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ALTERAÇÕES EM NEUROTRANSMISSORES

Prof°. Éder Tavares Santiago

FRANCINE VIVIANE ALVES RICCI


ENFERMAGEM – 2° SEMESTRE
BAURU/SP- 2022

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................3
2 TIPOS DE NEUROTRANSMISORES.....................................................................4
2.1 FUNÇÕES DOS NEUROTRANSMISSORES......................................................4
2.2 PRINCIPAIS NEUROTRANSMISSORES............................................................5
2.3 ALTERAÇÕES......................................................................................................6
2.4 TRANSTORNOS...................................................................................................7
3 IRREGULARIDADES NOS NEUROTRANSMISSORES........................................8
4 CONCLUSÃO...........................................................................................................9
REFERÊNCIAS...........................................................................................................10

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1 INTRODUÇÃO
Os neurotransmissores são compostos químicos secretados pelas células do
sistema nervoso, os neurônios, responsáveis por transmitir as informações
necessárias para diversas partes do corpo , podendo ser moléculas pequenas, como
aminoácidos e aminas, ou moléculas grandes, como os peptídeos, existem também
os neurotransmissores do tipo acetilcolina, purinas, gases e lipídios.
Sua ação basicamente é se combinar com uma célula-alvo e a ação resulta
em transmissão, modulação e amplificação das informações entre neurônios. Os
neurotransmissores são mensageiros químicos na transmissão sináptica química, ou
seja, atuam na comunicação intercelular, esse processo ocorre em milissegundos,
são sintetizados, armazenados em vesículas sinápticas, liberados das terminações
nervosas em uma região chamada de fenda sináptica. Os neurotransmissores se
ligam às proteínas receptoras nas células-alvo. O tecido que recebeu a informação
por meio do neurotransmissor fica excitado, inibido ou modificado.
Os neurotransmissores atuam de maneiras específicas, mas também podem
ser afetados por doenças, drogas ou mesmo pelas ações de outros mensageiros
químicos.

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2 TIPOS DE NEUROTRANSMISSORES

A maioria dos neurotransmissores podem ser agrupados em três classes:

 Aminoácidos
 Aminas
 Peptídeos
Os neurotransmissores podem ser moléculas pequenas, como
aminoácidos e aminas, ou moléculas grandes, como os peptídeos.
Aminoácidos e aminas têm em comum a presença de átomos de nitrogênio em suas
estruturas. O armazenamento desses neurotransmissores é feito nas vesículas
sinápticas e delas são liberados.
Já os peptídeos são longas cadeias formadas pela união de aminoácidos.
O armazenamento e a liberação desses neurotransmissores ocorre nos grânulos
secretores. Além dos tipos vistos anteriormente, existem também os
neurotransmissores do tipo acetilcolina, purinas, gases e lipídios.

2.1 FUNÇÕES DOS NEUROTRANSMISSORES

Sua ação basicamente é se combinar com uma célula-alvo e a ação


resulta em transmissão, modulação e amplificação das informações entre neurônios.
As células possuem receptores específicos para cada tipo de neurotransmissor. A
maneira que um neurotransmissor influencia um neurônio pode ser classificada em:

 Excitatória: criação de um sinal elétrico no neurônio receptor;


 Inibitória: restrição de um potencial de ação no neurônio receptor;
 Modulatória: regulação da população de neurônios.

Neurotransmissores excitatórios e inibitórios atuam rapidamente entre o


espaço de dois neurônios e são diferenciados pelo receptor que se ligam, ou seja,
dependem de qual receptor foi ativado. Além disso, a excitação ou a inibição, podem
ocorrer também em uma fibra muscular ou uma célula glandular.
Os neuromoduladores geram respostas mais lentas que os neurotransmissores
excitatórios e inibitórios.

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2.2 PRINCIPAIS NEUROTRANSMISSORES

Os neurotransmissores apresentam diversas funções para o corpo, sendo


que os mais importantes são:

Acetilcolina (Ach)
Sintetizada pelo sistema nervoso central e nervos parassimpáticos, a acetilcolina foi
o primeiro neurotransmissor descoberto, e está relacionada com os movimentos dos
músculos, aprendizado e memória.
A falta de acetilcolina no corpo pode desencadear diversas doenças neurológicas tal
qual a doença de Alzheimer (doença do esquecimento).

Adrenalina
Também chamado de “epinefrina”, a adrenalina é derivada da noroadrelina
(norepinefrina), sintetizada na medula adrenal (glândulas suprarrenais) e em
algumas células do sistema nervoso central.
Esse hormônio neurotransmissor está relacionado à excitação, sendo liberado como
um mecanismo de defesa do corpo em diversas situações que envolvem medo,
stress, perigo ou fortes emoções.

Noradrenalina (NA)
Também chamada de norepinefrina, a noradrenalina é um neurotransmissor
excitatório tal qual a adrenalina. Ela atua na regulação do humor, aprendizado e
memória, promovendo assim, disposição, uma vez que está relacionada à excitação
física e mental.Se os níveis dessa substância estiverem alterados no corpo pode
levar ao aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Quando reduzidos
pode levar a depressão e ao aumento do estresse.

Endorfina
Considerado o “hormônio do prazer”, essa substância é produzida no cérebro pela
glândula hipófise e está relacionada a melhoria do humor e da memória,
funcionamento do sistema imunológico, controle da dor e do fluxo de sangue.
Destarte, a falta de endorfina pode levar ao estresse, depressão e ansiedade.

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Serotonina (5HT)
Sintetizada pelo sistema nervoso central e quando liberada no corpo promove a
sensação de bem-estar e satisfação. Além disso, esse calmante natural controla o
sono, regula o apetite e a energia. Desse modo, é conhecido como “substância do
prazer”, e a falta desse hormônio neurotransmissor no corpo pode desencadear
depressão, estresse, ansiedade, dentre outros problemas.

Dopamina (DA)
Hormônio liberado pelo hipotálamo, associado à sensação de bem-estar e dos
controles motores do corpo. As alterações dos níveis de dopamina no corpo pode
desencadear diversas doenças, por exemplo, a doença de Parkinson e a
esquizofrenia. Enquanto o Mal de Parkinson é resultante da falta desse
neurotransmissor, a esquizofrenia é o contrário, ou seja, pode ser gerada pelo
excesso de dopamina no corpo.

2.3 ALTERAÇÕES
Fatores como fármacos e doenças, afetam a comunicação entre os
neurônios mediante a modulação da produção e das ações dos
neurotransmissores, incluindo:

 Liberação, recaptação e degradação


 Número e função dos receptores pós-sinápticos dos neurotransmissores

Às vezes, os sinais entre os neurônios ocorrem na direção inversa


(chamada neurotransmissão retrógrada). Nesses casos, os dendritos (ramos
receptores de um neurônio) dos neurônios pós-sinápticos liberam
neurotransmissores que afetam receptores nos neurônios pré-sinápticos.

A transmissão retrógrada pode impedir que os neurônios pré-sinápticos


liberem neurotransmissores adicionais e ajudem a controlar o nível de atividade e
comunicação entre os neurônios.

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2.4 TRANSTORNOS

Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa caracterizada por
deficiências de aprendizagem e memória. Está associada à falta de acetilcolina em
certas regiões do cérebro.

Depressão
Acredita-se que a depressão seja causada por uma depleção
de norepinefrina, serotonina e dopamina no sistema nervoso central. Assim, o
tratamento farmacológico da depressão visa aumentar as concentrações desses
neurotransmissores no sistema nervoso central.

Esquizofrenia
A esquizofrenia, que é uma doença mental grave, demonstrou envolver quantidades
excessivas de dopamina nos lobos frontais, o que leva a episódios psicóticos nesses
pacientes. Os medicamentos que bloqueiam a dopamina são usados para ajudar a
tratar as condições esquizofrênicas.

Doença de Parkinson
A destruição da substância negra leva à destruição da única fonte de dopamina do
sistema nervoso central. A depleção de dopamina leva a tremores musculares
incontroláveis observados em pacientes que sofrem de doença de Parkinson.

Epilepsia
Algumas condições epilépticas são causadas pela falta de neurotransmissores
inibitórios, como o GABA, ou pelo aumento de neurotransmissores excitatórios,
como o glutamato. Dependendo da causa das convulsões, o tratamento visa
aumentar o GABA ou diminuir o glutamato.

Doença de Huntington
Além da epilepsia, uma redução crônica de GABA no cérebro pode levar à doença
de Huntington. Embora seja uma doença hereditária relacionada à anormalidade no
DNA, um dos produtos desse DNA desordenado é a capacidade reduzida dos
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neurônios de captar o GABA. Não há cura para a doença de Huntington, mas
podemos manejar os sintomas aumentando farmacologicamente a quantidade de
neurotransmissores inibitórios.

Miastenia gravis
A miastenia gravis é uma doença autoimune crônica rara caracterizada pelo
comprometimento da transmissão sináptica de acetilcolina nas junções
neuromusculares, levando a fadiga e fraqueza muscular sem atrofia.Na maioria das
vezes, a miastenia gravis resulta de anticorpos circulantes que bloqueiam os
receptores de acetilcolina na junção neuromuscular pós-sináptica. Isso inibe os
efeitos excitatórios da acetilcolina nos receptores nicotínicos nas junções
neuromusculares. Em uma forma genética muito mais rara, a fraqueza muscular
pode resultar de um defeito genético em partes da junção neuromuscular,
diferentemente da transmissão passiva do sistema imunológico da mãe no
nascimento ou decorrente de doença autoimune durante a vida.

3 IRREGULARIDADES NOS NEUROTRANSMISSORES


A irregularidade nos neurotransmissores compõe-se pela interação de
fatores genéticos, epigenéticos e ambientais que influenciam a capacidade do
cérebro para perceber ou processar informações verbais ou não verbais com
eficiência e exatidão.
Quando há um desequilíbrio nos neurotransmissores
os sintomas apresentados são fadiga, sensação de culpa, frustração, pensamentos
suicidas, ansiedade, problemas com sono, falta de concentração, alterações de
autoestima, ânimo irritável, falta de motivação, entre outros (RUFINO et al., 2018).
O consumo crónico de drogas provoca alterações na transmissão
neuroquímica a nível do SNC; modifica o mecanismo de compensação do indivíduo
fazendo com que este se torne dependente. Na base desta dependência está a
alteração nos circuitos neurocognitivos envolvidos na atenção, na motivação e na
capacidade de controlar impulsos e comportamentos, provocando um aumento no
desejo do consumo de drogas. (Buttner, 2011). Drogas têm a capacidade de alterar

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a ação dos neurotransmissores através dos seus recetores ou dos seus
transportadores, alterando a comunicação entre as células neuronais.
Consequentemente há uma plasticidade sináptica que pode causar mudanças
irreversíveis no cérebro, afetando por exemplo o processo de aprendizagem,
memória, entre outros sistemas neurocognitivos (Buttner, 2011; Hyman e Malenka,
2001).

4 CONCLUSÃO
A funcionalidade do sistema nervoso depende da comunicação entre os
neurónios. Os neurotransmissores têm um papel fundamental na eficácia desta
comunicação, qualquer alteração na sua libertação, ligação aos recetores ou
recaptação compromete, de forma mais ou menos grave, o estado físico e mental do
indivíduo (Borodinsky et al., 2012; Pereda, 2014).

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BIBLIOGRAFIA

BUCK, K. J. e Harris, R. A. (1991). Neuroadaptive responses to chronic ethanol.


Alcohol Clin Exp Res, 15, pp. 460-70.

BUTTNER, A. (2011). Review: The neuropathology of drug abuse. Neuropathol


Appl Neurobiol, 37, pp. 118-34.

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