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NEUROCIÊNCIA E OS
PRINCÍPIOS DA
PRIMEIRA INFÂNCIA
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Vamos falar sobre a arquitetura cerebral,
desenvolvimento cerebral.
Assim, o professor e neurocientista Charles Nelson organizou um grupo de
neurocientistas, psicólogos e psiquiatras que estudam o desenvolvimento infantil e
neonatal. Ele organizou esse grupo para que pudessem se reunir e discutir sobre
uma linguagem comum que poderia ser criada entre os dois lados – neurocientistas
e psicólogos/psiquiatras – com relação às questões sobre o desenvolvimento
infantil. Esses profissionais se reuniram por cerca de dez anos, Com o nome de
Grupo de Trabalho sobre Experiência Precoce e Desenvolvimento Cerebral.
Ao final do primeiro trabalho, um dos membros desse grupo,
o pediatra Jack P. Shonkoff, reuniu um outro grupo de pesquisadores para um novo
trabalho, sendo que alguns faziam parte do estudo inicial sobre desenvolvimento cerebral.
O intuito era criar um livro chamado “Dos neurônios à vizinhança”. Ele organizou um novo
grupo chamado “Conselho Científico Nacional para a Criança em Desenvolvimento” e
dessa vez o objetivo era criar uma nova linguagem comum que pudesse ser compreendida
por profissionais e formuladores de políticas sobre o que sabemos a respeito do
desenvolvimento do cérebro na Primeira Infância, desde o nascimento até os seis anos de
vida.
Vamos entender aqui quais são os princípios fundamentais que foram
desenvolvidos pelo Conselho. São três conceitos principais de desenvolvimento que
contribuem para o desenvolvimento saudável da criança.
PRINCÍPIO 1: A arquitetura do cérebro
é estabelecida nos primeiros anos e
impacta na aprendizagem, no
comportamento e na saúde ao longo
de toda a vida.
Quando você pensa em arquitetura, logo vem a ideia de design e da construção
de uma casa ou edifício, certo? Bem, quando falamos em arquitetura e
desenvolvimento cerebral, estamos fazendo uma analogia com as plantas baixas,
a estrutura e a estratégia que um arquiteto usaria para criar um projeto.
O conceito é que o cérebro é construído ao longo do tempo, começando nos
primeiros anos de vida, aprendendo primeiro as habilidades simples, com as
habilidades mais complexas sendo construídas sobre elas. A primeira coisa a fazer
em uma casa é construir o alicerce, para só então levantar as paredes e instalar a
fiação para finalizar a construção. O desenvolvimento cerebral é muito parecido
com isso, começa com uma base e então as habilidades simples geram as
habilidades mais complexas, sobrepondo-se umas às outras.
Nos primeiros anos de vida, o cérebro aprende primeiro as habilidades simples,
com as habilidades mais complexas sendo construídas sobre elas.
As capacidades cognitivas emocionais e sociais estão entrelaçadas ao longo da
vida. Antes, na psicologia, estudávamos cognição, emoção e desenvolvido social
separadamente, mas agora sabe-se que os três andam juntos, particularmente
nos primeiros anos de vida.
Ainda, dentro desse princípio da arquitetura do cérebro, é importante
saber que os circuitos neurais são conectados de forma ascendente,
ou seja o quê vai progredindo, crescendo; isso vem de encontro com o
com o fato de quê primeiro aprendemos habilidades simples para então adicionar as
habilidades mais complexas. Os neurologistas costumavam pensar que o cérebro se
desenvolvia como um todo ao mesmo tempo, mas agora sabemos que não, e que
diferentes partes do cérebro desenvolvem-se em ritmos e em idades diferentes.
Nos estágios iniciais do desenvolvimento cerebral, as áreas associadas a informações
sensoriais como visão, audição e tato são as que se desenvolvem primeiro. Só depois
é que surgem as habilidades relacionadas à linguagem, com a função cognitiva
completa aparecendo mais tarde, no decorrer do crescimento.
Ao comparar as sinapses cerebrais de uma criança aos seis meses
e aos seis anos de idade, podemos verificar um aumento exponencial de conexões. Já
quando comparamos as sinapses de um adolescente de quatorze anos com uma criança
de seis anos, verificamos que a quantidade de conexões do adolescente é menor, pois
algumas conexões foram perdidas por meio da poda cerebral. Isso ocorre porque ao longo
Essas situações, podem ser trabalhadas para que elas aprendam a lidar com frustrações.
Tolerável: respostas de estresse sérias e temporárias, protegidas por relacionamentos de apoio. Exemplo
deste é a morte de um parente ou mudança de alguém que é próximo à criança, para um lugar distante.
proteção. Esse estresse eleva o nível de cortisol no sangue, ocorre uma descarga de adrenalina e pode
DAHAENE, S. Os neurônios da leitura: como a ciência explica nossa capacidade de ler. Porto Alegre: Penso, 2012.
METRING, R.; SAMPAIO, S. (orgs.). Neuropsicopedagogia e aprendizagem. Rio de Janeiro: Wak, 2011.
PASQUALINI, Juliana Campreghe. Contribuições da Psicologia Histórico Cultural para a educação escolar de crianças de 0 a 6 anos:
desenvolvimento infantil e ensino em Vigotski, Leontiev e Elkonin. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Ciências e Letras,
VIGOTSKI, Lev Semenovich. A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores. Trad. José Cipolla
Neto, Luís Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
MUITO OBRIGADA!!!!
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NEUROCIÊNCIA
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NEUROCIÊNCIA:
QUANDO
COMEÇAMOS A
APRENDER?
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A neurociência permite que os
profissionais da educação compreendam
com mais clareza o funcionamento do
cérebro e suas ações.
Uma das descobertas é que a capacidade de criar conexões entre os neurônios está
presente em toda a vida. Assim, todos são capazes de aprender algo novo todo dia.
Porém a nossa pergunta é: Quando começamos a aprender? O início de nosso
aprendizado se dá no quarto mês de gestação, com os primeiros reflexos
proprioceptivos com a função hipotalâmica (Afeto – hormônios – Ação autonômica),
isso dura para a vida toda.
Assim, é essencial alguns cuidados! Dentre esses cuidados
destacamos, algumas interação genética-ambiental como:
A Síndrome do Alcoolismo Fetal que engloba uma série de defeitos
inatos à criança, que ocorre quando a mãe consome álcool durante a gestação.
Essa condição pode causar danos cerebrais e problemas de crescimento que não
podem ser revertidos. Não existe quantidade de álcool segura para o bebê durante
gravidez. A Desnutrição, pois a nutrição exerce profundo impacto no
desenvolvimento das estruturas e funções cerebrais, estudos apontam a
deficiência nutricional pré-natal como fator de risco para o desenvolvimento de
doenças neuropsiquiátricas.
Os Ambientes socialmente desfavoráveis que está
associado à baixa renda familiar, situações de
vulnerabilidade para a saúde e malformações fetais.
Outro fator importante para o aprender é a PREMATURIDADE. Com ela há risco 6x maior de
levar a problemas cognitivos e motores; também está associada a transtornos de
desenvolvimento (TDAH, TEA, TDC, TA); há um risco elevado para problemas de
aprendizagem, havendo necessidade de vigilância dos possíveis efeitos neurológicos e de
desenvolvimentos. Em continuidade de quando começamos aprender, precisamos dar
grande atenção ao desenvolvimento infantil. Há etapas de aquisição neurológicas da criança
em que é fundamental para avaliar a maturidade neurológica e ter respeito às etapas. E uma
dessas etapas muito importante é a fala da criança. Veja o quadro a seguir:
Sugestões que a Neurociência Cognitiva indica:
1. Fale. Narre o dia à medida que evolui. Diga à criança, por exemplo:
"Agora vamos tomar um banho. Você pode sentir a água morna em sua barriga?
2. Leia. Nunca é cedo para ler para o bebê. Um bom indicador do sucesso futuro da leitura é a quantidade de
tempo que os pais passam lendo com o filho. Os pais podem começar com livros simples e se graduarem em
livros ilustrados e histórias mais longas à medida que seus filhos crescem. Os tempos da história na biblioteca ou
na livraria local também podem ajudar uma criança em idade pré-escolar a desenvolver amor pelos livros.
3. Aprecie a música juntos. As crianças pequenas amam música e movimento. Quando ouvem músicas
assustadoras.
5. Siga o falando. Se a criança parece interessada em uma foto específica de um livro, continue
falando sobre isso. Se ela parece intrigada com um barco, mostre-lhe mais barcos e fale sobre
eles também. Repita seus balbucios de volta para ela, faça perguntas e interaja com ela. Você
6. Nunca critique os padrões de articulação ou fala. Em vez disso, repita suas declarações de
volta para ela com a pronúncia correta ou o uso da palavra. Dê à criança muitos elogios por seus
esforços.
7. Use televisão e computadores com moderação. A Academia Americana de
Pediatria recomenda que as crianças menores de 2 anos não assistam à televisão, e
que as crianças de 2 anos ou mais assistam a não mais do que duas horas de
programação de qualidade por dia. Embora alguns programas educacionais possam
ser benéficos para as crianças, os programas de TV não interagem ou respondem às
crianças, que são os dois catalisadores que as crianças precisam para aprender a
língua. Os jogos de computador são interativos, mas não respondem às ideias de
uma criança.
8. Trate as infecções de ouvido completamente. As crianças em situações de cuidados
infantis em grupo são mais propensas a infecções de ouvido, o que pode colocá-las em risco
de perda auditiva e, consequentemente, atrasos de linguagem. Se o seu pediatra prescrever
um antibiótico para tratar uma infecção, certifique-se de que o seu filho tome a dose correta
todos os dias e use-o durante todo o tempo prescrito. Quando seu filho terminar a
prescrição, agende uma consulta de acompanhamento com seu pediatra para garantir que a
infecção foi eliminada.
Aprender a Ler e Escrever tem prazo
Há um estudo de três anos da neurociência básica do desenvolvimento da leitura.
Entre 2008 e 2009, onde se recrutou um grupo de crianças de cinco e seis anos de
idade. E quando se levou em conta todos os fatores explicativos ligados à dificuldade de leitura
no passado - risco genético, fatores ambientais, capacidade de linguagem pré-alfabetizada e
capacidade cognitiva geral; descobriu-se que apenas uma coisa consistentemente previa, diria o
quão bem uma criança aprenderia a ler.
Esse foi o crescimento da substância branca em uma área específica do cérebro, a região
temporoparietal esquerda.
Essa mudança no volume acontecia dos 5 aos 8 anos essa área cerebral é onde se faz
o trabalho de ligar sons e letras e como eles correspondem." Seus resultados sugerem
que, se o aumento da massa branca não ocorrer no momento crítico, as crianças terão
um dificuldade em descobrir como olhar para as letras e transformá-las em palavras que
tenham significado.
ÁREA OCCIPITAL: a região occipital está ligada a toda a habilidade visual sendo o centro
das percepções visuais para as tarefas do cotidiano.
As divisões expostas acima mostram como o cérebro atua de forma complexa e coordenada
em que uma parte depende da outra de maneira considerável.
Assim, aprendemos da importância de se desenvolver as habilidades tão cedo, que tem um
motivo nobre: a primeira infância é um momento crucial para progressos futuros. A primeira
infância pode ser definida como uma etapa importante para o estabelecimento de
determinadas habilidades fundamentais da criança. O cérebro, com toda sua estrutura e
processamento das informações mais variadas, modifica-se ao longo do tempo. Essas
mudanças ocorrem de forma mais acentuada, sobretudo nas primeiras fases da vida, a
primeira infância. Assim, esta fase é caracterizada pelo início de uma série de
comportamentos e interação com o ambiente em que ela está inserida.
A avaliação do desenvolvimento se revela um passo importante para vida do
pequeno e de sua família. É imprescindível conhecer quais os pontos existentes de
fragilidade do perfil de aprendizagem. Além disso, é importante também salientar os
aspectos do desenvolvimento que podem ser considerados como pontos fortes da
criança. Isso contribuirá de maneira bastante significativa, a ponto de os
especialistas conhecerem qual o impacto dos déficits que afetam a criança; aliás,
auxilia também na proposição de estratégias que podem ser mais efetivas para a
aprendizagem infantil.
É importante salientar que tudo deve ser feito por etapas. O
cérebro da criança precisa assimilar as informações repassadas,
somente dessa maneira o pequeno conseguirá obter uma boa
aprendizagem.
Vou passar aqui 4 (quatro) técnicas da neurociência para acelerar o aprendizado.
sentimentos negativos, por outro lado, atuam na direção contrária e condicionam uma aprendizagem de baixa
qualidade.
Na preparação para um concurso público, por exemplo, é interessante explorar o significado dessa decisão para a sua
vida. “Procure pensar no valor daquele estudo para o seu engrandecimento profissional e pessoal, e não só como uma
ferramenta para ser aprovado numa carreira que pagará um salário alto. Quanto mais você atribuir significado
emocional a um certo conhecimento, mais chances terá de guardá-lo para sempre. E não apenas isso: mais motivação
você terá para persistir nos estudos. Para agilizar o aprendizado, você precisa estar realmente motivado; e, para estar
DAHAENE, S. Os neurônios da leitura: como a ciência explica nossa capacidade de ler. Porto Alegre: Penso, 2012.
NIGG J, NIKOLAS M, BURT, A S(2010) Measured Gene-by-Environment Interaction in Relation to AD/HD. Journal of the American Academy of Child and Adolescent
POSNER M, ROTHBART M K(2009) Toward a Physical Basis of Attention and Self Regulation. Physical Life Review 6(2): 103-120;
RIESGO R S, ROTTA N T, OHLWEILER L (2006). Transtornos de Aprendizagem – Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. VELASQUES, B. B.; RIBEIRO, P.
VIGOTSKI, Lev Semenovich. A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores. Trad. José Cipolla Neto, Luís Silveira Menna
Barreto, Solange Castro Afeche. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
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NEUROCIÊNCIA
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NEUROCIÊNCIA
COGNITIVA: A CIÊNCIA
DA APRENDIZAGEM.
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A mente humana há anos é e continua sendo
alvo de estudos e pesquisas, que têm como
principais objetivos:
Compreender suas nuances, seu funcionamento, suas interações, bem como as reações
que tem, de uma forma geral, e que fazem com que cada indivíduo seja único em suas
características e personalidade; buscamos sempre desvendar a estrutura, desenvolvimento
e eventuais alterações que ela sofra. Memórias, pensamentos, ações, sentimentos,
imaginação, linguagem, percepção. Entre diversos outros elementos, que têm a sua origem
na mente humana, são incansavelmente analisados, com o objetivo de entender porque
reagimos de determinada forma a alguns estímulos e não de outras.
Neste contexto se encaixa a Neurociência e mais
especificamente e Neurociência Cognitiva, que é tema principal
hoje. Vamos conhecer um pouco mais sobre a ciência da aprendizagem e da
educação.
Nos últimos anos, inúmeros estudos foram realizados com o intuito de se
entender, de forma mais assertiva, as atividades cerebrais e como as mesmas
influenciam no comportamento humano. E é justamente nesse contexto que se
encaixa a Neurociência Cognitiva. Ela corresponde à área que estuda o sistema
nervoso central, bem como suas funcionalidades, como aprendemos e suas
patologias.
Esse sistema é responsável por estruturar as atividades do corpo
afetam seu cérebro e seu desenvolvimento. Nesse sentido, a neurociência diz respeito à
sobre o funcionamento do sistema nervoso e como agir sobre ele. Para que todo este estudo
como o ser humano adquire conhecimento (seja por meio da atenção, da associação, da
adaptação ao meio.
O que é NEUROCIÊNCIAS COGNITIVA?
Dentre as subdivisões da Neurociência, uma delas é a Neurociência
Cognitiva, ela tem como foco, o estudo a respeito das capacidades mentais do ser humano,
Neurociência Cognitiva, ou seja, como uma pessoa adquire conhecimento a partir das
experiências sensoriais a que é submetida; uma música, um aroma, o gosto de uma comida,
uma imagem ou uma sensação corporal, tudo isso engloba as experiências sensoriais e são
cognição permite um estudo mais amplo a respeito das capacidades mentais em pensar,
absorver novas informações, lembrar situações e também as percepções que temos a respeito
de tudo e todos. Assim, todas as sensações que despertam e são nutridas por nós são,
igualmente, alvo de estudo da neurociência cognitiva. Por exemplo: a sensação causada por
uma canção que você ouviu ou um filme que você acabou de assistir. As ações e reações podem
ser interpretadas por essa ciência; o que inclui a maneira com a qual aprendemos algo e nos
de maneiras distintas entre as pessoas. Isso explica, parcialmente, porque certos indivíduos têm
facilidade com certas disciplinas na escola, por exemplo, em comparação com outros alunos.
Tem, também, a própria questão sensorial que destaquei anteriormente. Há quem entenda melhor
uma nova informação por meio de áudios; outros, com vídeos e há quem absorva tudo por meio da
mais significativos e benéficos para que as informações sejam absorvidas, de fato, e não apenas
decoradas. Você já parou para pensar em como o cérebro processa as informações que recebe?
Em como tal ação reflete no aprendizado e na vida como um todo? É justamente através da
Neurociência que tais perguntas podem ser respondidas, pois seus estudos compreendem como
A partir daí, é possível definir estratégias assertivas de ensino, o que garante à pessoa, uma
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NEUROCIÊNCIA E A
APRENDIZAGEM EM
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Nos últimos anos, uma atenção especial começou a ser
direcionada às possibilidades da neurociência e educação.
A neurociência é uma área de estudo que trabalha na interface de
várias áreas de estudo; dentre elas, a psicologia, a pedagogia, a biologia, a
anatomia, a genética, a fonoaudiologia, a tecnologia, a física, a filosofia e muitas
mais. Ela está contribuindo muito para esclarecer o que acontece no cérebro
humano da sua formação até seu envelhecimento. Por isso, tem ajudado os
educadores a entender o que acontece no cérebro quando ele entra em contato
com novas informações, como ele processa essas novidades e de que forma o
aprendizado se torna conhecimento para a vida toda.
Na última década do século 20, denominada a Década do Cérebro,
começamos a conhecer muito do que sabemos hoje sobre o
funcionamento do cérebro. Antes disso, sem as novas técnicas de
imagem, não era possível ver o cérebro em funcionamento. Até os anos 50, por
exemplo, nada se sabia sobre a existência de sinapses químicas cerebrais.
Com as pesquisas e investigações das últimas décadas, sabemos que tipo de
estratégias funcionam melhor para que a aprendizagem seja mais eficaz. A
neurociência servirá para embasar uma nova teoria da aprendizagem, visto que as
descobertas conduzem a novas abordagens, muito diferentes da que está sendo
utilizada na maioria das escolas. Ela, com certeza, irá incentivar uma nova visão de
avaliação, de ensino e de currículo.
Vamos ver cinco ideias básicas descobertas por pesquisas de neurociência
e educação para entender como funciona o cérebro que aprende:
1 - Aprender significa criar memórias de longa duração
Foi o que escreveu Kandel, um neurocientista ganhador do Prêmio Nobel em 2006. Além disso, a
aprendizagem acontece quando conseguimos resgatar essa memória e aplicar de forma inovadora e
criativa na resolução de problemas, aliando os estudos à vivência, à imaginação e às necessidades de
fazer diferença no mundo.
A atenção não é uma característica de alguns alunos, mas uma decisão de focalizar em
determinado assunto ou situação, que acontece cem mil vezes por dia. Ou seja, é possível
além disso, para que se beneficiem dessas novas descobertas, trabalhando em sala de aula de
em qualquer sala de aula, devemos usar múltiplas estratégias, estímulos visuais, auditivos, táteis,
olfativos, senso de humor, afetividade. Quanto mais diversidade de estratégias, maior a certeza de
que o conteúdo chegará à memória de longa duração. Afinal, o que o cérebro faz melhor é aprender:
Qual sentido usamos ao sentir dor de cabeça? Difícil responder? Vamos falar sobre os 5 sentidos na
que “nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos”.
surgem do contato de nossa alma com o mundo das ideias, mas da experiência sensível. Aristóteles
enumerou cinco sentidos que, segundo ele, eram responsáveis por toda codificação sensorial. Esses
sentidos são aqueles que apresentamos até hoje nas escolas: visão, audição, tato, olfato e paladar.
Descartes, por sua vez, afirmou sobre o tato: que um cordão levava ao cérebro o estímulo sensorial
aplicado à pele e, assim, fazia com que ela se estirasse. Em parte, sua teoria estava correta.
Sabemos que recebemos informações do meio ambiente por meio de sensações táteis, auditivas,
trabalhar essas outras modalidades sensoriais e ensiná-las aos estudantes para que produzam
memória de longa duração, podendo ser resgatada sempre que precisamos. As informações do meio
ambiente chegam à memória por meio da percepção desse meio externo e interno. A razão para
percebermos esse mundo é a necessidade de agirmos sobre ele. Por exemplo, a dor de cabeça ou de
barriga é percebida por nós e gera uma ação. Mas qual sentido, dos cinco que conhecemos,
das informações provenientes de nosso corpo. Aliás, nem todas elas produzem percepção!
parte da sensibilidade térmica. Perceber se o alimento está quente ou frio também faz parte dessa
modalidade.
As crianças precisam aprender o que acontece quando o corpo sente frio por exemplo, se não nos
agasalhamos, trememos ou nos movimentamos para gerar calor muscular e ficamos pálidos por conta
vermelhos para perder calor da pele. Essa percepção precisa ser ensinada e trabalhada.
Um ambiente de aprendizagem rico em estímulos aguça os sentidos.
mesmo tempo. Dessa forma, será capaz de atingir aprendizes visuais, auditivos e cinestésicos, que
têm preferência por um determinado tipo de aprendizagem. Há quem goste de ler em voz alta, outros
preferem ler ou desenhar para estudar, uns usam mapas mentais com facilidade e outros ainda
preferem a “mão na massa”, os makers que aprendem melhor através de experiências. Em sala de
aula, entretanto, as estratégias utilizadas pelos professores ativam, com maior frequência, a visão e a
audição. Com certeza, a visão e a audição contribuem para aprendizagem em uma medida muito
HOUZEL, Suzana Herculano. O cérebro nosso de cada dia. Rio de Janeiro: Ed. Vieira & Lent. 2002.
HOUZEL, Suzana Herculano. Por que o bocejo é contagioso? Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar Editor Ltda. 1998.
LIMA, Elvira Souza. Diversidade na Sala de Aula. São Paulo: Ed. Sobradinho. 2005.
VALLE, Luiza Elena L. Ribeiro. Neuropsicologia & Aprendizagem. SBNp. São Paulo:Ed. Tecmed. 2005.
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NEUROCIÊNCIA E
AS MÚLTIPLAS
INTELIGENCIAS.
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TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Howard Gardner
Para iniciarmos, precisamos saber quem é Howard Gardner.
Ele é professor de psicologia na Universidade Harvard, nos
Estados Unidos, também autor de mais de trinta livros e
dezenas de artigos publicados. Gardner é conhecido na área educacional
principalmente por causa de sua teoria das inteligências múltiplas. Para
entender melhor quem é ele, precisamos voltar um pouco no seu passado. Ainda
na Pós-Graduação, ele pesquisou sobre a Inteligência lógico-matemática,
defendida por Jean Piaget. Nesse sentido, já se mostrava interessado pelo tema
das inteligências múltiplas, que seria sua tese mais adiante.
INTELIGÊNCIAS
MÚLTIPLAS
A palavra “inteligência” se originou a partir do latim intelligentia, oriundo de
intelligere, em que o prefixo inter significa “entre”, e legere quer dizer “escolha”. Os
conceitos e definições da inteligência variam de acordo com o grupo a que se
referem. Por exemplo, na psicologia, a chamada "inteligência psicológica" é a
capacidade de aprender e relacionar, ou seja, a cognição de um indivíduo;
enquanto que no ramo da biologia, a "inteligência biológica" seria a capacidade de
se adaptar a novos habitats ou situações. Para Gardner (1995) a inteligência:
(...) implica na capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são
importantes num determinado ambiente ou comunidade cultural. A capacidade de
resolver problemas permite à pessoa abordar uma situação em que um objetivo deve
ser atingido e localizar a solução adequada para esse objetivo.
Nas crianças essa habilidade é usada para contar histórias originais ou relatar uma experiência vivida, e
as tecnologias multimídias servem como um recurso à alfabetização para as crianças e jovens com
deficiências.
A espacial permite que o indivíduo perceba imagens externas e internas e pense de maneiras
tridimensionais. É por meio da inteligência espacial que instiga a capacidade para pensar de maneiras
característica dessa inteligência é o mapa mental: que permite criar símbolos ou imagens no cérebro para
A inteligência naturalista, assim como as outras não nasce desenvolvida nos indivíduos, embora em
alguns ela se demonstre mais aguçada, seu maior estímulo para o desenvolvimento é o sair do
cotidiano, através do contato com a natureza. Podemos notar este tipo de inteligência naquelas
pessoas que moram ou estão constantemente na área rural. Nas escolas o estímulo para com esta
inteligência na maioria das vezes se encontra limitado pois o contato com a natureza, principalmente
nos grandes centros, dificilmente ocorre.
A inteligência existencial faz parte das inteligências múltiplas que o
ser humano possui. Apesar de não ser incluída na conceptualização
original da Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner, para autores
contemporâneos constitui mais uma inteligência no grupo de inteligências que definem o
ser humano. A inteligência existencial também é chamada de inteligência espiritual ou
transcendental, e se refere à faceta do ser humano que o leva a se aprofundar em
aspectos existenciais como quem somos, qual é o propósito da vida, o que ocorre depois
da morte, etc. Contempla questões tratadas geralmente no âmbito da Filosofia, mas que
na verdade, são questões inerentes a todo ser humano.
ONDE ENTRA A NEUROCIÊNCIA?
Por isso a Neurociências busca intervenções diferenciadas para cada ser. O ser humano é
um indivíduo que executa, tem funções executivas que o permite praticar fluentemente
aquilo que aprende desde que o estímulo oferecido seja aplicado satisfatoriamente. Pois a
Assim, para enriquecer as funções cognitivas, vistas como o processamento das informações; as
aprender, é necessário interação e mediação, oferecendo uma acessibilidade a todos, por isso o
Nessas fases formativas formam-se as estruturas nervosas que irá interferir em toda a vida.
por exemplo, não são visualizadas nos processos avaliativos. Desse modo, escola, professores e família
deveriam estimular o desenvolvimento dos diversos tipos de inteligência, aproveitando aquelas que são
ritmos e sons; Espacial: quebra-cabeça e arte, como modelagens; Cinestésica: dança, teatro e
A partir de todas essas capacidades humanas e de diferentes práticas para estimulá-las Piaget
(2013) relata que a inteligência são operações vivas e atuantes, é o instrumento essencial para
ARMSTRONG, Thomas. Inteligências Múltiplas na Sala de Aula. Porto Alegre: Artmed, 2001.
CAMPBELL, L. ; CAMPBELL, B. ; DICKINSON, D. Ensino e aprendizagem por meio das inteligências múltiplas. trad. FRANÇA LOPES.
DOMINGUES, M. A. Desenvolvimento e aprendizagem: o que o cérebro tem a ver com isso? / Maria Aparecida Domingues. – Canoas:
FERREIRA, M. G. R. Neuropsicologia e Aprendizagem [ livro eletrônico] / Maria Gabriela Ramos Ferreira. Curitiba: Editora
InterSaberes, 2014.
FONSECA, Vitor da. Importância das emoções na aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica. Rev. psicopedag. vol.33
FONSECA, Vitor da. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica.
IENNACO, J. P. A Neurociência em diálogo com a cognição e a neuropsicologia: novos olhares para a educação. MYTHOS REVISTA
ACADÊMICA – ANO IV – 2/SEMESTRE/2016 – Nº 6 - ISSN 1984- 0098FACULDADES INTEGRADAS DE CATAGUASES – FIC. Disponível em:
14 Jan. 2018
LIMA, Francisco Renato. Sentidos da intervenção neuropsicopedagógica nas dificuldades de aprendizagem na pré-escola. EDUCA – Revista
MAIA, C. M. Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem [ livro eletrônico] / Christiane Martinatti Maia. Curitiba: Editora InterSaberes,
2017.
PIAGET, J. A psicologia da inteligência/Jean Piaget; tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira.- Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2013.
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