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25/09/2011

DOENÇAS CRÔNICO-DEGENERATIVAS
Doença crônica: problema de saúde que persiste seis
meses ou mais. Glossário Farmacêutico

Doença transmissível X não transmissível

Profª Stella Maia Doenças não transmissíveis


- doenças crônico-degenerativas
- anomalias congênitas
- traumatismos, acidentes, violências
OMS – exemplos: doenças cardiovasculares, doenças
respiratórias, diabetes, obesidade, etc.

Doenças crônicas não transmissíveis:


uma epidemia moderna

De acordo com a OMS, as doenças crônicas são a A cada ano, mais de 2 milhões de mortes,
principal causa de morte e incapacidade no mundo.
Mas podem ser prevenidas.
em todo o mundo, são atribuídas à
inatividade física e demais fatores de risco
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que as ligados ao estilo de vida, decorrentes do
doenças crônicas, como as doenças cardiovasculares, a incremento de enfermidades e
diabetes, a obesidade, o cancro e as doenças incapacidades causadas pelas doenças
respiratórias, representam cerca de 59% do total de 57 crônicas não-transmissíveis (DCNT);
milhões de mortes por ano e 46% do total de
doenças. doenças cardiovasculares, cânceres e
diabetes.
Afetam países desenvolvidos e países em
desenvolvimento.

A promoção da saúde e a prevenção


das DCNT Transição Epidemiológica

Doenças crônicas como as cardiovasculares, o


câncer, o diabetes, a cirrose hepática, as
pulmonares obstrutivas crônicas e os transtornos
mentais constituem-se, atualmente, em importantes
problemas de saúde pública, cujos fatores de risco
podem ser classificados em três grupos:
Os de caráter hereditário
Os ambientais e socioeconômicos
Os comportamentais

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Prevenção de Doenças Crónicas e Degenerativas:


Uma abordagem ao longo da vida
Vida
Fetal
Infância

CSE
Adolescência

Obesidade
Vida Adulta

Factores de Risco
Patologias Crônico-Degenerativas
Factores Comportamentais e
Desenvolvimento de Doenças Crónicas

Doenças Falta de AF
Materno biológicos
s Taxa de Tabagismo estabelecidos na
crescimento Vida Adulta Alto
Peso ao
nascer
Quais são os factores de risco?
Risco
Variação
Apesar de muito diferentes entre si, as doenças crônicas
apresentam fatores de risco comuns. São poucos e podem
ser prevenidos:

– Colesterol elevado;
Baixo
– Hipertensão arterial;
– Obesidade;
– Tabagismo;
– Etilismo.
Idade

CSE: Condição Sócio-Económica AF: Actividade Física

Fonte: Aboderin, 2002

A promoção da saúde e a prevenção A promoção da saúde e a prevenção


das DCNT das DCNT

O enfrentamento das doenças crônicas é um


dos desafios do País: a abordagem integral
dessas patologias inclui não só a atenção
integral aos doentes, mas a identificação
precoce e modificação dos fatores de
risco que poderão desencadear o processo
patológico muitos anos depois.

Patologias Crônico-Degenerativas
A promoção da saúde e a prevenção
Os ataques cardíacos e os infartos do miocárdio matam cerca de 12
das DCNT milhões de pessoas por ano.

A hipertensão e outras doenças cardíacas matam, por sua vez, 3,9


À luz dos novos conhecimentos a respeito dessa milhões de pessoas.
classe de doenças, seus fatores de risco e de Cerca de 75% das doenças cardiovasculares são atribuíveis a:
proteção, cabe à equipe de saúde orientar – Colesterol elevado;
enfaticamente sua clientela para a mudança de – Hipertensão arterial;
hábitos desfavoráveis, particularmente aos – Dieta pobre em frutas e vegetais;
– Sedentarismo;
pacientes com patologias instaladas e pessoas que,
– Tabagismo.
embora não apresentem quadro clínico aparente, já
manifestam um ou mais fatores de risco para DCNT Calcula-se que, em todo o mundo, existam 177 milhões de pessoas a
sofrer de diabetes, sobretudo de tipo 2.

- Dois terços do total vivem nos países em desenvolvimento.


Destes, pelo menos 70 milhões são clinicamente obesos.

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Factores de Risco – DCV

Factores de risco “clássicos”*: Sobre o Diabetes

O DM é uma síndrome de etiologia múltipla,


Tabagismo EVITÁVEL decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade
de a insulina exercer adequadamente seus efeitos.
Tensão arterial Colesterol Caracteriza-se por hiperglicemia crônica com
Sedentarismo Obesidade distúrbios do metabolismo dos carboidratos, lipídeos
MODIFICÁVEL e proteínas. As consequências do DM, a longo
Stress
prazo, incluem disfunção e falência de vários
Idade órgãos, especialmente rins, olhos, nervos, coração e
INALTERÁVEL
História CV pessoal / familiar vasos sangüíneos.
Sexo
* Guidelines - FPC

Classificação Fatores de Risco

DM Tipo I Fatores de Risco e Prevenção do Diabetes


Resulta primariamente da destruição das células • Urbanização crescente
beta pancreáticas e tem tendência à cetoacidose. • Idade maior de 45 anos (envelhecimento da população)
Esse tipo ocorre em cerca de 5 a 10% dos • Estilo de vida pouco saudável, como: sedentarismo, dieta
diabéticos. inadequada e obesidade
• Sobrepeso (IMC - índice de massa corporal maior ou igual a
Inclui casos decorrentes de doença auto-imune e 25)
aqueles nos quais a causa da destruição das células • Antecedente familiar
beta não é conhecida, dividindo-se em: • Hipertensão arterial (maior que 140 por 90 mmHg)
• Colesterol e/ou triglicerídios maior que o normal
Imunomediado; • História de macrossomia ou diabetes gestacional
Idiopático. • Diagnóstico prévio de síndrome de ovários policísticos
• Doença cardiovascular, cerebrovascular ou vascular
periférica definida

Prevenção de Riscos Diabetes Mellitus

• Mudanças de estilo de vida O diabetes atinge 7,6% da população brasileira, na


faixa etária dos 30 aos 69 anos, atingindo cifras
• Redução de peso (entre 5 a 10% do peso) próximas de 20% na população acima de 70 anos.
• Manutenção do peso perdido Na população brasileira atual estima-se que existam
• Aumento da ingestão de fibras cerca de 10 milhões de pacientes diabéticos.
• Restrição de gorduras, especialmente as Metade das pessoas com diabetes tem a doença e
saturadas não sabe, uma vez que o diabetes geralmente evolui
silenciosamente, sem produzir sintomas de maior
• Aumento de atividade física regular intensidade, podendo ser identificado somente
quando surgir uma de suas complicações crônicas

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O diabetes mal controlado é responsável por várias


complicações agudas e crônicas, conforme
Diabetes Mellitus mostram os dados abaixo:

O diabetes atinge a todos, adultos e crianças, É a 4ª principal causa básica de morte no Brasil.
homens e mulheres, ricos e pobres, qualquer raça É a principal causa de cegueira adquirida.
ou credo, sem distinção. Os pacientes diabéticos têm chance duas vezes maior de
Quase 1/4 da população diabética não faz nenhum desenvolver doença coronariana e de sofrer derrames
cerebrais, quando comparados aos não-diabéticos.
tratamento. Os pacientes diabéticos têm chance 17 vezes maior de
A qualidade do tratamento atual está muito aquém desenvolver doença renal, sendo o diabetes responsável por
do desejável, o que indica necessidade urgente de mais de 30% dos casos de insuficiência renal em programas
de diálise.
adoção de medidas educativas, tanto para os Os pacientes diabéticos têm chance 40 vezes maior de sofrer
profissionais de saúde, como para a comunidade. amputações nos membros inferiores.

Sociedade Brasileira de Diabetes


www.diabetes.org.br
Sobre a Hipertensão Arterial

Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que a proporção


de brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial
aumentou nos últimos cinco anos, passando de 21,6%,
em 2006, para 23,3%, em 2010.
O diagnóstico de hipertensão é maior em mulheres
(25,5%) do que em homens (20,7%)
O aumento se deve ao maior acesso da população ao
diagnóstico na atenção primária de saúde. As mulheres
procuram mais o diagnóstico na atenção básica, portanto
uma prevalência mais significativa entre elas.

Sobre a Hipertensão Arterial Sobre a Hipertensão Arterial

Visando oferecer maior consistência aos A hipertensão arterial é, portanto, definida


clínicos na definição do conceito, foi adotada como uma pressão arterial sistólica maior ou
a classificação definida no III Consenso igual a 140 mmHg e uma pressão arterial
Brasileiro de HA. diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em
Assim, o limite escolhido para definir HA é o indivíduos que não estão fazendo uso de
de igual ou maior de 140/90 mmHg, quando medicação anti-hipertensiva.
encontrado em pelo menos duas aferições,
realizadas em momentos diferentes.

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Classificação Diagnóstica da HAS Classificação da HAS

Admite-se como pressão arterial ideal, condição em que


o indivíduo apresenta o menor risco cardiovascular, PAS
< 120 mmHg e PAD < 80 mmHg.
A pressão arterial de um indivíduo adulto que não esteja
em uso de medicação antihipertensiva e sem co-
morbidades associadas é considerada normal quando a
PAS é < 130 mmHg e a PAD < 85 mmHg.
Níveis de PAS entre 130 e 139 mmHg e/ou de PAD entre
85 e 89 mmHg são considerados limítrofes.

Complicações da HAS Doença de Alzheimer

Exemplos: A doença de Alzheimer (DA) responde por


cerca de 60% de todas as demências, o que
Insuficiência renal
a torna a causa principal de demência.
Acidente vascular cerebral Quanto ao curso clínico, apresenta-se com
Complicações cardiovasculares como início insidioso e deterioração progressiva. O
Hipertrofia ventricular esquerda prejuízo de memória é o evento clínico de
maior magnitude.

Doença de Alzheimer Doença de Alzheimer

Nos estágios iniciais, geralmente


encontramos perda de memória episódica e Nos estágios intermediários, pode ocorrer
dificuldades na aquisição de novas afasia fluente, apresentando-se como
habilidades, evoluindo gradualmente com dificuldade para nomear objetos ou para
prejuízos em outras funções cognitivas, tais escolher a palavra adequada para expressar
como julgamento, cálculo, raciocínio abstrato uma ideia, e também apraxia.
e habilidades visuo-espaciais.

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Doença de Alzheimer Doença de Alzheimer

Nos estágios terminais, encontram-se Nos estágios terminais, encontram-se


marcantes alterações do ciclo sono–vigília; marcantes alterações do ciclo sono–vigília;
alterações comportamentais, como alterações comportamentais, como
irritabilidade e agressividade; sintomas irritabilidade e agressividade; sintomas
psicóticos; incapacidade de deambular, falar psicóticos; incapacidade de deambular, falar
e realizar cuidados pessoais. e realizar cuidados pessoais.

Doença de Alzheimer Doença de Alzheimer

A DA tem etiologia ainda desconhecida, excetuando-se


O diagnóstico definitivo de DA só pode ser os raros casos familiares, de início precoce, nos quais
feito mediante a análise histopatológica do encontra-se mutação genética específica.
tecido cerebral post-mortem. As alterações Os fatores genéticos parecem ser muito relevantes,
histopatológicas incluem perda neuronal nas sabe-se que uma história familiar positiva para DA é o
camadas piramidais do córtex cerebral e único fator sistemático associado à doença,
degenerações sinápticas intensas. excetuando-se a idade.
A DA pode ser transmitida de forma autossômica
dominante, e as características de idade de início e
evolução são determinadas pelos diferentes subtipos
genéticos.

Demência Vascular Demência Vascular

É largamente aceito que as doenças A apresentação clínica da DV depende da causa e


localização do infarto cerebral.
cerebrovasculares possam ser responsáveis
Doença de grandes vasos leva comumente a múltiplos
pelo desenvolvimento de quadros
infartos corticais (com síndrome demencial cortical
demenciais. multifocal), enquanto uma doença de pequenos vasos,
As demências vasculares (DV) constituem a geralmente resultado de HAS e DM, causa isquemia da
segunda maior causa de demência. substância branca periventricular e infartos lacunares
(com disfunção executiva, comprometimento de
Entretanto ainda não há consenso sobre os memória, prejuízo atencional, alterações depressivas,
mecanismos fisiopatológicos exatos que lentificação motora, sintomas parkinsonianos, distúrbios
levam à demência (Román, 2002). urinários e paralisia pseudobulbar).

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Demência Vascular Doença de Parkinson

É um distúrbio progressivo do movimento que ocorre


Em estudo recente (Groves et al., 2000), poucas mais comumente no indivíduo idoso.
diferenças consistentes foram identificadas entre Causa tremor em repouso, rigidez muscular e
DA e DV. Pacientes com DV mostraram taxas hipocinesia, frequentemente demência.
mais elevadas de depressão e
TREMOR DE REPOUSO – geralmente começa nas
comprometimento funcional, além de menor mãos ( rolar pílulas)
comprometimento cognitivo quando comparados
a pacientes com DA. RIGIDEZ MUSCULAR - aumento da resistência ao
movimento passivo.
HIPOCINESIA - supressão dos movimentos
voluntários.

Doença de Parkinson
Drogas utilizadas na doença de Parkinson

Frequentemente de causa idiopática


Pode ocorrer após AVC, infecção viral,
induzida por drogas neurolépticas
Principais mecanismos:
Associada a uma perda acentuada de
dopamina nos gânglios da base. -Neutralizar a deficiência de dopamina nos gânglios
da base
Pode ser induzida por MPTP, uma toxina que
- Bloquear os receptores muscarínicos
afeta os neurônios de dopamina no corpo
estriado.

Doença de Parkinson Doença de Parkinson

LEVODOPA
TERAPÊUTICA UTILIZADA
Drogas mais utilizada LEVODOPA precursor da DISCINESIA -movimentos involuntários, principalmente
da face e membros
dopamina, atravessa a barreira hematoencefálica
Efeitos “liga e desliga” imprevisível
Administrada com um inibidor da dopa
descarboxilase periférica (carbidopa ou Náusea
benserazida) para os efeitos colaterais.
Hipotensão postural
A LEVODOPA é eficaz na maioria dos pacientes
Sintomas psicóticos – desencadeados pelo aumento
nos primeiros 2 anos.
da dopamina, síndrome semelhante à esquizofrenia ( +
raros)

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Doença de Parkinson

OUTRAS DROGAS UTILIZADAS


OBRIGADA!!!
Bromocriptina (agonista da dopamina)
Selegilina (inibidor da MAO-B)
Amantadina (potencializa a liberação de
dopamina)
Benztropina antagonista dos receptores
muscarínicos utilizados para o parkinsonismo
causados por agentes antipsicóticos)

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