Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nariel Diotto
Deise Brião Ferraz
(Organizadoras)
Volume 4
Editora Ilustração
Cruz Alta – Brasil
2023
Copyright © Editora Ilustração
CATALOGAÇÃO NA FONTE
G326 Gênero, direitos humanos e políticas públicas [recurso
eletrônico] / organizadoras: Marli Marlene Moraes da
Costa, Nariel Diotto, Deise Brião Ferraz. - Cruz Alta :
Ilustração, 2023.
v. 4
ISBN 978-65-85614-46-7
DOI 10.46550/978-65-85614-46-7
CDU: 396.2
Responsável pela catalogação: Fernanda Ribeiro Paz - CRB 10/ 1720
Rua Coronel Martins 194, Bairro São Miguel, Cruz Alta, CEP 98025-057
E-mail: eilustracao@gmail.com
www.editorailustracao.com.br
Conselho Editorial
Prefácio����������������������������������������������������������������������������������������������11
Bibiana Terra
4 OLIVEIRA, Francisca Moana Araújo de. Políticas Públicas de Gênero. In: TERRA,
Bibiana (Org.). Dicionário Feminista Brasileiro: conceitos para a compreensão dos
feminismos. São Paulo: Editora Dialética, 2022. P. 307-312.
5 OLIVEIRA, Francisca Moana Araújo de. Políticas Públicas de Gênero. In: TERRA,
Bibiana (Org.). Dicionário Feminista Brasileiro: conceitos para a compreensão dos
feminismos. São Paulo: Editora Dialética, 2022. P. 307-312.
Gênero, Direitos Humanos e Políticas Públicas 13
Bibiana Terra
Professora na Escola de Formação Jurídica (EFJ).
Mestra em Direito, com ênfase em Constitucionalismo
e Democracia, na Linha de Pesquisa Relações Sociais e
Democracia, pela Faculdade de Direito do Sul de Minas
- FDSM (2021). Especialista em Direitos das Mulheres
(Lelage, 2023). Advogada, pesquisadora e organizadora
de livros. Para contato: bibianaterra@yahoo.com e
escoladeformacaojuridica@gmail.com
Capítulo 1
Considerações inicias
Considerações finais
Referências
Considerações iniciais
Considerações finais
Referências
Considerações iniciais
Considerações finais
Referências
https://periodicos.unb.br/index.php/redunb/article/view/20343.
Acesso em 07 abr. 2022.
SINDOJUS. Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará. Oficialas
de Justiça falam sobre os impactos da pandemia no trabalho
e enquanto mulheres, 2021. Disponível em: https://sindojus-
ce.org.br/noticia-destaque/oficialas-de-justica-falam-sobre-os-
impactos-da-pandemia-no-trabalho-e-enquanto-mulheres/. Acesso
em 12 abr. 2021.
Capítulo 4
Considerações iniciais
patrimonialismo.
Tal característica tratava de valorizar bens em detrimento
dos seres humanos, deixando a preocupação com os indivíduos,
sobretudo os que apresentavam em posição de vulnerabilidade
social – diretamente conectada ao ideal capitalista de acumulação
de bens – desamparados, bem como rebaixados a categorias de
absolutamente incapazes, como foi o caso das mulheres. Nesse
caso, tal legislação tratava de demonstrar fortemente a ausência de
qualquer tipo de ideal de igualdade de gênero, sobretudo ao colocar
as mulheres como propriedade, primeiramente de seus pais e, após,
de seus maridos, naturalizando a ideia de prestar obediência ao
masculino.
Não obstante a isso, a inserção dos movimentos sociais
feministas que lutavam pela igualdade de gênero e emancipação
feminina ganharam notória repercussão, balançando as estruturas
sociais sexistas consolidadas e sendo capazes de modificar as ordens
no âmbito legal. Conforme menciona Santos (2010), o tema da
violência contra a mulher já havia ganhado contornos em 1980
– através da força dos referidos movimentos – com a criação das
Delegacias da Mulher.
Nesse sentido, a promulgação da Constituição Federal de
1988 - no contexto de redemocratização e, portanto, de afirmação
à proteção de direitos sociais e reconhecimento de minorias, em
prol da igualdade – trouxe significativas modificações às demais
legislações posteriores, diante de sua força vinculante. Nesse
contexto, no ano de 2002 sobreveio a promulgação do novo Código
Civil, que trouxe de forma expressa a igualdade entre gêneros,
bem como garantindo direitos não contemplados pelo Código
anterior, sobretudo em razão de seu viés mais humano e menos
patrimonialista, vinculado diretamente ao ideal constitucional
social.
Ocorre que, em que pese a presença de uma nova força
constitucional vinculante, bem como novas legislações que
garantissem o avanço na materialidade dos direitos formais de
74 Gênero, Direitos Humanos e Políticas Públicas
Considerações finais
Referências
Considerações iniciais
2 Na obra Ensaio de Biologia Social (1959), Josué de Castro critica como os estudos
sociológicos produziram uma ditadura pitoresca dentro da sociologia nacional. Faz
críticas direcionada à Gilberto Freyre acusando-o de, em que pese a importância da
discussão racial, apresentar informações faltantes e críticas sobre a alimentação das
populações pobres. A análise de Castro questiona a sociologia que apenas descreve,
e – em seu entender – descreve de forma incompleta os problemas sociais e estruturais
advindos da má alimentação e/ou da ausência dela, chama tal sociologia (e Gilberto
Freyre) de um desserviço intelectual descomprometido com a nação. Daí surge a
necessidade de uma “Sociologia Comprometida”, vez que além de uma análise
multicientífica tem uma diretriz ética de superar a realidade de iniquidade analisada.
(SILVA, 1998).
Gênero, Direitos Humanos e Políticas Públicas 95
3 “Não foi na Sorbonne, nem em qualquer outra universidade sábia que travei
conhecimento com o fenômeno da fome. A fome se revelou espontaneamente aos
meus olhos nos mangues do Capibaribe, nos bairros miseráveis do Recife – Afogados,
Pina, Santo Amaro, Ilha do Leite. Esta foi a minha Sorbonne”. (CASTRO, 1996).
Gênero, Direitos Humanos e Políticas Públicas 97
Considerações finais
Referências
Brasiliense, 1960.
CASTRO, Josué de. Alimentação e raça. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1936.
CASTRO, Josué de. A alimentação brasileira à luz da geografia
humana. Rio de Janeiro: Globo, 1937.
CASTRO, Josué de. Documentário do Nordeste. 4. ed. São
Paulo: Brasiliense, 1968.
CASTRO, Josué de. Geopolítica da fome. 8. ed. São Paulo:
Brasiliense, 1968.
CASTRO, Josué de. As condições de vida das classes operárias
no Nordeste. In: Castro J. Documentário do Nordeste. 2.ed. São
Paulo: Brasiliense, 1959.
ELPAÍS. Bolsonaro: “Falar que se passa fome no
Brasil é uma grande mentira, é um discurso populista.
Disponível em https://brasil.elpais.com/brasil/2019/07/19/
politica/1563547685_513257.html. Acesso em: 25 jun. 2023.
FAO. The State of Food Insecurity in the World (SOFI). 2014.
Disponível em: https://www.fao.org/3/ i4030e/i4030e.pdf. Acesso
em: 10 jun. 2023.
FREITAS, Gabriele Carvalho de. Agravamento da fome:
Covid-19 e suas consequências. Observatório História e Saúde,
COC/Fiocruz, 2020. Disponível em: http://ohs.coc.fiocruz.
br/posts_ohs/ o-agravamento-da-fome-o-covid-19-e-suas-
consequencias/. Acesso em: 10 jun. 2023.
GELEDÉS. Tem gente com fome: há 78 anos Solano Trindade
era preso por pomea. Disponível em: https://www.geledes.org.br/
tem-gente-com-fome-ha-78-anos-solano-trindade-ia-preso-por-
poema/. Acesso em: 25 jun 2022
MAGALHÃES, R. Fome: uma (re)leitura de Josué de Castro. Rio
de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 1997.
NASCIMENTO, Renato Carvalheira do. Josué de Castro: o
112 Gênero, Direitos Humanos e Políticas Públicas
Considerações iniciais
mulheres frente ao uso dos seus próprios corpos, eis que eles estão
constantemente subordinados à dominação masculina, como é
possível se verificar através das próprias publicidades que utilizam o
corpo feminino como sendo um objeto de exploração.
Sendo assim, mesmo que tenham ocorrido diversos avanços
visando a emancipação das mulheres, ainda permanecem as
desigualdades de gênero, as práticas machistas e os ideais sexistas,
corroborando com a direta relação entre o capitalismo e as opressões
de gênero, uma vez que através das associações simbólicas se chega
até a ideia de submissão das mulheres frente à dominação dos
homens (TOMAZZETTI, 2022).
Embora sendo constantes as lutas para promover o
rompimento das ideias machistas e patriarcais ainda propagadas na
sociedade, a fim de se conquistar a autonomia do corpo (OLIVEIRA-
CRUZ; ISAIA, 2022), cada vez mais a indústria da beleza, em seus
diferentes segmentos, passa a ser uma ferramenta de controle das
mulheres, colocando em risco tudo que os movimentos feministas
proporcionaram e avançaram frente aos direitos e garantias das
mulheres (WOLF, 2018).
Em consonância com Wolf (2018), verifica-se a presença
de uma reação ao feminismo de forma violenta, partindo-se do uso
de imagens da beleza feminina como sendo uma espécie de arma
política que impede a evolução das mulheres, ou seja, dando ensejo
ao que a autora denomina como sendo “o mito da beleza”, o qual
é um reflexo social que vem sendo verificado desde a Revolução
Industrial, exercendo uma função de controle da sociedade, em
especial das mulheres.
Assim, juntamente com o avanço das novas tecnologias,
passou-se a reproduzir imagens de um corpo e aparência “ideal”
para todas as mulheres, sendo que dentre as ficções que foram
criadas a partir disso, encontra-se o mito da beleza e a busca por
uma beleza irreal e impossível de ser alcançada (WOLF, 2018). Em
face disso, importa destacar que o corpo feminino é visto em todo
e qualquer lugar, seja através dos comerciais, das revistas, em telas,
116 Gênero, Direitos Humanos e Políticas Públicas
Considerações finais
Referências
jun. 2023.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Tradução de
Maria Helena Kühner. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
2002.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de
1988. Brasília, DF: Presidência da República, 2020. Disponível
em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm. Acesso em 04 jun. 2023.
BRASIL. Decreto nº 1.973, de 1º de agosto de 1996. Promulga
a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar
a Violência contra a Mulher, concluída em Belém do Pará,
em 9 de junho de 1994. Brasília, DF: Presidência da República,
1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1996/d1973.htm. Acesso em 04 jun. 2023.
BRASIL. Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992. Atos
internacionais. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e
Políticos. Promulgação. Brasília, DF: Presidência da República,
1992. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/1990-1994/d0592.htm. Acesso em 04 jun. 2023.
BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria
mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da
Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados
de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o
Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução
Penal; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da
República, 2021. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm. Acesso em 04
jun. 2023.
BRASIL. Lei nº 14.188, de 28 de julho de 2021. Define o
programa de cooperação Sinal Vermelho contra a Violência
128 Gênero, Direitos Humanos e Políticas Públicas
Considerações iniciais
Considerações finais
Referências
Considerações inicias
Considerações finais
Referências
Considerações iniciais
Considerações finais
Referências
https://mpt.mp.br/pgt/noticias/nota-tecnica-no-4-coronavirus-1.
pdf. Acesso em: 29 jun. 2023.
MARANGONI, Carolina Aires; KOPP, Juliana Borges;
MARINHO, Melina Oliveira e. A utilização da lei de alienação
parental como instrumento de realização de violência psicológica
contra mulheres. Revista Direito e Feminismos, Salvador, BA,
v. 1, n. 1, p. 1–20, 2022. Disponível em: https://revista.ibadfem.
com.br/revista/article/view/14. Acesso em: 25 jun. 2023.
CÂMARA DOS DEPUTADOS; ALMEIDA, Dulcielly Nóbrega
de; PERLIN, Giovana Dal Bianco; VOGEL, Luiz Henrique;
WATANABE, Alessandra Nardoni. Violência contra a Mulher
(Lei Fácil Livro 1). Edições Câmara. eBook. 6 ago. 2020.
CRUZ, Rúbia Abs da Cruz. Quando a Justiça é injusta. Folha de
Pernambuco. 04 nov 2018. Disponível em: https://www.folhape.
com.br/noticias/advogada-alerta-lei-da-alienacao-parental-poe-
em-risco-a-protecao-das/86475/. Acesso em: 25 jun. 2023.
FUKS, Betty Bernardo; OLIVEN, Leonora Roizen Albek.
Alienação Parental: a família em litígio. 2011. In: Polêmica, v.
10, n. 1. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.
php/polemica/issue/view/232. Acesso em: 20 jun. 2023.
GARDNER, Richard A. True and False Accusations of Child
Sex Abuse. Cresskill, NJ: Creative Therapeutics , 1992.
HÜMMELGEN, Isabela; CANGUSSÚ, Kauan Juliano.
Estereótipos de gênero no direito das famílias: um
estudo da doutrina jurídica sobre alienação parental.
Disponível em: http://www.direitorp.usp.br/wp-content/
uploads/2017/12/ALIENA%C3%87%C3%83O-PARENTAL-
O-ESTERE%C3%93TIPO-DA-MULHER-NO-SISTEMA-
DE-JUSTI%C3%87A-BRASILEIRO.doc Acesso em: 28 jun de
2023.
IBDFAM. IBGE: Guarda compartilhada após separação
aumenta; guarda só de mãe cai. Disponível em: https://ibdfam.
org.br/noticias/ibdfam-na-midia/18931/%C3%A7%C3%A3o+
196 Gênero, Direitos Humanos e Políticas Públicas
aumenta%3B+guarda+s%C3%B3+de+m%C3%A3e+cai. Acesso
em: 30 jun. 2023
LEMOS, Sibele. Lei de Alienação Parental: a alternativa punitiva
legal e regulatória do
Estado sobre mulheres e relações familiares. Cress 17ª Região
- Espírito Santo. 03 mar. 2022. Disponível em: http://www.
cress-es.org.br/lei-de-alienacao-parental-a-alternativa-punitiva-
legal-e-regulatoria-do-estado-sobre-mulheres-e-relacoes-
familiares/#:~:text=Conforme%20o%20CNS%2C%20a%20
Organiza%C3%A7%C3%A3o,dos%20casos%20de%20
abuso%20sexual. Acesso em: 25 jun. 2023.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Comitê de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais (CESCR). Recomendação Geral
nº 28, sobre as obrigações fundamentais dos Estados Partes ao
abrigo do art. 2º da Convenção sobre a Eliminação de Todas
as Formas de Discriminação contra as Mulheres (adotada pelo
Comitê na sua 47ª sessão, em 2010). Acesso em: 29 jun. 2023.
RICCI, Larissa; PEREIRA, Maria Irenilda. Entenda o que é
alienação parental e como a lei é usada contra as mulheres. 17
abr. 2021. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/
nacional/2021/04/17/interna_nacional,1257715/entenda-o-que-
e-alienacao-parental-e-como-a-lei-e-usada-contra-as-mulheres.
shtml. Acesso em: 20 jun . 2023.
SOTTOMAYOR, Maria Clara. Uma análise crítica da
síndrome de alienação parental e os riscos da sua utilização
nos tribunais de família. Disponível em: chrome-extension://
efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://repositorio.ucp.pt/
bitstream/10400.14/12591/4/073-107-Aliena%c3%a7%c3%a3o-
parental.pdf. Acesso em 19 jun. 2023.
SOUSA, Analicia Martins de Síndrome da alienação parental:
um novo tema nos juízos de família. 1. ed. São Paulo:Cortez,
2013.
Capítulo 10
Considerações iniciais
e está ao alcance dos olhos de quem quer ver, basta apenas que
a legislação vigente consiga abranger essa diversidade e garantir
igualmente que os direitos familiares e civis sejam respeitados,
pois, afinal, o que deve ser considerado como mais importante é a
criação e o amor que serão oportunizados para as crianças dentro
de determinado núcleo familiar.
Ainda, no âmbito das relações homoafetivas, tem-se que
a possibilidade de constituir uma família sem enfrentar barreiras
legais e morais para isso, além de reafirmar o afeto conjugal e a
libertação de um desejo de vida. Sendo assim, Lustroza (2022)
explicita o seguinte:
E neste tocante também é necessário fazer um parêntese, não
se tratando apenas da luta pelo reconhecimento da existência
de fato de uma família homoparental, mas de toda e qualquer
família que fuja ao arquétipo de um casal heterossexual que
vive sob a égide de um contrato formal de casamento, muitas
vezes referendado culturalmente pela via da cerimônia religiosa
E continua em relação a crueldade por detrás da privação
do exercício da família homoparental: Privar um casal homoafetivo
desta experiência é uma crueldade que contraria todos os princípios
por sua vez da dignidade humana (LUSTROZA, 2022). Em virtude
deste cenário, tem-se que as possibilidades de criação de um núcleo
familiar composto por um casal homossexual se dão principalmente
pela reprodução assistida e pela adoção. O primeiro é reconhecido
pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que editou o provimento
nº 52, responsável por dispor sobre o registro de nascimento e
emissão da certidão de nascimento de crianças concebidas pela
reprodução assistida (BARROS; BARROS; FREITAS, 2018).
Já a adoção acaba sendo um caminho mais tortuoso de se
seguir. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não prevê,
em tese, qualquer impedimento quanto à prática da adoção por
casais homossexuais, visto que é exigido apenas que os adotantes
preencham os requisitos legais expostos no art. 39 e seguintes e
que tenham atingido a maioridade civil, ou seja, 21 anos de idade
(DIAS, 2000). Diante disso, muitos casais optam pela modalidade
Gênero, Direitos Humanos e Políticas Públicas 209
Considerações finais
Referências
Considerações iniciais
Considerações finais
Referências
noticiaNoticiaStf/anexo/HC143641final3pdfVoto.pdf. Acesso
em: 25 jun. 2023.
BUDÓ, Maria de Nardin; GIULIANI, Marcela Denardin;
KOHLER, Natalia Selma. Cárcere e maternidade: a dupla
penalização de mães e filhos. Revista InterAção, v. 10, n. 1.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.5902/2357797537404.
Acesso em: 25 jun. 2023.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Regras de
Bangkok: regras das Nações Unidas para o tratamento de
mulheres presas e medidas não privativas de liberdade para
mulheres infratoras. Brasília, DF: CNJ, 2016. Disponível
em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2019/09/
cd8bc11ffdcbc397c32eecdc40afbb74.pdf. Acesso em: 25 jun.
2023.
FRAIR, Helen; WALMSLEY, Roy. World Female Imprisonment
List. Disponível em: https://www.prisonstudies.org/sites/default/
files/resources/downloads/world_female_imprisonment_list_5th_
edition.pdf. Acesso em: 25 jun. 2023.
INFOPEN Mulheres. Levantamento Nacional de informações
penitenciárias. 2. ed. Brasília: Ministério da Justiça e Segurança
Pública, 2018. Disponível em: https://www.conectas.org/wp/wp-
content/uploads/2018/05/infopenmulheres_arte_07-03-18-1.pdf.
Acesso em: 25 jun. 2023.
ITTC - INSTITUTO TERRA, TRABALHO E CIDADANIA.
Maternidade sem prisão: diagnóstico da aplicação do Marco
Legal da Primeira Infância para o desencarceramento de mulheres.
São Paulo: ITTC, 2019. Disponível em: http://ittc.org.br/
wpcontent/uploads/2019/10/maternidadesemprisao-diagnostico-
aplicacao-marcolegal.pdf. Acesso em: Acesso em: 24 jun. 2023.
MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 5.
ed. São Paulo: Atlas, 2014.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal
e execução penal. 13. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro:
240 Gênero, Direitos Humanos e Políticas Públicas
Forense, 2016.
OLIVEIRA, Lillian Zucolote; OLIVEIRA, Lourival José. A
violação do direito à maternidade em face da precariedade
do sistema prisional feminino brasileiro. Revista do Direito
Público, Londrina, v. 15, n. 3, p. 10-29, dez. 2020. DOI:
10.5433/24157-108104-1.2020v15n3p. 10. ISSN: 1980-511X.
Disponível em: https://capes-primo.ezl.periodicos.capes.gov.br/
primo-explore/fulldisplay?docid=TN_cdi_doaj_primary_oai_
doaj_org_article_6e85b12b7d7549edaef84869624a2bef. Acesso
em: 25 jun. 2023.
REIS JUNIOR, Almir Santos; COHN, Ana Clara da Silva;
BARETTA, Gilciane Allen. Maternidade no cárcere. Revista
Vianna Sapiens, Juiz de Fora, vol. 12, n. 1, jan./jun. 2021, p.
200-224. Disponível em: https://capes-primo.ez127.periodicos.
capes.gov.br/primo-explore/fulldisplay?docid=TN_cdi_crossref_
primary_10_31994_rvs_v12i1_722&context=PC&vid=CAPES_
V3&lang=pt_BR&search_scope=default_
scope&adaptor=primo_central_multiple_fe&tab=default_
tab&query=any,contains,maternidade%20e%20
pris%C3%A3o%20domiciliar&offset=0. Acesso em: 25 jun.
2023.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional
positivo. 25. ed., rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2005.
Sobre os/as autores/as