Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Roteiro de
Estudos
Autor: Me. Jeferson Cipriano de Araújo
Revisor: Gladys Roberta Garcia
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7MrOf… 1/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
Introdução
O Ensino de Língua Inglesa, há alguns anos, é tema de muitas discussões e críticas em nosso
país. Por conta disso, diante da influência do vertiginoso desenvolvimento científico e
tecnológico pelo qual passamos, é importante repensar as práticas de ensino-aprendizagem. É
importante ter conhecimento das diversas metodologias para o ensino-aprendizagem de
línguas, como o método tradicional, direto, audiolingual, ou ainda por uma vertente
sociointeracionista, em que aluno e professor constroem o conhecimento linguístico e sala de
aula.
Assim, é essencial refletir de modo crítico sobre alguns métodos, já que, nos dias atuais, novas
abordagens surgiram, mas existem técnicas e procedimentos que nunca saem de moda na
busca por uma aprendizagem efetiva e significativa, seja em escolas regulares, públicas ou
privadas e de idiomas.
Abordagens, Métodos,
Procedimentos e Técnicas
O trabalho com a língua inglesa deve ocorrer em uma perspectiva interdisciplinar,
compreendendo não só a integração das habilidades estanques à disciplina, mas também a
relação com outras disciplinas da matriz curricular, já que a parceria com outras disciplinas, em
um trabalho efetivo com a língua, promove aprendizagem significativa, transpõe a barreira
linguística da oralidade e contempla o desenvolvimento teórico-prático das aulas de línguas.
Isso feito, vemos que o repertório e a dimensão intercultural na esteira de ensino e
aprendizagem são abarcados.
Ressaltamos que o letramento crítico, com base na realidade de sala de aula, busca ir além da
decodificação e da repetição de estruturas, já que, muitas vezes, o ensino de língua inglesa
prioriza formas descontextualizadas da realidade em que os alunos vivem. Diante disso, é
necessário adotar uma postura pedagógica que compreenda os desafios da sociedade atual,
entendendo a linguagem como discurso e rejeitando a noção de língua como estrutura
linguística fixa, neutra e descontextualizada.
O objetivo desta disciplina é retomar as principais vertentes teóricas sobre o Ensino de Língua
Inglesa, descrevendo e analisando os aspectos práticos. Portanto, é importante destacar que,
dentro da área de estudos de Metodologias de Ensino de Língua Inglesa, pesquisadores
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7MrOf… 2/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
renomados, como Brown (2002), Harmer (2007, 2013) e Richards (2005) consideram a Prática
de Ensino de Língua Inglesa, compreendendo alguns elementos:
a) Abordagem : refere-se às teorias sobre a natureza linguística e aprendizagem de línguas,
isto é, as decisões e as ações de sala de aula são tomadas considerando uma abordagem, que
busca explicar as razões dessas decisões e ações por parte do professor de língua inglesa.
Dessa forma, ampliando um pouco nossa compreensão nessa área, Harmer (2003) discute
sobre a noção de abordagem por conceituá-la como a descrição de uso de uma língua, dando
ênfase a como diferentes partes da língua se relacionam e fazem sentido juntas, oferecendo,
assim, um modelo de competência linguística. Por fim, é importante destacar que uma
abordagem analisa e descreve a aquisição de conhecimento sobre determinada língua,
promovendo condições significativas de aprendizagem.
b) Método : é a abordagem na prática. Um método contempla os tipos de atividade ou as
sequências didáticas, as ações por parte do professor, bem como os materiais necessários para
a realização efetiva da aula. Todas essas facetas precisam estar articuladas a partir de uma
matriz curricular, em que conteúdos são dispostos e relacionados, da mesma maneira que o
papel que alunos e professor ocupam no ensino-aprendizagem também estão dentro do
tratamento dado ao método.
DICA : um método deve apresentar procedimentos fixos nas orientações dadas ao professor.
Isso se dá pelo por meio de uma abordagem de ensino de línguas coesa e coerente, tornando
de fácil articulação. Dizem empregar um determinado método, mas recorrem a muitos
procedimentos e técnicas, torna-se difícil e inviável chamar essa junção de método.
c) Procedimento : é uma sequência ordenada de técnicas. Um procedimento de sala de aula
geralmente é descrito por marcadores temporais, como: primeiramente, você pede aos alunos
que se sentem em grupos. Depois, cada grupo precisa eleger um representante. Após a escolha
do representante, cada aluno irá à frente da sala. Por fim, esse representante vai soletrar
algumas palavras.
d) Técnica : é a maneira de realização de uma ação ou um conjunto de ações. Em sala de aula,
o uso de vídeos ou filmes, sem o som, a fim de trabalhar o imagético ou possíveis falas de
personagens em contextos de uso específico de uma língua, pode ser considerado uma técnica.
É importante que o professor estimule o desejo do aluno de aprender, criando um ambiente de
cooperação que deixe os alunos à vontade para participarem ativamente da aula, favoreça o
relacionamento entre conhecimentos prévios e novos conhecimentos e contribua para que os
alunos compreendam a importância da responsabilidade sobre suas aprendizagens.
Esperamos, com os conteúdos expostos nesta seção, que você tenha sido capaz de visualizar e
compreender de forma mais ampla os termos método, abordagem, procedimento e técnica.
Assim, tendo-os organizados, partiremos para um panorama histórico dos métodos e
abordagens de ensino da língua inglesa.
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7MrOf… 3/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
LIVRO
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7MrOf… 4/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7MrOf… 5/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
que a prática, sequenciada pela repetição, constituída pela substituição de elementos na frase,
visava à aprendizagem contínua, mas poderia induzir o aluno ao erro.
Aqui importa muito a compreensão oral. Nesse sentido, o ato de escutar envolve processos
afetivos, cognitivos e comportamentais complexos. Sendo assim, é importante que o professor
desenvolva atividades de verificação após ouvir, as quais podem ser contempladas por
narração do que foi ouvido, realização de exercícios de compreensão e direcionamentos após a
audição.
De forma prática, ainda vemos algumas escolas que adotam esse método de ensino. O
professor enuncia: There is a cat on the floor e pede aos alunos que repitam. Os alunos: There is
a cat on the floor . O professor substitui cat por book . Os alunos: There is a book on the floor .
Trazendo à reflexão crítica na esteira de discussão teórico e metodológica, observamos, com
base nos estudos de Penny Ur (2013), que novamente esse tipo de prática em sala de aula
compreende apenas o nível da estrutura linguística (frase), restringindo qualquer relação a
práticas discursivas, isto é, a inserção desse tipo de frase em contextos específicos de uso.
Assim, definimos o método audiolingual como aquele que buscava enfatizar a noção de
accuracy (precisão), fazendo com que os hábitos de aprendizes de língua inglesa se formassem
por meio da repetição constante de frases, tendo como base estímulo e reforço positivo.
Sumarizando o que vimos a respeito dos métodos mais utilizados para o ensino da língua
inglesa, vimos o método de gramática-tradução, que pressupõe um trabalho minucioso com
regras e estrutura da língua a ser aprendida, apropriando-se de aspectos gramaticais e
tradutórios. Observamos que o método direto, por sua vez, tem como foco a oralidade, em
detrimento de outras habilidades. Já o método audiolingual foca repetições e frases-modelo,
requerendo do aluno substituições de itens na língua-alvo. Por fim, a abordagem comunicativa
prioriza a fala com base em situações de uso efetivo da língua-alvo.
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7MrOf… 6/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
Em sentido prático, o professor aborda uma situação em que contextualiza o que pretende
ensinar. A língua é apresentada. Os alunos colocam em prática aspectos dessa língua por meio
do uso de técnicas de reprodução precisas, como a repetição em uníssono/coro. Assim, a título
de curiosidade, os alunos repetem uma palavra, uma frase ou um conjunto de sentenças com a
condução do professor.
Além disso, faz parte desse método o uso de repetição individualizada, em que alunos, um a
um, repetem frases, palavras ou sentenças após o pedido do professor, fazendo algumas
substituições - cue-response drills (HARMER, 2002). Para exemplificar um cue-response drill , o
professor atribui características ou dicas a um lugar de diversão, como cinema, e o aluno
elabora uma resposta desejada: Would you like to go to the ________? Would you like to go to the
cinema? Yes, I’d love to! A prática por meio de exercícios desse tipo retoma o modelo clássico do
Método Audiolingual, em que estímulos reforçados são empregados, mas contextualiza por
meio de uma situação apresentada, fazendo com que o exercício com as particularidades da
língua ensinada seja mais significativo do que uma simples prática de repetição/substituição,
como aponta Penny Ur (2013).
Por fim, posteriormente, os alunos, em uma prática menos restrita, fazendo uso dos modelos
abordados em aula, produzem seus próprios exemplos de frases. Isso recebe o nome de
production (produção).
Nessa direção, destacamos algumas alternativas ao Present, Practice, Produce , uma vez que
alguns estudiosos apresentaram algumas críticas ao procedimento, alegando que ele não
refletia a natureza linguística e, tampouco, a natureza da aprendizagem (SCRIEVENER, 1995).
Diante disso, Harmer (2007) apresenta uma trilogia de sequência de elementos de ensino: ESA
(Engage, Study and Activate).
Dessa maneira, temos:
E = Engage : momento em que entusiasmo e afeto são pontos cruciais para a
aprendizagem. Os alunos precisam estar emocionalmente engajados com as ações de
sala de aula, tornando a aprendizagem efetiva e significativa.
S = Study : esse momento trata de práticas de ensino-aprendizagem em que o foco é
como algo é construído. Em sala de aula de língua inglesa, estamos o tempo todo fazendo
isso: como os pronomes relativos são empregados, como partes de uma frase são
pronunciadas, a construção de um parágrafo em um texto, a colocação de uma palavra
em uma frase. Dentro desse procedimento, o S = Study pode ser caracterizado como foco
na forma, ou ainda pode ser desenvolvido, tendo como ponto de partida uma atividade
comunicativa, em que a atenção dos alunos é direcionada à forma tanto pelo professor ou
por meio de exercícios em que as estruturas da língua inglesa são reconhecidas ( noticing
exercises ).
A = Activate : momento em que o aluno é incentivado a usar todas as particularidades
aprendidas ou parte delas. Tarefas comunicativas, por exemplo, são desenhadas com o
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7MrOf… 7/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7MrOf… 8/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
LIVRO
Aprendizagem Baseada em
Tarefas e Abordagem Lexical
Aprendizagem baseada em tarefas, também conhecida como instrução baseada em tarefas,
torna o desempenho de tarefas significativas central ao processo de aprendizagem. Há uma
crença, com base nos estudos de Willis (1996), de que se os alunos estão focados na realização
de uma tarefa, é bem provável que aprendam a língua por meio do enfoque dado às formas
linguísticas. Ao invés de aprenderem estruturas linguísticas ou funções, são apresentadas
tarefas que os alunos precisam cumprir ou problemas que devem ser resolvidos.
Prahbu (1987) discute que o foco da lição é a tarefa, não a estrutura usada. Nesse sentido,
Willis (1994) encara o TBL como uma prática de PPP invertida; em outras palavras, os alunos
recebem uma tarefa que precisa ser realizada e somente quando isso acontece o professor
discute o uso linguístico durante a resolução da tarefa, fazendo correções e ajustes
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7MrOf… 9/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
necessários. Dentro dessa perspectiva, existem alguns estágios ou passo a passo: pre-task :
introdução ao tópico/tarefa; task cycle : tarefa, planejamento e relato; language focus : análise e
prática.
Ampliando um pouco mais nosso olhar, temos:
Pre-task stage : o professor explora o tópico com a sala e talvez chame a atenção para
palavras ou frases, que podem levar os alunos à compreensão das instruções da tarefa
atribuída. Os alunos podem ouvir pessoas desenvolvendo a mesma tarefa para criarem
subsídios para seu próprio desempenho.
Task cycle : os alunos realizam a tarefa atribuída em pares ou grupos, enquanto o
professor monitora à distância. Os alunos, então, refletem e planejam como pretendem
dizer ao restante da sala o que fizeram e como foi. Nessa fase, os alunos relatam sobre a
realização da tarefa oralmente ou fazem pequenas notas escritas e comparam o que, de
fato, aconteceu.
Language focus stage : os alunos examinam e discutem características específicas de
trechos de audição ou leitura de textos, que conduziram a realização da tarefa, ou o
professor também pode conduzir alguma prática linguística com foco na forma.
Assim, dando continuidade, nesse momento direcionamos nossas discussões à abordagem
lexical. Ela foi discutida por Willis (1990), mas só se popularizou por conta dos estudos de
Michael Lewis (1993; 1997). Baseia-se na noção de que uma língua não é somente composta
pela gramática tradicional e vocabulário, mas comumente é feita de partes/blocos linguísticos
pré-fabricados, isto é, combinações de palavras, frases, expressões fixas ou semifixas, que
formam partes importantes da língua que falamos.
A título de curiosidade, podemos fazer um levantamento de milhares de chunks ou partes da
língua inglesa que são empregadas para responder à pergunta: How are you? ou, ainda, para
situações em que You must be joking ! é usado. Dessa maneira, podemos dizer que há um
deslocamento do foco na sintaxe e tempos verbais usados para o ensino de frases que
mostram a combinação de palavras, de uma perspectiva mais gerativa, mas com um olhar
diferente das substituições gramaticais feitas em tabelas, ainda comum nos dias atuais. Para
exemplificar, ao invés de ensinar o futuro will , talvez fosse interessante direcionar o foco para
o uso em diferentes frases: I’ll give you a ring; I’ll be in touch; I’ll be back in a minute e I’ll see what I
can do .
Assim, é possível abordar a aprendizagem de vocabulário de algumas formas variadas,
considerando que a atitude de professores mudou com o passar dos anos no tratamento dado
ao ensino. A título de exemplo, temos observado a aplicação da palavra lexis ao invés de
vocabulary , trazendo à reflexão crítica sobre as ações de sala de aula por parte do professor, já
que não basta ensinar uma lista de palavras em língua inglesa fora de seu contexto de uso.
Estabelecendo a diferença, lexis está no nível analítico da língua e trabalha as facetas do ensino
de vocabulário, como áreas opostas à Morfologia ou Sintaxe; vocabulary refere-se a subgrupos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7Mr… 10/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
de palavras de uma língua que são usadas em um contexto particular conhecido a um usuário
da língua.
Esse olhar mais linguístico reflete uma mudança na compreensão, na atitude e na abordagem
de ensino. É relevante para o trabalho feito, em sala de aula com a língua inglesa, que o
professor busque contemplar a abordagem lexical, pois pode ser uma alternativa significativa
no ensino-aprendizagem, pois, se pensarmos em alunos iniciantes, observaremos que eles
conseguem se comunicar em inglês a partir do efeito da noção cumulativa de palavras
individuais. Assim, é preciso reconhecer a força da aprendizagem lexical, já que, ao desenvolver
essa capacidade, o aluno passa a viabilizar um número maior de palavras dentro de uma frase
e aprende formas de combinação delas.
O trabalho, em sala de aula, com a língua inglesa pode se dar como forma de encorajar e
treinar o uso de dicionários monolíngues ao invés de acentuar o uso de língua materna e fazer
o mecanismo da tradução se tornar uma dependência. Ao desenvolver esse trabalho
sistemático com as particularidades da língua, o professor pode focar no uso de frases,
modelos de frases, pronúncia, além de desenvolver a habilidade de observação e contraste dos
alunos.
Como desafio para uso e aplicação da abordagem lexical, podemos estabelecer: a) encontrar
novos itens lexicais, desenvolver a compreensão e o uso desses itens; b) praticar o uso desses
novos itens; c) memorizar; d) propor novas frases para lembrar a estrutura e o uso desses
novos itens.
Pós-método e Personalização no
Ensino de Inglês
Com base nos estudos de Thornbury (2005), entendemos que, diante da diversidade social,
linguística e cultural, o Ensino de Língua Inglesa precisa de um momento de reflexão crítica
sobre métodos, abordagens e procedimentos. Assim, a língua surge quando professor e aluno
engajam-se em uma relação dialógica. Em outras palavras, a língua é coconstruída entre alunos
e professores; ela emerge com o apoio e a orientação do professor em vez de passar pelo
processo de aquisição. O pós-método, que se fundamenta em um sistema tridimensional, pode
ser compreendido a partir de três grandes eixos: particularidade, praticidade e possibilidade.
Sendo assim, a noção de particularidade considera o ensino de forma significativa,
considerando situações específicas de aprendizagem, direcionando os objetivos traçados, bem
como o contexto e os fatores socioculturais.
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7Mr… 11/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
Relevante a essa abordagem mais atual, que surge da relação dialógica de professores e
alunos, é o tratamento dado ao material didático, uma vez que o material trazido à sala de aula
pelo professor influi diretamente nessa relação. Com base nos estudos de Kumaravadivelu
(2001), entendemos que os alunos aprendem língua inglesa porque querem conseguir dizer o
que desejam em língua estrangeira e, nos últimos anos, esse tipo de reflexão tem se oposto de
forma contundente aos conteúdos apresentados pelas sequências dos materiais didáticos.
Clemente (2001) defende que, quando ensinamos línguas, certamente fazemos bem mais do
que ensinar só a se expressar em um idioma, e é exatamente por isso que professores ao redor
de todo o mundo ainda têm alunos. Essa vertente, também chamada de Dogme, leva-nos à
reflexão crítica sobre o papel do professor de língua inglesa, bem como na dependência
excessiva de práticas de sala de sala com foco na forma, considerando o uso repetitivo de
materiais que podem sufocar a criatividade de ambos: professor e aluno.
Aqui, cabe ressaltar que o ensino e a aprendizagem de línguas foram influenciados por pelo
menos três correntes, a saber: Behaviorista, Cognitivista e Sociointeracionista. Na corrente
behaviorista, a aprendizagem é vista por meio de estímulos e reforços. O aluno recebe o
conhecimento do professor, que o reforça por meio de estímulos, a fim de se obterem os
comportamentos esperados. Nessa corrente, o ponto forte é o professor e o seu método de
ensinar. Na corrente cognitivista, que foca o aluno e sua forma de aprender, temos a
aprendizagem como um processo interno, observando as mudanças externas como reflexo das
mentalizações e dos sentimentos. Na corrente sociointeracionista, observamos a aprendizagem
como uma experiência social, mediada por instrumentos e signos. Esse processo ocorre a partir
da interação por meio da linguagem e da construção do conhecimento por meio da
comunicação.
Em um contexto de pós-método, o que é importante considerar é o contexto em que as
atividades de ensino serão desenvolvidas, uma vez que, ao adotar um método, existem uma
limitação e restrição no modo tanto de o professor operacionalizar seus procedimentos e ações
em sala de aula, bem como aprendizagem dos alunos. Kumaravadivelu (2001) é incisivo ao
tratar essa questão, pois diz que o ensino de língua inglesa não precisa passar pela visão de
métodos alternativos, mas, sim, pela visão de uma alternativa aos métodos, tendo como
princípios norteadores a maximizar as oportunidades de aprendizagem, facilitar a negociação
de sentido, fomentar a consciência linguística, promover a autonomia dos aprendizes.
Torna-se relevante, por parte do professor, desenvolver atividades que orientem a prática de
seus alunos. Isso pode ser feito por meio da utilização de dicas, orientando, assim, a resolução
dos exercícios propostos. O professor também poderá recorrer ao uso de diálogos e scripts ,
dando oportunidade ao trabalho efetivo com a língua-alvo, propiciando uma aprendizagem
significativa.
Kumaravadivelu (2001) propôs pensar o ensino de línguas por meio de macroestratégias e
microestratégias. A primeira funciona como um guia que contribui na criação de estratégias
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7Mr… 12/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7Mr… 13/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
d) Cognitive effort : os alunos devem ser estimulados a trabalhar com a língua que estão
aprendendo, descobrir como ela funciona por meio de construções linguísticas.
e) Grammar e lexis : tanto a gramática quanto o ensino de vocabulário são importantes. É
papel do professor estimular e mostrar como as palavras são combinadas e como fazem
sentido.
f) How, why and where : atualmente, as ações de sala de aula dependem não unicamente de
um método, mas a razão e contexto/realidade em que nossa prática de ensino estão inseridos.
Onde queremos chegar, com quem e em qual contexto?
Primeiramente, precisamos analisar as respostas a essas perguntas para, então, escolhermos
os procedimentos e técnicas que melhor se encaixam no contexto em que estamos inseridos.
Em todos os níveis de ensino, é preciso que tenhamos uma resposta clara: como professor de
inglês, por que eu faço o que faço?
LIVRO
Conclusão
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7Mr… 14/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
Referências Bibliográficas
BAX, S. The end of CLT: a context approach to language teaching. ELT Journal , Oxford, v. 57, n.
3, p. 278-286, 2003.
BROWN, H. D. English language teaching in the “post-method” era: toward better diagnosis,
treatment and assessment. In : RICHARDS, J. C.; RENANDYA, W. A. (ed.) Methodology in
language teaching . Cambridge: Cambridge University Press, 2002.
CLEMENTE, M. A. Teachers’ attitudes within a self-directed language learning scheme. System ,
v. 29, 45-67, 2001.
FURLANETTO, P. F. O professor global e o ensino da Língua Inglesa : uma visão a partir do
pós-método. Curitiba: Intersaberes, 2019.
HARMER, J. How to teach English . Londres: Longman. 2002.
HARMER, J. Popular culture, methods and context. ELT Journal , Oxford, v. 57, n. 3, p. 288-294,
2003.
HARMER, J. Popular methodology . The Practice of English Language Teaching. Essex: Pearson
Longman, 2007.
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7Mr… 15/16
14/04/2023, 23:21 Roteiro de Estudos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=2Z1h3DlrMD5pBtXIUcBTLw%3d%3d&l=TdbyCW2QbycmK1IXiUMn2g%3d%3d&cd=L7Mr… 16/16