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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 2
2. NEUROCIÊNCIA .................................................................................................. 5
2.1 Bases Neuroanatômicas e Neurofisiológicas do Processo Ensino e
Aprendizagem ......................................................................................................... 6
2.1.1 As Neurociências e a Educação .............................................................. 6
2.1.2 Neuroplasticidade .................................................................................... 9
3. bases neurobiologicas do cérebro ...................................................................... 11
3.1 Sistema nervoso........................................................................................... 11
3.1.1 Sistema Nervoso Central ....................................................................... 11
3.1.2 Sistema Nervoso Periférico ................................................................... 12
3.2 Cérebro ........................................................................................................ 12
3.2.1 Cérebro reptiliano .................................................................................. 13
3.2.2 Cérebro Límbico .................................................................................... 13
3.2.3 Córtex Cerebral ..................................................................................... 14
3.2.4 Neurônios e Transmissão de Informações ............................................ 14
3.2.5 Estrutura dos neurônios......................................................................... 15
3.2.6 Transmissão de informação................................................................... 15
4. O CÉREBRO EAS IMPLICAÇÕES NA APRENDIZAGEM ................................. 15
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21
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NOSSA HISTÓRIA
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INTRODUÇÃO
Por muito tempo o foco da educação esteve voltado para ensino mecânico e
direcionado a um grupo homogêneo de alunos, sem dar a devida atenção à
especificidade, a individualidade e a forma com que cada um aprende.
As informações eram “transmitidas” pelo docente e os alunos as recebiam e aceitavam
sem questionamento. O problema é que essas informações eram perdidas, sem ser
assimiladas, uma vez que os alunos não conseguiam relacioná-las as vivências ou
conhecimentos anteriores. Além disso, o processo de aprendizagem não se dá da
mesma forma em cada indivíduo, cada um tem seu ritmo, cada um tem sua habilidade,
sua modalidade de aprendizagem; além das influências externas que podem ser
decisivas nesse processo.
A escola tem a função de ensinar, mas não pode, nunca, ser confundida com
produção em massa. Afinal o “produto da escola” é o mais valioso de todos: o ser
humano, com ideias, opiniões e sentimentos. Neste caso o termo ensinar acaba tendo
uma conotação bem diferente do que antes; pois hoje sabemos que a escola tem um
papel que vai além de ensinar conteúdos como: auxiliar o aluno a perceber sua
individualidade, tornando-o também responsável pelo ato de aprender, proporcionar a
otimização de suas habilidades, facilitar o processo de aprendizagem e criar
condições de aprender a aprender. Ensinar a ter autoria de pensamento.
A principal questão a ser analisada é: será que escola está preparada para
isso?
Como podemos conhecer melhor nossos alunos?
Como podemos atender as suas necessidades?
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A Neurociência traz para a sala de aula o conhecimento sobre a memória, o
esquecimento, o tempo, o sono, a atenção, o medo, o humor, a afetividade, o
movimento, os sentidos, a linguagem, as interpretações das imagens que fazemos
mentalmente, as imagens que formam o pensamento e o próprio desenvolvimento
infantil. Os neurônios espelho, que possibilitam a espécie humana progressos na
comunicação, compreensão e no aprendizado. A plasticidade cerebral, ou seja, o
conhecimento de que o cérebro continua a desenvolver-se, a aprender e a mudar, até
à senilidade ou à morte também altera nossa visão de aprendizagem e educação.
Essas informações são imprescindíveis para nossa ação pedagógica e nos faz
rever o “fracasso” e as dificuldades de aprendizagem; uma vez que existem inúmeras
possibilidades de aprendizagem para o ser humano, do nascimento até a morte.
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NEUROCIÊNCIA
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Figura 1: Desenho esquemático de um neurônio
Fonte: http://www.sogab.com.br/anatomia/sistemanervosojonas
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apresentar dificuldade de aprendizagem. Nestes casos ao encéfalo delas não foi dada
a oportunidade de se desenvolver plenamente, alcançando toda a sua potencialidade.
Estas crianças, para alcançar os objetivos de desenvolvimento e
competência,precisarão de estímulos bem direcionados e de estratégias alternativas
de aprendizagem para poderem ter chances de desenvolver as habilidades não
desenvolvidas (Guerra, 2011). Além dos neurônios, o sistema nervoso é composto
por células da glia, que possuem funções importantes e distintas, como suporte,
defesa, auxílio na transmissão do impulso nervoso, produção de líquor, entre outras.
No sistema nervoso central, além dos 86 bilhões de neurônios, existem 85 bilhões de
células da glia, que são os astrócitos, oligodendrócitos, micróglia e células
ependimárias (Figura 2). Estas células possuem funções variadas e primordiais.
Resumidamente, os astrócitos captam o excesso de neurotrasmissores e dão suporte
para o estabelecimento dos neurônios em seus devidos lugares durante o
desenvolvimento. Os oligodendrócitos produzem bainha de mielina, uma substância
isolante lipoproteica que reveste os axônios, facilitando e acelerando a transmissão
do impulso nervoso nos neurônios. A micróglia atua como célula de defesa, enquanto
as células ependimárias produzem o líquor ou líquido encéfalo-espinhal, que reveste
todo nosso sistema nervoso, funcionando como uma barreira mecânica contra
impactos (Lent, 2012)
Todas estas células, sejam elas neurônios ou células da glia compõem o tecido
nervoso, que é a base de construção do encéfalo. O encéfalo humano é um órgão
único, nobre, que juntamente ao cerebelo e tronco encefálico formam o encéfalo. O
encéfalo é todo o conjunto de estruturas localizadas no interior do crânio. O cérebro é
responsável pelas emoções, raciocínio, aprendizagem, é a sede das sensações e
movimentos voluntários. Ele possui áreas responsáveis por funções específicas e
globais, conforme demonstrado na figura 3 (Machado, 2013).
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Figura 2: Funções específicas e globais do cérebro humano.
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Figura 3: Lobos cerebrais
1.1.2 Neuroplasticidade
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A neuroplasticidade possibilita a reorganização da estrutura do encéfalo e
constitui a fundamentação neurocientífica do processo de aprendizagem. As
estratégias pedagógicas devem utilizar recursos que sejam multissensoriais, para
ativação de múltiplas redes neurais que estabelecerão associação entre si. Se as
informações/experiências forem repetidas, a atividade mais frequente dos neurônios
relacionados a elas, resultará em neuroplasticidade e produzirá sinapses mais
consolidadas. Aprender, entretanto, não depende só dos neurônios em suas redes
neurais, das células da glia e do cérebro com seus lobos, mas, sim também, do estado
de saúde em que a pessoa se encontra.
Simplificadamente, existem cinco fatores que contribuem para um encéfalo
saudável:
a prática regular de exercícios físicos que sejam prazerosos a quem os realiza.
Estes exercícios podem ser caminhadas, dança, natação, musculação, etc...;
alimentação balanceada, incluindo proteínas, carboidratos, gorduras, sais
minerais e vitaminas;
sono tranquilo, regular e satisfatório;
bom humor e otimismo ao se viver;
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Bases neurobiológicas do cérebro
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Com isso, todas as informações fornecidas pelos órgãos sensoriais e nervos
periféricos são coletadas e depois transmitidas ao cérebro. Mais tarde, a medula
óssea é responsável por levar a resposta aos órgãos efetores.
1.3 Cérebro
O cérebro é o órgão mais importante de todo o sistema nervoso. É responsável
por receber e processar todas as informações dos sentidos, além de preparar as
respostas apropriadas para cada situação. É também o órgão mais complexo dos
organismos vertebrados.
O cérebro humano é especialmente poderoso, graças aos seus
aproximadamente 33 bilhões de neurônios e aos bilhões de sinapses (conexões entre
neurônios) que ele hospeda.
Esse grande número de neurônios e sinapses nos permite analisar informações
incrivelmente rapidamente: alguns especialistas acreditam que podemos processar
cerca de 14 milhões de bits por segundo.
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Além do processamento de informações, a principal função do cérebro é
controlar o restante dos órgãos do corpo. Isso é feito principalmente de duas maneiras:
controlando os músculos (voluntário e involuntário) e secretando hormônios.
A maioria das respostas do nosso corpo precisa ser processada pelo cérebro
antes de ser realizada.
O cérebro é dividido em várias partes distintas, mas todas estão
interconectadas. As partes mais antigas do cérebro têm mais peso em nosso
comportamento do que as de aparência mais recente.
Os três principais sistemas do cérebro são os seguintes:
– Cérebro reptiliano, responsável por nossos instintos e respostas automáticas.
– Cérebro límbico, sistema que processa e gera nossas emoções.
– Córtex cerebral, responsável pelo pensamento lógico e racional e pelo surgimento
da consciência.
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que nos ajuda. Portanto, ele também lida com a memória, para que nossas
experiências sejam armazenadas no hipocampo .
No caso dos humanos, embora tenhamos uma série de emoções básicas,
nossa interpretação delas é mediada pelo córtex cerebral. Dessa maneira, nossa
racionalidade influencia nossas emoções e vice-versa.
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– Neurônios motores, que recebem informações do cérebro e da medula
espinhal, causando contrações musculares e respostas hormonais.
-Interneurônios, responsáveis por conectar neurônios do cérebro ou da medula
espinhal, formando redes neurais.
Figura 4
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O homem percebe o mundo por meio de seu aparelho perceptual, num
processo interpretativo dos fenômenos que envolve seus sentidos e sua memória.
Memória é a aquisição, a formação, a conservação e a evocação de informação. A
aquisição é também chamada de aprendizagem: só se ‘grava’ aquilo que foi
aprendido. A evocação é também chamada de recordação, lembrança, recuperação.
Só lembramos aquilo que gravamos, aquilo que foi aprendido A percepção é a
capacidade de associar as informações sensoriais à memória e à cognição, de modo
a formar conceitos sobre o mundo, sobre nós mesmos e orientar nosso
comportamento.
De acordo com a neurociência cognitiva, cujo foco de atenção é a compreensão
das atividades cerebrais e dos processos de cognição, a aprendizagem humana não
decorre de um simples armazenamento de dados perceptuais, e sim do
processamento e elaboração das informações oriundas das percepções no cérebro.
O indivíduo, permanentemente em busca de respostas para as suas percepções,
pensamentos e ações, tem suas conexões neurais em constante reorganização e
seus padrões conectivos alterados a todo momento, mediante processos de
fortalecimento ou enfraquecimento de sinapses. No cérebro, há neurônios prontos
para a estimulação. A atividade mental estimula a reconstrução de conjuntos neurais,
processando experiências vivenciais e/ou linguísticas, num fluxo e refluxo de
informação.
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As informações, captadas pelos sentidos e transformadas em estímulos
elétricos que percorrem os neurônios, são catalogadas e arquivadas na memória. É
essa capacidade de agregar dados novos a informações já armazenadas na memória,
estabelecendo relações entre o novo e o já conhecido e reconstruindo aquilo que já
foi aprendido, num reprocessamento constante das interpretações advindas da
percepção, que caracteriza a plasticidade.
A aprendizagem, portanto, é o processo em virtude do qual se associam coisas
ou eventos no mundo, graças à qual adquirimos novos conhecimentos. Denominamos
memória o processo pelo qual conservamos esses conhecimentos ao longo do tempo.
Os processos de aprendizagem e memória modificam o cérebro e a conduta do ser
vivo que os experimenta. Assim, o cérebro pode ser visto como um sistema dinâmico
que tem sua complexidade funcional subsidiada pela sua interação com outros
sistemas nele presentes, não podendo ser interpretado como depósito estático para o
armazenamento de informação.
Segundo Posner e Raichle (2001), os sistemas cognitivos são aqueles sistemas
mentais que regem as atividades diárias do ser humano – como ler, escrever,
conversar, planejar, reconhecer rostos. Alguns sistemas comportam outros sistemas,
agregando complexidade na geração de um comportamento. O sistema cognitivo da
linguagem, por exemplo, envolve falar, ler e escrever, ativando diferentes estruturas
cerebrais. Esses diferentes sistemas cognitivos têm como base distintas operações
mentais: uma dada tarefa mental como jogar xadrez, pode ativar diferentes operações
mentais, as quais estão relacionadas a redes neurais de áreas cerebrais específicas.
Acrescenta-se a essas proposições a visão de Moraes (2004), para quem a
aprendizagem progride mediante fluxos dinâmicos de trocas, análises e sínteses autor
reguladoras cada vez mais complexas, ultrapassando o acúmulo de informações e
sendo reconstruída, via transformação, por meio de mudanças estruturais advindas
de ações e interações provocadas por perturbações a serem superadas.
A memória é responsável pelo armazenamento de informações, bem como pela
evocação daquilo que está armazenado. E a aprendizagem requer competências para
lidar de forma organizada com as informações novas, ou com aquelas já armazenadas
no cérebro, a fim de realizar novas ações. Aprender envolve, assim, a execução de
planos já formulados, resultando de ações mentais bem pensadas, ensaiadas
mentalmente e que influenciam o planejamento de atos futuros. O cérebro está
preparado para funcionar com o feedback interno e externo, pois é autorreferente, isto
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é, o que é recebido em qualquer nível cerebral depende de tudo o mais que acontecer
nesse nível, e o que é enviado para o nível seguinte depende do que já estiver
acontecendo nesse nível.
Apesar da proximidade entre os conceitos de aprendizagem e memória. O
processo de aquisição de novas informações que vão ser retidas na memória é
chamado aprendizagem. Através dele nos tornamos capazes de orientar o
comportamento e o pensamento. Memória, diferentemente, é o processo de
arquivamento seletivo dessas informações, pelo qual podemos evocá-las sempre que
desejarmos, consciente ou inconscientemente. De certo modo, a memória pode ser
vista como o conjunto de processos neurobiológicos e neuropsicológicos que
permitem a aprendizagem.
Considerando a flexibilidade do cérebro para reagir às demandas do ambiente,
explicada pela sinaptogênese – capacidade de formação de novas conexões,
sinapses, entre as células cerebrais –, e o fato de que o conhecimento deve ser
codificado nas ligações entre os neurônios, a aprendizagem, possibilitada pela
plasticidade cerebral, modifica química, anatômica e fisiologicamente o cérebro,
porque exige alterações nas redes neuronais, cada vez que as situações vivenciadas
no ambiente inibem ou estimulam o surgimento de novas sinapses mediante a
liberação de neurotransmissores. Oferecer situações de aprendizagem
fundamentadas em experiências ricas em estímulos e fomentar atividades intelectuais
pode promover a ativação de novas sinapses.
As informações do meio, uma vez selecionadas, não são apenas armazenadas
na memória, mas geram e integram um novo sistema funcional, caracterizando com
isso a complexificação da aprendizagem. Uma informação pode, pela desordem que
gera, levar à evolução do conhecimento do indivíduo, pois ele precisará desenvolver
estratégias cognitivas a fim de reorganizar e retomar o equilíbrio na construção do
conhecimento. E isso é obtido por meio de um processo dinâmico e recursivo presente
na reconstrução do próprio ato de conhecer. A aprendizagem, embora dependa de
substratos físicos estruturados caracteriza-se pelo processo de contínua inovação,
maleável por natureza, flexível e dinâmico
A aprendizagem surge de um acoplamento estrutural: as interações recíprocas
entre o indivíduo e o meio fazem surgir mudanças estruturais na organização do ser
vivo e do contexto em que está inserido; perante as informações, o organismo, num
processo auto organizador, opera com propriedades emergentes, a fim de se adaptar
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às condições cambiantes presentes no processo de conhecer. Transferir para a
educação, o entendimento da aprendizagem como acoplamento estrutural implica
uma visão nova do aprender, a qual passa a estar fundamentada no fato de que
experiências de aprendizagem em contextos pedagógicos geram alterações na
estrutura do indivíduo.
As experiências em sala de aula estimulam reflexões recursivas sobre os
pensamentos, sentimentos e ações, permitindo que a aprendizagem seja concebida
como processo reconstrutivo, envolvendo autor reorganização mental e emocional
daqueles que interagem nesse contexto. Aprender não é somente reconhecer o que,
virtualmente, já era conhecido; não é apenas transformar o desconhecido em
conhecimento. É a conjunção do reconhecimento e da descoberta. Aprender comporta
a união do conhecido e do desconhecido. A memória e a aprendizagem são
fundamentais para a evolução do indivíduo como ser social, pois ultrapassam a
simples apreensão das informações pelo sujeito aprendente, passando a fundamentar
seu pensamento e suas ações. Pensar é, com efeito, um processo, uma função
biológica desempenhada pelo cérebro.
O processamento do pensamento é o ato de receber, perceber e compreender,
armazenar, manipular, monitorar, controlar e responder ao fluxo constante de dados.
A capacidade para ligar de forma competente as informações oriundas das áreas de
associação motora, sensorial e mnemônica é decisiva para o processamento do
pensamento e para a consideração e planejamento de futuras ações. Deve-se
ressaltar também que as emoções desempenham um papel decisivo na
aprendizagem.
Posner e Raichle (2001), retomando os estudos de Friedrich e Preiss, lembram
que o sistema límbico, formado por tálamo, amígdala, hipotálamo e hipocampo, avalia
as informações, decidindo que estímulos devem ser mantidos ou descartados,
dependendo a retenção da informação no cérebro da intensidade da impressão
provocada nele. A consciência da experiência vivenciada é atingida quando, ao passar
pelo córtex cerebral, compara-se a experiência com reflexões anteriores. Assim,
quando conseguimos estabelecer uma ligação entre a informação nova e a memória
preexistente, são liberadas substâncias neurotransmissoras – como a acetilcolina e a
dopamina – que aumentam a concentração e geram satisfação. É dessa maneira que
emoção e motivação influenciam a aprendizagem. Os sentimentos, intensificando a
atividade das redes neuronais e fortalecendo suas conexões sinápticas, podem
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estimular a aquisição, a retenção, a evocação e a articulação das informações no
cérebro.
Diante desse quadro, os autores defendem a importância de contextos que
ofereçam aos indivíduos os pré-requisitos necessários a qualquer tipo de aprendizado:
interesse, alegria e motivação. A razão é fortemente relacionada com a emoção. De
um modo ou de outro, nossos atos e pensamentos são sempre influenciados pelas
emoções. Dentro de uma perspectiva de aprendizagem sustentada nas relações entre
os elementos constituintes da percepção – sentidos e memória – e no pensamento
sistêmico, no qual essas relações acontecem inseridas na complexidade da
reestruturação permanente do conhecimento no cérebro/mente, é imprescindível que
o professor se reconheça como responsável pela configuração de um ambiente que
propicie a autor reorganização dos indivíduos.
Ainda que a inteligência do indivíduo dependa, pela interação entre as células
neuronais, do desenvolvimento biológico, somente as mediações que o indivíduo sofre
em suas interações com o meio ambiente onde está inserido é que permitirão expandir
essa inteligência em todo seu potencial. À luz desses argumentos, entender como o
aluno aprende permite ao professor, assim, buscar uma forma mais adequada de
‘didatizar’ os conhecimentos científicos, pois compreender a forma de cognição do
aluno melhora a organização do ensino.
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REFERÊNCIAS
Bizzo, N. (1998). Ciências: fácil ou difícil. São Paulo, SP: Editora Ática. Bossa, N.
A. (2000). Dificuldades de aprendizagem: o que são? Como tratá-las. Porto Alegre,
RS: Artmed Editora.
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