Você está na página 1de 2

Referência bibliográfica: Lamoglia, Aliny.

Breve histórico da Psicopedagogia,


Aspectos neurobiológicos da aprendizagem. in: Psicopedagogia. v. 1. / Aliny
Lamoglia, Mara Monteiro da Cruz. - Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2014.166p.

Aspectos neurobiológicos da aprendizagem

Assim como a alimentação do bebê não é escolhida por ele próprio, mas pelos
pais, as informações captadas pelos 2 órgãos dos sentidos são provenientes do
meio cultural e dos cuidados prestados pelos adultos. A base biológica da
aprendizagem consiste na capacidade de o sistema nervoso fazer novas
combinações entre seus elementos e de mudar a eficiência das conexões (ou
sinapses) já existentes (HERCULANO- -HOUZEL, 2002). (p.28 - 29).

Quando a eficiência aumenta, a conexão entre dois neurônios fica “fortalecida”;


quando diminui, a conexão fica “enfraquecida”. Além do mais, nenhuma conexão
é fixa; uma conexão enfraquecida demais pode ser eliminada, e uma nova pode
ser feita em outro lugar, com outro neurônio. Fortalecer essas novas conexões,
estabilizando-as, é uma maneira de criar novas associações (ibid, p. 25). (p. 29).

A capacidade do cérebro de fazer e desfazer conexões de acordo com a


necessidade do indivíduo, proveniente de sua interação com o meio, deve-se à
plasticidade neuronal. Este cérebro dotado de plasticidade é o que os cientistas
estão conhecendo mais profundamente, através de modernos instrumentos que
possibilitam estudá-lo em pleno funcionamento. Observa-se que há mais
plasticidade no cérebro jovem; no entanto, as pessoas mais velhas podem
aprender com mais velocidade, desde que possam fazer associações entre o
conhecimento novo e o que elas já sabem. (p. 29).

Córtex cerebral é a camada mais externa do cérebro. Os lobos (lê-se “lóbos”) são as
principais divisões físicas do córtex cerebral; o lobo frontal é responsável pelo
planejamento consciente e pelo controle motor; o lobo temporal tem centros
importantes de memória e audição; o lobo parietal lida com os sentidos corporal e
espacial; o lobo occipital direciona a visão (SILVA, 1996). (p.31)

Comentários:

Entende-se que tudo que vai alimentar o cérebro para um desenvolvimento vem do
que está ao seu redor, família, ambiente, atividades e práticas são influências que
definem seu desenvolvimento. Isso irá alimentar o cérebro para que ele se
desenvolva. Sendo dessa forma, o processo de aprendizagem é receber novas
informações, podendo usar para tal, diversas fontes e maneiras para aumentar as
atividades, que o fará desenvolver cada dia mais.
Quanto mais informações forem passadas e diferenciadas os meios de
transmissões, mais forte será a eficiência do cérebro. Por isso não se deve deixá-lo
parar, ou seja, não passar informações, não aproveitar as suas potencialidades e
não estimulá-lo ao máximo. Deve-se sempre dar continuidade a novas
combinações, aumentando as conexões.
Não passar informações seria como uma sala de aula com pessoas que não
conversam entre si por falta de assunto. Seguindo dessa maneira não se conectam,
consequentemente o grupo é enfraquecido e improdutivo para certas atividades.
Bem assim é o nosso cérebro sem aprendizados diversificados. Ele precisa estar
em bastante uso para manter seu desenvolvimento progressivo e constante.
A plasticidade neuronal vai incrivelmente levar o cérebro a criar uma comunicação
na direção de outros neurônios. Ele irá se adaptar a uma nova necessidade,
serão outros neurônios sendo conectados e recebendo novas conexões.
Portanto, se queremos fixar o aprendizado devemos passar as informações de
formas diferenciadas, aproveitando a plasticidade neuronal na direção de novas
necessidades de aprendizado. Usando em favor da educação, faremos
ensinamentos com novas experiências como: usar o som, o toque, fala, movimentos
corporais, e etc.
Usando diversos neurônios e estimulando as conexões.
Fazendo crescer a potencialidade e fortificando a eficiência contínua do
aprendizado.
Por tanto, não se deve limitar a forma de aprender a algumas atividades repetitivas,
pois como vimos as sinapses não respondidas causarão enfraquecimento das
conexões, levando ao pouco desenvolvimento de algumas áreas do cérebro.
Deve-se ativar a plasticidade neuronal a favor de todo tipo de educação, já que
consiste em fazer novas conexões.
Seria proveitoso levar informações para o cérebro e fixá-las através de pinturas,
teatros, jogos, escrita e muitos outros.
Lembrando que o melhor período da plasticidade é o do cérebro jovem. Porém não
se deve não exercitar o cérebro mais velho, pois a plasticidade também existe,
mas de forma diminuída. Tendo que usar, na hora de passar as novas
informações, associando-se com o cotidiano e atividades decorrentes do seu dia a
dia, assim o aprendizado será mais bem fixado, pois as novas conexões sempre
deverão ser estimuladas.
Por tanto, os ensinadores devem conhecer e saber ativar as áreas no cérebro que
são responsáveis pelo: planejamento consciente, controle motor, memória, audição,
sentido corporal e espacial, e visão em prol do desenvolvimento da aprendizagem.

Você também pode gostar