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AUTORIA
Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
Bem vindo(a)!
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados
em nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e
pro ssional.
Unidade 1
O cérebro e a
aprendizagem
AUTORIA
Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
Introdução
Conhecer o cérebro e sua relação com a aprendizagem é fundamental na
neuropsicopedagogia. Diante de um contexto social em que o conhecimento é
extremamente importante na vida pessoal e pro ssional das pessoas, as
di culdades de aprendizagem podem afetar muitos aspectos negativamente, como
na vida pro ssional e até mesmo na autoestima. Muitas áreas do conhecimento
buscam auxiliar para que haja melhores aprendizagens, principalmente quando,
apesar de boas oportunidades e meios o desempenho, está abaixo do que o
indivíduo pode proporcionar. Há atualmente um enorme esforço para que a
neurociência voltada para a educação se alie ao conhecimento provindo da
Psicologia Cognitiva, Psicopedagogia e Pedagogia, formando a
neuropsicopedagogia. Esta é uma ciência nova, com arcabouço teórico forte e
evidências de aplicação na prática educativa que permite otimismo.
AUTORIA
Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
O diálogo entre neurociências e educação tem mostrado enorme potencial. Várias
dúvidas sobre as questões de aprendizagem rondam a cabeça de professores e
outros pro ssionais voltados ao campo educacional. Muitas ciências já foram
conclamadas a participar da vida escolar, levando seu olhar sobre os processos de
ensino-aprendizagem. Os conhecimentos da neurociência se aglutinam com os
provindos da Pedagogia e da Psicologia, dando origem a esta nova ciência chamada
neuropsicopedagogia. É corrente o pressuposto de que quanto mais se conhecer o
aluno, melhor se poderá ensiná-lo. Há ainda muito a conhecer sobre os aspectos do
neurodesenvolvimento e como in uenciá-lo positivamente, revelando a necessidade
de constante atualização sobre as interações entre o sistema nervoso e o organismo
humano.
[...] a ciência que tem por objeto o estudo das relações entre as funções
do sistema nervoso e o comportamento humano. [...] A neuropsicologia
pretende inter-relacionar os conhecimentos da psicologia cognitiva
com as neurociências, desvendar a siopatologia do transtorno e, sobre
esta base, encarar racionalmente a estratégia de tratamento. (PAULA et
al., 2006, p. 225).
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Para compreendermos o cérebro e como ele atua, é preciso antes entender que ele
faz parte do sistema nervoso, que é dividido em sistema nervoso central (que reúne
as estruturas dentro do crânio e da coluna vertebral) e o sistema nervoso periférico
(que engloba as estruturas distribuídas pelo organismo).
Para entendermos um pouco sobre como o córtex é ativado e como atua diante da
estimulação, como uma estimulação na pele, recorremos a Cosenza e Guerra (2011,
p. 8):
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Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
A mediação do comportamento depende de como o cérebro é construído, da sua
citologia, da biofísica e bioquímica. O bloco de construção básico de todos os
organismos é a célula. Existem vários tipos de neurônios cujo plano celular básico é
semelhante, o que nos permite conhecer o modo como as células nervosas agem
(KANDEL; SCHWARTZ; JESSELL, 2003). Falaremos das unidades fundamentais a
partir das quais os módulos do sistema nervoso são compostos, pois: “O fenômeno
da aprendizagem inicia-se em nível neuronal e desencadeia mudanças visíveis na
percepção e no comportamento” (CASTRO; OLIVEIRA, 2018, p. 70).
Figura 3 - Neurônio
O plano celular básico dos neurônios permite a capacidade exclusiva das células
nervosas de se comunicarem entre si, de modo rápido e por longas distâncias. “Os
principais compartimentos funcionais dos neurônios - o corpo celular, os dendritos,
os axônios e os terminais - estão geralmente separados por distâncias consideráveis”
(KANDEL; SCHWARTZ; JESSELL, 2003, p. 65). Quanto a estrutura e o funcionamento
do neurônio:
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Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
De modo breve, Lent (2001) nos explica que o neurônio é uma unidade sinalizadora
do sistema nervoso, sua forma é adaptada para transmissão e processamento de
sinais. Sua morfologia é caracterizada por muitos prolongamentos próximos ao
corpo celular (dendritos), que funcionam como antenas para os sinais de outros
neurônios, possui também um prolongamento que leva as mensagens do neurônio
para lugares distantes. Os neurônios são células excitáveis capazes de produzir
potenciais de ação. Os potenciais de ação são as unidades de informação dos
neurônios.
As alterações temporárias da corrente que entra e sai das células geram sinais
elétricos – potenciais do receptor, potenciais sinápticos e potenciais de ação. Os
sinais elétricos alteram o potencial de repouso da membrana celular. Pode-se ler na
explicação a seguir sobre a corrente controlada por canais iônicos na membrana
celular:
Sobre a despolarização:
Fonte: Freepik.
REFLITA
“Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar,
mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela”
(Albert Einstein).
Conclusão - Unidade 1
Como cada cérebro é único, as interações com o meio auxiliam na formação de novas
conexões ou reforçam antigas, moldando o organismo a cada experiência que se
repete ou que se pratica. As neurociências trazem muitos conhecimentos novos que
são integrados às áreas da Psicologia cognitiva, educação e saúde. Os avanços rápidos
das neurociências forçam os pro ssionais que dela se utilizam a se atualizarem
constantemente, pois antigas “verdades” sobre o funcionamento cerebral têm sido
desfeitas e novas descobertas reforçam o grande valor do conhecimento da
integração de saberes da neuropsicopedagogia.
Leitura complementar
Quando o cérebro não esquece um membro perdido
Antes da descoberta dos antibióticos, quando uma ferida nos braços ou nas pernas
de um paciente necrosava, o único tratamento e ciente para evitar a morte era a
amputação. Só que, muitas vezes, o fantasma do membro amputado continuava
assombrando o paciente – literalmente. Ele “sentia” o membro amputado, ou, pior,
tinha dor no braço que não possuía mais. Seria alucinação? Delírio dos pacientes,
incapazes de aceitar sua nova condição? E quando a dor era muita, onde aplicar o
analgésico?
Até que uma guerra produziu dezenas de casos para um só cirurgião, o americano
Silas Weir Mitchell (1829-1914), que servia na Filadél a durante a guerra civil norte-
americana (1861-1865). Os hospitais enchiam-se de soldados feridos; Mitchell chegou a
examinar 90 pacientes amputados. Desses, 86 logo passaram a sentir o fantasma do
membro removido – só quatro o “esqueceram”. Mitchell observou que as histórias de
membros fantasmas eram coerentes. Por exemplo, várias vezes eles pareciam
incompletos ou mais curtos do que o membro restante. Além do mais, eram muito
dolorosos e podiam ser sentidos por toques no rosto, por um bocejo, ou por
mudanças no vento. [...]
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Referências
CASTRO, D. C.; OLIVEIRA, C. P. R.. Neurociência cognitiva e educação: os efeitos do
"Yoga na Educação" (R.Y.E.) nos processos de aprendizagem. Paideia, ano 13, n. 20, p.
69-87, 2018.
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Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
Introdução
Não existe apenas uma neurociência, mas várias neurociências que estudam o
cérebro humano em diferentes níveis, desde o nível molecular até as interações e
adaptações do organismo com o ambiente. Na presente unidade discutiremos as
neurociências cognitivas, que estudam os mecanismos neurais de capacidades
especí cas humanas, como consciência, linguagem, planejamento e imaginação.
A falsa divisão entre razão e emoção deixa de ser considerada útil e verdadeira pelos
conhecimentos das neurociências. Outro aspecto humano que permite à nossa
espécie uma interação muito especial com o ambiente físico e social são as funções
executivas, que possibilitam que organizemos nosso comportamento na execução
de ações com metas e supervisionar cada etapa do processo, garantindo maior
sucesso em várias áreas. As funções executivas apresentam evolução lenta e não
linear durante a infância e adolescência, completando-se somente quando o
cérebro está maduro, no início da fase adulta.
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As neurociências apresentam diferentes níveis de análise, porque, devido à
complexidade de entender o encéfalo, fragmentá-lo em pedaços menores permite
uma análise mais sistemática. Os níveis de análise partem da menor complexidade
para a maior, sendo os níveis: molecular, celular, de sistemas, comportamental e
cognitivo.
TIPO DESCRIÇÃO
Além de conceito, temos a noção de juízo, que estabelece relação entre dois
conceitos, como “cadeira” e “utilidade”, formando o juízo de que “a cadeira é útil”. O
raciocínio permite o encadeamento de conhecimentos, ligando conceitos e
sequências de juízos. Outro aspecto fundamental para entendimento do
pensamento é sobre os processos do pensar, porque o pensamento possui forma e
conteúdo.
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As redes neurais são essenciais para que ocorra a aprendizagem (como já visto na
Unidade I). O neurônio é a base de tudo que sabemos e fazemos. A relevância do
neurônio para todo tipo de aprendizagem é explanada por Fonseca (2014, p. 237),
Fonte: Shutterstock.
Quadro 2 - Relação das funções desempenhadas por diferentes regiões corticais
Centro da fala
Produção da fala articulada
(área de Broca)
Córtex de associação
Base do esquema corporal
somestésica
O fenômeno emocional tem raízes biológicas muito antigas e se mantém por seu
valor para a sobrevivência das espécies e indivíduos. A relação entre processos
conativos (emocionais) e processos cognitivos (como os presentes nas funções
executivas) não são opostos, são complementares, como a rmam Cosenza e Guerra
(2011, p. 44):
O uso das funções executivas deve ser amparado pelos educadores, para que o
aluno aprenda a gerenciar o comportamento de lidar com frustrações diante das
di culdades e de repetições necessárias para a formação de rotas neurais, como
quando o aluno precisa repetir várias vezes a escrita e leitura de uma palavra para
formar a rota lexical e fonológica desta.
No ambiente escolar, o bom uso das funções executivas é fundamental para que um
estudante tenha sucesso. As funções executivas se desenvolvem lentamente e só
estão plenas com o amadurecimento do cérebro, por volta dos 20 anos.
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Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
Desde o nascimento até o primeiro ano de vida, a capacidade de regular o próprio
comportamento em resposta às contingências ambientais e a capacidade de
estabelecer metas e de executar comportamentos voluntários com o intuito de
alcançar as metas são observados. Os primeiros sinais de controle inibitório surgem
entre 7 e 8 meses de idade. Outro marcador importante do desenvolvimento são os
precursores da teoria da mente (que é a capacidade de supor que cada pessoa tem
uma perspectiva e sensações diferentes das suas) surgem aos seis meses,
praticamente junto com a capacidade de distinguir objetos inanimados e animados.
Outro ponto importante da primeira infância é que, em torno de 12 e 18 meses, as
crianças começam a representar a percepção de um objeto compartilhado e a
acompanhar ativamente o olhar de uma pessoa para um objeto, isso quando
apresentam desenvolvimento neurológico típico.
Casey, Getz, e Galvan (2008) compilaram uma série de estudos, os quais mostram
associação positiva entre a atividade do nucleus accumbens e a probabilidade de se
envolver em comportamentos de risco durante o desenvolvimento, mas essa
atividade varia em função da avaliação de consequências positivas ou negativas
previstas. Para esses autores, durante a adolescência, alguns indivíduos podem ser
mais propensos a se envolver em comportamentos de risco. Mais do que simples
alterações na impulsividade, isso se deve também às mudanças de
desenvolvimento, em conjunto com a variabilidade na predisposição individual a se
envolver em tais comportamentos de risco. Os autores ressaltam a relevância de se
considerar a variabilidade individual ao examinar as relações cérebro-
comportamento relacionadas a assumir riscos e ao processo de recompensa, o que
pode, ainda, explicar a vulnerabilidade de alguns jovens a determinados
comportamentos de risco, como abuso de drogas.
Influências
não-normativas
Magnetude da influência
Influências normativas
relacionadas com a idade
Fraca
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Dentro dos aspectos psicopedagógicos, para auxiliar na aprendizagem estão as
técnicas de feedback que possibilitam explorar e proporcionar melhores interações
enquanto o organismo se modi ca internamente (neurologicamente) e
externamente (comportamentalmente). Aspectos neurológicos, psicológicos e
pedagógicos se intercruzam na experiência diária de ensino-aprendizagem.
Williams (2005) apresenta sugestões de como dar explicações claras e diretas para
mudar um comportamento. 1º, descrever um comportamento especí co; 2º,
descrever as consequências do comportamento; 3º, descrever como você se sente
em relação ao comportamento; 4º, descrever por que você se sente dessa forma; 5º,
descrever o que precisa ser mudado.
Se você precisa que seu lho passe a manter organizado e arrumado o próprio
quarto, uma proposta usando esses passos seria: “Filho, por muitos anos você não
tem dado a mínima para o seu quarto (descrição do comportamento especí co). O
lugar está cheio de roupas sujas, sem falar das embalagens com restos de comida
espalhadas pelo chão. Você tem convivido com o lixo e a bagunça por muito tempo
(as consequências do comportamento). Eu tenho medo de que isso já tenha se
tornado um estilo de vida (descrição de como se sente em relação ao problema).
Preciso que cuide mais do seu quarto (o que precisa ser mudado)”.
Se um aluno tem uma imagem mental de si como fracassado, provavelmente ele irá
fracassar. Uma frase atribuída a Henry Ford é muito ilustrativa ao que hoje se chama
de mindset: “Se você pensa que pode ou se pensa que não pode, de qualquer forma
você está certo”. Essa explicação sobre as “verdades” que contamos a nós mesmos
pode nos impedir de atingir os objetivos ou nos impelir ao sucesso. Se os
educadores dominarem a técnica de feedback, podem ajudar a impulsionar muitas
alunos que estão descrentes de si e desistindo de lutar, porque acreditam que
nunca serão bons. Eis a utilidade da neuropsicopedagogia, aliar saberes da
neurociência com a realidade educacional para auxiliá-la.
SAIBA MAIS
Exemplos de dé cit de cognição espacial
Muito da sobrevivência humana só foi e é possível graças aos sistemas cerebrais que
nos energizam de modo rápido para emissão de reações de luta e fuga. Quanto mais
se olha para o cérebro, em suas relações com as pessoas e ambientes, mas se vê o
universo único e fantástico que se rege a partir de leis que nós, humanidades, ainda
estamos na iminência de entender.
Uma lesão encefálica pode, às vezes, apresentar uma profunda in uência sobre a
expressão emocional de uma pessoa, com poucos efeitos adicionais. Um dos mais
famosos exemplos é o caso de Phineas Gage. No dia 13 de setembro de 1848,
enquanto socava pólvora em um buraco, preparando uma explosão no local de
construção de uma ferrovia, em Vermont, ele cometeu o erro de não olhar, por um
instante, para o que estava fazendo. O ferro que era utilizado para socar atingiu uma
rocha, e a pólvora explodiu. As consequências desse ato são descritas pelo Dr. John
Harlow em um artigo de 1848, intitulado: “Passagem de uma barra de ferro através da
cabeça”. Quando a carga explodiu, a barra de ferro de um metro de comprimento e
de 6 kg foi projetada em direção à cabeça de Gage, logo abaixo de seu olho esquerdo.
Após atravessar seu lobo frontal esquerdo, a haste saiu pela parte superior do crânio
de Gage.
Phineas seguiu vivendo por mais 12 anos, e quando morreu não foi realizada qualquer
autópsia. Seu crânio e a barra de ferro foram preservadas em um museu na Escola
Médica de Harvard. Em 1994, Hanna e Antonio Damásio e seus colegas, da
universidade de Iowa, zeram novas medidas do crânio e utilizaram técnicas
modernas de diagnóstico por imagem para reconstruir a lesão no encéfalo de Gage.
(...) A barra de ferro lesionou gravemente o córtex cerebral de ambos os hemisférios,
especialmente os lobos frontais. Presume-se que tenha sido essa lesão que levou às
explosões emocionais apresentadas por Gage e às drásticas mudanças em sua
personalidade.
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Unidade 3
Cérebro I
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Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
Introdução
O conhecimento sobre o cérebro e o sistema nervoso é muito vasto e apresenta
inúmeras implicações. A Psicologia e a Pedagogia foram atraídas para o campo de
forças das neurociências, gerando uma área de conhecimento fabulosa. A
neuropsicopedagogia é herdeira de uma noção de ser humano muito rica e
complexa.
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Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
O cérebro é tido como a morada da razão. Quando vemos o desenho do cérebro
estilizado, geralmente se remete às grandes ferramentas de que dispõe a
humanidade: criatividade, raciocínio e estratégia.
É necessário termos uma boa noção sobre o cérebro e o sistema nervoso para que
possamos acompanhar a neuropsicopedagogia. Comecemos pelo Sistema Nervoso
Central (SNC), que são as porções do sistema nervoso envolvidas pelos ossos: o
encéfalo e a medula espinhal. O encéfalo é dividido em cérebro, cerebelo e tronco
encefálico. O cerebelo ca atrás do cérebro, o termo vem do latim, signi ca cérebro
pequeno. O cerebelo é: “[...] um centro de controle do movimento que possui
extensivas conexões com o cérebro e com a medula espinhal” (BEAR; CONNORS;
PARADISO, 2008, p. 171). “O tronco encefálico é um conjunto complexo de bras e
células, que, em parte, serve para enviar informação do cérebro à medula espinhal e
ao cerebelo e da medula espinhal e cerebelo ao cérebro” (BEAR; CONNORS;
PARADISO, 2008, p. 171). O tronco encefálico também regula funções vitais, como
respiração, consciência e controle de temperatura. Ele é considerado a porção mais
antiga do encéfalo dos mamíferos.
Fonte: Freepik.
A medula espinhal é envolvida pela coluna óssea e está colada ao tronco encefálico.
A medula espinhal é o maior condutor de informação da pele, articulações e dos
músculos ao encéfalo e do encéfalo para o sentido contrário. Caso haja um corte na
medula espinhal, resultará em falta de sensibilidade na pele e até paralisia no
músculo (BEAR; CONNORS; PARADISO, 2008).
Lent (2001) explica que o cérebro é constituído por dois hemisférios justapostos e
separados por um profundo sulco. No cérebro ca o córtex cerebral, que é a
superfície enrugada cheia de giros e sulcos. No córtex estão representadas as
funções neurais e psíquicas mais complexas.
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Na antiguidade grega, Aristóteles defendia que o coração era o centro do controle
do corpo. Também por volta de 330 a.C., Aristóteles enunciou a primeira re exão
sobre a relação mente-cérebro. Na obra Sobre a Alma o pensador relaciona as
funções nutritivas, sensitivas, locomotoras e reprodutivas a processos siológicos do
organismo. Quanto ao aspecto intelectual, a loso a aristotélica a rmava que as
coisas materiais possuíam capacidade de impressionar a mente. O conhecimento
racional faria parte das verdades universais. A parte pensante da alma, para
Aristóteles, não se misturaria ao corpo, contudo era capaz de pensar
(DALGALARRONDO, 2008).
Dos encontros com gladiadores feridos nos territórios de Roma antiga e de estudo
de animais mortos, Galeno pode depreender conhecimentos sobre a relação entre
cérebro e resto do organismo. Ele escreveu que espíritos animais no cérebro
transmitiam sensações e movimentos. Galeno identi cou as funções dos nervos e
propôs uma das primeiras teorias do funcionamento da mente, isso tudo 200 anos
antes de Cristo. Suas ideias prosseguiram convencendo grandes nomes da ciência
do período pós-renascença, como René Descartes (1596-1650). O cérebro foi tomado
loso camente por Descartes, isso é, ele não o estudou dissecando-o, mas sua
maneira de pensar sobre a relação corpo e alma foi determinante para o modo
como todo o mundo ocidental compreende o cérebro: a máquina que abriga a
alma. (LAMBERT; KINSLEY, 2006).
Outro nome de destaque surge 25 anos após a morte de Descartes, é Thomas Willis.
Thomas é considerado o pioneiro das funções cerebrais, ajudando a estabelecer que
o cérebro desempenha um papel de orquestrar as funções do corpo e da mente. A
mente genial de T. Willis e as técnicas de dissecação promoveram enormes ganhos
cientí cos:
Por meio de dissecações e observações perspicazes, começou a
descobrir as verdadeiras funções de algumas das estruturas do cérebro.
Por exemplo, seu trabalho não enfatizava a importância dos ventrículos
para as funções superiores, e voltou-se para a in uência dos
hemisférios cerebrais. Ele também descreveu o corpo estriado pela
primeira vez, propondo corretamente o papel dessa estrutura no
movimento, e sugeriu que a área inferior do tronco encefálico está
envolvida nas funções cerebrais mais básicas, como a respiração.
(LAMBERT; KINSLEY, 2006, p. 64).
Franz Gall (1758-1828) foi muito além do localizacionismo, ele estabeleceu relações
entre estruturas corticais e a intensidade de muitas faculdades. Gall estabeleceu um
protocolo em que, por apalpadelas, poderia descrever várias características da
personalidade do dono do crânio, fosse um ser humano, fosse um animal. Quando
se chegou à conclusão que a frenologia era risível, outros nomes demonstraram
experimentalmente e por meio de casos clínicos algumas relações fortes entre
determinada área no cérebro e uma atividade de linguagem, como na área de Broca
e Wernicke.
Loewi descobriu, com sapos, que os neurônios se comunicam entre si pela liberação
e recepção de determinados compostos químicos. Adrian forneceu informações
sobre a maneira como os neuroquímicos estimulam os neurônios e como os
neurônios transmitem informações para o próximo neurônio (LAMBERT; KINSLEY,
2006).
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A memória, utilizando conceito de Stratton e Hayes (2009), é o termo geral atribuído
ao armazenamento e posterior recuperação da informação. É preciso dar atenção
para um estímulo para que seja memorizado, por isso grande parte dos estímulos a
que somos expostos não entram na memória. A memória tem grande importância,
de modo psicológico, porque é ela que dá a sensação de continuidade da qual
depende nossa noção de eu (ATKINSON et al., 2002).
Duas das funções cognitivas que atendem às elaborações mais completas em seres
humanos são: emoção e memória. A emoção e a memória são mediadas em grande
parte por componentes do sistema límbico. A emoção, a memória e a linguagem
estão inextricavelmente ligadas a outros construtos da cognição, como atenção,
função executiva e tomada de decisão. Admite-se a inexistência de uma distinção
clara entre essas funções inter-relacionadas (SCHENKMAN, 2016).
Fonte: Freepik.
O lme que passa por nossa cabeça ao evocarmos alguma cena de nosso passado é
alterado inúmeras vezes, sem que possamos identi car o quanto já editamos esse
lme.
Como expõem Cosenza e Guerra (2011), pode haver o registro de uma informação
dependendo da relevância da experiência ou informação. Com o registro da
informação poderá ocorrer alterações nas estruturas dos circuitos nervosos, com
sinapses se tornando mais e cientes. Para a informação se xar no cérebro é
necessário: a) repetição (quanto mais se repetir uma atividade, mais ligações se
estabelecerem e melhor será o registro); b) elaboração (criação de vínculos de um
conteúdo novo com outros antigos) e c) consolidação (alterações biológicas nas
conexões entre os neurônios, um registro se vincula a outros já existentes).
A memória é a função mental que nos dá a sensação de identidade e continuidade,
pois, por mais que nós mudemos, mantemos a sensação de ser a mesma pessoa,
independente da idade e experiências de vida.
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Como cabe a toda nova área, quando a neurociência se vê de braços dados com a
Psicologia e a Pedagogia ela granjeia para si um modo de pensar crítico sobre seu
papel. Se enquanto nascida no berço das ciências biológicas a neurociência não
precisou ousar rever sua “identidade social”, aliando-se à Psicologia e à Pedagogia
cabe a ela a incômoda, mas produtiva situação de questionamento. A palavra
cerebralismo é um neologismo para designar a redução do ser humano ao material,
ao seu cérebro.
REFLITA
“A memória guardará o que valer a pena. A memória sabe de mim mais
que eu; e ela não perde o que merece ser salvo” (Eduardo Galeano).
Conclusão - Unidade 3
As neurociências são uma ciência nova, o que nos obriga a estar sempre atentos às
novas descobertas, porque há menos de dez anos dizia-se que os neurônios não se
renovavam. Hoje se reconhece que neurônios de algumas áreas do cérebro, como do
bulbo olfatório, são capazes de se regenerar. A neurociência ainda nos dará muitas
alegrias. Na área da educação já é observado como o cérebro aprende para que se
orientem modos e cazes de ensino-aprendizado. A linguagem cientí ca é cada vez
mais presente no dia a dia escolar, seja dentro de sala, seja ao debater políticas
públicas.
Interessante notar que a máxima romana: “Mente sano corpore sano” (mente sã em
corpo sano) é atual e compatível com os achados de neurociências, pois ao cuidar da
saúde se conseguirá ofertar um organismo equilibrado. Questões como a relação da
mente, organismo e comportamento exigem muita pesquisa e re exão, como ao ver
bons lmes e ler a bons livros, para ampliar nossa compreensão sobre assuntos que
há muito ocupa lugar na mente dos pensadores como Aristóteles, Platão, Descartes e
muito outros.
Quem sabe, nas próximas décadas a neuropsicopedagogia terá mais respostas a nos
oferecer, para que possamos compreender um pouco mais a nós mesmos.
Leitura complementar
Memória demais
Memória provocada
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Unidade 4
Cérebro II
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Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
Introdução
Entender o ser humano sempre foi uma ambição. Partindo-se de meras
observações de alterações do comportamento após traumas na cabeça até chegar à
observação sistematizada da ciência, o ser humano criou teorias que justi cassem a
enorme variedade de fenômenos que via. Com os critérios mais claros de como
explorar o cérebro, por meio de tecnologias menos invasivas, o homem passou a
investigar o cérebro em ação, ativo.
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Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
Ocorreu uma revolução neurocientí ca a respeito da cognição e consciência, isso
devido ao aprimoramento da técnica de microestimulação elétrica do cérebro. A
observação assistemática sempre foi um meio usual de obter informações sobre a
organização do cérebro, mas que dependia do surgimento de casos em que se
soubesse a história de lesão e os efeitos fossem muito pronunciados, como nos
casos de H. M. e Phineas Gage. Com o avanço da técnica de investigação, os achados
não dependiam do acaso. A esse respeito, Lent (2013, p. 11) a rma:
No início de 1900, estavam discutindo se as áreas motoras eram separadas das áreas
sensoriais. Os alemães Fritsch e Hitzig obtiveram contrações musculares em cães
aplicando correntes elétricas fracas junto ao córtex. Descobriram quatro pontos que
provocavam movimentos no pescoço, pata dianteira, pata traseira e focinho. Os
pesquisadores demonstraram a localização funcional dos movimentos (LENT, 2013).
Lent (2013) expõe que, por volta de 1890, os cientistas já passavam a sintonizar as
ondas do cérebro. Descobriu-se que é possível registrar correntes elétricas nas
porções do cérebro ativa.
Outro exemplo de como a neurologia pode ser usada para melhorar a vida das
pessoas, juntamente com outras áreas, no caso a Fisioterapia vem do levantamento
de literatura de Braz et al. (2018), em que avaliava estudos experimentais
relacionados a intervenções envolvendo o uso do jogo Nintendo Wii para melhora
de desfechos funcionais em indivíduos com doença de Parkinson. O jogo
proporciona realidade virtual que simula estímulos do ambiente real para promover
uma interação entre indivíduo e imagens a partir de feedback sensorial, cognitivo,
psicológico e motor, permitindo a repetição de tarefas complexas e motivação pelo
lazer. A avaliação dos indivíduos antes e depois do treino e o entendimento do
impacto da realidade virtual se faz mediante os conhecimentos e termos da
neurologia e sioterapia, apontando que, em muitas áreas, as neurociências podem
auxiliar.
A seguir, veremos mais detalhes sobre a so sticada rede de neurônios e suas formas
de comunicação.
Neurônios em rede
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Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
Dezenas de bilhões de células chamadas neurônios formam circuitos nervosos
muito extensos. Os neurônios são células especializadas na recepção e condução de
informações, que podem disparar impulsos seguidamente, centenas de vezes por
segundo. Para que haja a transmissão da informação de um neurônio a outro, é
preciso uma estrutura na porção nal deste, o axônio. Os locais onde ocorre a
passagem da informação entre as células são as sinapses, cuja comunicação é
possível graças à liberação de substâncias químicas, os neurotransmissores. Existem
dezenas de tipos de neurotransmissores no cérebro (COSENZA; GUERRA, 2011).
Lent (2001) admite que as funções mentais são resultado da atividade coordenada
de populações neuronais agrupadas em regiões restritas do cérebro. Cada célula
nervosa tem papel analítico determinado. Devido aos neurônios se conectarem
profusamente, a atividade de um in uencia a atividade de milhares de outras
células.
A formação do sistema nervoso como funcionando em rede é muito dedigna.
Relvas (2015) destaca que a adaptação dos indivíduos ao ambiente exige três
aspectos essenciais: irritabilidade, condutibilidade e contratilidade. As três realizadas
no sistema nervoso, por meio dos neurônios.
A anatomia da aprendizagem, dada por Relvas (2015), explica que a ativação cortical
provoca ativação em outras áreas em virtude do grande número de vias neurais
associadas e muito bem organizadas. As vias podem ser curtas, ligando áreas
vizinhas do cérebro, sem sair da substância cinzenta, ou podem se constituir de
longos feixes que trafegam pela substância branca, para conectar giros diferentes
dentro do mesmo hemisfério. A ativação de uma área do córtex provoca
estimulação e alterações em outras áreas, porque: “[...] o cérebro não funciona como
regiões isoladas” (RELVAS, 2015, p. 35). Para Relvas (2015, p. 36), “As associações
recíprocas entre as diversas áreas corticais asseguram a coordenação entre a
chegada de impulsos sensitivos, sua decodi cação e associação, e a atividade
motora de respostas”. Redes de neurônios da mesma área do córtex atuam em
conjunto e também com neurônios de outras áreas, para que haja as funções
mentais superiores.
Os caminhos que a atividade neural toma por meio de múltiplos circuitos neurais
em uma região podem variar muito. Disso tudo se origina a enorme variabilidade de
comportamentos humano. Veremos a seguir mais a fundo a neuroplasticidade
cerebral.
Neuroplasticidade Cerebral
AUTORIA
Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
A plasticidade cerebral é comparada por Cosenza e Guerra (2011, p. 10) à construção
de uma cidade planejada, em que a genética dá os plano básico, as linhas gerais,
mas tal qual uma cidade viva, o cérebro vai adquirindo características únicas
conforme: “[...] constrói, desfaz e reorganiza permanentemente as conexões
sinápticas entre os bilhões de neurônios que constituem o cérebro”. Uma cidade
planejada ganha características próprias no dia a dia e o mesmo se dá no cérebro.
A plasticidade nervosa diminui muito, mas permanece durante toda a vida. Tanto
que a plasticidade pode ser considerada a característica permanente do cérebro. Há
um aumento na conectividade entre as células nervosas corticais durante a infância,
que declina na adolescência. Na adolescência o cérebro se transforma, há um ajuste
no número de neurônios, eliminação de sinapses desnecessárias, aumento da
mielinização das bras nervosas para maior e cácia dos circuitos neurais. Ao atingir
o cérebro adulto, chega-se a uma otimização do potencial de aprendizagem. “Nessa
fase da vida diminui a taxa de aprendizagem de novas informações, mas aumenta a
capacidade de usar e elaborar o que já foi aprendido” (COSENZA; GUERRA, 2011, p.
20). A plasticidade é a base da aprendizagem.
O Cérebro em ação
AUTORIA
Carolina dos Santos Jesuino da Natividade
Muitos construtos psicológicos dependem da boa integridade cerebral para sua
ocorrência em seu nível ótimo. A atenção é um construto que requer que muitos
mecanismos sutis estejam bem integrados para que esteja no seu máximo para
aquele padrão de maturação. A atenção, de acordo com Stratton e Hayes (2009, p.
21), é: “Uma direção conscientemente focalizada, de modo que o indivíduo se
encontra plenamente preparado para responder a um tipo especí co de sinal ou
input sensorial”. De certa forma, a atenção é sempre seletiva, pois falamos de prestar
atenção quando alguns estímulos são canalizados e outros ignorados.
Stratton e Hayes (2009) nos falam sobre a atenção seletiva, que foi muito estudada
desde 1950, nos chamados estudos de efeito de festa, porque um dos exemplos mais
investigados e conhecidos é de quando alguém se concentra em uma conversa
entre muitos ruídos de um ambiente festivo e barulhento. A atenção ampli ca o que
é pertinente psicológica e biologicamente. Há muitas pesquisas envolvendo tarefas
de audição dicótica e tarefas de amplitude dividida. Há pesquisas em que se pediu
aos participantes que ouvissem um fone de ouvido enquanto realizavam uma
atividade. O que se observou foi que os participantes não se lembravam do
conteúdo ouvido no fone, mas sabiam relatar as características físicas da voz, como
grave ou agudo, feminina ou masculina.
Para lidar com crianças e adolescentes com características de TDAH, Barkley (2002)
indica: a) dar atenção positiva aos comportamentos adequados, IMEDIATAMENTE
(para isso, sugere-se que o professor inicie a aula com chas e entregue ao aluno
toda vez que houver bom comportamento); b) propor um programa de economia
de chas, para que as recompensas quem mais palpáveis e imediatas; c) quando
der reprimendas, essas devem ser breves, especí cas, sem muita emoção e dadas
consistentemente; d) ignorar mau comportamento leve, para que a interação entre
aluno e professor possa ser mais tranquila (continuar punindo comportamentos
mais severos); e) perda de recompensas por mau comportamento (funciona muito
dentro do programa de economia de chas); f) punir comportamento inadequado,
mas recompensar o comportamento adequado alternativo.
Tais orientações para lidar com pessoas com TDAH nos revelam que, embora a
atenção de uma pessoa tenha um forte componente genético e biológico, aspectos
ambientais que elas podem organizar costumam impactar positivamente na
melhora de sua atenção.
Goleman (2001) a rma que a inteligência emocional desfaz a antiga rixa entre razão
e emoção. A emoção é crucial para que o pensamento seja efetivo, porque permite
tomar decisões sensatas e pensar com clareza. É verdade que emoções muito fortes
podem inibir o uso adequado do raciocínio, contudo, fora esses eventos de
sequestros emocionais, a emoção favorece o raciocínio. Goleman (2001, p. 41) relata
dados de um estudo que mostra o quanto a vida emocional é fundamental na
obtenção das metas de vida:
Num determinado estudo, por exemplo, descobriu-se que meninos de
escola primária com QI acima da média, mas com fraco desempenho
escolar, tinham uma de ciência no funcionamento do córtex frontal.
Também eram impulsivos e ansiosos, muitas vezes perturbadores e
chegados a meter-se em apuros - o que sugere um falho controle pré-
frontal sobre os impulsos límbicos. Apesar de seu potencial intelectual,
essas crianças são mais propensas a terem problemas na escola, ao
alcoolismo e à criminalidade - não por de ciência intelectual, mas
porque o controle que têm sobre sua vida emocional é de ciente. O
cérebro emocional, bastante distinto das regiões corticais reveladas
pelos testes de QI, controla igualmente a raiva e o sentimento de
piedade. Esses circuitos emocionais são esculpidos pelo que foi
vivenciado na infância - e, no entanto, deixamos essas experiências
absolutamente ao acaso. (GOLEMAN, 2001, p. 41).
REFLITA
“Conhece-te a ti mesmo” (Frase no templo de Apolo).
Conclusão - Unidade 4
Quanto mais o ser humano reconhece seu lado emocional, mais racional consegue
ser, contudo, se nega a vida sentimental, ele corre o risco de se perder sem
objetividade. Toda a técnica cientí ca deve se pautar na ética.
Leitura complementar
É importante notar, também, que as pessoas, ao longo de toda a vida, diferem em seu
nível de funcionalidade, ou seja, na extensão que dominam habilidades e
conhecimentos relevantes. Portanto, os processos de envelhecimento irão atuar em
substratos diversos em diferentes indivíduos. Aqueles aspectos do funcionamento
cognitivo que são mais utilizados no cotidiano podem ser preservados e até
aprimorados, mesmo em idades avançadas: os idosos mantêm as habilidades
previamente aprendidas, desde que continuem a praticá-las.
PLASTICIDADE CEREBRAL
Sabe-se que o cérebro sobre mudanças estruturais importantes no processo de
envelhecimento que afetam tanto a substância cinzenta quanto a substância branca,
sendo digno de nota que as transformações observadas são também variáveis entre
os indivíduos. O córtex frontal é a área mais afetada, sofrendo declínio mais precoce e
mais rapidamente. As alterações degenerativas estruturais afetam também a
substância branca, mais nitidamente nas regiões frontais, e isso, provavelmente, está
relacionado às alterações na velocidade de processamento de informações (De Luca
& Leventer, 2008).
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Considerações Finais
Prezado(a) aluno(a),
Pontuamos sobre a memória, que nos estudos sérios do cérebro se mostra muito
diferente do que pensa o senso comum, que a compara com a memória infalível dos
computadores. Sendo a memória humana composta por vários tipos de memória,
com funções e durações diferentes, como todo educador deve reconhecer.
A partir de agora acreditamos que você já está preparado(a) para seguir em frente
com seus estudos, pois o conhecimento na neuropsicopedagogia tende a crescer e
ampliar muito.