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Autores:
2016
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Capítulo I
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1 - Reabilitação em doentes com Patologia Respiratória
O sistema respiratório não é constituído apenas pelos pulmões mas também pela
parede torácica, circulação pulmonar e sistema nervoso central (Harrison, 2013).
Seeley et al. (2005, citado por Cordeiro et al., 2012) referem que os pulmões são os
principais órgãos da respiração e, relativamente ao volume, são os maiores órgãos do
organismo, encontrando-se localizados na cavidade torácica, à exceção do seu vértice
que se projeta para a base do pescoço. Os pulmões têm a forma de cone seccionado
em dois (por um plano vertical), envolvido por uma membrana serosa – a pleura.
A ventilação normal é uma atividade cíclica que compreende duas fases: a inspiração
e a expiração. Portanto, a ventilação implica movimento de ar. Em situação normal, a
inspiração envolve consumo de energia, pelo que se depreende que seja um processo
ativo, por sua vez, a expiração é um processo passivo não sendo necessário consumo
de energia (Cordeiro et al., 2012).
Para a maioria dos indivíduos, a respiração implica muito pouco esforço, apesar de ser
consumida energia para vencer as forças opostas durante o ciclo respiratório normal.
Este trabalho respiratório pode estar apreciavelmente aumentado em doentes com
patologia respiratória. Para Margereson (2002, citado por Esmond, 2005), a energia,
durante a respiração, é necessária para distender os tecidos elásticos da parede
torácica e dos pulmões (trabalho de compliance ou distensibilidade), deslocar tecidos
não-elásticos (trabalho de resistência dos tecidos) e deslocar o ar através das vias
aéreas (trabalho de resistência das vias aéreas).
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divergente, no entanto, no que diz respeito ao principal músculo da inspiração, é
consensual que é o diafragma. Lopes (2005, citado por Cordeiro et al., 2012) refere
que o diafragma separa a cavidade torácica da abdominal, separa o pulmão direito do
fígado e o pulmão esquerdo do estômago e baço, sendo enervado pelo nervo frénico,
oriundo das raízes espinhais ao nível de C3, C4 e C5.
Thelan et al. (2003, citado por Cordeiro et al., 2012) afirma que durante uma
respiração normal o diafragma realiza 80% do trabalho respiratório, movimentando-se
no sentido caudal. Quando o diafragma se contrai, empurra os órgãos abdominais e
desloca o abdómen para fora, elevando-o, sendo responsável pelas maiores variações
dos diâmetros vertical, horizontal e antero-posterior da caixa torácica que ocorrem
durante a inspiração.
Seeley et al. (2005, citado por Cordeiro et al., 2012) consideram que existem músculos
inspiratórios acessórios como os intercostais externos (tendo como principal função a
manutenção do espaço e do tónus entre as costelas), os músculos escalenos (através
da elevação e fixação da primeira costela ajudam na inspiração profunda), o pequeno
peitoral e o músculo esternocleidomastoideu (elevando o esterno e a parte anterior do
tórax, contraindo-se durante a inspiração moderada e profunda).
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otimizar a sua capacidade física e a sua autonomia, focado na prevenção, cura e/ou
recuperação. A Reabilitação Respiratória tem como objetivo primeiro atingir a
capacidade funcional máxima, incrementando a eficiência ventilatória e otimizando a
função cardiopulmonar. Outro objetivo da reabilitação respiratória é assegurar a
permeabilidade das vias aéreas, baseando-se nos métodos e manobras que facilitam
a eliminação das secreções brônquicas através do movimento. Estes métodos e
manobras favorecem o desprendimento das secreções desde os segmentos bronco
pulmonares distais até os grandes brônquios, para uma melhor expulsão, promovendo
a limpeza das vias aéreas respiratórias e melhoria das trocas gasosas, para além de
prevenir e minimizar complicações decorrentes das pneumopatias (Liebano et al,
2009; sepulveda, 1998; citado por Cordeiro, 2012).
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diz que os principais objetivos da reabilitação nestas situações são: aliviar e controlar
a dor, aumentar a amplitude respiratória e a reexpansão pulmonar, readquirir a
coordenação respiratória e mobilidade toraco-abdominal, restabelecer a postura
corporal correta, corrigindo os defeitos posturais da posição anti-álgica nestas
situações e reeducação de esforço.
A DPOC resulta de danos causados aos pulmões, geralmente causado por tabagismo,
sendo uma das principais causas de morbilidade crónica e de mortalidade em todo o
mundo (GOLD,2011 citado por Cordeiro, 2012). Esta patologia caracteriza-se por uma
limitação do fluxo aéreo que é progressiva e não é completamente reversível mesmo
com recurso a medicação (Cordeiro, 2012). Outra característica desta doença é a
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inflamação das vias aéreas, que parece ser uma amplificação da resposta inflamatória
normal do sistema respiratório a agentes irritantes, como o tabaco. A DPOC surge da
combinação da doença das pequenas vias aéreas (bronquite crónica e
bronquectasias) e a destruição com parênquima pulmonar (enfisema), com predomínio
variável das duas componentes.
Uma das principais patologias das pequenas vias são as bronquiectasias. Esta
patologia caracteriza-se por uma dilatação anormal e permanente dos brônquios e que
pode ser focal ou difusa. Esta situação está associada a alterações destrutivas e
inflamatórias nas paredes das pequenas e médias vias respiratórias. Os componentes
estruturais da parede (cartilagem, músculos e tecido elástico) são destruídos e
substituídos por tecido fibroso. As principais consequências são a infeção crónica ou
recorrente e obstrução causada por acumulo de secreções em vias respiratórias
dilatadas (Harrison, 2013).
Outra patologia que contribui para o acumulo de secreções é a fibrose quística. Trata-
se de uma patologia hereditária que afeta as glândulas exócrinas, fazendo com que
estas produzam secreções anormais (maior quantidade e mais espeças), cujo
resultado é uma série de sintomas, entre os quais o mais importante afeta o tubo
digestivo e os pulmões. As glândulas que produzem muco nas vias aéreas dos
pulmões, ao produzirem secreções mais espeças, torna mais difícil a sua eliminação,
permitindo a multiplicação de bactérias. As secreções brônquicas infetadas e
espessas obstruem as vias aéreas inferiores, causando a sua inflamação. Esta
inflamação contribui para que os gânglios linfáticos aumentem de tamanho e para o
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espessamento das paredes brônquicas. A diminuição do lúmen das vias aéreas,
juntamente com as secreções espeças, contribuem para que algumas zonas do
pulmão colapsem (atelectasia). Todas estas alterações reduzem a capacidade de
ventilação e difusão alveolar (Damaceno, 1998).
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Tabela 1.2 - Indicações e contra indicações para reabilitação respiratória (patologias
obstrutivas).
Indicações Contra indicações
DPOC Neoplasia pulmonar
Enfisema Hemoptises
Bronquite crónica Secreções hemoptoicas
Asma Hemorragias digestivas
Bronquiectasias Síndrome de dificuldade respiratória
Fibrose Quística Trombo embolia pulmonar
Tuberculose pulmonar ativa
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apresenta os objetivos e procedimentos das diferentes técnicas que podem ser
aplicadas para a reabilitação de uma pessoa com patologia respiratória obstrutiva.
Cada técnica poderá ser realizada durante 10 minutos.
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epigástrica.
Mesmo que na porção uma das suas mãos sobre a região torácica
Reeducação supralateral e a outra mão na face latero-inferior do
diafragmática posterior.
da tórax (abaixo da grelha costal inferior).
hemicúpula - Solicita-se à pessoa para inspirar e que dirija o ar
Correção de
diafragmática para o tórax inferior;
assinergias ventilatórias
direita e - A mão infra-lateral acompanha o movimento
localizadas.
esquerda respiratório, exercendo uma ligeira pressão de
(Cordeiro, 2012)
baixo para cima, com maior pressão na fase
expiratória. (Cordeiro, 2012)
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grelha costal) e solicitar à pessoa que dirija o ar
para a região dorsal onde estão apoiadas as mãos;
- As mãos acompanham a dinâmica diafragmática,
exercendo uma ligeira pressão, com maior ênfase
na fase expiratória. (Cordeiro, 2012)
- O utente pode realizar autoeducação com
colocação de peso (saco de areia) sob a região
dorsal.
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2005) - As mãos deves acompanhar o movimento da
Facilita a desinsuflação grelha costal, com ligeira resistência à inspiração.
pulmonar melhorando a Quando a pessoa expira, assistir suavemente a
oxigenação caixa torácica para baixo e para dentro com a
(Cordeiro, 2012). palma das mãos (Cordeiro, 2012).
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para a região do tórax onde estão apoiadas as
mãos (tórax póstero-inferior);
- As mãos acompanham o movimento do torax,
com ligeira resistência à inspiração. Quando a
pessoa expira, efetuar uma ligeira pressão,
podendo associar uma vibração. (Cordeiro, 2012).
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desce os braços (adução do ombro).
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1.1.2 – Patologia Pulmonar Restritiva
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pulmonar caracterizada pela substituição de ar dos alvéolos e ductos alveolares por
um exsudado inflamatório e/ou infiltração celular inflamatória das paredes alveolares e
espaços intersticiais.
O derrame pleural é, para Moreira e Prando (2007, citado por Cordeiro et al., 2012),
caraterizado pelo acumulo anormal de liquido no espaço pleural. Em condições
normais, a superfície pleural é lubrificada não mais do que 15 ml de líquido claro e
seroso. Quando este volume aumenta, o pulmão perde claramente a capacidade de se
expandir.
De acordo com Harrison (2013), o derrame pleural pode resultar de maior formação de
líquido pleural no interstício pulmonar, na pleura parietal ou na cavidade peritoneal ou,
ainda, da não eliminação de líquido pleural pelos gânglios linfáticos pleurais parietais.
Branco (2012) refere que embora o derrame pleural possa levar à morte, não é uma
doença por si só, mas sim uma complicação de uma doença subjacente. Em
condições patológicas, o espaço pleural pode ser ocupado por linfa (quilotórax),
sangue (hemotórax), pus (empiema) ou ar (pneumotórax).
Cordeiro et al. (2012) explica ainda que no derrame pleural a distribuição do líquido é
dependente da gravidade, portanto, da posição corporal da pessoa, uma vez que o
espaço pleural é livre, acumulando-se nas regiões basais do pulmão (na posição
ostostática). Desta forma, é determinada nesta posição uma opacidade homogénea
que oblitera o seio costofrénico e distribui-se na periferia do pulmão variando de
aspeto nos diferentes decúbitos.
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Santos (2012) diz que a tuberculose pulmonar é considerada uma síndrome restritiva
uma vez que ocorre aumento do trabalho dos músculos respiratórios e diminuição da
capacidade vital, redução da área da membrana disponível para trocas gasosas. Esta
complicação é pouco frequente mas, se a infeção agravar, pode originar derrame
pleural supurativo (exsudado) ou hemorrágico ou ainda empiema, estando assim
associado a fibrose pleural importante e doença restritiva pulmonar.
Cordeiro et al. (2012) descreve o pneumotórax como sendo uma doença da pleura que
consiste na presença de ar na cavidade pleural, entre os folhetos pleurais, com
consequente perda da pressão positiva transpulmonar e colapso parcial ou total do
pulmão homolateral. O pneumotórax pode ser classificado em espontâneo (primário e
secundário) e adquirido (iatrogénico ou traumático).
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iniciadas após introdução de drenagem torácica (exceto se pneumotórax de
dimensões muito reduzidas e não é justificável a sua drenagem).
Este tipo de respiração (apagar uma vela), permite gerar uma pequena
Dissociação diminui a frequência pressão positiva, que pode reduzir o colapso da via
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Fonte: Cordeiro (2012)
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para a região dorsal onde estão apoiadas as mãos;
- As mãos acompanham a dinâmica diafragmática,
exercendo uma ligeira pressão, com maior ênfase
na fase expiratória. (Cordeiro, 2012)
- O utente pode realizar autoeducação com
colocação de peso (saco de areia) sob a região
dorsal.
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- O utente mantem a mesma posição corporal
Mesmo que na colocando apenas o braço do lado afetado apoiado
Reeducação
Reeducação costal com numa almofada em 90º com o tronco;
costal do lado
abertura costal do lado - O enfermeiro realiza o mesmo procedimento
afetado
afetado anterior (por vezes pode ser necessário realizar
maior pressão com o antebraço).
Mesmo que na
Reeducação costal com
abertura costal do lado
- O utente mantém a mesma posição;
Reeducação afetado.
- O Enfermeiro coloca uma mão na região anterior
costal antero- (Técnica facultativa nos
e a outra na região posterior (fazer maior pressão
posterior derrames bacilares e
na inspiração).
parapneumónicos uma
vez que fará costal
anterior e posterior)
- Retira o bloqueio, caso tenha sido colocado
quando o utente se posicionou em decúbito lateral
para o lado oposto ao afetado;
- O utente é posicionado em semidorsal (com o
lado afetado para cima);
Reeducação - Coloca-se uma almofada na região dorsal onde o
costal utente encosta as costas. Braço do lado não
anterior do afetado fica posicionado a 90º do tronco (poderá
lado afetado Mesmo que na estar com flexão do cotovelo ou não desde que
(nos Reeducação costal com fique apoiado na cama) e o braço do lado afetado
derrames abertura costal do lado deverá ficar apoiado em cima da almofada que
pleurais afetado está nas costas do doente.
bacilares e - O enfermeiro coloca as mãos na região anterior
parapneumó- do tórax, devendo manter resistência na
nicos) inspiração.
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derrames - O braço do lado afetado fica posicionado a 90º do
pleurais tronco (poderá estar com flexão do cotovelo ou
bacilares ou não desde que fique apoiado na cama) e o braço
parapneumó- do lado não afetado deverá ficar apoiado na cama
nicos) em extensão;
- O enfermeiro coloca as mãos na região posterior
do tórax, devendo manter a resistência durante a
inspiração.
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desce os braços (adução do ombro).
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inspiração (mantendo resistência) e “aperta” a
faixa durante a expiração (a mão do lado são).
- Solicitar ao utente para ao inspirar realizar ligeira
resistência.
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internamento, aumentar a capacidade de auto controlo da doença e reduzir a
dependência dos serviços de saúde.
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• Consiste em pancadas • Crise asmática;
rítmicas realizadas com as • Edema agudo do
duas mãos em forma de pulmão;
concha sobre a parede • Fratura de costelas;
torácica e transmitidas aos • Sobre a coluna
pulmões (Machado, 2008, cit vertebral; esterno, rins
por Cordeiro et al 2012). ou áreas dolorosas.
• Manter uma força • Cardiopatia grave;
moderada com ritmo • Hemoptise,
constante. • Pericardite,
Promover o
• A mão em concha cria uma • Metástase do pulmão
movimento das
almofada de ar entre ela e o ou mediastino,
Percussão secreções nas
tórax, o que produz um som • Após as refeições;
vias aéreas para
surdo durante a percussão. • Osteoporose;
sua eliminação.
• Deve ser vigorosa mas não • Derrame pleural;
dolorosa;
• Enfisema;
• Não deve ser aplicada
• Pneumotórax não
directamente na pele mas
drenado;
sobre uma toalha ou
• Tuberculose pulmonar
vestuário confortável.
ativa;
• Medicação anti-
coagulante sistémica;
• Úlceras de pressão no
tórax.
• Fraturas de costelas;
• Osteoporose;
• Consiste na compressão
Restaurar a • Sobre costelas
da parede do tórax, exercida
ventilação de flutuantes;
durante toda a fase
unidades • Pneumotórax
expiratória do ciclo
alveolares espontâneo não
respiratório;
Compressão comprometidas controlado;
• As mãos devem ser
utilizando a • Edema agudo de
colocadas espalmadas com
variação de pulmão;
dedos aduzidos sobre o
pressão pleural e • Cardiopatias
tórax, com os punhos e
alveolar. valvulares.
cotovelos fixos.
(Liebanoet al, 2009, cit
por Cordeiro et al, 2012).
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Tabela 1.6 – Contra indicações das manobras de Precursão e Compressão Torácicas
Contra indicações
Hemoptises Recentes e Expetoração hemoptoica
Arritmias, Edema Pulmonar agudo, Isquemia do miocárdio
Situações inflamatórias agudas (Pneumonias; tuberculose pulmonar ativa)
Bolhas, Enfisema e cavidades insufladas
Pneumomediastino e Pneumotórax
Fraturas das costelas
Osteoporose
Metástases pulmonares ou tumores das costelas
Doentes heparinizados
Quando provocam dor
Hemorragia digestiva alta
Fonte: Heitor (1998)
- Lavar as mãos;
- Posicionar o doente:
Decúbito Lateral - colocar uma almofada na cabeça para evitar desvios da cervical
e uma almofada de apoio ao antebraçoe punho, de forma a permitir abertura costal
e não comprimir o hemitórax.
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Tabela 1.7 - Drenagem Postural Clássica
Drenagem Postural Clássica
1º Posição sentado
(Drenagem do segmento apical do
lobo superior direito)
Mão dominante abaixo da clavícula,
a mão não dominante na omoplata.
Realizar compressão e percussão
apenas com uma mão.
Balancear o doente - ligeiras
inclinações, anterior, posterior e
laterais do tronco. Fonte: Heitor (1998)
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5º Trendelenburg (pés da cama
elevados a 35cm) Semi-dorsal
direito
(Drenagem Língula – pulmão
esquerdo)
Almofada atrás das costas, e
atenção à postura das pernas.
Com uma mão sobre a outra abaixo
da axila esquerda.
Realizar compressões,
NÃO PERCURTIR! Fonte: Heitor (1998)
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Realizar compressões e percussões.
Cuidado com as costelas flutuantes.
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Tabela 1.8 – Posicionamentos da drenagem clássica de secreções
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1.3.1 - Mecanismo da Tosse
- Inspiração profunda;
-A glote abre-se;
Uma tosse efetiva é um aspeto essencial da limpeza das vias aéreas. Para isso a
pessoa precisa saber como produzir uma tosse voluntária eficiente e controlada.
Os procedimentos seguintes devem ser usados para ensinar uma tosse efetiva ao
utente:
- Orientar para sempre que possível ficar na posição de sentado, de forma a permitir
uma respiração mais profunda;
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- Ensinar para uma respiração diafragmática controlada, enfatizando inspirações
profundas;
- Instruir para fazer uma inspiração profunda, porém relaxada, após encerrar a glote e
de seguida apresentar de uma tosse, de preferência dupla, num único ato expiratório.
A segunda tosse durante uma única expiração é geralmente a mais produtiva (Kisner
et al, 2005).
Este tipo de tosse é utilizado nas situações em que a pessoa é incapaz de expulsar
forçadamente o ar para expulsar as secreções brônquicas (Cordeiro, 2012). Então no
momento da tosse, para aumentar a sua eficácia, pode esta ser assistida com uma
manobra simultânea de compressão na base do tórax ou abdominal. Desenvolvendo
assim uma maior pressão intra-abdominal para que a tosse seja mais forte (Heitor,
1998).
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desta técnica pode ser comparada a uma baforada para embaciar um vidro e segue os
seguintes passos:
- Abrir a boca e colocar a língua ligeiramente para fora, a fim de manter a glote aberta;
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Capítulo II
40
2-Reabilitação em doentes com Patologia Neurológica
2.1-Exame neurológico
Escala de Glasgow
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Flexão normal / Reflexo de
Abre os olhos
4 Confuso, desorientado retirada a estímulos
espontaneamente
dolorosos
Orientado, conversa
5 N/A Localiza estímulos dolorosos
normalmente
Fonte:felipesenger.blogspot.pt/
Fonte:felipesenger.blogspot.pt/
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2.1.2 -Exame dos Nervos Cranianos
PAR Sinais
Nervo Função
CRANIANO Patológicos
Anosmia se a lesão é
I Olfativo Olfato
bilateral
Diplopia vertical ou
IV Patético Músculo oblíquo superior
oblíqua
Alterações sensitivas
Sensitivo - face, 2/3 anteriores da face;
da língua, nariz, faringe e
V Trigémeo olhos; Paralisia dos
mastigadores;
Reflexo masseterino
Reflexo masseterino
43
Motor ocular Diplopia horizontal;
VI Musculo reto externo
externo estrabismo interno
Disfagia; perda de
gosto no 1/3 posterior
Sensitivo - palato mole, faringe,
IX Glossofaríngeo da língua;
laringe, 1/3 posterior da língua
Nevralgia do facial.
- Alterações da
motilidade da faringe e
Motor - faringe, véu do paladar, do véu do paladar -
laringe Parassimpático - disfagia; voz nasalada,
X Pneumogástrico motilidade autónoma bitonal, afonia,
-Alterações
respiratórias e
cardíacas.
Motor -
Paralisia do trapézio e
XI Espinal esternocleidomastóideo,
esternocleidomastóideo
trapézio.
Grande
XII Motor - músculos da língua Hemiparesia lingual
Hipo - Glosso
2.1.3-Exame da sensibilidade
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Tabela 2.3 Avaliação da sensibilidade
Sensibilidades
Tipo Definição
Dolorosa
- Picada com um alfinete
Vibratória
- Usando um diapasão
2.1.4-Dermátomos
Dermátomo é uma área cutânea inervada por fibras nervosas derivadas de um único
segmento nervoso. A avaliação sensorial da pele, é um método não evasivo para se
avaliar a função de ambos os componentes periféricos e centrais do sistema nervosos
e que facilita a identificação da localização de lesões neurológicas.
45
Figura 2.1: Dermátomos
Fonte: http://www.moodle.mouro.com/EVA/picture.php?/3518
46
2.1.5- Exame motor
Exame motor
Definição
Postura e
Com os pés juntos ou afastados; com os olhos abertos ou fechados
posição de pé
Alterações
Síndromes parkinsónicos; síndromas coreicos; distonias.
características
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Avaliação da força muscular- Escala de Council
Escala de Ashworth
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Movimentos musculares
Inervação
Músculo Nervo Função
segmentar
Ombro
Abdução do braço; participa
N. circunflexo
Deltoide C5,6 em todos os movimentos da
(axilar)
articulação do ombro
Extensão do antebraço,
Tricípite N. radial C6,7,8
elevação posterior do braço
49
Palmar mão
Interósseos
Abdução e adução dos dedos
palmares e N. radial C8, D1
Mão da mão
dorsais
Flexores
N. mediano Flexão dos dedos em todas as
comuns dos C7,8, D1
cubital articulações
dedos
Oponente do
N. mediano C8, D1 Oposição e adução do polegar
polegar
Extensor do
N. radial C7,8 Extensão do polegar
polegar
Adutor do
Polegar N. cubital C8, D1 Adução do polegar
polegar
Abdutores do N. radial
C8, D1 Abdução do polegar
polegar mediano
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rotação externa, interna da
superior e inferior
coxa
N. obturador
Adução, rotação externa da
Adutores L2,3,4
perna
N. tibial
Tibial N. peronial
L4,5 Flexão do pé
anterior profundo
Extensor
Dedos N. peronial
próprio do 1º L5, S1 Extensão do1º dedo
do pé profundo
dedo
2.1.6-Reflexos
51
Tabela 2.8 Reflexos osteotendinosos
Encerramento da mandibula
Massetérico Protuberância No mento com a boca aberta
inferior
Percussão no polegar que se
Flexão do antebraço
Bicipital C5,6 localiza sobre o tendão do bicípite
sobre o braço
na prega do cotovelo
Flexão do antebraço sobre o
Estilo-radial C5,6 Percussão a nível da estiloide radial
braço
Faríngeo ou Pares
Toque na parede posterior da Reação de náusea ou
de cranianos IX,
faringe de engasgamento
engasgamento X
Pares
Toque no véu do paladar, junto á Elevação do véu do
Palatino cranianos IX,
úvula paladar (palato mole)
X
Pares
Toque com a ponta de algodão na Encerramento
Córneo cranianos V,
córnea palpebral
VII
52
Subida do testículo do
Estimulação da pele na face
Cremasterianos L1, 2 mesmo lado da
Interna das coxas
estimulação
Contração do esfíncter
Anal S4, 5 Estimulação na margem do ânus
anal
53
A coordenação serve para avaliar a função cerebelosa e também dismetrias e/ou
tremor intencional e/ou disartria, recorrendo à:
- Prova de Romberg;
- cadencia;
- alternância de movimentos;
- fase de impulsão;
- fase oscilante;
- ritmo e harmonia;
54
Tabela 2.11 Marcha anormal
Hemiplégica
Paralisia cerebral
Lesão do
Parkinsónica
I neurónio
Atáxica espinal e cerebelosa
Parética e espástica (lesões vertebromedulares)
Pequenos passos (aterosclerose)
Lesão do
Polinevritica (com os pés pendentes)
II neurónio
Miopática (marcha de pato)
Diminuição da força muscular do:
Patologia
- quadrado dos lombos (Trendlenburg)
do
- médio e/ou grande glúteo
musculo
- flexores da anca
ou placa
- quadricípite
neuro-
- Flexores plantares (gémeos, solear, longo flexores do 1º dedo)
muscular
- Dorsiflexores do pé (tibialanterior, extensor comum dos dedos e extensor
do 1º dedo
Antiálgica - evita sustentação do peso do lado comprometido, existe
menor transferência do peso e encurtamento do membro.
Outras
Anquilose ou limitação das amplitudes articulares das coxofemurais
causas
-Rotação e anteropulsão exagerada no lado afetado
Pé equino - marcha idêntica ao steppage com flexão excessiva da anca
Rigidez da nuca;
Sinal de Brudzinsky – contração involuntária das ancas e joelhos quando
avaliada rigidez da nuca;
Sinal de Kernig – dor lombar com flexão da perna e da anca e posterior
resistência à extensão da perna.
55
2.2-Acidente Vascular Cerebral (AVC)
2.2.1-Tipos de AVC
56
2.2.2-Territórios vasculares e manifestações clínicas nos AVC´s isquémicos
O AVC isquémico é o mais tipo mais comum, causado pela interrupção do fluxo de
sangue numa região especifica do cérebreo. Causa danos nas funções neurológicas
que podem ser temporárias ou definitivas. Assim, será descrito na seguinte tabela as
principais manifestações, de acordo com a localização da lesão.
- Cegueira ipsilateral
- Síndrome frontal
- Hemiparesia contralateral
- Hemi-hipostesia contralateral
57
direito) e quadrantópsia contralateral
- Desequilíbrio, ataxia
- Nistágmo
- Disartria
- Disfagia, soluços
- Coma
Tabela 2.14: Principais manifestações clinicas nos AVC’s Hemorragicos (adaptado de Menoita
2012)
58
- Hemisférica profunda - hemiparesia contralateral de
predomínio braquiofacial, afasia global (hemisfério esquerdo),
neglect (hemisfério direito), desvio conjugado para o lado
oposto ao da hemiparesia, náuseas e vómitos, deterioração
progressiva da vigília
- Náuseas e vómitos.
Hemorragia subaracnoideia
- Alterações da vigília.
59
2.2.4-Intervenção do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de reabilitação
Segundo Hesbeen (2003), o programa de reabilitação deve ser iniciado o mais cedo
possível, logo que o doente esteja estável e as lesões sejam identificadas, entre as
quarenta e oito e setenta e duas horas após AVC deve instituir-se o plano de
reabilitação.
Alteração da mobilidade
Alteração da motricidade facial
Alteração da linguagem: disartria
Alteração das funções cognitivas
Alteração na deglutição
Alteração do padrão de eliminação vesical e intestinal
Alteração da integridade cutânea
Alteração na sexualidade
Alteração emocional e social
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2.2.4.1-Objetivos do posicionamento em padrão anti-espástico
Padrão anti-espástico deve ser mantido por toda a equipe durante 24 horas, evitando
outros posicionamentos prejudiciais à recuperação do doente.
61
Padrão espástico Padrão anti-espástico
Figura 2.2: Padrão espástico versus antiespástico (Fonte http://fisiomalu.blogspot.pt/p/blog-
page_13.html)
62
Fonte:
http://pt.slideshare.net/eccifafe/posicionamentos-e-
transferncias-13380956 Este decúbito deverá ser utilizado apenas
por custos períodos, para alimentação,
sanitário e cuidados de higiene.
Decúbito lateral sobre o lado são - Colocar o ombro afetado em protração.
- Colocar as articulações do cotovelo e
punho em extensão.
- Colocar o ombro em rotação externa.
- Colocar o quadril em protração e flexão.
- Flexionar a articulação do joelho.
- Colocar a cabeça da pessoa em flexão
Fonte:
http://pt.slideshare.net/eccifafe/posicionamentos-e- lateral (para o lado sadio).
transferncias-13380956
Fonte:
http://pt.slideshare.net/eccifafe/posicionamentos-e-
transferncias-13380956
63
2.2.4.3-Avaliação da espasticidade (Escala de Ashowrth)
2.2.5-Mobilizações articulares
64
conforme a tolerancia do doente e ou colaboração realizar mobilizações passivas,
ativas assistidas e ativas resistidas.
Mobilização Passiva
- Articulações inflamadas;
- Articulações dolorosas;
- Imobilidade obrigatória;
- Lesões recentes das partes moles; (promoção da cicatrização)
- Estados Infecciosos;
- Estados febris (ativa a circulação piorando a situação)
- Derrames articulares.
Mobilizações
65
- Aumentar gradualmente o ritmo e frequência de movimentos por articulação
de acordo com a sua evolução.
- No doente neurológico:
Falar apenas do movimento em padrão antiespástico que está a ser
realizado em cada articulação;
Os movimentos realizados obedecem aos princípios do padrão
antiespástico;
Os movimentos são iniciados da parte proximal para a distal. Excetuam-
se as situações de espasticidade.
Os exercícios a realizar com o doente que sofreu AVC, podem ser efetuados conforme
a tolerância do doente, iniciando-se no leito, posteriormente sentado na cadeira e mais
tarde quando já consegue ter controlo de pé.
Exercícios no leito:
Tabela 2.18: Exercícios a realizar no doente com AVC no leito (adaptado de:
http://www.abavc.org.br/posturas-e-transferencias-do-paciente-pos-avc/; e
ht)tps://reabilitandocomto.wordpress.com/tag/avc/)
A Ponte - Permanecer em decúbito dorsal,
- Ambos os joelhos fletidos, e elevar a anca,
equilibrando-se nesta posição.
Fonte:
https://reabilitandocomto.wordpress.com/tag/a
vc/
Rolar para o lado são e para o lado afetado - Rotação do tronco para o lado afetado
- Palmas das mãos juntas, dedos
entrelaçados e cotovelos em extensão, 5º
dedo da mão boa por fora.
66
- O membro inferior para o lado que se vai
virar em extensão e o outro em flexão (ou
ambos em flexão),
- Iniciar o movimento
- Rotação do tronco para o lado são é mais
difícil de executar porque o movimento é
Fonte: http://www.abavc.org.br/posturas-e-
transferencias-do-paciente-pos-avc/ liderado pelo lado afetado.
Fonte: http://www.abavc.org.br/posturas-e-
transferencias-do-paciente-pos-avc/
Treino de equilíbrio - Sentado na cama com os joelhos afastados
e fletidos
- Mantendo os membros superiores apoiados
no leito (fixando o cotovelo afetado)
- Transferindo o peso de um lado para o outro
(anca).
Fonte:
http://www.clinicadeckers.com.br/html/orientac
oes/fisioterapia/exercicios/lombar.html
Carga no cotovelo - Alinhar as pernas, fletir o braço afetado e
segurar no braço são,
- Puxar pelo braço são enquanto o doente faz
carga no afetado,
- Colocar a perna sã sobre a doente e rodar
as pernas do doente para fora até ficar
sentado na cama.
Fonte: http://www.abavc.org.br/posturas-e-
transferencias-do-paciente-pos-avc/
67
Sentar o doente apoiado e transferência para - Abraçar o doente, segurando o braço
a cadeira
afetado, e travando os joelhos do doente com
os seus,
- Inclinar o doente para a frente e rodar para o
cadeirão,
- Sentar o doente confortavelmente, com os
pés assentes no chão,
- Ao ser transferido para a cadeira de rodas
nunca esquecer de a travar.
Fonte: http://fisiomalu.blogspot.pt/p/blog-
page_13.html
Automobilização - Exercícios de automobilização:
o Objetivos:
o Integrar o membro superior no
esquema corporal;
o Contrariar o padrão espástico;
o Aspectos a atender:
Colocação das mãos – dedos
cruzados para abdução e extensão dos
dedos; O 5.º dedo da mão não afectada
fica posicionado pelo lado exterior.
Fonte: http://fisiomalu.blogspot.pt/p/blog- O doente executa flexão/extensão dos
page_13.html
ombros com os MS em extensão;
O doente movimenta os MS em
extensão para o lado direito e esquerdo.
Facilita o rolar;
Pode fazer simultaneamente flexão
dos joelhos tentando segurar um livro no
meio destes.
68
Inibir o espasmo extensor;
Fonte: http://www.abavc.org.br/posturas-e-
transferencias-do-paciente-pos-avc/
Exercícios na cadeira:
Tabela 2.19: Exercicios a realizar ao doente com AVC sentado na cadeira (adaptado de: Fonte:
http://fisiomalu.blogspot.pt/p/blog-page_13.html)
Fonte:
https://images.search.yahoo.com/yhs/search? - Apoiar o antebraço no leito à direita e à
p=treino+equilibrio+sentado&fr=yhs-Lkry- esquerda
SF01&hspart=Lkry&hsimp=yhs-
SF01&imgurl=http%3A%2F%2F4.bp.blogspot.
- Cadeira estável com braços (evitar cadeira
Automobilização de rodas e de baloiço)
69
- Pés totalmente apoiados no chão (toda a
planta do pé)
- Contar os dedos;
Fonte:
https://images.search.yahoo.com/yhs/search;_
ylt=AwrB8pa9cHVYmF8A2jE2nIlQ;
Carga no membro superior - Abrir a mão;
Fonte: http://fisiomalu.blogspot.pt/p/blog-
page_13.html
70
Exercícios em pé:
71
para o lado e para diante;
2.2.7-Disfagia
72
É importante verificar:
- A localização;
- Regurgitação nasal;
- Tosse;
- Fala anasalada;
- sonolência;
- voz molhada;
73
- queda saturação O2;
- rubor facial;
- lacrimejo.
2.2.7.1-Testes de deglutição
Tabela 2.21: diferentes tipos de testes de deglutição (adapado de Verissimo e Domingos, 2014)
74
Monitorizar a saturação de oxigénio durante o ato de deglutir tem 80% de sensibilidade de
detetar aspiração, através da diminuição do valor no minuto seguinte.
2.2.7.2-Escala de GUSS
Segundo Trapl et al (2007); a escala GUSS oferece um método rápido e fiável para
identificar disfagia e risco de aspiração em utentes com AVC, uma vez que efetua uma
avaliação graduada dando mais segurança e conforto aos utentes de forma a
proporcionar uma melhor escolha de alimentação por via oral quer de alimentos
semissólidos quer de líquidos. Efetua-se uma avaliação com teste indireto e direto,
consoante descrição da tabela seguinte.
75
Tabela 2.22: Avaliação da escala de GUSS (adaptado de
Sim Não
Vigil (o doente deve estar alerta pelo menos durante 15 1 0
minutos)
Tosse e ou limpeza faríngea (tosse voluntária)- o doente 1 0
deve conseguir tossir ou limpar a faringe duas vezes
Deglutição da saliva 1 0
- Deglutição eficaz
- Sialorreia 0 1
- Alteração da voz (rouquidão, voz molhada, crepitante ou 0 1
fraca)
Total (5)
1-4= exige avaliação
especializada¹
5= continuar para a secção 2
Secção 2: teste de deglutição direto (material: agua destilada, colher de chá, espessante,
e pão)
Seguir a ordem 1 2 3
Semissólido* Liquido** Sólido***
Deglutição
- Deglutição impossível 0 0 0
- Deglutição lenta (>2seg.) (sólidos 1 1 1
>10seg)
- Deglutição eficaz 2 2 2
Tosse (involuntária) (antes durante ou
após a deglutição – até 3 minutos após)
- Sim 0 0 0
- Não 1 1 1
Sialorreia
- Sim 0 0 0
- Não 1 1 1
76
Alteração da voz (avaliar a voz antes e
após a deglutição – solicitar que o
doente diga “O”)
- Sim 0 0 0
- Não 1 1 1
Total (5) (5) (5)
1-4 = Avaliação 1-4 = Avaliação 1-4 = Avaliação
especializada¹ especializada¹ especializada¹
5- Continuar 5- Continuar 5- Normal
para liquido para sólido
Total: (secção 1+secção2) (20)
77
- Avaliação especializada
78
2.2.7.3-Alimentação do doente com ou sem disfagia
2.2.7.4-Opções de Tratamento
Se houver risco alto de aspiração ou se a ingestão oral for insuficiente para manter o bom
estado nutricional, então deve-se considerar a possibilidade de suporte nutricional alternativo.
Uma sonda macia e bem tolerável. A alimentação por gastrostomia após acidente vascular
cerebral reduz a mortalidade e melhora o estado nutricional em comparação com a sonda
79
naso-gástrica.
- Exercícios de fortalecimento:
o 1) Exercício para aumentar força de lábios:
Estalar lábios;
Protrair;
Retrair;
Lateralizar;
Reeducação da deglutição Halteres labial;
Segurar espátula entre lábios protraídos;
Segurar espátula entre lábios em repouso.
o 2) Exercícios para aumentar resistência de língua:
-Lateralização de língua;
Elevação de língua em direção ao palato duro
(estalar língua);
Protrair língua;
Retrair língua;
Elevar e abaixar ponta de língua;
“Varrer” palato ântero-posteriormente;
vibrar língua;
Força antagônica língua X espátula (empurrar
espátula com ponta de língua);
empurrar bochechas com ponta de língua;
Enrolar a língua;
Chupar chupa-chupa ou dedo do enfermeiro para
aumentar a força de extensão do movimento.
o 3) Exercícios para resistência de bochechas:
Inflar – unilateral e bilateral;
Estourar;
Sugar (para aumentar a força e a extensão do
movimento);
Soprar;
Força antagônica bochecha X espátula;
o 4) Exercícios para palato mole:
Soprar;
Sugar;
Emitir /a/, /ã/.
o 6) Manobras:
80
- Posturais de cabeça, se preciso;
“Lip Pursing” – manter os lábios fechados com a
mão, se preciso
• Biofeedback
• Estimulação térmica e gustativa
81
2.3-Traumatismo Craneo-Encefálico (TCE)
O trauma cranioencefálico (TCE) é causado por uma agressão ou por uma aceleração
ou desacelaração de alta intensidade do cérebro dentro do crânio que resulta do
impacto entre o crânio e um agente externo. Esse processo causa comprometimento
estrutural e funcional do couro cabeludo, crânio, meninges, encéfalo ou de seus vasos.
O TCE é um trauma que não apresenta origem degenerativa ou congênita, e pode
causar diminuição ou alteração de consciência, resultando em alterações que afetam
diretamente o funcionamento físico, cognitivo (memória, aprendizado e atenção),
comportamental ou emocional. (Harvard Medical School Portugal, 2011)
A B C D
(Fonte: https://www.neurorhb.com/ru/traumatic-brain-injury)
Estático
82
São aplicadas forças que vão comprimindo o cérebro
Dinâmico
A cabeça em deslocação choca com um objeto
2.3.2-Classificação do TCE
Fonte:
https://commons.wikimedia.org/w
iki/File:Skull_Fracture_X-ray.jpeg
Fonte:
http://cpslauras97.blogspot.pt/
83
Aberto ou - Há exposição das estruturas do crânio.
penetrante - Na fratura exposta, ocorre uma laceração do
couro cabeludo e músculos pericrânios, existindo
comunicação direta entre a parte externa do
crânio com o parênquima cerebral (tecido
responsável pela função cerebral).
Fonte:
http://www.imgrum.net/user/davi
dslopezp/18911520
Desta forma, existem várias lesões que se classificam conforme a sua localização de
acordo a seguinte tabela.
84
Tabela 2.27: Classificação dos diferentes tipos de Hematomas
85
Ao contrário da forma aguda, este
tipo de hematoma subdural
desenvolve-se lentamente porque
a hemorragia dentro do crânio é
menos aguda e, o hematoma pode
acumular-se em vários episódios
pequenos separados de
Hematoma subdural hemorragia.
crónico Os sintomas mais comuns são a Fonte:
http://anatpat.unicamp.br/radhem
sonolência, falta de atenção ou asubcron2.html
Hematoma intracerebral
Contusão cerebral
As hemorragias e contusões
intraparenquimais ocorrem dentro
Hemorragias e do próprio cérebro e não entre o
contusões cérebro e o crânio.
Fonte:
intraparenquimatosas
Estas lesões podem ser https://www.tuasaude.com/contus
ao-cerebral/
provocadas por um impacto direto
do cérebro ou por uma lesão
indireta, na qual a força de um
86
impacto num lado do cérebro faz
com que o cérebro ressalte e faça
ricochete no crânio criando uma
segunda área de lesão do lado do
cérebro contrário ao impacto
original.
Concussão cerebral
2.3.4-Níveis de gravidade
87
Figura: 2.6 Escala de coma de Glasgow (Retirada de http://aenfermagem.com.br/wp-
content/uploads/2012/11/Escala-de-coma-de-Glasgow.jpg)
2.3.5-Consequências
88
atento na realização de uma tarefa, ou num
pensamento, sendo fácil distrair-se;
Linguagem e comunicação: dificuldade em
organizar-se e compreender informação sensorial;
Raciocínio lógico: dificuldade em utilizar o
pensamento para resolver o problema;
Funções executivas: dificuldade em organizar e
planear as atividades e dificuldade em inicia-las.
• Emocionais Depressão;
Alterações de humor;
Irritabilidade;
Ansiedade.
• Comportamentais Impulsividade;
Agressividade;
Apatia;
Falta de iniciativa
89
2.4-Traumatizados vertebro-medulares
De acordo com o grau de lesão, e face aos défices e às mudanças sofridas, é ainda
possível intervir na manutenção ou melhoria de diversas funções que poderão estar
alteradas face a em evento desta natureza. A reabilitação passa pela abordagem
individualizada e especializada do indivíduo, estabelecendo-se um plano de cuidados
formulado tendo por base a lesão, gravidade e objetivos a alcançar, assumindo o
enfermeiro especialista um papel fulcral na recuperação ou na estabilização destes
utentes.
Após uma lesão medular, que pode ser completa ou incompleta, o indivíduo passa por
diferentes fases de duração variável. Inicialmente há a fase de choque medular, em que
não há qualquer tipo de resposta abaixo do nível de lesão, seguida da fase de retorno
da atividade medular, na qual ocorre reorganização das estruturas medulares e,
finalmente, a fase de reajustamento, na qual é implementado um programa de
reabilitação face à sua nova condição. Mediantes as diferentes fases, a abordagem do
enfermeiro especialista também será diferente estando a sua intervenção, numa
primeira fase de choque medular, direcionada essencialmente no âmbito do
posicionamento, para prevenção de complicações tais como úlceras de pressão, e nos
90
exercícios de mobilização articular passiva. Posteriormente, na fase de retorno da
atividade medular é realizada uma avaliação física (motora e sensitiva) que permite
conhecer o grau da lesão medular e adotar um programa de reabilitação adequado ao
utente.
Tendo por base estes pressupostos, com este capítulo pretendemos de uma forma
sucinta categorizar alguns dos instrumentos e procedimentos mais utilizados,
fundamentais no processo de reabilitação dos utentes vítimas de traumatismo
vertebromedular.
Existem diversos instrumentos que, numa fase inicial, são primordiais para
conhecimento do grau de lesão e capacidades do utente, contribuindo para a elaboração
individualizada e específica do plano de reabilitação. Alguns destes instrumentos são
comuns à avaliação neurológica da pessoa, tendo sido anteriormente abordados no
Capítulo Exame Neurológico, sendo exemplo a Escala Ashworth (avaliação de força
muscular) e o Teste de Sensibilidade, sendo de destacar, neste âmbito, a Classificação
Neurológica Standard de Lesões Medulares da ASIA que, adotando uma linguagem
comum, nos permite classificar o doente quanto ao seu grau lesão.
91
2.4.1 - Bexiga Neurogénica
A bexiga tem como função permitir o armazenamento da urina sob baixa pressão e o
seu esvaziamento completo num momento socialmente aceitável. Este processo é o
resultado da integração de várias vias desde o cérebro, tronco cerebral, medula espinal,
o detrusor e o esfíncter urinário, sendo a inervação da bexiga e do esfíncter feita através
dos sistemas nervosos autónomo e somático (Amorim, 2006, p. 262)
Por sua vez, a resistência esfincteriana pode estar aumentada ou diminuída, podendo
refletir-se em casos de maior gravidade tais como a dissinergia vesico-esfincteriana, em
que há contração simultânea vesical e do esfíncter, originando pressões intravesicais
elevadíssimas com consequente deterioração rápida da função renal.
92
Tabela 2.29 – Tipos de bexiga neurogénica
Tipo Características
Detrusor arrefléxico e
Provoca incontinência e tem risco baixo de lesão renal.
hipotonia do esfíncter
Detrusor arrefléxico e Incontinência por regurgitação e retenção urinária, com risco
hipertonia do esfíncter de lesão renal.
Detrusor hiperrefléxico e Incontinência, risco de lesão renal se pressões intravesicais
hipotonia do esfíncter elevadas.
Detrusor hiperrefléxico e
Incontinência e/ou retenção, grande risco de lesão renal.
hipertonia do esfíncter
Quando a situação clínica se encontrar estável, existem opções a ter em perspetiva nas
bexigas neurogénicas:
93
Esta técnica de auto‑esvaziamento é ensinada ao doente com lesão vertebro‑medular
que adquiriu já um razoável equilíbrio dinâmico, que se encontra motivado, e que possua
as competências cognitivas suficientes para a utilizar sem riscos.
Se não existir potencial motor para executar esta atividade, o enfermeiro deverá saber
junto da pessoa qual o membro da família / cuidador que poderá dar continuidade ao
programa após a alta, para que possa receber ensino logo que possível e realizar o
treino.
- Urinol graduado
Fonte: adaptado de OE, 2009
- Espelho de aumento com pé, na
mulher, se necessário
94
Inicia-se, geralmente, de três em três horas, com drenagem vesical contínua no período
noturno, sendo o período de intervalo entre esvaziamentos alargado progressivamente
de três a seis horas, mediante o controlo eficaz da ingestão hídrica, o tipo de bexiga e
a forma com responde ao treino.
95
• Aguardar se encontrar resistência a progressão da sonda, mantendo uma ligeira
pressão com movimento seguro e suave, controlando a respiração ate que o esfíncter
permita a progressão da sonda até à bexiga
• Colocar a extremidade inferior da sonda dentro do urinol
• Realizar movimentos suaves de pressão vesical, no sentido descendente e
centrípeto, usando a palma da mão, ajudando assim a completa eliminação vesical
• Retirar lentamente a sonda quando deixar de sair urina
• Retirar a sonda com a extremidade dobrada para evitar que a urina saia fora do
recipiente próprio e coloca-la no saco de sujos
• Limpar novamente o meato com compressa
• Avaliar volume e características da urina
• Lavar ou desinfetar as mãos
• Arrumar o material limpo e acondicionar o saco de sujos em recipiente próprio
96
• Afastar os grandes lábios com a mão esquerda (nas pessoas destras) para
visualizar bem no espelho o meato urinário
• Pegar numa compressa embebida em soro, pelas pontas, não tocando no
centro da mesma
• Proceder a limpeza do meato urinário, no sentido descendente
• Pegar na sonda com a mão livre e introduzi-la com movimento seguro e
suave no meato urinário até aparecer urina
• Colocar a extremidade inferior da sonda dentro do urinol
• Realizar movimentos suaves de pressão vesical, no sentido descendente e
centrípeto, usando a palma da mão, ajudando a completa eliminação vesical
• Retirar lentamente a sonda quando deixar de sair urina
• Retirar a sonda com a extremidade dobrada para evitar que a urina saia
fora do recipiente próprio e colocá-la no saco de sujos
• Limpar novamente o meato com compressa
• Avaliar volume e características da urina
• Lavar ou desinfetar as mãos
• Arrumar o material limpo e acondicionar o saco de sujos em recipiente
próprio
97
Prevenir deformidades que limitem a função;
Estimular a circulação e as terminações nervosas sensoriais;
As descrições anatómicas do corpo humano são realizadas tendo por base os três
principais planos de secção que passam através do corpo na posição anatómica.
98
Tabela 2.31 – Tipos de Movimento
99
A pessoa, depois de ensinada, inicia o movimento de segmentos
Ativas
corporais e mobiliza articulações autonomamente até à sua amplitude
máxima
Tabela 2.33 - Princípios Gerais na Execução das Mobilizações na Pessoa com TVM
100
- Libertar as articulações a mobilizar de roupa
- A mobilização pode ser realizada no sentido O início das mobilizações no sentido distal-
2.4.7 - Posicionamentos
101
tecidual e, ainda, o excesso de pressão aplicada sobre as pressões hidrostáticas nos
capilares, aumentam o risco de aparecimento de úlceras de pressão, importantes de
prevenir sendo primordial a prevenção.
- Evitar posicionar a pessoa em contacto Figura 2.8 - Zonas de pressão, frequência de ulceração e
posicionamentos
direto com dispositivos médicos, tais como Fonte: O.E, 2009
102
- Avaliar regularmente a pele. Se a pessoa
não responde favoravelmente conforme o
esperado, devem ser reconsiderados a
frequência e o método de posicionamento;
Decúbito Dorsal
103
linha imaginaria que passa pela ponta do nariz, prevenção de edema, com o cotovelo
umbigo e termina entre os membros inferiores) livre, podendo fazer‑se uma ligeira
flexão do mesmo
- Colocar uma almofada pequena sob a região
trocanteriana, prevenindo a rotação externa - Colocar as mãos apoiadas com o
dos membros inferiores que devem estar em polegar em posição funcional, se
extensão, ligeiramente afastados necessário colocar um rolo
Decúbito Lateral
104
- Retirar todas as almofadas e material de apoio, exceto a almofada da cabeça
- Colocar uma almofada grande junto do membro inferior do decúbito, para posterior apoio e
estabilização do membro inferior contra lateral
105
com cotovelo em ligeira flexão e mão em
posição funcional
Decúbito ventral
- Deslocar a pessoa para a beira do leito e no sentido da barra inferior da cama, de modo que
os pés ultrapassem a extremidade inferior do colchão, se a cama o permitir
- Colocar os membros superiores da pessoa junto ao corpo e com a região palmar sob as
ancas
- Colocar a almofada média, se o colchão não for redutor de pressão (variante opcional):
- Colocar uma mão sob a omoplata e a outra sob a anca contralateral mais afastada
106
- Rodar a pessoa para si em bloco, sobre o membro superior
- Colocar uma almofada em cunha sob as pernas, se necessário, deixando liberta a articulação
tibiotársica, de modo que os dedos dos pés não toquem no colchão
Nota: O decúbito ventral, por ser o que menos Nota: O decúbito ventral só deverá ser realizado quando
proeminências ósseas atinge em apoios, proporciona um se encontrar estabilizada a lesão vertebro‑medular, a
descanso de mais horas, quando bem tolerado. função respiratória e a própria pessoa referir tolerância
ao mesmo
Diminui o risco de limitações
articulares provocadas pela espasticidade em
flexão dos membros inferiores.
2.4.8 - Transferências
107
condições clínicas, podendo a pessoa transferir-se, entre outras, da cama para a
cadeira, da cadeira para a cama, da cama para a sanita ou banheira e vice-versa.
O processo de levante deve iniciar-se logo que a situação clínica o permita, visando:
- Vestir e calçar a pessoa, tendo presente que necessita de meias elásticas ou ligaduras de
contenção como profilaxia das tromboflebites e hipotensão ortostática
- Travar a cadeira
- Nivelar a superfície, de onde a pessoa se vai transferir, com altura da cadeira de rodas,
sempre que possível
108
- Avaliar o estado de consciência, sinais vitais e nível de conforto antes da pessoa sair de uma
posição de fowler alta
• Colocar uma mão sob a região poplítea e a • Colocar a pessoa em decúbito lateral, para
outra sob a face posterior da tibiotársica, o lado da realização da transferência
deslocando os membros inferiores para fora
• Colocar uma mão sob a região poplítea e a
da cama
outra sob a face posterior da tibiotársica,
• Solicitar que, apoiando o cotovelo do lado do deslocando os membros inferiores para fora
decúbito e a mão do membro superior contra da cama
lateral no leito, realize um movimento de
• Ajudar a pessoa a sentar‑se na cama,
verticalização contínuo do tronco
colocando a mão direita sob a omoplata
• Ajudar a pessoa a sentar‑se na cama, esquerda, a mão esquerda sob a omoplata
colocando a mão direita sob a omoplata direita, imprimindo um movimento lateral
esquerda da pessoa, a mão esquerda sob a contínuo de verticalização
omoplata direita e imprimindo um movimento
• Ajudar a pessoa a assumir a posição de
lateral contínuo, se necessário
equilíbrio sentada na cama, posicionando os
• Ajudar a assumir a posição de equilíbrio antebraços e mãos em pronação sob a cama,
sentada na cama, posicionando os se possível, e pés calcados apoiados no chão
antebraços e mãos em pronação sob a cama, ou em apoios de pés
pés calcados apoiados no chão ou em apoios
• Ajudar a inclinar o tronco para o lado oposto
de pés
ao da cadeira, pedindo‑lhe para apoiar o
• Pedir que se incline sobre o cotovelo contra cotovelo sobre a cama, se possível,
lateral ao da transferência, elevando amparando‑a pelo hemotórax
simultaneamente o membro inferior próximo
• Colocar uma das extremidades da tabua de
da cadeira
transferências sob a coxa e a outra
• Colocar uma das extremidades da tábua de extremidade da tabua sobre a cadeira /
transferências sob a coxa e a outra almofada (realizando ponte)
extremidade da tabua sobre a cadeira /
• Ajudar a retomar a posição de sentada na
almofada (realizando ponte)
cama
• Ajudar a retomar a posição de sentada na
• Posicionar‑se com os membros inferiores
cama
em ligeira abdução, de modo a que se for
• Posicionar‑se com os membros inferiores necessário se possa realizar bloqueio dos
em ligeira abdução, de modo a que se for membros inferiores da pessoa ao nível dos
109
necessário se possa realizar bloqueio dos joelhos (os pés da pessoa ficam colocados
membros inferiores da pessoa ao nível dos entre os pés do enfermeiro, encontrando‑se o
joelhos (os pés da pessoa ficam colocados pé do lado para o qual se vai transferir a
entre os pés do enfermeiro, encontrando‑se o pessoa ligeiramente avançado)
pé do lado para o qual se vai transferir a
• Cruzar os membros superiores da pessoa a
pessoa ligeiramente avançado)
frente, se esta não puder colaborar
• Solicitar para deslizar sobre a tábua de
• Pedir para fazer flexão do tronco, se
transferências, realizando movimentos de
possível, apoiando a cabeça no ombro do
push‑up
enfermeiro
• Retirar a tábua, solicitando a pessoa que se
• Ajudar a pessoa a deslizar sobre a tábua,
incline sobre o lado oposto, elevando
segurando com os polegares no cos das
ligeiramente a coxa, ou fazendo movimentos
calcas ou cinto (se é muito dependente será
de zig‑zag com a mesma
necessário que uma terceira pessoa ajude,
• Colocar os pedais e braço da cadeira ou colocando‑se no ângulo entre a cadeira e a
pedir a pessoa para o fazer cama)
110
2.5-Mobilizações articulares comuns aos doentes com AVC, TCE e TVM
Cabeça
Hiperextensão / Flexão
111
Ombro
Extensão / Flexão
Abdução / Adução
Nota: Esta técnica pode ser realizada com o membro superior a mobilizar apoiado na base do leito, cotovelo em flexão
a 90º e palma da mão virada para o corpo. Imobilizar a articulação do punho e cotovelo da pessoa, colocando uma
mão no punho e a outra mão sob o cotovelo
112
Rotação Externa / Rotação Interna
Nota: Pode ser necessário estabilizar o ombro, no caso de pessoas muito flácidas ou com limitações articulares,
para ter a perceção das amplitudes existente. Nesse caso uma mão será colocada no punho e outra no ombro.
COTOVELO
Extensão / Flexão
113
- Mover o antebraço e mão no sentido superior,
realizando a flexão.
- Alternar com o movimento anterior.
Antebraço
Pronação / Supinação
114
Punho
Flexão / Extensão
115
- Mover a mão lateralmente na direção do polegar,
efetuando o desvio radial.
Flexão / Extensão
116
Abdução / Adução
Nota: Esta técnica pode ser realizada com o membro superior a mobilizar apoiado na base do leito, em ligeira
abdução, cotovelo em flexão a 90º e antebraço em supinação. Apoiar os dedos a mobilizar pela falange distal, com
as duas mãos, realizando um movimento de afastamento e aproximação da linha média da mão (movimento de abrir
ou fechar leque). O polegar também pode ser mobilizado, em adução e abdução, em conjunto com os outros dedos.
POLEGAR
Flexão / Extensão
117
Abdução / Adução
Nota: Esta técnica pode ser realizada com o membro superior a mobilizar apoiado na base do leito, em ligeira
abdução, cotovelo em flexão a 90º e antebraço em supinação. Imobilizar do segundo ao quinto dedo da pessoa, com
a mão esquerda (polegar na face palmar e os restantes quatro dedos no dorso da mão), realizando com a mão direita
o movimento lateral de afastamento ou aproximação da linha média da mão.
Oponência
Nota: Como complemento, utiliza-se a oponência com todos os dedos semi-flectidos, levando a extremidade do
polegar até à extremidade de cada um dos outros dedos.
118
Membro Inferior
COXOFEMURAL
Extensão / Flexão
Nota: Quando a pessoa a mobilizar apresenta flacidez nos membros inferiores, a flexão da
coxofemoral pode executar-se com o joelho em extensão, contudo a amplitude máxima é
realizada numa amplitude menor. Quando se verifica espasticidade nos membros inferiores,
para executar a extensão do joelho pode ser necessário fazer ligeira pressão sobre o mesmo.
119
Abdução / Adução
Nota: Na pessoa espástica, a mão apoia o joelho. Pode ser necessário fixar a coxa contrária com faixa ou com
ajuda de outra pessoa
120
Nota: No membro espástico, fletir a coxofemoral e joelho a 90º . Colocar o antebraço
sob a perna da pessoa a mobilizar, imobilizando a articulação do joelho com as duas
mãos. Rodar em direção da linha média, realizando a rotação externa. Rodar
afastando da linha média, realizando a rotação interna.
Joelho
Extensão / Flexão
Nota: A flexão passiva do joelho, quando o calcanhar é movido na direção da região nadegueira, pode atingir os 130º
a 140º.
Tibiotársica
121
- Mover o pé no sentido da face anterior da perna,
realizando a dorsiflexão.
Eversão / Inversão
122
Dedos
Flexão / Extensão
Abdução / Adução
123
Capítulo III
124
3- Reabilitação em doentes com Patologia Ortopédica
A substituição total da anca com recurso a uma prótese é hoje em dia a operação
preferida para o tratamento cirúrgico da coxartrose. (Serra, L et al 2012). Tem como
principais objectivos:
- Aliviar a dor;
- Restaurar a mobilidade;
Atualmente existe vários tipos e conjugações de materiais nas próteses totais da anca
em uso, mas o padrão mais usual é o acetábulo ou cúpula feito em polietileno de
cadeias híper gigantes e a cabeça e haste a implementar no fémur de aço ou liga
crómio-cobalto-molibdénio. (Serra, L et al 2012)
Todas as próteses iniciais eram fixadas por cimento, antes da colocação do acetábulo
é interposto uma camada de cimento na fase pastosa no osso acetabular, e depois
pressiona-se o componente acetabular até o endurecimento da substância. Para a
fixação do componente femoral, enche-se a cavidade medular proximal do fémur com
125
a pasta e nela se mergulha a haste da prótese. O principal papel do cimento é o de
servir de expansor da superfície dos componentes protésicos ao contorno íntimo do
osso que os aloja, para que fique de tal modo congruente ao osso e fixos, o que cria
uma área ampla de transmissão de forças entre o osso e os elementos da prótese.
(Serra, L et al 2012)
126
3.1.2-Plano de cuidados de enfermagem de reabilitação ao doente com PTA
127
grau de separação - Informar o doente sobre
intermaleolar e luxação e
intercondiliana posições/movimentos que
levam que a mesma ocorra
128
perfusão dos pode iniciar-se no 1º dia - Exercícios de
tecidos, presença pós-operatório ou no 2º dia mobilização ativa, ativa
de dor, edema e pós-operatório, depende da assistida ou passiva da
parestesias) indicação médica e norma anca. (Ver quadro 5; 6.
- Avaliar amplitude instituída no serviço. Limite de abdução: 45º.
articular com - Aconselhar o uso de Na adução não
goniómetro calçadeira ultrapassar a linha
- Avaliar força - Incentivar a autonomia nos média e não permitir a
muscular segundo autocuidados (higiene, uso rotação interna. Limite
Escala Medical do sanitário, arranjo da flexão da anca: 90º)
Research Council pessoal, vestuário) - Exercícios isométricos
param os quadricípites
e glúteos (Ver quadro
3;4)
- Exercícios de
mobilização ativa dos
membros superiores
- Levante da cama com
e sem ajuda
- Levantar e sentar
- Aplicar crioterapia, por
períodos de 20-30min,
3-4x/dia
- Avaliar o doente - Ensinar ao doente a - Controlo da dor
relativamente ao retoma às actividades de - Progressão nos
estado de vida diária nomeadamente a exercícios referidos
consciência, mais duas situações anteriormente de uma
hidratação e essenciais (Ver Quadro 7 e forma gradual e
alterações 12): sustentada pelo doente
neurovasculares - Iniciar a marcha Iniciar marcha com
2º Dia pós-
do membro - Subir e descer escadas carga parcial ou total e
operatório
operado (avaliar a Nota: A retoma às AVD’s com auxiliar de marcha
perfusão dos pode iniciar-se no 1º dia pós- adequado (dolomite;
tecidos, presença operatório ou no 2º dia pós- andarilho ou
de dor, edema e operatório, depende da canadianas)
parestesias) indicação médica e norma - Subir e descer
- Avaliar amplitude instituída no serviço, assim escadas
articular com como a condição clínica do - Aplicar crioterapia, por
129
goniómetro doente períodos de 20-30min,
- Avaliar força - Reforço dos ensinos 3-4x/dia
muscular segundo efetuados no 1º dia pós-
Escala Medical operatório, nomeadamente
Research Council em estratégias adaptativas
- Avaliar para o levante e
conhecimentos transferência, assim como
adquiridos no dia identificação de situações de
anterior sobre risco para queda
exercícios - Cuidados importantes a ter
isométricos, no domicílio (Ver quadro 13)
mobilizações,
levante,
transferência e
cuidados a ter para
evitar luxação.
- Avaliar o doente - Reforço dos ensinos - Controlo da dor
relativamente ao efectuados no 1º/2º dia pós- - Progressão nos
estado de operatório exercícios referidos
consciência, - Envolver o prestador de anteriormente de uma
hidratação e cuidados nos ensinos forma gradual e
alterações - Cuidados importantes a ter sustentada pelo doente
neurovasculares no domicílio para evitar - Aplicar crioterapia, por
do membro complicações. períodos de 20-30min,
operado (avaliar a - Ensinar exercícios de 3-4x/dia
perfusão dos fortalecimento muscular, em
3º Dia pós- tecidos, presença pé com membros superiores
operatório de dor, edema e seguros em superfície fixa.
parestesias)
- Avaliar amplitude
articular com
goniómetro
- Avaliar força
muscular segundo
Escala Medical
Research Council
- Avaliar
conhecimentos
130
adquiridos no dia
anterior
- Aliviar a dor;
- Restaurar a mobilidade;
É mais complexa e acarreta maiores riscos que a prótese total da anca, visto que a
anca move-se em várias direcções, já o joelho move-se num único plano segundo um
arco amplo de 150º e assim os componentes protésicos ficam submetidos a vários
tipos de stress, maior que a anca. De acrescentar que o volume de material
necessário é maior que a prótese total da anca assim como a sua colocação é muito
mais superficial e não imersa em músculos, havendo maior risco de infecções e
necrose por traumatismo. (Serra, L et al 2012).
131
3.2.1-Plano de cuidados de enfermagem de reabilitação ao doente com PTJ
132
quadro 5)
- Exercícios isométricos, para
os quadricípites e glúteos
(Ver quadro 3 e 4)
- Exercícios de mobilização
ativa dos membros superiores
133
tecidos, presença operatório, depende da depuy
de dor, edema e indicação médica e norma - Exercícios de
parestesias) instituída no serviço, assim mobilização ativa, ativa
- Avaliar amplitude como a condição clínica do assistida ou passiva
articular com doente. para a flexão e
goniómetro - Não permitir a colocação de extensão anca e joelho.
- Avaliar força qualquer tipo de almofada - Exercícios de
muscular segundo debaixo do joelho já que extensão forçada tendo
Escala Medical estas vão comprometer a o cuidado de colocar as
Research Council extensão do joelho mãos imediatamente
- Avaliar - Ensino sobre a utilização do acima e abaixo da
conhecimentos sistema monitorizado região rotuliana.
adquiridos no dia automático (Kinitec), ou - Exercícios de
anterior consoante norma instituída no mobilização ativa, ativa
serviço (Ver quadro 14) assistida ou passiva de
abdução/adução.(Ver
quadro 6)
- Exercícios isométricos
para os quadricípites e
glúteos (Ver quadro 3;4)
- Exercícios activos dos
membros superiores
- Levante da cama com
e sem ajuda
- Levantar e sentar
- Aplicação do sistema
monitorizado
automático (Ver tabela)
- Aplicar crioterapia, por
períodos de 20-30min,
3-4x/dia
- Avaliar o doente - Ensinar ao doente a retoma - Controlo da dor
relativamente ao às actividades de vida diária - Exercícios de
estado de nomeadamente a mais duas respiração
2º Dia pós-
consciência, situações essenciais (Ver profunda/diafragmática
operatório
hidratação e quadro 16 e 12): - Exercícios de
alterações - Iniciar a marcha mobilização ativa, ativa
neurovasculares - Subir e descer escadas assistida ou passiva do
134
do membro Nota: A retoma às AVD’s pé bilateral. (Ver quadro
operado (avaliar a pode iniciar-se no 1º dia pós- 2)
perfusão dos operatório ou no 2º dia pós- - Exercícios de
tecidos, presença operatório, depende da mobilização ativa, ativa
de dor, edema e indicação médica e norma assistida ou passiva,
parestesias) instituída no serviço, assim para a flexão e
- Avaliar amplitude como a condição clínica do extensão da anca e
articular com doente joelho.
goniómetro - Reforço dos ensinos - Exercícios de
- Avaliar força efectuados no 1º dia pós- extensão forçada tendo
muscular segundo operatório o cuidado de colocar as
Escala Medical - Cuidados importantes a ter mãos imediatamente
Research Council no domicílio para evitar acima e abaixo da
- Avaliar complicações (Ver quadro 17) região rotuliana.
conhecimentos - Exercícios de
adquiridos no dia mobilização ativa, ativa
anterior assistida ou passiva de
abdução/adução. (Ver
quadro 6)
- Exercícios isométricos
para os quadricípites e
glúteos (Ver quadro 3;4)
- Exercícios activos dos
membros superiores
- Levante da cama com
e sem ajuda (Ver
tabela)
- Levantar e sentar (Ver
tabela)
- Aplicação do sistema
monitorizado
automático
- Aplicar crioterapia, por
períodos de 20-30min,
3-4x/dia
- Avaliar o doente - Reforço dos ensinos - Controlo da dor
3º Dia pós-
relativamente ao efectuados no 1º/2º dia pós- - Progressão nos
operatório
estado de operatório exercícios referidos
135
consciência, - Ensinar exercícios de anteriormente de uma
hidratação e fortalecimento muscular, em forma gradual e
alterações pé com membros superiores sustentada pelo doente
neurovasculares seguros em superfície fixa. - Aplicar crioterapia, por
do membro - Envolver o prestador de períodos de 20-30min,
operado (avaliar a cuidados nos ensinos 3-4x/dia
perfusão dos - Cuidados importantes a ter
tecidos, presença no domicílio para evitar
de dor, edema e complicações.
parestesias)
- Avaliar amplitude
articular com
goniómetro
- Avaliar força
muscular segundo
Escala Medical
Research Council
- Avaliar
conhecimentos
adquiridos no dia
anterior
Quadro 3.2 - Exercícios de mobilização ativa, ativa assistida ou passiva do pé, bilateral (Flexão
plantar/dorsiflexão; Inversão/Eversão)
1. Deitada, com ou sem almofada
debaixo dos tornozelos pede-se para
ativamente efectuar flexão plantar e
dorsiflexão, (10 vezes cada).
Posteriormente inversão e eversão
(10 vezes cada)
136
Quadro 3.3- Exercícios isométricos, para os quadricípites
1. Deitada com ou sem rolo,
empurrar o joelho na direcção
da cama, suster por 3
segundos e relaxar
posteriormente. (10vezes cada)
Quadro 3.5 - Exercícios activos, activos assistidos ou passivos para a flexão e extensão da
anca e joelho
1. Deitado, de uma forma passiva, ativa ou
ativa assistida fazer flexão/extensão do
joelho dentro dos limites de amplitude
articular. 10 vezes.
137
operado Fonte: http://www.physiocapsule.com/2016/02/patella-fracture-its-
physiotherapy.html
4. Terceiro, fazendo foça nas
canadianas com os membros
superiores avança o membro não
operado
5. Na inversão de marcha, a rotação deve ser feita para o lado são, permitindo que o membro
operado se desloque por arrastamento em rotação externa.
Quadro 3.10 - Sentar e levantar na prótese total anca e joelho (Cadeira com apoio de braços)
1. Colocar uma almofada para altear a cadeira se necessário, para evitar flexão superior a 90º
da anca
2. O doente deve encostar a
região poplítea à mesma, fazer a
extensão do membro operado,
apoiar-se nos braços da cadeira
e deixar cair o tronco até se
sentar
138
3. Para se levantar o doente
deve apoiar-se nos braços da
cadeira exercendo sobre estes e
sobre a perna sã a força
necessária. De pé, distribui a
carga recomendada pelos dois
membros
Nota: Lembrar para nunca utilizar as canadianas como apoio para sentar ou levantar da
cadeira, é a primeira atitude que o enfº deve incutir no doente.
Quadro 3.11 - Sentar e levantar na prótese total da anca e joelho (Cadeira sem apoio de
braços)
1. O doente deve encostar-se também à
cadeira mas desta vez lateralmente à mesma
para que as costas da cadeira lhe sirvam de
apoio (função de braço) para se sentar. Deve
estar encostada á parede
2. Deve encostar a região poplítea à cadeira,
fazer a extensão do membro operado, apoiar-
se nas costas da cadeira e deixar cair o
tronco até se sentar, só depois deve rodar por
forma a virar-se para a frente. (Apoiar
membro operado para evitar rotação interna)
3. Para se levantar, o doente, deve rodar novamente no sentido lateral, apoiar um braço nas
costas da cadeira exercendo força sobre a perna sã
Nota: A rotação lateral na cadeira sem braços, seja ao sentar, seja ao levantar, deve iniciar-se
sempre que possível, pelo lado são, para evitar a rotação interna da anca nas situações de
prótese total da anca e nos casos de prótese total do joelho não esquecer nunca de auxiliar o
membro operado para evitar a rotação e torção do joelho da perna
139
membros superiores
nas canadianas
3. Por último as
canadianas
4. Para descer escadas
o procedimento é
inverso. Primeiro as
canadianas
5. De seguida o pé do
membro operado
6. Por último, o pé são
Nota: Se for uma prótese total da anca não cimentada, subir e descer é igual em
termos de alternância de membros, sendo as canadianas o único que mantém o
esquema sequencial das cimentadas.
Quadro 3.13- Cuidados importantes a ter no domicílio para evitar complicações nos doentes
com prótese total da anca
- Não cruzar as pernas
- Não ajoelhar
- Não fazer flexão do quadril sem flexão do
joelho
-Deve ter uma cadeira alta, se necessário,
recorrer a uma almofada para altear
- As roupas devem ser largas e confortáveis
para se vestirem facilmente, tendo o cuidado
de começar 1º pelo lado doente
- No trabalho deve adoptar posições
Risco de luxação (Ações/Situações que
adequadas e evitar agachamentos ou
aumentam o risco)
permanecer ajoelhado,
- Não deverá cavar nem sachar
- Não deverá conduzir tractores, devido às
vibrações
- Não deve viajar de autocarro, principalmente
de pé, devendo eleger o metro ou o comboio
como transportes de eleição. Se for de
autocarro, deve escolher os lugares da frente
para se sentar.
- As viagens de carro, podem ser retomadas
140
2 meses após a cirurgia, devendo ter sempre
em atenção os movimentos de rotação da
anca à entrada e saída do veículo (ter sempre
em mente a necessidade de arrastar o
membro operado para impedir a adução)
- A condução só deve ser retomada cerca de
3 meses após a cirurgia,
- Se tiver necessidade de se deslocar de
carro, antes deste período, deve viajar
sempre ao lado do condutor tendo o cuidado
de escolher um carro amplo que permita ao
doente viajar com as pernas esticadas e
ligeiramente distanciadas do fundo para
prevenção de impactos na prótese com
acidentes e travagens bruscas
- Não pode andar de bicicleta ou mota
- No WC deve utilizar um assento elevatório
de sanita.
-.Caso só possua banheira, deve ter o
cuidado de a utilizar como se tratasse de uma
cadeira normal, isto é, colocar uma cadeira ao
lado da banheira devendo esta já ter o banco
de banheira acoplado, de forma ao doente
passar para ele com um movimento de
rotação.
- Na praia deve evitar as ondas grandes por
risco de queda,
- A actividade sexual é permitida desde que o
doente fique por baixo e sempre com cuidado
para não fazer adução do membro,
- Deve manter uma postura adequada quando
estiver em pé e parado,
- Os desportos mais radicais devem ser
evitados,
- O retomar da actividade desportiva deve ser
sempre decidido com acordo médico.
- Deve usar sapatos fechados, baixos e
Risco de queda
antiderrapantes
141
- Deve retirar quaisquer tapetes e/ou
passadeiras de sua casa
- No banho deve usar um tapete
antiderrapante e preferencialmente o poliban
- Deve comunicar ao seu médico assistente
qualquer infecção que ocorra (ver rubor;
calor; dor e tumefação) e estar alerta a
Risco de infeção estados febris.
- Se tiver necessidade de intramusculares
estes nunca devem ser aplicados no lado da
prótese
Fonte: https://es.wallapop.com/item/kinetec-artromotor-rodilla-
cpm-122991006
142
Quadro 3.16 - Treino de marcha
archa na prótese total do joelho
1. De pé, o doente deve fazer carga
distribuída igualmente pelos dois membros
(cirurgia do joelho sem sacrifício dos
cruzados) e com restrição de carga (cirurgia
do joelho com sacrifício dos cruzados)
2. Primeiro, avança as duas canadianas
3. Segundo, avança o membro operado Fonte: http://www.physiocapsule.com/2016/02/patella-
http://www.physiocapsule.com/2016/02/patella
fracture-its-physiotherapy.html
physiotherapy.html
4. Terceiro, fazendo foça nas canadianas com
os membros superiores avança o membro
não operado
5. Na inversão de marcha, a rotação deve ser feita com muito cuidado para evitar movimentos
de torsão
Nota: Só numa situação de grande instabilidade do joelho é que o doente deambula
com a tala de Depuy
Quadro 3.17 - Cuidados importantes a ter no domicílio para evitar complicações nos doentes
com prótese total do joelho
- Não rode bruscamente, deve sempre rodar
em bloco (devendo o membro operado ser a
1ª parte do corpo
o a rodar e só depois o
tronco)
- Evite saltar, correr ou fazer movimentos
mo de
torsão com o joelho
- No trabalho deve adoptar posições
adequadas e evitar agach
agachamentos ou
permanecer ajoelhado
Risco de luxação (Ações/Situações que - Se tiver de se baixar deve-se
se aninhar
aumentam o risco) - Não deverá cavar nem sachar
- Não deverá conduzir tractores, devido às
vibrações
- Não deve viajar de autocarro de pé,
devendo eleger o metro ou o comboio
comb como
transportes de eleição
- As viagens de carro podem ser retomadas 2
meses após a cirurgia, devendo sempre viajar
no lugar do passageiro e mantendo as pernas
esticadas mas não encostadas à frente (Por
143
causa do impacto no joelho em caso de
acidente ou travagem brusca)
- A condução só deve ser retomada cerca de
2 a 3 meses após a cirurgia, e sempre com o
aval do cirurgião que previamente lhe deverá
pedir um controle radiográfico
- Não pode andar de bicicleta ou mota
- Aquando do transporte de pesos, a carga
deve ser distribuída equitativamente por
ambos os membros, e nunca devem ser
superiores a 5 ou 10 Kg
- Deve ter cuidados redobrados no que diz
respeito ao seu peso e não engordar (mais 1
Kg de peso equivale a 4 Kg de sobrecarga
nos joelho
- Deve usar sapatos fechados, baixos e
antiderrapantes
- Deve retirar quaisquer tapetes e/ou
Risco de queda
passadeiras de sua casa
- No banho deve usar um tapete
antiderrapante e preferencialmente o poliban
- Deve comunicar ao seu médico assistente
qualquer infecção que ocorra (ver rubor;
calor; dor e tumefação) e estar alerta a
Risco de infeção estados febris.
- Se tiver necessidade de intramusculares
estes nunca devem ser aplicados no lado da
prótese
144
Capítulo IV
do Membro Inferior
145
4-Reabilitação em pessoas submetidas a amputação do membro inferior
Amputação é uma palavra que deriva do latim, com o seguinte significado: ambi= em volta
de; e putatio= podar/retirar.
1. Uma forma de tratamento, o qual liberta a maior parte das vezes os utentes de
uma extremidade dolorosa e frequentemente inútil;
Por vezes, a amputação de um membro corresponde mesmo ao último recurso para salvar
uma vida. Embora não pareça, amputação de um membro é sinônimo de restauração e cura
de um membro enfermo.
146
Após a amputação, o indivíduo tem muitas vezes dificuldade em aceitar psicologicamente o
coto, pois a deficiência física altera sua imagem corporal. Para que a reintegração corporal
seja produtiva e positiva para o paciente amputado, o mesmo deve aceitar sua perda física,
de forma a poder integrar as funções de um membro mecânico, como a prótese, com seus
próprios músculos, conseguindo, assim, domínio de seus movimentos.
147
4.1-Nível de amputação e atenção pré-operatória
O nível determinado para amputação do membro deve ser o mais longo possível, de acordo
com as possibilidades de cada caso. Deve ser escolhido um nível que assegurará boa
cicatrização, com adequada cobertura da pele e sensibilidade preservada. Um nível será
tanto mais adequado quanto melhor se prestar a adaptação a uma prótese funcional, uma
vez tendo sido satisfeitas as exigências relativas à sua escolha de acordo com a idade, com
a etiologia e a necessidade da amputação. O coto deve apresentar boa mobilidade e
circulação sanguínea, ser recoberto por uma boa almofada de músculo, tecido adiposo e
pele saudável e não apresentar dor.
Além disso, existem diversos aspetos referentes a fatores físicos contidos na avaliação pré-
operatória, que podem proporcionar complicações no processo de reabilitação, como nível
de visão e audição, estado circulatório, controle da bexiga e intestino, doença
cardiopulmonar relacionada, força dos músculos do tronco, mobilidade da coluna e pelve,
equilíbrio e postura geral, viabilidade do membro e condições da pele, condições físicas e
sociais, expectativas, adequações necessárias no domicílio e rede de suporte para cuidado.
Quaisquer dessas alterações devem ser consideradas para formulação de planos de ação
específicos para cada paciente.
O tratamento deverá ser iniciado de forma precoce para recuperação funcional, com
objetivo de acelerar a protetização e o retorno às atividades. Os objetivos visam à
148
cicatrização e redução de edema, manutenção ou aumento da força muscular de ambos os
membros, transferências e cuidados no leito, prevenir contraturas articulares do membro
residual ou qualquer membro, instrução nos cuidados do membro residual e marcha.
149
4.2-Cuidados de enfermagem de reabilitação ao utente amputado
150
sempre alinhados;
- Equilíbrio e coordenação;
- Aspetos Psicológicos;
151
com vasculopatia ou neuropatia);
- Musculatura abdominal e
paravertebral;
- Perimetria.
152
para a reabilitação com prótese. - Descarga de peso sobre o coto
- Fortalecimento muscular
153
Tabela 4.7 –Cuidados de enfermagem de reabilitação quando existe indicação para prótese
154
posteriormente, sacos de areia.
- Exercícios de propriocetividade e
equilíbrio.
155
Tabela 4.10 – Treino de escadas em utentes portadores de prótese
156
Tabela 4.12 – Cuidados de enfermagem no de reabilitação no tratamento da dor secundária à
amputação
157
4.3-Enfaixamento em 8 em amputação por baixo do joelho
4. Diminuir a tensão ao passar por trás. Voltamos a passar, agora pelo outro lado do
centro em quanto aumentamos a tensão.
5. Repetir este padrão em 8 até que o final do membro esteja ligado de forma segura, e
afixamos a ligadura com adhesivo (evitar alfinetes!).
6. Se o comprimento do coto por baixo do joelho for muito curto, precisamos continuar o
padrão em 8 por cima da articulação, e então afixar a ligadura.
158
4.4 - Enfaixamento em 8 em amputação por cima do joelho.
9. Aliviamos a tensão e passamos por trás, e a seguir subimos pelo outro lado do
centro, a medida que aumentamos a tensão novamente. Repetimos este padrão em 8
até que o final do membro esteja ligado de forma segura, e afixamos a ligadura com
adesivo.
159
Capítulo V
160
5-Reabilitação na mulher mastectomizada
O carcinoma da mama define-se como uma neoplasia primária da mama, com maior
incidência na mulher. O tratamento do cancro da mama pode ser utilizado tanto no
contexto neoadjuvante, adjuvante ou paliativo, a radioterapia, hormonoterapia, cirurgia
e quimioterapia (Ribeiro, 2014).
A cirurgia é uma das formas de tratamento mais comum no cancro da mama, tendo
várias abordagens de acordo com a classificação do tumor:
161
elevado risco de linfedema e deformação do peito e ombros. Por estes efeitos
secundários este tipo de cirurgia não é utlizada atualmente (Ribeiro, 2014).
Objetivo
Cuidados/ensinos de reabilitação
162
parede torácica, apoiado numa que esteja deitada.
almofada. - Evitar e/ou melhorar: limitações
- Posicionamento corporal em do movimento; diminuição da
decúbito lateral para o lado oposto ao força muscular; alterações
da cirurgia. posturais; aderências tecidulares;
- Alinhamento dos ombros e do tronco; desconforto na área submetida à
- Exercícios que promovam a cirurgia; alterações na circulação
contractilidade muscular do membro sanguínea e linfática e linfedema.
(abrindo e fechando os dedos da - Promover o relaxamento e a
mão). respiração
- Exercícios respiratórios. abdominodiafragmática auxilia o
movimento do fluido linfático pelas
diferenças de pressões intra-
abdominal e intra-torácica.
163
de pentear-se). força muscular.
- Braços ao nível do peito e pressionar - Diminuição de algias.
as palmas das mãos e de seguida - Reeducação postural.
relaxar. - Melhorar a motivação global e
- Abdução dos membros até 90º e incentivar a auto-estima, para que
rodar para trás e de seguida para a a mulher possa voltar à sua rotina
frente. normal.
- Abdução do membro a 90º e rodar o - Prevenir alguns problemas
punho. relacionados com prováveis
- Elevar os braços, colocar atrás da lesões neurológicas, alterações
cabeça e rodar os ombros. da sensibilidade, infecções e
- Rotação interna e externa do braço “omoplata alada”.
com abdução a 90º e flexão do
cotovelo a 90º.
- Balançar os braços para a direita e
para a esquerda com flexão do ombro
a 180º.
-Colocar uma mão ao nível da cabeça
e a outra na parte posterior do tronco,
alternando.
- Colocar os braços atrás da nuca com
as mãos entrelaçadas e aproximar os
cotovelos.
- Utilizar uma toalha para fazer a
flexão e extensão dos braços,
podendo subir e baixar a toalha na
parte posterior do tórax ao nível da
omoplata.
- Incentivar a usar os músculos dos
dois braços.
Nota: Todos os exercícios devem ser iniciados de uma forma suave e lenta para flexibilizar os
músculos, para que voltem ao seu movimento normal sem provocar dor. É mais importante que
sejam feitos de uma forma mais leve e com uma frequência diária, do que a impossibilidade da sua
realização por fadiga. Cada exercício deverá ser realizado quatro vezes ao dia.
164
Tabela 5.2 – Cuidados no domicílio
165
- Movimento pendular (em pé, próximo de uma parede,
dobrar o corpo até que o braço do lado não operado enconte-
se à parede com um apoio. Soltar bem o outro braço e
balancear para frente e para trás, de um lado para o outro).
- Movimentos de abertura com o membro superior
Exercícios
Fonte: http://fisioterapia.com/reabilitacao-funcional-pos-mastectomia/
- Passar uma corda por cima de uma barra de chuveiro ou sobre a porta.
Fonte: http://fisioterapia.com/reabilitacao-funcional-pos-mastectomia/
Fonte: http://fisioterapia.com/reabilitacao-funcional-pos-mastectomia/
166
- Apertar uma bolinha de borracha (cerca de 20 vezes, 2
vezes por dia),na posição de sentada ou em pé, contraindo
todos os músculos do braço, mantendo por três segundos
cada contração.
Fonte: http://fisioterapia.com/reabilitacao-funcional-pos-mastectomia/
5.3- Linfedema
O linfedema pode ser definido como uma acumulação de líquido no espaço intersticial,
rico em proteínas, que surge devido a uma inadequada drenagem linfática e que se
caracteriza pelo aparecimento de edema, inflamação crónica e fibrose (Martins, 2006).
167
quando existe uma diferença superior a 5% nas medições comparativas dos dois
membros superiores (Martins, 2006).
Técnica de
Procedimento Objetivo
Reeducação
168
- Aplicada como terapia de
primeira linha.
- Utilizada durante as 24 horas do
dia segundo alguns autores,
enquanto outros aconselham a sua
utilização apenas durante a
posição ortostática ou durante a
prática de exercício.
- Este material deve ser
substituído entre os 4 a 6 meses
ou quando começa a perder a
elasticidade.
- Produz uma compressão
intermitente ou sequencial da
Pressoterapia:
extremidade afetada.
2.Terapia Compressiva
- Pode ser utilizado de 90 minutos
Pneumática
a seis horas, com duas a três
sessões semanais durante três a
quatro semanas.
- Caracteriza-se por movimentos
realizados manualmente com
suavidade, e baixa intensidade de
pressão e ritmo constante.
Seguindo o trajecto do sistema
linfático com movimentos lentos,
intermitentes e relaxantes.
- Não se deve utilizar nenhum
meio intermédio (pomadas ou
cremes) entre a mão do - Permitir o escoamento dos
massagista e a pele do paciente. líquidos excedentários que
- Ao iniciar a sessão da massagem banham as células, mantendo
de drenagem linfática realiza-se assim o equilíbrio hídrico dos
cerca de 10 manobras no centro espaços intersticiais.
do gânglio, onde vamos drenar a - Possibilita também a
linfa dos vasos coletores – eliminação dos produtos de
Drenagem linfática
evacuação. degradação provenientes do
manual
- Nas correntes linfáticas realiza-se metabolismo celular.
cerca de 5 manobras de captação
169
da linfa para os gânglios linfáticos
correspondente.
- Pós captar a linfa para os
gânglios linfáticas, realiza-se 5
manobras no centro do gânglio,
onde vamos drenar a linfa dos
vasos coletores – evacução.
- As manobras devem ter a direção
da corrente linfática; - Nos
membros superiores e inferiores
deve-se drenar primeiro as zonas
proximais e posteriormente as
distais (gânglios proximais).
170
- Colocar o membro superior em flexão. Colocar-se atrás do paciente para fazer a drenagem da
parte interna do membro superior
171
- Proceder à drenagem linfática do antebraço.
172
Fonte: Cassar, 2001 Fonte: Cassar, 2001
173
Capítulo VI
Massagem Terapêutica
174
6- Massagem Terapêutica
175
parede intestinal.
- Efeito sedativo e de relaxamento.
176
Tabela 6.2 – Pressão deslizante
- Deve ser executada lentamente. - Produz um rápido esvaziamento de sangue dos vasos
- Para intensificar a ação da sanguíneos da zona tratada –melhora o retorno venoso.
técnica, pode utilizar a mão em - Aumenta a temperatura local – melhora o metabolismo
sobrecarga. celular.
- A força/pressão que se realiza - Melhora o fluxo linfático – permite diminuir estase
sobre os tecidos depende massa sanguínea, hematomas e o edema.
muscular, localização anatómica - Diminui a dor (espasmos e contraturas musculares).
e idade do paciente. - Elimina as toxinas dos músculos e promove a
- A força/pressão que se realiza oxigenação. – Ajuda a eliminar a fadiga no pós exercício
sobre os tecidos não deve físico.
provocar dor ao paciente. - Pode ter uma ação relaxante ou excitante, de acordo,
com a frequência/ritmo e pressão que é executada.
- A pressão
deslizante transversal refere-se
posição das mãos, que está
transversal.
Pressão deslizante transversal
Fonte: Cassar, 2001
com a palma da mão
177
Pressão deslizante tranversal - A pressão é realizada com o polegar
com o polegar transversal.
178
- Aumenta a mobilidade das articulações. Melhora o
estado funcional dos ligamentos e do aparelho locomotor.
- Diminui a fadiga muscular.
- Aumenta a capacidade de contracção muscular.
- Elimina a tensão muscular e restabelece a capacidade de
trabalho.
- Aumenta a mobilidade dos tecidos moles;
- Diminui a dor.
- Estimula o sistema nervoso, de acordo, com a
frequência/ritmo e pressão que é executada (relaxamento
ou excitação).
179
- Aplica-se essencialmente
Amassamento com a polpa do
em músculos planos.
polegar
- Técnica com maior precisão.
Fonte: Cassar, 2001
carga.
180
fibras, embora as duas últimas - Tratamento do cólon, desde que as técnicas sejam
sejam geralmente os métodos confortáveis para o paciente. Os músculos involuntários do
preferidos; trato digestivo são estimulados por esta manobra.
- Para realizar a fricção deve-se - Diminuí a dor (em algumas neuralgias a fricção na zona
usar pouco lubrificante; do nervo, pode diminuir a dor).
- Deve-se combinar a fricção com - Usada em traumatismos músculo-esqueléticos depois da
o deslizamento, quando existem fase aguda.
sensações dolorosas;
- A escolha do tipo de fricção
depende do objetivo da
massagem, localização
anatómica, tempo e da fase da
evolução da patologia.
A fricção pode ser efetuada em
movimentos:
Linear
Zigzag
Espiral
Circular
Em traços
Tipos de fricção
181
- Fricção realizada com os dedos em
Fricção em pinças
pinças. Aplica-se só nas articulações e
tendões.
Fonte: Cassar, 2001
182
- As mãos devem ser retiradas do corpo do -Diminuí a percepção da dor.
paciente suavemente e gradualmente.
-Pode-se utilizar esta técnica por períodos
prolongados. Pode ir de 1 minuto a 15 minutos.
183
-Utiliza-se o peso da mão necessário para que -Reduz a dor.
exista um contato da mão do massagista com a
pele do paciente. -Diminuí o tónus muscular.
Efeito relaxante:
- No contato palmar ou com os dedos tem uma
frequência baixa, ritmo constante e com uma
direção centrífuga nos membros superiores e
inferiores;
- No contato palmar ou com os dedos com uma
frequência baixa, ritmo constante e com uma
direção caudal nas costas.
Efeito excitante:
- No contato com os dedos com uma frequência
alta, ritmo irregular e com uma direção centrípeta
nos membros superiores e inferiores;
- No contato com os dedos com uma frequência
alta, ritmo irregular e com uma direção cefálica
nas costas.
184
- O contato é realizado com a palma das mãos.
Deslizamento superficial com a palma
- Esta técnica é mais relaxante quando é realizada
das mãos
com a ponta dos dedos.
Percussão com a mão em concha - Essa posição é mantida enquanto a mão tem um
movimento descendente, emitindo um som oco
185
enquanto golpeia os tecidos.
- Não existe movimento no punho.
O movimento ocorre no cotovelo.
- Técnica é muito utilizada para
libertar secreções. Fonte: Cassar, 2001
Técnicas de vibração/agitação
186
- Os dedos geralmente são mantidos abertos e
estendidos, mas também podem ficar juntos uns dos
Vibração/agitação de baixa frequência outros;
com a mão - Nessa posição é aplicada uma ligeira pressão
intermitente com toda a mão. E, logo de seguida
fazem-se movimentos de vibração.
Vibração de baixa frequência com a - Igual á vibração com uma mão. Neste caso é
ponta dos dedos executada com as pontas dos dedos.
Vibração de baixa frequência com as - Movimentos de vibração ou de agitação com as
falanges falanges.
187
Procedimentos Efeitos Terapêuticos
- Esta técnica pode ter outras denominações, tais como: - Diminuir a dor provocada por
compressão isquémica, pressão digital e contato profundo. pontos de gatilho miofasciais por
- Uma técnica não deslizante que se aplica sobre exemplo em: traumatismos,
músculos, tendões e tecido conjuntivo. tendinopatias, fadiga,
- A compressão aplica-se perpendicularmente aos tecidos desequilíbrios posturais, fadiga,
e mantém-se durante alguns minutos. stress emocional, dor
- O tipo de contato que se faz depende da localização musculoesquelética, lombalgia,
anatómica e da dureza dos tecidos, que vamos comprimir. hérnia discal, síndrome costal
- O polegar e os outros dedos adaptam-se melhor a doloroso, dor articular, entre
músculos pequenos. Utiliza-se a compressão com o outros.
cotovelo nos músculos fortes e duros. -Estimulação proprioceptiva.
- Pode-se utilizar ferramentas de dispositivos (barras em T) -Diminuir aderências e fibroses
ou bolas (pequenas) para fazer a compressão. musculares.
- O contato é estável. O massagista deve ter sempre o
controle sobre a direção, profundidade e pressão. Assim,
não se deve utilizar lubrificante;
- Aplica-se pouca pressão e vai-se aumentar ao pouco até
à profundidade desejada. Posteriormente, mantém-se uma
pressão constante. Para retirar a compressão vai-se
libertando gradualmente a pressão.
- O tempo de compressão pode ser de alguns segundos
até minutos.
188
massagem.
-Após tratar um ponto de gatilho pode ser realizado um
alongamento do músculo que foi tratado e de seguida
realizar exercicios ativos (isotónicos).
189
músculo ou em toda a extremidade. da amplitude articular, como sucede
- As superfícies de contato eleitas são a palma da em transtornos posturais como a
mão, cifose, lordose, escolioses, elevação
dos ombros, postura anterior, entre
eminência tenar, dedos e antebraço; estas não outros.
devem deslizar sobre a pele. - Está indicada em restrições da
- As mãos são colocadas nos extremos opostos dos mobilidade provocada por
tecidos que queremos alongar, com uma pressão traumatismos, síndromes
suficiente para atuar sobre a compartimentais fasciais crónicos.
fáscia. - Pontos de gatilho.
Fonte: Cassar, 2001
Ponta dos dedos para alongar Alongamento dos músculos cervicais posteriores
músculos pequenos
190
Fonte: Cassar, 2001 Fonte: Cassar, 2001
191
7-Considerações finais
Terminamos este trabalho, com a sensação de que foi um pequeno passo no nosso
processo contínuo de crescimento, enquanto pessoas e profissionais.
192
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