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ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA
PORTO – 2007
1-1
BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
Prefácio
O tempo que medeia entre o lançamento do manual de minha autoria sobre Execução
de Aparelhos gessados e Ligaduras de Imobilização – Lusociência em 2005, e este manual é
de facto muito curto.
O que me levou a elaborar este novo manual, foi a sensação com que fiquei ao reler o
anterior, conjugada com as opiniões expressas verbalmente por colegas já profissionais e
sobretudo por alunos de enfermagem com quem contacto frequentemente, é a de sentir que
faz falta falar dos cuidados de enfermagem em ortopedia de uma forma um pouco mais
aprofundada versando muitos outros aspectos que complementassem os assuntos descritos.
Foi nessa linha de pensamento que resolvi agora desenvolver um pouco mais os
cuidados de ENFERMAGEM em ORTOPEDIA, embora não aprofundadamente, para não
se tornar saturante, mas dirigido a cada caso específico de uma forma concisa e o mais
possível esclarecedora.
Este trabalho não é, nem eu pretendo que seja um trabalho acabado, mas muito pelo
contrário o início de um interesse e motivação dos enfermeiros para a crítica, a pesquisa, e o
aperfeiçoamento do saber-saber e do saber-fazer em enfermagem
BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
OBJECTIVO
Este manual tem como principal objectivo, servir como base de apoio aos enfermeiros
que trabalham ou se interessam pela área de ortopedia e numa continuidade do trabalho que
publiquei sobre Execução de Aparelhos Gessados e Ligaduras de Imobilização em 2005.
Surge também como uma tentativa de dar algumas respostas a dúvidas e interesse dos
alunos de enfermagem, que pude constatar que existe, depois de estar como colaborador no
ensino de enfermagem no Instituto Piaget de Vila Nova de Gaia.
O sentimento expresso por todos os alunos das várias escolas de enfermagem com
quem tenho contactado na minha actividade de Supervisão Clínica de Enfermagem, é de que
existe de facto uma lacuna no ensino, fruto da pouca importância dada pelas escolas a esta
área dos conhecimentos em ortopedia, principalmente nas técnicas de execução dos vários
cuidados de enfermagem, provavelmente por não lhe reconhecer valorização profissional,
mas que criam aos alunos, algum constrangimento a quando dos eus estágios nos respectivos
serviços de ortopedia.
Procurarei da forma mais clara e precisa, que a arte, o engenho e o saber me
permitirem, expor os meus conhecimentos adquiridos ao longo da minha vida profissional
nesta área, conjugados e enriquecidos com vasta bibliografia que pesquisei e que procurarei
adaptar a cada situação para melhor orientação em cada caso ou necessidade.
BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA
PORTO - 2007
BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
1 INTRODUÇÃO
2 A ENFERMAGEM
A enfermagem ao longo das últimas décadas tem evoluído muito, tanto nos conceitos
como nos conhecimentos teóricos, e principalmente, na prática dos cuidados.
Desde a época de Florence Nightingale, que escreveu em 1858 que “a meta real da
enfermagem é colocar o doente na melhor condição para a natureza agir sobre ele”, e ainda
outra das definições clássicas de enfermagem, formulada por Virgínia Henderson (1966),
que delineava a função singular de enfermagem como:
“ Assistir o indivíduo doente ou são, na execução das actividades que contribuem para a
saúde ou para a sua recuperação (ou para a morte serena) e que ele alcançaria sem auxilio se
possuísse força, vontade ou conhecimento necessário. Fazer isto de maneira a ajudá-lo a
alcançar a sua independência tão rápido quanto possível”,
Os líderes da enfermagem actual, assumindo o seu passado, definiram-na igualmente
como uma arte e uma ciência.
Com o passar dos anos, surgiram muitas definições de enfermagem que tentaram
descrever os papéis e as funções do enfermeiro. Essas definições descrevem os serviços
prestados pelo enfermeiro, a estrutura dentro da qual funciona a profissão de enfermagem,
as características das pessoas que recebem os cuidados de enfermagem, e os atributos que
diferenciam a enfermagem de outras disciplinas orientadas para o atendimento no
fornecimento de cuidados de saúde.
Torna-se cada vez mais evidente que a enfermagem proporciona determinados serviços
e cuidados de saúde ímpares. No entanto, continua a reconhecer a importância da
colaboração com outras disciplinas de cuidados de saúde no atendimento a todas as
necessidades dos doentes.
Quer a pessoa enfermeiro, quer a pessoa doente, necessitada dos cuidados de
enfermagem e possuem quadros de valores, crenças e desejos de natureza individual, fruto
das diferentes condições ambientais em que vivem e se desenvolvem.
O exercício profissional da enfermagem centra-se na relação interpessoal entre um
enfermeiro e a pessoa, ou entre um enfermeiro e um grupo (família ou comunidade). A
relação terapêutica promovida no âmbito do exercício profissional de enfermagem é
estabelecido entre o enfermeiro e o doente, no respeito pelas suas capacidades.
É cada vez mais função importante da enfermagem e do enfermeiro em particular,
participar nos cuidados continuados e/ou domiciliários, pós-alta ou terminais, por forma a
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BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
dar ao doente e/ou família, o que de melhor sabe fazer e melhor está preparado com
conhecimento teórico, com conhecimento técnico, e sobre tudo com preparação psicológica
que foi, é , e continuará a ser a essência de ser Enfermeiro.
Assim, no estabelecimento das relações terapêuticas e no âmbito do seu exercício
profissional, o enfermeiro distingue-se pela formação e experiência, que lhe permitem
entender e respeitar os outros, num quadro onde procura abster-se de juízos de valor
relativamente ao doente que necessita dos seus cuidados de enfermagem.
BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
3 DEFINIR ENFERMAGEM
Articular com clareza uma definição de enfermagem universalmente aceite, tem sido o
objectivo de muitos líderes de enfermagem durante décadas. Contudo, a definição de
enfermagem ainda continua tão imprecisa hoje como há décadas atrás, quando começou a
era moderna da enfermagem.
Entretanto e somente à medida que as teorias de enfermagem evoluíram e
amadureceram, e à medida que foram testadas, se desenvolveu uma prática da necessidade
no conhecimento de enfermagem. Se os enfermeiros têm como objectivo as metas de
enfermagem conforme definidas pelos seus líderes, devem possuir conhecimento teórico no
qual basear a sua prática.
A tarefa de discernir as necessidades do doente a cada momento, torna o trabalho do
enfermeiro extremamente importante.
Quando as intervenções de enfermagem se iniciam pela prescrição elaborada por outros
técnicos de saúde, o enfermeiro deve saber assumir a responsabilidade técnica pela sua
implementação. Quando as intervenções de enfermagem que se iniciam com prescrição
elaborada pelos próprios enfermeiros, estes devem assumir a responsabilidade pelas
prescrições e pela implementação técnica da intervenção.
Muitos destes aspectos, embora simples por natureza, tornam-se complicados e difíceis,
quando é preciso relacioná-los com as condições peculiares de cada doente. Os cuidados de
enfermagem podem ser executados em áreas diversas, como sejam:
Na via pública (local do acidente),
No S.U. da unidade hospitalar,
No internamento da unidade hospitalar,
Na consulta externa, como continuação e conclusão da opção de tratamento
cirúrgico ou conservador.
As respostas humanas a estes problemas variam grandemente, desde reacções de
recuperação da saúde perante episódios de doença, traumatismo físico ou mental.
BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
4 A ENFERMAGEM ACTUAL
5 ENFERMAGEM EM ORTOPEDIA
com cada caso a cada momento e como tal, de conhecimento teórico, prático e bom senso,
para a realização de cada tarefa, no escrupuloso rigor da técnica e respeito pelo doente.
Para tal o enfermeiro de ortopedia deve conhecer e por em prática os seus
conhecimentos de anatomia e fisiologia, embora de forma mais adequada às necessidades do
for da especialidade, e/ou em qualquer situação que para tal se imponha o seu conhecimento.
É baseada esta minha opinião, no conhecimento que tenho de largos anos (32) a
trabalhar como enfermeiro nesta especialidade, desde o serviço de internamento, da consulta
externa e da urgência.
BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
A capacidade para movimentar o corpo de forma livre é tomada como normal pela
maioria das pessoas. Para puxar e levantar, andar, correr, ou mesmo manter a posição, são
usados vários grupos de músculos voluntários à volta do tronco e das pernas.
Outros grupos de músculos menores estão constantemente a ser usados par o
movimento das mãos e dos pés. Sabe-se que os músculos que são usados regularmente, são
mantidos numa tensão desejável que os torna firmes ao toque, e isto, geralmente, resulta
numa sensação de bem-estar que pode ser reconhecido pelo aspecto da pessoa.
Ao contrário, os músculos que são pouco utilizados perdem o tonus, tornam-se moles e
flácidos e não são adequados para manter o corpo numa posição desejável, para que a pessoa
pareça bem, e por tanto, não conduzem a uma sensação de bem-estar.
fixar a fractura, sendo fundamental mate-lo seco, e também para que o doente inicialmente
seja incapaz de efectuar algumas actividades.
A dependência é maior se a mão preferida está envolvida, mas, com alguma
engenhosidade, algumas tarefas podem ser feitas usando a outra mão, para que a pessoa se
torne menos dependente principalmente para as tarefas mais íntimas ou particulares.
A fractura de um membro inferior é menos frequentemente tratada com a colocação de
aparelhos gessados. No entanto nesses casos, e após a secagem do gesso, o doente
geralmente apreende com relativa facilidade a andar com muletas ou canadianas. Contudo,
não deixou de haver numa fase inicial um grau de dependência do doente, evoluindo
gradualmente para a independência contínua.
Estas fracturas são mais comummente tratadas cirurgicamente e através da inserção de
material específico de osteosintese, construído basicamente por carbono, em forma de
placas, próteses articulares, parafusos, fios de Kichner, e outros, para recolocar a
funcionalidade das articulações, ou para imobilizar as extremidades do osso partido,
mantendo assim o foco de fractura próximo e estável, facilitando a cicatrização ou formação
de calo ósseo.
Também podem ser tratadas por método conservador, ou seja, através de aparelhos de
tracção cutânea ou esquelética, que permitem manter o membro imobilizado numa posição
considerada perfeita ou aceitável, por um período de tempo considerado mínimo, no sentido
de se obter a recuperação perfeita e total, ou no mínimo a melhor funcionalidade do
membro.
Esta tracção consiste na colocação de adesivos longitudinalmente no membro, ou fios
de aço transversalmente no osso na parte distal da fractura, ao qual se ligam uns pesos de
acordo com a necessidade do efeito da tracção.
Os doentes que necessitam deste tratamento estão forçosamente acamados necessitando
de terem todos os serviços e cuidados feitos ao lado da sua cama. A maior parte destes
doentes têm mobilidade total dos membros superiores e o nível de
dependência/independência é por norma suficiente para a alimentação, higiene pessoal e
vestuário, eliminação, distracção, que faz parte das actividades da vida diária.
A cirurgia de substituição da anca (P.T.A = prótese total da articulação coxofémural), e
a (P.T.J. = prótese total do joelho), são hoje em dia aceites e cada vez mais, a primeira opção
para fracturas ou problemas ósseos degenerativos, permitindo que os doentes adquiram mais
precocemente a sua mobilidade independente, sem ajudas, em contraste com a mobilidade
anterior que era dolorosa, e necessitando de ajudas para andar.
BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
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BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
A lesão numa parte do sistema músculo – esquelético, em geral, produz também lesão
ou disfunção nas estruturas adjacentes e/ ou nas estruturas englobadas por elas. Estas lesões
são denominadas por contusões, rupturas musculares, distensões, luxações e fracturas.
Se os ossos estão fracturados, os músculos não podem funcionar.
Se os nervos não enviam impulsos aos músculos, (como ocorre nas paralisias) os
ossos não podem movimentar-se.
Se as superfícies articulares não se articulam normalmente, nem os músculos
nem os ossos poderão funcionar correctamente.
É o perfeito funcionamento de todos estes sistemas que permitem uma boa função
mecânica do corpo. Assim sendo, apesar de uma fractura afectar primariamente o osso, pode
produzir também lesões nos músculos, nas articulações nos vasos sanguíneos e nos nervos
circundantes.
Existem patologias musculares que influenciam os movimentos ou funções articulares,
e que necessitam de cuidados específicos como seja:
A atrofia, ou seja o definhamento do tecido muscular, decorrente da redução do
tamanho das suas fibras. Este distúrbio pode dever-se ao uso insuficiente ou desuso dos
músculos afectados, como ocorre, por exemplo, em doentes acamados ou imobilizados por
tracções ou aparelhos gessados. Compreensivelmente, se as articulações forem deixadas
numa só posição devido à imobilidade durante longos períodos de tempo, também se tornam
adversamente afectadas.
As fibras musculares à volta da articulação diminuem e perdem o tecido conectivo
dentro da articulação que é gradualmente transformado em tecido denso. Se deixar sem
intervenção, estes processos são irreversíveis.
A distrofia, resulta do enfraquecimento e da degeneração do tecido muscular sendo a
miopatia mais frequente, e a sua gravidade difere de acordo com a região afectada.
Neste capítulo é pretendido só referenciar alguns músculos que têm ou influenciam
directamente a estabilidade do esqueleto ou proporcionam um harmonioso conjunto para
uma eficaz mobilidade Não há intenção de aprofundar conhecimentos sobre fisiologia do
sistema nervosos ou anatómico.
Caso o leitor pretenda conhecimentos mais aprofundados nestas áreas deve colocar de
parte este livro e recorrer a outros que existem no mercado e que tratam aprofundadamente
cada um dos temas com reconhecido mérito
BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
7.2.1 O BRAÇO
O braço tem como músculos mais
importantes e que lhe permitem os
movimentos que são:
Os bíceps (1),
Os tríceps (2),
que permitem potenciarem toda a força
muscular dos membros superiores, e os
movimentos de flexão e extensão do braço.
7.2.2 O ANTEBRAÇO:
O antebraço, tem um conjunto de músculos e tendões com importância fundamental em
todos os movimentos de:
C D
Figura 7. Dedos
C) Músculos interósseos (1), Músculos lumbricais (2), Tendão extensor do dedo (3)
D) Músculos interósseos (1), Músculos lumbricais (2), Tendão extensor (3), Tendão
flexor do dedo (4).
7.3.1 COXA
A coxa é movimentada por músculos que se originam na coluna e na bacia. A extensão
da coxa sobre o tronco é feita pelos glúteos possibilitando a posição erecta. Os músculos
situados na parte anterior da coxa, são os extensores da perna, enquanto que os flexores se
situam na parte posterior.
A) – Músculo sartório (1),
Adutor (2), Reto da coxa (3),
Vasto lateral (4), Vasto medial
(5), Tendão rotoliano (6)
A
BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
7.3.2 PERNA
Os músculos da perna propriamente dita, são na maioria, flexores ou extensores das
articulações dos pés. De todos, os que mais sobressaem são os gastrocnémios (gémeos)
ligados ao calcanhar pelo tendão de Aquiles.
A)
Músculo peronial (1),
Tibial (2),
Gastrocnémio (gémeo) (3),
Cinta de contenção tendinosa (4).
B)
Músculo gastrocnémio (gémeo) (1)
Peronial (2),
Tibial (3),
A B Tendão calcâneo (de Aquiles) (4).
Figura 9. Musculos da Perna
C)
Músculos interósseos dorsais (1),
Tendões extensores dos dedos (2).
D)
Músculos interósseos dorsais (1).
C D
Figura 10.Musculos dos Pés e Bainhas Tendinosas
7.4 TENDÕES
Os tendões são as inserções das terminações musculares e que serve para unir estes aos
ossos. São formados por forte tecido densamente fibroso, por um feixe mais ou menos longo
de fibras de colagénio. O tendão pode ser considerado uma continuação do fino tecido
conjuntivo que envolve as fibras musculares.
Quase todos os tendões são envolvidos por uma bainha tendinosa formada por tecido
conjuntivo que englobam certos tendões, especialmente no pulso e no maléolo. Estão
forrados com membrana sinovial que fornece lubrificação para permitir o movimento fácil
do tendão. Os tendões podem adicionar estabilidade extra à cápsula sinovial.
7.5 LIGAMENTOS
Os ligamentos são faixas de tecido conjuntivo muito fibroso, flexíveis e rijas. Ligam-se
às extremidades das articulações proporcionando estabilidade. Permitem movimentos em
algumas direcções, mas limitam-nos em outras direcções, prevenindo assim agressões às
articulações.
Exemplos mais salientes são os ligamentos colaterais, médios e laterais do joelho, assim
como também os ligamentos cruzados anteriores e posteriores dentro da cápsula do joelho,
que proporcionam estabilidade anteroposterior.
É forrada por uma membrana, chamada por membrana sinovial ou sinóvium, que
segrega um líquido chamado líquido sinovial na cápsula articular com a finalidade de
lubrificar a articulação.
Para além da lubrificação da articulação, o liquido sinovial fornece nutrientes à
cartilagem articular e contem leucócitos, que possuem uma acção fagocitária (de defesa)
sobre as bactérias e resíduos dentro da articulação. O líquido sinovial provém do plasma,
através dos vasos sanguíneos. Uma diminuição no líquido sinovial, pode levar à destruição
da cartilagem articular.
7.7 ARTICULAÇÕES
O movimento seria impossível sem flexibilidade da armação esquelética. Esta
flexibilidade é proporcionada pelas articulações ou lugares em que os ossos se juntam e
articulam. A forma da articulação determina a quantidade e o tipo de movimento possível .
As articulações são classificadas segundo a quantidade de movimentos que permitem, e
pelo tipo de tecido conjuntivo que as juntam.
Cada articulação tem a sua própria amplitude e direcção de movimentos As articulações
diartrósicas permitem um ou mais dos seguintes movimentos: - flexão, extensão, abdução,
adução, rotação, circundação, pronação, inversão e eversão. Existem três tipos principais de
articulações:
Fibrosas – não permitem movimento e são exemplificadas pela estrutura da
caixa craniana. As suturas ligam firmemente os ossos com uma fina camada de
tecido fibroso denso.
Cartilaginosas – permitem pouco movimento e são exemplificadas pelas
articulações intervertebrais e pela sínfise púbica. Uma sindesmose, é um tipo de
articulação que se articula por um ligamento ou membrana, como por exemplo a
articulação rádio-cubital e a tíbio-peronial.
Sinoviais, permitem movimentos livres e são exemplificadas pela coxofemoral
(anca), escápulo-umeral, (ombro) cotovelo, joelho, e pé.
BREVE NOTA DA HISTÓRIA DA ENFERMAGEM
As articulações sinoviais
(diartrósicas) contêm um pequeno
espaço, ou cavidade articular, entre as
superfícies articuladas dos ossos que
constituem a articulação.
A cartilagem cobre a superfície
articular de ambos os ossos, permitindo
um movimento suave e deslizante da
articulação.
Os meniscos (nos joelhos) são Figura 11.Articulação Sinovial
cartilagens em forma de meia-lua,
colocada entre as duas superfícies
articulares, e formam mais uma
almofada à articulação.
Ocorrem alterações fisiológicas no sistema músculo-esquelético ao longo do ciclo vital
da pessoa.
Na maturidade e na velhice, a força e a integridade dos tecidos começa a declinar à
medida que o número total de células corporais diminui. Os tecidos conjuntivos perdem
alguma da sua elasticidade e resistência, principalmente a cartilagem das articulações e dos
discos intervertebrais da coluna.
Com a idade, os ombros tornam-se inclinados, os joelhos e as ancas podem estar
ligeiramente flectidos quando se está de pé ou a andar, devido à dor associada à
degenerescência articular. Em resumo, o envelhecimento afecta o sistema músculo-
esquelético.
CAPITULO IV - O Sistema Nervoso
8 SISTEMA NERVOSO
Figura 13.Dermatomos
Na parte frontal anterior da coluna existe uma reentrância que percorre toda a extensão
da medula, dando ao seu corte transversal a forma de uma borboleta
Se obtivermos um corte transversal da medula espinal, revela-se uma porção externa
branca e uma porção interna cinzenta.
Cada célula do corno anterior tem um axónio longo que sai da medula pela raiz espinal
anterior, e se estende ao nervo periférico. Quando uma lesão envolve parte do neurónio
CAPITULO IV - O sistema nervoso
motor, resulta caracteristicamente em diminuição da força muscular ou paralisia flácida,
perda da actividade reflexa e atrofia dos músculos envolvidos.
O facto de haver um segmento espinal poupado, nem que seja o único, pode ter
repercussões significativas na futura reabilitação e capacidade do doente realizar o auto
cuidado, especialmente se não for na coluna cervical.
CAPITULO IV - O sistema nervoso
Neste capítulo apresento uma visão geral e superficial, face a problemas que envolvem
a medula espinal. Os desafios que envolvem um traumatismo da medula espinal ainda
continuam a ser um centro de discussão.
O traumatismo da medula espinal não é um problema comum, mas a sua complexidade,
bem como as repercussões na vida do doente, fazem dos cuidados a prestar, uma enorme
preocupação em todas as suas fases, desde a urgência à reabilitação a longo prazo.
Cerca de 75% das lesões medulares transversais são de origem traumática. Os restantes
25% podem ser originários de tumores, abcessos, inflamação do tecido da medula, hérnias
ou má-formação congénita.
Os traumatismos da coluna vertebral representam extrema gravidade, não pela fractura
óssea só por si, mas sim pelas consequentes lesões graves da medula espinal, pelo perigo de
deslocação de fragmentos para o canal medular, o que pode e provoca normalmente lesões
irreversíveis da medula, o que tem como consequência diminuição ou incapacidade sensitiva
ou motora, que pode, dependendo da localização da lesão, levar à morte imediata do doente,
à incapacidade motora total dos quatro membros (tetraplégia), só dos membros inferiores,
(paraplégia) ou apenas diminuição de sensibilidade.
A transecção da medula espinal que interrompe, completa ou parcialmente a condução
de estímulos nervosos motores e sensitivos do nível da lesão para baixo, leva a descontrolo
da função importante ou até fundamental, como seja o coração, dos pulmões, dos intestinos,
da bexiga, etc.
A maioria das lesões traumáticas ocorre em acidentes em que o paciente está em
movimento, com acidentes de viação, quedas em altura, no trabalho (andaimes, escadas,
etc.). Tem primordial importância os problemas de mobilidade músculo-esquelética, devido
a traumatismos ou patologias, que podem ser causa de parésias ou plégias
CAPITULO IV - O sistema nervoso
10 COLUNA CERVICAL
Os nervos periféricos são vulneráveis a lesões por qualquer causa, incluindo lesões
desportistas, acidentes de viação, lesões mecânicas e actos de violência. Com a transecção
completa de um nervo periférico, ocorrem diversos processos degenerativos que evoluem
em sentido proximal relativamente ao corpo da célula nervosa. O nervo distal também sofre
degeneração e retracção. Verifica-se perda correspondente da função motora e sensorial
distal, relativamente à lesão
Nas lesões neurológicas associadas às fracturas da coluna dorsal (torácica) afectam
normalmente a região abdominal e membros inferiores dependendo do nível da lesão. A
maioria, se não todos os músculos e enervação intercostais, permanecem activos.
Não existem dados epidemiológicos específicos,
relativamente a lesões dos nervos periféricos,
contudo, o nervo femoral, peronial, e ciático são os
mais frequentemente afectados.
Os sinais e sintomas clínicos, resultantes de
lesão dos nervos periféricos, dependem do local
exacto da lesão e da função específica dos nervos
envolvidos. Quando a porção lombar é atingida, a
enervação das pernas é total ou parcialmente cortada,
de acordo com a gravidade da lesão.
As lesões dos nervos periféricos são
diagnosticadas, principalmente pela história da lesão
Figura 17.Dermátomos dos MIs
e pelos sintomas em presença.
As alternativas de tratamento são em função da situação específica. A imobilização é
usada frequentemente como suporte de cicatrização.
O programa de fisioterapia deve ser iniciado tão cedo quanto possível após a lesão, uma
vez que a perda de enervação faz com que os músculos comecem a atrofiar de imediato.
CAPITULO IV - O sistema nervoso
12 COLUNA LOMBO-SAGRADA
13 OS OSSOS
O esqueleto humano é formado por dois grandes conjuntos que representam as estruturas axiais
e apendiculares, consistindo em 206 ossos de formas e tamanhos diversos e com funções muito
específicas.
O esqueleto axial, consiste em 80 ossos, que correspondem aos ossos do crânio, do osso
hióide, da coluna vertebral e do tórax.
O esqueleto apendicular, consiste em 126 ossos que corresponde aos ossos da cintura
escapular, da cintura pélvica e dos membros.
O esqueleto comporta até 14% do peso corporal do adulto.
O ESQUELETO
HUMANO
carácter: Os ossos
Rígido Cartilagens De Sustentação Das partes
Interno Articulações moles
Resistente
Como alavanca Para permitir
os movimentos Através Dos
Uma fractura é uma interrupção completa ou parcial do tecido ósseo, e ocorrem quando um
osso é submetido a um tipo de stress superior ao que pode absorver. Podem ser causadas por golpe
directo, forças de esmagamento, movimentos bruscos de torção, por forte contracção muscular, e
até mesmo durante uma actividade normal ou a seguir a uma lesão mínima.
Como os ossos são mais firmes do que as estruturas circundantes, qualquer agressão grave é
capaz de provocar fractura óssea. Apesar de ser o osso a parte mais directamente afectada, outras
estruturas também podem ser envolvidas, resultando em edema dos tecidos moles circundantes,
hemorragias, derrames articulares, hemartroses, luxações com lesão ligamentar, rupturas
musculares tendinosas e outras.
A força que provoca a fractura é dispersa pelo tecido mole circundante, podendo ficar alojados
pequenos fragmentos ósseos em músculos e/ou nervos. Os órgãos podem ser lesados pela força que
causou a fractura, ou pelo próprio fragmento da fractura.
A fractura pode ocorrer em qualquer idade. Nas crianças e jovens, e enquanto decorre o
período de crescimento (até cerca dos 18 anos), a recomposição óssea, ou seja, a formação de calo,
faz-se normalmente com grande facilidade e praticamente sem deixar vestígios.
Nas pessoas mais idosas e com problemas de equilíbrio e mobilidade, ou sedentárias, a
recomposição óssea ou seja a formação de calo faz-se normalmente com maior dificuldade, e por
vezes deixando vestígios e deformações visíveis ou até incapacitantes.
A fractura representa uma perda de continuidade do osso, sendo definida de acordo com o tipo
e extensão.
As fracturas completas, comprometem os dois córtex, produzindo dois fragmentos
ósseos. A parte do osso mais próxima do centro corporal é designada por fragmento
proximal e a mais distante por fragmento distal.
Na fractura incompleta apenas um dos lados (córtex) está fracturado o que pode ser
designado por (traço de fractura).
Se a pele sobre a fractura estiver integra, a fractura é classificada por simples ou
fechada. É aberta ou exposta, quando existe uma comunicação directa entre uma ferida
da pele e o local da fractura. Estas fracturas, possuem um risco elevado de
contaminação, o que é um factor importante na decisão do tratamento que passa ou deve
passar por tratamento cirúrgico com prioridade.
Alinhada ou sem desvio, quando os dois fragmentos ou topos de fractura estão
alinhados, ou seja sem desvio da sua posição anatómica normal. apesar da quebra de
continuidade.
Capitulo V Sistema Ósseo E Locomotor
Desalinhada ou com desvio. quando existe desalinhamento dos topos de fractura.
Quando os fragmentos ósseos deslizam sobre sí ou uns sobre os outros, devido ao
mecanismo da lesão, denomina-se por factura por acalvagamento.
O tipo, a direcção, a intensidade da força de tracção das inserções musculares, determinam a
posição dos fragmentos. A linha de fractura é geralmente designada consoante o tipo. Pode ser em:
Ramo verde, representada por lascas em um dos lados do osso, (como se fosse um ramo
verde de árvore a partir), e ocorrem com mais frequência nos idosos e nas crianças
pequenas.
Oblíqua, representada pela linha de fractura num ângulo oblíquo ao eixo do osso.
Em Espiral, representada pela linha de fractura a circundar parcialmente a osso.
Encravada, se o fragmento distal for violentamente empurrado para dentro do
fragmento proximal. Isto ocorre mais frequentemente pela compressão e força aplicadas
no fragmento distal.
Cominutiva, é representada por vários fragmentos por vários fragmentos ósseos.
Na maioria delas, excepto nas fracturas expostas (abertas), só é possível diagnosticar após
revelação por R.X.
Para melhor definição e especificação de cada caso, foram criadas algumas classificações. Ex.:
Ao contrário do que possa parecer, o osso é um tecido também com alguma flexibilidade. Só
atinge uma maior rigidez depois dos 18 anos, altura em que pára o seu crescimento. Perde a sua
consistência ou robustez numa fase mais avançada da vida.
A consolidação de uma fractura, é um processo
fisiológico de recomposição do tecido ósseo através de
um processo designado por formação de calo ósseo .
As fracturas e os problemas cirúrgicos dos ossos,
recuperam pelo mesmo processo.
O calo é o nome dado ao crescimento do novo tecido
ósseo envolvente do foco de fractura, e que permite a
total solidez do osso lesado.
A síndrome de compartimento tanto pode ser aguda, sendo geralmente uma complicação do
traumatismo, como pode ser crónica, ocorrendo em pessoas empenhadas em desporto como a
maratona, a dança, o esqui, etc.
Se não for reconhecida ou detectada a tempo, a síndrome de compartimento pode levar à perda
de função do membro, deformidade ou até amputação. Os músculos sofrem mudanças isquémicas
num espaço de 6 horas após o traumatismo.
A síndrome de compartimento pode aparecer no momento a seguir ao traumatismo em
consequência do fluido que se acumula num compartimento, e a fáscia não se consegue expandir
Capitulo V Sistema Ósseo E Locomotor
para acomodar o excesso desse fluido, originando um aumento de pressão. O resultado final é a
diminuição do aporte sanguíneo e a hipoxia dos tecidos. A pressão aumentada leva à isquémia dos
tecidos e por fim à necrose.
Consolidação - A evidencia de não consolidação em fracturas da tíbia é mais elevada
do que nos outros ossos longos, especialmente quando a fractura ocorre em resultado de
uma lesão de energia elevada, tal como num acidente de veículo motorizado.
A imobilização provisória das fracturas é e deve ser sempre um procedimento efectuado com
conhecimento e com responsabilidade, porque daí resulta ou pode resultar o melhor ou pior
benefício e recuperação do doente
Se a fractura for a única lesão aparente, é habitualmente possível proceder à sua imediata
imobilização, tendo em conta a ausência de qualquer metodologia analgésica. A necessidade deste
recurso pode ser deveras notada nas situações de fracturas expostas ou complicadas, por
envolvimento de outros tecidos (muscular, nervoso; vascular, etc.).
Nas fracturas fechadas deve ter-se sempre em atenção, (por exemplo nas fracturas do fémur) o
eventual comprometimento vascular ou tão-somente a hemorragia adjacente à lesão. É portanto,
necessário observar e estar atento aos sinais de compromisso vascular de forma a permitir o
controlo e despiste de quaisquer situações hipovolémicas.
Está calculado e referido que uma fractura fechada da diáfise fémural pode perder cerca de um
litro de sangue, enquanto uma fractura da bacia com interrupção do anel pélvico pode perder até 3
litros de sangue. Estes dados mostram bem a importância de um exame objectivo e cuidado.
Nas técnicas de imobilização provisória, devem utilizar-se sempre materiais simples e de fácil
remoção, mas que garantam a imobilização das articulações mais proximal e a mais distal do foco
de fractura. Habitualmente imobilizam-se os membros através da aplicação provisória de talas de
madeira ou outra.
Numa situação de necessidade de imobilização mais prolongada, pode ser usadas ligaduras de
suspensão, ou imobilizações com ligaduras de gesso.
Qualquer uma das técnicas ou material, contribui para a imobilização da fractura, diminuir
riscos e a dor.
As lesões medulares ocorrem com maior frequência, quando é exercida uma força excessiva na
coluna cervical de hiper extensão, compressão ou rotação. Ocorrências que provoquem aceleração e
desaceleração violentas e súbitas, são factores desencadeadores de graves lesões medulares.
As lesões de hiperflexão, são frequentemente resultado de uma desaceleração súbita, como
pode acontecer numa colisão frontal com veículo motorizado ou por forte pancada na nuca.
Capitulo VII - Cuidados De Enfermagem No Serviço De Urgência
A consequência do movimente violento de hiperflexão, tem com consequência de imediato, um
movimento de hiperextensão forçada, que normalmente resultam em fracturas ou luxação das
vértebras cervicais, e /ou rotura ou laceração dos músculos e ligamentos posteriores
As lesões de hiperextensão, são frequentemente lesões de aceleração, já que são mais frequente
em colisões traseiras, ou em consequência de quedas em que o maxilar inferior bate violentamente.
Os resultados são extremamente graves devido à amplitude do movimento do pescoço.
As lesões de rotação, são causadas por flexão lateral extrema ou torção da cabeça e do pescoço.
A medula é gravemente sacudida ou comprimida como pode acontecer no desporto como por
exemplo o futebol ou a natação. Pode não haver alterações patológicas da medula, mas ocorre perda
temporária da função motora ou sensorial, ou ambas, que regridem geralmente espontaneamente
num espaço de 24 horas.
Os cuidados imediatos após o traumatismo cervical, começam no terreno, no local da lesão, e
deve centrar-se na sua estabilização.
Não se pode considerar em absoluto que as imobilizações por talas de madeira que são usadas
basicamente no momento e local do acidente, seja um tratamento conservador de fracturas. Contudo
também não se pode excluir em absoluto dessa classificação, porque é ou pode ser nesse momento
que damos um enorme contributo para minimizar os riscos de maiores danos ou incapacidades
futuras para a vítima.
A grande percentagem dos traumatismos dos membros, são derivados a agressão directa e
violenta, como é o caso do desporto, acidentes rodoviários ou quedas em altura.
Os traumatismos das extremidades embora de um modo geral não ponham em risco a vida da
vítima, podem quando não tratadas ou incorrectamente tratadas, condicionar o tempo de
internamento e morbilidades mais elevadas.
A fractura mais frequentemente esquecida ou não diagnosticada é a segunda fractura. Deve ter-
se sempre em atenção o mecanismo da lesão.
A sequência de imobilização de uma fractura passa pela tracção prévia da mesma (sempre por
alguém creditado, porque caso contrário é preferível imobilizar na posição encontrada), segundo o
eixo em que se encontra o membro, seguida de alinhamento e imobilização.
No caso das articulações, a tracção exercida deve ser mínima e feita se possível com a
participação activa da vitima, e devendo ser sempre imobilizada na posição em que se encontrar, em
caso de resistência.
Utilizar sempre talas de madeiras almofadadas. As talas insufláveis podem ocasionar isquemia
do membro.
Nas vítimas deitadas - Técnica: Um elemento ajusta o membro à tala de madeira almofadada,
colocada lateralmente, na posição mais cómoda possível (pode mesmo ser necessário imobilizar na
posição em que se encontra). Outro elemento aplica as ligaduras, imobilizando o braço e o
antebraço contra as talas e depois contra o corpo da vítima.
Situações como lesões articulares do cotovelo ou fractura da diáfise do úmero, em que pode ser
necessário imobilizar o membro em flexão, pode ser utilizada outro tipo de tala, igualmente rígida,
almofadada, mas moldável – (Talas em metal tipo “KRAMMER”)
Nestes casos, as talas de madeira, devem ser colocadas ligeiramente inclinadas no sentido do
1/3 médio do pé, deixando o calcanhar abaixo das talas. Na envolvência com as ligaduras, já o
calcanhar também deve ser envolvido para se obter uma boa imobilização.
Com talas de Krammer - Técnica: Um elemento ajusta o membro à tala de krammer
almofadada, colocada posteriormente e moldada ao pé. Outro elemento aplica as ligaduras,
imobilizando da coxa ao pé, utilizando a técnica de tracção do pé.
Qualquer lesão traumática da coluna ou dos membros que mostrem uma evidente alteração das
linhas anatómicas ou suspeita de luxação grave, exige sempre por parte do enfermeiro uma cuidada
observação neurovascular da extremidade envolvida, com a avaliação da coloração, temperatura e
pulsos periféricos. Esta avaliação deve ser mantida mesmo depois de feita a imobilização.
As lesões da coluna cervical são, ou poderão ser de extrema gravidade. O enfermeiro que faz a
primeira abordagem de um doente vítima de traumatismo cervical, deve ter sempre em atenção a
eventualidade de uma lesão grave e deve, portanto, cuidá-lo como sendo vítima de uma lesão
cervical grave.
As lesões inflamatórias agudas da coluna também são frequentes nos cuidados primários em
ortopedia. Habitualmente, são situações hiperálgicas que apresentam maior limitação de
movimentos. Nestas situações, deverá ser sempre despistada a eventualidade de traumatismo
causador da dor, o que exige do enfermeiro medidas de imediata imobilização e repouso, até
confirmação de eventual fractura da coluna.
Em termos gerais, as intervenções de enfermagem nos cuidados em ortopedia do S.U., deverão
ter como objectivos:
Diminuir a dor e proporcionar conforto ao doente - Uma abordagem calma e confiante
que transmita segurança, permite reduzir a ansiedade e a angústia, facilitando a
colaboração que é indispensável ao sucesso dos cuidados.
Estabilizar a fractura (suspeita ou confirmada), em posição anatómica ou antiálgica - A
estabilização de um membro com suspeita de fractura, implica a sua imobilização em
posição anatómica, a qual é frequentemente antiálgica. É comum um doente apresentar
na entrada no S.U. um desvio anatómico do membro atingido.
O enfermeiro deverá procurar posicionar o membro, respeitando a linha anatómica, exercendo
a necessária tracção, numa posição distal do foco de fractura, por forma a aliviar a tensão muscular,
permitindo assim o realinhamento anatómico do membro e imobilizando, embora provisoriamente
com talas na face interna e externa do membro, de forma a imobilizar também a articulação mais
proximal e a articulação mais distal do foco de fractura.
Promover o rápido tratamento especializado mais indicado para cada situação,
proporcionando o melhor cuidado, tendo em conta uma rápida recuperação e reinserção
social.
A primeira avaliação, o exame físico cuidado e a imobilização provisória adequada e
correctamente colocada, pode ser sinónimo de um menor período de recuperação, e por tanto, numa
mais rápida reinserção social.
Capitulo VII - Cuidados De Enfermagem No Serviço De Urgência
Um dos principais métodos de tratamento das lesões ósseas que ocorrem ao s.u. é o tratamento
conservador, que pode passar pela imobilização com ligaduras e/ou com aparelhos gessados.
Vou descrever neste capítulo, embora superficialmente, o uso de material de gesso, e ligaduras
para imobilização, tema que abordarei pormenorizadamente mais à frente em capítulos distintos,
dedicados aos vários aparelhos gessados e ligaduras para corrigir ou estabilizar as fracturas ou
luxações ósseas.
A opção pelos vários tipos de aparelhos gessados e neste caso, dando prioridade ao uso de talas
gessadas, deve-se ao facto de que na primeira fase do traumatismo ou seja, logo após e nas
primeiras 24 a 48 horas, há o aparecimento de alterações morfológicas no membro afectado,
principalmente na zona directamente atingida, como seja o edema, o hematoma ou feridas.
As talas de gesso caracterizam-se por serem metade de gesso ou seja por meia cana,
envolvendo só a metade anterior ou a posterior do membro afectado ou a zona que se pretende
proteger ou imobilizar.
A aplicação de ligaduras ou das talas gessadas (gessos meia cana), permitem que o membro
cumpra a sua função de reabilitação e se expanda o suficiente, sem haver o perigo de garrotamento
ou comprometimento neurovascular local ou distal.
Permite que após algum tempo (8 a 15 dias) se possam utilizar outros meios de tratamento ou
de imobilização como sejam os aparelho gessados fechados, para permitir melhor estabilidade dos
focos de fractura, sem se correrem os riscos atrás descritos de alterações neurovasculares que por
ventura poderiam ser irreversíveis para o doente.
A execução de qualquer imobilização provisória de um membro com lesão osteo-articular,
deve respeitar as seguintes regras gerais como:
Garantir a estabilização da área suspeita de fractura, tendo sempre em atenção o
alinhamento anatómico.
Garantir o bloqueio das articulações distal e proximal do foco de fractura.
Esta exigência faz com que a imobilização de um membro inferior seja quase sempre
cruropodálica, a do membro superior seja quase sempre braquiopalmar.
Capitulo VII - Cuidados De Enfermagem No Serviço De Urgência
O gesso, é seguramente o mais comum dos meios de imobilização das fracturas usados em
todo o mundo. Desde o início do século passado, que os gessos, e os aparelhos gessados, foram
motivo de muitos estudos e alterações na filosofia de aplicação, nas várias fases de um tratamento
das lesões ósseas por fractura.
O gesso é um material que parece que se molda ao nosso gosto, sobre todas as partes do corpo
e dá-nos resultados muito surpreendentes, muitas vezes superiores a outras formas de imobilização
ou tratamento. Por si só, o gesso permite fixar as diversas partes do corpo que estiverem lesadas,
numa posição determinada, caso entendamos por bem manter essas posições e dependendo só de
alguns minutos para a sua execução e solidificação.
Para a execução correcta e eficaz das várias talas gessadas, têm que se reunir várias condições
de recursos humanos, materiais, e ambientais. É fundamental existir uma sala própria e bem
apetrechada com material, assim como bom ambiente. É fundamental não descurar o aspecto físico
e psicológico do doente.
Como apoio, caso seja necessário efectuar pensos em feridas pós traumáticas, e antes de
executar o aparelho gessado, deve haver material de pensos e os produtos como:
desinfectantes usados na instituição, compressas esterilizadas, luvas esterilizadas e
adesivos, etc.
22.1.1 ENSINO
O ensino do doente e/ou familiares do que deve ou não deve fazer enquanto for portador do
aparelho gessado ou ligadura de imobilização, é um aspecto importante a ter em conta por parte do
enfermeiro, com o objectivo de se obterem os melhores resultados no tratamento.
23 TALAS GESSADAS
Neste capítulo vou fazer uma referência superficial aos princípios e execução das talas
gessadas. Falarei mais pormenorizadamente em capítulo posterior dedicado a este método de
imobilização.
As talas gessadas são aplicadas nos membros e por princípio no S.U. em consequência de
fracturas ósseas ou lesões ligamentares. São vários os tipos de talas utilizadas, tais como:
Nos membros superiores - Talas em U, Bráquio- palmares, antebráquio- palmares e
metacarpianas.
Nos membros inferiores - Talas Cruropodálicas, posteriores do joelho e podálicas.
As ligaduras, são também conhecidas por ataduras ou bandagens, feitas de material diverso, de
acordo com a função a que se destina.
Diferenciam-se de outros meios de contenção rígidos, como por exemplo os gessos, os metais
ou material termo moldável, porque utilizam um material flexível, constituído por tecido ou telas,
que podem ser impregnadas com adesivo ou não. Esta diferença no material, leva-nos a distinguir
vários tipos de imobilizações e aplicações. É nos desportistas que se recorre com mais frequência a
este método de tratamento.
Também, quando se pretende uma recuperação mais rápida, como método terapêutico, que
permite, quando se deseje, mas de forma selectiva, um determinado grau de liberdade, numa
articulação determinada.
Existem várias formas de realizar as diversas imobilizações e com os vários tipos de ligaduras,
que assumem nomes diferentes, consoante a sua localização, finalidade e o nome do seu autor. Em
traumatologia ortopédica, as imobilizações com ligaduras são usada cada vez com mais frequência
substituindo por vezes os gessos.
As imobilizações com ligaduras, são usadas para tentar manter, estabilizar, solidificar, suprir
e/ou reforçar estruturas ósseas ou musculares bem definidas. Neste capítulo só serão referenciadas
as ligaduras não funcionais, para tratamento de algumas fracturas, e executadas no serviço de
urgência. Estas e outras ligaduras serão descritas com mais pormenor no capítulo X dedicado aos
vários tipos de imobilização com ligaduras não funcionais e ligaduras funcionais.
24.3 MATERIAL
O enfermeiro deve ter todo o material pré seleccionado indispensável a cada situação e em
local de fácil acesso, de preferência junto ao doente.
Deve constar de: - ligaduras de algodão de vários tamanhos,(10cm,15cm) elásticas de pouca
tensão de tamanho adequado(10 ou 15cm), ligaduras de gaze de vários tamanhos,
(10cm,15cm;20cm), ligaduras adesivas, ligaduras auto- aderentes, adesivo lago.
Deve ter-se também sempre à disposição compressas, solutos desinfectantes e de pensos, para
efectuar a limpeza da área ou alguma lesão da pele, se necessário.
Na cirurgia urgente mas que permite algum tempo de programação, além dos cuidados atrás
definidos, o esclarecimento do doente e/ou dos familiares por parte do médico que o assiste ou vai
operar, e do enfermeiro que entretanto esteve com ele e lhe fez a pré- preparação, é importante o
esclarecimento de uma forma simples e com termos compreensíveis para um leigo em saúde.
Esta abordagem faz com que se reduza os anseios e receios do doente e/ou familiares para uma
situação nova e cheia de incertezas quanto aos resultado final.
O enfermeiro como membro de uma equipa, embora não tenha a “obrigação” do
esclarecimento técnico, deve actuar até ao limite que lhe é permitida a deontologia profissional, de
forma a contribuir par a melhor aceitação e colaboração no tratamento por parte do doente.
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
O termo tratamento conservador nas fracturas, é aplicado aos vários tipos de imobilizações
externas, e resulta do objectivo de se obter a consolidação das fracturas sem intervenção cirúrgica,
ou seja, sem a necessidade da invasão dos tecidos moles e tecidos ósseos, com a aplicação de
material rígido como (placas e parafusos) para suster ou alinhar as fracturas, dando-lhes a
consistência necessária, para que no mais curto espaço de tempo, o organismo crie um calo ósseo e
se recomponha da agressão sofrida.
No tratamento conservador podemos incluir quatro fases ou quatro formas de conseguir os
melhores resultados. É claro que a decisão ou escolha de cada um dos métodos, está estritamente
dependente de cada caso concreto.
Todas a formas de imobilização externa conhecidas são diferentes e o seu uso depende da
maior ou menor agressão física sofrida pelo doente, ou pela necessidade de maior ou menor força
de tracção, para se conseguirem os melhores resultados no menor espaço de tempo, procurando
minimizar os danos de incapacidades físicas ou motoras para o futuro. Assim temos as
imobilizações ósseas por:
Imobilização por talas
Fixadores externos
Tracções
Imobilizações com ligaduras
Imobilizações com aparelhos gessados
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
Os doentes portadores de fracturas graves, ficam por norma inteiramente imobilizados no leito
por períodos mais ou menos longos, principalmente se têm idade avançada, ou por necessidade
clínica de tratamento cirúrgico ou tratamento conservador, necessitando por vezes de estar
imobilizados por tracções. Nesses casos, os doentes dependem praticamente em tudo da equipa de
enfermagem. Esta dependência ou incapacidade pode gerar no doente reacções psicológicas que
podem passar por várias fases como:
1ª FASE
RECUSA – “ Não pode ser” - “Eu ficar aí tanto tempo!”
ANSIEDADE – “Mas porquê ?” – “Não posso levantar-me nem para ir ao WC ?” – “E
para tomar banho ?”
IRRITAÇÃO – Impaciência; mau humor; chama sem cessar.
NEGOCIAÇÃO – “Se me curar prometo …” – Nunca mais quero ver aquela mota/carro
na minha frente …” – Só peço a Deus que fique bom para …”
2ª FASE:
TRISTEZA E DEPRESSÃO – Fica ligado a tudo que teve de deixar como: Trabalho;
família; casa; amigos; etc.
DÚVIDA – “ Será que vou ficar a “mancar”?” – Será que vou ficar como antes?
3ª FASE:
ACEITAÇÃO – Estádio de tranquilidade em relação à sua situação, ao tratamento e à
imobilização por tracção.
A sua actividade de vida fica afectada e muito alterada, necessitam de grande atenção da parte
dos enfermeiros para vários aspectos que os afectam ou tem influência no seu comportamento
normal anterior como: a necessidade de sentirem um ambiente seguro; a comunicação; a
alimentação; a eliminação; a higiene pessoal; o sono e repouso; a movimentação/locomoção; etc.
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
26 ACÇÃO DE ENFERMAGEM
À medida que o processo de recuperação progride e que a dor diminui, os doentes ficam mais
receptivos para aprender e apreender as actividades necessárias para um regresso à sua actividade
de vida anterior.
São variadas as acções que estão destinadas à função e cuidados de enfermagem, no tratamento
dos doentes, tendo em conta o seu todo, numa perspectiva holística do ser humano, perante todas as
suas necessidades físicas e ambientais.
26.2 COMUNICAÇÃO
Devido à limitação de movimentos e impossibilidade de deambular pode existir dificuldades de
comunicação com os enfermeiros e /ou restante equipa, assim como com outros doentes. Deve ser
uma preocupação dos enfermeiros:
Permitir que o doente estabeleça relações com todos os que o rodeiam, e que se
expresse através das formas mais adequadas.
Proporcionar-lhe “meio de ligação” com outros doentes e equipa de enfermagem
Facultar o uso de espelho como forma de visualização e de comunicação principalmente
aos doentes em tracção e em cama Strayker.
Usar linguagem clara e precisa
Permitir que expressem receios e dúvidas.
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
Mostrar disponibilidade para: escutar, fazer ensino, explicar a função e importância da
tracção e do tratamento
Pôr o doente em contacto com outros doente que estejam ou tenham estado na mesma
situação de tracção. Se for uma criança, deixá-la manipular o material.
26.3 ENSINO
O ensino ao doente imobilizado com tracções ou fixadores é importante, para que possamos
obter a melhor colaboração no seu tratamento. Deve ser explicado:
A função da tracção em relação à fractura e o plano de tratamento
A amplitude dos movimentos permitidos e como o alcançar, (por ex.: como utilizar o
cavalete para ajudar nos movimentos, o fio na tracção balanceada, para movimentar o
joelho, etc.)
Encorajar o doente a movimentar-se para aliviar a pressão na pele nas costas
O que deve ou pode fazer e o que não deve ou não pode fazer enquanto estiver
imobilizado.
O posicionamento correcto que o membro deve manter durante o tratamento.
Medidas para aliviar a dor e o desconforto.
Exercícios para manter a força muscular e a circulação de retorno.
26.4 CUIDADOS
Os doentes acamados e em tracção como a balanceada, a de balkam a cutânea, a craniana em
cama Strayker, com cirurgia à coluna principalmente as escolioses, e os mais idosos, têm ou podem
ter com mais frequência dificuldades e complicações de vária ordem como: respiratórias, atrofia
muscular, obstipação, úlceras de decúbito, etc.
Estes aspectos e outros devem levar os enfermeiros a estarem atentos a variadíssimos aspectos
nos cuidados a prestar como:
Inspeccionar a tracção frequentemente para ter a certeza que as cordas estão
funcionantes, que os pesos estão livres e suspenso, que as roupas da cama, a cama, a
armação (ramada) e as barras da cama não estão a interferir em nenhuma parte do
aparelho de tracção.
Evitar aumentar ou diminuir pesos à tracção.
Verificar frequentemente os cravos, o estribo, as roldanas, ou as lonas de suspensão,
reajustando-as caso seja necessário para a posição adequada, sem aliviar a tracção.
Manter a contra-tracção, elevando os pés da cama.
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
Aliviar a pele com frequência para se ter a certeza de que não esta a ficar ruborizada,
ferida ou macerada pelo aparelho de tracção.
Manter as áreas da pele em redor dos fios ou cravos, seca e limpa, bem protegida e
desinfectada.
– Assegurar-se que o doente respira sem dificuldade
– Incentivar o doente a fazer inspirações / expirações profundas e a expectorar com
frequência.
– Fazer ou ajudar na cinesioterapia respiratória
– Mudanças de posição ou de decúbito para facilitar a drenagem postural, com a
frequência que cada caso exija, mas que por regra não deve ultrapassar as 3 horas
consecutivas em cada decúbito.
– Ensinar o doente a movimentar-se o mais possível dentro das restrições da
imobilização, fazendo exercícios activos de tónus muscular (isométricos) e de modo
regular por exemplo dos quadricípedes e glúteos.
Posicionar o doente com frequência, dentro das posições ou limitações da imobilização,
para evitar pressão prolongada sobre as proeminências ósseas e assim prevenir o
aparecimento de úlceras de pressão ou rigidez articular.
26.5 DOR
Uma pessoa com uma fractura tem, na maioria dos casos dor no local da fractura, pressão por
edema nos tecidos moles lesionados, adjacentes à fractura, e espasmos musculares na área da
fractura.
A dor contínua e o espasmo muscular, podem fazer realçar ou movimentar indevidamente os
fragmentos ósseos e retardar os esforços para reduzir ou manter a redução da fractura.
Os doentes com muitas dores, vão resistir aos esforços para ajudar a pôr em prática medidas
destinadas e evitarem complicações.
Entre as medidas que um profissional de enfermagem pode tomar para minimizar ou aliviar a
dor são:
-Administração de analgesia prescrita, mudar se possível, o doente de posição, ensinar
ao doente técnicas de relaxamento.
- Aplicar gelo, caso esteja indicado ou prescrito, na área afectada para diminuir o edema
e a dor.
26.6 ALIMENTAÇÃO:
Com a imobilização no leito, a alimentação pode ter ou sofrer algumas dificuldades,
apresentando alguns problemas como: anorexia, náuseas, vómitos, dificuldades na introdução dos
alimentos, dificuldades na deglutição, etc.
Fazem parte dos cuidados de enfermagem:
– Assegurar-se da temperatura dos alimentos e cuidados na apresentação dos alimentos
– Permitir na medida do possível que o doente escolha o que quer comer.
– Vigiar e registar se o doente se alimenta na quantidade e qualidade necessárias
– Elevar a cabeceira da cama no horário da refeição (se possível)
- Introduzir os alimentos na boca, caso o doente esteja impossibilitado de o fazer
autonomamente.
– Vigiar e registar a presença de anomalias como náusea e vómitos.
26.7 ELIMINAÇÃO:
Um doente acamado tem com muita frequência alterações no funcionamento intestinal e
vesical. Devemos estar atentos a:
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
– Alterações intestinais - obstipação por: imobilização, alteração dos hábitos
alimentares, alteração da dieta, diminuição da ingestão hídrica, etc.
– Alterações urinárias - Infecções urinárias, disúria, polaquiúria, retenção, te
– Ansiedade e sentimento de “vergonha” por não conseguir satisfazer as suas
necessidades de eliminação de forma autónoma.
- Ao desconforto e dificuldade no uso de arrastadeira ou urinol.
– Procurar diminuir a ansiedade do doente e ajudá-lo a aceitar a sua limitação
fornecendo-lhe toda a ajuda necessária
– Respeitar a privacidade e pudor do doente, isolando-o
– Estabelecer e incentivar a ingestão de líquidos, assim como sumos de limão ou laranja
para prevenir a bacteriúria (acidificar a urina) e atrasar a possível formação de cálculos
reno-vesicais
– Normalizar os hábitos intestinais com a alimentação apropriada ou com ajuda de
laxantes.
- Observar e registar a frequência e características das fezes e urina.
27 IMOBILIZAÇÃO DE FRACTURAS
As fracturas que implicam o internamento dos doentes podem ser imobilizadas por fixação
cirúrgica, por fixadores externos ou por tracção.
Os sistemas de tracção, são metodologias de imobilização prolongada, e podem ser utilizadas
como preparação ou espera de data cirúrgica, mas habitualmente são mais utilizadas, quando a
opção terapêutica é conservadora, permitindo deste modo a redução da fractura, o alinhamento e a
cicatrização/formação de calo ósseo. As várias tracções referenciam-se pelos pontos de tracção.
27.1 TRACÇÃO
É o mecanismo pelo qual uma força estável é exercida numa parte, ou partes, do corpo. Pode
usar-se para as seguintes funções:
27.2 CONTRA-TRACÇÃO
É uma força que contraria a força da tracção. O corpo do doente pode ser a contra tracção se a
cama for levantada no lado oposto ao local da tracção, que pode ser conseguido na maior parte das
vezes pelo próprio doente activamente e/ou pelo peso do seu corpo, mesmo passivamente.
27.3 SUSPENSÃO
É a utilização de equipamento de tracção com armações, cordas, roldanas, lonas, e pesos, para
suspender mas sem exercer «pressão» em uma parte do corpo. Para se suspender o corpo de forma
correcta, a suspensão tem de ser equilibrada com pesos.
As tracções ou imobilizações das fracturas podem ter formas diferentes, com objectivos
distintos, mas com a finalidade de ajudar a recuperação do doente o mais precocemente possível,
com o mínimo ou nenhumas sequelas para a actividade da vida diária normal do doente. Assim
podemos definir as várias tracções:
Tracção esquelética - A tracção esquelética é aplicada directamente no osso e são
utilizadas como tratamento conservador das fracturas da coluna cervical, do úmero, do
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
fémur e próximais da tíbia, utilizando material diverso e diferenciado para cada caso, e
que pode passar pelo compasso de Crutchfield, (craniano) fios de Kichnner ou cravos de
Staimmer.
- Tracção cutânea - A tracção cutânea é a forma mais simples de tracção. Tem como
função, proporcionar uma pressão directa na extremidade afectada. É muitas vezes
utilizada para aliviar espasmos musculares e imobilizar o membro, temporariamente,
por exemplo a seguir a uma fractura do fémur, dos ossos da perna, do braço ou
antebraço, antes da redução ou da fixação por cirurgia. Pode também, em casos
específicos, ser usada como tratamento conservador.
- Tracção por cintas - A tracção cervical por cabresto tem como função de
descompressão medular no caso de hérnias discais cervicais. A Tracção por cinta
pélvica tem como função a descompressão da medula por lesão ou hérnia dorso-lombar,
- Fixadores externos – O método de fixação externa das fracturas por fixadores,
consiste numa intervenção mista de atitude cirúrgica e tratamento conservador. Tem
como função fixar, manter e estabilizar os vários topos de fractura, para permitir uma
boa consolidação do calo ósseo. Consiste num dispositivo de metal, (uma liga própria
para não provocar ou evitar ao máximo reacções ou infecções) que podem ser “ fios de
kichner, cravos de Staymer ou outros” adaptadas a cavilhas com rosca ou não e que são
directamente inseridas no osso, podendo fixar só um dos lados ou atravessar
completamente o osso na parte mais distal e na parte mais proximal da fractura.
Todos estes aparelhos fornecem fixação extremamente rígida, ao mesmo tempo que permitem
um certo grau de mobilidade ao doente. Para a aplicação deste material é necessário recorrer-se a
uma anestesia e numa sala de bloco operatório
O doente com fixadores externos pode deambular sem esforço, não necessitando de
internamento permanente até à consolidação da fractura, podendo ir para casa, desde que assumam
a higiene e desinfecção nos pontos de contacto dos fixadores com a pele e o osso.
Os cuidados de enfermagem nestes doentes resume-se:
– Vigilância de sinais infecciosos
- Vigilância de sinais de edema, disfunção circulatória ou sensitiva da extremidade do
membro
- Aplicação terapêutica prescrita
- Pensos com desinfecção asséptica dos cravos no local da sua inserção
- Ensino para a deambulação no serviço de internamento
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
- Ensino a quando da alta, dos cuidados a ter na sua residência com a higiene e
desinfecção do material
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
28 TRAUMATISMOS DA COLUNA
As lesões na medula espinal variam desde a contusão transitória, (da qual o doente recupera
totalmente), à laceração e/ou compressão da substancia medular, tanto isoladamente, como quando
associada a uma transecção completa da medula que torna o doente paralisado abaixo do nível da
lesão. Estão nestas situações as lesões traumáticas da coluna cervical.
fractura em causa.
O doente sempre que possível e por norma
é colocado numa cama giratória (Strayker) antes
de se colocar os pesos de tracção, onde vai ficar
até ser operado ou até final do tratamento
conservador.
Os traumatismos dos membros mais frequentes e que necessitam de maiores cuidados são as
fracturas e que por si só têm vários graus de gravidade, necessitando por isso também várias
técnicas de tratamentos.
A finalidade do tratamento é favorecer a restauração correcta e completa do osso fracturado no
tempo mais curto possível. As extremidades fracturadas ou deslocadas, são ajustadas e mantidas
firmemente juntas até a solidificação da fractura o que demora em média cerca de 6 semanas.
Em alguns casos existe a necessidade de fixação cirúrgica através de material de osteosintese.
Noutros casos são usadas as imobilizações com vários tipos de tracção ou fixadores externos.
29.1 TRACÇÕES
As tracções são a forma mais simples de imobilização do membro fracturado e tem como
função, proporcionar uma pressão directa na extremidade afectada. São muitas vezes utilizadas para
aliviar espasmos musculares e/ou imobilizar o membro temporariamente, por exemplo a seguir a
uma fractura do fémur, dos ossos da perna, do braço ou antebraço, antes da redução ou da fixação
por cirurgia. Pode também, em casos específicos, ser usada como tratamento conservador.
Uma contra tracção é necessária, principalmente nas fracturas dos membros inferiores, porque
embora o peso usado para a tracção seja adequado e em consonância com a estrutura corporal do
doente, só pelo facto de estar deitado, e a pressão de tracção ser contínua, há a necessidade de uma
contra tracção para contrabalançar a pressão, e que pode ser obtida pelo próprio peso do doente,
depois de se ter levantado os pés da cama, o suficiente para obter o efeito desejado
Nas tracções esquléticas ou cutâneas nos membros, existem variantes, que tem objectivos
diferentes, embora usem os mesmos princípios e métodos de execução, mas que permite alguma
mobilidade do cotovelo, da mão, da coxo-fémural, do joelho, do pé .
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
31 FRACTURAS DA BACIA
Figura 53.Bacia
Função
A tracção por cinta pélvica também denominadas por (Balkan) tem com objectivo imobilizar a
fractura. È montada uma estrutura metálica forte (tipo ramada) sobre a cama e fixada nas barras da
cabeceira e dos pés, com altura suficiente para permitir elevar e suster ligeiramente o corpo do
doente. O tipo de imobilização depende da localização, e da estabilidade ou instabilidade resultante
no anel pélvico.
Em muitos casos com fracturas do sacro e da pelve, mas sem ruptura do anel pélvico, pode ser
suficiente para o tratamento o repouso num leito para proporcionar mais estabilidade.
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
Como executar
Nas fracturas em que ambos os lados estão fracturados, utiliza-se uma tracção por cinta
pélvica (lona ou outro material consistente e confortável), para imobilizar a pelve e para
que o doente possa movimentar o corpo com menos dor.
A cinta deve ser colocada por baixo da
região nadegueira, para que se mantenha um
espaço mais ou menos aberto sobre o abdómen.
Este espaço depende da fractura ou necessidade
de correcção. Para se manter esta abertura é
necessário usar-se dois afastadores consistentes,
e que sirvam ao mesmo tempo para a
sustentação do corpo através de fios (corda)
Figura 54.A tracção por cinta pélvica
paralelos, que por sua vez estão ligados a também denominadas por (Balkan)
roldanas fixas na armação superior da cama do
doente e que foi previamente montada.
A quantidade de peso a utilizar, depende do peso corporal do doente e para que permita uma
ligeira suspensão acima do leito.
É fundamental que estes doentes em tracção de Balkan mantenham uma ligeira suspensão em
relação ao leito, para que o próprio peso do doente faça contra-tracção, ajudando assim a que as
preeminências ósseas fracturadas e com desvio, se unam mais rápida e eficazmente
Os pesos devem ficar colocados lateralmente e fora do alinhamento do leito através de outro
par de roldanas, para se evitar o risco de caírem em cima do doente e de facilitarem os cuidados de
higiene diários.
Nas fracturas em que ocorreu separação de
sínfise púbica, deve utiliza-se uma tracção por
cinta pélvica (lona ou outro material consistente
e confortável), de forma a aplicar-se uma força
de compressão.
As fracturas do fémur ocorrem fundamentalmente nos casos de queda sobre a coxa com torção
do osso, por acidentes de viação, o que podem originar vários tipos de fractura e graus de gravidade
diversos como os exemplos: Sub-trocantérica, Colo do fémur.
As fracturas da perna, podem envolver a
quebra da tíbia e do perónio ou só um deles,
como por exemplo: os pratos tibiais e o perónio.
Quando ocorre fracturas dos dois ossos ao
mesmo tempo, o prognóstico de tratamento é
mais favorável do que se houver só fractura da
tíbia, porque o perónio exerce uma pressão que
tende a separar os topos ósseos fracturados da Figura 59.Fratura do prato da Tíbia e
Perónio
tíbia.
Entre várias fracturas pode ocorrer a fractura por afundamento, quando o osso recebe um
impacto directo de um objecto, enquanto o pé se mantêm estável e fixo. As fracturas só do perónio
resultam quase exclusivamente de impactos directos sobre ele.
As fracturas do tornozelo provocam
frequentemente a rotura de uma porção da parte
inferior da tíbia, dos ligamentos e cápsula
articular. A causa mais comum deste tipo de
fractura é a torção excessiva da perna, com o pé
em posição fixa. (ex.)
A B
Figura 61.Tracções esqueléticas balanceadas: A - tala de Thomas; B – Tala com colaboração do
Utente
Também podem e são frequentemente executadas com outro material, desde que sejam usadas
lonas ou material consistente e macio, para suspender o membro.
È também solicitado colaboração ao doente para mobilizar a articulação do joelho, puxando
ritmadamente um fio estrategicamente colocado e de fácil acesso, de forma a diminuir o risco de
aderências articulares e a atrofia muscular.
A forma de execução destes tipos de tracções é
idêntica. Neste caso será colocado um peso variável
perpendicular à perna a mobilizar, de forma a que seja
possível manter a elevação do membro acima do nível
do leito, a uma altura que permita a mobilidade da
perna e do joelho, executada pelo doente puxando
ritmadamente o fio estrategicamente colocado e de
fácil acesso, de forma a diminuir o risco de aderências
articulares e a atrofia muscular.
Figura 62.Fixação dos Fixadores e
Tracção
Estas tracções em suspensão equilibrada permitem ao doente movimentar-se mais livremente
sem afectar a linha de aplicação da força de tracção, e facilita as acções de enfermagem como o
banho, das necessidades fisiológicas do doente, o cuidar da pele, etc.
Geralmente, os pés da cama são elevados com calços, ou colocando a cama em posição de
Trendelenburg, para com isso provocar a contra-tracção.
Como executar
A técnica chamada tracção esquelética, envolve passar com anestesia geral ou local um cravo
de Stainman de tamanho variável (20,25,30cm), que é aplicado aos côndilos fémurais ou base dos
pratos tibiais, que passa o osso transversalmente, na parte mais distal do foco de fractura, para
manter o alinhamento do osso e no qual é aplicado posteriormente um estribo.
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
A coxa é suspensa numa lona que por sua vez está suspenso por uma corda a uma roldana presa
na parte superior da armação aérea, com ligeira inclinação para a cabeça do doente e que se dirige
para traz da cabeceira do doente.
Outra corda deve ser amarrada ao estribo e passar perpendicularmente acima do tubérculo
tibial do membro fracturado e passar de novo por uma roldana colocada na parte superior da
armação aérea.
Ainda outra corda deve sair da base dos cravos e dirigir-se para num travessão nos pés da cama
e de novo por outra roldana até ser fixados os respectivos pesos.
Uma contra tracção é necessária, principalmente nas fracturas dos membros inferiores ao bacia,
porque embora o peso usado para a tracção seja adequado e em consonância com a estrutura
corporal do doente, só pelo facto de estar deitado, e a pressão de tracção ser contínua, há a
necessidade de uma contra tracção para contrabalançar a pressão, e que pode ser obtida pelo próprio
peso do doente, depois de se ter levantado os pés da cama, o suficiente para obter o efeito desejado.
As zonas sob o espaço poplíteo e sob o calcanhar devem ser deixadas libertas para evitar zonas
de pressão
Cuidados especiais:
Vigiar e manter um correcto alinhamento do segmento a fraccionar com o estribo, fio de
kirshner, ou cravo de Steinmann, os fios de corda ou nylon e as roldanas.
De salientar que a inclinação lateral desajustado ou incorrecta do estribo,
pode fazer com que o fio metálico (Kirshner ou Steinmann) se desloque do
seu eixo de inserção, originando alargamento exagerado ou superior ao
necessário do orifício no osso e no tecido muscular, aumentando assim
consideravelmente os riscos de infecção.
O enfermeiro deve estar atento e disperto para:
Vigiar a queda ou pressão dos estribos sobre as proeminências ósseas, que anulam o
efeito de tracção e pode provocar graves lesões ou necrose da região pressionada.
Fazer antissépsia diária e cuidada das extremidades dos fios metálicos (Kirsshner ou
Steinmann), para evitar o aparecimento de inflamações e/ou infecções, que podem
culminar num processo de ostaíte ou osteomielite.
Há estudos recentes de que não deve ser usada a betadine na desinfecção dos cravos, porque
provocam um fenómeno de oxidação deste material, logo aumentam o riscos de infecções.
Vigiar atentamente zonas de pressão e proeminências ósseas, bem como as zonas de
inserção e saída dos cravos.
Ter atenção ao súbito aparecimento de dor intensa no local de inserção do fio, com
repuxamento acentuado da pele, a qual se pode apresentar pálida ou ruborizada, o que
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
pode indicar que houve corte do osso pelo fio, quer por tracção excessiva, quer por
fragilidade óssea.
A B
Figura 63.Tracções Cutâneas do Membro Inferior
Como foi referido para a tracção esquelética e/ou balanceada, também esta tracção pode ser
executada por duas formas distintas, sem perder a sua eficácia, desde que os princípios
fundamentais de alinhamento e equilíbrio de pesos estejam sempre presente.
Esta tracção requer uma armação especial fixa nos pés da cama do doente através de um
sistema de pesos, cordas, suportes e roldanas.
Geralmente, os pés da cama são elevados com calços, para com isso provocar a contra tracção
com o próprio peso do corpo do doente.
Uma sendo uma mais fixa (A), não permite praticamente nenhuma mobilidade para o doente e
para as articulações livres como o joelho e pé.
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Outra, ainda que sendo fixa (B), permitem alguma elevação do membro fracturado ao nível do
joelho e coxa e facilita alguma mobilidade do doente na cama para as suas actividades da vida
diária.
Como se executa:
A forma de execução em ambas as situações é idêntica, devendo começar por, principalmente
nos homens, ser tricotomizada (rapada) a pele e deve ser aplicado um produto protector (ex.: tintura
de benjoim), para a proteger.
É aplicada uma fita adesiva, com largura e comprimento variável (dependendo do
comprimento e espessura do membro), em toda a extensão das faces laterais interna e externa do
segmento a traccionar, e não deve passar acima do foco de fractura.
A fita adesiva não deve cobrir o maléolo, pois pode-se correr o risco de deterioração cutânea
nessas proeminências ósseas. De seguida é fixada por ligaduras de preferência elásticas e em espiral
desde a região tibiotársica até ao limite da banda adesiva.
Esta ligadura tem com vantagem ajudar a drenagem venosa, diminuindo assim o risco de
edemas e tromboflebites profundas.
Este dispositivo efectua um efeito de tracção desde a travessa de madeira com orifício onde é
inserido o fio de tracção a cerca de 5 cm do pé, até ao peso suspenso através de uma roldana
adaptada a um suporte fixado nos pés da cama. Não deve ter pontos de apoio ou contacto desde a
fixação na travessa de madeira (ou outro material rijo), até aos pesos de tracção que também devem
estar suspenso e sem pontos de apoio, pelo que deve passar por uma roldana presa à barra dos pés
da cama.
Este tipo de tracção não permite pesos superiores de 3 a 6kg, porque se corre o risco de
desconforto para o doente e macerar a pele, pela pressão contínua, podendo até provocar graves
lesões cutâneas
Cuidados especiais:
Vigiar e dar atenção às queixas do doente em especial se sentir: - dor; sensação de
“repuxamento” excessivo, parestesias; sensação de frio ou calor no membro
traccionado;
Vigilância atenta da temperatura e coloração do membro. (cianose ou palidez das
extremidades) . Em caso de apresentar alterações pode ser necessário retirar de imediato
as ligaduras ou a própria tracção.
Manutenção do membro em posição anatómica (pé e rótula para cima), se o doente
estiver em decúbito dorsal.
Vigiar atentamente as proeminências ósseas e zonas de pressão com especial incidência
na região calcânea e sacro-coccigea .
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
Vigiar aparecimento de manifestações cutâneas de origem alérgica ou úlceras de
pressão.
A B
C D
Figura 65.Fixadores Externos em Membros Inferiores
As cavilhas são inseridas no osso por pressão atravessando o mesmo, ou por enroscamento até
ao nível considerado adequado. Alguns podem ser utilizados sozinhos ou juntamente com um
aparelho gessado.
Todos estes aparelhos fornecem fixação extremamente rígida, ao mesmo tempo que permitem
um certo grau de mobilidade ao doente.
O doente com um fixador externo na perna, pode andar fora da cama numa cadeira de rodas ou
pode deambular sem fazer peso na perna afectada.
Capitulo VIII - Cuidados De Enfermagem No Internamento De Ortopedia
Entre todos os modelos de fixação existem dois mais usados porque podem ser utilizados para
duas funções simultâneas ou separadamente, como o fixador e alongador de Wagner, e o fixador e
alongador de Ilizarov (imagem d).
O fixador de Ilizarov - na função de alongamento, possui a
capacidade de corrigir dissimetrias dos membros.
Nesses casos, a fractura é induzida por uma osteotomia
cirúrgica prévia, para alongamento. Este alongamento vai sendo
feito diariamente (cerca de um milímetro por dia).
Nos anos oitenta, os alongamentos dos membros,
principalmente dos inferiores foram muito utilizados
principalmente no nanismo.
Hoje em dia, e como esta técnica acarreta riscos é usado
como escolha mais criteriosa para os casos que realmente possam Figura 66.Fixador de
beneficiar dos melhores resultados. Ilizarov
O princípio básico da técnica de Ilizarov é facilitar novo crescimento ósseo por afastamento
dos dois topos ósseos (distracção). A osteotomia provoca o pseudocrescimento de uma placa sem
estragar a cavidade medular, preservando assim o aporte de sangue e permitindo que novo osso
encha o espaço de osteogénese por distracção.
A aplicação de ligeira tracção no osso, estimula o crescimento.
Cuidados especiais:
Vigiar e manter um correcto alinhamento do segmento a traccionar com o fio de
kirschner, ou cravo de Steinmann. De salientar que a incorrecta posição do fio
(Kirschner ou Steinmann) do seu eixo de inserção, pode originar alargamento exagerado
ou superior ao necessário do orifício no osso e no tecido muscular adjacente,
aumentando assim consideravelmente os riscos de infecção.
Fazer antissépsia diária e cuidada das extremidades dos fios metálicos (Kirschner ou
Steinmann), para evitar o aparecimento de inflamações e/ou infecções, que podem
culminar num processo de ostaíte ou osteomielite. Há estudos recentes de que não deve
ser usada a betadine na desinfecção dos cravos, porque provocam um fenómeno de
oxidação deste material, logo aumentam os riscos de infecções.
Vigiar atentamente zonas de pressão e proeminências ósseas, bem como as zonas de
inserção e saída dos cravos.
Ter atenção ao súbito aparecimento de dor intensa no local de inserção do fio, com
repuxamento acentuado da pele, a qual se pode apresentar pálida ou ruborizada, o que
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pode indicar que houve corte do osso pelo fio, quer por tracção excessiva, quer por
fragilidade óssea.
Capitulo IX - Cuidados De Enfermagem A Doentes Internados Em Ortopedia
Submetidos A Cirúrgica
Nota importante: Nos aparelhos gessados não basta abrir o gesso. É fundamental proceder-se
à libertação total da ligadura de algodão coberta pelo gesso até se observar a integridade da pele.
Por vezes é o próprio algodão que enrugado origina o garrotamento, comprometendo a circulação e
sensibilidade distal do membro
Se for uma cirurgia à coluna, e dependendo do local de intervenção, deve verificar-se com
muita frequência ou curtos intervalos a sensibilidade, ginástica capilar, coloração da pele ou edemas
dos membros directamente relacionados com a localização da cirurgia. Caso seja detectada qualquer
anomalia, deve proceder-se de imediato no sentido de aliviar ou retirar a causa, como sejam os
aparelhos gessados, as tracções, ou outros.
Verificar posicionamento e funcionamento dos drenos de redyvac, torácicos ou outros,
que não devem estar clampados, (excepto se estiver prescrito) e devem estar sempre
num plano inferior ao leito do doente, registando a quantidade e características
drenadas, para ser possível avaliar as perdas, e assim ser corrigida caso se entenda
necessário.
Se as quantidades drenadas forem muito elevadas, pode clampar-se o dreno ou retira o vácuo
do frasco, para diminuir a pressão de sucção.
Nas cirurgias de tórax (escolioses) com abordagem por via anterior, e com dreno
torácico, o frasco deve ficar muito perto do chão, marcar o nível de drenagem para ter
um termo de comparação num espaço de tempo útil, e ligar o frasco de drenagem a um
aspirador de baixa pressão (se prescrito), porque estes frascos não devem ter vácuo.
35 CIRURGIAS EM ORTOPEDIA
Figura 67.Escoliose
Muitas das lesões traumáticas dos membros superiores (fracturas e luxações), são devidas a
acidentes de baixa energia, resultantes da simples queda por desequilíbrio ao caminhar.
Mas é um facto que o embate contra o solo é um mecanismo traumático frequente para o
membro superior. Importa salientar que inúmeros e frequentes tipos de traumatismos, são devidos
ao papel do membro superior como instrumento afector do trabalho humano.
A gravidade desses traumatismos pode variar muito, o que é razão para a decisão do tratamento
entre o conservador e o cirúrgico. Na maioria dos casos recorre-se a o tratamento conservador,
porque se obtêm bons resultados finais, sem sujeitar o doente a uma intervenção cirúrgica. Contudo
existem situações onde não há outra alternativa que não seja o tratamento cirúrgico.
Figura 71.Dupuytren
A contractura de Dupuytren, é um problema comum especialmente frequente nos homens
passada a meia-idade. Muitas vezes ocorre bilateralmente e com mais frequência nos dedos anelar e
mínimo. Os dedos são repuxados para uma posição de flexão fixa com enrijamento do tendão.
A pele da palma da mão é distendida, formando
pregas pronunciadas e nódulos. A cirurgia é o método
preferido de tratamento.
O síndrome do túnel cárpico, é provocado pela
aplicação de pressão no nervo mediano do pulso. É mais
comum no sexo feminino e de meia-idade, podendo
ocorrer em resultado de traumatismo ou tumefacção dos
revestimentos tendinosos.
A céu fechado – É mais usado nas fracturas diafisárias dos ossos longos não expostas, porque
se entende que não é tão necessária a reconstrução minuciosa da anatomia inicial pois, como já foi
dito, a remodelação com calo ósseo disso se encarrega. Também como já foi dito, é potencialmente
desvantajoso para o processo fisiológico da consolidação das fracturas da diáfise.
A presença do canal medular permite obter osteosintese sem abertura do foco de fractura (céu
fechado) nas fracturas da diáfise ou mesmo em certas fracturas das extremidades.
Em termos mecânicos, os implantes centromedulares (varetas de Kunstcher o cravos de Ender),
resistem muito melhor às forças de carga do que os implantes internos colocados na periferia do
osso (como as placas), porque estas danificam mais a estrutura óssea na colocação dos parafusos de
fixação ou sustentação. Estão por isso, no caso da primeira opção, menos sujeitos a fracturas de
fadiga.
Os cuidados e intervenções de enfermagem enfatizam a promoção dos conhecimentos para
todo o tipo de fracturas dos membros, como o controlo da dor, manutenção da estabilidade do
Capitulo IX - Cuidados De Enfermagem A Doentes Internados Em Ortopedia
Submetidos A Cirúrgica
membro, prevenção da força e da mobilidade, manutenção da integridade cutânea, prevenção de
complicações sistémicas, (circulatórias, respiratórias, gastrointestinais, urinárias, neurológicas, etc.),
promoção da nutrição, manutenção da imobilização da fractura reduzida.
No caso de doentes com fractura da anca (fémur), o tratamento e intervenção de enfermagem
pode ser acrescido com os cuidados protocolados por cada unidade de tratamento, mas em geral
passam basicamente pelas restrições específicas de posicionamentos e/ou mobilidade a doente que
tenham sido submetidos a cirurgia de Prótese Total da Anca. (P.T.A.)
Depois da cirurgia:
Além dos cuidados que devem ser dispensados a qualquer doente acamado, nestes casos temos
de ter em atenção a mobilização precoce dos membros ou posicionamentos incorrectos, que podem
provocar luxação da prótese (saída da cabaça da prótese do acetábulo), em consequência da
fragilidade muscular da anca provocada pela cirurgia.
Também aqui o ensino é parte fundamental dos cuidados de enfermagem para se obterem os
melhores resultados.
Figura 76.Posicionamento
De cada vez que o doente sinta necessidade de se movimentar para aliviar o corpo da pressão
exercida por estar na mesma posição durante várias horas e até como forma de prevenção de úlceras
de pressão, “alterações do tegumento”, principalmente na região sagrada e calcâneos. Pode ajudar o
pessoal de enfermagem, usando para isso a barra ou suporte móvel que se encontra por cima da sua
cama e apoiando a sua perna não operada na cama, ou fazê-lo sozinho, depois de ensinado e
incentivado. É importante que o doente levante as nádegas com alguma frequência para evitar
pressões.
Depois da cirurgia o doente deve ficar deitado de costas, com uma almofada triangular entre as
pernas para as manter afastadas. Este cuidado é fundamental para prevenir eventuais movimentos
que podem ser prejudiciais, além de assegurar que a anca se mantenha na posição mais correcta.
O doente pode ser autorizado a mudar a posição da cama, alteradamente com períodos de plano
horizontal para a posição lateral, para estender todos os músculos da anca e da coxa, mas mantendo
sempre a almofada entre as pernas.
Após o 2.º ou 3.º dia o doente pode iniciar movimentos activos do membro operado, por forma
a activar a força muscular, a sensibilidade distal (pé e dedos) e a circulação venosa de retorno,
evitando assim ou diminuindo, o risco de criação de edemas, ou tromboses venosas profundas, o
que provocaria mau estar, dor e atraso na cicatrização e na boa recuperação do membro e da
mobilidade.
Capitulo IX - Cuidados De Enfermagem A Doentes Internados Em Ortopedia
Submetidos A Cirúrgica
Assim deve iniciar:
1 – Puxar lentamente o pé para cima e para
baixo e contrair os músculos gémeos.
2 – Comprimir os músculos da coxa,
puxando o joelho ao longo da cama
3 – Dobrar o joelho para cima em direcção
ao tórax, mas não excedendo os 90º
3 4
Figura 80.Deambular
Sempre que possível deve usar as barras paralelas à altura das mãos, e que por norma existem
nos serviços do ortopedia.
Pode voltar-se tanto para um lado como para o outro, mas tem de evitar torcer-se ou rodar
sobre a perna operada. Por isso, tem de levantar os pés a cada passo, para que a perna operada não
fique demasiadamente para dentro ou demasiadamente para fora.
Muitas vezes, por causa das dores e da deformação da anca afectada, o doente teve de alterar a
forma como se movimentava. É extremamente importante o doente voltar a assumir um padrão
“normal” de marcha. Este padrão que pode variar de doente para doente, e demorar tempo diferente,
sendo necessário muito esforço em alguns casos, para que retome o padrão de marcha ideal, o que
se consegue com a prática.
37.1.1.3 Subir E Descer Escadas
Para subir e descer escadas, a sequência deve ser sempre a que se segue:
Capitulo IX - Cuidados De Enfermagem A Doentes Internados Em Ortopedia
Submetidos A Cirúrgica
1 – Ao subir as escadas, deve colocar primeiro a perna NÃO OPERADA no primeiro
degrau, seguida pela perna operada, e por fim pelas canadianas. Se houver e se for
possível, de preferência apoiar-se num corrimão de escadas.
2 – Ao descer as escadas, deve colocar primeiro as canadianas no degrau inferior, em
seguida a perna operada e, por fim, a perna NÃO OPERADA.
È normal que, de início, lhe pareça assustador descer e subir escadas mas, com paciência e
prática depressa ganhará confiança.
37.1.1.4 Sentar E Levantar
Regra geral, os recém-operados, à anca começam a sentar-se três dias depois da operação. De
início tem de se sentar numa cadeira com costas e altas, assento alto e plano “normalmente à altura
dos joelhos” e firme. Exemplos:
Cadeira com braços
1 – Colocar-se em frente da cadeira, de modo a que a parte de trás das suas pernas,
“dobra dos joelhos”, fiquem perfeitamente encostadas à borda dianteira do assento da
cadeira.
2 – Sempre de costas para a cadeira, agarrar nos braços da cadeira, com uma mão de
cada vez.
Depois da operação, vai ter que alterar ou corrigir temporariamente alguns hábitos da sua vida
diária como sejam as necessidades fisiológicas e os cuidados de higiene pessoal.
Nas necessidades fisiológicas, o uso da sanita deve ter o mesmo procedimento que o de sentar-
se numa cadeira. Idealmente devem haver dispositivos fixos na parede para que se possa agarrar,
evitando quedas e como auxiliara para se sentar e levantar.
Nos cuidados de higiene, principalmente no banho, deve haver na parede ou na banheira
dispositivos de segurança fixos ou móveis onde se possam agarrar ou sentar para evitar escorregar
ou provocar quedas.
O ideal será sempre que possível usar o duche, evitando sentar-se ou usando um banco alto.
Nunca tentar entrar na banheira ou sair, sem utilizar uma tábua de banheira e um assento. Este
procedimento deve manter-se pelo menos 10 a 12 semanas após a cirurgia.
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Submetidos A Cirúrgica
1 – Primeiro senta-se na tábua de banheira que deve estar fixa sobre a borda da
banheira.
2 – Levantar as pernas e passá-las uma de cada vez para dentro da banheira, começando
de preferência pela perna NÃO OPERADA. Tentar manter sempre a perna operada
esticada.
3 – Em seguida, baixar-se para o assento colocado no interior da banheira, suportando o
seu peso nos braços e na perna NÃO OPERADA. FIGURAS:
37.2 EXPECTATIVAS
A altura ideal ou propícia para o doente realizar todas as actividades da vida diária sem
restrições, depende de cada caso e da opinião de cada cirurgião, pelo que é fundamental seguir os
conselhos médicos antes de tentar realizá-las.
Contudo, e regra geral, passadas 8 a 10 semanas da operação, há coisas que já poderá ou deverá
fazer:
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Submetidos A Cirúrgica
Retomar os seus passatempos como: jardinagem, dançar, nadar (devendo evitar
mergulhar e nadar de bruços), etc.
Tentar realizar tarefas domésticas gerais, evitando estar demasiado tempo de pé.
Conduzir um carro, dependendo da perna operada. (Evitar quando é a perna direita).
Percorrer regularmente pequenas distâncias. Não dar caminhadas longas que possam
cansar ou envolver longos períodos de pé.
Utilize duas bengalas, canadianas ou muletas, durante 6 semanas depois da
cirurgia. Após esse tempo, poderá passar a usar só uma bengala, a qual deve
ser segura e usada na mão oposta à da perna operada.
Nas 8 ou dez semanas que se seguem à cirurgia (ou durante um tempo que
tiver sido indicado pelo médico), deve deitar-se cerca de uma hora por dia,
sobre uma superfície plana, seja de costas ou de barriga para cima.
Se surgirem problemas graves antes da consulta marcada, deve aconselhar-se imediatamente
com o seu médico.
O período de internamento hospitalar para a realização de uma PTJ, é hoje bastante reduzido, e
em média ronda os 6 dias.
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Submetidos A Cirúrgica
37.4.1 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PRÉ-OPERATÓRIOS
Os cuidados pré-operatórios para a artroplastia do joelho, não diferem no seu conteúdo geral
de qualquer outra cirurgia do foro ortopédico. Contudo há aspectos que interessam salientar, para se
obterem os melhores resultados. O ensino é parte fundamental dos cuidados de enfermagem, tais
como:
Fazer movimentos activos, após o 1º dia de cirurgia contraindo e descontraindo os
músculos da coxa.
Fazer flexão e extensão do membro são.
Fazer movimentos articulares dos pés
Fazer movimentos passivos e graduais com ajuda de máquinas ou pessoal de
enfermagem especializado
Ensino para evitar consequências anormais:
Como se levantar
Como se deitar
Como se sentar
Como subir e descer escadas
Como usar canadianas
Não flectir os joelhos excessivamente
Fazer pequenas caminhadas
Evitar longos períodos de pé
Aplicar gelo se sentir edema ou calor
37.5.4 FRACTURAS DO PÉ
As fracturas dos metatarsianos, são ocasionadas, geralmente, por traumatismos directos na base
(roda que passa sobre o antepé, ou peso que lhe cai em cima), na diáfise ou no colo. São geralmente
fracturas sem desvio, excepto as do colo.
A fractura da base do 5º metatersiano, é uma das fracturas mais frequentes. É normalmente
tratada por simples imobilização gessada durante duas a quatro semanas. As fracturas com desvio
dos colos metatarsianos, podem exigir a redução cirúrgica e a osteosintese com fios de Kirschner.
O Hallux Valgus é uma deformidade bastante incapacitante, caracterizada por uma angulação
lateral da falange proximal na cabaça metastársica do dedo grande. É uma deformidade provocada
pelo uso de calçado. O tipo de calçado, além desta deformidade do pé, também é responsável por
outras deformidades como pé plano, Rigidez crónica do tendão de Aquiles, espasticidades, etc.
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Submetidos A Cirúrgica
As cirurgias de implante ou reimplante principalmente de dedos amputados provocados por
acidentes de trabalho ou viação, são uma prática pouco frequente. O êxito desta cirurgia depende de
muitos factores, que passam desde logo e principalmente pela boa conservação (em gelo) da secção
amputada, pelo tempo de espera e pelo estado ou integridade dos tecidos da secção do membro a
implantar.
Cuidados de enfermagem:
Avaliar frequentemente a função motora, sensitiva temperatura e coloração das
extremidades.
Vigiar o penso cirúrgico para detectar possíveis hemorragias
Permitir o levante do doente o mais cedo possível ou indicado pelo médico.
Incentivar o doente na mobilização activa dos dedos livres, de forma a reabilitar a
mobilidade e facilitar a circulação distal evitando ou diminuindo edemas.
As lesões do ligamento cruzado anterior são a lesão desportiva mais comum no joelho. O
tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo da situação ou da pessoa.
As correcções cirúrgicas são opção quando já se esgotou a possibilidade de tratamento
conservador, ao contrário das doenças degenerativas das cartilagens articulares em que o seu
tratamento passa pela cirurgia como primeira opção.
Actualmente, este acto cirúrgico está mais simplificado e com menos riscos incapacitantes da
articulação assim como reduzido o tempo de incapacidade física para o doente, devido ao
aparecimento de novas tecnologias como próteses, e principalmente com a artoscopia.
Figura 93.artroscopia
Capitulo IX - Cuidados De Enfermagem A Doentes Internados Em Ortopedia
Submetidos A Cirúrgica
A artroscopia corresponde à visualização de uma articulação sem necessidade da abertura por
grande incisão cirúrgica, realizada num bloco operatório.
É introduzido um endoscópio (artroscópio), aparelho especialmente concebido para o efeito, e
através de pequena incisão na cavidade articular, permitindo ao médico visualizar a estrutura e
conteúdo da articulação.
Este método permite vários tipos de biopsia para diagnóstico ou reconstrução ligamentar.
38 CONCEITO DE FERIDA
FERIDA - É a secção de continuidade da pele, que pode ser provocada cirurgicamente, por
acidente, por pressão, ou por deficiência vascular.
Uma das mais fascinantes características do corpo humano é a sua capacidade de reparação dos
tecidos danificados. A cicatrização de uma ferida, pode ser definida como o processo fisiológico,
através do qual, o corpo substitui e recupera a função do tecido danificado. Sucedem-se de imediato
alterações vasculares, devido ao aumento de sangue na área.
Um mecanismo eficiente de coagulação sanguínea é essencial para a manutenção da vida, caso
contrário, um simples corte, poderia esgotar todo o sangue de uma pessoa. O coágulo sanguíneo,
além de estancar o sangramento, possui determinados elementos, que permitem a reconstituição dos
tecidos danificados pelo ferimento.
Tal processo, inicia-se logo que o sangramento pára. Ao mesmo tempo, dá-se uma reacção
bioquímica, que liberta a tromboquinase, que por sua vez se transforma em trombina. Os coágulos
de fibrogénio são convertidos em fibrina, que cobre o ferimento, aproximando as suas margens. Os
neutófilos, são atraídos para a ferida no espaço de horas, sendo então iniciada uma série de
mensagens elaboradas, que fazem com que as células sanguíneas, se desloquem para a ferida,
trazendo consigo fornecimentos extras de oxigénio e fagócitos, para a limpeza dos detritos
tecidulares.
A razão para este acréscimo no fornecimento de sangue, reside na remoção de toxinas e células
mortas. Isto, permite ao organismo, iniciar uma verdadeira luta contra o agressor, minimizando os
danos, como a destruição dos tecidos (que poderia levá-los à necrose) e retardar, ou mesmo impedir
a infecção da área, ou do corpo no seu todo.
Inicia-se de imediato um trabalho de reconstrução, de regeneração e estética, que é um hino à
perfeição. A regeneração, é a substituição de tecido destruído por células exactamente iguais ou no
mínimo semelhantes ás destruídas.
Na fase de construção da cicatriz, ou seja, depois da formação do revestimento epitelial, as
estruturas da pele (glândulas sebáceas, fulículos pilosos e outros), ainda não se regeneraram e as
fibras elásticas, por seu turno, aparecem lentamente. A sensibilidade local, retorna apenas quando
não houve comprometimento dos nervos periféricos e se o tecido de granulação não estiver muito
espesso, ao ponto de tornar impossível o crescimento das fibras nervosas. Quando essa regeneração
não é possível, como sucede por vezes com certas células, forma-se tecido fibroso e
consequentemente cicatrização quelóide. Se é esse o caso, o grau de sensibilidade local aumenta
gradativamente, normalizando-se um ou dois anos após a ocorrência do ferimento.
Capitulo X - Feridas
39 TIPOS DE EXSUDADOS
O processo natural de cicatrização, segundo alguns autores, pode ser dividido em quatro fases,
que são: inflamação, granulação, epitelização e maturação.
40.1.2 GRANULAÇÃO
Esta ocorre nas feridas dérmicas profundas. Os macrófagos dão sinal aos fibroblastos da
derme, para colocar fibrilas de reticulina ao longo da ferida, mais tarde convertidas em colagénio.
O passo seguinte é o início da angiogénese. O novo tecido de granulação é altamente
vascularizado, devido ao emaranhado de capilares que lhe dão a clássica cor avermelhada. Uma
falta de fornecimento de oxigénio prolongada, irá reduzir a mobilidade dos fibroblastos, atrasando a
cicatrização.
À medida que o novo tecido é formado, as margens da ferida contraem, interagindo então os
factores de crescimento com as células mediadoras, que fazem com que os feixes de miosina
aproximem as margens da ferida. Este processo ocorre no quinto ou sexto dia após os ferimentos.
As feridas grandes e profundas demoram um tempo considerável a contrair e a apresentar
cicatrização. A contracção pode ser responsável por 40 a 80% do fecho das feridas. Se há um
processo inflamatório e este é prolongado, pode ocorrer uma hipergranulação.
40.1.3 EPITELIZAÇÃO
Esta é a fase final da cicatrização, em feridas superficiais ou pouco profundas, normalmente
acima da derme, ocorrendo mais rapidamente em pequenas feridas, do que em feridas cicatrizadas
por segunda intenção. Após a elevada actividade da mistura de factores de crescimento, os
Capitulo X - Feridas
macrófagos e fibroblastos, continuam a produzir derme nova, rica em colagénio, fibronectina,
queratinócitos, folículos capilares e glândulas sebáceas.
A epitelização é alcançada pela migração de células escamosas através da superfície da ferida,
até que o défice seja eliminado. A sobrevivência deste tecido tão delicado, depende de um ambiente
húmido.
O novo tecido epitelial é rosa esbranquiçado, o que lhe confere uma aparência translúcida e é
observado em feridas na fase de cicatrização.
Alguns factores que têm influência sobre a cicatrização das feridas são: a idade, outras
infecções, distúrbios endócrinos, problemas circulatórios, a má nutrição. Segundo Cristine M.
Williams, a manutenção de um bom estado de nutrição no doente hospitalizado é um dos objectivos
principais dos cuidados de enfermagem. Isto torna-se particularmente importante, quando o doente
está a recuperar de uma ferida grave, que pode ter surgido como resultado de cirurgia, acidente ou
doença sistémica.
Um será a presença de corpos estranhos, que podem provocar uma mais lenta cicatrização,
quando por ventura permanecem por muito tempo no interior do organismo, fazendo com que este
reage a esses materiais, considerando-o estranho, originando as infecções, manifestadas pela
produção de produtos (exsudados), como consequência ou representado a reacção por rejeição de
tecidos ou células desvitalizadas.
Outro factor tem muitas vezes também como causa, a dificuldade económica dos doentes para
os tratamentos, ou para se deslocar aos postos de saúde, porque tem falta de hábitos de higiene,
quando o doente permanece no seu domicílio, convivendo com pessoas mais velhas e sem recursos,
ou porque vive sozinho, levando-o a descorar os tratamentos necessários e atempadamente, de
modo a que seja possível ajudá-lo na resolução do problema. Quantas vezes (e são muitas), o doente
só recorre, ou é levado ao hospital, numa altura em que as possibilidades de recuperação são
mínimas, ou quase inexistentes. Isto cria aos profissionais de saúde muitas dificuldades crescidas,
na tentativa da melhor resolução em vista do melhor resultado.
Capitulo X - Feridas
As feridas ocorrem quando há perda de tecido, provocadas por qualquer tipo de agressão física.
Estas podem regenerar-se com uma ajuda externa (sutura prévia), ou sem ajuda externa, com o
tecido chamado de (granulação), para preenchimento do espaço aberto entre os dois bordos.
No momento do ferimento, as células danificadas, libertam mediadores inflamatórios,
(prostaglandinas, histamina, serotonina pelos basófilos), que resultam em vasodilatação dos vasos
existentes e o aumento da permeabilidade celular a neutrófilos e monócitos, bem como a outros
glóbulos brancos, aumentando o fornecimento de sangue à ferida.
Pode acontecer, que uma ferida cirúrgica, que por princípio deve ser uma ferida limpa,
apresente sinais inflamatórios, como: rubor, calor, dor, ou exsudados, em consequência de factores
internos, ou externos e até estranhos à própria cirurgia.
Podem advir de uma reacção do corpo (que diferem para cada um), aos materiais usados nas
cirurgias ou até às próteses ou materiais de contenção.
Esta situação anómala pode requerer uma outra intervenção cirúrgica para remover ou
identificar a causa, que pode ser só um hematoma, ou grande quantidade de pus. Podemos
considerar que vai haver em consequência desta situação um fenómeno de cicatrização, por terceira
intenção.
42.2 SUTURAS
São a fórmula de aproximação dos bordos de uma ferida, pós traumática ou pós cirúrgica e que
permitem ao organismo uma ajuda suplementar na sua tarefa de reabilitação rápida e perfeita. As
Capitulo X - Feridas
feridas suturadas promovem uma epiteliação, consequentemente uma cicatrização mais rápida,
evitando, ou minimizando desta forma, maiores danos e infecções. Podem ser externas ou internas.
Suturas internas - Podem ser mais profundas, havendo por vezes a necessidade de ser
realizadas em mais de que um plano. Nestas suturas é utilizado uma linha especial que é absorvível,
portanto sem necessidade de serem retirados. Acontece que por vezes, este material especial é
rejeitado pelo organismo, o que cria desde logo um problema suplementar na cicatrização, porque
cria pequenos focos infecciosos intercalados, correspondendo a cada nó ou ponto de sutura, logo,
atrasando ou até prejudicando a própria sutura, criando por vezes marcas irreversíveis, como são os
quelóides.
Suturas sub-cutâneas contínuas – Podem ser usadas em várias cirurgias, mas é primeira
opção por norma em cirurgia plástica. São caracterizadas por ficarem fixas num ponto inicial da
sutura e percorre todo o comprimento da ferida sub-cutânea, fixando toda a epiderme em contínuo.
Quando há necessidade de retirar o fio, após a cicatrização da ferida, deve iniciar-se por cortar
o nó numa das extremidades e puxar o fio em contínuo, com alguma pressão mas de modo a que
não rebente a meio, para que o restante não fique sob a pele a funcionar como um corpo estranho,
podendo ser o inicio de uma infecção. Verificar sempre no fim se o fio retirado corresponde ao
comprimento da sutura.
Suturas externas - São as que necessitam de mais vigilância, de um penso de cobertura para
protecção e que ao fim de um tempo pré determinado (pode ir dos 5 aos 20 dias), têm que ser
removidas. É aqui que o papel do enfermeiro passa a ser relevante e necessário, porque, além da
técnica que precisa ter para a remoção dos pontos ou agrafos que serviram de suporte à sutura, tem
que fazer uma avaliação geral e concreta do estado da sutura ou ferida, para assim decidir, qual a
atitude mais conveniente a tomar naquele momento. Pode e deve decidir:
Se o estado geral da sutura está cicatrizado, portanto se é seguro ou não retirar os pontos
e de uma forma contínua ou alternada.
Se a ferida necessita de alteração ou não, nos métodos, produtos, ou materiais até aí
usados nos pensos, com vista a uma mais rápida evolução na cicatrização.
Suturas externas contínuas - É realizada por um só fio contínuo de linha de seda, de algodão,
ou de naylon, fica externamente. Este último material (naylon) e método é muito utilizado em
cirurgia plástica. O fio contínuo ou os pontos, são retirados com ajuda de uma pinça e cortados com
uma tesoura ou bisturi.
Suturas externas descontínuas - É formada por pontos externos, de fio de linha de seda, de
algodão ou de naylon, aplicados separadamente entre si por pequenos intervalos. São retirados com
ajuda de uma pinça e cortados com uma tesoura ou bisturi.
Capitulo X - Feridas
Suturas com agrafos - É uma sutura descontínua, que difere só no material utilizado. É
formada por fixadores metálicos, que substituem os pontos de linha ou de naylon, penetrando na
pele verticalmente através de uma máquina apropriada, com pequenos intervalos entre si. Para os
retirar é preciso uma pinça especialmente adaptada (tira agrafos).
43 PENSOS
maior conforto ao doente e mais estabilidade do membro para a execução dos melhores
cuidados.
Na cirurgia do pé, e dependendo de cada situação, por norma o doente deve estar
deitado em posição dorsal (de costas), e se não houver indicação em contrário, colocar
um pequeno apoio (almofada, um rolo ou outro material) sob a perna para permitir
maior conforto ao doente.
Os suportes de sutura, como já foi referenciado, servem para juntar e unificar os bordos de uma
ferida, para melhor se dar a cicatrização. Podem ser constituídos de fios de seda, de naylon, de
produtos absorvíveis pelo organismo, ou até por agrafos metálicos.
Estes são pequenas peças metálicas colocados sob pressão na pele através de um agrafador
especial.
A forma de retirar os fios de sutura, dependem também de cada caso, mas pode ser usado um
bisturi ou uma tesoura. Os agrafos são retirados com uma pinça especialmente adaptada para esta
função.
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
Todos os doentes que deambulam, os pensos devem ser feitos na sala de tratamentos.
Devemos executar em 1º lugar os pensos mais “limpos” e por fim os mais “sujos” ou
infectados
Todos os pensos devem ser feitos em S.O.S., independentemente da rotina, como por
exemplo nos casos em que os adesivos estejam descolados e comprometam a ferida
operatória, ou quando o penso estiver repassado ou conspurcado, entre outras situações.
O carro de pensos deve estar sempre equipado com todo o material.
Os produtos utilizados para a execução dos pensos serão os usados ou aprovados pela
instituição, como os antibióticos, cicatrizantes ou desinfectantes como: éter; soluto de
dakin; betadines; soro fisiológico; água oxigenada; gaze gorda ou iodoformada; etc.
Na execução de qualquer penso deve sempre perdurar o bom senso de cada enfermeiro,
perante cada doente ou situação.
Antes da alta, deve ser sempre renovado o penso.
44.2.2 FÍSICA
Deve colocar-se o doente confortavelmente, na posição mais conveniente para fazer o
respectivo tratamento, respeitando sempre a sua intimidade. Contudo, podem ocorrer situações de
indisposição ou desmaio, pelo que para prevenir e sempre que seja possível, é conveniente colocar o
doente deitado, no decúbito que permita fazer o tratamento com mais segurança e com o menor
risco, minimizando assim este contratempo, que é mais frequente do que por princípio se possa
pensar.
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
44.3.2 EQUIPAMENTO
O equipamento da sala de pensos deve ser constituído basicamente por armários para guardar o
material, banca para lavagem das mãos e do material, frigorífico para guardar produtos das
colheitas, marquesa, dois sacos para sujos, (um para material infectado e que posteriormente vai
para incinerar e outro para material sujo, mas não infectado), um degrau para auxiliar alguns
doentes com mais dificuldade, a subirem para a marquesa e um foco amovível de luz fria.
Deve ter-se sempre material esterilizado ou adequado a cada tratamento, como seja o material
para retirar fios de sutura ou agrafos. Há instituições que já têm instituído um Kit completo e que é
constituído por todo o material necessário e apropriado à maioria dos pensos. Deve estar colocado
em lugar acessível e visível, e ser usado individualmente.
Deve ter-se produtos antissépticos, (usados no hospital), para a desinfecção das feridas,
compressas esterilizadas de vários tamanhos, adesivos, ligaduras de vários tamanhos e materiais,
luvas esterilizadas ou não, campos ou finas esterilizadas e outros materiais de uso menos corrente,
mas que por vezes são de grande utilidade e eficácia no tratamento.
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
Quando há tecido vivo ou bem irrigado, ter atenção ao seu crescimento, controlando a sua
destruição assim como o seu crescimento excessivo. Caso isto aconteça, deve atrasar-se este
crescimento, aparando o excesso com um bisturi para que o seu crescimento seja uniforme em toda
a área da ferida.
Usar os restantes procedimentos como para qualquer outro penso
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
1
Fios de kichner, cravos de staymer, fixadores externos
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
eventualmente forem notadas alterações ou reacções anormais no local do penso , tais como: rubor,
calor, drenagem de serosidade suspeita e outros, deve de imediato, recorrer ao serviço de urgência,
ou contactar o seu médico assistente, ou ainda recorrer ao serviço, para ser resolvido esse problema.
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
47 LIGADURAS
Embora este tema já tenha sido abordado superficialmente e em tratamentos específicos como
nas fracturas no serviço de urgência, vou procurar descrever com mais pormenor as características e
funcionalidade dos vários tipos de ligaduras e imobilizações.
As imobilizações com ligaduras em ortopedia, são usadas para tentar manter, estabilizar,
solidificar, suprir e/ou reforçar estruturas ósseas ou musculares bem definidas. Podem ter uma
função de imobilização rígida ou completa, funcional, semi- funcional, para suspensão ou de
contenção.
Diferenciam-se de outros meios de contenção rígidos, como por exemplo os gessos, os metais
ou material termomoldáveis, porque utilizam um material flexível, constituído por tecido ou telas,
que podem ser impregnadas com adesivo ou não. Esta diferença no material, leva-nos a distinguir
vários tipos de imobilizações e aplicações. É nos desportistas que se recorre com mais frequência a
este método de tratamento.
Também, quando se pretende uma recuperação mais rápida, como método terapêutico, que
permite, quando se deseje, mas de forma selectiva, um determinado grau de liberdade, numa
articulação determinada.
Existem várias formas de realizar as diversas imobilizações e com os vários tipos de ligaduras,
que assumem nomes diferentes, consoante a sua localização, finalidade e o nome do seu autor. Em
traumatologia ortopédica, as imobilizações com ligaduras são usadas cada vez com mais frequência
substituindo por vezes os gessos. Também nas amputações, principalmente na preparação,
reeducação ou regularização dos cotos, principalmente nos membros inferiores.
Podem ter também uma função de imobilização não funcional (rígida ou completa), semi-
funcional, funcional, para suspensão ou de contenção.
Existem basicamente dois tipos de denominação para a aplicação das ligaduras, que são as
ligaduras funcionais e as não funcionais.
Para isso a ligadura deve colocar-se em posição de relaxamento das estruturas orgânicas
implicadas, e mantê-las nessa posição.
As ligaduras funcionais têm também por objectivo reduzir as manifestações dolorosas, e
participar na luta contra a formação do edema. Contudo, todas as ligaduras adesivas devem ter um
carácter dinâmico óptimo, de forma a evitar como já referi, qualquer lesão secundária.
As ligaduras funcionais adesivas podem ter também uma orientação terapêutica em alguns
tipos de lesão como pé equino, pé equinovaro, sub-luxação da rótula, etc. Com este objectivo a
ligadura deve permitir uma correcção da deformidade respeitando os detalhes anatomopatológicos,
e conservando igualmente ao máximo a sua função
A ligadura funcional permite assim uma cicatrização em posição correcta e uma posição contra
o agravamento da lesão ou uma recidiva.
Convém distinguir dois grandes objectivos para as ligaduras funcionais adesivas:
Terapêutico, que procura tratar as afecções derivadas da traumatologia desportiva e
também pode beneficiar a reeducação em ortopedia.
Preventivo, que está mais especificamente direccionado para as lesões próprias do
mundo desportivo em especial nos acidentes capsuloligamentares.
Convém assinalar e ressalvar que esta imobilização especificamente orientada, não constitui
por si só, uma imobilização estrita ou completa, se usadas principalmente no desporto, e como já foi
referido são utilizadas só para criarem alguma estabilidade articular, mas permitir o movimento com
alguma restrição.
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
49.5.1 ENSINO
O ensino ao doente ou familiares é de extrema importância, para os bons resultados finais no
tratamento. O enfermeiro deve esclarecer as diferenças, entre a normalidade e a anormalidade das
situações, para que possam fazer a destrinça correcta da situação, evitando por vezes alarmes
desnecessários, ou agindo atempadamente, evitando danos maiores e por vezes irreversíveis.
49.5.1.1 Na Primeira Fase
Deve alerta-se o doente para o perigo de demasiada compressão, aparecendo sintomas de: dor,
formigueiros nas extremidades, adormecimento, palidez (branco) ou cianose (roxo ou escuro),
edemas das extremidades (inchaço) e outros.
Caso não desaparecem estes sintomas espontaneamente, deve recorrer de imediato ao serviço
de urgência mais próximo da área de residência. Caso esta alternativa se julgue muito distante ou
demorada e se persistir o problema, deve retirara em casa, toda a causado incómodo e recorrer
posteriormente ao hospital.
49.5.1.2 Na Segunda Fase:
Passa pelo ensino do início de mobilização activa, que deve começar logo após ter retirado pela
última vez a imobilização.
No caso da ligadura Gerdy, o enfermeiro, pode iniciar esse ensino, explicando e
demonstrando, como o doente pode e deve fazer, começando pela inclinação ligeira do tronco para
a frente e para o lado do membro doente, por forma a deixá-lo solto, iniciando movimentos lentos
pendulares e de rotação durante algum tempo, aumentando gradualmente conforme o suportável,
por forma a ir libertando a atrofia articular.
Posteriormente, outra forma de exercício, mas dando continuidade ao primeiro, é aproximar-se
até cerca de 20 cm de uma parede ou porta, colocar as mãos paralelas, e tacteando com os dedos,
pode iniciar uma progressão, no sentido ascendente e descendente, por forma, a que complete ou
ajude a adquirir toda a amplitude articular anterior.
Todos estes movimentos vão ajudar a restabelecer as funções articulares normais. O tempo e a
quantidade de exercícios, depende de cada pessoa. O limite é o limiar da dor. O final do tratamento
é quando se atinge a plenitude articular.
No caso da ligadura Robert Jonnes ,e se for nos membros superiores, concretamente no
cotovelo ou no punho, ou ainda nos membros inferiores, e basicamente na articulação tibiotársicas,
após ter retirado as ligaduras pela ultima vez no final do tratamento, o doente deve iniciar-se de
imediato e por ordem médica, a mobilização activa, para fazer regredir as aderências criadas,
próprias da imobilidade.
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
Um conselho menos académico, que é dado aos doentes, mas com o qual se tem obtido bons
resultados é que depois de tirar a imobilização, pode pôr o pé em água quente com um pouco de sal
e iniciar a mobilização activa frequentemente, porque facilita a recuperação articular.
Material
Ter todo o material pré seleccionado indispensável a cada situação e em local de fácil acesso,
de preferência junto ao doente.
Deve constar de: ligaduras de algodão de vários tamanhos, (10 cm, 15 cm) elásticas de pouca
tensão de tamanho adequado(10 ou 15 cm), ligaduras de gaze de vários tamanhos,(10, 15; 20 cm),
elásticas de muita tensão também de tamanho adequado(10 ou 15 cm), ligaduras adesivas, ligaduras
auto-aderentes, adesivo lago.
Deve ter-se também sempre à disposição compressas, solutos desinfectantes e de pensos, para
efectuar a limpeza da área ou alguma lesão da pele, se necessário.
Deve ter-se também um produto desodorizante (ex.: alfazema), para aplicar nas axilas, dobras
do cotovelo, e nas mulheres nos sulcos infra e intra-mamários, porque a permanência das ligaduras
durante uma semana, absorvem a transpiração, deixando um cheiro muito desagradável, e por vezes
com alguma irritação da pele.
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
As ligaduras devem ser escolhidas conforme cada caso e ou a sua finalidade, visto haver vários
tipos de material e de tamanho e ainda devem ser colocadas em local de fácil acesso, de preferência
o mais junto possível do doente, antes de se iniciar o tratamento.
Como princípio básico e que não deve ser desprezado, as ligaduras devem ser colocadas
sempre em espiral e por forma a que a passagem seguinte se sobreponha sempre a meio da
passagem anterior, aplicando-se uma tensão a cada passagem considerada necessária a cada caso.
Deve iniciar-se sempre da extremidade distal para a próximal. Nos membros, deve iniciar-se
sempre, a partir da raiz(base) dos dedos, por forma se possível, a permitirem a sua mobilização
activa e despiste de sinais de alerta.
Deve fazer sempre a pré desinfecção da área a tratar, assim como, realizar os pensos quando
necessário, antes de iniciar uma imobilização.
Nos cotos (resultado de amputações), a ligadura, tem como principal função, o apoio dos
tecidos moles (músculos) e minimizar a formação de edemas, quando está em posição de declive.
Deve iniciar-se a cerca de um palmo acima do extremo do coto, em posição ligeiramente inclinada,
em forma de “V”, sempre em espiral.
No caso de amputações do 1/3 próximal dos membros superiores, a ligadura pode acabar, ou
não, por envolver o tronco, para maior segurança.
No caso de amputações do 1/3 próximal dos membros inferiores, pode acabar, ou não, por
passar em circulares pela cintura, para dar maior apoio e segurança.
É fundamental esta forma de realizar a ligadura, para que se possa moldar desde logo o coto em
formato de cone, na perspectiva de mais tarde, caso esteja indicado, ou o doente pretenda, adaptar
uma prótese em perfeitas condições.
Deve ter-se também sempre à disposição solutos desinfectante e de pensos, para efectuar a
limpeza da área ou alguma lesão da pele, se necessário.
Execução da imobilização: Deve ser verificada a integridade da pele e fazer sempre o
tratamento, caso aja necessidade, antes de colocar qualquer imobilização.
Após estes cuidados, deve iniciar-se com ligaduras de algodão e elásticas de pouca tensão e de
tamanho adequado (se for para aplicar numa primeira fase de tratamento).
O uso de ligaduras de algodão nesta fase, permitem um almofadamento e manter uma certa
protecção da sutura ainda recente, o que é fundamental.
A aplicação desta ligadura de contenção para modelagem de um coto, só se pode iniciar
quando há a certeza, de que a ferida operatória está completamente cicatrizada.
A técnica de execução depende da sua localização:
Se a amputação for num 1/3 distal do membro, a ligadura deve ser fixa pelo menos até
ao 1/3 médio.
Se for no 1/3 médio, deve pelo menos ser fixa até ao 1/3 próximal. Se for num 1/3
próximal e no membro superior, deve envolver o tronco. No membro inferior deve
envolver também a bacia, para dar maior estabilidade e segurança.
Coloca-se o doente sentado , se for no membro superior, ou em decúbito dorsal, se for
no membro inferior, e com o membro lesado a descoberto.
Executa-se a imobilização com ligaduras elástica de forte contenção (se for para aplicar
numa segunda fase de tratamento) e directamente na pele.
Iniciam-se sempre acima dos términos do coto, em posição obliqua, para que a segunda
passagem sobreponha pelo menos metade da passagem anterior e em forma de oito, procurando
realizar uma forma cónica para o coto e tapando-o por completo. Esta forma é fundamental para a
aplicação futura de uma prótese.
Deve fixar-se o melhor possível, porque este tipo de ligaduras pela sua forma cónica, desloca-
se com relativa facilidade
ligaduras durante uma semana, absorvem a transpiração, deixando um cheiro muito desagradável, e
por vezes com alguma irritação da pele.
Execução da Ligadura - Depois do doente devidamente acomodado na posição correcta, e que
para mim é a posição de sentado, com o tronco nu e as mãos nos quadris, por forma a fazer um arco,
porque facilita a execução da ligadura e diminui o risco de demasiado aperto nas axilas,
minimizando o aparecimento de parestesias (formigueiros) e dificuldade circulatória nas
extremidades.
Verifica-se a integridade da pele e em caso de necessidade, faz-se a devida desinfecção ou o
penso.
De seguida, deve desengordurar-se e desodorizar as axilas, com o produto à disposição, para
retirar ou pelo menos minimizar os cheiros acumulados, próprios deste tratamento.
Inicia-se com a aplicação de ligaduras e algodão, em forma de oito invertido, que se deve
cruzar nas costas, mais ou menos 10 cm abaixo da região da nuca, deixando por consequência, o
peito sempre livre.
Esta primeira ligadura, tem como função o almofadamento, para a protecção da pele e maior
conforto do doente.
Na continuidade do tratamento, deve:
Aplicar-se uma ligadura de gaze, de tamanho adequado, porque estas ligaduras, são
feitas de um tecido mais firme, dando mais consistência, portanto, cumpre melhor os
objectivos do tratamento.
No seguimento do tratamento, pode ou não aplicar-se uma ligadura elástica. Esta, pode
ser necessária para terminar o trabalho, ou para dar mais perfeição e brio profissional.
Para terminar, deve dar-se um nó com um pedaço de ligadura, exactamente no ponto de
cruzamento das ligaduras na região posterior. Isto vai provocar maior tensão nas
ligaduras e consequentemente melhor alinhamento dos focos de fractura. Deve rematar-
se com um pouco de adesivo em volta desta nó, para não se desfazer tão facilmente.
Ensino - Deve alerta-se para o perigo de demasiada compressão, aparecendo sintomas de: dor,
formigueiros nas extremidades, adormecimento, palidez (branco) ou cianose (roxo ou escuro),
edemas das extremidades (inchaço) e outros.
Se sentir aparecer estes sinais, deve de imediato elevar os braços à altura da cabaça. Esta acção,
por norma, faz regredir e desaparecer os sintomas.
Evitam por vezes as intervenções cirúrgicas, de várias lesões dos membros superiores, tais
como: luxações dos ombros, fracturas do colo do úmero, Fracturas do 1/3 próximo ou médio
do úmero.
O tempo de tratamento das fracturas com este tipo de ligaduras é normalmente de quatro
semanas. No entanto, por razões diversas, tanto nos muito jovens, como nos idosos, pode ser mais
curto, ou seja por volta das três semanas.
A razão principal no jovem é, porque a união das fracturas se processa de uma forma mais
acelerada, tornando-se mais rapidamente indolor, devido a estar ainda num processo de crescimento
e consolidação óssea.
A razão principal no idoso é pelo risco maior de rigidez e atrofiamento da articulação do ombro
ou cotovelo, o que lhe causaria maiores dificuldades na recuperação da total e normal mobilidade
do membro.
É clinicamente e funcionalmente aceitável, um pequeno desvio do alinhamento correcto do
membro. Não cria nenhuma deficiência ou dificuldade acrescida ao doente, na sua vida normal ou
profissional.
Contudo, o doente deve ser esclarecido quanto à alteração e à normalidade do facto,
garantindo-lhe que não é impeditivo de recomeçar a sua vida normal.
Material
Ter todo o material pré seleccionado indispensável a cada situação e em local de fácil acesso,
de preferência junto ao doente.
Deve constar de: ligaduras de algodão dos tamanhos, (10cm,15cm) elásticas de pouca
tensão de tamanho adequado (10 ou 15cm), ligaduras de gaze dos tamanhos,
(10cm,15cm), ligaduras auto- aderentes, adesivo lago.
Deve ter-se também sempre à disposição compressas, solutos desinfectantes e de
pensos, para efectuar a limpeza da área ou alguma lesão da pele, se necessário.
Nas substituições desta ligaduras, que por norma são passados oito dias, deve ter-se também
um produto desodorizante (ex.: alfazema), para aplicar nas axilas, dobra dos cotovelos, ou nas
mulheres sob ou entre os seios, porque a permanência das ligaduras durante uma semana, absorvem
a transpiração, deixando um cheiro muito desagradável, e por vezes com alguma irritação da pele.
Execução da Imobilização
As imobilizações de Gerdy ou Velpeau, são basicamente iguais, tanto na forma de se
executarem, como nos objectivos a atingir. Diferem sobretudo, no posicionamento e imobilidade do
antebraço.
Nos últimos anos, a técnica e também os materiais usados na realização destas imobilizações,
têm vindo lentamente a modificar-se. Usava-se e foi posto de lado, a utilização das ligaduras de
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
algodão, no primeiro envolvimento junto à pele, com a finalidade de proteger e separar o braço do
tórax, evitando assim graves problemas de maceração cutânea, durante os 8 dias de intervalo
necessários para cada muda ou substituição das ligaduras.
Este espaço de tempo é tecnicamente recomendado para a respectiva substituição, porque, caso
contrário, a transpiração absorvida pelas ligaduras, criava graves lesões cutâneas, ou no mínimo,
grande mau estar para o doente.
Como a frequência com que os doentes apresentavam macerações graves da pele,
principalmente na axila, dobra do cotovelo, zona lateral do tronco e, porque nas mulheres,
principalmente o sulco intra - mamário e infra - mamário era elevada, o que não permitia continuar
o tratamento, com a realização de outra imobilização, suprimi a aplicação das ligaduras de algodão,
iniciando as imobilizações, desde logo substituída, com as ligaduras de gaze de 20 cm.
Com esta técnica, não se perde e firmeza e a finalidade da imobilização e evitamos os
problemas já referenciados, como também recebi de imediato a opinião de agrado dos doentes,
relacionando este método, com o maior conforto em todos os aspectos.
Nos últimos anos, a técnica e também os materiais usados na realização destas imobilizações,
têm vindo lentamente a modificar-se. Já é possível também substituir e com enorme vantagem, as
ligaduras elásticas adesivas, por outro material também elástico, mas não adesivo, que, para além de
permitir um trabalho final perfeito, evita o desagradável inconveniente das alergias, macerações e
dos restos da cola sobre a pele.
Também, com esta técnica e com este material, não perdemos a firmeza e a finalidade da
imobilização e principalmente, evitam-se os problemas já referenciados. Satisfez-me também,
receber desde logo a opinião de agrado dos doentes relacionando este método, com o maior
conforto em todos os aspectos, o que nos motiva para o contínuo aperfeiçoamento das técnicas e
sempre na busca dos melhores materiais, para melhor servir.
Como executar:
Coloca-se o doente em tronco nu e de pé (sentado se tiver muita dificuldade em se manter de
pé), porque, é esta a posição mais adequada para facilitar a colocação das ligaduras e manter o
correcto alinhamento do osso e focos de fractura.
Depois de verificada a integridade da pele, inicia-se a imobilização, colocando uma compressa
grande na axila, para almofadar, proteger e evitar o contacto da pele do braço com o tórax, para
prevenir provável maceração e feridas cutâneas.
Inicia-se com ligaduras de gaze de preferência de 20 cm de largura e com várias circulares a
iniciarem na cintura, para maior estabilidade e segurança, seguindo em contínuo até à região
mamilar.
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
Nas senhoras, antes de encostar o braço ao tórax, deve ter-se em conta e o cuidado, de proteger
os seios no seu todo e nos sulcos infra e inter. - mamário, por serem zonas de pele muito sensíveis e
por vezes volumosos, o que aumenta o risco de lesões cutâneas, evitando-se assim a maceração.
Depois, pode colocar-se o membro na posição pretendida, junto ao tórax, visto ser o tórax parte
fundamental nesta imobilização, porque faz de tala e suporte para o alinhamento e para a
imobilidade do membro. Em acto contínuo, vai se envolvendo o braço e antebraço, cruzando as
ligaduras no ombro e passando sob o braço contrário ao doente, uniformemente, por forma a que se
consiga um bom ajustamento, mas sem demasiado aperto do braço doente ao tórax.
Procurar fazer uma boa suspensão do antebraço, até que se consiga um envolvimento total de
todo o membro, desde o ombro até ao punho, deixando a mão livre.
De seguida, inicia-se o mesmo trabalho, mas com ligaduras que pode ser adesivas porque, esta
imobilização, por princípio, vai ser mantida no mínimo durante oito dias e corremos o risco de se
desfazer com os movimentos do doente, perdendo assim o objectivo do tratamento.
Cuidados a ter na Execução
Os perigos recorrentes desta imobilização, são os de maceração da pele, quando não é bem
protegida, principalmente na axila, dobra do cotovelo, junto ao tórax ou nas senhoras nos sulcos
mamários.
É importante a mão ficar liberta, de forma a facilitar a mobilidade, o que permite o doente fazer
pequenas tarefas domésticas a que estava habituado.
É importante também para a vigilância da mão evitando o garrotamento e prevenindo o
aparecimento de parestesias das extremidades, facilitar a circulação de retorno e para o despiste de
anomalias
Outro perigo muito frequente e para o qual devemos estar sempre atentos é o edema da mão,
principalmente quando há garrotamento ou imobilidade. Por princípio, estas imobilizações, devem
ser mudadas de oito em oito dias, no mínimo, para se verificar o estado da pele.
Outro risco, sempre presente é a rigidez por imobilidade do ombro e /ou do cotovelo. Por este
facto é que como já foi dito, que o tratamento não deve ser muito prolongado.
Ensino
Um perigo muito frequente e para o qual o doente e/ou familiares devem estar sempre atentos é
o edema da mão, principalmente quando há garrotamento ou imobilidade, edema, cianose, palidez,
formigueiros.
Caso estes sinais não desapareçam, nas primeiras 24 a 48h, devem de imediato recorrer ao
serviço de urgência do hospital ou centro de saúde mais próximo da área de residência, ou ao seu
médico assistente, ou ainda à sua consulta.
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
Mesmo depois de todas estas alternativas ainda seja muito demorado, em tempo ou pela
distância e se o problema persistir, deve retirar em casa toda a causa do incómodo e recorrer
posteriormente a qualquer uma das alternativas já descritas.
Actualmente existe outra forma e outro material para fazer
a imobilização de Gerdy nas fracturas do colo ou 1/3 proximal
do úmero. Este material tem vantagens, porque é reutilizável, é
amovível para permitir mais facilmente os cuidados de higiene,
pode a todo o momento ser regulável para a pressão desejável
ou aconselhada.
Contudo na primeira fase de tratamento, ou seja logo após
o traumatismo, e se a fractura for muito instável, é Figura 99.Imobilização de
Gerdy
aconselhável usar o método anterior das ligaduras, porque
permite maior estabilização dos focos de fractura, o obriga a
que o doente suporte a pressão deixada inicialmente sem a
tentação de aliviar o aperto
O período de tempo para o tratamento conservador, depende de cada caso. No entanto e por
princípio, não deve ir além de quatro semanas, para evitar que a articulação adquira aderências e
rigidez provocadas pela imobilidade, tornando depois extremamente difícil a reabilitação da
plenitude articular.
Material
Ter todo o material pré seleccionado indispensável a cada situação e em local de fácil acesso,
de preferência junto ao doente.
Deve constar de: - ligaduras de algodão dos tamanhos,(10cm,15cm) elásticas de pouca
tensão de tamanho adequado(10 ou 15 cm), ligaduras de gaze dos tamanhos,
(15cm;20cm), ligaduras adesivas, ligaduras auto- aderentes, adesivo lago.
Deve ter-se também sempre à disposição compressas, solutos desinfectantes e de
pensos, para efectuar a limpeza da área ou alguma lesão da pele, se necessário.
Execução da Imobilização
Para a aplicação desta ligadura de Robert Jonnes nos joelhos é indispensável ter a colaboração
de duas pessoas e em que uma delas seja profissional. Coloca-se o doente em decúbito dorsal, com
o membro lesado a descoberto.
Depois de verificada a integridade da pele, ou feito o tratamento, caso aja necessidade, um dos
elementos fica a suster na perna pela região posterior do pé (calcanhar), elevando-a ligeiramente e
em extensão.
Após estes cuidados, inicia-se a imobilização com ligaduras de algodão, ligeiramente acima
dos maléolos, por forma a que a segunda passagem recubra metade da primeira, em espiral, até à
raiz da coxa, aplicando sempre uma pressão controlada e achada a conveniente para cada caso. Em
acto contínuo, aplica-se da mesma forma, as ligaduras de gaze e também com alguma tensão.
Repete-se a aplicação de ligadura de algodão. Repete-se a aplicação de outras ligaduras, que neste
caso pode ser novamente de gaze ou elástica.
No final, para melhor contenção, pode-se ou não aplicar ligaduras elásticas adesivas ou auto-
adesivas. Este conjunto de ligaduras, garantem que, a imobilidade que se pretende é quase completa
e não se corre o risco de que com o tempo se desfazer, permitindo assim atingir melhor os seus
objectivos.
Cuidados na Execução
Neste tipo de imobilização, os perigos ou riscos são mínimos. No entanto devemos estar
atentos à sensibilidade e circulação distal e aos edemas por garrotamento ou aperto em demasia.
Ensino
O doente e/ou familiares devem ser alertados e ensinados a observar sinais anormais como
sejam, o perigo de demasiada compressão, aparecendo sintomas de: dor, formigueiros nas
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
Actualmente existe outra forma e outro material para fazer a imobilização de Robert Jonnes nas
fracturas do joelho, meniscos ou roturas de ligamentos, como tratamento de segurança pós-
cirúrgico. Este material tem vantagens, porque é reutilizável, é amovível para permitir mais
facilmente os cuidados de higiene, pode a todo o momento ser regulável para a pressão desejável ou
aconselhada.
Contudo na primeira fase de tratamento, ou seja logo após o traumatismo, é aconselhável usar
o método anterior das ligaduras, porque permite maior estabilização da lesão e o obriga a que o
doente suporte a pressão deixada inicialmente sem a tentação de aliviar o aperto.
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
51.1 DEFINIÇÃO
As ligaduras funcionais são reconhecidas como uma técnica que tenta manter, estabilizar,
solidificar, suprir e/ou reforçar estruturas biológicas bem definidas.
A diferença entre os outros meios de contenção rígido como por exemplo o gesso, os metais ou
os materiais termo moldáveis é, que as ligaduras utilizam um material flexível, constituído por
tecidos que podem ou não ser impregnadas com adesivo, o que nos leva a distinguir entre ligaduras
adesivas ou não adesivas.
Entre as ligaduras adesivas devemos ter em conta uma diferenciação entre dois tipos de
material:
1- Num caso, não são elásticas (inextensíveis), quando feitas com tecido, pelo que não é
possível distende-las tanto em largura como em comprimento. Esta característica não
significa que seja um inconveniente, mas sim uma propriedade que deve ser usada em
casos seleccionados e com rigor.
Capitulo XII - Ligaduras E Técnicas De Execução
2- Noutro caso, são elásticas e depois de terem sido estiradas sob um força exterior
aumentam o seu comprimento ou largura, mas que depois de soltas dessa pressão são
capazes de voltar de forma mais ou menos perfeita ou seu estado inicial de repouso.
Este aspecto é importante ter-se sempre em conta a quando da sua aplicação, porque pode ser
um motivo importante ou até fundamental no aparecimento de lesões secundárias ao tratamento e
que podem por si só serem graves ou até irreversíveis.
As ligaduras adesivas aplicam-se basicamente sobretudo em traumatologia desportiva, porque
o desportista está sempre desejoso de se manter em forma rapidamente, não querendo ficar
imobilizado por muito tempo. Isto explica frequentemente a indicação da aplicação de ligaduras
adesivas com método terapêutico, que permitem limitar quando se deseja de forma selectiva a
amplitude ou mobilidade de uma determinada articulação.
As ligaduras elásticas devem ser adaptadas a cada caso, ao estado do doente e em função dos
objectivos terapêuticos.
Aplicação de gelo
plicação de técnicas de reforço neuromuscular, etc.
Por outro lado, a aplicação de técnicas de electroterapia não devem ser executadas, porque
aumenta correntes periféricas.
motivo deve realizar-se o ensino ao doente de um trabalho específico que se dirija a um controlo
activo articular e neuromuscular.
Pode haver casos em que a ligadura será um pouco mais resistente e em posição de
hipercorreção, ou então de encurtamento, dependendo da gravidade da lesão, e que se irá alargando
progressivamente até se conseguir um alinhamento perfeitamente assimétrico.
Pode haver outros casos com finalidade preventiva, em que é necessário conservar uma função
correcta de forma a permitir o alongamento capsuloligamentar sem impedir a amplitude articular,
porque pode ser a causa de uma recidiva.
Quando existe um derrame localizado ou generalizado, quase nunca deve ser aplicado uma
ligadura adesiva directamente na pele, porque pode provocar sulcos de constrição e compressão,
além de que ao ser retirada, pode causar graves danos de maceração ou provocar reacções adversas
da pele.
Tanto em lesões capsuloligamentares, como miotendinosas, a ligadura funcional adesiva, só
pode ser colocada se o derrame for pouco significativo e esteja bem localizado. Neste caso, é
conveniente colocar antes uma ligadura não adesiva. Caso contrário é conveniente fazer-se primeiro
a extracção da maior quantidade possível do líquido causador do derrame.
Cada vez que um membro apresenta edema, a ligadura deve envolver completamente o
segmento, enrolada da parte distal para a proximal, por forma a evitar provocar edema entre os
espaços livres entre as várias passagens da ligadura.
Lesão do calcâneo.
Execução: seguir a sequência de
imagens.
51.3 CONCLUSÃO:
Todas as imobilizações funcionais, de contenção ou de fixação, executadas com ligaduras
adesivas, elásticas ou de tecido rígido, devem ser colocadas tendo em conta sempre a posição ou a
tensão suportada pelo doente.
O enfermeiro deve ter o conhecimento que o habilita e a ponderação necessária para actuar em
cada caso ou circunstância, da melhor forma e com os melhores resultados para o doente, dando a
melhor utilização ao material ao seu dispor.
Capitulo XIV - Conclusão
O gesso, é seguramente o mais comum dos meios de imobilização das fracturas usados em
todo o mundo.
Desde o início do século passado, que os gessos, e os aparelhos gessados, foram motivo de
muitos estudos e alterações na filosofia de aplicação, nas várias fases de um tratamento, tanto nas
lesões ósseas por fractura, como também nas malformações congénitas ou degenerativas,
principalmente da coluna vertebral.
CALOT (1926), num trabalho publicado intitulado ORTHOPÉDIE INDISPENSÁBLE – 9ª
Edição, (pág. 7 e 16), referia que o gesso era um objecto de primeira necessidade para os praticantes
médicos, e que não deviam partir para a vida profissional diária, sem uma provisão de alguns quilos
de gesso.
Como se faziam as ligaduras de gesso: O engessamento das ligaduras e telas, fazia-se
simplesmente introduzindo-as dentro da papa de gesso, que na sua composição constava de mistura
de cinco partes de água e de três partes de gesso. Tinha que ser feito com água fria, porque como
era e é do nosso conhecimento, o gesso em contacto com a água quente, inicia desde logo um
processo químico, que provoca uma secagem muito rápida, não permitindo grande margem de
manobra para a sua moldagem. A quantidade, dependia da zona a imobilizar.
A preparação, fazia-se dentro de uma bacia, com capacidade para suportar toda a quantidade de
água e de gesso necessários. De seguida, imediatamente, rapidamente e completamente, introduzia-
se o tecido em tela ou ligadura, de forma a conseguir-se uma pasta bem homogénea e sem deixar
grumos. Esta manobra teria de ser feita apenas entre 15 a 20 segundos.
Logo que a primeira banda ou ligadura estivesse completamente impregnada de gesso, era
espremida e colocada de imediato no doente. Estas manobras eram repetidas tantas quantas vezes
fossem necessárias.
Numa nota final, o mesmo autor, referia que, fazer um gesso perfeito, homogéneo, sólido e
confortável, é fundamental para se conseguir bons resultados no tratamento.
Como se executam actualmente os aparelhos gessados:
Com o decorrer dos anos, a experiência e os resultados foram fazendo uma selecção natural dos
vários métodos, melhorando uns, recriando outros e eliminando parte deles, que deixaram de fazer
sentido.
A protecção da pele, com malha de tecido em manga tubular, era uma condição básica e
indispensável. Hoje, penso que é prática generalizada, além da respectiva malha, também é usada a
protecção das proeminências ósseas com material almofadado ou algodoado.
Capitulo XIV - Conclusão
Das formas antigas de manufactura realizada no momento pelo próprio médico, chegamos aos
nossos dias com o gesso fabricado com melhor qualidade, gerido por empresas, logo e por princípio
mais económico e mais eficaz.
O gesso é um material que parece que se molda ao nosso gosto, sobre todas as partes do
corpo e dá-nos resultados muito surpreendentes, muitas vezes superiores a outras
formas de imobilização ou tratamento.
Por si só, o gesso permite fixar as diversas partes do corpo que estiverem lesadas, numa
posição determinada, caso entendamos por bem manter essas posições e dependendo só
de alguns minutos para a sua execução e solidificação.
Actualmente executam-se alguns tipos de aparelhos gessados com normas que são consensuais
internacionalmente, mas que podem ter pequenas diferenças na sua utilização, e outros que caíram
em desuso, podendo estar dependentes do objectivo, do critério ou das normas da instituição.
Coloco neste número, os coletes gessados, para tratamento de fracturas ou de malformações
vertebrais, e os articulados do joelho, que além de serem extremamente incómodos, deixaram de
satisfazer os objectivos médicos e as expectativas dos doentes.
Temos hoje em dia outras alternativas com o aparecimento de novos materiais de fibra, com os
quais se conseguiram óptimos resultados na sua utilização em coletes e talas dinâmicas,
beneficiando o doente no conforto e funcionalidade.
No que respeita ao material de gessos, também tem evoluído consideravelmente até aos nossos
tempos. Actualmente, embora ainda com preços elevados, já é frequente a utilização em qualquer
instituição hospitalar deste outro tipo de material “o gesso sintético”, que mantendo os mesmos
princípios de estabilidade e segurança do “gesso convencional”, permite pelo menos maior
conforto ao doente
Capitulo XIV - Conclusão
Actualmente existem dois tipos de material para imobilização das fracturas, que embora
diferentes pretendem atingir os mesmos objectivos básicos de imobilização do membro afectado
para ajudar na consolidação do calo ósseo.
Assim, temos o chamado gesso convencional e o gesso sintético. Temos que reconhecer que
entre estes dois tipos de material há diferenças que se podemos ter em conta como vantagens ou
desvantagens conforme cada caso.
Permitir mais tempo de manobra comparado com outros, para a sua execução.
Em caso de necessidade permite que se façam correcções a nível do foco de fractura,
como as Gipsotomias.
Normalmente é mais usado no serviço de urgência, visto o seu tempo de secagem ser
lento, permitindo correcções no alinhamento das fracturas.
Em certos casos de fracturas, nomeadamente nos membros superiores, em que há
necessidade de se realizar um aparelho gessado pendente e em que o seu peso é
fundamental.
Em caso de perigo para o membro lesado com sinais de alarme como cianose, palidez,
ou formigueiros, porque o doente consegue retirá-lo no domicílio (conforme é
previamente esclarecido) antes de recorrer ao hospital, o que por vezes pode ser
fundamental para evitar consequências irremediáveis.
Para a execução correcta e eficaz dos vários aparelhos gessados, têm que se reunir várias
condições de recursos humanos, materiais, e ambientais. É fundamental existir uma sala própria e
bem apetrechada com material, assim como bom ambiente. É fundamental não descurar o aspecto
físico e psicológico do doente.
pediatria, (técnica não obrigatória mas aconselhada nas botas gessadas do pé boto)
como forma de protecção da pele e para garantir melhor aderência do aparelho gessado
ao membro; ligaduras de algodão prensado de vários tamanhos (5,10,15 e 20cm) para
protecção das proeminências ósseas; apoios de marcha (tacões) ou talonetes articuladas;
luvas de vinil não esterilizadas; vaselina liquida, para aplicar nas luva antes de pegar no
gesso sintético, (técnica não obrigatória mas o seu uso facilita muito o manuseamento e
a execução dos aparelhos gessados com este material. Se não for usada uma gordura, a
resina que existe na composição do gesso seca nas luvas, não permitindo ou
dificultando muito o manuseamento do gesso).
Como apoio a estes e a outros tratamentos como as imobilizações, deve haver ligaduras,
elásticas de vários tamanhos (5,10,15 e 20cm), de gaze de vários tamanhos (5,10,15 e 20cm), auto -
adesivas de vários tamanhos (5,10,15 e 20cm).
Como apoio aos pensos, caso seja necessário efectuar em feridas pós cirúrgicas ou pós
traumáticas e antes de executar o novo aparelho gessado, deve haver um kit completo de pensos e
os produtos desinfectantes usados na instituição, compressas esterilizadas, luvas esterilizadas e
adesivos.
Ter também à disposição produtos desodorizantes da pele (ex.: alfazema), para colocar antes de
executar um novo aparelho gessado, eliminado assim odores desagradáveis e até muita da
irritabilidade da pele por ter estado envolvida com o gesso.
Outra atitude que se deve ter frequentemente, é a colocação de um creme gordo, após a
extracção e/ou imediatamente antes da colocação de novo aparelho gessado, com a intenção de
hidratar tanto quanto possível a pele seca e desnutrida, exactamente provocada pela presença do
aparelho gessado.
O enfermeiro tem que ter sempre em atenção a preparação do doente, até porque é uma das
funções específicas do ser enfermeiro e no que respeita a este tipo de tratamentos ter em conta os
aspectos psicológicos e físicos do doente. Ter um bom ambiente climatizado e material adequado a
cada tratamento.
Ao Nível Psicológico - É importante esclarecer o doente em relação ao tratamento que se vai
realizar, para diminuir o temor e a ansiedade. Só assim é possível obter a melhor colaboração do
doente. Esclarece-lo também em relação ao tempo e ao incómodo da imobilização.
Ao Nível Físico - Colocar o doente em posição mais confortável possível de acordo com a
necessidade de cada caso, respeitando sempre a sua intimidade. A posição pode ser variável
conforme cada doente, dependendo da idade ou das condições físicas, ou cada caso, que pode passar
por ser de pé, encostado à marquesa, sentado ou deitado, por forma a manter a estabilidade do foco
de fractura e a diminuição ou ausência de dor, de modo a permitir maior colaboração do doente e
maior facilidade na execução do aparelho gessado, obtendo os melhores resultados. Ter como regra
geral que nas salas de tratamentos só deve ser permitida a companhia de um familiar, aos doentes
com idades inferiores aos 14 anos, ou em casos de reconhecida deficiência.
No ambiente - Procurar manter sempre um ambiente climatizado, de forma a proporcionar o
maior conforto, visto haver necessidade em muitas situações de o doente permanecer com parte do
corpo desnudada. È obrigatório manter sempre a individualidade do doente.
Ao nível do equipamento - O equipamento é o constante na sala de gessos. Contudo tem que
haver uma pré - preparação e escolha do material a usar em quantidade e qualidade, sendo colocado
por forma a que a sua utilização seja de fácil acesso, para que a perda de tempo seja a menor
possível, porque sabemos que o tempo que o próprio material (gesso)permite para ser trabalhado é
reduzido, iniciando a sua transformação química logo após o contacto com o ar e mais após ser
molhado.
Para tal deve ser seleccionado previamente o nº e tamanho das ligaduras de algodão prensado,
o nº e tamanho das ligaduras de gesso, o comprimento de malha necessário a utilizar, o apoio de
marcha (caso seja necessário), produtos para desengordurar e massajar a pele, material para fazer
algum penso no caso de membro apresentar ferimentos, ligaduras de gaze, ou elásticas, luvas de
vinil, etc. Deve ter-se sempre um recipiente adequado com água tépida e limpa.
Ao nível do ensino ao doente e ou familiares: Além dos sinais de alerta a que já fiz referência
há outros ensinamentos que são fundamentais para se obterem os melhores resultados nos
tratamentos.
Assim o doente deve:
O doente deve : ser informado do tempo provável que vai andar com o gesso.
Capitulo XIV - Conclusão
Cabe aqui referenciar e salientar uma situação muito frequente de aplicação de aparelhos
gessados fechados em crianças. Estes gessos são diferentes na sua execução e nos seus objectivos,
que serão descritos pormenorizadamente mais à frente que é a bota gessada, usada para correcção
do pé «pé boto».
Pode iniciar-se nos primeiros dias após o nascimento, como primeira alternativa de tratamento
em detrimento da cirurgia e repetir-se semanalmente após manipulações, até serem conseguidos os
objectivos previamente propostos.
Em ambos os casos, tem de existir atenção a aspectos fundamentais como sejam deixar
naturalmente espaço livre e suficiente na região púbica; espaço livre em altura no abdómen, para
facilitar o aumento de volume do estômago durante as refeições.
Para manter o posicionamento de abdução correcto, maior consistência, e facilidade na
mobilização, coloca-se entre os dois membros um travessão em madeira revestido de gesso. Estes
aparelhos gessados só podem ser executados ou modificados sob anestesia. Só nos é possível em
caso de necessidade reforçá-lo ou proceder a pequenos reajustamentos.
Capitulo XIV - Conclusão
Para a execução de qualquer aparelho gessado, que pode ser só uma tala (meia cana) ou gesso
fechado (completo), tem necessariamente de se fazer uma pré avaliação da situação, tendo em conta
o membro afectado, o tipo de fractura, o tempo de traumatismo, o objectivo do tratamento e o
tempo de imobilização pré definido, e/ou necessário para o tratamento, que como já foi referenciado
é fundamental para a decisão e escolha da imobilização a utilizar.
Para serem atingidos os objectivos, é necessário uma pré preparação tendo em conta vários
aspectos importantes e que eu considero fundamentais para todas as imobilizações, no sentido se
obterem os melhores resultados. Estes aspectos passam por:
Reunir todo o material necessário ou entendido indispensável para cada um dos
tratamentos a executar.
Proporcionar o melhor ambiente de conforto
Estar atento e ser perfeito na técnica de execução
Estar sempre atento aos riscos na execução da imobilização
Informar o doente e/ou familiares dos sinais de alerta.
Estes aspectos servem para todos os tratamentos, pelo não serão mais referenciados no decurso
do trabalho
gessado ou imobilização com ligaduras, um creme gordo, na intenção de hidratar tanto quanto
possível a pele seca e desnutrida, exactamente provocada pela presença do aparelho gessado.
A razão desta minha atitude ou técnica de execução dos aparelhos gessados, é de ter a certeza
absoluta que as proeminências ósseas se mantêm bem protegidas durante todo o tempo em que o
doente permanecer com o gesso.
Como sabemos o algodão de almofadamento, por várias razões, (como a compressão
permanente, o suor, etc.), perde grande parte da sua capacidade, logo deixa de exercer a sua
principal função de almofadamento para protecção.
Também, quando da extracção do aparelho gessado, se não estiver bem almofadado, corre-se
permanentemente o risco de cursar abrasões na pele do doente, em consequência ou motivados pela
lâmina da serra, que embora se possa considerar pouco grave, é sempre de evitar, porque
provocamos uma secção de continuidade da pele, (ou ferida) que tem de ser tratada, e mais grave,
criamos uma reacção de desconfiança do doente em relação ao nosso profissionalismo.
Outra razão, é que no acto de extracção do aparelho gessado, a vibração da lamina da serra é
tão elevada que provoca um hiper aquecimento e ao contactar a pele do doente provoca uma
sensação extremamente desagradável de queimadura (experiência própria), que cria um tremendo
desconforto para o doente. Penso que todas estas situações com esta técnica são perfeitamente
evitadas e ultrapassadas.
Ainda mais importante do que isto é que o próprio fenómeno de secagem do gesso, como se
sabe, provoca um aumento considerável de temperatura, que embora transitória, (pode ir até cerca
de 30 minutos) vai contribuir para algum edema ou aumento de volume da zona do membro
afectado, logo diminui o espaço entre o membro e o gesso, aumentando a pressão ou compressão
dentro do aparelho gessado.
As grandes vantagens deste almofadamento são as de que por um lado evitam possíveis
queimaduras no membro, e por outro lado serve como espaço de antecâmara para permitir o edema
ou aumento de volume transitório, sem que provoque reacções ou consequências circulatórias
distais, que poderiam ser graves para o doente.
Esta atitude também está de acordo com alguns experientes representantes de marcas de
gessos e exemplificadas em congressos, aos quais assisti, demonstrando e executando vários
aparelhos gessados, em que o envolvimento do membro afectado é total, para que se evite as
consequências secundárias graves
O primeiro passo: Inicia-se de preferência com a colocação de malha tubular, de
medida variável conforme a espessura do membro, por forma a que não fique
demasiadamente apertada, para não provocar posterior garrotamento ou dificuldades
circulatórias, ou demasiadamente larga para não ficarem pregas ou rugas junto da pele,
podendo provocar consequentemente macerações, que poderiam ser irreversíveis.
Capitulo XIV - Conclusão
O terceiro passo: É a aplicação da ligadura de gesso. Após a aplicação de cada uma das
ligaduras, deve passar-se a mão por toda, alisando de modo a tapar todos os poros
residuais. Esta manobra, vai permitir uma maior resistência do gesso, porque fica mais
compacto e menos permeável ao ar.
Há cuidados fundamentais a ter durante a execução dos aparelhos gessados que não podem ser
nunca descurados. Ex.:
Manter alguma força de tracção longitudinal, o que faz com que o doente não tenha
dores.
Manter sempre libertos os dedos, desde que não sejam eles a razão do tratamento ou a
sua mobilidade interfira directamente com o foco de fractura.
Manter sempre um bom alinhamento do membro e dos topos ósseos.
Manter sempre uma angulação correcta das articulações imobilizadas, para que após a
extracção do aparelho gessado, seja mais fácil a recuperação da rigidez provocada pela
imobilização.
Manter angulação perpendicular da perna com o pé no caso de fracturas da tíbia, sempre
que seja necessário a colocação de tacão como apoio de marcha.
Evitar movimentos bruscos, porque causariam a perda do alinhamento até aí
conseguido.
Evitar fazer zonas de pressão no gesso durante a execução. Para tal, o elemento que está
a auxiliar nunca deve pegar nele, com as pontas dos dedos, mas sim com a mão aberta.
Evitar pousar o gesso sobre zonas muito duras ou pontiagudas, porque isso vai
contribuir para provocar zonas de pressão, que podem vir a revelar-se muito graves.
No caso do gesso “convencional”, o doente deve ter a preocupação de não molhar por alguma
forma o gesso, porque pode originar falta de consistência, maceração da pele e odores
desagradáveis. Se o doente sentir desconforto, deve recorrer ao seu médico ou ao hospital mais
próximo e o mais urgente possível para ser feita a devida correcção
Durante a execução do aparelho gessado, não se deve colocar ou poisar o gesso em superfícies
duras ou pontiagudas, nem pegar no aparelho gessado com as pontas do dedos, para evitar zonas de
pressão que naquele momento passariam despercebidas, mas que depois do gesso estar seco,
provocariam macerações graves ou mau estar ao doente.
A mão do profissional que ajuda na execução do aparelho gessado, deve ser colocada sempre
aberta, de forma a não provocar grande pressão. Na primeira fase de secagem do gesso, é a altura
ideal para ser moldado e ajustado no foco de fractura, assim como posicionar o membro nas
posições ou angulações correctas, ou achadas necessárias, para um tratamento eficaz.
As ligaduras devem ser embebidas de forma a estarem no seu todo bem molhadas, e em água
tépida (morna), porque a água fria provoca no gesso uma reacção química contrária ao pretendido.
Para tal, e como já foi referido anteriormente, devem ser introduzidas sempre numa posição
inclinada de cerca de 45º, para permitir a entrada uniforme da água até ao centro, e durante cerca de
2 a 5 segundos de imersão. Com o uso do material sintético, os princípios e os cuidados são
basicamente os mesmos que teremos de ter com o gesso convencional. Contudo têm diferenças que
importa realçar:
Uma diferença, é que estas ligaduras podem ser ou não molhadas antes de se
colocarem. Caso não sejam previamente molhadas, permitem mais algum tempo para
manobras de correcção achadas necessárias. Antes de finalizar este aparelho gessado,
deve envolver-se com uma ligadura molhada, de gaze normal, para deixar impregnar
alguma água, e retirar de seguida.
Outra diferença, é que se for molhada, nunca deve ultrapassar os dois segundos de
imersão. Deve ser usadas sempre umas luvas para evitar a agressividade do material nas
mãos do profissional.
De preferência deve ser colocada uma gordura nas luvas (por exemplo vaselina), antes de pegar
nas ligaduras, porque evita a aderência da ligadura ás luvas, provocada pela composição de resina, e
porque vai facilitar o trabalho, sem causar inconvenientes.
No final da execução do aparelho gessado, devemos ter o cuidado e a certeza de que os
rebordos do gesso estão bem almofadados e que depois de seco não vão macerar ou cortar a pele e
criar mau estar, permitindo uma boa mobilidade das articulações livres. Para terminar, deve passar-
se a mão por todo o aparelho gessado, alisando o gesso, porque esta manobra vai tapar todos os
poros, e contribuir para uma maior resistência de todo o aparelho gessado.
Retirar um aparelho gessado é à partida um acto simples, mas que requer alguma sensibilidade
e perícia de quem o executa. É usada uma serra eléctrica, que deve ser com aspirador incorporado,
provida de uma lâmina circular serrilhada, tendo esta como característica principal não possuir
movimentos de rotação, (o que impede possíveis lesões como cortes na pele do doente) mas só de
vibração, o que, se não houver bom almofadamento ou alguma perícia na abertura, também pode
provocar macerações, simples arranhões ou abrasão na pele. É esta vibração em alta rotação que
desintegra o gesso e provoca uma abertura em profundidade até ao nível do almofadamento.
Quando se sente a diminuir a pressão e a deixar de ter a rigidez própria do gesso, deve mudar-se a
lâmina de local.
A abertura de um aparelho gessado pode ser executada só numa linha longitudinal, mas de
forma alternada de modo a que de cada vez que a lâmina atinge o almofadamento, é retirada e se
passa ao espaço contíguo seguinte formando uma linha contínua desde uma extremidade à outra do
aparelho gessado, procurando que seja sempre o mais possível em linha recta.
Também pode ser em duas linhas paralelas longitudinais, uma do lado interno e outra do lado
externo do aparelho gessado.
O grande problema deste acto, reside no pânico que o material causa ao doente, principalmente
a serra eléctrica, que além de fazer muito ruído, provoca a sensação de corte, criando o receio de
que se o profissional não tiver a perícia indispensável, ou tiver um pequeno descuido, ele pode ser
vítima de uma grande agressão.
Para desmistificar estes receios, o profissional pode fazer uma pequena demonstração na sua
própria mão, o que leva desde logo o doente a acalmar e a acreditar no profissional e nas
consequências do acto, e assim permitir que o enfermeiro realize o seu trabalho, conquistando a
confiança e a colaboração do doente.
Não quero deixar sem referência uma situação, que embora não seja muito frequente, acontece
ou pode acontecer numa emergência tanto no serviço de urgência como no próprio internamento,
que é a seguinte:
Quando existirem num membro engessado os sinais de alerta a que já fiz referência, o primeiro
acto do profissional é abrir longitudinalmente todo o aparelho gessado e afastar os bordos, de forma
a permitir espaço para a descompressão do edema. Contudo há um cuidado fundamental, que é a
principal razão desta minha referência, e passa pela “obrigação” de libertar todo o gesso e o
almofadamento em profundidade, por forma a que seja visível a integridade da pele, e
fundamentalmente na dobra do pé (face anterior) ou do cotovelo, porque na maior parte das vezes, a
Capitulo XIV - Conclusão
razão do mau estar é o garrotamento provocado pelo algodão de almofadamento, quando este não
está correctamente colocado, ou porque houve a necessidade de correcções posteriores do foco de
fractura, originando maior compressão.
Passado algum tempo, e depois de passar esta fase crítica, pode fechar-se novamente o
aparelho gessado provisoriamente com uma ligadura elástica ou definitivamente com uma ligadura
de gesso, evitando assim o perigo de posterior edema de janela.
57.3 GIPSOTOMIAS
Consiste num corte circular, em quase todo o perímetro do aparelho gessado, deixando só cerca
de 5cm sem se cortar, justamente ao nível do foco de fractura, depois de bem visualizado pelo R.X.
Capitulo XIV - Conclusão
Esta técnica é usada como o último recurso, na tentativa de obter um alinhamento do membro
afectado, que por norma é o osso da tíbia, em consequência da perda de redução pós urgência,
provocada por vários factores, e numa altura em que o calo ósseo ainda permite alguma
flexibilidade.
Esta manobra é normalmente bem suportada pelo doente sem dor. Coloca-se o doente em
posição de deitado, e depois do gesso estar cortado, exactamente na parte oposta àquela para a qual
se pretende fazer o alinhamento, firma-se bem o membro acima e abaixo do foco de fractura,
exercendo de seguida alguma pressão, e abrindo em cunha o gesso, até ao ponto que se considere
corrigido ou aceitável, o alinhamento do osso.
De seguida, deve ser preenchido este espaço aberto em cunha, com material consistente, (por
exemplo pequenos pedaços de rolha de cortiça) de forma a manter a pressão, e evitar a regressão do
espaço, perdendo-se assim o alinhamento conseguido.
Há alguns cuidados essenciais e importantes a ter, antes de terminar este trabalho. O espaço
aberto no aparelho gessado, deve ser bem preenchido e reforçado, com ligadura de gesso, para se
evitar o risco do edema de janela. Contudo e antes de fechar, o almofadamento interno, e/ ou o
material mais consistente usado para manter o espaço da abertura, não pode de forma alguma ficar a
fazer pressão sobre a pele, porque isso causaria graves lesões cutâneas, e pelo menos um mau estar
constante ao doente
Capitulo XIV - Conclusão
e de espessura considerada necessária para satisfazer um dos principais objectivos deste aparelho
gessado que é o peso, fundamental para manter um alinhamento o mais próximo possível do
normal. Após ter sido embebida em água de forma a estar no seu todo bem molhada é espremida
conforme a necessidade de cada caso.
Sem demora, um dos profissionais coloca a tala preparada no local pretendido, enquanto o
outro a vai fixando ao membro com uma ligadura de gaze ou elástica, tendo em conta o equilíbrio
da pressão a utilizar. Por norma deve iniciar-se sobre o ombro, descer ao longo do braço pela face
externa, por forma a fazer um pequeno ângulo de 90 graus na região posterior do cotovelo, subindo
para a face externa do braço, até atingir a parte distal dos metacarpianos. Ter sempre o cuidado de
deixar livre a comissura entre o polegar e o indicador, para permitir a mobilidade.
O terceiro passo, Nesta primeira fase de secagem do gesso, é a altura ideal para ser moldado e
ajustado no foco de fractura e no ombro, assim como colocar o cotovelo na posição de 90 graus e o
punho na posição anatómica.
No final, quando estiver terminado o aparelho gessado, deve colocar-se o braço ao peito em
suspensão com uma banda (ligadura) de suporte que pode passar directamente pelo pescoço, ou
passar pela axila do braço oposto, com a finalidade de aliviar o peso e o esforço do doente ao nível
do tronco.
Ensino ao doente
É fundamental ter sempre presente e em atenção os sinais de alarme, explicando-lhe a forma
mais rápida e correcta de minimizar ou resolver qualquer problema detectado. Depois do gessado
estar seco, o doente deve ser incentivado a mobilizar frequentemente os dedos, para evitar a
formação de edemas e facilitar a circulação sanguínea. Ter sempre em conta os cuidados,
previamente aconselhados com o gesso.
que poderiam ser irreversíveis. Deve ser dado um corte na malha na região axilar interno, para que
do outro lado externo tenha comprimento suficiente para chegar até à base do pescoço.
O comprimento da malha, deve ser sempre ligeiramente superior ao comprimento do segmento
do membro afectado, para que antes de finalizar o aparelho gessado se possam dobrar para trás os
excedentes, permitindo um melhor acabamento do trabalho e principalmente evitar que os rebordos
mais duros ou cortantes possam ferir a pele do doente.
O segundo passo, inicia-se com a colocação sobre a malha, da protecção com ligaduras de
algodão prensado, de tamanho e quantidade variável conforme cada caso Estas ligaduras, como
qualquer outra deve ser colocada com ligeira pressão e começando sempre da região distal, para a
proximal desde a raiz dos dedos, passando pela comissura entre o polegar e o indicador, por forma a
que cada circular se sobreponha sempre em metade da circular anterior. Deve ser colocada sempre
desde a raiz dos dedos até à axila, e na face externa deve sobrepor o ombro. Ter sempre em conta
que as proeminências ósseas fiquem bem protegidas para não se correr o risco de macerações
graves.
No cotovelo ao nível da angulação, as ligaduras devem passar cruzadas, de forma a evitar
possíveis garrotamentos na face interna, o que provocaria dificuldades circulatórias ou perda de
sensibilidade que trariam consequências muito graves para o doente.
O terceiro passo inicia-se com a preparação e a aplicação da ligadura de gesso. A escolha da
largura da ligadura de gesso depende de cada caso ou do tratamento a executar, mas normalmente
passa entre os 10 e os 15cm de largura.
As ligaduras devem ser aplicadas com uma sequência rápida e com alguma tensão, mas
sempre para que não seja demasiada. Ter sempre o cuidado de deixar livre a comissura entre o
polegar e o indicador, para permitir a mobilidade.
A passagem das ligaduras pelo cotovelo, tal como aconteceu antes com as ligaduras de algodão
para almofadamento, deve ser cruzada, para se evitar a possível compressão e consequências
desagradáveis para o doente, tais como o comprometimento vascular ou sensitivo. De cada vez que
se aplica uma ligadura, deve alisar-se em todo o comprimento.
Esta manobra, vai permitir uma maior resistência do gesso porque tapa a maior parte dos poros,
logo diminui a quantidade de ar residual, o que se não fosse feito, causaria menor consistência do
gesso.
É conveniente executar-se uma argola com ligadura de gesso e colocá-la na região superior a
cerca de 10 cm do punho para que depois de seca, sirva de suporte do aparelho gessado. Nesta
primeira fase de secagem do gesso, é a altura ideal para ser moldado e ajustado no foco de fractura e
no ombro, assim como colocar o cotovelo na posição de 90º e o punho na posição anatómica.
Capitulo XIV - Conclusão
Quando estiver terminado o aparelho gessado, deve colocar-se o braço ao peito em suspensão,
com uma banda (ligadura) de suporte, que pode passar directamente pelo pescoço, ou passar pela
axila do braço oposto, com a finalidade de aliviar o peso e o esforço do doente ao nível do tronco.
Ensino ao doente: Ter sempre presente e em atenção os sinais de alarme, explicando-lhe a
forma mais rápida e correcta de minimizar ou resolver qualquer problema detectado. Depois do
aparelho gessado estar seco, o doente deve ser incentivado a mobilizar frequentemente os dedos,
para evitar a formação de edemas e facilitar a circulação sanguínea. Ter sempre em conta os
cuidados, previamente aconselhados com o gesso.
58.1.3 TALA EM U
É uma tala usada frequentemente na urgência, nas fracturas
do 1/3 médio do úmero. As vantagens desta tala gessada são as
de manter a imobilidade e o alinhamento correcto ou o possível
da fractura e evitar complicações como o edema, disfunções
sensitivas e facilitar a circulação sanguínea, assim como proteger
toda a massa muscular evolvente ao foco de fractura.
Na continuidade do tratamento e por norma, esta tala é
substituída por um gesso fechado mais ou menos duas semanas Figura 116. Tala em U
Deve ser colocada sempre desde o cotovelo até à axila e na face externa deve sobrepor o
ombro. Ter sempre em conta que as proeminências ósseas fiquem bem protegidas para não se correr
o risco de macerações graves.
O segundo passo, é a aplicação da ligadura de gesso. A escolha da largura da ligadura de gesso
depende de cada caso ou do tratamento a executar, mas normalmente passa entre os 15 e os 20cm
de largura.
Inicia-se por desenrolar a ligadura e desdobra-la em harmónio e em tiras com um
comprimento previamente medido, de modo a que desça desde a axila, até ao cotovelo pela face
interna, e subir novamente pela face externa até ao ombro, formando desta forma um U . Após ter
sido embebida em água de forma a estar no seu todo bem molhada, é espremida conforme a
necessidade de cada caso.
Esta manobra, vai permitir uma maior resistência do gesso. Sem demora, um dos profissionais
coloca a tala preparada no local pretendido, enquanto o outro a vai fixando ao membro com uma
ligadura de gaze ou elástica, tendo em conta o equilíbrio da pressão a utilizar.
Por norma deve iniciar-se sob a axila, passando no cotovelo de forma a permitir algum apoio,
mas tornar quase nula a amplitude na extensão do braço.
O terceiro passo, nesta primeira fase de secagem do gesso, é a altura ideal para ser moldado e
ajustado no foco de fractura, assim como colocar o cotovelo na posição de 90 graus. Quando estiver
terminado o aparelho gessado, deve colocar-se o braço ao peito em suspensão com uma banda
(ligadura) de suporte que pode passar directamente pelo pescoço, ou passar pela axila do braço
oposto, com a finalidade de aliviar o peso e o esforço do doente ao nível do tronco.
Ensino ao doente
Ter sempre presente e em atenção os sinais de alarme, explicando-lhe a forma mais rápida e
correcta de minimizar ou resolver qualquer problema detectado. Depois do aparelho gessado estar
seco, o doente deve ser incentivado a mobilizar frequentemente os dedos, para evitar a formação de
edemas e facilitar a circulação sanguínea. Ter sempre em conta os cuidados, previamente
aconselhados com o gesso.
O segundo passo, inicia-se com a colocação sobre a malha, da protecção com ligaduras de
algodão prensado, de tamanho e quantidade variável conforme cada caso.
Estas ligaduras, como qualquer outra devem ser colocada com ligeira pressão, e começando
sempre da região distal para o proximal, para que cada circular se sobreponha sempre em metade da
circular anterior.
Pode ser aplicado um spray (pele plástica) sobre a malha, porque a experiência me diz que é
uma forma de protecção extra da pele, e porque também ajuda na melhor fixação e moldagem da
malha protectora, contribuindo para que com a atrofia muscular provocada pela imobilidade, o
aparelho gessado não descaia com tanta facilidade, logo saindo da posição desejada, acarretando
com isso todos os inconvenientes indesejáveis como a instabilidade da fractura e zonas de pressão e
maceração da prega do cotovelo.
O terceiro passo inicia-se com a preparação e a aplicação da ligadura de gesso. A escolha da
largura da ligadura de gesso depende de cada caso ou do tratamento a executar, mas normalmente
passa entre os 10 e os 15cm de largura.
As ligaduras devem ser aplicadas com uma sequência rápida e com alguma tensão, mas sempre
para que não seja demasiada.
De cada vez que se aplica uma ligadura, deve alisar-se em todo o comprimento. Esta manobra,
vai permitir uma maior resistência do gesso porque tapa a maior parte dos poros, logo diminui a
quantidade de ar residual, o que se não fosse feito, causaria menor consistência do gesso.
Nesta primeira fase de secagem do gesso, é a altura ideal para ser moldado e ajustado no foco
de fractura e no ombro. O gesso deve suster ligeiramente, (cerca de 5cm) o cotovelo na posição de
90º, para servir de algum apoio, e diminuir a capacidade de extensão do braço, só permitindo cerca
de 10a 15 º.
Quando estiver terminado o aparelho gessado deve colocar-se o braço ao peito em suspensão
com uma banda (ligadura) de suporte que pode passar directamente pelo pescoço, ou passar pela
axila do braço oposto, com a finalidade de aliviar o peso e o esforço do doente ao nível do tronco.
Ensino ao doente
Ter sempre presente e em atenção os sinais de alarme, explicando-lhe a forma mais rápida e
correcta de minimizar ou resolver qualquer problema detectado. Depois do aparelho gessado estar
seco, o doente deve ser incentivado a mobilizar frequentemente os dedos, para evitar a formação de
edemas e facilitar a circulação sanguínea. Ter sempre em conta os cuidados, previamente
aconselhados com o gesso.
Capitulo XIV - Conclusão
Figura 118. Tala Bráquio – Palmar tratamento considerado correcto numa situação
de urgência, logo após a redução e o
alinhamento da fractura.
As vantagens desta tala gessada são, as de manter a imobilidade e o alinhamento correcto ou o
possível e evitar complicações como: o edema, disfunções sensitivas e facilitar a circulação
sanguínea, que por norma fica afectada após o traumatismo, assim como proteger toda a massa
muscular evolvente ao foco de fractura. Na continuidade do tratamento e por norma, esta tala é
substituída por um gesso fechado, mais ou menos duas semanas após o acidente.
O grande inconveniente desta imobilização é, a atrofia muscular do membro e a rigidez do
cotovelo e do punho, pelo facto destas articulações terem que ser imobilizadas, a fim de se evitar
Capitulo XIV - Conclusão
qualquer movimento de torção. Pelas razões já descritas, esta tala deve manter-se o menos tempo
possível.
Técnica de Execução - Em primeiro lugar, este aparelho gessado, tem de ser feito sempre por
dois profissionais. Coloca-se o doente na posição de sentado, com o membro ligeiramente afastado
do tronco, e inclinado lateralmente para o lado afectado e o cotovelo com angulação de 90º, de
forma a criar uma tracção por suspensão do membro.
Nesta posição, o doente normalmente suporta o mau estar, e a dor é mínima. O enfermeiro, tem
que ter o cuidado de amparar o membro, mantendo-o na posição correcta, evitando desvios ou
torções.
O primeiro passo, inicia-se a colocação das ligaduras de algodão prensado, de tamanho e
quantidade variável, conforme cada caso. Estas ligaduras, como qualquer outra, devem ser
colocadas com ligeira pressão e iniciando-se sempre da região distal para o proximal, para que cada
circular, se sobreponha sempre em metade da circular anterior. Deve ser colocada sempre, desde a
raiz dos dedos até o máximo possível acima do foco de fractura, e na face externa.
Ter sempre em conta que as proeminências ósseas fiquem bem protegidas, para não se correr o
risco de macerações graves. No cotovelo, ao nível da angulação, as ligaduras devem passar
cruzadas, de forma a evitar possíveis garrotamentos na face interna, o que provocaria dificuldades
circulatórias, ou perda de sensibilidade, que trariam consequências muito graves para o doente.
O segundo passo, é a aplicação da ligadura de gesso. A escolha da largura da ligadura de
gesso depende de cada caso, ou do tratamento a executar. Normalmente é entre os 15 e os 20cm de
largura.
Inicia-se por desenrolar a ligadura e desdobra-la em tiras, com um comprimento previamente
medido, por forma, a que vá desde a raiz dos dedos até ao 1/3 próximal do úmero. Após ter sido
embebida em água, de modo a estar no seu todo bem molhada, é espremida, conforme a
necessidade de cada caso.
Esta manobra, vai permitir uma maior resistência do gesso. Sem demora, um dos profissionais,
coloca a tala já preparada no local pretendido, enquanto o outro, a vai fixando ao membro, com uma
ligadura de gaze ou elástica, tendo em conta o equilíbrio da pressão a utilizar.
Por norma, deve iniciar-se sobre o 1/3 próximal do úmero, descer ao longo do braço pela face
externa, por forma a fazer um pequeno ângulo de 90º na região externa do cotovelo, subindo pela
face externa do braço, até atingir a parte distal dos metacarpianos. Ter sempre o cuidado de deixar
livre a comissura entre o polegar e o indicador, para permitir a mobilidade.
O terceiro passo, nesta primeira fase de secagem do gesso, é a altura ideal para ser moldado, e
ajustado no foco de fractura, colocar o cotovelo na posição de 90º e o punho na posição anatómica.
Capitulo XIV - Conclusão
Quando estiver terminado o aparelho gessado, deve colocar-se o braço ao peito em suspensão,
com uma banda (ligadura) de suporte, que pode passar directamente pelo pescoço, ou passar pela
axila do braço oposto, com a finalidade de aliviar o peso, e o esforço do doente, ao nível do tronco.
Ensino ao doente
Ter presente os sinais de alarme, explicando-lhe a forma mais rápida e correcta de minimizar
ou resolver qualquer problema detectado. Depois do aparelho gessado estar seco, o doente deve ser
incentivado a mobilizar frequentemente os dedos, para evitar a formação de edemas e facilitar a
circulação sanguínea. Ter sempre em conta os cuidados, previamente aconselhados com o gesso.
O grande inconveniente desta imobilização é também o peso, que embora pareça contraditório,
porque, conforme já foi dito, tem vantagens, tem a desvantagem do incómodo e desconforto que
provoca ao doente, nas suas tarefas de vida diária e a dificuldade de sustentar o seu peso durante
cerca de 4 semanas, ou o tempo achado conveniente para a cicatrização do osso.
Outros dos inconvenientes, são a atrofia muscular do membro e a rigidez do cotovelo, e do
punho, pelo facto destas articulações terem que ser imobilizadas.
Técnica de Execução:
Em primeiro lugar, este aparelho gessado, tem de ser feito sempre por dois profissionais.
Depois do doente devidamente acomodado, na posição correcta, de preferência sentado e em tronco
nu, com o membro ligeiramente pendente e afastado do tronco e inclinado lateralmente para o lado
afectado e com o cotovelo com angulação de 90º, por forma a criar uma tracção por suspensão do
membro. Nesta posição, o doente normalmente suporta o mau estar e a dor é mínima.
O enfermeiro, tem que ter o cuidado de amparar o membro, mantendo-o na posição correcta,
evitando desvios ou torções.
O primeiro passo, inicia-se de preferência, com a colocação de malha tubular, de medida
variável, conforme a espessura do membro, por forma a que não fique demasiadamente apertada,
para não provocar posterior garrotamento, ou dificuldades circulatórias, ou demasiadamente larga,
para não ficarem pregas ou rugas junto da pele, podendo provocar consequentemente macerações,
que poderiam ser irreversíveis.
O comprimento da malha, deve ser sempre ligeiramente superior ao comprimento do segmento
do membro afectado, para que antes de finalizar o aparelho gessado, se possam dobrar para trás os
excedentes, permitindo um melhor acabamento do trabalho, e principalmente evitar que os rebordos
mais duros, ou cortantes, possam ferir a pele do doente.
O segundo passo, inicia-se com a colocação sobre a malha, da protecção com ligaduras de
algodão prensado, de tamanho e quantidade variável, conforme cada caso. Estas ligaduras, como
qualquer outra, deve ser colocada com ligeira pressão e começando sempre da região distal, para a
proximal, desde a raiz dos dedos, passando pela comissura entre o polegar e o indicador, por forma
a que cada circular, se sobreponha sempre em metade da circular anterior. Ter sempre em conta
que, as proeminências ósseas, fiquem bem protegidas, para não se correr o risco de macerações
graves.
No cotovelo, ao nível da angulação, as ligaduras devem passar cruzadas, de forma a evitar
possíveis garrotamentos na face interna, o que provocaria dificuldades circulatórias, ou perda de
sensibilidade, que trariam consequências muito graves para o doente.
Capitulo XIV - Conclusão
quantidade variável, conforme cada caso, para proteger o membro, até cerca de 5cm da dobra do
cotovelo, de modo a permitir depois os movimentos de flexão do braço, sem criar incómodo.
Estas ligaduras, como qualquer outra, devem ser colocada com ligeira pressão e iniciando-se
sempre da região distal para o proximal, para que cada circular se sobreponha sempre em metade da
circular anterior. Deve ser colocada sempre desde a raiz dos dedos, até o máximo possível acima do
foco de fractura. Ter sempre em conta, que as proeminências ósseas, fiquem bem protegidas, para
não se correr o risco de macerações graves.
O primeiro passo, inicia-se com a colocação de algodão prensado, de tamanho e quantidade
variável, conforme cada caso. Estas ligaduras, como qualquer outra, devem ser colocadas com
ligeira pressão e iniciando-se sempre da região distal para o proximal, para que cada circular, se
sobreponha sempre em metade da circular anterior. Deve ser colocada sempre, desde a raiz dos
dedos até o máximo possível acima do foco de fractura, e na face externa. Ter sempre em conta que
as proeminências ósseas fiquem bem protegidas, para não se correr o risco de macerações graves.
O segundo passo, é a aplicação da ligadura de gesso. A escolha da largura da ligadura de
gesso, depende de cada caso, ou do tratamento a executar, mas normalmente passa entre os 10 e os
15cm de largura. Inicia-se por desenrolar a ligadura de gesso e desdobra-la em harmónio e em tiras,
com um comprimento previamente medido, por forma a que vá desde a raiz dos dedos, até ao 1/3
próximal do antebraço, a cerca de 5cm da dobra do cotovelo.
O terceiro passo, Nesta fase, deve dar-se um golpe nas tiras de gesso, no sentido longitudinal
e com cerca de 2cm de largura e 5cm de comprimento, por forma a que este pedaço possa ser
afastado ligeiramente, de modo a fazer um V, o que facilita envolver-se na base do polegar e
permite conseguir uma maior imobilidade do punho.
Após ter sido embebida em água, de forma a estar no seu todo bem molhada é espremida,
conforme a necessidade de cada caso. Sem demora, um dos profissionais, coloca a tala preparada no
local pretendido, enquanto o outro a vai fixando ao membro, com uma ligadura de gaze ou elástica,
tendo em conta o equilíbrio da pressão a utilizar. Por norma, deve iniciar-se sobre a parte distal dos
metacarpianos, até atingir a proximidade da dobra do cotovelo.
Ter sempre o cuidado, de deixar livre a comissura entre o polegar e o indicador, para permitir a
mobilidade. Nesta primeira fase de secagem do gesso é a altura ideal para ser moldado e ajustado no
foco de fractura e o punho ser colocado na posição anatómica desejada. Quando estiver terminado o
aparelho gessado, deve colocar-se o braço ao peito, em suspensão, com uma banda (ligadura) de
suporte, que pode passar directamente pelo pescoço, ou passar pela axila do braço oposto, com a
finalidade de aliviar o peso e evitar os edemas.
Ensino ao doente
Capitulo XIV - Conclusão
Ter presente os sinais de alarme, explicando-lhe a forma mais rápida e correcta de minimizar
ou resolver qualquer problema detectado. Depois do aparelho gessado estar seco, o doente deve ser
incentivado a mobilizar frequentemente os dedos, para evitar a formação de edemas e facilitar a
circulação sanguínea. Ter sempre em conta os cuidados, previamente aconselhados com o gesso.
colocada no serviço de urgência, deixou de cumprir a sua função e pelo contrário, começa a ser
prejudicial, porque passou a ficar pouco ajustada ao membro, logo a permitir movimentos
contrários a um correcto alinhamento e cicatrização do osso.
O grande inconveniente desta imobilização é o incómodo e desconforto que provoca ao doente,
nas suas tarefas de vida diária e a dificuldade de sustentar por vezes o seu peso, durante cerca de 4
semanas, ou o tempo achado conveniente para a cicatrização do osso.
Outros dos inconvenientes, são a atrofia muscular do membro e a rigidez do punho, pelo facto
desta articulação ter que ser imobilizada.
Técnica de Execução
Em primeiro lugar, este aparelho gessado, tem de ser feito sempre por dois profissionais. É
nesta fase, que normalmente se coloca o membro em (posição neutra), ou seja é desfeita a posição
de pronação e eversão, que trazia do serviço de urgência com a tala gessada, porque, já completou
cerca de 15 dias pós acidente e o calo ósseo já permite esta correcção, mas que deve ser feita com
conhecimento, e palpação dos topos ósseos, com suavidade, e o menor incómodo para o doente.
Depois do doente devidamente acomodado, e na posição correcta, de preferência sentado, ou
deitado, com o membro ligeiramente afastado do tronco, para que um dos profissionais possa criar
uma ligeira tracção do membro. Nesta posição, o doente normalmente suporta o mau estar e a dor é
mínima. O enfermeiro, tem que ter o cuidado de amparar o membro, mantendo-o na posição
correcta, evitando desvios ou torções.
O primeiro passo, inicia-se de preferência com a colocação de malha tubular, de medida
variável conforme a espessura do membro. O comprimento da malha, deve ser sempre ligeiramente
superior ao comprimento do segmento do membro afectado, para que antes de finalizar o aparelho
gessado, se possam dobrar para trás os excedentes, permitindo um melhor acabamento do trabalho,
e principalmente evitar que os rebordos mais duros, ou cortantes, possam ferir a pele do doente.
Deve ser aberto um espaço na malha, de modo a que deixe passagem livre ao dedo polegar.
O segundo passo, inicia-se com a colocação sobre a malha, da protecção com ligaduras de
algodão prensado, de tamanho e quantidade variável, conforme cada caso. Estas ligaduras, como
qualquer outra, deve ser colocada com ligeira pressão e começando sempre da região distal, para a
proximal, desde a raiz dos dedos, passando pela comissura entre o polegar e o indicador, por forma,
a que cada circular se sobreponha sempre em metade da circular anterior. Ter sempre em conta, que
as proeminências ósseas fiquem bem protegidas, para não se correr o risco de macerações graves.
O terceiro passo, inicia-se com a preparação e a aplicação da ligadura de gesso. A escolha da
largura da ligadura de gesso, depende de cada caso, ou do tratamento a executar, mas normalmente
passa entre os 5 e os 10cm de largura.
Capitulo XIV - Conclusão
As ligaduras, devem ser aplicadas com uma sequência rápida e com alguma tensão, mas
sempre para que não seja demasiada. Ter sempre o cuidado, de deixar livre a comissura entre o
polegar e o indicador, para permitir a mobilidade dos dedos.
De cada vez que se aplica uma ligadura de gesso, deve alisar-se em todo o comprimento. Esta
manobra, vai permitir uma maior resistência do gesso, porque tapa a maior parte dos poros, logo,
diminui a quantidade de ar residual, o que se não fosse feito, causaria menor consistência do gesso.
Nesta primeira fase de secagem do gesso é a altura ideal para ser moldada e ajustado no foco
de fractura e colocar o punho, na posição anatómica. Quando estiver terminado o aparelho gessado,
deve colocar-se o braço ao peito, em suspensão, com uma banda, (ligadura) de suporte, que pode
passar directamente pelo pescoço, ou passar pela axila do braço oposto, com a finalidade de aliviar
o peso e o esforço do doente, ao nível do tronco.
Ensino ao Doente
Depois do gessado estar seco, o doente deve ser incentivado a mobilizar frequentemente
os dedos, para evitar a formação de edemas e facilitar a circulação
Ter sempre em conta os cuidados, previamente aconselhados com o gesso.
É fundamental ter sempre presente e em atenção os sinais de alarme, explicando-lhe a
forma mais rápida e correcta de minimizar, ou resolver qualquer problema detectado.
Depois de detectada a lesão no serviço de urgência, é feito aparelho gessado fechado, muito
específico, se não houver edema e ao contrário da maioria das fracturas e que deve envolver
directamente o dedo polegar e todos os metacarpianos, de forma a não permitir qualquer movimento
articular do punho, para evitar possíveis pseud – artroses, visto este osso, ter uma função muito
activa nos movimentos da mão.
Este aparelho gessado fechado, consiste, na aplicação de gesso no antebraço e região palmar,
ou seja, envolve todo o membro, desde o 1/3 próximal do antebraço, a cerca de 5cm da dobra do
cotovelo e mão, ou seja 1/3 distal dos ossos do carpo (nós dos dedos). A finalidade deste gesso,
resulta da necessidade, ou por opção, de um tratamento cruento.
É normalmente mudado, após controlo com R.X., passadas cerca de duas semanas, mantendo-
se mais cerca de seis semanas. Pelas complicações que poderiam surgir com o tratamento cirúrgico,
o gesso fechado de escafóide é um tratamento considerado correcto, numa situação de tratamento
conservador e que normalmente garante bons resultados. O tratamento cirúrgico surge como última
opção de tratamento.
As vantagens deste gesso fechado, são as de manter a imobilidade e o alinhamento correcto, ou
o possível, dos ossos envolvidos.
O grande inconveniente desta imobilização é o incómodo e desconforto que provoca ao
doente, nas suas tarefas de vida diária e a dificuldade de sustentar por vezes o seu peso, durante
cerca de 4 a 6 semanas, ou o tempo achado conveniente, para a cicatrização do osso. Outro dos
inconvenientes é a atrofia muscular do membro e a rigidez do punho, pelo facto desta articulação ter
que ser imobilizada.
Técnica de Execução
Em primeiro lugar, este aparelho gessado tem de ser feito sempre por dois profissionais.
Depois do doente devidamente acomodado, na posição correcta, de preferência sentado, com o
membro ligeiramente afastado do tronco, para que um dos profissionais, possa criar uma ligeira
tracção do membro através do dedo polegar.
Nesta posição, o doente normalmente suporta o mau estar e a dor é mínima. O enfermeiro, tem
que ter o cuidado de amparar o membro, mantendo-o na posição correcta, evitando desvios ou
torções.
O primeiro passo, inicia-se de preferência com a colocação de malha tubular, de medida
variável, conforme a espessura do membro, por forma a que não fique demasiadamente apertada,
para não provocar posterior garrotamento, ou dificuldades circulatórias, ou demasiadamente larga,
para não ficarem pregas ou rugas junto da pele, podendo provocar consequentemente macerações,
que poderiam ser irreversíveis.
Capitulo XIV - Conclusão
Depois do gessado estar seco, o doente deve ser incentivado a mobilizar frequentemente os
dedos, para evitar a formação de edemas e facilitar a circulação. Também pode deixar o braço
pendente e fazer pequenas tarefas, sempre que os dedos não apresentem edemas.
Ter sempre em conta os cuidados, previamente aconselhados com o gesso.
É fundamental, ter sempre presente e em atenção, os sinais de alarme, explicando-lhe a forma
mais rápida e correcta de minimizar, ou resolver qualquer problema detectado.
Técnica de Execução
Para a redução da fractura, coloca-se o doente na posição de deitado, enquanto o médico faz a
traição e mobilização do foco de fractura, até se conseguir o encravamento dos topos de fractura, e
alinhamento do osso.
Salvo casos especiais, a posição de imobilização é com as metacarpofalangicas em flexo de 90º
e interfalangicas o mais próximo possível de 90º.
O primeiro passo, inicia-se com a colocação de ligaduras de algodão prensado, de tamanho e
quantidade variável, conforme cada caso a proteger.
Estas ligaduras, como qualquer outra, devem ser colocada com ligeira pressão, e iniciando-se
sempre da região distal para a próximal, para que cada circular, se sobreponha sempre em metade
da circular anterior.
Deve ser colocada sempre, desde a extremidade dos dedos, até ao 1/3 próximal do
antebraço.
Deve ser sempre colocado algodão ou compressa no espaço ou espaços interdigitais dos
dedos a imobilizar para se evitar a maceração da pele.
O segundo passo, é a aplicação da ligadura de gesso. A escolha da largura da ligadura de
gesso, depende de cada caso, ou do tratamento a executar, mas normalmente passa entre os 10 e os
15cm de largura.
Inicia-se por desenrolar a ligadura de gesso, e desdobra-la em harmónio, e em tiras com um
comprimento previamente medido, por forma a que vá desde a raiz dos dedos até ao 1/3 próximal
do antebraço, e com a espessura achada conveniente. Pode aproveitar-se esta altura, para se fazerem
os recortes achados necessários, para melhor adaptação do gesso à zona lesada. Após ter sido
embebida em água, de forma a estar no seu todo bem molhada, é espremida conforme a necessidade
de cada caso.
Sem demora, coloca-se a tala preparada, no local pretendido, e vai se fixando ao membro, com
uma ligadura de gaze ou elástica, tendo em conta, o equilíbrio da pressão a utilizar. Por norma, deve
iniciar-se sobre a parte distal. Ter sempre o cuidado, de deixar livre ou protegida a comissura entre
os dedos imobilizados, para não se correr o risco de maceração da pele, quando esta fica em
contacto directo, durante muito tempo.
O terceiro passo, nesta primeira fase de secagem do gesso é a altura ideal para ser moldado e
ajustado, no foco de fractura e o punho, na posição anatómica desejada. Quando estiver terminado o
aparelho gessado, deve colocar-se o braço ao peito, em suspensão, com uma banda (ligadura) de
suporte, que pode passar directamente pelo pescoço, pelo menos nas primeiras 48 horas.
Capitulo XIV - Conclusão
Passado este tempo e por norma, já é permitido ao doente fazer praticamente todos os
movimentos e com o braço pendente, desde que cumpra as regras e informações, previamente
definidas e pelo médico.
Actualmente e com o aparecimento de novos materiais, as talas feitas com gesso estão a ser
postas um pouco de lado, para serem substituídas como já referi por material de alumínio forrado e
almofadado. De facto, este material, embora não nos garanta a rigidez própria do gesso, cumpre
bem a finalidade do tratamento. Tem várias vantagens em relação às talas em gesso, tais como:
Não necessita de um total envolvimento da mão, ou das falanges, com algodão de protecção, a
não ser entre dois dedos, quando estes estão envolvidos.
Na maior parte das vezes, só é necessário imobilizar o dedo lesado.
É mais leve e menos incomodativo, principalmente no verão.
É facilmente de aplicar e é mais maleável, pelo que permite todas as correcções em qualquer
tempo, quando necessário.
Contudo, também existe o risco de e se não forem bem colocadas na extremidade distal, podem
ficar a espalmar a falangeta, o que poderá causar graves riscos de necrose dessa área. Pelas razões já
descritas, esta tala deve manter-se o menos tempo possível.
Quando se usam estas talas de alumínio pré fabricadas e embora não necessitem de grandes
conhecimentos, existem regras e cuidados que têm que ser sempre cumpridas, para se evitarem
riscos desnecessários, tais como:
Deve sempre que possível, ser moldada antes de se colocar no local da fractura, usando como
modelo a outra mão.
Deve ser colocada, com a parte protegida ou almofadada em contacto com a pele.
Nunca deve ser colocada com uma forma espalmada sobre a falangeta, porque vai provocar
grande pressão na unha e pode causar lesões graves, por obstrução sensitiva e circulatória. Para se
evitar este problema, a extremidade distal, deve ser arredondada, de acordo com a espessura do
dedo do doente.
Deve colocar-se protecção entre os dedos, para evitar macerações.
Deve ser fixada com tiras de adesivo, e os dedos a fixar, para maior imobilidade.
Deve por fim imobilizar-se no seu todo, com uma ligadura elástica.
Ensino ao doente
Ter presente os sinais de alarme, explicando-lhe a forma mais rápida e correcta de minimizar
ou resolver qualquer problema detectado. Depois do aparelho gessado estar seco, o doente deve ser
incentivado a mobilizar frequentemente os dedos, para evitar a formação de edemas e facilitar a
circulação sanguínea. Ter sempre em conta os cuidados, previamente aconselhados com o gesso.
Capitulo XIV - Conclusão
Quando está a ser utilizada a tala de alumínio, deve vigiar-se frequentemente, a extremidade de
dedo, para despiste de sinais de alarme tais como: adormecimento, formigueiro, cianose ou palidez.
58.3.3 SINDACTILIA
Também, a rotura ou estrangulamento dos grandes vasos, podem levar à diminuição ou total
ausência do débito sanguíneo, à parte distal da lesão e a consequente, morte do membro por
necrose.
As vantagens desta tala gessada são, as de manter a imobilidade e o alinhamento correcto ou o
possível e evitar complicações como o edema, disfunções sensitivas e facilitar a circulação
sanguínea, que por norma fica afectada após o traumatismo, assim como, proteger toda a massa
muscular evolvente ao foco de fractura. São colocadas na região posterior da coxa; perna e pé,
partindo da raiz dos dedos até cerca de 10 cm do sulco glúteo, pelo que, envolvem e imobilizam a
articulação do pé e do joelho.
Na continuidade do tratamento e por norma, esta tala é substituída por um gesso fechado, mais
ou menos duas semanas após o acidente.
O grande inconveniente desta imobilização é a atrofia muscular do membro e a rigidez das
articulações do joelho e tibiotárcica, pelo facto destas terem que ser imobilizadas, para se evitar
qualquer movimento de torção. Pelas razões já descritas, esta tala deve manter-se o menos tempo
possível.
Técnica de Execução
Em primeiro lugar, este aparelho gessado, tem de ser feito sempre por dois profissionais.
Coloca-se o doente na posição de decúbito dorsal e com o membro ligeiramente afastado.
Um dos elementos, sustenta o membro elevado com uma das mãos aberta, pegando na região
do calcâneo e a outra mão sob a região afectada ou o mais próximo possível, no intuito de manter a
estabilidade dos focos de fractura. Nesta posição, o doente, normalmente suporta o mau estar e a
dor é mínima.
O enfermeiro, tem que ter o cuidado de amparar o membro, mantendo-o na posição correcta,
evitando desvios ou torções, procurando obter sempre um alinhamento perfeito do membro, que
passa normalmente por uma linha imaginária, que se inicia na comissura entre o 1º e o 2º dedos,
passa pelo centro da rótula e atinge a crista do ilíaco.
O primeiro passo, inicia-se por verificar a integridade da pele, fazendo caso necessário, a
limpeza e desinfecção das lesões. Em contínuo, colocam-se as ligaduras de algodão prensado, de
tamanho e quantidade variável, conforme cada caso.
Estas ligaduras, como qualquer outra, devem ser colocada com ligeira pressão e iniciando-se
sempre da região distal para o proximal, por forma, a que cada circular se sobreponha sempre em
metade da circular anterior. Deve ser colocada sempre, desde a raiz dos dedos até o máximo
possível acima do foco de fractura.
Ter sempre em conta, que as proeminências ósseas fiquem bem protegidas, para não se correr o
risco de macerações graves. No joelho, ao nível da angulação do cavado poplíteo, as ligaduras
Capitulo XIV - Conclusão
devem passar cruzadas, de forma a evitar possíveis garrotamentos, o que provocaria dificuldades
circulatórias, ou perda de sensibilidade, que trariam consequências muito graves para o doente.
O segundo passo, corresponde à aplicação da ligadura de gesso. A escolha da largura da
ligadura de gesso, depende de cada caso ou do tratamento a executar, mas normalmente passa entre
os 15 e os 20 cm de largura. Inicia-se por desenrolar a ligadura e desdobra-la em harmónio e em
tiras, que podem ser entre 8 a 10 ou mais, conforme for achado conveniente e com um comprimento
previamente medido, de modo a que vá desde a raiz dos dedos até ao 1/3 próximal do fémur.
Após ter sido embebida em água, por forma a estar no seu todo bem molhada é espremida,
conforme a necessidade de cada caso, devendo o elemento que a molha eleva-la, enquanto que o
outro elemento a passa entre as mãos a todo o comprimento, até suprir parte da água, conseguindo
desta forma tapar a maioria dos poros da ligadura, o que lhe confere maior consistência. Esta
manobra, vai permitir uma maior resistência do gesso. Sem demora, um dos profissionais, coloca a
tala preparada no local pretendido, enquanto o outro a vai fixando ao membro com uma ligadura de
gaze ou elástica, tendo em conta o equilíbrio da pressão a utilizar.
Por norma, deve iniciar-se sob a parte distal dos metacarpianos (raiz dos dedos), passando pelo
calcanhar, até ao 1/3 próximal posterior do fémur. Ter sempre o cuidado de deixar livre os dedos do
pé, para permitir a mobilidade.
O terceiro passo, nesta primeira fase de secagem do gesso é a altura ideal para ser moldado e
ajustado no foco de fractura e colocar a articulação tibiotárcica na posição de 90º, assim como a
angulação normal do cavado poplíteo, ou seja, colocar o joelho na posição anatómica. Para tal, deve
colocar-se uma almofada com espessura adequada, sob o joelho. De seguida, coloca-se mais uma
ligadura, para permitir melhor ajustamento e melhor acabamento do aparelho gessado.
Quando estiver terminado, o aparelho gessado deve ficar destapado e deve aconselhar-se o
doente a não fazer movimento ou esforços, pelo menos nas primeiras 24 horas, para dar tempo ao
gesso de secar, evitando assim que este se parta, logo perdendo a sua função.
Ensino ao Doente:
Depois do gessado estar seco, o doente deve ser incentivado a mobilizar frequentemente
os dedos.
Manter o membro em repouso e o mais elevado possível, para evitar a formação de
edemas e facilitar a circulação sanguínea.
Não fazer carga, colocando o pé no chão.
Ter sempre em conta os cuidados com o gesso, previamente aconselhados
É fundamental, ter sempre presente e em atenção os sinais de alarme, explicando-lhe a
forma mais rápida e correcta de minimizar ou resolver qualquer problema detectado.
Capitulo XIV - Conclusão
Nesta posição, o doente normalmente suporta o mau estar e a dor é mínima. O enfermeiro, tem
que ter o cuidado de amparar o membro, mantendo-o na posição correcta, evitando desvios ou
torções, procurando obter sempre um alinhamento perfeito do membro, que passa normalmente por
uma linha imaginária, que se inicia na comissura entre o 1º e o 2º dedos, passa pelo centro da rótula
e atinge a crista do ilíaco.
O primeiro passo, Inicia-se por verificar a integridade da pele, fazendo caso necessário, a
limpeza e desinfecção das lesões. De seguida, coloca-se a malha tubular, de medida variável
conforme a espessura do membro, por forma a que não fique demasiadamente apertada, para não
provocar posterior garrotamento ou dificuldades circulatórias, ou demasiadamente larga, para num
ficarem pregas ou rugas junto da pele, podendo provocar consequentemente macerações, que
poderiam ser irreversíveis.
O comprimento da malha, deve ser sempre ligeiramente superior ao comprimento do segmento
do membro afectado, para que, antes de finalizar o aparelho gessado, se possam dobrar para trás os
excedentes, permitindo um melhor acabamento do trabalho e principalmente, evitar que os rebordos
mais duros ou cortantes, possam ferir a pele do doente. Em contínuo, colocam-se as ligaduras de
algodão prensado, de tamanho e quantidade variável, conforme cada caso.
Estas ligaduras, como qualquer outra, devem ser colocada com ligeira pressão e iniciando-se
sempre da região distal para o proximal, por forma, a que cada circular se sobreponha sempre em
metade da circular anterior.
Deve ser colocada sempre desde a raiz dos dedos, até o máximo possível acima do foco de
fractura, cerca do 1/3 próximal da coxa, junto à virilha. Ter sempre em conta que, as proeminências
ósseas, como maléolos e crista da tíbia, fiquem bem protegidas, para não se correr o risco de
macerações graves.
No joelho, ao nível da angulação do cavado poplíteo, as ligaduras devem passar cruzadas, de
forma a evitar possíveis garrotamentos, o que provocaria dificuldades circulatórias ou perda de
sensibilidade, que trariam consequências muito graves para o doente.
O segundo passo, é a aplicação da ligadura de gesso. A escolha a largura da ligadura de gesso,
depende de cada caso ou do tratamento a executar, mas normalmente passa entre os 10 e os 15 cm
de largura.
A ligadura, após ter sido embebida em água de forma a estar no seu todo bem molhada é
espremida conforme a necessidade de cada caso. Devem ser aplicadas com uma sequência rápida e
com alguma tensão, mas sempre para que não seja demasiada. Ter sempre o cuidado de deixar livre
os dedos, para permitir a mobilidade.
Capitulo XIV - Conclusão
De cada vez que se aplica uma ligadura, deve alisar-se em todo o seu comprimento. Esta
manobra, vai permitir uma maior resistência do gesso, porque tapa a maior parte dos poros, logo,
diminui a quantidade de ar residual, o que se não fosse feito, causaria menor consistência do gesso.
Por norma, deve iniciar-se sob a parte distal dos metacarpianos (raiz dos dedos), passando pelo
calcanhar, até ao 1/3 próximal do fémur, a cerca de 10 cm da virilha. Ter sempre o cuidado de
deixar livres os dedos do pé, para permitir a mobilidade.
O terceiro passo, Nesta primeira fase de secagem do gesso é a altura ideal para ser moldado e
ajustado no foco de fractura e colocar a articulação tibiotársica na posição de 90º, assim como a
angulação normal do cavado poplíteo e a rótula, ou seja, na posição anatómica. Para tal, deve
colocar-se uma almofada com espessura adequada sob o joelho.
Caso esteja indicado, deve ser colocada uma almofada longitudinalmente sob a perna, para
evitar ou corrigir a tendência de recurvatum, procurando obter sempre um alinhamento perfeito do
membro, que passa normalmente por uma linha imaginária, que se inicia na comissura entre o 1º e o
2º dedos, passa pelo centro da rótula e atinge a crista do ilíaco. De seguida deve alisar-se bem, para
melhor acabamento do aparelho gessado.
Quando estiver terminado, o aparelho gessado deve ficar destapado e deve aconselhar-se o
doente a não fazer movimento ou esforços, ou colocar o pé no chão pelo menos nas primeiras 24
horas, para dar tempo ao gesso de secar, evitando assim que este se parta, ou se amasse, o que causa
zonas de pressão que podem provocar lesões irreversíveis nesses locais e porque também perde
parte do objectivo e função do tratamento.
Ensino ao Doente:
Depois do gessado estar seco, o doente deve ser incentivado a mobilizar frequentemente
os dedos.
Manter o membro em repouso e o mais elevado possível, para evitar a formação de
edemas e facilitar a circulação sanguínea.
Usar sempre conforme recomendado, um par de canadianas ou muletas, para ajuda na
deambulação.
Não fazer carga, colocando o pé no chão, sem ordem médica,
Ter sempre em conta os cuidados com o gesso, previamente aconselhados
É fundamental, ter sempre presente e em atenção os sinais de alarme, explicando-lhe a
forma mais rápida e correcta de minimizar ou resolver qualquer problema detectado.
Iniciar logo após a extracção do aparelho gessado, uma fisioterapia, que pode ser activa,
caso a doente consiga, ou passiva, caso o doente não colabore, por forma a recuperar a
amplitude articular do joelho e tibiotársica, assim como a massa e a força muscular.
Capitulo XIV - Conclusão
passa normalmente, por uma linha imaginária, que se inicia na comissura entre o 1º e o 2º dedos,
passando pelo centro da rótula, até à crista do ilíaco.
O primeiro passo, Inicia-se por verificar a integridade da pele, fazendo caso necessário, a
limpeza e desinfecção das lesões. Em contínuo, colocam-se as ligaduras de algodão prensado, de
tamanho e quantidade variável, conforme cada caso.
Estas ligaduras, para que cada circular se sobreponha sempre em metade da circular anterior e
como qualquer outra, deve ser colocada com ligeira pressão. Neste caso, iniciando-se sempre a
cerca de 5 cm acima da região maléolar. Deve ser colocada sempre até o máximo possível acima do
foco de fractura.
Ter sempre em conta que as proeminências ósseas, fiquem bem protegidas, para não se correr o
risco de macerações graves. No joelho, ao nível da angulação do cavado poplíteo, as ligaduras
devem passar cruzadas, por forma a evitar possíveis garrotamentos, o que provocaria dificuldades
circulatórias, ou perda de sensibilidade, que trariam consequências muito graves para o doente.
O segundo passo, consiste na aplicação da ligadura de gesso. A escolha da largura da ligadura
de gesso depende de cada caso, ou do tratamento a executar, mas normalmente passa entre os 15 e
os 20cm de largura. Inicia-se, por desenrolar a ligadura e desdobra-la em harmónio e em tiras, que
podem ser entre 8 a 10 ou mais, conforme for achado conveniente e com um comprimento
previamente medido, por forma a que vá desde a região maléolar, até ao 1/3 próximal do fémur
junto à virilha.
Após ter sido embebida em água, por forma a estar no seu todo bem molhada é espremida,
conforme a necessidade de cada caso, devendo o elemento que a molha eleva-la, enquanto que o
outro elemento a passa entre as mãos a todo o comprimento, por forma a suprir parte da água,
conseguindo desta forma tapar a maioria dos poros. Esta manobra, vai permitir uma maior
resistência do gesso. Sem demora, um dos profissionais, coloca a tala preparada no local pretendido,
enquanto o outro a vai fixando ao membro, com uma ligadura de gaze ou elástica, tendo em conta o
equilíbrio da pressão a utilizar.
O terceiro passo, na fase de secagem do gesso, é a altura ideal para ser moldado e ajustado no
foco de fractura e colocar a articulação do joelho, com a angulação normal do cavado poplíteo, ou
seja na posição anatómica. Para tal, deve colocar-se uma almofada, com espessura adequada sob o
joelho. De seguida, coloca-se mais uma ligadura, para permitir melhor ajustamento e melhor
acabamento do aparelho gessado.
Quando estiver terminado o aparelho gessado, deve ficar destapado e deve aconselhar-se o
doente a não fazer movimento ou esforços, pelo menos nas primeiras 24 horas, para dar tempo ao
gesso de secar, evitando assim que este se parta, logo perdendo a sua função.
Ensino ao Doente:
Capitulo XIV - Conclusão
Depois do gessado estar seco, o doente deve ser incentivado a mobilizar frequentemente
os dedos.
Manter o membro em repouso e o mais elevado possível, para evitar a formação de
edemas, facilitar a circulação sanguínea, e diminuir a dor.
Ter sempre em conta os cuidados com o gesso, previamente aconselhados.
Usar sempre conforme recomendado, um par de canadianas ou muletas, para Ajuda na
deambulação. Sem ordem médica, evitar por o pé no chão.
É fundamental ter sempre presente e em atenção os sinais de alarme, explicando-lhe a forma
mais rápida e correcta de minimizar ou resolver qualquer problema detectado.
Técnica de Execução
Este aparelho gessado, tem de ser feito sempre por dois profissionais. Coloca-se o doente na
posição de decúbito dorsal e com o membro ligeiramente afastado. Um dos elementos, sustenta o
membro elevado com uma das mãos, pegando na região do calcâneo e a outra mão, sob a região
afectada ou o mais próximo possível, no intuito de manter a estabilidade dos focos de fractura.
Nesta posição, o doente normalmente suporta o mau estar e a dor é mínima. O enfermeiro, tem que
ter o cuidado de amparar o membro, mantendo-o na posição correcta, evitando desvios ou torções.
O primeiro passo, Inicia-se por verificar a integridade da pele, fazendo, caso necessário, a
limpeza e desinfecção das lesões. De seguida, coloca-se a malha tubular, de medida variável
conforme a espessura do membro, por forma, a que não fique demasiadamente apertada, para não
provocar posterior garrotamento ou dificuldades circulatórias, ou demasiadamente larga, para não
ficarem pregas ou rugas junto da pele, podendo provocar consequentemente macerações, que
poderiam ser irreversíveis.
O comprimento da malha, deve ser sempre ligeiramente superior ao comprimento do segmento
do membro afectado, para que antes de finalizar o aparelho gessado, se possam dobrar para trás os
excedentes, permitindo um melhor acabamento do trabalho e principalmente, evitar que os rebordos
mais duros ou cortantes possam ferir a pele do doente.
Pode também é usado um produto protector da pele (pele plástica) e que é aplicado sobre a
malha, tendo como vantagens, para além da protecção da pele, o que é importante para evitar
macerações, também ajuda muito na maior aderência da malha ao membro, tendo como efeito
diminuir as possibilidades de decaimento do aparelho gessado.
Em contínuo, colocam-se as ligaduras de algodão prensado, de tamanho e quantidade variável,
conforme cada caso. Estas ligaduras, como qualquer outra, devem ser colocada com ligeira pressão
e iniciando-se sempre da região distal para o proximal, para que cada circular se sobreponha sempre
em metade da circular anterior.
Deve ser colocada o máximo possível na região próximal, acima do foco de fractura, junto à
virilha e fazer sempre um reforço de almofadamento em altura, acima dos maléolos (cerca de 4cm),
para prevenir futuras lesões ou macerações da pele nesta área, porque, devido ao próprio aparelho
gessado ter a forma de cone e porque, com a imobilização do membro, aparece uma atrofia
muscular acentuada, assim como, o próprio almofadamento, com o tempo deixa de ter o mesmo
volume inicial, o aparelho gessado tem tendência a descair, logo, a poder provocar lesões cutâneas
graves. Este almofadamento, serve de certa forma, como a tentativa de proteger e ou minimizar
estes incómodos.
Capitulo XIV - Conclusão
Os seus resultados não se revelavam de mais valia e relação a outras formas de tratamento.
também porque passaram a existir novas formas e materiais constituídos em talas dinâmicas, que os
superam com larga margem de benefícios e muito menor incómodo para o doente.
É um aparelho gessado, constituído por duas partes distintas. Uma na coxa (coxeira) e outra na
perna, (perneira) interligadas por uma peça móvel (dobradiça) do lado interno e outra do lado
externo, para permitir um movimento controlado, a prevenção da rigidez articular do joelho e
permitir também, o suporte do peso do corpo, ajudando na consolidação das fracturas. Um
movimento precoce, corresponde à perda da redução da fractura e o insucesso do resultado.
Necessita para a sua execução de um aparelho especial de prumo que tem como função fixar,
alinhar e angular correctamente o joelho, e duas hastes articuladas (dobradiças), para serem
colocadas interna e externamente a nível do joelho e sobre o gesso, por forma a ligar a coxeira com
a perneira.
Técnica de Execução
Em primeiro lugar, este aparelho gessado, tem de ser feito sempre por dois profissionais.
Coloca-se o doente na posição de decúbito dorsal e com o membro ligeiramente afastado.
Capitulo XIV - Conclusão
Um dos elementos, sustenta o membro elevado com uma das mãos, pegando na região do
calcâneo e a outra mão, sob a região afectada ou o mais próximo possível, no intuito de manter a
estabilidade dos focos de fractura. Nesta posição, o doente, normalmente suporta o mau estar e a
dor é mínima.
O enfermeiro, tem que ter o cuidado de amparar o membro, mantendo-o na posição correcta,
evitando desvios ou torções, procurando obter sempre um alinhamento perfeito do membro.
O primeiro passo, Inicia-se por colocar a malha tubular, de medida variável, conforme a
espessura do membro, por forma a que não fique demasiadamente apertada, para não provocar
posterior garrotamento, ou dificuldades circulatórias, ou demasiadamente larga, para num ficarem
pregas ou rugas junto da pele, podendo provocar consequentemente macerações, que poderiam ser
irreversíveis.
O comprimento da malha, deve ser sempre ligeiramente superior ao comprimento do segmento
do membro afectado, para que antes de finalizar o aparelho gessado, se possam dobrar para trás os
excedentes, permitindo um melhor acabamento do trabalho, e principalmente evitar que os rebordos
mais duros ou cortantes, possam ferir a pele do doente.
Também pode ser usado por vezes, um produto protector da pele, (pele plástica) e que é
aplicado sobre a malha, tendo como vantagens, além da protecção da pele, o que é importante para
evitar macerações, também ajuda muito na maior aderência da malha ao membro, tendo como
efeito, diminuir as possibilidades de decaimento do aparelho gessado. Em contínuo, colocam-se as
ligaduras de algodão prensado, de tamanho e quantidade variável, conforme cada caso.
O segundo passo, é a aplicação da ligadura de gesso. A escolha da largura da ligadura de gesso,
depende de cada caso ou do tratamento a executar, mas normalmente passa entre os 10 e os 15cm
de largura.
A ligadura, após ter sido embebida em água, de forma a estar no seu todo bem molhada é
espremida conforme a necessidade de cada caso. Devem ser aplicadas com uma sequência rápida e
com alguma tensão, mas sempre para que não seja demasiada.
De cada vez que se aplica uma ligadura de gesso, deve alisar-se em todo o seu comprimento.
Esta manobra, vai permitir uma maior resistência do gesso, porque tapa a maior parte dos poros,
logo, diminui a quantidade de ar residual, o que se não fosse feito, causaria menor consistência do
gesso.
Inicia-se por se executar uma “coxeira gessada” , tendo o cuidado de deixar um espaço em oval
no cavado poplíteo, por forma a permitir posteriormente dobrar o joelho, sem o perigo de ferir os
tendões. Depois desta ter alguma consistência, inicia-se a execução da” perneira” que deve ir desde
a base do tendão rótuliano, até sobrepor os maléolos.
Capitulo XIV - Conclusão
Nesta “perneira gessada”, os cuidados a ter, são em tudo idênticos aos que se devem ter na
execução de um gesso tipo (Sarmiento), do qual falarei mais adiante, ou seja, deve fazer-se um
espaço para baixo, na região posterior do joelho, por forma a deixar liberto o cavado poplíteo.
Outro espaço arredondado para cima, na zona anterior do pé, para permitir a sua flexão e ainda
outro espaço arredondado igual na zona posterior do pé, por forma a permitir a extensão e mais
importante que isso, não fazer compressão no tendão de Aquiles.
Deve contudo, sobrepor sempre os maléolos e bem almofadados, para não permitir a
possibilidade de rotação da tíbia, quando esta for a causa principal deste aparelho gessado.
Nesta primeira fase de secagem do gesso é a altura ideal para ser moldado e ajustado no foco
de fractura e colocar a angulação normal, ou seja na posição anatómica.
As dobradiças devem ser colocadas lateralmente e perfeitamente paralelas uma à outra, com a
ajuda de um aparelho próprio, ou seja o prumo, para colocar um perfeito alinhamento entre a tíbia e
o fémur.
Para tal, coloca-se e fixa-se o prumo sobre a crista da tíbia e os fixadores laterais no centro de
cada uma das dobradiças. Nesta posição, envolvem-se com ligadura de gesso as bases das
dobradiças, de forma a fixá-las bem, tanto à braçadeira do fémur, com à braçadeira da perna.
É fundamental, um alinhamento e posicionamento rigoroso, porque caso contrário, obteremos
um efeito prejudicial à normal funcionalidade da articulação, com graves resultados incapacitantes
de mobilidade para o doente.
O terceiro passo, quando estiver terminado o aparelho gessado, deve ficar destapado e deve
aconselhar-se o doente, a não fazer movimento ou esforços, ou colocar o pé no chão, pelo menos
nas primeiras 24 horas, para dar tempo ao gesso de secar, evitando assim que este se parta, ou se
amasse, o que causa zonas de pressão que podem provocar lesões irreversíveis nesses locais e
porque também perde parte do objectivo e função do tratamento.
Ensino ao Doente
Depois do gessado estar seco, o doente deve ser incentivado a mobilizar frequentemente as
articulações do pé e do joelho
Ter sempre em conta os cuidados com o gesso, previamente aconselhados
Capitulo XIV - Conclusão
É um aparelho gessado, que imobiliza o pé e deve ser feito desde a raiz dos dedos, até à base
do tendão rótuliano e na zona posterior um pouco mais curto e arredondado, para não fazer
compressão no cavado poplíteo e permitir o movimento de flexão total do joelho.
As vantagens deste aparelho gessado, são as de manter a imobilidade e o alinhamento correcto
ou o possível, até à total cicatrização do osso, com a formação do calo ósseo no foco de fractura.
Este aparelho é mantido por norma cerca de 4 a 6 semanas.
As complicações mais sérias destas fracturas, são a rotação, desvio ou desalinhamento
anatómico do membro, o que pode causar graves incapacidades de mobilidade ou de funcionalidade
para o doente. Também, a rotura ou estrangulamento dos grandes vasos, que pode levar à
diminuição ou total ausência do débito sanguíneo à parte distal da lesão, e a consequente morte do
membro por necrose.
O grande inconveniente desta imobilização é a atrofia muscular do membro e a rigidez das
articulações tibiotárcicas, pelo facto, destas articulações terem que ser imobilizadas, a fim de se
evitar qualquer movimento de torção.
Capitulo XIV - Conclusão
Técnica de Execução
Em primeiro lugar, este aparelho gessado, tem de ser feito sempre por dois profissionais.
Coloca-se o doente na posição de decúbito dorsal e com o membro ligeiramente afastado. Um dos
elementos, sustenta o membro elevado com uma das mãos aberta, pegando na região do calcâneo e
a outra mão, sob a região afectada ou o mais próximo possível, no intuito de manter a estabilidade
dos focos de fractura. Nesta posição, o doente normalmente suporta o mau estar e a dor é mínima.
O enfermeiro, tem que ter o cuidado de amparar o membro, mantendo-o na posição correcta,
evitando desvios ou torções. Procurando obter sempre um alinhamento perfeito do membro que
passa normalmente, por uma linha imaginária que se inicia na comissura entre o 1º e o 2º dedos,
passa pelo centro da rótula e atinge a crista do ilíaco.
O primeiro passo, Inicia-se por verificar a integridade da pele, fazendo caso necessário, a
limpeza e desinfecção das lesões. De seguida, coloca-se a malha tubular, de medida variável,
conforme a espessura do membro.
O comprimento da malha, deve ser sempre ligeiramente superior ao comprimento do segmento
do membro afectado, para que antes de finalizar o aparelho gessado, se possam dobrar para trás os
excedentes, permitindo um melhor acabamento do trabalho e principalmente, evitar que os rebordos
mais duros ou cortantes possam ferir a pele do doente. Em contínuo, colocam-se as ligaduras de
algodão prensado, de tamanho e quantidade variável conforme cada caso.
Esta ligadura, como qualquer outra, deve ser colocada com ligeira pressão e iniciando-se
sempre da região distal para o proximal, por forma, a que cada circular se sobreponha sempre em
metade da circular anterior. Deve ser colocada sempre desde a raiz dos dedos, até o máximo
possível acima do foco de fractura.
Ter sempre em conta que, as proeminências ósseas, como maléolos e crista da tíbia fiquem
bem protegidas, para não se correr o risco de macerações graves.
O segundo passo, é a aplicação da ligadura de gesso. A escolha da largura da ligadura de
gesso depende de cada caso ou do tratamento a executar, mas normalmente passa entre os 10 e os
15 cm de largura.
A ligadura, após ter sido embebida em água, de forma a estar no seu todo bem molhada é
espremida conforme a necessidade de cada caso. Devem ser aplicadas com uma sequência rápida e
com alguma tensão, mas sempre para que não seja demasiada. Por norma, deve iniciar-se sob a
parte distal dos metacarpianos (raiz dos dedos), tendo sempre o cuidado de os deixar, livres para
lhes permitir toda a mobilidade.
De cada vez que se aplica uma ligadura, deve alisar-se em todo o comprimento. Esta manobra,
vai permitir uma maior resistência do gesso, porque tapa a maior parte dos poros, logo diminui a
Capitulo XIV - Conclusão
quantidade de ar residual, o que se não fosse feito, causaria menor consistência do gesso. É nesta
fase e caso esteja indicado, que se deve aplicar os apoios de marcha.
O terceiro passo, Nesta primeira fase de secagem do gesso é a altura ideal para ser bem
moldado na crista da tíbia, para que se sinta o aparelho gessado ajustado no foco de fractura e
colocar a articulação tibiotársica na posição de 90º.
Também e caso esteja indicado, deve ser colocada uma almofada longitudinalmente sob a
perna, para evitar ou corrigir a tendência de recurvatum, procurando manter ou obter sempre um
alinhamento perfeito do membro, que passa normalmente, por uma linha imaginária que se inicia na
comissura entre o 1º e o 2º dedos, passa pelo centro da rótula e atinge a crista do ilíaco.
Ensino ao doente
Quando estiver terminado o aparelho gessado, deve ficar destapado e deve aconselhar-se o
doente a não fazer movimento ou esforços, ou colocar o pé no chão, pelo menos nas primeiras 24
horas, (com o gesso convencional), ou cerca de 1 hora (com o gesso sintético), para dar tempo ao
gesso de secar, evitando assim que este se parta, ou se amasse, o que causa zonas de pressão que
podem provocar lesões irreversíveis nesses locais e porque também perde parte do objectivo e
função do tratamento.
A diferença entre o uso de material fixo, como o caso do tacão ou estribo metálico e o sapato
que é amovível, reflecte-se na grande vantagem deste segundo material, porque, se pode ter um
comportamento com ele como de um calçado normal.
No caso do apoio de marcha fixo, que é usado normalmente com o gesso convencional, obriga
a que o doente durante cerca de pelo menos 4 semanas tenha que caminhar com ele, dormir com ele,
independentemente do bom ou mau tempo, o que se torna desconfortável e pouco higiénico.
É possível usar-se também o apoio amovível no tipo de gesso convencional, mas é menos
funcional, devido principalmente à sua fraca consistência para suportar o peso do corpo sem se
deteriorar rapidamente.
Se for usado apoio de marcha amovível, o aparelho
gessado, não requer uma execução diferente de um
aparelho gessado podálico normal. (bota). Neste caso,
procura-se utilizar o gesso sintético, porque este material é
mais consistente e portanto dá mais garantias de
durabilidade durante o tempo de tratamento.
Técnica de Execução
Em primeiro lugar, este aparelho gessado, tem de ser feito sempre por dois profissionais.
Coloca-se o doente na posição de decúbito dorsal e com o membro ligeiramente afastado. Um dos
elementos, sustenta o membro elevado com uma das mãos aberta, pegando na região do calcâneo e
a outra mão, sob a região afectada ou o mais próximo possível, no intuito de manter a estabilidade
dos focos de fractura. Nesta posição, o doente normalmente suporta o mau estar e a dor é mínima.
O enfermeiro, tem que ter o cuidado de amparar o membro, mantendo-o na posição correcta,
evitando desvios ou torções. Procurando obter sempre um alinhamento perfeito do membro que
passa normalmente, por uma linha imaginária que se inicia na comissura entre o 1º e o 2º dedos,
passa pelo centro da rótula e atinge a crista do ilíaco.
O primeiro passo, Inicia-se por verificar a integridade da pele, fazendo caso necessário, a
limpeza e desinfecção das lesões. De seguida, coloca-se a malha tubular, de medida variável,
conforme a espessura do membro.
O comprimento da malha, deve ser sempre ligeiramente superior ao comprimento do segmento
do membro afectado, para que antes de finalizar o aparelho gessado, se possam dobrar para trás os
excedentes, permitindo um melhor acabamento do trabalho e principalmente, evitar que os rebordos
mais duros ou cortantes possam ferir a pele do doente. Em contínuo, colocam-se as ligaduras de
algodão prensado, de tamanho e quantidade variável conforme cada caso.
Capitulo XIV - Conclusão
Esta ligadura, como qualquer outra, deve ser colocada com ligeira pressão e iniciando-se
sempre da região distal para o proximal, por forma, a que cada circular se sobreponha sempre em
metade da circular anterior. Deve ser colocada sempre desde a raiz dos dedos, até o máximo
possível acima do foco de fractura.
Ter sempre em conta que, as proeminências ósseas, como maléolos e crista da tíbia fiquem
bem protegidas, para não se correr o risco de macerações graves.
O segundo passo, é a aplicação da ligadura de gesso. A escolha da largura da ligadura de
gesso depende de cada caso ou do tratamento a executar, mas normalmente passa entre os 10 e os
15 cm de largura.
A ligadura, após ter sido embebida em água, de forma a estar no seu todo bem molhada é
espremida conforme a necessidade de cada caso. Devem ser aplicadas com uma sequência rápida e
com alguma tensão, mas sempre para que não seja demasiada. Por norma, deve iniciar-se sob a
parte distal dos metacarpianos (raiz dos dedos), tendo sempre o cuidado de os deixar, livres para
lhes permitir toda a mobilidade.
De cada vez que se aplica uma ligadura, deve alisar-se em todo o comprimento. Esta manobra,
vai permitir uma maior resistência do gesso, porque tapa a maior parte dos poros, logo diminui a
quantidade de ar residual, o que se não fosse feito, causaria menor consistência do gesso. É nesta
fase e caso esteja indicado, que se deve aplicar os apoios de marcha.
O terceiro passo, Nesta fase de secagem do gesso é a altura ideal para ser bem moldado na
crista da tíbia, para que se sinta o aparelho gessado ajustado no foco de fractura e colocar a
articulação tibiotársica na posição de 90º, e para a colocação do tacão de marcha ou estribo.
É fundamental o alinhamento perpendicular à tíbia, a moldagem perfeita da região plantar,
acrescida de um reforço de gesso, a protecção maléolar, principalmente quando se aplicam os
estribos (embora este material esteja actualmente em desuso), tendo em atenção o reforço das
hastes, de modo a que não saia, ou se desloque antes do final do tratamento. De seguida, deve
alisar-se bem para melhor acabamento do aparelho gessado.
Ensino ao Doente:
Depois do gessado estar seco, o doente deve ser incentivado a mobilizar frequentemente
os dedos.
Manter o membro em repouso e o mais elevado possível, para evitar a formação de
edemas e facilitar a circulação sanguínea.
Usar sempre conforme recomendado, um par de canadianas ou muletas, para ajudar na
marcha.
Não fazer carga, colocando o pé no chão, se não tiver nenhum tipo de apoio de marcha.
Ter sempre em conta os cuidados com o gesso, previamente aconselhados
Capitulo XIV - Conclusão
deve ser sempre ligeiramente superior ao comprimento do segmento do membro afectado, para que
antes de finalizar o aparelho gessado, se possam dobrar para trás os excedentes, permitindo um
melhor acabamento do trabalho, e principalmente, evitar que os rebordos, possam ferir a pele do
doente.
Em contínuo, colocam-se as ligaduras de algodão prensado, de tamanho e quantidade variável
conforme cada caso. Estas ligaduras, como qualquer outra, deve ser colocada com ligeira pressão, e
iniciando-se sempre da região distal para a proximal, para que cada circular se sobreponha sempre
em metade da circular anterior.
Deve ser colocada sempre desde a raiz dos dedos ou sub- maléolar, conforme o aparelho
gessado a executar, até o máximo possível acima do foco de fractura, que nestes casos, corresponde
à zona supra-rótuliana.. Ter sempre em conta, que as proeminências ósseas, como maléolos e crista
da tíbia fiquem bem protegidas, para não se correr o risco de macerações graves.
O segundo passo, é a aplicação da ligadura de gesso. A escolha da largura da ligadura de
gesso, depende de cada caso ou do tratamento a executar, mas normalmente passa entre os 10 e os
15cm de largura. A ligadura, após ter sido embebida em água, de forma a estar no seu todo bem
molhada, é espremida conforme a necessidade de cada caso. Devem ser aplicadas com uma
sequência rápida e com alguma tensão, mas sempre para que não seja demasiada. Por norma, e
tendo em conta a execução de um aparelho gessado “Sarmiento com ou sem apoio de marcha, deve
iniciar-se sob a parte distal dos metacarpianos (raiz dos dedos), tendo sempre o cuidado de os deixar
livres, para lhes permitir toda a mobilidade. Se for para deixar libertas as duas articulações, deve
iniciar-se na base dos maléolos.
De cada vez que se aplica uma ligadura, deve alisar-se em todo o seu comprimento. Esta
manobra, vai permitir uma maior resistência do gesso, porque tapa a maior parte dos poros, logo,
diminui a quantidade de ar residual, o que se não fosse feito, causaria menor consistência do gesso.
A execução deste aparelho gessado, tem que obedecer a regras pré definidas e indispensáveis
como sejam, o alinhamento perpendicular à tíbia, a moldagem perfeita da região plantar, acrescida
de um reforço; a protecção maléolar, e dos côndilos fémurais. Em contínuo, deve alisar-se bem para
melhor acabamento do aparelho gessado.
Os aparelhos gessados com tacão, suporte de pé articulado, ou sapato como apoio de marcha,
ao contrário dos aparelhos simples, permitem, no que é a sua função e o objectivo principal, fazer
carga, ou seja, colocar o pé no chão para apoio e deambulação, depois de aplicado um destes
dispositivos de suporte do peso, como forma de se conseguir que os topos ósseos se comprimam
entre si, e possam favorecer a formação de calo ósseo mais rapidamente, ajudando com isso a uma
maior e melhor consolidação.
Capitulo XIV - Conclusão
A diferença entre o uso de material fixo como o caso do tacão ou suporte de pé fixo e o sapato
que é amovível, reflecte-se na grande vantagem deste segundo material, porque se pode ter um
comportamento com ele, como de um calçado normal se trata-se. É utilizado na grande maioria das
vezes, em material de gesso sintético, porque este material é mais consistente.
É possível usar-se também o apoio amovível neste tipo de gesso convencional, mas é menos
funcional, devido principalmente à sua fraca consistência para suportar o peso do corpo, sem se
deteriorar rapidamente.
O terceiro passo, nesta primeira fase de secagem do gesso é a altura ideal para ser bem
moldado na crista da tíbia, por forma a que se sinta o aparelho gessado ajustado no foco de fractura
e nos dois primeiros casos, colocar a articulação tibiotárcica na posição de 90º.Também, e caso
esteja indicado, deve ser colocada uma almofada longitudinalmente sob a perna, para evitar ou
corrigir a tendência de recurvatum, procurando manter ou obter sempre um alinhamento perfeito do
membro, que passa normalmente por uma linha imaginária, que se inicia na comissura entre o 1º e o
2º dedos, passa pelo centro da rótula e atinge a crista do ilíaco.
Quando estiver terminado deve ficar destapado, e aconselhar-se o doente a não fazer
movimento ou esforços, ou colocar o pé no chão pelo menos nas primeiras 24 horas (com o gesso
convencional), ou cerca de 1 hora (com o gesso sintético), para dar tempo ao gesso de secar,
evitando assim que este se parta, ou se amasse, o que causa zonas de pressão, que podem provocar
lesões irreversíveis nesses locais e porque também perde parte do objectivo e função do tratamento.
Ensino ao Doente
Depois do gessado estar seco, o doente deve ser incentivado a mobilizar frequentemente
os dedos.
Manter o membro em repouso e o mais elevado possível, para evitar a formação de
edemas e facilitar a circulação sanguínea.
Usar sempre conforme recomendado, um par de canadianas ou muletas.
Não fazer carga, colocando o pé no chão.
Ter sempre em conta os cuidados com o gesso, previamente aconselhados
É fundamental, ter sempre presente o sinais de alarme, explicando-lhe a forma mais
rápida e correcta de minimizar ou resolver qualquer problema detectado.
Iniciar logo após a extracção do aparelho gesso, uma fisioterapia, activa, caso a doente
consiga, ou passiva, de forma a recuperar a amplitude articular do joelho e tibiotársica,
assim como a massa e a força muscular.
Capitulo XIV - Conclusão
Também na região púbica, deve deixar-se um espaço anterior e posterior, de forma a ser
possível fazer as necessidades fisiológicas e permitir os cuidados de higiene. O doente adapta-se
facilmente a este aparelho gessado e permite-lhe fazer praticamente todos os movimentos e
decúbitos, evitando assim o cansaço, úlceras de pressão, ou maceração da pele.
Ensino ao familiar do Doente:
Ter sempre em conta os cuidados com o gesso, previamente aconselhados, como não o
molhar para não partir ou apodrecer.
Ter cuidados rigorosos com a higiene.
Aconselhar a mudar o doente frequentemente de decúbito principalmente para os
laterais ou por vezes até ventrais, para se evitar zonas de pressão.
É fundamental, ter sempre presente e em atenção os sinais de alarme, explicando-lhe a
forma mais rápida e correcta de minimizar ou resolver qualquer problema detectado.
Deve ser feita uma mudança semanal do aparelho gessado no pé boto, até atingir uma posição
considerada corrigida, ou funcionalmente aceitável. Estas mudanças do gesso são fundamentais,
para verificar o estado da pele e evitar compressão interior, visto, a criança estar em contínuo
crescimento, tanto em peso com em comprimento, pelo que, se isso não fosse feito, poderia causar
graves sequelas no pé.
Após um período de cerca de 6 semanas é visível se existe ou não correcção, ou se existe uma
força irresistível que a impede. É esta observação clínica, que está na base da decisão da
necessidade ou não de uma intervenção cirúrgica, como ultima alternativa de correcção.
Técnica de execução:
Este aparelho gessado é normalmente
efectuado pelo médico assistente do doente e de
preferência deve ser feito sempre pelo mesmo,
para ser possível avaliar melhor a evolução ou a
correcção conseguida. O pé do recém-nascido é
frequentemente gordo, o que torna mais
complicado a execução do aparelho gessado.
Figura 137. Aparelhos gessados nos
pés botos Normalmente é usada como técnica o gesso
podálico (bota), evitando assim a imobilização
do joelho, o que traria consequências ou
dificuldades acrescidas.
espreme-se para extrair o excesso de água e inicia-se a aplicação, sempre da raiz dos dedos para o
1/3 próximal de perna, mas tendo sempre o cuidado de deixar um espaço liberto no cavado poplíteo,
por forma a que não vá macerar ou ferir a pele da criança e lhe permita fazer todos os movimentos.
A ligadura de gesso, deve ser colocada de forma a contrariar sempre que possível a posição viciosa
do pé, de uma forma firme mas sem muita tensão.
Quando sentimos já alguma consistência do gesso, inicia-se a moldagem ou correcção
pretendida ou a possível, segurando com uma mão a parte posterior da perna até ao calcanhar e
sobrepondo o dedo polegar, ou o indicador, sobre a zona anterior da articulação tibiotársicas, com a
finalidade de fixar melhor o pé e principalmente, moldá-lo na posição o mais próxima dos 90º.
Com a outra mão, vai se moldando todo o pé, principalmente ajustando toda a região plantar e
libertando os dedos. Ter sempre o cuidado, de alisar os bordos do aparelho gessado, porque depois
de seco podem macerar a pele da criança.
Para finalizar, deve alisar-se bem o gesso, para tapar todos os poros, conferindo-lhe assim
maior resistência. Este gesso demora cerca de 36 horas a secar, ou seja, a ter a sua capacidade de
resistência total, pelo que, devem ser informados os familiares dos cuidados a ter para se conseguir
o efeito pretendido.
O familiar, pode ser ensinado a retirar o aparelho gessado em casa, cerca de 24 h antes da
consulta, com a finalidade fazer descansar a pele, de evitar o incómodo ou a agressão da criança
com o ruído da serra. Também para poder dar banho ao membro e aplicar qualquer creme
hidratante, o que vai ajudar a descansar a pele e diminuir a agressão desta, com o próximo aparelho
gessado.
Esta técnica consiste normalmente em, colocar o pé da criança com o aparelho gessado dentro
de um recipiente com água morna e um pouco de vinagre, para que o gesso fique bem imerso.
Passado algum tempo, os cristais de gesso começam a desintegra-se, separam –se da ligadura e
depois é só desenrolá-la até libertar por completo o pé. Este método não provoca riscos nem
reacções.
Ensino ao familiar do Doente:
Ter sempre em conta os cuidados com o gesso, previamente aconselhados, como não o
molhar, para não partir ou apodrecer.
Ter cuidados rigorosos com a higiene.
Ensinar o familiar de como pode retirar o gesso em casa cerca de 24h h antes da
consulta.
É fundamental, ter sempre presente e em atenção os sinais de alarme, explicando-lhe a
forma mais rápida e correcta de minimizar ou resolver qualquer problema detectado.
Capitulo XIV - Conclusão
60 CONCLUSÃO
Neste trabalho procurei dar respostas a dúvidas e interesse de vários profissionais e alunos de
enfermagem na área de ortopedia.
Tenho consciência que, se por um lado este trabalho me estimulou pelo assunto que aborda,
por outro lado, deparei com dificuldades acrescidas, sobretudo se atender que não o perspectivei e
descrevi só numa lógica quantitativa, mas principalmente, numa perspectiva qualitativa dos
cuidados prestados, o que implica vários aspectos sempre difíceis de analisar e definir.
Fico com a sensação de não ter conseguido desde já um trabalho perfeito, quanto a métodos,
regras e conceitos de trabalho. Tem com certeza falhas ou omissões não propositadas. Contudo,
também não pretende ser um trabalho acabado, bem pelo contrário, pretendo como já referi no
início do trabalho, que seja mais uma pedra de uma permanente mudança e aperfeiçoamento de
regras, métodos e materiais, com os quais se procura servir cada vez melhor o doente.
Espero também que este trabalho seja um ponto de partida para uma reflexão consciente e
responsável dos enfermeiros, na sua acção e relação com o doente. Incentivar as escolas de
enfermagem a valorizarem esta mais área dos conhecimentos, recebendo e valorizando o sentimento
dos alunos sobre a necessidade de se sentirem mais aptos a exercer as sua funções em ortopedia.
Findo este trabalho, espero fundamentalmente dar um contributo concreto e específico para
uma maior motivação dos enfermeiros no conhecimento da realidade dos cuidados de enfermagem
em ortopedia.
Capitulo XIV - Conclusão
61 BIBLIOGRAFIA
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Médicas Lda – São Paulo – Brasil – 1976
ATLAS INTERACTIVO – Anatomia humana- (CD) Versão widows 1.0
CHRISTY, L. Crowther – Cuidados primários em ortopedia - 2ª Edicção Lusociência –
Edições Técnicas e Científicas, Lda – Loures – 2005
CIPE/ICNP – Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem Associação
Portuguesa de Enfermeiros – Lisboa - 2005
CUNHA, Emídio Lemos – Execução de aparelhos gessados e ligadura de imobilização
Manual para Enfermeiros Lusociência – Edições Técnicas e Científicas, Lda – Loures – 2005
DEPUY, Johnson&Johnson Company – Guia para o pré-operatório e o pós-operatório da
prótese total da anca. ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA - 5ª Edição Lidel - Edições
Técnicas Lda – Lisboa 1985
ENFERMAGEM MÉDICO-CIRÚRGICA - 6ª Edição – Conceitos e prática clínica
Lusociência – Edições Técnicas e Científicas, Lda – Loures – 2003
GRANDE ENCICLOPÉDIA MÉDICA – Edições Abril Cultural - 1975
OLIVEIRA, António Fonseca – A perfilometria tridimensional automatizada do tronco na
escoliose idiopática do adolescente MEDISA – Edições e Divulgação Científica, Lda – Porto -
2000
SERRA, Luís M. Alvim – Critérios fundamentais em fracturas em ortopedia 2ª Edição - Lidel
- Edições Técnicas Lda – Lisboa 2001
SILVA, Alfredo – Manual de integração dos enfermeiros – Fevereiro 2002