Você está na página 1de 20

IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.

com

Impacto das Novas Tecnologias no Desenvolvimento Infantil

1. Qual a importância deste tema?

“Fico abismada quando vejo bebés e crianças já de tablet e telemóvel nas mãos. Às vezes são
tão pequeninos que nem os conseguem ainda pegar, mas há sempre qualquer coisa que os apoia
na mesa onde almoçam ou no espaço onde deveriam brincar. O pai, a mãe, um tio, um amigo,
um irmão, … todos se voluntariam para os expor à tecnologia desde bem cedinho. Parece até
que é já obrigatório que os miúdos tenham de ver o Panda, a Masha ou a Patrulha Pata enquanto
comem, ou serão inferiores aos filhos dos amigos se não o fizerem”. “Que orgulho desmedido
sinto na voz de alguns pais quando dizem “Ai, ele adora o Panda! Come a sopa toda enquanto
vê os vídeos!”. Boa mamãs e papás! Que bom! Mas, durante quanto tempo? O bebé está
disponível para descobrir o que come? Está recetivo para os novos sabores, para as novas
texturas? Estará alerta para um possível engasgo e sua resolução? Fica a reflexão”. E o atraso de
linguagem que já se prova existir em crianças que usam estes dispositivos desde os primeiros
meses e mesmo dias de vida? A sobreestimulação a que estão sujeitos? Tudo isto deveriam ser
dados a ter em conta! Sim, é mais fácil e cómodo, … as refeições demoram menos tempo, os
pequenos ficam mais sossegados, … isto a curto prazo! Mas, como será a longo prazo? Sim,
porque depois eles ganham vontade e nós já pouco mandamos em relação ao que eles vêm! O
que parece muito engraçado ao início, e nos alivia, depois torna-se desconfortável”. “É verdade,
porque para mim não é normal que enquanto os pais e familiares almoçam ou jantam uma
criança esteja completamente alheada do mundo e de todas as pessoas, apenas focada num
ecrã! … Longe vão os dias em que reunir-nos em redor da mesa era um momento sagrado de
partilha, de diálogo, … Hoje em dia, se for preciso, há um telemóvel ou mais por pessoa, para
miúdos e graúdos, … cada um fechado no seu “imenso mundo virtual”! Que pena, ..que tristeza,
“… “Um livro, uma pequena caixa de lápis, preenchem muito mais os momentos em família,…
e os guardanapos viram fantasmas, com pequenos olhitos e boca, … e imitamos com eles vozes
fracas, fortes, … de menino ou de menina, … misteriosas, curiosas, assustadas…. Que melhor
para alimentar a imaginação, para dar asas à criatividade e não alimentar a dependência dos
mais pequenos das tecnologias?”.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 1


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

“Em média, uma criança até aos 10 anos passa diariamente 8 horas na escola, enquanto o
tempo de interação exclusiva entre pais e filhos, também num registo diário, resume-se a 37
minutos. Os ecrãs ocupam mais de duas horas e meia por dia e os reclusos passam mais tempo
ao ar livre do que uma criança em idade escolar”. Pedro Strecht fala em pais exigentes e
perfecionistas, demasiado preocupados com o rendimento escolar dos filhos, e discursa sobre
aulas muito longas, com poucos intervalos, TPC em excesso e recreios fisicamente diminutos. A
tecnologia é também tema de conversa, com o pedopsiquiatra a acusar pais de usar tablets e
suas aplicações para “para colmatar pequenas coisas, muitas delas tarefas diárias do nosso dia-
a-dia que dão trabalho, confronto e insucesso”. Porque a tecnologia não pode servir de ama.

(Pedro Strecht, Observador, Outubro de 2018):

2. Domínios do Desenvolvimento.

Físico Cognitivo Psicossocial

• Crescimento do • Padrão de mudanças • Padrão de mudança


corpo e do cérebro. em capacidades nas emoções, na
• Inclui padrões de mentais, tais como, personalidade e nos
mudança nas aprendizagem, relacionamentos
capacidades memória, atenção, sociais.
sensoriais, habilidades linguagem,
motoras e saúde. pensamento,
raciocínio e
criatividade.

3. Desenvolvimento Psicomotor e da Linguagem: Sinais de Alarme.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 2


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

3.1. Postura e Motricidade Global:

Sinais de Alarme (variável de caso para caso, importa sempre fazer uma avaliação de
desenvolvimento por profissionais):

• Alteração do tónus ou um bebé/criança muito rija – pode ser preocupante.


• Mãos persistentemente fechadas.
• Quando não se mexe muito (tem de haver simetria e movimento).
• Assimetrias (i.e., quando mexem membros eles não mexem de igual forma).
• Ausência do controlo da cabeça.
• Aos 9 meses ainda não se senta.
• Aos 18 meses: andam sempre em bicos de pés; não andam sem apoio; quedas frequentes –
desajeitados.

3.2. Visuomotricidade:

Sinais de Alarme (variável de caso para caso, importa sempre fazer uma avaliação de
desenvolvimento por profissionais):
• Ausência de contacto visual com a mãe.
• Aos 6 meses não manipula nem transfere objetos.
• Aos 12 meses o bebé ainda não aponta e nem tem interesse.
• O estrabismo se for só até aos 6 meses, embora seja ocasional e não permanente.
• Aos 18 meses (sem pinça é preocupante).
• Aos 24 meses (se não tem capacidade de construção).
• Aos 36 meses (não copia uma linha/ não copia um círculo).

3.3. Audição e Linguagem:

Sinais de Alarme (variável de caso para caso, importa sempre fazer uma avaliação de
desenvolvimento por profissionais):

• Sobressalto ao menor ruído.


• Rastreio auditivo (97% faz-se à nascença); mas estão em falta os 3%.
• Se o bebé se assusta quando alguém se aproxima pode não estar a antecipar e prever aquele
barulho.
• Aos 9 meses: o bebé não palra (monossílabos e dissílabos).
• Aos 18 meses (não vocaliza espontaneamente).
• Aos 24 meses (não faz frases de 2 palavras/ não pronuncia palavras inteligíveis).
• Aos 36 meses (não faz frases simples e não compreende ordens simples).

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 3


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

• Aos 4 anos: gaguez; língua incompreensível.

3.4. Interação Social:

Sinais de Alarme (variável de caso para caso, importa sempre fazer uma avaliação de
desenvolvimento por profissionais):

• Aos 18 meses: não se interessa pelo que o rodeia nem estabelece contacto visual.
• Aos 24 meses: não procura imitar e é muito desajeitado socialmente.
• Aos 4 anos: sem interesse no jogo imaginativo nem se interessa em brincar com outras crianças
ou utilizar a imaginação e imitação no jogo.
• Hiperativo, distraído e de difícil concentração a maioria das vezes.

4. Piaget: Estádios do Desenvolvimento Cognitivo.

4.1. Método Clínico:


J. Piaget desenvolve um novo método clínico: Este método cumpre três grandes objetivos:

 Identifica a “inclinação natural da criança”.


 Permite aceder a processos de pensamento/raciocínio.
 Tem em conta o contexto de compreensão da criança.

4.2. Observação Direta:

Piaget considerava que o investigador pode usar esta observação para verificar que tipo de
questões espontâneas preocupam as crianças de uma certa fase desenvolvimental. Contudo, a
grande limitação da observação é que a criança raramente apresenta espontaneamente os seus
pensamentos e a forma de raciocinar.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 4


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

4.3. Estádios de Desenvolvimento Cognitivo:

5. Intervenção Precoce.

“A intervenção precoce consiste em proporcionar serviços multidisciplinares a crianças


vulneráveis ou com deficiência, do nascimento aos 3 anos de idade, e as suas famílias. Esses
programas destinam-se a promover o desenvolvimento, minimizar potenciais atrasos, remediar
os problemas existentes, prevenir a deterioração, limitar a aquisição de deficiências adicionais
e/ou promover um funcionamento familiar adaptativo. Os objetivos da intervenção precoce são
atingidos proporcionando serviços terapêuticos e desenvolvimentais as crianças, suporte e
ensino as suas famílias”.

Decreto-Lei nº 281/2009: Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI)

5.1. Objetivos da Intervenção Precoce:

a) Assegurar às crianças o desenvolvimento das suas capacidades (…);


b) Detetar todas as crianças com risco (…);
c) Intervir (…) em função das necessidades do contexto familiar;
d) Envolver a comunidade através de mecanismos articulados de suporte social.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 5


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

5.2. Plano Individual:

 Identificação dos recursos e das necessidades da criança e da família;


 Identificação dos apoios a prestar;
 Indicação da data de execução do plano;
 Definição da periodicidade da realização das avaliações, realizadas junto das crianças e
das famílias;
 Procedimentos que permitam acompanhar o processo de transição da criança para o
contexto educativo formal, nomeadamente o escolar;
 Articulação com o Programa Educativo Individual, aquando da transição das crianças
para a frequência de jardins-de-infância ou escolas básicas do 1º ciclo;
 Identificação dos recursos e das necessidades da criança e da família;
 Identificação dos apoios a prestar;
 Indicação da data de execução do plano;
 Definição da periodicidade da realização das avaliações, realizadas junto das crianças e
das famílias;
 Procedimentos que permitam acompanhar o processo de transição da criança para o
contexto educativo formal, nomeadamente o escolar;
 Articulação com o Programa Educativo Individual, aquando da transição das crianças
para a frequência de jardins-de-infância ou escolas básicas do 1º ciclo.

6. A utilização das novas tecnologias pelas crianças: prós e contras.

6.1. Prós:

 O nosso dia-a-dia cada vez mais rodeado de tecnologia (tablets, computadores,


videojogos…); na escola, em casa e em todo o lado… Sabemos que as crianças começam
a aprender através da estimulação precoce destas tecnologias, desde cedo, muitos
conceitos que outrora não acontecia.
 As crianças que contactam mais com as novas tecnologias têm tendência a ter mais
competências na área da escrita.
 Coordenação olho-mão (As crianças ao interagirem com os equipamentos eletrónicos
desenvolvem este tipo de competência; como por exemplo saberem qual o botão certo
a pressionar para que implique uma ação desejada).

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 6


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

 Acesso a informação mais rica (Estes instrumentos também dão acesso à criança
aprender um vocabulário mais rico e permite a descoberta de assuntos de interesse
através da pesquisa on-line).
 Apela à estimulação da leitura e desperta a curiosidade na descoberta do mundo (a
longo prazo ao utilizarem estes recursos digitais favorecendo o querer e o aprender
dentro e fora da escola).
 Competências linguísticas (As crianças podem questionar o que quiserem perante um
equipamento eletrónico tendo em conta o seu desejo de pesquisa. Assim, ao longo do
tempo, o vocabulário e o nível de aprendizagem poderá ser estimulado e aumentar
tornando-se mais rápida no processamento). Favorecer a diversificação das formas de
representação e do uso da linguagem.
 Resolução de Problemas (Alguns websites e jogos interativos ajudam as crianças a
resolver problemas quando trabalham para superar o nível seguinte. Inclusive
aprendem ainda como resolver questões dos aparelhos ou mesmo nos jogos – quando
eles não funcionam corretamente, por exemplo).

6.2. Contras:

 O Telemóvel e/ou tablet antes de dormir afeta o sono e o desenvolvimento infantil.


 Crianças que têm acesso a novas tecnologias, como telemóveis e tablets, na hora de
dormir, estão sujeitas a desenvolver uma série de problemas de comportamento e de
saúde.
 Uma pesquisa do King's College, de Londres, reuniu dados de 125.198 crianças e
adolescentes entre os 6 e os 19 anos de idade, em diversos países e detetou efeitos
negativos na utilização de aparelhos eletrónicos no período de descanso em diferentes
graus de gravidade. Os investigadores verificaram que os problemas mais comuns são
desde a interferência na qualidade do sono a doenças como a obesidade e a depressão
infantil (BBC Brasil, 8 janeiro de 2018).
 Além dos efeitos sobre o sono e a propensão a desenvolver doenças, os investigadores
mostraram que deixar o telemóvel ou o tablet no quarto das crianças, mesmo que eles
não os utilizem, também afeta o período de descanso. A mera expetativa de receber
mensagens nas redes sociais deixa as crianças e adolescentes em estado de alerta (BBC
Brasil, 8 janeiro de 2018).

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 7


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

 De acordo com a neurologista, a curto prazo, os "prejuízos, às vezes, não são


percetíveis". Mas a falta de sono "pode interferir no rendimento cognitivo porque o
processamento de memória, que ocorre na segunda metade da noite, provavelmente
não aconteceu ou não acontecerá de maneira satisfatória" (BBC Brasil, 8 janeiro de
2018).
 A curto prazo, pode afetar a consolidação de informações recém-aprendidas porque
vai ter um sono mais superficial, mais fragmentado e não reparador“ (Leonardo
Goulart). Ele explica que as atividades cerebrais que assimilam os conhecimentos
adquiridos durante uma aula, por exemplo, ocorrem durante o sono profundo. É nesse
momento que o cérebro processa, revisa e armazena a memória (BBC Brasil, 8 janeiro
de 2018).
 Um outro estudo refere que 51% das crianças com menos de 8 anos usa aplicações em
aparelhos digitais (Observador, outubro de 2018).
 Relacionamento e competências sociais (as crianças não passam o tempo suficiente
com a família e os amigos presencialmente; muitas vezes estão conectadas a estes
equipamentos virtualmente).
 Problemas de Saúde (O uso excessivo das novas tecnologias faz com que a criança passe
menos tempo ao ar livre e menos tempo a fazer exercício físico – correr, brincar, ou seja,
atividades em que queimam mais calorias).
 Perigos da internet (Há vírus que são perigosos e que encaminham as crianças para sites
pornográficos online, entre outros).
 Aumenta a agressividade e a frustração nas crianças (Existem jogos que potenciam este
tipo de emoções negativas e fazem com que a criança transponha estas emoções para
a realidade).
 Num ambiente de segurança, o cérebro de alguém que sofreu um trauma regenera-se
“muito mais rapidamente do que imaginamos”. Mas, atenção, avisa o psiquiatra Boris
Cyrulnik, uma criança que cresce a olhar para ecrãs não consegue desenvolver empatia
(Público, fevereiro de 2019).
 Muito do processo de regeneração de um cérebro que sofreu um trauma passa pela
segurança mas também pela empatia com os outros. Ora, atualmente, com a presença
constante da tecnologia nas nossas vidas, é precisamente a capacidade de criação de
empatia que começa a estar em risco.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 8


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

 A frequência excessiva nos dispositivos eletrónicos pode prejudicar diretamente o


desempenho escolar do aluno, visto que o estado de abstinência relacionada com a
tecnologia pode provocar sintomas como delírio e alucinações.
 A exposição exagerada aos meios tecnológicos pode também causar algumas
adversidades à saúde das crianças, a título de exemplo: problemas de visão (por muito
tempo expostas bem próximas à luz das telas).
 A distração/recusa das tarefas quotidianas/rotinas, como ir tomar banho, dormir e
alimentar-se à hora certa pode ser outro dos pontos desfavoráveis.
 Os jovens que passam mais de três horas por dia em frente a ecrãs mexem-se menos,
encontram-se menos com os outros, têm mais depressões e, sobretudo, param o
desenvolvimento da empatia (Público, fevereiro de 2019).
 Quando as crianças são criadas com ecrãs, são privadas da interação, das palavras, do
piscar de olhos, dos sorrisos; com um ecrã não há rituais de interação (Público,
fevereiro de 2019).

7. A nova tecnologia no desenvolvimento da criança: ameaça ou potencialidade?

O jogo online mais popular do mundo, que supera os 200 milhões de utilizadores
registados, encanta crianças cada vez mais novas. Numa escola primária do Montijo, as aulas
passaram a decorrer de forma diferente por causa do Fortnite. Também os psicólogos começam
a receber casos de pré-adolescentes com dependência do videojogo e pedem aos pais para
estarem atentos. Pedro Hubert é psicólogo e dá apoio, no Instituto de Apoio ao Jogador, a
pessoas viciadas no jogo. Os casos que tem acompanhado relacionados com videojogos eram
sobretudo de estudantes universitários, que se mudaram para Lisboa sozinhos e a quem os

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 9


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

estudos não estavam a correr tão bem. "Mas comecei a ter alguns pacientes com 15 anos e já
tive um com 13, que devem ter começado a ter problemas antes, porque eles só chegam aqui
quando o problema é muito grande e manifesto" (Diário de Notícias, 20 janeiro de 2019).

Em novembro do ano passado o Professor começou a notar alterações no comportamento dos


rapazes: ficaram "mais agressivos, nervosos, entre eles havia conflitos, picardias frequentes,
até chantagem". E chegadas as avaliações intercalares, as notas "desceram, mesmo no caso
dos muito bons alunos" (Diário de Notícias, 20 janeiro de 2019).

“O ambiente digital está alterar o nosso cérebro de forma inédita” (Pensar Contemporâneo,
Susan Greenfield, Dezembro de 2018):

• As tecnologias digitais afetaram nosso cérebro da mesma forma que qualquer outro
elemento que faça parte do nosso quotidiano.

• O mais crítico é a forma como nossa vida em rede mudou a formação da nossa
identidade, tornando-a dependente da visão das outras pessoas.

• Altera a forma como nos relacionamos com os outros e a distribuição do nosso tempo
para determinadas atividades.

Como é que o ambiente virtual pode afetar o cérebro?

• Pelo impacto das redes sociais na identidade e nos relacionamentos.


• Pelo impacto dos videojogos na atenção, agressividade e dependência.

Mas afinal o que é a adição à internet e às novas tecnologias?

• Preocupações, impulsos e comportamentos excessivos e angústia representam alguns


dos principais sintomas.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 10


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

“Está a existir um crescimento alarmante da PHDA. Sabemos que a prescrição de drogas como
a ritalina, a concerta usadas para PHDA, triplicaram, quadruplicaram nos últimos 10 anos … Há,
porém, outro fator importante: a causa pode ser a utilização excessiva das tecnologias digitais”.
Será que as crianças estão viciadas nos videojogos? E estão a medicar estas crianças porque
supostamente teriam o diagnóstico de PHDA… “injetando” mais dopamina no cérebro das
crianças? (Pensar Contemporâneo, Susan Greenfield, Dezembro de 2018).

8. Contribuição das novas tecnologias no processo de aprendizagem.

O treino contínuo da mente favorece o aumento do fluxo sanguíneo no cérebro que transporta
os nutrientes e o oxigénio necessário para o seu funcionamento. Sendo assim, o treino cognitivo
permite intensificar a atividade cerebral em áreas responsáveis por determinadas funções
cognitivas. Esta atividade contínua estimula a produção de neurotransmissores e a circulação
destes pelas restantes áreas cerebrais, originando a estimulação difusa que permite a melhoria
da atividade cerebral global, melhor performance e mais vitalidade.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 11


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

8.1. Vantagens do Treino Cognitivo:

 Aumento das suas reservas cognitivas (Atenção, Concentração, Perceção, Memória,


Linguagem, Cálculo, etc.);
• Favorece a plasticidade cerebral, pelo aumento de sinapses entre as células do cérebro, os
neurónios;
• Retarda o aparecimento de quadros demenciais e, após estabelecidos, retarda o seu
desenvolvimento;
 Promove a região hipotalâmica, responsável pelos mecanismos automáticos de sobrevivência
do corpo, regulação do sono, comportamento sexual e emoções relacionadas com raiva e
prazer;
• Promove a auto estima e atenua/resolve receios de doenças degenerativas, melhorando a
qualidade de vida e a autonomia;
• Reabilita competências cognitivas, comprometidas por depressões, perturbações do sono,
distúrbios da atenção e da memória, quadros demenciais, alterações neuropsicológicas, etc.

• Ensinam a pensar.
• Resolver problemas.
• A criatividade.
• A metacognição.
• Aprender a aprender.
• Aprender a estudar.
• Aprender a ensinar.
• Memória.
• Aprender a aplicar o conhecimento.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 12


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

8.2. Centro de Recursos de Tecnologias de Informação e Comunicação (CRTIC):

• Serviços especializados que têm como missão apoiar as escolas na promoção do sucesso
educativo dos alunos sempre que sejam necessários produtos de apoio, procedendo à
prescrição, ao aconselhamento, seleção e adaptação dos mesmos.

• Os CRTIC procedem à avaliação das necessidades dos alunos, a pedido das escolas, para
efeitos da atribuição de produtos de apoio de acesso ao currículo.

• Os produtos de apoio incluem desde baixas tecnologias, como engrossadores de lápis


ou suportes para teclado, a altas tecnologias como computadores ou dispositivos
eletrónicos de comunicação aumentativa. Um produto de apoio será adequado a um
determinado utilizador se lhe permitir realizar as tarefas e as atividades necessárias nos
seus contextos de vida.

9. Noções de Cyberbullying.

• Estudo do ISPA mostra também que 13% dos casos são graves, podendo implicar
isolamento e comportamentos violentos. “Percebemos que a dependência da Internet
é generalizada”, sintetiza a investigadora da Unidade de Intervenção em Psicologia do
ISPA (Público, novembro de 2014).

• Alguns adolescentes deixam para trás um percurso académico de bom nível para se
fecharem no quarto a jogar computador dia e noite. O isolamento em relação à família,
as mudanças de comportamento, os casos de violência inexplicável face ao insucesso
num jogo digital ou à proibição de continuar ligado são outros comportamentos comuns
(Público, novembro de 2014).

9.1. Definição.

Este problema associa-se muitas vezes a jovens e crianças - mais suscetíveis a possíveis
interações com outros pares. Embora um caso de cyberbullying possa ser ultrapassável,
alguns casos podem ganhar tais dimensões, que deixam a vítima em estado de
desespero.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 13


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

9.2. O que pode correr mal?

Este fenómeno tem-se tornado cada vez mais comum, assumindo proporções variadas.
O que geralmente ocorre é um utilizador anónimo (recorrendo a perfis falsos, contas
sem informação ou até roubo da identidade de outros utilizadores), através das redes
sociais, e-mails, SMS, fóruns ou quaisquer outros mecanismos de comunicação, com o
objetivo de transtornar o outro utilizador. O agressor pode fazê-lo de diferentes formas
– através de ameaças, – denegrir a sua imagem, causando sempre períodos de
sofrimento e/ou stress. Existem algumas redes sociais/aplicações que foram sinalizadas
como propícias ao Cyberbullying nomeadamente aplicações que permitem o anonimato
como é o caso do Ask.FM e Snapchat.

9.3. Exemplos.

• Humilhação pública: Recorre-se às redes sociais ou ao envio de mensagens de


correio eletrónico em massa para outros utilizadores, contendo imagens ou
outros conteúdos que coloquem em causa a reputação da vítima.
• Envio de malware: Caso o agressor possua conhecimentos suficientes, poderá
efetuar o envio de vírus e malware como forma de prejudicar a vítima.
• Ameaça e Perseguição: Através do computador e smartphones, os agressores
enviam sistematicamente mensagens ameaçadoras ou de ódio aos seus alvos.
• Roubo de identidade: Ao obter acesso às palavras-passe da vítima, o agressor
entra nas várias contas da vítima, acedendo ilicitamente a várias informações
sobre a vítima em questão e causando vários problemas, como o envio de
mensagens de conteúdo inapropriado para os contactos da vítima.

10. Utilização adequada, didática e educativa das novas tecnologias nas crianças.

• Recomenda-se que os pais observem o que os filhos estão a assistir e, se possível,


bloqueiem alguns aplicativos ou sites inapropriados para elas. A mesma
recomendação se aplica para a televisão, o smartphone e os demais aparatos
tecnológicos.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 14


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

• Frente ao exposto defende-se o uso das tecnologias digitais como ferramentas que
exercem o papel de facilitar a vida e não de substituir relações, porque estas são
importantes para a aprendizagem das crianças.

• Colocar filtros parentais (utilizar estes sites):


https://www.netnanny.com/
https://www.cybersitter.com/
https://www.qustodio.com/pt

• Definir um limite de tempo para o jogo;

• Impor requisitos para jogar como ter boas notas;

• Estar atento à relação do filho com o jogo, para que este último não possa ser usado
como um refúgio;

• Pode ainda contactar a Linha de ajuda SOS perturbação de jogo (968 230 998), que
apoia pessoas com problemas de abuso, dependência ou adição ao jogo.

• Os pais devem estar atentos à forma como os filhos jogam online;

• Perceber quem está do outro lado do ecrã quando os jogos envolvem outras pessoas;

• Conhecer o jogo, se possível experimente, e confirme que é adequado à idade do


jogador;

• Conversar com os filhos sobre aspetos relacionados com a segurança no jogo;

• Apesar de o Fortnite ser gratuito, o jogo inclui compras dentro da aplicação, para a
aquisição de extensões, personagens, bónus, roupas, armas e equipamentos.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 15


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

10.1. Dicas rápidas de parentalidade digital – crianças com menos de 8 anos:

 Esteja ao lado dos seus filhos quando eles estiverem online, para saber o que estão a
ver e conversar com eles sobre isso.
 Mantenha o computador atualizado com os softwares de firewall, antivírus e
antispyware mais recentes.
 Se optar por controlos e filtros parentais, aproveite ao máximo as funcionalidades
disponíveis.
 Garanta que as definições de privacidade estão no nível máximo em todos os
dispositivos utilizados pelos seus filhos.

10.2. Dicas rápidas de parentalidade digital – crianças dos 9 aos 12 anos:

 Não proíba os seus filhos de aceder à Internet, porque irão fazê-lo de qualquer forma e
sem o seu conhecimento, o que pode envolver mais riscos.
 Fale com os seus filhos sobre o que fazem na Internet, que sites visitam, com quem
falam e em que momentos se ligam.
 Ensine-os a salvaguardar a sua privacidade online e a nunca partilhar informações
pessoais identificáveis.
 Ensine-os a bloquear e denunciar pessoas.
 Estabeleça laços de confiança, para que os seus filhos venham ter consigo e peçam
ajuda se acontecer alguma coisa.

10.3. Dicas rápidas de parentalidade digital – adolescentes dos 13 aos 17 anos:

 Encoraje o seu filho adolescente a falar consigo sobre quaisquer problemas que tenha,
tanto online como offline.
 Faça um acordo familiar sobre a utilização de tecnologias de informação com o seu
filho adolescente, para encorajar uma utilização adequada e equilibrada da tecnologia.
Nesse acordo, diga quais são as suas expetativas quanto à utilização da tecnologia.
 Preste atenção ao modo como o seu filho adolescente interage com a tecnologia: fica
mais agitado, irritável, zangado ou reservado? Esteja preparado para intervir e dar
apoio. Se notar alguma mudança de comportamento, fale com ele e, se for necessário,
procure o apoio de outros pais, da escola ou de profissionais de saúde.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 16


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

11. Estimulação adequada nas crianças/jovens que poderá ser feita através das
novas tecnologias.

1) ATENÇÃO.
2) RACIOCÍNIO LÓGICO.
3) COMPETÊNCIAS SOCIAIS E EMOCIONAIS.
4) MÉTODOS DE ESTUDO.
5) EDUCAÇÃO PARA A SEXUALIDADE.
6) COMPETÊNCIAS FUNCIONAIS/AUTONOMIA.
7) LITERACIA FINANCEIRA.

11.1. Programas Informáticos que já existem (Exemplos):

• Programa COGMED.

• Programa de Estimulação Neuropsicológica da Cognição em Escolares (PENce).

• Programa de Reforço e de Execução (PREP).

• COGENT (Enfoque de Aprendizagem Cognitiva).

• COGWEB.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 17


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

12. Bibliografia.

• Araújo, L.C., Coelho de Brito, M.C., Ferreira, A.L., Baracho, B.P.S.B., Machado, Y.S.R., Vieira, M.C.L., &
Martins, C.A. (2018). Jogos Digitais na Educação Infantil: Contribuições para o Processo de Aprendizagem.
III Congresso sobre tecnologias na educação (Ctrl+E) Cultura Maker.

• Bringuier, J.C. (1978) Conversas com Jean Piaget. Lisboa: Livraria Bertrand.

• Brown, Z. (Ed.) (2016). Inclusive Education – Perspectives on Pedagogy, Policy and Practice. New York:
Routledge.

• Costa, J. S., & Paiva, N.M.N. (2015). A influência da tecnologia na infância: desenvolvimento ou ameaça.
Psicologia.pt – o portal dos psicólogos.

• Da Silva, S.B. (2009). A relação dos jovens com os media. Ciclo de estudos conducente ao grau de mestre
em ciências da educação, Área de Especialização em Tecnologias Educativas, Universidade de Lisboa:
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação.

• Gruber, H., E. & Vonèche, J. J. (Eds.). The Essential Piaget: An Interpretative Reference and Guide.New
Jersey: Jason Aronson.

• Piaget, J. Psychologie et Epistémologie. Paris: Editions Gonthier.

• Piaget, J. & Inhelder, B. (1997). A Psicologia da Criança. Porto: Edições Asa.

• Piaget, J. (1973). To understand is to invent: The future of education. New York: Grossman.

• Strawhacker, A., Portelance, D., Lee, M., & Bers, M. (n.d.) Designing Tools for Developing Minds: The Role
of Child Development in Educational Technology. Developmental Technologies.

• Taylor, R. L. (2000). Assessment of exceptional students. Educational and Psychological procedures (5th ed;
cap 4). Boston; Allyn & Bacon.

• American Psychiatric Association (2013). DSM-V: Manual de Diagnóstico e Estatística das


Perturbações Mentais (4ª Ed.). Lisboa: Climepsi Editores.

• Barros de Oliveira, J. H. (2009). Psicologia da Educação (Vol.3). Oliveira de Azeméis: Legis Editora.

• Canaan, M. Ribeiro, L., & Paolla, Y. (2017) Tecnologias digitais e influências no desenvolvimento
das crianças. Universidade, EaD e Software Livre.

• Harris, K.R. & Meltzer, L. (Eds.) (2015). The power of peers in the classroom – enhancing learning
and social skills. New York: The Guilford Press.

• Keengwe, J. & Onchwari, G. (2009). Technology and Early Childhood Education: A Technology
Integration Professional Development Model for Practicing Teachers. Early Childhood Educ J,
37:209–218, doi: 10.1007/s10643-009-0341-0.

• Piaget, J. (1926). A Representação do Mundo na Criança. Várias versões

• Pires, C., Azevedo, L., & Brandão, S. (2006). Psicologia B 12: A Entrada na Vida (Parte 2). Lisboa:
Areal Editores.

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 18


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

• Ponte, C. (2011). Uma geração digital? A influência familiar na experiência mediática de


adolescentes. Sociologia, problemas e práticas, 65: 31-50.

• Madalena, E. V. (2013). Netiqueta: As regras sociais de comportamento e comunicação na


internet. FLUP.

• Milovidov, E. (2017). PARENTALIDADE NA ERA DIGITAL - Orientação parental para a proteção


online de crianças contra a exploração sexual e o abuso sexual. Ordem dos Psicólogos
Portugueses.

• Simões, M. R., & Almeida, L. S. (2004). A importância da dimensão relacional na avaliação


psicológica. Psychologica, Número Extra-Série, 333-341.

• https://www.coe.int/en/web/children

• https://joanaaterapeutaeamae.wordpress.com/2018/08/30/alternativas-ao-uso-do-tablet-e-
telemoveis-com-os-mais-
pequeninos/?fbclid=IwAR0ILYnJOOKStpxg3dRFhcvHCxIWqoRg18ehnJ5Mgyrf0O6-SR_-SbPo8RA

• https://observador.pt/especiais/pedro-stretch-uma-crianca-passa-menos-tempo-ao-ar-livre-
do-que-um-
recluso/?fbclid=IwAR1kgzbnT9dFb6D2noKJaLVK_xDSGPDaqFEbxZImg0nIloNhxBHp3FnjmNE

• https://www.pensarcontemporaneo.com/susan-greenfield-ambiente-
digital/?fbclid=IwAR0XeBBvCY6BeWMm349ehORZYJS1megyZUOr6JM1cmPDanRSB7foiU81txE

• https://www.dn.pt/vida-e-futuro/interior/ha-uma-nova-ameaca-nas-salas-de-aulas-chama-se-
fortnite--
10456314.html?fbclid=IwAR1WHKoxPu2TQhD8z0vo59AOQ1fiBYSG7DvYcjKTbWYWdlkjbh5NMh
iuOvM

• http://recursos.ordemdospsicologos.pt/programas/programas/32

• https://casel.org/guide/

• https://www.internetsegura.pt/riscos-e-prevencoes/cyberbullying#what

• https://www.youtube.com/watch?v=xZE5efZzzQE&t=21s (vídeo sessão 1)

• https://www.youtube.com/watch?v=7Mp_hYhmbgk&t=139s (vídeo sessão 1)

• https://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/2017-02/5339770-web360.mp4 (vídeo
sessão 2)

• https://www.youtube.com/watch?v=LSB17LbYLJ4 (vídeo sessão 2)

• https://www.youtube.com/watch?v=ucBS3tbBAss (vídeo sessão 3)

• https://www.youtube.com/watch?v=Z70iJXM2v-w (vídeo sessão 3)

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 19


CAROLINA NEVES
IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL carolinafs.neves@gmail.com

• https://www.youtube.com/watch?v=fA5S7y_SDc8&t=57s (vídeo sessão 3)

CPF – CENTRO DE PSICOLOGIA E FORMAÇÃO 20


CAROLINA NEVES

Você também pode gostar