O documento discute a neuroanatomia e fisiopatologia da doença de Parkinson. A doença causa a perda de neurônios dopaminérgicos na substância negra do mesencéfalo, levando à redução da dopamina no estriado e comprometendo o controle motor. À medida que a doença progride, outros sistemas de neurotransmissores como noradrenérgico, serotoninérgico e colinérgico também são afetados.
O documento discute a neuroanatomia e fisiopatologia da doença de Parkinson. A doença causa a perda de neurônios dopaminérgicos na substância negra do mesencéfalo, levando à redução da dopamina no estriado e comprometendo o controle motor. À medida que a doença progride, outros sistemas de neurotransmissores como noradrenérgico, serotoninérgico e colinérgico também são afetados.
O documento discute a neuroanatomia e fisiopatologia da doença de Parkinson. A doença causa a perda de neurônios dopaminérgicos na substância negra do mesencéfalo, levando à redução da dopamina no estriado e comprometendo o controle motor. À medida que a doença progride, outros sistemas de neurotransmissores como noradrenérgico, serotoninérgico e colinérgico também são afetados.
A doença de Parkinson (DP), caracteriza-se pela perda de neurônios
assimétrica ou unilateral das porções caudais e centrais da parte compacta da substância negra. No estágio inicial acomete o núcleo motor dorsal do nervo glossofaríngeo e vago, além da zona reticular intermediária e do núcleo olfatório anterior. No estágio 2, existe o comprometimento adicional dos núcleos da rafe, núcleo reticular gigantocelular e do complexo do locus ceruleus. No estágio 3, observa-se o comprometimento da parte compacta da substância negra do mesencéfalo. Já nos estágios 4 e 5 há comprometimentos das regiões prosencefálicas, do mesocórtex temporal e de áreas de associação do neocórtex e neocórtex pré-frontal, respectivamente. No estágio 6, ocorre o comprometimento de áreas de associação do neocórtex, áreas pré-motoras e área motora primária.(GALHARDO et al, 2009).
Fisiopatologia
A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, de caráter
progressiva e incapacitante, caracterizada pela presença de disfunções múltiplas dopaminérgicas, colinérgicas, serotoninérgicas e noradrenérgicas (GOLAN, et al, 2014).
Sua fisiopatologia ocorre em função da degeneração das células situadas
numa pequena região encefálica chamada de substância negra, localizada nos núcleos da base, na via nigroestriatal, respectivamente. O sistema dopaminérgico é um conjunto de vias neuronais cujo objetivo é a translocação da dopamina para diversas áreas do sistema nervoso central (SNC). Os neurônios desse sistema são responsáveis pela síntese de dopamina, enquanto os axônios têm papel importante na transmissão desse neurotransmissor ao longo de todo percurso cerebral (SOUZA et al, 2011).
O sistema dopaminérgico junto com os neurônios de melanina sofre
despigmentação. Desta forma, subentende-se que quanto mais clara a substância negra, maior é a perda de dopamina. Associado a essa despigmentação tem-se a depleção do neurotransmissor dopamina que resulta da degeneração de neurônios dopaminérgicos da substância negra que se projetam para o estriado, onde são críticos para o controle do processamento da informação pelos gânglios da base, reduzindo a atividade das áreas motoras do córtex cerebral, desencadeando a diminuição dos movimentos voluntários (SOUZA et al, 2011).
A medida que a doença progride ocorre o aparecimento dos chamados
corpos de lewys, que são encontrados no interior dos neurônios, constituído de neurofilamentos com agregados de α-sinucleína (uma proteína que ajuda as células nervosas nas sinapses) e ubiquitina, posteriormente foi observado que esses corpúsculos de inclusão não estariam relacionados com a causa da doença e sim com a sua sintomatologia (WAKABAYASHI K et al, 2007).
Acredita-se que outros neurotransmissores estão envolvidos na fisiopatologia
dos sintomas da doença de Parkinson. De acordo com o sistema de neurotransmissores, as principais áreas afetadas são:
1-) Sistema dopaminérgico: As degenerações neuronais afetam as vias
mesocorticais, mesolímbicas e nigroestriatal. O dano as vias mesolímbica e mesocortical é confirmado quando se constata que há redução de 36-55% dos neurônios da área tegmental ventral (ATV). Na substância negra, a perda variável é de 50-85% de neurônios pigmentados, essa perda de neurônios na substância negra esta correlacionada com a diminuição de dopamina e do ácido homovanílico e ainda da atividade da enzima tirosina-hidroxilase na biossíntese da dopamina.
2-) Sistema noradrenérgico: O locus coeruleus (cerúleo), tem perda de 50-80%
de neurônios pigmentados. Ocorre também a perda de neurônios no núcleo dorsal do vago e dos núcleos hipotalâmicos supraóptico e paraventricular, essa perda é vinculada a perda das funções noradrenérgicas (que são responsáveis pela resposta simpática).
3-) Sistema serotoninérgico: Perda de 57,8% dos neurônios do núcleo dorsal
da rafe.
4-) Sistema colinérgico: Indivíduos com grau de demência característicos nas
fases avançadas da doença de Parkinson, observa-se redução de 50-60% dos neurônios colinérgicos no núcleo dorsal da rafe (JELLINGER K.,1987). Referências
GALHARDO, Mônica et al. Caracterização dos distúrbios cognitivos na
doença de Parkinson: uma revisão de literatura. Rev.CEFAC, v 11, 2009.
SOUZA, Cheylla Fabricia M. et al. A doença de Parkinson e o processo de
envelhecimento motor: uma revisão de literatura. Rev Neurocienc, v. 19, n. 4, p. 718-23, 2011.
CAMARGOS, A. C. R. et al. O impacto da doença de Parkinson na
qualidade de vida: uma revisão de literatura. Rev Bras Fisioter, v. 8, n. 3, p. 267-72, 2004.
GOLAN, D.E. et al. Princípios de farmacologia: a base fisiopatológica da
farmacologia, 3º Ed. São Paulo: Editora Guanabara Koogan, p 81-7, 2014.
Jellinger K..Overview of morphological changes in parkinson’s disease. Adv
Neurol 1987;45-1-18.
Wakabayashi K, Tanji K, Mori F, Takahashi H The Lewy body in Parkinson’s
disease: molecules implicated in the formation and degradation of alpha- synuclein aggregates Neuropath 2007; 27; 494-506.
REVISTA HOSPITAL UNISERSITÁRIO PEDRO ERNESTO. Revista HUPE.