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E-BOOK

NEUROCIÊNCIA
APLICADA À EDUCAÇÃO
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Vamos fazer história juntos!


NEUROCIÊNCIA E OS PRINCÍPIOS DA PRIMEIRA INFÂNCIA
Vamos falar sobre a arquitetura cerebral, aspectos cognitivos e as
implicações dos estímulos no desenvolvimento durante os
primeiros anos da criança.

E compreender suas nuances, seu funcionamento, suas


nterações, bem como as reações que tem, de uma forma geral, e
que fazem com que cada indivíduo seja único em suas
características e personalidade.

Porém, antes de entrarmos nesse assunto, vamos definir o que é


a NEUROCIÊNCIA. Embora este campo do conhecimento seja
mencionado em vários lugares, as pessoas ainda assim não
sabem explicar o que a neurociência significa de fato, e
realmente não é algo fácil de conceituar. No entanto, mostrarei
de forma bem tranquila para que você entenda.

De forma resumida a Neurociência consiste no estudo sobre o


sistema nervoso e suas funcionalidades, além de estruturas,
processos de desenvolvimento e alguma alteração que possa
surgir no decorrer da vida. É uma análise minuciosa sobre o que
manda e desmanda em nossa vida.

Agora, de uma forma mais detalhada, é importante adiantar que


esta área de estudo trabalha com três elementos: o cérebro, a
medula espinhal e os nervos periféricos. O sistema nervoso é algo
complexo para quem se dispõe a estudá-lo a fim de desenvolver
pesquisas para algum conhecimento científico ou voluntário.
Sendo assim, é preciso separar por partes para que haja uma
divisão que vise à facilidade de assimilação dos profissionais e
estudiosos.
No entanto, a separação da neurociência não é só a que citei acima,
pois é necessário dividir os campos que especificam a
complexidade do sistema nervoso.

Os campos são:

Neuropsicologia: esta parte estuda a interação que há entre as


ações dos nervos e as funções ligadas à área psíquica.

Neurociência cognitiva: este campo foca na capacidade cognitiva


(conhecimento) do indivíduo, como o raciocínio, a memória e o
aprendizado.

Neurociência comportamental: quem segue esta linha procura


estabelecer uma ligação entre o contato do organismo e seus
fatores internos (emoções e pensamentos) ao comportamento
visível, como a forma de falar, de se postar e até mesmos os gestos
usados pela pessoa.

Neuroanatomia: uma das partes mais complexas da neurociência,


ela tem por objetivo compreender toda a estrutura do sistema
nervoso. Com isso, o estudioso precisa separar o cérebro, a coluna
vertebral e os nervos periféricos externos para analisar cada item
com muita cautela a fim de compreender a respectiva função de
cada parte e nomeá-la.

Neurofisiologia: por último, mas não menos importante, temos a


neurofisiologia, que estuda as funções ligadas às várias áreas do
sistema nervoso.
Neurociência abrange muitas áreas do conhecimento. Ela é um
campo de pesquisa de extrema complexidade e está sempre em
evidência, em evolução, por se tratar do sistema nervoso e suas
implicações na vida de uma pessoa. Ela também abrange muitas
áreas do conhecimento, a partir do momento em que o cérebro se
torna o foco em comum em todos os campos da neurociências; e
como tudo em nossa vida se relaciona ao cérebro, essa
multidisciplinaridade é plenamente justificável.

Os estudos da neurociência são contínuos e podem revelar alguma


descoberta para pesquisadores que desenvolvem máquinas,
equipamentos e até mesmo chips para auxiliar, por exemplo,
algum indivíduo que seja portador de uma limitação física. Há
pesquisadores que estudam as funções que o sistema nervoso
representa para as atitudes mais básicas do ser humano, como
fazer um simples movimento.

Em meados de 1990, houve uma reunião na Casa Branca, em


Washington DC, convocada pela então primeira-dama Hillary
Clinton, para discutir a Primeira Infância (seis primeiros anos de
vida) e o que acontece no cérebro durante o desenvolvimento
infantil. Como resultado dessa reunião, houve um grande interesse
do público sobre os efeitos das primeiras experiências no
desenvolvimento cerebral.
Assim, o professor e neurocientista Charles Nelson organizou um
grupo de neurocientistas, psicólogos e psiquiatras que estudam o
desenvolvimento infantil e neonatal. Ele organizou esse grupo
para que pudessem se reunir e discutir sobre uma linguagem
comum que poderia ser criada entre os dois lados –
neurocientistas e psicólogos/psiquiatras – com relação às
questões sobre o desenvolvimento infantil. Esses profissionais se
reuniram por cerca de dez anos, Com o nome de Grupo de
Trabalho sobre Experiência Precoce e Desenvolvimento Cerebral.

Ao final do primeiro trabalho, um dos membros desse grupo, o


pediatra Jack P. Shonkoff, reuniu um outro grupo de
pesquisadores para um novo trabalho, sendo que alguns faziam
parte do estudo inicial sobre desenvolvimento cerebral. O intuito
era criar um livro chamado “Dos neurônios à vizinhança”. Ele
organizou um novo grupo chamado “Conselho Científico
Nacional para a Criança em Desenvolvimento” e dessa vez o
objetivo era criar uma nova linguagem comum que pudesse ser
compreendida por profissionais e formuladores de políticas sobre
o que sabemos a respeito do desenvolvimento do cérebro na
Primeira Infância, desde o nascimento até os seis anos de
vida.
Vamos entender aqui quais são os princípios fundamentais que
foram desenvolvidos pelo Conselho. São três conceitos principais
de desenvolvimento que contribuem para o desenvolvimento
saudável da criança.

PRINCÍPIO 1: A arquitetura do cérebro é estabelecida nos


primeiros anos e impacta na aprendizagem, no comportamento e
na saúde ao longo de toda a vida.

Quando você pensa em arquitetura, logo vem a ideia de design e da


construção de uma casa ou edifício, certo? Bem, quando falamos
em arquitetura e desenvolvimento cerebral, estamos fazendo uma
analogia com as plantas baixas, a estrutura e a estratégia que um
arquiteto usaria para criar um projeto.

O conceito é que o cérebro é construído ao longo do tempo,


começando nos primeiros anos de vida, aprendendo primeiro as
habilidades simples, com as habilidades mais complexas sendo
construídas sobre elas. A primeira coisa a fazer em uma casa é
construir o alicerce, para só então levantar as paredes e instalar a
fiação para finalizar a construção. O desenvolvimento cerebral é
muito parecido com isso, começa com uma base e então as
habilidades simples geram as habilidades mais complexas,
sobrepondo-se umas às outras.
Nos primeiros anos de vida, o cérebro aprende primeiro as
habilidades simples, com as habilidades mais complexas sendo
construídas sobre elas. As capacidades cognitivas emocionais e
sociais estão entrelaçadas ao longo da vida. Antes, na psicologia,
estudávamos cognição, emoção e desenvolvido social
separadamente, mas agora sabe-se que os três andam juntos,
particularmente nos primeiros anos de vida.

Ainda, dentro desse princípio da arquitetura do cérebro, é


importante saber que os circuitos neurais são conectados de forma
ascendente, ou seja o quê vai progredindo, crescendo; isso vem de
encontro com o com o fato de quê primeiro aprendemos
habilidades simples para então adicionar as habilidades mais
complexas. Os neurologistas costumavam pensar que o cérebro se
desenvolvia como um todo ao mesmo tempo, mas agora sabemos
que não, e quediferentes partes do cérebro desenvolvem-se em
ritmos e em idades diferentes. Nos estágios iniciais do
desenvolvimento cerebral, as áreas associadas a informações
sensoriais como visão, audição e tato são as que se desenvolvem
primeiro. Só depois é que surgem as habilidades relacionadas à
linguagem, com a função cognitiva completa aparecendo mais
tarde, no decorrer do crescimento.
Ao comparar as sinapses cerebrais de uma criança aos seis meses e
aos seis anos de idade, podemos verificar um aumento exponencial
de conexões. Já quando comparamos as sinapses de um
adolescente de quatorze anos com uma criança de seis anos,
verificamos que a quantidade de conexões do adolescente é menor,
pois algumas conexões foram perdidas por meio da poda cerebral.
Isso ocorre porque ao longo do desenvolvimento não necessitamos
mais de algumas ferramentas que utilizávamos no início do
aprendizado, mais ou menos como o aprender andar de bicicleta
em que no início colocamos rodinhas de apoio, que depois podem
ser dispensadas quando aprendemos a nos equilibrar.

Nos primeiros anos temos também o que se chama de períodos


sensíveis. Períodos sensíveis são períodos de tempo limitados
durante os quais o efeito da experiência inicial no cérebro é
particularmente forte. Eles permitem que a experiência instrua os
circuitos neurais a processarem informações de maneira
adaptativa e fornecem informações essenciais para o
desenvolvimento normal, além de alterar o desenvolvimento
permanentemente. São momentos críticos, nos quais a experiência
tem um efeito profundo no cérebro.
Períodos sensíveis são momentos na vida das crianças em que a
aprendizagem ocorre naturalmente; parece que todo o seu ser é
estimulado a agir num certo sentido. Os períodos são sensíveis
precisamente porque correspondem a uma determinada etapa da
vida e tem esse nome “sensíveis” porque são independentes da
vontade.

A conclusão desse primeiro princípio é que uma base sólida nos


primeiros anos de vida melhora as chances de resultados positivos,
ao passo que uma base fraca aumenta as chances de dificuldades
posteriores. A capacidade de mudança do cérebro é menor com o
tempo, pois a plasticidade cerebral diminui com a idade. Por isso é
muito mais fácil para uma criança aprender um novo idioma do
que para um adulto, pois o esforço fisiológico do cérebro para esse
aprendizado é muito menor na criança.

PRINCÍPIO 2: Relacionamentos estáveis, atenciosos e interações


responsivas do tipo “serve and return” moldam a arquitetura
cerebral.

Interações do tipo “serve and return” ou interação responsiva


constroem cérebros e habilidades. Imagine um jogo de tênis, onde
você joga uma bola e ela é rebatida de um lado para o outro. O que
queremos ilustrar é que uma mãe, um cuidador e um bebê estão
interagindo entre si dessa maneira o tempo todo. A mãe diz uma
coisa, o bebê diz outra. O bebê diz algo e a mãe responde a ele, num
processo contínuo de “ação e reação”.
Crianças mais novas naturalmente buscam interação,
balbuciando, gesticulando e fazendo expressões faciais, e os
adultos respondem da mesma forma.

Essas interações são essenciais para o desenvolvimento de


circuitos cerebrais saudáveis. Devemos pensar nas implicações e
apoiar a qualidade dos relacionamentos nos locais de cuidados
para crianças, comunidades e lares, pois essas interações dão
suporte ao desenvolvimento para uma arquitetura robusta do
cérebro. Interações sociais são essenciais para o desenvolvimento
de circuitos cerebrais saudáveis nas crianças.

Existem estudos sobre o ambiente da linguagem do bebê,


realizados em 1995 com famílias que vieram de três tipos
diferentes de ambiente: crianças com mães em situação de
pobreza, com mães de classe média e crianças com pais que
possuíam educação superior. Os resultados mostraram que aos 16
meses de vida, não havia diferenças entre os bebês em termos de
produção de linguagem, mas ao longo do tempo a lacuna foi
ficando maior, o que já pode ser observado nos primeiros 24 meses
de vida.

A metáfora final é o que chamamos de controle de tráfego aéreo.


Em algum local do cérebro, você precisa estar apto a prestar
atenção, inibir impulsos e manter mais de uma coisa na memória,
para realizar mais de uma coisa ao mesmo tempo. É a tão falada
multitarefa. O responsável por esse controle de tráfego é o córtex
pré-frontal. Chamamos de controle de tráfego aéreo porque o
profissional responsável por isso em um aeroporto tem de prestar
atenção em muitos aviões ao mesmo tempo, que estão
manobrando, decolando e aterrissando.
Então, o funcionamento executivo do cérebro é um grupo de
habilidades que ajudam a nos concentrarmos em múltiplos fluxos
de informação ao mesmo tempo, estabelecer metas, fazer planos,
tomar decisões, revisar e resistir a ações precipitadas. Entre as
funções executivas estão:

Controle Inibitório: filtra pensamentos e impulsos para resistir a


tentações e distrações.

Memória de trabalho: retém e manipula informações no cérebro


durante curtos períodos de tempo, geralmente de três a cinco
informações por vez.

Flexibilidade cognitiva: ajuste a demandas, prioridades ou


perspectivas alteradas, ou seja, adaptação a mudanças.

Pesquisas apontaram que quando esses conceitos são aplicados na


infância, trazem mais autocontrole e preveem melhor saúde física
e menos uso de substâncias ou casos relacionados à violência na
vida adulta.

PRINCÍPIO 3: O estresse tóxico nos primeiros anos de vida pode


prejudicar o desenvolvimento saudável da criança.

Quando falamos em estresse, queremos destacar as


consequências de um ambiente estressante para um cérebro em
desenvolvimento. Mas é importante distinguir: não estamos
falando do stress com o trabalho ou com o trânsito, mas sim de
situações de estresse diárias durante o desenvolvimento. O
estresse nas crianças pode afetar o desenvolvimento cognitivo e
causar danos no presente e no futuro. Ele é dividido em três
níveis ou tipos:
Positivo:

Aumentos leves na frequência cardíaca e elevações leves nos níveis


de hormônio do estresse. Exemplos como ir à escola, tomar vacinas,
injeções. Essas situações, podem ser trabalhadas para que elas
aprendam a lidar com frustrações.

Tolerável:

Respostas de estresse sérias e temporárias, protegidas por


relacionamentos de apoio. Exemplo deste é a morte de um parente
ou mudança de alguém que é próximo à criança, para um lugar
distante.

Tóxico:

Ativação prolongada de sistemas de resposta ao estresse e ausência


de relacionamentos deproteção. Esse estresse eleva o nível de
cortisol no sangue, ocorre uma descarga de adrenalina e podelevar
à perda de sinapses e limitações posteriores no aprendizado.
Exemplo desse é o causado ouassociado à pobreza, negligência,
abuso ou depressão materna.
AS crianças não são iguais, umas amadurecem mais cedo, outras
não. Tem de saber qual é a sensibilidade da criança. Sabemos que
os relacionamentos amortecem os efeitos do estresse, então
aprender a lidar com o estresse moderado pode criar um sistema
de estresse que chamamos de saudável. Já no estresse tóxico, o
sistema de resposta do corpo é ativado excessivamente,
enfraquecendo o desenvolvimento da arquitetura cerebral. Sem o
devido cuidado por parte dos adultos responsáveis, o estresse
tóxico, pode trazer consequências sérias para o desenvolvimento,
a saúde e a aprendizagem a longo prazo.

Assim, concluímos os princípios da primeira infância. Vimos a


importância desses princípios para o desenvolvimento de todos os
seres humano. Para o segundo dia de Curso, veremos: Quando
começamos a aprender? O que a Neurociências diz a respeito?

A neurociência permite que os profissionais da educação


compreendam com mais clareza o funcionamento do cérebro e
suas ações.

Uma das descobertas é que a capacidade de criar conexões entre


os neurônios está presente em toda a vida. Assim, todos são
capazes de aprender algo novo todo dia. Porém a nossa pergunta
é: Quando começamos a aprender? O início de nosso aprendizado
se dá no quarto mês de gestação, com os primeiros reflexos
proprioceptivos com a função hipotalâmica (Afeto – hormônios –
Ação autonômica), isso dura para a vida toda.
Assim, é essencial alguns cuidados! Dentre esses cuidados
destacamos, algumas interação genética-ambiental como:

Síndrome do Alcoolismo Fetal que engloba uma série de defeitos


inatos à criança, que ocorre quando a mãe consome álcool durante
a gestação. Essa condição pode causar danos cerebrais e problemas
de crescimento que não podem ser revertidos. Não existe
quantidade de álcool segura para o bebê durante gravidez. A
Desnutrição, pois a nutrição exerce profundo impacto no
desenvolvimento das estruturas e funções cerebrais, estudos
apontam a deficiência nutricional pré-natal como fator de risco
para o desenvolvimento de doenças neuropsiquiátricas.

Os Ambientes socialmente desfavoráveis que está associado à


baixa renda familiar, situações de vulnerabilidade para a saúde e
malformações fetais.

Outro fator importante para o aprender é a PREMATURIDADE.


Com ela há risco 6x maior de levar a problemas cognitivos e
motores; também está associada a transtornos de
desenvolvimento (TDAH, TEA, TDC, TA); há um risco elevado para
problemas de aprendizagem, havendo necessidade de vigilância
dos possíveis efeitos neurológicos e de desenvolvimentos. Em
continuidade de quando começamos aprender, precisamos dar
grande atenção ao desenvolvimento infantil. Há etapas de
aquisição neurológicas da criança em que é fundamental para
avaliar a maturidade neurológica e ter respeito às etapas. E uma
dessas etapas muito importante é a fala da criança. Veja o quadro a
seguir:
Sugestões que a Neurociência Cognitiva indica:

Fale. Narre o dia à medida que evolui. Diga à criança, por


exemplo: "Agora vamos tomar um banho. Você pode sentir a
água morna em suabarriga? Quando nos secarmos, nos
vestiremos e daremos um passeio".

Leia. Nunca é cedo para ler para o bebê. Um bom indicador do


sucesso futuro da leitura é a quantidade de tempo que os pais
passam lendo com o filho. Os pais podem começar com livros
simples e se graduarem em livros ilustrados e histórias mais
longas à medida que seus filhos crescem. Os tempos da
história na biblioteca ou na livraria local também podem
ajudar uma criança em idade pré-escolar a desenvolver amor
pelos livros.

Aprecie a música juntos. As crianças pequenas amam música e


movimento. Quando ouvem músicas animadas, eles
aprendem sobre o mundo ao seu redor e o ritmo da
linguagem.
Conte histórias. Crie histórias elaboradas com
personagens, conflitos, aventuras e um final feliz.
Certifique-se de que as histórias se encaixem nos
interesses da criança e que não sejam muito assustadoras.

Siga o falando. Se a criança parece interessada em uma


foto específica de um livro, continue falando sobre isso. Se
ela parece intrigada com um barco, mostre-lhe mais
barcos e fale sobre eles também. Repita seus balbucios de
volta para ela, faça perguntas e interaja com ela. Você
pode até tentar gravar a fala da criança e reproduzir.

Nunca critique os padrões de articulação ou fala. Em vez


disso, repita suas declarações de volta para ela com a
pronúncia correta ou o uso da palavra. Dê à criança
muitos elogios por seus esforços.

Use televisão e computadores com moderação. A


Academia Americana de Pediatria recomenda que as
crianças menores de 2 anos não assistam à televisão, e que
as crianças de 2 anos ou mais assistam a não mais do que
duas horas de programação de qualidade por dia. Embora
alguns programas educacionais possam ser benéficos para
as crianças, os programas de TV não interagem ou
respondem às crianças, que são os dois catalisadores que
as crianças precisam para aprender a língua. Os jogos de
computador são interativos, mas não respondem às ideias
de uma criança.
Trate as infecções de ouvido completamente. As crianças
em situações de cuidados infantis em grupo são mais
propensas a infecções de ouvido, o que pode colocá-las
em risco de perda auditiva e, consequentemente, atrasos
de linguagem. Se o seu pediatra prescrever um
antibiótico para tratar uma infecção, certifique-se de que
o seu filho tome a dose correta todos os dias e use-o
durante todo o tempo prescrito. Quando seu filho
terminar a prescrição, agende uma consulta de
acompanhamento com seu pediatra para garantir que a
infecção foi eliminada.
Aprender a Ler e Escrever tem prazo

Há um estudo de três anos da neurociência básica do


desenvolvimento da leitura. Entre 2008 e 2009, onde se recrutou
um grupo de crianças de cinco e seis anos de idade. E quando se
levou em conta todos os fatores explicativos ligados à
dificuldade de leitura no passado - risco genético, fatores
ambientais, capacidade de linguagem pré-alfabetizada e
capacidade cognitiva geral; descobriu-se que apenas uma coisa
consistentemente previa, diria o quão bem uma criança
aprenderia a ler. Esse foi o crescimento da substância branca em
uma área específica do cérebro, a região temporoparietal
esquerda.
Essa mudança no volume acontecia dos 5 aos 8 anos essa área
cerebral é onde se faz o trabalho de ligar sons e letras e como eles
correspondem." Seus resultados sugerem que, se o aumento da
massa branca não ocorrer no momento crítico, as crianças terão
um dificuldade em descobrir como olhar para as letras e
transformá-las em palavras que tenham significado.

COMO A NEUROCIÊNCIA PODE AJUDAR?


De acordo com a Neurociência, a divisão cerebral e a seguinte:

ÁREA FRONTAL: essa parte é responsável pelas funções


executivas, onde ocorrem todos os processos que exigem
planejamento, organização, sequências, decisão, análise, síntese,
atenção executiva (seletiva e sustentada), coordenação de
estratégias (eleição de prioridades e ações secundárias), inibição
comportamental, memória de trabalho, exigibilidade de
interesses, percepção de erros e construção das correções.

ÁREA TEMPORAL: a região é responsável pela percepção auditiva


dos sons e das diferentes estruturações de linguagem fonológica,
sendo o centro da toda a linguagem de nosso cérebro.
ÁREA PARIETAL: essa parte está conectada à sensibilidade geral
(tátil, propriocepção, dor, etc.), coordenação espacial, integração
senso-perceptiva e orientação atencional;
ÁREA OCCIPITAL: a região occipital está ligada a toda a
habilidade visual sendo o centro das percepções visuais para as
tarefas do cotidiano. As divisões expostas acima mostram como o
cérebro atua de forma complexa e coordenada em que uma parte
depende da outra de maneira considerável.

Assim, aprendemos da importância de se desenvolver as


habilidades tão cedo, que tem um motivo nobre: a primeira
infância é um momento crucial para progressos futuros. A
primeira infância pode ser definida como uma etapa importante
para o estabelecimento de determinadas habilidades
fundamentais da criança. O cérebro, com toda sua estrutura e
processamento das informações mais variadas, modifica-se ao
longo do tempo. Essas mudanças ocorrem de forma mais
acentuada, sobretudo nas primeiras fases da vida, a primeira
infância. Assim, esta fase é caracterizada pelo início de uma série
de comportamentos e interação com o ambiente em que ela está
inserida.

A avaliação do desenvolvimento se revela um passo importante


para vida do pequeno e de sua família. É imprescindível conhecer
quais os pontos existentes de fragilidade do perfil de
aprendizagem. Além disso, é importante também salientar os
aspectos do desenvolvimento que podem ser considerados como
pontos fortes da criança. Isso contribuirá de maneira bastante
significativa, a ponto de os especialistas conhecerem qual o
impacto dos déficits que afetam a criança; aliás, auxilia também
na proposição de estratégias que podem ser mais efetivas para a
aprendizagem infantil.
É importante salientar que tudo deve ser feito por etapas. O
cérebro da criança precisa assimilar as informações repassadas,
somente dessa maneira o pequeno conseguirá obter uma boa
aprendizagem. Vou passar aqui 4 (quatro) técnicas da neurociência
para acelerar o aprendizado.

BUSQUE ATRELAR EMOÇÕES AO ESTUDO

Muita gente supõe que tudo que diz respeito aos estudos é
racional. Mas não é: a memorização é uma equação complexa e o
emocional influencia de forma decisiva. De forma simplificada, se
você associa uma certa informação a um sentimento positivo,
como a alegria, o seu cérebro será capaz de retomá-la mais
facilmente no futuro.

Por isso que os professores de cursinho pré-vestibular usam a


técnica de contar piadas ou fazer associações engraçadas sobre o
conteúdo das aulas. O humor é um canal de acesso fácil às
emoções. O medo, a raiva, a tristeza e outros sentimentos
negativos, por outro lado, atuam na direção contrária e
condicionam uma aprendizagem de baixa qualidade.
Na preparação para um concurso público, por exemplo, é
interessante explorar o significado dessa decisão para a sua vida.
“Procure pensar no valor daquele estudo para o seu
engrandecimento profissional e pessoal, e não só como uma
ferramenta para ser aprovado numa carreira que pagará um
salário alto. Quanto mais você atribuir significado emocional a um
certo conhecimento, mais chances terá de guardá-lo para sempre.
E não apenas isso: mais motivação você terá para persistir nos
estudos. Para agilizar o aprendizado, você precisa estar realmente
motivado; e, para estar motivado, você precisa genuinamente ter a
intenção de aprender.
NÃO EXERCITE APENAS O CÉREBRO

Quem vai pensar em academia quando tem uma pilha de


apostilas para estudar? Fazer atividade física pode parecer
supérfluo nesse momento, mas não é. Os exercícios regulares,
especialmente os de natureza aeróbica, são os mais indicados.
Buscar atividade física faz o cérebro funcionar melhor, já que
todo o corpo fica mais saudável e bem regulado. Até os processos
afetivos, ligados à motivação, podem ser beneficiados com
natação, corrida, caminhada ou outras práticas esportivas. Isso
para não falar na importância desse tipo de atividade para
liberar o estresse da rotina, que prejudica a aprendizagem.
Lazer, repouso e convívio social também precisam ter algum
espaço na sua agenda, pela mesma razão.

DESCUBRA O SEU ESTILO DE APRENDER

Dada a complexidade do cérebro humano, está comprovado que


não existe uma única forma de aprender. Por isso, não adianta
insistir em métodos que claramente não estão surtindo efeito. Se
você sente que suas sessões de estudo só estão produzindo
cansaço, é fundamental experimentar diversas técnicas e adotar
aquela que funciona melhor para você. Se você não tem um hábito
de leitura consistente, formado lá na 1a ou 2a infância, ler não
surtirá o efeito esperado no estudo. Assim, experimente gravar
áudios, assistir a vídeos, desenhar mapas mentais, enfim, buscar
instrumentos adequados ao seu funcionamento.
ELIMINE AS DISTRAÇÕES DA ATENÇÃO

O aprendizado se torna lento e irregular se você divide seu foco


entre diversos estímulos enquanto está estudando. Como
mensagens nas redes sociais, notificações do celular, ruídos que
vêm da rua, pessoas que chegam para conversar. As interrupções
não-programadas têm um efeito devastador sobre o aprendizado.
Quando você não está inteiramente concentrado naquilo, você
está dizendo para o seu cérebro que aquela informação não é tão
importante para você, e é provável que ela acabe sendo
descartada. Para otimizar os seus estudos e evitar o cansaço de
retomar várias vezes, é buscar um local de estudos isolado e
silencioso, e desligar todo o seu contato com a tecnologia.

O nosso cérebro consegue se fixar num único objeto por no


máximo uma hora. Após esse prazo, o mais indicado é fazer uma
pausa de até dez minutos para levantar e tomar um café.
Você pode programar alguns intervalos para levantar, tomar um
café, checar o celular e conversar com alguém. Nos blocos de
tempo dedicados ao estudo, porém, é preciso eliminar
radicalmente qualquer possível fonte de distração. Concluímos
que, apenas começamos aprender ainda no ventre de nossa
mamãe, mas que o aprendizado acontece a vida toda e a todo
momento. Para nosso terceiro dia estaremos abordando a
Neurociência Cognitiva: A Ciência da Aprendizagem.
A mente humana há anos é e continua sendo alvo de estudos e
pesquisas, que têm como principais objetivos:

Compreender suas nuances, seu funcionamento, suas interações,


bem como as reações que tem, de uma forma geral, e que fazem
com que cada indivíduo seja único em suas características e
personalidade; buscamos sempre desvendar a estrutura,
desenvolvimento e eventuais alterações que ela sofra. Memórias,
pensamentos, ações, sentimentos, imaginação, linguagem,
percepção. Entre diversos outros elementos, que têm a sua origem
na mente humana, são incansavelmente analisados, com o objetivo
de entender porque reagimos de determinada forma a alguns
estímulos e não de outras.

Neste contexto se encaixa a Neurociência e mais especificamente e


Neurociência Cognitiva, que é tema principal hoje. Vamos conhecer
um pouco mais sobre a ciência da aprendizagem e da educação.

Nos últimos anos, inúmeros estudos foram realizados com o intuito


de se entender, de forma mais assertiva, as atividades cerebrais e
como as mesmas influenciam no comportamento humano. E é
justamente nesse contexto que se encaixa a Neurociência
Cognitiva. Ela corresponde à área que estuda o sistema nervoso
central, bem como suas funcionalidades, como aprendemos e suas
patologias.
Esse sistema é responsável por estruturar as atividades do corpo
humano, sejam elas voluntárias ou não. De forma resumida, as
experiências e a maneira como o ser humano lida com as
mesmas, afetam seu cérebro e seu desenvolvimento. Nesse
sentido, a neurociência diz respeito à
inteligência, aos sentimentos, à capacidade de tomar decisões,
além de gerar entendimento sobre o funcionamento do sistema
nervoso e como agir sobre ele. Para que todo este estudo seja
realizado, os cientistas levam em consideração os processos a
nível cognitivo, ou seja, como o ser humano adquire
conhecimento (seja por meio da atenção, da associação, da
memória, da imaginação, do pensamento, da linguagem, entre
outros), através dos cinco sentidos, resultando assim, em seu
desenvolvimento intelectual, comportamentos, interações e
adaptação ao meio.
O que é NEUROCIÊNCIAS COGNITIVA?

Dentre as subdivisões da Neurociência, uma delas é a


Neurociência Cognitiva, ela tem como foco, o estudo a respeito
das capacidades mentais do ser humano, como seu pensamento,
aprendizado, inteligência, memória, linguagem e percepção.
Com base nisso, as sensações e a percepção do indivíduo são o
que norteiam os estudos da Neurociência Cognitiva, ou seja,
como uma pessoa adquire conhecimento a partir das
experiências sensoriais a que é submetida; uma música, um
aroma, o gosto de uma comida, uma imagem ou uma sensação
corporal, tudo isso engloba as experiências sensoriais e são elas
as responsáveis por captar os dados do ambiente e levá-las ao
cérebro.
Verifica-se então, que a Neurociência Cognitiva não diz respeito
Apenas ao sistema nervoso, como também, como as experiências
sensoriais adquiridas ao longo da vida são processadas pelo no
cérebro e são transformadas em conhecimento. No contexto de
neurociências e aprendizagem, a cognição permite um estudo
mais amplo a respeito das capacidades mentais em pensar,
absorver novas informações, lembrar situações e também as
percepções que temos a respeito de tudo e todos. Assim, todas as
sensações que despertam e são nutridas por nós são, igualmente,
alvo de estudo da neurociência cognitiva. Por exemplo: a
sensação causada por uma canção que você ouviu ou um filme
que você acabou de assistir. As ações e reações podem ser
interpretadas por essa ciência; o que inclui a maneira com a qual
aprendemos algo e nos relacionamos com as novidades.

As experiências que acumulamos, ao longo da vida, são


exploradas sensorialmente.
E isso tem tudo a ver com as neurociências e aprendizagem.

QUAL É A RELAÇÃO ENTRE NEUROCIÊNCIAS E


APRENDIZAGEM?

O aprendizado, embora não tenha um só padrão definido para


agregar novos conhecimentos, ocorre de maneiras distintas
entre as pessoas. Isso explica, parcialmente, porque certos
indivíduos têm facilidade com certas disciplinas na escola, por
exemplo, em comparação com outros alunos. Tem, também, a
própria questão sensorial que destaquei anteriormente. Há quem
entenda melhor uma nova informação por meio de áudios;
outros, com vídeos e há quem absorva tudo por meio da leitura
ou escrita. Existem, então, diversos métodos de aprendizagem.
A neurociência cognitiva está para mostrar como tornar essa
questão mais proveitosa para todos, portanto não se obtém um
só efeito de educação nas pessoas, mas é possível descobrir quais
são aqueles mais significativos e benéficos para que as
informações sejam absorvidas, de fato, e não apenas decoradas.
Você já parou para pensar em como o cérebro processa as
informações que recebe? Em como tal ação reflete no
aprendizado e na vida como um todo? É justamente através da
Neurociência que tais perguntas podem ser respondidas, pois
seus estudos compreendem como uma pessoa processa as
informações adquiridas pelo ambiente e as transforma em
aprendizado. A partir daí, é possível definir estratégias assertivas
de ensino, o que garante à pessoa, uma melhor absorção do
conteúdo.

Confira algumas áreas em que a NEUROCIÊNCIA COGNITIVA


auxilia no aprendizado:
EMOÇÃO

A inteligência humana está intimamente ligada à emoção, ou seja,


o aspecto emocional interfere na nossa cognição: quanto mais um
evento contenha emoção, mais a pessoa se lembrará dele e isso
afeta na obtenção de conhecimento (de forma positiva ou
negativa). Nesse sentido, a emoção da pessoa precisa ser
instigada (quando ela for positiva) ou desestimulada (quando ela
for negativa), para que o desenvolvimento intelectual não seja
prejudicado.
MOTIVAÇÃO

A motivação é o que fomenta o aprendizado, quando a pessoa se


depara com uma interferência positiva, isso mobiliza a atenção da
mesma, o que gera a motivação. Da mesma forma, se o indivíduo
encontra uma tarefa muito difícil, sua mente se frustra e ele acaba
desmotivado, e isso interfere na sua aprendizagem.

A pessoa deve então, no decorrer do desenvolvimento intelectual,


não apenas entrar em contato com inúmeros conteúdos, como
também, realizar atividades que despertem a sua curiosidade,
proponham desafios e a motivem.

ATENÇÃO

A atenção é fundamental para que o conhecimento seja adquirido,


pois o sistema nervoso só absorve a informação quando a pessoa
está atenta a mesma. O indivíduo presta atenção em alguma coisa,
quando aquilo é entendido, ou seja, tem significado. Nesse sentido,
a falta de atenção muitas vezes não ocorre por indisciplina, mas
sim, por falta de estímulo. Por conta disso, para que a pessoa dê
atenção a uma informação, a interação entre a mesma e o indivíduo
precisa ocorrer.

MEMÓRIA

A memória se dá por meio de repetições, quando a pessoa decora


uma informação e através de associações, quando existem vínculos
e relações com o conteúdo. Nesse sentido, o ato de aprender não
ocorre apenas quando se grava informações, mas também, quando
o conteúdo afeta a pessoa. Com isso, o indivíduo deve identificar
pontos de ancoragem para que o conteúdo aprendido tenha
sentido e fique na sua memória.
SOCIALIZAÇÃO

As experiências sociais do ser humano e o ambiente ao qual ele


está inserido, formam a sua cognição, ou seja, o cérebro se
modifica e se desenvolve durante a vida. Através da socialização,
é possível que a pessoa consiga aprimorar a sua linguagem verbal
e não verbal, interaja com outras pessoas, reconheça e expresse
emoções, exerça suas potencialidades e tenha empatia.

ÁREAS E IMPLICAÇÕES NA EDUCAÇÃO

EMOÇÃO: Implicações na
Educação

O professor, ao observar as emoções dos estudantes, pode ter


pistas de como o meio escolar os afeta: se está instigando
emocionalmente ou causando apatia por ser desestimulante.
Dessa forma, consegue reverter um quadro negativo, que não
favorece a aprendizagem.

MOTIVAÇÃO: Implicações
na Educação

A escola deve ser um espaço que motive e não somente que se


ocupe em transmitir conteúdos. Para que isso ocorra, o professor
precisa propor atividades que os alunos tenham condições de
realizar e que despertem a curiosidade deles e os faça avançar. É
necessário levá-los a enfrentar desafios, a fazer perguntas e
procurar respostas.
ATENÇÃO: Implicações na
Educação

Falta de atenção não é sinônimo de indisciplina ou de desinteresse


por parte das crianças. Ela pode ser decorrente de um meio
desestimulante ou de situações inadequadas à aprendizagem. Para
evitar isso, o professor deve focar a interação entre ele, o saber e o
aluno, refletindo sobre as atividades propostas e modificando-as
se necessário.

MEMORIZAÇÃO:
Implicações na Educação

Aprender não é só memorizar informações. É preciso saber


relacioná-las, ressignificá-las e refletir sobre elas. É tarefa do
professor, então, apresentar bons pontos de ancoragem, para que
os conteúdos sejam aprendidos e fiquem na memória, e dar
condições para que o aluno construa sentido sobre o que está
vendo em sala.

SOCIALIZAÇÃO:
Implicações na Educação

O aluno deve ser ativo em suas aprendizagens, mas cabe ao


professor propor, orientar e oferecer condições para que ele
exerça suas potencialidades. Para isso, deve conhecê-lo bem, assim
como o contexto em que vive e a relação dele com a natureza do
tema a ser aprendido.
SOCIALIZAÇÃO:
Implicações na Educação

O aluno deve ser ativo em suas aprendizagens, mas cabe ao


professor propor, orientar e oferecer condições para que ele exerça
suas potencialidades. Para isso, deve conhecê-lo bem, assim como
o contexto em que vive e a relação dele com a natureza do tema a
ser aprendido.

Plasticidade cerebral - O cérebro se modifica em contato com o


meio durante toda a vida. A interferência do ambiente no sistema
nervoso causa mudanças anatômicas e funcionais no cérebro.
Assim, a quantidade de neurônios e as conexões entre eles
(sinapses) mudam dependendo das experiências pelas quais
se passa.

NEUROCIÊNCIA COGNITIVA APLICADA Á SALA DE AULA

Vamos entender de que forma ela pode ser aplicada em sala de


aula, efetivamente e na prática, e, assim, contribuir para uma
educação cada vez mais de qualidade para todos. É o caso da
memória no processo de aprendizado. Tanto alunos quanto
professores, ainda acreditam que para aprender é preciso recorrer
ao famoso processo de “decoreba”. Entretanto, quando recorremos
à criação de memórias de longa duração, ou seja, daquelas que
façam sentido para o estudante, este desenvolve a capacidade de
encontrar soluções criativas e inovadoras para resolver suas
questões em sala de aula, o que lhe permite,
inclusive, a possibilidade de ir além e transformar a realidade e o
mundo ao seu redor.
MODIFICAÇÃO CEREBRAL PELO APRENDIZADO

Como eu disse no início, muito se tem estudado e pesquisado


sobre o funcionamento cerebral, com o objetivo de entender os
mais diversos diversos mistérios que rodeiam a mente humana.
Neste sentido, em pesquisas realizadas em laboratório, chegou-se
à conclusão que, por meio do aprendizado obtido e das
experiências vividas, o cérebro sofre transformações efetivas e
verdadeiramente positivas. Assim, o essencial a ser feito em sala
de aula é transmitir conhecimentos e informações através de
experiências, que, consequentemente, vão permitir ao aluno
aproveitar cada vez melhor o aprendizado obtido, já que, com
isso, o seu cérebro será positivamente modificado, tornando-o
ainda mais funcional, com novos padrões de organização em nível
celular.

TRANSFORMAR O APRENDIZADO É O MELHOR CAMINHO

Como eu disse, com o passar do tempo, as salas de aula, bem como


a educação de maneira geral, passaram por transformações, que
precisam ser acompanhadas por todos que fazem parte deste
universo, para que assim o ensino se torne verdadeiramente
efetivo e traga resultados extraordinários para a vida de
professores e estudantes. Assim, é essencial que transformações
no ensino sejam realizadas desde os primeiros anos de sala de
aula do aluno, uma vez que já se tem comprovação científica de
que as crianças conseguem compreender com maestria e
excelência princípios básicos de biologia, dos números, entre
muitos outros conhecimentos, que os acompanharão ao longo de
toda a sua vida escolar.
Diante disso, repensar a educação e os currículos escolares,
introduzindo conceitos e práticas inovadoras em sala de aula,
desde a infância, permite um aprendizado de qualidade, que
permita a formação de um indivíduo intelectualmente
desenvolvido.
TODOS TÊM CAPACIDADE DE APRENDER
Algo que aprendi em meus estudos sobre Neurociência é que o
cérebro é plástico, ou seja, ele tem a grande capacidade de criar
novas conexões neuronais ao longo de toda a vida de um indivíduo.
Diante disso, entendemos que toda pessoa é dotada da capacidade
de aprender, de absorver novos conhecimentos e transformar tudo
isso em práticas, que capazes de trazer grandes diferenças para o
mundo ao seu redor.

Assim, é fundamental que professores assumam o papel de


orientadores dos alunos, dando-lhes autonomia para aprenderem
cada vez mais, mostrando-lhes que são dotados de grande
capacidade e inteligência, podendo estas serem aprimoradas
constantemente, algo que vai aumentar ainda mais a sua vontade
de aprender, bem como a sua autoestima, tanto dentro quanto fora
de sala de aula.

FAÇA-OS OPTAR PELA ATENÇÃO, CONCENTRAÇÃO E FOCO

Entendendo isso, professores, que são os multiplicadores de


conhecimento, devem estimular seus alunos a manterem-se
concentrados no conteúdo, despertando o seu interesse genuíno
pelo o que está sendo transmitido em sala de aula. Fazendo isso, as
chances de que mantenham o foco e que não se distraiam
facilmente com o que quer que seja que esteja passando em sua
mente, aumentam de forma significativa, facilitando, assim, o
surgimento de resultados verdadeiramente positivos para todos os
envolvidos nos processos de aprendizado. Com o tempo, você vai
perceber que eles mesmos vão escolher estar concentrados, ao
invés de distraídos.
A NEUROCIÊNCIA COGNITIVA tem como objeto de estudo a
compreensão, na prática, sobre como a nossa mente processa as
informações, como isso possibilita aprender, desenvolver e
acumular conhecimentos e aperfeiçoar as múltiplas
inteligências. Essa consciência dos pontos fortes e de limitação é
fundamental no processo de ensino, uma vez que possibilita
desenvolver modelos de aprendizado que levem em conta o
processo cognitivo de cada um e com soluções adequadas a cada
pessoa. Neste sentido, é essencial que professores se interessem
cada vez mais pelos estudos neurocientíficos, pois, conforme
pudemos acompanhar ao longo de todo este conteúdo, a
Neurociência, principalmente a Cognitiva, tem o grande poder de
contribuir, efetivamente e na prática,

para que transformações aconteçam, tan Implementando estes


processos de melhoria na educação em nosso país, teremos a
chance de ver a nossa sociedade verdadeiramente transformada,
com muito mais consciência e chances de construir um mundo
muito melhor para todos. Em nosso próximo encontro
abordaremos a Neurociências e a aprendizagem em todos
os níveis de ensino.

NEUROCIÊNCIA E A APRENDIZAGEM EM TODOS OS NÍVEIS


DE ENSINO.
Nos últimos anos, uma atenção especial começou a ser
direcionada às possibilidades da neurociência e educação. A
neurociência é uma área de estudo que trabalha na interface de
várias áreas de estudo; dentre elas, a psicologia, a pedagogia, a
biologia, a anatomia, a genética, a fonoaudiologia, a tecnologia, a
física, a filosofia e muitas mais. Ela está contribuindo muito para
esclarecer o que acontece no cérebro humano da sua formação até
seu envelhecimento. Por isso, tem ajudado os educadores a
entender o que acontece no cérebro quando ele entra em contato
com novas informações, como ele processa essas novidades e de
que forma o aprendizado se torna conhecimento para a vida toda.

Na última década do século 20, denominada a Década do Cérebro,


começamos a conhecer muito do que sabemos hoje sobre o
funcionamento do cérebro. Antes disso, sem as novas técnicas de
imagem, não era possível ver o cérebro em funcionamento. Até os
anos 50, por exemplo, nada se sabia sobre a existência de sinapses
químicas cerebrais. Com as pesquisas e investigações das últimas
décadas, sabemos que tipo de estratégias funcionam melhor para
que a aprendizagem seja mais eficaz. A neurociência servirá para
embasar uma nova teoria da aprendizagem, visto que as
descobertas conduzem a novas abordagens, muito diferentes da
que está sendo utilizada na maioria das escolas. Ela, com certeza,
irá incentivar uma nova visão de avaliação, de ensino e de
currículo.

Vamos ver cinco ideias básicas descobertas por pesquisas de


neurociência e educação para entender como funciona o cérebro
que aprende:
Aprender significa criar memórias
de longa duração

Foi o que escreveu Kandel, um neurocientista ganhador do Prêmio


Nobel em 2006. Além disso, a aprendizagem acontece quando
conseguimos resgatar essa memória e aplicar de forma inovadora e
criativa na resolução de problemas, aliando os estudos à vivência, à
imaginação e às necessidades de fazer diferença no mundo.

Aprender modifica o cérebro

A pesquisa de laboratório fornece provas de que a aprendizagem


modifica a estrutura física do cérebro, tornando-o mais funcional.
A experiência afeta o cérebro que, por sua vez, se beneficia
positivamente dela – o que aprendemos age em nível celular,
impondo novos padrões de organização do cérebro.

Toda criança é cientista

Pesquisas recentes descobriram que “as crianças mais novas têm


uma boa compreensão dos princípios básicos da biologia e da
causalidade física, dos números, das narrativas e dos objetivos
pessoais. Com essa afirmação, podemos perceber a necessidade
de introduzir conceitos importantes desde a tenra idade e para
isso é necessário que pensemos em currículos inovadores.
Ninguém é incapaz de aprender

O cérebro é plástico e tem a capacidade de criar novas conexões


entre os neurônios durante toda a vida. Não dá para acreditar que
o estudante nasce com uma quantidade fixa de inteligência ou é
incapaz de aprender algo novo.

O professor tem papel fundamental quando ensina o aluno a ter


autonomia e vontade de aprender, mostrando as suas capacidades
e fortalecendo a autoestima.

Atenção é uma escolha, não uma


característica inata

A atenção não é uma característica de alguns alunos, mas uma


decisão de focalizar em determinado assunto ou situação, que
acontece cem mil vezes por dia. Ou seja, é possível ensinar o
estudante a ter mais concentração.

Os professores precisam conhecer as pesquisas neurocientíficas, e


relacionar conhecimentos da neurociência e educação, para
construir currículos baseados no desenvolvimento cerebral e,
além disso, para que se beneficiem dessas novas descobertas,
trabalhando em sala de aula de forma a facilitar a aprendizagem.
A neurociência não é uma “receita de bolo”, mas ensina a olhar e
adaptar estratégias diferenciadas para atingir os objetivos. Ela
corrobora com muitas práticas já utilizadas, mas também sugere
que, em qualquer sala de aula, devemos usar múltiplas estratégias,
estímulos visuais, auditivos, táteis, olfativos, senso de humor,
afetividade. Quanto mais diversidade de estratégias, maior a
certeza de que o conteúdo chegará à memória de longa duração.
Afinal, o que o cérebro faz melhor é aprender: sua função é
otimizar comportamentos, usando informações recebidas com
eficiência. Qual sentido usamos ao sentir dor de cabeça? Difícil
responder? Vamos falar sobre os 5 sentidos na educação, ao
estudar a neurociência aplicada a educação, é possível identificar
muitas outras modalidades sensoriais pouco exploradas na escola.

Neurociência aplicada à Educação, vamos entender; Aristóteles


disse que “nada está no intelecto sem antes ter passado pelos
sentidos”. Divergindo de Platão, ele afirmou que nossos
pensamentos não surgem do contato de nossa alma com o mundo
das ideias, mas da experiência sensível. Aristóteles enumerou
cinco sentidos que, segundo ele, eram responsáveis por toda
codificação sensorial. Esses sentidos são aqueles que apresentamos
até hoje nas escolas: visão, audição, tato, olfato e paladar
Descartes, por sua vez, afirmou sobre o tato: que um cordão levava
ao cérebro o estímulo sensorial aplicado à pele e, assim, fazia com
que ela se estirasse. Em parte, sua teoria estava correta. Sabemos
que recebemos informações do meio ambiente por meio de
sensações táteis, auditivas, visuais e químicas (gustativas e
olfatórias), mas a
Neurociência e os livros de neuroanatomia nos informam que
existem muitas outras modalidades sensoriais, além das cinco
que aprendemos e ensinamos aos nossos estudantes. Em sala de
aula, precisamos trabalhar essas outras modalidades sensoriais
e ensiná-las aos estudantes para que produzam
autoconhecimento e aprendizagens. Como já vimos, a
aprendizagem é a informação que fica na memória de longa
duração, podendo ser resgatada sempre que precisamos. As
informações do meio ambiente chegam à memória por meio da
percepção desse meio externo e interno. A razão para
percebermos esse mundo é a necessidade de agirmos sobre ele.
Por exemplo, a dor de cabeça ou de barriga é percebida por nós e
gera uma ação. Mas qual sentido, dos cinco que conhecemos,
utilizamos para perceber a dor? Nenhum deles!

A dor é uma das modalidades sensoriais que temos e é


importantíssima para a sobrevivência e proteção do ser humano.
Durante a maior parte de nossa existência, não temos consciência
das informações provenientes de nosso corpo. Aliás, nem todas
elas produzem percepção! Além da dor, temos outras modalidades
sensoriais como a termossensibilidade, a pressão, o equilíbrio, a
vibração, a cócega, a coceira e a propriocepção.

NEUROCIÊNCIA E A APRENDIZAGEM EM TODOS OS NÍVEIS DE


ENSINO
Na Educação Infantil e séries iniciais, todas as modalidades
sensoriais podem ser utilizadas com mais frequência e devem ser
ensinadas para que a criança atinja um nível de autoconhecimento
necessário para aquisição de sua autonomia e uma melhor
aprendizagem. Conversar sobre propriocepção, ensinando os
pequenos a perceber seu corpo e orientar-se é fundamental.
Propriocepção é a capacidade de perceber onde está cada parte do
corpo, os movimentos dos membros e do corpo em geral, mesmo
de olhos fechados! Fazer com que os pequenos toquem com o dedo
na ponta do nariz de olhos fechados, por exemplo, faz com que
várias partes do corpo estejam coordenadas para o movimento
que se está tentando fazer. Quando trabalhamos o equilíbrio
estamos trabalhando a propriocepção.

Perceber a temperatura do ambiente e organizar o nosso


comportamento de modo a adaptar-se faz parte da sensibilidade
térmica. Perceber se o alimento está quente ou frio também faz
parte dessa modalidade.

As crianças precisam aprender o que acontece quando o corpo


sente frio por exemplo, se não nos agasalhamos, trememos ou nos
movimentamos para gerar calor muscular e ficamos pálidos por
conta de uma vasoconstrição cutânea. Já no calor, diminuímos a
movimentação corporal, suamos e ficamos vermelhos para perder
calor da pele. Essa percepção precisa ser ensinada e trabalhada.
Um ambiente de aprendizagem rico em estímulos aguça os
sentidos. O professor deve procurar formas variadas de ensinar o
mesmo conteúdo, fazendo com que várias áreas do cérebro
trabalhem ao mesmo tempo. Dessa forma, será capaz de atingir
aprendizes visuais, auditivos e cinestésicos, que têm preferência
por um determinado tipo de aprendizagem. Há quem goste de ler
em voz alta, outros preferem ler ou desenhar para estudar, uns
usam mapas mentais com facilidade e outros ainda preferem a
“mão na massa”, os makers que aprendem melhor através de
experiências. Em sala de aula, entretanto, as estratégias utilizadas
pelos professores ativam, com maior frequência, a visão e a
audição. Com certeza, a visão e a audição contribuem para
aprendizagem em uma medida muito maior do que as outras
modalidades sensoriais.

Dificilmente o professor pensa em uma estratégia que utilize o


olfato; mas imagine, por exemplo, se o professor colocasse uma
essência de café na sala de aula ao falar do ciclo do café. Ou
convidasse as crianças a beber um caldo de cana-de-açúcar
durante a apresentação do ciclo da cana-de-açúcar. Esse estímulo
sensorial pode auxiliar na retenção da informação, já que, além da
audição e visão, outro sentido seria estimulado.

Um resumo para você sobre a Neurociência e a Aprendizagem em


todos os níveis de ensino:

De acordo com a neurociência, devemos lembrar que


estudantes possuem diferentes preferências sensoriais e se
comportam de maneira distinta durante a aprendizagem;
É um erro interpretar como falta de atenção e indisciplina as
necessidades individuais de cada estudante. Em uma sala de
aula média, 19% dos estudantes são aprendizes auditivos, 46%
são visuais e 35% são cinestésicos. É muito provável que
aprendizes cinestésicos não consigam prestar atenção em
aulas expositivas;

O professor tem a tendência a ensinar do modo como ele


melhor aprende. Um professor que aprende bem ouvindo, irá
preferir essa modalidade para ensinar. Os estudantes que têm
a mesma facilidade serão privilegiados com a aula desse
professor, mas é possível que aqueles que utilizam outras
modalidades sensoriais tenham dificuldade em permanecer
concentrados;

Os professores precisam pensar em estratégias que não


privilegiam apenas um tipo de aprendizagem e modalidade
sensorial, e sim combinarem várias modalidades sensoriais
por meio de estratégias diversificadas;

O professor pode utilizar muitas estratégias lúdicas em sala de


aula, mudar de ambiente, utilizar humor, imagens, música e
várias outras formas de aguçar os sentidos. Para isso, o
planejar é essencial. Não conseguiremos nada sem um ótimo
planejamento, só assim a turma estará aprendendo de
verdade.
Em nosso próximo encontro abordaremos a Neurociências e as
Múltiplas Inteligências.

Para iniciarmos, precisamos saber quem é Howard Gardner. Ele é


professor de psicologia na Universidade Harvard, nos Estados
Unidos, também autor de mais de trinta livros e dezenas de
artigos publicados. Gardner é conhecido na área educacional
principalmente por causa de sua teoria das inteligências
múltiplas. Para entender melhor quem é ele, precisamos voltar
um pouco no seu passado. Ainda na Pós-Graduação, ele
pesquisou sobre a Inteligência lógico-matemática, defendida por
Jean Piaget. Nesse sentido, já se mostrava interessado pelo tema
das inteligências múltiplas, que seria sua tese mais adiante.

INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS

A palavra “inteligência” se originou a partir do latim


intelligentia, oriundo de intelligere, em que o prefixo inter
significa “entre”, e legere quer dizer “escolha”. Os conceitos e
definições da inteligência variam de acordo com o grupo a que
se referem. Por exemplo, na psicologia, a chamada "inteligência
psicológica" é a capacidade de aprender e relacionar, ou seja, a
cognição de um indivíduo; enquanto que no ramo da biologia, a
"inteligência biológica" seria a capacidade de se adaptar a novos
habitats ou situações. Para Gardner (1995) a inteligência:
Gardner afirma que a Inteligência não é uma propriedade única da
mente humana, mas a interação entre as competências diversas –
as inteligências. Cada competência tem sua própria história de
desenvolvimento e é relativamente independente das outras.
Contudo, as competências não desenvolvidas ficam inertes e cada
uma é vulnerável e pode ser prejudicada por traumas ou
ferimentos em áreas específicas do cérebro.

Inteligência Lógico-Matemática: diz respeito de realizações


operacionais de uma pessoa. Ou seja, operações numéricas e
dedutivas.

Inteligência Linguística: está diretamente relacionada à


habilidade de aprender idiomas variados. Além disso, também
está ligada à capacidade de usar a fala e a escrita para um fim,
como a comunicação interpessoal, por exemplo.

Inteligência Espacial: essa diz respeito à capacidade de


compreensão, reconhecimento e manipulação de situações que
estejam considerando a visão como fator determinante.

Inteligência Físico-Cinestésica: podemos entendê-la como uma


“inteligência corporal”. Está relacionada à capacidade de utilizar
os movimentos corporais para resolução de algo. Vai desde
montar um brinquedo até contribuir na construção de um carro
ou uma casa.

Inteligência Interpessoal: está ligada ao entendimento das


intenções e desejos das pessoas. Reflexo direto na relação social
do indivíduo em grupo.

Inteligência Intrapessoal: diretamente ligada ao desenvolvimento


de uma compreensão de si. Essa é a inteligência que é trabalhada
para se conhecer e poder agir para alcançar objetivos pessoais.
Inteligência Musical: é o que muitos chamam de talento musical. É
aquela aptidão por compor, tocar ou estar inserido no universo dos
padrões musicais.

Em um segundo momento, Gardner também adicionou à essa lista as


seguintes inteligências:

Inteligência Natural: aquela que está relacionada ao reconhecimento


e classificação de uma espécie da natureza.

Inteligência Existencial: ligada a reflexão sobre temas que estão


presentes na nossa vida. Como está sempre atualizando suas
pesquisas, Gardner também considerou mais adequado manter as
inteligências Interpessoal e Intrapessoal em uma única classificação.

A teoria das inteligências múltiplas desenvolvida por Gardner busca


atender a toda a diversidade humana, visto que cada ser é único e
possui suas individualidades, propõe abordagens de ensino que
estão relacionadas com as diversas potencialidades humanas, as
quais ele denomina de múltiplas capacidades. A prática para
oferecer um desenvolvimento pleno deve partir da criação de
conhecimentos e oportunidades observadas individualmente, ou
seja, verificando as necessidades de cada indivíduo. Campbell (2000)
afirma que para Gardner a inteligência é a habilidade de criar
estratégias de soluções para os problemas do cotidiano,
considerando a cultura vivenciada.
Sendo dividida em nove partes: inteligência linguística, lógico-
matemática, intrapessoal, interpessoal, natural, existencial
corporal-cinestésica, musical e espacial, aprofundando um pouco
mais vemos

A lógico-matemático possibilita dominar cálculos complexos e


raciocínios indutivos e dedutivos. Está presente em pessoas que
enxergam com facilidade as projeções geométricas, que tem
facilidades com números e raciocínio lógico, também, equações da
área de informática, química ou física. A inteligência lógico
matemática está ligada a dar significado concreto, ser persistente.
Algumas atividades que podem estimulá-la são jogos como: quebra-
cabeça, materiais manipulativos, entre outros.

A Inteligência linguística consiste na habilidade da linguagem oral e


escrita, está relacionada ao hemisfério esquerdo do cérebro. Os
principais componentes são a sensibilidade para os sons, ritmos e
significados das palavras. Nas crianças essa habilidade é usada para
contar histórias originais ou relatar uma experiência vivida, e as
tecnologias multimídias servem como um recurso à alfabetização
para as crianças e jovens com deficiências.

A espacial permite que o indivíduo perceba imagens externas e


internas e pense de maneiras tridimensionais. É por meio da
inteligência espacial que instiga a capacidade para pensar de
maneiras tridimensionais, possibilitando a arte em todas as
disciplinas acadêmicas. E uma das principais característica dessa
inteligência é o mapa mental: que permite criar símbolos ou
imagens no cérebro para ilustrar seus conceitos e ajudar na
organização e recordação de informações escritas ou verbais.
A físico-cinestésica inclui a capacidade de unir o corpo e a mente
para desempenho físico perfeito. Esta inteligência está relacionada
na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos
utilizando o corpo inteiro ou parte do mesmo, ela está presente na
maioria dos jogadores e dançarinos e todas as pessoas que
desempenham os movimentos corporais como forma de
expressão. Porém essa inteligência, assim como as outras
requerem cuidados com a saúde, uma alimentação saudável e uma
rotina com exercícios são essenciais.

A interpessoal permite compreender as pessoas e comunicar com


elas observando as diferenças em seu comportamento. É essencial
respeitar as particularidades de todos, jogos de cooperação como o
quebra-cabeças e figuras de colagem permitem o
desenvolvimento da compreensão de pontos de diversos pontos
de vistas.

A intrapessoal refere-se na percepção acurada de si mesmo,


incluindo pensamentos, sentimentos, compreensão e rir de si
próprio e a naturalista tem a capacidade de reconhecer elementos
naturais e se relacionar com eles.

A musical proporciona habilidades de entoação, melodia, ritmo e


tom. Possibilita o desenvolvimento das percepções, onde há um
período crítico de sensibilidade ao som aos seis anos de idade,
desenvolve várias habilidades físicas, como a coordenação e a
velocidade. E quem demonstra essa inteligência musical são:
compositores, maestros, instrumentistas, críticos musicais e até
mesmo ouvinte.
A inteligência naturalista, assim como as outras não nasce
desenvolvida nos indivíduos, embora em alguns ela se demonstre
mais aguçada, seu maior estímulo para o desenvolvimento é o sair
do cotidiano, através do contato com a natureza. Podemos notar
este tipo de inteligência naquelas pessoas que moram ou estão
constantemente na área rural. Nas escolas o estímulo para com esta
inteligência na maioria das vezes se encontra limitado pois o
contato com a natureza, principalmente nos grandes centros,
dificilmente ocorre.

A inteligência existencial faz parte das inteligências múltiplas que o


ser humano possui. Apesar de não ser incluída na conceptualização
original da Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner, para
autores contemporâneos constitui mais uma inteligência no grupo
de inteligências que definem o ser humano. A inteligência
existencial também é chamada de inteligência espiritual ou
transcendental, e se refere à faceta do ser humano que o leva a se
aprofundar em aspectos existenciais como quem somos, qual é o
propósito da vida, o que ocorre depois da morte, etc. Contempla
questões tratadas geralmente no âmbito da Filosofia, mas que na
verdade, são questões inerentes a todo ser humano.
ONDE ENTRA A NEUROCIÊNCIA?

Assim, cada ser humano é particular, todos podem e devem


aprender, mas é necessário um olhar amplo, valorizar a
personalidade de cada pessoa. Por isso a Neurociências busca
intervenções diferenciadas para cada ser. O ser humano é um
indivíduo que executa, tem funções executivas que o permite
praticar fluentemente aquilo que aprende desde que o estímulo
oferecido seja aplicado satisfatoriamente. Pois a aprendizagem
envolve sentimentos de competência, fazer aquilo que tiver
confiança. A aprendizagem ao ocorrer adequadamente estabelece
circuitos neuronais no cérebro do
indivíduo, transformando a sua mente e o sentimento de si
próprio.

O trabalho neuropsicopedagógico favorecerá as particularidades


de cada sujeito. O profissional dessa área visa estimular e
identificar o desenvolvimento das potencialidades em espaço
adequado de atendimento. A neuropsicopedagogia é uma ciência
transdisciplinar, fundamentado nos conhecimentos da
neurociência aplicada à educação, com interfaces da Psicologia e
Pedagogia que tem como objeto formal de estudo a relação entre
cérebro e a aprendizagem humana numa perspectiva de
reintegração pessoal, social e escolar. A neuropsicopedagogia tem
como foco o conhecimento das habilidades do cérebro, assim
sendo, conhecer os instrumentos que estimulam as funções
cerebrais é importante para o desenvolvimento eficaz da
aprendizagem.
O profissional neuropsicopedagogo estuda as estruturas do
cérebro e tem a consciência de como ele funciona, ele compreende
o sujeito que aprende e como a aprendizagem humana é implicada
em cada um deles, seu trabalho deve focar nas potencialidades,
temos que ver o que há de melhor em cada pessoa, pois certas
dificuldades podem ser de caráter transitório se forem
estimuladas positivamente. A grande tarefa do
neuropsicopedagogo é proporcionar uma avaliação individual,
observando os comportamentos dos sujeitos e identificando os
possíveis fatores que venham a influenciar a aprendizagem, bem
como oferecer estímulos com valor produtivo para o
desenvolvimento da aprendizagem, ou seja, intervenções
possíveis para o equilíbrio das funções cerebrais.

Aponta-se para a importância da intervenção


neuropsicopedagógica na dificuldade de aprendizagem, com foco
nos processos metodológicos e os reflexos na aprendizagem das
crianças. Assim, para enriquecer as funções cognitivas, vistas
como o processamento das informações; as
conativas, as emoções e comportamentos de cada ser; e
executivas, as ferramentas para aprender, é necessário interação e
mediação, oferecendo uma acessibilidade a todos, por isso o
trabalho neuropsicopedagógico favorecerá as particularidades de
cada pessoa. O neuropsicopedagogo, assim como os professores e
pesquisadores, precisam ficar atentos e
considerar tanto possibilidades quanto limitações físicas, mentais
e emocionais da pessoa.
Desenvolvendo objetivos apropriados para o atendimento das suas
necessidades e avaliar constantemente o desenvolvimento do
processo de aprendizagem. As fases formativas das crianças e
adolescentes são de extrema importância, é necessário observar e
proporcionar estímulos para que os neurônios se intercomunicam
corretamente. Nessas fases formativas formam-se as estruturas
nervosas que irá interferir em toda a vida. Gardner ressalta que
testes e avaliações analisam somente habilidades tradicionalmente
valorizadas, como as capacidades verbal e lógico-matemática. As
capacidades artísticas e psicomotoras, por exemplo, não são
visualizadas nos processos avaliativos. Desse modo, escola,
professores e família deveriam estimular o desenvolvimento dos
diversos tipos de inteligência, aproveitando aquelas que são
originalmente mais evidenciadas no fazer cotidiano dos sujeitos.

Em concordância com essas informações, propõe-se práticas


interativas para cada Inteligência Múltipla: Linguística: trabalhar
com análises de filmes e documentários, imagens, histórias em
quadrinhos, letras de músicas; Lógico-matemática: jogos como
dominó, resta1 e problemas; Musical: explorar os ritmos e sons;
Espacial: quebra-cabeça e arte, como modelagens; Cinestésica:
dança, teatro e esportes; Interpessoal: em grupos trabalhar
opiniões, argumentações, interação e mediação social; Intrapessoal:
práticas de relaxamento, descoberta de si e do próximo; Ecológica:
pesquisas de campo, ambientes e educação ecológica. A partir de
todas essas capacidades humanas e de diferentes práticas para
estimulá-las Piaget (2013) relata que a inteligência são operações
vivas e atuantes, é o instrumento essencial para as ligações entre o
sujeito e o universo.
Unificando os conhecimentos acerca da neurociência e as
inteligências múltiplas nos processamentos para desenvolver a
aprendizagem, os envolvidos nesse processo, ou seja, professores,
pesquisadores, neuropsicopedagogos e outros, poderão em suas
práticas trabalhar com as inteligências múltiplas para conhecer o
sujeito em sua plenitude, visando a importância do interesse e das
habilidades de cada um e estimulando aquelas capacidades ainda
não identificadas. Como ponto de partida, deverá ser feita uma
avaliação das inteligências múltiplas, pode ser realizada por meio
da observação das atividades desenvolvidas diariamente pelo
sujeito e de suas inclinações e interesses.

A neurociência como contribuições para a educação, tem como


propósito mostrar novas estratégias, de como se trabalhar,
melhorar a qualidade de vida dos discentes em si, e dar suporte
para todos os envolvidos, neurologistas, pais, educadores,
psicólogos, etc.; assim entendendo com melhor precisão a
organização do sistema nervoso. Além disso, é de suma
importância que educadores e psicopedagogos tenham
conhecimentos dos estudos da neurociência que fomentam o
desenvolvimento do cérebro, atualmente por meio de
tomografias, ressonâncias magnéticas é possível se observar todas
transformações ocorridas, sem o funcionamento do cérebro não
há aprendizagem muito menos aprendizagem segundo a
neurociência.
Iennaco (2006, p.86) diz que: A Neurociência será capaz, ainda, de
instrumentalizá-los para avaliar o aluno de forma individual,
percebendo as deficiências e capacidades de cada um, determinando
causas de suas dificuldades, identificando de forma precoce os tipos
de intervenção necessários. Os estudos da Neurociência mostram de
que maneira os estímulos chegam ao cérebro, de como as memórias
são consolidadas e como as informações são armazenadas. O
cérebro é o órgão mais importante no processo do aprender e estes
estudos ajudam educadores a conhecer e compreender cada região
cerebral, em que parte realmente acontece a aprendizagem ou,
ainda, que estímulos são responsáveis pela emoção, atenção e
comportamentos diversos.

Portanto, todo o profissional envolvido, necessita conhecer as


estruturas cerebrais e como ocorre o processo de aprendizagem,
lvando em consideração as particularidades de cada indivíduo.
Gardner criou esta teoria estudando o comportamento humano,
independente de crianças/pessoas normais, superdotadas ou com
alguma dificuldade de aprendizagem. Acabou contestando o famoso
teste de QI, elaborado por Binet, pautado nas inteligências lógico-
matemática, linguística e na rapidez com que os testes eram
resolvidos. Hoje, por meio de Gardner, conseguimos perceber a
importância dos estímulos adequados para o desenvolvimento das
múltiplas inteligências. Adultos, inclusive, podem se perceber
examinando potenciais deixados adormecidos durante
alguma fase de suas vidas.
Quando alunos são desafiados a demonstrar conhecimentos e
habilidades de diferentes formas, automaticamente lhes é
proporcionado o aumento do envolvimento na aprendizagem,
ampliando suas vivências e, consequentemente, aumentando o
número de conexões sinápticas. As aulas se tornam mais
interessantes e menos propensas à indisciplina. Assim, atingimos
um universo maior dos nossos estudantes, dando a oportunidade
àqueles que se excluem do universo do conhecimento. Concluímos
nosso Curso com a certeza de que todos nós devemos sempre
buscar o conhecimento e transmiti-lo à todos, pois somos capazes
de aprender sempre!!!

MUITO OBRIGADA!!!!

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