamado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krsnadãsa Kavirãja
Gosvãmí. O Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu
sente saudades de Krsna
T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de Sri Rüpa e Srí Raghunãtha, desejando
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
guindo seus passos.
Srila Bhaktivinoda Thâkura faz o seguinte resumo do Décimo Quarto Capítulo
do Antya-lílã. Ao sentir saudades de Krsna, Sri Caitanya Mahãprabhu manifes-
Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta, tou loucura transcendental muitíssimo elevada. Quando Ele postara-Se perto da
Antya-lílã, Décimo Terceiro Capítulo, descrevendo a visita de Jagadãnanda Pandita a Garuda-stambha e orava ao Senhor Jagannãtha, uma mulher de Orissa, em sua
Vrndãvana, como o Senhor ouviu a canção da deva-dãsi e como Raghunãtha Bhatta grande avidez de ver o Senhor Jagannãtha, colocou seu pé sobre o ombro do
Gosvãmi alcançou amor por Krsna. Senhor. Govinda repreendeu-a por isso, mas Caitanya Mahãprabhu elogiou seu
ardente desejo. Ao dirigir-Se ao templo do Senhor Jagannãtha, Caitanya Mahã-
prabhu absorveu-Se em amor extático e só via Krsria. Contudo, tão logo notou
a presença dessa mulher, recuperou a consciência externa, e viu Jagannãtha, Bala-
deva e Subhadrã. Caitanya Mahãprabhu também viu Krsna n u m sonho, e ficou
arrebatado de amor extático. Ao ficar impossibilitado de ver Krsna, Srl Caitanya
Mahãprabhu comparou-Se a um yogie descreveu como esse yogi encarava Vrndã-
vana. Às vezes, todos os sintomas de êxtases transcendentais manifestavam-se
nEle. Certa noite, Govinda e Svarüpa Dâmodara perceberam que, embora as três
portas dos aposentos do Senhor estivessem fechadas e trancadas, Ele não Se
encontrava no interior dos mesmos. Ao verem isso, Svarüpa Dâmodara e os outros
devotos saíram e logo viram o Senhor inconsciente, deitado perto do portão co-
nhecido como Sirhha-dvãra. Seu corpo tornara-se incomumente longo, e as juntas
de Seus ossos estavam soltas. Pouco a pouco, cantando o mantra Hare Krsna,
os devotos trouxeram Sri Caitanya Mahãprabhu de volta a Seus sentidos, após
o que levaram-nO para a Sua residência. Certa ocasião, Srl Caitanya Mahãprabhu
confundiu Cataka-parvata com Govardhana-parvata. À medida que corria em di-
reção a ela, ficou aturdido, e então, devido ao grande amor por Krsna, as oito
transformações extaticas apareceram em Seu corpo. Nesse momento, todos os
devotos cantaram o mantra Hare Krsna para apaziguá-lO.

VERSO 1

a ^ w s c s t t a w ^ C R » ! ; ^ T r . ^ S f s n ' II i II

krsna-viccheda-vibhrãntyã
manasã vapusã dhiyã
yad yad vyadhatta gaurãhgas
tal-lesah kathyate 'dhunã
150 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 6 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 151

krsna-viccheda—de saudades de Krçna; vibhrõntyã—pela confusão; manasã—com jaya svarüpa, srivãsãdi prabhu-bhakta-gana
a mente; vapusã—com o corpo; dhiyã—com a inteligência; yat yaí—quaisquer; sakti deha',—kari yena caitanya-varnana
vyadhatta—realizou; gaurãhgah—Sri Caitanya Mahãprabhu; tat—disso; lesah—um jaya—todas as glórias; svarüpa—a Svarüpa Dâmodara; srivãsa-ãdi—encabeçados
fragmento diminuto; kathyate—descreve-se; adhunã—agora. por Srivãsa Thâkura; prabhu-bhakta-gana—aos devotos do Senhor; sakti deha '—por
favor, dai forças; kari—possa eu fazer; yena—de modo que; caitanya-varnana—
descrição do Senhor Caitanya Mahãprabhu.
T R A D U Ç Ã O — D e s c r e v e r e i agora uma diminuta porção das atividades que Sri
Caitanya Mahãprabhu realizou com Sua mente, Sua inteligência e Seu corpo
ao ficar confuso devido à intensa saudade que sentia de Krsna.
TRADUÇÃO—Todas as glórias a Svarüpa Dâmodara e aos devotos, encabeçados
VERSO 2 por Srivãsa Thâkura. Por favor, dai-me a força para descrever o caráter de Srí
Caitanya Mahãprabhu.

VERSO 5
m m cftarea «vít«t-2it«i n * n
« i f ? f?<i«tfl!i*f-<®t<i •sufr* i
jaya jaya sri-caitanya svayam bhagavãn
jaya jaya gauracandra bhakta-gana-prãna a j ã i r e ai * n r a cf s> i © í * t sa 'm' II a II
jaya jaya—todas as glórias; sri-caitanya—a Sri Caitanya Mahãprabhu; svayam bha-
gavãn—a própria Personalidade de Deus; jaya jaya—todas as glórias; gauracandra—a prabhura virahonmãda-bhãva gambhira
Sri Caitanya Mahãprabhu; bhakta-gana-prãna—a vida e alma dos devotos. bujhite nã pare keha, yadyapi haya 'dhira'
prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; viraha-unmãda—da loucura transcen-
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Srí Caitanya Mahãprabhu, a Suprema Persona- dental decorrente da saudade de Krsna; bhãva—emoção; gambhira—muito profunda
lidade de Deus! Todas as glórias ao Senhor Gauracandra, a vida e alma de Seus e misteriosa; bujhite—de compreender; nã pare keha—ninguém é capaz; yadyapi—
devotos. embora; haya—seja; dhira—um acadêmico muito erudito e educado.
VERSO 3
TRADUÇÃO—A emoção de loucura transcendental manifesta por Srí Caitanya
Mahãprabhu ao sentir saudades de Krsna é muito profunda e misteriosa. Mesmo
que alguém seja muito avançado e erudito, não pode compreendê-la.
srstbretstá «ra fi^uf^BWBl n « 1 1
jaya jaya nityãnanda caitanya-jívana
jayãdvaitãcãrya jaya gaura-priyatama VERSO 6
jaya jaya—todas as glórias; nityãnanda—ao Senhor Nityãnanda; caitauya-jivana—a
vida de Sri Caitanya Mahãprabhu; jaya—todas as glórias; advaita-ãcãn/a—a Advaita i i *rtfà i t * l , ifir.<5 c f f t c a T
Acãrya; jaya—todas as glórias; gaura-priya-tama—muitíssimo querido de Sri cil i c « f , c s ^ a i "tf?? c w i ÍTCÜ II * II
Caitanya Mahãprabhu.
bujhite nã pari yãhã, varnite ke pare?
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias ao Senhor Nityãnanda, que é a própria vida de Srí sei bujhe, varne, caitanya sakti dena yãhre
Caitanya Mahãprabhu. E todas as glórias a Advaita Acãrya, que é extremamente bujhite—de compreender; nã pari—não sendo capaz; yãhã—assunto o qual; var-
querido de Srí Caitanya Mahãprabhu. nite ke pare—quem pode descrever; sei bujhe—ele pode entender; varne—pode des-
crever; caitanya—Sri Caitanya Mahãprabhu; sakti—capacidade; dena—dá; yãhre—a
quem.
VERSO 4

m w t , Ülaritftf e i f s ^ - s w i TRADUÇÃO—Quem p o d e descrever assuntos insondáveis? Isso só é possível se


Srí Caitanya Mahãprabhu lhe der a capacidade.
"tfls C f 5 ' , - i s f % çqs,
5
\\ 8 li
152 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 10 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 153

VERSO 7 se-kãle e-dui rahena niahãprahhura pãée


ãra saba kadacã-kartã rahena düra-deée
^ « l - c t w f * «ita a*jata-wta i se-kãle— naqueles dias; e-dui—esses dois; rahena—ficavam; mahãprabhura pãée—
dl « I a a f e t e s <&»tfal «W"f li 1 H com Sri Caitanya Mahãprabhu; ãra—outros; saba—todos; kadacã-kartã—relatores;
rahena—ficavam; düra-deée—longe.
svarüpa-gosãni ãra raghunãtha-dãsa
ei duira kadacãte e-lilã prakãéa T R A D U Ç Ã O — N a q u e l e s dias, Svarüpa Dâmodara e Raghunãtha dãsa Gosvãmí
svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; ãra—e; raghunãtha-dãsa—Raghu- viviam com Srí Caitanya Mahãprabhu, ao passo que todos os outros relatores
nãtha dãsa Gosvãmi; ei rfu/ra—desses dois; kadacãte—nos cadernos de anotações; moravam longe dEle.
e-lilã— esses passatempos; prakãéa—descreveram.
SIGNIFICADO—Além de Svarüpa Dâmodara e Raghunãtha dãsa Gosvãmí, houve
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara Gosvãmí e Raghunãtha dãsa Gosvãmí registra- muitos outros que também registraram as atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu.
ram em seus cadernos de anotações todas essas atividades transcendentais de Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura acredita que as pessoas do m u n d o
Sri Caitanya Mahãprabhu. beneficiar-se-iam imensamente se essas anotações estivessem disponíveis. É uma
situação muito desventurada para a sociedade humana que nenhuma dessas ano-
SIGNIFICADO—Os sentimentos transcendentais que Sri Caitanya Mahãprabhu ma- tações ainda não tenha sido descoberta.
nifestava ao sentir saudades de Krsna e a loucura conseqüente não são de forma
alguma compreensíveis por uma pessoa situada na plataforma material. Não VERSO 9
obstante, houve o florescimento de um pretenso grupo de devotos chamados
nadiyã-nãgari que introduziu a adoração a Visnupriyã. Isso revela claramente quão
ignorantes eles são com respeito aos passatempos de Srí Caitanya Mahãprabhu.
Na opinião de Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura, semelhante adoração é mero * R W t 1t«r.*J fCSW a*5&1-<3f*« II & II
produto da imaginação. Introduziram-se, também, muitos outros métodos de ado-
ksane ksane anubhavi' ei dui-jana
ração a Caitanya Mahãprabhu, porém, devotos resolutos, tais como Bhaklivinoda
sahksepe bãhulye karena kadacã-granthana
Thâkura, rejeitaram-nos a todos. Srila Bhaktivinoda Thâkura enumerou os grupos
ksane ksane—momento após momento; anubhavi'—compreendendo; ei dui-jana—
que praticam semelhante adoração desautorizada:
essas duas pessoas; sahksepe—sucintamente; bãhulye—elaboradamente; karena—
fazem; kadacã-granthana—compilação das anotações.
aula, bãula, kartãhhajã, nedã, daraveéa, sãhi
sahajiyã, sakhibheki, smãria, jãta-gosãhi T R A D U Ç Ã O — E s s a s duas importantes personalidades [Svarüpa Dâmodara e
ativâdT, cüdãdhãri, gaurãnga-nãgari Raghunãtha dãsa Gosvãmi] registraram cada momento das atividades de Srí
Caitanya Mahãprabhu, e, em suas anotações, descreveram-nas tanto sucinta
Svarüpa Dâmodara Gosvãmi e Raghunãtha dãsa Gosvãmí testemunharam direta- quanto pormenorizadamente.
mente as atividades de Caitanya Mahãprabhu e registraram-nas em dois cadernos
de anotações. Portanto, quem não recorre a esses cadernos não pode compreender SIGNIFICADO—Para referência futura, devemo-nos lembrar de que Svarüpa Dâmo-
as atividades de Sri Caitanya Mahãprabhu. Qualquer pessoa que invente algum dara Gosvãmi registrou os passatempos sucintamente, ao passo que Raghunãtha
novo método de adorar árí Caitanya Mahãprabhu decerto é incapaz de compreen- dãsa Gosvãmi registrou-os detidamente. Essas duas importantes personalidades
der os passatempos do Senhor, pois está destituída do verdadeiro processo de registraram apenas os fatos: eles não criaram nenhum adorno literário e estilístico.
se aproximar do Senhor.
VERSO 8 VERSO 10

d ^ r c * ( S - s * ar.51 i ç t a l f a * t t c f I aBPí—aa»ta-'afeita' I
«ira a a i«9çHsvéi s c ç i ç a O T : « t nv h « t a a t t w j afa—•rrfir-fclf M j a ç f a 11 i° n
154 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 14 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 155

svarüpa— 'sütra-kartã', raghunãtha— 'vrttikãra' TRADUÇÃO—Quando Sri Caitanya Mahãprabhu sentia saudades de Srí Krsna,
tara bãhulya varni—pãhji-tikã-vyavahãra Sua condição correspondia exatamente à condição em que ficaram as gopis em
svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; sütra-kartã—compilador de codificações Vrndãvana após a partida de Krsna para Mathurã.
curtas; raghunãtha—Raghunãtha dãsa Gosvãmí; vrttikãra—compilador de expli-
cações elaboradas; tara—dessas; bãhulya—mais detidamente; varni—descreverei; VERSO 13
pãnji—afofando (como se fossem algodão); tikã—explicação; vyavahãra—comp(
tamento.
w « - w « f c a toe a w a fã*f*l i
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara escreveu codificações curtas, ao passo que a p w a p t a te* a f l g í c* ®9ilw-fà*t*t 11 w n
Raghunãtha dãsa Gosvãmí escreveu descrições pormenorizadas. Passo, então, uddhai>a-darsane yaiche rãdhãra vilãpa
a descrever de maneira mais elaborada as atividades de Srí Caitanya Mahã- krame krame haila prabhura se unmãda-vilãpa
prabhu, como se estivesse tentando tornar fofo o algodão comprimido. uddhava-darsane—ao verUddhava; yaiche—como; rãdhãra—áe Srímatí Rãdhãrãní;
vilãpa—lamentação; krame krame—aos poucos; haila—tornou-se; prabhura—áe Srí
SIGNIFICADO—Pãhji-tikã significa explicações adicionais de um assunto. O ato de Caitanya Mahãprabhu; se—essa; unmãda-vilãpa—lamentação em loucura.
escrever tais explicações é comparado ao processo de afofar o algodão.
TRADUÇÃO—A lamentação de Srimati Rãdhãrãní quando Uddhava visitou Vrndã-
vana aos poucos ficou sendo um aspecto da loucura transcendental de Sri Caitanya
VERSO 11 Mahãprabhu.
VERSO 14
« t r o f à í t J i i i f % ' « « « t e i a a«fa 1
5?r,i safa, tiln c«li«ra « J > «
c i l s t w <eit*wc*p * 5 ' a t a f - w r * 1 1 i 8 1 1
tãte visvãsa kari' suna bhãvera varnana
ha-ibe bhãvera jhãna, pãibã prema-dhana rãdhikãra bhãve prabhura sadã 'abhimãna'
tãte—portanto; visvãsa kari'—tendo fé; suna—por favor, ouvi; bhãvera varnana— sei bhãve ãpanãke haya 'rãdhã'-jnãna
descrição das emoções extáticas; ha-ibe—haverá; bhãvera—das emoções extáticas; rãdhikãra bhãve—na emoção de Srímatí Rãdhãrãní; prabhura—de Srí Caitanya
jhãna—conhecimento; pãibã—alcançareis; prema-dhana—amor a Krsna. Mahãprabhu; sadã—sempre; abhimãna—concepção; sei bhãve—sob tal concepção;
ãpanãke—a Ele mesmo; haya—torna-se; rãdhã-jhãna—consideração como Srimati
TRADUÇÃO—Por favor, ouvi fielmente essa descrição das emoções extáticas de Rãdhãrãní.
Srí Caitanya Mahãprabhu. Dessa maneira, ficareis sabendo sobre Seu amor ex-
tático, e, em última análise, alcançareis amor a Deus. TRADUÇÃO—As emoções de Srimati Rãdhãrãní após Ela ver Uddhava correspon-
dem exatamente àquelas de Sri Caitanya Mahãprabhu. Ele sempre Se colocava
na posição dEla e, às vezes, achava que Ele era a própria Srímatí Rãdhãrãní.
VERSO 12
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura explica que o significado
srçiarü cur.*, citt% eu (f»n te* i da palavra abhimãna, ou "autoconceito", é que Srí Caitanya Mahãprabhu pensava
?*pfàç.6çw « ( f ã m f *ti s * t f « ? * 11 11 estar na posição de Srimati Rãdhãrãní e estava sempre disposto a prestar serviço
nestes termos. Embora Sri Caitanya Mahãprabhu seja o próprio Krçna, Ele assu-
krsna mathurãya gele, gopira ye dasã haila miu a tez e as emoções de Srimati Rãdhãrãní e permaneceu nesse status. Ele jamais
krsna-vicchede prabhura se dasã upajila assumiu a tez ou o status do Senhor Krsna. É claro que o Senhor Krsna desejou
krsna mathurãya gele—quando o Senhor Krsna partiu para Mathurã; gopira—das experimentar o papel de Srímatí Rãdhãrãní; é esta a causa original de Ele ter as-
gopis; ye dosa—que condição; haila—era; krsna-vicchede—pela saudade de Krsna; sumido o corpo de Sri Caitanya Mahãprabhu. Portanto, Vaisnavas puros jamais
prabhura—áe Sri Caitanya Mahãprabhu; se dasã— essa situação; upajila—aconteceu. empanam o conceito de que Sri Caitanya Mahãprabhu é Srímatí Rãdhãrãní.
Verso 18 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 157
156 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 14

udghürnã—denominada udghürnã; citra-jalpa—denominada citra-jalpa; ãdyãh—e


Infelizmente, hoje em dia, um grupo de pseudo-devotos advoga que Srí Caitanya assim por diante; tat-bhedãh—diferentes aspectos disso; bahavah—muitos; matãh—
Mahãprabhu é desfrutador e que eles também são desfrutadores. Na realidade, descritos.
eles se desviaram do serviço devocional ao Senhor. Srí Caitanya Mahãprabhu
manifestou-Se para mostrar que cultivar amor a Krsna com um sentimento de
T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o a emoção extática de enlevo progride aos poucos, ela
saudades é a maneira mais fácil de todas as entidades vivas lograrem êxito. Apesar
torna-se parecida com embaraço. Então, alcança-se a fase de perplexidade
desse fato, existem alguns teosofistas que declaram que, como Sri Caitanya Mahã-
[vaicitri], que desperta a loucura transcendental. Udghürnã e citra-jalpa são duas
prabhu é a Suprema Personalidade de Deus, tal cultivo é fácil para Ele, porém,
das muitas divisões de loucura transcendental."
difícil para a entidade viva e que, portanto, podemos aproximar-nos de Krsna
da maneira que bem quisermos. Para anular essa idéia, Sri Caitanya Mahãprabhu
deu a demonstração prática de como se pode adquirir amor a Krsna adotando SIGNIFICADO—Esta citação é do Ujjvala-nilamani (Sthãyibhãva-prakarana, 1 9 0 ) .
a atitude em que Srimati Rãdhãrãní sente saudades de Krçna.

VERSO 17
VERSO 15
& 3f fwH a r s T s j f a s f à a r c e n » r a a i
fsr.TjTOir.ff i r c ç s a , In f i T R i ?
? a » ara*?r»n ^ . - c a f à í r l " s t a n 11
wfàííjí-^tci f à c a i w a - s i t i sa u s« n
eka-dina mahãprabhu kariyãchena éayana
divyonmãde aiche haya, ki ihã vismaya?
krsna rãsa-lilã kare,—dekhila svapana
adhirüdha-bhãve divyonmãda-pralãpa haya
eka-dina—certo dia; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kariyãchena éayana—
divya-unmãde—em loucura transcendental; aiche—tal; haya—é; ki ihã vismaya—
descansava; krsna—o Senhor Krsna; rãsa-lilã kare—realiza a dança da rãsa-lilã;
que há de espantoso; adhirüdha-bhãve—em um muitíssimo elevado amor a Krçna;
dekhila—Ele viu; svapana—num sonho.
divya-unmãda—em loucura transcendental; pralãpa—conversa; haya—há.
T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, enquanto descansava, Srl Caitanya Mahãprabhu sonhou
TRADUÇÃO—Tal é o estado de loucura transcendental. Por que é difícil de se o que via Krsna realizando Sua dança da rasa.
entender? Quem é elevadíssimo em seu amor por Krsna fica transcendentalmente
louco e suas conversas são de um alienado mental.
VERSO 18
VERSO 16
fãrBW-^a-cas, i
•iras ifot ^ T ^ l i c i ^ : i
%5t*a, m m , a a a c a r ç a n i v - n
«iTsi -sptfH c^fsál fircqnaia $*1foã i
S^i-fBaeal^Ksc-sffi A\ik\ n >^ n tribhahga-sundara-deha, murali-vadana
pitãmbara, vana-mãlã, madana-mohana
etasya molianãkhyasya
tri-bhahga—com três curvas; sundara—belo; deha—corpo; murali-vadana—com uma
gatim kãmapy upeyusah
flauta na boca; pita-ambara—com roupas amarelas; vana-mãlã— guirlandas de flores
bhramãbhã kãpi vaicilri
silvestres; madana-mohana—encantando Cupido.
divyonmãda itiryate
udghürnã-citra-jalpãdyãs
tad-bhedã bahavo matãh
TRADUÇÃO—Srl Caitanya Mahãprabhu viu que, de pé, o Senhor Krsna, cujo
etasya—deste; mohana-ãkhyasya—estado de espírito conhecido como mohana, ou
corpo belíssimo apresenta três curvas, segurava Sua flauta em Seus lábios.
enlevo; gatim—progresso; kãmapi—inexplicável; upei/usah—uma vez obtido; bhrama-
Usando roupas amarelas e guirlandas de flores silvestres, Ele encantava mesmo
ãbhã— parecido com embaraço; kãpi—alguma; vaicitri— condição que produz per-
Cupido.
plexidade; divya-unmãda—loucura transcendental; iti—assim; Iryate—chama-se;
158 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 24 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 159

VERSO 19 VERSO 22

s r c i j ?t«n-i3? «TCB a w « M H w « i & 11 f f í * *rll? hf-*1 sfMsTN wa*M 11 *a 11

mandali-bandhe gopi-gana karena nartana dehãbhyãse nitya-krtya kari' samãpana


madhye rãdhã-saha nãce vrajendra-nanãana kãle yãi' kailã jagannãtha daraéana
mandali-bandhe—num círculo; gopi-gana—as gopis; karena nartana—ocupavam-se deha-abhyãse—como de hábito; nitya-krtya—os deveres diários; kari' samãpana—
em dançar; madhye—no meio; rãdhã-saha—com Srímatí Rãdhãrãní; nãce—dança; terminando; kãle—na hora devida; yãi'—indo; kailã—realizou; jagannãtha daraéana—
vrajendra-nandana—Krsna, o filho de Mahãrãja Nanda. visão do Senhor Jagannãtha.

TRADUÇÃO—As gopis dançavam num círculo, no meio do qual, Krsna, o filho TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu realizou Seus deveres diários costumei-
de Mahãrãja Nanda, dançava com Rãdhãrãní. ros, e, na hora de sempre, foi ver o Senhor Jagannãtha no templo.

VERSO 20 VERSO 23

Cfffô' <S*Ç C*T5 3C* "BiTfàè te*1 I Tia*, f t* ff«fá ^ C Ü Ü IWH&H T í t S I

'3»fTTC*l 3>3> ftÇÇ'—4* S5t« CfH II V II <2f§a ^ic-st ««fa f ç a c * f f *Tt*l * r c i 11 v® 11

dekhi' prabhu sei rase avista hailã yãvat kãla darsana karena ganuiera pãche
'vrndãvane krsna pãinu'—ei jhãna kailã prabhura ãge darsana kare loka lãkhe lãkhc
dekhi'—vendo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; sei—essa; rase—na doçura yãvat kãla—enquanto; daréana—visão; karena—realiza; garudera pãche— por detrás
transcendental; avista hailã—ficou dominado; vrndãvane—em Vrndãvana; krs, da coluna de Garuda; prabhura ãge— na frente de Sri Caitanya Mahãprabhu; darsana
pãinu— consegui Krçna; ei—isso; jhãna kailã—Ele pensava. kare—vêem; loka—pessoas; lãkhe lãkhe—às centenas de milhares.

TRADUÇÃO—Ao ver isso, Srí Caitanya Mahãprabhu, dominado pela doçura trans- T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o , por detrás da coluna de Garuda, olhava para o Senhor
cendental da dança da rasa, pensou: "Agora estou com Krçna em Vrndãvana." Jagannãtha, à Sua frente, centenas e milhares de pessoas viam a Deidade.

VERSO 21 VERSO 24

« t f * fam £»fà' cwfai mMTçn i


ar t f H w "s-sf-sst* te*, « i f s ; * r T te*i 11 •stf»c? e f ? ' « J f s a r e * tf fàal 11 *8 11

prabhura vilamba dekhi' govinda jãgãilã udiyã eka stri bhide daréana nã pãhã
jãgile 'svapna'-jhãna haila, prabhu duhkhi hailã garude cadi' dekhe prabhura skandhe pada diyã
prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; vilamba—atraso; dekhi'—vendo;; udiyã—uma nativa de Orissa; eka—uma; stri— mulher; bhide—na multidão; darsana
jãgãilã—fez com que Se acordasse; jãgile—ao acordar-Se; svapna-jnãna haila—pôde nã pãhã—sendo incapaz de ver; garude cadi'—subindo na coluna de Garuda; dekhe—
entender que era um sonho; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; duhkhi hailã- ve; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; skandhe—sobre o ombro; pada—seu
ficou triste. pé; diyã—colocando.

T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Govinda verificou que o Senhor ainda não despertara, TRADUÇÃO—De repente, uma mulher de Orissa, incapaz de ver o Senhor Jagan-
acordou-O. Entendendo que estivera apenas sonhando, o Senhor ficou um tanto nãtha devido à multidão, subiu na coluna de Garuda, colocando o pé sobre o
triste. ombro de Sri Caitanya Mahãprabhu.
160 Sn Caitanya-caritãmrta Verso 29 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 161
Antya-lílã, 14

ãste-vyaste sei nãri bhümete nãmilã


VERSO 25
mahãprabhure dekhi' tãhra carana vandilã
ãste-vyaste—-bem depressa; sei nãri— aquela mulher; bhümete—ao chão; nãmilã—
crími<;ttfà*w «rrra-Tjra aftr.T afwrt i desceu; mahãprabhure dekhi'—vendo Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhra—Seus; carana
« T « sfWlro «tf C M t f â w PlCTrVTl II II vandilã—pediu perdão aos pés de lótus.
dekhiyã govinda ãste-vyaste strike varjilã
T R A D U Ç Ã O — N o entanto, ao recobrar a razão, a mulher rapidamente desceu até
tare nãmãite prabhu govinde nisedhilã
dekhiyã—vendo; govinda—o servo pessoal de Srí Caitanya Mahãprabhu; ãste- o chão e, ao ver Sri Caitanya Mahãprabhu, imediatamente implorou perdão a
vyaste—com muita pressa; strike—a mulher; varjilã—fez descer; tare—a ela; nãmãite— Seus pés de lótus.
de fazer descer; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; govinde— Govinda; nisedhilã— VERSO 28
proibiu.
«r* «rtflí cffP «tf f ftos wPw i
T R A D U Ç Ã O — A o ver isso, Govinda, o secretário pessoal de Caitanya Mahãprabhu, *>49 V f l f t «Km OTTCT sttf* f r ò l 1 5** I
apressou-se em fazê-la descer de sua posição. Contudo, Srí Caitanya Mahãprabhu
repreendeu-o por isso. íãra ãrti dekhi' prabhu kahite lãgilã
"eta ãrti jagannãtha more nãhi dilã!
S I G N I F I C A D O — C o m o é o transportador do Senhor Visnu, Garuda é o Vaisnava tara—dela; ârfi—intenso desejo; dekhi'—vendo; prabhu—Sn Caitanya Mahã-
supremo. Portanto, quem lhe toca o corpo com os pés ou sobe na coluna de prabhu; kahite lãgilã—pôs-Se a falar; eta ãrti—tanto desejo; jagannãtha—o Senhor
Garuda decerto comete uma vaisnava-aparãdha, uma ofensa a um Vaisnava. A jagannãtha; more—a Mim; nãhi dilã—não concedeu.
mulher também perpetrou uma ofensa a Krçna colocando seu pé sobre o ombro
de Srí Caitanya Mahãprabhu. Ao ver todas essas ofensas, Govinda apressou-se T R A D U Ç Ã O — A o ver o intenso desejo daquela mulher, Sri Caitanya Mahãprabhu
em fazê-la descer. disse: "O Senhor Jagannãtha não Me concedeu tanto desejo."
VERSO 26
S I G N I F I C A D O — A mulher ficou tão ansiosa para ver o Senhor Jagannãtha que nem
percebeu que, ao subir na coluna de Garuda, estava ofendendo os pés de um
'«rífàsrai' <fil afrw ai f a 1
Vaiçnava. Ela também nem sequer atentou que, ao colocar seu pé no ombro de
«RFJ S r t S SflhTW «f?"W I! V!> II Srí Caitanya Mahãprabhu, ofendeu a Suprema Personalidade de Deus. Ambas
essas ofensas são muito deploráveis e desagradam o Senhor Supremo e os Vais-
'ãdi-vasyã' ei strire nã kara varjana
navas. Contudo, ela estava tão ávida para ver o Senhor Jagannãtha que, desa-
karuka yathesta jagannãtha daraéana
tentamente, cometeu todas essas ofensas. Sri Caitanya Mahãprabhu elogiou-lhe
ãdi-vasyã— incivilizado; ei—essa; strire— mulher; nã kara varjana—não proíbas;
o ardente desejo: Ele lamentou-Se de que o Senhor Jagannãtha não Lhe concedera
karuka—deixa-a fazer; yathã-ista—como desejou; jagannãtha daraéana—a visão do
um desejo tão intenso.
Senhor Jagannãtha.

T R A D U Ç Ã O — S r í Caitanya Mahãprabhu disse a Govinda: "Ó ãdi-vasyã [homem VERSO 29


incivilizado), não proíbas essa mulher de subir na Garuda-stambha. Deixa-a
satisfazer-se vendo o Senhor J a g a n n ã t h a . " inlutw "wtfàè I t t i « 9 - 1 1 - ^ * 1 1
cm *tw fircrrre, « t e s l i t f * «rtw u n
S I G N I F I C A D O — P a r a a explicação da palavra ãdi-vasyã consulte o Antya-lilã, Décimo
Capítulo, verso 1 1 6 . jagannãthe avista ihãra tanu-mana-prãne
mora skandhe pada diyãche, tãho nãhi jãne
VERSO 27
jagannãthe—no Senhor Jagannãtha; avista—inteiramente concentrados; ihãra—
dessa mulher; tanu—corpo; mana—mente; prãne—vida; mora skandhe—sobre o Meu
«itcs-arcs c i l irft feiro sffan i ombro; pada—pé; diyãche—colocou; tãho—ela; nãhi jãne—não compreendeu.
162 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 1 4 Verso 35 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 163

TRADUÇÃO—"Ela concentrou todo o seu corpo, mente e vida no Senhor Jagan- TRADUÇÃO—Absorvendo-Se por completo nessa visão, Sri Caitanya Mahãprabhu
nãtha. Por isso, ela não se deu conta de que estava colocando seu pé em Meus assumira o estado de espírito das gopis, tanto é que, para onde quer que olhasse,
ombros." via Krsna de pé com Sua flauta em Seus lábios.

VERSO 30 VERSO 33

«IC5l « t f j l f t I 4 5 , afa I s l ã 1 1 5 I •üca if> atca oifíP «H|i aiçj te* 1


5 5 1 ? «wfw «rrf« «itita 11 ça" 1 «o 11 s r í t a t i - ^ a r H P i s t c * ! ? ; °s<irt c«ff«l* 11«•«n

aho bhãgyavati ei, vandi ihãra pãya ebe yadi strire dekhi' prabhura bãhya haila
ihãra prasãde aiche ãrti ãmãra pã haya" jagannãtha-subhadrã-balarámera svarüpa dekhila
aho—ai de Mim; bhãgyavati—muitíssimo afortunada; ei—ela; vandi—deixai-Me ebe—agora; yadi—quando; strire—a mulher; dekhi'—ao ver; prabhura—de Sri
oferecer orações; ihãra pãya—a seus pés; ihãra prasãde— por seu favor; aiche—tama- Caitanya Mahãprabhu; bãhya haila—houve consciência externa; jagannãtha—Senhor
nha; ãrti—ansiedade; ãmãra i>ã haya—possa ser Minha. Jagannãtha; subhadrã—Sua irmã, Subhadrã; balarãmera—e de Seu irmão mais velho,
Balarãma; sini-rüpa—formas; dekhila—viu.
T R A D U Ç Ã O — " A i de Mim! Quão afortunada é esta mulher! Oro aos seus pés que
ela Me favoreça com sua sede de ver o Senhor Jagannãtha." TRADUÇÃO—Após ver a mulher, a consciência externa do Senhor retornou, e Ele
viu as formas originais das Deidades do Senhor Jagannãtha, de Subhadrã e do
VERSO 3 1 Senhor Balarãma.
VERSO 34
«jçef wtfji' íita cf *t «wisrtt «s«|si i
soarei crot i m e , a c ^ a a ^ a n 11 ?*»t**tía cwfV $ t u <kx te* n 1
' f í t l ç s w c a d t ç * t « , * P t # i s * » t i i ?' « 8 1 1
pürve ãsi' yabe kailã jagannãtha daraéana
jagannãthe dekhe—sãksãt vrajendra-nandana kuruksetre dekhi' krsne aiche haila mana
pürve—antes disso, ãsi'—vindo; yabe—quando; kailã—executou; jagannãtha dara- 'kãhãh kuruksetre ãilãha, kãhãh vrndãvana'
éana— visão do Senhor Jagannãtha; jagannãthe dekhe—vê o Senhor Jagannãtha; kuruksetre—em Kuruksetra; dekhi'—vendo; krsne—o Senhor Krçna; aiche—dessa
siJÀrsflí vrajendra-nandana—pessoalmente o filho de Mahãrãja Nanda. maneira; haila mana—ficou Sua mente; kãhãh—aonde; kuruksetre ãilãha—vim para
Kurukçetra; kãhãh—onde; vrndãvana—Vrndãvana.
TRADUÇÃO—Pouco antes, Sri Caitanya Mahãprabhu vira o Senhor Jagannãtha
como o filho de Mahãrãja Nanda, Krsna, em pessoa. TRADUÇÃO—Ao ver as Deidades, o Senhor Caitanya pensava que via Krsna em
Kuruk$etra. Ele ponderou: "Será que vim para Kuruksetra? O n d e está Vrndã-
VERSO 32 vana?"

^«fatcac"! ^safi*! te* ia I VERSO 35

1 1 5 1 « 1 5 1 C f f C 1 1 * 3 1?1*V?«1 II < ô * II Sffrftl flft«*1 ÍÍC5 1*51 5 5 * 1 I


svapnera daréanãvese tad-rüpa haila mana fàm 5 * 1 « t ç f i s r - i t i l «liceu n *xt n
yãhãh tãhãh dekhe sarvatra murali-vadana prãpta-ratna hãrãhã aiche vyagra ha-ilã
svapnera—do sonho; daréana-ãivée—estando totalmente concentrado na vis visanna hanã prabhu nija-vãsã ãilã
tat-rüpa—dessa maneira; haila mana—a mente ficou; yãhãh tãhãh—em toda parte prãpta-ratna—a jóia adquirida; hãrãhã—tendo perdido; aiche—dessa maneira;
que; dekhe—vê; sarvatra—em toda a volta; murali-vadana— Krsna com Sua flauta vyagra ha-ilã—ficou muito agitado; znsanna hanã—ficando melancólico; prabhu—Sri
em Sua boca. Caitanya Mahãprabhu; nija—própria; Vãsã—para a Sua residência; ãilã—voltou.
164 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 165
Verso 39

TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya ficou muito agitado, como uma pessoa que Embora os devotos que adoram Krçna com opulência (Seu aspecto de Vaikun|ha)
acabou de perder uma jóia recém-adquirida. Então, ficando muito melancólico, talvez prefiram ver o Senhor Krçna em Kurukçetra juntamente com Subhadrã
voltou para casa. e Balarãma, as gopis desejam ver Krçna em Vrndãvana, realizando a dança da
rasa com Srímatí Rãdhãrãní. Sri Caitanya Mahãprabhu mostrou na prática o exem-
VERSO 36 plo de como podemos cultivar os sentimentos de saudades de Krçna manifestos
por Rãdhãrãní e pelas outras gopis. Os devotos absortos nesse estado de espírito
<Çfàa « * t a af*T f s r a w t « J à f5ic«f i não gostam de ver Krçna em algum lugar que não seja Vrndãvana. Portanto, Sri
• é N I t i c^ca f f f Ç «1 c n r f II II Caitanya Mahãprabhu lamentava-Se: "Encontrei Krçna em Vrndãvana e agora
perdi-O de novo e vim para Kurukçetra." Só pode compreender esses sentimentos
bhümira upara vasi' nija-nakhe bhümi likhe intricados quem é um devoto muitíssimo avançado. No entanto, o autor do èri
aéru-gahgã netre vahe, kichui nã dekhe Caitanya-caritãmrta tenta explicar na medida do possível esse divyonmãda, e é nosso
bhümira upara—no chão; vasi'—sentando-Se; nija-nakhe—com Suas unhas; Wiiimi dever simplesmente apreciar isto tanto quanto possível. Portanto, no verso 11,
likhe—riscou o chão; aéru-gahgã—uma torrente de lágrimas como o Ganges; netre— o autor faz o seguinte pedido:
nos olhos; vahe—flui; kichui—nada; nã dekhe—não podia ver.
tãte visvãsa kari' suna bhãvera varnatui
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu sentou-Se no chão e pôs-Se a riscá-lo com
ha-ibe bhãvera jhãna, pãibã prema-dhana
Suas unhas. As lágrimas, que fluíam de Seus olhos como o Ganges, deixavam-nO
cego.
"Meus queridos leitores, simplesmente tentai ouvir essa descrição com fé e amor.
Isto ajudar-vos-á a entender o êxtase transcendental, e, por fim, não tereis difi-
VERSO 37 culdade alguma em alcançar amor por D e u s . "

VERSO 38
C^ cm ÜRSPW f *füt| ^ «1159.' ? «fl II
" ^ r c a c * ! c^rca e f ç a ita ^ta aa i
'pãiluh i>rndãvana-nãtha, punah hãrãiluh
ke mora nileka krsna? kãhãh mui ãinu'? irei cçcn sa caa ç t a r í * aa n 1:
pãiluh—consegui; vrndãvana-nãtha—o Supremo Senhor de Vmdãvana; punah—
svapnãvese preme prabhura gara gara mana
outra vez; hãrãiluh—perdi; te—quem; mora—Meu; nileka—levou; krsna—Senhor
bãhya haile haya—yena hãrãila dhana
Krsna; kãhãh—para onde; mui ãinu—vim.
svapna-ãvese—quando estava absorto em sonhos; preme—em amor por Krçna;
prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; gara gara—inteiramente absorta; mana—
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Encontrei Krsna, o Senhor de
mente; bãhya haile—ao despertar; haya—é; yena—como se; hãrãila—tivesse perdido;
Vrndãvana, mas perdi-O outra vez. Quem tomou Meu Krsna? Para onde vim?"
dhana— algo muito precioso.
SIGNIFICADO—Esses sentimentos são de Srimati Rãdhãrãní. Primeiro, o Senhor TRADUÇÃO—Ao sonhar com a dança da rasa, Sri Caitanya Mahãprabhu ficava
Caitanya sentia-Se como se O tivessem levado para Vrndãvana, onde presenciou
inteiramente absorto em bem-aventurança transcendental, mas, quando Seu
a rãsa-lilã, em que Krçna dança com as gopis. Então, foi levado a Kurukçetra para
sonho acabava, tinha a impressão de ter perdido uma jóia preciosa.
ver o Senhor Jagannãtha, Sua irmã (Subhadrã) e o Senhor Balarãma. Sri Caitanya
Mahãprabhu perdeu Vrndãvana e Krçna, o amo de Vrndãvana. Foi então que
Caitanya Mahãprabhu experimentou divyonmãda, loucura transcendental com sau- VERSO 39
dades de Krçna. Em Kurukçetra, Krçna manifesta Sua opulência, ao passo que «arcsa « r s e í f f cai -stH-fsi i
em Vrndãvana está em Sua posição original. Krçna não dá sequer um passo fora cwrea ^ « t c a a-taa w a - c « t s « - $ « j n 11
de Vmdãvana; portanto, Kurukçetra é menos importante para as gopis do que
Vrndãvana. unmattera prãya prabhu karena gãna-nrtya
dehera svabhãve karena snãna-bhojana-krtya
166 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 43 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 167
Antya-lílã, 14

unmattera praga—como se estivesse louco; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; devido à lamentação, ela abandonou Meu corpo e Meu lar, e aceitou os princípios
karena—realiza; gãna-nrtya—canto e dança; dehera—do corpo; svabhãve—por natu- religiosos de um kãpãlika-yogí. Então, Minha mente foi para Vrndãvana com
reza; karena—realiza; snãna—banho; bhojana—alimentação; krtya—deveres. seus discípulos, Meus s e n t i d o s . "

TRADUÇÃO—Dessa maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu cantava e dançava, SIGNIFICADO—Este verso é claramente metafórico.
sempre absorto na bem-aventurança da loucura transcendental. Ele satisfazia
as necessidades do corpo, tais como comer e banhar-Se, por uma mera questão VERSO 42
de hábito.
«tt^as 5 t a t * 1 , « t a ^«l i«fàa1,
VERSO 40 siçtSf a ^ t c t t a ç a * i
a t a - ^ a t c f a a 4 afã', *fC5 '5t5l « t f 5fã',
a i f à c 5 c * =5ra>»t-atarac»« * * 1 1
CHÍ C t * , 5 5 * 1 6f* 11 8*. II
<erí*ta a c a a « t a a*c5 « a i f « a i 11 8° 11

rãtri haile svarüpa-rãmãnande lahã prãpta-ratna hãrãhã, tara guna sahariyã,


ãpana manera bhãva kahe ughãdiyã mahãprabhu santãpe vihvala
rãtri haile—quando a noite caía; svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; rãmã- rãya-svarüpera kantha dhari', kahe 'hãhã hari hari',
nande— Rãmãnanda Rãya; lahã—reunindo; ãpana manera—de Sua própria mente; dhairya gela, ha-ilã capala
bhãva—os sentimentos de êxtase; kahe—fala; ughãdiyã—revelando. prãpta—adquirida; ratna—jóia; hãrãhã—tendo perdido; tara—dela; guna—atribu-
tos; sahariyã—lembrando-Se de; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; santãpe—
em lamentação; vilwala—tomado; rãya—de Rãmãnanda Rãya; svarüpera—de
TRADUÇÃO—À noite, o Senhor Caitanya revelava a Svarüpa Dâmodara e a Rãmã- Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; kantha dhari'—agarrando os pescoços; kahe— disse;
nanda Rãya os sentimentos extáticos de Sua mente. hãhã hari hari—ai de Mim, onde está Hari, onde está Hari; dhain/a—paciência;
gela—perdeu; ha-ilã capala—ficou inquieto.
VERSO 41

T R A D U Ç Ã O — T e n d o perdido Sua jóia adquirida, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou


tomado de lamentação, lembrando-Se de seus atributos. Então, agarrando os pes-
coços de Rãmãnanda Rãya e de Svarüpa Dâmodara Gosvãmi, Ele lamentou: " A i
de Mim, onde está o Meu Senhor Hari? Onde está H a r i ? " Enfim, ficando in-
quieto, perdeu toda a paciência.
Sffaíp cifàífaf^f: ii 8 i ii
VERSO 43
prãpta-pranastãcyuta-vitta ãtmâ " « a , ataca, ascaja a t f f t i
yayau visãdojjhita-deha-gchah
grh Ita-kãpãlika-dha rmako me a t a c * t t « cata i a , BtfV c * t a s - c a a i í ,
vrndãvanam sendriya-sisya-vrndah Cíltft 5 * 1 5 5 * fèatft II 8« II ÍP II
prãpta—adquiriu; pranasta—perdeu; acyuta—Krsna; vittah—o tesouro; ãtmã—
"suna, bãndhava, krsnera mãdhuri
mente; yayau—foi; visada—pièlà lamentação; ujjhita—abandonados; deha-gehah—
yãra lobhe mora mana, chãdi' loka-veda-dharma,
corpo e lar; grhita—aceitou; kãpãlika-dharmakah—os princípios religiosos de um
yogi hanã ha-ila bhikhãri
kãpãlika-yogi, uma classe de mendicante; me—Meus; vrndãvanam—para Vrndãvana;
suna—por favor, ouvi; bãndhava—Meus amigos; krsnera mãdhuri—a doçura do
sa—com; indriya—sentidos; sisya-vrndah—discípulos.
Senhor Krsna; yãra—da qual; lobhe—pela cobiça; mora mana— Minha mente; chãdi'—
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu dizia: "A princípio, de alguma forma a abandonando; loka-veda-dharma—princípios religiosos sociais e védicos; yogi hanã—
Minha mente adquiriu o tesouro de Krsna, mas, em seguida, perdeu-O. Por isso, convertendo-se num yogi; ha-ila bhikhãri— tornou-se um pedinte.
168 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14
Verso 47 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 169

T R A D U Ç Ã O — " M e u s queridos amigos", dizia Ele, "por favor, ouvi enquanto falo
Kr?na; pralãpa-uttara—respostas loucas; udvega—aflição; dvãdaéa—doze (pulseiras);
sobre a doçura de Krsna. Devido a um ardente desejo dessa doçura, Minha mente
abandonou todos os princípios religiosos sociais e védicos e, tal qual um yogi hãte— no punho; lobhera—da cobiça; jhulani—turbante; mãthe—na cabeça; bhiksã-
místico, adotou a profissão de um p e d i n t e . " abhãve—na ausência de donativos; ksina—magro; kalevara—corpo.

TRADUÇÃO—"O yogi da Minha mente usa em seu corpo sujo o surrado lençol
VERSO 44
da ansiedade, o qual está coberto de poeira e cinzas. Suas únicas palavras são:
'Ai de mim, Krsna!' Em seu p u n h o , usa doze pulseiras da aflição e, em sua
cabeça, o turbante da cobiça. Porque não comeu nada, é muito m a g r o . "
*f%tc5 « f i
&k i fc*i *ffâ', «T3i-9it«-at€t m\ VERSO 46
<Bit"tl-«fii M i m «*t?r n 88 II
ajti, «ftfà catffaw, «ÉM fwWi
kr$na-lllã-mandala, suddha éahkha-kundala, Q O T tia «ra *W*ti i
gadiyãche éuka kãrikara
sei kundala kãne pari', trsnã-lãu-thãli dhari',
«ftfstfà «trate*!, * f i r a t « itfcs,.
ãéã-jhuli kãndhera upara £1Ç <83f1 *tC« Wl II 8* II
krsna-lílã-mandala—o anel dos passatempos de Krsna; suddha—puro; sankha-
kundala—um brinco de concha; gadiyãche—manufaturou; suka—Sukadeva Gosvãmi; vyãsa, éukãdi yogi-gana, krsna ãtmã nirahjana,
kãrikara—artífice; sei kundala—esse brinco; kãne pari'—usando na orelha; trsnã— vraje tãhra yata lilã-gana
aspiração; lãu—de abóbora ou cabaça; Ihãli—o copo; dhari'—colocando; ãéã—expec- bhãgavatãdi éãstra-gane, kariyãche varnane,
tativa; jhuli—sacola; kãndhera upara—nos ombros. sei tarja pade anuksana
vyãsa—Dvaipãyana Vyãsa; suka-ãdi—e outros sábios, tais como Sukadeva Go-
svãmí; yogi-gana—grandes yogis místicos; krsna—Senhor Krsna; ãtmã—a Superaima;
TRADUÇÃO—"O anel da rãsa-lilã de Krsna, manufaturado por Sukadeva Go- nirahjana—sem contaminação material; vraje—em Vrndãvana; tãhra—Seus; yata—
svãmí, o artífice mais auspicioso, é tão puro quanto um brinco de concha. O todos; lilã-gana—passatempos; bhãgavata-ãdi—Srimad-Bhãgavatam e outras; éãstra-
yogi da Minha mente está usando esse brinco na orelha. De uma cabaça ele cin- gane—nas escrituras reveladas; kariyãche varnane— descreveram; sei tarja—esta
zelou o copo de Minhas aspirações, e em seus ombros colocou a sacola de Minhas competição de poesia entre dois grupos; pade—lê; anuksana—a todo momento.
expectativas."
TRADUÇÃO—"O grande yogi da Minha mente vive estudando a poesia e os co-
VERSO 45
mentários sobre os passatempos do Senhor Krsna em Vrndãvana. No Srimad-
Bhãgavatam e em outras escrituras, grandes yogís santos como Vyãsadeva e
fç*j1-fW «f? Itü, ^ - f i « f e - i f a i - f t«, Sukadeva Gosvãmi descreveram o Senhor Krsna como a Superaima, situado além
de toda a contaminação material."
fcWt Wf«t ÇIC<5, OTTCBf 4 *fH irc«t,
f%^t«tca Vr*t f CSR?Í 11 8<t II VERSO 47
cintã-kãnthã udhi gãya, dhüli-vibhüti-malina-kãya,
'hãhã krsna' pralãpa-uttara
udvega dvãdaéa hãte, lobhera jhulani mãthe, f~*m 91*15j>fãei M i l I
bhiksãbhãve ksina kalevara
cinta—da ansiedade; kãnthã—o lençol surrado; udhi—cobrindo; gãya—o corpo; C i t a CWS. =3-1*1, f ã l U - Í S t M i Ç f l H
dhüli—poeira; vibhüti—cinzas; malina-kãya—corpo sujo; hãhã—ai de mim; krsna— 1 1 çtiV g*WI a ^ t a i II 81 II
Verso 50 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 171
170 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14

daéendriye sisya kari', 'mahã-lmula' nãma dhari', VERSO 49


sisya lahã karilã gamana
mora deha sini-sadana, visaya-bhoga mahã-dhana, ÍH-W-aW-ai, t * . " t i . *ta»t,
saha chãdi' gelã vrndãvana C l 'Sfl « í W C T C t r ô b M I
daéa-indriye—os dez sentidos; sisya kari'—fazendo discípulos; mahã-lmda—de um
grande mendicante; nãma dhari'—adotando o nome; sisya lahã—aceitando discí-
«1-iaia aiti-c*tci, 1 1 f i ' *tt*r«a P f c »
pulos; karilã gamana—foi; mora— Meu; deha—corpo; sva-sadana—próprio lar; visaya- d f w i a atcii «hai II 8s> II
bhoga—gozo material; mahã-dhana—grande tesouro; saba chãdi'—deixando tudo de
lado; gelã vriuUwana—íoi para Vrndãvana. krsna-guna-rüpa-rasa, gandha, sabda, parasa,
se sudhã ãsvãde gopi-gana
tã-sabãra grãsa-sese, ãni' pahccndriya éisye,
se bhiksãya rãkhena jivana
TRADUÇÃO—"O yogi místico da Minha mente assumiu o nome de Mahãbãula
krsna—do Senhor Krsna; guna-rüpa-rasa—atributos, beleza e doçura; gandha sabda
e transformou em discípulos os Meus dez sentidos. Assim, Minha mente foi
parasa—aroma, som e contato; se sudhã—esse néctar; ãsvãde—sabor; gopi-gana—
para Vrndãvana, deixando de lado o lar do Meu corpo e o grande tesouro do
todas as gopis; tã-sabãra—de todas elas; grãsa-sese— restos de alimento; ãni'—tra-
gozo material."
zendo; pahca-indriya—-cinco sentidos; éisye—os discípulos; se bhiksãya—com essas
doações; rãkhena— mantêm; jivana—vida.
SIGNIFICADO—ârí Caitanya Mahãprabhu compara a Sua mente a um dos yogis
místicos conhecidos como Mulas, que aceitam um mínimo de dez discípulos.
TRADUÇÃO—"As gopis de Vrajabhümi sempre saboreiam o néctar dos atributos
de Krsna, Sua beleza, Sua doçura, Seu aroma, o som de Sua flauta e o contato
VERSO 48 de Seu corpo. Os cinco discípulos da Minha mente, a saber, os sentidos da per-
cepção, recolhem das gopis os restos desse néctar e trazem-nos até ao yogi da
Minha mente. Os sentidos mantêm-se vivos comendo esses restos."
tornei «term i 5 im-vwi,
«pMNti sjç^-^taci l
«1? íca fwjiíi, mn-jjjr-tai^i VERSO 50
f f e a*ca f - t a i i c i n %v II
^ Ç D Ç W I ^ f - C T tC«1, C 1 t T 1 » l t 1 3 J W J I C 1 ,
vrndãvane prajã-gana, yata sthãvara-jahgama, « t t l SC5. 1 * 1 f"ISI*t«l I
vrksa-latã grhastha-ãérame
* u «irai fi9»i, * w * c w r « i c « 1»,
tara ghare bhiksãtana, phala-müla-patrãsana,
ei vrtti kare éisya-sane • o r e i a l f a * ca « T W W II II
vrndãvane—em Vrndãvana; prajã-gana—os cidadãos; yata—todos; sthãvara-jan-
gama— móveis e inertes; vrksa-latã—as árvores e as trepadeiras; grhastha-ãsrame—na éünua-kuhja-mandapa-kone, yogãbhyãsa krsna-dhyãne,
vida familiar; tara ghare—em sua casa; bhiksã-ãtana—mendigando de porta em tãhãh rahe lahã sisya-gana
porta; phala-müla-patra—iruias, raízes e folhas; asana—comendo; ei vrtti—essa ati- krsna ãtmã nirahjana, sãksãt dekhite mana,
vidade; tare—realiza; éi$ya-sane—com os discípulos. dhyãne rãtri kare jãgarana
éünya-kuhja-mandapa-kone—na canto de um pavilhão num jardim solitário; yoga-
abhyãsa—prática de yoga mística; krsna-dhyãne— meditando em Krsna; tãhãh—ali;
rahe— permanece; lahã—levando; éisya-gana—discípulos; krsna—Senhor Krsna;
TRADUÇÃO—"Em Vrndãvana, ele vai d e porta em porta, esmolando com todos «ímã—a Superaima; nirahjana—sem contaminação material; sãksãt—diretamente;
os seus discípulos. Mendiga tanto dos habitantes móveis quanto dos habitantes dekhite—para ver; mano—mente; dhyãne—em meditação; rãtri—à noite; kare jãga-
inertes — os cidadãos, as árvores e as trepadeiras. Dessa maneira, vive às custas Btna— mantém-se acordada.
de frutas, raízes e folhas."
Sri Caitanya-caritãmrta Verso 53 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 173
172 Antya-lílã, 14

TRADUÇÃO—"Há u m jardim solitário onde Krsna desfruta de Seus passatempos, krsnera viyoge gopira daéa daéã haya
e, n u m canto do pavilhão desse jardim, o yogi da Minha mente pratica yoga sei daéa daéã haya prabhura udaya
mística juntamente com seus discípulos. Desejando ver Krsna diretamente, esse krsnera viyoge—com saudades de Krsna; gopira—das gopis; daéa dasã—dez classes
yogi permanece acordado a noite inteira, meditando em Krsna, a Superaima que de transformações transcendentais do corpo; haya—há; sei—essas; daéa daéã—dez
não Se deixa contaminar pelos três modos da n a t u r e z a . " classes de transformações transcendentais; haya—são; prabhura udaya—visíveis no
corpo de Sri Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 51
TRADUÇÃO—Ao sentirem saudades de Krsna, as gopis experimentaram dez
classes de transformações físicas. Esses mesmos sintomas apareceram no corpo
ir* a*pfãcatft, §sca aja te* caift» de Srl Caitanya Mahãprabhu.
ca fàcatcst «Pt *«t1 5a i
c* «pira arfçpi 5*1, ai 0* * i * t * l , VERSO 53

cata »t#ra «rjSBi 11" « i 11 ffesrfsS sfiir.3.tcit»fl wfaa* ^f^^rf^i 1


krsna-viyogi, duhkhe mana haila yogi,
mfljia
•aatcti uTfôfatcai ciicçi ^srôii r*t 11 «* 1
se viyoge daéa daéã haya
se daéãya vyãkula hanã, mana gela palãhã, cintãtra jãgarodi'egau
éünya mora éarira ãlaya" tãnavam malinãhgatã
mana—a mente; krsna-viyogí—desprovida da associação de Krsna; duhkhe—na pralãpo vyãdhir unmãdo
infelicidade; mana—a mente; haila—ficou; yogi— um yogi místico; se viyoge—median- moho mrtyur daéã daéa
te esse sentimento de saudade; daéa—dez; daéã—transformações transcendentais; cinta—ansiedade; atra—aqui (devido à saudade de Krsna); jãgara—vigília; udvegau—
haya—existem; se daéãya—através dessas transformações transcendentais; vyãkula e agitação mental; tãnavam—magreza; malina-ahgatã— um estado de falta de asseio,
hanã—ficando muito agitada; mana—a mente; gela—partiu; palãnã—fugindo; éünya— em que o corpo fica quase sujo; pralãpah—conversa de louco; vyãdhih—doença;
vazio; mora—Meu; éarira—corpo; ãlaya—local de residência. unmãdah—loucura; mohah—ilusão; mrtyuh—morte; daéã—condições; daéa—dez.

T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o perdeu a associação de Krsna e ficou impossibilitada de TRADUÇÃO—"As dez transformações físicas resultantes da saudade de Krsna são
vê-lO, Minha mente tornou-se deprimida e adotou a yoga mística. No vazio da ansiedade, vigília, agitação mental, magreza, falta de asseio, conversa de louco,
doença, loucura, ilusão e m o r t e . "
saudade de Krsna, ela experimentou dez transformações transcendentais. Agi-
tada por essas transformações, Minha mente fugiu, deixando Meu corpo, o seu
local de residência, vazio. Dessa maneira, entrei n u m completo t r a n s e . " SIGNIFICADO—Este verso do Ujjvala-mlamani de Srila Rüpa Gosvãmí faz parte de
uma descrição dos diferentes traços de Srimati Rãdhãrãní. Neste livro, ele dá a
seguinte explicação pormenorizada dos dez sintomas.
SIGNIFICADO—Neste verso, descreveram-se as atividades externas dos mendican-
Cinta. Como afirma o Hamsadüta:
tes kãpãlikas, mas não sua verdadeira vida. Os mendicantes kãpãlikas são materia-
listas tântricos que carregam caveiras em suas mãos. Eles não são Vaisnavas e
nada têm a ver com a vida espiritual. Por isso, são intocáveis. Fez-se apenas uma yadã yãto gopl-hrdaya-madano nanda-sadanãn
comparação externa entre a mente e as atividades deles, mas nunca se lhes deve mukundo gãndinyãs tanayam anurundhanmadhu-purim
imitar o comportamento. tadãmãhksic cintã-sariti ghana-ghürnãparicayair
agãdhãyãm vãdhãmaya-payasi rãdhã virahini
VERSO 52

'A pedido de Akrüra, Krsna e Balarãma deixaram a casa de Nanda Mahãrãja


3>ca33 f à c a t c t c ^ i % «Pt «ptl 5a 1 e partiram rumo a Mathurã. Foi então que a mente de Srímatí Rãdhãrãní entrou
em colapso, e Ela quase enlouqueceu devido à extrema saudade de Krsna. Ela
ci5 «pt «ptl 5a « i f a fora 11 <u 11
174 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 53 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 175

experimentou grande dor mental e agitação, que A impeliram a afundar na espe- Descreve-se malina-ahgatã como segue:
culação mental do rio da ansiedade. Ela pensava: 'Vou morrer agora, e, quando
Eu morrer, com certeza Krsna voltará para ver-Me novamente. Mas, quando os hima-visara-visirnãmbhoja-tulyãnana-srih
habitantes de Vrndãvana Lhe contarem sobre a Minha morte, na certa Ele ficará khara-marud-aparajyad-bandhu-jivopamausthí
muito triste. Por isso, não m o r r e r e i . ' " É esta a explicação da palavra cinta, agha-hara sarad-arkottãpitendivarãk$I
jãgara. Como declara o Padyãvali:
tava viraha-vipatti-mlãpitãsid visãkhâ

yãh pasyanti privam svapne Uddhava disse a Krsna: "Ó auspiciosíssimo Krsna, por favor, ouve-me. O tor-
dhanyãstãh sakhi yositah mento causado por Tua ausência debilitou Visãkhã. Seus lábios tremem como
asmãkam tu gate krsne árvores açoitadas por um vendaval. Seu lindo rosto lembra uma flor de lótus que
gatã nidrãpi vai rim murchou sob a neve, e seus olhos são como pétalas de lótus chamuscadas pelo
calor do sol outonal."
Considerando-Se muito desventurada, Srímatí Rãdhãrãní dirigiu-Se à Sua muito O Lalita-mãdhava explica pralãpa da seguinte maneira:
querida amiga Visãkhâ: "Minha querida amiga, se Eu pudesse ver Krçna em Meus
sonhos, decerto Eu seria glorificada por essa Minha grande fortuna. Mas, que kva nanda-kida-candramãh kva sikhi-candra-kãlahkrtih
posso fazer? O sono também brinca maliciosamente comigo. Na verdade, ele kva manda-murali-ravah kva nu surendra-nila-dyutih
tornou-se Meu inimigo. Portanto, desde que Krsna partiu não consigo dormir." kva rãsa-rasa-tãndavi kva sakhi jiva-raksausadhir
Udvega. O Hathsadüta também dá a seguinte explicação desta palavra: nidhir mama suhrttamah kva tava hanta hã dhig-vidhih
mano me hã kastam jvalati kim ahaih hanta karavai
na param nãvãram sumukhi kalayãm yasya jaladheh Esta é a lamentação de Srimati Rãdhãrãní pelo Seu amado Krçna, que estava au-
iyam vande mürdhnã sapadi tam upãyaih kathaya me sente de casa. A mulher cujo marido deixou o lar e partiu rumo a uma terra estra-
parãmrsye yasmãd dhrti-kanikayãpi ksani-kayã nha é chamada de prosita-bhartrkã. Lamentando-Se por Krsna da mesma maneira
como um desses tipos de mulheres lamenta-se por seu marido, Srimati Rãdhãrãní
Srimati Rãdhãrãní dirigiu-Se a Lalitã: "Minha querida Lalitã de rosto belo, não disse: "Minha querida amiga, onde está a glória da família de Mahãrãja Nanda,
posso expressar como Meu coração está ardendo. Ele é um grande e insondável que usa em Sua cabeça um ornamento de meia lua? O n d e está Krçna, cuja tonali-
oceano de ansiedade. Mesmo assim, desejo oferecer Minhas reverências a teus dade é como a da jóia indranila e que toca tão bem a Sua flauta? Onde está teu
pés de lótus. Que farei? Por favor, analisa a Minha condição e aconselha-Me sobre amigo, o melhor de todos os homens, tão perito em dançar no círculo da dança
como posso apaziguar-Me. É este o Meu desejo." da rasa? O n d e está aquele que é o verdadeiro remédio para salvar-Me de morrer
Descreve-se tonava da seguinte maneira: de doença cardíaca? Eu deveria condenar a Providência, que Me causou tantos
problemas ao separar-Me de Krsna."
udahcad-vaktrãmbhoruha-vikrtir antah-kulasitã O Lalita-mãdhava também descreve vyãdhi:
sadãhãrãbhãva-glapita-kucakokã yadu-pate
visusyanti rãdhã tava viraha-tãpãd anudinam uttãpi puta-pãkato 'pi garala-grãmãd api ksobhano
nidâghe kuly eva krasima-paripãkam prathayati dambholer api duhsahah katur alam hrn-magna-éülyãd api
tivrah praudha-visücikãni-cayato 'py uccair mamãyam bali
Quando Uddhava regressou a Mathurã após sua visita a Vrndãvana, o Senhor marmãny adya bhinatti gokula-pater vislesa-janmã jvarah
Krsna perguntou-lhe sobre Rãdhãrãní e Visãkhã. Uddhava respondeu como segue: Ficando muitíssimo aflita pela dor da saudade de Krçna, Srimati Rãdhãrãní disse:
"Vê só a condição das gopis! Especialmente Srimati Rãdhãrãní está numa condição "Minha querida Lalitã, por favor, escuta-Me. Não posso suportar o sofrimento
muito dolorosa por causa da saudade que sente de Ti. Ela ficou esquálida, e Seu da febre da saudade de Krçna, tampouco sei como explicar-te isso. É algo como
brilho corpóreo cjuase se foi. Seu coração está mergulhado na dor, e, tendo parado ouro derretendo-se numa caixa de barro. Essa febre produz mais aflição do que
de comer, Seus seios tornaram-se negros, com um aspecto doentio. Devido à o veneno, e é mais fulminante do que um raio. Sofro tal qual alguém que, devido
saudade de Ti, todas as gopis, notadamente Rãdhãrãní, assemelham-se a poças a cólera, está às portas da morte. Para causar-Me tanta dor, essa febre deve ser
secas pelo calor abrasante do sol." deveras muito forte."
Verso 57 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 177
176 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-Iilã, 1 4

ei dasa-dasãya prabhu vyãkula rãtri-dine


Explica-se mimada como segue:
kabhu kona dasã uthe, sthira nahe mane
ei—essas; dasa-dasãya—pelas dez condições; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
bhramati bhavana-garbhe nirnimittath hasanti
vyãkula—arrebatado; rãtri-dine—dia e noite; kabhu—às vezes; tona—alguma; dasã—
prathayati tava vãrtãih cetanãcetanesu
condição; uthe—surge; sthira—firme; nahe—não é; mane—a mente.
luthati ca bhuvi rãdhã kampitãhgi murãre
visama-viraha-khedodgãri-vibhrãnta-cittã
T R A D U Ç Ã O — N o i t e e dia, Srí Caitanya Mahãprabhu ficava arrebatado com essas
Uddhava disse a Krsna: " M e u querido Krçna, todas as gopis estão tão aflitas com dez condições extáticas. Sempre que esses sintomas surgiam, Sua mente ficava
Tua ausência que quase enlouqueceram. Ó Murãri, em casa, Srimati Rãdhãrãní insegura.
fica rindo à toa, e, como uma louca, pergunta sobre Ti a todas as entidades, in- VERSO 55
distintamente, mesmo às pedras. Incapaz de suportar a agonia de Tua ausência,
Ela rola pelo c h ã o . " 03<S f fe' 1 5 í « l f cffa asfàeil1
Explica-se numa como segue: aiara^-ara cstf* cnBtn 11 oo 11
eta kahi' mahãprabhu mauna karilã
nirundhe dainyãbdhim harati guru-cintã paribhavam
rãmãnanda-rãya sloka padite lãgilã
vilumpaty unmãdam sthagayati balãd bãspa-laharim
eta kahi'—falando isso; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; mauna karilã—
idãnim kariisãre kuvalaya-drsah kevalam idarh
ficou calado; rãmãnanda-rãya—Rãmãnanda Rãya; sloka—versos; padite lãgilã—pôs-se
vidhatte sãcivyarii tava viraha-mürcchã-sahacari
a recitar.
Lalitã escreveu a Krsna a seguinte carta em prol de Srimati Rãdhãrãní: "Meu que-
TRADUÇÃO—Após falar dessa maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou calado.
rido Krçna, Tua ausência agitou demais a mente de Srimati Rãdhãrãní, e, incons-
ciente, Ela caiu ao chão. Ó inimigo de Karhsa, agora Te tornaste um político de Então, Rãmãnanda Rãya pôs-se a recitar muitos versos.
primeira classe, e, pelo que se presume, podes então dar alívio a todos. Portanto,
por favor, considera a angústia de Srimati Rãdhãrãní, senão logo, logo ficarás VERSO 56
sabendo de Sua morte. Talvez nessa hora Te lamentes, mesmo que agora estejas
tão alegre."
a s i
sar K" ttaíf* f ca ?*í?4lsri y\n 1
O Hamsadüta explica mrtyu: 55 s c * f%g cf 11 «ifa ate ístfl 11 11
aye rãsa-kridã-rasika mama sakhyaih nava-navã svarüpa-gosãni kare krsna-lilã gana
pura baddha yena pranaya-lahari hanta gahanã dui jane kichu kailã prabhura bãhya jhãna
sa cen muktãpeksas tvam asi dhig imãth tülasakalahi svarüpa-gosãni— Svarüpa Dâmodara Gosãni; tare—faz; krsna-lilã—dos passatem-
yad etasya nâsã-nihitam idam adyãpi calati pos de Krçna; gana—canção; dui jane—ambos; kichu—alguma; kailã—reviveram;
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; bãhya jhãna—consciência externa.
Na seguinte carta, Lalitã repreendeu Krçna por Sua insistência em ficar em
Mathurã: "Bastou dançares no círculo da dança da rasa para atraíres o amor de
T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya recitou versos do Srimad-Bhãgavatam e Svarüpa
Srimati Rãdhãrãní. Por que agora Te mostras tão indiferente para com minha
Dâmodara Gosvãmí cantou sobre os passatempos de Krena. Dessa maneira, eles
querida amiga Rãdhãrãní? Ela está deitada semi-inconsciente, pensando nos Teus
trouxeram Sri Caitanya Mahãprabhu à consciência externa.
passatempos. Verificarei se Ela está viva, colocando uma mecha de algodão perto
de Suas narinas, e, se Ela ainda estiver viva, castigá-lA-ei."
VERSO 57
VERSO 54
tala» ^aatfà c f i l fàaTfa i
DL *»t-vf«tta « í f a j t f * a i f à f à c * I f%«a-sic*tcé siçca ^afèil "ta* u <n n
f $ c f m <?«ri « c f c , f i t a acs. a w » « s n
178 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna
Verso 63

ei-mata ardha-râtri kailã niryãpana éabda nã pãhã svarüpa kapãta kailã dure
bhitara-prakosthe prabhure karãila éayana tina-dvãra deoyã ache, prabhu nãhi ghare!
ei-mata—dessa maneira; ardha-rãtri— metade da noite; kailã nin/ãpana—passou; éabda—som; nã—não; pãhã—ouvindo; svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi;
bhitara-prakosthe—no aposento interno; prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; karãila kapãta—a porta; kailã dure—abriu; tina-dvãra—três portas; deoyã ache—estavam tran-
éayana—fizeram com que Se deitasse. cadas; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nãhi ghare—não estava dentro do quarto.

T R A D U Ç Ã O — D e p o i s que, dessa maneira, a metade da noite expirou, Rãmãnanda TRADUÇÃO—Após algum tempo, Svarüpa Dâmodara não mais conseguiu ouvir
Rãya e Svarüpa Dâmodara Gosvãmi fizeram com que Sri Caitanya Mahãprabhu Sri Caitanya Mahãprabhu cantar. Ao entrar no quarto, viu que as três portas
Se deitasse em Sua cama no aposento interno. estavam trancadas, mas Srí Caitanya Mahãprabhu Se fora.

VERSO 58 VERSO 6 1

a t l t s w - a f a « d c ^ t H fàs? í c a i f ç f o « 55* í c a « t f c a « 1 c » f a a i i
^ f - C i t t f à i i g*c5 tâtmn i t c a 11 o\y 11 « t f e i f t ' ^ c i í c a ca«i>t srtf»rai 11 11
rãmãnanda-rãya tabe gelã nija ghare cintita ha-ila sabe prabhure nã dekhiyã
svarüpa-govinda duhhe éuilena dvãre prabhu cãhi' bule sabe deuti jvãliyã
rãmãnanda-rãya—Rãmãnanda Rãya; tabe—em seguida; gelã—voltou; nija ghare— cintita ha-ila—ficaram muito ansiosos; sabe— todos os devotos; prabhure—Sri
para a sua casa; svarüpa— Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; govinda—e Govinda; Caitanya Mahãprabhu; nã dekhiyã—não vendo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
duhhe—ambos; éuilena—deitaram-se; dvãre—à porta. cãhi'—buscando por; bule—perambulam; sabe—todos eles; deuti— lanterna; jvãliyã—
acendendo.
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Rãmãnanda Rãya voltou para casa, e Svarüpa Dâmodara
Gosvãmí, juntamente com Govinda, deitou-se diante da porta do quarto de Srí TRADUÇÃO—Ao verificarem q u e o Senhor não estava em Seu quarto, todos os
Caitanya Mahãprabhu. devotos ficaram muito ansiosos. Pegando uma lanterna, saíram à Sua procura.
VERSO 59
VERSO 6 2
11 f í f ã í i 5 t « l f TO s r p i j i « | 1
l8W « p f f ' TO ? i 3 i i r i i f t € i 11 <?s> 11 f i ^ a r c a a <Ssi-t»*fài « r f c ç fctfa» i
« t a acai * t f « ' i t c s i c e « » - c f t i t f à p 11 11
saba rãtri mahãprabhu kare jãgarana
ucca kari' kahe krsna-nãma-sahkirtana shhha-dvãrera uttara-diéãya ache eka thãni
saba rãtri—a noite toda; mahãprabhu—Srl Caitanya Mahãprabhu; kare—faz; jãga- tara madhye padi' ãchena caitanya-gosãhi
rana—ficando sem dormir; ucca kari'—bem alto; kahe krsna-nãma-sahkirtana—canta shhha-dvãrera—do portão conhecido como Sirhha-dvãra; uttara-diéãya—no lado
o santo nome de Krsna. norte; ache—há; eka thãni—um local; tara madhye—dentro desse local; padi'—
deitado; ãchena—estava; caitanya-gosãhi—Sri Caitanya Mahãprabhu.
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu ficou acordado a noite inteira, cantando
bem alto o mantra Hare Krsna. TRADUÇÃO—Após buscarem por algum tempo, deram com Sri Caitanya Mahã-
prabhu deitado n u m canto perto do lado norte do portão Simha-dvãra.
VERSO 60
VERSO 63
*l=f « 1 1 1 * 1 T - t t i » ÇfõTl ç c a I
{«safa c a ^ a l " a t e s » « t f « t f ? a t a ! * » 11
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cata' ^ a r t - c M t i t f c p - i t f à
«ifa «ptl cafà' fèf%t« itfail 11«»«11
Sri Caitanya-caritãmrta Verso 69 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 181
180 Antya-lílã, 14

dekhi' svariipa-gosâhi-ãdi ãnandita hailã que indica vida; hasta—braços; pado—pernas; grívã—pescoço; kati—cintura; asthi—
prabhura dasã dekhi' punah cintite lãgilã ossos; Sandhi—juntas; yata—tantos quantos; eta—um; eta—um; vitasti—cerca de
dekhi'—vendo; svarüpa-gosãhi-ãdi—todos os devotos, encabeçados por Svarüpa quinze centímetros; bhinna—separados; hanãche—estavam; tata—esse tanto.
Dâmodara Gosvãmi; ãnandita hailã—ficaram muito contentes; prabhura—de Sri
Caitanya Mahãprabhu; dasã—a condição; dekhi'—vendo; punah—de novo; cintite TRADUÇÃO—Cada um de Seus braços e pernas media cerca de um metro e trinta
'lãgilã—começaram a sentir ansiedade. e cinco centímetros de comprimento; as juntas mantinham-se ligadas somente
por pele. A temperatura corpórea do Senhor, um sinal vital, estava baixíssima.
Todas as juntas de Seus braços, pernas, pescoço e cintura estavam separadas
TRADUÇÃO—A princípio, encheram-se de alegria ao vê-lO, porém, ao verificarem por pelo menos quinze centímetros.
Sua condição, todos os devotos, encabeçados por Svarüpa Dâmodara Gosvãmi,
ficaram muito ansiosos.
VERSO 67
VERSO 64
ç a a t a «*tca, a f a «rios 5*1 i

« t f i f « ' « i t c g a ? t á çf5 «fts-ga i g s f à « 5.5*1 a c a « f c a cafâal u <&«, II

«iC5«* c»5, « f i l a «itft aa n *8 11 carma-mãtra upare, sandhi ache dirgha hanã


duhkhita ha-ilã sabe prabhure dekhiyã
prabhu padi' ãchena dirgha hãta pãnca-chaya
carma-mãtra—apenas pele; upare—sobre; sandhi—juntas; ache—estão; dirgha—
acetana deha, nãsãya svãsa nãhi vaya
alongadas; hanã—estando; duhkhita—muito sentidos; ha-ilã—ficaram; sabe—todos
prabhu—o Senhor; padi' ãchena—estava deitado; dirgha—alongado; hãta pãnca-
chaya—cinco a seis cúbitos (um cúbito é igual a pouco menos de cinqüenta centí- eles; prabhure—èri Caitanya Mahãprabhu; dekhiyã—ao verem.
metros); acetana deha—corpo inconsciente; nãsãya—nas narinas; ávãsa—respiração;
nãhi vaya—não corre. T R A D U Ç Ã O — P a r e c i a que Suas longas juntas estavam cobertas apenas por pele.
Ao verem a condição do Senhor, todos os devotos ficaram muito tristes.
TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu estava deitado inconsciente, e Seu corpo
VERSO 68
ficou do tamanho de cinco a seis cúbitos (dois metros e quarenta centímetros
a dois metros e setenta centímetros] de comprimento. Não havia respiração
alguma em Suas narinas. í c a sitêfl-c?» « i s a « ^ p a - i a t a i
VERSOS 65—66 c a f à a l i a s * « c « » a c«*5 « t c « «ira n n

mukhe lãlã-phena prabhura uttãna-nayãna


« Ü * 4 * **s-*jt«r-flCfsfô f«a-5f« T dekhiyã sakala bhaktera deha chãde prãna
«ifasifa; f%a, 5á « i t c e a t a « t * 11 * « n mukhe—na boca; lãlã—saliva; phena—espuma; prabhura—de Sri Caitanya Mahã-
5 « , *n«f, - í t a i , a>í>, «f%, u f a a« i prabhu; uttãna—virados para cima; nayãna—olhos; dekhiyã—vendo; sakala bhaktera—
de todos os devotos; deha—corpo; chãde—deixa; prãna—vida.
4*9 «W f à w f t l P«ã 5 * | r . 5 9 9 ll li
TRADUÇÃO—Eles quase morreram ao verem Srí Caitanya Mahãprabhu com Sua
eta eta hasta-pãda—dirgha tina tina-hãta
asthi-granthi bhinna, carma ache mãtra tãta boca cheia de saliva e espuma e Seus olhos virados para cima.

hasta, pada, grívã, kati, asthi sandhi yata VERSO 69


eka eka vitasti bhinna hahãche lata
eka eta—cada um; hasta-pãda—braços e pernas; dirgha—alongados; tina tina-hãta— ^«KMfatfip «ca SBÇ <pfaa1 I
um metro e trinta e cinco centímetros; asthi-granthi— juntas dos ossos; bhinna— «Ifa astca $a3*ta asC5 ««wia 9 1 * 1 1 1 11
separadas; carma—pele; ache—há; mãtra—somente; tãta—uma leve temperatura
182 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 74 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 183

svarüpa-gosãni tabe ucca kariyã ei lilã mahãprabhura raghunãtha-dãsa


prabhura kãne krsna-nãma kahe bhakta-gana lahã 'gaurãhga-stava-kalpavrkse' kariyãche prakãéa
svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosãni; tabe—nessa altura; ucca kariyã—bem ei lilã—esse passatempo; mahãprabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; raghu-
alto; prabhura kãne—no ouvido de Sri Caitanya Mahãprabhu; krsna-nãma—o santo nãtha-dãsa—Raghunãtha dãsa Gosvãmí; gaurãhga-stai>a-kalpa-vrk$e—no livro conhe-
nome do Senhor Krsna; kahe— pôs-se a cantar; bhakta-gana lanã—com todos os cido como Gaurãhga-stava-kalpavrksa; kariyãche prakãéa—descreveu.
outros devotos.
TRADUÇÃO—Em seu livro Gaurãhga-stava-kalpavrksa, Srila Raghunãtha dãsa
TRADUÇÃO—Ao verem isso, Svarüpa Dâmodara Gosvãmí e todos os outros devo- Gosvãmí descreveu mui pormenorizadamente esses passatempos.
tos puseram-se a cantar b e m alto o santo nome de Krsna em direção ao ouvido
de Srí Caitanya Mahãprabhu. VERSO 73

VERSO 70 »fBfíiatlllCI a5lf«^*C3lt*fail$1*.


*&M&\ f Wíl *tf*t*1 I s i ^ i i f a ^ í w f i f ^ f r ê r ' iBflPfí: i
'çfàr.Tí*' if*' «ff ílfs??1 «fè*1 n s - II q£i 1
**>i^ fàarttfiiíSSS W M B I
bahu-ksane krsna-nãma hrdaye paéilã Wfl% alcÉfíl*! WS fe»HfR 'Wfo
'hari-bola' bali' prabhu garjiyã uthilã
bahu-ksane—após um longo tempo; krsna-nãma—o santo nome do Senhor Krsna; kvacin iniérãvãse vraja-pati-sutasyoru-virahãt
hrdaye pasilã—penetrou o coração; hari-bola bali'—dizendo Hari boi; prabhu—Srí élathac chri-sandhitvãd dadhad-adhika-dairghyam bhuja-padoh
Caitanya Mahãprabhu; garjiyã—fazendo um som alto; uthilã—levantou-Se. luthan bhümau kãkvã vikala-vikalam gadgada-vacã
rudan éri-gaurãhgo hrdaya udayan mãiii madayati
TRADUÇÃO—Após cantarem dessa maneira por um longo tempo, o santo nome kvacit—às vezes; miéra-ãvãse—na casa de Kãsi Misra; vraja-pati-sutasya—do filho
de Krsna penetrou o coração de Sri Caitanya Mahãprabhu, e Ele de repente de Nanda Mahãrãja; uru-virahãt—devido ao forte sentimento de saudade; élathat—
levantou-Se gritando bem alto " H a r i b o i . " afrouxando-se; éri-sandhitvãt—das juntas de Seu corpo transcendental; dadhat—
obtendo; adhika-dairghyam—comprimento extraordinário; bhuja-padoh—dos braços
VERSO 71 e pernas; luthan—rolando; bhümau—pelo chão; kãkvã—com um grito de lamenta-
ção; vikala-vikalam—com muito pesar; gadgada-vacã—com uma voz balbuciante;
CS** t f è r . ^ « i f a - i f a l rudan—chorando; éri-gaurãngah—o Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu; hrdaye—no
coração; udayan—despontando; mãm—a mim; madayati—enlouquece.
«Sjfstríi islTie. *t#)l 5 5 * ii li n
cetana pãite asthi-sandhi lãgilã TRADUÇÃO—"Às vezes, Sri Caitanya Mahãprabhu ia à casa de Kãsi Miára, onde
pürva-prãya yathãvat éarira ha-ila ficava imensamente aflito, sentindo saudades de Krsna. As juntas de Seu corpo
cetana pãite—após voltar à consciência; asthi-sandhi—as juntas dos ossos; lãgilã— transcendental soltavam-se, e Seus braços e pernas alongavam-se. Rolando pelo
encolheram; pürva-prãya—como antes; yathãvat—numa condição normal; éarira—o chão, o Senhor, com uma voz balbuciante, bradava angustiado e, cheio de pesar,
corpo; ha-ila—ficou. chorava. Ao despontar em meu coração, o a s p e c t C l e Srí Caitanya Mahãprabhu
me deixa louco."
TRADUÇÃO—Assim q u e o Senhor voltou a Si, todas as Suas juntas encolheram, VERSO 74
e todo o Seu corpo voltou ao normal.
pRSròEÍ CWÍV «Cl 55*1 I
VERSO 72
'#(51 "41 ÍV 45 Í S C t *tí«*1 li 18 II

iJ15 ffjTPfj S | 5 t « f Ç l SrçfilWl I simha-dvãre dekhi' prabhura vismaya ha-ilã


'kãhhã kara ki'—ei svarüpe puchilã
' G i f t a t w w f t r ç W ^ f i a r c B « w t n ii. 11
184 èri Caitanya-caritãmrta Verso 80 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 185
Antya-lilã, 14

simha-dvãre—no portão conhecido como Sirhha-dvãra; dekhi'—vendo; prabhura— éuni'—ouvindo; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; bada—muitíssimo; hailã
de Srl Caitanya Mahãprabhu; vismaya ha-ilã—houve surpresa; kãhhã—onde; kara camatkãra—ficou abismado; prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; kichu—
ki'—que estou fazendo; ei— isto; svarüpe puchilã— perguntou a Svarüpa Dâmodara nenhuma; smrti— lembrança; nãhika—não é; ãmãra—Minha.
Gosvãmi.
TRADUÇÃO—Ao ouvir a descrição de Sua condição enquanto estava deitado perto
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu ficou muito surpreso de Se encontrar do Sirhha-dvãra, Srí Caitanya Mahãprabhu ficou muito abismado. Ele disse:
diante do portão Simha-dvãra. Ele perguntou a Svarüpa Dâmodara Gosvãmi: " N ã o lembro nada d i s s o . "
" O n d e estou? Que estou fazendo a q u i ? "
VERSO 7 8
VERSO 7 5
aca cara - 5 a cata ?a» fàoarr* i
TO. « i f . 55t f à S f - V l C ^ | fa?i«.sifa cwai f%a15a «raaV 11 itr 11
« « i i ? t * w t w a« « p f à j j ^ t i s c a n* 10 II sabe dekhi—haya mora krsna vidyamãna
svarüpa kahe, — 'utha, prabhu, cala nija-ghare vidyut-prãya dekhã diyã haya antardhãna'
tathãi tomãre saba karimu gocare' sabe—apenas isso; dekhi—Eu sei; haya—há; mora—Meu; krsna—Senhor Krçna;
svarüpa kahe—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi replicou; utha prabhu—meu querido vidyamãna—com presença brilhante; vidyut-prãya—como um relâmpago; dekhã
diyã—aparecendo; haya—há; antardltãna—sumiço.
Senhor, por favor, levanta-Te; cala—vai; nija-ghare— para casa; tathãi—lá; tomãre—a
Ti; saba—tudo; karimu gocare— informarei.
T R A D U Ç Ã O — " T u d o o q u e posso lembrar é q u e , por um pequeno instante, vi o
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara disse: " M e u querido Senhor, por favor, levanta- Meu Krçna. Ele apareceu perante Mim, e, então, tal qual um relâmpago, sumiu
Te. Vamos para casa. Lá contar-Te-ei tudo o que aconteceu." imediatamente."
VERSO 7 9
VERSO 7 6
G5aas-tr.ii srtfsrtcaa tffà-Tai aifãrtil i
« a « -«fsf « t f c ü i f ê i ' a c a 9t*l c-ítsn i •sia asfã' a 5 i a j f w n w gmjiI 11 is n
«15ta « l a v i a a ^ f % c « *\hm m * n
hena-kãle jagannãthera pãni-éahkha bãjilã
era boa'' prabhure dhari' ghare lahã gelã snãna kari' mahãprabhu daraéane gelã
tãhhãra avasthã saba kahite lãgilã hena-kãle— nessa altura; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha; pãni-éahkha—um
eta bali'—dizendo isso; prabhure dhari'—levando Mahãprabhu; ghare— para casa; búzio que se pode segurar na mão; bãjilã—vibrou; snãna kari'—após banhar-Se;
/ana ge/ã—levaram de volta; tãhhãra avasthã—Sua condição; saba—todos eles; kahite mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; daraéane gelã—foi vero Senhor Jagannãtha.
lãgilã—começaram a falar.
TRADUÇÃO—Foi então q u e todos ouviram o soar do búzio no templo de jagan-
TRADUÇÃO—Dessa maneira, ' >dos os devotos levaram Srí Caitanya Mahãprabhu nãtha. Srí Caitanya M a h ã p r a b h u imediatamente tomou Seu banho e foi ver o
de volta para a Sua casa. Então, descreveram-Lhe o que foi que acontecera. Senhor Jagannãtha.
VERSO 80
VERSO 7 7
iá)5 «' asÍ5*( «rçp í5 1

« f s T J J 5 t « l f a « C5*1 5ie,fia I
5
atsta ataca citcas srfcst çj^asta | v« n
slÇTO,—'ffg a t i ? * « i t a f a j si 11
s u m " mahãprabhu bada hailã camatkãra ei ta' kahiluh prabhura adbhuta vikãra
prabhu kahe, — 'kichu smrti nãhika ãmãra yãhãra éravane loke lãge camatkãra
186 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 86 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 187

ei ta'—dessa maneira; kahiluh—acabo de descrever; prabhura—de Sri Caitanya raghunãtha-dãsera sadã prabhu-sahge sthiti
Mahãprabhu; adbhuta vikãra—transformações incomuns do corpo; yãhãra éravane— tãhra mukhe éuni' likhi kariyã pratiti
ouvindo o que; loke—pessoas; lãge—sentem; camatkãra—admiração. raghunãtha-dãsera—de Raghunãtha dãsa Gosvãmí; sadã—sempre; prabhu-sahge—
com Sri Caitanya Mahãprabhu; Sthiti—vivendo; tãhra mukhe—de sua boca; éuni'—
T R A D U Ç Ã O — A s s i m , acabo de descrever as transformações incomuns por que ouvindo; likhi—escrevo; kariyã pratiti—aceitando na totalidade.
passara o corpo de árí Caitanya Mahãprabhu. Ao ouvirem sobre isso, as pessoas
ficam muito admiradas. T R A D U Ç Ã O — R a g h u n ã t h a dãsa Gosvãmí vivia o tempo todo com Sri Caitanya
Mahãprabhu. Tudo o q u e faço é registrar aquilo que ouvi dele. Embora os
VERSO 81 homens comuns não acreditem nesses passatempos, creio irrestritamente neles.

c u í c a s a t f é c a t a ^ . « t t c a srtfà? ^ f à i VERSO 84
<sfa « w s * "KM © i f i - g ^ t a f t n ir b n
i s a s f à a «Kt«r^3pDp a t 5 C < s i
loke nãhi dekhi aiche, éãstre nãhi éuni ' p i » a * ' - * v a « c a i a d a « i r s f a c s 11 t-s n
hena bhãva vyakta kare nyãsi-cüdãmani
loke—entre as pessoas; nãhi dekhi—não vemos; aiche— isso; éãstre—nas escrituras; eka-dina mahãprabhu samudre yãite
nãhi éuni—não ouvimos; hena—semelhantes; bhãva—emoções; vyakta kare—mani- 'cataka'-parvata dekhilena ãcambite
festa; nyãsi-cüdãmani—o sannyãsi supremo. eka-dina—certo dia; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; samudre yãite—en-
quanto ia ao mar; cafaka-parvata—a colina de areia Cafaka-parvata; dekhilena—viu;
TRADUÇÃO—Em nenhuma outra parte alguém testemunhou semelhantes mudan- ãcambite—de repente.
ças físicas, tampouco alguém chegou a ler sobre elas nas escrituras reveladas.
No entanto, Sri Caitanya Mahãprabhu, o sannyãsi supremo, manifestou esses T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, enquanto ia tomar banho de mar, de repente, Srí Caitanya
sintomas extáticos. Mahãprabhu viu uma duna chamada Cataka-parvata.

VERSO 82 VERSO 85

« t t a r c i t a s t * T s ca5 ca5 5a i tfwfa-c*m-&im «nfàè 55111


5«a-c»rrcasa « t c s «1 5a f * P " M II b-* II * t a % - f â » n c 5 « t f WW\ e f i H « w u
;

éãstra-lokãtita yei yei bhãva haya govardhana-éaila-jhãne avista ha-ilã


itara-lokera tãte nã haya niécaya parvata-diéãte prabhu dhãhã calilã
éãstra-loka-atita—além da concepção das pessoas e das escrituras reveladas; yei govardhana-éaila—Colina de Govardhana; jhãne—àe acordo com o entendimento;
yei—quaisquer; bhãva—êxtases emocionais; haya—há; itara-lokera—dos homens avista ha-ilã—ficou embevecido; parvata-diéãte—em direção à duna; prabhu—Sri
comuns; tãte—nisso; nã haya—não há; niécaya—crença. Caitanya Mahãprabhu; dhãhã calilã—pôs-Se a correr.

T R A D U Ç Ã O — E s s e s êxtases não estão descritos nos sãstras, e são inconcebíveis T R A D U Ç Ã O — C o n f u n d i n d o a duna com a Colina de Govardhana, Srí Caitanya
aos homens comuns. Por conseguinte, as pessoas em geral não acreditam neles. Mahãprabhu correu em direção a ela.

VERSO 83 VERSO 86

^ t a a f i t a a a i çfãfraaCTi
aaata-atcaa * « H a j f i w fafe i
^ataTV6í*r-**nra-acata! i
<$ta a.ca « f à ' f à r f à a s i l a i «rftfo 11 u--© n
188 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 14 Verso 90 O Senhor Caitanya sente saudades de Krçna 189

VERSO 88

f a«Ta ife*, a ç l - c a ^ t s * 55911


c a ? a t t i fm ^ 5 s f l a i ais* 11 w 11
hantãyam adrir abala hari-dãsa-varyo
yad rãma-krsna-carana-sparaéa-pramodah phukãra padilã, mahã-kolãhala ha-ila
manam tanoti saha-go-ganayos tayor yat yei yãhãh chila sei uthiyã dhãilã
pãniya-süyavasa-kandara-kanda-mülaih phu-kãra—um brado; padila—reboou; mahã-kolãhala—um som estrondoso; ha-ila—
hanta—oh!; ayam—esta; adrih—Colina; abalãh—ó amigas; hari-dãsa-varyah—o houve; yà—quem quer que; yãhãh—onde quer que; chila—estava; sei—ele; uthiyã
melhor entre os servos do Senhor; yat—porque; rãma-krsna-carana—dos pés de dhãilã—levantou-se e pôs-se a correr.
lótus do Senhor Krçna e Balarãma; sparasa— pelo contato; pramodah—alegre;
manam—respeitos; tanoti—presta; saha—com; go-ganayoh—vacas, bezerros e vaquei- T R A D U Ç Ã O — P r i m e i r o , um devoto gritou alto, e então um rumor estrondoso
rinhos; tayoh—a Eles (Srl Krçna e Balarãma); yat—porque; pãniya—água potável; reboou à medida que, levantando-se, os devotos puseram-se a correr em direção
süyavasa—grama bem macia; kandara—cavernas; kanda-mülaih—e com raízes. ao Senhor.

VERSO 89
T R A D U Ç Ã O — " D e todos os devotos, essa Colina de Govardhana é o melhor! Ó
amigas, essa Colina fornece todas as espécies de necessidades — água potável, • a a i l , « W < i % ifa<5-itataa 1
grama bem macia, cavernas, frutas, flores e legumes — a Krsna e Balarãma, bem a i i t ç , s w i f ç , « i r a t f e « - « w a 11 v-& 11
como a Seus bezerros, vacas e amigos vaqueirinhos. Dessa maneira, a Colina
presta respeitos ao Senhor. Sentindo o contato dos pés de lótus de Krsna e Bala- svarüpa, jagadãnanda, pandita-gadãdhara
rãma, a Colina de Govardhana fica muito alegre." rãmãi, nandãi, ãra pandita éahkara
svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita;
pandita-gadãdhara—Gadãdhara Pandita; rãmãi—Rãmãi; nandãi—Nandãi; ãra—e;
S I G N I F I C A D O — E s t a citação do érimad-Bhãgavatam (10.21.18) foi falada pelas gopis pandita-éahkara—Sankara Pandita.
quando o Senhor Krçna e Balarãma entraram na floresta no outono. As gopis
falavam entre si e glorificavam os passatempos de Krçna e Balarãma. T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara Gosvãmi, Jagadãnanda Pandita, Gadãdhara
Pandita, Rãmãi, Nandãi e Sankara Pandita são alguns dos devotos que saíram
VERSO 87 correndo atrás de Srí Caitanya Mahãprabhu.

45 cstfas I t V « f $ c e i a atJjçasif i VERSO 90


C5tlfâ"JI 1 t 5 * 1 f C 5 , 1ff$ I r a «Ttít II v-1 II
^ - • e r a ^ f k ^ t a r f * «IIÍSII f ã f irca 1
ei sloka padi' prabhu calena vãyu-vege « ^ r a ^ m a a» f t c a «ftr.a 1 s>° 1
govinda dhãilã pãche, nãhi pãya lãge
ei sloka—esse verso; padi'—recitando; prabhu—Sá Caitanya Mahãprabhu; calena— puri-bhãrati-gosãhi ãilã sindhu-tire
vai; vãyu-vege—à velocidade do vento; govinda—Govinda; dhãilã—correu; pãche— bhagavãn-ãcãrya khahja calilã dhire dhire
atrás; nãhi pãya lãge—não conseguiu alcançar. puri— Paramãnanda Puri; bhãrati-gosãhi—Brahmãnanda Bhãratí; ãilã—vieram;
sindhu-tire—a praia; bhagavãn-ãcãrya—Bhagavãn Acãrya; khahja—aleijado; calilã—
correu; dhire dhire—bem devagar.
T R A D U Ç Ã O — R e c i t a n d o esse verso, Sri Caitanya Mahãprabhu precipitou-Se em
direção à duna, correndo tão rápido quanto o vento. Govinda correu atrás dEle, T R A D U Ç Ã O — P a r a m ã n a n d a Puri e Brahmãnanda Bhãratí também foram em dire-
mas não conseguiu alcancá-IO. ção à praia, e Bhagavãn Acãrya, que era aleijado, seguiu-os bem devagar.
190 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, 14 Verso 96 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 191

VERSO 91 VERSO 94

« M c i 5f**l «tf,—cia ateres i c a c a « f ã ' «lar* i s c a « i t t a i


^ « t a *tc«t t e * , 6 f * c « a t f è *rf%« I I n i » p ! f ã f * * i c i a t f f l - i i f l - i t a I I s.8 I I

prathame calilã prabhu,—yena vãyu-gati dui netre bhari' asru vahaye apara
stambha-bhãva pathe haila, calite nãhi sakti samudre mililã yena gahgã-yamunã-dhãra
prathame—no início; calilã—ia; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; yena—como; dui netre—nos dois olhos; bhari'—cheios; asru—lágrimas; vahaye—fluem; apara—
vãyu-gati—a velocidade do vento; stambha-bhãva—a emoção de ficar aturdido; ilimitadas; samudre—o oceano; mililã—encontrou-se com; i/ena—como se; gahgã—do
pathe— no caminho; haila—houve; calite—para mover-Se; nãhi—não; sakti— força. Ganges; yamunã—do Yamunã; dhãra—correnteza.

TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu corria à velocidade do vento, mas, de T R A D U Ç Ã O — O s olhos d o Senhor umedeceram, enchendo-se de lágrimas ilimi-
repente, ficou aturdido com êxtase e perdeu toda a força para seguir adiante. tadas, como o Ganges e o Yamunã encontrando-se no mar.

VERSO 92 VERSO 95

« t f c - c a r a a . c*t a f t * - a c « t a « n a n a i caacal » w « t t 3 c ü « te* i


« c a « í c a c a f c a t a f l a - a ^ s i a s i a 11 n « c i V I $ c f c , - c a a 5rçç$ « a w n a>« 1 1

prati-roma-küpe mãrhsa—vranera ãkãra i<ah<arnye sahkha-prãya sveta haila ahga


tara upare romodgama—kadamba-prakãra tabe kampa uthe,—yena samudre tarahga
prati-roma-küpe—em cada poro cutâneo; mãmsa—a pele; vranera ãkãra—como pá- vaivamya—desvanecendo-se; sahkha-prãya—como um búzio; sveta—branco;
pulas; tara upare— acima disto; roma-udgama—arrepio do cabelo; kadamlm-prakãra— haila—ficou; angu—corpo; tabe— nessa altura; kamp>a—agitação; uthe—surge; yena—
como as flores kadamba. como se; samudre—no oceano; tarahga—ondas.

TRADUÇÃO—Houve arrepio em cada um de Seus poros cutâneos, e Seu cabelo, T R A D U Ç Ã O — T o d o o Seu corpo desvaneceu-se e assumiu a cor de um búzio
eriçado, parecia flores kadamba. branco, e então Ele passou a estremecer, como as ondas no oceano.

VERSO 93
VERSO 96
«rf«-c3tca « f r s w i c s a » f à c a a a r a i
T C & a a a , ntfiE ac«fa § w t a 11 n #tf*tc« #tf*ic« « t f f c a c « *tf«*t i
« c i « ' c*itfã«a « t f i fàisci» «IÍÇ^TI II a>* II
prati-rome prasveda pade rudhirera dhãra
kanthe gharghara, nãhi varnera uccãra kãhpite kãhpite prabhu bhümete padilã
prati-rome—de cada poro; prasveda—suor; pade—gotas; rudhirera—de sangue; tabe ta' govinda prabhura nikate ãilã
dhãra—fluem; kanthe—na garganta; gharghara—gargarejo; nãhi— não; varnera—de kãhpite kãhpite—enquanto tremia; prabhu—Srí Caitanya Mahãprabhu; bhümete—
palavras; uccãra—pronúncia. ao chão; padilã—caiu; tabe—nesse momento; ta'—com certeza; govinda—Govinda;
prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu; nikate— perto; ãilã— veio.

TRADUÇÃO—O sangue e o suor não paravam de fluir de todos os poros de Seu


corpo, e, a não ser por um simples gargarejo produzido em Sua garganta, não T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o tremia dessa maneira, árí Caitanya Mahãprabhu caiu ao
conseguia dizer palavra alguma. chão. Então, Govinda aproximou-se dEle.
192 árí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 102 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 193

VERSO 97 SIGNIFICADO—Os oito sintomas de êxtase sao aturdimento, transpiração, arrepiar


de cabelos, balbuciar da voz, tremor, esvaecimento da cor corpórea, lágrimas e
?>?£*? ST.* TO laíw fi^i i devastação.
af*?íi f t? I t l W l II S1 II
VERSO 100
karahgera jale kare sarvãhga siticana
bahirvãsa lahã kare ahga sariwijana § W i q h « * T O « t f ? <5t?OT I
karahgera jale—com a água de um cântaro karahga; kare—faz; sarva-ahga— todas % 5 » j srçcí T O « i f ? I W f s f C l II i » " ll
as partes do corpo; srüamfl—borrifando; bahirvãsa—roupa de cobrir; /AMA—tirando;
tare—faz; ahga—o corpo; samvijana—abanando. ucca sankírtana kare prabhura iravane
iitala jale kare prabhura ahga sammãrjane
T R A D U Ç Ã O — G o v i n d a borrifou água de um cântaro de karahga sobre todo o corpo ucca—alto; sankírtana—cantar do mantra Hare Krsna; tare—fazem; prabhura—de
do Senhor e então, tirando-Lhe a própria roupa externa, pôs-se a abanar Srí Srí Caitanya Mahãprabhu; éravane—rio campo auditivo; iitala—fria; jale—com água;
Caitanya Mahãprabhu. tare—fazem; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; ahga—corpo; sammãrjane—
VERSO 98 lavando.

•«miiíãM*! < 5 i t l «ur>?i fifèral i TRADUÇÃO—Os devotos cantaram b e m alto o mantra Hare Krsna perto de Sri
« t f ? w a l c«ffV f t f a c s eriRiif 11 st- u Caitanya Mahãprabhu e lavaram-Lhe o corpo com água fria.

svariipãdi-gana tãhãh ãsiyã mililã VERSO 101


prabhura avasthã dekhi' kãndite lãgilã
svarüpa-ãdi-gana—os devotos, encabeçados por Svarüpa Dãmodaia Gosvãmí; islare a ç i i ? ?sf?c<5 i
tãhãh—ali; ãsiyã—vindo; mililã—encontraram; prabhura—do Senhor Srí Caitanya ' ç f a c r f i ' if&i' « t f §ú « n s f a r / s 1 j o > |
Mahãprabhu; avasthã—condição; dekhi'—vendo; kãndite lãgilã—começaram a chorar.
ei-mata bahu-bãra kirtana karite
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Svarüpa Dâmodara e os outros devotos chegaram ao local 'hari-bola' bali' prabhu uthe ãcambite
e viram a condição de Sri Caitanya Mahãprabhu, começaram a chorar. ei-mata—dessa maneira; bahu-bãra—por um longo tempo; kirtana karite—cantando;
hari-bola bali'— pronunciando Hari boi; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; uthe—
VERSO 99 levanta-Se; ãcambite—de repente.

« l f ? «tw w t etèitfôjf fim? i T R A D U Ç Ã O — D e p o i s que os devotos cantaram por um longo tempo, Sri Caitanya
" W W r ô I t f a f Gafa' tell 5 i e . f 1 ? II li Mahãprabhu de repente levantou-Se, gritando: " H a r i b o i ! "

prabhura ange dekhe asta-sãttvika vikãra VERSO 102


ãicarya sãttvika dekhi' hailã camatkãra i

prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; ange— no corpo; dekhe—eles vêem; asta- itir.»«t i f F f teia? a t e i <çf%' ç t ? ' i
sãttvika vikãra—oito classes de transformações transcendentais; ãicarya— maravi- Sfêl siwspflfl FffW <5t?' II D
lhosas; sãttvika—transcendentais; dekhi'—vendo; hailã camatkãra—eles ficaram
tomados de espanto. sãnande sakala vaisnava bale 'hari' 'hari'
uthilã mahgala-dhvani catur-dik bhari'
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as oito classes de transformações transcendentais eram visí- sa-ãnande—com muito prazer; sakala—todos; vaisnava—devotos; bale—cantaram;
veis no corpo do Senhor. Todos os devotos ficaram tomados de espanto com hari hari—o santo nome do Senhor; uthilã—surgiu; mahgala-dhvani—um som aus-
semelhante visão. picioso; catuh-dik— todas as direções; bhari'—enchendo.
194 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 14 Verso 108 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 195

T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Sri Caitanya Mahãprabhu levantou-Se, todos os Vaisnavas, TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu disse: " Q u e m , tirando-Me da Colina de
cheios de alegria, cantaram alto: " H a r i ! Hari!" Varrendo todas as direções, o Govardhana, trouxe-Me para cá? Eu estava vendo os passatempos do Senhor
som auspicioso encheu o ar. Krsna, mas agora não posso vê-los."

VERSO 103 VERSO 106

«fS' i 5 l * f f fàfare, 5 f « «f« sra i 551 C5C« «rtfàf *j$ c t ç ctftafci I


ca eafac« çia, «151 cafàc« sri *rt? n i«« 11 GKÃlt- i t > ? ? 3 TOI ctffai-sraca n n
lí/Zi/' mahãprabhu vismita, iti uti cãya íwõii haite ãji mui genu govardhane
ye dekhite cãya, tãhã dekhite nã pãya dekhoh,—yadi krsna karena godhana-cãrane
uthi'—levantando-Se; mahãprabhu—Srl Caitanya Mahãprabhu; vismita—espan- ihãh haite—daqui; ãji— hoje; mui—Eu; genu—fui; govardhane—k Colina de Govar-
tado; iti uti—para aqui e para ali; cãya—olha; ye—o que; dekhite cãya—Ele desejava dhana; dekhoh—Eu investigava; yadi—se; krsna—o Senhor Krçna; karena—(az;
ver; tãhã—isso; dekhite nã pãya—não conseguiu ver. godhana-cãrane—apascentamento das vacas.

T R A D U Ç Ã O — E s p a n t a d o , Srí Caitanya Mahãprabhu levantou-Se e ficou olhando T R A D U Ç Ã O — " H o j e , saí daqui rumo à Colina de Govardhana para verificar se
de um lado para outro, tentando ver algo. Mas não pôde avistar o que procurava. Krsna estava apascentando Suas vacas por l á . "

VERSO 104 VERSO 107

ctftatfci e t V irsrfeeri ca«jj


^ l - c f l r i i f ò p c a fãsg asfçr« s r r f t t s r » i - 8 n Ctnám flèfirc* sca i a c a * « w l
'vaisnava' dekhiyã prabhura ardha-bãln/a ha-ila govardhane cadi' krsna bãjãilã venu
svarüpa-gosãhire kichu kahite lãgilã govardhanera caudike care saba dhenu
vaisnava dekhiyã—ao ver os devotos; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; govardhane—na Colina de Govardhana; cadi'—subindo; krsna—o Senhor Krçna;
ardha-bãhya—semiconsciência externa; ha-ila—houve; svarüpa-gosãhire—a Svarüpa bãjãilã venu—tocava a flauta; govardhanera—da Colina de Govardhana; cau-dike—
Gosãni; kichu—algo; kahite lãgilã—passou a falar. em quatro direções; care— pastam; saba—todas; dhenu—vacas.

TRADUÇÃO—Ao ver todos os Vaisnavas, Srí Caitanya Mahãprabhu recobrou TRADUÇÃO—"Vi o Senhor Krçna escalando a Colina de Govardhana e, tocando
parcialmente a consciência externa e falou para Svarüpa Dâmodara. Sua flauta, estava rodeado de todos os lados por vacas a pastar."

VERSO 105 VERSO 108


5
" C ^ t t a a i fcçc« C i t t a C^ 5 5 1 «rffiwi ? c a p i t a ^ f i ' « r 5 c r i attfl-fcrfarôl i
»rf«*»1 * c u a ii9N c a f à c « i i « t t ^ ^ f H w n ia i a t o « i - i t * asfãal i i w f i II n
"govardhana haite more ke ihãh ãnila? venu-nãda suni' ãilã rãdhã-thãkurãni
pãhã krsnera lilã dekhite nã pãila saba sakhi-gana-sahge kariyã sãjani
govardhana haite—da Colina de Govardhana; more—a Mim; ke—quem; ihãh—para venu-nãda—a vibração da flauta; suni'—ouvindo; ãilã— vieram; rãdhã-thãkurãni—
cá; ãnila—trouxe; pãhã—conseguindo; krsnera lUã—passatempos de Krsna; dekhite Srimati Rãdhãrãní; safai—todas; sakhi-gana-sahge—acompanhada pelas gopis; kariyã
nã pãila—não pude ver. sãjani—vestidas mui primorosamente.
196 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-líla, 14 Verso 114 O Senhor Caitanya sente saudades de Krçna 197

TRADUÇÃO—"Ao ouvir a vibração da flauta de Krsna, Srimati Rãdhãrãní e todas TRADUÇÃO—"Por q u e Me trouxestes até aqui, causando-Me aflição desneces-
as Suas amigas gopis foram ao encontro dEle. Todas elas estavam vestidas com sária? Tive uma boa oportunidade de ver os passatempos de Krsna, mas não
muito p r i m o r . " pude vê-los."

VERSO 109 VERSO 112

a t f t s t * i a * » «rcir-mi f f l H c « i 4 3 ifèi' s i ç i â f T O S ! ^«aa i

s i f H i isr.5 c*rrci * g i S*5f5>;<5 II i°S> II <§t? «r«f1 CftV b r o í *R3W citwa H n

rãdhã lahã krsna pravesilã kandarãte eta bali' mahãprabhu karena krandana
sakhi-gana kahe more phula uihãite tãhra dasã dekhi' vaisnava karena rodana
rãdhã lanã—levando Srimati Rãdhãrãní junto; krsna—o Senhor Krsna; pravesilã— eta bali'—dizendo isso; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karena krandana—
entrou; kandarãte—numa caverna; sakhi-gana—as gopis; kahe—disseram; more—a começou a chorar; tãhra dasã—Seu estado; dekhi'—vendo; vaisnava—os Vaisnavas;
Mim; phula—flores; uthãite—para Eu colher. karena rodana—puseram-se a chorar.

T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o Krsna e Srimati Rãdhãrãní entraram juntos numa caverna, T R A D U Ç Ã O — D i z e n d o isso, Sri Caitanya Mahãprabhu esvaiu-Se em prantos. Ao
as outras gopis pediram-Me que colhesse algumas flores." verem a condição do Senhor, todos os Vaisnavas também choraram.

VERSO 110 VERSO 113

c s i f t t i <0k>m e f i S u i C T £1*11 i 65*nUcl «1511 ijjfr, « t i f t , - 5 5 « « i

« t t l f e r e i f ? ' cutvs I t i 9 T * 1 * H 5 « f l I I Ü ° I I 5*C5 C f f l ' W l T á f f S 5 5 1 I H I I I i b « 1 1

hena-kãle tumi-saba kolãhala kailã hena-kãle ãilã puri, bhãrati,—dui-jana


tãhãh haite dhari' more ihãh lahã ãilã duhhe dekhi' mahãprabhura ha-ila sambhrama
hena-kãle—nesse momento; tumi-saba—todos vós; kolãhala kailã—fizestes um ruído hena-kãle—nessa altura; ãilã—vieram; puri— Paramãnanda Puri; bhãrati— Brahmã-
ensurdecedor; tãhãh haite—de lá; dhari'—agarrando; more—a Mim; ihãh—para cá; nanda Bhãratí; dui-jana—duas pessoas; duhhe dekhi'—vendo ambos; mahãprabhura—
lahã ãilã—trouxestes. de Sri Caitanya Mahãprabhu; ha-ila—houve; sambhrama—deferência.

TRADUÇÃO—"Foi então q u e todos vós fizestes um ruído ensurdecedor e car- T R A D U Ç Ã O — N e s s a altura, Paramãnanda Puri e Brahmãnanda Bhãratí chegaram.
regastes-Me de lá até este l u g a r . " Ao vê-los, Srí Caitanya Mahãprabhu mostrou uma certa deferência.

VERSO 114
VERSO 111
fàlJj-lTO 55£1 5^5*515? i f a H I
r,a 1 1 « i t f à s r l carfr.? 1 1 1 5 2 1 f % C 5 I srçTslfCI 555f* canfèiSii fcfH ll II
1t<S»1 lir.13? s t t l l , T l 1 1 5 9 C W Í % 5 P S J i J
nipatla-bãhya ha-iie prabhu duhhãre vandilã
fce«c vã ãnilã more vrthã duhkha dite mahãprabhure dui-jana premãlihgana kailã
pãhã krsnera lilã, nã pãinu dekhite nipatta-bãln/a—completa consciência externa; ha-ile—quando houve; prabhu—
kene—por que; vã—então; ãnilã—trouxestes; more—a Mim; vrthã—em vão; duhkha Sri Caitanya Mahãprabhu; duhhãre—a ambos; vandilã—ofereceu orações; mahã-
dite—para causar aflição; pãhã—obtendo; krsnera lilã—os passatempos de Krsna; prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; dui-jana—ambas as pessoas; prema-ãlihgana
nã pãinu dekhite—não p u d e ver. kailã—abraçaram com amor e afeição.
198 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-líla, 14 Verso 120 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 199

TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu voltou a Si por completo e imediatamente TRADUÇÃO—Após banhar-Se no mar, Sri Caitanya Mahãprabhu, juntamente com
ofereceu-lhes orações. Então, com afeição amorosa, esses dois cavalheiros mais todos os devotos, voltou para a Sua residência. Então, todos almoçaram, comendo
idosos abraçaram o Senhor. os restos do alimento oferecido ao Senhor Jagannãtha.

VERSO 115 VERSO 118

a ) f TO,—'s*» CTO «ttlífl >a« çci' ? i«j5 <s' ffçg^ sfjRfl fwcijttrtf-arf? 1
^ f t C t W f S » TO, - ' G S t l f S *J«7 6ff%fCa' II amfts isf5C"5 « t e ? ? i 5 t ? « f ô t i II II

prabhu kahe, — 'duhhe kene ãilã eta dure'? ei fa' kahiluh prabhura divyonmãda-bhãva
puri-gosãni kahe, — 'tomara nrtya dekhibãre' brahmão kahite nãre yãhãra prabhãva
prabhu kahe— Sri Caitanya Mahãprabhu disse; duhhe—ambos; kene—por que; ei ta'—assim; kahiluh—acabo de descrever; prabhura—de Sri Caitanya Mahã-
ãilã—viestes; eta dure— tão longe; puri-gosãni kahe—Puri Gosãni disse; tomara nrtya— prabhu; divya-unmãda-bhãva—transcendentais emoções extáticas; brahmão—nem
Tua dança; dekhibãre—ver. mesmo o Senhor Brahmã; kahite nãre— não pode falar; yãhãra—delas; prabhãva—a
influência.
TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu disse a Puri Gosvãmí e a Brahmãnanda
Bhãratí: "Por que viestes tão longe?" Puri Gosvãmí replicou: " S ó para ver Tua T R A D U Ç Ã O — A c a b o , assim, de descrever as transcendentais emoções extáticas de
dança." Sri Caitanya Mahãprabhu. Nem mesmo o Senhor Brahmã pode descrever a
influência delas.
VERSO 116 VERSO 119

*çfcV"fàr%-*twftM 1 ^ f « W t 1 I
a p p t t f e « i i ^ r l ia c i w - i c i II II 'c'5n?tsg11í^J1C1^ f f t t t w w « t ? s t « t II
,
II

/a/fita ha-ilã prabhu purira vacane 'cataka'-giri-gamana-lilã raghunãtha-dãsa


samudra-ghãta ãilã saba vaistiava-sane 'gaurãhga-stava-kalvavrkse' kariyãchena prakãéa
lajjita—envergonhado; ha-ilã—ficou; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; purira cataka-giri—a colina de areia conhecida como Cataka-parvata; gamana—de ir para;
vacane— devido às palavras de Paramãnanda Puri; samudra—do mar; ghãta—ao /í7ã—passatempo; raghunãtha-dãsa— Raghunãtha dãsa Gosvãmí; gaurãhga-stava-
balneário; ãilã—veio; saba vaisnava-sane—com todos os Vaisnavas. kalpa-vrkse—no livro conhecido como Gaurãhga-stava-kalpavrksa; kariyãchena prakãéa—
descreveu.
TRADUÇÃO—Ao ouvir isso, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou um tanto envergo-
nhado. Então, juntamente com todos os Vaisnavas, foi tomar banho de mar. TRADUÇÃO—Em seu livro Gaurãhga-stava-kalpavrksa, Raghunãtha dãsa Go-
svãmi descreveu mui vividamente o passatempo em que Sri Caitanya Mahã-
VERSO 117 prabhu corre em direção à duna de Cataka-parvata.

Sn».] spfV s i ç f s l ç «ir.?r.« «115511 | VERSO 120


3111 5JÍB1 n ç f s w w isfàeil II Ü « I II

snãna Arari' mahãprabhu gharete ãilã


sabã lahã mahã-prasãda bhojana karilã
snãna kari'—após tomar um banho; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; g^HY^fi s i ? í*i iiaa^c^i
gharete ãilã—voltou para casa; sabã lahã—levando todos consigo; mahã-prasãda—
restos do alimento de Jagannãtha; bhojana karilã—comeu.
200 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 14 Verso 123 O Senhor Caitanya sente saudades de Krsna 201

samipe nilãdres cataka-giri-rãjasya kalanãd sahksepe—sucintamente; kahiyã— descrevendo; kari dik daraéana—mostro um
aye gosthe govardhana-giri-pathh lokitum itah indício; yei—qualquer pessoa que; ihã— isso; sune—ouve; pãya—obtém; krsnera
vrajann asmity uktvã pramada iva dhãvann avadhrto carana—o refúgio dos pés de lótus do Senhor Krsna.
ganaih svair gaurãúgo hrdaya udayan mãih madayati
saimpe—perto de; nilãdreh—Jagannãtha Puri; cataka—chamada Cataka; giri-rãjasya— T R A D U Ç Ã O — A c a b o de descrevê-los sucintamente só para dar um indício de Seus
o rei das colinas de areia; kalanât—a narrativa de ver; aye—oh!; gosthe—ao local passatempos transcendentais. Não obstante, qualquer pessoa que ouvir isso
de vacas que pastam; govardhana-giri-patim—Govardhana, o rei das colinas; loki- alcançará com certeza refúgio aos pés de lótus do Senhor Krsna.
tum—ver; itah—daqui; vrajan—indo; asmi—Eu estou; iti—assim; uktvã—dizendo;
pramadah—enlouquecido; iva—como se; dhãvan—correndo; avadhrtah—sendo se- VERSO 123
guido; ganaih—pelos devotos; svaih—próprios; gaurãhgah—o Senhor Sri Caitanya
Mahãprabhu; hrdaye—no coração; udayan—despontando; mãm—a mim; madayati— lllail-a^íiN-tca ata i
enlouquece. cssgefàstíis TO fasata 11 *A*> II

T R A D U Ç Ã O — " P e r t o de Jagannãtha Puri havia uma grande duna conhecida como éri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa
Cataka-parvata. Ao ver essa colina, Srí Caitanya Mahãprabhu disse: 'Oh! irei caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
à terra de Vraja para ver a Colina de Govardhana.' Então, pôs-Se a correr louca- éri-rüpa—Sri\a Rüpa Gosvãmí; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmí;
mente em direção a ela, e todos os Vaisnavas correram atrás dEie. Essa cena pade—aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro
desponta em meu coração e me e n l o u q u e c e . " chamado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krçnadãsa Kavirãja
Gosvãmí.
SIGNIFICADO—Este verso é citado do Gaurãhga-stava-kalpavrksa (8).
T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de Sri Rüpa e Srí Raghunãtha, desejando
VERSO 121 sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta,
seguindo seus passos.
4 C 3 ( 2 ) ^ 1 S C f 1 1 wcshff f-1I111
Cf afãc« t í c a c*fè ast-st^a c a i l ? Í Í Í ii
Nesíe ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Srí Caitanya-caritãmrta,
ebe prabhu yata kailã alaukika-lílã Antya-lílã, Décimo Quarto Capítulo, descrevendo as transcendentais emoções extáticas
ke varnite pare sei mahãprabhura khelã? de Srí Caitanya Mahãprabhu e o passatempo em que Ele confunde Cataka-parvata com
ebe—agora; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; yata—tudo isso; kailã—realizou; a Colina de Govardhana.
alaukika-lilã— passatempos incomuns; ke—quem; varnite pare—pode descrever; sei—
eles; mahãprabhura khelã—a diversão de Sri Caitanya Mahãprabhu.

TRADUÇÃO—Quem pode descrever adequadamente todos os passatempos inco-


muns de Srí Caitanya Mahãprabhu? Todos eles são meras diversões Suas.

VERSO 122

i ç w c t f feri f f ã ftaj «a»!* i


c a l !s1 ^ c « , t i a $casa II II

sahksepe kahiyã kari dik daraéana


yei ihã éune, pãya krsnera carana
CAPÍTULO QUINZE

A loucura transcendental
do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu

O seguinte é um resumo do Décimo Quinto Capítulo do Antya-lilã. Após ver


a cerimônia de upala-bhoga do Senhor Jagannãtha, Srí Caitanya Mahãprabhu mais
uma vez começou a sentir emoções extáticas. Ao ver o jardim na praia, nova-
mente pensou que estava em Vrndãvana, e, q u a n d o começou a pensar em Krsna
realizando Seus diferentes passatempos, emoções transcendentais excitaram-nO
de novo. Na noite da dança da rasa, abaladas com a ausência de Krsna, as gopis
saíram à procura de Krsna floresta após floresta. Sri Caitanya Mahãprabhu adotou
os mesmos pensamentos transcendentais das gopis, motivo pelo qual encheu-Se
de emoções extáticas. Svarüpa Dâmodara Gosvãmí recitou um verso do Gita~
govinda, muito bem adequado às emoções do Senhor. Então, Caitanya Mahãprabhu
manifestou as transformações extáticas conhecidas como bhãvodaya, bhãva-sandhi,
bhãva-sãbalya e assim por diante. O Senhor experimentou todas as oito categorias
de transformações extáticas, com as quais deleitou-Se muitíssimo.

VERSO 1

durgame krsna-bhãvãbdhau
nimagnonmagna-cetasã
gaurena harinã prema-
maryãdã bhüri darsitã
durgame—muito difícil de entender; krsna-bhãva-abdhau—no oceano do amor ex-
tático por Krsna; nimagna—imerso; unmagna-cetasã—Seu coração estando absorto;
gaurena—por Srí Caitanya Mahãprabhu; harinã—pela Suprema Personalidade de
Deus; prema-maryãdã—a posição elevada do amor transcendental; bhüri—de di-
versas maneiras; darsitã—foi manifesta.

T R A D U Ç Ã O — M e s m o semideuses tais como o Senhor Brahmã têm muita dificul-


dade de entender o oceano de amor extático por Krsna. Ao realizar Seus passatem-
pos, Srí Caitanya Mahãprabhu imergiu nesse oceano, e Seu coração absorveu-Se
nesse amor. Por conseguinte, Ele manifestou de diversas maneiras a posição ele-
vada do transcendental amor por Krsna.

203
204 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 7 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 205

VERSO 2 T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Srí Caitanya Mahãprabhu esquecia-Se de Si mesmo


dia e noite adentro, estando imerso no oceano do amor extático por Krsna.

w a f5P5Tt«"*r ^m-T-m^ II * II VERSO 5

jaya jaya éri-krsna-caitanya adhiévara f ^ « r e i aü» as « i s f - i T ç j f f« i


jaya nityãnanda pürnãnanda-kalevara a>f i f ? ^ f % , - f s a f)c« «Tfifafò II o II
jaya jaya—todas as glórias; éri-krsna-caitanya—ao Senhor Caitanya Mahãprabhu;
adhiévara—a Suprema Personalidade de Deus; jaya—todas as glórias; nityãnanda— kabhu bhãve magna, kabhu ardha-bãhya-sphürti
ao Senhor Nityãnanda; pürna-ãnanda—pleno de prazer transcendental; kalevara— kabhu bãhya-sphürti,—tina rite prabhu-sthiti
Seu corpo. kabhu—às vezes; bhãve—em emoção extática; magna—-imerso; kabhu—às vezes;
ardlta—semi; bãhya-sphürti—em consciência externa; kabhu—às vezes; bãln/a-sphür-
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Srí Krsna Caitanya, a Suprema Personalidade ti—em plena consciência externa; tina rite—de três maneiras; prabhu-sthiti—a si-
de Deus! Todas as glórias ao Senhor Nityãnanda, cujo corpo está sempre repleto tuação do Senhor.
de bem-aventurança transcendental!
T R A D U Ç Ã O — O Senhor mantinha-Se em três espécies de consciência: às vezes,
VERSO 3 mergulhava por completo em emoção extática, outras vezes, estava em consciên-
cia externa parcial e, outras vezes mais, em plena consciência externa.
«raibrst&tí a-asc&iíP-falasa I
â i K f H a i l B ®'Çi « ^ s l « j « ® n VERSO 6

jayãdvaitãcãrya krsna-caitanya-priyatama •gr*. (?"fa. ^ « í s f a (;Bç-^%rci ça l


jaya érivãsa-ãdi prabhura bhakta-gana f a t c a a sre- c i a 3 i » - 5 f%a? II * II
jaya—todas as glórias; advaita-ãcãrya—a Advaita Acãrya; krsna-caitanya—do Senhor
Caitanya Mahãprabhu; priya-tama—muito querido; jaya—todas as glórias; érivãsa- snãna, daréana, bhojana deha-svabhãve haya
ãdi—encabeçados por Srivãsa Thâkura; prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahã- kumãrera cãka yena satata phirãya
prabhu; bhakta-gana—aos devotos. snãna—banho; darsana—visita ao templo; bhojana—almoço; deha-svabhãve—pe\a
natureza do corpo; haya—são; kumãrera cãka—a roda do oleiro; yena—como; satata—
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Advaita Acãrya, que é muito querido do Senhor sempre; phirãya—gira.
Caitanya! E todas as glórias aos devotos do Senhor, encabeçados por Srivãsa
Thâkura! T R A D U Ç Ã O — N a realidade, Srí Caitanya Mahãprabhu estava sempre imerso em
emoção extática, porém, assim como a roda de um oleiro gira sem que o oleiro
VERSO 4 precise tocar nela, as atividades físicas do Senhor, tais como banhar-Se, ir ao
templo para ver o Senhor Jagannãtha e almoçar, ocorriam de maneira automática.
•iiçsrs srs?t«if a r f à - f a a c i i
« i l ^ f f% a t f ç a s a r e t i t c i c t II 8 II VERSO 7

ei-mata mahãprabhu rãtri-divase i a f fca <FC?a < 2 i f «srstatsi e i « t a i


ãtma-sphürti nãhi krsim-bhãvãveée
«ftaici c*ta ac5faa**a « i u
ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; rãtri-divase—
noite e dia; ãtma-sphürti nãhi—esquecia-Se de Si mesmo; krsna-bhãva-ãveée—estando eka-dina karena prabhu jagannãtha daraéana
imerso no amor extático por Krsna. jagannãthe dekhe sãksãt vrajendra-nandana
éri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 15 Verso 12 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 207
206

eka-dina—certo dia; karena—faz; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; jagannãtha—o VERSO 10


Senhor Jagannãtha; daraéana—visitando; jagannãthe—o Senhor Jagannãtha; dekhe—
C*ia*lc»l §>ícaa " S t ê i c ã l t i f ã ^ I
Ele vê; sãksãt—pessoalmente; vrajendra-nandana—o filho de Mahãrãja Nanda.
W i N l i s t a t ç t a í c a «WPI «ufcei II II
T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, enquanto Sri Caitanya Mahãprabhu olhava para o Senhor
Jagannãtha no templo, o Senhor Jagannãtha parecia ser o próprio Sri Krsna, o hena-kãle iéwrera upala-bhoga sarila
filho de Nanda Mahãrãja. bhakta-gana mahãprabhure ghare lahã ãila
VERSO 8 hena-kãle— nessa altura; isvarera—do Senhor Jagannãtha; upala-bhoga—a cerimônia
de upala-bhoga; sarila—estava encerrada; bhakta-gana—os devotos; mahãprabhure—Sri
Caitanya Mahãprabhu; ghare—pata casa; lahã ãila—levaram.
iflasatca "^ca «í«a I
ia*$c«i TO *tca»faa «lía-ía II IR- II TRADUÇÃO—Foi então q u e concluiu-se a cerimônia de upala-bhoga do Senhor
eka-bãre sphure prabhura krsnera pahca-guna Jagannãtha, e os devotos que acompanharam o Senhor Caitanya ao templo
trouxeram-nO de volta para casa.
pahca-gune kare pahcendriya ãkarsana
eka-bãre—de uma vez; sphure— manifestam-se; prabhura—de Sri Caitanya Mahã-
prabhu; krsnera—do Senhor Krçna; pahca-guna—cinco atributos; pahca-gune—cinco VERSO 11
atributos; kare—fazem; pahca-indriya—dos cinco sentidos; ãkarsana—atração.
w t j a n t i % - ia* s l w i 1 * 1 1
TRADUÇÃO—Ao perceber que o Senhor Jagannãtha era o próprio Krçna, os cinco f u r t i as c a i s f ç i a a-c4c« afaal n ü n
sentidos de Sri Caitanya Mahãprabhu, absortos de imediato, sentiram-se atraídos
pelos cinco atributos do Senhor Krsna. svarüpa, rãmãnanda,—ei dui-jana lahã
vilãpa karena duhhàra kanthete dharíi/ã
SIGNIFICADO—A beleza do Senhor Krçna atraiu os olhos do Senhor Caitanya svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; rãmãnanda—Rãmãnanda Rãya; ei dui-
Mahãprabhu. A música de Krsna e a vibração de Sua flauta atraíram os ouvidos jana—essas duas personalidades; lahã—com; vilãpa karena—lamenta-Se; duhhàra—
do Senhor, a fragráncia transcendental dos pés de lótus de Krçna atraiu as Suas de ambos; kanthete—os pescoços; dhariyã—-envolvendo.
narinas, a doçura transcendental de Krsna atraiu Sua língua e o contato do corpo
de Krçna atraiu a sensação tátil do Senhor. Dessa maneira, cada um dos cinco T R A D U Ç Ã O — N a q u e l a noite, Svarüpa Dâmodara Gosvãmí e Rãmãnanda Rãya fi-
sentidos de Sri Caitanya Mahãprabhu ficou atraído a um dos cinco atributos do zeram companhia a Srí Caitanya Mahãprabhu. Mantendo Suas mãos ao redor
Senhor Krçna. de seus pescoços, o Senhor passou a lamentar-Se.
VERSO 9
VERSO 12
4 < F I I *t«jjf>r.5p «t*ç«i FCFCH I a > c u a í a c a i c t t í t a l a <8e,asfè<s 1 1 1
fefütferfsi «tça 11 tei «cnatci II » II f a * t i a t c a TO » t * t i ?«.as&l-asta«i 11 i$. 11
eka-mana pahca-dike pahca-guna (ãne krsnera viyoge rãdhãra utkanthita mana
tãnãtãni prabhura mana haila ageyãne viéãkhâre kahe ãpana utkanthã-kãrana
eka-mana—uma mente; pahca-dike—em cinco direções; pahca-guna—os cinco atri- krsnera—do Senhor Krsna; viyoge—com saudades; rãdhãra—de Srímatí Rãdhã-
rãní; utkanthita—muito agitada; mana—mente; viéãkhâre—a Visãkhã; kahe—falou;
butos; (ãne—atraíram; tãnãtãni—por um cabo de guerra; prabhura—de Srí Caitanya
ãpana—própria; utkanthã-kãrana—a causa da grande ansiedade e inquietude.
Mahãprabhu; mana—a mente; haila—ficou; ageyãne— inconsciente.

T R A D U Ç Ã O — A s s i m como no folguedo chamado cabo de guerra, a mente única TRADUÇÃO—Ao ficar muito agitada devido a sentir tanta saudade de Krsna, Sri-
do Senhor Caitanya sentia-se atraída em cinco direções pelos cinco atributos mati Rãdhãrãní falou um verso a Visãkhã, explicando a causa de Sua grande
transcendentais de Krsna. Dessa maneira, o Senhor ficou inconsciente. ansiedade e inquietude.
208 SVi Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 15 Verso 16 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 209

VERSO 13 SIGNIFICADO—Este verso é do Govinda-lilãmrta (8.3).

C i ! GSttas 11%' « H i t a TO a a s t i I VERSO 15


estica* a ««f ^aia sf$lta a* fàa1 fãiti n^u
1
^^3-5,^-«i^.«v(«f, caWj-^iaa-aa,
sei s'lofcfl /'na /' ãpane kare manastãpa
slokera artha sunãya duhhãre kariyã vilãpa aia a i ^ aiara i
sei éloka—esse verso; padi'—recitando; ãpane—pessoalmente; kare—faz; manah- cafà' ciice ia»5F=i, •£'<• «I-Ü - cata a*,
/ãpa—ardência da mente; slokera—do verso; artha— significado; íunãya—faz com
que ouçam; ãunhate—ambos; kari t/ã vilãpa—lamentando-Se.
r>iV i«p «tipíaca- iia n i<? II
krsna-rüpa-sabda-sparsa, saurabhya-adhara-rasa,
T R A D U Ç Ã O — R e c i t a n d o esse verso, Sri Caitanya Mahãprabhu expressou Suas yãra mãdhunja kahana nã yãya
emoções ardentes. Então, lamentando-Se muito, explicou o verso a Svarüpa dekhi' lobhe pahca-jana, eka asva—mora mana,
Dâmodara e Rãmãnanda Rãya. cadi' pahca pãhca-dike dhãya
krsna—do Senhor Krsna; rüpa—beleza; éabda—som; sparsa—toque; saurabhya—
VERSO 14 fragrância; adhara—dos lábios; rasa—sabor; yãra—cuja; m&dhurya—doçura; kaha-
na—descrevendo; nã yãya—não é possível; dekhi'—vendo; lobhe—com cobiça;
pahca-jana—cinco homens; eka—um; asva—cavalo; mora—Minha; mana—mente;
^íwfa-asrôiiiuasa: c^iiíli^rw*: i cadi'—cavalgando em; pahca—todos os cinco; pãhca-dike—em cinco direções; dhãya—
correm.
!
S I W K I S ^ * : i s # s ? W *ir.!pfgsi nifaoui>8ii
TRADUÇÃO—"A beleza do Senhor Sri Krsna, o som de Suas palavras e a vibração
saundaryãmrta-sindhu-bhahga-lalanã-cittãdri-samplãvakah de Sua flauta, Seu toque, Sua fragrância e o sabor de Seus lábios são saturados
karnãnandi-sanarma-ramya-vacanah kotindu-sitãhgakah de uma doçura indescritível. Q u a n d o todas essas características atraem de uma
saurabhyãmrta-samplavãvrta-jagat piyüsa-ramyãdharah só vez os Meus cinco sentidos, todos os Meus sentidos cavalgam juntos no ca-
sri-gopendra-sutah sa karsati balãt pahcendriyãny ãli me valo único da Minha mente, mas desejam ir em cinco direções diferentes."
saundarya—Sua beleza; amrta-sindhu—do oceano de néctar; bhahga—pelas ondas;
lalanã—de mulheres; citta—os corações; adri—colinas; saihplãvakah—inundandoj VERSO 16
karna—através dos ouvidos; ãnandi—dando prazer; Sanattna—alegre; ramya—belo;
vacanah—Cuja voz; koti-indu—do que dez milhões de luas; sTía—mais refrescante; ifa ss, «a caia sscaa a»ta*i i
ahgakah—cujo corpo; saurabhya—Sua fragrância; ampla—de néctar; samplava—pela
inundação; ãvrta—submerso; jagat—o universo inteiro; pít/üsa—néctar; ramya— caia ícaífàata, asl-ilfc a ^ m
belos; adharah— Cujos lábios; éri-gopa-indra—de Nanda Mahãrãja; sutah—o filho; aca TO,-sa' laaa 11 s«> 11 #«
sa/i—Ele; karsati—atrai; balãt—à força; panca-indriyãni—os cinco sentidos; ã/i—ó
querida amiga; me—Minha. sakhi he, suna mora duhkhera kãrana
mora pahcendriya-gana, mahã-lampata dasyu-gana,
sabe kahe,—hara' para-dhana
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " ' E m b o r a os corações das gopis sakhi— Minha querida amiga; he—ó; suna—por favor, ouve; mora—Minha; duh-
sejam como colinas imponentes, as ondas do oceano nectáreo da beleza de Krsna khera kãrana—a causa da tristeza; mora—Meus; pahca-indriya-gana—cinco sentidos
inundam-nos. Sua doce voz penetra-lhes os ouvidos e lhes traz bem-aventurança de percepção; mahã— muito; lampata—extravagantes; dasyu-gana—canalhas; sabe
transcendental. O contato de Seu corpo é mais refrescante do que o somatório kahe— todos eles dizem; hara'—saqueia; para-dhana—a propriedade alheia.
de milhões e milhões de luas, e o néctar da fragrância de Seu corpo submerge
o mundo inteiro. Ó Minha querida amiga, esse Krsna, filho de Nanda Mahãrãja TRADUÇÃO—"O Minha querida amiga, por favor, ouve enquanto te revelo a
e cujos lábios são tal qual o néctar, atrai à força os Meus cinco s e n t i d o s . ' " causa da Minha miséria. Na verdade, Meus cinco sentidos não passam de
210 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 20 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 211

canalhas extravagantes. Eles sabem muito bem que Krsna é a Suprema Personali- T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, se disseres: 'Simplesmente tenta controlar
dade de Deus, mas, mesmo assim, desejam saquear a propriedade de Krsna." Teus sentidos', que direi? Não posso ficar zangada com Meus sentidos. Será
culpa deles? A beleza, o som, o toque, a fragrância e o sabor de Krsna são, por
VERSO 17 natureza, extremamente atrativos. Esses cinco aspectos atraem Meus sentidos,
e cada um deseja arrastar Minha mente para uma direção diferente. Dessa manei-
«a* wca, «Tn> *?h> fàcas i>íci, ra, a vida da Minha mente sofre sério risco, exatamente como um cavalo que,
iflf sw £1=1^ fitCf ata ? de uma só vez, segue cinco direções. Portanto, também corro risco de v i d a . "

4f f t c i íca fetci, c t i catara tatca, VERSO 19


gsa i ç « 11 ata II Í S II
efa) asva eka-ksane, pãhca pãhca dike tãne, asajaittsisFíif, «teta «asr-faij,
eka mana kon dike yãya? lua*fã*f «Fie gara i
eka-kãle sabe tãne, gela ghodãra parãne,
fàsTitc* a« »iat, «ta f&s-SwfMfà,
ei duhkha sahana nã yãya
eka—um; asva—cavalo; eka-ksane—a um só tempo; pãhca—cinco homens; pãhca « 1 5 1 § i ( 5 «iret «ft' ira n >s n
dike—em cinco direções; tãne—puxam; eka—uma; mana—mente; kon dike—em qual
direção; yãya—irás; eka-kãle—de uma só vez; sabe—todos; fãne—puxam; gela—ir-se-á; krsna-rupãmrta-sindhu, tãhãra tarahga-bindu,
ghodãra—do cavalo; parãne—vida; ei—essa; duhkha—tristeza; sahana—tolerai; nã eka-bindu jagat dubãya
yãya—não é possível. trijagate yata nãri, tara citta-ueca-giri,
tãhã dubãi ãge uthi' dhãya
T R A D U Ç Ã O — " M i n h a mente é assim como um cavalo único, montado pelos cinco krsna-rüpa—da beleza transcendental de Krsna; amrta-sindhu—o oceano de néctar;
tãhãra—disso; tarahga-bindu—uma gota de uma onda; eka-bindu—uma gota; jagat—o
sentidos de percepção, encabeçados pela visão. Cada sentido deseja montar nesse
mundo inteiro; dubãya—pode inundar; tri-jagate— nos três mundos; yata nãri— todas
cavalo, e assim, a um só tempo, eles puxam Minha mente em cinco direções.
as mulheres; tara citta—sua consciência; ucca-giri—colinas altas; tãhã—isso; dubãi—
Para qual direção ela irá? Se todos eles puxam de uma só vez, com certeza o
afogando; ã^e—para a frente; uthi'—levantando-se; dhãya—corre.
cavalo perderá sua vida. Como posso tolerar essa atrocidade?"

VERSO 18 TRADUÇÃO—"A consciência de cada mulher dentro dos três mundos é, decerto,
como uma colina elevada, porém, a doçura da beleza de Krsna é como um oceano.
I f a c a ii a«fã cara, 5*sl-iafa anti cata, Mesmo uma gota dágua desse oceano pode inundar o m u n d o inteiro e submergir
5
^uaíltfàa i ? 1 «ri *aa i todas as altas colinas da consciência."

apttfà ^rs •fitB fetc», c*W careta tatca, VERSO 20


cifa c«c5 n ac? «Pta» 11 ÍV- n
indriye nã kari rosa, ihhã-sabãra kãhãh dosa, f c n a açi-irçft, ir»l-ai-iáatft,
krsna-rüpãdira mahã ãkarsana «ia «ia fa asa» »1 ata i
rüpãdi pãhca pãhce tãne, gela ghodãra parãne,
mora dehe nã rahe jivana •sfstcia ítala asfca, irçftecá alfa' ètci,
indriye—com os sentidos; nã—não; kari rosa—posso ficar zangada; ihhã-sabãra—de fefifiííf» fteaa «ira ata n & 11
todos eles; kãhãh—onde; dosa—culpa; krsna-rüpa-ãdira—a beleza, o som, o toque,
a fragrância e o sabor do Senhor Krsna; mahã—intensa; ãkarsana—atração; rüpa- krsnera vacana-mãdhuri, nãnã-rasa-narma-dhãri,
ãdi—a beleza e assim por diante; pãhca—cinco; pãhce—os cinco sentidos; tãne— tara anyãya kathana nã yãya
arrastam; gela—está indo embora; ghodãra—do cavalo; parãne—vida; mora—Meu; jagatera nãrira kãne, inãdhuri-gune bãndhi' tãne,
dehe—no corpo; nã—não; rahe—permanece; jivana—vida. tãnãtãni kãnera prãna yãya
212 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 15 Verso 24 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 213

krsnera—do Senhor Krsna; vacana-mãdhuri—a doçura da fala; nãnã—diversas; rasa- krsnãhga—saurabhya-bhara, mrga-mada-mada-hara,
narma-dhâri— repleta de palavras divertidas; tara—disso; anyãya—atrocidades; nilotpalera hare gatva-dhana
kathana—descrição; nã yãya—não se p o d e fazer; jagatera—do mundo; nãrira—de jagat-nãrira nãsã, tara bhitara pãte vãsã,
mulheres; kãne—no ouvido; mãdhuri-gune—aos atributos de doçura; bãndhi'—atan- nãri-gane kare ãkarsana
do; tãne—puxa; tãnãtãni—cabo de guerra; kãnera—do ouvido; prãna yãya—a vida kr$na-ahga—o corpo de Krçna; saurabhya-bhara—repleto de fragrância; mrga-
esvai-se. mada—de almíscar; mada-hara—poder embriagante; nilotpalera—da flor de lótus
azulada; hare—afasta; garva-dhana—o orgulho do tesouro; jagat-nãrira—das mu-
TRADUÇÃO—"A doçura das palavras divertidas de Krsna danifica indescritivel- lheres no mundo; nãsã—narinas; íãra bhitara—dentro delas; pãte vãsã—constrói uma
mente os corações de todas as mulheres. Suas palavras atam o ouvido de uma residência; nãri-gane—mulheres; kare ãkarsana—atrai.
mulher a suas (das palavras) qualidades doces. Assim, brinca-se de cabo de
guerra, e a vida do ouvido esvai-se." TRADUÇÃO—"O aroma do corpo de Krçna é mais eniouquecedor do que b aroma
do almíscar, e supera a fragrância da flor de lótus azulada. Ele penetra as narinas
VERSO 21 de todas as mulheres do mundo e, aninhando-se ali, exerce sobre elas uma grande
atração."
ça»--w«p g ^ t i ê r , fã. j p f è s i i t a api, VERSO 23
6Í> fa f s r c i ca* ' ( t l ^ - s n i i
ascaaa w a t i s , « t c « as*íá w f a r e ,
i c » t e i í t a l a *pfc « w «uasfãc« a » ,
's-itfça' ?ca i f f l a i i i
« H f f o l 1t#W 1-1*1 II *i II
ersta c i t « , il t i l c i ici c**í«,
krsnãhga susitala, ki kahimu tara bala, as?iraTTc«ta i f i a i i * * e n
chatãya jine kofíndu-candana
saéaila nãrira vaksa, tãhã ãkarsite daksa, krsnera adharãmrta, tãte karpüra manda-smita,
ãkarsaye nãri-gana-mana sva-mãdhun/e hare nãrira mana
kr$na-ahga—o corpo de Krçna; su-sitala—muito refrescante; ki kahimu—que direi; anyatra chãdãya lobha, nã pãile mane ksobha,
tara—disso; bala—a força; chatãya— mediante os raios; jine—suplanta; koti-indu— vraja-nãrí-ganera müla-dhana
milhões e milhões de luas; candana—polpa de sândalo; sa-éaila—como colinas krsnera—do Senhor Krçna; adhara-amrta—a doçura dos lábios; tãte—«orn isso;
elevadas; nãrira—de uma mulher; vaksa—seios; tãhã—isso; ãkarsite—em atrair; karpüra—cânfora; manda-smita—sorriso gentil; sva-mãdhurye—com Sua doçura;
daksa— muito hábil; ãkarsaye—atrai; nãri-gana-mana—as mentes de todas as mulheres. hare—atrai; nãrira mana—as mentes de todas as mulheres; anyatra—em qualquer
outra parte; chãdãya—destrói; lobha—cobiça; nã pãile—sem obter; mane— na mente;
TRADUÇÃO—"O corpo transcendental de Krçna é tão refrescante que a ele não ksobha—muita agitação; vraja-nãri-ganera—de todas as gopis de Vrndãvana; müla-
se compara sequer a polpa de sândalo ou milhões e milhões de luas, e, com muita dhana—riqueza.
destreza, atrai os seios de todas as mulheres, os quais lembram colinas altas.
Na verdade, o corpo transcendental de Krsna atrai as mentes de todas as mulheres TRADUÇÃO—"Ao combinarem-se com a cânfora de Seu sorriso gentil, os lábios
dentro dos três m u n d o s . " de Krçna são tão doces que atraem as mentes de todas as mulheres, forçando-as
a abandonarem todas as outras atrações. Se a doçura do sorriso de Krsna torna-se
inacessível, advirão muitas dificuldades mentais e lamentação. Essa doçura é
VERSO 22 a única riqueza com que as gopis de Vmdãvana contam."

VERSO 24
* t t C 1 f « . 1 C i a 5Ca I <a<s asfV c f t a ç f a , g ç w i t a as& i f a ' ,
srMe,-itata i t i l , « t a p s « a f i r a a d l , ascç,-'«i,^«i-anatai
i t f t ò w f ca 'Jatas^«i n n n
214 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 29 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 215

sei—aquelas; dui-jana—duas pessoas; prabhure—a Sri Caitanya Mahãprabhu;


« I t i TOl, « t t l a í « , aMÍI CMCI ?a> kare— fazem; ãévãsana—apaziguamento; svarüpa gãya—Svarüpa Dâmodara canta;
rãya— Rãmãnanda Rãya; kare—faz; sloka pathana—recitação de versos.
s e ? caiu « ç c a * * f t a ' « n

efal fcflfti" gaurahari, dui-janãra kantha dhari', T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara Gosvãmi cantava canções apropriadas, e Rãmã-
kahe, — 'éuna, svarüpa-rãmarãya nanda Rãya recitava versos adequados para animar a atitude extática do Senhor.
kãhãh karoh, kãhãh yãha, kãhãh gele krsna pãha, Só assim, foram capazes de apaziguá-lO.
duhhe more kaha se upãya'
eta kahi'—dizendo isso; gaurahari—Sri Caitanya Mahãprabhu; dui-janãra—das VERSO 27
duas pessoas; kantha dhari'—agarrando os pescoços; kahe—disse; suna—por favor,
ouvi; svarüpa-rãma-rãya—Svarüpa Dâmodara e Rãmãnanda Rãya; kãhãh karoh— <• « f i a s , fawtlfe, â l ? t 5 c M i f i « a i
que farei; kãhãh yãha—para onde irei; kãhãh gele— indo aonde; krsna pãha—posso I s i a c a t a s - ^ c * « « * asara « r a « u I U I H
obter Krsna; duhhe—os dois; more—a Mim; kaha—por favor, dizei; se upãya—tal
meio. karnãmrta, vidyãpati, éri-glta-govinda
ihãra éloka-gite prabhura karãya ãnanda
TRADUÇÃO—Após falar dessa maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu agarrou os pes- karnãmrta—o livro Krsna-karnãmrta; vidyãpati—o autor Vidvãpati; éri-gita-goiwda—
coços de Rãmãnanda Rãya e Svarüpa Dâmodara. Então, o Senhor disse: " M e u s o livro Sri Gita-govinda de Jayadeva Gosvãmi; ihãra—desses; éloka-gite—versos e
queridos amigos, por favor, ouvi-Me. Que farei? Para onde irei? Aonde posso canções; prabhura—para Sri Caitanya Mahãprabhu; karãya—criam; ãnanda—felici-
ir de modo a obter Krsna? Por favor, dizei-Me como posso encontrá-lO?" dade.

VERSO 25 TRADUÇÃO—O Senhor obtinha sabor especial ao ouvir o Krsna-karnãmrta de


Bilvamahgala Thâkura, a pqesia de Vidyãpati e o Sri Gita-govinda de Jayadeva
4 5 T 5 C^uUSlÇ a l f a faca-faCa I Gosvãmi. Sri Caitanya Mahãprabhu sentia muito prazer em Seu coração quando
Seus companheiros cantavam os versos desses livros.
f à i í ' 1 TOI w t - a t a t * i » a - > i c * < " 11

ei-mata gaura-prabhu prati dine-dine VERSO 28


vilãpa karena svarüpa-rãmãnanda-sane
ei-mata—dessa maneira, gaura-prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; prati dine-dine— 4asr>a a ç t a ^ a a j s - i t c a a i l c « i
dia após dia; vilãpa karena—lamenta-Se; smrüpa-rãmàuanda-sane—na companhia *3c«»ta S w i a « a i c w c a » v f r f à r c s « ^ »
de Svarüpa Dâmodara Gosvãmi e Rãmãnanda Rãya.
eka-dina mahãprabhu samudra-tire yãite
puspcra udyãna tathã dekhena ãcambite
T R A D U Ç Ã O — A b s o r t o nessa aflição transcendental, Srí Caitanya Mahãprabhu eka-dina—certo dia; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; samudra-tire—para
lamentava-Se dia após dia na companhia de Svarüpa Dâmodara Gosvãmi e Rãmã- a praia; yãite—quando ia; puspera udyãna—um jardim de flores; tathã—ali; dekhena—
nanda Rãya. vê; ãcambite—de repente.

VERSO 26 T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, enquanto Se dirigia para a praia, Srí Caitanya Mahã-


prabhu viu de repente um jardim de flores.
cal glsra affca « c a «itifaa i
VERSO 29
•*a»t -sita, a r a « c a atft t i a 11 n

sei dui-jana prabhure kare ãévãsana a/aiaa-aca « i t i Hf«W1 ar<<Pi i


svarüpa gãya, rãya kare sloka pathana c s t a t c i c t a,ci « i t i asa» « í c a f â a i u n
216 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 15 Verso 33 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 217

vrndãvana-bhrame tãhãh pasilã dhãhã VERSO 32


premãvese bule tãhãn krsna anvesiyã
pfsíTT-ffllTW^TflTIí-
vrndãvana-bhrame—tomando-o por Vrndãvana; tãhãh—ali; pasilã—entrou; dhãhã—
correndo; prema-ãveée—em amor extático por Krçna; bule—perambula; tãhãh—ali;
krsna—Senhor Krsna; anvesiyã—buscando por.

T R A D U Ç Ã O — O Senhor Caitanya confundiu esse jardim com Vrndãvana e apres-


sou-Se em entrar nele. Absorto em amor extático por Krsna, andou por todo o cüta-priyãla-panasãsana-kovidãra-
jardim, buscando por Ele. jambv-arka-bilva-bakulãmra-kadamba-nipãh
ye 'nye parãrtha-bhavakã yamunopakülãh
VERSO 30 samsantu krsna-padavim rahiíãtmanãm nah
cüta—ó árvore cüta (uma espécie de mangueira); priyãla—ó árvore priyãla; paiwsa—
<
atpi -arai s\-s»\ «i«<í ii ii i ó jaqueira; ãsana—ó árvore ãsana; kovidãra—ó árvore kovidãra; jambu—ó árvore jambu;
irt-sll GfflS StíSP C Í f # í l l II ®* li arka—ó árvore arka; bilva—ó marmeleiro; bakula—ó árvore bakula; ãmra—ó man-
gueira; kadamba—ó árvore kadamba; nipãh—ó árvore nípa; ye—que; anye—outros;
rase ratinã /anã fcrsrifl antardhãna kailã para-artha-bhavakãh—muito benéficas para outros; yamunã-upakülãh—òs margens
pãche sakhi-gana yaiche cãhi' bedãilã do Yamunã; samsantu—por favor, informai; krsna-padavim—para onde Krsna foi;
rase—na dança da rasa; rãdhã—Srímatí Rãdhãrãní; lanã—levando; krsna—o Senhor rahita-ãtmanãm—que perdemos nossas mentes; nah—a nós.
Krsna; antardhãna kailã—desapareceu; pãche—em seguida; sakhi-gana—todas as
gopis; yaiche—como; cãhi'—procurando; bedãilã—vagavam. T R A D U Ç Ã O — " [ A s gopis disseram:] ' Ó árvore cüta, árvores priyãla, panasa, ãsana
e kovidãra! O árvore jambu, ó árvore arka, ó marmeleiro, ó árvore bakula e man-
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s q u e , durante a dança d a rasa, Krsna desapareceu com gueira! Ó árvore kadamba, ó árvore nipa e todas as outras árvores que, visando
Rãdhãrãní, as gopis vaguearam pela floresta, procurando-O. Da mesma maneira, ao bem-estar dos outros, vivem às margens do Yamunã, por favor, contai-nos
Srí Caitanya Mahãprabhu perambulou por aquele jardim perto do mar. para onde Krsna foi. Perdemos nossas mentes e estamos quase m o r t a s . ' "

VERSO 31 VERSO 33

Çffe « t l t W f « t f «lf«-««F1«1 |
« t í f tf%' *tf%' 5tfV 1*11 ««11 I! II ^Tfaf r:«if«5tfçfcc^*f4rat5i*j;t>5: n ••>= ii

sei bhãvãvese prabhu prati-taru-latã teccif tulasi kalyãni


sloka padi' padi' cãhi' bule yathã tathã govinda-carana-priye
sei—esse; bhãva-ãvese—em êxtase; prabhu—o Senhor Caitanya Mahãprabhu; prati- saha tvãli-kulair bibhrad
taru-latã—a cada árvore e trepadeira; sloka padi' padi'—recitando versos; cãhi'—per- drstas te 'ti-priyo 'cyutah
guntando; bule—vagueia; yathã tathã—daqui para ali. kaccit—se; tulasi—ó planta de tulasi; kalyãni—auspiciosíssima; govinda-caratia—
aos pés de lótus de Govinda; priye—muito querida; saha ira—contigo; ali-kulaih—
T R A D U Ç Ã O — A b s o r t o na atitude de êxtase das gopis, Srí Caitanya Mahãprabhu abelhas; bibhrat—levando; drstah—foi visto; te—teu; ati-priyah—queridíssimo;
andava de um lugar para outro. Ele ficou perguntando sobre Krsna, e, com esse acyutah—Senhor Krsna.
fim, citou versos para todas as árvores e trepadeiras.
T R A D U Ç Ã O — ' " Ó auspiciosíssima planta de tulasi, és muito querida dos pés de
lótus de Govinda, que também te é muito querido. Será que viste Krsna cami-
S I G N I F I C A D O — S r i Caitanya Mahãprabhu citou na ocasião os três seguintes versos nhando por aqui, usando uma guirlanda de tuas folhas, rodeado por um enxame
do Srimad-Bhãgavatam (10.30.9,7,8). de a b e l h a s ? ' "
218 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 39 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 219

VERSO 34 T R A D U Ç Ã O — ' " P o r acaso não vistes Krsna vindo por esse caminho? Por favor,
dizei-nos que direção Ele seguiu para que assim possais salvar nossas v i d a s . " '

VERSO 37

mãiaty adaréi vah kaccin s ^ a n tr^si TO «i*in i


mallike jãti yüthike 11
4 5 l a - ^ a - ^ i f a , ? « > a u r a n n «a "
pritirh vo janayan yãtah
kara-sparéena mãdhavah uttara nã pãhã punah kare anumãna
mãlati—ó planta de flores mãlati; adaréi—foi visto; vah—por vós; kaccit—se; ei saba—purusa-jãti, krsnera sakhãra samãna
mallike—ó planta de flores mallikã; jãti—ó planta de flores jãti; yüthike—ó planta uttara—resposta; nã—não; pãhã—conseguindo; punah—novamente; kare—fazem;
de flores yüthikã; pritim—prazer; vah—vosso; janayan—criando; yãtah—passou por; anumãna—suposição; ei saba—todas essas; purusa-jãti—pertencentes a classe mas-
kara-sparéena—pelo toque de Sua mão; mãdhavah—árí Krsna. culina; krsnera—de Krsna; sakhãra samãna—no mesmo nível de amigas.

TRADUÇÃO—'"Ó plantas de flores mãlati, flores mallikã, jãti e flores yüthikã, T R A D U Ç Ã O — " V e n d o que as árvores não respondiam, as gopis ficaram matutan-
será que vistes Krsna passando por este caminho, tocando Suas mãos em vós do: 'Já que todas essas árvores pertencem à classe masculina, na certa todas elas
para vos dar p r a z e r ? ' " são amigas de K r s n a . ' "

VERSO 35 VERSO 38
«11*, f*ftHfi s r ç , Cftfa«t3 l 4 cf ci f fie? f c u a fcwa « f i t a ?
«IsrVrívi í c a , « * i a - « * i f ia 11 *>« n 4-ahwrfs *rel, « u r a i ã t « i f a n «v-11
ãmra, panasa, piyãla, jambu, kovidãra e kene kahibe krsnera uddeéa ãmãya?
tirtha-vãsi sabe, kara para-upakãra e—stri-jãti latã, ãmãra sakhi-prãya
ãmra—ó mangueira; panasa—ó jaqueira; piyãla—ó árvore piyãla; jambu—ó árvore e—essas; kene— por que; kahibe—dirão; krsnera—do Senhor Krsna; uddeéa—-dire-
jambu; kovidãra—ó árvore kovidãra; tirtha-vãsi— habitantes de um lugar sagrado; ção; ãmãya—a nós; c—essas; stri-jãti— pertencentes à classe de mulheres; /u/ã—tre-
sabe—todas; kara—por favor, fazei; para-upakãra—benefício alheio. padeiras; ãmãra—nossas; sakhi-prãya—como amigas.

TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: ' " 0 mangueira, ó jaqueira, T R A D U Ç Ã O — " ' P o r que as árvores iriam contar-nos para onde Krçna foi? Ao invés
ó árvore piyãla, ó árvore jambu e árvore kovidãra, todas vós residis em solo disso, vamos perguntar às trepadeiras; elas são fêmeas e, por isso, são como
sagrado. Sendo assim, por favor, agi em prol do bem-estar a l h e i o . " ' amigas para n ó s . " '

VERSO 36 VERSO 39

? * P catara ^51 «iiçpil, 115C=II t r a t i ? «ia«D f Í5ca,-*II43|C5 f cisa a«fw i


«casa «c«s«i asfV ffNí <í*hw II «* II <m « i ç i t f i ' *tcs <5?retfir-ic«i n •®a>»
krsna tomara ihãh ãilã, pãilã daraéana? avaéya kahibe,—pãhãche krsnera daréane
krsnera uddeéa kahi' rãkhaha jivana eta anumãni' puche tulasy-ãdi-gane
krsna—Senhor Krsna; tomara—vosso; ihãh—por aqui; ãilã—veio; pãilã daraéana— avaéya—decerto; kahibe—elas dirão; pãhãche—elas obtiveram; krsnera—do Senhor
será que vistes; krsnera—do Senhor Krçna; uddeéa—a direção; kahi'—ao dizerdes; Krçna; daréane—audiência; efa—isso; anumãni'—ponderando; puche— perguntam
rãkhaha jivana—por favor, salvai nossas vidas. a; tulasi-ãdi-gane—as plantas e trepadeiras, encabeçadas pela planta tulasi.
220 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-hla, 15 Verso 44 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 221

T R A D U Ç Ã O — " V e n d o q u e continuavam sem receber resposta alguma, as gopis


T R A D U Ç Ã O — " ' E l a s decerto contar-nos-ão para onde Krsna foi, pois viram-nO
pensaram: 'Todas essas plantas são criadas de Krsna, e, temerosas, elas nada
pessoalmente.' Ponderando dessa maneira, as gopis perguntaram às plantas e
nos falarão."'
trepadeiras, encabeçadas por tulasi."
VERSO 43
VERSO 40 «rfcit fflfow cwfV fwtafli *tt«<Pi i
"fflPlí i t i f e , i f a , aitlfà, *tfa* I <st* « j i c*fV *tcs« fatfa «fãal n 8* 11
CSPm Í S f í l « a » « l 1*911 e s t i l a * l f % C « ? 8 " II ãge mrgi-gana dekhi' krsnãhga-gandha pãhã
"tulasi, mãlati, yüthi, mãdhavi, mallike tara mukha dekhi' puchena nirnaya kariyã
tomara priya krsna ãilã tomara antike? ãge—em frente; mrgi-gana—as corças; dekhi'—ao verem; krsna-ahga-gandha—o
tulasi—ó tulasi; mãlati—ó mãlati; yüthi—ó yüthi; mãdhavi—ó mãdhavi; mallike—ó aroma do corpo de Krçna; pãhã—obtendo; tara mukha—seus rostos; dekhi'—vende;
mallikã; tomara—vosso; priya—querküssimo; kr$tia—Senhor Krsna; SM—vão; tomara puchena—perguntam; nirnaya kariyã—assegurando-se.
antike—perto de vós.
T R A D U Ç Ã O — " E n t ã o , as gopis surpreenderam u m grupo de corças. Sentindo o
TRADUÇÃO—"'0 tulasi! Ó mãlati! O yüthi, mãdhavi e mallikã! Krçna vos é aroma do corpo de Krsna e vendo os rostos das corças, as gopis, querendo saber
muito querido. Por isso, Ele deve ter-Se aproximado de v ó s . " ' se Krsna estava ali por perto, começaram a lhes fazer p e r g u n t a s . "

VERSO 41 VERSO 44

« J i - i i - ç « «tWr* a a r a i i i i i
«r.«*ítr.ní«f « t V í c a s í * l * i a t « l u " 8> 11 w{ ^ * I T * afà çfiíT^afi^si as i
tumi-saba—hao ãmãra sakhira samãna
krsnoddesa kahi' sabe rãkhaha parãna"
tumi-saba—todas vós; hao—sois; ãmãra—nossas; sakhira—queridas amigas; sa-
mãna—iguais a; krsna-uddesa—a direção pela qual Krçna seguiu; tam'—falando; apy ena-patny upagatah priyayeha gãtrais
sabe—todas vós; rãkhaha parãna—salvai nossas vidas. tanvan drsãm sakhi sunirvrtim acyuto vah
kãntãhga-sahga-kuca-kuhkuma-rahjitãyãh
kunda-srajah kula-pater iha vãti gandhah
T R A D U Ç Ã O — ' " T o d a s vós sois exatamente como nossas queridas amigas. Por
api—se; ena-patni—ó corça; upagatah—veio; priyayã—juntamente com Sua muito
favor, contai-nos que caminho Krsna seguiu e salvai nossas v i d a s . " '
querida companheira; iha—aqui; gãtraih—pelos membros do corpo; tanvan—au-
mentando; drsãm—dos olhos; sakhi—ó minha querida amiga; su-nirvrtim—felici-
dade; acyutah—Krçna; vah—de todas vós; kãnta-ahga—com o corpo da amada;
VERSO 42 sahga—com a associação; kuca-kuhkuma—com o pó de kuhkuma dos seios; rahji-
tãyãh—tingiu; kunda-srajah—da guirlanda de flores kunda; kula-pateh—de Krçna;
iha—aqui; vãti—paira; gandhah—a fragrância.
' • 4 * - « W fJ?t, « C Í Sfl TO « I t l t W II 8* II

uttara nã pãhã punah bhãvena antare TRADUÇÃO—"'Ó esposa do veado, o Senhor Krçna estava abraçando Sua amada,
'eha—krsna-dãsi, bhaye nã kahe ãmãre' e assim o pó de kuhkuma dos seios dEla cobriu Sua guirlanda de flores kunda.
uttara—resposta; nã—não; pãhã— obtendo; punah—novamente; bhãvetia—pensam; A fragrância dessa guirlanda está pairando por aqui. O minhas queridas amigas,
antare— mentalmente; eha—essas; krsna-dãsi— criadas de Krçna; bhaye—temerosas; vistes Krsna passando por esse caminho com Sua muito querida companheira,
nã kahe— não falam; ãmãre—para nós. aumentando o prazer dos olhos de todas v ó s ? " '
222 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 50 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 223

SIGNIFICADO—Este verso é citado do Srimad-Bhãgavatam ( 1 0 . 3 0 . 1 1 ) . T R A D U Ç Ã O — ' " K r s n a abraçava Srímatí Rãdhãrãní, e o pó de k u h k u m a dos seios
dEla misturou-se com a guirlanda de flores kunda que decorava o corpo dEle.
VERSO 45 O aroma da guirlanda perfumou a atmosfera i n t e i r a . " '
awi-i* S i * a» I I « I I i
«<jsç, $pst,
VERSO 48
<
cstim si f«tt: » «ifl»!! ? ali** « u m II 8« II
?u It1 çffè' cwi» sctl-fiifMil i
"kaha, mrgi, rãdhã-saha sri-krsna sarvathã
fisii Ss? fàci -ai—ai « c a «ífJí*n 11" 11
tomãya sukha dite ãilã? nãhika anyathã
kaha—por favor, dize; mrgi—ó corça; rãdhã-saha—com Srimati Rãdhãrãní; sri- ATSÍW H W I chãdi' gelã, ihoh—virahini
krsna—o Senhor Sri Krçna; sarvathã—sob todos os aspectos; tomãya—a ti; sukha kibã uttara dibe ei—nã sune kãhini"
dite—para dar prazer; ãilã—veio; nãhika anyathã—isto é certo. krsiia—o Senhor Krçna; ihãh—aqui; chãdi' gelã—deixou; ihoh—as corças; virahini—
sentindo saudades; kibã—que; uttara—resposta; dibe—darão; ei—essas; nã sune—não
T R A D U Ç Ã O — ' " Õ querida corça, Sri Krçna fica sempre muito satisfeito em te dar ouvem; kãhini— nossas palavras.
prazer. Por favor, informa-nos se Ele passou por esse caminho na companhia
de Srimati Rãdhãrãní. Achamos que, com certeza, Eles vieram por esse caminho.'" T R A D U Ç Ã O — ' " O Senhor Krçna deixou esse lugar, e por isso as corças sentem
saudades. Elas não ouvem nossas palavras; portanto, como podem responder-
nos?'"
VERSO 46
VERSO 49
i w - f i f a i f t « n m , if% nft&m i
c « « srtfà « t i C 1 C 5 « W - M * II 8* II «ÍCM Ü V W c » c i <3jH*»wdi i
"tW a i * i f % a t c s <JfàiV5*tca n 8 » 11
rãdhã-priya-sakhi ãinarã, nahi bahirahga
dura haite jãni tara yaiche ahga-gandha ãge vrksa-gana dekhe puspa-phala-bhare
rãdhã—de Srimati Rãdhãrãní; priya-sakhi—amigas diletíssimas; ãmarã—nós; MAMI sãkhã saba padiyãche prthivi-upare
bahirahga—não somos estranhas; diira haite—a distância; /««/—conhecemos; t a r a - ãge—adiante; vrksa-gana—as árvores; dekhe—vêem; puspa-phala-bhare—devido à
do Senhor Krçna; yaiche—como; ahga-gandha—aroma do corpo. sobrecarga de flores e frutas; sãkhã saba—todos os galhos; padiyãche—curvaram-se;
prthivi-upare— até o chão.
T R A D U Ç Ã O — ' " N ã o somos estranhas. Por sermos amigas diletíssimas de Srímatí
Rãdhãrãní, podemos perceber a distância o aroma do corpo de K r s n a . ' " T R A D U Ç Ã O — " E n t ã o , as gopis depararam com muitas árvores tão carregadas de
frutas e flores que seus galhos curvavam-se até o c h ã o . "

VERSO 47 VERSO 50

«C13 C*fV 4 * 1 1 « c a a J W W t l I
«a3-^«B3itíTl-tOT irq. - ' g i i f i s 11 si n aju^tia *tcç « t c a isfwl íaaía n < t » «
rãdhã-ahga-sahge kuca-kuhkuma-bhüsita krsne dekhi' ei saba karena namaskãra
krsna-kunda-mãlã-gandhe vãi/u—siwãsita krsna-gamana puche tare kariyã nirdhãra
rãdhã-ahga—o corpo de Srimati Rãdhãrãní; sahge—abraçando; kuca-kuhkuma—com krsne dekhi'—vendo Krçna; «—essas; saba—todas; karena namaskãra—oferecem
o kuhkuma dos seios; bhüsita—decorou; krsna—do Senhor Krçna; kunda-mãlã—da respeitosas reverências; krsna-gamana—a passagem de Krçna; puche— perguntam;
guirlanda de flores kunda; gandhe—pe\a fragrância; vãyu—o ar; su-iwsita—aromático. tare—a elas; kariyã nirdhãra—certificando-se.
224 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 55 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 225

TRADUÇÃO—"As gopis acharam que, como deviam ter visto Krsna passar por TRADUÇÃO—" 'Para impedir as abelhas de pousarem no rosto de Sua amada, Ele,
ali, todas as árvores estavam oferecendo-Lhe respeitosas reverências. Para cer- com a flor de lótus em Sua mão, afastava-as para longe, e assim Sua mente
tificarem-se, as gopis perguntaram às árvores." distraía-se um p o u q u i n h o . ' "

VERSO 51 VERSO 53

csrrra ««trci ciratcç» w r f a ?


f>3l srff* *r.*w, «5 apasíit*! II n
«wTWfsi 55 vsw aim tomara pranãme ki kairãchena avadhãna?
f^iífBswfs s ^ a i s T ^ c í i l b ? : i «> i kibã nãhi karena, kaha vacana-pramãna
tomara—vossas; pranãme—às reverências; ki—se; kairãchena—deu; avadhãna—
bõhum priyãrhsa upadhãya grhita-padmo atenção; kibã—ou; nãhi karena—não fez assim; kaha—por favor, falai; vacana—
rãmãnujas tulasikãli-kulair madãndhaih palavras; pramãna—evidência.
anviyamãna iha vas tarava!/ pranãmarh
kihwãbhinandati caran pranayãvalokaih TRADUÇÃO—" 'Ele prestou ou não prestou atenção enquanto Lhe oferecíeis reve-
bãhum—braço; priyã-aihse—no ombro de Sua amada; upadhãya—colocando; rências? Por favor, dai evidências que apoiem vossas p a l a v r a s . " '
grhita—pegando; padmah—uma flor de lótus; rãma-anujah—o irmão mais novo do
Senhor Balarãma (Krsna); tulasikã—devido à guirlanda de flores de tulasi; ali- VERSO 54
kulaih—pe\as abelhas; mada-andhaih—cegas pelo aroma; anviyamãnah—sendo
seguido; iha—aqui; Vah—vossas) taravah—ó árvores; pranãmam—as reverências; f c * * fàwtcM 4* 0m ssfas i
kirhvã—se; abhinandati—dá boas-vindas; caran—enquanto passa; pranaya-avalokaih—
foal fofa fwr.3 ? 5513 srfft* ifae, II" «8 li
com olhares de amor.
kr$nera viyoge ei sevaka duhkhita
TRADUÇÃO—'"Ó árvores, por favor, contai-nos se Krsna, o irmão mais novo de kibã uttara dibe? ihãra nãhika samvit"
Balarãma, recebeu vossas reverências lançando olhares amorosos à medida que krsnera viyoge—com saudades de Krsna; ei—essas; sevaka—servas; duhkhita—
passava por esse caminho, apoiando uma das mãos no ombro de Srimati Rãdhã- muito tristes; kibã—que; uttara—resposta; dibe—elas darão; ihãra—dessas; nãhika—
rãní, segurando uma flor de lótus na outra e sendo seguido por um enxame de não há; samvit—consciência.
abelhas enlouquecidas com o aroma das folhas de t u l a s i . ' "
TRADUÇÃO—" 'A saudade de Krsna fez essas servas muito tristes. Tendo perdido
SIGNIFICADO—Este verso é citado do Srimad-Bhãgavatam (10.30.12). a consciência, como podem responder-nos?"'

VERSO 52 VERSO 55

fàttrHst'1 f i *tr.<9, «1*1 fàitfàcs i 4® af»Y wtr.f RH açtts fOT l


•Tlitln ç w f c c s ç**i «wfÍH.1 II II OTCt," <5t5l 53 «WWS «Cl II 0<t II

priyã-mukhe bhrhga pade, tãhã nivãrite eía bali' ãge cale yamunãra kãle
lílã-padma cãlãite haila anya-citte dekhe,—tãhãh krsna haya kadambera tale
priyã-mukhe—sobre o rosto de Sua amada; bhrhga—as abelhas; pade—caem; tãhã— eta bali'—dizendo isso; ãge cale—seguem em frente; yamunãra küle—na orla perto
isso; nivãrite— para impedir; lilã—os passatempos; padrna—a flor de lótus; cãlãite— do Yamunã; dekhe— elas vêem; tãhãh—ali; krsna—o Senhor Krçna; haya—está pre-
fazendo mover-se; haila—era; anya-citte—com a mente distraída. sente; kadambera tale—debaixo de uma árvore kadamba.
226 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 61 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 227

T R A D U Ç Ã O — " D i z e n d o isso, as gopis caminharam pela orla perto do rio Yamunã. T R A D U Ç Ã O — A s s i m como das outras vezes, eles perceberam todos os transcenden-
Ali, viram o Senhor Krsna debaixo de uma árvore k a d a m b a . " tais sintomas de amor extático manifestos no corpo de árí Caitanya Mahãprabhu.
Embora externamente Ele parecesse estar confuso, no íntimo Ele saboreava bem-
VERSO 56 aventurança transcendental.
VERSO 59
casTfèaaiacatça «rasrtaaa i
«i*tta cftitcí çca ar*tc3ra-*r*f II <fh n «2<íie, í c a fàfèT « í T r f f T l CIFSI l
5
« f i a i ctàfàça a $ | TOA a«f» 11 cs 11
koti-manmatha-mohana murali-vadana
apara saundarye hare jagan-netra-mana pürvavat sabe mili' karãila cetana
koti—dez milhões; manmatha—Cupidos; mohana—encantando; murali-vadana— uthiyã caudike prabhu karena darsana
com Sua flauta em Seus lábios; apara—ilimitada; saundarye—pela beleza; hare— pürva-vat—como antes; sabe—todos; mili'—reunindo-se; karãila cetana—trouxeram
encanta; jagat—do mundo inteiro; netra-mana—os olhos e a mente. à consciência; uthiyã— levantando-Se; cau-dike— por toda a volta; prabhu—Sri
Caitanya Mahãprabhu; karena darsana—ficou olhando.
T R A D U Ç Ã O — " P o s t a d o ali com Sua flauta em Seus lábios, Krsna, que encanta
milhões e milhões de Cupidos, atraía, com Sua beleza ilimitada, os olhos e as TRADUÇÃO—Uma vez mais, valendo-se de um esforço concentrado, todos os
mentes d o m u n d o t o d o . " devotos trouxeram Sri Caitanya Mahãprabhu de volta à consciência. Então, o
Senhor levantou-Se e pôs-Se a vagar daqui para ali, olhando por toda a volta.
VERSO 57
VERSO 60
C l W CWtWI fCT *tü? »£#t »tt<»1 I
cçaastc*! * a w f i Mifêiil «nfâal ti ««» n " a n t l ctsrl « a a ? líiafà « t f o * a a 4 a i
saundarya dekhiyã bhüme pade mürcchã pãhã i l i í í catoa" cata çfàej caa-aa i *• 11
hena-kãle svarüpãdi mililã ãsiyã
saundarya—beleza; dekhiyã—vendo; bhüme—ao chão; pade—caiu; mürcchã pãhã— "kãhãh gelã krsna? ekhani pãinu daraéana . 1

ficando inconsciente; hena-kãle—nesse momento; svarüpa-ãdi—os devotos, enca- tãhhãra saundarya mora harila netra-mana!
beçados por Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; mi/itó ãsiyã—vieram ali e encontraram. kãhãh—para onde; gelã krsna—Krsna foi; ekhani—justo agora; pãinu daraéana—Eu
vi; tãhhãra—Sua; saundarya—beleza; mora—Meus; harila—arrebatou; netra-mana—
TRADUÇÃO—Ao ver a beleza transcendental de Krsna, Srí Caitanya Mahãprabhu, olhos e mente.
inconsciente, caiu ao chão. Nesse momento, todos os devotos, encabeçados por
Svarüpa Dâmodara Gosvãmi, juntaram-se a Ele no jardim. TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Para onde foi Meu Krsna? Acabei
de vê-lO há pouco, e Sua beleza cativou Meus olhos e Minha m e n t e . "
VERSO 58
VERSO 61
^jfáe. i ^ t o r itfaas^taaasei i
«rgca «rt.!*jj-<Bijírt(f, atfèca fass*? II eb- II »ja: casca ai cwfàca «a*TVaaa!
* W * a4a-c»itcí5 aaa aaa n " » > i
püroavat sarvãhge sãttvika-bhãva-sakala
antare ãnanda-ãsvãda, bãhire vihvala punah kene nã dekhiye murali-vadana!
pürva-vat—como antes; sarva-ahge—por todo o corpo; sãttvika—transcendentais; tãhhãra daréana-lobhe bhramaya nayana"
bhãva-sakala—todos os sintomas de amor extático; antare—no íntimo; ãnanda- punah—outra vez; kene—por que; nã dekhiye—não vejo; murali-vadana—com Sua
ãsvãda—o sabor da bem-aventurança transcendental; bãhire—externamente; vihva- flauta em Seus lábios; tãhhãra—dEle; daréana-lobhe—na esperança de ter a visão;
la—confuso. bhramaya—estão vagando; nayana—Meus olhos.
228 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 65 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 229

TRADUÇÃO—"Por que não posso ver outra vez Krçna segurando Sua flauta em belo quanto a lua cheia outonal. Devido a essa beleza, Madana-mohana, aquele
Seus lábios? Meus olhos vagam com a esperança de vè-IO uma vez m a i s . " que encanta Cupido, está fazendo M e u s olhos sentirem cada vez mais desejo
de v ê - l O . "
VERSO 62
SIGNIFICADO—Este verso é também encontrado no Govinda-lilãmrta (8.4).
fa*rtatr.a atai çaçç «fias « f ç s r l i
d * o t f * a ç t s f ç t f s c s srtf-sW I I II VERSO 64

viéãkhâre rãdhã yaiche éloka kahilã aiiafjrafltf, afsrsisa-fosa,


sei sloka mahãprabhu padite lãgilã
f^aa-fàí** fsM i
viéãkhâre—a Visãkhã; rãdhã—Srimati Rãdhãrãní; yaiche—como; éloka kahilã—re-
citou um verso; sei—esse; éloka—verso; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; fofa' « l a t a - i a , TO *pflsr c » a - a » ,
padite lãgilã—passou a recitar. f > i 3 f t f % * f a a « f t * ! II *8 ii

TRADUÇÃO—Então, Sri Caitanya Mahãprabhu recitou o seguinte verso, que Sri- nava-ghana-snigdha-varna, dalitãhjana-cikkana,
mati Rãdhãrãní falou à Sua querida amiga Visãkhã. indivara-nindi sukomala
jini' upamãna-gana, hare sabãra netra-mana,
VERSO 63 krsna-kãnti parama prabala
nava-ghana—uma nuvem recém-formada; snigdha—atraente; varria—compleição
física; dalita—em pó; anjana—colírio; cikkana—polida; indivara—uma flor de lótus
azul; nindi— derrotando; su-komala—suave; jini'—superando; upamãna-gana—toda
comparação; hare—atrai; sabãra—de todos; netra-mana—os olhos e a mente; krsna-
•si^fsi^fl^: ^«•si^HlçTíifJs: kãnti—a tez de Krçna; parama prabala—supremamente poderosa.

T R A D U Ç Ã O — C a i t a n y a Mahãprabhu prosseguiu: "A tez de Srí Krçna é tão polida


navãmbuda-lasad-dyutir nava-tadin-manojnãmbarah quanto colírio em pó. Ela supera a beleza de uma nuvem recém-formada e é
sucitra-murali-sphurac-charad-amanda-candrãnanah mais suave do que uma flor de lótus azul. Na verdade, Sua tez é tão agradável
mayüra-dala-bhüsitah subhaga-tãra-hãra-prabhah que atrai os olhos e a mente de todos, e é tão poderosa que desafia qualquer
sa me madana-mohanah sakhi tanoti netra-sprhãm comparação."
nava-ambuda—uma nuvem recém-formada; lasat—brilhante; dyutih—cujo brilho;
nava—recente; tadit—relâmpago; manojha—atraente; ambarah—cuja roupa; su-citra— VERSO 65
muito encantadora; murali— com uma flauta; sphurat—de aparência bela; éarat—
outono; amanda—brilhante; candra—como a lua; ãnanah—cujo rosto; mayüra—de a s ç , * i f à , fa* asfà S w t a ?
pavão; dala—com uma pena; bhüsitah—decorado; su-bhaga—amável; tara—de pé- ?a»r««is(t5f, cita cas-stsas,
rolas; hãra—de um colar; prabhah—com a refulgência; sah—Ele; me—Meu; madana-
ai Gffa' f l a t c a a f ã ' a t a li M II & II
mohanah—Senhor Krçna, aquele que encanta Cupido; sakhi—ó Minha querida
amiga; tanoti—aumenta; netra-sprhãm—o desejo dos olhos. kaha, sakhi, ki kari upãya?
krsnãdbhuta balãhaka, mora netra-cãtaka,
T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, o brilho do corpo d e Krçna é mais reluzente nã dekhi' piyãse mari' yãya
do que uma nuvem recém-formada, e Sua roupa amarela é mais atraente do que kaha—por favor, dize; sakhi—Minha querida amiga; ki kari upãya—que devo fazer;
um relâmpago que acaba de aparecer. Uma pena de pavão decora Sua cabeça, krsna—Krçna; adbhuta—maravilhosa; balãhaka—nuvem; mora—Meus; netra—olhos;
e em Seu pescoço está pendurado um adorável colar de pérolas brilhantes. cataka—como pássaros cãtakas; nã dekhi'—sem ver; piyãse—de sede; mari' yãya—estão
Enquanto segura Sua encantadora flauta em Seus lábios, Seu rosto parece tão morrendo.
Sn Caitanya-cãrítàmrtã Antya-lilã, 15 Verso 69 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 231
230

T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, por favor, dize-Me que devo fazer. Krsna TRADUÇÃO—"O brilho do corpo de Krsna é tão belo quanto uma lua cheia
imaculada que acaba de aparecer, e a vibração de Sua flauta soa exatamente como
é tão atrativo como uma nuvem maravilhosa, e Meus olhos são exatamente como
a doce trovoada de uma nuvem recém-formada. Ao ouvirem essa vibração, todos
pássaros cãtakas, que estão morrendo de sede devido a não verem essa n u v e m . "
os pavões em Vrndãvana começam a dançar."
VERSO 66
VERSO 68

•Ttarçs-ifãici, f i e * esta « a t i ,
i ^ w a aas^ftfe « t u i
c*i t i a i t i çirtH fN i
lsw*-ftfà»rt«ri, 8 I H fàatcs cwi,
fbfa4vt*ta*t, c i e i fwr wilun.
•rta «Í5 ca*rs€t-»rt»i i n
i t a çrsas f*te<5 n *trç«r D 4v- ii
saudãmini pitãmbara, sthira nahe nirantara,
muktã-hãra baka-pãnli bhãla lilãmrta-i<arisane, sihce caudda bhuvane,
indra-dhanu sikhi-pãkhã, upare diyãche dekhã, hena megha yabe dekhã dila
ãra dhanu vaijai/anti-mãla durdaiva-jhahjhã-paimne, meghe nila anya-sthãne,
saudãmini—raios; pita-ambara—a roupa amarela; sthira—mesmo assim; nahe— não mare cataka, pite nã pãila
é; nirantara—sempre; muktã-hãra—o colar de pérolas; baka-pãhti bhãla—como uma lilã—dos passatempos de Krçna; amrta—do néctar; varisane—a torrente; sihce—
fileira de patos; indra-dhanu—o arco de Indra (um arco-íris); sikhi-pãkhã—a pena alaga; caudda bhuvane—os quatorze mundos; hena megha—semelhante nuvem;
de pavão; upare— sobre a cabeça; diyãche dekhã—é visto; ãra dhanu—outro arco-íris; yabe—quando; dekhã dila—era visível; durdaiva—infortúnio; jhahjhã-pavane—um
vaijayanti-mãla—a guirlanda vaijayanti. vento veloz; meghe—a nuvem; nila—levou; anya-sthãne—para outro lugar; mare—
morre; cataka—o pássaro cataka; pite nã pãila—não pôde beber.

TRADUÇÃO—"A roupa amarela de Krsna assemelha-se exatamente a inquietos


raios no céu, e o colar de pérolas em Seu pescoço parece uma fileira de patos TRADUÇÃO—"A nuvem dos passatempos de Krsna está alagando os quatorze
voando debaixo de uma nuvem. Tanto a pena de pavão em Sua cabeça quanto mundos com uma torrente de néctar. Infelizmente, quando essa nuvem apareceu,
Sua guirlanda vaijayanti (que contém flores de cinco cores) assemelham-se a surgiu um redemoinho e soprou-a para longe de Mim. Incapaz de ver a nuvem,
arcos-íris." o pássaro cataka de Meus olhos está quase morto de s e d e . "
VERSO 67
VERSO 69
*a»?ta «mafít, «rça iMN «afã',
ü U t i e s i srtC6 15*55 i •JjB TO,-'5ta * t a , 1® ati*Ta\
wmm yjjfaib 9iti«rKW}t«.'9i ***m, TO arç i w w « i t a i t t i i
fRS5r,«a «tSttfS «WS II <M II a t u f w lc<? estfis, <®fi' alça a c a t a i ,
muralha kala-dhvani, madhura garjana suni', « r l t t i aiç TOI ajtaiTci li n
vrndãvane nãce mayüra-caya
akalahka pürna-kala, lãvanya-jyotsnã jhalamala, punah kahe, — 'hãya hãya, pada pada rãma-rãí/a',
citra<andrera tãhãte udaya kahe prabhu gadgada ãkhyãne
muralha—da flauta; kala-dhvani—a vibração baixa; madhura—doce; garjana—tro- rãmãnanda pade sloka, suni' prabhura harsa-soka,
voada; suni'—ouvindo; vrndãvane—em Vrndãvana; nãce—dançam; mayüra<aya—os ãpane prabhu karena vyãkhyãne
pavões; akalahka—imaculada; pürna-kala—a lua cheia; lãvanya—beleza; jyotsnã— punah—novamente; kahe— diz; hãya hãya—ai de Mim, ai de Mim; pada pada—
luz; jhalamala—resplandecente; citra-candrera—da bela lua; tãhãte—nisso; udaya—o prossegue lendo; rãma-rãya—Rãmãnanda Rãya; kahe—diz; prabhu—Srl Caitanya
surgimento. Mahãprabhu; gadgada ãkhyãne—com uma voz balbuciante; rãmãnanda—Rãmãnanda
232 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 15 Verso 73 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 233

Raya; pade—lê; sloka—um verso; suni'—ouvindo; prabhura—áe Sn Caitanya Mahã-


prabhu; harsa-soka—júbilo e lamentação; ãpane—pessoalmente; prabhu—Sri Caitanya ssratft «tffji' «rifir, mm *tf%' ça atar,
Mahãprabhu; karena vyãkhyãne—explica. 6 T f % ' 5 r t W - * t f % - 1 3 - * T * n«i5 ||
TRADUÇÃO—Com uma voz balbuciante, Srí Caitanya Mahãprabhu disse nova- krsna jini' padma-cãnda, pãtiyãche mukha phãnda,
mente: " A i de Mim, prossegue lendo, Rama Rãya." Por conseguinte, Rãmã- tãte adhara-madhu-smita cara
nanda Rãya passou a ler um verso. Enquanto escutava esse verso, o Senhor ora vraja-nãri ãsi' ãsi', phãnde padi' haya dãsi,
ficava jubilante ora afundava-Se em lamentação. Em seguida, o próprio Senhor chãdi' lãja-pati-ghara-dvãra
explicou o verso. krsna—o Senhor Krsna; jini'—superando; padma-cãnda—a flor de lótus e a lua;
VERSO 70 pãtiyãche—estendeu; mukha—o rosto; phãnda—laço; tãte—nisso; adhara—lábios;
madhu-smita—áoce sorriso; cara—isca; vraja-nãri— as donzelas de Vraja; ãsi' ãsi'—
" < H j T T * T ? 5 ^ ^ 1 ^«eifat
5 , aproximando-se; phãnde—na rede; padi'—caindo; haya dãsi— tornam-se criadas;
chãdi'—abandonando; laja—prestígio; pati—esposos; ghara—lar; dvãra—família.

<rsTõ5l«P ^BFiTS^H fac*!W


T R A D U Ç Ã O — " A p ó s conquistar a lua e a flor de lótus, Krçna desejou capturar
w fales* wp « i i a ires: ii i« ii as gopis que são como corças. Assim, Ele estendeu o laço de Seu belo rosto,
e, dentro desse laço, colocou a isca de Seu doce sorriso para desnortear as gopis.
viksyãlakãvrta-mukham tava kundala-éri- As gopis caíram vítimas dessa armadilha e tornaram-se criadas de Krsna, aban-
ganda-sthalãdhara-sudham hasitãvalokam donando os seus lares, famílias, esposos e prestígio."
dattãbhayam ca bhuja-danda-yugam vilokya
vaksah ériyaika-ramanarii ca bhavãma dãsyah VERSO 72
víksya—vendo; alaka-ãvrta—decorado com mechas de cabelo cacheado; tnukham—
rosto; tava—Teus; kundala-sri—a beleza dos brincos; ganda-sthala—caindo nas maçãs atau 9>u TO ajtr.aa i t s t a i
do Teu rosto; adhara-sudham—e o néctar de Teus lábios; hasita-avalokam—Teu olhar arfç atr.» «rttií, TO atft-^-a*!,
sorridente; datta-abhayam—que garantem destemor; ca—e; bhuja-danda-yugam—os
dois braços; vilokya—ao ver; vaksah—peito; sriyã—pela beleza; eka-ramanam—pro-
TO atai « t i a « W t f II i* II 9 II
duzindo principalmente atração conjugai; ca—e; bhavãma—tornamo-nos; dãsyah— bãndhava krsna kare vyãdhera ãcãra
Tuas criadas. nãhi mane dharmãdharma, hare nãri-mrgi-marma,
kare nãnã upãya tãhãra
T R A D U Ç Ã O — ' " Q u e r i d o Krsna, ao ver Teu belo rosto decorado com mechas de bãndhava—6 amiga; krsna—o Senhor Krsna; kare—faz; vyãdhera ãcãra—o compor-
cabelo, ao ver a beleza de Teus brincos caindo sobre as maçãs do Teu rosto e tamento de um caçador; nãhi—não; mane—está interessado em; dharma-adharma—
ao ver o néctar de Teus lábios, a beleza dos Teus olhares sorridentes, Teus dois piedade e impiedade; hare— atrai; nãri—de uma mulher; mrgi— corça; marma—o
braços, que garantem completo destemor, e Teu peito amplo, cuja beleza des- âmago do coração; kare—faz; nãnã—variedades de; upãya—métodos; tãhãra—com
perta a atração conjugai, simplesmente rendemo-nos com o propósito de nos esse propósito.
tornarmos Tuas c r i a d a s . ' "
T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, Krçna age tal qual um caçador. Esse caçador
SIGNIFICADO—Ao chegarem perante Krçna para a dança da rasa, as gopis falaram não está interessado em piedade ou impiedade; tudo o que Ele faz é criar muitas
este verso citado do Srimad-Bhãgavatam (10.29.39). táticas para conquistar o mais recôndito dos corações das gopis parecidas com
corças."
VERSO 71 VERSO 73
« W l 11315191, atr.5 ais?-f«9T,
« r c « w a - a « f j % 5 çta i a # 5 j TO atft&a i
234 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-hla, 15 Verso 76 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 235

quanto o de um saqueador, atrai milhares e milhares de donzelas de Vraja, e,


a>feW-atC«l> <9l-*FIf<? 5 » C a 5 t C « , à força, conquista-lhes as mentes e os seios. Dessa maneira, todas elas convertem-
se em criadas da Suprema Personalidade de D e u s . "
» t # t - a c a ü t f ç r« g «a II i-© II

ganda-sthala jhalamala, nãce makara-kundala, VERSO 75


sei nrtye hare nãri-caya
sasmita katãksa-bãne, tã-sabãra hrdaye hãne, ç»ff%s #Wt*f»i,. a>ca»a Ç S F J J I H
nãrí-vadhe nãhi kichu bhaya ç«* Ü H , - f w í í ta i
ganda-sthala—sobre as maçãs do rosto; jhalamala—cintilando; nãce— dançam;
makara-kundala—brincos com formato de tubarões; sei—isso; nrtye—dançando; s $ ba«i-ffew c f w , « t f t a çwca «tf*f,
hare—atrai; nãrí-caya—todas as mulheres; sa-smita—com sorrisos; katãk$a—de olha-
res; bane—através das flechas; tã-sabãra—e de todas elas; hrdaye—os corações;
aca atar ci f a a w i t a 11 n
hãne—trespassa; nãri-vadhe—para matar mulheres; nãhi—-não há; kichu—nenhum; sulalita dirghãrgala, kr$nera bhuja-yugala,
bhaya—temor. bhuja nahe,—krsna-sarpa-kãi/a
dui iaila-chidre paise, nãrira hrdaye daihée,
TRADUÇÃO—"Os brincos que dançam sobre as maçãs do rosto de Krsna têm u m mare nãri se visa-jvãlãya
formato de tubarões, e têm um brilho muito refulgente. Esses brincos dançantes su-lalita—belíssimos; dirgha-argala—longos dardos; krsnera—de Krsna; bhuja-
atraem as mentes de todas as mulheres. Além disso, Krsna trespassa os corações yugala—dois braços; bhuja—braços; nahe—não; krsna—negras; sarpa—de serpentes;
das mulheres com as flechas de Seus doces olhares risonhos. Ele não tem nem kãya—corpos; dui—duas; saila-chidre—o espaço entre as colinas; paise—penetram;
um pouco de medo de matar mulheres dessa m a n e i r a . " nãrira—de mulheres; hrdaye—os corações; dathse— picam; mare—morrem; nãri—
mulheres; se—isso; visa-jvãlãya—devido ao veneno ardente.
VERSO 74
TRADUÇÃO—"Os dois belíssimos braços d e Krsna são exatamente como longos
dardos. Eles também lembram os corpos de serpentes negras que, penetrando
o espaço localizado entre os seios das mulheres, seios estes que parecem duas
a-casa c a < s t a n f « a l a ^ i colinas, picam-lhes os corações. As mulheres morrem então com o veneno
a w c a a ^ e r a «r*, <sl-aata a c a t a i , ardente."
s f à w t a i f f a a t c a » * p n 18 n
SIGNIFICADO—Em outras palavras, as gopis ficam muito agitadas com desejos lu-
ati ucca suvistãra, laksml-srivatsa-alahkãra, xuriosos; elas estão queimando devido à picada venenosa desfechada pelas ser-
krsnera ye dãkãtiyã vaksa pentes negras dos belos braços de Krsna.
vraja-devi laksa laksa, tã-sabãra mano-vaksa,
hari-dãsi karibãre daksa VERSO 76
ati—muito; ucca—alto; su-vistãra—amplo; laksmi—uma marca de linhas douradas
no lado esquerdo do peito de Sri Krsna, indicativa da residência da deusa da for-
??»-asa-»l«ra»T. ^ftâtagnAsii)
tuna; érivatsa—uma marca de cabelos prateados sobre o lado direito do peito do fsrfà' «•'fa-caatsjft-e**» i
Senhor; alahkãra—ornamentos; krsnera—do Senhor Krsna; ye—isso; dãkãtiyã—como iaasata ata t e í , Tra^tcii-fàa atc»t,
um saqueador; y«Asi7—peito; vraja-devi—as donzelas de Vraja; laksa laksa—milhares
ata -»fc«f gai «tft-as II i* II
e milhares; tã-sabãra—de todas elas; manah-vaksa—as mentes e os seios; hari-dãsi—
criadas do Senhor Supremo; karibãre—em fazer; daksa—hábil. krsna-kara-pada-tala, koti-candra-susitala,
jini' karpüra-venã-müla-candana
T R A D U Ç Ã O — " S o b r e o peito de Krsna existem os ornamentos de Srívatsa e a eka-bãra yãra sparse, smara-jvãlã-visa nãse,
marca indicativa da residência da deusa da fortuna. Seu peito, que é tão amplo yãra sparse lubdha nãri-mana
236 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 80 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 237

krsna—do Senhor Krsna; kara-pada-tala—as palmas das mãos e as solas dos pés; harinmani-kavãtikã-pratata-hãri-vaksah-sthalah
koti-candra—milhões e milhões de luas; su-éítala—refrescantes e agradáveis; jini'— - smarãrta-taruní-manah-kalusa-hãri-dor-argalah
superando; karpüra—cânfora; venã-müla—raízes de khasakhasa; candana—polpa de sudhãthéu-hari-candanotpala-sitãbhra-éitãhgakah
sândalo; eka-bãra—uma vez; yãra—das quais; sparée—pelo toque; smara-jvãlã—o sa me madana-mohanah sakhi tanoti vaksah-sprhãm
efeito ardente da lembrança; visa—o veneno; nãée—fica destruído; yãra—das quais; harit-mani—das jóias indraniía; kavãtikã—como uma porta; pratata—amplo; hãri—
sparse—pelo toque; lubdha—seduzidas; nãrí-mana—as mentes de mulheres. atraente; vaksah-sthalah—cujo peito; smara-ãrta—aflitas com a lembrança; taruni— de
mocinhas; manah—da mente; kalusa—a dor; hãri—afastando; doh— cujos dois braços;
TRADUÇÃO—"O efeito refrescante combinado de cânfora, raízes de khasakhasa argalah—como dardos; sudhãméu—a lua; hari-candana—sândalo; utpala—flor de
lótus; siíãbhra—cânfora; éita—refrescante; ahgakah—cujo corpo; sah—isso; me—Meu;
e sândalo é superado pelo frescor das palmas das mãos de Krçna e das solas
madana-mohanah—Krsna, que é mais atrativo do que Cupido; sakhi—Minha amiga;
de Seus pés, que são mais refrescantes e mais agradáveis do que milhões e
tanoti—expande; vak$ah-sprhãm—o desejo dos seios.
milhões de luas. Caso elas toquem as mulheres sequer uma vez, suas mentes
são seduzidas, e o veneno ardente do desejo luxurioso por Krsna é imediata-
mente d e s t r u í d o . " T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, o peito d e Krsna é tão amplo e atraente
VERSO 77 quanto uma porta feita de jóias indraniía, e Seus dois braços, fortes como dardos,
podem aliviar a angústia mental de mocinhas acossadas de desejos luxuriosos
<m$m fã?itf «síà' estalías»! c ^ a s f ã , por Ele. Seu corpo é mais refrescante do que a lua, o sândalo, a flor de lótus
e a cânfora. Dessa maneira, Madana-mohana, aquele que atrai Cupido, intensi-
fica o desejo dos Meus s e i o s . "
c a * csrtf <tf?' atai, f ã w t c a TO atai,
fèatfeai ç a c a a cata* n ii SIGNIFICADO—Este verso também faz parte d o Govinda-lilãmrta (8.7).

efeta ui/ãpa terí' premãveée gaurahari, VERSO 79


ei arthe pade eka sloka
sei sloka padi' rãdhã, viéãkhâre kahe bãdhã, «fÇ TO,-"«uifèn 4«rsr? t t ç ç i
ughãdiyã hrdayera éoka «n*t«t? sbrca *t?s stars* n i s I
eteka—assim; vilãpa kari'—lamentando-Se; prema-ãveée—em amor extático por
Krsna; gaurahari—Srí Caitanya Mahãprabhu; ei arthe—em compreender o propó- prabhu kahe, — "krsna muni ekhana-i pãinu
sito; pade—recita; eka éloka—um verso; se; éloka—esse verso; padi'—lendo; rãdhã— ãpanãra durdaive punah hârãinu
Srímatí Rãdhãrãní; viéãkhâre—a Visãkhã; kahe—diz; bãdhã—obstáculo; ughãdiyã— prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; krsna—o Senhor Krçna; muni—Eu;
expondo; hrdayera—do coração; éoka—lamentação. ekhana-i—justo agora; pãinu—tive; ãpanãra—Meu próprio; durdaive—pelo infortú-
nio; punah—outra vez; hârãinu—perdi.
T R A D U Ç Ã O — L a m e n t a n d o - S e em amor extático, Srí Caitanya Mahãprabhu recitou
então o seguinte verso, que Srímatí Rãdhãrãní falou enquanto expunha a lamen- T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Acabo de ter Krsna, mas,
tação de Seu coração à Sua amiga Srímatí Visãkhã. por infelicidade, perdi-O outra v e z . "

VERSO 78
VERSO 80
< r
*fã ll 1?atf5*Ts^55Tfãa *:'?5i:
,

sawi-TOfa seara, üi aa ^ f í t e a i
^ft^^a^4^?ffàpría#á! i
ca«fl fàal a» sfa' TO ^«Trc» 11 v 11

a ca i w a t ç : ) : i f t ^c^ífa w ^ ç t a . I »* ' cahcala-svabhãva krsnera, nã raya eka-sthãne


dekhã diyã mana hari' kare antardhãne
238 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 85 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 239

cancala—inquieto; svabhãva—característica; krsnera—do Senhor Krçna; nã—não; VERSO 83


raya—permanece; eka-sthãne— n u m só lugar; dekhã diyã—dando a Sua audiência;
mana—mente; hari'—encantando; kare—faz; antardhãne—desaparecimento. wt-cMtitflaa TO aaa asfaal i
^vsrrfãt»aa t a m a « t r o «9»t<íp1 « v ® n
TRADUÇÃO—"Por natureza, Krsna é muito inquieto; Ele não consegue ficar num
só lugar. Ele encontra-Se com alguém, encanta-lhe a mente e então desaparece." svarüpa-gosãni tabe madhura kariyã
gita-govindera pada gãya prabhure éunãhã
VERSO 81 svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; tabe—em seguida; madhura kariyã—
mui docemente; gita-govindera—do livro Gita-govinda; pada—um verso; gãya—canta;
^5t1t'N ^CJJtãTO' Tfasp C*»|5j: I prabhure—Srí Caitanya Mahãprabhu; éunãhã—fazendo ouvir.
« « W s <Slt<FtS XscaUT^"?)^ I b> I
T R A D U Ç Ã O — L o g o , para o prazer de Srí Caitanya Mahãprabhu, Svarüpa Dâmo-
fãsãm tat-saubhaga-madam dara Gosvãmi, mui docemente, pôs-se a cantar o seguinte verso do Gita-govinda.
víksya manam ca keéavah
praéamãya prasãdãya VERSO 84
tatraivãntaradhiyata
tãsãm—das gopis; tat—seu; saubhaga-madam—orgulho devido à grande fortuna; itca ?fãfãç fàft^fwtTsi i
víksya—ao ver; manam—conceito de superioridade; ca—e; keéavah—Krsna, que •rafo iicai a^i i w f f i ç r a ^ i *8»
subjuga até ka (Senhor Brahmã) e iéa (Senhor Siva); praéamãya—para subjugar;
prasãdãya—para mostrar misericórdia; tatra—dali; eva—com certeza; antaradhiyata— rase harim iha vihita-vilãsam
desapareceu. smarati mano mama krta-parihãsam
rase—na dança da rasa; harim—Srí Krsna; iha—aqui; vihita-viiãsam—realizando
TRADUÇÃO—"'As gopis ficaram orgulhosas de sua grande fortuna. Para sub- passatempos; smarati—recorda; manah—mente; mama—minha; krta-parihãsam—
jugar-lhes o sentimento de superioridade e mostrar-lhes favor especial, Kesava, gosta de fazer pilhérias.
aquele que subjuga inclusive o Senhor Brahmã e o Senhor Siva, desapareceu
da dança da r a s a . ' " T R A D U Ç Ã O — " A q u i na arena da dança da rasa, lembro-me de Krsna, que sempre
gosta de fazer pilhérias e de realizar p a s s a t e m p o s . "
S I G N I F I C A D O — S u k a d e v a Gosvãmí falou para Mahãrãja Pariksit este verso citado
do Srimad-Bhãgavatam (10.29.48). SIGNIFICADO—Este verso é citado d o Gita-govinda (2.3).

VERSO 82 VERSO 85

* a * t - í ^ t a t R r o sre»,—"itr« ifla* 3te i ^ « f - c t t a t f è p T O 4 * t a ftfçnl i


atra « t a r a S T O S TO 'ifae.' n" v\ n Srí' c«latr.ar.*) « t ç s t f è r a snfttsrt h w n
svarüpa-gosãni yabe ei pada gãhilã
svarüpa-gosãhire kahena, — "gão eka gita uthi' premãveée prabhu nãcite lãgilã
yãte ãmãra hrdayera haye ta' 'samvit'" svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; yabe—quando; ei—esse; pada—
svarüpa-gosãhire—a Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; kahena—disse; gão—canta; eka— verso; gãhilã—cantou; uthi'—levantando-Se; prema-ãveée—em amor extático por
uma; gita—canção; yãte—mediante a qual; ãmãra—Meu; hrdayera—do coração; Krsna; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nãcite lãgilã—passou a dançar.
haye—há; ta'—com certeza; samvit—consciência.
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Svarüpa Dâmodara Gosvãmi cantou essa canção especial,
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Srí Caitanya Mahãprabhu disse a Svarüpa Dâmodara Go- Sri Caitanya Mahãprabhu levantou-Se imediatamente e passou a dançar em amor
svãmi: "Por favor, canta uma canção que traga consciência ao Meu coração." extático.
240 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 91 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 241

VERSO 86 TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya Mahãprabhu induziu Svarüpa Dâmodara a


cantar o mesmo verso repetidamente. Cada vez que ele cantava-o, o Senhor vivia
'«èrtfii*' «ti «c* «t«fe ***t i uma nova experiência, e por isso não parava de dançar.
*itfi 'ijfwtfl' 11 Nf*Wn ^ II
VERSO 89
'asta-sãttvika' bhãva ange prakata ha-ila
harsãdi 'vyabhicãrí' saba uthalila 4*1<5 5j<53 i f à 5**1 1S*«I I
asta-sãttvika—oito espirituais; bhãva—emoções; ange—no corpo; prakata ha-ila— mtòHtWêxfà* *W te»rl 1 1 1 1 1 ii v-s II
manifestaram-se; harsa-ãdi—a começar por júbilo; vyabhicãrí—trinta e três mudanças
de vyabhicãri-bhãva; saba—todas; uthalila—manifestaram-se. ei-mata nrtya yadi ha-ila bahu-ksana
svarüpa-gosãni pada kailã samãpana
T R A D U Ç Ã O — N e s s a ocasião, todas as oito categorias de transformações espirituais ei-mata—dessa maneira; nrtya—dançando; yad!—quando; ha-ila—estava; bahu-
manifestaram-se no corpo do Senhor Caitanya. Os trinta e três sintomas de ksana—demoradamente; svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; pada—
vyabhicãrí-bhãva, a começar por lamentação e júbilo, também tornaram-se verso; kailã samãpana—parou.
proeminentes.
T R A D U Ç Ã O — D e p o i s que o Senhor dançou demoradamente, Svarüpa Dâmodara
VERSO 87 Gosvãmí parou de cantar o verso.

« t C I f í l , «t1-lf%, «11-*rR9lJ I VERSO 90


«Tci-«tr.i 1*t*[Ç1i m i «tt1*IJ II (ri II
«a»t «smf qf>f m^wm wsm i
bhãvodaya, bhãva-sandhi, bhãva-éãbalya n ws. *sit-cmitfa3 ai c«ffi' $9 II »° n
bhãve-bhãve mahã-yuddhe sabãra prãbalya
bhãva-udaya—despontar de todos os sintomas de êxtase; bhãva-sandhi— encontro 'boi' 'bal' bali' prabhu kahena bãra-bãra
de sintomas de êxtase; bhãva-sãbalya—mistura de sintomas extáticos; bhãve-bhãve— nã gãya svarüpa-gosãni érama dekhi' tãhra
entre um êxtase e outro; mahã-yuddhe—um grande embate; sabãra—de todos eles; bal—canta; bal—canta; bali'—pronunciando; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
prãbalya—proeminência. kahena—diz; bãra-bãra—vezes e mais vezes; nã—não; gãya—canta; svarüpa-gosãni—
Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; érama—cansaço; dekhi'—vendo; tãhra—do Senhor
Caitanya.
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os sintomas de êxtase, tais como bhãvodaya, bhãva-sandhi
e bhãva-áãbalya, despontaram no corpo de Srí Caitanya Mahãprabhu. Surgiu TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu não parava de dizer: "Continua! Canta!
um grande embate entre uma emoção e outra, e cada uma delas tornava-se Canta!" Porém, vendo o cansaço do Senhor, Svarüpa Dâmodara não voltou a
proeminente. cantar.
VERSO 91
VERSO 88 Mif '<rç' ajçsfOTi, «**t*l * » # i
e i * *lw t i s *|§; «siti "suai i CPífwCf PS I t i GlfsT <5P *fa«flfl II & 5 II

«Ji; tis «rrswr.3, «Rgra «€i 11 v-v n 'bal' 'bal' prabhu balena, bhakta-gana éuni'
caudikete sabe meli' kare hari-dhvani
sei pada punah punah karãya gãyana bal bal—continua cantando, continua cantando; prabhu balena—Sri Caitanya
punah punah ãsvãdaye, karena nartana Mahãprabhu disse; bhakta-gana—os devotos; suni'—ouvindo; cau-dikete— por todo
sei pada—esse verso; punah punah—repetidas vezes; karãya gãyana—fez cantar; o redor; sabe— todos; meli'—reunindo-se; kare hari-dhvani—vibram o santo nome
punah punah—repetidas vezes; ãsvãdaye— saboreia; karena nartana—dança. de Hari.
Verso 9 7 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 243
242 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-hla, 15

T R A D U Ç Ã O — D e p o i s de Lhe darem o almoço, fizeram com que Ele Se deitasse.


TRADUÇÃO—Ao ouvirem Sri Caitanya Mahãprabhu dizer: "Continua cantando!"
Então, todos os devotos, encabeçados por Rãmãnanda Rãya, voltaram às suas
todos os devotos reuniram-se ao Seu redor e, em uníssono, puseram-se a cantar
casas.
o santo nome de Hari.
VERSO 9 5
VERSO 9 2
4 * <5' « f * 9 ^ « t Ç 3 « ® f * ( - f à * t * I
aWsWHTT? TO « I T O 3Tt*»l1 I 3rçia«-iar.Ji U t i «tr.3"l < s t s i 3 II do II
ftsRtfà ffV «t«? ar*f «jsTípn II S Í . II ei ta' kahiluh prabhura udyãna-vihãra
vrndãvana-bhrame yãhãh praveéa tãhhãra
rãmãnanda-rãya tabe prabhure vasãilã
ei ta'—assim; kahiluh—acabo de descrever; prabhura—de Sri Caitanya Mahã-
vijanãdi kari' prabhura érama ghucãilã
prabhu; udyãna-vihãra—passatempos no jardim; vrndãvana-bhrame—confundindo
rãmãnanda-rãya—Rãmãnanda Rãya; tabe— nessa altura; prabhure—Sri Caitanya
com Vrndãvana; yãhãh—onde; praveéa—entrada; tãhhãra—Sua.
Mahãprabhu; vasãilã—fez sentar-Se; vijana-ãdi kari'—abanando e assim por diante;
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; érama—cansaço; ghucãilã— aliviou.
T R A D U Ç Ã O — A c a b o , assim, de descrever os passatempos em que, estando n u m
jardim, Srí Caitanya Mahãprabhu confundiu-o com Vrndãvana.
TRADUÇÃO—Foi então que Rãmãnanda Rãya fez o Senhor sentar-Se e aliviou-Lhe
o cansaço, abanando-O.
VERSO 9 6
VERSO 9 3
«91 t f l f * S 4 * «9^-3*1*1 I
atro G-SIPTI TO <tra i i i r a f - c s t w f o \ \ \ « f 3 3 t c 5 * t 3<*t II s . * II
-ati «31431 f ã s Str.3 PI431 «TS9T1 TO II s-® II pralãpa sahita ei unmãda-varnana
éri-rüpa-gosâni ihã kariyãchena varnana
prabhure lahã gelã sabe samudrera tire
pralãpa—delírios extáticos; sahita—com; ei—essa; unmãda—de loucura; varnana—
snãna karãhã punah tãnre lahã ãilã ghare
descrição; éri-rüpa-gosãhi— Sri Rüpa Gosvãmí; ihã—isso; kariyãchena varnana—
prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; lahã—levando; gelã—foram; sabe—todos;
descreveu.
samudrera tire—à praia; snãna karãhã—banhando-O; punah—de novo; tãnre—a Ele;
lahã ãilã— trouxeram de volta; ghare— para a Sua residência.
TRADUÇÃO—Ali, Ele manifestou loucura transcendental e delírios extáticos, que
Sri Rüpa Gosvãmi descreveu mui esmeradamente no seu Stava-mãlã como segue.
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , todos os devotos levaram Srí Caitanya Mahãprabhu para a
praia e banharam-nO. Por fim, trouxeram-nO de volta para casa.
VERSO 9 7

VERSO 9 4

C«f«*l «31431 S i T O «31*911 «131 I


a t u r í w i - w i f w TO c t s r l f à a f í t s i n ss II

bhojana karãhã prabhure karãila éayana payorãées tire sphurad-upavanãli-kalanayã


rãmãnanda-ãdi sabe gelã nija-sthãna
muhur vrndãranya-smarana-janita-prema-vivaéah
bhojana karãhã—alimentando; prabhure—êri Caitanya Mahãprabhu; karãila éayana—
kvacit krsnãvrtti-pracala-rasano bhakti-rasikah
fizeram com que Se deitasse; rãmãnanda-ãdi—encabeçados por Rãmãnanda Rãya;
sa caitanyah kim me punarapi dréor yãsyati padam
sabe—todos eles; gelã—foram; nija-sthãna—para as suas casas.
244 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 15 Verso 99 A loucura transcendental do Senhor Caitanya 245

payah-rãéeh—perto do mar; tire— na praia; sphurat—belo; upavanãli— jardim; faj/o- T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando
nayã—ao ver; muhuh—o tempo todo; vrndãranya—a floresta de Vrndãvana; smarana- sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta, se-
janita—lembrando-Se de; prema-vivaéah—ficando tomado de amor extático por guindo seus passos.
Krsna; kvacit—às vezes; krsrw—do santo nome de Krsna; ãvrtti—repetição; pracala—
muito atarefada em; rasanah—cuja língua; bhakti-rasikah—entendido em serviço
devocional; sn/i—esse; caitanyah—Srl Caitanya Mahãprabhu; kim—se; me—minha;
Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
punarapi—entra vez; dréoh— dos olhos; yâsyati—irá; podam— ao alcance. Antya-lilã, Décimo Quinto Capítulo, descrevendo os passatempos que Sn Caitanya Mahã-
prabhu realizou no jardim perto do mar.
TRADUÇÃO—"Srí Caitanya Mahãprabhu é o mais elevado de todos os devotos.
Ãs vezes, enquanto caminhava pela praia, via um belo jardim circunvizinho e
confundia-o com a floresta de Vrndãvana. Sendo assim, ficava inteiramente do-
minado pelo amor extático por Krsna e passava a dançar e a cantar o santo nome.
Sua língua não parava de agir enquanto Ele cantava: 'Krsna! Krsna!' Será que
Ele tornará a aparecer diante do meu campo de visão?"

SIGNIFICADO—Estacitação é do primeiro Caitanyãstaka, verso 6 , do Stava-mãlã de


Srila Rüpa Gosvãmí.

VERSO 98

mm &P5*j»?W »1 ira faii i


f i ^ t a c i i w <sW « t i o *i6i u &b- II
ananta caitanya-lüâ nã yãya likhana
dih-mãtra dekhãnã tãhã kariye sacana
ananta—intermináveis; caitanya-lilã—os passatempos de Srí Caitanya Mahã-
prabhu; nã yãya likhana—é impossível descrever; dik-mãtra—um mero indício;
dekhãnã—mostrando; tãhã—deles; kariye sücana—faço a apresentação.

TRADUÇÃO—Os passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu são ilimitados; é im-


possível descrevê-los na íntegra. Tudo o que faço é dar um indício à medida
que tento apresentá-los.
VERSO 99

i k t - * 1 l t « l - » t W 113 « T H I
fo«95fo5T*J5 f» S U í T I II II

éri-rúpa-raghunãtha-pade yãra ãéa


caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
éri-rúpa—Srua Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—SrXla Raghunãtha dãsa Gosvãmí;
pade—aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro cha-
mado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krçnadãsa Kavirãja
Gosvãmí.
CAPÍTULO DEZESSEIS

O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu


saboreia o néctar dos lábios do Senhor Sri Krsna

Em seu Atnrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thâkura sumaria o Décimo


Sexto Capítulo. Q u a n d o os devotos bengalis do Senhor regressaram a Jagan-
nãtha Puri, um cavalheiro chamado Kãlidãsa, tio de Raghunãtha dãsa Gosvãmí,
acompanhou-os em sua visita a Sri Caitanya Mahãprabhu. Kãlidãsa saboreara
os restos do alimento de todos os Vaisnavas da Bengala, inclusive Jhadu Thâ-
kura. Por causa disso, recebeu, em Jagannãtha Puri, o refúgio de Srí Caitanya
Mahãprabhu.
Q u a n d o tinha apenas sete anos de idade, Kavi-karnapüra foi iniciado por Sri
Caitanya Mahãprabhu no mahã-mantra Hare Krsna. Mais tarde, tornou-se o maior
poeta entre os ãcãryas Vaisnavas.
Ao comer os restos do alimento conhecido como imllabha-bhoga, Sri Caitanya
Mahãprabhu descreveu as glórias desses restos do alimento do Senhor, e então
alimentou com essa prasãda todos os devotos. Assim, eles saborearam adharãmrta,
o néctar dos lábios do Senhor Sri Krsna.

VERSO 1

« r a W W a ^ ^ t ^ c a í s i f l ^ f s i f t ^ T i e . II 5 li

vande srí-krsna-caitanyam
krsna-bhãvãmrtam hi yah
ãsvãdyãsvãdayan bhaktãn
prema-diksãm asiksayat
vande—ofereço minhas respeitosas reverências; srí-krsna-caitanyam—ao Senhor
Sri Caitanya Mahãprabhu; krsna-bhãva-amrtam—o néctar do amor extático por
Krsna; hi—com certeza; yah—aquele que; ãsvãdya—saboreando; ãsvãdaya?!—fazendo
com que saboreassem; bhaktãn—os devotos; prema—em amor a Krsna; diksãm—
iniciação; asiksayat—instruiu.

T R A D U Ç Ã O — D e i x a i - m e oferecer minhas respeitosas reverências a Srí Caitanya


Mahãprabhu, que pessoalmente saboreou o néctar do amor extático por Krsna
e em seguida instruiu Seus devotos sobre como saboreá-lo. Assim, com o pro-
pósito de iniciá-los no conhecimento transcendental, Ele os iluminou acerca do
amor extático por Krsna.

247
248 érí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16 Verso 7 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 249

VERSO 2 VERSO 5

mm srn fsrsitiif i <Í1-11t1 1 W «tfÇ9i stfsTWfl Iti l


snrrb^Ba SRI CMlfl***,"» u * II ç u i t l f i H ctr.51 itf% TO «rtl n <t li
jaya jaya sri-caitanya jaya nityãnanda tãh-sabãra sahge ãila kãlidãsa nãma
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda krsna-nãma vinã tenho nãhi kahe ãna
jaya jaya—todas as glórias; sri-caitanya—ao Senhor Srí Krsna Caitanya Mahã- tãh-sabãra sahge—com todos eles; ãila—veio; kãli-dãsa nãma—um homem chamado
prabhu; jaya—todas as glórias; nityãnanda—a Nityãnanda Prabhu; jaya—todas as Kãlidãsa; krsna-nãma—o santo nome de Krsna; vinã—além de; tenho—ele; nãhi—
glórias; advaita-candra—a Advaita Acãrya; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta- não; kahe—diz; ãna—nada mais.
vrnda—a todos os devotos do Senhor Caitanya Mahãprabhu.
T R A D U Ç Ã O — J u n t a m e n t e com os devotos da Bengala vinha um cavalheiro cha-
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Sri Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias ao mado Kãlidãsa. Ele jamais pronunciava alguma palavra além do santo nome de
Senhor Nityãnanda! Todas as glórias a Advaita Acãrya! E todas as glórias a todos Krsna.
os devotos do Senhor!
VERSO 3 VERSO 6

i»rr«Wi<5 c$r,çi m i &rt* i


« « « M - T O iH c e M à ^ O T II « II 3Uirt1-'1c;WC<5' IJIÇtl II * II
ei-mata mahãprabhu rahena nilãcale mahã-bhãgavata tenho sarala udãra
bhakta-gana-sahge sadã prema-vihvale krsna-nãma-'sahkete' cãlãya vyavahãra
ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; rahena—per- mahã-bhãgavata—um devoto muito avançado; tenho—ele; sarala udãra—extrema-
manece; nilãcale—em Jagannãtha Puri; bhakta-gana-sahge—na companhia de de- mente simples e liberal; krsna-nãma-sahkeie—com o cantar do santo nome de Krsna;
votos; sadã—sempre; prema-vihvale—imerso em amor extático. cãlãya—realiza; vyavahãra—atividades corriqueiras.

T R A D U Ç Ã O — D e s s e modo, Srí Caitanya Mahãprabhu, na companhia de Seus de- T R A D U Ç Ã O — E m b o r a fosse um devoto muito avançado, Kãlidãsa era extremamen-
votos e sempre imerso em amor extático devocional, permaneceu em Jagannãtha te simples e liberal. Ele cantava o santo nome de Krsna enquanto realizava suas
Puri. atividades corriqueiras.
VERSO 4
VERSO 7
lí"fTO «tfÇarl 11 Cittcsi I
9^kt. « t f f à ' £«JS9f « Ç l f l » 1 1 n 8 II
' T O s u ' u ' * f à ' *rt»tii PtsTti I I 1 I I
varsãntare ãilã saba gaudera bhakta-gana
pürvavat ãsi' kaila prabhura milana kautukete tenho yadi pãsaka khelãya
varsa-antare—no ano seguinte; ãilã—vieram; saba—todos; gaudera—da Bengala; 'hare krsna' 'krsna' kari' pãsaka cãlãya
bhakta-gana—os devotos; pürva-vat—como antes; ãsi'—vindo; kaila—fizeram; pra- kautukete—como distração; tenho—ele; yadi—quando; pãsaka khelãya—joga com
bhura milana—encontro com éri Caitanya Mahãprabhu. dados; hare krsna—o santo nome do Senhor; krsna—Krsna; kari'—cantando; pãsaka
cãlãya—joga o dado.
TRADUÇÃO—Como de costume, no ano seguinte, todos os devotos da Bengala
foram a Jagannãtha Puri, e, como nos anos anteriores, houve um encontro entre TRADUÇÃO—Ele costumava jogar dados como distração, e, enquanto jogava
árí Caitanya Mahãprabhu e os devotos. dados, cantava Hare Krsna.
250 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16 Verso 13 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 251

SIGNIFICADO—A este respeito, êrfla Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura aconselha brãhmana-vaisnava yata—chota, bada haya
que os homens desta era não imitem a diversão de um mahã-bhãgavata como Kãli- uttama-vastu bheta lahã tãhra thãhi yãya
dãsa. Quem, tentando imitá-lo, joga dados ou baralho ao mesmo tempo em que brãhmana-vaisnava—Vaiçnavas provenientes de famílias de brãhmanas; yata—
canta o mahã-mantra Hare Krçna, com certeza tornar-se-á vítima de ofensas ao todos; chota—neófitos; bada—muito avançados; haya—são; uttama-vastu—comestí-
santo nome. Conforme se diz, hari-nãma-bale pape pravrtti: não devemos cometer veis de primeira classe; bheta lahã—levando como presentes; tãhra thãni—a eles;
atividades pecaminosas apoiando-nos na força do cantar do mantra Hare Krsna. yãya—vai.
Decerto jogar dados é incorrer em jogos de azar, mas afirma-se aqui com muita
clareza que Kãlidãsa fazia isto apenas como uma distração. Um mahã-bhãgavata TRADUÇÃO—Ele visitava todos os Vaiçnavas nascidos em famílias de brãhmanas,
pode fazer qualquer coisa, mas nunca se esquece dos princípios básicos. Por isso, quer fossem devotos neófitos ou avançados, e dava-lhes presentes de comestíveis
diz-se que vaisnavera kriyã-mudrã vijheha nã bujhaya: "Ninguém pode compreender de primeira ciasse.
as atividades do devoto p u r o . " Não devemos imitar Kãlidãsa.
VERSO 11
VERSO 8
i r * fctfas cta-ira wsn «rtf%l i
3a »ta-wtca3 c t W 5a wtfVgsl i
A
3>15l « 1 1 T 3 , « C l 3 C 5 3J«t43t 1155 II
caascaa time afècs c $ C 5 l C5»t f s i i v u
tãhra thãhi éesa-pãtra layena mãgiyã
raghunãtha-dãsera tenho haya jhãti-khudã kãhãh nã pãya, tabe rahe lukãhã
vaisnavera ucchista khãite tenho haila budã tãhra thãhi—deles; éesa-pãtra—pratos com os restos; layena—recebe; mãgiyã—pe-
raghunãtha-dãsera—de Raghunãtha dãsa Gosvãmi; tenho—ele (Kãlidãsa); haya—é; dindo; kãhãh—onde; nã pãya—não recebe; tabe—então; rahe—fica; lukãhã—escondido.
ihãti—parente; khudã—üo; vaisnavera—dos Vaisnavas; ucchista—restos do alimento;
khãite—comendo; ferino—ele; haila—ficou; budã—idoso. TRADUÇÃO—Ele pedia restos de comida a esses Vaiçnavas, e, quando não con-
seguia nada, escondia-se.
T R A D U Ç Ã O — K ã l i d ã s a era tio de Raghunãtha dãsa Gosvãmí. Ao longo de toda
a sua vida, mesmo em sua velhice, ele procurava comer os restos do alimento VERSO 12
deixados pelos Vaisnavas.
VERSO 9 c«tsr*i **fàm *tta c m M P l ala i
^«•tePl c a 5 *tta «ufa' etfi»' ara n 5* 11
ctVçca Pt 53 *ra caaacaa f «I i
T3T3 w f t á C«C51 asfãet CBtaffl li a> II bhojana karite pãtra phelãhã yãya
lukãhã sei pãtra ãni' cãfi' khãya
gauda-deée haya yata vaisnavera gana bhojana karile— depois de comer; pãtra—o prato; phelãhã yãya—é jogado fora;
sabãra ucchista tenho karilã bhojana lukãhã—escondido; sei pãtra—o prato; ãni'—trazendo; cãti' khãya—ele lambe.
gauda-deée— na Bengala; haya—são; yata—tantos quantos; vaisnavera gana—Vaiç-
navas; sabãra—de todos; ucchista—restos de comida; tenho—ele; karilã bhojana— T R A D U Ç Ã O — D e p o i s q u e os Vaiçnavas acabavam de comer, jogavam fora seus
comeu. pratos ou folhas, ao que Kãlidãsa, saindo de seu esconderijo, apanhava as folhas
e lambia os restos.
T R A D U Ç Ã O — K ã l i d ã s a comeu os restos da comida de tantos Vaiçnavas quantos
havia na Bengala. VERSO 13
VERSO 10
^aí-caa3C33 aca 3ta cei> 9T«fl»l i
!3tW«l-C33J3 3« C5tl>, 3<5 53 I
45a<3 $13 $faêè ata gastou n 5 ® 11
«<Sa-a<g C»Í> Pf<ÍPl i t i fctfêp 313 II 5» II
252 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 1 6 Verso 1 8 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 253

südra-vaisnavera ghare yãya bheta lanã ãmra—mangas; bheta—presente; diyã—dando; tãhra—seus; carana—pés; vandilã—
ei-mata tãhra ucchista khãya lukãhã ofereceu respeitos a; tãhra patnire—a sua esposa; tabe—em seguida; namaskãra kailã—
éüdra-vaisnavera—àe Vaisnavas nascidos em famílias de éüdras; ghare—nos lares; ofereceu respeitosas reverências.
yãya—vai; bheta lahã—levando presentes; ei-mata—dessa maneira; tãhra—deles;
ucchista—restos de comida; khãya—come; lukãhã—escondendo-se. T R A D U Ç Ã O — P r e s e n t e a n d o as mangas a Jhadu Thâkura, Kãlidãsa ofereceu-lhe
respeitosas reverências. Em seguida, ele ofereceu respeitosas reverências à esposa
TRADUÇÃO—Ele também levava presentes aos lares dos Vaisnavas nascidos em do Thâkura.
famílias de südras. Então, ele se escondia e comia os restos que, da mesma manei- VERSO 1 6
ra, eles jogavam fora. *tfr-afè« c « c ç l « r t c § » afàal i
VERSO 1 4
3Ç SPÉJtil CSêTl « t f è r f f t C T O (?tfàa1 II 5* II

patni-sahita tenho ãchena vasiyã


«UaW*! £<$r.5l « t a ^ t » II 58 II bahu sammãna kailã kãlidãsere dekhiyã
bhühimãli-jãti, 'vaisnava'—'jhadu' tãhra nãma patni-sahita—com sua esposa; tenho—ele (jhadu Thâkura); ãchena vasiyã—estava
ãmra-phala lahã tenho gelã tãhra sthãna sentado; bahu—muito; sammãna—respeito; kailã—prestou; kãlidãsere dekhiyã— ao ver
Kãlidãsa.
bhühimãli-jãti—pertencente à casta bhühimãli; vaisnava—um grande devoto;
jhadu—Jhadu; tãhra—dele; nãma—nome; ãmra-phala—mangas; lanã—levando;
ferino—ele; gelã—foi; fãrira sthãna—h sua casa. TRADUÇÃO—Ao aproximar-se de Jhadu Thâkura, Kãlidãsa viu aquele santo sen-
tado com sua esposa. Tão logo percebeu a presença de Kãlidãsa, Jhadu Thâkura
T R A D U Ç Ã O — H a v i a um grande Vaisnava chamado Jhadu Thâkura, pertencente também lhe ofereceu suas respeitosas reverências.
à casta bhühimãli. Levando algumas mangas consigo, Kãlidãsa foi até à sua casa.
VERSO 17
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura lembra que tanto Kãlidãsa
quanto Jhadu Thâkura são adorados no local chamado Sripãtabãtl, na aldeia co- íècitt^l 3sf3' « T 3 T O I
nhecida como Bhedo ou Bhaduyã. Essa aldeia fica cerca de cinco quilômetros ao 1l=S-fcff3 T O « T C 3 1 Ç * 3 R » I I 5 1 I I
sul da aldeia de Krsnapura, a terra natal de Raghunãtha dãsa Gosvãmi, que, por
sua vez, fica aproximadamente dois quilômetros a oeste do entroncamento i$tago$thi kata-ksana kari' tãhra sane
Byãndel da estrada de ferro Burdwan. Ali há uma agência de correio chamada jhadu-thãkura kahe tãnre madhura vacane
Devãnanda-pura. Jhadu Thâkura adorava a Deidade de árí Madana-gopãla. A ista-gosthi— conversa; kata-ksana—demoradamente; kari'—realizando; tãhra sane—
Deidade ainda é adorada por um certo Rãmaprasãda dãsa, membro da comuni- com ele; jhadu-thãkura—Jhadu Thâkura; kahe—diz; tãnre—a ele (Kãlidãsa); madhura
dade rãmãyet. Diz-se que a Deidade adorada por Kãlidãsa tinha sido adorada até vacane—com palavras doces.
os dias de hoje na aldeia de Sahkhya, localizada às margens do rio Sarasvati,
mas a Deidade foi levada por um cavalheiro chamado Matilãla Cattopãdhyãya, TRADUÇÃO—Após conversar demoradamente com Kãlidãsa, Jhadu Thâkura,
da aldeia de Triveni. Atualmente adora-se a Deidade na casa dele. usando doces palavras, disse-lhe algo.

VERSO 1 5 VERSO 1 8

" « r f f j i - s W t f e , « f à , - « r f o f a TOT3*I I
« i r a i c«i> füfj « T a 53*1 áPWl I
cast^ « S a r o a s f ã a ^ t f a c « t a r a e r a » ? 5v 11
« t 3 * t # t C 3 T O « a ^ a C3i»I1 I I iff I I

ãmra bheta diyã tãhra carana vandilã "ãmi—nica-jãti, tumi,—atithi sarvottama


tãhra patnire tabe namaskãra kailã kon prakãre karimu ãmi tomara sevana?
Verso 24 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 255
254 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16

pavitra ha-inu—tornei-me purificado; mui—eu; pãinu daraéana—consegui tua au-


ãmi—eu; nica-jãti—pertenço a uma casta inferior; tumi—tu; atithi—hóspede; sarva-
diência; krta-artha—endividado; ha-inu—tornei-me; mora—minha; saphala—bem
uttama—muito respeitável; kon prakãre—como; karimu—realizarei; ãmi—eu; tomara
sucedida; jivana—vida.
sevana—teu serviço.
T R A D U Ç Ã O — " B a s t o u ver-te para que eu ficasse purificado. Estou muito endi-
T R A D U Ç Ã O — " P e r t e n ç o a uma casta inferior, ao passo que és um hóspede muito
vidado a ti, pois minha vida agora é bem sucedida."
respeitável. Como poderei servir-te?"
VERSO 22
VERSO 19
4 a s a t ? 1 5 3 , - a f ã 35*11 asfa' asa 1
«rfssl c a 5 ' , a t ü l - w « i a « w l faca i
ftaaw ca*', cata arca aa n " n 11
« 1 5 1 « j à « r a t » * t t « , « c a « i t f à «rVca « " Í S H
eka vãhchã haya,—yadi krpã kari' kara
ãjhã delia',—brãhmana-ghare anna lanã diye
tãhãn tumi prasãda pão, tabe ãmi jiye" pãda-raja deha', pada mora mãthe dhara"
ãjhã deha'—permite-me; brãhmana-ghare—à casa de um brãhmana; anna—comida; eka vãhchã— um desejo; haya—há; yadi—se; krpã kari'—sendo misericordioso;
lahã diye—oferecerei; tãhãh—ali; tumi—tu; prasãda pão—toma prasãda; tabe—então; kara—fazes; pãda-raja—a poeira de teus pés; deha'—dá; pada—pés; mora—minha;
ãmi—eu; jiye—viverei. mãthe—na cabeça; dhara—por favor, coloca.

TRADUÇÃO—"Se me permitires, enviarei um pouco de comida à casa de um TRADUÇÃO—"Meu querido senhor, só tenho um desejo. Por favor, sê miseri-
brãhmana, e lá poderás tomar prasãda. Se assim o fizeres, viverei mui conforta- cordioso comigo e bondosamente coloca teus pés sobre minha cabeça para que
velmente." a poeira de teus pés de lótus possa tocá-la."

VERSO 20 VERSO 23

a n f è w t a a s c 5 , " i t f a , s f 1 asa c a t e * i
&ffa asc5,-"^C5 at« a s f 5 C « a i ijata
v 1

c«tat3 a«aca « r f è s a.5 * t f « « t r a ç a 11 v 11 •etifii - a W t R s , « J à - g a ^ a ata 11

kãlidãsa kahe, — "thâkura, krpã kara more thâkura kahe, — "aiche vãt kahite nã yuyãya
ãmi—nica-jãti, tumi—susajjana rãya"
tomara daréane ãinu mui patita pãmare
kãlidãsa tone—Kãlidãsa replicou; thâkura—meu querido santo; krpã kara—concede thâkura kahe—Jhadu Thâkura disse; aiche vãt—tal pedido; kahite nã yuyãya—não
tua misericórdia; more—a mim; tomara daréane—para ver-te; ãinu—vim; mui—eu; deve ser pronunciado; ãmi—eu; nica-jãti—provindo de uma família de casta muito
patita pãmare—muito caído e pecaminoso. baixa; tumi—tu; su-sat-jana rãya—cavalheiro muito rico e respeitável.

T R A D U Ç Ã O — K ã l i d ã s a replicou: " M e u querido senhor, por favor, concede-me tua T R A D U Ç Ã O — J h a d u Thâkura replicou: " N ã o é nem um pouco adequado de tua
misericórdia. Vim aqui para ver-te, embora eu seja muito caído e pecaminoso." parte pedir-me isto. Pertenço a uma família de casta muito baixa, ao passo que
tu és um cavalheiro rico e respeitável."
VERSO 21
VERSO 24
ffãaí 5 5 9 15 ir?gi * a » t » i «ca astfiwti c a i a s stfjji> ^ 1 5 1 1
arçstsf 5 5 9 , c a t a m * s r r a » n * i « K0f at<s -fctascaa a<? « g a 5 5 1 1 1 5 . 8 «
fc

tabe kãlidãsa éloka padi' éunãila


pavitra ha-inu mui pãinu daraéana
krtãrtha ha-inu, mora saphala jivana éuni' jhadu-thãkurera bada sukha ha-ila
256 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16 Verso 27 O Senhor Caitanya experimenta o néctar

tabe—em seguida; kãlidãsa—Kãlidãsa; sloka—versos; padi'—recitando; éunãila— viprãd dvi-sad-guna-yutãd aravinda-nãbha-


fez com que ouvisse; éuni'—ouvindo; jhadu-thãkurera—de Jhadu Thâkura; bada— pãdãravinda-vimukhãt éva-pacam varistham
imensa; sukha—felicidade; ha-ila—houve. manye tad-arpita-mano-vacanehitãrtha-
prãnarh punãti sa kulam na tu bhüri-mãnah
T R A D U Ç Ã O — K ã l i d ã s a recitou então alguns versos, que Jhadu Thâkura ficou viprãt—do que um brãhmana; dvi-sat-guna-yutãt—que é qualificado com doze qua-
muito feliz em ouvir. lificações bramínicas; aravinda-nãbha—ào Senhor Visnu, que tem um umbigo se-
melhante à flor de lótus; pãda-aravinda—aos pés de lótus; vimukhãt—do que uma
VERSO 25 pessoa desprovida de devoção; éva-pacam—um candãla, ou uma pessoa habituada
a comer cães; varistham—mais glorificado; manye—penso; tat-arpita—dedicadas a
a w ^ ^ N j r d f l iib: f a s : i
Ele; manah—mente; vacana—palavras; ihita—atividades; urina—riqueza; prãnam—
vida; punãti— purifica; sah—ele; kulam—sua família; na tu—mas não; bhüri-mãnah—
#1 ms «rei s t m a 6 it»ji iti ^1 í« n um brãhmana orgulhoso de possuir tais qualidades.
na me 'bhaktaé catur-vedi
mad-bhaktah éva-pacah priyah T R A D U Ç Ã O — ' " P o d e ser que uma pessoa nasça n u m a família de brãhmanas e
tasmai deyarh tato grãhyam tenha todas as doze qualidades bramínicas, mas se, apesar disso, ela não se de-
sa ca püjyo yathã hy aham dica aos pés de lótus do Senhor Krsna, cujo umbigo tem a forma de uma flor
no—não; me—Meu; abhaktah—desprovido de serviço devocional puro; catuh- de lótus, ela não tem tanto valor quanto um candãla que dedicou sua mente,
veài— um entendido nos quatro Vedas; mat-bhaktah—Meu devoto; éva-pacah— palavras, atividades, riqueza e vida a serviço do Senhor. O simples fato de nascer
em família de brãhmanas ou possuir qualidades bramínicas não é suficiente.
mesmo de uma família de comedores de cães; priyah—muito querido; tasmai—a
Devemo-nos tornar devotos puros do Senhor. Se um sva-paca ou um candãla
ele (o devoto puro); deyam—deve-se dar; tatah—dele; grãhyam—devem ser aceitos
é um devoto, ele liberta não apenas a si mesmo, mas também a toda a sua família,
(restos de comida); sah—essa pessoa; ca—também; püjyah—é adorável; yathã—tanto
ao passo que um brãhmana que não é devoto, mas simplesmente tem qualidades
quanto; hi—com certeza; aham—Eu. bramínicas, não pode purificar nem a si mesmo, e, muito menos, a sua família.'"
T R A D U Ç Ã O — ' " M e s m o que alguém seja u m acadêmico muito erudito na litera-
tura sânscrita, se não está ocupado em serviço devocional puro, não é aceito como SIGNIFICADO—Este e o verso seguinte são citações do Srimad-Bhãgavatam (7.9.10
Meu devoto. Mas se alguém nascido em família de comedores de cães é um de- e 3.33.7).
voto puro sem motivação alguma de desfrute mediante atividades fruitivas ou
especulação mental, Me é muito querido. Deve-se dar-lhe todo o respeito, e tudo VERSO 27
o que ele oferece deve ser aceito, pois tais devotos são de fato tão adoráveis
quanto Eu o s o u . ' "
n m a « intwrei a â ^ m
S I G N I F I C A D O — E s t e verso, falado pela Suprema Personalidade de Deus, é encon- a f a f ^ t í c f r *4m. a r a « s i a ^ \
trado no Hari-bhakti-vilãsa. *|í$S a \ a r t i
a w t a j r ô r ã ç i f t ca c^>« o i

VERSO 26 aho bata éva-paco 'to gariyãn


yaj-jihvãgre vartate nãma tubhyam
faai<fjãiç x ««rçjstaa f i ^ ^ i s - tepus tapas te juhuvuh sasnur ãryã
1
brahmãnücur nãma grnanti ye te
i m i f ã ^ f ã ^ a n i i B * afaia, aho bata—quão maravilhoso é; éva-pacah—um comedor de cães; atah—que um
ara « * f t « a p n i 6 c a f ç « i « f - brãhmana iniciado; gariyãn—mais glorioso; yat—de quem; jihvã-agre—na ponta da
língua; vartate—permanece; nãma—o santo nome; tubhyam—de Vós, meu Senhor;
«t«K a í a í a ^ « f t a i a : • ** i
tepuh—realizou; tapah—austeridade; te—eles; juhuvuh—realizaram sacrifícios;
258 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16 Verso 29 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 259

sasnuh—banharam-se em todos os lugares sagrados; ãryãh—pertencentes de fato S I G N I F I C A D O — N e s t a afirmação, Jhadu Thâkura apresenta-se como tendo nascido
à raça ariana; brahmã—todos os Vedas; anücuh—estudaram; nãma—o santo nome; em família de casta inferior e não possuindo as qualificações de um verdadeiro
grnanti—cantam; ye—quem; te— eles. devoto do Senhor Krçna. Ele aceita as afirmações que declaram que uma pessoa
de nascimento baixo é muito elevada se é Vaiçnava. Todavia, ele acha que estas
TRADUÇÃO—"'Meu querido Senhor, qualquer pessoa que sempre mantém Vosso descrições do érimad-Bhãgavatam descrevem convenientemente outras pessoas,
santo nome em sua língua é maior que um brãhmana iniciado. Mesmo que tenha mas não a ele mesmo. A atitude de Jhadu Thâkura é muito adequada para um
nascido em família de comedores de cães e assim, de acordo com estimativas Vaiçnava autêntico, pois um Vaiçnava jamais se considera elevado, mesmo que
materiais, seja o mais baixo d o s homens, é contudo glorioso. É este o maravi- ele o seja realmente. Ele é sempre manso e humilde, e jamais acredita ser um
lhoso poder de se cantar o santo nome do Senhor. Entende-se que aquele que devoto avançado. Ele sempre se coloca numa posição inferior, mas não se deve
canta o santo nome já realizou todas as espécies de austeridades. Ele já estudou pensar com isto que tal pessoa é realmente baixa. Certa vez, Sanãtana Gosvãmí
todos os Vedas, já realizou todos os grandes sacrifícios mencionados nos Vedas, declarou pertencer a u m a família de casta baixa, pois, embora tivesse nascido em
já banhou-se em todos os lugares sagrados de peregrinação, sendo, de fato, um família de brãhmanas, ele, através de seu serviço como ministro do governo,
ariano."' associara-se com mlecchas e yavanas. De modo semelhante, Jhadu Thâkura apresen-
tou-se como alguém pertencente a uma casta muito baixa, mas na verdade ele
VERSO 28 estava numa posição bem mais elevada que a de muitas pessoas nascidas em
famílias de brãhmanas. A favor disso, encontram-se evidências não apenas no
* » f à ' «Tf* *CV, - " 4 1 * 4 * T57 « 5 I érimad-Bhãgavatam, como citado por Kãlidãsa nos versos 26 e 27, mas há também
consideráveis evidências destas conclusões em outros éãstras. Por exemplo, o Mahã-
bhãrata, Vana-parva, Centésimo Octogésimo Capítulo, afirma:
suni' thâkura kahe, — "éãstra ei satya kaya
sei érestha, aiche yãhte krsna-bhakti haya
éuni'—ouvindo; thâkura kahe—Jhadu Thâkura disse; éãstra—escritura revelada; éüdre tu yad bhavel laksma
ei—esta; satya—verdade; kaya—diz; sei—ele; érestha—melhor; aiche—de maneira tal; dvije tac ca na vidyate
yãhte—em quem; krsna-bhakti—devoção a Krsna; haya—há. na vai éüdro bhavec chüdro
brãhmano na ca brãhmanah
T R A D U Ç Ã O — A o ouvir estas citações da escritura revelada Srimad-Bhãgavatam,
Jhadu Thâkura replicou: " S i m , isto é verdade, pois é a versão dos sãstras. Entre- " S e as características de um brãhmana são encontradas em um éüdra e não em
tanto, é verdade apenas para aquele que é genuinamente avançado em devoção um brãhmana, esse s'ãdra não deve ser visto como éüdra, e esse brãhmana não deve
a Krsna." ser aceito como brãhmana."
De modo semelhante, o Vana-parva, Ducentésimo Undécimo Capítulo, afirma:
VERSO 29 éüdra-yonau hi jãtasya
sad-gunãnupati$thatah
wtfà í l ç s r t f e , «<t*it* » t f * i
ãrjave vartamãnasya
« i w ^ c * wn, « i t i t s « t f * ^ c ç " 1 % ii" II brãhmanyam abhijãyate

ãmi—nica-jãti, ãmãra nãhi krsna-bhakti " S e uma pessoa nascida em família de éüdras desenvolveu as qualidades de um
anya aiche haya, ãmãya nãhi aiche éakti" brãhmana, tais como satya [veracidade], éama [paz], dama [autocontrole] e ãrjava
ãm;'—eu; nica-jãti—pertencendo a uma casta inferior; ãmãra—minha; nãhi— não [simplicidade], ela assume a elevada posição de brãhmana."
há; krsna-bhakti— devoção por Krçna; anya—outros; aiche haya—assim pode ser; O Anuéãsana-parva, Centésimo Sexagésimo Terceiro Capítulo, diz:
ãmãya—a mim; nãhi—não há; aiche éakti—esse poder.
sthito brãhmana-dharmena
T R A D U Ç Ã O — " S e m e l h a n t e posição pode ser aplicada a outrem, mas eu não brãhmanyam upajivati
possuo esse poder espiritual. Pertenço a uma classe inferior e não tenho sequer ksatriyo vãtha vaiéyo vã
uma gota de devoção por K r s n a . " brahma-bhüyah sa gacchati
260 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16 Verso 29 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 261

ebhis tu karmabhir devi De modo semelhante, o Padma Purãna diz:


éubhair ãcaritais tathã
éüdro brãhmanatãm yãti na éüdrã bhagavad-bhaktãs
vaiéyah ksatriyatãm vrajet te tu bhãgavata matãh
sarva-varnesu te éüdrã
na yonir nãpi saihskãro ye na bhakta janãrdane
na érutam na ca santatih
kãranãni dvijatvasya "Jamais devemos considerar um devoto como sendo éüdra. Devemos reconhecer
vrttam eva tu kãranam todos os devotos da Suprema Personalidade de Deus como bhãgavatas. Entretanto,
quem não é devoto do Senhor Krsna, mesmo que tenha nascido em família de
" S e uma pessoa está realizando verdadeiras atividades bramínicas, deve ser con- brãhmanas, de ksatriyas ou de vaiéyas, deve ser visto como éüdra."
siderada brãhmana, mesmo que tenha nascido de família ksatriya ou vaiéya." O Padma Purãna também diz:
"Ó Devi, mesmo um éüdra realmente ocupado nas atividades e comportamento
puro de um brãhmana torna-se brãhmana. E, desse modo, tanto mais facilmente sva-pãkam iva nekseta
pode um vaiéya se tornar ksatriya." loke vipram avaisnavam
"Portanto, não é o nascimento, a reforma ou a educação de alguém que vão vaisnavo vamo-bãhyo 'pi
caracterizá-lo como brãhmana. O vrtta, ou ocupação, é o verdadeiro parâmetro punãti bhuvana-trayam
mediante o qual podemos reconhecer um brãhmana."
Temos observado que uma pessoa que não é filha de médico e não freqüentou " S e uma pessoa nascida em família de brãhmanas é um avaisnava, um não-devoto,
a escola de medicina é, às vezes, apta a praticar medicina. Mediante o conheci- não devemos olhar para a sua face, da mesma forma como não devemos olhar
mento prático de como realizar operações cirúrgicas, de como combinar alguns para a face de um candãla, ou comedor de cães. Entretanto, um vaisnava encon-
remédios e de como prescrevê-los para determinadas doenças, a pessoa pode re- trado num varria diferente de brãhmana pode purificar todos os três m u n d o s . "
ceber um certificado e ser registrada no campo de atividades do médico praticante. O Padma Purãna diz ainda:
Ela pode fazer o trabalho médico e ser reconhecida como médico. Embora médicos
qualificados considerem-no um charlatão, o governo reconhecerá seu trabalho.
Especialmente na índia, há muitos desses doutores que realizam seus serviços éüdram vã bhagavad-bhaktam
médicos com perfeição. Mesmo o governo os aceita. De modo semelhante, se nisãdam éva-pacam tathã
alguém está atarefado em deveres ocupácionais bramínicos, deve ser considerado vik$ate jãti-sãmãnyãt
brãhmana, apesar da família na qual tenha nascido. Este é o veredicto de todos sa yãti nardkam dhruvam
os éãstras.
O Srimad-Bhãgavatam, (7.11.35), diz: "Aquele que considera o devoto da Suprema Personalidade de Deus nascido em
família de éüdras, nisãdas ou candãlas como sendo pertencente à casta em questão
yasya yal laksanam proktam sem dúvidas vai direto para o inferno."
pumso varnãbhivyahjakam Ao brãhmana compete ser Vaisnava e acadêmico erudito. Portanto, na índia,
yad anyatrãpi dréyeta é costume dirigir-se a um brãhmana como pandita. Sem conhecer Brahman, ninguém
tat tenaiva vinirdiéet pode entender a Suprema Personalidade de Deus. Por conseguinte, o Vaisnava
já é um brãhmana, ao passo que um brãhmana talvez se torne Vaisnava. O Garuda
Esta é uma afirmação feita por Nãrada Muni a Mahãrãja Yudhisthira, na qual Purãna diz:
Nãrada diz que todos os sintomas do brãhmana, do ksatriya e do vaiéya são descritos
nos éãstras. Portanto, se alguém manifesta os sintomas e as qualidades de um bhaktir asta-vidhã hy esã
brãhmana e ocupa uma posição bramínica, mesmo que não tenha nascido como yasmin mlecche 'pi vartate
brãhmana ou ksatriya, deve ser considerado de acordo com suas qualificações e sa viprendro muni-éresthah
ocupação. sa jhãni sa ca panditah
262 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16 Verso 34 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 263

" S e mesmo um mleccha torna-se devoto, ele deve ser considerado o melhor dos TRADUÇÃO—Após despedir-se de Kalidasa, Jhadu Thâkura regressou à sua casa,
brãhmanas e um pandita erudito." deixando as marcas de seus pés claramente visíveis em muitos lugares.
De modo semelhante, o Tattm-sãgara diz:
VERSO 32
yathã kãhcanatãm yãti
kãrhsyam rasa-vidhãnatah cx\ *i[<n 51431 «tfèurti i < í w ciftn i
tathã diksã-vidhãnena St* fà«í> lâasYlw *j«t43l afçerl n 11
dvijatvarii jãyate nrnãm
sei dhüli lahã kãlidãsa sarvãhge lepilã
"Como, ao ser misturado com mercúrio num processo alquímico, o bronze trans- tãhra nikata eka-sthãne lukãhã rahiiã
forma-se em ouro, assim também quem é apropriadamente treinado e iniciado sei dhüli—aquela poeira; lahã—pegando; kãlidãsa—Kãlidãsa; sarva-ahge—em todo
por um mestre espiritual fidedigno torna-se imediatamente um brãhmana". Todas o seu corpo; lepilã—esfregou; tãhra nikata—perto de sua casa; eka-sthãne— num local;
essas evidências encontradas nas escrituras reveladas são testemunhos de que, lukãhã rahiiã—escondeu-se.
de acordo com a versão védica, o Vaisnava nunca deve ser considerado como
abrãhmana, ou não-brãhmana. Jamais devemos pensar que o Vaiçnava pertence TRADUÇÃO—Após esfregar em todo o seu corpo a poeira das marcas desses pés,
a uma casta inferior, mesmo que tenha nascido em família de mlecchas ou yavanas. Kãlidãsa escondeu-se num local perto da casa de Jhadu Thâkura.
Porque tornou-se devoto do Senhor Krsna, ele purificou-se e alcançou a fase de
brãhmana (dvijatvam jãyate nrnãm).
VERSO 33
VERSO 30
<9*fctf* i* ai?' ü» fi' i
«te* i"P»fà' «if9i»ti fie li ntfaíTt i
^ - f r r f a « e i «fs w a a t V « H Ç P I I II « • 11
i t i c i * f * f c 9 « r f l w ii**! II -o® n
jhadu-thãkura ghara yãi' dekhi' ãmra-phala
tare namaskari' kãlidãsa vidãya mãgilã mãnasei krsna-candre arpilã sakala
jhadu-thãkura tabe tãhra anuvraji' ãilã jhadu-thãkura—Jhadu Thâkura; ghara yãi'—voltando para casa; dekhi' ãmra-phala—
tare—a ele (Jhadu Thâkura); namaskari'—prestando reverências; kãlidãsa—Kãli- ao ver as mangas; mãnasei—mentalmente; krsna-candre—a Krsna; arpilã—ofereceu;
dãsa; vidãya mãgilã—pediu permissão para partir; jhadu-thãkura—Jhadu Thâkura; sakala—todas.
tabe— nessa altura; tãhra—a ele; anuvraji'—seguindo; ãilã—foi.
TRADUÇÃO—Ao voltar para casa, Jhadu Thâkura viu as mangas que Kãlidãsa
T R A D U Ç Ã O — K ã l i d ã s a novamente prestou suas reverências a Jhadu Thâkura e tinha lhe presenteado. Mentalmente, ofereceu-as a Krsna-candra.
pediu-lhe permissão para partir. O santo Jhadu Thâkura seguiu-o enquanto ele
partia.
VERSO 31 VERSO 34
«*tc* fiar* fali fcifi ifff 1C? | *5»it* *ti$*Kit»n cscs «rtn fiistf»t*i i
"St* 5*«1-f6Çf C1Í fcffiP *tf%5f II «5 II « 1 * »t#i 4va ei*» itcai j»fi*i i « 8 «
tãnre vidãya diyã thâkura yadi ghare ãila kalãra pãfuyã-kholã haite ãmra nikãsiyã
tãhra carana-cihna yei thãhi padilã tãhra patni tãnre dena, khãyena cüsiyã
tãnre—a ele (Kãlidãsa); vidãya diyã—dizendo adeus; thâkura—Jhadu "Thâkura; kalãra—de bananeira; pãtuyã-kholã— folhas e cascas; haite—de dentro; ãmra—
yadi—quando; ghare ãila—regressou para a sua casa; tãhra carana-cihna—a marca mangas; nikãsiyã—retirando; tãhra patni— sua esposa; tãnre—a ele; dena—dá; khãye-
de seus pés; yei thãhi—onde quer que; padila—caiu. na—come; cüsiyã—chupando.
264 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 1 6 Verso 4 0 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 265

TRADUÇÃO—Então, a esposa de Jhadu Thâkura retirou as mangas do embrulho T R A D U Ç Ã O — K ã l i d ã s a lambeu a casca de bananeira, os caroços e as cascas de
de folhas e cascas de bananeira e ofereceu-as a Jhadu Thâkura, que começou manga, e enquanto os lambia ficou tomado de júbilo devido ao amor extático.
a chupá-las e comê-las.
VERSO 3 8
VERSO 3 5
a<5 cana caca ciYswcf 1
Sjfã' gfàr cerni «trf8 c*T*m\ ii^atcs i astfaata ^cs aata fa*tl «ractea 11 «t-11
«tca WntdM « t a *Nft ata » W n n «<t II
ei-mata yata vaisnava i>aise gauda-deée
CÜsi' cüsi' cosa ãhthi phelilã pãtuyãte kãlidãsa aiche sabãra nilã avaéese
tare khãoyãnã tãhra patni khãya paécãte ei-mata—dessa maneira; yata—tantos quantos; vaisnava—Vaiçnavas; vaise—resi-
cüsi' cüsi'—chupando sem parar; coso—chupou; ãhthi—os caroços; phelilã— dem; gauda-deée—na Bengala; kãlidãsa—Kãlidãsa; aiche— dessa maneira; sabãra—de
deixou; pãtuyãte—na folha de bananeira; tare—a ele; khãoyãnã—após alimentar; todos eles; nilã— pegou; auaseçe—os restos.
tãiira patni— sua esposa; khãya—come; pascãte—em seguida.
TRADUÇÃO—Dessa maneira, Kãlidãsa comia todos os restos da comida deixados
TRADUÇÃO—Ao terminar de comer, ele deixou os caroços na folha de bananeira, pelos Vaisnavas da Bengala.
e sua esposa, tendo alimentado o esposo, começou então a comer.
VERSO 3 9
VERSO 3 6
CTl anfasta aca ftetfscêi «ii**rl 1
«lrfè-c6tai c i * tijçai-camtra «fàai i irstsrç^ra %ta açts*!! cawil 11 ®& 11
atfaca Sfafè-flcí c a ^ t ^ i 1 * 1 " * * «
sei kãlidãsa yabe nilãcale ãilã
ãhthi-cosã sei pãtuyã-kholãte bhariyã mahãprabhu tãhra upara mahã-krpã kailã
bãhire uechista-garte phelãilã lahã sei kãlidãsa—esse Kãlidãsa; yabe—quando; nilãcale ãilã—veio a Jagannãtha Puri;
ãhthi—os caroços; cosa—que tinham sido chupados; sei—isso; pãtuyã-kholãte— mahãprabhu—èri Caitanya Mahãprabhu; fãrira upara—a ele; mahã-krpã—muita mi-
folha e casca de bananeira; bhariyã—colocando em; bãhire— fora; uechista-garte— sericórdia; kailã—concedeu.
na vala onde se jogava refugo; phelãilã lanã—pegou e jogou.
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o Kãlidãsa visitou Jagannãtha Puri, Nilãcala, Sri Caitanya
TRADUÇÃO—Após acabar de comer, ela colocou os caroços nas folhas e cascas Mahãprabhu concedeu-lhe muita misericórdia.
de bananeira, pegou-as e jogou-as na vala onde todo o lixo era jogado.

VERSO 4 0
VERSO 3 7
« l f % f « » s } ^ a f ã aí'a aa*ic» 1
ca? carni, «fítS, c*ta«ii gea «tfài*ra i ar»r-asa«r *I<ÍPI cMtfa»" a t a « f - a c » 118» 11
jífàcs frãc5 ça cocara «ura 11 -0111 prati-dina prabhu yadi yã'na daraéane
sei kholã, ãhthi, cokalã cüse kãlidãsa jala-karahga lahã govinda yãya prabhu-sane
cusite cusite haya premete ullãsa prati-dina—todos os dias; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; yadi—quando;
sei—aquela; kholã—casca de bananeira; ãhthi—caroços de manga; cokalã—casca yã'na—vai; daraéane—ver o Senhor Jagannãtha; jala-karahga—um pote de água;
de manga; case— lambe; kãlidãsa—Kãlidãsa; cusite cusite—enquanto lambe; haya— lahã—levando; govinda— Govinda, o servo pessoal do Senhor; yãya—vai; prabhu-
havia; premete ullãsa—grande júbilo em amor extático. sane—com Srí Caitanya Mahãprabhu.
266 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, 16 Verso 46 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 267

T R A D U Ç Ã O — T o d o s os dias, o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu visitava regu- TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu dera ordem expressa a Seu servo pessoal,
larmente o templo de Jagannãtha, e, nessas ocasiões, Govinda, Seu servo pessoal, Govinda, de que ninguém deveria tomar a água que tinha lavado Seus pés.
costumava ir com Ele, carregando Seu pote de água.
VERSO 44
VERSO 41
«uftira 9r?c« «1113 ci? m i
t»RSftP!S fciBrfWW * * f í c N «lie? I « 1 3 3 * V9 913 3*fs' C « H 5 * 1 II 8 8 II
aí?«t '»rf5tç'-«r.9i itcs 4* fira •nfc<? n 8i n prãni-mãtra la-ite nã pãya sei jala
simha-dvãrem uttara-dike kapãtera ãde antarahga bhakta laya kari' kona chala
bãisa 'pãhãca '-tale ache eka nimna gãde prãni-mãtra—todos os seres vivos; la-ite—tomar; nã pãya—não conseguem; sei
simha-dvãrera—do Sirhha-dvãra; uttara-dike—no lado norte; kapãtera ãde—atrás jala—essa água; antarahga—muito íntimos; bhakta—devotos; laya—tomam; kari'—
da porta; bãisa 'pãhãca'—dos vinte e dois degraus; tale— na base; ache—há; eka— fazendo; kona chala—alguma artimanha.
uma; nimna—baixa; gãde—vala.
T R A D U Ç Ã O — D e v i d o à ordem expressa do Senhor, n e n h u m ser vivo poderia
TRADUÇÃO—No lado norte do Sirhha-dvãra, por trás da porta, existem vinte e tomar a água. No entanto, valendo-se de alguns artifícios, alguns de Seus devotos
dois degraus que levam ao templo, e na base desses degraus encontra-se uma íntimos bebiam-na.
vala.
VERSO 45
VERSO 42 ií«fw» alç^tçi * t ( B a w f a c s i
ca? Mie? v n m ^•w*-tHPi»re«i i *tf»TOT«l «rtf*í « I t i t f í ® C 9 | » ÇfPS II 8 0 II
<5C3 * f 3 3 f C 3 ala IhMHRMES H 8 * II eka-dina prabhu tãhhã pada praksãlite
sei £ãde karena prabhu pãda-praksãlane kãlidãsa ãsi' tãhãh pãtilena hãte
tabe karibãre yãya isvara-darasane eka-dina—certo dia; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhhã—ali; pada praksãlite—
sei gãde—nessa vala; karena—faz; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; pãda-praksã- lavando Seus pés; kãlidãsa—Kãlidãsa; ãsi'—vindo; tãhãh—ali; pãtilena—estendeu;
lane—ab\ução dos pés; rabe—em seguida; karibãre—lazer; yãya—Ele vai; isvara- hãte—as palmas de suas mãos.
darasane—visita ao Senhor Jagannãtha.
T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, enquanto Sri Caitanya Mahãprabhu lavava Seus pés
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu lavava Seus pés nessa vala, e em seguida nesse lugar, Kãlidãsa veio e estendeu as palmas de suas mãos para apanhar a
entrava no templo para ver o Senhor Jagannãtha. água.

VERSO 43 VERSO 46

C t t f a C T O 1 5 t « f CS3IC5 fali I 435 «wfsi, s ? «tvüt, f%n mwfik fàifl i


' C l ( 3 * t f » 5 f 5 | C 3 1 » ! 913 C S J » W » ' I I 8 ® I I « C 3 i ç i ^ fies facaa «r39|1 II 8 * II

govindere mahãprabhu kairãche niyama e/tu ahjali. dui ahjali, tina ahjali pilã
'mora pãda-jala yena nã laya kona jana' tabe mahãprabhu tãnre nisedha karilã
govindere—a Govinda; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kairãche— deu; eka ahjali—um bocado; dui ahjali— dois bocados; tina ahjali—três bocados; pilã—
niyama—um princípio regulador; mora—Meus; pãda-jala—água da ablução dos pés; ele bebeu; tabe— nessa altura; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãnre—a ele;
yena—isso; nã laya—não tome; kona jana—ninguém. nisedha karilã— proibiu.
268 Sri Caitanya-caritãmrta Verso 52 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 269
Antya-lilã, 1 6

T R A D U Ç Ã O — K a l i d a s a bebeu um bocado, depois mais um e mais u m . Foi então TRADUÇÃO—Por causa dessa qualidade, Sn Caitanya Mahãprabhu o satisfez com
que Srí Caitanya Mahãprabhu proibiu-o de beber mais. a misericórdia que n e n h u m a outra pessoa lograria alcançar.

VERSO 4 7 VERSO 50

"*res*fir « r i s » 1 « f à ç < j » = í k i
( f l W f * S l 3 t í 1 - ^ ? « t « f à * £ t f ü t l t * II" 8 1 I I P f g í i s Ç - ^ f s «rtcçi SfSra irsrstcf II <t° II

"atahpara ãra nã kariha punar-hãra tóisfl 'pãhãca'-pãche upara dak$ina-dike


etãvatã vãhchã-pürana kariluh tomara" eka nrsimha-mürti ãchena uthite vãma-bhãge
atahpara—a partir de então; ãra—nunca mais; nã kariha—não faças; punah-bãra— bãiéa pãhãca—dos vinte e dois degraus; pãche—em direção à parte de trás; upara—
outra vez; etãvatã—o máximo possível; vãhchã-pürana—satisfação do desejo; kari- acima; daksina-dike— no lado sul; ffai-uma; nrsiriiha-mürti— Deidade do Senhor
luh— fiz; tomara—teu. Nrsimha; ãchena—há; uthite—enquanto caminhando para cima; vãma-bhãge—no
lado esquerdo.
T R A D U Ç Ã O — " J a m a i s voltes a fazer isto. Satisfiz teus desejos na medida do
possível." TRADUÇÃO—No lado sul, atrás e acima dos vinte e dois degraus, encontra-Se
uma Deidade do Senhor Nrsimhadeva. A medida que subimos os degraus em
direção ao templo, vemos a Deidade à nossa esquerda.
VERSO 48

lashfrorsifa ces® ^ a i VERSO 5 1


fcwça. «stst* faíri, «rfiEPí n 11 ejfefaí! <$fr,a <si^ « c a » »»refa i
sarvajha-éiromani caitanya iévara a.arefà' 4? csr« t e ? ataaia n <?i n
vaisnave tãhhãra viévãsa, jãnena antara
sarva-jha—onisciente; éiromani—mais elevado; caitanya—o Senhor Srí Caitanya prati-dina tãnre prabhu karena namaskãra
Mahãprabhu; iévara—a Suprema Personalidade de Deus; vaisnave—aos Vaisnavas; namaskari' ei éloka pade bãra-bãra
tãhhãra viévãsa—sua fé; jãnena—Ele sabe; antara—o coração. prati-dina—todos os dias; tãnre—a Deidade do Senhor Nrsimhadeva; prabhu—
Sri Caitanya Mahãprabhu; karena—faz; namaskãra—reverências; namaskari'—pres-
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu é a elevadíssima e onisciente Suprema tando reverências; ei éloka—esses versos; pade—recita; bãra-bãra—repetidas vezes.
Personalidade de Deus, e, portanto, sabia que Kãlidãsa, no mais íntimo de seu
coração, tinha fé plena nos Vaisnavas. TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu, com Seu lado esquerdo voltado para a
Deidade, prestou reverências ao Senhor Nrsimha à medida que seguia em direção
ao templo. Enquanto prestava reverências, recitou os seguintes versos repetidas
vezes.
VERSO 49
VERSO 52
c r W i mm süg « t t a <fè sfèii i
aac<s Sáfüttgifi «íettirtçiiwifàM i
««3ja « p r t w -tisrt* «f**rl n ss> 11
f$aii«facW*:faaTi>vaatac« II II
sei-guna lahã prabhu tãnre tusta ha-ilã
anyera durlabha prasãda tãhhãre karilã namas te nara-simhãya
sei-guna—essa qualidade; lahã—aceitando; prabhu—Srí Caitanya Mahãprabhu; prahlãdãhlãda-dãyine
tãnre—a ele; tusta ha-ilã—satisfez; anyera—para outros; durlabha—não obtenível; hiranyakaéipor vaksah-
prasãda—misericórdia; tãhhãre—a ele; karilã—mostrou. éilã-tahka-nakhãlaye
270 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16 Verso 57 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 271

namah—ofereço Minhas respeitosas reverências; te—a Vós; nara-simhãya—Senhor T R A D U Ç Ã O — T e n d o prestado reverências ao Senhor Nrsimhadeva, Sri Caitanya
Nrsimhadeva; prahlãda—a Mahãrãja Prahlãda; ãhlãda—de prazer; dãyine—o outor- Mahãprabhu visitou o templo do Senhor Jagannãtha, após o que regressou à
gador; hiranya-kaéipoh—de Hiranyakasipu; vaksah—tórax; éilã—como pedra; tahka— Sua residência, concluiu Seus deveres do meio-dia e almoçou.
como o cinzel; nakha-ãlaye—cujas unhas.
VERSO 55
T R A D U Ç Ã O — " O f e r e ç o Minhas respeitosas reverências a Vós, Senhor Nrsirhha- ifeVtre «itr.5 « t f w r i « } « T f » r i isfàai i
deva. Sois Vós q u e m dá prazer a Mahãrãja Prahlãda, e Vossas unhas dilaceram
o tórax de Hiranyakasipu assim como um cinzel corta a p e d r a . " c A l f i p q r e atCB a r ç « r e i s r f f i i l n a<t ii

SIGNIFICADO—Este e o verso seguinte são citações d o Nrsimha Purãna. bahir-dvãre ache kãlidãsa pratyãéã kariyã
govindere thàre prabhu kahena jãniyã
VERSO 53 bahih-dvãre— do lado de fora da porta; ache—havia; kãlidãsa—Kãlidãsa; pratyãéã
kariyã—aguardando; govindere—a Govinda; thãre— por sinais; prabhu—Sri Caitanya
frei «ffirç: f a r e i ^ f V c T i Mahãprabhu; kahena—fala; jãniyã—sabendo.

irei irei itfi « r e i f f i * * ! i T R A D U Ç Ã O — K ã l i d ã s a estava postado no lado de fora da porta, aguardando os


i f í ^ T i 'tçi w n ^fV-cçi restos do alimento de Srí Caitanya Mahãprabhu. Sabendo disto, Mahãprabhu
fez um sinal para Govinda.

i/0 nrsimhah parato nrsimho VERSO 56


yato yato yãmi tato nrsimhah i ç i a ® ? %fw9 c t f t f à * i i • r í c i i
bahir nrsimho hrdaye nrsimho
nrsimham ãdim éaranam prapadye « t f p i i f c i r e ftji « ç i c«ii»rt3s-<ftr.i ii <?* n
itah—aqui; nrsímnfl/i—Senhor Nrsimha; paratah—no lado oposto; nrsimhah—
Senhor Nrsimha; yatah yatah—aonde quer que; yãmi—Eu vá; tatah—ai; nrshhhah— mahãprabhura ihgita govinda saba jãne
Senhor Nrsimha; bahih—fora; nrsimhah—Senhor Nrsimha; hrdaye—em Meu kãlidãsere dila prabhura éesa-pãtra-dãne
coração; nrsimhah—Senhor Nrsimha; nrsimham—Senhor Nrsimha; ãdim—a Supre- mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; ihgita—sinais; govinda—Seu servo
ma Personalidade original; saranam prapadye— refugio-Me em. pessoal; saba—tudo; jãne—conhece; kãlidãsere—a Kãlidãsa; dila—entregou; prabhu-
ra—de Sri Caitanya Mahãprabhu; éesa-pãtra—os restos de comida; dane— presente.
TRADUÇÃO—"O Senhor Nrsimhadeva está aqui, e também no outro lado. Aonde
quer que Eu vá, vejo o Senhor Nrsimhadeva. Ele está fora e dentro do Meu co- T R A D U Ç Ã O — G o v i n d a compreendeu todos os sinais de Sri Caitanya Mahãprabhu.
ração. Portanto, refugio-Me no Senhor Nrsimhadeva, a Suprema Personalidade Por isso, imediatamente entregou a Kãlidãsa os restos da comida de Srí Caitanya
de Deus original." Mahãprabhu. .
VERSO 54 VERSO 57
«ci « i ç *fiW • n i i M wi»ti i C1UC11 QWWto 4 C 5 « 1Í511 l
ire •rtPl' m i s * «f%' «f%*i csfsra 11 «8 n « i f * i » r t i t r s a f è i « i f i «11-1T11 ii ai ii
tabe prabhu karilã jagannãtha daraéana vaisnavera éesa-bhaksanera eteka mahimã
ghare ãsi' madhyãhna kari' karilã bhojana kãlidãse pãoyãila prabhura krpâ-simã
tabe— depois disso; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; karilã—fez; jagannãtha vaisnavera—dos Vaiçnavas; éesa-bhaksanera—de comer os restos de alimento; eteka
daraéana—visita ao Senhor Jagannãtha; ghare ãsi'—após regressar para casa; mahimã—tanto valor; kãlidãse—Kãlidãsa; pãoyãila—fez com que obtivesse; prabhura—
madhyãhna kari—após realizar Suas atividades do meio-dia; karilã bhojana—almoçou. de Sri Caitanya Mahãprabhu; krpã-shnã—a misericórdia suprema.
Verso 63 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 273
272 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16

TRADUÇÃO—A poeira dos pés do devoto, a água que lavou os pés do devoto e
T R A D U Ç Ã O — A c e i t a r os restos da comida dos Vaisnavas é tão valioso que isto os restos do alimento deixados pelo devoto são três substâncias muito poderosas.
induziu Sri Caitanya Mahãprabhu a oferecer a Kãlidãsa Sua misericórdia suprema.
VERSO 61
VERSO 58
45 fol-C111 C5C5 3>33C«I11 53 I
«fcs 'ciucis 3lj>1' <*tf-S ÇffV 3«t1-»rfW I
1151 C5t<5 "11531 flSf 3 l f $ 3 13 ftW II «b- II
W«1fC3 *g3sff33l «3 II <&> II
ei tina-sevã haite krsna-premã haya
rafe 'xxiisnavera jhutã' khão chãdi' ghrnã-lãja
punah punah sarva-sãstre phukãriyã kaya
yãhã haite pãibã nija vãhchita saba kãja
ei tina-sevã— prestação de serviço a esses três; haite—da; krsna-premã—amor extá-
tãte— portanto; vaisnavera jhutã—restos do alimento dos Vaisnavas; khão—comei;
tico por Krçna; haya—há; punah punah—repetidas vezes; sarva-sãstre— todas as
chãdi'—abandonando; ghrnã-lãja—aversão e hesitação; yãhã haite— mediante o que;
escrituras reveladas; phu-kãriyã kaya—declaram enfaticamente.
pãibã—obtereis; nija—vosso próprio; vãhchita—almejado; soba—todo; kãja—êxito.
TRADUÇÃO—Quem presta serviço a esses três alcança a meta suprema do amor
T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , abandonando a aversão e a hesitação, procurai comer os
extático por Krsna. As escrituras reveladas não se cansam de declarar isto enfa-
restos do alimento dos Vaiçnavas, pois dessa maneira habilitar-vos-eis a conse- ticamente.
guir a meta almejada de vossas vidas.
VERSO 62
VERSO 59
<5ttf5 313 3t3 3 s f 5 , — « 1 W5t«| |
Sfèçè 5 3 '15tSl1ll' I t i I
35CU3
fatPi asfaat « 3 4 - f o i c m 11 11
WW "tem 'içl-iítawtwtiiri' 11 <?s> 11
tãte bãra bãra kahi,—suna bhakta-gana
kr$nera ucchista haya 'mahã-prasãda' nãma
visvãsa kariyã kara e-tina sevana
'bhakta-éesa' haile 'mahã-mahã-prasãdãkhyãna'
tãte—portanto; bãra bãra—repetidas vezes; kahi—digo; éuna—ouvi; bhakta-gana—
krsnera ucchista—restos do alimento de Krsna; haya—são; mahã-prasãda nãma—
devotos; viévãsa kariyã—tendo fé; tora—fazei; e-tina sevana—prestação de serviço
chamados mahã-prasãda; bhakta-éesa—os restos deixados por um devoto; haile—ao
a esses três.
se tornarem; mahã-mahã-prasãda—grande mahã-prasãda; ãkhyãna—chamados.
T R A D U Ç Ã O — P o r t a n t o , meus queridos devotos, por favor, ouvi o que tenho a
TRADUÇÃO—Os restos do alimento oferecido ao Senhor Krsna chamam-se mahã-
dizer, pois não me canso de insistir: tende toda a fé nesses três e não hesiteis
prasãda. Depois que um devoto toma essa mesma mahã-prasãda, os restos em lhes prestar serviço.
elevam-se à categoria de mahã-mahã-prasãda.
VERSO 63
VERSO 60

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S>r.is3 «jjitw, <5ic« ' H # t ' astfinrti 11 n
w « * « - « i a c » r i , - f o i i5ta*i ii v» ii
tina haite krsna-nãma-premera ullãsa
bhakta-pada-dhüli ãra bhakta-pada-jala
krsnera prasãda, tãte 'sãksi' kãlidãsa
bhakta-bh ukta-avaéesa,—tina mahã-bala
tina haite—a partir desses três; krsna-nãma—do santo nome do Senhor Krçna;
bhakta-pada-dhüli—a poeira dos pés de lótus de um devoto; ãra—e; bhakta-pada- premera ullãsa—despertar do amor extático; krsnera prasãda—a misericórdia do
jala—a água que lavou os pés de um devoto; bhakta-bhukta-avaéesa—e os restos Senhor Krçna; tãte— nisso; sãksi— testemunho; kãlidãsa—Kãlidãsa.
do alimento comido por um devoto; tina—três; mahã-bala—muito poderosos.
274 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 16
Verso 69 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 275

TRADUÇÃO—A partir desses três, alcançamos a meta máxima da vida — amor


extático por Krsna. Esta é a maior misericórdia do Senhor Krsna. O próprio Kãli- T R A D U Ç Ã O — L e v a n d o seu filho, Sivânanda Sena foi ter com Srí Caitanya Mahã-
dãsa é a maior prova disso. prabhu na residência dEste, onde fez com que seu filho prestasse respeitosas
reverências aos pés de lótus do Senhor.
VERSO 64
VERSO 67
' « U * * ' ifèf « T f 1 C 9 Í 1 1 t 3 3 Í 3 I
1
«tfprtftci içrs*ii fcaairl «ipfí^í ? n *8 II
« 3 ^ 3 * 3 3 1 1 1 319115 1 1 «C3 § 5 5 t 3 II * 1 II
nilãcale mahãprabhu rahe ei-mate
kãlidãse mahã-krpã kailã alaksite 'krsna kaha' bali' prabhu balena bãra bãra
nilãcale—em Jagannãtha Puri; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; rahe— tabu krsna-nãma bãlaka nã kare uccãra
permanece; ei-mate—dessa maneira; kãlidãse—a Kãlidãsa; mahã-krpã—muita mise- krsna kaha—dize Krçna; bali'—dizendo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; bale-
ricórdia; kailã—outorgou; alaksite—invisivelmente. na— disse; bãra bãra—repetidas vezes; tabu—mesmo assim; krsna-nãma—o santo
nome de Krçna; bãlaka—o menino; nã kare uccãra—não pronunciava.
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu permaneceu em Jagan-
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu não Se cansava de pedir que o menino
nãtha Puri, Nílãcala, e invisivelmente outorgou muita misericórdia a Kãlidãsa.
cantasse o nome de Krçna, mas o menino não pronunciava o santo nome.

VERSO 68
VERSO 65
f*í3í«1r i T s T C l i C a 3Ç 3<5 IsfãêTl |
C l 1 6 , 1 3 faatllf * t # t *m «llIêTl I
4 « a ^ c i ? 31*135 a>33iíi H «f$9ri II II II
^«ftl'-<35tÍ>3G3 I C W f f S Wtffflfrl II II
éivãnanda bãlakere bahu yatna karilã
se vatsara éivãnanda patni lahã ãilã
'puridãsa'-chota-putre sahgete ãnilã tabu sei bãlaka krsna-nãma nã kahilã
se vatsara—naquele ano; éivãnanda—Sivânanda Sena; patni—a esposa; lahã— tra- éivãnanda—Sivânanda Sena; bãlakere—ao menino; bahu—muito; yatna—esforço;
zendo; ãilã—veio; puri-dãsa—Puridãsa; chota-putre—o filho caçula; sahgete ãnilã— karilã—fez; tabu—mesmo assim; sei bãlaka—aquele menino; krsna-nãma—o nome
ele trouxe consigo. de Krsna; nã kahilã—não pronunciou.

T R A D U Ç Ã O — N a q u e l e ano, Sivânanda Sena trouxe consigo sua esposa e o filho T R A D U Ç Ã O — E m b o r a Sivânanda Sena envidasse todos os esforços para induzir
caçula, Puridãsa. seu filho a falar o santo nome de Krçna, o menino não o pronunciava.

VERSO 66
VERSO 69
*£3 1 C V 91431 cScSl « T t * B T l «If-Tftl I
« r ^ « c s , - " * u f i i t i sp»tc« e w f r W 1

1 C 3 S C 3 « I t l s T t « t ^ a 53*1 H f C I II II
•J13C3 « m i l « S t l ^ II *s> II
putra sahge lahã tenho ãilã prabhu-sthãne
putrere karãila prabhura carana vandane prabhu kahe, — "ãmi nãma jagate laoyãiluh
putra—o filho; sahge—junto; lanã—levando; tenho—ele; ãilã—veio; prabhu-sthãne— sthãvare paryanta krstia-nãma kahãiluh
à casa de Sri Caitanya Mahãprabhu; putrere—seu filho; karãila—fez com que fizesse; prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; ãmi—Eu; nãma—o santo nome;
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; carana vandane—adoração aos pés de lótus. jagate—mundo afora; laoyãilun—induzi a aceitar; sthãvare—os inertes; paryanta—
ao ponto de; krsna-nãma—o santo nome de Krsna; kahãiluh—Eu induzi a cantar.
276 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 16 Verso 75 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 277

TRADUÇÃO—Srl Caitanya Mahãprabhu disse: "Induzi o mundo inteiro a aceitar VERSO 73


o santo nome de Krsna. Mesmo as árvores e as plantas inertes induzi-as a cantar
o santo n o m e . " «lia faa a*c5» alf, <2#tvftJi i*
VERSO 70 4 ^ csif «fà' c^cçl $ H r t «t«f*t 111-© n

SçfC* « t f à ^ «uatsi «?fèc<s 1" ãra dina kahena prabhu, — 'pada, puridãsa'
« f % l laPtCtWfa» =Tífíl5i1 *sf%C5 m= II ei éloka kari' tenho karilã prakãéa
ãra dina—noutro dia; kahena prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; pada—re-
ihãre nãrilun krsna-nãma kahãite!" cita; puridãsa—Puridãsa; ei—este; éloka—verso; kari'—fazendo; ferino—ele; karilã
suniyã svarüpa-gosãni lãgilã kahite prakãéa—manifestou.
ihãre—esse menino; nãrilun—não pude; krsna-nãma—o santo nome de Krçna;
kahãite—fazer com que falasse; suniyã—ao ouvir; svarüpa-gosãni— Svarüpa Dâmo- TRADUÇÃO—Noutro dia, q u a n d o Srl Caitanya Mahãprabhu disse ao menino:
dara Gosãni; lãgilã— pôs-se; kahite—a dizer. "Recita, Meu querido Puridãsa", o menino compôs o seguinte verso e o expres-
sou perante todos.
TRADUÇÃO—"Mas não pude induzir esse menino a cantar o santo nome de VERSO 74
Krsna." Ao ouvir isto, Svarüpa Dâmodara Gosvãmi pôs-se a falar.
atirai: f a ^ ^ í f ^ a a ^ r . J i i nçça^fairrír 1
VERSO 71 ^ í i i a i ^ s l * . irwsifw- ?r<râíif% 11 18 11

"$fà? «uafu-ia C««TI ®*tofç«f i éravasoh kuvalayam aksnor ahjanam


m 1 1 4 3 1 «1'a "wrcst ai <PC?: «i«tc*f n s i uraso mahendra-mani-dãma
vrndãvana-ramaninãm martdanam
"tumi krsna-nãma-mantra kailã upadeée akhilam harir jayati
mantra pãhã kã'ra ãge nã kare prakãée éravasoh—dos dois ouvidos; kuvalayam—flores de lótus azuis; aksnoh—dos dois
tumi—Tu; krsna-nãma—o santo nome de Krçna; mantra—este hino; kailã upadeée— olhos; ahjanam—colírio; urasah—áo peito; mahendra-mani-dãma—um colar de jóias
instruíste; mantra pãhã—recebendo o hino; kã'ra ãge—diante de todos; nã kare indraniía; vrndãvana-ramaninãm—das donzelas de Vrndãvana; mar/danam—orna-
prakãée—ele não expressa. mentos; akhilam—tudo; harih jayati—todas as glórias ao Senhor Sri Krçna.

TRADUÇÃO—"Meu Senhor", disse ele, "deste-lhe iniciação no nome de Krsna, TRADUÇÃO—"O Senhor Srl Krçna é assim como uma flor de lótus azulada para
mas, tendo recebido o mantra, ele não o expressará perante t o d o s . " os ouvidos; Ele é colírio para os olhos, um colar de jóias indraniía para o peito
e ornamentos universais para as gopis, as donzelas de Vrndãvana. Que este
VERSO 72 Senhor Sri Hari, Krçna, seja glorifiçado."

í c a sica srct, 351 ai f c a «UTjta 1 VERSO 75


43 £|v|fii ias*«ti - «fã «twra u" n
ii<5 ie.ic??r f»K9, »tf% «urra» 1
mane mane /ape, mukhe nã kare ãkhyãna i?C5 CSf« «C3\ C9TfC«3 51«.«t3 Jja I11<? 11
ei ihãra manah-kathã—kari anumãna"
mane mane—mentalmente; jape—canta; mukhe—na boca; nã kare ãkhyãna—não safa vatsarera éiéu, nãhi adhyayana
expressa; ei—esta; ihãra—sua; manah-kathã—intenção; kari anumãna—suponho. aiche éloka kare,—lokera camatkãra mana
sãta vatsarera—sete anos de idade; éiéu—o menino; nãhi adhyayana—sem educa-
T R A D U Ç Ã O — " E s s e menino canta o mantra mentalmente, mas não o profere. ção; aiche— este; éloka—verso; kare—compõe; lokera—de todas as pessoas; camat-
Tanto quanto posso supor, é esta a sua intenção." kãra— cheia de espanto; mana—mente.
4

278 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16 Verso 81 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 279

T R A D U Ç Ã O — E m b o r a só tivesse sete anos e ainda não fosse educado, o menino T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o os devotos estavam em Nilãcala, Jagannãtha Puri, Srí
compôs esse belíssimo verso. Todos ficaram cheios de admiração. Caitanya Mahãprabhu manteve Sua consciência externa, porém, tão logo eles
partiram, Sua principal ocupação voltou a ser a loucura do amor extático por
VERSO 76 Krsna.

re^ssFfa <sfe ? * t t a s j % r l i VERSO 79


awtfw ara sfff i r a atai H atfà-fwre ^ r e ascua am-Maí-aa i
caitanya-prabhura ei krpãra mahimã srWwçsca, - ca» a>a3-«»t-»t«f 11 <ís> ii
brahmãdi deva yãra nãhi pãya simã
caitanya-prabhura—do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; ei—esta; krpãra mahimã— rãtri-dine sphure krsnera rüpa-gandha-rasa
a glória da misericórdia; brahmã-ãdi—encabeçados pelo Senhor Brahmã; deva—os sãksãd-anubhave, —yena krsna-upasparéa
semideuses; yãra—da qual; nãhi pãya—não alcançam; simã—o limite. rãtri-dine—noite e dia; sphure—parece; krsnera—do Senhor Krçna; rüpa—a beleza;
gandha—fragrância; rasa—doçura; sãksãt-anubhave—experimentava diretamente;
TRADUÇÃO—É esta a glória da misericórdia imotivada de Srí Caitanya Mahã- yena—como se; kr$na-upasparéa—tocando Krçna.
prabhu, a qual nem mesmo os semideuses, encabeçados pelo Senhor Brahmã,
podem avaliar. TRADUÇÃO—Dia e noite adentro, Srí Caitanya Mahãprabhu sorvia diretamente
VERSO 77 a beleza, a fragrância e a doçura de Krçna, como se estivesse de mãos dadas com
Krçna.
<s^-5W « f f - i c w a r e e t f à a t c i i
e í ç « n a s i fwêri a r e c * W c a r e c a H <n n VERSO 80

bhakta-gana prabhu-sahge rahe cãri-mãse tíiasfà» « i ç c ^ l ®ftai«!-vra»tc» i


prabhu ãjhã dilã sabe gelã gauda-dese frrcçatca a ? i l «rífài? f i a * ! a*are 11 w n
bhakta-gana—todos os devotos; prabhu-sahge—com Sri Caitanya Mahãprabhu;
rahe— permaneceram; cãri-mãse—por quatro meses; prabhu—Senhor Sri Caitanya eka-dina prabhu gelã jagannãtha-daraéane
Mahãprabhu; ãjhã dilã—deu a ordem; sabe—a todos; gelã—regressaram; gauda-deée— simha-dvãre dala-i ãsi' karilã vandane
para a Bengala. eka-dina—certo dia; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; gelã—foi; jagannãtha-
daraéane—ver o Senhor Jagannãtha; simha-dvãre—no portão conhecido como
TRADUÇÃO—Por quatro meses, todos os devotos permaneceram o tempo todo Sirhha-dvãra; dala-i—o porteiro; ãsi'—vindo; karilã vandane—ofereceu respeitosas
com Sri Caitanya Mahãprabhu. Então, o Senhor mandou-os de volta à Bengala, reverências.
e, por isso, regressaram.
T R A D U Ç Ã O — C e r t o dia, q u a n d o Srí Caitanya Mahãprabhu foi visitar o templo
VERSO 78 do Senhor Jagannãtha, o porteiro do Simha-dvãra aproximou-se dEle e ofereceu
respeitosas reverências.
« i - i a t a a r e « r $ a íkm a t s j a s t » 1
« t a l c f r e i <2»s re^ri ^ a i r a « u m 11 « VERSO 81

tãh-sabãra sahge prabhura chila bãhya-jnãna «tca aref,-'ca5teti «a», cata «itastâ ?
tãhrã gele punah hailã unmãda pradhãna catre a*s caar«' af*i' aca «1a ç t ^ n vj n
tãh-sabãra—todos eles; sahge—com; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu;
chila—houve; bãhya-jnãna—consciência externa; tãhrã gele—quando partiram; fãre bale, — 'kothã krsna, mora prãna-nãtha?
punah— novamente; hailã—houve; unmãda—loucura; pradhãna—a principal ocupação. more krsna dekhão' bali' dhare tara hãta
280 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 16 Verso 87 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 281

tare—a ele; bale— disse; kothã krsna—onde está Krsna; mora—Meu; prãna-nãtha— seha bale—ele também disse; ei—isto; dekha—vê só; én-purusa-uttama—o Senhor
Senhor da vida; more—a Mim; krsna áekhão—por favor, mostra Krsna; bali'— dizen- Krçna, a melhor de todas as Personalidades de Deus; netra bhariyã—para a total
do; dhare— segura; tara—sua; hãta—mão. satisfação de Teus olhos; tumi—Tu; karaha daraéana—vê.

TRADUÇÃO—O Senhor perguntou-lhe: " O n d e está Krsna, a Minha vida e alma? TRADUÇÃO—"Vê s ó ! " disse o porteiro. " A q u i está a melhor das Personalidades
Por favor, mostra-Me K r s n a . " Dizendo isto, Ele segurou a mão do porteiro. de Deus. Daqui podes alegrar Teus olhos ao contemplares plenamente o Senhor."

VERSO 82 VERSO 85 •

C*5 « C 5 , — Ç 5 srcarfflswr*! i •sta^sa mm afV «ca» m&fa i


«rfèa « f t cara acw, asat« a*»f» 11' it caca», - ^ l a t i 5a iisTtaa» II w II
seha kahe, — 'ihhã haya vrajendra-nandana garudera pãche rahi' karena daraéana
ãisa tumi mora sahge, karãhã daraéana' dekhena,—jagannãtha haya murali-vadana
seha kahe—ele disse; ihhã— aqui; haya—está; vrajendra-nandana—o filho de Nanda garudera pãche—atrás da coluna de Garuda; rahi'—ficando; karena daraéana—Ele
Mahãrãja; ãisa—vem; tumi—Tu; mora sahge—comigo; karãhã daraéana—mostrarei. via; dekhena—Ele viu; jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; haya—era; murali-vadana—o
Senhor Krsna com a flauta na boca.
TRADUÇÃO—O porteiro respondeu: " O filho de Mahãrãja Nanda está aqui; por
favor, me acompanha que vou mostrá-lO a T i . " TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu colocou-Se atrás da enorme coluna cha-
mada Garuda-stambha e ficou olhando para o Senhor Jagannãtha, mas, à medida
VERSO 83 que olhava, viu que o Senhor Jagannãtha tornara-Se o Senhor Krçna, com a flauta
na boca.
'«fa erra wtl, c»at5 — «T51 «iwata ?' VERSO 86
4 * 5 #f wfc*rt5» cstirl ira' «ta 5T« n v-® n
45 sfr*ri fsraMsrc* aa»ta-wra i
'tumi mora sakhã, dekhãha—kãhãh prãna-nãtha?' 'cftarwsa-fsacjp' «Fàatc5» ap*W 11 11
eta bali' jagamohana gelã dhari' tara hãta
tumi—tu; mora sakhã—Meu amigo; dekhãha—por favor, mostra; kãhãh—onde; ei lilã nija-granthe raghunãtha-dãsa
prãna-nãtha—o Senhor do Meu coração; eta bali'—dizendo isso; jagamohana—ao 'gaurãhga-stava-kalpavrkse' kariyãchena prakãéa
Jagamohana; gelã—foi; dhari'—segurando; fãra—sua; hãta—mão. ei lilã—esse passatempo; nija-granthe—em seu próprio livro; raghunãtha-dãsa—
Raghunãtha dãsa Gosvãmí; gaurãhga-stava-kalpa-vrkse—Gaurãhga-stava-kalpavrksa;
TRADUÇÃO—O Senhor Caitanya disse ao porteiro: "És Meu amigo. Por favor, kariyãchena prakãéa—descreveu.
mostra-Me onde está o Senhor do Meu coração." Depois que o Senhor disse
isso, ambos dirigiram-se ao local conhecido como Jagamohana, de onde se pode TRADUÇÃO—Em seu livro conhecido como Gaurãhga-stava-kalpavrkça, Raghu-
ver o Senhor Jagannãtha. nãtha dãsa Gosvãmí faz uma bela descrição deste episódio.

VERSO 84 VERSO 87

caç ir.9i,—'45 gm Sl3**caT«a i ? ca ^t$! ?3"5fàv5fà5 « • cat^i ata


caa « f i a i « f t « a 5 aa«t» n' b-8 n atacifo iTiifiiaFsaaí^ia 5i i

seha bale, — 'ei dekha éri-purusottama 5F5í íiiç 3 ^ fflifafo «çc^a ^5-«a-
netra bhariyã tumi karaha daraéana' IflítsctfWcai 5 ? i &ra*in a<rsfo > ^ I
282 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16

kva me kãntah krsnas tvaritam iha tam lokaya sakhe


tvam eveti dvãrãdhipam abhimdann unmãda iva
drutam gaccha drastuih priyam iti tad-uktena dhrta-tad-
hhujãntar gaurãhgo hrdaya udayan mãih madayati
kva—onde; me—Meu; kãntah—amado; krçnah—Senhor Krsna; tvaritam—bem
depressa; iha—aqui; tam—a Ele; lokaya—mostra; sakhe—ó amigo; tvam—tu; eva—
decerto; iti—desse modo; dvãra-adhipam—ao porteiro; abhivadan—pedindo; unma-
dah—um louco; iva—como; drutam—mui rapidamente; gaccha—vem; drastum—ver;
priyam—amado; iti— assim; tat—dele; uktena—com as palavras; dhrta—segurou;
tat— Sua; bhuja-antah—extremidade do braço; gaurãhgah—o Senhor êri Caitanya
Mahãprabhu; hrdaye—em meu coração; udayan—surgindo; mãm—a mim; madayati—
enlouquece.

T R A D U Ç Ã O — ' " M e u querido amigo porteiro, onde está Krsna. o Senhor do Meu
coração? Por favor, apressa-te em mostrá-lO a Mim.' Com essas palavras, Srí
Caitanya Mahãprabhu, parecendo um louco, dirigiu-Se ao porteiro. O porteiro
segurou Sua mão e respondeu com muita presteza: 'Vem, vê o Teu amado!' Que
este Senhor árí Caitanya Mahãprabhu surja dentro do meu coração e, portanto,
também me deixe l o u c o . ' "

VERSO 88

re»«rc«i 'cirf^rta-iptf-cetM írwrçej i


«W-i«t>1-«iTfà 1 5 « r a f e i t f w i ii w h

hena-kãle 'gopãla-i>allabha'-bhoga lãgãila


sahkha-ghantã-ãdi saha ãrati bãjilã
hena-kãle— nessa altura; gopãla-vallabha-bhoga—o alimento oferecido de manhã
cedinho; lãgãila—foi oferecido; iahkha—búzio; ghantã-ãdi— sinos e assim por diante;
saha—com; ãrati—ãrati; bãjilã—soou.

TRADUÇÃO—Foi então feita para o Senhor Jagannãtha a oferenda de alimentos


conhecida como gopãla-vallabha-bhoga, e realizou-se ãrati ao som do búzio e
do repicar de sinos.

VERSO 89
c&w ifàcei witsrc«t* ci?«it«i i
ermTf i<a*1 «ç-fctfe» £«»f « i t t i i « v - & n

bhoga sarile jagannãthera sevaka-gana Sua Divina Graça


prasãda lahã prabhu-thãhi kaila ãgamana
A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupãda
Fundador-i4i"3n/fl da Sociedade Internacional da Consciência do Krishna
Enquanto descrevia os atributos transcendentais de Haridasa, êri Caitanya
Mahãprabhu parecia possuir cinco bocas. Haridasa fez Sri Caitanya sentar-Se em
frente a ele, e fixou os olhos em Seu rosto de lótus. (Págs. 20-21)
Certo dia, enquanto dormia, Sri Caitanya sonhou que via Krsna em Sua dança
da r a s a . Vendo isto, Sri Caitanya ficou absorto na doçura transcendental da dança
da r a s a , e pensou: 'Agora Eu estou com Krsna em Vmdãvana.' (Págs. 157-158)
Incapaz de ver o Senhor jagannãtha, uma senhora de Orissa tentou subir na Após procurarem por algum tempo, os devotos encontraram Sri Caitanya deitado
coluna de Garuda, colocando seu pé sobre o ombro de éri Caitanya. Govinda tentou próximo ao portão Simha-dvãra. A princípio, ficaram felizes ao vê-lO, mas quando
impedi-la, mas ériCaitanya disse-lhe que deixasse-a ver Jagannãtha. (Págs. 159-160) notaram Sua condição, todos os devotos ficaram muito ansiosos. (Págs. 179-180)
Certo dia, enquanto estam indo em direção ao mar, Sri Caitanya Mahãprabhu Ao visitar o templo do Senhor jagannãtha, Srí Caitanya perguntou ao porteiro:
confundiu uma dum de areia com a Colina de Govardhana e correu em sua direção. Onde está Krsna?' O porteiro, então, pediu ao Senhor que o acompanhasse a
Vendo isto, vários devotos correram atrás dEle. (Págs. 187-189) um lugar de onde podiam ver o Senhor jagannãtha facilmente. (Págs. 279-280)
Sn Caitanya perguntou a Svarüpa Dãtnodara: 'Aonde me trouxeste? Após ouvir O pescador explicou que capturara um cadáver em sua rede e, quando tentou
a vibração da flauta, fui a Vrndãvana e vi Krsna e as g o p i s desfrutando de seus tirá-lo de lá, tocou no corpo. Tão logo fez isso, derramou lágrimas, sua voz balbu-
passatempos, rindo e divertindo-se juntos.' (Págs. 318-319) ciava e os seus cabelos se arrepiaram. (Págs. 362-363)
Os devotos podiam ouvir o Senhor Caitanya falar para o céu: 'Fui a Vrndãvana, Sri Caitanya continuou: 'Em Vmdãvana, as g o p i s colhem frutas e flores para
vi o filho de Nanda executando Seus passatempos esportivos na água. Krsna estava Rãdhã e Krsna. Rãdhãrãní fez várias preparações com leite e açúcar e colocou-as
no Yamunã na companhia das g o p i s , lideradas por Rãdhãrãní.' (Págs. 372-373) perante Krsna que, então, fez um piquenique na floresta. (Págs. 384-387)
Como os sentimentos de saudades do Senhor Caitanya no êxtase de Rãdhãrãni O Senhor Caitanya, juntamente com Seus devotos, entrou no jardim chamado
aumentavam, Suas atividades eram insanas. Ele segurou Rãmãnanda pelo pescoço, lagannãtha-vallabha. E, enquanto dançava, viu Krsna na árvore asoka. Começou
e, dirigiu-Se a Svarüpa pensando ser ele uma g o p í amiga Sua. (Pág. 404) então a correr rapidamente, mas Krsna sorriu e desapareceu. (Págs. 424-427)
Verso 92 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 283

bhoga sarile—quando o alimento foi retirado; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha;


sewka-gana—os servos; prasãda lahã—levando a prasãda; prabhu-thãhi—ao Senhor
Sri Caitanya Mahãprabhu; kaila ãgamana—vieram.

TRADUÇÃO—Ao encerrar o ãrati, retirou-se a prasãda, e os servos do Senhor


Jagannãtha adiantaram-se para oferecer um pouco a Sri Caitanya Mahãprabhu.

VERSO 90
a t a i »i?rtePi < s W f f ã * ! «rça 5tc« i
w l W ç p t m, a t a ttz.% sra a t r a ii &» ii

mãlã parãhã prasãda dila prabhura hãte


ãsvãda dure rahu, yãra gandhe mana mate
mãlã parãhã—após enguirlandar; prasãda—os restos do alimento do Senhor Jagan-
nãtha; dila—entregaram; prabhura hãte—na mão de éri Caitanya Mahãprabhu;
ãsvãda—sabor; dure rahu—para não falar de; yãra—do qual; gandhe—com o aroma;
mana—mente; mate—enlouquece.

T R A D U Ç Ã O — P r i m e i r o , os servos do Senhor Jagannãtha enguirlandaram árí


Caitanya Mahãprabhu, após o que ofereceram-Lhe a prasãda do Senhor Jagan-
nãtha. A prasãda era tão boa que bastava o seu aroma — e isto para não falar
no seu sabor —, para deixar a mente louca.

VERSO 91

açajar s a i a cil a^ a ç a r s a i
« t a « w a t ^ a a t f c r . « c r a a * asfàsi a $ « n s i n

bahu-mülya prasãda sei vastu sarvottama


tara alpa khãoyãite sevaka karilã yatana
bahu-mülya—muito valiosos; prasãda—restos do alimento; sei—isto; vastu—ingre-
dientes; sarva-uttama—de primeira classe; fãra—disso; alpa—muito pouco; khão-
yãite—para alimentar; sevaka—o servo; karilã yatana—fez algum esforço.

TRADUÇÃO—A prasãda foi feita com muitos ingredientes valiosos. Portanto, o


Ao ver todos os Vaisnavas, Sri Caitanya Mahãprabhu recobrou a cons-
servo quis que Sri Caitanya Mahãprabhu pegasse uma porção e a comesse.
ciência externa e repreendeu todos por terem interrompido Sua visão dos
passatempos de Vrndãvana, onde Ele mesmo, na colina de Govardhana, VERSO 92
colhia flores para Rãdhã e Krsna. (pmgs. 194-197)
« t a «n ?i4i1 « f f f®«sfc« a í à fàerl i
«ria i a estilaria «Tíçot i t f a p i i ii n
284 Éri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16 Verso 97 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 285

tara alpa lanã prabhu jihvãte yadi dilã ei buddhye mahãprabhura premãveéa haila
ãra saba govindera ãhcale bãndhila jagannãthera sevaka dekhi' samvarana kaila
fora—disso; alpa—muito pouco; lahã—pegando; prabhu—árí Caitanya Mahã- ei buddhye—com esta compreensão; mahãprabhura—de ári Caitanya Mahãprabhu;
prabhu; jihvãte— na língua; yadi— quando; dilã—pôs; ãra saba—todo o restante; prema-ãvesa—emoção extática; haila—houve; jagannãthera—do Senhor Jagannãtha;
govindera—de Govinda; ãhcale—na extremidade do manto; bãndhila—enrolou. sevaka—servos; dekhi'—vendo; samvarana kaila—conteve-Se.

TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu saboreou uma porção da prasãda. Go- TRADUÇÃO—Ao Se dar conta disso, Sri Caitanya Mahãprabhu sentiu uma emo-
vinda pegou o restante e enrolou-o na extremidade do seu manto. ção de amor extático por Krsna, mas, ao ver os servos do Senhor jagannãtha,
Ele Se conteve.
VERSO 93
VERSO 96
cfift-wiys-^Hf « f < ç a 5a«,asta i
Tpftw * | » i a s , reres a r e «K3»rta 11 « "gsfis-erej retal-sfa'—ac*w ataara i
5
kofi-amrta-svãda pãhã prabhura camatkãra fcnia-caaas I r e , - ' f ã «wf I s t a ' ? 11
sarvãhge pulaka, netre vahe asru-dhãra
koti—milhões e milhões; amrta—néctar; svãda—sabor; pãhã—obtendo; prabhura— 'sukrti-labhya phelã-lava'—balena bãra-bãra
de éri Caitanya Mahãprabhu; camatkãra—muita satisfação; sarva-ahge—por todo iévara-sevaka puche, — 'ki artha ihãra'?
o corpo; pulaka—arrepio de pelo; netre—dos olhos; vahe—cai; asru-dhãra—uma sukrti—por muito boa fortuna; labhya—obtenível; phelã-lava—uma partícula dos
torrente de lágrimas. restos; balena—diz; bãra-bãra—vezes e mais vezes; isvara-sevaka—os servos de Jagan-
nãtha; puche—perguntam; ki— qual; artha—o significado; ihãra—disto.
TRADUÇÃO—Para árí Caitanya Mahãprabhu a prasãda era milhões e milhões
de vezes mais saborosa que o néctar, e dessa maneira Ele ficou plenamente TRADUÇÃO—O Senhor disse vezes e mais vezes: "É só devido a muito boa for-
satisfeito. O pelo de todo o Seu corpo arrepiou-se, e lágrimas incessantes caíram tuna que pode alguém aproximar-se de uma partícula dos restos do alimento
de Seus olhos. oferecido ao Senhor." Os servos do templo do Senhor Jagannãtha perguntaram:
VERSO 94 " Q u e significa isto?"

'45 a r e i ua« a n t i rere « r è * ! ? SIGNIFICADO—Os restos do alimento de Krçna misturam-se com Sua saliva. No
« r e s a w a J f s ? r e i l a s t r a i « ' s.8 I I Mahãbhãrata e no Skanda Purãna afirma-se:

'ei dravye eta svãda kãhãh haite ãila? mahã-prasãde govinde


krsnera adharãmrta ithe sancãrila' nãma-brahmani vaisnave
ei dravye—nesses ingredientes; eta—tanto; svãda—sabor; kãhãh—onde; haite—de; svalpa-punyavatãm rãjan
ãila—veio; krsnera—do Senhor Krsna; adhara-amrta—néctar dos lábios; ithe—nisso; visvãso naiva jãyate
sancãrila—espalhou.
"Pessoas que não são muitíssimo elevadas em atividades piedosas não acreditam
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu ponderou: " D e onde veio todo este deli- nos restos do alimento [prasãda] da Suprema Personalidade de Deus, nem em
cioso sabor dessa prasãda? Na certa isso deve-se ao fato de ela ter sido tocada Govinda, o santo nome do Senhor, n e m nos Vaiçnavas."
pelo néctar dos lábios de Krsna."
VERSO 97
VERSO 95
u
«Ç a*re, - 4% re Oerl «aataaifs i
4 3 %wi a s t s f ç * c s a t r e i rei i a^ifà-s^fo 45 fswire '«rçrs' n si n
w f t i r c t a c a a « refà' * w a « i c a w i « 1 1
286 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16 Verso 103 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 287

prabhu kahe, — "ei ye dila krsnãdharãmrta 'sukrti'-sabde kahe 'krsna-krpã-hetu punya'


brahmãdi-durlabha ei nindaye 'amrta' sei yãhra haya, 'phelã' pãya sei dhanya"
prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; ei—isto; ye—que; dilã—deste; sukrti—sukrti (atividades piedosas); sabde—a palavra; kahe—deve-se compreender;
krsna—do Senhor Krsna; adhara-amrta— néctar dos lábios; brahmã-ãái—pelos semi- krsna-krpã—misericórdia de Krsna; hetu—devido à; punya—atividades piedosas;
deuses, encabeçados pelo Senhor Brahmã; durlabha—difícil de obter; ei—isto; sei—ele; yãhra—de quem; haya—há; phelã—os restos de alimento; pãya—obtém;
nindaye—derrota; amrta—néctar. sei—ele; dhanya—muito glorioso.

TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu respondeu: "Estes são os restos do ali- TRADUÇÃO—"A palavra 'sukrti' refere-se a atividades piedosas realizadas
mento que Kr$na comeu, e que, portanto, transformou-se em néctar ao entrar graças à misericórdia de Krsna. Aquele que é bastante afortunado para receber
em contato com Seus lábios. Ele supera o néctar celestial, e mesmo semideuses essa misericórdia ganha os restos do alimento do Senhor, tornando-se, assim,
tais como o Senhor Brahmã só o obtêm após passar por muitas dificuldades." glorioso."
VERSO 101
VERSO 98
4 « a t a ' < a ^ « i - i a i c a f ã a t * fitai i
f g S H ca $«*-c»ii, «ta ' c a t a f - i t i i $*ta-c«r*t c a f a a i <s$% f i w - a t i i « n ? m i u ° > n
« t a n p f t a a ' c a *lta, c i ^ "Bitiata^ 1 1 1 1
eta bali' prabhu tã-sabãre vidãya dilã
krsnera ye bhukta-sesa, tara 'phelã'-nãma upala-bhoga dekhiyã prabhu nija-vãsã ãilã
tara eka 'lava' ye pãya, sei bhãgyavãn eta bali'—dizendo isso; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tã-sabãre—a todos eles;
krsnera—do Senhor Krsna; ye—quaisquer; bhukta-sesa—restos de alimento; tara— vidãya dilã—disse adeus; upala-bhoga—a próxima oferenda de alimentos; dekhiyã—
disto; phelã-nãma—o nome é phelã; tara—disto; eka—um; lava—fragmento; ye— vendo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nija-vãsã—à Sua casa; ãilã—regressou.
aquele que; pãya—obtém; sei—ele; bhãgyavãn—afortunado.
TRADUÇÃO—Após dizer isso, Srí Caitanya Mahãprabhu despediu-Se de todos
TRADUÇÃO—"Os restos deixados por Krsna chamam-se phelã. Aquele que obtém os servos. Tendo visto a outra oferenda de alimentos ao Senhor Jagannãtha, uma
pelo menos uma pequena porção deve ser considerado como muito afortunado." cerimônia conhecida como upala-bhoga, regressou a Seus próprios aposentos.

VERSO 99 VERSO 102


i r a i ® «tflj « t a «rifai i t f ç ca i aaiiç? « f a a i f c a w r l f w l f i a í s a i
« c u a à"tc5 *itfptt, c i ^ « l ? l I t f II II « a s t a a r ç s K M « r o c a "saa i n ^ i
sãmãnya bhãgya haite tara prãpti nãhi haya madhyãhna kariyã kailã bhiksã nirvãhana
krsnera yãhte pürna-krpã, sei tãhã pãya krsnãdharãmrta sadã antare smarana
sãmãnya—habitual; bhãgya—fortuna; haite—de; tara—disso; prãpti—consecução; madhyãhna kariyã—após terminar Seus deveres do meio-dia; kailã bhiksã nirvã-
nãhi—não; haya—há; krsnera—do Senhor Krsna; yãhte—a quem; pürna-krpã—mise- hana—terminou Seu almoço; krsna-adhara-arnrta—o néctar dos lábios de Krçna;
ricórdia total; sei—ele; tãhã— isso; pãya—pode obter. sadã—sempre; antare— dentro de Si mesmo; smarana—lembrando.

T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e cuja fortuna não sobressai não pode obter essa misericór- TRADUÇÃO—Após encerrar Seus deveres do meio-dia, ári Caitanya Mahãprabhu
dia. Somente as pessoas que têm a misericórdia total de Krsna podem receber almoçou, mas não parava de pensar nos restos do alimento de Krsna.
esses restos."
VERSO 100 VERSO 103
4
' ^ a > f « ' - » i r e i « c ç a>a3a>»fl-c5«;^ar' i aiçj-arsj « c a i , c « f c i t a l a 1 1 1

c i ^ a r a sra, ' c a ^ i i ' l i a c i ^ a s n " n « c è n a « i « c a i , «tica«i i a » 11 j o « 11


Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 16 Verso 109 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 289
288

bãhya-krtya karena, preme garagara mana VERSO 106


ka$te samvarana karena, ãveéa saghana
bãhya-krtya—atividades externas; karena—realiza; preme—em amor extático;
garagara—cheia; mana—mente; kaste— com muita dificuldade; samvaraim karena— mta « w w f w i «fari a « s c i II J-*> II
reprime; ãveéa—êxtase; saghana—muito profundo.
rãmãnanda-sãrvabhauma-svarüpãdi-gane
TRADUÇÃO—árí Caitanya M a h ã p r a b h u realizou Suas atividades externas, mas sabãre prasãda dila kariyã banfane
Sua mente encheu-se de amor extático. Com muita dificuldade Ele tentou repri- rãmãnanda—Rãmãnanda Rãya; sãrvabhauma—Sãrvabhauma Bhattãcãrya; sva-
mir Sua mente, mas ela sempre ficava arrebatada em êxtase muito profundo. rüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; ãdi—encabeçados por; gane—a eles; sabãre—a
todos eles; prasãda—os restos do alimento do Senhor Jagannãtha; dila—entregou;
VERSO 104 kariyã bantane—compartilhando.

n n i - ? < 5 J 35 f a ' *t?s fàsMt«l-ir.W i TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu compartilhou então a prasãda com Rãmã-
i
f à < § c s i f a e f l »li1-3>aaa -sl1-ar.ír li > ° 8 n nanda Rãya, Sãrvabhauma Bhattãcãrya, Svarüpa Dâmodara Gosvãmi e todos
os outros devotos.
sandhyã-krtya kari' punah nija-gana-sahge
nibhrte vasilã nãnã-krsna-kathã-rahge VERSO 107
sandhyã-krtya—os deveres vespertinos; kari'—após realizar; punah—de novo; nija-
gana-sahge— juntamente com Seus associados pessoais; nibhrte—num lugar solitá-
«fitara c i t a ^ - i t ^ «fV i i f i n i
rio; vasilã—sentou-Se; nana—diversos; krsna-kathã—de tópicos sobre Krsna; range— «iCPrJfàsas f l f l l f l f a r e & 9 | 1 1 UÍ«<ÍII
na alegria.
prasãdera saurabhya-mãdhurya kari' ãsvãdana
TRADUÇÃO—Após concluir Seus deveres vespertinos, árí Caitanya Mahãprabhu, alaukika ãsvãde sabãra vismita haila mana
indo a um lugar recluso, sentou-Se ali com Seus associados pessoais e, com muita prasãdera—da prasãda; saurabhya-mãdhurya—a doçura e a fragrância; kari' ãsvã-
alegria, conversou sobre os passatempos de Krsna. dana—saboreando; alaukika—incomum; ãsvãde—pelo sabor; sabãra—de todos; vis-
mita—tomadas de admiração; haila—ficaram; mana—as mentes.

VERSO 105 TRADUÇÃO—A medida q u e eles saboreavam a doçura incomum e sentiam o


aroma da prasãda, suas mentes ficaram tomadas de admiração.
« l « S ? f * C 5 C t l f à n « ü l S «ItfiWII I
«^-•sta^cs f > - g f t f c f à n II w II VERSOS 108—109

«IÇ «re, ali 5 3 ' « 1 1 3 * 5 ' araj i


prabhura ihgite govinda prasãda ãnilã
puri-bhãratire prabhu kichu pãthãilã ^ " * 3 , « « ( l , 1 Í 3 5 , ( f l r â f , 9J3W, ' 1 3 1 1 i»v 1
prabhura ihgite—pela indicação de ári Caitanya Mahãprabhu; govinda—Govinda; 3 1 3 1 1 , ^^lí-^ltfif 3« 13 I
prasãda ãnilã— trouxe os restos do alimento do Senhor Jagannãtha; puri— para
'<2ft3*5' 3 * 3 I t i 1 3 t 3 « 1 ^ 8 1 I I i->& I I
Paramãnanda Puri; bhãratire— para Brahmãnanda Bhãratí; prabhu—o Senhor Srí
Caitanya Mahãprabhu; kichu—um pouco; pãthãilã—enviou.
prabhu kahe,—"ei saba haya 'prãkrta' dravya
aiksava, karpüra, maricá, elãica, lavanga, gavya
T R A D U Ç Ã O — S e g u i n d o as indicações de Sri Caitanya Mahãprabhu, Govinda
trouxe a prasãda do Senhor Jagannãtha. O Senhor enviou um pouco para Paramã- rasavãsa, gudatvaka-ãdi yata saba
nanda Puri e Brahmãnanda Bhãratí. 'prãkrta' vastura svãda sabãra anubhava
Verso 114 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 291
290 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16
TRADUÇÃO—"Se não quisermos comentar acerca do sabor, o próprio aroma satis-
prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; ei—estes; saba—todos; haya—são; faz a mente e nos faz esquecer qualquer outra doçura que não seja esta m e s m a . "
prãkrta—materiais; dravya—ingredientes; aiksava—açúcar; karpüra—cânfora; maricá—
pimenta-do-reino; elãica—cardamomo; lavahga—cravos; gavya—manteiga; rasavãsa— VERSO 112
condimentos; gudatvaka—alcaçuz; ãdi—e assim por diante; yata saba—todos eles;
prãkrta—materiais; vastura—de ingredientes; svãda—sabor; sabãra—de todos; artu- <stc« 4 ? açaí «ania-"*!-* i
bhava—sensação. «mcaa «*i ia ? * i r / 5 ia*tfàei n II

TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: "Esses ingredientes, tais como fãfe ei dravye krsnãdhara-sparsa haila
açúcar, cânfora, pimenta-do-reino, cardamomo, cravos, manteiga, condimentos adharera guna saba ihãte sancãrila
e alcaçuz, são coisas materiais. Não há ninguém que não tenha provado essas fãfe—portanto; ei dravye—nesses ingredientes; krsna-adhara—dos lábios de Krçna;
substâncias materiais." sparéa—toque; haila—houve; adharera—dos lábios; guna—atributos; saba—todos;
ihãte—a esses ingredientes; sancãrila—foram transferidos.
SIGNIFICADO—A palavra prãkrta refere-se às coisas que a alma condicionada sabo-
reia tentando satisfazer os sentidos. Tais coisas são limitadas pelas leis materiais, T R A D U Ç Ã O — " P o r t a n t o , deve-se entender que o néctar espiritual dos lábios de
êri Caitanya Mahãprabhu quis deixar bem claro que as coisas materiais já foram Krsna tocou nesses ingredientes comuns, transmitindo-lhes suas qualidades
experimentadas por pessoas materialmente absortas, interessadas apenas em gozo espirituais."
dos sentidos.
SIGNIFICADO—Posto que todos já haviam provado esses ingredientes, por que
VERSO 110 então eles se tornaram extraordinária e espiritualmente saborosos? Isto prova que
o alimento, prasãda, fica com um sabor e aroma incomuns ao entrar em contato
c i ? arcai ^ «ipsta, m ceitasrfte i
com os lábios de Krçna.
«rwtf *fàn flVRU <sd^s II ü « II VERSO 113

sei dravye eta ãsvãda, gandha lokãtíta «icphfàiai-ílai-^Hf, «o-fã*íiia«i i


ãsvãda kariyã dekha,—sabãra pratlta açl-aiaa* ça 4^ «macaa w n j y ® II
sei dravye—em tais coisas materiais; eta—tanto; ãsvãda—sabor agradável; gandha—
aroma; loka-atita—jamais experimentado por algum homem comum; ãsvãda kariyã— alaukika-gandha-svãda, anya-vismãrana
saboreando; dekha—vede; sabãra—de todos; pratita—experiência. mahã-mãdaka haya ei krsnãdharera guna
alaukika—incomum; gandha—fragrância; suada—sabor; anya-vismãrana—esque-
TRADUÇÃO—"No entanto", prosseguiu o Senhor, "nesses ingredientes existem cendo todos os outros; mahã-mãdaka—imensamente encantadores; haya—são;
sabores extraordinários e aromas incomuns. Basta saboreá-los para vermos a dife- ei—esses; kxsna-adharera—dos lábios de Krçna; guna—atributos.
rença na experiência."
TRADUÇÃO—"Uma fragrância e sabor incomuns e imensamente encantadores
VERSO 111 que nos fazem esquecer todas as outras experiências são atributos dos lábios
de Krçna."
«tpsrra çca a s , ata • « « ms ai i
VERSO 114
« U t H fàil W J J itçfi « a i a fà"5a«i n m II
«icias ' ^ « c s ' ? 5 i çjprcs i « f f è i
ãsvãda dure rahu, yãra gandhe mate mana í c a 4? «ipat«f «a «fã' a ç r e f e n" n
ãpanã vinã anya mãdhurya karãya vismarana
ãsvãda—o sabor; dure rahu—deixai de lado; yãra—do qual; gandhe—através do aneka 'sukrte' ihã hahãche samprãpti
aroma; mate—fica satisfeita; mana—a mente; ãpanã vinã—além de si próprio; anya— sabe ei ãsvãda kara kari' mahã-bhakti"
diferente; mãdhurya—doçura; karãya vismarana—induz a esquecer.
292 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 16 Verso 119 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 293

aneka—muitas; sukrte— mediante atividades piedosas; ihã—isto; hahãche samprap- surata-vardhaimm—que incrementa o desejo de gozo luxurioso; ;ioka-nãéanam—que
ti—tomou-se disponível; sabe—todos vós; ei—esta prasãda; ãsvãda taro—saboreai; destrói toda a lamentação; svarita-venunã—pela flauta que vibra; sustou—gentil-
kari' mahã-bhakti—com muita devoção. mente; cumbitam—tocados; itara-rãga-vismãranam—que provoca o esquecimento de
todos os outros apegos; nrnãm—dos seres humanos; vitara— por favor, entrega;
T R A D U Ç Ã O — " E s t a prasãda só se tornou disponível após muitas atividades pie- vira—ó herói da caridade; nah—a nós; fe—Teus; adhara-amrtam—o néctar dos lábios.
dosas. Agora, saboreai isto com muita fé e devoção."

VERSO 115 TRADUÇÃO—"Ó herói da caridade, por favor, entrega-nos o néctar dos Teus
lábios. Com este néctar sentimos mais desejos de luxúria e ele diminui a lamen-
s f i w f i « f ã ' ire fcital «iW<ti i tação no m u n d o material. Por favor, concede-nos o néctar dos Teus lábios, que
«twfàre. c«ire 1<5 5^*11113 H ll » e II recebem o contato de Tua flauta que vibra transcendental mente, pois este néctar
faz todos os seres h u m a n o s esquecerem-se de todos os outros a p e g o s . "
hari-dhvani kari' sabe kailã ãsvãdana
ãsvãdite preme matta ha-ila sabãra mana SIGNIFICADO—Esta citação é d o Srimad-Bhãgavatam (10.31.14).
hari-dhvani kari'—fazendo ressoar bem alto o santo nome de Hari; sabe—todos
eles; kailã ãsvãdana—saborearam; ãsvãdite—tão logo saborearam; preme—em amor VERSO 118
extático; maffa—enlouquecidas; ha-ila—ficaram; sabãra mana—as mentes de todos.
cflfis ^ f i ' i r s t s r ç isrsè re*rl i
T R A D U Ç Ã O — C a n t a n d o alto o santo n o m e de Hari, todos eles saborearam a atits §«,i4Ktltii i f o r e » ertf^ffj i ^ 11
prasãda. À medida que saboreavam-na, suas mentes enlouqueceram em êxtase
de amor. éloka éuni' mahãprabhu mahã-tusfa hailã
VERSO 116 rãdhãra utkanthã-éloka padite lãgilã
éloka éuni'—ao ouvir o verso; mahãprabhu—ári Caitanya Mahãprabhu; mahã-
cuiíreret i s t a t ^ i r e « n » i %rl i tusta—muito satisfeito; hailã— ficou; rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãní; utkanthã-éloka—
um verso referente à ansiedade; padite lãgilã—pôs-Se a recitar.
• W W l f f C9TT1 i f o C S mftM I aVM
5

premãveée mahãprabhu yabe ãjhã dilã TRADUÇÃO—Ao ouvir Rãmãnanda Rãya recitar este verso, Sri Caitanya Mahã-
rãmãnanda-rãya éloka padite lãgilã prabhu ficou muito satisfeito. Então, Ele recitou o seguinte verso, que Srimati
prema-ãveée—em amor extático; mahãprabhu—§ri Caitanya Mahãprabhu; yabe— Rãdhãrãní falara com muita ansiedade.
quando; ãjhã dilã—ordenou; rãmãnanda-rãya—Rãmãnanda Rãya; éloka—versos;
padite lãgilã—pôs-se a recitar.
VERSO 119
TRADUÇÃO—Em amor extático, á r i Caitanya Mahãprabhu mandou que Rãmã-
ast^^í ^frci^i-iii fi ^ i ç i -
nanda Rãya recitasse alguns versos. Assim, Rãmãnanda Rãya falou o seguinte.
fl<ftiTir<nrr¥«: fisisi-ren-n: i
VERSO 117 ^ t f « * f ? p * f i w - ^ i Í T f i > * i-bfá«:
^i<5i«(as c " t í » i t w , ^rã^ciin 9$í>fà«Ji i
,
J
i ci l í i r e t ç i : i f a « t i í f e f%3H--<j?t ' i >>» l
f i f V w w fi<5? í l i a c w n t f ^ l i*4 ti
surata-vardhanam éoka-nãéanam vrajãtula-kulãhganetara-rasãli-trsnã-hara-
svarita-venunã susthu-cumbitam pradivyad-adharãmrtah sukrti-labhya-phelã-lavah
itara-rãga-vismãranam nrnãm sudhã-jid-ahivallikã-sudala-vltikã-carvitah
vitara vira nas te 'dharãmrtam sa me madana-mohanah sakhi tanoti jihvã-sprhãm
294 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16
Verso 123 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 295

vraja—de Vrndãvana; atuía—incomparável; kulãrigana—das gopis; itara—outros;


rasa-ãli—de doçur.as ou sabores; tr$nã—desejo; hora—destruindo; pradívyat—insu-
perável; adhara-amrtah—cu)o néctar que emana dos lábios; sukrti— após muitas ati- '«rrei * * , cut^Iim, ic»í f*tr,«l csTita «n,
vidades piedosas; labhya—obtenível; phelã—do néctar de cujos lábios; tow/i-uma cstira afã atc« «ifearti n u« i
pequena porção; sudhã-jit—conquistando o néctar; ahivallikã—da planta de bétel;
su-dala—de folhas selecionadas; vitikã—bétel; carvitah—mascando; sah—Ele; me— tanu-mana karãya ksobha, bãdãya surata-lobha,
Meu; madana-mohanah—Madana-mohana; sakhi—Minha querida amiga; tanoti— harsa-éokãdi-bhãra vinãsaya
incrementa; jihvã—da língua; sprhãm—desejo. pãsarãya anya rasa, jagat kare ãtma-vasa,
lajjã, dharma, dhairya kare ksaya
T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, só após muitas e muitas atividades piedo-
sas é que se pode o b t e r o insuperável néctar dos lábios de Krsna, a Suprema nãgara, suna tomara adhara-carita
Personalidade de D e u s . Para as belas gopis de Vrndãvana, esse néctar destrói mãtãya nãrira mana, jihvã kare ãkarsana,
o desejo de obter a l g u m outro sabor. Madana-mohana vive mascando bétel que vicãrite saba viparita
supera o néctar dos céus. Com certeza, Ele está incrementando os desejos da tanu—corpo; mana—mente; karãya—causam; ksobha—agitação; bãdãya—incre-
Minha l í n g u a . " mentam; surata-lobha—desejos luxuriosos de desfrute; harsa—de alegria; éoka—
lamentação; ãdi—e assim por diante; bhãra—fardo; vinãsaya—destroem; pãsarãya—
SIGNIFICADO—Este verso é do Govinda-lilãmrta (8.8). fazem-nos esquecer; anya rasa—outros sabores; jagat—o m u n d o inteiro; Anre—fazem;
ãtma-vasa—sob o controle deles; lajjã—vergonha; dharma—religião; dhairya—paciên-
VERSO 120 cia; kare ksaya—aniquilam; nãgara—ó amante; éuna—ouve; tomara—Teus; adhara—
dos lábios; carita—as características; mãtãya—enlouquecem; nãrira—de mulheres;
4<5 « f é ' c ^ í t a a ç « t a t t a è Ç<ÍPI i mana—mente; jihvã—língua; kare ãkarsana—atraem; vicãrite—considerando; saba—
sfè cate*** « i « f « r . 3 «iBitt « f i t a i II i v II tudo; viparita—oposto.

eta kahi' gaura-prabhu bhãvãvista hanã TRADUÇÃO—"Meu querido a m a n t e " , disse Ele, "deixa-Me descrever algumas
dui slokera artha kare pralãpa kariyã características dos Teus lábios transcendentais. Eles agitam a mente e o corpo
eta kahi'—dizendo isso; gaura-prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; bhãva-ãvista— de todo m u n d o , a u m e n t a m os desejos de gozos luxuriosos, destroem o fardo
dominado pelas emoções de amor extático; hanã—ficando; dui élokera—dos dois da felicidade e lamentação materiais e nos fazem esquecer todos os sabores mate-
versos; artha—significado; kare—faz; pralãpa kariyã—conversando como um louco. riais. O m u n d o inteiro cai sob o controle deles. Eles aniquilam a vergonha, a
religião e a paciência, especialmente nas mulheres. Na realidade, eles inspiram
T R A D U Ç Ã O — A p ó s dizer isto, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou dominado pelas
loucura nas mentes de todas as mulheres. Teus lábios, incrementando a cobiça
da língua, atraem-na. Levando tudo isso em consideração, vemos que as ativi-
emoções do amor extático. Conversando como um louco, Ele passou a explicar
dades de Teus lábios transcendentais são sempre desconcertantes."
o dignificado dos dois versos.

VERSOS 121—122 VERSO 123


«ifg« Hara «ia, «fçt<5 atfir,a ettw,
« « J - 1 1 «3t3 C * t « , ItSfa g 3 3 - C 9 f t " S , e s t i l a « m a as rçè-ata i
5*K*t«lfà-<eta Í 3 1 M 3 1 ^ p c a « c a « u « * H « u * t i l f a a i í r / s 11,
* f f 1 3 t a « I ® 31, P-ííe, «lWa"t, « o a i 13 * l f i a r a n 11
SfCSrl, «tf, CHl" « C 3 " * 3 II II ãchuka nãrira kãya, kahite vãsiye laja,
tomara adhara bada dhrsta-rãya
ItMa, ^ » GStlta «W3-5Í3® I
puruse kare ãkarsana, ãpanã piyãite mana,
anya-rasa saba pãsarãya
296 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16 Verso 127 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 297

õchuka—é muito natural; nãrira—de mulheres; kãya—os corpos; kahite—de falar; venu dhrsta-purusa hanã, purusãdhara piyã piyã,
vãsiye— sinto; /ã/a—vergonha; tomara—Teus; adhara—lábios; bada—muitíssimo; gopi-gane jãnãya nija-pãna
dhrsta-rãya—insolentes; puruse—o varão; kare ãkarsana—eles atraem; ãpanã—eles 'aho suna, gopi-gana, bale pino tomara dhana,
próprios; piyãite— fazendo beber; mana—mente; anya-rasa—outros sabores; saba— tomara yadi thãke abhimãna
tudo; pãsarãya—fazem esquecer. venu—a flauta; dhrsta-purusa—um varão astuto; hanã—sendo; purusa-adhara—os
lábios do varão; piyã piyã—bebendo sem parar; gopi-gane—às gopis; jãnãya—infor-
TRADUÇÃO—"Meu querido Krsna, já q u e és um varão, não é d e admirar que ma; nija-pãna—própria bebida; aho—oh!; éuna—ouvi; gopi-gana—gopis; bale—diz;
a atração de Teus lábios deixe perturbadas as mentes das mulheres. Estou enver- pino—bebei; tomara—vossa; dhana—propriedade; tomara—vosso; yadi—se; thãke—
gonhada de dizer isto, mas Teus lábios às vezes atraem inclusive a Tua flauta, há; abhimãna—orgulho.
que também é considerada masculina. Ela gosta de beber o néctar de Teus lábios,
esquecendo-se, assim, de todos os outros sabores." TRADUÇÃO—"Esta flauta é um varão muito astuto que não pára de beber o sabor
dos lábios de outro varão. Ela anuncia suas próprias qualidades e diz às gopis:
VERSO 124 'Ó gopis, se tendes tanto orgulho de serdes mulheres, adiantai-vos para gozar
de vossa propriedade — o néctar dos lábios da Suprema Personalidade de D e u s . ' "
TCF5» 3«$ ÇÇS, «ir.6<5«. «re,
restara «uni-a? atf>a>a i VERSO 126
r e s t a r a r e ^ r e - a m , * F j ««ta *tàre*«ffl, <sre retre capta a>fà', « w i « a , aí, etíV,
<stw «it*w fHara faarça 11 11 wtrV fw«j, m «nfa' nu i
sacetana rahu dure, acetana sacetana kare, are fn^fãawi, restara reta «nftas m,
tomara adhara—bada vãjikara «irei rec^i «rea mm i «
tomara venu suskendhana, tara janmãya indriya-mana, tabe more krodha kari', lajjã bhaya, dharma, chãdi',
tare ãpanã piyãya nirantara chãdi' dimu, kara ãsi' pana
sa-cetana—seres vivos conscientes; rahu dure—a parte de; acetana—inconscientes; nahe pimu nirantara, tomãya mora nãhika dará,
sa<etana—conscientes; kare—fazem; tomara—Teus; adhara—lábios; bada—muito anye dekhoh trnera samãna
grandes; vãjikara—mágicos; tomara—Tua; venu—flauta; suska-indhana—madeira tabe—em seguida; more—comigo; krodha kari'—ficando furiosa; lajjã—vergonha;
seca; íãra—disso; janmãya—cria; indriya-mana—os sentidos e a mente; tare—a flauta; bhaya—temor; dharma—religião; chãdi'—abandonando; chãdi'—abandonando;
ãpanã—eles próprios; piyãya—fazem beber; nirantara—constantemente. dimu—darei; kara ãsi' pana—vem beber; «abe—não; pimu—beberei; nirantara—con-
tinuamente; tomãya—de Ti; mora—meu; nãhika—não há; dam—medo; anye—outros;
TRADUÇÃO—"À parte dos seres vivos conscientes, mesmo a matéria inconsciente dekhoh—encaro; frnera samãna—iguais à palha.
às vezes torna-se consciente devido a Teus lábios. Portanto, Teus lábios são
grandes mágicos. Paradoxalmente, embora Tua flauta seja apenas madeira seca, TRADUÇÃO—"Em seguida, furiosa, a flauta dirigiu-se para Mim: 'Abandona Tua
Teus lábios fazem-na beber o néctar deles. Eles criam uma mente e sentidos na vergonha, religião e temor e vem beber os lábios de Krsna. Nessa condição, aban-
flauta de madeira seca e lhe dão bem-aventurança transcendental." donarei meu apego a eles. No entanto, se não abandonares Tua vergonha e temor,
beberei continuamente o néctar dos lábios de Krsna. Tenho um pouco de medo,
VERSO 125 pois também tens o direito de beber esse néctar, mas, quanto aos demais,
considero-os como p a l h a . " '
autH7* wn, *&*m f*Mrt,
VERSO 127
'«irei retraia, arei farei restar* « r , mfí& fàsf-^re, aanfâai ca* arei,
cwmtf ar«r atrep «ipsarfi n m 11 «ita**ía fàsfste.-wsi i
298 ári Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16 Verso 130 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 299

VERSO 129
«fflffl. «fà\ afe* afã afã',
« c a « l i a r a « c a f a s ^ i a 11 g « « 3 t e t a srffèara, 4 « « c a a f f i ,
4 5 f«tl « f à * t , c t P t t f a » i
adharãmrta nija-svare, sancãriyã sei bale,
ãkarsaya trijagat-jana «ai a f V fas a f à c s tf f ã , <stC5 a f é cara a f ã ' ,
ãmarã dharma-bhaya kari', rahi' yadi dhairya dhari', curara a t c « « t f V « t f a c « » t 5 lâ^M
tabe ãmãya kare vidambana
adhara-amrta—o néctar dos lábios; nija-svare—com a vibração da flauta; sancãriyã— susta bãhsera lãthikhãna, eta kare apamãna,
combinando; sei—isso; bale—à força; ãkarsaya—atrai; tri-jagat-jana—as pessoas dos ei dasã karilã, gosãni
três mundos; Ãmarã—nós; dharma—religião; bhaya—temor; kari'—devido à; rahi'— nã sahi' ki karite pari, tãhe rahi mauna dhari',
permanecendo; yadi—se; dhairya dhari'—mantendo-nos pacientes; tabe—então; corãra mãke dãki' kãndite nãi
ãmãya—a nós; kare vidambana—critica. suska—seca; bãhsera—de bambu; lãthi-khãna—uma vara; cia—isto; kare apamãna—
insulta; ei—esta; dasã—condição; karilã—fez; gosãni—o amo; nã sahi'—não tolerando;
TRADUÇÃO—"O néctar dos lábios de Krsna, combinado com a vibração de Sua ki—que; karite pari— podemos fazer; tãhe— nessa ocasião; rahi— permanecemos;
flauta, atrai todas as pessoas dos três mundos. Contudo, se nós, as gopis, perma- mauna dhari'—mantendo-nos caladas; corãra—de um ladrão; mãke—a mãe; dãki'—
necermos pacientes em respeito aos princípios religiosos, então a flauta criticar- chamando; kãndite—clamar; nãi— não é possível.
nos-á."
VERSO 128
T R A D U Ç Ã O — " E s t a flauta não passa de uma vara seca de bambu, mas age como
aTfà «tara «-««-«rrret, ^roí-aa" « a r a « j t c f , nosso amo e insulta-nos de tantas maneiras que nos força a enfrentar uma situação
c « c » t a f ã ' c a » *T4*1 a t a i embaraçosa. Que mais nos resta fazer além de tolerar isto? A mãe de um ladrão
« r t f à ' « a r a curara « n ã t , < s f » ' c*tt« « c a não pode clamar por justiça quando o ladrão é punido. Portanto, simplesmente
ficamos caladas."
4 5 a « « t a r c a susta 1 1 i 5 > n

nivi khasãya guru-ãge, lajjã-dharma karãya tyãge, VERSO 130


kese dhari' yena lahã yãya
ãni' karãya tomara dãsi, éuni' loka kare hãsi', w c a a 4 5 #tf«, «ita ^ a f a r f « ,
ei-mata nãrire nãcãya c a « m a - a c a ata p w i i
nivi—os cintos; khasãya—fazem soltar-se; guru-ãge—diante de superiores; lajjã-
dharma—vergonha e religião; karãya—induzem; tyãge—a abandonarmos; kese c & w w w - i t», 5 a « r ç « - a a ta,
dhari'—agarrando pelo cabelo; yena—como se; lahã yãya—arrastam-nos; ãni'—tra- a t a « t a 5a ' ? a » - c « w i ' 11 n
zendo; karãya—induzem-nos a converter-nos em; tomara—Tuas; dãsi— criadas;
éuni'—ao ouvirem; loka— pessoas; kare hãsi'—riem; ei-mata—dessa maneira; nãrire— adharera ei riti, ãra suna kuniti,
de mulheres; nãcãya—fazem dançar. se adhara-sane yãra melã
sei bhaksya-bhojya-pãna, haya amrta-samãna,
TRADUÇÃO—"O néctar de Teus lábios e a vibração de Tua flauta se reúnem para nãma tara haya 'krsna-phelã'
deixar frouxos os nossos cintos e induzir-nos a abandonar a vergonha e a religião, adharera—dos lábios; ei—esta; rífi— política; ãra—outras; éuna—ouvi; kuniti— in-
mesmo diante de nossos superiores. Como se nos agarrassem pelo cabelo, eles justiças; se—esses; adhara—lábios; sane—com; yãra—dos quais; melã—encontro;
nos arrastam à força e fazem com que nos rendamos a Ti para convertermo-nos sei—esses; bhaksya—comestíveis; bhojya—alimentos; pana—bebida ou bétel; haya—
em Tuas criadas. Ao tomarem conhecimento destes incidentes, as pessoas rirão tornam-se; amrta-samãna—como néctar; nãma—o nome; fãra—desses; haya—torna-
de nós. Dessa maneira, tornamo-nos completamente subordinadas à flauta." se; krsna-phelã—os restos de Krsna.
300 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16 Verso 134 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 301

T R A D U Ç Ã O — " É esta a política desses lábios. Considerai então as outras injusti- krsna—o Senhor Krsna; ye—que; khãya—masca; tãmbüla—o bétel; kahe—diz-se;
ças. T u d o aquilo em que esses lábios tocam — inclusive alimento, bebida ou tara—disso; nãhi—não há; mula—preço; tãhe—além do mais; ãra—também; dambha-
bétel — torna-se tal qual néctar. Daí, isso passa a ser chamado krsna-phelã, ou paripãti—completo orgulho; tara—disso; yebã—tudo o que; udgãra—provindo; tare—
restos deixados por Krsna." isso; kaya—é chamado; amrta-sãra—a essência do néctar; gopira—das gopis; mukha—a
boca; kare—faz; ãlabãti— cuspideira.
VERSO 131
T R A D U Ç Ã O — " O bétel mascado por Krsna é de valor incalculável, e diz-se que
c i citata u i « i i , ai *tta caa«1 ii, os restos desse bétel mascado em Sua boca são a essência do néctar. Quando
4 « c « c«al *ttf«ata ? as gopis aceitam esses restos, suas bocas tornam-se como cuspideiras de Krsna."

*£tj « C l , «Cl " S f f e ' I t i 1C3, VERSO 133


Cl S«C«' « t i 9R «HS II i*5 II
<5

4ii-c«tita f fcitifc, sfs nfãtrft.


se phelãra eka lava, nã pãya devatã saba, ca«tatca #tcs sa' « i t « i i
e dambke kebã pãtiyãya? «tttita 5 t f i s f t f M ' , i ç irará aa«t*l,
bahu-janina punya kare, tabe 'sukrti' nãma dhare,
ca?' f i 5 f t a a t ? « - t r f i 11" J « ® II
se 'sukrte' tara lava pãya
se phelãra—desses restos; eka—uma; lava—pequena partícula; nã pãya—não obtêm; e-saba—tomara kutinãti, chãda ei paripãti,
devatã—os semideuses; saba—todo; e dambhe—esse orgulho; kebã—quem; pãtiyãya— venu-dvãre kãhhe hara' prãna
pode acreditar; bahu-janma—por muitos nascimentos; punya kare—age piedosamen- ãpanãra hãsi lãgi', naha nãrira vadha-bhãgi,
te; tabe—então; sukrti—aquele que realiza atividades piedosas; nãma—o nome; deha' nijãdharãmrta-dãna"
dhare—leva; se—essas; sukrte—mediante atividades piedosas; tara—disso; lava— e-saba—todos estes; tomara—Teus; kutinãti—truques; chãda—deixa de lado; ei—
u m a fração; pãya—ele pode obter. estas; paripãti— atividades muito ladinas; venu-dvãre—mediante a flauta; kãhhe—por
que; hara—retiras; prãna—vida; ãpanãra—Tua própria; hãsi—risada; lãgi'—por causa
de; naha—não sejas; nãrira—de mulheres; vadha-bhãgi— responsável pela morte;
T R A D U Ç Ã O — " M e s m o após fazerem muitas e muitas orações, os próprios semi-
deha'—por favor, dá; nija-adhara-amrta—a néctar dos Teus lábios; dana—caridade.
deuses não conseguem obter sequer uma pequena porção dos restos dessa
comida. Imaginai então o orgulho desses restos! Só a pessoa que agiu piedosa-
mente por muitos e muitos nascimentos, tendo, assim, se tornado devoto, pode T R A D U Ç Ã O — " P o r t a n t o , Meu querido Krsna, por favor, deixa de lado todos os
ganhar os restos dessa comida." truques que armaste com tanta habilidade. Não tentes matar a vida das gopis
com a vibração de Tua flauta. Devido à Tua diversão e gracejos, estás Te tornando
responsável pela morte de mulheres. O melhor que tens a fazer é satisfazer-nos,
VERSO 132 dando-nos a caridade do néctar dos Teus l á b i o s . "

«n ci ira «tsijSr, « c s « t a itfè VERSO 134


<$sm «ria a^-nfãtrSt i « f è c « « f è c « « i f a ii fà«fà' cM?t i
« t a caai «(fita, «tca «a ' « ^ « i t a ' , C3i5ta-«R»t »tm C59[, ««,«4l atfVt II i^s ii
c n t % sja «ca N f r a t ^ ' 11 i*>* n kahite kahite prabhura mana phiri' gela
krsna ye khãya tãmbüla, kahe tara nãhi mula, krodha-amsa éãnta haila, utkanthã bãdila
tãhe ãra dambha-paripãti kahite kahite—conversando sem parar; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu;
tara yebã udgãra, tare kaya 'amrta-sãra', mana—mente; phiri' gela—transformou-se; krodha-ariiéa—o setor da ira; santa haila—
gopira mukha kare 'ãlabãti' apaziguou-se; utkanfhã—agitação da mente; bãdila—aumentou.
Verso 140 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 303
302 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16

T R A D U Ç Ã O — " E x i s t e m pessoas que não estão qualificadas para beber este néctar
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o Sri Caitanya Mahãprabhu conversava dessa maneira, Sua
mas que, não obstante, bebem-no continuamente, ao passo que algumas que
mente transformou-se. Embora Sua ira tenha-se aplacado, Sua agitação mental são aptas nunca o obtêm, e dessa maneira morrem de cobiça."
agravou-se.
VERSO 138
VERSO 135
«ire» «ftf«, C H I « * t 9 t s «ffci i
1 3 1 si?» 4 5 füflpjtfa i
wrerretire e«mt* f * t * 9 t | « - * » i « ^ i
« t 5 l re5 * t t 3 , «ta ii*?i wtfa« n >«« II
tãte jãni,—kona tapasyãra ache bala
parama durlabha ei krsnãdharãmrta
ayogyere deoyãya krsnãdharãmrta-phala
tãhã yei pãya, tara saphala jivita
tãte— portanto; jãni—posso entender; kona—alguma; tapasyãra—de austeridade;
parama—supremamente; durlabha—difícil de se obter; ei—este; krsna—de Krçna;
ache— há; bala—força; ayogyere—ao inepto; deoyãya—entrega; krsm-adhara-amrta—o
adhara-amrta—o néctar dos lábios; tãhã—isto; yei—aquele que; pãya—obtém; tara— néctar dos lábios de Krsna; phala—o resultado.
sua; sa-phala—exitosa; jivita—vida.
T R A D U Ç Ã O — " D e v e - s e , portanto, entender que, por força de alguma austeridade,
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: "Este néctar dos lábios de
semelhante pessoa inepta decerto recebeu o néctar dos lábios de Krsna."
Krsna é supremamente difícil de se obter, mas quem consegue um pouquinho
tem a vida exitosa."
VERSO 139
VERSO 136
' « 5 111-513, fog ^Sfire» 53 PW* I
r e N j c « 5 f f l c a « 1 l i a »tti i
« 1 1 STIM' fre» 1(5 C"5ff%1 351 II II
wíf*t ci H5f«s, a^i ire «it«i II > « « II
'kaha rãma-rãya, kichu sunite haya mana'
yogya hanã keha karite nã pãya pana bhãva jãni' pade rãya gopira vacam
tathãpi se nirlajja, vrthã dhare prãna
kaha—fala; rãma-rãya—Rãmãnanda Rãya; kichu—algo; sunite—ouvir; haya mana—
yogya—competente; hanã—sendo; keha—qualquer pessoa que; karite—para fazer; desejo; bhãva—a situação; jãni'—entendendo; pade rãya—Rãmãnanda Rãya cita;
nã pãya—não obtém; pàiw—sorvo; tathãpi—mesmo assim; se—essa pessoa; nirlajja— gopira vacana—as palavras das gopis.
desavergonhada; i'rthã—em vão; dhare prãna—continua viva.
T R A D U Ç Ã O — N o v a m e n t e , árí Caitanya Mahãprabhu disse a Rãmãnanda Rãya:
T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o uma pessoa competente para beber esse néctar não faz
"Por favor, dize algo. Quero ouvir." Entendendo a situação, Rãmãnanda Rãya
isso, essa pessoa desavergonhada leva uma vida inútil."
recitou as seguintes palavras das gopis.
VERSO 137
«iretti 5 4 » 1 « 1 * 1 re*5 »wi «fw «re I VERSO 140
carsrj ^ sufi? «tia, reitc« u t i *ire n >«i \\
ctini: faiisiw i reit
ayogya hanã tãhã keha sadã pana kare ÍTClT13T33^3liri O l t f f * 1111J
yogya jana nãhi pãya, lobhe mãtra mare
<gt„ÇV ^í*. 1T1Í"IÍ11' 3ffC31
ayogya—inepto; hanã—sendo; tãhã—isto; keha—alguém; sadã—sempre; pana kare—
bebe; yogya jana—a pessoa competente; nãhi pãya—não obtém; lobhe—por cobiça; ssacBi*» ^ j r e i t n iiiíi:u>8.i
mãtra—simplesmente; mare—morre.

/
304 árí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16 Verso 1 4 4 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 305

gopyah kim ãcaraá ayarh kuéalam sma venur wmm cUT^m, «fica ifttü fàw«ra,
dãmodarãdhara-sudhãm api gopikãnãm
bhunkte svayam yad avaéista-rasam hradinyo d cal «rasa ^«j »ra n i 8 * . n
hrsyat-tvaco 'éru mumucus taravo yathãryãh
gopyah—ó gopis; kim—que; ãcarat—executaram; ayam—esta; kusalam—atividades eho vrajendra-nandana, vrajera kona kanyã-gana,
auspiciosas; sma—com certeza; venuh—flauta; dâmodara—de Krsna; adhara-sudhãm— avaéya kariba parinaya
o néctar dos lábios; api—mesmo; gopikãnãm—que pertence às gopis; bhunkte—des- se-sambandhe gopi-gana, yãre mane nija-dhana,
fruta; svayam—independentemente; yat—do qual; avasista—sobrando; rasam—só se sudhã anyera labhya naya
o gosto; hradinyah—os rios; hrsyat—sentindo-se alegre; tvacah—cujos corpos; asru— eho—este; vrajendra-nandana—o filho de Nanda Mahãrãja; vrajera—de Vrndãvana;
lágrimas; mumucuh—derramam; taravah—as árvores; yathã—exatamente como; kona—algumas; kanyã-gana—gopis; avaéya—na certa; kariba parinaya—casar-Se-á com;
ãryãh—velhos ancestrais. se-sambandhe—a este respeito; gopi-gana—as gopis; yãre— que; mane—considero; nija-
dhana—a propriedade pessoal; se sudhã—esse néctar; anyera—por outros; labhya
T R A D U Ç Ã O — " M i n h a s queridas gopis, que atividades auspiciosas deve ter rea- naya—não é alcançável.
lizado a flauta para, por conta própria, gozar do néctar dos lábios de Krsna e
deixar apenas um gostinho para as gopis para quem esse néctar realmente destina- T R A D U Ç Ã O — " A l g u m a s gopis disseram para outras gopis: 'Vede só os espantosos
se. Os ancestrais da flauta, os bambuzais, derramam lágrimas de prazer. Sua passatempos de Krsna, o filho de Vrajendra! Na certa Ele casar-Se-á com todas
mãe, o rio em cujas margens o b a m b u nasceu, sente alegria, e por isso suas flores as gopis de Vrndãvana. Portanto, as gopis têm plena certeza de que o néctar
de lótus desabrochantes estão eriçadas como se fossem os pelos de seu corpo." dos lábios de Krsna é sua propriedade particular e por isso nenhuma outra pessoa
pode desfrutar desse n é c t a r . " '
SIGNIFICADO—Este verso, citado do Srimad-Bhãgavatam ( 1 0 . 2 1 . 9 ) , refere-se a uma
conversa que as gopis tiveram entre si. Enquanto a estação do outono começava VERSO 1 4 3
em Vrndãvana, o Senhor Krsna apascentava as vacas e soprava Sua flauta. Foi cft%t«i, «5 «fãai ftsfcf i
então que as gopis começaram a louvar Krsna e comentar sobre a posição afortu-
nada de Sua flauta. c«ra, <fw, ç * t * i <8*t, C«ra, fÉtOMlifli
VERSO 1 4 1 ^ ca^cita ? J8-® II ap II
45 cara* «fír «rçi «ratraè *m i gopi-gana, kaha saba kariyã vicãre
kon tirtha, kon tapa, kon siddha-mantra-japa,
S«.«4fC<5 «l«í « C l « W t « f i r a l II Í 8 J II
ei venu kaila janmãntare?
gopi-gana—ó gopis; kaha—dizei; saba—tudo; kariyã vicãre—após completa análise;
eí sloka suni' prabhu bhãvãvista hanã
kon—que; tirtha—lugares sagrados; kon—que; tapa—austeridades; kon—que; siddha-
utkanthãte artha kare pralãpa kariyã
mantra-japa—cantar um mantra perfeito; eí—esta; venu—flauta; kaila—fez; janma-
ei éloka—este verso; éuni'—ouvindo; prabhu—èri Caitanya Mahãprabhu; bhãva-
antare—em sua vida passada.
ãvista—absorto em amor extático; hanã—ficando; utkanthãte—com a agitação da
mente; artha kare—faz o significado; pralãpa kariyã—conversando como um louco.
T R A D U Ç Ã O — " 'Minhas queridas gopis, considerai na íntegra quantas atividades
T R A D U Ç Ã O — A o ouvir a recitação deste verso, Sri Caitanya Mahãprabhu absor- piedosas essa flauta executou em sua vida passada. Não sabemos que lugares
veu-Se em amor extático, e com a mente muito agitada, Ele, como um louco, de peregrinação ela visitou, que austeridades executou ou que mantra perfeito
passou a explicar o seu significado. cantou."'
VERSO 1 4 4
VERSO 1 4 2
Cf*! «Ut»l3-'5f»fl, Ç*i V | f 5 ijifl,
«arei s r c w a s w , ac«ra e*ta «arfti, ara «rwra cirô íca «rt«i i
'V&JS «fira lf%*T5 i
306 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16 Verso 147 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 307

4* «trettl «if«, -3135 ' * t s » i « r t f « ' , VERSO 146

C l ? "gfj 1»1 1"-re *ft1 II Í88 II


i t i i l v i , «tf?i«ft, ^ii-trait ift,
$ n i f » « i r e » « r e •ara i
/zewa krsnãdhara-sudhã, ye kaila amrta mudhã,
yãra ãéãya gopi dhare prãna re^i i f 5 f i i - i i , 5 4 3 1 reitres * r a a « t ,
ei venu ayogya ati, sthãvara 'purusa-jãti', refè « r r e r sre" « r e *tra II Í S * n
sei sudhã sadã kare pana
hena—esse; krsna-adhara—dos lábios de Krsna; sudhã—néctar; ye—que; kaila—fez; mãnasa-gangã, kãlindi, bhuvana-pãvani nadi,
amrta—néctar; mudhã—superado; yãra ãéãya—com a esperança do que; gopi—as krsna yadi tãte kare snãna
gopis; dhare prãna—continuam a viver; ei venu—essa flauta; ayogya—indigna; ati— venura jhutãdhara-rasa, hanã lobhe paravaéa,
por completo; sthãvara—morta; purusa-jãti—pertencente à classe masculina; sei sei kãle harse kare pana
sudhã— esse néctar; sadã—sempre; kare pana—bebe. mãnasa-gangã—o Ganges do m u n d o celestial; kãlindi—o Yamunã; bhuvana—o
m u n d o ; pãvanl— purificantes; nadi— rios; krsna—o Senhor Krsna; yadi—se; fãfe—
T R A D U Ç Ã O — ' " E s t a flauta é totalmente indigna, pois não passa de uma vara de nesses; kare snãna—toma um banho; venura—da flauta; jhuta-adhara-rasa—restos
b a m b u morta. Além do mais, pertence ao sexo masculino. Mesmo assim, essa do suco dos lábios; hanã— sendo; lobhe—por cobiça; paravaéa—controlados; sei kãle—
flauta está sempre bebendo o néctar dos lábios de Krsna, que supera qualquer nesse momento; harse—com alegria; kare pana—bebem.
doçura nectárea até hoje descrita. É unicamente na esperança de algum dia obter
esse néctar que as gopis conseguem reunir forças para continuar v i v e n d o . ' " T R A D U Ç Ã O — ' " Q u a n d o Krsna banha-Se nos rios universalmente purificantes,
tais como o Yamunã e o Ganges do m u n d o celestial, as grandes personalidades
VERSO 145 desses rios cobiçosa e alegremente bebem os restos do suco nectáreo que flui
de Seus l á b i o s . ' "
i r a «ra, i i « r e « i r e , nu «re mestre,
VERSO 147
f*rr.« « i r e « t f i r a i sfrara i
4-« n f t m çre, i"* ii « r a «"Ire,
« r a « « w s "wi, rei ^sra « t f j - m ,
«1 « r e *ra-®*tist?l i
^ ? r a S f e è i ç i ® c i i r a II i8<? n
ifra rera-ii 11431, i^rerre « i t « f í « i ,
yãra dhana, nã kahe tare, pana kare balãtkãre, c i r c i f l r e , i j i i r e 11 t t f à 11 i8i 11
pite tare dãkiyã jãnãya e-ta nãri rahu dure, vrksa saba tara tire,
tara tapasyãra phala, dekha ihãra bhãgya-bala, tapa kare para-upakãrl
ihãra ucchista mahã-jane khãya nadira éesa-rasa pãhã, müla-dvãre ãkarsiyã,
yãra—de quem; dhana—a propriedade; nã kahe—não fala; tare—a elas; pana kare— kene piye, bujhite nã pari
bebe; balãtkãre—à força; pife—enquanto bebe; tare—a elas; dãkiyã—chamando bem e-ta nãri— essas mulheres; rahu dure—deixando de lado; vrksa—as árvores; saba—
alto; jãnãya—informa; tara—suas; tapasyãra—de austeridades; phala—resultado; todas; tara tire—em suas margens; tapa tare—executam austeridades; para-upakãrl—
dekha—vede; ihãra—sua; bhãgya-bala—força da fortuna; ihãra—suas; ucchista— benfeitoras de todas as outras entidades vivas; nadira—dos rios; éesa-rasa—os restos
sobras; mahã-jane—grandes personalidades; khãya—bebem. do suco nectáreo; pãhã—recebendo; müla-dvãre—pelas raízes; ãkarsiyã—sorvendo;
kene—por que; piye—bebem; bujhite nã pari—não podemos compreender.
T R A D U Ç Ã O — " 'Embora o néctar dos lábios de Krsna seja propriedade absoluta
das gopis, a flauta, que não passa de uma vara insignificante, bebe este néctar T R A D U Ç Ã O — " ' À parte dos rios, as árvores postadas às margens como grandes
à força e, bem alto, convida as gopis a virem bebê-lo também. Simplesmente ascetas e ocupadas em atividades visando ao bem-estar de todas as entidades
imaginai a força das austeridades e da boa fortuna da flauta. Mesmo grandes vivas bebem o néctar dos lábios de Krsna, sorvendo com suas raízes a água do
devotos bebem o néctar dos lábios de Krsna após a flauta tê-lo b e b i d o . " ' rio. Não podemos compreender por que elas bebem dessa m a n e i r a . " '
308 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 16 Verso 151 O Senhor Caitanya experimenta o néctar 309

VERSO 148 TRADUÇÃO—"As gopis ponderaram: 'A flauta é completamente inepta para a
sua posição. Desejamos saber que espécies de austeridades a flauta executou,
fswtfre *jfif««, t e * ! s r a fàasFas, para que também possamos executar as mesmas austeridades. Embora seja in-
digna, a flauta está bebendo o néctar dos lábios de Krsna. Ao vermos isto, nós,
aa;-fàca «TC? «apaia i gopis qualificadas, estamos morrendo de tristeza. Portanto, devemos considerar
calca atf*t' fsw-s»TRa, «tcaa @m laj-ütfe, as austeridades a que a flauta se submeteu em sua vida p a s s a d a . " '
fys&mt csret «usw-fãasta II i 8 v II
VERSO 150
nijãnkure pulakita, puspé hãsya vikasita,
madhu-mise vahe asru-dhãra «áreas «wt*t 3>fà', c«tatcac*t rerW*,
venure mãni' nija-jãti, ãryera yena putra-nãti, hcb» 1431 lait-ataata i
'vaisnava' haile ãnanda-vikãra
a^ flfre, arç •ma, «tatearei «gÉ ata,
nija-ahkure—com seus botões; pulakita—alegres; puspe—mediante flores; hãsya—
sorrindo; vikasita—manifestaram; madhu-inise—pelo escorrer do mel; vahe— flui; «aíairet atfa-fã» ata n i<?° n
asru-dhãra—torrentes de lágrimas; venure— a flauta; mãni'—aceitando; nija-jãti—
como pertencente à mesma família; ãryera—de antepassados; yena—como se; putra- eteka pralãpa kari', premãveée gaurahari,
nãti—filho ou neto; vai$nai>a—um Vaisnava; haile—quando se torna; ãnanda-vikãra— sahge lahã svarúpa-rãma-rãya
transformação de bem-aventurança transcendental. kabhu nãce, kabhu gãya, bhãvãveée mürcchã yãya,
ei-rüpe rãtri-dina yãya
TRADUÇÃO—'"As árvores situadas nas margens do Yamunã e do Ganges vivem eteka—esse tanto; pralãpa kari'—conversando como um louco; prerna-ãveée—em
amor extático; gaurahari—Sri Caitanya Mahãprabhu; sahge lahã—levando consigo;
alegres. Suas flores dão a impressão de que estão sorrindo e elas parecem estar
svarüpa-rãma-rãya—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí e Rãmãnanda Rãya; kabhu nãce—
derramando lágrimas sob a forma de mel cadente. Assim como os antepassados
ora dança; kabhu gãya—ora canta; bhãva-ãveée—em amor extático; mürcchã yãya—
de um neto ou de um filho Vaisnava sentem bem-aventurança transcendental,
fica inconsciente; ei-rüpe— dessa maneira; rãtri-dina—dia e noite adentro; yãya—
as árvores sentem bem-aventurança de ter a flauta como membro de sua famí- Ele passa.
lia.'"
VERSO 149
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o falava dessa maneira como um louco, Srí Caitanya Mahã-
caaa «*t wifà are, c a ? «»t a-fà «ca. prabhu encheu-Se de emoção extática. Na companhia de Seus dois amigos,
Svarüpa Dâmodara Gosvãmí e Rãmãnanda Rãya, Ele ora dançava, ora cantava,
4-«arettT, «uaai-retfTl atai i
ora ficava inconsciente em amor extático. Sri Caitanya Mahãprabhu passava Seus
ai «1 nt^slssreafà^reitj faca afores atra, dias e noites dessa maneira.
« 1 ^ 1 srifa' « * W raptfà n i8& n
VERSO 151
venura tapa jãni yabe, sei tapa kari tabe, w t , m, aatssi, a ^ t c a a §)sa«l,
e—ayogya, ãmarã—yogyã nãri
yã nã pãhã duhkhe mari, ayogya piye sahite nãri, faca afã' « f à ata «n«t i
tãhã lãgi' tapasyã vicãri c5«®5fã«tfs, « f « rec« » T a T f 5 ,
venura—da flauta; tapa—austeridades; jãni—sabendo; yabe—quando; sei—essas;
f i a frsft*» « W P I n ÍOJ> II
tapo—austeridades; kari—executamos; tabe—nessa ocasião; e—essa (flauta); ayogya—
indigna; ãmarã—nós; yogyã nãri— mulheres aptas; yã—as quais; nã pãhã— não svarüpa, rüpa, sanãtana, raghunâthera éri-carana,
conseguindo; duhkhe—com tristeza; mari— morremos; ayogya—a mais inepta; éire dhari' kari yãra ãéa
piye—bebe; sahite nãri—não podemos tolerar; tãhã lãgi'—por essa razão; tapasyã— caitanya-caritãmrta, amrta haite parãmrta,
austeridades; vicãri—estamos considerando. gãya dina-hina krsnadãsa
310 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 16

CAPÍTULO DEZESSETE
SVarÜpa— Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; rüpa—Srila Rüpa Gosvãmí; sanãtana—
Sanãtana Gosvãmi; raghunâthera—de Raghunãtha dãsa Gosvãmí; éri-carana—os
pés de lótus; s'ire—sobre a cabeça; dhari'—colocando; kari yãra ãéa—contando com
a misericórdia deles; caitanya-caritãmrta—o livro chamado Caitanya-caritãmrta; amrta
As transformações físicas
haite— do que néctar; para-amrta—mais nectáreo; gãya—canta; dina-hina—o mui- do Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu
tíssimo abominável; krsnadãsa—Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi.

T R A D U Ç Ã O — C o n t a n d o com a misericórdia de Svarüpa, Rüpa, Sanãtana e Raghu-


nãtha dãsa, e colocando os seus pés de lótus sobre minha cabeça, eu, o caidíssimo Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thâkura dá o seguinte resumo
Krsnadãsa, prossigo cantando a epopéia Sri Caitanya-caritãmrta, que é mais doce do Décimo Sétimo Capítulo. Absorto em êxtase transcendental, Srí Caitanya
do que o néctar da bem-aventurança transcendental. Mahãprabhu saiu certa noite sem abrir as portas de Seu quarto. Após atravessar
três paredes, Ele caiu em meio a algumas vacas pertencentes ao distrito de Tai-
lahga. Ali, Ele permaneceu inconsciente e assumiu o aspecto de uma tartaruga.
Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
Antya-lílã, Décimo Sexto Capítulo, descrevendo o néctar que flui dos lábios de lótus de
Sri Krsna. VERSO 1

c a ^ è * ««f»ít<>5jj1 f>TOWi»-rar,f;ffc<5»i n > o

likhyate érila-gaurendor
atyadbhutam alaukikam
yair drstam tan-mukhãc chrutvã
divyonmãda-vicestitam
likhyate—elas estão sendo escritas; érila—opulentíssimas; gaura—de Srí Caitanya
Mahãprabhu; indoh—parecido com a lua; ati—muito; adbhulam—maravilhosas;
alaukikam—incomuns; yaih—por quem; drstam—presenciadas; tat-mukhãt—de suas
bocas; érutvã— após ouvir; divya-unmãda—em loucura transcendental; vicestitam—
atividades.

T R A D U Ç Ã O — S i m p l e s m e n t e tento escrever sobre as atividades transcendentais e


a loucura espiritual do Senhor Gauracandra, que são muito maravilhosas e in-
comuns. Ouso escrever sobre elas só porque as ouvi das bocas daqueles que
presenciaram as atividades do Senhor.

VERSO 2

ara sra Sicssa m fà^iTsw i


« r s i f o s e a m c s u u w s ^ II $. n

jaya jaya éri-caitanya jaya nityãnanda


jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda

311
312 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 17 Verso 8 As transformações físicas do Senhor Caitanya 313

jaya jaya—todas as glórias; sri-caitanya—ao Senhor Caitanya Mahãprabhu; jaya— yabe yei bhãva prabhura karaye udaya
todas as glórias; nityãnanda—ao Senhor Nityãnanda; ;nt/a—todas as glórias; advaita- bhãvãnurüpa gita gãya svarüpa-mahãéaya
candra—a Advaita Acãrya; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-vrnda—aos devotos yabe—sempre que; yei—qualquer; bhãva—êxtase; prabhura—de Sri Caitanya Mahã-
de êri Caitanya Mahãprabhu. prabhu; karaye udaya—surge; bhãva-anuriipa—de acordo com a emoção; gita—melo-
dia; gãya—canta; svarüpa—Svarüpa Dâmodara; mahãéaya—a grande personalidade.
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Sri Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias ao
Senhor Nityãnanda! Todas as glórias a Advaitacandra! Todas as glórias a todos T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o conversavam sobre Krsna, Svarüpa Dâmodara Gosvãmí
os devotos do Senhor! cantava melodias bem de acordo com as emoções transcendentais de Sri Caitanya
VERSO 3 Mahãprabhu.
VERSO 6
afore s r ç t s r ç atfà-fàarei i
fàwttfo, s^lata, ftltartifâri i
fcartrea reèi, «J*rt*t asre c a W C T P t n * a ,
«fatsait esta* *rrera ata-atitíi a ii * n
ei-mata mahãprabhu rãtri-divase
unmãdera cesta, pralãpa kare premãveée vidyãpati, candidãsa, éri-gita-govinda
ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; rãtri-divase— bhãvãnurüpa sloka padena rãya-rãmãnanda
noite e dia; unmãdera—de um louco; cesta—atividades; pralãpa tare—fala com in- vidyãpati—o autor Vidyãpati; candidãsa—o autor Candidãsa; sri-gita-govinda—o
sanidade; prema-ãveée—em amor extático. famoso livro de Jayadeva Gosvãmí; bhãva-anurüpa—de acordo com a emoção ex-
tática; sloka—versos; padena—recita; rãya-rãmãnanda—Rãmãnanda Rãya.
T R A D U Ç Ã O — A b s o r t o em êxtase, Srí Caitanya Mahãprabhu, dia e noite, agia e
falava como um louco. T R A D U Ç Ã O — R ã m ã n a n d a Rãya citava versos dos livros de Vidyãpati e Candidãsa,
e especialmente do Gita-govinda de Jayadeva Gosvãmí, para complementar o
VERSO 4 êxtase de Srí Caitanya Mahãprabhu.

líasfaü s i ç ^ a s n - a w íw-are' i VERSO 7


«(«fatias cMt*ra>rl «asasín-are 1 8 1 1
arei arei «rtnre « f f catai *tf%3l i
eka-dina prabhu svarüva-rãmãnanda-sange catrepa «i«f asre» « J f fàerf*t a>fàa111 n
ardha-rãtri gohãilã krsna-kathã-range
eka-dina—certo dia; prabhu—êri Caitanya Mahãprabhu; svarüpa-rãmãnanda-sahge— madhye madhye ãpane prabhu sloka padiyã
com Svarüpa Dâmodara Gosvãmi e Rãmãnanda Rãya; ardha-rãtri—metade da slokera artha karena prabhu vilãpa kariyã
noite; gohãilã—passou; krsna-kathã—de conversar sobre os passatempos de Krsna; madhye madhye— periodicamente; ãpane—pessoalmente; prabhu—Sri Caitanya
range—no assunto. Mahãprabhu; éloka—um verso; padiyã—recitando; élokera—do verso; artha—signifi-
cado; karena—dá; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; vilãpa kariyã—lamentando-Se.
TRADUÇÃO—Na companhia de Svarüpa Dâmodara Gosvãmí e Rãmãnanda Rãya,
Sri Caitanya Mahãprabhu certa vez passou a metade da noite conversando sobre T R A D U Ç Ã O — P e r i o d i c a m e n t e , Sri Caitanya Mahãprabhu também recitava um
os passatempos do Senhor Krsna. verso. Então, com muita lamentação, explicava-o.

VERSO 5 VERSO 8
<s*are> stfütwrre « w a t f ã re.9t i
are reç «ta « « a a*are &ra i
cfltatfèpre "ia* asatç' sfre are cfli m n v n
•tafjp*! tta ^aff-açpaa n <t n
314 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 14 As transformações físicas do Senhor Caitanya 315

ei-mate nãnã-bhãve ardha-rãtri haila tina-dvãre kapãta aiche ache ta' lãgiyã
gosãhire éayana karãi' duhhe ghare gela bhãvãveée prabhu gelã bãhira hanã
ei-mate—dessa maneira; nãnã-bhãve—em muitas variedades de emoções; ardha- tina-dvãre—nas três entradas; kapãta—as portas; m á e - c o m o antes; ache—estão;
rãtri—metade da noite; haila—passou; gosãhire— Sri Caitanya Mahãprabhu; éayana ta' lãgiyã—sendo fechadas; bhãva-ãveée—em emoção extática; prabhu—Sri Caitanya
karãi'—fazendo-O deitar-Se; duhhe—ambos; ghare gela—foram para casa. Mahãprabhu; gelã—foi; bãhira—tora; ha hã—estando.

TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu passou a metade da noite experimentando T R A D U Ç Ã O — E m b o r a todas as três portas estivessem trancadas como de costume,
muitas variedades de emoções. Enfim, após fazer o Senhor deitar-Se na cama, Srí Caitanya Mahãprabhu, em grande êxtase, saiu do quarto e deixou a casa.
tanto Svarüpa Dâmodara quanto Rãmãnanda Rãya voltaram para as suas casas.
VERSO 12
VERSO 9
f»i«ara-atvea «reç b s s i f t - t t ^ t a i
•stfrara arca cfifi»! «fãsii "fw i « t t l ar*' *tf«m asç *<ÍP1 « t e t > « » n h
laarfis efç «ea» «w*v#t«» II a. i
simha-dvãra-daksine ache tailahgi-gãbhi-gana
gambhirãra dvãre govinda karilã éayana tãhãh yãi' padilã prabhu hanã acetana
saba-rãtri prabhu karena ucca-sahkirtana simha-dvãra—do portão chamado Simha-dvãra; daksine—no lado sul; ache—exis-
gambhirãra—do quarto de Srí Caitanya Mahãprabhu; dvãre—a porta; govinda— tem; tailahgi-gãbhi-gana—vacas pertencentes ao distrito de Tailahga; tãhãh—para
Seu servo pessoal; karilã éayana—deitou-se; saba-rãtri—a noite toda; prabhu—Sri ali; yãi'—indo; padilã—caiu; prabhu—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; hanã
Caitanya Mahãprabhu; karena—realiza; ucca-sahkirtana—cantar alto. acetana—ficando inconsciente.

T R A D U Ç Ã O — G o v i n d a , o servo pessoal de Sri Caitanya Mahãprabhu, deitou-se TRADUÇÃO—Ele foi em direção a u m estábulo situado no lado sul do Simha-
à porta de Seu quarto, e o Senhor cantou bem alto o mahã-mantra Hare Krsna dvãra. Ali, o Senhor caiu inconsciente em meio às vacas do distrito de Tailahga.
noite adentro.
VERSO 10 VERSO 13

«rtef>c« <®ea» « ? | fUWí^tffi i 4«n crttfm açfsrça «tu «1 *tt<fl»i i


«rareai:"! « ^ « r t i ffiwl «lata i &• i *a»c»rca carairç*! aifti» ^fèrai 11 i-s n

ãcambite éunena prabhu krsna-venu-gãna ethã govinda mahãprabhura éabda nã pãhã


bhãvãveée prabhu tãhãh karilã prayãna svarüpere bolãilã kapãta khuliyã
ãcambite—de repente; éunena—ouve; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; krsna- ethã—nesse ponto; govinda—Govinda; mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahã-
venu—da flauta de Krsna; gana—a vibração; bhãva-ãveée—com emoção extática; prabhu; éabda—som; nã pãhã— não conseguindo; svarüpere— Svarüpa Dâmodara
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhãh—dali; Aari/â prayãna—partiu. Gosvãmi; bolãilã—mandou chamar; kapãta—as portas; khuliyã—abrindo.

TRADUÇÃO—De repente, Sri Caitanya Mahãprabhu ouviu a vibração da flauta T R A D U Ç Ã O — N e s s e ínterim, não ouvindo n e n h u m som de Sri Caitanya Mahã-
de Krsna. Então, em êxtase, começou a partir para ver o Senhor Krsna. prabhu, Govinda imediatamente mandou chamar Svarüpa Dâmodara e abriu
as portas.
VERSO 11 VERSO 14

f«5tatc* as*frfe «rres « ' «atilai i «ea ^art-csttitfa» aew i**wl «««f «11
«rarear*! « r ç e-jfal atfça «?<ÍP1 II « H re^ft» ostfaal «ea» « « a wcaaa n ÍS n
316 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 19 As transformações físicas do Senhor Caitanya 317

tabe svarüpa-gosãni sahge lahã bhakta-gana acetana padiyãchena, —yena kusmãnda-phala


deuti jvãliyã karena prabhura anvesana bãhire jadimã, antare ãnanda-vihvala
tabe—em seguida; svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; sahge—consigo; acetana—inconsciente; padiyãchena—jazia; yena—como se; kusmãnda-phala—uma
lahã—levando; bhakta-gana—os devotos; deuti— tocha; jvãliyã—acendendo; karena— abóbora; bãhire—externamente; jadimã—completa inércia; antare—no íntimo;
faz; prabhura—de êri Caitanya Mahãprabhu; anvesana—busca. ãnanda-vihvala—dominado pela bem-aventurança transcendental.

T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Svarüpa Dâmodara Gosvãmi acendeu uma tocha, e, junta- T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o o Senhor jazia ali inconsciente. Seu corpo assemelhava-se
mente com todos os devotos, saiu em busca de Sri Caitanya Mahãprabhu. a uma enorme abóbora. Externamente, Ele estava em completa inércia, mas no
íntimo sentia transcendental bem-aventurança avassaladora.
VERSO 15
VERSO 18
çfò-fcfo «scataal f * K 5 a t c a c f a l i
W i W a - a c a i a t ç ' s l f ca *trçerl n ><r u f fft ia c^lfãcas «*cas afça SNffl 1
ça c ^ C T itfè wfus arca §l«w-nr 11 ív 11
iti-uti anvesiyã simha-dvãre gelã
gãbhi-gana-madhye yãi' prabhure pãilã gãbhi saba caudike suhke prabhura srí-ahga
iti-uti—aqui e ali; anvesiyã—procurando; simha-dvãre—ao portão chamado Simha- dura kaile nãhi chãde prabhura sri-ahga-sahga
dvãra; gelã—foram; gãbhi-gana-madhye—em meio às vacas; yãi'—indo; prabhure gãbhi—vacas; saba—todas; cau-dike—ao redor; suhke—cheiram; prabhura—de árí
pãilã—encontraram êri Caitanya Mahãprabhu. Caitanya Mahãprabhu; sri-ahga—o corpo transcendental; dura kaile—se são afas-
tadas; nãhi chãde—elas não abandonam; prabhura—de êri Caitanya Mahãprabhu;
TRADUÇÃO—Após procurar em diversos lugares, deram, por fim, com o estábulo sri-ahga-sahga—associação com o corpo transcendental.
situado perto do Sirhha-dvãra. Ali, viram á r í Caitanya Mahãprabhu deitado
inconsciente em meio às vacas.
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as vacas ao redor do Senhor estavam cheirando o Seu corpo
VERSO 16 transcendental. Q u a n d o os devotos tentaram interceptá-las, elas recusaram-se
a abandonar sua associação com o corpo transcendental de ári Caitanya Mahã-
c*fcí?a t%<sa s*8-*tf—aj-caa «rtasta i prabhu.
í c a cara, »t?iasi«r, c i c a « r a * a t a 11 u
VERSO 19
petera bhitara hasta-pada—kürmera ãkãra
mukhe phena, pulakãhga, netre asru-dhãra
«icia* asfàsil a*, 11 ça crai 1
petera—o abdômen; bhitara—dentro de; hasta-pada—os braços e as pernas; kürmera efçca «frr<«»1 «íca «ttfà«a1 n >s> n
ãkãra—a semelhança de uma tartaruga; mukhe— na boca; phena—espuma; pulaka-
ahga—erupções no corpo; netre—nos olhos; asru-dhãra—uma torrente de lágrimas. aneka karilã yatna, nã haya cetana
prabhure uthãnã ghare ãnilã bhakta-gana
TRADUÇÃO—Seus braços e pernas tinham-Lhe adentrado o tronco, exatamente aneka—muitos; karilã—fizeram; yatna—esforços; nã haya—não houve; cetana—
como acontece a uma tartaruga. Sua boca espumava, havia erupções em Seu corpo consciência; prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; uthãnã—erguendo; ghare— para
e lágrimas caíam de Seus olhos. casa; ãnilã— trouxeram; bhakta-gana—os devotos.

VERSO 17
TRADUÇÃO—Na tentativa de despertar o Senhor, os devotos recorreram a diver-
«tcfsi nfsatcsi,—cai ^irt^-awi i sos artifícios, mas Ele não voltava a Si. Portanto, todos eles ergueram-nO e
atfoa « J r f à r f , «raça m\m fw») 111111 trouxeram-nO de volta para casa.
Verso 25 As transformações físicas do Senhor Caitanya
318 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 17

VERSO 23
VERSO 20
CVMN «ufà cfrt« a/sra» i
few «f%' ataw «w íTfj|*i»fr«íi i G*f% - cf tcé ca«t atsrra a c w a a i w v \*> 11
*>.
«iíirew«i «msrç fil^ii cvs* \w w
venu-éabda éuni' ãmi gelãha vrndãvana
ucca kari' éravane kare nãma-sankirtana dekhi,—gosthe ivnu bãjãya vrajendra-nandana
aneka-ksane mahãprabhu pãilã cetana venu-éabda—a vibração da flauta; suni'—após ouvir; ãmi—Eu; gelãha—fui; vrndã-
ucca kari'—bem alto; sravane—nos ouvidos; kare—realizam; nãma-sankirtana— vana—para Vrndãvana; dekhi—vi; gosthe—no campo de pastagem; venu—a flauta;
cantar do santo nome; aneka-ksane—após um tempo considerável; mahãprabhu— bãjãya—tocava; vrajendra-nandana—Krsna, o filho de Nanda Mahãrãja.
Sri Caitanya Mahãprabhu; pãilã cetana—voltou a Si.
T R A D U Ç Ã O — " A p ó s ouvir a vibração de u m a flauta, fui para Vrndãvana, e lá vi
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os devotos puseram-se a cantar bem alto o mantra Hare que Krsna, o filho de Mahãrãja Nanda, tocava Sua flauta nos campos de
Krsna, e, após um tempo considerável, Sri Caitanya Mahãprabhu voltou a Si. pastagem."

VERSO 21 VERSO 24
cvs* 5«s-*trf* atraca «irçi i jrcars-caf-srrw arai «irf>' f v m i
*35a«. aarcatfj «rira w&\ n *i n ?c«»c* çfasrl *a» aftsi *fãatca n *8 n
cetana ha-ile hasta-pãda bãhire ãila sahketa-venu-nãde rãdhã ãni' kuhja-ghare
pürvavat yathã-yogya éarira ha-ila kuhjere calilã krsna kridã karibãre
cetana ha-ile—quando houve consciência; hasta-pãda—os braços e as pernas; sahketa-venu-nãde—com o sinal da vibração da flauta; rãdhã— Srimati Rãdhãrãní;
bãhire— para fora; ãila—vieram; pürvavat—como antes; yathã-yogya—em plena ãni'—trazendo; kuhja-ghare—a um caramanchão; kuhjere—dentro do caramanchão;
ordem; éarira—o corpo; ha-ila—ficou. calilã—foi; krsna—o Senhor Krçna; kridã karibãre—para realizar passatempos.

TRADUÇÃO—Ao voltar a Si, Seus braços e pernas saíram de dentro de Seu corpo, T R A D U Ç Ã O — " A s s i n a l a n d o com Sua flauta, Ele trouxe Srímatí Rãdhãrãní até um
e todo o Seu corpo voltou ao normal. caramanchão. Foi então que entrou naquele caramanchão para ali realizar pas-
satempos com Ela."
VERSO 22
VERSO 25
^fàfll afacPH «fÇ, 5 t « » Ifo-^fo I
« C Ç » , — "«jfjj "Brisil WtfsWTl f f% ? H «*ta *rtos *ttcc «rrfài «fa^ mm i
<s*tí «^l-wfSics «trata sfàst «ta«i 11 *<r 11
u\hiyã vasilena prabhu, cãhena iti-uti
svarüpe kahena, — "tumi ãmã ãnilã kati? tãhra pãche pãche ãmi karinu gamana
uthiyã—levantando-Se; vasilena—sentou-Se; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhra bhüsã-dhvanite ãmãra harila éravana
cãhena—olha; iti-uti—para aqui e para ali; svarüpe—a Svarüpa Dâmodara; kahena— tãhra pãche pãche— logo depois dEle; ãmi—Eu; karinu gamana—fui; tãhra—Seus;
diz; tumi—tu; ãmã—a Mim; ãnilã—trouxeste; kati—para onde. bhüsã-dhvanite—pelo ruído dos ornamentos; ãmãra—Meus; harila—ficaram cativa-
dos; éravana—ouvidos.

TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu levantou-Se, e então sentou-Se novamen- T R A D U Ç Ã O — " L o g o depois de Krsna, entrei no caramanchão; Meus ouvidos es-
te. Olhando de um lado para outro, perguntou a Svarüpa Dâmodara: "Para onde tavam cativados pelo ruído de Seus o r n a m e n t o s . "
Me trouxeste?"
320 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 31 As transformações físicas do Senhor Caitanya 321

VERSO 26 VERSO 29

«rartac«t w l « C 5 » •snwftf-at^ i
«4«Rfíi-«f%« erra « r t T w f i II II « r p r a ur,?i, «t<? a i r a » , ^ f a $ H

gopi-gana-saha vihãra, hãsa, parihãsa bhãvãveée svarüpe kahena gadgada-vãni


kantha-dhvani-ukti éuni' mora karnollãsa 'karna trsnãya mare, pada rasãyana, éuni'
gopi-gana-saha—com as gopis; vihãra—passatempos; hãsa—rindo; parihãsa—di- bhãva-ãveée—com grande êxtase; svarüpe—a Svarüpa Dâmodara; kahena—diz;
vertindo-Se; kantha-dhvani-ukti—expressões vocais; éuni'—ouvindo; mora—Meus; gadgada-vãni—com uma voz balbuciante; karna—os ouvidos; trsnãya—devido à sede;
karna-ullãsa—alegria dos ouvidos. mare—morrem; pada—recita; rasa-ãyana—algo delicioso; éuni'—deixa-Me ouvir.

TRADUÇÃO—"Vi Krsna e as gopis gozando de todas as espécies de passatempos TRADUÇÃO—Com grande êxtase, Srí Caitanya Mahãprabhu, com uma voz bal-
enquanto riam e divertiam-se juntos. Ouvir-lhes as expressões vocais realçou buciante, disse a Svarüpa Dâmodara: " M e u s ouvidos estão morrendo de sede.
a alegria de Meus o u v i d o s . " Por favor, recita algo que mate esta sede. Deixa-Me ouvir i s t o . "

VERSO 27 VERSO 30
cçsranrei ^ f à - i r a c^rarraer « f à ' i w K f r a t f í f P «!<§ii "©ra s r t f à s i i
« i r a i 5 * s i 5 i * l « r è e r i i * i t e , « r a f f à ' II * i n #psrac«a c»tí« i c « si*ra «ran 1 1 « » H

hena-kãle tumi-saba kolãhala kari' svarüpa-gosãni prabhura bhãva jãniyã


ãrnã ihhã lanã ãilã balãtkãra kari' bhãgavatera éloka pade madhura kariyã
hena-kãle—nessa altura; tumi-saba—todos vós; kolãhala kari'—fazendo um barulho svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosãni; prabhura—de Sri Caitanya Mahã-
tumultuoso; ãrnã—a Mim; ihhã—para cá; lanã ãilã—trouxestes de volta; balãtkãra prabhu; bhãva—a emoção; jãniyã—compreendendo; bhãgavatera—do Srimad-Bhãga-
kari'—à força. vatam; sloka—um verso; pade—recita; madhura kariyã—com uma voz doce.

TRADUÇÃO—"Foi então q u e todos vós fizestes u m barulho tumultuoso e Me


trouxestes para cá à força." T R A D U Ç Ã O — C o m p r e e n d e n d o as emoções extáticas de Sri Caitanya Mahãprabhu,
Svarüpa Dâmodara, com uma voz doce, recitou o seguinte verso do Srimad-
VERSO 28 Bhãgavatam.

" s f s r c s «ri 1 1 5 Ç c f è « i f s i r a at*it i VERSO 31


^ f » r . < 5 srl m%$. «5«i-«^nfla':iHra II" *y n
«rara m ^«raiTsw^te-
sunite nã pãinu sei amrta-sama vãni i c s t f ^ r ^ f a s s t a çr.5K f 5 c 3 t ^ j í \ i
éunite nã pãinu bhüsana-muralha dhvani"
éunite nã pãinu—não pude ouvir; sei—essas; amrta-sama—exatamente como néctar;
vãni— vozes; éunite nã pãinu—não p u d e ouvir; bhüsana—de ornamentos; muralha- 5
^CTTfâswirçiT: «ra ?rsfiÃi n *s n
da flauta; dhvani—vibração.
kã stry ahga te kala-padãmrta-venu-gita-
T R A D U Ç Ã O — " P o r q u e Me trouxestes de volta para cá, deixei de ouvir as vozes sammohitãrya-caritãn na calet trilokyãm
nectáreas de Krsna e das gopis, tampouco ouço os sons de seus ornamentos ou trailokya-saubhagam idarh ca niriksya rüpam
da flauta." yad go-dvija-druma-mrgãh pulakãny abibhran
322 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 17 Verso 35 As transformações físicas do Senhor Caitanya

kã—que; s/ri—mulher; ahga—ó Krsna; te—Tua; kala-pada—pelos ritmos; amrta- haila—houve; gopi— das gopis; bhãva-ãveéa—emoção extática; kaila—fizeram; rase—
venu-gita—das doces canções da flauta; sammohitã— ficando cativada; ãn/a-caritãt— na dança da rasa; paraveéa—entrada; krsnera—do Senhor Krsna; éuni'—ouvindo;
do caminho da castidade segundo a civilização védica; ««—não; calet—vagaria; upeksã-vacana—as palavras de desprezo; krsnera—do Senhor Krsna; mukha—rosto;
tri-lokyãm—nos três m u n d o s ; trai-lokya-saubhagam—que é a boa fortuna dos três hãsya—sorridente; vãni— conversando; tyãge—renúncia; tãhã—isto; satya mãni'—
m u n d o s ; idam—isto; ca—e; niriksya—observando; rüpam—beleza; yat—a qual; go— aceitando como fato; rose—com raiva; krsne— ao Senhor Krçna; dena—dão; olãhana—
as vacas; dvija—pássaros; druma—árvores; mrgãh—animais da floresta, tais como castigo.
o veado; pulakãni—alegria transcendental; abibhran—manifestaram.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " F o i em êxtase q u e as gopis en-
T R A D U Ç Ã O — ' " M e u querido Senhor Krsna, quem, dentro dos três mundos, é traram na arena da dança da rasa, porém, após ouvirem as palavras em que Krsna
a mulher que não fica cativada com os ritmos das doces canções que vêm da denotava desprezo e desapego, elas entenderam que Ele iria renunciá-las. Assim,
Tua flauta maravilhosa? Q u e m , sendo assim provocada, consegue fixar-se no com muita raiva, puseram-se a castigá-lO."
caminho da castidade? Tua beleza é a mais sublime dentro dos três mundos.
Ao verem a Tua beleza, mesmo as vacas, os pássaros, os animais e as árvores
na floresta atordoam-se de a l e g r i a . " ' VERSO 34

SIGNIFICADO—Este verso é do érimad-Bhãgavatam (10.29.40). "su^a, « 5 , «fà asfãal fã«5a i


45 tàwsfe. «fã', «itets a« eatin suar,
VERSO 32 errata ea«t autl ül «uasaa ? « 8 « # «
*j>tV # g 00^ftm «ufàè 559111 "nãgara, kaha, tumi kariyã niécaya
« W W E í * csftcasa wfasfàc« sitffsrl 11 n ei trijagat bhari', ache yata yogyã nãri,
tomara venu kãhãh nã ãkarsaya?
éuni' prabhu gopi-bhãve avista ha-ilã nãgara—ó amante; kaha—dize; tumi—Tu; kariyã—fazendo; niécaya—certo; ei—
bhãgavatera slokera artha karite lãgilã estes; tri-jagat—três m u n d o s ; bhari'—enchendo; ache—exiçtem; yata—tantas;
suni'—ouvindo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; gopi-bhãve—pela emoção das yogyã—adequadas; nãri— mulheres; tomara—Tua; venu—flauta; kãhãh—onde; nã—
gopis; avista ha-ilã—ficou dominado; bhãgavatera—do Srimad-Bhãgavatam; slokera—do não; ãkarsaya—atrai.
verso; artha—o significado; karite lãgilã—passou a explicar.
TRADUÇÃO—"'Ó querido a m a n t e ' " , disseram elas, " ' p o r favor, responde a uma
TRADUÇÃO—Ao ouvir este verso, Srí Caitanya Mahãprabhu, dominado pelo êx^ única pergunta. Qual a mocinha deste universo que não se deixa atrair pelo som
tase das gopis, passou a explicá-lo. de Tua f l a u t a ? ' "

VERSO 33 VERSO 35

C5»ieflr%«tatea«t, N * i atc*i I3ea«í, fam mis ea«jaafs(, fHaal carfafi,


$ca»a « H p «e*tf l-açü i Çft 5431 cates sitar-asi |
«casa sra-5t^-at«%, «jret <st5l a « J atfà.% ie5t«.as4l at«í43l, WÓW 5t«t43i,
eatea ?ea» ea» wfí%<* 11 «a« y «Ufà' enlata «ca aa*1«i ii ii

haila gopi-bhãvãveéa, kaila rase paraveéa, kailã jagate venu-dhvani, siddha-mantrã yogini,
krsnera éuni' upeksã-vacana düti hanã mohe nãri-mana
krsnera mukha-hãsya-vãni, tyãge tãhã satya mãni', mahotkanthã bãdãhã, ãrya-patha chãdãhã,
rose krsne dena olãhana ãni' tomãya kare samarpana
324 éri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 38 As transformações físicas do Senhor Caitanya 325

kailã—fizeste; jagate—no m u n d o ; venu-dhvani—a vibração da flauta; siddha- VERSO 37


mantrã—perfeita em cantar mantras; yogini—uma mulher mística; düti— uma
mensageira; hanã—sendo; mohe—encanta; nãri-mana—as mentes das mulheres; « « m i l i «191», a t f é c a «eu « i t n w ,
mahã-utkanthã—grande ansiedade; bãdãnã—aumentando; ãrya-patha—os princípios 45 ia «tfc-^rattlt I
reguladores; chãdãhã—induzindo a abandonar; ãni'—trazendo; tomãya—a Ti; kare
samarpana—entrega. <$fl W Í 1 n f 3 5 t 1 , 5 3 Iffta 1 3 Í M ,
Çt<5 4 5 1 3 « ^ í r f f ê l I I • a i n

TRADUÇÃO—'"Ao tocares Tua flauta, ela age como uma mensageira sob a forma anya-kathã, anya-mana, bãhire anya ãcarana,
de uma yoginl perfeita na arte de cantar mantras. Essa mensageira encanta todas ei saba éatha-paripãti
as mulheres do universo, atraindo-as a Ti. Então, ela aumenta-lhes a grande tumi jãna parihãsa, haya nãrira sarva-nãéa,
ansiedade e as induz a abandonar os princípios reguladores que estabelecem chãda ei saba kutinãti
a obediência aos superiores. Enfim, trazendo-as à força até onde estás, faz com anya—diferentes; kathã—palavras; anya—diferente; mana—mente; bãhire—exter-
que elas se rendam a Ti com amor r o m â n t i c o . " ' namente; anya—diferente; ãcarana—comportamento; ei—estes; saba—todos; éatha-
paripãti— comportamento ardiloso bem planejado; tumi—Tu; jãna—sabes; parihãsa—
gracejo; haya—há; nãrira—de mulheres; sarva-nãéa—aniquilação total; chãda—por
favor, abandona; ei—estes; saba—todos; kutinãti— ardis perspicazes.
VERSO 36

T R A D U Ç Ã O — " ' S a b e m o s que tudo isto é um truque bem planejado. Sabes como
«li 6t<5t3 ( ^ « W r a , Çfre M^*t»WlIi
fazer gracejos que causam a completa aniquilação das mulheres, mas podemos
mm, m, * t « 9 f g f s t a i compreender que Tua mente, palavras e comportamento verdadeiros são dife-
4 í a « i t i t a « f à ' cali, « f é ' tfasjtcít 'citi', rentes. Portanto, por favor, abandona todos esses ardis perspicazes."'
tfífaifi Ç431 »rô f » t i t i i n
VERSO 38
dharma chãdãya venu-dvãre, hãne katãksa-kãma-éare, c a i i t w «if3-£iTr.9i, « 5 « - 3 m r i fifci c i t e » ! ,
lajjã, bhaya, sakala chãdãya
ebe ãmãya kari' rosa, kahi' pati-tyãge 'dosa',
« i s i s - m i «líi-ftfíjrs i
dhãrmika hanã dharma éikhãya! f%1 « U J C 3 5 C 3 « T i , 5 C 3 1 1 , 5T.3 <2ft«1,
dharma—princípios religiosos; chãdãya—induz a rejeitar; venu-dimre—através da G ^ l t l « t # t qfàraas Í5<5 ? " « V II
flauta; hãne— trespassa; ka\ãksa—olhar; kãma-éare—pelas flechas da luxúria; lajjã—
vergonha; bhaya—temor; sakala—tudo; chãdãya—induz a abandonar; ebe—agora; venu-nãda amrta-ghole, amrta-samãna milha bole,
am rta-samãna bhüsana-éihjita
ãmãya—conosco; kari' rosa—ficando zangado; kahi'—dizendo; pati-tyãge—por aban-
tina amrte hare kãna, hare mana, hare prãna,
donarmos nossos maridos; dosa—erro; dhãrmika—muito religiosas; hanã—tornando-
kemane nãri dharibeka cita?"
nos; dharma—princípios religiosos; sikhãya—ensinas.
venu-nãda—a vibração da flauta; amrta-ghole—como nata nectárea; amrta-samãna—
igual a néctar; mithã bole—conversa doce; amrta-samãna—tal qual o néctar; bhüsaiw-
sihjita—a vibração dos ornamentos; tina—três; amrte— néctares; hare—atraem;
TRADUÇÃO—"'A vibração da Tua flauta, acompanhada de Teu olhar, que vigo- kãna—o ouvido; «are—atraem; mana—a mente; hare—atraem; prãna—a vida; ke-
rosamente nos trespassa com as flechas da luxúria, induz-nos a ignorar os princí- mane—como; nãri— mulheres; dharibeka—manterão; cita—paciência ou consciência.
pios reguladores da vida religiosa. Dessa maneira, ficamos excitadas com desejos
luxuriosos e vimos Te procurar, esquecendo toda a vergonha e temor. Mas agora
estás zangado conosco. Estás nos repreendendo por violarmos os princípios re- TRADUÇÃO—" 'A nata nectárea da vibração da Tua flauta, o néctar das Tuas doces
ligiosos e deixarmos nossos lares e maridos. E do jeito como nos instruis sobre palavras e o ruído nectáreo dos Teus ornamentos combinam-se para atrair nossos
ouvidos, mentes e vidas. Dessa maneira, estás nos m a t a n d o . ' "
princípios religiosos, nos deixas d e s a m p a r a d a s . " '
326 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 1 7
Verso 4 2 As transformações físicas do Senhor Caitanya 327

VERSO 39
TRADUÇÃO—Srl Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: ' " M i n h a querida amiga,
Krsna, a Suprema Personalidade de Deus, tem a voz tão profunda quanto o
tm « t V c a p t i t c a w , «tra? «are «trei,
ressoar de uma nuvem nos céus. Com o tilintar de Seus ornamentos, Ele atrai
« e . « & i - m r a <gre m i os ouvidos das gopis, e com o som de Sua flauta atrai mesmo a deusa da fortuna
e outras belas mulheres. Essa Personalidade de Deus, conhecido como Madana-
mohana, cujas palavras brincalhonas são cheias de insinuações e significados
arajsrt«ríí f Ç S « f N U r a i i e d I I profundos, está aumentando os desejos luxuriosos dos Meus o u v i d o s . " '
efa fcáfti' krodhãveée, bhãvera tarahge bhãse,
utkanthã-sãgare dube mana SIGNIFICADO—Este verso faz parte do Govinda-lilãmrta (8.5).
rãdhãra utkanthã-vãni, padi' ãpane vãkhãni,
krsna-mãdhurya kare ãsvãdana VERSO 4 1
eta kahi'—dizendo isso; krodha-áveée— na atitude de zanga; bhãvera tarahge— nas
ondas do amor extático; bhãse—flutua; utkanthã—de ansiedades; sãgare—no oceano; " a f r è j a iffftí aara, «aasi-aara fwfsi',
dube mona—mergulha a mente; rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãní; utkanthã-vãni—pa- a t a <sc«f cutfosi sifsrra i
lavras de ansiedade; pad/'—recitando; ãpane—pessoalmente; vãkhãni—explicando;
«ra <spfês-«c*i, gira wfresa a*Tc*fc
krsna-mãdhurya—a doçura de Krçna; kare ãsvãdana—saboreia.
*2»s a n « i «rrsfV » ! « r a u 8 i n
TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu, à medida q u e flutuava nas ondas do
amor extático, falou estas palavras com uma atitude de zanga. Imerso no oceano "kanthera gambhira dhvani, navaghana-dhvani jini',
de ansiedades, Ele recitou um verso falado por Srímatí Rãdhãrãní expressando yãra gune kokila lãjãya
a mesma emoção. Então, pessoalmente explicou o verso, saboreando assim a tara eka éruti-kane, dubãya jagatera kãne,
doçura de Krsna. punah kãna bãhudi' nã ãya
kanthera—da garganta; gambhira—profundo; dhvani—som; nava-ghana—de nuvens
VERSO 4 0 recentes; dhvani—a ressonância; //«/'—conquistando; yãra—do qual; gune—os atri-
butos; kokila—o cuco; lãjãya—deixam em apuros; tara—disto; eka—uma; éruti-kane—
^^=1?^^^: a w f t a f i ç f â s í :
partícula de som; dubãya—inunda; jagatera—do m u n d o inteiro; kãne—o ouvido;
punah—novamente; kãna—o ouvido; bãhudi'—saindo; nã ãya—não pode vir.
aatfà^-aaraai-^^Tra-at^a:
i ca n t r a c a t ç a : i f a « t R l f o *<-<3çl^ii9. ii TRADUÇÃO—"A voz profunda de Krsna é mais sonora do que nuvens recém-
chegadas, e Sua canção maviosa derrota inclusive a doce voz do cuco. Na verdade,
nadaj-jalada-nisvanah éravana-karsi-sac-chihjitah Sua canção é tão doce que basta uma partícula dessa melodia para inundar o
sanarma-rasa-sücakãksara-padãrtha-bhahgy-uktikah m u n d o inteiro. Se tal partícula penetra o ouvido de alguém, ele imediatamente
ramãdika-varãhganã-hrdaya-hãri-vaméi-kalah evita todas as outras espécies de a u d i ç ã o . "
sa me madana-mohanah sakhi tanoti karna-sprhãm
nadai—ressonante; jalada—a nuvem; n/swnab—cuja voz; éravana—os ouvidos; VERSO 4 2
karsi—atraindo; sat-éihjitah—o tilintar de cujos ornamentos; sa-narma—com signi-
ficado profundo; rasa-sãca/ca—brincalhonas; aksara—letras; pada-artha—significados; «ç, a f ã , asfà « i r a f
bhãhgi—insinuações; uktikah—cuja conversa; ramã-ãdika—a começar pela deusa da «re»a ca «rar-^r/i. * f à r e i «tara a s t r e ,
fortuna; vara-ahganã— das belas mulheres; hrdaya-hãri—atraindo os corações; variiéi- < « r e i i ira, ««ura afã' ara H 8* n 9 1 1
kalah—o som de cuja flauta; sah—isto; me—Meus; madana-mohanah—Madana-
mohana; sakhi—Minha querida amiga; tanoti—expande; karna-sprhãm—o desejo kaha, sakhi, ki kari upãya?
dos ouvidos. krsnera se éabda-gune, harile ãmãra kãne,
ebe nã pãya, trsnãya mari' yãya
Verso 4 6 As transformações físicas do Senhor Caitanya 329
328 êri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 17

se—isso; êri—belo; mukha—pela boca; bhãsita—falado; amrta—néctar; haite—do


kaha—por favor, dize; sakhi—Minha querida amiga; ki—que; kari—posso fazer;
que; para-amrta—mais nectáreo; smita—sorriso; karpüra—cânfora; tãhãte— nisto;
upãya—meios; krsnera—de Kr$na; se—este; éabda—do som; gune—as qualidades;
miérita—misturado; éabda—som; artha—significado; dui-éakti—duas energias; nãnã—
harile—tendo atraído; ãmãra—Meus; kãne—ouvidos; ebe—agora; nã pãya—não diversas; rasa—doçuras; kare vyakti—expressam; prati-aksara—cada palavra; narma-
obtêm; trsnãya—de sede; mari' yãya—estou morrendo. vibhüsita—plena de significado.

T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, por favor, dize-Me o que fazer. Meus ouvi-
TRADUÇÃO—"A fala de Krsna é bem mais doce do que o néctar. Cada uma de
dos foram assaltados pelas qualidades do som de Krsna. No entanto, agora não
Suas palavras alegres é plena de significado, e quando Sua fala mistura-se com
consigo ouvir-Lhe o som transcendental, e estou quase morta com a falta d e l e . " o Seu sorriso, que é como a cânfora, o som resultante e o significado profundo
das palavras de Krsna criam diversas doçuras transcendentais."
VERSO 4 3
VERSO 4 5
^-fàsf%^-aafi, 5^1-itai fofa.',
a>*«l-aafi 5i>r.« BfWtã i rei '«rçresa iaas-as«i, a5«f-5r.a5ta-«riai,
^ a t a #r| «re, iríf*t are' «ta anre, as«f-çr.asta #tra re! «itret i
«ra »f«f rei-aure 11 ata u 8*> 11 «•rojarei w % I t a , «i«trerj a ^ i i t i a ,
ii i t ç r e i aare faatci 118<t 11
nüpura-kihkini-dhvani, hamsa-sãrasa jini',
kahkana-dhvani catake lãjãya
se amrtera eka-kana, karna-cakora-jivana,
eka-bãra yei éune, vyãpi rahe' tara kãne,
karna-cakora jiye sei ãée
anya éabda se-kãne nã yãya
bhãgya-vaée kabhu pãya, abhãgye kabhu nã pãya,
«apura—dos sinos de tornozelos; kihkini— tilintar; dhvani—o som; hamsa—cisnes;
nã pãile maraye piyãse
sãrasa—grous; jini'—conquistando; kahkana-dhvani—o som das pulseiras; catake—do
se amrtera—desse néctar; eka-kana—uma partícula; karna-cakora—do ouvido, que
pássaro cataka; lãjãya—deixa em apuros; eka-bãra—uma vez; yei—aquele que; éune—
é como um pássaro cakora; jivana—a vida; karna—o ouvido; cakora—o pássaro ca-
ouve; pyãpi—expandindo-se; rahe'—permanece; tara kãne—em seu ouvido; anya—
kora; jiye—vive; sei ãée—com essa esperança; bhãgya-vaée—por boa fortuna; kabhu—
outro; éabda—som; se-kãne—nesse ouvido; nã yãya—não vai.
às vezes; pãya—obtém; abhãgye—por infortúnio; kabhu—às vezes; «ã pãya—não
obtém; «ã pãile—se não consegue; maraye—morre; piyãse—de sede.
TRADUÇÃO—"O tilintar dos sinos dos tornozelos de Krsna supera mesmo as
canções do cisne e do grou, e o som de Suas pulseiras arrasa o cantar do pássaro
TRADUÇÃO—"Uma partícula deste transcendental néctar bem-aventurado é a vida
cataka. Quem deixa esses sons penetrar-lhe os ouvidos sequer uma vez, não pode
e a alma do ouvido, que é como um pássaro cakora que vive na esperança de
tolerar ouvir nenhuma outra coisa." saborear esse néctar. Às vezes, por boa fortuna, o pássaro pode prová-lo, mas
outras vezes, infelizmente ele não pode, e por isso quase morre de s e d e . "
VERSO 4 4
ret %fa-«tf*r«, rerei <tat?«,
ftre-as^r «t«tre> fifàt« i VERSO 4 6

«Pa, *^—$?tíse, i t n - a i a*re ajf%s,


real re«fcas5HHfi, líasata «tsl «fi',
« « w a - í t f - f à ^ f à r s II 88 n
wfsrtfr-rws « r r ^ t a i
se sri-mukha-bhãsita, amrta haite parãmrta,
smita-karpüra tãhãte miérita
itfà-a« i r e ; afi\ tâiHrei s a ftft,
éabda, artha,—dui-éakti, nãnã-rasa kare vyakti, at«erT 5<ÍP1 «as-Uret ata n 8* 11
pratyaksa ra—na rma-vibh iis ita
Verso 46 As transformações físicas do Senhor Caitanya 329
328 éri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17

se—isso; sri—belo; mukha—pela boca; bhãsita—falado; amrta—néctar; haite—do


kaha—por favor, dize; sakhi—Minha querida amiga; ki—que; kari—posso fazer;
que; para-amrta—mais nectáreo; smita—sorriso; karpüra—cânfora; tãhãte— nisto;
upãya—meios; krsnera—de Krsna; se—este; éabda—do som; gune—as qualidades;
miérita—misturado; éabda—som; artha—significado; dui-éakti—duas energias; nãnã—
harile—tendo atraído; ãmãra—Meus; kãne—ouvidos; ebe—agora; nã pãya—não diversas; rasa—doçuras; kare vyakti—expressam; prati-aksara—cada palavra; narma-
obtêm; trsnãya—de sede; mari' yãya—estou morrendo. vibhüsita—plena de significado.

TRADUÇÃO—"Minha querida amiga, por favor, dize-Me o que fazer. Meus ouvi-
T R A D U Ç Ã O — " A fala de Krsna é b e m mais doce do que o néctar. Cada u m a de
dos foram assaltados pelas qualidades do som de Krsna. No entanto, agora não
Suas palavras alegres é plena de significado, e q u a n d o Sua fala mistura-se com
consigo ouvir-Lhe o som transcendental, e estou quase morta com a falta d e l e . " o Seu sorriso, que é como a cânfora, o som resultante e o significado profundo
das palavras de Krsna criam diversas doçuras transcendentais."
VERSO 43
VERSO 45
^a-fafeíiMflFi, ^ i - i t a i fãrür',
a>w*i-íRfi ei>c« sjtsfia i r e i «rçresa 4 « - « « i , as«f-5casta-wiai,
4a*ata c a * « r e , aitf*t are' « t a anca, « « f - ç c a s t a # ) c a ca* « i t r e t i
«1*5 *t«f ci-anre ii ata 11 sa II •efiiaret « ^ i r a , « r e t c i ? * < ç 1 1 i ra,

nüpura-kinkini-dhvani, hamsa-sãrasa jini',


n irsrei a a c a f i a r e i 11 8« 11
kahkana-dhvani catake lãjãya
se amrtera eka-kana, karna-cakora-jivana,
eka-bãra yei éune, vyãpi rahe' tara kãne,
karna-cakora jiye sei ãée
anya éabda se-kãne nã yãya
bhãgya-vaée kabhu pãya, abhãgye kabhu nã pãya,
nüpura—dos sinos de tornozelos; kihkini—tilintar; dhvani—o som; hamsa—cisnes;
nã pãile maraye piyãse
sãrasa—grous; jini'—conquistando; kahkana-dhvani—o som das pulseiras; catake—do
se amrtera—desse néctar; eka-kana—uma partícula; karna-cakora—do ouvido, que
pássaro cataka; lãjãya—deixa em apuros; eka-bãra—uma vez; yei—aquele que; éune—
é como um pássaro cakora; jivana—a vida; karna—o ouvido; cakora—o pássaro ca-
ouve; vyãpi—expandindo-se; rahe'—permanece; fãra kãne—em seu ouvido; anya—
kora; jiye—vive; sei ãée—com essa esperança; bhãgya-vaée—por boa fortuna; kabhu—
outro; éabda—som; se-kãne—nesse ouvido; nã yãya—não vai.
às vezes; pãya—obtém; abhãgye—por infortúnio; kabhu—às vezes; nã pãya—não
obtém; nã pãile—se não consegue; maraye—morre; piyãse—de sede.
T R A D U Ç Ã O — " O tilintar dos sinos dos tornozelos de Krsna supera mesmo as
canções do cisne e do grou, e o som de Suas pulseiras arrasa o cantar do pássaro
TRADUÇÃO—"Uma partícula deste transcendental néctar bem-aventurado é a vida
cataka. Quem deixa esses sons penetrar-lhe os ouvidos sequer uma vez, não pode
e a alma do ouvido, que é como um pássaro cakora que vive na esperança de
tolerar ouvir n e n h u m a outra coisa." saborear esse néctar. Às vezes, por boa fortuna, o pássaro pode prová-lo, mas
outras vezes, infelizmente ele não pode, e por isso quase morre de s e d e . "
VERSO 44
ca âtya-^tfírs, «i?« rere> f a r ç « ,
fare-a^ «tetc« fifàj« i VERSO 46

«1% « i 9 f , - s * » t f ê p , itil-ai «ca ijf%, caal ca^-aseuRfi, ^ a t a « t s 1 «fsV,


« « w a - i í - f à f f à s II 88 II ^aíaT-fFs «itsstta i
se éri-mukha-bhãsita, amrta haite parãmrta,
sfrfà-aa< l e s afi', falarei ç a a t i i ,
smita-karpüra tãhãte miérita
éabda, artha,—dui-éakti, nãnã-rasa kare injakti, a í & t r 5 * 1 «as-itrei a t a 1 1 8 * 11
p ra tyaksa ra—na rma-vibh üsita
330 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 17 Verso 49 As transformações físicas do Senhor Caitanya 331

yebã venu-kala-dhvani, eka-bãra tãhã éuni',


jagan-nãri-citta ãulãya 551 cas i t f s « e i , ca «t«i «ffàw c « c i ,
nivi-bandha pade khasi', vinã-müle haya dãsi,
bãuli hanã krsna-pãée dhãya
« t « t t « f ò - n cas «t«l u" sv- H
yebã—quem quer que; venu—da flauta; kala-dhvani—a doce vibração; eka-bãra— ei éabdãmrta cãri, yãra haya bhãgya bhãri,
uma vez; tãhã—isto; suni'—ouvindo; jagat—do universo; nãri— das mulheres; citta— sei karne ihã kare pana
corações; ãulãya—ficam perturbados; nivi-bandhn—os cintos apertados; pade—caem; ihã yei nãhi éune, se kãna janmila kene,
khasi'—ficando soltos; vinã-müle—sem remuneração; haya—elas se convertem em; kãnãkadi-sama sei kãna"
dãsi—criadas; bãuli— loucas; hanã—ficando; krsna-pãée—em direção a Krsna; dhãya— ei—estas; éabda-amrta—vibrações sonoras nectáreas; cãri—quatro; yãra—de quem;
correm. haya—há; bhãgya bhãri—grande fortuna; sei—semelhante pessoa; karne—pelos ou-
vidos; ihã—estes sons; kare pana—bebe; ihã—estes sons; yei—qualquer pessoa que;
TRADUÇÃO—"A vibração transcendental da flauta de Krsna perturba os corações nãhi éune—não ouça; se—esses; kãna—ouvidos; janmila—nasceram; kene—por que;
das mulheres do m u n d o inteiro, mesmo que elas ouçam-na uma única vez. Dessa kãnãkadi—um orifício numa conchinha; sama—exatamente como; sei kãna—tais
maneira, seus cintos apertados soltam-se, e essas mulheres convertem-se em ouvidos.
criadas não remuneradas de Krsna. Na verdade, elas correm em direção a Krçna
como se estivessem l o u c a s . " T R A D U Ç Ã O — " U n i c a m e n t e os mais afortunados podem ouvir estes quatro sons
VERSO 47 nectáreos — as palavras de Krçna, o tilintar de Seus sinos de tornozelo e de Suas
pulseiras. Sua voz e a vibração de Sua flauta. Quem não ouve estes sons tem
ciai swfr-fctarat*!, c^csl C1 «t«sYT « f l ' , os ouvidos tão inúteis quanto conchinhas com orifícios."
«i3-*tt«t « r r s c i « t e J W a i
n i r a ?ca3? i s , 1
ate ? s ^ i - s a * , VERSO 49

« * t « c a , s ^ i t f s f t a 1 1 8 i 11 «fâc<5 iàc5 fàsrtf, bfàm § « i t , « t a ,


yebã laksmi-thãkurãni, tenho ye kâkall suni',
i c i «Tcsl i f f s « r r w » i
krsna-pãsa ãise pratyãéãya « c a i , fãata, i f « , ^ « . ^ « j , a t i , «jf«> ^fe,
nã pãya krsnera sahga, bãde trsnã-taranga, i t n - « t c a a s s i fisti II ss II
tapa kare, tabu nãhi pãya
yebã—mesmo; laksmi-thãkurãni—a deusa da fortuna; tenho—ela; ye—que; kãkali— karite aiche vilãpa, uthilã udvega, bhãva,
vibração da flauta; éuni'—ouvindo; krsna-pâéa—para o Senhor Krçna; ãise—vem; mane kãho nãhi ãlambana
pratyãéãya—cheia de eçperanças; nã pãya—não obtém; krsnera sahga—associação udvega, visada, mati, autsukya, trãsa, dhrti, smrti,
com Krçna; bãde—intensificam-se; trsnã—de sede; tarahga—as ondas; tapa kare— nãnã-bhãvera ha-ila milana
submete-se a austeridade; tabu—mesmo assim; nãhi pãya—não consegue. tarife—fazendo; aiche—essa; vilãpa—lamentação; uthilã—surgiram; udvega—
agitação; bhãva—êxtase; mane— na mente; kãho—em parte alguma; nãhi—não há;
TRADUÇÃO—"Ao ouvir a vibração da flauta de Krçna, mesmo a deusa da fortuna alambana—refúgio; udvega—ansiedade; visada—lamentação; mati—atenção; aufsu-
vem até Ele, na grande esperança de gozar de Sua companhia, mas, não obstante, kya—ânsia; frãsa—temor; dhrti—determinação; smrti—lembrança; nãnã-bhãvera—
não consegue isto. Q u a n d o as ondas da sede de ficar com Ele intensificam-se, de diversos êxtases; ha-ila—houve; milana—combinação.
ela realiza austeridades, mas mesmo assim não logra acercar-se d E l e . "

VERSO 48 T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o Sri Caitanya Mahãprabhu lamentava-Se dessa maneira,


a agitação e o êxtase surgiram em Sua mente, e Ele ficou muito inquieto. Muitos
4 * «Pafjra" stfà, ata s a « f t t « t i a , êxtases transcendentais combinaram-se nEle, incluindo a ansiedade, a lamenta-
e i s « c « f s s 1 « c a »tti i ção, a atenção, a ânsia, o temor, a determinação e a lembrança.
332 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 17 Verso 53 As transformações físicas do Senhor Caitanya 333

VERSO 50 TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu disse: " ' A i de Mim, q u e farei? A quem
falarei? Que tudo o que fiz na esperança de encontrar-Me com Krsna encerre-se
5
agora. Por favor, dizei algo auspicioso, mas não faleis sobre Krsna. Ai de Mim,
«fiMrirerj atira fcf«s sfrerfsre re»i ff*s, Krsna, tal qual Cupido, encontra-Se deitado dentro do Meu coração; portanto,
rei* «tre *rc? m «tt* i como Me é possível deixar de falar sobre Ele? Não consigo esquecer-Me de Krsna,
««RÍOTa 1tir.«ÍJ, d* CStra** f P I 1C«Í» cujo sorriso é mais doce do que a própria doçura e que dá prazer à Minha mente
e aos Meus olhos. Ai de Mim, Minha grande sede de Krsna aumenta a cada ins-
ca* <ewf arff« arrw reií« n «• n tante que p a s s a ! ' "
bhãva-sãbalye rãdhãra ukti, lilã-suke haila sphürti,
sei bhãve pade eka sloka SIGNIFICADO—Esta afirmação d e Srimati Rãdhãrãní é citada do Krsna-karnãmrta
unmãdera sãmarthye, sei slokera kare arthe, (42).
yei artha nãhi jãne loka VERSO 52
bhãva-sãbalye—na combinação de todos os êxtases; rãdhãra—de Srimati Rãdhã-
rãní; ukti—afirmação; lilã-suke—em Bilvamarigala Thâkura; haila—houve; sphürti— "45 feR, $C5T.M 11 f°Sa 1C5,
despontar; sei bhãve—neste êxtase; pade—recita; eka—um; sloka—verso; unmãdera— <sl\<& r^ía-fègi il a(5 i
de loucura; sãmarthye—na capacidade; sei slokera—deste verso; foire arthe— descreve
o significado; yei artha—significado o qual; nãhi—não; jãne—conhecem; loka—as c*tfi « j i laVta, filtre $ t m i i ,
5
pessoas. «rra re «re feita ? n 11

TRADUÇÃO—O conjunto de todos estes êxtases fez despontar uma afirmação de "ei krsnera virahe, udvege mana sthira nahe,
Srimati Rãdhãrãní na mente de Bilvamahgala Thâkura [Lllã-suka]. Na mesma prãpty-upãya-cintana nã yãya
atitude de êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu passou a recitar este verso, e, por yebã tumi sakhi-gana, visãde bãula mana,
kãre puchoh, ke kahe upãya?
força da loucura, descreveu-lhe o significado, que é desconhecido das pessoas
ei—esta; krsnera—de Krsna; virahe—com saudade; udvege—com ansiedade;
em geral.
mana—mente; sthira—paciente; nahe—não é; prãpti-upãya—meio de se alcançar;
VERSO 51
cintana nã yãya—não posso achar; yebã—todas; tumi—vós; sakhi-gana—amigas;
f>fiç fSjB 19 arei pn irairMii visãde—em lamentação; bãula—enlouquecidas; mana—mentes; kãre—a quem;
puchoh—perguntarei; ke—quem; kahe—falará; upãya—os meios.
t!*tws ^«ftngrfv «ratucçi sjirciii:'
1fS1|IÍ^ttVíre ICITUIIT^ICI TRADUÇÃO—"A ansiedade provocada pela saudade d e Krsna deixou-Me impa-
?*tWI1 1P9 «*P'I f%<!«, 13 I«iI ciente, e não posso achar n e n h u m a maneira de encontrá-lO. Ó Minhas amigas,
também estais desconcertadas pela lamentação. Portanto, quem Me informará
como encontrá-lO?"
fcim iba krnumah kasya brümah krtam krtam ãsayã
kathayata kathãm anyãm dhanyãm aho hrdaye sayah
madhura-madhura-smerãkãre mano-nayanotsave VERSO 53
krpana-krpanã krsne trsnã ciram bata lambate 5t5l i f i , fã «fã fctra i
5

kim—que; iha—aqui; krnumah—farei; kasya—a quem; brümah—falarei; krtam—o


que está feito; írrfam—feito; ãsayã—na esperança; kathayata—por favor, falai; #r*l «re*i > « t t l ft* wttl retrei ?n <ft«,
kathãm—palavras; anyãm—outras; dhanyãm—auspiciosas; aho—ai de Mim; hrdaye— fãn c2jt«i cuti ata II" II n
dentro do Meu coração; sayah—deitado; madhura-madhura—mais doce do que a
doçura; smera—sorriso; ãkãre—cuja forma; manah-nayana—h mente e aos olhos; hã hã sakhi, ki kari upãya!
utsave—que dá prazer; krpana-krpanã—a melhor das miseráveis; krsne—de Krsna; kãhhã karoh, kãhãh yãha, kãhãh gele krsna pãha,
trsnã—sede; ciram—a cada instante; bata—ai de Mim; lambate—está aumentando. krsna vinã prãna mora yãya"
Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 57 As transformações físicas do Senhor Caitanya 335
334

"dekhi ei upãye, krsna-ãsã chãdi' diye,


hã hã—ó; sakhi—amigas; ki—que; kari—(arei; upãya—meios; írãririã fcarori—que
ãsã chãdile sukhi haya mana
farei?; kãhãh yãha—para onde irei; kãhãn gele— indo aonde; fcrs'.ia poria—posso obter
chãda' krsna-kathã adhanya, kaha anya-kathã dhanya,
Krçna; fcrçrça f/nã—sem Krçna; prãna—vida; mora—Minha; yãya—está partindo.
yãte haya krsna-vismaraiia"
dekhi—vejo; ei upãye—este meio; krsna-ãsa— esperança de Krsna; chãdi' diye—Eu
TRADUÇÃO—"Ó Minhas queridas amigas, como encontrarei Krçna? Que farei? abandono; asa—esperança; chãdile—caso Eu renuncie; sukhi—feliz; haya—torna-se;
Para onde irei? O n d e posso encontrá-lO? Como não consigo encontrar Krçna, mana—a mente; c/iãí/fl'—deixemos; krsna-kathã—conversas sobre Krçna; adhanya—
Minha vida está Me a b a n d o n a n d o . " muito ingloriosas; kaha—falemos; anya-kathã—outros tópicos; dhanya—gloriosos;
yãte— mediante os quais; haya—haja; krsna-vismarana—esquecimento de Krçna.
VERSO 54

*c«i a « f%*1$ « e iarafàRTaa, TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " ' C a s o Eu renuncie à esperança
de encontrar Krçna, então serei feliz. Portanto, vamos parar com esta inglorio-
afores s s * ! « t c a u r o a i síssima conversa sobre Krçna. Seria melhor conversarmos sobre tópicos gloriosos
fawUta asa-^fo, «3t*91 «ta-afo, e esquecermo-nos d E l e . ' "
VERSO 56
« t C « «C? «I«í-fàa'Ta«1 II « 8 II
teaw mana sthira haya, tabe mane vicãraya, «f5C«5 5 5 9 1 « $ f o , fora C5*l ç a s f p f o ,
balite ha-ila bhãvodgama aafca « r a 5431 fãfaira i
pihgalãra vacana-smrti, karãila bhãva-mati, " i i r a 5tf5 stforas, ci5 « 4 3 1 «rrra fora,
tãte kare artha-nirdhãrana
ksane—num instante; mana—a mente; sthira haya—fica paciente; tabe— nessa al- c « t « a t r a *n * n f « s i f o r a n" <?* n
tura; mane—mentalmente; vicãraya—Ele considera; balite—para falar; ha-ila—houve;
bhãim-udgama—despertar de êxtase; pihgalãra—de Pihgalã; vacana-smrti—lembrando kahitei ha-ila smrti, citte haila krsna-spltürti,
as palavras; karãila—causou; bhãva-mati—mente extática; tãte—nisto; kare—(az; sakhire kahe hanã vismite
artha-nirdhãrana—determinando o significado. "yãre cãhi chãdite, sei suhã ache citte,
kona rite nã pari chãdite"
kahitei—enquanto falava; ha-ila—houve; Smrti—lembrança; citte—no coração;
T R A D U Ç Ã O — 5 u b i t a m e n t e , Sri Caitanya Mahãprabhu acalmou-Se e analisou Seu haila—houve; krsna-sphürti—o aparecimento de Krsna; sakhire—ás amigas; kahe—
estado de espírito. Ele lembrou-Se das palavras de Pihgalã, e isto despertou um disse; hanã vismite—estando muito atônita; yãre—aquele que; cãhi chãdite— desejo
êxtase que O levou a falar. Por conseguinte, Ele explicou o significado do verso. abandonar; sei—essa pessoa; s H riaãcht—repousa; citte— no coração; kona rite—por
nenhum processo; nã pari—sou incapaz; chãdite—de abandonar.
S I G N I F I C A D O — P i h g a l ã foi uma prostituta que disse: "Ter esperança em vão só
produz miséria. Total desesperança é a maior felicidade." Lembrando-Se desta
declaração, Sri Caitanya Mahãprabhu ficou em êxtase. A história de Pihgalã T R A D U Ç Ã O — " E n q u a n t o falava dessa maneira, Srímatí Rãdhãrãní de repente
encontra-se no Srimad-Bhãgavatam, Décimo Primeiro Canto, Oitavo Capítulo, lembrou-Se de Krsna. Na verdade, Ele apareceu dentro de Seu coração. Imensa-
versos 22-44, bem como no Mahãbhãrata, Sãnti-parva, Capítulo 174. mente atônita, Ela revelou a Suas amigas: 'A pessoa que desejo esquecer repousa
em Meu coração."'
VERSO 55 VERSO 57

aiafsiraa ^ t a «u*', «ra> « a i s ' « t i ' - « R ,


"refã 4* feltra, a>a3-«u«ft stfo' f w r a ,
«ta-astra ara tem fora i
« i f f l stforei jpft i u
«ra- ca fira, ci if»r*i « r a r a ,
SJfS' $jp**t1 «RB, a>5 « ^ « « l l *9,
4 5 caàt s i r e a t i a f ã r a u " « 1 n
atra 53 «n-fãTiaa II" « « II
336 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 60 As transformações físicas do Senhor Caitanya 337

radhã-bhãvera svabhãva ana, krsne karãya 'kãma'-jnãna,


kãma-jhãne trãsa haila citte iç*-çt«-HrCi, ii-cia-aitira,
kahe—"ye jagat mãre, se paéila antare, « U Ç 3 S 1 fa®«1 s j t S t l II *S> II
ei vairi nã deya pãsarite"
rãdhã-bhãvera—do êxtase de Srimati Rãdhãrãní; sva-bhãva—característica; ãna— "mana mora vãma-dina, jala vinã yena mina,
outra; krsne—a Krsna; karãya—faz com que Ela faça; kãma-jhãna—entendendo ser krsna vinã ksane mari' yãya
Cupido; tónw-como Cupido; jnãne—com a compreensão; trãsa—medo; haila— madhura-hãsya-vadane, mana-netra-rasãyane,
houve; ciffe— na mente; kahe—Ela diz; ye—a pessoa que; jagat—o m u n d o inteiro; krsna-trsnã dviguna bãdãya
mãre—conquista; se—essa pessoa; paéila—penetrou; antare—dentro do Meu coração; mana mora—Minha mente; vãma-dina—desfavoravelmente pobre; jala—água;
ei vairi— esse inimigo; nã deya—não permite; pãsarite—esquecer. vinã—sem; yena—como se; mina—um peixe; krsna—o Senhor Krçna; vinã—sem;
ksane—num instante; mari' yãya—morre; madhura—doce; hãsya—risonho; vadane—
TRADUÇÃO—"O êxtase de Srímatí Rãdhãrãní também A fez pensar em Krsna rosto; mana—a mente; netra—os olhos; rasa-ãyane—muito agradável a; krsna-trsnã—a
como Cupido, e esta compreensão aterrorizou-A. Ela disse: 'Este Cupido, que sede de Krçna; dvi-guna—duas vezes mais; bãdãya—aumenta.
conquistou o mundo inteiro e penetrou Meu coração, é Meu maior inimigo, pois
não Me permite e s q u e c ê - l O . ' " TRADUÇÃO—'"Se Eu não pensar em Krsna, Minha mente empobrecida morrerá
dentro de um instante, tal como um peixe fora da água. Mas, quando vejo o
VERSO 58 rosfo docemente risonho de Krsna, Minha mente e Meus olhos ficam tão satis-
feitos que Meu desejo de tê-lO d u p l i c a . " '
^^7.5*13 s2rtfrc*rj> fofo' «ra «Ti-citra,
VERSO 60
&ra fosr-sTsrj-ici i
ssp srw*i» «1 sa «ilti-if, 515i fs^s « i t i i i , 515i immm,
f i a i «e/ici n <tv u 5T51 folJ Hfj®«1-1ít5 !

autsukyera prãvinye, jiti' anya bhãva-sainye, 51 51 « Í W r a » Si 51 < t a f * W ,


udaya haila nija-rãjya-mane 5151 atifasfti ifíta II *° ii
mane ha-ila lãlasa, nã haya ãpana-vaéa,
duhkhe mane karena bhartsane hã hã krsna prãna-dhana, hã hã padma-locana,
autsukyera—de ânsia; prãvinye— devido ao alto desenvolvimento; jiti'—conquis- hã hã divya sad-guna-sãgara!
tando; anya—outros; bhãva-sainye—soldados do êxtase; udaya—surgindo; haila— hã hã syãma-sundara, hã hã pitãmbara-dhara,
houve; nija-rãjya-mane— dentro do reino de Sua própria mente; mane—dentro da hã hã rãsa-vilãsa nãgara
mente; ha-ila—houve; lãlasa—cobiça; nã—não; haya—fica; ãpana-vaéa—dentro de hã hã—ai de Mim; krsna—ó Krçna; prãna-dhana—o tesouro da Minha vida; hã
Seu próprio controle; duhkhe—com tristeza; mane—ã mente; karena—faz; bhartsane— nã—ai de Mim; padma-locana—a pessoa de olhos de lótus; hã hã—ai de Mim; divya—
castigo. divino; sat-guna-sãgara—oceano de atributos transcendentais; hã hã—ai de Mim;
éyãma-sundara—o belo jovem de cor escura; hã hã—ai de Mim; pita-ambara-dham—
aquele que usa roupas amarelas; hã hã—ai de Mim; rãsa-vilãsa—da dança da rasa;
T R A D U Ç Ã O — " E n t ã o , grande ânsia conquistou todos os outros soldados do êx-
nãgara—o herói.
tase, e um desejo incontrolável surgiu no reino da mente de Srímatí Rãdhãrãní.
Imensamente triste, Ela passou a castigar Sua própria m e n t e . "

VERSO 59 TRADUÇÃO—"'Ai de Mim! O n d e está Krçna, o tesouro da Minha vida? Onde


está a pessoa de olhos de lótus? Ai de Mim! O n d e está o divino oceano de todas
"ii cita m - f t i , «f*i f i n e u t w » as qualidades transcendentais? Ai de Mim! Onde está o belo jovem de cor escura,
vestido com roupas amarelas? Ai de Mim! O n d e está o herói da dança da r a s a ? ' "
« 1 3 f a i l * r . « l i f a ' 115 i
338 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 1 7 Verso 65 As transformações físicas do Senhor Caitanya 339

VERSO 6 1 TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu de repente voltou à consciência externa


e disse a Svarüpa Dâmodara Gosvãmi: " M e u querido Svarüpa, por favor, canta
C l c e i tffWI 1 1 5 , « f à a * 5 , « t t l I T í " . algumas canções d o c e s . " Os ouvidos do Senhor ficaram satisfeitos q u a n d o Ele
ouviu Svarüpa Dâmodara cantar canções do Gita-govinda e do poeta Vidyãpati.

i a p f fefè' c « t c * i « f ã ' , «figa «ufa* a f ã ' , VERSO 63


f W K t C I a i f é l l C*T4*1 II II
4 Ç j r s srataFf «fe-aífàs-fàcsi i
fcõMri ge/e tomã pãi, tumi kaha,—tãhãh yãi", SaUa sa « f í t t i - a t í c a II II
eta kahi' calilã dhãhã
svarüpa uthi' kole kari', prabhure ãnila dhari', ei-mata mahãprabhu prati-rãtri-dine
nija-sthãne vasãilã laihã unmãda cestita haya pralãpa-vacane
kãhãh—aonde; gele— indo; tomã—a Ti; vãi—posso conseguir; tumi—In; kaha—por ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—ári Caitanya Mahãprabhu; prati-rãtri-dine—
favor, conta; tãhãh—para lá; yãi—irei; eta kahi'—dizendo isso; calilã dhãhã—pôs-Se cada noite e dia; unmãda—loucas; cestita—atividades; haya—são; pralãpa-vacane—
a correr; svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; uthi'—levantando-se; kole kari'— falando como um louco.
colocando no colo; prabhure—êri Caitanya Mahãprabhu; ãnila—trouxe de volta;
dhari'—segurando; nija-sthãne—em Sua própria casa; vasãilã—sentou-Se; laihã— TRADUÇÃO—Cada dia e cada noite, árí Caitanya Mahãprabhu ficava desequili-
levando. brado dessa maneira e falava tal qual um louco.

T R A D U Ç Ã O — ' " P a r a onde irei? O n d e posso encontrar-Te? Por favor, conta-Me. VERSO 64
Só assim Eu irei para l á . " ' Falando dessa maneira, Srí Caitanya Mahãprabhu
pôs-Se a correr. No entanto, Svarüpa Dâmodara Gosvãmi levantou-se, agarrou-O iü«fàc*i a s s a « T c a a f ã « t a i
e colocou-O no colo. Então, Svarüpa Dâmodara trouxe-O de volta à Sua casa jwapjca a c < a f à , ntft t i a 1 1 5 n *811
e fê-IO sentar-Se.
VERSO 62 eka-dine yata haya bhãvera vikãra
sahasra-mukhe varne yadi, nãhi pãya para
f c « l c « < a ^ a ala? C 5 * f , i * c * t c a «Uss1 f à e i , eka-dine— n u m dia; yata haya—tantas quantas há; bhãvera—de êxtase; vikãra—
transformações; sahasra-mukhe— possuindo milhares de bocas; varne yadi—caso
" 1 * 1 , f « g « a a«ja A t * f
descreva; nãhi pãya—não pode atingir; para—o limite.
1**1 flia f ã © t * t f e , frer/tífàrç-filfe,
«9fíV <2jça f 5 f 5 * i a U « l II 4* II TRADUÇÃO—Nem mesmo Anantadeva, que possui milhares de bocas, pode des-
crever na íntegra as transformações de êxtase que árí Caitanya Mahãprabhu ex-
ksaneke prabhura bãhya haila, svarüpere ãjhã dila, perimentou n u m único dia.
"svarüpa, kichu kara madhura gana" VERSO 65
svarüpa gãya vidyãpati, gita-govinda-giti,
suni' prabhura iudãila kãna «fta a l a f « « f a c a « t 5 t a a«H ?
ksaneke—dentro de um instante; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; bãhya— • f t i l - 5 a - 9 t a « f ã ' f w M a a i s i 11 *<t 11
consciência externa; haila—houve; svarüpere ãjhã dila—Ele ordenou a Svarüpa
Dâmodara Gosvãmi; svarüpa—Meu querido Svarüpa; kichu—algumas; kara—faze; jiva dina ki karibe tãhãra varnana?
madhura—doces; gana—canções; svarüpa—Svarüpa Dâmodara; gãya—canta; vidyã- sãkhã-candra-nyãya kari' dig-daraéana
pati—canções de Vidyãpati; gita-govinda-giti—canções do Gita-govinda; suni'—ao jiva—uma entidade viva; dina—paupérrima; ki—que; karibe—farei; tãhãra—disto;
ouvir; prabhura—de ári Caitanya Mahãprabhu; judãila—ficaram satisfeitos; kãna— varnana—descrição; sãkhã-candra-nyãya—a lógica de mostrar a lua através dos galhos
ouvidos. de uma árvore; kari'—faço; dik-darasana—vendo a orientação.
340 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 71 As transformações físicas do Senhor Caitanya 341

TRADUÇÃO—Que pode uma criatura pobre como eu descrever a respeito de tais adbhuta—maravilhosamente; dayãlu—misericordioso; caitanya—Sri Caitanya
transformações? Apenas posso dar um indício delas, como se mostrasse a lua Mahãprabhu; adbhuta-vadãnya—maravilhosamente magnânimo; aiche—semelhan-
através dos galhos de uma árvore. te; dayãlu—misericordiosa; dãtã—pessoa caridosa; loke—dentro deste mundo; nãhi—
não; éuni—ouvimos falar de; anya—outrem.
VERSO 66
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu é maravilhosamente misericordioso e
lul w > « t a «jgBtfl « r n - f M i magnânimo. Dentro deste mundo, jamais ouvimos falar de alguém tão miseri-
«rc9hr«« •Jfpr.ala-ceèl sa s s R II II cordioso e caridoso.

ihã yei sune, tara judãya mana-kãna VERSO 69


alaukika güdha-prema-cestã haya jhãna
5t<STCJ «Sf, £911*, C6«SJ-53«I |
ihã—isto; yei éune— todo aquele que ouça; tara—seus; judãya—satisfazem-se; mana-
kãna—mente e ouvidos; alaukika—incomuns; güdha-prema—de profundo amor ex- atei C5C« *ft5ai ?ajr.2iarç«-a*( n n
tático por Krçna; cesta—atividades; haya jhãna—ele pode compreender. sarva-bhãve bhaja, loka, caitanya-carana
yãhã haite pãibã krsna-premãmrta-dhatta
sarva-bhãve—sob todos os aspectos; bhaja—adorai; loka—ó mundo inteiro; caitanya-
T R A D U Ç Ã O — C o n t u d o , esta descrição satisfará a mente e os ouvidos de todo aque- carana—os pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu; yãhã haite— mediante os
le que a ouça, capacitando-o a compreender estas atividades incomuns de pro- quais; pãibã—conseguireis; krsna-pretna—do amor a Krsna; amrta—do néctar; dhana—
fundo amor extático por Krsna. o tesouro.

VERSO 67 TRADUÇÃO—Sob todos os aspectos, adorai os pés de lótus de Srí Caitanya Mahã-
prabhu. É esta a única maneira como conseguireis o tesouro nectáreo do amor
«nsjs jSifç c«lr.aa tft^-uftwl i extático por Krsna.
' W f f fít « I t l t f à ' í«f«tt5«11 aTal II 4 1 II
VERSO 70
adbhuta nigüdha premera mãdhurya-mahimã
ãpani ãsvãdi' prabhu dekhãilã simã 45 «' aff5'5* 'arttffV-^içeta i
adbhuta—maravilhoso; nigüdha—profundo; premera—de amor extático por Krçna; $ a r t a - c ç f f c « «tr.« S a n a - a } * 1*1 n 1° 11
mãdhurya-mahimã—as glórias da doçura; ãpani—pessoalmente; ãsvãdi'—saborean-
do; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; dekhãilã—mostrou; simã—o limite máximo. ei Ia' kahiluh 'kürmãkrti'-anubhãva
unmãda-cesfita tãte unmãda-pralãpa
TRADUÇÃO—O amor extático por Krsna é maravilhosamente profundo. Ao sa- ei ta' kahiluh—acabo, assim, de descrever; kürma-ãkrti—àe ficar igual a uma tar-
borear pessoalmente a doçura gloriosa desse amor, Srí Caitanya Mahãprabhu taruga; anubhãva—o sintoma extático; unmãda-cestita—executado com loucura; íãfe—
mostrou-nos seu limite extremo. nisto; unmãda-pralãpa—conversando como um louco.

T R A D U Ç Ã O — A c a b o , assim, de descrever a transformação extática em que Srí


VERSO 68 Caitanya Mahãprabhu fica igual a uma tartaruga. Nesse êxtase, Ele conversou
e agiu como um louco.
«««-íFSitSJ. C & « 3 J - « l \ « - a a t 3 J ! VERSO 71
i f c i «ratg^t«1 c.m\r,^ « t f * « f a <og n ^ »
adbhuta-dayãlu caitanya—adbhuta-vadãnya! 4 5 B?t«Tl i a t e * a»jf ta-at* i
aiche dayãlu dãtã loke nãhi éuni anya C J h f t w r ò r â l C f f c«atr.is« « f a M II IJ> II
342 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 17 Verso 73 As transformações físicas do Senhor Caitanya 343

ei lilã sva-granthe raghunãtha-dãsa éri-rupa-raghunãtha-pade yara ãéa


gaurãhga-stava-kalpavrkse kairãchena prakãéa caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
ei lilã—esse passatempo; sva-granthe—em seu livro; raghunãtha-dãsa—Raghunãtha éri-rüpa—Srila Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi;
dãsa Gosvãmi; gaurãhga-stava-kalpa-vrkse—chamado Gaurãhga-stava-kalpavrksa; pade—aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro
kairãchena prakãéa—descreveu por completo. chamado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krsnadãsa Kavirãja
Gosvãmi.
TRADUÇÃO—Em seu livro Gaurãhga-stava-kalpavrksa, Srila Raghunãtha dãsa
Gosvãmi descreveu por completo esse passatempo. T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de Srí Rüpa e Srí Raghunãtha, desejando
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta,
VERSO 72 seguindo seus passos.

Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,


«sf«<1ITTBn * i i ça f c»Pi*ra?snt Antya-lilã, Décimo Sétimo Capítulo, descrevendo o passatempo em que, como uma tarta-
ruga, éri Caitanya Mahãprabhu retrai os membros de Seu corpo.

anudghãfya dvãra-trayam uru ca bhitti-trayam aho


vilahghyoccaih kãlihgika-surabhi-madhye nipatitah
tanüdyat-sahkocãt kamatha iva krsnoru-virahãd
virãjan guurãhgo hrdaya udayan mãni madayati
anudghãtya—sem abrir; dvãra-trayam—as três portas; uru—fortes; ca—e; bhitti-
trayam—três paredes; aho—quão maravilhoso; vilahghya—atravessando; uccaih—
muito altas; kãlihgika—de Kâlihga-desa, que fica no distrito de Tailahga; surabhi-
madhye—em meio às vacas; nipatitah—caído; tanu-udyat-sahkocãt—retraindo para
dentro do corpo; kamathah—uma tartaruga; iva—como; krsna-uru-virahãt—devido
aos fortes sentimentos de saudades de Krçna; virãjan—aparecendo; gaurãhgah—o
Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; hrdaye—em meu coração; udayan—surgindo;
mãm—a mim; madayati—enlouquece.

TRADUÇÃO—"Como é maravilhoso! Sri Caitanya Mahãprabhu deixou Sua resi-


dência sem que para isso precisasse abrir as três portas fortemente trancadas.
Então, atravessou três paredes altas, e, mais tarde, devido aos intensos sentimen-
tos de saudades de Krsna, caiu em meio às vacas do distrito de Tailahga e, como
uma tartaruga, retraiu todos os membros de Seu corpo. Sri Caitanya Mahãprabhu,
que manifestou este aspecto, surge em meu coração e me enlouquece."

VERSO 73

cçsai&fãsíi*" « w * w t i 1 1 « i
CAPÍTULO DEZOITO

O Senhor é resgatado do mar

Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thâkura dá o resumo do Dé-


cimo Oitavo Capítulo. Numa noite de outono, quando a lua estava cheia, Sri
Caitanya Mahãprabhu caminhava ao longo da orla marítima perto do templo de
Ãiçotã. Confundindo o mar com o rio Yamunã, Ele pulou dentro do mar, na espe-
rança de ver os passatempos que, juntamente com Srímatí Rãdhãrãní e as outras
gopis, Krsna realizou nas águas do rio. No entanto, enquanto flutuava no mar,
a correnteza levou-O até o templo de Konãrka, onde um pescador, pensando que
o corpo do Senhor era um grande peixe, capturou-O em sua rede e trouxe-O para
a margem. Srl Caitanya Mahãprabhu estava inconsciente e Seu corpo passara
por transformações incomuns. Tão logo tocou no corpo do Senhor, o pescador
enlouqueceu de amor extático por Krsna. Contudo, sua própria loucura o aterro-
rizou, pois pensou que um fantasma o estava perseguindo. Enquanto dispunha-se
a buscar um exorcista, encontrou-se na praia com Svarüpa Dâmodara Gosvãmi
e os outros devotos, que estiveram procurando o Senhor por toda parte. Após
algumas perguntas, Svarüpa Dâmodara chegou à conclusão de que o pescador
capturara o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu em sua rede. Como o pescador temia
estar sendo perseguido por um fantasma, Svarüpa Dâmodara deu-lhe um tapa
e cantou Hare Krsna, o que apaziguou-o de imediato. Em seguida, quando os
devotos cantaram bem alto o mahã-mantra Hare Krsna, Srí Caitanya Mahãprabhu
voltou a Si. Foi então que eles trouxeram-nO de volta para a Sua própria casa.

VERSO 1

fspKtfl ^mt t s f à fã^arfàRfàsrt?


« t e t r / s « t ^ s ^ i « t f í ^ p à ç a; II Í II

saraj-jyotsnã-sindhor avakalanayã jãta-yamunã-


bhramãd dhãvan yo 'smin hari-viraha-tãpãrnava iva
nimagno mürcchãlah payasi nivasan rãtrim akhilam
prabhãte prãptah svair avatu sa saci-sünur iha nah
éarat-jyotsnã—sob o luar do outono; sindhoh—do mar; avakalanayã—pela visão;
jata—pareceu; yamunã—o rio Yamunã; bhramãt—por engano; dhãvan—correndo;
yah—aquele que; asmin—nisto; hari-viraha—devido à saudade de Hari; tapa—de

345
346 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 6 O Senhor é resgatado do mar 347

sofrimento; arnave—no oceano; iva—como se; nimagnah—mergulhou; mürcchãlah— VERSO 4


inconsciente; payasi—na água; nivasan—permanecendo; rãtrim—a noite; akhilam—
«tae.astr.PR! a t f ã , i a p f a a s i - f e ^ s i i
toda; prabhãte—de manhã; prãptah—(oi obtido; svaih—por Seus associados pessoais;
avatu—que proteja; sah—Ele; éaci-sünuh—o filho de mãe Saci; iha—aqui; nah—a nós. e r ç f i w * H «a<í£l c a s t i a t f à - i « p ! 118 11

éarat-kãlera rãtri, saba candrikã-ujjvala


TRADUÇÃO—Sob o brilhante luar do outono, Sri Caitanya Mahãprabhu confun- prabhu nija-gana lahã bedãna rãtri-sakala
diu o mar com o rio Yamunã. Imensamente aflito pela saudade de Krsna, Ele sarat-kãlera—de outono; rãtri—noite; suba—tudo; candrikã-ujjvala—iluminado pelo
correu e mergulhou no mar, em cujas águas permaneceu inconsciente a noite luar; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nija-gana—Seus próprios associados;
inteira. De manhã. Seus devotos pessoais encontraram-nO. Que esse Sri Caitanya lanã—levando; bedãna—caminha; rãtri-sakala—a noite inteira.
Mahãprabhu, o filho de mãe Saci, proteja-nos com Seus passatempos trans-
cendentais. T R A D U Ç Ã O — D u r a n t e uma noite da estação de outono, quando a lua cheia ilumi-
nava tudo, Sri Caitanya Mahãprabhu divagou toda essa noite com Seus devotos.
VERSO 2
VERSO 5
5T5 Wl â l C 5 « » J J fsR6TfSWl I
fewtci fe©tci <acii c a ^ a * cafãra i
5FStCS«5ffl ^1 C t Y í T S W f •» II * II
a t i e r r e i t a f t e - c £ t « t f f e r a « f i r a n <t 11
jaya jaya sri-caitanya jaya nityãnanda
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda udyãne udyãne bhramena kautuka dekhite
jaya jaya—todas as glórias; iri-caitanya—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; rãsa-lilãra gita-éloka padite sunite
jaya—todas as glórias; nityãnanda—a Nityãnanda Prabhu; jaya—todas as glórias; udyãne udyãne—de jardim em jardim; bhramena—Ele caminha; kautuka dekhite—
advaita-candra—a Advaita Acãrya; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-vrnda—aos vendo a diversão; rãsa-lilãra—da dança da rasa; gita-sloka—canções e versos; padite
devotos de Sri Caitanya Mahãprabhu. sunite—recitando e ouvindo.

T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a Srl Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias a TRADUÇÃO—Ele caminhava de jardim em jardim, vendo os passatempos d o
Nityãnanda Prabhu! Todas as glórias a Advaita Acãrya! E todas as glórias a todos Senhor Krsna e ouvindo e recitando canções e versos relacionados com a rãsa-lilã.
os devotos de Srl Caitanya Mahãprabhu!

VERSO 3 VERSO 6

4 * i r a i ç t ü f fl^rtK* fcaci i srçcsiitcaca « c a i tti, i s i i


ATFA-fBr.il «A3FÀC6§<*T«fca - e r r e 11«u a * ç < s r a t c a c » t a t i * t * i 5 « a a n * ii

ei-mate mahãprabhu nilãcale vaise prabhu premãveée karena gana, nartana


rãtri-dine krsna-vicchedãrnave bhãse kabhu bhãvãveée rãsa-lilãnukarana
ei-mate—dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nilãcale— em prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; prema-ãveée—em amor extático; karena—faz;
Jagannãtha Puri; vaise—reside; rãtri-dine—noite e dia; krsna-viccheda—de saudades gana—canto; nartana—dança; kabhu—às vezes; bhãva-ãveée—com emoção extática;
de Krsna; arnave— no oceano; bhãse—flutua. rãsa-lilã—a dança da rãsa-lilã; anukarana—imitando.

T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o vivia assim em jagannãtha Puri, Srl Caitanya Mahã- TRADUÇÃO—Ele cantava e dançava em amor extático, e, com êxtase emocional,
prabhu flutuava todos os dias e noites no oceano de saudades de Krsna. imitava às vezes a dança da rasa.
348 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 12 O Senhor é resgatado do mar 349

VERSO 7 VERSO 10

a s ç ^ t c a t a i t r e « r s ^ s f ã - f e f e «tia i ca ia cstraa w f , ca ia 'fà«ta' 1


f C i *tf%' a * § SJJ#1, a ^ - t i s ' at3 II 1 II c*r i a a f a c « & z s a « i f o - f i ^ í a n i ° 1 1

kabhu bhãvonmãde prabhu iti-uti dhãya se saba élokera artha, se saba 'vikãra'
bhüme padi' kabhu mürcchã, kabhu gadi' yãya se saba varnite grantha haya ati-vistãra
kabhu—às vezes; bhãva-unmãde— na loucura do amor extático; prabhu—èri se saba—todos esses; élokera—dos versos; artha—significados; se—essas; saba—
Caitanya Mahãprabhu; iti-uti—para aqui e para ali; dhãya—corre; bhüme padi'— todas; vikãra—transformações; se saba—todos eles; varnite— para descrever; grantha
caindo ao chão; kabhu mürcchã—às vezes, inconsciente; kabhu—às vezes; gadi' haya—o livro torna-se; ati-vistãra—enorme.
yãya—rola pelo chão.
TRADUÇÃO—Para explicar na íntegra todos esses versos e todas as transformações
TRADUÇÃO—Na loucura d o êxtase, Ele às vezes corria de um lado para outro, que ocorriam no corpo do Senhor seria necessário um volume muito grande de
e, às vezes, caía e rolava pelo chão. Às vezes, ficava em completa inconsciência. anotações.

VERSO 8 VERSO 11

ati?Tr«Tt3 4 « cata* í c a t c s , « r a i a r » * ! a i i r a c a c a *T>ri ^ c a - ^ c a i


*taae. « r a « i « í a r a i « i i * t c i 11 v- n •dfeats^i-^ca i1 c a ^5
fàaci 11 ü u
rãsa-lilãra eka sloka yabe pade, sune dvãdaéa vatsare ye ye lilã ksane-ksane
pürvavat tabe artha karena ãpane ati-bãhulya-bhaye grantha nã kailuh likhane
rãsa-lilãra—da rãsa-lilã; eka—um; sloka—verso; yabe—quando; pade—recita; éune— dvãdaéa vatsare—em doze anos; ye ye—quaisquer; /i7ã—passatempos; ksane-
ouve; pürva-vat—como antes; tabe—então; artha karena—explica; ãpane—pessoal- ksane—momento após momento; ati-bãhulya—tanta abundância; bhaye—temendo;
mente. grantha—livro; nã—não; kailuh likhane—escrevi.

TRADUÇÃO—Ao ouvir Svarüpa Dâmodara recitar um verso relacionado com a T R A D U Ç Ã O — L o g o , para não aumentar o tamanho deste livro, não escrevi sobre
rãsa-lilã, ou q u a n d o Ele mesmo recitava um desses versos, Ele pessoalmente todos os passatempos do Senhor, pois, por doze anos, Ele os realizou a cada
explicava-o, como o fizera antes. instante de cada dia.

VERSO 9 VERSO 12
c a s i « atiétlsTfa s a a « cSta* 1 %Jca^ reat<$3ffs fàMwa«ti i
l a i a «isf« c a , t i a « f s^-cata* n a . n c « r e sftfis ' f à « t a ' ' « w f a«f« ii n n

ei-mata rãsa-lilãya haya yata sloka pürve yei dekhãhãchi dig-daraéana


sabãra artha kare, pãya kabhu harsa-éoka taiche jãniha 'vikãra' 'pralãpa' varnana
ei-mata—dessa maneira; rãsa-lilãya—nos passatempos da rãsa-lilã; haya—há; yata pürve—antes; yei—como; dekhãhãchi— mostrei; dik-daraéana—apenas um indício;
sloka—tantos versos quanto; sabãra—de todos eles; arfha kare—Ele explica o signi- taiche—assim também; jãniha—é bom que saibais; vikãra—transformações; pralãpa—
ficado; pãya—obtém; kabhu—às vezes; harsa-éoka—felicidade e lamentação. conversas loucas; varnana—descrição.

T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Ele explicou o significado de todos os versos rela- TRADUÇÃO—Como frisei antes, estou fazendo essa descrição sucinta das conver-
cionados com a rãsa-lilã. Ora, estava muito triste, ora, muito feliz. sas tresloucadas e das transformações físicas do Senhor.
Verso 18 O Senhor é resgatado do mar 351
350 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 18

T R A D U Ç Ã O — M e s m o o Senhor Krsna fica tomado de admiração ao ver as trans-


VERSO 13 formações de êxtase em Seus devotos. Se o próprio Krçna não pode calcular os
limites dessas emoções, como, então, poderiam outras pessoas?
ASAJ-ATRRA ARE A-SRA '«ws' i
(ÍASFÀRAA * W A « A ^ I R A *TLA «ra N s«I N VERSOS 16—17

sahasra-vadane yabe kahaye 'ananta' •e^-rerara 3« a«i1, re t f a «Jana 1


eka-dinera lilãra tabu nãhi pãya anta
a« ssa, as g a , ares* fãasra 11 11
sahasra-vadane—com milhares de bocas; yabe—quando; kahaye—diz; ananta—o
Senhor Ananta; eka-dinera—de um único dia; lilãra—dos passatempos; fafw— a>33 s i ç i aaiaj *>1 *ttra wirare» 1
mesmo assim; nãhi—não; pãya—atinge; anta—o limite. «««•sra «rêia>ra « i 5 i « i i i i f ã c « 11 11

TRADUÇÃO—Se Ananta, com Seus mil capelos, tentasse descrever os passatempos bhakta-premãra yata daéã, ye gati prakãra
que Srí Caitanya Mahãprabhu realiza em um único dia, depararia com o fato yata duhkha, yata sukha, yateka vikãra
de que é impossível descrevê-los na íntegra.
krsna tãhã samyak nã pare jãnite
VERSO 14 bhakta-bhãva ahgikare tãhã ãsvãdite
R
bhakta-premãra—da emoção extática do devoto; yata—todas; daéã—condições; ye—
C*R-IFI>«FT «RTIA A * F*rare HC*M i que; gati prakãra—método de progresso; yata—toda; duhkha—tristeza; yata—toda;
^ f e r a a ítlSTRI "53, Rtft 113 rel3 II i8 li sukha—felicidade; yateka—todas; vikãra—transformações; krsna—o Senhor Krçna;
tãhã—isto; samyak—plenamente; nã pare jãnite—não pode compreender; bhakta-
koti-yuga paryanta yadi likhaye ganeéa bhãva—o estado de espírito de um devoto; ahgikare—Ele aceita; tãhã—isto; ãsvãdite—
eka-dinera lilãra tabu nãhi pãya éesa para saborear.
koti-yuga—milhões de milênios; paryanta—no prazo de; yadi—se; likhaye—escreve;
ganeéa—a semideus Ganesa (filho do Senhor eiva); eka-dinera—de um dia; lilãra—de TRADUÇÃO—O próprio Krsna não pode compreender plenamente as condições,
passatempos; tabu—mesmo assim; nãhi pãya—não consegue atingir; éesa—o limite. o método de progresso, a felicidade e a tristeza, e as atitudes de amor extático
de Seus devotos. Por isso, para saborear essas emoções irrestritamente, Ele aceita
o papel de devoto.
TRADUÇÃO—Se Ganesa, filho do Senhor Siva e o hábil escriba dos semideuses,
tentasse por milhões de milênios descrever por completo os passatempos que VERSO 18
o Senhor realiza num único dia, ver-se-ia impossibilitado de encontrar-lhes o
limite. ?re»ra «rata catai, « t ^ r a «i^ra 1
«rtfra arara, fera «ire ^asfrtfap 11 >v 11
VERSO 15

«re^A CAFT-FAAIRA REFA' 3*333 ÇAE-ANA 1 krsnere nãcãya prema, bhaktere nãcãya
ãpane nãcaye,—tine nãce eka-thãhi
$33 ARA «L *TTA «n, CARAI ÇFA «IRA ? M N krsnere— Krçna; nãcãya—faz dançar; prema—o amor por Krçna; bhaktere—o devoto;
nãcãya—faz dançar; ãpane—pessoalmente; nãcaye—dança; fine—todos os três; nãce—
bhaktera pretna-vikãra dekhi' krsnera camatkãra! dançam; eka-thãhi—num só lugar.
krsna yãra nã pãya anta, kebã chãra ãra?
bhaktera—de um devoto; prema-vikãra—transformações de emoção extática;
TRADUÇÃO—O amor extático por Krsna faz Krçna e Seus devotos dançarem, e
dekhi'—vendo; krsnera—do Senhor Krçna; camatkãra—admiração; krsna—Senhor
o próprio amor também dança. Dessa maneira, todos os três dançam juntos no
Krçna; yãra—das quais; nã pãya—não pode obter; anta—o limite; kebã—quem;
mesmo lugar.
chãra— insignificantes; ãra—outros.
352 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 24 O Senhor é resgatado do mar 353

VERSO 19 VERSO 22
c l i t i f i « t i i f * i c « BÍC.5 r.15 w i i Sl«33b«3 1 T 5 1 « r . 1 1 « i t i t f i l
s t i i f i c « e t c ? , c i i 5 4 3 1 ' í r i s ' n >s> I I ir.i 4« «rtr,i « 1 5 1 w t t f ã 'T«I' II N II
premam vikãra vomite cãhe t/ei jana éri-krsna-caitanya yãhã karena ãsvãdana
cãhda dharite cãhe, yena hanã 'vãmana' sabe eka jãne tãhã svarüpãdi 'gana'
premãra—de amor extático por Krsna; vikãra—transformações; varíjtte—descrever; éri-krsna-caitanya—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; yãhã— tudo o que; karena—
cãhe—deseja; yei jana—a pessoa que; conda dharite— pegar a lua; cãhe—ela deseja; faz; ãsvãdana—saboreando; sabe—plenamente; eka—alguém; jãne—conhece; tãhã—
yérttt—como se; hanã—sendo; vãmana—um anão. isso; svarüpa-ãdi gana—devotos como Svarüpa Dâmodara Gosvãmi.

T R A D U Ç Ã O — A q u e l e que deseja descrever as transformações de amor extático por T R A D U Ç Ã O — A p e n a s uma pessoa d o nível de Svarüpa Dâmodara Gosvãmi pode
Krsna é como um anão que tenta tocar a lua no céu. conhecer plenamente o que o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu saboreia em Seu
amor por Krsna.
VERSO 20
VERSO 23
i l ^ r e r e fifj-síc^i s e i 4 « ' « 1 ' i
3>a3r.s|J!-5f.«1 c « r . ç s f e c n 1 * f i ii v II W t l 5431 « r . 1 £ 1 5 « Í 5 1 1 1 1 1 I
« 1 1 1 1 1 C " M % « « 1 1 ÇÇ*TCT 4 « ' « * ! ' I I V » I I
vãyu yaiche sindhu-jalera hare eka 'kaiia'
krsna-prema-kana taiche jnvra sparsana jiva hanã kare yei tãhãra varnana
vãyu—o vento; yaiche—como; sindhu-jalera—da água do oceano; hare—arrasta; ãpanã éodhite tara chohye eka 'katja'
eka kana—uma partícula; krsna-prema-kana—uma partícula de amor por Krsna; jiva hanã—sendo u m a entidade viva comum; kare—{az; yei—quem quer que;
taiche—de modo semelhante; jivera sparsana—uma entidade viva pode tocar. tãhãra—disto; varnana—descrição; ãpanã—ela mesma; éodhite—para purificar-se;
tara—disto; chohye—toca; eka kana—uma partícula.
T R A D U Ç Ã O — A s s i m como o vento pode arrastar apenas uma gota da água do
oceano, uma entidade viva pode tocar apenas uma partícula do oceano de amor TRADUÇÃO—Ao descrever os passatempos de Srí Caitanya Mahãprabhu, uma
por Krsna. entidade viva comum purifica-se ao tocar numa única gota desse imenso oceano.

VERSO 21 VERSO 24

^ r . « i *sr.*l ^r.fc 6 « l i i i « i s « m s i 4 5 1 S ItCII CSt«-1«5T5 ifeêU I


#1i 511 « 1 5 1 « l i 1 i 5 r . i « « r a ? 45 II G*tr.i B r f i c « f * i « l í « l f « r . « ertffaTl 11 *8 u
ksane ksane uthe premãra tarahga ananta ei-mata rãsera éloka-sakala-i padilã
jiva chãra kãhãii tara pãibeka anta? éese jala-kelira éloka padite lãgilã
ksane ksane—a cada momento; ufhe—surgem; premãra—de amor a Krsna; taranga— ei-mata—dessa maneira; rãsera—da dança da rasa; éloka—versos; sakala-i—todos;
ondas; ananta—ilimitadas; jiva—uma entidade viva; chãra—insignificante; kãhãh— padilã—recitados; éese—no final; jala-kelira—dos passatempos na água; éloka—verso;
onde; tara—disso; pãibeka—obterá; anta—o limite. padite lãgilã—passou a recitar.

T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, todos os versos referentes à dança da rãsa-lilã foram


T R A D U Ç Ã O — O n d a s intermináveis surgem a cada momento neste oceano de amor. recitados. Então, por fim, recitou-se o verso relacionado com os passatempos
De que jeito poderia uma entidade viva insignificante calcular seus limites? vividos na água.
354 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 18
Verso 29 O Senhor é resgatado do mar 355

VERSO 25
VERSO 27
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SWPtreJl « 5 f * 3 «<J» « « s * I
f b w i íBífi-afa^iíii: i
H s p r * « r a , ra*< 'a»íiia sei' n \i n

candra-kãntye uchalita tarahga ujjvala


jhalamala kare,—yena 'yamunãra jala'
candra-kãntye— pelo brilho do luar; uchalita—bem altas; tarahga—ondas; ujjvala—
tãbhir yutah êramam apohitum anga-sahga-
muito brilhantes; jhalamala kare—cintilam; yena—como se; yamunãra jala—a água
ghrsfa-srajah sa kuca-kuhkuma-rahjitãyãh
do rio Yamunã.
gandharva-pãlibhir anudruta ãvisad vãh
srãnto gajibhir ibha-rãd iva bhinna-setuh
tãbhih—por elas (as gopis); yutah—acompanhado; sramam—cansaço; apohitum— T R A D U Ç Ã O — I l u m i n a d a s pelo brilho do luar, as altas ondas do mar cintilavam
para remover; ahga-sahga—pelo contato dos corpos; ghrsfa—esmagada; srajah—da como as águas do rio Yamunã.
guirlanda de flores; sah—Ele; kuca-kurikuma—pela kurikuma nos seios; rahjitãyãh—
tingida; gandharva-pa—como seres celestiais de Gandharvaloka; alibhih—por VERSO 28
abelhas; anudrutah—seguido; ãvisat—entrou; vãh—na água; srãntah—estando can-
l^srfi! W.H 1Í43I 6191*1 I
sado; gajwhih—por elefantas; ibha—de elefantes; râr—o rei; iva—como; bhinna-
setuh—situado além dos princípios védicos de moralidade. « r * f o r a > a f è ' fãf-sfr.* H * í * t fw*1 u n

yamunãra bhrame prabhu dhãhã calilã


T R A D U Ç Ã O — " C o m o o líder independente dentre os elefantes entra na água com
suas elefantas, Krsna, que é transcendental aos princípios védicos de moralida- alaksite yãi' sindhu-jale jhãhpa dilã
de, entrou na água do Yamunã com as gopis. Seu peito roçara nos seios delas, yamunãra bhrame—confundindo com o Yamunã; prabhu—Sri Caitanya Mahã-
esmagando-Lhe a guirlanda de flores e colorindo-a com pó de kuhkuma verme- prabhu; dhãhã calilã—pôs-Se a correr bem depressa; alaksite—sem ser visto; yãi'—
lha. Atraídas pelo aroma dessa guirlanda, abelhas zumbidoras, parecendo os indo; sindhu-jale— dentro da água do mar; jhãhpa dilã—Ele pulou.
seres celestiais de Gandharvaloka, seguiram Krsna. Dessa maneira, o Senhor
Krsna viu mitigado o cansaço que sentiu devido à dança da r a s a . " T R A D U Ç Ã O — C o n f u n d i n d o o mar com o Yamunã, o Senhor correu bem depressa
e pulou dentro da água, sem ser visto pelos demais.
SIGNIFICADO—Este verso é do Srimad-Bhãgavatam (10.33.23).
VERSO 29
VERSO 26
*if%re>? ra* s j í # i , f>-§ç «1 stra i
( « i ç i r a i ç í - a ç asfircs a f à r a i • Ç f a t i i , ^ « l a r a « a r a i -«ra 1 1 *s> n
•wfècôriíl rara aaai reca* «us-fara» 11 n
paditei haila mürcchã, kichui nã jãne
kabhu dubãya, kabhu bhãsãya tarahgera gane
ei-mata mahãprabhu bhramite bhramite
paditei—caindo; haila mürcchã— Ele ficou inconsciente; kichui—nada; nã jãne—não
ãitotã haite samudra dekhena ãcambite
entendeu; kabhu—às vezes; dubãya—fazem com que afunde; kabhu—às vezes;
ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; bhramite bhrami-
bhãsãya—flutua; tarahgera gane—as ondas.
te—enquanto vagava; ãitotã haite— do templo de Ãito(ã; samudra—o mar; dekhena—
vê; ãcambite—de repente.
T R A D U Ç Ã O — C a i n d o dentro do mar, Ele perdeu a consciência e não pôde mais
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o vagava assim perto do templo de Ãitotâ, Srí Caitanya
entender onde estava. Ãs vezes, afundava debaixo das ondas, e, às vezes, flu-
Mahãprabhu de repente viu o mar.
tuava em cima delas.
356 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 35 O Senhor é resgatado do mar 357

VERSO 30 yamunãte—no rio Yamunã; jala-keli—passatempos na água; gopi-gana-sahge—com


as gopis; krsna karena—Krsna realiza; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
o r
<S?CÍafiai foca,-caa « a : ^rè i magna—imergiu P completo; sei range—nesses passatempos.
ca« afora *t rca 4 * resrara aii> ? «• n
TRADUÇÃO—O Senhor Krsna realizou passatempos com as gopis nas águas do
tararige vahiyã phire,—yena suska kãstha Yamunã, e Sri Caitanya Mahãprabhu imergiu por completo nesses passatempos.
ke bujhite pare ei caitanyera nata?
tarahge—as ondas; vahiyã phire—carregam daqui para ali; yena—como; suska VERSO 33
kãstha—um pedaço de madeira seca; ke—quem; bujhite pare—pode entender; ei— Iti laitrfw-W «rçs ai cafãal i
esta; caitanyera nata—encenação dramática do Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu.
' « t # 1 cferl r a r a s a f o s *m n vs-a II
TRADUÇÃO—As ondas carregavam-nO daqui para ali, como se Ele fosse um pe-
daço de madeira seca. Quem pode compreender esta encenação dramática de ihãh svarüpãdi-gana prabhu nã dekhiyã
árí Caitanya Mahãprabhu? 'kãhãh gelã prabhu?' kahe camakita hanã
ihãh—nesse ponto; svarüpa-ãdi-gana—os devotos encabeçados por Svarüpa
Dâmodara; prabhu—ári Caitanya Mahãprabhu; nã dekhiyã—não avistando; kãhãh—
VERSO 31
para onde; gelã—foi; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kahe—dizem; camakita
hanã—ficando perplexos.
canatcafa faca* « $ r a «ar.* mm a r a i
a * ç ; ç a t i í P i atra, ^ « t a i ^ P l m<m\ a r a 11 11 T R A D U Ç Ã O — N e s s e ínterim, todos os devotos, encabeçados por Svarüpa Dâmo-
konãrkera dike prabhure tarahge lahã yãya dara, perderam ári Caitanya Mahãprabhu de vista. Perplexos, puseram-se a pro-
kabhu dubãhã rãkhe, kabhu bhãsãhã lahã yãya curar por Ele, perguntando: " A o n d e será que o Senhor foi?"
konãrkera dike—em direção ao templo de Konãrka; prabhure—ári Caitanya Mahã-
prabhu; tarahge—as ondas; lahã yãya—arrastam; kabhu—às vezes; dubãhã—fazendo VERSO 34
com que afunde; rãkhe—mantêm; kabhu—as vezes; bhãsãnã—flutuando; lanã yãya—
arrastam. aratcac^ cm\ rafara «tfãsn i
srçra ai rafàal a;»ia asfàra stffosrl n «8 II
T R A D U Ç Ã O — M a n t e n d o o Senhor ora submerso, ora à tona, as ondas carregaram-
nO em direção ao templo de Konãrka. mano-vege gelã prabhu, dekhite nãrila
prabhure nã dekhiyã samsaya karite lãgilã
S I G N I F I C A D O — K o n ã r k a , em geral conhecido como Arka-tírtha, é um templo do manah-vege—à velocidade da mente; gelã—foi; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
Senhor Sürya, o deus do Sol. Ele situa-se à beira-mar, a trinta quilômetros ao dekhite nãrila—ninguém pôde ver; prabhure—o Senhor; nã dekhiyã—não avistando;
norte de Jagannãtha Puri. Foi construído de pedra negra no início do Século XIII sarhéaya—dúvidas; karite lãgilã—começaram a sentir.
da era áaka, e exibe artesanato e arquitetura de alto padrão.
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu saíra correndo à velocidade da mente.
Ninguém pôde vê-lO. Assim, todos ficaram intrigados quanto a Seu paradeiro.
VERSO 32
VERSO 35
a*ptra srerrafo ctrôHa-ira' i 'sroata refora foal reatara ci*fl ?
« a i ara» -açísrç sjtt c a * a r a n n fegtca foal ^ i t r e *tfo»ri ? -si? II
yamunãte jala-keli gopi-gana-sahge jagannãtha dekhite kibã devãlaye gelã?
krsna karena—mahãprabhu magna sei range anya udyãne kibã unmãde padilã?
358 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 41 O Senhor é resgatado do mar 359

jagannãtha—o Senhor Jagannãtha; dekhite—ver, kibã—se; devãlaye—vara o templo; cãhiye— procurando; bedãite—vagando; aiche—dessa maneira; ratri-éesa haila—a
gelã—foi; anya—outro; udyãne—em um jardim; kibã—ou; unmãde— por loucura; noite expirou; antardhãna ha-ilã—desapareceu; prabhu—o Senhor; niécaya karilã—
padilã—caiu. chegaram à conclusão.

T R A D U Ç Ã O — " S e r á q u e o Senhor foi para o templo de Jagannãtha, ou será que T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o buscavam o Senhor, a noite expirou, e portanto todos con-
a loucura jogou-O em algum j a r d i m ? " cluíram: "O Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu acaba de desaparecer."

VERSO 36 VERSO 39

^ R S E I - I F A T C A ESTFRT, FAAI « R U M A ? s t ç a f a c s c » a>ta < m s « t f é « I H i


RÒAS-*RAC« CT*L, FÀRAI CR*T«ITR,3% ?' «« II « i f i è t " W 1 fail asta i c i itfsj « t i n *& 11

gundicã-mandire gelã, kibã narendrere? prabhura vicchede kãra dehe nãhi prãna
cataka-parvate gelã, kibã konãrkere?' anistã-éahkã vinã kãra mane nãhi ãna
gundicã-mandire—para o templo de Gundicã; gelã— foi; kibã—ou; narendrere—ao prabhura—do Senhor; vicchede—devido à saudade; kãra—de todos eles; dehe—no
lago Narendra; cataka-parvate—a Cataka-parvata; ge/ã—foi; /cihã—ou; konãrkere—ao corpo; nãhi prãna—praticamente não havia vida; anistã-éahkã—suspeita de algum
templo de Konãrka. desastre; vinã—além disto; kãra—de todos eles; mane—na mente; nãhi ãna—não
há nenhuma outra coisa.
T R A D U Ç Ã O — " T a l v e z Ele tenha ido para o templo d e Gundicã, ou para o lago
Narendra, ou para a Cataka-parvata. Talvez Ele tenha ido ao templo em Konãrka." TRADUÇÃO—Com saudades do Senhor, cada u m deles sentia-se como se tivesse
perdido sua própria vida. Eles concluíram que devia ter havido algum desastre.
VERSO 37 Não conseguiam pensar em n e n h u m a outra coisa.

4 5 A F * ' Í C A F O C A « L ^ C A STFÈAL I VERSO 40


vpfâm •FICA « I T L * I « S 5?i pjifpj II s i H " s i í a i t - i ^ f a í ç ç r v f f i » ^ f o fç II" s. II

eta bali' sabe phire prabhure cãhiyã "anistã-éahkini bandhu-hrdayãni bhavanti hi"
samudrera tire ãilã kata jana lahã arnsfã—de algum desastre; éahkini— possuindo dúvidas; bandhu—de amigos ou
eta bali'—dizendo isso; sabe—todos eles; phire—vagam; prabhure cãhiyã— procuran- parentes; hrdayãni—corações; bhavanti—ficam; hi—com certeza.
do Srl Caitanya Mahãprabhu; samudrera tire—à orla marítima; ãilã—chegaram;
kata—muitas; jana—pessoas; lahã—acompanhados de. TRADUÇÃO—"Um parente ou amigo íntimo fica sempre temeroso de que aconteça
algum malefício ao seu a m a d o . "
T R A D U Ç Ã O — C o n v e r s a n d o nestes termos, os devotos vagaram daqui para ali, pro-
curando o Senhor. Enfim, acompanhados de muitos outros, chegaram à orla SIGNIFICADO—Esta citação é do Abhijnãna-éakuntala-nãtaka.
marítima.

VERSO 38 VERSO 41

STFÈCA C A S I L C S 4\W A T F À - C F I B S * I i n c i s a <ftca « u f a ' fasfês asfasfl i


'«NGAT» 3.5*1 EI«GVFL«5a A U Ã * II II f è a t a ^ i a s - í à c a i assara c t * 1 II 8i n
cahiye bedãite aiche rãtri-éesa haila samudrera tire ãsi' yukati karilã
'antardhãna ha-ilã prabhu',—niécaya karilã cirãyu-parvata-dike kata-jana gelã
36C Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 47 O Senhor é resgatado do mar 361

samudrera tire—k beira-mar; ãsi'—vindo; yukati karilã—eles se consultaram; cirãyu- dekhena—eles vêem; eka jãliyã—um pescador; ãise—vem; kãndhe—no ombro; jãla
parvata—de Cataka-parvata; dike—na direção; kata-jana—alguns deles; gelã—foram. kari'—carregando uma rede; hãse—ri; kãnde—chora; nãce—dança; gãya—canta; bale—
diz; hari hari—Hari, Hari.
TRADUÇÃO—Ao chegarem à beira-mar, confabularam entre si. Então, alguns
deles foram procurar Sri Caitanya Mahãprabhu em Cataka-parvata. T R A D U Ç Ã O — P a s s a n d o ao longo da praia, eles avistaram um pescador aproximan-
do-se com sua rede sobre o ombro. Rindo, chorando, dançando e cantando, ele
VERSO 42 não parava de repetir o santo nome "Hari, H a r i . "

*£f-fà»íf3! SC* "83í*t *43l «*5 Sfa | VERSO 45


f i f - v f t r a - a l r a « c a a <Sça *araa«i II 8* n «rrf*aia reèi refà' i a i a &i«.«ra i
pürva-disãya cale svarüpa lanã kata jana laíf-r/ítriffep « t r a *jr,ga jurista II %n \\
sindhu-tire-nire karena prabhura anvesana
pürva-disãya—na direção leste; cale—vai; svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; jãliyãra ce$tã dekhi' sabãra camatkãra
lahã—levando; kata jana—algumas pessoas; sindhu-tire—na praia; riire—na água; svarüpa-gosãni tare puchena samãcãra
karena—faz; prabhura—áe árí Caitanya Mahãprabhu; ímuesana—busca. jãliyãra—do pescador; cesta—atividades; dekhi'—ao verem; sabãra—de todos;
camatkãra—admiração; svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosãni; tare—a ele;
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara seguiu rumo leste com outros, procurando o puchena—pede; samãcãra—notícias.
Senhor na praia ou na água.
TRADUÇÃO—Ao verem as atividades d o pescador, todos ficaram atônitos. Sendo
VERSO 43 assim, Svarüpa Dâmodara Gosvãmi pediu-lhe informação.
5
filtre fiea* i r a , itfsa 'resa' i VERSO 46
*5<j^«r.i irei asfa' s l ^ a « t r a i a II 8* ti "ate, srtfaai, 45 fara refà*1 4 « $ n ?
visãde vihvala sabe, nãhika 'cetana' rejíiía 45 a«!1 casre.,—ates' « f a a ?" 8*b II
tabu preme bule kari' prabhura anvesana
visãde—de grande melancolia; vihvala—tomados; sabe—em todos; nãhika—não "kaha, jãliyã, ei dike dekhila eka-jana?
havia; cetana—consciência; tabu—mesmo assim; preme—com amor; bule—vagueiam; tomara ei dasã kene,—kahata' kãrana?"
kari'—fazendo; prabhura—de êri Caitanya Mahãprabhu; anvesana—busca. kaha—por favor, dize; jãliyã—ó pescador; ei dike— nesta direção; dekhila—será que
viste; eka-jana—alguém; tomara—tua; ei—esta; dasã— condição; kene—por que; ka-
hata'—por favor, fala; kãrana—a causa.
T R A D U Ç Ã O — T o d o s estavam tomados de melancolia e ficaram quase inconscien-
tes, mas, por amor extático, continuaram a vagar daqui para ali, procurando o TRADUÇÃO—"Meu querido pescador", disse ele, " p o r q u e te comportas assim?
Senhor. Será que viste alguém por aqui? Qual a causa do teu comportamento? Por favor,
conta-nos."
VERSO 44 VERSO 47

rereu - ' S i ®tf*ai «u^rai


5
«ire «ft* a*fà' i « ? rf*ai « r a , - - ' t e t i 4 « srgai » i r a f a * i
çtrei, «tref, «tra, Mia, arei teia' tefà' 1188 n «ri* n f i r e 4 « 3*5« reta «fie* « r f l * II s i n

dekhena—eka jãliyã ãise kãndhe jãla kari' jãliyã kahe, — "ihãh eka manusya nã dekhila
hãse, kãnde, nãce, gãya, bale 'hari' 'hari' jãla vãhite eka mrtaka mora jãle ãila
362 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 53 O Senhor é resgatado do mar 363

jãliyã kahe—o pescador disse; ihãh—aqui; eka—um; manu$ya—homem; nã dekhila— bhaye—de medo; kampa—tremor; haila—houve; mora—meus; netre—nos olhos;
não vi; jãla vãhite—enquanto trabalhava com a rede; eka—um; mrtaka—corpo morto; vahe—fluem; jala—lágrimas; gadgada—balbuciante; vãni—voz; roma— pelos do
mora jãle—em minha rede; ãila—caiu. corpo; uthilã—arrepiaram-se; sakala—todos.

TRADUÇÃO—O pescador replicou: " N ã o vi uma única pessoa por aqui, mas, en- TRADUÇÃO—"Eu tremi de m e d o e derramei lágrimas. Minha voz balbuciava e
quanto lançava minha rede na água, capturei um corpo m o r t o . " todos os pelos do meu corpo arrepiaram-se."

VERSO 48 VERSO 51

<re ae/gj a f * ' «ufã fe&t**^ asca i fasai a w b r s j , faral f s , a ^ c » ai ara i


rafara caia «a te* ara u 8b- n a«fasrrca srçra>3 cic«t c a * wte u <?i n
bada matsya bali' ãmi uthãiluh yatane kibã brahma-daitya, kibã bhüta, kahane nã yãya
mrtaka dekhite mora bhaya haila mane daréana-mãtre manusyera paiée sei kãya
bada—grande; matsya—peixe; bali'—pensando ser; ãmi—eu; uthãiluh—ergui; kibã—se; brahma-daitya—um fantasma de brãhmana; kibã—ou; Wiüía—um fantas-
yatane—com cuidado; mrtaka—o corpo morto; dekhite—ao ver; mora—minha; bhaya— ma comum; kahane nã yãya—não posso dizer; daréana-mãtre— tão logo alguém vê;
medo; haila—houve; mane—na mente. manusyera—de um homem; paiée—entra; sei kãya—naquele corpo.

T R A D U Ç Ã O — " E r g u i - o com muito cuidado, pensando ser u m grande peixe, mas, TRADUÇÃO—"Não sei se era o fantasma de um brãhmana morto ou de u m
assim que vi que era um cadáver, surgiu um grande medo na minha m e n t e . " homem comum, mas, no mesmo instante em que se olha para ele, ele entra em
seu corpo."
VERSO 49
<
VERSO 52
sfí* a a i s r a p t l w«f--»t«f $ * * i
~»f«farras c a * f s caca *ff"t* « 8» n •ifia f i a * « i a # s «ftç-ats i
<ícasaí-ü3-*t« -sia, fsa fea sn<5 u <^ H
jãla khasãite tara ahga-sparéa ha-ila
sparéa-mãtre sei bhüta hrdaye paéila éarira dighala tara—hãta pãnca-sãta
jãla—a rede; khasãite—desprendendo; tara—seu; ahga-sparéa—toque do corpo; ekeka-hasta-pada tara, tina tina hãta
ha-ila—houve; sparéa-mãtre—assim que toquei nele; ser—esse; bhüta—fantasma; éarira—corpo; dighala—grande; tara—seu; hãta—cúbitos (um cúbito eqüivale apro-
hrdaye—em meu coração; paéila—entrou. ximadamente a 46 cm.); pãnca-sãta—de cinco a sete; ekeka—cada um; hasta-pada—
braço e perna; fãra—deste; fina—três; fina—três; hãta—cúbitos.
T R A D U Ç Ã O — " E n q u a n t o tentava desprender a rede, toquei no corpo, e, assim
que toquei nele, um fantasma entrou em meu coração." TRADUÇÃO—"O corpo desse fantasma é muito grande, de cinco a sete cúbitos.
Cada um de seus braços e pernas tem três cúbitos de comprimento."

VERSO 50 VERSO 53

« c a 3-**t c**> cara caca ara « r * i «slVafãí §í5c* 5 á a r a a s - 3 c ? i


í t a w a i % caia fefè* a a - * u <t° II <5|SH rafa' sita f-r'3 atfs: a r a ara n Ô « II

bhaye kampa haila, mora netre vahe jala asthi-sandhi chutile carma kare nada-bade
gadgada vãni, roma uthilã sakala tãhã dekhi' prãna kã'ra nãhi rahe dhaáe
364 Srí Caitanya-caritãmrta Aiitya-lílã, 18 Verso 59 O Senhor é resgatado do mar 365

asthi-sandhi—as juntas dos ossos; chutile—estando separadas; carma—a pele; $fj—esse; ta'—decerto; bhütera—do fantasma; katha—tópicos; kahana—de falar;
kare—faz; nada-bode—suspensão; tãhã—isto; dekhi'—vendo; prãna—vida; kã'ra—cuja; nã yãya—não é possível; ojhã-thãhi—ao exorcista; yãichoh—estou indo; yadi—se;
nãhi—não; rahe— permanece; dhade—no corpo. se—esse; bhüta—o fantasma; chãdãya—pode fazer sair.

T R A D U Ç Ã O — " T o d a s as suas juntas estão separadas debaixo da pele, que está T R A D U Ç Ã O — " D e c e r t o é muito difícil descrever o fantasma, mas estou indo pro-
completamente solta. N i n g u é m poderia vê-lo e permanecer vivo dentro do curar um exorcista para perguntar-lhe se pode libertar-me d e l e . "
próprio corpo."
VERSO 57
VERSO 54 4 « l ilcai ij*' isgj ifficg fWr.11
I S I - D i * ! l í l ' 1 C 5 ®$f1-srçi1 I çs-cara «um n *tc>f '»fi?5'-^rii:«i n m n
«ÇCÍK*fl « C l , « Ç 1 C 5 « I C 5 < 5 1 II 4 8 !l
ekã rãtrye buli' matsya mãriye nirjane
madã-rüpa dhari' rahe uttãna-nayana bhüta-preta ãmãra nã lãge 'nrsimha'-smarane
kabhu goh-goh kare, kabhu rahe acetana ekã—sozinho; rãtrye—à noite; buli'—vagando; matsya—peixe; mãriye— mato; nir-
madã—de um corpo morto; rüpa—a forma; dhari'—aceitando; rahe—permanece; jane—em lugares solitários; bhüta-preta—fantasmas; ãmãra—em mim; nã lãge—não
uttãna-nayana—de olhos abertos; kabhu—às vezes; goh-goh—o som goh-goh; kare— podem tocar; nrsimha-smarane—pela lembrança de Nrsimha.
faz; kabhu—às vezes; rahe—permanece; acetana—inconsciente.
T R A D U Ç Ã O — " V a g o sozinho à noite, matando peixes em lugares solitários, mas,
T R A D U Ç Ã O — " E s s e fantasma assumiu a forma de um cadáver, mas mantém os porque me lembro do hino do Senhor Nrsimha, os fantasmas não me tocam."
olhos abertos. Às vezes, emite os sons 'goh-goh', e, às vezes, permanece incons-
ciente." VERSO 58
VERSO 55
4 5 <Ç3 a f l ? 5 - 1 I C 1 5 í * t C 1 fã$C«1 I
Tupte. cicicçi, -citei fT5*i c i 5 "ÇPS i « 1 5 1 1 « l t « 1 1 C l f l C S « 1 • f t Ç t 1 C 1 I I (íV- I I
cie* cm c«cs árrci árV»t? "<*«« x
ei bhüta nrsimha-nãme cãpaye dvigune
sãksãt dekhechoh,—more pãila sei bhüta tãhãra ãkãra dekhite bhaya lãge mane
mui maile mora kaiche jive stri-put ei bhüta—esse fantasma; nrsimha-nãme—pelo santo nome do Senhor Nrsimha;
sãksãt—diretamente; dekhechoh—vi; more—em mim; pãila—entrou; sei— esse; cãpaye—me domina; dvi-gune—com força duplicada; tãhãra—sua; ãkãra—forma;
bhüta—fantasma; mui maile—se eu morro; mora—minha; kaiche—como; jive—vive- dekhite—vendo; bhaya—medo; lãge mane—surge na mente.
rão; stri-put—esposa e filhos.
TRADUÇÃO—"No entanto, esse fantasma domina-me com força duplicada quando
TRADUÇÃO—"Vi esse fantasma diretamente, e ele está me perseguindo. Mas, canto o mantra de Nrsimha. Basta eu ver a forma desse fantasma para que um
se eu morrer, quem tomará conta da minha esposa e filhos?" grande medo surja em minha m e n t e . "

VERSO 56 VERSO 59

C 1 5 <3' "Çr/W « 1 1 « 5 1 II 1 1 1 I « 1 1 1 1 1 1 5 5 » 11 fl flClfl CSTltCI I


« m - f c i f c » 1 f 5 C 5 l , - l f » t C l <?_« 5 1 3 1 1 I I II <5ttl C ^ C * C 1 5 * t f " 5 t C 1 1 1 T C 1 I I " «S- II

sei ta' bhütera kathã kahana nã yãya othã nã i/ãi/ia, ãmi nisedhi tomãre
ojhã-thãhi yãichoh,—yadi se bhüta chãdãya tãhãh gele sei bhüta lãgibe sabãre"
366 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 18 Verso 65 O Senhor é resgatado do mar 367

othã—para lá; nã yãiha—não vades; ãmi—eu; nisedhi— proíbo; tomãre—a vós; tina capada mãri'—dando três tapas; kahe—diz; bhüta—o fantasma; palãila—foi
tãhãn—para lá; gele—se fordes; se/' bhüta—esse fantasma; lãgibe—pegará; sabãre— embora; bhaya nã pãiha—não fiques com medo; bali'—dizendo; susthira karilã—
todos vós. deixou-o mais tranqüilo.

TRADUÇÃO—"Não vades até lá perto. Proíbo-vos. Caso fordes, esse fantasma TRADUÇÃO—Ele deu três tapas no pescador e disse: "Agora o fantasma foi em-
pegar-vos-á a t o d o s . " bora. Não fiques com m e d o . " Ao dizer isto, deixou o pescador mais tranqüilo.

VERSO 60 VERSO 63

iflS « f i ' l a . t - c f l t i t f o i a «9 sufi' i 4 C « c-si, i t c 3 « i , - f ã s i i f a a i


5»tf*3fC3 t>g «a =5i«ra ai«ii II 4» II « I - * K » Í c*t*. c i re* fog f i a n II

era suni' svarüpa-gosãni saba tattva jãni' eke prema, ãre bhaya,—dviguna asthira
jãliyãre kichu kaya sumadhura vãni bhaya-amsa gela,—se haila kichu dhira
eta suni'-ouvindo isso; svarüpa-gosãni— Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; saba—toda; eke— por um lado; prema—amor extático; ãre—por outro lado; bhaya—medo; dvi-
tattva—verdade; jãni'—entendendo; jãliyãre—ao pescador; kichu—algumas; kaya— guna— duplamente; asth ira—agitado; bhaya-améa—a parte do medo; gela—desapa-
disse; su-madhura—doces; vãni—palavras. receu; se—ele; haila—ficou; kichu—um tanto; dhira—sóbrio.

TRADUÇÃO—Ao ouvir isso, Svarüpa Dâmodara pôde entender toda a verdade TRADUÇÃO—O pescador deixara-se afetar pelo amor extático, mas também estava
do assunto. Ele falou meigamente ao pescador. com medo. Dessa maneira, ele ficara duplamente agitado. No entanto, agora
que o seu medo aplacara-se, ele agiu de modo mais natural.
VERSO 61
VERSO 64
'«Ufa— 1S «41 STtfl ^5 6T5TÇCS' I
1 * 1 « C 5 , - " 3 I C 3 < 5 F Í « 1 f5'-S5t1 I
l(

i a *tfV i K i fi*i <5t*ia it«itc<511 d


« c ç - c i c s l f u b s s «-51311, II II
'ãmi—bada ojhã jãni bhüta chãdãite'
mantra padi' sri-hasta dilã tãhãra mãthãte svarüpa kahe, — "yãhre tumi kara 'bhüta'-jhãna
ãmi—eu; bada—grande; ojhã—exorcista; jãni—sei; bhüta—fantasma; chãdãite— bhüta nahe—tenho krsna-caitanya bhagavãn
como exorcizar; mantra padi'—cantando hinos; sri-hasta—sua mão; dilã—colocou; svarüpa kahe— Svarüpa Dâmodara Gosvãmí disse; yãhre—a pessoa a qual; tumi—
fãnãra mãthãte— sobre sua cabeça. tu; kara bhüta-jhãna—consideras ser um fantasma; bhüta nahe— não é um fantas-
ma; tenho— Ele; krstia-caitanya—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; bhagavãn—a
TRADUÇÃO—"Sou um famoso exorcista", disse ele, " e sei como livrar-te desse Suprema Personalidade de Deus.
fantasma." Ele cantou então alguns mantras e colocou a sua mão sobre a cabeça
do pescador. T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara disse ao pescador: " M e u querido cavalheiro,
a pessoa que julgas ser um fantasma, na realidade não é um fantasma, senão
VERSO 62 que é Srí Krçna Caitanya Mahãprabhu, a Suprema Personalidade de D e u s . "

foi 5t*|v5 srffV 35CÇ, lêTtÇSj | VERSO 65


"81II *tfÇ5.'- -li*' ^fafl « f à * H 4?. ||
C U t C a C t t f s * ! C Í C S 1 1 ^ C ® 3 SC* I
tina capada mãri' kahe, — 'bhüta palãila
bhaya nã pãiha'—bali' susthira karilã <5fC3 <$fl §fcl**1111113 S f t C * II 4<? II
368 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 71 O Senhor é resgatado do mar 369

premãveée padilã tenho samudrera jale jãliyã kahe—o pescador disse; prabhure—o Senhor Sn Caitanya Mahãprabhu;
tãnre tumi uthãilã ãpanãra jãle dekhyãchon—vi; bãra-bãra—muitas vezes; tenho—Ele; nahena—não é; ei—este; ati-
prema-ãveée— devido à emoção extática; padilã—caiu; tenho—Ele; samudrera jale—na vikrta—muito deformado; ãkãra—corpo.
água do mar; tãnre—a Ele; tumi—tu; uthãilã— retiraste; ãpanãra jãle—em tua rede.
TRADUÇÃO—O pescador replicou: " V i o Senhor muitas vezes, mas este não é
T R A D U Ç Ã O — " D e v i d o ao amor extático, o Senhor caiu no mar, e pegaste-O em Ele. O corpo está muito d e f o r m a d o . "
tua rede e resgataste-O."
VERSO 69
VERSO 66
"sust « c s , — " « t a s a c a c a a fã«ta i
# l f -»tC"f S S * Ç&toft f W S C l K R l I i f o - a f o 5 T c « , s a «rfo ffôt«ta f *a> 11
« s - c - s i s - s s i ç s c«tata c s * a s t « a n 11
svarüpa kahe, — "tãhra haya premera vikãra
tãhra sparée ha-ila tomara krsna-premodaya asthi-sandhi chãde, haya ati dirghãkãra"
bhüta-preta-jhãne tomara haila mahã-bhaya svarüpa kahe— Svarüpa Dâmodara disse; tãhra—dEle; haya—há; premera—de amor
tãhra sparée—pelo Seu toque; ha-ila—houve; tomara—teu; krsna-prema-udaya— a Deus; vikãra—transformações do corpo; asthi-sandhi—as juntas dos ossos; chãde—
despertar de amor extático por Krsna; bhüta-preta-jhãne—pensando que era um separam-se; haya—há; ati—muito; dirgha-ãkãra—corpo alongado.
fantasma; tomara—teu; haila—houve; mahã-bhaya—muito medo.
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara disse: "O corpo do Senhor transforma-se com
T R A D U Ç Ã O — ' B a s t o u tocá-lO para que isto despertasse em ti o teu amor latente Seu amor por Deus. Às vezes, as juntas de Seus ossos separam-se, e Seu corpo
por Krsna, porém, como pensavas que era um fantasma, ficaste com muito medo fica muito a l o n g a d o . "
dEle."
VERSO 67 VERSO 70

4 c a m cst*, c«tata a* c s * foca i ^sfo' c * s srffoal «rtafors s s * i


« t t i « t c a ®fct<íPte, c f i t s i t a t c a II" *i II arai *<ép| c t * , a s t a i ^ c a c w a t s * m° n

ebe bhaya gela, tomara mana haila sthire éuni' sei jãliyã ãnandita ha-ila
kãhãh tãnre uthãhãcha, dekhãha ãmãre" sabã lahã gela, mahãprabhure dekhãilã
ebe—agora; bhaya—medo; gela—se foi; tomara—tua; mana—mente; haila—ficou; éuni'—ouvindo; sei—esse; jãliyã—pescador; ãnandita ha-ila—ficou muito feliz; sabã
sthire—apaziguada; kãhãh—onde; tãnre—a Ele; uthãhãcha—ergueste; dekhãha—por lahã—levando todos; gela—foi; mahãprabhure—Srl Caitanya Mahãprabhu; dekhãilã—
favor, mostra; ãmãre—a mim. mostrou.

T R A D U Ç Ã O — " A g o r a que teu medo se foi e tua mente está pacífica, por favor, TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, o pescador ficou muito feliz. Levando todos os de-
mostra-me onde Ele e s t á . " votos consigo, mostrou-lhes o corpo de Sri Caitanya Mahãprabhu.

VERSO 68 VERSO 71

srtfoal « c s , — " a í f c a cwaitcsrl ataara i <sfoc« *tfo' i t c i « 1 ^ f t á a a « t a i


c$csl »cs«, 4S «rfefà«« «it«ta u" «bv n ®fc* c*«-«9> a t ^ * t f o a t c § t t a n n

/'Ã/ii/õ Afflhe, — "prabhure dekhyãchon bãra-bãra bhümite padi' ache prabhu dirgha saba kãya
tenho nahena, ei ati-vikrta ãkãra" jale éveta-tanu, vãlu lãgiyãche gãya
370 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 18 Verso 77 O Senhor é resgatado do mar 371

bhümite—no chão; padi'—deitado; ache—estava; prabhu—Sri Caitanya Mahã- sabe meli'—todos juntos; ucca kari'—bem alto; karena—executaram; sahkirtane—
prabhu; dirgha—alongado; saba kãya—o corpo inteiro; jale—devido à água; sveta- cantar do santo nome; ucca kari'—alto; krsna-nãma—o santo nome de Krsna; ka-
tanu—corpo branco; vãlu—areia; lãgiyãche gãya—estava espalhada sobre o corpo. hena— disseram; prabhura kãne—no ouvido de Sri Caitanya Mahãprabhu.

TRADUÇÃO—O Senhor estava deitado no chão, Seu corpo alongado e totalmente TRADUÇÃO—Todos eles executaram sankírtana, cantando bem alto o santo nome
descorado devido ao efeito da água. Estava coberto com areia da cabeça aos pés. de Krsna dentro do ouvido do Senhor.

VERSO 72 VERSO 75

« I F E V F K r«tfa* «G;-5< A^ra i aFSWCH aça anta «fa *taf«i* i


ça fsl -S&tePlar.3 lta|a ai ata n n ç*ra a*raa1 «ate «fê* n «w n
ati-dirgha éithila tanu-carma natkãya kata-ksane prabhura kãne éabda paraéila
dura patha uthãnã ghare ãnãna nã yãya huhkãra kariyã prabhu tabahi uthilã
ati-dirgha—muito alongado; éithila—solto; tanu—corpo; carma—pele; natkãya— kata-ksane—após algum tempo; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; kãne—
pendente; dura patha—longa distância; uthãnã—erguendo; ghare— para casa; ãnãna— dentro do ouvido; éabda—o som; paraéila—penetrou; huhkãra kariyã—fazendo um
trazendo; nã yãya—não era possível. som alto; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tabahi—imediatamente; uthilã—le-
vantou-Se.
TRADUÇÃO—O corpo do Senhor estava esticado, e Sua pele estava solta e pen-
dente. Erguê-lO e levá-lO por todo o percurso que ia dar em Sua casa seria tarefa TRADUÇÃO—Após algum tempo, o som do santo nome penetrou o ouvido d o
impossível. Senhor, que imediatamente levantou-Se, fazendo um grande barulho.
VERSO 73
VERSO 76
«iTdí c * r % i n <pfà' *yv latem I
a f i a l c i c a t a f è * ! a r g a s l s r s t e n i 11 <*» II
«rk«^ -EIFA *ra CIIBICI fa^-atca i
'«waiW *f«-«f« a*ca» wa«tr.» 11 *v*t 11
ãrdra kaupina dura kari' éuska parãhã
bahirvãse éoyãilã vãlukã chãdãhã uthitei asthi saba lãgilã nija-sthãne
ãrdra—úmidas; kaupina—roupas interiores; dura kari'—removendo; éuska—secas; 'ardha-bãhye' iti-uti karena daraéane
parãhã— vestindo; bahirvãse— sobre um manto; éoyãilã— deitaram; vãlukã—areia; uthitei—assim que Ele Se levantou; asthi—ossos; saba—todos; lãgilã—diminuíram;
chãdãhã— tirando. nija-sthãne—na devida posição; ardha-bãhye—em semiconsciência; iti-uti—daqui
para ali; karena daraéane—olha.
TRADUÇÃO—Os devotos removeram Suas roupas interiores ú m i d a s e trocaram-
nas por outras que estavam secas. Então, deitando o Senhor sobre um manto, T R A D U Ç Ã O — A s s i m que Ele Se levantou. Seus ossos ficaram no lugar de costume.
eles limparam a areia de Seu corpo. Semiconsciente, o Senhor olhou de um lado para outro.

VERSO 74 VERSO 77

i r a c a f * ' « » <j>fa' a r a » a ^ t í c » i V«»-a«tia i5t2fÇ;acs» aa^t* i


$ w 5j>ra' «aMia a r a a sjsga a M c a n 18 u '•wfaí, 'a WIT. *«i«íaw' «iia n <w 11
sabe meli' ucca kari' karena sahkirtane tina-daéãya mahãprabhu rahena sarva-kala
ucca kari' krsna-nãma kahena prabhura kãne 'antar-daéã', 'bãhya-daéã'. 'ardha-bãhya' ãra
372 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 83 O Senhor é resgatado do mar 373

tina-daéãya—em três condições; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; rahena— kãlindi—rio Yamunã; dekhiyã—vendo; ãmi—Eu; gelãha—fui; vrndãvana—para
permanece; sarva-kãla—todas as vezes; antah-daéã—condição interna; bãhya-daéã— Vrndãvana; dekhi—vejo; jala-kridã—passatempos na água; karena—realiza; vrajendra-
condição externa; aráha-bãhya—semiconsciência externa; ãra—e. nandana—Krsna, o filho de Nanda Mahãrãja.

T R A D U Ç Ã O — T o d a s as vezes, o Senhor permanece em u m dentre três diferentes TRADUÇÃO—"Ao ver o rio Yamunã", disse Ele, "fui para Vmdãvana, onde vi
estados de consciência: interna, externa e semi-externa. o filho de Nanda Mahãrãja realizando Seus divertidos passatempos na á g u a . "

VERSO 78 VERSO 81

WS*f»!fil fasg (pqfJ, i%g 3tSJ-®l» I atfa«tfa cit%t«i-iOT ^«a cif*' i


G*rç «f»rl «es ' « l í f a t ç - i t T II II orçara %tm I S Ü U W «eas c*f% n V-J II

antar-daéãra kichu ghora, kichu bãhya-jnãna rãdhikãdi gopi-gana-sahge ekatra meli'


sei dasã kahe bhakta 'ardha-bãhya'-nãma yamunãra jale mahã-rahge karena keli
antah-daéãra—da condição interna; kichu—algum; ghora—estado profundo; kichu— rãdhikã-ãdi— encabeçadas por Srimati Rãdhãrãní; gopi-gana-sahge—com as gopis;
alguma; bãhya-jnãna—consciência externa; sei dasã—essa condição; írahe—dizem; ekatra meli'—encontrando-se; yamunãra—do rio Yamunã; jale—na água; mahã-
bhakta—devotos; ardha-bãhya—semiconsciência externa; nãma—nome. rahge— numa atitude muito alegre; karena keli—realiza passatempos.

T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o o Senhor está profundamente absorto em consciência in- TRADUÇÃO—"O Senhor Krsna estava na água do Yamunã na companhia das
terna, mas, não obstante, apresenta alguma consciência externa, os devotos gopis, encabeçadas por Srimati Rãdhãrãní. Eles realizavam passatempos de
chamam Sua condição de ardha-bãhya, ou semiconsciência externa. maneira muito alegre."
VERSO 82
VERSO 79
«rcs afa' ctffà «ufa I « N « I - J I C T I
'«isfsnW *r.ça «MW-asca | •Stwfà 1<ÍNc*l reira <?fè SC* 11 V* II
« l t * t £ * l «CÇI S ) ^ , * » £ S W «55Mtr.*l II 13> II
tire rahi' dekhi ãmi sakhi-gana-sahge
'ardha-bãhye' kahena prabhu pralãpa-vacane eka-sakhi sakhi-gane dekhãya sei range
ãkãée kahena prabhu. éunena bhakta-gane tire—a margem; rahi'—postado; dekhi—vejo; ãmi—Eu; sakhi-gam-sahge—com as
ardha-bãhye—em semiconsciência externa; kahena—diz; prabhu—èri Caitanya gopis; eka-sakhi—uma gopi; sakhi-gane—às outras gopis; dekhãya—mostra; sei range—
Mahãprabhu; pralãpa-vacane—palavras loucas; ãkãée—para o céu; kahena—fala; esses passatempos.
prabhu—êri Caitanya Mahãprabhu; éunena—ouvem; bhakta-gane—os devotos.
TRADUÇÃO—"Vi esses passatempos enquanto estava postado à margem do
T R A D U Ç Ã O — N e s t a semiconsciência externa, Srí Caitanya Mahãprabhu falava Yamunã na companhia das gopis. Uma gopi mostrava a algumas outras os pas-
como um louco. Os devotos podiam distintamente ouvi-lO falar para o céu. satempos que Rãdhã e Krsna realizavam na á g u a . "

VERSO 80 VERSO 83

"*ífal»ft w f a W «rifa c W T t « f^lfJ» I i§aa, «rareies, i»if%l lír-ara,


cwfar-sfíiapVsl « c a » « a c s f a w n v-° n

"kãlindi dekhiyã ãmi gelãha vrndãvana asa? m<s&\ ?P'far»«i, c^sf^fi^tea,


dekhi,—jala-kridã karena vrajendra-nandana 5f9|C«fÍl ítfè*! II b*9 II
374 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 18 Verso 87 O Senhor é resgatado do mar 375

patta-vastra, alankãre, samarpiyã sakhi-kare, ãrambhilã jala-keli, anyo'nye jala phelãpheli,


süksma-éukla-vastra-paridhãna hudãhudi, varse jala-dhãra
krsna latia kãntã-gana, kailã jalãvagãhana, sabe jaya-parãjaya, nãhi kichu niécaya,
jala-keli racilã suthãma jala-yuddha bãdila apara
patta-vastra—trajes de seda; alankãre— ornamentos; samarpiyã— deixando; sakhi- ãrambhilã—começaram; jala-keli— pasçatempos na água; anyo'nye—um no outro;
kare—nas mãos de suas amigas gopis; süksma—muito fina; éukla-vastra—roupa jala—água; phelãpheli—atirando de um lado para outro; hudãhudi—atividades
branca; paridhãna—vestindo-se com; krsna—o Senhor Krçna; lahã—levando; kãntã- tumultuadas; varse—a cântaros; jala-dhãra—torrentes de água; sabe—todos eles;
gana—as amadas gopis; kailã—realizaram; jala-avagãhana—banho na água; jala-keli— jaya-parãjaya—vitória e derrota; nãhi—não; kichu—nenhuma; niécaya—certeza; jala-
passatempos na água; racilã—planejou; su-thãma—agradabilíssimos. yuddha—a luta na água; bãdila—aumentava; apara—ilimitadamente.

T R A D U Ç Ã O — " T o d a s as gopis deixaram aos cuidados de suas amigas seus trajes T R A D U Ç Ã O — " D e u - s e início aos passatempos esportivos na água, e todos puse-
de seda e seus ornamentos, e então vestiram-se com fina roupa branca. Levando ram-se a jogar água de um lado para outro. No tumulto gerado pelas enxurradas
Suas amadas gopis consigo, o Senhor Krsna banhou-Se e realizou passatempos de água, ninguém podia ter certeza de qual era o grupo que ganhava e de qual
agradabilíssimos na água do Y a m u n ã . " o que perdia. Esta esportiva luta na água aumentava ilimitadamente."

VERSO 84 VERSO 86
3
I F À CS, C»1 3>C333 vmcffa-m l aca" faia «f?«ft«i, fica *sti i a a i ,
A*» si^ a*fa33, 5 * * ««T-^A, ii ací" «f«e,-«ita i
C H ^ H A A S F À % I C » 11 b-8 n a* n i » N c i a ia*, ^ f ã « Kteasf «i,
sakhi he, dekha krsnera jala-keli-rahge C 1 S « I ? * 3 C 1 t t l 3*C3 II tr* II
krsna matta kari-vara, cahcala kara-puskara,
gopi-gana karinira sahge varse sthira tadid-gana, sihce éyãma nava-ghana,
sakhi he—ó minhas queridas amigas; dekha—vede só; krsnera—do Senhor Krçna; ghana varse tadit-upare
jala-keli—dos passatempos na água; range—a atitude divertida; krsna—o Senhor sakhi-ganera nayana, trsita cãtaka-gana,
Krçna; matta—enlouquecido; kari-vara—elefante líder; cahcala—inquietas; kara- sei amrta sukhe pana kare
puskara—mãos cujas palmas são de lótus; gopi-gana—as gopis; karinira—àas ele- varse— nessa enxurrada; sthira—fixos; tadit-gana—raios de relâmpago; sihce—der-
fantas; sahge—na companhia. ramam; éyãma—enegrecida; nava-ghana—nuvem nova; ghana—a nuvem; varse—
chuvas; tadit-upare—sobre os raios de relâmpago; sakhi-ganera—das gopis; nayana—
T R A D U Ç Ã O — " M i n h a s queridas amigas, vede só os passatempos divertidos que os olhos; trsita—sedentos; cãtaka-gana—pássaros cataka; sei amrta—esse néctar;
o Senhor Krçna realiza na água. As inquietas palmas das mãos de Krçna as- sukhe—com felicidade; pana kare—bebem.
semelham-se a flores de lótus. Ele é tal qual o principal entre os elefantes loucos,
e as gopis que O acompanham são como elefantas." TRADUÇÃO—"As gopis eram como firmes raios d e relâmpago, e Krsna asseme-
lhava-Se a u m a nuvem enegrecida. O relâmpago passou a derramar água sobre
VERSO 85 a nuvem, e esta sobre o relâmpago. Como sedentos pássaros cataka, os olhos
das gopis sorviam com muito prazer a água nectárea da n u v e m . "

Ç « T « F « , ATI" «F*ATA i VERSO 87


ÍCA «ra-*TAT®A, I T F S FOG F I * S A ,
siaci ip •sr*i«f fèi', «ca $p 'aratasfà',
5r?RSJAI A T F ? * I T T A 11 W N
« t a t t e s aji ' s j a t i f ã ' i
378 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 1 8 Verso 94 O Senhor é resgatado do mar 379

VERSO 9 1 T R A D U Ç Ã O — " E n t ã o , Krçna combateu com Rãdhãrãní, e todas as gopis esconde-


ram-se num conglomerado de flores de lótus brancas. Elas mergulharam na água
«ifaàfast-ia^Ba, c « * « t r a i mfc,
até seus pescoços. Somente seus rostos flutuavam acima da superfície, e não
«aw-srei *fa aaf*t* i havia como distinguir entre esses rostos e os l ó t u s . "
5
cass a j ^ - c a ^ " ) t«f, «itret c * * «tratar»!,
çras a s * J * a f ã * « a>> n VERSO 9 3

padmini-latâ—sakhi-caya, kaila kãro sahãya, <aa1 « a » a t a t - a r a , cas*1 c a « r i f o * a r a ,


taranga-haste patra samarpilã rendia « r a f a r a reffl i
keha mukta-keéa pãéa, ãge kaila adhovãsa,
haste keha kahculi dharila « c a atai a ^ w a f e , ®FTFOA1 a a t a f o f o ,
padmini-latã—os caules das flores de lótus; sakhi-caya—amigos das gopis; kaila— l ã l - a r a ? « u f o s i f à f o s t i n tr* n
deram; kãro—a algumas das gopis; sahãya—ajuda; tarahga-haste—pelas ondas do
Yamunã, que são comparadas a mãos; patra—as folhas de lótus; samarpilã—for- efhã krsna rãdhã-sane, kailã ye ãchila mane,
neceram; te/w—alguém; mukta—soltou; keéa-pãéa—as mechas de cabelo; ãge—em gopi-gana anvesite gelã
frente; kaila—fez; adhovãsa—uma roupa de baixo; haste—as mãos; keha—algumas; tabe rãdhã süksma-mati, jãniyã sakhira sthiti,
kahculi—como roupa de cima; dharila—sustentaram. sakhi-madhye ãsiyã mililã
ethã—nesse ponto; krsna—o Senhor Krsna; rãdhã-sane—com Srimati Rãdhãrãní;
TRADUÇÃO—"Os caules dos lótus eram amigos das gopis e por isso ajudaram- kailã—realizou; ye—o que; ãchila—estava; mane—na mente; gopi-gana—todas as
nas, oferecendo-lhes folhas de lótus. Para cobrir os corpos das gopis, os lótus gopis; anvesite—a buscar; gelã— saíram; tabe— nesse momento; rãdhã— Srimati Rãdhã-
impulsionaram suas grandes folhas redondas sobre a superfície da água com rãní; süksma-mati—de inteligência muito aguçada; jãniyã—conhecendo; sakhira—
a ajuda de suas mãos, ou seja, as ondas do Yamunã. Algumas gopis soltaram das gopis; sthiti—situação; sakhi-madhye—entre as amigas; ãsiyã—vindo; mililã—
seus cabelos e mantiveram-nos na frente delas, como vestes para cobrirem as misturou-Se.
porções inferiores de seus corpos, e usaram suas mãos como corpetes para cobri-
rem seus s e i o s . "
VERSO 92 TRADUÇÃO—"Na ausência das outras gopis, o Senhor Krsna comportou-Se com
Srímatí Rãdhãrãní tão livremente quanto desejava. Quando as gopis puseram-se
«rasa «-*s atit-ara, rert%t*l remarca, a procurar Krsna, Srímatí Rãdhãrãní, tendo a inteligência muito aguçada e co-
nhecendo assim a situação de Suas amigas, imediatamente misturou-Se entre
raat^-ara ret*l g a r è r a i elas."
«tt^i-a^src* retrai, a a a t a i s?ret «irei,
« t r a i - i r e i n * t t f ã f è f o r e s 11 « VERSO 9 4

krsnera kalaha rãdhã-sane, gopi-gana sei-ksane, a « r a a f s f s?c* «trét, « « f í w i a s « t a «rirei,


hemãbja-vane gelã lukãite «rifo' «iifo' « a t a f à * a i
ãkantha-vapu jale paise, mukha-mãtra jale bhãse,
ãfatra? r e a t e i e k a * , jp sa «traicas
padme-mukhe nã pari cinite
5

krsnera—de Krsna; kalaha—combate; rãdhã-sane—com Rãdhã; gopi-gaiia—as gopis; c a s í f t a r e c a « \ a a í t o a n s>8 n


sei-ksane—nesse momento; hema-abja—de flores de lótus brancas; nane—na floresta;
gelã—foram; lukãite—esconder-se; ãkantha—até o pescoço; vapu—corpo; jale—dentro yata hemãbja jale bhãse, tata nilãbja tara pãée,
da água; paise—entram; mukha-mãtra—apenas as flores de lótus e os rostos; jale— ãsi' ãsi' karaye milana
na água; bhãse—flutuam; padme-mukhe—entre as flores de lótus e os rostos; nã nilãbje hemãbje theke, yuddha haya pratyeke,
pari—incapaz; cinite—de distinguir. kautuke dekhe tire sakhi-gana
380 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 97 O Senhor é resgatado do mar 381

yata—tantas quantas havia; hema-nbja—üores de lótus brancas; jale— na água; uthilã bahu raktotpala, prthak prthak yugala,
bhãse—flutuam; faía—esse tanto; nila-abja—flores de lótus azuis; tara pãée—do lado padma-ganera kaila nwãrana
delas; ãsi' ãsi'—chegando mais perto; karaye milana—reuniram-se; nila-abje— as 'padma' cãhe luti' nite, 'utpala' cãhe rãkhite',
flores de lótus azuis; hema-abje—com as flores de lótus brancas; theke—colidem; 'cakravãka' lãgi' duhhãra rana
yuddha—uma luta; haya—há; prati-eke—uma com a outra; kautuke—deliciando-se uthilã—surgiram; bahu—muitas; rakta-utpala—'flores de lótus vermelhas; prthak
muito; dekhe—vêem; tire—as margens; sakhi-gana—as gopis. prthak—separadas; yugala—pares; padma-ganera—das flores de lótus azuis; kaila—
fizeram; nivãrana—obstrução; padma—as flores de lótus azuis; cãhe—querem; /uri'—
T R A D U Ç Ã O — " M u i t a s flores de lótus brancas flutuavam na água, e a mesma roubar; nite— para pegar; utpala—as flores de lótus vermelhas; cãhe rãkhite—queriam
quantidade de flores de lótus azuis aproximaram-se. À medida que se acercavam proteger; cakravãka lãgi'—pelos pássaros cakravãka; duhhãra-entre os dois (as flores
uma da outra, as flores de lótus brancas e azuis colidiram e puseram-se a lutar de lótus vermelhas e azuis); rana—luta.
entre si. As gopis postadas às margens do Yamunã assistiam com muito encanto."
TRADUÇÃO—"As mãos das gopis, que pareciam flores de lótus vermelhas, levan-
VERSO 95 taram-se da água aos pares para obstruir as flores azuis. Os lótus azuis tentaram
assaltar os pássaros cakravãka brancos, e os lótus vermelhos tentaram protegê-los.
sapatas-l^*, «JjílSg *J135 >J5tST, Dessa maneira, houve uma luta entre os dois l a d o s . "
« ? * t e r a « f ã * 3«RSII i
VERSO 97
fcfê* m^m, *J*IAI «JIA» I - S K
B2p?rc« c * * i r a ? » i i » í i i *tWffe.»f* -ir.Sã«, Bgüjfai-1C55»,
B^53TC* ^ 'd w « ? a I
cakravãka-mandala, prthak prthak yugala, 1 stera %*&\ f%r%, « t f te* f à ^ f t f ê s ,
jala haite karilã udgama
uthilã padma-mandala, prthak prthak yugala, 3 ^ 1 3 3 HtCSfJ 3JÍ3 53 II SI II
cakravãke kaila ãcchãdana padmotpala—acetana, cakravãka—sacetana,
cakravãka-mandala—os globos de pássaros cakravãka; prthak prthak—separados; cakravãke padma ãsvãdaya
yugala—patas; jala haite— da água; karila—fizeram; udgama—aparecimento; uthilã— ihãh duhhãra ul(ã sthiti, dharma haila vipariti,
levantaram-se; padma-mandala—o círculo de flores de lótus; prthak prthak—separa- krsnera rãjye aiche nyãya haya
dos; yugala—pares; cakravãke—os pássaros cakravãka; kaila—fizeram; ãcchãdana— padma-utpala—as flores de lótus azuis e vermelhas; acetana—inconscientes; caírra-
cobertura. vãka—os pássaros cakravãka; sa-cetana—conscientes; cakravãke—os pássaros cakravãka;
padma—as flores de lótus azuis; ãsvãdaya—saboreiam; ihãh—aqui; duhhãra—de
T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o os seios rijos das gopis, que se assemelhavam aos corpos ambos; ultã sthiti—a situação inversa; dharma—natureza característica; haila—
globulares de pássaros cakravãka, emergiram da água em grupos de dois, os tornou-se; vipariti—inversa; krsnera—do Senhor Krsna; rãjye— no reino; aiche—se-
lótus azuis das mãos de Krsna levantaram-se para cobri-los." melhante; nyãya—princípio; haya—há.

TRADUÇÃO—"As flores de lótus azuis e vermelhas são objetos inconscientes, ao


VERSO 96 passo que os cakravãkas são conscientes e vivos. Não obstante, em êxtase de
amor, os lótus azuis puseram-se a saborear os cakravãkas. Este é o inverso de
§fè* a$ a ç ^ t e . » ! * ! , ^«I3i ^t*» seu comportamento natural, mas no reino do Senhor Krsna tais inversões são
um princípio de Seus p a s s a t e m p o s . "
»Wlr.«t3 c * * f»at3«l i
'*t«n' Btra «ifi»' f i r a , ^ e . » ! * ' stcç s t f i r e ' , SIGNIFICADO—Em geral, o pássaro cakravãka saboreia a flor de lótus, porém, nos
' 5 ^ 3 1 * ' « r i f a ' § 5 1 3 31 II S>'5> II passatempos de Krsna, o lótus, que geralmente é inanimado, saboreia o pássaro
cakravãka.
382 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 100 O Senhor é resgatado do mar 383

VERSO 98
aisrl asfs' i p a i w a , « r t ü f a s cais a » ,
facas fàa * 5 a i J n , B ^ I C S * g.ci> i l í * ' , C n h S s ^ J j t l S£5|55i li s>s n
« C S S <JIC®J ajasia i atisayokti, virodhãbhãsa, dui alahkãra prakãéa,
•wifsfB*» «rapa f i a , si ca Se.»w, - 4 a® fsa, kari' krsna prakata dekhãilã
45 as 'fàcsta-wwfs' II st- II yãhã kari' ãsvãdana, ãnandita mora mana,
netra-karna-yugma judãila
murem mitra saha-vãsi, cakravãke lute ãsi', atisaya-ukti—linguagem exagerada; virodha-ãbhãsa—analogia incongruente; dui
krsnera rãjye aiche vyavahãra alahkãra—duas metáforas; prakãéa—manifestações; kari'—fazendo; krsna—o Senhor
aparicita éatrura mitra, rãkhe utpala,—e bada citra, Krçna; prakata—manifestou; dekhãilã—mostrou; yãhã—o que; kari' ãsvãdana—sabo-
ei bada 'virodha-alahkãra' reando; ãnandita—satisfez; mora mana—Minha mente; netra-karna—dos olhos e
mitrera—áo deus do Sol; mitra—o amigo; saha-vãsi— convivendo com os pássaros ouvidos; yugma—os pares; judãila—ficaram satisfeitos.
cakrai<ãka; cakravãke—os pássaros cakravãka; lute—assaltam; ãsi'—vindo; krsnera
rãjye—no reino de Krçna; aiche—semelhante; vyavahãra—comportamento; apari- TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu prosseguiu: " E m Seus passatempos
cita— estranho; satrura mitra—o amigo do inimigo; rãkhe—protege; utpala—a flor Krçna apresentou os dois ornamentos da hipérbole e da analogia inversa. Sabo-
de lótus vermelha; e— isto; bada citra—muito maravilhoso; ei—esta; bada—grande; reá-los despertou alegria na Minha mente e satisfez por completo Meus ouvidos
virodha-alahkãra—antítese. e olhos."

TRADUÇÃO—"Os lótus azuis são amigos do deus do Sol, e, embora todos eles VERSO 100
vivam juntos, os lótus azuis assaltam os cakravãkas. Contudo, os lótus vermelhos
florescem à noite, e por isso são estranhos ou inimigos dos cakravãkas. Toda- l à c s f a f o a afl<?1 asfs', €)ca « 1 5 * 1 ülsfs,
via, nos passatempos de Krsna, os lótus vermelhos, que são as mãos das gopis, a c w *43l a a « r s t t a i
protegem-lhes os seios cakravãka. Isto é uma antítese."
itai-cí^-aa», «na*a?t-isa€a,
SIGNIFICADO—Porque as flores de lótus azuis desabrocham com o nascer do sol, c a a i a*ca « ' i c s a ^ - s t a i > * • i
o sol é amigo dos lótus azuis. Os pássaros cakravãka também aparecem com o
alvorecer, e por isso os cakravãkas e os lótus azuis encontram-se. Embora o lótus aiche vicitra kridã kari', tire ãilã éri-hari,
azul seja amigo do sol, não obstante, nos passatempos de Krsna ele assalta o amigo sahge lahã saba kãntã-gana
mútuo, o cakravãka. Normalmente, os cakravãkas movem-se, ao passo que os lótus gandha-taila-mardana, ãmalaki-udvartana,
permanecem parados, mas aqui, as mãos de Krçna, que são comparadas aos lótus sevã kare tire sakhi-gana
azuis, atacam os seios das gopis, que são comparados aos cakravãkas. Isto chama-se aiche—esses; vicitra—maravilhosos; kridã—passatempos; kari'—realizando; tire—
uma analogia inversa. De noite, o lótus vermelho desabrocha, ao passo que com na margem; ãilã—chegou; éri-hari—o Senhor Srí Krçna; sahge—consigo; lahã—le-
os raios solares ele se fecha. Por isso, o lótus vermelho é inimigo do sol e é desco- vando; saba kãntã-gana—todas as amadas gopis; gandha—essência; taila—oleosa;
nhecido do cakravãka, que é amigo do sol. Contudo, os seios das gopis são compa- mardana—massageando; ãmalaki—áa fruta ãmalaki; udvartana—untando com polpa;
rados a cakravãkas e suas mãos aos lótus vermelhos que os protegem. Este é um sevã kare— prestam serviços; tire— na margem do Yamunã; sakhi-gana—todas as
exemplo maravilhoso de analogia inversa. gopis.

VERSO 99 T R A D U Ç Ã O — " A p ó s realizar passatempos tão maravilhosos, o Senhor Srí Krsna


subiu rumo à margem do rio Yamunã, levando consigo todas as Suas amadas
gopis. Então, na margem do rio, as gopis prestaram serviço massageando Krsna
ifwcatfe, facaiaesia, ?5 «**is « W l , e as outras gopis com essências oleosas e esfregando em seus corpos polpa de
a s f s ' « a ? v2H>i> c a a r è * i fruta ã m a l a k i . "
384 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 O Senhor é resgatado do mar 385
Verso 104

VERSO 101 VERSO 103


^ i s R c«* « H , ^faat «tfsati, & 3 i i ^ t a asfs', a s a s <yt*r « f s ' ,
3 3 - 1 f a c a 0 * * 1 «Ifsfll I a«-if»wr.a f*i«âls « í c a i
i<sra, ^*j?*-«i**T*, w r c i s a?i « f ã ' , afastes i t í s u f a ,
asei*! « f ã * 35» II > i II «rir.** « r t i a a f i a t a « e s u i°« 11
punarapi kaila snãna, su$ka-vastra paridhãna, uttama samskãra kari', bada bada thãli bhari',
ratna-mandire kailã ãgamana ratna-mandire pindãra upare
vrndã-krta sambhãra, gandha-puspa-alankãra, bhaksanera krama kari', dhariyãche sãri sãri,
vanya-vesa karilã racana ãge ãsana vasibãra tare
punarapi—novamente; kaila—tomaram; snãna—banho; suska-vastra—roupas secas; uttama—completíssima; samskãra—limpeza; kari'—fazendo; bada bada—grandes;
paridhãna—vestindo; ratna-mandire—numa pequena casa de jóias; kailã—fizeram; thãli— pratos; bhari'—enchendo; ratna-mandire—na casa de jóias; pindãra upare—
ãgamana—chegada; vrndã-krta—providenciados pela gopi Vrndã; sambhãra—todas sobre a plataforma; bhaksanera krama kari'—fazendo arranjos para comer; dhari-
as classes de artigos; gandha-puspa-alankãra—flores aromáticas e ornamentos; vanya- yãche— acomodaram-se; sãri sãri—uma após a outra; ãge—na frente; ãsana—assento;
vesa—traje florestal; karilã—fez; racana—arranjo. vasibãra tare—para sentar-se.

T R A D U Ç Ã O — " E n t ã o , todos banharam-se novamente, e, após vestirem roupas TRADUÇÃO—"As gopis descascaram todas as frutas e colocaram-nas juntas em
secas, foram para uma pequena casa de jóias, onde a gopi Vrndã tomou as devi- grandes pratos sobre uma plataforma na cabana de jóias. Para comer as frutas,
das providências para vesti-los com roupa florestal, decorando-os com flores elas dispuseram-nas em filas ordenadas, e diante disto arrumaram um lugar para
aromáticas, folhas verdes e toda classe de outros o r n a m e n t o s . " sentar-se."
VERSO 104
VERSO 102
43* itfscas* liH-sftfo, «nat afil « i f o ,
a»atar.i <5S**«1, «rcs^ «teia as«ri,
3**1, castfsí-fàfàa-siasta i
T i n i r * «rca ign-m i
* t 1 1 , « 1 ^ 3 , « 1 * 1 , 1ta«f, «Ttl, 1 ^ 3 1 ,
a f t s e i casi-na, fwwtit ia sfi,
B W , a m i , r.i«sl a « « r t s n >°811
a>* *ttfè' «riflai *s»* II n
vrndãvane taru-latã, adbhuta tãhãra kathã, eka nãrikela nãnã-jãti, eka ãmra nãnã bhãti,
bãra-mãsa dhare phula-phala kalã, koli—vividha-prakâra
vrndãvane devi-gana, kuhja-dãsi yata jana, panasa, kharjura, kamala, nãrahga, jãma, santarã,
phala pãdi' ãniyã sakala drãksã, bãdãma, meoyã yata ãra
vrndãvane—em Vrndãvana; taru-latã—árvores e trepadeiras; adbhuta—maravi- eka—um item; nãrikela—coco; nãnã-jãti—de muitas variedades; eka—uma; ãmra—
lhosas; tãhãra kathã—sua história; bãra-mãsa—doze meses; dhare—produzem; manga; nãnã bhãti—áe muitas diferentes qualidades; kalã—banana; koli—morangos;
p/iuía -phala—frutas e flores; vrndãvane—em Vrndãvana; devi-gana—todas as gopis; vividha-prakãra—áe diferentes variedades; panasa—jaca; kharjura—tâmaras; kamala—
kuhja-dãsi—servas nos caramanchões; yata jana—tantas pessoas quantas existem; tangerinas; nãrahga—laranjas; jãma—amoras negras; santarã—outro tipo de tan-
phala pãdi'—colhendo frutas; ãniyã—trazendo; sakala—todas as variedades. gerina; drãksã—uvas; bãdãma—amêndoas; meoyã—frutas secas; yata—tantas quantas
havia; ãra—e.
TRADUÇÃO—"Em Vrndãvana, as árvores e trepadeiras são maravilhosas, pois
produzem por todo o ano todos os gêneros de frutas e flores. As gopis e criadas T R A D U Ç Ã O — " D e n t r e as frutas havia muitas variedades de coco e manga, bana-
colhem essas frutas e flores nos caramanchões de Vrndãvana e trazem-nas pe- nas, morangos, jacas, tâmaras, tangerinas, laranjas, amoras pretas, santarãs, uvas,
rante Rãdhã e K r s n a . " amêndoas e todos os t^pos de frutas secas."
Verso 108 O Senhor é resgatado do mar 387
386 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 18

TRADUÇÃO—"Em casa, Srímatí Rãdhãrãní tinha diversas espécies de doces de


VERSO 105 leite e açúcar, tais como gahgãjala, amrtakeli, piyüsagranthi, karpürakeli, sara-
püri, amrti, padmacini e khanda-ksirisãra-vrksa. Ela então mandou que se le-
nrçwl, ^IMart, <5t*, tffVHh *ITÍt«*, i«1t*, vasse tudo isso para K r s n a . "

VERSO 107
ran» raret « t a « r j t f « . a n t a r a *ra-*it%>
5|ÇiSBftf«, raill 3ía «<5 ? W II
«rai«ra ifàiill (fi fã', $3» ra*l içt^ãt»
khammujã, ksirikã, tala, keéura, pãni-phala, mrnãla, afa' a« c&fsw i
bilva, pilu, dãdimbãdi yata u r a *4>1 «KÍMNj WM c**l CWWWJ
kona deée kãra khyãti, vrndãvane saba-prãpti, ?ra c**i afara "Rw II J - I II
sahasra-jãti, lekhã yãya kata?
khammijS eantahipo (uma espécie de melão); ksirikã—a fruta ksirikã; tala—buriti;
bhaksyera paripãti dekhi', krsna hailã mahã-sukhi,
keéura—a fruta keéura; pãni-phala—uma fruta produzida na água dos rios; mrnãla—
vasi' kaila vanya bhojana
uma fruta das flores de lótus; bilva—marmelo; pi7u—uma fruta especial de Vrndã-
sahge lahã sakhi-gana, rãdhã kailã bhojana,
vana; dãdimba-ãdi—a romã e outras frutas afins; yata—tantas quantas há; kona
duhhe kailã mandire éayana
deée—em alguma região; kãra—das quais; khyãti—da fama; vrndãvane—em Vrndã-
bhaksyera—de alimentos; paripãti— os arranjos; dekhi'—vendo; krsna—o Senhor
vana; saba-prãpti— aquisição de todas; sahasra-jãti— milhares de variedades; lekhã
Krçna; hailã— ficou; mahã-sukhi— muito feliz: pasi'—sentando-Se; kaila—realizou;
yãya—alguém é capaz de escrever; kata—até que ponto.
vanya bhojana—um piquenique na floresta; sarige—na companhia; lahã—levando;
sakhi-gana—todas as gopis; rãdhã—Srimati Rãdhãrãní; kailã bhojana—tomaram a
T R A D U Ç Ã O — " H a v i a cantalupos [uma espécie de melãol, ksirikãs, buritis, ke- sobra; duhhe—ambos; kailã—fizeram; mandire— na casa de jóias; éayana—deitando-
suras, frutas da água, frutas de lótus, marmelos, pilu, romãs e muitas outras. Se.
Algumas delas são variadamente conhecidas em diferentes lugares, mas em
Vrndãvana elas são sempre disponíveis em tantos milhares de variedades que TRADUÇÃO—"Ao ver os belíssimos arranjos de alimentos, Krçna sentou-Se ale-
ninguém consegue descrevê-las por completo." gremente a participou de um piquenique na floresta. Então, depois que Srimati
Rãdhãrãní e Suas amigas gopis compartilharam dos restos, Rãdhã e Krçna
VERSO 106 deitaram-Se juntos na casa de jóias."

VERSO 108
l a ^ f i , «rçfe, «tlfwft i
i^iptfãiía-a**, a r a «tV «rW «*n,
rate «ra at®?», rate *tta*TOte»,
«1*1 a t e i a * » sTtfM' « i t f » II n c«s «ara «1*41 «va i
gahgãjala, amrtakeli, piyüsagranthi, karpürakeli,
atata/aa fàai ct»rl> *wNa «ra» fcwl,
sarapüri, amrti, padmacini rafa' «nata ^at ra.* si» 11 s»v 11
khanda-ksirisãra-vrksa, ghare kari' nãnã bhaksya, /ceha /care vijana, keha pãda-samvãhana,
rãdhã yãhã krsna lãgi' ãni keha karãya tãmbüla bhaksana
gahgã-jala—o doce gahgãjala; amrta-keli—um doce feito de leite; piyüsa-granthi— rãdhã-krsna nidrã gelã, sakhi-gana éayana kailã,
piyüsagranthi; karpüra-keli—karpürakeli; sara-püri—um doce de leite; amrti—um doce dekhi' ãmãra sukhi haila mana
preparado com farinha de arroz; padma-cini— uma preparação doce feita de flores keha—alguém; kare— faz; vijana—abano; keha—alguém; pãda-samvãhana—mas-
de lótus; khanda-kslri-sãra-vrksa—doces de açúcar feitos com formato de árvores; sagem dos pés; keha—alguém; karãya—fez com que Eles fizessem; tãmbüla bhak-
ghare—em casa; kari'—fazendo; nãnã bhaksya—muitas variedades de comestíveis; sana—comendo uma preparação de folhas de bétel; rãdhã-krsna—Rãdhã e Krçna;
rãdhã—Srimati Rãdhãrãní; yãhã—os quais; krsna lãgi'—para Krsna; ãni—trouxe.
Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18 Verso 113 O Senhor é resgatado do mar 389

nidrã gelã—foram dormir; sakhi-gana—todas as gopis; éayana kailã— deitaram-se; VERSO 111
dekhi'—veado; ãmãra—Minha; sukhi— feliz; haila—ficou; mana—mente.
' ^ t l r a r a c«r»rai i t a t r a m m * t r è * i f
T R A D U Ç Ã O — " A l g u m a s gopis abanaram Rãdhã e Krsna, outras massagearam- TOi-rertitfip « r a « i s r e » * t f r r * t n II
Lhes os pés, e algumas deram-Lhes folhas de bétel para Eles mascarem. Quando
Rãdhã e Krsna adormeceram, todas as outras gopis também deitaram-se. Quando 'ihãh kene tomara ãmãre lahã ãilã?'
vi isso, Minha mente ficou muito feliz." svarüpa-gosãni tabe kahite lãgilã
ihãh—aqui; kene— porque; tomam—tu; ãmãre—a Mim; lahã ãilã— trouxeste; svarüpa-
VERSO 109 gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosãni; tabe—nesse momento; kahite lãgilã—pôs-se a
falar.
« « « t r a i c i t r a afã', astra^ís* «fà',
^ f a - i r a | $ t mm vir$m\ \ TRADUÇÃO—"Por q u e trouxeste-Me para a q u i ? " perguntou Ele. Então, Svarüpa
Dâmodara respondeu-Lhe.
#tei v p u ?*m, #tsi « n , c-tt^ítt,
rafe ^ « t * a ; s * i t" i « s o VERSO 112

hena-kãle more dhari', mahã-kolãhala kari', "Tiraraa r a ^ f a f ir.® » l f « * 1 i


tumi-saba ihãh lahã ãilã iscara « a r a i t f * , 4« ça « r f s * l ! n
kãhhã yamunã, vrndãvana, kãhhã krsna, gopi-gana,
sei sukha bhahga karãila!" "yamunãra bhrame tumi samudre padilã
hena-kãle—nessa altura; more dhari'—pegando-Me; mahã-kolãhala kari'—e fazendo samudrera tarahge ãsi, eta dura ãilã!
um grande tumulto; tumi-saba—todos vós; ihãh—para aqui; lahã ãilã—trouxestes; yamunãra bhrame—ao confundir com o Yamunã; tumi—Ju; samudre— no mar;
kãhhã—onde; yamunã—o rio Yamunã; vrndãvana—Vrndãvana; kãhhã—onde; krsna— padilã—caíste; samudrera tarahge— pelas ondas do mar; ãsi—vindo; eta—esta; dura—
Krçna; gopi-gana—as gopis; sei sukha—essa felicidade; bhahga karãila— interrompestes. distância; ãilã—vieste.

TRADUÇÃO—"De repente, vós todos criastes um grande tumulto, pegastes-Me


e trouxestes-Me de volta para aqui. O n d e está agora o rio Yamunã? O n d e está T R A D U Ç Ã O — " C o n f u n d i s t c o mar com o rio Yamunã", disse ele, "e pulaste
Vrndãvana? Onde estão Krçna e as gopis? Interrompestes Meu sonho feliz!" dentro dele. Tendo sido arrastado pelas ondas do mar, percorreste toda essa
distância."
VERSO 110
VERSO 113
4ra>« «feres « i f a rara* ratsj' ra.* i
TOi-cttiffasra refà' « t e t r a * j f g * n Ü° II 45 wtfsrai wtret * f a ' restai fcfcfol i
r e s t a r a «raret 4 5 r e 4 r a a<s s s * 1 1 Ü « 1 1
efefai fahife prabhura kevala 'bãhya' haila
svarüpa-gosãhire dekhi' tãhhãre puchilã ei jãliyã jãle kari' tomã uthãilã
eteka—isto; kahite—enquanto falava; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; tomara paraée ei preme matta ha-ila
kevala—apenas; bãhya—consciência externa; haila—houve; svarüpa-gosãhire—Sva- ei jãliyã—esse pescador; jãle—na rede; kari'—capturando; tomã—a Ti; uthãilã—
rüpa Gosãni; dekhi'—vendo; tãhhãre puchilã—Ele perguntou-lhe. resgatou da água; tomara paraée—com Teu toque; eí—esse homem; preme—em amor
extático; matta ha-ila—enlouqueceu.

T R A D U Ç Ã O — F a l a n d o dessa maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu voltou à plena T R A D U Ç Ã O — " E s s e pescador capturou-Te em sua rede e Te resgatou da água.
consciência externa. Ao ver Svarüpa Dâmodara Gosvãmí, o Senhor perguntou-lhe. Devido ao Teu toque, ele agora está louco de amor extático por Krsna."
390 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 18 Verso 119 O Senhor é resgatado do mar 391

VERSO 114 VERSO 117

«i^ «ra,—"*rai rafa' C T * T « f M I E I i


»wftíâ I R A RESTS RESÍITRA I R A F I N i
RAFI,—?I> I T I « E U RATFÀMI-IW ii II
SFTFSRARA I R A ^ F I ' *trç»x « N F I N 11 ^8 H

saba rãtri sabe bedãi tomãre anvesiyã prabhu kahe,—"svapne dekhi' gelãha vrndãvane
jãliyãra mukhe suni' pãinu ãsiyã dekhi,—krsna rasa karena gopigana-sane
saba rãtri—a noite inteira; sabe—todos nós; bedãi—caminhamos; tomãre— por Ti; prabhu kahe—Sri Caitanya Mahãprabhu disse; svapne dekhi '—sonhando; gelãha
anvesiyã—procurando; jãliyãra mukhe—da boca desse pescador; suni'—ouvindo; vrndãvane—fui a Vrndãvana; dekhi—vejo; krsna—o Senhor Krsna; rasa karena—
pãinu—encontramos; ãsiyã— vindo. realiza a dança da rasa; gopi-gana-sane—com as gopis.

TRADUÇÃO—"A noite inteira, todos nós perambulamos à Tua procura. Após TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu disse: " N o Meu sonho, fui a Vrndãvana,
ouvirmos esse pescador, viemos até aqui e Te encontramos." onde vi o Senhor Krçna realizar a dança da rasa com todas as g o p i s . "

VERSO 115 VERSO 118

<§FI i«#i-irar I M I R A RAI 3?t?i i «f*a%i * F I ' C I * ! IG-re>TSFCI i


5

C « T I T I : jjjè RAFA' I R A I R A * Í T 5 %i n i><t 11 RAFI' *tíf*f « T * T * C I ^ - r a * f*M


9 , 5
*RCI

fwwn mürcchã-chale vrndãvane dekha kridã jala-kridã kari' kailã vanya-bhojane


tomara mürcchã dekhi' sabe mane pãi pidã dekhi' ãmi pralãpa kailuh—hena laya mane"
tumi—Tu; mürcchã-chale—fingindo estar inconsciente; vrndãvane— em Vrndãvana; jala-kridã—diversões na água; kari'—realizando; kailã—fez; vanya-bhojane—um
dekha—vês; kridã—os passatempos; tomara mürcchã dekhi'—vendo Tua inconsciên- piquenique; dekhi'—vendo; ãmi—Eu; pralãpa kailuh—falei loucamente; hena—isso;
cia; sabe—todos nós; mane— na mente; pai—obtemos; pidã—agonia. laya—acontece; mane— na Minha mente.

T R A D U Ç Ã O — " E n q u a n t o aparentemente inconsciente, presenciaste os passatem- T R A D U Ç Ã O — " A p ó s divertir-Se na água, Krçna participou de u m piquenique.
pos de Vrndãvana, porém, tão logo percebemos que estavas inconsciente, nossas Posso entender q u e , após ver isso, na certa devo ter falado como um l o u c o . "
mentes sofreram tremenda agonia."
VERSO 119
VERSO 116 «ra W T - C F T I T F A Í <Stra "ATI «awi i
$ i 3 i n * 5 C « C « T I T I 'I«fVtçj' 5 5 * i « J Ç R A •14*1 I I I T ? * L I T I F I » « 5 4 3 1 N II
«TRAI ra E J * F T C**i, « 1 5 1 ra ^ S F I * II" N
tabe svarüpa-gosãni tãnre snãna karãhã
krsna-nãma la-ite tomara 'ardha-bãhya' ha-ila prabhure lahã ghara ãilã ãnandita hanã
tãte ye pralãpa kailã, tãhã ye sunila" tabe—em seguida; svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosãni; tãnre—a Ele; snãna
krsna-nãma la-ite—cantando o santo nome de Krçna; tomara—Tua; ardha-bãhya— karãhã—fazendo banhar-Se; prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; lahã—levando;
semiconsciência; ha-ila—houve; tãte—em seguida; ye—quaisquer; pralãpa—conver- ghara ãilã—voltou para a Sua casa; ãnandita hanã—estando muito feliz.
sas loucas; kailã—fizeste; tãhã—isso; ye—o que; sunila—ouvimos.

TRADUÇÃO—Em seguida, Svarüpa Dâmodara Gosvãmi fez com que o Senhor


T R A D U Ç Ã O — " C o n t u d o , ao cantarmos o santo nome de Krçna, vieste à semicons- Sri Caitanya Mahãprabhu tomasse b a n h o de mar, e então mui alegremente
ciência, e ficamos ouvindo enquanto falavas tal qual um l o u c o . " trouxe-O de volta para casa.
392 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 18

CAPÍTULO DEZENOVE
VERSO 120

alfa *uj3f-»f5a i
<45 « ' * f ç s (
O comportamento inconcebível do Senhor
5 5 1 r a 5 w « . *tta resg-çaa i m ° II
Sr! Caitanya Mahãprabhu
ei ta' kahiluti prabhura samudra-patana
ihã yei éune, pãya caitanya-carana
ei to'—assim; kahiluh—acabo de descrever; prabhura—àe Sri Caitanya Mahã-
prabhu; samudra-patana—a queda dentro do mar; ihã—esta história; yei éune— todo Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thâkura faz o seguinte resumo
aquele que ouça; pãya—obtém; caitanya-carana—abrigo aos pés de lótus de Sri do Décimo Nono Capítulo.
Caitanya Mahãprabhu. Todos os anos, Srí Caitanya Mahãprabhu pedia que Jagadãnanda Pandita visi-
tasse Sua mãe em Navadvipa, levando-lhe presentes de roupa e prasãda. Após
TRADUÇÃO—Assim, acabo de descrever o incidente em que o Senhor Sri Caitanya uma dessas visitas, Jagadãnanda Pandita voltou a Puri com um soneto que Advaita
Mahãprabhu cai no oceano. Todo aquele que ouvir este passatempo com certeza Acãrya escrevera. Q u a n d o Sri Caitanya Mahãprabhu o leu, Seu êxtase foi tão in-
obterá refúgio aos pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu. tenso que todos os devotos ficaram receosos de que o Senhor logo, logo partiria.
A condição do Senhor era tão séria que à noite, esfregando Seu rosto de encon-
VERSO 121 tro às paredes, traumatizava-o até o ponto de fazê-lo sangrar. Para impedir isto,
Svarüpa Dâmodara pediu que Sankara Pandita passasse a noite no mesmo quarto
S N i ai*ua-*tra ata «H«f i com o Senhor.
cra»5f!raif5 T-C5 anp*ra u u Além disto, este capítulo descreve como o Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu,
no mês de vaiáãkha (abril-maio), entrou no jardim de Jagannãtha-vallabha durante
éri-rüpa-raghunãtha pade yãra ãéa a noite de lua cheia e experimentou diversos êxtases transcendentais. Arrebatado
caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa em amor extático ao ver subitamente o Senhor Sri Krsna debaixo de uma árvore
éri-rüpa—Srila Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi; aéoka, Ele manifestou diversos sintomas de loucura espiritual.
pade—aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro
chamado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krsnadãsa Kavirãja VERSO 1
Gosvãmi.
arai ç a s b s s a K a r ^ - s a ? ftrafafa»}, i
TRADUÇÃO—Orando aos pés d e lótus de Sri Rüpa e Sri Raghunãtha, desejando <2i5i*tj l a ^ R a a r a a j s r r r a mm a; n * 11
sempre a misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta,
seguindo seus passos. vande tani krsna-caitanyam
mãtr-bhakta-éiromanim
pralapya mukha-sahgharsi
Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta, madhüdyãne lalãsa yah
Antya-lilã, Décimo Oitavo Capítulo, descrevendo o episódio em que o Senhor Sri Caitanya vande—ofereço minhas respeitosas reverências; tam—a Ele; krsna-caitanyam—o
Mahãprabhu cai na água do mar. Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; mãtr-bhakta—de grandes devotos não órfãos
de mães; éiromanim—a jóia mais preciosa; pralapya—falando como um louco; mukha-
sahgharsi—que costumava esfregar Seu rosto; madhu-udyãne—no jardim conhecido
como Jagannãtha-vallabha; lalãsa—desfrutou; yah—que.

TRADUÇÃO—O Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu, o mais elevado de todos os


devotos que não eram órfãos de mãe, falava como um louco e esfregava Seu
rosto contra as paredes. Dominado pelas emoções de amor extático, às vezes,

393
394 éri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 19 O comportamento inconcebível do Senhor 395
Verso 7

entrava no jardim de Jagannãtha-vallabha onde realizava Seus passatempos. A T R A D U Ç Ã O — J a g a d ã n a n d a Pandita era um devoto muito querido de án Caitanya
Ele eu ofereço minhas respeitosas reverências. Mahãprabhu. O Senhor sentia muito prazer com suas atividades.

VERSO 2 VERSO 5

wa m a l c e i s ara f s r e j t a * i a)f«ae,ia a t g t t a iréia afratra i


« a t r a s e » ara c f r ü w r * n * II fãreía-$:fa 5i w t f » ' *a3t « i w t f t r a i * u
<

jaya jaya éri-caitanya jaya nityãnanda prati-vatsara prabhu tãhre pãthãna nadtyãte
jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda viccheda-duhkhitã jãni' janani ãévãsite
jaya jaya—todas as glórias; éri-caitanya—ao Senhor ári Caitanya Mahãprabhu; prati-vatsara—todos os anos; prabhu—ári Caitanya Mahãprabhu; tãhre—a ele;
jaya—todas as glórias; nityãnanda—a Nityãnanda Prabhu; jaya—todas as glórias; pãthãna—manda; nadtyãte—a Navadvipa; viccheda-duhkhitã jãni'—conhecendo sua
advaita-candra—a Advaita Acãrya; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-vrtida—aos aflição provocada pela saudade; janani—Sua mãe; ãévãsite—para consolar.
devotos do Senhor Gaurãhga.
T R A D U Ç Ã O — S a b e n d o que, devido à saudade, Sua mãe ficava muitíssimo afiita,
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias a árí Caitanya Mahãprabhu! Todas as glórias ao todos os anos o Senhor mandava Jagadãnanda Pandita a Navadvipa para consolá-la.
Senhor Nityãnanda! Todas as glórias a Advaita Acãrya! E todas as glórias a todos
os devotos do Senhor Caitanya Mahãprabhu! VERSO 6

VERSO 3 " ü f t a l 5*?, a t s t r a « f e * . aa-sta i


« t t a t a a t r a « f t a t a i ata*. Srteta n * IÍ
>«?ara w t a t f «ajçaratrara; i
$arta-«wt*t a r a a t f â - f à a r a n « n "nadiyã calaha, mãtãre kahiha namaskãra
ãmãra nãme pãda-padma dhariha tãhhãra
ei-mate mahãprabhu krsna-premãveée nadiyã calaha—parte para Nadia; mãtãre—à Minha mãe; kahiha—transmite; namas-
unmãda-pralãpa kare rãtri-divase kãra—Minhas reverências; ãmãra nãme—em Meu nome; pãda-padma—os pés de
ei-mate— dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; krsna-prema- lótus; dhariha—segura; tãhhãra—dela.
ãveée—no extático amor emocional por Krçna; unmãda—loucura; pralãpa—e conversa
louca; kare—realiza; rãtri-divase—dia e noite adentro.
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu disse a Jagadãnanda Pandita: " V a i a
TRADUÇÃO—No êxtase d o amor a Krsna, ári Caitanya Mahãprabhu comportava- Nadia e oferece Minhas reverências à Minha mãe. Em Meu nome, toca em seus
Se como um louco, e todos os dias e noites conversava de maneira insana. pés de l ó t u s . "

VERSO 4 VERSO 7
« r ç a « r o r a f « a *i%5-3rim»«a i asfçç <$fçtra - ' « J à « a s ««aa i
atçta s f ã c a »itra» II 8 II f a s i vrtfà' « r r f à ratara a f a r a s a a n i n
prabhura atyanta priya pandita-jagadãnanda kahiha tãhhãre—'tumi karaha smarana
yãhãra caritre prabhu pãyena ãnanda nitya ãsi' ãmi tomara vandiye carana
prabhura—com ári Caitanya Mahãprabhu; atyanta—muito; priya—bem relacio- , kahiha tãhhãre—informa-lhe; tumi karaha smarana—por favor, lembra-te; nitya
nado; pandita-jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; yãhãra caritre—em cujas ativi- ãsi'—vindo diariamente; ãmi— Eu; tomara—teus; vandiye carana—ofereço respeitos
dades; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; pãyena—obtém; ãnanda—muito prazer. aos pés de lótus.
Verso 13 O comportamento inconcebível do Senhor 397
Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19

VERSO 11
T R A D U Ç Ã O — " I n f o r m a - l h e por Mim: 'Por favor, lembra-te de que Eu venho aqui
todos os dias e ofereço Meus respeitos a teus pés de l ó t u s . " ' f r * t 5 c * « i t f s « r t f i c s t i t a «rtastes i
VERSO 8 at3e. # t 3 , s i a e . « r t f i i t f à a ç f f s c 3 u' i> II

c i - f i c i c s f i T 3 SBÇI « a i s r a c s t ® » i nilãcale ãchi ãmi tomara ãjhãte


yãvat juba, tãvat ãmi nãribã chãdite'
C1-flC1 « I t f l ' «I3*D *f3C3 WÊfi II t- II nilãcale—em Jagannãtha Puri, NTJãcala; ãchi ãmi—Eu estou; tomara ãjhãte—baseado
em tua ordem; yãvat jiba—enquanto Eu viver; tãvat—todo esse tempo; ãmi—Eu;
ye-dine tomara iechã karãite bhojana nãribã—não serei capaz; chãdite—de partir.
se-dine ãsi' avasya kariye bhaksana
ye-dine—qualquer dia; tomara—teu; iechã—desejo; karãite bhojana—de Me alimen-
TRADUÇÃO—" 'De acordo com tua ordem, estabeleci-Me aqui em Nílãcala, Jagan-
tar; se-dine—nesse dia; ã%'—vindo; avasya—com certeza; kariye bhaksana—Eu como.
nãtha Puri. Enquanto Eu estiver vivo, não deixarei este l u g a r . " '

VERSO 12
T R A D U Ç Ã O — ' " Q u a l q u e r dia que desejas Me alimentar, com certeza venho e
aceito o que ofereces."' C T f * t - * T * t 3 * t t 5 * 1 C 3 5 <2|1f«f-31C1 l

VERSO 9 1 Í 3 1 C 3 ttfctl 3151 ^ f t 3 3 5 C 1 II D

C S 1 1 t 3 6 1 3 1 Çlfe' « I t f l a * Í 3 ^ I t O t l I gopa-Iilãya pãilã yei prasãda-vasane


mãtãre pãthãna tãhã purira vacane
'313*' 5431 « i t f i c*<g* «tfll"! II S> II gopa-lilãya—em Seus passatempos como um vaqueirinho; pãilã—conseguiu; yei—
qualquer; prasãda—resto; vasane—roupa; mãtãre—para a Sua mãe; pãthãna—enviou;
tomara sevã chãdi' ãmi kariluh sannyãsa tãhã—isso; purira vacane—sob a ordem de Paramãnanda Puri.
'bãula' hanã ãmi kailuh dharma-nãéa
tomara sevã chãdi'—abandonando o teu serviço; ãmi— Eu; kariluh—aceitei; san-
T R A D U Ç Ã O — S e g u i n d o a ordem de Paramãnanda Puri, Sri Caitanya Mahãprabhu
nyãsa—a ordem de vida renunciada; bãula hanã—enlouquecendo; ãmi—Eu; kailuh—
enviou para a Sua mãe a roupa que era a prasãda deixada pelo Senhor Jagannãtha
fiz; dharma-nãéa—destruição da religião.
após ter realizado Seus passatempos como um vaqueirinho.
T R A D U Ç Ã O — ' " A b a n d o n e i o serviço a ti e aceitei o voto de sannyãsa. Sendo
VERSO 13
assim, enlouqueci e destruí os princípios da r e l i g i ã o . " '
WrafC9l3 IçPl <2Í1t«f «Ilfl3l 1 3 C 1 1
VERSO 10
I t S f C a ^«135 »ttfct1, « 1 1 3 W í f C « 1 II l-o II
4 5 «11313 S j l 1 1 * 5 5 « 1 1 1 1 3 I
jagannãthera uttama prasãda ãniyã yatane
C 3 H 1 3 « i f t l « l l f l - ^ a i C l C 3 W 3 II i° II mãtãre prthak pãthãna, ãra bhakta-gane
n a
j 8 nnãthera—do Senhor Jagannãtha; uttama—de primeira classe; prasãda—restos
ei aparãdha tumi nã la-iha ãmãra
do alimento; ãniyã yatane- trazendo com muito carinho; mãtãre—para a Sua mãe;
tomara adhína ãmi—putra se tomara lí
P'. >ak—separadamente; pãthãna—envia; ãnt bhakta-gane—e para os outros devotos.
ei aparãdha—essa ofensa; tumi—tu; nã—não; la-iha—aceites; ãmãra—de Mim;
tomara—teu; adhina—dependente; ãmi—Eu; putra—filho; se—isto; tomara—de ti. TRADUÇÃO—Com muito carinho, Srí Caitanya Mahãprabhu trouxe
p m e a d a de
T R A D U Ç Ã O — ' " M a m ã e , por favor, não fiques ofendida, pois Eu, sendo teu filho, primeira classe do Senhor Jagannãtha e, em pacotes separados, enviou-a para
dependo inteiramente d e t i . ' " a Sua mãe e para os devotos em Nadia.
398 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 19 Verso 19 O comportamento inconcebível do Senhor 399

VERSO 14 VERSO 17

«nss^-straa «H.** faratafa i « r r a t r a a frtfai faai « i t w i atfitssi i


isntJi »taa1 a * 1 rara» w a t t n Í S II « r r a r ê - c ^ m t f í P a r ç r a ^ r c a t « f ç m u w 11

mãtr-bhakta-ganera prabhu hana éiromani ãcãryera thãhi giyã ãjhã mãgilã


sannyãsa kariyã sadã sevena janani ãcãrya-gosãni prabhure sandeéa kahilã
mãtr-bhakta-ganera—dos devotos não órfãos de mães; prabhu—Sri Caitanya Mahã- ãcãryem thãni—a Advaita Ãcãryaj^ii/ó—indo; ãjhã mãgilã—pediu que lhe permi-
prabhu; hana—é; éiromani—a jóia mais preciosa; sannyãsa kariyã— mesmo após tisse partir; ãcãrya-gosãni—Advaita Acãrya; prabhure—a éri Caitanya Mahãpraohu;
aceitar a ordem de sannyãsa; sadã—sempre; sevena—presta serviço; janani—a Sua sandeéa kahilã—enviou uma mensagem.
mãe.
T R A D U Ç Ã O — Q u a n d o foi até Advaita Acãrya e também pediu Sua permissão para
TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu é a pedra mais preciosa dentre todos os voltar, Advaita Acãrya deu-lhe uma mensagem para ser entregue a ári Caitanya
devotos não órfãos de mãe. Mesmo após aceitar o voto de sannyãsa, Ele prestou Mahãprabhu.
serviço à Sua mãe. V E R S O 18
VERSO 15
^asrt-stcwt «trata ara* fctra-cfcira i
s r s t a r » » * awTírt f i t a i a t s t r a fàfiifrl i « t ça t a ara», res afàra «1 t i r a n i t - n
s u g a a s f à r a a » , t f * «fc*t111 "><t n
tarajã-praheli acãrya kahena Ihãre-thore
jagadãnanda nadiyã giyã mãtãre mililã prabhu mãtra bujhena, keha bujhite nã pare
prabhura yata nivedana, sakala kahilã tarajã-praheli— um soneto em linguagem equívoca; ãcânja— Advaita Acãrya; kahe-
jagadãnanda—Jagadãnanda; nadiyã— para Navadvipa; giyã—indo; mãtãre—mãe na—falou; thãre-thore—fazendo alguns indícios; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu;
Saci; mililã—encontrou-se com; prabhura—de ári Caitanya Mahãprabhu; yata nive- mãtra—apenas; bujhena—podia entender; keha bujhite nã pare—outros não podiam
dana— todas as espécies de saudações; sakala—tudo; kahilã—ele transmitiu. entender.

TRADUÇÃO— lagadãnanda Pandita voltou então para Nadia, e, ao encontrar áací- T R A D U Ç Ã O — A d v a i t a Ãcãrva escrevera um soneto em linguagem equívoca, com
mãtã, transmitiu-lhe- todas as saudações do Senhor. um significado que ári Caitanya Mahãprabhu podia entender, mas que os outros
não podiam.
VERSO 16 VERSO 19
« r r s r ô t f à «««ura fafwl «nrHf faa1 i "«reta a*te? « t r a t a retfi» a a ^ i a i
a t s l - i t f c p "«ateai efèüi a t í i a * a t e a i 11 u 45 f » r a a » i r a s a r a « n a t a it >& n
ãcãryãdi bhakta-gane mililã prasãda diyã
mãtã-thãni ãjhã la-ilã mãseka rahiyã "prabhure kahiha ãmãra koti namaskãra
ãcãrya-ãdi—a começar com Advaita Acãrya; bhakta-gane—todos os devotos; mili- ei nivedana tãhra carane ãmãra
lã—encontrou-se com; prasãda diyã— entregando a prasãda do Senhor Jagannãtha; prabhure kahiha—simplesmente informa ao Senhor Caitanya; ãmãra—Minhas;
mãtã-thãni—à mãe áaci; ãjhã la-ilã—pediu permissão p a i a partir; mãseka rahiyã— xofi namaskãra—centenas e milhares de reverências; ei nivedana—este é o apelo;
permanecendo por um mês. tãhra—Seus; carane—aos pés de lótus; ãmãra—Meu.

T R A D ' ' c * o — u e p o i s , encontrou-se com todos os outros devotos, encabeçados por TRADUÇÃO—Em Seu soneto, Advaita Acãrya primeiro oferecia Suas reverências
Advaita Acãrya, e deu-lhes a prasãda de Jagannãtha. Após ficar por um mês, centenas e milhares de vezes aos pés de lótus do Senhor árí Caitanya Mahã-
pediu permissão à mãe áaci para partir. prabhu. Então, apresentava a seguinte declaração a Seus pés de lótus.
400 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 25 O comportamento inconcebível do Senhor 401

VERSO 20 TRADUÇÃO—Ao ouvir a declaração d e Advaita Acãrya, Jagadãnanda Pandita


pôs-se a rir, e, ao retornar a Jagannãtha Puri, Nilãcala, deixou Caitanya Mahã-
at^nra #üfj—fiWN at&si i prabhu a par de t u d o .
a f ^ r a * « f ç ç - s t c f e sri fàasta 5 1 « S Í n v II
s
VERSO 23
bãulake kahiha,—/ofaj ha-ila bãula
«MM «tf*P isterç IWft 5tf*Wl i
bãulake kahiha,—hãte nã vikãya cãula
bãulake kahiha—por favor, informa a Sri Caitanya Mahãprabhu, que está fazendo •tra reç «nwr- afèf rata afàm n v® H
o papel de um louco em amor extático; loka—as pessoas em geral; ha-ila—ficaram;
bãula—também loucas de amor extático; bãulake kahiha—informa ainda ao Senhor tarajã suni' mahãprabhu Isat hãsilã
Sri Caitanya Mahãprabhu, o bãula; hãte—no mercado; nã—não; vikãya—se vende; 'tãhra yei ãjhã'—bali' mauna dharila
cãula—arroz. tarajã suni'—ao ouvir o soneto; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; isat
hãsilã—sorriu discretamente; íãiira yei ãjhã—esta é a Sua ordem; bali'—dizendo;
mauna dharila—ficou calado.
TRADUÇÃO—"Por favor, informa a Sri Caitanya Mahãprabhu, que está agindo
como um louco, que todos aqui enlouqueceram como Ele. Informa-Lhe também
que no mercado não há mais arroz à disposição." TRADUÇÃO—Após ouvir o soneto equívoco de Advaita Acãrya, Srl Caitanya
Mahãprabhu sorriu discretamente. "Esta é a Sua ordem", disse Ele. Então, ficou
VERSO 21 calado.

af&ira « r s s , - a n c a «rtísas « r t & p r i VERSO 24


a t ^ r a * asf55,-5sl « t e a t r a ai«ei u" n «rtfisfs *ra*t cittitfãp «fçra 3fi*r i
bãulake kahiha,—kãye nãhika aula ' 4 5 « M M ? , e w f a ^ r . 3 i t f a i ' II *8 II
bãulake kahiha,—ihã kahiyãche bãula"
bãulake kahiha—informa ainda ao bãula, Sri Caitanya Mahãprabhu; kãye—ocupa- jãniyão svarüpa gosãni prabhure puchilã
dos; nãhika—não há; aula—pessoas que enlouqueceram em amor extático; bãulake 'ei tarajãra artha bujhite nãrila'
kahiha—informa ainda ao bãula, Sri Caitanya Mahãprabhu; («a—isto; kahiyãche— jãniyão—embora sabendo; svarüpa gosãni— Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; prabhure
falou; bãula—outro louco, o próprio Sri Advaita Prabhu. puchilã—perguntou a Sri Caitanya Mahãprabhu; ei tarajãra artha—o significado
deste soneto; bujhite—de compreender; nãrila—não fui capaz.
T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e s que agora estão loucos de amor extático não mais se in-
teressam pelo m u n d o material. Conta a Sri Caitanya Mahãprabhu que Advaita T R A D U Ç Ã O — E m b o r a soubesse o segredo, Svarüpa Dâmodara Gosvãmi pergun-
tou ao Senhor: " Q u a l o significado deste soneto? Não p u d e compreendê-lo."
Acãrya, o qual também enlouqueceu de amor extático, falou essas palavras."

VERSO 22 VERSO 25

isfs * » f à . ' « r t f a r i w s t f ã r a s eitfrtefl i


f t a i s r a í « u r i ' « r a « f ç r a ssfçvrl g ^ n «rr5ti-«ttraia fàfã-íàatra $"Hi 11 *«n
prabhu kahena, — 'acãrya haya püjaka prabala
eta suni' jagadãnanda hãsite lãgilã
ãgama-sãstrera vidhi-vidhãne kuéala
nilãcale ãsi' tabe prabhure kahilã
prabhu kahena—-Sri Caitanya Mahãprabhu disse; acãrya haya püjaka prabala—
eta suni'—ouvindo isso; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita; hãsite lãgilã—pôs-se
Advaita Acãrya é um grande adorador; ãgama-éãstrera—da literatura védica; vidhi-
a rir; nilãcale—a Jagannãtha Puri; ãsi'—retornando; tabe—então; prabhure kahilã—
vidhãne kuéala—muito perito nos princípios reguladores.
contou tudo isto a Sri Caitanya Mahãprabhu.
402 Sn Caitanya-carítãmria Antya-lilã, 19 Verso 31 O comportamento inconcebível do Senhor 403

TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu replicou: "Advaita Acãrya é um grande TRADUÇÃO "Advaita Acãrya é um grande místico. Ninguém pode compreendê-
adorador do Senhor e é muito perito nos princípios reguladores prescritos nos lO Ele é perito em escrever sonetos incompreensíveis até para Eu m e s m o . "
textos védicos."
VERSO 29
VERSO 26
1 » f i a 1 fàírns 5 5 1 1 1 1 w f « t I
fc»ftii1 P T t R t ' c « f t i i T - c s a « i t i t 5 i i * a « » t - C l t 1 t f < f l > f>E 5 5 * 1 f l l l II * S II
•tart u f a ' « s i s t i i s c a i façam 11 n
éuniyã vismita ha-ilã saba bhakta-gana
upãsanã lãgi' devera karena ãvãhana svarüpa-gosãni kichu ha-ilã vimana
püjã lãgi' kata kãla karena nirodhana suniyã—ouvindo; vismita—atônitos; ha-ilã—ficaram; saba—todos; bhakta-gana—
upãsanã lãgi'—para adorar a Deidade; devera—do Senhor; karena ãvãhana—convida os devotos; svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; kichu—um tanto; ha-ilã—
a vir; püjã lãgi'—para realizar a adoração; Aíita Arã/a—por algum tempo; karena niro- ficou; vimana—melancólico.
dhana—Ele mantém a Deidade.
TRADUÇÃO—Ao ouvir isto, todos os devotos ficaram atônitos, especialmente
T R A D U Ç Ã O — " A d v a i t a Acãrya convida o Senhor para vir e ser adorado, e para Svarüpa Dâmodara, que se mostrou um tanto melancólico.
realizar a adoração Ele mantém a Deidade por algum t e m p o . "
VERSO 30
VERSO 27
C 1 5 f à l C5C3 a f ç a W f l ffl 5 5 * I
•jjri-fàalsi C5C* tire « c a i fii^r» i
« t u a fàt^w-wi fiww n f ? * II •s- II
« a w t a «1 s f f f ã w e f , r « i l i r ? 3ia n %1 n
sei dina haite prabhura ãra daéã ha-ila
püjã-nirvãhana haile pãche karena visarjana krsnera viccheda-daéã dviguna bãdila
tarajãra nã jãni artha, kibã tãhra mana sei dine haite—daquele dia em diante; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu;
püjã-nirvãhana—término da adoração; haile—quando há; pãche—enfim; karena ãra—outra; daéã—condição; ha-ila—houve; fcrsnera—do Senhor Krsna; viccheda-
visarjana—manda a Deidade de volta; tarajãra—rio soneto; nã jãni— não sei; artha—o daéã—a condição de saudade; dvi-guna—duas vezes; bãdila—aumentou.
significado; kibã tãhra mana—o que se passa em Sua mente.

T R A D U Ç Ã O — " A p ó s concluir a adoração, Ele envia a Deidade a algum outro T R A D U Ç Ã O — D a q u e l e dia em diante, o estado emocional de Srí Caitanya Mahã-
lugar. Não conheço o significado deste soneto, tampouco sei o que se passa na prabhu mudou acentuadamente; a intensidade de Seus sentimentos de saudade
mente de Advaita P r a b h u . " de Krsna duplicou.

VERSO 28 VERSO 31

H t C I t C I P t t '«Í5«! «awttfS Wisf I ^9irer-caeit^t-csèi « c i atfà-ficH i


« U f i 5 ?fà»tf5 H f à <sawta « i e f « ' $ v « I l U - s t l f C I C f Í 1 1 5 1tt<9 « < O T C « l II II

mahã-yogeévara acãrya—tarajãte samartha unmãda-pralãpa-cestã kare rãtri-dine


ãmiha bujhite nãri tarajãra artha rãdhã-bhãvãveée viràha bãde anuksane
mahã-yogeévara—o maior místico; acãrya—Advaita Acãrya; tarajãte samartha— unmãda—demência; pralãpa—loucura; ces/ã—atividades; kare rãtri-dine—Ele reali-
muito perito em escrever sonetos; ãmiha—nem mesmo Eu; bujhite—de compreen- zava de dia e de noite; rãdhã-bhãva-áveée— ha emoção extática de Srímatí Rãdhãrãní;
Wrartfl
der; nãri—não sou capaz; tarajãra—do soneto; artha—o significado. — s a u d a d e ; bãde—aumenta; anuksane—cada momento.
éri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19
Verso 36 O comportamento inconcebível do Senhor 405

TRADUÇÃO—À medida que, no êxtase de Srimati Rãdhãrãní, Seus sentimentos


T R A D U Ç Ã O — A s s i m como Srimati Rãdhãrãní fez perguntas à Sua amiga pessoal
de saudade aumentavam a cada momento, as atividades do Senhor, tanto de dia
Visãkhã, Sri Caitanya Mahãprabhu, lendo o mesmíssimo verso, punha-Se a falar
quanto de noite, iam virando atuações selvagens e insanas. como um louco.
VERSO 35
VERSO 32
JW^ereaif: * fafãçajfTíijfe:
"wfsRrcs U R A «raia arçm-ityfl i

ãcambite sphure krsnera mathurã-gamana


udghürnã-daéã haila unmãda-laksana
ãcambite—inopinadamente; sphure—surgia; krsnera—do Senhor Krsna; mathurã-
gamana—a partida para Mathurã; udghürnã-daéã—a condição extática conhecida kva nanda-kula-candramãh kva éikhi-candrakãlahkrtih
como udghürnã; haila—havia; unmãda-laksana—o sintoma de loucura. kva mandra-murali-ravah kva nu surendra-níla-dyutih
kva rãsa-rasa-tãndavi kva sakhi jiva-raksausadhir
nidhir mama suhrttamah kva bata hanta hã dhig-vidhim
T R A D U Ç Ã O — I n o p i n a d a m e n t e , surgia dentro de Sri Caitanya Mahãprabhu a cena kva—onde; nanda-kula-candramãh—Krsna, que surgiu como a lua no oceano da
da partida do Senhor Krsna para Mathurã, e Ele passava a manifestar o sintoma dinastia de Nanda Mahãrãja; toa—onde; éikhi-candraka-alahkrtih—-Krçna, cuja ca-
de loucura extática conhecido como udghürnã. beça é decorada com uma pena de pavão; kva—onde; mandra-murali-ravah—Krçna,
cuja flauta produz um som profundo; toa—onde; nu—com certeza; surendra-nila-
VERSO 33 dyuiih—Krçna, cujo brilho corpóreo é como a jóia chamada indraniía; kva—onde;
rãsa-rasa-tãndavi—Krçna, que é hábil em dançar na dança da rasa; toa—onde; sakhi—
aMarera -ílsTl a f ã 'asras a|9tt*r» i ó Minha querida amiga; jiva-raksa-ausadhih—Krçna, que é o remédio que pode
^asrat i t f à ' fasr-iâisM n m 11 salvar a nossa vida; nidhih—tesouro; mama—Meu; suhrt-tamah—melhor amigo;
tua—onde; cafa—estou tão pesarosa; hanta—ai de Mim; hã—oh!; dhik-vidhim—
rãmãnandera galã dhari' karena pralãpana condenação a Vidhi, o formador do Meu destino.
svarüpe puchena mãni' nija-sakhi-gana
rãmãnandera—de Rãmãnanda Rãya; galã dhari'—segurando o pescoço; karena
T R A D U Ç Ã O — " ' M i n h a querida amiga, onde está Krçna, que parece a lua a surgir
pralãpana—põe-Se a falar como um louco; svarüpe puchena—perguntou a Svarüpa
do oceano da dinastia de Mahãrãja Nanda? O n d e está Krçna, Sua cabeça decorada
Dâmodara; mãni'—aceitando; nija-sakhi-gana—como uma gopi amiga.
com uma pena de pavão? O n d e está Ele? O n d e está Krsna, cuja flauta produz
um som tão profundo? O h ! onde está Krçna, cujo brilho corpóreo é como o reluzir
TRADUÇÃO—ári Caitanya Mahãprabhu falava como um louco, segurando Rãmã- da jóia indraniía azul? O n d e está Krsna, que é tão hábil na dança da rasa? Oh!
nanda Rãya pelo pescoço, e fazia perguntas a Svarüpa Dâmodara, pensando que onde está aquele que pode salvar a Minha vida? Por favor, dize-Me onde posso
ele era u m a gopi amiga Sua. encontrar Krsna, o tesouro da Minha vida e o Meu melhor amigo? Sentindo
VERSO 34 saudades dEle, aproveito a oportunidade para condenar a Providência, que traçou
o Meu d e s t i n o . " '
<35< ra» T V T W R A STÍW*L *tfefi i
ral c S f « *tí?' «fcirf « f a r e sitiou n « 8 1 1 SIGNIFICADO—Este verso é d o Lalita-mãdhava (3.25) de Srila Rüpa Gosvãmi.
pürve yena viéãkhâre rãdhikã puchilã
VERSO 36
sei éloka padi' pralãpa karite lãgilã
pürve—outrora; yena—como; viéãkhâre—a Visãkhã; rãdhikã— Srimati Rãdhãrãní; "ARAAFm G*FÃF, ARA» «ira.
puchilã—perguntou; sei éloka—esse verso; padi'—lendo; pralãpa—falando como um
louco; karite lãgilã—pôs-Se a fazer. •sfftf TEERL SRTFE. SRARTA I
Verso 39 O comportamento inconcebível do Senhor 407
406 éri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 1 9

«fura ara ras, anil rata ra.*,


«twSFsraalfatra, faa^a f*rai fara,
gsr-sfraa *ra«-5rera II -®* II raara, afa, iN rara « r a 11 11
ei vrajera ramaní, kãmãrka-tapta-kumudini,
"vrajendra-kula—dugdha-sindhu, krsna tãhe pürna indu,
nija-karãmrta diyã dana
janmi' kailã jagat ujora
praphullita kare yei, kãhãh mora candra sei,
kãnty-amrta yebã piye, nirantara piyã jiye,
dekhãha, sakhi, rãkha mora prãna
vraja-janera nayana-cakora
ei—estas; vrajera ramaní— mulheres de Vrndãvana; kãma-arka-tapta-kumudini—
vrajendra-kula—a dinastia de Mahãrãja Nanda em Vrajabhümi; dugdha-sindhu—
exatamente como lírios que se tornam muito quentes no sol do desejo luxurioso;
como o oceano de leite; krsna—o Senhor Krsna; tãhe—neste; pürna—cheia; indu—
ny'(j—próprias; kara-amrta—néctar das mãos; diyã— dando; dana—caridade; pra-
lua; janmi'—surgindo; kailã—fez; jagat—o m u n d o inteiro; ujora—iluminado; kãnti-
phullita—alegres; kare—faz; yei—aquele que; kãhãh—onde; mora—Minha; candra—
amrta—o néctar de Seu brilho corpóreo; yebã piye—qualquer pessoa que bebe;
lua; sei—isto; dekhãha—por favor, mostra; sakhi—ó Minha querida amiga; rãkha—por
nirantara—sempre; piyã—bebendo; jiye—sustenta a vida; vraja-janera—dos habi-
favor, salva; mora prãna—Minha vida.
tantes de Vrndãvana; nayana-cakora—olhos que são como pássaros cakora.

TRADUÇÃO—"As mulheres d e Vrndãvana são assim como lírios que crescem no


TRADUÇÃO—"A família de Mahãrãja Nanda é exatamente como um oceano de sol causticante dos desejos luxuriosos. Mas Krsna, que é como a lua, deixa todas
leite, no qual o Senhor Krsna surgiu como a lua cheia para iluminar o universo elas alegres, concedendo-lhes o néctar de Suas mãos. Ó Minha querida amiga,
inteiro. Os olhos dos habitantes de Vraja são como pássaros cakora que não onde está Minha lua agora? Salva a Minha vida, mostrando-O a M i m ! "
param de beber o néctar de Seu brilho corpóreo, vivendo, assim, pacificamente."
VERSO 39
VERSO 37
« i t i ra s?sta ira, fafaftcta &?ra,
ifa ra, rawi f n , « a í * »a»ra i
»a-ra&a ra» « a i ç 1
* r a r e arara «ja, »1 rafar.* «tre
*il<5Na—sfçwjaifs, «j^taf*! - aas»ftf%,
*üs reara, »i ara wta« 11 11 11
»at^w fafa' « f r a s 11 «s> 11
sakhi he, kothã krsna, karãhã daraéana kãhãh se cüdãra thãrna, éikhi-pihchera udãna,
ksaneke yãhãra mukha, nã dekhile phãte buka, nava-meghe yena indra-dhanu
éighra dekhãha, nã rahe jivana pitãmbara—tadid-dyuti, muktã-mãlã—baka-pãnti,
sakhi he—ó Minha querida amiga; kothã krsna—onde está o Senhor Krsna; karãhã navãmbuda jini' éyãma-tanu
daraéana—por favor, deixa-Me vê-lO; ksaneke—dentro de um instante; yãhãra— kãhãh—onde; se—aquele; cüdãra thãma—beleza do elmo; éikhi-pihchera udãna—
cujo, mukha—rosto; nã dekhile—se não vejo; phãte buka—Meu coração se parte; sobre o qual há uma pena de pavão; nava-meghe— numa nuvem recém-formada;
éighra—rapidamente; dekhãha—mostra; nã rahe jivana—Minha vida está por um fio. yena—assim como; indra-dhanu—o arco íria, ptta-ambara—roupas amarelas; radif-
dyuti—como a iluminação do relâmpago; muktã-mãlã—colar de pérolas; baka-pãnti—
T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, onde está Krsna? Por favor, deixa-Me vê-lO. como fileir»» -Je patos; nava-ambuda—uma nuvem nova que produz chuvas; jini'—
Basta Eu deixar de ver o Seu rosto um instante sequer para que o Meu coração ~«iquistando; éyãma-tanu—o corpo enegrecido.
se parta. Faze a gentileza de mostrá-lO a Mim imediatamente; caso contrário,
não conseguirei viver." T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, onde está aquele belo elmo encimado por
VERSO 38 uma pena de pavão, lembrando um arco-íris sobre uma nuvem recém-formada?
Onde estão aquelas roupas amarelas, brilhantes como o relâmpago? E onde está
45 arara a*fà, «tataísçj-f^fwft, aquele colar de pérolas que se assemelham a bandos de patos voando no céu?
faw-f arys fãai W T » i O corpo enegrecido de Krsna supera a enegrecida nuvem nova que produz chuva."
408 SRÍ Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, 1 9 O comportamento inconcebível do Senhor 409
Verso 4 3

VERSO 4 0 TRADUÇÃO—"O brilho corpóreo de Krçna cintila tanto quanto a pedra preciosa
indraniía e supera o esplendor da árvore tamãla. O fulgor de Seu corpo deixa
4 « a f a ata a a c » prfcfl, i f i « t a *jwca srfc^t, o mundo inteiro louco, pois a Providência fê-lo transparente, refinando a es-
5 3 * 5 9 — e i " «nas-«!tfcl1 sência da doçura do amor conjugai e misturando-a com o l u a r . "
«t#t-ac» b m s t a , ac<s a t í s a t f a r r s ,
VERSO 4 2
«9 ClflfWfl II 8° II
« t t l C L QA^AAFL, s*3TÃ5-F rârS FAFL',
eka-bãra yãra nayane lãge, sadã tara hrdaye jãge,
krsna-tanu—yena ãmra-ãfhã
nãri-mane paise hãya, yatne nãhi bãhirãya,
«NASCI" ATACA ATÇRA i
tanu nahe,—seyã-kulera kãhtã
eka-bãra—umaúnica vez; yãra—cujos; nayane—olhos; lãge—capturam; sadã—
«RTFI' F I C A « F S I F S - A T A n 8* n
sempre; tara—seu; hrdaye—no coração; jãge—permanece proeminente; krsna-tanu—
o corpo de Krçna; yena—como; ãmra-ãthã—a seiva da mangueira; nãri-mane— nas kãhãh se murali-dhvani, navãbhra-garjita jini',

mentes das mulheres; poise—entra; hãya—ai de Mim; yatne—mesmo com muito jagat ãkarse éravane yãhãra

esforço; nãhi— não; bãhirãya—sai; tanu nahe— não é um corpo ordinário; seyã-kulera uthi' dhãya vraja-jana, trsita cãtaka-gana,

kãhtã—é como o espinho da amoreira seyã. ãsi' piye kãnty-amrta-dhãra


kãhãh—onde; se—esta; murali-dhvani—a vibração da flauta; nava-abhra-garjita jini'—
conquistando as vibrações de nuvens recém-formadas; jagat—o m u n d o inteiro;
T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e cujos olhos fixam-se pelo menos uma vez no belo corpo ãkarse—atrai; éravane—a audição; yãhãra—cuja; uthi—levantando-se; dhãya—correm;
de Krçna fica com ele marcado para sempre no coração. O corpo de Krsna as- vraja-jana—os habitantes de Vrajabhümi; trsita cãtaka-gana—como pássaros cataka
semelha-se à seiva da mangueira, pois, ao penetrar as mentes das mulheres, de sedentos; ãsi'—vindo; piye—sorvem; kãnti-amrta-dhãra—as torrentes do néctar do
lá não sai mais, por maior que seja o esforço. Assim, o corpo extraordinário de brilho corpóreo de Krçna.
Krçna é como um espinho da amoreira s e y ã . "

VERSO 4 1 TRADUÇÃO—"A vibração profunda da flauta de Krçna supera o trovejar de


nuvens recém-formadas e atrai a recepção auditiva do m u n d o inteiro. Dessa
f a t i a i «IRASJFE, ^AITA-N vt%
maneira, os habitantes de Vrndãvana levantam-se e perseguem este som, e, como
Cl «tfiStfS Wle. 1 t « t a I pássaros cataka sedentos, sorvem o néctar torrencial do brilho corpóreo de
^Wta-ai-1t3 6tfl\ <5tC<5 m-Cm\*X\ I t f l ' , Krsna."
srtfi fàfà fiafiefl vfl n 8> u VERSO 4 3

jiniyü tumülu-dyuU, ••idranila-sama kãnti, CITA ck A«RTFIFÀ» «WWHwíWfife


se kãntite jagat mãtãya
érhgãra-rasa-sãra chãni', tãte candra-jyotsnã sãm ,
»iRf, CATA C<$C31 ^«s<5I i
jãni vidhi niramilã tãya C F * <#TCA ITFL FACA, FAA» 45 SPRACI,
jiniyã—sendo vitorioso sobre; tamãla-dyuti—o esplendor da árvore tamãla; indra- FÀFÀ «cs 4<5 F Ã < ? I I i" 8*> «
niía—a pedra preciosa conhecida como indraniía; sama kãnti—o mesmo brilho que;
se kãntite—por este fulgor; jagat mãtãya—o mundo inteiro enlouquece; érhgãra-rasa—
mora sei kalã-nidhi, prãna-raksã-mahausadhi,
da doçura de amor conjugai; sara—essência; chãni'—filtrando; fãfe—nisto; candra-
sakhi, mora tenho suhrttama
jyotsnã—a iluminação da lua cheia; sãm"—misturando; jãni—sei; vidhi— Providência;
deha jiye tãhhã vine, dhik ei jivane,
niramilã—deixou muito claro; tãya—isto.
vidhi kare eta vidambana!"
410 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 19 Verso 46 O comportamento inconcebível do Senhor 411

mora—Meu; sei—isto; kalã-nidhi—reservatório da arte e da cultura; prãna-raksã- aho vidhãtas tava na kvacid daya
mahã-ausaudhi—a panacéia para salvar a Minha vida; sakhi—ó Minha querida amiga; samyojya maitryã pranayena dehinah
mora—Meus; ferino—Ele; suhrt-tama—o melhor dos amigos; deha jiye—Meu corpo tãrhé cãkrtãrthãn viyunahksy apãrthakam
vive; tãhhã vine—sem Ele; dhik—condenação; ei jivane—a esta vida; vidhi—Provi- vicestitam te 'rbhaka-cestitam yathã
dência; kare—faz; eta vidambana—tanta enganação. aho—ai de mim; vidhãtah—ó Providência; tava—tua; na—não; kvacit—em tempo
algum; dayã—misericórdia; samyojya—fazendo laços; maitryã—de amizade; prana-
T R A D U Ç Ã O — " K r s n a é o reservatório da arte e da cultura, e Ele é a panacéia que yena—e de afeição; dehinah—das almas corporificadas; tãn—a elas; ca—e; akrta-
arthãn—sem a consecução; viyunahksi— fazes acontecer; apãrthakam—separação;
salva a Minha vida. Ó Minha querida amiga, porque vivo sem Ele, que é o me-
vicestitam—atividades; te— tuas; arbhaka—de um menino; cestitam—a travessura
lhor dentre Meus amigos, condeno a duração da Minha vida. Acho que a Provi-
infantil; yathã—como.
dência enganou-Me de muitas m a n e i r a s . "

VERSO 44 T R A D U Ç Ã O — " ' O Providência, não és misericordiosa! Mediante a amizade e a


afeição, tu unes as almas corporificadas, porém, antes de satisfazerem seus de-
*rtfi PtB,
'ra-*N # r p 5 « t r a rara # t o t * \ sejos, tu as separas. Tuas atividades lembram tolas travessuras de crianças."'

fàfimRs &ra capwWr* i S I G N I F I C A D O — E s t e verso, citado do érimad-Bhãgavatam (10.39.19), foi cantado


rafara «ra «t,1w, «ra» ra» wr*», pelas donzelas de Vraja quando Krçna, levando consigo Akrüra e Balarãma, partiu
*tf?' « p n e u « « cdt« 188 n de Vrndãvana rumo a Mathurã. As gopis lamentaram-se que a Providência tornara
possível que, com afeição e amor, elas se encontrassem com Krçna e Balarãma
'ye-jana jite nãhi cãya, tare kene jiyãya', e, logo depois, separara-os.
vidhi-prati uthe krodha-éoka VERSO 46
vidhire kare bhartsana, krsne dena olãhana,
padi' bhãgavatera eka sloka «íri «tftj ram-M, u«f «firç •rfirau,
ye-jana—aquela pessoa que; jite—viver; nãhi cãya—não deseja; tare—a ela; kene— ran reèi-it*«-jiit« i
por que; jiyãya—prolonga a vida; vidhi-prati—em direção à Providência; uthe—
desperta; krodha-soka—ira e lamentação; vidhire—a Providência; kare—faz; bhart-
•csitifff *ft *ttt5*>
N « r a reüra ftwi fara,
sana—castigo; krsne—ao Senhor Krsna; dena—dá; olãhana—acusação; padi'—lendo; 4*1*1 ra» «1 «f%i f i i r » n 84 i
bhãgavatera—do Srimad-Bhãgavatam; eka éloka—um verso.
"nã jãnis prema-marma, vyartha karis pariérama,
T R A D U Ç Ã O — " P o r q u e será que a Providência prolonga a vida de alguém que tora cesta—bãlaka-samãna
não deseja viver?" Este pensamento provocou ira e lamentação, árí Caitanya 'tora yadi lãg pãiye, tabe tore éiksã diye,
Mahãprabhu leu então um verso do árímad-Bhãgavatam que castiga a Provi- emana yena nã karis vidhãna
dência e faz uma acusação contra Krsna. nã jãnis— não conheces; prema-marma—a finalidade dos romances amorosos;
vyartha karis—frustras; parismma—todo o trabalho; tora cesta—tuas atividades; bãlaka-
samãna—como as atividades pueris de um menino; tora yadi lãg pãiye—se consigo
a oportunidade de me encontrar contigo; tabe— então; tore—a ti; éiksã diye—darei
VERSO 45
algumas lições; emana—como isto; yena—de sorte que; nã karis vidhãna—não farás
ir.5.1 PWfWR 1 fffatl arranjos.
HEItBfT c i a m a i c w CTftW i
T R A D U Ç Ã O — " P r o v i d ê n c i a , não conheces a finalidade dos romances amorosos,
WS1*>5T«lf1, f Í 5 - W f t « l ^ e
por isso frustras todos os nossos esforços. Isto é muito pueril da tua parte.
Se pudéssemos pegar-te, dar-te-íamos tamanha lição que jamais voltarias a fazer
semelhantes arranjos."
Antya-hlã, 1 9 Verso 50 O comportamento inconcebível do Senhor 413
412 Sri Caitanya-caritãmrta

VERSO 49
VERSO 47

« r c a f à f à , 3^5 a<?5 f ã i a i "craga « c a C 3 t * r t 3 c * H « t t i t a c « c i « a c a t a ' ,


«rcgr*.® 5 * 3 « r a , c«tca « a t e P l a f à s * » , 551 afa «5 p a r a r á ' i
< « R F 3 T * í N ! c « t i « f ã * , fa r ST II áp II 3 ^ «lapa-afê afã', « 3 3 f à f * gfà « f à ' ,
« í c a j a » C 5 i à c 5 a j a 5 t a 118» 11
ore uídm", tui baàa-i nithura
anyo 'nya durlabha jana, preme karãhã sammilana,
'akrüra kare tomara dosa, ãmãya kene kara rosa',
'akrtãrlhãn' kene karis dura?
ihã yadi kaha 'durãcãra'
are—6; vidhi—Providência; tui—tu; baàa-i—muito; nithura—cruel; anyo 'nya—uma
tui akrüra-mürti dhari', krsna nili curi kari',
com a outra; durlabha jana—pessoas raramente em contato; preme—com amor; anyera nahe aiche vyavahãra
/carona sammilana—fazendo reunirem-se; akrta-arthãn—mal sucedidas; fcene—por akrüra—Akrüra; kare—faz; tomara dosa—desfeita contigo; ãmãya—comigo; kene—
que; karis—fazes; dura—distância. oor que; kara—fazes; rosa—ira; ihã—isto; yadi—se; kaha—dizes; durãcãra—ó mal-
comportada (Providência); tui—tu; akrüra-mürti dhari'—assumindo a forma de
TRADUÇÃO—"Ó Providência cruel! És muito ingrata, pois, através do amor, apro- Akrüra; krsna—o Senhor Krsna; nili—levaste; curi kari'—roubando; anyera—de
ximas pessoas que raramente estão em contato entre si. Então, depois que fizeste outrem; nahe—não há; aiche—este tipo de; vyavahãra—comportamento.
com que elas se encontrassem mas antes de que se satisfaçam, novamente as
dispersas, deixando-as uma longe da o u t r a . "
TRADUÇÃO—"Ó Providência malcomportada! Caso nos respondas: 'Na realidade
o erro é de Akrüra; por que estais zangadas comigo?' então Eu te direi: 'Provi-
VERSO 48
dência, assumiste a forma de Akrüra e seqüestraste Krsna. Nenhuma outra pessoa
comportar-se-ia dessa m a n e i r a . " '
« O f ã f à W*9*, caaf-ípl « a » R i ,
cia-n c*t3t5*i cita i VERSO 50
• s e i r a «fàc3 « t t i , « t f V f i * i «*s> " « t i ,
wt*ita «incita, C3tca f«a1 « f ã cata,
* T * b « f * ' a < s - « i » l 5 l a ' n st- n
C3ta-cira i i n f a ç a 1

are vidhi akaruna, dekhãnã kr$nãnana, ca « m t a eitaita, afãs a t a a r a ,


netra-mana lobhãilã mora C I 5 « a » 5 5 * 1 f i i a 1 <t° 1 1
ksaneke karite pana, kãdi' nilã anya sthãna
papa kaili 'datta-apahãra' ãpanãra karma-dosa, tore kibã kari rosa,
are—ó; vidhi—Providência; akaruna—muito molesta; dekhãnã—mostrando; krsna- toya-moya sambandha vidüra
ãnana—o belo rosto de Krsna; netra-mana—mente e olhos; lobhãilã—tornaste cobi- ye ãmãra prãna-nãtha, ekatra rahi yãhra sãtha,
çosos; mora—Meu; ksaneke karite pana—ato de beber apenas por um instante; kãdi sei krsna ha-ilã nithura!
nilã—levaste-o embora; anya sthãna—para outro lugar; papa kaili—realizaste uma ãpanãra karma-dosa—este é o resultado do Meu próprio destino; tore—a ti; kibã—
atividade muito pecaminosa; datta-apahãra—tomando de volta coisas dadas em que; kari rosa—faço acusações; toya-moya—entre ti e Mim; sambandha—a relação
caridade. vidüra—muito distante; ye—aquele que é; ãmãra—Minha; prãna-nãtha—vida e alma.
ekatra—juntos; rahi—permanecemos; yãhra sãtha—com quem; sei krsna—esse Krsna.
ha-ilã nithura—tornou-Se tão cruel.

TRADUÇÃO—"Ó Providência, és tão molesta! Revelas o belo rosto de Krsna e


TRADUÇÃO—"Mas isto é culpa d o Meu próprio destino. Por que devo acusar-te
tornas a mente e os olhos cobiçosos, mas, após beberem este néctar por apenas em v 0 ?
* Não há nenhuma relação íntima entre ti e Mim. Todavia, Krsna é Minha
um instante, afastas depressa Krsna para outro lugar. Isto é um grande pecado, v
>da e alma. Somos Nós que vivemos juntos, e foi Ele que Se tornou tão cruel."
pois dessa maneira tomas de volta o que deste em caridade."
Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 O comportamento inconcebível do Senhor 415
Verso 54

VERSO 51 TRADUÇÃO—"No entanto, por q u e deveria ficar zangada com Krçna? É culpa
do Meu próprio infortúnio. O fruto de Minhas atividades pecaminosas amadu-
sri « j r V <sfàr atra, ra5 « f W í W t e s atra, receu, e por isso Krsna, que sempre dependia do Meu amor, agora mostra-Se
" t f t 3 C a 3*333 üíf% "63 1 indiferente. Isto significa que Minha desventura é muito forte."
« r a ertfà' «itfà afã, §*fi»' «1 stra 5f%,
VERSO 53
^«tatca « t f * * « M a n »s n
4 5 a « cfta-ata, faatra « c a 5 t a 5ta,
saba tyaji' bhaji yãhre, sei ãpana-hãte mãre,
nãri-vadhe krsnera nãhi bhaya '51 5i « u , <jfà ct*1 « f % ?'
tãhra lãgi' ãmi mari, ulati' nã cãhe hari, cm%st3 5taca, « 1 3 3 t c « T f3*t*tca,
ksana-mãtre bhãhgila pranaya 'cf tfà«a atcatas atarafV n «>» ii
saba tyaji—deixando tudo de lado; bhaji yãnre—a pessoa que Eu adoro; sei—essa
pessoa; ãpana-hãte—com Sua própria mão; mãre—mata; nãri-vadhe—de matar uma ei-mata gaura-rãya, visãde kare hãya hãya,
mulher; krsnera—de Krsna; nãhi bhaya—não há temor; tãhra lãgi'—por Ele; ãmi
'hã hã krsna, tumi gelã kati?'
mari—Eu morro; ulati'—voltando-Se; nã cãhe hari—Krçna não olha; ksana-mãtre—
gopi-bhãva hrdaye, tara vãkye vilãpaye,
n u m instante; bhãhgila—rompeu com; pranaya—todos os romances amorosos.
'govinda dâmodara mãdhaveti'
ei-mata—dessa maneira; gaura-rãya—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; visãde—
com lamentação devido a saudade; kare hãya hãya—sempre diz "ai de Mim, ai
T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e em troca de q u e m Eu abandonei tudo está pessoalmente de Mim"; hã hã krsna—oh! ó Krçna; tumi gelã kati—para onde foste; gopi-bhãva
Me matando com Suas próprias mãos. Krçna não tem medo algum de matar mu- hrdaye—com o amor extático das gopis em Seu coração; íãra vãkye—com suas pala-
lheres. Na verdade, estou morrendo por Ele, mas Ele nem sequer Se volta para vras; vilãpaye—lamenta-Se; govinda dâmodara mãdhava—ó Govinda, ó Dâmodara,
olhar para Mim. Em questão de segundos, Ele rompeu com nossos romances
ó Mãdhava; ifi—assim.
amorosos."
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu lamentava-Se no espírito
de separação: " A i de Mim, ai de Mim! Ó Krsna, para onde foste?" Sentindo
VERSO 52 em Seu coração as emoções extáticas das gopis, Sri Caitanya Mahãprabhu ago-
nizava com suas palavras, dizendo: "Ó Govinda! Õ Dâmodara! Õ Mãdhava!"
«ra> r a r a « f ã r a t a , « u f a sraVrata,
5
* » t f « * rata 4 5 . itia * i VERSO 54
ca «33 -cata c«mtat«, «tca fem rara, «ra wt-ataata, « f ã ' »t«1 S i t a ,
4 ^ rata *r«t*tj « t a * ii" n H5t«rf3 « c a « i N t i a I

krsne kene kari rosa, ãpana durdaiva-dosa, Htcaa a * a - f 1 « , « t f a ^315*1 f è « ,


pãkila mora ei pãpa-phala « f ç a f « g faa C5* a» n os n
ye krsna—mora premãdhina, tare kaila udãsina,
ei mora abhãgya prabala" tabe svarüpa-rãma-rãya, kari' nãnã upãya,
krsne—com Krçna; fcene—por que; kari rosa—estou zangada; ãpana—de Meu mahãprabhura kare ãévãsana
próprio; durdaiva—do infortúnio; dosa—culpa; pãkila—amadureceu; mora—Minha; gãyena sahgama-gita, prabhura phirãilã cita,
ei—esta; pãpa-phala—reação pecaminosa; ye—esse; krsna—Krsna; mora—Meu; prema- prabhura kichu sthira haila mana
adhina—dependente do amor; fãre—a Ele; kaila—fez; udãsina—indiferente; ei mora— tabe—em seguida; svarüpa-rãma-rãya—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi e Rãmãnanda
esta é Minha; abhãgya—desventura; prabala—muito forte. R ã
y a ; kari' nãnã upãya—idealizando muitos meios; mahãprabhura—-Sri Caitanya
416 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 19 Verso 60 O comportamento inconcebível do Senhor

Mahãprabhu; kare ãévãsana—apaziguam; gãyena—cantaram; sahgama-gita—canções premãveée mahãprabhura gara-gara mana


de encontro; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; phiràilã cita—transformaram nãma-sankirtana kari' karena jãgarana
o coração; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; kichu—um tanto; sthira—pací- prema-ãveée—por emoção imensamente extática; mahãprabhura—de Sri Caitanya
fica; haila—tornou-se; mana—a mente. Mahãprabhu; gara-gara mana—a mente estava inteiramente tomada; nãma-sankirtana
fari'—cantando o mantra Hare Krsna; karena—faz; jãgarana—vigília.
T R A D U Ç Ã O — E n t ã o , Svarüpa Dâmodara e Rãmãnanda Rãya idealizaram diversos
meios para apaziguarem o Senhor. Cantaram canções de encontro que transfor- TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu ficou desperto a noite inteira, cantando
maram Seu coração e tornaram Sua mente pacífica. o mahã-mantra Hare Krsna, Sua mente tomada de êxtase espiritual.

VERSO 55 VERSO 58

4 5 1 3 fa*f»tra «laatfà rat* i fiara a i t f * «f^Srarat §f§*11


1

• n ^ i a í r a i « i - c f f i t f e p « r « r a r a t a r a * voa I I fl#fata férajj 35 afãr, *" * t f t * 1 u «v-11

ei-mata vilapite ardha-rãtri gela virahe vyãkula prabhu udvege uthilã


gambhirãte svarüpa-gosãni prabhure éoyãilã gambhirãra bhittye mukha ghasite lãgilã
ei-mata—dessa maneira; vilapite—falando com lamentação; ardha-rãtri gela— virahe—com a lamentação da saudade; vyãkula—muito agitado; prabhu—Sri
metade da noite passou-se; gambhirãte—no quarto conhecido como Gambhira; Caitanya Mahãprabhu; udvege—com muita ansiedade; uthilã—levantou-Se; gambhi-
svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; prabhure éoyãilã—fez o Senhor rãra—do Gambhira; bhittye—nas paredes; mukha—rosto; ghasite—a esfregar; lãgilã—
deitar-Se. pôs-Se.

T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o Sri Caitanya Mahãprabhu lamentava-Se dessa maneira, T R A D U Ç Ã O — S e n t i n d o saudades de Krçna, Srí Caitanya Mahãprabhu ficou tão
metade da noite passou-se. Então, Svarüpa Dâmodara fez o Senhor deitar-Se perturbado que, com muita ansiedade, levantou-Se e pôs-Se a esfregar Seu rosto
no quarto conhecido como Gambhira. contra as paredes do Gambhira.

VERSO 56 VERSO 59
9

« t ç r a r a i t a t ^ i a r a r a m ctêTl a r a i 55c!, f c a , « i r a ^ ® 55* « l i r a 1


• a a n , c ^ t f í w «1*1 urrara a t r a n <?* n « t a t e a r a «1 © t r a » « t f , *tra a ^ a t a 11 «s> 11

prabhure éoyãnã rãmãnanda gelã ghare mukhe, gande, nãke ksata ha-ila apara
svarüpa, govinda éuilã gambhirãra dvãre bhãvãveée nã jãnena prabhu, pade rakta-dhãra
prabhure—o Senhor êri Caitanya Mahãprabhu; éoyãnã—fazendo deitar-Se; rãmã- mukhe—na boca; gande—nas maçãs do rosto; nãke—no nariz; ksata—lesões; ha-ila—
nanda—Rãmãnanda Rãya; gelã ghare—voltou para a sua casa; svarüpa—Svarüpa havia; apara—muitas; bhãva-ãveée—em emoção extática; nã jãnena—não pôde en-
Dâmodara Gosvãmí; govinda—Govinda; éuilã—deitaram-se; gambhirãra dvãre—à tender; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; pade—corre; rakta-dhãra—um derrama-
porta do Gambhira. mento de sangue.

T R A D U Ç Ã O — D e p o i s que o Senhor deitou-Se, Rãmãnanda Rãya voltou para casa, TRADUÇÃO—Das muitas lesões de Sua boca, nariz e maçãs do rosto escorria
sangue, porém, devido às Suas emoções extáticas, o Senhor não Se deu conta
e Svarüpa Dâmodara e Govinda deitaram-se à porta do Gambhira. disto.

VERSO 57 VERSO 60

ratatrarat açfstça na-fla a» 1 * a a t f à a r a s <stra 1*1 a ^ a a a 1


5

» t a a # t $ » asfà' a r a » w f f i a a 11 <n11 ra/K-sil-»! * a s r a a . - i a f * « f » * l « a » 11 *»• 11


418 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 66 O comportamento inconcebível do Senhor 419

sarva-rãtri karena bhãve mukha sahgharsana prabhu kahena, — "udvege ghare nã pari rahite
goh-goh-éabda karena,—svarüpa éunilã takhana dvãra cãhi' buli' éighra bãhira ha-ite
sarva-rãtri—a noite inteira; karena—faz; bhãve—com emoção; mukha sahgharsana—o prabhu kahena—Sri Caitanya Mahãprabhu respondeu; udvege—devido à grande
esfregar do rosto; goh-goh-éabda karena—faz um som peculiar, goh-goh; svarüpa— agitação; ghare—dentro do quarto; nã pari—não fui capaz; rahite—de ficar; dvãra
Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; éunilã—ouviu; takhana—então. ^ / • — p r o c u r a n d o a porta; buli'—vagando; éighra—bem depressa; bãhira ha-ite—
para sair.
TRADUÇÃO—Em êxtase, Sri Caitanya Mahãprabhu esfregou Seu rosto contra as
paredes por toda a noite, emitindo um som peculiar, " g o h - g o h " , que Svarüpa TRADUÇÃO—Srí Caitanya Mahãprabhu respondeu: "Eu estava com tanta ansie-
Dâmodara podia ouvir através da porta. dade que não pude ficar no quarto. Eu queria sair, e por isso vaguei pelo quarto,
procurando a p o r t a . "
VERSO 61 VERSO 64

^Tt ^ t f * ' í c a e»tot> c a r a ' « r ç a i a i a t a i t t e ' 11431 JJ»I c r t c t Btfàfèos i


i s t , csttfà«a s t e t a c s * 1 ? ? J i n H s a , a « « i c < s , *tl ti*, a f è r a 11" *81

dipa jtwíi' gnare gelã, dekhi' prabhura mukha diwra nãhi' pãhã mukha lãge cãri-bhite
svarüpa, govinda duhhãra haila bada duhkha ksata haya, rakta pade, nã pãi yãite"
dí;w jvãli'—acendendo a lamparina; ghare—ao quarto; ge/ã—foram; dekhi'—vendo; dvãra nãhi' pãhã—não encontrando a porta; mukha lãge—Meu rosto bate; cãri-
prabhura mukha—o rosto do Senhor; svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; go- bhite—nas quatro paredes; ksata haya—houve contusão; rakta pade—saiu sangue;
vinda—e Govinda; duhhãra—de ambos; haila bada duhkha—houve muita tristeza. nã pãi yãite—mesmo assim, não p u d e sair.

T R A D U Ç Ã O — A c e n d e n d o uma lamparina, Svarüpa Dâmodara e Govinda entraram T R A D U Ç Ã O — " I n c a p a z de encontrar a porta, fiquei batendo nas quatro paredes
no quarto. Ao verem o rosto do Senhor, ambos ficaram cheios de pesar. com Meu rosto. Meu rosto ficou machucado e sangrou, mas, mesmo assim, não
pude sair."
VERSO 62 VERSO 65
«rçca «iajic« «itfi' g f a a asarei i Saita-aita « f a f a a ics 111
l
#fC5 c « = n 4 Ç « f a ? ' l a i i «jjgsrl 11 i <?te « c a , cafc c a r e * l a . - S a r t a - w a 11 *>« u

prabhure éayyãte ãni' susthira karãila unmãda-daéãya prabhura sthira nahe matta
'kãhhe kailã ei tumi?'—svarüpa puchilã yei kare, yei bole saba,—unmãda-laksana
prabhure—Sri Caitanya Mahãprabhu; éayyãte—para a cama; ãni'—levando; sustha unmãda-daéãya—nesse estado de loucura; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu;
ra karãila—apaziguaram-nO; kãhhe—por que; kailã—fizeste; ei—isto; tumi—a Ta sthira nahe mana—a mente não é estável; yei kare—tudo o que Ele faz; yei bole—
svarüpa puchilã—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi perguntou. tudo o que Ele diz; saba—tudo; unmãda-laksana—meros sintomas de loucura.

TRADUÇÃO—Eles levaram o Senhor para a cama, acalmaram-nO e então pergun T R A D U Ç Ã O — N e s s e estado de loucura, a mente de ári Caitanya Mahãprabhu es-
taram: "Por que fizeste isto contigo m e s m o ? " tava insegura. Tudo o que Ele dizia ou fazia era sintoma de loucura.

VERSO 63 VERSO 66
ã*| «cçi, " S c a c i í c a H »t(fã a t e c « i laif-cintfa» «ca fvvl i r ^ r l i c i 1
a r a B t f * . ' a f a f % a i f e a s t e c « n J » « II « « s i t a 91431 f ã s t a c « 9 r t « i r a í à c i n 11
420 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 71 O comportamento inconcebível do Senhor 421

svarüpa-gosãni tabe cinta pãilã mane 'prabhu-pãdopãdhãna' bali' tahra nãma ha-ila
bhakta-gatw lanã vicãra kailã ãra dine pürve vidure yena éri-suka varnila
svarüpa-gosãni—Svarüpa Dâmodara Gosvãmí; tabe—em seguida; cinta—uma an- prabhu-pãda-upãdhãna—o travesseiro das pernas de Sri Caitanya Mahãprabhu;
siedade ou pensamento; pãilã mane—obteve em sua mente; bhakta-gana lanã—em fali '—chamado como tal; tãhra nãma—seu nome; ha-ila—tornou-se; pürve—noutro
meio a todos os devotos; vicãra kailã—analisou; ãra dine—no dia seguinte. ensejo; vidure— Vidura; yena—como; éri-éuka varnila—Sri Sukadeva Gosvãmí
descreveu.
T R A D U Ç Ã O — S v a r ü p a Dâmodara ficou muito ansioso, mas então teve uma idéia
No dia seguinte, ele e os outros devotos analisaram isto juntos. T R A D U Ç Ã O — S a n k a r a ficou célebre pelo nome "o travesseiro de Srí Caitanya
Mahãprabhu." Ele era como Vidura, conforme Sukadeva Gosvãmi descrevera-o
VERSO 67 noutro ensejo.

13W9 rafa' « r a « t f r a i t f w 1 VERSO 70


»W3-iR&ra «tf3 i r a c i t a f è * n * i 11
\Fs 3M1«K TA\V- ftííVs* I f q ^ ^ a r t t f T f f l ^ I
saba bhakta meli' tabe prabhure sãdhila d i t a r e i w w w i t i « % n f w i ^fínisjBfc 1 s» 1
sahkara-pandite prabhura sahge soyãilã
saba bhakta meli'—todos os devotos, reunindo-se; tabe—em seguida; prabhure ifi bruvãnam viduram vinítam
sãdhila—pediram a Srí Caitanya Mahãprabhu; éahkara-pandite— Sankara Pandita; sahasra-éirsnas caranopadhãnam
prabhura—Sri Caitanya Mahãprabhu; sahge—com; éoyãilã—fizeram dormir. prah rsffl-romã bhagavat-kathãyãrii
praniyamãno munir abhyaca$ta
TRADUÇÃO—Após consultarem-se mutuamente, eles pediram que Srí Caitanya iti—assim; bruvãnam—falando; viduram—a Vidura; vinítam—submisso; sahasra-
Mahãprabhu permitisse Sankara Pandita dormir consigo no mesmo quarto. éirsnah—ào Senhor Krsna; carana-upadhãnam—o travesseiro de repouso para as
pernas; prahtsta-romã—cujos pelos estavam arrepiados; bhagavat-kathãyãm—em con-
VERSO 68 versas sobre a Suprema Personalidade de Deus; praniyamãnah—sendo induzido;
munih—o grande sábio Maitreya; abhyacasfa—passou a falar.
« t f - i t « r a r a i "t«3 « r a i *t3i 1
« t f <$(3 $ 1 3 3*311l«f-«t1T3«1 II *V 11 T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o o submisso Vidura, o lugar de repouso das pernas do
Senhor Krsna, falou essas palavras a Maitreya, este passou a falar, seus pelos
prabhu-pãda-tale éahkara karena éayana arrepiados devido ao prazer transcendental de conversar sobre o Senhor Krsna."
prabhu tãhra upara karena pãda-prasãrana
prabhu-pãda-tale— aos pés de lótus de Sri Caitanya Mahãprabhu; éahkara—San- SIGNIFICADO—Esta citação é do érimad-Bhãgavatam (3.13.5).
kara; karena éayana—deita-se; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhra—dele;
upara—sobre o corpo; karena—faz; pãda-prasãrana—estendendo Suas pernas. '
VERSO 71
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Sankara Pandita deitava-se aos pés de Srí Caitanya
Mahãprabhu, e o Senhor colocava Suas pernas sobre o corpo de Sankara. «tW3 3 * 3 1 « t f 3 1 f ( f - 1 1 t 5 . 1 I
1 1 1 * 11 C 5 1 ,frãra3 * 3 1«13»IIliII

VERSO 69 éahkara karena prabhura pãda-samvãhana


ghumãhã padena, taiche karena éayana
' « f f - i t r a i i i i f i ' 3f?t' <5t3 « t i 5 1 * I sarifaira—Sankara; karena—faz; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; pãda-
•fcaTâsra rai fii^sa* 3 1 1 * 11 *s 11 samvãhana—massagem das pernas; ghumãhã padena—ele cai no sono; taiche—dessa
maneira; karena éayana-ele deita-se.
422 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 76 O comportamento inconcebível do Senhor 423

T R A D U Ç Ã O — S a n k a r a massageava as pernas de Sri Caitanya Mahãprabhu, porém T R A D U Ç Ã O — P o r medo de Sankara, Srí Caitanya Mahãprabhu não podia nem
enquanto massageava, caía no sono e, assim, deitava-se. deixar Seu quarto, nem esfregar Seu rosto de lótus contra as paredes.

VERSO 72 VERSO 75

f c a f l s - i w l % 5 l " t w fàarl a t a 1 <&, * W l a s t « t f a a a « t a - a i a i


c^ftatíMsaasGacw « f a a l c s «taspa n M II

ughãda-ahge padiyã sankara nidrã yãya ei lilã mahãprabhura raghunãtha-dãsa


prabhu uthi' ãpana-kãhthã tãhãre jadãya gaurãhga-stava-kalpavrkse kariyãche prakãéa
ughãda-ahge—sem um lençol sobre o corpo; padiyã—deitando-se; sankara—San- ei lilã—este passatempo; mahãprabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; raghu-
kara; nidrã yãya—vai dormir; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; uthi'—levantando- nãtha-dãsa—Raghunãtha dãsa Gosvãmi; gaurãhga-stava-kalpa-vrkse—em seu livro
Se; ãpana-kãhthã—Sua própria coberta; tãhãre jadãya—cobre-o com. conhecido como Gaurãhga-stava-kalpavrksa; kariyãche prakãéa—descreveu mui pri-
morosamente.
T R A D U Ç Ã O — E l e dormia sem n e n h u m lençol sobre o corpo, ao que Sri Caitanya
Mahãprabhu levantava-Se e cobria-o com Sua própria coberta. T R A D U Ç Ã O — E m seu livro conhecido como Gaurãhga-stava-kalpavrksa, Raghu-
nãtha dãsa Gosvãmí descreveu mui primorosamente este passatempo de Sri
VERSO 73 Caitanya Mahãprabhu.
VERSO 76
f à a ^ a «jartf »t*a % s - c s « » i
v*)vs « t f i T ^ T i ^ - c í i i è g f ã ü ç n
a f ã ' »tta stf*f' a * a atfà-sffsiaa 11 n
•sahtÇflPrf< a ^ i f o ^ 4 ^ f a * 9 i « f l : i
nirantara ghumãya éahkara éighra-cetana w f õ r , ^ "lawafãgarti * f w
vasi' pada cãpi' kare rãtri-jãgarana "*tcvsw ciYatcfi 5J?ÍÍ SasíPs a ? s f o 1 1 » »
nirantara—incessantemente; ghumãya—dorme; éahkara—Sankara; éighra—bem
depressa; cetana—acordando-se; vasi'—sentado; pada cãpi'—massagem das pernas; svakiyasya prãnãrbuda-sadréa-gosthasya virahãt
kare—faz; rãtri-jãgarana—mantendo-se desperto à noite. pralãpãn unmãdãt satatam ati kurvan vikala-dhih
dadhad bhittau éaévad vadana-vidhu-gharsena rudhiram
T R A D U Ç Ã O — S a n k a r a Pandita sempre caía no sono, mas logo despertava, sentava- ksãtottharh gaurãhgo hrdaya udayan mãrh madayati
se e novamente punha-se a massagear as pernas de Srí Caitanya Mahãprabhu svakiyasya—Suas próprias; prãna-arbuda—incontáveis respirações de vida; sadréa—
Dessa maneira, ficava acordado a noite inteira. como; gosfhasya—de Vrndãvana; virahãt—devido à saudade; pralãpãn—conversas
loucas; unmãdãt—devido à loucura; satatam—sempre; afi—muitíssimo; kurvan—
fazendo; vikala-dhih—cuja inteligência perturbava-se; dadhat—escorrendo; bhittau—
VERSO 74 nas paredes; éaévat—sempre; vadana-vidhu—de Seu rosto de lua; gharsena—ao
esfregar; rudhiram—sangue; ksãta-uttham—saindo das lesões; gaurãhgah—o Senhor
« t a « c a sitcaa « t f aff%ca atacas i Sri Caitanya Mahãprabhu; hrdaye—em meu coração; udayan—surgindo; mãm—a
mim; madayati— enlouquece.
« t a « c a »tcaa íhrM ^ a t s a f à c « n ^8 u

tãhra bhaye nãrena prabhu bãhire yãite T R A D U Ç Ã O — " D e v i d o à saudade de Seus muitos amigos em Vrndãvana, que
tãhra bhaye nãrena bhittye mukhãbja ghasite eram como Sua própria vida, Sri Caitanya Mahãprabhu falava tal qual um louco.
tãhra bhaye—por medo dele; nãrena—não era capaz; prabhu—Sri Caitanya Mahã- «a inteligência transformou-se. Dia e noite, Ele esfregava Seu rosto de lua contra
prabhu; bãhire yãite—de sair; tãhra bhaye—por medo dele; nãrena—não era capaz; 38
P ^ e d e s , e o sangue vertia das lesões. Que esse Sri Caitanya Mahãprabhu
bhittye— nas paredes; mukha-abja ghasite—de esfregar Seu rosto de lótus. "•ia em meu coração e enlouqueça-me de a m o r . "
424 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 82 O comportamento inconcebível do Senhor 425

VERSO 77 VERSO 80

4 5 1 3 içt«tf atfã-faira. 1 sfffire a*-ifft)—eu a"*iii 1


CSilflf-IV ira, « ç ç c i , «tci 11 ss 11 «tfft, f*tis, i r a w M t t i n V' n
ei-mata mahãprabhu rãtri-divase praphullita vrksa-vallí,—yena vrndãvana
prema-sindhu-magna rahe, kabhu dube, bhãse éuka, éãri, pika, bhrhga kare ãlãpana
ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—êri Caitanya Mahãprabhu; rãtri-divase— praphullita—plenamente desenvolvidas; vrksa-valli— árvores e trepadeiras; yena
dia e noite; prema-sindhu-magna rahe—permanece imerso no oceano do amor a vrndãvana—lembrando exatamente Vrndãvana; éuka—os pássaros éuka; éãri— os
Krçna; kabhu dube—às vezes, mergulha; bhãse—flutua. pássaros sari; pika—os pássaros pika; bhrhga—as abelhas; kare—fazem; ãlãpana—
conversa entre si.
T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Sri Caitanya Mahãprabhu, dia e noite, ficava imerso
no oceano de amor extático por Krçna. Às vezes, imergia, e, outras vezes, flutuava. TRADUÇÃO—No jardim havia árvores e trepadeiras plenamente desenvolvidas,
exatamente como aquelas encontradas em Vrndãvana. Abelhas e pássaros, tais
VERSO 78 como o suka, áãrí e pika, conversavam um com o outro.

insiste* G"M*ríMÍCT I VERSO 81


atfàwtci "WWf sftierl $©ira n su-11
•t^flH *431 ira 1 * 1 - 1 1 1 1
eka-kãle vaiéãkhera paumamãsi-dine 5431 «i**«fi frita i t b i 1 11
rãtri-kãle mahãprabhu calilã udyãne
eka-kãle—certa vez; vaiéãkhera—do mês de vaisãkha (abril-maio); paumamãsi-dine— pu$pa-gandha lanã vahe malaya-pavana
na noite de lua cheia; rãtri-kãle— à noite; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; 'guru' hanã taru-latãya éikhãya nãcana
calilã—foi; udyãne—a um jardim. puspa-gandha—a fragrância das flores; tora—levando; vahe—sopra; malaya-pavana—
a brisa suave; guru hanã—convertendo-se no mestre espiritual; taru-latãya—às ár-
TRADUÇÃO—Era o mês de vaisãkha [abril e maio], n u m a noite d e lua cheia, vores e trepadeiras; éikhãya—instrui; nãcana—a dançar.
q u a n d o Srí Caitanya Mahãprabhu foi até a um jardim.
TRADUÇÃO—Uma suave brisa soprava, transportando a fragrância de flores
aromáticas. A brisa convertera-se n u m guru e ensinava a todas as árvores e
VERSO 79 trepadeiras como dançar.
VERSO 82

<ara»l i*f?st1 eifewi «««ura 11 s& 11 ^5«-5fsri5ri H i §«B* 1


« a w r e t f ã r a i t e - ^ r a « r a 11*1* n n . n
'jagannãtha-vallabha' nãma udyãna-pradhãne
praveéa karilã prabhu lahã bhakta-gane pürna-candra-candrikõya parama ujjvala
jagannãtha-vallabha—Jagannãtha-vallabha; nãma—chamado; udyãna-pradhãne— taru-latãdi jyotsnãya kare jhalamala
n u m dos melhores jardins; praveéa karilã— adentrou-Se; prabhu—êri Caitanya purna-candra—da lua cheia; candrikãya—pelo brilho; parama—muito; ujjvala—cin-
Mahãprabhu; lahã—levando; bhakta-gane—os devotos. antes; taru-latã-ãdi—as trepadeiras, as árvores e assim por diante; jyotsnãya—na
uuminação do luar; kare-íazem; /naíoma/a-esplendor.

T R A D U Ç Ã O — J u n t a m e n t e com Seus devotos, o Senhor adentrou-Se num dos pelo esplendor da lua cheia, as árvores e trepadeiras
formosos jardins, chamado Jagannãtha-vallabha.
426 S V J Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 88 O comportamento inconcebível do Senhor

VERSO 83 VERSO 86

«a» caía' i 5 t « t f çf**i i


c a a i f t a a t t l a*ra « J a t a i
gffa» «mf«ií« « S n c ^ a «931*1 i b-® n •erfcst cata' ç t f à ' « a s « r o a í i 5 5 * 1 n n

cnaya rtu-gana yãhãh vasanta pradhãna krsna dekhi' mahãprabhu dhãnã calilã
dekhi' ãnandita hailã gaura bhagavãn ãge dekhi' hãsi' krsna antardhãna ha-ilã
chaya—seis; rtu-gana—estações; yãhãh—onde; vasanta pradhãna—a estação da krsna dekhi'—vendo Krsna; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; dhãhã calilã—
primavera era a principal; dekhi'—vendo; ãnandita—muito satisfeito; hailã—ficou; pôs-Se a correr muito depressa; ãge—adiante; dekhi'—vendo; hãsi'—sorrindo;
gaura—Sri Caitanya Mahãprabhu; bhagavãn—a Suprema Personalidade de Deus. krsna—o Senhor Krsna; antardhãna ha-ilã—desapareceu.

TRADUÇÃO—As seis estações, em especial a primavera, pareciam estar presentes TRADUÇÃO—Ao ver Krsna, Sri Caitanya Mahãprabhu pôs-Se a correr muito
ali. Ao ver o jardim, Sri Caitanya Mahãprabhu, a Suprema Personalidade de depressa, mas Krsna sorriu e desapareceu.
Deus, ficou muito feliz.
VERSO 87
VERSO 84
•rIÇSf t t 5 * i «ca», i t c a 5tai43l i
"í|f9P5-5!1»f*|S5l" 1*f " t t ^ a ^ l | f C a C 5 lf%*1 « t f s j f ^ S 5431II v i I I
• r s j « f a ' 5 p w « t f fsrariW * 4 3 1 n v s n
ãge pãilã krsne, tãnre punah hãrãhã
"lalita-lavahga-latã" pada gãoyãhã bhümete padilã prabhu mürcchita hanã
nrtya kari' bulena prabhu nija-gana lahã ãge—no início; pãilã—obteve; krsne—o Senhor Krsna; tãhre—a Ele; punah—de
lalita-lavahga-latã—começando com as palavras lalita-lavahga-latã; pada—o verso; novo; hãrãhã—perdendo; bhümete—ao solo; padilã—caiu; prabhu—o Senhor Srí
gãoyãhã—fazendo cantar; nrtya kari'—dançando; bulena—perambula; prabhu—-êri Caitanya Mahãprabhu; mürcchita—inconsciente; hanã— ficando.
Caitanya Mahãprabhu; nija-gana lahã—acompanhado de Seus associados pessoais.
T R A D U Ç Ã O — T e n d o , no início, obtido Krsna, só para depois tornar a perdê-lO,
T R A D U Ç Ã O — N e s t a atmosfera, o Senhor fez com que Seus associados cantassem Sri Caitanya Mahãprabhu, inconsciente, caiu ao solo.
um verso do Gita-govinda, começando com as palavras "lalita-lavahga-latã",
e, ao mesmo tempo, dançou enquanto perambulava com eles. VERSO 88

VERSO 85 «ca»a Ü*w*tCT « f à c s $®íca i


C15 t« 11431 « t f C5*1 «1C53C1 II b-V II
«tf%fwaft S5fàc3 « f s r c s i
« t t » f l c « s « c * « c a » c a ç a i « r r p f a c s n w 11 krsnera ári-anga-gandhe bhariche udyãne
sei gandha pãhã prabhu hailã acetane
prati-vrksa-valli aiche bhramite bhramite krsnera—do Senhor Krçna; sri-ahga-gandhe—o aroma do corpo transcendental;
asokera tale krsne dekhena ãcambite Maric/ie—encheu-se com; udyãne—no jardim; sei gandha pãhã—sentindo este aroma;
prati-vrksa-valli—em volta de cada árvore e trepadeira; aiche—dessa maneira; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; hailã—ficou; acefane—inconsciente.
bhramite bhramite—perambulando; aso/cera tale—debaixo de uma árvore asoka; krsne—
o Senhor Krçna; dekhena—Ele vê; ãcambite—de repente.
TRADUÇÃO—O jardim inteiro encheu-se com o aroma do corpo transcendental
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o assim vagava em volta de cada árvore e trepadeira, Ele ,° Senhor Sri Krçna. Ao sentir este cheiro, Sri Caitanya Mahãprabhu, ato con-
ficou debaixo de u m a árvore asoka e, de repente, viu o Senhor Krçna. hnuo, caiu inconsciente.
428 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 92 O comportamento inconcebível do Senhor 429

VERSO 89 kurahga-mada-jit—conquistando o aroma perfumado do almíscar; vapuh—de Seu


corpo transcendental; parimala-ürmi—com ondas de aroma; krsta-ahganah—atraindo
f o r a ? s u i f s *tc«t « a j - t f i r j í ? ! i as gopis de Vrndãvana; svaka-anga-nalina-astake—em todas as oito diferentes partes
de lótus do corpo (rosto, umbigo, olhos, palmas das mãos e pés); éaéi-yuta-abja-
•stw « i w f ã w a t f ç ? * ! 1ffi5f II v-s> ii
gandha-prathah—que distribui o perfume do lótus misturado com cânfora; mada-
nirantara nãsãya paée krsna-parimala j duvara-candana-aguru-sugandhi-carca-arcitah—untado com os ungüentos de
n

gandha ãsvãdite prabhu ha-ilã pãgala almíscar, cânfora, sândalo branco e aguru; sah—Ele; me—Meu; madana-mohanah—
nirantara—o tempo todo; nãsãya—as narinas; pase—penetra; kr$na-panmala—o Senhor Krsna, que encanta inclusive Cupido; sakhi—ó Minhas queridas amigas;
aroma do corpo de Krsna; gandha ãsvãdite—por desfrutar da fragrância; prabhu— tanoti—aumenta; nãsã-sprhãm—o desejo de Minhas narinas.
Sri Caitanya Mahãprabhu; ha-ilã pãgala—ficou louco.
TRADUÇÃO—"'O aroma do corpo transcendental de Krsna supera o aroma do
T R A D U Ç Ã O — C o n t u d o , o aroma do corpo de Krsna não parava de penetrar-Lhe almíscar e atrai a mente de todas as mulheres. As oito partes de lótus de Seu
as narinas, e o Senhor ficou louco por desfrutá-lo. corpo distribuem a fragrância dos lótus misturada com a da cânfora. Seu corpo
é untado com substâncias aromáticas, tais como almíscar, cânfora, sândalo e
VERSO 90 aguru. Ó Minha querida amiga, essa Personalidade de Deus, também conheci-
do como aquele que encanta Cupido, sempre aumenta os desejos de Minhas
S T O í f s - g s s i ?t«4l * w i t r a d « f í s f l I narinas.'"
cn%. « t t « * t f ? ' # g « d í « f i w l n s>° i i
SIGNIFICADO—Este verso é d o Govinda-lílãmrta (8.6).
kr$na-gandha-lubdhã rãdhã sakhire ye kahilã
sei sloka padi' prabhu artha karilã
krsna-gandha—o aroma do corpo de Krsna; lubdhã—ansiando por; rãdhã— Srímatí VERSO 92
Rãdhãrãní; sakhire—para as amigas gopis; ye kahilã—tudo o que Ela disse; sei—este;
éloka—verso; padi'—recitando; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; artha karilã—ex- «^Jà«1-ftra;fe,»t*i, <5tU <?& *tf%Í»ti
plicou o seu significado. <5T*1 fiffÀ' 3>3s-'«W-M« I
s
Üfó*t raWfira, « r a »Pi?*rtf%«l,
T R A D U Ç Ã O — S r i m a t i Rãdhãrãní revelou às Suas amigas gopis quão intenso é Seu
desejo do aroma transcendental do corpo de Krsna. Sri Caitanya Mahãprabhu sUar-sira?! ^ i f ã « r a «Wl II M.«
recitou este mesmo verso e esclareceu-lhe o significado.
kastürikã-nilotpala, tara yei parimala,
tãhã jini' krsna-ahga-gandha
VERSO 91 vyãpe caudda-bhuvane, kare sarva ãkarsane,
nãri-ganera ãhkhi kare andha
3f3«fi«rf«vi:»r faic^iíftjihTít: kastürikã—almíscar; nilotpala—combinado com a flor de lótus azul; tara—seu;
yei—qualquer; parimala—aroma; tãhã— isto; jini'—conquistando; krsna-anga—do
corpo transcendental de Krsna; gandha—o aroma; vyãpe—espalha-se; caudda-bhu-
vane— por todos os quatorze mundos; kare— faz; sarva ãkarsane—atraindo a todos;
nari-ganera—das mulheres; ãhkhi—os olhos; kare—íaz; andha—cegos.

kurahga-mada-jid-vapuh-parimalormi-krstãnganah
svakãhga-nalinãstake éaéi-yutãbja-gandha-prathah TRADUÇÃO—"O aroma do corpo de Krsna supera as fragrâncias do almíscar e
madenduvara-candanãguru-sugandhi-carcãrcitah da flor de lótus azul. Espalhando-se por todos os quatorze mundos, atrai a todos
e

sa me madana-mohanah sakhi tanoti nãsã-sprhãm deixa cegos os olhos de todas as m u l h e r e s . "


430 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 96 O comportamento inconcebível do Senhor 431

VERSO 93
«»3á-ara s í í «ira, *{< « i r a a fl« a r a ,
ifà ra, «f^e. a t s f a 1 f à f s r " s t r a ra» c « * jjfà u 11
arfra a t i r e i *tra, aa«t9i « i t i r a r a ,
« a j * t w a f ã ' *431 a t a 11 s.® 11 * 11 hema-kilita candana, tãhã kari' gharsana,
tãhe aguru, kuhkuma, kastüri
saÂrni ne, krsna-gandha jagat mãtãya karpüra-sane carcã ange, pürva ahgera gandha sahge,
nãrira nãsãte paée, sarva-kãla tãhãn vaise, mili' tare yena kaila curi
krsna-pãsa dhari' lahã yãya hema—de ouro; kilita—cravejado; candana—sândalo branco; tãhã—isto; kari'—
sakhi he—6 Minha querida amiga; krstta-gandha—a fragrância do corpo de Krsria; fazendo; gharsana—esfregando; tãhe— nisto; aguru—o aroma do aguru; kuhkuma—
jagat mãtãya—encanta o m u n d o inteiro; nãrira—de mulheres; nãsãte—as narinas; kuhkuma; kastüri—e almíscar; karpüra—cânfora; sane— com; carcã— untando;
pose—penetra; sarva-kãla—o tempo todo; tãhãh—ali; vaise—permanece; krsna-pãsa— ange—no corpo; pürva—anterior; ahgera—do corpo; gandha—perfume; sahge—com;
para o lado do Senhor Krsna; dhari'—segurando; lahã yãya—leva-as. mili'—combinando-se; tare—isto; yena—como se; kaila—fizesse; curi—roubo ou
cobertura.
TRADUÇÃO—"Minha querida amiga, o aroma d o corpo de Krsna encanta o
m u n d o inteiro. Ele penetra especialmente as narinas das mulheres, onde se esta- TRADUÇÃO—"Ao misturar-se polpa de sândalo com aguru, kuhkuma e almíscar
belece, cativando-as e forçando-as a irem ter com K r s n a . " com cânfora e espalhar-se no corpo de Krsna, isto combina-se com o próprio
perfume corpóreo original de Krsna e parece cobri-lo."
VERSO 94
SIGNIFICADO—Noutra versão, a última linha deste verso diz que kãmadevera mana
ras-atfàs, aa», « a - a f sai, kaila curi. Isto significa que "o aroma de todas essas substâncias mistura-se com
45 « %mm 1 o aroma anterior do corpo de Krsna e arrebata a mente de C u p i d o . "
««3á-fèi3 a » w i » « t a rara t f ã a * .
VERSO 96
ra* ti « r è i i - i r a 11 ss 11
netra-nãhhi, vadana, kara-yuga carana, sra »taf a 39a», »tai« r a^«f»,
ei asta-padma krsna-ahge a*Tta f ) f à , g f r t a c « « t a a i 1
karpüra-lipta kamala, tara yaiche parimala,
sei gandha asta-padma-sahge « f ã a l «rfóit a t S f t , «luta wste-afff,
netra—os olhos; nãbhi—o umbigo; vadana—o rosto; kara-yuga—as palmas das ra» < s t « t f % a l f a n t f f i t l 11 11
mãos; carana—os pés; ei—estes; asta—oito; padma—flores de lótus; krsna-ahge—no
corpo de Krsna; karpüra—com cânfora; lipta—untada; kamala—a flor de lótus; tóra— hare nãrira tanu-mana, nãsã kare ghürnana,
disto; yaiche—como; parimala—a fragrância; sei gandha—essa fragrância; asta-padma- khasãya nivi, chutâya kesa-bandha
sahge—está associada com as oito flores de lótus. kariyã ãge bãuri, nãcãya jagat-nãri,
hena dãkãtiyã krsnãhga-gandha
TRADUÇÃO—"Os olhos, o umbigo e o rosto, as mãos e os pés de Krsna são como «ore—encanta; nãrira—de mulheres; tanu-mana—as mentes e os corpos; nãsã—as
oito flores de lótus em Seu corpo. Desses oito lótus emana uma fragrância que narinas; kare ghürnana—confunde; khasãya—afrouxa; nivi—o cinto; chutãya—solta;
parece uma mistura de cânfora e lótus. É este o aroma associado a Seu corpo." kesa-bandha—a mecha de cabelo; kariyã—agindo; ãge—em frente; bãuri— como
loucas; nãcãya—faz dançar; jagat-nãri— todas as mulheres do m u n d o ; hena—tama-
VERSO 95 nho; dãkãtiyã— assaltante; krsna-ahga-gandha—o aroma do corpo de Krsna.

raa-a?)fèi<5 5«a», « f ã ' aa«t, TRADUÇÃO—"O aroma do corpo transcendental d e Krsna é tão atraente que en-
«tra i ? » f f a , « i j f t i canta os corpos e as mentes de todas as mulheres. Ele confunde-lhes as narinas,
432 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 19 Verso 100 O comportamento inconcebível do Senhor 433

solta-lhes os cintos e o cabelo e deixa-as loucas. Todas as mulheres do mundo gandha—a essência; gandha diyã—entregando a essência; kare andha—deixa as fre-
ficam sob sua influência, e por isso o aroma do corpo de Krsna é como um as- guesas cegas; ghara yãite—de volta para casa; patha—o caminho; nãhi pãya—não
saltante." encontram.

VERSO 97 TRADUÇÃO—"O ator dramático Madana-mohana abriu uma loja de essências que
atrai as mulheres do mundo como freguesas Suas. Ele entrega as essências de
d* itara«t atai, tal -si cara «rftl, graça, mas elas tornam todas as mulheres tão cegas que estas não podem achar
« f i r a , « f stífe t i a i o caminho de volta para casa."
t t l c * í*tal c*ífe «ca, f*t* f»t« «a^«ca,
VERSO 99
»1 *tiçc* «a»ta afã' ala n M II
4 « a « círasfà, Meai c « * aa gfà,
sei gandha-vaéa nãsã, sadã kare gandhera ãéã, içwaJTa lf«-$r« ata 1
kabhu pãya, kabhu nãhi pãya ata ff»i«r*HW, «u Tçca—cfè üWH»
pãile piyã peta bhare, pina pina tabu kare,
«a3 ai tia, -starata ira 11 sa. 11
nã pãile trsnãya mari' yãya
sei—essa; gandha-vaéa—sob o controle da fragrância; nãsã—as narinas; sadã— ei-mata gaurahari, gandhe kaila mana curi,
sempre; kare—fazem; gandhera—da fragrância; asa—esperança; kabhu pãya—às bhpiga-prãya iti-uti dhãya
vezes, elas obtêm; kabhu nãhi pãya—às vezes, não obtêm; pãile—caso obtenham; yãya vrksa-latã-pãse, krsna sphure—sei ãée,
piyã—bebendo; peta—o estômago; bhare—enche-se; pina—que eu beba; pina—que krsna nã pãya, gandha-mãtra pãya
eu beba; tabu—mesmo assim; kare—elas anseiam; nã pãile—caso não obtenham; ei-mata—dessa maneira; gaurahari—éri Caitanya Mahãprabhu; gandhe—pela es-
trsnãya—de sede; mari' yãya—elas morrem. sência; kaila—fez; mana curi—roubo da mente; bhrtiga-prãya—tal qual uma abelha;
ifi-afi dhãya—vagueia daqui para ali; yãya—vai; vrksa-latã-pãse—por perto das ár-
T R A D U Ç Ã O — " C a i n d o por completo sob sua influencia, as narinas anseiam por vores e trepadeiras; krsna sphure—o Senhor Krçna aparecerá; sei ãée—com esta es-
ele continuamente, embora às vezes oòtenham-no e, às vezes, não. Ao obtê-lo, perança; krsna nã pãya—não obtém Krçna; gandha-mãtra pãya—obtém apenas a
elas fartam-se de beber, embora não parem de desejar cada vez mais, porém, essência.
não o obtendo, elas morrem de s e d e . "
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu, com Sua mente assim roubada por esta
VERSO 98 essência, corria daqui para ali como uma abelha. Ele corria em direção às árvores
e às plantas, na esperança de o Senhor Krsna aparecer, mas, ao invés disto, en-
»i<racai5»-»tfr, *tatfà •sfcaía f # f
controu apenas a essência do corpo de Krsna.
wit«tâWr?c« esteta i
VERSO 100
fàai-aí*] caa -tai, -stai f»ai «ca « 1 % ,
wt-atat"'* Ira, « i f ares, =sa *tta,
aa at*c« ta atfè *rra 11" s>b-11
<í5acs «ffa:«t3T cs* 1
madana-mohana-nãia, pasãri gandhera hãta, ^ait-atatairata, «fã atai ®*rra,
jagan-nãri-grãhake lobhãya
açtatfa a r ^ f rcs >;«*
vinã-mülye deya gandha, gandha diyã kare andha,
ghara yãite patha nãhi pãya" svarüpa-rãmãnanda gãya, prabhu nãce, sukha pãya,
madana-mohana-nãta—o ator dramático Madana-mohana; pasãri—um comercian- ei-mate prãtah-kãla haila
te; gandhera hãta— no mercado de essências; jagat-nãri— das mulheres do mundo svarüpa-rãmãnanda-rãya, kari nãnã upãya,
inteiro; grãhake—as freguesas; lobhãya—atrai; vinã-mülye—grátis; deya—distribui; mahãprabhura bãhya-sphürti kaila
434 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 19 Verso 104 O comportamento inconcebível do Senhor

svarüpa-rãmünanda gãya—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi e Rãmãnanda Rãya VERSO 102


cantam; prabhu nãce—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu dança; sukha pãya—goza
de felicidade; ei-mate— dessa maneira; prãtah-kãla haila—a manhã chegou; svarüpa- 4 5 1 3 aBftSíf 11431 CS«a I
5
rãmãnanda-rãya—tanto Svarüpa Dâmodara Gosvãmi quanto Rãmãnanda Rãya; •at* « f ã ' c a * sfflata-sa*!*! n w n
kari—idealizando; nãnã—diversos; upãya—meios; mahãprabhura—áe Sri Caitanya
Mahãprabhu; bãhya-sphürti kaila—despertaram a consciência externa. ei-mata mahãprabhu pãhã cetana
snãna kari' kaila jagannãtha-darasana
T R A D U Ç Ã O — T a n t o Svarüpa Dâmodara quanto Rãmãnanda Rãya cantaram para ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; pãhã cetana—
o Senhor, que dançou e gozou de felicidade até o sol raiar. Então, eles idealiza- ficando consciente; snãna kari'—após banhar-Se; kaila jagannãtha-darasana—viu o
ram um plano para trazer o Senhor à consciência externa. Senhor Jagannãtha.

T R A D U Ç Ã O — D e s s a maneira, Srl Caitanya Mahãprabhu voltou a Si. Ele então


VERSO 101 banhou-Se e foi ver o Senhor Jagannãtha.

VERSO 103
f 33-si«-»^r.NÍj fàaisj«j i
•erçsTtfàs^ frçj^reri, fàapafèp «Ta i
4 5 HÉiifrtaPGi ffèi ifàwsw,
« c a í a ctt&a »C5 sfãas a r s t a n i » ® «

alaukika krsna-lilã, divya-éakti tara


mãtr-bhakti, pralãpana, bhittye mukha-gharsana, tarkera gocara nahe caritra yãhãra
krsna-gandha-sphürtye divya-nrtya alaukika—incomuns; krsna-lilã— passatempos do Senhor Krçna; divya-sakti—po-
ei cãri-liiã-bhede, gãila ei paricchede, tência transcendental; tara—disto; tarkera—de argumento; gocara—dentro do limite;
krsnadãsa rüpa-gosãhi-bhrtya nahe— não são; caritra—as características; yãhãra—dos quais.
mãtr-bhakti—devoção por Sua mãe; pralãpana—palavras de loucura; bhittye—nas
paredes; mukha-gharsana—esfregando Seu rosto; krsna-gandha—àa fragrância do T R A D U Ç Ã O — O s passatempos d o Senhor Krsna são incomumente repletos de po-
Senhor Krçna; sphürtye— com o aparecimento; divya-nrtya—dança transcendental; tência transcendental. A característica desses passatempos é que eles não caem
ei—estes; cãri—quatro; lilã—passatempos; bhede— diferentes; gãila—cantou; ei paric- dentro da jurisdição da lógica experimental e dos argumentos.
chede—neste capítulo; krsnadãsa—Krsnadãsa Kavirãja; rüpa-gosãhi-bhrtya—servo de
Srila Rüpa Gosvãmi. VERSO 104

4 5 c - s a * a i íFfci a f ç f a « r s c a i
T R A D U Ç Ã O — A s s i m , eu, Krsnadãsa, servo de Srila Rüpa Gosvãmi, acabo de
cantar neste capítulo as quatro divisões dos passatempos do Senhor: a devoção t f t * c « 5 «Ta c&èi ajãic« ai i t c a 11 s«8 u
do Senhor para com Sua mãe, Suas palavras de loucura, o esfregar de Seu rosto
contra as paredes à noite e Sua dança com o aparecimento da fragrância do Senhor ei prema sadã jãge yãhãra antare
Krsna. panditeha tara cesta bujhite nã pare
& este; prema—amor a Deus; sadã— sempre; jãge—desponta; yãhãra—cujo; an-
Q r e

S I G N I F I C A D O — K r ç n a d ã s a Kavirãja Gosvãmí diz que, graças às bênçãos de Srila ' dentro do coração; panditeha—nem mesmo um acadêmico erudito; tara—suas;
Rüpa Gosvãmi, foi capaz de descrever estes quatro passatempos de Sri Caitanya cesta—atividades; bujhite—compreender; nã pare—não pode.
Mahãprabhu. Na realidade, Krsnadãsa Kavirãja Gosvãmi não foi um discípulo
direto de Srila Rüpa Gosvãmí, mas seguiu as instruções dadas por Srila Rüpa
Gosvãmi no Bhakti-rasãmrta-sindhu. Portanto, agiu de acordo com as orientações T R A D U Ç Ã O — A s atividades daquele em cujo coração desponta o amor transcen-
de Rüpa Gosvãmí e, em cada capítulo, orou por sua misericórdia. ental por Krsna não são compreendidas nem mesmo por um acadêmico erudito.
436 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílà, 1 9 Verso 107 O comportamento inconcebível do Senhor 437

VERSO 105 ihãra—dessas conversas; satyatve—na veracidade; pramãna—a evidência; s'ri-


bhâgavate—no Srimad-Bhãgavatam; éri-rãdhãm—áe Srímatí Rãdhãrãní; prema-pralãpa—
conversando loucamente com amor extático; bhramara-gitãte—na seção conhecida
como Bhramara-gitã.

dhanyasyãyath navah prema TRADUÇÃO—A evidência da verdade sobre essas conversas encontra-se no Srimad-
yasyonmilati cetasi Bhãgavatam. Ali, na seção do Décimo Canto conhecida como Bhramara-gitã, "A
antarvãnibhir apy asya canção da abelha", Srimati Rãdhãrãní fala insanamente com êxtase de amor por
mudrã susthu sudurgamã Krsna.
dhanyasya—áe uma pessoa afortunadíssima; ayam—este; navah—novo; prema—
amor a Deus; yasya—de quem; unmílati—manifesta-se; cetasi—no coração; antarvã- S I G N I F I C A D O — Q u a n d o Uddhava chegou de Mathurã trazendo u m a mensagem
níbhih—por pessoas versadas nos éãstras; api—nem mesmo; flsyfl—dela; mudrã—os para as gopis, estas puseram-se a falar sobre Krsna e a chorar. Então, uma destacada
sintomas; susthu—excessivamente; sudurgamã—difícil de entender. gopi viu uma abelha e passou a falar com ela como se estivesse louca, pensando
que a abelha era uma mensageira de Uddhava ou era alguém muito querido dele
TRADUÇÃO—"As atividades e os sintomas dessa personalidade elevada em cujo e de Krsna. Os versos são os seguintes (Bhãg. 10.47.12-21):
coração despontou o amor por Deus não podem ser compreendidos nem mesmo madhupa kitava-bandho mã spréãhghrim sapatnyãh
pelo acadêmico mais e r u d i t o . " kuca-vilulita-mãlã-kuhkuma-émaérubhir nah
vahatu madhu-patis tan-mãnininãrh prasãdam
SIGNIFICADO—Este verso é citado d o Bhakti-rasãmrta-sindhu (1.4.17). yadu-sadasi vidambyam yasya dütas tvam idrk

VERSO 106 "Minha querida abelha, és uma mui astuta amiga de Uddhava e Krsna. És muito
perita em tocar os pés das pessoas, mas não vou Me deixar levar por isto. Parece
«RÇSU-FÀSAS «ifa 'csèf, Witffi «fãal i que pousaste nos seios de uma das amigas de Krsna, pois vejo que tens pó de
kuhkuma sobre tua antena. Krsna agora dedica-Se a cortejar todas as Suas jovens
<s4 *n sptfSJf, « s flnRiu ASFÀÇI II joí,«
namoradas em Mathurã. Portanto, agora que pode-se chamá-lO de amigo das
alaukika prabhura 'cesta', 'pralãpa' éuniyã habitantes de Mathurã, Ele não necessita da ajuda dos residentes de Vrndãvana.
tarka nã kariha, éuna viévãsa kariyã Ele não vê razão alguma para nos satisfazer a nós gopis. Já que és mensageira
alaukika—incomuns; prabhura—áe Sri Caitanya Mahãprabhu; cesffl—as atividades; de tal pessoa como Ele, de que adianta tua presença aqui? Com certeza, Krsna
pralãpa—conversa com loucura; éuniyã—ouvindo; tarka—argumentos desnecessá- envergonhar-Se-ia de tua presença nesta assembléia."
rios; nã kariha—não faças; éuna—simplesmente ouve; viévãsa kariyã—tendo fé plena. Como Krsna ofendeu as gopis a ponto de elas quererem tirá-lO de suas mentes?
A resposta é dada como segue:
TRADUÇÃO—As atividades de Srí Caitanya Mahãprabhu são indubitavelmente
sakrd adhara-sudhãm svãm mohinim pãyayitvã
incomuns, em especial ao conversar como um louco. Portanto, aquele que ouve
sumanasa iva sadyas tatyaje 'smãn bhavãdrk
estes passatempos não deve apresentar argumentos m u n d a n o s . Ele deve apenas
paricarati kathãm tat-pãda-padmam tu padmã
ouvir os passatempos com fé plena.
hy api bata hrta-ceíã uttama-éloka-jalpaih
VERSO 107 Krsna não mais nos dá o néctar encantador de Seus lábios; pelo contrário, Ele
a
gora dá este néctar às mulheres de Mathurã. Krsna atrai diretamente nossas
5 5 T Í TOira «w«tSl«ttar.<51 mentes, no entanto, Ele assemelha-Se a uma abelha como tu, pois abandona a
a n n a
P ' de uma bela flor e procura outra inferior. É esta a maneira como Krsna
Slafrta c«li-«lêTW 'igsia-ftefr/s 11 w 11 t e m

d e 1 s" 108 t r a t a d o
' ^ * P 1 a o s e o r u e a
deusa d a fortuna continua a servir Seus pés
t U S 9 0 Í n V é S d e d e i x á l o s d e l a d o

ihãra satyatve pramãna éri-bhãgavate de K " - Aparentemente, ela crê nas palavras falsas
r

'éri-rãdhãra prema-pralãpa 'bhramara-gitã'te §na. Contudo, nós, as gopis, somos bem mais inteligentes do que Lakçmí."
438 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, ig Verso 107 O comportamento inconcebível do Senhor 439

Após ouvir as doces canções da abelha e reconhecer que a abelha cantava sobre Eu saiba que sejas muito invejosa. Nós, as gopis, abandonamos nossos maridos
Krçna com o propósito de satisfazê-lA, a gopi replicou: e nossos filhos e todos os princípios religiosos que prometem melhores nasci-
mentos, e agora tudo o que nos resta é servir a Krçna. No entanto, Krçna, ao
kim iha bahu sadahghre gãyasi tvam yadünãm
controlar Sua mente, facilmente esqueceu-nos. Portanto, nunca mais fales dEle.
adhipatim agrhãnãm agrato nah purãnam
Esqueçamos nossa relação."
vijaya-sakha-sakhinãm gíyatãm tat-prasahgah
ksapita-kucarujas te kalpayantistam istãh
mrgayur iva kapindram vivyadhe lubdha-dharmã
"Querida abelha, o Senhor Krçna não tem nenhuma residência aqui, mas conhe- striyam akrta-virüpãm stri-jitah kãmayãnãm
cêmo-lO como Yadupati [o rei da dinastia Yadu|. Conhecêmo-lO muito bem, e balim api balim attvãvestayad dhvãhksavad yas
por isso pouco nos interessa ouvir quaisquer canções sobre Ele. Seria melhor que tad alam asita-sakhyair dustyajas tat-kathãrthah
fosses cantar para aquelas que agora são muito queridas de Krçna. Aquelas I
mulheres de Mathurã acabam de receber a oportunidade de serem abraçadas por "Ao lembrarmo-nos dos nascimentos passados de Krçna, Minha querida abelha,
Ele. Agora elas são Suas amadas, e por isso Ele aliviou-lhes a queimação dos seios. ficamos com muito medo dEle. Em Sua encarnação como o Senhor Rãmacandra,
Se fores até lá e cantares tuas canções para aquelas mulheres afortunadas, elas Ele agiu tal qual um caçador e injustamente matou Seu amigo Vali. A luxuriosa
ficarão muito satisfeitas, e honrar-te-ão." Sürpanakhã veio satisfazer os desejos de Rãmacandra, mas Ele estava tão apegado
a Sítãdeví que cortou o nariz de Sürpanakhã. Em Sua encarnação como Vãmana-
divi bhuvi ca rasãyãm kãh striyas tad durãpãh deva, Ele saqueou Bali Mahãrãja e tomou-lhe todas as posses, enganando-o sob
kapata-rucira-hãsa-bhrüvi-jrmbhasya yãh syuh o pretexto de aceitar-lhe a adoração. Vãmanadeva pegou Bali Mahãrãja exatamente
carana-raja upãste yasya bhütir vayam kã como alguém pega um corvo. Minha querida abelha, não é muito bom fazer ami-
api ca krpana-pakse hy uttamaéloka-sabdah zade com semelhante pessoa. Sei que, tendo alguém começado a falar sobre Krçna,
é muito difícil de parar, e admito que não tenho a devida força para deixar de
"Ó coletora de mel, Krçna deve estar muito sentido de não nos ver a nós, as gopa conversar sobre Ele."
Seguramente, Ele está aflito com as memórias de nossos passatempos. Por isso yad-anucarita-lilã-karna-piyusa-viprut
Ele enviou-te como mensageira para satisfazer-nos. Não fales conosco! Nos três sakrd adana-vidhüta-diwndva-dharmã innastãh
mundos — os planetas celestiais, intermediários e inferiores —, onde a morte é sapadi grha-kutumbam dinam utsrjya dinã
inevitável, todas as mulheres são mui facilmente disponíveis para Krçna, pois bahava iha vihangã bhiksurcaryãm caranti
Suas pálpebras encurvadas são muito atraentes. Além do mais, Ele é sempre ser-
vido mui fielmente pela deusa da fortuna. Em comparação a ela, somos muito "Os tópicos sobre Krçna são tão poderosos que destroem os quatro princípios
insignificantes. Na verdade, não somos nada. No entanto, embora seja muito religiosos — religião, desenvolvimento econômico, gozo dos sentidos e liberação.
astuto, Krçna também é muito caridoso. Podes informá-lO de que, devido à Sua Todo aquele que, através da recepção auditiva, bebe ao menos uma gotícula de
bondade para com as pessoas desventuradas, Ele é louvado e, por isso, é conheci- krsna-kathã livra-se de todo o apego e inveja materiais. Como um pássaro sem
do como Uttamasloka, aquele que é glorificado com palavras e versos seletos." nenhum meio de subsistência, semelhante pessoa converte-se n u m mendigo e
vive de esmolas. Afazeres domésticos corriqueiros tornam-se-lhe miseráveis, e,
visrja éirasi pãdam vedmy aham cãtukãrair sem apego, ela de repente abandona tudo. Embora tal renúncia seja inteiramente
anunaya-vidu$as te 'bhyetya dautyair mukundãt adequada, como sou mulher, não Me julgo capaz de adotá-la."
svakrta iha visrstãpatya-paty-anya-lokã
vyasrjad akrta-cetãh kim nu sandheyam asmin vayam riam iva jihma-vyãhrtam éraddadhãnãh
kulikarutam ivãjhãh krsna-vadhvo hiranyah
"Estás zumbindo a Meus pés só para seres perdoada por tuas ofensas passadas. dadréur asakrd etat tan-nakha-sparsativra-
Por favor, afasta-te de Meus pés! Sei que Mukunda ensinou-te a falar palavras smararuja upamantrin bhanyatãm anya-vãrtã
muito doces e lisonjeiras como estas e a agir como mensageira Sua. Com certeza,
estes truques são muito habilidosos, Minha querida abelha, mas posso compreen- O Minha querida mensageira, sou igual a um pássaro tolo que ouve as doces
dê-los. Esta ofensa é de Krçna. Não contes a Krçna nada do que Eu falei, embora canções de um caçador, acredita nelas devido à simplicidade, e então tem o coração
440 Éri Caitanya-caritãmrta Antya-lila, 1 Verso 1 0 8 O comportamento inconcebível do Senhor 441

trespassado e sofre todas as espécies de misérias. Porque acreditamos nas palavr TRADUÇÃO—As canções das rainhas em Dvãrakã, mencionadas no final d o
de Krsna, temos padecido muita dor. Na verdade, o toque das unhas de Krç Décimo Canto do árímad-Bhãgavatam, têm um significado muito especial. Nem
machucou nossas faces. Ele causou-nos tanta dor! Portanto, deves abandon sequer os acadêmicos mais eruditos compreendem-nas.
tópicos a respeito dEle e conversar sobre algum outro a s s u n t o . "
Após ouvir todas estas declarações de Srimati Rãdhikã, a abelha partiu paraj SIGNIFICADO— Estas canções do Srimad-Bhãgavatam são os versos 1 5 - 2 4 do Nona-
em seguida, retornar. Após pensar um pouco, a gopi disse: gésimo Capítulo do Décimo Canto.
kurari vilapasi tvam vita-nidrã na éese
priya-sakha punar ãgãh preyasã presitah kim svapiti jagati rãtryãm iévaro gupta-bodhah
varaya kim anurundhe mãnaniyo 'si me 'riga vayam iva sakhi kaccid gãdha-nirbhinna-cetã
nayasi kathãm ihãsmãn dustyaja-dvandva-pãrévam nalina-nayana-hãsodãra-lileksitena
satatam urasi saumya érir vadhüh sãkamãste
Todas as rainhas não paravam de pensar em Krçna. Após seus passatempos na
"És uma amiga muito querida de Krçna, e por ordem dEle vieste aqui novament água, as rainhas disseram: "Nossa querida amiga águia-pescadora, agora Krçna
Por isso, és adorável para Mim. Ó melhor das mensageiras, dize-Me agora, qual está adormecido, mas passamos a noite em claro por causa dEle. Ris de nós ao
o teu pedido? Que desejas? Krçna não consegue esquecer o amor conjugai, e por ver-nos despertas à noite, mas por que não estás dormindo? Pareces absorta em
isso entendo que vieste aqui para levar-nos até Ele. Mas como farás isto? Sabemos pensar em Krçna. Será que também foste trespassada pelo sorriso de Krçna? Esse
que muitas deusas da fortuna agora residem no peito de Krçna, e elas constante- sorriso é muito doce. Aquela que é trespassada por essa flecha é muito afortunada."
mente servem Krçna melhor do que nós p o d e m o s . "
Elogiando a abelha por sua sobriedade, Èla pôs-Se a falar com grande alegria.; nefre nimilayasi naktam adrsta-bandhus
tvam roravisi karunam bata cakravãki
api bata madhu-puryãm ârya-putro 'dhunã 'ste dãsyam gatã vayam ivãcyuta-pãda-justãrh
smarati sa pitr-gehãn saumya bandhümé ca gopân kim vã srajarii sprhayase kabarena vodhum
kvacid api sa kathã nah kihkarinãm grnite
bhujam aguru-sugandham mürdhny adhãsyat kadã nu "Ó cakravãki, ficas de olhos abertos à noite porque não podes ver teu amigo. Na
verdade, estás sofrendo bastante. Estás chorando devido à compaixão, ou estás
"Krçna agora vive como um cavalheiro no Gurukula em Mathurã, esquecendo-Se tentando capturar Krçna através de te lembrares dEle? Tendo sido tocadas pelos
de todas as gopis de Vrndãvana. Mas será que Ele não Se lembra da doce casa pés de lótus de Krçna, todas as rainhas estão muito felizes. Estás chorando na
de Seu pai, Nanda Mahãrãja? Por natureza, todas somos criadas Suas. Será que tentativa de usar a guirlanda de Krçna em tua cabeça? Por favor, responde estas
Ele não Se lembra de nós? Será que Ele sequer fala sobre nós, ou será que nos perguntas sem rodeios, ó cakravãki, para que possamos entender."
esqueceu por completo? Será que Ele nos perdoará algum dia e nos tocará outra
bho bhoh sadã nistanase udanvann
vez com aquelas mãos perfumadas com a essência de aguru?"
alabdha-nidro 'dhigata-prajãgarah
kim vã mukundãpahrtãtma-lãhchanah
prãptãm daéãm tvam ca gato duratyayãm
VERSO 1 0 8
Ó oceano, não tens n e n h u m a oportunidade de dormir em paz à noite. Ao invés
«rffáfa %s cia 'w»rtJj'? ctra i disso, estás sempre desperto e chorando. Recebeste esta bênção, e, tal como o
nosso, o teu coração se partiu. A única ocupação que Mukunda tem conosco é
e
sfregar nossas marcas de kuhkuma. Õ oceano, sofres tanto quanto n ó s . "
mahisira gita yena 'daéame'ra éese
pandite nã bujhe tara artha-viéese tvam yaksmanã balavatãsi grhita indo
mahisira—das rainhas; gita—as canções; yena—exatamente como; daéamera—ào k$inas tamo. na nija-dídhitibhih k$ino$i
Décimo Canto; éese—ao final; pandite—acadêmicos muito eruditos; na—não; bujhe— kaccin mukunda-gaditãni yathã vayam tvam
compreendem; tara—seu; artha-viéese—significado específico. vismrtya bhoh sthagita-gir upalaksyase nah
442 èri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 19 Verso 109 O comportamento inconcebível do Senhor 443

"Ó lua, pareces estar padecendo de febre severa, talvez tuberculose. Com efeito áu$yad-ghradãh karéitã bata sindhu-patnyah
tua refulgência não tem a força para destruir a escuridão. Será que te tornaste sampraty-apãsta-kamala-sriya-ista-bhartuh
louca após ouvires as canções de Krçna? É por isso que estás calada? Ao ver teu yadvad vayam madhu-pateh pranai/ãvalokam
sofrimento, sentimos que és uma de n ó s . " aprãpya musta-hrdayâh puru-karsitãh sma

khh tvãcaritam asmãbhir "Ó rios, esposas do oceano, vemos que o oceano não vos dá felicidade. Assim,
malayãnila te 'priyam quase secastes, e não mais transportais belos lótus. Os lótus tornaram-se adelga-
govindãpãhga-nirbh in ne çados, e, mesmo à luz do sol, eles não sentem prazer algum. Assim também,
hrdirayasi nah smaran todos os nossos corações de pobres rainhas estão secos, e nossos corpos estão
franzinos porque agora estamos privadas dos romances amorosos com Madhupati.
Será que, iguais a nós, estais secos e sem beleza porque não mais tendes o olhar
"Ò brisa da Malásia, por favor, dize-nos o mal que te fizemos. Por que atiças amoroso de Krçna?"
as chamas do desejo em nossos corações? Fomos trespassadas pela flecha do olhar
de Govinda, pois Ele é perfeito na arte de despertar a influência de Cupido."
hamsa svãgatam ãsyatãm piba payo brühy ahga saureh kathãm
megha érimams tvam asi dayito yãdavendrasya minam dütam tvãm nu vidãma kaccid ajitah svasty ãsta uktam pura
érivatsãhkath vayam iva bhavãn dhyãyati prema-baddhah kim vã naé cala-sauhrdah smarati tam kasmãd bhajãmo vayam
atyutkanthah sabala-hrdayo 'smad-vidho bãspa-dhãrãh ksaudrãlãpaya-kãmadam sriyamrte saivaika-ni$thã striyãm
smrtvã smrtvã visrjasi mnhur duhkha-das tat-prasahgah
"Ó cisne, chegaste aqui com tanta alegria! Recebe nossas boas-vindas. Sabemos
"Querida nuvem, ó amiga de Krçna, será que tu, tal como nós, rainhas ocupadas que sempre és mensageiro de Krsna. Agora, enquanto bebes este leite, conta-nos
em romances amorosos com Ele, estás pensando no símbolo de Srivatsa localizado a mensagem dEle. Será que Krçna te disse algo sobre nós? Podemos indagar-te
no peito de Krsna? Estás absorta em meditação, lembrando-te da companhia de se Krçna está feliz? Queremos saber. Será que Ele lembra-Se de nós? Sabemos
Krçna, e, dessa maneira, derramas lágrimas de miséria." que a deusa da fortuna serve-O sozinha. Somos meras criadas. Como podemos
adorar aquele que fala palavras doces mas nunca satisfaz nossos desejos?"
priya-rãva-padãni bhãsase
mrta-samjivikayãnayã girã
karavãni kim adya te priyam VERSO 109
vada me valgita-kantha kokila j j ç f s f ç - F ã ^ T r í w f , râlçfa a t r a a wp\ i
atra « t i a r a s , « t a sa ? r a f ã t í a n n
"Querido cuco, possuis uma voz muito doce, e és muito perito na arte de imitar
outros. Com tua voz, podes inclusive excitar um corpo morto. Portanto, comunica mahãprabhu-nityãnanda, dohhãra dãsera dãsa
às rainhas que o bom comportamento é o dever apropriado delas." yãre krpã karena, tara haya ithe visvãsa
mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nityãnanda—Senhor Nityãnanda; dohhãra
na calasi na vadasy udãra-buddhe dãsera dãsa—sou um servo do servo dos servos destas duas personalidades; yãre
ksiti-dhara cintyase mahãntam artham krpã karena—se alguém é favorecido por Eles; tara haya—com certeza mantém; ithe
api bata vasudeva-nandanãhghrim visvãsa—fé em todos estes assuntos.
vayam iva kãmayase stanair vidhartum

"Õ montanha magnânima, és muito grave e sóbria, absorta em pensar em fazer TRADUÇÃO—Quem se torna servo dos servos de Sri Caitanya Mahãprabhu e do
n n o r

algo muito grandioso. Como nós, fizeste o voto de manter dentro do teu coração Nityãnanda Prabhu e é favorecido por Eles pode acreditar em todas essas
os pés de lótus de Krçna, o filho de Vâsudeva." conversas.
444 Srí Caitanya-caritãmrta O comportamento inconcebível do Senhor 445
Antya-lílã, Verso 112

VERSO 110 TgADUÇÃO—Orando aos pés de lótus de Sri Rupa e Sri Raghunãtha, desejando
re a
semp misericórdia deles, eu, Krsnadãsa, narro o Sri Caitanya-caritãmrta,
«torl *fr%, «s 551, «fàcs siçfg»! i seguindo seus passos.
iRica «ifijtfaftfw f ^ t f H p " * . I iV II
éraddhã kari, éuna ihã, éunite mahã-sukha Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Sri Caitanya-caritãmrta,
khandibe ãdhyãtmikãdi kutarkãdi-duhkha Antya-lilã, Décimo Nono Capítulo, descrevendo a devoção do Senhor para com a Sua mãe,
éraddhã kari—com muita fé; éuna—ouvi; iM—todos estes tópicos; éunite— mesmo Suas palavras loucas com saudades de Krsna, Seu esfregar do rosto contra as paredes e
por ouvir; mahã-sukha—muito prazer; khandibe—isto destruirá; ãdhyãtmika-ãdi— Sua dança no jardim de jagannãtha-vallabha.
todos os sofrimentos devidos ao corpo, à mente e assim por diante; kutarka-âdi-
duhkha—e as condições miseráveis que surgem do uso de argumentos falsos.

T R A D U Ç Ã O — S i m p l e s m e n t e tentai ouvir estes tópicos com fé, pois há muito


prazer mesmo em ouvi-los. Esta audição destruirá todas as misérias relacionadas
ao corpo, à mente e às outras entidades vivas, bem como a infelicidade dos
argumentos falsos.

VERSO 111
C53«jçf%5r»i3—fsraj-BS» I
«fatfs «feros I J f l l «8W-«ti«1 II iü II
caitanya-caritãmrta—nitya-nütana
éunite éunite judãya hrdaya-éravana
caitanya-carita-amrta—o livro chamado Caitanya-caritãmrta; nitya-nütana—sempre
fresco; éunite éunite—por ouvir cada vez mais; judãya—purificam-se; hrdaya-éravana—
o ouvido e o coração.

TRADUÇÃO—O Caitanya-caritãmrta tem um frescor que não pára de aumentar.


Quem o ouve continuamente tem o coração e o ouvido apaziguados.

VERSO 112

ilaii-a^rw-fw ar* «iH i


cFs^efà^tçí fçç 53J«m II u
éri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa
caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
éri-rüpa—Srila Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmí;
pade— aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro
chamado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krsnadãsa Kavirãja
Gosvãmi.
CAPÍTULO VINTE

As orações Siksãstaka

Em seu Amrta-pravãha-bhãsya, Srila Bhaktivinoda Thâkura faz o seguinte estudo


sumário do Vigésimo Capítulo. Sri Caitanya Mahãprabhu passava Suas noites
saboreando o significado do íiksãstaka na companhia de Svarüpa Dâmodara
Gosvãmí e Rãmãnanda Rãya. As vezes, Ele recitava versos do Gita-govinda de
Jayadeva Gosvãmí, do Srimad-Bhãgavatam, do Jagannãtha-vallabha-nãtaka de Srí
Rãmãnanda Rãya ou do Krsna-karnãmrta de Srí Bilvamahgala Thâkura. Dessa
maneira, Ele ficou absorto em emoções extáticas. Durante os doze anos em que
viveu em Jagannãtha Puri, Sri Caitanya Mahãprabhu deliciou o sabor da recitação
desses versos transcendentais. Ao todo, o Senhor esteve presente neste m u n d o
mortal por quarenta e oito anos. Após insinuar o desaparecimento do Senhor,
o autor do Caitanya-caritãmrta faz uma breve descrição de todo o Antya-lilã e então
termina seu livro.
VERSO 1

»rf*HR u'lYi*arj »tHMl%fówjC« 1i n


premodbhãvita-harsersyod-
vega-dainyãrti-misritam
lapitath gauracandrasya
bhãgyavadbhir nisevyate
prema-udbhãvita—produzidos pelo amor extático e pela emoção; harsa—júbilo;
Irsyn—inveja; udvega—agitação; dainya—submissão; ãrti— pesar; misritam— mis-
turados com; lapitam—conversas como as de um louco; gauracandrasya—de Sri
Caitanya Mahãprabhu; bhãgyavadbhih—pelos mais afortunados; nisevyate—são
desfrutáveis.

T R A D U Ç Ã O — A p e n a s os mais afortunados deleitar-se-ão com as palavras loucas


de Srí Caitanya Mahãprabhu, que se misturaram com o júbilo, a inveja, a agita-
ção, a submissão e o pesar, todos produzidos por emoções amorosas extáticas.

VERSO 2

wa m cnrasar «ra f w 3 j t s w i
watwsea m ciírae^sj^ u * 11

447
448 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20 Verso 7 As orações Siksãstaka 449

jaya jaya gauracandra jaya nityãnanda VERSO 5


jayãdvaita-candra jaya gaura-bhakta-vrnda
jaya jaya—todas as glórias; gauracandra—ao Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; •ttsn:-«T< Sei «tf* c«tt«, rata I
jaya—todas as glórias; nityãnanda—ao Senhor Nityãnanda Prabhu; jaya—todas as WCSlTWf-ltfê §e,;f4l, Jirota 11 o II
glórias; advaita-candra—a Advaita Prabhu; jaya—todas as glórias; gaura-bhakta-
vrnda—aos devotos de Sri Caitanya Mahãprabhu. nãnã-bhãva uthe prabhura harsa, éoka, rosa
dainyodvega-ãrti utkanthã, santosa
nãnã-bhãva—todas as classes de emoções; u\he—despertam; prabhura—de Sri
T R A D U Ç Ã O — T o d a s as glórias ao Senhor Srí Caitanya Mahãprabhu! Todas as Caitanya Mahãprabhu; harsa—júbilo; s'oA:a—lamentação; rosa—ira; dainya—humil-
glórias ao Senhor Nityãnanda! Todas as glórias a Advaitacandra! E todas as glórias dade; udvega—ansiedade; ãrfi— pesar; utkanthã— mais ânsia; santosa—satisfação.
a todos os devotos de Srí Caitanya Mahãprabhu!
TRADUÇÃO—Ele deliciava-Se com os sintomas de diversas emoções transcenden-
tais, tais como júbilo, lamentação, ira, humildade, ansiedade, pesar, ânsia e
VERSO 3 satisfação.
4Ç3T5 I Ç I S f C3C1 f ^ l S C * I VERSO 6
a s ã i - f i V ^ a f ^ f e c ç ficar,* n •«* 11
c*ç c i l «rei fisy-csrí* *tft?ai i
ei-mata mahãprabhu vaise nilãcale estreia <Bwf « i R u m mm 11 * 11
rajani-divase krstui-virahe vihvale
ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; mise nilãcale— sei sei bhãve nija-éloka padiyã
residia em Nllãcala; rajani-divase—dia e noite; ktsna-virahe—pela saudade de Krsna; élokera artha ãsvãdaye dui-bandhu lahã
vihvale—dominado. sei sei bhãve—nessa emoção específica; nija-éloka padiyã—recitando Seus próprios
versos; élokera—dos versos; artha—significado; ãsvãdaye—saboreia; dui-bandhu lahã—
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o residia assim em Jagannãtha Puri [NílãcalaJ, Srí Caitanya com dois amigos.
Mahãprabhu ficava continuamente dominado, dia e noite, pelas saudades de
Krsna. TRADUÇÃO—Ele recitava Seus próprios versos, expressando-lhes os significados
e as emoções, e assim deleitava-Se em saboreá-los com estes Seus dois amigos.
VERSO 4

w i , arsrsw, - 4 5 s s ^ - i w 1 VERSO 7
affà-far.*! ai-fto-cstt^ «ipaitrc» 118 n c«tsi fâc» rat» «tca «tr^-ifo 1
svarüpa, rãmãnanda,—ei duijana-sane « I I « «itettfircs aifà-sr tfla*i 111»
rãtri-dine rasa-gita-sloka ãsvãdane
svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; rãmãnanda—Rãmãnanda Rãya; ei—estas; kona dine kona bhãve éloka-pafhana
dui-jana-sane—com duas pessoas; rãtri-dine—dia e noite; rasa-gita-éloka—versos e sei éloka ãsvãdite rãtri-jãgarana
canções que contêm as doçuras de bem-aventurança transcendental; ãsvãdane— kona dine—às vezes; kona bhãve—com alguma emoção; éloka-pathana—recitando
em saborear. °s versos; sei éloka—esses versos; ãsvãdite— para saborear; rãtri-jãgarana—mantendo-
Se acordado à noite.
TRADUÇÃO—Dia e noite, Ele, com dois associados Seus, a saber, Svarüpa Dâmo-
dara Gosvãmi e Rãmãnanda Rãya, saboreava transcendentais canções e versos
T
R A D U Ç A O — Ã s vezes, o Senhor absorvia-Se numa condição específica e ficava
bem-aventurados. acordado a noite inteira, recitando versos relacionados e deliciando-lhes o sabor.
450 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 2 Verso 12 As orações Siksãstaka 451

VERSO 8 kr$na-varnam—repetindo as sílabas krs-na; tvisã—com o brilho; akrsnam—não negro


/dourado); sa-ahga—com associados; upãhga—servos; astra—armas; pãrsadam—com-
panheiros i m o s ; yajhaih—pelo sacrifício; sahkirtana-prãyaih—consistindo prin-
m t

*W*iWSw—»ra*i tetfi«*« cipalmente canto congregacional; yajanti—elas adoram; hi—com certeza;


no

lu.medhasah-pessoas inteligentes.
/wrse prabhu kahena, — "suna svarüpa-rãma-rãya
nãma-sahkhtana—kalau parama upãya TRADUÇÃO—" 'Na era de Kali, pessoas inteligentes realizam o canto congrega-
harse—com júbilo; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; kahena—diz; suna—por cional para adorar a encarnação de Deus que constantemente canta o santo nome
favor, ouvi; svarüpa-rãma-rãya—Meus queridos Svarüpa Dâmodara Gosvãmi e de Krsna. Embora Sua tez não seja escura, Ele é o próprio Krsna. Ele está acom-
Rãmãnanda Rãya; nãma-sankirtana—o cantar do santo nome do Senhor; kalau— panhado de Seus associados, servos, armas e companheiros í n t i m o s . " '
na era de Kali; parama upãya—o meio mais plausível de liberação.
SIGNIFICADO—Este verso do Srimad-Bhãgavatam (11.5.32) é falado pelo santo Kara-
TRADUÇÃO—Com muito júbilo, Sri Caitanya Mahãprabhu dizia: "Meus queridos bhãjana. Para maiores informações, veja o Ãdi-lilã, Terceiro Capítulo, verso 52.
Svarüpa Dâmodara e Rãmãnanda Rãya, confesso-vos que cantar o santo nome
é o meio mais plausível de se alcançar a salvação nesta era de K a l i . " VERSO 11

VERSO 9 i u w f f é * cies * # w f o r w I
I^SCettTS, «jrçi-C«ICfS SfTPl II ii n

e i * «' g c w i *tts « c u a 11 s> 11 nãma-sankirtana haite sarvãnartha-nãéa


sarva-subhodaya, krsna-premera ullãsa
sahkirtana-yajhe kalau krsna-ãrãdhana nãma-sankirtana—o cantar dos santos nomes do Senhor; haite—a partir daí; sarva-
sei ta' sumedhã pãya krsnera carana anartha-nãsa—destruição de todas as coisas indesejáveis; sarva-subha-udaya—desper-
sahkirtana-yajhe—realização do yajha do cantar do mantra Hare Krsna; kalau—nesta tar de toda a boa fortuna; krsna-premera ullãsa—o início do fluir do amor a Krsna.
era de Kali; krsna-ãrãdhana—o processo de adoração a Krsna; sei to'—semelhantes
pessoas; su-medhã—muito inteligentes; pãya—conseguem; krsnera carana—refúgio T R A D U Ç Ã O — " B a s t a cantarmos o santo nome do Senhor Krsna para que nos li-
aos pés de lótus de Krsna. vremos de todos os hábitos indesejáveis. É este o meio de despertarmos toda
a boa fortuna e iniciarmos o fluir das ondas do amor a Krsna."
T R A D U Ç Ã O — " N e s t a era de Kali, o processo de adorar Krsna é realizar sacrifício
mediante o cantar do santo nome do Senhor. Quem faz isto é, com certeza, muito VERSO 12
inteligente, e consegue refúgio aos pés de lótus de Krsna."

SIGNIFICADO—Para maiores informações, pode-se consultar o Ãdi-lilã, Terce'


Capítulo, versos 77-78.
VERSO 10

f$fís fàií*?^ aicTintTfjfiífa. i


ceto-darpana-mãrjanam bhava-mahãdãvãgni-nirvãpanarh
sreyah-kairava-candrikã-vitaranam vidyã-vadhü-jivanam
krsna-varnam tvisãkrsnam ãnandãmbudhi-vardhanam prati-padam pürnãmrtãsvãdanarh
sãhgopãhgãstra-pãrsadam sarvãtma-snapanath param vijayate sri-krsna-sahkirtanam
yajhaih sahkirtana-prãyair cetah—do coração; darpana—o espelho; mãrjanam—limpando; bhava—da existência
m

yajanti hi sumedhasah aterial; mahã-dãvãgni—o ardente incêndio da floresta; nirvãpanam—extinguindo;


452 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 2Q As orações Siksãstaka 453
Verso 1 6

éreyah—da boa fortuna; kairava—o lótus branco; candrikã—o luar; vitaranam—esp& krsna-prema-udgama—o despertar do amor por Krsna; prema-amrta-ãsvãdana—o
lhando; vidyã—de toda a educação; vadhü—esposa; jivanatn—a vida; ãnanda—d e
sabor da bem-aventurança transcendental do amor por Krçna; krsna-prãpti—obten-
bem-aventurança; ambudhi—o oceano; vardhanam—aumentando; prati-padam— a
ão dos pés de lótus de Krsna; sevã-amrta—do néctar do serviço; samudre—no
cada passo; püma-amrta—do néctar completo; ãsvãdanam—dando um gosto; sarya-,
oceano; ma;/'ana-imergindo.
para todos; ãtma-snapanam—banho do eu; param—transcendental; vijayate—qxg
haja vitória; sri-kr$na-sankirtanam—para o canto congregacional do santo nome de
TRADUÇÃO—"O resultado de cantarmos é que despertamos nosso amor por
Krsna.
Krsna e saboreamos a bem-aventurança transcendental. Em última análise,
obtemos a companhia de Krsna e dedicamo-nos a Seu serviço devocional, como
TRADUÇÃO—"Que haja toda a vitória ao cantar do santo nome do Senhor Krsna se imergíssemos n u m grande oceano de a m o r . "
que pode deixar limpo o espelho do coração e acabar com as misérias do fogo
ardente da existência material. Este cantar é a lua crescente que espalha para
VERSO 1 5
todas as entidades vivas o lótus branco da boa fortuna. Ele é a vida e alma de
toda a educação. O cantar do santo nome de Krsna expande o oceano bem-
SFE* f i i t i , c f s i . - I C S « i ) * i H - c S t « i
aventurado da vida transcendental. Ele produz um efeito refrescante em todo
5
m u n d o e ajuda-nos a saborear pleno néctar a cada p a s s o . " i t ç t i «wí ^sfi' ii i r ? gsa-c^ti II n

uthilã visada, dainya,—pade ãpana-éloka


SIGNIFICADO—Este é o primeiro verso d o Siksãstaka de Sri Caitanya Mahãprabhu. yãhãra artha suni' saba yãya duhkha-soka
Os outros sete são os versos 16, 21, 29, 32, 36, 39 e 47 deste capítulo.
uthilã visada—houve despontar de lamentação; dainya—humildade; pade—lê;
ãpana-sloka—Seu próprio verso; yãhãra—do qual; artha suni'—ouvindo o significado;
VERSO 1 3
saba—toda; yãya—vai embora; duhkha-soka—tristeza e lamentação.
n J t á i c « < 5 *tm-i<ira-it«ti i
TRADUÇÃO—A lamentação e a humildade surgiram dentro de Sri Caitanya
f è w f à i , i i « f e i T i i - $ « w i ii >•« II Mahãprabhu, e Ele passou a recitar outro de Seus próprios versos. Quem ouve
o significado desse verso pode esquecer-se de toda a infelicidade e lamentação.
sankírtana haite pãpa-sarhsãra-nãéana
citta-éuddhi, sarva-bhakti-sãdhana-udgama
VERSO 1 6
sankírtana haite—a partir do processo de cantar o santo nome; pãpa-samsãra-
nãsana—arúquüação da vida materialista decorrente de pecados; citta-suddhi—limpe- a T f t l ^ t f a I5*fl f t « 5 l t * t f t F -
za do coração; sarva-bhakti—todas as espécies de serviço devocional; sãdhana—das
execuções; udgama—despertar. xsaTfn^i ftfífvsi wi * *tis1
•íretipTi ^ f ii « i i u r f n
T R A D U Ç Ã O — " R e a l i z a n d o o canto congregacional do mantra Hare Krsna, pode- ç c < f t % T f 5 i ç l s í f t a r s i t i : II i* II
mos destruir a condição pecaminosa da existência material, purificar o coração
sujo e despertar todas as variedades de serviço devocional."
nãmnãm akãri bahudhã nija-sarva-éaktis
tatrãrpitã niyamitah smarane na kãlah
etãdréi tava krpã bhagavãn mamãpi
VERSO 1 4 durdaivam Idréam ihãjani nãnurãgah
nãmnãm—dos santos nomes do Senhor; akãri—manifestaste; bahudhã—diversas
categorias; nija-sarva-éaktih—todas as espécies de potência pessoal; futra—nisto;
$ U e J t % , < ? W r f 5 - 1 * j r . a 7 1«5H II i8 II ar
P'tã—outorgaste; niyamitah—restringiste; smarane—em lembrar; «a—não; kãlah—
consideração de tempo; etãdrsi— tamanha; faya—Tua; krpã— misericórdia; bha-
krsna-premodgama, premãmrta-ãsvãdana gavãn—ó Senhor; mama—Meu; api—embora; durdaivam—infortúnio; Idréam—tanto;
krsna-prãpti, sevãmrta-samudre majjana a
"~a este (o santo nome); ajani—nasceu; na—não; anurãgah—apego.
Sn Caitanya-caritãmrta Verso 21 As orações Siksãstaka 455
454 Antya-lilã, 20

"sarva-éakti nãme dilã kariyã vibhãga


TRADUÇÃO—"Meu Senhor, ó Suprema Personalidade de Deus, em Teu santo
nome há toda a boa fortuna para a entidade viva, e, portanto, tens muitos nomes ãmãra durdaiva,—nãme nãhi anurãgaü"
tais como Krçna e Govinda, através dos quais Te expandes. Aplicaste todas as sarva-éakti—todas as potências; nãme—no santo nome; dilã— concedeste; kariyã
Tuas potências nestes nomes, e não é necessário seguirmos regras rígidas para vibhãga—-fazendo separação; ãmãra durdaiva—Meu infortúnio; nãme—ao cantar dos
nos lembrarmos deles. Meu querido Senhor, embora concedas tamanha miseri- santos nomes; nãhi—não há; anurãga—apego.
córdia às caídas almas condicionadas, ensinando-lhes liberalmente Teus santos
nomes, sou tão desventurado que cometo ofensas enquanto canto o santo nome, T R A D U Ç Ã O — " A p l i c a s t e Tuas potências plenas em cada um dos santos nomes,
e por isso não desenvolvo apego a esse cantar." mas sou tão desventurado que não tenho apego ao cantar de Teus santos nomes."

VERSO 20
VERSO 17
caarci vfem ala c«ia Sism i
«ira«-<?rtr.«a at$1—«rcaas-slasta 1
«tsta ^ s » , ^ai-aiiata n *° u
«flCS «ICa^-atCia 3 5 Í 3 II iS II
ye-rüpe la-ile nãma prema upajaya
aneka-lokera vãhchã—aneka-prakãra
tãhãra laksana éuna, svarüpa-rãma-rãya
krpãte karilã aneka-nãmera pracãra
ye-rüpe—o processo pelo qual; la-ile—se cantarmos; nãma—o santo nome; prema
aneka-lokera—de muitas pessoas; vãnchã— os desejos; aneka-prakãra—de muitas
upajaya—o amor latente por Krsna desperta; tãhãra laksana éuna—simplesmente
variedades; krpãte—por Tua misericórdia; karilã—fizeste; aneka—diversos; nãmera—
ouvi o sintoma disto; svarüpa-rãma-rãya—ó Svarüpa Dâmodara e Rãmãnanda Rãya.
dos santos nomes; pracãra—difusão.
TRADUÇÃO—Sri Caitanya Mahãprabhu continuou: " Ó Svarüpa Dâmodara Go-
T R A D U Ç Ã O — " C o m o os desejos das pessoas variam, Tu, por Tua misericórdia,
svãmi e Rãmãnanda Rãya, ouvi enquanto descrevo os sintomas de como devemos
distribuíste diversos santos n o m e s . "
cantar o mahã-mantra Hare Krçna para despertarmos mui facilmente o nosso
ainda adormecido amor por Krsna."
VERSO 18
VERSO 21
a t S r . « w t j S a«41 ««11 «11 * 3 I
asteKft-faaa atfé, ia'rifai s a II ÍW- II "fittfa calcei ^>caif*a afinai i
khãite suite yathã tathã nãma laya «raífíRi ataçra V t ^ r i s ati ^fa: i **i
kãla-deéa-niyama nãhi, sarva siddhi haya
trnãd api sunicena
khãite—comendo; suite— deitando-se; yathã—como; tathã—assim; nãma laya—elé
taror iva sahisnunã
aceita o santo nome; kãla—no tempo; deéa—no lugar; niyama—regulação; nãhi—
amãninã mãnadena
não há; sarva siddhi haya—há toda a perfeição.
kirtaniyah sadã harih
trnãt api—a palha pisoteada; sunicena—sendo inferior; taroh—do que uma árvore;
T R A D U Ç Ã O — " I n d e p e n d e n t e m e n t e de tempo ou lugar, quem canta o santo nome, iva—como; sahisnunã—com tolerância; amãninã—sem a arrogância do falso orgulho;
mesmo enquanto come ou dorme, alcança toda a perfeição." mãnadena—oferecendo respeito a todos; kirtaniyah—para ser cantado; sadã—sempre;
harih—o santo nome do Senhor.

VERSO 19
T R A D U Ç Ã O — " A q u e l e que se considera inferior à palha, que é mais tolerante que
" i a « f f o a t e i fàeri a * f i a i f à s t i i «ma árvore, que não conta com honra pessoal, mas está sempre disposto a ofe-
recer todo o respeito aos outros, pode sempre mui facilmente cantar os santos
« r r a r a a b r a , - a t r . i a t í s m&W n " is- n nomes do S e n h o r . "
Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 2
Verso 27 As orações Siksãstaka 457

VERSO 22
VERSO 25
5431 « « M a t e * i r e » « « í w i i
§<g?j 3431 fona 5 C 1 fàifèiti I
$ 5 « i i * t c i i f e i ^ s i i - c i i_-sfii II $A ii
WTCI i * t i fèci wtfa' 'fin'-«ifàêia II *<t n
uttama hanã ãpanãke mane trnãdhama
uttama hanã vaisnava habe nirabhimãna
dui-prakãre sahisnutã kare vrksa-sama
jive sammãna dibe jãni' 'krsna'-adhisthãna
uttama hanã—embora sendo muito elevado; ãpanãke—ele próprio; mane— julga-se-
uttama hanã—embora sendo muito elevado; vaisnava—um devoto; habe—deve
trna-adhama—inferior à grama na rua; dui-prakãre—de duas maneiras; sahisnutã—
tornar-se; nirabhimãna—sem orgulho; jive—a todas as entidades vivas; sammãna
tolerância; kare— executa; vrksa-sama—como a árvore.
âibe—deve oferecer respeito; jãni'—sabendo; krsna-adhisthãna—a morada de Krçna.

T R A D U Ç Ã O — " E s t e s são os sintomas daquele q u e canta o mahã-mantra Hare


T R A D U Ç Ã O — " E m b o r a seja a pessoa mais elevada, o Vaisnava não tem orgulho
Krsna. Embora muito elevado, ele se julga inferior à palha no chão, e, como
uma árvore, tolera tudo de duas m a n e i r a s . " e presta todo o respeito a todos, sabendo que todos são o local de descanso de
Krsna."
VERSO 23
VERSO 26
f«p c i a « i f e c * 5 f « g ai íA\m i
4 5 i « 5431 C I 5 «i»iti m i
^ « l u p i c i c * 5 ?>TCI *ir^i a! srí'*? II Í , « II
§l«1351C*1 « l i c«ii «*tsn II v& II
vrksa yena kãtileha kichu nã bolaya
ei-mata hanã yei krsna-nãma laya
éukãhã maileha kãre pãnl nã mãgaya
sri-krsna-carane tãhra prema upajaya
vrksa—uma árvore; yena—como; kãtileha—ao ser cortada; kichu nã bolaya—não
ei-mata—dessa maneira; hanã—tornando-se; ye;—qualquer pessoa que; krsna-nãma
diz nada; sukãhã— secando; maileha—caso esteja morrendo; kãre— ninguém; pãni—
laya—cante o santo nome de Krçna; sri-krsna-carane—aos pés de lótus do Senhor
água; nã mãgaya—não pede a.
Krçna; tãhra—seu; prema upajaya—amor por Krçna desperta.

T R A D U Ç Ã O — " A o ser cortada, a árvore não protesta, e, mesmo ao secar, ela não
T R A D U Ç Ã O — " Q u e m canta dessa maneira os santos nomes do Senhor com certeza
pede água a n i n g u é m . "
despertará o seu ainda adormecido amor pelos pés de lótus de Krçna."
VERSO 24
VERSO 27
C I 5 c i sn-sica, « r c a c«?n « i t * t » - i a i
«Í5C« «Í5C5 «fgi fcfí ItíSêfl 1
i ^ - i j i I C 5 , «rrcai i s i c a ii *8 II
'««jrsrV «u-fctfo i t R c « «HÍMPTI II * I II
yei ye mãgaye, tare deya ãpana-dhana kahite kahite prabhura dainya bãdila
gharma-vrsti salte, ãnera karaye raksana 'éuddha-bhakti' krsna-thãhi mãgite lãgilã
yei ye mãgaye—se alguém pede algo à árvore; tare—a ele; deya—dá; ãpana-dhana—
kahite kahite— falando dessa maneira; prabhura—de Srí Caitanya Mahãprabhu;
seu próprio patrimônio; gharma-vrsti—o calor abrasante do sol e torrentes de chuva;
dainya—humildade; bãdila—aumentou; éuddha-bhakti—serviço devocional puro;
sahe— tolera; ãnera—a outros; karaye raksana—dá proteção.
hsna-thãhi—a Krsna; mãgite lãgilã—passou a orar por.

T R A D U Ç Ã O — " T u d o o que a árvore possui, como seus frutos e flores, ela entrega T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o falava dessa maneira, a humildade do Senhor Caitanya
a qualquer pessoa. Ela tolera o calor abrasante e torrentes de chuva, e, mesmo mtensificou-se, e Ele passou a orar a Krçna para que pudesse pôr em prática
assim, dá abrigo aos o u t r o s . " 0
serviço devocional p u r o .
As orações Siksãstaka
458 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20 'crio 31

VERSO 29
VERSO 28

esteia toti i t t i cstraa i i * i


n « r a ^ « í f t i c í 5 * * T » f » « i 9 ^ f i aft i i
e i s i t c i , - ' f e n cita i t e •eai-Mn' n n
na dhanam na lanam na sundarim
premera svabhãva—yãhãh premera sambandha
kavitãm im jagadisa kãmaye
sei mane, — 'krsne mora nãhi prema-gandha'
mama janmani janmanisvare
premera sva-bhãva—a natureza do amor a Deus; yãhãh—onde; premera sambandha—
bhavatãd bhaktir ahaituki tvayi
uma relação de amor a Deus; sei mane—ele reconhece; krsne— ao Senhor Krsna;
na—não; dhanam—riquezas; na—não; janam—seguidores; no—não; sundarim—
mora—meu; nãhi— não há; prema-gandha—o menor aroma de amor a Deus.
uma mulher muito bela; kavitãm—atividades fruitivas descritas em linguagem
florida; vã—ou; jagat-isa—ú Senhor do universo; kãmaye—desejo; mama—Meu;
janmani—em nascimento; janmani—após nascimento; isi>are— à Suprema Perso-
TRADUÇÃO—Onde quer que haja uma relação de amor a Deus, é sintoma natural
o devoto não se considerar como tal. Ao invés disso, ele sempre pensa que não nalidade de Deus; bhavatãt—que haja; bhaktih—serviço devocional; ahaituki— incon-
tem sequer uma gota de amor por Krsna. dicional; tvayi—a Ti.

TRADUÇÃO—"O Senhor do universo, não desejo riqueza material, seguidores


SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura comenta que, pessoas que
de fato são muito pobres por não possuírem sequer uma gota de amor a Deus materialistas, uma bela esposa ou atividades fruitivas descritas em linguagem
ou serviço devocional puro, falsamente se apresentam como grandes devotos, florida. Tudo o que quero, vida após vida, é o incondicional serviço devocional
embora não possam jamais saborear a bem-aventurança transcendental do serviço a Ti."
devocional. Uma classe de pretensos devotos, conhecidos como prãkrta-sahajiyãs,
às vezes, manifestam sintomas devocionais, só para exibirem sua boa fortuna. VERSO 30
Contudo, eles estão fingindo, pois estas características devocionais são só externas.
Os prãkrta-sahajiyãs exibem esses sintomas só para alardear seu dito avanço em
«•!«. afff 3>fa«1
Hfrfl, I
amor por Krçna, porém, ao invés de louvar os prãkrta-sahajiyãs por seus sintomas ' « « « Í V c w * ' citea, f * j «fã' n « • n
de êxtase transcendental, os devotos puros procuram não se associar com eles.
Não é aconselhável equiparar os prãkrta-sahajiyãs aos devotos puros. Quem é real- dhana, jana nãhi mãgoh, kavitã sundari
mente avançado em amor extático por Krsna não tenta se promover. Muito pelo 'suddha-bhakti' deha' more, krsna krpã kari'
contrário, esforça-se cada vez mais para prestar serviço ao Senhor. dhaim—riqueza; jami—seguidores; nãhi—não; mãgoh—desejo; kavitã sundari—uma
Os prãkrta-sahajiyãs, às vezes, criticam os devotos puros, chamando-os filósofos, bela esposa ou atividades fruitivas; suddha-bhakti—serviço devocional puro; deha —
acadêmicos eruditos, conhecedores da verdade ou observadores minuciosos, mas por favor, concede; more—a Mim; krsna—ó Senhor Krçna; krpã kari — tornando-Te
nunca devotos. Por outro lado, eles se retratam como os mais avançados devotos misericordioso.
transcendentalmente bem-aventurados, profundamente absortos em serviço devo-
cional e loucos por saborear doçuras transcendentais. Também descrevem-se como TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor Krsna, nao desejo que Me dês riqueza mate-
os mais avançados devotos em amor espontâneo, como conhecedores das doçuras rial, nem desejo seguidores, uma bela esposa ou gozar dos resultados de ativi-
transcendentais, como os devotos mais elevados em amor conjugai com Krsna dades fruitivas. Apenas oro para que, por Tua misericórdia imotivada, Me dês,
e assim por diante. Ignorando a verdadeira natureza transcendental do amor a vida apos vida, serviço devocional puro a T i . "
Deus, aceitam suas emoções materiais como indicativas de avanço. Dessa maneira,
poluem o processo de serviço devocional. Na tentativa de tornarem-se escritores VERSO 31
de literatura Vaiçnava, introduzem no serviço devocional puro seus conceitos de
vida material. Devido a seus conceitos materiais, apresentam-se como conhece- •wfoeic» *t?: *ici «rerof«*-»Mi i
dores das doçuras transcendentais, mas não compreendem a natureza transcen- «líiitcv! *ca iMtsh Sia-wPeit» n *i n
dental do serviço devocional.
460 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-hlã, 20 Verso 36 As orações Siksãstaka 461

ati-dainye punah mãge dãsya-bhakti-dãna VERSO 34


ãpanãre kare samsãrí jiva-abhimãna
ati-dainye—com muita humildade; punah—de novo; mãge—pede; dãsya-bhakti-
dãna—a concessão da devoção em servidão; ãpanãre—a Ele mesmo; kare—íaz; c«Wa «cal estila ciai F «811
samsãrí— materialista; jiva-abhimãna—concepção como uma alma condicionada.
krpã kari' kara more pada-dhüli-sama
TRADUÇÃO—Com muita humildade, considerando-Se uma alma condicionada tomara sevaka karoh tomara sevana"
do m u n d o material, Sri Caitanya Mahãprabhu voltou a expressar o Seu desejo krpã kari'—sendo misericordioso; kara—faze; more—a Mim; pada-dhüli-sama—como
de ser dotado com o serviço ao Senhor. uma partícula de poeira a Teus pés de lótus; tomara sevaka—como sou Teu servo
eterno; karoh—deixa-Me ficar ocupado; tomara sevana—em Teu serviço.
VERSO 32
TRADUÇÃO—"Sê imotivadamente misericordioso comigo, deixando-Me ficar ao
lado das partículas de poeira a Teus pés de lótus, para que Eu possa dedicar-Me
Ffíi tiimsff^^ítif*K WTsm \\ «3 II
a servir Vossa Onipotência como Teu servo e t e r n o . "

ayi nanda-tanuja kihkaram VERSO 35


patitam mãth vi$ame bhavãmbudhau
krpayã tava pãàa-pahkaja- *tf; « B | f à - S E . * & ' | , fríS) 3;$* §*5t*J I
sthita-dhüll-sadréam vicintaya «U-fcffip jjtpf c a l l - l t l l » * ? ^ II *>6 ll
ayi—oh! Meu Senhor; nanda-tanuja—Krsna, o filho de Nanda Mahãrãja; kih-
karam—o servo; patitam—caído; mãm—Eu; visame—horrível; bhava-ambudhau—no punah ati-utkhanthã, dainya ha-ila udgama
oceano de ignorância; krpayã—pela misericórdia imotivada; tava—Teus; pãda- krsna-thãhi mãge prema-nãma-sahkirtana
pahkaja—pés de lótus; sthita—situado em; dhüll-sadrsam—como uma partícula de punah—novamente; ati-utkanthã—muita ansiedade; dainya—humildade; ha-ila
poeira; vicintaya—por favor, considera. udgama—despertaram; krsna-thãhi—ao Senhor Krsna; mãge—ora por; prema—em
amor extático; nãma-sankirtana—cantar o mahã-mantra.
TRADUÇÃO—"Oh! Meu Senhor, ó Krsna, filho de Mahãrãja Nanda, sou Teu
servo eterno, porém, devido a Meus próprios atos fruitivos, caí neste horrível T R A D U Ç Ã O — H u m i l d a d e e ansiedade naturais despertaram então no Senhor Srí
oceano de ignorância. Agora, por favor, mostra-Me Tua misericórdia imotivada. Caitanya Mahãprabhu. Ele orou a Krsna para ser capaz de cantar o mahã-mantra
Considera-Me como sendo uma partícula de poeira a Teus pés de l ó t u s . " com amor extático.
VERSO 36
VERSO 33

"tfstit? fã«)tfti raiai *ttif%ai i


* t f ? a t C 5 l « i í « f r a i i a t a t s Ç<ÍP1 II u
nayanam galad-asru-dhãrayã
"tomara nitya-dãsa mui, tomã pãsariyã vadanam gadgada-ruddhayã girã
padiyãchoh bhavãrnave mãyã-baddha hanã pulakair nicitam vapuh kadã,
tomara—leu; nitya-dãsa—servo eterno; mui—Eu; tomã pãsariyã— esquecendo-Me tava nãma-grahane bhavisyatí
de Vossa Onipotência; padiyãchoh—caí; bhava-arnave—no oceano de ignorância; nayanam—os olhos; galat-asru-dhãrayã—por torrentes de lágrimas a cair; vada-
mãyã-baddha hanã—ficando condicionado à energia externa. nam—boca; gadgada—balbuciando; ruddhayã— abafada; girã—com palavras; pula-
kaih—com a ereção dos pelos devido à felicidade transcendental; nicitam—coberto;
TRADUÇÃO—"Sou Teu servo eterno, mas esqueci-Me de Vossa Onipotência. vapuh—o corpo; kadã—quando; tava—Teu; nãma-grahane—no cantar do nome;
Agora, caí no oceano de ignorância e fiquei condicionado à energia externa. moisyati— será.
462 Srl Caitanya-caritãmrta Anrya-hlã, 20 Verso 42 As orações Siksãstaka

TRADUÇÃO—"Meu querido Senhor, quando Meus olhos ficarão decorados yugãyitam—parecendo como um grande milênio; nimesena—por um momento;
enchendo-se de constantes lágrimas a rolar enquanto canto Teus santos nomes? caksusã— dos olhos; prãvrsãyitam—lágrimas caindo como torrentes de chuva; éünyã-
Q u a n d o Minha voz se abafará e q u a n d o todos os pelos de Meu corpo arrepiar- i _ p a r e c e n d o vazio; jagat—o mundo; sorvam—todo; govinda—de Krçna, o
íflm

se-ão com felicidade transcendental à medida que canto Teu santo nome?" Senhor Govinda; virahena me—por Minha saudade.

VERSO 3 7 TRADUÇÃO—"Meu Senhor Govinda, devido à saudade de Ti, sinto como se


mesmo um momento durasse um grande milênio. Lágrimas fluem de Meus olhos
" c a t m fin u * f s f i a # 1 1 * 1 1 como torrentes de chuva, e a M i m Me parece que o m u n d o inteiro está v a z i o . "
l
« r t i ' « f ã ' C 1 ® 1 c i t e i CM? C « t H 1 II" « 1 I I
VERSO 40
"prema-dhana vinã vyartha daridra jivana
'dãsa' kari' vetaria more deha prema-dhana" S W C T f à i i N i t f t » "f<r B Ç * «sçsf-isi I
prema-dhana—a riqueza do amor extático; vinã— sem; vyartha—inútil; daridra jiva- i i r a c i i « f r a «ks» i r a c i 1 5 1 » e » 11
na—pobre vida; dãsa kari'—aceitando como Teu servo eterno; vetana—salário;
more—a Mim; deha—dá; prema-dhana—o tesouro do amor a Deus. udvege divasa nã yãya 'ksana' haila 'yuga'-sama
varsãra megha-prãya aéru varise nayana
TRADUÇÃO—"Sem amor a Deus, Minha vida é inútil. Portanto, oro para que Me udvege—devido à grande agitação; divasa—dia; nã—não; yãya—passa; ksana—um
aceites como Teu servo e Me concedas o salário do amor extático por D e u s . " momento; haila—tornou-se; yuga-sama—como um grande milênio; varsãra—da
estação das chuvas; megha-prãya—como nuvens; asru—lágrimas; varise—caem;
VERSO 38 nayana—dos olhos.

a i r a i t c i c i 5 5 * ficit-si-ifii I T R A D U Ç Ã O — " N e s s a Minha agitação, o dia nunca termina, pois cada momento
$ w t , f i i t » , cf CD « c ? < s * i « LI « b - II parece ser um milênio. Derramando lágrimas incessantes, Meus olhos lembram
nuvens na estação das c h u v a s . "
rasãntarãveée ha-ila viyoga-sphurana
udvega, visada, dainye kare pralãpana VERSO 41
rasa-antara-ãvese—no amor extático de diferentes doçuras; ha-ila—houve; viyoga-
sphurana—despertar de saudade; udvega—angústia; visada—melancolia; dainye— clífi*»-fiic5 "jD 5 5 * fatfii 1
humildade; kare pralãpana—fala como uma pessoa louca. f i t i c * c i t o ? . — e u K l i r a « f t i i 118i 1 1

TRADUÇÃO—A saudade de Krsna despertou diversas doçuras de angústia, lamen- govinda-virahe éünya ha-ila tribhuvana
tação e humildade. Portanto, Sri Caitanya Mahãprabhu falou como um louco. tusánale pode, —yena nã yãya jivana
govinda-virahe—por causa da saudade de Govinda; éünya—vazios; ha-ila—torna-
ram-se; tri-bh uvana—os três mundos; tusa-anale—no fogo lento; pode—está quei-
VERSO 39 mando; yena—exatamente como; nã yãya—não vai; jivana—vida.

T R A D U Ç Ã O — " D e v i d o à saudade de Govinda, os três m u n d o s tornaram-se


«rstfirs* fff* t& c t t f à ^ - í i i c s i c i » « a i vazios. Sinto-Me como se, ainda estando Eu vivo, um fogo Me queimasse aos
Pouquinhos."
yugãyitarh nimesena VERSO 42
caksusã prãvrsãyitam
êünyãyitarh jagat sarvath
govinda-virahena me
ift 11 « C 5 , '«CP « 1 S C H K I I 8Í, I I
464 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 20 Verso 47 As orações Siksãstaka 465

krsna udãsina ha-ilã karite parik$ana era bhãve rãdhãra mana asthira ha-ilã
sakhi saba kahe, — 'krsne kara upeksana' sakhi-gana-ãge praudhi-éloka ye padilã
krsna—o Senhor Krçna; udãsina—indiferente; ha-ilã—tornou-Se; karite—para eta bhãve—neste estado de espírito; rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãní; mana—a
fazer; pariksana—teste; sakhi saba kahe—todas as amigas dizem; krsne—a Krçna; mente; asthira ha-ilã—ficou agitada; sakhi-gana-ãge—diante das amigas, as gopis;
kara—simplesmente faze; upeksana—desprezo. praudhi-éloka—verso devocional avançado; ye—que; padilã—Ela recitou.

TRADUÇÃO—"Só com o propósito de testar Meu amor, o Senhor Krçria mostrou- TRADUÇÃO—Neste estado de espírito, a mente de Srímatí Rãdhãrãní ficou agi-
Se indiferente para comigo, e Minhas amigas dizem: 'Melhor ignorá-lO.'" 1 tada, e por isso Ela falou a Suas amigas gopis um verso de devoção avançada.

VERSO 43
VERSO 46
iscsas fcfws a t u a fstfi « r i i
c i ç «etci « f ç c i ç ostras Swifàerl i
*t«tfl15 G S f J l t ? 1 « W « f l * « S I I I 8<0 I I
C5tt15 SsçtfàW « O I I t t t l 55*1 II 8* II
efeíra cintite rãdhãra nirinala hrdaya
svãbhãvika premãra svabhãva karilã udaya sei bhãve prabhu sei éloka uccãrilã
eteka—assim; cintite—pensando; rãdhãra—de Srimati Rãdhãrãní; nirmala hrdaya— éloka uccãrite tad-rüpa ãpane ha-ilã
possuindo um coração puro; svãbhãvika—natural; premãra—de amor a Krçna; sva- sei bhãve—nessa atitude de êxtase; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; sei—este;
bhãva—o caráter; karilã udaya—desperta. éloka—verso; uccãrilã— recitou; éloka—o verso; uccãrite—ao recitar; tat-rüpa—tal qual
Srimati Rãdhãrãní; ãpane—Ele mesmo; ha-ilã—ficou.
T R A D U Ç Ã O — E n q u a n t o Srimati Rãdhãrãní pensava dessa maneira, as caracterís-
ticas naturais do amor manifestaram-se graças ao Seu coração puro. TRADUÇÃO—No mesmo espírito d e êxtase, Srí Caitanya Mahãprabhu recitou este
verso, e, ao agir assim, sentiu-Se tal qual Srímatí Rãdhãrãní.
VERSO 44

fcqjl, ®e.a>&i, a
t. 9i c-aifp, fiia i VERSO 47
ia<5 « T i ifiis-itfep *f%H 3 » a II 88 II
«ItÜV II ItfTOfc PlA 1 1 -
írsyã, utkanthã, dainya, praudhi, vinaya ITÍl.tlròÇSSH ^tll^S 11 I
eta bhãva eka-thãni karilã udaya
111 vsii n fiwil^ i"tr.ií1
irsyã—inveja; utkanthã—ânsia; dainya—humildade; praudhi—zelo; vinaya—súplica;
efa bhãva—todos estes êxtases transcendentais; eka-thãhi—em um mesmo lugar; l«.attflt1» i -ai l í i a s i 8*. i
karilã udaya—despertaram.
ãélisya vã pãda-ratãih pina$tu mãm
TRADUÇÃO—Os sintomas extáticos de inveja, muita ânsia, humildade, zelo e adaréanãn marma-hatãm karotu vã
súplica manifestaram-se todos de uma só vez. yathã tathã vã vidadhãtu lampato
mat-prãna-nãthas tu sa eva nãparah
ãélisya—abraçando com muito prazer; vã—ou; pãda-ratãm—que está caída aos
VERSO 45 pés de lótus; pinastu—que Ele maltrate; mãm—a Mim; adaréanãt—por não ser visível;
marma-hatãm—de coração partido; karotu—que Ele faça; vã—ou; yathã—como (Ele
<4« «tci atira ai i f a a 5 5 * 1 1 bem quiser); tathã—assim; vã—ou; vidadhãtu—que Ele faça; lampatah—um libertino,
que convive com outras mulheres; mat-prãna-nãthah—o Senhor da Minha vida;
iãr<f«i-<srrcM cofrffh&r* ca 118« u to—mas; sah—Ele; eva—unicamente; na aparah—nenhuma outra pessoa.
466 Sn Caitanya-caritãmrta As orações Siksãstaka 467
Antya-lilã, 20 Verso 51

TRADUÇÃO—"Que Krsna dê u m abraço bem apertado nesta criada, q u e caiu a T R A D U Ç Ã O — " M i n h a querida amiga, ouve só a decisão da Minha mente. Krsna
Seus pés de lótus. Que Ele Me maltrate ou parta Meu coração, nunca mais dei- e sob todas as condições, o Senhor da Minha vida, quer Ele Me mostre afeição
xando que Eu O veja. Afinal de contas, Ele é um libertino e pode fazer o q U € 0' Me mate ao Me causar tristeza."
u

bem Lhe aprouver, mas, mesmo assim, Ele continua sendo nada mais nada menos
do que o adorado Senhor do Meu coração." VERSO 50

VERSO 48 stfy «tfr*K citi i » f «ça»,


cria c i W i ] <a?>i> «tirai i
"oura-^iB-Bif), cscçl-aa^tatK
<5r-*1tCa Çto «Stal-IC» «Ca # ' 5 1 ,
«Mfèilírsl =rca « f s a t a i
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f « i T ai c^a * a * f » , srtcaa cara « T r a ,
C « * C 5 l — C = T f ? 2JT«1at«l II 8V || chãdi' anya nãri-gana, mora vasa tanu-mana,
mora saubhãgya prakata kariyã
' 'ãmi—krçna-pada-dãsi, tenho—rasa-sukha-rãéi, tã-sabãre deya pidã, ãmã-sane kare kridã,
ãlihgiyã kare ãtma-sãtha sei nãri-gane dekhãnã
kibã nã deya daraéana, jãrena mora tanu-mana, chãdi'—abandonando; anya—outras; nãri-gana—mulheres; mora—Meu; vasa—
tabu tenho—mora prãna-nãtha controle; tanu-mana—mente e corpo; mora—Minha; saubhãgya—fortuna; prakata
ãmi—Eu; krsna-pada-dãsi— uma criada aos pés de lótus de Krsna; tenho—Ele; roso. kariyã—manifestando; tã-sabãre—a todas elas; deya pidã—dá sofrimento; amã-sane—
sukha-raéi—o reservatório de doçuras transcendentais; ãlihgiyã—pelo abraço; kare— comigo; kare kridã—realiza atividades amorosas; sei nãri-gane—a essas mulheres;
faça; ãtma-sãtha—imersa; kibã—ou; nã deya—não dê; daraéana—audiência; jãrena— dekhãnã—mostrando.
corroa; mora—Meus; tanu-mana—corpo e mente; tato—mesmo assim; tenho—Ele;
mora prãna-nãtha—o Senhor da Minha vida. TRADUÇÃO—"Ãs vezes, abandonando a companhia das outras gopis, Krsna,
mente e corpo, fica sob Meu controle. Assim, Ele manifesta Minha boa fortuna
T R A D U Ç Ã O — " S o u uma criada aos pés de lótus de Krsna. Ele é a personificação e causa angústia nas outras, realizando comigo os Seus romances amorosos."
da felicidade e da doçura transcendentais. Se Ele achar por bem, Ele pode Me
dar um forte abraço e fazer-Me sentir una com Ele, ou pode recusar a dar-Me VERSO 51
a Sua audiência, e, assim, corroer Minha mente e Meu corpo. Apesar disso, é
Ele quem é o Senhor da Minha v i d a . " f«ai c t c f i iHfc, "li, i«ifc,
*k»3 af#tfl»l as fã' TW I
VERSO 49 c u c a fwc<5 a»:%5i, cita «sict « c a afr^l,
t f à Cl. «Sa d i a 1C1? fà«5a | ^ c t c ç l - C f f i st«tat«t 11 <?i 11
f%ai «rçatit isca, fawi 5:1 f>at «tca,
kibã tenho lampata, éafha, dhrsta, sakapata,
c r i a «tem? a*as—<ws a ? 11 ss. 11 anya nãri-gana kari' sãtha
sakhi he, éuna mora manera niécaya more dite manah-pidã, mora ãge kare kridã,
kibã anurãga kare, kibã duhkha diyã mãre, tabu tenho—mora prãna-nãtha
mora prãneévara krsna—anya naya kibã—ou; tenho— Ele; lampafa—libertino; éatha—manhoso; dhrsta—obstinado;
sakhi he—ó Minha querida amiga; éuna—ouve só; mora— Minha; manera—^Ê sakapata—com uma propensão a enganar; anya—outras; nãri-gana—mulheres;
mente; niécaya—decisão; kibã—quer; anurãga—afeição; kare—mostre; kM-^M ^h—aceitando; sãtha—como companheiras; more—a Mim; dite—para dar; manah-
duhkha—tristeza; diyã—dando; mãre—mate; mora—Minha; prãna-iévara—o S e n ^ M P*dà~aflição mental; mora age—diante de Mim; kare kridã—realiza romances amo-
da vida; krsna—Krsna; anya naya—e ninguém mais. rosos; tabu—mesmo assim; tenho—Ele; mora prãna-nãtha—o Senhor da Minha vida.
468 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20 As orações Siksãstaka 469
Verso 5 4

TRADUÇÃO—"Ou, como, afinal de contas, Ele é um libertino astuto e obstinado


com uma tendência a enganar, aceita a companhia de outras mulheres. E então' ir$ «ta t t a t f ? ' , *<ípi at« *tc« afã',
diante de Mim, entrega-Se a romances amorosos com elas, só para Me causar #<sl a>at<íol «tca «caí 'gat 11 as n
aflição mental. Não obstante, Ele continua sendo o Senhor da Minha vida."
ye nãrire vãhche krsna, tara rüpe satrsna,
VERSO 52 tare nã pãhã haya duhkhi
mui tara pãya padi', lahã yãha hãte dhari',
«1 *5Tf^t « U l l - S M , aca atff <$tt kridã karãhã tãhre karoh sukhi
«ta ga—«irará «tala" i ye nãrire—a mulher que; vãhche krstia—Krçna deseja ter em Sua companhia; tara
catca afã fãal «sa, «ra cs* M t K rüpe satrsna—sentindo-Se atraído por sua beleza; tare—a ela; nã pãhã—não conse-
guindo; haya duhkhi—fica triste; mui—Eu; tara pãya padi'—caindo aos pés dela; lahã
ca? ssa -caía ^aaa" II 0 5 . II yãha—levando, vou; hãte dhari'—segurando a mão; kridã—passatempos; karãhã—
nã gan; ãpana-duhkha, sabe vãrichi tãhra sukha, produzindo; tãhre—o Senhor Krçna; karoh sukhi—faço feliz.
tãhra sukha—ãmãra tãtparya
more yadi diyã duhkha, tãhra haila mahã-sukha,
sei duhkha—mora sukha-varya TRADUÇÃO—"Se Krçna, sentindo-Se atraído pela beleza de alguma outra mulher,
nã—não; gani—conto com; ãpana-duhkha—própria miséria; sabe—unicamente; deseja deliciar-Se com ela, porém, fica infeliz por não tê-la conseguido, caio aos
vãhchi—desejo; tãhra sukha—Sua felicidade; tãhra sukha—Sua felicidade; ãmãra pés dela, seguro sua mão e levo-a até onde está Krsna para que ela se ocupe
tãtparya—a meta da Minha vida; more—a Mim; yadi—se; diyã duhkha—dando aflição; em fazê-lO feliz."
fãrira—Sua; haila—houve; mahã-sukha—muita felicidade; sei duhkha—esta infelici-
dade; mora sukha-varya—a Minha maior felicidade. VERSO 54

TRADUÇÃO—"Pouco se Me dá Minha angústia pessoal. Tudo o que desejo é que a>fsl « c a » «ca cata, «a» f t a a r a r a ,
Krsna viva feliz, pois Sua felicidade é a meta da Minha vida. Contudo, se Ele «ga * t t a «f3a-«e. a c a i
sente muita felicidade em causar-Me aflição, esta aflição é a Minha maior feli-
cidade." a a t c a t t j « c a ara, « a s «rc« ç a tra,
s t c « ara «wo-ataca 11 <ts n
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura diz que o devoto não se
importa com sua própria felicidade e sofrimento; ele apenas se interessa em ver kãntã krsne kare rosa, krsna pãya santosa,
que Krçna está feliz, e, com este fim, ocupa-se em diversas atividades. O devoto sukha pãya tãdana-bhartsane
puro não conhece outro jeito de sentir felicidade, exceto ver que, sob todos os yathã-yogya kare mana, krsna tãte sukha pana,
aspectos, Krçna é feliz. Se Krçna torna-Se feliz causando-lhe sofrimento, seme- chãde mana alpa-sãdhane
lhante devoto aceita essa infelicidade como a maior de todas as felicidades. No kãntã—a amada; krsne—ao Senhor Krçna; kare rosa—manifesta ira; krsna pãya
entanto, aqueles que são materialistas, que são muito orgulhosos da riqueza mate- santosa—Krçna fica muito feliz; sukha pãya—obtém felicidade; tãdana-bhartsane—pelo
rial e não têm n e n h u m conhecimento espiritual, tais como os prãkrta-sahajiyãs, castigo; yathã-yogya—como dita a etiqueta; kare mana—mostra orgulho; krstia—o
acham que sua própria felicidade é a meta da vida. Alguns deles buscam o desfrute Senhor Krçna; tãte—com semelhantes atividades; sukha pana—obtém felicidade;
na tentativa de compartilhar da felicidade de Krçna. É esta a mentalidade dos chãde mana—abandona o orgulho; alpa-sãdhane—com um pequeno esforço.
trabalhadores fruitivos que desejam gozo dos sentidos fazendo uma exibição de
serviço a Krçna.
VERSO 53 T R A D U Ç Ã O — " Q u a n d o uma amada gopi apresenta sintomas de ira contra Krsna,
E l
e fica muito satisfeito. Na verdade, Krsna fica satisfeito quando castigado por
ca ártica aíc« «a», «ra * d *«a», essa gopi. Ela mostra seu orgulho de maneira adequada, e Krsna gosta dessa
«íca » 1 « Í Í 4 J 1 ça S!*?t i atitude. Então, após um pouco de esforço, ela deixa de ser orgulhosa."
470 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, Verso 57 As orações Siksãstaka 471

VERSO 55 abhilãS"~~desejando; mui—Eu; tara—dela; ghare yãhã—indo à casa; tare sevoh—


«restarei serviço a ela; dãsi hanã— tornando-Me uma criada; tabe—então; mora—
C l * srrft s h c a c * c i , ? * } J - J | Í ! <rç«ii s r t c i , j ^ u ; sukhera ullãsa—despontar de felicidade.
e

« 3 « e u « c ? ifí? c i t a i
TRADUÇÃO—"Se uma gopi, sentindo inveja de Mim, satisfaz Krçna e Krçna
fíW-^Ct itíl f H * »t«_?s s t ? f»tC? IfSf,
deseja-a, não hesitarei em ir à casa dela e tornar-Me sua criada, pois só assim
« c s ? i r a SfffçÇf i c s t i n oo H Minha felicidade despontará."

sei nãri jiye kene, krsna-martna vyathã jãne, VERSO 5 7


tabu krsne kare gãdha rosa i i

nija-sukhe mane kãja, paduka tara éire vãja, *$l-f?C«t? ?1«l, *lf«i3«1-f tC?tlf l,
krsnera mãtra cãhiye santosa * t f « Bitfrt' c « * l crtit? cral i
sei nãri— essa mulher; jiye—vive; kene—por que; krsna-martna—o coração de Krçna; ,

vyathã— infeliz; jãne—sabe; tabu—mesmo assim; krsne—contra Krsna; kare—faz; *3Í%9| i r f ? sif«, «frat** f5 *ff«,
gãdha rosa—ira profunda; nija-sukhe—em sua própria felicidade; mane—considera; « è c * * IjO f « i - c « f i i " »
kãja—a única atividade; paduka—que caia; tare—dela; éire—sobre a cabeça; vãja—
um raio; krsnera—de Krçna; mãtra—unicamente; cãhiye—desejamos; santosa—a kusthi-viprera ramani, pativratã-éiromani,
felicidade. pati lãgi' kailã veéyãra sevã
stambhila süryera gati, jiyãila mrta pati,
TRADUÇÃO—"Por que u m a mulher insiste em viver, sabendo que o coração de tusta kaila mukhya tina-devã
Krsna está infeliz mas mesmo assim mostrando sua profunda ira contra Ele? Ela kusthi-viprera—do brãhmana que sofria de lepra; ramani—a esposa; pati-vratã-
está interessada em sua própria felicidade. Condeno essa mulher a ser fulmi- éiromani—a mais casta das mulheres; pati lãgi'—para a satisfação de seu marido;
nada na cabeça com um raio, pois tudo o que desejamos é a felicidade de Krsna." kailã—realizou; veéyãra sevã—serviço a u m a prostituta; stambhila—parou; süryera
gati—o movimento do Sol; jiyãila—trouxe de volta à vida; mrra pati—o marido
SIGNIFICADO—O devoto que só se satisfaz com o gozo de seus próprios sentidos morto; tusta kaila—satisfez; mukhya—as principais; tina-devã— três deidades ou
na certa cai do serviço a Krçna. Estando atraído pela felicidade material, ele juntar- semideuses.
se-á mais tarde aos prãkrta-sahajiyãs, que são considerados como não-devotos.
TRADUÇÃO—"A esposa de u m brãhmana acometido de lepra manifestou-se como
a mais casta de todas as mulheres, ao servir a uma prostituta com o propósito
VERSO 56 de satisfazer o seu marido. Só assim ela parou o movimento do Sol, trouxe seu
marido morto de volta à vida e satisfez os três semideuses principais [Brahmã,
ci ctffà cit? «c? esc?, «CP? «c? icsrci, Viçnu e Maheávaral."
« 1 > ?tC? T - C J i f è í T t ? I
SIGNIFICADO^—O Ãditya Purãna, o Mãrkendeya Purãna e o Padma Purãna relatam
*r$ « I ? ir.? 1 1 * 1 , « t r , ? r.icTl fitft Ç<ÍP1,
sobre um brãhmana que sofria de lepra mas que tinha uma esposa muito casta
« C I cita w i ? «ain II 4* n e fiel. Ele desejou desfrutar da companhia de uma prostituta, e por isso sua esposa
foi ter com ela e tornou-se sua criada, só para atrair a atenção dela para o serviço
a

ye gopf mora fajre dvese, krsnera kare santose, ele. Quando a prostituta concordou em associar-se com ele, a esposa trouxe-lhe
krsna yãre kare abhilãsa o marido leproso. Q u a n d o aquele leproso, o filho pecaminoso de um brãhmana,
mui tara ghare yãhã, tare sevoh dãsi hanã, viu a castidade de sua esposa, abandonou enfim suas intenções pecaminosas.
tabe mora sukhera ullãsa Contudo, enquanto voltava para casa, ele tocou no corpo de Mãrkendeya Rçi,
e
y gopi— qualquer gopi que; mora—de Mim; kare dvese—sinta inveja; krsnera kare que então o amaldiçoou a morrer ao alvorecer. Devido à sua castidade, a mulher
e r

santose— mas satisfaz Krçna; krsna—ao Senhor Krsna; yãre—a quem; kare-faz; a muito poderosa. Portanto, ao tomar conhecimento da maldição, fez o voto
472 Éri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 20 As orações Sikçaçtaka 473
Verso 61

de impedir o Sol nascer. Por causa de sua forte determinação de servir ao seu j^.—ofereço; dana—como caridade; krsna—o Senhor Krçna; more—a Mim; kãntã
esposo, as três deidades — a saber, Brahmã, Visnu e Maheávara — ficaram muito fari '.-aceitando como amada; kahe—diz; more—a Mim; prãna-iévari—a amadíssima;
felizes e deram-lhe a bênção de que seu marido seria curado e ressuscitado. Este mora—Minha; haya—há; dãsi-abhimãna—consideração como Sua criada.
exemplo é aqui mencionado para enfatizar que o devoto deve ocupar-se exclusi-
vamente para a satisfação de Krsna, sem motivos pessoais. Isto tornará sua vida T R A D U Ç Ã O — " M i n h a felicidade está no serviço a Krçna, e a felicidade de Krsna
exitosa. está na união comigo. Por essa razão, dou Meu corpo em caridade aos pés de
lótus de Krsna, que Me aceita como Sua amada e Me chama de Sua queridíssima.
VERSO 58 É então que Me considero como Sua criada."

CTM tftlS, - d l ? Stf*ft*4 VERSO 60


« a » - cita «iícaa *taí«i i
aUi-cial-ga^a, 1 * 1 C 5 C « ^i«ra,
f l j i a - f c t c a aca*i, c r a i asfà' ^ f t a c a * l ,
45 c a t a 1W1 a C 5 « U t i || ll <5tC5 HP#T-*v*#t frtf at«ü i
irara«i-5ífà faf%, «i. «traciara ife,
"fcrsna—mora jivana, krsna—mora prãna-dhana,
ciai a*ca «jfi^'-«it«iT«n H *° 11
krsna—mora prãnera parãna
hrdaya-upare dharoh, sevã kari' sukhi karoh, kãnta-sevã-sukha-püra, sahgama haite sumadhura,
ei mora sadã rahe dhyãna tãte sãksi—laksmi thãkurãni
krsna—o Senhor Krçna; mora jivana—Minha vida e alma; krsna—o Senhor Krçna; nãrãyana-hrdi sthiti, tabu pãda-sevãya mati,
mora prãna-dhana—a riqueza da Minha vida; krsna—o Senhor Krçna; mora prãnera sevã kare 'dãsi'-abhimãnl
parãna—a vida da Minha vida; hrdaya-upare—no Meu coração; dharoh—Eu guardo; kãnta-sevã-sukha-püra—o serviço ao Senhor é o lar da felicidade; sahgama haite
sevã kari'—servindo; sukhi karoh—faço feliz; ei—esta; mora—Minha; sadã—sempre; su-madhura—mais doce do que a união direta; íãfe—nisto; sãksi— evidência; laksmi
rahe—permanece; dhyãna—meditação. thãkurãni—a deusa da fortuna; nãrãyana-hrdi—no coração de Nãrãyana; sthiti—
situação; tabu—mesmo assim; pãda-sevãya mati—seu desejo é servir os pés de lótus;
T R A D U Ç Ã O — " K r ç n a é Minha vida e alma. Krsna é o tesouro da Minha vida. Na sevã kare— presta serviço; dãsi-abhimãni— considerando-se como uma criada.
verdade, Krsna é a vida da Minha própria vida. Portanto, guardo-O sempre no
Meu coração e tento agradá-lO, prestando-Lhe serviço. Esta é a Minha meditação TRADUÇÃO—"O serviço a Meu amante é o lar da felicidade e é mais doce do
constante." que a união direta com Ele. A deusa da fortuna é evidência disto, pois, embora
VERSO 59 viva constantemente no coração de Nãrãyana, ela deseja prestar serviços a Seus
pés de lótus. Por isso, ela considera-se como uma criada e serve-O constante-
cita^a-craci, íüwrrçi iwci, mente."
«kwh c r ? c r * « r a I VERSO 61
a>u cifca ' a s p s r afS*, * C 5 cuca ' « t t c N f ã , ' 45 aiaia açu, fà^s«c«ii-'»ii i, M

cila sa 'itiV-ifeiii n <?s> ii •ti-aWca âlcfra-ara i


«íca ai « C 5 hra, itfac* artct i f t a ,
mora sukha—sevane, krsnera sukha—sahgame,
ataeva deha deha dana ia-CR5 aa«i H ara n 4 i ii
krsna more 'kãntã' kari', kahe more ' prãneévari', ei rãdhãra vacana, viéuddha-prema-laksana,
mora haya 'dãsi'-abhimãna ãsvãdaye éri-gaura-rãya
mora sukha—Minha felicidade; sevane—no serviço; krsnera sukha—a felicidade de
bhãve mana nahe sthira, sãttvike vyãpe éarira,
Krçna; sahgame—mediante a união comigo; ataeva—portanto; deha—Meu corpo;
mana-deha dharana nã yãya
474 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20 Verso 66 As orações Siksãstaka 475

«'—esta; rãdhãra vacana—a afirmação de Srimati Rãdhãrãní; viéuddha-prema-laksa- ei-mata—dessa maneira; mahãprabhu—Srí Caitanya Mahãprabhu; bhãva-ãvista
na—os sintomas de amor puro por Krsna; ãsvãdaye—saboreia; éri-gaura-rãya—o haiiã—ficando dominado pelo amor extático; pralãpa karilã—dizia palavras loucas;
Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; bhãve—devido a este êxtase; mana >whe sthira—a /flf-fflf apropriado; éloka padiyã—lendo o verso.
mente não é firme; sãttvike—os sintomas de amor transcendental; vyãpe—espalham-
se por; éarira—o corpo; mana-àeha—mente e corpo; dharana—conter; nã yãya—não T R A D U Ç Ã O — D o m i n a d o assim pelo amor extático, Srí Caitanya Mahãprabhu
é possível. falava como um louco e recitava versos apropriados.

T R A D U Ç Ã O — E s t a s afirmações de Srímatí Rãdhãrãní mostram os sintomas de VERSO 64


amor puro por Krsna saboreados por Srí Caitanya Mahãprabhu. Neste amor ex-
tático. Sua mente não se sentia segura. Transformações de amor transcendental wè-cSt* *fa' c*tc* f » W f»*l i
espalhavam-se por todo o Seu corpo, e Ele não podia conter o corpo e a mente. ci5 «è-cjttc*a «i«f «itfca «rwfãsrl n *8 II
VERSO 62 pürve asta-éloka kari' loke éiksã dilã
sei asta-élokera artha ãpane ãsvãdilã
<azm fà*s«5c«ii»— c?a sri«s,sw <£», pyrw—anteriormente; asta-éloka kari'—compondo oito versos; loke éiksã dilã—deu
instrução às pessoas em geral; sei—esses; asta-élokera—dos oito versos; artha—o
«ics-gci? «rlt! «tfi i significado; ãpane ãsvãdilã—saboreou pessoalmente.

*rc« c*«n «tc«fs fofa 11 n TRADUÇÃO—Com o propósito de ensinar as pessoas em geral, o Senhor compu-
sera anteriormente estes oito versos. Agora, Ele próprio saboreava o significado
vrajera visuddha-prema,— yena jâmbú-nada hema, dos versos, chamados de Siksãstaka.
ãtma-sukhera yãhãh nãhi gandha
se prema jãnã'te loke, prabhu kailã ei éloke, VERSO 65
pade kailã arthera nirbandha
vrajera—de Vrndãvana; viéuddha-prema—o amor puro por Krçna; yena—como; eff ? 'í-wèf-cstt* cií <tc<?> '©ca i
jâmbú-nada hema—as partículas douradas encontradas no rio Jãmbü; ãtma-sukhera— f»CU CSWêfe I f C ? frci-frC» II *<t II
5

do gozo pessoal dos sentidos; yãhãh—onde; nãhi gandha—não há sequer um aroma;


se prema—esse amor a Deus; jãnã'te loke—para divulgar entre as pessoas; prabhu-Sri prabhura 'éiksãsfaka'-éloka yei pade, éune
Caitanya Mahãprabhu; kailã—escreveu; ei éloke—este verso; pade—em diferentes krsne prema-bhakti tara bãde dine-dine
etapas; kailã arthera nirbandha—esclareceu o verdadeiro significado. prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; éiksã-astaka—das oito instruções; éloka—
os versos; yei—qualquer pessoa que; pade—recite; sune—ou ouça; krsne— pelo
TRADUÇÃO—O serviço devocional puro em Vrndãvana é como as partículas dou- Senhor Krçna; prema-bhakti—amor extático e devoção; tara—seus; bãde—aumentam;
radas do rio Jãmbú. Em Vrndãvana não há sequer um vestígio de gozo pessoal dine-dine—dia após dia.
dos sentidos. Foi para divulgar esse amor puro neste m u n d o material que Sri
Caitanya Mahãprabhu escreveu o verso anterior e explicou-lhe o significado. TRADUÇÃO—Quem recita ou ouve estes oito versos instrutivos de Srí Caitanya
Mahãprabhu verá q u e , a cada dia que passa, aumenta o seu amor extático e
VERSO 63 devoção por Krsna.

4 5 1 S AWT-LRFI^NLFÀÈ 5431 I VERSO 66


« H l M «fàsri w, eslt* *tf?a1«•4»'®« ?sif»t5 styf - ( « i t a v f h J r i N i
ei-mata mahãprabhu bhãvãvista haha a t a i - ^ t i - P C S i R c a ssca« « i f a a n II
pralãpa karilã tat-tat éloka padiyã
476 Éri Caitanya-caritãmrta Verso 72 As orações Siksãstaka 477
Antya-lílã, 20

yadyapiha prabhu—koti-samudra-gambhira dvãdaéa vatsara—por doze anos; aiche dasã—semelhante condição; rãtri-dine—dia
noite; krsna-rasa—bem-aventurança transcendental e doçuras relacionadas com
nãnã-bhãva-candrodaye hayena asthira e

fcrsna; ãsvãdaye— Ele saboreia; dui-bandhu-sane—com dois amigos, a saber, Rãmã-


yadyapiha—embora; prabhu—êri Caitanya Mahãprabhu; koti-samudra-gambhira—
nanda Rãya e Svarüpa Dâmodara Gosvãmi.
tão profundo quanto milhões de oceanos; nãnã—diversas; bhãva—de emoções
extáticas; candrodaye—devido ao nascer da Lua; hayena—às vezes, fica; asthira—
inquieto. TRADUÇÃO—Por doze anos, Srí Caitanya Mahãprabhu permaneceu neste estado
dia e noite. Com Seus dois amigos, Ele saboreava o significado desses versos,
que consistem apenas na bem-aventurança transcendental e nas doçuras da cons-
T R A D U Ç Ã O — E m b o r a Sri Caitanya Mahãprabhu seja tão profundo e grave quanto
ciência de Krsna.
milhões de oceanos, ao surgir a Lua de Suas diversas emoções, Ele fica inquieto.
VERSO 70
VERSOS 6 7 - 6 8 o i ? i i # t * t a i " « ( f r e i 'wsrs i
£ 1 5 CTÇ CSI* S * 3 « a , « 1 1 1 0 5 I i * ; g - i i r . i a f ã ' sttfç l i r a « n m ° 1 1
a t e u i i & c a » , c i ç « n a astfrços n < m u sei saba lilã-rasa ãpane ananta
ci5 015 « t o a « r t i 5
asfàal * t k i i sahasra-vadane varni' nãhi pã'na anta
sei saba—todas essas; lilã-rasa—doçuras transcendentais dos passatempos de Sri
c i l d * « t i t o i o a ? > o a i « r t a r t f W n *v11
Caitanya Mahãprabhu; ãpane—pessoalmente; ananta—Ananta, a Personalidade de
Deus; sahasra-vadane—com Seus milhares de rostos; varni'—descrevendo; nãhi—
yei yei s7ofca jayadeva, bhãgavate
rãyera nãtake, yei ãra kamãmrte não; pã'na—chega; anta—ao limite.

sei sei bhãve sloka kariyã pathane TRADUÇÃO—Nem mesmo Anantadeva, com Seus milhares de rostos, poderia
sei sei bhãvãveée karena ãsvãdane chegar ao fim da descrição da bem-aventurança transcendental dos passatempos
yei yei—quaisquer; éloka—versos; jayadeva—Jayadeva Gosvãmi; bhãgavate—no de Sri Caitanya Mahãprabhu.
érimad-Bhãgavatam; rãyera nãtake— no drama composto por Rãmãnanda Rãya; yei— VERSO 71
quaisquer; ãra—também; karnãmrte— no livro chamado Krsna-karnãmrta, escrito por
Bilvamahgala Thâkura; sei sei bhãve—nessas emoções extáticas; éloka—versos; kariyã « f t i «farçfa oasti,«t5l * t i c a if%5 ?
pathane—lendo com regularidade; sei sei—neste particular; bhãva-ãveée— amor extá- « t a 4as as«ti - » t f » r «fj*WI o a t f à c « 1111 n
tico; karena ãsvãdane—Ele saboreia.
jiva ksudra-buddhi kon tãhã pare varnite?
TRADUÇÃO—Ao ler os versos d o Gita-govinda de Jayadeva, do Srimad-Bhãga- tara eka kanã sparéi ãpanã éodhite
vatam, do drama Jagannãtha-vallabha-nãtaka de Rãmãnanda Rãya e do Krsna- jiva—ser vivo; ksudra-buddhi— inteligência limitada; kon—quem; tãhã— isto; pãre—é
karnãmrta de Bilvamahgala Thâkura, Sri Caitanya Mahãprabhu ficava dominado capaz; varnite—de descrever; (ãra—disto; eka kanã—uma partícula; sparéi— toco;
pelas diversas emoções extáticas desses versos. Dessa maneira, Ele lhes saboreava ãpanã éodhite—-para corrigir a mim mesmo.
os significados.
TRADUÇÃO—Como poderia então u m ser vivo comum, dotado de muito pouca
VERSO 69 inteligência, descrever esses passatempos? Não obstante, estou tentando tocar
uma mera partícula deles só para corrigir a mim mesmo.
i e . u a vàos a * i - a t f a - f i f r . i i
VERSO 72
a > u a i « s u m o s s l i f - n o * 11 n
a « osèl, a « « e n » t , - í i t f ç »ttatata 1
dvãdaéa vatsara aiche daéã—rãtri-dine
krsna-rasa ãsvãdaye dui-bandhu-sane çr\ n a i f à o s <s*. i a ^ f a « s i a 111%. n
478 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-hlã,
Verso 78 As orações Siksãstaka 479

yata cesta, yata pralãpa,—nãhi pãrãvãra ataeva sei-saba lilã nã pari varnibãre
sei saba varnite grantha haya suvistãra samãpti kariluh Mãke kari' namaskãre
yata cesta—todas as atividades; yata pralãpa—todas as conversas loucas; nã
ataeva—portanto; sei-saba—todos esses; Íi7ã—passatempos; nã pari—não sou
pãrãvãra—não havia limite; sei saba—todas elas; varnite—descrever; grantha—o livro
capaz; varnibãre—de narrar; samãpti kariluh—neste ponto, acabo de concluir; lilãke—
haya—ficaria; su-vistãra—muito volumoso.
aos passatempos; kari' namaskãre— oferecendo as minhas respeitosas reverências.
TRADUÇÃO—Não há limite para as atividades de Srí Caitanya Mahãprabhu nem TRADUÇÃO—É impossível descrever todos os passatempos em suas minúcias.
para as Suas palavras de loucura. Portanto, descrever todas elas aumentaria enor-
memente o tamanho deste livro. Portanto, concluirei esta descrição e oferecer-lhes-ei minhas respeitosas reve-
rências.
VERSO 76
VERSO 73
c a t > g « f è ^ 4 ? fàítaa»ta i
a»«rri5i-ffTJi « t a n c«, ifíjei |
45 « i ç n f c a 5ca s t f «ipaíwa n n
c n 5 * r a s f t * r a «tffSf narcta- c a * * 11 i« 11
ye fcic/íH kahiluh ei dig-daraéana
vrndãvana-dãsa prathama ye lilã varnila
ei anusãre habe tara ãsvãdana
sei-saba lilãra ãmi sütra-mãtra kaila ye kichu—tudo o que; kahiluh—eu disse; ei—isto; dik-daraéana—só para dar uma
vrndãvana-dãsa—Vrndãvana dãsa Thâkura; prathama—a princípio; ye—quaisquer; indicação; ei anusãre— dessa maneira; habe—haverá; tara—disto; ãsvãdana—sabor.
lilã— passatempos; varnila—descreveu; sei-saba—todos estes; lilãra—dos passatem-
pos; ãmi—eu; sütra-mãtra kaila—preparei apenas a sinopse.
TRADUÇÃO—O que descrevi fornece um mero indício, porém, seguindo esta
indicação, pode-se sentir o sabor de todos os passatempos de Srí Caitanya
TRADUÇÃO—De todos os passatempos que Srila Vrndãvana dãsa Thâkura des-
Mahãprabhu.
creveu por primeiro, fiz um mero resumo.
VERSO 77
VERSO 74 «rça *f#s#»rl « t *ttíà ajâics i
<$fa <sj& ' « r a p t a ' i R w t « f s . * i a . f ã i - « c a « l a t t 5 <sic«» a1 * f t f ã a f à c s u <w ii

* > i t a a t e r . * } •$% « * f f f * t a i f e * I I i s n prabhura gambhira-lilã nã pari bujhite


buddhi-praveéa nãhi tãte, nã pari varnite
fãíira ryaArfa 'avaéesa' sahksepe kahilã
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; gambhira—profundos; lilã—os passatem-
lilãra bãhulye grantha tathãpi bãdila
pos; nã pari— não sou capaz; bujhite—de compreender; buddhi-praveéa nãhi— minha
tãhra—suas; tyakta—esquecidas; avaéesa—sobras; sahksepe kahilã—descrevi mui
inteligência não pode penetrar; fáre—por causa disto; nã pari—não sou capaz;
sucintamente; lilãra bãhulye—devido ao grande número de passatempos; grantha—
este livro; tathãpi—mesmo assim; bãdila—aumentou. varnite—de descrever adequadamente.

TRADUÇÃO—Não posso compreender os profundos e significativos passatempos


TRADUÇÃO—Só fiz um apanhado dos passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu
de Sri Caitanya Mahãprabhu. Minha inteligência não pode penetrá-los, e por
não descritos por Vrndãvana dãsa Thâkura. No entanto, porque esses passatem-
isso não p u d e descrevê-los adequadamente.
pos transcendentais são muito numerosos, o tamanho deste livro aumentou.
VERSO 78
VERSO 75
ia çstfsj caa»caa af*»a1 s a i i
« ç & í a . c i l a ? «flêTl a i <>ftfà a f ã a f c a i
c s s D & f à a - a à a fcasa* a a t t a II 1> II
n a t f e a-fàg^ ifartm asfã' a a ^ r c a n < w »
Verso 83 As orações Siksãstaka 481
480 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 20

yãvat buddhira gati, tateka vamilun


saba érotã vaisnavera vandiyã carana
samudrera madhye yena eka kana chuhiluh
caitanya-caritra-varnana kailun samãpana yãvat—até onde; buddhira gati—o limite da minha inteligência; tateka—até aí;
saba srotã— todos os leitores; vaisnavera—dos Vaisnavas; vandiyã carana—ofere- faffjiluh—descrevi; samudrera madhye—no meio do grande oceano; yena—exata-
cendo respeitosas reverências aos pés de lótus; caitanya-caritra—das características mente como; eka kana—uma partícula; chuhiluh—toquei.
de Sri Caitanya Mahãprabhu; varnana—descrição; kailun—fiz; samãpana—termi-
nando.
TRADUÇÃO—Tentei descrevê-los tanto quanto minha inteligência permite, como
se tentasse tocar numa gota no meio de um grande oceano.
TRADUÇÃO—Após oferecer minhas respeitosas reverências aos pés de lótus de
iodos os meus leitores Vaisnavas, terminarei portanto esta descrição das carac-
VERSO 82
terísticas de árí Caitanya Mahãprabhu.
fãsjtarç-a^wts-a^Ttia-arn i
VERSO 79
foss^Vrta G«*OTI '"tfàiTta' n li
«rfPt"t—wrg, «rcs care «tfaww i
nityãnanda-krpã-pãtm—vrndãvana-dãsa
ara as " i f > , <sm a>ca «Hcarsa i ia> n caitam/a-Mãya tenho hayena 'ãdi-vyãsa'
nityãnanda—do Senhor Nityãnanda Prabhu; krpá-pãtra—o devoto favorito; vrndã-
ãkãéa—ananta, tãte yaiche paksi-gana vana-dãsa—Vrndãvana dãsa Thâkura; caitanya-Iílãya—nos passatempos de Sri
yãra yata sakti, tata kare ãrohana Caitanya Mahãprabhu; tenho—ele; hayena—é; ãdi-vyãsa—o Vyãsadeva original.
ãkãéa—o céu; ananta—ilimitado; tãte—neste céu; yaiche—exatamente como; paksi-
gana—todas as espécies de pássaros; yãra—de alguém; yata éakti—qualquer poder; T R A D U Ç Ã O — V r n d ã v a n a dãsa Thâkura é o devoto favorito do Senhor Nityãnanda,
tata—esse tanto; kare ãrohana—eleva-se cada vez mais.
e por isso ele é o Vyãsadeva original no que se refere à descrição dos passatempos
de árí Caitanya Mahãprabhu.
TRADUÇÃO—O céu é ilimitado, mas muitos pássaros, segundo suas próprias
capacidades, voam a alturas cada vez maiores.
SIGNIFICADO—Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura diz que todos os escritores
após Vrndãvana dãsa Thâkura, devotos puros de Sri Caitanya Mahãprabhu que
VERSO 80 tentaram descrever as atividades do Senhor, devem ser considerados como Vyãsa.
Srila Vrndãvana dãsa Thâkura é o Vyãsadeva original no que se refere à descrição
da caitanya-lilã, e todos os outros que seguem seus passos, descrevendo os pas-
• » f N ' l # l G * * \ *npt ftca afàata ? v° II satempos de Sri Caitanya Mahãprabhu, também devem ser chamados de Vyãsa-
aiche mahãprabhura lilã—nãhi ora-pãra deva. O mestre espiritual fidedigno chama-se Vyãsa, pois é o representante de
'jiva' hanã kebã samyak pare varnibãra? Vyãsa. Adorar o dia do nascimento de semelhante mestre espiritual chama-se
aiche—de modo semelhante; mahãprabhura lilã—os passatempos de Srí Caitanya Vyãsa-püjã.
Mahãprabhu; nãhi ora-pãra—não há limite acima nem abaixo; jiva hanã—sendo uma
VERSO 83
entidade viva comum; kebã—quem; samyak—totalmente; pãre—é capaz; varnibãra—
de descrever. «ta "NTCt asiR na «aterra «tdta i
«atR «n afaal <stf«c*ia «ira n v-®»
TRADUÇÃO—Os passatempos de Sri Caitanya Mahãprabhu são como o céu ili-
mitado. Como, então, poderia um ser vivo comum descrever todos eles? tãhra ãge yadyapi saba lilãra bhãndãra
tathãpi alpa varniyã chãdilena ãra
VERSO 81 tãhra ãge—diante dele; yadyapi—embora; saba—todos; lilãra—dos passatempos;
afie, ajia M f % , «cs* afãe^ i bhãndãra—estoque completo; tathãpi—mesmo assim; alpa—muito pouco; varniyã—
descrevendo; chãdilena—deixou; ãra—os outros.
n?r.üf? atai caa 4 ? * i*«i g**<^ u n n
482 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 2fl Verso 88 As orações Siksãstaka 483

T R A D U Ç Ã O — E m b o r a Vrndãvana dãsa Thâkura possua dentro de seu alcance T R A D U Ç Ã O — D e s c r e v i os passatempos mui resumidamente, pois me é impossível
estoque completo dos passatempos de árí Caitanya Mahãprabhu, ele deixou de descrevê-los na íntegra. Contudo, no futuro, Vedavyãsa descrevê-los-á com todos
lado a maior parte e só descreveu uma pequena porção. 0s pormenores.

VERSO 84 VERSO 87

ei f>g i f ó ^ , eis i wt «fãil i c T O a i w O T ççi fèifaafctã "ífci-^rcsf i


fãrtics « i i r c ü s , « i j u í i i r c ç i f a t i a i n t-sn i 3 j « r e « , — « r t r , M a i n asfãa */fot n n
4
H

ye kichu varniluh, seha sahksepa kariyã caitanya-mahgale ihã likhiyãche sthãne-sthãne


likhite nã pãrena, tabu rãkhiyãchena likhiyã satya kahena, — 'ãge vyãsa kariba varnane'
ye kichu mrniluti—tudo o que descrevi; seha—a eles; sahksepa—sucintamente caitanya-mahgale—no livro chamado Caitanya-mahgala; ihã—essa declaração; likhi-
kariyã—fazendo; likhite nã pãrena—Vrndãvana dãsa Thâkura não foi capaz de des- yãche— escreveu; sthãne-sthãne—em muitas passagens; satya—a verdade; kahena—
crever; tabu—mesmo assim; rãkhiyãchena—manteve; likhiyã—registro por escrito. ele diz; ãge—no futuro; vyãsa kariba varnane—Vyãsadeva descrevê-los-á mais
elaboradamente.
T R A D U Ç Ã O — D e s c r e v i o que Vrndãvana dãsa Thâkura deixou de lado, porém,
embora ele não pudesse descrever estes passatempos, deu-nos uma sinopse. TRADUÇÃO—No Caitanya-mahgala, áríla Vmdãvana dãsa Thâkura afirmou em
muitas passagens a verdade insofismável de que, no futuro, Vyãsadeva descrevê-
VERSO 85 los-á elaboradamente.

cfssjwot e$c*i fsrfàarcis " í t o - ^ f c s i i SIGNIFICADO—A afirmação ãge vyãsa kariba varnane é semelhante a um verso do
ci<t a s i c i í l a i - a m t c i I I w n Caitanya-bhãgavata (Primeiro Capítulo, verso 180), no qual Vrndãvana dãsa Thâkura
diz:
caitanya-mahgale tenho likhiyãche sthãne-sthãne
sei vacana suna, sei paratna-pratnãne éesa-khande caitanyera ananta vilãsa
caitanya-mahgale—no livro chamado Caitanya-tnahgala; tenho— Vrndãvana dãsa vistãriyã varnite ãchena veda-vyãsa
Thâkura; likhiyãche—escreveu; sthãne-sthãne—em diversas passagens; sei vacana
suna—por favor, ouvi essas afirmações; sei paratna-pratnãne—esta é a prova principal.
"Os passatempos ilimitados de Sri Caitanya Mahãprabhu serão descritos por
TRADUÇÃO—Ele descreveu estes passatempos em muitas passagens de seu livro Vyãsadeva no futuro." Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura diz que estas
chamado Caitanya-mahgala (Caitanya-bhãgavata]. Peço a meus leitores que declarações dão a entender que, no futuro, outros representantes de Vyãsadeva
ouçam este livro, pois esta é a melhor evidência. descreverão elaboradamente os passatempos do Senhor Caitanya. A conclusão
é que todo devoto puro integrante da sucessão discipular que descreva os passa-
VERSO 86 tempos de Sri Caitanya Mahãprabhu está confirmado como um representante
de Vyãsadeva.
mmuft « f s j ^ . fàsra n ata « a ç i i
f a s t f à a i caaaTti asfàa a«fr,i n v - * n VERSO 88

sahksepe kahiluh, vistãra nã yãya kathane


c s s ^ ^ r ç s - f à ç ga;ffà>-iiti i
vistãriyã veda-vyãsa kariba varnane « u t S i s t n t f t « f V c*w1 f c a w í l i t i I I I I
sahksepe kahiluh—descrevi mui resumidamente; vistãra nã yãya kathane—não é
possível descrevê-los na íntegra; vistãriyã—em pormenores; veda-vyãsa—um repre- caitanya-lilãmrta-sindhu—dugdhãbdhi-samãna
sentante de Vyãsadeva; kariba—fará; varnane—descrição. trsnãnurüpa jhãri bhari' tenho kailã pana
484 ári Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 20
Verso 94 As orações Siksãstaka

caitanya-lilã-amrta-sindhu—o oceano dos passatempos nectáreos de éri Caitanya


TRADUÇÃO—Sou u m ser vivo muito insignificante, como um passarinho de bico
Mahãprabhu; dugdha-abdhi-samãna—exatamente como o oceano de leite; trsnã-
vermelho. Assim como esse pássaro bebe a água do mar para matar sua sede,
anurüpa—de acordo com a sua sede; jhãri—o cântaro; bhari'—enchendo; tenho—ele;
do mesmo modo, toquei numa mera gota do oceano dos passatempos de Sri
kailã pana—bebeu.
Caitanya Mahãprabhu. A partir deste exempio, todos vós podeis entender quão
expansivos são os passatempos de Srí Caitanya Mahãprabhu.
TRADUÇÃO—O oceano dos passatempos nectáreos de Srí Caitanya Mahãprabhu
é como o oceano de leite. De acordo com sua sede, Vrndãvana dãsa Thâkura
VERSO 92
encheu seu cântaro e bebeu deste oceano.
' « i t f i R f i ' , - 4 5 fim « f ? « r ç s r t i i
VERSO 89
itit? »tft? *t4*t?#t-iiti n II
<$r? *rfr-c»tiT9« fag crtci fwn i 'ãmi likhi',—eha mithyã kari anumãna
«esc* «f%* cfi», «i»i cita c&ú IÍ v& n ãmãra éarira kãstha-putali-samãna
ãmi likhi—eu escrevo; eha mithyã—-isto é falso; kari anumãna—posso deduzir; ãmãra
tãhra jhãri-éesãmrta kichu more dilã
éarira—meu corpo; kãstha-putali-samãna—é exatamente como um boneco de madeira.
tateke bharila peta, trsnã mora gelã
tãhra jhãri-éesa-amrta—os restos do leite do cântaro de Vrndãvana dãsa Thâkura;
TRADUÇÃO—Eu deduzo que "escrevi" é uma interpretação falsa, pois o meu
kichu—um pouco; more dilã— deu-me; tateke—com esses restos; bharila peta—meu
abdômen enche-se; trsnã mora gelã—agora minha sede se foi. corpo é tal qual um boneco de madeira.

VERSO 93
T R A D U Ç Ã O — T o d o s os restos de leite que Vrndãvana dãsa Thâkura me deu são
suficientes para encher meu estômago. Isto saciou minha sede por completo. 1 5 s r i t f ? « I t f l «Hi, i f i a |

VERSOS 90—91 <5*S ÇtCTT, ICltlJãi «CÇ C11? fa? li li

vrddha jarãtura ãmi andha, badhira


«nfi—«ifsfB srri, ttft «tr^fi i hasta hãle, manohuddhi nahe mora sthira
ci cios f « i Rei iios? «trft ii a» ii vrddha—um ancião; jarã-ãtura—afligido pela invalidez; ãmi—eu; andha—cego;
osos «itfi «ais ««I g*«ftert? i badhira—surdo; hasta hãle—minhas mãos tremem; manah-buddhi— mente e inteli-
gência; nahe— não; mora—minhas; sthira—firmes.
<a* çètos «flfSW >2lçi «iTíTt? fà^t? II S Í II
T R A D U Ç Ã O — E s t o u velho e afligido pela invalidez. Estou quase cego e surdo,
ãmi—ati-ksudra jiva, paksi rãhgã-tuni
minhas mãos tremem e minha mente e inteligência são inseguras.
se yaiche trsnãya piye samudrera pãnT
VERSO 94
taiche ãmi eka kana chuhiluh lilãra
ei drsfãnte jãniha prabhura lilãra vistãra 1 t H - C ? t f ai«3, - 5 f P I 0 5 i f l O S 1 1 t t f ? I
ãmi—eu; ati-ksudra jiva—um ser vivo muito insignificante; paksi rãhgã-tuni—tal ^ I J C I t M - ^ S l - I T t f St, Itfis-firCI 1Í? II S>8 II
qual um passarinho de bico vermelho; se—ele; yaiche—assim como; trsnãya—com
nãnã-roga-grasta,—calite vasite nã pari
sede; piye—bebe; samudrera pãni—a água do mar; taiche—da mesma maneira; ãmi—
eu; eka kana—uma pequena partícula; chuhiluh—toquei; lilãra—dos passatempos pahca-roga-pidã-vyãkuia, rãtri-dine mari
de Sri Caitanya Mahãprabhu; ei drstãnte— mediante este exemplo; jãniha—todos nãnã-roga-grasta—afetado por tantas doenças; calite—de caminhar; vasite—de
vós sabeis; prabhura—de êri Caitanya Mahãprabhu; lilãra vistãra—expansão dos sentar-me; nã pari—não sou devidamente capaz; pahca-roga-pidã-vyãkula—sempre
passatempos. perturbado por cinco classes de doenças; rãtri-dine—dia ou noite; mari—posso
morrer a qualquer hora.
I Verso 100 As orações Siksãstaka 487
486 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20

eles; carana-krpãya—pela misericórdia dos pés de lótus; lekhãya—faz escrever;


T R A D U Ç Ã O — E s t o u acometido de tantas doenças que não posso nem caminhar
ãmãre—a mim; ãra eka—outro; haya—há; tenho—Ele; ati-krpã kare—mostra-me favor
nem sentar-me apropriadamente. Na verdade, fico sempre exausto com cinco
muito especial.
classes de doenças. Posso morrer a qualquer hora do dia ou da noite.
T R A D U Ç Ã O — E s c r e v o este livro pela misericórdia dos pés de lótus de Srí Govinda-
VERSO 95
deva, ári Caitanya Mahãprabhu, do Senhor Nityãnanda, Advaita Acãrya, de
outros devotos e dos leitores deste livro, bem como de Svarüpa Dâmodara Go-
asfàaífè fsrciwa I svãmi, ári Rüpa Gosvãmi, árí Sanãtana Gosvãmi, árí Raghunãtha dãsa Gosvãmí,
<5*tff*t fafaca. *si lana <J«1 n ò<t n que é meu mestre espiritual, e ári Jiva Gosvãmi. Outra Personalidade Suprema
também favoreceu-me especificamente.
pürve granthe ihã kariyãchi nivedana
tathãpi likhiye, suna ihãra kãrana
pürve— noutra ocasião; granthe—no livro; ihã—isto; kariyãchi nivedana—expus aos
VERSO 99
leitores; tathãpi—mesmo assim; likhiye—escrevo; suna—por favor, ouvi; ihãra kãra-
na—a razão disto. ifJIsiftíotitTsf cuca c^iaia «nssi a# i
TRADUÇÃO—Noutra ocasião, fiz u m relato das minhas incapacidades. Por favor,
ançcs ii Tara, «a afçcs ai '-tffà u as. n
ouvi a razão pela qual eu, mesmo assim, consigo escrever.
sri-madana-gopãla more lekhãya ãjhã kari'
kahite nã yuyãya, tabu rahite nã pari
sri-madana-gopãla—a Deidade Madana-mohana de Vrndãvana; more—a mim;
VERSOS 96—98 lekhãya—(az escrever; ãjhã kari'—dando a ordem; kahite—dizer; nã yuyãya—não
Slciffà«a, Slc&sg, ülfíiüiitiw i convém; tabu—mesmo assim; rahite—áe permanecer calado; nãpãri—não sou capaz.
â l w h s , files*, «ira fjtcasttsf*» u a.* II
INait, a l a i , Sliirei i TRADUÇÃO—A Deidade árí Madana-mohana de Vrndãvana deu a ordem que me
fjlasrsiísi-wti ãtea», üataeaa n a* n capacita a escrever. Embora não se devesse revelar isto, revelo-o, por não ser
capaz de permanecer calado.
<t*si-iata eai-sita c<aata «ituca i
«ira 4* $.a - c^can «ifsasfi «ca n s-v 11 VERSO 100
sri-govinda, sri-caitanya, sri-nityãnanda H a*fãic<i sa cata a ^ s l - c a l i i
srí-advaita, éri-bhakta, ãra srí-srotr-vrnda
a*B asfà afsr castrei. 11 asfàç cata u >° n
sri-svarüpa, sri-rüpa, sri-sanãtana
nã kahite haya mora krta-ghnatã-dosa
sri-raghunãtha-dãsa srí-guru, sri-jiva-carana
dambha kari bali' srotã, nã kariha rosa
nã kahile—se eu não digo; haya—há; mora—minha; krta-ghnatã-dosa—culpa de in-
ihhã-sabãra carana-krpãya lekhãya ãmãre
gratidão; dambha kari—sou orgulhoso; bali'—aceitando como; srotã—ó leitores; nã
ãra eka haya,—tenho ati-krpã kare
kariha rosa—não fiqueis zangados.
sri-govinda—èrí Govindadeva; sri-caitanya—Srí Caitanya Mahãprabhu; sri-nityã-
nanda—o Senhor Nityãnanda; érí-advaita—Advaita Acãrya; srí-bhakta—outros de-
votos; ãra—também; sri-srotr-vrnda—os leitores deste livro; irí-svarüpa—Svarüpa
TRADUÇÃO—Se eu não revelasse este fato, seria acusado de ingratidão para com
Dâmodara Gosvãmi; sri-rüpa—Sri Rüpa Gosvãmí; éri-sanãtana—Sri Sanãtana Go-
svãmí; érí-raghunãtha-dãsa—Sri Raghunãtha dãsa Gosvãmi; srí-guru—meu mestre o Senhor. Portanto, meus queridos leitores, por favor, não me considereis orgu-
espiritual; srí-jiva-carana—os pés de lótus de Sri Jiva Gosvãmi; ihhã sabãra—áe todos lhoso demais e, sendo assim, não fiqueis zangados comigo.
488 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã,
Verso 106 As orações Siksãstaka 489

VERSO 101
VERSO 104
C « t * l 1 - n a t a 5«J«1-gj9T ^ f ã » W I
« t a IÍHI faafsw-it» a «rlsii i
« f í « Ct>53)-5Íl<al C l f a g f<à«H I I i ° > I I
« < $ « t c a « a » « ç t ^ i i«« «fà9il II > 8 n
tomã-sabãra carana-dhüli karinu vandana
tãte caitanya-lilã haila ye kichu likhana tara madhye éivãnanda-sahge kukkura ãilã
tomã-sabãra—de todos vós; carana-dhüli—a poeira dos pés; Ârarinu vandana—orei prabhu tare krsna kahãhã mukta karilã
a; fãíe—por essa razão; caitanya-lilã—os passatempos do Senhor Sri Caitanya Mahã- tara madhye—nesse capítulo; sivãnanda-sahge—com Sivânanda Sena; kukkura—o
prabhu; haila—houve; ye—tudo o que; kichu—alguma; likhana—escrita. cão; ãilã—veio; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tare—a ele (o cão); krsna kahãnã—
induzindo a cantar Krsna; mukta karilã— libertou.
TRADUÇÃO—É devido ao fato de eu ter oferecido minhas orações aos pés de lótus
de todos vós que tudo o que escrevi sobre Sri Caitanya Mahãprabhu me foi TRADUÇÃO—Esse capítulo descreve também o incidente transcorrido com o cão
possível. de áivãnanda Sena, ao qual árí Caitanya Mahãprabhu induziu a cantar os santos
nomes de Krsna, sendo, assim, liberado.
VERSO 102

w^MlêiniC !? «fã «i^Hf 1


4 VERSO 105

' W ^ l f t ' c*r.*t 1 1 5 STTÍIÍ? ' « T l f w ' li li fà«1ta-c5tfe-Sifâvtfr,n * a i l < a i í « i v i i


ebe antya-lilã-ganera kari anuvãda « i a acaj faaiflc^a «BWJ H w H
'anuvãda' kaile pãi lilãra 'ãsvãda'
ebe—agora; antya-lilã-ganera kari anuvãda—peço repetir todos os fatos deste Antya- dvitiye—chota-haridãse karãila éiksana
lilã; anuvãda kaile—se isto for repetido; pãi—obtenho; lilãra—do passatempo; ãsvã- tara madhye éivãnandera ãécarya daréana
da—sabor. dvitiye—no Segundo Capítulo; chota-haridãse— Haridasa Júnior; karãila éiksana—E\e
ensinou mui estritamente; íãra madhye—dentro desse capítulo; éivãnandera—de
Sivânanda Sena; ãécarya daréana—a visão maravilhosa.
T R A D U Ç Ã O — A g o r a , deixai-me repetir todos os passatempos do Antya-lílã, pois,
se assim o fizer, tornarei a saborear os passatempos.
TRADUÇÃO—No Segundo Capítulo, o Senhor puniu instrutivamente Haridasa
VERSO 103 Júnior. Também nesse mesmo capítulo está a visão maravilhosa de áivãnanda
Sena.
« « r o i f ã c s g c f - a c i a fà«*la-fà<?|íi i VERSO 106
« i a i c i i §ç*<ti»r.*5 f a m - a l a a n i « « ^ t c a - « - f à í t c a a afí!»d « s a i
prathama paricchede—rüpera dvitiya-milana a í t a l s a - t f - a s j$*<wl « t ç c ? a m a » II & » « II
tara madhye dui-nãtakera vidhãna-éravana
prathama paricchede—no Primeiro Capítulo; rüpera—de Rüpa Gosvãmi; dvitiya- trtiye—haridãsera mahimã pracanda
milana—o segundo encontro com o Senhor Caitanya; fãra madhye—dentro desse dãmodara-pandita kailã prabhure vãkya-datida
capítulo; dui-nãtakera—dos dois dramas; vidhãna-éravana—ouvindo o processo de trtiye—no Terceiro Capítulo; haridãsera—de Thâkura Haridasa; mahimã pracanda—
escrever. glórias muito arrojadas; dãmodara-pandita—Dâmodara Pandita; kailã—tez; prabhure—
Sri Caitanya Mahãprabhu; vãkya-danda—desfaçatez do castigo verbal.
TRADUÇÃO—O Primeiro Capítulo descreve como Rüpa Gosvãmi encontrou-se
com árí Caitanya Mahãprabhu pela segunda vez e como o Senhor ouviu seus TRADUÇÃO—No Terceiro Capítulo está uma descrição das arrojadas glórias de
dois dramas [Vidagdha-mãdhava e Lalita-mãdhava). Haridasa Thâkura. Esse capítulo também menciona como Dâmodara Pandita
falou a ári Caitanya Mahãprabhu palavras de crítica.
490 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20 Verso 112 As orações Siksãstaka 491

VERSO 107 VERSO 110

ta»c*i- a j s v a í i t s 2tç5*ti «fam i


«I«£'1H' faitl C««il SUtíS-CHM I
sta-sial 311**11 fica « n i l i II ">•>' n
*fâ>?ii *fa«ii n e m sirçai-"»!»!*! II w ii
prabhu 'nãma' diyã kailã brahmãnda-mocana pahcame—pradyumna-misre prabhu krpã karilã
haridasa karilã nãmera mahimã-sthãpana rãya-dvãrã krsna-kathã tãhre sunãilã
prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; nãma diyã—dando o santo nome; kailã—fez; pahcame—no Quinto Capítulo; pradyumna-miére—a Pradyumna Misra; prabhu—Sri
brahmãnda-mocana—a liberação do universo; haridasa— Haridasa; karilã—fez; nãme- Caitanya Mahãprabhu; krpã karilã—mostrou misericórdia; rãya-dvãrã—com a ajuda
ra—do santo nome; mahimã-sthãpana—o estabelecimento das glórias. de Rãmãnanda Rãya; krsna-kathã— tópicos sobre Krçna; tãhre sunãilã—fê-lo ouvir.

TRADUÇÃO—O Terceiro Capítulo também narra como Sri Caitanya Mahãprabhu TRADUÇÃO—No Quinto Capítulo, o Senhor mostrou Seu favor a Pradyumna
libertou todo m u n d o , outorgando ao universo o santo nome do Senhor, e des- Misra e fê-lo ouvir Rãmãnanda Rãya falar sobre Krsna.
creve como Haridasa Thâkura, através de seu exemplo prático, estabeleceu as
glórias do santo n o m e . VERSO 111
l
VERSO 108 « i a it*n atwt«i'-*fàa iií>*-$r. H<««t i
í

i
S«i9f-ílÍll <ÍSr.ia faflíl-fasH I
"ssl-Ciiiiifio c**r1 faaicsra Jifs.ii-ítii I I Í Ü
CfsreJM c s c s s t ? sffàíTl a ^ i II i»v- II tara madhye 'bãngãla'-kavira nãtaka-upeksana
caturthe—érí-sanãtanera dvitiya-milana svarüpa-gosãni kailã vigrahera mahimã-sthãpana
deha-tyãga haite tãhra karilã raksana tara madhye—dentro desse capítulo; bãhgãla-kavira—de um poeta da Bengala;
caturthe—no Quarto Capítulo; sri-sanãlanera— de Sanãtana Gosvãmi; dvitiya- nãtaka-upeksana—a rejeição do drama; svarüpa-gosãni— Svarüpa Dâmodara Gosvãmí;
milana—segunda visita; deha-tyãga haite—de cometer suicídio; tãhra karilã raksana— kailã—fez; vigrahera—da Deidade; mahimã-sthãpana—o estabelecimento das glórias.
êri Caitanya Mahãprabhu protegeu-o.
T R A D U Ç Ã O — T a m b é m nesse capítulo Svarüpa Dâmodara Gosvãmi rejeitou o
TRADUÇÃO—O Quarto Capítulo descreve a segunda visita que Sanãtana Gosvãmí drama de um poeta da Bengala e estabeleceu as glórias da Deidade.
fez a Srí Caitanya Mahãprabhu e como o Senhor salvou-o de cometer suicídio.
VERSO 112
VERSO 109
acè-a^jin-Bri ««ra fifèwi i
íwú-inxm « i r a c*fi1 i f l ? * ! I fisjli^-^srtsíta f55i-1r.sne.1a c f i l « »
«fí^ iwfàTJi ^ i i k t ç f r t II >°s- II
sasfhe—raghunãtha-dãsa prabhure mililã
jyaistha-mãsera dhüpe tãhre kailã pariksana nityãnanda-ãjhãya cidã-mahotsava kailã
sakti sancãriyã punah pãthãilã vrndãvana $a$the—no Sexto Capítulo; raghunãtha-dãsa—Raghunãtha dãsa Gosvãmí; prabhure
jyaistha-mãsera—do mês de maio-junho; dhüpe—ao sol; tãhre—a ele; kailã—fez; mililã—encontrou-se com o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; nityãnanda-ãjhãya—
pariksana—exame; éakti— potência; sancãriyã—dando-lhe; punah—novamente; pã- por ordem de Nityãnanda Prabhu; cidã-mahotsam kailã—realizou o festival do arroz
thãilã vrndãvana—mandou de volta para Vrndãvana. frito.

TRADUÇÃO—O Quarto Capítulo também narra como Sanãtana Gosvãmí foi tes- TRADUÇÃO—O Sexto Capítulo descreve como Raghunãtha dãsa Gosvãmí encon-
tado ao sol de jyaistha Imaio e junho] e foi então dotado de poder e mandado trou-se com Sri Caitanya Mahãprabhu e, segundo a ordem de Nityãnanda
de volta a Vrndãvana. Prabhu, realizou o festival do arroz frito.
Verso 118 As orações Siksãstaka 493
492 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã,

VERSO 116
VERSO 113
iici r/stf^fi-ltflra^-r.Jitsi i
3
fàaflos? d l * aíça t t l » " « t i M ^ * "
'Clt^S-fafTf, 'SWtsrfêfl' 5*t0st fwi |
navame—gopinãtha-pattanãyaka-mocana
dãmodara-si>arüpa-thãhi tãnre samarpilã trijagatera loka prabhura pãila daraéana
'govardhana-éilã', 'guiijã-mãlã' tãnre dila navame—no Nono Capítulo; gopinãtha-pattanãyaka-mocana—a liberação de Gopl-
dãmodara-svarüpa-thãni—aos cuidados de Svarüpa Dâmodara Gosvãmi; tãnre nãtha Pattanãyaka, irmão de Rãmãnanda Rãya; trijagatera—dos três mundos;
samarpilã—o Senhor confiou-o; govardhana-éilã—a pedra da Colina de Govardhana; loka—as pessoas em geral; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; pãila daraéana—
guiijã-mãlã—a guirlanda de conchinhas; tãnre dila—entregou-lhe. conseguiram a audiência.

T R A D U Ç Ã O — O Senhor confiou Raghunãtha dãsa Gosvãmi aos cuidados de Sva- T R A D U Ç Ã O — N o Nono Capítulo, há uma descrição de como Gopinãtha Patta-
rüpa Dâmodara Gosvãmí e deu de presente a Raghunãtha dãsa uma pedra da nãyaka foi salvo e como as pessoas dos três m u n d o s foram capazes de ver Srí
Colina de Govardhana e uma guirlanda de conchinhas. Caitanya Mahãprabhu.

VERSO 114 VERSO 117

i<8i-»tfãtB<5c«f - i a » « c ^ a f i e n i B«tC1 *ft«í « W V I I I M I


1111-1105 C f l l M< 1<31 II Ü8 II a t u - t f à o s a 5ttt m f a a i t a i n n
daéame—kahiluh bhakta-datta-ãsvãdana
saptama-paricchede—vallabha bhattera milana rãghava-patiditera tãhãh jhãlira sãjana
nãnã-mate kailã tãhra garva khandana daéame—no Décimo Capítulo; kahiluh—descrevi; bhakta-datta-ãsvãdatia—o saborear
saptama-paricchede—no Sétimo Capítulo; vallabha bhattera milana—o encontro de do alimento dado pelos devotos; rãghava-panditera—de Rãghava Pandita; tãhãh—
Vallabha Bhatta com Sri Caitanya Mahãprabhu; nãnã-mate—de diversas maneiras; nessa passagem; jhãlira sãjana—o sortimento nos sacos.
kailã—fez; tãhra—seu; garoa—orgulho; khandana—acabar-se.
T R A D U Ç Ã O — N o Décimo Capítulo, descrevi como Srl Caitanya Mahãprabhu sa-
T R A D U Ç Ã O — O Sétimo Capítulo conta como Sri Caitanya Mahãprabhu encontrou- boreou a comida dada por Seus devotos, e também descrevi os sortimentos nos
Se com Vallabha Bhatta e, de diversas maneiras, desfez-lhe o falso orgulho. sacos de comida de Rãghava Pandita.

VERSO 115 VERSO 118

«ièci s t i s s - * ^ * «INSII i 5ta i c i j o M f f à w a c * i l l á ^ i t


5ta « o s c ^ i l « t ç Rs^i i o * í 5 i I I II 5ta i c i í *tfài«»1-^C5]?t ?«fi II II II

astame— rãmacandra-purira ãgamana fãra madhye govindera kailã pariksana


tãhra bhaye kailã prabhu bhiksã sahkocana tara madhye parimundã-nrtyera varnana
astame—no Oitavo Capítulo; rãmacandra-purira ãgamana—a chegada de Rãma- tara madhye—dentro desse capítulo; govindera—de Govinda, Seu assistente
candra Puri; fãhra bhaye—devido ao medo dele; kailã—fez; prabhu—Srl Caitanya Pessoal; kailã—fez; pariksana—teste; tara madhye—nesse capítulo; parimundã-nrtyera
Mahãprabhu; bhiksã sahkocana—redução de Sua alimentação. varnana—descrição da dança do Senhor Caitanya Mahãprabhu no templo.

T R A D U Ç Ã O — T a m b é m nesse capítulo há uma descrição de como o Senhor exa-


T R A D U Ç Ã O — O Oitavo Capítulo descreve a chegada de Rãmacandra Puri e como, minou Govinda e como o Senhor dançou no templo.
com medo dele, Srí Caitanya Mahãprabhu minimizou Sua alimentação.
494 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20 Verso 124 As orações Siksãstaka 495

VERSO 119 VERSO 122


4*twc»t-5raiTri-itfoaa Mt«i i a*jfU«<HS!}f&tcaa « i t i l f«pw 1
W9^SVm3 i t t i c w í i i cifra «-«at^ 11 ^ & srçi «tca f»tl «fã' *tiit«FSTt \mm 11 sãÁ 11
ekãdaée—haridãsa-thãkurera niryãna raghunãtha-bhattãcãri/era tãhãhi milana
bhakta-vãtsalya yãhãh dekhãilã gaura bhagavãn prabhu tãhre krpã kari' pãthãilã i>rndãvana
ekãdase—no Décimo Primeiro Capítulo; haridãsa-thãkurera niryãna—o desapareci- raghunãtha-bhattãcãryera—de Raghunãtha Bhatta; tãhãhi—ali; milana—encontro;
mento de Srila Haridasa Thâkura; bhakta-vãtsalya—afeição para com o devoto; prabhu—Sri Caitanya Mahãprabhu; tãhre—a ele; krpã kari'—mostrando misericórdia
yãhãh—no qual; dekhãilã— manifestou; gaura bhagavãn—Sri Caitanya Mahãprabhu, imotivada; pãthãilã vrndãvana—enviou para Vrndãvana.
a Suprema Personalidade de Deus.

TRADUÇÃO—O Décimo Primeiro Capítulo descreve o desaparecimento de Hari- T R A D U Ç Ã O — T a m b é m no Décimo Terceiro Capítulo, Raghunãtha Bhatta encon-
dasa Thâkura e como Sri Caitanya Mahãprabhu, a Suprema Personalidade de trou-se com Sri Caitanya Mahãprabhu, que, por Sua misericórdia imotivada,
Deus, mostrou Sua afeição para com Seus devotos. enviou-o para Vrndãvana.

VERSO 120 VERSO 123


;
3rsc*t-®M«t«c^ac »íT-'s»« 1
5FJFC"i—fãcaitwta-itsi a«fa 1
fosjtsi*», c*«ni r«tii*c*uca 9 l f a , 11 n l
«ifra' cí*u suga, ' 1 1 ' c*wi w f w « > v ® 1
dvãdaée—jagadãnandera taila-bhahjana
nityãnanda kailã éivãnandere tãdana caturdaée—divyonmãda-ãrarnbha varnana
dvãdase—no Décimo Segundo Capítulo; jagadãnandera—de Jagadãnanda Pandita 'éarira' ethã prabhura, 'mana' gelã vrndãvana
taila-bhahjana—quebra do pote de essência; nityãnanda—o Senhor Nityãnan caturdaée—no Décimo Quarto Capítulo; divya-unmãda-ãrambha—o início do transe
kailã—realizou; sivãnandere tãdana—o castigo de Sivânanda Sena. espiritual de Sri Caitanya Mahãprabhu; varnana—descrevendo; éarira—o corpo;
ethã— nesse local; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; mana—a mente; gelã—
TRADUÇÃO—No Décimo Segundo Capítulo estão as descrições de como Jagadã- foi; vrndãvana—para Vrndãvana.
nanda Pandita quebrou um pote de essência e de como o Senhor Nityãnanda
castigou Sivânanda Sena.
VERSO 121 TRADUÇÃO—O Décimo Quarto Capítulo descreve o início do transe espiritual
do Senhor, no qual Seu corpo estava em Jagannãtha Puri mas Sua mente, em
a c s i w c f - w w w arçai aiiV w**n 1 Vrndãvana.

VERSO 124
trayodaée—jagadãnanda mathurã yãi' ãilã
mahãprabhu deim-dãsira gita éunilã «ta nco « ç a fawtca «fm 1
trayodaée—no Décimo Terceiro Capítulo; jagadãnanda—Jagadãnanda Pandita;
mathurã yãi'—indo para Mathurã; ãilã— regressou; mahãprabhu—Sri Caitanya Mahã-
prabhu; deva-dãsira—da dançarina deva-dãsi; gita éunilã— ouviu a canção. tara madhye prabhura simha-dvãre patana
asthi-sandhi-tyãga, anubhãvera udgama
TRADUÇÃO—No Décimo Terceiro Capítulo, Jagadãnanda Pandita foi até Mathurã tara madhye— nesse capítulo; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; simha-dvãre
e regressou, e, por acaso, Sri Caitanya Mahãprabhu ouviu uma canção cantada patana—a queda perto do portão Sirhha-dvãra; asthi-sandhi—das juntas dos ossos;
por uma dançarina deva-dãsi. tyãga—desprendimento; anubhãvera udgama—o despertar de um transe e emoção.
y s o 130
e r
As orações Siksãstaka 497
496 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lila,

tara madhye—dentro disso; prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; pahca-indriya-


T R A D U Ç Ã O — T a m b é m nesse capítulo há uma descrição de como Sri Caitanya âkarsaiia—a atração dos cinco sentidos; tara madhye—dentro desse capítulo; karilã—
Mahãprabhu caiu diante do portão Simha-dvãra do templo de Jagannãtha, com fez, rase—na dança da rasa; krsna-anvesana—busca de Krsna.
Seus ossos separados nas juntas, e como diversos sintomas transcendentais
despontaram. T R A D U Ç Ã O — T a m b é m nesse capítulo há uma descrição da atração dos cinco sen-
tidos do Senhor Caitanya por Krsna e como Ele buscou Krsna na dança da rasa.
VERSO 125
VERSO 128
u & * - * i < « ca f ã ' -suga i r a i i
« t a ncai « t ç a f o g « w t - a t á H n cnt«cM-anfèmcn •2^*11 ^f* " 5 1

caucatfíBíè a r l a r a *m c » a f l * r i 11 11
cataka-parvata dekhi' prabhura dhãvana
tara madhye prabhura kichu pralãpa-varnana sodase—kãlidãse prabhu krpã karilã
cataka-parvata—a colina conhecida como Cataka-parvata; dekhi'—vendo; prabhura vaisnavoechista khãibãra phala dekhãilã
dhãvana—a corrida de Sri Caitanya Mahãprabhu; tara madhye— nesse capítulo; Sodase—no Décimo Sexto Capítulo; kãli-dãse—a Kãlidãsa; prabhu—Srí Caitanya
prabhura—de Sri Caitanya Mahãprabhu; kichu—alguma; pralãpa varnana—conversa Mahãprabhu; krpã karilã— mostrou favor; vaisnava-uechista khãibãra—de se comer
como um louco. os restos de alimento deixados pelos Vaisnavas; phala dekhãilã—mostrou o resultado.

T R A D U Ç Ã O — T a m b é m nesse capítulo há uma descrição de como árí Caitanya T R A D U Ç Ã O — O Décimo Sexto Capítulo relata como Srí Caitanya Mahãprabhu
Mahãprabhu correu em direção à Cataka-parvata e falou como um louco. mostrou Sua misericórdia a Kãlidãsa e, assim, demonstrou o resultado de se
comer os restos do alimento dos Vaisnavas.
VERSO 126
VERSO 129
1$W-*tfaci^w--®®t*-taínica i
a/atawscn ar$1 «cact n ii f»ratac*aa a r e i e * e s u * « a r l i l i
f í R ç a t c a a t t l e t f c a * a > c«fai«<al II n
pahcadaêa-paricchede—udyãna-vilãse
vrndãvuna-bhrame yãhãh karilã pravese éivãnandera bãlake éloka karãila
pahcadaêa-paricchede—no Décimo Quinto Capítulo; udyãna-vilãse—em Seus pas- simha-dvãre dvãri prabhure krsna dekhãilã
satempos dentro do jardim; vrndãvana-bhrame—Seu equívoco do jardim co éivãnandera—de Sivânanda Sena; bãlake—o filho; éloka karãila—induzido a compor
sendo Vrndãvana; yãhãh—onde; karilã pravese—Ele entrou. um verso; simha-dvãre— no portão Sirhha-dvãra do templo de Jagannãtha; dvãri— o
porteiro; prabhure—a Sri Caitanya Mahãprabhu; krsna dekhãilã— mostrou o Senhor
Krçna.
T R A D U Ç Ã O — N o Décimo Quinto Capítulo encontra-se uma descrição de como á r i
Caitanya Mahãprabhu entrou no jardim à beira-mar, confundindo o jardim com T R A D U Ç Ã O — E l e também descreve como o filho de Sivânanda compôs um verso
Vmdãvana. e como o porteiro do Sirhha-dvãra mostrou Krsna para Sri Caitanya Mahãprabhu.

VERSO 127 VERSO 130

« t a acai « f ç a lc«>?faa-«ita^«i i swtaíntcaa « r t l a f ç a l af*t<al i

« t a acaj «fã<ai a i c a 5 a > - « r « a « i n u a aJtaar?c«a a ^ K S t * «ststfàerl


i
n v»°»
mahã-prasãdera tãhãh mahimã varnila
tara madhye prabhura pahcendriya-ãkarsana krsnãdharãmrtera phala-éloka ãsvãdilã
tara madhye karilã rase krsna-anvesana
498 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 20 Verso 1 3 6 As orações Siksãstaka 499

mahã-pmsãdera—dos restos do alimento do Senhor, mahã-prasãda; tãhãh—ali; bhãva-éãbalye—do agregado de todas as emoções extáticas; punah—de novo; kailã
mahimã—as glórias; varnila—descritas; krsna-adhara-amrtera—do néctar dos lábios pralãpana—Ele falou como um louco; karnãmrta-élokera—de um verso do Krsna-
de Krçna; phala-éloka—o verso que menciona o resultado; ãsvãdilã—soboreado. karnãmrta; artha—o significado; kailã vivarana—descreveu com pormenores.

T R A D U Ç Ã O — T a m b é m , nesse capítulo, explicam-se as glórias da mahã-prasãda, T R A D U Ç Ã O — D e v i d o à conjunção de diversas emoções extáticas, Sri Caitanya
e saboreia-se um verso que descreve o efeito do néctar dos lábios de Krsna. Mahãprabhu voltou a falar como um louco e descreveu em pormenores o signi-
ficado de um verso do Krsna-karnãmrta.
VERSO 1 3 1
VERSO 1 3 4
*t<í<rc»t -Mfér-iprj a l ç a * t « . i i

f^i^nKwgeicn « t t t s t frnra i Í « Í II
fiJKVtfeVflPtâi «iti fffff II i«8 U

saptadaée—gãbhi-madhye prabhura patana


kürmãkãra-anubhãvera tãhãhi udgama açfãdaéa paricchede—samudre patana
saptadaée—no Décimo Sétimo Capítulo; gãbhi-madhye—em meio às vacas; prabhura krsna-gopi-jala-keli tãhãh daraéana
patana—a queda de Sri Caitanya Mahãprabhu; kürma-ãkãra-anubhãvera—da emoção astãdaéa paricchede— no Décimo Oitavo Capítulo; samudre patana—a queda do
extática sob a forma de uma tartaruga; tãhãhi—ali; udgama—o despertar. Senhor no oceano; krsna-gopi-jala-keli—os passatempos que Krsna e as gopis reali-
zam na água; tãhãh daraéana—vendo ali.
TRADUÇÃO—No Décimo Sétimo Capítulo, Sri Caitanya Mahãprabhu caiu em
meio às vacas e assumiu a forma de uma tartaruga à medida que Suas emoções TRADUÇÃO—No Décimo Oitavo Capítulo, o Senhor caiu no oceano, e, em êxtase,
de êxtase despertavam. Ele viu os passatempos em que Krsna e as gopis lutam na água.
VERSO 1 3 2
VERSO 1 3 5
" H f - s M 2t<<ga siü w t f ^ f l w l i
«itll Gfft*M «CUI 13K«Í5N I
"•tíhi* c«" este*? w f «rtcãc"t *fà»Ti ivom wifèral tót^fi «SK « H í l l * * > W II V«cr II
krsnera sabda-gune prabhura mana ákarsilã
"kã stry ahga te" élokera artha ãveée karilã tãhãhi dekhila krsnera vanya-bhojana
krsnera—do Senhor Krsna; éabda-gune—pelas qualidades do som; prabhura—de jãliyã uthãilã, prabhu ãilã sva-bhavana
Sri Caitanya Mahãprabhu; mana—a mente; ãkarsilã—sentiu-se atraída; kã stry ahga tãhãhi—ali; dekhila— Ele viu; krsnera—de Krsna; vanya-bhojana—um piquenique
te élokera—do verso que começa com as palavras kã stry ahga te; artha—o significado; na floresta; jãliyã—um pescador; uthãilã—pegou-O; prabhu—o Senhor; ãilã—voltou;
ãveée—em êxtase; karilã—descreveu. sva-bhavana—para a Sua própria residência.

T R A D U Ç Ã O — T a m b é m no Décimo Sétimo Capítulo, as qualidades do som de TRADUÇÃO—Nesse devaneio, Sri Caitanya Mahãprabhu viu o piquenique que
Krsna atraíram a mente de Srí Caitanya Mahãprabhu, que, em êxtase, descreveu Krsna realizou na floresta. Enquanto o Senhor Caitanya flutuava no mar, um
o significado do verso " k ã stry ahga t e " . pescador pegou-O, e então o Senhor voltou para a Sua própria residência.

VERSO 1 3 3 VERSO 1 3 6
« H - » f r a c e i l »tfS C ^ l 2J5T11 I

* 4 l t * a t t c ? i « w f c f s f l fà«ra«i II n « t u ? f à a s i - f f s - â s u i - a t á II i ^ * II
bhãva-éãbalye punah kailã pralãpana
ünavimée—bhittye prabhura mukha-sahgharsana
karnãmrta-élokera artha kailã vivarana
krsnera viraha-sphürti-pralãpa-varnana
500 Sri Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20
Verso 143 As orações Siksãstaka 501

ünavirhée— no Décimo Nono Capítulo; bhittye— nas paredes; prabhura mukha- bhakte—os devotos; éikhaite—para ensinar; yei—aquilo que; éiksã-astaka—oito ins-
sahgharsana—o esfregar do rosto do Senhor; krsnera viraha-sphürti—o despertar truções; kahilã—descreveu; sei éloka-astakera—dos mesmos oito versos; artha—o
da saudade de Krsna; pralãpa-vamana—e a conversa de uma pessoa louca. significado; punah ãsvãdilã—novamente saboreou.

TRADUÇÃO—No Décimo Nono Capítulo há uma descrição de como o Senhor Srl TRADUÇÃO—árí Caitanya Mahãprabhu compôs esses oito versos para instruir
Caitanya Mahãprabhu, devido à saudade de Krçna, esfregava Seu rosto contra
os devotos, mas Ele também saboreou pessoalmente o seu significado.
as paredes e falava como um louco.
VERSO 140
VERSO 137
,
lai-iaj-eflerta « x í « f ã » £ * a a 1
a n ? j - a s ? â í c s » { c » i t o r ç a fas?a«t i
' « i ç a t a ' cs£C« Tica a a i - f à a a a 11 i8° 11
« c a r a c a l a s i - c s r c a s a w f - f à a a « i n 1*111
mukhya-mukhya-lilãra artha kariluh kathana
vasanta-rajanite puspodyãne viharana 'anuvãda' haite smare grantha-vivarana
krsnera saurabhya-élokera artha-vivarana mukhya-mukhya-ldãra—dos principais passatempos do Senhor Sri Caitanya
vasanta-rajanite— numa noite primaveril; puspa-udyãne—num jardim de flores; Mahãprabhu; artha—o significado; kariluh—acabei de fazer; kathana—descrevendo;
viharana—o perambular; írrsnera—do Senhor Krçna; saurabhya-élokera—de um verso anuvãda haite—por repeti-los; smare—lembramo-nos de; grantha-vivarana—a des-
sobre a fragrância corpórea; artha-vivarana—descrevendo o significado. crição no livro.

TRADUÇÃO—Esse capítulo também descreve Krçna a vagar n u m jardim n u m a T R A D U Ç Ã O — A c a b o , assim, de descrever os principais passatempos e o seu sig-
noite primaveril, e ele descreve na íntegra o significado de um verso sobre o
nificado, pois, mediante esta repetição, todos podem rememorar as descrições
aroma do corpo de Krsna.
encontradas no livro.
VERSO 138 VERSO 141

dias 4 * t f à c e f c a a « a i - « í c a a s a t a í i a 1
« t a « a « f « i r a r f a e i i c - ü a t f ã è *sf»\ w i « v « l a j - i a j «f%<5£, « a i a i a t a fausta 11 >8i 1
viméa-paricchede—nija- 'éiksâstaka' padiyã eka eka paricchedera kathã—aneka-prakãra
tara artha ãsvãdilã premãvista hanã mukhya-mukhya kahiluh, kathã nã yãya vistãra
viméa-paricchede— no Vigésimo Capítulo; nija-éiksãstaka padiyã—recitando Seus eka eka paricchedera—de cada capítulo; kathã—descrição; aneka-prakãra—diferentes
próprios versos Siksãstaka; tara artha—seu significado; ãsvãdilã—saboreou; prema- variedades; mukhya-mukhya kahiluh—repeti apenas os principais; kathã—temas,
ãvista hanã—estando absorto em amor extático. nã yãya—não é possível; vistãra—expansão.
TRADUÇÃO—No Vigésimo Capítulo, o Senhor Srl Caitanya Mahãprabhu reci- TRADUÇÃO—Em cada capítulo há diversos tópicos, mas selecionei apenas os prin-
tou Seus próprios oito versos instrutivos e, em amor extático, saboreou-lhes o
cipais, pois nem todos eles poderiam ser descritos novamente.
significado.
VERSO 139
VERSOS 142—143
« c s » f » t a t l c « c a l f « w i è < t s a>f«;«ai 1 Slatal-as; 'JSlnvtacntsia' 1
c a l C5tt«tèc*a « i « í * t a : « i w f » « a l 11 y®s> 11 <ãaíai-ist 'Slcttfà^-çaa 11 Í S * 11
bhakte éikhaite yei éiksâstaka kahilã §latal-n* Sfl 'Slcnrôata' 1
sei élokãstakera artha punah ãsvãdilã «âl f«a it«a sra 'cttfèata ata' 11 >8« 11
502 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lílã, 20 Verso 148 As orações Siksãstaka 503

éri-rãdhã-saha 'én-madana-mohana' TRADUÇÃO—Para que os meus desejos possam ser satisfeitos, coloco os pés de
éri-rãdhã-saha 'sri-govinda '-carana lótus destas personalidades sobre minha cabeça: o Senhor Srí Caitanya Mahã-
prabhu com o Senhor Nityãnanda, Advaita Acãrya e Seus devotos, bem como
sri-rãdhã-saha srila 'éri-gopinãtha' Sri Svarüpa Dâmodara Gosvãmi, Srí Rüpa Gosvãmí, Srí Sanãtana Gosvãmí, Srí
ei tina thâkura haya 'gaudiyãra nãtha' Raghunãtha dãsa Gosvãmí, que é meu mestre espiritual, e Srila Jiva Gosvãmí.
éri-rãdhã-saha—com Srimati Rãdhãrãní; éri-madana-mohana—a Deidade de
Madana-mohanají; éri-rãdhã-saha—com Srímatí Rãdhãrãní; éri-govinda-carana—os SIGNIFICADO—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmi foi o mestre espiritual instrutor
pés de lótus de Sri Govindají; éri-rãdhã-saha—com Srímatí Rãdhãrãní; érila éri-gopi- de Krçnadãsa Kavirãja Gosvãmi e, portanto, foi descrito como éri-guru.
nãtha—o belíssimo e opulentíssimo Gopínáthajl; ei tina—todas estas três; thâkura—
Deidades; haya—são; gaudiyãra nãtha—adoráveis por todos os Gaudíya Vaisnavas. VERSO 147
n?r? i5a«!-»*ti—s^tajrav i
c a r a ai<%—í"ran, « r c a a c s a t u i ! n :>ss i
TRADUÇÃO—As Deidades de Madana-mohana e Srímatí Rãdhãrãní, Govinda e
Srímatí Rãdhãrãní, Gopínãtha e Srímatí Rãdhãrãní, de Vrndãvana, são a vida sabãra carana-krpã—'guru upãdhyãyi'
e a alma dos Gaudíya Vaisnavas. mora vãni—éi$yã, tare bahuta nãcãi
sabãra—de todos eles; carana-krpã—a misericórdia dos pés de lótus; guru upã-
dhyãyi— meu preceptor de instruções védicas; mora vãni— minhas palavras; éisyã—
VERSOS 144—146 os discípulos; tare—a elas; bahuta nãcãi—fiz dançar de diversas maneiras.

TRADUÇÃO—A misericórdia de seus pés de lótus é meu mestre espiritual, e


âl*lCa<5-«iT6T»í, l k ' ' T T S « 5 « s a « « f II >88 II minhas palavras são meus discípulos que fiz dançar de diversas maneiras.
â)*.*t, Slnarsa i SIGNIFICADO—Upãdhyãyi, ou upãdhyãya, refere-se àquele que, ao ser abordado,
«Ha» filaaata, §)srTat>a«t n i8<? II transmite instruções (upetya aàhiyate asmãt). O Manu-samhitã diz:
faw-f»tr.a afã' 45 nata i
eka-deéaih tu vedasya
ar«rl tecs sa na atf«?<3-»2a«i 11 > 8 * n vedãhgãny api vã punah
éri-krsna-caitanya, éri-yuta nityãnanda yo 'dhyãpayati vrtty-artham
éri-advaita-ãcãn/a, éri-gau ra-bhakta-vrnda upãdhyãyah sa ucyate

éri-svarüpa, éri-rüpa, éri-sanãtana "Aquele que ensina aos outros uma parte dos Vedas ou dos textos védicos suple-
éri-guru éri-raghunãtha, éri-jiva-carana mentares pode ser chamado de upãdhyãya." Upãdhyãya refere-se também àquele
que ensina arte.
nija-éire dhari' ei sabãra carana VERSO 148
yãhã haite haya saba vãhchita-pürana
éri-krsna-caitanya—o Senhor Sri Caitanya Mahãprabhu; éri-yuta nityãnanda—o Se- fraita ara cafã' rça« atura aífãert i
nhor Nityãnanda; éri-advaita-ãcãrya—Sri Advaita Prabhu; sri-gaura-bhakta-vrnda— ' « t r ai atura, 'ai<^' afàal afi^i n >8b- u
os devotos de Sri Caitanya Mahãprabhu; éri-svarüpa—Svarüpa Dâmodara Gosvãmi;
éri-rüpa—Sri Rüpa Gosvãmi; éri-sanãtana—Srila Sanãtana Gosvãmí; éri-guru—o éisyãra érama dekhi' guru nãcana rãkhilã
mestre espiritual; éri-raghunãtha—Raghunãtha dãsa Gosvãmí; éri-jiva-carana—os 'krpã' nã nãcãya, 'vãni' vasiyã rahiiã
pés de lótus de Srila Jiva Gosvãmí; nija-éire dhari'—colocando em minha cabeça; éisyãra—dos discípulos; érama—o cansaço; dekhi'—vendo; guru—o mestre espiri-
ei sabãra carana—os pés de lótus de todos eles; yãhã haite— mediante semelhante tual; nãcana rãkhilã—parou de fazer dançar; krpã—misericórdia; nã nãcãya—não faz
ação; haya—há; saba—todos; vãhchita-pürana—a satisfação dos desejos. dançar; oãm"—as palavras; vasiyã—sentadas; rahiiã— permanecem caladas.
504 Sn Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 20
Verso 154 As orações Siksãstaka 505

TRADUÇÃO—Ao ver o cansaço dos discípulos, o mestre espiritual parou de fazê-


los dançar, e, porque esta misericórdia não mais as faz dançar, minhas palavras TRADUÇÃO—Se alguém ouve os passatempos do Senhor ári Caitanya Mahã-
agora sentam-se em silêncio. prabhu como descritos no ári Caitanya-caritãmrta, lavo-lhe os pés de lótus e bebo
a água.
VERSO 149 VERSO 152

«ifà^tl Itll « I t l C I 1tfí>C<5 1 1 «WTCT I


careta *mca«i «c?*1 «««-'gai i
N

C51131 1*1^1 1*?1 CS*! 3ffl II 5><A II


1 5 1 t t » t * l * I 1 , H t f t ' * f W l f^oSfCar I I Í 8 & I I
érotãra pada-renu karoh mastaka-bhüsana
anipunã vãni ãpane nãcite nã jãne
tomara e-amrta pile saphala haila érama
yata nãcãilã, nãci' karilã viérãme
anipunã vãni— palavras inexperientes; ãpane—por si sós; nãcite—dançar; nã—não; érotãra—da audiência; pada-renu—a poeira dos pés de lótus; karoh—faço; mastaka-
jãne— sabem como; yafa—tudo o que; nãcãilã—fez dançar; nãci'—após dançar; karilã bhüsana—um ornamento na minha cabeça; toma rã—todos vós; e-amrta—este néctar;
viérãme— repousaram. pile— bebestes; sa-phala—exitoso; haila—tornou-se; érama—meu trabalho.

T R A D U Ç Ã O — D e c o r o minha cabeça com a poeira dos pés de lótus da minha au-


T R A D U Ç Ã O — M i n h a s palavras inexperientes não sabem como dançar por si sós.
A misericórdia do guru fê-las dançar tanto quanto possível, e agora, tendo aca- diência. Agora, todos vós bebestes este néctar, e por isso meu trabalho é exitoso.
bado de dançar, elas foram repousar.
VERSO 153
VERSO 150 Slail-aiifi-lcf ira i t i i
c<att«tMc*t'i « f ã 5 * « l i " w i c&sgtífàsiis «cs f W t n II n
â l - * H t s 5 a « i - « * í i -<9n) « t a » ! n i<?° 11
éri-rüpa-raghunãtha-pade yãra ãéa
saba érotã-ganera kari carana vandana caitanya-caritãmrta kahe krsnadãsa
yãn-sabãra carana-krpã—éubhera kãrana éri-rüpa—Srila Rüpa Gosvãmi; raghunãtha—Srila Raghunãtha dãsa Gosvãmí;
saba—todos; érotã-ganera—dos leitores; kari—faço; carana vandana—adoração aos pude—aos pés de lótus; yãra—cuja; ãéa—expectativa; caitanya-caritãmrta—o livro
pés de lótus; yãn-sabãra—de todos os quais; carana-krpã—a misericórdia dos pés chamado Caitanya-caritãmrta; kahe—descreve; krsnadãsa—Srila Krçnadãsa Kavirãja
de lótus; éubhera kãrana—a causa de toda a boa fortuna. Gosvãmí.

T R A D U Ç Ã O — P a s s o agora a adorar os pés de lótus de todos os meus leitores, pois, T R A D U Ç Ã O — O r a n d o aos pés de lótus de Srí Rüpa e Srí Raghunãtha, desejando
pela misericórdia de seus pés de lótus, há toda a boa fortuna. sempre a misericórdia deles, eu, Krçnadãsa, narro o Srí Caitanya-caritãmrta,
seguindo seus passos.
VERSO 151 VERSO 154

cuíiisfàslçsG1ÇSM « C l I i>fã w ^ c t s ^ W s 1 «fãcast:


« 1 ? 5a«i fjjtpl « c a 1 «jfôj» t r c i II ><t5 n
<fw#"*»*UPt «(«at^lfCíHR; i
caitanya-caritãmrta yei jana éune íurcifs ssrçjk»; c*Hi<f<f»^i 11 i<?8 n
tãhra carana dhuhã karoh muni pane
caitanya-caritãmrta—a descrição dos passatempos do Senhor Sri Caitanya; yei caritam amrtam etac chrila-caitanya-visnoh
jana éune—qualquer pessoa que ouça; tãhra carana—seus pés de lótus; dhuhã—ablu- éubhadam aéubhanãéi éraddhayãsvãdayed yah
ção; karoh—faço; muni—eu; pane—bebendo. tad-amala-pada-padme bhrhgatãm etya so 'yarh
rasayati rasam uccaih prema-mãdhvika-püram
506 Srí Caitanya-caritãmrta Antya-lilã, 2 0 Verso 1 5 7 As orações Siksãstaka 507

cantam—o caráter; amrtam—nectáreo; etat—este; srila—opulentíssimo; caitanya— parimala-vãsita-bhuvanarh


Senhor Caitanya Mahãprabhu; visnoh—daquele que é o próprio Senhor Visnu, svarasonmãdita-rasajha-rolambam
a Suprema Personalidade de Deus; subhadam—dando ventura; asubhanãsi—des- giridhara-caranãmbhojam
truindo toda desventura; sraddhayã—com fé e amor; ãsvãdayet—deve saborear; kah khalu rasikah samihate hãtum
yah—qualquer pessoa que; tat-amala-pada-padme—aos imaculados pés de lótus da parimala—com o aroma; vãsita—perfumaram; bhuvanam—o mundo inteiro; sva-
Suprema Personalidade de Deus; bhrhgatãm etya—tornando-se como uma abelha; rasa-unmãdita—inspirados pelas suas próprias doçuras; rasa-jha—devotos; ro-
sah—semelhante pessoa; ayam—isto; rasayati—saboreia; rasam—doçura transcen- lambam—como abelhas; giridhara-carana-ambhojam—os pés de lótus do Senhor
dental; uccaih—uma grande quantidade; prema-mãdlwika—do vinho do amor ex- Giridhari; kah—que; khalu—com certeza; rasikah—uma alma auto-realizada; sami-
tático; param—repleto. hate hãtum—esforça-se por abandonar.

T R A D U Ç Ã O — O Caitanya-caritãmrta está repleto com as atividades de árí Caitanya TRADUÇÃO—Devotos auto-realizados são como abelhas, enlouquecidos por suas
Mahãprabhu, que é a própria Suprema Personalidade de Deus. Ele atrai toda próprias doçuras aos pés de lótus de Krsna. O aroma desses pés de lótus perfuma
a boa fortuna e destrói todas as coisas inauspiciosas. Se alguém saboreia com o m u n d o inteiro. Que alma auto-realizada seria capaz de abandoná-los?
fé e amor o néctar do Caitanya-caritãmrta, torno-me como uma abelha em busca
do mel do amor transcendental de seus pés de lótus. VERSO 1 5 7

VERSO 1 5 5
^tts>8:FA5»t«»«!m • f l d f s ^ ^ s t t i r s s i u i M n

cu33)[FÀ5IR.«33G««9sfa«rç<5*i n >«<? 11 saíre sindhv-agni-vãnendau


jyaisthe vrndãvanãntare
sriman-madana-gopãla- süryãhe 'sita-pahcamyãrh
govindadcva-tustaye grantho 'yarh pürnatãm gatah
caitanyãrpitam astv etac sãke—na Era Sakãbda; sindhu-agni-vãnendau—em 1537; jyaisthe—no mês de jyaiç-
caitanya-caritãmrtam tha (maio-junho); vrndãvana-antare—na floresta de Vmdãvana; sürya-ahe— no dia
srirnat—belíssima; madana-gopãla—da Deidade de Madana-mohana; govinda-, do Sol (domingo); asita-pahcamyãm—no quinto dia da quinzena escura; granthah—
deva—da Deidade de Srí Govindadeva em Vrndãvana; tustaye— para a satisfação; livro; ayam—este (Caitanya-caritãmrta); pürnatãm—conclusão; gatah—alcançada.
caitanya-arpitam—oferecido a Srí Caitanya Mahãprabhu; astu—que seja; etat—este
livro; caitanya-caritãmrtam—que contém as atividades nectáreas do Senhor Srí T R A D U Ç Ã O — E m Vmdãvana, no ano de 1 5 3 7 , Era Sakãbda, no mês de jyaistha
Caitanya Mahãprabhu. ! maio-junho], domingo, no quinto dia da lua minguante, concluiu-se este
Caitanya-caritãmrta.
T R A D U Ç Ã O — C o m o este livro, Caitanya-caritãmrta, agora está completo, tendo
sido escrito para a satisfação das opulentíssimas Deidades de Madana-mohanaji
e Govindají, que ele seja oferecido aos pés de lótus de Sri Krsna Caitanyadeva. Neste ponto encerram-se os Significados Bhaktivedanta do Srí Caitanya-caritãmrta,
Antya-lílã, Vigésimo Capítulo, descrevendo o significado do Sik$ã§taka e como o próprio
VERSO 1 5 6 Senhor o saboreou.

^?IW19tfÍr5-?5|S5-r.<l|ê|«il*|. I FIM DO ANTYA-LILÃ

f! f e j ^ f i i * ! I J Ã S Í O S S t ' Ç I II iofc li
APÊNDICE
Palavras conclusivas

Hoje, domingo, 10 de novembro de 1974 — correspondente a 10 de kârttika


de 488 da Era de Caitanya, o décimo primeiro dia da quinzena da lua minguante,
o Rãma-ekàdasí — acabamos de traduzir para o inglês o Sri Caitanya-caritãmrta
de Sri Krçnadãsa Kavirãja Gosvãmi, de acordo com a ordem autorizada de Sua
Divina Graça Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura Gosvãmi Mahãrãja, meu amado
mestre espiritual, guia e amigo eterno. Embora, segundo a visão material, Sua
Divina Graça SrUa Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura Prabhupãda tenha deixado
este mundo material no último dia de dezembro de 1936, eu ainda considero que,
através de vãni, suas palavras, Sua Divina Graça está sempre presente comigo.
Existem duas maneiras de associação — através de vãnie vavu. Vãni significa pala-
vras e vavu, presença física. As vezes, a presença física é apreciável e, às vezes,
não, mas vãni tem existência eterna. Portanto, devemos tirar proveito da vãni,
e não da presença física. O Bhagavad-gitã, por exemplo, é a vãni do Senhor Krçna.
Embora o próprio Krçna estivesse presente há cinco mil anos e, do ponto de vista
materialista, não mais esteja fisicamente presente, o Bhagavad-gitã continua.
Em relação a isto, podemos rememorar a época quando, durante o ano de 1922,
fui bastante afortunado para encontrar Sua Divina Graça Srila Prabhupãda. Srila
Prabhupãda viera de Sridhãma Mãyãpur para Calcutá para iniciar as atividades
missionárias da Gaudíya Matha. Ele estabelecera-se numa casa em Ulta Danga,
quando, através da persuasão de um amigo íntimo, o falecido Sriman Narendra-
nãtha Mallikã, tive a oportunidade de encontrar Sua Divina Graça pela primeira
vez. Não me lembra a data exata do encontro, mas eu era então um dos dirigentes
do laboratório do Dr. Bose em Calcutá. Eu era um jovem recém-casado, aliado
ao movimento de Gandhi e trajava khadi. Por felicidade, mesmo em nosso pri-
meiro encontro, Sua Divina Graça aconselhou-me a pregar o culto de Sri Caitanya
Mahãprabhu em inglês nos países ocidentais. Porque eu era na ocasião um na-
cionalista convicto, seguidor de Mahatma Gandhi, expus à Sua Divina Graça que,
a menos que o nosso país se livrasse do jugo estrangeiro, ninguém levaria a sério
a mensagem de Srí Caitanya Mahãprabhu. Naturalmente, debatemos um pouco
sobre este assunto, mas fui enfim derrotado e fiquei convencido de que a mensa-
gem de Sri Caitanya Mahãprabhu é a única panacéia para a humanidade sofre-
dora. Convenci-me também de que a mensagem de Sri Caitanya Mahãprabhu
estava então nas mãos de um devoto muito perito e que, com certeza, ela espalhar-
se-ia por todo o mundo. Contudo, não p u d e adotar de imediato suas instruções
de pregar, mas levei suas palavras muito a sério e sempre pensava em como exe-
cutar sua ordem, embora eu fosse inteiramente inepto para fazer isto.

Dessa maneira, até 1950, passei minha vida como chefe de família, quando aceitei
vãnaprastha e retirei-me da vida familiar. Sem a companhia de ninguém, peram-
bulei daqui para ali até 1958, quando adotei a vida de sannyãsa. Então, eu estava
completamente pronto para cumprir a ordem do meu mestre espiritual. Noutra

511
Palavras conclusivas 513
512 Sri Caitanya-caritãmrta

satisfeito com este trabalho de tradução. Ele adorava ver muitos livros publicados
ocasião, em 1936, pouco antes de Sua Divina Graça deixar este m u n d o em Jagan-
para propagar o movimento da consciência de Krsna. Portanto, nossa sociedade,
nãtha Puri, escrevi-lhe uma caria, perguntando o que podia fazer para servi-lo.
a Sociedade Internacional da Consciência de Krishna, foi formada com o propó-
Em resposta, ele escreveu-me uma carta, datada de 13 de dezembro de 1936, n~
sito de executar a ordem de Sri Caitanya Mahãprabhu e de Sua Divina Graça
qual, assim como eu ouvira dele, ordenava-me a pregar em inglês o culto de S
Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura.
Caitanya Mahãprabhu.
Faço votos para que, no m u n d o inteiro, os devotos do Senhor Caitanya deleitem-
Após seu desaparecimento, iniciei, durante o ano de 1944, a revista quinzenal
se com esta tradução, e estou contente de expressar minha gratidão aos homens
De Volta ao Supremo, através da qual tentei propagar o culto de éri Caitanya Mahã-
cultos dos países ocidentais, que ficaram tão satisfeitos com minha obra que en-
prabhu. Depois que tomei sannyãsa, um benquerente amigo meu sugeriu-me que
comendaram com antecipação todos os meus livros que ainda serão publicados.
eu escrevesse livros ao invés de revistas. Ele dizia que as revistas poderiam ser
Portanto, nesta ocasião, solicito a meus discípulos, que estão determinados a
jogadas fora, mas os livros permanecem perpetuamente. Então, tentei escrever
ajudar-me neste trabalho, que continuem a cooperar irrestritamente, de modo
o Srimad-Bhãgavatam. Antes disto, quando eu era chefe de família, escrevera sobre
que os filósofos, os eruditos, os religiosos e as pessoas de todo o m u n d o benefi-
o Srimad Bhagavad-gitã e concluíra cerca de mil e cem páginas, porém, de alguma
ciem-se ao lerem nossos livros transcendentais, tais como o Srimad-Bhãgavatam
forma, o manuscrito foi roubado. Em todo caso, ao publicar na índia o Srimad-
e o Sri Caitanya-caritãmrta.
Bhãgavatam, Primeiro Canto, em três volumes, pensei em ir para os Estados
Unidos. Pela misericórdia de Sua Divina Graça, fui capaz de ir a Nova Iorque
em 17 de setembro de 1965. Desde então, traduzi muitos livros, incluindo o Srimad-
Bhãgavatam, Bhakti-rasãmrta-sindhu, Os ensinamentos do Senhor Caitanya (um resumo) Neste ponto encerram-se, aos 10 de novembro de 1974, os Significados Bhaktivedanta
e muitos outros. do Sri Caitanya-caritãmrta, na Bhaktivedanta Bock Trust, Hare Krsna Land, Juhu,
Bombaim.
Nesse ínterim, fui induzido a traduzir o Sri Caitanya-caritãmrta e publicá-lo numa
versão elaborada. Em suas horas de lazer no ocaso de sua vida, Sua Divina Graça
Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura simplesmente lia o Caitanya-caritãmrta, seu livro
favorito. Ele costumava dizer que chegaria a época em que os estrangeiros apren-
deriam a língua bengali para ler o Caitanya-caritãmrta. O trabalho desta tradução
iniciou há cerca de dezoito meses. Agora, pela graça de Sri Caitanya Mahãprabhu
e de Sua Divina Graça Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura, ele está concluído.
Quanto a isto, sou muito grato a meus discípulos americanos, em especial Sriman
Pradyumna dãsa Adhikãrí, Sriman Nitãi dãsa Adhikãri, Sriman Jayãdvaita dãsa
Brahmacãri e muitos outros rapazes e moças que, com sinceridade, ajudam-me
a escrever, editar e publicar todos estes livros.
Acho que Sua Divina Graça Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura está sempre
supervisionando minhas atividades e, com suas palavras, orienta-me dentro do
meu coração. Como diz o Srimad-Bhãgavatam, tene brahmã hrdã ya ãdi-kavaye. A
inspiração espiritual vem de dentro do coração, onde a Suprema Personalidade
de Deus, sob Seu aspecto de Paramãtmã, está sempre situado com todos os Seus
devotos e associados. Devo admitir que todo trabalho de tradução que fiz foi
através da inspiração do meu mestre espiritual, pois, pessoalmente, sou muito
insignificante e incompetente para realizar esta obra materialmente impossível.
Não me considero um acadêmico muito erudito, mas tenho fé plena no serviço
a meu mestre espiritual. Sua Divina Graça Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati
Thâkura. Se há algum crédito em minhas atividades de tradução, todo ele deve-se
à Sua Divina Graça. Se Sua Divina Graça estivesse fisicamente presente neste
momento, com certeza esta seria uma grande ocasião para regozijo, mas, mesmo
que ele não esteja fisicamente presente, tenho confiança de que ele está muito
O Autor
Sua Divina Graça
A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupãda

Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupãda apareceu neste


mundo no ano de 1896 em Calcutá, índia. Ele encontrou-se pela primeira vez
com seu mestre espiritual, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Gosvãmi, em Calcutá,
no ano de 1922. Bhaktisiddhãnta Sarasvati, um destacado erudito devocional e
fundador de sessenta e quatro Gaudíya Mathas (institutos védicos), gostou desse
jovem educado e convenceu-o a dedicar sua vida a ensinar o conhecimento védico.
Srila Prabhupãda tornou-se seu discípulo e, onze anos mais tarde, recebeu ini-
ciação em caráter formal.
Ao encontrarem-se pela primeira vez, Srila Bhaktisiddhãnta Sarasvati Thâkura
pediu que Srila Prabhupãda difundisse o conhecimento védico em língua ingle-
sa. Nos anos que seguiram, Srila Prabhupãda escreveu um comentário sobre o
Bhagavad-gitã, ajudou o trabalho da Gaudíya Matha e, em 1944, deu início a uma
revista quinzenal em inglês, chamada De Volta ao Supremo, que atualmente conti-
nua sendo publicada pelos seus discípulos no Ocidente em mais de trinta idiomas.
Reconhecendo a erudição filosófica e a devoção de Srila Prabhupãda, a Socie-
dade Gaudíya Vaisnava honrou-o, em 1947, com o título "Bhaktivedanta". Em
1950, aos cinqüenta e quatro anos de idade, Srila Prabhupãda retirou-se da vida
de casado, adotando a ordem de vida retirada (vãnaprastha), a fim de dedicar mais
tempo a seus estudos e escritos. Srila Prabhupãda viajou para a cidade santa de
Vrndãvana, onde viveu de maneira muito humilde no histórico templo medieval
de Rãdhã-Dãmodara, dedicando-se aí, durante vários anos, a estudar profunda-
mente e a escrever. Aceitou a ordem de vida renunciada (sannyãsa) em 1959. Em
Rãdhã-Dãmodara, Srila Prabhupãda começou a preparar o principal trabalho de
sua vida: uma tradução em muitos volumes, com comentários, dos dezoito mil
versos do Srimad-Bhãgavatam (BhSgavata-Purãna). Escreveu, também, Fácil viagem
a outros planetas.
Após publicar três volumes do Bhâgavatam, Srila Prabhupãda foi para os Estados
Unidos em 1965, a fim de cumprir a missão de seu mestre espiritual. Subseqüente-
mente, escreveu mais de sessenta volumes de traduções, comentários e estudos
sumários autorizados sobre os clássicos filosófico-religiosos da índia.
Em 1965, ao chegar pela primeira vez à cidade de Nova Iorque n u m cargueiro,
Srila Prabhupãda não tinha praticamente um centavo. Foi só depois de quase um
ano de muita dificuldade que ele fundou a Sociedade Internacional para a Cons-
ciência de Krishna em julho de 1966. Antes de deixar este m u n d o mortal no dia

515
516 O Autor
Referências
14 de novembro de 1977, orientou a Sociedade e viu-a desenvolver-se numa con-
federação mundial com mais de cem ãéramas, escolas, templos, institutos e co-
munidades rurais. Os significados do Sri Caitanya-caritãmrta são todos confirmados por autoridades vé-
Em 1968, Srila Prabhupãda criou a comunidade espiritual de Nova Vrndãvana dicas de peso. As seguintes escrituras autênticas são especificamente citadas neste volume:
na Virgínia Ocidental e, em 1972, ele introduziu no Ocidente o sistema de educa-
ção védico, gurukula.
Ãditya Purãna, 471.
Srila Prabhupãda inspirou também a construção, na índia, de vários majestosos
centros culturais internacionais. No centro de Sridhãma Mãyãpur na Bengala Oci-
dental, planeja-se a construção de uma cidade espiritual, um projeto ambicioso Amrta-pravãha-bhãsya (Bhaktivinoda Thâkura), 1, 43, 97, 111, 247, 345, 393, 447.
cuja consecução vai se estender pela próxima década. Em Vrndãvana, índia,
encontra-se o magnífico templo de Krsna-Balarãma e a Casa Internacional de Hós- Bhakti-rasãmrta-sindhu (Rüpa Gosvãmí), 138, 436.
pedes. Há também um importante centro cultural e educacional em Bombaim.
Há planos para se estabelecerem outros centros em uma dúzia de outros locais Bhakti-ratnãkara (Narahari Cakravarti), 37.
importantes do subcontinente indiano.
Caitanya-bhãgavata (Vrndãvana dãsa Thâkura), 483.
No entanto, a contribuição mais significativa de Srila Prabhupãda são seus livros.
Muito respeitados pela comunidade acadêmica, dada a sua autoridade, profundi-
dade e clareza, esses livros são utilizados regularmente em numerosos cursos uni- Caitanya-caritãmrta (Krsnadãsa Kavirãja), 450, 451.
versitários. Os escritos de Srila Prabhupãda foram traduzidos para mais de trinta
idiomas. Estabelecida em 1972 exclusivamente para publicar as obras de Sua Divina Garuda Purãna, 261.
Graça, a Bhaktivedanta Book Trust tornou-se, assim, a maior editora mundial
de livros no campo da religião e da filosofia indianas. Gaurãhga-stava-kalpavrksa (Raghunãtha dãsa Gosvãmi), 183, 199, 200, 281, 423.
Em apenas doze anos, apesar de sua idade avançada, Srila Prabhupãda viajou
pelo m u n d o quatorze vezes, dando conferências sobre a consciência de Krsna Gita-govinda (Jayadeva Gosvãmí), 239.
em seis continentes. Apesar de suas constantes viagens, Srila Prabhupãda sempre
escrevia prolificamente, e suas obras constituem verdadeira biblioteca de filosofia, Govinda-lilãmria (Krsnadãsa Kavirãja), 209, 229, 237, 294, 429.
religião, literatura e cultura védicas.
Hari-bhakti-vilãsa (Sanãtana Gosvãmi), 256.

Lalita-mãdhava (Rüpa Gosvãmi), 405.

Mahãbhãrata, 259, 285, 334.

Manu-samhitã, 503.

Mãrkendeya Purãna, 471.

Nrsimha Purãna, 270.

Padma Purãna, 138, 261.

Padyãvali (Rüpa Gosvãmi), 174.

Skanda Purãna, 285.


518 Srí Caitanya-caritãmrta
Glossário
Srimad-Bhãgavatam, 39, 188, 216, 217, 218, 222, 224, 232, 238, 257, 260, 293, 334,
354, 411, 437, 438, 439, 440, 441, 442, 443, 451.
A
Stava-mãlã (Rüpa Gosvãmí), 244. Acãrya—mestre espiritual que ensina através de seu próprio exemplo.
Acintya-bhedãbheda-tattva—filosofia que ensina que o Senhor é simultaneamente
Tattva-sãgara, 262. igual à Sua criação e diferente dela.
Ãnanda—bem-aventurança espiritual.
Tithi-tattva, 80. Ananta-caturdasi—data do festival anual em comemoração ao desaparecimento
de Haridasa Thâkura.
Ujjvala-nilamani (Rüpa Gosvãmí), 157, 173. Ãrati—cerimônia de adoração ao Senhor, mediante o oferecimento de vários
artigos auspiciosos.
Arcanã—adoração à Deidade no templo.
Ardha-bãhya—semi-consciência externa.
Avaisnavas—não-devotos, aqueles que buscam gozo material e aqueles que são
contra a supremacia do Senhor.
Avatãra—(literalmente, aquele que desce) uma encarnação do Senhor que desce
do céu espiritual para o universo material com uma missão específica descrita
nas escrituras.

B
Bhagavãn—(bhaga—opulência; vãn—que possui) aquele que possui todas as opu-
lências, que, em geral, são em número de seis — riqueza, força, fama, beleza,
conhecimento e renúncia.
Brahman—(1) a alma espiritual infinitesimal; (2) o onipenetrante aspecto impes-
soal de Krçna; (3) a Suprema Personalidade de Deus; (4) a totalidade da
substância material.
Brãhmana—a classe de homens inteligentes, segundo o sistema de ordens sociais
e espirituais.
Bramajyoti—(brahmã—espiritual; jyoti—luz) a refulgência impessoal que emana
do corpo de Krsna.

C
Cakravãki—a fêmea do pássaro cakra.
Candâlas—comedores de cães; a mais baixa classe de seres humanos.
Cinta—sintoma extático de ansiedade.
Cit—a potência de conhecimento espiritual de Krsna.

D
Dama—autocontrole.
Dâmodara—nome de Krçna dado a Ele devido a ter sido amarrado na cintura com
a corda de mãe Yasodã.
Dãri sannyãsi—um sannyãsi tântrico farsante que tem mulheres.

cia
520 Sn Caitanya-caritãmrta Glossário 521

Deva-dãsi—serva do templo de Jagannãtha. Mãyã—(mã—não; yã—isto) ilusão; a energia material.


Dharma—qualificação natural do ser vivo na capacidade de prestar serviço. Mãyãvãdi—impersonalistas ou nihilistas que adotam a filosofia de que Deus é
Divyonmãda—loucura transcendental com saudade de Krsna. sem forma e sem personalidade.
Mlecchas—aqueles que não seguem os princípios reguladores dos Vedas.
G Moha—sintoma extático de ilusão.
Gauracandra—(gaura—dourada; candra—lua) nome do Senhor Caitanya Mahã- Mrtyu—sintoma extático de morte.
prabhu denotando que Ele parece com uma lua dourada. Mukunda—nome de Krçna que significa "aquele que concede a liberação."
Gopis—devotas puras de Krçna que se relacionam com Ele como amigas vaquei-
rinhas na atitude de amor conjugai. N
Govinda—nome de Krsna que significa "aquele que dá prazer aos sentidos e às Nadíyã-nãgari—um dito grupo de devotos que adora Viçnupriyã.
vacas." Nãmãcãrya—acãrya do cantar dos santos nomes (Haridasa Thâkura).
Grhasthas—chefes de família que seguem princípios reguladores. Nãrãyana—a expansão de quatro braços do Supremo Senhor Krçna.

H P
Hari boi—"Cantai o santo nome de Hari." Pandita—acadêmico erudito.
Pãhji-tíkã—explicações suplementares sobre algum assunto.
J Paramahamsa—mais elevado devoto do Senhor, que é como um cisne.
Jãgara—sintoma extático de vigília. Paramãtmã—a Superaima, o aspecto localizado do Senhor Supremo, situado no
Japa—cantar Hare Krsna suave e lentamente. coração de todas as entidades vivas.
Jnãni—aquele que está ocupado no cultivo de conhecimento através de espe- Parama-vidvãn—o acadêmico mais erudito.
culação filosófica. Pika—o pássaro cuco indiano.
K Prakrti—natureza material (literalmente, aquilo que é predominado).
Prasãda—(literalmente, misericórdia) restos do alimento oferecido ao Senhor
Karahga—um pote dágua.
Krçna.
Khãdi—tecido de algodão.
Kirtana—o canto devocional de Hare Krsna. Proçita-bhartrkã—mulher cujo marido deixou o lar e foi a uma região estrangeira.
Purãnas—os dezoito livros muito antigos que são histórias deste e de outros
Krsna-kathã—narração falada sobre Krçna ou por Ele falada.
planetas.
Ksatriya—a ocupação administrativa ou protetora, segundo o sistema de quatro
ordens sociais e espirituais. R
Kuhkuma—pó avermelhado de aroma doce. Rãga-mãrga—o caminho do serviço devocional com amor espontâneo.
Rãmacandra—encarnação do Senhor Supremo como um rei perfeito.
M
Madana-mohana—nome de Krsna que significa "aquele que encanta C u p i d o . " S
Mãdhava—nome de Krçna que O compara à doçura da primavera ou à doçura Sac-cid-ãnanda-vigraha—(saí—existência eterna; cit—conhecimento; ãnanda—bem-
do mel. aventurança; vigraha—forma) a forma eterna do Senhor Supremo, a qual
Madhupati—nome de Krçna em Dvãrakã. é plena de bem-aventurança e conhecimento.
Mahã-bhãgavata—devoto na fase mais elevada da vida devocional. Sama—controle dos sentidos.
Mahã-mantra—o grande cântico da liberação: Hare Krçna, Hare Krçna, Krçna Sankírtana—o canto congregacional dos santos nomes de Deus.
Krçna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare. Sahkírtana-yajha—o sacrifício prescrito para a era de Kali; isto é, o canto congre-
Mahã-prasãda—veja: prasãda. gacional do nome, fama e passatempos do Senhor Supremo.
Malina-ahgatã—sintoma extático de falta de limpeza. Sannyãsa—ordem de vida renunciada.
Mantra—(manas—mente; ti—libertar) vibração sonora pura para livrar a mente Sãstra—escrituras reveladas.
das inclinações materiais. Satya—veracidade.
522 Sri Caitanya-caritãmrta

Sirhha-dvãra—portão do leão, localizado fora do templo de Jagannãtha, em Puri.


Sraddha-pãtra—restos da prasãda oferecida aos antepassados.
Srivatsa—pelo branco no peito de Sri Visnu, representando Laksmi, a deusa da
fortuna.
Südra—a classe de homens trabalhadora e servil.
Suka—papagaio.
Sukrti—atividades piedosas realizadas pela misericórdia de Krçna. Guia do alfabeto e da pronúncia em bengali

T
Vogais
Tãnava—sintoma extático de magreza.
«Ja "díâ §i rç$ fcü II r
U
u

Udvega—sintoma extático de agitação mental.


Unmãda—sintoma extático de loucura. o «au
Upãdhyãya—professor que subsiste ensinando gramática sânscrita.
Uttamasloka—nome de Krsna que significa "aquele que é glorifiçado com palavras
e versos seletos."
* iti (anuíram) • íl Uanira bmâu) % h (vnargal

V
Consoantes
Vaijayanti—guirlanda que contém flores de cinco cores.
Vaikunthas—(literalmente, sem ansiedade) os planetas eternos do céu espiritual.
Vaisnava—devoto do Supremo Senhor Visnu, ou Krsna. Culurais: ^ ka «1 kha líga ^gha b na
Vaisnava-aparãdha—ofensa ao Vaisnava. Palatais. 5 ca 5 cha W ja ^Ijha <*Pna
Vaiáya—a classe de homens envolvida em comércio e agricultura, segundo o
sistema de quatro ordens sociais e espirituais. Cerebrais: ^ tha <5da l> dha «( na
Vali—nome de um macaco filho de Indra, o rei dos céus, e irmão mais velho de Dentais: «ta 3jtha Sf da 1 dha S na
Sugriva, o rei-macaco na epopéia Rãmãyana.
Labiais: *fpa ^pha 3ba •5 bha Jlma
Vãni—as palavras do mestre espiritual, que existem eternamente.
Vapu—a presença física do mestre espiritual. Semivogais: ^ ya * ra «lia 1 va
Vrajendra—Nanda Mahãrãja, o pai adotivo do Senhor Krsna.
Sibilantes *tsa ^ *a Isa S ha
Vrndãvana—o local dos transcendentais passatempos bucólicos de Krsna, mani-
festados quando Ele esteve presente na Terra há cerca de cinco mil anos.
As vogais depois de uma consoante são escritas como se segue:
Vyãdhi—sintoma extático de doença.
Vyãsa-püjã—adoração ao dia do aparecimento do mestre espiritual fidedigno, Ji li t *-u *~ 0 < r ír £e
representante de Vyãsa, o compilador da literatura védica.
£ai Q to C\au
Y
Yadupati—nome de Krsna que significa "rei da dinastia Yadu." A letra "a" está subentendida quando aparece depois
Yavanas—classe de homens intocáveis, alijados das quatro divisões sociais e de uma consoante sem símbolo vocálico.
espirituais da sociedade védica.
O símbolo virâma ( "v ) indica que não há uma vogai final: 15
Yoga-mãyã—a potência interna ou energia espiritual do Senhor, que O esconde
dos não-devotos.
523
524 Srí Caitanya-caritãmrta índice alfabético

Os exemplos seguintes mostram a maneira como se escrevem Este Índice alfabético indica o número do capítulo e o número do verso respecti-
vamente. Por exemplo: 3.33 (Terceiro Capítulo, Verso 33).
as vogais quando acompanhadas de consoantes:

^Ika faki ^kl ^ku ^ku A Amor de Deus


Acãrya Caitanya dançou em êxtase, 11.60-61
dever do Vaisnava, 13.133 coração de Caitanya absorto no, 15.1
? kr f kr C7f ke W kai C^t ko Uf \ kau Ãcãryaratna cresce por ouvir Siksãstaka, 20.64
foi para Jagannãtha Puri com sua esposa, desperto por cantar, 20.11
Vogais 12.11 entidades vivas provam somente uma par-
A.C. Bhaktivedanta Swami tícula do oceano do, 18.20-24
encontro de Bhaktisiddhãnta Sarasvati e, pág. faz a pessoa transcendentalmente louca,
509 14.15
a—fonema intermediário entre o o e th—como o th no inglês light-heart. puro, em Vrndãvana, 20.62
Adilya Purãna
a. d—como o d no falar caipira em citado sobre castidade da esposa de brãh- Amrta-pravãha-bhãsya
S—como o a longo em lata. tarde. mana, 20.57 citado sobre pequena visita a Vrndãvana,
i, I—como o i nas palavras adido ou dh—como o dh no inglês red-hot. Adoração 13.39
abrigo. n—como o n no falar caipira em da Deidade de Advaita, 19.26 Anantadeva
carneiro. dos pés de lótus dos líderes por Krsnadãsa não pode descrever um dia dos êxtases de
u, O—como o u em acudir. Caitanya, 17.64
r—como o r no falar caipira em carta. t—como o t em teto. Kavirãja, 20.150-151
na era de Kali, cantar é processo de, 20.8-9 Ansiedade
f—como no inglês reed. th—como o th no inglês light-heart Advaita Acãrya como sintoma extático de Caitanya, 17.49;
e—como o e em pena; raramente (linguo-dental). Caitanya querido para, 11.2 20.5
como o e em sete. d—como o d em devoto Deidade de. 11.101 descreve sintomas extáticos, 14.53
ai—como o ai em pai. dh—como o dh no inglês red-hot encontrou com Jagadãnanda Pandita em Arte
Nadia, 12.97 Krsna como reservatório da, 19.41-43
o—como o o em goma. (linguo-dental). Árvore tamãla
au—como o au em causa. n—como o n em nada. Krsnadãsa Kavirãja escreveu pela misericór-
dia de, 20.96-98 corpo de Krsna comparado a, 19.41
rh—(anusvSra) como o m em bem. p—como o p em puro. Associação
mensagem de Caitanya para, 19.17
h — ( v i s a r g a ) - (aspiração): ah, som de ph—como o ph no inglês up-hill. tratado por Caitanya como superior, 11.7 de Haridasa como causa da felicidade de
arrá; ih, som de irri. b—como o b em boi. Agitação Caitanya, 11.39
como o n em encher.
n—(canâra-bindu) bh—como o bh no inglês rub-hard. como sintoma extático de Caitanya, 1.1 de Haridasa e Caitanya partida, 11.94
Agitação mental de'Krçna alcançada pelo canto, 20.14
k—como o ca em cativo. m—como o m em mãe. vãni e vapu como duas formas de, pág. 509
kh—como o kh no inglês Eckhart. y—como o j no inglês jaw. sintomas extáticos, 14.53
Água Atividades
g—como o g em antigo. y—como o i em alfaiate. do mar, tornou-se lugar de peregrinação, da flauta de Krçna, 16.139-140
gh—como o gh no inglês dig-hard. r—como o r em caro. 11.64 de A.C. Bhaktivedanta Swami, visto por
n—como o n em ângulo. 1—como o I em luz. fria, lavou o corpo de Caitanya, 14.100 Bhaktisiddhãnta Sarasvati, pág. 510
Ãitotã de Caitanya como selvagens e insanas,
c—como titia no falar carioca. v—como o b em bola ou o u em 19.30-33
ch—como o ch no inglês staunch- quando, Caitanya andou perto do templo de, 18.26
Akrüra de Caitanya ilimitadas, 20.72
heart. í, s—como o x em xadrez. Krsna deixou Vrndãvana com, 19.45 de devotos puros significa felicidade para
j—como o dj em adjetivo. s—como o s em sol. Alma condicionada Krsna, 20.52
jh—como o geh no inglês hedgehog. h—som aspirado semelhante ao falar como serva eterna de Krçna, 20.29-34 de Jagadãnanda Pandita agradou Caitanya,
n—como o nh em lenha. carioca em Rio, ou como no inglês Amor 19.4
como causa de atos incompreensíveis, dos lábios de Krsna como perplexa,
t—como o t no falar caipira em carta. home. 16.120-123
19,103-105
Amor conjugai somente na consciência de Krçna devem ser
corpo de Krsna como essência do, 19.40-42 executadas, 13.113
Amor de Deus Atividades fruitivas
alcançado por serviço, 16.61 rejeitada por Caitanya, 20.28-30

525
526 Sri Caitanya-caritãmrta índice alfabético 527

Atividades piedosas Bhakti- rasam rta-sindh a


Brãhmana Caitanya Mahãprabhu
executadas pela flauta de Krsna, 16.142-144 traduzido para o inglês por A. C. Bhakti- características encontradas no éüdra, 16.29 Krçnadãsa Kavirãja escreveu pela misericór-
executadas pela misericórdia de Krsna, vedanta Swami, pág. 510 conhecido pela sua ocupação, 16.29 dia de, 20.96-98
16.99-100 Bhakti-ratnãkara doze qualidades não são suficientes para misericordioso e magnânimo, 17.68
néctar dos lábios de Krsna chegam depois de citado sobre lamentações de Srínivãsa na purificação, 16.26 o mundo é agradecido, 12.78
muitas, 16.119 tumba de Haridasa, 11.101 história do, leproso, 20.57 o próprio Krçna, 3.5; 12.84; 13.110,113
pessoas desprovidas de, 16.96 Bhaktisiddhãnta Sarasvati não pode purificar-se, nem à sua família, o Senhor Supremo, 16.48; 19-83; 20.154
Austeridades citado sobre adoração de Kãlidãsa e Jhadu 16.26 rejeitou óleo de sândalo de Jagadãnanda
executadas pela deusa de fortuna, 17.47 Thâkura, 16.14 pode tornar-se um Vaiçnava, 16.29 Pandita, 12.108-117
executadas pela flauta de Krçna, 16.142-144 citado sobre Caitanya no humor de Rãdhã qualidades do, 16.29 sannyãsis Vaiçnavas nunca pensam que são
executadas por alguém que canta os santos 14.14 quem é treinado torna-se, 16,29 iguais a, 13.61
nomes, 16.27 citado sobre devotos puros como escritores, érãddha-pãtra oferecido aos, 11,30 sentiu-Se como Rãdhãrãní, 20.46
néctar dos lábios de Krsna obtido com, 20.82,87 Brahmãnanda Bhãrati Sociedade Internacional para a Consciência
16.136-138 citado sobre encarnação dos devotos avan- Caitanya tomou prasãda com, 11.87 de Krçna formada pela ordem de,
çados, 11.25 recebeu prasãda do Senhor Jagannãtha, pág. 511
B citado sobre humildade e independência 16.105 três estados de consciência de, 18.77
Balarãma Vaiçnava, 13,61 seguiu Caitanya para a praia, 14.90 vida e característica, de um oceano de néctar,
Colina de Govardhana supria todas neces- citado sobre imitação dos devotos puros, 16.7 visitou Caitanya para vé-lO dançar, 14.113 11.106
sidades de, 14.86 citado sobre prãkrta-sahajiyãs como falsos Caitanya-mahgala
irmão de Krçna, 14.37; 15.51 devotos, 20.28 c veja: Caitanya-bhãgavata
Krsna partiu de Vrndãvana com, 19.45 como eterno mestre espiritual de A. C. Candrasekhara
Caitanya-bhãgavata
Bali Mahãrãja Bhaktivedanta Swami, pág. 509 ouviu sobre Caitanya de Jagadãnanda
data do desaparecimento de, pág. 509 descreve passatempos de Caitanya, 20.87
roubado por Vãmanadeva, 19.107 Krsnadãsa Kavirãja pede que leitores ouçam, Pandita, 13.43
Beleza movimento internacional para a consciência Canto
20.85
Caitanya desmaiou ao ver Krsna, 15.57 de Krçna formado por ordem de, congregacional na morte de Haridasa, 11.48
Caitanya-caritãmrta
de Krçna, 15.8-19 pág. 511 das glórias de Haridasa Thâkura, 11.99
data do término do, 20.157
de Krçna assombra entidades vivas, 17.31 Bhaktivinoda Thâkura de Caitanya em Jagannãtha, 11.11
descreve encarnações de quem canta nome
de Krsna atrai todas as mentes do mundo, autor do Amrta-pravãha-bhãsya, 13.39 de Haridasa em sua morte, 11.34,56
de Krsna, 20.10
15.56 citado sobre honrar prasãda, 11.20 de 'Hari' enquanto toma prasãda, 16.115
descreve sobre cantar, 20.9
Bengala construiu casa perto da tumba de Haridasa, de número regular de voltas por Haridasa,
destrói inauspiciosidade, 20.154
alimentos levados para Caitanya da, 12.63 11.101 11.19
escrito para satisfação das Deidades de
Caitanya ordenou a Nityãnanda Prabhu para descreve pseudo-grupo de devotos, 14.7 devotos ouvem de Caitanya, 14.69-70
Madana-mohanaji e Govindajl,
ficar na, 12.67-68 Bhíçma dos santos nomes Rama por Rãmadãsa
morte de Haridasa comparada à de, 11.57 20.155
Bengalis Visvãsa, 13.93
Bhramara-gitã
livro favorito de Bhaktisiddhãnta Sarasvati,
características gerais dos, 13.35 dos santos nomes pelas árvores e plantas,
pág. 510
Bhagavad-gitã
como parte do Décimo Canto do Bhãgavatam, 16.69
19.107 ouvir sobre, 19.110
A.C. Bhaktivedanta Swami escreveu comen- Hare Krsna como princípio regulativo, 11.24
Bilvamahgala Thâkura Caitanya Mahãprabhu
tários sobre o, pág. 510 libera o hábito indesejável, 20.11
Caitanya-caritãmrta oferecido aos pés de lótus
como vãni de Krçpa, pág. 509 como autor do Krsi.ta-kan.tátnrta, 15.27; 20.67-68 método correto do, 20.20-27
Blasfêmia de, 20.154-156
Bhagavãn Acãrya número fixo de voltas, 11.23
comeu alimento oferecido por Sacimãtã,
seguiu Caitanya e devotos, 14.89 Raghunãtha Bhafta nunca ouviu, 13.133 poder do, 16.27
12.92-95
Bhakti- rasam rta-sindh u Brahmã resultados e efeitos do, 20.10-14
Haridasa Thâkura como encarnação de, 11.25 distribuiu prasãda aos devotos, 11.82-83
citado sobre atividades de alguém que ama salvação aceitável em Kali-yuga pelo, 20.59
não pode descrever influência das emoções induziu o mundo todo a cantar os santos
Krçna, 19.105 sintoma extático de, 20.36
extáticas de Caitanya, 14.118 nomes, 16.69
citado sobre servir inutilmente aos pais toda cidade de Jagannãtha Puri ocupou-se
não pode entender amor de Krsna, 15.1 instruiu Jagadãnanda Pandita a como visitar
comuns, 13.113 no, 11.72
não pode estimar misericórdia de Caitanya, Vrndãvana, 13.33-40
Krçnadãsa Kavirãja seguiu instruções do, Caridade
16.76 instrui Raghunãtha Bhatta, 13.112-114,120-121
19.101 Rãdhá deu seu corpo para Krçna em, 20.59
528 Srí Caitanya-caritãmrta índice alfabético 529

Casamento Devoto puro Dvãrakã


Dança da rasa
ninguém pode entender atividades, 16.7 música das rainhas em, 19.108
avanço espiritual é devagar ou quase nulo, gopis entravam na arena em êxtase, 17.33
13.112 imitada por Caitanya, 18.6 quem escreve atividades do Senhor, consi-
como concessão de gozo dos sentidos, 13.112 derado como Vyãsa, 20.82,86-87 E
Krsna mitigou fatiga no Yamunã, 18.25
Caiaka-parmta Deidade de Jagannãtha Devotos Educação
passatempo descrito no Gaurahga-staiKi- apareceu como Krsna para Caitanya, 11.7-8 abelhões nos pés de lótus de Krçna, 20.156 canto como vida e alma da, 20.10
kaipavrksa, 14.120 Caitanya deu a Raghunãtha Bhatta, guirlanda assombrados com Caitanya, 19.29 critério de um brãhmana, 16.29
Colina de Govardhana da, 13.123-124 avançados, 20.28 Encarnação
Caitanya viu Krsna subir a, 14.107 Caitanya recebeu prasãda da, 5.126 avançados encarnam para ajudar na missão de Krçna, 19.107; 20.8-11
devotos não devem subir, 13.39 Caitanya viu, 11.45; 14.79 do Senhor Supremo, 11.25 Entidades vivas
localizada na terra de Vraja, 14.120 Caitanya viu desde a coluna de Garuda, Bhãgavatam deve ser ouvido, 13.113 ouvir sobre Caitanya destrói misérias causa-
pedra dada como presente para Caitanya, 14.23 Caitanya como vida e alma dos, 11.8 das pelas, 19.110
13.67 Caitanya viu Krçna com Sua flauta, 16.85 Caitanya mantém consciência externa na santos nomes trazem toda boa fortuna para,
Consciência como um vaqueirinho, 19.12 companhia dos, 16.78 20.12-16
Caitanya retornou à externa, 14.53,71,114 Haridasa Thâkura recebeu prasãda da, 11.16 cantam Hare Krçna ruidosamente, 17.20 Escola Mãyãvãda
três estados da de Caitanya, 18.77 Sacimãtã ofereceu restos da, 12.87 de Caitanya criados com misericórdia, 12.1 Caitanya aceitou sannyãsa, 13.61
Consciência de Krsna Deidade de Madana-mohana devem ser reconhecidos como bhãgavatas, Especulação mental
como criação das atividades, 13.113 deu a ordem a Krçnadãsa Kavirãja escrever, 16.29 devotos puros não têm motivos para, 16.25
o avanço vem em servir os devotos na, 13.113 20.99 devem ser servidos por aqueles que querem Existência material
Coração Deidade de Rãdhã-Gopinãtha avançar, 13.113 canto termina misérias da, 20.12
Caitanya manteve os pés de lótus sobre o vida e alma d o s Gaudiyã Vaisnavas, devem servir Krçna sem motivos pessoais, mentalidade da. 20.52
coração de Haridasa, 11.54 20.142-143 20.57 canto extermina pecado da condição da,
de Caitanya absorto no amor de Deus, 15.1 Deidade de Rãdhã-Madana-mohana de Vrndãvana em conflito com smãrta- 20.13
Corpo de Krspa vida e alma dos Gaudiyã Vaiçnavas, brãhmanas, 13.37
brilho do, 19.35,41 20.142-143 em Vrndãvana e Mathurã estão em afeição F
fragância do, 15.22; 19.90-99 Deidades paternal, 13.37
Família de Pattanãyaka
luxúria do, 15.63,67 Cailanya<aritãmrta escrito para satisfação das, fixo no coração junto com Paramãtmã, pág.
descendente de Bhavãnanda Rãya, 13.11
na mente das mulheres, 19.40 20.154-155 510

partes do, comparada à oito flores de lótus, de Caitanya, Nityãnanda e Advaita, 11.101 Krsnadãsa Kavirãja escreveu pela misericór-
em três substâncias poderosas, 16.62
19.94 durante adoração não se deve usar camisa dia dos, 20.96-98
vem do serviço em favor de Caitanya e Nityã-
toque refrescante do, 15.14,21 nem casaco, 12.37 não se interessam por felicidades e sofrimen-
nanda, 19.108
triunfo enegrecido além das nuvens de Desejos tos, 20.52
Felicidades
chuva, 19.39 de Haridasa independente, 11.94 pegaram a água que lavou os pés de
de Rãdhã e Krçna, 20.59
Corpo material de Haridasa satisfeitos por Caitanya, 11.102 Caitanya, 16.44
devotos não ligam para, 20.52
ouvir sobre Krçna destrói misérias do, 19.110 sintomas de êxtase explicados, 14.53 poeira dos pés dos, 11.54; 16.60
sentimentos mistos de Caitanya, 11.100
Cultura Desenvolvimento econômico sob vidhi-mãrga compreendem devotos sob
Flauta de Krsna
Krsna como reservatório de, 19.43 destruído pelos tópicos de Krçna, 19.107 rãga-mãrga, 13.37
afeta a mulher, 17.46
Cupido Determinação tomam o néctar dos lábios de Krçna,
como mensagem, 17.35
Krsna como encantador do, 19.107 como sintoma extático de Caitanya, 17.49 16.145
convida as gopis, 16.145
Krsna encanta milhões de, 14.18; 15.56,63,78 Deusa da fortuna Dinastia Yadu
critica as gopis, 16.123-129
Rãdhã pensa em Krsna como, 17.57 efeito da flauta de Krçna sobre, 17.40,47 Krçna como rei da, 19.107
mente e sentidos da, 16.122-126
vislumbre de Govinda desperta influência, serve os pés de lótus de Krçna, 19.107 Doçura
produz som profundo, 19.35
19.108 Dever Caitanya sentiu o néctar da, 11.12
som como trovão, 15.67
da rainha é boa conduta, 19.108 Dor
Flor de lótus
D Devoção sintoma extático de Caitanya, 20.1
branca e azulada, 18.94
ocupação familiar como miserável, 19.107 Dvãdasãditya-tilã (templo)
Dança da rasa mãos das gopis assemelham-se a, 18.97
ouvir sobre Krsna libera, 19.107 Sanãtana preparou-se para visitar Caitanya,
Caitanya explicou versos, 18.5-10 mãos de Krsna assemelham-se a. 18.94-99
por cantar evita ofensas, 20.16 13.69
Caitanya sonhou que viu, 14.17-20 Rãdhã flutuou sobre água como, 18.89
530 Srí Caitanya-caritãmrta índice alfabético 531

Flor de lótus Gopis Govinda (servo) Haridasa Thâkura


rosto das gopis igual à, 18.91 agitadas por desejos luxuriosos, 15.75 entendia todas indicações de Caitanya, 16.56 exemplo de seguidor dos princípios regula-
Caitanya absorto no humor das, 15.31 ofereceu prasãda para Haridasa Thâkura, tivos, 11,24
Caitanya dominado com êxtase das, 17.32 11.16-20 identificação corpórea de, 11.27
G
Caitanya simula o humor das, 14.32 recebeu restos de Caitanya, 12.148 ritual sobre o corpo de, 11.61-69
Gadãdhara Pandita castigou Krçna com ira, 17.33-38 salvou Caitanya da mulher cantora, 13.82-87 I liranyakasipu
Caitanya mestre de, 11.3 com Krçna na floresta, 15.30-56 servo pessoal de Caitanya, 11.16 cortado pelas unhas de Nrsimhadeva, 16.52
correu atrás de Caitanya, 14.89 como amigas de Rãdhã. 15.46 Gozo dos sentidos Humildade
Gambhira comparadas aos elefantes, 18.84 destruído pelos tópicos de Krçna, 19.107 Caitanya recitou segundo èiksãslaka no
Caitanya esfregava-Se contra as paredes do, condição de Caitanya como que as, 14.12 devotos caem quando tentam se satisfazer humor de, 20.15
14.43-46 experimentam dez classes de transformações com. 20.55 como sintoma extático de Caitanya. 20.5
lar de Caitanya, 19.55 corpóreas, 10.52 materialistas absortos apenas no, 16.107 digna de um Vaiçnava, 16.29
Ganesa glorificam Krçna e Balarãma, 14.86 nào existe em Vmdãvana, 20.62 Vaiçnava aceita sannyãsa por, 13.61
incapaz de encontrar limites nos passatem- ignoram princípios regulativos, 17.35 trabalhadores fruitivos servem Krçna para,
pos de Caitanya, 18.14 Krçna agrada-Se quando castigado pelas, 20.52 I
Ganges 15.37 Grhaslhas
Ilusão
lágrimas de Caitanya comparadas ao, Krçna como ornamentos, 16.74 podem usar óleo e manteiga (ghee), 12.108
sintoma extático de, 14.53
14.36,94 Krsna desapareceu das, 15.81 Gurukula
Iniciação espiritual
Garuda Kuruksetra menos importante do que Vmdã- Krçna morou no. 19.107
Caitanya concedeu a Puridãsa, 16.71
como supremo Vaiçnava, 14.24 vana, 14.37
comparada à alquimia, 16.29
Garuda Purãna lábios de Krsna como propriedade das,
citado sobre devotos mlecchas, 16.31
H Insônia
16.125,142
sintoma manifestado por Caitanya, 15.86
Gaudiyã Matha passatempos de Kisna no Yamunà. 18.25 Harhsadüta
Inteligência
Bhaktisiddhãnta Sarasvati iniciou atividades pede a Caitanya para pegar flores, 14.109 palavra cinta explicada no, 14.53
de Haridasa como doença, 11.22
missionárias da, pág. 509 seios parecidos com pássaros cakravãkas. palavra mrtya explicada no, 14.53
Inveja
Gaudiyã Vaiçnava 18.95-98 palavra udvega explicada no, 14.53
ouvir sobre Krçna liberta. 19.107
Deidades de Vrndãvana são vida e alma da, sempre testam néctar dos atributos de Krsoa, Hare Krsna
sintoma extático de Caitanya, 20.1
20.142-143 14.49 cantado como princípio regulativo, 11.24
Ira
Gaurahari sintomas extáticos de loucura das, 14.53 cantado por Caitanya durante toda noite,
como sintoma extático de Caitanya, 20.5
nome de Caitanya, 13.138 sorriso de Krçna doce como rique/.a das, 14.59
Krçna satisfeito quando as gopis exibem,
Gaurãhga-stava-kalpavrksa 15.23 cantado por Caitanya em Jagannãtha Puri,
20.54
citado sobre Caitanya e porteiro, 16.86-87 tornam-se servas de Krçna, 15.71-74 11.11
citado sobre Caiaka-parvata, 14.119 Govinda cantado ruidosamente perto de Caitanya,
citado sobre loucura de Caitanya, 19.76-77 Caitanya pediu proteção de, 13.87 14.100 J
descreve passatempos de Caitanya e vaquei- como santo nome, 16.96; 20.16 Hari
Jagadãnanda Pandita
rinhos, 17.71 vislumbre do despertar da influência do santo nome cantado pelos devotos, 16.115
autor do P r e m a - v i v a r t a , 12.154
passatempos de Caitanya descritos no, 14.72 Cupido, 19.108 veja: Krçna Caitanya é a vida de, 11.4
Gitã-govinda Govinda-ltlámrta Hari-bhakti-vilãsa Caitanya satisfeito com, 19.4
associados de Caitanya cantam versos do, citado sobre fragrância do corpo de Krsna, citado sobre qualificações de um devoto. correu atrás de Caitanya, 14.89
19.84 19.91 16.25 cozinhou almoço para Caitanya, 12.123
Caitanya dominado pela leitura do, 20.67-68 citado sobre néctar dos lábios de Krçna, Haridasa Thâkura distribuiu os restos de Caitanya, 12.148
Caitanya gostou de ouvir, 15.27 16.119 aceitou mahã-prasãda. 11.20 distribuiu prasãda para os devotos, 11.84
cantado por Svarüpa Dâmodara. 17.62 verso falado por Rãdhã, 15.14,63,78 atributos transcendentais descritos por escondeu ira e infelicidade, 13.22
citado por Svarüpa Dâmodara, 15.83 Govinda (servo) fez acolchoado e travesseiro para Caitanya,
Caitanya, 11.50-51
Jayadeva Gosvãmí autor do, 13.79 carrega pote de água de Caitanya, 16.40 13.6-15
Caitanya dançou com corpo de, 11.1
Rãmãnanda Rãya citou versos do, 17.6
correu atrás de Caitanya, 14.87 Caitanya mestre de, 11.3
Gopãla (Deidade) ficou na casa de Sivânanda Sena, 12.102
deita na porta de Caitanya, 14.25-26; 17.9; Caitanya satisfaz desejos de, 11.102 instruiu os devotos de Vrndãvana, 13.37
idêntica à Colina de Govardhana, 13.39 19.56 corpo no colo de Caitanya, 11.59 óleo de sândalo preparado por, 12.103

r
532 Éri Caitanya-caritãmrta
êri Caitanya-caritãmrta 533

Jagadãnanda Pandita Kãlidãsa


Krsnadãsa Kavirãja Lua
pediu permissão para ir à Vrndãvana, recitou versos sobre qualificações de um de-
descreveu os passatempos de Caitanya reti- o rosto de Caitanya comparado à, 11.33
13.22-34 voto, 16.25-27
ficado por ele mesmo, 20.71
retransmitiu a mensagem de Caitanya para tio de Raghunãtha dãsa, 16.8
Sanãtana, 13.65 Kaliyuga
descreve sua invalidade, 20.93 M
ofereceu reverências aos líderes Vaisnavas,
tencionou bater em Sanãtana, 13.54 canto como significado de salvação em, 20.8 Madana-mohana
20.78
visitou Sacimãtã, 12.86-94 Karabhãjana Krsna conhecido como, 15.63,78
servo de Rüpa Gosvãmi, 19.101
Jagannãtha Puri citado sobre canto pela encarnação de Krsna, Mahã-bhãgavata
Krsna-karriãmrta
atividades de Caitanya em, 11.11-14 20.10 não pode ser imitado, 16.7
Caitanya dominado ao ler, 20.67-68
Caitanya morou em, 20.3 Kãsi Misra Raghunãtha Bha(|a como, 13.133
Caitanya gosta de ouvir, 15.27
Cataka-parvata perto de, 14.120 Caitanya querido por, 11.4 vê todas as pessoas ocupadas no serviço a
Ksatriyas
Rãmadãsa Viávãsa residiu em, 13.111 Caitanya visitou casa de, 14.73 Krsna, 13.133
protege os viajantes, 13.34
Sacidevi ordenou a Caitanya para permane- distribuiu prasãda para Caitanya, 11.80 Mahãbhãrata
Kuruksetra
cer em, 19.6 Kãsísvara citado sobre a história de Pingalã, 17.54
Krsna exibiu sua opulência em, 14.37
Jagannãtha-vallabha-nãtaka distribuiu prasãda para devotos, 11.84 citado sobre ocupação como posição de
Caitanya dominado pela leitura do, 20.67-68 Kesava brãhmana, 16.29
L
Jardim de Jagannãtha-vallabha Krsna conhecido como, 15.81 citado sobre prasãda, 16.96
Caitanya entrou no, 19.79 Khanda (vila) Laksmi citado sobre südra e brãhmana, 16.29
Jayadeva Gosvãmi habitantes foram para Navadvipa, 12.9 chamada de inteligente pelas gopis, 19.107 Mahã-mantra
autor do Gitâ-govinda, 15.27; 17.6; 20.67-68 Krsna Lalitã Caitanya orou para ser capaz de cantar, 20.35
Jejum amor extático por, 13.136-137 carta escrita para Krsna por, 14.53 cantado por Caitanya durante toda a noite,
de Haridasa Thâkura, 11.18 ansiedade de Caitanya na separação de, 19.58 Lalita-mãdhava 17.9; 19.57
Jhadu Thâkura apareceu antes de Caitanya, 14.78 citado sobre descrição de Krsna por Rãdhã, como alguém pode cantar, 20.19-26
adornou a Deidade de Sri Madana-gopãla, apareceu sem o coração de Rãdhã, 17.55-56 19.35 Mahã-prasãda
16.14 atraía os sentidos de Rãdhã à força, 15.14 palavra pralãpa explicada no, 14.53 veja: prasãda
atitude humilde de, 16.29 atrativo como uma nuvem, 15.66 palavra vyãdhi explicada no, 14.53 Mãlini
pertencia à casta de bhühimãli (varredores de beleza de, realizada por Caitanya, 16.79 Lamentação como esposa de Srivãsa Thâkura, 12.11,62
rua), 16.14 Caitanya como, 11.5; 13.110,114 Caitanya recitou o segundo verso do Siksãs- Mantra
Jiva Gosvãmi Caitanya ouviu a flauta de, 17.10 taka no humor de, 20.15 canto de pela flauta de Krsna, 16.143
Krsnadãsa Kavirãja escreveu pela misericór- caridoso, 19.107 de Srinivãsa Thâkura, 11.101 Mãrkandeya Purãna
dia de, 20.96-98 como santos nomes, 20.16 sintoma extático de Caitanya, 17.49 citado sobre castidade da esposa do brãh-
Júbilo como tocador de flauta, 12.5 Lembrança mana, 20.57
conhecido como Madana-mohana, 15.63,78 sintoma extático de Caitanya, 17.49 Materialistas
sintoma extático de Caitanya, 20.1-5 desapareceu com Rãdhã na dança da rasa, Liberação não podem entender os sentimentos de se-
15.30 destruída pelos tópicos de Krsna, 19.108 paração de Caitanya, 14.7
K irmão mais novo de Balarãma, 15.51 princípios regulativos não precisam ser se- vão para Vrndãvana por moda, 13.113
Kadamba palavras de, 15.20 guidos após a, 17.113 Mathurã
cabelo de Caitanya comparado à flores de, perito na dança da rasa, 19.35 Lógica amor dos residentes de, 13.37
14.92 prasãda não diferente de, 11.20 passatempo de Krsna não está sob jurisdição Mãyã
Kãlidãsa reservatório de arte e cultura, 19.43 da, 19.103 serva de Krçna, 13.133
bebeu água que lavou os pés de Caitanya, sempre encantado por Cupido, 14.18; 15.56 Loucura Mãyãvãdís
16.46 servido indiretamente por aqueles que sintoma extático, 14,53 apresentam o Bhãgavatam com palavras tra-
brincava de jogar dados, 16.7 servem mãyã, 13.133 Lua paceiras, 13.113
Caitanya deu misericórdia a, 16.37-49 sorriso doce de, 15.23 conquistada por Krsna, 15.71 não conhecem significado do Bhãgavatam,
comeu restos de alimento de todos Vaisnavas, Krsnadãsa Kavirãja emoções de Caitanya, 20.66 13.113
16.9 adorou os pés de lótus dos líderes, 20.149-152 face de Caitanya como, 19.76 Medo
pediu prasãda de Jhadu Thâkura, 16.14.24 compara-se a um pequeno pássaro vermelho Krsna como, 19.35 sintoma extático de Caitanya, 17.49
recebeu restos de alimento de Caitanya, bicudo, 20.90-91 luxúria do corpo de Krsna comparado à, Mente
16.55 15.67 Caitanya compara a Sua à do yogi, 14.43-53
índice alfabético Sn Caitanya-caritãmrta 535

Mente Mulher (es) Nilãcala


P
d e Caitanya atraída p e l o s atributos d e Krsna, Krçna n ã o t e m m e d o d e m a t a r , 19.51 veja: J a g a n n ã t h a Puri
Padma Purãna
15.8,18 lábios d e Krçna p e r t u r b a m a s m e n t e s d a s , Nimai
c i t a d o s o b r e c a s t i d a d e d a e s p o s a d o brãh-
de Caitanya em amor extático, 20.61 16.123 veja: Caitanya
mana, 2 0 . 5 7
de Caitanya instável, 19.63-65 M u n d o material Nityãnanda Prabhu
c i t a d o sobre d e s t i n o da casta, 16.29
de Haridasa Thâkura c o m o d o e n t e , 11.23 c o m o v a z i o p o r c a u s a d a s e p a r a ç ã o d e Krçna, Caitanya querido por, 11.2
c i t a d o s o b r e n ã o - d e v o t o s brãhmanas, 1 6 . 2 9
ouvir sobre Caitanya destrói misérias da, 20.39 c h u t o u S i v â n a n d a S e n a , 12.24-26 c i t a d o s o b r e n ã o - d e v o t o s c o m o südras.
19.110 néctar d o s l á b i o s d e Krçna d i m i n u i l a m e n - D e i d a d e de, 11.101 16.29
Mestre espiritual tação no, 16.117 d e p o s i t o u f é n o s e r v i ç o d o s s e r v o s d e , 19.109
c i t a d o sobre o próprio e s t u d o do Bhãgavatam,
c o m o paramahamsa, 13.61 R a g h u n ã t h a Bhatta n u n c a o u v i a o u falava K r ç n a d ã s a Kavirãja e s c r e v e u p e l a m i s e r i c ó r -
13.113
é Vyãsa, 20.82 sobre, 13.30 dia d e , 2 0 . 9 6 - 9 8
Padyãvali
fé de A.C. Bhaktivedanta Swami no serviço s i t u a ç ã o t e m p o r á r i a d o , 11.105 n a t u r e z a contraditória c o m o característica d e ,
e x p l i c a ç ã o da palavra jãgara n o , 1 4 . 5 3
d o s e u , pág. 5 1 0 v e r s o s d e Caitanya falam d e a m o r p u r o no, 12.33
Pãgala
Vaiçnava n u n c a pensa ele m e s m o ser igual 20.62 o r d e n a d o p o r Caitanya a n ã o sair da Bengala,
definições de, 12.60
a o , 13.61 Murãri G u p t a 12.10,69,81
Pais
Misericórdia encontro com Jagadãnanda Pandita em transgrediu a o r d e m de Caitanya, 12.69
d e R a g h u n ã t h a Bhatta c o m o d e v o t o s , 13.113
de Caitanya s e m causa, 16.76 Nadia, 12.98 vida e alma de Caitanya, 11.6
inutilidade d o s , no serviço c o m u m , 13.113
d e Krsna s e m c a u s a , 2 0 . 3 2 foi v e r C a i t a n y a , 1 5 . 1 3 Vrndãvana dãsa Thâkura c o m o d e v o t o favo-
Paramãnanda dãsa
do Senhor Supremo depositada nos santos rito d e , 2 0 . 8 2
c h a m a d o d e Puri d ã s a por C a i t a n y a , 12.49
n o m e s , 20.16 N Nrsimhadeva filho mais j o v e m de S i v â n a n d a S e n a , 12.45
providência não tem, 19.45 s a t i s f a z Prahlãda M a h ã r ã j a , 1 6 . 5 2
Nadia Paramãnanda Puri
t o d a s p e s s o a s s ã o limitadas p e l a d e Caitanya, S e n h o r S u p r e m o todo-penetrante, 16.53
J a g a d ã n a n d a P a n d i t a v i u S a c i d e v í e m , 19.6 Caitanya e n v i o u p r e s e n t e s para S a c i d e v i s o b
12.83 Nrsimha Purãna
Nãmãcãrya o r d e m d e , 19.12
Mleccha citado sobre orações do S e n h o r Nrsimha, C a i t a n y a t o m o u prasãda c o m , 11.87
Haridasa Thâkura, 11.23-25
como brãhmana e pandita q u a n d o d e v o t o , 16.52-53 r e c e b e u prasãda d o S e n h o r J a g a n n ã t h a ,
Nandãi
16.29 16.105
correu atrás de Caitanya, 14.89
Morte O s e g u i u C a i t a n y a p e l a praia, 14.90
recebeu restos de Caitanya, 12.148
d e Haridasa, 11.53-58 v i s i t o u C a i t a n y a para v ê - I O d a n ç a r , 1 4 . 1 1 5
N a n d a Mahãrãja Ofensas
de Haridasa, na presença de Caitanya, Paramãtmã
família c o m o o c e a n o d e leite, 1 9 , 3 6 i m p e d e o a p e g o ao canto, 20.10
11.32-36 fixo n o c o r a ç ã o c o m t o d o s S e u s d e v o t o s e
Não-devotos Orações
inevitável n o s p l a n e t a s celestiais, i n t e r m e d i á - a s s o c i a d o s , pág. 5 1 0
não se d e v e ver os rostos d o s , 16.29 d e C a i t a n y a p a r a Krçna, 2 0 . 2 9 - 3 7
rios e i n f e r i o r e s , 19.107 Passatempos de Caitanya
prãkrta-sahajiyãs como, 20.55 d e K r ç n a d ã s a Kavirãja a o s p é s d e l ó t u s d o s
i n s i g n i f i c a n t e n o m u n d o m a t e r i a l , 11.41 A n a n t a e Ganeáa incapazes de descrever,
Nãrãyana líderes, 20.101
Morte (sintoma extático) 18.13-14; 20.70
d e u s a d a fortuna mora n o c o r a ç ã o d e , 2 0 . 6 0 o f e r e c i d a para mahã-prasãda. 11.20
descrição, 14.53 c o m e n d o frutas pilu d e V r n d ã v a n a , u m d o s ,
N a r e n d r a n ã t h a Mallikã Orgulho
Mukunda 13.76
i n d u z i u A . C . B h a k t i v e d a n t a S w a m i para e n - e m r e l a ç ã o ã s gopis, 2 0 . 5 4
c o m o n o m e d e Krsna, 19.107 c o m o o céu ilimitado, 20.79
contrar B h a k t i s i d d h ã n t a Sarasvati, V a i s n a v a s n u n c a a c e i t a m sannyãsa por, 13.61
M u k u n d ã r a Mãtã c o m p a r a d o s a o o c e a n o d e leite, 20.88
pág. 5 0 9 Orgulhoso
como esposa de Paramesvara Modaka, d e v e - s e o u v i r c o m m u i t a fé, 1 9 . 1 0 6
Narottama dãsa Thâkura c o m o característica d o V a i s n a v a , 2 0 . 2 5
12.58-59 K r s n a d ã s a Kavirãja ofereceu reverências a o s ,
citado sobre serviço a o s d e v o t o s , 13.113 Orissa
M u k u n d a Sarasvati 20.75
Nascimento Caitanya e m p u r r a d o por u m a m u l h e r de,
Sanãtana G o s v ã m i u s o u as roupas de, 13.50 não compreendido por homem comum,
c o m o brãhmana n ã o é s u f i c i e n t e para d e s e n - 14.24
Mulher (es) 14.83
volver d e v o ç ã o , 16.25-27 Sivânanda Sena conhece todos os caminhos
atraída p e l a b e l e z a d e K r ç n a , 1 5 . 1 9 - 2 4 , 7 3 registrado por Svarüpa Dâmodara e Raghu-
sãstras m o s t r a m i n s i g n i f i c â n c i a d o , 16.25-29 d e , 12.16
dãri-sannyãsis m a n t i d o s por, 12.114 nãtha dãsa, 14.7-10
Navadvipa Ouvir
d e M a t h u r ã c o n s e g u i r a m o néctar d o s l á b i o s r e s u m i d o n o Antya-lílã, 2 0 . 1 0 0 - 1 4 0
J a g a d ã n a n d a P a n d i t a v i u S ã c i d e v i e m , 19.5 èikèãstaka a u m e n t a a m o r p o r K r ç n a , 2 0 . 6 4
d e Krçna, 1 9 . 1 0 7 Vrndãvana dãsa Thâkura é Vyãsadeva dos,
Nescidade sobre Caitanya destrói três misérias, 19.110
e f e i t o s d a flauta d e Krçna s o b r e , 1 7 . 4 6 20.82
atravessou o o c e a n o d e , 11.107
536 índice alfabético Sn Caitanya-caritãmrta 537
P a s s a t e m p o s d e Krsna Prãkrta-sahajiyãs
Caitanya i n t e i r a m e n t e i n c o r p o r a d o a o s , 18.32 atividades q u e poluem o processo de serviço R R a g h u n a n d a n a Bhattãcãrya
c o m gopis n o Y a m u n ã , 1 8 . 8 1 - 8 5 devocional, 20.28 Rãdhãrãni recitou o Bhãgavatam com bela melodia,
discutidos por Caitanya e S e u s associados, considerados não-devotos, 20.54 a g i t a ç ã o m e n t a l e x p e r i m e n t a d a por, 1 4 . 5 3 13.128
16.104 Prasãda ansiedade transcendental d e , 14.53 s e u s p a i s m o r r e r a m e m Kãái, ( V ã r ã n a s i ) ,
hipérbole e universo, analogia exibida nos, Caitanya lembra c o n s t a n t e m e n t e , 16.102 através de Krsna c o m o C u p i d o , 11.57 13.118
18.98 d e v e ser experimentada c o m grande fé e C a i t a n y a e x p l a n o u o i t o v e r s o s d o Siksãstaka Raghunãtha dãsa Gosvãmi
n ã o c o m p r e e n d i d o s pela lógica e a r g u m e n t o , d e v o ç ã o , 16.114 no h u m o r de, 20.42-62 autor do Gaurãhga-stava-kalpavrksa, 14.72;
19.103 fragrância d e p r a z e r n a m e n t e , 1 6 . 1 1 0 16.86; 1 7 . 7 1 ; 1 9 . 7 5
Caitanya na posição de, 14.14
vistos por Caitanya, 18.5 m i s t u r a c o m s a l i v a d e Krsna, 1 6 . 9 6 C a i t a n y a c o m o s e n h o r d e , 11.4
coração puro de, 20.43
Pavões p e d i d a por C a i t a n y a , 1 1 . 7 3 escreveu elaborada descrição d o s passatem-
c r e s c e n o ê x t a s e d e C a i t a n y a , 19.31
dança em Vrndãvana, 15.68 p e s s o a s s e m a t o s p i e d o s o s n ã o p o d e m crer p o s de Caitanya, 14.10
entra c o m Krsna na caverna, 14.109
Paz e m , 16.96 e x e m p l o d e s e g u i d o r d o s princípios regula-
f e l i c i d a d e d e Krsna c o m o a m e t a d a v i d a ,
qualidade bramínica, 16.29 qualidade transcendental da, 11.20 tivos, 11.24
20.51
Pecado sintoma extático de Caitanya q u a n d o expe- instrutor do mestre espiritual de Krçnadãsa
felicidade no serviço de Krçna, 20.59
a q u e l e s q u e n ã o a c e i t a m Krsna a r r u i n a m - s e rimentada, 16.93 Kavirãja, 2 0 . 1 4 4 - 1 4 6
gopis c o m o a m i g a s d e , 1 5 . 4 6
pelo, 13.133 tocada pelo néctar d o s l á b i o s d e Krsna, K ã l i d ã s a c o m o tio d e , 1 6 . 8
Krçna a p a r e c e u n o c o r a ç ã o d e , 1 7 . 5 6
Peregrinação 16.94,112 registrou os passatempos de Caitanya,
K r ç n a a v i s o u c o m S u a flauta, 1 7 . 2 3
j á e x e c u t a d a p o r q u e m canta o s a n t o n o m e , Praéraya 14.7-11
Krçna b r i g o u c o m , 1 8 . 9 2 - 9 3
16.27 definições d e , 12.60 K r ç n a d ã s a Kavirãja e s c r e v e u p e l a misericór-
Krçna d a n ç o u c o m , 1 4 . 1 9
Perfeição Prazeres dia d e , 2 0 . 9 6 - 9 8
Krçna d e s a p a r e c e u n a d a n ç a d a rasa, 1 5 . 2 9
no ouvir tópicos de Caitanya, 19.110 vivia c o m Caitanya, 14.83
a l c a n ç a d a p o r q u e m canta, 2 0 . 1 8 n o Y a m u n ã c o m Krçna, 18.81-100
Pés de lótus de Caitanya Prema-vivarta Rãmacandra
ocupa oç outros em serviço devocional,
a d o r a d o para obter a m o r extático, 17.69 a m o r e x t á t i c o a l c a n ç a d o por q u e m l ê , 12.154 a t o s d e Krçna n a e n c a r n a ç ã o d e , 1 9 . 1 0 7
20.53
Advaita Acãrya ofereceu reverências aos, Princípios regulativos Rãmadãsa Visvãsa adorou, 13.92
p e r g u n t o u a Visãkhã, 19.34
19.19 A d v a i t a A c ã r y a p e r i t o n o s , 19.25 Rãmadãsa Viávãsa
r e l a c i o n a m e n t o c o m Krçna, 1 3 . 1 1 3
Colina de G o v a r d h a n a tocada p e l o s , 14.85 i g n o r a d o s p e l a s gopis, 1 7 . 3 5 c o m o kãyastha d e c a s t a , 13.91
s i n t o m a s extático de ilusão e x p e r i m e n t a d o
mantido s o b o coração de Haridasa, 11.54 n ã o precisam ser s e g u i d o s a p ó s liberação, e n s i n o u Kãvya-prakãsa para a família de
por, 14.53
s e g u r o por Haridasa, 11.39 11.24 Pattanãyaka, 13.111
s i n t o m a s extático d e i n s ô n i a , 1 4 . 5 3
tutesi" é q u e r i d a a o s , 1 5 . 3 3 p r o t e g e a l g u é m d e cair, 1 3 . 1 3 3 não recebeu misericórdia especial de
s i n t o m a s extático de loucura, 14.53
P é s de lótus de Krsna sempre mantido p e l o s ãcãryas V a i s n a v a s , C a i t a n y a , 13.109
s i n t o m a s extáticos de m a g r e z a , 14.53
C a i t a n y a o r o u p a r a s e r u m a partícula d e 13.133 q u a l i d a d e s descritas, 13.92-99
s i n t o m a s extáticos de morte, 14.53
Princípios religiosos quase um Vaiçnava, 13.92
poeira aos, 20.32-36 verso falado à Visãkhã por, 15.14,63,78
s e r v i u R a g h u n ã t h a Bhatta, 1 3 . 9 5 - 9 9
canto desperta a m o r pelos, 20.26 d a d o s p e l a s gopis, 19.107 Rãghava Pandita
d e v o t o candãla é m e l h o r do q u e um brãhmaiia, d e s t r u í d o s p e l o s t ó p i c o s d e Krsna, 1 9 . 1 0 7 Rãmãi Pandita
c a r r e g o u b o l s a d e a l i m e n t o para J a g a n n ã t h a
16.26 Providência correu atrás de Caitanya, 14.89
Puri, 1 2 . 1 2
no coração das rainhas de Dvãrakã. 19.108 c a s t i g a d a p e l a s gopis, 1 9 . 4 3 - 5 0 c o z i n h o u para C a i t a n y a , 1 2 . 1 4 3
R a g h u n a n d a n a Bhattãcãrya
q u e m canta a l c a n ç a p r o t e ç ã o d o s , 2 0 . 8 c o n d e n a d a p o r Rãdhã, 19.35 r e c e b e u r e s t o s d e C a i t a n y a , 12.148
abraçado por Caitanya, 13.101
R ã d h ã c o m o u m a serva dos, 20.48 t o m a f o r m a d e A k r ü r a , 19.48-50 R ã m ã n a n d a Rãya
a u t o r d o Tithi-tattva, 12.108
r a i n h a s felizes p o r t e r e m s i d o t o c a d a s p e l o s , Puridãsa Caitanya l a m e n t a v a - S e a, 15.11-26
cozinheiro perito, 13.107
19.108 cantou s a n t o n o m e dentro da sua m e n t e , Caitanya passava as noites c o m , 12.6
c o z i n h o u para C a i t a n y a , 1 2 . 1 4 3
servidos por Laksmi, 19.107 16.72 Caitanya revelou Sua m e n t e para, 14.40-43
d e i x o u o lar para e n c o n t r a r C a i t a n y a , 1 3 . 1 0 5
c o m p ô s e r e c i t o u u m v e r s o , 16.74 Caitanya saboreava canções e versos c o m ,
Phelã filho d e T a p a n a M i s r a , 1 3 . 8 9
20.4
q u e m o b t é m é afortunado, 16.98 filho d e S i v â n a n d a S e n a , 1 6 . 6 5 i n s t r u í d o por C a i t a n y a p a r a n ã o s e casar,
Pihgalã n ã o d e v i a p r o n u n c i a r o s a n t o n o m e , 16.67 c a n t a v a para C a i t a n y a , 1 9 . 1 0 0
13.112
Caitanya lembrou palavras d e , 17.54 Purificação c a n t o u para pacificar o c o r a ç ã o de C a i t a n y a ,
m o r o u oito m e s e s c o m Caitanya, 13.105
d e K r s n a d ã s a Kavirãja a t r a v é s d a escrita, 19.54
Prahlãda Mahãrãja recebeu guirlanda de tulasi e bétel de
11.10 como autor do jagannãtha-vallahha-nãtaka,
N r s i m h a d e v a agradou a, 16.52 Caitanya, 13.123-124
20.67-68
recebeu restos de Caitanya, 12.148
538 índice alfabético Sn Caitanya-caritãmrta 539

R ã m ã n a n d a Rãya Sanãtana G o s v ã m i Seis Gosvãmís S i n t o m a s extáticos


ficava s e m p r e c o m C a i t a n y a , 1 1 . 1 5 v i s i t o u a floresta d e V m d ã v a n a c o m Jagadã- m e s t r e d e K r ç n a d ã s a Kavirãja, 1 1 . 9 d e Caitanya c o m o ú n i c o , 14.80
glorificação d e Haridasa p r e s e n t e e m , 11.50 n a n d a Pandita, 13.45 Semideuses de Caitanya descritos por Rüpa G o s v ã m i ,
recebeu prasãda do Senhor Jagannãtha, Sankara Pandita difícil d e s e o b t e r prasãda p a r a , 1 6 . 9 7 , 1 3 1 15.96
16.106 Caitanya abrigou-o c o m Seu acolchoado, n ã o p o d e m e s t i m a r misericórdia d e Caitanya, d e C a i t a n y a e m a m o r p u r o p o r Krçna, 2 0 . 6 1
r e c i t a v a v e r s o s d o Bhãgavatam, 16.117 19.73 16.76 d e C a i t a n y a m a n i f e s t a d o n a c a s a d e Kãsi
t r o u x e C a i t a n y a para c o n s c i ê n c i a e x t e r n a . c o m o " o t r a v e s s e i r o d e Srí C a i t a n y a M a h ã - Senhor Supremo Misra, 14.77
14.54 p r a b h u " , 19.69 Caitanya c o m o , 19.83; 20.154 d e Caitanya n o p o r t ã o d e Sirhha-dvãra, 15.67
Ratha-yãtrà c o r r e u a t r á s d e C a i t a n y a , 14.89 expandiu-Se n o s santos n o m e s , 20.16 de C a i t a n y a o u v i n d o o Gita-govinda, 1 3 . 8 0
d e v o t o s c e l e b r a r a m , 12.61 d i s t r i b u i u prasãda para o s d e v o t o s , 11.84 e x p l a n a q u e m é S e u d e v o t o , 16.25 d e K ã l i d ã s a a o c o m e r prasãda, 1 6 . 3 7
Renúncia Sankírtana fixo n o c o r a ç ã o c o m t o d o s S e u s d e v o t o s e de Rãdhã e Caitanya c o m o iguais, 20.43
o c u p a ç ã o familiar, 1 9 . 1 0 7 Caitanya r e v i v e u o, 18.74 a s s o c i a d o s , pág. 5 1 0 d e R a g h u n ã t h a Bhatta, 1 3 . 1 1 5 , 1 2 2 , 1 2 8
Rio G a n g e s veja: c a n t o , s a n t o n o m e Sentidos de separação manifestados por Caitanya,
universalmente purificado, 16.146 Sannyãsa d e Caitanya atraiu atributos d e Krçna, 15.9-18 11.13
Rio J ã m b ü A . C . B h a k t i v e d a n t a S w a m i a c e i t o u , pág. 509 d e R ã d h ã f o r ç o s a m e n t e a t r a í d o s p o r Krçna, d e z descrições, 14.52
serviço devocional em Vrndãvana compara- C a i t a n y a fez v o t o p a r a aceitar, 1 9 . 9 15.14 d o s d e v o t o s e n q u a n t o t o m a m prasãda, 16.115
do ao ouro do, 20.62 Sannyãsi q u e m n ã o o s controla p o d e m s e casar, 13.111 i m i t a d o s p e l o s prãkrta-sahajiyãs, 2 0 . 2 8
Rüpa Gosvãmí Caitanya c o m o s u p r e m o , 11.102; 14.81 S e p a r a ç ã o d e Krçna manifestados e n q u a n t o se canta os santos
a u t o r do Lalita-mãdhava, 19.35 não d e v e usar óleo, 12.108 Caitanya d o m i n a d o pela, 20.3 nomes, 20.35
restrito a o o u v i r n o m e d e m u l h e r , 1 2 . 5 9 Caitanya flutuou no o c e a n o de, 18.3 manifestados por Caitanya, 15.58,85-88;
Santo nome Caitanya m a n i f e s t o u a m o r d e D e u s na, 1 4 . 1 4 16.93; 17.49; 18.6,70; 19.32
s
a l g u é m q u e canta c o n s t a n t e m e n t e é maior d e C a i t a n y a n o h u m o r d e R ã d h ã , 19.31 oito sintomas aparentes no corpo de
Sacimãtã d o q u e brãhmana, 16.27 d e s p e r t o u dor, l a m e n t a ç ã o e h u m i l d a d e e m Caitanya, 14.99
Caitanya c o m e u alimento oferecido por, a l g u é m q u e canta é f a t a l m e n t e a r i a n o , 16.27 Caitanya, 20.38 SItãdeví
12.89-95 a l g u é m q u e canta é inteligente, 20,9 l o u c u r a e e m o ç ã o d e C a i t a n y a na, 14.5 Rãmacandra a s s o c i o u - S e a, 19.107
d e v o t o s p e d e m p e r m i s s ã o para v e r C a i t a n y a , Caitanya reviveu p e l o s o m do, 18.75 sentidos de Caitanya, 11.13; 12.1,4,64 Siva
12.14 c a n t a d o p e l a s árvores e plantas i m ó v e i s , 16.69 s e n t i m e n t o s d e C a i t a n y a n a c a s a d e Kãsi G a n e s a c o m o f i l h o d e , 18.14
enumerou os passatempos de Caitanya, canto d o , c o m o significado de salvação na Misra, 14.17 Krsna s u b m e t i d o a, 15.81
12.89 Kali-yuga, 20.8 Serviço devocional Sivânanda Sena
J a g a d ã n a n d a P a n d i t a v i s i t o u , 12.86-95; 13.32 contra o f e n s a s , 16.7 alcançado por Sivânanda Sena, 12.29 a b r a ç a d o p o r N i t y ã n a n d a P r a b h u , 12.37
Sacrifício d e Hari t o m o u o u n i v e r s o , 1 1 . 7 0 Caitanya rogava por serviço imotivado, C a i t a n y a c o n s i d e r a v a c o m o d e s u a própria
c a n t o d o s a n t o n o m e n a era d e Kali é , 2 0 . 9 Haridasa p r e g o u glórias d o , 11.25 20.29-34 família, 12.51
s e m p r e e x e c u t a d o por q u e m canta o santo Kãlidãsa n u n c a pronunciou n a d a além d o , canto desperta t o d a s classes d e , 20.10-34 Caitanya m o s t r o u misericórdia para os três
n o m e , 16.27 16.5 d e v o t o s o c u p a d o s n o , 16.25 filhos d e , 12.45
Salvação toda potência do Senhor S u p r e m o investida e m V r n d ã v a n a c o m o o u r o n o r i o Jãmbü, 20.62 foi para J a g a n n ã t h a Puri c o m s u a família,
em Kaii-yuga através do canto, 20.8 n o , 20.16 o u v i r s o b r e m o r t e d e H a r i d a s a fixa a p e s s o a 12.12
Sanãtana G o s v ã m i S ã r v a b h a u m a Bhattãcãrya e m , 11.101 liderou os d e v o t o s bengalis, 12.8
a d o t o u v e s t e s d e paramahamsa, 1 3 . 6 1 p r e s e n t e na g l o r i f i c a ç ã o à H a r i d a s a , 1 1 . 5 0 prãkrta-sahajiyãs n ã o p o d e m realizar, 20.28 o r g a n i z a v a o s l u g a r e s para o s d e v o t o s v i a -
c i t o u o Padma Purãna ao o u v i r o Bhãgavatam, recebeu prasãda do Senhor Jagannãtha, Siksãstaka jantes, 12.16
13.113 16.106 Caitanya c o m o autor d o , 20.12 Puridãsa c o m o filho d e , 16.65
exemplificou h u m i l d a d e V a i s n a v a , 16.29 Sãstras Sirhha-dvãra Sofrimento
K r ç n a d ã s a Kavirãja e s c r e v e u p e l a m i s e r i c ó r - êxtases de Caitanya não e s t ã o descritos no, Caitanya espantado ao encontrar-Se no, Caitanya recitou oito v e r s o s d o Siksãstaka
dia d e , 2 0 . 9 6 - 9 8 14.82 14.74-75 c o m , 20.38
p e d i u esmola, 13.48 Satisfação C a i t a n y a foi p a r a , 1 1 . 7 2 Srãddha-pãtra
p r e p a r o u u m lugar para C a i t a n y a e m V r n d ã - c o m o sintoma extático d e Caitanya, 20.5 Simplicidade oferecida a Haridasa, 11.30
vana, 13.69 Satyabhãmã qualidade bramínica, 16.29 Srikãnta
presenteou Caitanya, 13.67 amor de Jagadãnanda comparado ao de, S i n t o m a s extáticos não pôde entender que Caitanya é
u s o u r o u p a s de M u k u n d a Sarasvati, 13.53 12.152 de Caitanya a s s e m e l h a - s e à tartaruga, 17.16-17 onisciente, 12.40
índice alfabético Sri Caitanya-caritãmrta 541

Srikãnta Svarüpa Dâmodara


U Veracidade

c a n t o u m ú s i c a d o Gita-govinda, 1 7 . 6 1 Uddhava c o m o qualidade bramínica, 16.29


o f e n d e u - s e q u a n d o s e u tio foi c h u t a d o , 12.35
c h o r o u a o ver a s c o n d i ç õ e s corpóreas d e Vidagdhi
ofereceu reverências e n q u a n t o vestia camisa c i t a d o s o b r e a l o u c u r a d a s gopis, 1 4 . 5 3
definições d e , 12.60
e c a s a c o , 12.37 Caitanya, 14.98 c o m a s gopis, 19.107
Vidyãnidhi
tio d e S i v â n a n d a S e n a , 1 2 . 3 4 c o l e t o u prasãda d o s c o m e r c i a n t e s , 1 1 . 8 0 Ujjvala-nilamani
c o m p r e e n d i a extáticas e m o ç õ e s d e Caitanya, foi v e r C a i t a n y a , 1 2 . 1 3
Srimad-Bhãgavatam citado s o b r e loucura transcendental, 14.16
Vidyãpati
A . C . B h a k t i v e d a n t a S w a m i p u b l i c o u Primei- 17.30 descreve d e z sintomas extáticos, 14.53
escreveu pequenas descrições d o s passatem- Uttamasloka Caitanya g o s t o u de ouvir poesia de, 15.27
r o C a n t o n a í n d i a , pág. 5 1 0
p o s de Caitanya, 14.10 cantou música de Svarüpa Dâmodara. 17.62
C a i t a n y a o r i e n t o u R a g h u n ã t h a Bhatta para n o m e d e Krsna, 19.107
e x p l a n a a i n t e n ç ã o d e P u r i d ã s a , 16.71-72 v e r s o s do livro d e , por R ã m ã n a n d a Rãya, 17.6
estudar o, 13.112
Visãkhã
citado sobre a Colina de G o v a r d h a n a . 14.86 e x p l i c o u o e p i s ó d i o d e S i m h a - d v ã r a para V
C a i t a n y a , 14.77 s i n t o m a e x t á t i c o d e d e s a s s e i o e x i b i d o por,
c i t a d o s o b r e as gopis à p r o c u r a de Krsna na Vaikunjha
fez a c a m a de Caitanya, 13.17-19 14.53
floresta, 1 5 . 3 2 - 3 4 , 4 4 - 5 6 Haridasa e l e v a d o à plataforma d e , 11.28
i n s t r u i u C a i t a n y a s o b r e ritual d o f u n e r a l , v e r s o s f a l a d o por Rãdhâ para, 15.14,63-64,78
c i t a d o s o b r e o d e s a p a r e c i m e n t o d e Krsna d a V a i ç n a v a (s)
11.61 Vraja
d a n ç a da rasa, 15.81 aceita sannyãsa c o m h u m i l d a d e , 13.61
K r s n a d ã s a Kavirãja e s c r e v e u p e l a misericór- localização d a Colina d e G o v a r d h a n a , 14.120
Krsna d e s c r e v e S u p e r a i m a n o , 14.46 aceita sannyãsa para manter-se a b a i x o de
dia d e , 2 0 . 9 8 Vrajendra-nandana
n ã o d e v e ser o u v i d o p e l o s profissionais, 14.46 paramahamsa, 13.61
lembrou os passatempos de Caitanya, c o m p a r a d o a o jardim d e Jagannãtha-
R a g h u n ã t h a Bhatta cantava e m bela m e l o d i a , Caitanya banhou-Se no oceano com os,
14.7-11 vallabha, 19.79
13.128 14.116 d e c o r o u Krsna e gopis, 18.101
R ã m ã n a n d a Rãya r e c i t o u v e r s o s d o , 1 4 . 5 6 l e v o u C a i t a n y a e m s e u c o l o , 17.61
c a n t a m 'Hari! Hari!', 14.102 h a b i t a n t e s b u s c a m o s o m da flauta de Krsna,
relação e n t r e S a t y a b h ã m ã e Krsna n o , 12.152 m o r o u c o m Caitanya, 14.8
h u m i l d a d e c o m o atitude própria d o s , 16.29 19.42
v e r s o f a l a d o p e l a s gopis c i t a d o n o , 1 5 . 7 0 p e r m a n e c i a dia e n o i t e c o m C a i t a n y a , 14.89
ninguém pode distinguir entre puro e Krçna c o n h e c i d o c o m o , 1 6 . 1 4 2
Srínivãsa Thâkura r e c e b e u prasãda d o S e n h o r J a g a n n ã t h a ,
16.106 pseudo, 13.92 Krspa d e i x o u , 19.45
lamentação no t ú m u l o de Haridasa, 11.101 R a g h u n ã t h a Bhatta n ã o o u v i a s o b r e m á c o n - o l h o s d o s r e s i d e n t e s d e , c o m o p á s s a r o cakora,
Srivãsa duta dos, 13.133 19.36
foi para J a g a n n ã t h a P u r i c o m s u a família, T s ã o s e m p r e brãhmanas, 16.29 Vrndãvana
12.11 Tapana Misra t o m a m prasãda c o m C a i t a n y a , 11.89 d a n ç a d o s p a v õ e s e m , 15.67
Srivatsa ouviu sobre Caitanya de Jagadãnanda trazem Caitanya de volta à consciência habitantes d e v e m s e m p r e ser respeitados,
o r n a m e n t o n o p e i t o d e Krsna. 1 5 . 7 4 Pandita, 13.43 parcial, 1 4 . 1 0 4 13.39
Stava-mãlã Tattva-sãgara Vakreávara P a n d i t a K r s n a e s t á e m S u a p o s i ç ã o original e m , 14.37
citado c o m o sintoma extático de Caitanya, citado s o b r e iniciação espiritual, 16.29 d a n ç a n d o , 11.63,67 l a d r õ e s n o c a m i n h o para, 1 3 . 3 5
15.% Templo de Gundicã l í d e r d a d a n ç a n o kirtana d a m o r t e d e H a r i - m e n t e d e C a i t a n y a vai para, 1 4 . 4 6
Subhadrã l a v a d o p e l o s d e v o t o s . 12.61 dasa, 11.48 r e s i d e n t e s d e , s o b p l a t a f o r m a d e a m o r ex-
c o m o irmã d e K r s n a , 14.37 T e m p l o de Konãrka Vali pontâneo, 13.37
Submissão C a i t a n y a l e v a d o p e l a s o n d a s d o , 18.31 morto por Rãmacandra, 19.107 Vrndãvana dãsa Thâkura
c o m o sintoma extático de Caitanya. 20.1 Templo de Yamesvara Vãmanadeva d e v o t o favorito d e Nityãnanda, 20.82
Sucessão discipular C a i t a n y a e s t a v a i n d o para, 1 3 . 7 8 encarnação d e , 19.107 Vyabhicãrt-bhãva
d e v o t o s p u r o s r e p r e s e n t a m V y ã s a d e v a , 20.87 Tithi-tattva Vãnaprastha s i n t o m a s m a n i f e s t a d o s por Caitanya, 15.86
Südra c i t a d o s o b r e u s o d e ó l e o p e l o s grhasthas, e m 1950, A . C . B h a k t i v e d a n t a S w a m i tornou- Vyãsadeva
característica e n c o n t r a d a no brãhmana, 1 6 . 2 9 12.108 s e , pág. 5 0 9 d e s c r e v e p a s s a t e m p o s d e C a i t a n y a n o futu-
s e r v i ç o a o s brãhmanas é d e v e r d o , 1 3 . 9 7 Tolerância Vãninãtha Pattanãyaka ro, 2 0 . 8 6 - 8 7
Sukadeva Gosvãmi e n v i o u prasãda p a r a C a i t a n y a , 1 1 . 8 0
c o m o q u a l i d a d e bramínica, 16.29 no p a s s a t e m p o de Caitanya é Vrndãvana
descreveu Vidura, 19.70 Vâsudeva
Tulasi dãsa Thâkura, 20.82
Sürpanakhã Krsna c o m o filho d e , 1 9 . 1 0 8
a b e l h à o atraído p e l a fragrância d e , 15.51
R ã m a c a n d r a c o r t o u o nariz d e , 1 9 . 1 0 7
Svarüpa Dâmodara
Caitanya d e u guirlanda a Raghunãtha, V â s u d e v a Datta Y
13.123 encontrou Jagadãnanda Pandita em Nadia,
atos c o m o e x o r c i s m o do pescador, 18.61-63 Yadupati
muito querida aos p é s de lótus de Govinda, 12.98
Caitanya saboreava versos c o m , 20.4 c o m o n o m e d e Krçna, 19.107
15.33 foi v e r C a i t a n y a , 1 2 . 1 3
Os leitores interessados no conteúdo deste livro estão
542 índice alfabético convidados a corresponderem-se com os
publicadores ou visitar um dos seguintes centros da
Yamunã Sociedade Internacional da Consciência de
á g u a e s t a v a clara e cristalina, 18.90 Krishna no Brasil:
esquecido pelo amor por Caitanya, 18.28
gopis v i r a m Krsna na praia d o , 1 5 . 5 5
BF.I.FM (PA): Av. Gentil Bittencourt, Passagem Mac Dowell, 96
K r s n a e gopis e n t r a m n o , 1 8 . 2 5
lágrimas d e C a i t a n y a c o m p a r a d a s a o e n c o n -
(entre Dr. Morais e Benjamin Constam). Tei.: (091) 222-1886
tro d o G a n g e s e . 1 4 . 9 4 BELO HORIZONTE (MG): Av. Getúlio Vargas, 167 -
p a s s a t e m p o de Krsna e gopis n o , 1 8 . 8 1 - 8 5 Funcionários. Tel.: (031) 223-2776
u n i v e r s a l m e n t e purificado, 16.146 BRASÍLIA (DF): HIGS 706 - Bloco C, Casa 29. Tel.: (061) 242-7579
Yogi CAMPO GRANDE (MS): Rua Carlos Chagas, 32 - Bairro Caiçara.
Caitanya comparou Sua mente a um,
CAMPOS (RJ): Av. Bezamath, 35 - Pq. Califórnia.
14.43-52
morte de Haridasa comparada ao, 11.57
CURITIBA (PR); Av. Sete de Setembro, 1594 -
(Alto da Rua Quinze). Tel.: (041) 264-6634
z FLORIANÓPOLIS (SC): Rua Duarte Schutei, 61 - Centro.
Zelo FORTALEZA (CF): Rua José Lourenço, 2114 - Aldeota.
c o m o sintoma extático de Rãdhãrãní, 20.44 Tel.: (085) 244-7068
GOIÂNIA (GO): Rua 88, N? 830 - Setor Sul.
MANAUS (AM): Rua dos Andradas, 465 - Centro.
Tel.: (092) 233-3709
PORTO Al.F.GRF (RS): Rua Dr.Thimoteo, 753 - Moinho de Ventos.
RIBEIRÃO PRFTO (SP): Rua Cerqueira César, 480 - Centro.
RIO I)F JANEIRO (RJ): Ladeira da Glória, 98 - Glória.
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