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NEURO

ANATOMO
FISIOLOGIA

PROF.
JULIANO LUIZ DA SILVEIRA
NEUROANATOMOFISIOLOGIA

3 - SISTEMA SENSORIAL E ATIVIDADES MENTAIS


3.1. Fisiologia do Sistema Nervoso Autônomo
3.2. Sistema Imunológico; Funções Neurovegetativas;
Funções Comportamentais e Motivacionais.
3.3. Atividades Mentais Superiores

4 – TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS E NEUROPSICOLOGIA


4.1. Neuropsicologia do Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade – TDAH
4.2. Neuropsicologia do Transtorno do Espectro Autista
(TEA)
4.3. Neuropsicologia das Demências
PARCIAL - 2

4.1. Neuropsicologia do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH


APRESENTAÇÃO – 20/05

4.2. Neuropsicologia do Transtorno do Espectro Autista (TEA)


APRESENTAÇÃO – 27/05

4.3. Neuropsicologia das Demências


APRESENTAÇÃO – 03/06

1 - Aspectos neuropsicológicos
2 - Avaliação neuropsicológicos ENTREGA DA MAQUETE
3 - Critérios diagnósticos
4 - Intervenção neuropsicológica 06 / 05
3.1– FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

Sistema Nervoso
Sistema Nervoso Periférico

Divisão Eferente Divisão Aferente


Sistema Nervoso
Central

SNP Somático SNP Autônomo

SNPA SNPA
Movimentos Simpático Parassimpático
voluntários

Situações de Situações de
stress repouso
Diferenças
Sistema Nervoso Autônomo

Sistema Nervoso Autônomo

É a parte do SISTEMA NERVOSO que está relacionada ao


controle da vida vegetativa, ou seja, controla funções como:

- Respiração
- Circulação do sangue
- Controle de temperatura
- Digestão
PLEXOS VISCERAIS
Define-se como plexo visceral um emaranhado (mistura) de filetes
nervosos e gânglios. Quanto mais próximo da víscera o plexo, mais
difícil fica de separar por dissecação as fibras do simpático e
parassimpático.

• Plexos da cavidade torácica

Na cavidade torácica existem três plexos, cardíaco, pulmonar e


esofágico, cujas fibras parassimpáticas originam-se do vago e as
simpáticas gânglios cervicais e torácicos (tronco simpático).

O plexo cardíaco é responsável pela inervação autônoma do coração.


O plexo pulmonar é responsável pela inervação do pulmão.
O plexo esofágico pela inervação do esôfago.
PLEXOS VISCERAIS
• Plexos da cavidade abdominal

Na cavidade abdominal situa-se o plexo celíaco.


O maior dos plexos viscerais.
Este plexo inerva os órgãos abdominais.

• Plexos da cavidade pélvica

As vísceras pélvicas são inervadas pelo plexo hipogástrico, no qual se


distinguem em uma porção superior, o plexo hipogástrico superior, e
uma porção inferior, o plexo hipogástrico inferior ou plexo pélvico.
Processamento SNC Decisão

Entrada Saída
RECEPTOR EFETOR
- Táteis - Comportamentos
- Visuais - Sistemas Motores
- Químicos - Somático
- Auditivos Víscero-Motor
- Temperatura
- Dores
- Propriocepção
Sistema Nervoso Autônomo

Sistema Nervoso Simpático: Prepara o organismo para o


estresse. Catabólico (sistema de desgaste) e adrenérgico.
Sistema Nervoso Parassimpático: Estimula atividades relaxantes.
Anabólico (sistema de conservação) e colinérgico.
Sistema Nervoso Autônomo

Sistema Nervoso Autônomo (vegetativo ou visceral)

É constituído por nervos que conduzem impulsos do SNC à


musculatura lisa de órgãos viscerais, músculo cardíaco e
glândulas.

Realiza o controle da digestão, sistema cardiovascular, excretor e


endócrino.
Sistema Nervoso Autônomo

Farmacológico – pós ganglionar.

Acetilcolina

Noradrenalina

Acetilcolina

Acetilcolina
3.2– Sistema Imunológico; Funções Neurovegetativas;
Funções Comportamentais e Motivacionais
• AS BASES NEURAIS DOS COMPORTAMENTOS SEXUAIS

• A despeito das óbvias diferenças estruturais nos


órgãos reprodutores de machos e fêmeas, a sua
regulação neural (tanto quanto se sabe) é
surpreendentemente similar.

• A excitação sexual em homens e mulheres adultos


pode resultar de estímulos eróticos psicológicos e
sensoriais (incluindo estímulos visuais, olfatórios
e somatossensoriais), assim como da estimulação
táctil dos órgãos sexuais externos.
Um ciclo completo de resposta sexual consiste nas
fases de excitação, seguida pelas fases de platô, de
orgasmo e de resolução.

Embora a duração de cada fase possa variar


amplamente, as mudanças fisiológicas associadas a
cada uma delas são relativamente consistentes.
• O hipotálamo é
influenciado por fatores
psicológicos e pela
informação sensorial,
como a resposta a luz
que atinge a retina.
• OGnRH do hipotálamo
regula a liberação de
gonadotrofinas (LH e
FSH) pela adeno-hipófise.
• Os testículos secretam
testosterona, e os
estradiol, em resposta às
gonadotrofinas.
• Os hormônios sexuais
têm diversos efeitos no
organismo e também
retroagem sobre a
hipófise e o hipotálamo.
HIPOTÁLAMO
O hipotálamo é a região do encéfalo (diencéfalo) de vertebrados
relativamente pequenos, localizado sobre o tálamo.

Cuja função é manter a


homeostase, isto é, o
equilíbrio das funções
internas corporais em
ajustamento ao ambiente.

Principalmente por meio


da coordenação entre o
sistema nervoso e o
sistema endócrino.
TÁLAMO
É uma estrutura localizada no diencéfalo, entre o córtex cerebral e o
mesencéfalo, formada fundamentalmente por substância cinzenta
(núcleos de neurônios) do encéfalo.
Além do seu
envolvimento junto do
córtex cerebral na
análise e integração de
funções sensitivas e
motoras.
Está envolvido em
funções superiores,
como a atenção, a
linguagem, a memória
e a função executiva.
Estratégias dos Mamíferos para
Acasalamento
• Os mamíferos utilizam uma fascinante gama de
comportamentos para o acasalamento. Cada um
deles e uma estratégia, com um único objetivo
evolutivo: maximizar a sobrevivência da prole e
dos genes dos progenitores.

• Poligamia
Um do gênero e vários do outro gênero.

• Monogamia
Um só de cada gênero.
Estratégias dos Mamíferos para
Acasalamento
• Poliginia

Entre os mamíferos é bastante comum.

“muitas mulheres”, em que o macho acasala com


muitas fêmeas, mas a fêmea acasala com apenas
um macho durante uma ou várias estações de
acasalamento.
• Poliandria
“muitos homens”, na qual uma fêmea acasala
com muitos machos, mas os machos se
relacionam somente com aquela fêmea, é um
sistema raro entre os mamíferos e os vertebrados
em geral.
• Uma exceção são os falaropodideos, aves que se
reproduzem na tundra gelada. Algumas espécies
praticam poliandria simultânea, em que a fêmea
acasala com múltiplos machos e deixa ovos em
seus ninhos, e esses machos criam os filhotes
dentro do território da fêmea.
Monogamia (“um cônjuge”)

Um macho e uma fêmea formam uma relação com


uma ligação muito forte, que inclui acasalamento
exclusivo (ou quase) um com o outro.
Apenas cerca de 3% das espécies de mamíferos são
monogâmicas, embora a monogamia seja praticada
por aproximadamente 12% das espécies de
primatas (e 90% das espécies de aves).

A relação exclusiva pode durar a vida inteira ou até


que um novo parceiro seja escolhido (monogamia
serial).
Neuroquímica do Comportamento
Reprodutivo

Independentemente da escolha da estratégia


reprodutiva do animal – estar ligado fielmente a um
parceiro e devotado ao cuidado de seus filhotes, ou
agir de modo promíscuo e abandonar a sua prole –,
complexos comportamentos sociais são
necessários.
Formação de vínculo entre
Pesquisas com arganases pares de arganaz-do-campo e
arganaz montanhês.
(a) Para medir experimental-
mente a preferência por
parceiros, o roedor é
colocado em um
compartimento neutro e lhe
é permitido escolher entre
ficar sozinho ou visitar os
compartimentos vizinhos,
onde um parceiro ou um
estranho está contido.
(b) Após o acasalamento, o
arganaz montanhês passa a
maior parte do tempo
sozinho e distante de seu
parceiro (em azul), ao passo
que o arganaz-do-campo
escolhe passar a maior parte
do tempo com o parceiro
(em lilás). (Fonte: adaptada
de Insel e Young, 2001.)
POR QUE E COMO DIFEREM OS ENCÉFALOS DE
MACHOS E DE FÊMEAS
• A reprodução sexuada depende de uma variedade de
comportamentos individuais e sociais – procurar, atrair e
manter um parceiro; copular; dar à luz, amamentar e
cuidar dos filhotes –, e, em cada caso, o comportamento
de machos e fêmeas é frequentemente muito diferente.

• Uma vez que todos os comportamentos dependem, em


última análise, da estrutura e da função do sistema
nervoso, podemos prever com grande confiança que os
encéfalos de machos e de fêmeas também sejam de
alguma forma distintos; ou seja, eles devem apresentar
dimorfismos sexuais (do grego, dimorphos, “tendo duas
formas”).
Dimorfismo no tamanho do encéfalo
Esses são encéfalos de uma
fêmea (à esquerda) e de um
macho (à direita) adultos de
peixes esgana-gato-de-três-
-espinhos, que apresentam os
mesmos comprimento e peso.

O encéfalo do macho é maior


e 23% mais pesado que o da
(Fonte: Kotrschal et al., 2012.)
fêmea.

A barra de escala indica 1


mm.
Círculos azuis representam regiões de controle vocal em
mandarins machos e em fêmeas.
Dimorfismos Sexuais Cognitivos
Mesmo que não haja maiores diferenças nos encéfalos
de homens e de mulheres, pode ainda haver diferenças
nas capacidades cognitivas. Relatos de dimorfismos
cognitivos são, às vezes, acompanhados por uma
explicação evolutiva:

• Homens evoluíram como caçadores e dependiam de


sua capacidade para se localizar no ambiente.

• Em mulheres, evoluiu o comportamento de estarem


mais próximas de casa e de cuidar das crianças, daí
serem mais sociáveis e verbais.
Teste prático

Homens e mulheres geralmente possuem


experiências diferentes e podem, em média,
desenvolver habilidades ligeiramente diferentes.
Isso pode, por sua vez, influenciar os circuitos
neurais.
(b) Essas duas formas são iguais?

(a) Liste palavras começando


com a letra B.
Orientação Sexual

Estima-se que cerca de 3 a 10% da população nos


Estados Unidos seja homossexual. Considerando-se
as diferenças de comportamento entre, por
exemplo:

• Homens homossexuais e heterossexuais, haverá


diferenças na anatomia ou na fisiologia do
encéfalo?

• Há uma base biológica para a orientação sexual?


Não há, contudo, evidências de que a orientação
sexual esteja relacionada aos efeitos ativadores dos
hormônios em adultos.
Por exemplo, a administração de androgênios ou
estrogênios a adultos ou a remoção das gônadas
não apresentam efeito sobre a orientação sexual.
Como uma alternativa, talvez os encéfalos de
indivíduos homossexuais e de heterossexuais sejam
estruturalmente distintos devido a efeitos
organizacionais.
Localização e tamanho do INAH-3.

(a) A localização dos quatro


núcleos ditos INAH no
hipotálamo. Nas micrografias,
setas indicam o INAH-3
(b) um homem heterossexual
(c) um homem homossexual.
(Fonte: fotomicrografias de LeVay, 1991, p. 1035.)
Neste último, o núcleo é menor, e
as células, mais dispersas.
FOME E SEDE
No cérebro, quem rege os momentos de fome e saciedade é uma
estrutura profunda e polivalente: hipotálamo.
O hipotálamo funciona como uma espécie de zeladoria central do
corpo.

A grelina, hormônio liberado pelo estômago quando se encontra


vazio, age diretamente no cérebro fazendo com que a sensação de
fome seja ativada.

Ao ingerirmos qualquer alimento, o estômago por sua vez libera o


hormônio PYY (neuropeptídeo Y (NPY)) que ao agir igualmente no
cérebro libera a sensação de saciedade.

Os mais importantes mediadores: a leptina, a grelina e a insulina.


FOME E SEDE
• Como o sistema nervoso controla o comportamento alimentar?
Algumas estruturas neurais estão associadas ao controle alimentar
por mecanismos distintos e correlatos que ocorrem no hipotálamo,
hipocampo e em outras áreas como no cerebelo, bulbo olfatório,
glândulas pituitária e pineal que exercem funções distintas, porém
influenciam o comportamento alimentar, intermediadas.
• Quais os hormônios que causam a sensação de fome e ansiedade?
• Insulina, o hormônio do “Armazenamento”: ...
• Leptina, o hormônio da “Saciedade”: ...
• Grelina, o hormônio da “Fome”: ...
• Peptídeo semelhante ao Glucagon 1 (GLP-1), o hormônio da
“plenitude”: ...
• Colecistocinina (CCK), outro hormônio da “saciedade”: ...
• Peptídeo YY (PYY), o hormônio do “Controle”:
FOME E SEDE

• Como ocorre o processo da sede?

A sede é regulada por dois mecanismos principais:

[1] aumento da tonicidade celular (desidratação celular) e

[2] diminuição do volume de fluido extracelular (desidratação extra-


celular).

A sensação de sede é criada pelo centro da sede, localizado no


hipotálamo , que exerce suas funções por meio de osmorreceptores .

SEDE, indicação que o organismo está em processo de


DESIDRATAÇÃO.
3.3. Atividades Mentais Superiores
• Emoções e Sistema Límbico

Por conta de todas as funções do hipotálamo, o sistema límbico está


diretamente ligado ao controle da resposta ao estresse e às seguintes
funções relacionadas às emoções:
• Frequência cardíaca;
• Pressão sanguínea;
• Respiração;
• Memória;
• Níveis de estresse;
• Equilíbrio hormonal e humor.

É por meio do Sistema Nervoso Autônomo que o sistema límbico


exerce o controle dos comportamentos fundamentais à
sobrevivência.
Inteligência
No dicionário de Psicologia (Associação Psicológica Americana, 2010,
p. 521):

Pode-se encontrar a definição de inteligência como sendo a


“Capacidade de extrair informações, aprender com a experiência,
adaptar-se ao ambiente, compreender e utilizar corretamente o
pensamento e a razão”.
Inteligência espacial.
Inteligência físico-cinestésica.
Inteligência interpessoal.
7 tipos de inteligência. Inteligência intrapessoal.
Inteligência linguística.
Inteligência lógico-matemática.
Inteligência musical.
Memória e Aprendizado

• Aprendizado
É a aquisição de novos conhecimentos ou
habilidades. (praticar, praticar) = SINAPSES

• Memória
É a retenção da informação aprendida.
Aprendemos e lembramos de muitas coisas
diferentes, e é importante darmo-nos conta de que
cada uma dessas coisas pode não ser processada e
armazenada pela mesma maquinaria neural.
Memória

• A memória pode ser definida como a capacidade


de um organismo alterar seu comportamento
em decorrência de experiências prévias.

• Do ponto de vista fisiológico, essa capacidade é


resultado de modificações na circuitaria neural
em função da interação do indivíduo com o
ambiente.
• o encéfalo humano é composto por bilhões de
neurônios, cada neurônio se projeta para centenas
de outros neurônios, e as regiões em que essas
células se comunicam são denominadas sinapses.

A figura mostra um botão terminal do neurônio pré-sináptico “A” sobrepondo-se ao


corpo celular de um neurônio pós-sináptico; o primeiro é capaz de modular a
atividade do segundo. A formação de novas memórias envolve mudanças nas
sinapses existentes (como a do terminal “A“ com o neurônio pós-sináptico) ou a
formação de novas sinapses (como a do terminal axonal “B” sobre o terminal “A”;
essas alterações levam à alteração e estabelecimento de circuitos neurais que
representam as memórias arquivadas.
Um conceito atual

• As primeiras indagações de que se têm notícia na


história da humanidade sobre a natureza da memória
foram formuladas pelos filósofos gregos e,
posteriormente, reformuladas pelos pensadores
iluministas.
• No entanto, o estudo experimental da memória teve
início no século XIX, com o desenvolvimento do que
hoje denominamos Psicologia Experimental. Hermann
Ebbinghaus (1880) realizou uma série de estudos
(avaliando sua própria memória) envolvendo a
memorização de listas de sílabas sem sentido e a
recordação das mesmas diferentes períodos de tempo
depois de sua apresentação.
Suas principais observações foram:
Suas principais observações foram:
E mais experimentos...

Müller e Pilzecker (1900), inspirados pelos trabalhos de


Ebbinghaus, realizaram testes que envolviam a
apresentação de pares de sílabas que cuja lembrança
deveria ocorrer após um intervalo de tempo, oferecendo-se
apenas um dos elementos de cada par; uma lista distratora
era oferecida para um segundo grupo de voluntários
durante o intervalo de tempo entre a lista apresentada e a
lembrança da primeira lista. Os autores notaram que os
voluntários cuja atenção foi desviada do material estudado
exibiram lembrança menor do que o grupo de voluntários
sem desvio da atenção; assim, enfatizaram a fragilidade das
memórias quando a atenção é desviada (Lechnerecol.,
1999)
Esses autores descreveram também o efeito de
perseveração, em que testes posteriores eram afetados por
testes prévios. Os voluntários lembravam-se de pares de
sílabas apresentadas em outro teste, realizado semanas
antes, resultando em erros, pois novas combinações
deveriam ser recordadas. A lembrança de combinações
estudadas semanas antes evidencia que atividade cerebral
persevera após novo aprendizado (Lechnerecol., 1999). Essa
atividade é resultante do processo de consolidação das
memórias. No trabalho de Ebbinghauss (1885) a estabilização
da lembrança das sílabas várias horas após sua apresentação
é também resultado desse processo de consolidação.
Esses resultados sugeriram a existência de
diferentes tipos de memória:

• (1) uma memória que dura poucos segundos ou


minutos, suscetível a interferências e não
consolidada.

• (2) memória que dura dias ou semanas, robusta e


resistente a interferências, e consolidada.
Em seu livro Principles of Psychology, William James (1890) denominou esses
tipos de memória como (1) memória consciente primária e (2) memória consciente
secundária, respectivamente.
Dias atuais...

• Os psicólogos, investigando meticulosamente a


memória e o aprendizado, conseguiram
distinguir o que parece se tratar de diferentes
tipos de memória.

• Uma distinção útil aos nossos propósitos é a


que distingue memórias declarativas de não
declarativas.
Memoria declarativa
e o tipo de registro que
temos em mente
quando utilizamos no
dia a dia a palavra
“memoria”, embora, de
fato, também
recordemos de muitas
outras coisas.
Memórias não declarativas são divididas em diversas categorias,
sendo que o tipo que mais nos interessa e a chamada memória
procedural, ou seja, a memoria para habilidades, hábitos e
comportamentos. Aprendemos a tocar piano, a jogar bola, ou a
amarrar os cadarços de nossos sapatos, e essa informação ficara
armazenada em algum lugar de nosso encéfalo.
• De modo geral, as memórias declarativas estão
disponíveis para evocação consciente, ao passo
que as memórias não declarativas, não.

• A memória não declarativa é também


frequentemente chamada de memória implícita,
pois resulta diretamente da experiência, e a
memória declarativa é frequentemente chamada
de memória explícita, pois resulta de um esforço
mais consciente.
Tipos de Memórias Procedurais

• O tipo de memória não declarativa que


abordaremos é a chamada memória procedural,
que envolve o aprendizado de uma resposta
motora (o “procedimento”) a uma entrada
sensorial.

• A formação de memórias procedurais pode se


dar mediante duas classes de aprendizado, NÃO
ASSOCIATIVO ou ASSOCIATIVO.
Aprendizado Não Associativo

O aprendizado não associativo descreve uma


mudança na resposta comportamental que ocorre
ao longo do tempo em resposta a um único tipo de
estimulo. Existem dois tipos:

• Habituação: exemplo do telefone

• Sensitização: exemplo do blecaute


Aprendizado Associativo

No aprendizado associativo, o comportamento e alterado


pela formação de associações entre eventos; isso contrasta
com a resposta alterada a um único estimulo no
aprendizado não associativo.
Dois tipos de aprendizado associativo são normalmente
considerados:

• condicionamento clássico

• condicionamento operante (ou instrumental).


condicionamento clássico

Foi descoberto e caracterizado em cães pelo famoso


fisiologista russo Ivan Pavlov por volta do fim do
século XIX.

O condicionamento clássico envolve a associação


entre um estimulo que evoque uma resposta
mensurável e um segundo estimulo que,
normalmente, não evoca essa resposta.
O condicionamento operante, ou instrumental

Foi descoberto e estudado pelo psicólogo Edward


Thorndike, da Universidade Columbia, no inicio do
século passado.

No condicionamento instrumental, o individuo


aprende a associar uma resposta, um ato motor, a
um estimulo significativo, geralmente uma
recompensa, como, por exemplo, comida.
No condicionamento operante, aprende-se que um
determinado comportamento esta associado a uma
determinada consequência.
Uma vez que a motivação tem um papel tão
importante no condicionamento operante (afinal de
contas, apenas um rato faminto pressionara a
alavanca por comida como recompensa), os
circuitos neurais envolvidos são consideravelmente
mais complexos do que aqueles envolvidos no
condicionamento clássico simples.
Tipos de Memórias Declarativas
Sabemos, a partir de nossa experiencia diária, que
algumas memorias podem durar mais do que
outras.

Memórias de longo prazo são aquelas que você


pode recordar dias, meses ou anos apos terem sido
originalmente armazenadas.

A informação que constitui a memoria de longo


prazo representa, naturalmente, apenas uma fração
daquilo que experimentamos diariamente.
Tipos de Memórias Declarativas

A maior parte da informação e mantida no encéfalo


apenas temporariamente, na ordem de horas. Essas
memórias de curto prazo tem em comum a
propriedade de serem vulneráveis. Por exemplo, a
memoria de curto prazo pode ser apagada por um
trauma na cabeça ou por eletroconvulsoterapia
(ECT), que e usada para tratar doenças psiquiátricas.
Contudo, o mesmo trauma e a ECT não afetam
memorias de longo prazo, as quais foram
armazenadas muito tempo atrás (p. ex., memorias
da infância).
Tipos de Memórias Declarativas

Essas observações levaram a ideia de que fatos e


eventos são armazenados na memoria de curto
prazo, e que um subconjunto deles e convertido em
memorias de longo prazo por meio de um processo
chamado de consolidação da memória.
Memória de Trabalho

Distintamente da memoria de curto prazo, discutida


acima, as memorias de trabalho são limitadas de
forma aguda em sua capacidade e requerem ensaio.
Diz-se frequentemente que a memoria de trabalho
e aquela informação que retemos “na mente”.
Quando alguém lhe diz seu numero de telefone,
você pode retê-lo por um tempo limitado,
repetindo o numero para si mesmo. Manter uma
memoria viva pela repetição e o apanágio da
memoria de trabalho.
Memória de Trabalho

• SPAN DE DIGITOS

• A memória de trabalho distingue-se da


memória de curto prazo por sua capacidade
muito limitada, a necessidade de repetição e a
duração muito curta.
Curiosidade...!
E interessante observar que ha seres humanos com lesões
corticais que apresentam memoria normal para
informações provenientes de um sistema sensorial (p. ex.,
podem lembrar-se de algarismos que leram tanto quanto
outras pessoas), porem apresentam um grande déficit
quando a informação e fornecida por outra modalidade
sensorial (p. ex., podem não se lembrar mais de um
algarismo que lhes e falado).
Essas diferentes capacidades para lembrar de listas de
números, em diferentes modalidades, são consistentes com
a noção de múltiplas áreas de armazenamento temporário
no encéfalo.
PRÁTICAS...

9–9–6–3–7–0–9–8-1

Memória de trabalho
30’’ para memorizar
PRÁTICAS...

A B C D E F G H
d e j e d j e j
I J K L M N O P
j j d d e e J e
Q R S T U V X Z
e j d j d e j d
PRÁTICAS...

9–9–6–3–7–0–9–8-1

Memória consolidada
LINGUAGEM

Mais do que apenas sons, a linguagem é um


sistema pelo qual sons, símbolos e gestos são
utilizados para a comunicação.

A linguagem chega ao nosso cérebro através dos


sistemas visual e auditivo, e produzimos a fala e a
escrita com o nosso sistema motor.

Contudo, é o processamento encefálico entre os


sistemas sensoriais e motores a essência da
linguagem.
Uma vez que animais são de uso limitado para o
estudo da linguagem humana, por muitos anos a
linguagem tem sido estudada principalmente por
linguistas e psicólogos, e não por neurocientistas.
Muito do que sabemos acerca dos mecanismos
encefálicos da linguagem tem origem em estudos
de deficiências da linguagem humana resultantes
de lesões encefálicas.

Numerosos e variados aspectos da linguagem


podem sofrer prejuízos seletivos, como a fala, a
compreensão e a designação de objetos, o que
sugere que a linguagem seja processada em
múltiplas etapas, anatomicamente distintas.
A linguagem é universal nas sociedades humanas,
talvez devido à organização especializada do
encéfalo.
Estima-se que existam mais de 5 mil línguas e
dialetos no mundo, os quais diferem em muitos
aspectos, como a ordem em que substantivos e
verbos são dispostos.
No entanto, apesar das diferenças na sintaxe, da
Patagônia ao Katmandu, todas as línguas
transmitem as sutilezas da experiência e da emoção
humanas.
O QUE É LINGUAGEM?

A linguagem é um sistema de representação e


comunicação de informações que usa palavras
combinadas de acordo com regras gramaticais.

A linguagem pode ser expressa de diversas


maneiras, incluindo gestos, escrita e fala.
O aparelho vocal humano. O ar
exalado dos pulmões faz vibrarem
as pregas vocais, localizadas na
laringe. O som produzido pela
vibração é modificado por outras
estruturas, incluindo a faringe, a
boca e o nariz.
A fala humana envolve uma notável coordenação de mais de
100 músculos que vão desde aqueles que controlam os
pulmões até os da laringe e da boca. Em última análise, todos
esses músculos são controlados pelo córtex motor.
Os sons fundamentais usados para a comunicação
de qualquer língua são chamados de fonemas.
Diferentes línguas faladas possuem diferentes
fonemas, que originam as palavras únicas de um
idioma.

Curiosamente, pesquisas sugerem que as palavras


usadas em uma língua podem ter efeitos sutis no
modo de pensar das pessoas que utilizam esse
idioma.
Linguagem em Animais

(1)Os animais usam naturalmente uma linguagem?

(2)Os animais podem aprender a linguagem


humana?

Essas são perguntas difíceis de investigar, mas as


respostas têm implicações importantes para a
evolução da linguagem humana.
Victor de Aveyron (nascido cerca de
1787, morreu em 1828) foi uma criança
selvagem que foi encontrada na França
em 1798.
Essas histórias corroboram com as
psicologias da educação e do
desenvolvimento ao afirmarem que
nós nos tornamos humanos por conta
da educação e da convivência com
outros humanos parecidos conosco; aí
está uma questão antropológica da
força da cultura sobre os indivíduos.
Aquisição da Linguagem

O processamento da linguagem no encéfalo


humano adulto depende de interações
cuidadosamente orquestradas entre um número de
áreas corticais e estruturas subcorticais.
como o encéfalo aprende a usar a
linguagem?
Aprender uma língua, a aquisição da linguagem, é
um processo notável e fascinante que ocorre de
forma similar em todas as culturas.
Os gorgolejos dos recém-nascidos tornam-se
balbucios aproximadamente aos 6 meses de idade.
Aos 18 meses, as crianças compreendem em torno
de 150 palavras e podem falar cerca de 50.
Em torno de 1 a 2 anos de idade, a fala das crianças
tem os tons, o ritmo e o sotaque da língua a que
estão expostas.
Uma criança de 3 anos pode produzir frases completas e
conhecer cerca de mil palavras.

Na idade adulta, uma pessoa sabe dezenas de milhares de


palavras.

Por outro lado, após a puberdade, aprender uma segunda


língua torna-se mais difícil. A existência de um período
crítico para a aquisição da linguagem é sugerida pela
dificuldade que crianças mais velhas têm de aprender uma
segunda língua, e a dificuldade de adquirir uma primeira
língua quando não são expostas a qualquer linguagem
falada antes da puberdade.
A velocidade com que os bebês aprendem a linguagem
ultrapassa os desafios envolvidos nessa tarefa.

Quando ouvimos pela primeira vez um idioma estrangeiro,


parece ser uma fala muito rápida e é difícil determinar onde
termina uma palavra e começa a seguinte.

PARA BEBÊS AO APRENDEREM SUA LÍNGUA NATIVA É


EXATAMENTE ISSO

linguagem falada não indica claramente as divisões entre as


palavras. É algo como lermos um texto sem espaçamento
entre as palavras
Adultos de ambos os sexos, Limites das palavras no inglês falado e escrito.
ao falarem com crianças, (a) A análise acústica de uma frase falada
demonstra que os limites das palavras não
muitas vezes usam o podem ser determinados simplesmente pelos
“maternês”, em que a fala é sons.
(b) Uma situação análoga seria ler um texto
mais lenta e exagerada e os sem espaços entre as palavras. De fato, alguns
padrões de combinação de letras poderiam
sons das vogais são formar mais do que uma frase.
articulados mais claramente. (Fonte: Kuhl, 2004.)*
Ainda não se sabe os mecanismos encefálicos pelos quais
os bebês aprendem a distinguir e falar as palavras.
No entanto, alguns pesquisadores descobriram que, mesmo
aos 3 meses de idade, a resposta cerebral a palavras faladas
é distribuída de modo semelhante à dos adultos.
Ouvir a fala ativa extensas áreas do lobo temporal, com
forte tendência para o hemisfério esquerdo.
Esses achados não demonstram que o cérebro do
bebê processa a linguagem da mesma maneira que
o cérebro adulto, mas indicam uma organização
precoce similar das áreas auditivas e da
lateralização da linguagem.
Genes Envolvidos na Linguagem
Os distúrbios da fala e da linguagem são
hereditários e são mais propensos a co-ocorrer em
gêmeos idênticos do que em gêmeos fraternos.

Essas observações sugerem que os fatores


genéticos desempenham um importante papel na
suscetibilidade a problemas de linguagem.

No entanto, por muitos anos, os padrões complexos


de herança dos distúrbios de linguagem
dificultaram a implicação de genes específicos.
FOXP2 e Dispraxia Verbal
Incapacidade de coordenar os movimentos
musculares necessários para a fala.

Publicações descrevendo uma família britânica


conhecida apenas como KE.

Sua fala era bastante incompreensível para


familiares e não familiares e, por isso, eles
desenvolveram sinais de mão para complementar
sua linguagem.
Mutações do FOXP2 na família KE. (a) Hereditariedade dos déficits de linguagem em
três gerações da família KE. (b) Em membros afetados da família KE, foi encontrada
uma redução da substância cinzenta no núcleo caudado (canto superior esquerdo),
no cerebelo (canto superior direito) e na área de Broca no lobo frontal (parte
inferior).
(Fonte: a adaptada de Watkins et al., 2002; b adaptada de Vargha-Khadem et al., 2005.)
Fatores Genéticos em Distúrbios Específicos de
Linguagem e Dislexia

o distúrbio específico de linguagem (DEL) é encontrado em


cerca de 7% de todas as crianças com 6 anos nos Estados
Unidos.

Essa condição consiste em um atraso no desenvolvimento


do domínio da linguagem que pode persistir na idade adulta
e que não está associado a problemas auditivos ou atrasos
mais gerais de desenvolvimento.

Essas crianças apresentam dificuldade em aprender e usar


palavras, sobretudo verbos. Pelo fato de mais de 50% das
crianças com DEL terem um dos pais ou um irmão com essa
condição, parece haver um forte componente genético.
Outro distúrbio comum associado à linguagem é a dislexia –
dificuldade em aprender a ler apesar de uma inteligência
normal ou de treinamento de leitura.

As estimativas são de que a dislexia ocorra em 5 a 10% das


pessoas, sendo, de certa forma, mais comum em homens
do que em mulheres.

O distúrbio parece ter uma forte ligação genética, visto que


filhos de pai ou mãe disléxicos têm cerca de 30% de chance
de serem disléxicos, e 30 a 50% dos irmãos de uma pessoa
disléxica também têm dislexia.
A DESCOBERTA DE ÁREAS ENCEFÁLICAS
ESPECIALIZADAS NA LINGUAGEM

Muito do que sabemos sobre a importância de


certas áreas encefálicas provém de estudos de
afasias.

Afasia é a perda parcial ou completa das


capacidades da linguagem devido a lesões
encefálicas, muitas vezes sem a perda de faculdades
cognitivas ou da capacidade de mover os músculos
utilizados na fala.
Componentes-chave do
sistema de linguagem no
hemisfério esquerdo.

No lobo frontal, a área de


Broca encontra-se
próxima à área que
controla a boca e os
lábios no córtex motor.

A área de Wernicke, na
superfície superior do
lobo temporal, situa-se
entre o córtex auditivo e
o giro angular.
COMPREENSÃO DA LINGUAGEM A PARTIR DE
ESTUDOS DE AFASIA
BONS ESTUDOS

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