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Neuromodulação

Quando falamos das actividades naturais do corpo humano, a


neuromodulação significa a capacidade que o sistema nervoso
possui de interagir com estímulos externos promovendo
alterações nas suas funções.

Na área médica, a neuromodulação está associada ao tratamento


que tem como objectivo aplicar corrente elétrica directamente no
sistema nervoso, alterando sua actividade.

Pode ser utilizado um campo eletromagnético para indução de


corrente eléctrica de forma não invasiva no sistema nervoso
central (cérebro e medula) e no sistema nervoso periférico
(nervos periféricos), ajudando a tratar inúmeras alterações e
patologias.

Das patologias que podem ser tratadas com a neuromodulação


estão: Doença de Parkinson, depressão, tinnitus (zumbido no
ouvido), distúrbio cognitivo, distonia, AVC (acidente vascular
cerebral), dor crónica, epilepsia, dependência química, distúrbios
do movimento, tremor essencial, transtorno obsessivo
compulsivo (TOC), entre outras.

O neuromodulador actua na regulação da área neuronal


estimulada e à distância, inibindo ou estimulando os
neurotransmissores responsáveis por alguma função ou
comportamento, ajustando os desequilíbrios no cérebro.

É importante ressaltar que a neuromodulação não é,


necessariamente, cirúrgica. Ela pode ser feita por meio de pulsos
magnéticos que passam pelo crânio, atingindo o córtex cerebral,
ou até mesmo por agentes químicos injetados localmente ou no
líquido cefalorraquidiano.

A vantagem na neuromodulação é modificar a química de uma


área específica, fazendo com que os sintomas de um paciente
melhorem: ela age na região desejada, ao contrário de um
remédio administrado via oral, por exemplo, que irá agir em todo
o organismo, podendo apresentar efeitos colaterais mais
evidentes.

O que faz a neuromodulação no tratamento da Depressão?

Na compreensão da evolução da depressão, o distúrbio é visto não


tanto como um déficit neuroquímico, como a falta do
neurotransmissor serotonina ou dopamina, mas mais como um
problema de ligação de rede - uma falha de activação ou falha de
interação entre “nós-chave” em redes neurais, ou nas próprias
conexões neuronais, especialmente ao processar estímulos
relacionados à emoção, estímulos de recompensa ou funcionamento
executivo.

Como resultado, o tratamento aqui engloba cada vez mais métodos


de alteração eléctrica ou magnética da actividade nervosa por meio
da estimulação selectiva de componentes específicos dos circuitos
cerebrais. Estudos de neuroimagem demonstraram repetidamente
anormalidades funcionais em redes que ligam áreas-chave do cérebro
como o hipocampo, amígdala e córtex pré-frontal.

O objetivo da neuromodulação é estimular a neuroplasticidade,


para iniciar o crescimento de novas conexões nervosas para criar
novos padrões de actividade neural que restauram mais flexibilidade
mental e comportamental.
Estudos mostram que, com o tempo, os dispositivos podem melhorar
significativamente o humor e a memória. Dispositivos imitadores
agora estão a ser adquiridos por atletas de elite e outros que procuram
uma vantagem de desempenho; eles passam por uma sessão de
estimulação antes do treino.

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