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Introdução
Nesta unidade, vamos conversar a respeito do corpo e do movimento na edu-
cação. Antes mesmo de direcionarmos nossas aulas aos conceitos de Psicomotrici-
dade e seus elementos, precisamos ter uma visão do que se conhece sobre o corpo
e o movimento corporal.
Como educadores, deveremos ter uma visão mais científica, mais aprofundada, pois
vamos trabalhar esses sentidos e funções em um ser humano em formação.
Desta forma, é necessário, primeiro, ter uma visão histórica de como cada socie-
dade e cultura, ao longo do tempo e em seu próprio espaço, construiu e representou
o corpo humano, atribuindo-lhe certos atributos, negando outros e criando padrões
referenciais de beleza, saúde, postura etc. Nem sempre nosso corpo foi considerado
importante e demorou muito para a educação entender a necessidade de conhecer
o desenvolvimento corporal para propor suas ações.
Corpo,Movimento e Psicomotricidade UN- 1 / P. 3
Vamos conhecer uma visão de como o corpo foi visto na história do homem.
época, mas contribuiu para um olhar no qual o corpo não tem grande importância
no desenvolvimento humano.
Essa visão predominou por muito tempo e gerou grande impacto em como obser-
vamos o corpo na educação e no ambiente escolar.
Entender o corpo como a nossa representação no mundo, nos faz observar a sua
importância no desenvolvimento e na apresendizagem de uma criança.
Nesta direção, podemos afirmar que cada corpo tem seu desenvolvimento vincu-
lado a cultura em que está inserido. Desse modo, a cultura corporal, como vamos
chamar nessa perspectiva, tem relação com conceitos de teóricos da Pedagogia.
Mas, afinal, qual a importância de saber todas essas informações para sua formação?
A Importância do Corpo e do
Movimento na Educação
Quando planejamos nossas ações pedagógicas, devemos conhecer quem é nosso
aluno, em qual fase de desenvolvimento ele se encontra, e o que desejamos despertar
no seu desenlvolvimento, assim como conhecer o que se espera de uma resposta de
uma criança exige conhecimento sobre as fases de desenvolvimento.
As diversas práticas pedagógicas que nos tempos atuais marcam a educação refle-
tem diversas concepções em relação ao sentido que se deve dar ao movimento nas
creches, pré-escolas, escolas e outras instituições afins.
É na primeira infância, fase que vai dos zero aos seis anos de idade, que as crian-
ças desenvolvem suas estruturas e circuitos cerebrais e adquirem capacidades que
permitem a elas avançar com habilidades futuras.
A Neurociência e o
Desenvolvimento da Criança
O termo neurociência se difunde como um conceito transdisciplinar ao reunir
diversas áreas de conhecimento no estudo do cérebro humano. A neurociência se
constitui como a ciência do cérebro.
A Neuroeducação pode ser definida como uma área de abordagem que trata da
junção dos conhecimentos da Neurociência, da Educação e da Psicologia. Um dos
impactos da Neuroeducação na vida de uma criança é que, em função dos progressos
oferecidos por essa ciência, muitos indivíduos conseguem conquistar a autonomia.
Um dos exemplos mais interessantes é presenciarmos pessoas que convivem com
algum transtorno ou síndrome e que vivem normalmente, trabalhando, estudando e
exercendo sua autonomia.
fluam e formem novas conexões neurais ou sinapses. Essa atividade neural pode ser
fortalecida, ou não, dependendo dos estímulos do ambiente. A aprendizagem e o desen-
volvimento estão estreitamente relacionados, assim, se faz necessário que, para propor-
cionarmos uma intervenção pedagógica de qualidade, busquemos ter conhecimento
das bases de desenvolvimento da criança.
Agora que você entendeu que o corpo é a nossa representação no mundo para viver
e registrar nossas experiências, precisamos discutir um pouco sobre a temática do desen-
volvimento humano, suas fases, expectativas de respostas e como podemos atuar.
A ciência da Psicomotricidade vai ser a nossa grande ferramenta para pensar nos
melhores estímulos e verificar possíveis transtornos no desenvolvimento de uma criança.
Material Complementar
Sites
Profissionais Psicomotricidade
https://bit.ly/3bLISqv
Livros
Desenvolvimento Humano
O livro chega à sua 12ª edição trazendo dados e tópicos totalmente atualizados sobre
as diferentes fases do desenvolvimento, da formação de uma nova vida ao inevitável
momento da morte. Seguindo uma abordagem cronológica, as autoras Diane E.
Papalia e Ruth Duskin Feldman apresentam os aspectos do desenvolvimento físico,
cognitivo e psicossocial de forma didática e ilustrada.
Neurociência Aplicada à Educação
O livro traz estratégias para o educador de como é possível estimular o cérebro do aluno
no contexto escolar. O livro traz informações de sinapses e conexões na Neurociência
na área da Linguagem, Matemática, Música, Motricidade e Ludicidade. A partir de
uma perspectiva de análise e reflexão da prática escolar é possível compreender como
o cérebro se modifica. Ensinar é encantar e encantar é conhecer e ser capaz de
aprender sempre.
Filmes
Divertida Mente
O filme da Disney e da Pixar, conta a história de Rilley, uma garota de 11 anos que
enfrenta uma série de mudanças em sua vida. A principal delas foi sair de sua cidade
natal, no estado de Minnesota (EUA), para morar na longínqua cidade de São Francisco.
O enredo se desenrola dentro da cabeça da menina, onde cinco emoções — Alegria,
Tristeza, Medo, Raiva e Nojo — são responsáveis por processar as informações e
armazenar as memórias. O desenho foi dirigido pelo americano Pete Docter, que
procurou ajuda de psicólogos e neurologistas na preparação do roteiro. Assista ao
filme e faça uma relação com o desenvolvimento humano e a neurociência.
https://youtu.be/LSpeM7G4zfY
Leitura
A Neurociência e a Educação: Como Nosso Cérebro Aprende?
O artigo reflete o processo de aprendizagem, o desenvolvimento e a aquisição de
novos comportamentos.
https://bit.ly/3bKkMg1
Corpo,Movimento e Psicomotricidade – Pag 14
Referências
ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia.
3. ed. revista. São Paulo: Moderna, 2003.
MORALES, R. Educação e Neurociências: uma via de mão dupla. In: 28ª Reunião da
ANPED, n. 13, 2005, Caxambu. Educação Fundamental. Caxambu: UFSCar, 2005.
Sites visitados
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade. Disponível em: <http://profissionais
psicomotricidade.blogspot.com.br/2007/07/segundo-sociedade-brasileira-de.html>.
Acesso em: 10/4/2013.
CORPO, MOVIMENTO E PSICOMOTRICIDADE – UNIDADE 2 – Pág. 1
O Desenvolvimento Humano
e a Aprendizagem
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar a noção de como se desenvolvem e aprendem as crianças pequenas;
• Estudar como acontece o desenvolvimento das capacidades motoras, linguagem e habilidades
manuais na criança;
• Entender que na educação infantil, o desenvolvimento acontece no decorrer de três etapas:
maturação, desenvolvimento e aprendizagem de acordo com Bassedas, Huguet e Solé.
CORPO, MOVIMENTO E PSICOMOTRICIDADE – UNIDADE 2 – Pág. 2
Contextualização
Reflita sobre as questões abaixo, permita-se divagar sobre elas e, dentro de
um contexto educacional, responda o que você acredita ser a verdade. Ou não há
verdades, apenas suposições?
O Desenvolvimento Humano
e a Aprendizagem
Nesta unidade, estudaremos que, no ser humano, do nascer até os 6 anos, ocor-
rem as mais potentes e espetaculares mudanças, que se tornam visíveis e fazem
parte do dia a dia na vida de uma criança.
Devemos estar atentos ao fato de que esse desenvolvimento acontece por várias
dimensões ou domínios, entre eles, a área educacional precisa conhecer a dimensão
motora, a dimensão cognitiva e a dimensão afetivo/social.
Sendo assim, Jean Piaget trouxe aos seus experimentos a constatação de que a
criança vivencia diferentes fases de desenvolvimento para adquirir habilidades funda-
mentais para sua vida, como o pensamento e a linguagem.
Por trás do processo de aprendizagem estão algumas etapas que são imprescin-
díveis para o progresso da mente e também para o fortalecimento da capacidade de
lidar com os desafios e as descobertas do conhecimento e aprendizado.
Quando estudamos teorias que tratam do desenvolvimento devemos ter uma con-
vicção de que toda mudança desenvolvimental, em qualquer dimensão, só pode ser
compreendida após uma visão dos padrões entre idades, assim, devemos conhecer
quais são as características de desenvolvimento previstas em cada fase.
Por volta do 2° mês, ao menos de acordo com alguns pesquisadores como Jean Piaget,
existe sim, uma grande mudança na direção de comportamento em direção a ações mais
propositais, contudo, é por volta dos 6 meses que a criança ganha um maior controle mo-
tor. Essa evolução é gradativa, por volta de 1 mês o bebê ergue o queixo, aos 2 meses pode
levantar o pescoço e aumenta assim a sua exploração visual, a manipulação para agarrar e
para alcançar objetos começa a se desenvolver. Por volta de 5 meses, ele busca os objetos
e o desenvolvimento segue, na medida em que o controle motor se torna melhor, outros
tipos de exploração tornam-se possíveis, fazendo o processo de aprendizagem e desenvol-
vimento se manifestarem como algo estreitamente relacionado (BEE, 2012). O ápice do
refinamento da dimensão motora acontece por volta dos 6 anos de idade, ainda que todas
as dimensões se desenvolvam até o final da vida.
Figura 4
Fonte: Getty Images
Figura 5
Fonte: Getty Images
Figura 6
Fonte: Getty Images
Retomando a Jean Piaget, a pergunta fundamental que ele formulou, em 1911, e que
orientou suas pesquisas foi: como o ser vivo consegue se adaptar ao meio ambiente?
exterior (ambiente) e o conhecimento não pode ser uma cópia, mas uma integração
em uma estrutura mental pré-existente que, ao mesmo tempo, vai ser mais ou menos
modificada por esta integração. A segunda ideia central é que os fatores normati-
vos do pensamento correspondem às relações, às necessidades de equilíbrio que se
observam no plano biológico. Assim, quando aprendemos algo novo precisamos
organizar nossas estruturas (CAVICCHIA, 1993).
Nas suas pesquisas, Piaget acreditava que para acontecer os estágios de desenvol-
vimento é necessário, em primeiro lugar, que a ordem das aquisições seja constante.
Trata-se de uma ordem sucessiva e não apenas cronológica, isso quer dizer que
existe a dependência da experiência do sujeito, e não apenas de sua maturação ou
CORPO, MOVIMENTO E PSICOMOTRICIDADE – UNIDADE 2 – Pág. 11
do meio social.
Além desse critério, Piaget propõe uma divisão por períodos ou fases para carac-
terizar estágios no desenvolvimento cognitivo. Sendo assim, o pesquisador distinguiu
quatro grandes períodos no desenvolvimento das estruturas cognitivas relacionados
ao desenvolvimento da afetividade e da socialização da criança: estágio da inteligên-
cia sensório-motora (de 0 a aproximadamente 2 anos); estágio da inteligência sim-
bólica ou pré-operatória (2 a 7-8 anos); estágio da inteligência operatória concreta
(7-8 a 11-12 anos); e estágio da inteligência formal (a partir, aproximadamente,
dos 12 anos), (CAVICCHIA, 1993).
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Compreendendo o Desenvolvimento Motor
Obra mundialmente reconhecida, apresenta um texto acessível com base descritiva
e explicativa para os processos e produtos dinâmicos do desenvolvimento motor.
Abrangendo todas as fases da vida a partir de uma perspectiva das restrições,
o livro enfoca as fases do desenvolvimento motor, proporcionando uma sólida
introdução aos aspectos biológicos, afetivos, cognitivos e comportamentais de cada
fase. Os autores trazem o que há de mais atual em termos de teoria e pesquisa,
utilizando o Modelo de Ampulheta Triangulada como estrutura conceitual que
auxilia o leitor no entendimento do desenvolvimento motor do bebê, da criança, do
adolescente e do adulto.
CORPO, MOVIMENTO E PSICOMOTRICIDADE – UNIDADE 2 – Pág. 13
Vídeos
D-14 - O movimento do corpo infantil - uma linguagem da criança
Neste vídeo, você verá uma escola que utiliza o movimento como base para o
trabaho pedagógico, e o quanto é importante o seu uso para o desenvolvimento
infantil, pois é considerada uma linguaguem de cominucação que a criança utiliza.
https://youtu.be/X1UzQjKZVUA
PhD. David Gallahue na FSG - FSG Comunica 399 Edição
Neste vídeo você verá uma pequena entrevista realizada com o Prof. David Lee
Gallahue, um dos mais importantes pesquisadores sobre o desenvolvimento motor.
O Curso de Educação Física da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) promoveu o
3º Congresso Internacional de Motricidade da Serra gaúcha.
https://youtu.be/1_R9-BBKyLM
Leitura
A importância do movimentar-se e suas contribuições para o desenvolvimento
A didática do professor nas aulas de educação física infantil: a importância do
movimentar-se e suas contribuições para o desenvolvimento da criança. Autores:
Lillian dos Santos Belo Oliveira e Carolina Petruy.
https://bit.ly/2yk5GQp
Referências
BASSEDAS, E.; HUGUET, T.; SOLE, I. Aprender e Ensinar na Educação Infantil.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
Fundamentos da Psicomotricidade
• Introdução;
• Bases Conceituais da Psicomotricidade;
• Breve Revisão da História da Psicomotricidade;
• A Psicomotricidade Aplicada à Educação.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar a história da psicomotricidade e suas bases conceituais;
• Estudar como podemos utilizá-la na educação e nos campos de experiências propostos
pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
UNIDADE 3
Contextualização
Para nosso momento de contextualização, sugerimos que leia um pequeno artigo
da revista Nova Escola intitulado: O corpo, o movimento e a aprendizagem.
Leia o artigo e faça uma reflexão sobre a importância da dança no currículo escolar.
Ressaltamos a importância do estudo da unidade para a sua formação pessoal e profis-
sional. Acesse em: https://bit.ly/2KsYFzv
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 3 / P. 2
Introdução
Nesta unidade, vamos conversar a respeito da Psicomotricidade e mostrar o quan-
to seu papel é importante para o desenvolvimento humano nas dimensões motoras,
afetivas/socias e cognitivas.
Atualmente, qual área da ciência pode estudar essa corporeidade e toda a sua
integração? Afinal, o movimento e os gestos de cada criança estão ligados à sua
O termo psicomotricidade pode ser entendido como a função do ser humano que
sintetiza psiquismo e motricidade, com o propósito de permitir ao indivíduo adaptar-
-se de forma flexível e harmoniosa ao meio que o cerca.
Figura 1
Fonte: Getty Images
Ainda não entendeu o que é psiquismo? No vídeo Aspectos que compõe o Desenvolvi-
mento Psíquico, a Psicóloga clínica e educacional Mônica Alves apresenta informações
sobre a formação do psiquismo. Acesse em: https://youtu.be/-lRNKXIcFls
Figura 2
Fonte: Getty Images
Quanta informação!
Figura 3
Fonte: Getty Images
Você sabia que Wallon foi responsável pela teoria da emoção? Psicólogo da criança, ideali-
zador da reforma do sistema de ensino francês, essas são algumas das maneiras comuns de
identificar a obra do médico, filósofo e educador Henri Wallon (1879-1962). Todas elas estão
corretas, mas também incompletas. “Na verdade, ele é tudo isso, mas é, principalmente,
um psicólogo do desenvolvimento”, diz a vice coordenadora do Programa de Psicologia da
Educação da PUC-SP, Laurinda Ramalho de Almeida. Acesse o link a seguir e descubra mais
sobre esse grande pensador da educação: Disponível em: https://youtu.be/ZfXIkidkFQI
Piaget (1896-1980) foi um dos autores que mais estudou as interrelações entre a
psicomotricidade e a percepção através de ampla experimentação. Ele descreve a
importância do período sensório-motor e da motricidade principalmente antes da
aquisição da linguagem, no desenvolvimento da inteligência. Para ele, o desenvol-
vimento mental se constrói, paulatinamente. É uma equilibração progressiva, uma
passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio
superior. A inteligência, portanto, é uma adaptação ao meio ambiente. Para que isso
possa ocorrer é necessário, inicialmente, a manipulação dos objetos do meio com a
modificação dos reflexos primários (OLIVEIRA, 2007, p.31).
A criança, durante o tempo que está sendo alfabetizada, por exemplo, utiliza-se
de elementos psicomotores que facilitarão quando tiver que ler e escrever.
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 3 / P. 8
A página NeuroSaber foi idealizada pelo Dr. Clay Brites, pediatra e neuropedia-
tra formado pela Santa Casa de São Paulo e por Luciana Brites, pedagoga especiali-
zada em Educação Especial na área de Deficiência Mental e Psicopedagogia Clínica
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 3 / P. 9
Para entender um pouco mais como os transtornos psicomotores podem influenciar no desen-
volvimento e na aprendizagem da criança, assista ao vídeo “Dificuldades de Aprendizagem e
Problemas Psicomotores”. Disponível em: https://youtu.be/LTmERk6r9B4
No ambiente escolar, observar toda essa integridade que se manifesta pelo corpo
proporciona a formação de criança com seus potenciais, com prazer em ser e inte-
ragir com o outro.
Além dos campos ideais para esse desenvolvimento integral, foram respeitadas a
cultura na qual a criança está inserida e a variedade de experimentações, assim relacio-
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 3 / P. 10
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
A Psicomotricidade na Educação Infantil
O livro A Psicomotricidade na Educação Infantil, das autoras Pilar A. Sánchez, Marta
R. Martinez e Iolanda V. Peñalver, é uma ferramenta útil para qualificar o cotidiano
pedagógico, ajudando a dar sentido à ação infantil por meio de intervenções e
estratégias para trabalhar eficientemente com a psicomotricidade.
Vídeos
A importância de atividades que desenvolvem a psicomotricidade
A reportagem A importância de atividades que desenvolvem a psicomotricidade, no G1,
mostra o movimento como algo fundamental para o desenvolvimento da criança.
https://glo.bo/3apnZRq
Leitura
Psicomotricidade e práticas pedagógicas no contexto da Educação Infantil: uma etnografia escolar
O estudo tem como objetivo analisar como ocorrem as práticas pedagógicas
psicomotoras na escola de Educação Infantil e qual a importância da psicomotricidade
para o desenvolvimento da criança.
https://bit.ly/3awmqB4
A importância da Psicomotricidade para Educação Infantil
No texto você tem informações relacionadas ao conceito e a importância de
atividades psicomotoras na educação infantil.
https://bit.ly/2KD4xq5
Referências
BRASIL. Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. v.3
BUENO, J. M. Psicomotricidade: teoria e prática. São Paulo: Lovise, 1998. COLEVATI, C. A.; PINHO, E.
D. SORROCHE, E. M. O corpo em movimento:
uma relação entre a psicomotricidade e a aprendizagem escrita. Monografia Tra- balho de Conclusão de Curso.
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium. Lins – São Paulo, 2009.
FONSECA, V. da. Psicomotricidade: uma visão pessoal. Construção Psicopeda- gógica, São Paulo-SP,
2010, vol. 18, n.17, pg. 42-52.
_______. Manual de Observação Psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
_______. Psicomotricidade. 2. Ed. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1995.
_______. Psicomotricidade: perspectivas multidisciplinares. Porto Alegre: Artmed, 2004.
HAETINGER, M. G. O universo criativo da criança na educação. 2 ed. Porto Alegre: Instituto Criar, 2005.
OLIVEIRA, M. K. Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1997.
ROSA NETO, F. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.
Site Visitado
Sociedade Brasileira de Psicomotricidade. <http://profissionaispsicomotricidade. blo-
gspot.com.br/2007/07/segundo-sociedade-brasileira-de.html.> Acesso em: 10/4/2013.
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 4 – p. 1
Elementos da Psicomotricidade
• Psiquismo e Motricidade;
• Áreas da Psicomotricidade.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar as áreas da psicomotricidade, fundamentais ao desenvolvimento infantil;
• Melhor compreensão quanto à importância do movimento, das brincadeiras e experiên-
cias que contribuem para a tomada de consciência do esquema corporal.
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 4 – p. 2
Contextualização
Para iniciarmos nossa contextualização, sugiro que leia o artigo da revista Eventos
Pedagógicos, denominado: “A psicomotricidade na educação infantil”, que trata da
importância da psicomotricidade na Educação Infantil, trazendo uma reflexão sobre
a relevância do conhecimento desta ciência na formação do professor, em prol do
desenvolvimento integrado entre o corpo, a mente e o social do seu aluno.
É importante que você faça a leitura desse pequeno artigo, refletindo sobre sua
formação profissional e seu papel como educador, a fim de despertar sua consciên-
cia quanto à atuação dessa prática.
Introdução
Desde o início dos nossos estudos, observamos que a psicomotricidade estuda
o homem através do seu corpo em movimento e a relação deste com os mundos
interno e externo. Não apenas o movimento (motricidade), mas também o intelecto
(cognitivo) e o afeto (emoção) fazem parte do desenvolvimento humano e precisam
de estímulos para que se desenvolvam integralmente.
Nos dias de hoje, a literatura enfatiza a importância das relações, das expres-
sões, dos gestos, do movimento do corpo e sua relação com os objetos e o ambien-
te que os cerca, ou seja, um constante envolvimento entre afetividade e movimento,
que resulta, consequentemente, na cognição. Profissionais buscam, cada vez mais,
meios de atingir a aprendizagem significativa, ter um olhar mais cauteloso à indivi-
dualidade e diferenças dos seus alunos, buscando assim, estratégias e meios para
atender com qualidade ao desenvolvimento de cada um.
ser humano, uma vez que as atividades proporcionadas durante a educação infantil
irão embasar todas as demais fases da vida da criança. Por isso, é muito impor-
tante que você entenda que quanto mais experiências e estímulos você oferecer à
criança, ou seja, quanto mais estrutura essa criança tiver durante as etapas da sua
primeira infância, mais as habilidades cognitivas e habilidades de aprendizagem
serão solidificadas e definidas.
Contudo, sabemos que na maioria das vezes, dentro dos espaços escolares, ape-
nas no momento das aulas de Educação Física é que o corpo será trabalhado.
Importante destacarmos que o movimento corporal não é uma tarefa apenas do
profissional de educação física, mas de todo profissional que esteja envolvido com a
aprendizagem das crianças, daí a importância de nós, educadores, aprofundarmos
nossos conhecimentos sobre o tema proposto.
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 4 – p. 4
Psiquismo e Motricidade
Sabemos que a psicomotricidade é a ciência que estuda o homem por meio
do seu corpo em movimento e das relações entre os mundos interno e externo.
A própria nomenclatura desta ciência nos explica os aspectos do desenvolvimento
humano em que se debruçam seus estudos, sendo psicomotricidade: psi (psíquico
– afetivo) + co (cognitivo – intelectual) + motric (motricidade – físico) + idade (as
diversas etapas da vida do ser humano).
Para compreender melhor a formação do psiquismo humano, sugiro que assista ao vídeo
“O Psiquismo Humano e o Desenvolvimento Funcional Complexo”, do professor Dr. Ricardo
Eleuterio. Nele é apresentado o psiquismo como sendo as representações mentais da reali-
dade em que vivemos, sendo que essas representações são responsáveis por organizar nos-
sas formas de agir, sentir e pensar (formando a personalidade e o comportamento humano).
Disponível em: https://youtu.be/NTzmucgmxnM
É importante você compreender que, por meio dos sentidos e sensações, a crian-
ça vai recebendo os estímulos proporcionados pela experiência motora, o que per-
mite que ela construa suas noções de tamanho, formas, proporções e ainda, suas
impressões visuais, auditivas e táteis. À medida em que a criança movimenta seu
corpo e tem ações sobre o ambiente e objetos, ela experimenta, testa, amplia suas
sensações, percepções e, consequentemente desenvolve suas funções cognitivas.
[...] o comportamento físico da criança expressa, uma a uma, suas dificul-
dades intelectuais e emocionais [...] ao vermos o corpo em movimento,
percebemos a ação dos braços, pernas e músculos gerada pela ação da
mente. (JOSÉ, COELHO, 1991, p. 108, apud DUARTE, 2015, p. 22)
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 4 – p. 5
Para nos ajudar a compreender todas essas relações, nos orientar à prevenção
de dificuldades no desenvolvimento das crianças e ainda, nos ajudar a identificar
atrasos motores, a psicomotricidade apresenta alguns elementos/áreas do desen-
volvimento psicomotor, os quais estudaremos adiante.
Áreas da Psicomotricidade
Esquema Corporal (Formação do EU)
O Esquema Corporal nada mais é do que uma pré-consciência que adquirimos sobre
nosso próprio corpo, e ainda sobre como podemos nos expressar e agir por meio dele.
Figura 1
Fonte: Getty Images
Você Sabia?
A evolução do esquema corporal ocorre desde as primeiras sensações do bebê; aos 5
meses há o início das percepções das mãos e dos pés; aos 9 meses, o desenvolvimento
motor lhe proporciona impressões novas da percepção e da motricidade: andar, sentar
etc. Dos 11 aos 13 meses, com a ampliação visual, há um aumento nas possibilidades de
movimentação. Aos 18 meses, a criança possui uma noção de seu próprio corpo, mas ain-
da não o projeta em relação ao corpo dos outros. Entre os 2 e 3 anos, adquire controle de
órgãos de eliminação. Dos 3 anos aos 4 anos, descobre a diferença entre os sexos, tanto
corporalmente como intelectualmente e, aos 5 anos, completa-se um primeiro esquema
corporal. Portanto, a criança de 6 anos que não possuir a noção de esquema corporal
será desajeitada ou descoordenada, o que a prejudicará afetivamente (MUTSCHELE, 1985
apud DUARTE, 2015, p. 25).
Sugiro que tome conhecimento da Base Nacional Comum Curricular, explorando a etapa da
educação infantil, disponível no link abaixo. Neste documento, você terá acesso aos Direitos
de Aprendizagem e Desenvolvimento na Educação Infantil, bem como aos campos de expe-
riências em que a BNCC estrutura os objetivos de aprendizagem em cada fase de desenvolvi-
mento da criança. O link para acesso à BNCC é: https://bit.ly/2yserb9
Figura 2
Fonte: Adaptado de Getty Images
Lateralidade
A lateralidade é a capacidade de utilizar os dois lados do corpo, tanto o lado
direito, quanto o esquerdo, durante a movimentação do corpo. “A lateralidade é
a propensão que o ser humano possui de utilizar preferencialmente mais um lado
do corpo do que o outro em três níveis: mão, olho e pé”. (OLIVEIRA, 1997, p. 62
apud DUARTE, 2015, p. 25)
que, se uma pessoa possui dominância cerebral esquerda, ela desenvolverá maior
habilidade do lado direito do corpo (destros). O contrário acontece com as pessoas
cuja dominância cerebral está no lado direito, que desenvolvem maior habilidade do
lado esquerdo do corpo (canhotos).
Figura 3
Fonte: Getty Images
Devemos observar que, por volta do primeiro ano de vida, a criança usa as duas
mãos para pegar e manusear objetos, e, conforme vai crescendo, vai delimitando mais
sua preferência quanto ao uso de um dos lados. Por volta de 2 anos, a maioria das
crianças já definiu sua lateralidade, ainda que faça uso da mão ou pé oposto. É muito
comum ouvir algumas pessoas dizerem “meu filho vai ser canhoto, ele come com a
mão esquerda”, entre outras frases que se referem à criança nessa faixa etária. Enten-
da que apenas aos 6 anos de idade a lateralidade está totalmente definida e, só então,
saberemos quais crianças são destras e quais são canhotas. Até essa faixa etária,
portanto, é fundamental que a criança seja estimulada, principalmente nas atividades
escolares, a utilizar-se de ambos os lados, para que desenvolva sua predominância.
Figura 4
Fonte: Getty Images
Importante!
Jamais devemos forçar a criança a mudar seu lado dominante, ou seja, a criança é canho-
ta e o adulto exige que utilize a mão direita, pois isso pode ocasionar diversos transtor-
nos nas funções psicomotoras.
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 4 – p. 9
Figura 5
Fonte: Getty Images
Figura 6
Fonte: Adaptado de Getty Images
Lateralidade Cruzada
Agora que você já sabe que a lateralidade é a predominância de um dos lados
(direito ou esquerdo) que as pessoas utilizam para realizar suas atividades, como
escrever, comer, ouvir etc., é importante que você saiba também que existem casos
em que o indivíduo utiliza-se da mão direita para escrever, do pé direito para chutar,
mas, se vai olhar por um telescópio, por exemplo, utiliza-se do olho esquerdo, ou
seja, para algumas atividades utiliza um lado do corpo e, para outras, outro lado.
Nesse caso, temos a lateralidade cruzada, que segundo SILVA (2015, p.10) “[...]
há discordância estabelecida entre o lado preferencial utilizado pelo membro supe-
rior e inferior, ou entre olho e membros”.
Sugiro que assista ao vídeo “Trabalhe a Lateralidade dos Pequenos com estes 3
exercícios”, que apresenta algumas atividades sobre como podemos trabalhar e desenvolver
a lateralidade com nossos pequenos. Disponível em: https://youtu.be/4rmucdULoqE
Assim, devemos compreender que, primeiro a criança percebe o seu corpo (es-
quema corporal), depois percebe seu corpo em relação ao espaço, em seguida a
posição dos objetos em relação a ela mesma e, por fim, relaciona os objetos entre si.
tação espacial:
Além disso, a estrutura espacial não desenvolvida pode afetar a leitura, levando
a criança a dificuldades como pular linhas, palavras durante a leitura e/ou dificulda-
de para mover os olhos da esquerda para a direita durante a leitura.
Para realizar a leitura, a criança precisa ter domínio do ritmo, a sequência do som
no tempo, e ainda, possuir memória visual e auditiva. É muito comum que as crian-
ças, principalmente na fase da alfabetização, escrevam tudo junto, sem perceber os
espaços entre as palavras. Exemplo: “espetei minhamãocomogarfo”. O trabalho com
cantigas, parlendas, contação de histórias, identificação de palavras nas músicas can-
tadas, por exemplo, ajudam a criança a perceber o som e sua sequência, ajustando
sua escrita da maneira correta.
Tônus ou tonicidade
O tônus é um termo que se refere, na fisiologia, à contração muscular. Está
presente em todas as funções motoras: equilíbrio, coordenação motora, postura e
movimento, os quais abordaremos a seguir. Podemos dizer que o tônus tem grande
relevância para o desenvolvimento das pessoas, visto que influencia a execução dos
movimentos do corpo.
Equilíbrio
O equilíbrio é a capacidade do indivíduo de se manter sobre uma base de sus-
tentação do corpo de forma estável, esteja esse parado ou em movimento. O
equilíbrio pode ser classificado em equilíbrio estático, quando o corpo se man-
tém parado e equilíbrio dinâmico, quando o corpo está em movimento pelo
espaço em que está inserido.
Importante!
Dentre os movimentos rudimentares: estabilidade (equilíbrio), locomoção e manipu-
lação, a estabilidade é a mais básica, visto que todo elemento voluntário envolve um
elemento de estabilidade, conforme nos apresenta Gallahue (2005).
Figura 11
Fonte: Adaptado de Getty Images
Para Alves (2008, p. 58) apud Campos e Souza (2014, p. 20) “É uma coordena-
ção segmentar, normalmente com a utilização da mão exigindo precisão nos mo-
vimentos para a realização das tarefas complexas, utilizando também os pequenos
grupos musculares”.
É importante que você saiba que, além da coordenação motora fina, há que pos-
suir um controle ocular, denominado coordenação óculo-manual, ou viso-motora,
ou seja, a visão acompanhando os gestos da mão. Exemplo: escrita
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 4 – p. 16
Figura 12
Fonte: Adaptado de Getty Images
Em Síntese
Trabalhar a psicomotricidade e suas áreas especificamente é muito importante para o
desenvolvimento das crianças. É através do movimento, do estímulo às experiências e
brincadeiras que as crianças se desenvolvem em sua totalidade.
Muitas atividades, senão todas, ofertadas às crianças, vão integrar a cognição, a motri-
cidade e o afetivo, contudo, nós, educadores, temos de propiciar vivências, tendo um
planejamento que enfatize cada elemento da psicomotricidade e sua predominância, ou
seja, em um jogo de xadrez, se desenvolve coordenação motora fina (motricidade), se
desenvolve a afetividade (a experiência com o adversário), porém, a predominância está
na área cognitiva. Já, pular corda, desenvolve a afetividade, a cognição, no entanto, a
predominância está na coordenação motora ampla (motricidade).
Assim, o planejamento, o olhar cauteloso às dificuldades dos alunos e o que se quer al-
cançar são fundamentais.
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 4 – p. 17
Sites
Neurosaber
É possível explorar assuntos diversos ligados à psicomotricidade em campos como
vídeos, artigos, entre outros, de interesse à pesquisa.
https://neurosaber.com.br/
Livros
Ludicidade e psicomotricidade
Leia o capítulo 5 – O desenvolvimento psicomotor (p. 67-78), do livro “Ludicidade e
psicomotricidade”, de Aniê Coutinho de Oliveira e Katia Cilene da Silva. Você verá
como ocorre o desenvolvimento psicomotor, do nascimento aos 12 anos de idade,
tratando a perspectiva de que o desenvolvimento psicomotor pode ser entendido como
a interação entre o pensamento (consciente ou não) e o movimento dos músculos.
https://bit.ly/2w5c3Gm
Vídeos
Aspectos básicos da psicomotricidade
Apresentado pela psicopedagoga e psicomotricista Luciane Brites, do Instituto
Neurosaber, o referido vídeo apresenta a psicomotricidade e a importância de trabalhar,
por meio de atividades que exijam movimento, o lúdico, a fim de que a criança se
desenvolva integralmente.
https://youtu.be/6BdRrepK_IA
Leitura
Atividades lúdicas para a psicomotricidade
O artigo abrange as áreas da psicomotricidade e traz propostas interessantes de
experiências voltadas ao desenvolvimento dessas áreas.
https://bit.ly/2wVug9F
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 4 – p. 18
Referências
CAMPOS, A. P. da S. SOUZA, L. R. A psicomotricidade como ferramenta no
processo de alfabetização com crianças do 1º ano do Ensino Fundamental.
Trabalho de Conclusão de Curso. Centro Universitário Católico Salesiano,
Lins, SP, 2014. Disponível em: <http://www.unisalesiano.edu.br/biblioteca/
monografias/57410.pdf>.
Desenvolvimento Funcional e
Desenvolvimento Funcional na Infância
• Introdução;
• A Importância do Movimento em cada uma das Faixas
Etárias e o Desenvolvimento Funcional na Infância;
• Habilidades Motoras;
• Considerações Finais.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Apresentar as possibilidades envolvidas em atividades relacionadas com os movimentos
humanos e as emoções geradas a partir da relação entre meio/aluno, aluno/aluno e
aluno/professor, tanto na perspectiva intrínseca quanto extrínseca;
• Viabilizar situações adequadas para os diferentes momentos de desenvolvimento dos
alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental I;
• Otimizar a relação de ensino-aprendizagem na perspectiva do desenvolvimento do
cidadão crítico e reflexivo.
Introdução
Ao longo da história da humanidade, o movimento vem sofrendo modificações
quanto à sua funcionalidade. Além disso, por muito tempo, as destrezas e as capaci-
dades físicas eram elementos essenciais para a sobrevivência do ser humano.
As atividades relacionadas à infância já possuíam uma relação direta com esse de-
senvolvimento, que podemos comparar com os outros animais, que testam e desenvol-
vem suas habilidades e capacidades brincando, assim como fazem os cães, os leões etc.
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Sugerimos que leia um artigo que resume os estudos de David L Gallahue intitulado
Educação Física Desenvolvimentista, disponível em: https://bit.ly/2XYcy0z
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Mês
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
De moro x x x x x x x
Susto x x x x x
Procura x x x x x x x x x x x x
Sucção x x x x x
Reflexos Palmar-mental x x x
Primitivos Palmar-mandibular x x x x
Agarramento palmar x x x x x
De Babinki x x x x
Agarramento plantar x x x x x x x x x
Firmeza do pescoço x x x x x x x
Direção auditiva x x x x x
Direção ótica x x x x x x x
Flexão dos braços x x x x x x x x x x
Amortecimento e apoio x x x x x x x x x
Reflexos
Endireitamento do pescoço x x x x x x x
Posturais
Endireitamento do corpo x x x x x x x
Engatinhar x x x x
Caminhar x x x x x
Nadar x x x x x
Fonte: Adaptado de Gllahue, D L., 2003
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movimentos voluntários e, por esse motivo, devem ser estudados pelos indiví-
duos envolvidos no desenvolvimento motor das crianças. De uma forma geral,
esse reflexo posiciona a criança em uma postura ereta em relação ao seu am-
biente e pode durar até o primeiro ano de vida, sendo identificado em todas as
crianças normais;
• Reflexos Corretivos Labirínticos e Visuais: estão envolvidos diretamente
na manutenção da postura ereta das crianças e podem ser identificados com
inclinações diferenciadas do tronco, sendo que a cabeça se posiciona sempre
para um equilíbrio da postura ereta. Essas ações ainda são reforçadas pelo
reflexo de levantamento, que envolve os braços em uma ação para o mesmo
objetivo postural;
• Reflexos de Engatinhar, Andar e Nadar: embora, aparentemente, estejam
relacionados com atos voluntários posteriores não estão bem esclarecidos nos
estudos do desenvolvimento motor. Thelen (1985) propõe que o estímulo de um
reflexo desenvolva a força dos membros envolvidos, facilitando o desenvolvi-
mento futuro dos movimentos voluntários.
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Indivíduo Ambiente
Genética, Vivências, segurança,
subjetividade e encorajamento e
fatores psicológicos fatores intrínsecos
Atividades
Fatores físicos e
mecânicos
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Aos educadores e aos pais cabe oferecer uma abundância de atividades que apre-
sentem problematizações a serem solucionadas de forma autônoma, a fim de maxi-
mizar a criatividade e o anseio de explorar um mundo novo, mas cada vez menos
temido, fomentando o encorajamento positivo e reduzindo o medo do fracasso.
O nível de exigência das habilidades deve estar de acordo com habilidades pré-
-existentes, mas sempre com um grau ótimo de desafio para estimular uma par-
ticipação engajada das crianças na busca pelo sucesso da realização da atividade.
O envolvimento global do corpo faz-se necessário para os desenvolvimentos moto-
res posteriores; é preciso usar braços, pernas, cintura pélvica e escapular, tanto de
forma bilateral como unilateral, variando velocidade, amplitude e agilidade, favore-
cendo também uma postura adequada.
Habilidades Motoras
As habilidades motoras estão relacionadas diretamente com fatores intrínsecos às
atividades diárias, ao ambiente e ao indivíduo, sendo denominados de rudimentares,
quando nos referimos ao desenvolvimento motor crescente da primeira infância.
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Com o controle completo do tronco, o bebê está apto a iniciar a postura de sentar.
O sentar com apoio na região lombar exige o controle pleno do tronco, mas ainda
não há o controle das pernas. A necessidade de apoio vai diminuindo com o tempo,
estando inversamente proporcional ao ganho de controle dos membros inferiores,
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Essa ação, de uma forma geral, é tida como a mais espetacular nessa fase de
desenvolvimento motor, pois é a partir desse momento que o bebê inicia a ação de
caminhar, sendo os primeiros passos realizados com apoio, transcendendo de uma
forma muito veloz para as primeiras tentativas de excluí-los. Assim, os estímulos são
fundamentais para essa realização e o encorajamento deve ser feito de forma contí-
nua e segura para que não ocorram inibições traumáticas e riscos excessivos.
Habilidades de Locomoção
A capacidade de explorar um mundo em plena expansão se dá com o desenvolvi-
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As crianças, desde muito cedo, conseguem segurar alguns objetos de forma re-
flexiva, mas é necessário colocarmos um objeto em suas mãos, agindo como os
primeiros estímulos para o desenvolvimento das habilidades manipulativas.
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O trabalho com as mãos é exigido todos os dias por nossas rotinas. A mão é uma
das principais portas de entrada para o conhecimento das crianças. O uso das mãos
inicia-se na gestação, com ações reflexas. Isso pode ser observado quando o bebê
coloca a mão no rosto ou mesmo chupa os dedos ainda no ventre da mãe.
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Chutar pode ser definido como a transferência de força com os pés para um
objeto, normalmente bola, mas existem outros objetos que podem ser usados na exe-
cução de um chute. Esse movimento inicia-se apenas com um empurrar com os pés
e desenvolve-se para chegar ao uso do corpo com deslocamento frontal e utilização
simultânea de rápida flexão/extensão do joelho da perna a ser utilizada no chute.
Considerações Finais
O conhecimento apresentado nesta unidade se faz necessário aos educadores
para estimular as habilidades adequadas para cada uma das faixas etárias na qual está
atuando, auxiliando na avaliação de habilidades pré-adquiridas em fases anteriores.
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Aspectos Objetivos da
ambientais atividade
Indivíduo
Resultado
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seu desenvolvimento motor. As atividades motoras, por muitas vezes, podem ainda
ser relacionadas a outras disciplinas numa contextualização e para o resultado final.
A interdisciplinaridade traz grande potencial de aprendizagem quando existem
movimentos envolvidos. Devemos quebrar o paradigma de que criança compor-
tada é a criança que fica sentada, prestando atenção, e envolvê-la em atividades
ricas em aspectos motores, afetivos, sociais e cognitivos. Só assim alcançaremos o
caminho para a transformação e ao alcance da vida autônoma.
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Compreendendo o Desenvolvimento Motor: Bebês, Crianças e Adultos
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor:
bebês, crianças e adultos. (cap. 9). 2. ed. São Paulo: Editora Phorte, 2003.
Educação Física na Escola – Implicações para a Prática Pedagógica de Coordenação
DARIDO, S. C.; RANGEL, I. C. A. Educação física na escola – implicações para
a prática pedagógica de coordenação. (cap. 10-15). Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2005.
Leitura
Jogos e Brincadeiras e o Desenvolvimento Motor na Educação Infantil
GONÇALVES, R. P. Jogos e Brincadeiras e o Desenvolvimento Motor na
Educação Infantil. Centro Universitário de Brasília – UniCEUB, 2016.
https://bit.ly/3eMdYkL
A Dança como Estratégia para o Desenvolvimento Motor de Crianças
NOGUEIRA JR., J. E. A dança como estratégia para o desenvolvimento motor
de crianças. IV Simpósio Internacional de Ciências Integradas da Unaerp. Unaerp,
Guarujá, São Paulo.
https://bit.ly/3bCcXJQ
Referências
BRASIL. Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil. v.3. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
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OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Compreender e contextualizar aquilo que representa o conhecimento e compreensão sobre
a interação entre a criança e suas capacidades táteis, auditivas e visuais.
Contextualização
O que é mais importante para educar uma criança: levar em conta a sua capaci-
dade tátil, levar em conta tudo aquilo que ela é capaz de ouvir, ou levar em conta tão
somente aquilo que ela vê?
Certamente acabaremos por descobrir que a junção de tudo é o que fará com que
tenhamos um princípio educacional que valha a pena.
O site que veremos a seguir – mapa do brincar – poderá lhe dar uma dimensão do quão
grande são as possibilidades de se educar através dos sentidos. Acesse e sinta algumas das
muitas formas de brincar.
O Mapa do Brincar é uma iniciativa da “Folhinha”, suplemento infantil do jornal Folha de
S.PAULO. O site reúne hoje 750 brincadeiras de todo o país. Disponível em: https://bit.ly/2znaXXH
Assista ao vídeo O pato – Toquinho, veja e sinta uma das músicas que poderá ser trabalhada
e cantada com crianças. Disponível em: https://youtu.be/z8-yWOXXJ4Y
Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 6 – pág. 2
Introdução
Estamos chegando ao final de nossa disciplina e neste momento compreender-
mos que para falar sobre o desenvolvimento integral da criança não podemos focar
somente na perspectiva corporal.
Além do olhar dessas dimensões, precisamos conhecer como uma criança se de-
senvolve, suas fases, suas características, a expectativa de resposta daquela faixa etária,
seu funcionamento cerebral e, diante de toda essa complexidade de um desenvolvimen-
to harmonioso e integral, pensar qual melhor ação pedagógica ou estímulo posso uti-
lizar para favorecer a organização da aprendizagem e do desenvolvimento na infância.
Você Sabia?
Que as metodologias ativas hoje podem ajudar você no processo de aprendizagem de
desenvolvimento da criança e refinar os aspectos psicomotores. Em uma metodologia
ativa a criança é o aprendiz ativo.
Como então desenvolver ações pedagógicas onde cada elemento psicomotor pos-
sa ser estimulado, e qual atividade e método para contemplar os elementos?
Pelo jogo, pela brincadeira e pelos gestos expressivos com as manifestações artísticas.
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Quando a criança brinca ela desenvolve algumas habilidades que são importantes
para o seu desenvolvimento. Podemos perceber três habilidades que estão relaciona-
das aos jogos e brincadeiras: as habilidades motora, comportamental e expressiva.
Essas habilidades possibilitam à criança desenvolver seus potenciais motores, cogni-
tivos e afetivos, e a organizar seu esquema corporal.
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Figura 2
Fonte: Getty Images
Essa mesma atividade pode ter muitas variações, veja a seguir outro exemplo que
pode ser utilizado para desenvolver as mesmas áreas.
Figura 3
Fonte: Reprodução
E por falar em esquema corporal, atividades lúdicas nas quais a criança tenha que des-
cobrir seu corpo são sempre bem divertidas na escola. Vamos propor alguns exemplos.
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Figura 4
Fonte: Divulgação | Diy Artesanato
Figura 5
Fonte: verefazer.org
As atividades lúdicas são prazerosas para as crianças e você pode utilizar para to-
das as faixas etárias. O interessante também é o material que podemos usar, assim, a
falta de verba não pode ser uma desculpa para propor as atividades. Vamos observar
nas imagens alguns exemplos de atividades.
Com poucos recursos você pode fazer essas atividades, que desenvolvem a noção
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Faça pesquisas e desenvolva atividades com poucos recursos para estimular os elementos
da Psicomotricidade.
Figura 6
Fonte: Getty Images
Figura 7 Figura 8
Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images
Quando a criança brinca, ela desenvolve algumas habilidades que são importantes
para o seu desenvolvimento.
Podemos perceber três habilidades que estão relacionadas nos jogos e brinca-
deiras: as habilidades motora, comportamental e expressiva. Essas habilidades
A Psicomotricidade e as Artes
A psicomotricidade, como já vimos, é a ciência da educação que tem como um
de seus objetivos ajudar às crianças a conhecerem o seu corpo, bem como todas
as suas possibilidades, sua linguagem emocional, suas formas de expressão, assim
permitindo a elas lidarem com as relações de tempo, as relações entre seus pares,
familiares e a escola.
O nosso corpo fala e representa aquilo que nós somos, representa a nossa iden-
tidade, o que cada um de nós desenvolve em movimentos é o que nos caracteriza
como pessoa e todas as nossas ações motoras, como sabemos, tem interdependên-
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A utilização da arte como forma de expressão tem como objetivo auxiliar a crian-
ça no seu percurso de desenvolvimento emocional, cognitivo e criativo, funcionando
como uma alavanca para o desenvolvimento integral e tornando-a conhecedora do
seu eu interno e externo.
Figura 9
Fonte: Getty Images
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Figura 10
Fonte: portaldoprofessor.mec.gov.br
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Figura 11 Figura 12
Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images
A Psicomotricidade na Educação
Inclusiva e Especial
Agora, vamos falar um pouco da área psicomotora e a educação inclusiva e espe-
cial. Quando falamos da ligação entre a psicomotricidade e as necessidades educativas
especiais, é importante salientar que as habilidades desenvolvidas dentro das práticas
psicomotoras exercem influências diretas na aprendizagem da criança, assim, quando
uma apresenta qualquer dificuldade de aprendizagem ou no seu desenvolvimento,
alguma dimensão foi comprometida, e, com certeza, teremos algumas alterações no
desenvolvimento psicomotor.
Neto et al. (2013) discorrem que as noções espaço-temporais também são impor-
tantes para o desenvolvimento motor, social e cognitivo. No entanto, para o desenvol-
A Psicomotricidade no Berçário
Apesar da escolha na formação em Pedagogia, percebemos que muitas pedago-
gas e pedagogos ainda continuam pensando no berçário como um lugar onde só
realizamos a função de cuidar e esquecemos do estímulo psicomotor, assim, vamos
finalizar esta unidade pensando em possibilidades de atividades para esta fase.
No berçário, podemos trabalhar com estímulos voltados à exploração e à tonici-
dade muscular. Aqui, começamos o conhecimento das possibilidades corporais, das
sensações e da percepção.
Crianças nessa faixa etária precisam de atividades de exploração. Uma estratégia
é deixar para as crianças objetos em cestos ou caixas com texturas e formas dife-
rentes. A primeira coisa que o bebê vai fazer é levar os objetos à boca, pois essa é a
forma que ele tem de conhecê-los. Vamos lembrar que a criança aqui está na fase
sensório-motor de Piaget e, além de trabalhar os movimentos de manipulação e con-
trole corporal, a criança experimenta diferentes sensações.
Descrição
• Braços e pernas: deite o bebê de barriga para cima, pegue-o suavemente pelos
pés e pelas mãos e faça flexões e movimentos circulares com as pernas e braços;
• Braços e abdômen: ponha o bebê deitado de barriga para cima, motive-o a
agarrar seus polegares, levante-o suavemente e volte a deitá-lo;
• Braços e tórax: deite o bebê de barriga para cima e, com delicadeza, separe
suas mãos na altura do peito.
Esta atividade promove o fortalecimento do tônus muscular e o desenvolvimento
da capacidade de força física. Assim, a criança terá maior controle e domínio do
seu corpo para interagir com a ambiente.
Descrição
• Engatinhar com auxílio: Deite a criança de barriga para baixo e levante-a delicada-
mente pela cintura, fazendo com que seus pés e mãos toquem o chão. Movimente
um pouco a criança para a frente, de modo que ela comece a engatinhar;
• Engatinhar até a bola: Sente-se no chão, com as pernas esticadas. Deite a
criança no seu colo, na posição de barriga para baixo, depois que você já estiver
sentado. Mostre a ela uma bola que está centímetros além do alcance das suas
mãos. Faça-a rolar e motive-a a tentar chegar até ela;
• Exercito o meu corpo: Encha uma bandeja grande com bastante farinha.
Coloque a criança perto da bandeja, usando somente fraldas, para que tenha a
possibilidade de sentir em todo o corpo a textura da farinha. Deixe-a entrar na
bandeja e manusear seu conteúdo.
Descrição
• Sentar-se sem auxílio: Deite o bebê de barriga para cima com o travesseiro nas
suas costas, de tal forma que seu tronco fique ligeiramente erguido. Convide a
criança a sentar-se na sua frente oferecendo um brinquedo que está a cerca de
30 centímetros de distância;
• Coloque-se de pé e mantenha-se ereto, com auxílio: Ofereça a criança que
está no berço um brinquedo para que ela se erga agarrando-se no berço;
• Transferir o peso de uma perna para a outra: Pare a criança em uma borda
de uma cama. Uma vez nessa posição, coloque um brinquedo sobre ela, sempre
ao alcance da criança, porém, às vezes do seu lado esquerdo e outras vezes do
seu lado direito. Ensine a criança a transferir um peso de uma perna para a
outra colocando em uma das suas mãos um objeto pequeno, quando ela estiver
em pé.
Observação: a capacidade de transferir o peso de uma perna para a outra é
fundamental na ação de caminhar.
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Corpo, Movimento e Psicomotricidade – Unidade 6 – pág. 14
Descrição
• Engatinhar: Coloque diferentes obstáculos no chão e motive a criança a en-
gatinhar desviando-se deles;
• Subir e descer degraus: Motive a criança a subir e descer degraus. Supervisione
esse exercício, que dará a ela muita força e ânimo para seguir explorando a casa.
Descrição
Recite para a criança rimas e estrofes, acompanhando-as com movimentos coor-
denados das mãos e dos dedos.
Descrição
• Entregue à criança um objeto por vez, para exercitar assim suas capacidades
de preensão em relação a distintas formas. Não coloque objetos diretamente na
mão da criança, espere que ela a estique para concretizar a ação;
• Transfira você a água de um recipiente para outro. Essa atividade, que cativará
a atenção da criança, pode ser desenvolvida na hora do banho.
Descrição
Sente a criança em frente a um pote de gelatina. Deixe-a colocar as mãos no
recipiente, manuseá-la e comê-la.
Descrição
• Desenvolver e fortalecer os músculos das crianças, tanto das que ainda en-
gatinham como daquelas que estejam dando seus primeiros passos. Coloque
diferentes obstáculos no chão, como uma bola, uma caixa de papelão, um brin-
quedo grande, dos quais a criança terá de desviar num passeio de gatinhas;
• Motive-a para que engatinhe e não se deixe alcançar por um adulto que vem
atrás dela e a persegue dizendo: Vou te pegar, vou te pegar.
Atividade 9: Colocar-se de pé
• Objetivo Geral: Desenvolver diferentes capacidades posturais;
• Objetivo Específico: Ensinar a criança a ficar em pé sem auxílio.
Descrição
Coloque um brinquedo sobre uma cadeira, motivando a criança a erguer-se
para alcançá-lo.
Descrição
• Caminhar segurando na mão de um adulto: Segure a criança pela mão e motive-
a a dar seus primeiros passos. Solte-a pouco a pouco, colocando-lhe o desafio de
percorrer distâncias cada vez mais longas;
• Caminhar puxando um brinquedo: Ofereça à criança um brinquedo de puxar,
preferencialmente um que produza algum efeito visual e sonoro ao se mover.
Se ainda não anda, ajude-a segurando-a pela mão.
Descrição
Ensine à criança os diferentes usos de cada um dos materiais. Dê a ela tempo
para experimentar cada objeto. Uma vez que saiba como divertir-se com os objetos,
deixe-a brincar sozinha o maior tempo possível.
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Em Síntese
Essas foram as nossas sugestões nesta unidade para o fechamento da disciplina Corpo,
Movimento e Psicomotricidade. Vale sempre lembrar a importância da atualização nes-
ta área, pois o desenvolvimento integral é o foco da psicomotricidade. Esperamos ter
contribuído para o seu conhecimento, lembrando que nosso papel é ofertar estímulos
para cada fase de desenvolvimento e para o entendimento do desenvolvimento integral
com ênfase na dimensão corporal.
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
A Importância do Brincar
Neste vídeo você verá a professora da faculdade de Educação da USP, Tizuko
Morchida, falando um pouco mais sobre o papel das brincadeiras na educação infantil.
Ela destaca que até os bebês aprendem a fazer escolhas através dos brinquedos.
https://youtu.be/HpiqpDvJ7-8
Importância do brincar no desenvolvimento infantil – Conexão – Canal Futura
Brincar é um direito estabelecido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente,
e é também fundamental para o desenvolvimento e formação do ser humano.
A Semana Mundial do Brincar ressalta a importância dessa atividade na infância.
Entrevistados: Giovana Barbosa de Souza, conselheira da Aliança pela Infância; e
Sônia Teixeira, orientadora educacional.
https://youtu.be/C0XY2O1lbE8
Leitura
Música para aprender e se divertir
Esta matéria, da Revista Nova Escola, fala sobre a importância da linguagem musical
na educação infantil, “o trabalho com a música ajuda a melhorar a sensibilidade
das crianças, a capacidade de concentração e a memória, trazendo benefícios ao
processo de alfabetização e ao raciocínio matemático”.
https://bit.ly/2KItdxr
O desenvolvimento da psicomotricidade e a interdisciplinaridade no trabalho com artes
O presente artigo apresenta como a disciplina de Arte constitui-se como um meio
prático e prazeroso para desenvolver as habilidades motoras e psicomotoras dos alunos.
https://bit.ly/2VNO4nO
A importância e contribuição da psicomotricidade no desenvolvimento da pessoa com deficiência
no ensino regular https://bit.ly/2Y4yNlo
Referências
BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI)
Brasília: MEC/ SEF, 1998. HUIZINGA, J. Homo ludens: o jogo como elemento
da cultura. 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 2012.MELLO FILHO, J. de. O ser e o
viver: Uma visão da obra de Winnicot. 2.ed. São Paulo: Casa do Psicólogo,
2011.NETO, F. R. et.al. Efeitos da intervenção motora em uma criança com
transtorno do espectro do autismo. Temas sobre desenvolvimento.
Florianópolis, 2013. NICOLA, M. Conceitos. In: NICOLA, M. Psicomotricidade:
manual básico. Rio de Janeiro: Revinter, 2004. Cap. 2, p. 5-12.PERRI, K.
Crianças utilizam objetos como pontes para o exterior. Disponível em:
<http://migre.me/eFCM8>. Acesso em 15/04/2013.
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