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Ativas e Assistivas
Professora Aline Pedro Feza
AUTORA
UNIDADE I....................................................................................................... 5
Dimensões de Acessibilidade
UNIDADE II.................................................................................................... 24
Tecnologia Assistiva e Inclusão
UNIDADE III................................................................................................... 46
Tecnologia Assistiva Aplicada
UNIDADE IV................................................................................................... 67
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde e o Desenho Universal
UNIDADE I
Dimensões de Acessibilidade
Professora Aline Pedro Feza
Plano de Estudo:
● Introdução aos conceitos;
● Contextualizando acessibilidade;
● Legislação de acessibilidade;
● Compreendendo as dimensões de acessibilidade.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar conceitos como acessibilidade e metodologias ativas e
assistivas.
• Compreender os tipos de acessibilidade destinadas às pessoas com deficiência.
• Estabelecer a importância da conscientização social sobre a necessidade de propor
acessibilidade em todos os âmbitos.
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INTRODUÇÃO
A criança com necessidades especiais, como qualquer outra criança, tem o direito
de cursar uma escola e ter expectativas em relação ao seu futuro. Mantoan (2003) destaca
que, infelizmente, ainda existe um preconceito exagerado por parte da sociedade, e o mais
grave: por parte daqueles que deveriam lutar e dar exemplos dentro de uma sociedade,
que são os educadores. Isto ocorre em todo o segmento educacional brasileiro. Mas ainda
existem pessoas e profissionais que trabalham para minimizar essa vergonha que é o pre-
conceito por parte dos educadores.
Para Mantoan (2003), a inclusão faz parte de um grande movimento pela melhoria
do ensino, e o primeiro passo para que isso, de fato, aconteça é olhando a educação com
outros olhos. É preciso entender que a inclusão não é apenas para crianças deficientes,
mas para todos os excluídos ou discriminados, para as minorias.
Quando se pensa em que tipo de benefícios a inclusão pode gerar, surge sempre
aquele pensamento de que as pessoas com deficiência têm mais chances de se desen-
volver, mas, na verdade, todos ganham com a inclusão, pois aprendemos todos os dias a
exercitar a tolerância e o respeito ao próximo, seja ele quem for.
Carvalho (2005) destaca que existem muitos motivos para que uma criança com
Necessidades Especiais tenha uma oportunidade de frequentar uma escola de ensino
regular. Além disso, a inclusão traz benefícios tanto acadêmicos quanto sociais. A inclusão
Fonte: a autora.
Sem esquecer-se daquelas que, mesmo na escola, são excluídas por cor, religião,
peso, altura, aparência, modo de falar, vestir ou pensar. Tudo isso colabora para que o
estudante tenha cerceado o direito de aprender e crescer.
A Declaração de Salamanca, de 1994, em seus pressupostos, afirma que
a tendência da política social durante as duas últimas décadas foi de fomen-
tar a integração e a participação e de lutar contra a exclusão. A integração
e a participação fazem parte essencial da dignidade humana e do gozo e
exercício dos direitos humanos (BRASIL, 1994, s.p.).
Mas somente no ano 2000 que se criou uma lei destinada diretamente para a
acessibilidade. A Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que determina “normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência
ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências” (BRASIL, 2000, s.p.). Essa lei é
Desta forma, a Lei 10.098 apresenta novas atitudes que, combinadas com a expe-
riência acumulada de reformas, inovações, pesquisas, inclusive de leis que já antecederam,
podem apresentar um notável progresso da promoção de acessibilidade registrado no país.
Fonte: a autora.
REFLITA
“Somos diferentes, mas não queremos ser transformados em desiguais. As nossas vi-
das só precisam ser acrescidas de recursos especiais.”
VLIBRAS NA TELINHA
Fonte: AME. Amigos dos Metroviários dos Excepcionais. Vlibras na telinha. Disponível em: http://www.ame-
-sp.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=623:vlibras-na-telinha&catid=5:acessibilida-
de Acesso 9 de Julho de 2020.
LIVRO
• Título: O Município e a Acessibilidade urbana
• Autora: Janaína de Oliveira
• Editora: Lumen Juris
• Sinopse: O livro realizou uma análise sistematizada abre a atua-
ção da municipalidade para efetivação da acessibilidade no meio
urbano. Conforme a autora, ofertar cidades acessíveis a todos é
um dever dos municípios, pois a falta de acessibilidade afeta dire-
tamente a dignidade das pessoas, também representa um claro
desrespeito aos preceitos constitucionais de igualdade e liberdade
de locomoção. Concede pessoas com direito à acessibilidade às
gestantes, idosos, pessoas com deficiência e demais indivíduos
com mobilidade reduzida, pessoas que enfrentam diariamente
com obstáculos arquitetônicos e urbanísticos. Importante ressaltar
que é direito de todos de ir e vir sem obstáculos, a autonomia na
locomoção proporciona autonomia na vida.
FILME/VÍDEO
• Título: Meu nome é Daniel
• Ano: 2019
• Sinopse: Daniel Gonçalves é cineasta, tem 35 anos, lançou nos
cinemas brasileiros seu primeiro longa-metragem, o documentário
Meu Nome é Daniel. O filme é uma autobiografia que revela as
dificuldades enfrentadas pelo ator e produtor. Produtor formado, o
personagem do filme vai em busca de emprego e, para além das
dificuldades de locomoção, Daniel depara-se com os preconceitos
das pessoas sobre suas habilidades e conhecimentos na sua
profissão. Além de abordar a falta de acessibilidade como uma
das dificuldades, o filme faz uma crítica à postura de muitas pes-
soas que enxergam o deficiente como uma vítima e um coitado. O
filme é um longa-metragem de 83 minutos e está disponível nas
plataformas digitais com comunicação acessível, com legendas
descritivas e janela em libras.
• Link do vídeo: https://youtu.be/ejfKiX0H9Zc
WEB
• Sites dos ministérios públicos em geral apresentam legislações
e artigos sobre acessibilidade. Esses sites proporcionam acesso
a informações legais e sociais sobre o direito à acessibilidade no
contexto público e privado.
• Link do site: https://www.saude.gov.br/acessibilidade
Plano de Estudo:
● Diagnóstico da inclusão;
● Impactos causados pela deficiência no ser humano;
● Tecnologias assistivas e metodologias ativas.
Objetivos de Aprendizagem:
• Contextualizar o processo histórico da inclusão.
• Compreender as etapas de aceitação vividas pela pessoa com deficiência.
• Apresentar a importância das metodologias ativas e tecnologias assistivas para desen-
volvimento da pessoa com deficiência.
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INTRODUÇÃO
Olá aluno(a), bem-vindo(a) à nossa segunda unidade. Neste estudo convido você
a conhecer um pouco mais sobre três conceitos: inclusão, tecnologias assistivas e metodo-
logias ativas. Atualmente encontramos com facilidade a pessoa com deficiência inserida no
mercado de trabalho ou desfrutando do convívio social em geral, mas será que sempre foi
assim? Já lhe adianto que não.
A pessoa com deficiência passa a ser vista e inserida na sociedade a partir da
década de 90, após décadas de exclusão e segregação social. Os deficientes, antes mor-
tos e denominados aberrações da natureza, vêm recentemente alcançando espaço como
cidadãos, com direitos e deveres a serem cumpridos.
Para Mantoan (2013), a inclusão é uma área de conhecimento que visa promover
o desenvolvimento das potencialidades das pessoas com deficiências, da educação infantil
até a educação superior. Essa definição está relacionada a um movimento mundial baseado
nos princípios dos direitos humanos e da cidadania, em que o objetivo principal é eliminar a
discriminação e a exclusão, garantindo o direito à igualdade de oportunidades e a diferença,
modificando os sistemas educacionais, de maneira a propiciar a participação de todos os
alunos, especialmente aqueles que são vulneráveis à marginalização e à exclusão.
Pensar na inclusão foi pensar em maneiras de oportunizar igualdade de acesso e
de direto a todas as pessoas, independentemente de suas limitações. Agora convido a você
aprofundar seus conteúdos e conceitos sobre o assunto.
Bons estudos.
A inclusão veio para romper o paradigma existente e para romper com a estrutura
fechada, bem como a homogeneidade na sociedade. Depois de tantos anos de isolamento
e segregação, as pessoas com necessidades especiais estão sendo reconhecidas como
cidadãos e aceitas na escola comum. No sentido em questão, tomemos por definição Po-
líticas Públicas como um conjunto de ações do governo destinadas a atender determinada
demanda ou problemática. Em destaque, as políticas públicas, cujas medidas do Estado
garante recursos que contribuem para o desenvolvimento do deficiente.
Assim, ressaltamos alguns dos principais documentos e legislações que embasam
a Política Inclusiva. Até o século XIX, as necessidades especiais estavam associadas à
incapacidade e não havia nenhuma tendência em mudar esse quadro. Dessa forma, o
abandono e a eliminação dessas pessoas eram atitudes normais nessa época.
A ideia de inclusão surgiu a partir do século XX, quando três grandes fatores contri-
buíram para que se tornasse uma realidade. O primeiro fator foi o término das duas grandes
guerras mundiais, evento que elevou o número de indivíduos debilitados e com deficiên-
cias. O segundo fator foi o fortalecimento do movimento dos direitos humanos, a criação
dos programas sociais, tais como a Organização das Nações Unidas (ONU); Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), ambas criadas em
1945. O terceiro e último fator foi o avanço científico (carros, escola, computadores, aumen-
Tais mudanças na educação foram de grande valia para a inclusão social das pes-
soas com necessidades especiais, no entanto, não foi suficiente para que houvesse uma
real e total inclusão, ou seja, ainda faltavam políticas práticas, necessitava de uma maior
participação e responsabilidade do poder público para direcionar esse trabalho, a fim de
proporcionar um atendimento especializado e direcionado para cada tipo de necessidade
apresentada.
No intuito de amenizar tais problemas foi realizado pela UNESCO, em junho de
1994, em Salamanca, na Espanha, a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas
Especiais: acesso e qualidade, que aprovou a Declaração de Salamanca. Essa declaração
traz as estratégias nacionais, regionais e internacionais para a educação inclusiva, com
uma nova maneira de pensar a respeito das necessidades especiais, escolas, capacita-
Com a opção de realmente ser um país que tem um sistema educacional inclusivo,
o Brasil passa a criar leis específicas que garantem o acesso direto e de qualidade ao ensi-
no. Instituída em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - 9394/96)
estabelece no art. 4°, inciso III, como dever do estado garantir atendimento educacional
especializado gratuito aos indivíduos com necessidades especiais, preferencialmente na
rede regular de ensino e, ainda, dedica o capítulo V, que compreende os artigos 58, 59 e
60, para estabelecer como deve ser a educação especial:
Art. 58 . Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a moda-
lidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. §1º Haverá,
quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para
atender as peculiaridades da clientela de educação especial. §2º O atendi-
mento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados,
sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for pos-
sível a sua integração nas classes comuns do ensino regular. §3º A oferta da
educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária
de zero a seis anos, durante a educação infantil. Art. 59 . Os sistemas de
ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currícu-
los, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para
atender às suas necessidades; II – terminalidade específica para aqueles que
não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental,
em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o
programa escolar para os superdotados; III – professores com especialização
adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem
como professores do ensino regular capacitados para a integração desses
educandos nas classes comuns; IV – educação especial para o trabalho,
visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições
adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como
para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,
intelectual ou psicomotora; V – acesso igualitário aos benefícios dos pro-
gramas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino
regular. Art. 60 . Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão
Assim, essas tecnologias visam atuar em dois aspectos nos serviços e nos re-
cursos. No âmbito de serviços destina-se aos profissionais que auxiliam diretamente a
promover melhorias no dia a dia da pessoa com deficiência, corresponde a profissionais
como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicopedagogos, psicó-
logos, arquitetos engenheiros, assistentes sociais, educadores, entre outros profissionais
que atuam utilizando um instrumento de tecnologia assistiva. Como exemplo podemos citar
avaliações, experimentação e treinamento de novos equipamentos.
SAIBA MAIS
Fonte: a autora.
Fonte: a autora.
INTRODUÇÃO
Neste artigo é tratado o emprego das tecnologias assistivas nas metodologias ativas.
As metodologias ativas têm como objetivo promover no aluno uma concepção mais reflexiva
e crítica em que as suas habilidades e competências estarão sendo desenvolvidas para que
este encontre soluções adequadas para os problemas vivenciados na sua formação. Mas
também propor ao professor uma reflexão sobre a sua prática em sala de aula e uma refor-
mulação dos métodos utilizados para atender as especificidades dos alunos acompanhando
as mudanças sócio-políticas, financeiras e tecnológicas na sociedade moderna.
A Lei 13.146/16 – Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da
Pessoa com Deficiência), é destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade,
o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência. tecnologia
Assistiva é um novo conceito que contribui para proporcionar, ampliar e facilitar algumas
habilidades funcionais de pessoas com deficiência e logo promover maior independência e
Inclusão, principalmente a comunicação alternativa.
Portanto, o objetivo geral desta pesquisa é utilizar das tecnologias assistivas nas me-
todologias ativas. E para melhor desenvolvimento do estudo foram elencados como objetivos
específicos: compreender as metodologias ativas; averiguar as tecnologias assistivas.
Esta pesquisa se justifica por ter sido observado que algumas escolas incluem os alu-
nos por força da lei e desta forma o aluno fica excluído e assim sendo através da metodologia
ativa utilizando as tecnologias assistivas esta situação seria revertida.
Com esta pesquisa pretende-se que tanto as escolas e como os profissionais de
educação tenham a oportunidade de apropriar-se de um ambiente de aprendizagem mais
adequado aos alunos com necessidades educativas especiais, sejam elas físicas, cognitivas,
intelectuais, afetivas ou sociais.
A relevância do artigo se faz tanto para a comunidade escolar, o sistema de ensino,
os educadores quanto para os alunos com necessidades educativas especiais, pois mostra
maneiras de remover os conflitos que impedem e dificultam no processo ensino aprendiza-
gem e na participação dos alunos na escola e na vida social.
METODOLOGIAS ATIVAS
As metodologias ativas (MA) apresentam-se como um instrumento para a cons-
trução do conhecimento usando procedimentos analíticos e dialógicos. É uma concepção
educativa que estimula processos de ensino-aprendizagem crítico-reflexivos, no qual o
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
De acordo com a definição proposta pelo Comitê de Ajudas Técnicas (CAT), tecno-
logia assistiva “é uma área do conhecimento”, de característica interdisciplinar, que engloba
produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover
a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, in-
capacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade
de vida e inclusão social (BRASIL, 2009). “Para as pessoas sem deficiência a tecnologia
torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas
possíveis” (RADABAUGH, 1993). Com a chegada das tecnologias assistivas, o educador
deixa de ser o detentor do saber, para ser um transformador de conquistas, um mediador.
Em algumas escolas podemos presenciar mudanças, tanto nos profissionais, quanto na
estrutura escolar, os Atendimento Educacional Especializado (AEE ) com as Salas de re-
cursos multifuncionais (SRMF).
Segundo o site Assistiva (2014) às salas de recursos são espaços físicos localiza-
dos nas escolas públicas onde se realiza o Atendimento Educacional Especializado - AEE.
As SRMF possuem mobiliário, materiais didáticos e pedagógicos, recursos de acessibili-
dade e equipamentos específicos para o atendimento dos alunos que são público alvo da
Educação Especial e que necessitam do AEE no contra turno escolar [...]
LIVRO
Título: INCLUSÃO: Um Guia Para Educadores
Autores: Susan Stainback, William Stainback
Editora: Grupo A
Ano: 1999
Sinopse: O livro consiste em um guia para educadores em
geral, buscando contextualizar sobre a inclusão da pessoa com
deficiência no ambiente educacional. O livro apresenta uma
contextualização acerca da inclusão, define a inclusão educação
como uma mudança da perspectiva social. Segundo os autores, o
olhar educacional só irá contemplar a pessoa com deficiência se
a sociedade em geral também mudar seu ponto de vista, sabendo
que a pessoa com deficiência é tão capaz quanto qualquer outro
indivíduo, desde que seja proporcionado a ele as mesmas oportu-
nidades.
WEB
• O site Portal do professor do Ministério da Educação e da Cul-
tura visa proporcionar ideias para trabalhar com a temática da
deficiência, proporcionando, assim, uma compreensão dos alunos
acerca do tema, bem como uma maior aceitação da pessoa com
deficiência.
• Disponível em:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?au-
la=38670
Plano de Estudo:
• Novas tecnologias e desenvolvimento humano.
• Descrevendo as categorias da tecnologia assistiva.
• Tecnologia assistiva aplicada à vida diária.
• Tecnologias assistivas aplicada aos recursos educacionais.
Objetivos de Aprendizagem:
• Discutir os diversos recursos utilizados na tecnologia assistiva.
• Apresentar a importância da tecnologia assistiva na autonomia das
atividades diária.
• Apresentar alguns recursos de tecnologias assistiva em prol da pessoa com
deficiência.
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INTRODUÇÃO
Olá, aluno(a), bem-vindo(a) a mais uma unidade de nosso tema. Após conceituar-
mos brevemente a tecnologia assistiva, abordaremos neste estudo as aplicações desta
relacionadas ao desenvolvimento da pessoa com deficiência. A tecnologia assistiva visa
valorizar as habilidades da pessoa com deficiência para que esta possa ter a mesma auto-
nomia e desenvoltura que as demais pessoas da sociedade em geral.
Equiparar as capacidades das pessoas com deficiências com as das demais pes-
soas, atos simples do dia a dia, como se alimentar ou se locomover com autonomia, para
alguns deficientes, são limitados ou impossíveis. Esse é um dos principais objetivos das
tecnologias assistivas.
Como os avanços da tecnologia, o homem tem criado instrumentos e sistemas
que têm possibilitado que essas atividades diárias da vida de uma pessoa com deficiência
sejam possíveis sem o auxílio de uma outra pessoa. Proporcionar autonomia ao deficiente
é proporcionar aumento da expectativa de sua vida, consiste em proporcionar capacidades
de se olhar na sociedade e se sentir igual aos demais com mesmas capacidades e possi-
bilidades.
Nessa unidade definiremos o conceito de novas tecnologias que têm possibilitado
avanços na autonomia dos deficientes, principalmente no que se refere ao aspecto educa-
cional.
Desejo bons estudos!
A tecnologia está em função das necessidades criadas pelo homem, mas a tecnolo-
gia sozinha não altera a sociedade e a natureza, é o uso que se faz dela que se observa as
O termo tecnologia assistiva, também conhecido como TA, está sendo utilizado
como recursos e serviços a fim de proporcionar e aumentar as habilidades e funcionalidade
da pessoa com deficiência e, dessa forma, proporcionar uma vida mais independente e
autônoma, atingindo a eficácia da inclusão.
Para Moran (2007), as TA difundiram-se após a evolução da tecnologia, propician-
do, ao alcance das mãos, constantes ferramentas que tornam as nossas atividades comuns
do cotidiano mais fáceis, mais rápidas e objetivas. Desta forma, a tecnologia, numa visão
geral, também buscou facilitar a vida da pessoa com deficiência.
Conforme Lima (2007), a tecnologia assistiva vem desenvolvendo inúmeros equi-
pamentos, estratégias, serviços e práticas que trabalham diretamente com a dificuldade e
a inabilidade da pessoa com deficiência, destacando suas potencializado e equiparando
suas dificuldades.
O termo tecnologia assistiva chega ao Brasil em 16 de novembro de 2006, por meio
de uma Portaria nº 142, que instituiu um comitê de ajudas técnicas formado por profissionais
e órgãos do governo, com o intuito de apresentar políticas governamentais de assistência
à pessoa com deficiência.
A Secretaria Especial dos Direitos Humanos determinou, segundo a Portaria nº
142 (2006), que a oferta de tecnologia assistiva caberia a todas as esferas governamen-
tais, sendo ela federais, estaduais e municipais. Para tanto, cada uma dessas instituições
Vale ressaltar que todo ou qualquer equipamento, seja ele físico ou em sistema,
dentro do conceito de tecnologia assistiva, é produzido de maneira individual após analisar
cada pessoa. Em virtude disso não se encontra a tecnologia assistiva à venda no mercado.
Assim, entende-se que se encontram disponíveis ideias de tecnologias assistivas
já realizadas e destinadas a um ou outro padrão de pessoa. Mesmo que as dificuldades se
assemelham a mobilidades reduzidas, ausência de autonomia, independência, qualidade
de vida e comunicação social, há uma identidade única para cada deficiente. A busca pelas
tecnologias assistivas é a busca por uma liberdade, por uma autonomia, muitas vezes, em
atividades comuns do dia a dia.
Como, todavia, muitos professores já são formados e não passaram pelo processo
de formação tecnológica, é preciso que se adequem às novas necessidades pedagógicas.
Assim, o professor deve incluir em seu plano de trabalho docente formas de trabalhar o
conhecimento, utilizando as novas tecnologias. Não se trata de subjugar o conhecimento
em face à tecnologia, mas fazer dela uma aliada para que o aluno consiga aprender mais
e melhor.
Entretanto o docente também deve ter o cuidado de não exagerar no uso dessas
tecnologias; ela é um meio e não um fim em si mesma. Em suma, é preciso haver infraes-
trutura e condições de trabalho, bem como formação pedagógica para que a escola se
transforme.
Conforme Nunes (2001), no aspecto da tecnologia assistiva não se difere da tec-
nologia em geral no contexto escolar. Há poucos profissionais que desconhecem e não
dominam os recursos da TA para trabalhar com o aluno, desta forma, muitos instrumentos
ficam ociosos ou mal utilizados pelas escolas. Outro aspecto a ser analisado sobre a TA
no contexto escolar é que muitas vezes esses equipamentos são custeados pelos próprios
pais dos alunos devido a falta de verba nas instituições ou devido a especificidades do equi-
pamento, sendo assim, mais uma vez repete-se a não inclusão da pessoa com deficiência.
Muitas pessoas não têm a possibilidade de ter contato a algum recurso de tecnologia,
entre esses destacam-se equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez,
sistemas com alerta táctil-visual, celular com mensagens escritas e chamadas por vibra-
ção, software que favorece a comunicação ao telefone celular, transformando em voz
o texto digitado no celular e em texto a mensagem falada. Livros, textos e dicionários
digitais em língua de sinais. Sistema de legendas, aplicativos em libras. Um desses
aplicativos é o Hand Talk que consiste em uma plataforma que traduz simultaneamente
conteúdos em português para língua de sinais. Saiba mais sobre essa tecnologia que
permite acessibilidade comunicativa para surdos e deficientes auditivos.
Fonte: a autora.
REFLITA
TECNOLOGIA ASSISTIVA
Rita Bersch
1. Conceito e Objetivo
Tecnologia Assistiva - TA é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o
arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades
funcionais de pessoas com deficiência e conseqüentemente promover vida independente e
inclusão. (BERSCH e TONOLLI, 2006)
Num sentido amplo percebemos que a evolução tecnológica caminha na direção
de tornar a vida mais fácil. Sem nos apercebermos utilizamos constantemente ferramentas
que foram especialmente desenvolvidas para favorecer e simplificar as atividades do coti-
diano, como os talheres, canetas, computadores, controle remoto, automóveis, telefones
celulares, relógio, enfim, uma interminável lista de recursos, que já estão assimilados à
nossa rotina e, num senso geral, “são instrumentos que facilitam nosso desempenho em
funções pretendidas”.
Introduzirmos o conceito da TA com a seguinte citação: “Para as pessoas sem
deficiência a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a
tecnologia torna as coisas possíveis”. (RADABAUGH, 1993)
Cook e Hussey definem a TA citando o conceito do ADA - American with Disabilities
Act, como “uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas
e aplicadas para minorar os problemas funcionais encontrados pelos indivíduos com defi-
ciências”. (COOK & HUSSEY, 1995)
A TA deve ser entendida como um auxílio que promoverá a ampliação de uma
habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se
encontra impedida por circunstância de deficiência ou pelo envelhecimento.
Podemos então dizer que o objetivo maior da TA é proporcionar à pessoa com defi-
ciência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de
sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado
e trabalho.
3. Classificação em categorias
Os recursos de tecnologia assistiva são organizados ou classificados de acordo
com objetivos funcionais a que se destinam.
Várias classificações de TA foram desenvolvidas para finalidades distintas e citamos
a ISO 9999/2002 como uma importante classificação internacional de recursos, aplicada
em vários países. O Sistema Nacional de Classificação dos Recursos e Serviços de TA,
dos Estados Unidos, diferencia-se da ISO ao apresentar, além da descrição ordenada dos
recursos, o conceito e a descrição de serviços de TA.
A classificação HEART, é apresentada de forma adaptada no documento EUSTA-
T-Empowering Users Through Assistive Technology, que foi elaborado por um grupo de
pesquisadores de vários países da União Européia e é considerada por eles, como sendo
a mais apropriada para a formação dos usuários finais de TA, bem como para formação de
recursos humanos nesta área.
Ao apresentar uma classificação de TA, seguida de redefinições por categorias,
destaca-se que a sua importância está no fato de organizar a utilização, prescrição, estudo
e pesquisa de recursos e serviços em TA, além de oferecer ao mercado focos específi-
cos de trabalho e especialização. A classificação que segue foi escrita em 1998 por José
Tonolli e Rita Bersch e foi atualizada por eles para corresponder aos avanços na área a
que se destina. Ela tem uma finalidade didática e em cada tópico, considera a existência
LIVRO
Título: Tecnologia Assistiva: A Inclusão na Prática
Autor: Eromi Izabel Hummel
Editora: Appris
Ano: 2015
Sinopse: O livro consiste em estabelecer um paralelo com a tecno-
logia assistiva e sua aplicação da inclusão no contexto educacional
e social. O livro faz uma descrição também sobre a formação de
professores que atuam nas salas de recursos multifuncionais para
o uso de tecnologia assistiva.
FILME/VÍDEO
•Título: Tecnologia Assistiva - Tv Brasil
• Ano: 2016
• Sinopse: A apresentadora Juliana Oliveira recebe três convida-
dos para conversar sobre tecnologia assistiva: o especialista em
informática Antonio Borges, que coordena projetos voltados para
pessoas com deficiência, na UFRJ; Lília Martins, a presidente do
Centro de Vida Independente (CVI-Rio), instituição que promove
qualidade de vida e independência para pessoas com deficiência;
e a arquiteta Leila Scaf, amputada que utiliza os serviços do CVI.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8z_HTGMxf6A
WEB
• Essa área do conhecimento, de característica interdisciplinar, en-
globa produtos, recursos, metodologias e atividade e participação
de pessoas com deficiência, incapacidades. O site apresenta uma
discussão sobre o termo da tecnologia assistiva e alguns exemplos
de recursos.
• Disponível em:
https://institutoitard.com.br/tecnologia-assistiva-o-que-e-e-como-
-usar-na-escola-sem-saber-informatica/
Plano de Estudo:
● Modelos conceituais médicos e sociais;
● Aprendendo o desempenho universal;
● Compreender a incapacidade e a funcionalidade.
Objetivos de Aprendizagem:
● Elaborar um panorama histórico sobre a nomenclatura da pessoa com deficiência;
● Apresentar os conceitos de deficiência na visão social e médica;
● Discutir conceitos de incapacidade e funcionalidade.
67
INTRODUÇÃO
Segundo Amiralian (1986, p. 48), esse olhar diferenciado para com quem possuía
alguma deficiência está inteiramente associado com “os valores sociais, morais, filosóficos,
éticos e religiosos, isto é, relacionados ao modo pelo qual o homem é visto e considerado
nas diferentes culturas”. Desse modo, faz-se necessário realizar uma retomada histórica
para verificar como os deficientes eram vistos nos períodos da História da Humanidade.
Para ser inclusiva, a escola necessariamente tem que ser eficaz e competente na
sua tarefa de ensinar. Acreditamos que isso é possível por meio de uma prática mediadora,
que possibilite a apropriação da linguagem, dos signos e significados linguísticos, assim
como de informações contidas nos objetos e situações do meio no qual se vive.
Conforme estudos iniciais, o transtorno era resultado de uma “dinâmica familiar
problemática e de condições de ordem psicológica alteradas” (STAINBACK; STAINBACK,
2014, p. 65). Essa hipótese foi descartada. “A tendência atual é admitir a existência de
múltiplas causas para o autismo, entre elas, fatores genéticos, biológicos e ambientais.
No entanto, saber como o cérebro dessas pessoas funciona ainda é um mistério para a
ciência” (STAINBACK; STAINBACK, 2014, p. 68).
Você já parou para pensar sobre o que é ser diferente? A definição de diferença é
apresentada por meio de uma heterogeneidade de marcadores definidos pela sociedade,
tais como gênero, classe social, características físicas, intelectuais, culturais e suas respec-
tivas conotações.
A diferença pode estabelecer um estigma negativo, gerando exclusão ou margina-
lização das pessoas que são definidas como “os outros” ou “os diferentes”. Mas será que
as deficiências nos fazem diferentes? Você é uma daquelas pessoas que acredita que o
sujeito com deficiência é aquela pessoa incapacitada em realizar atividades, principalmente
atividades que exigem o intelecto.
Apresentaremos, durante esse tema, a definição conceitual de algumas deficiên-
cias, pois pessoas com deficiência constituem o público heterogêneo que marca a diversi-
dade, que pode ser vista como enriquecedora ou não, especialmente em uma sociedade
carregada de práticas exclusivas por séculos.
Por sua vez, é inevitável falar sobre “inclusão” sem remeter ao papel de uma escola
para todos. Ao revisitarmos o passado, poderemos perceber que a escola se caracterizou
como um espaço de privilégio de um grupo, excluindo indivíduos considerados fora dos
padrões de normatização estipulados.
Definir deficiência ainda gera controvérsias. A princípio, trata-se de uma definição
muito abrangente e complexa, devido à diversidade de conceitos presentes na literatura.
Sabe-se que as causas para a deficiência intelectual podem ocorrer durante três
etapas do desenvolvimento humano. O período do pré-natal pode apresentar fatores que
incidem, desde o momento da concepção do bebê até o início do trabalho de parto. Esses
fatores se caracterizam pelas alterações cromossômicas resultantes de erros inatos do
metabolismo. Outro fator que pode ocorrer no período pré-natal são situações materno/
fetal, ou seja, ações realizadas pela mãe que podem afetar o indivíduo.
Já a fase perinatal corresponde aos primeiros 30 dias de vida do bebê. Aspectos
que podem causar uma deficiência intelectual nesse período são a hipóxia ou anóxia (que
consiste na oxigenação cerebral insuficiente), no nascimento precoce ou prematuridade,
baixo peso referente à Idade Gestacional (PIG), bem como icterícia grave do recém-nascido.
Por fim, temos o período pós-natal, que vai até o final da adolescência. Desnutrição,
traumas e alterações metabólicas são fatores que podem provocar ou desenvolver uma
deficiência intelectual neste período de desenvolvimento do sujeito. Com o surgimento da
modalidade de Educação Inclusiva, o aluno com deficiência intelectual está inserido direta
ou indiretamente em todas as etapas educacionais, o que proporciona a socialização dos
conhecimentos adquiridos.
Atualmente temos a oportunidade de perceber a deficiência, um conceito formado
socialmente, atribuído a pessoas que apresentam qualidades que as tornam inaptas a de-
terminadas funções pré-estabelecidas pelo meio em que vivem. Teóricos, como Stainback
e Stainback (2014) e Mantoan (2013), afirmam que a deficiência pode ser culturalmente
estabelecida por meio das expectativas sociais pré-estabelecidas como normas, preconcei-
tos e valores evidentes na interação entre os sujeitos ditos normais e os deficientes.
A idade antiga foi marcada por negligência e falta de atendimento aos deficientes, sendo
eles abandonados, isolados, exterminados e até associados à imagem demoníacas.
As pessoas com deficiência física e mental, em algumas sociedades, como Roma antiga
e Grécia, eram consideradas desumanas, um ser sem alma, que precisava ser santifi-
cada quando elas não eram mortas. Acreditava-se que a deficiência era um castigo de
Deus e, assim, elas eram sacrificadas ou escondidas na sociedade.
O olhar para essas pessoas começou a mudar após o cristianismo, quando a sociedade
começa a vê-los como um ser que possui alma, e eliminá-las ou abandoná-las seria um
atentado contra Deus. Como a igreja pregava amor ao próximo, caridade e humildade,
são criados os hospitais e instituição para atender as pessoas com deficiência, com um
olhar de caridade.
Convido você a refletir sobre o caminho das pessoas com deficiência ao longo da his-
tória. Atualmente as pessoas com deficiência ainda lidam com situações de exclusão?
Fonte: a autora.
Percebemos, por meio desse estudo, a luta pela inclusão das pessoas com neces-
sidades especiais na história da educação inclusiva. Observamos dois tipos de tratamento
às pessoas com necessidades especiais na época da exclusão e segregação, ou essas
pessoas eram exterminadas e rejeitadas ou eram vistas com um olhar de piedade e as-
sistencialismo. Após passar pelo período em que os deficientes eram vistos como “castigo
de Deus”, por isso elas eram mortas, veio o cristianismo, que mudou o olhar para essas
pessoas.
Observa-se que a discussões sobre educação inclusiva vem sendo feita há muitos
anos, mas a prática da inclusão nas escolas regulares de pessoas com necessidades espe-
ciais é recente e vem gerando dúvidas e medos. Temos poucos profissionais para atender
as pessoas com necessidades educacionais especiais e escolas ainda sem preparo e
estrutura para receber esses alunos.
Temos o desafio de trabalhar por uma escola inclusiva, em que teremos um ensino
de qualidade, com responsabilidade e respeito. Devemos assumir um compromisso de
mudança, acreditando que uma transformação na sociedade e no ensino é possível para a
inclusão de pessoas com necessidades especiais no meio delas.
A deficiência faz parte da condição humana. Quase todas as pessoas terão uma
deficiência temporária ou permanente em algum momento de suas vidas, e aqueles que
sobreviverem ao envelhecimento enfrentarão dificuldades cada vez maiores com a funcio-
nalidade de seus corpos. A maioria das grandes famílias possui um familiar deficiente, e
muitas pessoas não deficientes assumem a responsabilidade de prover suporte e cuidar de
parentes e amigos com deficiências (1–3). Todos períodos históricos enfrentaram a questão
moral e política de como melhor incluir e apoiar as pessoas com deficiência. Essa questão
se tornará mais premente conforme a demografia das sociedades muda, e cada vez mais
pessoas alcançam a idade avançada (4). As respostas à deficiência têm mudado desde
os anos 1970, estimuladas em grande parte pela organização das pessoas que possuem
alguma deficiência (5, 6), e pela crescente tendência de se encarar a deficiência como
uma questão de direitos humanos (7). Historicamente, as pessoas com deficiência têm em
sua maioria sido atendidas através de soluções segregacionistas, tais como instituições de
abrigo e escolas especiais (8). Agora, as políticas mudaram em prol das comunidades e da
inclusão educacional, e as soluções focadas na medicina deram lugar a abordagens mais
interativas que reconhecem que as pessoas se tornam incapacitadas devido a fatores am-
bientais e também por causa de seus corpos. Iniciativas nacionais e internacionais tais como
as Regras Padrões sobre Equiparação de Oportunidades para Pessoas com Deficiência,
das Nações Unidas (9), têm incorporado os direitos humanos das pessoas com deficiência,
culminando em 2006 com a adoção da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência (CDPD). Esse relatório mundial sobre a deficiência fornece
evidências para facilitar a implementação da CDPD. Documenta as circunstâncias das pes-
soas com deficiência no mundo todo e explora as medidas para promover sua participação
social, abrangendo de saúde e reabilitação à educação e emprego. Este primeiro capítulo
fornece uma orientação geral sobre a deficiência, introduzindo conceitos chave– tais como
a abordagem de direitos humanos com relação à deficiência, o cruzamento entre deficiên-
cia e desenvolvimento, e a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde (CIF) – e explora as barreiras que afetam as pessoas com deficiência [...]
LIVRO
Título: DSM V – Manual de Diagnósticos Estatísticos de Transtor-
nos Mentais
Autores: Associação Americana de Psiquiatria
Editora: Artmed
Ano: 2019
Sinopse: O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais 5ª edição ou DSM-5 consiste em um manual diagnóstico
estatístico para diagnóstico de transtornos mentais e neurocog-
nitivos. Este foi feito pela Associação Americana de Psiquiatria,
é utilizado por diversos profissionais, como psicólogos, médicos,
psicopedagogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais no
processo de avaliação diagnóstica.
FILME/VÍDEO
Título: O óleo de Lorenzo
Ano; 1992
Sinopse: O filme foi lançado nos Estados Unidos em 1992 e
concorreu ao Oscar de melhor Roteiro por George Miller, também
diretor do filme. O filme conta a história real de Lorenzo, que, aos
cinco anos de idade, apresenta uma doença rara e degenerativa.
Seu pai, Augusto, e sua mãe, Michaela, persistem estudando por
sua própria conta e mudando a história da medicina encontrando
a cura do filho.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=
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Como se sabe, o primeiro dos filósofos a distinguir entre diferença e alteridade foi
Aristóteles: a diferença das coisas supõe sempre uma determinação sobre aquilo em que di-
ferem; alteridade, ao contrário, não significa determinação nenhuma: há outro ser e não uma
diferença entre dois seres (lembrando que, para Platão, a alteridade é o gênero supremo).
Neste estudo, discutimos sobre a inclusão, mais especificamente sobre o percurso
que a pessoa com deficiência percorreu até a conquista de serviços e recursos para uma
autonomia e desenvolvimento social. A inclusão é percebida como um processo de ampliação
da circulação social que produza uma aproximação de seus diversos protagonistas, convo-
cando-os à construção cotidiana de uma sociedade que ofereça oportunidade variada a todos
os seus cidadãos e possibilidades criativas a todas as suas diferenças.
Pensar em inclusão é pensar no atendimento a pessoas com deficiência em implan-
tação de serviços especializados e de todo um empenho, a fim de flexibilizar e proporcionar
acessibilidade para a instituição escolar e para além dela. Assim, tornou-se possível discutir
sobre acessibilidade e pensar nas pessoas com necessidades especiais, para que estas
recebam apoio assistencialista de todas as formas. Porém os estudos realizados permitiram
que percebêssemos que, mesmo diante das atuais discussões acerca das metodologias
ativas e tecnologias assistivas, a acessibilidade social está longe de ser alcançada por todos.
Assim, os deficientes e pessoas com dificuldades continuam na situação de excluídos na
sociedade, sem o direito sequer de saber expressar suas próprias opiniões acerca de sua
situação.
Para promover essa acessibilidade, discutimos dois conceitos ao longo da disciplina,
ambos com o mesmo objetivo principal: levar à pessoa com deficiência maior autonomia
em todos os âmbitos da sociedade. As tecnologias assistivas, em seus recursos e serviços,
apresentam-se de maneira individualizada para atender as necessidades de cada deficiente.
Por sua vez as metodologias ativas buscam promover um desenvolvimento integral e pleno
da pessoa com deficiência.
Todos os conceitos apresentados neste estudo visam atender um público que pode
ser considerado minoria ao comparar-se a sociedade em geral por fim, é importante sempre
relembrar que a acessibilidade consiste em um benefício não destinado somente a pessoas
com deficiência mas ao público em geral da sociedade. Todos estamos sujeitos a precisar de
uma condição acessível ao longo de nossas vida.