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Ana Rita Andorinha nº 1

Marcio Jr nº 11 (CT)
Marta Noivo nº 13
12ºLH

O Cérebro e a sua influência no comportamento

Índice
Introdução..................................................................................................................................................2
O cérebro, sua função e estrutura.............................................................................................................2
As unidades básicas do sistema nervoso: os neurónios............................................................................3
Os neurónios..............................................................................................................................................3
Tipos de neurónios.................................................................................................................................... 3
Constituição do neurónio.......................................................................................................................... 4
A transmissão da informação nervosa...................................................................................................... 4
A importância da medula espinal e das estruturas subcorticais............................................................... 6
Os atos reflexos..........................................................................................................................................6
A importância do córtex cerebral.............................................................................................................. 7
Lateralidade e dominância........................................................................................................................ 8
A especialização dos hemisférios cerebrais: lateralidade e dominância.................................................. 9
Os estudos sobre pacientes com hemisférios cerebrais divididos..........................................................10
Funções dos dois hemisférios..................................................................................................................10
O cérebro é uma estrutura que funciona de forma especializada e integrada...................................... 10
A plasticidade do cérebro........................................................................................................................ 11
Plasticidade cerebral e aprendizagem.....................................................................................................11
Lentificação e individuação.....................................................................................................................12
A influência do cérebro no comportamento humano.............................................................................12
Conclusão.................................................................................................................................................13
Bibliografia............................................................................................................................................... 13
Introdução

O cérebro é o órgão mais complexo do corpo humano. Em 2014


foi considerado o ano do cérebro pelo European Brain Council. Nos
últimos 100 anos de investigação sobre o cérebro já se descobriu várias
funções do sistema nervoso. Por isso, é importante saber situar o cérebro
no sistema nervoso e dar uma ideia geral da constituição do mesmo.
Neste trabalho, iremos explicar o funcionamento do cérebro e como isto
afeta o modo pelo qual o ser humano se comporta no dia a dia, no fim de
aprofundar os conhecimentos em relação à disciplina de Psicologia B.

O cérebro, sua função e estrutura


O cérebro controla todos os nossos pensamentos,
emoções e movimentos voluntários, sendo então um
órgão essencial para a vida humana. Este se encontra
presente no encéfalo1 e é constituído principalmente por
neurónios, neurotransmissores, células gliais, córtex
cerebral e corpo caloso.

1
Órgão pertencente ao sistema nervoso central que recebe e processa informações sensoriais do
interior do organismo ou do exterior e propõem uma resposta que promova a sobrevivência do
Homem.
As unidades básicas do sistema nervoso: os neurónios

Os neurónios

O cérebro é constituído por milhões de neurónios que, em conjunto


com as células glia ou gliais, formam a base do sistema nervoso. Os
neurónios são as células responsáveis por receber e transmitir os
estímulos do meio (interno e externo) para o organismo elaborar respostas.
As respostas são semelhantes a uma corrente elétrica chamada de impulso
nervoso.

As células gliais atuam como suporte aos neurónios: estas


transportam nutrientes essenciais aos neurónios, os isolam pela produção
da bainha de mielina, removem as excretas, os neurónios mortos e os
restos celulares da fagocitose, sendo muito importantes na formação de
novas sinapses durante o processo de aprendizagem. As sinapses são
ilimitadas, e, portanto, nós podemos aprender indefinidamente.

Tipos de neurónios

Sensitivos: transmitem informações dos recetores sensoriais até ao


sistema nervoso central

Motores: transmitem respostas do sistema nervoso central aos


órgãos efetores.

Associativos: preparam respostas para a informação transmitida


para o sistema nervoso central.
Constituição do neurónio

1 – Corpo celular: Dirige a fabricação de substâncias que o


neurónio usa para crescer e sustentar

2 - Dentrites: Parte recetora do neurónio cuja função é recolher e


orientar a informação nervosa para o corpo celular

3- Axónio: Prolongamento do neurónio que transporta a


informação do corpo celular para as outras células. Este pode apresentar
ramificações semelhantes a raízes.

4 - Bainha de mielina: Camada de células gordas que envolve o


axónio e permite que os impulsos nervosos viajem mais rapidamente no
organismo

A transmissão da informação nervosa

Para haver comunicação entre dois neurónios, é necessário que haja


uma ligação entre eles. Essa ligação chama-se sinapse. Há quem diga que
o comprimento dessa rede é quase como a distância da Terra à Lua.
A transmissão das mensagens nervosas requer dois processos: O
processo elétrico e o processo químico. No processo elétrico, a corrente
elétrica passa de um neurónio para o outro através de junções. No
processo químico, a informação é transmitida por mensageiros químicos
nominados de neurotransmissores.

É através da ligação entre os neurotransmissores e os recetores que


há uma alteração do neurónio em que o sinal químico passa a um impulso
elétrico.
O neurónio que envia a mensagem chama-se neurónio pré-
sináptico, e o neurónio que recebe a mensagem é o neurónio pós-
sináptico.

Na tabela abaixo, são mencionados alguns dos neurotransmissores


mais conhecidos:

Neurotransmissor Função Condições


relacionadas ao
desequilíbrio
Dopamina Responsável pela Depressão, TDAH,
atenção, execução de doença de Parkinson,
movimentos e esquizofrenia
aprendizagem
Serotonina Regulação do humor, Distúrbios
ritmo cardíaco e ciclo alimentares, depressão
circadiano
Acetilcolina Essencial para a Doença de Alzheimer
memória e excitação
dos músculos do
esqueleto
Endorfina Reduz a dor; promove Depressão, TOC
o bem-estar físico e a
euforia
Adrenalina Mantém o corpo em Doença de Addison
alerta em casos de alto
estresse e excitação
A importância da medula espinal e das estruturas subcorticais

A medula espinal é um conjunto de fibras nervosas que conecta o


cérebro com o resto do organismo, constituindo o sistema nervoso central
(SNC). O sistema nervoso central é responsável pela receção e
transmissão de informações causadas por impulsos nervosos. A mesma
possui duas funções, entre estas a função condutora e a função
coordenadora.

Função condutora - Transporta para o cérebro informação


somatossensorial e do cérebro para os músculos. É importante para a
atividade motora voluntária e na organização rítmica dos movimentos de
locomoção. A lesão na medula espinal pode levar à paralisia e
insensibilidade.

Função coordenadora - Coordena as atividades reflexas, respostas


automáticas a um determinado estímulo. Age como um meio de
comunicação entre o cérebro e o organismo.

Os atos reflexos

As respostas motoras da medula espinal a dados estímulos externos


são denominadas de atos reflexos.
A importância do córtex cerebral

O córtex cerebral é a parte mais exterior que cobre toda a superfície


do cérebro. É responsável pela capacidade de raciocinar, recordar,
imaginar, falar, resolver problemas, planear, coordenar movimentos e ter
perceção do meio. Sem o córtex cerebral, o ser humano não era capaz de
realizar as funções mentais superiores que os distinguem dos restantes
animais.

O mesmo envolve os dois hemisférios cerebrais: o hemisfério


esquerdo e o hemisfério direito, respetivamente caracterizados pelo
pensamento lógico e pela criatividade.

O córtex possui dois tipos de áreas funcionais: as áreas primárias


(denominadas sensoriais ou de projeção) e as áreas secundárias
(denominadas de psicossensoriais ou de associação).
As áreas primárias recebem e produzem informação sensorial, enquanto
as áreas secundárias coordenam e integram os dados sensoriais e as
funções motoras, para além de interpretar a informação recebida pelas
áreas sensoriais.

Em cada hemisfério cerebral existem quatro lobos: lobo frontal,


lobo parietal, lobo occipital e lobo temporal, com diferentes funções.
Além disso, estes interagem para realizar processos de um maior nível de
complexidade.

Córtex visual - localiza-se na parte posterior do córtex cerebral. O


lobo occipital é a zona especializada na visão.

Córtex auditivo - situado perto das têmporas. Zona especializada na


audição.

Córtex somatossensorial - Localizado atrás dos lobos frontais.


Responsável pela sensações corporais como a dor, calor e frio.
Córtex motor - Situa-se na parte dianteira dos dois hemisférios
cerebrais.

Lateralidade e dominância

Não há áreas específicas responsáveis pela memória ou a


aprendizagem. As ações e estados mentais envolvem as várias redes das
várias áreas.
O córtex também se relaciona com as zonas subcorticais através da
ligação ao sistema límbico, tálamo, cerebelo e a outros órgãos e a outras
áreas. Mas compete ao córtex coordenar e dar resposta a perguntas
complexas (por exemplo a nossa morada, falar, escrever ou como
deslocar para um lugar).

A especialização dos hemisférios cerebrais: lateralidade e


dominância

Os dois hemisférios cerebrais dispõem de funções complementares,


gerando o termo de lateralização. A dominância cerebral é a função mais
importante de um dos hemisférios, ou seja, é a inclinação de um
hemisfério para determinadas capacidades.

Os estudos sobre pacientes com hemisférios cerebrais divididos

A Teoria do Cérebro Dividido afirma que o cérebro é dividido em


dois hemisférios. Esta teoria foi apoiada pelos estudos de Roger Sperry,
que realizou estudos em doentes com epilepsia, que se desenvolve num
dos hemisférios, diretamente afetando o outro por uma estrutura nervosa
cuja função é ligar os dois hemisférios: o corpo caloso. O neuropsicólogo
tinha como objetivo observar o funcionamento dos hemisférios cerebrais
de forma isolada, e, para isso, era necessário inibir o corpo caloso de
passar informação para o outro hemisfério. Nos estudos, Sperry descobriu
que a informação visual é enviada para hemisférios diferentes de acordo
com a posição do objeto. Ou seja, se um objeto se situa no campo visual
esquerdo, a informação será transmitida para o hemisfério direito, e, pelo
corpo caloso, a informação propaga-se para o outro hemisfério.

Um outro estudo foi realizado a uma paciente, onde foi pedido para
olhar para o ponto negro num centro dum ecrã. Após isso, uma colher foi
movida rapidamente em ambos os lados do ponto negro. Quando a colher
foi colocada no campo visual direito, a mulher a identificou. Mas quando
a colher foi colocada no campo visual esquerdo, ela não foi capaz de
dizer qual foi objeto que foi deslocado. Após isso, Sperry pediu à
paciente para encontrar certos objetos por baixo do mesmo ecrã. Ela,
utilizando a mão esquerda, que envia as sensações para o hemisfério
direito, pegou uma colher. Ela sabia que viu uma colher, mas não
conseguia dizer a palavra.

Com os estudos feitos, foi concluído que o hemisfério esquerdo foca na


linguagem e o hemisfério direito foca na memória e na consciência.
Funções dos dois hemisférios

O hemisfério esquerdo controla o lado direito do corpo e é


encarregue das funções linguísticas como falar, ler, escrever e
compreender a linguagem falada. Também é responsável pelas aptidões
matemáticas como cálculo e o raciocínio lógico e ainda processa a
informação analítica e sequencial.

O hemisfério direito controla o lado esquerdo e é especializado nas


relações espaciais e visuais. Os artistas, pintores e escultores, pessoas
capazes de resolver puzzles mais complexos, montar móveis de acordo
com as instruções têm este hemisfério mais desenvolvido.

É ainda mais especializado no reconhecimento das vozes, melodias


e padrões visuais e em tarefas que requerem boa memória e pela
expressão de emoções negativas.

O cérebro é uma estrutura que funciona de forma especializada e


integrada

Quando se fala de especialização cerebral, pensa-se que cada


processo mental é exclusivo de um hemisfério cerebral e que quando um
hemisfério está ativo o outro está desativado. Esta é uma afirmação falsa,
uma vez que todos os processos mentais baseiam se na interação das
várias áreas cerebrais.
A plasticidade do cérebro

A plasticidade do cérebro é definida pela capacidade do órgão de


criar novas sinapses e ligações entre os neurónios. É comprovada pela
função vicariante ou de suplência, uma propriedade do cérebro que
permite a recuperação de capacidades perdidas em caso de lesões
cerebrais. A zona afetada é rodeada pela área de penumbra, que é a zona
que pode ser salva, permitindo a recuperação parcial, ou até mesmo total,
das capacidades perdidas durante a lesão.

Nos últimos anos, tem-se desenvolvido várias técnicas para a


recuperação funcional sendo uma delas originada em Portugal
(transplante autólogo). Esta técnica consiste em transplantar tecido
retirado da mucosa olfativa (que tem uma grande capacidade de
regeneração) e, depois de ser manipulado em laboratório, o tecido é
colocado na zona lesionada da medula, restabelecendo a comunicação
nervosa.

Plasticidade cerebral e aprendizagem

O cérebro é bastante recetivo às estimulações do meio. É no


cérebro que registamos os eventos que decorrem durante a nossa vida.
Sendo assim, nem irmãos gémeos têm os cérebros iguais, uma vez que
não têm as mesmas experiências de vida e têm modos diferentes de a ver.
A plasticidade do cérebro, portanto, é de extrema importância à
aprendizagem, visto que ao formar novas sinapses, haverá o
armazenamento e o reforço de informações. Esta habilidade tende a
enfraquecer ao longo da idade, e, por isso, é mais fácil aprender novas
coisas enquanto jovem.

Lentificação e individuação

O ser humano quando nasce ainda não tem os seus sentidos


completamente prontos a ser usados. À medida que vai crescendo, as
células recetivas dos aparelhos sensoriais vão aumentando, adaptando-se
assim ao meio. A este processo chama-se de lentificação.

Com o tempo, o ser humano vai desenvolvendo capacidades e


aptidões (como a linguagem e a escrita), memórias e várias experiências
de vida que vai influenciar comportamento de um indivíduo e a sua forma
de observar o mundo. Este processo é nominado por individuação.

A influência do cérebro no comportamento humano

Foi mencionado anteriormente que o cérebro possui um córtex


cerebral que é dividido em quatro lobos, sendo cada um deles
responsáveis por determinadas funções, que são parcialmente ou
totalmente perdidas ao sofrer lesões. O lobo frontal, por exemplo, possui
a área pré-frontal como uma de suas áreas funcionais, cuja função é o
controlo de emoções. Se esta for negativamente afetada, irá causar
mudanças nas atitudes do indivíduo, ficando este mais emocionalmente
instável e impulsivo.

Em outras palavras, alterações na estrutura cerebral, em que


determinadas áreas do órgão são responsáveis por funções específicas na
atividade humana, provocam mudanças nas reações químicas do cérebro
que levam a perturbações no comportamento de um indivíduo. Distúrbios
neurológicos, como a paralisia, a depressão, a ansiedade, o TDAH e a
doença de Alzheimers estão diretamente relacionados com desequilíbrios
nos neurotransmissores.

Conclusão

Em síntese, o cérebro funciona a partir de transmissões de informação


nervosa de neurónios, pelo axónio, para outros neurónios, que recebem a
informação pelas dendrites.
O cérebro é dividido em dois hemisférios, o esquerdo e o direito. O
hemisfério esquerdo inclina-se mais à linguagem e a lógica, enquanto o
hemisfério direito inclina-se mais à memória e a criatividade. Lesões nos
hemisférios causam a perda de capacidades relacionadas às funções dos
mesmos. Existe também a presença do córtex cerebral, que é uma região
exterior que reveste a superfície do cérebro. É dividido em quatro lobos,
em que cada um tem como função a realização de diversas tarefas.
Similarmente, injúrias nos lobos causam detrimentos nas atividades
ligadas às funções destes.
Novas sinapses são capazes de ser criadas pelo cérebro, cujo
processo é designado de plasticidade cerebral, uma propriedade essencial
para a aprendizagem e para a recuperação de capacidades perdidas em
lesões cerebrais.

Bibliografia
https://www.todamateria.com.br/sistema-nervoso-central/
https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/impulso-nervoso.htm
https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/medula-espinhal.htm
https://www.todamateria.com.br/encefalo/
Livro de Psicologia B

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