Você está na página 1de 2

WBA0916_v1.

0
Podcast
Disciplina: Bases morfológicas e funcionais do sistema
nervoso
Título do tema: Aspectos microscópicos do Sistema Nervoso:
O neurônio
Autoria: Marisa Martin Crivelaro Romão
Leitura crítica: Cristiano da Rosa

Abertura:

Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos falar da segunda doença


neurodegenerativa mais comum no Brasil e no mundo, a doença de Parkinson.

Para nos situar melhor, vou antes explicar sobre alguns conceitos importantes.

A parte central do sistema nervoso é dividido em medula espinal, cerebelo,


tronco encefálico, diencéfalo e telencéfalo. A medula espinal se encontra no
interior do canal vertebral, localizado no interior da coluna vertebral, e contém
os neurônios responsáveis pela inervação da musculatura voluntária. A sua
secção abaixo do local lesado leva a perda da motricidade voluntária.

O cerebelo se encontra localizado na região posterior ao tronco encefálico. As


suas conexões cerebelares se projetam, além do próprio tronco, para a medula
espinal e cérebro.

O tronco encefálico se divide em bulbo, ponte e mesencéfalo. O bulbo se


localiza na região superior a medula espinal e contém núcleos de neurônios
responsáveis pelo reflexo de vômito, o centro respiratório e vasomotor.

A ponte pode ser vista como uma protuberância localizada cranialmente do


bulbo. Em seu interior estão presentes núcleos nervosos que irão formar
nervos cranianos.

Cranialmente a ponte, o mesencéfalo apresenta núcleos nervosos. Na


extensão do tronco encefálico passam fibras que conectam o cerebelo, o
diencéfalo e o telencéfalo com a medula espinal. As demais partes do
diencéfalo é formado pelo tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo,
enquanto o telencéfalo representa os hemisférios cerebrais.

A doença de Parkinson é uma enfermidade neurodegenerativa da parte central


do sistema nervoso provocada pelo dano dos neurônios que produzem
dopamina em uma região cerebral chamada substância negra, ou seja, por um
erro da clivagem da proteína – amilóide. Consequentemente, há a diminuição
intensa da produção do neurotransmissor chamado dopamina.

Como a dopamina neste circuito, auxilia no movimento voluntário automático, a


sua falta ocasiona os seguintes sintomas característicos: tremores de repouso,
lentidão dos movimentos, rigidez muscular e instabilidade postural. Assim,
atividades de vida diária simples como tomar banho e se vestir se tornam
difíceis. Tremor de repouso consiste naquele que ocorre com as mãos paradas,
como por exemplo, quando escrevemos ou pegamos uma xícara de café.

Muitos distúrbios psiquiátricos estão associados às desordens do núcleo da


base, com papel importante nas emoções, além do desenvolvimento e
integração do comportamento psicomotor. Assim, a maioria dos pacientes com
doença de Parkinson apresentam quadro de depressão, ansiedade, apatia e
psicose.

Ainda não se sabe ao certo os motivos desta perda exagerada de células


nervosas. No entanto, se especula que o estresse oxidativo desempenha um
papel importante na degeneração de neurônios dopaminérgicos na doença de
Parkinson, interrupções na manutenção fisiológica nos neurônios, que
interferem em vários processos biológicos, levando à morte celular. A
neuroinflamação também exerce uma função crítica na patogênese da
enfermidade.

Não existem drogas disponíveis que podem curar ou evitar a progressão da


degeneração de células nervosas causadoras da doença. Entretanto, há
diversos tipos de medicamentos para o tratamento dos sintomas da doença de
Parkinson disponíveis. Algumas técnicas cirúrgicas também são usadas para
atenuar alguns dos sintomas, que devem ser indicadas, caso a caso. É
recomendado o tratamento multidisciplinar incluindo medicamentos,
fisioterapia, fonoaudiologia, suporte psicológico, nutricional e exercício físico
regular. O objetivo do tratamento consiste na redução do prejuízo funcional,
permitindo maior autonomia e qualidade de vida por mais anos.

Se considerarmos o envelhecimento da população nas próximas décadas, é


importante nos prepararmos para o impacto social e econômico desta
enfermidade.

Fechamento:

Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

Você também pode gostar