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Intervenção em Crise

MÓDULO I: DEFINIÇÃO DE CONCEITOS

1. EXPLORAR O CONCEITO DE CRISE, CATÁSTROFE E EMERGÊNCIA

CRISE:

A(s) crise(s) ocorre(m) quando acontecimentos stressantes sobrecarregam a


capacidade dos indivíduos para lidar efetivamente com ameaças ou desafios
percebidos. Correspondem a períodos de desequilíbrio (psicológico, social ou
económico) que acarretam diversos problemas para o indivíduo, que não os
consegue resolver recorrendo unicamente às suas estratégias e recursos
habituais.
A(s) crise(s) ocorre(m) na nossa vida por muito que as tentemos evitar. São
experiências desagradáveis que nos levam para fora da nossa “zona de
conforto”, de certeza e previsibilidade. Frequentemente, quando pensamos em
crise, pensamos em desastres inesperados, como um acidente de carro ou
catástrofe natural. No entanto, as crises variam substancialmente em tipo e
severidade. Muitas vezes, a crise é uma parte previsível do ciclo de vida ou uma
crise existencial, referente a conflitos internos, sentido da vida e espiritualidade.
Desta forma, uma crise não se refere necessariamente a uma situação ou
acontecimento traumático, mas à reação do individuo a um evento. Um
individuo pode ser profundamente afetado por determinada situação e outro não
sofrer qualquer efeito.
A palavra chinesa para crise bem os componentes de uma crise, uma vez que é
formada pelos caracteres que correspondem ao “perigo” e à “oportunidade”.
Uma crise pode representar um obstáculo, um trauma ou uma ameaça, mas
também representa uma oportunidade (de crescimento ou de declínio).

Informação recolhida em: http://recursos.ordemdospsicologos.pt/files/artigos/contr_psic_crises.pdf

CATÁSTROFE OU CALAMIDADE:

Significa desgraça pública, flagelo. Situação anormal, provocada por desastres.


Destrói a maior parte de uma comunidade; Impede aos serviços locais fazer seus
deveres; Provoca uma interrupção na maioria das funções da comunidade; Impede às
comunidades adjacentes o envio de ajuda.
Informação recolhida em:

Elaborado por: La Salete Pires


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www.prociv.pt 

QUAL A DIFERENÇA ENTRE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA?

A principal diferença entre esses dois estados é que uma emergência apresenta
ameaça imediata para o bem-estar, enquanto a urgência é uma ameaça em um futuro
próximo, que pode vir a se tornar uma emergência se não for solucionada.
Na emergência, o aparecimento é súbito e imprevisto, exigindo solução imediata, e na
urgência não, porém a solução deve ser em curto prazo.

O QUE É EMERGÊNCIA?

A emergência é considerada uma situação em que a vida, a saúde, a propriedade ou o


meio ambiente enfrentam uma ameaça imediata. Em situações de emergência, devem
ser tomadas medidas súbitas, para evitar que a situação se agrave.
A definição de emergência varia de acordo com os órgãos que respondem às situações
de emergência, como bombeiros, ou hospitais. O governo é responsável por estabelecer
os padrões, pois são eles que gerenciam as emergências.

Tipos de emergências

 Perigo para a vida: quando a vida está em perigo devido a desastres naturais. É
a mais alta prioridade, uma vez que a vida humana é considerada a coisa mais
importante;
 Perigo para a saúde: quando alguém precisa imediatamente de alguma ajuda
em relação à sua saúde, para que sua vida não esteja em perigo no futuro próximo;
 Perigo de propriedade: quando a propriedade está em perigo, como em um
incêndio na construção;
 Perigo ao meio ambiente: como incêndios florestais e vazamentos de óleo.

O QUE É URGÊNCIA?

A urgência é um estado em que não há risco imediato à vida, à saúde, à propriedade ou


ao ambiente. Porém, se não for atendida num determinado período de tempo, a situação
pode se transformar em uma emergência.

Elaborado por: La Salete Pires


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Os padrões de urgência também são estabelecidos pelo governo e pelos órgãos que
cuidam deles. A definição de urgência é diferente para profissionais de medicina, para
pilotos ou outros profissionais.

2. PAPEL DO PSICÓLOGO NUMA INTERVENÇÃO EM CRISE;

Elaborado por: La Salete Pires


Intervenção em Crise

Elaborado por: La Salete Pires


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Quadro 1- Fases/Estágios de uma Proposta de Intervenção em Crise

Elaborado por: La Salete Pires


Intervenção em Crise

Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Elaborado por: La Salete Pires


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Informação recolhida em: http://recursos.ordemdospsicologos.pt/files/artigos/contr_psic_crises.pdf

Elaborado por: La Salete Pires


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3. EXPOSIÇÃO AO STRESS;

STRESS – DEFINIÇÃO

O stress é uma resposta fisiológica e comportamental normal a algo que aconteceu


ou está para acontecer que nos faz sentir ameaçados ou que, de alguma forma, perturba
o nosso equilíbrio. Quando nos sentimos em perigo real ou imaginado, as defesas do
organismo reagem rapidamente, num processo automático conhecido como reação de
"luta ou fuga” ou de “congelamento", é a resposta ao stress.

Inicialmente, o stress pode ser positivo, contudo para além de um certo nível, este deixa
de ser proveitoso e começa a prejudicar gravemente a saúde, a alterar o humor, a
produtividade, os relacionamentos e a qualidade de vida, em geral. São as diferentes
fases do stress (v. adiante eustress e distress).
Devemos saber reconhecer os seus sinais e sintomas e, consequentemente, tomar
medidas para minimizar os efeitos do stress.

Mesmo de curta duração, o stress pode ter impacto no organismo. O stress agudo
causado por uma desavença com o seu cônjuge ou por um evento mais dramático como
um terremoto, um acidente, entre outros, pode assumir um impacto ainda maior.
Quando sujeito a períodos mais longos, o stress pode tornar-se crónico ou atingir uma
situação limite, conhecida como burnout. Veja, de seguida, quais são os diferentes tipos
e fases do stress.

TIPOS, FASES DE STRESS

Podemos identificar dois tipos de stress: O stress positivo e negativo. A fase positiva
(stress positivo) também é conhecida como eustress e a fase negativa (stress negativo)
como distress.
Ou seja, o stress nem sempre é negativo. Em pequenas doses, pode ajudar-nos a
trabalhar sob pressão e motiva-nos a fazer o nosso melhor. Pelo contrário, quando
atinge níveis elevados, o corpo e a mente pagam o seu preço.

Elaborado por: La Salete Pires


Intervenção em Crise

Stress positivo
O stress positivo ajuda-o a manter-se centrado no objetivo que pretende alcançar,
enérgico e alerta. Durante uma apresentação estimula a sua concentração ou pode levá-
lo a estudar para um exame quando já está cansado e preferia estar a realizar outra
atividade, em alternativa.
Em situações de emergência, pode salvar-lhe a vida, dando-lhe a força extra para se
defender, mobilizando-o a agir. Na verdade, ele protege-nos, em muitos casos,
preparando o corpo para reagir rapidamente a situações adversas. Esta resposta
automática de “luta ou fuga” ajudou a garantir a sobrevivência do Homem quando o
ambiente exigiu reações físicas rápidas em resposta às ameaças, como as dos animais
predadores. Confrontado com o perigo, o corpo entra em ação, inundando-o com
hormonas (hormonas do stress) que elevam os batimentos cardíacos, aumentam a
pressão sanguínea, aumentam a energia e preparam-nos para lidar com o problema.
Além disso, o stress não surge apenas em consequência de acontecimentos
desagradáveis. Acontecimentos positivos, mas que constituem uma mudança
significativa na nossa vida, como por exemplo casar, uma nova atividade profissional,
uma gravidez, mudança de casa ou cidade, etc, também nos podem deixar tensos e
provocar stress e ansiedade.
O problema nos tempos modernos é que a resposta ao stress é acionada regularmente
pelo nosso organismo, embora as nossas vidas não estejam em perigo, e a exposição
crónica às hormonas do stress pode prejudicar o organismo, como veremos adiante (v.
stress crónico).

NÍVEL DE STRESS

O nível de stress varia de pessoa para pessoa. Ou seja, o que é stressante para
determinada pessoa (muito stress), pode não o ser para outra e o que parece resultar
como atenuante do stress numa pessoa pode não ser eficaz com outra.
O stress pode causar danos generalizados, por isso, é importante conhecermos as suas
diferentes fases e o nosso próprio limite. Algumas pessoas são capazes de desmoronar
perante um obstáculo ou frustração, enquanto outras parecem prosperar sobre a emoção
e o desafio de um estilo de vida de alto stress.

Elaborado por: La Salete Pires


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A capacidade do indivíduo o tolerar depende de muitos fatores, incluindo a qualidade


dos seus relacionamentos, a sua visão geral sobre a vida, a sua inteligência emocional e
a própria genética.
É importante aprender a reconhecer quando o nível de stress está fora do seu controlo e
é entendido por si como ultrapassando os seus recursos disponíveis, físicos e
psicológicos. É importante saber reconhecê-lo e efetuar uma boa gestão do stress, de
forma a minimizar o problema.

STRESS – SINTOMAS

Os sintomas de stress são a forma que o nosso organismo encontra para nos informar
das alterações a que está a ser sujeito. Certamente que já sentiu as mãos transpiradas ou
o seu coração a bater mais depressa, antes de efetuar uma apresentação ou participar
numa reunião importante ou até enquanto visualiza um filme de terror. Estes são alguns
dos sintomas de stress na pele e no coração, mas muitos outros afetam o nosso corpo
(sintomas físicos) e mente (sintomas psicológicos).
Desde o stress positivo até pressentirmos muito stress, passando por um stress excessivo
ou stress agudo, tudo são fases em que os sintomas de stress e ansiedade vão-se
agravando com o decorrer do tempo. Saber reconhecer quais os sintomas em cada uma
das fases é de primordial importância, uma vez que, a tendência é que se nada for feito
em contrário, o stress irá agravar-se com o decorrer do tempo, podendo desencadear
graves consequências para a nossa saúde. Inicialmente os sintomas podem ser ténues,
mas quando o stress causa diarreia, dor no peito, queda de cabelo, manchas na pele, dor
de barriga, dor nas costas, tonturas, entre outros sintomas exuberantes, então estamos
seguramente perante uma severa ameaça à sua saúde e degradação da qualidade de vida.
Hoje, reconhece-se que o cérebro e todas as suas estruturas são responsáveis pelo
processamento das sensações, cognições, sentimentos e movimentos. A nível
anatómico, o ser humano é composto por vários sistemas tais como: nervoso,
gastrointestinal, circulatório, respiratório, tegumentar, muscular, urinário, endócrino,
imune, esquelético, reprodutor e outros. Deste modo, o cérebro ao processar e a
interpretar toda a informação poderá, em certas situações, aumentar o ritmo cardíaco,
provocar respostas eletro-dérmicas (o aumento da humidade nas mãos ou testa),
aumentar a tensão muscular (os músculos ficam mais rijos) e elevar o estado de
concentração.

Elaborado por: La Salete Pires


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Este processamento é efetuado sem intervenção do próprio indivíduo e, por vezes, é um


ato inconsciente, onde é apenas consciencializado quando há uma reação fisiológica.
Por vezes, as reações do sistema fisiológico são tão claras que temos plena consciência
que o nosso corpo está a reagir ao que está acontecer à nossa volta ou ao que estamos a
pensar. A forma como estas reações fisiológicas são levadas a cabo são comuns em
todos os indivíduos, o que é diferente é a forma como são ativadas, pois dependem,
sobretudo, da forma como interpretamos o mundo à nossa volta, do nosso estilo de vida,
da experiência passada, da nossa inteligência emocional, da saúde mental, etc.
Para melhor entendermos quais são os sintomas do stress, para os quais devemos estar
atentos, dividi-los-emos em mentais e físicos (stress mental e stress sintomas físicos).

STRESS MENTAL

Os sintomas de stress emocional são, vulgarmente, os que se seguem:

• Cansaço mental;
• Perda de memória;
• Falta de concentração;
• Apatia e desânimo (pensamentos negativos);
• Ansiedade;
• Preocupação excessiva;
• Alterações no humor (mau humor constante, ou mais frequente);
• Irritabilidade excessiva (a pessoa sente-se frequentemente irritada);
• Agitação psicomotora, incapacidade de relaxar;
• Sentimentos de estar sobrecarregada ou sobrecarregado;
• Sentimento de solidão e isolamento (isolar-se dos outros);
• Depressão ou tristeza;
• Negligenciar responsabilidades, evitar situações;
• O uso de café, álcool, tabaco ou drogas para tentar relaxar.

STRESS - SINTOMAS FÍSICOS

Os sintomas físicos do stress são, geralmente, os seguintes:

• Sensação de cansaço;
• Dor de costas, dor muscular;

Elaborado por: La Salete Pires


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• Diarreia ou obstipação (prisão de ventre);


• Dor na barriga (estômago);
• Azia;
• Tensão arterial alta;
• Tonturas e náuseas;
• Dor de cabeça;
• Dor no peito;
• Frequência cardíaca mais acelerada (taquicardia);
• Perda do desejo sexual (falta de desejo);
• Alergias e constipações frequentes;
• Alterações no apetite (comer muito ou falta de apetite);
• Perturbações do sono (excesso de sono, dificuldade em dormir - sem sono);
• Tiques nervosos (roer as unhas, por exemplo);
• Queda de cabelo;
• Alteração dos níveis de colesterol e triglicerídeos;
• Alterações na menstruação;
• Mãos transpiradas;
• Herpes.

CAUSAS DO STRESS

Identificar as causas do stress é uma importante forma de nos prepararmos melhor para
o combater. As situações e pressões indutoras de stress são conhecidas como stressores.
Geralmente, vemos o stress como sendo algo de negativo que nos acontece: como um
horário de trabalho cansativo ou uma relação complicada. No entanto, acontecimentos
positivos, tais como: casar, comprar uma casa, ir para a faculdade, ou até receber uma
promoção também podem estar na sua origem.
Obviamente, o stress não é causado exclusivamente por fatores externos. Ele pode ser
auto-gerado, por exemplo, quando nos preocupamos, excessivamente, com algo que
pode ou não vir a acontecer, pensamentos pessimistas sobre a vida, isto também pode
constituir uma fonte de stress. As causas do stress também dependem da perceção que
temos dele. Algo que é stressante para uma pessoa pode não o ser para outra.
Conheça, de seguida, algumas das causas comuns de stress.

Elaborado por: La Salete Pires


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CAUSAS DE STRESS EXTERNAS

• Stress no trabalho (stress profissional);


• Problemas financeiros;
• Grandes mudanças na vida;
• Problemas familiares;
• Etc.
CAUSAS DE STRESS INTERNAS

• Padrão de comportamento ansioso (stressada / stressado);


• Preocupação constante;
• Pessimismo;
• Expectativas irreais / perfeccionismo;
• Pensamento rígido, falta de flexibilidade;
• Atitudes de “tudo ou nada”.

O primeiro passo a tomar para dominar os seus indutores (causas) de stress, é identificá-
los. Existem diferentes tipos de fatores, a saber:

• Fatores emocionais, que são também denominados como fatores internos,


incluindo medos e ansiedades, bem como certos traços de personalidade (tais como
perfeccionismo, pessimismo, desconfiança ou uma sensação de impotência ou falta de
controle sobre a própria vida) que podem distorcer o nosso pensamento ou a nossa
percepção dos outros.
• Fatores familiares podem incluir mudanças no nosso relacionamento, problemas
financeiros, lidar com uma criança difícil ou um adolescente rebelde ou experimentar a
síndrome do ninho vazio (quando os filhos se autonomizam e deixam a casa dos pais).
• Fatores sociais surgem nas nossas interações pessoais e podem incluir encontros,
festas e falar em público.
• Fatores químicos são aqueles que se prendem com o uso de algum tipo de droga:
como o álcool, a nicotina, a cafeína ou tranquilizantes.
• Fatores relacionados com a tomada de decisões importantes: tais como a escolha
de uma carreira ou de um companheiro.

Elaborado por: La Salete Pires


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• Fatores fóbicos, são aqueles que dizem respeito, por exemplo, ao medo de andar
de avião ou estar em espaços apertados, medo de agulhas, entre outros.
• Fatores físicos são situações que sobrecarregam o nosso organismo e não
acautelam as nossas necessidades básicas, de sono ou alimentação, por exemplo; como
trabalhar longas horas sem dormir e stress no trabalho, privando-se de alimentos
saudáveis ou em ter que estar em pé durante todo o dia. Podem também incluir a
gravidez, síndrome pré-menstrual, ou a prática de exercício em demasia.
• Stressores de doenças são os produtos resultantes de problemas de saúde a longo
ou curto prazo.
• Fatores relacionados com a dor, podem incluir dor aguda ou dor crónica,
também são situações stressantes.
• Fatores ambientais incluem o ruído, o trânsito, a poluição, a falta de espaço,
muito calor ou muito frio, são também motivo para agudizar o problema.

De realçar nas inúmeras origens de stress, como uma importante causa, o stress no
trabalho. Veja, de seguida, mais detalhes sobre esta importante causa (trabalho ou
profissional).

STRESS NO TRABALHO

O stress no trabalho é causado pelas pressões que ocorrem no local de trabalho (ou em
casa, se é lá que nós trabalhamos). Elas podem incluir prazos apertados, um chefe
imprevisível, ou tarefas intermináveis. O stress no trabalho ou stress profissional é hoje
em dia uma importante causa num mundo cada vez mais preocupado com o lucro das
empresas e organizações, aumentando a pressão sobre os trabalhadores.
Esta pressão vai, muitas vezes, para além do que é razoável, fazendo do local de
trabalho uma fonte geradora de muito stress.

Stress crónico

O stress crónico perturba quase todos os sistemas do seu organismo, sendo os sintomas
de stress crónico ainda mais exacerbados. A exposição prolongada ao stress (crónico)
pode levar a sérios problemas de saúde.

Elaborado por: La Salete Pires


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O corpo não faz distinção entre as ameaças físicas e as psicológicas. Quando estamos
stressados devido a uma agenda repleta, uma discussão com um colega, um
engarrafamento no trânsito ou uma montanha de contas, o seu corpo reage tão
fortemente como se estivesse diante de uma situação de vida ou de morte. Como já
vimos, se temos muitas responsabilidades e preocupações, a nossa resposta ao stress de
emergência pode ser "ligado" a maior parte do tempo. O sistema de stress do seu corpo
é ativado, o mais difícil é desligá-lo.
Ele pode aumentar a pressão arterial, suprimir o sistema imunológico, aumentar o risco
de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral, contribuir para a infertilidade e acelerar
o processo de envelhecimento. O Stress crónico pode até reprogramar o cérebro,
deixando-o mais vulnerável à ansiedade e depressão.
Quando o stress começa a interferir com a sua capacidade de viver uma vida normal por
um período prolongado, torna-se perigoso. Quanto mais tempo o stress durar, pior tanto
para a mente como para o corpo. Podemos sentirmo-nos cansados, incapazes de nos
concentrarmos ou irritados sem uma boa razão, por exemplo. Nesta fase é provocado
um grande desgaste no seu corpo.
O stress pode agudizar os problemas existentes. O stress também pode causar doenças,
sejam elas provocadas por alterações bioquímicas que ocorram no seu organismo ou por
padrões de comportamento pouco saudáveis: comer em excesso, tabagismo, entre outros
hábitos. São as consequências do stress.

CONSEQUÊNCIAS DO STRESS

Perceber as consequências do stress, é uma importante forma de nos


consciencializarmos para o combater.
São várias as consequências do stress no nosso corpo provocadas pelas alterações que
este induz no nosso organismo. Considera-se, hoje em dia, o stress psicológico como
um fator importante numa variedade de sintomas físicos e processos de doenças. Por
exemplo, a investigação clínica sugere que uma larga maioria das doenças estão
relacionadas com a exposição prolongada ao stress. As evidências mostram como o
stress crónico pode reduzir a imunidade e tornar as pessoas suscetíveis a infeções. Por
outro lado, as estratégias de redução de stress, como a meditação, o relaxamento e os
exercícios, ajudam a reverter esse efeito e a prevenir a doença.

Elaborado por: La Salete Pires


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Na presença de stress, as consequências físicas não se ficam por aqui, pois este contribui
para o desenvolvimento de doença cardíaca e para o aumento da tensão arterial. Os
médicos descobriram que muitas doenças da pele, como urticária e eczema, estão
relacionadas com o stress. O stress é pensado como sendo uma causa comum de dor e
problemas de saúde, como dores de cabeça, dores nas costas, dores de barriga
(estômago), diarreia, perda de sono e perda do desejo sexual. O stress também parece
contribuir para estimular o apetite e aumento de peso (engorda) ou provocar o efeito
inverso (emagrece), entre muitas outras consequências.
A melhor maneira de evitar o stress é saber identificar as causas, perceber os sinais e
sintomas, conhecer os riscos e consequências para a saúde e consciencializar-se para
uma atitude anti stress.

STRESS BURNOUT

O stress burnout é uma situação limite onde existe stress de tal forma excessivo que
podem daí advir graves consequências para a saúde.
Com a pressão do dia-a-dia e o ritmo acelerado em que vivemos muitos de nós, cheios
de responsabilidades profissionais e familiares, não é de admirar que, por vezes, nos
sintamos stressados ao limite, perdendo o controlo das nossas vidas.
Às vezes, a gestão do stress não é suficiente. Se tem dificuldade em gerir o stress, pode
precisar de ajuda extra. Nesse caso procure um especialista que o ajude no controlo dos
seus níveis de stress.
De modo a evitar esta situação limite (burnout) saiba identificar as causas e tenha uma
atitude anti stress, rumo a uma vida mais saudável. Todos nós temos que conviver com
o stress, mas se não for travado pode, profundamente, afetar tanto a mente como o
corpo. Felizmente, se agirmos atempadamente podemos controlar a nossa vida, gerindo
o stress e efeitos no organismo. Se, por outro lado, deixarmos evoluir o problema
podemos aí sim, enfrentar uma situação complicada, onde ajuda dos profissionais de
saúde é indispensável.

STRESS – TRATAMENTO

Elaborado por: La Salete Pires


Intervenção em Crise

Não é possível encontrar um tratamento milagroso para o stress. Cada pessoa possui
mecanismos próprios para lidar com o stress, nesse sentido não existe uma receita
padrão que sirva a todos, para combater o stress.
O combate ao stress passou a ser nos tempos modernos de primordial importância, pois
o stress excessivo apoderou-se do nosso quotidiano. A gestão do stress deve ser
encarada seriamente como uma forma de simultaneamente melhorarmos a nossa
condição de saúde e melhorarmos a nossa qualidade de vida.
Informação recolhida em : https://www.saudebemestar.pt/pt/blog-saude/stress/

- GESTÃO DE STRESS;

COMO LIDAR COM O STRESS NO SURTO DE COVID-19

A Organização Mundial de Saúde não está indiferente ao que se sucede e tem


disponibilizado informação de maneira a contornar as questões de saúde mental em
tempos de Covid-19 — informação essa que está também disponível e trabalhada no
site da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Uma das questões a que a OMS tenta
responder remete para a forma como podemos lidar com o stress durante este surto,
admitindo que é natural que nesta fase as pessoas se possam sentir “tristes, ansiosas,
confusas, assustadas ou zangadas”. Por esse motivo, falar com pessoas em quem
confiamos pode ajudar, mas há mais dicas:
 “Se tiver de ficar em casa, mantenha um estilo de vida saudável, uma dieta
adequada, períodos de sono e descanso, exercício físico e contactos sociais,
dentro de casa, com as pessoas mais próximas, assim como contactos por email
e telefone com outros amigos e familiares”;
 “Não fume, não consuma álcool e não consuma drogas na tentativa de lidar com
as suas emoções”;
 “Se se sentir muito angustiado ou perturbado, fale com um profissional de
saúde, ligue para o SNS24 e siga as recomendações dadas”;
 “Tenha uma visão crítica relativamente às informações que encontra e que não
são disponibilizadas por instituições oficiais”;
 “Limite as suas preocupações e inquietações e as da sua família, diminuindo o
tempo durante o qual está a ver ou a ouvir notícias que considere perturbadoras”;

Elaborado por: La Salete Pires


Intervenção em Crise

 “Recorra a capacidades e competências que já o ajudaram no passado a lidar


com situações adversas. Use-as para lidar com as suas emoções nos momentos
mais desafiantes deste surto”.

O stress não é, no entanto, preocupação exclusiva dos adultos e também aflige os mais
novos. A OMS avisa que as crianças podem reagir ao stress de maneiras diferentes:
podem, por exemplo,
 “pedir mais colo, mostrarem-se mais dependentes, ansiosas, agitadas ou
zangadas, isolarem-se ou fazerem xixi na cama”. Aos pais, ou educandos,
compete serem mais compreensivos e dar-lhes também uma “dose extra de
atenção e carinho”.

Outros conselhos passam por manter as crianças próximas dos pais ou familiares e
evitar afastá-las, sempre que possível, dos cuidadores.
“Se a separação ocorrer, por exemplo no caso de hospitalização, garanta que existe um
contacto regular e mantenha a criança tranquila e segura”.
É também importante assegurar, tanto quanto possível, a manutenção das rotinas ou,
então, criar novas rotinas num novo ambiente, “incluindo momentos de aprendizagem e
tempo para brincar e relaxar em segurança”. Informar os mais novos e apresentar factos
sobre o que se está a passar também faz parte das recomendações da Organização
Mundial de Saúde, algo que deve ser feito “com palavras adaptadas à idade”.

COMO ENFRENTAR UMA SITUAÇÃO DE ISOLAMENTO

Por estes dias, o teletrabalho é uma realidade que vem ganhando mais adesão. Com o
avançar da propagação do novo coronavírus é possível que aumentem também os casos
de isolamento profilático, situações que facilmente geram ansiedade, medo ou
preocupação. Mais fácil de compreender é o facto de a quarenta também poder fazer
com que as pessoas se sintam mais sozinhas, afastadas de quem mais gostam, além de
“frustradas e aborrecidas” por serem incapazes de realizar as suas rotina habituais,
motivo pelo qual é fundamental manter horários de descanso e de sono, fazer uma
alimentação cuidada dentro do possível e até praticar exercício físico. É ainda
aconselhável que se mantenha o contacto com familiares e amigos através do telefone,

Elaborado por: La Salete Pires


Intervenção em Crise

email, vídeochamadas ou redes sociais. Sempre que possível, devemos procurar realizar
atividades prazerosas e ter em mente que o isolamento é uma medida temporária.

No caso de isolamento de cidadãos seniores, a Ordem dos Psicólogos Portugueses


acrescenta a necessidade de pedir ajuda quando for preciso e de falar sobre a situação a
atravessar, de maneira a que todos se sintam seguros e confortáveis. Não descurar a
medicação prescrita e redobrar o cuidado com a saúde são também fatores a ter em
conta. “Falar com pessoas de quem gosta é uma das formas de reduzir a ansiedade e a
solidão. Veja os seus programas favoritos, oiça música, leia um livro, envolva-se em
atividades e tarefa que lhe deem prazer”, continua a OPP.

Já no que toca às crianças, a OPP esclarece que também elas podem sentir-se “tristes,
ansiosas, com medo e confusas” na sequência do isolamento, motivo pelo qual existe
maior tendência para fazer birras e mostrarem-se mais dependentes e irritáveis. Mais
compreensão é, nestes momentos, pedida aos pais que devem aceitar a probabilidade de
existirem mais conflitos do que o habitual. “Seja compreensivo e paciente perante estes
comportamentos e tente resolvê-los rapidamente. Dê-lhes oportunidade para
expressarem os seus sentimentos e receios. Explique-lhes o que se passa e tranquilize-as
utilizando linguagem apropriada à idade. Explique-lhes a importância do isolamento e
assegure-as de que são apenas alguns dias”, aconselha a OPP.

Em contexto de isolamento, os pais podem encarar este tempo como uma oportunidade
para passarem mais tempo com os filhos e realizarem atividades em conjunto — é, no
entanto, de evitar recorrer exclusivamente à televisão e as outras tecnologias. É mais
conveniente que este seja o tempo de jogos de tabuleiro, trabalhos manuais, desenhos e
leitura.

CONSELHOS GERAIS A TER EM CONTA

Filipa Jardim da Silva, psicóloga clínica, resume os conselhos mais importantes, a


começar pela necessidade de se dar nome ao que se está a sentir, mesmo que a emoção
mais frequente em causa seja o medo. Crucial é também ficar ciente de alterações na
respiração, uma vez que situações como a do surto de Covid-19 são propícias ao
desenvolvimento de tensão física e de aceleração ao nível dos pensamentos.

Elaborado por: La Salete Pires


Intervenção em Crise

“Tudo isso faz parte. Conseguir dar nome à emoção e naturalizá-la é um passo muito
fundamental para depois conseguirmos gerir a intensidade dessa emoção”, continua.
Outras ações concretas que podem ser aplicadas diariamente é aproveitar os múltiplos
momentos em que se lava as mãos para se regular a respiração. Além disso, e
considerando a fase de restrição em que Portugal se encontra, vale a pena perceber
como se está a usar a alimentação para regular a ansiedade. Fugir de comidas
processadas e de açúcares refinados é uma ideia a reter.
Considerando o eventual tempo de quarentena, Filipa Jardim da Silva destaca a
oportunidade que poderá existir para realizar atividades que nos deem prazer e capazes
de tirarem o foco de atenção do tema atual. “Há aqui um lado positivo que pode ser
mais potenciado”, diz, referindo que este é um momento para cada atuar com maior
confiança e compreensão sobre o que é possível fazer diariamente para ir gerindo o
stress.

Informação recolhida em: O Observador

GESTÃO DE STRESS

A gestão de stress assume nos tempos modernos primordial importância. Torna-se


imprescindível estarmos atentos ao fenómeno de normalidade que o stress assume na
sociedade moderna. É incrível a facilidade com que este se pode apoderar das nossas
vidas, fazendo parte de um estilo de vida acelerado e, por vezes, muito pouco regrado.
Vamo-nos acostumando a um estilo de vida stressante, sempre num “corre-corre”, por
vezes, sem nos apercebermos do quanto isso nos está afetar.
O stress afeta a mente, o corpo e o comportamento de muitas maneiras, e todos sentimos
o stress de forma diferente. Em excesso, pode levar não só, a sérios problemas de saúde
física, como também pode alterar os nossos relacionamentos em casa, no trabalho e na
escola, pelo impacto que pode assumir na nossa saúde mental.
Para saber tudo sobre o stress, nomeadamente, definição, causas, sintomas físicos e
mentais, tipos, fases e consequências para a saúde, siga este link.
As abordagens cognitivas ao stress variam de indivíduo para indivíduo perante
determinado acontecimento. Só nos sentimos stressados quando sentimos que não temos

Elaborado por: La Salete Pires


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recursos para gerir uma situação de ameaça ou um desafio. Se sentirmos que temos as
competências necessárias para os enfrentar, então vamos ficar bem, vamos sentirmo-nos
mais confiantes e consequentemente menos stressados. Também ajuda ter alguém em
quem confiar, como um parceiro de longa data. De facto, a ciência comprova que as
relações interpessoais positivas e duradouras beneficiam a sua saúde física e emocional.
Se padece de um stress excessivo, aprenda a combater o stress e descubra os benefícios
para a sua saúde e bem-estar. Efetuar uma boa gestão de stress é de facto muito
importante para a nossa saúde física e mental.

STRESS - TRATAMENTO
Encontrar para o stress, tratamento milagroso não é possível. Ou seja, não existe um
tratamento medicamentoso, ou tratamento “caseiro” ou uma receita “natural” que seja
eficaz em todas as pessoas. Cada pessoa desenvolve uma resposta única ao stress, e
nessa medida não há um tratamento padrão que sirva a todos. Nenhum método funciona
de forma generalizada ou em qualquer situação de forma igual, há que experimentar
diferentes técnicas e estratégias.
Não existe nenhum tratamento que nos permita acabar com o stress. Falar em
tratamento para o stress não é, por isso, a expressão mais feliz, pois o seu combate ou
alívio é uma guerra interminável, fundamentalmente nos tempos modernos. Se eliminar
o stress não é possível, devemos aprender a efetuar a sua gestão, ou seja, efetuar o
combate ao stress de uma forma eficaz e duradoura (são as formas ou estratégias de
combate).

ANTI STRESS

Se reconhecemos o problema, a questão que se coloca é: como lidar com o stress? Uma
atitude antisstress, de modo a efetuarmos uma boa gestão do mesmo é fundamental para
minimizarmos as suas consequências no nosso organismo. Quando falamos em
antisstress, referimo-nos ao seu combate, ou seja, se não conseguimos eliminá-lo
devemos combater o problema, efetuando a sua gestão, por forma a reduzir os seus
efeitos no organismo.
A gestão do stress passa por controlar uma série de situações: tomar conta de
pensamentos, das emoções, da agenda, do ambiente, bem como da forma como lidamos

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com os problemas. Uma atitude antisstress, significa a alteração da situação stressante


(causas), cuidar de si mesmo e arranjar tempo para descansar e relaxar.

COMO COMBATER O STRESS?

De forma a combater ou aliviar o stress, parta sempre deste princípio:

 Evitar;
 Alterar;
 Adaptar/Aceitar

1 - Aprenda a evitar o stress desnecessário. Nem todo o stress pode ser evitado, mas
se aprender a dizer não, a distinguir "deveres" de "obrigações" na lista de coisas a fazer,
pode eliminar muitos fatores de stress. Identificar as causas é um primeiro passo
importante.

Conheça aqui as principais causas de stress.

2 - Alterar a situação. Se não podemos evitar uma situação stressante, devemos tentar
alterá-la e lidar com os problemas de cabeça erguida, em vez de guardarmos
sentimentos negativos, aumentando o stress.

3 - Adaptar-se ao fator causador de stress. Quando não podemos mudar o fator de


stress, como é o caso de uma doença, devemos tentar mudarmo-nos a nós próprios e a
visão que temos sobre a situação que enfrentamos. Reformular os problemas ou
concentrarmo-nos nas coisas positivas da vida. Devemos aceitar as coisas que não
podemos mudar. Haverá sempre fatores de stress na vida que não podemos alterar.
Aprenda a aceitar o inevitável, em vez de protestar contra uma situação e torná-la
stressante. Olhemos para o lado positivo da situação, mesmo nas circunstâncias mais
stressantes pode ser uma oportunidade de aprendizagem ou crescimento pessoal.
Aprenda a aceitar-se, com o seu potencial e limitações.

EXERCÍCIOS ANTI STRESS

Elaborado por: La Salete Pires


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Exercite-se regularmente. A atividade física desempenha um papel fundamental na


prevenção e redução dos efeitos do stress, contribuindo para o bem-estar psicológico. O
exercício aeróbico é de enorme relevância para superar o stress e tensão reprimida.
Uma simples caminhada num ambiente calmo e descontraído podem fazer maravilhas
pela sua saúde e uma ajuda preciosa para vencer o stress.
A atividade física promove o bem-estar psicossocial. As pessoas que praticam atividade
física conseguem dormir melhor à noite, sentem menos sinais de depressão e ficam mais
resistentes ao stress.
Procure os exercícios para aliviar o stress que melhor se identificam consigo e lembre-
se que cada pessoa tem diferentes formas de reação e resposta a determinado exercício
ou atividade. Encontre os que melhor se adaptam a si, tente sempre que possível juntar o
útil ao agradável, praticando uma atividade do seu agrado.

COMO RELAXAR E ALIVIAR O STRESS

Arranje tempo para relaxar. Um exercício simples que pode experimentar é inspirar
profundamente pelo nariz e expirar lentamente pela boca.
Efetue exercícios de relaxamento que lhe permitam libertar tensão muscular.
Pode sentar-se ou deitar-se num lugar tranquilo e confortável onde não seja perturbado e
lhe transmita tranquilidade. Sinta-se confortável com a roupa e retire os acessórios,
como jóias que sejam desconfortáveis. O seu objetivo deve ser apertar, e depois relaxar
grupos musculares em sequência, da cabeça aos pés. Apertar os músculos aumenta a
consciência de que sente a tensão armazenada. Relaxando os músculos, por sua vez,
permite sentir a diferença entre estar tenso e estar relaxado. Comece com os músculos
da testa. Enrugue- a, provocando tensão. Mantenha essa tensão por cerca de cinco
segundos e de seguida, liberte a tensão. Imagine uma onda a levar relaxamento através
dos músculos. Inspire profundamente e, ao expirar, permita que os músculos relaxem
ainda mais.
Trabalhe os vários grupos musculares e depois de terminar, fique parado por uns
instantes para desfrutar do sentimento de libertação.
As técnicas de relaxamento, tais como: yoga, meditação e respiração profunda, ativam
as respostas de relaxamento do corpo, potenciando um estado de serenidade. Isso é o
oposto da resposta ao stress.

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ALIMENTOS ANTI STRESS

Os alimentos que ingerimos são também muito importantes para combater o stress
(antisstress). Adote uma dieta saudável. Corpos bem nutridos estão melhor preparados
para lidar com o stress.
Coma pelo menos de três em três horas. Ficar longas horas sem comer pode originar
hipoglicemia, um fator causador de ansiedade para o seu organismo.
Evite a ingestão de bebidas ricas em cafeína como o café ou chá. Evite as bebidas
alcoólicas, já que ajudam a eliminar alguns nutrientes para além de promoverem a
produção de adrenalina. Faça, ao longo do resto do dia, uma alimentação rica e
equilibrada.

Há estudos que demonstram que a ingestão de determinadas vitaminas, como as do tipo


C e B, como a B3, B6, B7, B8, entre outras, têm propriedades ants stress, para além de
outros nutrientes, como o zinco e o magnésio. São verdadeiras vitaminas antisstress.
Procure incluir na sua dieta, ao longo do dia, alimentos que combatem o stress, faça
uma alimentação rica em peixe, legumes e fruta para obter todas as vitaminas e
nutrientes essenciais, não só para o ajudar a combater o problema, como a ter uma vida
mais saudável.

HIGIENE DO SONO

Trabalhe a higiene do sono. Sentir-se cansado pode aumentar o stress, fazendo com que
pensemos de forma irracional. Mantenha a calma, obtendo uma boa noite de sono,
essencial para relaxar.
Lembre-se, dormir mal pode acarretar graves consequências para a sua saúde.

CONTROLAR AS EMOÇÕES

Outra forma de reduzir o stress é usando os sentidos, ou seja, através da visão, da


audição, do olfato, do paladar e do tato ou através do movimento. Ao ver uma foto
favorita, cheirando um perfume específico, ouvir uma peça de música favorita ou
abraçando um animal de estimação, por exemplo, podemos rapidamente relaxar e

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concentrarmo-nos. Claro, nem toda a gente responde da mesma forma a cada


experiência sensorial.
Outra alternativa é compreender a influência que as emoções têm sobre os pensamentos
e ações, sendo esta compreensão fundamental para melhor gerir o stress. Na vida não
tem que se sentir como num passeio de montanha russa com altos e baixos. É
importante estarmos conscientes do papel que as emoções ocupam nas decisões que
tomamos, mesmo as mais dolorosas que, normalmente, tentamos evitar ou reprimir.
Assim que consigamos dominar estas competências básicas, teremos a confiança
necessária para enfrentar os desafios stressantes.
Muitas pessoas também conseguem aliviar o stress, desabafando sentimentos no papel.
Manter um diário de sentimentos pode ser uma maneira saudável de desabafar. Faça
uma lista de todas as preocupações que tem na sua mente. Nem sempre temos
consciência do que nos está a incomodar. Escrevê-las no papel pode dar-lhe algumas
dicas. Tente escrever uma nota de encorajamento para si mesmo. Se esta técnica resultar
consigo muito bem, nunca permita, no entanto, que o seu diário se torne numa tarefa
árdua adicional.

GESTÃO DO TEMPO

Procure soluções de compromisso. Muitas situações stressantes, mesmo aquelas que não
podem ser totalmente eliminadas, podem ser facilitadas pelo meio da negociação. Por
exemplo, se está a sofrer porque trabalha horas a mais, tente explicar esse facto ao seu
chefe e negociar uma solução de compromisso. É certo que nem sempre é fácil, mas não
custa tentar.
Se é perfecionista tente experimentar algumas técnicas, como olhar para a causa que lhe
está a gerar stress e realmente perceber a sua importância. Relativize a importância
desse facto com as coisas importantes da vida. Perceba que o tempo não chega para
tudo, e por vezes é preferível não colocarmos tanto perfecionismo nas coisas que
fazemos.
Aprenda a delegar tarefas. Muitas pessoas vivem com o lema "Se quero bem feito,
tenho de fazer eu mesmo". Esta atitude pode acarretar-lhe um grande volume de
trabalho, gerador de uma enorme pressão.
Usando a técnica descrita acima, pergunte-se o que é pior: alguém que efetuou mal uma
tarefa que delegou ou ainda pior, não realizá-la porque não houve tempo para o fazer.

Elaborado por: La Salete Pires


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Tente ficar com a ideia que é preferível que alguém execute a tarefa imperfeita do que a
não executar, ou executá-la com enormes custos para si.
Quando delegar uma tarefa, tente tomar medidas para reduzir os possíveis erros e as
suas expectativas e encontre fontes de ajuda, em pessoas em quem possa confiar para
levar a cabo as suas tarefas.
Tente organizar-se melhor, por exemplo, apontando numa agenda todas as tarefas a
executar. Se conseguir gerir melhor o seu tempo, vai com certeza sentir vantagens e
gradualmente conseguir reduzir os níveis de stress. Fazer uma lista de tarefas pode
ajudá-lo a não se preocupar constantemente com os afazeres do dia a dia, como se
estivesse sempre com a sensação de se estar a esquecer de algo. Aprenda a gerir a
prioridade da lista de tarefas e aprenda a deixar tarefas para outro dia. Muitas vezes, é a
atitude mais correta. Tente executar as tarefas com tempo de antecedência, isto irá
permitir não sentir uma pressão constante com os prazos apertados.
Arranje tempo para si e para fazer aquilo que mais gosta. Faça uma pausa para o
almoço. Vá para a cama cedo sempre que possível.

Elaborado por: La Salete Pires

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