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Mania de perseguição

A sua mente o leva a acreditar que está sendo vigiado, ridicularizado ou comentado
por outras pessoas. Assim, passa a viver desconfiado de todas as pessoas
conhecidas ou não.
O primeiro sintoma e sua consequência faz com que deixe de lado seus
relacionamentos antigos, se afastando. Isso acontece por conta do medo em ser
julgado por sua postura.
Outra das características da mania de perseguição é a baixa autoestima e confiança
em si. O indivíduo sempre é inseguro demais em relação a si.
Mesmo que não seja da sua conta, acaba se sentindo responsável pelos
problemas de todos, sentindo angústia frequente.
A sua baixa autoestima o força a se comparar com os outros, fazendo autocríticas
pesadas e destrutivas sobre si.
Em sua forma mais leve, pode surgir como timidez em âmbito social. Ocorre um enorme gasto
emocional, ocorrem percepções erradas sobre o mundo. Há a necessidade de separar o que é
realidade do que é projeção fantasiosa.

Perguntas pertinentes:

 Sente que está sendo olhado demais pelas pessoas próximas?


 Desconfia que pessoa muito próximas a você estão tentando te prejudicar?
 Já encontrou um grupo de pessoas aleatórias rindo de algo e pensou ser você
a piada em questão?
 Acredita que alguém desgoste de você mesmo que sem razão aparente ou ter
feito algo?

Personalidade fóbica

Relacionou-a ao complexo de Édipo, classificando-a no grupo de histeria de


angústia, ou seja, o paciente tenta livrar-se da angústia à custa de inibições e de
restrições a que se submete.
Essas evitações, segundo Freud, são defesas para impedir que o conteúdo
recalcado, sob a forma de libido livre, se manifeste na consciência.
Freud defendeu, em decorrência, que as fobias são processos resultantes
dessa defesa, fobias são sintomas substitutivos da satisfação instintiva recalcada,
portanto correspondem a sintomas de angústias inconscientes recalcadas
Os autores kleinianos acreditam que as fobias são defesas contra estados
psicóticos, atuando para impedir a eclosão de angústias geradas pela incapacidade
do ego de lidar com impulsos destrutivos e de reparar os objetos destruídos
uma fragilidade básica domina a personalidade fóbica, e essa fragilidade faz
com que, quando algo de difícil ou negativo se faz presente, a solução entre num
beco sem saída, complicando o contato com as emoções
a aflição que o fóbico sente ao imaginar que contato significa contato com
desgraças dificulta a relação de objetos e a integração do self. Trinca acredita que a
personalidade fóbica deseja um trabalho especial diante da dor, pois afigura-se tão
frágil e impotente que não consegue suportar a realidade, imaginada, assim, terrível
e catastrófica.
a personalidade fóbica origina-se de rupturas mais ou menos intensas que se
dão no centro de sustentação interna.
Ainda que seu equilíbrio seja relativamente precário, segundo o autor, uma
pessoa manterá a ligação com o centro de sustentação interna e não se tornará
fóbica, mas, se esse centro vital for posto em xeque, a desestabilização resultante
tenderá à fobia, e, quando isso se verifica, por sentir que lhe falta sustentação
interna, a pessoa entra em estado de angústia e pavor, imaginando que tudo se
arruína, transmitindo a impressão de que a vida está para afundar.
O autor acredita que a personalidade fóbica decorre de renúncias à
autenticidade feitas em alguns momentos da vida. Nos fóbicos, as emoções se
apresentam em avassalador estado bruto e original, não sendo possível transformá-
las favoráveis a eles.
Contudo, há um requisito que distingue o fóbico do não-fóbico, que é a
angústia de dissipação do self, que se trata de uma angústia básica de inexistência,
desintegração, terror em face de ameaça onipresente da morte, aos quais passam
ao vácuo da inexistência.
a psicanálise oferece uma aproximação à compreensão da origem do
distúrbio fóbico por meio da teoria da relação mãe e bebê, pois a mãe pode atuar
como continente primário, acalmando-lhe as turbulências e angústias inimagináveis,
proporcionando-lhe experiências de existir. Ao lado disso, a personalidade fóbica
repete, ainda, angústias, fantasias inconscientes e defesas primitivas relacionadas à
essa época.
Trinca acrescenta que no fóbico, o medo de dispersão do continente interno
cai no centro da angústia de dissipação do self, causando dúvidas sobre a validade
da própria percepção do mundo
A função da análise, o autor aponta que ela auxilia o paciente no momento em
que o analista se coloca como um intermediário entre o fóbico e as emoções que
sente; ou seja, a capacidade do analista de conter as emoções sobrevindas na
relação, dirigi-las e transformá-las em conhecimento é um resgate efetivo do
princípio que esteve deficitário no continente primário do paciente, assim sendo, o
analista colabora na transformação de um universo mental primitivo em um universo
no qual as emoções são simbolizadas e a vida assume determinada forma pessoal.
A turbulência psíquica que aflige os fóbicos desapareceria se ele conseguisse
pensar, pois a mortiferacidade com que tratam as mais simples coisas da vida é que
os angustia
O autor acredita, portanto, que a personalidade fóbica evolui na análise
quando consegue viver uma relação de confiança com o que lhe é significativo e lhe
proporciona experiências de autossustentação emocional.
O autor comprovou a teoria de Segal (1983) de que a reação fóbica é uma
defesa contra a angústia, derivada do instinto de morte, e diferenciou a
personalidade fóbica do melancólico, sendo que o primeiro tende a um deserto
interior resultante de esvaziamentos e de organizações que atingem o continente
interno, o centro de sustentação interna, os contornos e os núcleos do self.
Se encontra diretamente associada a uma extrema dificuldade em se ver
como se é, o indivíduo que se deixa dominar por essa dificuldade aparenta ter
reprimido o prazer de viver, até porque deixa de apreender uma série de nuances e
matizes de suas experiências.
Devido ao enfraquecimento do self, há um distanciamento intrapsíquico que
tende ao esvaziamento do ser e pode ensejar o pânico. Ambos os fenômenos
acarretam um sofrimento emocional intenso e devem ser considerados
psicopatológicos, na medida em que rompem o canal de comunicação que deveria
se manter entre as instâncias do aparelho mental.
Estando impossibilitado de dar forma ao mundo interno e de usar os seus
recursos para dominar as emoções, o paciente fica ao capricho da indeterminação e
da imprevisibilidade, bem como das ameaças de ódio e de destrutividade, o pânico
pode ser entendido como uma espécie de descarga, dotada de uma potência de
linguagem, capaz de inscrevê-lo em uma história pessoal a partir do momento que
confere forma à memória filogenética que é intrínseca à angústia automática.
O excesso pulsional muitas vezes é vivido como angústia, de modo que o
culto à liberdade individual estimula a constante busca por satisfação e,
paradoxalmente, leva a experiências de fracasso.
Parece razoável afirmar que a personalidade fóbica fomenta o hiper
dimensionamento da vulnerabilidade às ameaças de desorganização psíquica a que
todos, influenciados pelos modos de subjetivação emergentes nos dias de hoje,
somos submetidos incontáveis vezes ao longo da vida. E, frente a essa
vulnerabilidade hiper dimensionada, medidas drásticas são adotadas – a servidão
masoquista seria uma delas – pelo indivíduo com o intuito de evitar a queda em um
abismo existencial.
A uma constatação complementar se pode chegar a partir do resgate da
noção de desamparo. Pereira (2003) defende que o pânico é a última muralha
erguida contra o risco de desorganização emocional, que se vislumbra a partir do
contato com o próprio desamparo. Parece razoável, então, propor que os ataques de
pânico surgem como respostas radicais a tentativas malogradas de controlar
ameaças de inundamento pulsional.
Assim, em que pese o fato de essas ameaças serem precipitadas
essencialmente pela constatação de uma condição estruturante do psiquismo – seu
destino a organizar-se, sem garantias, em relação – que não foi simbolizada, o
pânico não deixaria de ser uma espécie de pedido de socorro, o que o credencia
como algo para além de uma pura descarga.

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