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LÍNGUA

PORTUGUESA

UFPEL
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS RS

TODOS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução, mesmo parcial e por


qualquer processo, sem autorização expressa dos autores e da editora Cia do
Estudo.
Trabalhando pela sua conquista.

1. LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTOS.


1.1Assunto ........................................................................................... 03
1.2 Estruturação do texto ....................................................................... 06
1.3 Ideias principais e secundárias .......................................................... 07
1.4 Relação entre ideias ......................................................................... 07
1.5 Efeitos de sentido ............................................................................ 09
1.6 Figuras de linguagem ....................................................................... 10
1.7 Recursos de argumentação ............................................................... 15
1.8 Informações implícitas: pressupostos e subentendidos ......................... 16
1.9 Coesão e coerência textuais .............................................................. 19
2. LÉXICO/SEMÂNTICA
2.1 Significação de palavras e expressões no texto .................................... 20
2.2 Substituição de palavras e de expressões no texto ............................... 23
2.3 Estrutura e formação de palavras ...................................................... 24
3. ASPECTOS LINGUÍSTICOS
3.1 Relações morfossintáticas ................................................................. 25
3.2 Ortografia: Sistema oficial vigente Acentuação gráfica .......................... 27
3.3 Relações entre fonemas e grafias ....................................................... 32
3.4 Reconhecimento, flexões e emprego de classes gramaticais .................. 33
3.5 Vozes verbais e sua conversão .......................................................... 36
3.6 Concordância nominal e verbal .......................................................... 37
3.7 Regência nominal e verbal ................................................................ 44
3.8 Sintaxe do período simples e composto: coordenação e
subordinação: emprego das conjunções locuções e pronomes relativos,
emprego de crase.................................................................................. 51
3.9 Pontuação ....................................................................................... 54

COLETÂNEA DE PROVAS ATUAIS ........................................................ 57


GABARITO .......................................................................................... 67

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1. Leitura e análise de textos
1.1 Assunto

A palavra texto, em seu sentido posição assumida pelo autor?


etimológico, significa tecedura, contexto, trama. É  Quais os argumentos apresentados que
uma enunciação construída com coesão e justificam a posição assumida pelo autor?
coerência. Envolve sempre uma intenção e, como  Quais os argumentos secundários
qualquer ato de comunicação, pressupõe um apresentados pelo autor?
emissor e um destinatário. Todo texto envolve um
enigma, e o seu entendimento decorre não A elaboração do esquema se faz
apenas da compreensão de seu conteúdo necessária na primeira abordagem do texto,
temático, mas, de maneira decisiva, da quando o leitor necessita adquirir a visão de
identificação de sua intenção. É nesse ponto que conjunto dos temas e subtemas desenvolvidos
se podem diferenciar aspectos envolvidos no ato pelo autor. Pergunta-se: de que fala o parágrafo,
de ler e observar a diferença entre ler e devem-se grifar as principais palavras, fazendo
interpretar. um levantamento a partir das palavras-chave
Ler, lego em latim, significa colher tudo elaborando um esquema das idéias.
quanto vem escrito. Interpretar é eleger (ex- A interpretação do texto é uma
legere: escolher), ou seja, é selecionar os reconstrução mais livre do tema abordado no
elementos fundamentais para realizar o sentido texto básico o que pressupõe o diálogo com o
do texto. O leitor que interpreta deve saber autor, o questionamento das posições assumidas
cumprir sua tarefa de decifrar, compreender, e a relação destas com outras abordagens. É um
escolher, traduzindo fielmente o mesmo, trabalho que consiste basicamente em apresentar
Quando o leitor compreende e interpreta a a palavra do leitor, a sua posição frente às
expressão escrita, torna-se um mediador que questões desenvolvidas, o que exige estudos
decifra uma mensagem, um mediador que faz aprofundados e fundamentalmente olhos críticos
uma co-enunciação resultante da possibilidade para o mundo.
simbólica do evento do texto. A análise de texto, enfim, é o esforço por
O texto é obra humana, produto humano, e descobrir lhe a estrutura, seu movimento interior,
se expressa através dos mais variados meios o valor significativo de suas palavras e de seu
simbólicos: peças de teatro, filmes, televisão, tema, tendo em mira a unidade Intrínseca de
pinturas, esculturas, literaturas, poesia, livros todos esses elementos. Pressupõe o exame da
científicos e filosóficos, artigos de revistas e estrutura do trecho e da linguagem literária (o
jornais etc. vocabulário, o valor das categorias gramaticais
O abrir-se ao texto pressupõe o diálogo usadas), o tipo de figuras predominantes (símiles,
com o seu autor, exige o “ouvir” a sua palavra, o imagens, metáforas...), o valor da sintaxe
seu mundo, a compreensão dos significados nele predominante (frase ampla ou breve, tipos de
implícitos. Compreender, interpretar, significa ir subordinação e coordenação, frases elípticas...),
além da simples dissecação a que se reduz o a natureza dos substantivos escolhidos; tempos
formalismo das técnicas de leitura que ou modos de verbo, uso expressivo do artigo, da
normalmente afastam, distancia o leitor da obra. conjunção, dos advérbios, das preposições, etc.,
Alguns tópicos a ser observados: tudo em função do significado essencial do todo.
 Qual o assunto tratado? Uma boa análise de texto, isto é, de fragmento só
 Qual o problema central levantado pelo pode ser realizada quando o todo, a que ele
autor? pertence, tiver sido perfeitamente interpretado.
 Diante do problema levantado, qual a

Veja os exemplos a seguir:


TEXTO I
O "brasil" com b minúsculo é apenas um objeto sem vida, autoconsciência ou pulsação interior, pedaço de
coisa que morre e não tem a menor condição de se reproduzir como sistema; como, aliás, queriam alguns teóricos
sociais do século XIX, que viam na terra - um pedaço perdido de Portugal e da Europa - um conjunto doentio e
condenado de raças que, misturando-se ao sabor de uma natureza exuberante e de um clima tropical, estariam
fadadas à degeneração e à morte biológica, psicológica e social. Mas o Brasil com B maiúsculo é algo muito mais
complexo. É país, cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos internacionalmente, e também casa,
pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma
ligação especial, única, totalmente sagrada. É igualmente um tempo singular cujos eventos são exclusivamente
seus, e também temporalidade que pode ser acelerada na festa do carnaval; que pode ser detida na morte e na
memória e que pode ser trazida de volta na boa recordação da saudade. Tempo e temporalidade de ritmos
localizados e, assim, insubstituíveis.
Sociedade onde pessoas seguem certos valores e julgam as ações humanas dentro de um padrão somente seu.

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Não se trata mais de algo inerte, mas de uma entidade viva, cheia de autorreflexão e consciência: algo que se soma
e se alarga para o futuro e para o passado, num movimento próprio que se chama História. Aqui, o Brasil é um ser
parte conhecido e parte misterioso, como um grande e poderoso espírito. Como um Deus que está em todos os lugares
e em nenhum, mas que também precisa dos homens para que possa se saber superior e onipotente. Onde quer que
haja um brasileiro adulto, existe com ele o Brasil e, no entanto - tal como acontece com as divindades - será preciso
produzir e provocar a sua manifestação para que se possa sentir sua concretude e seu poder. Caso contrário, sua
presença é tão inefável como a do ar que se respira e dela não se teria consciência a não ser pela comparação, pelo
contraste e pela percepção de algumas de suas manifestações mais contundentes.DAMATTA, Roberto. O que
faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986, p. 11-12
01Na sua distinção entre "brasil" e "Brasil", o autor do texto I estabelece contraste entre ambos.
O contraste que corresponde ao texto é:
(A) brasil – um pedaço perdido de Portugal e da Europa / Brasil – um conjunto doentio e condenado de
raças
(B) brasil – sociedade onde as pessoas seguem certos valores / Brasil – entidade viva, cheia de auto-
reflexão e consciência
(C) brasil – país com fronteira e território reconhecidos internacionalmente / Brasil – local com que os
brasileiros têm uma ligação especial
(D) brasil – objeto sem autoconsciência ou pulsação interior / Brasil – memória e consciência de um lugar
especial para os brasileiros
(E) brasil – um processo histórico contínuo / Brasil – uma forma sem vida

TEXTO II
CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha terra tem palmeiras,


Onde canta o sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,


Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,


Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;

Minha terra tem primores,


Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho –, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.

Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá.
DIAS, Antonio Gonçalves. Poesia completa e prosa escolhida. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p.103

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TEXTO III

PAIVA, Miguel & SCHWARCZ, Lilia.Da colônia ao Império. Um Brasil para inglês ver.... São Paulo: Brasiliense,
1987, p. 11

02Nos textos II e III, há um distanciamento da terra natal.


Assinale a alternativa que não corresponde aos textos:
(A) No texto III, há a referência à chegada do colonizador, à miscigenação do branco com o negro e à
exploração da terra.
(B) No texto III, os elementos caracterizadores da terra natal se encontram na expressão lingüística, nos
trajes e no meio de transporte.
(C) As terras natais do personagem do texto III e do eu-lírico do texto II são diferentes.
(D) Nos textos II e III, há o reconhecimento de que a terra estrangeira é pródiga e prazerosa.
(E) A terceira estrofe do texto II e a última oração do texto III traduzem sentimentos distintos.

RESPOSTA: 1. D 2. D

Quando se tratar de responder as questões de sua tese.


interpretativas, há alguns elementos que são comuns Muitas vezes, o autor também usa a
aos textos e se apresentam, normalmente da exemplificação e as citações de outros autores como
seguinte forma: recurso argumentativo.

c) as objeções:
A partir desse esquema, torna-se mais
Normalmente, o autor já conhece a contra
fácil distinguir o essencial (a idéia
básica) do secundário (justificativas e argumentação e apresenta-a para então rebatê-la. É
como se o autor estivesse tentando adivinhar as
exemplificações). objeções que o leitor possa fazer quanto à validade
de seu pensamento. Através desse recurso, o
a) a ideia básica do texto: escritor pode tornar mais consistente e convincente a
O que o autor pretende provar com este texto? argumentação.
Se você interpretar corretamente, a resposta Além disso, a melhor forma de realizar um
será a ideia básica. Ela pode estar claramente bom trabalho de interpretação é seguir estas etapas:
estampada na frase-chave (se for um texto 1 - Leitura atenta do texto, procurando
dissertativo), ou, então pode ser depreendida através focalizar o seu núcleo, a sua ideia central.
da leitura de todo o texto. 2 - Reconhecimento dos argumentos que dão
sustentação à ideia básica.
b) os argumentos: 3 - Levantamento das possíveis objeções à
O autor usa a argumentação com o objetivo ideia básica.
de reforçar a ideia básica. 4 - Levantamento das possíveis
Os argumentos apresentam-se como exemplificações usadas para reforçar a ideia
afirmações secundárias, ideias e afirmações que o central.
autor usa para convencer o leitor quanto à validade

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1.2 Estruturações do texto e dos parágrafos

A estrutura e a composição do parágrafo se a força de seiva necessária para fecundar as


relacionam com as ideias que queremos vastas planícies.
expressar. Temos ideias reunidas num
parágrafo, quando elas se relacionam entre si O uso de períodos curtos oferece a
pelo seu sentido. Dentro do mesmo parágrafo vantagem de maior clareza de pensamento (e,
podemos ter diferentes ideias, desde que elas, em última análise, de comunicação), evitando-se
reunidas, formem uma ideia maior. São o perigoso entrelaçamento de frases em que se
qualidades principais do parágrafo, a unidade e a pode perder quem utiliza períodos muito longos.
coerência. No período composto os pensamentos
O período contém um pensamento podem se articular por coordenação ou
completo que, embora se relacionando com os subordinação.
anteriores ou se ampliando nos posteriores, forma
um sentido completo.  Introdução: apresentação do assunto (tese);
 desenvolvimento: exposição de argumentos
Era uma borboleta. Passou roçando em (justificativas, exemplos e evidências factuais que
meus cabelos, e no primeiro instante pensei que deem sustentação à tese);
fosse uma bruxa ou outro qualquer desses  Conclusão: arremate das ideias.
insetos que fazem vida urbana; mas, como
olhasse, vi que era uma borboleta amarela. Veja o seguinte texto:
(Rubem Braga) No Brasil, criar paixões nacionais tornou-se
o viver e o vegetar de grupos de comunicação.
Temos aqui um parágrafo, com dois Tomaremos por exemplo o caso das redes
períodos. O primeiro período tem apenas uma de televisão. As maiores se degladiam em busca
ideia. O segundo tem várias, mas forma um todo. de lançamentos, na maioria musicais, que não
No total, o primeiro e o segundo período formam precisam ser duradouros, nem necessitam ser
um bloco homogêneo, o parágrafo. compromissadas com a cultura e com a instrução
O período pode ser simples (como, no de um povo todo.
exemplo, a frase: “Era uma borboleta”) ou Vemos a maior das redes de televisão do
composto (como a frase: “Passou roçando (...) país como uma verdadeira fábrica de paixões.
borboleta amarela”). No período simples temos Não pesa que os protagonistas venham de onde
apenas uma oração, no período composto temos vierem, sejam explosivos. Seu clássico
várias orações articuladas entre si. jornalístico-cultural-domingueiro está para o
A predominância de períodos longos ou brasileiro desejoso de mudanças como o tempo
curtos na composição de um texto depende muito para o carro velho.
do estilo de quem escreve. Na linguagem Vai-se somando um defeito e lá vem eles
moderna predomina o uso de períodos curtos. com uma nova doença.
Novidades que são lançadas até dentro de
Depois, as coisas mudaram. Há duas nossa sala, com rótulo de culturais, são na
explicações para isso. Primeira, que nos realidade, nova injeção de capital nos cofres dos
tornamos homens, isto é, bichos de menor grandes grupos. Ótimo se não saísse do
sensibilidade. Segunda, o governo, que mexeu esvaziado, vilipendiado bolso popular.
demais na pauta dos feriados, tirando-lhes o São febres. Casos como a lambada, a
caráter de balizas imutáveis e amenas na estrada explosão baiana de Daniela Mércuri, a eleição
do ano... Multiplicaram-se os feriados enrustidos, manipulada do letrado mocinho e seu posterior
ou dispensas de ponto e de aula, e perdemos, afastamento atribuindo à pressão dos caras-
afinal, o espírito dos feriados. pintadas (só se for de palhaços crédulos e
(Carlos Drummond de Andrade) usados), a morte da atriz, transformando na Sexta
novela diária, incluso no telejornal do horário
Nesse parágrafo de Carlos Drummond de nobre global, o ouro olímpico dos meninos-do-
Andrade, escritor brasileiro contemporâneo, os Brasil, e, finalmente da música sertaneja, que na
períodos curtos predominam. Em escritores do nossa modesta opinião B e não imploramos
Romantismo, os períodos longos eram frequentes adeptos- é sumariamente a valorização da
e abundantes, como, por exemplo, neste trecho estética do feio.
de José de Alencar: Pegaram a meada inteira da enrolação e
da alienação de um povo.
Felizmente todo o deserto tem seus Dizem que o brasileiro é apaixonado pelo
oásis, nos quais a natureza, por um faceiro futebol. Discordo. O povo brasileiro ama o futebol.
capricho, parece esmerar-se em criar um Nenhuma paixão atravessaria tantas dezenas de
pequeno berço de flores e de verdura anos de alegrias e tristezas.”.
concentrando nesses cantinhos de terra toda

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Na Introdução o vestibulando já expôs,  Tece considerações sobre como a
diretamente, sua opinião sobre o tema: a criação mídia influencia na cultura do
de paixões nacionais. brasileiro.

No Desenvolvimento: Na Conclusão exalta o futebol como


 Afunila a abordagem do tema, ou seja, sendo um grande amor e não uma paixão!
parte dos grupos de comunicação e Mereceu ter uma boa colocação!
chega até a TV. No outro parágrafo
restringe ainda mais, tocando na maior
das redes.
1.3 Ideias principais e secundárias

Para compreendermos um texto é necessário simples, coordenados e relacionados pelo


descobrir sua estrutura interna; nela sentido, pode articular-se para formar um período
encontraremos ideias principais e secundárias e complexo em que haverá uma ideia principal e
precisamos descobrir como essas ideias se outras que lhe servirão de suporte:
relacionam.
Júlia chegou ao Chile em 1985.
As ideias principais giram em torno do tema
central, de um assunto-núcleo contida no texto; a Ela não contava ainda com seis anos.
ela somam-se as secundárias, que só são
importantes enquanto corroboradas do tema Ela teve que acompanhar a família.
central.
Se há ideias principais e secundárias, como Após a chegada, matriculou-se logo numa escola
ocorre relação entre elas? para estrangeiros.

Muitas vezes, a técnica usada é a de explanação Ideia mais importante: a chegada de Júlia.
de ideias “em cadeia”; ocorre a explanação da Admitamos que o fato considerado mais
ideia básica e, a seguir, o desdobramento dessa importante seja a chegada de Júlia ao Chile. A
ideia nos parágrafos subsequentes, a fim de versão do período poderia ser a seguinte:
discutir, aprofundar o assunto.
„“Júlia, que não contava ainda com seis anos,
A clareza e a objetividade devem caracterizar a chegou em 1985 ao Chile, para onde ela teve de
estrutura do texto, para que as ideias nela acompanhar a família, matriculando-se numa
contidas possam atingir o propósito de sua escola para estrangeiros”.
mensagem. Tal propósito, por sua vez, pode ser Da oração principal “Júlia chegou em 1985 ao
alcançado através dos mecanismos linguísticos Chile” dependem as demais.
que se associam às relações de coordenação e
subordinação de ideias-conjunções.

Vejamos, pois, como uma série de enunciados

1.4 Relação entre ideias

A construção textual deve ser a construção de um O texto é escrito com uma intencionalidade, de
todo compreensível aos olhos do leitor. modo que ele tem uma repercussão sobre o
A coerência textual é o instrumento que o autor leitor, muitas vezes proposital.
vai usar para conseguir encaixar as “peças” do
texto e dar um sentido completo a ele. Em uma redação, para que a coerência ocorra, as
ideias devem se completar. Uma deve ser a
continuação da outra. Caso não ocorra uma
Cada palavra tem seu sentido individual, quando concatenação de ideias entre as frases, elas
elas se relacionam elas montam outro sentido. O acabarão por se contradizerem ou por quebrarem
mesmo raciocínio vale para as frases, os uma linha de raciocínio. Quando isso acontece,
parágrafos e até os textos. Cada um desses dizemos que houve um quebra de coerência
elementos tem um sentido individual e um tipo de textual.
relacionamento com os demais. Caso estas
relações sejam feitas da maneira correta, A coerência é um resultado da não contradição
obtemos uma mensagem, um conteúdo entre as partes do texto e do texto com relação ao
semântico compreensível.

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mundo. Ela é também auxiliada pela coesão no país. O governo prometeu e cumpriu:
textual, isto é, a compreensão de um texto trouxe várias melhorias na educação e fez
é melhor capturada com o auxílio de conectivos, com que os alunos que estavam fora da
preposições, etc. escola voltassem a frequentá-la. Isso trouxe
várias melhoras para o país.”
Vejamos alguns exemplos de falta de coerência
textual: A falta de coerência em um texto
é facilmente detectada por um falante da língua,
"No verão passado, quando estivemos na mas não é tão simples notá-la quando é você
capital do Ceará Fortaleza, não pudemos quem escreve. A coerência é a correspondência
aproveitar a praia, pois o frio era tanto que entre as ideias do texto de forma lógica.
chegou a nevar”.
Quando o entendimento de determinado texto é
“Estão derrubando muitas árvores e por isso a comprometido, imediatamente alguém pode
floresta consegue sobreviver.” afirmar que ele está incoerente. Na maioria das
vezes esta pessoa está certa ao fazer esta
“Todo mundo viu o mico-leão, mas eu não afirmação, mas não podemos achar que as
dificuldades de organização das ideias se
ouvi o sabiá cantar”.
resumem à coerência ou a coesão. É certo que
elas facilitam bastante esse processo, mas não
“Todo mundo destrói a natureza menos todo são suficientes para resolver todos os problemas.
mundo” O que nos resta é nos atualizarmos
constantemente para podermos ter um maior
“Podemos notar claramente que a falta de domínio do processo de produção textual.
recursos para a escola pública é um problema

Ideia central e Intenção Comunicativa


IDEIA CENTRAL
INTENÇÃO COMUNICATIVA:
Considera-se que uma ideia é o primeiro dos atos
do entendimento, limitando-se ao simples O objetivo maior da Literatura é o ato da
conhecimento de algo. Uma ideia, por comunicação, ou seja, a troca de informações,
conseguinte, é uma imagem mental de um objeto mensagens. Isto se dá através de uma conversa,
ou o conhecimento racional que se gera a partir leitura, mensagem visual ou escrita. Podemos
das condições naturais do entendimento. definir como intenção comunicativa todo e
A noção de central, por outro lado, tem diversos qualquer ato ou pensamento que leve a uma
comunicação.
usos. Pode-se tratar do espaço onde convergem
Para que haja uma comunicação são necessários
ações coordenadas e daquilo que é o básico ou
os elementos básicos: emissor, receptor, canal
essencial de algo.
e código, assim classificados:
A ideia central, por conseguinte, é o conteúdo
mais importante de uma obra, de uma proposta, Emissor: Ser que emite uma mensagem seja ela
de um projeto, etc. Sem essa ideia central, a obra escrita ou falada, ponto de partida da
não se entenderia ou perderia o seu valor. comunicação.
Exemplos: “A ideia central do Capuchinho Ex.: Escritor de um livro, falante de uma
Vermelho é que não se deve desobedecer aos conversa, autor de uma redação.
pais”, “Gostei do filme, mas não estou de acordo
com a sua ideia central”, “Senhor candidato,
queremos saber qual é a ideia central da sua Receptor: Ser que recebe uma mensagem seja
proposta para reduzir a taxa de desemprego”, “A ela escrita ou falada.
minha ideia central é deitar abaixo esta parede e Ex.: leitor de um livro, ouvinte em uma conversa.
aumentar a sala de estar”.
Pode-se dizer que a ideia central é o mais Canal: Modo pelo qual à mensagem é enviada.
relevante de um texto ou de outra manifestação EX.: Livro, carta, e-mail, voz.
do pensamento. Se pegarmos no caso concreto
dos textos, notaremos que são compostos por Código: Conteúdo de uma mensagem escrita ou
diversos pensamentos ou ideias. Muitas destas falada.
ideias são secundárias ou acessórias: ajudam a EX.: Assunto de uma conversa, livro ou carta.
criar um contexto e a reforçar o essencial, mas
pode-se prescindir delas sem alterar o significado
do texto. A ideia central, no entanto, é a base que FUNÇÃO COMUNICATIVA:
sustenta/defende o autor e que lhe permite contar
com o que deseja.

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Sempre que elaboramos uma mensagem com outros médicos, mesmo que o assunto seja o
escolhemos um modo para tal, a isso damos o mesmo, a maneira as palavras serão diferentes
nome de função comunicativa, a escolha de como devido à capacidade do paciente em entender
elaborar uma mensagem escrita ou falada. termos médicos; um advogado em júri ou falando
Existem as seguintes maneiras ou funções: com seu cliente; político em plenária e falando ao
povo em comício.
FUNÇÃO EMOTIVA:
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA:
Toda comunicação elaborada com uso opinativo,
linguagem lírica. Função que estuda à gramática ou aspectos
EX.: redações, poesias, biografias, tudo que ligados a uma Língua.
envolve uma linguagem onde afloram opiniões ou EX.: Gramática, dicionário, questões de
sentimentos. interpretação textuais.
FUNÇÃO FÁTICA:
FUNÇÃO CONOTATIVA:
Função que apresenta uma comunicação.
Essa talvez a mais usada EX.: Introdução de uma redação, prefácio de uma
diariamente. Definida pela adaptação da obra literária, início de um diálogo.
mensagem pelo emissor ao receptor, receptores.
EX.: Um médico dialogando com seu paciente e

1.5 Efeitos de Sentido


tipo “ele se dispõe a ajudar a todos que o
Os estudos do discurso defendem a ideia procuram” ou “ele perdoa até quem lhe quer mal”.
segundo a qual o sentido não se constitui apenas Por sua vez, numa terceira situação, o enunciado
pelo reconhecimento das palavras e dos poderia ser associado a um alerta sobre a
enunciados de uma língua, pois ela não é um indicação de Pedro para presidir uma comissão
código a ser decifrado. Da mesma forma, o destinada a cortar despesas de uma instituição
sentido não é determinado pelo locutor e nem em dificuldades financeiras. Os efeitos de
pelo interlocutor, pois é necessário que as sentido do enunciado podem ser percebidos em
expressões linguísticas sejam associadas aos manifestações do tipo “ele não consegue ser
discursos, que são de natureza social e não firme na decisão de dispensar funcionários” ou
individual. Daí advém à tese de que há efeitos de “ele cede facilmente perante apelos emocionais”.
sentido na enunciação escrita ou oral, tendo em Dessa maneira, o sentido, concebido como efeito,
vista que o sentido não tem origem nem nos não é algo que advém do enunciado em si, mas
interlocutores e nem na língua, mas se constitui da relação de pertencimento que ele mantém com
na relação entre interlocutores no uso da língua, sentidos já produzidos, reconhecidos socialmente
frente às condições sociais de produção do no âmbito de um diagnóstico médico, um
enunciado. depoimento sobre virtudes pessoais, um alerta,
etc. Essas três regiões de discurso (diagnóstico,
Vejamos um exemplo: em “Pedro tem um depoimento e alerta) são capazes de absorve
coração grande”, podemos conceber pelo refeitos de sentido diferentes para o enunciado
menos três situações discursivas nas quais a “Pedro tem um coração grande”.
enunciação dessa frase configura efeitos de
sentido específicos. Na primeira, o enunciado é Na prática pedagógica, esse conceito é
associado ao diagnóstico de uma doença do importante porque apresenta uma visão dinâmica
coração que faz aumentar o seu tamanho do funcionamento da linguagem. Com ele, o
(cardiomegalia). Os efeitos de sentido desse professor, nas atividades de leitura e produção de
enunciado podem ser compreendidos por texto, pode mostrar ao aluno que a inserção
manifestações de pertinência discursiva na social do indivíduo na sociedade envolve o
interlocução do tipo “a medicina pode vir a curá- conhecimento das regiões de discurso que se
lo”, ou “temos de nos preparar para um constituem na sua comunidade com vistas a
afastamento dele na empresa” ou mesmo “nós produzir enunciados pertinentes.
somos uma máquina muito frágil”. Na segunda
situação, o enunciado é relativo ao depoimento
de um amigo ressaltando as qualidades de Pedro.
Nesse caso, os efeitos de sentido do enunciado
podem ser vislumbrados por manifestações do

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1.6 Figuras de linguagem e linguagem figurada
Como a linguagem figurada usa um tipo de usarmos "olhos" por "luzes brilhantes". Temos,
discurso não convencional é comum que haja então, uma figura de palavra.
confusões na sua interpretação, especialmente
quando ela depende do contexto de cada Figura de Palavra
indivíduo e não é fomentada pelo bom senso da
sociedade.
A figura de palavra consiste na substituição de
Em termos semânticos, podemos dizer que
uma palavra por outra, isto é, no
as figuras de linguagem compõem linguagem
emprego figurado, simbólico, seja por uma
figurada, transformando-a assim no oposto da relação muito próxima (contiguidade), seja por
linguagem literal.
uma associação, uma comparação, uma
As figuras de linguagem são as seguintes: similaridade. Esses dois conceitos básicos -
contiguidade e similaridade - permitem-nos
 Figuras de palavra; reconhecer dois tipos de figuras de palavras:
 Figuras de construção; a metáfora e a metonímia.
 Figuras de pensamento;
 Figuras de som. Metáfora

Figuras de Linguagem A metáfora consiste em utilizar uma palavra ou


uma expressão em lugar de outra, sem que haja
São recursos que tornam as mensagens que uma relação real, mas em virtude da
emitimos mais expressivas. Subdividem-se circunstância de que o nosso espírito as associa
em figuras de som, figuras de e depreende entre elas certas semelhanças. É
palavras, figuras de pensamento e figuras de importante notar que a metáfora tem um
construção. caráter subjetivo e momentâneo; se a metáfora
se cristalizar, deixará de ser metáfora e passará a
Classificação das Figuras de Linguagem ser catacrese (é o que ocorre, por exemplo, com
"pé de alface", "perna da mesa", "braço da
cadeira").
Observe:
1) Fernanda acordou às sete horas,
Renata às nove horas, Paula às dez e Obs.: toda metáfora é uma espécie
meia. de comparação implícita, em que o elemento
2) "Quando Deus fecha uma porta, abre comparativo não aparece.
uma janela.”
3) Seus olhos eram luzes brilhantes. Observe a gradação no processo metafórico
abaixo:
Nos exemplos acima, temos três tipos distintos de Seus olhos são como luzes brilhantes.
figuras de linguagem:
O exemplo acima mostra
Exemplo 1: há o uso de uma construção sintética uma comparação evidente, através do emprego
ao deixar subentendido, na segunda e na terceira da palavra como.
frase, um termo citado anteriormente - o
verbo acordar. Repare que a segunda e a última Observe agora:
frase do primeiro exemplo devem ser entendidas Seus olhos são luzes brilhantes.
da seguinte forma: “Renata acordou às nove
horas, Paula acordou às dez e meia”. Dessa Nesse exemplo não há mais uma comparação
forma, temos uma figura de construção ou de (note a ausência da partícula comparativa), e sim
sintaxe. um símile, ou seja, qualidade do que é
semelhante.
Exemplo 2: a ideia principal do ditado reside num
jogo conceitual entre as palavras fecha e abre, Por fim, no exemplo:
que possuem significados opostos. Temos, As luzes brilhantes olhavam-me.
assim, uma figura de pensamento.
Há substituição da palavra olhos por luzes
Exemplo 3: a força expressiva da frase está na brilhantes. Essa é a verdadeira metáfora.
associação entre os elementos olhos e luzes
brilhantes. Essa associação nos permite uma Observe outros exemplos:
transferência de significados a ponto de

10
Português
Trabalhando pela sua conquista.
1) "Meu pensamento é um rio subterrâneo." 11 - Singular pelo plural: A mulher foi chamada
(Fernando Pessoa) para ir às ruas na luta por seus direitos. (=
As mulheres foram chamadas, não apenas uma
Nesse caso, a metáfora é possível na medida em mulher.)
que o poeta estabelece relações de semelhança
entre um rio subterrâneo e seu pensamento (pode 12 - Marca pelo produto: Minha filha
estar relacionando a fluidez, a profundidade, a adora danone. (= Minha filha adora o iogurte que
inatingibilidade, etc.). é da marca danone.)

13 - Espécie pelo indivíduo: O homem foi à Lua.


2) Minha alma é uma estrada de terra que leva a
(= Alguns astronautas foram à Lua.)
lugar algum.
14 - Símbolo pela coisa simbolizada:
Uma estrada de terra que leva a lugar algum é, A balança penderá para teu lado. (=
na frase acima, uma metáfora. Por trás do uso A justiça ficará do teu lado.)
dessa expressão que indica uma alma rústica e
abandonada (e angustiadamente inútil), há uma Saiba que:
comparação subentendida: Minha alma é tão
rústica, abandonada (e inútil) quanto uma estrada Atualmente, não se faz mais a distinção entre
de terra que leva a lugar algum. metonímia e sinédoque (emprego de um termo
em lugar de outro), havendo entre ambos
Metonímia relação de extensão. Por ser mais abrangente,
o conceito de metonímia prevalece sobre o de
sinédoque.
A metonímia consiste em empregar um termo no
lugar de outro, havendo entre ambos estreita
afinidade ou relação de sentido. Observe os Catacrese
exemplos abaixo:
1 - Autor pela obra: Gosto de ler Machado de Trata-se de uma metáfora que, dado seu uso
Assis. (= Gosto de ler a obra literária de contínuo, cristalizou-se. A catacrese costuma
Machado de Assis.) ocorrer quando, por falta de um termo específico
para designar um conceito, toma-se outro
2 - Inventor pelo invento: Édson ilumina o mundo. "emprestado". Assim, passamos a empregar
(= As lâmpadas iluminam o mundo.) algumas palavras fora de seu sentido original.

3 - Símbolo pelo objeto simbolizado: Não te Exemplos:


afastes da cruz. (= Não te afastes da religião.)
"asa da xícara" "batata da perna"
4 - Lugar pelo produto do lugar: Fumei um "maçã do rosto" "pé da mesa"
saboroso havana. (= Fumei um
saboroso charuto.) "braço da cadeira" "coroa do abacaxi"

5 - Efeito pela causa: Sócrates bebeu a morte. (= Perífrase


Sócrates tomou veneno.)
Trata-se de uma expressão que designa um ser
6 - Causa pelo efeito: Moro no campo e como
através de alguma de suas características ou
do meu trabalho. (= Moro no campo e como
atributos, ou de um fato que o celebrizou. Veja o
o alimento que produzo.)
exemplo:
7 - Continente pelo conteúdo: Bebeu
o cálice todo. (= Bebeu todo o líquido que estava A Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) continua
no cálice.) atraindo visitantes do mundo todo.

8 - Instrumento pela pessoa que utiliza: Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa,
Os microfones foram atrás dos jogadores. (= recebe o nome de antonomásia.
Os repórteres foram atrás dos jogadores.)
Exemplos:
9 - Parte pelo todo: Várias pernas passavam O Divino Mestre (= Jesus Cristo)
apressadamente. (= Várias pessoas passavam passou a vida praticando o bem.
apressadamente.) O Poeta dos Escravos (= Castro Alves)
morreu muito jovem.
10 - Gênero pela espécie: Os mortais pensam e O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs
sofrem nesse mundo. (= Os homens pensam e lindas canções.
sofrem nesse mundo.)

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
Sinestesia Ironia

Consiste em mesclar, numa mesma expressão, Consiste em dizer o contrário do que se


as sensações percebidas por diferentes órgãos pretende ou em satirizar, questionar certo tipo de
do sentido. pensamento com a intenção de ridicularizá-lo, ou
ainda em ressaltar algum aspecto passível de
Exemplos: crítica. A ironia deve ser muito bem construída
Um grito áspero revelava tudo o que para que cumpra a sua finalidade; mal construída,
sentia. (grito = auditivo; áspero = tátil) pode passar uma ideia exatamente oposta à
No silêncio negro do seu quarto, desejada pelo emissor. Veja os exemplos
aguardava os acontecimentos. (silêncio = abaixo:
auditivo; negro = visual). Como você foi bem na última prova, não
tirou nem a nota mínima!
Figuras de Pensamento Parece um anjinho aquele menino, briga
com todos que estão por perto.
Dentre as figuras de pensamento, as mais
Hipérbole
comuns são:

É a expressão intencionalmente
Antítese
exagerada com o intuito de realçar uma
ideia. Exemplos:
Consiste na utilização de dois termos Faria isso milhões de vezes se fosse preciso.
que contrastam entre si. Ocorre quando há uma “Rios te correrão dos olhos, se chorares." (Olavo
aproximação de palavras ou expressões de Bilac).
sentidos opostos. O contraste que se estabelece
serve, essencialmente, para dar uma ênfase aos
Prosopopeia ou Personificação
conceitos envolvidos que não se conseguiria com
a exposição isolada dos mesmos. Observe os
exemplos: Consiste em atribuir ações ou qualidades de
"O mito é o nada que é tudo." (Fernando seres animados a seres inanimados, ou
Pessoa) características humanas a seres não
O corpo é grande e a alma é pequena. humanos. Observe os exemplos:
“Quando um muro separa, uma As pedras andam vagarosamente.
ponte une.” O livro é um mudo que fala, um surdo
“Desceu aos pântanos com os que ouve, um cego que guia.
tapires; subiu aos Andes com os A floresta gesticulava nervosamente
condores." (Castro Alves) diante da serra.
Felicidade e tristeza tomaram conta de O vento fazia promessas suaves a
sua alma. quem o escutasse.
Chora, violão.
Paradoxo
Apóstrofe
Consiste numa proposição aparentemente
absurda, resultante da união de ideias Consiste na "invocação" de alguém ou de
contraditórias. Veja o exemplo: alguma coisa personificada, de acordo com o
Na reunião, o funcionário afirmou que o objetivo do discurso que pode ser poético,
operário quanto mais trabalha mais tem sagrado ou profano. Caracteriza-se pelo
dificuldades econômicas. chamamento do receptor da mensagem, seja ele
imaginário ou não. A introdução da apóstrofe
Eufemismo interrompe a linha de pensamento do discurso,
destacando-se assim a entidade a que se dirige e
a ideia que se pretende pôr em evidência com tal
Consiste em empregar uma expressão mais invocação. Realiza-se por meio do
suave, mais nobre ou menos agressiva, para vocativo. Exemplos:
comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou Moça, que fazes aí parada?
chocante. "Pai Nosso, que estais no céu...”

Exemplos: “Liberdade, Liberdade,


Depois de muito sofrimento, entregou a Abre as asas sobre nós,
alma ao Senhor. (= morreu) Das lutas, na tempestade,
O prefeito ficou rico por meios ilícitos. (= Dá que ouçamos tua voz..." (Osório
roubou) Duque Estrada).
Fernando faltou com a verdade. (=
mentiu)

12
Português
Trabalhando pela sua conquista.
Gradação

Consiste em dispor as ideias por meio de Silepse


palavras, sinônimas ou não, em ordem
crescente ou decrescente. Quando a A silepse é a concordância que se faz com o
progressão é ascendente, temos o clímax; termo que não está expresso no texto, mas sim
quando é descendente, o anticlímax. Observe com a ideia que ele representa. É uma
este exemplo: concordância anormal, psicológica, espiritual,
Havia o céu, havia a terra, muita gente e latente, porque se faz com um termo oculto,
mais Joana com seus olhos claros e facilmente subentendido. Há três tipos de silepse:
brincalhões... de gênero, número e pessoa.

O objetivo do narrador é mostrar a expressividade Silepse de Gênero


dos olhos de Joana. Para chegar a esse detalhe,
ele se refere ao céu, a terra, às pessoas e, Os gêneros são masculino e feminino. Ocorre a
finalmente, a Joana e seus olhos. Nota-se que o silepse de gênero quando a concordância se faz
pensamento foi expresso em ordem decrescente com aideia que o termo comporta. Exemplos:
de intensidade. Outros exemplos:
1) A bonita Porto Velho sofreu mais uma vez com
"Vive só para mim, só para a minha vida,
o calor intenso.
só para meu amor". (Olavo Bilac) Nesse caso, o adjetivo bonita não está
“O trigo... nasceu, cresceu, espigou, concordando com o termo Porto Velho, que
amadureceu, colheu-se." (Padre Antônio gramaticalmente pertence ao gênero masculino,
Vieira). mas com a ideia contida no termo (a cidade de
Porto Velho).
Figuras de Construção ou Sintáticas
2) Vossa excelência está preocupado.
As figuras de construção ocorrem quando Nesse exemplo, o adjetivo preocupado concorda
desejamos atribuir maior expressividade ao com o sexo da pessoa, que nesse caso é
significado. Assim, a lógica da frase é substituída masculino, e não com o termo Vossa excelência.
pela maior expressividade que se dá ao sentido.
Silepse de Número
Elipse
Os números são singular e plural. A silepse de
Consiste na omissão de um ou mais termos número ocorre quando o verbo da oração não
numa oração que podem ser facilmente concorda gramaticalmente com o sujeito da
identificados, tanto por elementos gramaticais oração, mas com a ideia que nele está
presentes na própria oração, quanto pelo contida. Exemplos:
contexto. Exemplos: A procissão saiu. Andaram por todas as ruas da
1) A cada um o que é seu. (Deve se dar a cidade de Salvador.
cada um o que é seu.) Como vai a turma? Estão bem?
2) Tenho duas filhas, um filho e amo O povo corria por todos os lados
todos da mesma maneira. (Nesse e gritavam muito alto.
exemplo, as desinências verbais
de tenho e amo permitem-nos a Note que nos exemplos acima, os
identificação do sujeito em elipse "eu".) verbos andaram, estão e gritavam não
3) Regina estava atrasada. Preferiu ir concordam gramaticalmente com os sujeitos das
direto para o trabalho. (Ela, Regina, orações (que se encontram no
preferiu ir direto para o trabalho, pois singular, procissão, turma e povo,
estava atrasada.) respectivamente), mas com a ideia de pluralidade
4) As rosas florescem em maio, as que neles está contida. Procissão, turma e povo
margaridas em agosto. (As dão a ideia de muita gente, por isso que os
margaridas florescem em agosto.). verbos estão no plural.

Zeugma Silepse de Pessoa

Zeugma é uma forma de elipse. Ocorre quando é Três são as pessoas gramaticais: a primeira, a
feita a omissão de um termo já mencionado segunda e a terceira. A silepse de pessoa ocorre
anteriormente. Exemplos: quando há um desvio de concordância. O verbo,
Ele gosta de geografia; eu, de português. mais uma vez, não concorda com o sujeito da
Na casa dela só havia móveis antigos; na oração, mas sim com a pessoa que está inscrita
minha, só móveis modernos. no sujeito.
Ela gosta de natação; eu, de vôlei. Exemplos:
No céu há estrelas; na terra, você.

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
O que não compreendo é como sintática: objeto direto. Assim, temos um
os brasileiros persistamos em aceitar essa pleonasmo do objeto direto, sendo o
situação. pronome "lo" classsificado como objeto direto
Os agricultores temos orgulho de nosso pleonástico.
trabalho.
"Dizem que os cariocas somos poucos dados Outro exemplo:
aos jardins públicos." (Machado de Assis) Aos funcionários, não lhes interessam
Observe que os tais medidas.
verbos persistamos, temos e somos não Aos funcionários, lhes = Objeto Indireto
concordam gramaticalmente com os seus sujeitos Nesse caso, há um pleonasmo do objeto indireto,
(brasileiros, agricultores e cariocas que estão e o pronome "lhes" exerce a função de objeto
na terceira pessoa), mas com a ideia que neles indireto pleonástico.
está contida (nós, os brasileiros, os agricultores e
os cariocas). Exemplos:
"Vi, claramente visto, o lumo vivo." (Luís
Polissíndeto / Assíndeto de Camões)

Para estudarmos essas duas figuras de "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas
construção, é necessário recordar um conceito de Portugal." (Fernando Pessoa)
estudado em sintaxe sobre período composto. No
período composto por coordenação, podemos ter "E rir meu riso." (Vinícius de Moraes)
orações sindéticas ouassindéticas. A oração
coordenada ligada por uma conjunção (conectivo) "O bicho não era um cão,
é sindética; a oração que não apresenta
conectivo é assindética. Não era um gato,

Recordado esse conceito, podemos definir as Não era um rato.


duas figuras de construção:
O bicho, meu Deus, era um homem." (Manuel
1) Polissíndeto Bandeira)

É uma figura caracterizada pela repetição Observação: o pleonasmo só tem


enfática dos conectivos. Observe o exemplo: razão de ser quando confere mais vigor à
"Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, frase; caso contrário, torna-se um pleonasmo
vacila e grita, vicioso. Exemplos:
luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se Vi aquela cena com meus próprios
espedaça, e morre." (Olavo Bilac) olhos.
Vamos subir para cima.
"Deus criou o sol e a lua e as estrelas. E fez o
homem e deu-lhe inteligência e fê-lo chefe da Anáfora
natureza.
É a repetição de uma ou mais palavras
2) Assíndeto no início de várias frases, criando assim, um
efeito de reforço e de coerência. Pela repetição, a
É uma figura caracterizada pela ausência, palavra ou expressão em causa é posta em
pela omissão das conjunções coordenativas, destaque, permitindo ao escritor valorizar
resultando no uso de orações coordenadas determinado elemento textual. Os termos
assindéticas. Exemplos: anafóricos podem muitas vezes ser substituídos
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família. porpronomes relativos. Assim, observe o
"Vim, vi, venci." (Júlio César) exemplo abaixo:

Pleonasmo Encontrei um amigo ontem. Ele disse-me


que te conhecia. O termo ele é um termo
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com anafórico, já que se refere aum
as mesmas palavras ou não. A finalidade do amigo anteriormente referido. Observe outro
pleonasmo é realçar a ideia, torná-la exemplo:
mais expressiva. Veja este exemplo: "Se você gritasse
O problema da violência, é necessário resolvê- Se você gemesse,
lo logo. Se você tocasse
a valsa vienense
Nesta oração, os termos "o problema da Se você dormisse,
violência" e "lo" exercem a mesma função Se você cansasse,
Se você morresse...

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
Mas você não morre, Figuras de Som
Você é duro José!" (Carlos Drummond de
Andrade) Aliteração

Anacoluto Consiste na repetição de consoantes como


recurso para intensificação do ritmo ou como
Consiste na mudança da construção efeito sonoro significativo. Exemplos:
sintática no meio da frase, ficando alguns termos Três pratos de trigo
desligados do resto do período. Veja o exemplo: para três tigres tristes.
Esses alunos da escola, não se pode
duvidar deles. O rato roeu a roupa do rei de Roma.

A expressão "esses alunos da escola" deveria "Vozes veladas, veludosas vozes,


exercer a função de sujeito. No entanto, há uma
interrupção da frase e essa expressão fica à Volúpias dos violões, vozes veladas
parte, não exercendo nenhuma função sintática.
O anacoluto também é chamado de "frase Vagam nos velhos vórtices velozes
quebrada", pois corresponde a uma interrupção
na sequência lógica do pensamento. Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas."
Exemplos: Cruz e Souza
O Alexandre, as coisas não lhe estão (Aliteração em "v")
indo muito bem.
A velha hipocrisia, recordo-me dela com Assonância
vergonha. (Camilo Castelo Branco)
Consiste na repetição ordenada de sons
Obs.: o anacoluto deve ser usado com vocálicos idênticos. Exemplos:
finalidade expressiva em casos muito "Sou um mulato nato no sentido lato
especiais. Em geral, deve-se evitá-lo. mulato democrático do litoral."

Hipérbato / Inversão Onomatopeia

É a inversão da estrutura frásica, isto é, a Ocorre quando se tentam reproduzir na forma de


inversão da ordem direta dos termos da palavras os sons da realidade. Exemplos:
oração. Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.
São como cristais as palavras. (Na ordem Miau, miau. (Som emitido pelo gato)
direta seria: As palavras são como Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de
cristais.) jantar.
Dos meus problemas cuido eu! (Na Cócórócócó, fez o galo às seis da
ordem direta seria: Eu cuido dos meus manhã.
problemas.)

1.7 Recursos de Argumentação


Interpretar (coerentemente e relacionado todas
as informações), organizar (coesão, progressão
textual, encadeamento de ideias, evitar Argumento de autoridade
digressões), relacionar (seu projeto de texto Significa basear uma afirmação no saber notório
defendendo seu ponto de vista – informações mal de uma autoridade reconhecida em determinada
articuladas podem gerar contradições ou parecer área de conhecimento. É uma maneira de trazer
aleatórias na construção dos argumentos). para o enunciado a credibilidade da autoridade
Vejamos os recursos argumentativos que nos citada.
ajudam a colocar essas habilidades em prática.

Um argumento é uma manifestação linguística


construída por enunciados que, relacionados,
conduzem a uma conclusão. Este argumento
deve ser elaborado de maneira que produza um
Argumento de consenso
efeito de sentido de objetividade.

São enunciados que não exigem demonstração


ou provas porque seu conteúdo é aceito como
válido por consenso dentro de um espaço

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
sociocultural. Quando você afirma que “investir apresentada não fica só na teoria, ela acontece
em educação é necessário para a erradicação da no mundo “real” de fato. No então, também é
desigualdade social”, trata-se de um consenso, preciso ser econômico e não fazer parágrafos
pois todos pensam da mesma forma. Cabe inteiros de exemplos, isso seria tangenciar o
destacar que é preciso ser econômico ao usar tema. Reserve seus exemplos para o último
esse recurso, afinal, trata-se de argumentos que período do parágrafo.
“todos” já conhecem.

Argumento de provas concretas


Argumentação lógica
É a comprovação pela experiência ou observação Baseia-se na operação de raciocínios lógicos,
por meio da apresentação de dados como as implicações de causa e consequência,
documentados, informações que confirmam a analogia ou condição. Se você escreve, por
validade do que você afirma. Os textos exemplo, uma redação sobre o aumento da
jornalísticos são os que mais utilizam esse violência nos centros urbanos, podemos indicar a
recurso. Esses dados podem vir de pobreza e a desigualdade social como causas, e
levantamentos estatísticos, relatórios e a sensação de insegurança das classes mais
pesquisas. No entanto, para um argumento ter abastadas como consequência.
força e credibilidade, a fonte usada deve ser
confiável. É um recurso com grande poder de
persuasão, pois relaciona o tema com fatos da
realidade e demonstra que o candidato tem
conhecimento.

Argumentação de competência linguística

Trata-se de adequar as competências de


linguagem do enunciador para aproximar-se do
Argumentos de ilustração interlocutor ou público-alvo. Na redação do Enem,
por exemplo, é importante o domínio na língua
É o uso de exemplos para comprovar uma padrão.
afirmação. Aqui se demonstra que a ideia
1.8 Informações Implicitas: Pressupostos e Subentendidos

INTRODUÇÃO um assunto acaba se entrelaçando com outro, da


qual também faz parte do mesmo trabalho. As
Este texto tem como objetivo uma breve análise informações implícitas estão por toda a parte, que
comparativa entre implícito, pressuposto e atinge nosso subconsciente, usado por meio de
subentendido os quais encontramos em imagens, músicas e gestos da qual a mídia os
mensagens, falas, textos e diálogos do cotidiano. utiliza muito. Influenciando inclusive na compra de
É de suma importância a diferenciação dos certo produto.
pressupostos e subentendidos, pois esses dois
temas, apesar de parecidos, trazem duas Numa analogia, pode-se dizer que a Ordem
concepções divergentes, o primeiro leva-nos a Explícita é o universo espaço-temporal em que
conclusões fundadas em verdades vivemos, e a Ordem Implícita o universo do não-
compartilhadas, já o segundo, por sua vez, leva- manifesto.
nos a conclusões próprias.
Sendo assim, passamos a expor cada um dos *Implícito: é algo que está envolvido naquele
temas, os quais nos fazem compreender as contexto, mas não é revelado, é deixado
informações implícitas. subentendido, é apenas sugerido.

INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS *Quando lidamos com uma informação que não


foi dita, mas tudo que é dito nos leva identificá-la,
No dicionário encontramos o seguinte significado estamos diante de algo implícito.
para a palavra implícito: que está envolvido, mas
não de modo claro, subentendido. Nota-se como *A compreensão de implícitos é essencial para se

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
garantir um bom nível de leitura. interlocutores para ser proferido, não é afetado,
permanece inalterado quando esse enunciado é
*Há textos em que nem tudo o que importa para a negado, ou é colocado em forma de interrogativa,
interpretação está registrado. ou mesmo como uma condicional (suposição)
antecedendo outra sentença:
*O que não foi escrito deve ser levado em
consideração para que se possa verdadeiramente a) Ademir parou de beber;
interpretar um texto. b) Ademir não parou de beber;
c)Ademir parou de beber?
Para uma leitura eficiente, o leitor precisa captar d)Se Ademir parou de beber, sua esposa deve
tanto as informações explícitas como também estar contente.
implícitas. Um bom leitor é aquele que consegue O pressuposto faz sentido em qualquer uma
ler nas entrelinhas, senão acaba por dessas situações, ainda que modifiquemos sua
despercebido alguns significados importantes e forma sintática.
decisivos ou ainda cair no erro de concordar com
coisas da qual rejeitaria se assim percebesse. Ao analisar as relações de sentido em
enunciados, algumas palavras ou expressões
É bom que se ressalte que no âmbito do direito, o introduzem pressuposição. Entre os indicadores
implícito pode tanto ajudar como atrapalhar, linguísticos de pressuposição, podem-se citar
quando se direciona ao magistrado devemos certos adjetivos ou palavras similares
evitar ao máximo escrever nas entrelinhas, pois modificadoras do substantivo, verbos que indicam
poderá prejudicar no andamento de certo mudança ou permanência de estado, advérbios,
processo. orações adjetivas e conjunções, os quais, ao
serem identificados, contribuem para uma leitura
PRESSUPOSTO mais aprofundada do texto.

É indiscutível que a escola é o lugar privilegiado Quando se diz, por exemplo:


para auxiliar os alunos na leitura de pressupostos.
Mas, o que são pressupostos? Veja-se o seguinte “Frequentei as aulas de pintura, mas aprendi
exemplo prático: algumas coisas.”
“Ademir parou de beber.” O falante transmite duas informações de maneira
Para se aceitar o fato de Ademir ter deixado de explícita:
beber, toma-se, como verdadeira, outra a) que ele frequentou as aulas de pintura;
informação que, embora não dita na frase, é b) que ele aprendeu algumas coisas. Ao ligar
logicamente pressuposta pelo verbo parar de, ou essas duas informações com um mas comunica
seja, se Ademir parou de beber, é porque antes também, de modo implícito, sua crítica às aulas
ele bebia. de pintura, pois passa a transmitir a ideia de que
pouco se aprende nessas aulas.
Por outro lado, a informação deixa de ser válida
se Ademir nunca bebeu. Dessa feita, o Novo Para entender melhor:
Dicionário Aurélio (Ferreira, 1986) assim define
pressuposto: “circunstância ou fato considerado São aquelas ideias não expressas de maneira
como antecedente necessário a outro.” De forma explícita, mas que o leitor pode perceber a partir
mais abrangente, Ilari e Geraldi (1994: 90) de certas palavras ou expressões contidas na
explicam que a pressuposição é um “conteúdo frase. Assim, quando se diz O tempo continua
implícito, sistematicamente associado ao sentido chuvoso, comunica-se de maneira explícita que
de uma oração, tal que a oração só pode ser no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao
verdadeira ou falsa se o conteúdo em questão for mesmo tempo, o verbo continuar deixa perceber
reconhecido como verdadeiro”. a informação implícita de que antes o tempo já
estava chuvoso.
No exemplo citado acima, percebe-se que a
pressuposição lógica ou semântica é parte do Na frase: Pedro deixou de fumar diz-se
conhecimento partilhado pelo falante e pelo explicitamente que, no momento da fala, Pedro
ouvinte. Assim, diz-se que sua noção é não fuma. O verbo deixar, todavia, transmite a
relacionada ao sentido das palavras inscritas no informação implícita de que Pedro fumava antes.
enunciado, mas também, como diz Cançado A informação explícita pode ser questionada pelo
(2005: 27-28), “a um conhecimento prévio, ouvinte, que pode ou não concordar com ela. Os
extralinguístico, que o falante e o ouvinte têm em pressupostos, no entanto, têm que ser
comum”; portanto, de acordo com a autora , verdadeiros ou pelo menos admitidos como
“pode-se dizer que a pressuposição é uma noção verdadeiros, porque é a partir deles que
semântico-pragmática.” constroem as informações explícitas.

Dessa feita, o conteúdo pressuposto “Ademir Se o pressuposto é falso, a informação explícita


bebia antes”, já que conhecido pelos não tem cabimento. No exemplo

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
acima, se Pedro não fumava antes, não tem maneira como este sentido deve ser decifrado
cabimento afirmar que ele deixou de fumar. Na pelo destinatário, levando em conta as
leitura e interpretação de um texto, é muito circunstâncias da enunciação, estando, portanto,
importante detectar os pressupostos, pois o seu ausentes no enunciado.
uso é um dos recursos argumentativos utilizados Como já ressaltado, na análise de textos, o aluno
com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o deverá perceber que há textos em que o que não
que está sendo comunicado. foi escrito também deve ser levado em
consideração no ato de ler.
Ao introduzir uma ideia sob a forma de
pressuposto, o falante transforma o ouvinte em Vejamos agora alguns exemplos:
cúmplice, uma vez que essa ideia não é posta em 1) Num diálogo entre A e B:
discussão e todos os argumentos subsequentes A: Estou procurando alguém para consertar meu
só contribuem para confirmá-la. carro.
B: Meu irmão está em casa.
Por isso, pode-se dizer que o pressuposto A: Mas ele está sempre tão ocupado!
aprisiona o ouvinte ao sistema de pensamento Nesse pequeno discurso existem muitas
montado pelo falante. A demonstração disso pode informações implícitas, ou seja, subentendidas,
ser encontrada em muitas dessas verdades quais sejam:
incontestáveis postas como base de muitas
alegações do discurso político. “A” sabe que ali naquele local mora alguém que
conserta carro.
SUBENTENDIDO
É o irmão de “B” que conserta carro.
Subentendidos são insinuações escondidas por
trás de uma afirmação, sendo este contextual, “A” fica surpreso ao encontrar o irmão de “B” em
pragmático, e de responsabilidade do ouvinte, por casa, já que ele encontra-se sempre muito
isso, altamente variável, uma vez que o falante atarefado.
camufla as palavras protegendo-se, porque, com 2) Um enunciado como: “Conheço muito bem os
ele, diz-se sem dizer, sugere-se, mas não diz, políticos de hoje.”
sem comprometer-se. Este enunciado pode querer dizer que os políticos
são desonestos, isentando o locutor de qualquer
O subentendido é de responsabilidade do ouvinte, responsabilidade, escondendo-se atrás do
pois o falante, ao subentender, esconde-se por significado literal das palavras, já que a
trás do sentido literal das palavras e pode dizer interpretação é particular daqueles que a
que não estava querendo dizer o que o ouvinte realizam.
depreendeu. O subentendido, muitas vezes serve 3) Ninguém é tão ignorante que não possa
para o falante proteger-se diante de uma ensinar algo a alguém.
informação que quer transmitir para o ouvinte Subentende-se que:
sem se comprometer com ela.
O locutor confia na capacidade das pessoas para
O grau de evidência de um subentendido ensinar;
depende do grau de notoriedade dos fatos
extralinguísticos a que remetem, ou seja, O interlocutor tem capacidade de ensinar;
informações veiculadas por um dado enunciado,
cuja localização depende da situação de Há diferentes graus de sabedoria ou de
comunicação. ignorância;

Essas insinuações textuais desempenham papéis Não há ninguém verdadeiramente ignorante;


fundamentais na interpretação de enunciados
orais ou escritos. Todavia, os interlocutores Há alguém que deseja ou precisa de ensino;
devem mostrar-se cooperativos, no que tange a
construção do sentido textual, esse é um princípio Há alguma coisa para ensinar.
geral denominado, Princípio de Cooperação. Enfim, os leitores/ouvintes/interlocutores tem de
estar atentos, principalmente às informações
Num texto, onde faltam informações para torná-lo intrínsecas nos textos/enunciados, pois existem
claro e coeso, o leitor tem de procurar entender o enumeras informações, que auxiliarão na melhor
que está implícito no enunciado, passando o compreensão textual, sendo necessário situá-lo
significado a ser depreendido a partir do que não num contexto.
se disse explicitamente, levando-se em
consideração o contexto situacional, os diferentes CONCLUSÃO
conhecimentos cognitivos, não só de caráter
linguísticos, mas socioculturais. Conclui-se que o pressuposto depende da
comunhão entre os interlocutores no que tange
O subentendido, por sua vez, diz respeito à ao conhecimento prévio de determinado assunto,

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
já no subentendido não há esse ou seja, são conjunções, preposições e
comprometimento, nele o ouvinte tem a liberdade advérbios conectivos.
para compreender o fato, porém deve fazê-lo de D. a correlação dos
forma cooperativa, pois só assim terá um verbos (coesão temporal e aspetual):
entendimento conforme as expectativas do consiste na correta utilização dos tempos
narrador. verbais, ordenando assim os
acontecimentos de uma forma lógica e
Enfeixando-se o que foi exposto até o momento linear, que irá permitir a compreensão da
sobre pressuposto e subentendido e trazendo sequência dos mesmos.
para o mundo jurídico, vemos a importância do
tema implícito para uma perfeita extração de São os elementos coesivos de um texto que
todos os detalhes passados pela narrativa de um permitem as articulações e ligações entre suas
futuro cliente direcionada ao seu advogado, o diferentes partes, bem como a sequenciação
cliente no seu desabafo acalorado transmite das ideias.
muitas informações implícitas, as quais cabem ao
advogado alavancar, pois assim o outorgado O que é coerência textual?
pode em sua petição explorar ao máximo a Quando falamos em COERÊNCIA textual,
função emotiva colaborando os anseios do falamos acerca da significação do texto, e
outorgante. não mais dos elementos estruturais que o
compõem. Um texto pode estar perfeitamente
coeso, porém incoerente. É o caso do exemplo
1.9 Coesão e Coerência textuais abaixo:
"As ruas estão molhadas porque não choveu"
Para que um texto tenha o seu sentido completo, Há elementos coesivos no texto acima, como a
ou seja, transmita a mensagem conjunção, a sequência lógica dos verbos, enfim,
pretendida, é necessário que esteja coerente e do ponto de vista da COESÃO, o texto não tem
coeso. Para compreender um pouco melhor os nenhum problema. Contudo, ao ler o que diz o
conceitos de Coerência textual e de texto, percebemos facilmente que há uma
Coesão textual, e também para distingui-los, incoerência, pois se as ruas
vejamos: estão molhadas, é porque alguém molhou, ou
O que é coesão textual? a chuva, ou algum outro evento. Não ter chovido
Quando falamos de COESÃO textual, falamos a não é o motivo de as ruas estarem molhadas. O
respeito dos mecanismos linguísticos que texto está incoerente.
permitem uma sequência lógico-semântica entre Podemos entender melhor a coerência
as partes de um texto, sejam elas palavras, compreendendo os seus três princípios básicos:
frases, parágrafos, etc. Entre os elementos que
garantem a coesão de um texto, temos: 1. Princípio da Não Contradição: em um
texto não se pode ter situações ou ideias
A. as referências e as reiterações: Este que se contradizem entre si, ou seja, que
tipo de coesão acontece quando um quebram a lógica.
termo faz referência a outro dentro do 2. Princípio da
texto, quando reitera algo que já foi dito Não Tautologia: Tautologia é um vício de
antes ou quando uma linguagem que consiste n a repetição de
palavra é substituída por outra que possui alguma ideia, utilizando palavras
com ela alguma relação semântica. diferentes. Um texto coerente precisa
Alguns destes termos só podem ser transmitir alguma informação, mas
compreendidos mediante estas relações quando hárepetição excessiva de
com outros termos do texto, como é o palavras ou termos, o texto corre o risco
caso da anáfora e da catáfora. de não conseguir transmitir a informação.
B. as substituições lexicais (elementos Caso ele não construa uma informação
que fazem a coesão lexical): este tipo ou mensagem completa, então ele
de coesão acontece quando um será incoerente
termo é substituído por outro dentro do 3. Princípio da Relevância: Fragmentos de
texto, estabelecendo com ele uma textos que falam de assuntos diferentes,
relação de sinonímia, antonímia, e que não se relacionam entre si, acabam
hiponímia ou hiperonímia, ou mesmo tornando o texto incoerente, mesmo que
quando há a repetição da mesma suas partes contenham certa coerência
unidade lexical (mesma palavra). individual. Sendo assim, a representação
C. os conectores (elementos que fazem a de ideias ou fatos não relacionados entre
coesão interfrásica): Estes elementos si, fere o princípio da relevância, e trazem
coesivos estabelecem as relações de incoerência ao texto.
dependência e ligação entre os termos,

19
Português
Trabalhando pela sua conquista.
Outros dois conceitos importantes para a Em resumo, podemos dizer que a COESÃO trata
construção da coerência textual são a da conexão harmoniosa entre as partes do texto,
CONTINUIDADE TEMÁTICA e a do parágrafo, da frase. Ela permite a ligação entre
PROGRESSÃO SEMÂNTICA. as palavras e frases, fazendo com que um
dê sequência lógica ao outro. A COERÊNCIA, por
Há quebra de continuidade temática quando
não se faz a correlação entre uma e outras partes sua vez, é a relação lógica entre as ideias,
do texto (quebrando também a coesão). A fazendo com que umas complementem as outras,
não se contradigam e formem um todo
sensação é que se mudou o assunto (tema) sem
significativo que é o texto.
avisar ao leitor.
Já a quebra da progressão semântica acontece Vale salientar também que há muito para se
quando não há a introdução de novas estudar sobre coerência e coesão textuais, e que
cada um dos conceitos apresentados acima
informações para dar sequência a um todo
podem e devem ser melhor investigados para
significativo (que é o texto). A sensação do
serem melhor compreendidos.
leitor é que o texto é demasiadamente prolixo, e
que não chega ao ponto que interessa, ao
objetivo final da mensagem.
2. Léxico/ Semântica
2.1 Significação de Palavras e Expressões no Texto
Há uma pequena diferença de significado entre
Entendemos por semântica, a ciência que estuda palavras sinônimas. Veja que,
o significado das palavras. embora casa e lar sejam sinônimos, ficaria
estranho se falássemos a seguinte frase:
Quando analisamos algumas expressões
(considerando a concepção e bagagem cultural Comprei um novo lar.
de cada um), percebemos que há palavras que
possuem uma semântica muito intensa, ou seja, Obs.: o uso de palavras sinônimas pode ser
com várias possibilidades de interpretações. de grande utilidade nos processos de
retomada de elementos que inter-relacionam
É importante frisar que mesmo elas possuindo as partes dos textos.
semelhança na grafia e nos sons, são divergentes
no sentido, deixando a diferenciação ser notada Antônimos
apenas pelo contexto em que elas estão
envolvidas.
São palavras que possuem significados opostos,
Significação das Palavras contrários. Exemplos:

Quanto à significação, as palavras são divididas mal / bem


nas seguintes categorias: ausência / presença
fraco / forte
claro / escuro
Sinônimos
subir / descer
cheio / vazio
As palavras que possuem significados próximos possível / impossível
são chamadas sinônimos. Exemplos:
Polissemia
casa - lar - moradia - residência
longe - distante Polissemia é a propriedade que uma mesma
delicioso - saboroso
palavra tem de apresentar mais de um significado
carro - automóvel nos múltiplos contextos em que aparece. Veja
alguns exemplos de palavras polissêmicas:
Observe que o sentido dessas palavras
são próximos, mas não são exatamente cabo (posto militar, acidente geográfico,
equivalentes. Dificilmente encontraremos um
cabo da vassoura, da faca)
sinônimo perfeito, uma palavra que signifique banco (instituição comercial financeira,
exatamente a mesma coisa que outra.
assento)
manga (parte da roupa, fruta)
Homônimos

São palavras que possuem a mesma pronúncia (algumas vezes, a mesma grafia), mas significados
diferentes. Veja alguns exemplos no quadro abaixo:

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
acender (colocar fogo) ascender (subir)
acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)
acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)
apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)
bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)
bucho (estômago) buxo (arbusto)
caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)
cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)
cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar; arreio)
censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)
céptico (descrente) séptico (que causa infecção)
cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)
cerrar (fechar) serrar (cortar)
cervo (veado) servo (criado)
chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)
cheque (ordem de pagamento) xeque (lance no jogo de xadrez)
círio (vela) sírio (natural da Síria)
cito (forma do verbo citar) sito (situado)
concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)
concerto (sessão musical) conserto (reparo)
coser (costurar) cozer (cozinhar)
esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em público)
expectador (aquele que tem esperança, que
espectador (aquele que assiste)
espera)
esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)
espiar (observar) expiar (pagar pena)
espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)
estático (imóvel) extático (admirado)
esterno (osso do peito) externo (exterior)
estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)
estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)
incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)
incipiente (principiante) insipiente (ignorante)
laço (nó) lasso (frouxo)
ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)
tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)
tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)
Homônimos Perfeitos Atenção:

Possuem a mesma grafia e o mesmo som. Existem algumas palavras que possuem
a mesma escrita (grafia), mas a pronúncia e o
Por Exemplo: significado são sempre diferentes. Essas
palavras são chamadas de homógrafas e são
Eu cedo este lugar para a professora. (cedo = uma subclasse dos homônimos.Observe os
verbo) exemplos:

Cheguei cedo para a entrevista. (cedo = advérbio almoço (substantivo, nome da refeição)
de tempo) almoço (forma do verbo almoçar na 1ª
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Português
Trabalhando pela sua conquista.
pessoa do sing. do tempo presente do pessoa do sing. do tempo presente do
modo indicativo) modo indicativo)

gosto (substantivo)
gosto (forma do verbo gostar na 1ª
Parônimos

É a relação que se estabelece entre palavras que possuem significados diferentes, mas são muito
parecidas na pronúncia e na escrita. Veja alguns exemplos no quadro abaixo.

absolver (perdoar, inocentar) absorver (aspirar, sorver)


apóstrofe (figura de linguagem) apóstrofo (sinal gráfico)
aprender (tomar conhecimento) apreender (capturar, assimilar)
arrear (pôr arreios) arriar (descer, cair)
ascensão (subida) assunção (elevação a um cargo)
bebedor (aquele que bebe) bebedouro (local onde se bebe)
cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil)
comprimento (extensão) cumprimento (saudação)
deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir)
delatar (denunciar) dilatar (alargar)
descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência)
descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir)
despensa (local onde se guardam mantimentos) dispensa (ato de dispensar)
docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos)
emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)
eminência (elevado) iminência (qualidade do que está iminente)
eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)
esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado)
estada (permanência em um lugar) estadia (permanência temporária em um lugar)
flagrante (evidente) fragrante (perfumado)
fluir (transcorrer, decorrer) fruir (desfrutar)
fusível (aquilo que funde) fuzil (arma de fogo)
imergir (afundar) emergir (vir à tona)
inflação (alta dos preços) infração (violação)
infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar)
mandado (ordem judicial) mandato (procuração)
peão (aquele que anda a pé, domador de
pião (tipo de brinquedo)
cavalos)
precedente (que vem antes) procedente (proveniente; que tem fundamento)
ratificar (confirmar) retificar (corrigir)
recrear (divertir) recriar (criar novamente)
soar (produzir som) suar (transpirar)
sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito)
sustar (suspender) suster (sustentar)
tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)
vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente)

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
2.2 Substituição de palavras e da expressões no textos
Há diversas formas de se garantir a coesão entre anterioridade ou posterioridade.
os elementos de uma frase ou de um texto: Assim: este, agora, hoje, neste momento
(presente); ultimamente, recentemente, ontem, há
1. Substituição de palavras com o emprego de alguns dias, antes de (pretérito); de agora em
sinônimos, ou de palavras ou expressões do diante, no próximo ano, depois de (futuro).”
mesmo campo associativo.
Esse conceito será de grande valia quando
2. Nominalização – emprego alternativo entre um tratarmos do uso dos pronomes demonstrativos.
verbo, o substantivo ou o adjetivo correspondente Somente a coesão, contudo, não é suficiente para
(desgastar / desgaste / desgastante). que haja sentido no texto, esse é o papel da
coerência, e coerência se relaciona intimamente a
contexto.
3. Repetição na ligação semântica dos termos,
empregada como recurso estilístico de intenção
articulatória, e não uma redundância - resultado Como nosso intuito nesta página é a
da pobreza de vocabulário. Por exemplo, apresentação de conceitos, sem aprofundá-los
“Grande no pensamento, grande na ação, grande em demasia, bastam-nos essas informações.
na glória, grande no infortúnio, ele morreu
desconhecido e só.” (Rocha Lima) Vejamos como o examinador tem abordado o
assunto:
4. Uso de hipônimos – relação que se estabelece
com base na maior especificidade do significado (PROVA AFTN/RN)
de um deles. Por exemplo, mesa (mais Assinale a opção em que a estrutura sugerida
específico) e móvel (mais genérico). para preenchimento da lacuna correspondente
provoca defeito de coesão e incoerência nos
5. Emprego de hiperônimos - relações de um sentidos do texto.
termo de sentido mais amplo com outros de
sentido mais específico. Por exemplo, felino está A violência no País há muito ultrapassou todos os
numa relação de hiperonímia com gato. limites. ___1___ dados recentes mostram o Brasil
como um dos países mais violentos do mundo,
6. Substitutos universais, como os verbos vicários levando-se em conta o risco de morte por
(ex.: Necessito viajar, porém só o farei no ano homicídio.
vindouro) A coesão apoiada na gramática dá-se
no uso de conectivos, como certos pronomes, Em 1980, tínhamos uma média de,
certos advérbios e expressões adverbiais, aproximadamente, doze homicídios por cem mil
conjunções, elipses, entre outros. A elipse se habitantes. ___2___, nas duas décadas
justifica quando, ao remeter a um enunciado seguintes, o grau de violência intencional
anterior, a palavra elidida é facilmente aumentou, chegando a mais do que o dobro do
identificável (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... índice verificado em 1980 – 121,6% –, ___3___,
Sabia que ia necessitar de todas as suas forças. ao final dos anos 90 foi superado o patamar de 25
O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, homicídios por cem mil habitantes. ___4___, o
estabelece a relação entre as duas orações.). PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu
26,4%, isto é, em média, a cada queda de 1% do
Dêiticos são elementos linguísticos que têm a PIB a violência crescia mais do que 5% entre os
propriedade de fazer referência ao contexto anos 1980 e 1990.
situacional ou ao próprio discurso. Exerce, por
excelência, essa função de progressão textual, Estudos do Banco Interamericano de
dada sua característica: são elementos que não Desenvolvimento mostram que os custos da
significam, apenas indicam, remetem aos violência consumiram, apenas no setor saúde,
componentes da situação comunicativa. 1,9% do PIB entre 1996 e 1997. ___5___ a
vitimização letal se distribui de forma desigual:
Já os componentes concentram em si a são, sobretudo, os jovens pobres e negros, do
significação. Elisa Guimarães (2) nos ensina a sexo masculino, entre 15 e 24 anos, que têm
esse respeito: pago com a própria vida o preço da escalada da
violência no Brasil.
“Os pronomes pessoais e as desinências verbais
indicam os participantes do ato do discurso. Os (Adaptado de http://www.brasil.gov.br/acoes.htm)
pronomes demonstrativos, certas locuções a) 1 – Tanto é assim que
prepositivas e adverbiais, bem como os advérbios b) 2 – Lamentavelmente
de tempo, referenciam o momento da c) 3 – Ou seja
enunciação, podendo indicar simultaneidade,

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
d) 4 – Simultaneamente que” deveria introduzir uma oração de valor
e) 5 – Se bem que concessivo, estabelecendo, assim, idéia contrária
à que foi apresentada até então pelo texto.
COMENTÁRIO: As lacunas no texto ocultam
palavras e expressões que atuam como Verifica-se, contudo, que o que se segue ratifica
conectores – ligam orações estabelecendo as informações anteriores ao fornecer dados
relações semânticas entre os períodos. A banca complementares às estatísticas sobre homicídios.
sugere algumas opções de preenchimento. Sendo aceita a sugestão da banca, a coerência
textual seria prejudicada. Por isso, o gabarito é a
Dessas, a única que não atende ao solicitado é a opção E.
de número 5, uma vez que a expressão “Se bem
2.3 Estrutura e Formação de Palavras
Observe as seguintes palavras:
escol-a Desinências
escol-ar
escol-arização Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se
escol-arizar formas como amava, amavas, amava,
sub-escol-arização amávamos, amáveis, amavam. Essas
Observando-as, percebemos que há um elemento modificações ocorrem à medida que o verbo vai
comum a todas elas: a forma escol-. Além disso, sendo flexionado em número (singular e plural) e
em todas há elementos destacáveis, pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também
responsáveis por algum detalhe de significação. ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do
Compare, por exemplo, escola e escolar: partindo verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).
de escola, formou-se escolar pelo acréscimo do
elemento destacável -ar. Podemos concluir, assim, que existem morfemas
que indicam as flexões das palavras. Esses
Por meio desse trabalho de comparação entre as morfemas sempre surgem no fim das palavras
diversas palavras que selecionamos, podemos variáveis e recebem o nome de desinências. Há
depreender a existência de diferentes elementos desinências nominais e desinências verbais.
formadores. Cada um desses elementos
formadores é uma unidade mínima de • Desinências nominais: indicam o gênero e o
significação, um elemento significativo número dos nomes. Para a indicação de gênero,
indecomponível, a que damos o nome de o português costuma opor as desinências -o/-a:
morfema. garoto/garota; menino/menina

Classificação dos morfemas:


Para a indicação de número, costuma-se utilizar o
morfema –s, que indica o plural em oposição à
Radical
ausência de morfema, que indica o singular:
garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos;
Há um morfema comum a todas as palavras que menina/meninas.
estamos analisando: escol-. É esse morfema No caso dos nomes terminados em –r e –z, a
comum – o radical – que faz com que as desinência de plural assume a forma -es:
consideremos palavras de uma mesma família de mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.
significação – os cognatos. O radical é a parte da
palavra responsável por sua significação
• Desinências verbais: em nossa língua, as
principal.
desinências verbais pertencem a dois tipos
distintos. Há aqueles que indicam o modo e o
Afixos
tempo (desinências modo-temporais) e aquelas
que indicam o número e a pessoa dos verbos
Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria
(desinência número-pessoais):
uma nova palavra a partir de escola. De maneira
semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –
arização à forma escol- criou subescolarização. cant-á-va-mos cant-á-sse-is
Esses morfemas recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como cant:
acontece com sub-, os afixos recebem o nome
deprefixos. Quando, como –arização, surgem cant: radical
depois do radical os afixos são chamados radical
de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar
mudança de classe gramatical, são capazes de -á-: vogal -á-: vogal
introduzir modificações de significado no radical a temática temática
que são acrescentados.

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais
-sse- temáticas que se liga a desinência indicadora de
-va-:desinência :desinência plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes
terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó,
modo-temporal modo- caqui, por exemplo) não apresentam vogal
(caracteriza o temporal temática.

pretérito (caracteriza o • Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que


imperfeito do pretérito caracterizam três grupos de verbos a que se dá o
nome de conjugações. Assim, os verbos cuja
indicativo) imperfeito do vogal temática é -a pertencem à primeira
subjuntivo) conjugação; aqueles cuja vogal temática é -
e pertencem à segunda conjugação e os que têm
-is: desinência vogal temática -i pertencem à terceira
conjugação.
-mos:desinência número-
número-pessoal pessoal
(caracteriza a (caracteriza a
primeira pessoa segunda
primeira segunda terceira
do plural) pessoa do conjugação conjugação conjugação
plural) govern-a- estabelec-
defin-i-ra
va e-sse
imped-i-
atac-a-va cr-e-ra
sse
realiz-a-
Vogal temática mex-e-rá ag-i-mos
sse
Observe que, entre o radical cant- e as
desinências verbais, surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências,
é chamado de vogal temática. Sua função é Vogal ou consoante de ligação
ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema.
É ao tema (radical + vogal temática) que se As vogais ou consoantes de ligação são
acrescentam as desinências. Tanto os verbos morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou
como os nomes apresentam vogais temáticas. seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura
de uma determinada palavra. Temos um exemplo
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, de vogal de ligação na palavra escolaridade: o -i-
quando átonas finais, como em mesa, artista, entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão
busca, perda, escola, triste, base, combate. vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro,
Nesses casos, não poderíamos pensar que essas alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira,
terminações são desinências indicadoras de chaleira, tricota.
gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não
3 Aspectos Linguísticos
3.1 Relações Morfossintáticas
Pode ser que não raras as vezes, você, caro(a) Fonologia, perpassamos pela Morfologia,
usuário(a), já se sentiu questionado(a) acerca do fazemos uma “viagem” pela sintaxe e chegamos
porquê de estudar tantas regras, tantos conceitos, ao nosso destino final, deparando-nos com a
sendo esses manifestados em distintas ocasiões, Estilística, que é exatamente quando estudamos
nos livros didáticos, em se tratando da Educação acerca do aspecto denotativo e conotativo da
Básica, bem como em outras, nas quais nos linguagem, cujas abordagens fazem referência às
sentimos aguçados em ampliar ainda mais figuras de linguagem.
nossos conhecimentos e, para tanto, vamos em
busca de uma boa gramática, enfim... A princípio, pode ser que para muitos, tantas
informações, tantas nomenclaturas, acabam
Lá, bem lá nas fontes onde eles se encontram, provocando um sentimento de frustração, o que
aparecem de forma fragmentada, dadas as muitas vezes conduzem à própria repulsa pela
divisões inerentes aos postulados gramaticais, Língua Portuguesa. Tanto se trata de uma
ainda que nem sempre perceptíveis, mas cada verdade que muitas vezes ao indagarmos a
fato linguístico se encaixa em uma dessas maioria dos alunos acerca da disciplina em
divisões. Não é à toa que iniciamos lá na

25
Português
Trabalhando pela sua conquista.
questão, as concepções deles advindas não são
nada animadoras, digamos assim. E é justamente nesse período que nos
deparamos com a chamada Morfossintaxe. Ela
Contudo, apesar de tais contratempos, um fato se nada mais é, que a junção da Morfologia, a qual
torna inquestionável – falarmos e, sobretudo, estuda as palavras de acordo com sua classe
escrevermos de forma correta é uma postura gramatical, e a Sintaxe, onde o estudo centra-se
atribuída a todos nós, falantes desse rico, na posição desempenhada pelas palavras em
precioso e belíssimo idioma. Dessa forma, ao meio ao contexto linguístico.
apreendermos essa leva de conceitos, mesmo
que fragmentada, como antes expresso, Diante disso, torna-se essencial nos inteirarmos
estamos nos tornando hábeis, capazes de completamente sobre o assunto, pois o mesmo é
colocá-los em prática, tanto no que diz muito requisitado em provas de vestibulares e
respeito à oralidade quanto no que se refere à concursos de uma forma geral.
modalidade escrita, sendo que nessa última
os requisitos são ainda mais significativos. Ao falarmos sobre morfossintaxe, devemos levar
Assim, de forma a ilustrarmos essa questão, em consideração que uma mesma palavra
contextualizando-a em termos práticos, analisada sob a ótica morfológica pode assumir
analisemos o enunciado linguístico que segue: diversificadas funções quando analisada de
acordo com a sintaxe.
A leitura é indispensável ao aprimoramento da
nossa competência linguística. Com o objetivo de assimilarmos nossos
Por meio de uma análise, de uma leitura mais conhecimentos de uma forma mais contundente,
apurada que fazemos desse enunciado, analisaremos as seguintes orações:
podemos compará-la a um quebra-cabeça,
cujas partes vão se encaixando, uma a uma, O conhecimento é essencial a todos.
de forma a ocupar seu respectivo lugar e
contribuir para que o “todo” seja Logo, analisando o vocábulo “conhecimento” de
materializado de forma plausível. Dessa acordo com a classe morfológica, estamos diante
maneira, desmembrando cada uma dessas partes de um substantivo abstrato.
e analisando-as sob o aspecto linguístico, temos:
A leitura (artigo+substantivo) = sujeito da Sintaticamente, o mesmo poderá exercer papéis
oração. divergentes. Observe:
É indispensável (verbo+adjetivo) = predicado
nominal, seguido do predicativo do sujeito Nessa oração ele é sujeito simples, por tratar-se
(indispensável). de apenas um núcleo.
Ao aprimoramento da nossa competência
linguística Já em:
(preposição+substantivo+preposição+pronom
e possessivo+substantivo+adjetivo) Devemos priorizar o conhecimento, a palavra
= complemento nominal. “conhecimento” funciona como objeto direto, pois
Tal exemplo nos fez perceber que os aspectos o verbo priorizar é transitivo, e,
relacionados àquelas divisões de que falamos consequentemente, requer um complemento.
anteriormente foram materializados,
especificamente em se tratando da Morfologia e Os alunos necessitam de conhecimento para
da Sintaxe e, como não poderia deixar de ser, os obter bons resultados. Nesse exemplo, o
aspectos relacionados à Fonologia, que se fazem vocábulo exerce a função de objeto direto como
presentes por meio dos aspectos ortográficos. sendo um complemento do verbo necessitar, que,
via de regra, exige a presença de uma
Durante toda nossa trajetória enquanto seres preposição.
aprendizes, passamos por determinadas etapas
que norteiam a prática da educação formal. Gostaria que você saciasse a minha ânsia por
conhecimentos. A palavra ”conhecimento”
No que se restringe às disciplinas da grade completa o sentido de um nome - o substantivo
curricular, mais especificamente à Língua “ânsia”, portanto, trata-se de um complemento
Portuguesa, apreendemos os conteúdos nominal.
direcionados a cada série de uma forma
específica. Como por exemplo, no 6º ano
estudamos todas as classes gramaticais, e nos
anos seguintes, a ênfase é para a sintaxe e toda
a sua complexidade de temas.

Quando adentramos no ensino médio, começa


uma fase revisional de tudo aquilo que já
travamos contato durante as séries anteriores.

26
Português
Trabalhando pela sua conquista.

3.2 Ortografia: Sistema Oficial Vigente

Mudanças no alfabeto
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser:
ABCDEFGHIJ
KLMNOPQRS
TUVWXYZ
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em
várias situações. Por exemplo:
a. na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);
b. na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin,
yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
Trema
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos
grupos gue, gui, que, qui.

Como era Como fica


agüentar aguentar
argüir arguir
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente
eloqüente eloquente
ensangüentado ensanguentado
eqüestre equestre
freqüente frequente
lingüeta lingueta
lingüiça linguiça
qüinqüênio quinquênio
sagüi sagui
seqüência sequência
seqüestro sequestro
tranqüilo tranquilo
Mudanças nas regras de acentuação
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento
tônico na penúltima sílaba).

Como era Como fica


alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
andróide androide
apóia (verbo apoiar)apoia
apóio (verbo apoiar)apoio
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colméia colmeia

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
Coréia Coreia
debilóide debiloide
epopéia epopeia
estóico estoico
estréia estreia
estréio (verbo estrear) estreio
geléia geleia
heróico heroico
ideia ideia
jibóia jiboia
jóia joia
odisséia odisseia
paranóia paranoia
paranóico paranoico
platéia plateia
tramóia tramoia

Atenção:
essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas e os
monossílabos tônicos terminados em éis eói(s). Exemplos: papéis, herói, heróis, dói (verbo doer), sóis etc.
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.

Como era Como fica


baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva*
cauíla cauila**
* bacaiuva = certo tipo de palmeira
**cauila = avarento
Atenção:
a. se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos des), o acento permanece.
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí;
b. se o i ou o u forem precedidos de ditongo crescente, o acento permanece. Exemplos: guaíba, Guaíra.
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Como era Como fica


abençôo abençoo
crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
dôo (verbo doar) doo
enjôo enjoo
lêem (verbo ler) leem
magôo (verbo magoar) magoo
perdôo (verbo perdoar) perdoo
povôo (verbo povoar) povoo
vêem (verbo ver) veem
vôos voos
zôo zoo

4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s)
e pêra/pera.

Como era Como fica

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera.

Atenção:
- Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do
indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
- Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que
foi feita por mim.
- Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados
(manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
- É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento
deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do
indicativo dos verbos arguir e redarguir.
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar,
desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do
indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:
a. se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.
Exemplos:
verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.
verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.
b. se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.
Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):
verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.
verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e itônicos.
Uso do hífen com compostos
1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Exemplos: guarda-chuva, arco-
íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, joão-ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca.
*Exceções: Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como
girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo.
2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação. Exemplos: reco-
reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-
esconde, pega-pega, corre-corre.
3. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação. Exemplos: pé de moleque, pé de vento, pai
de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau, olho de sogra.
Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional. Exemplos: maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz
que, deus me livre, deus nos acuda, cor de burro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta.
* Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.
4. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo. Exemplos: gota-d'água, pé-d'água.
5. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos
de ligação. Exemplos:
Belo Horizonte - belo-horizontino
Porto Alegre - porto-alegrense
Mato Grosso do Sul - mato-grossense-do-sul
Rio Grande do Norte - rio-grandense-do-norte
Ãfrica do Sul - sul-africano

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
6. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes,
sementes), tenham ou não elementos de ligação. Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-
dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo,
cravo-da-índia.
Obs.: não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de
seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre os pares:
a) bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio (deformação nas vértebras).
b) olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal).Uso do hífen com prefixos
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos (anti, super, ultra, sub etc.) ou
por elementos que podem funcionar como prefixos (aero, agro, auto, eletro, geo, hidro, macro, micro, mini, multi, neo
etc.).

Casos gerais ex-hospedeiro


ex-prefeito
1. Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.
ex-presidente
Exemplos:
pós-graduação
anti-higiênico
pré-história
anti-histórico
pré-vestibular
macro-história
pró-europeu
mini-hotel
recém-casado
proto-história
recém-nascido
sobre-humano
sem-terra
super-homem
vice-rei
ultra-humano
4. O prefixo co junta-se com o segundo elemento,
2. Usa-se o hÃfen se o prefixo terminar com a mesma
mesmo quando este se inicia poro ou h. Neste último
letra com que se inicia a outra palavra. Exemplos:
caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar
micro-ondas
com r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos:
anti-inflacionário
coobrigação
sub-bibliotecário
coedição
inter-regional
coeducar
3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra cofundador
diferente daquela com que se inicia a outra palavra. coabitação
Exemplos: coerdeiro
autoescola corréu
antiaéreo corresponsável
intermunicipal cosseno
supersônico
5. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen,
superinteressante
mesmo diante de palavras começadas por e.
agroindustrial
Exemplos:
aeroespacial
preexistente
semicírculo
preelaborar
* Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra reescrever
começar por r ou s, dobram-se essas letras. reedição
Exemplos:
6. Na formação de palavras com ab, ob e ad, usa-se o
minissaia
hífen diante de palavra começada por b, d ou r.
antirracismo
Exemplos:
ultrassom
ad-digital
semirreta
ad-renal
Casos particulares ob-rogar
ab-rogar
1. Com os prefixos sub e sob, usa-se o hífen também
diante de palavra iniciada porr. Exemplos: Outros casos do uso do hífen
sub-região
1. Não se usa o hífen na formação de palavras
sub-reitor
com não e quase. Exemplos:
sub-regional
(acordo de) não agressão
sob-roda
(isto é um) quase delito
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante
2. Com mal*, usa-se o hífen quando a palavra seguinte
de palavra iniciada por m, ne vogal. Exemplos:
começar por vogal, h ou l. Exemplos:
circum-murado
mal-entendido
circum-navegação
mal-estar
pan-americano
mal-humorado
3. Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, mal-limpo
aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Exemplos:
* Quando mal significa doença, usa-se o hífen se não
além-mar
houver elemento de ligação. Exemplo: mal-francês. Se
além-túmulo
houver elemento de ligação, escreve-se sem o hífen.
aquém-mar
Exemplos: mal de lázaro, mal de sete dias.
ex-aluno
ex-diretor

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
3. Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani ponte Rio-Niterói
que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, eixo Rio-São Paulo
mirim. Exemplos:
5. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição
capim-açu
de uma palavra ou combinação de palavras coincidir
amoré-guaçu
com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.
anajá-mirim
Exemplos:
4. Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que
Na cidade, conta-
ocasionalmente se combinam, formando não
-se que ele foi viajar.
propriamente vocábulos, mas encadeamentos
vocabulares. Exemplos: O diretor foi receber os ex-
-alunos.

Acentuação gráfica

Tipo de palavra Quando acentuar Exemplos (como Observações (como ficaram)


ou sílaba eram)

Proparoxítonas sempre simpática, lúcido, Continua tudo igual ao que era antes da nova
sólido, cômodo ortografia. Observe: Pode-se usar acento
agudo ou circunflexo de acordo com a
pronúncia da região: acadêmico, fenômeno
(Brasil) académico, fenómeno (Portugal).

Paroxítonas Se terminadas em: R, fácil, táxi, tênis, Continua tudo igual. Observe: 1) Terminadas
X, N, L, I, IS, UM, hífen, próton, em ENS não levam acento: hifens, polens. 2)
UNS, US, PS, Ã, ÃS, álbum(ns), vírus, Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo
ÃO, ÃOS; ditongo oral, caráter, látex, se houver variação de pronúncia: sêmen,
seguido ou não de S bíceps, ímã, órfãs, fêmur (Brasil) ou sémen, fémur (Portugal). 3)
bênção, órfãos, Não ponha acento nos prefixos paroxítonos
cárie, árduos, que terminam em R nem nos que terminam em
pólen, éden. I: inter-helênico, super-homem, anti-herói,
semi-internato.

Oxítonas Se terminadas em: A, vatapá, igarapé, Continua tudo igual. Observe: 1. terminadas
AS, E, ES, O, OS, EM, avô, avós, refém, em I, IS, U, US não levam acento: tatu,
ENS parabéns Morumbi, abacaxi. 2. Usa-se indiferentemente
agudo ou circunflexo se houver variação de
pronúncia: bebê, purê (Brasil); bebé, puré
(Portugal).

Monossílabos terminados em A, AS, vá, pás, pé, mês, Continua tudo igual. Atente para os acentos
tônicos (são E, ES, O,OS pó, pôs nos verbos com formas oxítonas: adorá-lo,
oxítonas debatê-lo, etc.
também)

Í e Ú em palavras Í e Ú levam acento se saída, saúde, 1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se


oxítonas e estiverem sozinhos na miúdo, aí, Araújo, mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís. 2.
paroxítonas sílaba (hiato) Esaú, Luís, Itaú, Não se acentuam i e u se depois vier 'nh':
baús, Piauí rainha, tainha, moinho. 3. Esta regra é nova:
nas paroxítonas, o i e u não serão mais
acentuados se vierem depois de um ditongo:
baiuca, bocaiuva, feiura, saiinha (saia
pequena), cheiinho (cheio). 4. Mas, se, nas
oxítonas, mesmo com ditongo, o i e u
estiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí,
teiú.

Ditongos abertos EI, OI ideia, colméia, bóia Esta regra desapareceu (para palavras
em palavras paroxítonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia,
paroxítonas celuloide, boia. Observe: há casos em que a
palavra se enquadrará em outra regra de
acentuação. Por exemplo: contêiner, Méier,
destróier serão acentuados porque terminam
em R.

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
Ditongos abertos ÉIS, ÉU(S), ÓI(S) papéis, herói, Continua tudo igual (mas, cuidado: somente
em palavras heróis, troféu, céu, para palavras oxítonas com uma ou mais
oxítonas mói (moer) sílabas).

Verbos arguir e arguir e redarguir Esta regra desapareceu. Os verbos arguir e


redarguir (agora usavam acento agudo redarguir perderam o acento agudo em várias
sem trema) em algumas pessoas formas (rizotônicas): eu arguo (fale: ar-gú-o,
do indicativo, do mas não acentue); ele argui (fale: ar-gúi), mas
subjuntivo e do não acentue.
imperativo afirmativo.

Verbos aguar enxaguar, Esta regra sofreu alteração. Observe:. Quando


terminados em averiguar, apaziguar, o verbo admitir duas pronúncias diferentes,
guar, quar e quir delinquir, obliquar usando a ou i tônicos, aí acentuamos estas
usavam acento agudo vogais: eu águo, eles águam e enxáguam a
em algumas pessoas roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í
do indicativo, do tônico). Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o
subjuntivo e do u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga
imperativo afirmativo. averi-gú-o, mas não acentue) o caso.

ôo, êe vôo, zôo, enjôo, vêem Esta regra desapareceu. Agora se escreve:
zoo, perdoo veem, magoo, voo.

Verbos ter e vir na terceira pessoa do eles têm, eles vêm Continua tudo igual. Ele vem aqui; eles vêm
plural do presente do aqui. Eles têm sede; ela tem sede.
indicativo

Derivados de ter na terceira pessoa do ele obtém, detém, Continua tudo igual.
e vir (obter, singular leva acento mantém; eles
manter, intervir) agudo; na terceira obtêm, detêm,
pessoa do plural do mantêm
presente levam
circunflexo

Acento Esta regra desapareceu, exceto para os


diferencial verbos: PODER (diferença entre passado e
presente. Ele não pôde ir ontem, mas pode ir
hoje. PÔR (diferença com a preposição por):
Vamos por um caminho novo, então vamos pôr
casacos; TER e VIR e seus compostos (ver
acima). Observe: 1) Perdem o acento as
palavras compostas com o verbo PARAR:
Para-raios, para-choque. 2) FÔRMA (de bolo):
O acento será opcional; se possível, deve-se
evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja
forma de pagamento é parcelada.

3.3 Relações entre fonemas e grafias.


FONEMA
A palavra fonologia é formada pelos elementos gregos fono ( "som, voz") e log, logia ( "estudo",
"conhecimento") . Significa literalmente " estudo dos sons" ou "estudo dos sons da voz". O homem, ao falar,
emite sons. Cada indivíduo tem uma maneira própria de realizar esses sons no ato da fala. Essas
particularidades na pronúncia de cada falante são estudadas pela Fonética.
Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de significado
entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre os pares de
palavras:
amor - ator

32
Português
Trabalhando pela sua conquista.
morro - corro
vento - cento
Cada segmento sonoro se refere a um dado da língua portuguesa que está em sua memória: a imagem
acústica que você, como falante de português, guarda de cada um deles. É essa imagem acústica, esse
referencial de padrão sonoro, que constitui o fonema. Os fonemas formam os significantes dos signos
linguísticos. Geralmente, aparecem representados entre barras. Assim: /m/, /b/, /a/, /v/, etc.

Fonema e Letra
1) O fonema não deve ser confundido com a letra. Na língua escrita, representamos os fonemas por meio
de sinais chamados letras. Portanto, letra é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por
exemplo, a letra s representa o fonema /s/ (lê-se sê); já na palavra brasa, a letra s representa o fonema /z/
(lê-se zê).
2) Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do
fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x:
Exemplos:
zebra
casamento
exílio
3) Em alguns casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra x, por exemplo, pode
representar:
- o fonema sê: texto
- o fonema zê: exibir
- o fonema chê: enxame
- o grupo de sons ks: táxi
4) O número de letras nem sempre coincide com o número de fonemas.
Exemplos:
tóxico fonemas: /t/ó/k/s/i/c/o/ letras: t ó x i c o
1234567 123456
galho fonemas: /g/a/lh/o/ letras: g a l h o
12 3 4 12345
5) As letras m e n, em determinadas palavras, não representam fonemas. Observe os exemplos:
compra
conta
Nessas palavras, m e n indicam a nasalização das vogais que as antecedem.
Veja ainda:
nave: o /n/ é um fonema;
dança: o n não é um fonema; o fonema é /ã/, representado na escrita pelas letras a e n.
6) A letra h, ao iniciar uma palavra, não representa fonema.
Exemplos:
hoje fonemas: ho / j / e / letras: h o j e
1 2 3 1234

3.4 Flexões e emprego de classes gramaticais


Em português, existem dez classes gramaticais, ou classes morfológicas, ou ainda classes de palavras. Destas,
seis são variáveis (isto é, se flexionam, indo ao plural, ou feminino, ou superlativo), e quatro são invariáveis.
As classes variáveis são: artigo, adjetivo, pronome, numeral, substantivo e verbo

EMPREGO DAS CLASSES GRAMATICAIS

Segundo um estudo morfológico da língua portuguesa, as palavras podem ser analisadas e catalogadas em
dez classes de palavras ouclasses gramaticais distintas, sendo elas: substantivo, artigo, adjetivo,
pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

outros. Podem ser flexionados em gênero


Substantivo (masculino e feminino), número (singular e plural)
Substantivos são palavras que nomeiam seres, e grau (diminutivo, normal, aumentativo).
lugares, qualidades, sentimentos, noções, entre Exercem sempre a função de núcleo das funções

33
Português
Trabalhando pela sua conquista.
sintáticas onde estão inseridos (sujeito, objeto  Adjetivos compostos:verde-escuro,
direto, objeto indireto e agente da passiva). amarelo-canário, franco-brasileiro, mal-
educado,…
Podem ser classificados em:  Adjetivo primitivo: feliz, bom, azul, triste,
grande,…
 Adjetivo derivado: magrelo, avermelhado,
 Substantivos simples: casa, amor, roupa, apaixonado,…
livro, felicidade,…  Adjetivos biformes: bonito, alta, rápido,
 Substantivos compostos: passatempo, amarelas, simpática,…
arco-íris, beija-flor, segunda-feira,  Adjetivos uniformes: competente, fácil,
malmequer,… verdes, veloz, comum,…
 Substantivos primitivos: folha, chuva,  Adjetivos pátrios: paulista, cearense,
algodão, pedra, quilo,… brasileiro, italiano, romeno,…
 Substantivos derivados: território, chuvada,
jardinagem, açucareiro, livraria,… Pronome
 Substantivos próprios: Flávia, Brasil,
Carnaval, Nilo, Serra da Mantiqueira,… Pronomes são palavras que substituem o
 Substantivos comuns: mãe, computador, substantivo numa frase (pronomes substantivos)
ou que acompanham, determinam e modificam os
papagaio, uva, planeta,…
substantivos, atribuindo particularidades e
 Substantivos coletivos: rebanho, cardume,
características aos mesmos (pronomes adjetivos).
pomar, arquipélago, constelação,…
Podem ser flexionados em gênero (masculino e
 Substantivos concretos: mesa, cachorro,
feminino), número (singular e plural) e pessoa
samambaia, chuva, Felipe,…
(1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso).
 Substantivos abstratos: beleza, pobreza,
crescimento, amor, calor,…
 Substantivos comuns de dois gêneros: o Podem ser classificados em:
estudante/a estudante, o jovem/a jovem, o
artista/a artista,…  Pronomes pessoais retos: eu, tu, ele, nós,
 Substantivos sobrecomuns: a vítima, a vós, eles,…
pessoa, a criança, o gênio, o indivíduo,…  Pronomes pessoais oblíquos: me, mim,
 Substantivos epicenos: a formiga, o comigo, o, a, se, conosco, vos,…
crocodilo, a mosca, a baleia, o besouro,…  Pronomes pessoais de tratamento: você,
 Substantivos de dois números: o lápis/os senhor, Vossa Excelência, Vossa
lápis, o tórax/os tórax, a práxis/as práxis,… Eminência,…
 Pronomes possessivos: meu, tua, seus,
Artigo nossas, vosso, sua,…
Artigos são palavras que antecedem os  Pronomes demonstrativos: este, essa,
substantivos, determinando a definição ou a aquilo, o, a, tal,…
indefinição dos mesmos. Sendo flexionados em  Pronomes interrogativos: que, quem, qual,
gênero (masculino e feminino) e número (singular quanto,…
e plural), indicam também o gênero e o número  Pronomes relativos: que, quem, onde, a
dos substantivos que determinam. qual, cujo, quantas,…
 Pronomes indefinidos: algum, nenhuma,
Podem ser classificados em: todos, muitas, nada, algo,…

Numeral
 Artigos definidos: o, a, os, as.
Numerais são palavras que indicam quantidades
 Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas.
de pessoas ou coisas, bem como a ordenação de
elementos numa série. Alguns numerais podem
Adjetivo ser flexionados em gênero (masculino e feminino)
Adjetivos são palavras que caracterizam um e número (singular e plural), outros são
substantivo, conferindo-lhe uma qualidade, invariáveis.
característica, aspecto ou estado. Podem ser
flexionados em gênero (masculino e feminino),
Podem ser classificados em:
número (singular e plural) e grau (normal,
comparativo, superlativo).
 Numerais cardinais: um, sete, vinte e oito,
cento e noventa, mil,…
Podem ser classificados em:
 Numerais ordinais: primeiro, vigésimo
segundo, nonagésimo, milésimo,…
 Adjetivos simples: vermelha, lindo,  Numerais multiplicativos: duplo, triplo,
zangada, branco,… quádruplo, quíntuplo,…

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
 Numerais fracionários: um meio, um terço,  Advérbio de afirmação: sim, certamente,
três décimos,… certo, decididamente,…
 Numerais coletivos: dúzia, cento, dezena,  Advérbio de negação: não, nunca, jamais,
quinzena,… nem, tampouco,…
 Advérbio de dúvida: talvez, quiçá,
Verbo possivelmente, provavelmente, porventura,…
Verbos são palavras que indicam,  Advérbio de intensidade: muito, pouco, tão,
principalmente, uma ação. Podem indicar também bastante, menos, quanto,…
uma ocorrência, um estado ou um fenômeno.  Advérbio de exclusão: salvo, senão,
Podem ser flexionados em número (singular e somente, só, unicamente, apenas,…
plural), pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do  Advérbio de inclusão: inclusivamente,
discurso), modo (indicativo, subjuntivo e também, mesmo, ainda,…
imperativo), tempo (passado, presente e futuro),  Advérbio de ordem: primeiramente,
aspecto (incoativo, cursivo e conclusivo) e voz ultimamente, depois,…
(ativa, passiva e reflexiva).
Preposição
Podem ser classificados em: Preposições são palavras que estabelecem
conexões com vários sentidos entre dois termos
da oração. Através de preposições, o segundo
 Verbos regulares: cantar, amar, vender, termo (termo consequente) explica o sentido do
prender, partir, abrir,… primeiro termo (termo antecedente). São
 Verbos irregulares: medir, fazer, ouvir, invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e
haver, poder, crer,… número.
 Verbos anômalos: ser e ir.
 Verbos principais: comer, dançar, saltar,
escorregar, sorrir, rir,… Podem ser classificadas em:
 Verbos auxiliares: ser, estar, ter, haver e ir.
 Verbos de ligação: ser, estar, parecer, ficar,  Preposições simples essenciais: a, após,
tornar-se, continuar, andar e permanecer. até, com, de, em, entre, para, sobre,…
 Verbos defectivos pessoais: falir, banir,  Preposições simples acidentais: como,
reaver, colorir, demolir, adequar,… conforme, consoante, durante, exceto, fora,
 Verbos defectivos impessoais: haver, mediante, salvo, segundo, senão,…
fazer, chover, nevar, ventar, anoitecer,  Preposições compostas ou locuções
escurecer,… prepositivas: acima de, a fim de, apesar de,
 Verbos defectivos unipessoais: latir, miar, através de, de acordo com, depois de, em
cacarejar, mugir, convir, custar, acontecer,… vez de, graças a, perto de, por causa de,…
 Verbos abundantes: aceitado/aceito,
ganhado/ganho, pagado/pago,… Conjunção
 Verbos pronominais essenciais: Conjunções são palavras utilizadas como
arrepender-se, suicidar-se, zangar-se, elementos de ligação entre duas orações ou entre
queixar-se, abster-se, dignar-se,… termos de uma mesma oração, estabelecendo
 Verbos pronominais acidentais: relações de coordenação ou de subordinação.
pentear/pentear-se, sentar/sentar-se, São invariáveis, não sendo flexionadas em
enganar/enganar-se, debater/debater-se,… gênero e número.

Advérbio
Podem ser classificadas em:
Advérbios são palavras que modificam um
verbo, um adjetivo ou um advérbio, indicando
uma circunstância (tempo, lugar, modo,  Conjunções coordenativas aditivas: e,
intensidade,…). São invariáveis, não sendo nem, também, bem como, não só...mas
flexionadas em gênero e número. Contudo, também,…
alguns advérbios podem ser flexionados em grau.  Conjunções coordenativas adversativas:
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no
entanto, não obstante,…
Podem ser classificados em:  Conjunções coordenativas alternativas:
ou, ou...ou, já…já, ora...ora, quer...quer,
 Advérbio de lugar: aqui, ali, atrás, longe, seja...seja,…
perto, embaixo,…  Conjunções coordenativas conclusivas:
 Advérbio de tempo: hoje, amanhã, nunca, logo, pois, portanto, assim, por isso, por
cedo, tarde, antes,… consequência, por conseguinte,…
 Advérbio de modo: bem, mal, rapidamente,  Conjunções coordenativas explicativas:
devagar, calmamente, pior,… que, porque, porquanto, pois, isto é,…

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
 Conjunções subordinativas integrantes: Podem ser classificadas em:
que, se.
 Conjunções subordinativas adverbiais  Interjeições de alegria: Oh!, Ah!, Oba!,
causais: porque, que, porquanto, visto que, Viva!, Opa!,…
uma vez que, já que, pois que, como,…
 Interjeições de estímulo: Vamos!, Força!,
 Conjunções subordinativas adverbiais Coragem!, Ânimo!, Adiante!,…
concessivas: embora, conquanto, ainda
 Interjeições de aprovação: Apoiado!, Boa!,
que, mesmo que, se bem que, posto que, …
Bravo!,…
 Conjunções subordinativas adverbiais
 Interjeições de desejo: Oh!, Tomara!,
condicionais: se, caso, desde, salvo se,
Oxalá!,…
desde que, exceto se, contando que,…
 Interjeições de dor: Ai!, Ui!, Ah!, Oh!,…
 Conjunções subordinativas adverbiais
 Interjeições de surpresa: Nossa!, Cruz!,
conformativas: conforme, como, consoante,
Caramba!, Opa!, Virgem!,Vixe!,…
segundo,…
 Interjeições de impaciência: Diabo!, Puxa!,
 Conjunções subordinativas adverbiais
Pô!, Raios!, Ora!,…
finais: a fim de que, para que, que,…
 Interjeições de silêncio: Psiu!, Silêncio!,…
 Conjunções subordinativas adverbiais
proporcionais: à proporção que, à medida  Interjeições de alívio: Uf!, Ufa! Ah!,…
que, ao passo que, quanto mais… mais,…  Interjeições de medo: Credo!, Cruzes!, Uh!,
 Conjunções subordinativas adverbiais Ui!,…
temporais: quando, enquanto, agora que,  Interjeições de advertência: Cuidado!,
logo que, desde que, assim que, tanto que, Atenção!, Olha!, Alerta!, Sentido!,…
apenas,…  Interjeições de concordância: Claro!,
 Conjunções subordinativas adverbiais Tá!,Hã-hã!,…
comparativas: como, assim como, tal, qual,  Interjeições de desaprovação: Credo!,
tanto como,… Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora!,…
 Conjunções subordinativas adverbiais  Interjeições de incredulidade: Hum!,Epa!,
consecutivas: que, tanto que, tão que, tal Ora!, Qual!,…
que, tamanho que, de forma que, de modo  Interjeições de socorro: Socorro!, Aqui!,
que, de sorte que, de tal forma que,… Piedade!, Ajuda!,…
 Interjeições de cumprimentos: Olá!, Alô!,
Interjeição Ei!, Tchau!, Adeus!,…
 Interjeições de afastamento: Rua!, Xô!,
Interjeições são palavras que exprimem
emoções, sensações, estados de espírito. São Fora!, Passa!,…
invariáveis e seu significado fica dependente da
forma como as mesmas são pronunciadas pelos
interlocutores.

3.5 Vozes verbais e sua conversão


É sempre bom relembrarmos que o verbo pertence às dez classes gramaticais e é o termo que mais sofre
flexões, sejam estas de número, pessoa, tempo, gênero e modo.

Dentre as particularidades desta classe gramatical, estão as chamadas Vozes Verbais, nada mais é que a
relação existente entre o processo verbal e o sujeito desse processo.

Com o propósito de ampliarmos nossos conhecimentos sobre as vozes verbais, as estudaremos passo a
passo.

Voz Ativa - É quando o sujeito é o agente, isto é, o executor da ação verbal. Vejamos o exemplo:

Marcos feriu o animal


Sujeito Predicado Objeto Direto
(agente) (Verbo ativo) (paciente)

Voz Passiva - É quando o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação expressa pelo verbo. Observe:

Marcos foi ferido pelo animal


(sujeito paciente) (verbo passivo) agente

A voz passiva subdivide-se em:

Voz passiva sintética - Formada por um verbo transitivo direto (ou indireto) na terceira pessoa (singular ou

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
plural) mais o pronome “se” (apassivador).

Cantaram-se lindas melodias


(passiva sintética) (sujeito paciente)

Voz passiva analítica - Formada pelo verbo auxiliar (ser ou estar) mais o particípio de um verbo transitivo
direto ou direto e indireto.

Lindas melodias foram cantadas


(sujeito paciente) Verbo (ser) + particípio

Voz Reflexiva - É quando o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo. Neste caso temos:

Pedro machucou - se
(sujeito) verbo
(voz reflexiva) (objeto)

Chegamos à conclusão de que Pedro praticou a ação de tocar o objeto e recebeu a ação ao se machucar.

Dicas importantes:

Para se converter uma frase da voz passiva sintética para a voz passiva analítica, procedemos da
seguinte forma: Perceba o exemplo:
Voz passiva
Não se destruiu o parque
sintética
Não foi foi destruído o parque
Sujeito
Troca-se o pronome “se” pelo verbo auxiliar, Passa-se o verbo da voz
(paciente em
conjugado na mesma forma em que estava o passiva sintética para o
ambos os
verbo da passiva sintética. particípio.
casos).

Para converter um verbo da voz ativa para a voz passiva analítica, coloca-se o verbo ativo no
particípio e conjuga-se o verbo auxiliarna mesma forma em que estava o verbo ativo, fazendo a
devida concordância com o sujeito. O sujeito da voz ativa passa a agente da passiva, e o objeto
direto da voz ativa passa a sujeito da passiva: Note:
Voz Ativa Os funcionários recusaram a proposta
Voz Passiva A proposta foi recusada pelos funcionários

3.6 Concordância nominal e verbal

Concordância Verbal e Nominal


Observe:
As crianças estão animadas.
Crianças animadas.
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu
sujeito, as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas está concordando em gênero (feminino) e
número (plural) com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa,
número e gênero se correspondem.
Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal.
CONCORDÂNCIA VERBAL
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito.
a) Sujeito Simples
Regra Geral
O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos:
A orquestra tocou uma valsa longa.
3ª p. Singular 3ª p. Singular
Os pares que rodeavam a nós dançavam bem.
3ª p. Plural 3ª p. Plural

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
Casos Particulares
Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no momento
de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada
pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou
vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir.
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade
de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o
verbo pode ficar no singular ou no plural.
Por Exemplo:
A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados:
Por Exemplo:
Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento.
Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a
forma plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto.
2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos
de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo. Observe:
Cerca de mil pessoas participaram da manifestação.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olimpíadas.
Obs.: quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem reciprocidade, o plural
é obrigatório:
Por Exemplo:
Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um ao outro)
3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta a
ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural, o
verbo deve ficar o plural.
Exemplos:
Os Estados Unidos possuem grandes universidades.
Alagoas impressiona pela beleza das praias.
As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.
4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos,
quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro
pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Veja:
Quais de nós são / somos capazes?
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.
Obs.: veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando
alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se
incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós
sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia.
Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular.
Por Exemplo:
Qual de nós é capaz?
Algum de vós fez isso.
5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo
deve concordar com o substantivo.
Exemplos:
25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.
Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o
número. Veja:
25% querem a mudança.
1% conhece o assunto.
6) Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concordância em número e pessoa é feita com o
antecedente do pronome.
Exemplos:
Fui eu que paguei a conta.
Fomos nós que pintamos o muro.

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem.
7) Com a expressão "um dos que", embora alguns gramáticos considerem a concordância facultativa, a
preferência é pelo uso verbo no plural, para concordar com a palavra que antecede o pronome relativo
“que”.
Por Exemplo:
Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas.
Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo romance.

Atenção:
Na linguagem corrente, o que se ouve, efetivamente, são construções como:
"Ele foi um dos deputados que mais lutou para a aprovação da emenda".
Ao compararmos com um caso em que se use um adjetivo, temos:
"Ela é uma das alunas mais brilhante da sala."
Ao invertermos as frases, fica claro que o emprego das formas no plural está adequado:
"Das alunas mais brilhantes da sala, ela é uma."
"Dos deputados que mais lutaram pela aprovação da emenda, ele é um".
8) Quando o sujeito é o pronome relativo "quem", pode-se utilizar o verbo na terceira pessoa do singular ou
em concordância com o antecedente do pronome.
Exemplos:
Fui eu quem pagou a conta. / Fui eu quem paguei a conta.
Fomos nós quem pintou o muro. / Fomos nós quem pintamos o muro.
9) Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou plural.
Por Exemplo:
Vossa Excelência é diabético?
Vossas Excelências vão renunciar?
10) A concordância dos verbos bater, dar e soar se dá de acordo com o numeral.
Por Exemplo:
Deu uma hora no relógio da sala.
Deram cinco horas no relógio da sala.
Obs.: caso o sujeito da oração seja a palavra relógio, sino, torre, etc., o verbo concordará com esse
sujeito.
Por Exemplo:
O tradicional relógio da praça matriz dá nove horas.
11) Verbos Impessoais: por não se referirem a nenhum sujeito, são usados sempre na 3ª pessoa do
singular. São verbos impessoais:
Haver no sentido de existir;
Fazer indicando tempo;
Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Exemplos:
Havia muitas garotas na festa.
Faz dois meses que não vejo meu pai.
Chovia ontem à tarde.
b) Sujeito Composto
1) Quando o sujeito é composto e anteposto ao verbo, a concordância se faz no plural:
Exemplos:
Pai e filho conversavam longamente.
Sujeito
Pais e filhos devem conversar com frequência.
Sujeito
2) Nos sujeitos compostos formados por pessoas gramaticais diferentes, a concordância ocorre da seguinte
maneira: a primeira pessoa do plural prevalece sobre a segunda pessoa, que por sua vez, prevalece sobre
a terceira. Veja:
Teus irmãos, tu e eu tomaremos a decisão.
Primeira Pessoa do Plural (Nós)

Tu e teus irmãos tomareis a decisão.


Segunda Pessoa do Plural (Vós)

Pais e filhos precisam respeitar-se.


Terceira Pessoa do Plural (Eles)
Obs.: quando o sujeito é composto, formado por um elemento da segunda pessoa e um da terceira,
é possível empregar o verbo na terceira pessoa do plural. Aceita-se, pois, a frase: "Tu e teus irmãos
tomarão a decisão."

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
3) No caso do sujeito composto posposto ao verbo, passa a existir uma nova possibilidade de concordância:
em vez de concordar no plural com a totalidade do sujeito, o verbo pode estabelecer concordância com o
núcleo do sujeito mais próximo. Convém insistir que isso é uma opção, e não uma obrigação.
Por Exemplo:
Faltaram coragem e competência.
Faltou coragem e competência.
4) Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a concordância é feita obrigatoriamente no plural.
Observe:
Abraçaram-se vencedor e vencido.
Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

Casos Particulares
1) Quando o sujeito composto é formado por núcleos sinônimos ou quase sinônimos, o verbo pode ficar no
plural ou no singular.
Por Exemplo:
Descaso e desprezo marcam / marca seu comportamento.
2) Quando o sujeito composto é formado por núcleos dispostos em gradação, o verbo pode ficar
no plural ou concordar com o último núcleo do sujeito.
Por Exemplo:
Com você, meu amor, uma hora, um minuto, um segundo me satisfazem / satisfaz.
No primeiro caso, o verbo no plural enfatiza a unidade de sentido que há na combinação. No segundo
caso, o verbo no singular enfatiza o último elemento da série gradativa.
3) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por "ou" ou "nem", o verbo deverá ficar no plural se a
declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos.
Por Exemplo:
Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
Quando a declaração contida no predicado só puder ser atribuída a um dos núcleos do sujeito, ou seja, se
os núcleos forem excludentes, o verbo deverá ficar no singular.
Por Exemplo:
Roma ou Buenos Aires será a sede da próxima Olimpíada.
Você ou ele será escolhido. (Só será escolhido um)
4) Com as expressões "um ou outro" e "nem um nem outro", a concordância costuma ser feita no
singular, embora o plural também seja praticado.
Por Exemplo:
Um e outro compareceu / compareceram à festa.
Nem um nem outro saiu / saíram do colégio.
5) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com", o verbo pode ficar no plural. Nesse caso, os
núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra "com" tem sentido muito próximo ao
de "e". Veja:
O pai com o filho montaram o brinquedo.
O governador com o secretariado traçaram os planos para o próximo semestre.
Nesse mesmo caso, o verbo pode ficar no singular, se a ideia é enfatizar o primeiro elemento.
O pai com o filho montou o brinquedo.
O governador com o secretariado traçou os planos para o próximo semestre.
Obs.: com o verbo no singular, não se pode falar em sujeito composto. O sujeito é simples, uma
vez que as expressões "com o filho" e "com o secretariado" são adjuntos adverbiais de companhia.
Na verdade, é como se houvesse uma inversão da ordem. Veja:
"O pai montou o brinquedo com o filho."
"O governador traçou os planos para o próximo semestre com o secretariado."
6) Quando os núcleos do sujeito são unidos por expressões correlativas como: "não só...mas ainda", "não
somente"..., "não apenas...mas também", "tanto...quanto", o verbo concorda de preferência no plural.
Não só a seca, mas também o pouco caso castigam o Nordeste.
Tanto a mãe quanto o filho ficaram surpresos com a notícia.
7) Quando os elementos de um sujeito composto são resumidos por um aposto recapitulativo, a
concordância é feita com esse termo resumidor.
Por Exemplo:
Filmes, novelas, boas conversas, nada o tirava da apatia.
Trabalho, diversão, descanso, tudo é muito importante na vida das pessoas.

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
Outros Casos
1) O Verbo e a Palavra "SE"
Dentre as diversas funções exercidas pelo "se", há duas de particular interesse para a concordância
verbal:
a) quando é índice de indeterminação do sujeito;
b) quando é partícula apassivadora.
Quando índice de indeterminação do sujeito, o "se" acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos
e de ligação, que obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.
Quando pronome apassivador, o "se" acompanha verbos transitivos diretos (VTD) e transitivos diretos e
indiretos (VTDI) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da
oração.
Exemplos:
Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
Não se devem poupar esforços para despoluir o rio.
2) O Verbo "Ser"
A concordância verbal se dá sempre entre o verbo e o sujeito da oração. No caso do verbo ser, essa
concordância pode ocorrer também entre o verbo e o predicativo do sujeito.
O verbo ser concordará com o predicativo do sujeito:
a) Quando o sujeito for representado pelos pronomes - isto, isso, aquilo, tudo, o - e o predicativo estiver
no plural.
Exemplos:
Isso são lembranças inesquecíveis.
Aquilo eram problemas gravíssimos.
O que eu admiro em você são os seus cabelos compridos.
b) Quando o sujeito estiver no singular e se referir a coisas, e o predicativo for um substantivo no plural.
Exemplos:
Nosso piquenique foram só guloseimas.
Sujeito Predicativo do Sujeito

Sua rotina eram só alegrias.


Sujeito Predicativo do Sujeito
Se o sujeito indicar pessoa, o verbo concorda com esse sujeito.
Por Exemplo:
Gustavo era só decepções.
Minhas alegrias é esta criança.
Obs.: admite-se a concordância no singular quando se deseja fazer prevalecer um elemento sobre o
outro.
Por Exemplo:
A vida é ilusões.
c) Quando o sujeito for pronome interrogativo que ou quem.
Por Exemplo:
Que são esses papéis?
Quem são aquelas crianças?
d) Como impessoal na indicação de horas, dias e distâncias, o verbo ser concorda com o numeral.
Exemplos:
É uma hora.
São três da manhã.
Eram 25 de julho quando partimos.
Daqui até a padaria são dois quarteirões.
Saiba que:
Na indicação de dia, o verbo ser admite as seguintes concordâncias:
1) No singular: Concorda com a palavra explícita dia.
Por Exemplo: Hoje é dia quatro de março.
2) No plural: Concorda com o numeral, sem a palavra explícita dia.
Por Exemplo: Hoje são quatro de março.
3) No singular: Concorda com a ideia implícita de dia.
Por Exemplo: Hoje é quatro de março.

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
e) Quando o sujeito indicar peso, medida, quantidade e for seguido de palavras ou expressões como pouco,
muito, menos de, mais de, etc., o verbo ser fica no singular.
Exemplos:
Cinco quilos de açúcar é mais do que preciso.
Três metros de tecido é pouco para fazer seu vestido.
Duas semanas de férias é muito para mim.
f) Quando um dos elementos (sujeito ou predicativo) for pronome pessoal do caso reto, com este
concordará o verbo.
Por Exemplo: No meu setor, eu sou a única mulher.
Aqui os adultos somos nós.
Obs.: sendo ambos os termos (sujeito e predicativo) representados por pronomes pessoais, o verbo
concorda com o pronome sujeito.
Por Exemplo:
Eu não sou ela.
Ela não é eu.
g) Quando o sujeito for uma expressão de sentido partitivo ou coletivo e o predicativo estiver no plural, o
verboser concordará com o predicativo.
Por Exemplo:
A grande maioria no protesto eram jovens.
O resto foram atitudes imaturas.
3) O Verbo "Parecer"
O verbo parecer, quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias:
a) Ocorre variação do verbo parecer e não se flexiona o infinitivo.
Por Exemplo:
Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.
b) A variação do verbo parecer não ocorre, o infinitivo sofre flexão.
Por Exemplo:
Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.
Obs.: a primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda, literária.
Atenção:
Com orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.
Por Exemplo:
As paredes parece que têm ouvidos. (Parece que as paredes têm ouvidos.)

4) A Expressão "Haja Vista"


A expressão haja vista admite as seguintes construções:
a) A expressão fica invariável (seguida ou não de preposição).
Por Exemplo:
Haja vista as lições dadas por ele. ( = por exemplo)
Haja vista aos fatos explicados por esta teoria. ( = atente-se)
b) O verbo haver pode variar (desde que não seguido de preposição), considerando-se o termo seguinte
como sujeito.
Por Exemplo:
Hajam vista os exemplos de sua dedicação. ( = vejam-se)
CONCORDÂNCIA NOMINAL
A concordância nominal se baseia na relação entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e
as palavras que a ele se ligam para caracterizá-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais
adjetivos e particípios). Basicamente, ocupa-se da relação entre nomes.
Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como núcleo de um termo da oração, e o adjetivo,
comoadjunto adnominal.
A concordância do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais:
1) O adjetivo concorda em gênero e número quando se refere a um único substantivo.
Por Exemplo:
As mãos trêmulas denunciavam o que sentia.
2) Quando o adjetivo se refere a vários substantivos, a concordância pode variar. Podemos sistematizar
essa flexão nos seguintes casos:
a) Adjetivo anteposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo.
Por Exemplo:
Encontramos caídas as roupas e os prendedores.
Encontramos caída a roupa e os prendedores.
Encontramos caído o prendedor e a roupa.

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
- Caso os substantivos sejam nomes próprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no
plural.
Por Exemplo:
As adoráveis Fernanda e Cláudia vieram me visitar.
Encontrei os divertidos primos e primas na festa.
b) Adjetivo posposto aos substantivos:
- O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo ou com todos eles (assumindo forma masculino
plural se houver substantivo feminino e masculino).
Exemplos:
A indústria oferece localização e atendimento perfeito.
A indústria oferece atendimento e localização perfeita.
A indústria oferece localização e atendimento perfeitos.
A indústria oferece atendimento e localização perfeitos.
Obs.: os dois últimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente
se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no plural masculino, que é o
gênero predominante quando há substantivos de gêneros diferentes.
- Se os substantivos possuírem o mesmo gênero, o adjetivo fica no singular ou plural.
Exemplos:

A beleza e a inteligência feminina(s).


O carro e o iate novo(s).
3) Expressões formadas pelo verbo SER + adjetivo:
a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo não for acompanhado de nenhum modificador.
Por Exemplo:
Água é bom para saúde.
b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro
determinativo.
Por Exemplo:
Esta água é boa para saúde.
4) O adjetivo concorda em gênero e número com os pronomes pessoais a que se refere.
Por Exemplo:
Juliana as viu ontem muito felizes.
5) Nas expressões formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposição DE
+ adjetivo, este último geralmente é usado no masculino singular.
Por Exemplo:
Os jovens tinham algo de misterioso.
6) A palavra "só", quando equivale a "sozinho", tem função adjetiva e concorda normalmente com o nome a
que se refere.
Por Exemplo:
Cristina saiu só.
Cristina e Débora saíram sós.
Obs.: quando a palavra "só" equivale a "somente" ou "apenas", tem função adverbial, ficando,
portanto, invariável.
Por Exemplo:
Eles só desejam ganhar presentes.
7) Quando um único substantivo é modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as
construções:
a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do último adjetivo.
Por Exemplo:
Admiro a cultura espanhola e a portuguesa.
b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo.
Por Exemplo:
Admiro as culturas espanhola e portuguesa.
Obs.: veja esta construção:
Estudo a cultura espanhola e portuguesa.
Note que ela provoca incerteza: trata-se de duas culturas distintas ou de uma única, espano-
portuguesa? Procure evitar construções desse tipo.
Casos Particulares
É proibido - É necessário - É bom - É preciso - É permitido
a) Essas expressões, formadas por um verbo mais um adjetivo, ficam invariáveis se o substantivo a
que se referem possuir sentido genérico (não vier precedido de artigo).
Exemplos:
É proibido entrada de crianças.

43
Português
Trabalhando pela sua conquista.
Em certos momentos, é necessário atenção.
No verão, melancia é bom.
É preciso cidadania.
Não é permitido saída pelas portas laterais.
b) Quando o sujeito dessas expressões estiver determinado por artigos, pronomes ou adjetivos, tanto o
verbo como o adjetivo concordam com ele.
Exemplos:
É proibida a entrada de crianças.
Esta salada é ótima.
A educação é necessária.
São precisas várias medidas na educação.
Anexo - Obrigado - Mesmo - Próprio - Incluso - Quite
Essas palavras adjetivas concordam em gênero e número com o substantivo ou pronome a que se
referem. Observe:
Seguem anexas as documentações requeridas.
A menina agradeceu: - Muito obrigada.
Muito obrigadas, disseram as senhoras, nós mesmas faremos isso.
Seguem inclusos os papéis solicitados.
Já lhe paguei o que estava devendo: estamos quites.
Bastante - Caro - Barato - Longe
Essas palavras são invariáveis quando funcionam como advérbios. Concordam com o nome a que se
referem quando funcionam como adjetivos, pronomes adjetivos, ou numerais.
Exemplos:
As jogadoras estavam bastante cansadas. (advérbio)
Há bastantes pessoas insatisfeitas com o trabalho. (pronome adjetivo)
Nunca pensei que o estudo fosse tão caro. (advérbio)
As casas estão caras. (adjetivo)
Achei barato este casaco.(advérbio)
Hoje as frutas estão baratas. (adjetivo)
"Vais ficando longe de mim como o sono, nas alvoradas." (Cecília Meireles) (advérbio)
"Levai-me a esses longes verdes, cavalos de vento!" (Cecília Meireles). (adjetivo)
Meio - Meia
a) A palavra "meio", quando empregada como adjetivo, concorda normalmente com o nome a que se
refere.
Por Exemplo:
Pedi meia cerveja e meia porção de polentas.
b) Quando empregada como advérbio (modificando um adjetivo) permanece invariável.
Por Exemplo:
A noiva está meio nervosa.
Alerta - Menos
Essas palavras são advérbios, portanto, permanecem sempre invariáveis.
Por Exemplo:
Os escoteiros estão sempre alerta.
Carolina tem menos bonecas que sua amiga.

3.7 Regência nominal e verbal


Regência Verbal e Nominal
Definição:
Dá-se o nome de regência à relação de subordinação que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus
complementos. Ocupa-se em estabelecer relações entre as palavras, criando frases não ambíguas, que
expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras.
REGÊNCIA VERBAL
Termo Regente: VERBO
A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre os verbos e os termos que os
complementam(objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais).
O estudo da regência verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade
de conhecermos as diversas significações que um verbo pode assumir com a simples mudança ou retirada
de uma preposição. Observe:

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
A mãe agrada o filho. -> agradar significa acariciar.
A mãe agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer.
Logo, conclui-se que "agradar alguém" é diferente de "agradar a alguém".
Saiba que:
O conhecimento do uso adequado das preposições é um dos aspectos fundamentais do estudo da
regência verbal (e também nominal). As preposições são capazes de modificar completamente o
sentido do que se está sendo dito. Veja os exemplos:
Cheguei ao metrô.
Cheguei no metrô.
No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no segundo caso, é o meio de transporte por mim
utilizado. A oração "Cheguei no metrô", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai,
possui, no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é muito comum existirem divergências
entre a regência coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regência culta.
Para estudar a regência verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A transitividade,
porém, não é um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas.
Verbos Intransitivos
Os verbos intransitivos não possuem complemento. É importante, no entanto, destacar alguns detalhes
relativos aos adjuntos adverbiais que costumam acompanhá-los.
a) Chegar, Ir
Normalmente vêm acompanhados de adjuntos adverbiais de lugar. Na língua culta, as preposições usadas
para indicar destino ou direção são: a, para.
Exemplos:
Fui ao teatro.
Adjunto Adverbial de Lugar

Ricardo foi para a Espanha.


Adjunto Adverbial de Lugar
Obs.: "Ir para algum lugar" enfatiza a direção, a partida." Ir a algum lugar" sugere também o retorno.
Importante: reserva-se o uso de "em" para indicação de tempo ou meio. Veja:
Cheguei a Roma em outubro.
Adjunto Adverbial de Tempo

Chegamos no trem das dez.


Adjunto Adverbial de Meio
b) Comparecer
O adjunto adverbial de lugar pode ser introduzido por em ou a.
Por Exemplo:
Comparecemos ao estádio (ou no estádio) para ver o último jogo.
Verbos Transitivos Diretos
Os verbos transitivos diretos são complementados por objetos diretos. Isso significa que não exigem
preposição para o estabelecimento da relação de regência. Ao empregar esses verbos, devemos lembrar
que os pronomes oblíquos o, a, os, as atuam como objetos diretos. Esses pronomes podem assumir as
formas lo, los, la, las (após formas verbais terminadas em -r, -s ou -z) ou no, na, nos, nas (após formas
verbais terminadas em sons nasais), enquanto lhe e lhes são, quando complementos verbais, objetos
indiretos.
São verbos transitivos diretos, dentre outros:
abandonar, abençoar, aborrecer, abraçar, acompanhar, acusar, admirar, adorar, alegrar, ameaçar,
amolar, amparar, auxiliar, castigar, condenar, conhecer, conservar,convidar, defender, eleger,
estimar, humilhar, namorar, ouvir, prejudicar, prezar, proteger, respeitar, socorrer, suportar, ver,
visitar.
Na língua culta, esses verbos funcionam exatamente como o verbo amar:
Amo aquele rapaz. / Amo-o.
Amo aquela moça. / Amo-a.
Amam aquele rapaz. / Amam-no.
Ele deve amar aquela mulher. / Ele deve amá-la.
Obs.: os pronomes lhe, lhes só acompanham esses verbos para indicar posse (caso em que atuam
como adjuntos adnominais).
Exemplos:
Quero beijar-lhe o rosto. (= beijar seu rosto)
Prejudicaram-lhe a carreira. (= prejudicaram sua carreira)
Verbos Transitivos Indiretos
Os verbos transitivos indiretos são complementados por objetos indiretos. Isso significa que esses
verbosexigem uma preposição para o estabelecimento da relação de regência. Os pronomes pessoais do
caso oblíquo de terceira pessoa que podem atuar como objetos indiretos são lhe, lhes (ambos para

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
substituir pessoas). Não se utilizam os pronomes o, os, a, as como complementos de verbos transitivos
indiretos. Com os objetos indiretos que não representam pessoas, usam-se pronomes oblíquos tônicos de
terceira pessoa (ele, ela) em lugar dos pronomes átonos lhe, lhes. São verbos transitivos indiretos, dentre
outros:
a) Consistir
Tem complemento introduzido pela preposição "em".
Por Exemplo:
A modernidade verdadeira consiste em direitos iguais para todos.
b) Obedecer e Desobedecer:
Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "a".
Por Exemplo:
Devemos obedecer aos nossos princípios e ideais.
Eles desobedeceram às leis do trânsito.
c) Responder
Tem complemento introduzido pela preposição "a". Esse verbo pede objeto indireto para indicar "a
quem" ou"ao que" se responde.
Por Exemplo:
Respondi ao meu patrão.
Respondemos às perguntas.
Respondeu-lhe à altura.
Obs.: o verbo responder, apesar de transitivo indireto quando exprime aquilo a que se responde,
admite voz passiva analítica. Veja:
O questionário foi respondido corretamente.
Todas as perguntas foram respondidas satisfatoriamente.
d) Simpatizar e Antipatizar
Possuem seus complementos introduzidos pela preposição "com".
Por Exemplo:
Antipatizo com aquela apresentadora.
Simpatizo com os que condenam os políticos que governam para uma minoria privilegiada.
Verbos Transitivos Diretos ou Indiretos
Há verbos que admitem duas construções, uma transitiva direta, outra indireta, sem que isso implique
modificações de sentido. Dentre os principais, temos:
Abdicar
Abdicou as vantagens do cargo. / Abdicou das vantagens do cargo.
Acreditar
Não acreditava a própria força. / Não acreditava na própria força.
Almejar
Almejamos a paz entre as nações. / Almejamos pela paz entre as nações.
Ansiar
Anseia respostas objetivas. / Anseia por respostas objetivas.
Anteceder
Sua partida antecedeu uma série de fatos estranhos. / Sua partida antecedeu a uma série de fatos
estranhos.
Atender
Atendeu os meus pedidos. / Atendeu aos meus pedidos.
Atentar
Atente esta forma de digitar. / Atente nesta forma de digitar. / Atente para esta forma de digitar.
Cogitar
Cogitávamos uma nova estratégia. / Cogitávamos em uma nova estratégia.
Consentir
Os deputados consentiram a adoção de novas medidas econômicas. / Os deputados
consentiram na adoção de novas medidas econômicas.
Deparar
Deparamos uma bela paisagem em nossa trilha. / Deparamos com uma bela paisagem em nossa
trilha.
Gozar
Gozava boa saúde. / Gozava de boa saúde.
Necessitar
Necessitamos algumas horas para preparar a apresentação. / Necessitamos de algumas horas para
preparar a apresentação.
Preceder
Intensas manifestações precederam a mudança de regime./ Intensas manifestações precederam à
mudança de regime.
Presidir

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
Ninguém presidia o encontro. / Ninguém presidia ao encontro.
Renunciar
Não renuncie o motivo de sua luta. / Não renuncie ao motivo de sua luta.
Satisfazer
Era difícil conseguir satisfazê-la. / Era difícil conseguir satisfazer-lhe.
Versar
Sua palestra versou o estilo dos modernistas. / Sua palestra versou sobre o estilo dos modernistas.
Verbos Transitivos Diretos e Indiretos
Os verbos transitivos diretos e indiretos são acompanhados de um objeto direto e um indireto. Merecem
destaque, nesse grupo:
Agradecer, Perdoar e Pagar
São verbos que apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. Veja
os exemplos:
Agradeço aos ouvintes a audiência.
Objeto Indireto Objeto Direto
Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador.
Objeto Direto Objeto Indireto
Paguei o débito ao cobrador.
Objeto Direto Objeto Indireto
O uso dos pronomes oblíquos átonos deve ser feito com particular cuidado. Observe:
Agradeci o presente. / Agradeci-o.
Agradeço a você. / Agradeço-lhe.
Perdoei a ofensa. / Perdoei-a.
Perdoei ao agressor. / Perdoei-lhe.
Paguei minhas contas. / Paguei-as.
Paguei aos meus credores. / Paguei-lhes.
Saiba que:
Com os verbos agradecer, perdoar e pagar a pessoa deve sempre aparecer como objeto indireto,
mesmo que na frase não haja objeto direto. Veja os exemplos:
A empresa não paga aos funcionários desde setembro.
Já perdoei aos que me acusaram.
Agradeço aos eleitores que confiaram em mim.
Informar
Apresenta objeto direto ao se referir a coisas e objeto indireto ao se referir a pessoas, ou vice-versa.
Por Exemplo:
Informe os novos preços aos clientes.
Informe os clientes dos novos preços. (ou sobre os novos preços)
Na utilização de pronomes como complementos, veja as construções:
Informei-os aos clientes. / Informei-lhes os novos preços.
Informe-os dos novos preços. / Informe-os deles. (ou sobre eles)
Obs.: a mesma regência do verbo informar é usada para os seguintes: avisar, certificar, notificar,
cientificar, prevenir.
Comparar
Quando seguido de dois objetos, esse verbo admite as preposições "a" ou "com" para introduzir o
complemento indireto.
Por Exemplo:
Comparei seu comportamento ao (ou com o) de uma criança.
Pedir
Esse verbo pede objeto direto de coisa (geralmente na forma de oração subordinada substantiva) e indireto
de pessoa.
Por Exemplo:
Pedi-lhe favores.
Objeto Indireto Objeto Direto

Pedi-lhe que se mantivesse em silêncio.


Objeto Indireto Oração Subordinada Substantiva
Objetiva Direta
Saiba que:
1) A construção "pedir para", muito comum na linguagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado
na língua culta. No entanto, é considerada correta quando a palavra licença estiver subentendida.
Por Exemplo:
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos em casa.
Observe que, nesse caso, a preposição "para" introduz uma oração subordinada adverbial final

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
reduzida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos em casa).
2) A construção "dizer para", também muito usada popularmente, é igualmente
considerada incorreta.
Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar objeto indireto introduzido pela preposição "a".
Por Exemplo:
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais.
Prefiro trem a ônibus.
Obs.: na língua culta, o verbo "preferir" deve ser usado sem termos intensificadores, tais
como: muito, antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfase já é dada pelo prefixo existente
no próprio verbo (pre).
Mudança de Transitividade versus Mudança de Significado
Há verbos que, de acordo com a mudança de transitividade, apresentam mudança de significado. O
conhecimento das diferentes regências desses verbos é um recurso linguístico muito importante, pois além
de permitir a correta interpretação de passagens escritas, oferece possibilidades expressivas a quem fala
ou escreve. Dentre os principais, estão:
AGRADAR
1) Agradar é transitivo direto no sentido de fazer carinhos, acariciar.
Por Exemplo:
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o agrada quando o revê.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o gato. / Cláudia não perde oportunidade de agradá-lo.
2) Agradar é transitivo indireto no sentido de causar agrado a, satisfazer, ser agradável a. Rege
complemento introduzido pela preposição "a".
Por Exemplo:
O cantor não agradou aos presentes.
O cantor não lhes agradou.
ASPIRAR
1) Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver, inspirar (o ar), inalar.
Por Exemplo:
Aspirava o suave aroma. (Aspirava-o.)
2) Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar, ter como ambição.
Por Exemplo:
Aspirávamos a melhores condições de vida. (Aspirávamos a elas.)
Obs.: como o objeto indireto do verbo "aspirar" não é pessoa, mas coisa, não se usam as formas
pronominais átonas "lhe" e "lhes" e sim as formas tônicas "a ele (s)", " a ela (s)". Veja o exemplo:
Aspiravam a uma existência melhor. (= Aspiravam a ela.)
ASSISTIR
1) Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar, prestar assistência a, auxiliar.
Por Exemplo:
As empresas de saúde negam-se a assistir os idosos.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
2) Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar, estar presente, caber, pertencer.
Exemplos:
Assistimos ao documentário.
Não assisti às últimas sessões.
Essa lei assiste ao inquilino.
Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo "assistir" é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto
adverbial de lugar introduzido pela preposição "em".
Por Exemplo:
Assistimos numa conturbada cidade.
CHAMAR
1) Chamar é transitivo direto no sentido de convocar, solicitar a atenção ou a presença de.
Por exemplo:
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor, vá chamá-la.
Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias vezes.
2) Chamar no sentido de denominar, apelidar pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se refere
predicativo preposicionado ou não.
Exemplos:
A torcida chamou o jogador mercenário.
A torcida chamou ao jogador mercenário.
A torcida chamou o jogador de mercenário.
A torcida chamou ao jogador de mercenário.
CUSTAR

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
1) Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto
adverbial.
Por exemplo:
Frutas e verduras não deveriam custar muito.
2) No sentido de ser difícil, penoso pode ser intransitivo ou transitivo indireto.
Por exemplo:
Muito custa viver tão longe da família.
Verbo Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Intransitivo Reduzida de Infinitivo

Custa-me (a mim) crer que tomou realmente aquela atitude.


Objeto Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Indireto Reduzida de Infinitivo
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo "custar" um sujeito
representado por pessoa. Observe o exemplo abaixo:
Custei para entender o problema.
Forma correta: Custou-me entender o problema.
IMPLICAR
1) Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
a) Dar a entender, fazer supor, pressupor
Por exemplo:
Suas atitudes implicavam um firme propósito.
b) Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar
Por exemplo:
Liberdade de escolha implica amadurecimento político de um povo.
2) Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver
Por exemplo:
Implicaram aquele jornalista em questões econômicas.
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição "com".
Por Exemplo:
Implicava com quem não trabalhasse arduamente.
PROCEDER
1) Proceder é intransitivo no sentido de ter fundamento ou agir. Nessa segunda acepção, vem sempre
acompanhado de adjunto adverbial de modo.
Exemplos:
As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.
Você procede muito mal.
2) Nos sentidos de ter origem ou dar início é transitivo indireto.
Exemplos:
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.
QUERER
1) Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.
2) Querer é transitivo indireto no sentido de ter afeição, estimar, amar.
Exemplos:
Quero muito aos meus amigos.
Ele quer bem à linda menina.
Despede-se o filho que muito lhe quer.
VISAR
1) Como transititvo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
Por Exemplo:
O homem visou o alvo. O gerente não quis visar o cheque.
2) No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição "a".
Exemplos:
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.
REGÊNCIA NOMINAL
Regência Nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os
termos regidos por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da
regência nominal, é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos
nomes cognatos. Observe o exemplo:
Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela
preposição "a".Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem.
Observe-os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo
cuja regência você conhece.
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Adjetivos
Acessível a Entendido em Necessário a
Acostumado a, com Equivalente a Nocivo a
Agradável a Escasso de Paralelo a
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Descontente com Insensível a Sito em
Desejoso de Liberal com Suspeito de
Diferente de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de
Perto de
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são
formados:paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.

Emprego do acento indicativo de crase


Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe,
O novo Acordo Ortográfico da língua portuguesa Timor Leste). Apesar da incorporação de vocábulos
entrou em vigor no ano de 2009, mas pouco alterou nativos e de modificações gramaticais e de
o emprego do acento grave (acento indicador de pronúncia próprias de cada país, as línguas mantêm
crase). uma unidade com o português de Portugal.

Atualmente o português é língua oficial de oito Crase é uma palavra que em grego significa fusão.
países (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, É justamente a união de duas vogais idênticas. Essa

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
união é representada graficamente pelo acento houve dois "as", pois quem chega atrasado, chega
grave. Vamos recordar e saber identificar situações atrasado a algum lugar, ou seja, houve junção da
em que a crase deve ou não ser empregada. preposição "a" com o pronome "aquele".

Em situações de lugares troque o destino pela Já com a palavra distância, observe se há


procedência. Se nesta troca aparecer a preposição formação da locução "à distância de", se assim
"da", ocorrerá crase. Fui a Brasília buscar uns houver, use crase. Dias destes, identifiquei minha
documentos. Sem crase, pois na troca (venho de colega de sala à distância de uns 200 metros,
Brasília) não aparece a preposição "da". Fui à aproximadamente.
Itália durante alguns dias da minha lua-de-mel. Com
crase, pois na troca (venho da Itália) aparece a Com a palavra casa, considera-se se há ou não
preposição "da". especificação, se tiver, terá emprego de
crase. Sempre retorno a casa de todos. Quem são
Em palavras masculinas não ocorre crase (a esses todos? Logo, não há especificação, portanto,
serviço, a cavalo etc), porém, se estiver não haverá crase. Visitarei à casa de Pedro na
subentendida as expressões "à maneira de ou à próxima semana, pois iniciarei minhas férias. No
moda de", ocorrerá crase. Sempre assisto a peças caso, a casa a ser visitada foi especificada, portanto,
teatrais à Machado de Assis. há emprego do acento indicador de crase.

Se o "a" estiver no singular e a próxima palavra Semelhantemente ocorre com a palavra terra, pois
estiver no plural, não ocorrerá crase. A palestra foi quando Terra for planeta portará acento grave, e
muito útila pessoas que procuram retornar ao quando se referir a chão, só terá crase se houver
mercado de trabalho. Neste caso, poderíamos especificação. O retorno dos astronautas à Terra foi
escrever "às pessoas", porém, jamais escreveríamos um verdadeiro sucesso. No caso, Terra refere-se ao
"à pessoas". planeta. O meu retorno à casa de meus pais foi
motivo de grande alegria para todos os presentes
Não há crase diante de palavras naquela ocasião. No caso, houve especificação da
repetidas. Gota a gota, cara a cara, dia a dia etc. casa que recebeu o retorno de alguém. Depois de
um lindo Cruzeiro Marítimo, nós estávamos ansiosos
pelo retorno a terra. No caso, terra significa chão
Não há crase antes de verbo no infinitivo. A
seguir, ouviremos a leitura da ata desta reunião. No firme e não há especificação.
caso, nunca escreveríamos "à seguir”, pois o verbo
Fique atento, pois sempre ocorre crase nos casos
seguir está no infinitivo.
a seguir: às duas horas; à tarde; à direita; à
Emprega-se crase diante dos pronomes aquele esquerda; às vezes; às pressas; à frente; à medida,
(a), aqueles (as) e aquilo quando houver fusão de à vontade, à disposição, à moda de, à maneira de
dois "as". Eles chegaram atrasados àquele lugar etc.
porque o trânsito estava congestionado. No caso,

3.8 Sintaxe do período simples e do período composto


Frase: Todo e qualquer enunciado que contenha Período Composto: Enunciado de sentido
em si um sentido, transmita uma mensagem. completo, que contém mais de uma ação verbal,
Exemplo: ou seja, mais de uma oração.
Exemplo:
Fogo! Corram depressa e saiam pela direita!
Silêncio! Corram, pois o prédio está pegando fogo!
*** O sentido é perfeitamente compreensível
apesar de a frase ser composta por apenas uma Período Simples
palavra. É o mesmo caso do exemplo abaixo: Quando uma declaração, um enunciado, é
Oração: Enunciado que contém uma ação, um composta apenas por uma oração, por uma ação
verbo mais precisamente. verbal, é chamada de ORAÇÃO ABSOLUTA ou
Exemplo: PERÍODO SIMPLES.
Corram depressa! Exemplo:
João está à sua espera. Choveu muito esta manhã.
Lucas adoeceu repentinamente.
Período Simples: Enunciado de sentido Período Composto
completo, que contém apenas uma ação verbal. Quando uma declaração/ enunciado, contém
Exemplo: duas ou mais orações, este enunciado é
O prédio está pegando fogo! chamado de PERÍODO COMPOSTO.
*** Apesar dos dois verbos, a ação verbal é uma Há dois tipos de período composto:
só, e por isso é período simples.

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Português
Trabalhando pela sua conquista.
1. PERÍODO COMPOSTO POR A polícia sabia que havia pessoas no prédio.
COORDENAÇÃO Quando eu voltar, farei o jantar.
Como o nome já diz, um período composto por Há também casos em que um mesmo período
coordenação é formado por duas ou mais é composto por COORDENAÇÃO E
orações coordenadas, ou seja, que não possuem SUBORDINAÇÃO.
nenhum tipo de dependência uma das outras. Neste caso, o período possui dois tipos de
Exemplo: relação: subordinação e coordenação. No caso
Corram depressa e saiam pela direita! abaixo, há uma oração principal, que possui duas
Ele sabia a verdade mas ela negou tudo. orações subordinadas a ela, e estas duas
2. PERÍODO COMPOSTO POR orações são coordenadas entre si.
SUBORDINAÇÃO Observe:
Este tipo de período é formado por uma oração É bom que ela venha amanhã e traga os livros.
principal que é complementada com uma ou mais Observe que a oração “que ela venha
orações subordinadas. Estas orações poderão amanhã” não possui nenhum tipo de dependência
exercer a função de sujeito, complemento com a oração “(que ela) traga os livros”. Contudo,
nominal,adjunto adverbial, adjunto adnominal, etc, ambas são subordinadas à oração principal,
dentro da estrutura da oração principal. iniciada com “É bom que...”.
Exemplo:

Coordenação e Subordinação
 Na coordenação as orações são unidas sem que uma dependa da outra sintaticamente, isto é, são orações
independentes (completas sintaticamente) que vêm ligadas por conjunções ou simplesmente justapostas sem qualquer
conectivo.

(oração coordenada) + (oração coordenada)

Escrevi uma carta e a enviei para meu amor.

o Escrevi uma carta = oração coordenada assindética


(assindética pois não tem conjunção)

o e a enviei para meu amor = oração coordenada sindética


(sindética pois tem a conjunção e)

Escrevi uma carta é uma oração completa sintaticamente, pois apresenta um verbo transitivo direto (escrevi), um sujeito
oculto (eu) e um objeto direto (uma carta) que completa a transitividade do verbo.

e a enviei para meu amor é uma oração completa sintaticamente, pois apresenta um verbo transitivo direto e indireto
(enviei), um sujeito oculto (eu) e os objetos direto (a) e indireto (para meu amor) exigidos pela transitividade do verbo.

 Na subordinação uma oração depende sintaticamente da outra, isto é, há uma oração principal, que é
incompleta sintaticamente, e há uma oração subordinada, que se liga à oração principal completando-a, ou seja, a
oração subordinada funciona como o termo que falta para completar sintaticamente a oração principal.

(oração principal) + (oração subordinada)

A mulher esperou que seu filho voltasse.

o A mulher esperou = oração principal

o que seu filho voltasse = oração subordinada

A mulher esperou é uma oração incompleta sintaticamente, pois apresenta um verbo transitivo direto (esperou), um
sujeito (a mulher), mas falta o objeto direto obrigatoriamente exigido pelo verbo transitivo direto.

que seu filho voltasse é uma oração que funciona no período como o objeto direto da oração principal. Veja: se
perguntarmos ao verbo da oração principal: ESPEROU O QUÊ? Resposta: que seu filho voltasse. A resposta para essa
pergunta é denominada objeto direto, logo a oração subordinada apresenta a função de um objeto direto e completa,
sintaticamente, a oração principal.

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Português
Trabalhando pela sua conquista
(oração subordinada) + (oração principal)

Quando o dia amanhecer, vou à praia.

o Quando o dia amanhecer = oração subordinada

o vou à praia = oração principal

vou à praia é uma oração composta por um verbo intransitivo que seleciona um adjunto adverbial de lugar (à praia) e,
de acordo com o contexto, seleciona também um adjunto adverbial de tempo que falta nesta oração.

Quando o dia amanhecer é uma oração subordinada que apresenta a função de um adjunto adverbial, isto é, trata-se de
uma oração que expressa a circunstância de tempo, completando sintaticamente a oração principal.

(oração principal) + (oração subordinada) +


(continuação da oração principal)

Uma pessoa que comete tal brutalidade não merece perdão.

o Uma pessoa não merece perdão = oração principal

o que comete tal brutalidade = oração subordinada

Uma pessoa não merece perdão é uma oração que apresenta um verbo transitivo direto (merece), um sujeito (uma
pessoa) e um objeto direto (perdão). Parece ser uma oração completa sintaticamente, porém o sujeito dessa oração não
é apenas a expressão uma pessoa, mas há um adjunto adnominal, isto é, um termo que caracteriza essa pessoa, que
não está presente na oração principal.

que comete tal brutalidade é uma oração subordinada que funciona no período como adjunto adnominal, fazendo
referência ao núcleo do sujeito, caracterizando-o.

>>> Como já vimos, a oração subordinada sempre funciona no período como um termo da oração. Podemos, então,
listar os seguintes termos:

sujeito
objeto direto
objeto indireto
complemento nominal
predicativo do sujeito
aposto
adjunto adnominal
adjunto adverbial

Cada um desses termos pode se apresentar, no período, em forma de oração subordinada. Assim, os tipos de orações
subordinadas são divididos em três:

 Orações subordinadas substantivas


a oração será subordinada substantiva quando tiver função sintática de: sujeito, objeto direto, objeto indireto,
complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto.

 Orações subordinadas adjetivas


a oração será subordinada adjetiva quando tiver função sintática de: adjunto adnominal.

 Orações subordinadas adverbiais


a oração será subordinada adverbial quando tiver função sintática de: adjunto adverbial.

53
Português
Trabalhando pela sua conquista
3.9 Pontuação
REGRAS DE PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são empregados na língua escrita para tentar recuperar recursos específicos da
língua falada, tais como entonação, jogo de silêncio, pausas etc.

Divisão e emprego dos sinais de pontuação:

1- PONTO ( . )

a) indicar o final de uma frase declarativa.


Ex.: Lembro-me muito bem dele.
b) separar períodos entre si.
Ex.: Fica comigo. Não vá embora.
c) nas abreviaturas
Ex.: Av.; V. Ex.ª

2- VÍRGULA ( , )

É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela
separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática.
Ex.: Adelanta, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.
Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los
por meio de vírgula.
Não se separam por vírgula:
a) predicado de sujeito;
b) objeto de verbo;
c) adjunto adnominal de nome;
d) complemento nominal de nome;
e) predicativo do objeto do objeto;
f) oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem
inversa)

A vírgula no interior da oração


É utilizada nas seguintes situações:
a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de café.
A educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país.
b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem.
c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado.
Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você.
As pessoas, muitas vezes, são falsas.
d) separar elementos de uma enumeração.
Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.
e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo.
Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem.
f) separar conjunções intercaladas.
Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva.
g) separar o complemento pleonástico antecipado.
Ex.: A mim, nada me importa.
h) isolar o nome de lugar na indicação de datas.
Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.
i) separar termos coordenados assindéticos.
Ex.: "Lua, lua, lua, lua,
por um momento meu canto contigo compactua..." (Caetano Veloso)
j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo).
Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)

Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula.
Ex.: Conversaram sobre futebol, religião e política.
Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará.
Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula
passa a ser obrigatório.
Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia.A vírgula entre orações

54
Português
Trabalhando pela sua conquista
É utilizada nas seguintes situações:
a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro.
b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as iniciadas pela
conjunção e ). Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. Estudou muito, mas não foi
aprovado no exame.
ATENÇÃO!
Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção e:
1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres.
2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E
chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, conseqüência, por
exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.
c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas),
principalmente se estiverem antepostas à oração principal.
Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o
gancho."( O selvagem - José de Alencar)
d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em a
estar plantando..."
e) separar as orações substantivas antepostas à principal.
Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei.
3- DOIS-PONTOS ( : )

a) iniciar a fala dos personagens:


Ex.: Então o chefe comentou:
- Está ótimo!
b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de palavras que explicam,
resumem ideias anteriores.
Ex.: Meus amigos são poucos: Jorge, Ricardo e Alexandre.
c) antes de citação
Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja
infinito enquanto dure.”

4- RETICÊNCIAS ( ... )

a) indicar dúvidas ou hesitação de quem fala.


Ex.: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.
b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta
Ex.: - Alô! João está?
- Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...
c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de idéia.
Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília
- José de Alencar)
d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita.
Ex.: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner)

5- PARÊNTESES ( ( ) )

a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.


Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), morreu muita gente.
"Uma manhã lá no Cajapió (Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande
tormenta no fim do verão. “ (O milagre das chuvas no nordeste - Graça Aranha)
Dica: Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.
6- PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )

a) Após vocativo
Ex.: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Senhora - Humberto de Campos)
b) Após imperativo
Ex.: Cale-se!
c) Após interjeição
Ex.: Ufa! Ai!
d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional
Ex.: Que pena!

55
Português
Trabalhando pela sua conquista
7- PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )

a) Em perguntas diretas
Ex.: Como você se chama?
b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação
Ex.: - Quem ganhou na loteria?
- Você.
- Eu?!

8- PONTO-E-VÍRGULA ( ; )

a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma seqüência, etc.
Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares:
I- advertência;
II- suspensão;
III- demissão;
IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V- destituição de cargo em comissão;
VI- destituição de função comissionada.
b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido utilizado
a vírgula.
Ex.: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente
vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se
foi transformando em opressora asma cardíaca; os
lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...) " (O visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)

9- TRAVESSÃO ( - )

a) dar início à fala de um personagem


Ex.: O filho perguntou:
- Pai, quando começarão as aulas?
b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos
- Doutor, o que tenho é grave?
- Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom
c) unir grupos de palavras que indicam itinerário
Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.

Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativas


Ex.: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será mãe.
10- ASPAS ( “ ” )
a)isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões,
neologismos, arcaísmos e expressões populares.
Ex.: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador.
A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.
Conversando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido.
b) indicar uma citação textual
Ex.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz
a mala”. ( O prazer de viajar - Eça de Queirós)
Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas
serão simples. ( ' ' )

56
Português
Trabalhando pela sua conquista
Coletânea de Provas e Testes
O aquecimento global criará um novo clima Considerando as estruturas linguísticas do texto
na floresta amazônica até o final do século, mais acima, sua tipologia e os princípios de redação
quente e com maior precipitação em época de oficial julguem os itens a seguir.
chuvas, segundo um estudo feito por cientistas da 1. O texto relata, em forma dialogada e em
Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos linguagem coloquial, as descobertas feitas pelo
da América. Painel Intergovernamental de Mudanças
Usando modelos de mudanças climáticas Climáticas, situado na Amazônia.
que levam em conta estimativas de emissões de 2. O texto é uma dissertação acerca das
gases do efeito estufa, os cientistas concluíram implicações do aquecimento global para a flora, a
que 39% da superfície do planeta terão fauna e a hidrografia amazônicas.
temperaturas mais altas até 2100 e que as zonas 3. A afirmação „Esses já são os lugares mais
de climas mais quentes no mundo já estão se quentes do mundo‟ refere-se inclusive às florestas
deslocando em direção aos dois polos. da Amazônia e da Indonésia.
O fenômeno vai afetar principalmente os 4.As “regiões altas ou frias” correspondem às
trópicos e subtrópicos, regiões em que ficam as áreas polares e aos Andes, e as “regiões com
florestas amazônica e da Indonésia, onde até as grande biodiversidade” , à floresta amazônica.
menores variações de temperatura podem causar 5.A passagem “Os cientistas constataram que, se
um grande impacto, afirmou Jack Williams, forem mantidos os atuais níveis de emissão de
geógrafo da universidade e chefe da pesquisa. dióxido de carbono e outros gases causadores do
“Esses já são os lugares mais quentes efeito estufa, surgirão novas zonas climáticas em
do mundo”, disse Williams à BBC. “Com o 39% da superfície do planeta” poderia, sem
mundo ficando ainda mais quente, essas regiões nenhuma alteração, constar de um relatório.
serão as primeiras a sair do patamar de climas 6. O último parágrafo do texto, na forma como se
conhecidos hoje e a formar novos climas”. encontra, pode fazer parte tanto da abertura
Segundo Williams, o novo clima na quanto do fechamento de uma ata.
Amazônia “não apresentará apenas uma
temperatura mais elevada, mas também uma Julgue os fragmentos de texto contidos nos itens
precipitação maior. Choverá mais nos meses de subsequentes com relação às regras de
junho, julho e agosto”. concordância e de regência prescritas pela
Os cientistas dizem que essas mudanças gramática.
afetarão várias espécies, em particular em 7.39% da superfície do planeta que tem
regiões altas ou frias, como as áreas polares e temperaturas muito altas, sofrerão maiores índice
os Andes, e em regiões com grande de elevação da sensação térmica até 2100.
biodiversidade, como é o caso da floresta 8. “Com o desaparecimento de climas, há o risco
amazônica. “Com o desaparecimento de climas, de se extinguirem várias espécies”, falou um
existe o risco de extinção de várias espécies”, geógrafo.
disse Williams. “Muitas das espécies em áreas de 9. Cientistas creem em o fim de determinados
grande biodiversidade não conseguem migrar climas e ao surgimento de novos em 20% da
para outras áreas.” Segundo ele, novos tipos de Terra.
clima podem oferecer novas oportunidades para
algumas espécies, mas é difícil prever quais Julgue os fragmentos de texto contidos nos
sofrerão e quais se beneficiarão com isso. seguintes itens quanto à grafia, à acentuação e
A equipe de Williams usou modelos do ao emprego do sinal indicativo de crase.
Painel Intergovernamental de Mudanças 10. Os dias estão mais quentes. Nesta década,
Climáticas, para prever onde as mudanças em foram registradas altíssimas temperaturas. A
temperaturas e volumes de chuvas deverão previsão é de que, até o ano de 2100, as
ocorrer. Os cientistas constataram que, se forem temperaturas estarão destinadas a aumentarem
mantidos os atuais níveis de emissão de dióxido até seis graus, o que poderia trazer
de carbono e outros gases causadores do efeito consequências devastadoras.
estufa, surgirão novas zonas climáticas em 39% 11. Os cientistas dizem que alguns fenômenos
da superfície do planeta. naturais, como erupções vulcânicas, possuem um
Mantidas as mesmas condições, o modelo efeito temporário sobre o clima. Porém, afirmam
prevê o desaparecimento de 48% dos climas também que o clima está sofrendo mudanças por
atuais. Mesmo levando em conta as atuais causa do aquecimento global.
estratégias globais de redução de emissões, os 12. A causa do aquecimento da Terra, em geral, é
modelos prevêem o fim de determinados climas e a liberação de gases e vapores produzidos
o surgimento de novos em 20% da Terra. através de queimadas nas matas e poluição
Internet: <noticias.terra.com.br/ciência> (com provocada por carros e indústrias, que são os
adaptações) grandes culpados disso tudo.

13. Leia atentamente as proposições abaixo:

57
Português
Trabalhando pela sua conquista
O ___________ , por ser de caráter público, só D. Ele, saiu e comprou um livro.
pode ser expedido por órgão público.
O ____________ é um veículo de solicitação a 22. Assinale a alternativa que apresenta uma
uma autoridade do Serviço Público, sob o amparo palavra com dígrafo e uma com encontro
da lei. consonantal, sucessivamente:
Vossa Senhoria já deve ter sido _______ quanto A. clima - duplo.
ao prazo para pagamento (dirigindo-se a um B. pacto - clima.
freguês). C. chapéu - clima.
Tu te _____________ à declaração? D. clima - chapéu.
As moças vestiam roupas___________.
23. Assinale a alternativa cuja palavra tenha hiato:
Assinale a opção que preencha, de forma A. água.
sequencial e correta, as lacunas. B. autêntica.
a) requerimento – ofício – avisada – opuseste – C. anônimo.
cinza D. sueco.
b) ofício – requerimento – avisado – oposte –
cinza 24. Assinale a alternativa em que ambas as
c) requerimento – ofício – avisada – oposte – palavras são dissílabas:
cinzas A. caí - pão.
d) ofício – requerimento – avisado – opuseste – B. roer - pão.
cinza C. saúde - caí.
e) ofício – requerimento – avisada – opuseste – D. caí - roer.
cinzas
25. Sabendo-se que paroxítona é a palavra cujo
Julgue os itens que se seguem, considerando as acento tônico recai na penúltima sílaba, assinale a
regras de pontuação prescritas pela gramática. alternativa em que todas as palavras possuem essa
15 O Livro de Ouro da Amazônia além de característica:
enriquecer a consciência de muita gente, vai prestar A. árvore - escritor - maracujá.
amoroso serviço avida da nossa querida floresta, B. montanha - lápis - mesa.
disse o escritor Thiago de Mello. C. montanha - quilômetro - árvore.
16 A floresta é retratada, no Livro de Ouro da D. montanha - lápis - árvore.
Amazônia, com suas dimensões, sua
biodiversidade, os povos nativos e suas ameaças: o 26. Assinale a alternativa que melhor completa a
desmatamento, a situação social, a pobreza e o oração: “_____ tarde, ela dizia____ ele que ____
desemprego. deixasse”.
17 “É preciso investir na educação, no ecoturismo, A. Toda - à - à.
na energia. A boa notícia é que há muitas B. Toda - a - a.
oportunidades de negócios para salvar a C. Toda - a - à.
Amazônia”, destaca João Meirelles Filho, o autor do D. Toda - à - a.
Livro de Ouro da Amazônia.
18 As lendas e crendices que fazem parte do 27. Assinale a alternativa que contém um erro na
universo da região amazônica também são separação das sílabas:
recontadas pelo autor, com um capítulo especial A. joia: joia.
dedicado aos professores: “Sugestões para a B. sublime: su-bli-me.
Introdução aos Estudos Amazônicos”. C. diarreia: di-ar-réi-a.
D. grécia: gré-ci-a.
19. As palavras que melhor substituem “sessão
musical, cortar e acelerar” são: 28. Assinale a alternativa que melhor completa as
A. concerto - segar - apressar. orações abaixo:
B. concerto - cegar - apressar. I - _____ grama do ouro está caro.
C. conserto - cegar - apressar. II - O religioso sentiu_____ dó muito grande do
D. concerto - segar - apreçar. ladrão.
A. A - uma.
20. A melhor alternativa que completa a frase “ O B. A - um.
_____ professor fez uma _____do fato” é: C. O - um.
A. iminente - discrição. D. A - a.
B. eminente - descrição.
C. eminente - discrição. 29. O plural de “cidadão” e “fuzil” é,
D. iminente - descrição. respectivamente:
A. cidadãos - fuzis.
21. A oração na qual a vírgula está devidamente B. cidadões - fuzis.
usada é: C. cidadões - fuzíveis.
A. Ele, às três da tarde, saiu e comprou um livro. D. cidadãos - fuzíveis.
B. Ele saiu e, comprou um livro.
C. Ele saiu e comprou, um livro. 30. O feminino de “réu” e “cortesão” é:

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Português
Trabalhando pela sua conquista
A. ré - cortesoa. a) lhe - o.
B. rea - cortesoa. b) lhe - lhe.
C. réa - cortesa. c) o - lhe.
D. ré - cortesã. d) o - o.

31. Observe a frase abaixo: 39. Indique a alternativa correta que contém o plural
“Ele é mesmo um professorzinho, ninguém aprende das orações abaixo:
nada em suas aulas!” I – Vende-se casa.
O valor expresso pelo diminutivo é: II – Precisa-se de empregado.
a) carinho. a) Vendem-se casas; precisam-se de
b) desprezo. empregados.
c) zombaria. b) Vendem-se casa; precisa-se de empregados.
d) diminuição. c) Vendem-se casas; precisa-se de empregados.
d) Vende-se casas; precisa-se de empregados.
32. Assinale a alternativa cujos pronomes
completam adequadamente a oração: 40. Leia atentamente: “Aqui” se estuda “todo dia”.
“Pedro comprou um livro para ______ ler, mas eu Os termos destacados expressam,
não _____ fiz”. respectivamente, noção de:
a) mim - lhe. a) lugar - tempo.
b) mim - o. b) lugar - intensidade.
c) eu - o. c) tempo - tempo.
d) eu - lhe. d) lugar - lugar.

33. Complete a oração abaixo com a forma verbal 41. Assinale a alternativa correta quanto ao
adequada: emprego de “haver” e “fazer”.
“Eu _____ aqui, mas você não ______”. A. Se houverem feriados, viajaremos.
A. caibo - cabe. B. Poderíamos sair, se fizessem dias bonitos.
B. cabo - cabes. C. Quando houver morangos, faremos uma torta.
C. caibo - cabes. D. Irão fazer dez anos que isso aconteceu.
D. cabo - cabe.
42. Assinale a alternativa correta quanto ao
34. Assinale a alternativa que completa os períodos emprego de “onde” e “aonde”.
abaixo, de acordo com o padrão culto: “_____ livros A. Aonde você esteve?
ali ontem. Hoje não ____mais”. B. Aonde você vai?
A. Haviam - tem. C. Onde você foi?
B. Havia - há. D. Onde nós vamos?
C. Havia - tem.
D. Tem - tem. 43. Assinale a alternativa em que todas as palavras
estão erradas em relação à grafia com “-ção”, “-são”
35. A alternativa na qual o verbo em destaque está e “-ssão”.
no futuro do presente é: A. permissão, conversão
A. Ele “voltou” do clube ontem. B. obtenção, discussão
B. Ele “voltaria” do clube, se tivesse companhia. C. exceção, omissão
C. Ele “voltará” do clube cedo. D. consecussão, ascenção
D. Ele “volta” sempre do clube às 10:00.
44. Assinale a alternativa correta quanto à flexão do
36. Assinale a alternativa que melhor completa a verbo entre parênteses.
oração: “Prefiro doce ______ salgado”. A. Esperei até que ele prova-se o que dizia. (provar)
A. do que. B. Será ajudado sempre que precisar. (precisar)
B. mais que. C. Vás embora sem chorar. (ir)
C. que. D. Se fosses meu irmão, entenderíeis. (entender)
D. a.
45. Assinale a alternativa errada quanto ao uso da
37. Observe: “Ele sentou-se entre ____ e Lúcio, forma verbal.
porque não pode viver sem _____”. A alternativa A. Caso você vier, traga um queijo daí.
que completa a oração acima, de acordo com o B. Se ele sair, avise-nos.
padrão culto, é: C. Quando elas voltarem, estaremos fora.
A. mim - mim. D. Apesar de saírem todos, a luz ficou acesa.
B. mim - eu.
C. eu - mim. 46. Assinale a alternativa correta quanto à regência
D. eu - eu. verbal.
A. Este é o livro que eu gosto e o qual me referi.
38. A alternativa que completa a oração abaixo, de B. Este é o livro o qual eu gosto e que me referi.
acordo com o padrão culto, é: “Laura beijou-____ e C. Este é o livro do qual eu gosto e do qual me
ele retribuiu-_____ o carinho”. referi.

59
Português
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D. Este é o livro de que eu gosto e ao qual me 54. O plural de pé-de-moleque é:
referi. (A) pés-de-moleque.
(B) Pé-de-moleques.
47. Assinale a alternativa correta quanto ao uso de (C) Pés-de-moleques.
porque/porquê/por que/por quê. (D) Pé-des-moleque.
A. Porquê você estava tão alegre? (E) Pés-des-moleques.
B. Estava alegre por que vencera.
C. Você estava tão alegre por quê? 55. Complete com “x” ou “ ch” as palavras abaixo
D. Por que amava, estava alegre. para que elas fiquem com a grafia correta.
__erife __arope __uva
48. Assinale a alternativa correta quanto ao uso do (A) x – ch – x
presente do subjuntivo. (B) ch – x – ch
A. É preciso que nós façamos as pazes. (C) x – ch – ch
B. É preciso que nós vêjamos a cidade. (D) ch – ch – x
C. É preciso que nós cantamos canções. (E) x – x – ch
D. É preciso que nós saímos mais.
56. Dadas as frases:
49. Assinale a alternativa errada quanto à colocação 1) Frutas e legumes são alimentos perecíveis.
do pronome oblíquo. 2) As verduras deve ser bem lavada antes do
A. Como você o encontrou? consumo
B. Nada impede-nos de continuar. 3) As latas de lixo deve ser conservadas tampadas
C. Quando me avistou, fugiu.
D. Deus me livre! A concordância está correta em:
(A) 1 apenas
50. Os superlativos absolutos sintéticos eruditos de (B) 1 e 2 apenas
“atroz”, “livre” e “fiel”, estão todos corretos na (C) 1 e 3 apenas
alternativa (D) 2 e 3 apenas
A. atrozíssimo, livríssimo e fielíssimo. (E) 1 – 2 – 3
B. atrocíssimo, libérrimo e fielíssimo.
C. atrocíssimo, libérrimo e fidelíssimo. 57. Um dos adjetivos abaixo tem a mesma forma
D. atrozíssimo, livríssimo e fidelíssimo. tanto no masculino como no feminino. Identifique-o:
(A) amarelo( D) infiel
51. A frase em que a pontuação está correta é: (B) maduro (E) feio
(A) Para fazer um bolo usamos: ovos açúcar farinha (C) colorido
leite e fermento.
(B) Para fazer um bolo usamos: ovos, açúcar, 58. Uma das palavras abaixo está incorretamente
farinha, leite e fermento. grafada. Assinale-a:
(C) Para fazer um bolo usamos ovos, açúcar farinha (A) Jiló. (B) Beringela.
leite e fermento. (C) Gesto. (D) Face.
(D) Para fazer um bolo usamos: ovos açúcar,
farinha leite e fermento. 59. Assinale a alternativa que melhor completa a
(E) Para fazer um bolo usamos ovos açúcar farinha, palavra abaixo:
leite e fermento. BO____E _____A
(A) x, ch. (B) x, x.
52. Observe o plural dos substantivos abaixo: (C) ch, x. (D) ch, ch.
1) item – itens
2) álcool – álcools 60. No que toca a correspondência oficial, indique a
3) nação – naçãos alternativa correta.
a) O pronome de tratamento Vossa Excelência é de
Está(ão) correto(s): uso recomendado para tratar, nas correspondências
(A) 1 e 2 apenas oficiais, Ministros de Estado e Secretários
(B) 1 e 3 apenas Executivos dos Ministérios.
(C) 2 e 3 apenas b) Vossa Excelência e Vossa Senhoria são
(D) 1 – 2 –3 intercambiáveis na correspondência oficial.
(E) 1 apenas c) O ofício é correspondência oficial que pode ser
trocada entre entidades privadas e autoridades do
53. O feminino de cristão – genro – imperador é: serviço público.
(A) cristã – genra – imperatriz d) O memorando é documento oficial utilizado para
(B) cristã – nora – imperadora comunicação externa.
(C) cristã – nora – imperatriz e) Na correspondência oficial, é adequado o
(D) cristona – nora – imperatriz emprego de registro coloquial, desde que
(E) cristã – genra – imperadora. observadas as regras da norma culta.

60
Português
Trabalhando pela sua conquista
LEIA O TEXTO ABAIXO PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES DE 61 A 65.

Entre o ideal e o real


O ideal seria que os candidatos a ocupar a Presidência da República não se insultassem nem recorressem
a expedientes duvidosos. Seria também excelente se os postulantes só fizessem promessas que pudessem
cumprir e expusessem sempre suas reais intenções, sem escamotear pensamentos e planos. Esse mundo ideal,
porém, não existe. Ao contrário até, no campo da política eleitoral – infelizmente – muitas vezes parecer é bem
mais importante do que ser.
A Justiça Eleitoral, ao tentar manter o horário eleitoral gratuito em nível minimamente elevado por meio de
decisões judiciais, pode estar em busca do impossível. E é de se indagar se conviria ao eleitor uma programação
que fosse totalmente correta e polida, até insípida.
É claro que devem existir limites para os embates entre candidatos. É evidente também que cabe à justiça
fazer respeitá-los. Mas definir o que é aceitável e o que não é constitui tarefa das mais subjetivas e difíceis.
Suponha-se que o candidato A afirme que seu adversário, B, assaltou um banco em determinados local e
data. Se A diz a verdade, prestou inestimável serviço ao eleitor, ao informá-lo de coisas relevantes a respeito do
passado de B. Se, por outro lado, A não puder provar o que diz e for rapidamente repreendido pela justiça, o
cidadão ficará conhecendo melhor o caráter de A. Em qualquer hipótese, o choque dialético entre as posições de
A e B, com a intermediação da Justiça Eleitoral, terá gerado informação útil para o eleitor.
É claro que na maioria das situações do “mundo real” as coisas não são tão claras como no exemplo do
assalto ao banco. Ainda assim, é normal e até saudável que ocorra algum tipo de atrito entre os candidatos. A
melhor forma de manter o debate político é deixando que cada postulante diga o que bem entender e que seus
concorrentes possam submetê-lo ao contraditório. (Folha de S. Paulo, 28/08/2002).

61. Assinale a alternativa que apresenta consideração INADEQUADA sobre o texto.


a) O autor critica o uso de insultos pelos candidatos à Presidência da República.
b) O autor defende que a Justiça Eleitoral utilize expedientes para impor limites nos embates entre os candidatos.
c) O autor lamenta que, no jogo eleitoral, as aparências sejam mais valorizadas.
d) De acordo com o texto, manter o horário eleitoral gratuito em nível elevado é tarefa impossível para a Justiça
Eleitoral.

62. Leia, com atenção, as afirmações sobre a construção da argumentação no texto apresentado:
I. O autor defende a tese de que, para manter o debate político, é preciso deixar os candidatos se manifestarem
livremente e deixar que os concorrentes possam rebatê-los.
II. O confronto entre posições dos candidatos, mediado pela Justiça Eleitoral, pode gerar informações relevantes
para que o eleitor conheça melhor os candidatos.
III. O autor demonstra a total impossibilidade de se definir o que seria aceitável em campanhas eleitorais.
Assinale:
a) se apenas a afirmação I for verdadeira.
b) se apenas as afirmações I e II forem verdadeiras.
c) se apenas as afirmações II e III forem verdadeiras.
d) se apenas as afirmações I e III forem verdadeiras.

63. Assinale a alternativa em que o que se diz entre parênteses tenha um valor equivalente à expressão extraída
do texto.
a) expedientes duvidosos (linha 2) (atitudes idôneas)
b) escamotear pensamentos e planos (linhas 4 e 5) (dissimular intenções)
c) choque dialético (linha 20) (diálogo entre os candidatos)
d) inestimável serviço ao eleitor (linhas 16 e 17) (esclarecimentos acerca da idoneidade do candidato)

64. Em todas as afirmativas, fica evidente o posicionamento do autor em relação ao que ele afirma, EXCETO:
a) “É claro que devem existir limites para os embates entre candidatos.”
b) “É evidente também que cabe à justiça fazer respeitá-los.”
c) “Seria também excelente se os postulantes só fizessem promessas que pudessem cumprir.”
d) “Suponha-se que o candidato A afirme que seu adversário, B, assaltou um banco em determinados local e
data.”

65. Em todos os trechos abaixo, os enunciados expressam a idéia de suposição, EXCETO:


a) “O ideal seria que os candidatos a ocupar a Presidência da República não se insultassem [...]
b) “E é de se indagar se conviria ao eleitor uma programação que fosse totalmente correta [...]
c) “A Justiça Eleitoral, ao tentar manter o horário eleitoral gratuito em nível minimamente elevado por meio de
decisões judiciais, pode estar em busca do impossível.”
d) “A melhor forma de manter o debate político é deixando que cada postulante diga o que bem entender” [...]

61
Português
Trabalhando pela sua conquista
RESPONDA ÀS QUESTÕES DE 66 A 69, ASSINALANDO, PARA CADA QUESTÃO:
a) se apenas uma das frases estiver de acordo com a norma culta escrita.
b) se apenas duas das frases estiverem de acordo com a norma culta escrita.
c) se as três frases estiverem de acordo com a norma culta escrita.
d) se nenhuma das frases estiver de acordo com a norma culta escrita.

66. I. Comentou que agiu prazeirosamente ao analizar as propostas.


II. A chuva enxarcou os bairros da cidade, tornando-se um impecilho para os cidadãos.
III. A recisão do contrato dos jogadores só foi possível porque não se mostraram pretenciosos.

67. I. A festa benificiente foi um sucesso apesar de o serviço de metereologia afirmar que iria chover.
II. Logo que o avião aterrissou, avaliou-se a extensão dos problemas.
III. A espontaneidade dos alunos universitários acabou com os privilégios dos professores.

68. I. Nossa obseção por novas notícias trouxe frustação para os diretores do jornal.
II. O rítmo das perguntas não permitiu que fossem comentadas as excessões das questões.
III. A intercessão dos deputados foi muito importante para que se evitasse a evasão dos alunos.

69. I. O comprimento das tarefas propostas viabilizou a retensão de todos os documentos.


II. Os marginais foram presos em fragante delito.
III. Ao inflingir a lei de trânsito, ele foi multado imediatamente.

70. Todas as palavras abaixo são paroxítonas e devem ser acentuadas graficamente, EXCETO:
a) acordão c) Nobel
b) têxtil d) polen

71. Assinale o substantivo que NÃO está acentuado adequadamente.


a) fluído c) ruína
b) ateísmo d) juízes

72. A separação silábica foi feita incorretamente em:


a) pers – pi – cá – cia c) abs – tra – ção
b) des – a – ten – ção d) ex – cur – sões

NAS QUESTÕES DE 73 A 75, OBSERVE COM ATENÇÃO A FLEXÃO DOS VERBOS DESTACADOS EM TODAS
AS SENTENÇAS. A SEGUIR, ASSINALE, PARA CADA QUESTÃO:
a) se apenas o item I estiver correto
b) se apenas o item II estiver correto
c) se apenas o item III estiver correto
d) se os itens I e III estiverem corretos

73. I. Os economistas intervieram no mercado.


II. Se eu ver o filme hoje, não sairei amanhã.
III. O livro que eu puser sobre a mesa deverá ser consultado.

74. I. Se ele transpor todos os obstáculos, não será necessária nossa presença.
II. É urgente virem mais cedo para as comemorações da escola.
III. O certo é que ele não possue mais as informações comentadas.

75. I. Nenhum dos alunos havia trago os cadernos de exercícios.


II. Se nós mantermos nossa opinião, ninguém nos incomodará.
III. Para que ele continue a pesquisa, é preciso fornecer mais dados
Observe a figura e responda a questão 76

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Português
Trabalhando pela sua conquista

Salvador Dalí nasceu na Espanha e foi um artista famoso do século XX.

76. Segundo o quadro acima é possível dizer que:


(A) As pessoas não entendiam a pintura.
(B) As pessoas entendiam a pintura.
(C) As pessoas achavam a pintura moderna.
(D) Dalí gostou da reação das pessoas.
(E) Dalí iria pintar um quadro muito melhor.

77. Observe os substantivos: casa, cachorro-quente, água e porco. Marque a alternativa que apresenta a
sequência correta com relação a classificação:
(A) Simples, simples, composto e simples.
(B) Simples, composto, composto e simples.
(C) Simples, composto, simples e simples.
(D) Composto, simples, simples e composto.
(E) Simples, simples, simples e composto.

78. Observe as palavras: raiz, mês, faca e amor. Marque a alternativa que apresenta o plural correto dessas
palavras.
(A) as raiz, os amores, facas e méis.
(B) Raízes, meses, as facas e amor.
(C) Raízes, meses, facas e amores.
(D) Raizeis, meseis, facas e amores.
(E) Raízes, mezeis, as facas e os amores.

79. Na frase: “O rapaz sergipano venceu o festival de música.” A palavra sergipano é adjetivo e indica:
(A) Qualidade.
(B) Estado.
(C) Lugar de origem.
(D) Qualidade e estado.
(E) Estado e lugar de origem.

80. A cidade de São Paulo é mais violenta do que a cidade de Aracaju. Marque a alternativa correta com
relação ao grau do adjetivo.
(A) Comparativo de superioridade
(B) Comparativo de igualdade
(C) Comparativo de inferioridade
(D) Superlativo de igualdade
(E) Superlativo de inferioridade

81. Observe a oração: A enfermeira assistiu rapidamente o paciente. O sentido correto do verbo assistir de
acordo com o contexto da frase é:
(A) presenciou

63
Português
Trabalhando pela sua conquista
(B) testemunhou
(C) acatou
(D) socorreu
(E) Não existe opção correta nessa questão

82. Relacione as colunas para indicar a circunstância dos advérbios e depois marque a alternativa que apresenta
a sequência correta.
a) modo
b) tempo
c) lugar
d) causa

( ) Onde ele mora?


( ) Por que você está triste?
( ) Como você faz esse bolo de leite?
( ) Quando podemos jogar cartas?

(A) d, c, a, b.
(B) a, d, c, b.
(C) c, d, b, a.
(D) c, d, a, b.
(E) b, c, d, a

Figura para as questões 83 e 84

83. De acordo com a figura acima, as pessoas parecem:


(A) Gostar da pintura.
(B) Não gostar da pintura.
(C) Não entender a pintura.
(D) Ser estudantes de arte.
(E) Não ser estudantes de arte.

84. Em “Grande ideia” no quadro acima é correto afirmar:


(A) O adjetivo em negrito está no grau positivo.
(B) O adjetivo em negrito está no grau comparativo.
(C) O adjetivo em negrito está no grau superlativo.
(D) O adjetivo em negrito está no grau superlativo sintético.
(E) O adjetivo em negrito está no grau superlativo analítico.

Observe a figura e responda as questões 85 e 86

64
Português
Trabalhando pela sua conquista

85. Em “Nosso cão” na figura acima o termo destacado:


(A) Concorda em gênero e número com o substantivo cão.
(B) Não concorda em gênero com o substantivo cão.
(C) Não concorda em número com o substantivo cão.
(D) Pertence a uma classe gramatical invariável.
(E) Não pertence a nenhuma classe gramatical.

86. A fala do menino que está atrás do cão no quadro acima:


(A) Tem o verbo ser.
(B) Não tem verbo.
(C) Não apresenta verbo ser.
(D) Não é frase declarativa.
(E) É frase imperativa.

Veja o texto:
1 Não se sabe ao certo quantos eram os
2 indígenas que habitavam o litoral brasileiro,
3 na época do descobrimento do Brasil.
4 Calcula-se que havia entre 500 mil e 1 milhão
5 deles, de Norte a Sul, entre os quais os
6 carijós, em Santa Catarina. Eram grandes
7 caçadores e pescadores. Eles se dedicavam à
8 agricultura; plantavam cará, feijão e mandioca,
9 base de sua alimentação. Fumavam tabaco e
10 bebiam cauim, uma bebida feita da
11 fermentação da mandioca. Viviam em aldeias,
12 geralmente com oito ocas para cerca de 600
13 habitantes. Andavam nus, mas pintavam o
14 corpo com esmero.
15 Três dias depois do descobrimento de nosso
16 país, um piloto da frota de Cabral encontrou
17 dois nativos em uma canoa.
18 Levou-os a bordo, onde foram recebidos com
19 honras. Cabral mandou servir-lhes pão, peixes
20 e figos; eles, no entanto, rejeitaram a
21 oferenda. Experimentaram vinho, que
22 cuspiram. Não se interessaram ao ver um
23 carneiro e mostraram-se muito assustados
24 com uma galinha. Em seguida, sem qualquer
25 cerimônia, deitaram-se no convés e dormiram.

(Adapt. Brasil: terra à vista! Eduardo Bueno, Porto Alegre: L&PM, 2003, p.94, 97-8.)

87. De acordo com o texto, é correto afirmar:


a) Quando o Brasil foi descoberto, moravam em Santa Catarina de 500 mil a 1 milhão de carijós.
b) Os índios do litoral brasileiro alimentavam-se apenas do que plantavam, como cará, feijão e mandioca.
c) Alguns indígenas de nosso litoral eram agricultores e caçadores, mas desconheciam a pesca.
d) Os índios do litoral brasileiro já conheciam o fumo e sabiam preparar uma bebida fermentada.
e) Os indígenas assustavam-se com galinhas, mas não com carneiros, que já conheciam.

88. Assinale a alternativa incorreta.


a) A palavra habitavam (linha 2) tem o mesmo sentido de moravam.
b) A palavra esmero (linha 14) equivale a exuberância.
c) A palavra havia (linha 4) pode ser substituída por existiam, sem que o sentido da frase se modifique.

65
Português
Trabalhando pela sua conquista
d) Com Calcula-se (linha 4) e geralmente (linha 12) o autor exprime dúvida, quanto à precisão dos dados
apresentados.
e) A expressão no entanto (linha 21) equivale a todavia.

89. Assinale a alternativa incorreta.


a) Fumavam (linha 9), Viviam (linha 11) e Andavam (linha 13) indicam ações continuadas, no passado.
b) Em Levou-os (linha 19) o os é pronome e se refere a dois nativos.
c) O pronome se, em Não se sabe (linha 1) e Calcula-se (linha 4), é símbolo de indeterminação do sujeito,
enquanto em Eles se dedicavam (linha 7) é reflexivo.
d) O que da linha 2 é pronome relativo, como quais (linha 5); ambos se referem a indígenas.
e) Na linha 14, a palavra mas indica gradação dos fatos apresentados.

90. Assinale V para verdadeiro e F para falso, observando o uso da norma culta da língua.
( ) O plural de abaixo-assinado, vice-diretor e
carro-forte é abaixo-assinados, vice-
diretores e carros-fortes.
( ) O plural de acórdão e lápis é acórdãos e os
lápis.
( ) O plural de comício monstro e arquivo
cinza é comícios monstros e arquivos
cinzas.
( ) O plural de sócio-político-econômico é
sóciopolítico- econômicos.
( ) São substantivos sobrecomuns, isto é, o
mesmo substantivo refere-se às pessoas do
sexo feminino e masculino: criatura, cônjuge,
pessoa.
( ) São substantivos femininos: alface, cal, sentinela;
são masculinos: champanha, dó, eclipse.

Assinale a alternativa que indica, de forma seqüencial e correta, as afirmativas falsas e verdadeiras.
a) V, F, F, V, V, V
b) V, V, V, F, F, V
c) F, V, F, V, V, F
d) V, V, F, V, V, V
e) F, F, V, F, V, F

91. Assinale a alternativa que apresenta interpretação correta.


a) Na frase Vossa Excelência será homenageado pelo Presidente da República, tem-se a certeza de que a
honraria será conferida pela Câmara Municipal de Brasília.
b) Na frase Os projetos que me enviaram estão em ordem; devolvê-los-ei tão logo seja possível, a promessa
indica que esses projetos serão devolvidos brevemente.
c) As frases Somos mais de mil candidatos e Ela mesma fez o discurso de posse têm o mesmo sentido de
Somos em mais de mil candidatos e Ela egoisticamente escreveu o discurso de posse.
d) A frase Um circuito na rede elétrica causou pânico nos moradores do bairro permite afirmar que os
“pipeiros” foram os responsáveis pelo apagão havido.
e) A frase No atual governo, a reforma política está gerando muita polêmica permite concluir que os partidos
políticos são necessários para o desenvolvimento do país.

92. Assinale a alternativa correta quanto ao emprego das palavras mau e mal.
a) Mau chegou, logo saiu para a festa de despedida.
b) Ela foi vencida por um mau terrível.
c) Escolheu um mal momento para justificar-se.
d) Ninguém o suportava pelo mal hálito.
e) Seu argumento está mal estruturado.

93. Em qual alternativa todas as palavras estão grafadas corretamente?


a) pesquiza – mágua – através – se eu quizer – desprezo – deichar – gesto
b) beneficiente – derrepente – meretíssimo – compreenção – construção
c) feixe – enxada – enxarcado – pexinxa – mexilhão – mexerico – xuxu
d) camponez – vertigem – a viajem – magestade – ojeriza – xadrês – toxa
e) consciente – privilégio – análise – reivindicação – repercussão – jeito

94. Assinale a alternativa em que a grafia das palavras está correta em relação ao contexto da frase.
a) É necessário descriminar melhor as despesas nesta nota fiscal.

66
Português
Trabalhando pela sua conquista
b) Após assistir a uma sessão de cinema, fomos comemorar o lançamento de Harry Potter.
c) A justiça infrigiu a pena merecida aos verdadeiros culpados.
d) O conserto da Orquestra Sinfônica foi aplaudido por todos os presentes.
e) Não creio que este fato seja impedimento para a sua ascenssão na carreira.

95. Assinale a alternativa em que todas as palavras estão acentuadas corretamente.


a) ítens – dígrafo – flúor – rubrica – núvem – pêsames – ânsia
b) juíz – juízes – têxtil – hífens – cárie – espontâneo – ônus
c) seminú – estética – eles veêm – elas têm – apêlo – reduzí-lo
d) dígito – biquíni – tênue – êxito – hífen – linguística – difícil
e) pólen – gráfico – notícias – jóvens – cônscio – óxitona – pajé

96. Assinale a alternativa correta quanto à concordância do verbo „ser‟.


a) Era duas da tarde quando a notícia foi veiculada.
b) Tudo foram desconfianças desnecessárias.
c) Nem tudo na vida é prazeres e ilusões.
d) Da minha casa até a de meu amigo é cinco quadras.
e) Isto será sonhos que jamais acontecerão.

97. Assinale a alternativa correta.


a) Vende-se apartamentos na praia mais bonita da ilha de Santa Catarina.
b) Precisam-se de pedreiros para pequenas reformas.
c) No futebol, nem sempre se obedecem às normas da CBF.
d) Vaiou-se, por longo tempo, os apresentadores.
e) Alugam-se casas para a próxima temporada de verão.

98. Assinale a alternativa correta quanto à concordância do verbo „fazer‟.


a) Vai fazer dez dias que não saio de casa.
b) Fazem dois meses que as notícias políticas surpreenderam o país.
c) Uma noite, fazem onze anos, eu estava passeando de carro novo.
d) Daqui a um mês, vão fazer três anos que a vida deles melhorou muito.
e) Dia 12 último, fizeram 25 anos de atividades filantrópicas.

99. Analise as frases abaixo:


I - O progresso chegou inesperadamente àquele bairro carente de infraestrutura.
II - À noite, todos os operários voltaram à fábrica para terminar os trabalhos.
III - Transmita esta informação à Sua Excelência.
Assinale a alternativa correta quanto ao emprego da crase.
a) Apenas a frase I está correta.
b) Apenas a frase II está correta.
c) Estão corretas as frases I e II.
d) Estão corretas as frases I e III.
e) Estão corretas as frases II e III.

100. Assinale a alternativa correta cuja frase expressa à ideia de finalidade.


a) À medida que passava o efeito da anestesia, a dor aumentava gradativamente.
b) Depois de descumprirem as orientações, eles prometeram agir consoante as normas institucionais.
c) Embora não tivesse culpa, o índio foi morto pelo homem.
d) Preparou-se muito para a entrevista, a fim de poder garantir o emprego.
e) Bem dizia Descartes: penso, logo existo.

GABARITO
01. E 02. E 03. C 04. C 05. C 06. E 07. E 08. C 09. E 10. C
11. E 12. E 13. D 14. B 15. E 16. C 17. C 18. C 19. A 20. B
21. A 22. C 23. D 24. D 25. B 26. B 27. D 28. C 29. A 30. D
31. B 32. C 33. A 34. B 35. C 36. D 37. A 38. C 39. C 40. A
41. C 42. B 43. D 44. B 45. A 46. D 47. C 48. A 49. B 50. C
51. B 52. E 53. C 54. A 55. E 56. A 57. D 58. B 59. D 60. A
61. D 62. B 63. B 64. D 65. C 66. D 67. B 68. A 69. D 70. C
71. A 72. B 73. D 74. B 75. C 76. A 77. C 78. C 79. C 80. A
81. D 82. D 83. A 84. A 85. A 86. A 87. D 88. B 89. E 90. D
91. B 92. E 93. E 94. B 95 D 96. B 97. E 98. A 99. C 100. D

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