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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA
MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE

AMANDA LOPES RODRIGUES

Disfunções do Olfato e Paladar em Pacientes Acometidos pela COVID-19:


O Que a Fonoaudiologia pode Fazer?

Goiânia
2022
AMANDA LOPES RODRIGUES

Disfunção do Olfato e Paladar em Pacientes Acometidos pela COVID-19: O


que a Fonoaudiologia pode Fazer?

Monografia apresentada à Universidade Federal de


Goiás como parte dos requisitos para conclusão do
curso de Pós-Graduação Latu Sensu do Programa de
Residência Multiprofissional em Saúde na área de
Terapia Intensiva, tendo como orientadora Prof.ª
Mestra Christina Guedes de Oliveira Carvalho e
coorientadora a Mestra Sâmia Neves Maciel
Carvalho Amorim Lousan.

Goiânia
2022
Programa de Residência Multiprofissional em Saúde, do Hospital das
Clínicas, da Universidade Federal de Goiás

BANCA EXAMINADORA

Residente: Amanda Lopes Rodrigues

Orientadora: Ma. Fga. Christina Guedes de Oliveira Carvalho

Coorientadora: Ma. Fga. Sâmia Neves Maciel Carvalho Amorim Lousan

Membros:
1. Ma. Fga. Yleris de Cássia de Arruda Mourão

2. Dr. Fga. Maria Carolina Cabral de Lacerda

3. Ma. Fga. Isabela Luísa Fiuza Alves

4. Esp. Fga. Ângela Silveira Guerra Silva

Data: 08/02/2022
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração
Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.

Rodrigues , Amanda Lopes


Disfunções do olfato e paladar em pacientes acometidos pela
COVID-19: O que a Fonoaudiologia pode Fazer? [manuscrito] /
Amanda Lopes Rodrigues . - 2022. XXXIX, 39 f.

Orientador: Prof. Ma. Fga. Christina Guedes de Oliveira Carvalho ; co-


orientador Sâmia Neves Maciel Carvalho Amorim Lousan.
Trabalho Final de Curso (Especialização) - Universidade Federal
de Goiás, Unidade Acadêmica Especial de Ciências Humanas, ,
Goiânia, 2022.
Bibliografia.
Inclui siglas, abreviaturas.

1. COVID-19. 2. Transtornos do olfato. 3. Transtornos do paladar.


4. Reabilitação . I. Carvalho , Ma. Fga. Christina Guedes de Oliveira,
orient. II. Título.

CDU 616.89-008.434
RESUMO

Introdução: O fonoaudiólogo integra a equipe multiprofissional na linha de frente contra a


COVID-19. A fonoterapia pode contribuir para a reabilitação, restaurando a coordenação das
funções de deglutição e respiração; prevenindo alterações vocais ou da articulação
temporomandibular; a função olfativa e a comunicação dos pacientes na fase de recuperação
clínica. Objetivo: Investigar as terapias disponíveis e a atuação fonoaudiológica para
reabilitação de pessoas com disfunções do olfato e paladar, após a infecção pela COVID-19.
Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados: ScieLo
(Scientific Eletronic Library Online) PubMed (Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados
Unidos), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Periódico Capes, Periódicos CAPES e por buscas
manuais no Google Acadêmico. Resultados: Encontrados 470 estudos e selecionados 80 para
leitura de resumos. Um total de 55 estudos foi excluído e foram elegíveis 25 periódicos para
leitura na íntegra. Finalmente, 13 trabalhos foram selecionados, resumidos em quadros,
descritos e discutidos no estudo. Conclusão: Medicamentos tiveram restrições pela
inconsistência dos estudos e pouca evidência na eficácia e segurança, devendo ser considerados
individualmente. O treinamento olfatório com óleos essenciais foi uma medida terapêutica
segura e com benefícios para a disfunção olfatória após infecção pela COVID-19 e, associado
à integração sensorial multimodal das vias visuais, auditivas, táteis e gustativas, também pode
ser benéfico na reabilitação do olfato e do paladar. Acredita-se que esta revisão possa auxiliar
e nortear os fonoaudiólogos em suas práticas clínicas.

Palavras-chaves: COVID-19; Transtorno do olfato; Reabilitação.


ABSTRACT

Introduction: The speech therapist is part of the multiprofessional team on the front line
against COVID-19. Speech therapy can contribute to rehabilitation, restoring the coordination
of swallowing and breathing functions; preventing vocal or temporomandibular joint disorders;
the olfactory function and communication of patients in the clinical recovery phase. Objective:
To investigate the available therapies and speech therapy performance for the rehabilitation of
people with smell and taste disorders after COVID-19 infection. Method: This is an integrative
literature review, carried out in the following databases: ScieLo (Scientific Electronic Library
Online), PubMed (United States National Library of Medicine), Virtual Health Library (BVS),
Capes Periodical, CAPES Periodicals and by manual searches on Google Scholar. Results: 470
studies were found and 80 were selected for abstract reading. Total of 55 studies were excluded
and 25 journals were eligible for full reading. Finally, 13 works were selected, summarized in
tables, described, and discussed in the study. Conclusion: Medicines were restricted by the
inconsistency of the studies and little evidence on efficacy and safety and should be considered
individually. Olfactory training with essential oils was a safe therapeutic measure with benefits
for olfactory dysfunction after COVID-19 infection and, associated with multimodal sensory
integration of visual, auditory, tactile, and gustatory pathways, it can also be beneficial in the
rehabilitation of smell and taste. taste. It is believed that this review can help and guide speech
therapists in their clinical practices.

Key words: COVID-19; Smell Disorder; Rehabilitation.


LISTA DE QUADROS

Quadro 1-Descrição dos artigos que pesquisaram sobre a reabilitação do olfato/paladar......17


Quadro 2 -Resumo da descrição do treinamento olfatório de acordo com os autores............28
LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

OMS Organização Mundial da Saúde


COVID-19 Doença do Coronavírus 2019 (Coronavirus Disease 2019)
SARS-CoV-2 Síndrome Respiratória Aguda do Coronavírus 2 (Severe Acute Respiratory
Syndrome Coronavirus 2)
TO Treinamento Olfatório
DOPI Disfunção Olfatória pós-infecciosa
LASER Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação (Light
Amplification by Stimulated Emission of Radiation)
LBI LASER de Baixa Intensidade
LLLT Terapia LASER de Baixa Potência (Low Level Laser Therapy)
PBMT Terapia de Fotobiomodulação (Photobiomodulation therapy)
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10

2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 13
2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 13
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 13

2. MÉTODO ............................................................................................................................ 14

3. RESULTADOS ................................................................................................................... 15

4. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 31

5. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 36
10

1. INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a infecção causada pelo novo


coronavírus (SARS-CoV-2) como pandemia em 11 de março de 2020. A pandemia teve seu
início no final do ano 2019 em países asiáticos, foi disseminada por todos os continentes no
início de 2020 e tem provocado uma série de impactos em diversos âmbitos da sociedade
contemporânea.
A COVID-19, causada pelo SARS-CoV-2, manifesta, entre os sintomas: febre, fadiga,
tosse seca, congestão nasal, dor de garganta, diarreia, perda de olfato e paladar. Embora a
maioria dos pacientes tenham sintomas leves, uma pequena porcentagem deles têm o quadro
agravado e podem ir a óbito, principalmente se tratando de grupos de risco (BRASIL, 2020;
BRASIL, 2021).
Estima-se que cerca de 80% das pessoas na maioria dos casos, a recuperação pode ser
rápida e completa nas primeiras duas semanas. Entretanto, as pessoas acometidas podem sofrer
prejuízos consideráveis na função olfatória, após a infecção e recuperação da doença
(ALMEIDA & CESAR, 2021; TEAIMA et al., 2021).
Em maio de 2020, a OMS reconheceu a disfunção olfatória como um sintoma da
COVID-19 e essa alteração não está associada a rinorreia ou obstrução nasal. (SANTOS et al.,
2021). Devido à alta prevalência, este sintoma tem sido reconhecido como marcador importante
da doença (IBEKWE; FASUNLA; ORIMADEGUN, 2020).
A disfunção olfatória pode ser de origem condutiva1 ou neurossensorial2 e classificada
como quantitativa e qualitativa. A disfunção quantitativa se refere a alteração da intensidade:
hiposmia (redução na percepção), hiperosmia (percepção exacerbada) e anosmia (perda da
percepção). A disfunção qualitativa está relacionada com a alteração da qualidade na percepção
do odor: parosmia (cheiros percebidos como outros odores conhecidos), fantosmia (distorção
da percepção do odor na qual a pessoa sente um cheiro desconhecido e não consegue identificar
o odor, com duração de minutos) e cacosmia (percepção de odores pútridos para cheiros não
pútridos) (CÉSAR & LIMA, 2021; WHITCROFT & HUMMEL, 2019).
O sentido do paladar requer a ativação de receptores gustativos na língua que recebem
a inervação dos nervos cranianos VII, IX e X para o reconhecimento das cinco modalidades
gustativas: doce, amargo, salgado, azedo e umami. Ao comer, os odores dos alimentos são

1
Secundária a obstrução nasal.
2
Por alteração da via olfatória.
11

percebidos por vias ortonasal3 e retronasal4. As pistas gustativas são combinadas com as
sensações fornecidas pelo olfato retronasal para dar origem aos sabores. A disfunção
quimiossensorial causada pela COVID-19 pode ocorrer nos neurônios sensoriais olfatórios e
nas papilas gustativas. Por isso, em muitos casos, a disfunção do olfato causa a sensação de ter
perdido o sentido do paladar. (MASTRANGELO; BONATO; CINQUE, 2021; MATHIS et al.,
2021)
As alterações no paladar são classificadas quanto aos distúrbios de detecção: a
hipogeusia se refere à função gustativa reduzida e a ageusia à ausência de sensações gustativas
e aos distúrbios de identificação: a parageusia, relacionada à percepção de sabor alterado ou
desagradável e a fantogeusia, à percepção de gosto metálico ou salgado, sem estímulo externo.
(CÉSAR & LIMA, 2021; KANJANAUMPORN et al., 2020).
A estimulação do olfato e do paladar promove a preparação do sistema motor oral e
gastrointestinal para a recepção do alimento, que envolvem: o aumento da secreção salivar, do
suco gástrico e da resposta motora, o favorecimento do posicionamento adequado das estruturas
orofaríngeas para a deglutição e a geração da excitabilidade nervosa e muscular para a passagem
do alimento ao estômago. (STEELE & MILLER, 2010). As disfunções olfatória e gustativa
têm implicações diretas na funcionalidade da alimentação (NASCIMENTO, 2020).
Indivíduos com disfunção olfatória encontram dificuldades nas atividades cotidianas,
tais como: problemas ao cozinhar, na higiene pessoal e nos relacionamentos sociais; diminuição
do apetite; redução na percepção de sinais de perigo tais como o cheiro de gás, fumaça de
combustão, produtos químicos e diminuição do prazer alimentar. Estas disfunções podem
impactar na qualidade de vida, ocasionando problemas emocionais, sensação de insegurança e
solidão. (WHITCROFT & HUMMEL, 2019; O'BYRNE et al., 2021).
O fonoaudiólogo integra a equipe multiprofissional na linha de frente contra a COVID-
19, com o objetivo de realizar a intervenção na motricidade orofacial, deglutição, respiração,
cognição, respiração e tratamento pós intubação orotraqueal (CRF a, 2020).
A fonoterapia pode contribuir para a reabilitação dos indivíduos acometidos pela
COVID-19 (IBEKWE; FASUNLA; ORIMADEGUN, 2020) restaurando a coordenação das
funções de deglutição e respiração; prevenindo alterações vocais ou da articulação
temporomandibular; avaliando e reabilitando a função olfativa e a comunicação dos pacientes
na fase de recuperação clínica. (CRF a, 2020).
Diante da importância das funções do olfato e do paladar, que são relacionadas a outras

3
Seguido pela percepção da gustação.
4
Referido à cavidade oral e não ao epitélio olfatório.
12

do aparelho estomatognático e à qualidade de vida das pessoas, surgiram questões sobre as


evidências disponíveis para a reabilitação e a atuação fonoaudiológica junto à população que
tem queixas por disfunções olfativas e gustativas.
O objetivo dessa pesquisa foi investigar as terapias disponíveis e a atuação
fonoaudiológica para reabilitação de pessoas com disfunções do olfato e paladar, após a
infecção pela COVID-19. Os objetivos específicos foram: verificar as propostas terapêuticas
existentes para pessoas acometidas pela COVID-19 e que têm queixas de distúrbios olfatórios
e do paladar e identificar as abordagens terapêuticas utilizadas pela fonoaudiologia.
13

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

• Investigar as terapias disponíveis e a atuação fonoaudiológica para reabilitação de


pessoas com disfunções do olfato e paladar, após a infecção pela COVID-19.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Verificar as propostas terapêuticas existentes para pessoas acometidas pela COVID-19


e que têm queixas de distúrbios olfatórios e do paladar
• Identificar as abordagens terapêuticas utilizadas pela fonoaudiologia.
14

2. MÉTODO

Trata-se de uma revisão integrativa, abordagem metodológica ampla que permite a


inclusão de diversos métodos de pesquisas para discussão de seus resultados (SILVEIRA &
GALVÃO, 2005) e de estudos experimentais e não-experimentais (WHITTEMORE &
KNAFL, 2005) que proporciona análise ampla e síntese de conhecimentos para aplicabilidade
de resultados na prática clínica.
Os artigos que compõem esse estudo foram pesquisados por meio da busca de
periódicos indexados nas bases de dados: ScieLo (Scientific Eletronic Library Online) PubMed
(Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),
Periódicos CAPES e por buscas manuais no Google Acadêmico.
Os descritores foram: Fonoaudiologia, Transtornos do olfato; Transtornos do Paladar;
Disgeusia; Anosmia; SARS-CoV-2; COVID-19, Estudos Transversais; Estudos de Coortes e
seus correspondentes em inglês: Speech Language and Hearing Sciences; Olfaction Disorders;
Taste Disorders; Dysgeusia; Anosmia; SARS-CoV-2; COVID-19; Cross Sectional Study;
Cohort Studies. Foram utilizados os operadores booleanos AND e OR para combinar os termos
e NOT para exclusão de estudos que não condiziam com os objetivos e critérios de inclusão e
exclusão desta pesquisa.
Os critérios de inclusão foram: estudos que incluíssem reabilitação de olfato e paladar
em pessoas adultas acometidas pela infeção da COVID-19, nas línguas portuguesa e inglesa.
Haja vista o período da pandemia, foram selecionados artigos com publicação de 2020 até
outubro de 2021.
Os critérios de exclusão foram: artigos que relacionaram reabilitação de olfato e paladar
decorrentes de outras doenças que não fossem a COVID-19; quaisquer publicações com
idiomas que não fossem em português e inglês; relatos de casos com apenas um ou dois
participantes, pela fraca evidência científica e publicações sobre a reabilitação do olfato e
paladar em crianças ou bebês.
Os resultados foram apresentados por meio de quadros, construídos de acordo com os
objetivos deste estudo e em ordem de ano de publicação para melhor compreensão da evolução
dos estudos e descritos em texto. Foram realizadas análises das abordagens propostas nos
estudos e identificadas as que pudessem ser assimiladas pela fonoaudiologia em sua prática
clínica.
15

3. RESULTADOS

Na busca pelos descritores, 470 estudos foram encontrados em três bases de dados e 31
foram selecionados na literatura cinzenta. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão,
foram selecionados 80 estudos para leitura dos resumos, após a qual foram excluídos 55,
restando 25 para leitura na íntegra. Finalmente, 12 estudos foram elegíveis para a pesquisa: 2
estudos de revisão, 2 de revisão sistemática, 2 prospectivos, 3 coortes, 1 revisão clínica a
experimental, 1 revisão integrativa, 1 relatos de série de casos. Em relação à função sensorial,
nenhuma pesquisa abordou o sentido do paladar isoladamente.
Entre os estudos selecionados para esta pesquisa, quatro artigos foram publicados na
área de otorrinolaringologia e o restante em parceria com outros departamentos como: cirurgia
de cabeça e pescoço, enfermagem, biomedicina entre outros.
Os resultados foram resumidos no quadro 1 e descritos no corpo do texto. O quadro 1
contêm informações sobre autores, título, revista e ano de publicação; área da saúde em que foi
publicado o estudo; objetivos; método; função estudada (olfato ou paladar); principais
resultados e conclusão. O quadro 2 foi construído para detalhar as informações sobre os treinos
olfatórios realizados, descrevendo o tempo e frequência de inalação, a duração do tratamento e
os odorantes utilizados, de modo a oferecer suporte à prática clínica.
Kanjanaumporn et al. (2020) ponderaram que, embora seja ainda precoce afirmar sobre
a eficácia do treinamento olfatório (TO) em pacientes acometidos pela COVID-19, com perda
olfativa persistente, esta terapia consiste em uma abordagem de baixo custo e sem efeitos
colaterais e deve ser a primeira modalidade a ser considerada para a reabilitação, uma vez que
o tratamento médico ainda não tem comprovação em termos de eficácia e segurança. O TO
pode ser eficaz na recuperação do olfato e do paladar no SARS-CoV-2.
Le Bon et al. (2020) realizaram um estudo piloto prospectivo com pacientes com a
disfunção do olfato como único sintoma no período de cinco semanas após a infecção da
COVID-19. Os participantes foram divididos em dois grupos: um, com nove participantes,
recebeu tratamento com corticosteroides orais e TO; outro, com dezoito, recebeu apenas o TO.
Os autores concluíram que há segurança e eficácia na combinação de corticosteroides orais
como o TO no manejo da disfunção olfatória resultante da infecção por COVID-19.
Whitcroft & Hummel (2020) ressaltaram que a disfunção olfativa é comum e pode
impactar negativamente na qualidade de vida das pessoas. Sugeriram testes psicofísicos, além
da avaliação subjetiva. Em sua revisão, recomendaram o TO como terapia para as disfunções
16

olfatórias de diferentes etiologias e salientaram a importância de mais pesquisas de alta


qualidade para desenvolver e validar intervenções médicas e cirúrgicas como opções de
tratamento destes sintomas.
Addison et al. (2021) realizaram uma revisão sistemática e revisaram 40 artigos, entre
os quais 15 analisaram especificamente a disfunção olfatória pós-infecciosa (DOPI), incluindo
a COVID-19 e 25 incluíram outras etiologias para disfunção olfatória. O número total de
pacientes incluídos nesta revisão foi de 4.983, entre os quais, 2.352 (47,2%) referiu-se a DOPI.
Os autores alertaram para a necessidade de discutir de forma individual sobre o prognóstico e
a probabilidade de recuperação espontânea dos pacientes. Mostraram a probabilidade de, em
casos de infecção por COVID-19, ocorrer a recuperação espontânea de forma mais rápida e
com maior incidência. Os autores concluíram que há evidências de que o TO melhora a função
olfativa nessas pessoas e mencionaram dois tipos de treinos: o clássico, proposto por Hummel
et al. (2009) e o modificado, proposto por Altundag et al. (2015) ambos descritos no quadro 2.
De acordo com a revisão, os resultados do TO modificado podem ser melhores nas
respostas de identificação e discriminação olfatória em comparação com a técnica clássica pois
possibilita maior diversidade de odores. A revisão sistemática destacou a importância do TO
para o tratamento da DOPI, uma vez que as evidências para intervenções medicamentosas não
são robustas.
Bulbuloglu & Yasar (2021) utilizaram o café turco para estimulação do olfato em
pessoas que sofriam com a disfunção olfatória. O estudo, com grupo controle, teve os pacientes
divididos igualmente entre os grupos experimental e controle (60 pacientes em cada) e foi
realizado no Hospital de Treinamento e Pesquisa, na Turquia. A idade dos participantes da
pesquisa foi acima de 18 anos e com disfunção olfatória decorrente da COVID-19. Os
participantes do grupo experimental cheiraram 5 gramas de café a uma distância de 3 a 5
centímetros do nariz sem, no entanto, tocá-lo, como descrito no quadro 2. Nenhuma aplicação
de cheiro foi realizada no grupo controle.
Os autores destacaram que distúrbios do olfato geralmente se desenvolvem devido ao
acúmulo de muco, distúrbio quimiossensorial e envolvimento do nervo olfatório. Ressaltaram
que a perda do olfato afeta negativamente o estado emocional e psicológico. Pessoas com idade
avançada apresentam maior risco de anosmia. Concluíram que, nos pacientes com hiposmia, a
inalação intermitente de café turco por uma hora causou uma regressão no distúrbio olfatório,
com ressalvas aos pacientes neurológicos. No grupo controle não houve diferença significativa.
A combinação de estímulos visuais juntamente com o TO foi pesquisada por Denis et
al. (2021), que desenvolveram o estudo com 548 pacientes com idade média de 42 anos, por
17

meio de um aplicativo da web para estímulos visuais que foram associados ao TO por meio de
óleos essenciais de alta concentração. O tempo para melhora da função olfatória foi maior em
pacientes com anosmia do que em pacientes com hiposmia e não houve diferenças significativas
na duração do treinamento entre os pacientes com hiposmia grave, moderada e leve. O TO e a
estimulação visual assistida por meio do aplicativo da web foram associados a melhora do
olfato, principalmente após 28 dias.
Neta et al., 2021 relataram a ausência de tratamento específico para ageusia e que,
embora, alguns tratamentos tenham mostrado resultados promissores nas disfunções olfatórias:
TO, aplicação intranasal de citrato de sódio e vitamina A, os estudos carecem de evidências
mais robustas e as propostas não são aplicáveis para a prática clínica no momento.
O’Byrne et al. (2021), em uma revisão sistemática viva, relataram evidências muito
limitadas sobre a eficácia e os riscos relacionados aos tratamentos da disfunção olfatória pela
COVID-19.
Saussez et al. (2021) realizaram um estudo prospectivo, observacional e multicêntrico
que incluiu 152 pacientes com disfunção olfatória, separados em três grupos: o primeiro foi
constituído por 59 participantes, que receberam dez dias de corticosteroides orais e TO. O
segundo incluiu 71 pacientes, que receberam um mês de corticosteroides nasais e TO. O terceiro
grupo foi composto por 22 participantes, que receberam apenas o TO. Os autores concluíram
que, apesar do tratamento com os corticosteroides proporcionar recuperação mais rápida da
disfunção olfatória, não houve diferença entre o uso de corticosteroides orais e nasais e no TO
sozinho, após o período de dois meses.
O TO foi eficaz para o tratamento da DOPI relacionada à COVID-19 na pesquisa de
Seo; Choi; Lee (2021). Eles realizaram uma coorte prospectiva com 53 pacientes adultos
diagnosticados com a doença. Os participantes não tomaram nenhum esteroide oral ou tópico
antes e durante o período da pesquisa e foram convidados a cheirar odorantes. Entre os
participantes, somente dez voltaram ao ambulatório após dois meses de terapia e cerca de sete
pacientes recuperaram a função olfatória. Devido a limitação em relação à quantidade de
pacientes que concluíram o treino, os resultados objetivos e subjetivos da avaliação olfativa
ficaram prejudicados. O estudo não foi realizado com grupo controle, além de ter sido
reconhecido pelos autores uma série de outros vieses que prejudicaram os resultados. No
entanto, os autores concluíram que o TO de maneira precoce pode oferecer bons resultados em
pessoas com DOPI associada à infecção por COVID-19.
Soares et al. (2021) realizaram um estudo multicêntrico com 14 participantes que
receberam sessões de fotobiomodulação com LASER (Light Amplification by Stimulated
18

Emission of Radiation) para DOPI, após a infecção com o SARS-CoV-2. O grupo 1 recebeu 10
sessões de LASER intranasal, duas vezes por semana e com intervalo de 48 horas. O grupo 2
recebeu 5 sessões, duas vezes por semana e com intervalo de 48 horas e o grupo 3, 10 sessões,
com intervalo de 24 horas. Os participantes obtiveram redução dos distúrbios olfatórios,
independente do fato de ter recebido cinco ou dez sessões, com frequência de duas vezes por
semana. Os autores sugeriram que a terapia com o LASER intranasal pode ser uma modalidade
terapêutica promissora, embora tenham reconhecido a necessidade de estudos para adequação
de protocolos.
Hopkins et al. (2021) relataram, por meio das Diretrizes de Consenso da Sociedade
Britânica de Rinologia, que entre as diferentes opções de tratamentos, o TO com óleos
essenciais deve ser recomendado para pacientes com disfunção olfatória por mais de duas
semanas após a recuperação da COVID-19. Os autores indicaram os sites
http://www.fifthsense.org.uk/smell-training e o abscent.org como um guia de orientação com
recomendações e manejo de pessoas com disfunção olfatória pós-COVID-19. As
recomendações incluem a visita ao otorrinolaringologista em casos de pessoas com alterações
em funções olfatórias para descartar outras doenças e indicar exames de imagens, caso
necessário. O consenso recomenda à comunidade médica o TO para pacientes com perda
olfatória por mais de duas semanas, entre outras recomendações médicas.
Em resumo, as terapias propostas com resultados positivos para a DOPI relacionada a
COVID-19 nos estudos encontrados até o momento, envolvem principalmente: indicações
médicas de corticosteroides orais e/ou nasais, com TO associados (LE BON et al., 2021;
SAUSSEZ et al., 2021), e não médicas de inalação de café turco (BULBULOGLU & ALTUN,
2021), TO isolado com odorantes de óleos essenciais (KANJANAUMPORN et al., 2020;
WHITCROFT & HUMMEL, 2020; ADDISON et al., 2021; SAUSSEZ et al, 2021; HOPKINS
et al., 2021), ou combinado com imagens (treino bimodal) ( DENIS et al., 2021), além da
fotobiomodulação intranasal com LASER (SOARES et al., 2021).
19

Quadro 1. Descrição de artigos que pesquisaram sobre reabilitação de olfato e/ou paladar em
decorrência da doença do COVID-19.
Autores/título/revista/ano Área Objetivo Método Função Principais
de publicação da Resultados/Conclusão
Saúde
KANJANAUMPORN et al. ORL Fornecer Revisão Olfato e Resultados: As opções de
informações integrativa paladar tratamento para perda
Smell and taste dysfunction conforme olfatória foram o CO e o
in patients with SARS- evidências CN, que ainda não foram
COV-2 infection: a review científicas recomendados pelo fato de
of epidemiology, recentes haver poucas publicações,
pathogenesis, prognosis, sobre a bem como também os
and treatment options. epidemiologi demais fármacos: vitamina
a e patologias A, zinco, caroverine, ácido
APAJAI-Asian Pacific envolvidas alfa-lipóico, teofilina,
Journal of Allergy e com o olfato minociclina e ginkgo
Immunology, 2020. e o paladar biloba. O TO é a opção
em pacientes mais segura de tratamento
com a pelo seu efeito na
COVID-19, e regeneração dos
os neurônicos olfativos.
tratamentos. Conclusão: A recuperação
do olfato e paladar na
COVID-19 é melhor do
que em outras infecções
pós virais. O TO pode ser
uma boa opção para o
tratamento da perda
olfatória.
LE BON et al. Eq. Investigar a Estudo Olfato Resultados: Foram
Multi eficácia e a prospectivo recrutados 72 indivíduos
Efficacy and safety of oral segurança com pacientes positivados e recuperados
corticosteroids and dos CO e do não pela COVID-19 e que
olfactory training in the TO como hospitalizados, perderam o olfato há 5
management of COVID- reabilitação com perda semanas.
19-related olfactory loss. em pacientes súbita do olfato 27 pacientes apresentaram
com ocasionados disosmia persistente e
20

European Archives of Oto- disfunção pela COVID- foram incluídos no estudo.


Rhino-Laryngology, 2020. olfatória 19, recrutados 9 participantes receberam
persistente por meio de corticosteroides orais e
decorrentes ligações. Os realizaram TO. Os
da COVID- pacientes participantes que
19. disósmicos receberam CO com TO
foram tratados tiveram resultados
por 10 dias de melhores em relação aos 18
CO com o TO . participantes que apenas
realizaram o TO. Apenas
três dos participantes que
receberam CO relataram
efeitos colaterais mínimos
e transitórios.
Conclusão: A combinação
de CO juntamente com o
TO pode ser segura e
benéfica para a
recuperação da perda
olfatória decorrente da
COVID-19. Necessário
maiores ensaios clínicos
randomizados para
corroborar com os
resultados.
WHITCROFT & Eq. Relatar sobre Revisão Olfato Resultados: A avaliação
HUMMEL. Multi a disfunção Clínica e psicofísica foi considerada
olfatória, a Educação a mais confiável. Os CO e
Olfactory Dysfunction in avaliação CN, a vitamina A e o
COVID-19 Diagnosis and clínica e o Omega 3, têm sido
Management. tratamento utilizados para o
em pacientes tratamento da disfunção
JAMA, 2020. acometidos olfatória. Porém, até o
pela COVID- momento não há
19. evidências suficientes que
comprovem a eficácia
21

dessas terapias. O TO tem


sido a opção mais indicada
por ser de baixo custo e
sem efeitos colaterais.
Conclusão: A perda
olfatória está associada em
muitos pacientes com a
infecção pela COVID-19.
A pesquisa foi realizada
para adquirir maiores
informações sobre o
manejo adequado do
comprometimento
quimiossensorial, a
avaliação e o tratamento
direcionados à DOPI
relacionada a COVID-19.
ADDISON et al. Eq. Fornecer um Revisão Olfato Resultados: 40 citações
Multi guia prático sistemática preencheram os critérios de
Clinical Olfactory Working para médicos inclusão e 11 das quais
Group consensus statement e eram ensaios clínicos
on the treatment of especialistas randomizados. No total, 15
postinfectious olfactory na área dos artigos analisaram
dysfunction. hospitalar, especificamente a DOPI,
contendo enquanto os outros 25
American Academy of informações incluíram outras etiologias
Allergy, Asthma & a respeito do para disfunção olfatória,
Immunology, 2021. manejo da porém, com ênfase na
DOPI perda olfatória pós viral.
incluindo a Conclusão: Os membros
COVID-19. do Grupo de Trabalho
Olfativo Clínico
recomendaram o TO como
medida terapêutica. Foram
a favor também do uso dos
esteroides e da vitamina A
22

em pacientes decorrentes
da COVID-19.
BULBULOGLU & Eq. Investigar o Coorte Olfato Resultados: Antes da
YASAR. Multi efeito da experimental inalação do café turco 25%
inalação do controlada apresentavam hiposmia
The effect of turkish coffee café turco em com 120 moderada, 58, 3% anosmia
fragance on olfactory pacientes pacientes com grave, sendo que após a
disorders in patients with com a a COVID-19 inalação, cerca de 13%
covid-19. An experimental COVID-19. internados no recuperaram o olfato.
clinical study. Hospital de Conclusão: Houve
Treinamento e recuperação parcial do
Neurology, 2021. Pesquisa olfato nos participantes que
Adiyaman, na inalaram café turco por
Turquia, com uma hora. Não houve
idade acima de resultado em pacientes
18 anos. neurológicos. O estudo
Distribuídos recomendou o uso do café
60 pacientes turco como treinamento
em cada grupo. olfatório em pacientes com
Um grupo alterações do olfato e
inalou café paladar em pacientes
turco por 2 decorrentes da COVID-19.
minutos com
pausas de 10
minutos até
completar 1
hora. O grupo
controle,
nenhuma
aplicação
olfativa foi
oferecida.
DENIS et al. ORL Quantificar o Coorte com Olfato Resultados: O TO foi
benefício do 548 pacientes melhor para os pacientes
Olfactory Training and TO e que tinham que treinaram por mais de
Visual Stimulation Assisted estimulação pelo menos um 28 dias. A melhora
23

by a Web Application for visual mês de olfatória foi 8 dias mais


Patients with Persistent assistida por disfunção rápida para os pacientes
Olfactory Dysfunction after um aplicativo olfatória com hiposmia em
SARS-CoV-2 Infection: da web persistente comparação com os que
Observational Study. dedicado pela COVID- possuíam anosmia. Esse
para 19. As análises benefício foi observado
J Med Internet Res, 2021. pacientes do TO foram independentemente da
com a realizadas após duração da disfunção
disfunção 4 semanas de olfatória.
olfatória treino. Conclusão: O TO e a
decorrente da estimulação visual
COVID-19 assistida por um aplicativo
por menos de da web apresentaram
um mês. melhora significativa no
olfato, especialmente após
28 dias de TO.
NETA et al. Eq. Relatar sobre Revisão da Olfato Resultado: Tem-se a
Pathophysiology and Multi a Literatura hipótese de que o SARS-
possible treatments for fisiopatologi CoV-2 causa uma
olfactory-gustatory a e os diminuição na
disorders in patients tratamentos sensibilidade dos
affected by COVID-19. disponíveis neurônios sensoriais e
na literatura células epiteliais
Current Research in referente às alveolares, que são as
Pharmacology and Drug disfunções principais causas de
Discovery, 2021. do olfato e distúrbios olfativos e
paladar em gustativos. Conforme a
pacientes literatura as alterações no
com a paladar, incluem distúrbios
COVID-19 olfatórios nas papilas
gustativas em pessoas com
a COVID-19.
Conclusão: Embora
algumas opções de
tratamento tenham se
mostrado promissoras,
24

como o TO, CO ou tópicos,


vitamina A e citrato de
sódio, o ômega 3 e zinco, é
necessário que mais
pesquisas sejam feitas para
maior comprovação da
eficácia dessas terapias na
COVID-19.

O’BYRNE et al. Eq. O objetivo Revisão Olfato Resultados: Destacou-se a


Multi desta revisão sistemática recuperação do olfato,
Interventions for the é sintetizar as qualidade de vida,
treatment of persistent post- evidências e mudança no sentido do
COVID-19 olfactory intervenções olfato e prevalência da
dysfunction. baseadas no disfunção olfatória. Foi
tratamento da incluído um estudo com 18
Cochrane Database of disfunção participantes que
Systematic Reviews, 2021. olfatória comparou o uso de 15 dias
persistente de esteroides orais
devido à combinado com irrigação
infecção por nasal. A recuperação do
COVID-19 olfato foi avaliada após 40
com foco nos dias. A evidência ainda é
efeitos muito incerta sobre o efeito
duradouros desta intervenção na
da função recuperação do sentido do
olfatória ao olfato no período de um a
invés dos três meses.
efeitos curtos Conclusão: Existem
ou evidências muito limitadas
temporários. sobre a eficácia e os riscos
relacionados aos
tratamentos da disfunção
olfatória pela COVID-19.
As intervenções ainda são
25

muito incertas. Um estudo


com amostra pequena
avaliou tratamento com
esteroides sistêmicos e
intranasais.
SAUSSEZ et al. Eq. Investigar a Estudo Olfato Resultados: O resultado do
Multi eficácia e prospectivo e tratamento foi maior no
Efficacy and Safety of Oral segurança da observacional grupo 1 em comparação
and Nasal Corticosteroids administraçã controlado. com os grupos 2 e 3,
in COVID-19 Patients with o precoce de Recrutados durante três mês após o
Olfactory Dysfunction: A CO ou CN 152 pacientes tratamento. O grupo 1
European Multicenter em hipósmicos ou apresentou parosmia em
Study. complemento anósmicos, que 28,2 %, o grupo 2 em
com o TO foram 40,9% e o grupo 3 em
Pathogens, 2021. versus o TO divididos em 3 59,2%. Não houve
sozinho em grupos, em 4 diferença significativa na
pacientes hospitais proporção de normósmicos
com europeus. e hipósmicos aos dois
alterações do Avaliações meses. Já os que relataram
olfato e clínicas e ter parosmia obteve
paladar olfativas diferença significativa
decorrentes iniciais foram entre os grupos 1 e 3.
da COVID- realizadas nas Conclusão: O uso dos CO
19. primeiras 2 apresentou resultados
semanas após o melhores após um mês de
início da DO. tratamento. Não houve
Todos os diferença no período de
pacientes dois meses. No entanto, a
realizaram TO, parosmia pode ser reduzida
com adição de após o tratamento com os
10 dias de CO e CN. Não foi possível
CO. mostrar nesse estudo os
Descrição dos benefícios e a eficácia do
grupos: Grupo tratamento da DO com o
1: CO + TO; uso dos CO e NC em
Grupo 2: 1 mês relação ao TO sozinho,
26

de CN + TO; sendo necessário maiores


Grupo 3: ensaios clínicos
apenas TO. randomizados e assim
Tempo de obter maiores dados
tratamento foi fidedignos.
de 1 a 2 meses.

SEO; CHOI; LEE, 2021. Eq. Avaliar a Coorte Olfato Resultados: A função
Multi função prospectiva olfatória subjetiva foi
Clinical Features of olfatória de realizada com significativamente
Olfactory Dysfunction in forma 53 pacientes prejudicada em pacientes
COVID-19 Patients. subjetiva e recuperados da que apresentaram a DO
objetiva em COVID-19 e após 3 meses de início dos
JKMS. J Korean Med Sci, pacientes que visitaram o sintomas. O mesmo
2021. com a hospital resultado foi para função
COVID-19, posteriormente objetiva. Pacientes com
bem como os . O grupo com hiposmia foram
efeitos do DO foi de 38 recuperados após 2 meses
TO. pacientes. A de TO mesmo os que
função tinham mais de 3 meses de
olfatória comprometimento
subjetiva foi olfatório.
avaliada por Conclusão: Embora a
meio de um função olfatória subjetiva
questionário e esteja significativamente
a objetiva por diminuída nos pacientes
meio do teste com DO, a função olfatória
psicofísico nos objetiva não foi
grupos com e significativamente
sem DO. diferente. Os autores
Ambas as ressaltaram que o TO é
avaliações eficaz em pacientes com
foram COVID-19 com DO.
comparadas
entre os
grupos. Os
27

pacientes
foram
acompanhados
após 2 meses
de TO.
SOARES et al. Eq. Relatar os Relato de caso Olfato Resultados: Os pacientes
Multi efeitos da com 12 foram organizados em 3
Intranasal terapia de pacientes do grupos contendo o tempo, a
photobiomodulation fotobiomodul sexo feminino duração e a intensidade das
therapy for COVID-19- ação (de 20 a 59 sessões. Notou-se melhora
related olfactory intranasal anos) e dois do na perda do olfato em todos
dysfunction: A Brazilian (PBMT) sexo os pacientes, independente
multicenter case series. utilizados masculino (de do protocolo de LASER
para 25 a 37 anos) utilizado.
Photodiagnosis and disfunção com perda do Conclusão: A
Photodynamic Therapy, olfatória olfato (parcial fotobiomodulação
2021. relacionada a ou total) após intranasal parece ser uma
COVID-19 infecção por modalidade terapêutica
por meio de COVID-19. promissora para o
uma série de Foram tratamento da DO em
casos. aplicados 3 pacientes acometidos pela
protocolos de COVID-19. É necessário
para a maiores esclarecimentos
utilização do referente a escolha do
LASER. protocolo de LASER e
maiores publicações sobre
o assunto.
HOPKINS et al. Eq. Fornecer Revisão da Olfato Resultados: O TO foi
Multi recomendaçõ literatura recomendado para todos os
Management of new onset es para a pacientes com perda
loss of sense of smell during investigação persistente do olfato por
the COVID-19 pandemic - e tratamento mais de 2 semanas. Há
BRS Consensus Guideline. de pacientes recomendações sobre a
com a perda necessidade de
Clin Otolaryngol, 2021. do olfato encaminhamentos médicos
para o tratamento devido.
28

decorrente da Conclusão: Este estudo


COVID-19. identificou a adequação do
TO e diferentes opções de
tratamentos médicos, bem
como nas diretrizes de
encaminhamento e exames
de imagem para pacientes
com perda do olfato
relacionada a COVID-19.

Legenda: ORL = otorrinolaringologia; Eq. Multi: Equipe Multidisciplinar; DOPI: Perda olfatória pós-infecciosa;
DO: Disfunção olfatória; CN= corticosteroide nasal; CO: corticosteroide oral; TO = Treinamento olfatório.

Quadro 2. Resumo da descrição do treinamento olfatório, de acordo com os autores.


autores Tempo duração Frequência Odorantes
- 12 semanas ou 2 vezes ao dia Álcool fenil
KANJANAUMPORN 3 meses etílico (rosa),
et al., 2020. eucaliptol
(eucalipto),
citrolennal
(limão) e
eugenol (cravo).
(HUMMEL et
al., 2009)
LE Bon et al., 2021. Cheirar por 10 10 semanas 2 vezes ao dia Rosa, eucalipto,
segundos limão e cravo.
(HUMMEL et
al., 2009)
WHITCROF & Cheirar os odorantes 3 meses 2 vezes ao dia Limão, rosa,
Hummel, 2020. por 20 segundos cravo e eucalipto.
cada
ADDISON et al., 2021. Cheirar 5 minutos os 12 semanas ou 2 vezes ao dia Técnica clássica:
4 odorantes clássicos mais. Pode álcool fenil
também etílico eucaliptol,
acrescentar citronelal,
mais duas eugenol.
29

etapas de 12 (HUMMEL et
semanas com al., 2009)
odorantes não
clássicos. Técnica
modificada:
mentol, tomilho,
tangerina e
jasmim e após
mais 12 semanas,
os odorantes: chá
verde,
bergamota,
alecrim e
gardênia
(ALTUNDAG et
al., 2015).
BULBULOGLU & Cheirar sem tocar - Cheirar no total Café
ALTUN, 2021. no nariz por 2 de 1 hora.
minutos a cada 10
minutos.
DENIS et al., 2021. Cheirar 4 óleos de 4 semanas 2 vezes ao dia Óleos essenciais:
alta concentração + com período (manhã e noite). álcool etílico
estimulação visual máximo de 16 Total de 4 fenil (odor de
com aplicativo da semanas exposições ao rosa de geranium
web e 15 segundos odor por dia. rosa), eucaliptol
com olhos vendados (odor de
+ 30 segundos com o eucalipto),
nome a imagem do citronelal (odor
óleo essencial no de limão) e
aplicativo para ser eugenol (odor de
visualizada. cravo).
(HUMMEL et
al., 2009)
SEO; CHOI; LEE, Cheirar por 10 2 meses 2 vezes ao dia Eucalipto, cravo,
2021. segundos, com 30 (manhã e noite) limão e rosa.
30

segundos de (HUMMEL et
descanso. al., 2009)
Pinho, canela,
limão e hortelã-
pimenta. (KIM et
al., 2018)
SOARES et al., 2021. Sessões de 5 a 10 sessões 2 vezes por -
fotobiomodulação semana ou 48 ou
aplicado via 24 h.
intranasal, com 660
nm, no modo de
contato, 100 mW de
potência e 18 J de
energia na mucosa
nasal,
correspondendo a 3
min de irradiação
por narina.
31

4. DISCUSSÃO

A maioria das pessoas com disfunção quimiossensorial associada a COVID-19


apresentam recuperação espontânea do olfato e paladar nas primeiras duas semanas. Entretanto
tratamento é recomendado após esse período (HOPKINS et al., 2021; SAUSSEZ et al., 2021).
Foi possível perceber uma semelhança nos odorantes utilizados nas terapias utilizando
TO (KANJANAUMPORN et al., 2020; LE BON et al., 2021; DENIS et al., 2021; NETA et al.,
2021; SAUSSEZ et al., 2021; SEO; CHOI; LEE, 2021), com os odorantes: limão, rosa, cravo e
eucalipto para inalação, na frequência de duas vezes ao dia, baseados na técnica pioneira do
treino clássico definido por Hummel et al. (2009). Os odorantes: Pinho, canela, limão e hortelã-
pimenta, também foram utilizados conforme Kim et al. (2008). Outro estudo observou bom
resultado com a técnica de TO modificado de acordo com Altundag et al. (2015), realizada por
meio dos odorantes: mentol, tomilho, tangerina, jasmim, chá verde, bergamota, alecrim e
gardênia. Os benefícios do TO com o café turco em pessoas com disfunção olfatória após a
COVID-19, foi relatado como opção para o tratamento por 2 minutos a cada 10 minutos e por
uma hora (BULBULOGLU & YASAR, 2021). A duração do TO variou de 4 a 16 semanas,
embora a maioria dos estudos tenham variado de 10 a 12 semanas.
As terapias utilizando o TO foram propostas em pesquisas baseadas, principalmente,
nos estudos de DOPI que antecederam a COVID-19 (HUMMEL et al., 2009; ALTUNDAG et
al., 2015; KIM et al., 2008; KATTAR et al., 2021).
A maioria dos estudos consideraram que o TO é uma medida segura, de baixo custo,
sem efeitos colaterais e eficaz no tratamento contra a disfunção olfatória em pacientes
acometidos pela COVID-19 (KANJANAUMPORN et al., 2020; O'BYRNE et al., 2021; LE
BON et al., 2021; WHITCROFT & HUMMEL, 2020; HUMMEL et al., 2009; NETA et al.,
2021; SAUSSEZ et al., 2021). Por outro lado, Bulbuloglu & Yasar (2021) utilizaram o café
turco como odorante único no TO, com resultados positivos para a reabilitação olfativa.
Denis et al. (2021) associaram o TO baseado em uso de óleos essenciais com estímulo
visual. Segundo os autores, a percepção olfativa pode ser beneficiada por meio de pistas visuais.
A percepção olfativa não é apenas resultado de uma única entrada sensorial, mas ocorre em
uma estrutura de interação multissensorial. Os odores são, em geral, experimentados com outras
pistas sensoriais, tais como estímulos visuais, gustativos, auditivos, trigeminais e táteis, que
permitem a modulação no cruzamento da integração modal destas pistas odoríferas. A rota de
liberação do odor (vias orto e retronasais), atenção seletiva a pistas sensoriais específicas,
32

aprendizagem associativa, história cultural da pessoa, tipo da tarefa e características de um


determinado estímulo também influenciam o efeito modulatório da congruência
(agradabilidade) na percepção olfativa (SEO & HUMMEL, 2017)
Existe uma integração modal cruzada importante entre as modalidades olfativa e visual
que envolve o hipocampo e córtex orbito frontal. Há ainda, uma facilitação na percepção do
olfato em treinos nos quais odores congruentes (agradáveis) são usados, em relação aos
incongruentes (desagradáveis) (GOTTFRIED & DOLAN, 2003; SEO & HUMMEL, 2011).
Por outro lado, as pistas auditivas podem modular a agradabilidade do odor, de modo que sons
congruentes podem tornar mais agradáveis a inalação, em relação aos sons incongruentes (SEO
& HUMMEL, 2011).
O benefício do TO com óleos essenciais de alta concentração associado a pistas visuais
no tratamento da disfunção olfatória decorrente da COVID-19 foi pesquisado com bons
resultados (DENIS et al., 2021). Por outro lado, estudo realizado com estudantes de enologia,
especialistas enólogos e grupo controle observou a eficácia das imagens mentais olfativas como
estratégia de treinamento para desenvolver habilidades na identificação de odores dos
profissionais de vinho (TEMPERE et al., 2014). A integração sensorial em treinos multimodais
pode explicar a facilitação das pistas visuais, auditivas e mentais associadas ao TO
experimentada nos estudos. A integração sensorial é preconizada pela literatura em reabilitação
fonoaudiológica principalmente nos estímulos tátil, térmico e gustativo (SOUZA &
CARDOSO, 2012). Sugere-se que mais pesquisas e com coortes maiores e grupos controle
sejam realizadas para averiguar o papel da integração modal cruzada para a reabilitação do
olfato e paladar em pessoas com DOPI.
Um estudo sugeriu o uso de corticosteroides orais como medida terapêutica, associado
ao TO (LE BON et al., 2021). No entanto, há necessidade de mais estudos randomizados para
maior confiabilidade dos dados. Em outra pesquisa, contudo, não houve diferença nos
resultados da recuperação olfatória no TO individualmente em relação ao associado com o uso
de esteroides orais, o que nos leva a crer que o uso de esteroides deve ser revisto nos estudos,
bem como deve ser considerado o TO com óleos essenciais na terapia em casos de perda
olfatória persistente em decorrência da COVID-19 (SAUSSEZ et al., 2021). Vale ressaltar que
inalações de curta duração podem aumentar a sensibilidade olfativa no TO (HUMMEL et al.,
2009).
Soares et al. (2021) foram os únicos autores que pesquisaram a reabilitação do olfato
para DOPI após a infecção com o SARS-CoV-2 com o uso do LASER e de modo intranasal e,
embora com baixo nível de evidências, concluíram que a fotobiomodulação pode ser uma
33

modalidade terapêutica promissora para a disfunção olfatória decorrente da COVID-19.


Entretanto, estudos randomizados, com coortes maiores e grupos controles para definição de
protocolo adequado devem ser feitos indicando melhores evidências e a melhor prática clínica.
O uso da Fotobiomodulação com o LASER (Light Amplification by Stimulated Emission
of Radiation) de Baixa Intensidade (LBI) ou Low Level Laser Therapy (LLLT) é rotineiramente
utilizado em tratamentos médicos, odontológicos e fisioterapêuticos com intuito de redução da
dor, estimulação da cicatrização tecidual e regressão de edemas, com consequente ação anti-
inflamatória e antimicrobiana, favorecimento da bioestimulação tecidual e reparação nervosa.
A fotobiomodulação (PBMT), muitas vezes, tem se tornado o recurso de primeira escolha em
diversas áreas da saúde. Por ter potencial para induzir a ativação das células nervosas e
regeneração da inervação, diminuir o nível inflamatório, tem mostrado resultados promissores
na redução da inflamação pulmonar aguda e para restaurar o equilíbrio das respostas imunes na
COVID-19 (MATOS et al., 2021). Desse modo a PBMT pode também favorecer a para a
recuperação do olfato, além de ser uma modalidade considerada simples, de baixo custo e não
invasiva (SOARES et al., 2021).
O doce e o azedo foram as sensibilidades mais afetadas no paladar de pessoas infectadas
pelo SARS-CoV-2. Estes sintomas podem prejudicar a alimentação, haja vista que o olfato e
paladar são importantes na fase antecipatória da deglutição. Apesar da anosmia e ageusia serem
área da atuação da fonoaudiologia devido a possibilidade de impacto na alimentação, as
publicações têm se voltado, principalmente, ao manejo da disfagia, pela sua repercussão na
saúde geral do paciente (CÂNDIDO et al., 2020).
Em relação à disfunção do paladar, os estudos não se referiram a sua reabilitação de
forma específica. Embora o SARS-CoV-2 atinja os sistemas olfatório e gustativo, a percepção
do paladar alterado pode ser atribuída ao olfato retronasal prejudicado e não à percepção da
gustação propriamente dita. Acreditam alguns autores, que o comprometimento
quimiossensorial na COVID-19 seja de predomínio olfativo (KANJANAUMPORN et al., 2020;
SAUSSEZ et al., 2021). Presume-se, portanto, que a reabilitação olfatória pode beneficiar a
sensação de paladar.
O fonoaudiólogo, durante a pandemia da COVID-19, se tornou um profissional
essencial na equipe multiprofissional, responsável pelo atendimento aos pacientes
diagnosticados com essa doença. A intervenção fonoaudiológica é capaz de reabilitar a função
da deglutição, adequar a via de alimentação de modo seguro, restaurar a coordenação das
funções de deglutição e respiração; previne alterações vocais ou da articulação
temporomandibular; avaliar e reabilitar a função olfativa, melhorar a comunicação dos
34

pacientes na fase de recuperação clínica, visando à melhora da qualidade de vida no período


pós-infeccioso. Entretanto, até o presente momento, não foram encontrados estudos sobre a
reabilitação do olfato e paladar realizados por fonoaudiólogos, embora a reabilitação destas
funções seja preconizada pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia, entre suas habilidades e
atuações (CRFa, 2020).
Espera-se que esta pesquisa possa auxiliar e nortear a prática clínica fonoaudiológica na
reabilitação de pessoas com DOPI, após o acometimento pela COVID-19, bem como estimular
a publicação de trabalhos realizados por esses profissionais.
35

5. CONCLUSÃO

O TO foi uma medida terapêutica considerada segura e com benefícios para a disfunção
olfatória persistente do olfato por mais de duas semanas em pacientes decorrentes da COVID-
19. O uso dos esteroides, da vitamina A e ômega 3 sistêmico foram estudados, embora com
restrições pela inconsistência e pouca evidência em relação à eficácia e segurança e deve ser
considerado individualmente pelo médico.
Os óleos essenciais foram preconizados pelos estudos para o TO com os odorantes:
cravo, limão, rosa e eucalipto, além do mentol, tomilho, tangerina, jasmim, chá verde,
bergamota, alecrim, gardênia. O TO associado à integração sensorial multimodal das vias
visuais, auditivas, táteis e gustativas, prática já preconizada pela fonoaudiologia, também pode
ser benéfico na reabilitação do olfato e do paladar. Pesquisas com amostras maiores, grupos
controles e randomizados podem generalizar os achados desta revisão.
Há recomendações sobre a necessidade de encaminhamentos e investigação médica pelo
médico otorrinolaringologista nos casos de pessoas com queixas em disfunções olfatórias.
Tendo em vista o papel do fonoaudiólogo na reabilitação das funções do aparelho
estomatognático, especialmente na reabilitação das funções do olfato e paladar e promoção da
qualidade de vida das pessoas, acredita-se que esta revisão possa auxiliar e nortear os
profissionais fonoaudiólogos em suas práticas clínicas, uma vez que as evidências atuais
apontam para terapias não medicamentosas e voltadas para o TO como promissoras para a
DOPI em pessoas acometidas pela COVID-19.
Existem ainda grandes desafios no enfrentamento da reabilitação fonoaudiológica nas
sequelas do COVID-19. É crescente a necessidade de mais publicações da fonoaudiologia que
levantem evidências para a reabilitação pós-infecciosa do olfato e do paladar.
36

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