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 O sistema nervoso central (SNC) é formado pelo cérebro e a medula espinhal.

É
no SNC que acontece toda a análise de informações.
 O sistema nervoso periférico (SNP) inclui os neurônios sensoriais e neurônios
motores. Os neurônios sensoriais trazem sinais recebidos para o SNC e os neurônios
motores levam os sinais do SNC para os músculos.

O que são neurônios?

Os neurônios, ou células nervosas, são células que constituem as unidades básicas


do sistema nervoso, relacionadas com a propagação dos estímulos. Essas células têm
uma forma própria, diferente de todas as outras células do organismo, sendo compostas
de três partes:

1. Corpo celular, que é o local onde está presente o núcleo, grande parte das
organelas celulares e de onde partem os prolongamentos dessa célula.
2. Dendritos, que são prolongamentos dos neurônios em forma de garras, que
garantem a recepção dos estímulos e os levam em direção ao corpo celular. Quase todos
os neurônios apresentam uma grande quantidade de dendritos.
3. Axônio, que é um prolongamento único para cada neurônio, mais longo que os
dendritos e pelo qual se dá a condução do impulso nervoso. A comunicação entre
os neurônios é feita pelo axônio de uma célula com os dendritos das células seguintes.

Muitos axônios são envoltos por células que formam uma estrutura denominada estrato
mielínico ou bainha de mielina. Dois tipos de células podem formar o estrato
mielínico: os oligodendrócitos e as células de Schwann, ou neurolemócitos.
Os oligodendrócitos estão presentes no sistema nervoso central e atuam como isolantes
elétricos. As células de Schwann, ou neurolemócitos, produzem substâncias nutritivas.
Junto com o axônio, essas células formam a neurofibra ou fibra nervosa.

Como ocorre a transmissão dos impulsos nervosos: As informações chegam aos


neurônios por meio da sua captação a partir dos órgãos sensoriais, que as enviam
à medula ou encéfalo. Nessas regiões, os impulsos nervosos chegam aos neurônios por
meio dos dendritos e são transmitidos a outros neurônios, ou outros tipos de células,
pelos axônios.

Funções básicas: Receber sinais ou informação.

Integrar sinais de entrada (para determinar se essa informação deve ser repassada ou
não).

Comunicar sinais às células-alvo que são outros neurônios, músculos ou glândulas.

Os neurônios podem ser classificados de acordo com sua função em:


Neurônios sensoriais

Os neurônios sensoriais obtêm informação sobre o que está acontecendo dentro e fora
do corpo e levam essa informação para o SNC para que seja processada. Por exemplo,
se você pegar um carvão quente, os neurônios sensoriais com terminações nas pontas
dos dedos irão transmitir a informação de que está muito quente para o seu SNC.

Neurônios motores

Os neurônios motores recebem informação de outros neurônios para transmitir


comandos aos músculos, órgão e glândulas. Por exemplo, se você pegar um carvão
quente, seus neurônios motores que inervam os músculos dos seus dedos farão que sua
mão solte o carvão.

Interneurônios

Os interneurônios, que são encontrados somente no SNC, conectam um neurônio a


outro. Eles recebem informação de outros neurônios (neurônios sensoriais ou
interneurônios) e transmitem essa informação para outros neurônios (neurônios motores
ou interneurônios).

As sinapses - O prolongamento de um neurônio não continua no prolongamento do


outro neurônio, ou seja, eles são contíguos, vizinhos apenas. A ligação entre eles é feita
pela sinapse, que é a articulação de um neurônio com o outro, ou uma "válvula
fisiológica" que possibilita a passagem do impulso de uma célula à outra. O impulso
nervoso que percorre a célula nervosa se dá por modificações químicas e elétricas
nessas células. A célula nervosa em repouso é eletricamente polarizada, o interior é
negativo e o exterior é positivo. Quando um estímulo é aplicado a uma célula, a
membrana é despolarizada no local da estimulação. Essa região se repolariza e a região
seguinte despolariza, uma onda de despolarização e repolarização da membrana celular.
A atividade elétrica de uma célula é transmitida a outra através das sinapses. O neurônio
estimulado libera na sinapse, que o liga a outro neurônio, uma substância química
(mediador químico) que causará uma onda de despolarizações e repolarizações na
membrana a que está ligado (pós-sináptico).

O que são neurotransmissores?

Os neurônios não se comunicam fisicamente um com o outro nem com um músculo


ou glândula. Entre eles há um pequeno espaço preenchido por líquido, denominado
sinapse nervosa. O impulso elétrico que transita pelo axônio de um neurônio se converte
em substâncias químicas nas vesículas existentes em sua extremidade final
(vesículas sinápticas), que são então liberadas na fenda sináptica (espaço químico entre
dois neurônios) e captadas pelos dendritos dos neurônios posteriores.
Essas substâncias, ditas mensageiras químicas, portam mensagens que transmitem
informações ou ordens de um neurônio a outro e às células musculares ou glândulas.
Elas são chamadas neurotransmissores.
Assim, o neurotransmissor é uma molécula endógena sinalizadora secretada por
um neurônio para afetar outra célula-alvo através de uma sinapse. Quando essa
comunicação se verifica entre dois neurônios, os neurônios anteriores à fenda sináptica
são chamados neurônios pré-sinápticos e os posteriores a ela de neurônios pós-
sinápticos.
Esses produtos químicos endógenos são essenciais para moldar a vida e as funções
cotidianas. É através de neurotransmissores que o cérebro regula muitas funções
corporais, incluindo frequência cardíaca, respiração, ciclos de sono, digestão, humor,
concentração, apetite e movimento muscular, além de funções psicológicas e outras
funções físicas.
Os neurotransmissores podem ser classificados em três tipos:

1. Neurotransmissor excitatório, que atua estimulando a célula-alvo a agir,


provocando ações no corpo.
2. Neurotransmissor inibidor, que diminui as chances da célula-alvo agir e inibem
algum tipo de ação no corpo.
3. Neurotransmissores moduladores, que regulam alguma função no corpo.

Tipos de neurotransmissores

Aminoácidos

Os aminoácidos são os blocos construtores das proteínas e também podem atuar como
neurotransmissores no sistema nervoso. Entre os aminoácidos com a função de
neurotransmissores mais conhecidos estão::

 Glutamato: o mais importante neurotransmissor excitatório no sistema nervoso


central e está envolvido na aprendizagem e na memória;
 GABA (ácido gama-aminobutírico): o principal neurotransmissor inibitório no
cérebro e ajuda a regular o humor, reduzir a ansiedade e promover o sono;
 Glicina: assim, como o GABA, atua como um neurotransmissor inibitório no
sistema nervoso central, contribuindo para a regulação do movimento muscular e da
dor.

Monoaminas

As monoaminas são um grupo de neurotransmissores derivados de aminoácidos que


incluem:
 Serotonina: influencia o humor, o apetite, o sono e a regulação da dor;
 Dopamina: está associada à motivação, ao prazer e à coordenação motora;
 Histamina: modula a liberação de outros neurotransmissores, está envolvida na
resposta imune e na regulação do ciclo sono-vigília;
 Epinefrina (também conhecida como adrenalina): estimula a resposta ao
estresse e está envolvida na regulação da pressão arterial e da frequência cardíaca;
 Norepinefrina (noradrenalina): ajuda a regular o estado de alerta, a atenção e a
resposta ao estresse.

Peptídeos

Os peptídeos são cadeias curtas de aminoácidos que também atuam como


neurotransmissores. Alguns peptídeos notáveis são os seguintes:

 Ocitocina: conhecida como o “hormônio do amor”, está envolvida na formação


de laços sociais e afetivos, na reprodução, parto e amamentação;
 Endorfina: alivia a dor e promove uma sensação de bem-estar e prazer;
 Substância P: está envolvida na transmissão de sinais de dor para o cérebro.

Purinas

As purinas são moléculas orgânicas que compõem o material genético e também podem
exercer função como neurotransmissores, incluindo:

 Adenosina: atua como um neurotransmissor inibitório e modula a liberação de


outros neurotransmissores

Vale destacar que a adenosina está envolvida na produção de energia celular por meio
de uma molécula chamada ATP (adenosina trifosfato).

Acetilcolina

A acetilcolina é um neurotransmissor único que tem uma categoria própria, pois atua
tanto no sistema nervoso central quanto no periférico.

Assim sendo, a acetilcolina atua em funções como:

 Aprendizagem;
 Memória;
 Controle dos movimentos musculares.

Quais os efeitos de um desequilíbrio de neurotransmissores?


Desequilíbrios nos níveis de neurotransmissores podem afetar o funcionamento
adequado do sistema nervoso e levar a uma ampla gama de problemas de saúde, entre
eles:

 Depressão: um desequilíbrio nos níveis de serotonina, norepinefrina e/ou


dopamina pode contribuir para a depressão, fazendo com que os pacientes tenham
sintomas como tristeza persistente, perda de interesse, alterações no apetite e no sono, e
baixa energia;
 Ansiedade: desregulação de neurotransmissores como GABA, serotonina e
dopamina muitas vezes tem relação com o desenvolvimento de transtornos de
ansiedade, levando a sintomas como preocupação excessiva, agitação, tensão muscular
e dificuldade de concentração;
 Distúrbios do sono: desequilíbrios em neurotransmissores como melatonina,
serotonina e histamina afetam o ciclo do sono, causando insônia, sonolência excessiva
ou problemas para manter um sono profundo e restaurador;
 Doença de Parkinson: a perda de neurônios produtores de dopamina no cérebro
pode levar à doença de Parkinson, um distúrbio neurodegenerativo que afeta a
coordenação motora e causa quadro clínico com tremores, rigidez muscular, lentidão de
movimentos e problemas de equilíbrio;
 Esquizofrenia: acredita-se que um desequilíbrio nos níveis de dopamina,
serotonina e glutamato esteja envolvido na esquizofrenia, um transtorno mental que
pode causar alucinações, delírios, pensamento desorganizado e comportamento
anormal;
 Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): alterações nos
níveis de dopamina e norepinefrina provavelmente tem relação com o TDAH, um
transtorno que suscita, em diferentes graus, dificuldade de concentração, impulsividade
e/ou hiperatividade;
 Transtorno bipolar: assim como ocorre na depressão, desequilíbrios nos níveis
de serotonina, dopamina e norepinefrina podem contribuir para o transtorno bipolar, que
é caracterizado por ao menos 1 episódio de mania (humor elevado, energia aumentada)
com ou sem depressão (humor deprimido, baixa energia).

A dopamina é um hormônio liberado pelo hipotálamo, que é associado à sensação de


bem-estar e aos controles motores do corpo. O cérebro libera dopamina durante
atividades prazerosas. A falta desse hormônio pode desencadear o Mal de Parkinson e o
excesso dele está relacionado à esquizofrenia. Uma dieta saudável e o exercício físico
podem ajudar a aumentar os níveis de dopamina naturalmente.
A endorfina é considerada o “hormônio do prazer”. Ela inibe os sinais de dor e cria
uma sensação eufórica. É produzida pela hipófise e está relacionada à melhoria do
humor, da memória, do funcionamento do sistema imunológico, do controle da dor e do
fluxo de sangue. A falta de endorfina pode levar ao estresse, depressão e ansiedade.
Exercícios aeróbicos aumentam os níveis de endorfina.
A serotonina é um neurotransmissor inibitório sintetizado pelo sistema nervoso
central que quando é liberado para o corpo promove a sensação de bem-estar e
satisfação, além de controlar o sono e regular o apetite e a energia. Também é conhecida
como “hormônio do prazer”, e a ausência dela pode causar depressão, estresse,
ansiedade, dentre outros problemas. A serotonina desempenha um papel importante na
depressão e na ansiedade. Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS)
podem aliviar a depressão aumentando os níveis de serotonina no cérebro.
O ácido gama aminobutírico (Gaba) é um regulador do humor. Tem uma ação
inibitória que impede que os neurônios fiquem superexcitados. Baixos níveis
de GABA podem causar ansiedade, irritabilidade e inquietação. Os benzodiazepínicos
funcionam contra a ansiedade aumentando a ação do GABA.
O glutamato é o neurotransmissor mais abundante encontrado no sistema nervoso. Atua
como principal neurotransmissor excitatório, sendo muito importante para o
aprendizado e memória.
A adrenalina, também chamada de epinefrina, é um neurotransmissor excitatório,
sendo liberado em situações que exigem esforço físico e que envolvem medo, estresse,
perigo ou fortes emoções. Quando uma pessoa está estressada ou com medo, seu corpo
pode liberar adrenalina. Ela aumenta a frequência cardíaca e a respiração e dá
aos músculos uma sacudida de energia. Também ajuda o cérebro a tomar decisões
rápidas diante do perigo. Ou seja, é liberada como um mecanismo de defesa do corpo e
para realizar grandes feitos, dessa forma, prepara o corpo para uma resposta de “luta ou
fuga”.
A noradrenalina ou norepinefrina é um neurotransmissor semelhante à adrenalina,
que atua na regulação do humor, aprendizado e memória e na excitação física e mental.
Níveis altos dessa substância podem levar ao aumento da frequência cardíaca e
da pressão arterial e níveis baixos podem resultar em doenças como a depressão e o
aumento do estresse.
A acetilcolina é um neurotransmissor excitatório. Ela está relacionada com as
atividades ligadas à atenção, aprendizado e memória. A acetilcolina desencadeia
contrações musculares, estimula alguns hormônios e controla os batimentos cardíacos.
A falta de acetilcolina no corpo pode desencadear diversas doenças neurológicas, tal
qual a doença de Alzheimer, e ter altos níveis de acetilcolina pode causar muita
contração muscular e levar a convulsões, espasmos e outros problemas de saúde.

As funções cognitivas são habilidades que o nosso cérebro possui para realização das
atividades cotidianas. Elas podem ser divididas em grupos mais amplos e esses
agrupamentos maiores possuem subdivisões.

Entre os maiores, destacamos:

 memória
 percepção
 linguagem
 funções executivas
 atenção e praxia

Todas essas juntas dão base aos nossos pensamentos, sentimentos e ações - mesmo das
mais simples até aquelas mais abstratas e complexas.

As funções cognitivas e sua atuação

Em síntese, as funções cognitivas são os processos mentais que nos permitem:

 Racionalizar
 Pensar
 Resolver problemas

Eles são considerados normais se as habilidades permitem à pessoa lidar de maneira


adequada nas atividades cotidianas.
Atenção

Atenção é a função cognitiva que seleciona um aspecto da informação - subjetiva ou


cognitiva - e deixa de lado outros aspectos.Ela pode ser avaliada em diferentes aspectos
é divide-se em:

 Atenção seletiva
 Atenção dividida

Concentração

Consiste em concentrar voluntariamente toda a atenção da mente em um objetivo.

Uma função bastante produtiva é o foco, que ajuda a resistir a vários impulsos e
dominar a atenção sobre um aspecto, mesmo havendo vários estímulos competindo pela
nossa concentração.

Memória

A memória permite registrar e conservar experiências vividas, ideias, imagens, fatos ou


eventos, sentimentos… é a capacidade de manter as informações na nossa mente e
recordá-la no futuro. A memória classifica-se conforme a duração e os tipos de
informação:

 Memória de curto prazo


 Memória de longo prazo
Linguagem

É uma função que utilizamos todos os dias, por meio da linguagem oral numa conversa,
ou através da escrita ou leitura.
O conceito de linguagem é definido pelo uso organizado de combinar palavras com o
objetivo de se comunicar, porém a comunicação não é apenas um processo verbal.
Formas não-verbais também são capazes de comunicar ideias e sentimentos.

Percepção

É a função cognitiva que cuida dos processos pelos quais a pessoa reconhece, organiza e
dá significado a estímulos do ambiente pelos órgãos sensoriais. Ou seja, se a pessoa está
vendada e tatear algo ela é capaz de reconhecer pelas informações armazenadas no
cérebro qual a textura ou a forma do objeto.

Funções executivas

São as atividades cognitivas responsáveis pelo planejamento e execução de tarefas. Elas


incluem:

 raciocínio
 lógica
 estratégias
 tomada de decisões
 resolução de problemas

Todos esses processos cognitivos são produzidos diariamente - perpassando desde os


problemas mais simples até os de maior complexidade. Então independente do grau de
complexidade do problema, a pessoa precisa estar apta para:

 fazer uma análise da situação


 escolher a estratégia mais coerente
 antecipar as consequências da decisão

Considernado as funções cognitivas e executivas do cérebro, especialmente a função


executiva do cérebro está dividida basicamente em três pontos:

Flexibilidade cognitiva: A habilidade de alternar entre diferentes pensamentos,


estratégias ou tarefas de forma adaptativa. A flexibilidade cognitiva permite ajustar o
comportamento de acordo com as demandas do ambiente e superar obstáculos ou
mudanças nas condições. É ela que usamos quando pensamos em estratégias eficazes
para atingir metas, antecipar obstáculos, organizar recursos, e também quando tudo dá
errado e precisamos de um plano B.
Memória de trabalho: A capacidade de manter e manipular temporariamente
informações em mente para realizar tarefas cognitivas complexas. A memória de
trabalho é fundamental para a resolução de problemas, o raciocínio e a compreensão de
informações, mas ela tem uma limitação natural e só foca a atenção em uma atividade
de cada vez.

Controle inibitório: A capacidade de inibir ou controlar impulsos, pensamentos ou


comportamentos inadequados ou irrelevantes. A inibição está associada à capacidade de
resistir a distrações, adiar recompensas imediatas em favor de objetivos de longo prazo
e controlar comportamentos impulsivos.

Funções cognitivas e executivas do cérebro: Como problemas neste campo


impactam a sua vida?

A neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia CIacci explica


que, neste caso, os impactos dependem muito do tipo de disfunção, mas no geral,
pequenas disfunções já podem causar impactos imensos “Por exemplo uma pessoa com
dislexia, que é apenas uma organização diferente do cérebro ao lidar com a linguagem
escrita, mas é o suficiente para ela ter que se esforçar muito, e durante muito tempo,
para aprender estratégias para lidar com os erros de percepção na leitura”, pontuou.

As funções executivas no nosso dia a dia interagem o tempo todo em todas as nossas
atividades diárias. Imagine que para preparar seguir o plano para atingir uma meta, será
necessário utilizar a linguagem para aprender certos conteúdos e anotar etapas e prazos
em uma agenda. Nesse cenário, quanto melhor uma pessoa domina a linguagem e a
memória, melhor ela consegue aproveitar os aprendizados para colocar em prática
durante o seu planejamento para a meta.

“As funções executivas dependem das cognitivas para ter elementos e estrutura para
trabalhar, e as cognitivas dependem das executivas para aprender e se aperfeiçoar”,
detalhou a especialista.

As funções cognitivas de todo o cérebro se formam desde um pouco antes do


nascimento até a adolescência, sendo que os 3 primeiros anos de vida são cruciais para
construir a base emocional do desenvolvimento cognitivo, e dos 4 aos 12 anos estão os
períodos críticos para aprendizagem motora, da linguagem e da socialização.
Na infância as funções executivas ainda estão começando a surgir. Por isso que é
excelente deixar as crianças explorando o parquinho e se sujando inteiras, mas não
podemos responsabilizá-las por nenhuma decisão.
Na adolescência e início da fase adulta temos a maturidade do córtex pré-frontal e das
funções executivas, agora sim podemos exercer a autonomia, mas ainda estamos
sujeitos a decisões ruins porque ainda estamos aprendendo quais estratégias funcionam
melhor.
Após os 25 anos podemos considerar que o cérebro está maduro e capaz de executar
todo seu potencial, mas lembrando sempre que esse potencial depende de tudo que foi
treinado e aprendido até aqui. As habilidades sociais e de comunicação também se
desenvolvem, permitindo a navegação eficaz em contextos interpessoais e profissionais.
Na idade adulta média e idosa, as funções executivas podem começar a declinar devido
ao envelhecimento do cérebro. Há uma diminuição gradual da velocidade de
processamento cognitivo, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva. No entanto, a
experiência e os padrões adquiridos ao longo da vida podem compensar algumas dessas
mudanças, permitindo uma adaptação eficaz às demandas cognitivas e emocionais,
principalmente se continuarmos aprendendo.

Memória e flexibilidade cognitiva


Quando pensamos em funções cognitivas e executivas do cérebro, os desafios mais
comuns que permitem melhoria pelo estilo de vida são a memória e a flexibilidade
cognitiva. A memória porque ela depende da atenção, e podemos treinar o foco e a
concentração em diversas tarefas, principalmente as tarefas manuais, como os cálculos
no ábaco e leitura em papel.

A estimulação cognitiva neste sentido


O primeiro ponto de atenção quando se verifica uma dificuldade é fazer o correto
rastreamento, ou seja, identificar se é apenas uma dificuldade, se é um transtorno do
neurodesenvolvimento ou o indício de alguma perda cognitiva por doença
neurodegenerativa. E isso só deve ser feito com os profissionais corretos de cada área,
neuropsicólogos, psiquiatras ou neurologistas.
Uma vez identificado o transtorno ou dificuldade, vários caminhos de intervenção
podem ser seguidos, como por exemplo:

 Treinamento cognitivo: Envolve a prática repetida de tarefas e exercícios


projetados para direcionar habilidades cognitivas específicas, como memória de
trabalho, atenção seletiva e flexibilidade cognitiva. Esses programas podem ser
adaptados às necessidades individuais do paciente e geralmente são realizados de forma
estruturada e progressiva ao longo do tempo.

 Terapia cognitivo comportamental: A terapia comportamental pode incluir


técnicas de modificação de comportamento para promover a autorregulação e o
autocontrole. Estratégias como reforço positivo, modelagem de comportamento e
gerenciamento de contingências podem ser usadas para incentivar comportamentos
desejados e reduzir comportamentos problemáticos.

 Estratégias de compensação: Em alguns casos, é útil ensinar estratégias de


compensação para contornar áreas de dificuldade cognitiva. Isso pode incluir o uso de
dispositivos de assistência tecnológica, técnicas de organização e planejamento, e
adaptações ambientais para facilitar o funcionamento diário.

 Treinamento de habilidades sociais: Para indivíduos com dificuldades nas


interações sociais e na comunicação, o treinamento de habilidades sociais pode ser
benéfico. Isso pode envolver a prática de habilidades de comunicação, resolução de
conflitos e empatia por meio de role-playing, modelagem e feedback direto.

 Apoio psicossocial: O suporte psicossocial, incluindo terapia individual ou em


grupo, apoio familiar e educação para os cuidadores, pode ser essencial para promover o
bem-estar emocional e a adaptação às dificuldades cognitivas.

 Estilo de vida saudável: Promover um estilo de vida saudável com dieta


equilibrada, exercício físico regular, sono adequado e gerenciamento de estresse
também pode ter um impacto positivo nas funções executivas e cognitivas. Estudos
mostraram que hábitos saudáveis podem melhorar a plasticidade cerebral e reduzir o
risco de declínio cognitivo relacionado à idade, inclusive com aulas de estimulação
cognitiva em grupo.

Existem diversas técnicas de estudo e aprendizado que podem ser eficazes para
diferentes pessoas e contextos. Aqui estão algumas das mais comuns:
1. Leitura ativa: Envolve fazer anotações, destacar pontos-chave e fazer perguntas
enquanto você lê para garantir melhor compreensão e retenção do conteúdo.
2. Resumos e sínteses: Após a leitura, escreva um resumo do material em suas
próprias palavras. Isso ajuda a consolidar o conhecimento e identificar lacunas em sua
compreensão.
3. Mapas mentais e diagramas: Organize visualmente informações complexas
usando mapas mentais ou diagramas. Isso pode ajudar a entender conexões entre
conceitos e facilitar a memorização.
4. Revisão espaçada: Distribua o estudo ao longo do tempo em sessões espaçadas
para melhorar a retenção a longo prazo. Ferramentas como flashcards e aplicativos de
revisão espaçada podem ser úteis para isso.
5. Ensino para outros: Explicar o que você aprendeu para outras pessoas é uma
ótima maneira de consolidar o conhecimento e identificar áreas que você ainda não
domina completamente.
6. Prática deliberada: Dedique tempo para praticar deliberadamente as
habilidades que deseja desenvolver, focando em áreas específicas de melhoria.
7. Testes práticos: Realize testes práticos para avaliar seu conhecimento e
identificar áreas que precisam de mais atenção. Isso pode incluir resolver exercícios,
fazer simulados ou responder perguntas de revisão.
8. Ambiente de estudo adequado: Encontre um ambiente de estudo tranquilo e
livre de distrações, onde você possa se concentrar completamente em seu trabalho.
9. Gerenciamento do tempo: Utilize técnicas de gerenciamento de tempo, como a
técnica Pomodoro, para manter o foco e a produtividade durante as sessões de estudo.
10. Autoavaliação: Regularmente avalie seu próprio progresso e ajuste suas
estratégias de estudo conforme necessário. Identifique o que está funcionando bem e o
que pode ser melhorado.
Experimente diferentes técnicas e descubra quais funcionam melhor para você e para o
tipo de material que está estudando. A combinação de várias dessas técnicas também
pode ser eficaz.

Funções cognitivas são processos mentais complexos que permitem aos seres humanos
processar, compreender, armazenar e usar informações. Elas desempenham um papel
fundamental em praticamente todas as atividades que realizamos, desde tarefas simples
do dia a dia até atividades complexas que exigem pensamento abstrato e resolução de
problemas.
Alguns exemplos de funções cognitivas incluem:
1. Atenção: A capacidade de focar em uma tarefa específica ou estímulo enquanto
suprime distrações.
2. Memória: A capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações ao
longo do tempo. Isso inclui memória de curto prazo, memória de longo prazo e
processos de recordação.
3. Percepção: O processo pelo qual interpretamos e organizamos as informações
sensoriais que recebemos do ambiente ao nosso redor.
4. Raciocínio: A habilidade de pensar logicamente, fazer inferências e chegar a
conclusões com base em evidências.
5. Linguagem: A capacidade de compreender e produzir linguagem verbal e
escrita para comunicação.
6. Resolução de problemas: A capacidade de identificar e analisar problemas,
desenvolver estratégias para resolvê-los e implementar essas estratégias de maneira
eficaz.
7. Funções executivas: Um conjunto de habilidades que inclui planejamento,
organização, flexibilidade cognitiva, controle inibitório e autorregulação. Essas
habilidades são essenciais para o gerenciamento de metas e a tomada de decisões.
8. Aprendizado: O processo de adquirir novos conhecimentos, habilidades e
atitudes por meio da experiência, estudo e interação com o ambiente.
Essas funções cognitivas muitas vezes trabalham em conjunto para nos ajudar a
entender o mundo ao nosso redor, resolver problemas e tomar decisões. Elas são
fundamentais para o funcionamento eficaz do cérebro humano e são influenciadas por
uma variedade de fatores, incluindo genética, experiência, ambiente e saúde mental.

As funções cognitivas superiores referem-se a processos mentais mais complexos que


envolvem a integração de múltiplas habilidades cognitivas básicas para realizar tarefas
de maior nível de dificuldade. Essas funções estão associadas com atividades mentais
mais avançadas que requerem raciocínio abstrato, resolução de problemas complexos,
planejamento, tomada de decisões e outras habilidades cognitivas avançadas.
As funções cognitivas superiores incluem aspectos como:
1. Pensamento Crítico: A capacidade de analisar informações de maneira objetiva
e criteriosa, avaliando sua validade, relevância e confiabilidade.
2. Metacognição: A habilidade de monitorar e regular o próprio pensamento,
incluindo o planejamento de estratégias de aprendizagem, a avaliação do próprio
desempenho e a autorregulação do processo de aprendizagem.
3. Criatividade: A capacidade de gerar novas ideias, conceitos ou soluções
originais para problemas, muitas vezes envolvendo a combinação de informações de
diferentes fontes de maneira inovadora.
4. Flexibilidade Cognitiva: A capacidade de ajustar o pensamento e o
comportamento de acordo com novas informações, mudanças de contexto ou demandas
da situação.
5. Resolução de Problemas Complexos: Lidar com situações desafiadoras que
exigem análise cuidadosa, planejamento estratégico e implementação de soluções
eficazes.
6. Tomada de Decisões: Avaliar opções, considerar consequências e escolher a
melhor alternativa entre várias possibilidades.
7. Raciocínio Lógico: Pensar de forma coerente e consistente, seguindo regras e
princípios de lógica para chegar a conclusões válidas.
Essas funções cognitivas superiores são essenciais para o sucesso em muitas áreas da
vida, incluindo educação, trabalho, relacionamentos interpessoais e resolução de
problemas em geral. Elas são desenvolvidas ao longo do tempo por meio da
experiência, prática e exposição a desafios intelectuais diversos.

O processo de aprendizagem é complexo e envolve uma variedade de fatores


cognitivos, emocionais e ambientais. Aqui está uma explicação geral de como funciona:
1. Percepção e Atenção: O processo de aprendizagem começa com a percepção de
estímulos do ambiente. Isso envolve a atenção seletiva, onde o indivíduo direciona sua
atenção para informações relevantes enquanto suprime distratores. A atenção é crucial
para garantir que as informações sejam processadas adequadamente.
2. Codificação: Depois de perceber um estímulo, o próximo passo é a codificação,
onde as informações são traduzidas em uma forma que o cérebro pode entender e
processar. Isso envolve a conversão das informações sensoriais em sinais neurais que
podem ser transmitidos e armazenados no cérebro.
3. Consolidação: Uma vez codificadas, as informações precisam ser consolidadas
na memória. Isso envolve a transferência das informações da memória de curto prazo
para a memória de longo prazo por meio de processos como repetição, associação e
elaboração.
4. Armazenamento: As informações consolidadas são armazenadas em diferentes
áreas do cérebro, dependendo de sua natureza e importância. A memória de longo prazo
pode ser dividida em diferentes tipos, como memória episódica (memória de eventos
específicos), memória semântica (conhecimento factual) e memória procedimental
(habilidades e procedimentos).
5. Recuperação: Quando necessário, as informações armazenadas podem ser
recuperadas da memória. Isso envolve a ativação dos circuitos neurais associados às
informações específicas que estão sendo procuradas. A recuperação pode ser facilitada
por dicas ou pistas contextuais que ajudam a reativar as memórias.
6. Aplicação e Generalização: O último estágio do processo de aprendizagem
envolve a aplicação do conhecimento adquirido em novas situações e a capacidade de
generalizar princípios aprendidos para contextos diferentes. Isso requer flexibilidade
cognitiva e a capacidade de transferir o que foi aprendido para novos cenários.
É importante notar que o processo de aprendizagem é influenciado por uma variedade
de fatores, incluindo motivação, emoções, experiências prévias, estilo de aprendizagem
e ambiente de aprendizagem. Além disso, a aprendizagem é um processo contínuo e
dinâmico que ocorre ao longo da vida e pode ser facilitado por estratégias eficazes de
ensino e aprendizagem.

Existem várias técnicas de estudo que têm sido amplamente estudadas e consideradas
eficazes com base em evidências científicas. Algumas dessas técnicas incluem:
1. Recuperação ativa: Este método envolve testar a si mesmo repetidamente sobre
o material de estudo, em vez de apenas reler as informações. Isso pode incluir fazer
perguntas sobre o material, praticar a resolução de problemas ou tentar lembrar
conceitos-chave sem olhar para as notas.
2. Espaçamento: Distribuir o estudo ao longo do tempo em sessões espaçadas, em
vez de tentar aprender tudo de uma vez. Isso pode envolver revisar o material várias
vezes ao longo de vários dias ou semanas.
3. Interleaving: Alternar entre diferentes tipos de tarefas de estudo ou diferentes
tipos de material em uma única sessão de estudo. Por exemplo, alternar entre problemas
de matemática, leitura de texto e prática de vocabulário em um único período de estudo.
4. Elaboração: Relacionar novas informações com conhecimento prévio ou aplicá-
las a situações do mundo real. Isso pode ajudar a fortalecer as conexões entre os
conceitos e facilitar a retenção e a compreensão.
5. Autoexplicação: Explicar o material de estudo em suas próprias palavras, como
se estivesse ensinando a outra pessoa. Isso pode ajudar a aprofundar a compreensão e
identificar lacunas no conhecimento.
6. Prática distribuída: Praticar habilidades específicas de forma distribuída ao
longo do tempo, em vez de tentar dominá-las de uma vez. Por exemplo, praticar um
instrumento musical por 20 minutos todos os dias, em vez de praticar durante várias
horas em um único dia.
7. Testes práticos: Realizar testes práticos sobre o material de estudo para avaliar
o próprio conhecimento e identificar áreas que precisam de mais revisão.
Essas técnicas são baseadas em princípios de psicologia cognitiva e têm sido
amplamente estudadas em contextos educacionais e de aprendizagem. No entanto, é
importante notar que a eficácia de uma técnica de estudo pode variar dependendo do
indivíduo, do tipo de material sendo estudado e do contexto específico de
aprendizagem. Experimentar diferentes técnicas e descobrir o que funciona melhor para
você é fundamental para o sucesso acadêmico.

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