PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”
EM DIREITO EMPRESARIAL
UBERLÂNDIA
2006
MARCO TÚLIO RIBEIRO CUNHA
Uberlândia-MG
2006
Opinião do Professor-orientador e da banca examinadora quanto ao conteúdo do
trabalho e sua destinação:
1.( ) O trabalho não cumpriu o requisito mínimo devendo o aluno ser reprovado.
2.( ) O trabalho cumpriu o requisito mínimo para aprovação do aluno.
3.( ) O trabalho apresenta qualidades que recomendam sua colocação em biblioteca
como base para outros trabalhos a serem desenvolvidos.
4.( ) O trabalho possui nível de excelência e é recomendado à futura publicação na
Revista do Curso de Direito da UFU.
Nota: ____________
_________________________________________
_________________________________________
_________________________________________
DEDICATÓRIA
À Deus,
INTRODUÇÃO 8
2.1 – INTRÓITO 14
2.2 – BOA FÉ NOS CONTRATOS INTERNACIONAIS 14
2.3 – LEI APLICÁVEL E AUTONOMIA DA VONTADADE 16
2.4 – LEX MERCATÓRIA 18
2.4.1 – INTRÓITO 18
2.4.2 – NOVA LEX MERCATORIA 19
2.4.3 – CONTRATOS-TIPO 20
2.4.4 – CONDIÇÕES GERAIS DE COMPRA E VENDA 21
2.4.5 – OS INCOTERMS 22
2.4.6 – LEIS UNIFORMES 23
2.4.7 – USOS E COSTUMES DO COMERCIO INTERNACIONAL 24
2.4.8 – DECISÕES ARBITRAIS 25
3.1 INTRÓITO 31
3.2 O SISTEMA DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS DO MERCOSUL 33
3.2.1 – O ANEXO III DO TRATADO DE ASSUNÇÃO 33
3.2.2 – PROTOCOLO DE BRASÍLIA. 34
3.2.3 – PROTOCOLO DE OURO PRETO 37
3.2.4 – O PROTOCOLO DE OLIVOS 39
CONCLUSÃO 43
BIBLIOGRAFIA 45
ANEXOS 48
ANEXO I – INCOTERMS 49
ANEXO II – CIDIP’S 51
CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE ARBITRAGEM 51
COMERCIAL INTERNACIONAL
CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE NORMAS GERAIS DE 52
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE EFICÁCIA 54
EXTRATERRITORIAL DAS SENTENÇAS E LAUDOS ARBITRAIS
ESTRANGEIROS
CONVENÇÃO INTERAMERICANA SOBRE DIREITO APLICÁVEL 56
AOS CONTRATOS INTERNACIONAIS
ANEXO III – TRATADO DE ASSUNÇÃO 60
ANEXO IV – PROTOCOLO DE OURO PRETO 70
ANEXO V – PROTOCOLO DE BRASÍLIA 77
ANEXO VI – PROTOCOLO DE OLIVOS 82
INTRODUÇÃO
Em face disso, há muito os países discutem formas de reduzir esta insegurança criando
soluções que atendam tanto aos seus interesses político-econômicos, quanto aos
interesses jurídicos, através de Convenções, Tratados, Leis modelos, Protocolos, etc.,
bem como através da reutilização das práticas usuais no comercio internacional,
caminhado no sentido da unificação das normas de Direito Comercial Internacional.
Por contrato entende-se, a jurista Liliane Oliveira, um instrumento que pode ser
traduzido como a representação de um acordo de vontades entre partes capazes, que
pode criar, extinguir ou modificar direitos e produzir efeitos de natureza patrimonial.
(OLIVEIRA, 1998)
Segundo o nosso Código Civil, artigos 104 e 122, o contrato é uma manifestação de
vontade, tácita ou expressa, em que há intenção de duas ou mais partes, capazes para
contrair direitos e obrigações, com objeto lícito e forma contemplada ou não defesa em
lei.
Assim, embora o MERCOSUL represente a união de vários países do cone sul, todos os
contratos realizados por cada Estado-membro com outro País ou entre eles próprios são
de natureza internacional. (OLIVEIRA, 1998)
11
De forma que, tendo em vista que as normas que servem para a formação e
interpretação dos contratos acham-se por óbvio no direito interno de cada Estado,
coerente é a exigência de que os contratos internacionais devam prever em seu texto a
aplicação de leis ou normas próprias para sua execução ou interpretação, além de deixar
clara a escolha do local em que se possa exercer a jurisdição para solucionar seus
possíveis conflitos. (OLIVEIRA, 1998)
O Direito Internacional Privado tem por objeto de estudo encontrar soluções para as
hipóteses em que os sistemas jurídicos estejam conectados a mais de um ordenamento
jurídico através de regras conflituais. Esse ramo do direito se divide em parte geral e
parte especial, sendo que, na primeira parte estuda o método conflitual e, na segunda,
estuda a aplicação do método aos temas do Direito Civil, em especial, o Direito
Contratual. (ARAÚJO, 1993, p. 13)
Até mesmo a Corte Internacional de Justiça e a OMC, v.g., são órgãos jurisdicionais em
âmbito internacional, contudo, não são capazes de vincular suas decisões a países
outros, senão aqueles que são signatários, ou seja, que expressamente manifestaram sua
vontade de que os conflitos fossem apreciados por essas cortes.
Deste modo, para que seja encontrada a lei aplicável, o DIPr usa de elementos técnicos
prefixados, que são a base para solucionar o conflito e indicar a lei aplicável, esses
12
Com relação à forma, aplica-se a regra da Lex Loci Contractus, ou seja, a lei do local de
celebração do contrato, positivado no Brasil no artigo 9º da Lei de Introdução ao
Código Civil (LICC), in verbis:
Ocorre que, como poderia deduzir-se, cada legislação soberana estabelece seus próprios
critérios de qualificação, resultando daí a diversidade no enquadramento das
instituições, conceitos e relações de direito nos diferentes ordenamentos jurídicos.
Com relação ao Agente, aplica-se a Lex Loci Domicili, ou lei do domicílio do agente,
positivada da LICC, em seu artigo 7º.
Como não poderia deixar de ser, também, a definição de Agente capaz, que pode variar
entre os países contratantes.
Por fim, com relação ao Objeto, aplica-se a regra mais importante para a soberania de
um Estado, que no Brasil, está positivada na LICC em seu artigo 17, qual seja, a não
ofensa à Ordem Pública, à soberania nacional e aos bons costumes.
Essa regra é uma importante limitação da autonomia da vontade, princípio que ir-se-á
tratar pormenorizadamente nesta monografia.
13
Assim, v. g., nas obrigações oriundas de atos ilícitos, deve sempre ser aplicada a lei do
lugar da ocorrência; nos contratos entre presentes, a lei do lugar de sua constituição, e
naqueles entre ausentes, a lei da residência do proponente. (AMORIM, 1996:150).
Passada essa breve explicação do que vem a ser contrato internacional e das regras
brasileiras de conexão como forma indireta de solucionar conflitos que se estuda em
Direito Internacional Privado, apresentar-se-á as principais fontes do direito comercial
privado e a forma direta de solução dos conflitos internacionais consistente na
arbitragem internacional.
14
2.1 – Intróito
Ao contrário, no que tange aos contratos internacionais, em que existem elementos que
pertencem a ordenamentos jurídicos diferentes, provenientes de países igualmente
soberanos, é que nasce a necessidade de criação de mecanismos que possam dar ao
contrato internacional a mesma segurança jurídica existente nos contratos internos.
Certo é que a boa fé é princípio geral que deve reger qualquer relação jurídica, assim
também nos contratos internacionais a boa fé entre os contratantes é imprescindível para
que não haja problemas quando da execução do contrato, pois, como é obvio, as fontes
de Direito Comercial Internacional e qualquer que seja o sistema de solução de conflitos
escolhido pelas partes só é necessária em caso de divergências de entendimento quanto
aos direitos e obrigações das partes, que por muitas vezes, é acarretada pela presença de
má-fé quando da elaboração do contrato.
15
Isso porque, segundo o Autor, cada parte deve informar seu parceiro com exatidão todo
fato que, se fosse conhecido, o impediria de contratar, ou seja, os negociadores não
devem afirmar intenções contrárias à sua íntima vontade. (STRENGER, 1998: p. 98)
Assim, até mesmo na fase de negociação, se uma das partes não informa a outra, como
o faria na mesma situação um homem normalmente prudente, diligente e de boa-fé,
duas sanções podem ser aplicadas: a) o contrato concluído nessas condições pode ser
anulado por dolo, b) a vítima do comportamento desleal pode pedir perdas e danos.
(STRENGER, 1998: p. 98)
Neste sentido, ressalta Strenger, a fase de negociação tem força vinculativa, à medida
que a discussão dos problemas possa concomitantemente gerar compromissos ou
atividades concernente, que potencializem a possibilidade de danos em face da ruptura
negocial preliminar, pois, não raro, essas negociações envolvem despesas prévias com a
perspectiva da conclusão do acordo como, v.g., a formação de capitais, subcontratações,
arregimentação de pessoal técnico, preparação de projetos e planos sujeitos a aprovação
posterior, etc.. (STRENGER, 1998: p. 110)
De modo que, neste diapasão, a vontade jurídica deve ser livre e, ao mesmo tempo,
conformar-se ao Direito. (STRENGER, 1998: p. 98-112)
Com relação à definição do quem vem à ser ordem pública, diz-se que não existe
conceito predeterminado, sendo que, segundo Strenger nem é possível adotar métodos
analógicos e critérios aproximativos, ou seja, cada Estado estabelece sua ordem pública.
(STRENGER, 1998: p. 201)
Para os subjetivistas puros, a vontade prima sobre a lei, ou seja, o ajuste de vontades é
suficiente para dar nascimento ao contrato. A priori as partes não estão submetidas, pelo
contrato, a nenhuma das leis estatais em presença. À medida que escolhem a lei
aplicável, esta adquire força obrigatória, em razão da vontade das partes. Assim, para os
subjetivistas, a lei escolhida assume o caráter de disposição contratual. (STRENGER,
1998: p. 201)
Para os objetivistas puros, a lei prima sobre o contrato, a vontade não desempenha
nenhum papel na determinação da lei aplicável, que fica na dependência da localização
objetiva do contrato, v. g., o elemento de conexão imperativo e único do contrato, a lei
do lugar de sua constituição ou conclusão, como ocorre em diversos ordenamentos.
(STRENGER, 1998: p. 202)
O Autor ainda distingue uma terceira corrente que se posiciona entre essas duas
correntes extremistas que, no seu entendimento, são posições mais realistas, e mais
consentâneas com a prática internacional. (STRENGER, 1998: p. 202).
Por esta corrente, acompanhada pela jurisprudência pátria, as partes são livres de se
situarem, se puderem, num ou noutro meio jurídico, mas não de recusar a lei que o rege,
sendo o que predomina também na prática internacional, de modo que uma cláusula da
eleição de direito se reveste de valor pleno, atribuível a uma verdadeira escolha.
(STRENGER, 1998: p. 202)
Strenger ressalta que, embora não se possa afirmar que legislativamente o sistema
brasileiro adote o princípio da autonomia da vontade em face da disposição básica
contida no art. 9º da Lei de Introdução ao Código Civil, que eliminou a expressão
“salvo disposição em contrário”, que constava do texto de da lei de 1942, é tendência
hoje no Brasil a adoção do mencionado princípio. (STRENGER, 1998: p. 203)
2.4.1 - Intróito
O ilustre jurista Valério de Oliveira Mazzuoli explica que, a lex mercatoria tem origem,
principalmente, nas feiras da Idade Média, em resposta aos variados direitos feudais,
tendo como antecedentes a Lex Rhodia - Lei do Mar de Rodes datado de 300 anos antes
de Cristo, adotada inicialmente pelos gregos e troianos e, posteriormente, disseminada
no restante da Europa. (MAZZUOLI, 2002)
De modo que, em verdade, segundo MAZZUOLI, o século XX não viu nascer, mas
renascer a aplicação de usos profissionais comuns da compra e venda internacional.
Daí a terminologia nova lex mercatoria.
Segundo o Autor, foi o pesquisador e jurista francês Berthold Goldman quem, em 1964,
detectando a existência de um apanhado de regras costumeiras no âmbito internacional,
19
São inúmeras as fontes da nova lex mercatoria, sendo que, estas ainda se desenvolvem e
evoluem à medida da necessidade da comunidade internacional. Contudo, é possível
citar algumas das principais fontes, quais sejam: os contratos-tipo, as condições gerais
de compra e venda, os Inconterms e as leis Uniformes, os Usos e costumes do
comércio internacional e as decisões arbitrais, as quais serão apresentadas nos
próximos capítulos.
20
2.4.3 – Contratos-Tipo
Sobre esta importante fonte o Autor ainda acrescenta que o objetivo de padronizar as
negociações também é dar maior segurança jurídica para as partes em contratos
internacionais não só dos países da Europa como também de todo o mundo, tendo em
vista que, vários outros países, inclusive do Oriente Médio e da América Latina utilizam
destas condições gerais, sendo, portanto, outra autêntica fonte do Direito Comercial
internacional.
Por último, por sua importância histórica, vale ressaltar que, em 1949, os países
socialistas do Leste Europeu, se reuniram para a criação da COMECON – Conselho de
Entreajuda Econômica, organização esta que fora extinta em 1991, também para a
criação de Condições Gerais de compra e venda que fosse obrigatória para os países
membros.
2.4.5 – Os INCOTERMS
Como se sabe, a última versão é a chamada INCOTERMS 2000, cujo texto se encontra
atualizado com o desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação e da
dinâmica das negociações internacionais, trazendo uma apresentação mais simples das
13 cláusulas que a integram.
Existem atualmente trêze INCOTERMS, quais sejam: 1) EXW (Ex Works), 2) FCA
(Free Carrier Named Point); 3) FAS (Free Alongside Ship): 4) FOB (Free on Board): 5)
CFR (Cost and Freight), 6) CIF (Cost, Insurance and Freight): 7) CPT (Carriage Paid
to): 8) CIP (Carriage and Insurance Paid to): 9) DAF (Delivered at Frontier); 10) DES
(Delivered Ex Ship); 11) DEQ (Delivered Ex Quay); 12) DDU (Delivered Duty
Unpaid); 13) DDP (Delivered Duty Paid).
O jurista Esther Engelberg cita em sua obra o projeto de Lei Uniforme, preparado pelo
Instituto Internacional para Unificação do Direito Privado – UNIDROIT, como fonte da
nova lex mercatoria. (ENGELBERG, 1992, p. 40)
Segundo o Autor, após as convenções sobre lei uniforme no que tange à compra e
venda, finalizadas em 1964, hodiernamente substituídas pela Convenção de Viena, a
UNIDROIT iniciou, na década de setenta, estudos para um projeto sobre "Princípios
para os Contratos Comerciais Internacionais", finalizado em 1994, contendo
aproximadamente 120 artigos e seus comentários. (MARQUES, 2005)
1
Informação reproduzida conforme original no endereço eletrônico:
<http://www.sindipecas.org.br/paginas_NETPUB/detalhe_canal.asp?ID_CANAL=54&ID_MOD=18&ID=506> acesso em 15 de
março de 2006
24
Isso porque, segundo ensina Daniel Hargain e Gabriel Mihali, co-autores do livro
“Direito do Comercio Internacional e Circulação de Bens do MERCOSUL”, os
princípios da UNIDROIT foram desenvolvidos tendo em vista que as mais importantes
“legislating agencies” oficiais e privadas, v. g., UNCITRAL, CCI CIDIP, etc. por ter os
seus trabalhos o formato de tratado, não têm tido uma categórica aceitação de parte dos
Estados, que vêm relutando em incorporar essas soluções às legislações nacionais, não
obstante sua importante utilização como fonte do Direito comercial Internacional.
(GARGAIN, MIHALI, 2003, p. 192)
O ilustre jurista Frederico Marques acrescenta ainda como fonte da nova lex mercatoria
as decisões arbitrais, tendo em vista que as mesmas consagram os princípios e regras da
lex mercatoria, pelo que, pode-se dizer que as decisões arbitrais também integram o rol
de fontes da lex mercatoria.
Neste sentido, em se dizendo que é aplicada a lex mercatoria como fonte do direito
internacional nas decisões arbitrais, e, sendo as decisões arbitrais utilizadas como fonte
da lex mercatoria, pode-se dizer que as decisões arbitrais são figuras análogas à
jurisprudência no que diz respeito à característica de fonte de interpretação do Direito.
Disso decorre que, se um país ou particular, vencido numa lide arbitral, não acatar os
mandamentos do laudo arbitral, lhe sobrevirá perante a comunidade internacional falta
de credibilidade e de confiabilidade, o que por certo o prejudicará de sobremaneira nas
próximas negociações, além do que, deverá sofrer ainda, sanções previstas no próprio
laudo, v.g, imposição de barreiras comerciais, redução de cota de entrada do produto no
país vencedor, etc.
Mazzuoli acrescenta ainda que, constatou o jurista francês Berthold Goldman que os
contratantes internacionais têm frequentemente recusado a escolher uma lei estatal para
reger as suas relações, até mesmo declarando expressamente que não querem a tais leis
se referir, não para perfazer um “contrato sem lei”, mas que o mesmo seja baseado nas
normas gerais, nos usos ou nos princípios gerais de direito que ultrapassam as fronteiras
nacionais. (MAZZUOLI, 2002)
De forma que, não resta dúvida que a arbitragem utiliza-se da lex mercatoria além de
ser, suas decisões reiteradas, nos vários tribunais arbitrais existentes no mundo,
importante fonte do direito comercial internacional.
Segundo os ilustrados Autores, ao longo de vinte e oito anos já foram produzidos vite e
três instrumentos e realizadas seis Conferências Interamericanas de Direito
Internacional Privado, as chamadas “CIDIPs”, que receberam, respectivamente, os
números I, II, III, IV, V e VI, já tendo sido iniciados os preparativos para a CIDIP VII,
sendo que, o Brasil tem participação nas reuniões das conferências, assinando a maioria
das Convenções, contudo, apenas à partir de 1994 é que começou a ratificar algumas
das convenções.
A CIDIP I foi realizada no Panamá em 1975 onde, dentre outras convenções foi
elaborada a “Convenção Interamericana sobre Arbitragem Comercial Internacional
“aprovada pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo no. 90, de 6 de
junho de 1995; publicada no DOU de 12 de junho de 1995, e no DCN de 9 de junho de
1995; depósito do instrumento de ratificação pelo governo brasileiro em 27 de
novembro de 1995; promulgada pelo Decreto no. 1.902, de 9 de maio de 1996;
(MARQUES, ARAÚJO, 2005)
proferidas por tribunais estrangeiros, segundo o que estabelecer a lei interna do país
onde se requer o reconhecimento.
Também durante a CIDIP II, fora realizada a “Convenção Interamericana sobre eficácia
extraterritorial das sentenças e laudos arbitrais estrangeiros” aprovada pelo Congresso
Nacional pelo Decreto-Legislativo nº 93, de 20 de junho de 1995, publicado no D.C.N.,
seção II, de 23 de junho de 1995; entrou em vigor internacional em 14 de junho de
29
Nota-se que todos os requisitos de validade são requisitos de forma, pois entende-se que
não cabe ao Estado em que se pretende validar o laudo, adentrar novamente no mérito
da lide sob pena de extinguir a eficácia do laudo arbitral.
Esta convenção infelizmente, até o presente momento não fora ratificada pelo Brasil,
tendo, contudo, à assinado, valendo portanto para o Brasil as regras contidas na LICC
mencionadas no início deste trabalho. Os países que ratificaram a convenção foram
apenas México e Venezuela, tendo sido assinado também pela Bolívia e Uruguai.
Por fim, nesta convenção ficou expresso ainda que, aplicar-se-ão no que couberem as
demais fontes do direito comercial, ou seja, os usos e costumes internacionais, os
princípios de direito internacional, etc.
31
3.1 - Intróito
Segundo Oliveira, com o visível fracasso da ALALC, já nos fins da década de 70, os
onze países membros negociaram um novo Tratado, tentando relançar a velha idéia da
integração, criando, portanto, a Associação Latino-Americana de Integração – ALADI,
sendo que esta, apesar de possuir o mesmo objetivo da ALALC, dotou-se de
mecanismos mais flexíveis para sua consecução tornando possível a sua existência
estimulando acordos sub-regionais, isto é, embora respeitando princípios e conceitos
32
Foi então que, nos moldes da ALADI, o Brasil e a Argentina assinaram um Tratado de
Integração (1988), prevendo a formação de um Mercado Comum entre os dois países –
incluindo a completa eliminação de barreiras ao comércio, a adoção de uma Tarifa
Externa Comum e a coordenação de políticas macroeconômicas, com adesão do
Uruguai e Paraguai no início da década de 90, quando foram ratificados os termos do
Tratado de 1988 e assinado o Tratado de Assunção (1991), cuja meta seria a construção
de um Mercado Comum entre os países participantes. (OLIVEIRA, 1998)
Neste sentido, ressalta o renomado jurista Celso Mello que o MERCOSUL pode ser
considerado o projeto mais ambicioso de integração econômica elaborado por países
latino-americanos, tendo em vista a magnitude da economia de dois de seus integrantes:
Brasil e Argentina. (MELLO, 1996: 301).
Neste contexto, fora previsto no supramencionado anexo III, que a solução de conflitos
se daria em duas fases, a primeira através de negociações diretas entre os estados e, em
um segundo momento, em caso das negociações diretas não lograrem êxito, a
controvérsia seria encaminhada ao Grupo Mercado Comum - GMC, que deveria
apresentar uma solução no prazo de 60 dias, sendo que, se o GMC não encontrasse
solução haveria apenas uma manifestação do Conselho do Mercado Comum – CMC
sem qualquer determinação e imposição de solução ao conflito.
Ressalta-se por fim que, atendendo a determinação do Tratado que previu a criação de
outros meios de solução de conflitos mais eficazes, conforme dispõe o artigo 2 do
Anexo III do Tratado de Assunção, ficou convencionado que, dentro de cento e vinte
34
dias a partir da entrada em vigor do Tratado, o Grupo Mercado Comum deveria levar
aos Governos dos Estados-Membros uma proposta de Sistema de Solução de
Controvérsias que vigerá durante o período de transição.
Esse sistema foi criado em 1991, positivado no Protocolo de Brasília, sobre o qual ir-se-
á explicar pormenorizadamente no item abaixo.
Pelo novo sistema criado em Brasília, as controvérsias que surgirem: entre os Estados-
Membros sobre a interpretação, a aplicação ou o não cumprimento das disposições
contidas no Tratado de Assunção, nos acordos celebrados no âmbito do mesmo, das
decisões do Conselho do Mercado Comum e ainda das resoluções do Grupo Mercado
Comum serão submetidas aos procedimentos de soluções estabelecidos naquele
protocolo, aplicando-se também às controvérsias entre particulares, conforme dispõe o
seu Capítulo V, através de reclamação feita ante a Seção Nacional do Grupo Mercado
Comum do Estado Parte onde tenham sua residência habitual ou a sede de seus
negócios.
Essa primeira fase visa tentar obter a solução do litígio sem despender de grandes gastos
e de forma a privilegiar o próprio bom senso entre as partes, principais interessadas na
solução da controvérsia.
Conforme dispõe o artigo 4º, §1º, se, mediante negociações diretas não houver acordo
ou se a controvérsia for solucionada apenas parcialmente, inicia-se a segunda fase do
sistema, em que, qualquer das partes na controvérsia poderá submetê-la à consideração
do Grupo Mercado Comum.
Nos termos do artigo 4º, §2º, artigo 5º e artigo 6º, ao término deste procedimento o
Grupo Mercado Comum formulará recomendações aos Estados Partes na controvérsia,
visando à solução do conflito, procedimento este que não poderá estender-se por um
prazo superior a trinta (30) dias, a partir da data em que foi submetida a controvérsia à
consideração do Grupo Mercado Comum.
Por fim, se ainda não tiver sido possível solucionar a controvérsia, qualquer dos Estados
Partes na controvérsia poderá comunicar à Secretaria Administrativa sua intenção de
recorrer ao procedimento arbitral, terceira e ultima fase deste sistema.
Nos termos do artigo 8º e 9º, 10 e 12, os Estados-Partes devem declarar que reconhecem
como obrigatória a jurisdição do Tribunal Arbitral ad hoc que será instituído, composto
de três árbitros, um de cada Estado Parte, nomeados dentre uma lista de dez árbitros que
integrarão uma lista que ficará registrada previamente na Secretaria Administrativa e o
terceiro de outro Estado não nacional dos Estados partes da controvérsia, de comum
acordo ou determinado pela Secretaria Administrativa de uma lista de dezesseis árbitros
elaborada pelo Grupo Mercado Comum.
36
Nos termos do artigo 2º, §1º e §2º, os árbitros deverão ser nomeados no período de
quinze dias, a partir da data em que a Secretaria Administrativa tiver comunicado aos
demais Estados Partes na controvérsia a intenção de um deles de recorrer à arbitragem;
nomeando ainda, um árbitro suplente, que reúna os mesmos requisitos, para substituir o
árbitro titular em caso de incapacidade ou excusa deste para formar o Tribunal Arbitral,
em qualquer fase do procedimento.
O Tribunal Arbitral ad hoc fixará, em cada caso, sua sede em algum dos Estados Partes
e adotará suas próprias regras de procedimento atendo aos princípios gerais da ampla
defesa e transparência do procedimento.
Além disso, segundo expressamente previsto no artigo 19, o Tribunal Arbitral poderá
aplicar na solução do conflito as fontes de Direito Comercial, sendo estas os princípios e
disposições de direito internacional aplicáveis à matéria além de, é claro, as disposições
do Tratado de Assunção, os acordos celebrados no âmbito do mesmo, as decisões do
Conselho do Mercado Comum e as Resoluções do Grupo Mercado Comum, podendo
ainda decidir, conforme dispõe o parágrafo 2º do mesmo artigo, por ex aequo et bono,
ou seja, por equidade, se a partes assim o convierem.
O Tribunal Arbitral, nos termos do artigo 20 e 22, apresentará um laudo por por escrito
num prazo de sessenta dias, prorrogáveis por um prazo máximo de trinta dias, a partir
da designação de seu Presidente, sendo que, desta decisão não cabe recurso, não
obstante poder os Estados Partes solicitar um esclarecimento do mesmo ou uma
interpretação sobre a forma com que deverá cumprir-se.
Por fim, cabe falar que o cumprimento do laudo é obrigatório, cabendo em caso de
descumprimento, no prazo de trinta dias, a adoção de medidas compensatórias
temporárias, tais como a suspensão de concessões ou outras equivalentes.
37
Contudo, incorporou ao sistema uma opção nos casos de conflitos que dizem respeito à
aplicação e ao cumprimento da tarifa externa comum e dos demais instrumentos de
política comercial comum, qual seja a solicitação de pareceres à Comissão de Comércio
do Mercosul na forma de seu Anexo I, que podem ser originadas, inclusive diretamente
por particulares, pessoas físicas e jurídicas, conforme se depreende do artigo 1º do
referido anexo.
38
Segundo o artigo 3º, o laudo resultante do Comitê técnico não vincula a decisão da
Comissão de Comércio do Mercosul, mas deve ser levado em consideração, em sua
fundamentação.
Em não havendo cumprimento pelo reclamado ou em caso de não haver consenso pelo
Grupo Mercado Comum ou Comissão de Comércio do Mercosul o reclamante poderá
recorrer diretamente à terceira fase do sistema de solução de conflitos contido no
Protocolo de Brasília, qual seja, o procedimento arbitral.
39
Ao menos, ficou ressalvado pelos Estados-Parte no Protocolo de Olivos que, uma vez
iniciado um procedimento de solução de controvérsias de acordo no sistema escolhido,
nenhuma das partes poderá recorrer a mecanismos de solução de controvérsias
40
estabelecidos nos outros foros com relação a um mesmo objeto, regra que garante a
obrigatoriedade da decisão, nos mesmos moldes definidos no Protocolo de Brasília.
Igualmente, consta ainda do §3º do artigo 6º que a controvérsia também poderá ser
levada à consideração do Grupo Mercado Comum por outro Estado, que não seja parte
na controvérsia, que solicitar, justificadamente, tal procedimento ao término das
negociações diretas, caso em que, o procedimento arbitral iniciado pelo Estado-Parte
demandante não será interrompido, salvo acordo entre os Estados partes na
controvérsia.
Após a emissão pelo Tribunal Arbitral Ad Hoc do laudo, no prazo de sessenta dias, ou
noventa por decisão do Tribunal, contado a partir da comunicação efetuada pela
Secretaria Administrativa do Mercosul às partes e aos demais árbitros, qualquer das
partes na controvérsia poderá apresentar um recurso de revisão do laudo do Tribunal
41
O Tribunal Permanente de Revisão é composto um árbitro para cada Estado Parte, com
mandato de dois anos, mais um com mandato de três anos, atualmente contando o total
de cinco árbitros, devendo os mesmos estarem disponíveis permanentemente, sempre
que convocados para atuar em um conflito.
Não obstante, conforme dispõe o §3º do artigo 20, os Estados Partes, de comum acordo,
poderão definir outros critérios para o funcionamento do Tribunal permitindo a do
julgamento com mais ou menos árbitros.
Interposto o recurso, a parte contrária terá quinze dias para apresentar sua contestação e
o Tribunal Permanente de Revisão deverá pronunciar-se sobre o recurso em até quarenta
e cinco dias após à apresentação da contestação, sendo que, a decisão poderá confirmar,
modificar ou revogar a fundamentação jurídica e as decisões do Tribunal Arbitral Ad
Hoc, sendo esta decisão irrevogável.
Por fim resta mencionar a possibilidade de, após o término da tentativa de negociação
direta, as partes de comum acordo submeter diretamente a controvérsia ao Tribunal
42
CONCLUSÃO
Por todo o exposto pode-se concluir que, não obstante as barreiras políticas e
econômicas que dificultam o crescimento do comercio de bens e serviços internacional,
o problema principal é a insegurança jurídica, pois, restou claro que, ainda que haja
interesse dos países e expandirem seus negócios internacionais é a base jurídica que
define o sucesso ou fracasso das relações jurídicas realizadas.
Pode-se concluir ainda que a tendência mundial é a livre escolha da lei aplicável aos
contratos pela aplicação cada vez mais ampla do princípio da autonomia da vontade,
bem como, a uniformização jurídica no mundo, no que diz respeito às regras
fundamentais dos contratos internacionais, através da criação, desenvolvimento e
aplicação das fontes do Direito Comercial Internacional na elaboração e solução de
controvérsias relativas aos contratos internacionais.
Não obstante isso, impossível não admitir a importância da criação desse sistema de
solução de controvérsias e do desenvolvimento das fontes do Direito Comercial
internacional como elementos de integração jurídica entre os países do MERCOSUL e
44
de toda comunidade internacional que certamente contribui, cada vez mais, para a
segurança jurídica nas relações negociais internacionais.
BIBLIOGRAFIA
AMORIM, Edgar Carlos de. Direito internacional privado. Rio de Janeiro: Forense,
1996.
REZEK, José Francisco. Direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2002.
STRENGER, Irineu; Contratos Internacionais do Comércio. 3 ed. São Paulo: LTr. 1998
48
ANEXOS
49
ANEXO I
INCOTERMS
ANEXO II
E válido o acordo das partes em virtude do qual se c) que a sentença se refere a uma divergência não
obrigam a submeter a decisão arbitrai as divergências prevista no acordo das partes de submissão ao
que possam surgir ou que hajam surgido entre elas processo arbitrai; não obstante, se as disposições da
com relação a um negocio de natureza mercantil. O sentença que se referem às questões submetidas a
respectivo acordo constará do documento assinado arbitragem puderem ser isoladas das que não foram
pelas partes, ou de troca de cartas, telegramas ou submetidas a arbitragem, poder-se-á dar
comunicações por telex. reconhecimento e execução às primeiras; ou
sentença e, a instância da parte que pedir a execução, cessarão os efeitos da Convenção para o Estado
poderá também ordenar à outra parte que de garantias denunciante, continuando ela subsistente para os
apropriadas. demais Estados Partes.
Artigo 7 Artigo 13
Esta Convenção ficará aberta à assinatura dos Estados O instrumento original desta Convenção, cujos textos
Membros da Organização dos Estados Americanos. em português, espanhol tranceis e inglês são
igualmente autênticos, será depositado na Secretaria-
Artigo 8 Geral da Organização dos Estados Americanos. A
referida Secretaria notificará aos Estados Membros
da Organização dos Estados Americanos, e aos
Esta Convenção está sujeita a ratificação. Os Estados que houverem aderido a. Convenção, as
instrumentos de ratificação serão depositados na assinaturas e os depósitos de instrumentos de
Secretaria-Geral da Organização dos Estados ratificação, de adesão e de denúncia, bem como as
Americanos. reservas que houver. Outrossim, transmitirá aos
mesmos as declarações previstas no artigo 11 desta
Artigo 9 Convenção.
Os Estados Partes que tenham duas ou mais unidades Os Governos dos Estados Membros da Organização
territoriais em que vigorem sistemas jurídicos dos Estados Americanos, desejosos de concluir uma
diferentes com relação a questões de que trata esta convenção sobre normas gerais de Direito
Convenção poderão declarar, no momento da Internacional Privado, convieram no seguinte:
assinatura, ratificação ou adesão, que a Convenção se
aplicará a todas as suas unidades territoriais ou Artigo l
somente a uma ou mais delas.
A determinação da norma jurídica aplicável para
Tais declarações poderão ser modificadas mediante reger situações vinculadas com o direito estrangeiro
declarações ulteriores, que especificarão ficará sujeita ao disposto nesta Convenção e nas
expressamente a ou as unidades territoriais a que se demais convenções internacionais assinadas, ou que
aplicará esta Convenção. Tais declarações ulteriores venham a ser assinadas no futuro, em caráter bilateral
serão transmitidas à Secretaria-Geral da Organização ou multilateral, pêlos Estados Partes.
dos Estados Americanos e surtirão efeito trinta dias
depois de recebidas.
Na falta de norma internacional, os Estados Partes
aplicarão as regras de conflito do seu direito interno.
Artigo 12
Artigo 2
Esta Convenção vigorará por prazo indefinido, mas
qualquer dos Estados Partes poderá denunciá-la. O
instrumento de denúncia será depositado na Os juizes e as autoridades dos Estados Partes ficarão
Secretaria-Geral da Organização dos Estados obrigados a aplicar o direito estrangeiro tal como o
Americanos. Transcorrido um ano, contado a partir fariam os juizes do Estado cujo direito seja aplicável,
da data do depósito do instrumento de denuncia, sem prejuízo de que as partes possam alegar e provar
a existência e o conteúdo da lei estrangeira invocada.
53
Artigo 3 Artigo 10
Quando a lei de um Estado Parte previr instituições Esta Convenção ficara aberta a assinatura dos Estados
ou procedimentos essenciais para a sua aplicação Membros da Organização dos Estados Americanos.
adequada e que não sejam previstos na legislação de
outro Estado Parte, este poderá negar-se a aplicar a Artigo 11
referida lei, desde que não tenha instituições ou
procedimentos análogos.
Esta Convenção está sujeita a ratificação. Os
instrumentos de ratificação serão depositados na
Artigo 4 Secretaria-Geral da Organização dos Estados
Americanos.
Todos os recursos previstos na lei processual do lugar
do processo serão igualmente admitidos para os casos Artigo 12
de aplicação da lei de qualquer dos outros Estados
Partes que seja aplicável.
Esta Convenção ficara aberta â adesão de qualquer
outro Estado. Os instrumentos de adesão serão
Artigo 5 depositados na Secretaria-Geral da Organização dos
Estados Americanos.
A lei declarada aplicável por uma convenção de
Direito Internacional Privado poderá não ser aplicada Artigo 13
no território do Estado Parte que a considerar
manifestamente contraria aos princípios da sua ordem
publica. Cada Estado ratifica-la ou a coes específicas poderá
formular reservas a esta ela aderir, desde que a
reserva e que não seja incompatível com Convenção
Artigo 6 no momento de assiná-la, verse sobre uma ou mais
disposi-o objeto e fim da Convenção.
Não se aplicará como direito estrangeiro o direito de
um Estado Parte quando artificiosamente se tenham Artigo 14
burlado os princípios fundamentais da lei de outro
Estado Parte.
Esta Convenção entrará em vigor no trigésimo dia a
partir da data em que haja sido depositado o segundo
Ficara a juízo das autoridades competentes do Estado instrumento de ratificação. Para cada Estado que
receptor determinar a intenção fraudulenta das partes ratificar a Convenção ou a ela aderir depois de haver
interessadas. sido depositado o segundo instrumento de ratificação,
a Convenção entrara em vigor no trigésimo dia a
Artigo 7 partir da data em que tal Estado haja depositado seu
instrumento de ratificação ou de adesão.
As situações jurídicas validamente constituídas em
um Estado Parte, de acordo com todas as leis com as Artigo 15
quais tenham conexão no momento de sua
constituição, serão reconhecidas nos demais Estados Os Estados Partes que tenham duas ou mais unidades
Partes, desde que não sejam contrárias aos princípios territoriais em que vigorem sistemas jurídicos
da sua ordem pública. diferentes com relação a questões de que trata esta
Convenção poderão declarar, no momento da
Artigo 8 assinatura, ratificação ou adesão, que a Convenção se
aplicará a todas as suas unidades territoriais ou
As questões prévias, preliminares ou incidentes que somente a uma ou mais delas.
surjam em decorrência de uma questão principal não
devem necessariamente ser resolvidas de acordo com Tais declarações poderão ser modificadas mediante
a lei que regula esta ultima. declarações ulteriores, que especificarão
expressamente a ou as unidades territoriais a que se
Artigo 9 aplicara esta Convenção. Tais declarações ulteriores
serão transmitidas a Secretaria-Geral da Organização
dos Estados Americanos e surtirão efeito trinta dias
As diversas leis que podem ser competentes para depois de recebidas.
regular os diferentes aspectos de uma mesma relação
jurídica serão aplicadas de maneira harmônica,
procurando-se realizar os fins colimados por cada Artigo 16
uma das referidas legislações. As dificuldades que
forem causadas por sua aplicação simultânea serão Esta Convenção vigorará por prazo indefinido, mas
resolvidas levando-se em conta as exigências qualquer dos Estados Partes poderá denuncia-la. O
impostas pela equidade no caso concreto. instrumento de denuncia será depositado na
Secretaria-Geral da Organização dos Estados
54
Americanos. Transcorrido um ano, contado a partir Estados Americanos notificará aos Estados Membros
da data do depósito do instrumento de denúncia, da referida Organização, e aos Estados que houverem
cessarão os efeitos da Convenção para o Estado aderido a Convenção, as assinaturas e os depósitos de
denunciante, continuando ela subsistente para os instrumentos de ratificação, de adesão e de denúncia,
demais Estados Partes. bem como as reservas que houve) Outrossim,
transmitira aos mesmos as declarações previstas no
Artigo 17 artigo 15 desta Convenção.
Os documentos de comprovação indispensáveis para mais disposições específicas e que não seja
solicitar o cumprimento das sentenças, laudos e incompatível com o objeto e fim da Convenção.
decisões jurisdicionais são os seguintes:
Artigo 11
a) cópia autenticada da sentença, laudo ou decisão
jurisdicional; Esta Convenção entrará em vigor no trigésimo dia a
partir da data em que tenha sido depositado o
b) cópia autenticada das peças necessárias para segundo instrumento de ratificação.
provar que foi dado cumprimento as alíneas e^ e f_
do artigo anterior; Para cada Estado que ratificar a Convenção ou a ela
aderir depois de haver sido depositado o segundo
c) cópia autenticada do ato que declarar que a instrumento de ratificação, a Convenção entrara em
sentença ou o laudo tem o caráter de executável ou vigor no trigésimo dia a partir da data em que tal
força de coisa julgada. Estado haja depositado seu instrumento de ratificação
ou de adesão.
Artigo 4
Artigo 12
Se uma sentença, laudo ou decisão jurisdicional
estrangeiros não puderem ter eficácia na sua Os Estados Partes que tenham duas ou mais unidades
totalidade, o juiz ou tribunal poderá admitir sua territoriais em que vigorem sistemas jurídicos
eficácia parcial mediante pedido de parte interessada. diferentes com relação a questões de que trata esta
Convenção, poderão declarar, no momento da
Artigo 5 assinatura, ratificação ou adesão, que a Convenção se
aplicara a todas as suas unidades territoriais ou
somente a uma ou mais delas.
O benefício de justiça gratuita reconhecido no Estado
de origem da sentença será mantido no de sua
apresentação. Tais declarações poderão ser modificadas mediante
declarações ulteriores, que especificarão
expressamente a ou as unidades territoriais a que se
Artigo 6 aplicara esta Convenção. Tais declarações ulteriores
serão transmitidas a Secretaria-Geral da Organização
Os procedimentos, inclusive a competência dos dos Estados Americanos e surtirão efeito trinta dias
respectivos órgãos judiciários, para assegurar a depois de recebidas.
eficácia das sentenças, laudos arbitrais e decisões
jurisdicionais estrangeiros, serão regulados pela lei do Artigo 13
Estado em que for solicitado o seu cumprimento.
Esta Convenção vigorara por prazo indefinido, mas
Artigo 7 qualquer dos Estados Parte poderá denuncia-la. O
instrumento de denúncia será depositado na
Esta Convenção ficara aberta a assinatura dos Estados Secretaria-Geral da Organização dos Estados
Membros da Organização dos Estados Americanos. Americanos. Transcorrido um ano, contado a partir
da data do deposito do instrumento de denúncia,
Artigo 8 cessarão os efeitos da Convenção pari o Estado
denunciante, continuando ela subsistente para os
demais Estados Partes.
Esta Convenção esta sujeita a ratificação. Os
instrumentos de ratificação serão depositados na
Secretaria-Geral da Organização dos Estados Artigo 14
Americanos.
O instrumento original desta Convenção, cujos textos
Artigo 9 em português, espanhol, francês e inglês são
igualmente autênticos, será depositado na Secretaria-
Geral da Organização dos Estados Americanos, que
Esta Convenção ficara aberta a adesão de qualquer enviara copia autenticada do seu texto para o
outro Estado. Os instrumentos de adesão serão respectivo registro e publicação a Secretaria das
depositados na Secretaria-Geral da Organização dos Nações Unidas, de conformidade com o artigo 102 da
Estados Americanos. sua Carta constitutiva. A Secretaria-Geral da
Organização dos Estados Americanos notificara aos
Artigo 10 Estados Membros da referida Organização, e aos
Estados que houverem aderido a Convenção, as
assinaturas e os depósitos de instrumentos de
Cada Estado poderá formular reservas a esta
ratificação, de adesão e de denúncia, bem como as
Convenção no momento de assiná-la ratifica-la ou a
reservas que houver. Outrossim, transmitira aos
ela aderir, desde que a reserva verse sobre uma ou
mesmos as declarações previstas no artigo 12 desta
Convenção.
56
Artigo 2
Esta Convenção determina o direito aplicável aos d) obrigações provenientes de transações de valores
contratos internacionais. mobiliários;
Entende-se que um contrato é internacional quando as e) acordos sobre arbitragem ou eleição de foro;
partes no mesmo tiverem sua residência habitual ou
estabelecimento sediado em diferentes Estados Partes f) questões de direito societário, incluindo existência,
ou quando o contrato tiver vinculação objetiva com capacidade, funcionamento e dissolução das
mais de um Estado Parte. sociedades comerciais e das pessoas jurídicas em
geral.
Esta Convenção aplicar-se-á a contratos celebrados
entre Estados ou em que forem partes Estados, Artigo 6
entidades ou organismos estatais, a menos que as
partes no contrato a excluam expressamente. As normas desta Convenção não serão aplicáveis aos
Entretanto, qualquer Estado Parte poderá declarar, no contratos que tenham regulamentação autônoma no
momento de assinar ou ratificar esta Convenção, ou a direito convencional internacional vigente entre os
ela aderir, que ela não se aplicará a todos os contratos Estados Partes nesta Convenção.
57
A eleição de determinado foro pelas partes não A existência e a validade do contrato ou de qualquer
implica necessariamente a escolha do direito das suas disposições, bem como a validade
aplicável. substancial do consentimento das partes com
referência à escolha do direito aplicável, serão regidas
Artigo 8 pela norma pertinente desta Convenção, nos termos
do seu capítulo segundo.
As partes poderão, a qualquer momento, acordar que
o contrato seja total ou parcialmente submetido a um Entretanto, a fim de estabelecer que uma parte não
direito distinto daquele pelo qual se regia consentiu validamente, o juiz deverá determinar o
anteriormente, tenha este sido ou não escolhido pelas direito aplicável levando em consideração a
partes. Não obstante, tal modificação não afetará a residência habitual ou o estabelecimento da referida
validade formal do contrato original nem os direitos parte.
de terceiros.
Artigo 13
Artigo 9
Um contrato celebrado entre partes que se encontrem
Não tendo as partes escolhido o direito aplicável, ou no mesmo Estado será válido, quanto à forma, se
se a escolha do mesmo resultar ineficaz, o contrato atender aos requisitos estabelecidos no direito que
reger-se-á pelo direito do Estado com o qual rege tal contrato, segundo esta Convenção, ou aos
mantenha os vínculos mais estreitos. estabelecidos no direito do Estado em que for
celebrado ou no direito do lugar de sua execução.
O tribunal levará em consideração todos os elementos
objetivos e subjetivos que se depreendam do contrato, Se, no momento da sua celebração, as partes se
para determinar o direito do Estado com o qual encontrarem em diferentes Estados, o contrato será
mantém os vínculos mais estreitos. Levar-se-ão válido quanto à forma, se atender aos requisitos
também em conta os princípios gerais do direito estabelecidos no direito que o rege, segundo esta
comercial internacional aceitos por organismos Convenção, ou aos estabelecidos no direito de um dos
internacionais. Estados em que for celebrado, ou no direito do lugar
de sua execução.
Não obstante, se uma parte do contrato for separável
do restante do contrato e mantiver conexão mais CAPÍTULO QUARTO Âmbito do direito
estreita com outro Estado, poder-se-á aplicar a esta aplicável
parte do contrato, a titulo excepcional, a lei desse
outro Estado. Artigo 14
Artigo 29
Artigo 30
ANEXO III
TRATADO DE ASSUNÇÃO
O Grupo Mercado Comum contará com uma A aprovação das solicitações será objeto de decisão
Secretaria Administrativa cujas principais funções unânime dos Estados Partes.
consistirão na guarda de documentos e comunicações
de atividades do mesmo. Terá sua sede na cidade de CAPÍTULO V
Montevidéu.
Denúncia
ARTIGO 16
ARTIGO 21
Durante o período de transição, as decisões do
Conselho do Mercado Comum e do Grupo Mercado O Estado Parte que desejar desvincular-se do presente
Comum serão tomadas por consenso e com a Tratado deverá comunicar essa intenção aos demais
presença de todos os Estados Partes. Estados Partes de maneira expressa e formal,
efetuando no prazo de sessenta (60) dias a entrega do
ARTIGO 17 documento de denúncia ao Ministério das Relações
Exteriores da República do Paraguai, que o
Os idiomas oficiais do Mercado Comum serão o distribuirá aos demais Estados Partes.
português e o espanhol e a versão oficial dos
documentos de trabalho será a do idioma do país sede ARTIGO 22
de cada reunião.
63
30/12/1994 100
64
As preferências serão aplicadas sobre a tarifa vigente Comum, e não alcançarão os produtos incluídos nas
no momento de sua aplicação e consistem em uma respectivas Listas de Exceções.
redução percentual dos gravames mais favoráveis
aplicados à importação dos produtos procedentes de ARTIGO QUINTO
terceiros países não membros da Associação Latino-
Americana de Integração. Sem prejuízo do mecanismo descrito nos Artigos
Terceiro e Quarto, os Estados Partes poderão
No caso de algum dos Estados Partes elevar essa aprofundar adicionalmente as preferências, mediante
tarifa para a importação de terceiros países, o negociações a efetuarem-se no âmbito dos Acordos
cronograma estabelecido continuará a ser aplicado previstos no Tratado de Montevidéu 1980.
sobre o nível tarifário vigente a 1 de janeiro de 1991.
ARTIGO SEXTO
Se se redurizem as tarifas, a preferência
correspondente será aplicada automaticamente sobre Estarão excluídos do cronograma de desgravação a
a nova tarifa na data de entrada em vigência da que se referem os Artigos Terceiro e Quarto do
mesma. presente Anexo os produtos compreendidos nas
Listas de Exceções apresentadas por cada um dos
Para tal efeito, os Estados Partes intercambiarão entre Estados Partes com as seguintes quantidades de itens
si e remeterão à Associação Latino-Americana de NALADI:
Integração, dentro de trinta dias a partir da entrada
em vigor do Tratado, cópias atualizadas de suas República Argentina 394
tarifas aduaneiras, assim como das vigentes em 1 de
janeiro de 1991. República Federativa do Brasil 324
menos, o percentual de desgravação mínimo previsto i) Os produtos dos reinos minerais, vegetal ou animal,
na data em que se opere sua retirada dessas Listas. incluindo os de caça e da pesca, extraídos, colhidos
ou apanhados, nascidos e criados em seu território ou
ARTIGO DÉCIMO em suas Águas Territoriais ou Zona Econômica
Exclusiva;
Os Estados Partes somente poderão aplicar até 31 de
dezembro de 1994, aos produtos compreendidos no ii) Os produtos do mar extraídos fora de suas Águas
programa de desgravação, as restrições não tarifárias Territoriais e Zona Econômica Exclusiva por barcos
expressamente declaradas nas Notas Complementares de sua bandeira ou arrendados por empresas
ao Acordo de Complementação que os Estados Partes estabelecidas em seu território; e
celebram no marco do Tratado de Montevidéu 1980.
iii) Os produtos que resultem de operações ou
A 31 de dezembro de 1994 e no âmbito do Mercado processos efetuados em seu território pelos quais
Comum, ficarão eliminadas todas as restrições não adquiram a forma final em que serão
tarifárias. comercializados, exceto quando esses processos ou
operações consistam somente em simples montagens
ARTIGO DÉCIMO PRIMEIRO ou ensamblagens, embalagem, fracionamento em
lotes ou volumes, seleção e classificação, marcação,
A fim de assegurar o cumprimento do cronograma de composição de sortimentos de mercadoriais ou outras
desgravação estabelecido nos Artigos Terceiro e operações ou processos equivalentes.
Quarto, assim como o Estabelecimento do Mercado
Comum, os Estados Partes coordenarão as políticas c) Os produtos em cuja elaboração se utilizem
macroeconômicas e as setoriais que se acordem, a materiais não originários dos Estados Partes, quando
que se refere o Tratado para da Constituição do resultem de um processo de transformação, realizado
Mercado Comum, começando por aquelas no território de algum deles, que lhes confira uma
relacionadas aos fluxos de comércio e à configuração nova individualidade, caracterizada pelo fato de
dos setores produtivos dos Estados Partes. estarem classificados na Nomenclatura Aduaneira da
Associação Latino-Americana de Integração em
ARTIGO DÉCIMO SEGUNDO posição diferente à dos mencionados materiais,
exceto nos casos em que os Estados Partes
As normas contidas no presente Anexo não se determinem que, ademais, se cumpra com o requisito
aplicarão aos Acordos de Alcance Parcial, de previsto no Artigo Segundo do presente Anexo.
Complementação Econômica Números 1, 2, 13 e 14,
nem aos comerciais e agropecuários subscritos no Não obstante, não serão considerados originários os
âmbito do Tratado de Montevidéu 1980, os quais se produtos resultantes de operações ou processos
regerão exclusivamente pelas disposições neles efetuados no território de um Estado Parte pelos quais
estabelecidas. adqüiram a forma final que serão comercializados,
quando nessas operações ou processos forem
utilizados exclusivamente materiais ou insumos não
originários de seus respectivos países e consistam
ANEXO II apenas em montagem ou ensamblagens,
fracionamento em lotes ou volumes, seleção,
REGIME GERAL DE ORIGEM classificação, marcação, composição de sortimentos
de mercadorias ou outras operações ou processos
CAPÍTULO I semelhantes;
marítimo dos materiais de terceiros países não exceda informando ao Estado Parte importador e ao Grupo
a 50 (cinqüenta) por cento do valor FOB de Mercado Comum, acompanhando os antecedentes e
exportação das mercadorias de que se trata. constâncias que justifiquem a expedição do referido
documento.
Na ponderação dos materiais originários de terceiros
países para os Estados Partes sem litoral marítimo, Caso se produza uma contínua reiteração desses
ter-se-ão em conta, como porto de destino, os casos, o Estado Parte exportador ou o Estado Parte
depósitos e zonas francas concedidos pelos demais importador comunicará esta situação ao Grupo
Estados Partes, quando os materiais chegarem por via Mercado Comum, para fins de revisão do requisito
marítima. específico.
i) Parte ou peça que confira ao produto sua O critério de máxima utilização de materiais ou
característica essencial; outros insumos originários dos Estados Partes não
poderá ser considerado para fixar requisitos que
ii) Partes ou peças principais; e impliquem a imposição de materiais ou outros
insumos dos referidos Estados Partes, quando, a juízo
iii) Percentual das partes ou peças em relação ao peso dos mesmos, estes não cumpram condições
total. adequadas de abastecimento, qualidade e preço, ou
que não se adaptem aos processos industriais ou
c) Outros insumos. tecnologias aplicadas.
Para os efeitos do presente Regime Geral se Os Estados Partes comunicarão à Associação Latino-
entenderá: Americana de Integração a relação das repartições
oficiais e entidades de classe credenciadas a expedir a
a) que os produtos procedentes das zonas francas certificação a que se refere o Artigo anterior, com o
situadas nos limites geográficos de qualquer dos registro e fac-simile das assinaturas autorizadas.
Estados Partes deverão cumprir os requisitos
previstos no presente Regime Geral; ARTIGO DÉCIMO SEXTO
b) que a expressão "materiais" compreende as Sempre que um Estado Parte considerar que os
matérias primas, os produtos intermediários e as certificados emitidos por uma repartição oficial ou
partes e peças utilizadas na elaboração das entidade de classe credenciada de outro Estado Parte
mercadorias. não se ajustam às disposições contidas no presente
Regime Geral, comunicará o fato ao outro Estado
CAPÍTULO II Parte para que este adote as medidas que estime
necessárias para solucionar os problemas
Declaração, Certificação e Comprovação apresentados.
Os certificados de origem emitidos para os fins do 1. As controvérsias que possam surgir entre os
presente do presente Tratado terão prazo de validade Estados Partes como consequência da aplicação do
de 180 dias, a contar da data de sua expedição.
68
Se no âmbito do Grupo Mercado Comum tampouco d) Nível de comércio entre as Partes envolvidas ou
for alcançada uma solução, a controvérsia será participantes de consulta;
elevada ao Conselho do Mercado Comum para que
este adote as recomendações pertinentes. e) Desempenho das importações e exportações com
relação a terceiros países.
2. Dentro de cento e vinte (120) dias a partir da
entrada em vigor do Tratado, o Grupo Mercado Nenhum dos fatores acima mencionados constitui,
Comum elevará aos Governos dos Estados Partes por si só, um critéro decisivo para a determinação do
uma proposta de Sistema de Solução de dano ou ameaça de dano grave.
Controvérsias, que vigerá durante o período de
transição. Não serão considerado, na determinação do dano ou
ameaça de dano grave, fatores tais como as mudanças
3. Até 31 de dezembro de 1994, os Estados Partes tecnológicas ou mudanças nas preferências dos
adotarão um Sistema Permanente de Solução de consumidores em favor de produtos similares e/ou
Controvérsias para o Mercado Comum. diretamente competitivos dentro do mesmo setor.
O pedido do país importador estará acompanhado de As cláusulas de salvaguarda terão um ano de duração
uma declaração promenorizada dos fatos, razões e e poderão ser prorrogadas por um novo período anual
justificativas do mesmo. e consecutivo, aplicando-se-lhes os termos e
condições estabelecidas no presente Anexo. Estas
O Grupo Mercado Comum deverá iniciar as consultas medidas apenas poderão ser adotadas uma vez para
no prazo máximo de dez (10) dias corridos a partir da cada produto.
apresentação do pedido do país importador e deverá
concluí-las, havendo tomado uma decisão a respeito, Em nenhum caso a aplicação de cláusulas de
dentro de vinte (20) dias corridos após seu início. salvaguarda poderá estender-se além de 31 de
dezembro de 1994.
ARTIGO 3
69
ARTIGO 6
ARTIGO 7
ANEXO V
ANEXO IV
A República Argentina, a República Federativa do Artigo 2 - São órgãos com capacidade decisória, de
Brasil, a República do Paraguai e a República natureza intergovernamental, o Conselho do Mercado
Oriental do Uruguai, doravante denominadas Comum, o Grupo Mercado Comum e a Comissão de
"Estados Partes", Comércio do Mercosul.
III. Exercer a titularidade da personalidade jurídica Artigo 14 - São funções e atribuições do Grupo
do Mercosul. Mercado Comum:
IV. Negociar e firmar acordos em nome do Mercosul I. Velar, nos limites de suas competências, pelo
com terceiros países, grupos de países e organizações cumprimento do Tratado de Assunção, de seus
internacionais. Estas funções podem ser delegadas ao Protocolos e dos acordos firmados em seu âmbito;
Grupo Mercado Comum por mandato expresso, nas
condições estipuladas no inciso VII do artigo 14; II. Propor projetos de Decisão ao Conselho do
Mercado Comum;
V. Manifestar-se sobre as propostas que lhe sejam
elevadas pelo Grupo Mercado Comum; III. Tomar as medidas necessárias ao cumprimento
das Decisões adotadas pelo Conselho do Mercado
VI. Criar reuniões de ministros e pronunciar-se sobre Comum;
os acordos que lhe sejam remetidos pelas mesmas;
IV. Fixar programas de trabalho que assegurem
VII. Criar os órgãos que estime pertinentes, assim avanços para o estabelecimento do mercado comum;
como modificá-los ou extingui-los;
V. Criar, modificar ou extinguir órgãos tais como
VIII. Esclarecer, quando estime necessário, o subgrupos de trabalho e reuniões especializadas, para
conteúdo e o alcance de suas Decisões; o cumprimento de seus objetivos;
XIV. Homologar os Regimentos Internos da VII. Propor ao Grupo Mercado Comum novas
Comissão de Comércio e do Foro Consultivo normas ou modificações às normas existentes
Econômico-Social; referentes à matéria comercial e aduaneira do
Mercosul;
Artigo 15 - O Grupo Mercado Comum manifestar-se-
á mediante Resoluções, as quais serão obrigatórias VIII. Propor a revisão das alíquotas tarifárias de itens
para os Estados Partes. específicos da tarifa externa comum, inclusive para
contemplar casos referentes a novas atividades
Seção III produtivas no âmbito do Mercosul;
Da Comissão de Comércio do Mercosul
IX. Estabelecer os comitês técnicos necessários ao
Artigo 16 - À Comissão de Comércio do Mercosul, adequado cumprimento de suas funções, bem como
órgão encarregado de assistir o Grupo Mercado dirigir e supervisionar as atividades dos mesmos;
Comum, compete velar pela aplicação dos
instrumentos de política comercial comum acordados X. Desempenhar as tarefas vinculadas à política
pelos Estados Partes para o funcionamento da união comercial comum que lhe solicite o Grupo Mercado
aduaneira, bem como acompanhar e revisar os temas Comum;
e matérias relacionados com as políticas comerciais
comuns, com o comércio intra-Mercosul e com XI. Adotar o Regimento Interno, que submeterá ao
terceiros países. Grupo Mercado Comum para sua homologação.
Artigo 25 - A Comissão Parlamentar Conjunta III. Organizar os aspectos logísticos das reuniões do
procurará acelerar os procedimentos internos Conselho do Mercado Comum, do Grupo Mercado
correspondentes nos Estados Partes para a pronta Comum e da Comissão de Comércio do Mercosul e,
entrada em vigor das normas emanadas dos órgãos do dentro de suas possibilidades, dos demais órgãos do
Mercosul previstos no Artigo 2 deste Protocolo. Da Mercosul, quando as mesmas forem realizadas em
mesma forma, coadjuvará na harmonização de sua sede permanente. No que se refere às reuniões
legislações, tal como requerido pelo avanço do realizadas fora de sua sede permanente, a Secretaria
processo de integração. Quando necessário, o Administrativa do Mercosul fornecerá apoio ao
Conselho do Mercado Comum solicitará à Comissão Estado que sediar o evento.
Parlamentar Conjunta o exame de temas prioritários.
IV. Informar regularmente os Estados Partes sobre as
Artigo 26 - A Comissão Parlamentar Conjunta medidas implementadas por cada país para incorporar
encaminhará, por intermédio do Grupo Mercado em seu ordenamento jurídico as normas emanadas
Comum, Recomendações ao Conselho do Mercado dos órgãos do Mercosul previstos no Artigo 2 deste
Comum. Protocolo.
I. Servir como arquivo oficial da documentação do Artigo 35 - O Mercosul poderá, no uso de suas
Mercosul; atribuições, praticar todos os atos necessários à
realização de seus objetivos, em especial contratar,
adquirir ou alienar bens móveis e imóveis,
II. Realizar a publicação e a difusão das decisões comparecer em juízo, conservar fundos e fazer
adotadas no âmbito do Mercosul. Nesse contexto, lhe transferências.
corresponderá:
Artigo 36 - O Mercosul celebrará acordos de sede.
i) Realizar, em coordenação com os Estados Partes,
as traduções autênticas para os idiomas espanhol e
português de todas as decisões adotadas pelos órgãos Capítulo III
da estrutura institucional do Mercosul, conforme Sistema de Tomada de Decisões
previsto no artigo 39.
Artigo 37 - As decisões dos órgãos do Mercosul serão
ii) Editar o Boletim Oficial do Mercosul. tomadas por consenso e com a presença de todos os
Estados Partes.
74
Feito na cidade de Ouro Preto, República Federativa Artigo 6 - Se houver consenso quanto à procedência
do Brasil, aos dezessete dias do mês de dezembro de da reclamação, o Estado Parte reclamado deverá
mil novecentos e noventa e quatro, em um original, tomar as medidas aprovadas na Comissão de
nos idiomas português e espanhol, sendo ambos os Comércio do Mercosul ou no Grupo Mercado
textos igualmente autênticos. O Governo da Comum. Em cada caso, a Comissão de Comércio do
República do Paraguai enviará cópia devidamente Mercosul ou, posteriormente, o Grupo Mercado
autenticada do presente Protocolo aos Governos dos Comum determinarão prazo razoável para a
demais Estados Partes. implementação dessas medidas. Decorrido tal prazo
sem que o Estado reclamado tenha observado o
disposto na decisão alcançada, seja na Comissão de
76
ANEXO V
PROTOCOLO DE BRASÍLIA
Artigo 1 Artigo 5
As controvérsias que surgirem entre os Estados Partes Ao término deste procedimento o Grupo Mercado
sobre a interpretação, a aplicação ou o não Comum formulará recomendações aos Estados Partes
cumprimento das disposições contidas no Tratado de na controvérsia, visando à solução do diferendo.
Assunção, dos acordos celebrados no âmbito do
mesmo, bem como das decisões do Conselho do
Mercado Comum e das Resoluções do Grupo Artigo 6
Mercado Comum, serão submetidas aos
procedimentos de solução estabelecidos no presente O procedimento descrito no presente capítulo não
Protocolo. poderá estender-se por um prazo superior a trinta (30)
dias, a partir da data em que foi submetida a
CAPÍTULO II - NEGOCIAÇÕES DIRETAS controvérsia à consideração do Grupo Mercado
Comum.
Artigo 2
CAPÍTULO IV - PROCEDIMENTO ARBITRAL
Os Estados Partes numa controvérsia procurarão
resolvê-la, antes de tudo, mediante negociações Artigo 7
diretas.
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Artigo 8
Artigo 19 Artigo 24
1. O Tribunal Arbitral decidirá a controvérsia com 1. Cada Estado parte na controvérsia custeará as
base nas disposições do Tratado de Assunção, nos despesas ocasionadas pela atividade do árbitro por ele
acordos celebrados no âmbito do mesmo, nas nomeado.
decisões do Conselho do Mercado Comum, nas
Resoluções do Grupo Mercado Comum, bem como 2. O Presidente do Tribunal Arbitral receberá uma
nos princípios e disposições de direito internacional compensação pecuniária, a qual, juntamente com as
aplicáveis na matéria. demais despesas do Tribunal Arbitral, serão custeadas
em montantes iguais pelos Estados Partes na
2. A presente disposição não restringe a faculdade do controvérsia, a menos que o Tribunal decida
Tribunal Arbitral de decidir uma controvérsia ex distribuí-los em proporção distinta.
aequo et bono, se as partes assim o convierem.
CAPÍTULO V - RECLAMAÇÕES DE
Artigo 20 PARTICULARES
consultas, uma solução imediata à questão levantada; As despesas derivadas da atuação do grupo de
ou especialistas serão custeadas na proporção que
determinar o Grupo Mercado Comum ou, na falta de
b) Elevar a reclamação sem mais exame ao Grupo acordo, em montantes iguais pelas partes diretamente
Mercado Comum. envolvidas.
Artigo 28 Artigo 32
Se a questão não tiver sido resolvida no prazo de O grupo de especialistas elevará seu parecer ao
quinze (15) dias a partir da comunicação da Grupo Mercado Comum. Se nesse parecer se
reclamação conforme o previsto no Artigo 27 a), a verificar a procedência da reclamação formulada
Seção Nacional que efetuou a comunicação poderá, contra um Estado Parte, qualquer outro Estado Parte
por solicitação do particular afetado, elevá-la sem poderá requerer-lhe a adoção de medidas corretivas
mais exame ao Grupo Mercado Comum. ou a anulação das medidas questionadas.Se seu
requerimento não prosperar num prazo de quinze (15)
dias, o Estado Parte que o efetuou poderá recorrer
diretamente ao procedimento arbitral, nas condições
estabelecidas no Capítulo IV do presente Protocolo.
Artigo 29
CAPÍTULO VI - DISPOSIÇÕES FINAIS
1. Recebida a reclamação, o Grupo Mercado Comum,
na primeira reunião subsequente ao seu recebimento, Artigo 33
avaliará os fundamentos sobre os quais se baseou sua
admissão pela Seção Nacional. Se concluir que não
estão reunidos os requisitos necessários para dar-lhe O presente Protocolo, parte integrante do Tratado de
curso, recusará a reclamação sem mais exame. Assunção, entrará em vigor uma vez que os quatro
Estados Partes tiverem depositado os respectivos
instrumentos de ratificação. Tais instrumentos serão
2. Se o Grupo Mercado Comum não rejeitar a depositados junto ao Governo da República do
reclamação, procederá de imediato à convocação de Paraguai que comunicará a data de depósito aos
um grupo de especialistas que deverá emitir um Governos dos demais Estados Partes.
parecer sobre sua procedência no prazo
improrrogável de trinta (30) dias, a partir da sua
designação. Artigo 34
3. Nesse prazo, o grupo de especialistas dará O presente Protocolo permanecerá vigente até que
oportunidade ao particular reclamante e ao Estado entre em vigor o Sistema Permanente de Solução de
contra o qual se efetuou a reclamação de serem Controvérsias para o Mercado Comum a que se refere
escutados e de apresentarem seus argumentos. o número 3 do Anexo III do Tratado de Assunção.
Artigo 30 Artigo 35
1. O grupo de especialistas a que faz referência o A adesão por parte de um Estado ao Tratado de
Artigo 29 será composto de três (3) membros Assunção implicará ipso jure a adesão ao presente
designados pelo Grupo Mercado Comum ou, na falta Protocolo.
de acordo sobre um ou mais especialistas, estes serão
eleitos dentre os integrantes de uma lista de vinte e Artigo 36
quatro (24) especialistas por votação que os Estados
Partes realizarão. A Secretaria Administrativa Serão idiomas oficiais em todos os procedimentos
comunicará ao Grupo Mercado Comum o nome do previstos no presente Protocolo o português e o
especialista ou dos especialistas que tiverem recebido espanhol, segundo resultar aplicável.
o maior número de votos. Neste último caso, e salvo
se o Grupo Mercado Comum decidir de outra
maneira, um dos especialistas designados não poderá Feito na cidade de Brasília aos dezessete dias do mês
ser nacional do Estado contra o qual foi formulada a de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e
reclamação, nem do Estado no qual o particular um, em um original, nos idiomas português e
formalizou sua reclamação, nos termos do Artigo 26. espanhol, sendo ambos textos igualmente autênticos.
O Governo da República do Paraguai será o
depositário do presente Protocolo e enviará cópia
2. Com o fim de constituir a lista dos especialistas, devidamente autenticada do mesmo aos Governos
cada um dos Estados Partes designará seis (6) pessoas dos demais Estados Partes.
de reconhecida competência nas questões que possam
ser objeto de controvérsia. Esta lista ficará registrada
na Secretaria Administrativa. PELO GOVERNO DA REPÚBLICA
ARGENTINA
Artigo 31
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GUIDO DI TELLA
FERNANDO COLLOR
FRANCISCO REZEK
ANDRES RODRÍGUEZ
ANEXO VI
PROTOCOLO DE OLIVOS
CONVENCIDOS Artigo 2
Negociações
Artigo 7
1. As negociações diretas não poderão, salvo acordo 2. Se a controvérsia for levada à consideração do
entre as partes na controvérsia, exceder um prazo de Grupo Mercado Comum a pedido de um Estado que
quinze (15) dias a partir da data em que uma delas dela não é parte, o Grupo Mercado Comum poderá
comunicou à outra a decisão de iniciar a controvérsia. formular comentários ou recomendações a respeito.
Artigo 6 CAPÍTULO VI
2. A Secretaria Administrativa do Mercosul sua designação por sorteio da lista do artigo 11.2
notificará, de imediato, a comunicação ao outro ou (iii), excluindo do mesmo os nacionais dos Estados
aos outros Estados envolvidos na controvérsia e ao partes na controvérsia.
Grupo Mercado Comum.
iii) Os designados para atuar como terceiros árbitros
3. A Secretaria Administrativa do Mercosul se deverão responder, em um prazo máximo de três (3)
encarregará das gestões administrativas que lhe sejam dias, contado a partir da notificação de sua
requeridas para a tramitação dos procedimentos. designação, sobre sua aceitação para atuar em uma
controvérsia.
Artigo 10
4. A Secretaria Administrativa do Mercosul notificará
Composição do Tribunal Arbitral Ad Hoc os árbitros de sua designação.
ii) Se um dos Estados partes na controvérsia não tiver ii) A Secretaria Administrativa do Mercosul
nomeado seus árbitros no prazo indicado no numeral notificará aos Estados Partes a lista consolidada de
2 (i), eles serão designados por sorteio pela Secretaria árbitros do Mercosul, bem como suas sucessivas
Administrativa do Mercosul em um prazo de dois (2) modificações.
dias, contado a partir do vencimento daquele prazo,
dentre os árbitros desse Estado da lista prevista no 2. Cada Estado Parte proporá, ademais, quatro (4)
artigo 11.1. candidatos para integrar a lista de terceiros árbitros.
Pelo menos um dos árbitros indicados por cada
3. O árbitro Presidente será designado da seguinte Estado Parte para esta lista não será nacional de
forma: nenhum dos Estados Partes do Mercosul.
i) Os Estados partes na controvérsia designarão, de i) A lista deverá ser notificada aos demais Estados
comum acordo, o terceiro árbitro, que presidirá o Partes, por intermédio da Presidência Pro Tempore,
Tribunal Arbitral Ad Hoc, da lista prevista no artigo acompanhada pelo curriculum vitae de cada um dos
11.2 (iii), em um prazo de quinze (15) dias, contado a candidatos propostos.
partir da data em que a Secretaria Administrativa do
Mercosul tenha comunicado aos Estados partes na ii) Cada Estado Parte poderá solicitar esclarecimentos
controvérsia a decisão de um deles de recorrer à sobre as pessoas propostas pelos demais Estados
arbitragem. Partes ou apresentar objeções justificadas aos
candidatos indicados, conforme os critérios
Simultaneamente, designarão da mesma lista, um estabelecidos no artigo 35, dentro do prazo de trinta
árbitro suplente para substituir o árbitro titular em (30) dias, contado a partir da notificação dessas
caso de incapacidade ou excusa deste em qualquer propostas.
etapa do procedimento arbitral.
As objeções deverão ser comunicadas por intermédio
O Presidente e seu suplente não poderão ser nacionais da Presidência Pro Tempore ao Estado Parte
dos Estados partes na controvérsia. proponente. Se, em um prazo que não poderá
exceder a trinta (30) dias contado da notificação, não
se chegar a uma solução, prevalecerá a objeção.
ii) Se não houver acordo entre os Estados partes na
controvérsia para escolher o terceiro árbitro dentro do
prazo indicado, a Secretaria Administrativa do iii) A lista consolidada de terceiros árbitros, bem
Mercosul, a pedido de qualquer um deles, procederá a como suas sucessivas modificações, acompanhadas
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do curriculum vitae dos árbitros, será comunicada 3. Caso o laudo seja objeto de recurso de revisão, as
pela Presidência Pro Tempore à Secretaria medidas provisórias que não tenham sido deixadas
Administrativa do Mercosul, que a registrará e sem efeito antes da emissão do mesmo se manterão
notificará aos Estados Partes. até o tratamento do tema na primeira reunião do
Tribunal Permanente de Revisão, que deverá
Artigo 12 resolver sobre sua manutenção ou extinção.
2. As alegações que as partes apresentem nos textos 2. O recurso estará limitado a questões de direito
mencionados no numeral anterior se basearão nas tratadas na controvérsia e às interpretações jurídicas
questões que foram consideradas nas etapas prévias, desenvolvidas no laudo do Tribunal Arbitral Ad Hoc.
contempladas no presente Protocolo e no Anexo ao
Protocolo de Ouro Preto. 3. Os laudos dos Tribunais Ad Hoc emitidos com
base nos princípios ex aequo et bono não serão
3. Os Estados partes na controvérsia informarão ao suscetíveis de recurso de revisão.
Tribunal Arbitral Ad Hoc, nos textos mencionados no
numeral 1 do presente artigo, sobre as instâncias 4. A Secretaria Administrativa do Mercosul estará
cumpridas com anterioridade ao procedimento encarregada das gestões administrativas que lhe
arbitral e farão uma exposição dos fundamentos de sejam encomendadas para o trâmite dos
fato e de direito de suas respectivas posições. procedimentos e manterá informados os Estados
partes na controvérsia e o Grupo Mercado Comum.
Artigo 15
Artigo 18
Medidas provisórias
Composição do Tribunal Permanente de Revisão
1. O Tribunal Arbitral Ad Hoc poderá, por solicitação
da parte interessada, e na medida em que existam 1. O Tribunal Permanente de Revisão será integrado
presunções fundamentadas de que a manutenção da por cinco (5) árbitros.
situação poderá ocasionar danos graves e irreparáveis
a uma das partes na controvérsia, ditar as medidas 2. Cada Estado Parte do Mercosul designará um (1)
provisórias que considere apropriadas para prevenir árbitro e seu suplente por um período de dois (2)
tais danos. anos, renovável por no máximo dois períodos
consecutivos.
2. O Tribunal poderá, a qualquer momento, tornar
sem efeito tais medidas. 3. O quinto árbitro, que será designado por um
período de três (3) anos não renovável, salvo acordo
em contrário dos Estados Partes, será escolhido, por
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unanimidade dos Estados Partes, da lista referida 3. Os Estados Partes, de comum acordo, poderão
neste numeral, pelo menos três (3) meses antes da definir outros critérios para o funcionamento do
expiração do mandato do quinto árbitro em exercício. Tribunal estabelecido neste artigo.
Este árbitro terá a nacionalidade de algum dos
Estados Partes do Mercosul, sem prejuízo do disposto Artigo 21
no numeral 4 deste Artigo.
Contestação do recurso de revisão e prazo para o
Não havendo unanimidade, a designação se fará por laudo
sorteio que realizará a Secretaria Administrativa do
Mercosul, dentre os integrantes dessa lista, dentro dos
dois (2) dias seguintes ao vencimento do referido 1. A outra parte na controvérsia terá direito a
prazo. contestar o recurso de revisão interposto, dentro do
prazo de quinze (15) dias de notificada a
apresentação de tal recurso.
A lista para a designação do quinto árbitro
conformar-se-á com oito (8) integrantes. Cada Estado
Parte proporá dois (2) integrantes que deverão ser 2. O Tribunal Permanente de Revisão pronunciar-se-á
nacionais dos países do Mercosul. sobre o recurso em um prazo máximo de trinta (30)
dias, contado a partir da apresentação da contestação
a que faz referência o numeral anterior ou do
4. Os Estados Partes, de comum acordo, poderão vencimento do prazo para a referida apresentação,
definir outros critérios para a designação do quinto conforme o caso. Por decisão do Tribunal, o prazo de
árbitro. trinta (30) dias poderá ser prorrogado por mais quinze
(15) dias.
5. Pelo menos três (3) meses antes do término do
mandato dos árbitros, os Estados Partes deverão Artigo 22
manifestar-se a respeito de sua renovação ou propor
novos candidatos.
Alcance do pronunciamento
6. Caso expire o mandato de um árbitro que esteja
atuando em uma controvérsia, este deverá 1. O Tribunal Permanente de Revisão poderá
permanecer em função até sua conclusão. confirmar, modificar ou revogar a fundamentação
jurídica e as decisões do Tribunal Arbitral Ad Hoc.
7. Aplica-se, no que couber, aos procedimentos
descritos neste artigo o disposto no artigo 11.2. 2. O laudo do Tribunal Permanente de Revisão será
definitivo e prevalecerá sobre o laudo do Tribunal
Arbitral Ad Hoc.
Artigo 19
Artigo 23
Disponibilidade permanente
Acesso direto ao Tribunal Permanente de Revisão
Os integrantes do Tribunal Permanente de Revisão,
uma vez que aceitem sua designação, deverão estar
disponíveis permanentemente para atuar quando 1. As partes na controvérsia, culminado o
convocados. procedimento estabelecido nos artigos 4 e 5 deste
Protocolo, poderão acordar expressamente submeter-
se diretamente e em única instância ao Tribunal
Artigo 20 Permanente de Revisão, caso em que este terá as
mesmas competências que um Tribunal Arbitral Ad
Funcionamento do Tribunal Hoc, aplicando-se, no que corresponda, os Artigos 9,
12, 13, 14, 15 e 16 do presente Protocolo.
1. Quando a controvérsia envolver dois Estados
Partes, o Tribunal estará integrado por três (3) 2. Nessas condições, os laudos do Tribunal
árbitros. Dois (2) árbitros serão nacionais de cada Permanente de Revisão serão obrigatórios para os
Estado parte na controvérsia e o terceiro, que Estados partes na controvérsia a partir do
exercerá a Presidência, será designado mediante recebimento da respectiva notificação, não estarão
sorteio a ser realizado pelo Diretor da Secretaria sujeitos a recursos de revisão e terão, com relação às
Administrativa do Mercosul, entre os árbitros partes, força de coisa julgada.
restantes que não sejam nacionais dos Estados partes
na controvérsia. A designação do Presidente dar-se-á Artigo 24
no dia seguinte à interposição do recurso de revisão,
data a partir da qual estará constituído o Tribunal para
todos os efeitos. Medidas excepcionais e de urgência
2. Quando a controvérsia envolver mais de dois O Conselho do Mercado Comum poderá estabelecer
Estados Partes, o Tribunal Permanente de Revisão procedimentos especiais para atender casos
estará integrado pelos cinco (5) árbitros.
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Artigo 32 Artigo 34
1. Caso o Estado Parte beneficiado pelo laudo aplique 1. Os Tribunais Arbitrais Ad Hoc e o Tribunal
medidas compensatórias por considerar insuficiente o Permanente de Revisão decidirão a controvérsia com
cumprimento do mesmo, mas o Estado Parte base no Tratado de Assunção, no Protocolo de Ouro
obrigado a cumprir o laudo considerar que as Preto, nos protocolos e acordos celebrados no marco
medidas adotadas são satisfatórias, este último terá do Tratado de Assunção, nas Decisões do Conselho
um prazo de quinze (15) dias, contado a partir da do Mercado Comum, nas Resoluções do Grupo
notificação prevista no artigo 31.3, para levar esta Mercado Comum e nas Diretrizes da Comissão de
situação à consideração do Tribunal Arbitral Ad Hoc Comércio do Mercosul, bem como nos princípios e
ou do Tribunal Permanente de Revisão, conforme o disposições de Direito Internacional aplicáveis à
caso, o qual terá um prazo de trinta (30) dias desde a matéria.
sua constituição para se pronunciar sobre o assunto.
2. A presente disposição não restringe a faculdade
2. Caso o Estado Parte obrigado a cumprir o laudo dos Tribunais Arbitrais Ad Hoc ou a do Tribunal
considere excessivas as medidas compensatórias Permanente de Revisão, quando atue como instância
aplicadas, poderá solicitar, até quinze (15) dias depois direta e única conforme o disposto no artigo 23, de
da aplicação dessas medidas, que o Tribunal Ad Hoc decidir a controvérsia ex aequo et bono, se as partes
ou o Tribunal Permanente de Revisão, conforme assim acordarem.
corresponda, se pronuncie a respeito, em um prazo
não superior a (trinta) 30 dias, contado a partir da sua
constituição. Artigo 35
Idiomas